DIGESTO ECONÔMICO, número 78, maio 1951

Page 1

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ECONOMICO B OS auspícios DB ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO OB FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Est. de São Paulo — Serraiua Poivi-ucalia - Ihiporã, Est. do Paraná — Serraria Brasília - Alfredo Castilho, Est. S. P. PREFERIR A NOSSA CASA É ECONOMIZAR TEMPO E DINHEIRO — PEÇA-NOS ORÇAMENTOS.

SUMARIO Pág.

A rendo "per capita" — Richnrd Lewlnshon

5 //

Financiamento da produção — Dorival Teixeira Vieira

v'

Direito, Poiilica. Economia — Tcmístoclcs Brandão Cavalcanti

Banco do Estado de São Pauto 5. A. Capital Realizado: CrS 100.000.000,00

As ilusões dos monetaristas — Diaoir Menezes Oliveira Viana e os partidos políticos —• J. P. Galvão de Sousa

30' 34'

O pòrto de Sao Sebastião — Roberto Pinto de Sousa ^

40'

Transportes o subvenções — Aldo M. Azevedo

AH*

A grande propriedade no baixo Rio Doce — Clóvis Caldeira

Slí

O problema dos solos ácidos — José Setzer

'

Calógoras e a Viação Férrea Nacional — Álvaro de Sousa Lima

>

DEPÓSITOS — EMPRÉSTIMOS — DESCONTOS —

A lei agrária — J. Testa

CÂMBIO — COBRANÇAS — TRANSFERÊNCIAS —

p Ginásio do São Bento — Antônio Gontijo de Carvalho

TÍTULOS — COFRES DE ALUGUEL MATRIZ :

PRAÇA ANTONIO PRADO N." 6 — SÃO PAULO CAIXA .POSTAL, 789

Endereço telegráfico: BANESPA

A Bôlsa de Café em Antuérpia — Geraldo Banaskiwitz

i/y .•

"La Prensa" — Afonso Arinos de Melo Franco

80V 94/

Habitabilidade dos trópicos — Pimentel Gomes

101

O comércio do sal om São Paulo Colonial — Afonso de Taunay

106y

Novos planos — Nelson Wernock Sodré

\\Z'/

Imigração de capitais — Camilo Ansarah

HS-'-''

O motivo econômico da expulsão dos holandeses — Naylor VUlas Boas

120»-

Divulgação de nroblemas filosóficos — O Existenciallsmo —

y

Paulo Edmur de Sousa Queiroz 123' .

A unificação e pacificação da política mineira — Daniel de Carvalho

89*^

65 Agências no interior do Estado; uma no Rio de Janeiro, uma em

Campo Grande (Estado de Mato Grosso) e outra em Uberlândia (Estado de Minas Gerais)

10

AS MELHORES TAXAS — AS MELHORES CONDI

ÇÕES — RAPIDEZ — EFICIÊNCIA N.o 78 — MAIO DE 18S1 — ANO Vil


o DIGESTO ECONÔMICO Um NOVO produto Mobíloil

ESTA A VENDA

nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de Cr$ 5,00. Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 50.00 anuais.

APROVADO PKIjOS FiVimiCANTIiS

DK AUlOMÓVlíIS Agonio geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA

Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar Rio de Janeiro

Alagoas: Manoel Espíndola, Praça Pe dro II, 49, Maceió.

Paraná: J. Ghlngnone. Rua 15 de Novc-rnbro. 423, Curitiba.

Amazonas: Agência Freitas, líua Joa quim Sarmento, 29, Manaus.

Pernambuco; Fernando Chinaglia Rua do Imperador, 221, 3.o andar' Recife.

Bahia:

Alfredo J. de Souza Se Cia.,

R. Saldanha da Gama, 6, Salvador.

Ceará: J. Alaor de Albuquerque Ce Cia. Praça do Ferreira, 621, Fortaleza. Espirilo Santo: Viuva Copolilo & Fi lhos, Rua Jerônimo Monteiro, 361, Vitória.

Goiânia.

Livraria

Universal, Rua

João Lisboa, 114. São Luiz. Mato

Rio de Janeiro: Fernando Chinaglia. Av. Presidente

Vargas, 502, 19.o

andar.

Rio Grande do Norte: Luís Romfio,

■ Aioda qaeseu corro oSo

Avenida Tavares Lira. 48, Natal.

Goiás: João Manarlno, Rua Setenta A,

Maranhão:

Piauí; Cláudio M. Totc, Tereslna.

Grosso: Carvalho. Pinheiro

7 de Setembro. 789, Porto Alegre.

Para locais fora de Pôrto Alegre; Fernando Cliinaglia, R. de Janeiro.

&e

Cia.. Pça. da República, 20. Cuiabá. Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso. Avenida dos Andradas, 330. Belo Horizonte.

Pará: Albano H. Martins & Cia., Tra vessa Campos Sales, 85/89. Belém Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba rão do Triunfo, 510-A, João Pessoa.

possua Iranamissão au

tomática, teve-o rcgula> Rio Grande do Sul: Sòmcnte para Por to Alngro: Octavlo Sagebln, Rua

Santa Catarina: Pedro Xavier Se Cia.,

Rua Felipe Schmidt, 8, Florlanóp. São Paulo: A Intelectual. Ltde.. Via

.Atransiuíssuo outoinàtica de seu carro é um mecanisnío delicado e preciso. Mobilfluid 200, aprovado pelos fabri cantes de automóveis, atende rigorosamente às condições de luncionamento destas transmissões, possibilitando o perfeito trabalho dos controles, protegendo suas peças vi tais contra o desgaste o assegurando o máximo rendimen to de lodo o mecanismo. Paru o impecável fuuciouaroento ü longa vida da transmissão automática, peça sempre

mcote a um Páato Au

torizado Mobíloil, ocda será corretamente lubrilí-

cado com Mobiloil, Mo-

LilubeeMobilgreosc, pro-

dutcs que sempre sa des

tacaram pela Segura proteÇ6u que oferecem a iSdos 06 poças do automóvel.

duto Santa Efigênia, 281, S. Paulo.

Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua João Pessoa, 137, Aracaju.

Território do Acre: Diógenes de Oli veira. Rio Branco.

Mobilfluid 200 - PARA TRANSM/SSÕCS AUTOAI^TfCAS •

Mobíloil «ns.ii

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Rio de Janeiro: Fernando Chinaglia. Av. Presidente

Vargas, 502, 19.o

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Goiás: João Manarlno, Rua Setenta A,

Maranhão:

Piauí; Cláudio M. Totc, Tereslna.

Grosso: Carvalho. Pinheiro

7 de Setembro. 789, Porto Alegre.

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Dr. SIGU aconselha: \

SEAGERS

Binib'"®'* SEAGERS DO BRASIL S. A.

CAIXA

ECONÔMICA FEDERAL DE SÀO PAULO

prova

Garantida pelo Govêrno Federal

nalèffd O seu vai

lÜxperiOncias feiiníi nu irabaUiu ria

MATRIZ:

terra provnni que a Eoxadu DRAGÃO

Praça da Sé, 111 — End. Tclegráfico "CAIXAFEDERAL" Depósitos populares até Ct"$ 50.000,00 a juros de 5% ao ano, capi

dura mais que (jualquer outra! E

rende tonibéiii niais, porque rcsisie.

talizados em 30 de junho e 31 de dezembro.

Enxada

DOS choques c csifi sempre afiada, uprcseiiiaudo tiiti equilíbrio que facilila o irnbalbo e cviln o cansaço

Empréstimos com garantas de hipotecas, jóias e ol)jetos. Carteira da Casa Própria.

AGÊNCIAS NA CAPITAL Brás — Av. Rangel Pestana, 2078

Se notar qualquer defeUo na Enxada DRAGAO, ela

serã trocada por outra, In teiramente nova e perfeltat

provocado peius eiiMidas comuns.

De polimciito «■ acabamento perfeitos, maotém-se nova por muitas e

Lapa — Rua 12 de Outuljro, 443

muitos safras. Trnballic iiieibor aeu torrão cuin n En.xoda DRAGÃO.

AGÊNCIAS NAS CIDADES DE;

.\rarariuara — Bauru — Campnas — Marília — Ourinhos — Pi-

nha! — Piracicaba — Rihc rão Preto — Rio Claro — Santo Andrc — São José do Rio Preto — Santos — Sorocaba — Taubaté -

Fiticleada e garanilda pala

VaTiilios (posto de depó-itosl.

Cia. Mechaníca e Importadora de São Paulo

AGÊNCIAS ECONÔMICAS POSTAIS:

fobrtcanies há mois de meio séctrfo '

Cafelândia — Franca — Jau — Mogi Mirim — Tupã.

RUA FLORÊNCIO DE ABREU, 810 - TEL.38-71B5 - SÀO PAULO Mandaiil

.,1


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Enxada

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Se notar qualquer defeUo na Enxada DRAGAO, ela

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in.piijlP V

OllilíSTIl BlUVÚMini • «inioo

los

ifcocicis

«UM faimiM»

A

«u»

RENDA "PER CAPITA" RiCHAKD LliWlNSOUS

^ubheodo teto e< mu$pici9i dc

tSSOCI&CtO COMERCIALOE SlO PÍULI t

já aeonteccn há cloz anos, os

do

ri^suUados cio recenscaincuto clirer-

ÍEDERAClO 00 COMERCIO 00

5^^'in

'^■'tas.

ESUOO OE SlO PIUIO

consiclc'rà\'elincntc'

das

previsões

A diferença é cpie desta vez a

^úr^nt-sa é agradávi-l: por ocasião do '■eocnscanienlo de UMO verificoii-se nnia Diretor ■uperlnlendenlo: Wlsrlini Aftonso XevioT de Silvôim Diretor:

Anlonio Gontijo de Carvalho

p Dloesío Econômico. órgSo de informaçôes econômicas e financeiP-^licado mensalmente pela

O OifijlOMto E«*onónii(*o publicará no próximo número: A

CIÊNCIA

ECONÔMICA

OBJETIVOS HUMANOS - Djacir Menezes.

GASTAO DA CUNHA E FRANCISCO pelos dados cujas fontes estejam

devidamente citadas,

nem pelos

conceitos emitidos em artigos assinados.

Na transcrição de artigos n^d^-sç -itar

o

nome

do

Digeslo

Econômico.

cações congêneres nacionais e es trangeiras.

^•LtO, as c.\peelali\as do público iam 'Rõ 50 milhões de habitantes. Os téc^"'ieos eram menos otimistas mas conta^'"11

também com

cifras imiito acima

Numa publicação oficial

^^i\'ulgada poucos meses antes do vc-

NOVOS PLANOS - Nelson Wemeã

Houve, por

tanto, uma supercstimativa do eèrca dc 10%. Os especialistas apontaram como

reram ein èrro oposto.

Após análise

minuciosa dos resultados do recensea

década seguinte, isto é, para o período

As estimatívas correspondentes pa.ssaram

as ialhas do recenseamenlo anterior, efe

dc 1951 do Boletim Mensal de Estatísti

(1) Ministério das Relações Exteriores,

Brasil 1933-40 (Rio de Janeiro, junho de

cas da ONU, cnconlra-se na rubrica re ferente ao Brasil, a seguinte série de números:

ESTIMATIVAS DA POBULAÇÃO

{Em milliares de habitantes)

Cr$ 50,00 Cr$ 58,00 Crç 5,00

J940

41.111

1946

46.428

8,0Ü

1941

1947

47.379

1948

48.350

1949

49.340

7.0 andar

1942 1943 1944 1945

41.953 42.812 43.689 44.584 45.497

1950

50.350

Cr?

Redação e Administração; —

.advertidos do èrro, os técnicos tor

naram-se mais cautelosos, porém incor

^'^■■sponsiiveis pelo erro, principalmente,

ASSINATURAS:

Rua Boa Vista, 51

A tnxa dc rresclmcnlo

das publicações brasileiras para as inter nacionais; ainda no número de janeiro

Digesío Econômico

Atrasado:

talidade o mortalidade são muito incer tas c incompletas.

entre os rccenseanientos de 1940 c 19o0.

^'ada cm setembro de 1940, era de ape-

19*10). pg, 34.

Ano (simples) (registrado) Número do mês

ntim país cm que as estatísticas de na

^nis 41.236.315 habitantes.

1940, nm total entre 45 e 46 milhões.

PROBLEMAS DOS SOLOS AGIDOS José Setzer.

Mesmo sem tais fa

lhas, a previsão era som dúvida muito difícil, pois um intervalo de 20 anos é. para estimativas deinogníficas, pe ríodo demasiadamente longo, sobretudo

Entretanto, íi população efetiva, verifi-

habitantes, o que permitia esperar, par.i

CUSTO DE VIDA E CUSTO DE PRO DUÇÃO - J. Testa.

tuado em 1920.

menlo de 1940, considerando a distnbui-^ ção da população segundo o se.vo, a idade, o estado civil etc., chegaram a conclusão de que a população do Brasil tende u crescer 2,05% por ano. Nessa hipótese basearam-se as previsões pura a

^'tinseamenlo (1). a população do Braem 1938 foi calculada em 44.115.825

SALLES — Daniel de Carvalho.

Sodré.

Ace_íta-se intercâmbio com publi

^^'■^liinati\a da população.

realidade.

Editora Comercial Ltda.

A direção não se responsabiliza

'^'^'perestimativa, agora hou\e uma suNas vésjícras do ri-censeamcnlo de

E OS

A'

TeL 33-7499 — Caixa Postal, 240-B São Paulo

Segundo os resultados do último re••

eiaiscamento — dados provisórios sujeitos

apenas a ligeiras retificações — a po

pulação do Brasil cm 1950 atingiu


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reram ein èrro oposto.

Após análise

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década seguinte, isto é, para o período

As estimatívas correspondentes pa.ssaram

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Brasil 1933-40 (Rio de Janeiro, junho de

cas da ONU, cnconlra-se na rubrica re ferente ao Brasil, a seguinte série de números:

ESTIMATIVAS DA POBULAÇÃO

{Em milliares de habitantes)

Cr$ 50,00 Cr$ 58,00 Crç 5,00

J940

41.111

1946

46.428

8,0Ü

1941

1947

47.379

1948

48.350

1949

49.340

7.0 andar

1942 1943 1944 1945

41.953 42.812 43.689 44.584 45.497

1950

50.350

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19*10). pg, 34.

Ano (simples) (registrado) Número do mês

ntim país cm que as estatísticas de na

^nis 41.236.315 habitantes.

1940, nm total entre 45 e 46 milhões.

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Mesmo sem tais fa

lhas, a previsão era som dúvida muito difícil, pois um intervalo de 20 anos é. para estimativas deinogníficas, pe ríodo demasiadamente longo, sobretudo

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Digesto Econômico

Digesto econômico

52.619.000 habitantes. Ultrapassa a cs-

lise do mercado r muitas outras ques

por habitante foi apenas de 472 cru

timati\-a, portantíj, cm 2.269.000, mi

tões da vida econômica e social.

zeiros.

sejam -1,5^.

O êrro na pre\isão ó

Para

menor do que f) ocorrido em 19Í0, mas

isso, não b.ista conhecer a verdade, de <lez <-ni dez anos. e permanecer em

Os cálculos desse gênero — mesmo ([ue as cliícrcnças sejam maiores — são

ainda é ba.stanle grande, em relação, por

êrro ou na iuccrlez.i durante nove anos.

pouco expressivos. É evidente que as

exemplo, aos Estados Unidos, onde o

resultado verificado divergiu dc menf).s de um por cento da previsão, embora

(:<il<'uh>\ C(/tiívocos "per capita"

naquele país a fiscalização demográfica

A e.slatística demográfica constitui apiTias nin .setor de nossos recenseainen-

não seja muito rigorosa c a basf da

(os d<'ceuais.

A parte maior e muítO

necessidades em meios de pagamento

dade consagrada o fato de que a Di namarca é o país de maior consumo dc café "per capita". A afinnaçao a seava-se num cálculo simples:

tação dc café daquele país, divi i nelo número de habitantes, da\a uma

de liabitantcs. Mas, a fim dc apreciar

nuantidade dc cerca dc 7 kg, e ésse nuociente, maior que o de qualquer ou-

as variações, ouinprc conhecer não só o total da popula

t"

dependem, até certo ponto, do luimcro

ori

e.stimativa, por conseqüência, seja menos

mais complexa rc-f«Ti'-se ao censo econó-

ção como também

na Dinamarca, co

segura que na maioria dos países euro

iiúco.

sua distribuição se

peus.

A exatidão da estimativa, nos

triai. conu-rcial e agrícola de 1940 só

mo em todos os outros países, as

Estados Unidos, provém sobreludf) da freqüente rcN Ísáo da taxa d<' crescimen to, de acordo com o movimento de na estatísticas nesse setor continuam a ser

foram publicados eni 194S, quando mui tos dos dados já apresentavam caráter liistórico. Esperemos (jue desta vez, graças à inellior organização c à limi tação dos f|ucstionário.s. a apuração se

defeituosas. Sabemos, todavia, que, pelo

faça mais ràpidamentc. Como o Iraba-

rnciro critério me

menos nas grandes cidades, a taxa d'^

Dio é enorme, sem dn\ida alguns anos

mortalidade diminui, ao passo que a taxa dc natalidade permanece bem ele vada. ^ É errado, portanto, basear as

se passarão até cpie .S(« publiquem os

ramente demográ fico, a distribuição

talidade c mortalidade. Decerto, nossas

previsões para toda uma década numa taxa constante de crescimento.

Além disso, parece necessário com pletar os grandes reccnscamciitos dccenaís com censos parciais cm diversas re giões do País, bem selccionada.s, coni

intervalos mais curtos, sobretudo para observar as timdênclas da migração in terna. Tais c-cnsos poderiam ser exe cutados com pequeno aparelhamento c custo módico. O principio "tudo ou nada" c, na esT-itística — que devo scr\ir a objetivos práticos — um princípio equívoco. A nossa estatística demográ fica deverá sair da fase do sensações, revelações e surpresas, para tornar-se um instrumento utilizável não só pela administração pública como também pela economia particular — construção

Os resultados do censo indus

resullaclos de 1950. Entretanto, já po(lemos aplicar os re.siillados do censo demográfico às e.statístícas econômicas

olitidas e dixuigadas independente do recenseamenlo.

A primeira tarefa consi.ste em corri

gundo a idade, o

rias

outras

terísticas. Já o pri-

segundo a idade, é de alta significação. É claro que num país como o Brasil, em

de imóveis, de e.scolas, de lio.spitais;

de 1950, o montante de 493 cruzeiros,

meios de transporte, distribuição de mer

empmnto (pie, do acordo com os resul

cadorias, manutenção de estoques, aná

tados do rccenseamento, o papel-moeda

nrisil; consequentemente, a propor

tivamente grande de consumidores pro

assim, a um núrncro rela

relativamente menor que nos Estados

lação.

essa estatística, ainda baseada nas pre visões da época, o meio circulante por babitanle teria atingido, a I." dc julho

mas

muito menor que

cm 1940, mais dc 40% da população, a necessidade de moeda "per capita" é

zão, aliás, êsle método nm tanto anti-

124 para 444 cruzeiros. De acordo com

habitantes)

que as crianças até 14 anos constituíam

de representam apenas 25% da popu

da indicam o meio circulante por habi tante. Pelo Amiário dc 1949 (pg. 270), ficamos informados dc que o índice de papel-moeda em circulação (1936=100) pa.ssou, de 1940 a 1948, dc 128 paru 536, enquanto que o papel-moeda por habitante subiu, no mesmo período, de

te alta (18 por mil

;;?o dí crianças no total da população Hmbém era menor. O café importado

Unidos, onde as mesmas classes de ida

-Anuários Estatísticos do I. B. G. E. ain

dade na Dinamixrca era relativamen

carac

estatística oficial pcíiico utiliza, com ra Só no domínio monetário os

não bebem café. A taxa de natali

a profissão c vá

gir vários cálculos "per capita". Nossa (]iiiitlo.

crianças pequenas

domicílio — zona rural ou urbana —

^ 'Tanto quanto sabemos, foi o Depar

tamento Nacional do Gafe que, pela

doras, quando não levam em conta a

nrmieira vez, estabeleceu uma es atistica . dc café mais realística. Num levanta mento do consumo interno, feito no comêço da guerra (2), discerniu, para cad-i Ertado e para todo o Brasil, o cmisumo "per capita" e o da população

distribuição da população segundo clas ses dc idade. Via de regra, o Brasil

excluía as crianças até 6 anos, que

A mesma observação impõe-se para muitos outros fenômenos econômicos. As

comparações intemacionais da produção e do consumo "per capita" são engana

fica prejudicado por tais comparações, pois em conseqüência da grande percentagem de crianças, a produção e o con sumo "per capita" parecem menores do que são na realidade. Subestimativas são

freqüentes até para o principal produto de nosso país: o café. Antt i da guerra, foi aceito como ver

consumidora.

Esta última estatística

representavam 21,2% da população total. Conquanto o consumo "per capita" de toda a população fosse apenas de 6,478 kg, o da população consumidora se ele vava, no ano de 1941, a 8,221 kg, ul- , trapassando provàvehnente o consumo (2) Revista "DNC", maio de 1943, pg. 843.

J


Digesto Econômico

Digesto econômico

52.619.000 habitantes. Ultrapassa a cs-

lise do mercado r muitas outras ques

por habitante foi apenas de 472 cru

timati\-a, portantíj, cm 2.269.000, mi

tões da vida econômica e social.

zeiros.

sejam -1,5^.

O êrro na pre\isão ó

Para

menor do que f) ocorrido em 19Í0, mas

isso, não b.ista conhecer a verdade, de <lez <-ni dez anos. e permanecer em

Os cálculos desse gênero — mesmo ([ue as cliícrcnças sejam maiores — são

ainda é ba.stanle grande, em relação, por

êrro ou na iuccrlez.i durante nove anos.

pouco expressivos. É evidente que as

exemplo, aos Estados Unidos, onde o

resultado verificado divergiu dc menf).s de um por cento da previsão, embora

(:<il<'uh>\ C(/tiívocos "per capita"

naquele país a fiscalização demográfica

A e.slatística demográfica constitui apiTias nin .setor de nossos recenseainen-

não seja muito rigorosa c a basf da

(os d<'ceuais.

A parte maior e muítO

necessidades em meios de pagamento

dade consagrada o fato de que a Di namarca é o país de maior consumo dc café "per capita". A afinnaçao a seava-se num cálculo simples:

tação dc café daquele país, divi i nelo número de habitantes, da\a uma

de liabitantcs. Mas, a fim dc apreciar

nuantidade dc cerca dc 7 kg, e ésse nuociente, maior que o de qualquer ou-

as variações, ouinprc conhecer não só o total da popula

t"

dependem, até certo ponto, do luimcro

ori

e.stimativa, por conseqüência, seja menos

mais complexa rc-f«Ti'-se ao censo econó-

ção como também

na Dinamarca, co

segura que na maioria dos países euro

iiúco.

sua distribuição se

peus.

A exatidão da estimativa, nos

triai. conu-rcial e agrícola de 1940 só

mo em todos os outros países, as

Estados Unidos, provém sobreludf) da freqüente rcN Ísáo da taxa d<' crescimen to, de acordo com o movimento de na estatísticas nesse setor continuam a ser

foram publicados eni 194S, quando mui tos dos dados já apresentavam caráter liistórico. Esperemos (jue desta vez, graças à inellior organização c à limi tação dos f|ucstionário.s. a apuração se

defeituosas. Sabemos, todavia, que, pelo

faça mais ràpidamentc. Como o Iraba-

rnciro critério me

menos nas grandes cidades, a taxa d'^

Dio é enorme, sem dn\ida alguns anos

mortalidade diminui, ao passo que a taxa dc natalidade permanece bem ele vada. ^ É errado, portanto, basear as

se passarão até cpie .S(« publiquem os

ramente demográ fico, a distribuição

talidade c mortalidade. Decerto, nossas

previsões para toda uma década numa taxa constante de crescimento.

Além disso, parece necessário com pletar os grandes reccnscamciitos dccenaís com censos parciais cm diversas re giões do País, bem selccionada.s, coni

intervalos mais curtos, sobretudo para observar as timdênclas da migração in terna. Tais c-cnsos poderiam ser exe cutados com pequeno aparelhamento c custo módico. O principio "tudo ou nada" c, na esT-itística — que devo scr\ir a objetivos práticos — um princípio equívoco. A nossa estatística demográ fica deverá sair da fase do sensações, revelações e surpresas, para tornar-se um instrumento utilizável não só pela administração pública como também pela economia particular — construção

Os resultados do censo indus

resullaclos de 1950. Entretanto, já po(lemos aplicar os re.siillados do censo demográfico às e.statístícas econômicas

olitidas e dixuigadas independente do recenseamenlo.

A primeira tarefa consi.ste em corri

gundo a idade, o

rias

outras

terísticas. Já o pri-

segundo a idade, é de alta significação. É claro que num país como o Brasil, em

de imóveis, de e.scolas, de lio.spitais;

de 1950, o montante de 493 cruzeiros,

meios de transporte, distribuição de mer

empmnto (pie, do acordo com os resul

cadorias, manutenção de estoques, aná

tados do rccenseamento, o papel-moeda

nrisil; consequentemente, a propor

tivamente grande de consumidores pro

assim, a um núrncro rela

relativamente menor que nos Estados

lação.

essa estatística, ainda baseada nas pre visões da época, o meio circulante por babitanle teria atingido, a I." dc julho

mas

muito menor que

cm 1940, mais dc 40% da população, a necessidade de moeda "per capita" é

zão, aliás, êsle método nm tanto anti-

124 para 444 cruzeiros. De acordo com

habitantes)

que as crianças até 14 anos constituíam

de representam apenas 25% da popu

da indicam o meio circulante por habi tante. Pelo Amiário dc 1949 (pg. 270), ficamos informados dc que o índice de papel-moeda em circulação (1936=100) pa.ssou, de 1940 a 1948, dc 128 paru 536, enquanto que o papel-moeda por habitante subiu, no mesmo período, de

te alta (18 por mil

;;?o dí crianças no total da população Hmbém era menor. O café importado

Unidos, onde as mesmas classes de ida

-Anuários Estatísticos do I. B. G. E. ain

dade na Dinamixrca era relativamen

carac

estatística oficial pcíiico utiliza, com ra Só no domínio monetário os

não bebem café. A taxa de natali

a profissão c vá

gir vários cálculos "per capita". Nossa (]iiiitlo.

crianças pequenas

domicílio — zona rural ou urbana —

^ 'Tanto quanto sabemos, foi o Depar

tamento Nacional do Gafe que, pela

doras, quando não levam em conta a

nrmieira vez, estabeleceu uma es atistica . dc café mais realística. Num levanta mento do consumo interno, feito no comêço da guerra (2), discerniu, para cad-i Ertado e para todo o Brasil, o cmisumo "per capita" e o da população

distribuição da população segundo clas ses dc idade. Via de regra, o Brasil

excluía as crianças até 6 anos, que

A mesma observação impõe-se para muitos outros fenômenos econômicos. As

comparações intemacionais da produção e do consumo "per capita" são engana

fica prejudicado por tais comparações, pois em conseqüência da grande percentagem de crianças, a produção e o con sumo "per capita" parecem menores do que são na realidade. Subestimativas são

freqüentes até para o principal produto de nosso país: o café. Antt i da guerra, foi aceito como ver

consumidora.

Esta última estatística

representavam 21,2% da população total. Conquanto o consumo "per capita" de toda a população fosse apenas de 6,478 kg, o da população consumidora se ele vava, no ano de 1941, a 8,221 kg, ul- , trapassando provàvehnente o consumo (2) Revista "DNC", maio de 1943, pg. 843.

J


9

D1C.EST0 Econókuco

naniarca, c com ccrlcza o \trríficíK!o. na

seja. o poder aquisitivo d.i popubvV. a um nivel fixo de preços. Todavia, isso

recorremos a nossas próprias estimativas

mesma cpoí-a, nos Estados Unidos. Naturalmente as compar.tqôc,^ iiitern.t-

é só um ;rj)et to da renda real. O valor eletivo da renda naeionai é natural

(3), as cpiais, aliás, são muito semelhan

buscado. no custo da vida no Rio dc

tes

Janeiro,

cionaís também devc-m le\ar <-m LOiiside-

mente clilereiile. se a população se coin-

corre-pí)ntli'iitc» aotcs da í^iicrra, na Di-

ração os hábitos da popiil.i(,ão, dc eoine(,nr a beber café cm idade mais 0.1

IJÓe n.i propoií.ão cie 60 e -10 V de adult<.s e c rianças, «m na proporção de 8ü

menos ii\an<.ada. No comè(,o do rac io

e 20:;.

namento nos Estados Unidos, diiran:.- a tjltíma guerra, só as p< sMías maj(jn*s ch io anos recebiam eupca-s para e.ifé.

Sem duvida a restrição era ex»igc;rada. As numerosas reclamações do piiblieo contra-essa medida levaram as autorida

des a recuar o limite de idade para 14 ano.s, c ainda ès.sc foi considerado mui to severo, pois cent<-nas de milhares ou

mesmo inilhõc.s, de jovens menon-s dc-

14 unos bebiam café regularmente. De modo geral, pode-se admitir (pie ■nao so cjuantü ao café

mas

também

quanto a muitos outros gêneros alimen tícios, o consumo dos adultos e das crianças é, ims paíse.s do Hemisfério

Nwlc, mais dífeienciad,, cpie no Brasil. Um fato, poia-Mi, é ineontestá\d: as

crianças consomem menos (jue os adul tos; e um 25aí.s com grande; perccaitagcm de crianças tem, *por conseguinte, um consumo "per capita" menor (jue um país no C|ual as crianças n.-prescntem apenas uma pecjucna parcela da popu

lação total.

Isso independe; do padrão

de vida e de riqueza: é um talo fisioIcigico que

repereute

nas

estalístieas

t;coriómicas. Remia

real

(J fato acima assinalado é da mais

.alta importância para a apreciação da renda nacional. A inflação conduziu, em tòdu parte, à distinção entre a ren da nominal e a renda real, sendo a úl, tima a renda em moeda nacional divi

dida pelo índice do custo de vida, ou

.\.| liijJÓlese de que o consuinn

médio de nina c ri.niç.i ó a metade do

de mil adulto, a mesma renda reprcsenI i no primeiro easo iim poder aquisitiva)

12.H'; mais elevado <pie no .segundo

CílSO.

o primeiro tijxi demográfico corres-

ponde aproximadamente à eomposiç.ão da população do Brasil, enquanto o se gundo predomina na América do Norte e na Europa Ocidental. Embora nosse,s

países a pereenlagc-m de crianças tenha amiK iitado com a ta.xa c-re.scente do nata lidade no após-giierra, a diferença ain da é considerável. É, portanto, errado comparar a renda "per capita" nos Es tados Lhiidos e 110 Bra.sií, mediante sim ples div isão da renda nacional dojj dois países pel;t sua população respectiva. Devc-sv — salvo outros falóre.s, como o

embora

inaneir.i

Aerescenlamos

a

nossas

mais

acusa

módico.

um

Internacional, provàvelmente se aproxi

estimativas

ma mais da realidade.

lace

em São Paulo conduz ao seguinte re

das

vendas

mercantis

tributadas

A confrontação dos dados da renda

pelo imposto dc vendas o consignações,

sultado: a renda real, do 1940 a 1948,

c da evolução dos outros elementos que

ficou praticamente oslacionária

entraram

uma única e.xceção em 1943), e so

em

nosso

cálculo,

é muito

considerável aumento. Mas, mesmo esse

de cruzeiros.

aumento não basta para compensiir a

os dados

da

meros-iiidices

São Paulo.

O quadro seguinte reúne renda do

nacional custo

da

mente nos dois últimos anos se registrou

c o.s nú-

estagnação do período anterior, diante

vida

do acréscimo da população. Renunciamos, pelas razões acima e.x-

em

Salientamos que é.sses iil-

tiinos número.s talvc;/ sejam um pouco elevados, para o país inteiro; lembramos

postus, a estabelecer uma série da renda "per capita" pura todos os anos da dé cada, cm virtude de só conhecermos os

(3>

Cf.

Boletim

Renda do

Nacional

Conselho

e

Técnico

Tributação. de

Econo

mia e Finanças do Minislt-rio da Fazen da. setembro

de

1950.

dados da população cm 1940 e 1950, sendo muito provável que o crescimento não SC tenha efetuado cm linha reta.

RENDA NACIONAL E REAL DO BRASIL Renda real

Renda nacional Custo da vida Anos

Bilhõss de Cr$

índice (19-10 = 100)

(1940 = 100)

B

(preços de 1940)

. índice (1940 = 100)

A:C

B:C

39.4 40,7 41,1 44.5 41,0 40,0

100.0 103.3

Bilhões de Cr$

39.4 4.5,2

51,0

100,0 114,7 129.4

1943 1944

63.7

161.7 189,9

1945

74,6 88.5

224,6

182 221

1946

106,7

270.8

263

40,5

124,7

316.5

312

139,0

352,8

de estiniativas oficiais 011 de outras ava

1947 1948 1949

1950

386,5 431,5

40.0 40.4 44.5

liações mais seguras da rciicla uiu.-ional,

152,3 170,0

344 342

361

47.1

cüiieltisao certa (pie podemos tirar, dos dados do rec(;nscaincnto já pubiicado.s, c que a renda "per capita" é menor do cjiic; se acreditava até agora. Por falta

(com

provável cpie a renda nacional no ano passado f()ssc de cerca de 170 bilhões

1940 1941 1942

A única

São

Paulo, incorporado também às estatís

nacional com o Índico do custo da vida

supor que o grupo das crianças, no total

ec-rto ponto contrabalançado pelo prolon

muito

índice de

para o • período dc 1940 a 1949 uma avaliação proviscSria para 1950. Em

sua situação demográfica.

gamento da vfcla dos adultos.

acréscimo

Mas o

ticas da ONU e do Fundo Monetário

Esiimativa ila renda

poder aquisitivo da moeda — ajustar a

da população, aumentou desde 1940, mas é possível que esse fator seja ut('

de

eomplelamenlc diversa — às estimativas ainda não divulgadas da ONU,

renda do Bra.sil de 10-12%, considerando Ainda não foram apurados os dados sobre a dislríljiiíção da população do Brasil, segundo a idade, em IÜ.5(). a diminuição da mortulidadc infantil faz

ealeuladas

que o índice do Ministério do Trabalho,

Urr

100 111 124 143

104.4 113.1 104.3

101,6 ■103,0 101.4

102,6 113,0 119.5


9

D1C.EST0 Econókuco

naniarca, c com ccrlcza o \trríficíK!o. na

seja. o poder aquisitivo d.i popubvV. a um nivel fixo de preços. Todavia, isso

recorremos a nossas próprias estimativas

mesma cpoí-a, nos Estados Unidos. Naturalmente as compar.tqôc,^ iiitern.t-

é só um ;rj)et to da renda real. O valor eletivo da renda naeionai é natural

(3), as cpiais, aliás, são muito semelhan

buscado. no custo da vida no Rio dc

tes

Janeiro,

cionaís também devc-m le\ar <-m LOiiside-

mente clilereiile. se a população se coin-

corre-pí)ntli'iitc» aotcs da í^iicrra, na Di-

ração os hábitos da popiil.i(,ão, dc eoine(,nr a beber café cm idade mais 0.1

IJÓe n.i propoií.ão cie 60 e -10 V de adult<.s e c rianças, «m na proporção de 8ü

menos ii\an<.ada. No comè(,o do rac io

e 20:;.

namento nos Estados Unidos, diiran:.- a tjltíma guerra, só as p< sMías maj(jn*s ch io anos recebiam eupca-s para e.ifé.

Sem duvida a restrição era ex»igc;rada. As numerosas reclamações do piiblieo contra-essa medida levaram as autorida

des a recuar o limite de idade para 14 ano.s, c ainda ès.sc foi considerado mui to severo, pois cent<-nas de milhares ou

mesmo inilhõc.s, de jovens menon-s dc-

14 unos bebiam café regularmente. De modo geral, pode-se admitir (pie ■nao so cjuantü ao café

mas

também

quanto a muitos outros gêneros alimen tícios, o consumo dos adultos e das crianças é, ims paíse.s do Hemisfério

Nwlc, mais dífeienciad,, cpie no Brasil. Um fato, poia-Mi, é ineontestá\d: as

crianças consomem menos (jue os adul tos; e um 25aí.s com grande; perccaitagcm de crianças tem, *por conseguinte, um consumo "per capita" menor (jue um país no C|ual as crianças n.-prescntem apenas uma pecjucna parcela da popu

lação total.

Isso independe; do padrão

de vida e de riqueza: é um talo fisioIcigico que

repereute

nas

estalístieas

t;coriómicas. Remia

real

(J fato acima assinalado é da mais

.alta importância para a apreciação da renda nacional. A inflação conduziu, em tòdu parte, à distinção entre a ren da nominal e a renda real, sendo a úl, tima a renda em moeda nacional divi

dida pelo índice do custo de vida, ou

.\.| liijJÓlese de que o consuinn

médio de nina c ri.niç.i ó a metade do

de mil adulto, a mesma renda reprcsenI i no primeiro easo iim poder aquisitiva)

12.H'; mais elevado <pie no .segundo

CílSO.

o primeiro tijxi demográfico corres-

ponde aproximadamente à eomposiç.ão da população do Brasil, enquanto o se gundo predomina na América do Norte e na Europa Ocidental. Embora nosse,s

países a pereenlagc-m de crianças tenha amiK iitado com a ta.xa c-re.scente do nata lidade no após-giierra, a diferença ain da é considerável. É, portanto, errado comparar a renda "per capita" nos Es tados Lhiidos e 110 Bra.sií, mediante sim ples div isão da renda nacional dojj dois países pel;t sua população respectiva. Devc-sv — salvo outros falóre.s, como o

embora

inaneir.i

Aerescenlamos

a

nossas

mais

acusa

módico.

um

Internacional, provàvelmente se aproxi

estimativas

ma mais da realidade.

lace

em São Paulo conduz ao seguinte re

das

vendas

mercantis

tributadas

A confrontação dos dados da renda

pelo imposto dc vendas o consignações,

sultado: a renda real, do 1940 a 1948,

c da evolução dos outros elementos que

ficou praticamente oslacionária

entraram

uma única e.xceção em 1943), e so

em

nosso

cálculo,

é muito

considerável aumento. Mas, mesmo esse

de cruzeiros.

aumento não basta para compensiir a

os dados

da

meros-iiidices

São Paulo.

O quadro seguinte reúne renda do

nacional custo

da

mente nos dois últimos anos se registrou

c o.s nú-

estagnação do período anterior, diante

vida

do acréscimo da população. Renunciamos, pelas razões acima e.x-

em

Salientamos que é.sses iil-

tiinos número.s talvc;/ sejam um pouco elevados, para o país inteiro; lembramos

postus, a estabelecer uma série da renda "per capita" pura todos os anos da dé cada, cm virtude de só conhecermos os

(3>

Cf.

Boletim

Renda do

Nacional

Conselho

e

Técnico

Tributação. de

Econo

mia e Finanças do Minislt-rio da Fazen da. setembro

de

1950.

dados da população cm 1940 e 1950, sendo muito provável que o crescimento não SC tenha efetuado cm linha reta.

RENDA NACIONAL E REAL DO BRASIL Renda real

Renda nacional Custo da vida Anos

Bilhõss de Cr$

índice (19-10 = 100)

(1940 = 100)

B

(preços de 1940)

. índice (1940 = 100)

A:C

B:C

39.4 40,7 41,1 44.5 41,0 40,0

100.0 103.3

Bilhões de Cr$

39.4 4.5,2

51,0

100,0 114,7 129.4

1943 1944

63.7

161.7 189,9

1945

74,6 88.5

224,6

182 221

1946

106,7

270.8

263

40,5

124,7

316.5

312

139,0

352,8

de estiniativas oficiais 011 de outras ava

1947 1948 1949

1950

386,5 431,5

40.0 40.4 44.5

liações mais seguras da rciicla uiu.-ional,

152,3 170,0

344 342

361

47.1

cüiieltisao certa (pie podemos tirar, dos dados do rec(;nscaincnto já pubiicado.s, c que a renda "per capita" é menor do cjiic; se acreditava até agora. Por falta

(com

provável cpie a renda nacional no ano passado f()ssc de cerca de 170 bilhões

1940 1941 1942

A única

São

Paulo, incorporado também às estatís

nacional com o Índico do custo da vida

supor que o grupo das crianças, no total

ec-rto ponto contrabalançado pelo prolon

muito

índice de

para o • período dc 1940 a 1949 uma avaliação proviscSria para 1950. Em

sua situação demográfica.

gamento da vfcla dos adultos.

acréscimo

Mas o

ticas da ONU e do Fundo Monetário

Esiimativa ila renda

poder aquisitivo da moeda — ajustar a

da população, aumentou desde 1940, mas é possível que esse fator seja ut('

de

eomplelamenlc diversa — às estimativas ainda não divulgadas da ONU,

renda do Bra.sil de 10-12%, considerando Ainda não foram apurados os dados sobre a dislríljiiíção da população do Brasil, segundo a idade, em IÜ.5(). a diminuição da mortulidadc infantil faz

ealeuladas

que o índice do Ministério do Trabalho,

Urr

100 111 124 143

104.4 113.1 104.3

101,6 ■103,0 101.4

102,6 113,0 119.5


m

A C4;nipuração dos resultados dos doís rccenseainífntos mostra que a pupulação, de 19'Í0 a 1950, aumentou 27,0%,

ao passo que a renda real suÍ>iu ai)eiias 19,5%. De acordo com esses números,

a renda real "per capita", em J950, foi

6,-3 % mais baixa do que em 1940. Cà-rlamente o resultado seria tnaís favori-

\'el se o cálculcj se baseasse no índice

oficial do custo da vida no bio de ja neiro, o qual, porém, o próprio I. li. Cb l-:. não incorporou a seus fjuadros.

.Vão

excluímos, é claro, também a pí)ssibiiidade de que nossas estimativas :1a renda nacional encerrem uma subestinia-

tíva para 1950 ou uma supere.stimativa para 1940.

Notamos, entretanto, que segundo a Organizíivão de Alimentos e Agricultura

(FAO), das Nações Unidas, a produ

ção agrícola do Brasil, em 1949, foi

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Dfc.liSTO KroNtSxnBp

apenas 11% maior (jue iia média dots anos 1935-1939 (-l). O acréscinw^da proibição industrial foi .sem dúvida mui

to mais forte, embora seu impacto na re nda n-al não s<-ja tão grande como às \é-/.es se supõe, já (jue apenas um e meio milliões de pes.soas trabalham oi indústria.

hàn suma,, os dados disponíveis con-

tlii/í-m a eonelusão de que na últiiua déeaila a tn-oliição da ri-nda nacional

aeompaiibou apro.ximadamente o grande cTeseímento da população e o aumento

dos pn-ços, mas que a renda real "per capita" ficou pràtiearnente no nivol já atingido no começo du segunda guerra

FINANCIAMENTO DA PRODUÇÃO UouivAi. Teixeuta Vieira

Brasil o problema do financiamen

to da produção assume c.vccpcional

IntornatioiiDl Financial

StatUllcs.

(Boletim do Fundo Monetãiio Internacio

nal), feveroivo de 1051. pç. 12.

agrícola, está sujeita a pronunciadas va

as primeiras, apontarem-se nada menos

riações sazonais que, como não poderia deixar de ser, repercutem no mercado

de três principais; as emissões, as pou

financeiro.

caso do descnxolvimento de planos pú blicos de expansão econômica. O atnal diretor da Carteira de Crédi

Haja xista, por exemplo,

para o caso do café c do algodão, que estão hoje a exigir capitais maciços, a

O surto industrial, a seu turno, tra

to Agrícola e Industrial do Banco do Brasil, Sr. Loureiro da Silva, em seu

discurso de pos.se, afirmou: "Para mim,

ainda que pareça a muitos uma here

estrutura, exigc^ um fornecimento, cm

sia econômica, ainda seria a emissão o

ritmo conlímio, de recursos necessários,

meio capaz de solucionar o problema

não só para que sc mantenha a conti

(do financiamento). Emissão

para cjuc se promova a expansão de ati

vidades já existentes e a exploração de novos campos, onde o empreendimento se possa manifestar. A coexistência destas duas ordens de

feiKmicnos complica o problema, pois necessário sc torna atender às solicita

ções maciças de recursos para as pro Pf

panças e a tributação, esta última no

zendo problema.s de transformação de

nuidade do processo produtivo, como

■■

de bens imprescindíveis.

cipalmente a exportável, sendo de base

mica. Uma boa parte da produção, prin

mento adequado. <4;

nar os capitais ncccs.sários à aquisição Por isso necessitamos indagar: 1.°) das fontes internas do financiamento c 2.°) das fontes externas. É possÍN^el, dentre

relevância, dada a sua estrutura econô

fim de que sc proceda a um financia

mundial.

•fi

duções de caráter nitidamente sazonal, som prejuízo do fluxo contínuo e regu lar de recursos às demais atividades.

Sendo pobre a produção brasileira de

P^'

gar funcionalismo, para solver a dixdda flutuante ou para cobrir dcfícíts do ba

lanço financeiro, cria inevitavelmente a inflação. Mas emissão que lastreia^a

riqueza, que fomenta a produção, não pode, por certo, assumir a torva face de uma inflação, sempre calamitosa". Os

que assim raciocinam apóiam-se na teo

ria quantitativa da moeda, segundo a qual, quando o aumento do volume mo netário em circulação se faz de manei

ra a estimular a produção, desde que as razões de acréscimo de ambos os ele

cado internacional, o financiamento me

mentos sejam iguais, ou que o cresciinenlo da produção possa vir a ser mais que proporcional ao aumento do meio

diante i-ecursos internos, ainda que se

circulante, os preços pennanecerão cons

bens de capital, o que torna nossa eco nomia estreitamente dependente do mer

faça com eficiência, não seria bastante

tantes, ou mesmo diminuirão, não ocor

para atender aos problemas de desen

rendo, portanto, desvalorização da moe da. Teòricamente, o problema é conceblvel; mas, na prática, verifica-se ser

volvimento econômico do País; ao lado

dos recursos internos, urge encontrar fontes externas, capazes de proporcio

desaconselliável; não é fácil dizer-se até


m

A C4;nipuração dos resultados dos doís rccenseainífntos mostra que a pupulação, de 19'Í0 a 1950, aumentou 27,0%,

ao passo que a renda real suÍ>iu ai)eiias 19,5%. De acordo com esses números,

a renda real "per capita", em J950, foi

6,-3 % mais baixa do que em 1940. Cà-rlamente o resultado seria tnaís favori-

\'el se o cálculcj se baseasse no índice

oficial do custo da vida no bio de ja neiro, o qual, porém, o próprio I. li. Cb l-:. não incorporou a seus fjuadros.

.Vão

excluímos, é claro, também a pí)ssibiiidade de que nossas estimativas :1a renda nacional encerrem uma subestinia-

tíva para 1950 ou uma supere.stimativa para 1940.

Notamos, entretanto, que segundo a Organizíivão de Alimentos e Agricultura

(FAO), das Nações Unidas, a produ

ção agrícola do Brasil, em 1949, foi

HrUK^iH

X;'*'

Dfc.liSTO KroNtSxnBp

apenas 11% maior (jue iia média dots anos 1935-1939 (-l). O acréscinw^da proibição industrial foi .sem dúvida mui

to mais forte, embora seu impacto na re nda n-al não s<-ja tão grande como às \é-/.es se supõe, já (jue apenas um e meio milliões de pes.soas trabalham oi indústria.

hàn suma,, os dados disponíveis con-

tlii/í-m a eonelusão de que na últiiua déeaila a tn-oliição da ri-nda nacional

aeompaiibou apro.ximadamente o grande cTeseímento da população e o aumento

dos pn-ços, mas que a renda real "per capita" ficou pràtiearnente no nivol já atingido no começo du segunda guerra

FINANCIAMENTO DA PRODUÇÃO UouivAi. Teixeuta Vieira

Brasil o problema do financiamen

to da produção assume c.vccpcional

IntornatioiiDl Financial

StatUllcs.

(Boletim do Fundo Monetãiio Internacio

nal), feveroivo de 1051. pç. 12.

agrícola, está sujeita a pronunciadas va

as primeiras, apontarem-se nada menos

riações sazonais que, como não poderia deixar de ser, repercutem no mercado

de três principais; as emissões, as pou

financeiro.

caso do descnxolvimento de planos pú blicos de expansão econômica. O atnal diretor da Carteira de Crédi

Haja xista, por exemplo,

para o caso do café c do algodão, que estão hoje a exigir capitais maciços, a

O surto industrial, a seu turno, tra

to Agrícola e Industrial do Banco do Brasil, Sr. Loureiro da Silva, em seu

discurso de pos.se, afirmou: "Para mim,

ainda que pareça a muitos uma here

estrutura, exigc^ um fornecimento, cm

sia econômica, ainda seria a emissão o

ritmo conlímio, de recursos necessários,

meio capaz de solucionar o problema

não só para que sc mantenha a conti

(do financiamento). Emissão

para cjuc se promova a expansão de ati

vidades já existentes e a exploração de novos campos, onde o empreendimento se possa manifestar. A coexistência destas duas ordens de

feiKmicnos complica o problema, pois necessário sc torna atender às solicita

ções maciças de recursos para as pro Pf

panças e a tributação, esta última no

zendo problema.s de transformação de

nuidade do processo produtivo, como

■■

de bens imprescindíveis.

cipalmente a exportável, sendo de base

mica. Uma boa parte da produção, prin

mento adequado. <4;

nar os capitais ncccs.sários à aquisição Por isso necessitamos indagar: 1.°) das fontes internas do financiamento c 2.°) das fontes externas. É possÍN^el, dentre

relevância, dada a sua estrutura econô

fim de que sc proceda a um financia

mundial.

•fi

duções de caráter nitidamente sazonal, som prejuízo do fluxo contínuo e regu lar de recursos às demais atividades.

Sendo pobre a produção brasileira de

P^'

gar funcionalismo, para solver a dixdda flutuante ou para cobrir dcfícíts do ba

lanço financeiro, cria inevitavelmente a inflação. Mas emissão que lastreia^a

riqueza, que fomenta a produção, não pode, por certo, assumir a torva face de uma inflação, sempre calamitosa". Os

que assim raciocinam apóiam-se na teo

ria quantitativa da moeda, segundo a qual, quando o aumento do volume mo netário em circulação se faz de manei

ra a estimular a produção, desde que as razões de acréscimo de ambos os ele

cado internacional, o financiamento me

mentos sejam iguais, ou que o cresciinenlo da produção possa vir a ser mais que proporcional ao aumento do meio

diante i-ecursos internos, ainda que se

circulante, os preços pennanecerão cons

bens de capital, o que torna nossa eco nomia estreitamente dependente do mer

faça com eficiência, não seria bastante

tantes, ou mesmo diminuirão, não ocor

para atender aos problemas de desen

rendo, portanto, desvalorização da moe da. Teòricamente, o problema é conceblvel; mas, na prática, verifica-se ser

volvimento econômico do País; ao lado

dos recursos internos, urge encontrar fontes externas, capazes de proporcio

desaconselliável; não é fácil dizer-se até


Dioesto EcoNAi>nco

qiic ponto o vohime dt* moeda em cir

dtirá\fis, capaz<-s de fornecer uma ga

culação é .satisfatório e necessário pai i o ritmo das lransaçõ<*s. Em prinn-tro

rantia contra a tlcsvalori/iição, pi>r imt

lugar, lui dificuldades em se fazer r-etn

lado pro\'oiani a necessidade crescofile

e denominador cresçam miiltlp!ic*adí)s

th* diiiíiciro e. |>or outro, o emprego d«* poupanças, em operações não reprodiitixas. Embora não se possa afirmar

pelo mesmo fator comum. O ritmo íle

tjue o aumento tio meio circulante, dc-

que, na eipiação quantitativa, nimuTador

cTcscitncnlo da produção está sujeito a múltiplos fatóros, alguns dos <|uais incontroláxeis ou iinprevisívei.s. como se jam os fatores naturais, a coiilrihuição da natureza para o proces.so di.- produ ção, ou então, \arinções acidentais ca

pazes de reduzir o ritmo da ali\'idadc.

O montante das emissões,

porém, pode ser regulado, na dependência da \ontude

humana c das disposições do

legislador.

Torna-se

muito difícil garantir (jiu!

\ ítlo a no\ a.s emissões, seja em princí

Digusto Econômico

si jaiu,

da ]ioupança total dis-

poní\t*l.

3. — Poupanças .individuais, incluindo-st^ depósitos dc Caixas Econômicas o Bancos comerciais, aíjuisição dc seguros

c dc propricdatlcs reais.

Esta parcela

teria representado cerca de 38,5 % da

pio eontlenável. temos a impressão do

poupança passível de mobilização para

«pic, dada a situação atual da moeda e tio crédito no Brasil, tal recurso c con

financiamento.

Convém notar, porém,

que todas essas parcelas reunidas não

ultrapassam 10% da renda nacional.

tra-indicado.

fínaiiciamenir) deveria, pois, obterse rccorreiitlo-se, th* pr(*fcr(''*neia, ns fon

tes normais de poupança.

Daí imlagíimios quais as possibilidades dt* aplicação dos atuais rceursos poupí\dos, para realizar opera

Isto v<piivale a dizer-se que é fortíssima a parcela da renda gasta no processo

dc consumo c (pie as reservas de que dispomos para atender às nossas neces sidades internas dc capital são poucas.

Notc-sc ainda mais que, na medida cm que o processo da inflação aumenta,

um acréscimo de notas em

•sãtí as principais fontes dc

circulação possa única o

cresce a propensão para investimentos não reprodutivos, ao mesmo tempo em

poupança:

que diminui a possibilidade de poupar,

exclusivamente ser aplica do ao financiamento da

produção; mesmo que tal ocorresse seria problemáti

co prever até que ponto o fornecimento de dinheiro

poderá acelerar o ritmo da atividade cr aumentar o vo

ções dc tal natiirezii, Trcs

sondar-lhe as causas; \erificarcuios que,

cm boa parle, responde por esta situa ção a desvalorização monetária conse

qüente à má orientação da política fi nanceira do Govèmo.

As rcserN"as que não ti\'enim uma

aplicação improdutiva não puderam, apesar disso, atender satisfatoriamente ao financiamento às atividades produto

ras, devido, entre outras cousas, a fa-

liias na organização do crédito. Os fi nanciamentos a tais atividades se fazem

diretamente por intermédio do Banco do Brasil, sobrecarregando aquele orga

nismo, que não pode oferecer condições satisfatórias de fornecimento de capital:

1 o _ por arcar com todo o risco do negócio;

2.° — por nem sempre estar organiza

do para atender eficiente e rapidamente às solicitações de crédito. O sr. Loureiro da Silva reconheceu a existência de "uma falta de conexão mais

1 . — A poupança cole-

l^odcremos at(* certo ponto afirmar ser

li\a, resultante dc p.aga-

a redução da poupança no Brasil fmto

menlos aos In.stitutos do

da má orientação monetária e credilícia.

intima, uma entrosagem mais perfeita

Seguro Social, Companhias tlc Seguro o dc Capitaliza

Aponta-sc que fazemos mau uso da pou

cnlre os diferentes órgãos e direções que

pança; cm 1947, por exemplo, para uma

formam è.sse grande estabelecimento.

ção. A Comissão Abbínlc, pcscjuisando esta fonte, afirmou que a mesma con

poupança efetiva de 13 bilhões, gasta ram-se 7,5 bilhões na indústria de cons

Assim, não se compreende que, enquan to a Carteira dc Crédito Agrícola e In

truções, ou sejam, 57,7 %, sendo que

dustrial, a qual tem por escopo o incre mento da riqueza nacional em larga es

lume de bens produzidos. No Brasil, principalmen

tribuiu, cm 1947, com cer

apenas 750 milhões, no máximo, se em

ca dc 15,4 rí das poupan ças totais do País.

rário em circulação já dá mostras de ser excessiva,

2. — Os di\idendos de socit^datlcs anônimas c lu-

pregaram para construções de novas cinprôsas, 2 bilhões para programas de obtenção da casa própria e 4 bilhões

cala, funcione com eficiência, haja ao

te, a ([uantidade de nume

e 750 milhões de cruzeiros para a cons

bastando lembrar o ritmo

cro.s dc companliias pn\'a-

sos, justamente na fase de comercializa ção da produção, restringindo seus cré

trução de prédios dc repartições públicas c de apartamentos de luxo; juntando-se

lado a Carteira dc Crédito Geral, fixando limites de operações relativamente escas

cada vez mais acelerado da

das não distribuídos; con

desvalorização

siderando-se que tais lucros representariam 30í a 40$

a isto a inversão de poupanças em arti

gos de consumo durável, capazes de

a Carteira dc Exportação e Importação demore as licenças e a de Câmbio não

da renda declarada pelas

proporcionar uma garantia contra o risco

forneça, com esta, os elementos necessá

sociedades anônimas e 25% a 35 % da

da desvalorização, veremos que pouco

rios ao escoamento dos produtos de tôda

renda declarada pelas demais compa nliias pri\ adas, para 1947, cstiinaram-se

natureza". Juntam-se a isto formalidades

cm cerca dc 6 bilbões dc cruzeiro.'! as

restou para financiamento à produção propriamente dita. Mas, em lugar de indagarmos apenas das características do

reservas que daí se poderiam obter, ou

fenômeno, convém ir mais a fundo e

monetária.

O fenômeno se apresenta tanto mais perigoso c[uun-

to é justamente nos períodos de infla ção que, por paradoxal que pareça, se acentua a sensação de falta de dinhei

ro, porque a elevação dos preços, frus trando previsões, c a corrida para bens

ditos e descontos, ao me.smo tempo que

e demoras burocráticas que encarecem

e emperram o fornecimento do crédito. Ê i\inda o Sr. Loureiro da Silva quem


Dioesto EcoNAi>nco

qiic ponto o vohime dt* moeda em cir

dtirá\fis, capaz<-s de fornecer uma ga

culação é .satisfatório e necessário pai i o ritmo das lransaçõ<*s. Em prinn-tro

rantia contra a tlcsvalori/iição, pi>r imt

lugar, lui dificuldades em se fazer r-etn

lado pro\'oiani a necessidade crescofile

e denominador cresçam miiltlp!ic*adí)s

th* diiiíiciro e. |>or outro, o emprego d«* poupanças, em operações não reprodiitixas. Embora não se possa afirmar

pelo mesmo fator comum. O ritmo íle

tjue o aumento tio meio circulante, dc-

que, na eipiação quantitativa, nimuTador

cTcscitncnlo da produção está sujeito a múltiplos fatóros, alguns dos <|uais incontroláxeis ou iinprevisívei.s. como se jam os fatores naturais, a coiilrihuição da natureza para o proces.so di.- produ ção, ou então, \arinções acidentais ca

pazes de reduzir o ritmo da ali\'idadc.

O montante das emissões,

porém, pode ser regulado, na dependência da \ontude

humana c das disposições do

legislador.

Torna-se

muito difícil garantir (jiu!

\ ítlo a no\ a.s emissões, seja em princí

Digusto Econômico

si jaiu,

da ]ioupança total dis-

poní\t*l.

3. — Poupanças .individuais, incluindo-st^ depósitos dc Caixas Econômicas o Bancos comerciais, aíjuisição dc seguros

c dc propricdatlcs reais.

Esta parcela

teria representado cerca de 38,5 % da

pio eontlenável. temos a impressão do

poupança passível de mobilização para

«pic, dada a situação atual da moeda e tio crédito no Brasil, tal recurso c con

financiamento.

Convém notar, porém,

que todas essas parcelas reunidas não

ultrapassam 10% da renda nacional.

tra-indicado.

fínaiiciamenir) deveria, pois, obterse rccorreiitlo-se, th* pr(*fcr(''*neia, ns fon

tes normais de poupança.

Daí imlagíimios quais as possibilidades dt* aplicação dos atuais rceursos poupí\dos, para realizar opera

Isto v<piivale a dizer-se que é fortíssima a parcela da renda gasta no processo

dc consumo c (pie as reservas de que dispomos para atender às nossas neces sidades internas dc capital são poucas.

Notc-sc ainda mais que, na medida cm que o processo da inflação aumenta,

um acréscimo de notas em

•sãtí as principais fontes dc

circulação possa única o

cresce a propensão para investimentos não reprodutivos, ao mesmo tempo em

poupança:

que diminui a possibilidade de poupar,

exclusivamente ser aplica do ao financiamento da

produção; mesmo que tal ocorresse seria problemáti

co prever até que ponto o fornecimento de dinheiro

poderá acelerar o ritmo da atividade cr aumentar o vo

ções dc tal natiirezii, Trcs

sondar-lhe as causas; \erificarcuios que,

cm boa parle, responde por esta situa ção a desvalorização monetária conse

qüente à má orientação da política fi nanceira do Govèmo.

As rcserN"as que não ti\'enim uma

aplicação improdutiva não puderam, apesar disso, atender satisfatoriamente ao financiamento às atividades produto

ras, devido, entre outras cousas, a fa-

liias na organização do crédito. Os fi nanciamentos a tais atividades se fazem

diretamente por intermédio do Banco do Brasil, sobrecarregando aquele orga

nismo, que não pode oferecer condições satisfatórias de fornecimento de capital:

1 o _ por arcar com todo o risco do negócio;

2.° — por nem sempre estar organiza

do para atender eficiente e rapidamente às solicitações de crédito. O sr. Loureiro da Silva reconheceu a existência de "uma falta de conexão mais

1 . — A poupança cole-

l^odcremos at(* certo ponto afirmar ser

li\a, resultante dc p.aga-

a redução da poupança no Brasil fmto

menlos aos In.stitutos do

da má orientação monetária e credilícia.

intima, uma entrosagem mais perfeita

Seguro Social, Companhias tlc Seguro o dc Capitaliza

Aponta-sc que fazemos mau uso da pou

cnlre os diferentes órgãos e direções que

pança; cm 1947, por exemplo, para uma

formam è.sse grande estabelecimento.

ção. A Comissão Abbínlc, pcscjuisando esta fonte, afirmou que a mesma con

poupança efetiva de 13 bilhões, gasta ram-se 7,5 bilhões na indústria de cons

Assim, não se compreende que, enquan to a Carteira dc Crédito Agrícola e In

truções, ou sejam, 57,7 %, sendo que

dustrial, a qual tem por escopo o incre mento da riqueza nacional em larga es

lume de bens produzidos. No Brasil, principalmen

tribuiu, cm 1947, com cer

apenas 750 milhões, no máximo, se em

ca dc 15,4 rí das poupan ças totais do País.

rário em circulação já dá mostras de ser excessiva,

2. — Os di\idendos de socit^datlcs anônimas c lu-

pregaram para construções de novas cinprôsas, 2 bilhões para programas de obtenção da casa própria e 4 bilhões

cala, funcione com eficiência, haja ao

te, a ([uantidade de nume

e 750 milhões de cruzeiros para a cons

bastando lembrar o ritmo

cro.s dc companliias pn\'a-

sos, justamente na fase de comercializa ção da produção, restringindo seus cré

trução de prédios dc repartições públicas c de apartamentos de luxo; juntando-se

lado a Carteira dc Crédito Geral, fixando limites de operações relativamente escas

cada vez mais acelerado da

das não distribuídos; con

desvalorização

siderando-se que tais lucros representariam 30í a 40$

a isto a inversão de poupanças em arti

gos de consumo durável, capazes de

a Carteira dc Exportação e Importação demore as licenças e a de Câmbio não

da renda declarada pelas

proporcionar uma garantia contra o risco

forneça, com esta, os elementos necessá

sociedades anônimas e 25% a 35 % da

da desvalorização, veremos que pouco

rios ao escoamento dos produtos de tôda

renda declarada pelas demais compa nliias pri\ adas, para 1947, cstiinaram-se

natureza". Juntam-se a isto formalidades

cm cerca dc 6 bilbões dc cruzeiro.'! as

restou para financiamento à produção propriamente dita. Mas, em lugar de indagarmos apenas das características do

reservas que daí se poderiam obter, ou

fenômeno, convém ir mais a fundo e

monetária.

