SERRARIAS F. LAMEIRAO S/A. FUNDADA EM lf>03
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SUMARIO Pág.
A rendo "per capita" — Richnrd Lewlnshon
5 //
Financiamento da produção — Dorival Teixeira Vieira
v'
Direito, Poiilica. Economia — Tcmístoclcs Brandão Cavalcanti
Banco do Estado de São Pauto 5. A. Capital Realizado: CrS 100.000.000,00
As ilusões dos monetaristas — Diaoir Menezes Oliveira Viana e os partidos políticos —• J. P. Galvão de Sousa
30' 34'
O pòrto de Sao Sebastião — Roberto Pinto de Sousa ^
40'
Transportes o subvenções — Aldo M. Azevedo
AH*
A grande propriedade no baixo Rio Doce — Clóvis Caldeira
Slí
O problema dos solos ácidos — José Setzer
'
Calógoras e a Viação Férrea Nacional — Álvaro de Sousa Lima
>
DEPÓSITOS — EMPRÉSTIMOS — DESCONTOS —
A lei agrária — J. Testa
CÂMBIO — COBRANÇAS — TRANSFERÊNCIAS —
p Ginásio do São Bento — Antônio Gontijo de Carvalho
TÍTULOS — COFRES DE ALUGUEL MATRIZ :
PRAÇA ANTONIO PRADO N." 6 — SÃO PAULO CAIXA .POSTAL, 789
Endereço telegráfico: BANESPA
A Bôlsa de Café em Antuérpia — Geraldo Banaskiwitz
i/y .•
"La Prensa" — Afonso Arinos de Melo Franco
80V 94/
Habitabilidade dos trópicos — Pimentel Gomes
101
O comércio do sal om São Paulo Colonial — Afonso de Taunay
106y
Novos planos — Nelson Wernock Sodré
\\Z'/
Imigração de capitais — Camilo Ansarah
HS-'-''
O motivo econômico da expulsão dos holandeses — Naylor VUlas Boas
120»-
Divulgação de nroblemas filosóficos — O Existenciallsmo —
y
Paulo Edmur de Sousa Queiroz 123' .
A unificação e pacificação da política mineira — Daniel de Carvalho
89*^
65 Agências no interior do Estado; uma no Rio de Janeiro, uma em
Campo Grande (Estado de Mato Grosso) e outra em Uberlândia (Estado de Minas Gerais)
10
AS MELHORES TAXAS — AS MELHORES CONDI
ÇÕES — RAPIDEZ — EFICIÊNCIA N.o 78 — MAIO DE 18S1 — ANO Vil
o DIGESTO ECONÔMICO Um NOVO produto Mobíloil
ESTA A VENDA
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de Cr$ 5,00. Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 50.00 anuais.
APROVADO PKIjOS FiVimiCANTIiS
DK AUlOMÓVlíIS Agonio geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar Rio de Janeiro
Alagoas: Manoel Espíndola, Praça Pe dro II, 49, Maceió.
Paraná: J. Ghlngnone. Rua 15 de Novc-rnbro. 423, Curitiba.
Amazonas: Agência Freitas, líua Joa quim Sarmento, 29, Manaus.
Pernambuco; Fernando Chinaglia Rua do Imperador, 221, 3.o andar' Recife.
Bahia:
Alfredo J. de Souza Se Cia.,
R. Saldanha da Gama, 6, Salvador.
Ceará: J. Alaor de Albuquerque Ce Cia. Praça do Ferreira, 621, Fortaleza. Espirilo Santo: Viuva Copolilo & Fi lhos, Rua Jerônimo Monteiro, 361, Vitória.
Goiânia.
Livraria
Universal, Rua
João Lisboa, 114. São Luiz. Mato
Rio de Janeiro: Fernando Chinaglia. Av. Presidente
Vargas, 502, 19.o
andar.
Rio Grande do Norte: Luís Romfio,
■ Aioda qaeseu corro oSo
Avenida Tavares Lira. 48, Natal.
Goiás: João Manarlno, Rua Setenta A,
Maranhão:
Piauí; Cláudio M. Totc, Tereslna.
Grosso: Carvalho. Pinheiro
7 de Setembro. 789, Porto Alegre.
Para locais fora de Pôrto Alegre; Fernando Cliinaglia, R. de Janeiro.
&e
Cia.. Pça. da República, 20. Cuiabá. Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso. Avenida dos Andradas, 330. Belo Horizonte.
Pará: Albano H. Martins & Cia., Tra vessa Campos Sales, 85/89. Belém Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba rão do Triunfo, 510-A, João Pessoa.
possua Iranamissão au
tomática, teve-o rcgula> Rio Grande do Sul: Sòmcnte para Por to Alngro: Octavlo Sagebln, Rua
Santa Catarina: Pedro Xavier Se Cia.,
Rua Felipe Schmidt, 8, Florlanóp. São Paulo: A Intelectual. Ltde.. Via
.Atransiuíssuo outoinàtica de seu carro é um mecanisnío delicado e preciso. Mobilfluid 200, aprovado pelos fabri cantes de automóveis, atende rigorosamente às condições de luncionamento destas transmissões, possibilitando o perfeito trabalho dos controles, protegendo suas peças vi tais contra o desgaste o assegurando o máximo rendimen to de lodo o mecanismo. Paru o impecável fuuciouaroento ü longa vida da transmissão automática, peça sempre
mcote a um Páato Au
torizado Mobíloil, ocda será corretamente lubrilí-
cado com Mobiloil, Mo-
LilubeeMobilgreosc, pro-
dutcs que sempre sa des
tacaram pela Segura proteÇ6u que oferecem a iSdos 06 poças do automóvel.
duto Santa Efigênia, 281, S. Paulo.
Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua João Pessoa, 137, Aracaju.
Território do Acre: Diógenes de Oli veira. Rio Branco.
Mobilfluid 200 - PARA TRANSM/SSÕCS AUTOAI^TfCAS •
Mobíloil «ns.ii
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Amazonas: Agência Freitas, líua Joa quim Sarmento, 29, Manaus.
Pernambuco; Fernando Chinaglia Rua do Imperador, 221, 3.o andar' Recife.
Bahia:
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R. Saldanha da Gama, 6, Salvador.
Ceará: J. Alaor de Albuquerque Ce Cia. Praça do Ferreira, 621, Fortaleza. Espirilo Santo: Viuva Copolilo & Fi lhos, Rua Jerônimo Monteiro, 361, Vitória.
Goiânia.
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Universal, Rua
João Lisboa, 114. São Luiz. Mato
Rio de Janeiro: Fernando Chinaglia. Av. Presidente
Vargas, 502, 19.o
andar.
Rio Grande do Norte: Luís Romfio,
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Goiás: João Manarlno, Rua Setenta A,
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Grosso: Carvalho. Pinheiro
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Para locais fora de Pôrto Alegre; Fernando Cliinaglia, R. de Janeiro.
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Cia.. Pça. da República, 20. Cuiabá. Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso. Avenida dos Andradas, 330. Belo Horizonte.
Pará: Albano H. Martins & Cia., Tra vessa Campos Sales, 85/89. Belém Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba rão do Triunfo, 510-A, João Pessoa.
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O.
\
Dr. SIGU aconselha: \
SEAGERS
Binib'"®'* SEAGERS DO BRASIL S. A.
CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL DE SÀO PAULO
prova
Garantida pelo Govêrno Federal
nalèffd O seu vai
lÜxperiOncias feiiníi nu irabaUiu ria
MATRIZ:
terra provnni que a Eoxadu DRAGÃO
Praça da Sé, 111 — End. Tclegráfico "CAIXAFEDERAL" Depósitos populares até Ct"$ 50.000,00 a juros de 5% ao ano, capi
dura mais que (jualquer outra! E
rende tonibéiii niais, porque rcsisie.
talizados em 30 de junho e 31 de dezembro.
Enxada
DOS choques c csifi sempre afiada, uprcseiiiaudo tiiti equilíbrio que facilila o irnbalbo e cviln o cansaço
Empréstimos com garantas de hipotecas, jóias e ol)jetos. Carteira da Casa Própria.
AGÊNCIAS NA CAPITAL Brás — Av. Rangel Pestana, 2078
Se notar qualquer defeUo na Enxada DRAGAO, ela
serã trocada por outra, In teiramente nova e perfeltat
provocado peius eiiMidas comuns.
De polimciito «■ acabamento perfeitos, maotém-se nova por muitas e
Lapa — Rua 12 de Outuljro, 443
muitos safras. Trnballic iiieibor aeu torrão cuin n En.xoda DRAGÃO.
AGÊNCIAS NAS CIDADES DE;
.\rarariuara — Bauru — Campnas — Marília — Ourinhos — Pi-
nha! — Piracicaba — Rihc rão Preto — Rio Claro — Santo Andrc — São José do Rio Preto — Santos — Sorocaba — Taubaté -
Fiticleada e garanilda pala
VaTiilios (posto de depó-itosl.
Cia. Mechaníca e Importadora de São Paulo
AGÊNCIAS ECONÔMICAS POSTAIS:
fobrtcanies há mois de meio séctrfo '
Cafelândia — Franca — Jau — Mogi Mirim — Tupã.
RUA FLORÊNCIO DE ABREU, 810 - TEL.38-71B5 - SÀO PAULO Mandaiil
.,1
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ECONÔMICA FEDERAL DE SÀO PAULO
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dura mais que (jualquer outra! E
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talizados em 30 de junho e 31 de dezembro.
Enxada
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Se notar qualquer defeUo na Enxada DRAGAO, ela
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De polimciito «■ acabamento perfeitos, maotém-se nova por muitas e
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muitos safras. Trnballic iiieibor aeu torrão cuin n En.xoda DRAGÃO.
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in.piijlP V
OllilíSTIl BlUVÚMini • «inioo
los
ifcocicis
«UM faimiM»
A
«u»
RENDA "PER CAPITA" RiCHAKD LliWlNSOUS
^ubheodo teto e< mu$pici9i dc
tSSOCI&CtO COMERCIALOE SlO PÍULI t
já aeonteccn há cloz anos, os
do
ri^suUados cio recenscaincuto clirer-
ÍEDERAClO 00 COMERCIO 00
5^^'in
'^■'tas.
ESUOO OE SlO PIUIO
consiclc'rà\'elincntc'
das
previsões
A diferença é cpie desta vez a
^úr^nt-sa é agradávi-l: por ocasião do '■eocnscanienlo de UMO verificoii-se nnia Diretor ■uperlnlendenlo: Wlsrlini Aftonso XevioT de Silvôim Diretor:
Anlonio Gontijo de Carvalho
p Dloesío Econômico. órgSo de informaçôes econômicas e financeiP-^licado mensalmente pela
O OifijlOMto E«*onónii(*o publicará no próximo número: A
CIÊNCIA
ECONÔMICA
OBJETIVOS HUMANOS - Djacir Menezes.
GASTAO DA CUNHA E FRANCISCO pelos dados cujas fontes estejam
devidamente citadas,
nem pelos
conceitos emitidos em artigos assinados.
Na transcrição de artigos n^d^-sç -itar
o
nome
do
Digeslo
Econômico.
cações congêneres nacionais e es trangeiras.
^•LtO, as c.\peelali\as do público iam 'Rõ 50 milhões de habitantes. Os téc^"'ieos eram menos otimistas mas conta^'"11
também com
cifras imiito acima
Numa publicação oficial
^^i\'ulgada poucos meses antes do vc-
NOVOS PLANOS - Nelson Wemeã
Houve, por
tanto, uma supercstimativa do eèrca dc 10%. Os especialistas apontaram como
reram ein èrro oposto.
Após análise
minuciosa dos resultados do recensea
década seguinte, isto é, para o período
As estimatívas correspondentes pa.ssaram
as ialhas do recenseamenlo anterior, efe
dc 1951 do Boletim Mensal de Estatísti
(1) Ministério das Relações Exteriores,
Brasil 1933-40 (Rio de Janeiro, junho de
cas da ONU, cnconlra-se na rubrica re ferente ao Brasil, a seguinte série de números:
ESTIMATIVAS DA POBULAÇÃO
{Em milliares de habitantes)
Cr$ 50,00 Cr$ 58,00 Crç 5,00
J940
41.111
1946
46.428
8,0Ü
1941
1947
47.379
1948
48.350
1949
49.340
7.0 andar
1942 1943 1944 1945
41.953 42.812 43.689 44.584 45.497
1950
50.350
Cr?
Redação e Administração; —
.advertidos do èrro, os técnicos tor
naram-se mais cautelosos, porém incor
^'^■■sponsiiveis pelo erro, principalmente,
ASSINATURAS:
Rua Boa Vista, 51
A tnxa dc rresclmcnlo
das publicações brasileiras para as inter nacionais; ainda no número de janeiro
Digesío Econômico
Atrasado:
talidade o mortalidade são muito incer tas c incompletas.
entre os rccenseanientos de 1940 c 19o0.
^'ada cm setembro de 1940, era de ape-
19*10). pg, 34.
Ano (simples) (registrado) Número do mês
ntim país cm que as estatísticas de na
^nis 41.236.315 habitantes.
1940, nm total entre 45 e 46 milhões.
PROBLEMAS DOS SOLOS AGIDOS José Setzer.
Mesmo sem tais fa
lhas, a previsão era som dúvida muito difícil, pois um intervalo de 20 anos é. para estimativas deinogníficas, pe ríodo demasiadamente longo, sobretudo
Entretanto, íi população efetiva, verifi-
habitantes, o que permitia esperar, par.i
CUSTO DE VIDA E CUSTO DE PRO DUÇÃO - J. Testa.
tuado em 1920.
menlo de 1940, considerando a distnbui-^ ção da população segundo o se.vo, a idade, o estado civil etc., chegaram a conclusão de que a população do Brasil tende u crescer 2,05% por ano. Nessa hipótese basearam-se as previsões pura a
^'tinseamenlo (1). a população do Braem 1938 foi calculada em 44.115.825
SALLES — Daniel de Carvalho.
Sodré.
Ace_íta-se intercâmbio com publi
^^'■^liinati\a da população.
realidade.
Editora Comercial Ltda.
A direção não se responsabiliza
'^'^'perestimativa, agora hou\e uma suNas vésjícras do ri-censeamcnlo de
E OS
A'
TeL 33-7499 — Caixa Postal, 240-B São Paulo
Segundo os resultados do último re••
eiaiscamento — dados provisórios sujeitos
apenas a ligeiras retificações — a po
pulação do Brasil cm 1950 atingiu
in.piijlP V
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CIÊNCIA
ECONÔMICA
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devidamente citadas,
nem pelos
conceitos emitidos em artigos assinados.
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o
nome
do
Digeslo
Econômico.
cações congêneres nacionais e es trangeiras.
^•LtO, as c.\peelali\as do público iam 'Rõ 50 milhões de habitantes. Os téc^"'ieos eram menos otimistas mas conta^'"11
também com
cifras imiito acima
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NOVOS PLANOS - Nelson Wemeã
Houve, por
tanto, uma supercstimativa do eèrca dc 10%. Os especialistas apontaram como
reram ein èrro oposto.
Após análise
minuciosa dos resultados do recensea
década seguinte, isto é, para o período
As estimatívas correspondentes pa.ssaram
as ialhas do recenseamenlo anterior, efe
dc 1951 do Boletim Mensal de Estatísti
(1) Ministério das Relações Exteriores,
Brasil 1933-40 (Rio de Janeiro, junho de
cas da ONU, cnconlra-se na rubrica re ferente ao Brasil, a seguinte série de números:
ESTIMATIVAS DA POBULAÇÃO
{Em milliares de habitantes)
Cr$ 50,00 Cr$ 58,00 Crç 5,00
J940
41.111
1946
46.428
8,0Ü
1941
1947
47.379
1948
48.350
1949
49.340
7.0 andar
1942 1943 1944 1945
41.953 42.812 43.689 44.584 45.497
1950
50.350
Cr?
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^'^■■sponsiiveis pelo erro, principalmente,
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A tnxa dc rresclmcnlo
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Digesío Econômico
Atrasado:
talidade o mortalidade são muito incer tas c incompletas.
entre os rccenseanientos de 1940 c 19o0.
^'ada cm setembro de 1940, era de ape-
19*10). pg, 34.
Ano (simples) (registrado) Número do mês
ntim país cm que as estatísticas de na
^nis 41.236.315 habitantes.
1940, nm total entre 45 e 46 milhões.
PROBLEMAS DOS SOLOS AGIDOS José Setzer.
Mesmo sem tais fa
lhas, a previsão era som dúvida muito difícil, pois um intervalo de 20 anos é. para estimativas deinogníficas, pe ríodo demasiadamente longo, sobretudo
Entretanto, íi população efetiva, verifi-
habitantes, o que permitia esperar, par.i
CUSTO DE VIDA E CUSTO DE PRO DUÇÃO - J. Testa.
tuado em 1920.
menlo de 1940, considerando a distnbui-^ ção da população segundo o se.vo, a idade, o estado civil etc., chegaram a conclusão de que a população do Brasil tende u crescer 2,05% por ano. Nessa hipótese basearam-se as previsões pura a
^'tinseamenlo (1). a população do Braem 1938 foi calculada em 44.115.825
SALLES — Daniel de Carvalho.
Sodré.
Ace_íta-se intercâmbio com publi
^^'■^liinati\a da população.
realidade.
Editora Comercial Ltda.
A direção não se responsabiliza
'^'^'perestimativa, agora hou\e uma suNas vésjícras do ri-censeamcnlo de
E OS
A'
TeL 33-7499 — Caixa Postal, 240-B São Paulo
Segundo os resultados do último re••
eiaiscamento — dados provisórios sujeitos
apenas a ligeiras retificações — a po
pulação do Brasil cm 1950 atingiu
Digesto Econômico
Digesto econômico
52.619.000 habitantes. Ultrapassa a cs-
lise do mercado r muitas outras ques
por habitante foi apenas de 472 cru
timati\-a, portantíj, cm 2.269.000, mi
tões da vida econômica e social.
zeiros.
sejam -1,5^.
O êrro na pre\isão ó
Para
menor do que f) ocorrido em 19Í0, mas
isso, não b.ista conhecer a verdade, de <lez <-ni dez anos. e permanecer em
Os cálculos desse gênero — mesmo ([ue as cliícrcnças sejam maiores — são
ainda é ba.stanle grande, em relação, por
êrro ou na iuccrlez.i durante nove anos.
pouco expressivos. É evidente que as
exemplo, aos Estados Unidos, onde o
resultado verificado divergiu dc menf).s de um por cento da previsão, embora
(:<il<'uh>\ C(/tiívocos "per capita"
naquele país a fiscalização demográfica
A e.slatística demográfica constitui apiTias nin .setor de nossos recenseainen-
não seja muito rigorosa c a basf da
(os d<'ceuais.
A parte maior e muítO
necessidades em meios de pagamento
dade consagrada o fato de que a Di namarca é o país de maior consumo dc café "per capita". A afinnaçao a seava-se num cálculo simples:
tação dc café daquele país, divi i nelo número de habitantes, da\a uma
de liabitantcs. Mas, a fim dc apreciar
nuantidade dc cerca dc 7 kg, e ésse nuociente, maior que o de qualquer ou-
as variações, ouinprc conhecer não só o total da popula
t"
dependem, até certo ponto, do luimcro
ori
e.stimativa, por conseqüência, seja menos
mais complexa rc-f«Ti'-se ao censo econó-
ção como também
na Dinamarca, co
segura que na maioria dos países euro
iiúco.
sua distribuição se
peus.
A exatidão da estimativa, nos
triai. conu-rcial e agrícola de 1940 só
mo em todos os outros países, as
Estados Unidos, provém sobreludf) da freqüente rcN Ísáo da taxa d<' crescimen to, de acordo com o movimento de na estatísticas nesse setor continuam a ser
foram publicados eni 194S, quando mui tos dos dados já apresentavam caráter liistórico. Esperemos (jue desta vez, graças à inellior organização c à limi tação dos f|ucstionário.s. a apuração se
defeituosas. Sabemos, todavia, que, pelo
faça mais ràpidamentc. Como o Iraba-
rnciro critério me
menos nas grandes cidades, a taxa d'^
Dio é enorme, sem dn\ida alguns anos
mortalidade diminui, ao passo que a taxa dc natalidade permanece bem ele vada. ^ É errado, portanto, basear as
se passarão até cpie .S(« publiquem os
ramente demográ fico, a distribuição
talidade c mortalidade. Decerto, nossas
previsões para toda uma década numa taxa constante de crescimento.
Além disso, parece necessário com pletar os grandes reccnscamciitos dccenaís com censos parciais cm diversas re giões do País, bem selccionada.s, coni
intervalos mais curtos, sobretudo para observar as timdênclas da migração in terna. Tais c-cnsos poderiam ser exe cutados com pequeno aparelhamento c custo módico. O principio "tudo ou nada" c, na esT-itística — que devo scr\ir a objetivos práticos — um princípio equívoco. A nossa estatística demográ fica deverá sair da fase do sensações, revelações e surpresas, para tornar-se um instrumento utilizável não só pela administração pública como também pela economia particular — construção
Os resultados do censo indus
resullaclos de 1950. Entretanto, já po(lemos aplicar os re.siillados do censo demográfico às e.statístícas econômicas
olitidas e dixuigadas independente do recenseamenlo.
A primeira tarefa consi.ste em corri
gundo a idade, o
rias
outras
terísticas. Já o pri-
segundo a idade, é de alta significação. É claro que num país como o Brasil, em
de imóveis, de e.scolas, de lio.spitais;
de 1950, o montante de 493 cruzeiros,
meios de transporte, distribuição de mer
empmnto (pie, do acordo com os resul
cadorias, manutenção de estoques, aná
tados do rccenseamento, o papel-moeda
nrisil; consequentemente, a propor
tivamente grande de consumidores pro
assim, a um núrncro rela
relativamente menor que nos Estados
lação.
essa estatística, ainda baseada nas pre visões da época, o meio circulante por babitanle teria atingido, a I." dc julho
mas
muito menor que
cm 1940, mais dc 40% da população, a necessidade de moeda "per capita" é
zão, aliás, êsle método nm tanto anti-
124 para 444 cruzeiros. De acordo com
habitantes)
que as crianças até 14 anos constituíam
de representam apenas 25% da popu
da indicam o meio circulante por habi tante. Pelo Amiário dc 1949 (pg. 270), ficamos informados dc que o índice de papel-moeda em circulação (1936=100) pa.ssou, de 1940 a 1948, dc 128 paru 536, enquanto que o papel-moeda por habitante subiu, no mesmo período, de
te alta (18 por mil
;;?o dí crianças no total da população Hmbém era menor. O café importado
Unidos, onde as mesmas classes de ida
-Anuários Estatísticos do I. B. G. E. ain
dade na Dinamixrca era relativamen
carac
estatística oficial pcíiico utiliza, com ra Só no domínio monetário os
não bebem café. A taxa de natali
a profissão c vá
gir vários cálculos "per capita". Nossa (]iiiitlo.
crianças pequenas
domicílio — zona rural ou urbana —
^ 'Tanto quanto sabemos, foi o Depar
tamento Nacional do Gafe que, pela
doras, quando não levam em conta a
nrmieira vez, estabeleceu uma es atistica . dc café mais realística. Num levanta mento do consumo interno, feito no comêço da guerra (2), discerniu, para cad-i Ertado e para todo o Brasil, o cmisumo "per capita" e o da população
distribuição da população segundo clas ses dc idade. Via de regra, o Brasil
excluía as crianças até 6 anos, que
A mesma observação impõe-se para muitos outros fenômenos econômicos. As
comparações intemacionais da produção e do consumo "per capita" são engana
fica prejudicado por tais comparações, pois em conseqüência da grande percentagem de crianças, a produção e o con sumo "per capita" parecem menores do que são na realidade. Subestimativas são
freqüentes até para o principal produto de nosso país: o café. Antt i da guerra, foi aceito como ver
consumidora.
Esta última estatística
representavam 21,2% da população total. Conquanto o consumo "per capita" de toda a população fosse apenas de 6,478 kg, o da população consumidora se ele vava, no ano de 1941, a 8,221 kg, ul- , trapassando provàvehnente o consumo (2) Revista "DNC", maio de 1943, pg. 843.
J
Digesto Econômico
Digesto econômico
52.619.000 habitantes. Ultrapassa a cs-
lise do mercado r muitas outras ques
por habitante foi apenas de 472 cru
timati\-a, portantíj, cm 2.269.000, mi
tões da vida econômica e social.
zeiros.
sejam -1,5^.
O êrro na pre\isão ó
Para
menor do que f) ocorrido em 19Í0, mas
isso, não b.ista conhecer a verdade, de <lez <-ni dez anos. e permanecer em
Os cálculos desse gênero — mesmo ([ue as cliícrcnças sejam maiores — são
ainda é ba.stanle grande, em relação, por
êrro ou na iuccrlez.i durante nove anos.
pouco expressivos. É evidente que as
exemplo, aos Estados Unidos, onde o
resultado verificado divergiu dc menf).s de um por cento da previsão, embora
(:<il<'uh>\ C(/tiívocos "per capita"
naquele país a fiscalização demográfica
A e.slatística demográfica constitui apiTias nin .setor de nossos recenseainen-
não seja muito rigorosa c a basf da
(os d<'ceuais.
A parte maior e muítO
necessidades em meios de pagamento
dade consagrada o fato de que a Di namarca é o país de maior consumo dc café "per capita". A afinnaçao a seava-se num cálculo simples:
tação dc café daquele país, divi i nelo número de habitantes, da\a uma
de liabitantcs. Mas, a fim dc apreciar
nuantidade dc cerca dc 7 kg, e ésse nuociente, maior que o de qualquer ou-
as variações, ouinprc conhecer não só o total da popula
t"
dependem, até certo ponto, do luimcro
ori
e.stimativa, por conseqüência, seja menos
mais complexa rc-f«Ti'-se ao censo econó-
ção como também
na Dinamarca, co
segura que na maioria dos países euro
iiúco.
sua distribuição se
peus.
A exatidão da estimativa, nos
triai. conu-rcial e agrícola de 1940 só
mo em todos os outros países, as
Estados Unidos, provém sobreludf) da freqüente rcN Ísáo da taxa d<' crescimen to, de acordo com o movimento de na estatísticas nesse setor continuam a ser
foram publicados eni 194S, quando mui tos dos dados já apresentavam caráter liistórico. Esperemos (jue desta vez, graças à inellior organização c à limi tação dos f|ucstionário.s. a apuração se
defeituosas. Sabemos, todavia, que, pelo
faça mais ràpidamentc. Como o Iraba-
rnciro critério me
menos nas grandes cidades, a taxa d'^
Dio é enorme, sem dn\ida alguns anos
mortalidade diminui, ao passo que a taxa dc natalidade permanece bem ele vada. ^ É errado, portanto, basear as
se passarão até cpie .S(« publiquem os
ramente demográ fico, a distribuição
talidade c mortalidade. Decerto, nossas
previsões para toda uma década numa taxa constante de crescimento.
Além disso, parece necessário com pletar os grandes reccnscamciitos dccenaís com censos parciais cm diversas re giões do País, bem selccionada.s, coni
intervalos mais curtos, sobretudo para observar as timdênclas da migração in terna. Tais c-cnsos poderiam ser exe cutados com pequeno aparelhamento c custo módico. O principio "tudo ou nada" c, na esT-itística — que devo scr\ir a objetivos práticos — um princípio equívoco. A nossa estatística demográ fica deverá sair da fase do sensações, revelações e surpresas, para tornar-se um instrumento utilizável não só pela administração pública como também pela economia particular — construção
Os resultados do censo indus
resullaclos de 1950. Entretanto, já po(lemos aplicar os re.siillados do censo demográfico às e.statístícas econômicas
olitidas e dixuigadas independente do recenseamenlo.
A primeira tarefa consi.ste em corri
gundo a idade, o
rias
outras
terísticas. Já o pri-
segundo a idade, é de alta significação. É claro que num país como o Brasil, em
de imóveis, de e.scolas, de lio.spitais;
de 1950, o montante de 493 cruzeiros,
meios de transporte, distribuição de mer
empmnto (pie, do acordo com os resul
cadorias, manutenção de estoques, aná
tados do rccenseamento, o papel-moeda
nrisil; consequentemente, a propor
tivamente grande de consumidores pro
assim, a um núrncro rela
relativamente menor que nos Estados
lação.
essa estatística, ainda baseada nas pre visões da época, o meio circulante por babitanle teria atingido, a I." dc julho
mas
muito menor que
cm 1940, mais dc 40% da população, a necessidade de moeda "per capita" é
zão, aliás, êsle método nm tanto anti-
124 para 444 cruzeiros. De acordo com
habitantes)
que as crianças até 14 anos constituíam
de representam apenas 25% da popu
da indicam o meio circulante por habi tante. Pelo Amiário dc 1949 (pg. 270), ficamos informados dc que o índice de papel-moeda em circulação (1936=100) pa.ssou, de 1940 a 1948, dc 128 paru 536, enquanto que o papel-moeda por habitante subiu, no mesmo período, de
te alta (18 por mil
;;?o dí crianças no total da população Hmbém era menor. O café importado
Unidos, onde as mesmas classes de ida
-Anuários Estatísticos do I. B. G. E. ain
dade na Dinamixrca era relativamen
carac
estatística oficial pcíiico utiliza, com ra Só no domínio monetário os
não bebem café. A taxa de natali
a profissão c vá
gir vários cálculos "per capita". Nossa (]iiiitlo.
crianças pequenas
domicílio — zona rural ou urbana —
^ 'Tanto quanto sabemos, foi o Depar
tamento Nacional do Gafe que, pela
doras, quando não levam em conta a
nrmieira vez, estabeleceu uma es atistica . dc café mais realística. Num levanta mento do consumo interno, feito no comêço da guerra (2), discerniu, para cad-i Ertado e para todo o Brasil, o cmisumo "per capita" e o da população
distribuição da população segundo clas ses dc idade. Via de regra, o Brasil
excluía as crianças até 6 anos, que
A mesma observação impõe-se para muitos outros fenômenos econômicos. As
comparações intemacionais da produção e do consumo "per capita" são engana
fica prejudicado por tais comparações, pois em conseqüência da grande percentagem de crianças, a produção e o con sumo "per capita" parecem menores do que são na realidade. Subestimativas são
freqüentes até para o principal produto de nosso país: o café. Antt i da guerra, foi aceito como ver
consumidora.
Esta última estatística
representavam 21,2% da população total. Conquanto o consumo "per capita" de toda a população fosse apenas de 6,478 kg, o da população consumidora se ele vava, no ano de 1941, a 8,221 kg, ul- , trapassando provàvehnente o consumo (2) Revista "DNC", maio de 1943, pg. 843.
J
9
D1C.EST0 Econókuco
naniarca, c com ccrlcza o \trríficíK!o. na
seja. o poder aquisitivo d.i popubvV. a um nivel fixo de preços. Todavia, isso
recorremos a nossas próprias estimativas
mesma cpoí-a, nos Estados Unidos. Naturalmente as compar.tqôc,^ iiitern.t-
é só um ;rj)et to da renda real. O valor eletivo da renda naeionai é natural
(3), as cpiais, aliás, são muito semelhan
buscado. no custo da vida no Rio dc
tes
Janeiro,
cionaís também devc-m le\ar <-m LOiiside-
mente clilereiile. se a população se coin-
corre-pí)ntli'iitc» aotcs da í^iicrra, na Di-
ração os hábitos da popiil.i(,ão, dc eoine(,nr a beber café cm idade mais 0.1
IJÓe n.i propoií.ão cie 60 e -10 V de adult<.s e c rianças, «m na proporção de 8ü
menos ii\an<.ada. No comè(,o do rac io
e 20:;.
namento nos Estados Unidos, diiran:.- a tjltíma guerra, só as p< sMías maj(jn*s ch io anos recebiam eupca-s para e.ifé.
Sem duvida a restrição era ex»igc;rada. As numerosas reclamações do piiblieo contra-essa medida levaram as autorida
des a recuar o limite de idade para 14 ano.s, c ainda ès.sc foi considerado mui to severo, pois cent<-nas de milhares ou
mesmo inilhõc.s, de jovens menon-s dc-
14 unos bebiam café regularmente. De modo geral, pode-se admitir (pie ■nao so cjuantü ao café
mas
também
quanto a muitos outros gêneros alimen tícios, o consumo dos adultos e das crianças é, ims paíse.s do Hemisfério
Nwlc, mais dífeienciad,, cpie no Brasil. Um fato, poia-Mi, é ineontestá\d: as
crianças consomem menos (jue os adul tos; e um 25aí.s com grande; perccaitagcm de crianças tem, *por conseguinte, um consumo "per capita" menor (jue um país no C|ual as crianças n.-prescntem apenas uma pecjucna parcela da popu
lação total.
Isso independe; do padrão
de vida e de riqueza: é um talo fisioIcigico que
repereute
nas
estalístieas
t;coriómicas. Remia
real
(J fato acima assinalado é da mais
.alta importância para a apreciação da renda nacional. A inflação conduziu, em tòdu parte, à distinção entre a ren da nominal e a renda real, sendo a úl, tima a renda em moeda nacional divi
dida pelo índice do custo de vida, ou
.\.| liijJÓlese de que o consuinn
médio de nina c ri.niç.i ó a metade do
de mil adulto, a mesma renda reprcsenI i no primeiro easo iim poder aquisitiva)
12.H'; mais elevado <pie no .segundo
CílSO.
o primeiro tijxi demográfico corres-
ponde aproximadamente à eomposiç.ão da população do Brasil, enquanto o se gundo predomina na América do Norte e na Europa Ocidental. Embora nosse,s
países a pereenlagc-m de crianças tenha amiK iitado com a ta.xa c-re.scente do nata lidade no após-giierra, a diferença ain da é considerável. É, portanto, errado comparar a renda "per capita" nos Es tados Lhiidos e 110 Bra.sií, mediante sim ples div isão da renda nacional dojj dois países pel;t sua população respectiva. Devc-sv — salvo outros falóre.s, como o
—
embora
inaneir.i
Aerescenlamos
a
nossas
mais
acusa
módico.
um
Internacional, provàvelmente se aproxi
estimativas
ma mais da realidade.
lace
em São Paulo conduz ao seguinte re
das
vendas
mercantis
tributadas
A confrontação dos dados da renda
pelo imposto dc vendas o consignações,
sultado: a renda real, do 1940 a 1948,
c da evolução dos outros elementos que
ficou praticamente oslacionária
entraram
uma única e.xceção em 1943), e so
em
nosso
cálculo,
é muito
considerável aumento. Mas, mesmo esse
de cruzeiros.
aumento não basta para compensiir a
os dados
da
meros-iiidices
São Paulo.
O quadro seguinte reúne renda do
nacional custo
da
mente nos dois últimos anos se registrou
c o.s nú-
estagnação do período anterior, diante
vida
do acréscimo da população. Renunciamos, pelas razões acima e.x-
em
Salientamos que é.sses iil-
tiinos número.s talvc;/ sejam um pouco elevados, para o país inteiro; lembramos
postus, a estabelecer uma série da renda "per capita" pura todos os anos da dé cada, cm virtude de só conhecermos os
(3>
Cf.
Boletim
Renda do
Nacional
Conselho
e
Técnico
Tributação. de
Econo
mia e Finanças do Minislt-rio da Fazen da. setembro
de
1950.
dados da população cm 1940 e 1950, sendo muito provável que o crescimento não SC tenha efetuado cm linha reta.
RENDA NACIONAL E REAL DO BRASIL Renda real
Renda nacional Custo da vida Anos
Bilhõss de Cr$
índice (19-10 = 100)
(1940 = 100)
B
(preços de 1940)
. índice (1940 = 100)
A:C
B:C
39.4 40,7 41,1 44.5 41,0 40,0
100.0 103.3
Bilhões de Cr$
39.4 4.5,2
51,0
100,0 114,7 129.4
1943 1944
63.7
161.7 189,9
1945
74,6 88.5
224,6
182 221
1946
106,7
270.8
263
40,5
124,7
316.5
312
139,0
352,8
de estiniativas oficiais 011 de outras ava
1947 1948 1949
1950
386,5 431,5
40.0 40.4 44.5
liações mais seguras da rciicla uiu.-ional,
152,3 170,0
344 342
361
47.1
cüiieltisao certa (pie podemos tirar, dos dados do rec(;nscaincnto já pubiicado.s, c que a renda "per capita" é menor do cjiic; se acreditava até agora. Por falta
(com
provável cpie a renda nacional no ano passado f()ssc de cerca de 170 bilhões
1940 1941 1942
A única
São
Paulo, incorporado também às estatís
nacional com o Índico do custo da vida
supor que o grupo das crianças, no total
ec-rto ponto contrabalançado pelo prolon
muito
índice de
para o • período dc 1940 a 1949 uma avaliação proviscSria para 1950. Em
sua situação demográfica.
gamento da vfcla dos adultos.
acréscimo
Mas o
ticas da ONU e do Fundo Monetário
Esiimativa ila renda
poder aquisitivo da moeda — ajustar a
da população, aumentou desde 1940, mas é possível que esse fator seja ut('
de
eomplelamenlc diversa — às estimativas ainda não divulgadas da ONU,
renda do Bra.sil de 10-12%, considerando Ainda não foram apurados os dados sobre a dislríljiiíção da população do Brasil, segundo a idade, em IÜ.5(). a diminuição da mortulidadc infantil faz
ealeuladas
que o índice do Ministério do Trabalho,
Urr
100 111 124 143
104.4 113.1 104.3
101,6 ■103,0 101.4
102,6 113,0 119.5
9
D1C.EST0 Econókuco
naniarca, c com ccrlcza o \trríficíK!o. na
seja. o poder aquisitivo d.i popubvV. a um nivel fixo de preços. Todavia, isso
recorremos a nossas próprias estimativas
mesma cpoí-a, nos Estados Unidos. Naturalmente as compar.tqôc,^ iiitern.t-
é só um ;rj)et to da renda real. O valor eletivo da renda naeionai é natural
(3), as cpiais, aliás, são muito semelhan
buscado. no custo da vida no Rio dc
tes
Janeiro,
cionaís também devc-m le\ar <-m LOiiside-
mente clilereiile. se a população se coin-
corre-pí)ntli'iitc» aotcs da í^iicrra, na Di-
ração os hábitos da popiil.i(,ão, dc eoine(,nr a beber café cm idade mais 0.1
IJÓe n.i propoií.ão cie 60 e -10 V de adult<.s e c rianças, «m na proporção de 8ü
menos ii\an<.ada. No comè(,o do rac io
e 20:;.
namento nos Estados Unidos, diiran:.- a tjltíma guerra, só as p< sMías maj(jn*s ch io anos recebiam eupca-s para e.ifé.
Sem duvida a restrição era ex»igc;rada. As numerosas reclamações do piiblieo contra-essa medida levaram as autorida
des a recuar o limite de idade para 14 ano.s, c ainda ès.sc foi considerado mui to severo, pois cent<-nas de milhares ou
mesmo inilhõc.s, de jovens menon-s dc-
14 unos bebiam café regularmente. De modo geral, pode-se admitir (pie ■nao so cjuantü ao café
mas
também
quanto a muitos outros gêneros alimen tícios, o consumo dos adultos e das crianças é, ims paíse.s do Hemisfério
Nwlc, mais dífeienciad,, cpie no Brasil. Um fato, poia-Mi, é ineontestá\d: as
crianças consomem menos (jue os adul tos; e um 25aí.s com grande; perccaitagcm de crianças tem, *por conseguinte, um consumo "per capita" menor (jue um país no C|ual as crianças n.-prescntem apenas uma pecjucna parcela da popu
lação total.
Isso independe; do padrão
de vida e de riqueza: é um talo fisioIcigico que
repereute
nas
estalístieas
t;coriómicas. Remia
real
(J fato acima assinalado é da mais
.alta importância para a apreciação da renda nacional. A inflação conduziu, em tòdu parte, à distinção entre a ren da nominal e a renda real, sendo a úl, tima a renda em moeda nacional divi
dida pelo índice do custo de vida, ou
.\.| liijJÓlese de que o consuinn
médio de nina c ri.niç.i ó a metade do
de mil adulto, a mesma renda reprcsenI i no primeiro easo iim poder aquisitiva)
12.H'; mais elevado <pie no .segundo
CílSO.
o primeiro tijxi demográfico corres-
ponde aproximadamente à eomposiç.ão da população do Brasil, enquanto o se gundo predomina na América do Norte e na Europa Ocidental. Embora nosse,s
países a pereenlagc-m de crianças tenha amiK iitado com a ta.xa c-re.scente do nata lidade no após-giierra, a diferença ain da é considerável. É, portanto, errado comparar a renda "per capita" nos Es tados Lhiidos e 110 Bra.sií, mediante sim ples div isão da renda nacional dojj dois países pel;t sua população respectiva. Devc-sv — salvo outros falóre.s, como o
—
embora
inaneir.i
Aerescenlamos
a
nossas
mais
acusa
módico.
um
Internacional, provàvelmente se aproxi
estimativas
ma mais da realidade.
lace
em São Paulo conduz ao seguinte re
das
vendas
mercantis
tributadas
A confrontação dos dados da renda
pelo imposto dc vendas o consignações,
sultado: a renda real, do 1940 a 1948,
c da evolução dos outros elementos que
ficou praticamente oslacionária
entraram
uma única e.xceção em 1943), e so
em
nosso
cálculo,
é muito
considerável aumento. Mas, mesmo esse
de cruzeiros.
aumento não basta para compensiir a
os dados
da
meros-iiidices
São Paulo.
O quadro seguinte reúne renda do
nacional custo
da
mente nos dois últimos anos se registrou
c o.s nú-
estagnação do período anterior, diante
vida
do acréscimo da população. Renunciamos, pelas razões acima e.x-
em
Salientamos que é.sses iil-
tiinos número.s talvc;/ sejam um pouco elevados, para o país inteiro; lembramos
postus, a estabelecer uma série da renda "per capita" pura todos os anos da dé cada, cm virtude de só conhecermos os
(3>
Cf.
Boletim
Renda do
Nacional
Conselho
e
Técnico
Tributação. de
Econo
mia e Finanças do Minislt-rio da Fazen da. setembro
de
1950.
dados da população cm 1940 e 1950, sendo muito provável que o crescimento não SC tenha efetuado cm linha reta.
RENDA NACIONAL E REAL DO BRASIL Renda real
Renda nacional Custo da vida Anos
Bilhõss de Cr$
índice (19-10 = 100)
(1940 = 100)
B
(preços de 1940)
. índice (1940 = 100)
A:C
B:C
39.4 40,7 41,1 44.5 41,0 40,0
100.0 103.3
Bilhões de Cr$
39.4 4.5,2
51,0
100,0 114,7 129.4
1943 1944
63.7
161.7 189,9
1945
74,6 88.5
224,6
182 221
1946
106,7
270.8
263
40,5
124,7
316.5
312
139,0
352,8
de estiniativas oficiais 011 de outras ava
1947 1948 1949
1950
386,5 431,5
40.0 40.4 44.5
liações mais seguras da rciicla uiu.-ional,
152,3 170,0
344 342
361
47.1
cüiieltisao certa (pie podemos tirar, dos dados do rec(;nscaincnto já pubiicado.s, c que a renda "per capita" é menor do cjiic; se acreditava até agora. Por falta
(com
provável cpie a renda nacional no ano passado f()ssc de cerca de 170 bilhões
1940 1941 1942
A única
São
Paulo, incorporado também às estatís
nacional com o Índico do custo da vida
supor que o grupo das crianças, no total
ec-rto ponto contrabalançado pelo prolon
muito
índice de
para o • período dc 1940 a 1949 uma avaliação proviscSria para 1950. Em
sua situação demográfica.
gamento da vfcla dos adultos.
acréscimo
Mas o
ticas da ONU e do Fundo Monetário
Esiimativa ila renda
poder aquisitivo da moeda — ajustar a
da população, aumentou desde 1940, mas é possível que esse fator seja ut('
de
eomplelamenlc diversa — às estimativas ainda não divulgadas da ONU,
renda do Bra.sil de 10-12%, considerando Ainda não foram apurados os dados sobre a dislríljiiíção da população do Brasil, segundo a idade, em IÜ.5(). a diminuição da mortulidadc infantil faz
ealeuladas
que o índice do Ministério do Trabalho,
Urr
100 111 124 143
104.4 113.1 104.3
101,6 ■103,0 101.4
102,6 113,0 119.5
m
A C4;nipuração dos resultados dos doís rccenseainífntos mostra que a pupulação, de 19'Í0 a 1950, aumentou 27,0%,
ao passo que a renda real suÍ>iu ai)eiias 19,5%. De acordo com esses números,
a renda real "per capita", em J950, foi
6,-3 % mais baixa do que em 1940. Cà-rlamente o resultado seria tnaís favori-
\'el se o cálculcj se baseasse no índice
oficial do custo da vida no bio de ja neiro, o qual, porém, o próprio I. li. Cb l-:. não incorporou a seus fjuadros.
.Vão
excluímos, é claro, também a pí)ssibiiidade de que nossas estimativas :1a renda nacional encerrem uma subestinia-
tíva para 1950 ou uma supere.stimativa para 1940.
Notamos, entretanto, que segundo a Organizíivão de Alimentos e Agricultura
(FAO), das Nações Unidas, a produ
ção agrícola do Brasil, em 1949, foi
HrUK^iH
X;'*'
Dfc.liSTO KroNtSxnBp
apenas 11% maior (jue iia média dots anos 1935-1939 (-l). O acréscinw^da proibição industrial foi .sem dúvida mui
to mais forte, embora seu impacto na re nda n-al não s<-ja tão grande como às \é-/.es se supõe, já (jue apenas um e meio milliões de pes.soas trabalham oi indústria.
hàn suma,, os dados disponíveis con-
tlii/í-m a eonelusão de que na últiiua déeaila a tn-oliição da ri-nda nacional
aeompaiibou apro.ximadamente o grande cTeseímento da população e o aumento
dos pn-ços, mas que a renda real "per capita" ficou pràtiearnente no nivol já atingido no começo du segunda guerra
FINANCIAMENTO DA PRODUÇÃO UouivAi. Teixeuta Vieira
Brasil o problema do financiamen
to da produção assume c.vccpcional
IntornatioiiDl Financial
StatUllcs.
(Boletim do Fundo Monetãiio Internacio
nal), feveroivo de 1051. pç. 12.
agrícola, está sujeita a pronunciadas va
as primeiras, apontarem-se nada menos
riações sazonais que, como não poderia deixar de ser, repercutem no mercado
de três principais; as emissões, as pou
financeiro.
caso do descnxolvimento de planos pú blicos de expansão econômica. O atnal diretor da Carteira de Crédi
Haja xista, por exemplo,
para o caso do café c do algodão, que estão hoje a exigir capitais maciços, a
O surto industrial, a seu turno, tra
to Agrícola e Industrial do Banco do Brasil, Sr. Loureiro da Silva, em seu
discurso de pos.se, afirmou: "Para mim,
ainda que pareça a muitos uma here
estrutura, exigc^ um fornecimento, cm
sia econômica, ainda seria a emissão o
ritmo conlímio, de recursos necessários,
meio capaz de solucionar o problema
não só para que sc mantenha a conti
(do financiamento). Emissão
para cjuc se promova a expansão de ati
vidades já existentes e a exploração de novos campos, onde o empreendimento se possa manifestar. A coexistência destas duas ordens de
feiKmicnos complica o problema, pois necessário sc torna atender às solicita
ções maciças de recursos para as pro Pf
panças e a tributação, esta última no
zendo problema.s de transformação de
nuidade do processo produtivo, como
■■
de bens imprescindíveis.
cipalmente a exportável, sendo de base
mica. Uma boa parte da produção, prin
mento adequado. <4;
nar os capitais ncccs.sários à aquisição Por isso necessitamos indagar: 1.°) das fontes internas do financiamento c 2.°) das fontes externas. É possÍN^el, dentre
relevância, dada a sua estrutura econô
fim de que sc proceda a um financia
mundial.
•fi
duções de caráter nitidamente sazonal, som prejuízo do fluxo contínuo e regu lar de recursos às demais atividades.
Sendo pobre a produção brasileira de
P^'
gar funcionalismo, para solver a dixdda flutuante ou para cobrir dcfícíts do ba
lanço financeiro, cria inevitavelmente a inflação. Mas emissão que lastreia^a
riqueza, que fomenta a produção, não pode, por certo, assumir a torva face de uma inflação, sempre calamitosa". Os
que assim raciocinam apóiam-se na teo
ria quantitativa da moeda, segundo a qual, quando o aumento do volume mo netário em circulação se faz de manei
ra a estimular a produção, desde que as razões de acréscimo de ambos os ele
cado internacional, o financiamento me
mentos sejam iguais, ou que o cresciinenlo da produção possa vir a ser mais que proporcional ao aumento do meio
diante i-ecursos internos, ainda que se
circulante, os preços pennanecerão cons
bens de capital, o que torna nossa eco nomia estreitamente dependente do mer
faça com eficiência, não seria bastante
tantes, ou mesmo diminuirão, não ocor
para atender aos problemas de desen
rendo, portanto, desvalorização da moe da. Teòricamente, o problema é conceblvel; mas, na prática, verifica-se ser
volvimento econômico do País; ao lado
dos recursos internos, urge encontrar fontes externas, capazes de proporcio
desaconselliável; não é fácil dizer-se até
m
A C4;nipuração dos resultados dos doís rccenseainífntos mostra que a pupulação, de 19'Í0 a 1950, aumentou 27,0%,
ao passo que a renda real suÍ>iu ai)eiias 19,5%. De acordo com esses números,
a renda real "per capita", em J950, foi
6,-3 % mais baixa do que em 1940. Cà-rlamente o resultado seria tnaís favori-
\'el se o cálculcj se baseasse no índice
oficial do custo da vida no bio de ja neiro, o qual, porém, o próprio I. li. Cb l-:. não incorporou a seus fjuadros.
.Vão
excluímos, é claro, também a pí)ssibiiidade de que nossas estimativas :1a renda nacional encerrem uma subestinia-
tíva para 1950 ou uma supere.stimativa para 1940.
Notamos, entretanto, que segundo a Organizíivão de Alimentos e Agricultura
(FAO), das Nações Unidas, a produ
ção agrícola do Brasil, em 1949, foi
HrUK^iH
X;'*'
Dfc.liSTO KroNtSxnBp
apenas 11% maior (jue iia média dots anos 1935-1939 (-l). O acréscinw^da proibição industrial foi .sem dúvida mui
to mais forte, embora seu impacto na re nda n-al não s<-ja tão grande como às \é-/.es se supõe, já (jue apenas um e meio milliões de pes.soas trabalham oi indústria.
hàn suma,, os dados disponíveis con-
tlii/í-m a eonelusão de que na últiiua déeaila a tn-oliição da ri-nda nacional
aeompaiibou apro.ximadamente o grande cTeseímento da população e o aumento
dos pn-ços, mas que a renda real "per capita" ficou pràtiearnente no nivol já atingido no começo du segunda guerra
FINANCIAMENTO DA PRODUÇÃO UouivAi. Teixeuta Vieira
Brasil o problema do financiamen
to da produção assume c.vccpcional
IntornatioiiDl Financial
StatUllcs.
(Boletim do Fundo Monetãiio Internacio
nal), feveroivo de 1051. pç. 12.
agrícola, está sujeita a pronunciadas va
as primeiras, apontarem-se nada menos
riações sazonais que, como não poderia deixar de ser, repercutem no mercado
de três principais; as emissões, as pou
financeiro.
caso do descnxolvimento de planos pú blicos de expansão econômica. O atnal diretor da Carteira de Crédi
Haja xista, por exemplo,
para o caso do café c do algodão, que estão hoje a exigir capitais maciços, a
O surto industrial, a seu turno, tra
to Agrícola e Industrial do Banco do Brasil, Sr. Loureiro da Silva, em seu
discurso de pos.se, afirmou: "Para mim,
ainda que pareça a muitos uma here
estrutura, exigc^ um fornecimento, cm
sia econômica, ainda seria a emissão o
ritmo conlímio, de recursos necessários,
meio capaz de solucionar o problema
não só para que sc mantenha a conti
(do financiamento). Emissão
para cjuc se promova a expansão de ati
vidades já existentes e a exploração de novos campos, onde o empreendimento se possa manifestar. A coexistência destas duas ordens de
feiKmicnos complica o problema, pois necessário sc torna atender às solicita
ções maciças de recursos para as pro Pf
panças e a tributação, esta última no
zendo problema.s de transformação de
nuidade do processo produtivo, como
■■
de bens imprescindíveis.
cipalmente a exportável, sendo de base
mica. Uma boa parte da produção, prin
mento adequado. <4;
nar os capitais ncccs.sários à aquisição Por isso necessitamos indagar: 1.°) das fontes internas do financiamento c 2.°) das fontes externas. É possÍN^el, dentre
relevância, dada a sua estrutura econô
fim de que sc proceda a um financia
mundial.
•fi
duções de caráter nitidamente sazonal, som prejuízo do fluxo contínuo e regu lar de recursos às demais atividades.
Sendo pobre a produção brasileira de
P^'
gar funcionalismo, para solver a dixdda flutuante ou para cobrir dcfícíts do ba
lanço financeiro, cria inevitavelmente a inflação. Mas emissão que lastreia^a
riqueza, que fomenta a produção, não pode, por certo, assumir a torva face de uma inflação, sempre calamitosa". Os
que assim raciocinam apóiam-se na teo
ria quantitativa da moeda, segundo a qual, quando o aumento do volume mo netário em circulação se faz de manei
ra a estimular a produção, desde que as razões de acréscimo de ambos os ele
cado internacional, o financiamento me
mentos sejam iguais, ou que o cresciinenlo da produção possa vir a ser mais que proporcional ao aumento do meio
diante i-ecursos internos, ainda que se
circulante, os preços pennanecerão cons
bens de capital, o que torna nossa eco nomia estreitamente dependente do mer
faça com eficiência, não seria bastante
tantes, ou mesmo diminuirão, não ocor
para atender aos problemas de desen
rendo, portanto, desvalorização da moe da. Teòricamente, o problema é conceblvel; mas, na prática, verifica-se ser
volvimento econômico do País; ao lado
dos recursos internos, urge encontrar fontes externas, capazes de proporcio
desaconselliável; não é fácil dizer-se até
Dioesto EcoNAi>nco
qiic ponto o vohime dt* moeda em cir
dtirá\fis, capaz<-s de fornecer uma ga
culação é .satisfatório e necessário pai i o ritmo das lransaçõ<*s. Em prinn-tro
rantia contra a tlcsvalori/iição, pi>r imt
lugar, lui dificuldades em se fazer r-etn
lado pro\'oiani a necessidade crescofile
e denominador cresçam miiltlp!ic*adí)s
th* diiiíiciro e. |>or outro, o emprego d«* poupanças, em operações não reprodiitixas. Embora não se possa afirmar
pelo mesmo fator comum. O ritmo íle
tjue o aumento tio meio circulante, dc-
que, na eipiação quantitativa, nimuTador
cTcscitncnlo da produção está sujeito a múltiplos fatóros, alguns dos <|uais incontroláxeis ou iinprevisívei.s. como se jam os fatores naturais, a coiilrihuição da natureza para o proces.so di.- produ ção, ou então, \arinções acidentais ca
pazes de reduzir o ritmo da ali\'idadc.
O montante das emissões,
porém, pode ser regulado, na dependência da \ontude
humana c das disposições do
legislador.
Torna-se
muito difícil garantir (jiu!
\ ítlo a no\ a.s emissões, seja em princí
Digusto Econômico
si jaiu,
da ]ioupança total dis-
poní\t*l.
3. — Poupanças .individuais, incluindo-st^ depósitos dc Caixas Econômicas o Bancos comerciais, aíjuisição dc seguros
c dc propricdatlcs reais.
Esta parcela
teria representado cerca de 38,5 % da
pio eontlenável. temos a impressão do
poupança passível de mobilização para
«pic, dada a situação atual da moeda e tio crédito no Brasil, tal recurso c con
financiamento.
Convém notar, porém,
que todas essas parcelas reunidas não
ultrapassam 10% da renda nacional.
tra-indicado.
fínaiiciamenir) deveria, pois, obterse rccorreiitlo-se, th* pr(*fcr(''*neia, ns fon
tes normais de poupança.
Daí imlagíimios quais as possibilidades dt* aplicação dos atuais rceursos poupí\dos, para realizar opera
Isto v<piivale a dizer-se que é fortíssima a parcela da renda gasta no processo
dc consumo c (pie as reservas de que dispomos para atender às nossas neces sidades internas dc capital são poucas.
Notc-sc ainda mais que, na medida cm que o processo da inflação aumenta,
um acréscimo de notas em
•sãtí as principais fontes dc
circulação possa única o
cresce a propensão para investimentos não reprodutivos, ao mesmo tempo em
poupança:
que diminui a possibilidade de poupar,
exclusivamente ser aplica do ao financiamento da
produção; mesmo que tal ocorresse seria problemáti
co prever até que ponto o fornecimento de dinheiro
poderá acelerar o ritmo da atividade cr aumentar o vo
ções dc tal natiirezii, Trcs
sondar-lhe as causas; \erificarcuios que,
cm boa parle, responde por esta situa ção a desvalorização monetária conse
qüente à má orientação da política fi nanceira do Govèmo.
As rcserN"as que não ti\'enim uma
aplicação improdutiva não puderam, apesar disso, atender satisfatoriamente ao financiamento às atividades produto
ras, devido, entre outras cousas, a fa-
liias na organização do crédito. Os fi nanciamentos a tais atividades se fazem
diretamente por intermédio do Banco do Brasil, sobrecarregando aquele orga
nismo, que não pode oferecer condições satisfatórias de fornecimento de capital:
1 o _ por arcar com todo o risco do negócio;
2.° — por nem sempre estar organiza
do para atender eficiente e rapidamente às solicitações de crédito. O sr. Loureiro da Silva reconheceu a existência de "uma falta de conexão mais
1 . — A poupança cole-
l^odcremos at(* certo ponto afirmar ser
li\a, resultante dc p.aga-
a redução da poupança no Brasil fmto
menlos aos In.stitutos do
da má orientação monetária e credilícia.
intima, uma entrosagem mais perfeita
Seguro Social, Companhias tlc Seguro o dc Capitaliza
Aponta-sc que fazemos mau uso da pou
cnlre os diferentes órgãos e direções que
pança; cm 1947, por exemplo, para uma
formam è.sse grande estabelecimento.
ção. A Comissão Abbínlc, pcscjuisando esta fonte, afirmou que a mesma con
poupança efetiva de 13 bilhões, gasta ram-se 7,5 bilhões na indústria de cons
Assim, não se compreende que, enquan to a Carteira dc Crédito Agrícola e In
truções, ou sejam, 57,7 %, sendo que
dustrial, a qual tem por escopo o incre mento da riqueza nacional em larga es
lume de bens produzidos. No Brasil, principalmen
tribuiu, cm 1947, com cer
apenas 750 milhões, no máximo, se em
ca dc 15,4 rí das poupan ças totais do País.
rário em circulação já dá mostras de ser excessiva,
2. — Os di\idendos de socit^datlcs anônimas c lu-
pregaram para construções de novas cinprôsas, 2 bilhões para programas de obtenção da casa própria e 4 bilhões
cala, funcione com eficiência, haja ao
te, a ([uantidade de nume
e 750 milhões de cruzeiros para a cons
bastando lembrar o ritmo
cro.s dc companliias pn\'a-
sos, justamente na fase de comercializa ção da produção, restringindo seus cré
trução de prédios dc repartições públicas c de apartamentos de luxo; juntando-se
lado a Carteira dc Crédito Geral, fixando limites de operações relativamente escas
cada vez mais acelerado da
das não distribuídos; con
desvalorização
siderando-se que tais lucros representariam 30í a 40$
a isto a inversão de poupanças em arti
gos de consumo durável, capazes de
a Carteira dc Exportação e Importação demore as licenças e a de Câmbio não
da renda declarada pelas
proporcionar uma garantia contra o risco
forneça, com esta, os elementos necessá
sociedades anônimas e 25% a 35 % da
da desvalorização, veremos que pouco
rios ao escoamento dos produtos de tôda
renda declarada pelas demais compa nliias pri\ adas, para 1947, cstiinaram-se
natureza". Juntam-se a isto formalidades
cm cerca dc 6 bilbões dc cruzeiro.'! as
restou para financiamento à produção propriamente dita. Mas, em lugar de indagarmos apenas das características do
reservas que daí se poderiam obter, ou
fenômeno, convém ir mais a fundo e
monetária.
O fenômeno se apresenta tanto mais perigoso c[uun-
to é justamente nos períodos de infla ção que, por paradoxal que pareça, se acentua a sensação de falta de dinhei
ro, porque a elevação dos preços, frus trando previsões, c a corrida para bens
ditos e descontos, ao me.smo tempo que
e demoras burocráticas que encarecem
e emperram o fornecimento do crédito. Ê i\inda o Sr. Loureiro da Silva quem
Dioesto EcoNAi>nco
qiic ponto o vohime dt* moeda em cir
dtirá\fis, capaz<-s de fornecer uma ga
culação é .satisfatório e necessário pai i o ritmo das lransaçõ<*s. Em prinn-tro
rantia contra a tlcsvalori/iição, pi>r imt
lugar, lui dificuldades em se fazer r-etn
lado pro\'oiani a necessidade crescofile
e denominador cresçam miiltlp!ic*adí)s
th* diiiíiciro e. |>or outro, o emprego d«* poupanças, em operações não reprodiitixas. Embora não se possa afirmar
pelo mesmo fator comum. O ritmo íle
tjue o aumento tio meio circulante, dc-
que, na eipiação quantitativa, nimuTador
cTcscitncnlo da produção está sujeito a múltiplos fatóros, alguns dos <|uais incontroláxeis ou iinprevisívei.s. como se jam os fatores naturais, a coiilrihuição da natureza para o proces.so di.- produ ção, ou então, \arinções acidentais ca
pazes de reduzir o ritmo da ali\'idadc.
O montante das emissões,
porém, pode ser regulado, na dependência da \ontude
humana c das disposições do
legislador.
Torna-se
muito difícil garantir (jiu!
\ ítlo a no\ a.s emissões, seja em princí
Digusto Econômico
si jaiu,
da ]ioupança total dis-
poní\t*l.
3. — Poupanças .individuais, incluindo-st^ depósitos dc Caixas Econômicas o Bancos comerciais, aíjuisição dc seguros
c dc propricdatlcs reais.
Esta parcela
teria representado cerca de 38,5 % da
pio eontlenável. temos a impressão do
poupança passível de mobilização para
«pic, dada a situação atual da moeda e tio crédito no Brasil, tal recurso c con
financiamento.
Convém notar, porém,
que todas essas parcelas reunidas não
ultrapassam 10% da renda nacional.
tra-indicado.
fínaiiciamenir) deveria, pois, obterse rccorreiitlo-se, th* pr(*fcr(''*neia, ns fon
tes normais de poupança.
Daí imlagíimios quais as possibilidades dt* aplicação dos atuais rceursos poupí\dos, para realizar opera
Isto v<piivale a dizer-se que é fortíssima a parcela da renda gasta no processo
dc consumo c (pie as reservas de que dispomos para atender às nossas neces sidades internas dc capital são poucas.
Notc-sc ainda mais que, na medida cm que o processo da inflação aumenta,
um acréscimo de notas em
•sãtí as principais fontes dc
circulação possa única o
cresce a propensão para investimentos não reprodutivos, ao mesmo tempo em
poupança:
que diminui a possibilidade de poupar,
exclusivamente ser aplica do ao financiamento da
produção; mesmo que tal ocorresse seria problemáti
co prever até que ponto o fornecimento de dinheiro
poderá acelerar o ritmo da atividade cr aumentar o vo
ções dc tal natiirezii, Trcs
sondar-lhe as causas; \erificarcuios que,
cm boa parle, responde por esta situa ção a desvalorização monetária conse
qüente à má orientação da política fi nanceira do Govèmo.
As rcserN"as que não ti\'enim uma
aplicação improdutiva não puderam, apesar disso, atender satisfatoriamente ao financiamento às atividades produto
ras, devido, entre outras cousas, a fa-
liias na organização do crédito. Os fi nanciamentos a tais atividades se fazem
diretamente por intermédio do Banco do Brasil, sobrecarregando aquele orga
nismo, que não pode oferecer condições satisfatórias de fornecimento de capital:
1 o _ por arcar com todo o risco do negócio;
2.° — por nem sempre estar organiza
do para atender eficiente e rapidamente às solicitações de crédito. O sr. Loureiro da Silva reconheceu a existência de "uma falta de conexão mais
1 . — A poupança cole-
l^odcremos at(* certo ponto afirmar ser
li\a, resultante dc p.aga-
a redução da poupança no Brasil fmto
menlos aos In.stitutos do
da má orientação monetária e credilícia.
intima, uma entrosagem mais perfeita
Seguro Social, Companhias tlc Seguro o dc Capitaliza
Aponta-sc que fazemos mau uso da pou
cnlre os diferentes órgãos e direções que
pança; cm 1947, por exemplo, para uma
formam è.sse grande estabelecimento.
ção. A Comissão Abbínlc, pcscjuisando esta fonte, afirmou que a mesma con
poupança efetiva de 13 bilhões, gasta ram-se 7,5 bilhões na indústria de cons
Assim, não se compreende que, enquan to a Carteira dc Crédito Agrícola e In
truções, ou sejam, 57,7 %, sendo que
dustrial, a qual tem por escopo o incre mento da riqueza nacional em larga es
lume de bens produzidos. No Brasil, principalmen
tribuiu, cm 1947, com cer
apenas 750 milhões, no máximo, se em
ca dc 15,4 rí das poupan ças totais do País.
rário em circulação já dá mostras de ser excessiva,
2. — Os di\idendos de socit^datlcs anônimas c lu-
pregaram para construções de novas cinprôsas, 2 bilhões para programas de obtenção da casa própria e 4 bilhões
cala, funcione com eficiência, haja ao
te, a ([uantidade de nume
e 750 milhões de cruzeiros para a cons
bastando lembrar o ritmo
cro.s dc companliias pn\'a-
sos, justamente na fase de comercializa ção da produção, restringindo seus cré
trução de prédios dc repartições públicas c de apartamentos de luxo; juntando-se
lado a Carteira dc Crédito Geral, fixando limites de operações relativamente escas
cada vez mais acelerado da
das não distribuídos; con
desvalorização
siderando-se que tais lucros representariam 30í a 40$
a isto a inversão de poupanças em arti
gos de consumo durável, capazes de
a Carteira dc Exportação e Importação demore as licenças e a de Câmbio não
da renda declarada pelas
proporcionar uma garantia contra o risco
forneça, com esta, os elementos necessá
sociedades anônimas e 25% a 35 % da
da desvalorização, veremos que pouco
rios ao escoamento dos produtos de tôda
renda declarada pelas demais compa nliias pri\ adas, para 1947, cstiinaram-se
natureza". Juntam-se a isto formalidades
cm cerca dc 6 bilbões dc cruzeiro.'! as
restou para financiamento à produção propriamente dita. Mas, em lugar de indagarmos apenas das características do
reservas que daí se poderiam obter, ou
fenômeno, convém ir mais a fundo e
monetária.
O fenômeno se apresenta tanto mais perigoso c[uun-
to é justamente nos períodos de infla ção que, por paradoxal que pareça, se acentua a sensação de falta de dinhei
ro, porque a elevação dos preços, frus trando previsões, c a corrida para bens
ditos e descontos, ao me.smo tempo que
e demoras burocráticas que encarecem
e emperram o fornecimento do crédito. Ê i\inda o Sr. Loureiro da Silva quem
14
Dict:sTo Ecos-óinco
15
DiGESTo Econômico
afínna í{ih- "a nií-dida mais nrgí-tiln seria a de s«.- pleitear a í)iit(»r;;a dr fé pública aos instriiincntos de contraio finija<los
pelo Banco, vale ndo entre parles e cí)ntra terceiros, independentcMH iite de re-
j^islro, a fíin de se e\itarein ticsjn-sas cdelongas que oneram os financiamentos". Enquanto, por um lad(», o Banco do
Bra.sil nao pode, pela .sua «organização, atender com rapíde/. c eficiência aos financiainentos, os bancos partícuian-s
pouco podem realizar, ponpie a lei aluai limita o redesconto, a lhes ser
concedido, ao total do capital c r<ser\as, provocando a limitação do r<-
desconto. Por outro lado, o controle dos
juro.s dOs depó.sitos, pela Superintendên cia da Moeda e do Crédito, limita a atraçao da.s poupanç-a.s e não faz cres cer, em ritmo desejável, o.s depósitos. Os Bancos, para se defenderem contra
situações impre\istas de emergênc-ia, mantêm uma cai.xa alta; a invariabilida-
de da ta.xa de redesconto.s, completando
pronto a pnulnção. principalinentr a d« earálíT s.izoii.ii,
l-]iitrc < sla.s, nu rcecm ilestacjuc o algíjclão c <j cafi'-. O jjroblciua algodoeiro, atiiainu nli'. sc apn-.senta com caracterís ticas cspcí iai.s; é sabiilo (pic, no merca do inlcrnacion;il, nosso algodfio concom"' cotii <1 iior(<--aiinTÍiam). ílojo, porénv. t«-n<lo aiinicntaclo a procura intcmacio nal cia niaf('Tia-prlma, c estando 06 {■'slaclos Unidcis na contingência de re
duzir iniiíto as suas ofcrta.s, quer pcki
anincnto (l<j consumo interno, quer peb
(puala da .sua produção, o algodão bra sileiro, principalmente o paulista, teve sua procura aumentada, o que clevTJU, considcràv clincntc, seus preços, no mer cado inicrnacionai: ciupianto, cm 19-19, o preço do algodão pauli.sta, tipo 5, era dc- OS 180.00 por arroba, passou, em 1950, a OS 209.00 c atualmente alcança Cà-$ ^50,00. Esta melhoria sensí\el do jm-ço poderá provocar o escoamento, para o exterior, dc tóclu a safra, apro.xi-
o quadro, dificulta maior elasticidade do
madanicntc 280 mil toneladas, cm uma
credito.
cstiniativa
No que se refere, portanto, à poupan ça interna, teríamos de atentar, j^riniciro, para a sua redistribuição, de maneira
a que a mesma po.ssa, de preferência,
dirigir-se a atividades produtora.s; mas
otimista.
As indústrias do
fiação para suas atividades normais nect ssitariain de 80 mil toneladas dc fibra, tendo solicitado do Goxêrno Federal
medidas (pic permitam o congelamento flé.ssc- cstoípu;. Claro está que, não lia\'cndo por parte dos industriais de fia
re, os agricultores solicitam garantia dc preço mínimo, obtendo o financiamento do algodão exportável na base dc Cr$ 250,00 a arroba, o cpic passará a exigir do Banco do Brasil, somente para tal
fim, a importância dc Cr$ •3.3.33.334.()()(),()0.
É verdade que os es
tudos estatísticos, realizados por técni cos do próprio Banco, indicam que essa soma não será despendida dc um só golpe, e sim, (pie serão necessários 5% a 8 tf- c m abril, 20% a 25% cm maio,
O café, por sua vez, será financiado na base dc Cr§ 1.000,00 por saca; estiinandü-sc a atual safra cm 7.328.473 sa
cas, tcríanios de despendcn Cr$ 7.328.473.000,00. Scmientc êste.s dois produtos, nas atuais circunstâncias, exi
giriam nnia imobilização de capital cie Cr-S 1.3.061.807.000,00, tanto quanto o
total de poupanças disponíveis em 1947. A sobrecarga exigida do Banco do Brasil é enorme, mormente se considerarmos
que outros setores da atividade agrícola estão a exigir medidas dc financiamento. Não sendo possível pensar-se em uma
reorganização bancária imediata, seria talvez mais aconselhável providenciar
da moeda, capaz de lhes trazer, em
portar as conseqüências de semelhante
cia, exigiria uma reorganização das Bôlsa.s e do sistema bancário; são medidas
de longa duração, que não pK)dem ser tomadas de um momento pai'a outro e que, portanto, não beneficiariam
de
Banco do
Brasil fornecesse os recursos
para c.ssa operação, estimando o Sindica to de Indústria de Fiação c Tocelageni cm Geral, do Estado de São Paulo, que
a medida poderia ser posta em prática graças, à utilização de Cr§ 2.400.000.000,00. Enquanto isto ocor-
tes.
Essa.s medidas seriam, por seu tur
no, aconipanliadas da garantia de pre ços mínimos nos locais dc produção e
nos portos de embarque, estabilizando-se assim as cotações dc mercado e assegu-
Tivemos ocasião do apontar, páginas
temor de uma desvalorização contínua
congelamento, seria necessário que o
corrigir os excessos por\'entura existen
comércio.
guintes.
cipar mais ativamente da empreitada.
Além disso, essa redistribuição da pou pança, para se fazer com maior eficiên
uma \'ez tomadas móveis, permitiriam
rando-sc preços justos h produção e ao
meios para que os bancos particulares,
conseqüência, perda de poder aquisitivo.
to, das taxas de redescontos, as qúais,
eu. ag(>sto, e o restante nos meses se
ção capaciclacle financeira para adquirir,
política financeira do Govôrno eliminar, aos poucos, da parte dos ponpadorcs, o
tornado pela manipulação, por parte da Superintendência da Moeda e do Crédi
25 % cm junho, 20 % cm julho e 10 %
de cliofrc, essa quantidade e formar um c -toque defensivo, o, não podendo, a seu turno, o produtor dc algodão su
isto só se tornará possível se adequada
cios bancos quo se lançassem a tais ope rações. Êste perigo, porém, seria con
por sua \'ez, sejam chamados a parti Isso seria possível se se abolisse a res
trição cjue limita o redesconto, desde que o dinheiro seja empregado para o
financiamento du produção. Como de corrência, os bancos particulares pode riam atender melhor a essa finalidade,
reduzindo-sc assim os encargos do Ban co do Brasil.
Poder-se-ia afirmar qne
seinelliunte medida podia em risco o íuneionamenlo normal do crédito, tor
nando xmlncrável a posição financeira
atrás, que além das emissões e da uti lização das poupanças, seria possível ao Estado financiar, diretamente, certos
ramos da atividade produtora, median te recursos obtidos graças ao imposto.
Não será possível, porem, discutir êsse
problema rapidamente, \ isto como o próprio sistema tributário brasileiro está a exigir uma revisão. O contribuinte na cional já vem sofrendo uma sobrecarga,
principalmente devida a impostos indi
retos que contribuem para aumentar o custo dc vida, já de per si agravado
pela desvalorização monetária. Ora, apelar para a tributação, com o fito de obter recursos capazes de permitir fi nanciamento adequado, poderá ter por efeito reduzir de fonna mais intensa o
\ olume das poupanças, ao mesmo tempo
que o custo de vida se elevará ainda mais, principalmente se considerarmos a possibilidade de os rendimentos indivi duais não crescerem, mais que propor cionalmente, ao crescimento da tribu
tação per capita; além de reduzir-se,
de um modo geral, o volume das pou panças. haverá, para as camadas da população menos favoreeidas, a certeza de uma queda de ní\'el de vida.
Não poderíamos deixar de mencionar,
14
Dict:sTo Ecos-óinco
15
DiGESTo Econômico
afínna í{ih- "a nií-dida mais nrgí-tiln seria a de s«.- pleitear a í)iit(»r;;a dr fé pública aos instriiincntos de contraio finija<los
pelo Banco, vale ndo entre parles e cí)ntra terceiros, independentcMH iite de re-
j^islro, a fíin de se e\itarein ticsjn-sas cdelongas que oneram os financiamentos". Enquanto, por um lad(», o Banco do
Bra.sil nao pode, pela .sua «organização, atender com rapíde/. c eficiência aos financiainentos, os bancos partícuian-s
pouco podem realizar, ponpie a lei aluai limita o redesconto, a lhes ser
concedido, ao total do capital c r<ser\as, provocando a limitação do r<-
desconto. Por outro lado, o controle dos
juro.s dOs depó.sitos, pela Superintendên cia da Moeda e do Crédito, limita a atraçao da.s poupanç-a.s e não faz cres cer, em ritmo desejável, o.s depósitos. Os Bancos, para se defenderem contra
situações impre\istas de emergênc-ia, mantêm uma cai.xa alta; a invariabilida-
de da ta.xa de redesconto.s, completando
pronto a pnulnção. principalinentr a d« earálíT s.izoii.ii,
l-]iitrc < sla.s, nu rcecm ilestacjuc o algíjclão c <j cafi'-. O jjroblciua algodoeiro, atiiainu nli'. sc apn-.senta com caracterís ticas cspcí iai.s; é sabiilo (pic, no merca do inlcrnacion;il, nosso algodfio concom"' cotii <1 iior(<--aiinTÍiam). ílojo, porénv. t«-n<lo aiinicntaclo a procura intcmacio nal cia niaf('Tia-prlma, c estando 06 {■'slaclos Unidcis na contingência de re
duzir iniiíto as suas ofcrta.s, quer pcki
anincnto (l<j consumo interno, quer peb
(puala da .sua produção, o algodão bra sileiro, principalmente o paulista, teve sua procura aumentada, o que clevTJU, considcràv clincntc, seus preços, no mer cado inicrnacionai: ciupianto, cm 19-19, o preço do algodão pauli.sta, tipo 5, era dc- OS 180.00 por arroba, passou, em 1950, a OS 209.00 c atualmente alcança Cà-$ ^50,00. Esta melhoria sensí\el do jm-ço poderá provocar o escoamento, para o exterior, dc tóclu a safra, apro.xi-
o quadro, dificulta maior elasticidade do
madanicntc 280 mil toneladas, cm uma
credito.
cstiniativa
No que se refere, portanto, à poupan ça interna, teríamos de atentar, j^riniciro, para a sua redistribuição, de maneira
a que a mesma po.ssa, de preferência,
dirigir-se a atividades produtora.s; mas
otimista.
As indústrias do
fiação para suas atividades normais nect ssitariain de 80 mil toneladas dc fibra, tendo solicitado do Goxêrno Federal
medidas (pic permitam o congelamento flé.ssc- cstoípu;. Claro está que, não lia\'cndo por parte dos industriais de fia
re, os agricultores solicitam garantia dc preço mínimo, obtendo o financiamento do algodão exportável na base dc Cr$ 250,00 a arroba, o cpic passará a exigir do Banco do Brasil, somente para tal
fim, a importância dc Cr$ •3.3.33.334.()()(),()0.
É verdade que os es
tudos estatísticos, realizados por técni cos do próprio Banco, indicam que essa soma não será despendida dc um só golpe, e sim, (pie serão necessários 5% a 8 tf- c m abril, 20% a 25% cm maio,
O café, por sua vez, será financiado na base dc Cr§ 1.000,00 por saca; estiinandü-sc a atual safra cm 7.328.473 sa
cas, tcríanios de despendcn Cr$ 7.328.473.000,00. Scmientc êste.s dois produtos, nas atuais circunstâncias, exi
giriam nnia imobilização de capital cie Cr-S 1.3.061.807.000,00, tanto quanto o
total de poupanças disponíveis em 1947. A sobrecarga exigida do Banco do Brasil é enorme, mormente se considerarmos
que outros setores da atividade agrícola estão a exigir medidas dc financiamento. Não sendo possível pensar-se em uma
reorganização bancária imediata, seria talvez mais aconselhável providenciar
da moeda, capaz de lhes trazer, em
portar as conseqüências de semelhante
cia, exigiria uma reorganização das Bôlsa.s e do sistema bancário; são medidas
de longa duração, que não pK)dem ser tomadas de um momento pai'a outro e que, portanto, não beneficiariam
de
Banco do
Brasil fornecesse os recursos
para c.ssa operação, estimando o Sindica to de Indústria de Fiação c Tocelageni cm Geral, do Estado de São Paulo, que
a medida poderia ser posta em prática graças, à utilização de Cr§ 2.400.000.000,00. Enquanto isto ocor-
tes.
Essa.s medidas seriam, por seu tur
no, aconipanliadas da garantia de pre ços mínimos nos locais dc produção e
nos portos de embarque, estabilizando-se assim as cotações dc mercado e assegu-
Tivemos ocasião do apontar, páginas
temor de uma desvalorização contínua
congelamento, seria necessário que o
corrigir os excessos por\'entura existen
comércio.
guintes.
cipar mais ativamente da empreitada.
Além disso, essa redistribuição da pou pança, para se fazer com maior eficiên
uma \'ez tomadas móveis, permitiriam
rando-sc preços justos h produção e ao
meios para que os bancos particulares,
conseqüência, perda de poder aquisitivo.
to, das taxas de redescontos, as qúais,
eu. ag(>sto, e o restante nos meses se
ção capaciclacle financeira para adquirir,
política financeira do Govôrno eliminar, aos poucos, da parte dos ponpadorcs, o
tornado pela manipulação, por parte da Superintendência da Moeda e do Crédi
25 % cm junho, 20 % cm julho e 10 %
de cliofrc, essa quantidade e formar um c -toque defensivo, o, não podendo, a seu turno, o produtor dc algodão su
isto só se tornará possível se adequada
cios bancos quo se lançassem a tais ope rações. Êste perigo, porém, seria con
por sua \'ez, sejam chamados a parti Isso seria possível se se abolisse a res
trição cjue limita o redesconto, desde que o dinheiro seja empregado para o
financiamento du produção. Como de corrência, os bancos particulares pode riam atender melhor a essa finalidade,
reduzindo-sc assim os encargos do Ban co do Brasil.
Poder-se-ia afirmar qne
seinelliunte medida podia em risco o íuneionamenlo normal do crédito, tor
nando xmlncrável a posição financeira
atrás, que além das emissões e da uti lização das poupanças, seria possível ao Estado financiar, diretamente, certos
ramos da atividade produtora, median te recursos obtidos graças ao imposto.
Não será possível, porem, discutir êsse
problema rapidamente, \ isto como o próprio sistema tributário brasileiro está a exigir uma revisão. O contribuinte na cional já vem sofrendo uma sobrecarga,
principalmente devida a impostos indi
retos que contribuem para aumentar o custo dc vida, já de per si agravado
pela desvalorização monetária. Ora, apelar para a tributação, com o fito de obter recursos capazes de permitir fi nanciamento adequado, poderá ter por efeito reduzir de fonna mais intensa o
\ olume das poupanças, ao mesmo tempo
que o custo de vida se elevará ainda mais, principalmente se considerarmos a possibilidade de os rendimentos indivi duais não crescerem, mais que propor cionalmente, ao crescimento da tribu
tação per capita; além de reduzir-se,
de um modo geral, o volume das pou panças. haverá, para as camadas da população menos favoreeidas, a certeza de uma queda de ní\'el de vida.
Não poderíamos deixar de mencionar,
16
Digksto Econômico
mesmo que ràpídamenie, a necessidade
de se encarar também o problema do financiamento por fontes externas.
O
Brasil, para seu desenvolvimento cc-onó-
mico, precisa de bens de capital produzi
dos fora do País; esses bens serão pagos com a própria produção nacional. Con
vém, no entanto, indagar das possibili dades de obtenção desses recursos ex ternos.
A primeira fonte a apontar seria a
venda das reservas-ouro cpie ii \ação l>ossuÍ. Êsse recurso, porém, é miiití; pjccano, pois que, uma vez desapareci
das, nuo será possivel refazè-las ràpi-
damente. Além disso, a quantidade <le ouro que o Brasil po.ssui não é suficien
te para garantir um grande desenx-oKímento. Basta dizer-se que, em 1949
possuíamos 281.570 kg, de ouro fino! no valor de Cr$ 6.4()2.934.0()0,0(). Ora
f|uc. no luonu-nto atual, nos encontra
as medidas tf»ma(las. ri-slringindo tremcndamcnle a importação, embora não laçatí. tem api iius permitido lutar contra
o déficit; scgiiniim-nlc não serão capa zes de propori ionar reciir.sos, na.s pro porções exigidas jior iitu programa de expansão í-conóinic.i.
Bestará, jiois. a possibilidade de au-
iiu-ntar o fluxo «• de ;üraír novos capi tais estrangeiros, sob a forma dc investi-
immlos diretos, ou obter um emprésti mo externo, negociado «-ntre governos. O fiineionanunto do Banco Internacio
nal de Heeonslrução e Fomento pennitiu veriíiear (pie, atualmente, os capitais internacionais-.s-e véin dirigindo, de pre
o.vigiria cm 1948, Cr$ 5.728.941.000 00
acroscenlando-se o fato de nossa legisla ção dificultar o ingres.so dés.scs capitais,
monetana, ocorrida cm 1948 e 1949,
poderemos afirmar que tôda a reservaouro do Brasil, aplicada integralmente no financiamento da produção, poderia,
pouco jiodereinos esperar dc semelhante fonte de recursos (i.xtemos. Restará, co mo última solução, o empréstimo exter no de governo a governo.
a energia elétrica instalada.
Em conclusão, poderemos afirmar que o problema do financiamento da pro
A segunda fonte proviria do rccquilibrio da balança de pagamentos. Me
nossas possibilidades internas são fracas
na melhor das hipóteses, permitir dobrar
diante o aumento, a maior diversifica ção da base da exportação, acrescentan-
do-se-lbe novos produtos exportáveis, a fabricaçao interna de alguns produtos que agora importamos, e a limitação
da importação de produtos não essen ciais, talvez fosse possível obterem-se
saldos da balança de pagamentos, ca pazes de proporcionar maior volume de
bens de capital. Cumpre notar, porém,
í
aunicntanclo substancialmente a expor-
somente o desenvolvimento da indús-
Levando-se em conta a desvalorização
da produção agríeohi. poderiam ser tonviíias imediatamente, como sejam a
mos dianl«' de déficit cambial, v léxlas
ferência, para os programas de recons trução dos países enropí.ais; eonsídera-sc (pie tais iiuestimentos .são mais seguros e mais rendosos; nestas condições, c
tria de energia elétrica, capaz de per mitir dobrar a capacidade produtora,
Dici-::sT<i Ecoxómico
dução Ijrasilcira é um dos mais delica
dos, dc quantos se nos deparam. As e se encontram minadas por uma polí tica financeira e uma organização ban cária inadequadas. Não c possí^'el, por tanto, de.sligar ésse problema de outro mais amplo; o do saneamento das finan ças públicas. Certas medidas, capaze.s dc proporcionar financiamento adequa do, só poderiam ser tomadas cm longa duração. Outras, dc emergência, princi palmente para atender à sazonalidaçle
Ai
panhadas. estas duas, da garantia de preços mínimo.s. As medidas de longa
duração, porém, não poderão divorciar-
abolição da restrição que limita o re desconto e a regulamentação de sua
.sc das necessárias à obtenção dc capi
taxa, de maneira a tomá-la móxel, acom
tais estrangeiros.
16
Digksto Econômico
mesmo que ràpídamenie, a necessidade
de se encarar também o problema do financiamento por fontes externas.
O
Brasil, para seu desenvolvimento cc-onó-
mico, precisa de bens de capital produzi
dos fora do País; esses bens serão pagos com a própria produção nacional. Con
vém, no entanto, indagar das possibili dades de obtenção desses recursos ex ternos.
A primeira fonte a apontar seria a
venda das reservas-ouro cpie ii \ação l>ossuÍ. Êsse recurso, porém, é miiití; pjccano, pois que, uma vez desapareci
das, nuo será possivel refazè-las ràpi-
damente. Além disso, a quantidade <le ouro que o Brasil po.ssui não é suficien
te para garantir um grande desenx-oKímento. Basta dizer-se que, em 1949
possuíamos 281.570 kg, de ouro fino! no valor de Cr$ 6.4()2.934.0()0,0(). Ora
f|uc. no luonu-nto atual, nos encontra
as medidas tf»ma(las. ri-slringindo tremcndamcnle a importação, embora não laçatí. tem api iius permitido lutar contra
o déficit; scgiiniim-nlc não serão capa zes de propori ionar reciir.sos, na.s pro porções exigidas jior iitu programa de expansão í-conóinic.i.
Bestará, jiois. a possibilidade de au-
iiu-ntar o fluxo «• de ;üraír novos capi tais estrangeiros, sob a forma dc investi-
immlos diretos, ou obter um emprésti mo externo, negociado «-ntre governos. O fiineionanunto do Banco Internacio
nal de Heeonslrução e Fomento pennitiu veriíiear (pie, atualmente, os capitais internacionais-.s-e véin dirigindo, de pre
o.vigiria cm 1948, Cr$ 5.728.941.000 00
acroscenlando-se o fato de nossa legisla ção dificultar o ingres.so dés.scs capitais,
monetana, ocorrida cm 1948 e 1949,
poderemos afirmar que tôda a reservaouro do Brasil, aplicada integralmente no financiamento da produção, poderia,
pouco jiodereinos esperar dc semelhante fonte de recursos (i.xtemos. Restará, co mo última solução, o empréstimo exter no de governo a governo.
a energia elétrica instalada.
Em conclusão, poderemos afirmar que o problema do financiamento da pro
A segunda fonte proviria do rccquilibrio da balança de pagamentos. Me
nossas possibilidades internas são fracas
na melhor das hipóteses, permitir dobrar
diante o aumento, a maior diversifica ção da base da exportação, acrescentan-
do-se-lbe novos produtos exportáveis, a fabricaçao interna de alguns produtos que agora importamos, e a limitação
da importação de produtos não essen ciais, talvez fosse possível obterem-se
saldos da balança de pagamentos, ca pazes de proporcionar maior volume de
bens de capital. Cumpre notar, porém,
í
aunicntanclo substancialmente a expor-
somente o desenvolvimento da indús-
Levando-se em conta a desvalorização
da produção agríeohi. poderiam ser tonviíias imediatamente, como sejam a
mos dianl«' de déficit cambial, v léxlas
ferência, para os programas de recons trução dos países enropí.ais; eonsídera-sc (pie tais iiuestimentos .são mais seguros e mais rendosos; nestas condições, c
tria de energia elétrica, capaz de per mitir dobrar a capacidade produtora,
Dici-::sT<i Ecoxómico
dução Ijrasilcira é um dos mais delica
dos, dc quantos se nos deparam. As e se encontram minadas por uma polí tica financeira e uma organização ban cária inadequadas. Não c possí^'el, por tanto, de.sligar ésse problema de outro mais amplo; o do saneamento das finan ças públicas. Certas medidas, capaze.s dc proporcionar financiamento adequa do, só poderiam ser tomadas cm longa duração. Outras, dc emergência, princi palmente para atender à sazonalidaçle
Ai
panhadas. estas duas, da garantia de preços mínimo.s. As medidas de longa
duração, porém, não poderão divorciar-
abolição da restrição que limita o re desconto e a regulamentação de sua
.sc das necessárias à obtenção dc capi
taxa, de maneira a tomá-la móxel, acom
tais estrangeiros.
'I
1
r
Dioksto
19
Econômico
Quando a economia ainda não adqui
Direito - Política - Economia
rira fôros dc ciência
quem os negue) a sua participação ain da não se definira com o sentido que hoje conhecemos.
ri:Mi.sTf>f,i.i:s Hhandão CJa\'ai.(;an i i
(Aula inaugural dos Cursos Universitários proferida cm dc março dc 1951 sala do Conselho Universitário da Universidade do lirasil)
lUX
homctiagcm, (jiic êstc ano, neste dia
sidade do Brasil. Mais do que me ra significação formal ou regimenlal,
fòss<- a aula dada por mim.
tem esta solenidade iima oxprtrssão sim-
professor, se me ovimisse deste encargo
É uma convocação de todas as forças vivas desta Instituição, de ação tão pre ponderante na vida nacional, para nin
esforço honesto, uma atividade produti
va, um sacrifício consciente em benefí
cio do ensino, da cultura, do trabalho, do Brasil enfim.
Novas esperanças reanimam a Uni versidade - professores e alunos, como se nova vida se iniciasse na sua vida tão fecunda.
Graves, portanto, são as responsabili
X<-garia os meus próprios direitos de
honroso. Agradeço a imensa distinção
A sua finalidade será sempre o bem-es tar colcti\'o, objetivo que sobreleva o
rigir, a mais jo\cin, a menor, a mais
da produtividade humana. Também cm Aristóteles os problemas econômicos, como o da propriedade e do monopólio, são sempre inspirados em
modesta, mas a maior no entusiasmo e na f('' nos destinos do Brasil, a Facul dade Nacional de Cã(incias Econômicas F em seu nome, dos seus profcss(jres e alunos ípu.' agradeço.
IVofessor de Direito Público de unia Imculdade de Economia, o meu tema está de antemão escolhido — Direito Política, Economia — Repercussão dos'
tico, saem as elites de todas as classes sociais que pela sua cultura, mentalida
de e energia novas, hão de suportar os mais severos encargos na direção e for mação do País.
E somente uma elite, intelectualmen
te forte e consciente, poderá suportar o peso enorme da estrutura do Estado, na
soma dos seus interesses públicos e pri vados.
Iniciam-se as aulas
com uma aula
Universitária. Quis o Magnífico Reitor então cm e.vercício, meu dileto amigo Professor Deolindo do Couto, a quem
desejo neste momento prestar especial
Soluções políticas, soluções econômi cas, c a solução jurídica, como forma de harmonia c dc equilíbrio dos fenômenos que, oni última análise, se resolvem no terreno dos intcrèsses
humanos c dos
grupos sociais mais ou menos desonvol-
filósofos.
A crítica feita por
Saint Hilaire e
tadamente os fatores tHicos e os fatores
políticos.
mül ' I
os remédios, mas apenas as reações que
os fatos económicxjs podem produzir no organismo social. Talvez não seja bem e.xata esta teo
ria porque a terapêutica está também na alçada do analista.
Pode não ter ele a iniciaüva, a ação nhccimento das causas, dos seus efeitos
pre esta, especificamente, a função do
economista.
Os seus estudos e pesquisas atingirão
também os setores profundos da vida
social, porque a Economia não prescin(ie dos fatores éticos e sociais, ao contrário
do que pretende Pareto ao colocar a Eco nomia sob os mesmos pressupostos e mé todos das ciências físicas e naturais.
cias, inicialmente estranhas a concepções
nacionalismo econômico e do livre cam
bismo, da autarquia econômica e o da interdependência entre os Estados. Saber onde começa o político e aca
terão antes de tudo
ba o econômico, só é possível através
conteúdo político, embora representem expressões do pensamento econômico. Uma grande parte dos problemas re
da técnica e da ação específica; qual quer definição genérica seria temerária. Embora formal, é o processo discri-
te econômico
pieponderar sobre os outros fatores, no-
Por isso é que, na observação de al guns, ao economista não cabe indicar
cepções econômicas, obedeciam a exi gências da política estatal e dela nasce ram como determinantes de contingên
o livre cambismo, antes de serem con
concoiTência não têm sentido meramen
econômicos a k- fazer sentir e a querer
lo menos, as reações desta política.
A complexidade desses problemas e a
O intervencionismo estatal ou a livre
Mas sempre, como uma insistência irremíssívcl, a exigência dos interesses
econômicos e dos princípios básicos da ciência econômica para acompanhar, pe
correlação existente entre êles toma, por vezes, difícil separ;\r ou contrapor as concepções políticas e econômicas no exame de problemas como os da inter venção c da não-intervenção estatal, do
Mais modernamente o mercantilismo,
econômicas.
\'ídos.
O que perturba os termos do proble ma é a necessidade de usar dos dados
c dos corretivos adequados. Será^ sem
caráter científico.
ferentes, usando o costume de cada (5po-
mínimo, o lucro e.xtraordinário e tantos outros.
trução doutrinária do maior de todos os
nômico e o pensamento político.
O tema c antigo, com roupagens di
semprego, o pleno emprego, o salário
direta, a diretriz política, mas terá o co-
ca, mas, no fundo, revelando sempre um enlcndimcnlo entre o pensamento eco
lítica — Política e Economia.
lativos à política econômica são funda mentalmente éticos e políticos — o de
pressupostos políticos e éticos que ser vem à supcrcstrutura da própria cons
modernamente por Defourny. mostra a altitude em que colocou o problema, mas sempre dentro do sentido político e filosófico que domina a sua obra. E nem poderia ser de outra forma, quando muitos séculos haveriam de cor rer antes que se desse à Economia o seu
repercussão e sentido dc no.ssas ativida
sua expansão e ao seu sentido democrá
ncnnenos econômicos a ela se subordi
devida, im-nos a mim do que à unidade imi\er.silária (pie tenlio a honra dc di
fatores c-coiióinieos no Direito e na Po-
É que das Universidades, graças à
Vamos encontrar na obra de Platão a
preocupação política dominante. Os fcnam porque o objetivo máximo é a or ganização do Estado ou da República.
dades que continuamos a assumir pela des, na formação do País.
Ma.s \amos encontrar os seus vestí
gios, embora de contornos imprecisos e
vagos, na mais remota antigüidade.
J^EAnniíM-sE hoje os cursos da Univer ' bólica.
(e ainda existe
—
'I
1
r
Dioksto
19
Econômico
Quando a economia ainda não adqui
Direito - Política - Economia
rira fôros dc ciência
quem os negue) a sua participação ain da não se definira com o sentido que hoje conhecemos.
ri:Mi.sTf>f,i.i:s Hhandão CJa\'ai.(;an i i
(Aula inaugural dos Cursos Universitários proferida cm dc março dc 1951 sala do Conselho Universitário da Universidade do lirasil)
lUX
homctiagcm, (jiic êstc ano, neste dia
sidade do Brasil. Mais do que me ra significação formal ou regimenlal,
fòss<- a aula dada por mim.
tem esta solenidade iima oxprtrssão sim-
professor, se me ovimisse deste encargo
É uma convocação de todas as forças vivas desta Instituição, de ação tão pre ponderante na vida nacional, para nin
esforço honesto, uma atividade produti
va, um sacrifício consciente em benefí
cio do ensino, da cultura, do trabalho, do Brasil enfim.
Novas esperanças reanimam a Uni versidade - professores e alunos, como se nova vida se iniciasse na sua vida tão fecunda.
Graves, portanto, são as responsabili
X<-garia os meus próprios direitos de
honroso. Agradeço a imensa distinção
A sua finalidade será sempre o bem-es tar colcti\'o, objetivo que sobreleva o
rigir, a mais jo\cin, a menor, a mais
da produtividade humana. Também cm Aristóteles os problemas econômicos, como o da propriedade e do monopólio, são sempre inspirados em
modesta, mas a maior no entusiasmo e na f('' nos destinos do Brasil, a Facul dade Nacional de Cã(incias Econômicas F em seu nome, dos seus profcss(jres e alunos ípu.' agradeço.
IVofessor de Direito Público de unia Imculdade de Economia, o meu tema está de antemão escolhido — Direito Política, Economia — Repercussão dos'
tico, saem as elites de todas as classes sociais que pela sua cultura, mentalida
de e energia novas, hão de suportar os mais severos encargos na direção e for mação do País.
E somente uma elite, intelectualmen
te forte e consciente, poderá suportar o peso enorme da estrutura do Estado, na
soma dos seus interesses públicos e pri vados.
Iniciam-se as aulas
com uma aula
Universitária. Quis o Magnífico Reitor então cm e.vercício, meu dileto amigo Professor Deolindo do Couto, a quem
desejo neste momento prestar especial
Soluções políticas, soluções econômi cas, c a solução jurídica, como forma de harmonia c dc equilíbrio dos fenômenos que, oni última análise, se resolvem no terreno dos intcrèsses
humanos c dos
grupos sociais mais ou menos desonvol-
filósofos.
A crítica feita por
Saint Hilaire e
tadamente os fatores tHicos e os fatores
políticos.
mül ' I
os remédios, mas apenas as reações que
os fatos económicxjs podem produzir no organismo social. Talvez não seja bem e.xata esta teo
ria porque a terapêutica está também na alçada do analista.
Pode não ter ele a iniciaüva, a ação nhccimento das causas, dos seus efeitos
pre esta, especificamente, a função do
economista.
Os seus estudos e pesquisas atingirão
também os setores profundos da vida
social, porque a Economia não prescin(ie dos fatores éticos e sociais, ao contrário
do que pretende Pareto ao colocar a Eco nomia sob os mesmos pressupostos e mé todos das ciências físicas e naturais.
cias, inicialmente estranhas a concepções
nacionalismo econômico e do livre cam
bismo, da autarquia econômica e o da interdependência entre os Estados. Saber onde começa o político e aca
terão antes de tudo
ba o econômico, só é possível através
conteúdo político, embora representem expressões do pensamento econômico. Uma grande parte dos problemas re
da técnica e da ação específica; qual quer definição genérica seria temerária. Embora formal, é o processo discri-
te econômico
pieponderar sobre os outros fatores, no-
Por isso é que, na observação de al guns, ao economista não cabe indicar
cepções econômicas, obedeciam a exi gências da política estatal e dela nasce ram como determinantes de contingên
o livre cambismo, antes de serem con
concoiTência não têm sentido meramen
econômicos a k- fazer sentir e a querer
lo menos, as reações desta política.
A complexidade desses problemas e a
O intervencionismo estatal ou a livre
Mas sempre, como uma insistência irremíssívcl, a exigência dos interesses
econômicos e dos princípios básicos da ciência econômica para acompanhar, pe
correlação existente entre êles toma, por vezes, difícil separ;\r ou contrapor as concepções políticas e econômicas no exame de problemas como os da inter venção c da não-intervenção estatal, do
Mais modernamente o mercantilismo,
econômicas.
\'ídos.
O que perturba os termos do proble ma é a necessidade de usar dos dados
c dos corretivos adequados. Será^ sem
caráter científico.
ferentes, usando o costume de cada (5po-
mínimo, o lucro e.xtraordinário e tantos outros.
trução doutrinária do maior de todos os
nômico e o pensamento político.
O tema c antigo, com roupagens di
semprego, o pleno emprego, o salário
direta, a diretriz política, mas terá o co-
ca, mas, no fundo, revelando sempre um enlcndimcnlo entre o pensamento eco
lítica — Política e Economia.
lativos à política econômica são funda mentalmente éticos e políticos — o de
pressupostos políticos e éticos que ser vem à supcrcstrutura da própria cons
modernamente por Defourny. mostra a altitude em que colocou o problema, mas sempre dentro do sentido político e filosófico que domina a sua obra. E nem poderia ser de outra forma, quando muitos séculos haveriam de cor rer antes que se desse à Economia o seu
repercussão e sentido dc no.ssas ativida
sua expansão e ao seu sentido democrá
ncnnenos econômicos a ela se subordi
devida, im-nos a mim do que à unidade imi\er.silária (pie tenlio a honra dc di
fatores c-coiióinieos no Direito e na Po-
É que das Universidades, graças à
Vamos encontrar na obra de Platão a
preocupação política dominante. Os fcnam porque o objetivo máximo é a or ganização do Estado ou da República.
dades que continuamos a assumir pela des, na formação do País.
Ma.s \amos encontrar os seus vestí
gios, embora de contornos imprecisos e
vagos, na mais remota antigüidade.
J^EAnniíM-sE hoje os cursos da Univer ' bólica.
(e ainda existe
—
,iifi M\m. I ■!
*
'20
I^JiriESTi) EcoxíiMit:-.)
niinatório de fnínteiras mais aceitá\< |,
na correlação exfstenlc entre as <luas ati vidades .
Por isso mesmo, atribni-se maior res
ponsabilidade ao setor mais ali\o, porcjiic a crise seria da jK)lilica e nfu) do pensamento econômico.
Em diversas atividades
importantes
Dicksto
■
'
21
Econômico
Iringlr-M -ía ao plano nacituuil, completachí por iiu-didas visando a intcrdcpen-
pnnjue
<!<MKÍa dos Ivslados no setor econômico. J-i, tia opinião dos ectmomistas do re
totalitários, t>nde os problemas de pro-
falo ecxinómicoj u verdade é que èle en volve problemas éticos do maior relevo
gime, iioladainente (Joie, a orientarão fiolilii ti (jm- distingue o regime socialista dos dein.iis regimes (ju<! ádotam como bastf a tcVnic.i da planifieação.
dutlvidiidi- e de renda .são deferidos ao
segundo piano.
e obedece a considerações e imperativos
emprego
o problema do .salário é igualmente
nas tribos mais selvagens c nos rcgiint»
sugestivo — poucos o consideram mero
eueoiilra-se o pleno
políticos preponderantes.
Ningutiu proenrou .saber se o pleno emprt*go levaria á produção total, nem se, através do aumento de produção, de elevação da procura, se atingiria o mes
problemas atuais c de importância capi tal para a nossa economia — o do pe
Observem-se
entre nós dois
outros
da vida nacional e internacional j)odem-
Se podem .ser asseineibados tècnica-
se encontrar minicrosos exemplos. Assim, a pojjtiea comerciai, cspecial-
mente a outros, politicamente se dife
mo objetivo ein condições sociais muito
tróleo e o dos transportes aéreos inter
renciam.
mais vantajosas.
nacionais .
nientc na órlíita internacional,
poderá
ser imposta por eoiitingèneias «-eonóit.i-
porque atendem a objetivos
diferentes,
A cjiie.stão do pleno enquègo lern lido
cas, mas terá de ser dominada e infor
í|ua.sc sempre solução política, porque
mada por influencias que transcendem do terreno puramente técnico.
proce.ssos pretoni/acclos jjelos i-conomis-
Os fatures p<)lític<js dr)minam o setor internacional c os conselhos dos técni
cos muitas vezes não alteram os pres supostos fixados pelos interés.se.s polí ticos .
O probletna das nacionalizações sen
não .SC- tem considerado
os recur.-o.s o
las, cjiie preferem geralmente atingir o nu-smo objetivo alravé.s da plena pmdii-" ção, pelo alimento da procura dos bens c dos serviços.
A solução política é aqui mais infle
xível, transfere para outro plano os pres
Todos ésses problemas são superados
Quem ousaria relegar o fator político
pelas trés reivindicações — direito ao Irabalbo, dever tU- trabalhar, liberdade
na sua solução ?
d«í escolha do traballuv — mas domina
não só a política econômica, de comu
Em relação aos transportes
aéreos,
dos sempre pela idéia do pleno empre go, isto é, de (pie todos devem traba lhar e ao Estado cabo proporcionar tra
nicações com as zonas econòmícamcnte
balho a todos.
Mus essa política predomina no conjun to da e.xpansão geográfica dêsses
Sem procurar citar textos de outras
Càmstituiçücs, veja-se a nossa de 1946 — artigo 145 — parágrafo único.
"A todos é assegurado trabalho que possibilite existência digna. O trabalho é obrigação social." É uma idéia cuja base ideológica en-
mais sedutoras, como também a políti ca internacional, orientam as soluções.
Quanto ao petróleo, o sentido politi-
CO de sua e.xploração decorre de precei
do fundaiiientulmente um problema po
supostos ecoiiômico.s do problema e des-
lítico, de estrutura, constitucional, l)á do Jígar-sc a .soluções econômicas, mas
('(onomistas.
etn suas conseqüências e cm suas re percussões, exigindo então dos homens de eièneia cleeisiva contribuição. Tõda solução neste terreno será sem
Os preceitos constitucionais (juo visam a política do plc-iio (anprègo não consi deram, [Xir c.xemplo, nem os fatürc.s nem as conseqüências econômicas dessa po
eonlra-se no socialismo. G. Just, Louis 24 de
Somente o predomínio do critério eco nômico poderia subverter o sistema
pre, originàriamente,
lítica, cfimo o eeonoinislii teria cIc colo-
E a Conslliuição francesa recente re afirma: "todos têm o dever de traba-
tada, considerando-se em primeiro pla
uma sttliicãu po-
conluc<-
os remédios indicados pelos
i-ur ein .s<-gim<lo plano os falòres ético.s
lííiea.
i' sociai.s tio probleuiii.
Blane, Fourier, Robespierre já o advo gavam na declaração lida em abril de 1793 na Convenção.
tos constitucionais que limitaram o sis tema legal de concessões, como segiu^
proteção ao patrimônio mineral da Nação.
A solução economicamente mais acer
no a produtividade, não sera sempre a
Grã-
lornon-se o (raballu) compulsório c cn-
Bretanha sob o ponto de vista «íconómico, mostrando a prevalência do criti;rio
volv(Mi-se (I próprio Ivslado como fiador
de ação social, mais social que econô
(Io reivindicações sociais, hoje vitorlosius.
mica .
Nenhuma consideração ou estuda fundamental e científico de ordem eco
Ao SC tlisentirem na Suíça as emendas constitucionais (juc prcconizavauí a po
controle cambial,
nômica leria procedido a esse movi mento de tuigcm nitidamente .social e
lítica do pleno emprego, viii-se a nação dividida, não por considerações de ordem
uo analisar a nacionalização na
político no processo nacionalizador. O nacionalismo da política .socialista
Garantin-se
o direito do trabullio,
. , .
constitucional.
llinr c o diriíito do obter um emprego". Modernamente, BeverldgC procurou iimii solução dentro de um vasto planO
E llOtadaiílente a obsi^rvação dv Julin
Jcwkcs (Ordeal hy 1'hmning pg, 145),
politicamente mais aconselhável, e o função dos interêsses poHticos.
cçonoinisiii teria então de intervir em
O regime de coiltrôlc de preços, o as numerosas intcr«
venções no domínio econômico, não são
possível realizar, dentro de um âmbito
cie reivindicação ideológica, Irunsfoniia-
econômica, mas por doutrinas e sistemas
em regra ímpostos pelos economistas — (]ue geralinente até os condenam — mas só se jiistifitam por motivos o razões de
geográfico acessível, as finalidades do
da hoje, na expressão de Hazlitl, em ver
políticos (pie vacilavam entre o regime
Estado, atuando diretamente no setor
sistema. Em (nitros lermos, uma plani-
dadeira superstição. Para muitos será solução até primária
do libcrdadís econômica e O da Inter venção estatal.
.seus dados essenciais e as suas soluções.
obedece não só a uma técnica visando o
bem-estar .social,
mas lanibém tornar
ticação universal sendo impossível, res-
1 i
econômico, onde acaba procurando os
i
,iifi M\m. I ■!
*
'20
I^JiriESTi) EcoxíiMit:-.)
niinatório de fnínteiras mais aceitá\< |,
na correlação exfstenlc entre as <luas ati vidades .
Por isso mesmo, atribni-se maior res
ponsabilidade ao setor mais ali\o, porcjiic a crise seria da jK)lilica e nfu) do pensamento econômico.
Em diversas atividades
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Dicksto
■
'
21
Econômico
Iringlr-M -ía ao plano nacituuil, completachí por iiu-didas visando a intcrdcpen-
pnnjue
<!<MKÍa dos Ivslados no setor econômico. J-i, tia opinião dos ectmomistas do re
totalitários, t>nde os problemas de pro-
falo ecxinómicoj u verdade é que èle en volve problemas éticos do maior relevo
gime, iioladainente (Joie, a orientarão fiolilii ti (jm- distingue o regime socialista dos dein.iis regimes (ju<! ádotam como bastf a tcVnic.i da planifieação.
dutlvidiidi- e de renda .são deferidos ao
segundo piano.
e obedece a considerações e imperativos
emprego
o problema do .salário é igualmente
nas tribos mais selvagens c nos rcgiint»
sugestivo — poucos o consideram mero
eueoiilra-se o pleno
políticos preponderantes.
Ningutiu proenrou .saber se o pleno emprt*go levaria á produção total, nem se, através do aumento de produção, de elevação da procura, se atingiria o mes
problemas atuais c de importância capi tal para a nossa economia — o do pe
Observem-se
entre nós dois
outros
da vida nacional e internacional j)odem-
Se podem .ser asseineibados tècnica-
se encontrar minicrosos exemplos. Assim, a pojjtiea comerciai, cspecial-
mente a outros, politicamente se dife
mo objetivo ein condições sociais muito
tróleo e o dos transportes aéreos inter
renciam.
mais vantajosas.
nacionais .
nientc na órlíita internacional,
poderá
ser imposta por eoiitingèneias «-eonóit.i-
porque atendem a objetivos
diferentes,
A cjiie.stão do pleno enquègo lern lido
cas, mas terá de ser dominada e infor
í|ua.sc sempre solução política, porque
mada por influencias que transcendem do terreno puramente técnico.
proce.ssos pretoni/acclos jjelos i-conomis-
Os fatures p<)lític<js dr)minam o setor internacional c os conselhos dos técni
cos muitas vezes não alteram os pres supostos fixados pelos interés.se.s polí ticos .
O probletna das nacionalizações sen
não .SC- tem considerado
os recur.-o.s o
las, cjiie preferem geralmente atingir o nu-smo objetivo alravé.s da plena pmdii-" ção, pelo alimento da procura dos bens c dos serviços.
A solução política é aqui mais infle
xível, transfere para outro plano os pres
Todos ésses problemas são superados
Quem ousaria relegar o fator político
pelas trés reivindicações — direito ao Irabalbo, dever tU- trabalhar, liberdade
na sua solução ?
d«í escolha do traballuv — mas domina
não só a política econômica, de comu
Em relação aos transportes
aéreos,
dos sempre pela idéia do pleno empre go, isto é, de (pie todos devem traba lhar e ao Estado cabo proporcionar tra
nicações com as zonas econòmícamcnte
balho a todos.
Mus essa política predomina no conjun to da e.xpansão geográfica dêsses
Sem procurar citar textos de outras
Càmstituiçücs, veja-se a nossa de 1946 — artigo 145 — parágrafo único.
"A todos é assegurado trabalho que possibilite existência digna. O trabalho é obrigação social." É uma idéia cuja base ideológica en-
mais sedutoras, como também a políti ca internacional, orientam as soluções.
Quanto ao petróleo, o sentido politi-
CO de sua e.xploração decorre de precei
do fundaiiientulmente um problema po
supostos ecoiiômico.s do problema e des-
lítico, de estrutura, constitucional, l)á do Jígar-sc a .soluções econômicas, mas
('(onomistas.
etn suas conseqüências e cm suas re percussões, exigindo então dos homens de eièneia cleeisiva contribuição. Tõda solução neste terreno será sem
Os preceitos constitucionais (juo visam a política do plc-iio (anprègo não consi deram, [Xir c.xemplo, nem os fatürc.s nem as conseqüências econômicas dessa po
eonlra-se no socialismo. G. Just, Louis 24 de
Somente o predomínio do critério eco nômico poderia subverter o sistema
pre, originàriamente,
lítica, cfimo o eeonoinislii teria cIc colo-
E a Conslliuição francesa recente re afirma: "todos têm o dever de traba-
tada, considerando-se em primeiro pla
uma sttliicãu po-
conluc<-
os remédios indicados pelos
i-ur ein .s<-gim<lo plano os falòres ético.s
lííiea.
i' sociai.s tio probleuiii.
Blane, Fourier, Robespierre já o advo gavam na declaração lida em abril de 1793 na Convenção.
tos constitucionais que limitaram o sis tema legal de concessões, como segiu^
proteção ao patrimônio mineral da Nação.
A solução economicamente mais acer
no a produtividade, não sera sempre a
Grã-
lornon-se o (raballu) compulsório c cn-
Bretanha sob o ponto de vista «íconómico, mostrando a prevalência do criti;rio
volv(Mi-se (I próprio Ivslado como fiador
de ação social, mais social que econô
(Io reivindicações sociais, hoje vitorlosius.
mica .
Nenhuma consideração ou estuda fundamental e científico de ordem eco
Ao SC tlisentirem na Suíça as emendas constitucionais (juc prcconizavauí a po
controle cambial,
nômica leria procedido a esse movi mento de tuigcm nitidamente .social e
lítica do pleno emprego, viii-se a nação dividida, não por considerações de ordem
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político no processo nacionalizador. O nacionalismo da política .socialista
Garantin-se
o direito do trabullio,
. , .
constitucional.
llinr c o diriíito do obter um emprego". Modernamente, BeverldgC procurou iimii solução dentro de um vasto planO
E llOtadaiílente a obsi^rvação dv Julin
Jcwkcs (Ordeal hy 1'hmning pg, 145),
politicamente mais aconselhável, e o função dos interêsses poHticos.
cçonoinisiii teria então de intervir em
O regime de coiltrôlc de preços, o as numerosas intcr«
venções no domínio econômico, não são
possível realizar, dentro de um âmbito
cie reivindicação ideológica, Irunsfoniia-
econômica, mas por doutrinas e sistemas
em regra ímpostos pelos economistas — (]ue geralinente até os condenam — mas só se jiistifitam por motivos o razões de
geográfico acessível, as finalidades do
da hoje, na expressão de Hazlitl, em ver
políticos (pie vacilavam entre o regime
Estado, atuando diretamente no setor
sistema. Em (nitros lermos, uma plani-
dadeira superstição. Para muitos será solução até primária
do libcrdadís econômica e O da Inter venção estatal.
.seus dados essenciais e as suas soluções.
obedece não só a uma técnica visando o
bem-estar .social,
mas lanibém tornar
ticação universal sendo impossível, res-
1 i
econômico, onde acaba procurando os
i
'wmm Dicrsto EcoNÓ.xnco
N'(» setor dos contratos, prazos, valor,
ram a técnica legal ctun a política legis-
o direito c a economia das obrigações
laliva para atravessar ílificuldades irre-
mesmo privadas, se modificam por cri
inovíveLs no setor econômico.
térios políticos
e considerações de or
dem jurídica,
muitas vêzes adotados
sem maior verificação dos fatos e con seqüências econômicas.
Ao analisar os problemas relativos à
de colaboração das ati\'idadcs estatais
tureza da norma e das relações jurídicas
através de órgãos o.spccializados, com
funções próprias, ontroncados no siste
a serem disciplinadas. E esta é a função difícil do jurista:
tempos, SC a predominância do fator po
ma político e admini.strativo.
encontrar o ponto de equilíbrio, procurar
lítico SC (cm revelado a todo momento,
ação, a influência direta dos princípios
.\Ia.s se ussiin tem sido cm todos os
no deseinoKimento rio plano oconóini-
CO, não é menos certo, entretanto, que
luta contra os trustes, a política de regu
a consideração açao pelos fenômenos lenomenos emniv econô
lamentação das public utilities, a técni ca do police power, a Córlc Suprema dos Estados Unidos, seguindo a orientação
micos v.ii-s«' iiiipoiulo cada \ cz mais n;»
<l«'finição das soluções políticas.
defendida por Holmes, procurou sempre
coinissõc-s de estudos econômicos, as
reconhecer a supremacia legislativa nes se terreno, admitindo assim a prevalên
C'onferèncias internacionais sobre esses problemas e os numerosos acordos c
.A organização de Conselhos e das
cia dos pressupostos técnicos e políticos que informaram a construção legal do
mostram a consideração cada \-c2 maior
sistema.
por esses aspectos.
Muito raramente penetrou no exame da conveniência, justiça ou medida dos
Mas essa espécie de supremacia do critério político deve conduzir o ccooo-
atos legislativos, a não ser quando vio ladores de garantias c direitos elemen tares entregues à proteção daquela Corte. Essas providencias de fundo econômi
tratados concluídos em todo o mundo,
inistu a enquadrar o seu problema par ticular, técnico, específico, dentro do campo de interesses maiores, e.xorcendo acpiilo que Maurice Byé chamou de ma
co, orientadas por uma sábia política legislativa, é que permitiram à Constitui
gistratura econômica, como força repre sentativa da nação, incumbida de apli
ção americana atravessar tôdas as crises
car as deliberações superiores da sobe
e a revolução industrial do século pas sado sem ser afetada em seus preceitos
rania nacional.
essenciais.
A complexidade do problema estatal, já agora com outros elementos, pode
cendência, como a extinção do padrão
ria sugerir uma revisão na estruturo constitucional dos Estados, não no sen
ouro, puderam ser tomadas graças a
tido da criação de um quarto poder, co
E não raro medidas da maior trans
uma interpretação
mo .SC imaginou na primeira Semana de
flexível e sábia dos
Sociologia realizada em Paris em 1948,
preceitos
constitu
nem com a criação dos cinco poderes preconizada pela filosofia política de
E aqui se alia
Sun Yat Tsen, mas um sistema flexível
cionais.
23
Digesto EcoNÓ^^co
Seria também interessante verificar a
econômicos sobre o regime do direito.
Teríamos, para isso, desde logo, de afastar a teoria que atribui aos fatores econômicos predominância absoluta, co mo SC a c\'olução fosso apenas determi
nada pelos fenômenos da produção o da distribuição da riqueza; estes domi
a justa medida dos dados e fatôres a scTcni ponderados na constniçâo do Di reito positivo, transpor para a vida so cial os princípios de moral e de econo mia necessários à construção da norma,
usando de uma técnica própria, utili zando recursos que transcendem do partioiilarísmo dos princípios que infonnam
os preceitos de Economia, de Moral, de
nariam o processo jurídico, que passa ria a ser upc-nas a infra-estrutura de um
Psicologia etc.
sistema inspirado essencialmente nos fa
mais alta, há de inspirar então o jurista na construção e inteq)retação do Direi
tores econômicos.
Mas a \crdade ô que a construção jurídica é fundada em dados não só
econômicos, mas também sociais, psi cológicos, éticos, em fatôres imponderá veis c em razões que transcendem das imposições de ordem técnica fundadas
cm leis naturais, para encontrar nas ra zões de conveniência, oportunidade, jus tiça, os seus fundamentos.
Mesmo preceitos que interessam a eco nomia privada, direito de propriedade, contrato, sucessões, vão encontrar a sua
solução em princípios éticos e religio sos, que se sobrepõem às próprias contingeneias econômicas.
Como observa Roubier, motivos polí ticos relevantes se encontram nos pro blemas relativos às vocações hereditárias, à indivisão dos bens etc.
É evidente que isso não exclui a pos
sibilidade de encontrar-se uma e.vpÜcação econômica para os fenômenos jurí
dicos, como uma interpretação moral ou religiosa para os mesmos. Mas o Direito é que há de usar des ses dados, na expressão de Geny, para
O sentido político, em sua expre^ão
to, atribuindo-lhe uma função social preponderante. O bem-estar econômico, que, segun
do u obserNMção de Léonel Robbins. e
i
a definição mais constante da Economia,
c que encontra posição de relevo nas obras de Marshall, Cannan, e mesmo de
Pareto, é um dos aspectos da feUcidade luimana c constitui apenas um dos ele mentos a serem considerados pelos ju ristas na construção dos meios de convàvência e de equilíbrio, e que sen'e de causa à norma de Direito.
É evidente que o critério econômico, como o social, o jurídico, se distingue do critério político pelo seu próprio con teúdo. As razões de proceder, os fun damentos, e pressuposto.s, as diretivas, diferem.
O critério político é mais geral, mais flexível, envolve razões imponderáveis, é talvez menos rígido na aplicação dos dados, na utilização dos meios de in vestigação.
Não que se lhe possam negar qualida
construir a norma jurídica, e esses dados
des cientificas mesmo na técnica, mas es
hão de ser sempre em função da na
tas serão menores, menos positivas, do
'wmm Dicrsto EcoNÓ.xnco
N'(» setor dos contratos, prazos, valor,
ram a técnica legal ctun a política legis-
o direito c a economia das obrigações
laliva para atravessar ílificuldades irre-
mesmo privadas, se modificam por cri
inovíveLs no setor econômico.
térios políticos
e considerações de or
dem jurídica,
muitas vêzes adotados
sem maior verificação dos fatos e con seqüências econômicas.
Ao analisar os problemas relativos à
de colaboração das ati\'idadcs estatais
tureza da norma e das relações jurídicas
através de órgãos o.spccializados, com
funções próprias, ontroncados no siste
a serem disciplinadas. E esta é a função difícil do jurista:
tempos, SC a predominância do fator po
ma político e admini.strativo.
encontrar o ponto de equilíbrio, procurar
lítico SC (cm revelado a todo momento,
ação, a influência direta dos princípios
.\Ia.s se ussiin tem sido cm todos os
no deseinoKimento rio plano oconóini-
CO, não é menos certo, entretanto, que
luta contra os trustes, a política de regu
a consideração açao pelos fenômenos lenomenos emniv econô
lamentação das public utilities, a técni ca do police power, a Córlc Suprema dos Estados Unidos, seguindo a orientação
micos v.ii-s«' iiiipoiulo cada \ cz mais n;»
<l«'finição das soluções políticas.
defendida por Holmes, procurou sempre
coinissõc-s de estudos econômicos, as
reconhecer a supremacia legislativa nes se terreno, admitindo assim a prevalên
C'onferèncias internacionais sobre esses problemas e os numerosos acordos c
.A organização de Conselhos e das
cia dos pressupostos técnicos e políticos que informaram a construção legal do
mostram a consideração cada \-c2 maior
sistema.
por esses aspectos.
Muito raramente penetrou no exame da conveniência, justiça ou medida dos
Mas essa espécie de supremacia do critério político deve conduzir o ccooo-
atos legislativos, a não ser quando vio ladores de garantias c direitos elemen tares entregues à proteção daquela Corte. Essas providencias de fundo econômi
tratados concluídos em todo o mundo,
inistu a enquadrar o seu problema par ticular, técnico, específico, dentro do campo de interesses maiores, e.xorcendo acpiilo que Maurice Byé chamou de ma
co, orientadas por uma sábia política legislativa, é que permitiram à Constitui
gistratura econômica, como força repre sentativa da nação, incumbida de apli
ção americana atravessar tôdas as crises
car as deliberações superiores da sobe
e a revolução industrial do século pas sado sem ser afetada em seus preceitos
rania nacional.
essenciais.
A complexidade do problema estatal, já agora com outros elementos, pode
cendência, como a extinção do padrão
ria sugerir uma revisão na estruturo constitucional dos Estados, não no sen
ouro, puderam ser tomadas graças a
tido da criação de um quarto poder, co
E não raro medidas da maior trans
uma interpretação
mo .SC imaginou na primeira Semana de
flexível e sábia dos
Sociologia realizada em Paris em 1948,
preceitos
constitu
nem com a criação dos cinco poderes preconizada pela filosofia política de
E aqui se alia
Sun Yat Tsen, mas um sistema flexível
cionais.
23
Digesto EcoNÓ^^co
Seria também interessante verificar a
econômicos sobre o regime do direito.
Teríamos, para isso, desde logo, de afastar a teoria que atribui aos fatores econômicos predominância absoluta, co mo SC a c\'olução fosso apenas determi
nada pelos fenômenos da produção o da distribuição da riqueza; estes domi
a justa medida dos dados e fatôres a scTcni ponderados na constniçâo do Di reito positivo, transpor para a vida so cial os princípios de moral e de econo mia necessários à construção da norma,
usando de uma técnica própria, utili zando recursos que transcendem do partioiilarísmo dos princípios que infonnam
os preceitos de Economia, de Moral, de
nariam o processo jurídico, que passa ria a ser upc-nas a infra-estrutura de um
Psicologia etc.
sistema inspirado essencialmente nos fa
mais alta, há de inspirar então o jurista na construção e inteq)retação do Direi
tores econômicos.
Mas a \crdade ô que a construção jurídica é fundada em dados não só
econômicos, mas também sociais, psi cológicos, éticos, em fatôres imponderá veis c em razões que transcendem das imposições de ordem técnica fundadas
cm leis naturais, para encontrar nas ra zões de conveniência, oportunidade, jus tiça, os seus fundamentos.
Mesmo preceitos que interessam a eco nomia privada, direito de propriedade, contrato, sucessões, vão encontrar a sua
solução em princípios éticos e religio sos, que se sobrepõem às próprias contingeneias econômicas.
Como observa Roubier, motivos polí ticos relevantes se encontram nos pro blemas relativos às vocações hereditárias, à indivisão dos bens etc.
É evidente que isso não exclui a pos
sibilidade de encontrar-se uma e.vpÜcação econômica para os fenômenos jurí
dicos, como uma interpretação moral ou religiosa para os mesmos. Mas o Direito é que há de usar des ses dados, na expressão de Geny, para
O sentido político, em sua expre^ão
to, atribuindo-lhe uma função social preponderante. O bem-estar econômico, que, segun
do u obserNMção de Léonel Robbins. e
i
a definição mais constante da Economia,
c que encontra posição de relevo nas obras de Marshall, Cannan, e mesmo de
Pareto, é um dos aspectos da feUcidade luimana c constitui apenas um dos ele mentos a serem considerados pelos ju ristas na construção dos meios de convàvência e de equilíbrio, e que sen'e de causa à norma de Direito.
É evidente que o critério econômico, como o social, o jurídico, se distingue do critério político pelo seu próprio con teúdo. As razões de proceder, os fun damentos, e pressuposto.s, as diretivas, diferem.
O critério político é mais geral, mais flexível, envolve razões imponderáveis, é talvez menos rígido na aplicação dos dados, na utilização dos meios de in vestigação.
Não que se lhe possam negar qualida
construir a norma jurídica, e esses dados
des cientificas mesmo na técnica, mas es
hão de ser sempre em função da na
tas serão menores, menos positivas, do
■nnpppHpüUJimm ii iimíiii! 26
netrada a doutrina pelo conceito do po
der de polícia que impõe a êsses atos um cunho de jurisdicidade fundado na proteção dos direitos individuais.
Obser\'a Rodolfo Laun que, quando uma lei usa de expressões como "opor tunidade", "interesse público", é que o legislador quis limitar o ato à sua con
formidade ao inlerêsse público, à opor tunidade da medida.
O executor do ato será, entretanto, o
perito do interesse público, da oportu nidade c de conveniência, cabendo-lhe definir em espécie o sou conceito, em
função do momento c das condições em
Dicesto
Econômico
Nos Estadí)s Unido.s. por um processo ap.írrntr-niente contraditório, o si.stema da li\Tc cf)inpetiçrio \ai-.s(« mantendo,
graças a mu regime do inter\enção cuj"o nieeanisnío pirinití- a colaboração, na execução legislativa, de órgãos técnicos cio ação muito fle\í\cd.
lítica
econômica.
Entr<' nós, ainda estamos no regime em íjiK- a ca-ntralização do poder nor-'
gres.so até para catalogar c classificar as
mercadorias não sujeilas ao regime da licença prévia, o cjuc permitiu, graças à inércia legislali\a, a entrada no País
cie eentcmas de automóveis — impotente o Governo para reagir contra a aplica
em sua finalidade específica. Interêsse público, em matéria de transporte, serão, por exemplo, tarifas razoáveis, serviço adequado, estabilidade econômica da empresa. Interesse público em legislação de pre
ção de uma lei que transcendia eviden temente da função cjue cabe à norma lc!gal nessa matéria. Em outros países, como na Inglater
vezes complexo, porque, ainda no con ceito do mesmo Hugues, se não é difícil redigir um texto legal que defina um preceito standard, para traduzi-lo e adaptá-lo a determinadas circunstâncias, exige-se um corpo experimentado de téc nicos que trabalhem longe das intrigas e influências da política.
— A lei que criaria "Securities and
rios, tem pre\ alecido o primeiro, por
que geralmente encerra um sistema de • garantias indiriduais consideradas invioMas seria muito longo desenvolver êssc tema, em seus aspectos técnicos. O
e abstrato, mas cm função do diploma
ser apuradas. A aplicação do critério será muitas
assim;
em caso dc conflito entre os dois crité
um im-reado regular e legítimo e taxas
Há Ix-in pouco \ erificamos, por exem plo, a necessidade cio uma lei do Con-
dições que só especificamente podem
à e.xecução técnica, mas a verdade é que,
delegação ampla, ali cm vigor, podem as C^omnii.ssions exercer uma larga po
trária.
lhador 6 sua família, em função de con
Aqui a direção política se subordina
definir as diretivas dos órgãos c comis sões (jm- <'xerceni funções delegadas. Alguns exemplos podem ser citados
lá\'eis.
a flexibilidade indispensável.
ço ou de salário será o justo valor ou o suficiente para manutenção do traba
ma legal.
colha de lermos c dos processos para
teção dos iii\ estidores, a manutenção de
mo assim, a sua função não será arbi
aplicado, não como um conceito vago
criados para dar c.vecução a cada diplo
ca legislali\a tem-se aprimorado na es
e.xehangt; coinission", atribuiu-lhe "a pro
jnali\-o constitui um privilegio das Cuniaras, o que tira à política econômica
referindo-se ao conceito de interesse público, tantas vezes mencionado na le gislação econômica, insiste no caráter objetivo, concreto, desse critério a ser
tèniK). mas nos Estados Unidos a técni
Quem estabelece a política adminis trativa é a l<'i, mas alravé.s o regime da
que o ato se há de realizar, mas, mes
Justice Hugues, cm notável trabalho,
27
Dígesto Econômico
ra c nos Estados Unidos, teria sido isso
impossível, ponjuc sòmcntc as normas
gerais da política econômica são regu ladas pela lei, cuja execução flexível, móvel, adajitável às contingências do momento, se realiza por meio de órgãos especializados, exercendo função norma tiva complementar.
Obscr\'a James Hart, uma das maiores
autoridades no assunto, que a lei ideal é aquela que fica no meio termo entre Sila, que anteciparia na lei todas as si tuações possíveis, e Charybdis, que se manteria em uma fórmula vaga o incolor.
Não é sempre fácil encontrar o meio M'
de comissões iazoá\-eis". — A "Federal Tratle Cà)mission", "métodos dc concor-
importante é fixar-llie o ponto essencial,
réueia desleal, discriminação nos preços e formação dc monopólios". — A "Na-
a intcr\enção dos órgãos técnicos, por
tional Labor Relations Act", "discrimi
que consiste precisamente em prestigiar meio de uma colaboração mais^ intensa através das medidas de e.xecução e de
nação na locação de serviços, práticas
legislação secundária. A êles se trans-
desleais dc traballio, interferência e coa
ferc, assim, a apuração dos critérios de conveniência, de oportunidade, dan
ção nas seleções de emprego". Em iKíSsa Constituição, vemos o arti
go 151, que regula os critérios gerais
do-se maior ênfase aos fatores económicos e sociais que influirão mais ire
para a fixação de tarifas dos serviços
tamente nas soluções políticas. ^ sse ^
públicos,
mesmo critério tem igual aplicaçao nos tomas educacionais, de saúde, e em ou
com
os critérios básicos da
justa remuneração do capital, o melhora mento e a expansão dos serviços. E a lei a mencionar ainda os servi
ços adequados e as tarifas razoáveis.
Mas quem poderá, o como, atender a essas finalidades de boa política so cial e econômica sem a adoção de mé
tros que exigem a intervenção de órgãos especializados. Se é indiscutível essa interpenotraçao
da Política e da Economia, o fato, en
tretanto, mais impressionante, é aquele que se apresenta no terreno jurídico com a influência dos problemas econô
todos e processos técnicos? O mesmo poder-se-á dizer em relação
micos nos textos constitucionais.
ao abuso do poder econômico, ao saláino mínimo etc., e os e.xemplos poderse-iam multiplicar, porque não há lei
reito Privado esta incursão — moedíi
dc nenhuma hierarquia que possa pre ver todos os critérios específicos, só co nhecidos dc quem tenha o domínio dos conhecimentos técnicos e das condições
peculiares à indívidualização das normas e sua aplicação aos casos concretos. Observa, por isso, Frankfurter, que êsses critérios às vezes um pouco vagos
servem precisamente para atribuir maior autoridade e discrição aos aparelhos
Já conhecíamos nos Códigos de Di
juros, problemas de sucessão, regimes de bens, regimes de propriedade etc.
As Constituições, até o princípio dêste século, sempre se reduziram aos proble mas de estrutura puramente política — organizações do Estado, forma de Es tado, forma de governo, mecanismo e
funcionamento dos poderes, direitos in dividuais.
Mas o próprio pensamento político de senvolveu-se — a sua esfera transpôs os
.d
■nnpppHpüUJimm ii iimíiii! 26
netrada a doutrina pelo conceito do po
der de polícia que impõe a êsses atos um cunho de jurisdicidade fundado na proteção dos direitos individuais.
Obser\'a Rodolfo Laun que, quando uma lei usa de expressões como "opor tunidade", "interesse público", é que o legislador quis limitar o ato à sua con
formidade ao inlerêsse público, à opor tunidade da medida.
O executor do ato será, entretanto, o
perito do interesse público, da oportu nidade c de conveniência, cabendo-lhe definir em espécie o sou conceito, em
função do momento c das condições em
Dicesto
Econômico
Nos Estadí)s Unido.s. por um processo ap.írrntr-niente contraditório, o si.stema da li\Tc cf)inpetiçrio \ai-.s(« mantendo,
graças a mu regime do inter\enção cuj"o nieeanisnío pirinití- a colaboração, na execução legislativa, de órgãos técnicos cio ação muito fle\í\cd.
lítica
econômica.
Entr<' nós, ainda estamos no regime em íjiK- a ca-ntralização do poder nor-'
gres.so até para catalogar c classificar as
mercadorias não sujeilas ao regime da licença prévia, o cjuc permitiu, graças à inércia legislali\a, a entrada no País
cie eentcmas de automóveis — impotente o Governo para reagir contra a aplica
em sua finalidade específica. Interêsse público, em matéria de transporte, serão, por exemplo, tarifas razoáveis, serviço adequado, estabilidade econômica da empresa. Interesse público em legislação de pre
ção de uma lei que transcendia eviden temente da função cjue cabe à norma lc!gal nessa matéria. Em outros países, como na Inglater
vezes complexo, porque, ainda no con ceito do mesmo Hugues, se não é difícil redigir um texto legal que defina um preceito standard, para traduzi-lo e adaptá-lo a determinadas circunstâncias, exige-se um corpo experimentado de téc nicos que trabalhem longe das intrigas e influências da política.
— A lei que criaria "Securities and
rios, tem pre\ alecido o primeiro, por
que geralmente encerra um sistema de • garantias indiriduais consideradas invioMas seria muito longo desenvolver êssc tema, em seus aspectos técnicos. O
e abstrato, mas cm função do diploma
ser apuradas. A aplicação do critério será muitas
assim;
em caso dc conflito entre os dois crité
um im-reado regular e legítimo e taxas
Há Ix-in pouco \ erificamos, por exem plo, a necessidade cio uma lei do Con-
dições que só especificamente podem
à e.xecução técnica, mas a verdade é que,
delegação ampla, ali cm vigor, podem as C^omnii.ssions exercer uma larga po
trária.
lhador 6 sua família, em função de con
Aqui a direção política se subordina
definir as diretivas dos órgãos c comis sões (jm- <'xerceni funções delegadas. Alguns exemplos podem ser citados
lá\'eis.
a flexibilidade indispensável.
ço ou de salário será o justo valor ou o suficiente para manutenção do traba
ma legal.
colha de lermos c dos processos para
teção dos iii\ estidores, a manutenção de
mo assim, a sua função não será arbi
aplicado, não como um conceito vago
criados para dar c.vecução a cada diplo
ca legislali\a tem-se aprimorado na es
e.xehangt; coinission", atribuiu-lhe "a pro
jnali\-o constitui um privilegio das Cuniaras, o que tira à política econômica
referindo-se ao conceito de interesse público, tantas vezes mencionado na le gislação econômica, insiste no caráter objetivo, concreto, desse critério a ser
tèniK). mas nos Estados Unidos a técni
Quem estabelece a política adminis trativa é a l<'i, mas alravé.s o regime da
que o ato se há de realizar, mas, mes
Justice Hugues, cm notável trabalho,
27
Dígesto Econômico
ra c nos Estados Unidos, teria sido isso
impossível, ponjuc sòmcntc as normas
gerais da política econômica são regu ladas pela lei, cuja execução flexível, móvel, adajitável às contingências do momento, se realiza por meio de órgãos especializados, exercendo função norma tiva complementar.
Obscr\'a James Hart, uma das maiores
autoridades no assunto, que a lei ideal é aquela que fica no meio termo entre Sila, que anteciparia na lei todas as si tuações possíveis, e Charybdis, que se manteria em uma fórmula vaga o incolor.
Não é sempre fácil encontrar o meio M'
de comissões iazoá\-eis". — A "Federal Tratle Cà)mission", "métodos dc concor-
importante é fixar-llie o ponto essencial,
réueia desleal, discriminação nos preços e formação dc monopólios". — A "Na-
a intcr\enção dos órgãos técnicos, por
tional Labor Relations Act", "discrimi
que consiste precisamente em prestigiar meio de uma colaboração mais^ intensa através das medidas de e.xecução e de
nação na locação de serviços, práticas
legislação secundária. A êles se trans-
desleais dc traballio, interferência e coa
ferc, assim, a apuração dos critérios de conveniência, de oportunidade, dan
ção nas seleções de emprego". Em iKíSsa Constituição, vemos o arti
go 151, que regula os critérios gerais
do-se maior ênfase aos fatores económicos e sociais que influirão mais ire
para a fixação de tarifas dos serviços
tamente nas soluções políticas. ^ sse ^
públicos,
mesmo critério tem igual aplicaçao nos tomas educacionais, de saúde, e em ou
com
os critérios básicos da
justa remuneração do capital, o melhora mento e a expansão dos serviços. E a lei a mencionar ainda os servi
ços adequados e as tarifas razoáveis.
Mas quem poderá, o como, atender a essas finalidades de boa política so cial e econômica sem a adoção de mé
tros que exigem a intervenção de órgãos especializados. Se é indiscutível essa interpenotraçao
da Política e da Economia, o fato, en
tretanto, mais impressionante, é aquele que se apresenta no terreno jurídico com a influência dos problemas econô
todos e processos técnicos? O mesmo poder-se-á dizer em relação
micos nos textos constitucionais.
ao abuso do poder econômico, ao saláino mínimo etc., e os e.xemplos poderse-iam multiplicar, porque não há lei
reito Privado esta incursão — moedíi
dc nenhuma hierarquia que possa pre ver todos os critérios específicos, só co nhecidos dc quem tenha o domínio dos conhecimentos técnicos e das condições
peculiares à indívidualização das normas e sua aplicação aos casos concretos. Observa, por isso, Frankfurter, que êsses critérios às vezes um pouco vagos
servem precisamente para atribuir maior autoridade e discrição aos aparelhos
Já conhecíamos nos Códigos de Di
juros, problemas de sucessão, regimes de bens, regimes de propriedade etc.
As Constituições, até o princípio dêste século, sempre se reduziram aos proble mas de estrutura puramente política — organizações do Estado, forma de Es tado, forma de governo, mecanismo e
funcionamento dos poderes, direitos in dividuais.
Mas o próprio pensamento político de senvolveu-se — a sua esfera transpôs os
.d
28
DrciiSTo
Ecí>nói
Dkuvstíi
29
Econômico
limites restritos que llie IíiiIkihi síclt/ tra(,;tdos, para eompr<-*ender a universali dade do problema estatal — atinj^indo
í*oii.stituci<»iiais iiin<lmM)s nas Améric;is
\'cj:iiii-si- as (Joii.stituições do .Mé.xico
certos grupos, c arcjar os setores da vida política c administrativa com um amplo debate c efetiva (X)ntribuição
os grupos sociais fjuc o integram r
a
(rí fornia de- lf)81) <la Argentina, do
científica das organizjiçõcs govcmanientais.
I- na ICiiropa.
totalidade dos fenômenos cjue domlnain
CMiili*. (Io Mrasil, as Constiluiç^Oes da
a \ ída das nações organizadas juridica
Ahinanha. da Polòjiia. da Tchccoslo\á-
E aípii. decisivo poderá ser o papel
mente — a família, a educação, a cul
íjiiia, as iilliioas C'oiistitulç"õcs da Fran^-a, <la Itália, d.i .Airinanha (Constituição
das Universidades e d(ís ensinamentos
tura, as relações de trabalho, os pri>blemas básicos da Economia.
(!'• Boun).
propagados nas cátedras livres. A eriaçao de conselhos téeiiicos, a convocação de lioinons de saber c de
nas primeiras Constituições escrít.i.>, sc-
.\cnhiiiua sc aíastoii dessa orientação, antes a rcaftniiarain com expressões e
o próprio movimento soeialísta do sé
formas difi rcntcs, mas dentro de uma
aconlecinuntos, já
culo passado não logrou subvertei" a téc
nu-sma finalidade, cpic é a preservação da totalidade dos intcré.sses sujeitos ã
adotado em alguns países.
alemã de Weimar abrir novas perspec
proteção do Estado — não só os dos
hurocrálica, rjiie terá de abrir as suas
tivas a essa técnica.
indivíduos como tais, os seus direitos e
portas á colaboração externa.
Se não medraram as tentativas feitas
nica constitucional, coube à Constitiiiçiio
Dilataram-se as fronteiras discrimina
prerrogativas humanas, mas o que re-
experiência, para um exame superior dos tem
sido sistema
Com isto ficará amenizada a ação
Os males e perigos da burocracia c
Servirá o pensamento político para orientar, animar e humanizar os proces
sos técnicos e as soluções por demais rígidas.
Sen.'irá, ainda, para uma permanente lembrança dos direitos individuais, poj" vêzes triturados por um mecanismo mui to estreito.
Servirá finalmente o pensamento po
lítico para amenizar os efeitos de uma
planificaçâo exagerada naquilo que cia
po,ssa tirar ao indivíduo, das suas qua lidades pessoais, dos benefícios da nuoiativa individual, das exigências funda mentais da liberdade.
Da cátedra Iívtc, com o pensamento
piesentam para èle o .seu patrimônio fí
da tecnocracia, como sistema, sc pode
aberto às idéias mais nobres, com a pa
cional e os estatutos fundamentais passa
sico e os bens í|Me integram a riqueza
rão reduzir com uma conveniente dosa
lavra sôlta para o debate alto c sereno,
ram a disciplinar matérias até então ve
do seu paí.s.
gem dos seus critérios peculiares, como o sentido político dos problemas c uma
tórias daquilo que era ou não constitu
dadas à ingerência dos preceitos cons titucionais.
Já admitia o sábio professor Hauriou
A no.ssa Constituição, sem oliiarmos
as deficiências de sua construção, prin cipalmente na sua parte política, pro-
que a ordem constitucional há' de ser
curou abranger o problema total — e
sistemática o total; a ela interessam não
forçoso é reconhecer — com mais plasti
só a ordem política c a organização do governo, mas também e principalmente as bases da organização social.
cidade, maior flexibilidade, mcllior téc
Faz mais de um século Rossi adver
tia também que todos os capítulos fun damentais da vida civil e do Direito Privado se encontram no Direito Cons titucional.
É o conceito da unidade estatal, da natureza orgânica do Estadp, a dominar a vida cònstitucional, na feliz observa
ção de CarI Schmidt. Nem seria possível abstrair a estrutu
ra social e econômica na organização política do Estado.* Pois bem, foi o que realizou o pen samento jurídico em nosso século, na construção con.stitucional. E esta orientação penetrou os sistemas
nica constitucional do que as anteriores, deixando à lei ordinária possibilidades amplas paru as soluções polífica.s.
Mas a verdade é que, para atingir os scu.s objetivos, os órgãos políticos e administrativos,, nos regimes democráti cos, devem construir os seus processos
e os seus métodos de ação nos pareeercs e nos estudos das instituições cientí
ficas públicas e privadas.
É um dos meios de atingir o ideal do governo democrático, com a parti
cipação de lôda a coletividade nacional na obra comum. O síjnplcs exercício do direito de voto e a ação dos parlamen tares
não
satisfazem
a
esse
sistema
como é concebido na atualidade.
É preciso demolir o tabu de uma ciência oficial, o monopólio cientifico do
muito SC há de esperar da ^niversida ■ Sem peias e sem restrições, cçm nma
bem orientada influência científica.
autonomia didática e administrativa que
A polilica, pelos sons órgãos próprios, servirá para suprimir a cstíolagem da
nunca será uma atitude de msurrciça , senão de colaboraç<ão livre com o poder, a Universidade há de trazer a sua parte
rotina, os perigos dc uma burocratização e.xccssiva, os critérios padronizados c sem
de esfôrço e de sacrifício para a cultu
vida.
ra o civilização brasileira.
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DrciiSTo
Ecí>nói
Dkuvstíi
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Econômico
limites restritos que llie IíiiIkihi síclt/ tra(,;tdos, para eompr<-*ender a universali dade do problema estatal — atinj^indo
í*oii.stituci<»iiais iiin<lmM)s nas Améric;is
\'cj:iiii-si- as (Joii.stituições do .Mé.xico
certos grupos, c arcjar os setores da vida política c administrativa com um amplo debate c efetiva (X)ntribuição
os grupos sociais fjuc o integram r
a
(rí fornia de- lf)81) <la Argentina, do
científica das organizjiçõcs govcmanientais.
I- na ICiiropa.
totalidade dos fenômenos cjue domlnain
CMiili*. (Io Mrasil, as Constiluiç^Oes da
a \ ída das nações organizadas juridica
Ahinanha. da Polòjiia. da Tchccoslo\á-
E aípii. decisivo poderá ser o papel
mente — a família, a educação, a cul
íjiiia, as iilliioas C'oiistitulç"õcs da Fran^-a, <la Itália, d.i .Airinanha (Constituição
das Universidades e d(ís ensinamentos
tura, as relações de trabalho, os pri>blemas básicos da Economia.
(!'• Boun).
propagados nas cátedras livres. A eriaçao de conselhos téeiiicos, a convocação de lioinons de saber c de
nas primeiras Constituições escrít.i.>, sc-
.\cnhiiiua sc aíastoii dessa orientação, antes a rcaftniiarain com expressões e
o próprio movimento soeialísta do sé
formas difi rcntcs, mas dentro de uma
aconlecinuntos, já
culo passado não logrou subvertei" a téc
nu-sma finalidade, cpic é a preservação da totalidade dos intcré.sses sujeitos ã
adotado em alguns países.
alemã de Weimar abrir novas perspec
proteção do Estado — não só os dos
hurocrálica, rjiie terá de abrir as suas
tivas a essa técnica.
indivíduos como tais, os seus direitos e
portas á colaboração externa.
Se não medraram as tentativas feitas
nica constitucional, coube à Constitiiiçiio
Dilataram-se as fronteiras discrimina
prerrogativas humanas, mas o que re-
experiência, para um exame superior dos tem
sido sistema
Com isto ficará amenizada a ação
Os males e perigos da burocracia c
Servirá o pensamento político para orientar, animar e humanizar os proces
sos técnicos e as soluções por demais rígidas.
Sen.'irá, ainda, para uma permanente lembrança dos direitos individuais, poj" vêzes triturados por um mecanismo mui to estreito.
Servirá finalmente o pensamento po
lítico para amenizar os efeitos de uma
planificaçâo exagerada naquilo que cia
po,ssa tirar ao indivíduo, das suas qua lidades pessoais, dos benefícios da nuoiativa individual, das exigências funda mentais da liberdade.
Da cátedra Iívtc, com o pensamento
piesentam para èle o .seu patrimônio fí
da tecnocracia, como sistema, sc pode
aberto às idéias mais nobres, com a pa
cional e os estatutos fundamentais passa
sico e os bens í|Me integram a riqueza
rão reduzir com uma conveniente dosa
lavra sôlta para o debate alto c sereno,
ram a disciplinar matérias até então ve
do seu paí.s.
gem dos seus critérios peculiares, como o sentido político dos problemas c uma
tórias daquilo que era ou não constitu
dadas à ingerência dos preceitos cons titucionais.
Já admitia o sábio professor Hauriou
A no.ssa Constituição, sem oliiarmos
as deficiências de sua construção, prin cipalmente na sua parte política, pro-
que a ordem constitucional há' de ser
curou abranger o problema total — e
sistemática o total; a ela interessam não
forçoso é reconhecer — com mais plasti
só a ordem política c a organização do governo, mas também e principalmente as bases da organização social.
cidade, maior flexibilidade, mcllior téc
Faz mais de um século Rossi adver
tia também que todos os capítulos fun damentais da vida civil e do Direito Privado se encontram no Direito Cons titucional.
É o conceito da unidade estatal, da natureza orgânica do Estadp, a dominar a vida cònstitucional, na feliz observa
ção de CarI Schmidt. Nem seria possível abstrair a estrutu
ra social e econômica na organização política do Estado.* Pois bem, foi o que realizou o pen samento jurídico em nosso século, na construção con.stitucional. E esta orientação penetrou os sistemas
nica constitucional do que as anteriores, deixando à lei ordinária possibilidades amplas paru as soluções polífica.s.
Mas a verdade é que, para atingir os scu.s objetivos, os órgãos políticos e administrativos,, nos regimes democráti cos, devem construir os seus processos
e os seus métodos de ação nos pareeercs e nos estudos das instituições cientí
ficas públicas e privadas.
É um dos meios de atingir o ideal do governo democrático, com a parti
cipação de lôda a coletividade nacional na obra comum. O síjnplcs exercício do direito de voto e a ação dos parlamen tares
não
satisfazem
a
esse
sistema
como é concebido na atualidade.
É preciso demolir o tabu de uma ciência oficial, o monopólio cientifico do
muito SC há de esperar da ^niversida ■ Sem peias e sem restrições, cçm nma
bem orientada influência científica.
autonomia didática e administrativa que
A polilica, pelos sons órgãos próprios, servirá para suprimir a cstíolagem da
nunca será uma atitude de msurrciça , senão de colaboraç<ão livre com o poder, a Universidade há de trazer a sua parte
rotina, os perigos dc uma burocratização e.xccssiva, os critérios padronizados c sem
de esfôrço e de sacrifício para a cultu
vida.
ra o civilização brasileira.
ii.iiipippjqi
- TV T'^i
Digesto Econômico
31
.cV especialidade
AS ILUSÕES DOS MONETARISTAS
íjuando meditávamos sérbrc as suges
(Proh cat. da Kaciiklad<.- Nacional (l<- l "j|(is(;Ha)
tões, periòdieamente feitas, pelos es pecialistas cm problemas monetários e
jpAJUx:K (juc às vôzes seria necessário preceder a discussão de certos pro
uóviica-. iti\«-.Nliga femunenos verificados
bancários, diante da crise do mundo
produtivo às exigências das políticas
(h iitro (líi sist«-iii.i, cm cIi\ersos setores,
conlomporàneo. l'or cjuo razão, na maio
exclusivamente monetaristas, sem aten
blemas de uma análise dos conceitos
ahstrainch» as iiit<Tii)nexõcs com o todo.
ria dos easos, o monetarista fica proso
que deverão ser empregados no debate.
I'!xcinpl<i. o csluclo leôrico do \alor, dos pnços <Mii iiicrc-ados compctiliNOS ou
dentro de c-ertas coordenadas de refe
der às interdependências e.xistentes en tre as diversas partes do sistema, cora
rência ao biisc-ar remédios para os males que nos alligem? Em primeiro lugar, por eausa do hóhito da especialidade.
za, que é a produção.
Uma análise que permita fixar-lhes o sentido exato. Em Economia Pí)lítica, essa propedêutica seria muito salutar,
evitando ilusões ou erros de perspectivas, oriundos ambos da posição em que se coloca o observador.
Porque 6 preciso não esquecer que nos estamos referindo a fenômenos que ocor rem dentro de um sistema econômico
determinado, c de que ndv participa mos dn movimento dâsse mesmo sisterrui.
h
Essa arguim-nlação nos veio à mente
Djacih MKNirzívs
laleralismo monetarista", tão perigoso
como qualquer outro unilateralismo. Mesmo aqueles que combinam interpretaç^õcs monetárias com outras interpictaçõcs mais amplas caem, por vêzes, no engano de subordinar o processo
Isto é, estamos ligados aos seus ei.vos de coordenadas — e não o descrevemos' como se estivéssemos situados cm Sirius.
Assim, as idéias que aceitamos e utiliza mos, nascidas dentro do processo educa-
ti%o e sob a pressão do meio cultural, exigem, por vezes, uma crítica reviso-
ra, em cotejo com idéias divergentes e mais distantes.
Todo o sistema econômico, que 6 um conjunto de processos c de instituições que caracterizam a atividade de um povo dirigida no fito de criação da riqueza social, está continuamente mudando, numa direção definida, subordinada a
leis que a ciência econômica procura conhecer c e.vplicar. É, portanto, um desenvolvimento progressivo, onde se
constatam regularidades e uniformidades. E como a solidariedade das diferentes partes reagem entre si, integrando-se
num conjunto històricamente observável, podemos falar em sistema. Há uma análise chamada micro-eco-
iiKUHjpíilísticos, a iiaturez;» do juro etc. É c(mio o estudo da célula e do tecido, cm Biologia.
.\f;is lcnif)S (juc passar a planos eco-
Pie se habituou a raciocinar sempre em termos de moeda — c chega a afirmar, como Hawtrey, cjuo, na orquestra eco
ininiicos mais altos, para poder obser\'nr
nômica, a batuta do maestro está nas
a configuração mais gorai do sistema.
mãos do banqueiro: esto comanda o
I-aitramos então no domínio da análise míirro-critnótnica. E assim como o estiid(í da cadiila não nos faculta a com
ritmo de todos os é)rgãos econômicos. Então, todos os demais problemas são
preensão das leis que regi-m o orga nismo total (jamais os fenômenos intri-
cí-lulares explicariam, por exemplo, coinportamentos instintivos), também aque
postos sempre cm função cia atividade
bancária. Investimentos, "savings", taxa de juros, eficácia marginal do capital, velocidade cie circulação da moeda, po
las leis miero-econômicas não dariam a
tencial monetário etc. — são os dados
visão dos mo\imontos do sistema como
pura solução do bem-estar
atividade conjunta da vida econômion
social.
de um povo. Porque, ao passar para o
flação de teorias moneta-
novo plano, surgem novas relações, e,
ristas enchendo hoje a Eco
Sobreveio uma in
base na atividade de criação da rique E interferem no mecanismo de ajus tamentos automáticos do sistema, au
mentando os fatores de perturbação, já numerosos. •»
O véu monetário
O grande economista inglês D.
H.
Robertson, autor de várias obras e pro fessor da Universidade de Cambridge, cliamou certa ocasião o dinheiro de véu^ monetário"... Encobria as relações
reais, que se travam entre os homens, e despistava os teorizadores. Êstes passavam a seguir os fenômenos por cima do véu _ e perdiam de vista a realidade oculta, represen
conse([üentemcnte, no\'as cxpre.ssões teó
nomia Política.
ricas para traduzi-las, isto é, novas
de encarar o desenvolvi
tada pelas forças económi
leis.
mento da vida econômica
cas cm ação.
pelo angulo da produção,
A. C. Pigou, também professor na mesma Univer
Conhecer as partes, porém, concorro
para o conhecimciito do todo. É mesmo imprescindível para o conhecimento do
cpic
fôra
o
O critério
critério
todo. O ponto está cm admitir que há certa defasageni, corto desajustamento,
sapareceu.
quando se passa de um plano a outro.
postos monetaristas.
É o que, há quinze anos, cm lc.se
dos
clássicos o nco-clássicos, de Quase tôdas as teorias e
doutrinas modernas partem de pressu À força de lidar com problemas eco
sidade, tomou a metáfora
como título de um pequeno livro — The Veil of Moneij — o escreveu análise muito sutil do que é a inflação, a dis tribuição dos excedentes, o emprêgo dos
apresentada à Faculdade de Direito do Ceará, procurava acentuar falando nu ma interpretação escalar das leis. Há
nômicos em termos monetários, o es pecialista acaba, inevitàvelmente, vendo aqueles fenômenos como condicionantes
netários e a procura de investimentos, examinando todos êsses problemas com a
uma mudança de escala, uma ruptura
— c não como superestrutura de relações
fina argúcia de expert britânico em as
do contimiismo, mas não da continui
mais fundamentais.
suntos clàssicamente britânicos.
dade.
Domina-o o "uni-
recursos produtivos, os rendimentos mo
ii.iiipippjqi
- TV T'^i
Digesto Econômico
31
.cV especialidade
AS ILUSÕES DOS MONETARISTAS
íjuando meditávamos sérbrc as suges
(Proh cat. da Kaciiklad<.- Nacional (l<- l "j|(is(;Ha)
tões, periòdieamente feitas, pelos es pecialistas cm problemas monetários e
jpAJUx:K (juc às vôzes seria necessário preceder a discussão de certos pro
uóviica-. iti\«-.Nliga femunenos verificados
bancários, diante da crise do mundo
produtivo às exigências das políticas
(h iitro (líi sist«-iii.i, cm cIi\ersos setores,
conlomporàneo. l'or cjuo razão, na maio
exclusivamente monetaristas, sem aten
blemas de uma análise dos conceitos
ahstrainch» as iiit<Tii)nexõcs com o todo.
ria dos easos, o monetarista fica proso
que deverão ser empregados no debate.
I'!xcinpl<i. o csluclo leôrico do \alor, dos pnços <Mii iiicrc-ados compctiliNOS ou
dentro de c-ertas coordenadas de refe
der às interdependências e.xistentes en tre as diversas partes do sistema, cora
rência ao biisc-ar remédios para os males que nos alligem? Em primeiro lugar, por eausa do hóhito da especialidade.
za, que é a produção.
Uma análise que permita fixar-lhes o sentido exato. Em Economia Pí)lítica, essa propedêutica seria muito salutar,
evitando ilusões ou erros de perspectivas, oriundos ambos da posição em que se coloca o observador.
Porque 6 preciso não esquecer que nos estamos referindo a fenômenos que ocor rem dentro de um sistema econômico
determinado, c de que ndv participa mos dn movimento dâsse mesmo sisterrui.
h
Essa arguim-nlação nos veio à mente
Djacih MKNirzívs
laleralismo monetarista", tão perigoso
como qualquer outro unilateralismo. Mesmo aqueles que combinam interpretaç^õcs monetárias com outras interpictaçõcs mais amplas caem, por vêzes, no engano de subordinar o processo
Isto é, estamos ligados aos seus ei.vos de coordenadas — e não o descrevemos' como se estivéssemos situados cm Sirius.
Assim, as idéias que aceitamos e utiliza mos, nascidas dentro do processo educa-
ti%o e sob a pressão do meio cultural, exigem, por vezes, uma crítica reviso-
ra, em cotejo com idéias divergentes e mais distantes.
Todo o sistema econômico, que 6 um conjunto de processos c de instituições que caracterizam a atividade de um povo dirigida no fito de criação da riqueza social, está continuamente mudando, numa direção definida, subordinada a
leis que a ciência econômica procura conhecer c e.vplicar. É, portanto, um desenvolvimento progressivo, onde se
constatam regularidades e uniformidades. E como a solidariedade das diferentes partes reagem entre si, integrando-se
num conjunto històricamente observável, podemos falar em sistema. Há uma análise chamada micro-eco-
iiKUHjpíilísticos, a iiaturez;» do juro etc. É c(mio o estudo da célula e do tecido, cm Biologia.
.\f;is lcnif)S (juc passar a planos eco-
Pie se habituou a raciocinar sempre em termos de moeda — c chega a afirmar, como Hawtrey, cjuo, na orquestra eco
ininiicos mais altos, para poder obser\'nr
nômica, a batuta do maestro está nas
a configuração mais gorai do sistema.
mãos do banqueiro: esto comanda o
I-aitramos então no domínio da análise míirro-critnótnica. E assim como o estiid(í da cadiila não nos faculta a com
ritmo de todos os é)rgãos econômicos. Então, todos os demais problemas são
preensão das leis que regi-m o orga nismo total (jamais os fenômenos intri-
cí-lulares explicariam, por exemplo, coinportamentos instintivos), também aque
postos sempre cm função cia atividade
bancária. Investimentos, "savings", taxa de juros, eficácia marginal do capital, velocidade cie circulação da moeda, po
las leis miero-econômicas não dariam a
tencial monetário etc. — são os dados
visão dos mo\imontos do sistema como
pura solução do bem-estar
atividade conjunta da vida econômion
social.
de um povo. Porque, ao passar para o
flação de teorias moneta-
novo plano, surgem novas relações, e,
ristas enchendo hoje a Eco
Sobreveio uma in
base na atividade de criação da rique E interferem no mecanismo de ajus tamentos automáticos do sistema, au
mentando os fatores de perturbação, já numerosos. •»
O véu monetário
O grande economista inglês D.
H.
Robertson, autor de várias obras e pro fessor da Universidade de Cambridge, cliamou certa ocasião o dinheiro de véu^ monetário"... Encobria as relações
reais, que se travam entre os homens, e despistava os teorizadores. Êstes passavam a seguir os fenômenos por cima do véu _ e perdiam de vista a realidade oculta, represen
conse([üentemcnte, no\'as cxpre.ssões teó
nomia Política.
ricas para traduzi-las, isto é, novas
de encarar o desenvolvi
tada pelas forças económi
leis.
mento da vida econômica
cas cm ação.
pelo angulo da produção,
A. C. Pigou, também professor na mesma Univer
Conhecer as partes, porém, concorro
para o conhecimciito do todo. É mesmo imprescindível para o conhecimento do
cpic
fôra
o
O critério
critério
todo. O ponto está cm admitir que há certa defasageni, corto desajustamento,
sapareceu.
quando se passa de um plano a outro.
postos monetaristas.
É o que, há quinze anos, cm lc.se
dos
clássicos o nco-clássicos, de Quase tôdas as teorias e
doutrinas modernas partem de pressu À força de lidar com problemas eco
sidade, tomou a metáfora
como título de um pequeno livro — The Veil of Moneij — o escreveu análise muito sutil do que é a inflação, a dis tribuição dos excedentes, o emprêgo dos
apresentada à Faculdade de Direito do Ceará, procurava acentuar falando nu ma interpretação escalar das leis. Há
nômicos em termos monetários, o es pecialista acaba, inevitàvelmente, vendo aqueles fenômenos como condicionantes
netários e a procura de investimentos, examinando todos êsses problemas com a
uma mudança de escala, uma ruptura
— c não como superestrutura de relações
fina argúcia de expert britânico em as
do contimiismo, mas não da continui
mais fundamentais.
suntos clàssicamente britânicos.
dade.
Domina-o o "uni-
recursos produtivos, os rendimentos mo
'
II. pi
m
32
Vamos, porém, ficar à entrada dos problemas abordados pelo grande eco nomista. Paramos no capítulo cm que
d<'s: a inflação corrói-lhc a estmlura
dos prc^-os V aui<{uíla mercados c desor ganiza as bases <!,{ or(l«-m pública.
pretende sacudir <» famoso véu, para \er se nos mostra as relavõcs interunianas
que são representadas pelt) instrumento de Irocíis.
OlGEülO ECX)NÓ&f|&>
Uma eli-mentar n-fle\ão é suficiente
para mostrar (|ue as \ariaçõe,s de opi nião (Ic peudi-m tio meio social mais do <jue <lfis iíidi\(duos. (jue as exprinicin.
"Nós devemos rasgar o envoltório, .Jj-
.Assim, ijiiatulo o tuiro mundial foi-se
lacerar o véu, ver através da coisa o que a coisa significa" — diz-nos éle.
eoneentrando eiu Franç-a. Estados Uni-
Depois, conta-nos que, depois do "krach" de 193C), "o véu passivo \írou um gênio maligno, o envoltório tornou-se
uma camisa de Nessus, uma coisa capaz de explodir".
Depois da primeira guerra, no\amen-
te a moeda voltou a ser considerada pe los políticos o estadistas "símbolos sem significação". Por que essas variações
de linguagem? — pergunta Pigou.
Mas o leitor conclui a leitura do livro
— ca pergunta continua sem resposta.
O grande economista, depois dc resol ver com profundidade os problemas lem brados, não deixa uma solução clara no
espírito de (piem o leu. Por que razão muda o modo de interpretar u mocda"'^
ílos e Inglaterra e escasscando tla.s na
ções
aiilárquieas,
quc
formariam
No plano monetário, assistimos à luta
cio ouro eontra a troca direta, do mer cado livre eoulra o mercado fechado, das trocas multilaterais contra as trocas bilaterais, cia moeda tradicional contra
as inoc-clas dirigidas. As duas guerras nmncliais liuham operado uma mudança mmto proluiicla na estrutura do merca
do mundúd - c não sc pode argumentar
nibilid.ule; os deiiMUiios só remexem onde
IcM-dcm-.se dc vista o próprio mecanis
a eièneia não elu-ga mas eram o refle xo de eaus:is mais proftmdus, existente.s
ua economia cie cada uin clèsses países e nas suas relações com o mercado in
ternacional.
Ds iJaíses do "eixo" não
podiam cobrir suas importações com a exportação de produtos manufaturados — c recorreram ao tjuc se denominou as
"exportações invisíveis", isto é, a ex portação, para o.s países atrasados, dos seus capitais acumulados. Depois dc 1918, a Alemanha é forçada a apelar jiara uma sc'-rie clc expedientes na eco
Bendixen, um autor alemão, dizia:
obrigadas a sc defenderem por meio dc acordos bilaterais, controles rígidos de câmbio c outras medidas coniplementa-
moeda servil.
re.s.
Desabam calamída-
cquicalciicias, isto é, dos valores apre ciados pelos interessados, em função das
çncs que não SC levam na conta dc\'ida.
"Dinheiro é o que o Estado deseja que seja dinheiro." Estatalismo completo,
trariá-las, ai dêlc!
.A luta (la.\ moedas
caprielio de algum tiemònio em clispc-
teriormente, pelo Reino Unido, da li berdade dc trocas, aquelas nações foram
inverso: o Estado nada pode fazer se não curvar-se, mandar investigar as leis monetárias, para obedecê-Ia.s. Se con
acentuam as características de nwcda,
Hiar eu, consideração as transformações
o Estado onipotente modela a seu bel prazer?
Mas não faltam outro.s, noutros regi
guerra. O programa não podia deixar de rcpugnar ao mundo democrático.
"eixo", os tcórict).s do bloco "deniocrátiet)" elaboraram teorias monetárias Inleirameule diversas dos teórict>s <lo hloeo "totalitário". Por sua vcz, è.sscs mo vimentos do ouro não obedeciam ao
Por que ela c algo de ativo e perigoso, afetando as relações humanas, na opi nião dos estudiosos - e, após a guerramundial, os mesmos estudiosos passam a encara-la como algo de passivo, que nomia externa. Com o abandono, pos
mes, que nos assegurem exatamente o
<i
Dicestcí Econômico
Em breve, realizavam uma econo
M)hre os Icnomenos monetários sem toventicadas.
que são propriedades sociais, oriundas nos atos de troca, na avaliação das
necessidades traduzidas nas relações de oferta e procura e das quantidades das utilidades em cotejo. Êsse processo é
algo que se desenvolve complexamente, e c dentro dèlc que a moeda sc define o cvolve. As fases superiores da evolu-
..ção da moeda só serão e.vplicadas gcnclicainentc, cm função das fases inferio
res. quo devem ser bem consideradas na formulação das interpretações do fe nômeno.
_Mas não .são apenas tais transfonnamo dc trocas que originou a moeda co mo expressão do relações sociais ativa mente formadas. Quando uma comu nidade econômica transitou do autoconsmno para as formas pcrmutativas, com a divisão social do trabalho, nela se
'iccnlua a marclia seguida no processo monetário: a fase da moeda-mercadoria,
no período transitivo. em que se apagam
as caiaclerísticas dc mercadoria e se
Couchisão
Fazendo essas reflexões, o objetivo é Vwar as medidas que se propõem, aa esfera da circulação, com as que se devem, concomitantemente, propor na
esfera da produção: só neste caso se
pode admitir então tratar-se de ttma político capaz de assegurar restdtados, no caso de aquelas duas ordens dc me
didas exprimirem as tendências da co munidade econômica.
A
mia clc compensações (Ersalz) c cami nhavam pelo mais desbragado armamentismo. Surgia um capitalismo autoritá rio, cheio de violência, inimigo das ins
tituições democráticas, querendo abrir vias dc acesso ás matérias-primas pela .>*1. _Ju
'
II. pi
m
32
Vamos, porém, ficar à entrada dos problemas abordados pelo grande eco nomista. Paramos no capítulo cm que
d<'s: a inflação corrói-lhc a estmlura
dos prc^-os V aui<{uíla mercados c desor ganiza as bases <!,{ or(l«-m pública.
pretende sacudir <» famoso véu, para \er se nos mostra as relavõcs interunianas
que são representadas pelt) instrumento de Irocíis.
OlGEülO ECX)NÓ&f|&>
Uma eli-mentar n-fle\ão é suficiente
para mostrar (|ue as \ariaçõe,s de opi nião (Ic peudi-m tio meio social mais do <jue <lfis iíidi\(duos. (jue as exprinicin.
"Nós devemos rasgar o envoltório, .Jj-
.Assim, ijiiatulo o tuiro mundial foi-se
lacerar o véu, ver através da coisa o que a coisa significa" — diz-nos éle.
eoneentrando eiu Franç-a. Estados Uni-
Depois, conta-nos que, depois do "krach" de 193C), "o véu passivo \írou um gênio maligno, o envoltório tornou-se
uma camisa de Nessus, uma coisa capaz de explodir".
Depois da primeira guerra, no\amen-
te a moeda voltou a ser considerada pe los políticos o estadistas "símbolos sem significação". Por que essas variações
de linguagem? — pergunta Pigou.
Mas o leitor conclui a leitura do livro
— ca pergunta continua sem resposta.
O grande economista, depois dc resol ver com profundidade os problemas lem brados, não deixa uma solução clara no
espírito de (piem o leu. Por que razão muda o modo de interpretar u mocda"'^
ílos e Inglaterra e escasscando tla.s na
ções
aiilárquieas,
quc
formariam
No plano monetário, assistimos à luta
cio ouro eontra a troca direta, do mer cado livre eoulra o mercado fechado, das trocas multilaterais contra as trocas bilaterais, cia moeda tradicional contra
as inoc-clas dirigidas. As duas guerras nmncliais liuham operado uma mudança mmto proluiicla na estrutura do merca
do mundúd - c não sc pode argumentar
nibilid.ule; os deiiMUiios só remexem onde
IcM-dcm-.se dc vista o próprio mecanis
a eièneia não elu-ga mas eram o refle xo de eaus:is mais proftmdus, existente.s
ua economia cie cada uin clèsses países e nas suas relações com o mercado in
ternacional.
Ds iJaíses do "eixo" não
podiam cobrir suas importações com a exportação de produtos manufaturados — c recorreram ao tjuc se denominou as
"exportações invisíveis", isto é, a ex portação, para o.s países atrasados, dos seus capitais acumulados. Depois dc 1918, a Alemanha é forçada a apelar jiara uma sc'-rie clc expedientes na eco
Bendixen, um autor alemão, dizia:
obrigadas a sc defenderem por meio dc acordos bilaterais, controles rígidos de câmbio c outras medidas coniplementa-
moeda servil.
re.s.
Desabam calamída-
cquicalciicias, isto é, dos valores apre ciados pelos interessados, em função das
çncs que não SC levam na conta dc\'ida.
"Dinheiro é o que o Estado deseja que seja dinheiro." Estatalismo completo,
trariá-las, ai dêlc!
.A luta (la.\ moedas
caprielio de algum tiemònio em clispc-
teriormente, pelo Reino Unido, da li berdade dc trocas, aquelas nações foram
inverso: o Estado nada pode fazer se não curvar-se, mandar investigar as leis monetárias, para obedecê-Ia.s. Se con
acentuam as características de nwcda,
Hiar eu, consideração as transformações
o Estado onipotente modela a seu bel prazer?
Mas não faltam outro.s, noutros regi
guerra. O programa não podia deixar de rcpugnar ao mundo democrático.
"eixo", os tcórict).s do bloco "deniocrátiet)" elaboraram teorias monetárias Inleirameule diversas dos teórict>s <lo hloeo "totalitário". Por sua vcz, è.sscs mo vimentos do ouro não obedeciam ao
Por que ela c algo de ativo e perigoso, afetando as relações humanas, na opi nião dos estudiosos - e, após a guerramundial, os mesmos estudiosos passam a encara-la como algo de passivo, que nomia externa. Com o abandono, pos
mes, que nos assegurem exatamente o
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Dicestcí Econômico
Em breve, realizavam uma econo
M)hre os Icnomenos monetários sem toventicadas.
que são propriedades sociais, oriundas nos atos de troca, na avaliação das
necessidades traduzidas nas relações de oferta e procura e das quantidades das utilidades em cotejo. Êsse processo é
algo que se desenvolve complexamente, e c dentro dèlc que a moeda sc define o cvolve. As fases superiores da evolu-
..ção da moeda só serão e.vplicadas gcnclicainentc, cm função das fases inferio
res. quo devem ser bem consideradas na formulação das interpretações do fe nômeno.
_Mas não .são apenas tais transfonnamo dc trocas que originou a moeda co mo expressão do relações sociais ativa mente formadas. Quando uma comu nidade econômica transitou do autoconsmno para as formas pcrmutativas, com a divisão social do trabalho, nela se
'iccnlua a marclia seguida no processo monetário: a fase da moeda-mercadoria,
no período transitivo. em que se apagam
as caiaclerísticas dc mercadoria e se
Couchisão
Fazendo essas reflexões, o objetivo é Vwar as medidas que se propõem, aa esfera da circulação, com as que se devem, concomitantemente, propor na
esfera da produção: só neste caso se
pode admitir então tratar-se de ttma político capaz de assegurar restdtados, no caso de aquelas duas ordens dc me
didas exprimirem as tendências da co munidade econômica.
A
mia clc compensações (Ersalz) c cami nhavam pelo mais desbragado armamentismo. Surgia um capitalismo autoritá rio, cheio de violência, inimigo das ins
tituições democráticas, querendo abrir vias dc acesso ás matérias-primas pela .>*1. _Ju
Digesto ECONÓ-NOCO
OLIVEIRA VIANA
E OS PARTIDOS
POLÍTICOS J. P. Gai-vÃo m-'. Sousa
•^ENiio snbre a mesa de tralíallin alguns livros
fundamentais
de
C)li\-cira
Viana, o grande sociólogo patrício re centemente falecido.
(billnaudti a nu i7ióri<j dr Oliveira
eiija viorti' j)remati4ra rejircscuta parti o
Brasil irreparável perda, o "Digesto Eco-
todo transe a representação popular em bases partidárias segundo o modèio da democracia anglo-saxònica. Muito cliferenle c a nossa formação política, outras são as nossas tradições, outra a íncloli* do nosso po\"0. Por que o.starmos sempre a olhar para regimes políticos alheios, ein vez dc tratarmos de nos eonlicecr melhor a nós mesmos?
E incontestável tpie se alguém quiser
descobrir as nascentes da organizitção
algumas, do tempo de estudante. Con
iiámiet)" pxdilica este ensaio do seu prcsfante colaborador, o ilustre professor José
fronto as ob.sen.'a(.ões do autor (an ou
Pedro (ialvâo dc Sousa. Probo na inccs'
oonstitueional do Brasil, pode fazê-lo tomando por guias a Politiquc Conslitutionelle de Benjainin Constant, os escri tos do Faderalisl e a Constituição dc
Follieio-os. Recordo velhas leituras —
tras épocas e a evolução dos fatos po líticos. Cotejo as suas primeiras con
clusões e os ensaios f[ue foi depois pu blicando. Tendo diante de mim os dois
últimos volumes que fez editar em vida, ImtitmçõcH Pol{lica.'> Brasileiras, rclcitj
ligação, transparente no estilo, liicido M
pensainento. Oliveira Viana le^a à sua Pátria, sobretudo nos domínios da So-
rioloaia e da Política, uma obra do mais subido valor doutrinário c objetivo.
também os seus primeiros escritos. E noto uma continuidade perfeita nessas interpretações dos nossos jatas sociais com vistas a uma política obje
píjiitos de vista enca.stclados numa abs-
tiva, a politica (jue nos tem faltado.
Ir.ição doutrinária.
Em artigos anteriore.s, publicados nes
ta revista, referia-me ao sentido político
do corporativismo c apontava na repre sentação corporativa um meio dc rea
lizar a autêntica democracia, que cm vão se tem procurado com o sistema
de representação de tipo partidário. Relendo agora Oliveira Viana, perce bendo melhor o alcance de certos tre chos que uma primeira leitura de ado
lescente não me permitira aprofundar, venho trazer algumas páginas do sau/ doso jurista-historiador para confirmar as teses aqvii enunciadas.
Não o faço pela vaidade estulta de citar ou de me apoiar em uma autori dade. O maior valor da obra de críti
lucidez da aiiidise, pela ausência de
Não nego a existcaicia dc falhas na .sua obra.
Até mesmo falhas de inter
Moderador, cba\'e da organização polí tica da monarquia constitucional brasi leira, d<; inspiração britânica, tal como a
píiiiticamente em pleno sonho. Os mé todos objetivos c práticos de administra
ção e legislação desses estadistas coloniai.s foram inteiramente abandonados
pelos que têm dirigido o País depois da sua independência.
O grande movi
mento democrático da Re\olução Fran-
co.sa; as agitações parlamentares inglêsas; o espírito liberal das instituições
que regem a República americana, tudo isto exerceu e exerce sobre os nossos
dirigentes, políticos, estadistas, legisla dores, publicista.s, uma fascinação mag
nética, que lhes daltoniza completamen te a x-isão nacional do.s nossos problemas. . Sob esse fascínio inelutáx'el, perdem a
ensinarão os princípios cm que, i x<'mplo dos Estados Unidos, se a.sscntou o federalismo republicano no Brasil. E
peregrino, um Brasil de manifesto adua
lhe
p::ra uso dêlcs um Brasil artificial e
neiro. made in Europe - sorte de cosmorama extravagante, sóbrc cujo fundo
finalmente a social-dcmocracia gomiâ-
de florestas e campos, ainda por dcsco-
nicra dc após-Versailles o colocará dian
cobrir e civilizar, passam e repassarn
te da<|uela mesma atitude dc compro missos celéticos dos constituintes bra.silei-
No (jiie diz re.spcito, porém, as obser
desaparct^u, com efeito, das nossas clas ses dirigentes: há um século vbcmos
noção objetiva do Brasil real e cnam
t.'m tão fecunda atividade intelectual.
vações feitas cjii lòriio da vida política
mento das nossas realidades, tão sólido
e seguro nos velhos capitães-generaís,
ioonarquia de julho em França. Hamil ton c- os outros redatores do Fcderalist
pretação histórica, deslizes de subjeticisino que projetam algumas sombras
•os dc 1934, reproduzida cm 1946. Se assim téin procedido os nossos le
cenas e figuras tipicamente europeus. Êsse daltonismo tem sido também o
drama político da América espanhola. O próprio Oliveira Viana lembrou-o
brasileira, parlieularmento à crítica da mjssa democracia de partidos, temos
gisladores, os homens cncan^egados de
certa vez num discurso em homenagem
um dos pontos altos de sua obra, onde
estruturar juridicamente a Nação, não
ao argentino Ingenieros, lamentando que as nossas idéias políticas, sociais
mais SC faz sentir a ausência dc pontos
c de SC admirar que também os homens do Covèrno e da administração se te
d(í vista pessoais e a capacidade de obser
nham deixado levar por esse enlevo
var realmente as coisas como elas são.
com as experiências estrangeiras.
Eis porque, em 1918, ao prefaciar Po 'Ai
Ai
Ai
quem os emitiu, os seus juízos se im
Ninguém melhor do que Oliveira Viana percebeu o artíficialismo dos par tidos políticos no Brasil. Desde o Império, vivemos a nos ilu
põem pelo fundamento na história, pela
dir a nós mcsmo.s, querendo realizar n
ca política dc Oliveira Viana está na sua objetividade. Independentemente de
^Veiinar. O doutrinarismo de Benjamin Constant lhe fará compreender o Poder
35
pulações meridionais do Brasil, livro com
ou artísticas não resccndam o doce per fume da terra natál.
Citando Mendieta y Nunez, que faz idêntica observação com respeito ao
México, o autor de Populações meridio
que se pôs na
nais
retomou
vanguarda
tese
na
nossos
dos
obra
escritores
a
última
publicada
políticos. Olivei
antes
ra
morte, classifi cando aí os ho-
via:
Viana
oscrc-
"O senti
llíOL.
de
sua
Digesto ECONÓ-NOCO
OLIVEIRA VIANA
E OS PARTIDOS
POLÍTICOS J. P. Gai-vÃo m-'. Sousa
•^ENiio snbre a mesa de tralíallin alguns livros
fundamentais
de
C)li\-cira
Viana, o grande sociólogo patrício re centemente falecido.
(billnaudti a nu i7ióri<j dr Oliveira
eiija viorti' j)remati4ra rejircscuta parti o
Brasil irreparável perda, o "Digesto Eco-
todo transe a representação popular em bases partidárias segundo o modèio da democracia anglo-saxònica. Muito cliferenle c a nossa formação política, outras são as nossas tradições, outra a íncloli* do nosso po\"0. Por que o.starmos sempre a olhar para regimes políticos alheios, ein vez dc tratarmos de nos eonlicecr melhor a nós mesmos?
E incontestável tpie se alguém quiser
descobrir as nascentes da organizitção
algumas, do tempo de estudante. Con
iiámiet)" pxdilica este ensaio do seu prcsfante colaborador, o ilustre professor José
fronto as ob.sen.'a(.ões do autor (an ou
Pedro (ialvâo dc Sousa. Probo na inccs'
oonstitueional do Brasil, pode fazê-lo tomando por guias a Politiquc Conslitutionelle de Benjainin Constant, os escri tos do Faderalisl e a Constituição dc
Follieio-os. Recordo velhas leituras —
tras épocas e a evolução dos fatos po líticos. Cotejo as suas primeiras con
clusões e os ensaios f[ue foi depois pu blicando. Tendo diante de mim os dois
últimos volumes que fez editar em vida, ImtitmçõcH Pol{lica.'> Brasileiras, rclcitj
ligação, transparente no estilo, liicido M
pensainento. Oliveira Viana le^a à sua Pátria, sobretudo nos domínios da So-
rioloaia e da Política, uma obra do mais subido valor doutrinário c objetivo.
também os seus primeiros escritos. E noto uma continuidade perfeita nessas interpretações dos nossos jatas sociais com vistas a uma política obje
píjiitos de vista enca.stclados numa abs-
tiva, a politica (jue nos tem faltado.
Ir.ição doutrinária.
Em artigos anteriore.s, publicados nes
ta revista, referia-me ao sentido político
do corporativismo c apontava na repre sentação corporativa um meio dc rea
lizar a autêntica democracia, que cm vão se tem procurado com o sistema
de representação de tipo partidário. Relendo agora Oliveira Viana, perce bendo melhor o alcance de certos tre chos que uma primeira leitura de ado
lescente não me permitira aprofundar, venho trazer algumas páginas do sau/ doso jurista-historiador para confirmar as teses aqvii enunciadas.
Não o faço pela vaidade estulta de citar ou de me apoiar em uma autori dade. O maior valor da obra de críti
lucidez da aiiidise, pela ausência de
Não nego a existcaicia dc falhas na .sua obra.
Até mesmo falhas de inter
Moderador, cba\'e da organização polí tica da monarquia constitucional brasi leira, d<; inspiração britânica, tal como a
píiiiticamente em pleno sonho. Os mé todos objetivos c práticos de administra
ção e legislação desses estadistas coloniai.s foram inteiramente abandonados
pelos que têm dirigido o País depois da sua independência.
O grande movi
mento democrático da Re\olução Fran-
co.sa; as agitações parlamentares inglêsas; o espírito liberal das instituições
que regem a República americana, tudo isto exerceu e exerce sobre os nossos
dirigentes, políticos, estadistas, legisla dores, publicista.s, uma fascinação mag
nética, que lhes daltoniza completamen te a x-isão nacional do.s nossos problemas. . Sob esse fascínio inelutáx'el, perdem a
ensinarão os princípios cm que, i x<'mplo dos Estados Unidos, se a.sscntou o federalismo republicano no Brasil. E
peregrino, um Brasil de manifesto adua
lhe
p::ra uso dêlcs um Brasil artificial e
neiro. made in Europe - sorte de cosmorama extravagante, sóbrc cujo fundo
finalmente a social-dcmocracia gomiâ-
de florestas e campos, ainda por dcsco-
nicra dc após-Versailles o colocará dian
cobrir e civilizar, passam e repassarn
te da<|uela mesma atitude dc compro missos celéticos dos constituintes bra.silei-
No (jiie diz re.spcito, porém, as obser
desaparct^u, com efeito, das nossas clas ses dirigentes: há um século vbcmos
noção objetiva do Brasil real e cnam
t.'m tão fecunda atividade intelectual.
vações feitas cjii lòriio da vida política
mento das nossas realidades, tão sólido
e seguro nos velhos capitães-generaís,
ioonarquia de julho em França. Hamil ton c- os outros redatores do Fcderalist
pretação histórica, deslizes de subjeticisino que projetam algumas sombras
•os dc 1934, reproduzida cm 1946. Se assim téin procedido os nossos le
cenas e figuras tipicamente europeus. Êsse daltonismo tem sido também o
drama político da América espanhola. O próprio Oliveira Viana lembrou-o
brasileira, parlieularmento à crítica da mjssa democracia de partidos, temos
gisladores, os homens cncan^egados de
certa vez num discurso em homenagem
um dos pontos altos de sua obra, onde
estruturar juridicamente a Nação, não
ao argentino Ingenieros, lamentando que as nossas idéias políticas, sociais
mais SC faz sentir a ausência dc pontos
c de SC admirar que também os homens do Covèrno e da administração se te
d(í vista pessoais e a capacidade de obser
nham deixado levar por esse enlevo
var realmente as coisas como elas são.
com as experiências estrangeiras.
Eis porque, em 1918, ao prefaciar Po 'Ai
Ai
Ai
quem os emitiu, os seus juízos se im
Ninguém melhor do que Oliveira Viana percebeu o artíficialismo dos par tidos políticos no Brasil. Desde o Império, vivemos a nos ilu
põem pelo fundamento na história, pela
dir a nós mcsmo.s, querendo realizar n
ca política dc Oliveira Viana está na sua objetividade. Independentemente de
^Veiinar. O doutrinarismo de Benjamin Constant lhe fará compreender o Poder
35
pulações meridionais do Brasil, livro com
ou artísticas não resccndam o doce per fume da terra natál.
Citando Mendieta y Nunez, que faz idêntica observação com respeito ao
México, o autor de Populações meridio
que se pôs na
nais
retomou
vanguarda
tese
na
nossos
dos
obra
escritores
a
última
publicada
políticos. Olivei
antes
ra
morte, classifi cando aí os ho-
via:
Viana
oscrc-
"O senti
llíOL.
de
sua
Dir.KSTf) ECONÓM
men.s da elite intelectual do Brasil, donde
Ao formalismo jurídico das constru
tramo-la no capítulo das Populações me ridionais consagrado ao estudo da organi
nos têin saído os juristas e polílic(js, de
ções de um Finiciita Hucno, conientando
/íomcu-v mnr^ituiis (1).
a Conslituiçã') «hi Império, ou do um
Por esta expressão, eoni It. Park t; E. Stoncíiuisí, entende aqueles cjue vi
Harbalho. subructcudo a Constituição re
publicana d<
vem entre duas "culturas", tal coiiío
analise
os nossos doutrínadores, propaj^andlstas c homens públicos, balançando entre a cultura do povo no rjual fí)ram educados
\'ian.i vinha ojau' uma visão soci{»lúgi(?a do Direito, proeur.mdo fuiuUimentar o método jurídico iio conliecimcnti) da cx-
mo da Constittiição, com este título bem
e a cultura européia ou norte-america
periem ía soci.il.
na, (pie lhes dá as idéias, as diretrizes do pensamento, os paradij^mas constitu cionais, os critéri(3s do julgamento polí
[•'oi [Tor isso inesiuo Oliveir.i \'"iuna levado a conehiir pela inexísténeia dc
sugcitivo: O equívoco dos partidos po
bS9l a uma perfeitíssima
Nigiea
«•
gramatical. Oliveira
(jiialíjiier razão pomleiiivel (jiie justifi
tico" (2). De começo a fim de sua obra, há
casse entre n(')s o regime de partidos.
em Oliveira Viana a preocupação cons
opinião pública e |iara a represcularcin.
tante de verberar esse vício de origem
.■\ssim é na Iiiglaferra, assim é nos Es
da nossa organização política e da men
tados
talidade dos nossos homens públicos.
Existem os partidos para orgauiz;ir a
Laiídos, países de uma longa
tradição de vida partidária, países onde
insistente, venho bradando, há mais de
os partidos lèm nina significação real, como órgãos de interesses coletivos pre
vinte anos, êste truismo: — "a nossa
cisamente clelenniiiados.
Êle mesmo o diz: "Como um refrão
sociedade existe; é preciso levá-la ein
Ora, no Brasil tcm-sc dado cm geral
conta ao elaborarmos as nossas Consti
um verdadeiro divórcio entre os movi-
tuições". Disse-o cm 1920, no prefácio
numtos de opinião pública e os partidos.
das PnpuUiçne-i vwridioiuiit do BmsÜ.
É impr<?s.siouaule a ausência dos partidos naqueles mo\ imcntos, e por outro l«do a nenhuma ressonância popular dos pro gramas partidários.
Disse-o em 1922, ao escrever O idealis
mo na evolução política do Império e da República.
Disse-o cm 1924, ao
escrever O idealismo da Constituição. Disse-o em 1930, ao escrever os Proble
mas de política objetiva.
Disse-o em
1933, ao escrever os Problemas de Di reito Corporativo. Disse-o em 1943, ao escrever os Problemas de Direito Sindícal. E estou dizendo-o neste momento, neste livro e nos Fundamentos sociais
do Estado — e já agora com a funda mentação sociológica, que a natureza dos estudos anteriores não permitiu faze-lo com latitude" (3). (1) OLIVEIRA VIANA, Instituições Po líticas Brasileiras, Liv. José Olímpio, RioSão Paulo. 1949, vol. II, pag. 16. (2) Loc. cit.
(3) OLIVEIRA VIANA. Instituições Po líticas Brasileiras, p. 99-100.
Caso tí]iico foi o do movimento abo licionista.
Tornou-se famosa a oração de Nabiico
na Câmara dizendo (pie era tão impôs-sivel dislinguiv a voz dos partidos à
beira da catadupa dos destinos nacio
nais quanto ouvir o zumbido dos inse tos atordoados que esvojkçavam sobre as
(picdas do Niagara. Nunca andaram identificados os pro gramas dos partidos c as causas nacio nais. E o mesmo Nabueo, citado por Oliveira \'iana, definia os partidos po líticos no Brasil como "cooperativas de
empregos ou seguros contra a miséria . A explicação histórica desse fato, encon-
37
Dicesto Econômico
zação da ordem legal. E a verdadeira significação dos partidos políticos no
Brasil como organização de interesse pri vado c não de interesse público, temo-la muito bem analisada no capitulo IV da segunda edição aumentada de O idealis
líticos.
Em nossos dias, não há muito que
menos vastos, que disputam pela con
quista do poder, para o fim exclusivo de explorar, em proveito dos seus membros, burocruticamente, o Pais. O lentejoul^ dos seus belos programas, as especíosidades brilhantes das suas justificações e
apologias, as suas famosas "batalhas em prol da pureza do regime" são meras teatralidades de mise-en-scène — e não valem dois minutos de atenção de um espírito sério" (4).
Não se pense, porém, que Oliveira
modificar nestas linhas escritas por Oli
Viana ficou adstrito à crítica do nosso
veira Viana em 1923:
sLstema de govêmo, sem apresentar uma
"Na base dos nossos partidos, o que se encontra, depois de um análise po
sitiva c concreta, não é a corporação de interesse público, à americana ou à inglesa; mas, apenas, a comunidade de interesse privado, o clã pessoal, o corrilho dc campanário, a confraria elei toral, reunida em tôrno de um chefe, mas de todo em todo indiferente ás
idéias ou aos programas, sociais ou po líticos, que elo possa ter. O chefe acontece, às vezes, defender algumas idéias, um certo programa; mas, os que o acompanham, numa proporção de mil por um, assim o fazem por motivos puramente pessoais; sejam os proventos
dos cargos públicos, sejam as vanta gens diretas ou indiretas, materiais ou morais, das situações de influência jimto ao Poder.
"Esta é, afinal, a verdadeira realida
indicação positiva de sugestões prátícas c;ipazes de corrigi-lo. No que concerne à democracia repre-* .xcnlativa, duas têm sido as concepções
dominantes, correspondendo aliás a duas
posturas bem distintas e antagônicas dos estudiosos do Direito Político.
Uma é a concepção individualista, da
(|iuil decorre o sufrágio universal e o
regime de partidos. Considera a so ciedade política uma simples soma de indivíduos, cujo conjunto, formando o povo soberano, delega, através do su frágio individual e direto, poderes de representação aos membros dos corpos legislativos.
É a concepção revolucionária, que da França se espalhou pelo resto do mun do, tendo, porém, suas origens no par-
lamentiuismo inglês, que tanto seduzia a Montesquíeu, que inspirou em grande
de dos partidos políticos em nossa ter ra. Qualquer espírito, liberto da su
parte — Rousseau e cujo modêlo foi ado ado-
gestão das frases feitas e com o hábito e a capacidade de raciocinar sôbre rea
Filipe.
lidades, todas as vezes que meditar sôbre a natureza e a vida dos nossos
partidos, há de chegar a esta conclusão; de que eles não passam de simples clãs, mais ou menos organizados e mais ou
tado pela monarquia de julho, sob Luiz Outra é a concepção tradicional da OLIVEIRA VIANA, Pequenos estu
dos de psicologia social, 1923, reproduzido em O idealismo da Constituição, 2 a
edíçâp aumentada. Companhia Editora
Nacipnal, 1939, p. 184-185.
Dir.KSTf) ECONÓM
men.s da elite intelectual do Brasil, donde
Ao formalismo jurídico das constru
tramo-la no capítulo das Populações me ridionais consagrado ao estudo da organi
nos têin saído os juristas e polílic(js, de
ções de um Finiciita Hucno, conientando
/íomcu-v mnr^ituiis (1).
a Conslituiçã') «hi Império, ou do um
Por esta expressão, eoni It. Park t; E. Stoncíiuisí, entende aqueles cjue vi
Harbalho. subructcudo a Constituição re
publicana d<
vem entre duas "culturas", tal coiiío
analise
os nossos doutrínadores, propaj^andlstas c homens públicos, balançando entre a cultura do povo no rjual fí)ram educados
\'ian.i vinha ojau' uma visão soci{»lúgi(?a do Direito, proeur.mdo fuiuUimentar o método jurídico iio conliecimcnti) da cx-
mo da Constittiição, com este título bem
e a cultura européia ou norte-america
periem ía soci.il.
na, (pie lhes dá as idéias, as diretrizes do pensamento, os paradij^mas constitu cionais, os critéri(3s do julgamento polí
[•'oi [Tor isso inesiuo Oliveir.i \'"iuna levado a conehiir pela inexísténeia dc
sugcitivo: O equívoco dos partidos po
bS9l a uma perfeitíssima
Nigiea
«•
gramatical. Oliveira
(jiialíjiier razão pomleiiivel (jiie justifi
tico" (2). De começo a fim de sua obra, há
casse entre n(')s o regime de partidos.
em Oliveira Viana a preocupação cons
opinião pública e |iara a represcularcin.
tante de verberar esse vício de origem
.■\ssim é na Iiiglaferra, assim é nos Es
da nossa organização política e da men
tados
talidade dos nossos homens públicos.
Existem os partidos para orgauiz;ir a
Laiídos, países de uma longa
tradição de vida partidária, países onde
insistente, venho bradando, há mais de
os partidos lèm nina significação real, como órgãos de interesses coletivos pre
vinte anos, êste truismo: — "a nossa
cisamente clelenniiiados.
Êle mesmo o diz: "Como um refrão
sociedade existe; é preciso levá-la ein
Ora, no Brasil tcm-sc dado cm geral
conta ao elaborarmos as nossas Consti
um verdadeiro divórcio entre os movi-
tuições". Disse-o cm 1920, no prefácio
numtos de opinião pública e os partidos.
das PnpuUiçne-i vwridioiuiit do BmsÜ.
É impr<?s.siouaule a ausência dos partidos naqueles mo\ imcntos, e por outro l«do a nenhuma ressonância popular dos pro gramas partidários.
Disse-o em 1922, ao escrever O idealis
mo na evolução política do Império e da República.
Disse-o cm 1924, ao
escrever O idealismo da Constituição. Disse-o em 1930, ao escrever os Proble
mas de política objetiva.
Disse-o em
1933, ao escrever os Problemas de Di reito Corporativo. Disse-o em 1943, ao escrever os Problemas de Direito Sindícal. E estou dizendo-o neste momento, neste livro e nos Fundamentos sociais
do Estado — e já agora com a funda mentação sociológica, que a natureza dos estudos anteriores não permitiu faze-lo com latitude" (3). (1) OLIVEIRA VIANA, Instituições Po líticas Brasileiras, Liv. José Olímpio, RioSão Paulo. 1949, vol. II, pag. 16. (2) Loc. cit.
(3) OLIVEIRA VIANA. Instituições Po líticas Brasileiras, p. 99-100.
Caso tí]iico foi o do movimento abo licionista.
Tornou-se famosa a oração de Nabiico
na Câmara dizendo (pie era tão impôs-sivel dislinguiv a voz dos partidos à
beira da catadupa dos destinos nacio
nais quanto ouvir o zumbido dos inse tos atordoados que esvojkçavam sobre as
(picdas do Niagara. Nunca andaram identificados os pro gramas dos partidos c as causas nacio nais. E o mesmo Nabueo, citado por Oliveira \'iana, definia os partidos po líticos no Brasil como "cooperativas de
empregos ou seguros contra a miséria . A explicação histórica desse fato, encon-
37
Dicesto Econômico
zação da ordem legal. E a verdadeira significação dos partidos políticos no
Brasil como organização de interesse pri vado c não de interesse público, temo-la muito bem analisada no capitulo IV da segunda edição aumentada de O idealis
líticos.
Em nossos dias, não há muito que
menos vastos, que disputam pela con
quista do poder, para o fim exclusivo de explorar, em proveito dos seus membros, burocruticamente, o Pais. O lentejoul^ dos seus belos programas, as especíosidades brilhantes das suas justificações e
apologias, as suas famosas "batalhas em prol da pureza do regime" são meras teatralidades de mise-en-scène — e não valem dois minutos de atenção de um espírito sério" (4).
Não se pense, porém, que Oliveira
modificar nestas linhas escritas por Oli
Viana ficou adstrito à crítica do nosso
veira Viana em 1923:
sLstema de govêmo, sem apresentar uma
"Na base dos nossos partidos, o que se encontra, depois de um análise po
sitiva c concreta, não é a corporação de interesse público, à americana ou à inglesa; mas, apenas, a comunidade de interesse privado, o clã pessoal, o corrilho dc campanário, a confraria elei toral, reunida em tôrno de um chefe, mas de todo em todo indiferente ás
idéias ou aos programas, sociais ou po líticos, que elo possa ter. O chefe acontece, às vezes, defender algumas idéias, um certo programa; mas, os que o acompanham, numa proporção de mil por um, assim o fazem por motivos puramente pessoais; sejam os proventos
dos cargos públicos, sejam as vanta gens diretas ou indiretas, materiais ou morais, das situações de influência jimto ao Poder.
"Esta é, afinal, a verdadeira realida
indicação positiva de sugestões prátícas c;ipazes de corrigi-lo. No que concerne à democracia repre-* .xcnlativa, duas têm sido as concepções
dominantes, correspondendo aliás a duas
posturas bem distintas e antagônicas dos estudiosos do Direito Político.
Uma é a concepção individualista, da
(|iuil decorre o sufrágio universal e o
regime de partidos. Considera a so ciedade política uma simples soma de indivíduos, cujo conjunto, formando o povo soberano, delega, através do su frágio individual e direto, poderes de representação aos membros dos corpos legislativos.
É a concepção revolucionária, que da França se espalhou pelo resto do mun do, tendo, porém, suas origens no par-
lamentiuismo inglês, que tanto seduzia a Montesquíeu, que inspirou em grande
de dos partidos políticos em nossa ter ra. Qualquer espírito, liberto da su
parte — Rousseau e cujo modêlo foi ado ado-
gestão das frases feitas e com o hábito e a capacidade de raciocinar sôbre rea
Filipe.
lidades, todas as vezes que meditar sôbre a natureza e a vida dos nossos
partidos, há de chegar a esta conclusão; de que eles não passam de simples clãs, mais ou menos organizados e mais ou
tado pela monarquia de julho, sob Luiz Outra é a concepção tradicional da OLIVEIRA VIANA, Pequenos estu
dos de psicologia social, 1923, reproduzido em O idealismo da Constituição, 2 a
edíçâp aumentada. Companhia Editora
Nacipnal, 1939, p. 184-185.
^II .j m Dicesto
38
representação corporativa.
Fundainen-
Econó.xuco
à tradição, os efeitos da de\astação in-
ta-sc numa idéia objetiva da socieda
rlt\'í<liialista.
de política, decorre da própria História, que, como dizia Joscplí do Maistre, é a "política experimental". Recusa-se a admitir o esquema indi\'idualista — que
Os po\f)S laliims, pc-l<j contrário, le\"ar<ini-se pelas abstraçõe.s do "Contraio
é também o socialista — de uma socie
dade constituída pela poeira de indi víduos isolados perante o Estado.
Isto
não corresponde à realidade das coisas. O que a História nos ensina, o que a obiervação dos fatos mostra em todos
os povos e nas mais diferentes épocas,
é o seguinte: o Estado se constitui pela reunião do famílias e outros grupos so ciais, grupos éstes resultantes dos inte
resses comuns de determinadas parcelas
i
Social" de Hoiisseaii e do jacobinisnío revolucionário. Eliminarajn todos os vés-
Pereebeii-o Oliveira Viana, c optou ícm lic-sitaçãcj pela representação cxjrporativa.
Começou por estabelecer o princípio — "ile ({uc vd (levem ter jmrlicipação na Constituição a no fnncionítmcnto dos poderes públicos arpicUts instituições ou í>,rnpos sociais (pie representem intcrês-
do povo no governo deve fazer-se através
dos grupos que, em sou conjunto orgâ nico, formam o todo social e nos quais
scs coletivos ou gerais".
E daí con
cluiu cpie aos nossos partidos políticos nãcj pode ser confiada tal função re presentativa. Pois, como anteriormen
te o demonstrara, os partidos brasileiros não são associações com fin.s de ordem
os indivíduos encontram o amparo dos
pública; são "meras organizações priva
seus interesses reais, a proteção de suas
das, simples cocjpcralívas ou mutualida-
liberdades concretas contra os arbítrios da política centralizadora. Digo ser esta a concepção tradicio
des de fins particulares", que "só por por un) cipiívoco" foram transformados
nal por ter inspirado os primeiros par
em órgãcís c.xclusivos da formação dos
lamentos, não só na Inglaterra, mas no continente europeu, com as variantes ir
um é-rro do nosso sistema político — sd
podcrcs (5). Nada mais absurdo — dizia Oliveira
redutíveis dos povos que se organizavam
Viana — do c^ue dar representação no
segundo tim Direito histórico c não se
governo a grupos improdutivos c dei
gundo um Direito ab trato. Continuou mesmo a ser aplicada, em parte, na democracia britânica, não obstante o in
xar dc: lado "os grupos que significam ínlcrésscs reais, que fazem com a sua atividade a grandeza e a riqueza do
dividualismo que a partir do século
País" (6).
XVIII a desviou da linha da tradição. É que, mais práticos, os anglo-saxões souberam conservar na vida política as
rozópoli.s c Araxá, dava-se entre nós um fato promissor, a manifestar as aspira-
Muito antes das conferências de Te-
forças associativas de outrora — vida
municipal, classes organizadas, trade unions — corrigindo assim, com o apego
levaram a aplaudir a dissolução dos par tidos em 1937, acolhendo também com
liior, o tropeço dos partidos. Foi o movimento do comércio e da
representativos, realizando em 1926 duas conferências, uma com o Presidente da
existe.
histórica deduzem os adeptos da repre sentação corporativa que u particip.ição
Não foram outros os motivos que q
públicos, sem o intermediário, ou me-
cio do Estado sobre os pilares da mul
tidão dc; indivíduos sustentando a cúpula
(5j OLIVEIRA VIANA, O idealismo oa Constituição, 2.a cd., p. 191.
(0) O idealismo da Constituição, p. 193.
representação política, a partir dos con selhos municipais (8).
representação efetiva junto aos poderes
indvislria de São Paulo, pelos seus órgãos
de indivíduos; o indivíduo solitário não Dessa verdade elementar de ordem
ções ainda mal definidas, das classes pro dutoras, por um regime em que tivessem
lígiíís corporativos c ergueram o edifí
de ferro cio poder central.