O fenômeno se apresenta tanto mais perigoso c[uun-

to é justamente nos períodos de infla ção que, por paradoxal que pareça, se acentua a sensação de falta de dinhei

ro, porque a elevação dos preços, frus trando previsões, c a corrida para bens

ditos e descontos, ao me.smo tempo que

e demoras burocráticas que encarecem

e emperram o fornecimento do crédito. Ê i\inda o Sr. Loureiro da Silva quem


14

Dict:sTo Ecos-óinco

15

DiGESTo Econômico

afínna í{ih- "a nií-dida mais nrgí-tiln seria a de s«.- pleitear a í)iit(»r;;a dr fé pública aos instriiincntos de contraio finija<los

pelo Banco, vale ndo entre parles e cí)ntra terceiros, independentcMH iite de re-

j^islro, a fíin de se e\itarein ticsjn-sas cdelongas que oneram os financiamentos". Enquanto, por um lad(», o Banco do

Bra.sil nao pode, pela .sua «organização, atender com rapíde/. c eficiência aos financiainentos, os bancos partícuian-s

pouco podem realizar, ponpie a lei aluai limita o redesconto, a lhes ser

concedido, ao total do capital c r<ser\as, provocando a limitação do r<-

desconto. Por outro lado, o controle dos

juro.s dOs depó.sitos, pela Superintendên cia da Moeda e do Crédito, limita a atraçao da.s poupanç-a.s e não faz cres cer, em ritmo desejável, o.s depósitos. Os Bancos, para se defenderem contra

situações impre\istas de emergênc-ia, mantêm uma cai.xa alta; a invariabilida-

de da ta.xa de redesconto.s, completando

pronto a pnulnção. principalinentr a d« earálíT s.izoii.ii,

l-]iitrc < sla.s, nu rcecm ilestacjuc o algíjclão c <j cafi'-. O jjroblciua algodoeiro, atiiainu nli'. sc apn-.senta com caracterís ticas cspcí iai.s; é sabiilo (pic, no merca do inlcrnacion;il, nosso algodfio concom"' cotii <1 iior(<--aiinTÍiam). ílojo, porénv. t«-n<lo aiinicntaclo a procura intcmacio nal cia niaf('Tia-prlma, c estando 06 {■'slaclos Unidcis na contingência de re

duzir iniiíto as suas ofcrta.s, quer pcki

anincnto (l<j consumo interno, quer peb

(puala da .sua produção, o algodão bra sileiro, principalmente o paulista, teve sua procura aumentada, o que clevTJU, considcràv clincntc, seus preços, no mer cado inicrnacionai: ciupianto, cm 19-19, o preço do algodão pauli.sta, tipo 5, era dc- OS 180.00 por arroba, passou, em 1950, a OS 209.00 c atualmente alcança Cà-$ ^50,00. Esta melhoria sensí\el do jm-ço poderá provocar o escoamento, para o exterior, dc tóclu a safra, apro.xi-

o quadro, dificulta maior elasticidade do

madanicntc 280 mil toneladas, cm uma

credito.

cstiniativa

No que se refere, portanto, à poupan ça interna, teríamos de atentar, j^riniciro, para a sua redistribuição, de maneira

a que a mesma po.ssa, de preferência,

dirigir-se a atividades produtora.s; mas

otimista.

As indústrias do

fiação para suas atividades normais nect ssitariain de 80 mil toneladas dc fibra, tendo solicitado do Goxêrno Federal

medidas (pic permitam o congelamento flé.ssc- cstoípu;. Claro está que, não lia\'cndo por parte dos industriais de fia

re, os agricultores solicitam garantia dc preço mínimo, obtendo o financiamento do algodão exportável na base dc Cr$ 250,00 a arroba, o cpic passará a exigir do Banco do Brasil, somente para tal

fim, a importância dc Cr$ •3.3.33.334.()()(),()0.

É verdade que os es

tudos estatísticos, realizados por técni cos do próprio Banco, indicam que essa soma não será despendida dc um só golpe, e sim, (pie serão necessários 5% a 8 tf- c m abril, 20% a 25% cm maio,

O café, por sua vez, será financiado na base dc Cr§ 1.000,00 por saca; estiinandü-sc a atual safra cm 7.328.473 sa

cas, tcríanios de despendcn Cr$ 7.328.473.000,00. Scmientc êste.s dois produtos, nas atuais circunstâncias, exi

giriam nnia imobilização de capital cie Cr-S 1.3.061.807.000,00, tanto quanto o

total de poupanças disponíveis em 1947. A sobrecarga exigida do Banco do Brasil é enorme, mormente se considerarmos

que outros setores da atividade agrícola estão a exigir medidas dc financiamento. Não sendo possível pensar-se em uma

reorganização bancária imediata, seria talvez mais aconselhável providenciar

da moeda, capaz de lhes trazer, em

portar as conseqüências de semelhante

cia, exigiria uma reorganização das Bôlsa.s e do sistema bancário; são medidas

de longa duração, que não pK)dem ser tomadas de um momento pai'a outro e que, portanto, não beneficiariam

de

Banco do

Brasil fornecesse os recursos

para c.ssa operação, estimando o Sindica to de Indústria de Fiação c Tocelageni cm Geral, do Estado de São Paulo, que

a medida poderia ser posta em prática graças, à utilização de Cr§ 2.400.000.000,00. Enquanto isto ocor-

tes.

Essa.s medidas seriam, por seu tur

no, aconipanliadas da garantia de pre ços mínimos nos locais dc produção e

nos portos de embarque, estabilizando-se assim as cotações dc mercado e assegu-

Tivemos ocasião do apontar, páginas

temor de uma desvalorização contínua

congelamento, seria necessário que o

corrigir os excessos por\'entura existen

comércio.

guintes.

cipar mais ativamente da empreitada.

Além disso, essa redistribuição da pou pança, para se fazer com maior eficiên

uma \'ez tomadas móveis, permitiriam

rando-sc preços justos h produção e ao

meios para que os bancos particulares,

conseqüência, perda de poder aquisitivo.

to, das taxas de redescontos, as qúais,

eu. ag(>sto, e o restante nos meses se

ção capaciclacle financeira para adquirir,

política financeira do Govôrno eliminar, aos poucos, da parte dos ponpadorcs, o

tornado pela manipulação, por parte da Superintendência da Moeda e do Crédi

25 % cm junho, 20 % cm julho e 10 %

de cliofrc, essa quantidade e formar um c -toque defensivo, o, não podendo, a seu turno, o produtor dc algodão su

isto só se tornará possível se adequada

cios bancos quo se lançassem a tais ope rações. Êste perigo, porém, seria con

por sua \'ez, sejam chamados a parti Isso seria possível se se abolisse a res

trição cjue limita o redesconto, desde que o dinheiro seja empregado para o

financiamento du produção. Como de corrência, os bancos particulares pode riam atender melhor a essa finalidade,

reduzindo-sc assim os encargos do Ban co do Brasil.

Poder-se-ia afirmar qne

seinelliunte medida podia em risco o íuneionamenlo normal do crédito, tor

nando xmlncrável a posição financeira

atrás, que além das emissões e da uti lização das poupanças, seria possível ao Estado financiar, diretamente, certos

ramos da atividade produtora, median te recursos obtidos graças ao imposto.

Não será possível, porem, discutir êsse

problema rapidamente, \ isto como o próprio sistema tributário brasileiro está a exigir uma revisão. O contribuinte na cional já vem sofrendo uma sobrecarga,

principalmente devida a impostos indi

retos que contribuem para aumentar o custo dc vida, já de per si agravado

pela desvalorização monetária. Ora, apelar para a tributação, com o fito de obter recursos capazes de permitir fi nanciamento adequado, poderá ter por efeito reduzir de fonna mais intensa o

\ olume das poupanças, ao mesmo tempo

que o custo de vida se elevará ainda mais, principalmente se considerarmos a possibilidade de os rendimentos indivi duais não crescerem, mais que propor cionalmente, ao crescimento da tribu

tação per capita; além de reduzir-se,

de um modo geral, o volume das pou panças. haverá, para as camadas da população menos favoreeidas, a certeza de uma queda de ní\'el de vida.

Não poderíamos deixar de mencionar,


14

Dict:sTo Ecos-óinco

15

DiGESTo Econômico

afínna í{ih- "a nií-dida mais nrgí-tiln seria a de s«.- pleitear a í)iit(»r;;a dr fé pública aos instriiincntos de contraio finija<los

pelo Banco, vale ndo entre parles e cí)ntra terceiros, independentcMH iite de re-

j^islro, a fíin de se e\itarein ticsjn-sas cdelongas que oneram os financiamentos". Enquanto, por um lad(», o Banco do

Bra.sil nao pode, pela .sua «organização, atender com rapíde/. c eficiência aos financiainentos, os bancos partícuian-s

pouco podem realizar, ponpie a lei aluai limita o redesconto, a lhes ser

concedido, ao total do capital c r<ser\as, provocando a limitação do r<-

desconto. Por outro lado, o controle dos

juro.s dOs depó.sitos, pela Superintendên cia da Moeda e do Crédito, limita a atraçao da.s poupanç-a.s e não faz cres cer, em ritmo desejável, o.s depósitos. Os Bancos, para se defenderem contra

situações impre\istas de emergênc-ia, mantêm uma cai.xa alta; a invariabilida-

de da ta.xa de redesconto.s, completando

pronto a pnulnção. principalinentr a d« earálíT s.izoii.ii,

l-]iitrc < sla.s, nu rcecm ilestacjuc o algíjclão c <j cafi'-. O jjroblciua algodoeiro, atiiainu nli'. sc apn-.senta com caracterís ticas cspcí iai.s; é sabiilo (pic, no merca do inlcrnacion;il, nosso algodfio concom"' cotii <1 iior(<--aiinTÍiam). ílojo, porénv. t«-n<lo aiinicntaclo a procura intcmacio nal cia niaf('Tia-prlma, c estando 06 {■'slaclos Unidcis na contingência de re

duzir iniiíto as suas ofcrta.s, quer pcki

anincnto (l<j consumo interno, quer peb

(puala da .sua produção, o algodão bra sileiro, principalmente o paulista, teve sua procura aumentada, o que clevTJU, considcràv clincntc, seus preços, no mer cado inicrnacionai: ciupianto, cm 19-19, o preço do algodão pauli.sta, tipo 5, era dc- OS 180.00 por arroba, passou, em 1950, a OS 209.00 c atualmente alcança Cà-$ ^50,00. Esta melhoria sensí\el do jm-ço poderá provocar o escoamento, para o exterior, dc tóclu a safra, apro.xi-

o quadro, dificulta maior elasticidade do

madanicntc 280 mil toneladas, cm uma

credito.

cstiniativa

No que se refere, portanto, à poupan ça interna, teríamos de atentar, j^riniciro, para a sua redistribuição, de maneira

a que a mesma po.ssa, de preferência,

dirigir-se a atividades produtora.s; mas

otimista.

As indústrias do

fiação para suas atividades normais nect ssitariain de 80 mil toneladas dc fibra, tendo solicitado do Goxêrno Federal

medidas (pic permitam o congelamento flé.ssc- cstoípu;. Claro está que, não lia\'cndo por parte dos industriais de fia

re, os agricultores solicitam garantia dc preço mínimo, obtendo o financiamento do algodão exportável na base dc Cr$ 250,00 a arroba, o cpic passará a exigir do Banco do Brasil, somente para tal

fim, a importância dc Cr$ •3.3.33.334.()()(),()0.

É verdade que os es

tudos estatísticos, realizados por técni cos do próprio Banco, indicam que essa soma não será despendida dc um só golpe, e sim, (pie serão necessários 5% a 8 tf- c m abril, 20% a 25% cm maio,

O café, por sua vez, será financiado na base dc Cr§ 1.000,00 por saca; estiinandü-sc a atual safra cm 7.328.473 sa

cas, tcríanios de despendcn Cr$ 7.328.473.000,00. Scmientc êste.s dois produtos, nas atuais circunstâncias, exi

giriam nnia imobilização de capital cie Cr-S 1.3.061.807.000,00, tanto quanto o

total de poupanças disponíveis em 1947. A sobrecarga exigida do Banco do Brasil é enorme, mormente se considerarmos

que outros setores da atividade agrícola estão a exigir medidas dc financiamento. Não sendo possível pensar-se em uma

reorganização bancária imediata, seria talvez mais aconselhável providenciar

da moeda, capaz de lhes trazer, em

portar as conseqüências de semelhante

cia, exigiria uma reorganização das Bôlsa.s e do sistema bancário; são medidas

de longa duração, que não pK)dem ser tomadas de um momento pai'a outro e que, portanto, não beneficiariam

de

Banco do

Brasil fornecesse os recursos

para c.ssa operação, estimando o Sindica to de Indústria de Fiação c Tocelageni cm Geral, do Estado de São Paulo, que

a medida poderia ser posta em prática graças, à utilização de Cr§ 2.400.000.000,00. Enquanto isto ocor-

tes.

Essa.s medidas seriam, por seu tur

no, aconipanliadas da garantia de pre ços mínimos nos locais dc produção e

nos portos de embarque, estabilizando-se assim as cotações dc mercado e assegu-

Tivemos ocasião do apontar, páginas

temor de uma desvalorização contínua

congelamento, seria necessário que o

corrigir os excessos por\'entura existen

comércio.

guintes.

cipar mais ativamente da empreitada.

Além disso, essa redistribuição da pou pança, para se fazer com maior eficiên

uma \'ez tomadas móveis, permitiriam

rando-sc preços justos h produção e ao

meios para que os bancos particulares,

conseqüência, perda de poder aquisitivo.

to, das taxas de redescontos, as qúais,

eu. ag(>sto, e o restante nos meses se

ção capaciclacle financeira para adquirir,

política financeira do Govôrno eliminar, aos poucos, da parte dos ponpadorcs, o

tornado pela manipulação, por parte da Superintendência da Moeda e do Crédi

25 % cm junho, 20 % cm julho e 10 %

de cliofrc, essa quantidade e formar um c -toque defensivo, o, não podendo, a seu turno, o produtor dc algodão su

isto só se tornará possível se adequada

cios bancos quo se lançassem a tais ope rações. Êste perigo, porém, seria con

por sua \'ez, sejam chamados a parti Isso seria possível se se abolisse a res

trição cjue limita o redesconto, desde que o dinheiro seja empregado para o

financiamento du produção. Como de corrência, os bancos particulares pode riam atender melhor a essa finalidade,

reduzindo-sc assim os encargos do Ban co do Brasil.

Poder-se-ia afirmar qne

seinelliunte medida podia em risco o íuneionamenlo normal do crédito, tor

nando xmlncrável a posição financeira

atrás, que além das emissões e da uti lização das poupanças, seria possível ao Estado financiar, diretamente, certos

ramos da atividade produtora, median te recursos obtidos graças ao imposto.

Não será possível, porem, discutir êsse

problema rapidamente, \ isto como o próprio sistema tributário brasileiro está a exigir uma revisão. O contribuinte na cional já vem sofrendo uma sobrecarga,

principalmente devida a impostos indi

retos que contribuem para aumentar o custo dc vida, já de per si agravado

pela desvalorização monetária. Ora, apelar para a tributação, com o fito de obter recursos capazes de permitir fi nanciamento adequado, poderá ter por efeito reduzir de fonna mais intensa o

\ olume das poupanças, ao mesmo tempo

que o custo de vida se elevará ainda mais, principalmente se considerarmos a possibilidade de os rendimentos indivi duais não crescerem, mais que propor cionalmente, ao crescimento da tribu

tação per capita; além de reduzir-se,

de um modo geral, o volume das pou panças. haverá, para as camadas da população menos favoreeidas, a certeza de uma queda de ní\'el de vida.

Não poderíamos deixar de mencionar,


16

Digksto Econômico

mesmo que ràpídamenie, a necessidade

de se encarar também o problema do financiamento por fontes externas.

O

Brasil, para seu desenvolvimento cc-onó-

mico, precisa de bens de capital produzi

dos fora do País; esses bens serão pagos com a própria produção nacional. Con

vém, no entanto, indagar das possibili dades de obtenção desses recursos ex ternos.

A primeira fonte a apontar seria a

venda das reservas-ouro cpie ii \ação l>ossuÍ. Êsse recurso, porém, é miiití; pjccano, pois que, uma vez desapareci

das, nuo será possivel refazè-las ràpi-

damente. Além disso, a quantidade <le ouro que o Brasil po.ssui não é suficien

te para garantir um grande desenx-oKímento. Basta dizer-se que, em 1949

possuíamos 281.570 kg, de ouro fino! no valor de Cr$ 6.4()2.934.0()0,0(). Ora

f|uc. no luonu-nto atual, nos encontra

as medidas tf»ma(las. ri-slringindo tremcndamcnle a importação, embora não laçatí. tem api iius permitido lutar contra

o déficit; scgiiniim-nlc não serão capa zes de propori ionar reciir.sos, na.s pro porções exigidas jior iitu programa de expansão í-conóinic.i.

Bestará, jiois. a possibilidade de au-

iiu-ntar o fluxo «• de ;üraír novos capi tais estrangeiros, sob a forma dc investi-

immlos diretos, ou obter um emprésti mo externo, negociado «-ntre governos. O fiineionanunto do Banco Internacio

nal de Heeonslrução e Fomento pennitiu veriíiear (pie, atualmente, os capitais internacionais-.s-e véin dirigindo, de pre

o.vigiria cm 1948, Cr$ 5.728.941.000 00

acroscenlando-se o fato de nossa legisla ção dificultar o ingres.so dés.scs capitais,

monetana, ocorrida cm 1948 e 1949,

poderemos afirmar que tôda a reservaouro do Brasil, aplicada integralmente no financiamento da produção, poderia,

pouco jiodereinos esperar dc semelhante fonte de recursos (i.xtemos. Restará, co mo última solução, o empréstimo exter no de governo a governo.

a energia elétrica instalada.

Em conclusão, poderemos afirmar que o problema do financiamento da pro

A segunda fonte proviria do rccquilibrio da balança de pagamentos. Me

nossas possibilidades internas são fracas

na melhor das hipóteses, permitir dobrar

diante o aumento, a maior diversifica ção da base da exportação, acrescentan-

do-se-lbe novos produtos exportáveis, a fabricaçao interna de alguns produtos que agora importamos, e a limitação

da importação de produtos não essen ciais, talvez fosse possível obterem-se

saldos da balança de pagamentos, ca pazes de proporcionar maior volume de

bens de capital. Cumpre notar, porém,

í

aunicntanclo substancialmente a expor-

somente o desenvolvimento da indús-

Levando-se em conta a desvalorização

da produção agríeohi. poderiam ser tonviíias imediatamente, como sejam a

mos dianl«' de déficit cambial, v léxlas

ferência, para os programas de recons trução dos países enropí.ais; eonsídera-sc (pie tais iiuestimentos .são mais seguros e mais rendosos; nestas condições, c

tria de energia elétrica, capaz de per mitir dobrar a capacidade produtora,

Dici-::sT<i Ecoxómico

dução Ijrasilcira é um dos mais delica

dos, dc quantos se nos deparam. As e se encontram minadas por uma polí tica financeira e uma organização ban cária inadequadas. Não c possí^'el, por tanto, de.sligar ésse problema de outro mais amplo; o do saneamento das finan ças públicas. Certas medidas, capaze.s dc proporcionar financiamento adequa do, só poderiam ser tomadas cm longa duração. Outras, dc emergência, princi palmente para atender à sazonalidaçle

Ai

panhadas. estas duas, da garantia de preços mínimo.s. As medidas de longa

duração, porém, não poderão divorciar-

abolição da restrição que limita o re desconto e a regulamentação de sua

.sc das necessárias à obtenção dc capi

taxa, de maneira a tomá-la móxel, acom

tais estrangeiros.


16

Digksto Econômico

mesmo que ràpídamenie, a necessidade

de se encarar também o problema do financiamento por fontes externas.

O

Brasil, para seu desenvolvimento cc-onó-

mico, precisa de bens de capital produzi

dos fora do País; esses bens serão pagos com a própria produção nacional. Con

vém, no entanto, indagar das possibili dades de obtenção desses recursos ex ternos.

A primeira fonte a apontar seria a

venda das reservas-ouro cpie ii \ação l>ossuÍ. Êsse recurso, porém, é miiití; pjccano, pois que, uma vez desapareci

das, nuo será possivel refazè-las ràpi-

damente. Além disso, a quantidade <le ouro que o Brasil po.ssui não é suficien

te para garantir um grande desenx-oKímento. Basta dizer-se que, em 1949

possuíamos 281.570 kg, de ouro fino! no valor de Cr$ 6.4()2.934.0()0,0(). Ora

f|uc. no luonu-nto atual, nos encontra

as medidas tf»ma(las. ri-slringindo tremcndamcnle a importação, embora não laçatí. tem api iius permitido lutar contra

o déficit; scgiiniim-nlc não serão capa zes de propori ionar reciir.sos, na.s pro porções exigidas jior iitu programa de expansão í-conóinic.i.

Bestará, jiois. a possibilidade de au-

iiu-ntar o fluxo «• de ;üraír novos capi tais estrangeiros, sob a forma dc investi-

immlos diretos, ou obter um emprésti mo externo, negociado «-ntre governos. O fiineionanunto do Banco Internacio

nal de Heeonslrução e Fomento pennitiu veriíiear (pie, atualmente, os capitais internacionais-.s-e véin dirigindo, de pre

o.vigiria cm 1948, Cr$ 5.728.941.000 00

acroscenlando-se o fato de nossa legisla ção dificultar o ingres.so dés.scs capitais,

monetana, ocorrida cm 1948 e 1949,

poderemos afirmar que tôda a reservaouro do Brasil, aplicada integralmente no financiamento da produção, poderia,

pouco jiodereinos esperar dc semelhante fonte de recursos (i.xtemos. Restará, co mo última solução, o empréstimo exter no de governo a governo.

a energia elétrica instalada.

Em conclusão, poderemos afirmar que o problema do financiamento da pro

A segunda fonte proviria do rccquilibrio da balança de pagamentos. Me

nossas possibilidades internas são fracas

na melhor das hipóteses, permitir dobrar

diante o aumento, a maior diversifica ção da base da exportação, acrescentan-

do-se-lbe novos produtos exportáveis, a fabricaçao interna de alguns produtos que agora importamos, e a limitação

da importação de produtos não essen ciais, talvez fosse possível obterem-se

saldos da balança de pagamentos, ca pazes de proporcionar maior volume de

bens de capital. Cumpre notar, porém,

í

aunicntanclo substancialmente a expor-

somente o desenvolvimento da indús-

Levando-se em conta a desvalorização

da produção agríeohi. poderiam ser tonviíias imediatamente, como sejam a

mos dianl«' de déficit cambial, v léxlas

ferência, para os programas de recons trução dos países enropí.ais; eonsídera-sc (pie tais iiuestimentos .são mais seguros e mais rendosos; nestas condições, c

tria de energia elétrica, capaz de per mitir dobrar a capacidade produtora,

Dici-::sT<i Ecoxómico

dução Ijrasilcira é um dos mais delica

dos, dc quantos se nos deparam. As e se encontram minadas por uma polí tica financeira e uma organização ban cária inadequadas. Não c possí^'el, por tanto, de.sligar ésse problema de outro mais amplo; o do saneamento das finan ças públicas. Certas medidas, capaze.s dc proporcionar financiamento adequa do, só poderiam ser tomadas cm longa duração. Outras, dc emergência, princi palmente para atender à sazonalidaçle

Ai

panhadas. estas duas, da garantia de preços mínimo.s. As medidas de longa

duração, porém, não poderão divorciar-

abolição da restrição que limita o re desconto e a regulamentação de sua

.sc das necessárias à obtenção dc capi

taxa, de maneira a tomá-la móxel, acom

tais estrangeiros.


'I

1

r

Dioksto

19

Econômico

Quando a economia ainda não adqui

Direito - Política - Economia

rira fôros dc ciência

quem os negue) a sua participação ain da não se definira com o sentido que hoje conhecemos.

ri:Mi.sTf>f,i.i:s Hhandão CJa\'ai.(;an i i

(Aula inaugural dos Cursos Universitários proferida cm dc março dc 1951 sala do Conselho Universitário da Universidade do lirasil)

lUX

homctiagcm, (jiic êstc ano, neste dia

sidade do Brasil. Mais do que me ra significação formal ou regimenlal,

fòss<- a aula dada por mim.

tem esta solenidade iima oxprtrssão sim-

professor, se me ovimisse deste encargo

É uma convocação de todas as forças vivas desta Instituição, de ação tão pre ponderante na vida nacional, para nin

esforço honesto, uma atividade produti

va, um sacrifício consciente em benefí

cio do ensino, da cultura, do trabalho, do Brasil enfim.

Novas esperanças reanimam a Uni versidade - professores e alunos, como se nova vida se iniciasse na sua vida tão fecunda.

Graves, portanto, são as responsabili

X<-garia os meus próprios direitos de

honroso. Agradeço a imensa distinção

A sua finalidade será sempre o bem-es tar colcti\'o, objetivo que sobreleva o

rigir, a mais jo\cin, a menor, a mais

da produtividade humana. Também cm Aristóteles os problemas econômicos, como o da propriedade e do monopólio, são sempre inspirados em

modesta, mas a maior no entusiasmo e na f('' nos destinos do Brasil, a Facul dade Nacional de Cã(incias Econômicas F em seu nome, dos seus profcss(jres e alunos ípu.' agradeço.

IVofessor de Direito Público de unia Imculdade de Economia, o meu tema está de antemão escolhido — Direito Política, Economia — Repercussão dos'

tico, saem as elites de todas as classes sociais que pela sua cultura, mentalida

de e energia novas, hão de suportar os mais severos encargos na direção e for mação do País.

E somente uma elite, intelectualmen

te forte e consciente, poderá suportar o peso enorme da estrutura do Estado, na

soma dos seus interesses públicos e pri vados.

Iniciam-se as aulas

com uma aula

Universitária. Quis o Magnífico Reitor então cm e.vercício, meu dileto amigo Professor Deolindo do Couto, a quem

desejo neste momento prestar especial

Soluções políticas, soluções econômi cas, c a solução jurídica, como forma de harmonia c dc equilíbrio dos fenômenos que, oni última análise, se resolvem no terreno dos intcrèsses

humanos c dos

grupos sociais mais ou menos desonvol-

filósofos.

A crítica feita por

Saint Hilaire e

tadamente os fatores tHicos e os fatores

políticos.

mül ' I

os remédios, mas apenas as reações que

os fatos económicxjs podem produzir no organismo social. Talvez não seja bem e.xata esta teo

ria porque a terapêutica está também na alçada do analista.

Pode não ter ele a iniciaüva, a ação nhccimento das causas, dos seus efeitos

pre esta, especificamente, a função do

economista.

Os seus estudos e pesquisas atingirão

também os setores profundos da vida

social, porque a Economia não prescin(ie dos fatores éticos e sociais, ao contrário

do que pretende Pareto ao colocar a Eco nomia sob os mesmos pressupostos e mé todos das ciências físicas e naturais.

cias, inicialmente estranhas a concepções

nacionalismo econômico e do livre cam

bismo, da autarquia econômica e o da interdependência entre os Estados. Saber onde começa o político e aca

terão antes de tudo

ba o econômico, só é possível através

conteúdo político, embora representem expressões do pensamento econômico. Uma grande parte dos problemas re

da técnica e da ação específica; qual quer definição genérica seria temerária. Embora formal, é o processo discri-

te econômico

pieponderar sobre os outros fatores, no-

Por isso é que, na observação de al guns, ao economista não cabe indicar

cepções econômicas, obedeciam a exi gências da política estatal e dela nasce ram como determinantes de contingên

o livre cambismo, antes de serem con

concoiTência não têm sentido meramen

econômicos a k- fazer sentir e a querer

lo menos, as reações desta política.

A complexidade desses problemas e a

O intervencionismo estatal ou a livre

Mas sempre, como uma insistência irremíssívcl, a exigência dos interesses

econômicos e dos princípios básicos da ciência econômica para acompanhar, pe

correlação existente entre êles toma, por vezes, difícil separ;\r ou contrapor as concepções políticas e econômicas no exame de problemas como os da inter venção c da não-intervenção estatal, do

Mais modernamente o mercantilismo,

econômicas.

\'ídos.

O que perturba os termos do proble ma é a necessidade de usar dos dados

c dos corretivos adequados. Será^ sem

caráter científico.

ferentes, usando o costume de cada (5po-

mínimo, o lucro e.xtraordinário e tantos outros.

trução doutrinária do maior de todos os

nômico e o pensamento político.

O tema c antigo, com roupagens di

semprego, o pleno emprego, o salário

direta, a diretriz política, mas terá o co-

ca, mas, no fundo, revelando sempre um enlcndimcnlo entre o pensamento eco

lítica — Política e Economia.

lativos à política econômica são funda mentalmente éticos e políticos — o de

pressupostos políticos e éticos que ser vem à supcrcstrutura da própria cons

modernamente por Defourny. mostra a altitude em que colocou o problema, mas sempre dentro do sentido político e filosófico que domina a sua obra. E nem poderia ser de outra forma, quando muitos séculos haveriam de cor rer antes que se desse à Economia o seu

repercussão e sentido dc no.ssas ativida

sua expansão e ao seu sentido democrá

ncnnenos econômicos a ela se subordi

devida, im-nos a mim do que à unidade imi\er.silária (pie tenlio a honra dc di

fatores c-coiióinieos no Direito e na Po-

É que das Universidades, graças à

Vamos encontrar na obra de Platão a

preocupação política dominante. Os fcnam porque o objetivo máximo é a or ganização do Estado ou da República.

dades que continuamos a assumir pela des, na formação do País.

Ma.s \amos encontrar os seus vestí

gios, embora de contornos imprecisos e

vagos, na mais remota antigüidade.

J^EAnniíM-sE hoje os cursos da Univer ' bólica.

(e ainda existe


'I

1

r

Dioksto

19

Econômico

Quando a economia ainda não adqui

Direito - Política - Economia

rira fôros dc ciência

quem os negue) a sua participação ain da não se definira com o sentido que hoje conhecemos.

ri:Mi.sTf>f,i.i:s Hhandão CJa\'ai.(;an i i

(Aula inaugural dos Cursos Universitários proferida cm dc março dc 1951 sala do Conselho Universitário da Universidade do lirasil)

lUX

homctiagcm, (jiic êstc ano, neste dia

sidade do Brasil. Mais do que me ra significação formal ou regimenlal,

fòss<- a aula dada por mim.

tem esta solenidade iima oxprtrssão sim-

professor, se me ovimisse deste encargo

É uma convocação de todas as forças vivas desta Instituição, de ação tão pre ponderante na vida nacional, para nin

esforço honesto, uma atividade produti

va, um sacrifício consciente em benefí

cio do ensino, da cultura, do trabalho, do Brasil enfim.

Novas esperanças reanimam a Uni versidade - professores e alunos, como se nova vida se iniciasse na sua vida tão fecunda.

Graves, portanto, são as responsabili

X<-garia os meus próprios direitos de

honroso. Agradeço a imensa distinção

A sua finalidade será sempre o bem-es tar colcti\'o, objetivo que sobreleva o

rigir, a mais jo\cin, a menor, a mais

da produtividade humana. Também cm Aristóteles os problemas econômicos, como o da propriedade e do monopólio, são sempre inspirados em

modesta, mas a maior no entusiasmo e na f('' nos destinos do Brasil, a Facul dade Nacional de Cã(incias Econômicas F em seu nome, dos seus profcss(jres e alunos ípu.' agradeço.

IVofessor de Direito Público de unia Imculdade de Economia, o meu tema está de antemão escolhido — Direito Política, Economia — Repercussão dos'

tico, saem as elites de todas as classes sociais que pela sua cultura, mentalida

de e energia novas, hão de suportar os mais severos encargos na direção e for mação do País.

E somente uma elite, intelectualmen

te forte e consciente, poderá suportar o peso enorme da estrutura do Estado, na

soma dos seus interesses públicos e pri vados.

Iniciam-se as aulas

com uma aula

Universitária. Quis o Magnífico Reitor então cm e.vercício, meu dileto amigo Professor Deolindo do Couto, a quem

desejo neste momento prestar especial

Soluções políticas, soluções econômi cas, c a solução jurídica, como forma de harmonia c dc equilíbrio dos fenômenos que, oni última análise, se resolvem no terreno dos intcrèsses

humanos c dos

grupos sociais mais ou menos desonvol-

filósofos.

A crítica feita por

Saint Hilaire e

tadamente os fatores tHicos e os fatores

políticos.

mül ' I

os remédios, mas apenas as reações que

os fatos económicxjs podem produzir no organismo social. Talvez não seja bem e.xata esta teo

ria porque a terapêutica está também na alçada do analista.

Pode não ter ele a iniciaüva, a ação nhccimento das causas, dos seus efeitos

pre esta, especificamente, a função do

economista.

Os seus estudos e pesquisas atingirão

também os setores profundos da vida

social, porque a Economia não prescin(ie dos fatores éticos e sociais, ao contrário

do que pretende Pareto ao colocar a Eco nomia sob os mesmos pressupostos e mé todos das ciências físicas e naturais.

cias, inicialmente estranhas a concepções

nacionalismo econômico e do livre cam

bismo, da autarquia econômica e o da interdependência entre os Estados. Saber onde começa o político e aca

terão antes de tudo

ba o econômico, só é possível através

conteúdo político, embora representem expressões do pensamento econômico. Uma grande parte dos problemas re

da técnica e da ação específica; qual quer definição genérica seria temerária. Embora formal, é o processo discri-

te econômico

pieponderar sobre os outros fatores, no-

Por isso é que, na observação de al guns, ao economista não cabe indicar

cepções econômicas, obedeciam a exi gências da política estatal e dela nasce ram como determinantes de contingên

o livre cambismo, antes de serem con

concoiTência não têm sentido meramen

econômicos a k- fazer sentir e a querer

lo menos, as reações desta política.

A complexidade desses problemas e a

O intervencionismo estatal ou a livre

Mas sempre, como uma insistência irremíssívcl, a exigência dos interesses

econômicos e dos princípios básicos da ciência econômica para acompanhar, pe

correlação existente entre êles toma, por vezes, difícil separ;\r ou contrapor as concepções políticas e econômicas no exame de problemas como os da inter venção c da não-intervenção estatal, do

Mais modernamente o mercantilismo,

econômicas.

\'ídos.

O que perturba os termos do proble ma é a necessidade de usar dos dados

c dos corretivos adequados. Será^ sem

caráter científico.

ferentes, usando o costume de cada (5po-

mínimo, o lucro e.xtraordinário e tantos outros.

trução doutrinária do maior de todos os

nômico e o pensamento político.

O tema c antigo, com roupagens di

semprego, o pleno emprego, o salário

direta, a diretriz política, mas terá o co-

ca, mas, no fundo, revelando sempre um enlcndimcnlo entre o pensamento eco

lítica — Política e Economia.

lativos à política econômica são funda mentalmente éticos e políticos — o de

pressupostos políticos e éticos que ser vem à supcrcstrutura da própria cons

modernamente por Defourny. mostra a altitude em que colocou o problema, mas sempre dentro do sentido político e filosófico que domina a sua obra. E nem poderia ser de outra forma, quando muitos séculos haveriam de cor rer antes que se desse à Economia o seu

repercussão e sentido dc no.ssas ativida

sua expansão e ao seu sentido democrá

ncnnenos econômicos a ela se subordi

devida, im-nos a mim do que à unidade imi\er.silária (pie tenlio a honra dc di

fatores c-coiióinieos no Direito e na Po-

É que das Universidades, graças à

Vamos encontrar na obra de Platão a

preocupação política dominante. Os fcnam porque o objetivo máximo é a or ganização do Estado ou da República.

dades que continuamos a assumir pela des, na formação do País.

Ma.s \amos encontrar os seus vestí

gios, embora de contornos imprecisos e

vagos, na mais remota antigüidade.

J^EAnniíM-sE hoje os cursos da Univer ' bólica.

(e ainda existe


,iifi M\m. I ■!

*

'20

I^JiriESTi) EcoxíiMit:-.)

niinatório de fnínteiras mais aceitá\< |,

na correlação exfstenlc entre as <luas ati vidades .

Por isso mesmo, atribni-se maior res

ponsabilidade ao setor mais ali\o, porcjiic a crise seria da jK)lilica e nfu) do pensamento econômico.

Em diversas atividades

importantes

Dicksto

'

21

Econômico

Iringlr-M -ía ao plano nacituuil, completachí por iiu-didas visando a intcrdcpen-

pnnjue

<!<MKÍa dos Ivslados no setor econômico. J-i, tia opinião dos ectmomistas do re

totalitários, t>nde os problemas de pro-

falo ecxinómicoj u verdade é que èle en volve problemas éticos do maior relevo

gime, iioladainente (Joie, a orientarão fiolilii ti (jm- distingue o regime socialista dos dein.iis regimes (ju<! ádotam como bastf a tcVnic.i da planifieação.

dutlvidiidi- e de renda .são deferidos ao

segundo piano.

e obedece a considerações e imperativos

emprego

o problema do .salário é igualmente

nas tribos mais selvagens c nos rcgiint»

sugestivo — poucos o consideram mero

eueoiilra-se o pleno

políticos preponderantes.

Ningutiu proenrou .saber se o pleno emprt*go levaria á produção total, nem se, através do aumento de produção, de elevação da procura, se atingiria o mes

problemas atuais c de importância capi tal para a nossa economia — o do pe

Observem-se

entre nós dois

outros

da vida nacional e internacional j)odem-

Se podem .ser asseineibados tècnica-

se encontrar minicrosos exemplos. Assim, a pojjtiea comerciai, cspecial-

mente a outros, politicamente se dife

mo objetivo ein condições sociais muito

tróleo e o dos transportes aéreos inter

renciam.

mais vantajosas.

nacionais .

nientc na órlíita internacional,

poderá

ser imposta por eoiitingèneias «-eonóit.i-

porque atendem a objetivos

diferentes,

A cjiie.stão do pleno enquègo lern lido

cas, mas terá de ser dominada e infor

í|ua.sc sempre solução política, porque

mada por influencias que transcendem do terreno puramente técnico.

proce.ssos pretoni/acclos jjelos i-conomis-

Os fatures p<)lític<js dr)minam o setor internacional c os conselhos dos técni

cos muitas vezes não alteram os pres supostos fixados pelos interés.se.s polí ticos .

O probletna das nacionalizações sen

não .SC- tem considerado

os recur.-o.s o

las, cjiie preferem geralmente atingir o nu-smo objetivo alravé.s da plena pmdii-" ção, pelo alimento da procura dos bens c dos serviços.

A solução política é aqui mais infle

xível, transfere para outro plano os pres

Todos ésses problemas são superados

Quem ousaria relegar o fator político

pelas trés reivindicações — direito ao Irabalbo, dever tU- trabalhar, liberdade

na sua solução ?

d«í escolha do traballuv — mas domina

não só a política econômica, de comu

Em relação aos transportes

aéreos,

dos sempre pela idéia do pleno empre go, isto é, de (pie todos devem traba lhar e ao Estado cabo proporcionar tra

nicações com as zonas econòmícamcnte

balho a todos.

Mus essa política predomina no conjun to da e.xpansão geográfica dêsses

Sem procurar citar textos de outras

Càmstituiçücs, veja-se a nossa de 1946 — artigo 145 — parágrafo único.

"A todos é assegurado trabalho que possibilite existência digna. O trabalho é obrigação social." É uma idéia cuja base ideológica en-

mais sedutoras, como também a políti ca internacional, orientam as soluções.

Quanto ao petróleo, o sentido politi-

CO de sua e.xploração decorre de precei

do fundaiiientulmente um problema po

supostos ecoiiômico.s do problema e des-

lítico, de estrutura, constitucional, l)á do Jígar-sc a .soluções econômicas, mas

('(onomistas.

etn suas conseqüências e cm suas re percussões, exigindo então dos homens de eièneia cleeisiva contribuição. Tõda solução neste terreno será sem

Os preceitos constitucionais (juo visam a política do plc-iio (anprègo não consi deram, [Xir c.xemplo, nem os fatürc.s nem as conseqüências econômicas dessa po

eonlra-se no socialismo. G. Just, Louis 24 de

Somente o predomínio do critério eco nômico poderia subverter o sistema

pre, originàriamente,

lítica, cfimo o eeonoinislii teria cIc colo-

E a Conslliuição francesa recente re afirma: "todos têm o dever de traba-

tada, considerando-se em primeiro pla

uma sttliicãu po-

conluc<-

os remédios indicados pelos

i-ur ein .s<-gim<lo plano os falòres ético.s

lííiea.

i' sociai.s tio probleuiii.

Blane, Fourier, Robespierre já o advo gavam na declaração lida em abril de 1793 na Convenção.

tos constitucionais que limitaram o sis tema legal de concessões, como segiu^

proteção ao patrimônio mineral da Nação.

A solução economicamente mais acer

no a produtividade, não sera sempre a

Grã-

lornon-se o (raballu) compulsório c cn-

Bretanha sob o ponto de vista «íconómico, mostrando a prevalência do criti;rio

volv(Mi-se (I próprio Ivslado como fiador

de ação social, mais social que econô

(Io reivindicações sociais, hoje vitorlosius.

mica .

Nenhuma consideração ou estuda fundamental e científico de ordem eco

Ao SC tlisentirem na Suíça as emendas constitucionais (juc prcconizavauí a po

controle cambial,

nômica leria procedido a esse movi mento de tuigcm nitidamente .social e

lítica do pleno emprego, viii-se a nação dividida, não por considerações de ordem

uo analisar a nacionalização na

político no processo nacionalizador. O nacionalismo da política .socialista

Garantin-se

o direito do trabullio,

. , .

constitucional.

llinr c o diriíito do obter um emprego". Modernamente, BeverldgC procurou iimii solução dentro de um vasto planO

E llOtadaiílente a obsi^rvação dv Julin

Jcwkcs (Ordeal hy 1'hmning pg, 145),

politicamente mais aconselhável, e o função dos interêsses poHticos.

cçonoinisiii teria então de intervir em

O regime de coiltrôlc de preços, o as numerosas intcr«

venções no domínio econômico, não são

possível realizar, dentro de um âmbito

cie reivindicação ideológica, Irunsfoniia-

econômica, mas por doutrinas e sistemas

em regra ímpostos pelos economistas — (]ue geralinente até os condenam — mas só se jiistifitam por motivos o razões de

geográfico acessível, as finalidades do

da hoje, na expressão de Hazlitl, em ver

políticos (pie vacilavam entre o regime

Estado, atuando diretamente no setor

sistema. Em (nitros lermos, uma plani-

dadeira superstição. Para muitos será solução até primária

do libcrdadís econômica e O da Inter venção estatal.

.seus dados essenciais e as suas soluções.

obedece não só a uma técnica visando o

bem-estar .social,

mas lanibém tornar

ticação universal sendo impossível, res-

1 i

econômico, onde acaba procurando os

i


,iifi M\m. I ■!

*

'20

I^JiriESTi) EcoxíiMit:-.)

niinatório de fnínteiras mais aceitá\< |,

na correlação exfstenlc entre as <luas ati vidades .

Por isso mesmo, atribni-se maior res

ponsabilidade ao setor mais ali\o, porcjiic a crise seria da jK)lilica e nfu) do pensamento econômico.

Em diversas atividades

importantes

Dicksto

'

21

Econômico

Iringlr-M -ía ao plano nacituuil, completachí por iiu-didas visando a intcrdcpen-

pnnjue

<!<MKÍa dos Ivslados no setor econômico. J-i, tia opinião dos ectmomistas do re

totalitários, t>nde os problemas de pro-

falo ecxinómicoj u verdade é que èle en volve problemas éticos do maior relevo

gime, iioladainente (Joie, a orientarão fiolilii ti (jm- distingue o regime socialista dos dein.iis regimes (ju<! ádotam como bastf a tcVnic.i da planifieação.

dutlvidiidi- e de renda .são deferidos ao

segundo piano.

e obedece a considerações e imperativos

emprego

o problema do .salário é igualmente

nas tribos mais selvagens c nos rcgiint»

sugestivo — poucos o consideram mero

eueoiilra-se o pleno

políticos preponderantes.

Ningutiu proenrou .saber se o pleno emprt*go levaria á produção total, nem se, através do aumento de produção, de elevação da procura, se atingiria o mes

problemas atuais c de importância capi tal para a nossa economia — o do pe

Observem-se

entre nós dois

outros

da vida nacional e internacional j)odem-

Se podem .ser asseineibados tècnica-

se encontrar minicrosos exemplos. Assim, a pojjtiea comerciai, cspecial-

mente a outros, politicamente se dife

mo objetivo ein condições sociais muito

tróleo e o dos transportes aéreos inter

renciam.

mais vantajosas.

nacionais .

nientc na órlíita internacional,

poderá

ser imposta por eoiitingèneias «-eonóit.i-

porque atendem a objetivos

diferentes,

A cjiie.stão do pleno enquègo lern lido

cas, mas terá de ser dominada e infor

í|ua.sc sempre solução política, porque

mada por influencias que transcendem do terreno puramente técnico.

proce.ssos pretoni/acclos jjelos i-conomis-

Os fatures p<)lític<js dr)minam o setor internacional c os conselhos dos técni

cos muitas vezes não alteram os pres supostos fixados pelos interés.se.s polí ticos .

O probletna das nacionalizações sen

não .SC- tem considerado

os recur.-o.s o

las, cjiie preferem geralmente atingir o nu-smo objetivo alravé.s da plena pmdii-" ção, pelo alimento da procura dos bens c dos serviços.

A solução política é aqui mais infle

xível, transfere para outro plano os pres

Todos ésses problemas são superados

Quem ousaria relegar o fator político

pelas trés reivindicações — direito ao Irabalbo, dever tU- trabalhar, liberdade

na sua solução ?

d«í escolha do traballuv — mas domina

não só a política econômica, de comu

Em relação aos transportes

aéreos,

dos sempre pela idéia do pleno empre go, isto é, de (pie todos devem traba lhar e ao Estado cabo proporcionar tra

nicações com as zonas econòmícamcnte

balho a todos.

Mus essa política predomina no conjun to da e.xpansão geográfica dêsses

Sem procurar citar textos de outras

Càmstituiçücs, veja-se a nossa de 1946 — artigo 145 — parágrafo único.

"A todos é assegurado trabalho que possibilite existência digna. O trabalho é obrigação social." É uma idéia cuja base ideológica en-

mais sedutoras, como também a políti ca internacional, orientam as soluções.

Quanto ao petróleo, o sentido politi-

CO de sua e.xploração decorre de precei

do fundaiiientulmente um problema po

supostos ecoiiômico.s do problema e des-

lítico, de estrutura, constitucional, l)á do Jígar-sc a .soluções econômicas, mas

('(onomistas.

etn suas conseqüências e cm suas re percussões, exigindo então dos homens de eièneia cleeisiva contribuição. Tõda solução neste terreno será sem

Os preceitos constitucionais (juo visam a política do plc-iio (anprègo não consi deram, [Xir c.xemplo, nem os fatürc.s nem as conseqüências econômicas dessa po

eonlra-se no socialismo. G. Just, Louis 24 de

Somente o predomínio do critério eco nômico poderia subverter o sistema

pre, originàriamente,

lítica, cfimo o eeonoinislii teria cIc colo-

E a Conslliuição francesa recente re afirma: "todos têm o dever de traba-

tada, considerando-se em primeiro pla

uma sttliicãu po-

conluc<-

os remédios indicados pelos

i-ur ein .s<-gim<lo plano os falòres ético.s

lííiea.

i' sociai.s tio probleuiii.

Blane, Fourier, Robespierre já o advo gavam na declaração lida em abril de 1793 na Convenção.

tos constitucionais que limitaram o sis tema legal de concessões, como segiu^

proteção ao patrimônio mineral da Nação.

A solução economicamente mais acer

no a produtividade, não sera sempre a

Grã-

lornon-se o (raballu) compulsório c cn-

Bretanha sob o ponto de vista «íconómico, mostrando a prevalência do criti;rio

volv(Mi-se (I próprio Ivslado como fiador

de ação social, mais social que econô

(Io reivindicações sociais, hoje vitorlosius.

mica .

Nenhuma consideração ou estuda fundamental e científico de ordem eco

Ao SC tlisentirem na Suíça as emendas constitucionais (juc prcconizavauí a po

controle cambial,

nômica leria procedido a esse movi mento de tuigcm nitidamente .social e

lítica do pleno emprego, viii-se a nação dividida, não por considerações de ordem

uo analisar a nacionalização na

político no processo nacionalizador. O nacionalismo da política .socialista

Garantin-se

o direito do trabullio,

. , .

constitucional.

llinr c o diriíito do obter um emprego". Modernamente, BeverldgC procurou iimii solução dentro de um vasto planO

E llOtadaiílente a obsi^rvação dv Julin

Jcwkcs (Ordeal hy 1'hmning pg, 145),

politicamente mais aconselhável, e o função dos interêsses poHticos.

cçonoinisiii teria então de intervir em

O regime de coiltrôlc de preços, o as numerosas intcr«

venções no domínio econômico, não são

possível realizar, dentro de um âmbito

cie reivindicação ideológica, Irunsfoniia-

econômica, mas por doutrinas e sistemas

em regra ímpostos pelos economistas — (]ue geralinente até os condenam — mas só se jiistifitam por motivos o razões de

geográfico acessível, as finalidades do

da hoje, na expressão de Hazlitl, em ver

políticos (pie vacilavam entre o regime

Estado, atuando diretamente no setor

sistema. Em (nitros lermos, uma plani-

dadeira superstição. Para muitos será solução até primária

do libcrdadís econômica e O da Inter venção estatal.

.seus dados essenciais e as suas soluções.

obedece não só a uma técnica visando o

bem-estar .social,

mas lanibém tornar

ticação universal sendo impossível, res-

1 i

econômico, onde acaba procurando os

i


'wmm Dicrsto EcoNÓ.xnco

N'(» setor dos contratos, prazos, valor,

ram a técnica legal ctun a política legis-

o direito c a economia das obrigações

laliva para atravessar ílificuldades irre-

mesmo privadas, se modificam por cri

inovíveLs no setor econômico.

térios políticos

e considerações de or

dem jurídica,

muitas vêzes adotados

sem maior verificação dos fatos e con seqüências econômicas.

Ao analisar os problemas relativos à

de colaboração das ati\'idadcs estatais

tureza da norma e das relações jurídicas

através de órgãos o.spccializados, com

funções próprias, ontroncados no siste

a serem disciplinadas. E esta é a função difícil do jurista:

tempos, SC a predominância do fator po

ma político e admini.strativo.

encontrar o ponto de equilíbrio, procurar

lítico SC (cm revelado a todo momento,

ação, a influência direta dos princípios

.\Ia.s se ussiin tem sido cm todos os

no deseinoKimento rio plano oconóini-

CO, não é menos certo, entretanto, que

luta contra os trustes, a política de regu

a consideração açao pelos fenômenos lenomenos emniv econô

lamentação das public utilities, a técni ca do police power, a Córlc Suprema dos Estados Unidos, seguindo a orientação

micos v.ii-s«' iiiipoiulo cada \ cz mais n;»

<l«'finição das soluções políticas.

defendida por Holmes, procurou sempre

coinissõc-s de estudos econômicos, as

reconhecer a supremacia legislativa nes se terreno, admitindo assim a prevalên

C'onferèncias internacionais sobre esses problemas e os numerosos acordos c

.A organização de Conselhos e das

cia dos pressupostos técnicos e políticos que informaram a construção legal do

mostram a consideração cada \-c2 maior

sistema.

por esses aspectos.

Muito raramente penetrou no exame da conveniência, justiça ou medida dos

Mas essa espécie de supremacia do critério político deve conduzir o ccooo-

atos legislativos, a não ser quando vio ladores de garantias c direitos elemen tares entregues à proteção daquela Corte. Essas providencias de fundo econômi

tratados concluídos em todo o mundo,

inistu a enquadrar o seu problema par ticular, técnico, específico, dentro do campo de interesses maiores, e.xorcendo acpiilo que Maurice Byé chamou de ma

co, orientadas por uma sábia política legislativa, é que permitiram à Constitui

gistratura econômica, como força repre sentativa da nação, incumbida de apli

ção americana atravessar tôdas as crises

car as deliberações superiores da sobe

e a revolução industrial do século pas sado sem ser afetada em seus preceitos

rania nacional.

essenciais.

A complexidade do problema estatal, já agora com outros elementos, pode

cendência, como a extinção do padrão

ria sugerir uma revisão na estruturo constitucional dos Estados, não no sen

ouro, puderam ser tomadas graças a

tido da criação de um quarto poder, co

E não raro medidas da maior trans

uma interpretação

mo .SC imaginou na primeira Semana de

flexível e sábia dos

Sociologia realizada em Paris em 1948,

preceitos

constitu

nem com a criação dos cinco poderes preconizada pela filosofia política de

E aqui se alia

Sun Yat Tsen, mas um sistema flexível

cionais.

23

Digesto EcoNÓ^^co

Seria também interessante verificar a

econômicos sobre o regime do direito.

Teríamos, para isso, desde logo, de afastar a teoria que atribui aos fatores econômicos predominância absoluta, co mo SC a c\'olução fosso apenas determi

nada pelos fenômenos da produção o da distribuição da riqueza; estes domi

a justa medida dos dados e fatôres a scTcni ponderados na constniçâo do Di reito positivo, transpor para a vida so cial os princípios de moral e de econo mia necessários à construção da norma,

usando de uma técnica própria, utili zando recursos que transcendem do partioiilarísmo dos princípios que infonnam

os preceitos de Economia, de Moral, de

nariam o processo jurídico, que passa ria a ser upc-nas a infra-estrutura de um

Psicologia etc.

sistema inspirado essencialmente nos fa

mais alta, há de inspirar então o jurista na construção e inteq)retação do Direi

tores econômicos.

Mas a \crdade ô que a construção jurídica é fundada em dados não só

econômicos, mas também sociais, psi cológicos, éticos, em fatôres imponderá veis c em razões que transcendem das imposições de ordem técnica fundadas

cm leis naturais, para encontrar nas ra zões de conveniência, oportunidade, jus tiça, os seus fundamentos.

Mesmo preceitos que interessam a eco nomia privada, direito de propriedade, contrato, sucessões, vão encontrar a sua

solução em princípios éticos e religio sos, que se sobrepõem às próprias contingeneias econômicas.

Como observa Roubier, motivos polí ticos relevantes se encontram nos pro blemas relativos às vocações hereditárias, à indivisão dos bens etc.

É evidente que isso não exclui a pos

sibilidade de encontrar-se uma e.vpÜcação econômica para os fenômenos jurí

dicos, como uma interpretação moral ou religiosa para os mesmos. Mas o Direito é que há de usar des ses dados, na expressão de Geny, para

O sentido político, em sua expre^ão

to, atribuindo-lhe uma função social preponderante. O bem-estar econômico, que, segun

do u obserNMção de Léonel Robbins. e

i

a definição mais constante da Economia,

c que encontra posição de relevo nas obras de Marshall, Cannan, e mesmo de

Pareto, é um dos aspectos da feUcidade luimana c constitui apenas um dos ele mentos a serem considerados pelos ju ristas na construção dos meios de convàvência e de equilíbrio, e que sen'e de causa à norma de Direito.

É evidente que o critério econômico, como o social, o jurídico, se distingue do critério político pelo seu próprio con teúdo. As razões de proceder, os fun damentos, e pressuposto.s, as diretivas, diferem.

O critério político é mais geral, mais flexível, envolve razões imponderáveis, é talvez menos rígido na aplicação dos dados, na utilização dos meios de in vestigação.

Não que se lhe possam negar qualida

construir a norma jurídica, e esses dados

des cientificas mesmo na técnica, mas es

hão de ser sempre em função da na

tas serão menores, menos positivas, do


'wmm Dicrsto EcoNÓ.xnco

N'(» setor dos contratos, prazos, valor,

ram a técnica legal ctun a política legis-

o direito c a economia das obrigações

laliva para atravessar ílificuldades irre-

mesmo privadas, se modificam por cri

inovíveLs no setor econômico.

térios políticos

e considerações de or

dem jurídica,

muitas vêzes adotados

sem maior verificação dos fatos e con seqüências econômicas.

Ao analisar os problemas relativos à

de colaboração das ati\'idadcs estatais

tureza da norma e das relações jurídicas

através de órgãos o.spccializados, com

funções próprias, ontroncados no siste

a serem disciplinadas. E esta é a função difícil do jurista:

tempos, SC a predominância do fator po

ma político e admini.strativo.

encontrar o ponto de equilíbrio, procurar

lítico SC (cm revelado a todo momento,

ação, a influência direta dos princípios

.\Ia.s se ussiin tem sido cm todos os

no deseinoKimento rio plano oconóini-

CO, não é menos certo, entretanto, que

luta contra os trustes, a política de regu

a consideração açao pelos fenômenos lenomenos emniv econô

lamentação das public utilities, a técni ca do police power, a Córlc Suprema dos Estados Unidos, seguindo a orientação

micos v.ii-s«' iiiipoiulo cada \ cz mais n;»

<l«'finição das soluções políticas.

defendida por Holmes, procurou sempre

coinissõc-s de estudos econômicos, as

reconhecer a supremacia legislativa nes se terreno, admitindo assim a prevalên

C'onferèncias internacionais sobre esses problemas e os numerosos acordos c

.A organização de Conselhos e das

cia dos pressupostos técnicos e políticos que informaram a construção legal do

mostram a consideração cada \-c2 maior

sistema.

por esses aspectos.

Muito raramente penetrou no exame da conveniência, justiça ou medida dos

Mas essa espécie de supremacia do critério político deve conduzir o ccooo-

atos legislativos, a não ser quando vio ladores de garantias c direitos elemen tares entregues à proteção daquela Corte. Essas providencias de fundo econômi

tratados concluídos em todo o mundo,

inistu a enquadrar o seu problema par ticular, técnico, específico, dentro do campo de interesses maiores, e.xorcendo acpiilo que Maurice Byé chamou de ma

co, orientadas por uma sábia política legislativa, é que permitiram à Constitui

gistratura econômica, como força repre sentativa da nação, incumbida de apli

ção americana atravessar tôdas as crises

car as deliberações superiores da sobe

e a revolução industrial do século pas sado sem ser afetada em seus preceitos

rania nacional.

essenciais.

A complexidade do problema estatal, já agora com outros elementos, pode

cendência, como a extinção do padrão

ria sugerir uma revisão na estruturo constitucional dos Estados, não no sen

ouro, puderam ser tomadas graças a

tido da criação de um quarto poder, co

E não raro medidas da maior trans

uma interpretação

mo .SC imaginou na primeira Semana de

flexível e sábia dos

Sociologia realizada em Paris em 1948,

preceitos

constitu

nem com a criação dos cinco poderes preconizada pela filosofia política de

E aqui se alia

Sun Yat Tsen, mas um sistema flexível

cionais.

23

Digesto EcoNÓ^^co

Seria também interessante verificar a

econômicos sobre o regime do direito.

Teríamos, para isso, desde logo, de afastar a teoria que atribui aos fatores econômicos predominância absoluta, co mo SC a c\'olução fosso apenas determi

nada pelos fenômenos da produção o da distribuição da riqueza; estes domi

a justa medida dos dados e fatôres a scTcni ponderados na constniçâo do Di reito positivo, transpor para a vida so cial os princípios de moral e de econo mia necessários à construção da norma,

usando de uma técnica própria, utili zando recursos que transcendem do partioiilarísmo dos princípios que infonnam

os preceitos de Economia, de Moral, de

nariam o processo jurídico, que passa ria a ser upc-nas a infra-estrutura de um

Psicologia etc.

sistema inspirado essencialmente nos fa

mais alta, há de inspirar então o jurista na construção e inteq)retação do Direi

tores econômicos.

Mas a \crdade ô que a construção jurídica é fundada em dados não só

econômicos, mas também sociais, psi cológicos, éticos, em fatôres imponderá veis c em razões que transcendem das imposições de ordem técnica fundadas

cm leis naturais, para encontrar nas ra zões de conveniência, oportunidade, jus tiça, os seus fundamentos.

Mesmo preceitos que interessam a eco nomia privada, direito de propriedade, contrato, sucessões, vão encontrar a sua

solução em princípios éticos e religio sos, que se sobrepõem às próprias contingeneias econômicas.

Como observa Roubier, motivos polí ticos relevantes se encontram nos pro blemas relativos às vocações hereditárias, à indivisão dos bens etc.

É evidente que isso não exclui a pos

sibilidade de encontrar-se uma e.vpÜcação econômica para os fenômenos jurí

dicos, como uma interpretação moral ou religiosa para os mesmos. Mas o Direito é que há de usar des ses dados, na expressão de Geny, para

O sentido político, em sua expre^ão

to, atribuindo-lhe uma função social preponderante. O bem-estar econômico, que, segun

do u obserNMção de Léonel Robbins. e

i

a definição mais constante da Economia,

c que encontra posição de relevo nas obras de Marshall, Cannan, e mesmo de

Pareto, é um dos aspectos da feUcidade luimana c constitui apenas um dos ele mentos a serem considerados pelos ju ristas na construção dos meios de convàvência e de equilíbrio, e que sen'e de causa à norma de Direito.

É evidente que o critério econômico, como o social, o jurídico, se distingue do critério político pelo seu próprio con teúdo. As razões de proceder, os fun damentos, e pressuposto.s, as diretivas, diferem.

O critério político é mais geral, mais flexível, envolve razões imponderáveis, é talvez menos rígido na aplicação dos dados, na utilização dos meios de in vestigação.

Não que se lhe possam negar qualida

construir a norma jurídica, e esses dados

des cientificas mesmo na técnica, mas es

hão de ser sempre em função da na

tas serão menores, menos positivas, do


■nnpppHpüUJimm ii iimíiii! 26

netrada a doutrina pelo conceito do po

der de polícia que impõe a êsses atos um cunho de jurisdicidade fundado na proteção dos direitos individuais.

Obser\'a Rodolfo Laun que, quando uma lei usa de expressões como "opor tunidade", "interesse público", é que o legislador quis limitar o ato à sua con

formidade ao inlerêsse público, à opor tunidade da medida.

O executor do ato será, entretanto, o

perito do interesse público, da oportu nidade c de conveniência, cabendo-lhe definir em espécie o sou conceito, em

função do momento c das condições em

Dicesto

Econômico

Nos Estadí)s Unido.s. por um processo ap.írrntr-niente contraditório, o si.stema da li\Tc cf)inpetiçrio \ai-.s(« mantendo,

graças a mu regime do inter\enção cuj"o nieeanisnío pirinití- a colaboração, na execução legislativa, de órgãos técnicos cio ação muito fle\í\cd.

lítica

econômica.

Entr<' nós, ainda estamos no regime em íjiK- a ca-ntralização do poder nor-'

gres.so até para catalogar c classificar as

mercadorias não sujeilas ao regime da licença prévia, o cjuc permitiu, graças à inércia legislali\a, a entrada no País

cie eentcmas de automóveis — impotente o Governo para reagir contra a aplica

em sua finalidade específica. Interêsse público, em matéria de transporte, serão, por exemplo, tarifas razoáveis, serviço adequado, estabilidade econômica da empresa. Interesse público em legislação de pre

ção de uma lei que transcendia eviden temente da função cjue cabe à norma lc!gal nessa matéria. Em outros países, como na Inglater

vezes complexo, porque, ainda no con ceito do mesmo Hugues, se não é difícil redigir um texto legal que defina um preceito standard, para traduzi-lo e adaptá-lo a determinadas circunstâncias, exige-se um corpo experimentado de téc nicos que trabalhem longe das intrigas e influências da política.

— A lei que criaria "Securities and

rios, tem pre\ alecido o primeiro, por

que geralmente encerra um sistema de • garantias indiriduais consideradas invioMas seria muito longo desenvolver êssc tema, em seus aspectos técnicos. O

e abstrato, mas cm função do diploma

ser apuradas. A aplicação do critério será muitas

assim;

em caso dc conflito entre os dois crité

um im-reado regular e legítimo e taxas

Há Ix-in pouco \ erificamos, por exem plo, a necessidade cio uma lei do Con-

dições que só especificamente podem

à e.xecução técnica, mas a verdade é que,

delegação ampla, ali cm vigor, podem as C^omnii.ssions exercer uma larga po

trária.

lhador 6 sua família, em função de con

Aqui a direção política se subordina

definir as diretivas dos órgãos c comis sões (jm- <'xerceni funções delegadas. Alguns exemplos podem ser citados

lá\'eis.

a flexibilidade indispensável.

ço ou de salário será o justo valor ou o suficiente para manutenção do traba

ma legal.

colha de lermos c dos processos para

teção dos iii\ estidores, a manutenção de

mo assim, a sua função não será arbi

aplicado, não como um conceito vago

criados para dar c.vecução a cada diplo

ca legislali\a tem-se aprimorado na es

e.xehangt; coinission", atribuiu-lhe "a pro

jnali\-o constitui um privilegio das Cuniaras, o que tira à política econômica

referindo-se ao conceito de interesse público, tantas vezes mencionado na le gislação econômica, insiste no caráter objetivo, concreto, desse critério a ser

tèniK). mas nos Estados Unidos a técni

Quem estabelece a política adminis trativa é a l<'i, mas alravé.s o regime da

que o ato se há de realizar, mas, mes

Justice Hugues, cm notável trabalho,

27

Dígesto Econômico

ra c nos Estados Unidos, teria sido isso

impossível, ponjuc sòmcntc as normas

gerais da política econômica são regu ladas pela lei, cuja execução flexível, móvel, adajitável às contingências do momento, se realiza por meio de órgãos especializados, exercendo função norma tiva complementar.

Obscr\'a James Hart, uma das maiores

autoridades no assunto, que a lei ideal é aquela que fica no meio termo entre Sila, que anteciparia na lei todas as si tuações possíveis, e Charybdis, que se manteria em uma fórmula vaga o incolor.

Não é sempre fácil encontrar o meio M'

de comissões iazoá\-eis". — A "Federal Tratle Cà)mission", "métodos dc concor-

importante é fixar-llie o ponto essencial,

réueia desleal, discriminação nos preços e formação dc monopólios". — A "Na-

a intcr\enção dos órgãos técnicos, por

tional Labor Relations Act", "discrimi

que consiste precisamente em prestigiar meio de uma colaboração mais^ intensa através das medidas de e.xecução e de

nação na locação de serviços, práticas

legislação secundária. A êles se trans-

desleais dc traballio, interferência e coa

ferc, assim, a apuração dos critérios de conveniência, de oportunidade, dan

ção nas seleções de emprego". Em iKíSsa Constituição, vemos o arti

go 151, que regula os critérios gerais

do-se maior ênfase aos fatores económicos e sociais que influirão mais ire

para a fixação de tarifas dos serviços

tamente nas soluções políticas. ^ sse ^

públicos,

mesmo critério tem igual aplicaçao nos tomas educacionais, de saúde, e em ou

com

os critérios básicos da

justa remuneração do capital, o melhora mento e a expansão dos serviços. E a lei a mencionar ainda os servi

ços adequados e as tarifas razoáveis.