39
Dicesto EcoNÓ^aco
República c outra com o Presidente do Estudo, para assentar medidas tendentes a fazer face à grave crise do numerário <iue se abatera sôbrc a praça. A Oliveira Viana não escapou o al
cance desse acontecimento. E, aplaudin do-o com entusiasmo, e.screvcu: "Êste movimento das classes industriais e co
simpatia a Constituição de 10 de no vembro.
Julgou que poderíamos ter então uma "democracia corporativa". Verificou na carta de 37 um grande progresso sobre as constituições anteriores no tocante ao
uju.stamento do te.xto legal ás realida
des nacionais. Não foi capaz de prever
a desagregação total dos sete anos de ditadura. Não atendeu bem ao dinamis mo fascistízantc do golpe de Estado
merciais não parece ter sido considera
daquele ano. Menos ainda percebeu a profunda diferença entre o Estado coiporativo de inspiração fascista e a
do na sua verdadeira significação; mas,
sociedade corporativa segundo a con
para mim, ele abriu uma fase nova na
cepção tradicional, duas coisas irredutivelmente opostas, como já tive ocasião
vida da nossa rudimentar democracia,
assinalovi o começo de uma profunda transformação dos nossos costumes po
líticos. Eu vejo nele o prinieiro passo para a Constituição, com caráter perma
nente, iunlo ao Poder, dos órgãos con sultivos das nossas classes econômicas. Tudo está em reiterar êste e.xpediente, torná-lo uma praxe, fixá-lo em costume,
organizá-lo em tradição (7). Bem sabemos que de lá para
coisas vêm caminhando nesse sentido, embora muitos dos que contribuem para
de mostrar.
.
Errarc humanum est... Oliveira Viana também errou. Faltou-lhe um melhor conhecimento do tradicionalismo político. Vendou-lhe a mente uma nu vem sombria: o naturalismo sociológico. Mas essas sombras de sua obra não
nos devem impedir de reconhecer os me- , ritos indiscutíveis de um renovador dos
estudos políticos no Brasil, um pioneiro da restauração corporativa, crítico impla cável dos partidos políticos que nos têm
tal progresso ainda não tenham as vistas voltadas para os horizontes bem amplos
infelicitado.
que deveriam alcançar. Descortinou-os Oliveira Viana. Feita
obra de Oliveira Viana passará à pos
a crítica do regime de partidos, vemo-lo apresentando sugestões interessantes para a restauração corporativa em matéria de (7) o idealismo da Constituição, p. 239.
Por esses aspectos luminosos é que a teridade.
(8) "O problema da representação_ pro fissional", voto preferido na Comissão do ItamaratI e transcrito na segunda edição de O idealismo da Constituição (p. 259 a 209).
^II .j m Dicesto
38
representação corporativa.
Fundainen-
Econó.xuco
à tradição, os efeitos da de\astação in-
ta-sc numa idéia objetiva da socieda
rlt\'í<liialista.
de política, decorre da própria História, que, como dizia Joscplí do Maistre, é a "política experimental". Recusa-se a admitir o esquema indi\'idualista — que
Os po\f)S laliims, pc-l<j contrário, le\"ar<ini-se pelas abstraçõe.s do "Contraio
é também o socialista — de uma socie
dade constituída pela poeira de indi víduos isolados perante o Estado.
Isto
não corresponde à realidade das coisas. O que a História nos ensina, o que a obiervação dos fatos mostra em todos
os povos e nas mais diferentes épocas,
é o seguinte: o Estado se constitui pela reunião do famílias e outros grupos so ciais, grupos éstes resultantes dos inte
resses comuns de determinadas parcelas
i
Social" de Hoiisseaii e do jacobinisnío revolucionário. Eliminarajn todos os vés-
Pereebeii-o Oliveira Viana, c optou ícm lic-sitaçãcj pela representação cxjrporativa.
Começou por estabelecer o princípio — "ile ({uc vd (levem ter jmrlicipação na Constituição a no fnncionítmcnto dos poderes públicos arpicUts instituições ou í>,rnpos sociais (pie representem intcrês-
do povo no governo deve fazer-se através
dos grupos que, em sou conjunto orgâ nico, formam o todo social e nos quais
scs coletivos ou gerais".
E daí con
cluiu cpie aos nossos partidos políticos nãcj pode ser confiada tal função re presentativa. Pois, como anteriormen
te o demonstrara, os partidos brasileiros não são associações com fin.s de ordem
os indivíduos encontram o amparo dos
pública; são "meras organizações priva
seus interesses reais, a proteção de suas
das, simples cocjpcralívas ou mutualida-
liberdades concretas contra os arbítrios da política centralizadora. Digo ser esta a concepção tradicio
des de fins particulares", que "só por por un) cipiívoco" foram transformados
nal por ter inspirado os primeiros par
em órgãcís c.xclusivos da formação dos
lamentos, não só na Inglaterra, mas no continente europeu, com as variantes ir
um é-rro do nosso sistema político — sd
podcrcs (5). Nada mais absurdo — dizia Oliveira
redutíveis dos povos que se organizavam
Viana — do c^ue dar representação no
segundo tim Direito histórico c não se
governo a grupos improdutivos c dei
gundo um Direito ab trato. Continuou mesmo a ser aplicada, em parte, na democracia britânica, não obstante o in
xar dc: lado "os grupos que significam ínlcrésscs reais, que fazem com a sua atividade a grandeza e a riqueza do
dividualismo que a partir do século
País" (6).
XVIII a desviou da linha da tradição. É que, mais práticos, os anglo-saxões souberam conservar na vida política as
rozópoli.s c Araxá, dava-se entre nós um fato promissor, a manifestar as aspira-
Muito antes das conferências de Te-
forças associativas de outrora — vida
municipal, classes organizadas, trade unions — corrigindo assim, com o apego
levaram a aplaudir a dissolução dos par tidos em 1937, acolhendo também com
liior, o tropeço dos partidos. Foi o movimento do comércio e da
representativos, realizando em 1926 duas conferências, uma com o Presidente da
existe.
histórica deduzem os adeptos da repre sentação corporativa que u particip.ição
Não foram outros os motivos que q
públicos, sem o intermediário, ou me-
cio do Estado sobre os pilares da mul
tidão dc; indivíduos sustentando a cúpula
(5j OLIVEIRA VIANA, O idealismo oa Constituição, 2.a cd., p. 191.
(0) O idealismo da Constituição, p. 193.
representação política, a partir dos con selhos municipais (8).
representação efetiva junto aos poderes
indvislria de São Paulo, pelos seus órgãos
de indivíduos; o indivíduo solitário não Dessa verdade elementar de ordem
ções ainda mal definidas, das classes pro dutoras, por um regime em que tivessem
lígiíís corporativos c ergueram o edifí
de ferro cio poder central.
39
Dicesto EcoNÓ^aco
República c outra com o Presidente do Estudo, para assentar medidas tendentes a fazer face à grave crise do numerário <iue se abatera sôbrc a praça. A Oliveira Viana não escapou o al
cance desse acontecimento. E, aplaudin do-o com entusiasmo, e.screvcu: "Êste movimento das classes industriais e co
simpatia a Constituição de 10 de no vembro.
Julgou que poderíamos ter então uma "democracia corporativa". Verificou na carta de 37 um grande progresso sobre as constituições anteriores no tocante ao
uju.stamento do te.xto legal ás realida
des nacionais. Não foi capaz de prever
a desagregação total dos sete anos de ditadura. Não atendeu bem ao dinamis mo fascistízantc do golpe de Estado
merciais não parece ter sido considera
daquele ano. Menos ainda percebeu a profunda diferença entre o Estado coiporativo de inspiração fascista e a
do na sua verdadeira significação; mas,
sociedade corporativa segundo a con
para mim, ele abriu uma fase nova na
cepção tradicional, duas coisas irredutivelmente opostas, como já tive ocasião
vida da nossa rudimentar democracia,
assinalovi o começo de uma profunda transformação dos nossos costumes po
líticos. Eu vejo nele o prinieiro passo para a Constituição, com caráter perma
nente, iunlo ao Poder, dos órgãos con sultivos das nossas classes econômicas. Tudo está em reiterar êste e.xpediente, torná-lo uma praxe, fixá-lo em costume,
organizá-lo em tradição (7). Bem sabemos que de lá para
coisas vêm caminhando nesse sentido, embora muitos dos que contribuem para
de mostrar.
.
Errarc humanum est... Oliveira Viana também errou. Faltou-lhe um melhor conhecimento do tradicionalismo político. Vendou-lhe a mente uma nu vem sombria: o naturalismo sociológico. Mas essas sombras de sua obra não
nos devem impedir de reconhecer os me- , ritos indiscutíveis de um renovador dos
estudos políticos no Brasil, um pioneiro da restauração corporativa, crítico impla cável dos partidos políticos que nos têm
tal progresso ainda não tenham as vistas voltadas para os horizontes bem amplos
infelicitado.
que deveriam alcançar. Descortinou-os Oliveira Viana. Feita
obra de Oliveira Viana passará à pos
a crítica do regime de partidos, vemo-lo apresentando sugestões interessantes para a restauração corporativa em matéria de (7) o idealismo da Constituição, p. 239.
Por esses aspectos luminosos é que a teridade.
(8) "O problema da representação_ pro fissional", voto preferido na Comissão do ItamaratI e transcrito na segunda edição de O idealismo da Constituição (p. 259 a 209).
Dioesto EcoNÓ^^co
O PÔRTO DE SÃO SEBASTIÃO (Trabalho apresentado ao Instituto de Economia)
1.
medidas foram propostas para pôr tènno ao problema, que, entretanto, permane ce até hoje sem solução conveniente,
1913, 1924-25, 1945-47. A presente é
a segunda que ocorre neste após-guerra. Os pareceres dos técnicos sôbrc o as.sunto apontam uniformemente como cau
sas as deficiências das instalações portuá rias e as da São Paulo Railway, denomi nada hoje Santos-Jundiaí. As autorida
des procuraram rc.solver o problema por medidas urgentes, sem longo alcance, daí a repetição monótona dos atravancamentos. Na verdade, nenhum dos re
cursos utilizados resolveu, pela sua vir
dos melhores pontos mundiais para ser
viços portuários. Dessa forma, a se ter
Tôclas (ifi injormaçõca constantes âêstc
pôrto. Nc!Ssc sentido, dirigiu a Associa
artif^o foram colhidas na excelente obra
ção Comercial dc São Paulo ao Govêr
no do Estado nm memorial, cm 1926,
São Sebastião.
••'m rpic estudava csaustivainente o pro blema V concluía pedindo a feitura de
parece terem razão os propugnadores
"Plano Regional de Santos", do notável
ení^cnhciro Prestes Maia, orgidho da ciância urbanista brasileira.
(lucnos cngurgitamentos das docas, de apontar cinco grandes crises: 1892 1912
to que invocam a favor da tese e a excelência das qualidades geográficas da baía de São Sebastião, que a faz uni
'íprcscnta\'a era a abertura de um novo
pois as crises se sucedem. À parte os pe-
belados em tempo oportuno, podemos
naquela cidade litorânea. _ O argunien-»
pela importação cm desenvolvimento. No\a" \ ia férrea que demandasse o
de inverter grandes somas no pôrto de . Santos, cuja.s condições geográficas são deficientes, é preferível aplicá-las em
Muito SC tcni escrito e discutidu
sôbrc o que se convencionou chamar "crise do pôrto de Santos". Várias
licitações crescentes dc transporte feitas
pôrto olíslniído. também não podia o Go\érno construir, dadas as disposições contratuais. A única solução que se
Roberto Pinto dk Soutja
41
trc Santos e São Paulo. A segunda de
muito se atenuou, passando a plano se cundário, enquanto a primeira se agra vou.
Para causas idênticas, soluções idên
ticas; daí se proporem agora as mesmas medidas consubstanciadas no.s relatórios
dos técnicos, que anos atrás e.studaram a questão; a abertura de um segundo pôrto no litoral paulista — São Sebastião ~ e a ligação férrea e rodoviária do novo ponto de desembarque à capital e ao interior do Estado.
Colocado o problema sob êste ângulo,
'"n pòrlo cm São Sebastião.
da construção cio pôrto de São Sebastião.
Nacpicla época, nada havia a se con trapor aos argumentos apresentados pela ^-'otidade dc classe. A abertura do porto
Examinada, porém, a questão em seus
pormenores, ela se apresenta sob aspecto diverso, leviuido a (xinclusões opostas à
''01 São Sebastião era uma necessidade
tese dos defensores de São Sebastião.
imperiosa. De 1926 para cá a situação mudou
Em primeiro lugar, as decantadas qualidades físicas da baía de Sao Se-
Jicnsivclmente. Foi construída nova estra
liastião não são tão e.vcelentes como se
da de ferro e excelente rodovia, ao mcs-
diz. Tal convicção se formou devido a informações imprecisas e incensamento
nio tempo cm que a São Paulo Railway
foi encampada. O problema do trans porte deixou dc ser premente, se bom
dos apaixonados. A construção do pe queno cais atual se incumbiu de demons
não lenha tido solução definitiva. Esta,
trar a verdade.
P<Jrém, não é difícil — a construção do
Um dos argumentos mais ponderoso.s
nlcodnto e a ligação da Sorocabana à Santos-Jundiaí resolverão o problema no
invocados a favor de São Sebastião era
natural dos fatos é que se incumbiu de
nm pôrto em São Sebastião foi aven
eliminar os obstáculos e solucionar as
linha férrea, por aderência, da Capital
tada pela primeira vez, havia uma razão
o pequeno custo das obras em compa ração com as de Santos. "A construção dc um cais custará aí (São Sebastião),
a Santos, passando pelas cabeceiras de
onde o fundo do canal é firme, meta
ponderosa a fundamcntá-la — as defi
Santo Ângelo o recebendo aí a Central do Brasil, estancará o problema do trans
tude, a crise em questão.
A evolução
• dificuldades. Uma só medida foi posta em prática para resolver o problema a longo prazo — a construção da Mairinque-
2. Quando a idéia da construção de
ciências da São Paulo Railway.
As
condições técnicas da estrada de ferro
Santos. Infelizmente, o novo caminho - de ferro não foi aparelhado convenien
não permitiam o escoamento rápido das
temente, além de não servir às regiões
do os armazéns do cais e impossibilitan do a descarga dos navios recém-entra-
maiores importadoras. Sobre êsse as pecto a abertura da via Anchieta prestou serviços mais relevantes ao escoamento
mercadorias desembarcadas, abarrotan
dos.
Estribados na concessão, os diri
momento, enquanto a construção de nova
porte por longo tempo.
de do que custaria em Santos, onde o terreno é de natureza lodosa", escreveu Alfredo Lisboa em 1925. Êsse mesmo
A crise do pôrto dc Santos, que
engenheiro, orçando o preço das obras
so»\'erifica, provém das deficiências
das instalações porlutirias. O caís já se
num e noutro pôrto, conclui: "Ve-se que 2.000 metros de linha acostável em
fnrnou muito acanhado e os equipamen-
São Sebastião custariam 72.000 contos
antiquados. São precisas grandes modificações para o pôrto atender ao
acostável em Santos".
3.
menos do que 1.700 metros de linha
das jnercadorias desembarcadas na vi
gentes da via férrea não procuraram melhorar o sistema de transporte da an
zinha cidade litorânea. Hoje, como on tem, as causas das crises portuárias de
contratuais, o Govêrno era impotente
volume crescente da importação. As obras projetadas são de grande porte e dispendiosíssinias. Dai terem os par-
para forçar a emprêsa a modificar O aparelhamento, a fim de atender às so
bdários dc São Sebastião levantado no
Sebastião encontraram, no entanto, sen
vamente a questão da abertura do pôrto
síveis divergências, não só nas profun-
Santos continuam a ser as mesmas
de-,
ficiências das docas e do transporte en-
tiga inglêsa. Em face das disposições
A iguais con
clusões chegou a Comissão de Portos depois de estudos efetuados em 1929. 0.S construtores do atual pôrto dc São
Dioesto EcoNÓ^^co
O PÔRTO DE SÃO SEBASTIÃO (Trabalho apresentado ao Instituto de Economia)
1.
medidas foram propostas para pôr tènno ao problema, que, entretanto, permane ce até hoje sem solução conveniente,
1913, 1924-25, 1945-47. A presente é
a segunda que ocorre neste após-guerra. Os pareceres dos técnicos sôbrc o as.sunto apontam uniformemente como cau
sas as deficiências das instalações portuá rias e as da São Paulo Railway, denomi nada hoje Santos-Jundiaí. As autorida
des procuraram rc.solver o problema por medidas urgentes, sem longo alcance, daí a repetição monótona dos atravancamentos. Na verdade, nenhum dos re
cursos utilizados resolveu, pela sua vir
dos melhores pontos mundiais para ser
viços portuários. Dessa forma, a se ter
Tôclas (ifi injormaçõca constantes âêstc
pôrto. Nc!Ssc sentido, dirigiu a Associa
artif^o foram colhidas na excelente obra
ção Comercial dc São Paulo ao Govêr
no do Estado nm memorial, cm 1926,
São Sebastião.
••'m rpic estudava csaustivainente o pro blema V concluía pedindo a feitura de
parece terem razão os propugnadores
"Plano Regional de Santos", do notável
ení^cnhciro Prestes Maia, orgidho da ciância urbanista brasileira.
(lucnos cngurgitamentos das docas, de apontar cinco grandes crises: 1892 1912
to que invocam a favor da tese e a excelência das qualidades geográficas da baía de São Sebastião, que a faz uni
'íprcscnta\'a era a abertura de um novo
pois as crises se sucedem. À parte os pe-
belados em tempo oportuno, podemos
naquela cidade litorânea. _ O argunien-»
pela importação cm desenvolvimento. No\a" \ ia férrea que demandasse o
de inverter grandes somas no pôrto de . Santos, cuja.s condições geográficas são deficientes, é preferível aplicá-las em
Muito SC tcni escrito e discutidu
sôbrc o que se convencionou chamar "crise do pôrto de Santos". Várias
licitações crescentes dc transporte feitas
pôrto olíslniído. também não podia o Go\érno construir, dadas as disposições contratuais. A única solução que se
Roberto Pinto dk Soutja
41
trc Santos e São Paulo. A segunda de
muito se atenuou, passando a plano se cundário, enquanto a primeira se agra vou.
Para causas idênticas, soluções idên
ticas; daí se proporem agora as mesmas medidas consubstanciadas no.s relatórios
dos técnicos, que anos atrás e.studaram a questão; a abertura de um segundo pôrto no litoral paulista — São Sebastião ~ e a ligação férrea e rodoviária do novo ponto de desembarque à capital e ao interior do Estado.
Colocado o problema sob êste ângulo,
'"n pòrlo cm São Sebastião.
da construção cio pôrto de São Sebastião.
Nacpicla época, nada havia a se con trapor aos argumentos apresentados pela ^-'otidade dc classe. A abertura do porto
Examinada, porém, a questão em seus
pormenores, ela se apresenta sob aspecto diverso, leviuido a (xinclusões opostas à
''01 São Sebastião era uma necessidade
tese dos defensores de São Sebastião.
imperiosa. De 1926 para cá a situação mudou
Em primeiro lugar, as decantadas qualidades físicas da baía de Sao Se-
Jicnsivclmente. Foi construída nova estra
liastião não são tão e.vcelentes como se
da de ferro e excelente rodovia, ao mcs-
diz. Tal convicção se formou devido a informações imprecisas e incensamento
nio tempo cm que a São Paulo Railway
foi encampada. O problema do trans porte deixou dc ser premente, se bom
dos apaixonados. A construção do pe queno cais atual se incumbiu de demons
não lenha tido solução definitiva. Esta,
trar a verdade.
P<Jrém, não é difícil — a construção do
Um dos argumentos mais ponderoso.s
nlcodnto e a ligação da Sorocabana à Santos-Jundiaí resolverão o problema no
invocados a favor de São Sebastião era
natural dos fatos é que se incumbiu de
nm pôrto em São Sebastião foi aven
eliminar os obstáculos e solucionar as
linha férrea, por aderência, da Capital
tada pela primeira vez, havia uma razão
o pequeno custo das obras em compa ração com as de Santos. "A construção dc um cais custará aí (São Sebastião),
a Santos, passando pelas cabeceiras de
onde o fundo do canal é firme, meta
ponderosa a fundamcntá-la — as defi
Santo Ângelo o recebendo aí a Central do Brasil, estancará o problema do trans
tude, a crise em questão.
A evolução
• dificuldades. Uma só medida foi posta em prática para resolver o problema a longo prazo — a construção da Mairinque-
2. Quando a idéia da construção de
ciências da São Paulo Railway.
As
condições técnicas da estrada de ferro
Santos. Infelizmente, o novo caminho - de ferro não foi aparelhado convenien
não permitiam o escoamento rápido das
temente, além de não servir às regiões
do os armazéns do cais e impossibilitan do a descarga dos navios recém-entra-
maiores importadoras. Sobre êsse as pecto a abertura da via Anchieta prestou serviços mais relevantes ao escoamento
mercadorias desembarcadas, abarrotan
dos.
Estribados na concessão, os diri
momento, enquanto a construção de nova
porte por longo tempo.
de do que custaria em Santos, onde o terreno é de natureza lodosa", escreveu Alfredo Lisboa em 1925. Êsse mesmo
A crise do pôrto dc Santos, que
engenheiro, orçando o preço das obras
so»\'erifica, provém das deficiências
das instalações porlutirias. O caís já se
num e noutro pôrto, conclui: "Ve-se que 2.000 metros de linha acostável em
fnrnou muito acanhado e os equipamen-
São Sebastião custariam 72.000 contos
antiquados. São precisas grandes modificações para o pôrto atender ao
acostável em Santos".
3.
menos do que 1.700 metros de linha
das jnercadorias desembarcadas na vi
gentes da via férrea não procuraram melhorar o sistema de transporte da an
zinha cidade litorânea. Hoje, como on tem, as causas das crises portuárias de
contratuais, o Govêrno era impotente
volume crescente da importação. As obras projetadas são de grande porte e dispendiosíssinias. Dai terem os par-
para forçar a emprêsa a modificar O aparelhamento, a fim de atender às so
bdários dc São Sebastião levantado no
Sebastião encontraram, no entanto, sen
vamente a questão da abertura do pôrto
síveis divergências, não só nas profun-
Santos continuam a ser as mesmas
de-,
ficiências das docas e do transporte en-
tiga inglêsa. Em face das disposições
A iguais con
clusões chegou a Comissão de Portos depois de estudos efetuados em 1929. 0.S construtores do atual pôrto dc São
]Dff;i;sTO E^:o^•ó^rlco
43
Drr.ESTo Econômico
2.''^) aproximá-lo da parte profun da <!<> canal c dis[X)r as obras dc
dídadcs reais como na fiualidade do ter
cante à natureza do solo submarino,
reno relativamente às informações e son
não foi possível ob.ser\ar aquela-^ nor
dagens. A esse respeito a Diretoria da
mas de execução, havendo nocõssidiidc
Viação, em memorial apresentado em
de empregar Itibiilóes até 21 metros de
das embarcações;
1941, informa: "Desde o início \erifica-
altura, com ficha di: cravaçõ(.'s que do 3 metros, stificienles <'ní areia, pass;!-
areias da costa coni {)bras salientes,
ram-sc diversas diferenças muito acen
tuadas entre algum;is previsões dcj pro jeto e as condições reais de São Sc-has-
ram a 11 metros".
tião, daí" resultíuido aumento considerá vel dos voliinies e modificações radicais
tos, o orçamento sofreti modirica(.-õe5 substanciais. Xo edital da coneorréncia inicial consta\a a soma de 4.337 can
nos planos de scr\iço". De fato, o relatório da Comissão de
Portos afirmava "existir por lõda parte uma camada superior do areia com pe quena mescla de argila cinzenta muito compacta e plástica, com leve mistura
de areia em alguns pontos". "Infelizmente — diz o memorial essa condição fundamental não se veri
ficou, pois nem nas vultosas dragagens executadas, nem nas perfurações para cravação dos tubiilõcs, que atingiram 10.000 metros abai.xo do solo submari
no, foi .scfjuer encontrada uma só amos tra de areia, mas unicamente vasa, com
modo a facilitar o acesso e a saída
3."') nao perturbar o equilíbrio das
em 11.796 cf)iilos. \';i apuração das contas em 1941, atingia a soma de 17.723 contos.
O custo das obras c,
pí)rlanto, bem di\'cr.s() do orçamento oti
"Vc-sc <inc a obra feita infringiu as
sofrido a mínima interrupção por mo tivos dc ventos ou vagas no canal".
três condições acima estabelecidas." Não sabemos sc tais d<4i>ilos cabem á obra
executada o»i as próprias condições na
pre contrário aos elogios que comumente
deriam propagar no canal.
Sc faziam à segurança do aí)rigo proport'ionado pela baía.
Desde 1892 escrevia
êlc:
monta, escrex-eii recentemente o cngc-
entram
profundidades para 3,50 c 1,50 m. en
"No.s rumos SO e OSO fica o
francamente no aneoradouro c
\ã() (picbrar dc encontro à costa da
■ llia. Passada a Ponta do Araçá, o canal ^ai alargando, o que permite a diminuiçãí) da altura das ondas. Contudo, o aneoradouro não é seguro com ventos
alguma tabatinga nus últimas camadas, material inaproveítdvcl para o aterro e inconveniente para fundação dos enro-
mantc\e a profundidade de 3 m, salvo no.s pontos em que houve ligeiras corri
ílôssc.s rumos e os navios não se pode-
camentos... e lioine a necessidade de
das do enrocamento. . .
que porventura venham a se construir
inverter o plano de serviços, iniciando-o
••^ern melhor abrigo. . ."
quanto em frente ao caís principal sc
pela dragagem de elevada quantidade
"A.s lamas que produzem tal assorea mento pro\'icram, mediante tran.si^>ortc
de material. ..
das correntes marinhas, das oinbocaduriis
"Como conseqüência direta dessa es cavação, que rebaixou de 3 metros o
dos ribeirões que dc.spejam no canal
nível da fundação dos cnrocamentos, foi
o seu volume previsto de 15.000 metros cúbicos largamente ultrapassado, a pon to de atingir hoje, embora não con
desde a cidade até Caraguatatuba".
O atual porto não correspondeu tam bém à segurança contra os ventos e a.s vaga.s que se esperava. A ês.sc res
peito o engenlieiro Gavião Monteiro cri
cluídos, 97.183 metros cúbicos, crescen
tica o porto executado:
do simnltáncamcnte o volume de areia
porto obedecia a três diretrizes bem
necessário ao enchimento". Mais adian
acentuadas:
te, aponta o referido memorial: "Como última e mais grave das conseqüências
"O projeto do
I.^) sati.sfazer a condição essencial
imediatas da falta de concordância en
de um bom porto: dar abrigo com
tre as previsões e a realidade, no to
pleto contra as ondas e os ventos; .,-_V
ficiências cm relação às condições lo
cais, principalmente no que se referia
micoradouro completamente desabrigado. "As \'agas impelidas por esses ventos
porto: "Infelizmente hoine assoreamen
Uma das finnas concorrentes não con
cordou com o projeto, mostrando is de
turais da baia. Ilá sòbre êsse ponto divergência. 1'onscca Rodrigues foi sem
No fjue toca à profundidade do pòrlo <■ as dragagens ditas como do pequena
to da bacia interna, ficando reduzidas as
A Comis.são Julgadora de 1936 não eoncordou com a opinião de Fonseca
que \ie.ssc!ii modificar sonsKelmcnte a açao das correnti's costiuras.
mista de Alfredo Li.sboa.
nliciro-cliefc das obras de reparação do
Bahia."
Rodrigues. O D.N.P.N. c u S.V. O.Q. acolheram a tese da Comissão Julgadora e declararam que "durante todo êsse período os serviços não tinham
Em \irtude de semelhantes imprevis
tos. Surgidos os primeiros contratciniJOS. o Ministério, refazendo os cálculos, orç-ou
comércio; é, contudo, superior ao da
•"'ío manter acostados a pontes ou cais E mais adian
te: "Não apresenta, pois, o pôrto dc São
Sebastião, em seu estado natural, per feito abrigo necessário a um pôrto do
à sua resistência às vagas, que se po
Parece que u razão está com os ho mens mais objetivos, pois o porto atual exige um quebra-mar para oferecer ga rantias absolutas aos navios que se acos tam iio cais.
É verdade que tais iiiconveDientes não anulam as qualidades da baía. Mas, ú inegável qvio atenuam sensivelmente as vantagens atribuídas ao pôrto de São Sebastião, o que já nao o coloca cm
flagrante oposição ao pôrto dc Simtos. Em segundo lugar, as ligações do pôrto com o planalto se tornam muito ^ difíceis e dispendiosas, vasto a escarpa da Serra do Mar, nessa altura, ser das
mais penosas para se transpor. Os es
tudos feitos pelos técnicos apontam como solução mais plausível para ligação de
]Dff;i;sTO E^:o^•ó^rlco
43
Drr.ESTo Econômico
2.''^) aproximá-lo da parte profun da <!<> canal c dis[X)r as obras dc
dídadcs reais como na fiualidade do ter
cante à natureza do solo submarino,
reno relativamente às informações e son
não foi possível ob.ser\ar aquela-^ nor
dagens. A esse respeito a Diretoria da
mas de execução, havendo nocõssidiidc
Viação, em memorial apresentado em
de empregar Itibiilóes até 21 metros de
das embarcações;
1941, informa: "Desde o início \erifica-
altura, com ficha di: cravaçõ(.'s que do 3 metros, stificienles <'ní areia, pass;!-
areias da costa coni {)bras salientes,
ram-sc diversas diferenças muito acen
tuadas entre algum;is previsões dcj pro jeto e as condições reais de São Sc-has-
ram a 11 metros".
tião, daí" resultíuido aumento considerá vel dos voliinies e modificações radicais
tos, o orçamento sofreti modirica(.-õe5 substanciais. Xo edital da coneorréncia inicial consta\a a soma de 4.337 can
nos planos de scr\iço". De fato, o relatório da Comissão de
Portos afirmava "existir por lõda parte uma camada superior do areia com pe quena mescla de argila cinzenta muito compacta e plástica, com leve mistura
de areia em alguns pontos". "Infelizmente — diz o memorial essa condição fundamental não se veri
ficou, pois nem nas vultosas dragagens executadas, nem nas perfurações para cravação dos tubiilõcs, que atingiram 10.000 metros abai.xo do solo submari
no, foi .scfjuer encontrada uma só amos tra de areia, mas unicamente vasa, com
modo a facilitar o acesso e a saída
3."') nao perturbar o equilíbrio das
em 11.796 cf)iilos. \';i apuração das contas em 1941, atingia a soma de 17.723 contos.
O custo das obras c,
pí)rlanto, bem di\'cr.s() do orçamento oti
"Vc-sc <inc a obra feita infringiu as
sofrido a mínima interrupção por mo tivos dc ventos ou vagas no canal".
três condições acima estabelecidas." Não sabemos sc tais d<4i>ilos cabem á obra
executada o»i as próprias condições na
pre contrário aos elogios que comumente
deriam propagar no canal.
Sc faziam à segurança do aí)rigo proport'ionado pela baía.
Desde 1892 escrevia
êlc:
monta, escrex-eii recentemente o cngc-
entram
profundidades para 3,50 c 1,50 m. en
"No.s rumos SO e OSO fica o
francamente no aneoradouro c
\ã() (picbrar dc encontro à costa da
■ llia. Passada a Ponta do Araçá, o canal ^ai alargando, o que permite a diminuiçãí) da altura das ondas. Contudo, o aneoradouro não é seguro com ventos
alguma tabatinga nus últimas camadas, material inaproveítdvcl para o aterro e inconveniente para fundação dos enro-
mantc\e a profundidade de 3 m, salvo no.s pontos em que houve ligeiras corri
ílôssc.s rumos e os navios não se pode-
camentos... e lioine a necessidade de
das do enrocamento. . .
que porventura venham a se construir
inverter o plano de serviços, iniciando-o
••^ern melhor abrigo. . ."
quanto em frente ao caís principal sc
pela dragagem de elevada quantidade
"A.s lamas que produzem tal assorea mento pro\'icram, mediante tran.si^>ortc
de material. ..
das correntes marinhas, das oinbocaduriis
"Como conseqüência direta dessa es cavação, que rebaixou de 3 metros o
dos ribeirões que dc.spejam no canal
nível da fundação dos cnrocamentos, foi
o seu volume previsto de 15.000 metros cúbicos largamente ultrapassado, a pon to de atingir hoje, embora não con
desde a cidade até Caraguatatuba".
O atual porto não correspondeu tam bém à segurança contra os ventos e a.s vaga.s que se esperava. A ês.sc res
peito o engenlieiro Gavião Monteiro cri
cluídos, 97.183 metros cúbicos, crescen
tica o porto executado:
do simnltáncamcnte o volume de areia
porto obedecia a três diretrizes bem
necessário ao enchimento". Mais adian
acentuadas:
te, aponta o referido memorial: "Como última e mais grave das conseqüências
"O projeto do
I.^) sati.sfazer a condição essencial
imediatas da falta de concordância en
de um bom porto: dar abrigo com
tre as previsões e a realidade, no to
pleto contra as ondas e os ventos; .,-_V
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micoradouro completamente desabrigado. "As \'agas impelidas por esses ventos
porto: "Infelizmente hoine assoreamen
Uma das finnas concorrentes não con
cordou com o projeto, mostrando is de
turais da baia. Ilá sòbre êsse ponto divergência. 1'onscca Rodrigues foi sem
No fjue toca à profundidade do pòrlo <■ as dragagens ditas como do pequena
to da bacia interna, ficando reduzidas as
A Comis.são Julgadora de 1936 não eoncordou com a opinião de Fonseca
que \ie.ssc!ii modificar sonsKelmcnte a açao das correnti's costiuras.
mista de Alfredo Li.sboa.
nliciro-cliefc das obras de reparação do
Bahia."
Rodrigues. O D.N.P.N. c u S.V. O.Q. acolheram a tese da Comissão Julgadora e declararam que "durante todo êsse período os serviços não tinham
Em \irtude de semelhantes imprevis
tos. Surgidos os primeiros contratciniJOS. o Ministério, refazendo os cálculos, orç-ou
comércio; é, contudo, superior ao da
•"'ío manter acostados a pontes ou cais E mais adian
te: "Não apresenta, pois, o pôrto dc São
Sebastião, em seu estado natural, per feito abrigo necessário a um pôrto do
à sua resistência às vagas, que se po
Parece que u razão está com os ho mens mais objetivos, pois o porto atual exige um quebra-mar para oferecer ga rantias absolutas aos navios que se acos tam iio cais.
É verdade que tais iiiconveDientes não anulam as qualidades da baía. Mas, ú inegável qvio atenuam sensivelmente as vantagens atribuídas ao pôrto de São Sebastião, o que já nao o coloca cm
flagrante oposição ao pôrto dc Simtos. Em segundo lugar, as ligações do pôrto com o planalto se tornam muito ^ difíceis e dispendiosas, vasto a escarpa da Serra do Mar, nessa altura, ser das
mais penosas para se transpor. Os es
tudos feitos pelos técnicos apontam como solução mais plausível para ligação de
DiGESTO
44
São Sibiistiá» com o planalto a constru
ção de unia via férrea entre Santos e São Sebastião.
A distância que separa
essas duas cidades é de 120 (piilòmctros
apenas, e cpiase toda em terren{) firme, o que torna liienos dispendiosa a cons trução e a manutenção.
dc serviço de carga bem menor. O de senvolvimento do pôrto de São Sebastião
encTgia elétrica.
A obsiTxação mostra
[)ode fa/er face nos gastos dos portos
(jiut as ati\'iclad<-s produtoras do Vale cl(-pendcm dos mercados consumidores constituídíjs pelos dois maiores centros
modernos, e baratear, ao mesmo tempo, pelo grande movimento portuário, o cus
p.issariu a exigir um novo serviço de dragagem, além dc muitos outros ser-, viços alfandegários, administrativos, fis
to dos serviços de embarque e dcscm-
cais, técnicos o até mesmo de" defesa mi
i>arí[iie e as despesas aduaneiras, fiscais,
litar. Seria, portanto, eriar despesa dupla para o mcsmg volume de mercadorias. Não se deve esquecer o fato de o pòrto de-Santos rer servido por uma ci
para as suas mercadorias em Angra doS Reis. As condições técnicas désse porto não são das mais reeomencláxeis; porém, o problema cia sua solução não c
cuja travessia é redutível coleando os eontrafortes da serra. Próximo a São
Sebastião o relevo é mais agressivo, os As rodovias
poderão \cncè-los, eontomando-os ou
atalhando pelas gargantas mais baixas, e as ferrovias poderão perfurar léineis
em rocha, mais fáceis que em argílas traiçoeiras. Bastando uma linlia singela de bitola estreita, o custo será baixo em comparação com cjualquer linha na ser
ra, que seria mister fa/x-r desde logo,
policiais, administrativas e técnicas. Des sa forma, torna-se o grande pcklo mais econômico ipie o pequeno. Tal fato
O Sul de .Minas «■neontra escoadouro
dois terços do trajeto, sobre areia só
lida. Xalguns trc-cho.s há pântanos que
45
lenção elevadíssimos. Sc> O grande \'olume das mercadorias em trânsito é (pie
"A diretriíi: em apreço é reta e plana em a técnica moderna e a experiência da D.E.R. não mais permitem temer, e
Econónuco
e Rio c mais amplo fornecimento de
dades de comunicação ccm São Paulo
urbanos do Brasil.
A èssc respeito, e.screve Prestes Maia:
costões alcançam o mar.
Dicíesto
Econ6mico
foi comprovado na França: o programa pluralislieo do final do século passado
com todos os seus recursos e comodida
portos a se reduzir à décima parte. "A não ser que estejam esgotadas as possibilidades da ampliação ou de aces-
des materiais, organização administrati va, recursos técnicos, disponibilidades de mão-de-obra, não só facilitam a tarefa
pòrto de São SeÍ)a.stião na economia do Norte do Estado e do Snl de Miiuni.
— escreve Prestes Maia — que sejam t-onsideráveis as economias de transpor
O cpie se afirma é a desproporção entre a despesa e o c!es\'io de recursos, de niu lado, e os efeitos imediatos no in
te terrestre (a regra é alongar o percur
centivo da produção dessas regiões, dc outro. Aeredíta-se (pie nimi momento
so marítimo para reduzir os terrestres),
de escassez de recursos e de fat()res de
cialização excepcional, não convém mul
produção, como o (pie atravessamos, é
tiplicar os portos.
<-■ que as condições imponhain uma espe O pobre Brasil, com
mica e eficiente. Além disso, êsse pòrtn
se liga diretamente à cidade de São
Paulo, c, com o desenvolvimento dos meios de comunicação, Santos se con
verterá num subúrbio da capital paulis ta. Êsse aspecto não pode ser despre-
qne afetam diretamente um conjunto
precisam cobrir permanentemente."
abrange, além do Estado de São Paulo,
maior de alividad(\s econômicas.
Ora, a capacidade portuária do Santos oiío atingiu ainda o seu máximo; pelo oontrário, está muito aquém das suas
mais dois outros Estados.
'''ôcm os técnicos razão para abandoná-
Sao Sebastião.
Olaior amplitude a esse porto, antes de so cogitar de abrir outros, destinados a"
Sob
esse a.speelo, é inegável (lue a ampliação
possibilidades.
ampliação do pôrto de Santos exigirá despesas colossais de dragagem. Os es pecialistas mostraram que a alegação não é verdadeira, pois a dragagem a mais requerida será pouco maior que a atual, enquanto os seus gastos serão divididos
dos serviços nas docas. Isso provém dc para navios, mas uma organização com
I-foje,
um pôrto não é apenas um uncorudoiiro plexa dc atividades de carga, descarga, armazenamento, silagem, transporte rodo-ferroviário etc., de custo e mauu-
não
Os opositores dessa idéia alegam que
portuários. Mostra a história que existe tendência mundial jíara a concentração
São Sebastião no levantamento da eco nomia do Vale do Paraíba. Tudo indi
esse- motivo
Servir à mesma região.
observando-se a evolução dos serviços
fatores técnicos o econômicos.
Por
'o. Os fatos indicam que se deve dar
Nesse sentido, lira-sc lição proveito.sa
região. Os economistas, porém, não con cordam no impulso decisivo do pôrto de
ca que a vida econômica do Vale só pode intensificur-se com maiores facili
portuária como a tornam mais econô
os poucos (pie tem, o sabe através dc íléficits que os recursos gerais da Nação
atividade produtoras num total bem su perior ao do beneficiado pelo pt^rto de
to das atividades econômicas de uma
existência de uma cidade atrás do pôrto,
mico do País inverter recursos em obras
mais útil para o d(-':-:envoIviinentü econô
dos seus serviços portuários servirão a
Um porto, incontestàvelmente, pode exercer influencia decisiva no erguimen-
As vantagens que
incalculáveis, pois a
evolução natural forçou o número de
Moji ou São José c dai ao Sul de Minas
Paraíba e do Sul de Minas.
são
É preciso iK)tar (jue não .se nega o \alor, a longo prazo, da influência do
e u Campinas, o fato de servir vasta re
senvolvimento econômico do Vale cio
advêm
não produziu os frutos esperados c a
do porto de Santos e a melhoria técnica
gião, permitindo não só o escoamento
daí
dos mais difíceis e dispeiuliosos.
como na Mairinque-Santos, dupla e de bitola larga". 4. Foi in\'Ocado como argumento a favor do porto de São Sebastião e a da sua ligação direta com o planalto por
dos produtos desses lugares como o de
dade em expansão.
r
por volume bem maior de mercadorias,
o que tomará as despesas por unidade
z.ido. São Paulo é o centro econômico
da região mais próspera do País, que Devc-.se ter em mente que a linha do
progresso econômico se desloca para Oeste, o que sitna São Sebastião fora do centro de gravidade econômico. Um pòrto naquela localidade estaria desti nado a ser regional e a inversão de ca
pital a se fazer longe da tradição co
mercial, dos hábitos, dos cntrosamentos e
do crédito formados pela evolução natu ral da expansão econômica do planalto. Em face de todos êsses imponderáveis,
torna-se ingênua, como apontou Prestes
Maia, a comparação orçamentária de al
guns metros lineares de cais.
Outra grande objeção que os defenso res de São Sebastião levantaram contra
o pôrto de Santos é o reduzido calado
DiGESTO
44
São Sibiistiá» com o planalto a constru
ção de unia via férrea entre Santos e São Sebastião.
A distância que separa
essas duas cidades é de 120 (piilòmctros
apenas, e cpiase toda em terren{) firme, o que torna liienos dispendiosa a cons trução e a manutenção.
dc serviço de carga bem menor. O de senvolvimento do pôrto de São Sebastião
encTgia elétrica.
A obsiTxação mostra
[)ode fa/er face nos gastos dos portos
(jiut as ati\'iclad<-s produtoras do Vale cl(-pendcm dos mercados consumidores constituídíjs pelos dois maiores centros
modernos, e baratear, ao mesmo tempo, pelo grande movimento portuário, o cus
p.issariu a exigir um novo serviço de dragagem, além dc muitos outros ser-, viços alfandegários, administrativos, fis
to dos serviços de embarque e dcscm-
cais, técnicos o até mesmo de" defesa mi
i>arí[iie e as despesas aduaneiras, fiscais,
litar. Seria, portanto, eriar despesa dupla para o mcsmg volume de mercadorias. Não se deve esquecer o fato de o pòrto de-Santos rer servido por uma ci
para as suas mercadorias em Angra doS Reis. As condições técnicas désse porto não são das mais reeomencláxeis; porém, o problema cia sua solução não c
cuja travessia é redutível coleando os eontrafortes da serra. Próximo a São
Sebastião o relevo é mais agressivo, os As rodovias
poderão \cncè-los, eontomando-os ou
atalhando pelas gargantas mais baixas, e as ferrovias poderão perfurar léineis
em rocha, mais fáceis que em argílas traiçoeiras. Bastando uma linlia singela de bitola estreita, o custo será baixo em comparação com cjualquer linha na ser
ra, que seria mister fa/x-r desde logo,
policiais, administrativas e técnicas. Des sa forma, torna-se o grande pcklo mais econômico ipie o pequeno. Tal fato
O Sul de .Minas «■neontra escoadouro
dois terços do trajeto, sobre areia só
lida. Xalguns trc-cho.s há pântanos que
45
lenção elevadíssimos. Sc> O grande \'olume das mercadorias em trânsito é (pie
"A diretriíi: em apreço é reta e plana em a técnica moderna e a experiência da D.E.R. não mais permitem temer, e
Econónuco
e Rio c mais amplo fornecimento de
dades de comunicação ccm São Paulo
urbanos do Brasil.
A èssc respeito, e.screve Prestes Maia:
costões alcançam o mar.
Dicíesto
Econ6mico
foi comprovado na França: o programa pluralislieo do final do século passado
com todos os seus recursos e comodida
portos a se reduzir à décima parte. "A não ser que estejam esgotadas as possibilidades da ampliação ou de aces-
des materiais, organização administrati va, recursos técnicos, disponibilidades de mão-de-obra, não só facilitam a tarefa
pòrto de São SeÍ)a.stião na economia do Norte do Estado e do Snl de Miiuni.
— escreve Prestes Maia — que sejam t-onsideráveis as economias de transpor
O cpie se afirma é a desproporção entre a despesa e o c!es\'io de recursos, de niu lado, e os efeitos imediatos no in
te terrestre (a regra é alongar o percur
centivo da produção dessas regiões, dc outro. Aeredíta-se (pie nimi momento
so marítimo para reduzir os terrestres),
de escassez de recursos e de fat()res de
cialização excepcional, não convém mul
produção, como o (pie atravessamos, é
tiplicar os portos.
<-■ que as condições imponhain uma espe O pobre Brasil, com
mica e eficiente. Além disso, êsse pòrtn
se liga diretamente à cidade de São
Paulo, c, com o desenvolvimento dos meios de comunicação, Santos se con
verterá num subúrbio da capital paulis ta. Êsse aspecto não pode ser despre-
qne afetam diretamente um conjunto
precisam cobrir permanentemente."
abrange, além do Estado de São Paulo,
maior de alividad(\s econômicas.
Ora, a capacidade portuária do Santos oiío atingiu ainda o seu máximo; pelo oontrário, está muito aquém das suas
mais dois outros Estados.
'''ôcm os técnicos razão para abandoná-
Sao Sebastião.
Olaior amplitude a esse porto, antes de so cogitar de abrir outros, destinados a"
Sob
esse a.speelo, é inegável (lue a ampliação
possibilidades.
ampliação do pôrto de Santos exigirá despesas colossais de dragagem. Os es pecialistas mostraram que a alegação não é verdadeira, pois a dragagem a mais requerida será pouco maior que a atual, enquanto os seus gastos serão divididos
dos serviços nas docas. Isso provém dc para navios, mas uma organização com
I-foje,
um pôrto não é apenas um uncorudoiiro plexa dc atividades de carga, descarga, armazenamento, silagem, transporte rodo-ferroviário etc., de custo e mauu-
não
Os opositores dessa idéia alegam que
portuários. Mostra a história que existe tendência mundial jíara a concentração
São Sebastião no levantamento da eco nomia do Vale do Paraíba. Tudo indi
esse- motivo
Servir à mesma região.
observando-se a evolução dos serviços
fatores técnicos o econômicos.
Por
'o. Os fatos indicam que se deve dar
Nesse sentido, lira-sc lição proveito.sa
região. Os economistas, porém, não con cordam no impulso decisivo do pôrto de
ca que a vida econômica do Vale só pode intensificur-se com maiores facili
portuária como a tornam mais econô
os poucos (pie tem, o sabe através dc íléficits que os recursos gerais da Nação
atividade produtoras num total bem su perior ao do beneficiado pelo pt^rto de
to das atividades econômicas de uma
existência de uma cidade atrás do pôrto,
mico do País inverter recursos em obras
mais útil para o d(-':-:envoIviinentü econô
dos seus serviços portuários servirão a
Um porto, incontestàvelmente, pode exercer influencia decisiva no erguimen-
As vantagens que
incalculáveis, pois a
evolução natural forçou o número de
Moji ou São José c dai ao Sul de Minas
Paraíba e do Sul de Minas.
são
É preciso iK)tar (jue não .se nega o \alor, a longo prazo, da influência do
e u Campinas, o fato de servir vasta re
senvolvimento econômico do Vale cio
advêm
não produziu os frutos esperados c a
do porto de Santos e a melhoria técnica
gião, permitindo não só o escoamento
daí
dos mais difíceis e dispeiuliosos.
como na Mairinque-Santos, dupla e de bitola larga". 4. Foi in\'Ocado como argumento a favor do porto de São Sebastião e a da sua ligação direta com o planalto por
dos produtos desses lugares como o de
dade em expansão.
r
por volume bem maior de mercadorias,
o que tomará as despesas por unidade
z.ido. São Paulo é o centro econômico
da região mais próspera do País, que Devc-.se ter em mente que a linha do
progresso econômico se desloca para Oeste, o que sitna São Sebastião fora do centro de gravidade econômico. Um pòrto naquela localidade estaria desti nado a ser regional e a inversão de ca
pital a se fazer longe da tradição co
mercial, dos hábitos, dos cntrosamentos e
do crédito formados pela evolução natu ral da expansão econômica do planalto. Em face de todos êsses imponderáveis,
torna-se ingênua, como apontou Prestes
Maia, a comparação orçamentária de al
guns metros lineares de cais.
Outra grande objeção que os defenso res de São Sebastião levantaram contra
o pôrto de Santos é o reduzido calado
DIOIvSTí) Económicx)
46
proporcioaiulo pelo cana! cio IBoqiicirão.
Não se pode negar cjue a profundidade de um pôrto é não só fator de suce-so como de barateamento do tran-portc ma rítimo. D(?ve-se convir que sob èssi*
47, incluiu-Sf no programa imediato um prolongamento de cais no Sahoo, de 5<S0 m com 10 m de profundidade, c
Projetou-se aínda um alargamento da
faixa pela acljunção de iio\a muralha na e<ten.srio de 765 m. entre Paípielá e o Mercado, com 1 1 m de profundidade.
maiores portos mundiais. Nesse aspecto São Sebastião é privilegiado, atingindo o canal cerca de õÜ m de fundo, o (jue o toma um dos mais profundos do globo. A situação de Santos, no entanto, não
é desesperadora. O canal pode ser per feitamente adaptado a na\'ios de calado normal, não servindo apenas us naves de
calado profundissimo, como os gigan tescos paquetes modernos. Tais Ixircos, porém, não constituem a normalidade, mas a exceção.
A evolução dos trans
portes marítimos demonstrou serem êsses navios anti-económicos, pelo menos em
face da atual técnica de construção. A convicção da ímpossibiliclade do aprofundamento do canal de Santos
muito contriljuiii para .sc pensar em São
Sebastião. Tal convicção foi hoje in teiramente afastada. O aperfeiçoamen
to da maquinaria de dragagem reduziu sensivelmente o custo da obra, daí po der-se realizar atualna-ntc \'olumc de dragagem que antes assustaria.
Além
disso, a necessidade de se ampliar as instalações portuárias de Santos bara
teará a dragagem por unidade de mer
cadorias, pois o seu custo se repartirá mais -largamente.
Aldo M. Azuvkdo
cí»mprim<nto <■ .5 m de profundidade.
as melhores condições, sendo mesmo o
rá atingir as grandes profundidades dos
TRANSPORTES E SUBVENÇÕES
oulnj em Oiiteirinlios, c-om 300 m de
aspecto o pòrto de Santos não apresenta
se»i ponto mais fraco, pois nunca pode
v\
das tendências mais c\ idcntcs da
A par com essas medidas, a Cia.
dúvida a earaterização, cada vez mais
desses fatos permitiu que os brasileiros se livrassem de muitos liamos oprcssixos
De fato, não poderia ser de outra
5.950 \ 300 m e !c-\ an(lo a profundidade
forma. .\<(uilo (pie definimos eomo ser viço público é lima noção própria da
mitirão a entrada segura um aguas mí
ora ci\ilizada e só pode ocorrer se as ooiulições d.i x ida eoletisa alcançam cer
de 9,50 m para 13 m. 'J'aís obras per nimas a
na\ios de
11
m
de calado.
to nível. Os po\()S primitivos — ipie •únda existem em nossos tempos ou cpic
É verdade que os técnicos admitem a probabilidade remota da impossível ma
f^eí.varam testomnnhos dc seu modo de
nutenção do canal na líarra, dado o alto custo.
Esta
seria,
como
diz
\ivcr — não são capazes dc atingir pràticamente a idéia de organizar um ".scr-
Prestes
Maia, a única hipótese "de se considerar desde já São Sebastião como antc-pòrto de grande calado ou, mais precí.samente, como pòrto auxiliar especializado. Mesmo ne.ssa hipótese, não sc trataria de rivalizar com Santos, mas dc dar-Iho
^■'Çü público". Assim, não é exagero oonsidcrar o aparecimento c a orguniza^'uo dos scrx-iços públicos como autênticos índices de civilização.
complemento". A idéia de .sc fazer dc São Sebastião
da implantação e manutenção de vários
Entre nó.s, os colonizadores tiveram
cuidar, desde os primórdios do Brasil,
pôrto complementar do dc Santos é a única que sc apoia na realidade econômi
serviços públicos, visto como a iniciativa
ca presente, não só dc\'ido ao .'•eu custo
assumir
como ao seu
prcíondimentos.
entrosamento
particular não jxi.^-suía capacidade para
com o rumo
os
imensos
riscos
desses
em-
Na nossa terra, ao con
Oe.ste do desenvolvimento econômico do
trario do (jue sucedeu alhures, o poder
Estado
público teve dc intervir direta c ini-
dc
São
Paulo.
Construir
um
í^áalmcntc nesse campo dc ati\'idadc im
porto autônomo e concorrencial ao de
Santos escapa às nossas possibilidades atuais, tomando-.se um lii.xo que não es tamos cm condições dc possuir. Fu
turamente, quando a economia do Vale
A classificação da profundidade do cais é a seguinte, segundo o relatório do D.N.P.R.C. publicado em 1945:
pôrto, será possível realizar a ligação
552,70 m com II m, 301,15 m com
ferroviária com São Sebastião e tulvçz
do Paraíba e do Sul de Minas tiver
atingido amplitude que requeira um
7
prescindível à \'ida civilizada.
Nos vc-
Iho.s países do continente europeu, coube
precípuamenlc à iniciativa privada a <-'riação desses serviços que, com o decor-
dos tempos, passarain a ser executa
dos pelo Estado.
Se um
que estrangulavam sua economia, o ou tro apareceu como a "solução ideal" para a vastidão do nosso território re pleto de riquezas inexploradas. Real mente, as primeiras linhas férreas bra sileiras, projetadas e implantadas no meado do século passado, foram devidas à iniciativa particular, que então se aven turava com entusiasmo pelo terreno do sciaaço público.
Nação deficiente, desde seus primei ros momentos, de capitais que lhe pro
piciassem os meios de produção, as fer
ramentas e as máquinas, teve o Brasil
dc apelar pura as economias alieníge nas, aceilando-as com satisfação toda vez que para cá imigrassem. Por isso, a iniciativa privada no campo dos ser\'iços •
públicos deve ser atribuída tanto à eco
nomia nacional como à economia es
trangeira, que aqui veio colaborar no sentido de acelerar a e\'olução cisilízad'»ra. Eis porque têm os brasileiros uma
dívida de gratidão para com aquêles que liá um século arriscaram os seus havc-
res lançando trilhos de aço pelo sertão a dentro, para levar o silvo da locomo
tiva até as regiões habitadas por selvícolas. E e preciso reconhecer que duran te mais dc setenta anos do século que passou, foram as ferrovias os verdadci
Somente no século passado é que o
ros escoadouros da produção brasileira, vencendo o obstáculo da cordilheira lito-
10 m, 1.886,32 m com 8 m e 2.283,90
possa este transformar-se cm p.ôrto au
m com 7 m. Depois da crise de 1945-
Brasil viu as empresas de iniciativa pri vada se interessarem pela execução de
tônomo.
scr\iços públicos, o que se pode atribuir
A história o dirá.
sos: — a Independência do Brasil c a invenção da estrada de ferro.
co.
blema <la barra, abrindo um canal de
à conjugação de dois fatos bem dí\er-
transformação ci\'ilizadora — piira íjucm a obserxa a longo prazo — é sem
definida, do conceito de ser\'iço públi
Doca-: de Santos se projiõe atacar o pro
iV
lUàteL-.í.
r.\nea para carregar para o "hinterland"
as ferramentas, os arados, as máquinas e
DIOIvSTí) Económicx)
46
proporcioaiulo pelo cana! cio IBoqiicirão.
Não se pode negar cjue a profundidade de um pôrto é não só fator de suce-so como de barateamento do tran-portc ma rítimo. D(?ve-se convir que sob èssi*
47, incluiu-Sf no programa imediato um prolongamento de cais no Sahoo, de 5<S0 m com 10 m de profundidade, c
Projetou-se aínda um alargamento da
faixa pela acljunção de iio\a muralha na e<ten.srio de 765 m. entre Paípielá e o Mercado, com 1 1 m de profundidade.
maiores portos mundiais. Nesse aspecto São Sebastião é privilegiado, atingindo o canal cerca de õÜ m de fundo, o (jue o toma um dos mais profundos do globo. A situação de Santos, no entanto, não
é desesperadora. O canal pode ser per feitamente adaptado a na\'ios de calado normal, não servindo apenas us naves de
calado profundissimo, como os gigan tescos paquetes modernos. Tais Ixircos, porém, não constituem a normalidade, mas a exceção.
A evolução dos trans
portes marítimos demonstrou serem êsses navios anti-económicos, pelo menos em
face da atual técnica de construção. A convicção da ímpossibiliclade do aprofundamento do canal de Santos
muito contriljuiii para .sc pensar em São
Sebastião. Tal convicção foi hoje in teiramente afastada. O aperfeiçoamen
to da maquinaria de dragagem reduziu sensivelmente o custo da obra, daí po der-se realizar atualna-ntc \'olumc de dragagem que antes assustaria.
Além
disso, a necessidade de se ampliar as instalações portuárias de Santos bara
teará a dragagem por unidade de mer
cadorias, pois o seu custo se repartirá mais -largamente.
Aldo M. Azuvkdo
cí»mprim<nto <■ .5 m de profundidade.
as melhores condições, sendo mesmo o
rá atingir as grandes profundidades dos
TRANSPORTES E SUBVENÇÕES
oulnj em Oiiteirinlios, c-om 300 m de
aspecto o pòrto de Santos não apresenta
se»i ponto mais fraco, pois nunca pode
v\
das tendências mais c\ idcntcs da
A par com essas medidas, a Cia.
dúvida a earaterização, cada vez mais
desses fatos permitiu que os brasileiros se livrassem de muitos liamos oprcssixos
De fato, não poderia ser de outra
5.950 \ 300 m e !c-\ an(lo a profundidade
forma. .\<(uilo (pie definimos eomo ser viço público é lima noção própria da
mitirão a entrada segura um aguas mí
ora ci\ilizada e só pode ocorrer se as ooiulições d.i x ida eoletisa alcançam cer
de 9,50 m para 13 m. 'J'aís obras per nimas a
na\ios de
11
m
de calado.
to nível. Os po\()S primitivos — ipie •únda existem em nossos tempos ou cpic
É verdade que os técnicos admitem a probabilidade remota da impossível ma
f^eí.varam testomnnhos dc seu modo de
nutenção do canal na líarra, dado o alto custo.
Esta
seria,
como
diz
\ivcr — não são capazes dc atingir pràticamente a idéia de organizar um ".scr-
Prestes
Maia, a única hipótese "de se considerar desde já São Sebastião como antc-pòrto de grande calado ou, mais precí.samente, como pòrto auxiliar especializado. Mesmo ne.ssa hipótese, não sc trataria de rivalizar com Santos, mas dc dar-Iho
^■'Çü público". Assim, não é exagero oonsidcrar o aparecimento c a orguniza^'uo dos scrx-iços públicos como autênticos índices de civilização.
complemento". A idéia de .sc fazer dc São Sebastião
da implantação e manutenção de vários
Entre nó.s, os colonizadores tiveram
cuidar, desde os primórdios do Brasil,
pôrto complementar do dc Santos é a única que sc apoia na realidade econômi
serviços públicos, visto como a iniciativa
ca presente, não só dc\'ido ao .'•eu custo
assumir
como ao seu
prcíondimentos.
entrosamento
particular não jxi.^-suía capacidade para
com o rumo
os
imensos
riscos
desses
em-
Na nossa terra, ao con
Oe.ste do desenvolvimento econômico do
trario do (jue sucedeu alhures, o poder
Estado
público teve dc intervir direta c ini-
dc
São
Paulo.
Construir
um
í^áalmcntc nesse campo dc ati\'idadc im
porto autônomo e concorrencial ao de
Santos escapa às nossas possibilidades atuais, tomando-.se um lii.xo que não es tamos cm condições dc possuir. Fu
turamente, quando a economia do Vale
A classificação da profundidade do cais é a seguinte, segundo o relatório do D.N.P.R.C. publicado em 1945:
pôrto, será possível realizar a ligação
552,70 m com II m, 301,15 m com
ferroviária com São Sebastião e tulvçz
do Paraíba e do Sul de Minas tiver
atingido amplitude que requeira um
7
prescindível à \'ida civilizada.
Nos vc-
Iho.s países do continente europeu, coube
precípuamenlc à iniciativa privada a <-'riação desses serviços que, com o decor-
dos tempos, passarain a ser executa
dos pelo Estado.
Se um
que estrangulavam sua economia, o ou tro apareceu como a "solução ideal" para a vastidão do nosso território re pleto de riquezas inexploradas. Real mente, as primeiras linhas férreas bra sileiras, projetadas e implantadas no meado do século passado, foram devidas à iniciativa particular, que então se aven turava com entusiasmo pelo terreno do sciaaço público.
Nação deficiente, desde seus primei ros momentos, de capitais que lhe pro
piciassem os meios de produção, as fer
ramentas e as máquinas, teve o Brasil
dc apelar pura as economias alieníge nas, aceilando-as com satisfação toda vez que para cá imigrassem. Por isso, a iniciativa privada no campo dos ser\'iços •
públicos deve ser atribuída tanto à eco
nomia nacional como à economia es
trangeira, que aqui veio colaborar no sentido de acelerar a e\'olução cisilízad'»ra. Eis porque têm os brasileiros uma
dívida de gratidão para com aquêles que liá um século arriscaram os seus havc-
res lançando trilhos de aço pelo sertão a dentro, para levar o silvo da locomo
tiva até as regiões habitadas por selvícolas. E e preciso reconhecer que duran te mais dc setenta anos do século que passou, foram as ferrovias os verdadci
Somente no século passado é que o
ros escoadouros da produção brasileira, vencendo o obstáculo da cordilheira lito-
10 m, 1.886,32 m com 8 m e 2.283,90
possa este transformar-se cm p.ôrto au
m com 7 m. Depois da crise de 1945-
Brasil viu as empresas de iniciativa pri vada se interessarem pela execução de
tônomo.
scr\iços públicos, o que se pode atribuir
A história o dirá.
sos: — a Independência do Brasil c a invenção da estrada de ferro.
co.
blema <la barra, abrindo um canal de
à conjugação de dois fatos bem dí\er-
transformação ci\'ilizadora — piira íjucm a obserxa a longo prazo — é sem
definida, do conceito de ser\'iço públi
Doca-: de Santos se projiõe atacar o pro
iV
lUàteL-.í.
r.\nea para carregar para o "hinterland"
as ferramentas, os arados, as máquinas e
Dicesto Económic<»
48
T
Dicesto
EcoNÓ^^co
passado, foram distribuídas os seguintes até os automóveis que depois viriam a
motivas o vagões, demolir as estações,
subvenções: — 1) na região amazônica,
ser seus colaboradores e concorrentes.
ou dinamitar as represas, \'cnder as ttirbinas e geradores, fios e postes — para
7,6 milhões dc cruzeiros por 836 mil km; 2) na região de Goiás c parte do Nordeste, 2,1 milhões por 303 km; 3) no Sul, 2,8 milhões, o que totaliza 12,5
Depois da estrada de ferro, conslniídu pela iniciati\'u pri\ada, cbegoii a \cz
tratar de outro "negócio" mais rendoso,
das empresas elétricas. Não fòra a con
no dia cm tjuc éssc- 1Ik'S clessc prejuízo.
fiança de inúmeros brasileiros o estran
Mas, isso pode ser considerado mais objeti\amonle se e.vaminarmos o (jue SC
geiros no futuro desta terra, não tería mos o conjunto de usinas c linhas de transmissão que garantem, dia e noite, o trabalho e o conforto de muitos mi
lhões de brasileiros. Podem-se cont:ir pelos dedos as instalações de eletricida de feitas pelo Poder Público no Brasil.
Foi de grande sabedoria a plèiade de estadistas do Império e dos primeiros anos da República que, considerando de
vidamente o valor da iniciati\a particular para suprir as deficiências dos go vernos — ao contrário do que seria ló-
• gico — ofereceu ao capital aplicado nas
empresas dc ser\ iços de utilidade pública as garantias de seu resgato oportuno, por meio da encampação ou da amorti
zação paulatina. Mais do que isso: deu-lhe a segurança, mediante a g:Tantia de juros, da obtenção dc um rend»
niento mínimo apropriado. Essa políti ca de notá\el boin-senso foi certamente
o fator dcci'i\o para que as economias
pri\'adas sc encaminhassem para o de senvolvimento dos scr\'iços públicos, su
prindo assim as deficiências financeiras do Estado. Infelizmente, é.sses fatos o considera
milhões.
Em igual período, no ano de
decisão go\'cmamenlaI de subvencionálas com Cr$ 10,00 por km voado no exterior (Lei l.lSl, de agosto de 1950), pelo prazo dc cinco anos.
Seu paga
mento no 2.° semestre do 1950 correu
por conta de um crédito de 35 milhões dc cruzeiros.
Para os exercícios poste
riores, o Orçamento da União prevê a
passa com as empresas de a\iação no
lÜ-19, as sub\cnç5os foram assim distri buídas: — 1) na região amazônica, 6,6
Brasil — que estão repelindo, com quase um século de diferença, as proezas dos
milhões de cruzeiros; 2) na região de Cíoiás e parte do Nordeste, 0,7 milhão;
provar: — 1) o louvável empenho do
pioneiros do caminho cie ferro. Aos no vos desbravadores, como aos de um sé-
e 3)
Govêrno Federal brasileiro em estimu
eiilo atrás, devemos Iodos nós prestar
centa o ri-ferido mcnsário: — "Outro au-
as dexidas liomenagens, sejam é-lcs bra sileiros ou estrangeiros. São homens dc \ isãü, corajosos c desprendidos, que lan çam suas cconomia.s tun novas ati\ icladcs.
Ma.s — é ésse o ponto importante — o Poder Público \om ao seu amparo,
ofcTceendo-lhes, por outras formas mais modernas, aquelas garantias que antiga mente incentiva\ain a construção dc li-
nlius férreas: — campos de ligação com os centros populosos; serviço dc nieteo-
rolügia gratuito em todo o território ■laeional; .siibvençcões às linhas defici tárias etc.
no Sul, 2,8 milluãcs, totalizando
10,1 milhões".
.xílío indireto concedido às companhias
de navegação aérea tem sido a mala pos tal rennmei-ada, distribuída pelo Deparlamenlt) de Correios e Telégrafos. No ano de 1950, ésse transporte totalizou 46,8 milhões dc cruzeiros, corresponden
Segundo informa "Conjuntura Eco
1'cderal tem prestado au-xílio, direta e indiretamente, às companhias que se de
dicam aos transportes aéreos brasileiros. Assim, aquelas empresas gozam de isen
vêrno Federal, nestes últimos tempos, tem oferecido às vias férreas nacionais,
especialmente aquelas de concessão às empresas particula
res.
Realmente, não se
por 18 empresas na
cionais.
justifica
As empre
se
versidade claniorosa,
bém é distribuído o
que redunda na in
correio em base de
justiça dc tratar dois
com
meios de comunica
os países onde. as companhias
nem
compreende essa di
sas estrangeiras tam
ção complementares,
nacio
ram pagos a 10 em
igualmente dignos de amparo e igual mente indispensá-
presas 12,2 milhões
\'eis ao desenvolvi
nais trafegam.
Até
outubro de 1950, fo
dc
terial aeronáutico c combustível (o que
46.381
no.ssos contemporâneos.
lar a rêde dc yiação aérea, especial mente aquelas que não poderiam sobre viver por si sós, pois sua renda não cobre as despesas dc exploração; 2) o tratamento desigual que o mesmo Go
dc correio, efetuado
ção do direitos aduaneiros para o ma
acontece em parte com as estradas dc
Tão longas transcrições .servem para
tes a 416.390 quilos
reciproeidadc
nômica", de fevereiro último, o Go\'érno
ções não foram multo difundidos nem bem compreendidos pela gcncralid ule de
E, mais adiante, acres
dcfpesa dc 70 níilhões anuais".
cruzeiros, quilos
mento do Brasil, dc
por
forma a dar a um —
de
correio transportado para o exterior". Ao
com toda a razão — os auxílios necessá
rios para sua sobrevivência inicial, en quanto que ao outro nada é concedido,
Criou-se, de
ferro) e exclusão do regime dc licença
pois da onda de nacionalismos e nacio
prévia (o qiie já não acontece com as
a revista cilada: — "O interesse do Go-
nalizações, um conceito errôneo de "ser
vias férreas. . .
vei-no brasileiro na manutenção das li
mesmo quando sua situação precária
nhas aéreas para o exterior, decorrente
evidente está a indicar esse mo-uno tra
Vargas": — "Ainda por dotações orça
do desenvolvimento do comércio aéreo
tamento.
tratar das linhas internacionais, declara
Declara aquela autori
viço público", atribuindo às empresas de economia privada rpic os exploram os riscos cie qualcpicr "negócio", como se
zada publicação da "Fundação Getulio mentárias, vêm sendo subvencionadas li-
c do Intercâmbio cultural, assim como
Somando as subvenções concedidas às
uma estrada de ferro, ou uma empresa
nlnis aéreas deficitárias. No mapa figu
as dificrddades das empresas nacionais
linhas nacionais deficitárias a cargo da
de eletricidade, pudessem desmontar as
ram essas últimas, para as quais, nos
engajadas ne.sse tráfego, determinaram a
aviação, que atingem a cêrca de 20
siias instalações, \enclcr os trilhos, loco
dois primeiros quadrímcstres do ano úiáík. i
Dicesto Económic<»
48
T
Dicesto
EcoNÓ^^co
passado, foram distribuídas os seguintes até os automóveis que depois viriam a
motivas o vagões, demolir as estações,
subvenções: — 1) na região amazônica,
ser seus colaboradores e concorrentes.
ou dinamitar as represas, \'cnder as ttirbinas e geradores, fios e postes — para
7,6 milhões dc cruzeiros por 836 mil km; 2) na região de Goiás c parte do Nordeste, 2,1 milhões por 303 km; 3) no Sul, 2,8 milhões, o que totaliza 12,5
Depois da estrada de ferro, conslniídu pela iniciati\'u pri\ada, cbegoii a \cz
tratar de outro "negócio" mais rendoso,
das empresas elétricas. Não fòra a con
no dia cm tjuc éssc- 1Ik'S clessc prejuízo.
fiança de inúmeros brasileiros o estran
Mas, isso pode ser considerado mais objeti\amonle se e.vaminarmos o (jue SC
geiros no futuro desta terra, não tería mos o conjunto de usinas c linhas de transmissão que garantem, dia e noite, o trabalho e o conforto de muitos mi
lhões de brasileiros. Podem-se cont:ir pelos dedos as instalações de eletricida de feitas pelo Poder Público no Brasil.
Foi de grande sabedoria a plèiade de estadistas do Império e dos primeiros anos da República que, considerando de
vidamente o valor da iniciati\a particular para suprir as deficiências dos go vernos — ao contrário do que seria ló-
• gico — ofereceu ao capital aplicado nas
empresas dc ser\ iços de utilidade pública as garantias de seu resgato oportuno, por meio da encampação ou da amorti
zação paulatina. Mais do que isso: deu-lhe a segurança, mediante a g:Tantia de juros, da obtenção dc um rend»
niento mínimo apropriado. Essa políti ca de notá\el boin-senso foi certamente
o fator dcci'i\o para que as economias
pri\'adas sc encaminhassem para o de senvolvimento dos scr\'iços públicos, su
prindo assim as deficiências financeiras do Estado. Infelizmente, é.sses fatos o considera
milhões.
Em igual período, no ano de
decisão go\'cmamenlaI de subvencionálas com Cr$ 10,00 por km voado no exterior (Lei l.lSl, de agosto de 1950), pelo prazo dc cinco anos.
Seu paga
mento no 2.° semestre do 1950 correu
por conta de um crédito de 35 milhões dc cruzeiros.
Para os exercícios poste
riores, o Orçamento da União prevê a
passa com as empresas de a\iação no
lÜ-19, as sub\cnç5os foram assim distri buídas: — 1) na região amazônica, 6,6
Brasil — que estão repelindo, com quase um século de diferença, as proezas dos
milhões de cruzeiros; 2) na região de Cíoiás e parte do Nordeste, 0,7 milhão;
provar: — 1) o louvável empenho do
pioneiros do caminho cie ferro. Aos no vos desbravadores, como aos de um sé-
e 3)
Govêrno Federal brasileiro em estimu
eiilo atrás, devemos Iodos nós prestar
centa o ri-ferido mcnsário: — "Outro au-
as dexidas liomenagens, sejam é-lcs bra sileiros ou estrangeiros. São homens dc \ isãü, corajosos c desprendidos, que lan çam suas cconomia.s tun novas ati\ icladcs.
Ma.s — é ésse o ponto importante — o Poder Público \om ao seu amparo,
ofcTceendo-lhes, por outras formas mais modernas, aquelas garantias que antiga mente incentiva\ain a construção dc li-
nlius férreas: — campos de ligação com os centros populosos; serviço dc nieteo-
rolügia gratuito em todo o território ■laeional; .siibvençcões às linhas defici tárias etc.
no Sul, 2,8 milluãcs, totalizando
10,1 milhões".
.xílío indireto concedido às companhias
de navegação aérea tem sido a mala pos tal rennmei-ada, distribuída pelo Deparlamenlt) de Correios e Telégrafos. No ano de 1950, ésse transporte totalizou 46,8 milhões dc cruzeiros, corresponden
Segundo informa "Conjuntura Eco
1'cderal tem prestado au-xílio, direta e indiretamente, às companhias que se de
dicam aos transportes aéreos brasileiros. Assim, aquelas empresas gozam de isen
vêrno Federal, nestes últimos tempos, tem oferecido às vias férreas nacionais,
especialmente aquelas de concessão às empresas particula
res.
Realmente, não se
por 18 empresas na
cionais.
justifica
As empre
se
versidade claniorosa,
bém é distribuído o
que redunda na in
correio em base de
justiça dc tratar dois
com
meios de comunica
os países onde. as companhias
nem
compreende essa di
sas estrangeiras tam
ção complementares,
nacio
ram pagos a 10 em
igualmente dignos de amparo e igual mente indispensá-
presas 12,2 milhões
\'eis ao desenvolvi
nais trafegam.
Até
outubro de 1950, fo
dc
terial aeronáutico c combustível (o que
46.381
no.ssos contemporâneos.
lar a rêde dc yiação aérea, especial mente aquelas que não poderiam sobre viver por si sós, pois sua renda não cobre as despesas dc exploração; 2) o tratamento desigual que o mesmo Go
dc correio, efetuado
ção do direitos aduaneiros para o ma
acontece em parte com as estradas dc
Tão longas transcrições .servem para
tes a 416.390 quilos
reciproeidadc
nômica", de fevereiro último, o Go\'érno
ções não foram multo difundidos nem bem compreendidos pela gcncralid ule de
E, mais adiante, acres
dcfpesa dc 70 níilhões anuais".
cruzeiros, quilos
mento do Brasil, dc
por
forma a dar a um —
de
correio transportado para o exterior". Ao
com toda a razão — os auxílios necessá
rios para sua sobrevivência inicial, en quanto que ao outro nada é concedido,
Criou-se, de
ferro) e exclusão do regime dc licença
pois da onda de nacionalismos e nacio
prévia (o qiie já não acontece com as
a revista cilada: — "O interesse do Go-
nalizações, um conceito errôneo de "ser
vias férreas. . .
vei-no brasileiro na manutenção das li
mesmo quando sua situação precária
nhas aéreas para o exterior, decorrente
evidente está a indicar esse mo-uno tra
Vargas": — "Ainda por dotações orça
do desenvolvimento do comércio aéreo
tamento.
tratar das linhas internacionais, declara
Declara aquela autori
viço público", atribuindo às empresas de economia privada rpic os exploram os riscos cie qualcpicr "negócio", como se
zada publicação da "Fundação Getulio mentárias, vêm sendo subvencionadas li-
c do Intercâmbio cultural, assim como
Somando as subvenções concedidas às
uma estrada de ferro, ou uma empresa
nlnis aéreas deficitárias. No mapa figu
as dificrddades das empresas nacionais
linhas nacionais deficitárias a cargo da
de eletricidade, pudessem desmontar as
ram essas últimas, para as quais, nos
engajadas ne.sse tráfego, determinaram a
aviação, que atingem a cêrca de 20
siias instalações, \enclcr os trilhos, loco
dois primeiros quadrímcstres do ano úiáík. i
m 50
milhões por ano, aos 70 milhões (jiie \ão reforçar a rcciata das linhas interna cionais (valor que corresponde de 8,0 % até 15,8% da receita total, segundo a estimativa de "CJonjuntura Econômica")
Dioesto Econômico
ticos cie obras f<-itas, sempre prontos a exigir urn bom .s«-rviço público, prin cipalmente (jiKimlo cie é da competên cia de algimni empresa pri\ada, por d<.'legaçao do Estado. Ma.s, (juando es
— vemos que só nessas duas formas de
sas empresas apelam para a economia
auxílio direto a xiação aérea recebe qua se 100 milhões de cru/.eiros por ano. Com a parcela proveniente do transporte rennmenido das malas postais, o total
particular no sentidt) de lhes oferecer novos capitais de renovação c aumento
aumentar certamente.
púlilica.
Seria um grande èrro condenar tais auxílios, pois o Brasil precisa realmente
desenvolver sua rède de comunicações aéreas. Mas, é também um grande èrro, altm de flagrante injustiça, que o Go verno da União não faça o mesmo em relação às estradas de ferro ainda en
tregues à direção de empresas concessio
nárias. O Correio nada lhes paga pelo transporte de toneladas e mais tonela
das de malas postais, miiitas repletas de encomendas que poderiam ser fonte de
essa forma de manutenção dos serviços
de tôda ordem que se lhe apresentam,
de subvencioná-los.
Entretanto, as linhas e ramais defici
mente construídas pelo Estado... (Para
nada falar das rodovias paralelas ás Es tradas de l*'erro, construídas c mantidas s ■
socorro do Governo da União, do Estado
-*
k
retiradas da receita geral. Ora, qualquer pessoa um pouco atilada vê logo que
As subvenções aos serviços de utilida
de pública — sejam eles executados por entidades públicas ou de direito priva
do — quando necessárias para mante-los com eficiência, não deveriam causar es
pécie a ninguém.
deípois c|uo foi abolida a garantia de
Entre nós, porém,
juros nos contratos de concessão de ser
viços de utilidade pública, a idéia de
custar. E, por acaso, se tudo não cor
subvenção se tornou de certo modo
rer às mil maravilhas, não faltarão crí
chocante, pela má compreensão do pro-
economia ajudou a constituir, não rece bem do Poder Público igual tratiuncnto? Por que o Gorrcio não lhes paga
n .^1
Não seria jinsto admitir que o Poder Público brasileiro tenha dois pesos e
duas medidas para aplicar a diuis ativi dades tão similarc^s e com o mesmo obje tivo.
Pode-sc atribuir talvez a unia
inadvertència não intencional o que esta acontecendo.
Evpercmo.s que, no atual Governo Fe deral, cujo Ministro da Viaç;io é profun do conhecedor dos problemas da i'iaç;io brasileira, a atitude anterior seja mciclificuda. E essa esperança é fortalccíd;i ainda m.iis quando consideramos o
pro«grama c as idéias já expendid;is pcJo atuid governador do Estado, digno en-renlieiro c professor, preocupado since ramente com a resolução de tais pro
blemas que interessam sobremodo a vida econômica e a segurança do Pais.
de ferro^está realizando, não lhe presta
Um serviço público não pode perecer. Esta é a grande verdade e os atuais es tadistas que respondem pelos postos mais importante::, dos governos tem
a assistência financeira, por meio de subvenções proporcionais aos quijpmetros de linhas, ou às toneladas-quilôme-
para o Brasil.
c; Governe;, cpio é o verdadeiro respon
através do orçamento e. mediante verbas
motivas potentes a resfolegar o vapor que consome a economia particular que nelas foi aplicada — custe o que
de século cie existência, com imcmsos
o transporte das malas postais? Por que
ou do Município, quando dcricitários,
servados e em número suficiente, loco
pelo Estado). Por cpie as pobres ferro vias, algiunas com mais de três quartos serviços prestado;; à coletividade, cuja
Aliás, todas as entidades
cm apreço não passa de uma modalidade
tários deverão manter-se em tráfego — com trens no horário, vagões bem con
eamjxjs cie pouso também são pronta
ao setor de atividade (jiie, prccipuaniente, a éle mesmo de\ eria caber. Ninguém
tensamente paru vencer as resistências
malidades dispensadas para a aviação.
pelo Estado; as estradas de ligação dos
rer sempre as entidades que se dedicam
receita das próprias \ias-férrcas e que, transportadas gratuitamente para o Cor reio, contribuem scnsi\'elmente para sua receita. Para obter licenças pré\ias de importação de materiais imprescindíveis para seu lral)aIho e prngres-o, uma fer rovia brasileira terá de se empenhar in levando meses para conseguir tais for
Estado; as estações de meteorologia es tão montadas e com funcionários pagos
o caso brasileiro, o Estude; dc\c socor
públicas (jiie têm a seu cargo algum ramo do serviço público — Correios e Telégrafos, Estradas de Ferro, Navega ção, Águas (• Esgotos etc. — recebem o
ineconómica?
Os aeroportos são construídos pelo
Eis porque, em última análise c para
inuncrador.
de .suas linhas e ramais de e.vploração
]>;irle. por um exagerado jacobinismo,
viário.
po.ssívc-l no caso de serviços ile utilidade
poderá concordar com a idci;i de deixar perecer um serviço público pelo sim ples motivo de não ser rendoso ou re-
tros transportadas, ou ainda aos déficits
nhias (pie possni;ini concessões era consUluíclo cie capitais estrangeiros, especial mente as que atuavam no setor ferro
a não ser (jue lhes assegure excelente remuneração, o <jiic rarissimamente é
hh-m.i por um lado, pela impressão de f.iví)ritismo a eniprèsas protegidas o, em visto eom<i grande número de compa
de capacidade, encontra a retração geral,
alcança a cifra de cèrca de 160 milhões de cruzeiros anuais; com tendência a
51 ' ^
Dioksto Et:oNÓMico
sável pelo serviço público que a estrada
noção de sua grande responsabilidade nessa questão vital para Sao Paulo e
m 50
milhões por ano, aos 70 milhões (jiie \ão reforçar a rcciata das linhas interna cionais (valor que corresponde de 8,0 % até 15,8% da receita total, segundo a estimativa de "CJonjuntura Econômica")
Dioesto Econômico
ticos cie obras f<-itas, sempre prontos a exigir urn bom .s«-rviço público, prin cipalmente (jiKimlo cie é da competên cia de algimni empresa pri\ada, por d<.'legaçao do Estado. Ma.s, (juando es
— vemos que só nessas duas formas de
sas empresas apelam para a economia
auxílio direto a xiação aérea recebe qua se 100 milhões de cru/.eiros por ano. Com a parcela proveniente do transporte rennmenido das malas postais, o total
particular no sentidt) de lhes oferecer novos capitais de renovação c aumento
aumentar certamente.
púlilica.
Seria um grande èrro condenar tais auxílios, pois o Brasil precisa realmente
desenvolver sua rède de comunicações aéreas. Mas, é também um grande èrro, altm de flagrante injustiça, que o Go verno da União não faça o mesmo em relação às estradas de ferro ainda en
tregues à direção de empresas concessio
nárias. O Correio nada lhes paga pelo transporte de toneladas e mais tonela
das de malas postais, miiitas repletas de encomendas que poderiam ser fonte de
essa forma de manutenção dos serviços
de tôda ordem que se lhe apresentam,
de subvencioná-los.
Entretanto, as linhas e ramais defici
mente construídas pelo Estado... (Para
nada falar das rodovias paralelas ás Es tradas de l*'erro, construídas c mantidas s ■
socorro do Governo da União, do Estado
-*
k
retiradas da receita geral. Ora, qualquer pessoa um pouco atilada vê logo que
As subvenções aos serviços de utilida
de pública — sejam eles executados por entidades públicas ou de direito priva
do — quando necessárias para mante-los com eficiência, não deveriam causar es
pécie a ninguém.
deípois c|uo foi abolida a garantia de
Entre nós, porém,
juros nos contratos de concessão de ser
viços de utilidade pública, a idéia de
custar. E, por acaso, se tudo não cor
subvenção se tornou de certo modo
rer às mil maravilhas, não faltarão crí
chocante, pela má compreensão do pro-
economia ajudou a constituir, não rece bem do Poder Público igual tratiuncnto? Por que o Gorrcio não lhes paga
n .^1
Não seria jinsto admitir que o Poder Público brasileiro tenha dois pesos e
duas medidas para aplicar a diuis ativi dades tão similarc^s e com o mesmo obje tivo.
Pode-sc atribuir talvez a unia
inadvertència não intencional o que esta acontecendo.
Evpercmo.s que, no atual Governo Fe deral, cujo Ministro da Viaç;io é profun do conhecedor dos problemas da i'iaç;io brasileira, a atitude anterior seja mciclificuda. E essa esperança é fortalccíd;i ainda m.iis quando consideramos o
pro«grama c as idéias já expendid;is pcJo atuid governador do Estado, digno en-renlieiro c professor, preocupado since ramente com a resolução de tais pro
blemas que interessam sobremodo a vida econômica e a segurança do Pais.
de ferro^está realizando, não lhe presta
Um serviço público não pode perecer. Esta é a grande verdade e os atuais es tadistas que respondem pelos postos mais importante::, dos governos tem
a assistência financeira, por meio de subvenções proporcionais aos quijpmetros de linhas, ou às toneladas-quilôme-
para o Brasil.
c; Governe;, cpio é o verdadeiro respon
através do orçamento e. mediante verbas
motivas potentes a resfolegar o vapor que consome a economia particular que nelas foi aplicada — custe o que
de século cie existência, com imcmsos
o transporte das malas postais? Por que
ou do Município, quando dcricitários,
servados e em número suficiente, loco
pelo Estado). Por cpie as pobres ferro vias, algiunas com mais de três quartos serviços prestado;; à coletividade, cuja
Aliás, todas as entidades
cm apreço não passa de uma modalidade
tários deverão manter-se em tráfego — com trens no horário, vagões bem con
eamjxjs cie pouso também são pronta
ao setor de atividade (jiie, prccipuaniente, a éle mesmo de\ eria caber. Ninguém
tensamente paru vencer as resistências
malidades dispensadas para a aviação.
pelo Estado; as estradas de ligação dos
rer sempre as entidades que se dedicam
receita das próprias \ias-férrcas e que, transportadas gratuitamente para o Cor reio, contribuem scnsi\'elmente para sua receita. Para obter licenças pré\ias de importação de materiais imprescindíveis para seu lral)aIho e prngres-o, uma fer rovia brasileira terá de se empenhar in levando meses para conseguir tais for
Estado; as estações de meteorologia es tão montadas e com funcionários pagos
o caso brasileiro, o Estude; dc\c socor
públicas (jiie têm a seu cargo algum ramo do serviço público — Correios e Telégrafos, Estradas de Ferro, Navega ção, Águas (• Esgotos etc. — recebem o
ineconómica?
Os aeroportos são construídos pelo
Eis porque, em última análise c para
inuncrador.
de .suas linhas e ramais de e.vploração
]>;irle. por um exagerado jacobinismo,
viário.
po.ssívc-l no caso de serviços ile utilidade
poderá concordar com a idci;i de deixar perecer um serviço público pelo sim ples motivo de não ser rendoso ou re-
tros transportadas, ou ainda aos déficits
nhias (pie possni;ini concessões era consUluíclo cie capitais estrangeiros, especial mente as que atuavam no setor ferro
a não ser (jue lhes assegure excelente remuneração, o <jiic rarissimamente é
hh-m.i por um lado, pela impressão de f.iví)ritismo a eniprèsas protegidas o, em visto eom<i grande número de compa
de capacidade, encontra a retração geral,
alcança a cifra de cèrca de 160 milhões de cruzeiros anuais; com tendência a
51 ' ^
Dioksto Et:oNÓMico
sável pelo serviço público que a estrada
noção de sua grande responsabilidade nessa questão vital para Sao Paulo e
iTPr
/
A grande propriedade no baixo Rio Doce Clovis Caldeiha
P^SCHEVENDO a respeito da cultura cacaueira no baixo Rio Doce, apoia
dos em excelente documentação que, a pedido, nos fôra gentilmente remetida
pelas autoridades capixabas, arriscamos,
de referencia ao regime de propriedade, urna obsen'ação que, a alguns, possi velmente, pareceu chocante.
\
DXCESTíl ECONÓ^UCO
Notamos
longamento, dali até a foz, conseiva as mesmas característica.s.
Para mellior explicar o fenômeno da grande propriedade, no baixo xale, ne cessário se torna remontar, ainda que .sumariamente, ao passado da zona. Fra cassadas as tc-ntativas de povoamento
que, dada a concentração da propriedade territorial na zona deltaica, não se po
e colonizíição le\'adas a efeito cm prin cípios do século XÍX, sob os auspícios CO Governo Imperial, a zona iacunosa
desenvolvimento para a cultura do caca.,
c pahistrc do Ijaíxo \ale permaneceu,
deria esperar, nos próximos anos, grande espirito-santense.
Recente excursão à zona que tem por
uranto quase unia centúria, apenas ha-
Jía a ejparsamente por alguns moraorcs, eiija principal atividade consistia
lavoura cacaueira c precariedade dos meios dc transportes para os centros ex
/
portadores. tais são os principais fato res que- levaram o desânimo aos que se estabeU-ceram na zona como proprietá rios ou que ali inverteram capitais. Esta última modalidade dc exploração rcve-
lou-.se inteiramente negativa num meio
sem ciualciuer tradição de cultura ca caueira.
Seduzidos pelos preços van
63
mais lotes de "colônias" dc \intc e cin
co hectares, já nas mãos de especulado res, são vendidos para a constituição de fazendas ou incorporações a grandes propriedades. Na atualidade, tôda a zona as mar
gens do rio, no baixo vale, inclusive as ilhas, maiores ou menores, que se mul tiplicam através do delta, está apropria da c demarcada, não mais existindo ter
tajosos do eacan no mercado exterior,
ras dcvolutas. Quem deseja encontra-
capitalistas de Vitória e mesmo do Rio dc Janc-iro adcpiircm, por compra, gran des extensões do terra que, entregues a
onde a mata ciliar se interrompe para ceder lugar aos terrenos pantanosos e
administradores inexperientes, são em
parte plantadas de eacavi Comum ou Fora.-itaro, variedade que ali se revelou das menos produti
las terá que aprofundar-se no interior,
campos, estes últimos mais propícios à criação dc gado.
É unicamente ai,
nesse interior isolado e sem qualquer meio de transporte a
^
não ser o animal,
centro Linhares, a metrópole do cacau,
vas. Como os resul
onde podem ser en
ua extração de madeiras de lei. Linha
tados
lidade contundente. Não apenas tive
res, decadente, de município que era,
contrados alguns pe
compensadores, mas,
passa a condição de simplc.s distrito de
cm muitos casos, to
com títulos precá
Colatina, onde, com a chegada, à sede
talmente
rios de posse, viven
riêste último, dos trillios da estrada dc c^rro, se a.ssinaia um movimento pior>ciro baseado na devastação çla mata, para a extração dc madeiras, c conse
sobreveio o desâni
qüente utilizíição das clareiras para o estabelecimento de culturas, café princip.ilmente. A zona onde posteriormente
de fazendeiros baianos, marcou o início
nos colocou em contacto com uma rea
mos ensejo de confirmar aquela obser vação, porém de conhecer, de perto, outros aspocto.s desalcntadores do binô
mio monocultiira-grande propriedade.
Era desejo nosso conhecer a seção do vale que vai de Colatina, ponto extremo da cultura cacaueira, até a foz.
Entretanto, à vista da escassez do tempo de que dispúnliamos, só nos foi dado visitar o trecho compreendido entre a Ilha Pau Grosso, acima de Linhares cerca de três horas e meia cm canoa a motor, c o ponto situado a trinta qui
lômetros abaixo daquela cidade, preci
samente onde o grande curso dágua se acidenta em uma variedade impressio
veio a ser restabelecido o município de Linhares, mutilado cm parte no seu pri mitivo patrimônio territorial, era o vazio. A introdução do cacau no delta, há
cerca dc cinqüenta anos, constituiu o ponto dc paVtida dc um novo movimen to povoador, modesto nas suas origens,
mas já hoje expressivo, facilitado pelo
nante de ilhas sediinentares revestidas 'Governo capixaba, que, a certa altura, de matas, famosas pela fertilidade de passou a conceder, gratuitamente, a suas terras, ricas em matéria humífera quem solicitasse, colônias dc vinte e
depositada, generosamente, pela vasa das grandes enchentes, Visitar êsse tre cho do rio eqüivale a conJiecer pràticamente toda a zona cacaueira, cujo pro
cinco hectares.
Falta de assistência e
ajuda aos que ali se estabelecerám, inex periência absoluta em matéria de mé todos G cuidados culturais e.xigido.s pela
não
fossem
quenos proprietários,
negativos,
mo.
do à sorte de cul ~ '
A chegada, à zo
na, na segunda década do século atualda cultura cacaueira pròpriamenle ditu no Vale do Rio Doce.
São eles, em
verdade, os pioneiros dêsse movimento de valorização econômica do delta, u
frente dos quais se destaca um grande
turas aleatórias.
Apesar dc introduzido no Rio Doce liá cêrca de meio século, somente nas três- últimas décadas, como vimos, o
cacau adquiriu alguma expressão econô mica, figurando, no momento, com o contingente de doi? por cento no con
junto da produção nacional, da qual so
animador a quem o Professor Pierre
a Bahia detém 96,4%. Pouco importan
Deffontaines chamou de "pai do cacau": Filogônio Peixoto. Léguas e léguas de terra nas- margens do rio, que, àquela
uma vasta zona, a melhor dessa parte do vale, de indiscutível fertilidade, na qual
altura, se concentravam nas mãos do uma ou duas famílias, passam, por com
pra, pafa o domínio de alguns fazen deiros. Nesse novo processo dc redistribuição territorial, a pequena proprieda de, existindo mais formalmente do que
pròpríamente como unidade produtora, e quase totalmente absorvida. Lotes c
te còmo ainda se apresenta, a cultura cacaueira já exerce a sua tirania em tôda
poderiam ser localizadas, para a produ ção de cereais ou explorações mistas,
algumas centenas de famílias, em lotes cuja extensão variaria de acordo com o número dc pessoas oconòmicamente ativas.
Estendendo-se, segundo estimativas lo-
iTPr
/
A grande propriedade no baixo Rio Doce Clovis Caldeiha
P^SCHEVENDO a respeito da cultura cacaueira no baixo Rio Doce, apoia
dos em excelente documentação que, a pedido, nos fôra gentilmente remetida
pelas autoridades capixabas, arriscamos,
de referencia ao regime de propriedade, urna obsen'ação que, a alguns, possi velmente, pareceu chocante.
\
DXCESTíl ECONÓ^UCO
Notamos
longamento, dali até a foz, conseiva as mesmas característica.s.
Para mellior explicar o fenômeno da grande propriedade, no baixo xale, ne cessário se torna remontar, ainda que .sumariamente, ao passado da zona. Fra cassadas as tc-ntativas de povoamento
que, dada a concentração da propriedade territorial na zona deltaica, não se po
e colonizíição le\'adas a efeito cm prin cípios do século XÍX, sob os auspícios CO Governo Imperial, a zona iacunosa
desenvolvimento para a cultura do caca.,
c pahistrc do Ijaíxo \ale permaneceu,
deria esperar, nos próximos anos, grande espirito-santense.
Recente excursão à zona que tem por
uranto quase unia centúria, apenas ha-
Jía a ejparsamente por alguns moraorcs, eiija principal atividade consistia
lavoura cacaueira c precariedade dos meios dc transportes para os centros ex
/
portadores. tais são os principais fato res que- levaram o desânimo aos que se estabeU-ceram na zona como proprietá rios ou que ali inverteram capitais. Esta última modalidade dc exploração rcve-
lou-.se inteiramente negativa num meio
sem ciualciuer tradição de cultura ca caueira.
Seduzidos pelos preços van
63
mais lotes de "colônias" dc \intc e cin
co hectares, já nas mãos de especulado res, são vendidos para a constituição de fazendas ou incorporações a grandes propriedades. Na atualidade, tôda a zona as mar
gens do rio, no baixo vale, inclusive as ilhas, maiores ou menores, que se mul tiplicam através do delta, está apropria da c demarcada, não mais existindo ter
tajosos do eacan no mercado exterior,
ras dcvolutas. Quem deseja encontra-
capitalistas de Vitória e mesmo do Rio dc Janc-iro adcpiircm, por compra, gran des extensões do terra que, entregues a
onde a mata ciliar se interrompe para ceder lugar aos terrenos pantanosos e
administradores inexperientes, são em
parte plantadas de eacavi Comum ou Fora.-itaro, variedade que ali se revelou das menos produti
las terá que aprofundar-se no interior,
campos, estes últimos mais propícios à criação dc gado.
É unicamente ai,
nesse interior isolado e sem qualquer meio de transporte a
^
não ser o animal,
centro Linhares, a metrópole do cacau,
vas. Como os resul
onde podem ser en
ua extração de madeiras de lei. Linha
tados
lidade contundente. Não apenas tive
res, decadente, de município que era,
contrados alguns pe
compensadores, mas,
passa a condição de simplc.s distrito de
cm muitos casos, to
com títulos precá
Colatina, onde, com a chegada, à sede
talmente
rios de posse, viven
riêste último, dos trillios da estrada dc c^rro, se a.ssinaia um movimento pior>ciro baseado na devastação çla mata, para a extração dc madeiras, c conse
sobreveio o desâni
qüente utilizíição das clareiras para o estabelecimento de culturas, café princip.ilmente. A zona onde posteriormente
de fazendeiros baianos, marcou o início
nos colocou em contacto com uma rea
mos ensejo de confirmar aquela obser vação, porém de conhecer, de perto, outros aspocto.s desalcntadores do binô
mio monocultiira-grande propriedade.
Era desejo nosso conhecer a seção do vale que vai de Colatina, ponto extremo da cultura cacaueira, até a foz.
Entretanto, à vista da escassez do tempo de que dispúnliamos, só nos foi dado visitar o trecho compreendido entre a Ilha Pau Grosso, acima de Linhares cerca de três horas e meia cm canoa a motor, c o ponto situado a trinta qui
lômetros abaixo daquela cidade, preci
samente onde o grande curso dágua se acidenta em uma variedade impressio
veio a ser restabelecido o município de Linhares, mutilado cm parte no seu pri mitivo patrimônio territorial, era o vazio. A introdução do cacau no delta, há
cerca dc cinqüenta anos, constituiu o ponto dc paVtida dc um novo movimen to povoador, modesto nas suas origens,
mas já hoje expressivo, facilitado pelo
nante de ilhas sediinentares revestidas 'Governo capixaba, que, a certa altura, de matas, famosas pela fertilidade de passou a conceder, gratuitamente, a suas terras, ricas em matéria humífera quem solicitasse, colônias dc vinte e
depositada, generosamente, pela vasa das grandes enchentes, Visitar êsse tre cho do rio eqüivale a conJiecer pràticamente toda a zona cacaueira, cujo pro
cinco hectares.
Falta de assistência e
ajuda aos que ali se estabelecerám, inex periência absoluta em matéria de mé todos G cuidados culturais e.xigido.s pela
não
fossem
quenos proprietários,
negativos,
mo.
do à sorte de cul ~ '
A chegada, à zo
na, na segunda década do século atualda cultura cacaueira pròpriamenle ditu no Vale do Rio Doce.
São eles, em
verdade, os pioneiros dêsse movimento de valorização econômica do delta, u
frente dos quais se destaca um grande
turas aleatórias.
Apesar dc introduzido no Rio Doce liá cêrca de meio século, somente nas três- últimas décadas, como vimos, o
cacau adquiriu alguma expressão econô mica, figurando, no momento, com o contingente de doi? por cento no con
junto da produção nacional, da qual so
animador a quem o Professor Pierre
a Bahia detém 96,4%. Pouco importan
Deffontaines chamou de "pai do cacau": Filogônio Peixoto. Léguas e léguas de terra nas- margens do rio, que, àquela
uma vasta zona, a melhor dessa parte do vale, de indiscutível fertilidade, na qual
altura, se concentravam nas mãos do uma ou duas famílias, passam, por com
pra, pafa o domínio de alguns fazen deiros. Nesse novo processo dc redistribuição territorial, a pequena proprieda de, existindo mais formalmente do que
pròpríamente como unidade produtora, e quase totalmente absorvida. Lotes c
te còmo ainda se apresenta, a cultura cacaueira já exerce a sua tirania em tôda
poderiam ser localizadas, para a produ ção de cereais ou explorações mistas,
algumas centenas de famílias, em lotes cuja extensão variaria de acordo com o número dc pessoas oconòmicamente ativas.
Estendendo-se, segundo estimativas lo-
54
DlGEST<l ECONÓNOCO
Diciaro Econômico
cais, através de uma área que repre senta apenas vinte por cento do total da zí)na passiva de exploração, a cul tura cacaiieira, nas condições cm que
bulo "invasor", usado para designar al
atualmente se rcalizii, representa, mercê
dc àquilí) que pretende exprimir. Figu-
cada oiule as !i\ es. ao fim <lo dia, são
recolhidas, ao aLrigo dos animais sel
guém que se acha estabelecido cm terra
que, legalmente, pertence a outrem, tem
um sentido que nem sempre corrcspon-
I
vagens; e o chiqueiro, lastrcado com hastes de madeira, no qual sc imobiliZiivam, em higiene relativa, vários "ca
de um desses paradoxos econômicos, o
rc-se a hipótese, Ijaslante viável, de
pados" cjue SC destinavam à engorda.
maior entrave ao progresso da zona re ferida. Nem SC desenvolve na medida
que uma família camponesa se tenha
O chefe- da easa falecera, pouco antes,
estabelecido, primitivamente, muna faixa de terra inculta a beira tio rio. Median
liavcndo o filho mais velho, jovem de
que seria de desejar nem pennite o aproveitamento de grandes tratos de excelentes terras para outros fins. Êsse
caráter exclu.siv)sta é talvez mais acen tuado do que no sul-baiano, dominado pela monocultura cacaueira. A existên
cia, ali, a despeito da forte concentração territorial que se vem processando nos
derradeiros anos, da pequena proprie dade cacaueira, a.sscgura, paralelamente à atividade principal, a produção de alguns gêneros de consumo. Nas pro ximidades dos centros maiores, como Ilhéus e Itabuna, algumas propriedades
do tipo médio ou mesmo grandes já se dedicam, de par com a cultura ca
caueira, ao culti\'o de verduras c legu mes, à criação de galinhas etc. No baixo Rio Doce, o regime de pro priedade, caracterizado pela concentra
ordem de 283,8 %. A densidade relati
vimos a saber, a exploração fòra embar
va, que era de 1,6 habitantes por qui lômetro quadrado, se elevou para OjO-
consegue montar uma pequena roça, de cujos produtos se alimenta, com a su-
gada, não podendo a família ampliar a
Hou\'e, não há negar, um forte incre
área dc cultivo.
mento populacional no período, devido
plementação da caça e da [H-sea. O excedente, isto é, aquilo que escapa ao
continuava a ser generosa. Plantava-se
mais ao afluxo dc migrantes do que ao
arroz, na pequena baixada, milho, man dioca, cana-de-açúcar, café etc., tudo
crescimento vegetativo da população. Ainda assim, é fraca a ocupação hu mana do território municipal. A priu-
consumo próprio, é levado para Colatma ou Linliares-, em canoa a remo, em \iagcns lentas que consomem, dias in
Nada obstante, a torra
com muito bom aspecto. Toda essa ati vidade, entretanto, estava sujeita, con
trabalho dc uma existência dura, em luta contra a natureza, sc vê, assim, de
soante apuramos, a uma série de con tratempos e de fatores que escapam ao controle dc pessoas destituídas de rneios para prevenir ou enfrentar adversidades. Esperavam-se, por exemplo, as chuvas dc outubro para o plantio de
um momento para outro, ameaçado.
abóboras, a fim dc alternar, com o mi
'gnns, após viagens penosas aos cen
lho, a alimentação dos porcos. As chu
teiros. (Jm belo dia, a família é notifi
ca a de que a terra tem dono, pertence ao Doutor Fulano ou ao Coronel Sicra no, e que se impõe deixá-la. Todo o
a família obrigada a desfazer-se de um
tender-se. Outros, mais alertados, exi gem indenização pelas culturas o ben
curso que durou cerca de duas horas,
feitorias, numa atitude obstinada, per
duas propriedades, uma delas com a
manecendo nas pequenas roças regadas pelo seu suor. Muitos, nessas condições, foram indenizados com ridículas impor
de. A engenhoca de madeira, onde se esmagava a cana para o fabrico de rapadura, quebrara; cm conseqüência, quase toda a produção de cana fora destruída, para o necessário replantio. tj?
outros, ainda, aguardam solução para os seus casos.
Estivemos numa dessas roças por al guns momentos. É comovedor o heroís
pectos, dirigia-se para alguma "aberta" na margem do rio, ocupada com planta
mo desses caboclos que, apesar de tudo,
O vocá
vas tardaram; em conseqüência, viu-se
tâncias, tomando rumo desconhecido;
nótona, dada a uniformidade dos as
mava serem de "invasores".
julho de 1950, a população registrada
uma família "invasora". Há xários anos,
certo número dos animais cm tenra ida
ções de cereais que o nosso guia infor
sente). Quase dez anos após, a 1.° de
direção da roça. Estávamos diante dc
ridades com quem são obrigados a en
quíssimos, o olhar fatigado pela paisa gem que, apesar de bela, se torna mo
recenseadas, nu área com que veio a ser reconstituído, cm 1943, aquele mu nicípio, 7.691 pessoas (população pre
te tremendo esf<)rço de adaptação, ven cendo tt)da sorte cie tlifieuldades (malá ria; o tornicnto dos mosquitos que ao anoitecer invadem o casebre), a famíÜa
o rio, a partir de Linhares, vimos apenas, na sua margem esquerda, por onde de
veitamento. da terra se resumia a uma plantação de sessenta mil cacaueíros. Vez por outra, e os casos foram pou
brada, um município do grande tipu. Em setembro de 1940, quando foi leva do a efeito o censo demográfico, foram
elevou-se para 29.520, verificando-se, dcssartc, uma diferença absoluta da
tros citadincs, capitulam ante as auto
área de seis mil hectares. Todo o apro
55
eonfonne a sua informação, assumido a
cêrca do \ inte ano.s, nascido ali mesmo,
ção latifundiária, é asfixiante. Subindo
preferência navegamos, após um per
fçprar
Com a área de 4.534 quilômetros
quadrados, Linhares constitui, depois dc Colatina e São Mateus, o terceiro mu
nicípio espírito-santense em importância
produzem. Ao lado da casa dc madeira
territorial.
Ê, por conseguinte, numa
(sala o cozinha), o paiol de milho. Nos fundos, o galinheiro, uma sólida esta-
torial se mostra razoàvelmente equili
unidade federada onde a divisão terri
cipal causa da rarefação demográfica em
Linhares está precisamente no regime de
propriedade, que impede a fixação do homem, devendo-se ter em consideração que grande parle desse contingente po
pulacional se concentra ua sede do mu nicípio e nas fazendas cacaueiras, onde
forma a massa assalariada.
A Linhares, nesta sua nova fase, es taria reservada a função de entreposto
comercial da zona cacaueira, através do
qual se escoa, para Vitória, pela rodo\'ia que a liga àquela Capital, o grosso da produção. Existe, ali, um ativo co mércio fornecedor de mercadorias para as fazendas disseminadas nas margens
do rio. Como outros tantos núcleos de zonas dominadas por monoculturas, Li nhares importa quase tudo.
Suprem,
em pequena escala, as exigências alimentares de sua população os sítios locali zados ao norte da cidade, onde são en
contrados remanescentes de antigas co•lônias estrangeiras, sobretudo italianos. Fato estarrecedor: em Linhares não há
54
DlGEST<l ECONÓNOCO
Diciaro Econômico
cais, através de uma área que repre senta apenas vinte por cento do total da zí)na passiva de exploração, a cul tura cacaiieira, nas condições cm que
bulo "invasor", usado para designar al
atualmente se rcalizii, representa, mercê
dc àquilí) que pretende exprimir. Figu-
cada oiule as !i\ es. ao fim <lo dia, são
recolhidas, ao aLrigo dos animais sel
guém que se acha estabelecido cm terra
que, legalmente, pertence a outrem, tem
um sentido que nem sempre corrcspon-
I
vagens; e o chiqueiro, lastrcado com hastes de madeira, no qual sc imobiliZiivam, em higiene relativa, vários "ca
de um desses paradoxos econômicos, o
rc-se a hipótese, Ijaslante viável, de
pados" cjue SC destinavam à engorda.
maior entrave ao progresso da zona re ferida. Nem SC desenvolve na medida
que uma família camponesa se tenha
O chefe- da easa falecera, pouco antes,
estabelecido, primitivamente, muna faixa de terra inculta a beira tio rio. Median
liavcndo o filho mais velho, jovem de
que seria de desejar nem pennite o aproveitamento de grandes tratos de excelentes terras para outros fins. Êsse
caráter exclu.siv)sta é talvez mais acen tuado do que no sul-baiano, dominado pela monocultura cacaueira. A existên
cia, ali, a despeito da forte concentração territorial que se vem processando nos
derradeiros anos, da pequena proprie dade cacaueira, a.sscgura, paralelamente à atividade principal, a produção de alguns gêneros de consumo. Nas pro ximidades dos centros maiores, como Ilhéus e Itabuna, algumas propriedades
do tipo médio ou mesmo grandes já se dedicam, de par com a cultura ca
caueira, ao culti\'o de verduras c legu mes, à criação de galinhas etc. No baixo Rio Doce, o regime de pro priedade, caracterizado pela concentra
ordem de 283,8 %. A densidade relati
vimos a saber, a exploração fòra embar
va, que era de 1,6 habitantes por qui lômetro quadrado, se elevou para OjO-
consegue montar uma pequena roça, de cujos produtos se alimenta, com a su-
gada, não podendo a família ampliar a
Hou\'e, não há negar, um forte incre
área dc cultivo.
mento populacional no período, devido
plementação da caça e da [H-sea. O excedente, isto é, aquilo que escapa ao
continuava a ser generosa. Plantava-se
mais ao afluxo dc migrantes do que ao
arroz, na pequena baixada, milho, man dioca, cana-de-açúcar, café etc., tudo
crescimento vegetativo da população. Ainda assim, é fraca a ocupação hu mana do território municipal. A priu-
consumo próprio, é levado para Colatma ou Linliares-, em canoa a remo, em \iagcns lentas que consomem, dias in
Nada obstante, a torra
com muito bom aspecto. Toda essa ati vidade, entretanto, estava sujeita, con
trabalho dc uma existência dura, em luta contra a natureza, sc vê, assim, de
soante apuramos, a uma série de con tratempos e de fatores que escapam ao controle dc pessoas destituídas de rneios para prevenir ou enfrentar adversidades. Esperavam-se, por exemplo, as chuvas dc outubro para o plantio de
um momento para outro, ameaçado.
abóboras, a fim dc alternar, com o mi
'gnns, após viagens penosas aos cen
lho, a alimentação dos porcos. As chu
teiros. (Jm belo dia, a família é notifi
ca a de que a terra tem dono, pertence ao Doutor Fulano ou ao Coronel Sicra no, e que se impõe deixá-la. Todo o
a família obrigada a desfazer-se de um
tender-se. Outros, mais alertados, exi gem indenização pelas culturas o ben
curso que durou cerca de duas horas,
feitorias, numa atitude obstinada, per
duas propriedades, uma delas com a
manecendo nas pequenas roças regadas pelo seu suor. Muitos, nessas condições, foram indenizados com ridículas impor
de. A engenhoca de madeira, onde se esmagava a cana para o fabrico de rapadura, quebrara; cm conseqüência, quase toda a produção de cana fora destruída, para o necessário replantio. tj?
outros, ainda, aguardam solução para os seus casos.
Estivemos numa dessas roças por al guns momentos. É comovedor o heroís
pectos, dirigia-se para alguma "aberta" na margem do rio, ocupada com planta
mo desses caboclos que, apesar de tudo,
O vocá
vas tardaram; em conseqüência, viu-se
tâncias, tomando rumo desconhecido;
nótona, dada a uniformidade dos as
mava serem de "invasores".
julho de 1950, a população registrada
uma família "invasora". Há xários anos,
certo número dos animais cm tenra ida
ções de cereais que o nosso guia infor
sente). Quase dez anos após, a 1.° de
direção da roça. Estávamos diante dc
ridades com quem são obrigados a en
quíssimos, o olhar fatigado pela paisa gem que, apesar de bela, se torna mo
recenseadas, nu área com que veio a ser reconstituído, cm 1943, aquele mu nicípio, 7.691 pessoas (população pre
te tremendo esf<)rço de adaptação, ven cendo tt)da sorte cie tlifieuldades (malá ria; o tornicnto dos mosquitos que ao anoitecer invadem o casebre), a famíÜa
o rio, a partir de Linhares, vimos apenas, na sua margem esquerda, por onde de
veitamento. da terra se resumia a uma plantação de sessenta mil cacaueíros. Vez por outra, e os casos foram pou
brada, um município do grande tipu. Em setembro de 1940, quando foi leva do a efeito o censo demográfico, foram
elevou-se para 29.520, verificando-se, dcssartc, uma diferença absoluta da
tros citadincs, capitulam ante as auto
área de seis mil hectares. Todo o apro
55
eonfonne a sua informação, assumido a
cêrca do \ inte ano.s, nascido ali mesmo,
ção latifundiária, é asfixiante. Subindo
preferência navegamos, após um per
fçprar
Com a área de 4.534 quilômetros
quadrados, Linhares constitui, depois dc Colatina e São Mateus, o terceiro mu
nicípio espírito-santense em importância
produzem. Ao lado da casa dc madeira
territorial.
Ê, por conseguinte, numa
(sala o cozinha), o paiol de milho. Nos fundos, o galinheiro, uma sólida esta-
torial se mostra razoàvelmente equili
unidade federada onde a divisão terri
cipal causa da rarefação demográfica em
Linhares está precisamente no regime de
propriedade, que impede a fixação do homem, devendo-se ter em consideração que grande parle desse contingente po
pulacional se concentra ua sede do mu nicípio e nas fazendas cacaueiras, onde
forma a massa assalariada.
A Linhares, nesta sua nova fase, es taria reservada a função de entreposto
comercial da zona cacaueira, através do
qual se escoa, para Vitória, pela rodo\'ia que a liga àquela Capital, o grosso da produção. Existe, ali, um ativo co mércio fornecedor de mercadorias para as fazendas disseminadas nas margens
do rio. Como outros tantos núcleos de zonas dominadas por monoculturas, Li nhares importa quase tudo.
Suprem,
em pequena escala, as exigências alimentares de sua população os sítios locali zados ao norte da cidade, onde são en
contrados remanescentes de antigas co•lônias estrangeiras, sobretudo italianos. Fato estarrecedor: em Linhares não há
P'
58
■*"
Digesto
Econômico
feira pública, ínstitui^-ão profundamente vinculada à vida das pí)pula(,'ões do in
dade, na zona cacaueira do bai.xo Rio
terior c inesnu) das Capitais. Exaininando-sc detidamente a anomalia, outra
ções sanitárias pouc(j favoráveis, o maior
causa não ocorre .senão a ausência ou in-
ua. O proprio saneamento da zona, onde
significuncia, no município, da peque na propriedade ou, .se se quiser, de pe quenas unidades de produção.
De tudíj «, que alrá.s fica e.xposto,
fruto de obser\açõcs pessoais, res.salta a
conclusão ch» que o regime de proprie
Doce, constitui, de par com as condi
O PROBLEMA DOS SOLOS ÁCIDOS
obstáculo à expun.são cia alisidadc hiunaos trabalhos de dcdctização, levados H efeito parcialmente, eni 19-1-3, não ti\erain prossiígiiijucnto, ê problema li
gado a colonização com base na peque na
propriedade
desidamente
pelos podcres públicos.
assistida
jo.sÉ Setzi-:» l 11
^^[.Mos, nos artigos anteriores, quão grande é a necessidade do uso de
ealeáreo para a neutralização da acidez
tante fino o pó do (pial 90 % passam pela peneira n." 40, que tem abertura de
1950 é \ iTcladeirainente irrisória, pois
malha de 2/5 de milímetro (40 orifícios
a necessidade é eèrca de mil vezes maior. C) consumo nos listados Unidos ultra
passou, uo ano passado, 27 milhões de
por polegada linear). Aqui necessita mos de ação neutralízanlc mais rápida, dc modo que 90 % do pó devem passar
toneladas sc) na agricidlura, ao passo que
pela peneira n." 100, cujos orífício.s são
aipii não atingiu 30 mil toneladas.
de 1/7 dc mm.
nossos
solos
necessitam
E
de maiores
t[Uantidade.s de ealeáreo, ao mesmo tem
po (pie a porcentagem de solos ácidos
é muito maior aqui do que lá. Uns 90 % da produção agrícola brasileira saem de .solos ácidos, ao passo que nos Estados Unidos a maior parte da pro
Com o aumento do teor de magnésio,
o poder neutralizante do ealeáreo au menta, mas a rapidez da ação diminui. Não devemos, porém, usar ealeáreo de alto teor de magnésio, pois, enquanto
dução c* colhida em solos não necessi
o poder neutralizante sobe pouco, a len tidão da ação forna-se demasiada. Quan do u quarta parte dq ealeáreo é magne-
tados de corrcti\'os contra a acidez.
siana (75% de carbonato de eálcio -|-
É por isso fácil prognosticar grande aumento da produção agrícola por uni dade dc área cultivada no Brasil, quan do afinal o ealeáreo for largamente apli cado. É também inegável que a pro dutividade agrícola atualmente muito baixa do solo brasileiro é em grande
25 % dc carbonato de magnésio), o prazo
parte devida à falta do uso de corre tivos contra a acidez das terras.
Torna-.se útil, assim, entrar em alguns
para a sua dissolução no solo pode dobrar, mas 960 kg do material possuem
a capacidade neutralizante de 1 tone lada de ealeáreo inteiramente cálcico.
Na agricultura costuma-se chamar "mag-
ncsiano" o ealeáreo que possui mais que 12)3% de carbonato de magnésio, cor respondendo a 5% de MgO (óxido de magnésio); quando aquôlc teor sobe a 37 %, isto é, 15 % de MgO, então a
detalhes quanto aos tipos de corretivos da acidez e as quantidades necessárias
denominação muda para "ealeáreo dolo-
para os vários tipos de solos cultivados.
mitico", ou, simplesmente, "dolomita".
A qualidade do pó ealeáreo como cor retivo da acidez do solo pode variar de acôrdo com o seu grau de finura, colo ração e teores de magnésio e de im purezas.
íYihf'íi' frWtAíit' ti-Míi^
Nos Estado.s Unidos, considera-se bas
roalnu iUe foi empregada na lavonra ciu
do solo lio Brasil. . A (piantidude que
os
•ti'-
Quanto mais fino é o pó, mais nípida a neutralização da acidez do solo.
^
O teor de impurezas deve ser o mais
baixo possível, devendo-se rejeitar o ma terial que se aproximar de 10% de re
síduo insoluvel (em ácidos minerais). Sendo rocha calcárea não submetida a
P'
58
■*"
Digesto
Econômico
feira pública, ínstitui^-ão profundamente vinculada à vida das pí)pula(,'ões do in
dade, na zona cacaueira do bai.xo Rio
terior c inesnu) das Capitais. Exaininando-sc detidamente a anomalia, outra
ções sanitárias pouc(j favoráveis, o maior
causa não ocorre .senão a ausência ou in-
ua. O proprio saneamento da zona, onde
significuncia, no município, da peque na propriedade ou, .se se quiser, de pe quenas unidades de produção.
De tudíj «, que alrá.s fica e.xposto,
fruto de obser\açõcs pessoais, res.salta a
conclusão ch» que o regime de proprie
Doce, constitui, de par com as condi
O PROBLEMA DOS SOLOS ÁCIDOS
obstáculo à expun.são cia alisidadc hiunaos trabalhos de dcdctização, levados H efeito parcialmente, eni 19-1-3, não ti\erain prossiígiiijucnto, ê problema li
gado a colonização com base na peque na
propriedade
desidamente
pelos podcres públicos.
assistida
jo.sÉ Setzi-:» l 11
^^[.Mos, nos artigos anteriores, quão grande é a necessidade do uso de
ealeáreo para a neutralização da acidez
tante fino o pó do (pial 90 % passam pela peneira n." 40, que tem abertura de
1950 é \ iTcladeirainente irrisória, pois
malha de 2/5 de milímetro (40 orifícios
a necessidade é eèrca de mil vezes maior. C) consumo nos listados Unidos ultra
passou, uo ano passado, 27 milhões de
por polegada linear). Aqui necessita mos de ação neutralízanlc mais rápida, dc modo que 90 % do pó devem passar
toneladas sc) na agricidlura, ao passo que
pela peneira n." 100, cujos orífício.s são
aipii não atingiu 30 mil toneladas.
de 1/7 dc mm.
nossos
solos
necessitam
E
de maiores
t[Uantidade.s de ealeáreo, ao mesmo tem
po (pie a porcentagem de solos ácidos
é muito maior aqui do que lá. Uns 90 % da produção agrícola brasileira saem de .solos ácidos, ao passo que nos Estados Unidos a maior parte da pro
Com o aumento do teor de magnésio,
o poder neutralizante do ealeáreo au menta, mas a rapidez da ação diminui. Não devemos, porém, usar ealeáreo de alto teor de magnésio, pois, enquanto
dução c* colhida em solos não necessi
o poder neutralizante sobe pouco, a len tidão da ação forna-se demasiada. Quan do u quarta parte dq ealeáreo é magne-
tados de corrcti\'os contra a acidez.
siana (75% de carbonato de eálcio -|-
É por isso fácil prognosticar grande aumento da produção agrícola por uni dade dc área cultivada no Brasil, quan do afinal o ealeáreo for largamente apli cado. É também inegável que a pro dutividade agrícola atualmente muito baixa do solo brasileiro é em grande
25 % dc carbonato de magnésio), o prazo
parte devida à falta do uso de corre tivos contra a acidez das terras.
Torna-.se útil, assim, entrar em alguns
para a sua dissolução no solo pode dobrar, mas 960 kg do material possuem
a capacidade neutralizante de 1 tone lada de ealeáreo inteiramente cálcico.
Na agricultura costuma-se chamar "mag-
ncsiano" o ealeáreo que possui mais que 12)3% de carbonato de magnésio, cor respondendo a 5% de MgO (óxido de magnésio); quando aquôlc teor sobe a 37 %, isto é, 15 % de MgO, então a
detalhes quanto aos tipos de corretivos da acidez e as quantidades necessárias
denominação muda para "ealeáreo dolo-
para os vários tipos de solos cultivados.
mitico", ou, simplesmente, "dolomita".
A qualidade do pó ealeáreo como cor retivo da acidez do solo pode variar de acôrdo com o seu grau de finura, colo ração e teores de magnésio e de im purezas.
íYihf'íi' frWtAíit' ti-Míi^
Nos Estado.s Unidos, considera-se bas
roalnu iUe foi empregada na lavonra ciu
do solo lio Brasil. . A (piantidude que
os
•ti'-
Quanto mais fino é o pó, mais nípida a neutralização da acidez do solo.
^
O teor de impurezas deve ser o mais
baixo possível, devendo-se rejeitar o ma terial que se aproximar de 10% de re
síduo insoluvel (em ácidos minerais). Sendo rocha calcárea não submetida a
DICESTO
58
ECONÓAflCO
t[iialíiucr Iralainento além tl<; inoagcin,
caro.
o material potle conter pós inertes pro
aplica enormes (pianlidadcs (até 15 t
venientes cie pulverização de veios de
pi>r hectare, e nunca menos (jiic 5 l),
Por
isso
o
la\ rador ainericano
quartzo, micas, argilas, sílex ele., con
mas faz isso de- 4 em 4 anos. c mesmo
tidos na rocha.
uma vez cada 6 anos.
Existem em São Paulo calcáreos pretos
não é recfjite: lodíjs já \èni usando
rpie produzíun pó cinzento escuro, mas
calcáreo liá 10 ou 25 anos.
liic dá, aí» laNTiidor aincricano. se a
sua nlliiiia colheita foi bt)a graças ao
de matéria orgânica, comum nos nossos
ealeáreo aplicado no ano anterior, ou
gani.smos conseguem utilizar a matéria
carbonosa como fonte de energia graças
5!)
das \antagen.s do calcáreo. po.ssucm cs-
situados cm mangues ou sítios abrigados
tnitiira csponjosa que torna desnecessá
das praias, quase isentos de areia. Ou tra des\'antagem o a destruição desses
cxtenia, mas também interna. Possuem
Pouco se
vém de matéria carbonosa. Com a fome
Econômico
ria mnagcin até grande finiira, pois os gràniilos cio c(írreti\-o são permeá\'eis c funcionatn não só pela sua superfície
E essa prática
de ótima qualidade. A eór escura pro solos maltratados, parece cpic os microor-
Dioiístü
5 ou 10 anos atrás..
Os ealeáreos magnesianos, c mesmo
doloinílieos, são ali mais usados por
depósitos dc valor arqueológico, qee poderia ser mais tarde lamentada amar
gamente, Se o desmonte e a retirada
certo teor cio fósforo cpic muitas vezes
total de cada depósito fosse feita em
alcança 3 e mesmo 4 %. Assim, aplica ção de 1 t cie sambaqui por hectare possui o i-feito de 200 kg do superfosfato (35 kg cie p^Os ), que representa aduhaçao foslórica suficiente para quase
presença de arqueólogo competente, tal rápido da indústria.
vez a ciência pudesse receber subsidio Os resíduos de caieira são outro cor
retivo eficiente, quando guardados ao
às altas temperaturas c muita umidade na estação chuvosa. Desde que os cal
serem mais cneontradiços, por terem
todas as enlturas comuns.
A estrutura
abrigo e peneirados antes do ensaca-
cáreos negros raramente apresentam veios de quartzo, resulta pó inteiramente
poder neutralizante mais alto,' por não servirem para a fabricação de cimento,
csponjosa torna o fósforo dos sambaquis, no mínimo, tão assimilável quanto o da farinha de ossos, a qual, entre nós, não
mcnto, a fim de separar os pedaços de carvão e de calcáreo não queimado. Ê
aproveitável, ainda que seu teor total de carbonates mal alcance 95 %.
Mas isto não quer dizer que todos os calcáreos pretos sejam bons; existem alguns, mesmo, altamente magnesianos. Há calcáreos brancos, metamórficos com
veios de quartzo e sedimontares com lei
tos de sílex. A separação prévia desta
sílica duríssima é difícil, tanto é que já houve casos em São Paulo de venda de pó caicareo com 25 % de areia fina
mente moída. Isso prejudica também ao próprio produtor, pois lhe estraga o moinho. O calcáreo é das rochas mais
moles da natureza, de modo que sua moagem é rápida e grande é a durabili dade das instalações.
É interessante a discussão dos motivos
que nos fazem preferir calcáreos fina
mente moídos c de baixo teor de magnésio, enquanto nos Estados Unidos se usam calcáreos magnesianos o muito me
nos finarnente pulverizados. Nos Estados Unidos o calcáreo moldo
<' também por (juc há nos Estados Uni
é inferior ao superfosfato pela rapidez da ação, como já ficou provado em inú
dos casos de clc-fíciència de magnesio nos .solí)s.
meras experiências.
Aqui no brasil não se constatou ain
da eSsa deficiência, que deve ser rara; o calcáreo cm pó aqui é caro e os la
O teor de matéria orgimica dos sam
baquis é geralmente de 7 a 9% e sua
um pó desuniforme, constituído dc cal virgem, cinzas de lenJia, cal hidratada, pó de carwâo e alguma argila com outras
impurezas que se desprendem do cal cáreo durante a sua queima. O teor de potássio varia muito com a natureza da lenha usada. A de eucaliptos dá muito pouco potássio. Lenha de cerrado pode dar muito mais, atingindo 2%, de modo
vradores geralmente se acham cm oondiçoes financeiras difíceis, necessitando
ação é rapidíssima, pois se trata de
de reação rápida do calcáreo e dos adubos, para que possam reaver pronta
scíbrc os niicroorganisníos do solo so
que 1 t de resíduo de caieira chega a
correndo s()niente os mais úteis. O teor
eqüivaler à adubaçâo com 40 kg de sul fato de potássio. Mesmo esta quantidade
bumato dc cálcio que age seletivamente
mente o dinheiro empatado na terra.
de magnésio é Ijuixíssimo, de modo que
Com os juros altos, que nos meios ru rais podem facilmente atingir a 2% ao
més, qualquer antecipação dos lucros é altamente auspiciosa. Mas é de se esperar que, quando o uso do calcáreo for devidamente difun
dido entre nós, aplicando-se ésse cor retivo constantemente c em doses ele-
a ação ncutraUzari-
de., adubo potássico
te é ainda mais rá
é muitas vezes insu
pida que a de qual
ficiente para promo
quer calcáreo. Basta
ver aumento nisívc!
exprcmer suco dc li
de colheita.
mão ou pingar umas gotas de vinagre de
poder neutralizante da acidez é maior
mesa sobre o matc-
que o do calcáreo,
Mas o
\'adas, também poderemos passar aoS
lial para obter efer
poucos
graças à presença da
vescência mais abun
dante que a obtida
cal, que é, além dis so, mais rápida no
com calcáreos cálci-
efeito.
aos
calcáreos
magnesianos e
mesmo não exigir que sejam pós impalpáveis, permitindo assim aos moinhos produzirem maior quantidade do produ
(
to por unidade de tempo. •
eos inipalpávcis.
Como desvantagem dos sambaquis tri
O material exige,
porém, armazenamento ao abrigo de
para corretivo da acidez do solo é 10
Outro corretivo muito eficiente contra
turados deve-se lembrar o teor de areia
vezes mais barato (um dólar e meio a
a acidez do solo resulta da trituração
tonelada), ao passo que o trabalho de sua aplicação no campo é muito mais
de sambaquis, que são grandes depó
fina de praia, qrie pode subir a 10 e
chuva, o que nem sempre é executado pelos fornecedores, perdendo-se neste
mesmo 15 %, e cuja separação é muito difícil. Existem, entretanto, concheiros
caso todo o potássio e parte da cal, enquanto o restante fica empelotado e
sitos de conchas de beira-mar.
Alem
k
DICESTO
58
ECONÓAflCO
t[iialíiucr Iralainento além tl<; inoagcin,
caro.
o material potle conter pós inertes pro
aplica enormes (pianlidadcs (até 15 t
venientes cie pulverização de veios de
pi>r hectare, e nunca menos (jiic 5 l),
Por
isso
o
la\ rador ainericano
quartzo, micas, argilas, sílex ele., con
mas faz isso de- 4 em 4 anos. c mesmo
tidos na rocha.
uma vez cada 6 anos.
Existem em São Paulo calcáreos pretos
não é recfjite: lodíjs já \èni usando
rpie produzíun pó cinzento escuro, mas
calcáreo liá 10 ou 25 anos.
liic dá, aí» laNTiidor aincricano. se a
sua nlliiiia colheita foi bt)a graças ao
de matéria orgânica, comum nos nossos
ealeáreo aplicado no ano anterior, ou
gani.smos conseguem utilizar a matéria
carbonosa como fonte de energia graças
5!)
das \antagen.s do calcáreo. po.ssucm cs-
situados cm mangues ou sítios abrigados
tnitiira csponjosa que torna desnecessá
das praias, quase isentos de areia. Ou tra des\'antagem o a destruição desses
cxtenia, mas também interna. Possuem
Pouco se
vém de matéria carbonosa. Com a fome
Econômico
ria mnagcin até grande finiira, pois os gràniilos cio c(írreti\-o são permeá\'eis c funcionatn não só pela sua superfície
E essa prática
de ótima qualidade. A eór escura pro solos maltratados, parece cpic os microor-
Dioiístü
5 ou 10 anos atrás..
Os ealeáreos magnesianos, c mesmo
doloinílieos, são ali mais usados por
depósitos dc valor arqueológico, qee poderia ser mais tarde lamentada amar
gamente, Se o desmonte e a retirada
certo teor cio fósforo cpic muitas vezes
total de cada depósito fosse feita em
alcança 3 e mesmo 4 %. Assim, aplica ção de 1 t cie sambaqui por hectare possui o i-feito de 200 kg do superfosfato (35 kg cie p^Os ), que representa aduhaçao foslórica suficiente para quase
presença de arqueólogo competente, tal rápido da indústria.
vez a ciência pudesse receber subsidio Os resíduos de caieira são outro cor
retivo eficiente, quando guardados ao
às altas temperaturas c muita umidade na estação chuvosa. Desde que os cal
serem mais cneontradiços, por terem
todas as enlturas comuns.
A estrutura
abrigo e peneirados antes do ensaca-
cáreos negros raramente apresentam veios de quartzo, resulta pó inteiramente
poder neutralizante mais alto,' por não servirem para a fabricação de cimento,
csponjosa torna o fósforo dos sambaquis, no mínimo, tão assimilável quanto o da farinha de ossos, a qual, entre nós, não
mcnto, a fim de separar os pedaços de carvão e de calcáreo não queimado. Ê
aproveitável, ainda que seu teor total de carbonates mal alcance 95 %.
Mas isto não quer dizer que todos os calcáreos pretos sejam bons; existem alguns, mesmo, altamente magnesianos. Há calcáreos brancos, metamórficos com
veios de quartzo e sedimontares com lei
tos de sílex. A separação prévia desta
sílica duríssima é difícil, tanto é que já houve casos em São Paulo de venda de pó caicareo com 25 % de areia fina
mente moída. Isso prejudica também ao próprio produtor, pois lhe estraga o moinho. O calcáreo é das rochas mais
moles da natureza, de modo que sua moagem é rápida e grande é a durabili dade das instalações.
É interessante a discussão dos motivos
que nos fazem preferir calcáreos fina
mente moídos c de baixo teor de magnésio, enquanto nos Estados Unidos se usam calcáreos magnesianos o muito me
nos finarnente pulverizados. Nos Estados Unidos o calcáreo moldo
<' também por (juc há nos Estados Uni
é inferior ao superfosfato pela rapidez da ação, como já ficou provado em inú
dos casos de clc-fíciència de magnesio nos .solí)s.
meras experiências.
Aqui no brasil não se constatou ain
da eSsa deficiência, que deve ser rara; o calcáreo cm pó aqui é caro e os la
O teor de matéria orgimica dos sam
baquis é geralmente de 7 a 9% e sua
um pó desuniforme, constituído dc cal virgem, cinzas de lenJia, cal hidratada, pó de carwâo e alguma argila com outras
impurezas que se desprendem do cal cáreo durante a sua queima. O teor de potássio varia muito com a natureza da lenha usada. A de eucaliptos dá muito pouco potássio. Lenha de cerrado pode dar muito mais, atingindo 2%, de modo
vradores geralmente se acham cm oondiçoes financeiras difíceis, necessitando
ação é rapidíssima, pois se trata de
de reação rápida do calcáreo e dos adubos, para que possam reaver pronta
scíbrc os niicroorganisníos do solo so
que 1 t de resíduo de caieira chega a
correndo s()niente os mais úteis. O teor
eqüivaler à adubaçâo com 40 kg de sul fato de potássio. Mesmo esta quantidade
bumato dc cálcio que age seletivamente
mente o dinheiro empatado na terra.
de magnésio é Ijuixíssimo, de modo que
Com os juros altos, que nos meios ru rais podem facilmente atingir a 2% ao
més, qualquer antecipação dos lucros é altamente auspiciosa. Mas é de se esperar que, quando o uso do calcáreo for devidamente difun
dido entre nós, aplicando-se ésse cor retivo constantemente c em doses ele-
a ação ncutraUzari-
de., adubo potássico
te é ainda mais rá
é muitas vezes insu
pida que a de qual
ficiente para promo
quer calcáreo. Basta
ver aumento nisívc!
exprcmer suco dc li
de colheita.
mão ou pingar umas gotas de vinagre de
poder neutralizante da acidez é maior
mesa sobre o matc-
que o do calcáreo,
Mas o
\'adas, também poderemos passar aoS
lial para obter efer
poucos
graças à presença da
vescência mais abun
dante que a obtida
cal, que é, além dis so, mais rápida no
com calcáreos cálci-
efeito.
aos
calcáreos
magnesianos e
mesmo não exigir que sejam pós impalpáveis, permitindo assim aos moinhos produzirem maior quantidade do produ
(
to por unidade de tempo. •
eos inipalpávcis.
Como desvantagem dos sambaquis tri
O material exige,
porém, armazenamento ao abrigo de
para corretivo da acidez do solo é 10
Outro corretivo muito eficiente contra
turados deve-se lembrar o teor de areia
vezes mais barato (um dólar e meio a
a acidez do solo resulta da trituração
tonelada), ao passo que o trabalho de sua aplicação no campo é muito mais
de sambaquis, que são grandes depó
fina de praia, qrie pode subir a 10 e
chuva, o que nem sempre é executado pelos fornecedores, perdendo-se neste
mesmo 15 %, e cuja separação é muito difícil. Existem, entretanto, concheiros
caso todo o potássio e parte da cal, enquanto o restante fica empelotado e
sitos de conchas de beira-mar.
Alem
k
Hlf Digesto Econômico
60
não pode ser espalhado uniformemenle na lavoura.
Mesmo neste caso, mas
principalmente quando o teor de cal virgem é alto, o resíduo de caieira ma goa as raízes das plantas quando em
nos terrenos (jue não podem ser arados, tais como cana\ial i-ni socim-ira. ca-
pinzal, alfafal, casos, enfim, (jue c.xigcni calag<*m "em cobc-rlura". Pre\endo boas
cluivas, depois do corte curto da forra-
61
DlCESTCl Et^ONÔMlCC)
fica resíduo sódico depois da absorção do azóto nítrico pela.s raízes.
tínuo emprego de tais adubos no mes
Dés^e modo, para cpie tenhamos ação
vel alguma diminuição da acidez (ele-
neutralizantc dos adubos fisiològicamon-
vação do pH dc 0,2). O mesmo se observa com os adubos fisiològicamenle
te
alcalinos,
deveríamos
usá-los
cm
mo terreno para que se tome perceptí
contato direto com elas, coisa qiic nunca
gcm a alfange, espalba-se a i-al c pas
acontece com o calcáreo moído ou com
quantidades duas ou mais vézcs maio
ácidos, como os sais potássicos, o sulfa
sa-se a grade le\'eincnte, só para escarificar o solo. Desta maneira, num liocta-
res (|uc as de calcáreo, o a ação ainda seria mais lenta, dependendo da absor
to de amônio e o superfosfato. Pratica mente não acidificam terreno algum.
re, meia toiu-Lida clc cal pode sc-r levada para dentro do solo por dunas .soman
ção do adubo pelas plantas. Ora, como tais adubos são usados cm quantidades
do -IO mm, se o terreno fór plano ou
8 a 10 vezes menores que as dos corre
Somente os c-orretivos da acidez atrás mencionados são capazes de elevar sen sivelmente o pH do_ solo de um ano
sambaquí triturado. O carvão que traz o material mal peneirado é inútil e só deprecia o produto. A cal virgem c a cal hidratada (e.\tinta ou apagada) são corretivos mais rá
pidos e mais concentrados que o cal.cáreo e os sambaquis, mas magoam as raízes e não se espalham bem.
Pelo
poder ncutralizante, 550 kg de cal vir gem eqüivalem a 750 kg de cal extinta o a 1.000 kg de calcáreo cálcico.
Os
preços, entretanto, sobem mais que o
poder ncutralizante, de modo que para
não se formarem enxurradas.
No caso
de irrigação por aspcrsão, e mesmo por canais c saletas, ótima culagem em co
bertura pode ser rcalíziida juntando leite de cal na água. Os serviços dc propaganda dc \'ários adubos anunciam entre nós o poder neu
corrigir a acidcz de um hectare de terra
o calcáreo é mais barato que os outros dois corretivos. Não sendo insolúvcis,
CaO (oxido de cálcio) sugerindo que
quantidades desses conetivos de que ne
necessários no mínimo 10 anos dc con
cessitam os vários tipos de nossos solos.
No artigo seguinte trataremos das
certos fosforitos contem 40 ou 45 % clc
como é o calcáreo, podem ser enfraque
se trata, portanto, de altas doses de
cidos na terra nos períodos de chuvas
neulraüzanle.
o poder c muito e a for impedir
para outro.
tralizantc dos mesmos contra a acidez
do .solo. Propagam, por exemplo, que
quase diárias. É verdade que de retenção do cálcio pelo solo grande, mas o excesso de água mação de enxurradas podem
tivos contra a acidcz, resulta o fato já constatado iuvuucras \'ezes pela experi mentação agronômica, isto é, que são
Na realidade, trata-se dc adubos fos-
fóricos, cujo cálcio já vem neutraiizciclo pelo fósforo, não contendo óxido de
cálcio ou carbonato livi'cs.
Não pos
localmente a absorção pela evacuação do
suem, portanto, ação de corretivos contra
cálcio dissolvido.
Mas o maior defeito da cal parece
a acidcz, pela mesma razão ipcla qual, por exemplo, o sal comum, cloreto do
* ser a sua capacidade de cimentação com
sódio, não ó um álcali e não contém
os agregados do solo. Pedaços de cal
soda, apesar do seu teor dc sódio figu
envolvem-sc com terra e pennanecem
rar nas análises em termos de Na 2 O
assim até anos. Quando quebramos tais torrões duros, vemos que são bran
(óxido de sódio).
n
Tais adubos podem ser ditos "físiolòcos por dentro: é a cal que não teve. gicumcntc alcalinos", isto é, capazes de oportunidade de desempenhar bem a sua deixar no solo resíduos alcalinos depois ação neutralizantc contra a acidez. O que as plantas consumirem a parte que mais age como adubo.
Assim, temos
calcáreo e o.s sambaquis não possuem esse defeito c só desaparecem no solo
o resíduo cálcico da farinha do ossos e
- depois de neutralizar a parcela de acidez quimícamente equivalente.
dos fosforitos depois da absorção do fósforo pelas plantas. No caso do saliIrc do Clúlc, que é nitrato do .sódio,
O uso da cal é, porém, obrigatório
sàfe:#!.-
Hlf Digesto Econômico
60
não pode ser espalhado uniformemenle na lavoura.
Mesmo neste caso, mas
principalmente quando o teor de cal virgem é alto, o resíduo de caieira ma goa as raízes das plantas quando em
nos terrenos (jue não podem ser arados, tais como cana\ial i-ni socim-ira. ca-
pinzal, alfafal, casos, enfim, (jue c.xigcni calag<*m "em cobc-rlura". Pre\endo boas
cluivas, depois do corte curto da forra-
61
DlCESTCl Et^ONÔMlCC)
fica resíduo sódico depois da absorção do azóto nítrico pela.s raízes.
tínuo emprego de tais adubos no mes
Dés^e modo, para cpie tenhamos ação
vel alguma diminuição da acidez (ele-
neutralizantc dos adubos fisiològicamon-
vação do pH dc 0,2). O mesmo se observa com os adubos fisiològicamenle
te
alcalinos,
deveríamos
usá-los
cm
mo terreno para que se tome perceptí
contato direto com elas, coisa qiic nunca
gcm a alfange, espalba-se a i-al c pas
acontece com o calcáreo moído ou com
quantidades duas ou mais vézcs maio
ácidos, como os sais potássicos, o sulfa
sa-se a grade le\'eincnte, só para escarificar o solo. Desta maneira, num liocta-
res (|uc as de calcáreo, o a ação ainda seria mais lenta, dependendo da absor
to de amônio e o superfosfato. Pratica mente não acidificam terreno algum.
re, meia toiu-Lida clc cal pode sc-r levada para dentro do solo por dunas .soman
ção do adubo pelas plantas. Ora, como tais adubos são usados cm quantidades
do -IO mm, se o terreno fór plano ou
8 a 10 vezes menores que as dos corre
Somente os c-orretivos da acidez atrás mencionados são capazes de elevar sen sivelmente o pH do_ solo de um ano
sambaquí triturado. O carvão que traz o material mal peneirado é inútil e só deprecia o produto. A cal virgem c a cal hidratada (e.\tinta ou apagada) são corretivos mais rá
pidos e mais concentrados que o cal.cáreo e os sambaquis, mas magoam as raízes e não se espalham bem.
Pelo
poder ncutralizante, 550 kg de cal vir gem eqüivalem a 750 kg de cal extinta o a 1.000 kg de calcáreo cálcico.
Os
preços, entretanto, sobem mais que o
poder ncutralizante, de modo que para
não se formarem enxurradas.
No caso
de irrigação por aspcrsão, e mesmo por canais c saletas, ótima culagem em co
bertura pode ser rcalíziida juntando leite de cal na água. Os serviços dc propaganda dc \'ários adubos anunciam entre nós o poder neu
corrigir a acidcz de um hectare de terra
o calcáreo é mais barato que os outros dois corretivos. Não sendo insolúvcis,
CaO (oxido de cálcio) sugerindo que
quantidades desses conetivos de que ne
necessários no mínimo 10 anos dc con
cessitam os vários tipos de nossos solos.
No artigo seguinte trataremos das
certos fosforitos contem 40 ou 45 % clc
como é o calcáreo, podem ser enfraque
se trata, portanto, de altas doses de
cidos na terra nos períodos de chuvas
neulraüzanle.
o poder c muito e a for impedir
para outro.
tralizantc dos mesmos contra a acidez
do .solo. Propagam, por exemplo, que
quase diárias. É verdade que de retenção do cálcio pelo solo grande, mas o excesso de água mação de enxurradas podem
tivos contra a acidcz, resulta o fato já constatado iuvuucras \'ezes pela experi mentação agronômica, isto é, que são
Na realidade, trata-se dc adubos fos-
fóricos, cujo cálcio já vem neutraiizciclo pelo fósforo, não contendo óxido de
cálcio ou carbonato livi'cs.
Não pos
localmente a absorção pela evacuação do
suem, portanto, ação de corretivos contra
cálcio dissolvido.
Mas o maior defeito da cal parece
a acidcz, pela mesma razão ipcla qual, por exemplo, o sal comum, cloreto do
* ser a sua capacidade de cimentação com
sódio, não ó um álcali e não contém
os agregados do solo. Pedaços de cal
soda, apesar do seu teor dc sódio figu
envolvem-sc com terra e pennanecem
rar nas análises em termos de Na 2 O
assim até anos. Quando quebramos tais torrões duros, vemos que são bran
(óxido de sódio).
n
Tais adubos podem ser ditos "físiolòcos por dentro: é a cal que não teve. gicumcntc alcalinos", isto é, capazes de oportunidade de desempenhar bem a sua deixar no solo resíduos alcalinos depois ação neutralizantc contra a acidez. O que as plantas consumirem a parte que mais age como adubo.
Assim, temos
calcáreo e o.s sambaquis não possuem esse defeito c só desaparecem no solo
o resíduo cálcico da farinha do ossos e
- depois de neutralizar a parcela de acidez quimícamente equivalente.
dos fosforitos depois da absorção do fósforo pelas plantas. No caso do saliIrc do Clúlc, que é nitrato do .sódio,
O uso da cal é, porém, obrigatório
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Dicesto
Econômico
'•K.
CA LÓG E RAS
E
A
E ricorda
V iAÇAO
;i seguir o inlerèssc com
ção férre.a eslú na con.slrução do traçado
cussões referentes a essa xia férrea.
da e.strada de ferro Oeste dc Minas, des de Angra até Catalão".
ALVaRí) DIr; Sousa Lima
Desde ci-do, dedicou-se Calógeras ao estudo de cpiestões relali\as à viação
(Miníslro da Viavão)
emenda, que foi aprovada, autorizando
férrea nacional.
o Govèmo a mandar estudar e construir
Já, eoin c-l<-ito. em 1896, meia dúzia dc anos apenas após a sna fonnatura, faz éle parle, eoin llermillo Alves c ju-
o prolongamento do ramal dc Santa Cruz, da Estrada dc Ferro Central do
O "Dicesto Econômico", cm sujeição "
lio llorla Barbosa, cie nma comissão in-
ramal de Deodoro a rède da Estrada dc
um clo.s pontos ele seu progmnw de rccelar aos jovens estudiosos, (pie sc estão preptirando para a cida pública, um modálo de estadista, vem reproduzindo, em suas colunas, arlif^os e ensaios sôbre a
iiimliida cie fazer um plano dc viação
individualidade de Cedág^eras, talvez ü mais robusta compleição de homem dc govârno, de administrador,(juc surgiu iio
deral, inieia-sc scrdadcira-
■Brasil.
sileira.
FÉRREA
(pie, ainda menino, acompanhava as dis
NACIONAL
1921, visitou Calógeras, como Mi
nistro da Guerra, a Circunscrição Militar de Mato Grosso, percorrendo en tão a E. F. Noroeste do Brasil, cuja Di visão de Obras era por nós cliefiada. Em Bauru, não se limitou a receber
as homenagens protocolares, mas exami nou com vivo interesse as instalações da
Estrada, dctendo-se, particulannente, nos escritórios da Divisão de Obras No vas, que executava, então, entre outras
construções de vulto na remodelação da Estrada, a grande ponto sobre o Rio Pa raná, nas divisas dos Estados de São Paulo e Mato Grosso.
Examinou plantas, desenhos, relatórios
c cálculos e de alguns mesmo conservou cópias em seu poder. Discutiu critérios
Neste
número
para o [-'stado de Minas Gerais. E.sse foi. taUez, nesses assunto.s, o seu
úniec) trabalho de caráter regional. Eleito no ano seguinte deputado fe oiente a sna atuação
dc maio, in
serimos o consciencinso estudo que O
tes da Estrada, dado o seu caráter es
tratégico, uma certa cor que, disse-nos, a experiência da Grande Guerra mostra
ra ser a menos visível para a aviação.
Grande foi a impressão que a todos nós, engenheiros da F.strada, causou ês-
Não
lendo
sido
nunca um ferroviário,
é,
competente engenheiro ferroviário Álva
conio
çãn, csrreocii, a cnnvilc do nosso DirC-
nclniinistraclor da cousa pú blica, c-omo publicista, quo
ro de Sou.w Lima, hoje Mini.stro da Via-
parlamentar,
como
sua ação .SC Ia/ SCntir ncs-
lor, para o "In Meinorian", sôbre "Cídôgeras e as Vias Férreas".
assuntos.
E ai a sua atividade nor-
a seguir nos projetos em andamento e
sugeriu ine.smo para a pintura das pon
em
prol cia viação férrea bra
teou-sc; exclusivamente pemais
projeção (jiic, no cenário nacional, tive
alto
ideal
nacio-
nnlisia, visando acima dc
ram atiiaçõc.s suas em outros campo.s,
bido os superiores interês-
por is.so melhor apreciadas. Pode clizer-.se, no entanto, rjue o seu pendor, o seu interê.sse por cousas de
da Nação.
Deputaclo
federal
por
^inas Gerais, apenas uma vez, ao que
nossa viação férrea,, ele os trazia da
consta, já em 1911, subscreveu uma
meninice.
se interesse do Ministro da Guerra por
Em 1909, discutindo na Câmara dos
eiucnda, dc autcíria, aliás, do um compa-
cousas fenoviárias. Isso nada mais era,
Deputaclo.s a concessão ciada á Lcopoldina RaiKvay de prolongar a sua linha
^órno a prolongar, naquele Estado, dois
no entanto, que nova prova da atenção
que, cie longa data, dedicara Calógeras a tais assuntos, por que sempre se inte ressou .
Essa é, contudo, talvez, uma das fa ces menos conhecidas de sua multiforme
atividade de homem público, não por dcsvaliosa cm obscura, mas pela grande
•^beiro de bancada, autorizando o Goraniais da Central do Brasil. Anterior-
dc São Francisco Xavier ao cais do por
nionte, ao sc manifestar favorável a um
to do Rio dc faneiro, justifica a sua in tervenção no debate, com uma reminis-
projeto que autorizava o Poder Executi-
cência pessoal; "Essa estrada, antigamente chamada
l<ibrado com a Cia. Estrada de Forro
c de uma soma imensa de esforços pa trióticos desenvolvidos por meu pai."
L
apresentou também um-'
Brasil, ate a baía da Ilha Grande o o
Ferro Leopoldina; justificou-a, esteandose "nas palavras precisas do relatório do Ministro da Guerra, que rccx)nhece c-omo
de urgência inadiável a execução dessas duas linhas".
E antes, em 1904, acertadamente defendera o ato
do Govèmo Federal ;uTe-
matando, em hasta públi ca, a Estrada de Ferro Sorocabana c Ituana.
Mas, por outro lado, em 1912, no Govèmo do Ma rechal Hennes da Fonseca,
em discurso que iniciou dizendo que sua impres
são primeira fôra "que se ria verdadcininicute peixW
tempo analisar, por miudo,
a obra dc desvario que é
o Orçamento da Viaçao", estranha 6 condena,
com
veemência, que da "conjugação de ele
mentos deletérios surgisse, como obra
legislativa e sob a máscara falaz dc me
lhoramentos mais ou menos discutíveis,
a lei que, pelo seu desdobramento succssi\'0 até final solução dos problemas
postos nesse mesmo têxio legislativo, vem aiimentar as responsabilidudo.s pu
Oeste de Minas, fá-Io porque, para os
blicas cm cêrca de 1.000.000:000$ E entre as linhas a construir que figura vam nesse desvario orçamentário, cita
Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás, "o engrandecimento de sua via
por exemplo; a Estrada de Ferro de
a rever e modificar um contrato ce-
do Grão Pará, resulta de uma concessão
Em 1908,
"a Estrada de Ferro Pirapora a Belém,
r
''•/
Dicesto
Econômico
'•K.
CA LÓG E RAS
E
A
E ricorda
V iAÇAO
;i seguir o inlerèssc com
ção férre.a eslú na con.slrução do traçado
cussões referentes a essa xia férrea.
da e.strada de ferro Oeste dc Minas, des de Angra até Catalão".
ALVaRí) DIr; Sousa Lima
Desde ci-do, dedicou-se Calógeras ao estudo de cpiestões relali\as à viação
(Miníslro da Viavão)
emenda, que foi aprovada, autorizando
férrea nacional.
o Govèmo a mandar estudar e construir
Já, eoin c-l<-ito. em 1896, meia dúzia dc anos apenas após a sna fonnatura, faz éle parle, eoin llermillo Alves c ju-
o prolongamento do ramal dc Santa Cruz, da Estrada dc Ferro Central do
O "Dicesto Econômico", cm sujeição "
lio llorla Barbosa, cie nma comissão in-
ramal de Deodoro a rède da Estrada dc
um clo.s pontos ele seu progmnw de rccelar aos jovens estudiosos, (pie sc estão preptirando para a cida pública, um modálo de estadista, vem reproduzindo, em suas colunas, arlif^os e ensaios sôbre a
iiimliida cie fazer um plano dc viação
individualidade de Cedág^eras, talvez ü mais robusta compleição de homem dc govârno, de administrador,(juc surgiu iio
deral, inieia-sc scrdadcira-
■Brasil.
sileira.
FÉRREA
(pie, ainda menino, acompanhava as dis
NACIONAL
1921, visitou Calógeras, como Mi
nistro da Guerra, a Circunscrição Militar de Mato Grosso, percorrendo en tão a E. F. Noroeste do Brasil, cuja Di visão de Obras era por nós cliefiada. Em Bauru, não se limitou a receber
as homenagens protocolares, mas exami nou com vivo interesse as instalações da
Estrada, dctendo-se, particulannente, nos escritórios da Divisão de Obras No vas, que executava, então, entre outras
construções de vulto na remodelação da Estrada, a grande ponto sobre o Rio Pa raná, nas divisas dos Estados de São Paulo e Mato Grosso.
Examinou plantas, desenhos, relatórios
c cálculos e de alguns mesmo conservou cópias em seu poder. Discutiu critérios
Neste
número
para o [-'stado de Minas Gerais. E.sse foi. taUez, nesses assunto.s, o seu
úniec) trabalho de caráter regional. Eleito no ano seguinte deputado fe oiente a sna atuação
dc maio, in
serimos o consciencinso estudo que O
tes da Estrada, dado o seu caráter es
tratégico, uma certa cor que, disse-nos, a experiência da Grande Guerra mostra
ra ser a menos visível para a aviação.
Grande foi a impressão que a todos nós, engenheiros da F.strada, causou ês-
Não
lendo
sido
nunca um ferroviário,
é,
competente engenheiro ferroviário Álva
conio
çãn, csrreocii, a cnnvilc do nosso DirC-
nclniinistraclor da cousa pú blica, c-omo publicista, quo
ro de Sou.w Lima, hoje Mini.stro da Via-
parlamentar,
como
sua ação .SC Ia/ SCntir ncs-
lor, para o "In Meinorian", sôbre "Cídôgeras e as Vias Férreas".
assuntos.
E ai a sua atividade nor-
a seguir nos projetos em andamento e
sugeriu ine.smo para a pintura das pon
em
prol cia viação férrea bra
teou-sc; exclusivamente pemais
projeção (jiic, no cenário nacional, tive
alto
ideal
nacio-
nnlisia, visando acima dc
ram atiiaçõc.s suas em outros campo.s,
bido os superiores interês-
por is.so melhor apreciadas. Pode clizer-.se, no entanto, rjue o seu pendor, o seu interê.sse por cousas de
da Nação.
Deputaclo
federal
por
^inas Gerais, apenas uma vez, ao que
nossa viação férrea,, ele os trazia da
consta, já em 1911, subscreveu uma
meninice.
se interesse do Ministro da Guerra por
Em 1909, discutindo na Câmara dos
eiucnda, dc autcíria, aliás, do um compa-
cousas fenoviárias. Isso nada mais era,
Deputaclo.s a concessão ciada á Lcopoldina RaiKvay de prolongar a sua linha
^órno a prolongar, naquele Estado, dois
no entanto, que nova prova da atenção
que, cie longa data, dedicara Calógeras a tais assuntos, por que sempre se inte ressou .
Essa é, contudo, talvez, uma das fa ces menos conhecidas de sua multiforme
atividade de homem público, não por dcsvaliosa cm obscura, mas pela grande
•^beiro de bancada, autorizando o Goraniais da Central do Brasil. Anterior-
dc São Francisco Xavier ao cais do por
nionte, ao sc manifestar favorável a um
to do Rio dc faneiro, justifica a sua in tervenção no debate, com uma reminis-
projeto que autorizava o Poder Executi-
cência pessoal; "Essa estrada, antigamente chamada
l<ibrado com a Cia. Estrada de Forro
c de uma soma imensa de esforços pa trióticos desenvolvidos por meu pai."
L
apresentou também um-'
Brasil, ate a baía da Ilha Grande o o
Ferro Leopoldina; justificou-a, esteandose "nas palavras precisas do relatório do Ministro da Guerra, que rccx)nhece c-omo
de urgência inadiável a execução dessas duas linhas".
E antes, em 1904, acertadamente defendera o ato
do Govèmo Federal ;uTe-
matando, em hasta públi ca, a Estrada de Ferro Sorocabana c Ituana.
Mas, por outro lado, em 1912, no Govèmo do Ma rechal Hennes da Fonseca,
em discurso que iniciou dizendo que sua impres
são primeira fôra "que se ria verdadcininicute peixW
tempo analisar, por miudo,
a obra dc desvario que é
o Orçamento da Viaçao", estranha 6 condena,
com
veemência, que da "conjugação de ele
mentos deletérios surgisse, como obra
legislativa e sob a máscara falaz dc me
lhoramentos mais ou menos discutíveis,
a lei que, pelo seu desdobramento succssi\'0 até final solução dos problemas
postos nesse mesmo têxio legislativo, vem aiimentar as responsabilidudo.s pu
Oeste de Minas, fá-Io porque, para os
blicas cm cêrca de 1.000.000:000$ E entre as linhas a construir que figura vam nesse desvario orçamentário, cita
Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás, "o engrandecimento de sua via
por exemplo; a Estrada de Ferro de
a rever e modificar um contrato ce-
do Grão Pará, resulta de uma concessão
Em 1908,
"a Estrada de Ferro Pirapora a Belém,
64
DICB.STO EcONéíMICO
66
DICESTO ECONÓNtlCO
rgiiii(,-tj u Santo Antônio do Madeira; a
Ao estudar as linhas férreas de que
Estrada de Ferro da Bahia, Cabrália a
iiece.ssíta "a marca do Sul", organiza uni
Paracatu e também outras".
nosso panorama ferroviário ressalta níti
ção exclusivamente dedicada a questões ferroviárias e ainda .hoje. em geral, so
programa que a seu ver "é vital para o
da de seius discursos, proferidas no Par
para ver
Rio Grande. .Mas é igiialmcnto \ ital pa
lamento de 1897 a 1919 c do parecer
quanto de razão assistia a Calógeras ao
cjue, como relator do orçamento do en
engenheiros fcnovi:lrios, apaixonados por
condenar essas loucuras. O fato é, po
ra o Brasil, a fim de .se não dissemina
rem trahaliios e esíorço.s nossos pelos ter
rém, que a construção de \ árias dcssa.s
ritórios \izirihos e de se estreitarem ca
tão Ministério da Indústria, Viação o Obras Públicas, elaborou cm 1899.
cava a tais estudos.
da \ez mais os laços da União". A.spira inip(-dir por e.ssa forma "o de.svio pura o
Nesses trabalhos estudou, pode dizerse, todos os aspectos das questões dc or
Basta ler essa enumeração
linhas de\-eria vivamente interessar ao
Estado que r(preseiita\a, quando mai.s não fosse pelo trabalho que \ iria dar a numero.sos operários e pelos grandes re
cursos que para lá carrearia. Calógeras, porém, desprezando uma fácil populari dade na terr.i (pie o elegera, votou con tra tíjdas elas.
Mais tarde, no relatório confidencial
Uruguai", "ciiie ji'i se- acha cm plena rea
ganização c exploração de no.ssas vias
lidade".
férreas. Nada lhe esLxqxm. Desde a ação dos Ministros, que, em geral, se
trada, de uma escola especial dc maqui-
preocupam :ipenas com um dos setores dc seu vasto campo dc ativiclade c dos
essa idéia. Essa sugestão foi posta em
Na eonierèiieia (pie scibre ".Meios de coiminieação 110 Brasil" pronunciou em
.Sao Paulo, ein 192b, a mesma preoeiipa(;ão nacional impera soberana. Nao apena.s nela estuda, sob o mes mo alto critério de interésse comum e
bhca, Calógeras opina de novo pelo
com igual carinho, os prolilemas dc via-
adiamento de certas construções ferro viárias em Minas Gerais. É que a tudo sobrepunha os supremos interesses da Nação. Apai.xonado pelo estabelecimento
de início, observa e lamenta que "(piem olha para um mapa do Brasil, não pode
da indú.stria sidcnirgica no País, opõe-se no entanto, em 1909, a que, para favo recê-la, se prejudiquem as estradas do ferro com tarifas que não remunerem o transporte. E diz, com acerto: "A tari-
fação de favor nas estradas de ferro fe derais não me parece uma solução. Em
primeiro lugar, isso significa que se quer fazer depender as condições favo
ráveis da indústria siderúrgica de possí veis prejuízos sofridos por uma outra in
dústria, a do.s transportes, que também é
custeada pelo Governo e vivo graças às somas pedidas à massa geral dos contri buintes."
Essa preocupação constante dos mais
sua profis.'5ão. Prova do quanto se dedi A Central do Brasil, sempre sob o cri tério dos inlerésscs nacionais, mereceulhe continuamente particular atenção.
apresentado ao Conselheiro Rodrigues
Alves, então Presidente eleito da Rcpfi.
conhecida e manuseada entre nós por
çao das diversas zonas do P;iís, mas, logo
dei.xar dc reconhecer o puro rcgionalisnio dos sistemas de transporto. È.xcetuonios a Central, a Leopoldina Railway, .se disíribucni por três Estados e
polo Distrito Federal c completemos a
lista com a Mojiana c seus ramais, a No roeste e a Sorocabana a ligarem Minas, Goiás, Sao Paulo e Mato Grosso e ainda a São Paulo-Rio Grande, a unir Panmá, Santa Catarina a
São Paulo c ao Rio
Grande do Sul. O mais, são linlias esta
duais como traçados c exigências, e só e.vcepcíonalniente .sulisfazcin a fins ver
dadeiramente nacionais". Com isso por
funcionários,
pois, na organização dos
Em 1903 advoga a criação, nessa Es
nislas e diz. que há cinco anos defendia prática mais tarde e foi, recentemente,
orçamentos: "raros são aqueles que, em
seguida pela E. F. Sorocabana. na ad
matéria de scr\ iço público, enxergam ho rizonte mais vasto do que as paredes do seu gabinete dc trabalho", até às minú cias da exploração técnica das vias fér
Em relação às linhas dos subúrbios,, declara da tribuna parlamentar, em
reas.
Sob esse último ponto de vista, já em 1S9S declara julgar conveniente fôssc o Orçiuncnto da \'iação relatado sempre
por um profissional, por causa dos deta lhes, que exigem conhecimentos técnicos. E disso deu o exemplo, não só ao re latar no ano seguinte o orçamento, co mo eni discursos vários, em que estuda os orçamentos dc várias estradas fede rais, baseando-se nas despesas por tremquilômctro c por locomotiva-quilômetro, examinando-as com minúcias de técnico
ferroviário, que no entanto não era. Da mesma forma examina as despesas da li
certo se não podia conformar quem,
nha, a utilização do material rodantc, a
em 1908, acusado de regionalismo ao discutir na Câmara o Orçamento da Via ção, julgava o aleivc tão pequeno e tão
4(>ndução das locomotivas. Estuda até o emprego das então, entre nós, recentes locoiriotiva.s Compound, declarando, num
ministração Gaspar Ricardo.
1908- "Outras fossem as condições do erário nacional c eu proporia, desde )a, a verba precisa para se iniciar a trans formação dêsse serviço no ° eletrificá-lo". É interessante relembrar esse fato quando vão ser agora contra tadas tais obras, 26 anos depois.
Com a sua aguda ,isão de adminis trador, sabia, porém, Calógeras, que a
reorganização da Central nao dependia
como não depende, apenas de reforma materiais, por vultosas que sejam, E por isso acrescentava: "A grande reforma da Central, entretanto, nao ba de ser
ersa nem outras reformas secundarias, de
ordem técnica, visando sol\'er atinai re clamos c exigências da mesma essencia.
de seus discursos, vir há tempos dedi cando-se a esse as.sunto. Sugere à Cen
A grande remodelação consistira, por sem dúvida, em organizar industrial mente esse próprio nacional, livrando-o das peias e dos ônus de uma repartição pública. Será eolocá-Io em situação, se
Não compreendo lutas regionais".
tral o emprego de um tipo de vagão adaptado ao ti'ansporte de manganês.
das estradas particulares. Ê, finalmen
Contudo, mais que dos planos de via ção que ideou, a sua visão nacional de
tin de
elevados interesses da Pátria, índice evi dente de sua segura viscão de estadista,
der. E concluía: "Não liá trecho, no
é também o que o norteia no estudo dos
Brasil, que para mim não seja Brasil.
planos de viação que mais recentemen te tomou públicos em artigos ou conferêpcias.
mesquinho, que lhe não podia respon
Aliás, já em 1897 assinava o "Buller.Association Internationale du
Congrès des Chemins de Fer", publica
não idêntica, ao menos quase idêntica a te. tratar industriabnente o domínio in dustrial do Estado e por à frente da esti'ada um homem capaz de assumir res-
64
DICB.STO EcONéíMICO
66
DICESTO ECONÓNtlCO
rgiiii(,-tj u Santo Antônio do Madeira; a
Ao estudar as linhas férreas de que
Estrada de Ferro da Bahia, Cabrália a
iiece.ssíta "a marca do Sul", organiza uni
Paracatu e também outras".
nosso panorama ferroviário ressalta níti
ção exclusivamente dedicada a questões ferroviárias e ainda .hoje. em geral, so
programa que a seu ver "é vital para o
da de seius discursos, proferidas no Par
para ver
Rio Grande. .Mas é igiialmcnto \ ital pa
lamento de 1897 a 1919 c do parecer
quanto de razão assistia a Calógeras ao
cjue, como relator do orçamento do en
engenheiros fcnovi:lrios, apaixonados por
condenar essas loucuras. O fato é, po
ra o Brasil, a fim de .se não dissemina
rem trahaliios e esíorço.s nossos pelos ter
rém, que a construção de \ árias dcssa.s
ritórios \izirihos e de se estreitarem ca
tão Ministério da Indústria, Viação o Obras Públicas, elaborou cm 1899.
cava a tais estudos.
da \ez mais os laços da União". A.spira inip(-dir por e.ssa forma "o de.svio pura o
Nesses trabalhos estudou, pode dizerse, todos os aspectos das questões dc or
Basta ler essa enumeração
linhas de\-eria vivamente interessar ao
Estado que r(preseiita\a, quando mai.s não fosse pelo trabalho que \ iria dar a numero.sos operários e pelos grandes re
cursos que para lá carrearia. Calógeras, porém, desprezando uma fácil populari dade na terr.i (pie o elegera, votou con tra tíjdas elas.
Mais tarde, no relatório confidencial
Uruguai", "ciiie ji'i se- acha cm plena rea
ganização c exploração de no.ssas vias
lidade".
férreas. Nada lhe esLxqxm. Desde a ação dos Ministros, que, em geral, se
trada, de uma escola especial dc maqui-
preocupam :ipenas com um dos setores dc seu vasto campo dc ativiclade c dos
essa idéia. Essa sugestão foi posta em
Na eonierèiieia (pie scibre ".Meios de coiminieação 110 Brasil" pronunciou em
.Sao Paulo, ein 192b, a mesma preoeiipa(;ão nacional impera soberana. Nao apena.s nela estuda, sob o mes mo alto critério de interésse comum e
bhca, Calógeras opina de novo pelo
com igual carinho, os prolilemas dc via-
adiamento de certas construções ferro viárias em Minas Gerais. É que a tudo sobrepunha os supremos interesses da Nação. Apai.xonado pelo estabelecimento
de início, observa e lamenta que "(piem olha para um mapa do Brasil, não pode
da indú.stria sidcnirgica no País, opõe-se no entanto, em 1909, a que, para favo recê-la, se prejudiquem as estradas do ferro com tarifas que não remunerem o transporte. E diz, com acerto: "A tari-
fação de favor nas estradas de ferro fe derais não me parece uma solução. Em
primeiro lugar, isso significa que se quer fazer depender as condições favo
ráveis da indústria siderúrgica de possí veis prejuízos sofridos por uma outra in
dústria, a do.s transportes, que também é
custeada pelo Governo e vivo graças às somas pedidas à massa geral dos contri buintes."
Essa preocupação constante dos mais
sua profis.'5ão. Prova do quanto se dedi A Central do Brasil, sempre sob o cri tério dos inlerésscs nacionais, mereceulhe continuamente particular atenção.
apresentado ao Conselheiro Rodrigues
Alves, então Presidente eleito da Rcpfi.
conhecida e manuseada entre nós por
çao das diversas zonas do P;iís, mas, logo
dei.xar dc reconhecer o puro rcgionalisnio dos sistemas de transporto. È.xcetuonios a Central, a Leopoldina Railway, .se disíribucni por três Estados e
polo Distrito Federal c completemos a
lista com a Mojiana c seus ramais, a No roeste e a Sorocabana a ligarem Minas, Goiás, Sao Paulo e Mato Grosso e ainda a São Paulo-Rio Grande, a unir Panmá, Santa Catarina a
São Paulo c ao Rio
Grande do Sul. O mais, são linlias esta
duais como traçados c exigências, e só e.vcepcíonalniente .sulisfazcin a fins ver
dadeiramente nacionais". Com isso por
funcionários,
pois, na organização dos
Em 1903 advoga a criação, nessa Es
nislas e diz. que há cinco anos defendia prática mais tarde e foi, recentemente,
orçamentos: "raros são aqueles que, em
seguida pela E. F. Sorocabana. na ad
matéria de scr\ iço público, enxergam ho rizonte mais vasto do que as paredes do seu gabinete dc trabalho", até às minú cias da exploração técnica das vias fér
Em relação às linhas dos subúrbios,, declara da tribuna parlamentar, em
reas.
Sob esse último ponto de vista, já em 1S9S declara julgar conveniente fôssc o Orçiuncnto da \'iação relatado sempre
por um profissional, por causa dos deta lhes, que exigem conhecimentos técnicos. E disso deu o exemplo, não só ao re latar no ano seguinte o orçamento, co mo eni discursos vários, em que estuda os orçamentos dc várias estradas fede rais, baseando-se nas despesas por tremquilômctro c por locomotiva-quilômetro, examinando-as com minúcias de técnico
ferroviário, que no entanto não era. Da mesma forma examina as despesas da li
certo se não podia conformar quem,
nha, a utilização do material rodantc, a
em 1908, acusado de regionalismo ao discutir na Câmara o Orçamento da Via ção, julgava o aleivc tão pequeno e tão
4(>ndução das locomotivas. Estuda até o emprego das então, entre nós, recentes locoiriotiva.s Compound, declarando, num
ministração Gaspar Ricardo.
1908- "Outras fossem as condições do erário nacional c eu proporia, desde )a, a verba precisa para se iniciar a trans formação dêsse serviço no ° eletrificá-lo". É interessante relembrar esse fato quando vão ser agora contra tadas tais obras, 26 anos depois.
Com a sua aguda ,isão de adminis trador, sabia, porém, Calógeras, que a
reorganização da Central nao dependia
como não depende, apenas de reforma materiais, por vultosas que sejam, E por isso acrescentava: "A grande reforma da Central, entretanto, nao ba de ser
ersa nem outras reformas secundarias, de
ordem técnica, visando sol\'er atinai re clamos c exigências da mesma essencia.
de seus discursos, vir há tempos dedi cando-se a esse as.sunto. Sugere à Cen
A grande remodelação consistira, por sem dúvida, em organizar industrial mente esse próprio nacional, livrando-o das peias e dos ônus de uma repartição pública. Será eolocá-Io em situação, se
Não compreendo lutas regionais".
tral o emprego de um tipo de vagão adaptado ao ti'ansporte de manganês.
das estradas particulares. Ê, finalmen
Contudo, mais que dos planos de via ção que ideou, a sua visão nacional de
tin de
elevados interesses da Pátria, índice evi dente de sua segura viscão de estadista,
der. E concluía: "Não liá trecho, no
é também o que o norteia no estudo dos
Brasil, que para mim não seja Brasil.
planos de viação que mais recentemen te tomou públicos em artigos ou conferêpcias.
mesquinho, que lhe não podia respon
Aliás, já em 1897 assinava o "Buller.Association Internationale du
Congrès des Chemins de Fer", publica
não idêntica, ao menos quase idêntica a te. tratar industriabnente o domínio in dustrial do Estado e por à frente da esti'ada um homem capaz de assumir res-
vim 66
Dicf-stíí Econômico
67
DíCESTO Econónhco
tória u organização dc estatísticas com
ponsahilidade dc tanta monta. Tal em
prestam a justificadas (riticas. até o re
;issim dizer em 1920: "Tal mn dos mo
presa ô possível
possa
gime jurídico tolerado p;ira firmar as
tivos pelos cpiais, \'ai para trint;\ ;inus,
pletas de tráfego, sob moldes unifor
orientar e dirigir". E via claramente (pie essa solução se
relaç-õcs eutrc as \ias férreas e os que
defendemos. ;iiorde com gratule número de economistas, a propricd;ule oficial
mes, em túdas as vias férreas dc pro
priedade ou dc concessão federal. E, ao
cias estradas, quer seja da União c|ucr
justificá-lo, diz haver organizado em Mi-
dos Estados".
nus, com Francisco Sá, um regulamento
e há quem a
enquadra na de um problema mais vas to, que aborda no Relatório confidencial
delas SC utilizam; desde o conjunto de n-gras administrativas adotadas para tor
"O mal está, portanto, no sistema (pie faz de um serviço industrial uma repar
nar (•fcti\as a policia c a segurança das \i;is fcrrcas. até o sistema de f;i\oros eoneedidos para fomentar o de.sen\*o]vimcuto das nnles; tudo prov;i o abando
tição pública-, .sem elasticidade de movi-
no em í|iie ésses estudos jazennn após a
à realidade mieional, com estradas con cedidas e outras sc c-oucedeudo, estudar a.s condições dc couciíssào. Faz então
mento.s; sem noção de devores, mas ape nas de direitos; em que (j trabalho re
regulamentação de
quem conhecer èste assunto uão pode
considerações interessantes a respeito da
munerado conforme seu valor 6 substi
surpreender a afirmaç.u) de que a ques
tuído pela gratificação fixa, haja ou não serviço feito; em que se paga a quem nada f.iz, aos domingos e feriados, cons tituindo nova aristocracia dos operários do Estado, na massa geral do proleta
tão das estradas (Ic ferro, satisfattVmmente n-solvida <-m me;idos deste século por um estadista de valor, com as novas c crescentes exigências do tráfego mo derno, se reconstituiu por inteiro c o problema dos Iransjíorles ;únd;i está à
ao Conselheiro Rodrigues Abes :
riado brasileiro; em que a noção de res ponsabilidade desapareceu, porque a au toridade foi solapada, não por liaver meio
práticf» de dar sanção
às fallus
1857...; luns a
Isso não impediu, porém, dé, atento
livre coiieorrència
entre eslrachis e do
* privilégio dc- zoiai. e dela deduz a neces sidade dos phuios de viação. "Existem,
portanto — diz. — inconsenientes graves pede o clescnvolvimcuilo das estradas dc ferro; a inteira liberdade de viação le\'a
espera de (juem o solva".
a cle.sbanitar capitais preciosos cm todo
Nícsino t<»nsiderando que, depois dis so. fizemos dois grandes progressos cm
país c, muito principalmente, em um país em via dc progresso. A solução do
pioblcma ferroviário consiste, pois, em
ejn qtte O /elo pelo funcionário eleitor faz passar para o segundo plano o de ver de servir ao público."
c tráfego das estradas de f<-iro, <. (n|c melhoraram as nornia.s de conccssrio, mesmo as.sÍJíi há, ainda hoje, imúto do
Não .se restringiu, porém, a sua ação no campo ferroviário ao estudo das ques
\crdadc ness(.-s conceitos dc C;ilógeras, que, ao serem escritos, eram. cm tudo'
tões atinentes a determinadas linhas fér
de pcrcucíente agudcz.
restrição o seu nacionalismo intratável,
que o teria de levar, como levou, a en carar de frente c de alto, cm seu con
Contrário (e nisso não há talvez, hoje
llliíl dos capitais; é o c|Ue ,Sü obtéin por Da cíxislència de concessões decorre a
necessidade
da fiscalização
oficial, a
vospcito do (juc teve também Calógeras idéias próprias c úteis, que lhe foram
fpiem com éle não esteja dc acordo) às
caras, pois sobre chis muito insistiu.
sul)venç(')es (luilométricas c consideran do, ucerladani(?nto, (jnc "do todas as doutrinas em relação a métodos dc auxí
Rtívista Brasileira, assim escrevia:
já em 1897, em interessante artigo na "O
serviço de fiscalização das cslrucla.s dc ferro nã(í consiste íinieamentc cm velar
a mais oscilante, a que menos fi.xidcz tem quanto aos enormes sacrifícios que impõe ao Tesouro ó a dc garantias de
um escopo imiitíj mais elevado, que é permitir o estudo sistemático da influên cia dos transportes sobre a' organização
(jiier nas condições e normas de sua ex
juros", foi Calógeras partidário da pro
produtora do País".
ploração. Em seu notável parecer como relator do Orçamento da Viação em 1899, observa; "Desde os métodos de
priedade oficia] das estradas dc forro. Desde seus primeiros estudos sobre a
maru, ao orçamento do Ministério da
nossa viação férrea esposou esse princí
- Indústria, Viação e Obras Públicas, uma
exploração, que em muitos
pio, para não mais o abandonar. Podo
cessões c do seu estabelecimento, quer em sua fiscalização
e cm suas tarifas,
pontos se
pehi leal e.KCCUção dos contratos: tem
Nesse mesmo ano apresenta, na Cu
emenda substitutiva, que tornava obriga W' »M- 41 .X_
o estudo da influência dos transportes
na organização produtora dos países; cm
st-nundo lusar, a confecção de um c.> di^o técnico para a expbraçao, para a construção e para o tráfego das Jias férreas nas diferentes zonas do Pais .
Êsscvs o.iudos e essas estatísticas de tráfego devem (.■onsiitiiir a I^se L-.siahclecimonto daS tarifas. Pensa su ■
meio dos planos dc viação."
lios a empresas dc viação, a mais funes ta, a mais perniciosa cm seus re.sullados,
junto e em suas características funda mentais, o problema ferroviário brasilei ro, quer quanto ao regime de suas con
Em 1903, insistiu na mesma idéia,
alargando-a: "O que a fiscalização tem de estudar, o problema a cuja solução
•sistcmatiziir o de.scnvol\'imonlo harmô nico das estradas de ferro com a coono-
Não lhe sofreria essa
lamentar de 27 anos, já vinham de bem cedo.
estão propostos os fiscais nomeados para êsse fim, é duplico: cm primeiro lugar,
Hcgulainento p;ira a jcgiirança, iwlícía
ponto de vista.
vidas". O que prova que, nesses assun tos. as cogitaçõe.s dêsse engenheiro e par
no privilégio da z.ona c^ na inteira lilíer-
a lei (le rcspinisabilidach- tivil C COIU Ü
reas, consideradíis embora do mais alto
nização produtora das zonas por ela ser
dudü de \ iação: o prix ilégio de zona im
como ela efetua- em mãos particulares-
prontamente, como a indústria requer c
pelo qual "se pode obter noção exata da influência d:t viação férrea sobre a orga
litulr assim "ésse curiosissimo sistenu^ tarificação a üllm 9»^ convém mexora
vcelmenle expelir dc noSSO pa^. P"tituí-lo sobre as suas únicas bases htcio n.us - as estatísticas dc tráfego - sol-
v-endo-o de acordo com os tres critérios transportes, a remuneração dos capitm.,
globais a que obedece: O custo dos
o valor mercantil dos produtos transportado.s. Para as estradas oficiais um ou
tro elemento ainda intervém: a influen
cia dos transportes nus relações de mtorcàmbio comercial".
Nes.sa ordem de idéias, apresentou à Câmara uma emenda, aprovada na ses
são de 5 dc julho de 1898, dando com
petência privativa ao Poder Executivo para determinar tarifas de transporte,
vim 66
Dicf-stíí Econômico
67
DíCESTO Econónhco
tória u organização dc estatísticas com
ponsahilidade dc tanta monta. Tal em
prestam a justificadas (riticas. até o re
;issim dizer em 1920: "Tal mn dos mo
presa ô possível
possa
gime jurídico tolerado p;ira firmar as
tivos pelos cpiais, \'ai para trint;\ ;inus,
pletas de tráfego, sob moldes unifor
orientar e dirigir". E via claramente (pie essa solução se
relaç-õcs eutrc as \ias férreas e os que
defendemos. ;iiorde com gratule número de economistas, a propricd;ule oficial
mes, em túdas as vias férreas dc pro
priedade ou dc concessão federal. E, ao
cias estradas, quer seja da União c|ucr
justificá-lo, diz haver organizado em Mi-
dos Estados".
nus, com Francisco Sá, um regulamento
e há quem a
enquadra na de um problema mais vas to, que aborda no Relatório confidencial
delas SC utilizam; desde o conjunto de n-gras administrativas adotadas para tor
"O mal está, portanto, no sistema (pie faz de um serviço industrial uma repar
nar (•fcti\as a policia c a segurança das \i;is fcrrcas. até o sistema de f;i\oros eoneedidos para fomentar o de.sen\*o]vimcuto das nnles; tudo prov;i o abando
tição pública-, .sem elasticidade de movi-
no em í|iie ésses estudos jazennn após a
à realidade mieional, com estradas con cedidas e outras sc c-oucedeudo, estudar a.s condições dc couciíssào. Faz então
mento.s; sem noção de devores, mas ape nas de direitos; em que (j trabalho re
regulamentação de
quem conhecer èste assunto uão pode
considerações interessantes a respeito da
munerado conforme seu valor 6 substi
surpreender a afirmaç.u) de que a ques
tuído pela gratificação fixa, haja ou não serviço feito; em que se paga a quem nada f.iz, aos domingos e feriados, cons tituindo nova aristocracia dos operários do Estado, na massa geral do proleta
tão das estradas (Ic ferro, satisfattVmmente n-solvida <-m me;idos deste século por um estadista de valor, com as novas c crescentes exigências do tráfego mo derno, se reconstituiu por inteiro c o problema dos Iransjíorles ;únd;i está à
ao Conselheiro Rodrigues Abes :
riado brasileiro; em que a noção de res ponsabilidade desapareceu, porque a au toridade foi solapada, não por liaver meio
práticf» de dar sanção
às fallus
1857...; luns a
Isso não impediu, porém, dé, atento
livre coiieorrència
entre eslrachis e do
* privilégio dc- zoiai. e dela deduz a neces sidade dos phuios de viação. "Existem,
portanto — diz. — inconsenientes graves pede o clescnvolvimcuilo das estradas dc ferro; a inteira liberdade de viação le\'a
espera de (juem o solva".
a cle.sbanitar capitais preciosos cm todo
Nícsino t<»nsiderando que, depois dis so. fizemos dois grandes progressos cm
país c, muito principalmente, em um país em via dc progresso. A solução do
pioblcma ferroviário consiste, pois, em
ejn qtte O /elo pelo funcionário eleitor faz passar para o segundo plano o de ver de servir ao público."
c tráfego das estradas de f<-iro, <. (n|c melhoraram as nornia.s de conccssrio, mesmo as.sÍJíi há, ainda hoje, imúto do
Não .se restringiu, porém, a sua ação no campo ferroviário ao estudo das ques
\crdadc ness(.-s conceitos dc C;ilógeras, que, ao serem escritos, eram. cm tudo'
tões atinentes a determinadas linhas fér
de pcrcucíente agudcz.
restrição o seu nacionalismo intratável,
que o teria de levar, como levou, a en carar de frente c de alto, cm seu con
Contrário (e nisso não há talvez, hoje
llliíl dos capitais; é o c|Ue ,Sü obtéin por Da cíxislència de concessões decorre a
necessidade
da fiscalização
oficial, a
vospcito do (juc teve também Calógeras idéias próprias c úteis, que lhe foram
fpiem com éle não esteja dc acordo) às
caras, pois sobre chis muito insistiu.
sul)venç(')es (luilométricas c consideran do, ucerladani(?nto, (jnc "do todas as doutrinas em relação a métodos dc auxí
Rtívista Brasileira, assim escrevia:
já em 1897, em interessante artigo na "O
serviço de fiscalização das cslrucla.s dc ferro nã(í consiste íinieamentc cm velar
a mais oscilante, a que menos fi.xidcz tem quanto aos enormes sacrifícios que impõe ao Tesouro ó a dc garantias de
um escopo imiitíj mais elevado, que é permitir o estudo sistemático da influên cia dos transportes sobre a' organização
(jiier nas condições e normas de sua ex
juros", foi Calógeras partidário da pro
produtora do País".
ploração. Em seu notável parecer como relator do Orçamento da Viação em 1899, observa; "Desde os métodos de
priedade oficia] das estradas dc forro. Desde seus primeiros estudos sobre a
maru, ao orçamento do Ministério da
nossa viação férrea esposou esse princí
- Indústria, Viação e Obras Públicas, uma
exploração, que em muitos
pio, para não mais o abandonar. Podo
cessões c do seu estabelecimento, quer em sua fiscalização
e cm suas tarifas,
pontos se
pehi leal e.KCCUção dos contratos: tem
Nesse mesmo ano apresenta, na Cu
emenda substitutiva, que tornava obriga W' »M- 41 .X_
o estudo da influência dos transportes
na organização produtora dos países; cm
st-nundo lusar, a confecção de um c.> di^o técnico para a expbraçao, para a construção e para o tráfego das Jias férreas nas diferentes zonas do Pais .
Êsscvs o.iudos e essas estatísticas de tráfego devem (.■onsiitiiir a I^se L-.siahclecimonto daS tarifas. Pensa su ■
meio dos planos dc viação."
lios a empresas dc viação, a mais funes ta, a mais perniciosa cm seus re.sullados,
junto e em suas características funda mentais, o problema ferroviário brasilei ro, quer quanto ao regime de suas con
Em 1903, insistiu na mesma idéia,
alargando-a: "O que a fiscalização tem de estudar, o problema a cuja solução
•sistcmatiziir o de.scnvol\'imonlo harmô nico das estradas de ferro com a coono-
Não lhe sofreria essa
lamentar de 27 anos, já vinham de bem cedo.
estão propostos os fiscais nomeados para êsse fim, é duplico: cm primeiro lugar,
Hcgulainento p;ira a jcgiirança, iwlícía
ponto de vista.
vidas". O que prova que, nesses assun tos. as cogitaçõe.s dêsse engenheiro e par
no privilégio da z.ona c^ na inteira lilíer-
a lei (le rcspinisabilidach- tivil C COIU Ü
reas, consideradíis embora do mais alto
nização produtora das zonas por ela ser
dudü de \ iação: o prix ilégio de zona im
como ela efetua- em mãos particulares-
prontamente, como a indústria requer c
pelo qual "se pode obter noção exata da influência d:t viação férrea sobre a orga
litulr assim "ésse curiosissimo sistenu^ tarificação a üllm 9»^ convém mexora
vcelmenle expelir dc noSSO pa^. P"tituí-lo sobre as suas únicas bases htcio n.us - as estatísticas dc tráfego - sol-
v-endo-o de acordo com os tres critérios transportes, a remuneração dos capitm.,
globais a que obedece: O custo dos
o valor mercantil dos produtos transportado.s. Para as estradas oficiais um ou
tro elemento ainda intervém: a influen
cia dos transportes nus relações de mtorcàmbio comercial".
Nes.sa ordem de idéias, apresentou à Câmara uma emenda, aprovada na ses
são de 5 dc julho de 1898, dando com
petência privativa ao Poder Executivo para determinar tarifas de transporte,
I VJim I
III I pmvipiifqppipinpp
68
Digesto Econômico
ijucr pura as vias férreas de sua proprie-
do Ih:- não íail I competência para isso".
d;idc, como para iis que tenha concedi do. desde que se subordinem as tarifas aos princípios gerais Cjue estabelece e
.\c) entanto, no Relatório confidencial,
são o- anteriormente citados.
Ca ntral. ao hulo da projiriedade do poílcr piiblíto, "o fráíc-go airendado, me diante foiicorrènda pública".
Partidário, como vimos, da proprieda de oficial das vias férreas, defendeu Ca-
lógeras, com ardor, a princípio, também a sua exploração pelo poder público. Já no estudo
publicado na
Revista
Brasileira, defendia essa doutrina, com
batia os arrendamentos e pergunta%'a; "Não sendo, entretanto, o Estudo inca paz de gerir \'ias férreas..., sendo certo
que em fa\or da exploração pelo Esta
do militam razões de ordem superior onde o motivo técnico ou econômico, que aconselha o arrendamento das via.s férreas nacionais?"
E considera\'a essa solução mero ex
pediente de financeiros, da qual advinam, porém, graves prejuízos permanen tes para a Naçao. Na tribuna parlamen tar, ufana-.se de sua atuação nesse sen
tido; "glorio-me de ter sido um dos pri
já citado, aconselha C.';ilom'r.!S, coinu soj uçao uniea e perti il t para o ca.so da
Xo entanto, como o engenheiro Pires tio Ibo, a cuja competência reiidc Calógcras as maiores luiiiienagcn.s, j>odia pro clamar, no ano imecli;ito: a solução en tre nós do problema ferroviário polo ar rendamento faliiara p<ír completo.
Ao relatar o Orçamento da Viação examina minuciosamente a questão da proijricdade e exploração das linhas fér
reas e por fim estuda "a hipótese, que
Sejam <[nais lovein as divergências que
se possam te r das idéia.s de Calógcras a
respeito ile nosstis problemas, ferroviá rios, (|naisqm'r (pie sejam as restrições (pie se laçam ;ios planos de viação que imaginou, lorçxiso e roeonbccer e pro clamar o puro ideal nacionali.sta o patri()lieo em cpie sempre sc inspirou, a
e.ssas (piestõcs.
E das numerosas citações, proposita damente feitas neste artigo, esperamos
resulte bem nítida a impressão de que,
poutx) conhecida embora, foi grande e valiosa a contribuição, que, como parla
mentar, administrador e publicista, bou-
xc Calógcras ao esclarecimento dos com- -
plexos probleimi.s da nação férrea na
cional.
iidministraçãí) pública sofreu completo descalabro, afigurou-se-lbc impossí\'e! a iiplieaçao satisfatória entre nós dus idéias por que se batera. Manteve-se, porém,
fiel ao princípio. Tanto assim que, em lb26, na conferência sobre os aspectos da economia nacional, tratando de novo nem so é possível, como até convém sc
nal, que dela advinham..."
tcrcssachts. o do Issladt) o o da União .
Parece-nos (pic, após o Gotérno Her mes cia Eonseca, em o (pial, u seu ver, a
medida e, no campo de ação que me
simos prejuízos para a economia nacio
pensamentos recônditos, dos governos in-
probidade profissional com que estudou cs
real.
ciedade disciplinada de alto a baixo,
dessa medida e a profunda anarquização do serviços que dela decorria, os gravís
cordial, patriótica, nacional, Isenta de
Essa mudanç.i de (jrientação de Calógeras c no entanto mais aparente do que
meiros a bater-me, pela imprensa, con tra o arrendamento das vias férreas fe derais. O Congresso discutia ainda essa era reservado naquela ocasião, fiz tudo quanto pude para mostrar a sem razão
69.
Dioesto Econômico
questão, declara (pic; "Em uma so
hiça o tráfego direto pelo Estado". 1 alvez .se inclinasse mesmo para a co laboração entre a União e os Estados, aos quais a primeira arrende as suas es
tradas cm eada um déles existentes, o que constitui um regime t]uc vem pro vando
bem convir aos interê.sses na
cionais.
É assim que, ao estudar a viação fér rea do Rio Grande do Sul, reconhece
tem sido formulada e que convém estu
que as crises
dar; a construção pelo Estado o a ex
tráfego só começaram íá "a ser logica
de congestionamento do
ploração arrendada a empresas parti
mente combatidas quando a administra
culares" e condena-a, mesmo "pondo de parte o que há de singular em não ex plorar o Estado sua propriedade, quan
ção estadual assumiu a direção da rede".
E para a solução completa do plano que imaginara reclama "a colaboração i, i- A
'i.
I VJim I
III I pmvipiifqppipinpp
68
Digesto Econômico
ijucr pura as vias férreas de sua proprie-
do Ih:- não íail I competência para isso".
d;idc, como para iis que tenha concedi do. desde que se subordinem as tarifas aos princípios gerais Cjue estabelece e
.\c) entanto, no Relatório confidencial,
são o- anteriormente citados.
Ca ntral. ao hulo da projiriedade do poílcr piiblíto, "o fráíc-go airendado, me diante foiicorrènda pública".
Partidário, como vimos, da proprieda de oficial das vias férreas, defendeu Ca-
lógeras, com ardor, a princípio, também a sua exploração pelo poder público. Já no estudo
publicado na
Revista
Brasileira, defendia essa doutrina, com
batia os arrendamentos e pergunta%'a; "Não sendo, entretanto, o Estudo inca paz de gerir \'ias férreas..., sendo certo
que em fa\or da exploração pelo Esta
do militam razões de ordem superior onde o motivo técnico ou econômico, que aconselha o arrendamento das via.s férreas nacionais?"
E considera\'a essa solução mero ex
pediente de financeiros, da qual advinam, porém, graves prejuízos permanen tes para a Naçao. Na tribuna parlamen tar, ufana-.se de sua atuação nesse sen
tido; "glorio-me de ter sido um dos pri
já citado, aconselha C.';ilom'r.!S, coinu soj uçao uniea e perti il t para o ca.so da
Xo entanto, como o engenheiro Pires tio Ibo, a cuja competência reiidc Calógcras as maiores luiiiienagcn.s, j>odia pro clamar, no ano imecli;ito: a solução en tre nós do problema ferroviário polo ar rendamento faliiara p<ír completo.
Ao relatar o Orçamento da Viação examina minuciosamente a questão da proijricdade e exploração das linhas fér
reas e por fim estuda "a hipótese, que
Sejam <[nais lovein as divergências que
se possam te r das idéia.s de Calógcras a
respeito ile nosstis problemas, ferroviá rios, (|naisqm'r (pie sejam as restrições (pie se laçam ;ios planos de viação que imaginou, lorçxiso e roeonbccer e pro clamar o puro ideal nacionali.sta o patri()lieo em cpie sempre sc inspirou, a
e.ssas (piestõcs.
E das numerosas citações, proposita damente feitas neste artigo, esperamos
resulte bem nítida a impressão de que,
poutx) conhecida embora, foi grande e valiosa a contribuição, que, como parla
mentar, administrador e publicista, bou-
xc Calógcras ao esclarecimento dos com- -
plexos probleimi.s da nação férrea na
cional.
iidministraçãí) pública sofreu completo descalabro, afigurou-se-lbc impossí\'e! a iiplieaçao satisfatória entre nós dus idéias por que se batera. Manteve-se, porém,
fiel ao princípio. Tanto assim que, em lb26, na conferência sobre os aspectos da economia nacional, tratando de novo nem so é possível, como até convém sc
nal, que dela advinham..."
tcrcssachts. o do Issladt) o o da União .
Parece-nos (pic, após o Gotérno Her mes cia Eonseca, em o (pial, u seu ver, a
medida e, no campo de ação que me
simos prejuízos para a economia nacio
pensamentos recônditos, dos governos in-
probidade profissional com que estudou cs
real.
ciedade disciplinada de alto a baixo,
dessa medida e a profunda anarquização do serviços que dela decorria, os gravís
cordial, patriótica, nacional, Isenta de
Essa mudanç.i de (jrientação de Calógeras c no entanto mais aparente do que
meiros a bater-me, pela imprensa, con tra o arrendamento das vias férreas fe derais. O Congresso discutia ainda essa era reservado naquela ocasião, fiz tudo quanto pude para mostrar a sem razão
69.
Dioesto Econômico
questão, declara (pic; "Em uma so
hiça o tráfego direto pelo Estado". 1 alvez .se inclinasse mesmo para a co laboração entre a União e os Estados, aos quais a primeira arrende as suas es
tradas cm eada um déles existentes, o que constitui um regime t]uc vem pro vando
bem convir aos interê.sses na
cionais.
É assim que, ao estudar a viação fér rea do Rio Grande do Sul, reconhece
tem sido formulada e que convém estu
que as crises
dar; a construção pelo Estado o a ex
tráfego só começaram íá "a ser logica
de congestionamento do
ploração arrendada a empresas parti
mente combatidas quando a administra
culares" e condena-a, mesmo "pondo de parte o que há de singular em não ex plorar o Estado sua propriedade, quan
ção estadual assumiu a direção da rede".
E para a solução completa do plano que imaginara reclama "a colaboração i, i- A
'i.
DICKSTO Econômico
A lei agrária
cimento dc auxílio técnico o sob a forma
dc máquinas, fcrtiliz;mtcs etc. O mesmo
sc pode dizer quanto ao Banco Rural,
J. Testa
assunto sobro o qual existem projetos
(Chefe cie Estutislica c I'ublici<l:i(lc
na Ciun:ira, que necessitam ser "res
da Siiperinli-ndència do Café)
lamento e na imprensa, a questão
do Código Rural, do salário mínimo para os trabalhadores do campo, o outros as
suntos correiatos. Chegou a ser apresentiído à Câmara um projeto, a nosso ver um tanto fora das realidades concre
tas do meio rural, o qual foi bastante
discutido pela imprensa e pelas nossas associações agrícolas.
O assunto, em realidade, nunca cliegou a sair da pauta das discussões-
periodicamente tem sido ventilado pela imprensa c pelos interessados. Mas, ao que parece, vai novamente ser tratado
a fundo, conforme deram a entender o sr. Presidente da República e o sr. Mi
nistro da Agricultura, constando que êste nomeará, dentro dc poucos dias, uma comissão de técnicos para o es
tudo dc uma no\a Lei Agrária, cujo anteprojeto será depois levado à con sideração do Chefe do Governo.
Ao que parece, os pontos principais
do no\'o Código e das novas disposi ções, já ventilados pelo sr. Getúlio Vargas cm vários do sscus disciinsos eleitorais, seriam os seguintes: o uso da terra deve estar condicionado a uma finalidade social; deve estar subordina do ao bem-estar e ao progresso social;
o latifúndio improdutivo terá que ser desapropriado, ou seu proprietário aju dado financeiramente, se fôr o caso; as cooperativas agrícolas precisam ser vigorosamente amparadas; máquinas, se
retomar a política cia criação de colônias agrícolas; eleve ser criado um Banco
Rural, com créditos a prazo longo c juros baixos, mas, antes, desenvolver-se a Car
teira de Crédito Agrícola do Banco do Brasil; os benefícios c prerrogativas da
legislação (jue amp;ira os trabalhadores urbanos precisam ser csti-ndidos, progrcssivanumle, ao liomem do campo; melhoria de padrão <le vida; salário
mínimo; cstal^ilidadc funcional; seguro fontra acidentes; assistência inédic;i o
liüspitalur; aposentadorias c pensões. Além desses conceitos, o sr. Getúlio Vargas c-xprimiu a necessidade dc se modernizar o Ministério da Agricultura tí conccdcr-llio melhores \'erbas, pois, como .sabemos, é élc tido como o enfei tado entre os demais ministciios, txtben-
do-llio uma irrisória porcentagem da receita total do País.
nuo merece discussão, tal a sua clareza c as suas altas finalidades.
Todavia,
há detalhes relativos a alguns que me recem ser devidamente e.xamínados.
E
liá, também, relativamente a outros, o
modus facíendi, que deve ser conside
(ílo do interior os benefícios da moder
na legislação social. São eles, muitas
também, sòbrc a necessidade dc desen volver, nanlernizar e dotar mcllior o
vèzcs, criaturas humanas votadas ao
Ministério da Agrieullura.
Quanto aos outros eonccitos, embora clèles não discordemos, em tese, mere cem todaN'ia- ser examinados com muita
atenção. 1^<^' modo geral, ninguém dis cordará de cpie "o uso da terra deve estar subordinado ao bem-estar e ao
progresso social". Rcpugna a qualquer espí rito bem formado, es
pecialmente no Brasil,
país cuja virtude nacio nal é, por assim dizer, a bondade, a explora ção do homem pelo ho mem. Cada lavrador, cada industrial, com ra
ras exceções, faz geral mente
alguma
cousa,
espontãncamcntc, pelos
nobrezíx desses propósitos quase ninguém discordará. Acreditamos que n niaioria dôles, sua quase totalidade,
ceitos dc asfalto, sabemos que ninguém merece mais que o nosso pobre cabo-
Nenhuma dúvida existe,
suscitados".
J^Á tempos discutíu-se muito, no Par
cemos o interior e seus problemas, o que não legislamos ou emitimos con
seus assalariados, o al
mais baixo grau social, verdadeiros pá rias indianos; magros, enfermiços, an-
drajosos, incultos, subalimentados. médico, para essa gente, c uma impos sibilidade; um dentista, um verdadeiro mito; ainda que tenham à mão alimen tação sadia, não sabem usá-la; as esco las são demasiado teóricas e distantes; mercado para os seus
produtos - quando os produzem — não exis te: só lhes aparece à
porta o intermediário \'oraz.
Tudo o que se fizes
se por eles seria m;üs
que meritório. Mais que a a.ssistência social, a própria religião acon
selharia que os socor
rêssemos, pois se trata
de verdadeira caridade.
guns há que têm orga
E há outro aspecto: se
nizado notáveis obras de assistência social.
País, de uma grande
ria a incorporação, ao
Mas, SC fôr estabelecido em lei que
niiissii de população que, pràUcamente,
"o uso da torra deve estar subordinado
não existe, por enquanto, nem como
ao bem-estar c ao progresso social", não será necessário, porventura, estender êsse
produtora, nem como consumidora.
Como fazê-lo, porém? Aí é que o
conceito a outras formas de atividade?
rado com muita objetividade, a fim de que não criemos preceitos legais e regulamentares que se afastem da reali dade, e sejam, ao depois, inexequíveis
problema se toma muito meticuloso.
O u.so dc uma fábrica, por exemplo, o
Estabelecer, simplesmente, em lei, que
uso do dinheiro, não deveriam estar
o trabalhador mral passa a ganhar o
igualmente subordinados a esse objetivo dc progresso social? E não seria isso
mínimo dc x e que tara estabilidade funcional, seguro contra acidentes, as
ou contraproducentes.
abandonar demasiadamente o individua
lismo, para entrar, pràticamente, no so
sistência médica, aposentadoria etc., não resolve de forma alguma o problema;
cialismo?
antes, o complica, pelos vários motivos
A necessidade de amparo e estímulo
mentes, fertilizantes e técnicos devem ser
às cooperativas e colônias agrícolas não
propiciados aos interessados; é necessário
merece discussão, bem como o forne
Por outro lado, todos os que conhe-
que passamos a expor.
DICKSTO Econômico
A lei agrária
cimento dc auxílio técnico o sob a forma
dc máquinas, fcrtiliz;mtcs etc. O mesmo
sc pode dizer quanto ao Banco Rural,
J. Testa
assunto sobro o qual existem projetos
(Chefe cie Estutislica c I'ublici<l:i(lc
na Ciun:ira, que necessitam ser "res
da Siiperinli-ndència do Café)
lamento e na imprensa, a questão
do Código Rural, do salário mínimo para os trabalhadores do campo, o outros as
suntos correiatos. Chegou a ser apresentiído à Câmara um projeto, a nosso ver um tanto fora das realidades concre
tas do meio rural, o qual foi bastante
discutido pela imprensa e pelas nossas associações agrícolas.
O assunto, em realidade, nunca cliegou a sair da pauta das discussões-
periodicamente tem sido ventilado pela imprensa c pelos interessados. Mas, ao que parece, vai novamente ser tratado
a fundo, conforme deram a entender o sr. Presidente da República e o sr. Mi
nistro da Agricultura, constando que êste nomeará, dentro dc poucos dias, uma comissão de técnicos para o es
tudo dc uma no\a Lei Agrária, cujo anteprojeto será depois levado à con sideração do Chefe do Governo.