Mas quem poderá, o como, atender a essas finalidades de boa política so cial e econômica sem a adoção de mé

tros que exigem a intervenção de órgãos especializados. Se é indiscutível essa interpenotraçao

da Política e da Economia, o fato, en

tretanto, mais impressionante, é aquele que se apresenta no terreno jurídico com a influência dos problemas econô

todos e processos técnicos? O mesmo poder-se-á dizer em relação

micos nos textos constitucionais.

ao abuso do poder econômico, ao saláino mínimo etc., e os e.xemplos poderse-iam multiplicar, porque não há lei

reito Privado esta incursão — moedíi

dc nenhuma hierarquia que possa pre ver todos os critérios específicos, só co nhecidos dc quem tenha o domínio dos conhecimentos técnicos e das condições

peculiares à indívidualização das normas e sua aplicação aos casos concretos. Observa, por isso, Frankfurter, que êsses critérios às vezes um pouco vagos

servem precisamente para atribuir maior autoridade e discrição aos aparelhos

Já conhecíamos nos Códigos de Di

juros, problemas de sucessão, regimes de bens, regimes de propriedade etc.

As Constituições, até o princípio dêste século, sempre se reduziram aos proble mas de estrutura puramente política — organizações do Estado, forma de Es tado, forma de governo, mecanismo e

funcionamento dos poderes, direitos in dividuais.

Mas o próprio pensamento político de senvolveu-se — a sua esfera transpôs os

.d


■nnpppHpüUJimm ii iimíiii! 26

netrada a doutrina pelo conceito do po

der de polícia que impõe a êsses atos um cunho de jurisdicidade fundado na proteção dos direitos individuais.

Obser\'a Rodolfo Laun que, quando uma lei usa de expressões como "opor tunidade", "interesse público", é que o legislador quis limitar o ato à sua con

formidade ao inlerêsse público, à opor tunidade da medida.

O executor do ato será, entretanto, o

perito do interesse público, da oportu nidade c de conveniência, cabendo-lhe definir em espécie o sou conceito, em

função do momento c das condições em

Dicesto

Econômico

Nos Estadí)s Unido.s. por um processo ap.írrntr-niente contraditório, o si.stema da li\Tc cf)inpetiçrio \ai-.s(« mantendo,

graças a mu regime do inter\enção cuj"o nieeanisnío pirinití- a colaboração, na execução legislativa, de órgãos técnicos cio ação muito fle\í\cd.

lítica

econômica.

Entr<' nós, ainda estamos no regime em íjiK- a ca-ntralização do poder nor-'

gres.so até para catalogar c classificar as

mercadorias não sujeilas ao regime da licença prévia, o cjuc permitiu, graças à inércia legislali\a, a entrada no País

cie eentcmas de automóveis — impotente o Governo para reagir contra a aplica

em sua finalidade específica. Interêsse público, em matéria de transporte, serão, por exemplo, tarifas razoáveis, serviço adequado, estabilidade econômica da empresa. Interesse público em legislação de pre

ção de uma lei que transcendia eviden temente da função cjue cabe à norma lc!gal nessa matéria. Em outros países, como na Inglater

vezes complexo, porque, ainda no con ceito do mesmo Hugues, se não é difícil redigir um texto legal que defina um preceito standard, para traduzi-lo e adaptá-lo a determinadas circunstâncias, exige-se um corpo experimentado de téc nicos que trabalhem longe das intrigas e influências da política.

— A lei que criaria "Securities and

rios, tem pre\ alecido o primeiro, por

que geralmente encerra um sistema de • garantias indiriduais consideradas invioMas seria muito longo desenvolver êssc tema, em seus aspectos técnicos. O

e abstrato, mas cm função do diploma

ser apuradas. A aplicação do critério será muitas

assim;

em caso dc conflito entre os dois crité

um im-reado regular e legítimo e taxas

Há Ix-in pouco \ erificamos, por exem plo, a necessidade cio uma lei do Con-

dições que só especificamente podem

à e.xecução técnica, mas a verdade é que,

delegação ampla, ali cm vigor, podem as C^omnii.ssions exercer uma larga po

trária.

lhador 6 sua família, em função de con

Aqui a direção política se subordina

definir as diretivas dos órgãos c comis sões (jm- <'xerceni funções delegadas. Alguns exemplos podem ser citados

lá\'eis.

a flexibilidade indispensável.

ço ou de salário será o justo valor ou o suficiente para manutenção do traba

ma legal.

colha de lermos c dos processos para

teção dos iii\ estidores, a manutenção de

mo assim, a sua função não será arbi

aplicado, não como um conceito vago

criados para dar c.vecução a cada diplo

ca legislali\a tem-se aprimorado na es

e.xehangt; coinission", atribuiu-lhe "a pro

jnali\-o constitui um privilegio das Cuniaras, o que tira à política econômica

referindo-se ao conceito de interesse público, tantas vezes mencionado na le gislação econômica, insiste no caráter objetivo, concreto, desse critério a ser

tèniK). mas nos Estados Unidos a técni

Quem estabelece a política adminis trativa é a l<'i, mas alravé.s o regime da

que o ato se há de realizar, mas, mes

Justice Hugues, cm notável trabalho,

27

Dígesto Econômico

ra c nos Estados Unidos, teria sido isso

impossível, ponjuc sòmcntc as normas

gerais da política econômica são regu ladas pela lei, cuja execução flexível, móvel, adajitável às contingências do momento, se realiza por meio de órgãos especializados, exercendo função norma tiva complementar.

Obscr\'a James Hart, uma das maiores

autoridades no assunto, que a lei ideal é aquela que fica no meio termo entre Sila, que anteciparia na lei todas as si tuações possíveis, e Charybdis, que se manteria em uma fórmula vaga o incolor.

Não é sempre fácil encontrar o meio M'

de comissões iazoá\-eis". — A "Federal Tratle Cà)mission", "métodos dc concor-

importante é fixar-llie o ponto essencial,

réueia desleal, discriminação nos preços e formação dc monopólios". — A "Na-

a intcr\enção dos órgãos técnicos, por

tional Labor Relations Act", "discrimi

que consiste precisamente em prestigiar meio de uma colaboração mais^ intensa através das medidas de e.xecução e de

nação na locação de serviços, práticas

legislação secundária. A êles se trans-

desleais dc traballio, interferência e coa

ferc, assim, a apuração dos critérios de conveniência, de oportunidade, dan

ção nas seleções de emprego". Em iKíSsa Constituição, vemos o arti

go 151, que regula os critérios gerais

do-se maior ênfase aos fatores económicos e sociais que influirão mais ire

para a fixação de tarifas dos serviços

tamente nas soluções políticas. ^ sse ^

públicos,

mesmo critério tem igual aplicaçao nos tomas educacionais, de saúde, e em ou

com

os critérios básicos da

justa remuneração do capital, o melhora mento e a expansão dos serviços. E a lei a mencionar ainda os servi

ços adequados e as tarifas razoáveis.

Mas quem poderá, o como, atender a essas finalidades de boa política so cial e econômica sem a adoção de mé

tros que exigem a intervenção de órgãos especializados. Se é indiscutível essa interpenotraçao

da Política e da Economia, o fato, en

tretanto, mais impressionante, é aquele que se apresenta no terreno jurídico com a influência dos problemas econô

todos e processos técnicos? O mesmo poder-se-á dizer em relação

micos nos textos constitucionais.

ao abuso do poder econômico, ao saláino mínimo etc., e os e.xemplos poderse-iam multiplicar, porque não há lei

reito Privado esta incursão — moedíi

dc nenhuma hierarquia que possa pre ver todos os critérios específicos, só co nhecidos dc quem tenha o domínio dos conhecimentos técnicos e das condições

peculiares à indívidualização das normas e sua aplicação aos casos concretos. Observa, por isso, Frankfurter, que êsses critérios às vezes um pouco vagos

servem precisamente para atribuir maior autoridade e discrição aos aparelhos

Já conhecíamos nos Códigos de Di

juros, problemas de sucessão, regimes de bens, regimes de propriedade etc.

As Constituições, até o princípio dêste século, sempre se reduziram aos proble mas de estrutura puramente política — organizações do Estado, forma de Es tado, forma de governo, mecanismo e

funcionamento dos poderes, direitos in dividuais.

Mas o próprio pensamento político de senvolveu-se — a sua esfera transpôs os

.d


28

DrciiSTo

Ecí>nói

Dkuvstíi

29

Econômico

limites restritos que llie IíiiIkihi síclt/ tra(,;tdos, para eompr<-*ender a universali dade do problema estatal — atinj^indo

í*oii.stituci<»iiais iiin<lmM)s nas Améric;is

\'cj:iiii-si- as (Joii.stituições do .Mé.xico

certos grupos, c arcjar os setores da vida política c administrativa com um amplo debate c efetiva (X)ntribuição

os grupos sociais fjuc o integram r

a

(rí fornia de- lf)81) <la Argentina, do

científica das organizjiçõcs govcmanientais.

I- na ICiiropa.

totalidade dos fenômenos cjue domlnain

CMiili*. (Io Mrasil, as Constiluiç^Oes da

a \ ída das nações organizadas juridica

Ahinanha. da Polòjiia. da Tchccoslo\á-

E aípii. decisivo poderá ser o papel

mente — a família, a educação, a cul

íjiiia, as iilliioas C'oiistitulç"õcs da Fran^-a, <la Itália, d.i .Airinanha (Constituição

das Universidades e d(ís ensinamentos

tura, as relações de trabalho, os pri>blemas básicos da Economia.

(!'• Boun).

propagados nas cátedras livres. A eriaçao de conselhos téeiiicos, a convocação de lioinons de saber c de

nas primeiras Constituições escrít.i.>, sc-

.\cnhiiiua sc aíastoii dessa orientação, antes a rcaftniiarain com expressões e

o próprio movimento soeialísta do sé

formas difi rcntcs, mas dentro de uma

aconlecinuntos, já

culo passado não logrou subvertei" a téc

nu-sma finalidade, cpic é a preservação da totalidade dos intcré.sses sujeitos ã

adotado em alguns países.

alemã de Weimar abrir novas perspec

proteção do Estado — não só os dos

hurocrálica, rjiie terá de abrir as suas

tivas a essa técnica.

indivíduos como tais, os seus direitos e

portas á colaboração externa.

Se não medraram as tentativas feitas

nica constitucional, coube à Constitiiiçiio

Dilataram-se as fronteiras discrimina

prerrogativas humanas, mas o que re-

experiência, para um exame superior dos tem

sido sistema

Com isto ficará amenizada a ação

Os males e perigos da burocracia c

Servirá o pensamento político para orientar, animar e humanizar os proces

sos técnicos e as soluções por demais rígidas.

Sen.'irá, ainda, para uma permanente lembrança dos direitos individuais, poj" vêzes triturados por um mecanismo mui to estreito.

Servirá finalmente o pensamento po

lítico para amenizar os efeitos de uma

planificaçâo exagerada naquilo que cia

po,ssa tirar ao indivíduo, das suas qua lidades pessoais, dos benefícios da nuoiativa individual, das exigências funda mentais da liberdade.

Da cátedra Iívtc, com o pensamento

piesentam para èle o .seu patrimônio fí

da tecnocracia, como sistema, sc pode

aberto às idéias mais nobres, com a pa

cional e os estatutos fundamentais passa

sico e os bens í|Me integram a riqueza

rão reduzir com uma conveniente dosa

lavra sôlta para o debate alto c sereno,

ram a disciplinar matérias até então ve

do seu paí.s.

gem dos seus critérios peculiares, como o sentido político dos problemas c uma

tórias daquilo que era ou não constitu

dadas à ingerência dos preceitos cons titucionais.

Já admitia o sábio professor Hauriou

A no.ssa Constituição, sem oliiarmos

as deficiências de sua construção, prin cipalmente na sua parte política, pro-

que a ordem constitucional há' de ser

curou abranger o problema total — e

sistemática o total; a ela interessam não

forçoso é reconhecer — com mais plasti

só a ordem política c a organização do governo, mas também e principalmente as bases da organização social.

cidade, maior flexibilidade, mcllior téc

Faz mais de um século Rossi adver

tia também que todos os capítulos fun damentais da vida civil e do Direito Privado se encontram no Direito Cons titucional.

É o conceito da unidade estatal, da natureza orgânica do Estadp, a dominar a vida cònstitucional, na feliz observa

ção de CarI Schmidt. Nem seria possível abstrair a estrutu

ra social e econômica na organização política do Estado.* Pois bem, foi o que realizou o pen samento jurídico em nosso século, na construção con.stitucional. E esta orientação penetrou os sistemas

nica constitucional do que as anteriores, deixando à lei ordinária possibilidades amplas paru as soluções polífica.s.

Mas a verdade é que, para atingir os scu.s objetivos, os órgãos políticos e administrativos,, nos regimes democráti cos, devem construir os seus processos

e os seus métodos de ação nos pareeercs e nos estudos das instituições cientí

ficas públicas e privadas.

É um dos meios de atingir o ideal do governo democrático, com a parti

cipação de lôda a coletividade nacional na obra comum. O síjnplcs exercício do direito de voto e a ação dos parlamen tares

não

satisfazem

a

esse

sistema

como é concebido na atualidade.

É preciso demolir o tabu de uma ciência oficial, o monopólio cientifico do

muito SC há de esperar da ^niversida ■ Sem peias e sem restrições, cçm nma

bem orientada influência científica.

autonomia didática e administrativa que

A polilica, pelos sons órgãos próprios, servirá para suprimir a cstíolagem da

nunca será uma atitude de msurrciça , senão de colaboraç<ão livre com o poder, a Universidade há de trazer a sua parte

rotina, os perigos dc uma burocratização e.xccssiva, os critérios padronizados c sem

de esfôrço e de sacrifício para a cultu

vida.

ra o civilização brasileira.


28

DrciiSTo

Ecí>nói

Dkuvstíi

29

Econômico

limites restritos que llie IíiiIkihi síclt/ tra(,;tdos, para eompr<-*ender a universali dade do problema estatal — atinj^indo

í*oii.stituci<»iiais iiin<lmM)s nas Améric;is

\'cj:iiii-si- as (Joii.stituições do .Mé.xico

certos grupos, c arcjar os setores da vida política c administrativa com um amplo debate c efetiva (X)ntribuição

os grupos sociais fjuc o integram r

a

(rí fornia de- lf)81) <la Argentina, do

científica das organizjiçõcs govcmanientais.

I- na ICiiropa.

totalidade dos fenômenos cjue domlnain

CMiili*. (Io Mrasil, as Constiluiç^Oes da

a \ ída das nações organizadas juridica

Ahinanha. da Polòjiia. da Tchccoslo\á-

E aípii. decisivo poderá ser o papel

mente — a família, a educação, a cul

íjiiia, as iilliioas C'oiistitulç"õcs da Fran^-a, <la Itália, d.i .Airinanha (Constituição

das Universidades e d(ís ensinamentos

tura, as relações de trabalho, os pri>blemas básicos da Economia.

(!'• Boun).

propagados nas cátedras livres. A eriaçao de conselhos téeiiicos, a convocação de lioinons de saber c de

nas primeiras Constituições escrít.i.>, sc-

.\cnhiiiua sc aíastoii dessa orientação, antes a rcaftniiarain com expressões e

o próprio movimento soeialísta do sé

formas difi rcntcs, mas dentro de uma

aconlecinuntos, já

culo passado não logrou subvertei" a téc

nu-sma finalidade, cpic é a preservação da totalidade dos intcré.sses sujeitos ã

adotado em alguns países.

alemã de Weimar abrir novas perspec

proteção do Estado — não só os dos

hurocrálica, rjiie terá de abrir as suas

tivas a essa técnica.

indivíduos como tais, os seus direitos e

portas á colaboração externa.

Se não medraram as tentativas feitas

nica constitucional, coube à Constitiiiçiio

Dilataram-se as fronteiras discrimina

prerrogativas humanas, mas o que re-

experiência, para um exame superior dos tem

sido sistema

Com isto ficará amenizada a ação

Os males e perigos da burocracia c

Servirá o pensamento político para orientar, animar e humanizar os proces

sos técnicos e as soluções por demais rígidas.

Sen.'irá, ainda, para uma permanente lembrança dos direitos individuais, poj" vêzes triturados por um mecanismo mui to estreito.

Servirá finalmente o pensamento po

lítico para amenizar os efeitos de uma

planificaçâo exagerada naquilo que cia

po,ssa tirar ao indivíduo, das suas qua lidades pessoais, dos benefícios da nuoiativa individual, das exigências funda mentais da liberdade.

Da cátedra Iívtc, com o pensamento

piesentam para èle o .seu patrimônio fí

da tecnocracia, como sistema, sc pode

aberto às idéias mais nobres, com a pa

cional e os estatutos fundamentais passa

sico e os bens í|Me integram a riqueza

rão reduzir com uma conveniente dosa

lavra sôlta para o debate alto c sereno,

ram a disciplinar matérias até então ve

do seu paí.s.

gem dos seus critérios peculiares, como o sentido político dos problemas c uma

tórias daquilo que era ou não constitu

dadas à ingerência dos preceitos cons titucionais.

Já admitia o sábio professor Hauriou

A no.ssa Constituição, sem oliiarmos

as deficiências de sua construção, prin cipalmente na sua parte política, pro-

que a ordem constitucional há' de ser

curou abranger o problema total — e

sistemática o total; a ela interessam não

forçoso é reconhecer — com mais plasti

só a ordem política c a organização do governo, mas também e principalmente as bases da organização social.

cidade, maior flexibilidade, mcllior téc

Faz mais de um século Rossi adver

tia também que todos os capítulos fun damentais da vida civil e do Direito Privado se encontram no Direito Cons titucional.

É o conceito da unidade estatal, da natureza orgânica do Estadp, a dominar a vida cònstitucional, na feliz observa

ção de CarI Schmidt. Nem seria possível abstrair a estrutu

ra social e econômica na organização política do Estado.* Pois bem, foi o que realizou o pen samento jurídico em nosso século, na construção con.stitucional. E esta orientação penetrou os sistemas

nica constitucional do que as anteriores, deixando à lei ordinária possibilidades amplas paru as soluções polífica.s.

Mas a verdade é que, para atingir os scu.s objetivos, os órgãos políticos e administrativos,, nos regimes democráti cos, devem construir os seus processos

e os seus métodos de ação nos pareeercs e nos estudos das instituições cientí

ficas públicas e privadas.

É um dos meios de atingir o ideal do governo democrático, com a parti

cipação de lôda a coletividade nacional na obra comum. O síjnplcs exercício do direito de voto e a ação dos parlamen tares

não

satisfazem

a

esse

sistema

como é concebido na atualidade.

É preciso demolir o tabu de uma ciência oficial, o monopólio cientifico do

muito SC há de esperar da ^niversida ■ Sem peias e sem restrições, cçm nma

bem orientada influência científica.

autonomia didática e administrativa que

A polilica, pelos sons órgãos próprios, servirá para suprimir a cstíolagem da

nunca será uma atitude de msurrciça , senão de colaboraç<ão livre com o poder, a Universidade há de trazer a sua parte

rotina, os perigos dc uma burocratização e.xccssiva, os critérios padronizados c sem

de esfôrço e de sacrifício para a cultu

vida.

ra o civilização brasileira.


ii.iiipippjqi

- TV T'^i

Digesto Econômico

31

.cV especialidade

AS ILUSÕES DOS MONETARISTAS

íjuando meditávamos sérbrc as suges

(Proh cat. da Kaciiklad<.- Nacional (l<- l "j|(is(;Ha)

tões, periòdieamente feitas, pelos es pecialistas cm problemas monetários e

jpAJUx:K (juc às vôzes seria necessário preceder a discussão de certos pro

uóviica-. iti\«-.Nliga femunenos verificados

bancários, diante da crise do mundo

produtivo às exigências das políticas

(h iitro (líi sist«-iii.i, cm cIi\ersos setores,

conlomporàneo. l'or cjuo razão, na maio

exclusivamente monetaristas, sem aten

blemas de uma análise dos conceitos

ahstrainch» as iiit<Tii)nexõcs com o todo.

ria dos easos, o monetarista fica proso

que deverão ser empregados no debate.

I'!xcinpl<i. o csluclo leôrico do \alor, dos pnços <Mii iiicrc-ados compctiliNOS ou

dentro de c-ertas coordenadas de refe

der às interdependências e.xistentes en tre as diversas partes do sistema, cora

rência ao biisc-ar remédios para os males que nos alligem? Em primeiro lugar, por eausa do hóhito da especialidade.

za, que é a produção.

Uma análise que permita fixar-lhes o sentido exato. Em Economia Pí)lítica, essa propedêutica seria muito salutar,

evitando ilusões ou erros de perspectivas, oriundos ambos da posição em que se coloca o observador.

Porque 6 preciso não esquecer que nos estamos referindo a fenômenos que ocor rem dentro de um sistema econômico

determinado, c de que ndv participa mos dn movimento dâsse mesmo sisterrui.

h

Essa arguim-nlação nos veio à mente

Djacih MKNirzívs

laleralismo monetarista", tão perigoso

como qualquer outro unilateralismo. Mesmo aqueles que combinam interpretaç^õcs monetárias com outras interpictaçõcs mais amplas caem, por vêzes, no engano de subordinar o processo

Isto é, estamos ligados aos seus ei.vos de coordenadas — e não o descrevemos' como se estivéssemos situados cm Sirius.

Assim, as idéias que aceitamos e utiliza mos, nascidas dentro do processo educa-

ti%o e sob a pressão do meio cultural, exigem, por vezes, uma crítica reviso-

ra, em cotejo com idéias divergentes e mais distantes.

Todo o sistema econômico, que 6 um conjunto de processos c de instituições que caracterizam a atividade de um povo dirigida no fito de criação da riqueza social, está continuamente mudando, numa direção definida, subordinada a

leis que a ciência econômica procura conhecer c e.vplicar. É, portanto, um desenvolvimento progressivo, onde se

constatam regularidades e uniformidades. E como a solidariedade das diferentes partes reagem entre si, integrando-se

num conjunto històricamente observável, podemos falar em sistema. Há uma análise chamada micro-eco-

iiKUHjpíilísticos, a iiaturez;» do juro etc. É c(mio o estudo da célula e do tecido, cm Biologia.

.\f;is lcnif)S (juc passar a planos eco-

Pie se habituou a raciocinar sempre em termos de moeda — c chega a afirmar, como Hawtrey, cjuo, na orquestra eco

ininiicos mais altos, para poder obser\'nr

nômica, a batuta do maestro está nas

a configuração mais gorai do sistema.

mãos do banqueiro: esto comanda o

I-aitramos então no domínio da análise míirro-critnótnica. E assim como o estiid(í da cadiila não nos faculta a com

ritmo de todos os é)rgãos econômicos. Então, todos os demais problemas são

preensão das leis que regi-m o orga nismo total (jamais os fenômenos intri-

cí-lulares explicariam, por exemplo, coinportamentos instintivos), também aque

postos sempre cm função cia atividade

bancária. Investimentos, "savings", taxa de juros, eficácia marginal do capital, velocidade cie circulação da moeda, po

las leis miero-econômicas não dariam a

tencial monetário etc. — são os dados

visão dos mo\imontos do sistema como

pura solução do bem-estar

atividade conjunta da vida econômion

social.

de um povo. Porque, ao passar para o

flação de teorias moneta-

novo plano, surgem novas relações, e,

ristas enchendo hoje a Eco

Sobreveio uma in

base na atividade de criação da rique E interferem no mecanismo de ajus tamentos automáticos do sistema, au

mentando os fatores de perturbação, já numerosos. •»

O véu monetário

O grande economista inglês D.

H.

Robertson, autor de várias obras e pro fessor da Universidade de Cambridge, cliamou certa ocasião o dinheiro de véu^ monetário"... Encobria as relações

reais, que se travam entre os homens, e despistava os teorizadores. Êstes passavam a seguir os fenômenos por cima do véu _ e perdiam de vista a realidade oculta, represen

conse([üentemcnte, no\'as cxpre.ssões teó

nomia Política.

ricas para traduzi-las, isto é, novas

de encarar o desenvolvi

tada pelas forças económi

leis.

mento da vida econômica

cas cm ação.

pelo angulo da produção,

A. C. Pigou, também professor na mesma Univer

Conhecer as partes, porém, concorro

para o conhecimciito do todo. É mesmo imprescindível para o conhecimento do

cpic

fôra

o

O critério

critério

todo. O ponto está cm admitir que há certa defasageni, corto desajustamento,

sapareceu.

quando se passa de um plano a outro.

postos monetaristas.

É o que, há quinze anos, cm lc.se

dos

clássicos o nco-clássicos, de Quase tôdas as teorias e

doutrinas modernas partem de pressu À força de lidar com problemas eco

sidade, tomou a metáfora

como título de um pequeno livro — The Veil of Moneij — o escreveu análise muito sutil do que é a inflação, a dis tribuição dos excedentes, o emprêgo dos

apresentada à Faculdade de Direito do Ceará, procurava acentuar falando nu ma interpretação escalar das leis. Há

nômicos em termos monetários, o es pecialista acaba, inevitàvelmente, vendo aqueles fenômenos como condicionantes

netários e a procura de investimentos, examinando todos êsses problemas com a

uma mudança de escala, uma ruptura

— c não como superestrutura de relações

fina argúcia de expert britânico em as

do contimiismo, mas não da continui

mais fundamentais.

suntos clàssicamente britânicos.

dade.

Domina-o o "uni-

recursos produtivos, os rendimentos mo


ii.iiipippjqi

- TV T'^i

Digesto Econômico

31

.cV especialidade

AS ILUSÕES DOS MONETARISTAS

íjuando meditávamos sérbrc as suges

(Proh cat. da Kaciiklad<.- Nacional (l<- l "j|(is(;Ha)

tões, periòdieamente feitas, pelos es pecialistas cm problemas monetários e

jpAJUx:K (juc às vôzes seria necessário preceder a discussão de certos pro

uóviica-. iti\«-.Nliga femunenos verificados

bancários, diante da crise do mundo

produtivo às exigências das políticas

(h iitro (líi sist«-iii.i, cm cIi\ersos setores,

conlomporàneo. l'or cjuo razão, na maio

exclusivamente monetaristas, sem aten

blemas de uma análise dos conceitos

ahstrainch» as iiit<Tii)nexõcs com o todo.

ria dos easos, o monetarista fica proso

que deverão ser empregados no debate.

I'!xcinpl<i. o csluclo leôrico do \alor, dos pnços <Mii iiicrc-ados compctiliNOS ou

dentro de c-ertas coordenadas de refe

der às interdependências e.xistentes en tre as diversas partes do sistema, cora

rência ao biisc-ar remédios para os males que nos alligem? Em primeiro lugar, por eausa do hóhito da especialidade.

za, que é a produção.

Uma análise que permita fixar-lhes o sentido exato. Em Economia Pí)lítica, essa propedêutica seria muito salutar,

evitando ilusões ou erros de perspectivas, oriundos ambos da posição em que se coloca o observador.

Porque 6 preciso não esquecer que nos estamos referindo a fenômenos que ocor rem dentro de um sistema econômico

determinado, c de que ndv participa mos dn movimento dâsse mesmo sisterrui.

h

Essa arguim-nlação nos veio à mente

Djacih MKNirzívs

laleralismo monetarista", tão perigoso

como qualquer outro unilateralismo. Mesmo aqueles que combinam interpretaç^õcs monetárias com outras interpictaçõcs mais amplas caem, por vêzes, no engano de subordinar o processo

Isto é, estamos ligados aos seus ei.vos de coordenadas — e não o descrevemos' como se estivéssemos situados cm Sirius.

Assim, as idéias que aceitamos e utiliza mos, nascidas dentro do processo educa-

ti%o e sob a pressão do meio cultural, exigem, por vezes, uma crítica reviso-

ra, em cotejo com idéias divergentes e mais distantes.

Todo o sistema econômico, que 6 um conjunto de processos c de instituições que caracterizam a atividade de um povo dirigida no fito de criação da riqueza social, está continuamente mudando, numa direção definida, subordinada a

leis que a ciência econômica procura conhecer c e.vplicar. É, portanto, um desenvolvimento progressivo, onde se

constatam regularidades e uniformidades. E como a solidariedade das diferentes partes reagem entre si, integrando-se

num conjunto històricamente observável, podemos falar em sistema. Há uma análise chamada micro-eco-

iiKUHjpíilísticos, a iiaturez;» do juro etc. É c(mio o estudo da célula e do tecido, cm Biologia.

.\f;is lcnif)S (juc passar a planos eco-

Pie se habituou a raciocinar sempre em termos de moeda — c chega a afirmar, como Hawtrey, cjuo, na orquestra eco

ininiicos mais altos, para poder obser\'nr

nômica, a batuta do maestro está nas

a configuração mais gorai do sistema.

mãos do banqueiro: esto comanda o

I-aitramos então no domínio da análise míirro-critnótnica. E assim como o estiid(í da cadiila não nos faculta a com

ritmo de todos os é)rgãos econômicos. Então, todos os demais problemas são

preensão das leis que regi-m o orga nismo total (jamais os fenômenos intri-

cí-lulares explicariam, por exemplo, coinportamentos instintivos), também aque

postos sempre cm função cia atividade

bancária. Investimentos, "savings", taxa de juros, eficácia marginal do capital, velocidade cie circulação da moeda, po

las leis miero-econômicas não dariam a

tencial monetário etc. — são os dados

visão dos mo\imontos do sistema como

pura solução do bem-estar

atividade conjunta da vida econômion

social.

de um povo. Porque, ao passar para o

flação de teorias moneta-

novo plano, surgem novas relações, e,

ristas enchendo hoje a Eco

Sobreveio uma in

base na atividade de criação da rique E interferem no mecanismo de ajus tamentos automáticos do sistema, au

mentando os fatores de perturbação, já numerosos. •»

O véu monetário

O grande economista inglês D.

H.

Robertson, autor de várias obras e pro fessor da Universidade de Cambridge, cliamou certa ocasião o dinheiro de véu^ monetário"... Encobria as relações

reais, que se travam entre os homens, e despistava os teorizadores. Êstes passavam a seguir os fenômenos por cima do véu _ e perdiam de vista a realidade oculta, represen

conse([üentemcnte, no\'as cxpre.ssões teó

nomia Política.

ricas para traduzi-las, isto é, novas

de encarar o desenvolvi

tada pelas forças económi

leis.

mento da vida econômica

cas cm ação.

pelo angulo da produção,

A. C. Pigou, também professor na mesma Univer

Conhecer as partes, porém, concorro

para o conhecimciito do todo. É mesmo imprescindível para o conhecimento do

cpic

fôra

o

O critério

critério

todo. O ponto está cm admitir que há certa defasageni, corto desajustamento,

sapareceu.

quando se passa de um plano a outro.

postos monetaristas.

É o que, há quinze anos, cm lc.se

dos

clássicos o nco-clássicos, de Quase tôdas as teorias e

doutrinas modernas partem de pressu À força de lidar com problemas eco

sidade, tomou a metáfora

como título de um pequeno livro — The Veil of Moneij — o escreveu análise muito sutil do que é a inflação, a dis tribuição dos excedentes, o emprêgo dos

apresentada à Faculdade de Direito do Ceará, procurava acentuar falando nu ma interpretação escalar das leis. Há

nômicos em termos monetários, o es pecialista acaba, inevitàvelmente, vendo aqueles fenômenos como condicionantes

netários e a procura de investimentos, examinando todos êsses problemas com a

uma mudança de escala, uma ruptura

— c não como superestrutura de relações

fina argúcia de expert britânico em as

do contimiismo, mas não da continui

mais fundamentais.

suntos clàssicamente britânicos.

dade.

Domina-o o "uni-

recursos produtivos, os rendimentos mo


'

II. pi

m

32

Vamos, porém, ficar à entrada dos problemas abordados pelo grande eco nomista. Paramos no capítulo cm que

d<'s: a inflação corrói-lhc a estmlura

dos prc^-os V aui<{uíla mercados c desor ganiza as bases <!,{ or(l«-m pública.

pretende sacudir <» famoso véu, para \er se nos mostra as relavõcs interunianas

que são representadas pelt) instrumento de Irocíis.

OlGEülO ECX)NÓ&f|&>

Uma eli-mentar n-fle\ão é suficiente

para mostrar (|ue as \ariaçõe,s de opi nião (Ic peudi-m tio meio social mais do <jue <lfis iíidi\(duos. (jue as exprinicin.

"Nós devemos rasgar o envoltório, .Jj-

.Assim, ijiiatulo o tuiro mundial foi-se

lacerar o véu, ver através da coisa o que a coisa significa" — diz-nos éle.

eoneentrando eiu Franç-a. Estados Uni-

Depois, conta-nos que, depois do "krach" de 193C), "o véu passivo \írou um gênio maligno, o envoltório tornou-se

uma camisa de Nessus, uma coisa capaz de explodir".

Depois da primeira guerra, no\amen-

te a moeda voltou a ser considerada pe los políticos o estadistas "símbolos sem significação". Por que essas variações

de linguagem? — pergunta Pigou.

Mas o leitor conclui a leitura do livro

— ca pergunta continua sem resposta.

O grande economista, depois dc resol ver com profundidade os problemas lem brados, não deixa uma solução clara no

espírito de (piem o leu. Por que razão muda o modo de interpretar u mocda"'^

ílos e Inglaterra e escasscando tla.s na

ções

aiilárquieas,

quc

formariam

No plano monetário, assistimos à luta

cio ouro eontra a troca direta, do mer cado livre eoulra o mercado fechado, das trocas multilaterais contra as trocas bilaterais, cia moeda tradicional contra

as inoc-clas dirigidas. As duas guerras nmncliais liuham operado uma mudança mmto proluiicla na estrutura do merca

do mundúd - c não sc pode argumentar

nibilid.ule; os deiiMUiios só remexem onde

IcM-dcm-.se dc vista o próprio mecanis

a eièneia não elu-ga mas eram o refle xo de eaus:is mais proftmdus, existente.s

ua economia cie cada uin clèsses países e nas suas relações com o mercado in

ternacional.

Ds iJaíses do "eixo" não

podiam cobrir suas importações com a exportação de produtos manufaturados — c recorreram ao tjuc se denominou as

"exportações invisíveis", isto é, a ex portação, para o.s países atrasados, dos seus capitais acumulados. Depois dc 1918, a Alemanha é forçada a apelar jiara uma sc'-rie clc expedientes na eco

Bendixen, um autor alemão, dizia:

obrigadas a sc defenderem por meio dc acordos bilaterais, controles rígidos de câmbio c outras medidas coniplementa-

moeda servil.

re.s.

Desabam calamída-

cquicalciicias, isto é, dos valores apre ciados pelos interessados, em função das

çncs que não SC levam na conta dc\'ida.

"Dinheiro é o que o Estado deseja que seja dinheiro." Estatalismo completo,

trariá-las, ai dêlc!

.A luta (la.\ moedas

caprielio de algum tiemònio em clispc-

teriormente, pelo Reino Unido, da li berdade dc trocas, aquelas nações foram

inverso: o Estado nada pode fazer se não curvar-se, mandar investigar as leis monetárias, para obedecê-Ia.s. Se con

acentuam as características de nwcda,

Hiar eu, consideração as transformações

o Estado onipotente modela a seu bel prazer?

Mas não faltam outro.s, noutros regi

guerra. O programa não podia deixar de rcpugnar ao mundo democrático.

"eixo", os tcórict).s do bloco "deniocrátiet)" elaboraram teorias monetárias Inleirameule diversas dos teórict>s <lo hloeo "totalitário". Por sua vcz, è.sscs mo vimentos do ouro não obedeciam ao

Por que ela c algo de ativo e perigoso, afetando as relações humanas, na opi nião dos estudiosos - e, após a guerramundial, os mesmos estudiosos passam a encara-la como algo de passivo, que nomia externa. Com o abandono, pos

mes, que nos assegurem exatamente o

<i

Dicestcí Econômico

Em breve, realizavam uma econo

M)hre os Icnomenos monetários sem toventicadas.

que são propriedades sociais, oriundas nos atos de troca, na avaliação das

necessidades traduzidas nas relações de oferta e procura e das quantidades das utilidades em cotejo. Êsse processo é

algo que se desenvolve complexamente, e c dentro dèlc que a moeda sc define o cvolve. As fases superiores da evolu-

..ção da moeda só serão e.vplicadas gcnclicainentc, cm função das fases inferio

res. quo devem ser bem consideradas na formulação das interpretações do fe nômeno.

_Mas não .são apenas tais transfonnamo dc trocas que originou a moeda co mo expressão do relações sociais ativa mente formadas. Quando uma comu nidade econômica transitou do autoconsmno para as formas pcrmutativas, com a divisão social do trabalho, nela se

'iccnlua a marclia seguida no processo monetário: a fase da moeda-mercadoria,

no período transitivo. em que se apagam

as caiaclerísticas dc mercadoria e se

Couchisão

Fazendo essas reflexões, o objetivo é Vwar as medidas que se propõem, aa esfera da circulação, com as que se devem, concomitantemente, propor na

esfera da produção: só neste caso se

pode admitir então tratar-se de ttma político capaz de assegurar restdtados, no caso de aquelas duas ordens dc me

didas exprimirem as tendências da co munidade econômica.

A

mia clc compensações (Ersalz) c cami nhavam pelo mais desbragado armamentismo. Surgia um capitalismo autoritá rio, cheio de violência, inimigo das ins

tituições democráticas, querendo abrir vias dc acesso ás matérias-primas pela .>*1. _Ju


'

II. pi

m

32

Vamos, porém, ficar à entrada dos problemas abordados pelo grande eco nomista. Paramos no capítulo cm que

d<'s: a inflação corrói-lhc a estmlura

dos prc^-os V aui<{uíla mercados c desor ganiza as bases <!,{ or(l«-m pública.

pretende sacudir <» famoso véu, para \er se nos mostra as relavõcs interunianas

que são representadas pelt) instrumento de Irocíis.

OlGEülO ECX)NÓ&f|&>

Uma eli-mentar n-fle\ão é suficiente

para mostrar (|ue as \ariaçõe,s de opi nião (Ic peudi-m tio meio social mais do <jue <lfis iíidi\(duos. (jue as exprinicin.

"Nós devemos rasgar o envoltório, .Jj-

.Assim, ijiiatulo o tuiro mundial foi-se

lacerar o véu, ver através da coisa o que a coisa significa" — diz-nos éle.

eoneentrando eiu Franç-a. Estados Uni-

Depois, conta-nos que, depois do "krach" de 193C), "o véu passivo \írou um gênio maligno, o envoltório tornou-se

uma camisa de Nessus, uma coisa capaz de explodir".

Depois da primeira guerra, no\amen-

te a moeda voltou a ser considerada pe los políticos o estadistas "símbolos sem significação". Por que essas variações

de linguagem? — pergunta Pigou.

Mas o leitor conclui a leitura do livro

— ca pergunta continua sem resposta.

O grande economista, depois dc resol ver com profundidade os problemas lem brados, não deixa uma solução clara no

espírito de (piem o leu. Por que razão muda o modo de interpretar u mocda"'^

ílos e Inglaterra e escasscando tla.s na

ções

aiilárquieas,

quc

formariam

No plano monetário, assistimos à luta

cio ouro eontra a troca direta, do mer cado livre eoulra o mercado fechado, das trocas multilaterais contra as trocas bilaterais, cia moeda tradicional contra

as inoc-clas dirigidas. As duas guerras nmncliais liuham operado uma mudança mmto proluiicla na estrutura do merca

do mundúd - c não sc pode argumentar

nibilid.ule; os deiiMUiios só remexem onde

IcM-dcm-.se dc vista o próprio mecanis

a eièneia não elu-ga mas eram o refle xo de eaus:is mais proftmdus, existente.s

ua economia cie cada uin clèsses países e nas suas relações com o mercado in

ternacional.

Ds iJaíses do "eixo" não

podiam cobrir suas importações com a exportação de produtos manufaturados — c recorreram ao tjuc se denominou as

"exportações invisíveis", isto é, a ex portação, para o.s países atrasados, dos seus capitais acumulados. Depois dc 1918, a Alemanha é forçada a apelar jiara uma sc'-rie clc expedientes na eco

Bendixen, um autor alemão, dizia:

obrigadas a sc defenderem por meio dc acordos bilaterais, controles rígidos de câmbio c outras medidas coniplementa-

moeda servil.

re.s.

Desabam calamída-

cquicalciicias, isto é, dos valores apre ciados pelos interessados, em função das

çncs que não SC levam na conta dc\'ida.

"Dinheiro é o que o Estado deseja que seja dinheiro." Estatalismo completo,

trariá-las, ai dêlc!

.A luta (la.\ moedas

caprielio de algum tiemònio em clispc-

teriormente, pelo Reino Unido, da li berdade dc trocas, aquelas nações foram

inverso: o Estado nada pode fazer se não curvar-se, mandar investigar as leis monetárias, para obedecê-Ia.s. Se con

acentuam as características de nwcda,

Hiar eu, consideração as transformações

o Estado onipotente modela a seu bel prazer?

Mas não faltam outro.s, noutros regi

guerra. O programa não podia deixar de rcpugnar ao mundo democrático.

"eixo", os tcórict).s do bloco "deniocrátiet)" elaboraram teorias monetárias Inleirameule diversas dos teórict>s <lo hloeo "totalitário". Por sua vcz, è.sscs mo vimentos do ouro não obedeciam ao

Por que ela c algo de ativo e perigoso, afetando as relações humanas, na opi nião dos estudiosos - e, após a guerramundial, os mesmos estudiosos passam a encara-la como algo de passivo, que nomia externa. Com o abandono, pos

mes, que nos assegurem exatamente o

<i

Dicestcí Econômico

Em breve, realizavam uma econo

M)hre os Icnomenos monetários sem toventicadas.

que são propriedades sociais, oriundas nos atos de troca, na avaliação das

necessidades traduzidas nas relações de oferta e procura e das quantidades das utilidades em cotejo. Êsse processo é

algo que se desenvolve complexamente, e c dentro dèlc que a moeda sc define o cvolve. As fases superiores da evolu-

..ção da moeda só serão e.vplicadas gcnclicainentc, cm função das fases inferio

res. quo devem ser bem consideradas na formulação das interpretações do fe nômeno.

_Mas não .são apenas tais transfonnamo dc trocas que originou a moeda co mo expressão do relações sociais ativa mente formadas. Quando uma comu nidade econômica transitou do autoconsmno para as formas pcrmutativas, com a divisão social do trabalho, nela se

'iccnlua a marclia seguida no processo monetário: a fase da moeda-mercadoria,

no período transitivo. em que se apagam

as caiaclerísticas dc mercadoria e se

Couchisão

Fazendo essas reflexões, o objetivo é Vwar as medidas que se propõem, aa esfera da circulação, com as que se devem, concomitantemente, propor na

esfera da produção: só neste caso se

pode admitir então tratar-se de ttma político capaz de assegurar restdtados, no caso de aquelas duas ordens dc me

didas exprimirem as tendências da co munidade econômica.

A

mia clc compensações (Ersalz) c cami nhavam pelo mais desbragado armamentismo. Surgia um capitalismo autoritá rio, cheio de violência, inimigo das ins

tituições democráticas, querendo abrir vias dc acesso ás matérias-primas pela .>*1. _Ju


Digesto ECONÓ-NOCO

OLIVEIRA VIANA

E OS PARTIDOS

POLÍTICOS J. P. Gai-vÃo m-'. Sousa

•^ENiio snbre a mesa de tralíallin alguns livros

fundamentais

de

C)li\-cira

Viana, o grande sociólogo patrício re centemente falecido.

(billnaudti a nu i7ióri<j dr Oliveira

eiija viorti' j)remati4ra rejircscuta parti o

Brasil irreparável perda, o "Digesto Eco-

todo transe a representação popular em bases partidárias segundo o modèio da democracia anglo-saxònica. Muito cliferenle c a nossa formação política, outras são as nossas tradições, outra a íncloli* do nosso po\"0. Por que o.starmos sempre a olhar para regimes políticos alheios, ein vez dc tratarmos de nos eonlicecr melhor a nós mesmos?

E incontestável tpie se alguém quiser

descobrir as nascentes da organizitção

algumas, do tempo de estudante. Con

iiámiet)" pxdilica este ensaio do seu prcsfante colaborador, o ilustre professor José

fronto as ob.sen.'a(.ões do autor (an ou

Pedro (ialvâo dc Sousa. Probo na inccs'

oonstitueional do Brasil, pode fazê-lo tomando por guias a Politiquc Conslitutionelle de Benjainin Constant, os escri tos do Faderalisl e a Constituição dc

Follieio-os. Recordo velhas leituras —

tras épocas e a evolução dos fatos po líticos. Cotejo as suas primeiras con

clusões e os ensaios f[ue foi depois pu blicando. Tendo diante de mim os dois

últimos volumes que fez editar em vida, ImtitmçõcH Pol{lica.'> Brasileiras, rclcitj

ligação, transparente no estilo, liicido M

pensainento. Oliveira Viana le^a à sua Pátria, sobretudo nos domínios da So-

rioloaia e da Política, uma obra do mais subido valor doutrinário c objetivo.

também os seus primeiros escritos. E noto uma continuidade perfeita nessas interpretações dos nossos jatas sociais com vistas a uma política obje

píjiitos de vista enca.stclados numa abs-

tiva, a politica (jue nos tem faltado.

Ir.ição doutrinária.

Em artigos anteriore.s, publicados nes

ta revista, referia-me ao sentido político

do corporativismo c apontava na repre sentação corporativa um meio dc rea

lizar a autêntica democracia, que cm vão se tem procurado com o sistema

de representação de tipo partidário. Relendo agora Oliveira Viana, perce bendo melhor o alcance de certos tre chos que uma primeira leitura de ado

lescente não me permitira aprofundar, venho trazer algumas páginas do sau/ doso jurista-historiador para confirmar as teses aqvii enunciadas.

Não o faço pela vaidade estulta de citar ou de me apoiar em uma autori dade. O maior valor da obra de críti

lucidez da aiiidise, pela ausência de

Não nego a existcaicia dc falhas na .sua obra.

Até mesmo falhas de inter

Moderador, cba\'e da organização polí tica da monarquia constitucional brasi leira, d<; inspiração britânica, tal como a

píiiiticamente em pleno sonho. Os mé todos objetivos c práticos de administra

ção e legislação desses estadistas coloniai.s foram inteiramente abandonados

pelos que têm dirigido o País depois da sua independência.

O grande movi

mento democrático da Re\olução Fran-

co.sa; as agitações parlamentares inglêsas; o espírito liberal das instituições

que regem a República americana, tudo isto exerceu e exerce sobre os nossos

dirigentes, políticos, estadistas, legisla dores, publicista.s, uma fascinação mag

nética, que lhes daltoniza completamen te a x-isão nacional do.s nossos problemas. . Sob esse fascínio inelutáx'el, perdem a

ensinarão os princípios cm que, i x<'mplo dos Estados Unidos, se a.sscntou o federalismo republicano no Brasil. E

peregrino, um Brasil de manifesto adua

lhe

p::ra uso dêlcs um Brasil artificial e

neiro. made in Europe - sorte de cosmorama extravagante, sóbrc cujo fundo

finalmente a social-dcmocracia gomiâ-

de florestas e campos, ainda por dcsco-

nicra dc após-Versailles o colocará dian

cobrir e civilizar, passam e repassarn

te da<|uela mesma atitude dc compro missos celéticos dos constituintes bra.silei-

No (jiie diz re.spcito, porém, as obser

desaparct^u, com efeito, das nossas clas ses dirigentes: há um século vbcmos

noção objetiva do Brasil real e cnam

t.'m tão fecunda atividade intelectual.

vações feitas cjii lòriio da vida política

mento das nossas realidades, tão sólido

e seguro nos velhos capitães-generaís,

ioonarquia de julho em França. Hamil ton c- os outros redatores do Fcderalist

pretação histórica, deslizes de subjeticisino que projetam algumas sombras

•os dc 1934, reproduzida cm 1946. Se assim téin procedido os nossos le

cenas e figuras tipicamente europeus. Êsse daltonismo tem sido também o

drama político da América espanhola. O próprio Oliveira Viana lembrou-o

brasileira, parlieularmento à crítica da mjssa democracia de partidos, temos

gisladores, os homens cncan^egados de

certa vez num discurso em homenagem

um dos pontos altos de sua obra, onde

estruturar juridicamente a Nação, não

ao argentino Ingenieros, lamentando que as nossas idéias políticas, sociais

mais SC faz sentir a ausência dc pontos

c de SC admirar que também os homens do Covèrno e da administração se te

d(í vista pessoais e a capacidade de obser

nham deixado levar por esse enlevo

var realmente as coisas como elas são.

com as experiências estrangeiras.

Eis porque, em 1918, ao prefaciar Po 'Ai

Ai

Ai

quem os emitiu, os seus juízos se im

Ninguém melhor do que Oliveira Viana percebeu o artíficialismo dos par tidos políticos no Brasil. Desde o Império, vivemos a nos ilu

põem pelo fundamento na história, pela

dir a nós mcsmo.s, querendo realizar n

ca política dc Oliveira Viana está na sua objetividade. Independentemente de

^Veiinar. O doutrinarismo de Benjamin Constant lhe fará compreender o Poder

35

pulações meridionais do Brasil, livro com

ou artísticas não resccndam o doce per fume da terra natál.

Citando Mendieta y Nunez, que faz idêntica observação com respeito ao

México, o autor de Populações meridio

que se pôs na

nais

retomou

vanguarda

tese

na

nossos

dos

obra

escritores

a

última

publicada

políticos. Olivei

antes

ra

morte, classifi cando aí os ho-

via:

Viana

oscrc-

"O senti

llíOL.

de

sua


Digesto ECONÓ-NOCO

OLIVEIRA VIANA

E OS PARTIDOS

POLÍTICOS J. P. Gai-vÃo m-'. Sousa

•^ENiio snbre a mesa de tralíallin alguns livros

fundamentais

de

C)li\-cira

Viana, o grande sociólogo patrício re centemente falecido.

(billnaudti a nu i7ióri<j dr Oliveira

eiija viorti' j)remati4ra rejircscuta parti o

Brasil irreparável perda, o "Digesto Eco-

todo transe a representação popular em bases partidárias segundo o modèio da democracia anglo-saxònica. Muito cliferenle c a nossa formação política, outras são as nossas tradições, outra a íncloli* do nosso po\"0. Por que o.starmos sempre a olhar para regimes políticos alheios, ein vez dc tratarmos de nos eonlicecr melhor a nós mesmos?

E incontestável tpie se alguém quiser

descobrir as nascentes da organizitção

algumas, do tempo de estudante. Con

iiámiet)" pxdilica este ensaio do seu prcsfante colaborador, o ilustre professor José

fronto as ob.sen.'a(.ões do autor (an ou

Pedro (ialvâo dc Sousa. Probo na inccs'

oonstitueional do Brasil, pode fazê-lo tomando por guias a Politiquc Conslitutionelle de Benjainin Constant, os escri tos do Faderalisl e a Constituição dc

Follieio-os. Recordo velhas leituras —

tras épocas e a evolução dos fatos po líticos. Cotejo as suas primeiras con

clusões e os ensaios f[ue foi depois pu blicando. Tendo diante de mim os dois

últimos volumes que fez editar em vida, ImtitmçõcH Pol{lica.'> Brasileiras, rclcitj

ligação, transparente no estilo, liicido M

pensainento. Oliveira Viana le^a à sua Pátria, sobretudo nos domínios da So-

rioloaia e da Política, uma obra do mais subido valor doutrinário c objetivo.

também os seus primeiros escritos. E noto uma continuidade perfeita nessas interpretações dos nossos jatas sociais com vistas a uma política obje

píjiitos de vista enca.stclados numa abs-

tiva, a politica (jue nos tem faltado.

Ir.ição doutrinária.

Em artigos anteriore.s, publicados nes

ta revista, referia-me ao sentido político

do corporativismo c apontava na repre sentação corporativa um meio dc rea

lizar a autêntica democracia, que cm vão se tem procurado com o sistema

de representação de tipo partidário. Relendo agora Oliveira Viana, perce bendo melhor o alcance de certos tre chos que uma primeira leitura de ado

lescente não me permitira aprofundar, venho trazer algumas páginas do sau/ doso jurista-historiador para confirmar as teses aqvii enunciadas.

Não o faço pela vaidade estulta de citar ou de me apoiar em uma autori dade. O maior valor da obra de críti

lucidez da aiiidise, pela ausência de

Não nego a existcaicia dc falhas na .sua obra.

Até mesmo falhas de inter

Moderador, cba\'e da organização polí tica da monarquia constitucional brasi leira, d<; inspiração britânica, tal como a

píiiiticamente em pleno sonho. Os mé todos objetivos c práticos de administra

ção e legislação desses estadistas coloniai.s foram inteiramente abandonados

pelos que têm dirigido o País depois da sua independência.

O grande movi

mento democrático da Re\olução Fran-

co.sa; as agitações parlamentares inglêsas; o espírito liberal das instituições

que regem a República americana, tudo isto exerceu e exerce sobre os nossos

dirigentes, políticos, estadistas, legisla dores, publicista.s, uma fascinação mag

nética, que lhes daltoniza completamen te a x-isão nacional do.s nossos problemas. . Sob esse fascínio inelutáx'el, perdem a

ensinarão os princípios cm que, i x<'mplo dos Estados Unidos, se a.sscntou o federalismo republicano no Brasil. E

peregrino, um Brasil de manifesto adua

lhe

p::ra uso dêlcs um Brasil artificial e

neiro. made in Europe - sorte de cosmorama extravagante, sóbrc cujo fundo

finalmente a social-dcmocracia gomiâ-

de florestas e campos, ainda por dcsco-

nicra dc após-Versailles o colocará dian

cobrir e civilizar, passam e repassarn

te da<|uela mesma atitude dc compro missos celéticos dos constituintes bra.silei-

No (jiie diz re.spcito, porém, as obser

desaparct^u, com efeito, das nossas clas ses dirigentes: há um século vbcmos

noção objetiva do Brasil real e cnam

t.'m tão fecunda atividade intelectual.

vações feitas cjii lòriio da vida política

mento das nossas realidades, tão sólido

e seguro nos velhos capitães-generaís,

ioonarquia de julho em França. Hamil ton c- os outros redatores do Fcderalist

pretação histórica, deslizes de subjeticisino que projetam algumas sombras

•os dc 1934, reproduzida cm 1946. Se assim téin procedido os nossos le

cenas e figuras tipicamente europeus. Êsse daltonismo tem sido também o

drama político da América espanhola. O próprio Oliveira Viana lembrou-o

brasileira, parlieularmento à crítica da mjssa democracia de partidos, temos

gisladores, os homens cncan^egados de

certa vez num discurso em homenagem

um dos pontos altos de sua obra, onde

estruturar juridicamente a Nação, não

ao argentino Ingenieros, lamentando que as nossas idéias políticas, sociais

mais SC faz sentir a ausência dc pontos

c de SC admirar que também os homens do Covèrno e da administração se te

d(í vista pessoais e a capacidade de obser

nham deixado levar por esse enlevo

var realmente as coisas como elas são.

com as experiências estrangeiras.

Eis porque, em 1918, ao prefaciar Po 'Ai

Ai

Ai

quem os emitiu, os seus juízos se im

Ninguém melhor do que Oliveira Viana percebeu o artíficialismo dos par tidos políticos no Brasil. Desde o Império, vivemos a nos ilu

põem pelo fundamento na história, pela

dir a nós mcsmo.s, querendo realizar n

ca política dc Oliveira Viana está na sua objetividade. Independentemente de

^Veiinar. O doutrinarismo de Benjamin Constant lhe fará compreender o Poder

35

pulações meridionais do Brasil, livro com

ou artísticas não resccndam o doce per fume da terra natál.

Citando Mendieta y Nunez, que faz idêntica observação com respeito ao

México, o autor de Populações meridio

que se pôs na

nais

retomou

vanguarda

tese

na

nossos

dos

obra

escritores

a

última

publicada

políticos. Olivei

antes

ra

morte, classifi cando aí os ho-

via:

Viana

oscrc-

"O senti

llíOL.

de

sua


Dir.KSTf) ECONÓM

men.s da elite intelectual do Brasil, donde

Ao formalismo jurídico das constru

tramo-la no capítulo das Populações me ridionais consagrado ao estudo da organi

nos têin saído os juristas e polílic(js, de

ções de um Finiciita Hucno, conientando

/íomcu-v mnr^ituiis (1).

a Conslituiçã') «hi Império, ou do um

Por esta expressão, eoni It. Park t; E. Stoncíiuisí, entende aqueles cjue vi

Harbalho. subructcudo a Constituição re

publicana d<

vem entre duas "culturas", tal coiiío

analise

os nossos doutrínadores, propaj^andlstas c homens públicos, balançando entre a cultura do povo no rjual fí)ram educados

\'ian.i vinha ojau' uma visão soci{»lúgi(?a do Direito, proeur.mdo fuiuUimentar o método jurídico iio conliecimcnti) da cx-

mo da Constittiição, com este título bem

e a cultura européia ou norte-america

periem ía soci.il.

na, (pie lhes dá as idéias, as diretrizes do pensamento, os paradij^mas constitu cionais, os critéri(3s do julgamento polí

[•'oi [Tor isso inesiuo Oliveir.i \'"iuna levado a conehiir pela inexísténeia dc

sugcitivo: O equívoco dos partidos po

bS9l a uma perfeitíssima

Nigiea

«•

gramatical. Oliveira

(jiialíjiier razão pomleiiivel (jiie justifi

tico" (2). De começo a fim de sua obra, há

casse entre n(')s o regime de partidos.

em Oliveira Viana a preocupação cons

opinião pública e |iara a represcularcin.

tante de verberar esse vício de origem

.■\ssim é na Iiiglaferra, assim é nos Es

da nossa organização política e da men

tados

talidade dos nossos homens públicos.

Existem os partidos para orgauiz;ir a

Laiídos, países de uma longa

tradição de vida partidária, países onde

insistente, venho bradando, há mais de

os partidos lèm nina significação real, como órgãos de interesses coletivos pre

vinte anos, êste truismo: — "a nossa

cisamente clelenniiiados.

Êle mesmo o diz: "Como um refrão

sociedade existe; é preciso levá-la ein

Ora, no Brasil tcm-sc dado cm geral

conta ao elaborarmos as nossas Consti

um verdadeiro divórcio entre os movi-

tuições". Disse-o cm 1920, no prefácio

numtos de opinião pública e os partidos.

das PnpuUiçne-i vwridioiuiit do BmsÜ.

É impr<?s.siouaule a ausência dos partidos naqueles mo\ imcntos, e por outro l«do a nenhuma ressonância popular dos pro gramas partidários.

Disse-o em 1922, ao escrever O idealis

mo na evolução política do Império e da República.

Disse-o cm 1924, ao

escrever O idealismo da Constituição. Disse-o em 1930, ao escrever os Proble

mas de política objetiva.

Disse-o em

1933, ao escrever os Problemas de Di reito Corporativo. Disse-o em 1943, ao escrever os Problemas de Direito Sindícal. E estou dizendo-o neste momento, neste livro e nos Fundamentos sociais

do Estado — e já agora com a funda mentação sociológica, que a natureza dos estudos anteriores não permitiu faze-lo com latitude" (3). (1) OLIVEIRA VIANA, Instituições Po líticas Brasileiras, Liv. José Olímpio, RioSão Paulo. 1949, vol. II, pag. 16. (2) Loc. cit.

(3) OLIVEIRA VIANA. Instituições Po líticas Brasileiras, p. 99-100.

Caso tí]iico foi o do movimento abo licionista.

Tornou-se famosa a oração de Nabiico

na Câmara dizendo (pie era tão impôs-sivel dislinguiv a voz dos partidos à

beira da catadupa dos destinos nacio

nais quanto ouvir o zumbido dos inse tos atordoados que esvojkçavam sobre as

(picdas do Niagara. Nunca andaram identificados os pro gramas dos partidos c as causas nacio nais. E o mesmo Nabueo, citado por Oliveira \'iana, definia os partidos po líticos no Brasil como "cooperativas de

empregos ou seguros contra a miséria . A explicação histórica desse fato, encon-

37

Dicesto Econômico

zação da ordem legal. E a verdadeira significação dos partidos políticos no

Brasil como organização de interesse pri vado c não de interesse público, temo-la muito bem analisada no capitulo IV da segunda edição aumentada de O idealis

líticos.

Em nossos dias, não há muito que

menos vastos, que disputam pela con

quista do poder, para o fim exclusivo de explorar, em proveito dos seus membros, burocruticamente, o Pais. O lentejoul^ dos seus belos programas, as especíosidades brilhantes das suas justificações e

apologias, as suas famosas "batalhas em prol da pureza do regime" são meras teatralidades de mise-en-scène — e não valem dois minutos de atenção de um espírito sério" (4).

Não se pense, porém, que Oliveira

modificar nestas linhas escritas por Oli

Viana ficou adstrito à crítica do nosso

veira Viana em 1923:

sLstema de govêmo, sem apresentar uma

"Na base dos nossos partidos, o que se encontra, depois de um análise po

sitiva c concreta, não é a corporação de interesse público, à americana ou à inglesa; mas, apenas, a comunidade de interesse privado, o clã pessoal, o corrilho dc campanário, a confraria elei toral, reunida em tôrno de um chefe, mas de todo em todo indiferente ás

idéias ou aos programas, sociais ou po líticos, que elo possa ter. O chefe acontece, às vezes, defender algumas idéias, um certo programa; mas, os que o acompanham, numa proporção de mil por um, assim o fazem por motivos puramente pessoais; sejam os proventos

dos cargos públicos, sejam as vanta gens diretas ou indiretas, materiais ou morais, das situações de influência jimto ao Poder.

"Esta é, afinal, a verdadeira realida

indicação positiva de sugestões prátícas c;ipazes de corrigi-lo. No que concerne à democracia repre-* .xcnlativa, duas têm sido as concepções

dominantes, correspondendo aliás a duas

posturas bem distintas e antagônicas dos estudiosos do Direito Político.

Uma é a concepção individualista, da

(|iuil decorre o sufrágio universal e o

regime de partidos. Considera a so ciedade política uma simples soma de indivíduos, cujo conjunto, formando o povo soberano, delega, através do su frágio individual e direto, poderes de representação aos membros dos corpos legislativos.

É a concepção revolucionária, que da França se espalhou pelo resto do mun do, tendo, porém, suas origens no par-

lamentiuismo inglês, que tanto seduzia a Montesquíeu, que inspirou em grande

de dos partidos políticos em nossa ter ra. Qualquer espírito, liberto da su

parte — Rousseau e cujo modêlo foi ado ado-

gestão das frases feitas e com o hábito e a capacidade de raciocinar sôbre rea

Filipe.

lidades, todas as vezes que meditar sôbre a natureza e a vida dos nossos

partidos, há de chegar a esta conclusão; de que eles não passam de simples clãs, mais ou menos organizados e mais ou

tado pela monarquia de julho, sob Luiz Outra é a concepção tradicional da OLIVEIRA VIANA, Pequenos estu

dos de psicologia social, 1923, reproduzido em O idealismo da Constituição, 2 a

edíçâp aumentada. Companhia Editora

Nacipnal, 1939, p. 184-185.


Dir.KSTf) ECONÓM

men.s da elite intelectual do Brasil, donde

Ao formalismo jurídico das constru

tramo-la no capítulo das Populações me ridionais consagrado ao estudo da organi

nos têin saído os juristas e polílic(js, de

ções de um Finiciita Hucno, conientando

/íomcu-v mnr^ituiis (1).

a Conslituiçã') «hi Império, ou do um

Por esta expressão, eoni It. Park t; E. Stoncíiuisí, entende aqueles cjue vi

Harbalho. subructcudo a Constituição re

publicana d<

vem entre duas "culturas", tal coiiío

analise

os nossos doutrínadores, propaj^andlstas c homens públicos, balançando entre a cultura do povo no rjual fí)ram educados

\'ian.i vinha ojau' uma visão soci{»lúgi(?a do Direito, proeur.mdo fuiuUimentar o método jurídico iio conliecimcnti) da cx-

mo da Constittiição, com este título bem

e a cultura européia ou norte-america

periem ía soci.il.

na, (pie lhes dá as idéias, as diretrizes do pensamento, os paradij^mas constitu cionais, os critéri(3s do julgamento polí

[•'oi [Tor isso inesiuo Oliveir.i \'"iuna levado a conehiir pela inexísténeia dc

sugcitivo: O equívoco dos partidos po

bS9l a uma perfeitíssima

Nigiea

«•

gramatical. Oliveira

(jiialíjiier razão pomleiiivel (jiie justifi

tico" (2). De começo a fim de sua obra, há

casse entre n(')s o regime de partidos.

em Oliveira Viana a preocupação cons

opinião pública e |iara a represcularcin.

tante de verberar esse vício de origem

.■\ssim é na Iiiglaferra, assim é nos Es

da nossa organização política e da men

tados

talidade dos nossos homens públicos.

Existem os partidos para orgauiz;ir a

Laiídos, países de uma longa

tradição de vida partidária, países onde

insistente, venho bradando, há mais de

os partidos lèm nina significação real, como órgãos de interesses coletivos pre

vinte anos, êste truismo: — "a nossa

cisamente clelenniiiados.

Êle mesmo o diz: "Como um refrão

sociedade existe; é preciso levá-la ein

Ora, no Brasil tcm-sc dado cm geral

conta ao elaborarmos as nossas Consti

um verdadeiro divórcio entre os movi-

tuições". Disse-o cm 1920, no prefácio

numtos de opinião pública e os partidos.

das PnpuUiçne-i vwridioiuiit do BmsÜ.

É impr<?s.siouaule a ausência dos partidos naqueles mo\ imcntos, e por outro l«do a nenhuma ressonância popular dos pro gramas partidários.

Disse-o em 1922, ao escrever O idealis

mo na evolução política do Império e da República.