Ao que parece, os pontos principais
do no\'o Código e das novas disposi ções, já ventilados pelo sr. Getúlio Vargas cm vários do sscus disciinsos eleitorais, seriam os seguintes: o uso da terra deve estar condicionado a uma finalidade social; deve estar subordina do ao bem-estar e ao progresso social;
o latifúndio improdutivo terá que ser desapropriado, ou seu proprietário aju dado financeiramente, se fôr o caso; as cooperativas agrícolas precisam ser vigorosamente amparadas; máquinas, se
retomar a política cia criação de colônias agrícolas; eleve ser criado um Banco
Rural, com créditos a prazo longo c juros baixos, mas, antes, desenvolver-se a Car
teira de Crédito Agrícola do Banco do Brasil; os benefícios c prerrogativas da
legislação (jue amp;ira os trabalhadores urbanos precisam ser csti-ndidos, progrcssivanumle, ao liomem do campo; melhoria de padrão <le vida; salário
mínimo; cstal^ilidadc funcional; seguro fontra acidentes; assistência inédic;i o
liüspitalur; aposentadorias c pensões. Além desses conceitos, o sr. Getúlio Vargas c-xprimiu a necessidade dc se modernizar o Ministério da Agricultura tí conccdcr-llio melhores \'erbas, pois, como .sabemos, é élc tido como o enfei tado entre os demais ministciios, txtben-
do-llio uma irrisória porcentagem da receita total do País.
nuo merece discussão, tal a sua clareza c as suas altas finalidades.
Todavia,
há detalhes relativos a alguns que me recem ser devidamente e.xamínados.
E
liá, também, relativamente a outros, o
modus facíendi, que deve ser conside
(ílo do interior os benefícios da moder
na legislação social. São eles, muitas
também, sòbrc a necessidade dc desen volver, nanlernizar e dotar mcllior o
vèzcs, criaturas humanas votadas ao
Ministério da Agrieullura.
Quanto aos outros eonccitos, embora clèles não discordemos, em tese, mere cem todaN'ia- ser examinados com muita
atenção. 1^<^' modo geral, ninguém dis cordará de cpie "o uso da terra deve estar subordinado ao bem-estar e ao
progresso social". Rcpugna a qualquer espí rito bem formado, es
pecialmente no Brasil,
país cuja virtude nacio nal é, por assim dizer, a bondade, a explora ção do homem pelo ho mem. Cada lavrador, cada industrial, com ra
ras exceções, faz geral mente
alguma
cousa,
espontãncamcntc, pelos
nobrezíx desses propósitos quase ninguém discordará. Acreditamos que n niaioria dôles, sua quase totalidade,
ceitos dc asfalto, sabemos que ninguém merece mais que o nosso pobre cabo-
Nenhuma dúvida existe,
suscitados".
J^Á tempos discutíu-se muito, no Par
cemos o interior e seus problemas, o que não legislamos ou emitimos con
seus assalariados, o al
mais baixo grau social, verdadeiros pá rias indianos; magros, enfermiços, an-
drajosos, incultos, subalimentados. médico, para essa gente, c uma impos sibilidade; um dentista, um verdadeiro mito; ainda que tenham à mão alimen tação sadia, não sabem usá-la; as esco las são demasiado teóricas e distantes; mercado para os seus
produtos - quando os produzem — não exis te: só lhes aparece à
porta o intermediário \'oraz.
Tudo o que se fizes
se por eles seria m;üs
que meritório. Mais que a a.ssistência social, a própria religião acon
selharia que os socor
rêssemos, pois se trata
de verdadeira caridade.
guns há que têm orga
E há outro aspecto: se
nizado notáveis obras de assistência social.
País, de uma grande
ria a incorporação, ao
Mas, SC fôr estabelecido em lei que
niiissii de população que, pràUcamente,
"o uso da torra deve estar subordinado
não existe, por enquanto, nem como
ao bem-estar c ao progresso social", não será necessário, porventura, estender êsse
produtora, nem como consumidora.
Como fazê-lo, porém? Aí é que o
conceito a outras formas de atividade?
rado com muita objetividade, a fim de que não criemos preceitos legais e regulamentares que se afastem da reali dade, e sejam, ao depois, inexequíveis
problema se toma muito meticuloso.
O u.so dc uma fábrica, por exemplo, o
Estabelecer, simplesmente, em lei, que
uso do dinheiro, não deveriam estar
o trabalhador mral passa a ganhar o
igualmente subordinados a esse objetivo dc progresso social? E não seria isso
mínimo dc x e que tara estabilidade funcional, seguro contra acidentes, as
ou contraproducentes.
abandonar demasiadamente o individua
lismo, para entrar, pràticamente, no so
sistência médica, aposentadoria etc., não resolve de forma alguma o problema;
cialismo?
antes, o complica, pelos vários motivos
A necessidade de amparo e estímulo
mentes, fertilizantes e técnicos devem ser
às cooperativas e colônias agrícolas não
propiciados aos interessados; é necessário
merece discussão, bem como o forne
Por outro lado, todos os que conhe-
que passamos a expor.
•yev
DlCiESTt) EC<)N()MIC<)
Em primeiro lugar, quem vai pagar essas vantagens a serem proporcionadas
ao trabalhador rural? O proprietário rural?
Mas esse é exatamente o iinico
empregador, no Brasil, que não tem, êle próprio, estabilidade. As atividades nirais são, em regra geral, uma lote
ria, num país onde não há financia mento adequado para a Ia\oura- onde
não há ser%'i<.-os de irrigação,' piri garantia contra a irregularidade cada
dução.
E a concessão das vantagens
também dc\-cria ser progrc-ssiva. sem o ({uc iríamos fazer, pràticainento, unia nova
Lei .Áiin-a. com
todos os seu.'»
malefícios para a economia agrícola do i^iís.
rosos ou tão amplos os benefício.s sociais.
ainda
Mas os neo-zclandcscs descobriram que isso era uma prosperidade .socialista c
muita graça e ironia, Salvador Rcyes em La Unión, de Valparaíso (apud "Amé ricas"). Mas, aqui não se trata de re finamento e sim de suprimento adequa
tinham \islo o .seu preço: custo do \'ida dobrado, imposlo-s altíssimos, penúria de produtos nccessário.s, controles, c uma
recentemente
comentaxa,
com
do de um alimento básico, como a came.
\ida insípicla, monótona, regida, plane jada e dirigida pela burocracia govema-
é multo importanie seja examinado pelos
na Inglaterra, um jornal consen ador pu
mentar'.
blicou uma caricatiu^ onde se- ria um
legisladores, pois eiil ura nem todos éles
familiarizados com os problemas do nos
nistro australiano, disso dêssc regime: "Ao grilo \'iril do pioneiro — "deixa
neração c dizendo-lhe: "V. Excia. nos
Poríjiic, ciiinprc não esquecer, e isto
Robert Mcnzios, Primeiro Mi
No auge da luta contra o socialismo,
mineiro dirigindo-se ao Ministro da Mi
so ínt« rior; lalxc/. 50 U dos luissos caipi
que eu faço", èlcs ha\iam substituído
nao há seguros amplos e organizados
ras a (juc se dobrar o ordenado passa
disse que no regime socialista ganha
— "deixa para o go\'êrno".
ríamos mais dinheiro com menos traba
contra o granizo e as geadas; onde
rão a trabalhar a metade do que traba-
cartazes de propaganda das eleições aus
lha\ain anles. Por outras pahuTas: si'
lho. Pois bem, já estamos trabalhando
tralianas dizia: "A imensa ilusão do so
um homem está aeoslnmado a ganhar 30
monos. Quando é que vão pagar-nos
cialismo à a de que poderemos ser mais
mais?"
cruzeiros por dia c trabalha l dias por s( mana, fazendo 120 criizciro.s, cie pas mará a trabalhar sòmcnle dois dias por
pukperos se todos produzirmos menos".
semana, se pa.ssar a ganliar 60 cruzeiros
de sua gestão. Todavia, em certos se
por dia. Sobre isso, não haja a menor
tores, como o da medicina socializada,
vez mais freqüente, das elmvas- onde
I
73
Dicesto Econômico
72
nao ha transportes eficientes, princi palmente para as zonas rurais, lendo chegado a apodrecer safras inteiras principalmente no Norte do Paranáonde não há garantia de preços; onde nao ha um sistema adequado de vend-,s
Um dos
Na Inglaterra, a experiência socialis ta ainda não apresentou o balanço final
que garanta ao lavrador os lucros ou. vao para o intermediário... o indus' triai, o comerciante, o banqueiro otc'
dúvida.
as criticas são constantes.
embora algumas das maiores dificulda
matéria-prima, tem financiamento fácil e rápido; as chuvas, ou granizes, ou
O qnc teremos será, pois, uma di minuição da produção per capita, ao custo do mesmo salário anterior.
gafanhotos, não lhes afetam a produção,
rá, encarecendo.
isso se deve, em grande parte, a três fatòres: a ajuda do Plano Marshall, a quebra cio valor da libra, e, principal mente, o racionamento rigoroso e per manente cpio, na Inglaterra, sempre foi aplicado com desusada severidade, e não apenas porque estejam no poder os so cialistas. Ainda há dias, os jornais pu blicavam informações de que a ração dc carne é atualmente de 125 gramas, Ou soja, uma fatia aproximadamente do tamanho de uma caixa de fósforos, por
trabalham no certo: fazem estoque de dentro das fábricas bem edíficadas e bem protegidas; a corrente elétrica é certa, mesmo quando racionada; podem acumular estoques; podem dosar o traballio num mesmo ritmo todo o ano Nada disso acontece quanto ao la vrador. Êle nunca sabe o dia de ama
nhã. Se a incerteza se podo aplicar a qualquer um, a êle mui especialmente.
Quem mais poderia arcar com aquê" les ônus provenientes da melhoria de
vida do trabalhador rural? O Governo? Mas este só o poderia fazer à custa de impostos, ou de qualquer outro recurso inconveniente.
A nosso ver, esses ônus, que deveriam
ser progressivos, só poderiam ser custea dos por um aumento racional da pro
Por
oiitra.s palavras, a produção .se reduzi
Aliás, o fenômeno é muito hiunano, <- não só no Brasil .se verificaria.
A Austrália c a Nova Zelândia, que
acabam de emergir de uma longa ex periência socialista, que durou 14 anos na segunda e 8 na primeira, constata
E, muito
des financeiras tenham sido vencidas,
Aparte as bouiades, isto é, realmen te, o socialismo.
Só o sistema da livre concorrência, da livre íniciath"a, do ordenado por pro
dução, por tarefa, pode permitir eficiên cia e crescimento; os outros sistemas vão
progressivamente se colocando em de graus inferiores. O sistema da Uore
iniciativa estabelece o máximo de ren
dimento com o máximo de trabalho; o socialismo, o máximo de rendimento com... o mínimo de trabalho; o coniunismo o mínimo de rendimento com o máximo de trabalho; e o dos nossos
caipiras, que seria, talvez, um meio anarquisnw, o mínimo de rendimento com o mínimo de trabalho.
O nosso caipira quer, em geral, tra balhar o mínimo, embora isso também
ram, cm todos os setores o por todos os
pessoa e por semana. Com tal regime
lhe renda o mínimo. Conheço muitís
de austeridade, não é de se admirar
simos que, possuindo sítios e até fazen
possíveis processos de verificação, que
que a situação financeira tenha melho
das, arrendam-nas a japoneses, e vão
a mesma constituiu um malogro. "Ve-
rado na França, na Itália e na Alema
trabalhar como assalariados desses pró
rificoii-.se, diz o Pilmeiro Ministro da
nha, onde cada qual come do que quer e quando quer. E que, diga-se de passagem, não são países socialistas. Aliás, talvez o refinamento gastronô
prios japoneses ou dc outros. Os raros que se mantêm como produtores inde pendentes — vêde-os numa feira, por exemplo, a expor os seus produtos —
mico não seja o forte dos ínglêses, como
só vendem raízes medicinais, fmtas sil-
Nova Zelândia (citado por Staniey High, cm Seleções) que nunca os empregos tinham sido tão abundantes, os salários
tão altos, as horas de trabalho tão pou cas, os feriados remunerados tão nume-
•yev
DlCiESTt) EC<)N()MIC<)
Em primeiro lugar, quem vai pagar essas vantagens a serem proporcionadas
ao trabalhador rural? O proprietário rural?
Mas esse é exatamente o iinico
empregador, no Brasil, que não tem, êle próprio, estabilidade. As atividades nirais são, em regra geral, uma lote
ria, num país onde não há financia mento adequado para a Ia\oura- onde
não há ser%'i<.-os de irrigação,' piri garantia contra a irregularidade cada
dução.
E a concessão das vantagens
também dc\-cria ser progrc-ssiva. sem o ({uc iríamos fazer, pràticainento, unia nova
Lei .Áiin-a. com
todos os seu.'»
malefícios para a economia agrícola do i^iís.
rosos ou tão amplos os benefício.s sociais.
ainda
Mas os neo-zclandcscs descobriram que isso era uma prosperidade .socialista c
muita graça e ironia, Salvador Rcyes em La Unión, de Valparaíso (apud "Amé ricas"). Mas, aqui não se trata de re finamento e sim de suprimento adequa
tinham \islo o .seu preço: custo do \'ida dobrado, imposlo-s altíssimos, penúria de produtos nccessário.s, controles, c uma
recentemente
comentaxa,
com
do de um alimento básico, como a came.
\ida insípicla, monótona, regida, plane jada e dirigida pela burocracia govema-
é multo importanie seja examinado pelos
na Inglaterra, um jornal consen ador pu
mentar'.
blicou uma caricatiu^ onde se- ria um
legisladores, pois eiil ura nem todos éles
familiarizados com os problemas do nos
nistro australiano, disso dêssc regime: "Ao grilo \'iril do pioneiro — "deixa
neração c dizendo-lhe: "V. Excia. nos
Poríjiic, ciiinprc não esquecer, e isto
Robert Mcnzios, Primeiro Mi
No auge da luta contra o socialismo,
mineiro dirigindo-se ao Ministro da Mi
so ínt« rior; lalxc/. 50 U dos luissos caipi
que eu faço", èlcs ha\iam substituído
nao há seguros amplos e organizados
ras a (juc se dobrar o ordenado passa
disse que no regime socialista ganha
— "deixa para o go\'êrno".
ríamos mais dinheiro com menos traba
contra o granizo e as geadas; onde
rão a trabalhar a metade do que traba-
cartazes de propaganda das eleições aus
lha\ain anles. Por outras pahuTas: si'
lho. Pois bem, já estamos trabalhando
tralianas dizia: "A imensa ilusão do so
um homem está aeoslnmado a ganhar 30
monos. Quando é que vão pagar-nos
cialismo à a de que poderemos ser mais
mais?"
cruzeiros por dia c trabalha l dias por s( mana, fazendo 120 criizciro.s, cie pas mará a trabalhar sòmcnle dois dias por
pukperos se todos produzirmos menos".
semana, se pa.ssar a ganliar 60 cruzeiros
de sua gestão. Todavia, em certos se
por dia. Sobre isso, não haja a menor
tores, como o da medicina socializada,
vez mais freqüente, das elmvas- onde
I
73
Dicesto Econômico
72
nao ha transportes eficientes, princi palmente para as zonas rurais, lendo chegado a apodrecer safras inteiras principalmente no Norte do Paranáonde não há garantia de preços; onde nao ha um sistema adequado de vend-,s
Um dos
Na Inglaterra, a experiência socialis ta ainda não apresentou o balanço final
que garanta ao lavrador os lucros ou. vao para o intermediário... o indus' triai, o comerciante, o banqueiro otc'
dúvida.
as criticas são constantes.
embora algumas das maiores dificulda
matéria-prima, tem financiamento fácil e rápido; as chuvas, ou granizes, ou
O qnc teremos será, pois, uma di minuição da produção per capita, ao custo do mesmo salário anterior.
gafanhotos, não lhes afetam a produção,
rá, encarecendo.
isso se deve, em grande parte, a três fatòres: a ajuda do Plano Marshall, a quebra cio valor da libra, e, principal mente, o racionamento rigoroso e per manente cpio, na Inglaterra, sempre foi aplicado com desusada severidade, e não apenas porque estejam no poder os so cialistas. Ainda há dias, os jornais pu blicavam informações de que a ração dc carne é atualmente de 125 gramas, Ou soja, uma fatia aproximadamente do tamanho de uma caixa de fósforos, por
trabalham no certo: fazem estoque de dentro das fábricas bem edíficadas e bem protegidas; a corrente elétrica é certa, mesmo quando racionada; podem acumular estoques; podem dosar o traballio num mesmo ritmo todo o ano Nada disso acontece quanto ao la vrador. Êle nunca sabe o dia de ama
nhã. Se a incerteza se podo aplicar a qualquer um, a êle mui especialmente.
Quem mais poderia arcar com aquê" les ônus provenientes da melhoria de
vida do trabalhador rural? O Governo? Mas este só o poderia fazer à custa de impostos, ou de qualquer outro recurso inconveniente.
A nosso ver, esses ônus, que deveriam
ser progressivos, só poderiam ser custea dos por um aumento racional da pro
Por
oiitra.s palavras, a produção .se reduzi
Aliás, o fenômeno é muito hiunano, <- não só no Brasil .se verificaria.
A Austrália c a Nova Zelândia, que
acabam de emergir de uma longa ex periência socialista, que durou 14 anos na segunda e 8 na primeira, constata
E, muito
des financeiras tenham sido vencidas,
Aparte as bouiades, isto é, realmen te, o socialismo.
Só o sistema da livre concorrência, da livre íniciath"a, do ordenado por pro
dução, por tarefa, pode permitir eficiên cia e crescimento; os outros sistemas vão
progressivamente se colocando em de graus inferiores. O sistema da Uore
iniciativa estabelece o máximo de ren
dimento com o máximo de trabalho; o socialismo, o máximo de rendimento com... o mínimo de trabalho; o coniunismo o mínimo de rendimento com o máximo de trabalho; e o dos nossos
caipiras, que seria, talvez, um meio anarquisnw, o mínimo de rendimento com o mínimo de trabalho.
O nosso caipira quer, em geral, tra balhar o mínimo, embora isso também
ram, cm todos os setores o por todos os
pessoa e por semana. Com tal regime
lhe renda o mínimo. Conheço muitís
de austeridade, não é de se admirar
simos que, possuindo sítios e até fazen
possíveis processos de verificação, que
que a situação financeira tenha melho
das, arrendam-nas a japoneses, e vão
a mesma constituiu um malogro. "Ve-
rado na França, na Itália e na Alema
trabalhar como assalariados desses pró
rificoii-.se, diz o Pilmeiro Ministro da
nha, onde cada qual come do que quer e quando quer. E que, diga-se de passagem, não são países socialistas. Aliás, talvez o refinamento gastronô
prios japoneses ou dc outros. Os raros que se mantêm como produtores inde pendentes — vêde-os numa feira, por exemplo, a expor os seus produtos —
mico não seja o forte dos ínglêses, como
só vendem raízes medicinais, fmtas sil-
Nova Zelândia (citado por Staniey High, cm Seleções) que nunca os empregos tinham sido tão abundantes, os salários
tão altos, as horas de trabalho tão pou cas, os feriados remunerados tão nume-
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TJtgesto EconAmic(>
Ncslres, mel cie pau, produtos extratixos
DlCESTO ECONÔNDCO'
tica.s etc. O que .seria uoces.sário era a criação da evro/n ativa, a cjue ensinasse
grcssix o c condicionado a essa freqüên
Há, evidentemente, uma imensa, iincn-
pratícanu-nte, aí» caipira c à sua familia,
cia: deverá prescrever que uma parte
síssima quantidade de e.xceções. Quan to caipira até mesmo inculto não Cimaginoso, cheio de iniciativas, realiziidor, eficiente? E, de outro lado, a
o un-lhor modo dc .se preparar o ali-
em geral.
constatação, (jue acima fazemos, de uni
estado de cousas infelizmente real, não visa depreciar o nosso elemento liumano; muito ao contrário: nesses pobres homens, ineficientes por efeito de edu cação, de tradição familiar, de molés tias etc., SC encontra o cerne de numní-
fícas qualidades morais; razoável inteligêneia, muita bondade, boas faculdades de adaptação.
Uicnto c se alimentar; a ncce.ssidado de
procurar o médico e o dentista, aban-
ma: íU'\'<''à \'elar pi-la sua savidc, tam
lie fabricar, élc próprio, seus móveis rús ticos, com graça e eonví-nièneia. A es
cola deveria sít dc um tipo diferente da que hoje existe, em geral; dexeria ser 'pie ali morassem e não por essas que
lazcm absoluta questão de residir nos grandes centros, eonsidíTando um cas
tigo morar iia roça; o mesmo se pode ria dizer fjiianto ao proxímenlo dos car gos de médicos rurais, dentistas, enfer
pagará, e como, as melhorias que Hie .serão proporcionadas e, de outra parte o modo mais eficiente de proporcioná-^
dem, nada adiantará qualquer Icgíslatào rural, íjue poderá até ser contra
Ias, de forma cpie sejam inteiramente aproveitadas, pois, se distribuídas a es
producente, ou, na melhor das liipótcses, só produzirá efeitos demorados.
rão dar, até certo ponto, resultados con
traproducentes.
Não é simple.s questão de instrução,
na acepção vulgar, como poderia pa recer à primeira vista. Alfabetizar, ape
meiros, etc.
.Sem um ensino dessa or
^0 um modo geral, nos.so caipira não se interessa em ganhar maí.s, pois não tem idéia do economia ou de eonfêrto:
não pretende pór dinheiro no banco, inverté-Io cm qualquer í-mprêsa, ter uma casa confortável, roupas adequadas, co mida substancial o nutritiva. O que ganlia a mais, quando isso acontece,
nas, o caipira, não resolvo o problema pois a meia-cultiira, de "saber ler e fa
emprega-o no ócio, em bebidas, roma
zer as quatro operações", não traz so lução. A primeira conseqüência do au
sem regra e sem regime.
mento dc salário será, como dissemos, menor trabalho.
A segunda, uni au
mento de gastos supérfluos, de despe sas alcoólicas, carnavalescas e futebolís-
que estejam familiarizados com essas
cesso, prático e simjiles, de laxrar a terra e de ri-alizar as pef|uenas ativida
modo mais ou menos genérico c ligeirohá que pensar, em última análise, quem
mo, não apenas não produzirão qual quer efeito prático, como ainda pode
tòriamenle. mu tais e tais aplicações; dex-erá, eoMconúlanteuu.mte, facultar ao
hoineiu do campo instrução adequada o
não apenas adaptada às zonas rurais, como ainda ser provida por professoras
Uma ajuda eficiente a êssc nosso no bre campônío, altamente merecedor dc auxílio, não poderá ser realizada de
dêsse aiuneiilo .seja empregada, obrigu-
às vèzcs acontece, um meio de desadaptaçãü e de urbanizaç.ão do caipira.
tlonandt) o eurandeiro; íj melhor pro des rurais; a utilidatie do u.so da fo.ssa, da água filtrada; a eon\-eníéneia do uso dí' \erduras e de frutas; a possibilidade
rias, roupas desajeitadas, comezainas A legislação a .ser feita será, pois, complexa; deverá prescrever certo re gime de freqüência ao trabalho, para fazer jius ao aumento, que será pro-
educação ruralista, e não, como agora
piátiea, nos moldes a que aludimos aci bém <le intulo prático e eficiente, c pro-
porcionar transporte para os seus pro dutos, <■ justo preço. Isso enxolvcria vários Minislérios: Educação c Saúde, Trabalho. \'iação, Fazenda, Agricultu
ra. . .
A própria pasta da Guerra po
deria ser chamada a colaborar, pois a easerna poderia ser, para o homem cie
origem rural, um e.xcelentc meio dc
Tudo isso, c o que mais ocorra aos
questões, deve .ser ventilado pelo legis
lador, a fim de que se possa produzir
obra prática, realista, humana e úül. ao invés de qualquer conglomerado de
leis impossíveis de ser usadas, ou c;apazes de produzir efeitos opostos aos que vis.a.sscm.
As entidades rurais, principalmente, (lex cin ser chamadas a colaborar nessa
empresa, juntamente com representantes,
cspccializiKlos, dos Ministérios a que aci ma nos referimos.
-73
I'
TJtgesto EconAmic(>
Ncslres, mel cie pau, produtos extratixos
DlCESTO ECONÔNDCO'
tica.s etc. O que .seria uoces.sário era a criação da evro/n ativa, a cjue ensinasse
grcssix o c condicionado a essa freqüên
Há, evidentemente, uma imensa, iincn-
pratícanu-nte, aí» caipira c à sua familia,
cia: deverá prescrever que uma parte
síssima quantidade de e.xceções. Quan to caipira até mesmo inculto não Cimaginoso, cheio de iniciativas, realiziidor, eficiente? E, de outro lado, a
o un-lhor modo dc .se preparar o ali-
em geral.
constatação, (jue acima fazemos, de uni
estado de cousas infelizmente real, não visa depreciar o nosso elemento liumano; muito ao contrário: nesses pobres homens, ineficientes por efeito de edu cação, de tradição familiar, de molés tias etc., SC encontra o cerne de numní-
fícas qualidades morais; razoável inteligêneia, muita bondade, boas faculdades de adaptação.
Uicnto c se alimentar; a ncce.ssidado de
procurar o médico e o dentista, aban-
ma: íU'\'<''à \'elar pi-la sua savidc, tam
lie fabricar, élc próprio, seus móveis rús ticos, com graça e eonví-nièneia. A es
cola deveria sít dc um tipo diferente da que hoje existe, em geral; dexeria ser 'pie ali morassem e não por essas que
lazcm absoluta questão de residir nos grandes centros, eonsidíTando um cas
tigo morar iia roça; o mesmo se pode ria dizer fjiianto ao proxímenlo dos car gos de médicos rurais, dentistas, enfer
pagará, e como, as melhorias que Hie .serão proporcionadas e, de outra parte o modo mais eficiente de proporcioná-^
dem, nada adiantará qualquer Icgíslatào rural, íjue poderá até ser contra
Ias, de forma cpie sejam inteiramente aproveitadas, pois, se distribuídas a es
producente, ou, na melhor das liipótcses, só produzirá efeitos demorados.
rão dar, até certo ponto, resultados con
traproducentes.
Não é simple.s questão de instrução,
na acepção vulgar, como poderia pa recer à primeira vista. Alfabetizar, ape
meiros, etc.
.Sem um ensino dessa or
^0 um modo geral, nos.so caipira não se interessa em ganhar maí.s, pois não tem idéia do economia ou de eonfêrto:
não pretende pór dinheiro no banco, inverté-Io cm qualquer í-mprêsa, ter uma casa confortável, roupas adequadas, co mida substancial o nutritiva. O que ganlia a mais, quando isso acontece,
nas, o caipira, não resolvo o problema pois a meia-cultiira, de "saber ler e fa
emprega-o no ócio, em bebidas, roma
zer as quatro operações", não traz so lução. A primeira conseqüência do au
sem regra e sem regime.
mento dc salário será, como dissemos, menor trabalho.
A segunda, uni au
mento de gastos supérfluos, de despe sas alcoólicas, carnavalescas e futebolís-
que estejam familiarizados com essas
cesso, prático e simjiles, de laxrar a terra e de ri-alizar as pef|uenas ativida
modo mais ou menos genérico c ligeirohá que pensar, em última análise, quem
mo, não apenas não produzirão qual quer efeito prático, como ainda pode
tòriamenle. mu tais e tais aplicações; dex-erá, eoMconúlanteuu.mte, facultar ao
hoineiu do campo instrução adequada o
não apenas adaptada às zonas rurais, como ainda ser provida por professoras
Uma ajuda eficiente a êssc nosso no bre campônío, altamente merecedor dc auxílio, não poderá ser realizada de
dêsse aiuneiilo .seja empregada, obrigu-
às vèzcs acontece, um meio de desadaptaçãü e de urbanizaç.ão do caipira.
tlonandt) o eurandeiro; íj melhor pro des rurais; a utilidatie do u.so da fo.ssa, da água filtrada; a eon\-eníéneia do uso dí' \erduras e de frutas; a possibilidade
rias, roupas desajeitadas, comezainas A legislação a .ser feita será, pois, complexa; deverá prescrever certo re gime de freqüência ao trabalho, para fazer jius ao aumento, que será pro-
educação ruralista, e não, como agora
piátiea, nos moldes a que aludimos aci bém <le intulo prático e eficiente, c pro-
porcionar transporte para os seus pro dutos, <■ justo preço. Isso enxolvcria vários Minislérios: Educação c Saúde, Trabalho. \'iação, Fazenda, Agricultu
ra. . .
A própria pasta da Guerra po
deria ser chamada a colaborar, pois a easerna poderia ser, para o homem cie
origem rural, um e.xcelentc meio dc
Tudo isso, c o que mais ocorra aos
questões, deve .ser ventilado pelo legis
lador, a fim de que se possa produzir
obra prática, realista, humana e úül. ao invés de qualquer conglomerado de
leis impossíveis de ser usadas, ou c;apazes de produzir efeitos opostos aos que vis.a.sscm.
As entidades rurais, principalmente, (lex cin ser chamadas a colaborar nessa
empresa, juntamente com representantes,
cspccializiKlos, dos Ministérios a que aci ma nos referimos.
77
DiGESTd ECONÓ^^CO
A BÔLSA DE CAFÉ EM ANTUÉRPIA Geraldo O. BANASiawiTz
QuaniX) o presente número do *'Digcsto" tiver chegado às mãos dos
prezados leitores, a abertura de um
mercado a termo de café em Antuérpia será provà\-elmcnte um fato consumadesta iniciativa é
considerável e o nosso comércio de café espera da medida resultados benéfics.
especialmente para a cotacão do produto e para o volume do vendas no Velho Continente.
Em termos adaptados à linguagem rústica atualmente em voga no comércio mundial, podemos afirmar que a aber
t"
tura da Bôlsa Cafecira Européia é o
I
gesto mais expressivo da "estratégia da rubiacea , que todos os go\-emos bra sileiros pretendem praticar.
Há, ern primeiro lugar, considerações sobre a formação dos preços de nosso principal produto de exportação. Atualmente as cotações mundiais da rubiácca obedecem ao critério adotado
pela Administração dos Preços dos Es
tados Unidos. Não há dúvida que as medidas tomadas em Washington são dc uso interno e somente a falta de um mercado livro para o café, transforma o prcço-tcto americano em preço mundial do produto. A criação dc um mercado a térmo
Há, oiilrossim, uma interligação dos
timular as trocas com o Brasil. Men
cionamos especialmente a incerteza rei
Belga, como a do Brasil, é sujeita à única e uniforme taxa dc 4.5 por cento
nante nos meios comerciais de Braxelas
"ad
fornecimento com o nosso país; de fato, o \encledor brasileiro só pode registrar
valorem".
c Antuérpia a respeito dos contratos de
fatores que contribuirá para fortalecer a
O Brasil foi o primeiro país a tirar
posiçaí) cia nossa rubiáetra no mercado
vantagens de tal situação. Antes da guerra, nosso país forneceu 39% a 45% das importações belgas, e passou entre
a transação de \ enda de café depois de
1947 e 1949 a contribuir com 59% a
normalmente dez dias.
norte-americano, na ineclicia em que o consunio
europeu
dc café
tende
a
crescer.
A localização da Bolsa dc Café no
'5% das compras cafeeiras belgas.
Velho Continente não era jinporalÍ\'anu.-nte no põrto d<í Antuérpia. Surgiram nas díscus.sões como pretendentes Le Ha\re
<• mesmo Londres.
A despeito dc sua população rcdxizida
de 8.614.()()() habitantes, a Bélgica fi cou em 194S em primeiro lugar entre
Fatores de oi-
todos os países importadores de café
clem prática, porém, indicam o pôrlo belga como a sede mais adequaila para instalação do mercado a ténno; e nós apresentamos a seguir alguns as[Jcctos
na Europa. Em 1950 a França passou ^ Ocupar o primeiro higar, mas é preciso
de Antuérpia que explicam essa opinião.
í^alienlav que a s\ia população é dc 'íl.180.000 almas; c c preciso insistir,
O mercado interno belga
Erança concede absoluta prioridade aos Cafés coloniais. Madagascar, Afri-
dc outro lado, sõbrc o falo do que a ca Ocidental c a Reunião forne
Na Bélgica o café é considerado be
cem 73 % de sou abastecimento
bida nacional: tomando cm considera ção esse fato, o governo, logo após a
tinente.
to do consumo foi eliminado c o comér
Café.
cio c a distribuição do café são intcira-
fatores que explicamos a seguir.
Isso c o resultado de diversos
incnlo livres.
Atualmente o mercado belga está com
fandegários que pesam .sobre esse pro
dadeiro mercado mundial.
duto são reduzidos, j^ois representam so
Falta de facilidade
Em primeiro lugar, os cafés ccntroamericano.s, -que normalmente têm co
mente 4,5 por cento sobre o valor
livre formação dos preços está a neces
C.I.F,, da rubiácea.
sidade de aumentar as vendas para o Velho Continente, a fim de conseguir francos franceses, libras e marcos, que hoje são mais escassos no Brasil do que
coloca a Bélgica em posição sem par no Velho Continente, pois na maioria dos países europeus o ônus fiscal que grava o comércio do café é i:)esadíssimo. Lem
ü dólar.
bramos ainda que o privilégio fiscal con-
tação superior à do café brasileiro, fo
Essa situação
ram oferecidos durante alguns meses do íino passado a preços iguais aos vigen
tes para a rubiácca brasileira. Em se gundo lugar, depois da denúncia do tratado comercial com o nosso país, fal tavam facilidades comerciais para esV
poda tornar-se de valor discutível. Afirmani os importadores belgas com preender a exigência das autoridades brasileiras, de apresentar os documen tos dc credito, mas isso somente no momento do embarque.
Em 1949 muitos negócios com o Brasil foram fechados com a estipulação de se proceder ao embarque em d^a ulterior (3 a 6 meses). Essa prá tica favoreceu as transações. Em
crédito a transação se legaliM. É claro que nenhum importaaor
Notamos, toda\'ia, de 1949 para 1950, ^"crta diminuição das compras belgas de
cia do "Cciling" o restabelece um ver
diais da rubiácea, o contrato de venda
do café brasileiro no Velho Con
desde o começo de 1947, o racionamen
pletamente normalizado. Os direitos al
Se nesse inter\-alo há fortes flutuações no setor cambial ou nas cotações mun
1950, porém, o Brasil mudou as prescrições c agora somente de pois de ter recebido as cartas de
da é a Í3élgica o maior freguês
Bélgica importou 445.000 sacas e em 1946 o total chegou a 960.000 sacas;
receber a confirmação do negócio e até a abertura efetiva do crédito passam
Em algarismos absolutos, ain
normal.
lilieraçao, reiniciou as importações da rubiácca cm larga escala. Em 1945 a
na Europa li\Ta o Brasil da dependên Estreitamente ligada ao complexo da
cedido antigamente aos cafés coloniais foi abolido, lloje a rubiácca do Congo
I
belga abrirá um crédito 2 a 3 meses an tes do embarque da mercadoria. Diante da recusa brasileira do reconsiderar as novas determinações, os importadores de Antuérpia procuraram os cafés do Haiti e do Congo, onde as facilidades de pa gamento são muito maiores. Câmara de Comércio de Anvers —
Seçãç de Café
A organização de um mercado a têrmo (Bôlsa de Café), exige que o lu gar onde se queira estabelecê-lo satis faça às seguintes exigências: 1.^ — ser um mercado distribuidor e
oferecer grandes possibilidades
77
DiGESTd ECONÓ^^CO
A BÔLSA DE CAFÉ EM ANTUÉRPIA Geraldo O. BANASiawiTz
QuaniX) o presente número do *'Digcsto" tiver chegado às mãos dos
prezados leitores, a abertura de um
mercado a termo de café em Antuérpia será provà\-elmcnte um fato consumadesta iniciativa é
considerável e o nosso comércio de café espera da medida resultados benéfics.
especialmente para a cotacão do produto e para o volume do vendas no Velho Continente.
Em termos adaptados à linguagem rústica atualmente em voga no comércio mundial, podemos afirmar que a aber
t"
tura da Bôlsa Cafecira Européia é o
I
gesto mais expressivo da "estratégia da rubiacea , que todos os go\-emos bra sileiros pretendem praticar.
Há, ern primeiro lugar, considerações sobre a formação dos preços de nosso principal produto de exportação. Atualmente as cotações mundiais da rubiácca obedecem ao critério adotado
pela Administração dos Preços dos Es
tados Unidos. Não há dúvida que as medidas tomadas em Washington são dc uso interno e somente a falta de um mercado livro para o café, transforma o prcço-tcto americano em preço mundial do produto. A criação dc um mercado a térmo
Há, oiilrossim, uma interligação dos
timular as trocas com o Brasil. Men
cionamos especialmente a incerteza rei
Belga, como a do Brasil, é sujeita à única e uniforme taxa dc 4.5 por cento
nante nos meios comerciais de Braxelas
"ad
fornecimento com o nosso país; de fato, o \encledor brasileiro só pode registrar
valorem".
c Antuérpia a respeito dos contratos de
fatores que contribuirá para fortalecer a
O Brasil foi o primeiro país a tirar
posiçaí) cia nossa rubiáetra no mercado
vantagens de tal situação. Antes da guerra, nosso país forneceu 39% a 45% das importações belgas, e passou entre
a transação de \ enda de café depois de
1947 e 1949 a contribuir com 59% a
normalmente dez dias.
norte-americano, na ineclicia em que o consunio
europeu
dc café
tende
a
crescer.
A localização da Bolsa dc Café no
'5% das compras cafeeiras belgas.
Velho Continente não era jinporalÍ\'anu.-nte no põrto d<í Antuérpia. Surgiram nas díscus.sões como pretendentes Le Ha\re
<• mesmo Londres.
A despeito dc sua população rcdxizida
de 8.614.()()() habitantes, a Bélgica fi cou em 194S em primeiro lugar entre
Fatores de oi-
todos os países importadores de café
clem prática, porém, indicam o pôrlo belga como a sede mais adequaila para instalação do mercado a ténno; e nós apresentamos a seguir alguns as[Jcctos
na Europa. Em 1950 a França passou ^ Ocupar o primeiro higar, mas é preciso
de Antuérpia que explicam essa opinião.
í^alienlav que a s\ia população é dc 'íl.180.000 almas; c c preciso insistir,
O mercado interno belga
Erança concede absoluta prioridade aos Cafés coloniais. Madagascar, Afri-
dc outro lado, sõbrc o falo do que a ca Ocidental c a Reunião forne
Na Bélgica o café é considerado be
cem 73 % de sou abastecimento
bida nacional: tomando cm considera ção esse fato, o governo, logo após a
tinente.
to do consumo foi eliminado c o comér
Café.
cio c a distribuição do café são intcira-
fatores que explicamos a seguir.
Isso c o resultado de diversos
incnlo livres.
Atualmente o mercado belga está com
fandegários que pesam .sobre esse pro
dadeiro mercado mundial.
duto são reduzidos, j^ois representam so
Falta de facilidade
Em primeiro lugar, os cafés ccntroamericano.s, -que normalmente têm co
mente 4,5 por cento sobre o valor
livre formação dos preços está a neces
C.I.F,, da rubiácea.
sidade de aumentar as vendas para o Velho Continente, a fim de conseguir francos franceses, libras e marcos, que hoje são mais escassos no Brasil do que
coloca a Bélgica em posição sem par no Velho Continente, pois na maioria dos países europeus o ônus fiscal que grava o comércio do café é i:)esadíssimo. Lem
ü dólar.
bramos ainda que o privilégio fiscal con-
tação superior à do café brasileiro, fo
Essa situação
ram oferecidos durante alguns meses do íino passado a preços iguais aos vigen
tes para a rubiácca brasileira. Em se gundo lugar, depois da denúncia do tratado comercial com o nosso país, fal tavam facilidades comerciais para esV
poda tornar-se de valor discutível. Afirmani os importadores belgas com preender a exigência das autoridades brasileiras, de apresentar os documen tos dc credito, mas isso somente no momento do embarque.
Em 1949 muitos negócios com o Brasil foram fechados com a estipulação de se proceder ao embarque em d^a ulterior (3 a 6 meses). Essa prá tica favoreceu as transações. Em
crédito a transação se legaliM. É claro que nenhum importaaor
Notamos, toda\'ia, de 1949 para 1950, ^"crta diminuição das compras belgas de
cia do "Cciling" o restabelece um ver
diais da rubiácea, o contrato de venda
do café brasileiro no Velho Con
desde o começo de 1947, o racionamen
pletamente normalizado. Os direitos al
Se nesse inter\-alo há fortes flutuações no setor cambial ou nas cotações mun
1950, porém, o Brasil mudou as prescrições c agora somente de pois de ter recebido as cartas de
da é a Í3élgica o maior freguês
Bélgica importou 445.000 sacas e em 1946 o total chegou a 960.000 sacas;
receber a confirmação do negócio e até a abertura efetiva do crédito passam
Em algarismos absolutos, ain
normal.
lilieraçao, reiniciou as importações da rubiácca cm larga escala. Em 1945 a
na Europa li\Ta o Brasil da dependên Estreitamente ligada ao complexo da
cedido antigamente aos cafés coloniais foi abolido, lloje a rubiácca do Congo
I
belga abrirá um crédito 2 a 3 meses an tes do embarque da mercadoria. Diante da recusa brasileira do reconsiderar as novas determinações, os importadores de Antuérpia procuraram os cafés do Haiti e do Congo, onde as facilidades de pa gamento são muito maiores. Câmara de Comércio de Anvers —
Seçãç de Café
A organização de um mercado a têrmo (Bôlsa de Café), exige que o lu gar onde se queira estabelecê-lo satis faça às seguintes exigências: 1.^ — ser um mercado distribuidor e
oferecer grandes possibilidades
fW
CESTO Econômico
U|Uiijpp.|iiJ|l||Ulj||||JlU |i| IJ4 p III
Dicesto EcoNÓ>aCo
78
tradieionahuenU' eoni café; monciona-
de firmas estrangeiras são quase ilimi-
seguram pcrmancntomontc o ser\-iço en
mo.s ainda a possibilidade dc habilitar ta-
tadas, e isso constitui um fator essencial
Contar com firmas tradicionais
tre o Brasil o a Bélgica. De outro lado.
o.s armazéns de AntiuTpi.i estão perfei
manutenção c a comercialização
xadon-s. agentes, eoinissáiios, ou corretorc.s em números superiores ao quadro
para a formação de um mercado regu
que estão familiarizadas com a
tamente eqiiipado.s par.i n-eeljcr grandes partidas de café <' as facilidade.s exis
parn a instalação de entrepostos.
do produto; 2.® — estar perfeitamente ao corrente da organização de Bôlsas de Merca dorias;
tentes são cons[an(ement<- ampliadas. Preeísainos mencionar, finalmente, que a administração alfandegária obedece n
I
utualmeiile existente.
Para a eventualidade dt- surgirem contestações na entr<-ga do produto, ou qual(|uer outro desentendimento na es
3.® — dispor de uma Caixa de Liquida ção organizada, com experiência
inn regulamento liberal cpie pcaanitc aos
fera comercial, contamos com os bons
indispensável das operações a
negociantes estrangeiros consignar os ca
fés em Antuérpia, depositá-los nos ar mazéns reconbeeidos durante- tempo indeli-rminado, lí\'n'S de todo.s os impostos c taxas, e podendo reexportá-los a qual
liação para o Café", organizada em 1881,
termo;
4.® — poder recmtar, no meio do co
mércio, técnicos competentes c qualificados, para trabalhar como
experimentadorcs e taxadorcs;
5.® — estar situado num país que possa desde o início conceder, suficien temente, as facilidades monetárias
Antuérpia, especialmente, está ainda li gada à maior parte dos países continen tais por uma rede fluvial e ferroviária bastante extensa.
É essencial que todos os fatores do
comércio mundial de café possam en-
rações cie cambio são livres: as facilida
des concedidas a operações por parte
me e unilateral.
"...
Bóhaa a Tênno
Nos.so comercio está familiarizado com a organização de Bôlsas do Mercadorias.
tes de 1914 e que o "mercado a Icmio dc lã", de reputação mundial ante.s da última guerra, começou as suas ativida
central, a Tchecoslováquía e a Áustria.
cado.
porto franco, pois tóda.s as rogalía.s de
Efetivamente, esse porto funciona co mo mercado de entreposto o centro de distribuição para os cafés não somente destinados à Bélgica, mas a toda a Euro
o Norte da França, toda a Alemanha
interessarão futuramente por êsse mer
tal instituição já cxistoni em Antuérpia.
Lcnibramo.s que uma Bolsa a Tênno
land" extenso, compreendo a AlsáciaLorena, a Suíça, a Holanda meridional,
tores (pensamos aqui especialmente no Brasil,- como principal entre eles) se
que SC êle fôsse exclusivamente susten tado pelas operações dos importadores, sua orientação poderia tornar-se unifor
para os café.s funcionava ati\'amontc an
Sua situação geográfica especial indica
É mister, unicamente, ter uma
certa garantia dc que os países produ
Precisamos sublinhar como ponto es
vicção, que Antuérpia corresponde a to
êsse país, ainda, para servir um "hinter-
c no estrangeiro.
êxito?
sencial (pie a Bélgica é atualmente um
das estas exigências mencionadas.
pa continental.
sua existèneia grande prestígio no País
em .Antuérpia e para assegurar o seu
quer moi7K'nto c para qualqticr destino
trangeiro, concedendo garantias
Para o café podemos dizer, com con
que coiKjuistoii durante os 70 anos dc
O que é preciso então, para a reaber tura do um mercado a termo de café
.sem nutra formalidade. Nessas condi ções, não há neeos.sídade de criar um
para incentivar o interesse do es
de con\ersão das moedas estran geiras.
ofícios da "Câmara Arbitrai de Conci
lador ein escala mundial.
des em 1948; funcioníi, atualmente, para inteira satisfação dos operadore.s belgas e estrangeiros.
Antuérpia dispõe, com a União Fi nanceira D'Anvers (U.F.D.) de uma
Caixa de Liquidação reconliecida pelo governo belga. A União é um orga nismo de grande experiência que ga rante atualmente a liquidação das ope rações em lã.
Essa Caixa está dispos
ta a estender as garantias ao mercado de café a termo assim que conceder
Não é, pois, sem razão que muitas
idênticas facilidades c as mesmas garan
companhias de navegação escolhera o porto de Antuérpia como escala obriga tória 6 que, atualmente, cinco linhas as
com um núcleo de comerciantes expe
tias.
Antuérpia conta, de outro lado,
rimentados e competentes que traballiam
tlo.s poucos paí.se.s europeus onde as ope
contrar-.se num mercado a termo, por
^
fW
CESTO Econômico
U|Uiijpp.|iiJ|l||Ulj||||JlU |i| IJ4 p III
Dicesto EcoNÓ>aCo
78
tradieionahuenU' eoni café; monciona-
de firmas estrangeiras são quase ilimi-
seguram pcrmancntomontc o ser\-iço en
mo.s ainda a possibilidade dc habilitar ta-
tadas, e isso constitui um fator essencial
Contar com firmas tradicionais
tre o Brasil o a Bélgica. De outro lado.
o.s armazéns de AntiuTpi.i estão perfei
manutenção c a comercialização
xadon-s. agentes, eoinissáiios, ou corretorc.s em números superiores ao quadro
para a formação de um mercado regu
que estão familiarizadas com a
tamente eqiiipado.s par.i n-eeljcr grandes partidas de café <' as facilidade.s exis
parn a instalação de entrepostos.
do produto; 2.® — estar perfeitamente ao corrente da organização de Bôlsas de Merca dorias;
tentes são cons[an(ement<- ampliadas. Preeísainos mencionar, finalmente, que a administração alfandegária obedece n
I
utualmeiile existente.
Para a eventualidade dt- surgirem contestações na entr<-ga do produto, ou qual(|uer outro desentendimento na es
3.® — dispor de uma Caixa de Liquida ção organizada, com experiência
inn regulamento liberal cpie pcaanitc aos
fera comercial, contamos com os bons
indispensável das operações a
negociantes estrangeiros consignar os ca
fés em Antuérpia, depositá-los nos ar mazéns reconbeeidos durante- tempo indeli-rminado, lí\'n'S de todo.s os impostos c taxas, e podendo reexportá-los a qual
liação para o Café", organizada em 1881,
termo;
4.® — poder recmtar, no meio do co
mércio, técnicos competentes c qualificados, para trabalhar como
experimentadorcs e taxadorcs;
5.® — estar situado num país que possa desde o início conceder, suficien temente, as facilidades monetárias
Antuérpia, especialmente, está ainda li gada à maior parte dos países continen tais por uma rede fluvial e ferroviária bastante extensa.
É essencial que todos os fatores do
comércio mundial de café possam en-
rações cie cambio são livres: as facilida
des concedidas a operações por parte
me e unilateral.
"...
Bóhaa a Tênno
Nos.so comercio está familiarizado com a organização de Bôlsas do Mercadorias.
tes de 1914 e que o "mercado a Icmio dc lã", de reputação mundial ante.s da última guerra, começou as suas ativida
central, a Tchecoslováquía e a Áustria.
cado.
porto franco, pois tóda.s as rogalía.s de
Efetivamente, esse porto funciona co mo mercado de entreposto o centro de distribuição para os cafés não somente destinados à Bélgica, mas a toda a Euro
o Norte da França, toda a Alemanha
interessarão futuramente por êsse mer
tal instituição já cxistoni em Antuérpia.
Lcnibramo.s que uma Bolsa a Tênno
land" extenso, compreendo a AlsáciaLorena, a Suíça, a Holanda meridional,
tores (pensamos aqui especialmente no Brasil,- como principal entre eles) se
que SC êle fôsse exclusivamente susten tado pelas operações dos importadores, sua orientação poderia tornar-se unifor
para os café.s funcionava ati\'amontc an
Sua situação geográfica especial indica
É mister, unicamente, ter uma
certa garantia dc que os países produ
Precisamos sublinhar como ponto es
vicção, que Antuérpia corresponde a to
êsse país, ainda, para servir um "hinter-
c no estrangeiro.
êxito?
sencial (pie a Bélgica é atualmente um
das estas exigências mencionadas.
pa continental.
sua existèneia grande prestígio no País
em .Antuérpia e para assegurar o seu
quer moi7K'nto c para qualqticr destino
trangeiro, concedendo garantias
Para o café podemos dizer, com con
que coiKjuistoii durante os 70 anos dc
O que é preciso então, para a reaber tura do um mercado a termo de café
.sem nutra formalidade. Nessas condi ções, não há neeos.sídade de criar um
para incentivar o interesse do es
de con\ersão das moedas estran geiras.
ofícios da "Câmara Arbitrai de Conci
lador ein escala mundial.
des em 1948; funcioníi, atualmente, para inteira satisfação dos operadore.s belgas e estrangeiros.
Antuérpia dispõe, com a União Fi nanceira D'Anvers (U.F.D.) de uma
Caixa de Liquidação reconliecida pelo governo belga. A União é um orga nismo de grande experiência que ga rante atualmente a liquidação das ope rações em lã.
Essa Caixa está dispos
ta a estender as garantias ao mercado de café a termo assim que conceder
Não é, pois, sem razão que muitas
idênticas facilidades c as mesmas garan
companhias de navegação escolhera o porto de Antuérpia como escala obriga tória 6 que, atualmente, cinco linhas as
com um núcleo de comerciantes expe
tias.
Antuérpia conta, de outro lado,
rimentados e competentes que traballiam
tlo.s poucos paí.se.s europeus onde as ope
contrar-.se num mercado a termo, por
^
Digesto
o GINÁSIO DE SAO BENTO Antomo Gontijo dk Cahvai.mo
ciação dos Antigos Alunos, venho tostemunliar gratidão e estima, em nome
de uma geração, já distante, aos pro fessores do Ginásio de São Bento, re presentados neste dia de gala pelo aba de D. Domingos Schelhorn, mestre de outrora, que, pela vida imaculada o
saber onímodo, retrata aos meus olhos o monge beneditino.
Retomo à casa querida com a unção
religiosa do peregrino ao contemplar a Terra Santa e evocarei, para refrigério do coração, indeléveis impressões da mocidade.
Desejava meu pai que eu e os meus irmãos nos matriculássemos no Ginásio
do Estado, que tinha, naquele tempo, a reputação de rigoroso estabelecimento de ensino. Por inspiração do harmonioso poeta o confcssor leigo, Freitas Gui
marães, a amizade feita lioinem, ingres samos no ginásio que D. Pedro Eggcrath dirigia com tato e doçura. Bendigo o conselho daquela formosa inteligência. Aqui fiz amigos que cons
"D/gc'.s7o Kconóviictí" já a^asaVioti í'in MKi.s páginas o cu.suio do seu Diretor
sóhrc o "Caraça". PulAica agora, Ct» dois disctirsos, o estudo sobre o CiníJ*
sio dc .Sf7o Bento, cm que sc conlâiu, entre otiíros. ns perfis de prnfessôrcs, como José Ladislau Petcr. Álvaro Guerra
e Afonso dc Taunaq. (fuc tanta influên cia exerceram na formação intelectual o
moral da juventude paulista.
Apesar
da natureza pessoal dc alguns trechos do trabalho, procurou o autor recordar uma fase das mais brilhantes do ensino
secundário de São Paulo. Reproduziu-
do-o, outro objetivo 7u~io anima o nosso
Diretor senão o de manter bem vivo o
espirito dc tradição que caracteriza a nossa Revista.
e, não sei por que, o meu competidor cin notas e dileto amigo, Antony de As sunção, o coração menos propenso a
ho Estado bandeirante — como tantos
crer na maldade dos homenf, foi ape
outros heróis obscuros que não usufruí ram os reclamos da publicidade e são os verdadeiros construtores da Nação:
lidado de Lauro Müller, a raposa po lítica da Primeira República. O Padre Dr. Luiz Cavalcanti, que,
Lamartinc Dclamare, João Kopke, Moretzobn — foi o plasmador de uma ge
para obrigar os alunos ao estudo da re ligião, prometia lindas histórias profanas
ração, que enobreceu os foros da cul-
extraídas dos romances dc Vitor Hugo
tura paulista c a elevou no concêrto da
o Alexandre Dumas, foi meu professor de Geometria, matéria pela qual eu ti
Federação brasileira. D. Pedro, pedagogo de alta estirpe, nunca
considerou
o
ensino secundário
como mero vcstíbulo das Acade-
rnias.
O ensino secundário era
nm regime de estudos integral e sistematizado, que permitia a
formação dc elites, axagorava o
nha profunda aversão e que, no concei-
to de Renan, é a aplicação por exceiencia do método silogistico. Sur preendeu-me, por aquela ra^o, a facilidade com que assimilei os rudimenlos e resoKia os proble mas da ciência complementar, a
O corpo docente do ginásio era uma constelação do capacidades. A Ordem Beneditina, rica de valores espirituais,
nava apto para a assimilação de todo n progresso.
tável ainda pela sua polidez. Hoje com
prescindiu, num gesto dc desprendimen
ligiosos dos professôres e intermináveis
to, de seus filhos ilustres o modestos. Mas a Escola Politécnica fornecia con-
lingonte que primava pela solidez da cultura científica; Afonso de Taunay,
no, sem que — e isso confesso para a
Carlos Nunes Rabelo, Alfredo Porchat,
minha ufania — jamais uma nuvem tol
Magalhães Gomes, Rogério Fajardo c Luiz Vandcricy.
Não me lembro de amizade contraída
Representavam o humanismo, tão do
na meninice — salvo uma, o que me
gosto dos velhos colégios, José Ladislau
entristece — que com o tempo se te
Peter e Álvaro Guerra, irrivalizáveis am
nha arrefecido.
bos nus cadeiras em que prelecionavam. D. Pedro, benemérito educador, que
conhecer, e que tanto contribuiram para
chado dc Carvallio; "AIe.\andrino de Alencar", o Alcides Lara Campos; 'Tedro de Toledo", o Luiz de Lara Toledo;
Trigonometria, só atribuível à perícia didática de Rogério Fajardo, no
Conservei-os em convívio diutur-
Êsse favor eu o devo
to, ilustre otorrioolaringologista da Paulicéia; "Pinheiro Machado", o Paulo Ma
de lazarisla. nos recantos longínquos do Caraça, o guia da juventude mineira. D. Pedro Eggcralb, em plano análogo,
povo para a luta da vida e o tor
tituem para o meu coração dádiva dos
aos companheiros que tive a fortuna de
a escola.
Abílio César Borges c Ernesto Car
céus.
dasse afetos tão desinteressados.
o axioma do cjuo o mestre é quem faz neiro Ribeiro foram o.s prccoptore.s da mocidade l)aiana. Júlio Clavclín, humil
/^DEDECENDO à ofcleni dc Tércio do Barros Pinicntel, diretor da Ai>.so-
81
Econômico
a formação do meu espírito e o rumo
estudou na Renânia e professou no Mosteiro de Olinda, cooperou, como nc-
da minha vida.
nlitini outro, para que sc estabelecesse
Espírito liberal, o nosso querido Rei
preendo melhor uma explicação de Ber-
Pctcr sobro assuntos transcendentes de
irand Russel: a MatemáHca e a Lógica se diferenciam como a criança e o adul to A Lógica é o adolescente da Mate mática e a Matemática é o homem ma
Teologia Dogmática. '
duro da Lógica.
Demonstrou a sua tolerância ao per mitir que o meu colega de turma, Pedro
Ginásio, cm fase esplendorosa, D. Do
tor. Não indagava dos sentimentos re eram as suas discussões com Ladislau
Substituíram D. Pedro na direção do
Griimbach, não assistisse às aulas de
mingos e D. Amaro van Ermelen, êste
religião que, com tanto amor e des-
xiltimo prodigioso sabedor de tudo o
^'êlo, no.s ministrava o Padre Dr. Luiz
que se refira à abelha, autoridade uni
Cavalcanti, um apaixonado da política,
versal, como o será Sérgio Meira, em re
que tinha o hábito estranho de alcunhar
lação ao papagaio, se se publicarem os
os rapazes dos nomes de "paredros" brasileiros em evidência na época. Por exemplo, "Dantas Barreto" era o "Barretinho" dos nossos tempos idos, hoje o Dr. José Freire de Matos Bnrre-
seus trabalhos inéditos.
O flamengo D. Amaro foi quem nos
deu algumas "tinturas" de tomismo, que, na frase pictural e exata do Cardeal Mercier, é um farol e não um marco.
Digesto
o GINÁSIO DE SAO BENTO Antomo Gontijo dk Cahvai.mo
ciação dos Antigos Alunos, venho tostemunliar gratidão e estima, em nome
de uma geração, já distante, aos pro fessores do Ginásio de São Bento, re presentados neste dia de gala pelo aba de D. Domingos Schelhorn, mestre de outrora, que, pela vida imaculada o
saber onímodo, retrata aos meus olhos o monge beneditino.
Retomo à casa querida com a unção
religiosa do peregrino ao contemplar a Terra Santa e evocarei, para refrigério do coração, indeléveis impressões da mocidade.
Desejava meu pai que eu e os meus irmãos nos matriculássemos no Ginásio
do Estado, que tinha, naquele tempo, a reputação de rigoroso estabelecimento de ensino. Por inspiração do harmonioso poeta o confcssor leigo, Freitas Gui
marães, a amizade feita lioinem, ingres samos no ginásio que D. Pedro Eggcrath dirigia com tato e doçura. Bendigo o conselho daquela formosa inteligência. Aqui fiz amigos que cons
"D/gc'.s7o Kconóviictí" já a^asaVioti í'in MKi.s páginas o cu.suio do seu Diretor
sóhrc o "Caraça". PulAica agora, Ct» dois disctirsos, o estudo sobre o CiníJ*
sio dc .Sf7o Bento, cm que sc conlâiu, entre otiíros. ns perfis de prnfessôrcs, como José Ladislau Petcr. Álvaro Guerra
e Afonso dc Taunaq. (fuc tanta influên cia exerceram na formação intelectual o
moral da juventude paulista.
Apesar
da natureza pessoal dc alguns trechos do trabalho, procurou o autor recordar uma fase das mais brilhantes do ensino
secundário de São Paulo. Reproduziu-
do-o, outro objetivo 7u~io anima o nosso
Diretor senão o de manter bem vivo o
espirito dc tradição que caracteriza a nossa Revista.
e, não sei por que, o meu competidor cin notas e dileto amigo, Antony de As sunção, o coração menos propenso a
ho Estado bandeirante — como tantos
crer na maldade dos homenf, foi ape
outros heróis obscuros que não usufruí ram os reclamos da publicidade e são os verdadeiros construtores da Nação:
lidado de Lauro Müller, a raposa po lítica da Primeira República. O Padre Dr. Luiz Cavalcanti, que,
Lamartinc Dclamare, João Kopke, Moretzobn — foi o plasmador de uma ge
para obrigar os alunos ao estudo da re ligião, prometia lindas histórias profanas
ração, que enobreceu os foros da cul-
extraídas dos romances dc Vitor Hugo
tura paulista c a elevou no concêrto da
o Alexandre Dumas, foi meu professor de Geometria, matéria pela qual eu ti
Federação brasileira. D. Pedro, pedagogo de alta estirpe, nunca
considerou
o
ensino secundário
como mero vcstíbulo das Acade-
rnias.
O ensino secundário era
nm regime de estudos integral e sistematizado, que permitia a
formação dc elites, axagorava o
nha profunda aversão e que, no concei-
to de Renan, é a aplicação por exceiencia do método silogistico. Sur preendeu-me, por aquela ra^o, a facilidade com que assimilei os rudimenlos e resoKia os proble mas da ciência complementar, a
O corpo docente do ginásio era uma constelação do capacidades. A Ordem Beneditina, rica de valores espirituais,
nava apto para a assimilação de todo n progresso.
tável ainda pela sua polidez. Hoje com
prescindiu, num gesto dc desprendimen
ligiosos dos professôres e intermináveis
to, de seus filhos ilustres o modestos. Mas a Escola Politécnica fornecia con-
lingonte que primava pela solidez da cultura científica; Afonso de Taunay,
no, sem que — e isso confesso para a
Carlos Nunes Rabelo, Alfredo Porchat,
minha ufania — jamais uma nuvem tol
Magalhães Gomes, Rogério Fajardo c Luiz Vandcricy.
Não me lembro de amizade contraída
Representavam o humanismo, tão do
na meninice — salvo uma, o que me
gosto dos velhos colégios, José Ladislau
entristece — que com o tempo se te
Peter e Álvaro Guerra, irrivalizáveis am
nha arrefecido.
bos nus cadeiras em que prelecionavam. D. Pedro, benemérito educador, que
conhecer, e que tanto contribuiram para
chado dc Carvallio; "AIe.\andrino de Alencar", o Alcides Lara Campos; 'Tedro de Toledo", o Luiz de Lara Toledo;
Trigonometria, só atribuível à perícia didática de Rogério Fajardo, no
Conservei-os em convívio diutur-
Êsse favor eu o devo
to, ilustre otorrioolaringologista da Paulicéia; "Pinheiro Machado", o Paulo Ma
de lazarisla. nos recantos longínquos do Caraça, o guia da juventude mineira. D. Pedro Eggcralb, em plano análogo,
povo para a luta da vida e o tor
tituem para o meu coração dádiva dos
aos companheiros que tive a fortuna de
a escola.
Abílio César Borges c Ernesto Car
céus.
dasse afetos tão desinteressados.
o axioma do cjuo o mestre é quem faz neiro Ribeiro foram o.s prccoptore.s da mocidade l)aiana. Júlio Clavclín, humil
/^DEDECENDO à ofcleni dc Tércio do Barros Pinicntel, diretor da Ai>.so-
81
Econômico
a formação do meu espírito e o rumo
estudou na Renânia e professou no Mosteiro de Olinda, cooperou, como nc-
da minha vida.
nlitini outro, para que sc estabelecesse
Espírito liberal, o nosso querido Rei
preendo melhor uma explicação de Ber-
Pctcr sobro assuntos transcendentes de
irand Russel: a MatemáHca e a Lógica se diferenciam como a criança e o adul to A Lógica é o adolescente da Mate mática e a Matemática é o homem ma
Teologia Dogmática. '
duro da Lógica.
Demonstrou a sua tolerância ao per mitir que o meu colega de turma, Pedro
Ginásio, cm fase esplendorosa, D. Do
tor. Não indagava dos sentimentos re eram as suas discussões com Ladislau
Substituíram D. Pedro na direção do
Griimbach, não assistisse às aulas de
mingos e D. Amaro van Ermelen, êste
religião que, com tanto amor e des-
xiltimo prodigioso sabedor de tudo o
^'êlo, no.s ministrava o Padre Dr. Luiz
que se refira à abelha, autoridade uni
Cavalcanti, um apaixonado da política,
versal, como o será Sérgio Meira, em re
que tinha o hábito estranho de alcunhar
lação ao papagaio, se se publicarem os
os rapazes dos nomes de "paredros" brasileiros em evidência na época. Por exemplo, "Dantas Barreto" era o "Barretinho" dos nossos tempos idos, hoje o Dr. José Freire de Matos Bnrre-
seus trabalhos inéditos.
O flamengo D. Amaro foi quem nos
deu algumas "tinturas" de tomismo, que, na frase pictural e exata do Cardeal Mercier, é um farol e não um marco.
fyi»'"j
Dicesto Econômico
rnipniipuii.m ipniniiiii I i I u
Dicesto Econüaüco
Não alcancei como professor o Padre Charles Sentroul, da Escola de Louvaín.
que, na cátedra do São Dento, era o foco irradiador da Filosofia néo-intelcc-
tualista, seguida por uma juventude en
tusiasta dos métodos preconizados pelo sábio primaz da Bélgica, o mentor da
Universidade dileta do Papa Leão XIII, o pensador, em questões sociais, prefe rido de Rui Barbosa, no crepúsculo da vida.
Do excelente manual da lavra de D.
Ludgero Jaspers, haurimos os nossos pcrfunctórios conhecimentos d(; Filosofia. Dos professores, Petcr o Ah aro Guer
ra foram os que, pela duração dos cursos, maior ascendência tiveram no desenvol vimento dos nossos estudos.
Viveu ignorado do grande público o humanista José Ladislau Pcter. Rea
vivar a memória do excepcional profes sor é focalizar didática original e uma vida de sacrifícios.
Em 1883, aportava ao Brasil, jovem de vinte anos. Trazia consigo excelente bagagem de conhecimentos clássicos.
Alemão, não fazia exceção à regra; ar tista, virtuoso do piano e apaixonado do divino Mozart.
Não retornou à pátria e nunca escla receu a lenda do seu exílio, aquele nobre filho de um grande mineralogísta saxõnio. Em Campinas, no afamado Colé
gio "Culto à Ciência", fundado pelo Vis
conde de Indaiatuba, aceitou de Jorge Miranda o convite para lente de Grego e de Latim.
Moço, fora o mestre da
geração, que surgia esperançosa com César Bierrenbach.
Abandonava, pouco depois, o magis
tério para dedicar-se à lavoura. Obce cado com a mineração do ouro e a pes quisa do petróleo, por inclinação atávica,
parcas economias.
D. Miguel Kruse, o
inesquecível monge, seduzido pela auréola de saber f|ue eu\olvia o grande iiuuianista, o atrai <-m 1905 para profes sor cio gitiásto. Para os alunos, escrcneu José Ladis
lau Peter eoiiipèiiclios de Grego e Latim. Não aprendi (j idioma de Sófncles e Tiieídides para i>odc r recitar as minhas orações, segundo o FNangeiíio de São .Mateus, eoinc) o fazia na Faciddacle, com
ilcsen\'oItura o luxo de classicisnío, o calouro Teolònlcj .Monteiro dc Barros,
imitando, tahez .sem o saber, o "santo
leigo", (jue reza\-a os seus salmos cni Mas não ignoro que c objeto
s:inscrilo.
que ainda existia algué'in cnpaz de en treter correspinidènciu cpistolar na lín
va os fortes pulmões. A cátedra era mó
gua cm (jne Cícero se carlea\'a com a sua família e os seus amigos. Ignorava
mesa do aluno, interrogíUido-o vis-a-ris.
que João Mendes, o santo e sábio profes sor qne a h^aeukladc de Direito venera,
vel de lu.\o: sentava-se, à xontadc, na
Obrigava os discípulos a rigorosa aten ção. Terminada a arguição oral de um estudante, indagava dos ouvintes a
lia no original São João Clímaco, para anienidadc do espírito, e deleitava-se
nota merecida e não admitia que hou
tom as cartas escritas no idioma do Lá-
Educador, desejou, certa vez, conhe
tio pelo professor que pontificava em saber humaníslico no Ginásio de S. Ben
to, proporeionando-nos o conhecimento
dc nma disciplina, x crdadoiro sistema de lógica prática e propedêutica ao estudo do Direito, da Filosofia c da História. Reler tinha por mim uma predileção, que eu pressentia, pelas notas com que
vesse classificação injusta.
cer a finncza dc caráter de seus alunos. Submeteu-os a exame escrito de uma
versão piira o Latim. Anotou, em sua casa, os pontos obtidos e devolveu, em aula, as folhas de papel almaço. Declanmdo que esquecera de transplantar
as notas para o seu cadcrainho, pediu
que cada um dissesse o ponto alcan
çado. Fêz então nova chamada, fingin do que escrevia. Dois alunos tentaram
raro, como uma l»iblia di; .Mogúncía ou a
generosamente me aquinhoava.
edição prinecps de um aldino, uma gra mática grega cin português. Raniiz Gal
^ ez (eom grande emoção recordo o epi sódio) fazíamos a prova final de exame,
eão a adotou, em subsliluição :i de
se não mc engano, para o quarto ano,
Nesse dia, trocou a lição de Latim pela
Cliassang. Nc) Brasil, não poderia haver melhor acolhida qiic o beneplácito do
quando, ao ditar cm português frases de Vocabulário simples, a fim de que as vertêssemos para a língua alemã, imaginou aquele saudoso pro
de probidade. Substituiu-o Tranqüilo Tranquilh, extraordinário poliglota, com al
nonagcnário licicmista.
A gramática latina, escrita cm menos
dc um mc's, revela, no autor, profundo conhecimento dc Filologia Comparada. A distribuição da matéria, a concisão e a clareza, fazeni-na obra de inestimável valor didático. Não há cpicstiúnculas c
definições supérfluas. A divisão anlicpiada — etimologia, sintaxe, prosódia c ortografia — foi substituída pela moder na e tríplice — fonética, flexão e sintaxe. "Compêndio notável" conccitucu-a Rui Barbosa.
Sensibilizado, o mestre
faz o agradecimento cm Latim.
José Ladislau Pcter clava-so a êsse.s requintes do espírito. Um mimo literá rio, a resposta do invcjáve!(^ escritor, que acabava de publicar a "Réplica", esse primor de ciência o beleza, que Cân dido de Figueiredo considera o maior
Certa
fessor um enredo no qual eu es
burla e sofreram enérgica pimição.
gumas esquisitices, entre outras,
para os leigos de Astronomia, que éramos nós, a de não acre ditar que a Terra gira em redor
tava em boa situação, e o meu querido colega João Batista de
do Sol, teoria que o famoso
Sousa Filho, que tanto se des tacava nos estudos, em pior partido,
Henri Poincaré só admite como hipótese
^ito ainda outro incidente: imi discí
científica.
pulo praticou gesto deselegante.
Conta-se que, mal ajambrado, apresentou-se a D. Pedro, solicitando a regência de qualquer cadeira das lín
Não
su acusando, a classe foi punida com a nota zero.
Generoso, exclama o mestre,
scBi atenuar a injustiça do castigo cole
guas vivas ou mortas ensinadas no gi násio. Desconfiado, com espírito es nluno exemplar, o zero não entra na portivo, D. Pedro abre um volume da
tivo:
"Para o Gontijo de Carvalho,
média".
História Romana de Tito Lívio, que se
Era o carinho que se extravazava, sem pre em busca de pretexto para se exte-
achava sôbre a mesa e pede a tradução de uma página qualquer. "É a passa
riorizar.
gem dos Alpes. Essa, eu a conheço de cor", a resposta pronta do excêntrico
monumento da língua portuguesa e Má
Guardo impressão inapagável do meu professor, com o seu indefectível fraque preto. Alto, magro, xdvo o olhar, ges
descurava do café. Resultado: em Ara-
rio de Sousa Lima a sim mais bela obra
ticulava com abundância e não poupa
raquara, falha como lavrador e perde as
de adx-ogado. Extasiava-sc Rui de ver
desconhecido. No mesmo instante, foi
admitido como professor do idioma,
cujo aprendizado, num êrro de visão,
^
fyi»'"j
Dicesto Econômico
rnipniipuii.m ipniniiiii I i I u
Dicesto Econüaüco
Não alcancei como professor o Padre Charles Sentroul, da Escola de Louvaín.
que, na cátedra do São Dento, era o foco irradiador da Filosofia néo-intelcc-
tualista, seguida por uma juventude en
tusiasta dos métodos preconizados pelo sábio primaz da Bélgica, o mentor da
Universidade dileta do Papa Leão XIII, o pensador, em questões sociais, prefe rido de Rui Barbosa, no crepúsculo da vida.
Do excelente manual da lavra de D.
Ludgero Jaspers, haurimos os nossos pcrfunctórios conhecimentos d(; Filosofia. Dos professores, Petcr o Ah aro Guer
ra foram os que, pela duração dos cursos, maior ascendência tiveram no desenvol vimento dos nossos estudos.
Viveu ignorado do grande público o humanista José Ladislau Pcter. Rea
vivar a memória do excepcional profes sor é focalizar didática original e uma vida de sacrifícios.
Em 1883, aportava ao Brasil, jovem de vinte anos. Trazia consigo excelente bagagem de conhecimentos clássicos.
Alemão, não fazia exceção à regra; ar tista, virtuoso do piano e apaixonado do divino Mozart.
Não retornou à pátria e nunca escla receu a lenda do seu exílio, aquele nobre filho de um grande mineralogísta saxõnio. Em Campinas, no afamado Colé
gio "Culto à Ciência", fundado pelo Vis
conde de Indaiatuba, aceitou de Jorge Miranda o convite para lente de Grego e de Latim.
Moço, fora o mestre da
geração, que surgia esperançosa com César Bierrenbach.
Abandonava, pouco depois, o magis
tério para dedicar-se à lavoura. Obce cado com a mineração do ouro e a pes quisa do petróleo, por inclinação atávica,
parcas economias.
D. Miguel Kruse, o
inesquecível monge, seduzido pela auréola de saber f|ue eu\olvia o grande iiuuianista, o atrai <-m 1905 para profes sor cio gitiásto. Para os alunos, escrcneu José Ladis
lau Peter eoiiipèiiclios de Grego e Latim. Não aprendi (j idioma de Sófncles e Tiieídides para i>odc r recitar as minhas orações, segundo o FNangeiíio de São .Mateus, eoinc) o fazia na Faciddacle, com
ilcsen\'oItura o luxo de classicisnío, o calouro Teolònlcj .Monteiro dc Barros,
imitando, tahez .sem o saber, o "santo
leigo", (jue reza\-a os seus salmos cni Mas não ignoro que c objeto
s:inscrilo.
que ainda existia algué'in cnpaz de en treter correspinidènciu cpistolar na lín
va os fortes pulmões. A cátedra era mó
gua cm (jne Cícero se carlea\'a com a sua família e os seus amigos. Ignorava
mesa do aluno, interrogíUido-o vis-a-ris.
que João Mendes, o santo e sábio profes sor qne a h^aeukladc de Direito venera,
vel de lu.\o: sentava-se, à xontadc, na
Obrigava os discípulos a rigorosa aten ção. Terminada a arguição oral de um estudante, indagava dos ouvintes a
lia no original São João Clímaco, para anienidadc do espírito, e deleitava-se
nota merecida e não admitia que hou
tom as cartas escritas no idioma do Lá-
Educador, desejou, certa vez, conhe
tio pelo professor que pontificava em saber humaníslico no Ginásio de S. Ben
to, proporeionando-nos o conhecimento
dc nma disciplina, x crdadoiro sistema de lógica prática e propedêutica ao estudo do Direito, da Filosofia c da História. Reler tinha por mim uma predileção, que eu pressentia, pelas notas com que
vesse classificação injusta.
cer a finncza dc caráter de seus alunos. Submeteu-os a exame escrito de uma
versão piira o Latim. Anotou, em sua casa, os pontos obtidos e devolveu, em aula, as folhas de papel almaço. Declanmdo que esquecera de transplantar
as notas para o seu cadcrainho, pediu
que cada um dissesse o ponto alcan
çado. Fêz então nova chamada, fingin do que escrevia. Dois alunos tentaram
raro, como uma l»iblia di; .Mogúncía ou a
generosamente me aquinhoava.
edição prinecps de um aldino, uma gra mática grega cin português. Raniiz Gal
^ ez (eom grande emoção recordo o epi sódio) fazíamos a prova final de exame,
eão a adotou, em subsliluição :i de
se não mc engano, para o quarto ano,
Nesse dia, trocou a lição de Latim pela
Cliassang. Nc) Brasil, não poderia haver melhor acolhida qiic o beneplácito do
quando, ao ditar cm português frases de Vocabulário simples, a fim de que as vertêssemos para a língua alemã, imaginou aquele saudoso pro
de probidade. Substituiu-o Tranqüilo Tranquilh, extraordinário poliglota, com al
nonagcnário licicmista.
A gramática latina, escrita cm menos
dc um mc's, revela, no autor, profundo conhecimento dc Filologia Comparada. A distribuição da matéria, a concisão e a clareza, fazeni-na obra de inestimável valor didático. Não há cpicstiúnculas c
definições supérfluas. A divisão anlicpiada — etimologia, sintaxe, prosódia c ortografia — foi substituída pela moder na e tríplice — fonética, flexão e sintaxe. "Compêndio notável" conccitucu-a Rui Barbosa.
Sensibilizado, o mestre
faz o agradecimento cm Latim.
José Ladislau Pcter clava-so a êsse.s requintes do espírito. Um mimo literá rio, a resposta do invcjáve!(^ escritor, que acabava de publicar a "Réplica", esse primor de ciência o beleza, que Cân dido de Figueiredo considera o maior
Certa
fessor um enredo no qual eu es
burla e sofreram enérgica pimição.
gumas esquisitices, entre outras,
para os leigos de Astronomia, que éramos nós, a de não acre ditar que a Terra gira em redor
tava em boa situação, e o meu querido colega João Batista de
do Sol, teoria que o famoso
Sousa Filho, que tanto se des tacava nos estudos, em pior partido,
Henri Poincaré só admite como hipótese
^ito ainda outro incidente: imi discí
científica.
pulo praticou gesto deselegante.
Conta-se que, mal ajambrado, apresentou-se a D. Pedro, solicitando a regência de qualquer cadeira das lín
Não
su acusando, a classe foi punida com a nota zero.
Generoso, exclama o mestre,
scBi atenuar a injustiça do castigo cole
guas vivas ou mortas ensinadas no gi násio. Desconfiado, com espírito es nluno exemplar, o zero não entra na portivo, D. Pedro abre um volume da
tivo:
"Para o Gontijo de Carvalho,
média".
História Romana de Tito Lívio, que se
Era o carinho que se extravazava, sem pre em busca de pretexto para se exte-
achava sôbre a mesa e pede a tradução de uma página qualquer. "É a passa
riorizar.
gem dos Alpes. Essa, eu a conheço de cor", a resposta pronta do excêntrico
monumento da língua portuguesa e Má
Guardo impressão inapagável do meu professor, com o seu indefectível fraque preto. Alto, magro, xdvo o olhar, ges
descurava do café. Resultado: em Ara-
rio de Sousa Lima a sim mais bela obra
ticulava com abundância e não poupa
raquara, falha como lavrador e perde as
de adx-ogado. Extasiava-sc Rui de ver
desconhecido. No mesmo instante, foi
admitido como professor do idioma,
cujo aprendizado, num êrro de visão,
^
84
Dicesto
Alexancl/e Herculano considerava uma
morte na primavera.
inutilidade.
"caipirinha dc Guariba", sempre com O
O inforlunado
Álvaro Guerra não era pròpriamcnle
li\TO na mão, no refeitório e no recreio,
didata, embora tivesse o bom gosto de
iKio se desjustra\a, nos lauréis escolares, ante o Manoel de Azevedo Leão, a
não exigir que decorássemos as rt.L'Ms
Dicesto
Econômico
Miais radiosa inteligência do ginásio, na
í
o meu iqiremli-Aulo do vernáculo, para
menos, éramos mais "fortes" no Alemão
com o bondoso mestre.
do que no Inglês.
Oferta dc .Álvaro Guerra, recordação
de velha <• afetuosa estima, possuo um
í
. exemplar da obra rara. "O Poda Crisfal", de Uaul Soares dc Moura, que de
gramaticais, tortura pior que a da pal matória. Recomendava, porém, com in sistência, a leitura soporífcra dos dicio
apreciação insuspeita dc; D. Pedro.
nários, processo usado por Teófilo Gau-
r(j C.uerra lenha sido.
Falta\a-lhe a
não IkTuardiin Ribeiro, o delicioso es
tier para o absoluto dominio da arte de
critor de "Menina e Moça", como o ten
do saber. A aula orientava-se pelo dis
espontaneidade e, sobretudo, o poder criador. Um glolólogo e não um bió logo, pura servir-me da distinção de Schleieher, eom a imagem clássica do botânico e cio jaidinciro iio trato da flor, usada por Eduardo Carlos Pereira
cípulo qu(! ficava com a iniciativa da
ein sua conceituada Gramática Histórica.
inovadora dc Síbio e endossou a opi
pergunta. Método ésse só adota qiietn
A vida aliihiilada que levou aquêlo
nião de Carolina Michaélis de Vasconce
realmente sabe. Jamais Álvaro Guerra se enleou nas armadilhas que em tantas ocasiões lhe foram preparadas.
desolador dos clássicos esquecidos e ínsuperás el analista das estâncias de ouro de Oimoes, com as responsabilidades de
los, cuja palavra, nos domínios da lin
escrever.
Ensinava melhor, (jiiando provocado. Mau professor, para alunos vadios. Ex traordinário, para os que tinham ânsia
Conhecedor profundo da língua por tuguesa, sabia desvencilhar-sc das cila
das em que eram peritos alguns dos meus colegas.
Todo severidade para com os jo\'ens que teimavam escrever Brasil com z. To
do doçura para aqueles que lhe insufla vam a vaidade, dando-lhe as palma.s de
vencedor na polêmica que sobre a gra fia do nome da nossa pátria entreteve com mestre insigne.
Grande escritor, não direi que Áhft*
clicfe de família numerosa, não Uie permitiu lazer para compor a obra digna
do seu imenso preparo. Da produção
esparsa o desigual, dc difícil' acesso,
que legou aos amantes do idioma por tuguês, dcstaca-sc, todavia, o Jis-rinho "Os meus Serões", modelo dc boa
linguagem, e que se lê com encanto, não só pela maviosidade do estilo como pela emotividade dos conceitos.
Êsse homem erudito, que parecia
Qucsília que o • ignorar o seu valor, e á mancheia dis
tornava injusto na aplicação das notas,
distribuídas segundo o grau das suas
tribuía, scMii idéia de remuneração, en tro os que lhe oram devotados, os frutos
afeições.
do seu saber opimo; êsse homem, cuja
85
Econômico
monstrou, dc maneira cabal, ser o autor
da famosa ócloga Cristóvão FalCião c tou pro\ar pelas colunas dc um matu tino o emérito filólogo Sílvio de Al meida.
.Álvaro Guerra, vci-ifiquei pelas suas preciosas anotações, não aceitou a tese
güística, vale como sentença irrecorrívcl. Exigiam as leis dc ensino em vigor o conhecimento dc duas línguas vivas: o
Francês era o idioma obrigatório, e do li\ re escolha o Inglês c o Alemão. Não havia nos colégios paulistas, de melhor reputação, uniformidade de programa quanto ao ensino das línguas. No Gi násio do Estado, o oficial, o maior
Original, no temperamento, com apre
ciáveis qualidades de professor, o jo vial Padre John Caton, linda estampa
dc homem, que adotava para o Ing es o processo de Berlitz, então em voga. Nos métodos dc ensino, justamente opos
to aos do idoso Pierrc Ferroud,^ um
padre secular como Caton, paciência evangélica, preocupado sempre wm as regras da gramática francesa e descui dado dos e.\ercícios práticos de conver
sação. Mestre â antiga, com ares de semita, o francês graduava as notas os
discípulos pela eficiência da memóna revelada nas lições.
Ensinava-nos ainda aquele adorável Padre Caton música coral. Com > noções que adquiri, acompan ,
ção"deGounod. "Periquito tornou-re artista afamado e foi com eg
orgulho que eu o ouvi, no
^
oidpal do Rio de
desvelo era pelo idioma italiano; no Anglo-Brasileiro, pelo Inglês; no São
com estrondoso sucesso, ^
Bento, pelo Alemão. Estudávamos, obrigatòrianiente, o Alemão, desde o primeiro ano do curso
do Guarani, no papel de Pen.
era bastante monótona. O
ginasial, no admirável compêndio de
prestígio no fòro paulista, orador^ obn-
Schweitzer Simonot, e o Inglês só come çava a ser ministrado no segun
■
Eduardi Pira,a, numa
colégio, o Silvio Vieira, que se avante javano "belcanto", no oôro da Maxcím Guerreira, e.xtraída do oratório Rede -
.
A aula de Geografia, custa-me dízê-Io, Adolfo Ribeiro, hábil advogado, com gatório nas nossas festas cmeas,
reduzia o seu método de ensi
cultura tanto impressionava os meus quinze anos, vim encontrá-lo, muito de
do ano.
nosso grêmio de letras, que mantinha a pequena revista "Recreio Literário",
pois, desempenhando cargo aquém de
Bento deveriam ter, no final do
sem o exame de um só mapa
repositório de pecadilhos, permissíveis
seu mérito, simples assistente da Dire
curso, menor dificuldade em tra
ou o uso de um giz para no '
Dirigiram a nossa asso
toria do Publicidade do uma Secretaria
duzir Gõethe do que Shakes-
ciação, com entusiasmo, no período cm
de Estado. Externei-lhe admiração pelo seu espírito, evoquei o passado que se
peare, que Karl Marx proclama va o maior poeta dramático do mundo moderno e, na imagem de Ludvig, transpôs o diâmetro do universo inteiro sôbre o estreito palco do teatro. Pelo
Álvaro Guerra era o orientador do
na mocidade.
que a freqüentei, o Edgar Batista Pe reira, dado à literatura e que a sereia
foi o procurei, na medida das minhas
da política atraiu, e Manoel Otaviano Junqueira, uma esperança ceifada pela
forças, resgatar pequena parcela da dí vida de gratidão, que contraíra, durante
Os antigos alunos do São
no a exigir a lição decorada,
quadro negro desenharmos os t
contornos de um pais ou de um ■
continente.
"'
Não soube aquêle professor, de edu cação esmerada, que nunca nos fêz um Eiaceio oü uma pergunta não relacio-
84
Dicesto
Alexancl/e Herculano considerava uma
morte na primavera.
inutilidade.
"caipirinha dc Guariba", sempre com O
O inforlunado
Álvaro Guerra não era pròpriamcnle
li\TO na mão, no refeitório e no recreio,
didata, embora tivesse o bom gosto de
iKio se desjustra\a, nos lauréis escolares, ante o Manoel de Azevedo Leão, a
não exigir que decorássemos as rt.L'Ms
Dicesto
Econômico
Miais radiosa inteligência do ginásio, na
í
o meu iqiremli-Aulo do vernáculo, para
menos, éramos mais "fortes" no Alemão
com o bondoso mestre.
do que no Inglês.
Oferta dc .Álvaro Guerra, recordação
de velha <• afetuosa estima, possuo um
í
. exemplar da obra rara. "O Poda Crisfal", de Uaul Soares dc Moura, que de
gramaticais, tortura pior que a da pal matória. Recomendava, porém, com in sistência, a leitura soporífcra dos dicio
apreciação insuspeita dc; D. Pedro.
nários, processo usado por Teófilo Gau-
r(j C.uerra lenha sido.
Falta\a-lhe a
não IkTuardiin Ribeiro, o delicioso es
tier para o absoluto dominio da arte de
critor de "Menina e Moça", como o ten
do saber. A aula orientava-se pelo dis
espontaneidade e, sobretudo, o poder criador. Um glolólogo e não um bió logo, pura servir-me da distinção de Schleieher, eom a imagem clássica do botânico e cio jaidinciro iio trato da flor, usada por Eduardo Carlos Pereira
cípulo qu(! ficava com a iniciativa da
ein sua conceituada Gramática Histórica.
inovadora dc Síbio e endossou a opi
pergunta. Método ésse só adota qiietn
A vida aliihiilada que levou aquêlo
nião de Carolina Michaélis de Vasconce
realmente sabe. Jamais Álvaro Guerra se enleou nas armadilhas que em tantas ocasiões lhe foram preparadas.
desolador dos clássicos esquecidos e ínsuperás el analista das estâncias de ouro de Oimoes, com as responsabilidades de
los, cuja palavra, nos domínios da lin
escrever.
Ensinava melhor, (jiiando provocado. Mau professor, para alunos vadios. Ex traordinário, para os que tinham ânsia
Conhecedor profundo da língua por tuguesa, sabia desvencilhar-sc das cila
das em que eram peritos alguns dos meus colegas.
Todo severidade para com os jo\'ens que teimavam escrever Brasil com z. To
do doçura para aqueles que lhe insufla vam a vaidade, dando-lhe as palma.s de
vencedor na polêmica que sobre a gra fia do nome da nossa pátria entreteve com mestre insigne.
Grande escritor, não direi que Áhft*
clicfe de família numerosa, não Uie permitiu lazer para compor a obra digna
do seu imenso preparo. Da produção
esparsa o desigual, dc difícil' acesso,
que legou aos amantes do idioma por tuguês, dcstaca-sc, todavia, o Jis-rinho "Os meus Serões", modelo dc boa
linguagem, e que se lê com encanto, não só pela maviosidade do estilo como pela emotividade dos conceitos.
Êsse homem erudito, que parecia
Qucsília que o • ignorar o seu valor, e á mancheia dis
tornava injusto na aplicação das notas,
distribuídas segundo o grau das suas
tribuía, scMii idéia de remuneração, en tro os que lhe oram devotados, os frutos
afeições.
do seu saber opimo; êsse homem, cuja
85
Econômico
monstrou, dc maneira cabal, ser o autor
da famosa ócloga Cristóvão FalCião c tou pro\ar pelas colunas dc um matu tino o emérito filólogo Sílvio de Al meida.
.Álvaro Guerra, vci-ifiquei pelas suas preciosas anotações, não aceitou a tese
güística, vale como sentença irrecorrívcl. Exigiam as leis dc ensino em vigor o conhecimento dc duas línguas vivas: o
Francês era o idioma obrigatório, e do li\ re escolha o Inglês c o Alemão. Não havia nos colégios paulistas, de melhor reputação, uniformidade de programa quanto ao ensino das línguas. No Gi násio do Estado, o oficial, o maior
Original, no temperamento, com apre
ciáveis qualidades de professor, o jo vial Padre John Caton, linda estampa
dc homem, que adotava para o Ing es o processo de Berlitz, então em voga. Nos métodos dc ensino, justamente opos
to aos do idoso Pierrc Ferroud,^ um
padre secular como Caton, paciência evangélica, preocupado sempre wm as regras da gramática francesa e descui dado dos e.\ercícios práticos de conver
sação. Mestre â antiga, com ares de semita, o francês graduava as notas os
discípulos pela eficiência da memóna revelada nas lições.
Ensinava-nos ainda aquele adorável Padre Caton música coral. Com > noções que adquiri, acompan ,
ção"deGounod. "Periquito tornou-re artista afamado e foi com eg
orgulho que eu o ouvi, no
^
oidpal do Rio de
desvelo era pelo idioma italiano; no Anglo-Brasileiro, pelo Inglês; no São
com estrondoso sucesso, ^
Bento, pelo Alemão. Estudávamos, obrigatòrianiente, o Alemão, desde o primeiro ano do curso
do Guarani, no papel de Pen.
era bastante monótona. O
ginasial, no admirável compêndio de
prestígio no fòro paulista, orador^ obn-
Schweitzer Simonot, e o Inglês só come çava a ser ministrado no segun
■
Eduardi Pira,a, numa
colégio, o Silvio Vieira, que se avante javano "belcanto", no oôro da Maxcím Guerreira, e.xtraída do oratório Rede -
.
A aula de Geografia, custa-me dízê-Io, Adolfo Ribeiro, hábil advogado, com gatório nas nossas festas cmeas,
reduzia o seu método de ensi
cultura tanto impressionava os meus quinze anos, vim encontrá-lo, muito de
do ano.
nosso grêmio de letras, que mantinha a pequena revista "Recreio Literário",
pois, desempenhando cargo aquém de
Bento deveriam ter, no final do
sem o exame de um só mapa
repositório de pecadilhos, permissíveis
seu mérito, simples assistente da Dire
curso, menor dificuldade em tra
ou o uso de um giz para no '
Dirigiram a nossa asso
toria do Publicidade do uma Secretaria
duzir Gõethe do que Shakes-
ciação, com entusiasmo, no período cm
de Estado. Externei-lhe admiração pelo seu espírito, evoquei o passado que se
peare, que Karl Marx proclama va o maior poeta dramático do mundo moderno e, na imagem de Ludvig, transpôs o diâmetro do universo inteiro sôbre o estreito palco do teatro. Pelo
Álvaro Guerra era o orientador do
na mocidade.
que a freqüentei, o Edgar Batista Pe reira, dado à literatura e que a sereia
foi o procurei, na medida das minhas
da política atraiu, e Manoel Otaviano Junqueira, uma esperança ceifada pela
forças, resgatar pequena parcela da dí vida de gratidão, que contraíra, durante
Os antigos alunos do São
no a exigir a lição decorada,
quadro negro desenharmos os t
contornos de um pais ou de um ■
continente.
"'
Não soube aquêle professor, de edu cação esmerada, que nunca nos fêz um Eiaceio oü uma pergunta não relacio-
DroK^rro Erovóxrrco
nada com a matéria, despertar em seus
Dm;hst(i
"Cenas da Vida Boêmia"; a despreocJipação da realidach; é o de\ er tia ju-
Econômico
cujos conliccimcntos a guerra mundial
Hoje com mandato expresso, evoco a figura de outro mestre, cuja obra
ampliou.
extensa e erudita aumentou a riqueza
discípulos gosto por tão bela ciência,
\cntude. Bazao jn-Ia (piai nunc;i \olvi a esta C.a.sa sem sentir um .i[»"rto no anos <pic lecionou à minha turma, a . coraçao. l-oi no altar da su;i igreja, Obrigou-nos, porém, nos três
um ctmtintio esfôr<;o de memória, de\í-
do à siia .se\<TÍ<l;tclc, rigorosa pontuali dade e à circunstância de (òda a classe ser diâriameiite chamada à lição.
flistória Unhersal e do Brasil prc-lecionava Afonso cie Taiinay, herdeiro das
glórias do pai, narrador da epopéia das bandeiras, cuja obra \-olumosa tanto enri quece o patrimônio inlelccliial da nossa
terra. Bom como o pão e puro como a agua da fonte, assim o definiu um an-
tigo professor do S. Bento, o cintilante Antônio Batista Pereira, em intere.ssantc
crônica do São Paulo antigo, na qual
'I. I
perfilou os seus amigos, sob a máscara
i
de velhos bandeirantes.
Não encerrarei a lista desses queridos preceptores, embora saiba que irei ma
cuUur.d de Piratininga: o emérito Afonso
de Taunay.
que tanto nos (ouvida à meditação e h prece, templo <]ne é nni misto de es
Fni seu aluno de História Universal,
(juando eursasa o (piarlo ano do giná sio. Beeomendasa o grande historiador aos discípulos o compêndio, sem adoção, de jôiiatas }>errano, obra superficial c
plendor e dl- .sobriedade, edificado pelo gosto artí.stico de nin monge humilde, í|tie o meigo D. Lndgero fèz a minha
felicidade, ao som do "Largo" do Ora
tório Xer.xes de Ilãndol e do "Ad;igio"
de natureza estritamente didática.
do famoso eoneérlo de Selmmaiin, arran
dia o período da aula. de sessenta mi-_
mágicos de D. Alenino.
nulos, em dois tempos iguais. No pri meiro, toma\a dos alunos a lição da
cado do grandioso órgão pelos dedos
\éspira. No segundo, e.xpunha a lição priixima. Embora a preloção do mostre fôsse repleta de dados, colhidos desde
A imagem desta Casa eu a guardo, pois, no fundo do meu .saerário.
Agradeço ao ahade D. Domingos, em nome dos .seus antigos a]uno.s, o ensejo que nos propiii,,,,^ soh êste teto agasa-
a ju\entudc nas obras dc Momnsen, OnkcN' c César Canlu, as lições dos alu
i<i or e e\-ocalivo, de nos rcvermos un.s
nos primavam por uma síntese cxee.ssiva.
.los outros c reeordannos o passado co"Uim, de tão gratu.s emoçõe.s.
Càuisa\a-nos assombro a sua retcntiva,
que não creio ler sido superada pela de
goar a modéstia do nosso abade, (|uc Bem haja a "Associação dos Antigos ainda exerce sobre os \elhos discípulo.s Aluno.s cultua a mais linda c couma e.spécie de curato pastoral, sem pro- "loyente, f,ue das tradições: a desoção da cJamar uma verdade; D. Domingos foi e o respeito aos mestres que o grande professor dc Álgebra do eo- amizade modelaram o nosso cérebro e o nosso iégio, por ninguém superado. coração. Auxilia\a-o na sua missão, que de Bem haja a benemérita Ordem Bene
sempenhou com fervor, o ii\ro que com pôs para os ginasianos, pequenina obraprima pelo rigoroso cunho didático que encerra.
Com justiça proclamo o o faço com a maior alegria: dos professores e frades
beneditinos, só tenho recordações que enchem de encanto a vida. Aqui não conheci a maldade e vivi dias risonhos.
Como os outros companheiros, alguns dos quais exercem hoje a cátedra de escolas superiores, e vários deles se en grandeceram nas profissões liberais e atividades do comércio e da indústria, seguia o conselho dc Henri Mürger, em
Divi
nenhum
brasileiro.
A História cita o exemplo do Cardeal
\ontade humana a elaboração dos fe
nômenos políticos c sociais.
Inclino-
me, ainda uma vez, respeitoso, ante os métodos do e\-ocador de heróis, que foi
Carh-lc, o biógrafo dc Cromwell e Fre derico II e que, no dizer de Rui, es
creveu o mais belo poema em prosa, u monumental "Revolução Francesa .
Era Taunay tão preciso nas datas e
minucioso nas descrições gcnoalógicas,
que a um dos discípulos, por sinal dos mais brilhantes, que se distinguiu cin Heráldica e possuía, nas estantes, scni contínuo manuseio, a obra completa de
Onkey, parecia que o historiador pedia meças ao romancista, ou nicllior, a -lu tasia substituía a narraüva fiel dos acontecimontos. Quis, certa vez, expenmenlá-lo. Chamado ã lição, expôs
a mínima importância, ^üterando dat e dando arras à imaginaçao. Pcrceb o mestre o ardil. Golpeou o djsctpu o com esta resposta maliciosa:
iNao na
Mezofanli, (jue falava mais de cinqüenta
necessidade dc saber tantas nnmicias.
idiomas e o de Artaxerxcs, o Mnemon,
Há necessidade de saber com exatidão .
lei dos Persas, que sabia o nome de
Corrigiu, em seguida, os erros com es- ^
panto de todos nós, coniventes na cilada,
todos os seus soldados, que se elevaN'am a milhões.
Ornelas, matemático
português, reproduzia de cor toda a
ditina, amante da civilização e que, na
6 a doutrina dc Wells, em prescindir da
c atordoamento do jovem que üvera o
ousio daquele gesto. Não houve eps^
prática da caridade e na difusão do en
tábua dos logarilmos, c Donelo, sem a
dio da t ida estudantil que
sino, cscre\'cii em nossa terra páginas cie cjuc SC orgulha o brasileiro devoto
falha de um texto, o alentado Corpus Júris. Proeza que Assis Brasil fazia com
galhardamente vencida pelo extraordma
da sua religião c da sua Pátria.
.a "Dixána Comédia" e Antônio Batis ta Pereira com "Os Lusíadas".
■l:
sh
Há, precisamente, urrl ano, em festa
de confraternização como a de agora, descrevi em períodos sucintos os mé todos pedagógicos de Joscí Ladisiau Petcr c Álvaro Guerra, professôres que tanta influência exerceram na formação espi ritual dos antigos alunos do São Bento.
h
Taunay pertence à família desses pri vilegiados.
Aqueles eram "memórias"
especializadas.
O mestre, dc curiosida de universal, retém tudo o que lê, e leu muito e não escreveu menos, um
verdadeiro grilheta da pena, como o atesta a sua imensa bibliografia, uma centena de volumes.
Relendo as suas
obras principais, robusteceu-se em meu
espírito a antiga convicção de que falsa
sionosse tonto como essa prova de saber rio cultor da História, tão digno cio nosso respeito.
Povoavam a nossa imaginação j^uvenil as habilidades do professor. Como
José Bonifácio, o Patriarca, que ditax'a,
simultãncamentc, cartas sobre os mais variados assuntos, Taunay, distraído na
aparência, esquecido de si mesmo, em aula, enquanto discreteava, com precisão e facilidade, sòbre a "Guerra dos Cem Anos" ou a "Invasão dos Bárbaros",
punha em dia enorme correspondência
DroK^rro Erovóxrrco
nada com a matéria, despertar em seus
Dm;hst(i
"Cenas da Vida Boêmia"; a despreocJipação da realidach; é o de\ er tia ju-
Econômico
cujos conliccimcntos a guerra mundial
Hoje com mandato expresso, evoco a figura de outro mestre, cuja obra
ampliou.
extensa e erudita aumentou a riqueza
discípulos gosto por tão bela ciência,
\cntude. Bazao jn-Ia (piai nunc;i \olvi a esta C.a.sa sem sentir um .i[»"rto no anos <pic lecionou à minha turma, a . coraçao. l-oi no altar da su;i igreja, Obrigou-nos, porém, nos três
um ctmtintio esfôr<;o de memória, de\í-
do à siia .se\<TÍ<l;tclc, rigorosa pontuali dade e à circunstância de (òda a classe ser diâriameiite chamada à lição.
flistória Unhersal e do Brasil prc-lecionava Afonso cie Taiinay, herdeiro das
glórias do pai, narrador da epopéia das bandeiras, cuja obra \-olumosa tanto enri quece o patrimônio inlelccliial da nossa
terra. Bom como o pão e puro como a agua da fonte, assim o definiu um an-
tigo professor do S. Bento, o cintilante Antônio Batista Pereira, em intere.ssantc
crônica do São Paulo antigo, na qual
'I. I
perfilou os seus amigos, sob a máscara
i
de velhos bandeirantes.
Não encerrarei a lista desses queridos preceptores, embora saiba que irei ma
cuUur.d de Piratininga: o emérito Afonso
de Taunay.
que tanto nos (ouvida à meditação e h prece, templo <]ne é nni misto de es
Fni seu aluno de História Universal,
(juando eursasa o (piarlo ano do giná sio. Beeomendasa o grande historiador aos discípulos o compêndio, sem adoção, de jôiiatas }>errano, obra superficial c
plendor e dl- .sobriedade, edificado pelo gosto artí.stico de nin monge humilde, í|tie o meigo D. Lndgero fèz a minha
felicidade, ao som do "Largo" do Ora
tório Xer.xes de Ilãndol e do "Ad;igio"
de natureza estritamente didática.
do famoso eoneérlo de Selmmaiin, arran
dia o período da aula. de sessenta mi-_
mágicos de D. Alenino.
nulos, em dois tempos iguais. No pri meiro, toma\a dos alunos a lição da
cado do grandioso órgão pelos dedos
\éspira. No segundo, e.xpunha a lição priixima. Embora a preloção do mostre fôsse repleta de dados, colhidos desde
A imagem desta Casa eu a guardo, pois, no fundo do meu .saerário.
Agradeço ao ahade D. Domingos, em nome dos .seus antigos a]uno.s, o ensejo que nos propiii,,,,^ soh êste teto agasa-
a ju\entudc nas obras dc Momnsen, OnkcN' c César Canlu, as lições dos alu
i<i or e e\-ocalivo, de nos rcvermos un.s
nos primavam por uma síntese cxee.ssiva.
.los outros c reeordannos o passado co"Uim, de tão gratu.s emoçõe.s.
Càuisa\a-nos assombro a sua retcntiva,
que não creio ler sido superada pela de
goar a modéstia do nosso abade, (|uc Bem haja a "Associação dos Antigos ainda exerce sobre os \elhos discípulo.s Aluno.s cultua a mais linda c couma e.spécie de curato pastoral, sem pro- "loyente, f,ue das tradições: a desoção da cJamar uma verdade; D. Domingos foi e o respeito aos mestres que o grande professor dc Álgebra do eo- amizade modelaram o nosso cérebro e o nosso iégio, por ninguém superado. coração. Auxilia\a-o na sua missão, que de Bem haja a benemérita Ordem Bene
sempenhou com fervor, o ii\ro que com pôs para os ginasianos, pequenina obraprima pelo rigoroso cunho didático que encerra.
Com justiça proclamo o o faço com a maior alegria: dos professores e frades
beneditinos, só tenho recordações que enchem de encanto a vida. Aqui não conheci a maldade e vivi dias risonhos.
Como os outros companheiros, alguns dos quais exercem hoje a cátedra de escolas superiores, e vários deles se en grandeceram nas profissões liberais e atividades do comércio e da indústria, seguia o conselho dc Henri Mürger, em
Divi
nenhum
brasileiro.
A História cita o exemplo do Cardeal
\ontade humana a elaboração dos fe
nômenos políticos c sociais.
Inclino-
me, ainda uma vez, respeitoso, ante os métodos do e\-ocador de heróis, que foi
Carh-lc, o biógrafo dc Cromwell e Fre derico II e que, no dizer de Rui, es
creveu o mais belo poema em prosa, u monumental "Revolução Francesa .
Era Taunay tão preciso nas datas e
minucioso nas descrições gcnoalógicas,
que a um dos discípulos, por sinal dos mais brilhantes, que se distinguiu cin Heráldica e possuía, nas estantes, scni contínuo manuseio, a obra completa de
Onkey, parecia que o historiador pedia meças ao romancista, ou nicllior, a -lu tasia substituía a narraüva fiel dos acontecimontos. Quis, certa vez, expenmenlá-lo. Chamado ã lição, expôs
a mínima importância, ^üterando dat e dando arras à imaginaçao. Pcrceb o mestre o ardil. Golpeou o djsctpu o com esta resposta maliciosa:
iNao na
Mezofanli, (jue falava mais de cinqüenta
necessidade dc saber tantas nnmicias.
idiomas e o de Artaxerxcs, o Mnemon,
Há necessidade de saber com exatidão .
lei dos Persas, que sabia o nome de
Corrigiu, em seguida, os erros com es- ^
panto de todos nós, coniventes na cilada,
todos os seus soldados, que se elevaN'am a milhões.
Ornelas, matemático
português, reproduzia de cor toda a
ditina, amante da civilização e que, na
6 a doutrina dc Wells, em prescindir da
c atordoamento do jovem que üvera o
ousio daquele gesto. Não houve eps^
prática da caridade e na difusão do en
tábua dos logarilmos, c Donelo, sem a
dio da t ida estudantil que
sino, cscre\'cii em nossa terra páginas cie cjuc SC orgulha o brasileiro devoto
falha de um texto, o alentado Corpus Júris. Proeza que Assis Brasil fazia com
galhardamente vencida pelo extraordma
da sua religião c da sua Pátria.
.a "Dixána Comédia" e Antônio Batis ta Pereira com "Os Lusíadas".
■l:
sh
Há, precisamente, urrl ano, em festa
de confraternização como a de agora, descrevi em períodos sucintos os mé todos pedagógicos de Joscí Ladisiau Petcr c Álvaro Guerra, professôres que tanta influência exerceram na formação espi ritual dos antigos alunos do São Bento.
h
Taunay pertence à família desses pri vilegiados.
Aqueles eram "memórias"
especializadas.
O mestre, dc curiosida de universal, retém tudo o que lê, e leu muito e não escreveu menos, um
verdadeiro grilheta da pena, como o atesta a sua imensa bibliografia, uma centena de volumes.
Relendo as suas
obras principais, robusteceu-se em meu
espírito a antiga convicção de que falsa
sionosse tonto como essa prova de saber rio cultor da História, tão digno cio nosso respeito.
Povoavam a nossa imaginação j^uvenil as habilidades do professor. Como
José Bonifácio, o Patriarca, que ditax'a,
simultãncamentc, cartas sobre os mais variados assuntos, Taunay, distraído na
aparência, esquecido de si mesmo, em aula, enquanto discreteava, com precisão e facilidade, sòbre a "Guerra dos Cem Anos" ou a "Invasão dos Bárbaros",
punha em dia enorme correspondência
.1 ij uippuiiini|||i. 88
Dicesto Econômico
c escrevia para o "Correio Paulistano"
artigos cm que relatava a expansão geo gráfica do Brasil.
No recesso do lar vcnturoso, lia jor nais ao mesmo tempo cm que conver sava e tocava piano. Não é de se admi
rar que seja musicista um fillio do Vis
conde de Taunay. Nenluima arte rece be a influência do atavisino como a de
Pale-strina. Pulula, na história da mú sica, o exemplo dos Bach. O célebre
autor da "Inocência" compôs as "Chopinianas", melodias que despertam cm nossos corações suave enlevo e que ouvi pela primeira vez, dedilhadas no tecla do pelo bom velho que era Tomá.s ieixeira de Assunção.
O tempo engrandeceu o nome de ■
Afonso de Taunay.
Mergulhado nos
arquivos, desvendou documentos ciuc contnbuiram para a decifração de inú meras incógnitas da História do Brasil
I Nesse ambiente, cm que se respira a doce saudade da juventude, em que se
sente a alegria de rever descuidados
companheiros de outrora, iioje de ca
belos grisalhos e com gra\'es responsa
bilidades na hora torturante que o mun-
do atravessa, não me cabe comentar a história das bandeiras o a do café, mo
numentos de pesquisa e de probidade,
A unificação e pacificaçáo da política mineira
erguidos pelo seu amor à terra brasi leira.
Daniel de Carvalho
Desejamos apenas homenagear o mes tre que, pela gigantesca obra de iiisto-
riador, fêz jus à admiração de todos os estiiíliosos.
Cumprido êsse de\cr, saúdo, na
pessoa do querido abade D. Domingos, que nos honra com a sua presença, a adniirá\el Ordem Beneditina, ordem que engrandeceu o agiológio universal e, na opinião de Calógeras, tc\'e cm São
Bernardo o mais atilado político da sua epoea, ordem que vulgarizou as obras mestras da ciWlização, reviu a Bíblia
ttifaca por Sao Jerônimo c criou O canto gregoriano.
VoKo o meu pensamento para o ce\?'"i" Casino, queo na 1 ceia fóraMonte asilo de ciência do Idade santi dade. A sua destruição confrangcu-nos a alma de cristãos. Praza aos céus que e.sse sacrifício tenha contribuído para trazer à humanidade sofredora a Paz,
alicerçada na Justiça c na Bondade.
N"defender CüMÍiço odaEstado República não foi fácil de Minas do tor-
Henrique Vaz, Barão de São Geraldo (José Joaquim AKtires dos Santos Sil
volinlio geral e li\ rá-lo da violência das
va), Aristidcs Maia, Martiniano Brandão,
chamas "ein meio do fogo crepitante das paixões acc.sas logo após o 15 de
cisco Bressane...
No\ombro".
Ferreira Brandão, Leonel Fillio, Fn\n-
João Pinheiro retirou-se da vida pú
O período de 1889 a 1897 ficou alí
marcado pela confusão c dispersão das fórças políticas. C-csário Alviin e João Pinheiro, chefes
do Partido Republicano, cedo compreen
deram quão difícil c espinhosa é a ta refa de "anjos da paz", quando se pro põem a aplacar o incêndio atiçado por idealistas sinccro.s, mas extremados nos seus afetos c nos seus ódios.
A reunião scdiciosa dos dissidentes da
Zona da Mata, em Juiz de Fora, e seu eco retardado no motim de Viçosa, bem t^omo o movimento separatista de Cam
panha, onde chegou a instalar-se a Junta Governativa do Estado de Minas do
Sul, mostram a graxadade do perigo afrontado pelos pregoeiros da política ue "conciliação".
Os intrépidos bombeiros tiveram de confessar a pouca eficiência do seu es
forço feito para evitar a invasão das fabaredas "da turbulência vinda de fora Sobro suas alterosas e altivas monta nhas". Conforme a frase de Cesário
blica.
Cesário Ahim renunciou à Pre
sidência do Estado para evitar a luta annada. Desceu as escadarias do anti
go Palácio dos Capitues-Gencnus, de animo tranqüilo e na maior pobreza. \^encido, poderia repetir a afirmação
lançada das culminâncias do poder: "Dentro do lar me guardarão Deus e minha consciência e fora a população inteira..." O Partido Republicano Cons titucional domina durante o Govêmo Afonso Pena, absoiaido pelo problema da mudança da Capital de Ouro Preto
para Belo Horizonte e outras questões administrativas.
Na ordem política, êsse Govêmo as
sinala-se pelo fimie apoio dado a Floriano em líora decisiva, o que %'aleu ao Conselheiro Pena as honras de general áe brigada e lhe permitiu continuar o
programa dos antecessores, preservando
Minas do triste espetáculo da deposi ção de govemadores e de lamentáveis desordens observadas em outros Estados. Minas tomou-se o refúgio dos venci
Alvim, da qual, diga-se de passagem,
dos o dos perseguidos políticos. Soube
nasceu para Minas o designativo de — Alterosas. , No rol dos opositores intransigentes inscrevem-se alguns nomes ainda hoje
guardar as garantias constitucionais e
lembrados
com
saudade:
Fernando
Lobo, Constantino Paleta, Vaz de Melo,
não sofreu o abalo dos estados de sítio.
Nessa época, acolheu no seu território centenas de refugiados, entre os quais
Olavo Bilac e Carlos de Laet, que es creveram livros esplêndidos sôbre a ter-
.1 ij uippuiiini|||i. 88
Dicesto Econômico
c escrevia para o "Correio Paulistano"
artigos cm que relatava a expansão geo gráfica do Brasil.
No recesso do lar vcnturoso, lia jor nais ao mesmo tempo cm que conver sava e tocava piano. Não é de se admi
rar que seja musicista um fillio do Vis
conde de Taunay. Nenluima arte rece be a influência do atavisino como a de
Pale-strina. Pulula, na história da mú sica, o exemplo dos Bach. O célebre
autor da "Inocência" compôs as "Chopinianas", melodias que despertam cm nossos corações suave enlevo e que ouvi pela primeira vez, dedilhadas no tecla do pelo bom velho que era Tomá.s ieixeira de Assunção.
O tempo engrandeceu o nome de ■
Afonso de Taunay.
Mergulhado nos
arquivos, desvendou documentos ciuc contnbuiram para a decifração de inú meras incógnitas da História do Brasil
I Nesse ambiente, cm que se respira a doce saudade da juventude, em que se
sente a alegria de rever descuidados
companheiros de outrora, iioje de ca
belos grisalhos e com gra\'es responsa
bilidades na hora torturante que o mun-
do atravessa, não me cabe comentar a história das bandeiras o a do café, mo
numentos de pesquisa e de probidade,
A unificação e pacificaçáo da política mineira
erguidos pelo seu amor à terra brasi leira.
Daniel de Carvalho
Desejamos apenas homenagear o mes tre que, pela gigantesca obra de iiisto-
riador, fêz jus à admiração de todos os estiiíliosos.
Cumprido êsse de\cr, saúdo, na
pessoa do querido abade D. Domingos, que nos honra com a sua presença, a adniirá\el Ordem Beneditina, ordem que engrandeceu o agiológio universal e, na opinião de Calógeras, tc\'e cm São
Bernardo o mais atilado político da sua epoea, ordem que vulgarizou as obras mestras da ciWlização, reviu a Bíblia
ttifaca por Sao Jerônimo c criou O canto gregoriano.
VoKo o meu pensamento para o ce\?'"i" Casino, queo na 1 ceia fóraMonte asilo de ciência do Idade santi dade. A sua destruição confrangcu-nos a alma de cristãos. Praza aos céus que e.sse sacrifício tenha contribuído para trazer à humanidade sofredora a Paz,
alicerçada na Justiça c na Bondade.
N"defender CüMÍiço odaEstado República não foi fácil de Minas do tor-
Henrique Vaz, Barão de São Geraldo (José Joaquim AKtires dos Santos Sil
volinlio geral e li\ rá-lo da violência das
va), Aristidcs Maia, Martiniano Brandão,
chamas "ein meio do fogo crepitante das paixões acc.sas logo após o 15 de
cisco Bressane...
No\ombro".
Ferreira Brandão, Leonel Fillio, Fn\n-
João Pinheiro retirou-se da vida pú
O período de 1889 a 1897 ficou alí
marcado pela confusão c dispersão das fórças políticas. C-csário Alviin e João Pinheiro, chefes
do Partido Republicano, cedo compreen
deram quão difícil c espinhosa é a ta refa de "anjos da paz", quando se pro põem a aplacar o incêndio atiçado por idealistas sinccro.s, mas extremados nos seus afetos c nos seus ódios.
A reunião scdiciosa dos dissidentes da
Zona da Mata, em Juiz de Fora, e seu eco retardado no motim de Viçosa, bem t^omo o movimento separatista de Cam
panha, onde chegou a instalar-se a Junta Governativa do Estado de Minas do
Sul, mostram a graxadade do perigo afrontado pelos pregoeiros da política ue "conciliação".
Os intrépidos bombeiros tiveram de confessar a pouca eficiência do seu es
forço feito para evitar a invasão das fabaredas "da turbulência vinda de fora Sobro suas alterosas e altivas monta nhas". Conforme a frase de Cesário
blica.
Cesário Ahim renunciou à Pre
sidência do Estado para evitar a luta annada. Desceu as escadarias do anti
go Palácio dos Capitues-Gencnus, de animo tranqüilo e na maior pobreza. \^encido, poderia repetir a afirmação
lançada das culminâncias do poder: "Dentro do lar me guardarão Deus e minha consciência e fora a população inteira..." O Partido Republicano Cons titucional domina durante o Govêmo Afonso Pena, absoiaido pelo problema da mudança da Capital de Ouro Preto
para Belo Horizonte e outras questões administrativas.
Na ordem política, êsse Govêmo as
sinala-se pelo fimie apoio dado a Floriano em líora decisiva, o que %'aleu ao Conselheiro Pena as honras de general áe brigada e lhe permitiu continuar o
programa dos antecessores, preservando
Minas do triste espetáculo da deposi ção de govemadores e de lamentáveis desordens observadas em outros Estados. Minas tomou-se o refúgio dos venci
Alvim, da qual, diga-se de passagem,
dos o dos perseguidos políticos. Soube
nasceu para Minas o designativo de — Alterosas. , No rol dos opositores intransigentes inscrevem-se alguns nomes ainda hoje
guardar as garantias constitucionais e
lembrados
com
saudade:
Fernando
Lobo, Constantino Paleta, Vaz de Melo,
não sofreu o abalo dos estados de sítio.
Nessa época, acolheu no seu território centenas de refugiados, entre os quais
Olavo Bilac e Carlos de Laet, que es creveram livros esplêndidos sôbre a ter-
T>rcr.sTo
EcokAnttco
91
DiCESTO ECONÓNaCO
ra c a gente mineira, revelando ao mundo as riquezas artísticas até então
quase desconhecidas, das nossas \-(;ll'.as cidades, como Ouro Preto e São João D'E1 Rei.
À sombra da neutralidade prjlítica de Afonso Pena em face dos dissídios lo
cais, Silviano Brandão, seu Secretário
do Interior, monta a sua máquina elei toral baseada nos diretórios nuinieipais. Adquire tal influência que o seu nome é lançado por dezenas de coronéis o cm
quase todos os municípios sul-minciros como candidato à presidência do Es^ tado no quatriênio seguinte.
Formou-se, todavia, uma onda de opo sição a essa candidatura. Alegou-se que seria mau precedente permitir que o Secretário do Interior preparasse a pró pria candidatura, porque detinha a mani-
Hccenlcmcntc. í> mesmo princípio foi Interior de Milton Campos. SiKiano e.slé\'e em rcces.so esperando -siia vez, durante quatro anos. Vcn ccslau, após igual pcTÍodo dc espera,
SiKiano teve que adotar uma polí
tica realista, dura e firme, para enfren tar a situação calamitosa das finanças
tislacluaj.s o firmar o prestígio de Minas no cenário federal.
do Mineiro c colocado na sua
didatura Henrique Diniz, Secre tes; a de Vcnccslau Braz, no Governo
presidência, pôde desse abrigo seguro, com o auxílio dc Vcnccslau Braz, Bueno Brandão, Francisco Salles,
Silviano Brandão; a de Américo Lopes,
Francisco Brcssanc c outros, robustecer
no Governo Delfim Moreira, c a dc
as suas forças eleitorais c orientar a or
Francisco Campos, no Govêrno Antônio Carlos. Dele escaparam Delfim, no
ganização do Partido Republicano Mi"
Governo Biieno Brandão, porque já exer
mesma data que a da sua candidatura
cera o cargo de Secretário do Interior no quatriênio de Francisco Salles, e
à Presidência do Estado.
tratava apenas de preencher o resto do quatriênio interrompido com a morte de
tido, uma chefiada por Silviano e outra por Bias e ca\ara-sc profundo dissídio
a representação mineira, "reü-
Raul Soares.
entre os idealistas do regime e os polí-
fim dc não enfcudar a política do Esta do ao Go\'êmo Federal.
Proferiu to
mar um empréstimo à Companhia de Morro Vellio, emprêsa inglesa de tradi cional seriedade e presa ao Estado pelo imposto de exportação do ouro. Indicado para Vice-Presidenle da Re
pública na chapa de Rodrigues Alves, o Presidente do Estado de Minas Ge-
de faltar ao banquete ^de leitura da
Foi nesse famoso banquete que êle se atrapalhou com as luvas, segundo maldosamente
a boiada", como então se qua lificou a delicada operação de levar à Gamara Federal a famosa
comentaram
al
guns cronistas irreverentes. O Govêrno desse homem admi
rável não foi poupado pelos jor nais. Mendes Pimentel, tão logo
líancada do apoio incondicional.
percebeu que se estava represen tando a mesma vellia pantomima,
O Estado do Minas, disse-o
com toda exatidão Augusto de
',
ficuldades dc numerário, recusou assis tência financeira do Banco do Brasil, a
gos, que também não eram abastados...
pela primeira vez na República, unifi-
Formaram-se duas alas dentro do par-
Levava êste a tal ponto o amor à autonomia do Estado que, em sérias di
territorial.
Com energia c firmeza, conseguiu,
nciro, cuja certidão do batismo tpz n
teras virtudes do seu chefe.
n sistema tributário, criando o impòsto
Suprimiu \crbas, suspendeu serviços,
Sil\'iano, eleito para o Sena
O Govêrno do Estado não era, por isso, popular, ape.sar dos nobres propó sitos, da irradiante simpatia e das aus
plataforma, porque não possuía casaca, nem dispunha de dinheiro para a via gem ao Rio. Cotizaram-se para adian tar-lhe a quantia necessária alguns ami
extinguiu cargos c comissões. Reformou
a Francisco Bernardino.
c.xclusivistu: fora do siManismo, não
nüs, Síl\'iano Brandão, esteve a pique
Medico, empregou largamente os mé todos cirúrgicos.
fc.s cmpcnharani-sc a fundo na
\ocado com êxito contra a can
Mello Viana, porque, neste caso, se
A vitória do.s princípios foi, porém, mais aparente cjue real.
Brandão, Francisco Salles c outros cheluta a fa\or dessa candidatura
tário do Interior, no Govêrno Bias For
tutos do P.R.M. que então se fundou (dezembro dc 1897).
Escolliido, pois, Bias Fortes, como can didato ao Go\'êrno do Estado, Silviano
e, cm renhida peleja, derrotaram
O argumento voltaria a ser ín-
a aprovação por unanimidade dos esta
leve cm sí'guida os grandes prêmios na
se paciência e esperasse a sua » vez". * ^
dava alvará a ninguém.
nime apoio à candidatura de Silviano c
completar o quatriênio dc Pinheiro. Mas
cha de consoLição, "que tives
cultura, sugeriu vima coiucnção dos direlórius mimicipais para organizar as normas estatutárias do partido, bem tX)-
sultará, pois, plenamente xitoriosa: unâ
Bias resultou a de João Pinheiro. Só vai a Presidência após sete anos c para
dência da Repiil)Iica.
Para isso foi necessário ser suat/ífcr
II» modo Cl fortitcr ín re. Á política era
dí-ssidência. A idéia da convenção re
conseguiu o grande prêmio do Estado, porque do clioqiic com a candidatura
do Congresso c nos Consellios do Go verno da República.
corriam j>arcllias com o ,scu talento e
aceitaram lotios.o.s pontos dc vi.sta da
"coiiKJ frango <l(liai.\o do l)alait)". não
recimento". Passou a pesar nas -votações
Pimentcl. lujo caráter c combativicíade
mo um programa republicano adaptado ao monu-iilo. Os sibianistas, reprcsentado.s pelo Càironcl Francisco Bressane,
nome de Pedro Aleixo, Secretário do
ção política c o poder de nomeação das autoridades escolares e policiais em to dos os municípios. chefes acrescentaram, como fi
A dissidência, animada jx)r Mendes
iinocado, no seio da L'.D.N., contra o
cionais da Vico-Prcsidcncia c da Presi
tórnmla "o Poder é
o Poder".
ca^os .siilisctjuciitcs.
\-ela da máquina eleitoral com a dire
Ao veto sob és.sc fundamento alguns
ticos ali i r.alus
Henrique Diniz <• Venccslau Braz, ví
timas dcs.sc critério político, passaram a niontar-llic guarda, jnnlanvntc com o vellio Bias Fortes, tornando-se os x'igilantcs paladino.s da sua aplicação nos
Lima, cm célebi'e elogio fúnebre, 'até então fraco na política na cional pela divisão de seus representan tes, tomou o lugar que lhe competia, pela grandeza, pelo número e pelo me ililtiHni]
embora sob novos disfarces, re
solveu despicar-se do lôgro e combater por suas idéias. Entrincheirou-
se primeiro no "Diário de Minas" que êle fimdou com Artur Lobo e Azeve-
T>rcr.sTo
EcokAnttco
91
DiCESTO ECONÓNaCO
ra c a gente mineira, revelando ao mundo as riquezas artísticas até então
quase desconhecidas, das nossas \-(;ll'.as cidades, como Ouro Preto e São João D'E1 Rei.
À sombra da neutralidade prjlítica de Afonso Pena em face dos dissídios lo
cais, Silviano Brandão, seu Secretário
do Interior, monta a sua máquina elei toral baseada nos diretórios nuinieipais. Adquire tal influência que o seu nome é lançado por dezenas de coronéis o cm
quase todos os municípios sul-minciros como candidato à presidência do Es^ tado no quatriênio seguinte.
Formou-se, todavia, uma onda de opo sição a essa candidatura. Alegou-se que seria mau precedente permitir que o Secretário do Interior preparasse a pró pria candidatura, porque detinha a mani-
Hccenlcmcntc. í> mesmo princípio foi Interior de Milton Campos. SiKiano e.slé\'e em rcces.so esperando -siia vez, durante quatro anos. Vcn ccslau, após igual pcTÍodo dc espera,
SiKiano teve que adotar uma polí
tica realista, dura e firme, para enfren tar a situação calamitosa das finanças
tislacluaj.s o firmar o prestígio de Minas no cenário federal.
do Mineiro c colocado na sua
didatura Henrique Diniz, Secre tes; a de Vcnccslau Braz, no Governo
presidência, pôde desse abrigo seguro, com o auxílio dc Vcnccslau Braz, Bueno Brandão, Francisco Salles,
Silviano Brandão; a de Américo Lopes,
Francisco Brcssanc c outros, robustecer
no Governo Delfim Moreira, c a dc
as suas forças eleitorais c orientar a or
Francisco Campos, no Govêrno Antônio Carlos. Dele escaparam Delfim, no
ganização do Partido Republicano Mi"
Governo Biieno Brandão, porque já exer
mesma data que a da sua candidatura
cera o cargo de Secretário do Interior no quatriênio de Francisco Salles, e
à Presidência do Estado.
tratava apenas de preencher o resto do quatriênio interrompido com a morte de
tido, uma chefiada por Silviano e outra por Bias e ca\ara-sc profundo dissídio
a representação mineira, "reü-
Raul Soares.
entre os idealistas do regime e os polí-
fim dc não enfcudar a política do Esta do ao Go\'êmo Federal.
Proferiu to
mar um empréstimo à Companhia de Morro Vellio, emprêsa inglesa de tradi cional seriedade e presa ao Estado pelo imposto de exportação do ouro. Indicado para Vice-Presidenle da Re
pública na chapa de Rodrigues Alves, o Presidente do Estado de Minas Ge-
de faltar ao banquete ^de leitura da
Foi nesse famoso banquete que êle se atrapalhou com as luvas, segundo maldosamente
a boiada", como então se qua lificou a delicada operação de levar à Gamara Federal a famosa
comentaram
al
guns cronistas irreverentes. O Govêrno desse homem admi
rável não foi poupado pelos jor nais. Mendes Pimentel, tão logo
líancada do apoio incondicional.
percebeu que se estava represen tando a mesma vellia pantomima,
O Estado do Minas, disse-o
com toda exatidão Augusto de
',
ficuldades dc numerário, recusou assis tência financeira do Banco do Brasil, a
gos, que também não eram abastados...
pela primeira vez na República, unifi-
Formaram-se duas alas dentro do par-
Levava êste a tal ponto o amor à autonomia do Estado que, em sérias di
territorial.
Com energia c firmeza, conseguiu,
nciro, cuja certidão do batismo tpz n
teras virtudes do seu chefe.
n sistema tributário, criando o impòsto
Suprimiu \crbas, suspendeu serviços,
Sil\'iano, eleito para o Sena
O Govêrno do Estado não era, por isso, popular, ape.sar dos nobres propó sitos, da irradiante simpatia e das aus
plataforma, porque não possuía casaca, nem dispunha de dinheiro para a via gem ao Rio. Cotizaram-se para adian tar-lhe a quantia necessária alguns ami
extinguiu cargos c comissões. Reformou
a Francisco Bernardino.
c.xclusivistu: fora do siManismo, não
nüs, Síl\'iano Brandão, esteve a pique
Medico, empregou largamente os mé todos cirúrgicos.
fc.s cmpcnharani-sc a fundo na
\ocado com êxito contra a can
Mello Viana, porque, neste caso, se
A vitória do.s princípios foi, porém, mais aparente cjue real.
Brandão, Francisco Salles c outros cheluta a fa\or dessa candidatura
tário do Interior, no Govêrno Bias For
tutos do P.R.M. que então se fundou (dezembro dc 1897).
Escolliido, pois, Bias Fortes, como can didato ao Go\'êrno do Estado, Silviano
e, cm renhida peleja, derrotaram
O argumento voltaria a ser ín-
a aprovação por unanimidade dos esta
leve cm sí'guida os grandes prêmios na
se paciência e esperasse a sua » vez". * ^
dava alvará a ninguém.
nime apoio à candidatura de Silviano c
completar o quatriênio dc Pinheiro. Mas
cha de consoLição, "que tives
cultura, sugeriu vima coiucnção dos direlórius mimicipais para organizar as normas estatutárias do partido, bem tX)-
sultará, pois, plenamente xitoriosa: unâ
Bias resultou a de João Pinheiro. Só vai a Presidência após sete anos c para
dência da Repiil)Iica.
Para isso foi necessário ser suat/ífcr
II» modo Cl fortitcr ín re. Á política era
dí-ssidência. A idéia da convenção re
conseguiu o grande prêmio do Estado, porque do clioqiic com a candidatura
do Congresso c nos Consellios do Go verno da República.
corriam j>arcllias com o ,scu talento e
aceitaram lotios.o.s pontos dc vi.sta da
"coiiKJ frango <l(liai.\o do l)alait)". não
recimento". Passou a pesar nas -votações
Pimentcl. lujo caráter c combativicíade
mo um programa republicano adaptado ao monu-iilo. Os sibianistas, reprcsentado.s pelo Càironcl Francisco Bressane,
nome de Pedro Aleixo, Secretário do
ção política c o poder de nomeação das autoridades escolares e policiais em to dos os municípios. chefes acrescentaram, como fi
A dissidência, animada jx)r Mendes
iinocado, no seio da L'.D.N., contra o
cionais da Vico-Prcsidcncia c da Presi
tórnmla "o Poder é
o Poder".
ca^os .siilisctjuciitcs.
\-ela da máquina eleitoral com a dire
Ao veto sob és.sc fundamento alguns
ticos ali i r.alus
Henrique Diniz <• Venccslau Braz, ví
timas dcs.sc critério político, passaram a niontar-llic guarda, jnnlanvntc com o vellio Bias Fortes, tornando-se os x'igilantcs paladino.s da sua aplicação nos
Lima, cm célebi'e elogio fúnebre, 'até então fraco na política na cional pela divisão de seus representan tes, tomou o lugar que lhe competia, pela grandeza, pelo número e pelo me ililtiHni]
embora sob novos disfarces, re
solveu despicar-se do lôgro e combater por suas idéias. Entrincheirou-
se primeiro no "Diário de Minas" que êle fimdou com Artur Lobo e Azeve-
92
OrcEsTO
DrcESTO Ecos-rtxfico
do Júnior e depois no "Jornal do Povo",
o testemunho de quem não sabia (orc-er
dc Azevedo Júnior. Dessas fortalezas en
a verdade, nem fjiioimar incenso aos
viava às cidadelas do Goxèrno e da
ídolo.s do dia.
Tarasca (apelido que Azevedo Júnior inventou para a Comissão Executiva do
P.R.M.), os obiises dos seus editoriais, ao passo que Azevedo Júnior desferia a.s
flechas de sua aljava roferta sempre de chocarrice e sarcasmo.
João Pinlu-iro, cm resposta ao discurso dc Lauro Níiijicr no bantjucto oferecido às altas jxTsonalidades, que foram assis tir à sua posse no cargo do Presidente — "A caíla cpoca corrcspondcjn sem pre, na .sociedade, os órgãos clcwidos
Carlos Maciel, magro, pálido, sôcò, torto,
quc! a representam e dignificam. Seja-
como um
nos jx-rniilido, lembrando o problema eeonómico brasileiro, que domina e do minará dora\ante n política do Paí.s, fjuaisfjuer qi:e tenham de ser as solu
vais, mantinha meetings permanentes centra o Govômo c o P.R.M . Era ines
gotável o seu repertório de novidades, de profecias, de intrigas c de mexericos. A sua língua afiada inspirava justificado temor.
Às investidas dos adversários políticos revidava Silviano golpe por golpe. No final do seu Governo havia formado um grupo de amigos entusiastas, mas grangeara adversários rancorosos.
Couberam ao seu sucessor, Francisco Salles, duas tarefas de transcendental
importância, quais sejam — a de lançar o programa da nova política econômica e, como preliminar indispensável, fazer o congraçamento da família política mineira.
Dos grupos existentes antes, o dos
viuvinhas, assim grotescamente aludidos os amigos dedicados que se sentiram em desamparo com a morte de Silviano,
julgou-se com direito à herança integral do chefe, combatendo a partilha de cargos e posições com estranhos à sua família política.
. Mas Francisco Salles, com grande ha
bilidade, conseguiu seu objetivo de apa
— Qual, meu amigo, não se deixe iludir por essas fantasias ... Nós, de
freou o entusiasmo no neófito, dizendo-
"camarões pequenos" para o molho dos
lhe:
"peixes grandes"...
Santa Catarina e Goiás, somos apenas
ções que, eni definitivo, .se adotem, seja-
nos permitido apontar iio nosso ilustre conterrâneo Dr. Francisco Salles, o cam
peão iniciaclor dessa nova fase da po lítica nacional.
Preparou-a, estabelecendo a paz na
política mineira, para que surgisse cheia de imensa força". (Os grífos são nossos). Minas, com a representação unificada e disciplinada por Silviano c com a po lítica pacificada pelo congraçamento ge ral levado a efeito por Francisco Salles, tornou-se uma fôrça poderosa e fator decisivo na solução dos problemas po líticos do País.
Nada se resolvia sem
o apüio de Minas, cuja bancada era respeitada pelo número o pela qtialidade dos deputados. No seio dela brilhavam
algumas das inteligências mais cultas do Brasil contemporâneo.
Minas, até então fraca pela fragmen tação partidária, passou a ser um
queles "peixes grandes" do dito espi-
rituoso de Lauro Muller, que me foi
ziguar os ânimos e obter a colaboração de todos os valores na obra de reergui-
contado pelo meu prezado amigo e j companheiro na Câmara antes da revo lução de 1930, Dr. Rodrigues Alves
mento econômico do Estado.
Filho.
, Para alicerçar essa convicção bastaria
da, político no\'o então Presidente de Goiás, para onteiulinientcs no caso da sucessão presidencial da República, so-
dc Minas, dc-claron:
A Confeitaria Acadêmica era outro foco de oposicionismo. Aí, o velho bníxo das feitiçarias medie
Econômico
^.
Procurado pelo Dr. Xavier de AlmeiL -•-J fci.vint._L
iliiriÉnniiti 'Tii--' 1- ^ "ifn
92
OrcEsTO
DrcESTO Ecos-rtxfico
do Júnior e depois no "Jornal do Povo",
o testemunho de quem não sabia (orc-er
dc Azevedo Júnior. Dessas fortalezas en
a verdade, nem fjiioimar incenso aos
viava às cidadelas do Goxèrno e da
ídolo.s do dia.
Tarasca (apelido que Azevedo Júnior inventou para a Comissão Executiva do
P.R.M.), os obiises dos seus editoriais, ao passo que Azevedo Júnior desferia a.s
flechas de sua aljava roferta sempre de chocarrice e sarcasmo.
João Pinlu-iro, cm resposta ao discurso dc Lauro Níiijicr no bantjucto oferecido às altas jxTsonalidades, que foram assis tir à sua posse no cargo do Presidente — "A caíla cpoca corrcspondcjn sem pre, na .sociedade, os órgãos clcwidos
Carlos Maciel, magro, pálido, sôcò, torto,
quc! a representam e dignificam. Seja-
como um
nos jx-rniilido, lembrando o problema eeonómico brasileiro, que domina e do minará dora\ante n política do Paí.s, fjuaisfjuer qi:e tenham de ser as solu
vais, mantinha meetings permanentes centra o Govômo c o P.R.M . Era ines
gotável o seu repertório de novidades, de profecias, de intrigas c de mexericos. A sua língua afiada inspirava justificado temor.
Às investidas dos adversários políticos revidava Silviano golpe por golpe. No final do seu Governo havia formado um grupo de amigos entusiastas, mas grangeara adversários rancorosos.
Couberam ao seu sucessor, Francisco Salles, duas tarefas de transcendental
importância, quais sejam — a de lançar o programa da nova política econômica e, como preliminar indispensável, fazer o congraçamento da família política mineira.
Dos grupos existentes antes, o dos
viuvinhas, assim grotescamente aludidos os amigos dedicados que se sentiram em desamparo com a morte de Silviano,
julgou-se com direito à herança integral do chefe, combatendo a partilha de cargos e posições com estranhos à sua família política.
. Mas Francisco Salles, com grande ha
bilidade, conseguiu seu objetivo de apa
— Qual, meu amigo, não se deixe iludir por essas fantasias ... Nós, de
freou o entusiasmo no neófito, dizendo-
"camarões pequenos" para o molho dos
lhe:
"peixes grandes"...
Santa Catarina e Goiás, somos apenas
ções que, eni definitivo, .se adotem, seja-
nos permitido apontar iio nosso ilustre conterrâneo Dr. Francisco Salles, o cam
peão iniciaclor dessa nova fase da po lítica nacional.
Preparou-a, estabelecendo a paz na
política mineira, para que surgisse cheia de imensa força". (Os grífos são nossos). Minas, com a representação unificada e disciplinada por Silviano c com a po lítica pacificada pelo congraçamento ge ral levado a efeito por Francisco Salles, tornou-se uma fôrça poderosa e fator decisivo na solução dos problemas po líticos do País.
Nada se resolvia sem
o apüio de Minas, cuja bancada era respeitada pelo número o pela qtialidade dos deputados. No seio dela brilhavam
algumas das inteligências mais cultas do Brasil contemporâneo.
Minas, até então fraca pela fragmen tação partidária, passou a ser um
queles "peixes grandes" do dito espi-
rituoso de Lauro Muller, que me foi
ziguar os ânimos e obter a colaboração de todos os valores na obra de reergui-
contado pelo meu prezado amigo e j companheiro na Câmara antes da revo lução de 1930, Dr. Rodrigues Alves
mento econômico do Estado.
Filho.
, Para alicerçar essa convicção bastaria
da, político no\'o então Presidente de Goiás, para onteiulinientcs no caso da sucessão presidencial da República, so-
dc Minas, dc-claron:
A Confeitaria Acadêmica era outro foco de oposicionismo. Aí, o velho bníxo das feitiçarias medie
Econômico
^.
Procurado pelo Dr. Xavier de AlmeiL -•-J fci.vint._L
iliiriÉnniiti 'Tii--' 1- ^ "ifn
Dicesto kk
LA
PRENSA
Afonso Ajunos de .SÍeelo Fhanco
OnjAM as minhas primeiras palavras de
sincero agradecimento ao nosso ilus
tre colega Sr. Deputado Nelson Omegna pela cortesia c generosidade com que ce deu sua inscrição a um colega de As sembléia, que não é seu companheiro dc
O fechamento de "I.a Prensa" ó um
avontccinicnto (ftte repercutiu cm iodos os países do mnndo. Km homenagem
95
Econômico
tanle da nação obrigado a sobre èle se
de internacional.
demorar. Por(pie de falo muito fácil se
falso — nós o declaramos firmemente —
rá, portpie na \'erdade muito cômodo
nc.stas condiç-õcs, é inverídico — nós da
pode ser. le\ anlar-se contra o jírommcia-
União Democrática Nacional dcvenms
inento de nin representante da nação a peelia. a arguição, a inerepação e o apô-
dcciará-lo — que se trota de assunto afe
(lo de eslai-S(.' utilizando da tribuna do
publicamos o discurso j)rofcrido. de ím})I(h:íso, na Câmara dos Pcj)tiíados, pelo
ParlaineiUo, para, em nome dc vãos prineipios, no encaminhamento dc idéias vagas c imprecisas, criar dificuldades ob
Partido, a fim de expcnder da tribuna
no.s.so
jetivas, tropeços sérios, ob.stáculos posi
as ligeiras considerações (pie se vão se-
Mello Franco, fignra exponcncial da in
tivos às boas rclaçíícs existentes entre o
'gulr.
telectualidade brasileira.
no.sso c- (jnalípier outro país.
O Sr. Nelson Omc^tui — Ê uma justa ^homenagem a V. Excia. O Sr. Afonso Arinos — Obrigado ao
reproduzida tal como foi dita, rcs-pci-
'V-
nobre Deputado.
Chegando hoje do meu Estado, Minas
Gerais, fui notificado pelo ilustre líder nesta
c .solidariedade ao grande órgão platino,
colaborador
Afonso
Arinos de A oração é
Ic.ndo as naturais imperfeições dc estilo
c as interrupções dos seus colegas. Trata-se dc um docinnento que honra a mentalidade cintilante do orador.
da União Democrática Nacional
Casa, de que devia ocupar, ainda hoje, se possível, u tribuna, a fim de coadjuvar e sustentar as considerações ontem
aqui fonnuladas, a propósito da brutal perseguição de que ó objeto, cm Buenos Aires, o grande matutino "La Prensa",
pelo meu brilliantc patrício c prezado amigo Sr. Deputado Pinheiro Chagas. O Sr. Heitor Beltrão — De que é víti ma, não; de que foi vítima, pois já se extinguiu o jornal "La Prensa". O Sr. Afonso Arinos — V. Excia. é
mais pessimista do que eu. O Sr. Heitor Beltrão — Está fechada
e é preciso o protesto universal para que
seja reaberta.
—
e o faço com o
maior prazer — que ocupo a tribuna, não em nome pessoal, mas exprimindo, em bora sem a necessária autoríclado (não
apoiado), o pensamento e o sentimento dc toda a bancada federal de meu Par tido.
O Sr. Soares Filho - V. Excia. fala
sempre com autoridade cm no.sso nome. O Sr. Afonso Arinos — É, por conse qüência, em nome dessa autoridade que acaba dc ser ratificada pelo nobre líder, que tomo a atenção do plenário pela
problema, tanto tècnicamcnte tomado sob o aspecto jurídico, quanto politica mente apreciado sob o ângulo da.s rela ções internacionais, é daqueles que de
O assunto é de extrema delicadeza. O
vem suscitar todas as reservas da mais
cautelosa prudência naquele
represen-
Sr. l^esidontc, já de há muito tempo
ses postulados; já dc há muito um dos grandes luminares da ciência jwlitica continental, um dos grandes faróis do Direito americano, Elihu Root, dizia que não existem questões privadas das soberanias nacionais, desde que versem ma
O problema cpie se coloca realmente
téria que interesse ao progres-so, ao heni-
<•111 debate nesta Assembléia, no momen
cstar e à'felicidade dos povos. E ba
to, é saber-se- juridicamente até que pon to pode um representante da nação profiigar com a maior energia, censurar C(jm a mais veemente sinceridade aqui
seado em pronimciainento desse quiudc
que grandes juristas, homens do típo de Tohn Whilton, Professor dc Direito da
lo qiio SC passa na RcpúlDlica Argentina,
Universidade de Frinccton, colega dc sábios como Einstein. também professor
.sem ao mesmo tempo .ser acusado com
dessa universidade, homens com um
justiça, com fundamento, da pecha dc
passado a respeitar na sua cátedra o na
estar dificultando o tramite
sua vida pública ainda hoje vêm lem brar que escapam ao estrito exame dos
das nossas
lioas relaçíios dc vizinhança com a gran de República irmã e seu nobre povo.
governos particulares aquelas atitudes e
É boje, Sr. Presidente, assunto pací fico, não apenas na opinião dos trata-
aquelas atividades que tenham por con seqüência uma de qualquer das duas
distas, é hoje matéria fora dc controvér
torno do mesmo que continuo a confiar. Sr. Presidente, desejo ressaltar a inti-
padamente, perante os nobres colegas.
ções internacionais discutir-se aquêles temas (pie nao sao mais objeto apenas do governos dos Estado.s particularmente
União Democrática Nacional.
dc meu Partido, por duas razões: cm primeiro lugar, quero escusar-me anteci
a doutrina internacional sc baseava nes
considerados.
0'Sr. Afonso Arinos — É nesse pro testo e nas forças que se levantarão em
mação que me foi formulada pelo licler
cm (pie SC considerava como falta aòs dcv(;res do cumprimento das boas rela
do desulinliavo, da pressa e da falta de tiuni)ém salientar
tal, o cerceamento impiedoso de miia das condições básicas para a própna manifestação e a própria vida da demo cracia no mundo, que é a liberdade de comunicação do pensamento inanifesmdo pela livre circulação dos jornais. (Palmas).
importância
pude formular. Por outro lado, desejo
to à soberania da nobre República inna o tratamento desumano, a violência bru
Mas, na verdade, Sr. Prc.sidonle, pas sado é já o tempo, distante o já a época
cuiclaçlo. da atenção e do desvelo dos
das rápidas reflexões que
Nessas condições, o
dessas infrações, ou bem a infração de
sia c dc discussão não apenas no aviso
postulados detenninantcs contidos cm
dos doutos mas também no próprio tex to expresso das leis internacionais — por
tratados que o Estado em questão assi nou, ou bem postulados constantes das regras gerais do Direito Internacional. Ora, o que ocorre na Argentina é uma infração dupla dessas duas condições. Ao mesmo tempo que o Govérno da Ke-
que as leis internacionais são os trata
dos — é boje assunto pacífico que nem t(5das as questões que dizem respeito a prática dos sistemas democráticos esca pam à atenção e à sanção da comunida
Tíiinnrí
Dicesto kk
LA
PRENSA
Afonso Ajunos de .SÍeelo Fhanco
OnjAM as minhas primeiras palavras de
sincero agradecimento ao nosso ilus
tre colega Sr. Deputado Nelson Omegna pela cortesia c generosidade com que ce deu sua inscrição a um colega de As sembléia, que não é seu companheiro dc
O fechamento de "I.a Prensa" ó um
avontccinicnto (ftte repercutiu cm iodos os países do mnndo. Km homenagem
95
Econômico
tanle da nação obrigado a sobre èle se
de internacional.
demorar. Por(pie de falo muito fácil se
falso — nós o declaramos firmemente —
rá, portpie na \'erdade muito cômodo
nc.stas condiç-õcs, é inverídico — nós da
pode ser. le\ anlar-se contra o jírommcia-
União Democrática Nacional dcvenms
inento de nin representante da nação a peelia. a arguição, a inerepação e o apô-
dcciará-lo — que se trota de assunto afe
(lo de eslai-S(.' utilizando da tribuna do
publicamos o discurso j)rofcrido. de ím})I(h:íso, na Câmara dos Pcj)tiíados, pelo
ParlaineiUo, para, em nome dc vãos prineipios, no encaminhamento dc idéias vagas c imprecisas, criar dificuldades ob
Partido, a fim de expcnder da tribuna
no.s.so
jetivas, tropeços sérios, ob.stáculos posi
as ligeiras considerações (pie se vão se-
Mello Franco, fignra exponcncial da in
tivos às boas rclaçíícs existentes entre o
'gulr.
telectualidade brasileira.
no.sso c- (jnalípier outro país.
O Sr. Nelson Omc^tui — Ê uma justa ^homenagem a V. Excia. O Sr. Afonso Arinos — Obrigado ao
reproduzida tal como foi dita, rcs-pci-
'V-
nobre Deputado.
Chegando hoje do meu Estado, Minas
Gerais, fui notificado pelo ilustre líder nesta
c .solidariedade ao grande órgão platino,
colaborador
Afonso
Arinos de A oração é
Ic.ndo as naturais imperfeições dc estilo
c as interrupções dos seus colegas. Trata-se dc um docinnento que honra a mentalidade cintilante do orador.
da União Democrática Nacional
Casa, de que devia ocupar, ainda hoje, se possível, u tribuna, a fim de coadjuvar e sustentar as considerações ontem
aqui fonnuladas, a propósito da brutal perseguição de que ó objeto, cm Buenos Aires, o grande matutino "La Prensa",
pelo meu brilliantc patrício c prezado amigo Sr. Deputado Pinheiro Chagas. O Sr. Heitor Beltrão — De que é víti ma, não; de que foi vítima, pois já se extinguiu o jornal "La Prensa". O Sr. Afonso Arinos — V. Excia. é
mais pessimista do que eu. O Sr. Heitor Beltrão — Está fechada
e é preciso o protesto universal para que
seja reaberta.
—
e o faço com o
maior prazer — que ocupo a tribuna, não em nome pessoal, mas exprimindo, em bora sem a necessária autoríclado (não
apoiado), o pensamento e o sentimento dc toda a bancada federal de meu Par tido.
O Sr. Soares Filho - V. Excia. fala
sempre com autoridade cm no.sso nome. O Sr. Afonso Arinos — É, por conse qüência, em nome dessa autoridade que acaba dc ser ratificada pelo nobre líder, que tomo a atenção do plenário pela
problema, tanto tècnicamcnte tomado sob o aspecto jurídico, quanto politica mente apreciado sob o ângulo da.s rela ções internacionais, é daqueles que de
O assunto é de extrema delicadeza. O
vem suscitar todas as reservas da mais
cautelosa prudência naquele
represen-
Sr. l^esidontc, já de há muito tempo
ses postulados; já dc há muito um dos grandes luminares da ciência jwlitica continental, um dos grandes faróis do Direito americano, Elihu Root, dizia que não existem questões privadas das soberanias nacionais, desde que versem ma
O problema cpie se coloca realmente
téria que interesse ao progres-so, ao heni-
<•111 debate nesta Assembléia, no momen
cstar e à'felicidade dos povos. E ba
to, é saber-se- juridicamente até que pon to pode um representante da nação profiigar com a maior energia, censurar C(jm a mais veemente sinceridade aqui
seado em pronimciainento desse quiudc
que grandes juristas, homens do típo de Tohn Whilton, Professor dc Direito da
lo qiio SC passa na RcpúlDlica Argentina,
Universidade de Frinccton, colega dc sábios como Einstein. também professor
.sem ao mesmo tempo .ser acusado com
dessa universidade, homens com um
justiça, com fundamento, da pecha dc
passado a respeitar na sua cátedra o na
estar dificultando o tramite
sua vida pública ainda hoje vêm lem brar que escapam ao estrito exame dos
das nossas
lioas relaçíios dc vizinhança com a gran de República irmã e seu nobre povo.
governos particulares aquelas atitudes e
É boje, Sr. Presidente, assunto pací fico, não apenas na opinião dos trata-
aquelas atividades que tenham por con seqüência uma de qualquer das duas
distas, é hoje matéria fora dc controvér
torno do mesmo que continuo a confiar. Sr. Presidente, desejo ressaltar a inti-
padamente, perante os nobres colegas.
ções internacionais discutir-se aquêles temas (pie nao sao mais objeto apenas do governos dos Estado.s particularmente
União Democrática Nacional.
dc meu Partido, por duas razões: cm primeiro lugar, quero escusar-me anteci
a doutrina internacional sc baseava nes
considerados.
0'Sr. Afonso Arinos — É nesse pro testo e nas forças que se levantarão em
mação que me foi formulada pelo licler
cm (pie SC considerava como falta aòs dcv(;res do cumprimento das boas rela
do desulinliavo, da pressa e da falta de tiuni)ém salientar
tal, o cerceamento impiedoso de miia das condições básicas para a própna manifestação e a própria vida da demo cracia no mundo, que é a liberdade de comunicação do pensamento inanifesmdo pela livre circulação dos jornais. (Palmas).
importância
pude formular. Por outro lado, desejo
to à soberania da nobre República inna o tratamento desumano, a violência bru
Mas, na verdade, Sr. Prc.sidonle, pas sado é já o tempo, distante o já a época
cuiclaçlo. da atenção e do desvelo dos
das rápidas reflexões que
Nessas condições, o
dessas infrações, ou bem a infração de
sia c dc discussão não apenas no aviso
postulados detenninantcs contidos cm
dos doutos mas também no próprio tex to expresso das leis internacionais — por
tratados que o Estado em questão assi nou, ou bem postulados constantes das regras gerais do Direito Internacional. Ora, o que ocorre na Argentina é uma infração dupla dessas duas condições. Ao mesmo tempo que o Govérno da Ke-
que as leis internacionais são os trata
dos — é boje assunto pacífico que nem t(5das as questões que dizem respeito a prática dos sistemas democráticos esca pam à atenção e à sanção da comunida
Tíiinnrí
' ■I'
"n.
Dic;K6i()
96
obrigações assumidas pela assinatura que apôs à Carta das Nações Unidas, êsse mesmo Governo não apenas desobedece
a sua própria assinatura num documen to que não é só dele, num tratado que não é mais bilateral, porque é plurílateral, se assim me posso exprimir, que é universal, se assim posso dizer, mas também ésse Covêmo infringe os pre ceitos básicos sobre os quais se assentam
tôdas as nossas concepções vigentes do regime democrático no mundo ocidental. O Sr. Artur Santos — Existe -também
a Carta
da Organização
dos Estados
Americanos, de que a Argentina é signatána, em cujo pórtico está inscrito o compromisso de
uma peça dessa mesma Organização, da mesma forma que assistimos agora ao coménio realizado entrcí os países da Europa Central para a unificação dos interésses econômicos do car\ão.
estão
O Sr. Afonso Arinos —
ma geral das Nações Unidas, do mesmo modo que a Liga dos Estados Árabes é
sendo,
coram
o documento confeccionado pelo Comi tê Especial que elaborou êsse têxto, que ncabo de ler. Nosso relatório, nesse pa
po-
mundo na bela cidade portcnlia.
recer, nesse documento, lêem-se as se guintes palavras:
O Sr. Emílio Carlos — Nós nos soli
"O Subconrité considera que assegu
darizamos com V. Excia. Mas, não é só o aspecto
rar e prestigiar tais direitos "fundamen
jiiridico-internacional ferido,
tais c preliminarmente incumbência de
nao é só a atitude do Executivo argen tino. O que mais pode estarrecer as nações
t:ada Estado. Se, entretanto, êsses di reitos são gravemente ultrajados de for
democráticas é a modalidade
ma a criar condições que ameacem a paz
por que se executou o atentado à liber
^u obstruam a aplicação das provisões da Carta das Nações Unidas, então
dade do imprensa, transformando-se o Congresso, de órgão mais representati
êlcs deixam de ser assunto concernen
vo da democracia, cm mero executor do
te a êsse Estado."
desejos ditatoriais. O Sr. Afonso Arinos — Agradeço o aparte, nobre colega, mas V. Excia., cultor eminente da nossa história políti ca recente, sabe que desde que os exe cutivos se arroguem certas prerrogati-
vas, desde que se apoiem em certas fôr-
— de situar a União Democrática Nacio
nal fora da,s possibilidades de crítica, é
forma categórica, baseado na opinião dos tratadistas e na letra da lei üiteraa-
a necessidade imperiosa, que
nos move, de nos pronunciarmos,
nao
como democratas individualmente, mas
como participantes do sistema democrá
tico, no empenho, no dever, na obriga ção elementar de lutar pela nossa sobre vivência o pela nossa defesa. Porque, Sr. Presidente, os direitos e garantias indiriduais são daquelas conquistas que
a história humana incorpora à vida dos
povos; são daquelas condições, se aesim
me posso exprimir, são daquelas condi
ções básicas que se apresentam como a maneira mesma de existir do nosso re
gime democrático, tal como é concebido 110 Ocidente. Êsses direitos e garantias individuais — e já daqui passo para o
plano dos tratadistas,do Direito Consti tucional — são considerados como um
rência de São Francisco no momento em
superdircito, são considerados como con dições das quais decorre a confecção dos demais direitos públicos. Êsses di reitos públicos subjetivos, Sr. Presidente,
que redigia a Carta das Nações Unidas.
são em nosso século o mesmo que fo
Eis, Sr. Presidente, de fonna literal e
Concreta, qual era o espírito da Confe Eis os termos expressos do relatório do Subcomité contido no livro de Hans
1l
lições que recebi c às tradições que her dei, mas, também, no desejo de colo car o meu Partido — em cujo nome falo
cional,
das Nações Unidas", dá, Sr. Presidente e Srs. Deputados, o parecer, o relatório,
pulo, praticados à vista do
dêsse indeclináx el dc\ er de respeito as
roligião. **
seu recente livro sobre "A Organização
fração de direito público internacional os atos que
tendimentos com a grande nação plati
na; assim, não apenas no cumprimento
que quero acentuar, conforme fiz, de
E o ilustre jurista lians Kelscn, em
cumento profligam, censu
do do Rio de Janeiro e na ata de Cliapultepec.
Hoje, Sr. Presidente, é também as sunto pacificamente estabelecido que os acordos regionais, longe de se oporem às finalidades e objetivos das organiza ções mundiais, muito ao contrário, com tais finalidades e objetivos perfeitamen te se compõem. Como lembra o ilustre deputado Sr. Artur Santos, a União das Nações Ame ricanas é uma peça integrante do siste
Exteriores,
ram, transformam cm in
ricanos, baseada no Trata
de mecanismo que são as Nações Unidas.
Relações
Assim, não apenas em respeito às tnx-
dições do meu próprio nome, não ape nas em respeito àqueles sentimentos que aprendi a cultivar desde menino, pelo grande exemplo de meu pai, da neces sidade de uma política rigorosa de en
ção está a de promover e encorajar o respeito pelos direitos humanos c pelas liberdades fundamentais para todos, sem
distinção de raça, sexo, linguagem ou
Ministro
tanto um como o outro do
na Carta dos Estados Ame
res entrosadas e engrenadas nesse gran
"Éntrc as finalidades desta organiza
as pro\iílcncia.s tomadas na
das
O Sr. Afonso Arinos — Sr. Presidente, a Carta das Nações Unidas diz, no seu
artigo 1.". § 3.'\ o seguinte:
à qnal assistiu o Govênio Argentino, por inlennédio
das Nações Unidas, como
ricanos constitui uma das peças meno
í.
Conferência desta Capital,
pois, está não só na Carta
Com efeito, a União dos Estados Ame
tino .
Como lembra o nobre Deputado, tan
próprio
gina 29.
O Sr. licitar Beltrão — Os Deputados não podem representar o povo argen
universal .
do Seu
Kelsen sôbre "As Nações Unidas", pá
tituições tb-inoeráticas freios e barreiras
Executivo (Palmas) .
tido da conquista mais <'ficicnt<: dos be nefícios ad\-indos da grande organização
guimento
ças c clesclc rpio não encontrem nas ins
mo os desmandos cada \'ez maiores do
m:iis do que institutos auxiliares no sen
vre manifestação do pen samento. Êsse princípio,
Paraná.
Tôdas
to a Carta das Nações Unidas, como a Carta dos Estados Americanos, assinada, se nao me engano, em Bogotá, ein sc-
Eoonókhco
às .suas ambições, o Congresso passará a ser atpièli* grupo indefeso c inermc que não fará nada, senão apoiar e aplaudir em bosanas e em lágrimas de entusias
essas organi/nções particulares não são
respeitar e assegurar a li
Diz muito bem o nobre Deputado pelo
Digesto
Econômico
ram no tempo dos pensadores da Idade Média, de São Tomás de Aquino e seus
' ■I'
"n.
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96
obrigações assumidas pela assinatura que apôs à Carta das Nações Unidas, êsse mesmo Governo não apenas desobedece
a sua própria assinatura num documen to que não é só dele, num tratado que não é mais bilateral, porque é plurílateral, se assim me posso exprimir, que é universal, se assim posso dizer, mas também ésse Covêmo infringe os pre ceitos básicos sobre os quais se assentam
tôdas as nossas concepções vigentes do regime democrático no mundo ocidental. O Sr. Artur Santos — Existe -também
a Carta
da Organização
dos Estados
Americanos, de que a Argentina é signatána, em cujo pórtico está inscrito o compromisso de
uma peça dessa mesma Organização, da mesma forma que assistimos agora ao coménio realizado entrcí os países da Europa Central para a unificação dos interésses econômicos do car\ão.
estão
O Sr. Afonso Arinos —
ma geral das Nações Unidas, do mesmo modo que a Liga dos Estados Árabes é
sendo,
coram
o documento confeccionado pelo Comi tê Especial que elaborou êsse têxto, que ncabo de ler. Nosso relatório, nesse pa
po-
mundo na bela cidade portcnlia.
recer, nesse documento, lêem-se as se guintes palavras:
O Sr. Emílio Carlos — Nós nos soli
"O Subconrité considera que assegu
darizamos com V. Excia. Mas, não é só o aspecto
rar e prestigiar tais direitos "fundamen
jiiridico-internacional ferido,
tais c preliminarmente incumbência de
nao é só a atitude do Executivo argen tino. O que mais pode estarrecer as nações
t:ada Estado. Se, entretanto, êsses di reitos são gravemente ultrajados de for
democráticas é a modalidade
ma a criar condições que ameacem a paz
por que se executou o atentado à liber
^u obstruam a aplicação das provisões da Carta das Nações Unidas, então
dade do imprensa, transformando-se o Congresso, de órgão mais representati
êlcs deixam de ser assunto concernen
vo da democracia, cm mero executor do
te a êsse Estado."
desejos ditatoriais. O Sr. Afonso Arinos — Agradeço o aparte, nobre colega, mas V. Excia., cultor eminente da nossa história políti ca recente, sabe que desde que os exe cutivos se arroguem certas prerrogati-
vas, desde que se apoiem em certas fôr-
— de situar a União Democrática Nacio
nal fora da,s possibilidades de crítica, é
forma categórica, baseado na opinião dos tratadistas e na letra da lei üiteraa-
a necessidade imperiosa, que
nos move, de nos pronunciarmos,
nao
como democratas individualmente, mas
como participantes do sistema democrá
tico, no empenho, no dever, na obriga ção elementar de lutar pela nossa sobre vivência o pela nossa defesa. Porque, Sr. Presidente, os direitos e garantias indiriduais são daquelas conquistas que
a história humana incorpora à vida dos
povos; são daquelas condições, se aesim
me posso exprimir, são daquelas condi
ções básicas que se apresentam como a maneira mesma de existir do nosso re
gime democrático, tal como é concebido 110 Ocidente. Êsses direitos e garantias individuais — e já daqui passo para o
plano dos tratadistas,do Direito Consti tucional — são considerados como um
rência de São Francisco no momento em
superdircito, são considerados como con dições das quais decorre a confecção dos demais direitos públicos. Êsses di reitos públicos subjetivos, Sr. Presidente,
que redigia a Carta das Nações Unidas.
são em nosso século o mesmo que fo
Eis, Sr. Presidente, de fonna literal e
Concreta, qual era o espírito da Confe Eis os termos expressos do relatório do Subcomité contido no livro de Hans
1l
lições que recebi c às tradições que her dei, mas, também, no desejo de colo car o meu Partido — em cujo nome falo
cional,
das Nações Unidas", dá, Sr. Presidente e Srs. Deputados, o parecer, o relatório,
pulo, praticados à vista do
dêsse indeclináx el dc\ er de respeito as
roligião. **
seu recente livro sobre "A Organização
fração de direito público internacional os atos que
tendimentos com a grande nação plati
na; assim, não apenas no cumprimento
que quero acentuar, conforme fiz, de
E o ilustre jurista lians Kelscn, em
cumento profligam, censu
do do Rio de Janeiro e na ata de Cliapultepec.
Hoje, Sr. Presidente, é também as sunto pacificamente estabelecido que os acordos regionais, longe de se oporem às finalidades e objetivos das organiza ções mundiais, muito ao contrário, com tais finalidades e objetivos perfeitamen te se compõem. Como lembra o ilustre deputado Sr. Artur Santos, a União das Nações Ame ricanas é uma peça integrante do siste
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ricanos, baseada no Trata
de mecanismo que são as Nações Unidas.
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Assim, não apenas em respeito às tnx-
dições do meu próprio nome, não ape nas em respeito àqueles sentimentos que aprendi a cultivar desde menino, pelo grande exemplo de meu pai, da neces sidade de uma política rigorosa de en
ção está a de promover e encorajar o respeito pelos direitos humanos c pelas liberdades fundamentais para todos, sem
distinção de raça, sexo, linguagem ou
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tanto um como o outro do
na Carta dos Estados Ame
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"Éntrc as finalidades desta organiza
as pro\iílcncia.s tomadas na
das
O Sr. Afonso Arinos — Sr. Presidente, a Carta das Nações Unidas diz, no seu
artigo 1.". § 3.'\ o seguinte:
à qnal assistiu o Govênio Argentino, por inlennédio
das Nações Unidas, como
ricanos constitui uma das peças meno
í.
Conferência desta Capital,
pois, está não só na Carta
Com efeito, a União dos Estados Ame
tino .
Como lembra o nobre Deputado, tan
próprio
gina 29.
O Sr. licitar Beltrão — Os Deputados não podem representar o povo argen
universal .
do Seu
Kelsen sôbre "As Nações Unidas", pá
tituições tb-inoeráticas freios e barreiras
Executivo (Palmas) .
tido da conquista mais <'ficicnt<: dos be nefícios ad\-indos da grande organização
guimento
ças c clesclc rpio não encontrem nas ins
mo os desmandos cada \'ez maiores do
m:iis do que institutos auxiliares no sen
vre manifestação do pen samento. Êsse princípio,
Paraná.
Tôdas
to a Carta das Nações Unidas, como a Carta dos Estados Americanos, assinada, se nao me engano, em Bogotá, ein sc-
Eoonókhco
às .suas ambições, o Congresso passará a ser atpièli* grupo indefeso c inermc que não fará nada, senão apoiar e aplaudir em bosanas e em lágrimas de entusias
essas organi/nções particulares não são
respeitar e assegurar a li
Diz muito bem o nobre Deputado pelo
Digesto
Econômico
ram no tempo dos pensadores da Idade Média, de São Tomás de Aquino e seus
Dicesto EcoNÓ&acó Dir.E,«»Tti
seguidores, os princípios cluimudos de Direito Natural.
(Aíuito bem). Sabemos (jue, na Itália, Mij>soliiii chegou ao poder em 22. De
É dc-stc feixe de verdades elementa
22 a 23 suas inciir.sões à liberdade- do
res, é dêsie núcleo de afirmações pri mações que se seguem, que se originam
imprensa se limitaxaiii aos assaltos aos jornais, ao euip.istelaiiieiilo <!as iiiipressor.ts, ao a.ssassinio dí)s jornalislas, ao combate contra os homens livres. .Mas,
e SC distribuem em várias direções, as
depois cpie o caricato Cés.ir mediter
meiras, de afirmações simples, de afir mações indeeomponíveis ein outras afir
demais condições de eslalúlidadc de
regime. De fato, Sr. Presidente, a ex periência recente da liistória nos demons
tra que na liberdade d(; imprensa está a barreira da democracia. Bem sei, não ignoro como nenhum dos meus ilustres
colegas o ignora, a mercaneia, a imunda
prcliferaçião de interesses escusos que muitas vezes se acolhem, se acobertam e se protegem por detrás da chamada li
berdade de imprensa.
râneo. deptíis (|iie aqu<d<' <pie acreditou mais em I líder que em si mesmo, man
dou assassinar o Deputado .Mateotli, (pie rli/ia. na (ribima, mais ou menos o (pie esl(Hi aqui dizendo; depois (pie .Maleotti
foi assassinado, em 2-1, então, o pobre rei, aqiièle desgraçado rei (pie reinou 50 anos sem governar -õO horas, conce-
(leu-Iiie o decreto cie plenos podercs, com (pie Mussolini garroleoii a Itália,
decreto (pic pennitiu cpie os prefeitos —
Econóxuco
de imprensa independente de censura, como também era c-la assegurada no ar tigo IS (Io E.staluto Albcrtino, ou seja,
A luta que hoje se processa entre Gainzii" Paz e o govêmo Peróu é seme lhante á luta que, há mais de cem anos,
a Constituição italiana.
se processou entre, Rivadávia e o go
portanto, garroteando a imprensa,
só ilejiois de assassiná-la, só depois de deixá-la morta pelo cbfuí, só depois dc apunlialá-la pela violência c desamparúla pela covardia <iue os ditadores tive
vêmo de Rosas. Rivadávia o que era? Era a universidade.
Rivadávia o que
era? Em a imigração. Rivadária o que era? Em a Justiça desimpedida do ter ror; cm a liberdade dos homens; era o
dominarem seus jxjvos o sc instalarem
convívio espontâneo das massas; era o j ideal amcricanista; era a luz do futuro
no poder.
brilhando no azul da Pátria.
ram a dita, a ventura, a felicidade de
O Sr. Arnida C(}mara — V. E.xcia. po
deria ainda acrcseentar que só depois do completo sepuUamcnto cia imprensa e da liberdade de pensamento foi que a Rússia c seus Estados títcrcs liquidaram
E, Sr. Presidente, que era Rosas com todas as suas qualidades, porque os indivíduos não desmerecem històricamente, não se despersonalizam, não
se diminuem do ponto de vista psicoló gico, quando são grandes criminosos -
Não ignoro o fenômeno capitalista que é a concentração cada vez maior de jor-
assim chamad(j.s os governadores dos de partamentos administrativos — desapro
a democracia.
- nais nas mãos dc poucos interessados
priassem os jornais (picí não convíesscin
aparte do ilustre Monsenhor Arruda Câ-
ao govèrno, o só então as.scntou o fns-
niara, que me escusa de fazer uma in
crimes, senão um grande homem? Rosm representava aquelas fôrças prunihvas,
eisino o sen poder. Da mesma forma Hitler. Quando Hi
cursão nesse terreno, que lhe é tão fa miliar. Aceito a colaboração de S. Excia.
taram dos pampas, contra Buenos Aires.
nos grandes assuntos econômicos. São os males do no.sso regime, mas são daquele.s males, Sr. Presidente, como disse Clemenceaii na tnbuna da Câmara fran
cesa, são daqueles males que a demo cracia exibe e cura expondo-os ao .sol. Porque os males da democracia são cura
dos pela cautcrização da luz e pelo calor da exibição pública; não são como aqueles males ditatoriais que corroem as entranhas, que destroem o organismo, fazem fenecer a vida, dissimulam a rea
lidade c são incuráveis porque indiagnosticáveis, porque impossíveis de se obser var, de se definir; dc se proclamar. Sr. Presidente, tanto na Itália como
na Alemanha, esses dois regimes só se
assenhorearam definitivamente do poder, Mussoiim c Hitler, o fascismo e o na
zismo, depois de jugularcm, depois que a mão de ferro do govêmo estrangulou definitivamente a liberdade dos jornais
tler clicgou ao poder, no dia 30 de janeiro de 1933, aliás, clara e abundan
temente auxiliado pelo senhor Schaeht — de que liá pouco tempo tanto se falou, como dc um possível hóspede ilustre do Brasil — (porque Hitler nunca teria sido
O Sr. Afonso i\rinos — Agradeço o
o peço que ela conste do meu discurso.
Mas, Sr. Presidente, devemos, por conscHjucncia, considerar em primeiro
lugar, como matéria dc Direito Público Internacional, a defesa da liberdade de "La Prensa".
Devemos tomar como advertência da
que «a Rosas, apesar de 'odos os seus
I
aquelas forças autóctones que se levan
A luta histórica da Argentina e a luta
da civilização sediada cm Buenos ^res contra a barbárie que rompe da planura e pretende sufocar essa mesma civi
lização. O grande Samiiento bem que nos descreveu essa luta épica.
(
Hoje, "La Prensa" era a última ja- j nela aberta para o mundo; a ultima visão desdobrada sobre o imenscj estua- ^
cliancclcr do Beieh, naquela ocasião, se não fíbsc a ação de Scliacht), foi
maior gravidade os fatos ocorridos —
s(>mcntc depois, Sr. Presidente, que êsse trágico boneco, que essa figura real mente wagneriana de monstro conseguiu
isto é reccMite — nos dois países que foram focos do fascismo no mundo, por que "La Px'onsa" representa, na Histó ria Argentina, o epílogo de tòda uma
rio dõ Prata e sôbrc a possibilidade do re.speito aos direitos humanos e aos com
tradição, de tôda uma corrente, de toda
\'cmos é a mão do "gaúcho maio , a
uma conduta do lutas pela civilização, pela cultura c pela liberdade. Devemos considerar a história daquela nação como sendo um dramático diálogo, um tremen do embate entre as forças primitivas do americanismo pampeiro, as forças civili-
trangulando a liberdade mundial corporihcada e expressa pelo grande jornal . platino (Muito bem. Valmas).
zadoras e progressistas do pensamento
milde, que minha voz de soldado demo- ,• erático de uin partido democrático trans-
fuz(T um artifício .seinolliantc ao do as-
sa.ssínio de Mateotti, incendiando o pa lácio do Reichstag; o foi no dia, exata mente, do incênílio do Rciclistag, que o ditador alemão suprimiu, também por um dccrctn-loi, as liberdades e as ga rantias constitucionais, entre as quais se
encontrava o artigo 118 da Constituição de Wcimar, que assegurava a liberdade
universal.
promissos no campo universal. O que ^ mão do gaúcho imortalizado por Her- S nandez; c a mão de Martin Ferro es
Sr. Presidente, que minha voz hu
Dicesto EcoNÓ&acó Dir.E,«»Tti
seguidores, os princípios cluimudos de Direito Natural.
(Aíuito bem). Sabemos (jue, na Itália, Mij>soliiii chegou ao poder em 22. De
É dc-stc feixe de verdades elementa
22 a 23 suas inciir.sões à liberdade- do
res, é dêsie núcleo de afirmações pri mações que se seguem, que se originam
imprensa se limitaxaiii aos assaltos aos jornais, ao euip.istelaiiieiilo <!as iiiipressor.ts, ao a.ssassinio dí)s jornalislas, ao combate contra os homens livres. .Mas,
e SC distribuem em várias direções, as
depois cpie o caricato Cés.ir mediter
meiras, de afirmações simples, de afir mações indeeomponíveis ein outras afir
demais condições de eslalúlidadc de
regime. De fato, Sr. Presidente, a ex periência recente da liistória nos demons
tra que na liberdade d(; imprensa está a barreira da democracia. Bem sei, não ignoro como nenhum dos meus ilustres
colegas o ignora, a mercaneia, a imunda
prcliferaçião de interesses escusos que muitas vezes se acolhem, se acobertam e se protegem por detrás da chamada li
berdade de imprensa.
râneo. deptíis (|iie aqu<d<' <pie acreditou mais em I líder que em si mesmo, man
dou assassinar o Deputado .Mateotli, (pie rli/ia. na (ribima, mais ou menos o (pie esl(Hi aqui dizendo; depois (pie .Maleotti
foi assassinado, em 2-1, então, o pobre rei, aqiièle desgraçado rei (pie reinou 50 anos sem governar -õO horas, conce-
(leu-Iiie o decreto cie plenos podercs, com (pie Mussolini garroleoii a Itália,
decreto (pic pennitiu cpie os prefeitos —
Econóxuco
de imprensa independente de censura, como também era c-la assegurada no ar tigo IS (Io E.staluto Albcrtino, ou seja,
A luta que hoje se processa entre Gainzii" Paz e o govêmo Peróu é seme lhante á luta que, há mais de cem anos,
a Constituição italiana.
se processou entre, Rivadávia e o go
portanto, garroteando a imprensa,
só ilejiois de assassiná-la, só depois de deixá-la morta pelo cbfuí, só depois dc apunlialá-la pela violência c desamparúla pela covardia <iue os ditadores tive
vêmo de Rosas. Rivadávia o que era? Era a universidade.
Rivadávia o que
era? Em a imigração. Rivadária o que era? Em a Justiça desimpedida do ter ror; cm a liberdade dos homens; era o
dominarem seus jxjvos o sc instalarem
convívio espontâneo das massas; era o j ideal amcricanista; era a luz do futuro
no poder.
brilhando no azul da Pátria.
ram a dita, a ventura, a felicidade de
O Sr. Arnida C(}mara — V. E.xcia. po
deria ainda acrcseentar que só depois do completo sepuUamcnto cia imprensa e da liberdade de pensamento foi que a Rússia c seus Estados títcrcs liquidaram
E, Sr. Presidente, que era Rosas com todas as suas qualidades, porque os indivíduos não desmerecem històricamente, não se despersonalizam, não
se diminuem do ponto de vista psicoló gico, quando são grandes criminosos -
Não ignoro o fenômeno capitalista que é a concentração cada vez maior de jor-
assim chamad(j.s os governadores dos de partamentos administrativos — desapro
a democracia.
- nais nas mãos dc poucos interessados
priassem os jornais (picí não convíesscin
aparte do ilustre Monsenhor Arruda Câ-
ao govèrno, o só então as.scntou o fns-
niara, que me escusa de fazer uma in
crimes, senão um grande homem? Rosm representava aquelas fôrças prunihvas,
eisino o sen poder. Da mesma forma Hitler. Quando Hi
cursão nesse terreno, que lhe é tão fa miliar. Aceito a colaboração de S. Excia.
taram dos pampas, contra Buenos Aires.
nos grandes assuntos econômicos. São os males do no.sso regime, mas são daquele.s males, Sr. Presidente, como disse Clemenceaii na tnbuna da Câmara fran
cesa, são daqueles males que a demo cracia exibe e cura expondo-os ao .sol. Porque os males da democracia são cura
dos pela cautcrização da luz e pelo calor da exibição pública; não são como aqueles males ditatoriais que corroem as entranhas, que destroem o organismo, fazem fenecer a vida, dissimulam a rea
lidade c são incuráveis porque indiagnosticáveis, porque impossíveis de se obser var, de se definir; dc se proclamar. Sr. Presidente, tanto na Itália como
na Alemanha, esses dois regimes só se
assenhorearam definitivamente do poder, Mussoiim c Hitler, o fascismo e o na
zismo, depois de jugularcm, depois que a mão de ferro do govêmo estrangulou definitivamente a liberdade dos jornais
tler clicgou ao poder, no dia 30 de janeiro de 1933, aliás, clara e abundan
temente auxiliado pelo senhor Schaeht — de que liá pouco tempo tanto se falou, como dc um possível hóspede ilustre do Brasil — (porque Hitler nunca teria sido
O Sr. Afonso i\rinos — Agradeço o
o peço que ela conste do meu discurso.
Mas, Sr. Presidente, devemos, por conscHjucncia, considerar em primeiro
lugar, como matéria dc Direito Público Internacional, a defesa da liberdade de "La Prensa".
Devemos tomar como advertência da
que «a Rosas, apesar de 'odos os seus
I
aquelas forças autóctones que se levan
A luta histórica da Argentina e a luta
da civilização sediada cm Buenos ^res contra a barbárie que rompe da planura e pretende sufocar essa mesma civi
lização. O grande Samiiento bem que nos descreveu essa luta épica.
(
Hoje, "La Prensa" era a última ja- j nela aberta para o mundo; a ultima visão desdobrada sobre o imenscj estua- ^
cliancclcr do Beieh, naquela ocasião, se não fíbsc a ação de Scliacht), foi
maior gravidade os fatos ocorridos —
s(>mcntc depois, Sr. Presidente, que êsse trágico boneco, que essa figura real mente wagneriana de monstro conseguiu
isto é reccMite — nos dois países que foram focos do fascismo no mundo, por que "La Px'onsa" representa, na Histó ria Argentina, o epílogo de tòda uma
rio dõ Prata e sôbrc a possibilidade do re.speito aos direitos humanos e aos com
tradição, de tôda uma corrente, de toda
\'cmos é a mão do "gaúcho maio , a
uma conduta do lutas pela civilização, pela cultura c pela liberdade. Devemos considerar a história daquela nação como sendo um dramático diálogo, um tremen do embate entre as forças primitivas do americanismo pampeiro, as forças civili-
trangulando a liberdade mundial corporihcada e expressa pelo grande jornal . platino (Muito bem. Valmas).
zadoras e progressistas do pensamento
milde, que minha voz de soldado demo- ,• erático de uin partido democrático trans-
fuz(T um artifício .seinolliantc ao do as-
sa.ssínio de Mateotti, incendiando o pa lácio do Reichstag; o foi no dia, exata mente, do incênílio do Rciclistag, que o ditador alemão suprimiu, também por um dccrctn-loi, as liberdades e as ga rantias constitucionais, entre as quais se
encontrava o artigo 118 da Constituição de Wcimar, que assegurava a liberdade
universal.
promissos no campo universal. O que ^ mão do gaúcho imortalizado por Her- S nandez; c a mão de Martin Ferro es
Sr. Presidente, que minha voz hu
DicesTo
100
Econômico
cenda os limites desta Assembléia e sc
poderosa. {Muito bem. Pahnat). E
espalhe como um clamor de batalha e de protesto contra as ameaças que toldam
teremos, sc nfio nos cuidarmos, a e.vpe-
nossos horizontes.
Nós, no Brasil, temos c.xperiência de
que a liberdade de imprensa por si só suficiente para derrubar uma ditadura
A HABITABILIDADE DOS TRÓPICOS
riència de que o ^arroteamenlo da im prensa, por si só, será muito capaz de instaurar uma nova ditadura.
PiMENTKL Gomes
(Muito
bem, muito })cm. Palmas proJonoaclos.
O orador é cuvipritueuíado).
ÇoNiiNUANDO a fazer algumas notas íi
Leite
margem di- Lcs Poys Tropicaux, o
livro de Gourou, Pierro Courou, profes
sor do "College de Francc" o da UniverI
"Iguns pontos que me parecem intercsí^ímtes. Não cpicro ir além sem citar o co
suas possibilidades de aclimação — tra
sidad<- de Bordéus, \crcmos hoje mais nhecido agrônomo Grcgorio Bondar em ^olos (Ja Bahia, sua Conseruflprto e ^]^i'ovcita>ucHio". Nos mapas mundiais
das e recebendo rações concentradas —
"rasil e da Bahia figura como lateritos, correspondentes aos da África e Ásia,
pastagens grosseiras, sem que lhe dis pensem os cuidados a que está lieredi-
^0 pedologia, a maior parte dos solos do mesmas latitudes.
Exceção faz o
riòdicanicnte aradas, adubadas e renova
não se adapte quando abandonada eni
tàriamente habituada e que sua saúde
delicada e.xige. Não é o trópico que fa-
hirias.
lin; "é a raça criada para condições mui to diversas. O gado holandês, embora selecionado para ò clima frio, úmido e
Bahia 6 restrita, limitando-so aos so
los estéreis ou fracos dos taboleiros, de
nebuloso do delta do Reno, Mesa e Es
formação geológica torciária e, parcial-
calda, tem melhores qualidades de adap tação. Universalizou-se. Pode ser vis
niente, se observa nos solos graníticos raoos, de origem arqucana, não atinginsolos usados nas lavouras atuais."
E além: "Dos fatos e ponderações aci"líi aduzidos, podemos concluir que,
ando a devida consideração aos prin cípios gerais quanto à formação do sodevemos formar nosso pró^írio con-
|^t-'ito para estudo, em detalhes, dos soda Bahia, tomando por base os fatos ^ não as teorias abstratas, que poderão conduzir
a conclusões errôneas".
E
ainda existem autoi"es brasileiros que se
iiyáliíÉÉÉÉiiÉiÍitiÍÉÉiÉ^^
tada carinhosamente em invemadas pe-
Nordeste Brasileiro, com chuvas defici-
"Na realidade, a formação laterítica
>'iv
Ninguém deve estranhar que uma va
ca Ilostoin, selecionada para o clima da Europa setentrional, tendo perdido gran de parto de sua resistência física e de
to nos pampas do sul, nos planaltos do centro e, quase ao nível do mar, nos subúrbios de Salvador, Recife, João Pes soa e Fortaleza.
Integra a paisagem
amena e pitoresca do município da Ca pital cearense e dos municípios vizinhos, com dezenas e dezenas de lagoas, som bras de mangueiras, cajueiros e sapotizeiros, prados verdejantes, riachos hu mildes o prestimosos que vão deslizando
lentamente na amplidão da planície e o azular das serras Maranguape, Aratanha, Baturité, Arara e Juá. Aparece nas chá
escoram unicamente em duvidosos, fal
caras de São Luís e .Belém, nos subúr
sos ou inadaptávcis dados estrangeiros, quando querem escrever sobre o nosso
bios de Rio Branco, às margens do rio
país.
dor térmico, lá está êle em Triuidad,
Acre. Além fronteiras, em pleno equa
DicesTo
100
Econômico
cenda os limites desta Assembléia e sc
poderosa. {Muito bem. Pahnat). E
espalhe como um clamor de batalha e de protesto contra as ameaças que toldam
teremos, sc nfio nos cuidarmos, a e.vpe-
nossos horizontes.
Nós, no Brasil, temos c.xperiência de
que a liberdade de imprensa por si só suficiente para derrubar uma ditadura
A HABITABILIDADE DOS TRÓPICOS
riència de que o ^arroteamenlo da im prensa, por si só, será muito capaz de instaurar uma nova ditadura.
PiMENTKL Gomes
(Muito
bem, muito })cm. Palmas proJonoaclos.
O orador é cuvipritueuíado).
ÇoNiiNUANDO a fazer algumas notas íi
Leite
margem di- Lcs Poys Tropicaux, o
livro de Gourou, Pierro Courou, profes
sor do "College de Francc" o da UniverI
"Iguns pontos que me parecem intercsí^ímtes. Não cpicro ir além sem citar o co
suas possibilidades de aclimação — tra
sidad<- de Bordéus, \crcmos hoje mais nhecido agrônomo Grcgorio Bondar em ^olos (Ja Bahia, sua Conseruflprto e ^]^i'ovcita>ucHio". Nos mapas mundiais
das e recebendo rações concentradas —
"rasil e da Bahia figura como lateritos, correspondentes aos da África e Ásia,
pastagens grosseiras, sem que lhe dis pensem os cuidados a que está lieredi-
^0 pedologia, a maior parte dos solos do mesmas latitudes.
Exceção faz o
riòdicanicnte aradas, adubadas e renova
não se adapte quando abandonada eni
tàriamente habituada e que sua saúde
delicada e.xige. Não é o trópico que fa-
hirias.
lin; "é a raça criada para condições mui to diversas. O gado holandês, embora selecionado para ò clima frio, úmido e
Bahia 6 restrita, limitando-so aos so
los estéreis ou fracos dos taboleiros, de
nebuloso do delta do Reno, Mesa e Es
formação geológica torciária e, parcial-
calda, tem melhores qualidades de adap tação. Universalizou-se. Pode ser vis
niente, se observa nos solos graníticos raoos, de origem arqucana, não atinginsolos usados nas lavouras atuais."
E além: "Dos fatos e ponderações aci"líi aduzidos, podemos concluir que,
ando a devida consideração aos prin cípios gerais quanto à formação do sodevemos formar nosso pró^írio con-
|^t-'ito para estudo, em detalhes, dos soda Bahia, tomando por base os fatos ^ não as teorias abstratas, que poderão conduzir
a conclusões errôneas".
E
ainda existem autoi"es brasileiros que se
iiyáliíÉÉÉÉiiÉiÍitiÍÉÉiÉ^^
tada carinhosamente em invemadas pe-
Nordeste Brasileiro, com chuvas defici-
"Na realidade, a formação laterítica
>'iv
Ninguém deve estranhar que uma va
ca Ilostoin, selecionada para o clima da Europa setentrional, tendo perdido gran de parto de sua resistência física e de
to nos pampas do sul, nos planaltos do centro e, quase ao nível do mar, nos subúrbios de Salvador, Recife, João Pes soa e Fortaleza.
Integra a paisagem
amena e pitoresca do município da Ca pital cearense e dos municípios vizinhos, com dezenas e dezenas de lagoas, som bras de mangueiras, cajueiros e sapotizeiros, prados verdejantes, riachos hu mildes o prestimosos que vão deslizando
lentamente na amplidão da planície e o azular das serras Maranguape, Aratanha, Baturité, Arara e Juá. Aparece nas chá
escoram unicamente em duvidosos, fal
caras de São Luís e .Belém, nos subúr
sos ou inadaptávcis dados estrangeiros, quando querem escrever sobre o nosso
bios de Rio Branco, às margens do rio
país.
dor térmico, lá está êle em Triuidad,
Acre. Além fronteiras, em pleno equa
DrcESTo EcnNÔMTCo
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'
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<pie-s dc lail d.- \aehc si Ton tient òompdc leite díáriamcntc. A importação de espécimes das raças IIis'-ar c Sahiwal c
li? dc Ia v.ilfiir calorique du lait de
mais iifricanus pelo clima e aspecto do que euro[>cias. O algodão também só
bufflonnc.
jours blaiK-, s.iiis trace de coloration jnu-
é possí\el cultivar em trechos pequenos
. . . o ^eruzanienlo cojíí . holandesas de ^
\'CTmcllio dariam
h-ilc para as zonas menos f.i\(>rá\cis clc
nc, mémc si Ics aiiimaux reçoivont dos alimcnts à tcncur cloNé^c en caroline."
nosso país. Infelizmente ainda não se pós em jirática uma m«'clida liá muitos
O prol i ssor ()lá\ io Dominguc.s, em ar tigo publicado na licvi.sla dc /igrictdtu-
zir, em grande escala, tudo o que se
Mestiças com ?» de sangue liolan-
dés e !i zcbu fornecem fàeilnienle mais de dez litros de leite nurrui só ordenlia.
unos acoiiselbad.i pelos técnicos de TCnoni'.- e cujas \aiitag<"ns eslao ao alcanço
ra, df Piracicaba, estudando os búfalos
de Maraji). afirma luuer linhagens cujas
que lhes são próprios. Deffontaincs, di
As estações experimentais que o Minis
de (|ual(pi< r um.
\ acas prodiizi-ni seis a dez litros de leito
uma das Pequenas Antilhas, resolvendo o problema do leite. Foi, porém, criado para outro meio c outro trato.
Prodir/., no norte tio Hra.sil
e cm climas semelhantes ou mais tjuentes, muito menos que em sua terra na
tal.
tério da Agricultura possui no Norde.stt'
cxeclcnlcs \aeas clc
Na produção do leite não é possível
e na Amazônia estão fazendo esses cru
esquecer a búfala. cujo leite é muito
zamentos e obtendo resultados muito fa
mais rico (pie o das \acas.
voráveis.
dad.
O mesmo acontece em Trini-
As vacas mestiças holando-zcbuí-
L'Elevafi,e cn
Conforinc
Milicux Dcj<ivorahk%
I.c lait dt^ bufflonnc cst tou-
nnnia s<') ordeiiha. "A coloração cio leite
V inlidamcnte branca jxircelana, apre sentando ligeiro ainúscar, que clesaparcvc com a fere ura, ou quase.
Sòmcnte
nas estão invadindo as boas
sabilidadc de iim grupo
nm palaclar apurado ou prexeniclo distinguirá èsse leite de outro, fervido nas
fazendas irrigadas da zona semi-árida cearense e pa raibana, principalmente as do município do Quixeramobim, e contribuindo pa
técnicos ihislrcs, mn lit"^
ine.sinas eoncliçcãcs. A coalliada se asse-
obra editada pela I'\A.O. e de respo»'
dc leite de saca, com 4"
de manteiga, tem cérca de
ra uma produção dc laticí
dc leite dc búfala das fi'
mesmo."
nios cm franco desenvolvi
manteiga, tem
mento. Esta é uma forma
coisa como 1.556 calorias
qualquer
de solução para o proble
O leite dc búfala também
ma
(' mais rico em proteína
do
leite
em
climas
quentes.
que o cie \ aea. No mesinO livro, verifico que o leite de búfala é produzido, eni escala comercial, na Ilálin, índia, Egito, China c Fi
Outra forma é a sele
ção. Os indianos seleciona ram várias raças zebuínas
para a produção de leite, enquanto cogitávamos apenas da produ ção de carne. As vacas da raça zcbuína Hissar, conforme o Dr. Celso de Souza
Meirelles, produzem até catorze litros
lipinas.
As bú falas da raça Munbas, selecio nada na índia, dão ntc 4.545 litros clc leite em nove a dez meses dc lacta
de leite por dia, com elevada porcenta gem de gordura. Há vacas zebuínas da
ção. Há casos do produção quotidiana
raça Sabiwal, conforme o mesmo técni
denhas.
co em Bovinos das Raças Indianas, que
pela presença cie uma pronunciada
vaniada de nata.
com 12,60%
máxima de 25 a 27 litros, cm duas or-
"Dans rindic - leio no mesmo livro
veria ser verdadeira. E não c. Entre
os trópicos produz-se ou pode-se produ produz na Europa, além dos produtos retor do "Insütut Français dc Barcelone", cscrc\eu mclancòlicamente em F"saio dc Geografia Iliimana da MoniO' ulia: "\hrá talvez o dia em que as oolonizaç-ões agrícolas recentes das monta nhas tropicais entnu-ão a concorrer, ate
nos mercados europeus, com nossos le gumes e nossas frutas. Já agora os pla naltos brasileiros tiram pro\'eito de sua
niclba à clc leite de \aca, distinguindo- situação no hemisfério sul para expor
080 calorias, mas um lit^ lípinas,
e cin condições difíceis. A recíproca de
Ma.s o sabor é o
tar monuigos dc no\'embro e tomates de janeiro".
O trigo é cultivado em quase todos os países Cultivam-no a Bo i ticcis que mais leito produzem cm rola- \ia, o americanos. Peru, o Equador, a Colômbia, a llá ainda as cabras, os animais domós-
Çito ao próprio peso, c os progressos que n .seleção conseguirá. zonas quentes poderão produzir
tanto leite c[uanto as de climas tempe rados.
Venezuela, o México e a Guatemala. No Brasil, cultivou-se trigo regulamienté, embora cm pequena escala, quando nao existiam as \ aricdados apropriadas a cli mas mais quentes hoje existentes, nos
planaltos da Balúa, Pernambuco, Paraí Cercais
ba c Ceará. Cultivei trigo na Escola de
Não haveria nenhuma diminuição se as regiões situacla.s entre os trópicos não
ratba, a 600 metms de altura. Cultivei-
Af^ronomia do Nordeste, em Areia, Pa-
pudessem produzir as planta.s que se descnvoU om entre os trópico.s c
os circu-
0 em Campina Grande, a 500 metros* de altitude. O senador Apolônio Sales plan tou-o cm Garanhuns, Pernambuco, a
uiandioca — a prodigiosa e mal com-
800 metros. A região em aprêço, planal to da Borborema, dispondo dc chuvas abundantes no inverno, parece-me em
Pioendida mandioca — batata doce, tá-
condiçíães de sc tornar uma das faixas
polares. A Europa não produz cacacau,
borracha, cana-dc-açucar,
fornecem cerca de 4.500 litros de leite
- le buflc est ntilisé siutout comme ani
marus c a maior parte do.s óleos vege
Uitícolas do País. Os colonos italianos,
em 300 dias dc lactação — uma média
mal lailicr. On estime que Ia production totalc dc lait do bufflonnc atteint
tais c muitas outras plantas de grande valor econômico, principalmente se es-
que se aprestam a localizar-se na Bor
quecemios o cpie se consegue, cm redu
batatinha etc. O trigo é cultivado em pleno verão em Montes Claros, norte de
de quinze litros diários. O Dr. Alexan dre Barbosa da Silva, em O Zehu na ín dia e no Brasil, cita vacas da raça Sahi
aux Indes onviron 11 millions dc tonnes
wal produzindo nove, dez e onze litros
à environ 16,3 millious de tonnes métrí-
metriques par an. Ce chiffre eciuivant
zidas áreas do sul da Ibéria e da Itália,
borema, pretendem cultivar trigo, vinha,
DrcESTo EcnNÔMTCo
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D1CF.ST0 Econômico
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<pie-s dc lail d.- \aehc si Ton tient òompdc leite díáriamcntc. A importação de espécimes das raças IIis'-ar c Sahiwal c
li? dc Ia v.ilfiir calorique du lait de
mais iifricanus pelo clima e aspecto do que euro[>cias. O algodão também só
bufflonnc.
jours blaiK-, s.iiis trace de coloration jnu-
é possí\el cultivar em trechos pequenos
. . . o ^eruzanienlo cojíí . holandesas de ^
\'CTmcllio dariam
h-ilc para as zonas menos f.i\(>rá\cis clc
nc, mémc si Ics aiiimaux reçoivont dos alimcnts à tcncur cloNé^c en caroline."
nosso país. Infelizmente ainda não se pós em jirática uma m«'clida liá muitos
O prol i ssor ()lá\ io Dominguc.s, em ar tigo publicado na licvi.sla dc /igrictdtu-
zir, em grande escala, tudo o que se
Mestiças com ?» de sangue liolan-
dés e !i zcbu fornecem fàeilnienle mais de dez litros de leite nurrui só ordenlia.
unos acoiiselbad.i pelos técnicos de TCnoni'.- e cujas \aiitag<"ns eslao ao alcanço
ra, df Piracicaba, estudando os búfalos
de Maraji). afirma luuer linhagens cujas
que lhes são próprios. Deffontaincs, di
As estações experimentais que o Minis
de (|ual(pi< r um.
\ acas prodiizi-ni seis a dez litros de leito
uma das Pequenas Antilhas, resolvendo o problema do leite. Foi, porém, criado para outro meio c outro trato.
Prodir/., no norte tio Hra.sil
e cm climas semelhantes ou mais tjuentes, muito menos que em sua terra na
tal.
tério da Agricultura possui no Norde.stt'
cxeclcnlcs \aeas clc
Na produção do leite não é possível
e na Amazônia estão fazendo esses cru
esquecer a búfala. cujo leite é muito
zamentos e obtendo resultados muito fa
mais rico (pie o das \acas.
voráveis.
dad.
O mesmo acontece em Trini-
As vacas mestiças holando-zcbuí-
L'Elevafi,e cn
Conforinc
Milicux Dcj<ivorahk%
I.c lait dt^ bufflonnc cst tou-
nnnia s<') ordeiiha. "A coloração cio leite
V inlidamcnte branca jxircelana, apre sentando ligeiro ainúscar, que clesaparcvc com a fere ura, ou quase.
Sòmcnte
nas estão invadindo as boas
sabilidadc de iim grupo
nm palaclar apurado ou prexeniclo distinguirá èsse leite de outro, fervido nas
fazendas irrigadas da zona semi-árida cearense e pa raibana, principalmente as do município do Quixeramobim, e contribuindo pa
técnicos ihislrcs, mn lit"^
ine.sinas eoncliçcãcs. A coalliada se asse-
obra editada pela I'\A.O. e de respo»'
dc leite de saca, com 4"
de manteiga, tem cérca de
ra uma produção dc laticí
dc leite dc búfala das fi'
mesmo."
nios cm franco desenvolvi
manteiga, tem
mento. Esta é uma forma
coisa como 1.556 calorias
qualquer
de solução para o proble
O leite dc búfala também
ma
(' mais rico em proteína
do
leite
em
climas
quentes.
que o cie \ aea. No mesinO livro, verifico que o leite de búfala é produzido, eni escala comercial, na Ilálin, índia, Egito, China c Fi
Outra forma é a sele
ção. Os indianos seleciona ram várias raças zebuínas
para a produção de leite, enquanto cogitávamos apenas da produ ção de carne. As vacas da raça zcbuína Hissar, conforme o Dr. Celso de Souza
Meirelles, produzem até catorze litros
lipinas.
As bú falas da raça Munbas, selecio nada na índia, dão ntc 4.545 litros clc leite em nove a dez meses dc lacta
de leite por dia, com elevada porcenta gem de gordura. Há vacas zebuínas da
ção. Há casos do produção quotidiana
raça Sabiwal, conforme o mesmo técni
denhas.
co em Bovinos das Raças Indianas, que
pela presença cie uma pronunciada
vaniada de nata.
com 12,60%
máxima de 25 a 27 litros, cm duas or-
"Dans rindic - leio no mesmo livro
veria ser verdadeira. E não c. Entre
os trópicos produz-se ou pode-se produ produz na Europa, além dos produtos retor do "Insütut Français dc Barcelone", cscrc\eu mclancòlicamente em F"saio dc Geografia Iliimana da MoniO' ulia: "\hrá talvez o dia em que as oolonizaç-ões agrícolas recentes das monta nhas tropicais entnu-ão a concorrer, ate
nos mercados europeus, com nossos le gumes e nossas frutas. Já agora os pla naltos brasileiros tiram pro\'eito de sua
niclba à clc leite de \aca, distinguindo- situação no hemisfério sul para expor
080 calorias, mas um lit^ lípinas,
e cin condições difíceis. A recíproca de
Ma.s o sabor é o
tar monuigos dc no\'embro e tomates de janeiro".
O trigo é cultivado em quase todos os países Cultivam-no a Bo i ticcis que mais leito produzem cm rola- \ia, o americanos. Peru, o Equador, a Colômbia, a llá ainda as cabras, os animais domós-
Çito ao próprio peso, c os progressos que n .seleção conseguirá. zonas quentes poderão produzir
tanto leite c[uanto as de climas tempe rados.
Venezuela, o México e a Guatemala. No Brasil, cultivou-se trigo regulamienté, embora cm pequena escala, quando nao existiam as \ aricdados apropriadas a cli mas mais quentes hoje existentes, nos
planaltos da Balúa, Pernambuco, Paraí Cercais
ba c Ceará. Cultivei trigo na Escola de
Não haveria nenhuma diminuição se as regiões situacla.s entre os trópicos não
ratba, a 600 metms de altura. Cultivei-
Af^ronomia do Nordeste, em Areia, Pa-
pudessem produzir as planta.s que se descnvoU om entre os trópico.s c
os circu-
0 em Campina Grande, a 500 metros* de altitude. O senador Apolônio Sales plan tou-o cm Garanhuns, Pernambuco, a
uiandioca — a prodigiosa e mal com-
800 metros. A região em aprêço, planal to da Borborema, dispondo dc chuvas abundantes no inverno, parece-me em
Pioendida mandioca — batata doce, tá-
condiçíães de sc tornar uma das faixas
polares. A Europa não produz cacacau,
borracha, cana-dc-açucar,
fornecem cerca de 4.500 litros de leite
- le buflc est ntilisé siutout comme ani
marus c a maior parte do.s óleos vege
Uitícolas do País. Os colonos italianos,
em 300 dias dc lactação — uma média
mal lailicr. On estime que Ia production totalc dc lait do bufflonnc atteint
tais c muitas outras plantas de grande valor econômico, principalmente se es-
que se aprestam a localizar-se na Bor
quecemios o cpie se consegue, cm redu
batatinha etc. O trigo é cultivado em pleno verão em Montes Claros, norte de
de quinze litros diários. O Dr. Alexan dre Barbosa da Silva, em O Zehu na ín dia e no Brasil, cita vacas da raça Sahi
aux Indes onviron 11 millions dc tonnes
wal produzindo nove, dez e onze litros
à environ 16,3 millious de tonnes métrí-
metriques par an. Ce chiffre eciuivant
zidas áreas do sul da Ibéria e da Itália,
borema, pretendem cultivar trigo, vinha,
Dicesto EcoNÓKnco
104
Dir.KSTd
Minas Gerais. Há, por lá, uma varieda
tomando-Jío.s auto-siiricicnles. .\ índia já
de que se adapta a climas quentes e pro
é o terceiro grande produtor mundial dc trigo. .Mas mesmo sem o trigo, nossas
duz bastante por unidade de área. Ministério da Agricultura
O
está fazendo
regiões menos favorccída.s
não ficarão
Econômico
d.\ .\gricultura paraibana compra tòda u produção da província. G adiai é qu,.. deveria entrar nas mis-
plantações com essa variedade verdadei
desamparadas.
ramente surpreendente. Enviei um sa
tur..s de farinha dc trigo.
co desse trigo à Escola Superior de Agri cultura "Luís de Queirós", de Piracica
A Estação Experimental de Júlio dc Castilhos obteve mais dc 2.500 quilos íle trigo por licctare, adubando o solo
ceicncia, o dos trópicos secos irrigados.
ba. Infelizmente não foi plantado. Cul
com e.strume e Iiiperfosfato e adensando
tiva-se trigo em escala
a semcnteira.
comercial em
Goiás c na Bahia.
Quanto ao rendimento, as médias são
as seguintes: Brasil, 870 quilos por hec tare, embora a tritieultura se inicie e se
adube muito pouco; Europa, superadubada, com variedades que vém sofrendo seleção há séculos, 970; França, 960; Espanha, 770; Canadá, 940; índia, 49o! Em Portugal, o rendimento varia mui
to de ano a ano. Entre 1934 e 1943, o rendimento elevou-se a 846 quilos; em 1943, a 541; cm 1944, a 609. Em 1944, o rendimento elevou-se a 778 quilos no conselho de Mirandela; a 891, cm Lamego; a 776, em Viseu; a 765, cm Guar
da; a 514, em Castelo Branco; a 675, em Elvas; a 638, cm Évora; a 583, em
Setúbal; a .562, em Beja; a 291, em Távira.
O adiai é um cereal no\'o, dc futuro
extraordinário.
O agrônomo boliviano
Maximilíano Hi\cro Claiire mandou as
primeiras sementes para o Brasil. O agrônomo Uhirajara Pereira Barreto cul(i\()u-o em terras paulistas e, entusias
Gerais; 875, nó Paraná; 1.054, em San ta Catarina; 888, no Rio Grande do Sul.
A média de Goiás o São Paulo, que es tão atravessando fase experimental e ins talando a grande cultura, varia muito.