Disse-o cm 1924, ao

escrever O idealismo da Constituição. Disse-o em 1930, ao escrever os Proble

mas de política objetiva.

Disse-o em

1933, ao escrever os Problemas de Di reito Corporativo. Disse-o em 1943, ao escrever os Problemas de Direito Sindícal. E estou dizendo-o neste momento, neste livro e nos Fundamentos sociais

do Estado — e já agora com a funda mentação sociológica, que a natureza dos estudos anteriores não permitiu faze-lo com latitude" (3). (1) OLIVEIRA VIANA, Instituições Po líticas Brasileiras, Liv. José Olímpio, RioSão Paulo. 1949, vol. II, pag. 16. (2) Loc. cit.

(3) OLIVEIRA VIANA. Instituições Po líticas Brasileiras, p. 99-100.

Caso tí]iico foi o do movimento abo licionista.

Tornou-se famosa a oração de Nabiico

na Câmara dizendo (pie era tão impôs-sivel dislinguiv a voz dos partidos à

beira da catadupa dos destinos nacio

nais quanto ouvir o zumbido dos inse tos atordoados que esvojkçavam sobre as

(picdas do Niagara. Nunca andaram identificados os pro gramas dos partidos c as causas nacio nais. E o mesmo Nabueo, citado por Oliveira \'iana, definia os partidos po líticos no Brasil como "cooperativas de

empregos ou seguros contra a miséria . A explicação histórica desse fato, encon-

37

Dicesto Econômico

zação da ordem legal. E a verdadeira significação dos partidos políticos no

Brasil como organização de interesse pri vado c não de interesse público, temo-la muito bem analisada no capitulo IV da segunda edição aumentada de O idealis

líticos.

Em nossos dias, não há muito que

menos vastos, que disputam pela con

quista do poder, para o fim exclusivo de explorar, em proveito dos seus membros, burocruticamente, o Pais. O lentejoul^ dos seus belos programas, as especíosidades brilhantes das suas justificações e

apologias, as suas famosas "batalhas em prol da pureza do regime" são meras teatralidades de mise-en-scène — e não valem dois minutos de atenção de um espírito sério" (4).

Não se pense, porém, que Oliveira

modificar nestas linhas escritas por Oli

Viana ficou adstrito à crítica do nosso

veira Viana em 1923:

sLstema de govêmo, sem apresentar uma

"Na base dos nossos partidos, o que se encontra, depois de um análise po

sitiva c concreta, não é a corporação de interesse público, à americana ou à inglesa; mas, apenas, a comunidade de interesse privado, o clã pessoal, o corrilho dc campanário, a confraria elei toral, reunida em tôrno de um chefe, mas de todo em todo indiferente ás

idéias ou aos programas, sociais ou po líticos, que elo possa ter. O chefe acontece, às vezes, defender algumas idéias, um certo programa; mas, os que o acompanham, numa proporção de mil por um, assim o fazem por motivos puramente pessoais; sejam os proventos

dos cargos públicos, sejam as vanta gens diretas ou indiretas, materiais ou morais, das situações de influência jimto ao Poder.

"Esta é, afinal, a verdadeira realida

indicação positiva de sugestões prátícas c;ipazes de corrigi-lo. No que concerne à democracia repre-* .xcnlativa, duas têm sido as concepções

dominantes, correspondendo aliás a duas

posturas bem distintas e antagônicas dos estudiosos do Direito Político.

Uma é a concepção individualista, da

(|iuil decorre o sufrágio universal e o

regime de partidos. Considera a so ciedade política uma simples soma de indivíduos, cujo conjunto, formando o povo soberano, delega, através do su frágio individual e direto, poderes de representação aos membros dos corpos legislativos.

É a concepção revolucionária, que da França se espalhou pelo resto do mun do, tendo, porém, suas origens no par-

lamentiuismo inglês, que tanto seduzia a Montesquíeu, que inspirou em grande

de dos partidos políticos em nossa ter ra. Qualquer espírito, liberto da su

parte — Rousseau e cujo modêlo foi ado ado-

gestão das frases feitas e com o hábito e a capacidade de raciocinar sôbre rea

Filipe.

lidades, todas as vezes que meditar sôbre a natureza e a vida dos nossos

partidos, há de chegar a esta conclusão; de que eles não passam de simples clãs, mais ou menos organizados e mais ou

tado pela monarquia de julho, sob Luiz Outra é a concepção tradicional da OLIVEIRA VIANA, Pequenos estu

dos de psicologia social, 1923, reproduzido em O idealismo da Constituição, 2 a

edíçâp aumentada. Companhia Editora

Nacipnal, 1939, p. 184-185.


^II .j m Dicesto

38

representação corporativa.

Fundainen-

Econó.xuco

à tradição, os efeitos da de\astação in-

ta-sc numa idéia objetiva da socieda

rlt\'í<liialista.

de política, decorre da própria História, que, como dizia Joscplí do Maistre, é a "política experimental". Recusa-se a admitir o esquema indi\'idualista — que

Os po\f)S laliims, pc-l<j contrário, le\"ar<ini-se pelas abstraçõe.s do "Contraio

é também o socialista — de uma socie

dade constituída pela poeira de indi víduos isolados perante o Estado.

Isto

não corresponde à realidade das coisas. O que a História nos ensina, o que a obiervação dos fatos mostra em todos

os povos e nas mais diferentes épocas,

é o seguinte: o Estado se constitui pela reunião do famílias e outros grupos so ciais, grupos éstes resultantes dos inte

resses comuns de determinadas parcelas

i

Social" de Hoiisseaii e do jacobinisnío revolucionário. Eliminarajn todos os vés-

Pereebeii-o Oliveira Viana, c optou ícm lic-sitaçãcj pela representação cxjrporativa.

Começou por estabelecer o princípio — "ile ({uc vd (levem ter jmrlicipação na Constituição a no fnncionítmcnto dos poderes públicos arpicUts instituições ou í>,rnpos sociais (pie representem intcrês-

do povo no governo deve fazer-se através

dos grupos que, em sou conjunto orgâ nico, formam o todo social e nos quais

scs coletivos ou gerais".

E daí con

cluiu cpie aos nossos partidos políticos nãcj pode ser confiada tal função re presentativa. Pois, como anteriormen

te o demonstrara, os partidos brasileiros não são associações com fin.s de ordem

os indivíduos encontram o amparo dos

pública; são "meras organizações priva

seus interesses reais, a proteção de suas

das, simples cocjpcralívas ou mutualida-

liberdades concretas contra os arbítrios da política centralizadora. Digo ser esta a concepção tradicio

des de fins particulares", que "só por por un) cipiívoco" foram transformados

nal por ter inspirado os primeiros par

em órgãcís c.xclusivos da formação dos

lamentos, não só na Inglaterra, mas no continente europeu, com as variantes ir

um é-rro do nosso sistema político — sd

podcrcs (5). Nada mais absurdo — dizia Oliveira

redutíveis dos povos que se organizavam

Viana — do c^ue dar representação no

segundo tim Direito histórico c não se

governo a grupos improdutivos c dei

gundo um Direito ab trato. Continuou mesmo a ser aplicada, em parte, na democracia britânica, não obstante o in

xar dc: lado "os grupos que significam ínlcrésscs reais, que fazem com a sua atividade a grandeza e a riqueza do

dividualismo que a partir do século

País" (6).

XVIII a desviou da linha da tradição. É que, mais práticos, os anglo-saxões souberam conservar na vida política as

rozópoli.s c Araxá, dava-se entre nós um fato promissor, a manifestar as aspira-

Muito antes das conferências de Te-

forças associativas de outrora — vida

municipal, classes organizadas, trade unions — corrigindo assim, com o apego

levaram a aplaudir a dissolução dos par tidos em 1937, acolhendo também com

liior, o tropeço dos partidos. Foi o movimento do comércio e da

representativos, realizando em 1926 duas conferências, uma com o Presidente da

existe.

histórica deduzem os adeptos da repre sentação corporativa que u particip.ição

Não foram outros os motivos que q

públicos, sem o intermediário, ou me-

cio do Estado sobre os pilares da mul

tidão dc; indivíduos sustentando a cúpula

(5j OLIVEIRA VIANA, O idealismo oa Constituição, 2.a cd., p. 191.

(0) O idealismo da Constituição, p. 193.

representação política, a partir dos con selhos municipais (8).

representação efetiva junto aos poderes

indvislria de São Paulo, pelos seus órgãos

de indivíduos; o indivíduo solitário não Dessa verdade elementar de ordem

ções ainda mal definidas, das classes pro dutoras, por um regime em que tivessem

lígiíís corporativos c ergueram o edifí

de ferro cio poder central.

39

Dicesto EcoNÓ^aco

República c outra com o Presidente do Estudo, para assentar medidas tendentes a fazer face à grave crise do numerário <iue se abatera sôbrc a praça. A Oliveira Viana não escapou o al

cance desse acontecimento. E, aplaudin do-o com entusiasmo, e.screvcu: "Êste movimento das classes industriais e co

simpatia a Constituição de 10 de no vembro.

Julgou que poderíamos ter então uma "democracia corporativa". Verificou na carta de 37 um grande progresso sobre as constituições anteriores no tocante ao

uju.stamento do te.xto legal ás realida

des nacionais. Não foi capaz de prever

a desagregação total dos sete anos de ditadura. Não atendeu bem ao dinamis mo fascistízantc do golpe de Estado

merciais não parece ter sido considera

daquele ano. Menos ainda percebeu a profunda diferença entre o Estado coiporativo de inspiração fascista e a

do na sua verdadeira significação; mas,

sociedade corporativa segundo a con

para mim, ele abriu uma fase nova na

cepção tradicional, duas coisas irredutivelmente opostas, como já tive ocasião

vida da nossa rudimentar democracia,

assinalovi o começo de uma profunda transformação dos nossos costumes po

líticos. Eu vejo nele o prinieiro passo para a Constituição, com caráter perma

nente, iunlo ao Poder, dos órgãos con sultivos das nossas classes econômicas. Tudo está em reiterar êste e.xpediente, torná-lo uma praxe, fixá-lo em costume,

organizá-lo em tradição (7). Bem sabemos que de lá para

coisas vêm caminhando nesse sentido, embora muitos dos que contribuem para

de mostrar.

.

Errarc humanum est... Oliveira Viana também errou. Faltou-lhe um melhor conhecimento do tradicionalismo político. Vendou-lhe a mente uma nu vem sombria: o naturalismo sociológico. Mas essas sombras de sua obra não

nos devem impedir de reconhecer os me- , ritos indiscutíveis de um renovador dos

estudos políticos no Brasil, um pioneiro da restauração corporativa, crítico impla cável dos partidos políticos que nos têm

tal progresso ainda não tenham as vistas voltadas para os horizontes bem amplos

infelicitado.

que deveriam alcançar. Descortinou-os Oliveira Viana. Feita

obra de Oliveira Viana passará à pos

a crítica do regime de partidos, vemo-lo apresentando sugestões interessantes para a restauração corporativa em matéria de (7) o idealismo da Constituição, p. 239.

Por esses aspectos luminosos é que a teridade.

(8) "O problema da representação_ pro fissional", voto preferido na Comissão do ItamaratI e transcrito na segunda edição de O idealismo da Constituição (p. 259 a 209).


^II .j m Dicesto

38

representação corporativa.

Fundainen-

Econó.xuco

à tradição, os efeitos da de\astação in-

ta-sc numa idéia objetiva da socieda

rlt\'í<liialista.

de política, decorre da própria História, que, como dizia Joscplí do Maistre, é a "política experimental". Recusa-se a admitir o esquema indi\'idualista — que

Os po\f)S laliims, pc-l<j contrário, le\"ar<ini-se pelas abstraçõe.s do "Contraio

é também o socialista — de uma socie

dade constituída pela poeira de indi víduos isolados perante o Estado.

Isto

não corresponde à realidade das coisas. O que a História nos ensina, o que a obiervação dos fatos mostra em todos

os povos e nas mais diferentes épocas,

é o seguinte: o Estado se constitui pela reunião do famílias e outros grupos so ciais, grupos éstes resultantes dos inte

resses comuns de determinadas parcelas

i

Social" de Hoiisseaii e do jacobinisnío revolucionário. Eliminarajn todos os vés-

Pereebeii-o Oliveira Viana, c optou ícm lic-sitaçãcj pela representação cxjrporativa.

Começou por estabelecer o princípio — "ile ({uc vd (levem ter jmrlicipação na Constituição a no fnncionítmcnto dos poderes públicos arpicUts instituições ou í>,rnpos sociais (pie representem intcrês-

do povo no governo deve fazer-se através

dos grupos que, em sou conjunto orgâ nico, formam o todo social e nos quais

scs coletivos ou gerais".

E daí con

cluiu cpie aos nossos partidos políticos nãcj pode ser confiada tal função re presentativa. Pois, como anteriormen

te o demonstrara, os partidos brasileiros não são associações com fin.s de ordem

os indivíduos encontram o amparo dos

pública; são "meras organizações priva

seus interesses reais, a proteção de suas

das, simples cocjpcralívas ou mutualida-

liberdades concretas contra os arbítrios da política centralizadora. Digo ser esta a concepção tradicio

des de fins particulares", que "só por por un) cipiívoco" foram transformados

nal por ter inspirado os primeiros par

em órgãcís c.xclusivos da formação dos

lamentos, não só na Inglaterra, mas no continente europeu, com as variantes ir

um é-rro do nosso sistema político — sd

podcrcs (5). Nada mais absurdo — dizia Oliveira

redutíveis dos povos que se organizavam

Viana — do c^ue dar representação no

segundo tim Direito histórico c não se

governo a grupos improdutivos c dei

gundo um Direito ab trato. Continuou mesmo a ser aplicada, em parte, na democracia britânica, não obstante o in

xar dc: lado "os grupos que significam ínlcrésscs reais, que fazem com a sua atividade a grandeza e a riqueza do

dividualismo que a partir do século

País" (6).

XVIII a desviou da linha da tradição. É que, mais práticos, os anglo-saxões souberam conservar na vida política as

rozópoli.s c Araxá, dava-se entre nós um fato promissor, a manifestar as aspira-

Muito antes das conferências de Te-

forças associativas de outrora — vida

municipal, classes organizadas, trade unions — corrigindo assim, com o apego

levaram a aplaudir a dissolução dos par tidos em 1937, acolhendo também com

liior, o tropeço dos partidos. Foi o movimento do comércio e da

representativos, realizando em 1926 duas conferências, uma com o Presidente da

existe.

histórica deduzem os adeptos da repre sentação corporativa que u particip.ição

Não foram outros os motivos que q

públicos, sem o intermediário, ou me-

cio do Estado sobre os pilares da mul

tidão dc; indivíduos sustentando a cúpula

(5j OLIVEIRA VIANA, O idealismo oa Constituição, 2.a cd., p. 191.

(0) O idealismo da Constituição, p. 193.

representação política, a partir dos con selhos municipais (8).

representação efetiva junto aos poderes

indvislria de São Paulo, pelos seus órgãos

de indivíduos; o indivíduo solitário não Dessa verdade elementar de ordem

ções ainda mal definidas, das classes pro dutoras, por um regime em que tivessem

lígiíís corporativos c ergueram o edifí

de ferro cio poder central.

39

Dicesto EcoNÓ^aco

República c outra com o Presidente do Estudo, para assentar medidas tendentes a fazer face à grave crise do numerário <iue se abatera sôbrc a praça. A Oliveira Viana não escapou o al

cance desse acontecimento. E, aplaudin do-o com entusiasmo, e.screvcu: "Êste movimento das classes industriais e co

simpatia a Constituição de 10 de no vembro.

Julgou que poderíamos ter então uma "democracia corporativa". Verificou na carta de 37 um grande progresso sobre as constituições anteriores no tocante ao

uju.stamento do te.xto legal ás realida

des nacionais. Não foi capaz de prever

a desagregação total dos sete anos de ditadura. Não atendeu bem ao dinamis mo fascistízantc do golpe de Estado

merciais não parece ter sido considera

daquele ano. Menos ainda percebeu a profunda diferença entre o Estado coiporativo de inspiração fascista e a

do na sua verdadeira significação; mas,

sociedade corporativa segundo a con

para mim, ele abriu uma fase nova na

cepção tradicional, duas coisas irredutivelmente opostas, como já tive ocasião

vida da nossa rudimentar democracia,

assinalovi o começo de uma profunda transformação dos nossos costumes po

líticos. Eu vejo nele o prinieiro passo para a Constituição, com caráter perma

nente, iunlo ao Poder, dos órgãos con sultivos das nossas classes econômicas. Tudo está em reiterar êste e.xpediente, torná-lo uma praxe, fixá-lo em costume,

organizá-lo em tradição (7). Bem sabemos que de lá para

coisas vêm caminhando nesse sentido, embora muitos dos que contribuem para

de mostrar.

.

Errarc humanum est... Oliveira Viana também errou. Faltou-lhe um melhor conhecimento do tradicionalismo político. Vendou-lhe a mente uma nu vem sombria: o naturalismo sociológico. Mas essas sombras de sua obra não

nos devem impedir de reconhecer os me- , ritos indiscutíveis de um renovador dos

estudos políticos no Brasil, um pioneiro da restauração corporativa, crítico impla cável dos partidos políticos que nos têm

tal progresso ainda não tenham as vistas voltadas para os horizontes bem amplos

infelicitado.

que deveriam alcançar. Descortinou-os Oliveira Viana. Feita

obra de Oliveira Viana passará à pos

a crítica do regime de partidos, vemo-lo apresentando sugestões interessantes para a restauração corporativa em matéria de (7) o idealismo da Constituição, p. 239.

Por esses aspectos luminosos é que a teridade.

(8) "O problema da representação_ pro fissional", voto preferido na Comissão do ItamaratI e transcrito na segunda edição de O idealismo da Constituição (p. 259 a 209).


Dioesto EcoNÓ^^co

O PÔRTO DE SÃO SEBASTIÃO (Trabalho apresentado ao Instituto de Economia)

1.

medidas foram propostas para pôr tènno ao problema, que, entretanto, permane ce até hoje sem solução conveniente,

1913, 1924-25, 1945-47. A presente é

a segunda que ocorre neste após-guerra. Os pareceres dos técnicos sôbrc o as.sunto apontam uniformemente como cau

sas as deficiências das instalações portuá rias e as da São Paulo Railway, denomi nada hoje Santos-Jundiaí. As autorida

des procuraram rc.solver o problema por medidas urgentes, sem longo alcance, daí a repetição monótona dos atravancamentos. Na verdade, nenhum dos re

cursos utilizados resolveu, pela sua vir

dos melhores pontos mundiais para ser

viços portuários. Dessa forma, a se ter

Tôclas (ifi injormaçõca constantes âêstc

pôrto. Nc!Ssc sentido, dirigiu a Associa

artif^o foram colhidas na excelente obra

ção Comercial dc São Paulo ao Govêr

no do Estado nm memorial, cm 1926,

São Sebastião.

••'m rpic estudava csaustivainente o pro blema V concluía pedindo a feitura de

parece terem razão os propugnadores

"Plano Regional de Santos", do notável

ení^cnhciro Prestes Maia, orgidho da ciância urbanista brasileira.

(lucnos cngurgitamentos das docas, de apontar cinco grandes crises: 1892 1912

to que invocam a favor da tese e a excelência das qualidades geográficas da baía de São Sebastião, que a faz uni

'íprcscnta\'a era a abertura de um novo

pois as crises se sucedem. À parte os pe-

belados em tempo oportuno, podemos

naquela cidade litorânea. _ O argunien-»

pela importação cm desenvolvimento. No\a" \ ia férrea que demandasse o

de inverter grandes somas no pôrto de . Santos, cuja.s condições geográficas são deficientes, é preferível aplicá-las em

Muito SC tcni escrito e discutidu

sôbrc o que se convencionou chamar "crise do pôrto de Santos". Várias

licitações crescentes dc transporte feitas

pôrto olíslniído. também não podia o Go\érno construir, dadas as disposições contratuais. A única solução que se

Roberto Pinto dk Soutja

41

trc Santos e São Paulo. A segunda de

muito se atenuou, passando a plano se cundário, enquanto a primeira se agra vou.

Para causas idênticas, soluções idên

ticas; daí se proporem agora as mesmas medidas consubstanciadas no.s relatórios

dos técnicos, que anos atrás e.studaram a questão; a abertura de um segundo pôrto no litoral paulista — São Sebastião ~ e a ligação férrea e rodoviária do novo ponto de desembarque à capital e ao interior do Estado.

Colocado o problema sob êste ângulo,

'"n pòrlo cm São Sebastião.

da construção cio pôrto de São Sebastião.

Nacpicla época, nada havia a se con trapor aos argumentos apresentados pela ^-'otidade dc classe. A abertura do porto

Examinada, porém, a questão em seus

pormenores, ela se apresenta sob aspecto diverso, leviuido a (xinclusões opostas à

''01 São Sebastião era uma necessidade

tese dos defensores de São Sebastião.

imperiosa. De 1926 para cá a situação mudou

Em primeiro lugar, as decantadas qualidades físicas da baía de Sao Se-

Jicnsivclmente. Foi construída nova estra

liastião não são tão e.vcelentes como se

da de ferro e excelente rodovia, ao mcs-

diz. Tal convicção se formou devido a informações imprecisas e incensamento

nio tempo cm que a São Paulo Railway

foi encampada. O problema do trans porte deixou dc ser premente, se bom

dos apaixonados. A construção do pe queno cais atual se incumbiu de demons

não lenha tido solução definitiva. Esta,

trar a verdade.

P<Jrém, não é difícil — a construção do

Um dos argumentos mais ponderoso.s

nlcodnto e a ligação da Sorocabana à Santos-Jundiaí resolverão o problema no

invocados a favor de São Sebastião era

natural dos fatos é que se incumbiu de

nm pôrto em São Sebastião foi aven

eliminar os obstáculos e solucionar as

linha férrea, por aderência, da Capital

tada pela primeira vez, havia uma razão

o pequeno custo das obras em compa ração com as de Santos. "A construção dc um cais custará aí (São Sebastião),

a Santos, passando pelas cabeceiras de

onde o fundo do canal é firme, meta

ponderosa a fundamcntá-la — as defi

Santo Ângelo o recebendo aí a Central do Brasil, estancará o problema do trans

tude, a crise em questão.

A evolução

• dificuldades. Uma só medida foi posta em prática para resolver o problema a longo prazo — a construção da Mairinque-

2. Quando a idéia da construção de

ciências da São Paulo Railway.

As

condições técnicas da estrada de ferro

Santos. Infelizmente, o novo caminho - de ferro não foi aparelhado convenien

não permitiam o escoamento rápido das

temente, além de não servir às regiões

do os armazéns do cais e impossibilitan do a descarga dos navios recém-entra-

maiores importadoras. Sobre êsse as pecto a abertura da via Anchieta prestou serviços mais relevantes ao escoamento

mercadorias desembarcadas, abarrotan

dos.

Estribados na concessão, os diri

momento, enquanto a construção de nova

porte por longo tempo.

de do que custaria em Santos, onde o terreno é de natureza lodosa", escreveu Alfredo Lisboa em 1925. Êsse mesmo

A crise do pôrto dc Santos, que

engenheiro, orçando o preço das obras

so»\'erifica, provém das deficiências

das instalações porlutirias. O caís já se

num e noutro pôrto, conclui: "Ve-se que 2.000 metros de linha acostável em

fnrnou muito acanhado e os equipamen-

São Sebastião custariam 72.000 contos

antiquados. São precisas grandes modificações para o pôrto atender ao

acostável em Santos".

3.

menos do que 1.700 metros de linha

das jnercadorias desembarcadas na vi

gentes da via férrea não procuraram melhorar o sistema de transporte da an

zinha cidade litorânea. Hoje, como on tem, as causas das crises portuárias de

contratuais, o Govêrno era impotente

volume crescente da importação. As obras projetadas são de grande porte e dispendiosíssinias. Dai terem os par-

para forçar a emprêsa a modificar O aparelhamento, a fim de atender às so

bdários dc São Sebastião levantado no

Sebastião encontraram, no entanto, sen

vamente a questão da abertura do pôrto

síveis divergências, não só nas profun-

Santos continuam a ser as mesmas

de-,

ficiências das docas e do transporte en-

tiga inglêsa. Em face das disposições

A iguais con

clusões chegou a Comissão de Portos depois de estudos efetuados em 1929. 0.S construtores do atual pôrto dc São


Dioesto EcoNÓ^^co

O PÔRTO DE SÃO SEBASTIÃO (Trabalho apresentado ao Instituto de Economia)

1.

medidas foram propostas para pôr tènno ao problema, que, entretanto, permane ce até hoje sem solução conveniente,

1913, 1924-25, 1945-47. A presente é

a segunda que ocorre neste após-guerra. Os pareceres dos técnicos sôbrc o as.sunto apontam uniformemente como cau

sas as deficiências das instalações portuá rias e as da São Paulo Railway, denomi nada hoje Santos-Jundiaí. As autorida

des procuraram rc.solver o problema por medidas urgentes, sem longo alcance, daí a repetição monótona dos atravancamentos. Na verdade, nenhum dos re

cursos utilizados resolveu, pela sua vir

dos melhores pontos mundiais para ser

viços portuários. Dessa forma, a se ter

Tôclas (ifi injormaçõca constantes âêstc

pôrto. Nc!Ssc sentido, dirigiu a Associa

artif^o foram colhidas na excelente obra

ção Comercial dc São Paulo ao Govêr

no do Estado nm memorial, cm 1926,

São Sebastião.

••'m rpic estudava csaustivainente o pro blema V concluía pedindo a feitura de

parece terem razão os propugnadores

"Plano Regional de Santos", do notável

ení^cnhciro Prestes Maia, orgidho da ciância urbanista brasileira.

(lucnos cngurgitamentos das docas, de apontar cinco grandes crises: 1892 1912

to que invocam a favor da tese e a excelência das qualidades geográficas da baía de São Sebastião, que a faz uni

'íprcscnta\'a era a abertura de um novo

pois as crises se sucedem. À parte os pe-

belados em tempo oportuno, podemos

naquela cidade litorânea. _ O argunien-»

pela importação cm desenvolvimento. No\a" \ ia férrea que demandasse o

de inverter grandes somas no pôrto de . Santos, cuja.s condições geográficas são deficientes, é preferível aplicá-las em

Muito SC tcni escrito e discutidu

sôbrc o que se convencionou chamar "crise do pôrto de Santos". Várias

licitações crescentes dc transporte feitas

pôrto olíslniído. também não podia o Go\érno construir, dadas as disposições contratuais. A única solução que se

Roberto Pinto dk Soutja

41

trc Santos e São Paulo. A segunda de

muito se atenuou, passando a plano se cundário, enquanto a primeira se agra vou.

Para causas idênticas, soluções idên

ticas; daí se proporem agora as mesmas medidas consubstanciadas no.s relatórios

dos técnicos, que anos atrás e.studaram a questão; a abertura de um segundo pôrto no litoral paulista — São Sebastião ~ e a ligação férrea e rodoviária do novo ponto de desembarque à capital e ao interior do Estado.

Colocado o problema sob êste ângulo,

'"n pòrlo cm São Sebastião.

da construção cio pôrto de São Sebastião.

Nacpicla época, nada havia a se con trapor aos argumentos apresentados pela ^-'otidade dc classe. A abertura do porto

Examinada, porém, a questão em seus

pormenores, ela se apresenta sob aspecto diverso, leviuido a (xinclusões opostas à

''01 São Sebastião era uma necessidade

tese dos defensores de São Sebastião.

imperiosa. De 1926 para cá a situação mudou

Em primeiro lugar, as decantadas qualidades físicas da baía de Sao Se-

Jicnsivclmente. Foi construída nova estra

liastião não são tão e.vcelentes como se

da de ferro e excelente rodovia, ao mcs-

diz. Tal convicção se formou devido a informações imprecisas e incensamento

nio tempo cm que a São Paulo Railway

foi encampada. O problema do trans porte deixou dc ser premente, se bom

dos apaixonados. A construção do pe queno cais atual se incumbiu de demons

não lenha tido solução definitiva. Esta,

trar a verdade.

P<Jrém, não é difícil — a construção do

Um dos argumentos mais ponderoso.s

nlcodnto e a ligação da Sorocabana à Santos-Jundiaí resolverão o problema no

invocados a favor de São Sebastião era

natural dos fatos é que se incumbiu de

nm pôrto em São Sebastião foi aven

eliminar os obstáculos e solucionar as

linha férrea, por aderência, da Capital

tada pela primeira vez, havia uma razão

o pequeno custo das obras em compa ração com as de Santos. "A construção dc um cais custará aí (São Sebastião),

a Santos, passando pelas cabeceiras de

onde o fundo do canal é firme, meta

ponderosa a fundamcntá-la — as defi

Santo Ângelo o recebendo aí a Central do Brasil, estancará o problema do trans

tude, a crise em questão.

A evolução

• dificuldades. Uma só medida foi posta em prática para resolver o problema a longo prazo — a construção da Mairinque-

2. Quando a idéia da construção de

ciências da São Paulo Railway.

As

condições técnicas da estrada de ferro

Santos. Infelizmente, o novo caminho - de ferro não foi aparelhado convenien

não permitiam o escoamento rápido das

temente, além de não servir às regiões

do os armazéns do cais e impossibilitan do a descarga dos navios recém-entra-

maiores importadoras. Sobre êsse as pecto a abertura da via Anchieta prestou serviços mais relevantes ao escoamento

mercadorias desembarcadas, abarrotan

dos.

Estribados na concessão, os diri

momento, enquanto a construção de nova

porte por longo tempo.

de do que custaria em Santos, onde o terreno é de natureza lodosa", escreveu Alfredo Lisboa em 1925. Êsse mesmo

A crise do pôrto dc Santos, que

engenheiro, orçando o preço das obras

so»\'erifica, provém das deficiências

das instalações porlutirias. O caís já se

num e noutro pôrto, conclui: "Ve-se que 2.000 metros de linha acostável em

fnrnou muito acanhado e os equipamen-

São Sebastião custariam 72.000 contos

antiquados. São precisas grandes modificações para o pôrto atender ao

acostável em Santos".

3.

menos do que 1.700 metros de linha

das jnercadorias desembarcadas na vi

gentes da via férrea não procuraram melhorar o sistema de transporte da an

zinha cidade litorânea. Hoje, como on tem, as causas das crises portuárias de

contratuais, o Govêrno era impotente

volume crescente da importação. As obras projetadas são de grande porte e dispendiosíssinias. Dai terem os par-

para forçar a emprêsa a modificar O aparelhamento, a fim de atender às so

bdários dc São Sebastião levantado no

Sebastião encontraram, no entanto, sen

vamente a questão da abertura do pôrto

síveis divergências, não só nas profun-

Santos continuam a ser as mesmas

de-,

ficiências das docas e do transporte en-

tiga inglêsa. Em face das disposições

A iguais con

clusões chegou a Comissão de Portos depois de estudos efetuados em 1929. 0.S construtores do atual pôrto dc São


]Dff;i;sTO E^:o^•ó^rlco

43

Drr.ESTo Econômico

2.''^) aproximá-lo da parte profun da <!<> canal c dis[X)r as obras dc

dídadcs reais como na fiualidade do ter

cante à natureza do solo submarino,

reno relativamente às informações e son

não foi possível ob.ser\ar aquela-^ nor

dagens. A esse respeito a Diretoria da

mas de execução, havendo nocõssidiidc

Viação, em memorial apresentado em

de empregar Itibiilóes até 21 metros de

das embarcações;

1941, informa: "Desde o início \erifica-

altura, com ficha di: cravaçõ(.'s que do 3 metros, stificienles <'ní areia, pass;!-

areias da costa coni {)bras salientes,

ram-sc diversas diferenças muito acen

tuadas entre algum;is previsões dcj pro jeto e as condições reais de São Sc-has-

ram a 11 metros".

tião, daí" resultíuido aumento considerá vel dos voliinies e modificações radicais

tos, o orçamento sofreti modirica(.-õe5 substanciais. Xo edital da coneorréncia inicial consta\a a soma de 4.337 can

nos planos de scr\iço". De fato, o relatório da Comissão de

Portos afirmava "existir por lõda parte uma camada superior do areia com pe quena mescla de argila cinzenta muito compacta e plástica, com leve mistura

de areia em alguns pontos". "Infelizmente — diz o memorial essa condição fundamental não se veri

ficou, pois nem nas vultosas dragagens executadas, nem nas perfurações para cravação dos tubiilõcs, que atingiram 10.000 metros abai.xo do solo submari

no, foi .scfjuer encontrada uma só amos tra de areia, mas unicamente vasa, com

modo a facilitar o acesso e a saída

3."') nao perturbar o equilíbrio das

em 11.796 cf)iilos. \';i apuração das contas em 1941, atingia a soma de 17.723 contos.

O custo das obras c,

pí)rlanto, bem di\'cr.s() do orçamento oti

"Vc-sc <inc a obra feita infringiu as

sofrido a mínima interrupção por mo tivos dc ventos ou vagas no canal".

três condições acima estabelecidas." Não sabemos sc tais d<4i>ilos cabem á obra

executada o»i as próprias condições na

pre contrário aos elogios que comumente

deriam propagar no canal.

Sc faziam à segurança do aí)rigo proport'ionado pela baía.

Desde 1892 escrevia

êlc:

monta, escrex-eii recentemente o cngc-

entram

profundidades para 3,50 c 1,50 m. en

"No.s rumos SO e OSO fica o

francamente no aneoradouro c

\ã() (picbrar dc encontro à costa da

■ llia. Passada a Ponta do Araçá, o canal ^ai alargando, o que permite a diminuiçãí) da altura das ondas. Contudo, o aneoradouro não é seguro com ventos

alguma tabatinga nus últimas camadas, material inaproveítdvcl para o aterro e inconveniente para fundação dos enro-

mantc\e a profundidade de 3 m, salvo no.s pontos em que houve ligeiras corri

ílôssc.s rumos e os navios não se pode-

camentos... e lioine a necessidade de

das do enrocamento. . .

que porventura venham a se construir

inverter o plano de serviços, iniciando-o

••^ern melhor abrigo. . ."

quanto em frente ao caís principal sc

pela dragagem de elevada quantidade

"A.s lamas que produzem tal assorea mento pro\'icram, mediante tran.si^>ortc

de material. ..

das correntes marinhas, das oinbocaduriis

"Como conseqüência direta dessa es cavação, que rebaixou de 3 metros o

dos ribeirões que dc.spejam no canal

nível da fundação dos cnrocamentos, foi

o seu volume previsto de 15.000 metros cúbicos largamente ultrapassado, a pon to de atingir hoje, embora não con

desde a cidade até Caraguatatuba".

O atual porto não correspondeu tam bém à segurança contra os ventos e a.s vaga.s que se esperava. A ês.sc res

peito o engenlieiro Gavião Monteiro cri

cluídos, 97.183 metros cúbicos, crescen

tica o porto executado:

do simnltáncamcnte o volume de areia

porto obedecia a três diretrizes bem

necessário ao enchimento". Mais adian

acentuadas:

te, aponta o referido memorial: "Como última e mais grave das conseqüências

"O projeto do

I.^) sati.sfazer a condição essencial

imediatas da falta de concordância en

de um bom porto: dar abrigo com

tre as previsões e a realidade, no to

pleto contra as ondas e os ventos; .,-_V

ficiências cm relação às condições lo

cais, principalmente no que se referia

micoradouro completamente desabrigado. "As \'agas impelidas por esses ventos

porto: "Infelizmente hoine assoreamen

Uma das finnas concorrentes não con

cordou com o projeto, mostrando is de

turais da baia. Ilá sòbre êsse ponto divergência. 1'onscca Rodrigues foi sem

No fjue toca à profundidade do pòrlo <■ as dragagens ditas como do pequena

to da bacia interna, ficando reduzidas as

A Comis.são Julgadora de 1936 não eoncordou com a opinião de Fonseca

que \ie.ssc!ii modificar sonsKelmcnte a açao das correnti's costiuras.

mista de Alfredo Li.sboa.

nliciro-cliefc das obras de reparação do

Bahia."

Rodrigues. O D.N.P.N. c u S.V. O.Q. acolheram a tese da Comissão Julgadora e declararam que "durante todo êsse período os serviços não tinham

Em \irtude de semelhantes imprevis

tos. Surgidos os primeiros contratciniJOS. o Ministério, refazendo os cálculos, orç-ou

comércio; é, contudo, superior ao da

•"'ío manter acostados a pontes ou cais E mais adian

te: "Não apresenta, pois, o pôrto dc São

Sebastião, em seu estado natural, per feito abrigo necessário a um pôrto do

à sua resistência às vagas, que se po

Parece que u razão está com os ho mens mais objetivos, pois o porto atual exige um quebra-mar para oferecer ga rantias absolutas aos navios que se acos tam iio cais.

É verdade que tais iiiconveDientes não anulam as qualidades da baía. Mas, ú inegável qvio atenuam sensivelmente as vantagens atribuídas ao pôrto de São Sebastião, o que já nao o coloca cm

flagrante oposição ao pôrto dc Simtos. Em segundo lugar, as ligações do pôrto com o planalto se tornam muito ^ difíceis e dispendiosas, vasto a escarpa da Serra do Mar, nessa altura, ser das

mais penosas para se transpor. Os es

tudos feitos pelos técnicos apontam como solução mais plausível para ligação de


]Dff;i;sTO E^:o^•ó^rlco

43

Drr.ESTo Econômico

2.''^) aproximá-lo da parte profun da <!<> canal c dis[X)r as obras dc

dídadcs reais como na fiualidade do ter

cante à natureza do solo submarino,

reno relativamente às informações e son

não foi possível ob.ser\ar aquela-^ nor

dagens. A esse respeito a Diretoria da

mas de execução, havendo nocõssidiidc

Viação, em memorial apresentado em

de empregar Itibiilóes até 21 metros de

das embarcações;

1941, informa: "Desde o início \erifica-

altura, com ficha di: cravaçõ(.'s que do 3 metros, stificienles <'ní areia, pass;!-

areias da costa coni {)bras salientes,

ram-sc diversas diferenças muito acen

tuadas entre algum;is previsões dcj pro jeto e as condições reais de São Sc-has-

ram a 11 metros".

tião, daí" resultíuido aumento considerá vel dos voliinies e modificações radicais

tos, o orçamento sofreti modirica(.-õe5 substanciais. Xo edital da coneorréncia inicial consta\a a soma de 4.337 can

nos planos de scr\iço". De fato, o relatório da Comissão de

Portos afirmava "existir por lõda parte uma camada superior do areia com pe quena mescla de argila cinzenta muito compacta e plástica, com leve mistura

de areia em alguns pontos". "Infelizmente — diz o memorial essa condição fundamental não se veri

ficou, pois nem nas vultosas dragagens executadas, nem nas perfurações para cravação dos tubiilõcs, que atingiram 10.000 metros abai.xo do solo submari

no, foi .scfjuer encontrada uma só amos tra de areia, mas unicamente vasa, com

modo a facilitar o acesso e a saída

3."') nao perturbar o equilíbrio das

em 11.796 cf)iilos. \';i apuração das contas em 1941, atingia a soma de 17.723 contos.

O custo das obras c,

pí)rlanto, bem di\'cr.s() do orçamento oti

"Vc-sc <inc a obra feita infringiu as

sofrido a mínima interrupção por mo tivos dc ventos ou vagas no canal".

três condições acima estabelecidas." Não sabemos sc tais d<4i>ilos cabem á obra

executada o»i as próprias condições na

pre contrário aos elogios que comumente

deriam propagar no canal.

Sc faziam à segurança do aí)rigo proport'ionado pela baía.

Desde 1892 escrevia

êlc:

monta, escrex-eii recentemente o cngc-

entram

profundidades para 3,50 c 1,50 m. en

"No.s rumos SO e OSO fica o

francamente no aneoradouro c

\ã() (picbrar dc encontro à costa da

■ llia. Passada a Ponta do Araçá, o canal ^ai alargando, o que permite a diminuiçãí) da altura das ondas. Contudo, o aneoradouro não é seguro com ventos

alguma tabatinga nus últimas camadas, material inaproveítdvcl para o aterro e inconveniente para fundação dos enro-

mantc\e a profundidade de 3 m, salvo no.s pontos em que houve ligeiras corri

ílôssc.s rumos e os navios não se pode-

camentos... e lioine a necessidade de

das do enrocamento. . .

que porventura venham a se construir

inverter o plano de serviços, iniciando-o

••^ern melhor abrigo. . ."

quanto em frente ao caís principal sc

pela dragagem de elevada quantidade

"A.s lamas que produzem tal assorea mento pro\'icram, mediante tran.si^>ortc

de material. ..

das correntes marinhas, das oinbocaduriis

"Como conseqüência direta dessa es cavação, que rebaixou de 3 metros o

dos ribeirões que dc.spejam no canal

nível da fundação dos cnrocamentos, foi

o seu volume previsto de 15.000 metros cúbicos largamente ultrapassado, a pon to de atingir hoje, embora não con

desde a cidade até Caraguatatuba".

O atual porto não correspondeu tam bém à segurança contra os ventos e a.s vaga.s que se esperava. A ês.sc res

peito o engenlieiro Gavião Monteiro cri

cluídos, 97.183 metros cúbicos, crescen

tica o porto executado:

do simnltáncamcnte o volume de areia

porto obedecia a três diretrizes bem

necessário ao enchimento". Mais adian

acentuadas:

te, aponta o referido memorial: "Como última e mais grave das conseqüências

"O projeto do

I.^) sati.sfazer a condição essencial

imediatas da falta de concordância en

de um bom porto: dar abrigo com

tre as previsões e a realidade, no to

pleto contra as ondas e os ventos; .,-_V

ficiências cm relação às condições lo

cais, principalmente no que se referia

micoradouro completamente desabrigado. "As \'agas impelidas por esses ventos

porto: "Infelizmente hoine assoreamen

Uma das finnas concorrentes não con

cordou com o projeto, mostrando is de

turais da baia. Ilá sòbre êsse ponto divergência. 1'onscca Rodrigues foi sem

No fjue toca à profundidade do pòrlo <■ as dragagens ditas como do pequena

to da bacia interna, ficando reduzidas as

A Comis.são Julgadora de 1936 não eoncordou com a opinião de Fonseca

que \ie.ssc!ii modificar sonsKelmcnte a açao das correnti's costiuras.

mista de Alfredo Li.sboa.

nliciro-cliefc das obras de reparação do

Bahia."

Rodrigues. O D.N.P.N. c u S.V. O.Q. acolheram a tese da Comissão Julgadora e declararam que "durante todo êsse período os serviços não tinham

Em \irtude de semelhantes imprevis

tos. Surgidos os primeiros contratciniJOS. o Ministério, refazendo os cálculos, orç-ou

comércio; é, contudo, superior ao da

•"'ío manter acostados a pontes ou cais E mais adian

te: "Não apresenta, pois, o pôrto dc São

Sebastião, em seu estado natural, per feito abrigo necessário a um pôrto do

à sua resistência às vagas, que se po

Parece que u razão está com os ho mens mais objetivos, pois o porto atual exige um quebra-mar para oferecer ga rantias absolutas aos navios que se acos tam iio cais.

É verdade que tais iiiconveDientes não anulam as qualidades da baía. Mas, ú inegável qvio atenuam sensivelmente as vantagens atribuídas ao pôrto de São Sebastião, o que já nao o coloca cm

flagrante oposição ao pôrto dc Simtos. Em segundo lugar, as ligações do pôrto com o planalto se tornam muito ^ difíceis e dispendiosas, vasto a escarpa da Serra do Mar, nessa altura, ser das

mais penosas para se transpor. Os es

tudos feitos pelos técnicos apontam como solução mais plausível para ligação de


DiGESTO

44

São Sibiistiá» com o planalto a constru

ção de unia via férrea entre Santos e São Sebastião.

A distância que separa

essas duas cidades é de 120 (piilòmctros

apenas, e cpiase toda em terren{) firme, o que torna liienos dispendiosa a cons trução e a manutenção.

dc serviço de carga bem menor. O de senvolvimento do pôrto de São Sebastião

encTgia elétrica.

A obsiTxação mostra

[)ode fa/er face nos gastos dos portos

(jiut as ati\'iclad<-s produtoras do Vale cl(-pendcm dos mercados consumidores constituídíjs pelos dois maiores centros

modernos, e baratear, ao mesmo tempo, pelo grande movimento portuário, o cus

p.issariu a exigir um novo serviço de dragagem, além dc muitos outros ser-, viços alfandegários, administrativos, fis

to dos serviços de embarque e dcscm-

cais, técnicos o até mesmo de" defesa mi

i>arí[iie e as despesas aduaneiras, fiscais,

litar. Seria, portanto, eriar despesa dupla para o mcsmg volume de mercadorias. Não se deve esquecer o fato de o pòrto de-Santos rer servido por uma ci

para as suas mercadorias em Angra doS Reis. As condições técnicas désse porto não são das mais reeomencláxeis; porém, o problema cia sua solução não c

cuja travessia é redutível coleando os eontrafortes da serra. Próximo a São

Sebastião o relevo é mais agressivo, os As rodovias

poderão \cncè-los, eontomando-os ou

atalhando pelas gargantas mais baixas, e as ferrovias poderão perfurar léineis

em rocha, mais fáceis que em argílas traiçoeiras. Bastando uma linlia singela de bitola estreita, o custo será baixo em comparação com cjualquer linha na ser

ra, que seria mister fa/x-r desde logo,

policiais, administrativas e técnicas. Des sa forma, torna-se o grande pcklo mais econômico ipie o pequeno. Tal fato

O Sul de .Minas «■neontra escoadouro

dois terços do trajeto, sobre areia só

lida. Xalguns trc-cho.s há pântanos que

45

lenção elevadíssimos. Sc> O grande \'olume das mercadorias em trânsito é (pie

"A diretriíi: em apreço é reta e plana em a técnica moderna e a experiência da D.E.R. não mais permitem temer, e

Econónuco

e Rio c mais amplo fornecimento de

dades de comunicação ccm São Paulo

urbanos do Brasil.

A èssc respeito, e.screve Prestes Maia:

costões alcançam o mar.

Dicíesto

Econ6mico

foi comprovado na França: o programa pluralislieo do final do século passado

com todos os seus recursos e comodida

portos a se reduzir à décima parte. "A não ser que estejam esgotadas as possibilidades da ampliação ou de aces-

des materiais, organização administrati va, recursos técnicos, disponibilidades de mão-de-obra, não só facilitam a tarefa

pòrto de São SeÍ)a.stião na economia do Norte do Estado e do Snl de Miiuni.

— escreve Prestes Maia — que sejam t-onsideráveis as economias de transpor

O cpie se afirma é a desproporção entre a despesa e o c!es\'io de recursos, de niu lado, e os efeitos imediatos no in

te terrestre (a regra é alongar o percur

centivo da produção dessas regiões, dc outro. Aeredíta-se (pie nimi momento

so marítimo para reduzir os terrestres),

de escassez de recursos e de fat()res de

cialização excepcional, não convém mul

produção, como o (pie atravessamos, é

tiplicar os portos.

<-■ que as condições imponhain uma espe O pobre Brasil, com

mica e eficiente. Além disso, êsse pòrtn

se liga diretamente à cidade de São

Paulo, c, com o desenvolvimento dos meios de comunicação, Santos se con

verterá num subúrbio da capital paulis ta. Êsse aspecto não pode ser despre-

qne afetam diretamente um conjunto

precisam cobrir permanentemente."

abrange, além do Estado de São Paulo,

maior de alividad(\s econômicas.

Ora, a capacidade portuária do Santos oiío atingiu ainda o seu máximo; pelo oontrário, está muito aquém das suas

mais dois outros Estados.

'''ôcm os técnicos razão para abandoná-

Sao Sebastião.

Olaior amplitude a esse porto, antes de so cogitar de abrir outros, destinados a"

Sob

esse a.speelo, é inegável (lue a ampliação

possibilidades.

ampliação do pôrto de Santos exigirá despesas colossais de dragagem. Os es pecialistas mostraram que a alegação não é verdadeira, pois a dragagem a mais requerida será pouco maior que a atual, enquanto os seus gastos serão divididos

dos serviços nas docas. Isso provém dc para navios, mas uma organização com

I-foje,

um pôrto não é apenas um uncorudoiiro plexa dc atividades de carga, descarga, armazenamento, silagem, transporte rodo-ferroviário etc., de custo e mauu-

não

Os opositores dessa idéia alegam que

portuários. Mostra a história que existe tendência mundial jíara a concentração

São Sebastião no levantamento da eco nomia do Vale do Paraíba. Tudo indi

esse- motivo

Servir à mesma região.

observando-se a evolução dos serviços

fatores técnicos o econômicos.

Por

'o. Os fatos indicam que se deve dar

Nesse sentido, lira-sc lição proveito.sa

região. Os economistas, porém, não con cordam no impulso decisivo do pôrto de

ca que a vida econômica do Vale só pode intensificur-se com maiores facili

portuária como a tornam mais econô

os poucos (pie tem, o sabe através dc íléficits que os recursos gerais da Nação

atividade produtoras num total bem su perior ao do beneficiado pelo pt^rto de

to das atividades econômicas de uma

existência de uma cidade atrás do pôrto,

mico do País inverter recursos em obras

mais útil para o d(-':-:envoIviinentü econô

dos seus serviços portuários servirão a

Um porto, incontestàvelmente, pode exercer influencia decisiva no erguimen-

As vantagens que

incalculáveis, pois a

evolução natural forçou o número de

Moji ou São José c dai ao Sul de Minas

Paraíba e do Sul de Minas.

são

É preciso iK)tar (jue não .se nega o \alor, a longo prazo, da influência do

e u Campinas, o fato de servir vasta re

senvolvimento econômico do Vale cio

advêm

não produziu os frutos esperados c a

do porto de Santos e a melhoria técnica

gião, permitindo não só o escoamento

daí

dos mais difíceis e dispeiuliosos.

como na Mairinque-Santos, dupla e de bitola larga". 4. Foi in\'Ocado como argumento a favor do porto de São Sebastião e a da sua ligação direta com o planalto por

dos produtos desses lugares como o de

dade em expansão.

r

por volume bem maior de mercadorias,

o que tomará as despesas por unidade

z.ido. São Paulo é o centro econômico

da região mais próspera do País, que Devc-.se ter em mente que a linha do

progresso econômico se desloca para Oeste, o que sitna São Sebastião fora do centro de gravidade econômico. Um pòrto naquela localidade estaria desti nado a ser regional e a inversão de ca

pital a se fazer longe da tradição co

mercial, dos hábitos, dos cntrosamentos e

do crédito formados pela evolução natu ral da expansão econômica do planalto. Em face de todos êsses imponderáveis,

torna-se ingênua, como apontou Prestes

Maia, a comparação orçamentária de al

guns metros lineares de cais.

Outra grande objeção que os defenso res de São Sebastião levantaram contra

o pôrto de Santos é o reduzido calado


DiGESTO

44

São Sibiistiá» com o planalto a constru

ção de unia via férrea entre Santos e São Sebastião.

A distância que separa

essas duas cidades é de 120 (piilòmctros

apenas, e cpiase toda em terren{) firme, o que torna liienos dispendiosa a cons trução e a manutenção.

dc serviço de carga bem menor. O de senvolvimento do pôrto de São Sebastião

encTgia elétrica.

A obsiTxação mostra

[)ode fa/er face nos gastos dos portos

(jiut as ati\'iclad<-s produtoras do Vale cl(-pendcm dos mercados consumidores constituídíjs pelos dois maiores centros

modernos, e baratear, ao mesmo tempo, pelo grande movimento portuário, o cus

p.issariu a exigir um novo serviço de dragagem, além dc muitos outros ser-, viços alfandegários, administrativos, fis

to dos serviços de embarque e dcscm-

cais, técnicos o até mesmo de" defesa mi

i>arí[iie e as despesas aduaneiras, fiscais,

litar. Seria, portanto, eriar despesa dupla para o mcsmg volume de mercadorias. Não se deve esquecer o fato de o pòrto de-Santos rer servido por uma ci

para as suas mercadorias em Angra doS Reis. As condições técnicas désse porto não são das mais reeomencláxeis; porém, o problema cia sua solução não c

cuja travessia é redutível coleando os eontrafortes da serra. Próximo a São

Sebastião o relevo é mais agressivo, os As rodovias

poderão \cncè-los, eontomando-os ou

atalhando pelas gargantas mais baixas, e as ferrovias poderão perfurar léineis

em rocha, mais fáceis que em argílas traiçoeiras. Bastando uma linlia singela de bitola estreita, o custo será baixo em comparação com cjualquer linha na ser

ra, que seria mister fa/x-r desde logo,

policiais, administrativas e técnicas. Des sa forma, torna-se o grande pcklo mais econômico ipie o pequeno. Tal fato

O Sul de .Minas «■neontra escoadouro

dois terços do trajeto, sobre areia só

lida. Xalguns trc-cho.s há pântanos que

45

lenção elevadíssimos. Sc> O grande \'olume das mercadorias em trânsito é (pie

"A diretriíi: em apreço é reta e plana em a técnica moderna e a experiência da D.E.R. não mais permitem temer, e

Econónuco

e Rio c mais amplo fornecimento de

dades de comunicação ccm São Paulo

urbanos do Brasil.

A èssc respeito, e.screve Prestes Maia:

costões alcançam o mar.

Dicíesto

Econ6mico

foi comprovado na França: o programa pluralislieo do final do século passado

com todos os seus recursos e comodida

portos a se reduzir à décima parte. "A não ser que estejam esgotadas as possibilidades da ampliação ou de aces-

des materiais, organização administrati va, recursos técnicos, disponibilidades de mão-de-obra, não só facilitam a tarefa

pòrto de São SeÍ)a.stião na economia do Norte do Estado e do Snl de Miiuni.

— escreve Prestes Maia — que sejam t-onsideráveis as economias de transpor

O cpie se afirma é a desproporção entre a despesa e o c!es\'io de recursos, de niu lado, e os efeitos imediatos no in

te terrestre (a regra é alongar o percur

centivo da produção dessas regiões, dc outro. Aeredíta-se (pie nimi momento

so marítimo para reduzir os terrestres),

de escassez de recursos e de fat()res de

cialização excepcional, não convém mul

produção, como o (pie atravessamos, é

tiplicar os portos.

<-■ que as condições imponhain uma espe O pobre Brasil, com

mica e eficiente. Além disso, êsse pòrtn

se liga diretamente à cidade de São

Paulo, c, com o desenvolvimento dos meios de comunicação, Santos se con

verterá num subúrbio da capital paulis ta. Êsse aspecto não pode ser despre-

qne afetam diretamente um conjunto

precisam cobrir permanentemente."

abrange, além do Estado de São Paulo,

maior de alividad(\s econômicas.

Ora, a capacidade portuária do Santos oiío atingiu ainda o seu máximo; pelo oontrário, está muito aquém das suas

mais dois outros Estados.

'''ôcm os técnicos razão para abandoná-

Sao Sebastião.

Olaior amplitude a esse porto, antes de so cogitar de abrir outros, destinados a"

Sob

esse a.speelo, é inegável (lue a ampliação

possibilidades.

ampliação do pôrto de Santos exigirá despesas colossais de dragagem. Os es pecialistas mostraram que a alegação não é verdadeira, pois a dragagem a mais requerida será pouco maior que a atual, enquanto os seus gastos serão divididos

dos serviços nas docas. Isso provém dc para navios, mas uma organização com

I-foje,

um pôrto não é apenas um uncorudoiiro plexa dc atividades de carga, descarga, armazenamento, silagem, transporte rodo-ferroviário etc., de custo e mauu-

não

Os opositores dessa idéia alegam que

portuários. Mostra a história que existe tendência mundial jíara a concentração

São Sebastião no levantamento da eco nomia do Vale do Paraíba. Tudo indi

esse- motivo

Servir à mesma região.

observando-se a evolução dos serviços

fatores técnicos o econômicos.

Por

'o. Os fatos indicam que se deve dar

Nesse sentido, lira-sc lição proveito.sa

região. Os economistas, porém, não con cordam no impulso decisivo do pôrto de

ca que a vida econômica do Vale só pode intensificur-se com maiores facili

portuária como a tornam mais econô

os poucos (pie tem, o sabe através dc íléficits que os recursos gerais da Nação

atividade produtoras num total bem su perior ao do beneficiado pelo pt^rto de

to das atividades econômicas de uma

existência de uma cidade atrás do pôrto,

mico do País inverter recursos em obras

mais útil para o d(-':-:envoIviinentü econô

dos seus serviços portuários servirão a

Um porto, incontestàvelmente, pode exercer influencia decisiva no erguimen-

As vantagens que

incalculáveis, pois a

evolução natural forçou o número de

Moji ou São José c dai ao Sul de Minas

Paraíba e do Sul de Minas.

são

É preciso iK)tar (jue não .se nega o \alor, a longo prazo, da influência do

e u Campinas, o fato de servir vasta re

senvolvimento econômico do Vale cio

advêm

não produziu os frutos esperados c a

do porto de Santos e a melhoria técnica

gião, permitindo não só o escoamento

daí

dos mais difíceis e dispeiuliosos.

como na Mairinque-Santos, dupla e de bitola larga". 4. Foi in\'Ocado como argumento a favor do porto de São Sebastião e a da sua ligação direta com o planalto por

dos produtos desses lugares como o de

dade em expansão.

r

por volume bem maior de mercadorias,

o que tomará as despesas por unidade

z.ido. São Paulo é o centro econômico

da região mais próspera do País, que Devc-.se ter em mente que a linha do

progresso econômico se desloca para Oeste, o que sitna São Sebastião fora do centro de gravidade econômico. Um pòrto naquela localidade estaria desti nado a ser regional e a inversão de ca

pital a se fazer longe da tradição co

mercial, dos hábitos, dos cntrosamentos e

do crédito formados pela evolução natu ral da expansão econômica do planalto. Em face de todos êsses imponderáveis,

torna-se ingênua, como apontou Prestes

Maia, a comparação orçamentária de al

guns metros lineares de cais.

Outra grande objeção que os defenso res de São Sebastião levantaram contra

o pôrto de Santos é o reduzido calado


DIOIvSTí) Económicx)

46

proporcioaiulo pelo cana! cio IBoqiicirão.

Não se pode negar cjue a profundidade de um pôrto é não só fator de suce-so como de barateamento do tran-portc ma rítimo. D(?ve-se convir que sob èssi*

47, incluiu-Sf no programa imediato um prolongamento de cais no Sahoo, de 5<S0 m com 10 m de profundidade, c

Projetou-se aínda um alargamento da

faixa pela acljunção de iio\a muralha na e<ten.srio de 765 m. entre Paípielá e o Mercado, com 1 1 m de profundidade.

maiores portos mundiais. Nesse aspecto São Sebastião é privilegiado, atingindo o canal cerca de õÜ m de fundo, o (jue o toma um dos mais profundos do globo. A situação de Santos, no entanto, não

é desesperadora. O canal pode ser per feitamente adaptado a na\'ios de calado normal, não servindo apenas us naves de

calado profundissimo, como os gigan tescos paquetes modernos. Tais Ixircos, porém, não constituem a normalidade, mas a exceção.

A evolução dos trans

portes marítimos demonstrou serem êsses navios anti-económicos, pelo menos em

face da atual técnica de construção. A convicção da ímpossibiliclade do aprofundamento do canal de Santos

muito contriljuiii para .sc pensar em São

Sebastião. Tal convicção foi hoje in teiramente afastada. O aperfeiçoamen

to da maquinaria de dragagem reduziu sensivelmente o custo da obra, daí po der-se realizar atualna-ntc \'olumc de dragagem que antes assustaria.

Além

disso, a necessidade de se ampliar as instalações portuárias de Santos bara

teará a dragagem por unidade de mer

cadorias, pois o seu custo se repartirá mais -largamente.

Aldo M. Azuvkdo

cí»mprim<nto <■ .5 m de profundidade.

as melhores condições, sendo mesmo o

rá atingir as grandes profundidades dos

TRANSPORTES E SUBVENÇÕES

oulnj em Oiiteirinlios, c-om 300 m de

aspecto o pòrto de Santos não apresenta

se»i ponto mais fraco, pois nunca pode

v\

das tendências mais c\ idcntcs da

A par com essas medidas, a Cia.

dúvida a earaterização, cada vez mais

desses fatos permitiu que os brasileiros se livrassem de muitos liamos oprcssixos

De fato, não poderia ser de outra

5.950 \ 300 m e !c-\ an(lo a profundidade

forma. .\<(uilo (pie definimos eomo ser viço público é lima noção própria da

mitirão a entrada segura um aguas mí

ora ci\ilizada e só pode ocorrer se as ooiulições d.i x ida eoletisa alcançam cer

de 9,50 m para 13 m. 'J'aís obras per nimas a

na\ios de

11

m

de calado.

to nível. Os po\()S primitivos — ipie •únda existem em nossos tempos ou cpic

É verdade que os técnicos admitem a probabilidade remota da impossível ma

f^eí.varam testomnnhos dc seu modo de

nutenção do canal na líarra, dado o alto custo.

Esta

seria,

como

diz

\ivcr — não são capazes dc atingir pràticamente a idéia de organizar um ".scr-

Prestes

Maia, a única hipótese "de se considerar desde já São Sebastião como antc-pòrto de grande calado ou, mais precí.samente, como pòrto auxiliar especializado. Mesmo ne.ssa hipótese, não sc trataria de rivalizar com Santos, mas dc dar-Iho

^■'Çü público". Assim, não é exagero oonsidcrar o aparecimento c a orguniza^'uo dos scrx-iços públicos como autênticos índices de civilização.

complemento". A idéia de .sc fazer dc São Sebastião

da implantação e manutenção de vários

Entre nó.s, os colonizadores tiveram

cuidar, desde os primórdios do Brasil,

pôrto complementar do dc Santos é a única que sc apoia na realidade econômi

serviços públicos, visto como a iniciativa

ca presente, não só dc\'ido ao .'•eu custo

assumir

como ao seu

prcíondimentos.

entrosamento

particular não jxi.^-suía capacidade para

com o rumo

os

imensos

riscos

desses

em-

Na nossa terra, ao con

Oe.ste do desenvolvimento econômico do

trario do (jue sucedeu alhures, o poder

Estado

público teve dc intervir direta c ini-

dc

São

Paulo.

Construir

um

í^áalmcntc nesse campo dc ati\'idadc im

porto autônomo e concorrencial ao de

Santos escapa às nossas possibilidades atuais, tomando-.se um lii.xo que não es tamos cm condições dc possuir. Fu

turamente, quando a economia do Vale

A classificação da profundidade do cais é a seguinte, segundo o relatório do D.N.P.R.C. publicado em 1945:

pôrto, será possível realizar a ligação

552,70 m com II m, 301,15 m com

ferroviária com São Sebastião e tulvçz

do Paraíba e do Sul de Minas tiver

atingido amplitude que requeira um

7

prescindível à \'ida civilizada.

Nos vc-

Iho.s países do continente europeu, coube

precípuamenlc à iniciativa privada a <-'riação desses serviços que, com o decor-

dos tempos, passarain a ser executa

dos pelo Estado.

Se um

que estrangulavam sua economia, o ou tro apareceu como a "solução ideal" para a vastidão do nosso território re pleto de riquezas inexploradas. Real mente, as primeiras linhas férreas bra sileiras, projetadas e implantadas no meado do século passado, foram devidas à iniciativa particular, que então se aven turava com entusiasmo pelo terreno do sciaaço público.

Nação deficiente, desde seus primei ros momentos, de capitais que lhe pro

piciassem os meios de produção, as fer

ramentas e as máquinas, teve o Brasil

dc apelar pura as economias alieníge nas, aceilando-as com satisfação toda vez que para cá imigrassem. Por isso, a iniciativa privada no campo dos ser\'iços •

públicos deve ser atribuída tanto à eco

nomia nacional como à economia es

trangeira, que aqui veio colaborar no sentido de acelerar a e\'olução cisilízad'»ra. Eis porque têm os brasileiros uma

dívida de gratidão para com aquêles que liá um século arriscaram os seus havc-

res lançando trilhos de aço pelo sertão a dentro, para levar o silvo da locomo

tiva até as regiões habitadas por selvícolas. E e preciso reconhecer que duran te mais dc setenta anos do século que passou, foram as ferrovias os verdadci

Somente no século passado é que o

ros escoadouros da produção brasileira, vencendo o obstáculo da cordilheira lito-

10 m, 1.886,32 m com 8 m e 2.283,90

possa este transformar-se cm p.ôrto au

m com 7 m. Depois da crise de 1945-

Brasil viu as empresas de iniciativa pri vada se interessarem pela execução de

tônomo.

scr\iços públicos, o que se pode atribuir

A história o dirá.

sos: — a Independência do Brasil c a invenção da estrada de ferro.

co.

blema <la barra, abrindo um canal de

à conjugação de dois fatos bem dí\er-

transformação ci\'ilizadora — piira íjucm a obserxa a longo prazo — é sem

definida, do conceito de ser\'iço públi

Doca-: de Santos se projiõe atacar o pro

iV

lUàteL-.í.

r.\nea para carregar para o "hinterland"

as ferramentas, os arados, as máquinas e


DIOIvSTí) Económicx)

46

proporcioaiulo pelo cana! cio IBoqiicirão.

Não se pode negar cjue a profundidade de um pôrto é não só fator de suce-so como de barateamento do tran-portc ma rítimo. D(?ve-se convir que sob èssi*

47, incluiu-Sf no programa imediato um prolongamento de cais no Sahoo, de 5<S0 m com 10 m de profundidade, c

Projetou-se aínda um alargamento da

faixa pela acljunção de iio\a muralha na e<ten.srio de 765 m. entre Paípielá e o Mercado, com 1 1 m de profundidade.

maiores portos mundiais. Nesse aspecto São Sebastião é privilegiado, atingindo o canal cerca de õÜ m de fundo, o (jue o toma um dos mais profundos do globo. A situação de Santos, no entanto, não

é desesperadora. O canal pode ser per feitamente adaptado a na\'ios de calado normal, não servindo apenas us naves de

calado profundissimo, como os gigan tescos paquetes modernos. Tais Ixircos, porém, não constituem a normalidade, mas a exceção.