O rendimento máximo de Goiás alcançou 1.400 quilos, em 1944. Em São Paulo, as boas fazendas produzem mais de mil
quilos de trigo por hectare. As novas variedades tritícolas criadas
e por criar, melhores tratos culturais, a irrigação onde faltam chuvas no inverno, equador e aumentarão
são (picules c longos. No Brasil, há arroz quase por tôda parle, einfiora, no momento, os maiores
produtores,. por ordem dccTcscente, se jam os seguintes, eonfonne dados de 1950: São Paulo (1.022.0U0 toneladas),
Minas Gerais (718.000), Rio Grande do Sul (525.000), Goiás (313.000), Pa
tenas de quilômetros; a excepcional fer tilidade das terras; o transporte fluvial baratíssinio, em vapores grandes e mé dios.
Produzimos, em 1950, 6.161.0(X) to
neladas dc milho, das quais 1.414.000 em Minas Gerais; 1.273.000 em São Paulo; 1.089.000 no Rio Grande do
Sul. b Ceará proiluziu 179.000 tonela das; a Bahia, 129.000; Pernambuco, 117.000; a Paraíba, 94.000; Alago,^, 51.000; Maranhão, 45.000; Rio Grande do Norte, 39.000; Piauí, 31.000; Ser^^-
mado, escreveu sobre èle c distribuiu se
raná (118.000), Maranhão (112.000),
pc, 21.000; Pará, 17.000; Acre, 4.000
•Santa Catarina (74.000), Mato Grosso
toneladas.
sementes a Pereira Barreto c o cultivei,
(65.000), Bio de Janeiro (60.000),
O rendimento médio brasileiro elevou-
Ceará (44.000). Piauí (31.000), Pará
se a 1.317 quilos de millio por l^ectare.
(27.000).
b rendimento acreano atingiu 1.4
sempre com excelente resultado, no Dis
trito Federal, no Acre c no litoral o no
planalto puraibano.s. Produz entre 2.000
c 3.000 quilos dc grãos por hectare. Dá s^ocus, como o arroz, mas durante uns dois anos. É rusticíssimo.
Vejamos as análises comparativas do adiai e do trigo, conforme o Dr. Eneas Razeto :
Produziram mais de 2.000 quilos por h.ectare; Santa Catarina (2.430), Rio Branco (2.367), Sergipe (2.365), Pa raíba (2.174), Rio Grande do Sul (2.152) e Goiás (2.056). Pelos dados do Instituto Agronômico do Norte, o futuro da cultura está prin cipalmente
Adiai
no estuário do Ajhazonas,
Trigo
que será o prato dc arroz do numdo. En-
Proteína
12,40
12,25
tie outras vantagens: 6.000 quilos de
Hidrocarbonatos . .
69,90
71,20
arroz por hcctare-ano, em duas cultura.s,.
5,40 0,80
1,75 2,36 1,82 10,62
adubação; irrigação natural, graças
Graxa ... Celulose . Cinzas
Água
1,50 10,00
Digamos com Pereira Barreto: "...O
adiai — "trigo dos trópicos" — criado pela Mãe Natureza para os povos das regiões quentes onde o outro não medra".
do
Para criar um mercado para o adiai,
o rendimento,
incentivando-lhe a cultura, a Secretaria
a adubação, aproximarão o trigo
.\a Europa, cuUivam-no onde os verões
às marés de águas doces, cuja influên cia sobe os rios, furos e canais por cen
mentes. Influenciado pelas leituras, pedi
Em 1947, tivemo.s 800 quilos de trigo por hectare, na Bahia; 1.217, em Minas
O arroz é dos trópicos úmidos, por e.x-
105
,
,
quilos; o do Rio Grande do Sul,
plano de colonização do Guama, o InsÜtuto Agronômico do Norte incluiu culturas de arroz, milho, amendoim, fei
jão, juta etc.
O Brasil poderá ter cereais em quan
tidades suficientes a uma grande popu
lação. Não há problema agrícola brasi leiro que não possa ser econòmicamente solucionado pela agronomia. Continuarei.
Dicesto EcoNÓKnco
104
Dir.KSTd
Minas Gerais. Há, por lá, uma varieda
tomando-Jío.s auto-siiricicnles. .\ índia já
de que se adapta a climas quentes e pro
é o terceiro grande produtor mundial dc trigo. .Mas mesmo sem o trigo, nossas
duz bastante por unidade de área. Ministério da Agricultura
O
está fazendo
regiões menos favorccída.s
não ficarão
Econômico
d.\ .\gricultura paraibana compra tòda u produção da província. G adiai é qu,.. deveria entrar nas mis-
plantações com essa variedade verdadei
desamparadas.
ramente surpreendente. Enviei um sa
tur..s de farinha dc trigo.
co desse trigo à Escola Superior de Agri cultura "Luís de Queirós", de Piracica
A Estação Experimental de Júlio dc Castilhos obteve mais dc 2.500 quilos íle trigo por licctare, adubando o solo
ceicncia, o dos trópicos secos irrigados.
ba. Infelizmente não foi plantado. Cul
com e.strume e Iiiperfosfato e adensando
tiva-se trigo em escala
a semcnteira.
comercial em
Goiás c na Bahia.
Quanto ao rendimento, as médias são
as seguintes: Brasil, 870 quilos por hec tare, embora a tritieultura se inicie e se
adube muito pouco; Europa, superadubada, com variedades que vém sofrendo seleção há séculos, 970; França, 960; Espanha, 770; Canadá, 940; índia, 49o! Em Portugal, o rendimento varia mui
to de ano a ano. Entre 1934 e 1943, o rendimento elevou-se a 846 quilos; em 1943, a 541; cm 1944, a 609. Em 1944, o rendimento elevou-se a 778 quilos no conselho de Mirandela; a 891, cm Lamego; a 776, em Viseu; a 765, cm Guar
da; a 514, em Castelo Branco; a 675, em Elvas; a 638, cm Évora; a 583, em
Setúbal; a .562, em Beja; a 291, em Távira.
O adiai é um cereal no\'o, dc futuro
extraordinário.
O agrônomo boliviano
Maximilíano Hi\cro Claiire mandou as
primeiras sementes para o Brasil. O agrônomo Uhirajara Pereira Barreto cul(i\()u-o em terras paulistas e, entusias
Gerais; 875, nó Paraná; 1.054, em San ta Catarina; 888, no Rio Grande do Sul.
A média de Goiás o São Paulo, que es tão atravessando fase experimental e ins talando a grande cultura, varia muito.
O rendimento máximo de Goiás alcançou 1.400 quilos, em 1944. Em São Paulo, as boas fazendas produzem mais de mil
quilos de trigo por hectare. As novas variedades tritícolas criadas
e por criar, melhores tratos culturais, a irrigação onde faltam chuvas no inverno, equador e aumentarão
são (picules c longos. No Brasil, há arroz quase por tôda parle, einfiora, no momento, os maiores
produtores,. por ordem dccTcscente, se jam os seguintes, eonfonne dados de 1950: São Paulo (1.022.0U0 toneladas),
Minas Gerais (718.000), Rio Grande do Sul (525.000), Goiás (313.000), Pa
tenas de quilômetros; a excepcional fer tilidade das terras; o transporte fluvial baratíssinio, em vapores grandes e mé dios.
Produzimos, em 1950, 6.161.0(X) to
neladas dc milho, das quais 1.414.000 em Minas Gerais; 1.273.000 em São Paulo; 1.089.000 no Rio Grande do
Sul. b Ceará proiluziu 179.000 tonela das; a Bahia, 129.000; Pernambuco, 117.000; a Paraíba, 94.000; Alago,^, 51.000; Maranhão, 45.000; Rio Grande do Norte, 39.000; Piauí, 31.000; Ser^^-
mado, escreveu sobre èle c distribuiu se
raná (118.000), Maranhão (112.000),
pc, 21.000; Pará, 17.000; Acre, 4.000
•Santa Catarina (74.000), Mato Grosso
toneladas.
sementes a Pereira Barreto c o cultivei,
(65.000), Bio de Janeiro (60.000),
O rendimento médio brasileiro elevou-
Ceará (44.000). Piauí (31.000), Pará
se a 1.317 quilos de millio por l^ectare.
(27.000).
b rendimento acreano atingiu 1.4
sempre com excelente resultado, no Dis
trito Federal, no Acre c no litoral o no
planalto puraibano.s. Produz entre 2.000
c 3.000 quilos dc grãos por hectare. Dá s^ocus, como o arroz, mas durante uns dois anos. É rusticíssimo.
Vejamos as análises comparativas do adiai e do trigo, conforme o Dr. Eneas Razeto :
Produziram mais de 2.000 quilos por h.ectare; Santa Catarina (2.430), Rio Branco (2.367), Sergipe (2.365), Pa raíba (2.174), Rio Grande do Sul (2.152) e Goiás (2.056). Pelos dados do Instituto Agronômico do Norte, o futuro da cultura está prin cipalmente
Adiai
no estuário do Ajhazonas,
Trigo
que será o prato dc arroz do numdo. En-
Proteína
12,40
12,25
tie outras vantagens: 6.000 quilos de
Hidrocarbonatos . .
69,90
71,20
arroz por hcctare-ano, em duas cultura.s,.
5,40 0,80
1,75 2,36 1,82 10,62
adubação; irrigação natural, graças
Graxa ... Celulose . Cinzas
Água
1,50 10,00
Digamos com Pereira Barreto: "...O
adiai — "trigo dos trópicos" — criado pela Mãe Natureza para os povos das regiões quentes onde o outro não medra".
do
Para criar um mercado para o adiai,
o rendimento,
incentivando-lhe a cultura, a Secretaria
a adubação, aproximarão o trigo
.\a Europa, cuUivam-no onde os verões
às marés de águas doces, cuja influên cia sobe os rios, furos e canais por cen
mentes. Influenciado pelas leituras, pedi
Em 1947, tivemo.s 800 quilos de trigo por hectare, na Bahia; 1.217, em Minas
O arroz é dos trópicos úmidos, por e.x-
105
,
,
quilos; o do Rio Grande do Sul,
plano de colonização do Guama, o InsÜtuto Agronômico do Norte incluiu culturas de arroz, milho, amendoim, fei
jão, juta etc.
O Brasil poderá ter cereais em quan
tidades suficientes a uma grande popu
lação. Não há problema agrícola brasi leiro que não possa ser econòmicamente solucionado pela agronomia. Continuarei.
■.'11^
"W
r*;t-
Dicest<í
condimento, como substância ritual e simbólica, falam-nos os mais velhos do
cumentos, da nossa civili7ação ocidental e parece dispensável recordá-lo. A êle
se referem a Bíblia, numerosas vezes,
uma du-s mais antipática.s pala\ras. Eni frança, tais al)uso.s se praticavam eni seus processos, que várias vezes provo caram tremendas reações populares, «piase sempre terminadas por cruel, se
a Iltada e a Odusséia.
do cloreto ao lado das de carne, queijos
pitorescamente, que os reis eram os pro curadores da Sra. Gabela e do Sr. Patí-
óleo e farinha de trigo.
bulo. E gahcloti, funcionário da gabela,
ongem se prende à distribuição de sal parte da paga. Os
passou a ser lèrmo injurioso.
como nos revela uma sátira de Horáció
mais rendosas fontes de tributação, pois a França foi sempre um dos países de mais alto consumo, per capita, do clore
Do sal procede salário, palavra cuja
pobres de Roma reclamavam pão e sal Cum safe panis
Latrantem stomachum bene leniet
(pão e sal apaziguarão o teu estômago que grita).
®
Toda a Europa da bacia mediterrâ nea foi imemorialmente ávida de sal o que, segundo Saiústio, não se dava com a África.
Na Idade Média a taxação do sal
constituiu capítulo de martirologia dos povos premidos pelo fisco. Já os ro manos haviam ensaiado a aplicação de medidas fiscais, extorsivas, ao consumo
do cloreto. Nos séculos medievais aper feiçoaram-se os processos de arrocho, que nos tempos modernos trouxeram a plenitude da expansão dos métodos de extorsão praticados por privilegiados mo
A gabela instituída por Felipe IV, O
rei mocdeiro falso, tornotr-se uma das
to sódico.
Em Portugal há referencias documen tais a salinas, anteriores ao ano mil. contam-nos Esteves Pereira c Guilhcr-
nie Rodrigues, cm seu tão prestantc
ortutral.^ Conhccc-se documento de 959
rclenle às de Aveiro e outras, muito antigas também, como as de Alcácer
do Sal e do Ribatejo.
Sob D. João I a produção excedia o consumo, havendo reclamações dos sa-
linciros, que desejavam exportar os seus
excedentes.
Criou-se no século XVI, pira as ma rinhas do Sadü, das mais consideráveis
nopolistas, apoiados pela força gover
do Reino, curiosa instituição chamada a Roda do Sal, cuja função consistia ein fixar o tabclamento do produto segun
namental contra as massas escorcháveis
do certa escala ou roda.
e submissas.
1852.
A gabela, o imposto sobre o sal, pas sou a ser aos ouvidos das populações
landa cm 1663 o do reconhecimento da
Torro do Oiilão, sita a entrada da barra
não atroz repressão por parte da auto ridade regia. E\'ocando-a, escreveu Vitor iliigo,
Entre 'os romanos tanta importância tinha que os legionários recebiam rações
tação dèsle comércio que foi assunto de artigos dos tratados de paz com a Ho
açumbarcaclorcs. Sobretudo quando con•seguiam ter o apoio dos governadores da
Afonso de E. Taunay
r\o SAL e de seus diversos usos corno
107
EcoN6>nro
Durou até
Grandes dificuldades criavam a essa
junta as manobras dos especuladores e
independência de Portugal pela Espa
(Ic Setúbal.
nha em 1668.
Abusavam da autoridade c da situa-
Assim,
frcqucntcmenlo
trancavam
^
A 5 do setembro de 1703, fêz D. Pe dro II o.xpedir novo regmiento para o comércio do sal. Manter-se-ia em vigor
Váo militar para impor aos armadores a ^■<nupra do .sal sòbrc o qual agiotavam. a
até 1851.
^^arra á saída dos barcos dos resistentes as suas imposições.
As principais zonas salinciras eram,
na nossa época colonial, Ayeíro, Setobal, Alcácer do Sal. Faro e Ta^ira (Es
Oviiros especuladores também havia, ^■•>nu) os guardas-moros da Saúde e os
teves Pereira e Guilherme Rodrigues, Portugal, VI, 338 a o02).
jaizes da Alfândega. Dos salineiros compravam o gênero por baixo
No Brasil quinhentista o con-
pieço c o revendiam a cstran-
sumo de sal deve ter sido im-
l^ciros por subido valor. Esses
nimo, dada a sua tão reduzida
faneionários veliiacos, mancomu-
Tt"'°zc„as principais esta
aados com os governadores do Oatão, freqüente e abusivamcn-
vam em condições de abastecer a Coiôniai a das salinas natu
retinham as embarcações nas
rais vizinhas ao Cabo de Sáo Roque a
"guas do Sado.
Ainda existiam outros atravcssadores, as cônsviles e os corretores alcunhados línguas. Em 1570 procurou D. Sebastião com bater esses abusos, o o Cardeal Rei, em
a das imediações de Cabo
■ Curioso é que GabrmlSo^^^^^^^^^
Brasil, feito
1578, determinou que, anualmente, se
Sr"Frir"Sn.r;ne k de ^ de
alegcssc uma comissão de três homens bons, donos de salinas, a quem caberia
juneiro " 1l' O de de março, "i Ç . se coalha a
fixar o preço do produto, então muito
áüua muito depressa e seu.
procurado pará a exportação.
Já em 1466 proibira Afonso o Atri-
aano que os estrangeiros comprassem no
Reino gêneros, salvo quanto ao vinho, azeite e sal.
Baixando a produção, mandou Felipe
rinhas tomam os Índios o sal mmto coa gido e duro, muito alvo, as mãos cheias, de debaixo da água .
E no entanto, é o sal de Mossoró e do Assu incomparàvelmente mais abun
mentos para a repartição do produto,
dante do que o de Cabo Fno e pro duto, oiitrora, de melhor qualidade. É o melhor sal que há em tôda esta costa (do Brasil) escreve o anônimo de
acordo com o projeto apresentado por
faz sal na costa do Brasil (Rev. Inst.
II, em 1597, regulamentar-lhe a
Renasceu a salicultura sob D. João
que em 1641 e 1643 fêz baixar regi
,
,
dando-lhe definitiva forma em 1647, de
Antonio de Souza de Macedo, pelo Rei
expressamente convidado para tal fim. Tão importante o caso de regulamen
Nota de tôdas as marinhas em que se
Brás., 46, 1, 174-176), papel redigido entre 1806 e 1816.
"Em quantidade capaz de fornecer lií
■.'11^
"W
r*;t-
Dicest<í
condimento, como substância ritual e simbólica, falam-nos os mais velhos do
cumentos, da nossa civili7ação ocidental e parece dispensável recordá-lo. A êle
se referem a Bíblia, numerosas vezes,
uma du-s mais antipática.s pala\ras. Eni frança, tais al)uso.s se praticavam eni seus processos, que várias vezes provo caram tremendas reações populares, «piase sempre terminadas por cruel, se
a Iltada e a Odusséia.
do cloreto ao lado das de carne, queijos
pitorescamente, que os reis eram os pro curadores da Sra. Gabela e do Sr. Patí-
óleo e farinha de trigo.
bulo. E gahcloti, funcionário da gabela,
ongem se prende à distribuição de sal parte da paga. Os
passou a ser lèrmo injurioso.
como nos revela uma sátira de Horáció
mais rendosas fontes de tributação, pois a França foi sempre um dos países de mais alto consumo, per capita, do clore
Do sal procede salário, palavra cuja
pobres de Roma reclamavam pão e sal Cum safe panis
Latrantem stomachum bene leniet
(pão e sal apaziguarão o teu estômago que grita).
®
Toda a Europa da bacia mediterrâ nea foi imemorialmente ávida de sal o que, segundo Saiústio, não se dava com a África.
Na Idade Média a taxação do sal
constituiu capítulo de martirologia dos povos premidos pelo fisco. Já os ro manos haviam ensaiado a aplicação de medidas fiscais, extorsivas, ao consumo
do cloreto. Nos séculos medievais aper feiçoaram-se os processos de arrocho, que nos tempos modernos trouxeram a plenitude da expansão dos métodos de extorsão praticados por privilegiados mo
A gabela instituída por Felipe IV, O
rei mocdeiro falso, tornotr-se uma das
to sódico.
Em Portugal há referencias documen tais a salinas, anteriores ao ano mil. contam-nos Esteves Pereira c Guilhcr-
nie Rodrigues, cm seu tão prestantc
ortutral.^ Conhccc-se documento de 959
rclenle às de Aveiro e outras, muito antigas também, como as de Alcácer
do Sal e do Ribatejo.
Sob D. João I a produção excedia o consumo, havendo reclamações dos sa-
linciros, que desejavam exportar os seus
excedentes.
Criou-se no século XVI, pira as ma rinhas do Sadü, das mais consideráveis
nopolistas, apoiados pela força gover
do Reino, curiosa instituição chamada a Roda do Sal, cuja função consistia ein fixar o tabclamento do produto segun
namental contra as massas escorcháveis
do certa escala ou roda.
e submissas.
1852.
A gabela, o imposto sobre o sal, pas sou a ser aos ouvidos das populações
landa cm 1663 o do reconhecimento da
Torro do Oiilão, sita a entrada da barra
não atroz repressão por parte da auto ridade regia. E\'ocando-a, escreveu Vitor iliigo,
Entre 'os romanos tanta importância tinha que os legionários recebiam rações
tação dèsle comércio que foi assunto de artigos dos tratados de paz com a Ho
açumbarcaclorcs. Sobretudo quando con•seguiam ter o apoio dos governadores da
Afonso de E. Taunay
r\o SAL e de seus diversos usos corno
107
EcoN6>nro
Durou até
Grandes dificuldades criavam a essa
junta as manobras dos especuladores e
independência de Portugal pela Espa
(Ic Setúbal.
nha em 1668.
Abusavam da autoridade c da situa-
Assim,
frcqucntcmenlo
trancavam
^
A 5 do setembro de 1703, fêz D. Pe dro II o.xpedir novo regmiento para o comércio do sal. Manter-se-ia em vigor
Váo militar para impor aos armadores a ^■<nupra do .sal sòbrc o qual agiotavam. a
até 1851.
^^arra á saída dos barcos dos resistentes as suas imposições.
As principais zonas salinciras eram,
na nossa época colonial, Ayeíro, Setobal, Alcácer do Sal. Faro e Ta^ira (Es
Oviiros especuladores também havia, ^■•>nu) os guardas-moros da Saúde e os
teves Pereira e Guilherme Rodrigues, Portugal, VI, 338 a o02).
jaizes da Alfândega. Dos salineiros compravam o gênero por baixo
No Brasil quinhentista o con-
pieço c o revendiam a cstran-
sumo de sal deve ter sido im-
l^ciros por subido valor. Esses
nimo, dada a sua tão reduzida
faneionários veliiacos, mancomu-
Tt"'°zc„as principais esta
aados com os governadores do Oatão, freqüente e abusivamcn-
vam em condições de abastecer a Coiôniai a das salinas natu
retinham as embarcações nas
rais vizinhas ao Cabo de Sáo Roque a
"guas do Sado.
Ainda existiam outros atravcssadores, as cônsviles e os corretores alcunhados línguas. Em 1570 procurou D. Sebastião com bater esses abusos, o o Cardeal Rei, em
a das imediações de Cabo
■ Curioso é que GabrmlSo^^^^^^^^^
Brasil, feito
1578, determinou que, anualmente, se
Sr"Frir"Sn.r;ne k de ^ de
alegcssc uma comissão de três homens bons, donos de salinas, a quem caberia
juneiro " 1l' O de de março, "i Ç . se coalha a
fixar o preço do produto, então muito
áüua muito depressa e seu.
procurado pará a exportação.
Já em 1466 proibira Afonso o Atri-
aano que os estrangeiros comprassem no
Reino gêneros, salvo quanto ao vinho, azeite e sal.
Baixando a produção, mandou Felipe
rinhas tomam os Índios o sal mmto coa gido e duro, muito alvo, as mãos cheias, de debaixo da água .
E no entanto, é o sal de Mossoró e do Assu incomparàvelmente mais abun
mentos para a repartição do produto,
dante do que o de Cabo Fno e pro duto, oiitrora, de melhor qualidade. É o melhor sal que há em tôda esta costa (do Brasil) escreve o anônimo de
acordo com o projeto apresentado por
faz sal na costa do Brasil (Rev. Inst.
II, em 1597, regulamentar-lhe a
Renasceu a salicultura sob D. João
que em 1641 e 1643 fêz baixar regi
,
,
dando-lhe definitiva forma em 1647, de
Antonio de Souza de Macedo, pelo Rei
expressamente convidado para tal fim. Tão importante o caso de regulamen
Nota de tôdas as marinhas em que se
Brás., 46, 1, 174-176), papel redigido entre 1806 e 1816.
"Em quantidade capaz de fornecer lií
108
Dzcesto Econômico
todo o universo (sic) sem outro algum beneficio e despesa mais que collièr." Do sal de Cabo Frio diz o mesmo
autor que sua exportação \inha a ser
cionado c também o úiiíco Jtavcr em que podiam adquirir alguma utilidade". Respondeu o monarca íjuc na aiTCmataçao de próximo contrato, «pie es
pequena "seu produto não servia para
tava a se fazer, se atenderia à recla
salgar porque fazia arder a carne c o
mação d«)s íal)ofricnses. E assim cum
peixe pela muita fortidão".
A esta opinião corrobora prolóqiiio popular do antigo São Paulo colonial que nos foi referido por muito sandosí) amigo, tradicionalista sobremodo sabi--
dor de cousas da., vcllias eras, João Evangelista Pompéu de Campos: carne de Curitiba e sal de Cabo Frio servem para o gentio.
Diz o anônimo autor da Memória his
tórica da cidade de Cabo Frio e de todo o seu distrito, ano de 1797 (Cf. Rev
Inst. Hist. Bras. 46, I, 205-236) que ao tempo dos primeiros povoadorcs, no sé
culo XVI, portanto, haviam as salinas
cabofricnses produzido tanto que da riam para abastecer a Capitania do Rio
de Janeiro, aparecendo nos antigos tes
prira.
Ma.s no decurso do .século XVilI de
caíra muito a produção local, diz o menuírialista, «• o produto cada vez mais sv forna\a pior, porque os salineiros
"nao se coinocavam para a pn.paração dos lugares cm cpie .se formasa o sal, tirando-llie.s o Iodo e outras muitas im-
puridades do er\'as já muito corrompida.s".
Assim, cm 1797 a produção bai.xara a • .300 alqueires de um sal misturado cio lodo e terra.
^c-rto é que os povo.s do Brasil rcfug<i\am, para fins condimcntórios, tanto o sal de Cabo Frio como o do Pcmam-
Juco, designação que abrangia o que
as salinas de Assa o Mossoró a tamentos e inventários, declarações re ^ lendiam amaracá e Pau Amarelo na vizinhança lativas a "avultados números de moios dc Olinda. de sal em diferentes salinas c de dife Dutia cousa era o sal do Reino, não rentes anos".
Guerra de morte haviam, porém, mo vido aos salineiros
os
contratadores
reínóis do estanco do sal para acaba rem com uma concorrência a eles no civa.
Assim, no governo de Luiz Vahia
Monteiro, o famo.so Onça (1725-1732) havia até conseguido o arrendatário do
contratador no Rio de Janeiro que força da linha fosse a Cabo Frio apreender todo o sal ali existente e proceder a se
queima\'a os couros nas operações de curtume nem tornava ardidas as tainlias
loy
DtCESTci Eco>tANní:o Em 16-U) solicitaxa Salvador Correia de Sá c Bonevicles, como Capitão-mor e Gov<Tnador do Rio do Janeiro, auto
rização para fazer \'ir da Bahia a Gua região fluminenses (Arquivo da Mari nha e Ullratnar, 191) na contiguidade
Câmaras c dos pov os do Brasil contm
As reclanrações dos po\'OS do Brasil chegavam ao Consellio Ultramarino ins tantes como cm -IG-ÍS (A. M. c U. 615). A de 16 de julho clèstc ano tratava do soc orro a Angola c ao mesmo tempo do fornecimento ao Rio de Janeiro. Tid a dificuldade do embarque por
Mavia enonnc carência, dizia o Consell-ío Ultramarino, sendo urgente u necessidade de se obrigar o contratador a alguma remessa
—
considerável (A. M. e U. 707). Em 1651, o governador flumi nense D. Luiz de Almeida adver
navio, admitindo muita quebra, vcndmm lugar dc sessenta, ou, quando mm o, com uma diferença de um quarto. ^
Em 1663, foram tais as reclamações
do.s cariocas que o Conselho 1^ trc^a
rino intimou o contratador Luiz de Pina
investidas do fisco sobro as suas quotas
clc lucro provável. Tal o caso de Fran cisco Mendes, negociante em Lisboa c contratador do sal para as do Rio de Janeiro e Bahia. A -5 de no vembro de 1727, pedia ao Rei que du
Zirgí-s aspecto, até que atingisse o máximo de ^"tensida
Zno sêcu\o XVIII, quando Bartolomeu Fernandes de Fana ocupou, à testa de grande for^. de seus apaniguados e mdios de
serváço, os armazéns dos eontratantes em Santos.
„ questão do sal verdadeiro pre-
terto de Exasperação das populações do ntnalto paulista, obrigadas a adqmnr o gênero pelos preços niais «justos, bitririos, freqüentemente, senão a cada p,sso aladroados. E, apesar de tudo,
Caldas a remeter para a Guanabara a
L condiçães de precáno fornecimento,
maior quantidade possível e quanto antes. Situação aflitiva a da praça flmninense no ano seguinte, relatava o Governa
tão incerto quanto insuficiente.
qüestro nos bens de seus possuidores. Reagira a Câmara local representando a b. Joáo V contra o desarrazoado proce
comercial eram até utilizitdos, às vôzes,
dimento do contratador a pretender "de-
desaviera-vSe Salvador Corrêa com o re
navios de guerra, como se deduz de
sapossar os povos de um benefício que a natureza pródiga lhes havia propor
presentante do contratador,
uma consulta do Conselho da Fazenda de 11 dc maio dc 1639.
que aos cofres régios pagasse 1:200$00
For transtorno e falta da navegação
a desídia c a improbidade dos estanquei-
rante a vigência do seu contrato nenhu ma taxa se majorasse das fulta de navios que a 11 dc janeiro de bre o produto. Pagava, então, 30.500 IRõl o contratador pediu licença para cruzados anuais (12.400$) pelo estanco. remeter o g«>ncro ao Brasil a bordo dc Em São Paulo, freqüentemente assurnivios suecos c hamburgueses (A. M. c m,u • conflito eternamente renovado, o coní^ consumidores, os U. 696).
"s moios de sal com 15 alqueires em
Ma.s a constância do fornecimento no
São um nunca acabar os protestos das ros. Êslcs, por sua vez, temiam novas
<!'' Ciabo h-riol
Na costa dc São Paulo, não permi tem as condições elimatéricas a produéiio de sal, que todo era importado,
Brasil dos primeiros séculos vinha a ser tudo quanto havia de mais precário mesmo nos maiores portos do País. Abundam os documentos a tal respeito.
E no entanto o Rio de Janeiro sempre
dispunlia do sal de Cabo Frio, por pior que lhe fosse o preparo.
tia a D. João IV de que os mestres de
barque.
to havia disto mais de ano.
nabara um earregamenlo de sal, de que havia u maior necessidade na cidade e
c outros peixes postos à salga.
coneentrando-se em Santos o seu desem
completa desorganização do fomecimc»-
dor Pedro de Melo a D. Afonso VI:
em vez de 500$000.
Daí proviera a ■vi /fii- ■
Como que cm todo o mundo ociden tal vivia o comércio do cloreto essen cial ao homem ligado a uma série de
processos e fórmulas destinados à melhor exploração dos povos pelos arrendatários de impostos e o fisco régio. E provoca-
108
Dzcesto Econômico
todo o universo (sic) sem outro algum beneficio e despesa mais que collièr." Do sal de Cabo Frio diz o mesmo
autor que sua exportação \inha a ser
cionado c também o úiiíco Jtavcr em que podiam adquirir alguma utilidade". Respondeu o monarca íjuc na aiTCmataçao de próximo contrato, «pie es
pequena "seu produto não servia para
tava a se fazer, se atenderia à recla
salgar porque fazia arder a carne c o
mação d«)s íal)ofricnses. E assim cum
peixe pela muita fortidão".
A esta opinião corrobora prolóqiiio popular do antigo São Paulo colonial que nos foi referido por muito sandosí) amigo, tradicionalista sobremodo sabi--
dor de cousas da., vcllias eras, João Evangelista Pompéu de Campos: carne de Curitiba e sal de Cabo Frio servem para o gentio.
Diz o anônimo autor da Memória his
tórica da cidade de Cabo Frio e de todo o seu distrito, ano de 1797 (Cf. Rev
Inst. Hist. Bras. 46, I, 205-236) que ao tempo dos primeiros povoadorcs, no sé
culo XVI, portanto, haviam as salinas
cabofricnses produzido tanto que da riam para abastecer a Capitania do Rio
de Janeiro, aparecendo nos antigos tes
prira.
Ma.s no decurso do .século XVilI de
caíra muito a produção local, diz o menuírialista, «• o produto cada vez mais sv forna\a pior, porque os salineiros
"nao se coinocavam para a pn.paração dos lugares cm cpie .se formasa o sal, tirando-llie.s o Iodo e outras muitas im-
puridades do er\'as já muito corrompida.s".
Assim, cm 1797 a produção bai.xara a • .300 alqueires de um sal misturado cio lodo e terra.
^c-rto é que os povo.s do Brasil rcfug<i\am, para fins condimcntórios, tanto o sal de Cabo Frio como o do Pcmam-
Juco, designação que abrangia o que
as salinas de Assa o Mossoró a tamentos e inventários, declarações re ^ lendiam amaracá e Pau Amarelo na vizinhança lativas a "avultados números de moios dc Olinda. de sal em diferentes salinas c de dife Dutia cousa era o sal do Reino, não rentes anos".
Guerra de morte haviam, porém, mo vido aos salineiros
os
contratadores
reínóis do estanco do sal para acaba rem com uma concorrência a eles no civa.
Assim, no governo de Luiz Vahia
Monteiro, o famo.so Onça (1725-1732) havia até conseguido o arrendatário do
contratador no Rio de Janeiro que força da linha fosse a Cabo Frio apreender todo o sal ali existente e proceder a se
queima\'a os couros nas operações de curtume nem tornava ardidas as tainlias
loy
DtCESTci Eco>tANní:o Em 16-U) solicitaxa Salvador Correia de Sá c Bonevicles, como Capitão-mor e Gov<Tnador do Rio do Janeiro, auto
rização para fazer \'ir da Bahia a Gua região fluminenses (Arquivo da Mari nha e Ullratnar, 191) na contiguidade
Câmaras c dos pov os do Brasil contm
As reclanrações dos po\'OS do Brasil chegavam ao Consellio Ultramarino ins tantes como cm -IG-ÍS (A. M. c U. 615). A de 16 de julho clèstc ano tratava do soc orro a Angola c ao mesmo tempo do fornecimento ao Rio de Janeiro. Tid a dificuldade do embarque por
Mavia enonnc carência, dizia o Consell-ío Ultramarino, sendo urgente u necessidade de se obrigar o contratador a alguma remessa
—
considerável (A. M. e U. 707). Em 1651, o governador flumi nense D. Luiz de Almeida adver
navio, admitindo muita quebra, vcndmm lugar dc sessenta, ou, quando mm o, com uma diferença de um quarto. ^
Em 1663, foram tais as reclamações
do.s cariocas que o Conselho 1^ trc^a
rino intimou o contratador Luiz de Pina
investidas do fisco sobro as suas quotas
clc lucro provável. Tal o caso de Fran cisco Mendes, negociante em Lisboa c contratador do sal para as do Rio de Janeiro e Bahia. A -5 de no vembro de 1727, pedia ao Rei que du
Zirgí-s aspecto, até que atingisse o máximo de ^"tensida
Zno sêcu\o XVIII, quando Bartolomeu Fernandes de Fana ocupou, à testa de grande for^. de seus apaniguados e mdios de
serváço, os armazéns dos eontratantes em Santos.
„ questão do sal verdadeiro pre-
terto de Exasperação das populações do ntnalto paulista, obrigadas a adqmnr o gênero pelos preços niais «justos, bitririos, freqüentemente, senão a cada p,sso aladroados. E, apesar de tudo,
Caldas a remeter para a Guanabara a
L condiçães de precáno fornecimento,
maior quantidade possível e quanto antes. Situação aflitiva a da praça flmninense no ano seguinte, relatava o Governa
tão incerto quanto insuficiente.
qüestro nos bens de seus possuidores. Reagira a Câmara local representando a b. Joáo V contra o desarrazoado proce
comercial eram até utilizitdos, às vôzes,
dimento do contratador a pretender "de-
desaviera-vSe Salvador Corrêa com o re
navios de guerra, como se deduz de
sapossar os povos de um benefício que a natureza pródiga lhes havia propor
presentante do contratador,
uma consulta do Conselho da Fazenda de 11 dc maio dc 1639.
que aos cofres régios pagasse 1:200$00
For transtorno e falta da navegação
a desídia c a improbidade dos estanquei-
rante a vigência do seu contrato nenhu ma taxa se majorasse das fulta de navios que a 11 dc janeiro de bre o produto. Pagava, então, 30.500 IRõl o contratador pediu licença para cruzados anuais (12.400$) pelo estanco. remeter o g«>ncro ao Brasil a bordo dc Em São Paulo, freqüentemente assurnivios suecos c hamburgueses (A. M. c m,u • conflito eternamente renovado, o coní^ consumidores, os U. 696).
"s moios de sal com 15 alqueires em
Ma.s a constância do fornecimento no
São um nunca acabar os protestos das ros. Êslcs, por sua vez, temiam novas
<!'' Ciabo h-riol
Na costa dc São Paulo, não permi tem as condições elimatéricas a produéiio de sal, que todo era importado,
Brasil dos primeiros séculos vinha a ser tudo quanto havia de mais precário mesmo nos maiores portos do País. Abundam os documentos a tal respeito.
E no entanto o Rio de Janeiro sempre
dispunlia do sal de Cabo Frio, por pior que lhe fosse o preparo.
tia a D. João IV de que os mestres de
barque.
to havia disto mais de ano.
nabara um earregamenlo de sal, de que havia u maior necessidade na cidade e
c outros peixes postos à salga.
coneentrando-se em Santos o seu desem
completa desorganização do fomecimc»-
dor Pedro de Melo a D. Afonso VI:
em vez de 500$000.
Daí proviera a ■vi /fii- ■
Como que cm todo o mundo ociden tal vivia o comércio do cloreto essen cial ao homem ligado a uma série de
processos e fórmulas destinados à melhor exploração dos povos pelos arrendatários de impostos e o fisco régio. E provoca-
XIU
wmm
DiCESTo Econômico
dor de reações dos exlorquídos, freqüen É a autoridade de Antonío Piza na
Referindo-so às condições de meados do século XViri continua Pizn:
história de São Paulo seíscentista, em ge ral, medíocre. Conhecia incomparà\'ol-
te estabelecido no contrato, excedia de
mcnte melhor o século XVIII, fato. aliás, perfeitamente explicável, visto como no
patncas, por alqueire, c assim todos
seu tempo estava ainda inédito, total-
podiam fazer uso. mais ou menos li
temente a mão armada até.
mente, o arquivo municipal paulistano,
i:
trato alguns especuladores sem escnipulos, residentes em Santos ou em São
nul duzentos e oitenta réi.s, ou quatro
mitado. dêsse gênero dc primeira ne
cuja importância é enorme, escusado
cessidade para os povos civilizados.
Entretanto, dcvemn.s notar que não era barato um tal preço, e que a classe
sal em Sao Paulo" no tomo IV da Re-
realmente pobre só podia fazer ernprêgo
condições sctecen-
trabalhador do roça ganhava, nos dois séculos passados, de oitenta a com réis
i^a do Imtituto Histórico de São Paulo, minto diminuto do sal, porque um bom se porem absolutamente exato
S
í'i
°
com que comprar um serviço para de ganhar alqueire sal. palavras do eru- com
mk
dos 43 primeiros tomos nuarenf'"^ ^"'' eqüivaleria a cêrca de Interessantes para a Hjstona e Costumes de São Paulo. quenta litms . do despotismo colonial que, debaixo de diversas formas, posou rude- a^cmataclo arremiTT'^^'^^ em Lisboa porquase prazosempre, L,
j I «
e suficientemente moderado, para que
do compromisso algum legal, armazc-
das da existência no Oceano Atlântico dc numerosos nuiios corsários c piratas, franceses, inglêsc.s o holandeses, que re-
uu\am todo o carregamento, retirando-o
tinluun nos portos portugueses as em
uUa do preços que por muitas vêz^s suoirutn a (juarenta mil réis por alqueire,
para uma tão longa viagem e de en
«^os pela legislação fiscal do tempo.
contrar no caminho aqueles perigosos
''das \izinbas, o a duzentos e trezentos mil réis em Goiás e Cuiabá, onde por
'"os^^annadorcs portugueses não que
tai.s preços o sal só era empregado em
riam arriscar a perda dos seus nanos
pelos mais altos preços que a ca-
^''Stia permitia.
1"uni^ado pelodo preço contratante erasecerto, mas por que obrigava
representações o queixas de todas
sortes, motivadas pelo sofrimento do privo c dirigidas pelas Câmaras Munici
^®uder o sal em Santo.s aos comer
ciantes e consumidores; porém, pouco satisfeito com o ganho lícito que pode
barcações destinadas ao Brasil, pelo re ceio que tínliam de sair ao mar largo
cm São Paulo, Sorocaba c Itu e outras
baraço e o descaramento ao ponto do ucm seipier retirar da Alfândega para ^cus armazéns, que talvez não tivessem, o Sal recebido de Portugal, e ali mesmo " '■'cndiam aos retalheiros e consumido-
não tinha mais a pagar Sa de de Santos do que alguns o1 urnentos expediente estabeleci-
c êle arrematante, assim coagido por fôrça'maior, não pudera introduzir, em
tcinpo, no pôito dc Santos a quantidade estipulada dc sal, e dai ^nham a falta do gênero c os conseqüentes clamores do Goi'êrno de Lisboa, que quase sem
pre estava disposto a se contentar com
quaisquer desculpas, aceitava estas do
Iremíitantc, que, se nao verdadeiras, eram muito plausíveis, e tudo permane cia no mesmo estado anterior continuan
do fabulosos os lucros auferidos pelo
contratador c seus associados e sem eco
pais da Capitania ao Governo português,
nem justiça as queixas e os sofrimen
ria ter dentro das cláusulas do contrato,
uuo eram atendidas por aquele Govêrno,
lançava mão de expedientes diversos, que lhe permitiam alargar enormemeiitc as margens dos lucros lícitos que
'^lUo .só tinha cm vista os rendimentos
Dizem as lendas que foi então que se introduziu e se vulgarizou o uso da
'^lue aquele monopólio lhe trazia.
em responsabilidade civil ou criminal."
sociais e mesmo das pessoas necessita
O meio mais usado, por ser o de niais fácil execução e de menos peri-
Sc
A:
tos dos paulistas.
unia vez ou outra o Governo fingia dar
cangica, do içá torrado, c do pinhão
va que o arrematante informasse sobre se a quantidade de sal introduzido em
Santos e o preço de venda estavam de
classes pobres da capitania de Sao Paulo c dai a origem da leproso, horrível doen ça que se propagou por todas as classes
conformidade com as condições do con
sociais.
Ouvidos às queixas dos paulistas, manda
deveria ter, sem que por isso incorresse
ficasse ao alcance de todas as classes das."
gava o arrematante as dificuldades oriun
forçar ainda maior alta nos preços, ale
gênero pelo preço taxado, mas os intcu-ssados. seus secretos sócios, não ten
monopolistas, seguros da impuni
ao escuro. Tendo assim pago os
odioso monópolio, concedido não a al gum protegido, porque o Governo colo nial, sempre egoísta, cuidava sòmente em si e nunca protegia ninguém, mas a algum especulador que mais desse, por êle, em lance público." "O preço para a venda do gênero a retalho era sempre estipulado no con trato para a sua introdução em Santos,
dições. a (jue se obrigara, dc vender
dade, lcva\'am algumas vêzes o desem
Cl 0.S reais em Lisboa, o contratante
nn
Ou então, quando o suprimento ti nha sido propositalmcntc menor do que o estabelecido no contrato, a fim de
"'us balismais.
ordinariamente de trê.s anos, e o seu ' duas verdadeiras calamidades afligiram' produto Ia mc.smo recolhido anualmen'' os paulistas durante mais de duzentos Uma delas foi a carestia excessiva do sal, que não podia ser fabricado nas cos tas marítimas da capitania de São Paulo e era importado de Portugal mediante
\erdacleinis.
'dguina medicina caseira ou na.s ccriniô-
mente sôbre todo o Brasil até .1822
anos.
preços estabelecidos na tabela todo o
sal existente na Alfândega de Santos nu a cliegar pela primeira frota do Reino de Portugal". O contratante eumpria assim as con
rio eon.sníno, e assim força\'am espantosa
por dia, e, portanto, precisava de do-
ÍL.
Paulo, e vender-lhes ficticiamente pelos
trato, como pro\a\'a com certidões pas sadas pelos oficiais da Alfândega, cuja veracidade não podia ser contestada na Capital do Reino, porque eram de fato
gosa aplicação, era interessar no con
"naranicntc Ôs.se preço, prudentemen
parece lembrá-Io.
O que escreveu sôbre "A miséria do
111
Dicesto Econômico
cozido e assado, como alimento das
XIU
wmm
DiCESTo Econômico
dor de reações dos exlorquídos, freqüen É a autoridade de Antonío Piza na
Referindo-so às condições de meados do século XViri continua Pizn:
história de São Paulo seíscentista, em ge ral, medíocre. Conhecia incomparà\'ol-
te estabelecido no contrato, excedia de
mcnte melhor o século XVIII, fato. aliás, perfeitamente explicável, visto como no
patncas, por alqueire, c assim todos
seu tempo estava ainda inédito, total-
podiam fazer uso. mais ou menos li
temente a mão armada até.
mente, o arquivo municipal paulistano,
i:
trato alguns especuladores sem escnipulos, residentes em Santos ou em São
nul duzentos e oitenta réi.s, ou quatro
mitado. dêsse gênero dc primeira ne
cuja importância é enorme, escusado
cessidade para os povos civilizados.
Entretanto, dcvemn.s notar que não era barato um tal preço, e que a classe
sal em Sao Paulo" no tomo IV da Re-
realmente pobre só podia fazer ernprêgo
condições sctecen-
trabalhador do roça ganhava, nos dois séculos passados, de oitenta a com réis
i^a do Imtituto Histórico de São Paulo, minto diminuto do sal, porque um bom se porem absolutamente exato
S
í'i
°
com que comprar um serviço para de ganhar alqueire sal. palavras do eru- com
mk
dos 43 primeiros tomos nuarenf'"^ ^"'' eqüivaleria a cêrca de Interessantes para a Hjstona e Costumes de São Paulo. quenta litms . do despotismo colonial que, debaixo de diversas formas, posou rude- a^cmataclo arremiTT'^^'^^ em Lisboa porquase prazosempre, L,
j I «
e suficientemente moderado, para que
do compromisso algum legal, armazc-
das da existência no Oceano Atlântico dc numerosos nuiios corsários c piratas, franceses, inglêsc.s o holandeses, que re-
uu\am todo o carregamento, retirando-o
tinluun nos portos portugueses as em
uUa do preços que por muitas vêz^s suoirutn a (juarenta mil réis por alqueire,
para uma tão longa viagem e de en
«^os pela legislação fiscal do tempo.
contrar no caminho aqueles perigosos
''das \izinbas, o a duzentos e trezentos mil réis em Goiás e Cuiabá, onde por
'"os^^annadorcs portugueses não que
tai.s preços o sal só era empregado em
riam arriscar a perda dos seus nanos
pelos mais altos preços que a ca-
^''Stia permitia.
1"uni^ado pelodo preço contratante erasecerto, mas por que obrigava
representações o queixas de todas
sortes, motivadas pelo sofrimento do privo c dirigidas pelas Câmaras Munici
^®uder o sal em Santo.s aos comer
ciantes e consumidores; porém, pouco satisfeito com o ganho lícito que pode
barcações destinadas ao Brasil, pelo re ceio que tínliam de sair ao mar largo
cm São Paulo, Sorocaba c Itu e outras
baraço e o descaramento ao ponto do ucm seipier retirar da Alfândega para ^cus armazéns, que talvez não tivessem, o Sal recebido de Portugal, e ali mesmo " '■'cndiam aos retalheiros e consumido-
não tinha mais a pagar Sa de de Santos do que alguns o1 urnentos expediente estabeleci-
c êle arrematante, assim coagido por fôrça'maior, não pudera introduzir, em
tcinpo, no pôito dc Santos a quantidade estipulada dc sal, e dai ^nham a falta do gênero c os conseqüentes clamores do Goi'êrno de Lisboa, que quase sem
pre estava disposto a se contentar com
quaisquer desculpas, aceitava estas do
Iremíitantc, que, se nao verdadeiras, eram muito plausíveis, e tudo permane cia no mesmo estado anterior continuan
do fabulosos os lucros auferidos pelo
contratador c seus associados e sem eco
pais da Capitania ao Governo português,
nem justiça as queixas e os sofrimen
ria ter dentro das cláusulas do contrato,
uuo eram atendidas por aquele Govêrno,
lançava mão de expedientes diversos, que lhe permitiam alargar enormemeiitc as margens dos lucros lícitos que
'^lUo .só tinha cm vista os rendimentos
Dizem as lendas que foi então que se introduziu e se vulgarizou o uso da
'^lue aquele monopólio lhe trazia.
em responsabilidade civil ou criminal."
sociais e mesmo das pessoas necessita
O meio mais usado, por ser o de niais fácil execução e de menos peri-
Sc
A:
tos dos paulistas.
unia vez ou outra o Governo fingia dar
cangica, do içá torrado, c do pinhão
va que o arrematante informasse sobre se a quantidade de sal introduzido em
Santos e o preço de venda estavam de
classes pobres da capitania de Sao Paulo c dai a origem da leproso, horrível doen ça que se propagou por todas as classes
conformidade com as condições do con
sociais.
Ouvidos às queixas dos paulistas, manda
deveria ter, sem que por isso incorresse
ficasse ao alcance de todas as classes das."
gava o arrematante as dificuldades oriun
forçar ainda maior alta nos preços, ale
gênero pelo preço taxado, mas os intcu-ssados. seus secretos sócios, não ten
monopolistas, seguros da impuni
ao escuro. Tendo assim pago os
odioso monópolio, concedido não a al gum protegido, porque o Governo colo nial, sempre egoísta, cuidava sòmente em si e nunca protegia ninguém, mas a algum especulador que mais desse, por êle, em lance público." "O preço para a venda do gênero a retalho era sempre estipulado no con trato para a sua introdução em Santos,
dições. a (jue se obrigara, dc vender
dade, lcva\'am algumas vêzes o desem
Cl 0.S reais em Lisboa, o contratante
nn
Ou então, quando o suprimento ti nha sido propositalmcntc menor do que o estabelecido no contrato, a fim de
"'us balismais.
ordinariamente de trê.s anos, e o seu ' duas verdadeiras calamidades afligiram' produto Ia mc.smo recolhido anualmen'' os paulistas durante mais de duzentos Uma delas foi a carestia excessiva do sal, que não podia ser fabricado nas cos tas marítimas da capitania de São Paulo e era importado de Portugal mediante
\erdacleinis.
'dguina medicina caseira ou na.s ccriniô-
mente sôbre todo o Brasil até .1822
anos.
preços estabelecidos na tabela todo o
sal existente na Alfândega de Santos nu a cliegar pela primeira frota do Reino de Portugal". O contratante eumpria assim as con
rio eon.sníno, e assim força\'am espantosa
por dia, e, portanto, precisava de do-
ÍL.
Paulo, e vender-lhes ficticiamente pelos
trato, como pro\a\'a com certidões pas sadas pelos oficiais da Alfândega, cuja veracidade não podia ser contestada na Capital do Reino, porque eram de fato
gosa aplicação, era interessar no con
"naranicntc Ôs.se preço, prudentemen
parece lembrá-Io.
O que escreveu sôbre "A miséria do
111
Dicesto Econômico
cozido e assado, como alimento das
Oif^-KSTo
Ecox<S\nco
— Dos .3.58 (piilômetros da interligação Contciidas-Monte Azul, luwàa 114 qui-
NOVOS PLANOS
hmietros viu tráfego, 35 inavigurados, 33 pronto.s para receber trilhos, 18 com
n
trilhos assentados e 158 atacados;
Nelson ^VI;n^•ECK Souiu-;
Que os planos scn-ein, entro nós, ape
— dos 188 (pulôinctros da interligação Campina Grande-Putos, havia 36 quilô
ocorrido com o Plano Nacional de Viu-
rudantt;, c[iic poderiam conduzir, coni O passar dos tempos, a uma padronização capaz de faeililar a homogeiiiziição dc <IU(' as interligações são apenas um dos aspcctfis. embora o mais sedutor porque
ção elaborado em 1934. Em onze anos.
aparece nos mapas e esquemas o fa-
«prilômetros em trafego, 44 prontos para
de 1934 a 1945, dos 22.121 quilònietros de vias terrestres cuja construção fòra proposta, somente foram construídos
\'orccc o desenho em \-árias cores. Co-
receber trilhos c .58 atacados;
nas para ornamentar os arqui\os,
(juando êsles são bem organizados, fi cou comprovado pela constata<,-ão cio
1.3.56 f|uilòmetros. Nesse mesmo espaço de tempo, mas fora do plano, foram construídos 421 quilômetros. Em 1938, quatro anos após a sua aprc;sentação,
portanto, tinha-se chegado à conelusão
de que as vias terrestres nele propostas como rodoviasf inicialmente, para pos terior transformação em ferrovias, de
Ilaíha-Mnndo No\'0, havia 50 quilômci^tacados;
<'.xccntivo atacou iodas as interligações previstas, simuitãncamcntc, em todos os recantos do imenso brasil, cm ferrovias
Mumbaça-Sonza, havia 30 quilômetros prontos para receber trilhos o 8 ataca
puderam transformar alguma coisa dêle em e.vecução, foi o sistema de interliga ções da rede existente. Se a comissão, realmente, não sc interessara pelo grave inas complexo problema do sistema de trabalho ou do regime de exploração sob
o qual operavam as ferrovias que nele eram aproveitadas, algumas de capital
estrangeiro e administração particular, outras sob administração estadual, e ou
ção econômica e capacidade de tráfego as mais diversas, do tal sorte que nada Em 1947, treze anos
gasse á conclusão - o setor rodoviano
tomava um impulso mais acentuado. E disparidade entre a pausa ferrona-
c rarividadc rodoviária tinha as suas
-
nnr não vamos discutir aqm, no
mia admimstn ,
j
wq adiante, Jque permi-
liS aTór^ãos 'estaduais, alguus tam-
lômetros prontos para receberem trilhos. Por aí se verifica como a dispersão dc atividades foi imensa e como as
próprias ligações que saltavam aos olhos ^ encontraram circunstancias de alarma
atacados;
ritmo, morno, de que tarde se emancipa
— do.s 172 quilômetros da interligação Terczina-Peripiri, havia 45 quilômetros
ram. Salvo tal interligação, efetivamen
entre o Rio e a Bahia, atravessaram um
te, e aquela que correspondia ao anseio de ordem política de ligar a nova capi tal goiana à rede ferroviária de bitola
atacados;
— dos 61 quilômetros da interligação Santo Antônio de Jesus-Gruz das Almas, havia 28 quilômetros atacados;
para a via permanente e para o material
— a ligação Albuquerque Né-Afogados da Ingazcira tinha os seus 53 qui
estabelecer a continuidade do tráfego
tos — tivera, pelo menos, um especial
interligações sem teor econômico£-
tificuUvo, sem que nenhuma delas che
ce registro: e que
— dos 49 quilômetros da interligação Blumcnau-Itajaí, havia 14 quilômetros
metros atacados;
\ idade dispersiva, nos trabalhos de coustrução ferroviária, distribiundo-se, por outro lado. quer cm empreendunentos não prev istos no plano em curso, quer
— a ligação Leopoldo dc BulhõesCoiània, com 91 quilômetros, tinha 44 ^luilômotros prontos para receber trilhos
í^apazes de fazer convergir para elas tôdas as atenções, como a que deveria
intercorrência de cessões e arrendamen
Ao mesmo tempo que se verificava um
dos;
atacados;
— dos 550 quilômetros da interliga ção Terezina-Paulistana, havia 38 quilô
não havia o que transportar.
nto Uma delas, entretanto, mereniomento.
os restantes atacados;
24 quilômetros atacados; — dos 350 quilômetros da interligação Apucarana-Guaíra, havia 97 quilômetros
tras sob administração federal, com a
cuidado: o de formular normas técnicas,
— dos 91 quilômetros da interligação
cc todos os tipos e padrões, sob situa se concretizou.
De tudo o que o plano continha, o que restou de mais fascinante, aos que
Irns prontos para receber trilhos c 40
urgência, para tais Irabaliins, o órgão
'ipó.s a apresentação do plano, o que se podia verificar, num rápido balanço, eito através dc relatório do órgão fec eral competente, era o seguinte: — dos 76 quilômetros da interligação Lima Duartc-Bom Jardim, liavia apenas
Grosso.
— dos 90 <prilômelros da interligação
Ao in\'es de elaborar uma ordem de
viam ser construídas como ferrovias des cos Cuiabá-Santarém, Cuiabá-Pôrto Ve
— dos 128 (prilòmctros da interligação Palmeira dos Índios-Colégio, havia 16
tretanto?
mo tempo, em zonas de interesse c dc potencial econômico os mais diversos c, geralmente, atacava com mais vigor aquelas obras que conduziriam à situa ção curiosa de oferecer transporte onde ritmo muito lento, ao lado de uma ati-
cados;
nio foram tais interligações atacadas, en
de o início, inclusive os grandes tron lho e Salvador-Goiás-Cuiabá-Vila Mato
metros com triUu)S assentados o 10 ata
SC todos os Estados do Brasil, ao mes
im. i*';
■
™Outra de raza p foi. sem durada,
disparidade p.™ as seu
prerSvTmelfo baixo, ao passo que
r constrrrções ferroviárias esbarravam
úo considerável obstáculo do errcareci-
monto extraordinário. Tendo permitido. désse que os Ciasse r^odo, mu , tais cirennstáneias, r^Joviários tomassem empreendimentos roouvi.u impulso - de que foram reflexo, rd.ás,
métrica, tôdas as outras arrastavam-se
OS congressos rodo%aários, a cnaçao e
obras ferroviárias de construção em qua-
fica etc. — era natural que os planeja-
em trabalhos parcelados e lentos. O órgão executivo federal estava atacando
'V. ,1.-.
autonomia dos departamentos estaduais, a arrecadação de taxa rcdoviana especi
Oif^-KSTo
Ecox<S\nco
— Dos .3.58 (piilômetros da interligação Contciidas-Monte Azul, luwàa 114 qui-
NOVOS PLANOS
hmietros viu tráfego, 35 inavigurados, 33 pronto.s para receber trilhos, 18 com
n
trilhos assentados e 158 atacados;
Nelson ^VI;n^•ECK Souiu-;
Que os planos scn-ein, entro nós, ape
— dos 188 (pulôinctros da interligação Campina Grande-Putos, havia 36 quilô
ocorrido com o Plano Nacional de Viu-
rudantt;, c[iic poderiam conduzir, coni O passar dos tempos, a uma padronização capaz de faeililar a homogeiiiziição dc <IU(' as interligações são apenas um dos aspcctfis. embora o mais sedutor porque
ção elaborado em 1934. Em onze anos.
aparece nos mapas e esquemas o fa-
«prilômetros em trafego, 44 prontos para
de 1934 a 1945, dos 22.121 quilònietros de vias terrestres cuja construção fòra proposta, somente foram construídos
\'orccc o desenho em \-árias cores. Co-
receber trilhos c .58 atacados;
nas para ornamentar os arqui\os,
(juando êsles são bem organizados, fi cou comprovado pela constata<,-ão cio
1.3.56 f|uilòmetros. Nesse mesmo espaço de tempo, mas fora do plano, foram construídos 421 quilômetros. Em 1938, quatro anos após a sua aprc;sentação,
portanto, tinha-se chegado à conelusão
de que as vias terrestres nele propostas como rodoviasf inicialmente, para pos terior transformação em ferrovias, de
Ilaíha-Mnndo No\'0, havia 50 quilômci^tacados;
<'.xccntivo atacou iodas as interligações previstas, simuitãncamcntc, em todos os recantos do imenso brasil, cm ferrovias
Mumbaça-Sonza, havia 30 quilômetros prontos para receber trilhos o 8 ataca
puderam transformar alguma coisa dêle em e.vecução, foi o sistema de interliga ções da rede existente. Se a comissão, realmente, não sc interessara pelo grave inas complexo problema do sistema de trabalho ou do regime de exploração sob
o qual operavam as ferrovias que nele eram aproveitadas, algumas de capital
estrangeiro e administração particular, outras sob administração estadual, e ou
ção econômica e capacidade de tráfego as mais diversas, do tal sorte que nada Em 1947, treze anos
gasse á conclusão - o setor rodoviano
tomava um impulso mais acentuado. E disparidade entre a pausa ferrona-
c rarividadc rodoviária tinha as suas
-
nnr não vamos discutir aqm, no
mia admimstn ,
j
wq adiante, Jque permi-
liS aTór^ãos 'estaduais, alguus tam-
lômetros prontos para receberem trilhos. Por aí se verifica como a dispersão dc atividades foi imensa e como as
próprias ligações que saltavam aos olhos ^ encontraram circunstancias de alarma
atacados;
ritmo, morno, de que tarde se emancipa
— do.s 172 quilômetros da interligação Terczina-Peripiri, havia 45 quilômetros
ram. Salvo tal interligação, efetivamen
entre o Rio e a Bahia, atravessaram um
te, e aquela que correspondia ao anseio de ordem política de ligar a nova capi tal goiana à rede ferroviária de bitola
atacados;
— dos 61 quilômetros da interligação Santo Antônio de Jesus-Gruz das Almas, havia 28 quilômetros atacados;
para a via permanente e para o material
— a ligação Albuquerque Né-Afogados da Ingazcira tinha os seus 53 qui
estabelecer a continuidade do tráfego
tos — tivera, pelo menos, um especial
interligações sem teor econômico£-
tificuUvo, sem que nenhuma delas che
ce registro: e que
— dos 49 quilômetros da interligação Blumcnau-Itajaí, havia 14 quilômetros
metros atacados;
\ idade dispersiva, nos trabalhos de coustrução ferroviária, distribiundo-se, por outro lado. quer cm empreendunentos não prev istos no plano em curso, quer
— a ligação Leopoldo dc BulhõesCoiània, com 91 quilômetros, tinha 44 ^luilômotros prontos para receber trilhos
í^apazes de fazer convergir para elas tôdas as atenções, como a que deveria
intercorrência de cessões e arrendamen
Ao mesmo tempo que se verificava um
dos;
atacados;
— dos 550 quilômetros da interliga ção Terezina-Paulistana, havia 38 quilô
não havia o que transportar.
nto Uma delas, entretanto, mereniomento.
os restantes atacados;
24 quilômetros atacados; — dos 350 quilômetros da interligação Apucarana-Guaíra, havia 97 quilômetros
tras sob administração federal, com a
cuidado: o de formular normas técnicas,
— dos 91 quilômetros da interligação
cc todos os tipos e padrões, sob situa se concretizou.
De tudo o que o plano continha, o que restou de mais fascinante, aos que
Irns prontos para receber trilhos c 40
urgência, para tais Irabaliins, o órgão
'ipó.s a apresentação do plano, o que se podia verificar, num rápido balanço, eito através dc relatório do órgão fec eral competente, era o seguinte: — dos 76 quilômetros da interligação Lima Duartc-Bom Jardim, liavia apenas
Grosso.
— dos 90 <prilômelros da interligação
Ao in\'es de elaborar uma ordem de
viam ser construídas como ferrovias des cos Cuiabá-Santarém, Cuiabá-Pôrto Ve
— dos 128 (prilòmctros da interligação Palmeira dos Índios-Colégio, havia 16
tretanto?
mo tempo, em zonas de interesse c dc potencial econômico os mais diversos c, geralmente, atacava com mais vigor aquelas obras que conduziriam à situa ção curiosa de oferecer transporte onde ritmo muito lento, ao lado de uma ati-
cados;
nio foram tais interligações atacadas, en
de o início, inclusive os grandes tron lho e Salvador-Goiás-Cuiabá-Vila Mato
metros com triUu)S assentados o 10 ata
SC todos os Estados do Brasil, ao mes
im. i*';
■
™Outra de raza p foi. sem durada,
disparidade p.™ as seu
prerSvTmelfo baixo, ao passo que
r constrrrções ferroviárias esbarravam
úo considerável obstáculo do errcareci-
monto extraordinário. Tendo permitido. désse que os Ciasse r^odo, mu , tais cirennstáneias, r^Joviários tomassem empreendimentos roouvi.u impulso - de que foram reflexo, rd.ás,
métrica, tôdas as outras arrastavam-se
OS congressos rodo%aários, a cnaçao e
obras ferroviárias de construção em qua-
fica etc. — era natural que os planeja-
em trabalhos parcelados e lentos. O órgão executivo federal estava atacando
'V. ,1.-.
autonomia dos departamentos estaduais, a arrecadação de taxa rcdoviana especi
V;
.
Dicesto EcOKÓ>rico
114
rnentos futuros se fizessem, quanto à víação nacional, dando importância sin
gular à função das rodovias. Já se pro cessava, então, a luta, hoje levada a um grau considerável de intensidade, entre a rodovia c a ferrovia, na busca
das mercadorias, luta cjuc deixou o sis
tema ferroviário brasileiro, não apare lhado para enfrentá-la, ein situação de visível inferioridade, porque, mais an
tigo, esta\'a gra\ado pelos erros do pas sado, enquanto o sistema rodoviário, em vias de desenvoKimento, encontrava,
via de regra, possibilidades para fugir a alguns dos mais graves desses erros, guardadas as características que os dis tinguem.
Desde que começaram a tomar vulto, no nosso país, os assuntos rodoviários, apareceram planos de
conjunto, para ligação
das diversas regiões brasileiras. Já em 1926, por e.xcinplo, por oca
sião do 4° Congresso Nacional de Estradas
de Rodagem, o engenheiro Joaquim Catramby apresentava o "Plano Geral para a Base da Rede Rodoviária do Brasil".
Em suas linlias gerais, êssc plano não se dístinguia, como era natural, dos que o haviam antecedido, fossem ferro
viários ou mistos. Entro as grandes viastroncos que propunha, estavam: São Paulo-Ubcrlàndia-Santa Rita do Ara-
guaía-Ciiiabá-Porto Velho-Cruzeiro do Sul; Rio-Belo Horizonte-Ipameri-Palmas-
Belém; Rio-São Paulo-Pòrto TibiriçáCampo Grande-Corumbá; Rio-Belo PIorizonte-Tremcdal-Petrolina-Terezina-São Luís; Para{ba-La\Tas-Florfano-Carolina; Salvador-Barra-Pôrto Nacional. E pos
uma rede rodoviária na região amazôni ca também, cujo tronco iria ílc Macapá a um ponto ao norl<' de Manaus, com \ários ramais.
.Marcelo Jaylor Carneiro ilc Mendon
ça e Luís Sclinoor deram a público, no ano .seguinte de lfj27, um projeto qiic também cnc< rra\a traçados extensos, cni zonas despovoadas c de teor econômico
fraquíssimo, com a singularidade de fa zer da região destinada, cm Coiás, à fu tura Capital do País, o nó d<' comunica
ções de primeira ordem, o pólo de onde se irradiariam os troncos principais da rede proposta. A antiga Comissão de Estradas de Rí)dagem Federais, ainda
em 1928, clalmrava, por sua vez, um
plano que, cm síntese, não fugia aos de feitos dos ja aparecidos: grandes linhas atravessando zonas des
T
EcoNÓ^^co
to-Pniclenlópolis-Passo Fundo-São Ga-
foram constnúdas precisamente por isso,
grande arco representado polo avanço geográfico da massa brasileira sobre o
A Rio-Bahia, por exemplo, tomou nova
<JCeano.
ViTíficamos, assim, que as idéias xodoxiárias assonla\'am cm bases idénti-
áqnelas iptc haviam conferido base •is propostas ferroviárias dc passado dis tante ou ri-ccntc: grandeza nas proporVoos, ausência dc senso da realidade, es-
4'i<^-ciineiito do fator econômico, prima
pratico.
Seríamos menos fiéis à \'crda-
quando já existia c es tava cm vigor o Plano Nacional dc Viação
l^ederal de Estradas do Rodagem, em determinada fase de sua existência, ata cando alguns dos principais eixos in
Rodagem elaborava um plano, contendo
com a mesma regularidade, o Índico e
fator principal das possibilidades dc trá fego. Em 1944 era, finalmente, aprova do, naquilo (|uc jx>dcríamos cliamar a sepultura honesta do decreto, o "Plano Nacional Rodoviário", em que apare ciam ligações do tipo: Reoífc-Carolina c Recifc-Bolém; Salvador-Porto Nacional;
Rio-Fortaleza; Porto D.Carlos-Campo Grande-Cuiabá-Santarém; Vitóriu-Belo Horizontc-Cuiabá-Pôrto
Vclho-Cnizeiro
suía a singularidade, estreitamente apa
do Sul; Santos-Rio Preto-Corumbá e, com uma amplitude até então desconhe
rentada à ferrovia de Souza Brandão ao
cida, o grande tronco interior Belém-
norte do corte amazônico, de propor
Carolina-Pôrto Nacional-Goiunia-Río Pre-
Nordeste, cm face da ameaça trazida
pelo conflito mundial em que acabamos por nos envolver ativamente. Não é menos verdadeiro e justo constatar a
os quais sc destaca, pela sua operosida- de, o de São Paulo - que levaram a cabo empreendimentos riatórios dignos
ttenliuina repercussão sensível no terreno
l>albos e a atividade do Departamento
as mesmas deficiências c esquecendo,
mentos dos navios brasileiros, em agosto
dc 19^12, mostraram a precariedade mi litar c econômica das ligações marítimas entre o centro do País e o Norte e o
t^^stabelocimcnto de ordem dc urgência,
econômico. Em 1937,
Departamento Nacional dc Estradas de
rajada dc impulso quando os toipedea-
atividade de alguns Departamentos Esta duais dc Estradas de Rodagem - entre
entretanto, sc csqxiceessemos os tra-
nnmdado elaborar pelo
mas cm xârlude do circunstiincias outras.
ria do ideal político do unidade, no"l^uma forma dc execução ou sequer o
tituídas de potencial
Ministro José Américo de Almeida, O
das estaxnm enquadradas naquelas que o aludido plano mencionava, mas não
briel-Santana do Livramento, verdadeira biss«'tri/. dí) Brasil, a maior corda do
ternos, em particular a rodovia de Iig<^" Çáo Rio-Bahia, que recebeu grande im pulso, apesar de que o ritmo de sua consU-ução não sc poderia, ainda com a "lolhor boa vontade, caracterizar pela v elocidade. De outro lado, a tarefa em preendida, no Nordeste, pela InspetoFederal de Obras Contra as Sêcas, foi de molde a merecer os mais francos
elogios, e os resultados do seu trabalho
eedo surgiram, principalmente na verda deira mudança de fisionomia de um in
terior isolado. De algum modo, as rodo vias da IFOCS fizeram mais, para o
desaparecimento do Cangaço, por exem
plo, do que os bandos de "volantes'. Nem essa Inspetoria, nem aquele De partamento, entretanto, operavam de tal forma em virtude da existência, ou não,
de plano de conjunto, para a víação nacional. Muitas das rodovias construí
dc menção o conceberam e executaram
tarefas que honram os seus engenheiros J operários. Nada disso, entretanto, se fazia por obediência a um plano, por imposição de condições econômicas tran sitórias ou permanentes. Aproveitou o País como os Estados aproveitaram, sem dúrida, dêsses empreendimentos espar sos e diversos - mas os planos de con
junto conheceram sempre o esqueci mento.
Através de tais altos e baixos, sem
jamais adquirirmos a idéia e a com preensão exata do problema, condidonando-o às necessidades da circulação
da produção, fator capital para o pla nejamento e a execução de qualquer ta refa de importância, no sentido da via
ção brasileira — permanecemos, até os
dias cm que novo planejamento se apre sentou, já no último govêmo, quando um engenheiro ferroviário tomou conta
do ministério a que cabia, e cabe, por definição, a solução ou a proposição do problema,
V;
.
Dicesto EcOKÓ>rico
114
rnentos futuros se fizessem, quanto à víação nacional, dando importância sin
gular à função das rodovias. Já se pro cessava, então, a luta, hoje levada a um grau considerável de intensidade, entre a rodovia c a ferrovia, na busca
das mercadorias, luta cjuc deixou o sis
tema ferroviário brasileiro, não apare lhado para enfrentá-la, ein situação de visível inferioridade, porque, mais an
tigo, esta\'a gra\ado pelos erros do pas sado, enquanto o sistema rodoviário, em vias de desenvoKimento, encontrava,
via de regra, possibilidades para fugir a alguns dos mais graves desses erros, guardadas as características que os dis tinguem.
Desde que começaram a tomar vulto, no nosso país, os assuntos rodoviários, apareceram planos de
conjunto, para ligação
das diversas regiões brasileiras. Já em 1926, por e.xcinplo, por oca
sião do 4° Congresso Nacional de Estradas
de Rodagem, o engenheiro Joaquim Catramby apresentava o "Plano Geral para a Base da Rede Rodoviária do Brasil".
Em suas linlias gerais, êssc plano não se dístinguia, como era natural, dos que o haviam antecedido, fossem ferro
viários ou mistos. Entro as grandes viastroncos que propunha, estavam: São Paulo-Ubcrlàndia-Santa Rita do Ara-
guaía-Ciiiabá-Porto Velho-Cruzeiro do Sul; Rio-Belo Horizonte-Ipameri-Palmas-
Belém; Rio-São Paulo-Pòrto TibiriçáCampo Grande-Corumbá; Rio-Belo PIorizonte-Tremcdal-Petrolina-Terezina-São Luís; Para{ba-La\Tas-Florfano-Carolina; Salvador-Barra-Pôrto Nacional. E pos
uma rede rodoviária na região amazôni ca também, cujo tronco iria ílc Macapá a um ponto ao norl<' de Manaus, com \ários ramais.
.Marcelo Jaylor Carneiro ilc Mendon
ça e Luís Sclinoor deram a público, no ano .seguinte de lfj27, um projeto qiic também cnc< rra\a traçados extensos, cni zonas despovoadas c de teor econômico
fraquíssimo, com a singularidade de fa zer da região destinada, cm Coiás, à fu tura Capital do País, o nó d<' comunica
ções de primeira ordem, o pólo de onde se irradiariam os troncos principais da rede proposta. A antiga Comissão de Estradas de Rí)dagem Federais, ainda
em 1928, clalmrava, por sua vez, um
plano que, cm síntese, não fugia aos de feitos dos ja aparecidos: grandes linhas atravessando zonas des
T
EcoNÓ^^co
to-Pniclenlópolis-Passo Fundo-São Ga-
foram constnúdas precisamente por isso,
grande arco representado polo avanço geográfico da massa brasileira sobre o
A Rio-Bahia, por exemplo, tomou nova
<JCeano.
ViTíficamos, assim, que as idéias xodoxiárias assonla\'am cm bases idénti-
áqnelas iptc haviam conferido base •is propostas ferroviárias dc passado dis tante ou ri-ccntc: grandeza nas proporVoos, ausência dc senso da realidade, es-
4'i<^-ciineiito do fator econômico, prima
pratico.
Seríamos menos fiéis à \'crda-
quando já existia c es tava cm vigor o Plano Nacional dc Viação
l^ederal de Estradas do Rodagem, em determinada fase de sua existência, ata cando alguns dos principais eixos in
Rodagem elaborava um plano, contendo
com a mesma regularidade, o Índico e
fator principal das possibilidades dc trá fego. Em 1944 era, finalmente, aprova do, naquilo (|uc jx>dcríamos cliamar a sepultura honesta do decreto, o "Plano Nacional Rodoviário", em que apare ciam ligações do tipo: Reoífc-Carolina c Recifc-Bolém; Salvador-Porto Nacional;
Rio-Fortaleza; Porto D.Carlos-Campo Grande-Cuiabá-Santarém; Vitóriu-Belo Horizontc-Cuiabá-Pôrto
Vclho-Cnizeiro
suía a singularidade, estreitamente apa
do Sul; Santos-Rio Preto-Corumbá e, com uma amplitude até então desconhe
rentada à ferrovia de Souza Brandão ao
cida, o grande tronco interior Belém-
norte do corte amazônico, de propor
Carolina-Pôrto Nacional-Goiunia-Río Pre-
Nordeste, cm face da ameaça trazida
pelo conflito mundial em que acabamos por nos envolver ativamente. Não é menos verdadeiro e justo constatar a
os quais sc destaca, pela sua operosida- de, o de São Paulo - que levaram a cabo empreendimentos riatórios dignos
ttenliuina repercussão sensível no terreno
l>albos e a atividade do Departamento
as mesmas deficiências c esquecendo,
mentos dos navios brasileiros, em agosto
dc 19^12, mostraram a precariedade mi litar c econômica das ligações marítimas entre o centro do País e o Norte e o
t^^stabelocimcnto de ordem dc urgência,
econômico. Em 1937,
Departamento Nacional dc Estradas de
rajada dc impulso quando os toipedea-
atividade de alguns Departamentos Esta duais dc Estradas de Rodagem - entre
entretanto, sc csqxiceessemos os tra-
nnmdado elaborar pelo
mas cm xârlude do circunstiincias outras.
ria do ideal político do unidade, no"l^uma forma dc execução ou sequer o
tituídas de potencial
Ministro José Américo de Almeida, O
das estaxnm enquadradas naquelas que o aludido plano mencionava, mas não
briel-Santana do Livramento, verdadeira biss«'tri/. dí) Brasil, a maior corda do
ternos, em particular a rodovia de Iig<^" Çáo Rio-Bahia, que recebeu grande im pulso, apesar de que o ritmo de sua consU-ução não sc poderia, ainda com a "lolhor boa vontade, caracterizar pela v elocidade. De outro lado, a tarefa em preendida, no Nordeste, pela InspetoFederal de Obras Contra as Sêcas, foi de molde a merecer os mais francos
elogios, e os resultados do seu trabalho
eedo surgiram, principalmente na verda deira mudança de fisionomia de um in
terior isolado. De algum modo, as rodo vias da IFOCS fizeram mais, para o
desaparecimento do Cangaço, por exem
plo, do que os bandos de "volantes'. Nem essa Inspetoria, nem aquele De partamento, entretanto, operavam de tal forma em virtude da existência, ou não,
de plano de conjunto, para a víação nacional. Muitas das rodovias construí
dc menção o conceberam e executaram
tarefas que honram os seus engenheiros J operários. Nada disso, entretanto, se fazia por obediência a um plano, por imposição de condições econômicas tran sitórias ou permanentes. Aproveitou o País como os Estados aproveitaram, sem dúrida, dêsses empreendimentos espar sos e diversos - mas os planos de con
junto conheceram sempre o esqueci mento.
Através de tais altos e baixos, sem
jamais adquirirmos a idéia e a com preensão exata do problema, condidonando-o às necessidades da circulação
da produção, fator capital para o pla nejamento e a execução de qualquer ta refa de importância, no sentido da via
ção brasileira — permanecemos, até os
dias cm que novo planejamento se apre sentou, já no último govêmo, quando um engenheiro ferroviário tomou conta
do ministério a que cabia, e cabe, por definição, a solução ou a proposição do problema,
■i*
Diorsto
Alguns e.qiilaljslas cogitam atunliTiente da possibilidade dc transferência dos seus créditos e indústrias para cá, O que,
IMIGRAÇÃO OE CAPITAIS
if
Camilo Ansarau
PKOFU.VDA divergência exislentc en
A tre dois sistemas de go\'êmo c do ideologia política, antagônicos c incon ciliáveis, determinou a formação de dois grupos distintos de nações. Eis porque \ivemos cm um mundo
perturbado pela perspectiva de uma
guerra total, cujos reflexos se farão sen-
tíi em tôdas as latitudes.
Ninguém desconlicce, também, a gra-
mundial. E neste particular têm os ho-
eêrca de 30 mil cruzeiros, calciilando-se
nnprevid.-ntc, para não dizer simples-
um scmt.mentu um sentimento nacionalista nacionalista retrógado retrógado cc V
uu-nte ingênuo.
bedcração do Comércio dc São Paulo,
"dada a identidade dc seu ponto dc vista com o das classes produtoras".
irasil coruo um refúgio seguro para a
portância vital no concerto das nações. A primeira providência, como missão
técnica.
Predomina, como sabemos, no conti
nente europeu, uma atmosfera carregada de nervosismo e apreensões e, como
n
„ro<'resso econômico e
os cmau p« „,pfiiante o barateamento
pende c a n dii.slna ■
1 ir-lo econômica dcdeemancipação «rnônc-io acrícola e in
P F
gi.,isii com inteniacio-
aa produção se toma imperativo se levar
deserto
ignorado
c
nros em conta o nieio circu lante, que ja atinge a casa
dos 31 biUões, e_o acento
Não
físico da produção mm esta
acompanhando paralelamen
tismo com nacionalismo, que são f>ao
sentimentos sentimentos
diversos. diversos.
te o volume do dinheiro em cTCulaçaCL Com essa abundância de moeda o podem permitir o luxo ridículo de scr^ enc^ecimcnto da vida é
Qs países novos, como o nosso, nao se
nacionalistas, porque necessitam ainda í . j; rnlapor muitos anos da indispensável cola-'4
liltiJlC/O
«111VÍ3
\-ll4
cAtn o n que QU6 os OS •'Oração de^ outras^ nações, sem Seus recursos latentes permanecerão ain da por muito tempo inexploráveis.
nossa exclusividade essa con-
lidades de.stacadas no País, cuja finalida de é bem servir à Pátria e cooperar com
A renda brasileira — valor dos bens e
ixs classes dirigentes rui solução dos
sr. Afon.so Bandeira de Melo, delegado
.
^'õcs, limitações e controles dc tôdu sorte.
micante inexploradas.
Muito,s economistas e persona
de maneira idêntica.
t.
caminho social. A no
Uma fonte de reservas econò-
rangeiros, como homenagem aos nacio nalistas da economia brasileira. Aliás,
face da atual política internacional.
sem contar as dificuldades de ordem
.
O Brasil continua a ser um
ciação dos no.s.sos capitais ao.s dos es-
no.ssos problemas, pensam, felizmente,
empreendimentos que não podem ser levados a efeito por falta de capitais,
couironiu é c necessário ^ Êsse para mos-o L. confronto apai-xonados tn r •
devemos confundir patrio
de essencial relevância das classes pro dutoras, é alertar o Governo sobre alguns aspectos da nossa política econômica em Existem no Rxís um sem número de
Nao podemos prcscm-
o dólar a 20 cruzeiros.
dir da indispensÚNol colaboração das naÇõ(;s CIO do \'elho Mundo. Um pais que . o„,u Mmido. Uao possui capital acumulado, que noccs-
^'asto
acarretará.
c usao.
^
iladc de ação e espírito de iniciativa.
a realidade e dc â objetividade tôdas as outra.s independências e sem a ' ^1 rasilf"8'r contemporâneo, início que qual tôdas as demais são inexistentes. As remos declarar que preferimos a asso
^ Comercial de São Paulo, e administra dores de entidades de economia privada devem estudar as possibilidades que tem o Brasil de avançar como país de im
^
10 \êzcs mais do que o nosso, isto e.
O capital SC dirige para onde há libci- nul só se dara mecl.a. aessa
independência econômica, pedestal para
associações de classe, como a Associação
•
cita do capital estrangeiro, cria mil embiiraçüs í\ sua admissão, através de rcstri-
♦ ♦ ♦ ♦
aplicaçao dos seus capitais o instalação Jl;- suas indústrias, assaltados como csao novamente pelo pavor dc no\ a guer ra e a dc\astaçao que ela naturalmente
meas de empresa um papel saliente a de.sempenhar: levantar a bandeira da
"porUmidades que se lhes têm aprcsen aprcsenlado, em eonsecpiência de uma legis
ci.sta pur deliberação das diretorias da Associação Comercial de São Paulo C da
para enfrentar as .situações criadas e de
correntes dos acontecimentos da política
dendo-se, nnui atrás de onlra, as boas
lação c.streita e negativa, inspirada por
conseqüência, os capitalista,s c indus triais daquela parte do mundo vêem o
Os Estados Unidos, cuja renda nacio nal em 1949 foi dc
US$ 221.500.000.00, apresentam o índice nuú.s elevado, o equivalente a 1.500 dóla res "per capita", ou sejam, precisamente,
infelizmente, nao se tem verificado, pcr-
f.sla IrahaUio é publicailo cm noasa TC-
vi ade da situação econômica e financei ra em que se debate o nosso país.
É dever dos brasileiros prepararem-se
117
Eco^.'ó^^co
Serviços produzidos no Pais — segundo
A propósito, o
do Brasil à Conferência Internacional do
"Irabalho, fez declarações muito opor
inevitável.
É elementar que .
c\o não decorre das emissões. Decorre rias negociáveis.
Gastamos cifras astronômicas em cam
u estimativa da ONU, ó de 150 biliões
biais para a importação de eonibushveis
cruzeiros "per capita", ou sejam l50
ge Então, que que ge dee ser resolvida.riquezas naturais
de cruzeiros, o que eqüivale a 3 inil
Ta qLstão do ptróleo tniao, está mmto lon
dólares, calculada esta moeda na base
o dia do des-
tunas:
"Premidos pelo receio de nova guerra, numerosos- são aquêlcs que pensam em
fugir da Europa c encontrar no Novo Mundo ordem e paz que Uies dêem feli cidade, longe da obcessão da guerra.
TcTClteL!"?™ i.
ilcado por uma legislação nacionalista
■i*
Diorsto
Alguns e.qiilaljslas cogitam atunliTiente da possibilidade dc transferência dos seus créditos e indústrias para cá, O que,
IMIGRAÇÃO OE CAPITAIS
if
Camilo Ansarau
PKOFU.VDA divergência exislentc en
A tre dois sistemas de go\'êmo c do ideologia política, antagônicos c incon ciliáveis, determinou a formação de dois grupos distintos de nações. Eis porque \ivemos cm um mundo
perturbado pela perspectiva de uma
guerra total, cujos reflexos se farão sen-
tíi em tôdas as latitudes.
Ninguém desconlicce, também, a gra-
mundial. E neste particular têm os ho-
eêrca de 30 mil cruzeiros, calciilando-se
nnprevid.-ntc, para não dizer simples-
um scmt.mentu um sentimento nacionalista nacionalista retrógado retrógado cc V
uu-nte ingênuo.
bedcração do Comércio dc São Paulo,
"dada a identidade dc seu ponto dc vista com o das classes produtoras".
irasil coruo um refúgio seguro para a
portância vital no concerto das nações. A primeira providência, como missão
técnica.
Predomina, como sabemos, no conti
nente europeu, uma atmosfera carregada de nervosismo e apreensões e, como
n
„ro<'resso econômico e
os cmau p« „,pfiiante o barateamento
pende c a n dii.slna ■
1 ir-lo econômica dcdeemancipação «rnônc-io acrícola e in
P F
gi.,isii com inteniacio-
aa produção se toma imperativo se levar
deserto
ignorado
c
nros em conta o nieio circu lante, que ja atinge a casa
dos 31 biUões, e_o acento
Não
físico da produção mm esta
acompanhando paralelamen
tismo com nacionalismo, que são f>ao
sentimentos sentimentos
diversos. diversos.
te o volume do dinheiro em cTCulaçaCL Com essa abundância de moeda o podem permitir o luxo ridículo de scr^ enc^ecimcnto da vida é
Qs países novos, como o nosso, nao se
nacionalistas, porque necessitam ainda í . j; rnlapor muitos anos da indispensável cola-'4
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«111VÍ3
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cAtn o n que QU6 os OS •'Oração de^ outras^ nações, sem Seus recursos latentes permanecerão ain da por muito tempo inexploráveis.
nossa exclusividade essa con-
lidades de.stacadas no País, cuja finalida de é bem servir à Pátria e cooperar com
A renda brasileira — valor dos bens e
ixs classes dirigentes rui solução dos
sr. Afon.so Bandeira de Melo, delegado
.
^'õcs, limitações e controles dc tôdu sorte.
micante inexploradas.
Muito,s economistas e persona
de maneira idêntica.
t.
caminho social. A no
Uma fonte de reservas econò-
rangeiros, como homenagem aos nacio nalistas da economia brasileira. Aliás,
face da atual política internacional.
sem contar as dificuldades de ordem
.
O Brasil continua a ser um
ciação dos no.s.sos capitais ao.s dos es-
no.ssos problemas, pensam, felizmente,
empreendimentos que não podem ser levados a efeito por falta de capitais,
couironiu é c necessário ^ Êsse para mos-o L. confronto apai-xonados tn r •
devemos confundir patrio
de essencial relevância das classes pro dutoras, é alertar o Governo sobre alguns aspectos da nossa política econômica em Existem no Rxís um sem número de
Nao podemos prcscm-
o dólar a 20 cruzeiros.
dir da indispensÚNol colaboração das naÇõ(;s CIO do \'elho Mundo. Um pais que . o„,u Mmido. Uao possui capital acumulado, que noccs-
^'asto
acarretará.
c usao.
^
iladc de ação e espírito de iniciativa.
a realidade e dc â objetividade tôdas as outra.s independências e sem a ' ^1 rasilf"8'r contemporâneo, início que qual tôdas as demais são inexistentes. As remos declarar que preferimos a asso
^ Comercial de São Paulo, e administra dores de entidades de economia privada devem estudar as possibilidades que tem o Brasil de avançar como país de im
^
10 \êzcs mais do que o nosso, isto e.
O capital SC dirige para onde há libci- nul só se dara mecl.a. aessa
independência econômica, pedestal para
associações de classe, como a Associação
•
cita do capital estrangeiro, cria mil embiiraçüs í\ sua admissão, através de rcstri-
♦ ♦ ♦ ♦
aplicaçao dos seus capitais o instalação Jl;- suas indústrias, assaltados como csao novamente pelo pavor dc no\ a guer ra e a dc\astaçao que ela naturalmente
meas de empresa um papel saliente a de.sempenhar: levantar a bandeira da
"porUmidades que se lhes têm aprcsen aprcsenlado, em eonsecpiência de uma legis
ci.sta pur deliberação das diretorias da Associação Comercial de São Paulo C da
para enfrentar as .situações criadas e de
correntes dos acontecimentos da política
dendo-se, nnui atrás de onlra, as boas
lação c.streita e negativa, inspirada por
conseqüência, os capitalista,s c indus triais daquela parte do mundo vêem o
Os Estados Unidos, cuja renda nacio nal em 1949 foi dc
US$ 221.500.000.00, apresentam o índice nuú.s elevado, o equivalente a 1.500 dóla res "per capita", ou sejam, precisamente,
infelizmente, nao se tem verificado, pcr-
f.sla IrahaUio é publicailo cm noasa TC-
vi ade da situação econômica e financei ra em que se debate o nosso país.
É dever dos brasileiros prepararem-se
117
Eco^.'ó^^co
Serviços produzidos no Pais — segundo
A propósito, o
do Brasil à Conferência Internacional do
"Irabalho, fez declarações muito opor
inevitável.
É elementar que .
c\o não decorre das emissões. Decorre rias negociáveis.
Gastamos cifras astronômicas em cam
u estimativa da ONU, ó de 150 biliões
biais para a importação de eonibushveis
cruzeiros "per capita", ou sejam l50
ge Então, que que ge dee ser resolvida.riquezas naturais
de cruzeiros, o que eqüivale a 3 inil
Ta qLstão do ptróleo tniao, está mmto lon
dólares, calculada esta moeda na base
o dia do des-
tunas:
"Premidos pelo receio de nova guerra, numerosos- são aquêlcs que pensam em
fugir da Europa c encontrar no Novo Mundo ordem e paz que Uies dêem feli cidade, longe da obcessão da guerra.
TcTClteL!"?™ i.
ilcado por uma legislação nacionalista
DrcFSTO Econômico
c errada, são os aspectos negativos da nossíi economia.
Em face desta .situação, perguntamos: por fiue não fav(jreccr a entrada do ca
pitais e de técnicos estrangeiros ein
condições (jnc garantam o nosso pnjgrcsso cconómico-social ?
Permitam-nos ainda acentuar, a bem
da \crdade, fjue grande parte da pujança econômica de São Paulo re
side no seu potencial de energia elétri ca, base por excelência do sem progresso industrial. E isso não foi, porventura, alcançado com o auxílio da técnica e do capital estrangeiro?
Está claro — c não é necessário frisar mais uma vc/.- que desejamos o concur so dos capitais estrangeiros como elemenCM. dis ponibilidades, o porcom isso asnosnossas batemos visando tao somente a elevação do nosso padrão de vida e o fortalecimento
economico da Nação.
A industrialização do nosso país, em grande escala, só será possível coin a ajuda do capital estrangeiro. Para atraílo devemos proporcionar-lhe lucros com pensadores, o que estamos em condições de fazer, bem como conversibilidade am
pla e livre. Para que possamos garantir essa conversão precisamos, antes de mais
nada, de saldos substanciais na nossa balança comercial e de pagamentos. E paru a obtenção desses saldos é indis pensável o aumento do volume físico e
criação de um fundo cambial de.stinadü a garantir a renie.ssa «■ a conversão dos
lucro.s c dix idciulos.
Os E.staclos Unidos soubenuii manter, accrtadaiiiente — no .século XIX e jucsino
nos primórdios do século XX, isto c, Iw •ÕO ou 70 anos, fjuando .se achavam na mesma situação em que nos encontramos
hoje — o regime dc "porta aberta" paru os í-apitais {; para a imigração européia. Assim procedendo, e .sãbíamcntc, aumen tou a sua população c enriqueceu-se o seu
tais e \'alorcs humanos úteis.
Receben
do e integrando capitais em nossa vida oconónúca e favorecendo a assimilação
dos imigrantes ao nosso povo, estaremos em conUiçücs de apressar o nosso desen
te e do destino, axcepcionalmente favo rável ao nosso Brasil — para proclamar mos, definitivamente, a nossa indepen
dência econômica, a qual nos levará a merecer, certamente, posição de relêvo no seio das nações.
rani o bloco mais rico c mais poderoso a historia da humanidade.
.
Klcntica e política idêntica es-
ac) .sendo adotadas no momento atual do Sul,
1 exicQ e outros povos da América, tot o.s preocupados no aumento do seu ca
pital humano c na exploração de suas 'ic|iie2a.s potenciais.
Nós, no Brasil, tomos possibilidades,
dentro do nosso território, de manter-
uma população 4 ou 5 vezes superior
a atual e de usufruir os resultados que
que o capital e seu rendimento sejam conversíveis e transferíveis a qualquer
do planeta. '
tempo, sem embaraços, observadas, bem
veis ao fortalecimento material do País e
Para isso talvez fôsse aconselhável a
Para a emancipação econômica do País, tanto a indústria como a agricul tura reclamam maior imigração dc capi
Aprovei
temos o momento internacional — cheio de apreensões para outros povos c ou tros continentes, mas, por ironia da sor
ricaiia, formada hoje dc descendentes ingléscs e de alemães, de belgas e dc franee.ses, de holandcsc.s e dc italia nos, cujos pais para lá se dirigiram e a sx ixaram com os seus patrimcmios — culturais e materiais - c assim forma-
elevaram às culmínáncias outros povos
cnse.
volvimento económicc-social.
Concluindo :
o cngrandeeimento da nação norte-amc-
talista estrangeiro quer, em síntese, é
veis de limitação do retomo para evita rem-se bruscas fugas em ocasiões de
119
EcoNÓ>aco
parcpie industrial com operários qualifi cados, cientistas, engenheiros e técnicos, que contribuíram do modo decisixo para
do valor das exportações. O que o capi
entendido, as normas usuais aconselhá
Dicesto
Em resumo: "as medidas imprescindí
à mcllioria do padrão de vida do nosso povo não exigem esforços sobreumanos, mas apenas o emprego de energias nor mais e uma certa coerência na escolha
dos métodos de execução".
ÜkKilÜÉlÉkiiá
t.^%.
DrcFSTO Econômico
c errada, são os aspectos negativos da nossíi economia.
Em face desta .situação, perguntamos: por fiue não fav(jreccr a entrada do ca
pitais e de técnicos estrangeiros ein
condições (jnc garantam o nosso pnjgrcsso cconómico-social ?
Permitam-nos ainda acentuar, a bem
da \crdade, fjue grande parte da pujança econômica de São Paulo re
side no seu potencial de energia elétri ca, base por excelência do sem progresso industrial. E isso não foi, porventura, alcançado com o auxílio da técnica e do capital estrangeiro?
Está claro — c não é necessário frisar mais uma vc/.- que desejamos o concur so dos capitais estrangeiros como elemenCM. dis ponibilidades, o porcom isso asnosnossas batemos visando tao somente a elevação do nosso padrão de vida e o fortalecimento
economico da Nação.
A industrialização do nosso país, em grande escala, só será possível coin a ajuda do capital estrangeiro. Para atraílo devemos proporcionar-lhe lucros com pensadores, o que estamos em condições de fazer, bem como conversibilidade am
pla e livre. Para que possamos garantir essa conversão precisamos, antes de mais
nada, de saldos substanciais na nossa balança comercial e de pagamentos. E paru a obtenção desses saldos é indis pensável o aumento do volume físico e
criação de um fundo cambial de.stinadü a garantir a renie.ssa «■ a conversão dos
lucro.s c dix idciulos.
Os E.staclos Unidos soubenuii manter, accrtadaiiiente — no .século XIX e jucsino
nos primórdios do século XX, isto c, Iw •ÕO ou 70 anos, fjuando .se achavam na mesma situação em que nos encontramos
hoje — o regime dc "porta aberta" paru os í-apitais {; para a imigração européia. Assim procedendo, e .sãbíamcntc, aumen tou a sua população c enriqueceu-se o seu
tais e \'alorcs humanos úteis.
Receben
do e integrando capitais em nossa vida oconónúca e favorecendo a assimilação
dos imigrantes ao nosso povo, estaremos em conUiçücs de apressar o nosso desen
te e do destino, axcepcionalmente favo rável ao nosso Brasil — para proclamar mos, definitivamente, a nossa indepen
dência econômica, a qual nos levará a merecer, certamente, posição de relêvo no seio das nações.
rani o bloco mais rico c mais poderoso a historia da humanidade.
.
Klcntica e política idêntica es-
ac) .sendo adotadas no momento atual do Sul,
1 exicQ e outros povos da América, tot o.s preocupados no aumento do seu ca
pital humano c na exploração de suas 'ic|iie2a.s potenciais.
Nós, no Brasil, tomos possibilidades,
dentro do nosso território, de manter-
uma população 4 ou 5 vezes superior
a atual e de usufruir os resultados que
que o capital e seu rendimento sejam conversíveis e transferíveis a qualquer
do planeta. '
tempo, sem embaraços, observadas, bem
veis ao fortalecimento material do País e
Para isso talvez fôsse aconselhável a
Para a emancipação econômica do País, tanto a indústria como a agricul tura reclamam maior imigração dc capi
Aprovei
temos o momento internacional — cheio de apreensões para outros povos c ou tros continentes, mas, por ironia da sor
ricaiia, formada hoje dc descendentes ingléscs e de alemães, de belgas e dc franee.ses, de holandcsc.s e dc italia nos, cujos pais para lá se dirigiram e a sx ixaram com os seus patrimcmios — culturais e materiais - c assim forma-
elevaram às culmínáncias outros povos
cnse.
volvimento económicc-social.
Concluindo :
o cngrandeeimento da nação norte-amc-
talista estrangeiro quer, em síntese, é
veis de limitação do retomo para evita rem-se bruscas fugas em ocasiões de
119
EcoNÓ>aco
parcpie industrial com operários qualifi cados, cientistas, engenheiros e técnicos, que contribuíram do modo decisixo para
do valor das exportações. O que o capi
entendido, as normas usuais aconselhá
Dicesto
Em resumo: "as medidas imprescindí
à mcllioria do padrão de vida do nosso povo não exigem esforços sobreumanos, mas apenas o emprego de energias nor mais e uma certa coerência na escolha
dos métodos de execução".
ÜkKilÜÉlÉkiiá
t.^%.
T O motive econômico da expulsão dos holandeses Nayi^or Viijlas-Boa.s
121
Dic;ks*I(í EcoNVjMico
no\o, c<>nt que sc desfazem ou desmo-
fes nativos sacrificados naquela peleja
reconi antigas conxdcçÕcs e se impõem os \'iltimos registros. Por isso, recorre mos ao nosso derradeiro pesquisador de pulso, o engenheiro baiano Austiucua-
Vieira sob a proteção de Jacob Stachower, membro do Conselho Político, que o associou - note-se - "nos seus negó
ND Dl-: Cauvai-iid. cm seu Brasil Colô
Ão há, entre nÓK, compêndio did-i-
tico de história do Brasil que não tiaga ern plano superior ao de André
Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e
Henrique Dias, o nome do português João Fernandes Vieira, todos como os
mais pertinazes batulhadores pela expvilsão dos holandeses do solo brasileiro. Entretanto, um o outro historiadores
que não escrevem para colegiais o têm reduzido às ju.stas proporçõe.s, mesmo que os oblitcre de algum modo a admi
ração por Portugal como país coloni zador.
Nos prelos lusitanos, porém, será questão fechada a de que sem Fernan des Vieira os batavos não seriam derro tados. Mas, não se terá procurado a ra zão pela qual, tratando-se de interesse da colônia portuguesa, só êie, só um reinol, perseverasse naquela luta, que foi a mais longa e poifiosa em que se verteu sangue brasileiro. Tomemos, por exemplo, um popular dicionário de História e Geografia de além-mar. Diz-nos ele que João Fer nandes Vieira foi um dos mais ilustres
nomes do Brasil colonial. Nasceu no Funchal, Ilha da Madeira. Muito mo
nia e Brasil Império, (Bio, Tip. do
nu.s duas batalhas dos Clu(irara))C5, que
"Jornal do Couiércio", 1927). •À síntese de Uio Branco, opõe êle uma narração de minúcias exaustivas, desde
deram golpe mortal no domínio dos
coníjuistadorcs. Di-pois da capitulação firial destes, em 1654, \'ieira entrou vi torioso no Becife, à frente (?) do exér
cito independente.
que reuniu e cozinhou tudo quanto se
bavia publicado, para expor, comparan
Foi premiado —
agora, as vantíigcns — com a lucrativa
Comenda dc Cristo, a capitania da Pa raíba e, depois, a de Angola (16131681) (Jaymi.; Dl-: Skcíuiku. Dir. Prát. Ilu.ft.).
lona do Brasil apenas se refere ao he rói para dizer que;
"A 23 de maio do 1645, Fernandes
der dos batavos, com os quais, pouco
a pouco, vão portuguêses e espanhóis
pc o güvcrnador-geral do Brasil portu-
se hanuonizando c conjugando, visto
giios, Antônio Tcics da Silva, assinaram tim compromisso de provocar uma in
que a Espanha guardava a coroa portuguê.sa. Dc sorte que a luta, sempre
conjuração arrebentou a 13 dc junho, e
por brasileiros, a começar pelo per
os regimentos do antigo exercito de Pernambuco, sob o comando do Vidal,
reduto do Arraial da Bom Jesus, sobre
cuja queda, em meados de 34, o histo
pouco depois aos insurretos. Fernandes
riador baiano comenta:
"Polo contrário, a rendição do Arraial
ço ainda, foi para Pernambuco, então
fora honrosa e provara, mais uma vez,
o comandante em chefe holandês Haus
a constância da má-fé do batavo, que
sob o domínio holandês, e ali — note-
(1) a depor as armas no combate de através de verdades emergentes, que os cronistas estabelecem a cada elemento
do "governador da independência", de senvolveu grandes qualidades milita res (?). Em 1648 e 1649, dístinguiu-se sob o comando de Barreto de Meneses,
(1) — Hans, dizem uns; Haus, escrevem outros. Melhor se precisa Hendrich Haus como o vencido na batalha das Tabocas, no cit. Relaíórlo de Van Der Dussen.
aprostam annas ei sossèqo. No choque de 19 de fevere
To grande ue^ é ferido e amputase-lhe a mão esquerda. Os triunfos de Nassau,
ram de tal ordem que chegou a «i«o
;
reccr a espenrnça de hbertaçao Em ^ negocia-se na Balüa uma tr S" ' poderia concorrer a conquista batava, q
que Portugal —a a cnherania »bem .
nambucano Matias de Albuquerque, no
Camarao e Henrique Dias, se ligaram
cia e no monte das Tabocas, derrotou
Hemique Dtas, Cammo.
acesa, passou a ser sustentada sòmente
surreição para "libertar a pátria". A
o coronel holandês Hans (1). Aclama
Em 23 de janeiro de 37, aporta em
João Barball.0 c Estevão de ■rá^ ora
lernambuco, animados secretamente
Casa Forte (7 dc agosto). A história, porém, vai-se fazendo
econômica da conquistada terra.
Nas páginas daquele livro, surge o berói muito antes dc 45, quando sc tra ia dos socorros a Antônio Lima, no for te de S«o Jorge, o qual "estaria quase
Vieira ganhou a batalha do Tabocas (3 de agustü) c, reunida a Vidal, forçou
se — acumulou avultados capitais. Em 1645, levantou o grito da independên
"A sittiação era má (em 36) para os
patriotas e para os ínx-asores, no meio dos quais a corrupção dos costumes e da administração igualava à msena
do o concluindo.
Isto, cm 1630, quando o madeirense futuramente nababo contava apenas 17 anos. Nossa época. Recife caiu em po
'cira, Antônio Cavalcanti e muitos ou res os mais abastados moradores dc
cios e lavouras".