A evolução dos trans

portes marítimos demonstrou serem êsses navios anti-económicos, pelo menos em

face da atual técnica de construção. A convicção da ímpossibiliclade do aprofundamento do canal de Santos

muito contriljuiii para .sc pensar em São

Sebastião. Tal convicção foi hoje in teiramente afastada. O aperfeiçoamen

to da maquinaria de dragagem reduziu sensivelmente o custo da obra, daí po der-se realizar atualna-ntc \'olumc de dragagem que antes assustaria.

Além

disso, a necessidade de se ampliar as instalações portuárias de Santos bara

teará a dragagem por unidade de mer

cadorias, pois o seu custo se repartirá mais -largamente.

Aldo M. Azuvkdo

cí»mprim<nto <■ .5 m de profundidade.

as melhores condições, sendo mesmo o

rá atingir as grandes profundidades dos

TRANSPORTES E SUBVENÇÕES

oulnj em Oiiteirinlios, c-om 300 m de

aspecto o pòrto de Santos não apresenta

se»i ponto mais fraco, pois nunca pode

v\

das tendências mais c\ idcntcs da

A par com essas medidas, a Cia.

dúvida a earaterização, cada vez mais

desses fatos permitiu que os brasileiros se livrassem de muitos liamos oprcssixos

De fato, não poderia ser de outra

5.950 \ 300 m e !c-\ an(lo a profundidade

forma. .\<(uilo (pie definimos eomo ser viço público é lima noção própria da

mitirão a entrada segura um aguas mí

ora ci\ilizada e só pode ocorrer se as ooiulições d.i x ida eoletisa alcançam cer

de 9,50 m para 13 m. 'J'aís obras per nimas a

na\ios de

11

m

de calado.

to nível. Os po\()S primitivos — ipie •únda existem em nossos tempos ou cpic

É verdade que os técnicos admitem a probabilidade remota da impossível ma

f^eí.varam testomnnhos dc seu modo de

nutenção do canal na líarra, dado o alto custo.

Esta

seria,

como

diz

\ivcr — não são capazes dc atingir pràticamente a idéia de organizar um ".scr-

Prestes

Maia, a única hipótese "de se considerar desde já São Sebastião como antc-pòrto de grande calado ou, mais precí.samente, como pòrto auxiliar especializado. Mesmo ne.ssa hipótese, não sc trataria de rivalizar com Santos, mas dc dar-Iho

^■'Çü público". Assim, não é exagero oonsidcrar o aparecimento c a orguniza^'uo dos scrx-iços públicos como autênticos índices de civilização.

complemento". A idéia de .sc fazer dc São Sebastião

da implantação e manutenção de vários

Entre nó.s, os colonizadores tiveram

cuidar, desde os primórdios do Brasil,

pôrto complementar do dc Santos é a única que sc apoia na realidade econômi

serviços públicos, visto como a iniciativa

ca presente, não só dc\'ido ao .'•eu custo

assumir

como ao seu

prcíondimentos.

entrosamento

particular não jxi.^-suía capacidade para

com o rumo

os

imensos

riscos

desses

em-

Na nossa terra, ao con

Oe.ste do desenvolvimento econômico do

trario do (jue sucedeu alhures, o poder

Estado

público teve dc intervir direta c ini-

dc

São

Paulo.

Construir

um

í^áalmcntc nesse campo dc ati\'idadc im

porto autônomo e concorrencial ao de

Santos escapa às nossas possibilidades atuais, tomando-.se um lii.xo que não es tamos cm condições dc possuir. Fu

turamente, quando a economia do Vale

A classificação da profundidade do cais é a seguinte, segundo o relatório do D.N.P.R.C. publicado em 1945:

pôrto, será possível realizar a ligação

552,70 m com II m, 301,15 m com

ferroviária com São Sebastião e tulvçz

do Paraíba e do Sul de Minas tiver

atingido amplitude que requeira um

7

prescindível à \'ida civilizada.

Nos vc-

Iho.s países do continente europeu, coube

precípuamenlc à iniciativa privada a <-'riação desses serviços que, com o decor-

dos tempos, passarain a ser executa

dos pelo Estado.

Se um

que estrangulavam sua economia, o ou tro apareceu como a "solução ideal" para a vastidão do nosso território re pleto de riquezas inexploradas. Real mente, as primeiras linhas férreas bra sileiras, projetadas e implantadas no meado do século passado, foram devidas à iniciativa particular, que então se aven turava com entusiasmo pelo terreno do sciaaço público.

Nação deficiente, desde seus primei ros momentos, de capitais que lhe pro

piciassem os meios de produção, as fer

ramentas e as máquinas, teve o Brasil

dc apelar pura as economias alieníge nas, aceilando-as com satisfação toda vez que para cá imigrassem. Por isso, a iniciativa privada no campo dos ser\'iços •

públicos deve ser atribuída tanto à eco

nomia nacional como à economia es

trangeira, que aqui veio colaborar no sentido de acelerar a e\'olução cisilízad'»ra. Eis porque têm os brasileiros uma

dívida de gratidão para com aquêles que liá um século arriscaram os seus havc-

res lançando trilhos de aço pelo sertão a dentro, para levar o silvo da locomo

tiva até as regiões habitadas por selvícolas. E e preciso reconhecer que duran te mais dc setenta anos do século que passou, foram as ferrovias os verdadci

Somente no século passado é que o

ros escoadouros da produção brasileira, vencendo o obstáculo da cordilheira lito-

10 m, 1.886,32 m com 8 m e 2.283,90

possa este transformar-se cm p.ôrto au

m com 7 m. Depois da crise de 1945-

Brasil viu as empresas de iniciativa pri vada se interessarem pela execução de

tônomo.

scr\iços públicos, o que se pode atribuir

A história o dirá.

sos: — a Independência do Brasil c a invenção da estrada de ferro.

co.

blema <la barra, abrindo um canal de

à conjugação de dois fatos bem dí\er-

transformação ci\'ilizadora — piira íjucm a obserxa a longo prazo — é sem

definida, do conceito de ser\'iço públi

Doca-: de Santos se projiõe atacar o pro

iV

lUàteL-.í.

r.\nea para carregar para o "hinterland"

as ferramentas, os arados, as máquinas e


Dicesto Económic<»

48

T

Dicesto

EcoNÓ^^co

passado, foram distribuídas os seguintes até os automóveis que depois viriam a

motivas o vagões, demolir as estações,

subvenções: — 1) na região amazônica,

ser seus colaboradores e concorrentes.

ou dinamitar as represas, \'cnder as ttirbinas e geradores, fios e postes — para

7,6 milhões dc cruzeiros por 836 mil km; 2) na região de Goiás c parte do Nordeste, 2,1 milhões por 303 km; 3) no Sul, 2,8 milhões, o que totaliza 12,5

Depois da estrada de ferro, conslniídu pela iniciati\'u pri\ada, cbegoii a \cz

tratar de outro "negócio" mais rendoso,

das empresas elétricas. Não fòra a con

no dia cm tjuc éssc- 1Ik'S clessc prejuízo.

fiança de inúmeros brasileiros o estran

Mas, isso pode ser considerado mais objeti\amonle se e.vaminarmos o (jue SC

geiros no futuro desta terra, não tería mos o conjunto de usinas c linhas de transmissão que garantem, dia e noite, o trabalho e o conforto de muitos mi

lhões de brasileiros. Podem-se cont:ir pelos dedos as instalações de eletricida de feitas pelo Poder Público no Brasil.

Foi de grande sabedoria a plèiade de estadistas do Império e dos primeiros anos da República que, considerando de

vidamente o valor da iniciati\a particular para suprir as deficiências dos go vernos — ao contrário do que seria ló-

• gico — ofereceu ao capital aplicado nas

empresas dc ser\ iços de utilidade pública as garantias de seu resgato oportuno, por meio da encampação ou da amorti

zação paulatina. Mais do que isso: deu-lhe a segurança, mediante a g:Tantia de juros, da obtenção dc um rend»

niento mínimo apropriado. Essa políti ca de notá\el boin-senso foi certamente

o fator dcci'i\o para que as economias

pri\'adas sc encaminhassem para o de senvolvimento dos scr\'iços públicos, su

prindo assim as deficiências financeiras do Estado. Infelizmente, é.sses fatos o considera

milhões.

Em igual período, no ano de

decisão go\'cmamenlaI de subvencionálas com Cr$ 10,00 por km voado no exterior (Lei l.lSl, de agosto de 1950), pelo prazo dc cinco anos.

Seu paga

mento no 2.° semestre do 1950 correu

por conta de um crédito de 35 milhões dc cruzeiros.

Para os exercícios poste

riores, o Orçamento da União prevê a

passa com as empresas de a\iação no

lÜ-19, as sub\cnç5os foram assim distri buídas: — 1) na região amazônica, 6,6

Brasil — que estão repelindo, com quase um século de diferença, as proezas dos

milhões de cruzeiros; 2) na região de Cíoiás e parte do Nordeste, 0,7 milhão;

provar: — 1) o louvável empenho do

pioneiros do caminho cie ferro. Aos no vos desbravadores, como aos de um sé-

e 3)

Govêrno Federal brasileiro em estimu

eiilo atrás, devemos Iodos nós prestar

centa o ri-ferido mcnsário: — "Outro au-

as dexidas liomenagens, sejam é-lcs bra sileiros ou estrangeiros. São homens dc \ isãü, corajosos c desprendidos, que lan çam suas cconomia.s tun novas ati\ icladcs.

Ma.s — é ésse o ponto importante — o Poder Público \om ao seu amparo,

ofcTceendo-lhes, por outras formas mais modernas, aquelas garantias que antiga mente incentiva\ain a construção dc li-

nlius férreas: — campos de ligação com os centros populosos; serviço dc nieteo-

rolügia gratuito em todo o território ■laeional; .siibvençcões às linhas defici tárias etc.

no Sul, 2,8 milluãcs, totalizando

10,1 milhões".

.xílío indireto concedido às companhias

de navegação aérea tem sido a mala pos tal rennmei-ada, distribuída pelo Deparlamenlt) de Correios e Telégrafos. No ano de 1950, ésse transporte totalizou 46,8 milhões dc cruzeiros, corresponden

Segundo informa "Conjuntura Eco

1'cderal tem prestado au-xílio, direta e indiretamente, às companhias que se de

dicam aos transportes aéreos brasileiros. Assim, aquelas empresas gozam de isen

vêrno Federal, nestes últimos tempos, tem oferecido às vias férreas nacionais,

especialmente aquelas de concessão às empresas particula

res.

Realmente, não se

por 18 empresas na

cionais.

justifica

As empre

se

versidade claniorosa,

bém é distribuído o

que redunda na in

correio em base de

justiça dc tratar dois

com

meios de comunica

os países onde. as companhias

nem

compreende essa di

sas estrangeiras tam

ção complementares,

nacio

ram pagos a 10 em

igualmente dignos de amparo e igual mente indispensá-

presas 12,2 milhões

\'eis ao desenvolvi

nais trafegam.

Até

outubro de 1950, fo

dc

terial aeronáutico c combustível (o que

46.381

no.ssos contemporâneos.

lar a rêde dc yiação aérea, especial mente aquelas que não poderiam sobre viver por si sós, pois sua renda não cobre as despesas dc exploração; 2) o tratamento desigual que o mesmo Go

dc correio, efetuado

ção do direitos aduaneiros para o ma

acontece em parte com as estradas dc

Tão longas transcrições .servem para

tes a 416.390 quilos

reciproeidadc

nômica", de fevereiro último, o Go\'érno

ções não foram multo difundidos nem bem compreendidos pela gcncralid ule de

E, mais adiante, acres

dcfpesa dc 70 níilhões anuais".

cruzeiros, quilos

mento do Brasil, dc

por

forma a dar a um —

de

correio transportado para o exterior". Ao

com toda a razão — os auxílios necessá

rios para sua sobrevivência inicial, en quanto que ao outro nada é concedido,

Criou-se, de

ferro) e exclusão do regime dc licença

pois da onda de nacionalismos e nacio

prévia (o qiie já não acontece com as

a revista cilada: — "O interesse do Go-

nalizações, um conceito errôneo de "ser

vias férreas. . .

vei-no brasileiro na manutenção das li

mesmo quando sua situação precária

nhas aéreas para o exterior, decorrente

evidente está a indicar esse mo-uno tra

Vargas": — "Ainda por dotações orça

do desenvolvimento do comércio aéreo

tamento.

tratar das linhas internacionais, declara

Declara aquela autori

viço público", atribuindo às empresas de economia privada rpic os exploram os riscos cie qualcpicr "negócio", como se

zada publicação da "Fundação Getulio mentárias, vêm sendo subvencionadas li-

c do Intercâmbio cultural, assim como

Somando as subvenções concedidas às

uma estrada de ferro, ou uma empresa

nlnis aéreas deficitárias. No mapa figu

as dificrddades das empresas nacionais

linhas nacionais deficitárias a cargo da

de eletricidade, pudessem desmontar as

ram essas últimas, para as quais, nos

engajadas ne.sse tráfego, determinaram a

aviação, que atingem a cêrca de 20

siias instalações, \enclcr os trilhos, loco

dois primeiros quadrímcstres do ano úiáík. i


Dicesto Económic<»

48

T

Dicesto

EcoNÓ^^co

passado, foram distribuídas os seguintes até os automóveis que depois viriam a

motivas o vagões, demolir as estações,

subvenções: — 1) na região amazônica,

ser seus colaboradores e concorrentes.

ou dinamitar as represas, \'cnder as ttirbinas e geradores, fios e postes — para

7,6 milhões dc cruzeiros por 836 mil km; 2) na região de Goiás c parte do Nordeste, 2,1 milhões por 303 km; 3) no Sul, 2,8 milhões, o que totaliza 12,5

Depois da estrada de ferro, conslniídu pela iniciati\'u pri\ada, cbegoii a \cz

tratar de outro "negócio" mais rendoso,

das empresas elétricas. Não fòra a con

no dia cm tjuc éssc- 1Ik'S clessc prejuízo.

fiança de inúmeros brasileiros o estran

Mas, isso pode ser considerado mais objeti\amonle se e.vaminarmos o (jue SC

geiros no futuro desta terra, não tería mos o conjunto de usinas c linhas de transmissão que garantem, dia e noite, o trabalho e o conforto de muitos mi

lhões de brasileiros. Podem-se cont:ir pelos dedos as instalações de eletricida de feitas pelo Poder Público no Brasil.

Foi de grande sabedoria a plèiade de estadistas do Império e dos primeiros anos da República que, considerando de

vidamente o valor da iniciati\a particular para suprir as deficiências dos go vernos — ao contrário do que seria ló-

• gico — ofereceu ao capital aplicado nas

empresas dc ser\ iços de utilidade pública as garantias de seu resgato oportuno, por meio da encampação ou da amorti

zação paulatina. Mais do que isso: deu-lhe a segurança, mediante a g:Tantia de juros, da obtenção dc um rend»

niento mínimo apropriado. Essa políti ca de notá\el boin-senso foi certamente

o fator dcci'i\o para que as economias

pri\'adas sc encaminhassem para o de senvolvimento dos scr\'iços públicos, su

prindo assim as deficiências financeiras do Estado. Infelizmente, é.sses fatos o considera

milhões.

Em igual período, no ano de

decisão go\'cmamenlaI de subvencionálas com Cr$ 10,00 por km voado no exterior (Lei l.lSl, de agosto de 1950), pelo prazo dc cinco anos.

Seu paga

mento no 2.° semestre do 1950 correu

por conta de um crédito de 35 milhões dc cruzeiros.

Para os exercícios poste

riores, o Orçamento da União prevê a

passa com as empresas de a\iação no

lÜ-19, as sub\cnç5os foram assim distri buídas: — 1) na região amazônica, 6,6

Brasil — que estão repelindo, com quase um século de diferença, as proezas dos

milhões de cruzeiros; 2) na região de Cíoiás e parte do Nordeste, 0,7 milhão;

provar: — 1) o louvável empenho do

pioneiros do caminho cie ferro. Aos no vos desbravadores, como aos de um sé-

e 3)

Govêrno Federal brasileiro em estimu

eiilo atrás, devemos Iodos nós prestar

centa o ri-ferido mcnsário: — "Outro au-

as dexidas liomenagens, sejam é-lcs bra sileiros ou estrangeiros. São homens dc \ isãü, corajosos c desprendidos, que lan çam suas cconomia.s tun novas ati\ icladcs.

Ma.s — é ésse o ponto importante — o Poder Público \om ao seu amparo,

ofcTceendo-lhes, por outras formas mais modernas, aquelas garantias que antiga mente incentiva\ain a construção dc li-

nlius férreas: — campos de ligação com os centros populosos; serviço dc nieteo-

rolügia gratuito em todo o território ■laeional; .siibvençcões às linhas defici tárias etc.

no Sul, 2,8 milluãcs, totalizando

10,1 milhões".

.xílío indireto concedido às companhias

de navegação aérea tem sido a mala pos tal rennmei-ada, distribuída pelo Deparlamenlt) de Correios e Telégrafos. No ano de 1950, ésse transporte totalizou 46,8 milhões dc cruzeiros, corresponden

Segundo informa "Conjuntura Eco

1'cderal tem prestado au-xílio, direta e indiretamente, às companhias que se de

dicam aos transportes aéreos brasileiros. Assim, aquelas empresas gozam de isen

vêrno Federal, nestes últimos tempos, tem oferecido às vias férreas nacionais,

especialmente aquelas de concessão às empresas particula

res.

Realmente, não se

por 18 empresas na

cionais.

justifica

As empre

se

versidade claniorosa,

bém é distribuído o

que redunda na in

correio em base de

justiça dc tratar dois

com

meios de comunica

os países onde. as companhias

nem

compreende essa di

sas estrangeiras tam

ção complementares,

nacio

ram pagos a 10 em

igualmente dignos de amparo e igual mente indispensá-

presas 12,2 milhões

\'eis ao desenvolvi

nais trafegam.

Até

outubro de 1950, fo

dc

terial aeronáutico c combustível (o que

46.381

no.ssos contemporâneos.

lar a rêde dc yiação aérea, especial mente aquelas que não poderiam sobre viver por si sós, pois sua renda não cobre as despesas dc exploração; 2) o tratamento desigual que o mesmo Go

dc correio, efetuado

ção do direitos aduaneiros para o ma

acontece em parte com as estradas dc

Tão longas transcrições .servem para

tes a 416.390 quilos

reciproeidadc

nômica", de fevereiro último, o Go\'érno

ções não foram multo difundidos nem bem compreendidos pela gcncralid ule de

E, mais adiante, acres

dcfpesa dc 70 níilhões anuais".

cruzeiros, quilos

mento do Brasil, dc

por

forma a dar a um —

de

correio transportado para o exterior". Ao

com toda a razão — os auxílios necessá

rios para sua sobrevivência inicial, en quanto que ao outro nada é concedido,

Criou-se, de

ferro) e exclusão do regime dc licença

pois da onda de nacionalismos e nacio

prévia (o qiie já não acontece com as

a revista cilada: — "O interesse do Go-

nalizações, um conceito errôneo de "ser

vias férreas. . .

vei-no brasileiro na manutenção das li

mesmo quando sua situação precária

nhas aéreas para o exterior, decorrente

evidente está a indicar esse mo-uno tra

Vargas": — "Ainda por dotações orça

do desenvolvimento do comércio aéreo

tamento.

tratar das linhas internacionais, declara

Declara aquela autori

viço público", atribuindo às empresas de economia privada rpic os exploram os riscos cie qualcpicr "negócio", como se

zada publicação da "Fundação Getulio mentárias, vêm sendo subvencionadas li-

c do Intercâmbio cultural, assim como

Somando as subvenções concedidas às

uma estrada de ferro, ou uma empresa

nlnis aéreas deficitárias. No mapa figu

as dificrddades das empresas nacionais

linhas nacionais deficitárias a cargo da

de eletricidade, pudessem desmontar as

ram essas últimas, para as quais, nos

engajadas ne.sse tráfego, determinaram a

aviação, que atingem a cêrca de 20

siias instalações, \enclcr os trilhos, loco

dois primeiros quadrímcstres do ano úiáík. i


m 50

milhões por ano, aos 70 milhões (jiie \ão reforçar a rcciata das linhas interna cionais (valor que corresponde de 8,0 % até 15,8% da receita total, segundo a estimativa de "CJonjuntura Econômica")

Dioesto Econômico

ticos cie obras f<-itas, sempre prontos a exigir urn bom .s«-rviço público, prin cipalmente (jiKimlo cie é da competên cia de algimni empresa pri\ada, por d<.'legaçao do Estado. Ma.s, (juando es

— vemos que só nessas duas formas de

sas empresas apelam para a economia

auxílio direto a xiação aérea recebe qua se 100 milhões de cru/.eiros por ano. Com a parcela proveniente do transporte rennmenido das malas postais, o total

particular no sentidt) de lhes oferecer novos capitais de renovação c aumento

aumentar certamente.

púlilica.

Seria um grande èrro condenar tais auxílios, pois o Brasil precisa realmente

desenvolver sua rède de comunicações aéreas. Mas, é também um grande èrro, altm de flagrante injustiça, que o Go verno da União não faça o mesmo em relação às estradas de ferro ainda en

tregues à direção de empresas concessio

nárias. O Correio nada lhes paga pelo transporte de toneladas e mais tonela

das de malas postais, miiitas repletas de encomendas que poderiam ser fonte de

essa forma de manutenção dos serviços

de tôda ordem que se lhe apresentam,

de subvencioná-los.

Entretanto, as linhas e ramais defici

mente construídas pelo Estado... (Para

nada falar das rodovias paralelas ás Es tradas de l*'erro, construídas c mantidas s ■

socorro do Governo da União, do Estado

-*

k

retiradas da receita geral. Ora, qualquer pessoa um pouco atilada vê logo que

As subvenções aos serviços de utilida

de pública — sejam eles executados por entidades públicas ou de direito priva

do — quando necessárias para mante-los com eficiência, não deveriam causar es

pécie a ninguém.

deípois c|uo foi abolida a garantia de

Entre nós, porém,

juros nos contratos de concessão de ser

viços de utilidade pública, a idéia de

custar. E, por acaso, se tudo não cor

subvenção se tornou de certo modo

rer às mil maravilhas, não faltarão crí

chocante, pela má compreensão do pro-

economia ajudou a constituir, não rece bem do Poder Público igual tratiuncnto? Por que o Gorrcio não lhes paga

n .^1

Não seria jinsto admitir que o Poder Público brasileiro tenha dois pesos e

duas medidas para aplicar a diuis ativi dades tão similarc^s e com o mesmo obje tivo.

Pode-sc atribuir talvez a unia

inadvertència não intencional o que esta acontecendo.

Evpercmo.s que, no atual Governo Fe deral, cujo Ministro da Viaç;io é profun do conhecedor dos problemas da i'iaç;io brasileira, a atitude anterior seja mciclificuda. E essa esperança é fortalccíd;i ainda m.iis quando consideramos o

pro«grama c as idéias já expendid;is pcJo atuid governador do Estado, digno en-renlieiro c professor, preocupado since ramente com a resolução de tais pro

blemas que interessam sobremodo a vida econômica e a segurança do Pais.

de ferro^está realizando, não lhe presta

Um serviço público não pode perecer. Esta é a grande verdade e os atuais es tadistas que respondem pelos postos mais importante::, dos governos tem

a assistência financeira, por meio de subvenções proporcionais aos quijpmetros de linhas, ou às toneladas-quilôme-

para o Brasil.

c; Governe;, cpio é o verdadeiro respon

através do orçamento e. mediante verbas

motivas potentes a resfolegar o vapor que consome a economia particular que nelas foi aplicada — custe o que

de século cie existência, com imcmsos

o transporte das malas postais? Por que

ou do Município, quando dcricitários,

servados e em número suficiente, loco

pelo Estado). Por cpie as pobres ferro vias, algiunas com mais de três quartos serviços prestado;; à coletividade, cuja

Aliás, todas as entidades

cm apreço não passa de uma modalidade

tários deverão manter-se em tráfego — com trens no horário, vagões bem con

eamjxjs cie pouso também são pronta

ao setor de atividade (jiie, prccipuaniente, a éle mesmo de\ eria caber. Ninguém

tensamente paru vencer as resistências

malidades dispensadas para a aviação.

pelo Estado; as estradas de ligação dos

rer sempre as entidades que se dedicam

receita das próprias \ias-férrcas e que, transportadas gratuitamente para o Cor reio, contribuem scnsi\'elmente para sua receita. Para obter licenças pré\ias de importação de materiais imprescindíveis para seu lral)aIho e prngres-o, uma fer rovia brasileira terá de se empenhar in levando meses para conseguir tais for

Estado; as estações de meteorologia es tão montadas e com funcionários pagos

o caso brasileiro, o Estude; dc\c socor

públicas (jiie têm a seu cargo algum ramo do serviço público — Correios e Telégrafos, Estradas de Ferro, Navega ção, Águas (• Esgotos etc. — recebem o

ineconómica?

Os aeroportos são construídos pelo

Eis porque, em última análise c para

inuncrador.

de .suas linhas e ramais de e.vploração

]>;irle. por um exagerado jacobinismo,

viário.

po.ssívc-l no caso de serviços ile utilidade

poderá concordar com a idci;i de deixar perecer um serviço público pelo sim ples motivo de não ser rendoso ou re-

tros transportadas, ou ainda aos déficits

nhias (pie possni;ini concessões era consUluíclo cie capitais estrangeiros, especial mente as que atuavam no setor ferro

a não ser (jue lhes assegure excelente remuneração, o <jiic rarissimamente é

hh-m.i por um lado, pela impressão de f.iví)ritismo a eniprèsas protegidas o, em visto eom<i grande número de compa

de capacidade, encontra a retração geral,

alcança a cifra de cèrca de 160 milhões de cruzeiros anuais; com tendência a

51 ' ^

Dioksto Et:oNÓMico

sável pelo serviço público que a estrada

noção de sua grande responsabilidade nessa questão vital para Sao Paulo e


m 50

milhões por ano, aos 70 milhões (jiie \ão reforçar a rcciata das linhas interna cionais (valor que corresponde de 8,0 % até 15,8% da receita total, segundo a estimativa de "CJonjuntura Econômica")

Dioesto Econômico

ticos cie obras f<-itas, sempre prontos a exigir urn bom .s«-rviço público, prin cipalmente (jiKimlo cie é da competên cia de algimni empresa pri\ada, por d<.'legaçao do Estado. Ma.s, (juando es

— vemos que só nessas duas formas de

sas empresas apelam para a economia

auxílio direto a xiação aérea recebe qua se 100 milhões de cru/.eiros por ano. Com a parcela proveniente do transporte rennmenido das malas postais, o total

particular no sentidt) de lhes oferecer novos capitais de renovação c aumento

aumentar certamente.

púlilica.

Seria um grande èrro condenar tais auxílios, pois o Brasil precisa realmente

desenvolver sua rède de comunicações aéreas. Mas, é também um grande èrro, altm de flagrante injustiça, que o Go verno da União não faça o mesmo em relação às estradas de ferro ainda en

tregues à direção de empresas concessio

nárias. O Correio nada lhes paga pelo transporte de toneladas e mais tonela

das de malas postais, miiitas repletas de encomendas que poderiam ser fonte de

essa forma de manutenção dos serviços

de tôda ordem que se lhe apresentam,

de subvencioná-los.

Entretanto, as linhas e ramais defici

mente construídas pelo Estado... (Para

nada falar das rodovias paralelas ás Es tradas de l*'erro, construídas c mantidas s ■

socorro do Governo da União, do Estado

-*

k

retiradas da receita geral. Ora, qualquer pessoa um pouco atilada vê logo que

As subvenções aos serviços de utilida

de pública — sejam eles executados por entidades públicas ou de direito priva

do — quando necessárias para mante-los com eficiência, não deveriam causar es

pécie a ninguém.

deípois c|uo foi abolida a garantia de

Entre nós, porém,

juros nos contratos de concessão de ser

viços de utilidade pública, a idéia de

custar. E, por acaso, se tudo não cor

subvenção se tornou de certo modo

rer às mil maravilhas, não faltarão crí

chocante, pela má compreensão do pro-

economia ajudou a constituir, não rece bem do Poder Público igual tratiuncnto? Por que o Gorrcio não lhes paga

n .^1

Não seria jinsto admitir que o Poder Público brasileiro tenha dois pesos e

duas medidas para aplicar a diuis ativi dades tão similarc^s e com o mesmo obje tivo.

Pode-sc atribuir talvez a unia

inadvertència não intencional o que esta acontecendo.

Evpercmo.s que, no atual Governo Fe deral, cujo Ministro da Viaç;io é profun do conhecedor dos problemas da i'iaç;io brasileira, a atitude anterior seja mciclificuda. E essa esperança é fortalccíd;i ainda m.iis quando consideramos o

pro«grama c as idéias já expendid;is pcJo atuid governador do Estado, digno en-renlieiro c professor, preocupado since ramente com a resolução de tais pro

blemas que interessam sobremodo a vida econômica e a segurança do Pais.

de ferro^está realizando, não lhe presta

Um serviço público não pode perecer. Esta é a grande verdade e os atuais es tadistas que respondem pelos postos mais importante::, dos governos tem

a assistência financeira, por meio de subvenções proporcionais aos quijpmetros de linhas, ou às toneladas-quilôme-

para o Brasil.

c; Governe;, cpio é o verdadeiro respon

através do orçamento e. mediante verbas

motivas potentes a resfolegar o vapor que consome a economia particular que nelas foi aplicada — custe o que

de século cie existência, com imcmsos

o transporte das malas postais? Por que

ou do Município, quando dcricitários,

servados e em número suficiente, loco

pelo Estado). Por cpie as pobres ferro vias, algiunas com mais de três quartos serviços prestado;; à coletividade, cuja

Aliás, todas as entidades

cm apreço não passa de uma modalidade

tários deverão manter-se em tráfego — com trens no horário, vagões bem con

eamjxjs cie pouso também são pronta

ao setor de atividade (jiie, prccipuaniente, a éle mesmo de\ eria caber. Ninguém

tensamente paru vencer as resistências

malidades dispensadas para a aviação.

pelo Estado; as estradas de ligação dos

rer sempre as entidades que se dedicam

receita das próprias \ias-férrcas e que, transportadas gratuitamente para o Cor reio, contribuem scnsi\'elmente para sua receita. Para obter licenças pré\ias de importação de materiais imprescindíveis para seu lral)aIho e prngres-o, uma fer rovia brasileira terá de se empenhar in levando meses para conseguir tais for

Estado; as estações de meteorologia es tão montadas e com funcionários pagos

o caso brasileiro, o Estude; dc\c socor

públicas (jiie têm a seu cargo algum ramo do serviço público — Correios e Telégrafos, Estradas de Ferro, Navega ção, Águas (• Esgotos etc. — recebem o

ineconómica?

Os aeroportos são construídos pelo

Eis porque, em última análise c para

inuncrador.

de .suas linhas e ramais de e.vploração

]>;irle. por um exagerado jacobinismo,

viário.

po.ssívc-l no caso de serviços ile utilidade

poderá concordar com a idci;i de deixar perecer um serviço público pelo sim ples motivo de não ser rendoso ou re-

tros transportadas, ou ainda aos déficits

nhias (pie possni;ini concessões era consUluíclo cie capitais estrangeiros, especial mente as que atuavam no setor ferro

a não ser (jue lhes assegure excelente remuneração, o <jiic rarissimamente é

hh-m.i por um lado, pela impressão de f.iví)ritismo a eniprèsas protegidas o, em visto eom<i grande número de compa

de capacidade, encontra a retração geral,

alcança a cifra de cèrca de 160 milhões de cruzeiros anuais; com tendência a

51 ' ^

Dioksto Et:oNÓMico

sável pelo serviço público que a estrada

noção de sua grande responsabilidade nessa questão vital para Sao Paulo e


iTPr

/

A grande propriedade no baixo Rio Doce Clovis Caldeiha

P^SCHEVENDO a respeito da cultura cacaueira no baixo Rio Doce, apoia

dos em excelente documentação que, a pedido, nos fôra gentilmente remetida

pelas autoridades capixabas, arriscamos,

de referencia ao regime de propriedade, urna obsen'ação que, a alguns, possi velmente, pareceu chocante.

\

DXCESTíl ECONÓ^UCO

Notamos

longamento, dali até a foz, conseiva as mesmas característica.s.

Para mellior explicar o fenômeno da grande propriedade, no baixo xale, ne cessário se torna remontar, ainda que .sumariamente, ao passado da zona. Fra cassadas as tc-ntativas de povoamento

que, dada a concentração da propriedade territorial na zona deltaica, não se po

e colonizíição le\'adas a efeito cm prin cípios do século XÍX, sob os auspícios CO Governo Imperial, a zona iacunosa

desenvolvimento para a cultura do caca.,

c pahistrc do Ijaíxo \ale permaneceu,

deria esperar, nos próximos anos, grande espirito-santense.

Recente excursão à zona que tem por

uranto quase unia centúria, apenas ha-

Jía a ejparsamente por alguns moraorcs, eiija principal atividade consistia

lavoura cacaueira c precariedade dos meios dc transportes para os centros ex

/

portadores. tais são os principais fato res que- levaram o desânimo aos que se estabeU-ceram na zona como proprietá rios ou que ali inverteram capitais. Esta última modalidade dc exploração rcve-

lou-.se inteiramente negativa num meio

sem ciualciuer tradição de cultura ca caueira.

Seduzidos pelos preços van

63

mais lotes de "colônias" dc \intc e cin

co hectares, já nas mãos de especulado res, são vendidos para a constituição de fazendas ou incorporações a grandes propriedades. Na atualidade, tôda a zona as mar

gens do rio, no baixo vale, inclusive as ilhas, maiores ou menores, que se mul tiplicam através do delta, está apropria da c demarcada, não mais existindo ter

tajosos do eacan no mercado exterior,

ras dcvolutas. Quem deseja encontra-

capitalistas de Vitória e mesmo do Rio dc Janc-iro adcpiircm, por compra, gran des extensões do terra que, entregues a

onde a mata ciliar se interrompe para ceder lugar aos terrenos pantanosos e

administradores inexperientes, são em

parte plantadas de eacavi Comum ou Fora.-itaro, variedade que ali se revelou das menos produti

las terá que aprofundar-se no interior,

campos, estes últimos mais propícios à criação dc gado.

É unicamente ai,

nesse interior isolado e sem qualquer meio de transporte a

^

não ser o animal,

centro Linhares, a metrópole do cacau,

vas. Como os resul

onde podem ser en

ua extração de madeiras de lei. Linha

tados

lidade contundente. Não apenas tive

res, decadente, de município que era,

contrados alguns pe

compensadores, mas,

passa a condição de simplc.s distrito de

cm muitos casos, to

com títulos precá

Colatina, onde, com a chegada, à sede

talmente

rios de posse, viven

riêste último, dos trillios da estrada dc c^rro, se a.ssinaia um movimento pior>ciro baseado na devastação çla mata, para a extração dc madeiras, c conse

sobreveio o desâni

qüente utilizíição das clareiras para o estabelecimento de culturas, café princip.ilmente. A zona onde posteriormente

de fazendeiros baianos, marcou o início

nos colocou em contacto com uma rea

mos ensejo de confirmar aquela obser vação, porém de conhecer, de perto, outros aspocto.s desalcntadores do binô

mio monocultiira-grande propriedade.

Era desejo nosso conhecer a seção do vale que vai de Colatina, ponto extremo da cultura cacaueira, até a foz.

Entretanto, à vista da escassez do tempo de que dispúnliamos, só nos foi dado visitar o trecho compreendido entre a Ilha Pau Grosso, acima de Linhares cerca de três horas e meia cm canoa a motor, c o ponto situado a trinta qui

lômetros abaixo daquela cidade, preci

samente onde o grande curso dágua se acidenta em uma variedade impressio

veio a ser restabelecido o município de Linhares, mutilado cm parte no seu pri mitivo patrimônio territorial, era o vazio. A introdução do cacau no delta, há

cerca dc cinqüenta anos, constituiu o ponto dc paVtida dc um novo movimen to povoador, modesto nas suas origens,

mas já hoje expressivo, facilitado pelo

nante de ilhas sediinentares revestidas 'Governo capixaba, que, a certa altura, de matas, famosas pela fertilidade de passou a conceder, gratuitamente, a suas terras, ricas em matéria humífera quem solicitasse, colônias dc vinte e

depositada, generosamente, pela vasa das grandes enchentes, Visitar êsse tre cho do rio eqüivale a conJiecer pràticamente toda a zona cacaueira, cujo pro

cinco hectares.

Falta de assistência e

ajuda aos que ali se estabelecerám, inex periência absoluta em matéria de mé todos G cuidados culturais e.xigido.s pela

não

fossem

quenos proprietários,

negativos,

mo.

do à sorte de cul ~ '

A chegada, à zo

na, na segunda década do século atualda cultura cacaueira pròpriamenle ditu no Vale do Rio Doce.

São eles, em

verdade, os pioneiros dêsse movimento de valorização econômica do delta, u

frente dos quais se destaca um grande

turas aleatórias.

Apesar dc introduzido no Rio Doce liá cêrca de meio século, somente nas três- últimas décadas, como vimos, o

cacau adquiriu alguma expressão econô mica, figurando, no momento, com o contingente de doi? por cento no con

junto da produção nacional, da qual so

animador a quem o Professor Pierre

a Bahia detém 96,4%. Pouco importan

Deffontaines chamou de "pai do cacau": Filogônio Peixoto. Léguas e léguas de terra nas- margens do rio, que, àquela

uma vasta zona, a melhor dessa parte do vale, de indiscutível fertilidade, na qual

altura, se concentravam nas mãos do uma ou duas famílias, passam, por com

pra, pafa o domínio de alguns fazen deiros. Nesse novo processo dc redistribuição territorial, a pequena proprieda de, existindo mais formalmente do que

pròpríamente como unidade produtora, e quase totalmente absorvida. Lotes c

te còmo ainda se apresenta, a cultura cacaueira já exerce a sua tirania em tôda

poderiam ser localizadas, para a produ ção de cereais ou explorações mistas,

algumas centenas de famílias, em lotes cuja extensão variaria de acordo com o número dc pessoas oconòmicamente ativas.

Estendendo-se, segundo estimativas lo-


iTPr

/

A grande propriedade no baixo Rio Doce Clovis Caldeiha

P^SCHEVENDO a respeito da cultura cacaueira no baixo Rio Doce, apoia

dos em excelente documentação que, a pedido, nos fôra gentilmente remetida

pelas autoridades capixabas, arriscamos,

de referencia ao regime de propriedade, urna obsen'ação que, a alguns, possi velmente, pareceu chocante.

\

DXCESTíl ECONÓ^UCO

Notamos

longamento, dali até a foz, conseiva as mesmas característica.s.

Para mellior explicar o fenômeno da grande propriedade, no baixo xale, ne cessário se torna remontar, ainda que .sumariamente, ao passado da zona. Fra cassadas as tc-ntativas de povoamento

que, dada a concentração da propriedade territorial na zona deltaica, não se po

e colonizíição le\'adas a efeito cm prin cípios do século XÍX, sob os auspícios CO Governo Imperial, a zona iacunosa

desenvolvimento para a cultura do caca.,

c pahistrc do Ijaíxo \ale permaneceu,

deria esperar, nos próximos anos, grande espirito-santense.

Recente excursão à zona que tem por

uranto quase unia centúria, apenas ha-

Jía a ejparsamente por alguns moraorcs, eiija principal atividade consistia

lavoura cacaueira c precariedade dos meios dc transportes para os centros ex

/

portadores. tais são os principais fato res que- levaram o desânimo aos que se estabeU-ceram na zona como proprietá rios ou que ali inverteram capitais. Esta última modalidade dc exploração rcve-

lou-.se inteiramente negativa num meio

sem ciualciuer tradição de cultura ca caueira.

Seduzidos pelos preços van

63

mais lotes de "colônias" dc \intc e cin

co hectares, já nas mãos de especulado res, são vendidos para a constituição de fazendas ou incorporações a grandes propriedades. Na atualidade, tôda a zona as mar

gens do rio, no baixo vale, inclusive as ilhas, maiores ou menores, que se mul tiplicam através do delta, está apropria da c demarcada, não mais existindo ter

tajosos do eacan no mercado exterior,

ras dcvolutas. Quem deseja encontra-

capitalistas de Vitória e mesmo do Rio dc Janc-iro adcpiircm, por compra, gran des extensões do terra que, entregues a

onde a mata ciliar se interrompe para ceder lugar aos terrenos pantanosos e

administradores inexperientes, são em

parte plantadas de eacavi Comum ou Fora.-itaro, variedade que ali se revelou das menos produti

las terá que aprofundar-se no interior,

campos, estes últimos mais propícios à criação dc gado.

É unicamente ai,

nesse interior isolado e sem qualquer meio de transporte a

^

não ser o animal,

centro Linhares, a metrópole do cacau,

vas. Como os resul

onde podem ser en

ua extração de madeiras de lei. Linha

tados

lidade contundente. Não apenas tive

res, decadente, de município que era,

contrados alguns pe

compensadores, mas,

passa a condição de simplc.s distrito de

cm muitos casos, to

com títulos precá

Colatina, onde, com a chegada, à sede

talmente

rios de posse, viven

riêste último, dos trillios da estrada dc c^rro, se a.ssinaia um movimento pior>ciro baseado na devastação çla mata, para a extração dc madeiras, c conse

sobreveio o desâni

qüente utilizíição das clareiras para o estabelecimento de culturas, café princip.ilmente. A zona onde posteriormente

de fazendeiros baianos, marcou o início

nos colocou em contacto com uma rea

mos ensejo de confirmar aquela obser vação, porém de conhecer, de perto, outros aspocto.s desalcntadores do binô

mio monocultiira-grande propriedade.

Era desejo nosso conhecer a seção do vale que vai de Colatina, ponto extremo da cultura cacaueira, até a foz.

Entretanto, à vista da escassez do tempo de que dispúnliamos, só nos foi dado visitar o trecho compreendido entre a Ilha Pau Grosso, acima de Linhares cerca de três horas e meia cm canoa a motor, c o ponto situado a trinta qui

lômetros abaixo daquela cidade, preci

samente onde o grande curso dágua se acidenta em uma variedade impressio

veio a ser restabelecido o município de Linhares, mutilado cm parte no seu pri mitivo patrimônio territorial, era o vazio. A introdução do cacau no delta, há

cerca dc cinqüenta anos, constituiu o ponto dc paVtida dc um novo movimen to povoador, modesto nas suas origens,

mas já hoje expressivo, facilitado pelo

nante de ilhas sediinentares revestidas 'Governo capixaba, que, a certa altura, de matas, famosas pela fertilidade de passou a conceder, gratuitamente, a suas terras, ricas em matéria humífera quem solicitasse, colônias dc vinte e

depositada, generosamente, pela vasa das grandes enchentes, Visitar êsse tre cho do rio eqüivale a conJiecer pràticamente toda a zona cacaueira, cujo pro

cinco hectares.

Falta de assistência e

ajuda aos que ali se estabelecerám, inex periência absoluta em matéria de mé todos G cuidados culturais e.xigido.s pela

não

fossem

quenos proprietários,

negativos,

mo.

do à sorte de cul ~ '

A chegada, à zo

na, na segunda década do século atualda cultura cacaueira pròpriamenle ditu no Vale do Rio Doce.

São eles, em

verdade, os pioneiros dêsse movimento de valorização econômica do delta, u

frente dos quais se destaca um grande

turas aleatórias.

Apesar dc introduzido no Rio Doce liá cêrca de meio século, somente nas três- últimas décadas, como vimos, o

cacau adquiriu alguma expressão econô mica, figurando, no momento, com o contingente de doi? por cento no con

junto da produção nacional, da qual so

animador a quem o Professor Pierre

a Bahia detém 96,4%. Pouco importan

Deffontaines chamou de "pai do cacau": Filogônio Peixoto. Léguas e léguas de terra nas- margens do rio, que, àquela

uma vasta zona, a melhor dessa parte do vale, de indiscutível fertilidade, na qual

altura, se concentravam nas mãos do uma ou duas famílias, passam, por com

pra, pafa o domínio de alguns fazen deiros. Nesse novo processo dc redistribuição territorial, a pequena proprieda de, existindo mais formalmente do que

pròpríamente como unidade produtora, e quase totalmente absorvida. Lotes c

te còmo ainda se apresenta, a cultura cacaueira já exerce a sua tirania em tôda

poderiam ser localizadas, para a produ ção de cereais ou explorações mistas,

algumas centenas de famílias, em lotes cuja extensão variaria de acordo com o número dc pessoas oconòmicamente ativas.

Estendendo-se, segundo estimativas lo-


54

DlGEST<l ECONÓNOCO

Diciaro Econômico

cais, através de uma área que repre senta apenas vinte por cento do total da zí)na passiva de exploração, a cul tura cacaiieira, nas condições cm que

bulo "invasor", usado para designar al

atualmente se rcalizii, representa, mercê

dc àquilí) que pretende exprimir. Figu-

cada oiule as !i\ es. ao fim <lo dia, são

recolhidas, ao aLrigo dos animais sel

guém que se acha estabelecido cm terra

que, legalmente, pertence a outrem, tem

um sentido que nem sempre corrcspon-

I

vagens; e o chiqueiro, lastrcado com hastes de madeira, no qual sc imobiliZiivam, em higiene relativa, vários "ca

de um desses paradoxos econômicos, o

rc-se a hipótese, Ijaslante viável, de

pados" cjue SC destinavam à engorda.

maior entrave ao progresso da zona re ferida. Nem SC desenvolve na medida

que uma família camponesa se tenha

O chefe- da easa falecera, pouco antes,

estabelecido, primitivamente, muna faixa de terra inculta a beira tio rio. Median

liavcndo o filho mais velho, jovem de

que seria de desejar nem pennite o aproveitamento de grandes tratos de excelentes terras para outros fins. Êsse

caráter exclu.siv)sta é talvez mais acen tuado do que no sul-baiano, dominado pela monocultura cacaueira. A existên

cia, ali, a despeito da forte concentração territorial que se vem processando nos

derradeiros anos, da pequena proprie dade cacaueira, a.sscgura, paralelamente à atividade principal, a produção de alguns gêneros de consumo. Nas pro ximidades dos centros maiores, como Ilhéus e Itabuna, algumas propriedades

do tipo médio ou mesmo grandes já se dedicam, de par com a cultura ca

caueira, ao culti\'o de verduras c legu mes, à criação de galinhas etc. No baixo Rio Doce, o regime de pro priedade, caracterizado pela concentra

ordem de 283,8 %. A densidade relati

vimos a saber, a exploração fòra embar

va, que era de 1,6 habitantes por qui lômetro quadrado, se elevou para OjO-

consegue montar uma pequena roça, de cujos produtos se alimenta, com a su-

gada, não podendo a família ampliar a

Hou\'e, não há negar, um forte incre

área dc cultivo.

mento populacional no período, devido

plementação da caça e da [H-sea. O excedente, isto é, aquilo que escapa ao

continuava a ser generosa. Plantava-se

mais ao afluxo dc migrantes do que ao

arroz, na pequena baixada, milho, man dioca, cana-de-açúcar, café etc., tudo

crescimento vegetativo da população. Ainda assim, é fraca a ocupação hu mana do território municipal. A priu-

consumo próprio, é levado para Colatma ou Linliares-, em canoa a remo, em \iagcns lentas que consomem, dias in

Nada obstante, a torra

com muito bom aspecto. Toda essa ati vidade, entretanto, estava sujeita, con

trabalho dc uma existência dura, em luta contra a natureza, sc vê, assim, de

soante apuramos, a uma série de con tratempos e de fatores que escapam ao controle dc pessoas destituídas de rneios para prevenir ou enfrentar adversidades. Esperavam-se, por exemplo, as chuvas dc outubro para o plantio de

um momento para outro, ameaçado.

abóboras, a fim dc alternar, com o mi

'gnns, após viagens penosas aos cen

lho, a alimentação dos porcos. As chu

teiros. (Jm belo dia, a família é notifi

ca a de que a terra tem dono, pertence ao Doutor Fulano ou ao Coronel Sicra no, e que se impõe deixá-la. Todo o

a família obrigada a desfazer-se de um

tender-se. Outros, mais alertados, exi gem indenização pelas culturas o ben

curso que durou cerca de duas horas,

feitorias, numa atitude obstinada, per

duas propriedades, uma delas com a

manecendo nas pequenas roças regadas pelo seu suor. Muitos, nessas condições, foram indenizados com ridículas impor

de. A engenhoca de madeira, onde se esmagava a cana para o fabrico de rapadura, quebrara; cm conseqüência, quase toda a produção de cana fora destruída, para o necessário replantio. tj?

outros, ainda, aguardam solução para os seus casos.

Estivemos numa dessas roças por al guns momentos. É comovedor o heroís

pectos, dirigia-se para alguma "aberta" na margem do rio, ocupada com planta

mo desses caboclos que, apesar de tudo,

O vocá

vas tardaram; em conseqüência, viu-se

tâncias, tomando rumo desconhecido;

nótona, dada a uniformidade dos as

mava serem de "invasores".

julho de 1950, a população registrada

uma família "invasora". Há xários anos,

certo número dos animais cm tenra ida

ções de cereais que o nosso guia infor

sente). Quase dez anos após, a 1.° de

direção da roça. Estávamos diante dc

ridades com quem são obrigados a en

quíssimos, o olhar fatigado pela paisa gem que, apesar de bela, se torna mo

recenseadas, nu área com que veio a ser reconstituído, cm 1943, aquele mu nicípio, 7.691 pessoas (população pre

te tremendo esf<)rço de adaptação, ven cendo tt)da sorte cie tlifieuldades (malá ria; o tornicnto dos mosquitos que ao anoitecer invadem o casebre), a famíÜa

o rio, a partir de Linhares, vimos apenas, na sua margem esquerda, por onde de

veitamento. da terra se resumia a uma plantação de sessenta mil cacaueíros. Vez por outra, e os casos foram pou

brada, um município do grande tipu. Em setembro de 1940, quando foi leva do a efeito o censo demográfico, foram

elevou-se para 29.520, verificando-se, dcssartc, uma diferença absoluta da

tros citadincs, capitulam ante as auto

área de seis mil hectares. Todo o apro

55

eonfonne a sua informação, assumido a

cêrca do \ inte ano.s, nascido ali mesmo,

ção latifundiária, é asfixiante. Subindo

preferência navegamos, após um per

fçprar

Com a área de 4.534 quilômetros

quadrados, Linhares constitui, depois dc Colatina e São Mateus, o terceiro mu

nicípio espírito-santense em importância

produzem. Ao lado da casa dc madeira

territorial.

Ê, por conseguinte, numa

(sala o cozinha), o paiol de milho. Nos fundos, o galinheiro, uma sólida esta-

torial se mostra razoàvelmente equili

unidade federada onde a divisão terri

cipal causa da rarefação demográfica em

Linhares está precisamente no regime de

propriedade, que impede a fixação do homem, devendo-se ter em consideração que grande parle desse contingente po

pulacional se concentra ua sede do mu nicípio e nas fazendas cacaueiras, onde

forma a massa assalariada.

A Linhares, nesta sua nova fase, es taria reservada a função de entreposto

comercial da zona cacaueira, através do

qual se escoa, para Vitória, pela rodo\'ia que a liga àquela Capital, o grosso da produção. Existe, ali, um ativo co mércio fornecedor de mercadorias para as fazendas disseminadas nas margens

do rio. Como outros tantos núcleos de zonas dominadas por monoculturas, Li nhares importa quase tudo.

Suprem,

em pequena escala, as exigências alimentares de sua população os sítios locali zados ao norte da cidade, onde são en

contrados remanescentes de antigas co•lônias estrangeiras, sobretudo italianos. Fato estarrecedor: em Linhares não há


54

DlGEST<l ECONÓNOCO

Diciaro Econômico

cais, através de uma área que repre senta apenas vinte por cento do total da zí)na passiva de exploração, a cul tura cacaiieira, nas condições cm que

bulo "invasor", usado para designar al

atualmente se rcalizii, representa, mercê

dc àquilí) que pretende exprimir. Figu-

cada oiule as !i\ es. ao fim <lo dia, são

recolhidas, ao aLrigo dos animais sel

guém que se acha estabelecido cm terra

que, legalmente, pertence a outrem, tem

um sentido que nem sempre corrcspon-

I

vagens; e o chiqueiro, lastrcado com hastes de madeira, no qual sc imobiliZiivam, em higiene relativa, vários "ca

de um desses paradoxos econômicos, o

rc-se a hipótese, Ijaslante viável, de

pados" cjue SC destinavam à engorda.

maior entrave ao progresso da zona re ferida. Nem SC desenvolve na medida

que uma família camponesa se tenha

O chefe- da easa falecera, pouco antes,

estabelecido, primitivamente, muna faixa de terra inculta a beira tio rio. Median

liavcndo o filho mais velho, jovem de

que seria de desejar nem pennite o aproveitamento de grandes tratos de excelentes terras para outros fins. Êsse

caráter exclu.siv)sta é talvez mais acen tuado do que no sul-baiano, dominado pela monocultura cacaueira. A existên

cia, ali, a despeito da forte concentração territorial que se vem processando nos

derradeiros anos, da pequena proprie dade cacaueira, a.sscgura, paralelamente à atividade principal, a produção de alguns gêneros de consumo. Nas pro ximidades dos centros maiores, como Ilhéus e Itabuna, algumas propriedades

do tipo médio ou mesmo grandes já se dedicam, de par com a cultura ca

caueira, ao culti\'o de verduras c legu mes, à criação de galinhas etc. No baixo Rio Doce, o regime de pro priedade, caracterizado pela concentra

ordem de 283,8 %. A densidade relati

vimos a saber, a exploração fòra embar

va, que era de 1,6 habitantes por qui lômetro quadrado, se elevou para OjO-

consegue montar uma pequena roça, de cujos produtos se alimenta, com a su-

gada, não podendo a família ampliar a

Hou\'e, não há negar, um forte incre

área dc cultivo.

mento populacional no período, devido

plementação da caça e da [H-sea. O excedente, isto é, aquilo que escapa ao

continuava a ser generosa. Plantava-se

mais ao afluxo dc migrantes do que ao

arroz, na pequena baixada, milho, man dioca, cana-de-açúcar, café etc., tudo

crescimento vegetativo da população. Ainda assim, é fraca a ocupação hu mana do território municipal. A priu-

consumo próprio, é levado para Colatma ou Linliares-, em canoa a remo, em \iagcns lentas que consomem, dias in

Nada obstante, a torra

com muito bom aspecto. Toda essa ati vidade, entretanto, estava sujeita, con

trabalho dc uma existência dura, em luta contra a natureza, sc vê, assim, de

soante apuramos, a uma série de con tratempos e de fatores que escapam ao controle dc pessoas destituídas de rneios para prevenir ou enfrentar adversidades. Esperavam-se, por exemplo, as chuvas dc outubro para o plantio de

um momento para outro, ameaçado.

abóboras, a fim dc alternar, com o mi

'gnns, após viagens penosas aos cen

lho, a alimentação dos porcos. As chu

teiros. (Jm belo dia, a família é notifi

ca a de que a terra tem dono, pertence ao Doutor Fulano ou ao Coronel Sicra no, e que se impõe deixá-la. Todo o

a família obrigada a desfazer-se de um

tender-se. Outros, mais alertados, exi gem indenização pelas culturas o ben

curso que durou cerca de duas horas,

feitorias, numa atitude obstinada, per

duas propriedades, uma delas com a

manecendo nas pequenas roças regadas pelo seu suor. Muitos, nessas condições, foram indenizados com ridículas impor

de. A engenhoca de madeira, onde se esmagava a cana para o fabrico de rapadura, quebrara; cm conseqüência, quase toda a produção de cana fora destruída, para o necessário replantio. tj?

outros, ainda, aguardam solução para os seus casos.

Estivemos numa dessas roças por al guns momentos. É comovedor o heroís

pectos, dirigia-se para alguma "aberta" na margem do rio, ocupada com planta

mo desses caboclos que, apesar de tudo,

O vocá

vas tardaram; em conseqüência, viu-se

tâncias, tomando rumo desconhecido;

nótona, dada a uniformidade dos as

mava serem de "invasores".

julho de 1950, a população registrada

uma família "invasora". Há xários anos,

certo número dos animais cm tenra ida

ções de cereais que o nosso guia infor

sente). Quase dez anos após, a 1.° de

direção da roça. Estávamos diante dc

ridades com quem são obrigados a en

quíssimos, o olhar fatigado pela paisa gem que, apesar de bela, se torna mo

recenseadas, nu área com que veio a ser reconstituído, cm 1943, aquele mu nicípio, 7.691 pessoas (população pre

te tremendo esf<)rço de adaptação, ven cendo tt)da sorte cie tlifieuldades (malá ria; o tornicnto dos mosquitos que ao anoitecer invadem o casebre), a famíÜa

o rio, a partir de Linhares, vimos apenas, na sua margem esquerda, por onde de

veitamento. da terra se resumia a uma plantação de sessenta mil cacaueíros. Vez por outra, e os casos foram pou

brada, um município do grande tipu. Em setembro de 1940, quando foi leva do a efeito o censo demográfico, foram

elevou-se para 29.520, verificando-se, dcssartc, uma diferença absoluta da

tros citadincs, capitulam ante as auto

área de seis mil hectares. Todo o apro

55

eonfonne a sua informação, assumido a

cêrca do \ inte ano.s, nascido ali mesmo,

ção latifundiária, é asfixiante. Subindo

preferência navegamos, após um per

fçprar

Com a área de 4.534 quilômetros

quadrados, Linhares constitui, depois dc Colatina e São Mateus, o terceiro mu

nicípio espírito-santense em importância

produzem. Ao lado da casa dc madeira

territorial.

Ê, por conseguinte, numa

(sala o cozinha), o paiol de milho. Nos fundos, o galinheiro, uma sólida esta-

torial se mostra razoàvelmente equili

unidade federada onde a divisão terri

cipal causa da rarefação demográfica em

Linhares está precisamente no regime de

propriedade, que impede a fixação do homem, devendo-se ter em consideração que grande parle desse contingente po

pulacional se concentra ua sede do mu nicípio e nas fazendas cacaueiras, onde

forma a massa assalariada.

A Linhares, nesta sua nova fase, es taria reservada a função de entreposto

comercial da zona cacaueira, através do

qual se escoa, para Vitória, pela rodo\'ia que a liga àquela Capital, o grosso da produção. Existe, ali, um ativo co mércio fornecedor de mercadorias para as fazendas disseminadas nas margens

do rio. Como outros tantos núcleos de zonas dominadas por monoculturas, Li nhares importa quase tudo.

Suprem,

em pequena escala, as exigências alimentares de sua população os sítios locali zados ao norte da cidade, onde são en

contrados remanescentes de antigas co•lônias estrangeiras, sobretudo italianos. Fato estarrecedor: em Linhares não há


P'

58

■*"

Digesto

Econômico

feira pública, ínstitui^-ão profundamente vinculada à vida das pí)pula(,'ões do in

dade, na zona cacaueira do bai.xo Rio

terior c inesnu) das Capitais. Exaininando-sc detidamente a anomalia, outra

ções sanitárias pouc(j favoráveis, o maior

causa não ocorre .senão a ausência ou in-

ua. O proprio saneamento da zona, onde

significuncia, no município, da peque na propriedade ou, .se se quiser, de pe quenas unidades de produção.

De tudíj «, que alrá.s fica e.xposto,

fruto de obser\açõcs pessoais, res.salta a

conclusão ch» que o regime de proprie

Doce, constitui, de par com as condi

O PROBLEMA DOS SOLOS ÁCIDOS

obstáculo à expun.são cia alisidadc hiunaos trabalhos de dcdctização, levados H efeito parcialmente, eni 19-1-3, não ti\erain prossiígiiijucnto, ê problema li

gado a colonização com base na peque na

propriedade

desidamente

pelos podcres públicos.

assistida

jo.sÉ Setzi-:» l 11

^^[.Mos, nos artigos anteriores, quão grande é a necessidade do uso de

ealeáreo para a neutralização da acidez

tante fino o pó do (pial 90 % passam pela peneira n." 40, que tem abertura de

1950 é \ iTcladeirainente irrisória, pois

malha de 2/5 de milímetro (40 orifícios

a necessidade é eèrca de mil vezes maior. C) consumo nos listados Unidos ultra

passou, uo ano passado, 27 milhões de

por polegada linear). Aqui necessita mos de ação neutralízanlc mais rápida, dc modo que 90 % do pó devem passar

toneladas sc) na agricidlura, ao passo que

pela peneira n." 100, cujos orífício.s são

aipii não atingiu 30 mil toneladas.

de 1/7 dc mm.

nossos

solos

necessitam

E

de maiores

t[Uantidade.s de ealeáreo, ao mesmo tem

po (pie a porcentagem de solos ácidos

é muito maior aqui do que lá. Uns 90 % da produção agrícola brasileira saem de .solos ácidos, ao passo que nos Estados Unidos a maior parte da pro

Com o aumento do teor de magnésio,

o poder neutralizante do ealeáreo au menta, mas a rapidez da ação diminui. Não devemos, porém, usar ealeáreo de alto teor de magnésio, pois, enquanto

dução c* colhida em solos não necessi

o poder neutralizante sobe pouco, a len tidão da ação forna-se demasiada. Quan do u quarta parte dq ealeáreo é magne-

tados de corrcti\'os contra a acidez.

siana (75% de carbonato de eálcio -|-

É por isso fácil prognosticar grande aumento da produção agrícola por uni dade dc área cultivada no Brasil, quan do afinal o ealeáreo for largamente apli cado. É também inegável que a pro dutividade agrícola atualmente muito baixa do solo brasileiro é em grande

25 % dc carbonato de magnésio), o prazo

parte devida à falta do uso de corre tivos contra a acidez das terras.

Torna-.se útil, assim, entrar em alguns

para a sua dissolução no solo pode dobrar, mas 960 kg do material possuem

a capacidade neutralizante de 1 tone lada de ealeáreo inteiramente cálcico.

Na agricultura costuma-se chamar "mag-

ncsiano" o ealeáreo que possui mais que 12)3% de carbonato de magnésio, cor respondendo a 5% de MgO (óxido de magnésio); quando aquôlc teor sobe a 37 %, isto é, 15 % de MgO, então a

detalhes quanto aos tipos de corretivos da acidez e as quantidades necessárias

denominação muda para "ealeáreo dolo-

para os vários tipos de solos cultivados.

mitico", ou, simplesmente, "dolomita".

A qualidade do pó ealeáreo como cor retivo da acidez do solo pode variar de acôrdo com o seu grau de finura, colo ração e teores de magnésio e de im purezas.

íYihf'íi' frWtAíit' ti-Míi^

Nos Estado.s Unidos, considera-se bas

roalnu iUe foi empregada na lavonra ciu

do solo lio Brasil. . A (piantidude que

os

•ti'-

Quanto mais fino é o pó, mais nípida a neutralização da acidez do solo.

^

O teor de impurezas deve ser o mais

baixo possível, devendo-se rejeitar o ma terial que se aproximar de 10% de re

síduo insoluvel (em ácidos minerais). Sendo rocha calcárea não submetida a


P'

58

■*"

Digesto

Econômico

feira pública, ínstitui^-ão profundamente vinculada à vida das pí)pula(,'ões do in

dade, na zona cacaueira do bai.xo Rio

terior c inesnu) das Capitais. Exaininando-sc detidamente a anomalia, outra

ções sanitárias pouc(j favoráveis, o maior

causa não ocorre .senão a ausência ou in-

ua. O proprio saneamento da zona, onde

significuncia, no município, da peque na propriedade ou, .se se quiser, de pe quenas unidades de produção.

De tudíj «, que alrá.s fica e.xposto,

fruto de obser\açõcs pessoais, res.salta a

conclusão ch» que o regime de proprie

Doce, constitui, de par com as condi

O PROBLEMA DOS SOLOS ÁCIDOS

obstáculo à expun.são cia alisidadc hiunaos trabalhos de dcdctização, levados H efeito parcialmente, eni 19-1-3, não ti\erain prossiígiiijucnto, ê problema li

gado a colonização com base na peque na

propriedade

desidamente

pelos podcres públicos.

assistida

jo.sÉ Setzi-:» l 11

^^[.Mos, nos artigos anteriores, quão grande é a necessidade do uso de

ealeáreo para a neutralização da acidez

tante fino o pó do (pial 90 % passam pela peneira n." 40, que tem abertura de

1950 é \ iTcladeirainente irrisória, pois

malha de 2/5 de milímetro (40 orifícios

a necessidade é eèrca de mil vezes maior. C) consumo nos listados Unidos ultra

passou, uo ano passado, 27 milhões de

por polegada linear). Aqui necessita mos de ação neutralízanlc mais rápida, dc modo que 90 % do pó devem passar

toneladas sc) na agricidlura, ao passo que

pela peneira n." 100, cujos orífício.s são

aipii não atingiu 30 mil toneladas.

de 1/7 dc mm.

nossos

solos

necessitam

E

de maiores

t[Uantidade.s de ealeáreo, ao mesmo tem

po (pie a porcentagem de solos ácidos

é muito maior aqui do que lá. Uns 90 % da produção agrícola brasileira saem de .solos ácidos, ao passo que nos Estados Unidos a maior parte da pro

Com o aumento do teor de magnésio,

o poder neutralizante do ealeáreo au menta, mas a rapidez da ação diminui. Não devemos, porém, usar ealeáreo de alto teor de magnésio, pois, enquanto

dução c* colhida em solos não necessi

o poder neutralizante sobe pouco, a len tidão da ação forna-se demasiada. Quan do u quarta parte dq ealeáreo é magne-

tados de corrcti\'os contra a acidez.

siana (75% de carbonato de eálcio -|-

É por isso fácil prognosticar grande aumento da produção agrícola por uni dade dc área cultivada no Brasil, quan do afinal o ealeáreo for largamente apli cado. É também inegável que a pro dutividade agrícola atualmente muito baixa do solo brasileiro é em grande

25 % dc carbonato de magnésio), o prazo

parte devida à falta do uso de corre tivos contra a acidez das terras.

Torna-.se útil, assim, entrar em alguns

para a sua dissolução no solo pode dobrar, mas 960 kg do material possuem

a capacidade neutralizante de 1 tone lada de ealeáreo inteiramente cálcico.

Na agricultura costuma-se chamar "mag-

ncsiano" o ealeáreo que possui mais que 12)3% de carbonato de magnésio, cor respondendo a 5% de MgO (óxido de magnésio); quando aquôlc teor sobe a 37 %, isto é, 15 % de MgO, então a

detalhes quanto aos tipos de corretivos da acidez e as quantidades necessárias

denominação muda para "ealeáreo dolo-

para os vários tipos de solos cultivados.

mitico", ou, simplesmente, "dolomita".

A qualidade do pó ealeáreo como cor retivo da acidez do solo pode variar de acôrdo com o seu grau de finura, colo ração e teores de magnésio e de im purezas.

íYihf'íi' frWtAíit' ti-Míi^

Nos Estado.s Unidos, considera-se bas

roalnu iUe foi empregada na lavonra ciu

do solo lio Brasil. . A (piantidude que

os

•ti'-

Quanto mais fino é o pó, mais nípida a neutralização da acidez do solo.

^

O teor de impurezas deve ser o mais

baixo possível, devendo-se rejeitar o ma terial que se aproximar de 10% de re

síduo insoluvel (em ácidos minerais). Sendo rocha calcárea não submetida a


DICESTO

58

ECONÓAflCO

t[iialíiucr Iralainento além tl<; inoagcin,

caro.

o material potle conter pós inertes pro

aplica enormes (pianlidadcs (até 15 t

venientes cie pulverização de veios de

pi>r hectare, e nunca menos (jiic 5 l),

Por

isso

o

la\ rador ainericano

quartzo, micas, argilas, sílex ele., con

mas faz isso de- 4 em 4 anos. c mesmo

tidos na rocha.

uma vez cada 6 anos.

Existem em São Paulo calcáreos pretos

não é recfjite: lodíjs já \èni usando

rpie produzíun pó cinzento escuro, mas

calcáreo liá 10 ou 25 anos.

liic dá, aí» laNTiidor aincricano. se a

sua nlliiiia colheita foi bt)a graças ao

de matéria orgânica, comum nos nossos

ealeáreo aplicado no ano anterior, ou

gani.smos conseguem utilizar a matéria

carbonosa como fonte de energia graças

5!)

das \antagen.s do calcáreo. po.ssucm cs-

situados cm mangues ou sítios abrigados

tnitiira csponjosa que torna desnecessá

das praias, quase isentos de areia. Ou tra des\'antagem o a destruição desses

cxtenia, mas também interna. Possuem

Pouco se

vém de matéria carbonosa. Com a fome

Econômico

ria mnagcin até grande finiira, pois os gràniilos cio c(írreti\-o são permeá\'eis c funcionatn não só pela sua superfície

E essa prática

de ótima qualidade. A eór escura pro solos maltratados, parece cpic os microor-

Dioiístü

5 ou 10 anos atrás..

Os ealeáreos magnesianos, c mesmo

doloinílieos, são ali mais usados por

depósitos dc valor arqueológico, qee poderia ser mais tarde lamentada amar

gamente, Se o desmonte e a retirada

certo teor cio fósforo cpic muitas vezes

total de cada depósito fosse feita em

alcança 3 e mesmo 4 %. Assim, aplica ção de 1 t cie sambaqui por hectare possui o i-feito de 200 kg do superfosfato (35 kg cie p^Os ), que representa aduhaçao foslórica suficiente para quase

presença de arqueólogo competente, tal rápido da indústria.

vez a ciência pudesse receber subsidio Os resíduos de caieira são outro cor

retivo eficiente, quando guardados ao

às altas temperaturas c muita umidade na estação chuvosa. Desde que os cal

serem mais cneontradiços, por terem

todas as enlturas comuns.

A estrutura

abrigo e peneirados antes do ensaca-

cáreos negros raramente apresentam veios de quartzo, resulta pó inteiramente

poder neutralizante mais alto,' por não servirem para a fabricação de cimento,

csponjosa torna o fósforo dos sambaquis, no mínimo, tão assimilável quanto o da farinha de ossos, a qual, entre nós, não

mcnto, a fim de separar os pedaços de carvão e de calcáreo não queimado. Ê

aproveitável, ainda que seu teor total de carbonates mal alcance 95 %.

Mas isto não quer dizer que todos os calcáreos pretos sejam bons; existem alguns, mesmo, altamente magnesianos. Há calcáreos brancos, metamórficos com

veios de quartzo e sedimontares com lei

tos de sílex. A separação prévia desta

sílica duríssima é difícil, tanto é que já houve casos em São Paulo de venda de pó caicareo com 25 % de areia fina

mente moída. Isso prejudica também ao próprio produtor, pois lhe estraga o moinho. O calcáreo é das rochas mais

moles da natureza, de modo que sua moagem é rápida e grande é a durabili dade das instalações.

É interessante a discussão dos motivos

que nos fazem preferir calcáreos fina

mente moídos c de baixo teor de magnésio, enquanto nos Estados Unidos se usam calcáreos magnesianos o muito me

nos finarnente pulverizados. Nos Estados Unidos o calcáreo moldo

<' também por (juc há nos Estados Uni

é inferior ao superfosfato pela rapidez da ação, como já ficou provado em inú

dos casos de clc-fíciència de magnesio nos .solí)s.

meras experiências.

Aqui no brasil não se constatou ain

da eSsa deficiência, que deve ser rara; o calcáreo cm pó aqui é caro e os la

O teor de matéria orgimica dos sam

baquis é geralmente de 7 a 9% e sua

um pó desuniforme, constituído dc cal virgem, cinzas de lenJia, cal hidratada, pó de carwâo e alguma argila com outras

impurezas que se desprendem do cal cáreo durante a sua queima. O teor de potássio varia muito com a natureza da lenha usada. A de eucaliptos dá muito pouco potássio. Lenha de cerrado pode dar muito mais, atingindo 2%, de modo

vradores geralmente se acham cm oondiçoes financeiras difíceis, necessitando

ação é rapidíssima, pois se trata de

de reação rápida do calcáreo e dos adubos, para que possam reaver pronta

scíbrc os niicroorganisníos do solo so

que 1 t de resíduo de caieira chega a

correndo s()niente os mais úteis. O teor

eqüivaler à adubaçâo com 40 kg de sul fato de potássio. Mesmo esta quantidade

bumato dc cálcio que age seletivamente

mente o dinheiro empatado na terra.

de magnésio é Ijuixíssimo, de modo que

Com os juros altos, que nos meios ru rais podem facilmente atingir a 2% ao

més, qualquer antecipação dos lucros é altamente auspiciosa. Mas é de se esperar que, quando o uso do calcáreo for devidamente difun

dido entre nós, aplicando-se ésse cor retivo constantemente c em doses ele-

a ação ncutraUzari-

de., adubo potássico

te é ainda mais rá

é muitas vezes insu

pida que a de qual

ficiente para promo

quer calcáreo. Basta

ver aumento nisívc!

exprcmer suco dc li

de colheita.

mão ou pingar umas gotas de vinagre de

poder neutralizante da acidez é maior

mesa sobre o matc-

que o do calcáreo,

Mas o

\'adas, também poderemos passar aoS

lial para obter efer

poucos

graças à presença da

vescência mais abun

dante que a obtida

cal, que é, além dis so, mais rápida no

com calcáreos cálci-

efeito.

aos

calcáreos

magnesianos e

mesmo não exigir que sejam pós impalpáveis, permitindo assim aos moinhos produzirem maior quantidade do produ

(

to por unidade de tempo. •

eos inipalpávcis.

Como desvantagem dos sambaquis tri

O material exige,

porém, armazenamento ao abrigo de

para corretivo da acidez do solo é 10

Outro corretivo muito eficiente contra

turados deve-se lembrar o teor de areia

vezes mais barato (um dólar e meio a

a acidez do solo resulta da trituração

tonelada), ao passo que o trabalho de sua aplicação no campo é muito mais

de sambaquis, que são grandes depó

fina de praia, qrie pode subir a 10 e

chuva, o que nem sempre é executado pelos fornecedores, perdendo-se neste

mesmo 15 %, e cuja separação é muito difícil. Existem, entretanto, concheiros

caso todo o potássio e parte da cal, enquanto o restante fica empelotado e

sitos de conchas de beira-mar.

Alem

k


DICESTO

58

ECONÓAflCO

t[iialíiucr Iralainento além tl<; inoagcin,

caro.

o material potle conter pós inertes pro

aplica enormes (pianlidadcs (até 15 t

venientes cie pulverização de veios de

pi>r hectare, e nunca menos (jiic 5 l),

Por

isso

o

la\ rador ainericano

quartzo, micas, argilas, sílex ele., con

mas faz isso de- 4 em 4 anos. c mesmo

tidos na rocha.

uma vez cada 6 anos.

Existem em São Paulo calcáreos pretos

não é recfjite: lodíjs já \èni usando

rpie produzíun pó cinzento escuro, mas

calcáreo liá 10 ou 25 anos.

liic dá, aí» laNTiidor aincricano. se a

sua nlliiiia colheita foi bt)a graças ao

de matéria orgânica, comum nos nossos

ealeáreo aplicado no ano anterior, ou

gani.smos conseguem utilizar a matéria

carbonosa como fonte de energia graças

5!)

das \antagen.s do calcáreo. po.ssucm cs-

situados cm mangues ou sítios abrigados

tnitiira csponjosa que torna desnecessá

das praias, quase isentos de areia. Ou tra des\'antagem o a destruição desses

cxtenia, mas também interna. Possuem

Pouco se

vém de matéria carbonosa. Com a fome

Econômico

ria mnagcin até grande finiira, pois os gràniilos cio c(írreti\-o são permeá\'eis c funcionatn não só pela sua superfície

E essa prática

de ótima qualidade. A eór escura pro solos maltratados, parece cpic os microor-

Dioiístü

5 ou 10 anos atrás..

Os ealeáreos magnesianos, c mesmo

doloinílieos, são ali mais usados por

depósitos dc valor arqueológico, qee poderia ser mais tarde lamentada amar

gamente, Se o desmonte e a retirada

certo teor cio fósforo cpic muitas vezes

total de cada depósito fosse feita em

alcança 3 e mesmo 4 %. Assim, aplica ção de 1 t cie sambaqui por hectare possui o i-feito de 200 kg do superfosfato (35 kg cie p^Os ), que representa aduhaçao foslórica suficiente para quase

presença de arqueólogo competente, tal rápido da indústria.

vez a ciência pudesse receber subsidio Os resíduos de caieira são outro cor

retivo eficiente, quando guardados ao

às altas temperaturas c muita umidade na estação chuvosa. Desde que os cal

serem mais cneontradiços, por terem

todas as enlturas comuns.

A estrutura

abrigo e peneirados antes do ensaca-

cáreos negros raramente apresentam veios de quartzo, resulta pó inteiramente

poder neutralizante mais alto,' por não servirem para a fabricação de cimento,

csponjosa torna o fósforo dos sambaquis, no mínimo, tão assimilável quanto o da farinha de ossos, a qual, entre nós, não

mcnto, a fim de separar os pedaços de carvão e de calcáreo não queimado. Ê

aproveitável, ainda que seu teor total de carbonates mal alcance 95 %.

Mas isto não quer dizer que todos os calcáreos pretos sejam bons; existem alguns, mesmo, altamente magnesianos. Há calcáreos brancos, metamórficos com

veios de quartzo e sedimontares com lei

tos de sílex. A separação prévia desta

sílica duríssima é difícil, tanto é que já houve casos em São Paulo de venda de pó caicareo com 25 % de areia fina

mente moída. Isso prejudica também ao próprio produtor, pois lhe estraga o moinho. O calcáreo é das rochas mais

moles da natureza, de modo que sua moagem é rápida e grande é a durabili dade das instalações.

É interessante a discussão dos motivos

que nos fazem preferir calcáreos fina

mente moídos c de baixo teor de magnésio, enquanto nos Estados Unidos se usam calcáreos magnesianos o muito me

nos finarnente pulverizados. Nos Estados Unidos o calcáreo moldo

<' também por (juc há nos Estados Uni

é inferior ao superfosfato pela rapidez da ação, como já ficou provado em inú

dos casos de clc-fíciència de magnesio nos .solí)s.

meras experiências.

Aqui no brasil não se constatou ain

da eSsa deficiência, que deve ser rara; o calcáreo cm pó aqui é caro e os la

O teor de matéria orgimica dos sam

baquis é geralmente de 7 a 9% e sua

um pó desuniforme, constituído dc cal virgem, cinzas de lenJia, cal hidratada, pó de carwâo e alguma argila com outras

impurezas que se desprendem do cal cáreo durante a sua queima. O teor de potássio varia muito com a natureza da lenha usada. A de eucaliptos dá muito pouco potássio. Lenha de cerrado pode dar muito mais, atingindo 2%, de modo

vradores geralmente se acham cm oondiçoes financeiras difíceis, necessitando

ação é rapidíssima, pois se trata de

de reação rápida do calcáreo e dos adubos, para que possam reaver pronta

scíbrc os niicroorganisníos do solo so

que 1 t de resíduo de caieira chega a

correndo s()niente os mais úteis. O teor

eqüivaler à adubaçâo com 40 kg de sul fato de potássio. Mesmo esta quantidade

bumato dc cálcio que age seletivamente

mente o dinheiro empatado na terra.

de magnésio é Ijuixíssimo, de modo que

Com os juros altos, que nos meios ru rais podem facilmente atingir a 2% ao

més, qualquer antecipação dos lucros é altamente auspiciosa. Mas é de se esperar que, quando o uso do calcáreo for devidamente difun

dido entre nós, aplicando-se ésse cor retivo constantemente c em doses ele-

a ação ncutraUzari-

de., adubo potássico

te é ainda mais rá

é muitas vezes insu

pida que a de qual

ficiente para promo

quer calcáreo. Basta

ver aumento nisívc!

exprcmer suco dc li

de colheita.

mão ou pingar umas gotas de vinagre de

poder neutralizante da acidez é maior

mesa sobre o matc-

que o do calcáreo,

Mas o

\'adas, também poderemos passar aoS

lial para obter efer

poucos

graças à presença da

vescência mais abun

dante que a obtida

cal, que é, além dis so, mais rápida no

com calcáreos cálci-

efeito.

aos

calcáreos

magnesianos e

mesmo não exigir que sejam pós impalpáveis, permitindo assim aos moinhos produzirem maior quantidade do produ

(

to por unidade de tempo. •

eos inipalpávcis.

Como desvantagem dos sambaquis tri

O material exige,

porém, armazenamento ao abrigo de

para corretivo da acidez do solo é 10

Outro corretivo muito eficiente contra

turados deve-se lembrar o teor de areia

vezes mais barato (um dólar e meio a

a acidez do solo resulta da trituração

tonelada), ao passo que o trabalho de sua aplicação no campo é muito mais

de sambaquis, que são grandes depó

fina de praia, qrie pode subir a 10 e

chuva, o que nem sempre é executado pelos fornecedores, perdendo-se neste

mesmo 15 %, e cuja separação é muito difícil. Existem, entretanto, concheiros

caso todo o potássio e parte da cal, enquanto o restante fica empelotado e

sitos de conchas de beira-mar.

Alem

k


Hlf Digesto Econômico

60

não pode ser espalhado uniformemenle na lavoura.

Mesmo neste caso, mas

principalmente quando o teor de cal virgem é alto, o resíduo de caieira ma goa as raízes das plantas quando em

nos terrenos (jue não podem ser arados, tais como cana\ial i-ni socim-ira. ca-

pinzal, alfafal, casos, enfim, (jue c.xigcni calag<*m "em cobc-rlura". Pre\endo boas

cluivas, depois do corte curto da forra-

61

DlCESTCl Et^ONÔMlCC)

fica resíduo sódico depois da absorção do azóto nítrico pela.s raízes.

tínuo emprego de tais adubos no mes

Dés^e modo, para cpie tenhamos ação

vel alguma diminuição da acidez (ele-

neutralizantc dos adubos fisiològicamon-

vação do pH dc 0,2). O mesmo se observa com os adubos fisiològicamenle

te

alcalinos,

deveríamos

usá-los

cm

mo terreno para que se tome perceptí

contato direto com elas, coisa qiic nunca

gcm a alfange, espalba-se a i-al c pas

acontece com o calcáreo moído ou com

quantidades duas ou mais vézcs maio

ácidos, como os sais potássicos, o sulfa

sa-se a grade le\'eincnte, só para escarificar o solo. Desta maneira, num liocta-

res (|uc as de calcáreo, o a ação ainda seria mais lenta, dependendo da absor

to de amônio e o superfosfato. Pratica mente não acidificam terreno algum.

re, meia toiu-Lida clc cal pode sc-r levada para dentro do solo por dunas .soman

ção do adubo pelas plantas. Ora, como tais adubos são usados cm quantidades

do -IO mm, se o terreno fór plano ou

8 a 10 vezes menores que as dos corre

Somente os c-orretivos da acidez atrás mencionados são capazes de elevar sen sivelmente o pH do_ solo de um ano

sambaquí triturado. O carvão que traz o material mal peneirado é inútil e só deprecia o produto. A cal virgem c a cal hidratada (e.\tinta ou apagada) são corretivos mais rá

pidos e mais concentrados que o cal.cáreo e os sambaquis, mas magoam as raízes e não se espalham bem.

Pelo

poder ncutralizante, 550 kg de cal vir gem eqüivalem a 750 kg de cal extinta o a 1.000 kg de calcáreo cálcico.

Os

preços, entretanto, sobem mais que o

poder ncutralizante, de modo que para

não se formarem enxurradas.

No caso

de irrigação por aspcrsão, e mesmo por canais c saletas, ótima culagem em co

bertura pode ser rcalíziida juntando leite de cal na água. Os serviços dc propaganda dc \'ários adubos anunciam entre nós o poder neu

corrigir a acidcz de um hectare de terra

o calcáreo é mais barato que os outros dois corretivos. Não sendo insolúvcis,

CaO (oxido de cálcio) sugerindo que

quantidades desses conetivos de que ne

necessários no mínimo 10 anos dc con

cessitam os vários tipos de nossos solos.

No artigo seguinte trataremos das

certos fosforitos contem 40 ou 45 % clc

como é o calcáreo, podem ser enfraque

se trata, portanto, de altas doses de

cidos na terra nos períodos de chuvas

neulraüzanle.

o poder c muito e a for impedir

para outro.

tralizantc dos mesmos contra a acidez

do .solo. Propagam, por exemplo, que

quase diárias. É verdade que de retenção do cálcio pelo solo grande, mas o excesso de água mação de enxurradas podem

tivos contra a acidcz, resulta o fato já constatado iuvuucras \'ezes pela experi mentação agronômica, isto é, que são

Na realidade, trata-se dc adubos fos-

fóricos, cujo cálcio já vem neutraiizciclo pelo fósforo, não contendo óxido de

cálcio ou carbonato livi'cs.

Não pos

localmente a absorção pela evacuação do

suem, portanto, ação de corretivos contra

cálcio dissolvido.

Mas o maior defeito da cal parece

a acidcz, pela mesma razão ipcla qual, por exemplo, o sal comum, cloreto do

* ser a sua capacidade de cimentação com

sódio, não ó um álcali e não contém

os agregados do solo. Pedaços de cal

soda, apesar do seu teor dc sódio figu

envolvem-sc com terra e pennanecem

rar nas análises em termos de Na 2 O

assim até anos. Quando quebramos tais torrões duros, vemos que são bran

(óxido de sódio).

n

Tais adubos podem ser ditos "físiolòcos por dentro: é a cal que não teve. gicumcntc alcalinos", isto é, capazes de oportunidade de desempenhar bem a sua deixar no solo resíduos alcalinos depois ação neutralizantc contra a acidez. O que as plantas consumirem a parte que mais age como adubo.

Assim, temos

calcáreo e o.s sambaquis não possuem esse defeito c só desaparecem no solo

o resíduo cálcico da farinha do ossos e

- depois de neutralizar a parcela de acidez quimícamente equivalente.

dos fosforitos depois da absorção do fósforo pelas plantas. No caso do saliIrc do Clúlc, que é nitrato do .sódio,

O uso da cal é, porém, obrigatório

sàfe:#!.-


Hlf Digesto Econômico

60

não pode ser espalhado uniformemenle na lavoura.

Mesmo neste caso, mas

principalmente quando o teor de cal virgem é alto, o resíduo de caieira ma goa as raízes das plantas quando em

nos terrenos (jue não podem ser arados, tais como cana\ial i-ni socim-ira. ca-

pinzal, alfafal, casos, enfim, (jue c.xigcni calag<*m "em cobc-rlura". Pre\endo boas

cluivas, depois do corte curto da forra-

61

DlCESTCl Et^ONÔMlCC)

fica resíduo sódico depois da absorção do azóto nítrico pela.s raízes.

tínuo emprego de tais adubos no mes

Dés^e modo, para cpie tenhamos ação

vel alguma diminuição da acidez (ele-

neutralizantc dos adubos fisiològicamon-

vação do pH dc 0,2). O mesmo se observa com os adubos fisiològicamenle

te

alcalinos,

deveríamos

usá-los

cm

mo terreno para que se tome perceptí

contato direto com elas, coisa qiic nunca

gcm a alfange, espalba-se a i-al c pas

acontece com o calcáreo moído ou com

quantidades duas ou mais vézcs maio

ácidos, como os sais potássicos, o sulfa

sa-se a grade le\'eincnte, só para escarificar o solo. Desta maneira, num liocta-

res (|uc as de calcáreo, o a ação ainda seria mais lenta, dependendo da absor

to de amônio e o superfosfato. Pratica mente não acidificam terreno algum.

re, meia toiu-Lida clc cal pode sc-r levada para dentro do solo por dunas .soman

ção do adubo pelas plantas. Ora, como tais adubos são usados cm quantidades

do -IO mm, se o terreno fór plano ou

8 a 10 vezes menores que as dos corre

Somente os c-orretivos da acidez atrás mencionados são capazes de elevar sen sivelmente o pH do_ solo de um ano

sambaquí triturado. O carvão que traz o material mal peneirado é inútil e só deprecia o produto. A cal virgem c a cal hidratada (e.\tinta ou apagada) são corretivos mais rá

pidos e mais concentrados que o cal.cáreo e os sambaquis, mas magoam as raízes e não se espalham bem.

Pelo

poder ncutralizante, 550 kg de cal vir gem eqüivalem a 750 kg de cal extinta o a 1.000 kg de calcáreo cálcico.

Os

preços, entretanto, sobem mais que o

poder ncutralizante, de modo que para

não se formarem enxurradas.

No caso

de irrigação por aspcrsão, e mesmo por canais c saletas, ótima culagem em co

bertura pode ser rcalíziida juntando leite de cal na água. Os serviços dc propaganda dc \'ários adubos anunciam entre nós o poder neu

corrigir a acidcz de um hectare de terra

o calcáreo é mais barato que os outros dois corretivos. Não sendo insolúvcis,

CaO (oxido de cálcio) sugerindo que

quantidades desses conetivos de que ne

necessários no mínimo 10 anos dc con

cessitam os vários tipos de nossos solos.

No artigo seguinte trataremos das

certos fosforitos contem 40 ou 45 % clc

como é o calcáreo, podem ser enfraque

se trata, portanto, de altas doses de

cidos na terra nos períodos de chuvas

neulraüzanle.

o poder c muito e a for impedir

para outro.

tralizantc dos mesmos contra a acidez

do .solo. Propagam, por exemplo, que

quase diárias. É verdade que de retenção do cálcio pelo solo grande, mas o excesso de água mação de enxurradas podem

tivos contra a acidcz, resulta o fato já constatado iuvuucras \'ezes pela experi mentação agronômica, isto é, que são

Na realidade, trata-se dc adubos fos-

fóricos, cujo cálcio já vem neutraiizciclo pelo fósforo, não contendo óxido de

cálcio ou carbonato livi'cs.

Não pos

localmente a absorção pela evacuação do

suem, portanto, ação de corretivos contra

cálcio dissolvido.

Mas o maior defeito da cal parece

a acidcz, pela mesma razão ipcla qual, por exemplo, o sal comum, cloreto do

* ser a sua capacidade de cimentação com

sódio, não ó um álcali e não contém

os agregados do solo. Pedaços de cal

soda, apesar do seu teor dc sódio figu

envolvem-sc com terra e pennanecem

rar nas análises em termos de Na 2 O

assim até anos. Quando quebramos tais torrões duros, vemos que são bran

(óxido de sódio).

n

Tais adubos podem ser ditos "físiolòcos por dentro: é a cal que não teve. gicumcntc alcalinos", isto é, capazes de oportunidade de desempenhar bem a sua deixar no solo resíduos alcalinos depois ação neutralizantc contra a acidez. O que as plantas consumirem a parte que mais age como adubo.

Assim, temos

calcáreo e o.s sambaquis não possuem esse defeito c só desaparecem no solo

o resíduo cálcico da farinha do ossos e

- depois de neutralizar a parcela de acidez quimícamente equivalente.

dos fosforitos depois da absorção do fósforo pelas plantas. No caso do saliIrc do Clúlc, que é nitrato do .sódio,

O uso da cal é, porém, obrigatório

sàfe:#!.-


r

''•/

Dicesto

Econômico

'•K.

CA LÓG E RAS

E

A

E ricorda

V iAÇAO

;i seguir o inlerèssc com

ção férre.a eslú na con.slrução do traçado

cussões referentes a essa xia férrea.

da e.strada de ferro Oeste dc Minas, des de Angra até Catalão".

ALVaRí) DIr; Sousa Lima

Desde ci-do, dedicou-se Calógeras ao estudo de cpiestões relali\as à viação

(Miníslro da Viavão)

emenda, que foi aprovada, autorizando

férrea nacional.

o Govèmo a mandar estudar e construir

Já, eoin c-l<-ito. em 1896, meia dúzia dc anos apenas após a sna fonnatura, faz éle parle, eoin llermillo Alves c ju-

o prolongamento do ramal dc Santa Cruz, da Estrada dc Ferro Central do

O "Dicesto Econômico", cm sujeição "

lio llorla Barbosa, cie nma comissão in-

ramal de Deodoro a rède da Estrada dc

um clo.s pontos ele seu progmnw de rccelar aos jovens estudiosos, (pie sc estão preptirando para a cida pública, um modálo de estadista, vem reproduzindo, em suas colunas, arlif^os e ensaios sôbre a

iiimliida cie fazer um plano dc viação

individualidade de Cedág^eras, talvez ü mais robusta compleição de homem dc govârno, de administrador,(juc surgiu iio

deral, inieia-sc scrdadcira-

■Brasil.

sileira.

FÉRREA

(pie, ainda menino, acompanhava as dis

NACIONAL

1921, visitou Calógeras, como Mi

nistro da Guerra, a Circunscrição Militar de Mato Grosso, percorrendo en tão a E. F. Noroeste do Brasil, cuja Di visão de Obras era por nós cliefiada. Em Bauru, não se limitou a receber

as homenagens protocolares, mas exami nou com vivo interesse as instalações da

Estrada, dctendo-se, particulannente, nos escritórios da Divisão de Obras No vas, que executava, então, entre outras

construções de vulto na remodelação da Estrada, a grande ponto sobre o Rio Pa raná, nas divisas dos Estados de São Paulo e Mato Grosso.

Examinou plantas, desenhos, relatórios

c cálculos e de alguns mesmo conservou cópias em seu poder. Discutiu critérios

Neste

número

para o [-'stado de Minas Gerais. E.sse foi. taUez, nesses assunto.s, o seu

úniec) trabalho de caráter regional. Eleito no ano seguinte deputado fe oiente a sna atuação

dc maio, in

serimos o consciencinso estudo que O

tes da Estrada, dado o seu caráter es

tratégico, uma certa cor que, disse-nos, a experiência da Grande Guerra mostra

ra ser a menos visível para a aviação.

Grande foi a impressão que a todos nós, engenheiros da F.strada, causou ês-

Não

lendo

sido

nunca um ferroviário,

é,

competente engenheiro ferroviário Álva

conio

çãn, csrreocii, a cnnvilc do nosso DirC-

nclniinistraclor da cousa pú blica, c-omo publicista, quo

ro de Sou.w Lima, hoje Mini.stro da Via-

parlamentar,

como

sua ação .SC Ia/ SCntir ncs-

lor, para o "In Meinorian", sôbre "Cídôgeras e as Vias Férreas".

assuntos.

E ai a sua atividade nor-

a seguir nos projetos em andamento e

sugeriu ine.smo para a pintura das pon

em

prol cia viação férrea bra

teou-sc; exclusivamente pemais

projeção (jiic, no cenário nacional, tive

alto

ideal

nacio-

nnlisia, visando acima dc

ram atiiaçõc.s suas em outros campo.s,

bido os superiores interês-

por is.so melhor apreciadas. Pode clizer-.se, no entanto, rjue o seu pendor, o seu interê.sse por cousas de

da Nação.

Deputaclo

federal

por

^inas Gerais, apenas uma vez, ao que

nossa viação férrea,, ele os trazia da

consta, já em 1911, subscreveu uma

meninice.

se interesse do Ministro da Guerra por

Em 1909, discutindo na Câmara dos

eiucnda, dc autcíria, aliás, do um compa-

cousas fenoviárias. Isso nada mais era,

Deputaclo.s a concessão ciada á Lcopoldina RaiKvay de prolongar a sua linha

^órno a prolongar, naquele Estado, dois

no entanto, que nova prova da atenção

que, cie longa data, dedicara Calógeras a tais assuntos, por que sempre se inte ressou .

Essa é, contudo, talvez, uma das fa ces menos conhecidas de sua multiforme

atividade de homem público, não por dcsvaliosa cm obscura, mas pela grande

•^beiro de bancada, autorizando o Goraniais da Central do Brasil. Anterior-

dc São Francisco Xavier ao cais do por

nionte, ao sc manifestar favorável a um

to do Rio dc faneiro, justifica a sua in tervenção no debate, com uma reminis-

projeto que autorizava o Poder Executi-

cência pessoal; "Essa estrada, antigamente chamada

l<ibrado com a Cia. Estrada de Forro

c de uma soma imensa de esforços pa trióticos desenvolvidos por meu pai."

L

apresentou também um-'

Brasil, ate a baía da Ilha Grande o o

Ferro Leopoldina; justificou-a, esteandose "nas palavras precisas do relatório do Ministro da Guerra, que rccx)nhece c-omo

de urgência inadiável a execução dessas duas linhas".

E antes, em 1904, acertadamente defendera o ato

do Govèmo Federal ;uTe-

matando, em hasta públi ca, a Estrada de Ferro Sorocabana c Ituana.

Mas, por outro lado, em 1912, no Govèmo do Ma rechal Hennes da Fonseca,

em discurso que iniciou dizendo que sua impres

são primeira fôra "que se ria verdadcininicute peixW

tempo analisar, por miudo,

a obra dc desvario que é

o Orçamento da Viaçao", estranha 6 condena,

com

veemência, que da "conjugação de ele

mentos deletérios surgisse, como obra

legislativa e sob a máscara falaz dc me

lhoramentos mais ou menos discutíveis,

a lei que, pelo seu desdobramento succssi\'0 até final solução dos problemas

postos nesse mesmo têxio legislativo, vem aiimentar as responsabilidudo.s pu

Oeste de Minas, fá-Io porque, para os

blicas cm cêrca de 1.000.000:000$ E entre as linhas a construir que figura vam nesse desvario orçamentário, cita

Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás, "o engrandecimento de sua via

por exemplo; a Estrada de Ferro de

a rever e modificar um contrato ce-

do Grão Pará, resulta de uma concessão

Em 1908,

"a Estrada de Ferro Pirapora a Belém,


r

''•/

Dicesto

Econômico

'•K.

CA LÓG E RAS

E

A

E ricorda

V iAÇAO

;i seguir o inlerèssc com

ção férre.a eslú na con.slrução do traçado

cussões referentes a essa xia férrea.

da e.strada de ferro Oeste dc Minas, des de Angra até Catalão".

ALVaRí) DIr; Sousa Lima

Desde ci-do, dedicou-se Calógeras ao estudo de cpiestões relali\as à viação

(Miníslro da Viavão)

emenda, que foi aprovada, autorizando

férrea nacional.

o Govèmo a mandar estudar e construir

Já, eoin c-l<-ito. em 1896, meia dúzia dc anos apenas após a sna fonnatura, faz éle parle, eoin llermillo Alves c ju-

o prolongamento do ramal dc Santa Cruz, da Estrada dc Ferro Central do

O "Dicesto Econômico", cm sujeição "

lio llorla Barbosa, cie nma comissão in-

ramal de Deodoro a rède da Estrada dc

um clo.s pontos ele seu progmnw de rccelar aos jovens estudiosos, (pie sc estão preptirando para a cida pública, um modálo de estadista, vem reproduzindo, em suas colunas, arlif^os e ensaios sôbre a

iiimliida cie fazer um plano dc viação

individualidade de Cedág^eras, talvez ü mais robusta compleição de homem dc govârno, de administrador,(juc surgiu iio

deral, inieia-sc scrdadcira-

■Brasil.

sileira.

FÉRREA

(pie, ainda menino, acompanhava as dis

NACIONAL

1921, visitou Calógeras, como Mi

nistro da Guerra, a Circunscrição Militar de Mato Grosso, percorrendo en tão a E. F. Noroeste do Brasil, cuja Di visão de Obras era por nós cliefiada. Em Bauru, não se limitou a receber

as homenagens protocolares, mas exami nou com vivo interesse as instalações da

Estrada, dctendo-se, particulannente, nos escritórios da Divisão de Obras No vas, que executava, então, entre outras

construções de vulto na remodelação da Estrada, a grande ponto sobre o Rio Pa raná, nas divisas dos Estados de São Paulo e Mato Grosso.

Examinou plantas, desenhos, relatórios

c cálculos e de alguns mesmo conservou cópias em seu poder. Discutiu critérios

Neste

número

para o [-'stado de Minas Gerais. E.sse foi. taUez, nesses assunto.s, o seu

úniec) trabalho de caráter regional. Eleito no ano seguinte deputado fe oiente a sna atuação

dc maio, in

serimos o consciencinso estudo que O

tes da Estrada, dado o seu caráter es

tratégico, uma certa cor que, disse-nos, a experiência da Grande Guerra mostra

ra ser a menos visível para a aviação.

Grande foi a impressão que a todos nós, engenheiros da F.strada, causou ês-

Não

lendo

sido

nunca um ferroviário,

é,

competente engenheiro ferroviário Álva

conio

çãn, csrreocii, a cnnvilc do nosso DirC-

nclniinistraclor da cousa pú blica, c-omo publicista, quo

ro de Sou.w Lima, hoje Mini.stro da Via-

parlamentar,

como

sua ação .SC Ia/ SCntir ncs-

lor, para o "In Meinorian", sôbre "Cídôgeras e as Vias Férreas".

assuntos.

E ai a sua atividade nor-

a seguir nos projetos em andamento e

sugeriu ine.smo para a pintura das pon

em

prol cia viação férrea bra

teou-sc; exclusivamente pemais

projeção (jiic, no cenário nacional, tive

alto

ideal

nacio-

nnlisia, visando acima dc

ram atiiaçõc.s suas em outros campo.s,

bido os superiores interês-

por is.so melhor apreciadas. Pode clizer-.se, no entanto, rjue o seu pendor, o seu interê.sse por cousas de

da Nação.

Deputaclo

federal

por

^inas Gerais, apenas uma vez, ao que

nossa viação férrea,, ele os trazia da

consta, já em 1911, subscreveu uma

meninice.

se interesse do Ministro da Guerra por

Em 1909, discutindo na Câmara dos

eiucnda, dc autcíria, aliás, do um compa-

cousas fenoviárias. Isso nada mais era,

Deputaclo.s a concessão ciada á Lcopoldina RaiKvay de prolongar a sua linha

^órno a prolongar, naquele Estado, dois

no entanto, que nova prova da atenção

que, cie longa data, dedicara Calógeras a tais assuntos, por que sempre se inte ressou .

Essa é, contudo, talvez, uma das fa ces menos conhecidas de sua multiforme

atividade de homem público, não por dcsvaliosa cm obscura, mas pela grande

•^beiro de bancada, autorizando o Goraniais da Central do Brasil. Anterior-

dc São Francisco Xavier ao cais do por

nionte, ao sc manifestar favorável a um

to do Rio dc faneiro, justifica a sua in tervenção no debate, com uma reminis-

projeto que autorizava o Poder Executi-

cência pessoal; "Essa estrada, antigamente chamada

l<ibrado com a Cia. Estrada de Forro

c de uma soma imensa de esforços pa trióticos desenvolvidos por meu pai."

L

apresentou também um-'

Brasil, ate a baía da Ilha Grande o o

Ferro Leopoldina; justificou-a, esteandose "nas palavras precisas do relatório do Ministro da Guerra, que rccx)nhece c-omo

de urgência inadiável a execução dessas duas linhas".

E antes, em 1904, acertadamente defendera o ato

do Govèmo Federal ;uTe-

matando, em hasta públi ca, a Estrada de Ferro Sorocabana c Ituana.

Mas, por outro lado, em 1912, no Govèmo do Ma rechal Hennes da Fonseca,

em discurso que iniciou dizendo que sua impres

são primeira fôra "que se ria verdadcininicute peixW

tempo analisar, por miudo,

a obra dc desvario que é

o Orçamento da Viaçao", estranha 6 condena,

com

veemência, que da "conjugação de ele

mentos deletérios surgisse, como obra

legislativa e sob a máscara falaz dc me

lhoramentos mais ou menos discutíveis,

a lei que, pelo seu desdobramento succssi\'0 até final solução dos problemas

postos nesse mesmo têxio legislativo, vem aiimentar as responsabilidudo.s pu

Oeste de Minas, fá-Io porque, para os

blicas cm cêrca de 1.000.000:000$ E entre as linhas a construir que figura vam nesse desvario orçamentário, cita

Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás, "o engrandecimento de sua via

por exemplo; a Estrada de Ferro de

a rever e modificar um contrato ce-

do Grão Pará, resulta de uma concessão

Em 1908,

"a Estrada de Ferro Pirapora a Belém,


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DICB.STO EcONéíMICO

66

DICESTO ECONÓNtlCO

rgiiii(,-tj u Santo Antônio do Madeira; a

Ao estudar as linhas férreas de que

Estrada de Ferro da Bahia, Cabrália a

iiece.ssíta "a marca do Sul", organiza uni

Paracatu e também outras".

nosso panorama ferroviário ressalta níti

ção exclusivamente dedicada a questões ferroviárias e ainda .hoje. em geral, so

programa que a seu ver "é vital para o

da de seius discursos, proferidas no Par

para ver

Rio Grande. .Mas é igiialmcnto \ ital pa

lamento de 1897 a 1919 c do parecer

quanto de razão assistia a Calógeras ao

cjue, como relator do orçamento do en

engenheiros fcnovi:lrios, apaixonados por

condenar essas loucuras. O fato é, po

ra o Brasil, a fim de .se não dissemina

rem trahaliios e esíorço.s nossos pelos ter

rém, que a construção de \ árias dcssa.s

ritórios \izirihos e de se estreitarem ca

tão Ministério da Indústria, Viação o Obras Públicas, elaborou cm 1899.

cava a tais estudos.

da \ez mais os laços da União". A.spira inip(-dir por e.ssa forma "o de.svio pura o

Nesses trabalhos estudou, pode dizerse, todos os aspectos das questões dc or

Basta ler essa enumeração

linhas de\-eria vivamente interessar ao

Estado que r(preseiita\a, quando mai.s não fosse pelo trabalho que \ iria dar a numero.sos operários e pelos grandes re

cursos que para lá carrearia. Calógeras, porém, desprezando uma fácil populari dade na terr.i (pie o elegera, votou con tra tíjdas elas.

Mais tarde, no relatório confidencial

Uruguai", "ciiie ji'i se- acha cm plena rea

ganização c exploração de no.ssas vias

lidade".

férreas. Nada lhe esLxqxm. Desde a ação dos Ministros, que, em geral, se

trada, de uma escola especial dc maqui-

preocupam :ipenas com um dos setores dc seu vasto campo dc ativiclade c dos

essa idéia. Essa sugestão foi posta em

Na eonierèiieia (pie scibre ".Meios de coiminieação 110 Brasil" pronunciou em

.Sao Paulo, ein 192b, a mesma preoeiipa(;ão nacional impera soberana. Nao apena.s nela estuda, sob o mes mo alto critério de interésse comum e

bhca, Calógeras opina de novo pelo

com igual carinho, os prolilemas dc via-

adiamento de certas construções ferro viárias em Minas Gerais. É que a tudo sobrepunha os supremos interesses da Nação. Apai.xonado pelo estabelecimento

de início, observa e lamenta que "(piem olha para um mapa do Brasil, não pode

da indú.stria sidcnirgica no País, opõe-se no entanto, em 1909, a que, para favo recê-la, se prejudiquem as estradas do ferro com tarifas que não remunerem o transporte. E diz, com acerto: "A tari-

fação de favor nas estradas de ferro fe derais não me parece uma solução. Em

primeiro lugar, isso significa que se quer fazer depender as condições favo

ráveis da indústria siderúrgica de possí veis prejuízos sofridos por uma outra in

dústria, a do.s transportes, que também é

custeada pelo Governo e vivo graças às somas pedidas à massa geral dos contri buintes."

Essa preocupação constante dos mais

sua profis.'5ão. Prova do quanto se dedi A Central do Brasil, sempre sob o cri tério dos inlerésscs nacionais, mereceulhe continuamente particular atenção.

apresentado ao Conselheiro Rodrigues

Alves, então Presidente eleito da Rcpfi.

conhecida e manuseada entre nós por

çao das diversas zonas do P;iís, mas, logo

dei.xar dc reconhecer o puro rcgionalisnio dos sistemas de transporto. È.xcetuonios a Central, a Leopoldina Railway, .se disíribucni por três Estados e

polo Distrito Federal c completemos a

lista com a Mojiana c seus ramais, a No roeste e a Sorocabana a ligarem Minas, Goiás, Sao Paulo e Mato Grosso e ainda a São Paulo-Rio Grande, a unir Panmá, Santa Catarina a

São Paulo c ao Rio

Grande do Sul. O mais, são linlias esta

duais como traçados c exigências, e só e.vcepcíonalniente .sulisfazcin a fins ver

dadeiramente nacionais". Com isso por

funcionários,

pois, na organização dos

Em 1903 advoga a criação, nessa Es

nislas e diz. que há cinco anos defendia prática mais tarde e foi, recentemente,

orçamentos: "raros são aqueles que, em

seguida pela E. F. Sorocabana. na ad

matéria de scr\ iço público, enxergam ho rizonte mais vasto do que as paredes do seu gabinete dc trabalho", até às minú cias da exploração técnica das vias fér

Em relação às linhas dos subúrbios,, declara da tribuna parlamentar, em

reas.

Sob esse último ponto de vista, já em 1S9S declara julgar conveniente fôssc o Orçiuncnto da \'iação relatado sempre

por um profissional, por causa dos deta lhes, que exigem conhecimentos técnicos. E disso deu o exemplo, não só ao re latar no ano seguinte o orçamento, co mo eni discursos vários, em que estuda os orçamentos dc várias estradas fede rais, baseando-se nas despesas por tremquilômctro c por locomotiva-quilômetro, examinando-as com minúcias de técnico

ferroviário, que no entanto não era. Da mesma forma examina as despesas da li

certo se não podia conformar quem,

nha, a utilização do material rodantc, a

em 1908, acusado de regionalismo ao discutir na Câmara o Orçamento da Via ção, julgava o aleivc tão pequeno e tão

4(>ndução das locomotivas. Estuda até o emprego das então, entre nós, recentes locoiriotiva.s Compound, declarando, num

ministração Gaspar Ricardo.

1908- "Outras fossem as condições do erário nacional c eu proporia, desde )a, a verba precisa para se iniciar a trans formação dêsse serviço no ° eletrificá-lo". É interessante relembrar esse fato quando vão ser agora contra tadas tais obras, 26 anos depois.

Com a sua aguda ,isão de adminis trador, sabia, porém, Calógeras, que a

reorganização da Central nao dependia

como não depende, apenas de reforma materiais, por vultosas que sejam, E por isso acrescentava: "A grande reforma da Central, entretanto, nao ba de ser

ersa nem outras reformas secundarias, de

ordem técnica, visando sol\'er atinai re clamos c exigências da mesma essencia.

de seus discursos, vir há tempos dedi cando-se a esse as.sunto. Sugere à Cen

A grande remodelação consistira, por sem dúvida, em organizar industrial mente esse próprio nacional, livrando-o das peias e dos ônus de uma repartição pública. Será eolocá-Io em situação, se

Não compreendo lutas regionais".

tral o emprego de um tipo de vagão adaptado ao ti'ansporte de manganês.

das estradas particulares. Ê, finalmen

Contudo, mais que dos planos de via ção que ideou, a sua visão nacional de

tin de

elevados interesses da Pátria, índice evi dente de sua segura viscão de estadista,

der. E concluía: "Não liá trecho, no

é também o que o norteia no estudo dos

Brasil, que para mim não seja Brasil.

planos de viação que mais recentemen te tomou públicos em artigos ou conferêpcias.

mesquinho, que lhe não podia respon

Aliás, já em 1897 assinava o "Buller.Association Internationale du

Congrès des Chemins de Fer", publica

não idêntica, ao menos quase idêntica a te. tratar industriabnente o domínio in dustrial do Estado e por à frente da esti'ada um homem capaz de assumir res-


64

DICB.STO EcONéíMICO

66

DICESTO ECONÓNtlCO

rgiiii(,-tj u Santo Antônio do Madeira; a

Ao estudar as linhas férreas de que

Estrada de Ferro da Bahia, Cabrália a

iiece.ssíta "a marca do Sul", organiza uni

Paracatu e também outras".

nosso panorama ferroviário ressalta níti

ção exclusivamente dedicada a questões ferroviárias e ainda .hoje. em geral, so

programa que a seu ver "é vital para o

da de seius discursos, proferidas no Par

para ver

Rio Grande. .Mas é igiialmcnto \ ital pa

lamento de 1897 a 1919 c do parecer

quanto de razão assistia a Calógeras ao

cjue, como relator do orçamento do en

engenheiros fcnovi:lrios, apaixonados por

condenar essas loucuras. O fato é, po

ra o Brasil, a fim de .se não dissemina

rem trahaliios e esíorço.s nossos pelos ter

rém, que a construção de \ árias dcssa.s

ritórios \izirihos e de se estreitarem ca

tão Ministério da Indústria, Viação o Obras Públicas, elaborou cm 1899.

cava a tais estudos.

da \ez mais os laços da União". A.spira inip(-dir por e.ssa forma "o de.svio pura o

Nesses trabalhos estudou, pode dizerse, todos os aspectos das questões dc or

Basta ler essa enumeração

linhas de\-eria vivamente interessar ao

Estado que r(preseiita\a, quando mai.s não fosse pelo trabalho que \ iria dar a numero.sos operários e pelos grandes re

cursos que para lá carrearia. Calógeras, porém, desprezando uma fácil populari dade na terr.i (pie o elegera, votou con tra tíjdas elas.

Mais tarde, no relatório confidencial

Uruguai", "ciiie ji'i se- acha cm plena rea

ganização c exploração de no.ssas vias

lidade".

férreas. Nada lhe esLxqxm. Desde a ação dos Ministros, que, em geral, se

trada, de uma escola especial dc maqui-

preocupam :ipenas com um dos setores dc seu vasto campo dc ativiclade c dos

essa idéia. Essa sugestão foi posta em

Na eonierèiieia (pie scibre ".Meios de coiminieação 110 Brasil" pronunciou em

.Sao Paulo, ein 192b, a mesma preoeiipa(;ão nacional impera soberana. Nao apena.s nela estuda, sob o mes mo alto critério de interésse comum e

bhca, Calógeras opina de novo pelo

com igual carinho, os prolilemas dc via-

adiamento de certas construções ferro viárias em Minas Gerais. É que a tudo sobrepunha os supremos interesses da Nação. Apai.xonado pelo estabelecimento

de início, observa e lamenta que "(piem olha para um mapa do Brasil, não pode

da indú.stria sidcnirgica no País, opõe-se no entanto, em 1909, a que, para favo recê-la, se prejudiquem as estradas do ferro com tarifas que não remunerem o transporte. E diz, com acerto: "A tari-

fação de favor nas estradas de ferro fe derais não me parece uma solução. Em

primeiro lugar, isso significa que se quer fazer depender as condições favo

ráveis da indústria siderúrgica de possí veis prejuízos sofridos por uma outra in

dústria, a do.s transportes, que também é

custeada pelo Governo e vivo graças às somas pedidas à massa geral dos contri buintes."

Essa preocupação constante dos mais

sua profis.'5ão. Prova do quanto se dedi A Central do Brasil, sempre sob o cri tério dos inlerésscs nacionais, mereceulhe continuamente particular atenção.

apresentado ao Conselheiro Rodrigues

Alves, então Presidente eleito da Rcpfi.

conhecida e manuseada entre nós por

çao das diversas zonas do P;iís, mas, logo

dei.xar dc reconhecer o puro rcgionalisnio dos sistemas de transporto. È.xcetuonios a Central, a Leopoldina Railway, .se disíribucni por três Estados e

polo Distrito Federal c completemos a

lista com a Mojiana c seus ramais, a No roeste e a Sorocabana a ligarem Minas, Goiás, Sao Paulo e Mato Grosso e ainda a São Paulo-Rio Grande, a unir Panmá, Santa Catarina a

São Paulo c ao Rio

Grande do Sul. O mais, são linlias esta

duais como traçados c exigências, e só e.vcepcíonalniente .sulisfazcin a fins ver

dadeiramente nacionais". Com isso por

funcionários,

pois, na organização dos

Em 1903 advoga a criação, nessa Es

nislas e diz. que há cinco anos defendia prática mais tarde e foi, recentemente,

orçamentos: "raros são aqueles que, em

seguida pela E. F. Sorocabana. na ad

matéria de scr\ iço público, enxergam ho rizonte mais vasto do que as paredes do seu gabinete dc trabalho", até às minú cias da exploração técnica das vias fér

Em relação às linhas dos subúrbios,, declara da tribuna parlamentar, em

reas.

Sob esse último ponto de vista, já em 1S9S declara julgar conveniente fôssc o Orçiuncnto da \'iação relatado sempre

por um profissional, por causa dos deta lhes, que exigem conhecimentos técnicos. E disso deu o exemplo, não só ao re latar no ano seguinte o orçamento, co mo eni discursos vários, em que estuda os orçamentos dc várias estradas fede rais, baseando-se nas despesas por tremquilômctro c por locomotiva-quilômetro, examinando-as com minúcias de técnico

ferroviário, que no entanto não era. Da mesma forma examina as despesas da li

certo se não podia conformar quem,

nha, a utilização do material rodantc, a

em 1908, acusado de regionalismo ao discutir na Câmara o Orçamento da Via ção, julgava o aleivc tão pequeno e tão

4(>ndução das locomotivas. Estuda até o emprego das então, entre nós, recentes locoiriotiva.s Compound, declarando, num

ministração Gaspar Ricardo.

1908- "Outras fossem as condições do erário nacional c eu proporia, desde )a, a verba precisa para se iniciar a trans formação dêsse serviço no ° eletrificá-lo". É interessante relembrar esse fato quando vão ser agora contra tadas tais obras, 26 anos depois.

Com a sua aguda ,isão de adminis trador, sabia, porém, Calógeras, que a

reorganização da Central nao dependia

como não depende, apenas de reforma materiais, por vultosas que sejam, E por isso acrescentava: "A grande reforma da Central, entretanto, nao ba de ser

ersa nem outras reformas secundarias, de

ordem técnica, visando sol\'er atinai re clamos c exigências da mesma essencia.

de seus discursos, vir há tempos dedi cando-se a esse as.sunto. Sugere à Cen

A grande remodelação consistira, por sem dúvida, em organizar industrial mente esse próprio nacional, livrando-o das peias e dos ônus de uma repartição pública. Será eolocá-Io em situação, se

Não compreendo lutas regionais".

tral o emprego de um tipo de vagão adaptado ao ti'ansporte de manganês.

das estradas particulares. Ê, finalmen

Contudo, mais que dos planos de via ção que ideou, a sua visão nacional de

tin de

elevados interesses da Pátria, índice evi dente de sua segura viscão de estadista,

der. E concluía: "Não liá trecho, no

é também o que o norteia no estudo dos

Brasil, que para mim não seja Brasil.

planos de viação que mais recentemen te tomou públicos em artigos ou conferêpcias.

mesquinho, que lhe não podia respon

Aliás, já em 1897 assinava o "Buller.Association Internationale du

Congrès des Chemins de Fer", publica

não idêntica, ao menos quase idêntica a te. tratar industriabnente o domínio in dustrial do Estado e por à frente da esti'ada um homem capaz de assumir res-


vim 66

Dicf-stíí Econômico

67

DíCESTO Econónhco

tória u organização dc estatísticas com

ponsahilidade dc tanta monta. Tal em

prestam a justificadas (riticas. até o re

;issim dizer em 1920: "Tal mn dos mo

presa ô possível

possa

gime jurídico tolerado p;ira firmar as

tivos pelos cpiais, \'ai para trint;\ ;inus,

pletas de tráfego, sob moldes unifor

orientar e dirigir". E via claramente (pie essa solução se

relaç-õcs eutrc as \ias férreas e os que

defendemos. ;iiorde com gratule número de economistas, a propricd;ule oficial

mes, em túdas as vias férreas dc pro

priedade ou dc concessão federal. E, ao

cias estradas, quer seja da União c|ucr

justificá-lo, diz haver organizado em Mi-

dos Estados".

nus, com Francisco Sá, um regulamento

e há quem a

enquadra na de um problema mais vas to, que aborda no Relatório confidencial

delas SC utilizam; desde o conjunto de n-gras administrativas adotadas para tor

"O mal está, portanto, no sistema (pie faz de um serviço industrial uma repar

nar (•fcti\as a policia c a segurança das \i;is fcrrcas. até o sistema de f;i\oros eoneedidos para fomentar o de.sen\*o]vimcuto das nnles; tudo prov;i o abando

tição pública-, .sem elasticidade de movi-

no em í|iie ésses estudos jazennn após a

à realidade mieional, com estradas con cedidas e outras sc c-oucedeudo, estudar a.s condições dc couciíssào. Faz então

mento.s; sem noção de devores, mas ape nas de direitos; em que (j trabalho re

regulamentação de

quem conhecer èste assunto uão pode

considerações interessantes a respeito da

munerado conforme seu valor 6 substi

surpreender a afirmaç.u) de que a ques

tuído pela gratificação fixa, haja ou não serviço feito; em que se paga a quem nada f.iz, aos domingos e feriados, cons tituindo nova aristocracia dos operários do Estado, na massa geral do proleta

tão das estradas (Ic ferro, satisfattVmmente n-solvida <-m me;idos deste século por um estadista de valor, com as novas c crescentes exigências do tráfego mo derno, se reconstituiu por inteiro c o problema dos Iransjíorles ;únd;i está à

ao Conselheiro Rodrigues Abes :

riado brasileiro; em que a noção de res ponsabilidade desapareceu, porque a au toridade foi solapada, não por liaver meio

práticf» de dar sanção

às fallus

1857...; luns a

Isso não impediu, porém, dé, atento

livre coiieorrència

entre eslrachis e do

* privilégio dc- zoiai. e dela deduz a neces sidade dos phuios de viação. "Existem,

portanto — diz. — inconsenientes graves pede o clescnvolvimcuilo das estradas dc ferro; a inteira liberdade de viação le\'a

espera de (juem o solva".

a cle.sbanitar capitais preciosos cm todo

Nícsino t<»nsiderando que, depois dis so. fizemos dois grandes progressos cm

país c, muito principalmente, em um país em via dc progresso. A solução do

pioblcma ferroviário consiste, pois, em

ejn qtte O /elo pelo funcionário eleitor faz passar para o segundo plano o de ver de servir ao público."

c tráfego das estradas de f<-iro, <. (n|c melhoraram as nornia.s de conccssrio, mesmo as.sÍJíi há, ainda hoje, imúto do

Não .se restringiu, porém, a sua ação no campo ferroviário ao estudo das ques

\crdadc ness(.-s conceitos dc C;ilógeras, que, ao serem escritos, eram. cm tudo'

tões atinentes a determinadas linhas fér

de pcrcucíente agudcz.

restrição o seu nacionalismo intratável,

que o teria de levar, como levou, a en carar de frente c de alto, cm seu con

Contrário (e nisso não há talvez, hoje

llliíl dos capitais; é o c|Ue ,Sü obtéin por Da cíxislència de concessões decorre a

necessidade

da fiscalização

oficial, a

vospcito do (juc teve também Calógeras idéias próprias c úteis, que lhe foram

fpiem com éle não esteja dc acordo) às

caras, pois sobre chis muito insistiu.

sul)venç(')es (luilométricas c consideran do, ucerladani(?nto, (jnc "do todas as doutrinas em relação a métodos dc auxí

Rtívista Brasileira, assim escrevia:

já em 1897, em interessante artigo na "O

serviço de fiscalização das cslrucla.s dc ferro nã(í consiste íinieamentc cm velar

a mais oscilante, a que menos fi.xidcz tem quanto aos enormes sacrifícios que impõe ao Tesouro ó a dc garantias de

um escopo imiitíj mais elevado, que é permitir o estudo sistemático da influên cia dos transportes sobre a' organização

(jiier nas condições e normas de sua ex

juros", foi Calógeras partidário da pro

produtora do País".

ploração. Em seu notável parecer como relator do Orçamento da Viação em 1899, observa; "Desde os métodos de

priedade oficia] das estradas dc forro. Desde seus primeiros estudos sobre a

maru, ao orçamento do Ministério da

nossa viação férrea esposou esse princí

- Indústria, Viação e Obras Públicas, uma

exploração, que em muitos

pio, para não mais o abandonar. Podo

cessões c do seu estabelecimento, quer em sua fiscalização

e cm suas tarifas,

pontos se

pehi leal e.KCCUção dos contratos: tem

Nesse mesmo ano apresenta, na Cu

emenda substitutiva, que tornava obriga W' »M- 41 .X_

o estudo da influência dos transportes

na organização produtora dos países; cm

st-nundo lusar, a confecção de um c.> di^o técnico para a expbraçao, para a construção e para o tráfego das Jias férreas nas diferentes zonas do Pais .

Êsscvs o.iudos e essas estatísticas de tráfego devem (.■onsiitiiir a I^se L-.siahclecimonto daS tarifas. Pensa su ■

meio dos planos dc viação."

lios a empresas dc viação, a mais funes ta, a mais perniciosa cm seus re.sullados,

junto e em suas características funda mentais, o problema ferroviário brasilei ro, quer quanto ao regime de suas con

Em 1903, insistiu na mesma idéia,

alargando-a: "O que a fiscalização tem de estudar, o problema a cuja solução

•sistcmatiziir o de.scnvol\'imonlo harmô nico das estradas de ferro com a coono-

Não lhe sofreria essa

lamentar de 27 anos, já vinham de bem cedo.

estão propostos os fiscais nomeados para êsse fim, é duplico: cm primeiro lugar,

Hcgulainento p;ira a jcgiirança, iwlícía

ponto de vista.

vidas". O que prova que, nesses assun tos. as cogitaçõe.s dêsse engenheiro e par

no privilégio da z.ona c^ na inteira lilíer-

a lei (le rcspinisabilidach- tivil C COIU Ü

reas, consideradíis embora do mais alto

nização produtora das zonas por ela ser

dudü de \ iação: o prix ilégio de zona im

como ela efetua- em mãos particulares-

prontamente, como a indústria requer c

pelo qual "se pode obter noção exata da influência d:t viação férrea sobre a orga

litulr assim "ésse curiosissimo sistenu^ tarificação a üllm 9»^ convém mexora

vcelmenle expelir dc noSSO pa^. P"tituí-lo sobre as suas únicas bases htcio n.us - as estatísticas dc tráfego - sol-

v-endo-o de acordo com os tres critérios transportes, a remuneração dos capitm.,

globais a que obedece: O custo dos

o valor mercantil dos produtos transportado.s. Para as estradas oficiais um ou

tro elemento ainda intervém: a influen

cia dos transportes nus relações de mtorcàmbio comercial".

Nes.sa ordem de idéias, apresentou à Câmara uma emenda, aprovada na ses

são de 5 dc julho de 1898, dando com

petência privativa ao Poder Executivo para determinar tarifas de transporte,


vim 66

Dicf-stíí Econômico

67

DíCESTO Econónhco

tória u organização dc estatísticas com

ponsahilidade dc tanta monta. Tal em

prestam a justificadas (riticas. até o re

;issim dizer em 1920: "Tal mn dos mo

presa ô possível

possa

gime jurídico tolerado p;ira firmar as

tivos pelos cpiais, \'ai para trint;\ ;inus,

pletas de tráfego, sob moldes unifor

orientar e dirigir". E via claramente (pie essa solução se

relaç-õcs eutrc as \ias férreas e os que

defendemos. ;iiorde com gratule número de economistas, a propricd;ule oficial

mes, em túdas as vias férreas dc pro

priedade ou dc concessão federal. E, ao

cias estradas, quer seja da União c|ucr

justificá-lo, diz haver organizado em Mi-

dos Estados".

nus, com Francisco Sá, um regulamento

e há quem a

enquadra na de um problema mais vas to, que aborda no Relatório confidencial

delas SC utilizam; desde o conjunto de n-gras administrativas adotadas para tor

"O mal está, portanto, no sistema (pie faz de um serviço industrial uma repar

nar (•fcti\as a policia c a segurança das \i;is fcrrcas. até o sistema de f;i\oros eoneedidos para fomentar o de.sen\*o]vimcuto das nnles; tudo prov;i o abando

tição pública-, .sem elasticidade de movi-

no em í|iie ésses estudos jazennn após a

à realidade mieional, com estradas con cedidas e outras sc c-oucedeudo, estudar a.s condições dc couciíssào. Faz então

mento.s; sem noção de devores, mas ape nas de direitos; em que (j trabalho re

regulamentação de

quem conhecer èste assunto uão pode

considerações interessantes a respeito da

munerado conforme seu valor 6 substi

surpreender a afirmaç.u) de que a ques

tuído pela gratificação fixa, haja ou não serviço feito; em que se paga a quem nada f.iz, aos domingos e feriados, cons tituindo nova aristocracia dos operários do Estado, na massa geral do proleta

tão das estradas (Ic ferro, satisfattVmmente n-solvida <-m me;idos deste século por um estadista de valor, com as novas c crescentes exigências do tráfego mo derno, se reconstituiu por inteiro c o problema dos Iransjíorles ;únd;i está à

ao Conselheiro Rodrigues Abes :

riado brasileiro; em que a noção de res ponsabilidade desapareceu, porque a au toridade foi solapada, não por liaver meio

práticf» de dar sanção

às fallus

1857...; luns a

Isso não impediu, porém, dé, atento

livre coiieorrència

entre eslrachis e do

* privilégio dc- zoiai. e dela deduz a neces sidade dos phuios de viação. "Existem,

portanto — diz. — inconsenientes graves pede o clescnvolvimcuilo das estradas dc ferro; a inteira liberdade de viação le\'a

espera de (juem o solva".

a cle.sbanitar capitais preciosos cm todo

Nícsino t<»nsiderando que, depois dis so. fizemos dois grandes progressos cm

país c, muito principalmente, em um país em via dc progresso. A solução do

pioblcma ferroviário consiste, pois, em

ejn qtte O /elo pelo funcionário eleitor faz passar para o segundo plano o de ver de servir ao público."

c tráfego das estradas de f<-iro, <. (n|c melhoraram as nornia.s de conccssrio, mesmo as.sÍJíi há, ainda hoje, imúto do

Não .se restringiu, porém, a sua ação no campo ferroviário ao estudo das ques

\crdadc ness(.-s conceitos dc C;ilógeras, que, ao serem escritos, eram. cm tudo'

tões atinentes a determinadas linhas fér

de pcrcucíente agudcz.

restrição o seu nacionalismo intratável,

que o teria de levar, como levou, a en carar de frente c de alto, cm seu con

Contrário (e nisso não há talvez, hoje

llliíl dos capitais; é o c|Ue ,Sü obtéin por Da cíxislència de concessões decorre a

necessidade

da fiscalização

oficial, a

vospcito do (juc teve também Calógeras idéias próprias c úteis, que lhe foram

fpiem com éle não esteja dc acordo) às

caras, pois sobre chis muito insistiu.

sul)venç(')es (luilométricas c consideran do, ucerladani(?nto, (jnc "do todas as doutrinas em relação a métodos dc auxí

Rtívista Brasileira, assim escrevia:

já em 1897, em interessante artigo na "O

serviço de fiscalização das cslrucla.s dc ferro nã(í consiste íinieamentc cm velar

a mais oscilante, a que menos fi.xidcz tem quanto aos enormes sacrifícios que impõe ao Tesouro ó a dc garantias de

um escopo imiitíj mais elevado, que é permitir o estudo sistemático da influên cia dos transportes sobre a' organização

(jiier nas condições e normas de sua ex

juros", foi Calógeras partidário da pro

produtora do País".

ploração. Em seu notável parecer como relator do Orçamento da Viação em 1899, observa; "Desde os métodos de

priedade oficia] das estradas dc forro. Desde seus primeiros estudos sobre a

maru, ao orçamento do Ministério da

nossa viação férrea esposou esse princí

- Indústria, Viação e Obras Públicas, uma

exploração, que em muitos

pio, para não mais o abandonar. Podo

cessões c do seu estabelecimento, quer em sua fiscalização

e cm suas tarifas,

pontos se

pehi leal e.KCCUção dos contratos: tem

Nesse mesmo ano apresenta, na Cu

emenda substitutiva, que tornava obriga W' »M- 41 .X_

o estudo da influência dos transportes

na organização produtora dos países; cm

st-nundo lusar, a confecção de um c.> di^o técnico para a expbraçao, para a construção e para o tráfego das Jias férreas nas diferentes zonas do Pais .