Recife Maurício de Nassau.
só, SC o juvenil João Fernandes Vieira e mu pugilo dc bravos de sua idade"..•
Hio Branco, na concisão dc sua His-
desigual. E cm 36 já se dá Fernandes
prometendo a Marin tratar como a ir <.' i
mãos a população civil, ameaçou-a de pois com o garrote e o fio da espada, ipara extorquir-lhe pesados resgates, mesmo a João Fernandes Vieira, que
foi para Recife com êles — note-se —
enriquecer, no comércio com os ju deus 1"
Continuou a crescer o rol dos che
ceias populares, todos enga a inconsciente alegria".
Houve a trégua, entre má-fe
,
confiança. Mas, Henrique Dias e
Io da Cunha continuaram assolando
terra.
OA \
Em 1641 (lutava-se desde 1630), João Fernandes Vieira — note-se — era
tanto dos holandeses, que figurou na Câmara de Escabinos de Olinda (de
pois de Aníénío Vaz e mais tarde de Mauricéia), da qual também faziam
T O motive econômico da expulsão dos holandeses Nayi^or Viijlas-Boa.s
121
Dic;ks*I(í EcoNVjMico
no\o, c<>nt que sc desfazem ou desmo-
fes nativos sacrificados naquela peleja
reconi antigas conxdcçÕcs e se impõem os \'iltimos registros. Por isso, recorre mos ao nosso derradeiro pesquisador de pulso, o engenheiro baiano Austiucua-
Vieira sob a proteção de Jacob Stachower, membro do Conselho Político, que o associou - note-se - "nos seus negó
ND Dl-: Cauvai-iid. cm seu Brasil Colô
Ão há, entre nÓK, compêndio did-i-
tico de história do Brasil que não tiaga ern plano superior ao de André
Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e
Henrique Dias, o nome do português João Fernandes Vieira, todos como os
mais pertinazes batulhadores pela expvilsão dos holandeses do solo brasileiro. Entretanto, um o outro historiadores
que não escrevem para colegiais o têm reduzido às ju.stas proporçõe.s, mesmo que os oblitcre de algum modo a admi
ração por Portugal como país coloni zador.
Nos prelos lusitanos, porém, será questão fechada a de que sem Fernan des Vieira os batavos não seriam derro tados. Mas, não se terá procurado a ra zão pela qual, tratando-se de interesse da colônia portuguesa, só êie, só um reinol, perseverasse naquela luta, que foi a mais longa e poifiosa em que se verteu sangue brasileiro. Tomemos, por exemplo, um popular dicionário de História e Geografia de além-mar. Diz-nos ele que João Fer nandes Vieira foi um dos mais ilustres
nomes do Brasil colonial. Nasceu no Funchal, Ilha da Madeira. Muito mo
nia e Brasil Império, (Bio, Tip. do
nu.s duas batalhas dos Clu(irara))C5, que
"Jornal do Couiércio", 1927). •À síntese de Uio Branco, opõe êle uma narração de minúcias exaustivas, desde
deram golpe mortal no domínio dos
coníjuistadorcs. Di-pois da capitulação firial destes, em 1654, \'ieira entrou vi torioso no Becife, à frente (?) do exér
cito independente.
que reuniu e cozinhou tudo quanto se
bavia publicado, para expor, comparan
Foi premiado —
agora, as vantíigcns — com a lucrativa
Comenda dc Cristo, a capitania da Pa raíba e, depois, a de Angola (16131681) (Jaymi.; Dl-: Skcíuiku. Dir. Prát. Ilu.ft.).
lona do Brasil apenas se refere ao he rói para dizer que;
"A 23 de maio do 1645, Fernandes
der dos batavos, com os quais, pouco
a pouco, vão portuguêses e espanhóis
pc o güvcrnador-geral do Brasil portu-
se hanuonizando c conjugando, visto
giios, Antônio Tcics da Silva, assinaram tim compromisso de provocar uma in
que a Espanha guardava a coroa portuguê.sa. Dc sorte que a luta, sempre
conjuração arrebentou a 13 dc junho, e
por brasileiros, a começar pelo per
os regimentos do antigo exercito de Pernambuco, sob o comando do Vidal,
reduto do Arraial da Bom Jesus, sobre
cuja queda, em meados de 34, o histo
pouco depois aos insurretos. Fernandes
riador baiano comenta:
"Polo contrário, a rendição do Arraial
ço ainda, foi para Pernambuco, então
fora honrosa e provara, mais uma vez,
o comandante em chefe holandês Haus
a constância da má-fé do batavo, que
sob o domínio holandês, e ali — note-
(1) a depor as armas no combate de através de verdades emergentes, que os cronistas estabelecem a cada elemento
do "governador da independência", de senvolveu grandes qualidades milita res (?). Em 1648 e 1649, dístinguiu-se sob o comando de Barreto de Meneses,
(1) — Hans, dizem uns; Haus, escrevem outros. Melhor se precisa Hendrich Haus como o vencido na batalha das Tabocas, no cit. Relaíórlo de Van Der Dussen.
aprostam annas ei sossèqo. No choque de 19 de fevere
To grande ue^ é ferido e amputase-lhe a mão esquerda. Os triunfos de Nassau,
ram de tal ordem que chegou a «i«o
;
reccr a espenrnça de hbertaçao Em ^ negocia-se na Balüa uma tr S" ' poderia concorrer a conquista batava, q
que Portugal —a a cnherania »bem .
nambucano Matias de Albuquerque, no
Camarao e Henrique Dias, se ligaram
cia e no monte das Tabocas, derrotou
Hemique Dtas, Cammo.
acesa, passou a ser sustentada sòmente
surreição para "libertar a pátria". A
o coronel holandês Hans (1). Aclama
Em 23 de janeiro de 37, aporta em
João Barball.0 c Estevão de ■rá^ ora
lernambuco, animados secretamente
Casa Forte (7 dc agosto). A história, porém, vai-se fazendo
econômica da conquistada terra.
Nas páginas daquele livro, surge o berói muito antes dc 45, quando sc tra ia dos socorros a Antônio Lima, no for te de S«o Jorge, o qual "estaria quase
Vieira ganhou a batalha do Tabocas (3 de agustü) c, reunida a Vidal, forçou
se — acumulou avultados capitais. Em 1645, levantou o grito da independên
"A sittiação era má (em 36) para os
patriotas e para os ínx-asores, no meio dos quais a corrupção dos costumes e da administração igualava à msena
do o concluindo.
Isto, cm 1630, quando o madeirense futuramente nababo contava apenas 17 anos. Nossa época. Recife caiu em po
'cira, Antônio Cavalcanti e muitos ou res os mais abastados moradores dc
cios e lavouras".
Recife Maurício de Nassau.
só, SC o juvenil João Fernandes Vieira e mu pugilo dc bravos de sua idade"..•
Hio Branco, na concisão dc sua His-
desigual. E cm 36 já se dá Fernandes
prometendo a Marin tratar como a ir <.' i
mãos a população civil, ameaçou-a de pois com o garrote e o fio da espada, ipara extorquir-lhe pesados resgates, mesmo a João Fernandes Vieira, que
foi para Recife com êles — note-se —
enriquecer, no comércio com os ju deus 1"
Continuou a crescer o rol dos che
ceias populares, todos enga a inconsciente alegria".
Houve a trégua, entre má-fe
,
confiança. Mas, Henrique Dias e
Io da Cunha continuaram assolando
terra.
OA \
Em 1641 (lutava-se desde 1630), João Fernandes Vieira — note-se — era
tanto dos holandeses, que figurou na Câmara de Escabinos de Olinda (de
pois de Aníénío Vaz e mais tarde de Mauricéia), da qual também faziam
■ I(
m
■piIPR.It «l l k
122
outros.
ra permaneceu até 1643 (Apenso III do
Relatório de Adriacn Van Der Dussen, publicado pelo Instituto do Açúcar c do Álcool, em 1947) (2). Enquanto élc se radica no solo da
boa fortuna, chega à Bahia (agosto de 42) o Governador Antônio Teles da Sil
va, "um português de \'alor", acompa
nhado de André Vidal (o magnífico
p<araibano), "vindo também de Lisboa onde confabulara com o Ministro Montalvão, a quem mostrou o
(Austriclíano dc Carvalho, que
do
fabulou cotn o sogro daquele, Francis
"Rebentou, com efeito, u ésse tempo
'Antes da ocupação do Maranhão, já os pernambucanos confabulavam, pla-
neando uma insurreição, e é de presu mir, como diz Varnhagem, que André Vidal, quando na Paraíba, a esperar o desembarque da esquadra do Conde da
Torre, se não foi o autor da idéia, patrocinou-a por tal forma depois, perfí-
tade ou à estima do invasor)
ííum ônus. E "desejava a cousa certa ^ Sfignra. Obrigou Dias Cardoso a vol-
Mas, a sublevação... "tardava, de\'ido à trégua, o receio de comprome ter D. João ^\^ as hesitações de Viei
Maranhão, na conformi-
ra, que — note-se — precisava acautelar
^«^pitão fez muito mais:
a sua grande riqueza"... E é êle, contudo, um braA'0 ? É ca- .
díide da propaganda de Vidal", c recomeçou a
"Fez Cardoso a diligência e voltou, jnneiro dc 45, com a nomeação de Vieidc capitão-mor e governador da
rcuçuo.
Rucrra, c a notícia de que Camarão e
Míis, quer o historiador
Henrique Dias iriam irromper no Rio
9^0 a simultaneidade da
Real."
insubmissão maranhense com a dos pemambuca-
Sc Vieira vinha negaceando cômodamontc cm Recife, sentiu-se encurra lado corno boi cm correddr e só lhe
. nos, combinada entre Vi dal e y,e.ra, não sc dera por contcm-
restava um caminho: o dc seguir para
ponzaçao do último:
^ frente. Mas, parou:
"A insurreição não explodiu, devido
"Ainda assim sc não moveu Vieira,
a nao estar tudo aplainado, talvez ain
com desespero de Cardoso, que estêvc
da por c.x,gência da chefia de Vieira,
prestes a retirar-se, quando, por fim, na
scinpre muito cauto c prudente." Negreiros, porém, não o deixa afrouxar.
na...
restauração da pátria ?
dali avançassem sob qualquer pretêxto". Nfio era uma procrastinação ? O
(1642) a insurreição do
Continuava fermentan
Voloso e Taborda". Só então conu'çx)u a arcar com al-
bir à Bahia c trazer no\'as forças que
co Bcrcnger de Andrade c outros."
do a semente sadia da reação e esta não vingava
ria, portanto, o que levou Fernandes Vieira (por amor aos devedores?) a coniprometcr-se (êle, nascido na Ma deira e enriquecido graças à boa von
Antônio Dias Cardoso c pelos oficiais
companheiro dos pernambucanos, foi procurado por Vidal, que também con-
landês".
insurreição", afirma o lúsloriador. Se
pequenos grupos, os quais se reuniram
dc Recife", comandados pelo Capitão
llio e com Na.ssau, c cjuc se fizera ir mão dc todas as confrarias, generoso por cálculo, insinuante no trato, antigo
sem par. Era o que ia fazer explodir a
sustentar "40 sokhuUis adestrados, cm
em Pernambuco, cm uma mata perto
grande ri(]nez;i, privando com o Consc-
cobrança das díWdas fraudulentas dos colonos do Brasil, com uma riolência
^'ioira, o abastado, encarregou-se de
João 1'ernandcs \'ieira, que - no te-se — tinlia ali (Recife) arranjado
libertação do bárbaro ho
rebentar pri
meiro o movimento".
juvenil r" Oiiçamos o historiador;
amor ao Brasil e de sua
128
Econômico
dêste — "sc procuraria
E que era feito do outrorn destemi
coração, todo cheio de
noutro peito melhor do que no de André.
Dicesto
retomamos.)
Hans van der Coes; e na mesma Gama
1
'ií
Dicesto Econômico
Beck, Cosmo de Crasto, Gregório de Barres, Antonio Vieira, Jacob Coets,
l,
'
Várzea dc Copiberibe,
assinaram, no
dia 15 dc maio de 45, Vieira e Antô nio Cavalcante, as nomeações dos ofi
paz dc lutar em campo aberto ?
"Vieira, já suspeito, pensou em aca bar com os chefes holandeses cm um
banquete de bodas, no qual viriam de convidados."
Esta, a sua primeira manifestação de gênio militar, com a qual não concor daram, todavia, os revolucionários do compromisso da Várzea do Capiberíbe, a cujos impxilsos Frei Manoel do Sal vador, cm missa celebrada cm junho de 45, ás portas da cidade, justamente
na matriz da Víírsca, "pregou a guerra
com desassombro".
Êsse é que foi o
grito, nunca partido da dubiedade de
Vieira. Falseia, portanto, o dicionário dc Seguier, quando lhe empresta um "grito da independência".
Ihando-a, que a tornou familiar na Ba-
"Resolveu, então, Vidal, depois dos
Iiia e fez-se a alma do plano pôsto em
acontecimentos do Maranlnâo, ir de no vo a Pernambuco afastar as hesitações
ciais com poderes de convocar o povo
execução, abraçado pelo bom Governa
dor Antônio Teles e pelo Padre Vieira,
de Vieira". . .
forçam comportas e tudo por efeito de
mesmo Vidal, por Martins Ferreira e
Vieira, onde conversou com Antônio!, Cavalcante, Amador Araújo e mais .
"A 23, os dois, com mais 16 conjurados, assinaram um compromisso so
lene para se ajudarem na restauração da pátria."
do mulato Domingos Fagundes. E a .
Convém lembrar-se que, financeira mente, as coisas não iam ao contento
(1645), se deu em 17.
já de volta, ali, e que dele soubera pelo (2) — Instituto do Açúcar e do Álcool — Série História — III — Relatório sobre
as Capitanias conquistadas no Brasil pe los holandeses (1639)
—
Suas condições
econômicas e sociais — Adriaen Van Der Dussen — Tradução, introdução e notas de: José Antônio Gonsalves de Mello Neto — Rio de Janeiro — 1947.
Vidal hospedou-se
em
casa
de,
pernambucanos influentes."
"Seguiu depois para sua terra natal"
't-
para tomar armas."
(a Paraíba). . . "ficando assentado, pa
dos dirigentes holandeses, os quais, a
ra satisfazer a Luna nova exigência de Vieira, que ali" — isto é, bem longe
resolveram "sobrecarregar os impostos"
fim de cobrir o déficit da Companhia, c — ouça-se bem — "tornar efetiva a
O mais prccipítou-se como águas que um incidente que fêz explodir o arrôjo irrupção,
marcada para 24 de junho
Vieira deixa a comodidade e, "per seguido pelas tropas de Blaar", não desembaínha a espada; antes... "mudou-s« para Muciape, onde reeabeu
grandes reforços, trazidos pelo inacia-
■ I(
m
■piIPR.It «l l k
122
outros.
ra permaneceu até 1643 (Apenso III do
Relatório de Adriacn Van Der Dussen, publicado pelo Instituto do Açúcar c do Álcool, em 1947) (2). Enquanto élc se radica no solo da
boa fortuna, chega à Bahia (agosto de 42) o Governador Antônio Teles da Sil
va, "um português de \'alor", acompa
nhado de André Vidal (o magnífico
p<araibano), "vindo também de Lisboa onde confabulara com o Ministro Montalvão, a quem mostrou o
(Austriclíano dc Carvalho, que
do
fabulou cotn o sogro daquele, Francis
"Rebentou, com efeito, u ésse tempo
'Antes da ocupação do Maranhão, já os pernambucanos confabulavam, pla-
neando uma insurreição, e é de presu mir, como diz Varnhagem, que André Vidal, quando na Paraíba, a esperar o desembarque da esquadra do Conde da
Torre, se não foi o autor da idéia, patrocinou-a por tal forma depois, perfí-
tade ou à estima do invasor)
ííum ônus. E "desejava a cousa certa ^ Sfignra. Obrigou Dias Cardoso a vol-
Mas, a sublevação... "tardava, de\'ido à trégua, o receio de comprome ter D. João ^\^ as hesitações de Viei
Maranhão, na conformi-
ra, que — note-se — precisava acautelar
^«^pitão fez muito mais:
a sua grande riqueza"... E é êle, contudo, um braA'0 ? É ca- .
díide da propaganda de Vidal", c recomeçou a
"Fez Cardoso a diligência e voltou, jnneiro dc 45, com a nomeação de Vieidc capitão-mor e governador da
rcuçuo.
Rucrra, c a notícia de que Camarão e
Míis, quer o historiador
Henrique Dias iriam irromper no Rio
9^0 a simultaneidade da
Real."
insubmissão maranhense com a dos pemambuca-
Sc Vieira vinha negaceando cômodamontc cm Recife, sentiu-se encurra lado corno boi cm correddr e só lhe
. nos, combinada entre Vi dal e y,e.ra, não sc dera por contcm-
restava um caminho: o dc seguir para
ponzaçao do último:
^ frente. Mas, parou:
"A insurreição não explodiu, devido
"Ainda assim sc não moveu Vieira,
a nao estar tudo aplainado, talvez ain
com desespero de Cardoso, que estêvc
da por c.x,gência da chefia de Vieira,
prestes a retirar-se, quando, por fim, na
scinpre muito cauto c prudente." Negreiros, porém, não o deixa afrouxar.
na...
restauração da pátria ?
dali avançassem sob qualquer pretêxto". Nfio era uma procrastinação ? O
(1642) a insurreição do
Continuava fermentan
Voloso e Taborda". Só então conu'çx)u a arcar com al-
bir à Bahia c trazer no\'as forças que
co Bcrcnger de Andrade c outros."
do a semente sadia da reação e esta não vingava
ria, portanto, o que levou Fernandes Vieira (por amor aos devedores?) a coniprometcr-se (êle, nascido na Ma deira e enriquecido graças à boa von
Antônio Dias Cardoso c pelos oficiais
companheiro dos pernambucanos, foi procurado por Vidal, que também con-
landês".
insurreição", afirma o lúsloriador. Se
pequenos grupos, os quais se reuniram
dc Recife", comandados pelo Capitão
llio e com Na.ssau, c cjuc se fizera ir mão dc todas as confrarias, generoso por cálculo, insinuante no trato, antigo
sem par. Era o que ia fazer explodir a
sustentar "40 sokhuUis adestrados, cm
em Pernambuco, cm uma mata perto
grande ri(]nez;i, privando com o Consc-
cobrança das díWdas fraudulentas dos colonos do Brasil, com uma riolência
^'ioira, o abastado, encarregou-se de
João 1'ernandcs \'ieira, que - no te-se — tinlia ali (Recife) arranjado
libertação do bárbaro ho
rebentar pri
meiro o movimento".
juvenil r" Oiiçamos o historiador;
amor ao Brasil e de sua
128
Econômico
dêste — "sc procuraria
E que era feito do outrorn destemi
coração, todo cheio de
noutro peito melhor do que no de André.
Dicesto
retomamos.)
Hans van der Coes; e na mesma Gama
1
'ií
Dicesto Econômico
Beck, Cosmo de Crasto, Gregório de Barres, Antonio Vieira, Jacob Coets,
l,
'
Várzea dc Copiberibe,
assinaram, no
dia 15 dc maio de 45, Vieira e Antô nio Cavalcante, as nomeações dos ofi
paz dc lutar em campo aberto ?
"Vieira, já suspeito, pensou em aca bar com os chefes holandeses cm um
banquete de bodas, no qual viriam de convidados."
Esta, a sua primeira manifestação de gênio militar, com a qual não concor daram, todavia, os revolucionários do compromisso da Várzea do Capiberíbe, a cujos impxilsos Frei Manoel do Sal vador, cm missa celebrada cm junho de 45, ás portas da cidade, justamente
na matriz da Víírsca, "pregou a guerra
com desassombro".
Êsse é que foi o
grito, nunca partido da dubiedade de
Vieira. Falseia, portanto, o dicionário dc Seguier, quando lhe empresta um "grito da independência".
Ihando-a, que a tornou familiar na Ba-
"Resolveu, então, Vidal, depois dos
Iiia e fez-se a alma do plano pôsto em
acontecimentos do Maranlnâo, ir de no vo a Pernambuco afastar as hesitações
ciais com poderes de convocar o povo
execução, abraçado pelo bom Governa
dor Antônio Teles e pelo Padre Vieira,
de Vieira". . .
forçam comportas e tudo por efeito de
mesmo Vidal, por Martins Ferreira e
Vieira, onde conversou com Antônio!, Cavalcante, Amador Araújo e mais .
"A 23, os dois, com mais 16 conjurados, assinaram um compromisso so
lene para se ajudarem na restauração da pátria."
do mulato Domingos Fagundes. E a .
Convém lembrar-se que, financeira mente, as coisas não iam ao contento
(1645), se deu em 17.
já de volta, ali, e que dele soubera pelo (2) — Instituto do Açúcar e do Álcool — Série História — III — Relatório sobre
as Capitanias conquistadas no Brasil pe los holandeses (1639)
—
Suas condições
econômicas e sociais — Adriaen Van Der Dussen — Tradução, introdução e notas de: José Antônio Gonsalves de Mello Neto — Rio de Janeiro — 1947.
Vidal hospedou-se
em
casa
de,
pernambucanos influentes."
"Seguiu depois para sua terra natal"
't-
para tomar armas."
(a Paraíba). . . "ficando assentado, pa
dos dirigentes holandeses, os quais, a
ra satisfazer a Luna nova exigência de Vieira, que ali" — isto é, bem longe
resolveram "sobrecarregar os impostos"
fim de cobrir o déficit da Companhia, c — ouça-se bem — "tornar efetiva a
O mais prccipítou-se como águas que um incidente que fêz explodir o arrôjo irrupção,
marcada para 24 de junho
Vieira deixa a comodidade e, "per seguido pelas tropas de Blaar", não desembaínha a espada; antes... "mudou-s« para Muciape, onde reeabeu
grandes reforços, trazidos pelo inacia-
124
DiuKKTf»
no pernambucano, antigo guerrilheiro, Símão de Figreiredo, uns 800 jovens". Queriam ]forquc queriam cjue èlc comandasse! Não era Antônio Cardoso
o general da ínsurrei^-ão ?! Não eslava
Cardoso, tamlém, em Muciape? A es tas possíveis ))erguntas íntimas, o funchalense,
metido em camisa de on^c
varas, responrieu com 22 dias de imo
bilidade e indecisões. Há, quase, uma insubordinação da tropa sedentária con tra ele, que o salvo pelo mesmo Antô nio Cardoso. E combina-se... a reti rada para o Monte dos Tabocas. As
trombctas d^5 Camarão e Henrique Dias — o índio e o negro — ressoavam
prcjximo. Vai ali ferir-se a batalha de
3 de agôsto de 45, na qual perderão a vida País Cabral e João de Matos. João Fernandes Vieira, no alto do
monte, com fortes reservas, quis atirarse contra o inimigo, c pela segunda vez
foi detido feio Padre Figueiredo, que altercava com Antônio Cardoso para vigiá-lo." Que desconfiança tinha o padre da bi avura de Vieira ? "Declamou outro padre, insuflando vingança, e de crucifixo em punho lan çou-se com outros guerreiros onde mais
Econômico
combate sua guarda, na maioria de es cravos seus, aos quais prometeu liber
dade, SC bem servi.ssem. Com a che
gada desta" — como èlc esla\'a bem protegido, quase deixando ir tudo à
garra! — "os pcTnainbucanos ram pela
repeli
terc(ara vez o exército
de
Hans."
Dtcesto
Ciimprindo ordens de Antônio Teles,
mercê de um govêmo que não queria
pusera fogo nos próprios canaviais, co
reconhecê-lo".
mo fé/. \'idal com os de seu pai. E a pcrainlmlação assustada, em cpic vi\ia, não era para homem do sou feitio.
tuação de lutar contra a Nontade real. "Alguns soldados nossos, desconten
A 20 de setembro dc 45, Vida! e
Vieira, (|ue não largava, desembarca
Enterrados os mortos e descansa
ram em Itfmiararâ, de onde, tomada a
Ciirjati, onde o foram alcançar, 13 de o nao tinham encontrado mais em Ta-
mártires tios insurrelti.s, rceolliidos pelo feroz Jacoh Uabhi, no forte dos Reis A/íig(j.v. os quais são entregues ao ca-
hoca.s."
eupu' Paraupeba.
dos, a 10 (Io agosto partiu Nojeira para agõ.sto. Camarão e Henrique Dias, que
O terreno fôra abandonado pelo ven cedor I E cscrevc-sc que nesse comba te o vencedor foi o homem cuio feito maior consistiu cm p^i^ar-se da niime-
guarda com que se protegia, no faida todas as demais fôrças estiveram -
de\i'^ os terços de Vida! egreirosíigôsto, se reúnem às forças de W>
Iil»rd:'de cli-
125
Econômico
situação difícil, se retiraram em 24. Há
tpie a um dèlc.s —
Mateus Moreira — arranca o coração pelas costas, depois de entregar outros antropofagia da tribo. Vieira, indone, dá ordens c toma pro vidências dc nenhum efeito. E, funda
do o Arraial Novo dc Bom Jesus, aí c
aclamado, a 7 de outubro, governador, 'eom os eclesiásticos, as pessoas in fluentes c os oficiais da câmara c re pública das vilas de Olinda, Serinhaém, [uaraçu c da cidade dc Paraíba."
Transformara-se em santo de andor, que a procissão carregaria até o fim. O historiador acha mérito em Vieira,
E os insurretos se desorientam, na si
tes, já antes avezados a reclamações"... "tentaram assassinar Vieira, como insti
gador da guerra, que o rei tinha agom àhertumentc reprovado, e meteram-lhe uma bala no ombro". Derrama, enfim,
sangue o guerreiro contrafeito, ferido por... gente sua. Contudo, mostram-se Vidal c Vieira
animosos, decididos. Em junho, chega
ram a tentar segunda surpresa sôbre Itamaracá, sem resultados. E concor
dam numa retirada geral da Paraíba, destruindo tudo quanto pudesse ser
ÚÜl aos batavos. Ferem-se ríspidos combates esporádicos o distantes: duas tentativas contra Olinda e a captura,
por pouco tempo, de Penedo. Era a íruerra em no\-os surtos, num dos quais
— Itaparica, na Bahia — morre 'o inoi-
vidávcl Rabolinho, o incansável guer
reiro que a tôda parte acudia". Vieira está agora num baluarte, que
os insurretos estabeleceram ousadamen
sopravam, agora, a favor
quando, sem dar um passo fora das ris-
guerra passou a ter
tas dc Vidal, se decide a desobedecer
r»omo Cardoso.Vídal, que substituiu AnVieira, incólume, achouse em Casa Forte, esperando baldada-
o rei, que manda que se deixe em paz os holandeses. Pudesse ele recair nas
"Pela terceira vez, e agora com tro
mentc a esquadra de Salvador Corrêa
pas fresca enfrentou Hans os nossos, já exaustos pela peleja e sem quase
dc Sá c Bcnevides, que faltou — note-
quista dos grandes cabedais em Reci fe. ,. Não visse o que aconteceu aos
apelos dos revoltosos e decidira-se a
instiiTCtos colhidos pelas garras do fe roz Jacob Rabbi... Não haveria por
nha entra em nova fase. Vieira e Vidal passam a plano secundário.
terrível se ieria a peleja." E Vieira no alto do monte...
Tomava-se crítica a situação dos insurretos:
munições. Levou-os de vencida até o Tahocal, vizinho à mata, circunvolvente ao teso do morro." "Nova intervenção religiosa de um
padre, ao lado de Vieira, rezando alto a Jesus que desse o triunfo àqueles que por ele combatiam. Todos ofereceram seus votos a Deus, e Vieira uma igre
ja a N. S. do Destôrro, enviando ao
se — por não querer lutar contra os ho
landeses. Não seria mais realista do que o rei D. João IV, que, porfiando contra a Espanha, recebia, na Exiropa, socorros da Holanda, por ele deixada a vontade na América portuguesa. Que ideais ou ardores seriam, então, ^
graças dos que lhe facilitaram a con
tas abertas à reconciliação. E a ordem real só serviu para conduzir a mais cautelosa conspiração Vidal de Negreiros e reanimar a revolta do vellio e cansado Martim Soares, "que se tornou
os de Vieira nessa luta? Já expusera a
superior ao próprio Vieira, cujo papel
vida; já abandonara o bem-estar; já Uie corriam risco os grandes cabedais.
era de não obedecer, diz Southey, sem tornar-se um aventureiro animado à
te, mantendo o cêrco de Recife, onde os holandeses não podem descansar. Em 47, aceitam a chefia de Francis co Barreto, vindo de Portugal para mestre de campo. A Coroa cedera aos auxiliá-los... secretamente. A campa
Em 18 de março de 48, os conc^uis-
tadores recebem poderosos reforços. Tomam-se, portanto, mais atrevidos. Isso concorre para que Vieira, \'idal, Camarão e Henrique Dias se decidam a tudo. E grandes fôrças se movimen tam de parte a parte. "O nosso ex^cito, por sua vez. co-
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DiuKKTf»
no pernambucano, antigo guerrilheiro, Símão de Figreiredo, uns 800 jovens". Queriam ]forquc queriam cjue èlc comandasse! Não era Antônio Cardoso
o general da ínsurrei^-ão ?! Não eslava
Cardoso, tamlém, em Muciape? A es tas possíveis ))erguntas íntimas, o funchalense,
metido em camisa de on^c
varas, responrieu com 22 dias de imo
bilidade e indecisões. Há, quase, uma insubordinação da tropa sedentária con tra ele, que o salvo pelo mesmo Antô nio Cardoso. E combina-se... a reti rada para o Monte dos Tabocas. As
trombctas d^5 Camarão e Henrique Dias — o índio e o negro — ressoavam
prcjximo. Vai ali ferir-se a batalha de
3 de agôsto de 45, na qual perderão a vida País Cabral e João de Matos. João Fernandes Vieira, no alto do
monte, com fortes reservas, quis atirarse contra o inimigo, c pela segunda vez
foi detido feio Padre Figueiredo, que altercava com Antônio Cardoso para vigiá-lo." Que desconfiança tinha o padre da bi avura de Vieira ? "Declamou outro padre, insuflando vingança, e de crucifixo em punho lan çou-se com outros guerreiros onde mais
Econômico
combate sua guarda, na maioria de es cravos seus, aos quais prometeu liber
dade, SC bem servi.ssem. Com a che
gada desta" — como èlc esla\'a bem protegido, quase deixando ir tudo à
garra! — "os pcTnainbucanos ram pela
repeli
terc(ara vez o exército
de
Hans."
Dtcesto
Ciimprindo ordens de Antônio Teles,
mercê de um govêmo que não queria
pusera fogo nos próprios canaviais, co
reconhecê-lo".
mo fé/. \'idal com os de seu pai. E a pcrainlmlação assustada, em cpic vi\ia, não era para homem do sou feitio.
tuação de lutar contra a Nontade real. "Alguns soldados nossos, desconten
A 20 de setembro dc 45, Vida! e
Vieira, (|ue não largava, desembarca
Enterrados os mortos e descansa
ram em Itfmiararâ, de onde, tomada a
Ciirjati, onde o foram alcançar, 13 de o nao tinham encontrado mais em Ta-
mártires tios insurrelti.s, rceolliidos pelo feroz Jacoh Uabhi, no forte dos Reis A/íig(j.v. os quais são entregues ao ca-
hoca.s."
eupu' Paraupeba.
dos, a 10 (Io agosto partiu Nojeira para agõ.sto. Camarão e Henrique Dias, que
O terreno fôra abandonado pelo ven cedor I E cscrevc-sc que nesse comba te o vencedor foi o homem cuio feito maior consistiu cm p^i^ar-se da niime-
guarda com que se protegia, no faida todas as demais fôrças estiveram -
de\i'^ os terços de Vida! egreirosíigôsto, se reúnem às forças de W>
Iil»rd:'de cli-
125
Econômico
situação difícil, se retiraram em 24. Há
tpie a um dèlc.s —
Mateus Moreira — arranca o coração pelas costas, depois de entregar outros antropofagia da tribo. Vieira, indone, dá ordens c toma pro vidências dc nenhum efeito. E, funda
do o Arraial Novo dc Bom Jesus, aí c
aclamado, a 7 de outubro, governador, 'eom os eclesiásticos, as pessoas in fluentes c os oficiais da câmara c re pública das vilas de Olinda, Serinhaém, [uaraçu c da cidade dc Paraíba."
Transformara-se em santo de andor, que a procissão carregaria até o fim. O historiador acha mérito em Vieira,
E os insurretos se desorientam, na si
tes, já antes avezados a reclamações"... "tentaram assassinar Vieira, como insti
gador da guerra, que o rei tinha agom àhertumentc reprovado, e meteram-lhe uma bala no ombro". Derrama, enfim,
sangue o guerreiro contrafeito, ferido por... gente sua. Contudo, mostram-se Vidal c Vieira
animosos, decididos. Em junho, chega
ram a tentar segunda surpresa sôbre Itamaracá, sem resultados. E concor
dam numa retirada geral da Paraíba, destruindo tudo quanto pudesse ser
ÚÜl aos batavos. Ferem-se ríspidos combates esporádicos o distantes: duas tentativas contra Olinda e a captura,
por pouco tempo, de Penedo. Era a íruerra em no\-os surtos, num dos quais
— Itaparica, na Bahia — morre 'o inoi-
vidávcl Rabolinho, o incansável guer
reiro que a tôda parte acudia". Vieira está agora num baluarte, que
os insurretos estabeleceram ousadamen
sopravam, agora, a favor
quando, sem dar um passo fora das ris-
guerra passou a ter
tas dc Vidal, se decide a desobedecer
r»omo Cardoso.Vídal, que substituiu AnVieira, incólume, achouse em Casa Forte, esperando baldada-
o rei, que manda que se deixe em paz os holandeses. Pudesse ele recair nas
"Pela terceira vez, e agora com tro
mentc a esquadra de Salvador Corrêa
pas fresca enfrentou Hans os nossos, já exaustos pela peleja e sem quase
dc Sá c Bcnevides, que faltou — note-
quista dos grandes cabedais em Reci fe. ,. Não visse o que aconteceu aos
apelos dos revoltosos e decidira-se a
instiiTCtos colhidos pelas garras do fe roz Jacob Rabbi... Não haveria por
nha entra em nova fase. Vieira e Vidal passam a plano secundário.
terrível se ieria a peleja." E Vieira no alto do monte...
Tomava-se crítica a situação dos insurretos:
munições. Levou-os de vencida até o Tahocal, vizinho à mata, circunvolvente ao teso do morro." "Nova intervenção religiosa de um
padre, ao lado de Vieira, rezando alto a Jesus que desse o triunfo àqueles que por ele combatiam. Todos ofereceram seus votos a Deus, e Vieira uma igre
ja a N. S. do Destôrro, enviando ao
se — por não querer lutar contra os ho
landeses. Não seria mais realista do que o rei D. João IV, que, porfiando contra a Espanha, recebia, na Exiropa, socorros da Holanda, por ele deixada a vontade na América portuguesa. Que ideais ou ardores seriam, então, ^
graças dos que lhe facilitaram a con
tas abertas à reconciliação. E a ordem real só serviu para conduzir a mais cautelosa conspiração Vidal de Negreiros e reanimar a revolta do vellio e cansado Martim Soares, "que se tornou
os de Vieira nessa luta? Já expusera a
superior ao próprio Vieira, cujo papel
vida; já abandonara o bem-estar; já Uie corriam risco os grandes cabedais.
era de não obedecer, diz Southey, sem tornar-se um aventureiro animado à
te, mantendo o cêrco de Recife, onde os holandeses não podem descansar. Em 47, aceitam a chefia de Francis co Barreto, vindo de Portugal para mestre de campo. A Coroa cedera aos auxiliá-los... secretamente. A campa
Em 18 de março de 48, os conc^uis-
tadores recebem poderosos reforços. Tomam-se, portanto, mais atrevidos. Isso concorre para que Vieira, \'idal, Camarão e Henrique Dias se decidam a tudo. E grandes fôrças se movimen tam de parte a parte. "O nosso ex^cito, por sua vez. co-
ir
126
Dicesto Eco.vóníico
Dicesto
127
Econômico
mandado por Francisco Barreto, dei
vereiro de 49 partiu de necife, decidi
outro iorlc, pcrclcndo-se o bravo Capi
que traduziu e anotou o relatório cm
xou o
do a transpor enfim os Guararapes. Lã
tão Barbosa Pinto.
referência (3).
Arraial e a bateria de
Asseca
bem guamecidos e foí ao encontro de Scbkoppe."
»
"Vidal, porém, apoiado por Vieira c Antônio Cardoso, opõe a Barreto o con selho da prudência" (tão ao sabor de Vieira), "dizendo que se não devia ar riscar um combate, quando se desco
nhecia a força do inimigo, c que me lhor seria ir ocupar o desfiladeiro dos
(^ararapes, a 3 léguas de Recife, ve dando assim o caminho para o sul."
Traçou-se o plano: na vanguarda,
Vidal; nos flancos, Camarão e Henri que. Vieira... na reserva.
Vidal entra em fogo às 9 da manhã de 19 de abril de 48. Henrique Dias, talha, e de tal modo as coisas se con duzem, que, assim falhando, o denodado negro concorre "para mais uma bnlhante e proveitosa carga do intré pido e glorioso Vidal". Contudo, os patriotas recuam. Os conquistadores antegozam um triunfo aniquilador. "Barreto, refazendo as suas hostes, como que pediu outro furacão a Vidal 6 este, célere, desapoderado e feliz, im
peliu os batavos para o tremedal, rompendo-lhes de novo os seus batalhões". Estavam derrotados. E Vieira ? Na re
ha\ia um posto às ordens dc Vieiní.
Barreto tomou providências. Dispunha
A 28, Bancto fa/. sua entrada triunfal
primeiros coinpunliain
mandados por Vidal, Vieira, Figueiroa,
cm Recife, ein companhia dos chefes, oficiais c dc mn esquadrão dc cavala
Diogo Camarao (sobrinlio do falecido) e JIenrique Dia.s. Na cavalaria, Antô nio Silva e Manoel .Miranda. O inimigo
invés dl- comandar a entrada.
.5 terços, co
contava com 4.200 homens ou mais.
Trava-sc a segunda peleja no mesmo local.
Vidal, sempre na vanguarda, aper tou-os implacàvelmcntc; Vieira e os outros chefes foram atacando as outras
ívisões e a derrota do inimigo foi mais estrondosa ainda do que a 19 de abri! Oo ano anterior."
Perdemos nós os bravos Paulo do
Cunha e Manoel Miranda, feridos Ví-
, Vieira e Henrique Dias (seu oitoPaulo Teixeira e ou-
^ '
desanimo os conquistadocessaram entre êles e os in-
urretos escaramuças, assaltos e e.xpe-
Rolam os tempos, até que, nos ajus tes finais entre Porhigal o Holanda, se acerta (pic esta receberá a indenização
tlc -1 milhões de cruzados, cuja quase metade (120.000 cruzados anuais em
16 anos) ficou a cargo do Brasil. Entretanto, parece que nem mesmo Austricliano do Car\'alho, que compulson numerosos autores,
teve conheci
mento dc uma particularidade valiosís■sirna, explicativa dos prováveis desígnios do Vieira, ao abandonar a fortuna e o
bcm-cslar cm Recife e entregar-se aos azares da guerra que já era velha, nela cxpondo-sc, contudo, o menos possível. Vimos que as coisas não iam bem para os conquistadores, os quais, a fim de cobrir o dcficit da Companhia, resoh'eram "sobrecarregar os impostos e
mcia-se um plano de ataque geral à praça que Nassau, já na Europa, trans-
fraudulentas dos colonos do Brasil com
na mais forte das Américas.
O citado Relatório de Adriaen Van
Camarão enfermou e veio a falecer no acampamento, em agosto, depois de
rosa esquadra portuguesa lança ferros diante de Mauricéia. Entendem-se os homens de ten'a com os de mar. Os conquistadores sentem-se perdidos. A 15 de janeiro de 54, Vidal e Viei
1630.
ria . Viiára estaria entre o.s chefes, ao
içoes, em que não se inclui o nome de leira. Recife continua sob cerco. De-
A 20 de dezembro de 53, uma pode ou desde
capitulação, que seria assinada a 26.
dc 2.000 infantes e 150 ca\alciros. Os
serva.
batalhar durante 18 anos,
Na tarde dc 23, os holandeses pedem
tornar efetiva a cobrança das dívidas uma violência sem par". Der Dussen traz, no Apenso II, a "Lis
ta dos devedores portuguêses da neerlandcsa Companhia das índias Oci dentais" (não sabemos se seriam estes os tais devedores fraudulentos), e nela,
foi de profundas conseqüências nas de cisões até mesmo da Coroa, que se in
que, e até 19 submetem duas fortale
composta de cêrca de 300 nomes, figu ra C07110 o segundo, entre os de maio res débitos, "João Fernandes Vieira, senhor dos engenhos de Carlos Fran
clinava à paz e teve que aquíescer à
zas. De 21 a 22, Vidal e Antônio Car
cisco, Santo Antônio, São José, Santana
A primeira vitória dos
Guararapes
guerra. E houve como que uma quietação. O invasor refez-se e a 17 de fe
ra, com 2.000 homens, iniciam o ata
doso empenham-se em feliz acometida à ilha de Santo Antônio
e dominam
e Ilhetas", segundo o comentário de José Antônio Gonsalves de Mello Neto,
De fato, o total da lista é de florins 4.642.196: 13: 8, c nessa cifra a par
cela correspondente a "Joan Ferdinaucíü Vieira" é de florins 321.756: 1; 8.
Entre aquêles cinco maiores devedo res figura, também, o célebre Antônio Barbalho, cujo sobrenome se perpetua
numa fortaleza colonial da capital baia na. Vê-se, na lista, a rubrica "Anth
Barbelho 155.163 : 3:"
E. para que se faça idéia do valor de tais débitos, é bastante dizer-se que se
deu o preço de 60.000 floritis à atual Casa do Conselho", em Recife, na "Lis
ta das casas que a Companhia das ín
dias Ocidentais possuía e ocupava no
Brasil, das quais se apoderaram a Co-
roa e os súditos portuguêses com a i
dicação dos respectivos va ores pela | ^ais baLxa mhacão" cotação" (Relatório (Relatório cit.). dt - Resta, pois, perguntar-se: se a vi tória não trouxesse para Vieira, como
para as três centenas de devedores, a Sminação do credor, contariam com o concurso dêle, como do de Barbalho, para não sairmos dêstes, os ideabstas brasileiros, que üveram de porfiar até
contra a vontade da Coroa portuguêsar' Essa vitória foi, pois,
para os que
deviam fabulosas importâncias ao inva
sor, que os enriquecera e os poderia empobrecer, uma solução econômica,
(3^ — De conformidade com a lista, os cinco maiores devedores eram: 1) Jorge Homem Pinto, senhor dos engenhos San
to André. Santa Catarina. São Felipe e São Tiago, Santo Antônio ou Tapoã, Nos
sa Senhora de Guadelupe e Sanflago; 2) João Fernandes Vieira, senhor dos enge nhos de Carlos Francisco, Santo Antônio,
São João, SanfAna e Ilhetas; 3) Jerônimo Cadena, senhor do Engenho São João Ba
tista: 4) Francisco Camelo Valcacer, se
nhor do Engenho Três Reis e 5) Antônio Barbalho, senhor tuba.
do
Engenho
Camara-
ir
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Dicesto Eco.vóníico
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mandado por Francisco Barreto, dei
vereiro de 49 partiu de necife, decidi
outro iorlc, pcrclcndo-se o bravo Capi
que traduziu e anotou o relatório cm
xou o
do a transpor enfim os Guararapes. Lã
tão Barbosa Pinto.
referência (3).
Arraial e a bateria de
Asseca
bem guamecidos e foí ao encontro de Scbkoppe."
»
"Vidal, porém, apoiado por Vieira c Antônio Cardoso, opõe a Barreto o con selho da prudência" (tão ao sabor de Vieira), "dizendo que se não devia ar riscar um combate, quando se desco
nhecia a força do inimigo, c que me lhor seria ir ocupar o desfiladeiro dos
(^ararapes, a 3 léguas de Recife, ve dando assim o caminho para o sul."
Traçou-se o plano: na vanguarda,
Vidal; nos flancos, Camarão e Henri que. Vieira... na reserva.
Vidal entra em fogo às 9 da manhã de 19 de abril de 48. Henrique Dias, talha, e de tal modo as coisas se con duzem, que, assim falhando, o denodado negro concorre "para mais uma bnlhante e proveitosa carga do intré pido e glorioso Vidal". Contudo, os patriotas recuam. Os conquistadores antegozam um triunfo aniquilador. "Barreto, refazendo as suas hostes, como que pediu outro furacão a Vidal 6 este, célere, desapoderado e feliz, im
peliu os batavos para o tremedal, rompendo-lhes de novo os seus batalhões". Estavam derrotados. E Vieira ? Na re
ha\ia um posto às ordens dc Vieiní.
Barreto tomou providências. Dispunha
A 28, Bancto fa/. sua entrada triunfal
primeiros coinpunliain
mandados por Vidal, Vieira, Figueiroa,
cm Recife, ein companhia dos chefes, oficiais c dc mn esquadrão dc cavala
Diogo Camarao (sobrinlio do falecido) e JIenrique Dia.s. Na cavalaria, Antô nio Silva e Manoel .Miranda. O inimigo
invés dl- comandar a entrada.
.5 terços, co
contava com 4.200 homens ou mais.
Trava-sc a segunda peleja no mesmo local.
Vidal, sempre na vanguarda, aper tou-os implacàvelmcntc; Vieira e os outros chefes foram atacando as outras
ívisões e a derrota do inimigo foi mais estrondosa ainda do que a 19 de abri! Oo ano anterior."
Perdemos nós os bravos Paulo do
Cunha e Manoel Miranda, feridos Ví-
, Vieira e Henrique Dias (seu oitoPaulo Teixeira e ou-
^ '
desanimo os conquistadocessaram entre êles e os in-
urretos escaramuças, assaltos e e.xpe-
Rolam os tempos, até que, nos ajus tes finais entre Porhigal o Holanda, se acerta (pic esta receberá a indenização
tlc -1 milhões de cruzados, cuja quase metade (120.000 cruzados anuais em
16 anos) ficou a cargo do Brasil. Entretanto, parece que nem mesmo Austricliano do Car\'alho, que compulson numerosos autores,
teve conheci
mento dc uma particularidade valiosís■sirna, explicativa dos prováveis desígnios do Vieira, ao abandonar a fortuna e o
bcm-cslar cm Recife e entregar-se aos azares da guerra que já era velha, nela cxpondo-sc, contudo, o menos possível. Vimos que as coisas não iam bem para os conquistadores, os quais, a fim de cobrir o dcficit da Companhia, resoh'eram "sobrecarregar os impostos e
mcia-se um plano de ataque geral à praça que Nassau, já na Europa, trans-
fraudulentas dos colonos do Brasil com
na mais forte das Américas.
O citado Relatório de Adriaen Van
Camarão enfermou e veio a falecer no acampamento, em agosto, depois de
rosa esquadra portuguesa lança ferros diante de Mauricéia. Entendem-se os homens de ten'a com os de mar. Os conquistadores sentem-se perdidos. A 15 de janeiro de 54, Vidal e Viei
1630.
ria . Viiára estaria entre o.s chefes, ao
içoes, em que não se inclui o nome de leira. Recife continua sob cerco. De-
A 20 de dezembro de 53, uma pode ou desde
capitulação, que seria assinada a 26.
dc 2.000 infantes e 150 ca\alciros. Os
serva.
batalhar durante 18 anos,
Na tarde dc 23, os holandeses pedem
tornar efetiva a cobrança das dívidas uma violência sem par". Der Dussen traz, no Apenso II, a "Lis
ta dos devedores portuguêses da neerlandcsa Companhia das índias Oci dentais" (não sabemos se seriam estes os tais devedores fraudulentos), e nela,
foi de profundas conseqüências nas de cisões até mesmo da Coroa, que se in
que, e até 19 submetem duas fortale
composta de cêrca de 300 nomes, figu ra C07110 o segundo, entre os de maio res débitos, "João Fernandes Vieira, senhor dos engenhos de Carlos Fran
clinava à paz e teve que aquíescer à
zas. De 21 a 22, Vidal e Antônio Car
cisco, Santo Antônio, São José, Santana
A primeira vitória dos
Guararapes
guerra. E houve como que uma quietação. O invasor refez-se e a 17 de fe
ra, com 2.000 homens, iniciam o ata
doso empenham-se em feliz acometida à ilha de Santo Antônio
e dominam
e Ilhetas", segundo o comentário de José Antônio Gonsalves de Mello Neto,
De fato, o total da lista é de florins 4.642.196: 13: 8, c nessa cifra a par
cela correspondente a "Joan Ferdinaucíü Vieira" é de florins 321.756: 1; 8.
Entre aquêles cinco maiores devedo res figura, também, o célebre Antônio Barbalho, cujo sobrenome se perpetua
numa fortaleza colonial da capital baia na. Vê-se, na lista, a rubrica "Anth
Barbelho 155.163 : 3:"
E. para que se faça idéia do valor de tais débitos, é bastante dizer-se que se
deu o preço de 60.000 floritis à atual Casa do Conselho", em Recife, na "Lis
ta das casas que a Companhia das ín
dias Ocidentais possuía e ocupava no
Brasil, das quais se apoderaram a Co-
roa e os súditos portuguêses com a i
dicação dos respectivos va ores pela | ^ais baLxa mhacão" cotação" (Relatório (Relatório cit.). dt - Resta, pois, perguntar-se: se a vi tória não trouxesse para Vieira, como
para as três centenas de devedores, a Sminação do credor, contariam com o concurso dêle, como do de Barbalho, para não sairmos dêstes, os ideabstas brasileiros, que üveram de porfiar até
contra a vontade da Coroa portuguêsar' Essa vitória foi, pois,
para os que
deviam fabulosas importâncias ao inva
sor, que os enriquecera e os poderia empobrecer, uma solução econômica,
(3^ — De conformidade com a lista, os cinco maiores devedores eram: 1) Jorge Homem Pinto, senhor dos engenhos San
to André. Santa Catarina. São Felipe e São Tiago, Santo Antônio ou Tapoã, Nos
sa Senhora de Guadelupe e Sanflago; 2) João Fernandes Vieira, senhor dos enge nhos de Carlos Francisco, Santo Antônio,
São João, SanfAna e Ilhetas; 3) Jerônimo Cadena, senhor do Engenho São João Ba
tista: 4) Francisco Camelo Valcacer, se
nhor do Engenho Três Reis e 5) Antônio Barbalho, senhor tuba.
do
Engenho
Camara-
Dicesto
128
Econômico
credora,
exemplo, certamente não emprestaria à insurreição contra os liolandcscs o pres
iriam acrescer os cabedais som maiores embaraços.
tígio (1(1 seu nome c, cautelosamente, o vigor do seu braço, (;lo, um dos mais
com a qual recuperaram os bens arris cados, e, li\Tes da poderosa
E suas dívidas, pagou-as anos a fio
o Brasil à Holanda, no cômputo da queles 120.000 cnizados anuais, tle^sseis vezes.
Não lioiivesse as dívidas, Vieira, por
Divulgação de problemas filosóficos
ricos portiigm/scs que em Recife dos-
Paulo Edmub de Souza Queiboz
fruta\'am as hoa.s graças do invasor. E III
a vitória dos incansáveis lutadores bra
sileiros custaria mais tempo, mais san gue e mais vidas do (pie lhes custou, se pudessem um dia consegui-la.
O Existencialismo
"^^iMos O impasse a que chegou o ra- o quàl tende, lc\'ado por uma fôrça ín ciomilisnío idealista com a crítica
da razão pura dc Emanuel Kant. Pela razão jamais cbegarcmos a entrar em contato com o ser cm si.
A metafísica
racional é impossível, porque conhecer uin objeto exige que êle nos apareça sob o aspecto espacial c temporal, peculiar a todos os fenômenos.
O ser em si
independe do espaço, do tenipo e das categorias da razão que constituem o li-
niite inapclásel do homem, conhecedor
de coisas. Espaço, tempo e categorias, são os pós com que anda a nossa razão.
Eora do espaço e do tempo ela é uma rocia girando no \'ácuo, incapaz de con duzir o homem a parte alguma. Estavam definitivamente cerradas as
portas da metafísica? Kant mesmo se en
carregou dc abri-las, c como os ventos turbinosos libertos por Éolo de suas ca
vernas, no princípio da Eneida, o pensanicnto humano varejou outra vez a terra,
foi-mando as tempestades que vieram abalar em seus alicerces a pobre se gurança do mundo moderno. O homem não se põe, exclusivamente, como conhecedor dc coisas. i-.r-i - V
Se a razão
constitui uma peculiaridade sua, não é a única nem sequer a principal. Antes de mais nada, o homem é também um
51: a'
ser moral.
Como a razão depende de
formas da sensibilidade e de categorias
indispensáveis ao seu desenvolvimento, o homem, como ser total, depende tam bém, para existir tal qual é, de uma transcendência, de um pólo ético para
tima essencial em sua natureza - sua
consciência moral. O homem é fenô
meno sujeito ás determinações das leis
naturais de espaço e tempo, na medida
em que é corpo e psicologia animaJ. Mas èle transcende seu coqjoj não se cscota na análise do seu corpo. Seu es
pírito não está sujeito a leis válidas Apenas no reino espacial e temporal. I-íá um magnetismo moral regulando a
conduta humana na sua dimensão espi ritual. As linhas do espírito sao. muitas vèzes. antagônicas ás linhas da nature
za onde se revelam os fenômenos captaveis peln
^
quando consegue impor ao corpo as determinações da ahna ou do espmto. O ideal do corpo deve subordinar-se ao ideal ético. Só o santo reaUza na terra essa subordinação. O homem tem, em
si mesmo, a forma ética através da qual
con-^egue distinguir o bem e o mal.
Ê bom o homem que faz prevalecer em
si o imperativo moral, existente em todos os seus semelhantes. Mas êle só poderá
ser bom ou mau se fôr livre. Se não houvesse liberdade não poderia haver classificação nem julgamento. Mas a liberdade está forçosamente acima das determinações e das leis necessárias, do
mundo das aparências, envolvido pelo espaço e o tempo matemático. O ho mem sabe, por uma visão direta, intui tivamente, sem interferência de nenhuma
demonstração racional, o que é o bem
Dicesto
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Econômico
credora,
exemplo, certamente não emprestaria à insurreição contra os liolandcscs o pres
iriam acrescer os cabedais som maiores embaraços.
tígio (1(1 seu nome c, cautelosamente, o vigor do seu braço, (;lo, um dos mais
com a qual recuperaram os bens arris cados, e, li\Tes da poderosa
E suas dívidas, pagou-as anos a fio
o Brasil à Holanda, no cômputo da queles 120.000 cnizados anuais, tle^sseis vezes.
Não lioiivesse as dívidas, Vieira, por
Divulgação de problemas filosóficos
ricos portiigm/scs que em Recife dos-
Paulo Edmub de Souza Queiboz
fruta\'am as hoa.s graças do invasor. E III
a vitória dos incansáveis lutadores bra
sileiros custaria mais tempo, mais san gue e mais vidas do (pie lhes custou, se pudessem um dia consegui-la.
O Existencialismo
"^^iMos O impasse a que chegou o ra- o quàl tende, lc\'ado por uma fôrça ín ciomilisnío idealista com a crítica
da razão pura dc Emanuel Kant. Pela razão jamais cbegarcmos a entrar em contato com o ser cm si.
A metafísica
racional é impossível, porque conhecer uin objeto exige que êle nos apareça sob o aspecto espacial c temporal, peculiar a todos os fenômenos.
O ser em si
independe do espaço, do tenipo e das categorias da razão que constituem o li-
niite inapclásel do homem, conhecedor
de coisas. Espaço, tempo e categorias, são os pós com que anda a nossa razão.
Eora do espaço e do tempo ela é uma rocia girando no \'ácuo, incapaz de con duzir o homem a parte alguma. Estavam definitivamente cerradas as
portas da metafísica? Kant mesmo se en
carregou dc abri-las, c como os ventos turbinosos libertos por Éolo de suas ca
vernas, no princípio da Eneida, o pensanicnto humano varejou outra vez a terra,
foi-mando as tempestades que vieram abalar em seus alicerces a pobre se gurança do mundo moderno. O homem não se põe, exclusivamente, como conhecedor dc coisas. i-.r-i - V
Se a razão
constitui uma peculiaridade sua, não é a única nem sequer a principal. Antes de mais nada, o homem é também um
51: a'
ser moral.
Como a razão depende de
formas da sensibilidade e de categorias
indispensáveis ao seu desenvolvimento, o homem, como ser total, depende tam bém, para existir tal qual é, de uma transcendência, de um pólo ético para
tima essencial em sua natureza - sua
consciência moral. O homem é fenô
meno sujeito ás determinações das leis
naturais de espaço e tempo, na medida
em que é corpo e psicologia animaJ. Mas èle transcende seu coqjoj não se cscota na análise do seu corpo. Seu es
pírito não está sujeito a leis válidas Apenas no reino espacial e temporal. I-íá um magnetismo moral regulando a
conduta humana na sua dimensão espi ritual. As linhas do espírito sao. muitas vèzes. antagônicas ás linhas da nature
za onde se revelam os fenômenos captaveis peln
^
quando consegue impor ao corpo as determinações da ahna ou do espmto. O ideal do corpo deve subordinar-se ao ideal ético. Só o santo reaUza na terra essa subordinação. O homem tem, em
si mesmo, a forma ética através da qual
con-^egue distinguir o bem e o mal.
Ê bom o homem que faz prevalecer em
si o imperativo moral, existente em todos os seus semelhantes. Mas êle só poderá
ser bom ou mau se fôr livre. Se não houvesse liberdade não poderia haver classificação nem julgamento. Mas a liberdade está forçosamente acima das determinações e das leis necessárias, do
mundo das aparências, envolvido pelo espaço e o tempo matemático. O ho mem sabe, por uma visão direta, intui tivamente, sem interferência de nenhuma
demonstração racional, o que é o bem
Dxcesto 180
HjHinpiiui .n.
Econômico
w
131
Dicesto Econômico
namarca, nas ruas liumildes de Copeo seu caminho na direção dêsses dois
"O racional é real c o real é racional."
nliaguc.
serávelmentc o seu próprio destino. .An gústia e desespero são o aguilhão per manente que o lança para o futuro, nu
pólos. Lívtc e responsável. Postulada a
Essa afirmação
resume o pen.samcnto
Não sei porque, tôda vez quo devo
liberdade e os novos caminhos humanos
profundo do grande Ilegcl. O artista, o
falar em Siiren Kierkegaard, \cm-me á
ma ansiedade irremediável. A fé num
na direção de algo que não é objeto
poeta Sehellitig. considera como funda-
nieinória uma cena do admirável roman
Deus que se esconde c uma conquista
de conhecimento, mas sim de intuição
inetito de tudo a identidade absoluta, a harmonia uni\er.sal, na síntese dos con
ce clc l'auconuier Malaisie:
trários.
pela lerrixel suscetiliilidadc do sua raça,
não racional, estava aberta novamen
te a possibilidade de uma pesquisa me tafísica, não mais através da ra>:ão, cuja passagem para ésse campo c vedada, como vimos, mas de outra índole, ín
dole intuitiva, con%ácção a que se chega
Todos (.-ssc-s sistemas, admiráveis como construção, apartam-se de tal modo da
nossa rca!i<lade cotidiana, em fuga ir
Um rapa/, malaio dc 18 ano.s movido
ferira de morli- um alto representante do go\érn(i da illia, pertencente à Inglater ra, e escoiulera-so na floresta. A polí
através de uma "revelação interior de ordem mística", decorrente da livre
resistível para um iniindo dc idéias, que nao podiam deixar do pro\ocar, como
cia inglesa aguardava sua volta em uma
orientação moral do homem.
pro\()caram, uma violenta reação.
que dos sinos, anunciando a morte do
Por muitos anos, o absoluto, que os homens voltaram a procurar, ia ser al cançado, na afirmação de grandes pen
\ez a terra, onde em uma de suas dire
sadores, de um jacto, num instante de
clarividência, vislumbrado pelas
E o pensamento filosófico desce outra
ções se mantém, longamente, marcando passo sem deslocar-se. Gerou-o Augusto
'Omte c^oni o positi\'isnio, o qual \'eio,
portas da liberdade, abertas so
finalmente, desembocar na po
bre novas perspectivas metafísi cas. E dessas súbitas intuições
derosa corrente hodícma do nco-
se iriam desenvolver os monu mentais sistemas do idealismo
objetivo alemão. Aparecem sucessivamente, no meio das convulsões políticas provocadas pela Revolução Francesa, os grandes gê nios germânicos lohan Gottlieb Fichtc, Georg Wilhelm Fricderich Hegel, Friederich Wilhelm lohan von Schelling. Em todos eles o sistema principia
pelo que chamam de uma intuição in telectual. O primeiro dêles, moralis ta, vê na sua repentina visão a cons
ciência moral de um "eu" absoluto, um "eu" fusão de toda a subjetividade uni versal, acima de todos os "eus" particula
positivismo científico. Em outra
direção, o idealismo objetivo de Hegel foi aceito no que tinha de método dialélieo, o o espíri to absoluto, rcsolvcndo-se em
matéria, concretizou o pensa-
men o marxista — o malorialisino histó-
'00 e lalético. Em otitra direção, o lioniem concreto o individual crispou-se c entro de seus problemas concretos o inivK uais, recusando-se
heròicamentc,
pe{|uena cidade, certa de que ao repiferitlo, até então agoni/^mtc, o moço ma laio, sentindo-se perdido, entraria naque
le i slado de e.xaccrbação psicológica dcsIruidora, a que se dá o nome dc "amok", o viria sozinho, para lutar até morrer c<mlra lòda a máquina social. Em uma
profunda perspectiva, alongava-se, a perder dc vista, a rua principal da vila,' fpic desembocava na estrada, marginal â floresta misteriosa e virgem. Quando os sinos dobraram, finalmente, a finados,
todos os ollios se fi.xaram no trágico ca minho que parecia penetrar até a alma dolorosa c transtornada do "amok"; e, realmente, da névoa da distância, na ca
dência de um passo acelerado, leve e gracioso como um bailarino, surgiu o
adolescente enlouquecido, com o punhal
a rave.s dc novos gênios, a essa aliena ção de todas as coisas, com o homem entre elas, a um processo monstnioso de
contra a estrutura monumental do idea
um organismo geral, que absorve, tritu-
lismo hegeliano, dominador do pensa
m e consome a essência
inconfundível
malaio brilhando em sua mão direita.
Soren Kierkegaard
rompe sòzinho
mento ocidental, e, em sua breve exis
Eni o prenúncio da nova crise lemvel que se preparava. Todos os sistemas idcalista^v O" positivistas do século pas sado vinham imbuídos de um otimismo
progressista de que os últimos ecos nos vêm, atualmente, da Rússia transtorna da. O homem se esquecia de sí mesmo e dc sua dor, concreta e intransferível, pa
ra celebrar, cm hinos e cantos, a glória
de alguma coisa que estava fora dêle e
já não tinha oUios para ver que tudo aquilo era obra sua, ídolo por êle cons truído c só por êle dirinizado. Razao
absoluta, eu absoluto, identidade absoluta lei moral, sociedade sem classes. M tos que os próprios homens projetam à sua frente e atrás dos quais con-em de-
scspcraclainente, até que se desfaçam ^
como as miragens dos desertos. H Do verdadeiro problema existencial
humano, já haviam dado conta, na des
coberta da própria solidão, gemes iso lados de quase tôdas as épocas. A par tir de Kierkegaard, todaria, começa a
sistematizaçáo das direções do pensa
mento, chamadas hoje, conjuntamente, de existenciaHsmo. Originado de uma
tcncialismo, na desnorteante situação a á que chegou o homem moderno, atraiu a
abre a consciência do homem para a sua
situação de abandonado, sob o céu de
sucessivas sobre temas dc uma região
tência, na graça luminosa do seu estilo,
res e superior a êles, como a origem e o fundamento do ser. O segundo, racíona-
as primeiras notas da melodia existencia
bronze das maldições mosaicas, que se
lista ímpenítente, vê o mundo como a ma
lista, que não é ouvida no rumor apaixo-
uma agudeza incomparável, meditações humana quase esquecida
pelo pensa-
nante da torrente idealista alemã. A sin
abre apenas para o cavaleiro da fé. Nenhum ponto de apoio. Nenhum pó
fonia do existencialismo, entretanto, en
lo ético norteador. O homem é ser no
A filosofia se faz vida. A consciência
toa realmente o seu primeiro tema de-
mundo, obrigado a construir livre e mi-
da liberdade que constitui o ser humano
sesperado e solitário, em terras da Di
,
atitude profundamente religiosa, o exis- j
atenção formidável de pensadores ateus ou não, os quais desenvolveram, com ^
do particular. Com Maíne de Biran na França, soam
nifestação da razão absoluta que, dialo gando interminàvelmente consigo mes ma, se explicita dialèticamente na região das coisas particulares em nosso mundo.
permanentemente ameaçada e inshn-el, como a glória napoicônica.
mente.
Dxcesto 180
HjHinpiiui .n.
Econômico
w
131
Dicesto Econômico
namarca, nas ruas liumildes de Copeo seu caminho na direção dêsses dois
"O racional é real c o real é racional."
nliaguc.
serávelmentc o seu próprio destino. .An gústia e desespero são o aguilhão per manente que o lança para o futuro, nu
pólos. Lívtc e responsável. Postulada a
Essa afirmação
resume o pen.samcnto
Não sei porque, tôda vez quo devo
liberdade e os novos caminhos humanos
profundo do grande Ilegcl. O artista, o
falar em Siiren Kierkegaard, \cm-me á
ma ansiedade irremediável. A fé num
na direção de algo que não é objeto
poeta Sehellitig. considera como funda-
nieinória uma cena do admirável roman
Deus que se esconde c uma conquista
de conhecimento, mas sim de intuição
inetito de tudo a identidade absoluta, a harmonia uni\er.sal, na síntese dos con
ce clc l'auconuier Malaisie:
trários.
pela lerrixel suscetiliilidadc do sua raça,
não racional, estava aberta novamen
te a possibilidade de uma pesquisa me tafísica, não mais através da ra>:ão, cuja passagem para ésse campo c vedada, como vimos, mas de outra índole, ín
dole intuitiva, con%ácção a que se chega
Todos (.-ssc-s sistemas, admiráveis como construção, apartam-se de tal modo da
nossa rca!i<lade cotidiana, em fuga ir
Um rapa/, malaio dc 18 ano.s movido
ferira de morli- um alto representante do go\érn(i da illia, pertencente à Inglater ra, e escoiulera-so na floresta. A polí
através de uma "revelação interior de ordem mística", decorrente da livre
resistível para um iniindo dc idéias, que nao podiam deixar do pro\ocar, como
cia inglesa aguardava sua volta em uma
orientação moral do homem.
pro\()caram, uma violenta reação.
que dos sinos, anunciando a morte do
Por muitos anos, o absoluto, que os homens voltaram a procurar, ia ser al cançado, na afirmação de grandes pen
\ez a terra, onde em uma de suas dire
sadores, de um jacto, num instante de
clarividência, vislumbrado pelas
E o pensamento filosófico desce outra
ções se mantém, longamente, marcando passo sem deslocar-se. Gerou-o Augusto
'Omte c^oni o positi\'isnio, o qual \'eio,
portas da liberdade, abertas so
finalmente, desembocar na po
bre novas perspectivas metafísi cas. E dessas súbitas intuições
derosa corrente hodícma do nco-
se iriam desenvolver os monu mentais sistemas do idealismo
objetivo alemão. Aparecem sucessivamente, no meio das convulsões políticas provocadas pela Revolução Francesa, os grandes gê nios germânicos lohan Gottlieb Fichtc, Georg Wilhelm Fricderich Hegel, Friederich Wilhelm lohan von Schelling. Em todos eles o sistema principia
pelo que chamam de uma intuição in telectual. O primeiro dêles, moralis ta, vê na sua repentina visão a cons
ciência moral de um "eu" absoluto, um "eu" fusão de toda a subjetividade uni versal, acima de todos os "eus" particula
positivismo científico. Em outra
direção, o idealismo objetivo de Hegel foi aceito no que tinha de método dialélieo, o o espíri to absoluto, rcsolvcndo-se em
matéria, concretizou o pensa-
men o marxista — o malorialisino histó-
'00 e lalético. Em otitra direção, o lioniem concreto o individual crispou-se c entro de seus problemas concretos o inivK uais, recusando-se
heròicamentc,
pe{|uena cidade, certa de que ao repiferitlo, até então agoni/^mtc, o moço ma laio, sentindo-se perdido, entraria naque
le i slado de e.xaccrbação psicológica dcsIruidora, a que se dá o nome dc "amok", o viria sozinho, para lutar até morrer c<mlra lòda a máquina social. Em uma
profunda perspectiva, alongava-se, a perder dc vista, a rua principal da vila,' fpic desembocava na estrada, marginal â floresta misteriosa e virgem. Quando os sinos dobraram, finalmente, a finados,
todos os ollios se fi.xaram no trágico ca minho que parecia penetrar até a alma dolorosa c transtornada do "amok"; e, realmente, da névoa da distância, na ca
dência de um passo acelerado, leve e gracioso como um bailarino, surgiu o
adolescente enlouquecido, com o punhal
a rave.s dc novos gênios, a essa aliena ção de todas as coisas, com o homem entre elas, a um processo monstnioso de
contra a estrutura monumental do idea
um organismo geral, que absorve, tritu-
lismo hegeliano, dominador do pensa
m e consome a essência
inconfundível
malaio brilhando em sua mão direita.
Soren Kierkegaard
rompe sòzinho
mento ocidental, e, em sua breve exis
Eni o prenúncio da nova crise lemvel que se preparava. Todos os sistemas idcalista^v O" positivistas do século pas sado vinham imbuídos de um otimismo
progressista de que os últimos ecos nos vêm, atualmente, da Rússia transtorna da. O homem se esquecia de sí mesmo e dc sua dor, concreta e intransferível, pa
ra celebrar, cm hinos e cantos, a glória
de alguma coisa que estava fora dêle e
já não tinha oUios para ver que tudo aquilo era obra sua, ídolo por êle cons truído c só por êle dirinizado. Razao
absoluta, eu absoluto, identidade absoluta lei moral, sociedade sem classes. M tos que os próprios homens projetam à sua frente e atrás dos quais con-em de-
scspcraclainente, até que se desfaçam ^
como as miragens dos desertos. H Do verdadeiro problema existencial
humano, já haviam dado conta, na des
coberta da própria solidão, gemes iso lados de quase tôdas as épocas. A par tir de Kierkegaard, todaria, começa a
sistematizaçáo das direções do pensa
mento, chamadas hoje, conjuntamente, de existenciaHsmo. Originado de uma
tcncialismo, na desnorteante situação a á que chegou o homem moderno, atraiu a
abre a consciência do homem para a sua
situação de abandonado, sob o céu de
sucessivas sobre temas dc uma região
tência, na graça luminosa do seu estilo,
res e superior a êles, como a origem e o fundamento do ser. O segundo, racíona-
as primeiras notas da melodia existencia
bronze das maldições mosaicas, que se
lista ímpenítente, vê o mundo como a ma
lista, que não é ouvida no rumor apaixo-
uma agudeza incomparável, meditações humana quase esquecida
pelo pensa-
nante da torrente idealista alemã. A sin
abre apenas para o cavaleiro da fé. Nenhum ponto de apoio. Nenhum pó
fonia do existencialismo, entretanto, en
lo ético norteador. O homem é ser no
A filosofia se faz vida. A consciência
toa realmente o seu primeiro tema de-
mundo, obrigado a construir livre e mi-
da liberdade que constitui o ser humano
sesperado e solitário, em terras da Di
,
atitude profundamente religiosa, o exis- j
atenção formidável de pensadores ateus ou não, os quais desenvolveram, com ^
do particular. Com Maíne de Biran na França, soam
nifestação da razão absoluta que, dialo gando interminàvelmente consigo mes ma, se explicita dialèticamente na região das coisas particulares em nosso mundo.
permanentemente ameaçada e inshn-el, como a glória napoicônica.
mente.
Dícesto Econômico
132
ir
Dií'1-stci
188
EcoNÓNnco
é de súbito desperta ante o impasse
tas, as impressões unidas por liáliito nos
surgido nos caminhos do progresso in definido, que antes se supunliam necessá
so,
rios e seguros. O progresso não sendo
uma sutil insinuação realista.
total, não arrastando consigo a multipli cidade infinita da realidade humana, po
sem o íjiu-rer, proeuraiam um
sua condição histiirica e particular. Po deremos. por exemplo, ver uma árvore enquanto árvore dotenninada, c, dadas suas earacterislicas especiais, diremos
de iluminar apenas setores isoladíjs da
sa í*m si", o .ser autêntico do mundo. Es
sua história. Verificamos hoje, na an gústia que nos oprime, que o progresso
<pie se trata de nm ipê ou de um cedro. Mas podemos também procurar escla
sa ilusão, Kanl mesmo não a conseguiu destruir. Quando Descartes declara
todo o conjunto de impressões que nos
"penso, logo e.xisto". afirma, cm reali
pode dar a noção de ár\*orc, procurar
dade, "penso, logo existcí uma substân
descrever em que ,se resume a "arvoridad(«" — se assim pudéssemos dizer — desprendida das .sua.s concrcções indivi
meramente técnico pode até mesmo im
plicar um pavoroso regresso espiritual. Só hoje podemos sentir a ameaça tre menda contida na profecia de Nietzsehe: "Uma nova barbárie se prepara e a ciên cia estará a seu serviço". Não havendo
progresso como totalidade, essa noção se re\'elou uni "flatus \'ocLs", um soni sem sentido. Como na era cartcsiana, faz-se mister, hoje, reconstruir outra vez todo um edifício que vai desmoronando lentamente por ter sido construído sobre areia. A tempestade aí está — e o nosso mundo ameaça "padecer ruína". O e.xístencialismo, menos do cjue uma corrente definida da filosofia, constitui
hoje uma atmosfera de meditação, onde as divergências e contradições se acu mulam, mas onde também os problemas se agitam como o,s ramos das grandes ári'ores florestais, movidos pelo mesmo sopro de mistério
O ponto de partida do pensamento existencial nos é dado também por uma evidência imediata. A única coisa que sabemos, por uma intuição direta, ime
em conccíto.s iinprcei.sos c vazios,
deixara
penetrar em .seu pensamento Todos,
núcleo substancial (|ue se rev elasse como a "coi
cia pensante cpie sou eu". Separa ini cialmente, e cie forma inválida, a subs tância pensante, do mundo dentro do
<-vidèneia imediata (pie lemos é a de
tos existencialistas fazem, hoje,
(pie existimos no mundo.
ciosamente, a descrição do fe
"Existir-no-
munclo" forma uin conceito só e iiisep'^"
seu contorno. Penetrara, de forma estra
ja me (uicontro no mundo. Já penso com o mundo, por meio do mundo. Não
clade ou a má-fé poderiam, como o fize ram, atribuir um sentido dissoluto a
um pensamento de uma importiincia e recuperar um senüdo profundo para
grandeza que só aquêles empenhados em a
vida podem compreender. O cxislencíalismo, como ficou dito, parte, como o idealismo, para sua interpretação ontológica da realidade, de um dado intuiti vo — "o ser-no-mundo", o ser-
em-situação" que somos cada um de nós. Ser no mundo nos obriga a agir sôbre êsse mimdo a procurar a realizaçao d.
berdade que em pennanentc ação constrói, continuamente,
lícito separar o pensamento do contéirno onde ele é gerado. Ortcga y Gns-
o ser (íxistcnte. Em contrapo
sição aos outros objetos do nos
fct sintetiza a tese existencialista ein fór-
so contôrno, perdidos na sua inamovível indiferença, presos à cadeia da causali dade, a existência se agita adejando sô-
"Hila magistral: "Eu sou eu c mínha.s É como se houvesse
um EU grande c indivisível, composto cie ser circunstâncias, onde se inclui des de o nosso corpo até o mundo sideral
bre as circunstancias como uma borbo
leta atormentada, escolbendo a floração
do seu destino, cujo traçado vai fixan do, no tempo, a forma do seu ser. A
que nos cerca, e ser vida, ser existência.
E.s.se EU indivisível age em uma situa
existência
ção. E para este "ser cm situação" que somos nos mesmos, único que cada um f..'*
é livre de ir realizando as
possibilidades em que se abre a sua si tuação. A morte encerra essa forma de ser que se vai definindo na concretiza ção de algumas das suas possibilidades. A morte 6 a situação limite da exis
vez.
tência.
Por enquanto os existencialistas pro curam fazer apenas a descrição fenomenológica da existência. O método exis
dentro da perspectiva existencial tem si
A análise da liberdade compreendida .m
nossa e-xistência dentro de cer
to quadro circunstancial,'que se por ^
lado nos permite exisür. oferece, por ou lio resistlncias a essa mesma existencm.
A nossa ação no mundo e múltipla pensamos sÔbre tudo que constitui essa parte de nós, as nossas circunstancias Tôda nossa atuação depende de um proieto preliminar, precedendo nossa ah^dadc. Êsse projeto decorre da liberdade nlantamos, colhemos, comerciamos e
da e.\istência. Projetamos plantar para coUiêr, projetamos vender a nossa co lheita para, com o produto, realizar no vos projetos. Quando as coisas resistem aos nossos projetos, pensamos sobre a razão da resistência para poder contorPensar é também um projeto vi-
do o tema permanente da cogitação dos
ná-la
tal. Tudo quanto consmui ptud nua uui
nha, o pensamento idealista, um germe
tencial é um método fenomenológico.
maiores filósofos modernos. O próprio
Método pelo qual procuramos ver e des
Sartre, tão discutido, até mesmo em sua
crever a coisa como fenômeno isolado da
obra literária, mantém-se dentro do pro
blema fundamental. íkskLii.íi.!/■
ali se revela a (íxistoneia na sua mais desnorteante estranheza. Só a \iilgari-
berdade em cricunstáncias. Li
de realismo, e até Hume, reconhecendo como realidade apenas as vivências sol
■ÍLÍ}it'h .1
Todos os campos de ação da liberdade são explorado.s. Sc êle penetra com rei terada freqüência o campo sexual, é que
mo liberdade em situação. Li
inai.s pen.sar, sentir, (pie quando penso
de nós conhece como realmente existen
por título "Les clicmins de Ia liberté". Sente-se no titulo a intenção do autor.
'nuua, vista, inicialmente, co
porque.' penso, chívo primeiro sentir, não
circunstâncias".
minu
nômeno vida ou 6'.V(stdncj(7 Ini-
ravel. Quando eu suponho (pie existo
te, por intuição imediata, por fusão exis tencial, criam-se mil problemas outra
substancial entre o "eu" e o seu mundo,
A isso SC chama fazer uma aná-
lis(! fenomenol(')giea de um objeto. Mui
diata, independente de prova racional, é sein" de Heideggar. Estamos aí, arro
duais.
qual ela pensa. Na verdade, a priiucini'
que existimos no mundo. Somos o "dajados em uma situação. O idealismo postulava inicialmente uma separação
recer o que coUvStitui o fenômeno árvore,
seus romances mais significativos tem
A seqüência dos
Tudo quanto constitui para nós um
problema, recebe sempre a mesma per1
n
mpçmr»
i
minta formulada desde o princípio: —
Dícesto Econômico
132
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Dií'1-stci
188
EcoNÓNnco
é de súbito desperta ante o impasse
tas, as impressões unidas por liáliito nos
surgido nos caminhos do progresso in definido, que antes se supunliam necessá
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rios e seguros. O progresso não sendo
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total, não arrastando consigo a multipli cidade infinita da realidade humana, po
sem o íjiu-rer, proeuraiam um
sua condição histiirica e particular. Po deremos. por exemplo, ver uma árvore enquanto árvore dotenninada, c, dadas suas earacterislicas especiais, diremos
de iluminar apenas setores isoladíjs da
sa í*m si", o .ser autêntico do mundo. Es
sua história. Verificamos hoje, na an gústia que nos oprime, que o progresso
<pie se trata de nm ipê ou de um cedro. Mas podemos também procurar escla
sa ilusão, Kanl mesmo não a conseguiu destruir. Quando Descartes declara
todo o conjunto de impressões que nos
"penso, logo e.xisto". afirma, cm reali
pode dar a noção de ár\*orc, procurar
dade, "penso, logo existcí uma substân
descrever em que ,se resume a "arvoridad(«" — se assim pudéssemos dizer — desprendida das .sua.s concrcções indivi
meramente técnico pode até mesmo im
plicar um pavoroso regresso espiritual. Só hoje podemos sentir a ameaça tre menda contida na profecia de Nietzsehe: "Uma nova barbárie se prepara e a ciên cia estará a seu serviço". Não havendo
progresso como totalidade, essa noção se re\'elou uni "flatus \'ocLs", um soni sem sentido. Como na era cartcsiana, faz-se mister, hoje, reconstruir outra vez todo um edifício que vai desmoronando lentamente por ter sido construído sobre areia. A tempestade aí está — e o nosso mundo ameaça "padecer ruína". O e.xístencialismo, menos do cjue uma corrente definida da filosofia, constitui
hoje uma atmosfera de meditação, onde as divergências e contradições se acu mulam, mas onde também os problemas se agitam como o,s ramos das grandes ári'ores florestais, movidos pelo mesmo sopro de mistério
O ponto de partida do pensamento existencial nos é dado também por uma evidência imediata. A única coisa que sabemos, por uma intuição direta, ime
em conccíto.s iinprcei.sos c vazios,
deixara
penetrar em .seu pensamento Todos,
núcleo substancial (|ue se rev elasse como a "coi
cia pensante cpie sou eu". Separa ini cialmente, e cie forma inválida, a subs tância pensante, do mundo dentro do
<-vidèneia imediata (pie lemos é a de
tos existencialistas fazem, hoje,
(pie existimos no mundo.
ciosamente, a descrição do fe
"Existir-no-
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seu contorno. Penetrara, de forma estra
ja me (uicontro no mundo. Já penso com o mundo, por meio do mundo. Não
clade ou a má-fé poderiam, como o fize ram, atribuir um sentido dissoluto a
um pensamento de uma importiincia e recuperar um senüdo profundo para
grandeza que só aquêles empenhados em a
vida podem compreender. O cxislencíalismo, como ficou dito, parte, como o idealismo, para sua interpretação ontológica da realidade, de um dado intuiti vo — "o ser-no-mundo", o ser-
em-situação" que somos cada um de nós. Ser no mundo nos obriga a agir sôbre êsse mimdo a procurar a realizaçao d.
berdade que em pennanentc ação constrói, continuamente,
lícito separar o pensamento do contéirno onde ele é gerado. Ortcga y Gns-
o ser (íxistcnte. Em contrapo
sição aos outros objetos do nos
fct sintetiza a tese existencialista ein fór-
so contôrno, perdidos na sua inamovível indiferença, presos à cadeia da causali dade, a existência se agita adejando sô-
"Hila magistral: "Eu sou eu c mínha.s É como se houvesse
um EU grande c indivisível, composto cie ser circunstâncias, onde se inclui des de o nosso corpo até o mundo sideral
bre as circunstancias como uma borbo
leta atormentada, escolbendo a floração
do seu destino, cujo traçado vai fixan do, no tempo, a forma do seu ser. A
que nos cerca, e ser vida, ser existência.
E.s.se EU indivisível age em uma situa
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ção. E para este "ser cm situação" que somos nos mesmos, único que cada um f..'*
é livre de ir realizando as
possibilidades em que se abre a sua si tuação. A morte encerra essa forma de ser que se vai definindo na concretiza ção de algumas das suas possibilidades. A morte 6 a situação limite da exis
vez.
tência.
Por enquanto os existencialistas pro curam fazer apenas a descrição fenomenológica da existência. O método exis
dentro da perspectiva existencial tem si
A análise da liberdade compreendida .m
nossa e-xistência dentro de cer
to quadro circunstancial,'que se por ^
lado nos permite exisür. oferece, por ou lio resistlncias a essa mesma existencm.
A nossa ação no mundo e múltipla pensamos sÔbre tudo que constitui essa parte de nós, as nossas circunstancias Tôda nossa atuação depende de um proieto preliminar, precedendo nossa ah^dadc. Êsse projeto decorre da liberdade nlantamos, colhemos, comerciamos e
da e.\istência. Projetamos plantar para coUiêr, projetamos vender a nossa co lheita para, com o produto, realizar no vos projetos. Quando as coisas resistem aos nossos projetos, pensamos sobre a razão da resistência para poder contorPensar é também um projeto vi-
do o tema permanente da cogitação dos
ná-la
tal. Tudo quanto consmui ptud nua uui
nha, o pensamento idealista, um germe
tencial é um método fenomenológico.
maiores filósofos modernos. O próprio
Método pelo qual procuramos ver e des
Sartre, tão discutido, até mesmo em sua
crever a coisa como fenômeno isolado da
obra literária, mantém-se dentro do pro
blema fundamental. íkskLii.íi.!/■
ali se revela a (íxistoneia na sua mais desnorteante estranheza. Só a \iilgari-
berdade em cricunstáncias. Li
de realismo, e até Hume, reconhecendo como realidade apenas as vivências sol
■ÍLÍ}it'h .1
Todos os campos de ação da liberdade são explorado.s. Sc êle penetra com rei terada freqüência o campo sexual, é que
mo liberdade em situação. Li
inai.s pen.sar, sentir, (pie quando penso
de nós conhece como realmente existen
por título "Les clicmins de Ia liberté". Sente-se no titulo a intenção do autor.
'nuua, vista, inicialmente, co
porque.' penso, chívo primeiro sentir, não
circunstâncias".
minu
nômeno vida ou 6'.V(stdncj(7 Ini-
ravel. Quando eu suponho (pie existo
te, por intuição imediata, por fusão exis tencial, criam-se mil problemas outra
substancial entre o "eu" e o seu mundo,
A isso SC chama fazer uma aná-
lis(! fenomenol(')giea de um objeto. Mui
diata, independente de prova racional, é sein" de Heideggar. Estamos aí, arro
duais.
qual ela pensa. Na verdade, a priiucini'
que existimos no mundo. Somos o "dajados em uma situação. O idealismo postulava inicialmente uma separação
recer o que coUvStitui o fenômeno árvore,
seus romances mais significativos tem
A seqüência dos
Tudo quanto constitui para nós um
problema, recebe sempre a mesma per1
n
mpçmr»
i
minta formulada desde o princípio: —
t I ti f ]-
184
essa pergunta
constituem as tentativas
para solução do problema que nos inquieta. O momento filosófico por exceléncia é aquêlc no qual tudo nos apareco como problema; quando sentimos subitamente a estranlicza que nos causa
[j a nossa consciência de existentes no
3,
mundo, egressos de um mistério e sem-
íi; H M ú
pre prontos para desembocar em outro mistério. Porque o homem, antes de mais nada, como diz Hcidcggar, é ser para a morte. O fundamental cm sua existência é essa necessidade de cliegar
l'í
a isso que chamamos morte. Todas as
cam. Nas nossas circunstâncias há coisas
formosura não tem ser, a misericórdia
tenticidade no ser separado dessa "dia--
que sao cadeiras, mesas, casas ou pedras. Sao ohj<'tos de iinia certa estrutura que
não tem ser. O.s valores irrompem em
da" inicial. Só a existência existe real-
nossa consciência com p seu valor, não
mente, sob essa forma de "ser no mun
com o "ser" dos demais objetos. Além dêstos últimos objetos, essencial
do".
reais no sentido de "rcs" latino, obje
mente diferentes cm sua estrutura, há
que não se postula a substancia pensante
tos, coisas, capazes de serem perccliidos
ímida a nossa existência. A minha \ida, •T minha existência, não c coisa, não c úlcalidado, não é valor. Trata-se de nova região do ser, região que eu mtuo do uma forma imediata e singular.
como única real.
I^cgião onde se desenrola o pensamento de todos os demais objetos. Dentro de
existência em situação, de existência em circunstâncias. Existência que convive
minba existência 6 que acontece a
com outras existências. A convivência é uma das nossas intuições imediatas. * Viver é con^âver. E a realidade é re
provocam <-m nós uni determinado tipo
complexo cie sensações. pelos nossos sentidos.
.Sfio objetos
Mas há também
a noção de maior e menor, a noção de
dade, não 6 o nosso. Há inúmeros mi^ tos da vida em sociedade que tendem a arrancar-nos da consciência daquilo que
qiic (-les possam comunicar sensação al guma aos nossos sentidos. Quando di
constitui a nossa mais profunda verdade, distorcendo assim a nossa real fisiono-
Ijl- mia de seres para a morte. Platão já consciência disso em uma de
suas inúmeras íntuições que o fazem eterno. Afirma-se no Fedon ser a filo
sofia o exercício para a morte.
Hei-
deggar considera hoje qualidade especí fica, confíguradora do homem, como sendo a de "ser para a morte". Da nos
sa atitude frente a essa necessidade, de
pende todo o nosso comportamento. Uma vida autêntica elege antecipada mente a sua morte adequada. Só valo
riza realmente a existência quem a vive
como um fogo, onde a derrota signifique a morte livremente escolhida. A auten
ticidade do Cristo o leva à cruz. O pre ço da glória napoleôníca é o fascínio ir resistível de Sta. flelena.
m
.mais do que nosso "ser". Não há au
Sentimos, desde logo, diferenças fun-
damc-ntaís etilre os olijelos que nos cer
igualdade e diferença, as noções fjuc nos dão as figuras matemáticas, (ríãn-
ll^ s-i segurança, de um ser que, em roali-
EcoNÓ^^co
dos demais objetos — a região dos va lores. Os valores surgem no nosso mundo objcti\o "valendo", c não "sendíi". Os valores valem, não são. A
tudo SC passa? — E voltamos a pensar sóbre o mundo; a fazer filf)s()fia.
distrações tendentes a velar essa carac; terística primária e inexorável da exis' tência humana têm como resultado lanVi çar-nos em uma vida inautôntica de fal-
tomara
Dicesto
Dicesto Econômico
gnlo, círculo ou circunferência. Sabemos
o que Sao êssos objetos, apreendemos intelectualmente a sua essência, sem
dança dos objetos. Êles são objeto de niinlia existência. Se êles não fossem "bjeto em minha vida, na \'ida de cada "m de nós, não seriam objeto de nada
zemos "triângulo é um polígono de três
lados", sabemos quo êsse jiiíz/i se refe re a nm objeto qnc nada tem do co mum em sua consistência com o dêste
outro juízo: "a pedra é dura".
São
objetos de natureza diferente. São obje tos ideais. Mas as coisas qnc estão c iantc de nós, nós as consideramos feias ou belas, graciosas ou desinteressantes.
Os novos
objetos de que se trata aparecem nas coisas, não são independentes como os demais objetos. Mas, ao aderir à coisa, atribuem-lhe valor. Isso que faz as
Enquanto vivemos, todavia, cabe-nos
coisas valerem, essas estranhas presen ças que envolvem as coisas, pertencem a
insistir na pergunta de sempre: — O que é isto? O que é o mundo onde
uma região da realidade onde não se inclui nada que se pareça com o ser
9#
parável de existência no mundo, de
sultado da interpretação de existências que convivem.
tituída ínseparàvelmente de um "eu",
do sen ser. São, existem, assim como os vemos, cm minha existência, na
fundido no seu contorno mundanal.
existência de cada um de nós. E essa
montanha mágica, pretende o existencialismo e.scalar por mviltiplas encostas. Dessa síntese das posições anteriores, realismo ou idealismo, surge a tentati va de traçar uma nova rota filosófica. O caminho é impregnado de perguntas. Entre elas, os mais ousados lançam já
estamos sondo hoje, em parte, o que ontem quisemos ser, o nosso projeto de íiojc constituirá o nosso ser de amanhã. Somos um futuro projetado, um futuro sido, um futuro que foi um projeto. Se
interesse ou graça, os homens são san tos ou simplesmente bons.
A realidade é essa fusão, inicial e inse
Êles são decifrados na minha intorpre-
mos seres imjorcgnados de futriridade,
reais o os ideais. As coisas têm beleza,
Não se trata mais
de realismo porque não se postula mais o mundo, inseparável de nós, como real.
A realidade iilHma é, assim, a exis
do tempo, cujo sangue é o tempo. So
demais objetos, antes cmincíados — os
Não se trata mais de idealismo por
tência humana. A rida humana cons
^wa cssênpia, 6 fazer-se, c ir-se realizando íia direção do futuro. É um ser feito
entretanto, não têm o "ser" como os
pcnnaucnle fonuação. O nosso "sendo"
sc-iam no abismo de sua indiferença.
mais. Não tem ser definido. Seu ser, a
iem como a bondade e a santidade,
são objetos do nossos pensamentos, qnc,
Eu e as minhas circunstâncias,
c nada se poderia dizer dêlcs; pcrder-
existência não se comporta como tudo o
A beleza, a feiúra, a graça, o interôsse,
do.
fundidos, constituímos o nosso ser em
Esta é a metafísica, que, como a uma
aquela que é decisiva para todos nós: existe Deus?
Os mais prudentes re
cuam ante o cabo das tormenlas. Não
se pode falar corretamente em existencialisnío ateu.
Há um existencialismo
remos a realização do nosso projeto vital dentro da nossa situação, das nossas
que ainda não se abriu para a região do sagrado, nem sequer pura a do ético.
circunstâncias.
"seres no mundo". Formamos uma en
Não está dito que jamais venlia a se abrir. Os caminhos da liberdade ex
tidade subjetivo-objetiva com êsse mun
cluem uma definição antecipada e fatal.
Somos,
como
vimos,
--rif
' ■
t I ti f ]-
184
essa pergunta
constituem as tentativas
para solução do problema que nos inquieta. O momento filosófico por exceléncia é aquêlc no qual tudo nos apareco como problema; quando sentimos subitamente a estranlicza que nos causa
[j a nossa consciência de existentes no
3,
mundo, egressos de um mistério e sem-
íi; H M ú
pre prontos para desembocar em outro mistério. Porque o homem, antes de mais nada, como diz Hcidcggar, é ser para a morte. O fundamental cm sua existência é essa necessidade de cliegar
l'í
a isso que chamamos morte. Todas as
cam. Nas nossas circunstâncias há coisas
formosura não tem ser, a misericórdia
tenticidade no ser separado dessa "dia--
que sao cadeiras, mesas, casas ou pedras. Sao ohj<'tos de iinia certa estrutura que
não tem ser. O.s valores irrompem em
da" inicial. Só a existência existe real-
nossa consciência com p seu valor, não
mente, sob essa forma de "ser no mun
com o "ser" dos demais objetos. Além dêstos últimos objetos, essencial
do".
reais no sentido de "rcs" latino, obje
mente diferentes cm sua estrutura, há
que não se postula a substancia pensante
tos, coisas, capazes de serem perccliidos
ímida a nossa existência. A minha \ida, •T minha existência, não c coisa, não c úlcalidado, não é valor. Trata-se de nova região do ser, região que eu mtuo do uma forma imediata e singular.
como única real.
I^cgião onde se desenrola o pensamento de todos os demais objetos. Dentro de
existência em situação, de existência em circunstâncias. Existência que convive
minba existência 6 que acontece a
com outras existências. A convivência é uma das nossas intuições imediatas. * Viver é con^âver. E a realidade é re
provocam <-m nós uni determinado tipo
complexo cie sensações. pelos nossos sentidos.
.Sfio objetos
Mas há também
a noção de maior e menor, a noção de
dade, não 6 o nosso. Há inúmeros mi^ tos da vida em sociedade que tendem a arrancar-nos da consciência daquilo que
qiic (-les possam comunicar sensação al guma aos nossos sentidos. Quando di
constitui a nossa mais profunda verdade, distorcendo assim a nossa real fisiono-
Ijl- mia de seres para a morte. Platão já consciência disso em uma de
suas inúmeras íntuições que o fazem eterno. Afirma-se no Fedon ser a filo
sofia o exercício para a morte.
Hei-
deggar considera hoje qualidade especí fica, confíguradora do homem, como sendo a de "ser para a morte". Da nos
sa atitude frente a essa necessidade, de
pende todo o nosso comportamento. Uma vida autêntica elege antecipada mente a sua morte adequada. Só valo
riza realmente a existência quem a vive
como um fogo, onde a derrota signifique a morte livremente escolhida. A auten
ticidade do Cristo o leva à cruz. O pre ço da glória napoleôníca é o fascínio ir resistível de Sta. flelena.
m
.mais do que nosso "ser". Não há au
Sentimos, desde logo, diferenças fun-
damc-ntaís etilre os olijelos que nos cer
igualdade e diferença, as noções fjuc nos dão as figuras matemáticas, (ríãn-
ll^ s-i segurança, de um ser que, em roali-
EcoNÓ^^co
dos demais objetos — a região dos va lores. Os valores surgem no nosso mundo objcti\o "valendo", c não "sendíi". Os valores valem, não são. A
tudo SC passa? — E voltamos a pensar sóbre o mundo; a fazer filf)s()fia.
distrações tendentes a velar essa carac; terística primária e inexorável da exis' tência humana têm como resultado lanVi çar-nos em uma vida inautôntica de fal-
tomara
Dicesto
Dicesto Econômico
gnlo, círculo ou circunferência. Sabemos
o que Sao êssos objetos, apreendemos intelectualmente a sua essência, sem
dança dos objetos. Êles são objeto de niinlia existência. Se êles não fossem "bjeto em minha vida, na \'ida de cada "m de nós, não seriam objeto de nada
zemos "triângulo é um polígono de três
lados", sabemos quo êsse jiiíz/i se refe re a nm objeto qnc nada tem do co mum em sua consistência com o dêste
outro juízo: "a pedra é dura".
São
objetos de natureza diferente. São obje tos ideais. Mas as coisas qnc estão c iantc de nós, nós as consideramos feias ou belas, graciosas ou desinteressantes.
Os novos
objetos de que se trata aparecem nas coisas, não são independentes como os demais objetos. Mas, ao aderir à coisa, atribuem-lhe valor. Isso que faz as
Enquanto vivemos, todavia, cabe-nos
coisas valerem, essas estranhas presen ças que envolvem as coisas, pertencem a
insistir na pergunta de sempre: — O que é isto? O que é o mundo onde
uma região da realidade onde não se inclui nada que se pareça com o ser
9#
parável de existência no mundo, de
sultado da interpretação de existências que convivem.
tituída ínseparàvelmente de um "eu",
do sen ser. São, existem, assim como os vemos, cm minha existência, na
fundido no seu contorno mundanal.
existência de cada um de nós. E essa
montanha mágica, pretende o existencialismo e.scalar por mviltiplas encostas. Dessa síntese das posições anteriores, realismo ou idealismo, surge a tentati va de traçar uma nova rota filosófica. O caminho é impregnado de perguntas. Entre elas, os mais ousados lançam já
estamos sondo hoje, em parte, o que ontem quisemos ser, o nosso projeto de íiojc constituirá o nosso ser de amanhã. Somos um futuro projetado, um futuro sido, um futuro que foi um projeto. Se
interesse ou graça, os homens são san tos ou simplesmente bons.
A realidade é essa fusão, inicial e inse
Êles são decifrados na minha intorpre-
mos seres imjorcgnados de futriridade,
reais o os ideais. As coisas têm beleza,
Não se trata mais
de realismo porque não se postula mais o mundo, inseparável de nós, como real.
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do tempo, cujo sangue é o tempo. So
demais objetos, antes cmincíados — os
Não se trata mais de idealismo por
tência humana. A rida humana cons
^wa cssênpia, 6 fazer-se, c ir-se realizando íia direção do futuro. É um ser feito
entretanto, não têm o "ser" como os
pcnnaucnle fonuação. O nosso "sendo"
sc-iam no abismo de sua indiferença.
mais. Não tem ser definido. Seu ser, a
iem como a bondade e a santidade,
são objetos do nossos pensamentos, qnc,
Eu e as minhas circunstâncias,
c nada se poderia dizer dêlcs; pcrder-
existência não se comporta como tudo o
A beleza, a feiúra, a graça, o interôsse,
do.
fundidos, constituímos o nosso ser em
Esta é a metafísica, que, como a uma
aquela que é decisiva para todos nós: existe Deus?
Os mais prudentes re
cuam ante o cabo das tormenlas. Não
se pode falar corretamente em existencialisnío ateu.
Há um existencialismo
remos a realização do nosso projeto vital dentro da nossa situação, das nossas
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"seres no mundo". Formamos uma en
Não está dito que jamais venlia a se abrir. Os caminhos da liberdade ex
tidade subjetivo-objetiva com êsse mun
cluem uma definição antecipada e fatal.
Somos,
como
vimos,
--rif
' ■
- ■■l
JiiH.,|ipi|lllll I.
DiGESTO
136
l2coNÓ^noo ■
Todo o futuro humano se põe como
homens será produto de uma decisão,
problema que deve ser resolvido pela
de uma escolha luimana, não de uma fatalidade. Será a realização de uma
liberdade essencial ao homem. O cxis-
tencialismo não se reduz a um posili-
vismo. Ninguém pode Síibcr qual será a etapa final da liberdade, mesmo por
que a liberdade exclui a previsão ne cessária. Há para o homem possibili
lias possibilidades do homem (jue a mim não me paretc nem a melhor nem
d''S('já\el. Nada de pí)siti%ismo. Nada de \er na história o processo necessá
dades a realizar, decorrentes de sua
rio da e\'olução de tnua natureza. O homem vi\-e na forma em que realmente
situavão. Tomado um caminho, a for ça inicial, a vontade do homem, levá-lo-á
(jucr \àvcr.
por algum tempo em uma direção. Essa
força inicial pode variar, tendendo para outra possibilidade que será, por algum tempo, a nova direção da humanidade. Não há nada fatal nos caminhos huma
nos. Êsse o êrro supremo do marxismo. A realidade do marxismo na terra dos
T
Somos sèrcs cpic se vao
movidos por uma liberdade inalienável, na direção da morte, situação limite, inexorável
cumuDO
na
história
da
existência:
COM n
(pi;mdo, porém, essa história brota da autêntica originalidade human:» e é rea
lizada co)n a força das grandes epopéias,
a morte é o complemento iiKlispensá\'el dc sua grandezai.
CORROSÃO!
■
I
QUANDO o MOTOR ESFRIA,
PROTEIA O MOTOR DE SEU CARRO.
o vapor d'água e os ácidos produzi
Ao mudar o óleo, mande encher o
dos pela combustão condensam-se nas
caiter com
paredes dos cilindros, iniciando a cor rosão do metal. Para evitar as causas da corrosão, use SHELL X-IOO MOTOR OIL
SHEU
cujos aditivos neutralizam a ação dos ácidos da combustão e fazem o óleo espalhar-se melhor, formando uma fina camada que protege as portes metá
licas. Quondo seu cano pata, SHELL X-loo exerce a sua ocão protetora con tra a corrosão.
MOTOR OIL
DETERGENTE - ESTÁVEL - PROTETOR
- ■■l
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Todo o futuro humano se põe como
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não àevem faltar os aparelhos sanitários
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aquisitivo e elevado padrão de vida. For essa. razões^ 03 anúncios inseridos no Dicesto Eco
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A divida fluluanl© — Richard Lewinsohn
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Porda de substância no comércio exlerior do Brasil
Os princípios da Justiça Fiscal — José Luiz de Almeida Neguei ^ O prolessor Universitário o a íormaçâo cristã das novas cintra do Prado • X O professor Henrv Laufenburger: um financista desta época
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tôra Comercial Ltda., sob os auspícios da A""•"íapao Comercial de São Paulo e da Federação
do Con^rcio do Estado de São Pmão.
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Epitácio Pessoa e o culto à Bandeira — Antônio Gontyo « P problema dos solos ácidos — José Setzcr • • •
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Importância econômica e social da estrutura Gastão da Cunha e Francisco Sales — O contrô.le do Comércio Exterior — Brasilidade e civismo — Antônio Gontijo de Calogeras e a política econômica do Novos Planos
Lf ho r^rvalho " Jarvamo Alcid
III) — Nelson Werneck Sodre
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N.o 79 — JUNHO DE 1951 — ANO Vil