Êsscvs o.iudos e essas estatísticas de tráfego devem (.■onsiitiiir a I^se L-.siahclecimonto daS tarifas. Pensa su ■

meio dos planos dc viação."

lios a empresas dc viação, a mais funes ta, a mais perniciosa cm seus re.sullados,

junto e em suas características funda mentais, o problema ferroviário brasilei ro, quer quanto ao regime de suas con

Em 1903, insistiu na mesma idéia,

alargando-a: "O que a fiscalização tem de estudar, o problema a cuja solução

•sistcmatiziir o de.scnvol\'imonlo harmô nico das estradas de ferro com a coono-

Não lhe sofreria essa

lamentar de 27 anos, já vinham de bem cedo.

estão propostos os fiscais nomeados para êsse fim, é duplico: cm primeiro lugar,

Hcgulainento p;ira a jcgiirança, iwlícía

ponto de vista.

vidas". O que prova que, nesses assun tos. as cogitaçõe.s dêsse engenheiro e par

no privilégio da z.ona c^ na inteira lilíer-

a lei (le rcspinisabilidach- tivil C COIU Ü

reas, consideradíis embora do mais alto

nização produtora das zonas por ela ser

dudü de \ iação: o prix ilégio de zona im

como ela efetua- em mãos particulares-

prontamente, como a indústria requer c

pelo qual "se pode obter noção exata da influência d:t viação férrea sobre a orga

litulr assim "ésse curiosissimo sistenu^ tarificação a üllm 9»^ convém mexora

vcelmenle expelir dc noSSO pa^. P"tituí-lo sobre as suas únicas bases htcio n.us - as estatísticas dc tráfego - sol-

v-endo-o de acordo com os tres critérios transportes, a remuneração dos capitm.,

globais a que obedece: O custo dos

o valor mercantil dos produtos transportado.s. Para as estradas oficiais um ou

tro elemento ainda intervém: a influen

cia dos transportes nus relações de mtorcàmbio comercial".

Nes.sa ordem de idéias, apresentou à Câmara uma emenda, aprovada na ses

são de 5 dc julho de 1898, dando com

petência privativa ao Poder Executivo para determinar tarifas de transporte,


I VJim I

III I pmvipiifqppipinpp

68

Digesto Econômico

ijucr pura as vias férreas de sua proprie-

do Ih:- não íail I competência para isso".

d;idc, como para iis que tenha concedi do. desde que se subordinem as tarifas aos princípios gerais Cjue estabelece e

.\c) entanto, no Relatório confidencial,

são o- anteriormente citados.

Ca ntral. ao hulo da projiriedade do poílcr piiblíto, "o fráíc-go airendado, me diante foiicorrènda pública".

Partidário, como vimos, da proprieda de oficial das vias férreas, defendeu Ca-

lógeras, com ardor, a princípio, também a sua exploração pelo poder público. Já no estudo

publicado na

Revista

Brasileira, defendia essa doutrina, com

batia os arrendamentos e pergunta%'a; "Não sendo, entretanto, o Estudo inca paz de gerir \'ias férreas..., sendo certo

que em fa\or da exploração pelo Esta

do militam razões de ordem superior onde o motivo técnico ou econômico, que aconselha o arrendamento das via.s férreas nacionais?"

E considera\'a essa solução mero ex

pediente de financeiros, da qual advinam, porém, graves prejuízos permanen tes para a Naçao. Na tribuna parlamen tar, ufana-.se de sua atuação nesse sen

tido; "glorio-me de ter sido um dos pri

já citado, aconselha C.';ilom'r.!S, coinu soj uçao uniea e perti il t para o ca.so da

Xo entanto, como o engenheiro Pires tio Ibo, a cuja competência reiidc Calógcras as maiores luiiiienagcn.s, j>odia pro clamar, no ano imecli;ito: a solução en tre nós do problema ferroviário polo ar rendamento faliiara p<ír completo.

Ao relatar o Orçamento da Viação examina minuciosamente a questão da proijricdade e exploração das linhas fér

reas e por fim estuda "a hipótese, que

Sejam <[nais lovein as divergências que

se possam te r das idéia.s de Calógcras a

respeito ile nosstis problemas, ferroviá rios, (|naisqm'r (pie sejam as restrições (pie se laçam ;ios planos de viação que imaginou, lorçxiso e roeonbccer e pro clamar o puro ideal nacionali.sta o patri()lieo em cpie sempre sc inspirou, a

e.ssas (piestõcs.

E das numerosas citações, proposita damente feitas neste artigo, esperamos

resulte bem nítida a impressão de que,

poutx) conhecida embora, foi grande e valiosa a contribuição, que, como parla

mentar, administrador e publicista, bou-

xc Calógcras ao esclarecimento dos com- -

plexos probleimi.s da nação férrea na

cional.

iidministraçãí) pública sofreu completo descalabro, afigurou-se-lbc impossí\'e! a iiplieaçao satisfatória entre nós dus idéias por que se batera. Manteve-se, porém,

fiel ao princípio. Tanto assim que, em lb26, na conferência sobre os aspectos da economia nacional, tratando de novo nem so é possível, como até convém sc

nal, que dela advinham..."

tcrcssachts. o do Issladt) o o da União .

Parece-nos (pic, após o Gotérno Her mes cia Eonseca, em o (pial, u seu ver, a

medida e, no campo de ação que me

simos prejuízos para a economia nacio

pensamentos recônditos, dos governos in-

probidade profissional com que estudou cs

real.

ciedade disciplinada de alto a baixo,

dessa medida e a profunda anarquização do serviços que dela decorria, os gravís

cordial, patriótica, nacional, Isenta de

Essa mudanç.i de (jrientação de Calógeras c no entanto mais aparente do que

meiros a bater-me, pela imprensa, con tra o arrendamento das vias férreas fe derais. O Congresso discutia ainda essa era reservado naquela ocasião, fiz tudo quanto pude para mostrar a sem razão

69.

Dioesto Econômico

questão, declara (pic; "Em uma so

hiça o tráfego direto pelo Estado". 1 alvez .se inclinasse mesmo para a co laboração entre a União e os Estados, aos quais a primeira arrende as suas es

tradas cm eada um déles existentes, o que constitui um regime t]uc vem pro vando

bem convir aos interê.sses na

cionais.

É assim que, ao estudar a viação fér rea do Rio Grande do Sul, reconhece

tem sido formulada e que convém estu

que as crises

dar; a construção pelo Estado o a ex

tráfego só começaram íá "a ser logica

de congestionamento do

ploração arrendada a empresas parti

mente combatidas quando a administra

culares" e condena-a, mesmo "pondo de parte o que há de singular em não ex plorar o Estado sua propriedade, quan

ção estadual assumiu a direção da rede".

E para a solução completa do plano que imaginara reclama "a colaboração i, i- A

'i.


I VJim I

III I pmvipiifqppipinpp

68

Digesto Econômico

ijucr pura as vias férreas de sua proprie-

do Ih:- não íail I competência para isso".

d;idc, como para iis que tenha concedi do. desde que se subordinem as tarifas aos princípios gerais Cjue estabelece e

.\c) entanto, no Relatório confidencial,

são o- anteriormente citados.

Ca ntral. ao hulo da projiriedade do poílcr piiblíto, "o fráíc-go airendado, me diante foiicorrènda pública".

Partidário, como vimos, da proprieda de oficial das vias férreas, defendeu Ca-

lógeras, com ardor, a princípio, também a sua exploração pelo poder público. Já no estudo

publicado na

Revista

Brasileira, defendia essa doutrina, com

batia os arrendamentos e pergunta%'a; "Não sendo, entretanto, o Estudo inca paz de gerir \'ias férreas..., sendo certo

que em fa\or da exploração pelo Esta

do militam razões de ordem superior onde o motivo técnico ou econômico, que aconselha o arrendamento das via.s férreas nacionais?"

E considera\'a essa solução mero ex

pediente de financeiros, da qual advinam, porém, graves prejuízos permanen tes para a Naçao. Na tribuna parlamen tar, ufana-.se de sua atuação nesse sen

tido; "glorio-me de ter sido um dos pri

já citado, aconselha C.';ilom'r.!S, coinu soj uçao uniea e perti il t para o ca.so da

Xo entanto, como o engenheiro Pires tio Ibo, a cuja competência reiidc Calógcras as maiores luiiiienagcn.s, j>odia pro clamar, no ano imecli;ito: a solução en tre nós do problema ferroviário polo ar rendamento faliiara p<ír completo.

Ao relatar o Orçamento da Viação examina minuciosamente a questão da proijricdade e exploração das linhas fér

reas e por fim estuda "a hipótese, que

Sejam <[nais lovein as divergências que

se possam te r das idéia.s de Calógcras a

respeito ile nosstis problemas, ferroviá rios, (|naisqm'r (pie sejam as restrições (pie se laçam ;ios planos de viação que imaginou, lorçxiso e roeonbccer e pro clamar o puro ideal nacionali.sta o patri()lieo em cpie sempre sc inspirou, a

e.ssas (piestõcs.

E das numerosas citações, proposita damente feitas neste artigo, esperamos

resulte bem nítida a impressão de que,

poutx) conhecida embora, foi grande e valiosa a contribuição, que, como parla

mentar, administrador e publicista, bou-

xc Calógcras ao esclarecimento dos com- -

plexos probleimi.s da nação férrea na

cional.

iidministraçãí) pública sofreu completo descalabro, afigurou-se-lbc impossí\'e! a iiplieaçao satisfatória entre nós dus idéias por que se batera. Manteve-se, porém,

fiel ao princípio. Tanto assim que, em lb26, na conferência sobre os aspectos da economia nacional, tratando de novo nem so é possível, como até convém sc

nal, que dela advinham..."

tcrcssachts. o do Issladt) o o da União .

Parece-nos (pic, após o Gotérno Her mes cia Eonseca, em o (pial, u seu ver, a

medida e, no campo de ação que me

simos prejuízos para a economia nacio

pensamentos recônditos, dos governos in-

probidade profissional com que estudou cs

real.

ciedade disciplinada de alto a baixo,

dessa medida e a profunda anarquização do serviços que dela decorria, os gravís

cordial, patriótica, nacional, Isenta de

Essa mudanç.i de (jrientação de Calógeras c no entanto mais aparente do que

meiros a bater-me, pela imprensa, con tra o arrendamento das vias férreas fe derais. O Congresso discutia ainda essa era reservado naquela ocasião, fiz tudo quanto pude para mostrar a sem razão

69.

Dioesto Econômico

questão, declara (pic; "Em uma so

hiça o tráfego direto pelo Estado". 1 alvez .se inclinasse mesmo para a co laboração entre a União e os Estados, aos quais a primeira arrende as suas es

tradas cm eada um déles existentes, o que constitui um regime t]uc vem pro vando

bem convir aos interê.sses na

cionais.

É assim que, ao estudar a viação fér rea do Rio Grande do Sul, reconhece

tem sido formulada e que convém estu

que as crises

dar; a construção pelo Estado o a ex

tráfego só começaram íá "a ser logica

de congestionamento do

ploração arrendada a empresas parti

mente combatidas quando a administra

culares" e condena-a, mesmo "pondo de parte o que há de singular em não ex plorar o Estado sua propriedade, quan

ção estadual assumiu a direção da rede".

E para a solução completa do plano que imaginara reclama "a colaboração i, i- A

'i.


DICKSTO Econômico

A lei agrária

cimento dc auxílio técnico o sob a forma

dc máquinas, fcrtiliz;mtcs etc. O mesmo

sc pode dizer quanto ao Banco Rural,

J. Testa

assunto sobro o qual existem projetos

(Chefe cie Estutislica c I'ublici<l:i(lc

na Ciun:ira, que necessitam ser "res

da Siiperinli-ndència do Café)

lamento e na imprensa, a questão

do Código Rural, do salário mínimo para os trabalhadores do campo, o outros as

suntos correiatos. Chegou a ser apresentiído à Câmara um projeto, a nosso ver um tanto fora das realidades concre

tas do meio rural, o qual foi bastante

discutido pela imprensa e pelas nossas associações agrícolas.

O assunto, em realidade, nunca cliegou a sair da pauta das discussões-

periodicamente tem sido ventilado pela imprensa c pelos interessados. Mas, ao que parece, vai novamente ser tratado

a fundo, conforme deram a entender o sr. Presidente da República e o sr. Mi

nistro da Agricultura, constando que êste nomeará, dentro dc poucos dias, uma comissão de técnicos para o es

tudo dc uma no\a Lei Agrária, cujo anteprojeto será depois levado à con sideração do Chefe do Governo.

Ao que parece, os pontos principais

do no\'o Código e das novas disposi ções, já ventilados pelo sr. Getúlio Vargas cm vários do sscus disciinsos eleitorais, seriam os seguintes: o uso da terra deve estar condicionado a uma finalidade social; deve estar subordina do ao bem-estar e ao progresso social;

o latifúndio improdutivo terá que ser desapropriado, ou seu proprietário aju dado financeiramente, se fôr o caso; as cooperativas agrícolas precisam ser vigorosamente amparadas; máquinas, se

retomar a política cia criação de colônias agrícolas; eleve ser criado um Banco

Rural, com créditos a prazo longo c juros baixos, mas, antes, desenvolver-se a Car

teira de Crédito Agrícola do Banco do Brasil; os benefícios c prerrogativas da

legislação (jue amp;ira os trabalhadores urbanos precisam ser csti-ndidos, progrcssivanumle, ao liomem do campo; melhoria de padrão <le vida; salário

mínimo; cstal^ilidadc funcional; seguro fontra acidentes; assistência inédic;i o

liüspitalur; aposentadorias c pensões. Além desses conceitos, o sr. Getúlio Vargas c-xprimiu a necessidade dc se modernizar o Ministério da Agricultura tí conccdcr-llio melhores \'erbas, pois, como .sabemos, é élc tido como o enfei tado entre os demais ministciios, txtben-

do-llio uma irrisória porcentagem da receita total do País.

nuo merece discussão, tal a sua clareza c as suas altas finalidades.

Todavia,

há detalhes relativos a alguns que me recem ser devidamente e.xamínados.

E

liá, também, relativamente a outros, o

modus facíendi, que deve ser conside

(ílo do interior os benefícios da moder

na legislação social. São eles, muitas

também, sòbrc a necessidade dc desen volver, nanlernizar e dotar mcllior o

vèzcs, criaturas humanas votadas ao

Ministério da Agrieullura.

Quanto aos outros eonccitos, embora clèles não discordemos, em tese, mere cem todaN'ia- ser examinados com muita

atenção. 1^<^' modo geral, ninguém dis cordará de cpie "o uso da terra deve estar subordinado ao bem-estar e ao

progresso social". Rcpugna a qualquer espí rito bem formado, es

pecialmente no Brasil,

país cuja virtude nacio nal é, por assim dizer, a bondade, a explora ção do homem pelo ho mem. Cada lavrador, cada industrial, com ra

ras exceções, faz geral mente

alguma

cousa,

espontãncamcntc, pelos

nobrezíx desses propósitos quase ninguém discordará. Acreditamos que n niaioria dôles, sua quase totalidade,

ceitos dc asfalto, sabemos que ninguém merece mais que o nosso pobre cabo-

Nenhuma dúvida existe,

suscitados".

J^Á tempos discutíu-se muito, no Par

cemos o interior e seus problemas, o que não legislamos ou emitimos con

seus assalariados, o al

mais baixo grau social, verdadeiros pá rias indianos; magros, enfermiços, an-

drajosos, incultos, subalimentados. médico, para essa gente, c uma impos sibilidade; um dentista, um verdadeiro mito; ainda que tenham à mão alimen tação sadia, não sabem usá-la; as esco las são demasiado teóricas e distantes; mercado para os seus

produtos - quando os produzem — não exis te: só lhes aparece à

porta o intermediário \'oraz.

Tudo o que se fizes

se por eles seria m;üs

que meritório. Mais que a a.ssistência social, a própria religião acon

selharia que os socor

rêssemos, pois se trata

de verdadeira caridade.

guns há que têm orga

E há outro aspecto: se

nizado notáveis obras de assistência social.

País, de uma grande

ria a incorporação, ao

Mas, SC fôr estabelecido em lei que

niiissii de população que, pràUcamente,

"o uso da torra deve estar subordinado

não existe, por enquanto, nem como

ao bem-estar c ao progresso social", não será necessário, porventura, estender êsse

produtora, nem como consumidora.

Como fazê-lo, porém? Aí é que o

conceito a outras formas de atividade?

rado com muita objetividade, a fim de que não criemos preceitos legais e regulamentares que se afastem da reali dade, e sejam, ao depois, inexequíveis

problema se toma muito meticuloso.

O u.so dc uma fábrica, por exemplo, o

Estabelecer, simplesmente, em lei, que

uso do dinheiro, não deveriam estar

o trabalhador mral passa a ganhar o

igualmente subordinados a esse objetivo dc progresso social? E não seria isso

mínimo dc x e que tara estabilidade funcional, seguro contra acidentes, as

ou contraproducentes.

abandonar demasiadamente o individua

lismo, para entrar, pràticamente, no so

sistência médica, aposentadoria etc., não resolve de forma alguma o problema;

cialismo?

antes, o complica, pelos vários motivos

A necessidade de amparo e estímulo

mentes, fertilizantes e técnicos devem ser

às cooperativas e colônias agrícolas não

propiciados aos interessados; é necessário

merece discussão, bem como o forne

Por outro lado, todos os que conhe-

que passamos a expor.


DICKSTO Econômico

A lei agrária

cimento dc auxílio técnico o sob a forma

dc máquinas, fcrtiliz;mtcs etc. O mesmo

sc pode dizer quanto ao Banco Rural,

J. Testa

assunto sobro o qual existem projetos

(Chefe cie Estutislica c I'ublici<l:i(lc

na Ciun:ira, que necessitam ser "res

da Siiperinli-ndència do Café)

lamento e na imprensa, a questão

do Código Rural, do salário mínimo para os trabalhadores do campo, o outros as

suntos correiatos. Chegou a ser apresentiído à Câmara um projeto, a nosso ver um tanto fora das realidades concre

tas do meio rural, o qual foi bastante

discutido pela imprensa e pelas nossas associações agrícolas.

O assunto, em realidade, nunca cliegou a sair da pauta das discussões-

periodicamente tem sido ventilado pela imprensa c pelos interessados. Mas, ao que parece, vai novamente ser tratado

a fundo, conforme deram a entender o sr. Presidente da República e o sr. Mi

nistro da Agricultura, constando que êste nomeará, dentro dc poucos dias, uma comissão de técnicos para o es

tudo dc uma no\a Lei Agrária, cujo anteprojeto será depois levado à con sideração do Chefe do Governo.

Ao que parece, os pontos principais

do no\'o Código e das novas disposi ções, já ventilados pelo sr. Getúlio Vargas cm vários do sscus disciinsos eleitorais, seriam os seguintes: o uso da terra deve estar condicionado a uma finalidade social; deve estar subordina do ao bem-estar e ao progresso social;

o latifúndio improdutivo terá que ser desapropriado, ou seu proprietário aju dado financeiramente, se fôr o caso; as cooperativas agrícolas precisam ser vigorosamente amparadas; máquinas, se

retomar a política cia criação de colônias agrícolas; eleve ser criado um Banco

Rural, com créditos a prazo longo c juros baixos, mas, antes, desenvolver-se a Car

teira de Crédito Agrícola do Banco do Brasil; os benefícios c prerrogativas da

legislação (jue amp;ira os trabalhadores urbanos precisam ser csti-ndidos, progrcssivanumle, ao liomem do campo; melhoria de padrão <le vida; salário

mínimo; cstal^ilidadc funcional; seguro fontra acidentes; assistência inédic;i o

liüspitalur; aposentadorias c pensões. Além desses conceitos, o sr. Getúlio Vargas c-xprimiu a necessidade dc se modernizar o Ministério da Agricultura tí conccdcr-llio melhores \'erbas, pois, como .sabemos, é élc tido como o enfei tado entre os demais ministciios, txtben-

do-llio uma irrisória porcentagem da receita total do País.

nuo merece discussão, tal a sua clareza c as suas altas finalidades.

Todavia,

há detalhes relativos a alguns que me recem ser devidamente e.xamínados.

E

liá, também, relativamente a outros, o

modus facíendi, que deve ser conside

(ílo do interior os benefícios da moder

na legislação social. São eles, muitas

também, sòbrc a necessidade dc desen volver, nanlernizar e dotar mcllior o

vèzcs, criaturas humanas votadas ao

Ministério da Agrieullura.

Quanto aos outros eonccitos, embora clèles não discordemos, em tese, mere cem todaN'ia- ser examinados com muita

atenção. 1^<^' modo geral, ninguém dis cordará de cpie "o uso da terra deve estar subordinado ao bem-estar e ao

progresso social". Rcpugna a qualquer espí rito bem formado, es

pecialmente no Brasil,

país cuja virtude nacio nal é, por assim dizer, a bondade, a explora ção do homem pelo ho mem. Cada lavrador, cada industrial, com ra

ras exceções, faz geral mente

alguma

cousa,

espontãncamcntc, pelos

nobrezíx desses propósitos quase ninguém discordará. Acreditamos que n niaioria dôles, sua quase totalidade,

ceitos dc asfalto, sabemos que ninguém merece mais que o nosso pobre cabo-

Nenhuma dúvida existe,

suscitados".

J^Á tempos discutíu-se muito, no Par

cemos o interior e seus problemas, o que não legislamos ou emitimos con

seus assalariados, o al

mais baixo grau social, verdadeiros pá rias indianos; magros, enfermiços, an-

drajosos, incultos, subalimentados. médico, para essa gente, c uma impos sibilidade; um dentista, um verdadeiro mito; ainda que tenham à mão alimen tação sadia, não sabem usá-la; as esco las são demasiado teóricas e distantes; mercado para os seus

produtos - quando os produzem — não exis te: só lhes aparece à

porta o intermediário \'oraz.

Tudo o que se fizes

se por eles seria m;üs

que meritório. Mais que a a.ssistência social, a própria religião acon

selharia que os socor

rêssemos, pois se trata

de verdadeira caridade.

guns há que têm orga

E há outro aspecto: se

nizado notáveis obras de assistência social.

País, de uma grande

ria a incorporação, ao

Mas, SC fôr estabelecido em lei que

niiissii de população que, pràUcamente,

"o uso da torra deve estar subordinado

não existe, por enquanto, nem como

ao bem-estar c ao progresso social", não será necessário, porventura, estender êsse

produtora, nem como consumidora.

Como fazê-lo, porém? Aí é que o

conceito a outras formas de atividade?

rado com muita objetividade, a fim de que não criemos preceitos legais e regulamentares que se afastem da reali dade, e sejam, ao depois, inexequíveis

problema se toma muito meticuloso.

O u.so dc uma fábrica, por exemplo, o

Estabelecer, simplesmente, em lei, que

uso do dinheiro, não deveriam estar

o trabalhador mral passa a ganhar o

igualmente subordinados a esse objetivo dc progresso social? E não seria isso

mínimo dc x e que tara estabilidade funcional, seguro contra acidentes, as

ou contraproducentes.

abandonar demasiadamente o individua

lismo, para entrar, pràticamente, no so

sistência médica, aposentadoria etc., não resolve de forma alguma o problema;

cialismo?

antes, o complica, pelos vários motivos

A necessidade de amparo e estímulo

mentes, fertilizantes e técnicos devem ser

às cooperativas e colônias agrícolas não

propiciados aos interessados; é necessário

merece discussão, bem como o forne

Por outro lado, todos os que conhe-

que passamos a expor.


•yev

DlCiESTt) EC<)N()MIC<)

Em primeiro lugar, quem vai pagar essas vantagens a serem proporcionadas

ao trabalhador rural? O proprietário rural?

Mas esse é exatamente o iinico

empregador, no Brasil, que não tem, êle próprio, estabilidade. As atividades nirais são, em regra geral, uma lote

ria, num país onde não há financia mento adequado para a Ia\oura- onde

não há ser%'i<.-os de irrigação,' piri garantia contra a irregularidade cada

dução.

E a concessão das vantagens

também dc\-cria ser progrc-ssiva. sem o ({uc iríamos fazer, pràticainento, unia nova

Lei .Áiin-a. com

todos os seu.'»

malefícios para a economia agrícola do i^iís.

rosos ou tão amplos os benefício.s sociais.

ainda

Mas os neo-zclandcscs descobriram que isso era uma prosperidade .socialista c

muita graça e ironia, Salvador Rcyes em La Unión, de Valparaíso (apud "Amé ricas"). Mas, aqui não se trata de re finamento e sim de suprimento adequa

tinham \islo o .seu preço: custo do \'ida dobrado, imposlo-s altíssimos, penúria de produtos nccessário.s, controles, c uma

recentemente

comentaxa,

com

do de um alimento básico, como a came.

\ida insípicla, monótona, regida, plane jada e dirigida pela burocracia govema-

é multo importanie seja examinado pelos

na Inglaterra, um jornal consen ador pu

mentar'.

blicou uma caricatiu^ onde se- ria um

legisladores, pois eiil ura nem todos éles

familiarizados com os problemas do nos

nistro australiano, disso dêssc regime: "Ao grilo \'iril do pioneiro — "deixa

neração c dizendo-lhe: "V. Excia. nos

Poríjiic, ciiinprc não esquecer, e isto

Robert Mcnzios, Primeiro Mi

No auge da luta contra o socialismo,

mineiro dirigindo-se ao Ministro da Mi

so ínt« rior; lalxc/. 50 U dos luissos caipi

que eu faço", èlcs ha\iam substituído

nao há seguros amplos e organizados

ras a (juc se dobrar o ordenado passa

disse que no regime socialista ganha

— "deixa para o go\'êrno".

ríamos mais dinheiro com menos traba

contra o granizo e as geadas; onde

rão a trabalhar a metade do que traba-

cartazes de propaganda das eleições aus

lha\ain anles. Por outras pahuTas: si'

lho. Pois bem, já estamos trabalhando

tralianas dizia: "A imensa ilusão do so

um homem está aeoslnmado a ganhar 30

monos. Quando é que vão pagar-nos

cialismo à a de que poderemos ser mais

mais?"

cruzeiros por dia c trabalha l dias por s( mana, fazendo 120 criizciro.s, cie pas mará a trabalhar sòmcnle dois dias por

pukperos se todos produzirmos menos".

semana, se pa.ssar a ganliar 60 cruzeiros

de sua gestão. Todavia, em certos se

por dia. Sobre isso, não haja a menor

tores, como o da medicina socializada,

vez mais freqüente, das elmvas- onde

I

73

Dicesto Econômico

72

nao ha transportes eficientes, princi palmente para as zonas rurais, lendo chegado a apodrecer safras inteiras principalmente no Norte do Paranáonde não há garantia de preços; onde nao ha um sistema adequado de vend-,s

Um dos

Na Inglaterra, a experiência socialis ta ainda não apresentou o balanço final

que garanta ao lavrador os lucros ou. vao para o intermediário... o indus' triai, o comerciante, o banqueiro otc'

dúvida.

as criticas são constantes.

embora algumas das maiores dificulda

matéria-prima, tem financiamento fácil e rápido; as chuvas, ou granizes, ou

O qnc teremos será, pois, uma di minuição da produção per capita, ao custo do mesmo salário anterior.

gafanhotos, não lhes afetam a produção,

rá, encarecendo.

isso se deve, em grande parte, a três fatòres: a ajuda do Plano Marshall, a quebra cio valor da libra, e, principal mente, o racionamento rigoroso e per manente cpio, na Inglaterra, sempre foi aplicado com desusada severidade, e não apenas porque estejam no poder os so cialistas. Ainda há dias, os jornais pu blicavam informações de que a ração dc carne é atualmente de 125 gramas, Ou soja, uma fatia aproximadamente do tamanho de uma caixa de fósforos, por

trabalham no certo: fazem estoque de dentro das fábricas bem edíficadas e bem protegidas; a corrente elétrica é certa, mesmo quando racionada; podem acumular estoques; podem dosar o traballio num mesmo ritmo todo o ano Nada disso acontece quanto ao la vrador. Êle nunca sabe o dia de ama

nhã. Se a incerteza se podo aplicar a qualquer um, a êle mui especialmente.

Quem mais poderia arcar com aquê" les ônus provenientes da melhoria de

vida do trabalhador rural? O Governo? Mas este só o poderia fazer à custa de impostos, ou de qualquer outro recurso inconveniente.

A nosso ver, esses ônus, que deveriam

ser progressivos, só poderiam ser custea dos por um aumento racional da pro

Por

oiitra.s palavras, a produção .se reduzi

Aliás, o fenômeno é muito hiunano, <- não só no Brasil .se verificaria.

A Austrália c a Nova Zelândia, que

acabam de emergir de uma longa ex periência socialista, que durou 14 anos na segunda e 8 na primeira, constata

E, muito

des financeiras tenham sido vencidas,

Aparte as bouiades, isto é, realmen te, o socialismo.

Só o sistema da livre concorrência, da livre íniciath"a, do ordenado por pro

dução, por tarefa, pode permitir eficiên cia e crescimento; os outros sistemas vão

progressivamente se colocando em de graus inferiores. O sistema da Uore

iniciativa estabelece o máximo de ren

dimento com o máximo de trabalho; o socialismo, o máximo de rendimento com... o mínimo de trabalho; o coniunismo o mínimo de rendimento com o máximo de trabalho; e o dos nossos

caipiras, que seria, talvez, um meio anarquisnw, o mínimo de rendimento com o mínimo de trabalho.

O nosso caipira quer, em geral, tra balhar o mínimo, embora isso também

ram, cm todos os setores o por todos os

pessoa e por semana. Com tal regime

lhe renda o mínimo. Conheço muitís

de austeridade, não é de se admirar

simos que, possuindo sítios e até fazen

possíveis processos de verificação, que

que a situação financeira tenha melho

das, arrendam-nas a japoneses, e vão

a mesma constituiu um malogro. "Ve-

rado na França, na Itália e na Alema

trabalhar como assalariados desses pró

rificoii-.se, diz o Pilmeiro Ministro da

nha, onde cada qual come do que quer e quando quer. E que, diga-se de passagem, não são países socialistas. Aliás, talvez o refinamento gastronô

prios japoneses ou dc outros. Os raros que se mantêm como produtores inde pendentes — vêde-os numa feira, por exemplo, a expor os seus produtos —

mico não seja o forte dos ínglêses, como

só vendem raízes medicinais, fmtas sil-

Nova Zelândia (citado por Staniey High, cm Seleções) que nunca os empregos tinham sido tão abundantes, os salários

tão altos, as horas de trabalho tão pou cas, os feriados remunerados tão nume-


•yev

DlCiESTt) EC<)N()MIC<)

Em primeiro lugar, quem vai pagar essas vantagens a serem proporcionadas

ao trabalhador rural? O proprietário rural?

Mas esse é exatamente o iinico

empregador, no Brasil, que não tem, êle próprio, estabilidade. As atividades nirais são, em regra geral, uma lote

ria, num país onde não há financia mento adequado para a Ia\oura- onde

não há ser%'i<.-os de irrigação,' piri garantia contra a irregularidade cada

dução.

E a concessão das vantagens

também dc\-cria ser progrc-ssiva. sem o ({uc iríamos fazer, pràticainento, unia nova

Lei .Áiin-a. com

todos os seu.'»

malefícios para a economia agrícola do i^iís.

rosos ou tão amplos os benefício.s sociais.

ainda

Mas os neo-zclandcscs descobriram que isso era uma prosperidade .socialista c

muita graça e ironia, Salvador Rcyes em La Unión, de Valparaíso (apud "Amé ricas"). Mas, aqui não se trata de re finamento e sim de suprimento adequa

tinham \islo o .seu preço: custo do \'ida dobrado, imposlo-s altíssimos, penúria de produtos nccessário.s, controles, c uma

recentemente

comentaxa,

com

do de um alimento básico, como a came.

\ida insípicla, monótona, regida, plane jada e dirigida pela burocracia govema-

é multo importanie seja examinado pelos

na Inglaterra, um jornal consen ador pu

mentar'.

blicou uma caricatiu^ onde se- ria um

legisladores, pois eiil ura nem todos éles

familiarizados com os problemas do nos

nistro australiano, disso dêssc regime: "Ao grilo \'iril do pioneiro — "deixa

neração c dizendo-lhe: "V. Excia. nos

Poríjiic, ciiinprc não esquecer, e isto

Robert Mcnzios, Primeiro Mi

No auge da luta contra o socialismo,

mineiro dirigindo-se ao Ministro da Mi

so ínt« rior; lalxc/. 50 U dos luissos caipi

que eu faço", èlcs ha\iam substituído

nao há seguros amplos e organizados

ras a (juc se dobrar o ordenado passa

disse que no regime socialista ganha

— "deixa para o go\'êrno".

ríamos mais dinheiro com menos traba

contra o granizo e as geadas; onde

rão a trabalhar a metade do que traba-

cartazes de propaganda das eleições aus

lha\ain anles. Por outras pahuTas: si'

lho. Pois bem, já estamos trabalhando

tralianas dizia: "A imensa ilusão do so

um homem está aeoslnmado a ganhar 30

monos. Quando é que vão pagar-nos

cialismo à a de que poderemos ser mais

mais?"

cruzeiros por dia c trabalha l dias por s( mana, fazendo 120 criizciro.s, cie pas mará a trabalhar sòmcnle dois dias por

pukperos se todos produzirmos menos".

semana, se pa.ssar a ganliar 60 cruzeiros

de sua gestão. Todavia, em certos se

por dia. Sobre isso, não haja a menor

tores, como o da medicina socializada,

vez mais freqüente, das elmvas- onde

I

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Dicesto Econômico

72

nao ha transportes eficientes, princi palmente para as zonas rurais, lendo chegado a apodrecer safras inteiras principalmente no Norte do Paranáonde não há garantia de preços; onde nao ha um sistema adequado de vend-,s

Um dos

Na Inglaterra, a experiência socialis ta ainda não apresentou o balanço final

que garanta ao lavrador os lucros ou. vao para o intermediário... o indus' triai, o comerciante, o banqueiro otc'

dúvida.

as criticas são constantes.

embora algumas das maiores dificulda

matéria-prima, tem financiamento fácil e rápido; as chuvas, ou granizes, ou

O qnc teremos será, pois, uma di minuição da produção per capita, ao custo do mesmo salário anterior.

gafanhotos, não lhes afetam a produção,

rá, encarecendo.

isso se deve, em grande parte, a três fatòres: a ajuda do Plano Marshall, a quebra cio valor da libra, e, principal mente, o racionamento rigoroso e per manente cpio, na Inglaterra, sempre foi aplicado com desusada severidade, e não apenas porque estejam no poder os so cialistas. Ainda há dias, os jornais pu blicavam informações de que a ração dc carne é atualmente de 125 gramas, Ou soja, uma fatia aproximadamente do tamanho de uma caixa de fósforos, por

trabalham no certo: fazem estoque de dentro das fábricas bem edíficadas e bem protegidas; a corrente elétrica é certa, mesmo quando racionada; podem acumular estoques; podem dosar o traballio num mesmo ritmo todo o ano Nada disso acontece quanto ao la vrador. Êle nunca sabe o dia de ama

nhã. Se a incerteza se podo aplicar a qualquer um, a êle mui especialmente.

Quem mais poderia arcar com aquê" les ônus provenientes da melhoria de

vida do trabalhador rural? O Governo? Mas este só o poderia fazer à custa de impostos, ou de qualquer outro recurso inconveniente.

A nosso ver, esses ônus, que deveriam

ser progressivos, só poderiam ser custea dos por um aumento racional da pro

Por

oiitra.s palavras, a produção .se reduzi

Aliás, o fenômeno é muito hiunano, <- não só no Brasil .se verificaria.

A Austrália c a Nova Zelândia, que

acabam de emergir de uma longa ex periência socialista, que durou 14 anos na segunda e 8 na primeira, constata

E, muito

des financeiras tenham sido vencidas,

Aparte as bouiades, isto é, realmen te, o socialismo.

Só o sistema da livre concorrência, da livre íniciath"a, do ordenado por pro

dução, por tarefa, pode permitir eficiên cia e crescimento; os outros sistemas vão

progressivamente se colocando em de graus inferiores. O sistema da Uore

iniciativa estabelece o máximo de ren

dimento com o máximo de trabalho; o socialismo, o máximo de rendimento com... o mínimo de trabalho; o coniunismo o mínimo de rendimento com o máximo de trabalho; e o dos nossos

caipiras, que seria, talvez, um meio anarquisnw, o mínimo de rendimento com o mínimo de trabalho.

O nosso caipira quer, em geral, tra balhar o mínimo, embora isso também

ram, cm todos os setores o por todos os

pessoa e por semana. Com tal regime

lhe renda o mínimo. Conheço muitís

de austeridade, não é de se admirar

simos que, possuindo sítios e até fazen

possíveis processos de verificação, que

que a situação financeira tenha melho

das, arrendam-nas a japoneses, e vão

a mesma constituiu um malogro. "Ve-

rado na França, na Itália e na Alema

trabalhar como assalariados desses pró

rificoii-.se, diz o Pilmeiro Ministro da

nha, onde cada qual come do que quer e quando quer. E que, diga-se de passagem, não são países socialistas. Aliás, talvez o refinamento gastronô

prios japoneses ou dc outros. Os raros que se mantêm como produtores inde pendentes — vêde-os numa feira, por exemplo, a expor os seus produtos —

mico não seja o forte dos ínglêses, como

só vendem raízes medicinais, fmtas sil-

Nova Zelândia (citado por Staniey High, cm Seleções) que nunca os empregos tinham sido tão abundantes, os salários

tão altos, as horas de trabalho tão pou cas, os feriados remunerados tão nume-


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I'

TJtgesto EconAmic(>

Ncslres, mel cie pau, produtos extratixos

DlCESTO ECONÔNDCO'

tica.s etc. O que .seria uoces.sário era a criação da evro/n ativa, a cjue ensinasse

grcssix o c condicionado a essa freqüên

Há, evidentemente, uma imensa, iincn-

pratícanu-nte, aí» caipira c à sua familia,

cia: deverá prescrever que uma parte

síssima quantidade de e.xceções. Quan to caipira até mesmo inculto não Cimaginoso, cheio de iniciativas, realiziidor, eficiente? E, de outro lado, a

o un-lhor modo dc .se preparar o ali-

em geral.

constatação, (jue acima fazemos, de uni

estado de cousas infelizmente real, não visa depreciar o nosso elemento liumano; muito ao contrário: nesses pobres homens, ineficientes por efeito de edu cação, de tradição familiar, de molés tias etc., SC encontra o cerne de numní-

fícas qualidades morais; razoável inteligêneia, muita bondade, boas faculdades de adaptação.

Uicnto c se alimentar; a ncce.ssidado de

procurar o médico e o dentista, aban-

ma: íU'\'<''à \'elar pi-la sua savidc, tam

lie fabricar, élc próprio, seus móveis rús ticos, com graça e eonví-nièneia. A es

cola deveria sít dc um tipo diferente da que hoje existe, em geral; dexeria ser 'pie ali morassem e não por essas que

lazcm absoluta questão de residir nos grandes centros, eonsidíTando um cas

tigo morar iia roça; o mesmo se pode ria dizer fjiianto ao proxímenlo dos car gos de médicos rurais, dentistas, enfer

pagará, e como, as melhorias que Hie .serão proporcionadas e, de outra parte o modo mais eficiente de proporcioná-^

dem, nada adiantará qualquer Icgíslatào rural, íjue poderá até ser contra

Ias, de forma cpie sejam inteiramente aproveitadas, pois, se distribuídas a es

producente, ou, na melhor das liipótcses, só produzirá efeitos demorados.

rão dar, até certo ponto, resultados con

traproducentes.

Não é simple.s questão de instrução,

na acepção vulgar, como poderia pa recer à primeira vista. Alfabetizar, ape

meiros, etc.

.Sem um ensino dessa or

^0 um modo geral, nos.so caipira não se interessa em ganhar maí.s, pois não tem idéia do economia ou de eonfêrto:

não pretende pór dinheiro no banco, inverté-Io cm qualquer í-mprêsa, ter uma casa confortável, roupas adequadas, co mida substancial o nutritiva. O que ganlia a mais, quando isso acontece,

nas, o caipira, não resolvo o problema pois a meia-cultiira, de "saber ler e fa

emprega-o no ócio, em bebidas, roma

zer as quatro operações", não traz so lução. A primeira conseqüência do au

sem regra e sem regime.

mento dc salário será, como dissemos, menor trabalho.

A segunda, uni au

mento de gastos supérfluos, de despe sas alcoólicas, carnavalescas e futebolís-

que estejam familiarizados com essas

cesso, prático e simjiles, de laxrar a terra e de ri-alizar as pef|uenas ativida

modo mais ou menos genérico c ligeirohá que pensar, em última análise, quem

mo, não apenas não produzirão qual quer efeito prático, como ainda pode

tòriamenle. mu tais e tais aplicações; dex-erá, eoMconúlanteuu.mte, facultar ao

hoineiu do campo instrução adequada o

não apenas adaptada às zonas rurais, como ainda ser provida por professoras

Uma ajuda eficiente a êssc nosso no bre campônío, altamente merecedor dc auxílio, não poderá ser realizada de

dêsse aiuneiilo .seja empregada, obrigu-

às vèzcs acontece, um meio de desadaptaçãü e de urbanizaç.ão do caipira.

tlonandt) o eurandeiro; íj melhor pro des rurais; a utilidatie do u.so da fo.ssa, da água filtrada; a eon\-eníéneia do uso dí' \erduras e de frutas; a possibilidade

rias, roupas desajeitadas, comezainas A legislação a .ser feita será, pois, complexa; deverá prescrever certo re gime de freqüência ao trabalho, para fazer jius ao aumento, que será pro-

educação ruralista, e não, como agora

piátiea, nos moldes a que aludimos aci bém <le intulo prático e eficiente, c pro-

porcionar transporte para os seus pro dutos, <■ justo preço. Isso enxolvcria vários Minislérios: Educação c Saúde, Trabalho. \'iação, Fazenda, Agricultu

ra. . .

A própria pasta da Guerra po

deria ser chamada a colaborar, pois a easerna poderia ser, para o homem cie

origem rural, um e.xcelentc meio dc

Tudo isso, c o que mais ocorra aos

questões, deve .ser ventilado pelo legis

lador, a fim de que se possa produzir

obra prática, realista, humana e úül. ao invés de qualquer conglomerado de

leis impossíveis de ser usadas, ou c;apazes de produzir efeitos opostos aos que vis.a.sscm.

As entidades rurais, principalmente, (lex cin ser chamadas a colaborar nessa

empresa, juntamente com representantes,

cspccializiKlos, dos Ministérios a que aci ma nos referimos.


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TJtgesto EconAmic(>

Ncslres, mel cie pau, produtos extratixos

DlCESTO ECONÔNDCO'

tica.s etc. O que .seria uoces.sário era a criação da evro/n ativa, a cjue ensinasse

grcssix o c condicionado a essa freqüên

Há, evidentemente, uma imensa, iincn-

pratícanu-nte, aí» caipira c à sua familia,

cia: deverá prescrever que uma parte

síssima quantidade de e.xceções. Quan to caipira até mesmo inculto não Cimaginoso, cheio de iniciativas, realiziidor, eficiente? E, de outro lado, a

o un-lhor modo dc .se preparar o ali-

em geral.

constatação, (jue acima fazemos, de uni

estado de cousas infelizmente real, não visa depreciar o nosso elemento liumano; muito ao contrário: nesses pobres homens, ineficientes por efeito de edu cação, de tradição familiar, de molés tias etc., SC encontra o cerne de numní-

fícas qualidades morais; razoável inteligêneia, muita bondade, boas faculdades de adaptação.

Uicnto c se alimentar; a ncce.ssidado de

procurar o médico e o dentista, aban-

ma: íU'\'<''à \'elar pi-la sua savidc, tam

lie fabricar, élc próprio, seus móveis rús ticos, com graça e eonví-nièneia. A es

cola deveria sít dc um tipo diferente da que hoje existe, em geral; dexeria ser 'pie ali morassem e não por essas que

lazcm absoluta questão de residir nos grandes centros, eonsidíTando um cas

tigo morar iia roça; o mesmo se pode ria dizer fjiianto ao proxímenlo dos car gos de médicos rurais, dentistas, enfer

pagará, e como, as melhorias que Hie .serão proporcionadas e, de outra parte o modo mais eficiente de proporcioná-^

dem, nada adiantará qualquer Icgíslatào rural, íjue poderá até ser contra

Ias, de forma cpie sejam inteiramente aproveitadas, pois, se distribuídas a es

producente, ou, na melhor das liipótcses, só produzirá efeitos demorados.

rão dar, até certo ponto, resultados con

traproducentes.

Não é simple.s questão de instrução,

na acepção vulgar, como poderia pa recer à primeira vista. Alfabetizar, ape

meiros, etc.

.Sem um ensino dessa or

^0 um modo geral, nos.so caipira não se interessa em ganhar maí.s, pois não tem idéia do economia ou de eonfêrto:

não pretende pór dinheiro no banco, inverté-Io cm qualquer í-mprêsa, ter uma casa confortável, roupas adequadas, co mida substancial o nutritiva. O que ganlia a mais, quando isso acontece,

nas, o caipira, não resolvo o problema pois a meia-cultiira, de "saber ler e fa

emprega-o no ócio, em bebidas, roma

zer as quatro operações", não traz so lução. A primeira conseqüência do au

sem regra e sem regime.

mento dc salário será, como dissemos, menor trabalho.

A segunda, uni au

mento de gastos supérfluos, de despe sas alcoólicas, carnavalescas e futebolís-

que estejam familiarizados com essas

cesso, prático e simjiles, de laxrar a terra e de ri-alizar as pef|uenas ativida

modo mais ou menos genérico c ligeirohá que pensar, em última análise, quem

mo, não apenas não produzirão qual quer efeito prático, como ainda pode

tòriamenle. mu tais e tais aplicações; dex-erá, eoMconúlanteuu.mte, facultar ao

hoineiu do campo instrução adequada o

não apenas adaptada às zonas rurais, como ainda ser provida por professoras

Uma ajuda eficiente a êssc nosso no bre campônío, altamente merecedor dc auxílio, não poderá ser realizada de

dêsse aiuneiilo .seja empregada, obrigu-

às vèzcs acontece, um meio de desadaptaçãü e de urbanizaç.ão do caipira.

tlonandt) o eurandeiro; íj melhor pro des rurais; a utilidatie do u.so da fo.ssa, da água filtrada; a eon\-eníéneia do uso dí' \erduras e de frutas; a possibilidade

rias, roupas desajeitadas, comezainas A legislação a .ser feita será, pois, complexa; deverá prescrever certo re gime de freqüência ao trabalho, para fazer jius ao aumento, que será pro-

educação ruralista, e não, como agora

piátiea, nos moldes a que aludimos aci bém <le intulo prático e eficiente, c pro-

porcionar transporte para os seus pro dutos, <■ justo preço. Isso enxolvcria vários Minislérios: Educação c Saúde, Trabalho. \'iação, Fazenda, Agricultu

ra. . .

A própria pasta da Guerra po

deria ser chamada a colaborar, pois a easerna poderia ser, para o homem cie

origem rural, um e.xcelentc meio dc

Tudo isso, c o que mais ocorra aos

questões, deve .ser ventilado pelo legis

lador, a fim de que se possa produzir

obra prática, realista, humana e úül. ao invés de qualquer conglomerado de

leis impossíveis de ser usadas, ou c;apazes de produzir efeitos opostos aos que vis.a.sscm.

As entidades rurais, principalmente, (lex cin ser chamadas a colaborar nessa

empresa, juntamente com representantes,

cspccializiKlos, dos Ministérios a que aci ma nos referimos.


77

DiGESTd ECONÓ^^CO

A BÔLSA DE CAFÉ EM ANTUÉRPIA Geraldo O. BANASiawiTz

QuaniX) o presente número do *'Digcsto" tiver chegado às mãos dos

prezados leitores, a abertura de um

mercado a termo de café em Antuérpia será provà\-elmcnte um fato consumadesta iniciativa é

considerável e o nosso comércio de café espera da medida resultados benéfics.

especialmente para a cotacão do produto e para o volume do vendas no Velho Continente.

Em termos adaptados à linguagem rústica atualmente em voga no comércio mundial, podemos afirmar que a aber

t"

tura da Bôlsa Cafecira Européia é o

I

gesto mais expressivo da "estratégia da rubiacea , que todos os go\-emos bra sileiros pretendem praticar.

Há, ern primeiro lugar, considerações sobre a formação dos preços de nosso principal produto de exportação. Atualmente as cotações mundiais da rubiácca obedecem ao critério adotado

pela Administração dos Preços dos Es

tados Unidos. Não há dúvida que as medidas tomadas em Washington são dc uso interno e somente a falta de um mercado livro para o café, transforma o prcço-tcto americano em preço mundial do produto. A criação dc um mercado a térmo

Há, oiilrossim, uma interligação dos

timular as trocas com o Brasil. Men

cionamos especialmente a incerteza rei

Belga, como a do Brasil, é sujeita à única e uniforme taxa dc 4.5 por cento

nante nos meios comerciais de Braxelas

"ad

fornecimento com o nosso país; de fato, o \encledor brasileiro só pode registrar

valorem".

c Antuérpia a respeito dos contratos de

fatores que contribuirá para fortalecer a

O Brasil foi o primeiro país a tirar

posiçaí) cia nossa rubiáetra no mercado

vantagens de tal situação. Antes da guerra, nosso país forneceu 39% a 45% das importações belgas, e passou entre

a transação de \ enda de café depois de

1947 e 1949 a contribuir com 59% a

normalmente dez dias.

norte-americano, na ineclicia em que o consunio

europeu

dc café

tende

a

crescer.

A localização da Bolsa dc Café no

'5% das compras cafeeiras belgas.

Velho Continente não era jinporalÍ\'anu.-nte no põrto d<í Antuérpia. Surgiram nas díscus.sões como pretendentes Le Ha\re

<• mesmo Londres.

A despeito dc sua população rcdxizida

de 8.614.()()() habitantes, a Bélgica fi cou em 194S em primeiro lugar entre

Fatores de oi-

todos os países importadores de café

clem prática, porém, indicam o pôrlo belga como a sede mais adequaila para instalação do mercado a ténno; e nós apresentamos a seguir alguns as[Jcctos

na Europa. Em 1950 a França passou ^ Ocupar o primeiro higar, mas é preciso

de Antuérpia que explicam essa opinião.

í^alienlav que a s\ia população é dc 'íl.180.000 almas; c c preciso insistir,

O mercado interno belga

Erança concede absoluta prioridade aos Cafés coloniais. Madagascar, Afri-

dc outro lado, sõbrc o falo do que a ca Ocidental c a Reunião forne

Na Bélgica o café é considerado be

cem 73 % de sou abastecimento

bida nacional: tomando cm considera ção esse fato, o governo, logo após a

tinente.

to do consumo foi eliminado c o comér

Café.

cio c a distribuição do café são intcira-

fatores que explicamos a seguir.

Isso c o resultado de diversos

incnlo livres.

Atualmente o mercado belga está com

fandegários que pesam .sobre esse pro

dadeiro mercado mundial.

duto são reduzidos, j^ois representam so

Falta de facilidade

Em primeiro lugar, os cafés ccntroamericano.s, -que normalmente têm co

mente 4,5 por cento sobre o valor

livre formação dos preços está a neces

C.I.F,, da rubiácea.

sidade de aumentar as vendas para o Velho Continente, a fim de conseguir francos franceses, libras e marcos, que hoje são mais escassos no Brasil do que

coloca a Bélgica em posição sem par no Velho Continente, pois na maioria dos países europeus o ônus fiscal que grava o comércio do café é i:)esadíssimo. Lem

ü dólar.

bramos ainda que o privilégio fiscal con-

tação superior à do café brasileiro, fo

Essa situação

ram oferecidos durante alguns meses do íino passado a preços iguais aos vigen

tes para a rubiácca brasileira. Em se gundo lugar, depois da denúncia do tratado comercial com o nosso país, fal tavam facilidades comerciais para esV

poda tornar-se de valor discutível. Afirmani os importadores belgas com preender a exigência das autoridades brasileiras, de apresentar os documen tos dc credito, mas isso somente no momento do embarque.

Em 1949 muitos negócios com o Brasil foram fechados com a estipulação de se proceder ao embarque em d^a ulterior (3 a 6 meses). Essa prá tica favoreceu as transações. Em

crédito a transação se legaliM. É claro que nenhum importaaor

Notamos, toda\'ia, de 1949 para 1950, ^"crta diminuição das compras belgas de

cia do "Cciling" o restabelece um ver

diais da rubiácea, o contrato de venda

do café brasileiro no Velho Con

desde o começo de 1947, o racionamen

pletamente normalizado. Os direitos al

Se nesse inter\-alo há fortes flutuações no setor cambial ou nas cotações mun

1950, porém, o Brasil mudou as prescrições c agora somente de pois de ter recebido as cartas de

da é a Í3élgica o maior freguês

Bélgica importou 445.000 sacas e em 1946 o total chegou a 960.000 sacas;

receber a confirmação do negócio e até a abertura efetiva do crédito passam

Em algarismos absolutos, ain

normal.

lilieraçao, reiniciou as importações da rubiácca cm larga escala. Em 1945 a

na Europa li\Ta o Brasil da dependên Estreitamente ligada ao complexo da

cedido antigamente aos cafés coloniais foi abolido, lloje a rubiácca do Congo

I

belga abrirá um crédito 2 a 3 meses an tes do embarque da mercadoria. Diante da recusa brasileira do reconsiderar as novas determinações, os importadores de Antuérpia procuraram os cafés do Haiti e do Congo, onde as facilidades de pa gamento são muito maiores. Câmara de Comércio de Anvers —

Seçãç de Café

A organização de um mercado a têrmo (Bôlsa de Café), exige que o lu gar onde se queira estabelecê-lo satis faça às seguintes exigências: 1.^ — ser um mercado distribuidor e

oferecer grandes possibilidades


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DiGESTd ECONÓ^^CO

A BÔLSA DE CAFÉ EM ANTUÉRPIA Geraldo O. BANASiawiTz

QuaniX) o presente número do *'Digcsto" tiver chegado às mãos dos

prezados leitores, a abertura de um

mercado a termo de café em Antuérpia será provà\-elmcnte um fato consumadesta iniciativa é

considerável e o nosso comércio de café espera da medida resultados benéfics.

especialmente para a cotacão do produto e para o volume do vendas no Velho Continente.

Em termos adaptados à linguagem rústica atualmente em voga no comércio mundial, podemos afirmar que a aber

t"

tura da Bôlsa Cafecira Européia é o

I

gesto mais expressivo da "estratégia da rubiacea , que todos os go\-emos bra sileiros pretendem praticar.

Há, ern primeiro lugar, considerações sobre a formação dos preços de nosso principal produto de exportação. Atualmente as cotações mundiais da rubiácca obedecem ao critério adotado

pela Administração dos Preços dos Es

tados Unidos. Não há dúvida que as medidas tomadas em Washington são dc uso interno e somente a falta de um mercado livro para o café, transforma o prcço-tcto americano em preço mundial do produto. A criação dc um mercado a térmo

Há, oiilrossim, uma interligação dos

timular as trocas com o Brasil. Men

cionamos especialmente a incerteza rei

Belga, como a do Brasil, é sujeita à única e uniforme taxa dc 4.5 por cento

nante nos meios comerciais de Braxelas

"ad

fornecimento com o nosso país; de fato, o \encledor brasileiro só pode registrar

valorem".

c Antuérpia a respeito dos contratos de

fatores que contribuirá para fortalecer a

O Brasil foi o primeiro país a tirar

posiçaí) cia nossa rubiáetra no mercado

vantagens de tal situação. Antes da guerra, nosso país forneceu 39% a 45% das importações belgas, e passou entre

a transação de \ enda de café depois de

1947 e 1949 a contribuir com 59% a

normalmente dez dias.

norte-americano, na ineclicia em que o consunio

europeu

dc café

tende

a

crescer.

A localização da Bolsa dc Café no

'5% das compras cafeeiras belgas.

Velho Continente não era jinporalÍ\'anu.-nte no põrto d<í Antuérpia. Surgiram nas díscus.sões como pretendentes Le Ha\re

<• mesmo Londres.

A despeito dc sua população rcdxizida

de 8.614.()()() habitantes, a Bélgica fi cou em 194S em primeiro lugar entre

Fatores de oi-

todos os países importadores de café

clem prática, porém, indicam o pôrlo belga como a sede mais adequaila para instalação do mercado a ténno; e nós apresentamos a seguir alguns as[Jcctos

na Europa. Em 1950 a França passou ^ Ocupar o primeiro higar, mas é preciso

de Antuérpia que explicam essa opinião.

í^alienlav que a s\ia população é dc 'íl.180.000 almas; c c preciso insistir,

O mercado interno belga

Erança concede absoluta prioridade aos Cafés coloniais. Madagascar, Afri-

dc outro lado, sõbrc o falo do que a ca Ocidental c a Reunião forne

Na Bélgica o café é considerado be

cem 73 % de sou abastecimento

bida nacional: tomando cm considera ção esse fato, o governo, logo após a

tinente.

to do consumo foi eliminado c o comér

Café.

cio c a distribuição do café são intcira-

fatores que explicamos a seguir.

Isso c o resultado de diversos

incnlo livres.

Atualmente o mercado belga está com

fandegários que pesam .sobre esse pro

dadeiro mercado mundial.

duto são reduzidos, j^ois representam so

Falta de facilidade

Em primeiro lugar, os cafés ccntroamericano.s, -que normalmente têm co

mente 4,5 por cento sobre o valor

livre formação dos preços está a neces

C.I.F,, da rubiácea.

sidade de aumentar as vendas para o Velho Continente, a fim de conseguir francos franceses, libras e marcos, que hoje são mais escassos no Brasil do que

coloca a Bélgica em posição sem par no Velho Continente, pois na maioria dos países europeus o ônus fiscal que grava o comércio do café é i:)esadíssimo. Lem

ü dólar.

bramos ainda que o privilégio fiscal con-

tação superior à do café brasileiro, fo

Essa situação

ram oferecidos durante alguns meses do íino passado a preços iguais aos vigen

tes para a rubiácca brasileira. Em se gundo lugar, depois da denúncia do tratado comercial com o nosso país, fal tavam facilidades comerciais para esV

poda tornar-se de valor discutível. Afirmani os importadores belgas com preender a exigência das autoridades brasileiras, de apresentar os documen tos dc credito, mas isso somente no momento do embarque.

Em 1949 muitos negócios com o Brasil foram fechados com a estipulação de se proceder ao embarque em d^a ulterior (3 a 6 meses). Essa prá tica favoreceu as transações. Em

crédito a transação se legaliM. É claro que nenhum importaaor

Notamos, toda\'ia, de 1949 para 1950, ^"crta diminuição das compras belgas de

cia do "Cciling" o restabelece um ver

diais da rubiácea, o contrato de venda

do café brasileiro no Velho Con

desde o começo de 1947, o racionamen

pletamente normalizado. Os direitos al

Se nesse inter\-alo há fortes flutuações no setor cambial ou nas cotações mun

1950, porém, o Brasil mudou as prescrições c agora somente de pois de ter recebido as cartas de

da é a Í3élgica o maior freguês

Bélgica importou 445.000 sacas e em 1946 o total chegou a 960.000 sacas;

receber a confirmação do negócio e até a abertura efetiva do crédito passam

Em algarismos absolutos, ain

normal.

lilieraçao, reiniciou as importações da rubiácca cm larga escala. Em 1945 a

na Europa li\Ta o Brasil da dependên Estreitamente ligada ao complexo da

cedido antigamente aos cafés coloniais foi abolido, lloje a rubiácca do Congo

I

belga abrirá um crédito 2 a 3 meses an tes do embarque da mercadoria. Diante da recusa brasileira do reconsiderar as novas determinações, os importadores de Antuérpia procuraram os cafés do Haiti e do Congo, onde as facilidades de pa gamento são muito maiores. Câmara de Comércio de Anvers —

Seçãç de Café

A organização de um mercado a têrmo (Bôlsa de Café), exige que o lu gar onde se queira estabelecê-lo satis faça às seguintes exigências: 1.^ — ser um mercado distribuidor e

oferecer grandes possibilidades


fW

CESTO Econômico

U|Uiijpp.|iiJ|l||Ulj||||JlU |i| IJ4 p III

Dicesto EcoNÓ>aCo

78

tradieionahuenU' eoni café; monciona-

de firmas estrangeiras são quase ilimi-

seguram pcrmancntomontc o ser\-iço en

mo.s ainda a possibilidade dc habilitar ta-

tadas, e isso constitui um fator essencial

Contar com firmas tradicionais

tre o Brasil o a Bélgica. De outro lado.

o.s armazéns de AntiuTpi.i estão perfei

manutenção c a comercialização

xadon-s. agentes, eoinissáiios, ou corretorc.s em números superiores ao quadro

para a formação de um mercado regu

que estão familiarizadas com a

tamente eqiiipado.s par.i n-eeljcr grandes partidas de café <' as facilidade.s exis

parn a instalação de entrepostos.

do produto; 2.® — estar perfeitamente ao corrente da organização de Bôlsas de Merca dorias;

tentes são cons[an(ement<- ampliadas. Preeísainos mencionar, finalmente, que a administração alfandegária obedece n

I

utualmeiile existente.

Para a eventualidade dt- surgirem contestações na entr<-ga do produto, ou qual(|uer outro desentendimento na es

3.® — dispor de uma Caixa de Liquida ção organizada, com experiência

inn regulamento liberal cpie pcaanitc aos

fera comercial, contamos com os bons

indispensável das operações a

negociantes estrangeiros consignar os ca

fés em Antuérpia, depositá-los nos ar mazéns reconbeeidos durante- tempo indeli-rminado, lí\'n'S de todo.s os impostos c taxas, e podendo reexportá-los a qual

liação para o Café", organizada em 1881,

termo;

4.® — poder recmtar, no meio do co

mércio, técnicos competentes c qualificados, para trabalhar como

experimentadorcs e taxadorcs;

5.® — estar situado num país que possa desde o início conceder, suficien temente, as facilidades monetárias

Antuérpia, especialmente, está ainda li gada à maior parte dos países continen tais por uma rede fluvial e ferroviária bastante extensa.

É essencial que todos os fatores do

comércio mundial de café possam en-

rações cie cambio são livres: as facilida

des concedidas a operações por parte

me e unilateral.

"...

Bóhaa a Tênno

Nos.so comercio está familiarizado com a organização de Bôlsas do Mercadorias.

tes de 1914 e que o "mercado a Icmio dc lã", de reputação mundial ante.s da última guerra, começou as suas ativida

central, a Tchecoslováquía e a Áustria.

cado.

porto franco, pois tóda.s as rogalía.s de

Efetivamente, esse porto funciona co mo mercado de entreposto o centro de distribuição para os cafés não somente destinados à Bélgica, mas a toda a Euro

o Norte da França, toda a Alemanha

interessarão futuramente por êsse mer

tal instituição já cxistoni em Antuérpia.

Lcnibramo.s que uma Bolsa a Tênno

land" extenso, compreendo a AlsáciaLorena, a Suíça, a Holanda meridional,

tores (pensamos aqui especialmente no Brasil,- como principal entre eles) se

que SC êle fôsse exclusivamente susten tado pelas operações dos importadores, sua orientação poderia tornar-se unifor

para os café.s funcionava ati\'amontc an

Sua situação geográfica especial indica

É mister, unicamente, ter uma

certa garantia dc que os países produ

Precisamos sublinhar como ponto es

vicção, que Antuérpia corresponde a to

êsse país, ainda, para servir um "hinter-

c no estrangeiro.

êxito?

sencial (pie a Bélgica é atualmente um

das estas exigências mencionadas.

pa continental.

sua existèneia grande prestígio no País

em .Antuérpia e para assegurar o seu

quer moi7K'nto c para qualqticr destino

trangeiro, concedendo garantias

Para o café podemos dizer, com con

que coiKjuistoii durante os 70 anos dc

O que é preciso então, para a reaber tura do um mercado a termo de café

.sem nutra formalidade. Nessas condi ções, não há neeos.sídade de criar um

para incentivar o interesse do es

de con\ersão das moedas estran geiras.

ofícios da "Câmara Arbitrai de Conci

lador ein escala mundial.

des em 1948; funcioníi, atualmente, para inteira satisfação dos operadore.s belgas e estrangeiros.

Antuérpia dispõe, com a União Fi nanceira D'Anvers (U.F.D.) de uma

Caixa de Liquidação reconliecida pelo governo belga. A União é um orga nismo de grande experiência que ga rante atualmente a liquidação das ope rações em lã.

Essa Caixa está dispos

ta a estender as garantias ao mercado de café a termo assim que conceder

Não é, pois, sem razão que muitas

idênticas facilidades c as mesmas garan

companhias de navegação escolhera o porto de Antuérpia como escala obriga tória 6 que, atualmente, cinco linhas as

com um núcleo de comerciantes expe

tias.

Antuérpia conta, de outro lado,

rimentados e competentes que traballiam

tlo.s poucos paí.se.s europeus onde as ope

contrar-.se num mercado a termo, por

^


fW

CESTO Econômico

U|Uiijpp.|iiJ|l||Ulj||||JlU |i| IJ4 p III

Dicesto EcoNÓ>aCo

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tradieionahuenU' eoni café; monciona-

de firmas estrangeiras são quase ilimi-

seguram pcrmancntomontc o ser\-iço en

mo.s ainda a possibilidade dc habilitar ta-

tadas, e isso constitui um fator essencial

Contar com firmas tradicionais

tre o Brasil o a Bélgica. De outro lado.

o.s armazéns de AntiuTpi.i estão perfei

manutenção c a comercialização

xadon-s. agentes, eoinissáiios, ou corretorc.s em números superiores ao quadro

para a formação de um mercado regu

que estão familiarizadas com a

tamente eqiiipado.s par.i n-eeljcr grandes partidas de café <' as facilidade.s exis

parn a instalação de entrepostos.

do produto; 2.® — estar perfeitamente ao corrente da organização de Bôlsas de Merca dorias;

tentes são cons[an(ement<- ampliadas. Preeísainos mencionar, finalmente, que a administração alfandegária obedece n

I

utualmeiile existente.

Para a eventualidade dt- surgirem contestações na entr<-ga do produto, ou qual(|uer outro desentendimento na es

3.® — dispor de uma Caixa de Liquida ção organizada, com experiência

inn regulamento liberal cpie pcaanitc aos

fera comercial, contamos com os bons

indispensável das operações a

negociantes estrangeiros consignar os ca

fés em Antuérpia, depositá-los nos ar mazéns reconbeeidos durante- tempo indeli-rminado, lí\'n'S de todo.s os impostos c taxas, e podendo reexportá-los a qual

liação para o Café", organizada em 1881,

termo;

4.® — poder recmtar, no meio do co

mércio, técnicos competentes c qualificados, para trabalhar como

experimentadorcs e taxadorcs;

5.® — estar situado num país que possa desde o início conceder, suficien temente, as facilidades monetárias

Antuérpia, especialmente, está ainda li gada à maior parte dos países continen tais por uma rede fluvial e ferroviária bastante extensa.

É essencial que todos os fatores do

comércio mundial de café possam en-

rações cie cambio são livres: as facilida

des concedidas a operações por parte

me e unilateral.

"...

Bóhaa a Tênno

Nos.so comercio está familiarizado com a organização de Bôlsas do Mercadorias.

tes de 1914 e que o "mercado a Icmio dc lã", de reputação mundial ante.s da última guerra, começou as suas ativida

central, a Tchecoslováquía e a Áustria.

cado.

porto franco, pois tóda.s as rogalía.s de

Efetivamente, esse porto funciona co mo mercado de entreposto o centro de distribuição para os cafés não somente destinados à Bélgica, mas a toda a Euro

o Norte da França, toda a Alemanha

interessarão futuramente por êsse mer

tal instituição já cxistoni em Antuérpia.

Lcnibramo.s que uma Bolsa a Tênno

land" extenso, compreendo a AlsáciaLorena, a Suíça, a Holanda meridional,

tores (pensamos aqui especialmente no Brasil,- como principal entre eles) se

que SC êle fôsse exclusivamente susten tado pelas operações dos importadores, sua orientação poderia tornar-se unifor

para os café.s funcionava ati\'amontc an

Sua situação geográfica especial indica

É mister, unicamente, ter uma

certa garantia dc que os países produ

Precisamos sublinhar como ponto es

vicção, que Antuérpia corresponde a to

êsse país, ainda, para servir um "hinter-

c no estrangeiro.

êxito?

sencial (pie a Bélgica é atualmente um

das estas exigências mencionadas.

pa continental.

sua existèneia grande prestígio no País

em .Antuérpia e para assegurar o seu

quer moi7K'nto c para qualqticr destino

trangeiro, concedendo garantias

Para o café podemos dizer, com con

que coiKjuistoii durante os 70 anos dc

O que é preciso então, para a reaber tura do um mercado a termo de café

.sem nutra formalidade. Nessas condi ções, não há neeos.sídade de criar um

para incentivar o interesse do es

de con\ersão das moedas estran geiras.

ofícios da "Câmara Arbitrai de Conci

lador ein escala mundial.

des em 1948; funcioníi, atualmente, para inteira satisfação dos operadore.s belgas e estrangeiros.

Antuérpia dispõe, com a União Fi nanceira D'Anvers (U.F.D.) de uma

Caixa de Liquidação reconliecida pelo governo belga. A União é um orga nismo de grande experiência que ga rante atualmente a liquidação das ope rações em lã.

Essa Caixa está dispos

ta a estender as garantias ao mercado de café a termo assim que conceder

Não é, pois, sem razão que muitas

idênticas facilidades c as mesmas garan

companhias de navegação escolhera o porto de Antuérpia como escala obriga tória 6 que, atualmente, cinco linhas as

com um núcleo de comerciantes expe

tias.

Antuérpia conta, de outro lado,

rimentados e competentes que traballiam

tlo.s poucos paí.se.s europeus onde as ope

contrar-.se num mercado a termo, por

^


Digesto

o GINÁSIO DE SAO BENTO Antomo Gontijo dk Cahvai.mo

ciação dos Antigos Alunos, venho tostemunliar gratidão e estima, em nome

de uma geração, já distante, aos pro fessores do Ginásio de São Bento, re presentados neste dia de gala pelo aba de D. Domingos Schelhorn, mestre de outrora, que, pela vida imaculada o

saber onímodo, retrata aos meus olhos o monge beneditino.

Retomo à casa querida com a unção

religiosa do peregrino ao contemplar a Terra Santa e evocarei, para refrigério do coração, indeléveis impressões da mocidade.

Desejava meu pai que eu e os meus irmãos nos matriculássemos no Ginásio

do Estado, que tinha, naquele tempo, a reputação de rigoroso estabelecimento de ensino. Por inspiração do harmonioso poeta o confcssor leigo, Freitas Gui

marães, a amizade feita lioinem, ingres samos no ginásio que D. Pedro Eggcrath dirigia com tato e doçura. Bendigo o conselho daquela formosa inteligência. Aqui fiz amigos que cons

"D/gc'.s7o Kconóviictí" já a^asaVioti í'in MKi.s páginas o cu.suio do seu Diretor

sóhrc o "Caraça". PulAica agora, Ct» dois disctirsos, o estudo sobre o CiníJ*

sio dc .Sf7o Bento, cm que sc conlâiu, entre otiíros. ns perfis de prnfessôrcs, como José Ladislau Petcr. Álvaro Guerra

e Afonso dc Taunaq. (fuc tanta influên cia exerceram na formação intelectual o

moral da juventude paulista.

Apesar

da natureza pessoal dc alguns trechos do trabalho, procurou o autor recordar uma fase das mais brilhantes do ensino

secundário de São Paulo. Reproduziu-

do-o, outro objetivo 7u~io anima o nosso

Diretor senão o de manter bem vivo o

espirito dc tradição que caracteriza a nossa Revista.

e, não sei por que, o meu competidor cin notas e dileto amigo, Antony de As sunção, o coração menos propenso a

ho Estado bandeirante — como tantos

crer na maldade dos homenf, foi ape

outros heróis obscuros que não usufruí ram os reclamos da publicidade e são os verdadeiros construtores da Nação:

lidado de Lauro Müller, a raposa po lítica da Primeira República. O Padre Dr. Luiz Cavalcanti, que,

Lamartinc Dclamare, João Kopke, Moretzobn — foi o plasmador de uma ge

para obrigar os alunos ao estudo da re ligião, prometia lindas histórias profanas

ração, que enobreceu os foros da cul-

extraídas dos romances dc Vitor Hugo

tura paulista c a elevou no concêrto da

o Alexandre Dumas, foi meu professor de Geometria, matéria pela qual eu ti

Federação brasileira. D. Pedro, pedagogo de alta estirpe, nunca

considerou

o

ensino secundário

como mero vcstíbulo das Acade-

rnias.

O ensino secundário era

nm regime de estudos integral e sistematizado, que permitia a

formação dc elites, axagorava o

nha profunda aversão e que, no concei-

to de Renan, é a aplicação por exceiencia do método silogistico. Sur preendeu-me, por aquela ra^o, a facilidade com que assimilei os rudimenlos e resoKia os proble mas da ciência complementar, a

O corpo docente do ginásio era uma constelação do capacidades. A Ordem Beneditina, rica de valores espirituais,

nava apto para a assimilação de todo n progresso.

tável ainda pela sua polidez. Hoje com

prescindiu, num gesto dc desprendimen

ligiosos dos professôres e intermináveis

to, de seus filhos ilustres o modestos. Mas a Escola Politécnica fornecia con-

lingonte que primava pela solidez da cultura científica; Afonso de Taunay,

no, sem que — e isso confesso para a

Carlos Nunes Rabelo, Alfredo Porchat,

minha ufania — jamais uma nuvem tol

Magalhães Gomes, Rogério Fajardo c Luiz Vandcricy.

Não me lembro de amizade contraída

Representavam o humanismo, tão do

na meninice — salvo uma, o que me

gosto dos velhos colégios, José Ladislau

entristece — que com o tempo se te

Peter e Álvaro Guerra, irrivalizáveis am

nha arrefecido.

bos nus cadeiras em que prelecionavam. D. Pedro, benemérito educador, que

conhecer, e que tanto contribuiram para

chado dc Carvallio; "AIe.\andrino de Alencar", o Alcides Lara Campos; 'Tedro de Toledo", o Luiz de Lara Toledo;

Trigonometria, só atribuível à perícia didática de Rogério Fajardo, no

Conservei-os em convívio diutur-

Êsse favor eu o devo

to, ilustre otorrioolaringologista da Paulicéia; "Pinheiro Machado", o Paulo Ma

de lazarisla. nos recantos longínquos do Caraça, o guia da juventude mineira. D. Pedro Eggcralb, em plano análogo,

povo para a luta da vida e o tor

tituem para o meu coração dádiva dos

aos companheiros que tive a fortuna de

a escola.

Abílio César Borges c Ernesto Car

céus.

dasse afetos tão desinteressados.

o axioma do cjuo o mestre é quem faz neiro Ribeiro foram o.s prccoptore.s da mocidade l)aiana. Júlio Clavclín, humil

/^DEDECENDO à ofcleni dc Tércio do Barros Pinicntel, diretor da Ai>.so-

81

Econômico

a formação do meu espírito e o rumo

estudou na Renânia e professou no Mosteiro de Olinda, cooperou, como nc-

da minha vida.

nlitini outro, para que sc estabelecesse

Espírito liberal, o nosso querido Rei

preendo melhor uma explicação de Ber-

Pctcr sobro assuntos transcendentes de

irand Russel: a MatemáHca e a Lógica se diferenciam como a criança e o adul to A Lógica é o adolescente da Mate mática e a Matemática é o homem ma

Teologia Dogmática. '

duro da Lógica.

Demonstrou a sua tolerância ao per mitir que o meu colega de turma, Pedro

Ginásio, cm fase esplendorosa, D. Do

tor. Não indagava dos sentimentos re eram as suas discussões com Ladislau

Substituíram D. Pedro na direção do

Griimbach, não assistisse às aulas de

mingos e D. Amaro van Ermelen, êste

religião que, com tanto amor e des-

xiltimo prodigioso sabedor de tudo o

^'êlo, no.s ministrava o Padre Dr. Luiz

que se refira à abelha, autoridade uni

Cavalcanti, um apaixonado da política,

versal, como o será Sérgio Meira, em re

que tinha o hábito estranho de alcunhar

lação ao papagaio, se se publicarem os

os rapazes dos nomes de "paredros" brasileiros em evidência na época. Por exemplo, "Dantas Barreto" era o "Barretinho" dos nossos tempos idos, hoje o Dr. José Freire de Matos Bnrre-

seus trabalhos inéditos.

O flamengo D. Amaro foi quem nos

deu algumas "tinturas" de tomismo, que, na frase pictural e exata do Cardeal Mercier, é um farol e não um marco.


Digesto

o GINÁSIO DE SAO BENTO Antomo Gontijo dk Cahvai.mo

ciação dos Antigos Alunos, venho tostemunliar gratidão e estima, em nome

de uma geração, já distante, aos pro fessores do Ginásio de São Bento, re presentados neste dia de gala pelo aba de D. Domingos Schelhorn, mestre de outrora, que, pela vida imaculada o

saber onímodo, retrata aos meus olhos o monge beneditino.

Retomo à casa querida com a unção

religiosa do peregrino ao contemplar a Terra Santa e evocarei, para refrigério do coração, indeléveis impressões da mocidade.

Desejava meu pai que eu e os meus irmãos nos matriculássemos no Ginásio

do Estado, que tinha, naquele tempo, a reputação de rigoroso estabelecimento de ensino. Por inspiração do harmonioso poeta o confcssor leigo, Freitas Gui

marães, a amizade feita lioinem, ingres samos no ginásio que D. Pedro Eggcrath dirigia com tato e doçura. Bendigo o conselho daquela formosa inteligência. Aqui fiz amigos que cons

"D/gc'.s7o Kconóviictí" já a^asaVioti í'in MKi.s páginas o cu.suio do seu Diretor

sóhrc o "Caraça". PulAica agora, Ct» dois disctirsos, o estudo sobre o CiníJ*

sio dc .Sf7o Bento, cm que sc conlâiu, entre otiíros. ns perfis de prnfessôrcs, como José Ladislau Petcr. Álvaro Guerra

e Afonso dc Taunaq. (fuc tanta influên cia exerceram na formação intelectual o

moral da juventude paulista.

Apesar

da natureza pessoal dc alguns trechos do trabalho, procurou o autor recordar uma fase das mais brilhantes do ensino

secundário de São Paulo. Reproduziu-

do-o, outro objetivo 7u~io anima o nosso

Diretor senão o de manter bem vivo o

espirito dc tradição que caracteriza a nossa Revista.

e, não sei por que, o meu competidor cin notas e dileto amigo, Antony de As sunção, o coração menos propenso a

ho Estado bandeirante — como tantos

crer na maldade dos homenf, foi ape

outros heróis obscuros que não usufruí ram os reclamos da publicidade e são os verdadeiros construtores da Nação:

lidado de Lauro Müller, a raposa po lítica da Primeira República. O Padre Dr. Luiz Cavalcanti, que,

Lamartinc Dclamare, João Kopke, Moretzobn — foi o plasmador de uma ge

para obrigar os alunos ao estudo da re ligião, prometia lindas histórias profanas

ração, que enobreceu os foros da cul-

extraídas dos romances dc Vitor Hugo

tura paulista c a elevou no concêrto da

o Alexandre Dumas, foi meu professor de Geometria, matéria pela qual eu ti

Federação brasileira. D. Pedro, pedagogo de alta estirpe, nunca

considerou

o

ensino secundário

como mero vcstíbulo das Acade-

rnias.

O ensino secundário era

nm regime de estudos integral e sistematizado, que permitia a

formação dc elites, axagorava o

nha profunda aversão e que, no concei-

to de Renan, é a aplicação por exceiencia do método silogistico. Sur preendeu-me, por aquela ra^o, a facilidade com que assimilei os rudimenlos e resoKia os proble mas da ciência complementar, a

O corpo docente do ginásio era uma constelação do capacidades. A Ordem Beneditina, rica de valores espirituais,

nava apto para a assimilação de todo n progresso.

tável ainda pela sua polidez. Hoje com

prescindiu, num gesto dc desprendimen

ligiosos dos professôres e intermináveis

to, de seus filhos ilustres o modestos. Mas a Escola Politécnica fornecia con-

lingonte que primava pela solidez da cultura científica; Afonso de Taunay,

no, sem que — e isso confesso para a

Carlos Nunes Rabelo, Alfredo Porchat,

minha ufania — jamais uma nuvem tol

Magalhães Gomes, Rogério Fajardo c Luiz Vandcricy.

Não me lembro de amizade contraída

Representavam o humanismo, tão do

na meninice — salvo uma, o que me

gosto dos velhos colégios, José Ladislau

entristece — que com o tempo se te

Peter e Álvaro Guerra, irrivalizáveis am

nha arrefecido.

bos nus cadeiras em que prelecionavam. D. Pedro, benemérito educador, que

conhecer, e que tanto contribuiram para

chado dc Carvallio; "AIe.\andrino de Alencar", o Alcides Lara Campos; 'Tedro de Toledo", o Luiz de Lara Toledo;

Trigonometria, só atribuível à perícia didática de Rogério Fajardo, no

Conservei-os em convívio diutur-

Êsse favor eu o devo

to, ilustre otorrioolaringologista da Paulicéia; "Pinheiro Machado", o Paulo Ma

de lazarisla. nos recantos longínquos do Caraça, o guia da juventude mineira. D. Pedro Eggcralb, em plano análogo,

povo para a luta da vida e o tor

tituem para o meu coração dádiva dos

aos companheiros que tive a fortuna de

a escola.

Abílio César Borges c Ernesto Car

céus.

dasse afetos tão desinteressados.

o axioma do cjuo o mestre é quem faz neiro Ribeiro foram o.s prccoptore.s da mocidade l)aiana. Júlio Clavclín, humil

/^DEDECENDO à ofcleni dc Tércio do Barros Pinicntel, diretor da Ai>.so-

81

Econômico

a formação do meu espírito e o rumo

estudou na Renânia e professou no Mosteiro de Olinda, cooperou, como nc-

da minha vida.

nlitini outro, para que sc estabelecesse

Espírito liberal, o nosso querido Rei

preendo melhor uma explicação de Ber-

Pctcr sobro assuntos transcendentes de

irand Russel: a MatemáHca e a Lógica se diferenciam como a criança e o adul to A Lógica é o adolescente da Mate mática e a Matemática é o homem ma

Teologia Dogmática. '

duro da Lógica.

Demonstrou a sua tolerância ao per mitir que o meu colega de turma, Pedro

Ginásio, cm fase esplendorosa, D. Do

tor. Não indagava dos sentimentos re eram as suas discussões com Ladislau

Substituíram D. Pedro na direção do

Griimbach, não assistisse às aulas de

mingos e D. Amaro van Ermelen, êste

religião que, com tanto amor e des-

xiltimo prodigioso sabedor de tudo o

^'êlo, no.s ministrava o Padre Dr. Luiz

que se refira à abelha, autoridade uni

Cavalcanti, um apaixonado da política,

versal, como o será Sérgio Meira, em re

que tinha o hábito estranho de alcunhar

lação ao papagaio, se se publicarem os

os rapazes dos nomes de "paredros" brasileiros em evidência na época. Por exemplo, "Dantas Barreto" era o "Barretinho" dos nossos tempos idos, hoje o Dr. José Freire de Matos Bnrre-

seus trabalhos inéditos.

O flamengo D. Amaro foi quem nos

deu algumas "tinturas" de tomismo, que, na frase pictural e exata do Cardeal Mercier, é um farol e não um marco.


fyi»'"j

Dicesto Econômico

rnipniipuii.m ipniniiiii I i I u

Dicesto Econüaüco

Não alcancei como professor o Padre Charles Sentroul, da Escola de Louvaín.

que, na cátedra do São Dento, era o foco irradiador da Filosofia néo-intelcc-

tualista, seguida por uma juventude en

tusiasta dos métodos preconizados pelo sábio primaz da Bélgica, o mentor da

Universidade dileta do Papa Leão XIII, o pensador, em questões sociais, prefe rido de Rui Barbosa, no crepúsculo da vida.

Do excelente manual da lavra de D.

Ludgero Jaspers, haurimos os nossos pcrfunctórios conhecimentos d(; Filosofia. Dos professores, Petcr o Ah aro Guer

ra foram os que, pela duração dos cursos, maior ascendência tiveram no desenvol vimento dos nossos estudos.

Viveu ignorado do grande público o humanista José Ladislau Pcter. Rea

vivar a memória do excepcional profes sor é focalizar didática original e uma vida de sacrifícios.

Em 1883, aportava ao Brasil, jovem de vinte anos. Trazia consigo excelente bagagem de conhecimentos clássicos.

Alemão, não fazia exceção à regra; ar tista, virtuoso do piano e apaixonado do divino Mozart.

Não retornou à pátria e nunca escla receu a lenda do seu exílio, aquele nobre filho de um grande mineralogísta saxõnio. Em Campinas, no afamado Colé

gio "Culto à Ciência", fundado pelo Vis

conde de Indaiatuba, aceitou de Jorge Miranda o convite para lente de Grego e de Latim.

Moço, fora o mestre da

geração, que surgia esperançosa com César Bierrenbach.

Abandonava, pouco depois, o magis

tério para dedicar-se à lavoura. Obce cado com a mineração do ouro e a pes quisa do petróleo, por inclinação atávica,

parcas economias.

D. Miguel Kruse, o

inesquecível monge, seduzido pela auréola de saber f|ue eu\olvia o grande iiuuianista, o atrai <-m 1905 para profes sor cio gitiásto. Para os alunos, escrcneu José Ladis

lau Peter eoiiipèiiclios de Grego e Latim. Não aprendi (j idioma de Sófncles e Tiieídides para i>odc r recitar as minhas orações, segundo o FNangeiíio de São .Mateus, eoinc) o fazia na Faciddacle, com

ilcsen\'oItura o luxo de classicisnío, o calouro Teolònlcj .Monteiro dc Barros,

imitando, tahez .sem o saber, o "santo

leigo", (jue reza\-a os seus salmos cni Mas não ignoro que c objeto

s:inscrilo.

que ainda existia algué'in cnpaz de en treter correspinidènciu cpistolar na lín

va os fortes pulmões. A cátedra era mó

gua cm (jne Cícero se carlea\'a com a sua família e os seus amigos. Ignorava

mesa do aluno, interrogíUido-o vis-a-ris.

que João Mendes, o santo e sábio profes sor qne a h^aeukladc de Direito venera,

vel de lu.\o: sentava-se, à xontadc, na

Obrigava os discípulos a rigorosa aten ção. Terminada a arguição oral de um estudante, indagava dos ouvintes a

lia no original São João Clímaco, para anienidadc do espírito, e deleitava-se

nota merecida e não admitia que hou

tom as cartas escritas no idioma do Lá-

Educador, desejou, certa vez, conhe

tio pelo professor que pontificava em saber humaníslico no Ginásio de S. Ben

to, proporeionando-nos o conhecimento

dc nma disciplina, x crdadoiro sistema de lógica prática e propedêutica ao estudo do Direito, da Filosofia c da História. Reler tinha por mim uma predileção, que eu pressentia, pelas notas com que

vesse classificação injusta.

cer a finncza dc caráter de seus alunos. Submeteu-os a exame escrito de uma

versão piira o Latim. Anotou, em sua casa, os pontos obtidos e devolveu, em aula, as folhas de papel almaço. Declanmdo que esquecera de transplantar

as notas para o seu cadcrainho, pediu

que cada um dissesse o ponto alcan

çado. Fêz então nova chamada, fingin do que escrevia. Dois alunos tentaram

raro, como uma l»iblia di; .Mogúncía ou a

generosamente me aquinhoava.

edição prinecps de um aldino, uma gra mática grega cin português. Raniiz Gal

^ ez (eom grande emoção recordo o epi sódio) fazíamos a prova final de exame,

eão a adotou, em subsliluição :i de

se não mc engano, para o quarto ano,

Nesse dia, trocou a lição de Latim pela

Cliassang. Nc) Brasil, não poderia haver melhor acolhida qiic o beneplácito do

quando, ao ditar cm português frases de Vocabulário simples, a fim de que as vertêssemos para a língua alemã, imaginou aquele saudoso pro

de probidade. Substituiu-o Tranqüilo Tranquilh, extraordinário poliglota, com al

nonagcnário licicmista.

A gramática latina, escrita cm menos

dc um mc's, revela, no autor, profundo conhecimento dc Filologia Comparada. A distribuição da matéria, a concisão e a clareza, fazeni-na obra de inestimável valor didático. Não há cpicstiúnculas c

definições supérfluas. A divisão anlicpiada — etimologia, sintaxe, prosódia c ortografia — foi substituída pela moder na e tríplice — fonética, flexão e sintaxe. "Compêndio notável" conccitucu-a Rui Barbosa.

Sensibilizado, o mestre

faz o agradecimento cm Latim.

José Ladislau Pcter clava-so a êsse.s requintes do espírito. Um mimo literá rio, a resposta do invcjáve!(^ escritor, que acabava de publicar a "Réplica", esse primor de ciência o beleza, que Cân dido de Figueiredo considera o maior

Certa

fessor um enredo no qual eu es

burla e sofreram enérgica pimição.

gumas esquisitices, entre outras,

para os leigos de Astronomia, que éramos nós, a de não acre ditar que a Terra gira em redor

tava em boa situação, e o meu querido colega João Batista de

do Sol, teoria que o famoso

Sousa Filho, que tanto se des tacava nos estudos, em pior partido,

Henri Poincaré só admite como hipótese

^ito ainda outro incidente: imi discí

científica.

pulo praticou gesto deselegante.

Conta-se que, mal ajambrado, apresentou-se a D. Pedro, solicitando a regência de qualquer cadeira das lín

Não

su acusando, a classe foi punida com a nota zero.

Generoso, exclama o mestre,

scBi atenuar a injustiça do castigo cole

guas vivas ou mortas ensinadas no gi násio. Desconfiado, com espírito es nluno exemplar, o zero não entra na portivo, D. Pedro abre um volume da

tivo:

"Para o Gontijo de Carvalho,

média".

História Romana de Tito Lívio, que se

Era o carinho que se extravazava, sem pre em busca de pretexto para se exte-

achava sôbre a mesa e pede a tradução de uma página qualquer. "É a passa

riorizar.

gem dos Alpes. Essa, eu a conheço de cor", a resposta pronta do excêntrico

monumento da língua portuguesa e Má

Guardo impressão inapagável do meu professor, com o seu indefectível fraque preto. Alto, magro, xdvo o olhar, ges

descurava do café. Resultado: em Ara-

rio de Sousa Lima a sim mais bela obra

ticulava com abundância e não poupa

raquara, falha como lavrador e perde as

de adx-ogado. Extasiava-sc Rui de ver

desconhecido. No mesmo instante, foi

admitido como professor do idioma,

cujo aprendizado, num êrro de visão,

^


fyi»'"j

Dicesto Econômico

rnipniipuii.m ipniniiiii I i I u

Dicesto Econüaüco

Não alcancei como professor o Padre Charles Sentroul, da Escola de Louvaín.

que, na cátedra do São Dento, era o foco irradiador da Filosofia néo-intelcc-

tualista, seguida por uma juventude en

tusiasta dos métodos preconizados pelo sábio primaz da Bélgica, o mentor da

Universidade dileta do Papa Leão XIII, o pensador, em questões sociais, prefe rido de Rui Barbosa, no crepúsculo da vida.

Do excelente manual da lavra de D.

Ludgero Jaspers, haurimos os nossos pcrfunctórios conhecimentos d(; Filosofia. Dos professores, Petcr o Ah aro Guer

ra foram os que, pela duração dos cursos, maior ascendência tiveram no desenvol vimento dos nossos estudos.

Viveu ignorado do grande público o humanista José Ladislau Pcter. Rea

vivar a memória do excepcional profes sor é focalizar didática original e uma vida de sacrifícios.

Em 1883, aportava ao Brasil, jovem de vinte anos. Trazia consigo excelente bagagem de conhecimentos clássicos.

Alemão, não fazia exceção à regra; ar tista, virtuoso do piano e apaixonado do divino Mozart.

Não retornou à pátria e nunca escla receu a lenda do seu exílio, aquele nobre filho de um grande mineralogísta saxõnio. Em Campinas, no afamado Colé

gio "Culto à Ciência", fundado pelo Vis

conde de Indaiatuba, aceitou de Jorge Miranda o convite para lente de Grego e de Latim.

Moço, fora o mestre da

geração, que surgia esperançosa com César Bierrenbach.

Abandonava, pouco depois, o magis

tério para dedicar-se à lavoura. Obce cado com a mineração do ouro e a pes quisa do petróleo, por inclinação atávica,

parcas economias.

D. Miguel Kruse, o

inesquecível monge, seduzido pela auréola de saber f|ue eu\olvia o grande iiuuianista, o atrai <-m 1905 para profes sor cio gitiásto. Para os alunos, escrcneu José Ladis

lau Peter eoiiipèiiclios de Grego e Latim. Não aprendi (j idioma de Sófncles e Tiieídides para i>odc r recitar as minhas orações, segundo o FNangeiíio de São .Mateus, eoinc) o fazia na Faciddacle, com

ilcsen\'oItura o luxo de classicisnío, o calouro Teolònlcj .Monteiro dc Barros,

imitando, tahez .sem o saber, o "santo

leigo", (jue reza\-a os seus salmos cni Mas não ignoro que c objeto

s:inscrilo.

que ainda existia algué'in cnpaz de en treter correspinidènciu cpistolar na lín

va os fortes pulmões. A cátedra era mó

gua cm (jne Cícero se carlea\'a com a sua família e os seus amigos. Ignorava

mesa do aluno, interrogíUido-o vis-a-ris.

que João Mendes, o santo e sábio profes sor qne a h^aeukladc de Direito venera,

vel de lu.\o: sentava-se, à xontadc, na

Obrigava os discípulos a rigorosa aten ção. Terminada a arguição oral de um estudante, indagava dos ouvintes a

lia no original São João Clímaco, para anienidadc do espírito, e deleitava-se

nota merecida e não admitia que hou

tom as cartas escritas no idioma do Lá-

Educador, desejou, certa vez, conhe

tio pelo professor que pontificava em saber humaníslico no Ginásio de S. Ben

to, proporeionando-nos o conhecimento

dc nma disciplina, x crdadoiro sistema de lógica prática e propedêutica ao estudo do Direito, da Filosofia c da História. Reler tinha por mim uma predileção, que eu pressentia, pelas notas com que

vesse classificação injusta.

cer a finncza dc caráter de seus alunos. Submeteu-os a exame escrito de uma

versão piira o Latim. Anotou, em sua casa, os pontos obtidos e devolveu, em aula, as folhas de papel almaço. Declanmdo que esquecera de transplantar

as notas para o seu cadcrainho, pediu

que cada um dissesse o ponto alcan

çado. Fêz então nova chamada, fingin do que escrevia. Dois alunos tentaram

raro, como uma l»iblia di; .Mogúncía ou a

generosamente me aquinhoava.

edição prinecps de um aldino, uma gra mática grega cin português. Raniiz Gal

^ ez (eom grande emoção recordo o epi sódio) fazíamos a prova final de exame,

eão a adotou, em subsliluição :i de

se não mc engano, para o quarto ano,

Nesse dia, trocou a lição de Latim pela

Cliassang. Nc) Brasil, não poderia haver melhor acolhida qiic o beneplácito do

quando, ao ditar cm português frases de Vocabulário simples, a fim de que as vertêssemos para a língua alemã, imaginou aquele saudoso pro

de probidade. Substituiu-o Tranqüilo Tranquilh, extraordinário poliglota, com al

nonagcnário licicmista.

A gramática latina, escrita cm menos

dc um mc's, revela, no autor, profundo conhecimento dc Filologia Comparada. A distribuição da matéria, a concisão e a clareza, fazeni-na obra de inestimável valor didático. Não há cpicstiúnculas c

definições supérfluas. A divisão anlicpiada — etimologia, sintaxe, prosódia c ortografia — foi substituída pela moder na e tríplice — fonética, flexão e sintaxe. "Compêndio notável" conccitucu-a Rui Barbosa.

Sensibilizado, o mestre

faz o agradecimento cm Latim.

José Ladislau Pcter clava-so a êsse.s requintes do espírito. Um mimo literá rio, a resposta do invcjáve!(^ escritor, que acabava de publicar a "Réplica", esse primor de ciência o beleza, que Cân dido de Figueiredo considera o maior

Certa

fessor um enredo no qual eu es

burla e sofreram enérgica pimição.

gumas esquisitices, entre outras,

para os leigos de Astronomia, que éramos nós, a de não acre ditar que a Terra gira em redor

tava em boa situação, e o meu querido colega João Batista de

do Sol, teoria que o famoso

Sousa Filho, que tanto se des tacava nos estudos, em pior partido,

Henri Poincaré só admite como hipótese

^ito ainda outro incidente: imi discí

científica.

pulo praticou gesto deselegante.

Conta-se que, mal ajambrado, apresentou-se a D. Pedro, solicitando a regência de qualquer cadeira das lín

Não

su acusando, a classe foi punida com a nota zero.

Generoso, exclama o mestre,

scBi atenuar a injustiça do castigo cole

guas vivas ou mortas ensinadas no gi násio. Desconfiado, com espírito es nluno exemplar, o zero não entra na portivo, D. Pedro abre um volume da

tivo:

"Para o Gontijo de Carvalho,

média".

História Romana de Tito Lívio, que se

Era o carinho que se extravazava, sem pre em busca de pretexto para se exte-

achava sôbre a mesa e pede a tradução de uma página qualquer. "É a passa

riorizar.

gem dos Alpes. Essa, eu a conheço de cor", a resposta pronta do excêntrico

monumento da língua portuguesa e Má

Guardo impressão inapagável do meu professor, com o seu indefectível fraque preto. Alto, magro, xdvo o olhar, ges

descurava do café. Resultado: em Ara-

rio de Sousa Lima a sim mais bela obra

ticulava com abundância e não poupa

raquara, falha como lavrador e perde as

de adx-ogado. Extasiava-sc Rui de ver

desconhecido. No mesmo instante, foi

admitido como professor do idioma,

cujo aprendizado, num êrro de visão,

^


84

Dicesto

Alexancl/e Herculano considerava uma

morte na primavera.

inutilidade.

"caipirinha dc Guariba", sempre com O

O inforlunado

Álvaro Guerra não era pròpriamcnle

li\TO na mão, no refeitório e no recreio,

didata, embora tivesse o bom gosto de

iKio se desjustra\a, nos lauréis escolares, ante o Manoel de Azevedo Leão, a

não exigir que decorássemos as rt.L'Ms

Dicesto

Econômico

Miais radiosa inteligência do ginásio, na

í

o meu iqiremli-Aulo do vernáculo, para

menos, éramos mais "fortes" no Alemão

com o bondoso mestre.

do que no Inglês.

Oferta dc .Álvaro Guerra, recordação

de velha <• afetuosa estima, possuo um

í

. exemplar da obra rara. "O Poda Crisfal", de Uaul Soares dc Moura, que de

gramaticais, tortura pior que a da pal matória. Recomendava, porém, com in sistência, a leitura soporífcra dos dicio

apreciação insuspeita dc; D. Pedro.

nários, processo usado por Teófilo Gau-

r(j C.uerra lenha sido.

Falta\a-lhe a

não IkTuardiin Ribeiro, o delicioso es

tier para o absoluto dominio da arte de

critor de "Menina e Moça", como o ten

do saber. A aula orientava-se pelo dis

espontaneidade e, sobretudo, o poder criador. Um glolólogo e não um bió logo, pura servir-me da distinção de Schleieher, eom a imagem clássica do botânico e cio jaidinciro iio trato da flor, usada por Eduardo Carlos Pereira

cípulo qu(! ficava com a iniciativa da

ein sua conceituada Gramática Histórica.

inovadora dc Síbio e endossou a opi

pergunta. Método ésse só adota qiietn

A vida aliihiilada que levou aquêlo

nião de Carolina Michaélis de Vasconce

realmente sabe. Jamais Álvaro Guerra se enleou nas armadilhas que em tantas ocasiões lhe foram preparadas.

desolador dos clássicos esquecidos e ínsuperás el analista das estâncias de ouro de Oimoes, com as responsabilidades de

los, cuja palavra, nos domínios da lin

escrever.

Ensinava melhor, (jiiando provocado. Mau professor, para alunos vadios. Ex traordinário, para os que tinham ânsia

Conhecedor profundo da língua por tuguesa, sabia desvencilhar-sc das cila

das em que eram peritos alguns dos meus colegas.

Todo severidade para com os jo\'ens que teimavam escrever Brasil com z. To

do doçura para aqueles que lhe insufla vam a vaidade, dando-lhe as palma.s de

vencedor na polêmica que sobre a gra fia do nome da nossa pátria entreteve com mestre insigne.

Grande escritor, não direi que Áhft*

clicfe de família numerosa, não Uie permitiu lazer para compor a obra digna

do seu imenso preparo. Da produção

esparsa o desigual, dc difícil' acesso,

que legou aos amantes do idioma por tuguês, dcstaca-sc, todavia, o Jis-rinho "Os meus Serões", modelo dc boa

linguagem, e que se lê com encanto, não só pela maviosidade do estilo como pela emotividade dos conceitos.

Êsse homem erudito, que parecia

Qucsília que o • ignorar o seu valor, e á mancheia dis

tornava injusto na aplicação das notas,

distribuídas segundo o grau das suas

tribuía, scMii idéia de remuneração, en tro os que lhe oram devotados, os frutos

afeições.

do seu saber opimo; êsse homem, cuja

85

Econômico

monstrou, dc maneira cabal, ser o autor

da famosa ócloga Cristóvão FalCião c tou pro\ar pelas colunas dc um matu tino o emérito filólogo Sílvio de Al meida.

.Álvaro Guerra, vci-ifiquei pelas suas preciosas anotações, não aceitou a tese

güística, vale como sentença irrecorrívcl. Exigiam as leis dc ensino em vigor o conhecimento dc duas línguas vivas: o

Francês era o idioma obrigatório, e do li\ re escolha o Inglês c o Alemão. Não havia nos colégios paulistas, de melhor reputação, uniformidade de programa quanto ao ensino das línguas. No Gi násio do Estado, o oficial, o maior

Original, no temperamento, com apre

ciáveis qualidades de professor, o jo vial Padre John Caton, linda estampa

dc homem, que adotava para o Ing es o processo de Berlitz, então em voga. Nos métodos dc ensino, justamente opos

to aos do idoso Pierrc Ferroud,^ um

padre secular como Caton, paciência evangélica, preocupado sempre wm as regras da gramática francesa e descui dado dos e.\ercícios práticos de conver

sação. Mestre â antiga, com ares de semita, o francês graduava as notas os

discípulos pela eficiência da memóna revelada nas lições.

Ensinava-nos ainda aquele adorável Padre Caton música coral. Com > noções que adquiri, acompan ,

ção"deGounod. "Periquito tornou-re artista afamado e foi com eg

orgulho que eu o ouvi, no

^

oidpal do Rio de

desvelo era pelo idioma italiano; no Anglo-Brasileiro, pelo Inglês; no São

com estrondoso sucesso, ^

Bento, pelo Alemão. Estudávamos, obrigatòrianiente, o Alemão, desde o primeiro ano do curso

do Guarani, no papel de Pen.

era bastante monótona. O

ginasial, no admirável compêndio de

prestígio no fòro paulista, orador^ obn-

Schweitzer Simonot, e o Inglês só come çava a ser ministrado no segun

Eduardi Pira,a, numa

colégio, o Silvio Vieira, que se avante javano "belcanto", no oôro da Maxcím Guerreira, e.xtraída do oratório Rede -

.

A aula de Geografia, custa-me dízê-Io, Adolfo Ribeiro, hábil advogado, com gatório nas nossas festas cmeas,

reduzia o seu método de ensi

cultura tanto impressionava os meus quinze anos, vim encontrá-lo, muito de

do ano.

nosso grêmio de letras, que mantinha a pequena revista "Recreio Literário",

pois, desempenhando cargo aquém de

Bento deveriam ter, no final do

sem o exame de um só mapa

repositório de pecadilhos, permissíveis

seu mérito, simples assistente da Dire

curso, menor dificuldade em tra

ou o uso de um giz para no '

Dirigiram a nossa asso

toria do Publicidade do uma Secretaria

duzir Gõethe do que Shakes-

ciação, com entusiasmo, no período cm

de Estado. Externei-lhe admiração pelo seu espírito, evoquei o passado que se

peare, que Karl Marx proclama va o maior poeta dramático do mundo moderno e, na imagem de Ludvig, transpôs o diâmetro do universo inteiro sôbre o estreito palco do teatro. Pelo

Álvaro Guerra era o orientador do

na mocidade.

que a freqüentei, o Edgar Batista Pe reira, dado à literatura e que a sereia

foi o procurei, na medida das minhas

da política atraiu, e Manoel Otaviano Junqueira, uma esperança ceifada pela

forças, resgatar pequena parcela da dí vida de gratidão, que contraíra, durante

Os antigos alunos do São

no a exigir a lição decorada,

quadro negro desenharmos os t

contornos de um pais ou de um ■

continente.

"'

Não soube aquêle professor, de edu cação esmerada, que nunca nos fêz um Eiaceio oü uma pergunta não relacio-


84

Dicesto

Alexancl/e Herculano considerava uma

morte na primavera.

inutilidade.

"caipirinha dc Guariba", sempre com O

O inforlunado

Álvaro Guerra não era pròpriamcnle

li\TO na mão, no refeitório e no recreio,

didata, embora tivesse o bom gosto de

iKio se desjustra\a, nos lauréis escolares, ante o Manoel de Azevedo Leão, a

não exigir que decorássemos as rt.L'Ms

Dicesto

Econômico

Miais radiosa inteligência do ginásio, na

í

o meu iqiremli-Aulo do vernáculo, para

menos, éramos mais "fortes" no Alemão

com o bondoso mestre.

do que no Inglês.

Oferta dc .Álvaro Guerra, recordação

de velha <• afetuosa estima, possuo um

í

. exemplar da obra rara. "O Poda Crisfal", de Uaul Soares dc Moura, que de

gramaticais, tortura pior que a da pal matória. Recomendava, porém, com in sistência, a leitura soporífcra dos dicio

apreciação insuspeita dc; D. Pedro.

nários, processo usado por Teófilo Gau-

r(j C.uerra lenha sido.

Falta\a-lhe a

não IkTuardiin Ribeiro, o delicioso es

tier para o absoluto dominio da arte de

critor de "Menina e Moça", como o ten

do saber. A aula orientava-se pelo dis

espontaneidade e, sobretudo, o poder criador. Um glolólogo e não um bió logo, pura servir-me da distinção de Schleieher, eom a imagem clássica do botânico e cio jaidinciro iio trato da flor, usada por Eduardo Carlos Pereira

cípulo qu(! ficava com a iniciativa da

ein sua conceituada Gramática Histórica.

inovadora dc Síbio e endossou a opi

pergunta. Método ésse só adota qiietn

A vida aliihiilada que levou aquêlo

nião de Carolina Michaélis de Vasconce

realmente sabe. Jamais Álvaro Guerra se enleou nas armadilhas que em tantas ocasiões lhe foram preparadas.

desolador dos clássicos esquecidos e ínsuperás el analista das estâncias de ouro de Oimoes, com as responsabilidades de

los, cuja palavra, nos domínios da lin

escrever.

Ensinava melhor, (jiiando provocado. Mau professor, para alunos vadios. Ex traordinário, para os que tinham ânsia

Conhecedor profundo da língua por tuguesa, sabia desvencilhar-sc das cila

das em que eram peritos alguns dos meus colegas.

Todo severidade para com os jo\'ens que teimavam escrever Brasil com z. To

do doçura para aqueles que lhe insufla vam a vaidade, dando-lhe as palma.s de

vencedor na polêmica que sobre a gra fia do nome da nossa pátria entreteve com mestre insigne.

Grande escritor, não direi que Áhft*

clicfe de família numerosa, não Uie permitiu lazer para compor a obra digna

do seu imenso preparo. Da produção

esparsa o desigual, dc difícil' acesso,

que legou aos amantes do idioma por tuguês, dcstaca-sc, todavia, o Jis-rinho "Os meus Serões", modelo dc boa

linguagem, e que se lê com encanto, não só pela maviosidade do estilo como pela emotividade dos conceitos.

Êsse homem erudito, que parecia

Qucsília que o • ignorar o seu valor, e á mancheia dis

tornava injusto na aplicação das notas,

distribuídas segundo o grau das suas

tribuía, scMii idéia de remuneração, en tro os que lhe oram devotados, os frutos

afeições.

do seu saber opimo; êsse homem, cuja

85

Econômico

monstrou, dc maneira cabal, ser o autor

da famosa ócloga Cristóvão FalCião c tou pro\ar pelas colunas dc um matu tino o emérito filólogo Sílvio de Al meida.

.Álvaro Guerra, vci-ifiquei pelas suas preciosas anotações, não aceitou a tese

güística, vale como sentença irrecorrívcl. Exigiam as leis dc ensino em vigor o conhecimento dc duas línguas vivas: o

Francês era o idioma obrigatório, e do li\ re escolha o Inglês c o Alemão. Não havia nos colégios paulistas, de melhor reputação, uniformidade de programa quanto ao ensino das línguas. No Gi násio do Estado, o oficial, o maior

Original, no temperamento, com apre

ciáveis qualidades de professor, o jo vial Padre John Caton, linda estampa

dc homem, que adotava para o Ing es o processo de Berlitz, então em voga. Nos métodos dc ensino, justamente opos

to aos do idoso Pierrc Ferroud,^ um

padre secular como Caton, paciência evangélica, preocupado sempre wm as regras da gramática francesa e descui dado dos e.\ercícios práticos de conver

sação. Mestre â antiga, com ares de semita, o francês graduava as notas os

discípulos pela eficiência da memóna revelada nas lições.

Ensinava-nos ainda aquele adorável Padre Caton música coral. Com > noções que adquiri, acompan ,

ção"deGounod. "Periquito tornou-re artista afamado e foi com eg

orgulho que eu o ouvi, no

^

oidpal do Rio de

desvelo era pelo idioma italiano; no Anglo-Brasileiro, pelo Inglês; no São

com estrondoso sucesso, ^

Bento, pelo Alemão. Estudávamos, obrigatòrianiente, o Alemão, desde o primeiro ano do curso

do Guarani, no papel de Pen.

era bastante monótona. O

ginasial, no admirável compêndio de

prestígio no fòro paulista, orador^ obn-

Schweitzer Simonot, e o Inglês só come çava a ser ministrado no segun

Eduardi Pira,a, numa

colégio, o Silvio Vieira, que se avante javano "belcanto", no oôro da Maxcím Guerreira, e.xtraída do oratório Rede -

.

A aula de Geografia, custa-me dízê-Io, Adolfo Ribeiro, hábil advogado, com gatório nas nossas festas cmeas,

reduzia o seu método de ensi

cultura tanto impressionava os meus quinze anos, vim encontrá-lo, muito de

do ano.

nosso grêmio de letras, que mantinha a pequena revista "Recreio Literário",

pois, desempenhando cargo aquém de

Bento deveriam ter, no final do

sem o exame de um só mapa

repositório de pecadilhos, permissíveis

seu mérito, simples assistente da Dire

curso, menor dificuldade em tra

ou o uso de um giz para no '

Dirigiram a nossa asso

toria do Publicidade do uma Secretaria

duzir Gõethe do que Shakes-

ciação, com entusiasmo, no período cm

de Estado. Externei-lhe admiração pelo seu espírito, evoquei o passado que se

peare, que Karl Marx proclama va o maior poeta dramático do mundo moderno e, na imagem de Ludvig, transpôs o diâmetro do universo inteiro sôbre o estreito palco do teatro. Pelo

Álvaro Guerra era o orientador do

na mocidade.

que a freqüentei, o Edgar Batista Pe reira, dado à literatura e que a sereia

foi o procurei, na medida das minhas

da política atraiu, e Manoel Otaviano Junqueira, uma esperança ceifada pela

forças, resgatar pequena parcela da dí vida de gratidão, que contraíra, durante

Os antigos alunos do São

no a exigir a lição decorada,

quadro negro desenharmos os t

contornos de um pais ou de um ■

continente.

"'

Não soube aquêle professor, de edu cação esmerada, que nunca nos fêz um Eiaceio oü uma pergunta não relacio-


DroK^rro Erovóxrrco

nada com a matéria, despertar em seus

Dm;hst(i

"Cenas da Vida Boêmia"; a despreocJipação da realidach; é o de\ er tia ju-

Econômico

cujos conliccimcntos a guerra mundial

Hoje com mandato expresso, evoco a figura de outro mestre, cuja obra

ampliou.

extensa e erudita aumentou a riqueza

discípulos gosto por tão bela ciência,

\cntude. Bazao jn-Ia (piai nunc;i \olvi a esta C.a.sa sem sentir um .i[»"rto no anos <pic lecionou à minha turma, a . coraçao. l-oi no altar da su;i igreja, Obrigou-nos, porém, nos três

um ctmtintio esfôr<;o de memória, de\í-

do à siia .se\<TÍ<l;tclc, rigorosa pontuali dade e à circunstância de (òda a classe ser diâriameiite chamada à lição.

flistória Unhersal e do Brasil prc-lecionava Afonso cie Taiinay, herdeiro das

glórias do pai, narrador da epopéia das bandeiras, cuja obra \-olumosa tanto enri quece o patrimônio inlelccliial da nossa

terra. Bom como o pão e puro como a agua da fonte, assim o definiu um an-

tigo professor do S. Bento, o cintilante Antônio Batista Pereira, em intere.ssantc

crônica do São Paulo antigo, na qual

'I. I

perfilou os seus amigos, sob a máscara

i

de velhos bandeirantes.

Não encerrarei a lista desses queridos preceptores, embora saiba que irei ma

cuUur.d de Piratininga: o emérito Afonso

de Taunay.

que tanto nos (ouvida à meditação e h prece, templo <]ne é nni misto de es

Fni seu aluno de História Universal,

(juando eursasa o (piarlo ano do giná sio. Beeomendasa o grande historiador aos discípulos o compêndio, sem adoção, de jôiiatas }>errano, obra superficial c

plendor e dl- .sobriedade, edificado pelo gosto artí.stico de nin monge humilde, í|tie o meigo D. Lndgero fèz a minha

felicidade, ao som do "Largo" do Ora

tório Xer.xes de Ilãndol e do "Ad;igio"

de natureza estritamente didática.

do famoso eoneérlo de Selmmaiin, arran

dia o período da aula. de sessenta mi-_

mágicos de D. Alenino.

nulos, em dois tempos iguais. No pri meiro, toma\a dos alunos a lição da

cado do grandioso órgão pelos dedos

\éspira. No segundo, e.xpunha a lição priixima. Embora a preloção do mostre fôsse repleta de dados, colhidos desde

A imagem desta Casa eu a guardo, pois, no fundo do meu .saerário.

Agradeço ao ahade D. Domingos, em nome dos .seus antigos a]uno.s, o ensejo que nos propiii,,,,^ soh êste teto agasa-

a ju\entudc nas obras dc Momnsen, OnkcN' c César Canlu, as lições dos alu

i<i or e e\-ocalivo, de nos rcvermos un.s

nos primavam por uma síntese cxee.ssiva.

.los outros c reeordannos o passado co"Uim, de tão gratu.s emoçõe.s.

Càuisa\a-nos assombro a sua retcntiva,

que não creio ler sido superada pela de

goar a modéstia do nosso abade, (|uc Bem haja a "Associação dos Antigos ainda exerce sobre os \elhos discípulo.s Aluno.s cultua a mais linda c couma e.spécie de curato pastoral, sem pro- "loyente, f,ue das tradições: a desoção da cJamar uma verdade; D. Domingos foi e o respeito aos mestres que o grande professor dc Álgebra do eo- amizade modelaram o nosso cérebro e o nosso iégio, por ninguém superado. coração. Auxilia\a-o na sua missão, que de Bem haja a benemérita Ordem Bene

sempenhou com fervor, o ii\ro que com pôs para os ginasianos, pequenina obraprima pelo rigoroso cunho didático que encerra.

Com justiça proclamo o o faço com a maior alegria: dos professores e frades

beneditinos, só tenho recordações que enchem de encanto a vida. Aqui não conheci a maldade e vivi dias risonhos.

Como os outros companheiros, alguns dos quais exercem hoje a cátedra de escolas superiores, e vários deles se en grandeceram nas profissões liberais e atividades do comércio e da indústria, seguia o conselho dc Henri Mürger, em

Divi

nenhum

brasileiro.

A História cita o exemplo do Cardeal

\ontade humana a elaboração dos fe

nômenos políticos c sociais.

Inclino-

me, ainda uma vez, respeitoso, ante os métodos do e\-ocador de heróis, que foi

Carh-lc, o biógrafo dc Cromwell e Fre derico II e que, no dizer de Rui, es

creveu o mais belo poema em prosa, u monumental "Revolução Francesa .

Era Taunay tão preciso nas datas e

minucioso nas descrições gcnoalógicas,

que a um dos discípulos, por sinal dos mais brilhantes, que se distinguiu cin Heráldica e possuía, nas estantes, scni contínuo manuseio, a obra completa de

Onkey, parecia que o historiador pedia meças ao romancista, ou nicllior, a -lu tasia substituía a narraüva fiel dos acontecimontos. Quis, certa vez, expenmenlá-lo. Chamado ã lição, expôs

a mínima importância, ^üterando dat e dando arras à imaginaçao. Pcrceb o mestre o ardil. Golpeou o djsctpu o com esta resposta maliciosa:

iNao na

Mezofanli, (jue falava mais de cinqüenta

necessidade dc saber tantas nnmicias.

idiomas e o de Artaxerxcs, o Mnemon,

Há necessidade de saber com exatidão .

lei dos Persas, que sabia o nome de

Corrigiu, em seguida, os erros com es- ^

panto de todos nós, coniventes na cilada,

todos os seus soldados, que se elevaN'am a milhões.

Ornelas, matemático

português, reproduzia de cor toda a

ditina, amante da civilização e que, na

6 a doutrina dc Wells, em prescindir da

c atordoamento do jovem que üvera o

ousio daquele gesto. Não houve eps^

prática da caridade e na difusão do en

tábua dos logarilmos, c Donelo, sem a

dio da t ida estudantil que

sino, cscre\'cii em nossa terra páginas cie cjuc SC orgulha o brasileiro devoto

falha de um texto, o alentado Corpus Júris. Proeza que Assis Brasil fazia com

galhardamente vencida pelo extraordma

da sua religião c da sua Pátria.

.a "Dixána Comédia" e Antônio Batis ta Pereira com "Os Lusíadas".

■l:

sh

Há, precisamente, urrl ano, em festa

de confraternização como a de agora, descrevi em períodos sucintos os mé todos pedagógicos de Joscí Ladisiau Petcr c Álvaro Guerra, professôres que tanta influência exerceram na formação espi ritual dos antigos alunos do São Bento.

h

Taunay pertence à família desses pri vilegiados.

Aqueles eram "memórias"

especializadas.

O mestre, dc curiosida de universal, retém tudo o que lê, e leu muito e não escreveu menos, um

verdadeiro grilheta da pena, como o atesta a sua imensa bibliografia, uma centena de volumes.

Relendo as suas

obras principais, robusteceu-se em meu

espírito a antiga convicção de que falsa

sionosse tonto como essa prova de saber rio cultor da História, tão digno cio nosso respeito.

Povoavam a nossa imaginação j^uvenil as habilidades do professor. Como

José Bonifácio, o Patriarca, que ditax'a,

simultãncamentc, cartas sobre os mais variados assuntos, Taunay, distraído na

aparência, esquecido de si mesmo, em aula, enquanto discreteava, com precisão e facilidade, sòbre a "Guerra dos Cem Anos" ou a "Invasão dos Bárbaros",

punha em dia enorme correspondência


DroK^rro Erovóxrrco

nada com a matéria, despertar em seus

Dm;hst(i

"Cenas da Vida Boêmia"; a despreocJipação da realidach; é o de\ er tia ju-

Econômico

cujos conliccimcntos a guerra mundial

Hoje com mandato expresso, evoco a figura de outro mestre, cuja obra

ampliou.

extensa e erudita aumentou a riqueza

discípulos gosto por tão bela ciência,

\cntude. Bazao jn-Ia (piai nunc;i \olvi a esta C.a.sa sem sentir um .i[»"rto no anos <pic lecionou à minha turma, a . coraçao. l-oi no altar da su;i igreja, Obrigou-nos, porém, nos três

um ctmtintio esfôr<;o de memória, de\í-

do à siia .se\<TÍ<l;tclc, rigorosa pontuali dade e à circunstância de (òda a classe ser diâriameiite chamada à lição.

flistória Unhersal e do Brasil prc-lecionava Afonso cie Taiinay, herdeiro das

glórias do pai, narrador da epopéia das bandeiras, cuja obra \-olumosa tanto enri quece o patrimônio inlelccliial da nossa

terra. Bom como o pão e puro como a agua da fonte, assim o definiu um an-

tigo professor do S. Bento, o cintilante Antônio Batista Pereira, em intere.ssantc

crônica do São Paulo antigo, na qual

'I. I

perfilou os seus amigos, sob a máscara

i

de velhos bandeirantes.

Não encerrarei a lista desses queridos preceptores, embora saiba que irei ma

cuUur.d de Piratininga: o emérito Afonso

de Taunay.

que tanto nos (ouvida à meditação e h prece, templo <]ne é nni misto de es

Fni seu aluno de História Universal,

(juando eursasa o (piarlo ano do giná sio. Beeomendasa o grande historiador aos discípulos o compêndio, sem adoção, de jôiiatas }>errano, obra superficial c

plendor e dl- .sobriedade, edificado pelo gosto artí.stico de nin monge humilde, í|tie o meigo D. Lndgero fèz a minha

felicidade, ao som do "Largo" do Ora

tório Xer.xes de Ilãndol e do "Ad;igio"

de natureza estritamente didática.

do famoso eoneérlo de Selmmaiin, arran

dia o período da aula. de sessenta mi-_

mágicos de D. Alenino.

nulos, em dois tempos iguais. No pri meiro, toma\a dos alunos a lição da

cado do grandioso órgão pelos dedos

\éspira. No segundo, e.xpunha a lição priixima. Embora a preloção do mostre fôsse repleta de dados, colhidos desde

A imagem desta Casa eu a guardo, pois, no fundo do meu .saerário.

Agradeço ao ahade D. Domingos, em nome dos .seus antigos a]uno.s, o ensejo que nos propiii,,,,^ soh êste teto agasa-

a ju\entudc nas obras dc Momnsen, OnkcN' c César Canlu, as lições dos alu

i<i or e e\-ocalivo, de nos rcvermos un.s

nos primavam por uma síntese cxee.ssiva.

.los outros c reeordannos o passado co"Uim, de tão gratu.s emoçõe.s.

Càuisa\a-nos assombro a sua retcntiva,

que não creio ler sido superada pela de

goar a modéstia do nosso abade, (|uc Bem haja a "Associação dos Antigos ainda exerce sobre os \elhos discípulo.s Aluno.s cultua a mais linda c couma e.spécie de curato pastoral, sem pro- "loyente, f,ue das tradições: a desoção da cJamar uma verdade; D. Domingos foi e o respeito aos mestres que o grande professor dc Álgebra do eo- amizade modelaram o nosso cérebro e o nosso iégio, por ninguém superado. coração. Auxilia\a-o na sua missão, que de Bem haja a benemérita Ordem Bene

sempenhou com fervor, o ii\ro que com pôs para os ginasianos, pequenina obraprima pelo rigoroso cunho didático que encerra.

Com justiça proclamo o o faço com a maior alegria: dos professores e frades

beneditinos, só tenho recordações que enchem de encanto a vida. Aqui não conheci a maldade e vivi dias risonhos.

Como os outros companheiros, alguns dos quais exercem hoje a cátedra de escolas superiores, e vários deles se en grandeceram nas profissões liberais e atividades do comércio e da indústria, seguia o conselho dc Henri Mürger, em

Divi

nenhum

brasileiro.

A História cita o exemplo do Cardeal

\ontade humana a elaboração dos fe

nômenos políticos c sociais.

Inclino-

me, ainda uma vez, respeitoso, ante os métodos do e\-ocador de heróis, que foi

Carh-lc, o biógrafo dc Cromwell e Fre derico II e que, no dizer de Rui, es

creveu o mais belo poema em prosa, u monumental "Revolução Francesa .

Era Taunay tão preciso nas datas e

minucioso nas descrições gcnoalógicas,

que a um dos discípulos, por sinal dos mais brilhantes, que se distinguiu cin Heráldica e possuía, nas estantes, scni contínuo manuseio, a obra completa de

Onkey, parecia que o historiador pedia meças ao romancista, ou nicllior, a -lu tasia substituía a narraüva fiel dos acontecimontos. Quis, certa vez, expenmenlá-lo. Chamado ã lição, expôs

a mínima importância, ^üterando dat e dando arras à imaginaçao. Pcrceb o mestre o ardil. Golpeou o djsctpu o com esta resposta maliciosa:

iNao na

Mezofanli, (jue falava mais de cinqüenta

necessidade dc saber tantas nnmicias.

idiomas e o de Artaxerxcs, o Mnemon,

Há necessidade de saber com exatidão .

lei dos Persas, que sabia o nome de

Corrigiu, em seguida, os erros com es- ^

panto de todos nós, coniventes na cilada,

todos os seus soldados, que se elevaN'am a milhões.

Ornelas, matemático

português, reproduzia de cor toda a

ditina, amante da civilização e que, na

6 a doutrina dc Wells, em prescindir da

c atordoamento do jovem que üvera o

ousio daquele gesto. Não houve eps^

prática da caridade e na difusão do en

tábua dos logarilmos, c Donelo, sem a

dio da t ida estudantil que

sino, cscre\'cii em nossa terra páginas cie cjuc SC orgulha o brasileiro devoto

falha de um texto, o alentado Corpus Júris. Proeza que Assis Brasil fazia com

galhardamente vencida pelo extraordma

da sua religião c da sua Pátria.

.a "Dixána Comédia" e Antônio Batis ta Pereira com "Os Lusíadas".

■l:

sh

Há, precisamente, urrl ano, em festa

de confraternização como a de agora, descrevi em períodos sucintos os mé todos pedagógicos de Joscí Ladisiau Petcr c Álvaro Guerra, professôres que tanta influência exerceram na formação espi ritual dos antigos alunos do São Bento.

h

Taunay pertence à família desses pri vilegiados.

Aqueles eram "memórias"

especializadas.

O mestre, dc curiosida de universal, retém tudo o que lê, e leu muito e não escreveu menos, um

verdadeiro grilheta da pena, como o atesta a sua imensa bibliografia, uma centena de volumes.

Relendo as suas

obras principais, robusteceu-se em meu

espírito a antiga convicção de que falsa

sionosse tonto como essa prova de saber rio cultor da História, tão digno cio nosso respeito.

Povoavam a nossa imaginação j^uvenil as habilidades do professor. Como

José Bonifácio, o Patriarca, que ditax'a,

simultãncamentc, cartas sobre os mais variados assuntos, Taunay, distraído na

aparência, esquecido de si mesmo, em aula, enquanto discreteava, com precisão e facilidade, sòbre a "Guerra dos Cem Anos" ou a "Invasão dos Bárbaros",

punha em dia enorme correspondência


.1 ij uippuiiini|||i. 88

Dicesto Econômico

c escrevia para o "Correio Paulistano"

artigos cm que relatava a expansão geo gráfica do Brasil.

No recesso do lar vcnturoso, lia jor nais ao mesmo tempo cm que conver sava e tocava piano. Não é de se admi

rar que seja musicista um fillio do Vis

conde de Taunay. Nenluima arte rece be a influência do atavisino como a de

Pale-strina. Pulula, na história da mú sica, o exemplo dos Bach. O célebre

autor da "Inocência" compôs as "Chopinianas", melodias que despertam cm nossos corações suave enlevo e que ouvi pela primeira vez, dedilhadas no tecla do pelo bom velho que era Tomá.s ieixeira de Assunção.

O tempo engrandeceu o nome de ■

Afonso de Taunay.

Mergulhado nos

arquivos, desvendou documentos ciuc contnbuiram para a decifração de inú meras incógnitas da História do Brasil

I Nesse ambiente, cm que se respira a doce saudade da juventude, em que se

sente a alegria de rever descuidados

companheiros de outrora, iioje de ca

belos grisalhos e com gra\'es responsa

bilidades na hora torturante que o mun-

do atravessa, não me cabe comentar a história das bandeiras o a do café, mo

numentos de pesquisa e de probidade,

A unificação e pacificaçáo da política mineira

erguidos pelo seu amor à terra brasi leira.

Daniel de Carvalho

Desejamos apenas homenagear o mes tre que, pela gigantesca obra de iiisto-

riador, fêz jus à admiração de todos os estiiíliosos.

Cumprido êsse de\cr, saúdo, na

pessoa do querido abade D. Domingos, que nos honra com a sua presença, a adniirá\el Ordem Beneditina, ordem que engrandeceu o agiológio universal e, na opinião de Calógeras, tc\'e cm São

Bernardo o mais atilado político da sua epoea, ordem que vulgarizou as obras mestras da ciWlização, reviu a Bíblia

ttifaca por Sao Jerônimo c criou O canto gregoriano.

VoKo o meu pensamento para o ce\?'"i" Casino, queo na 1 ceia fóraMonte asilo de ciência do Idade santi dade. A sua destruição confrangcu-nos a alma de cristãos. Praza aos céus que e.sse sacrifício tenha contribuído para trazer à humanidade sofredora a Paz,

alicerçada na Justiça c na Bondade.

N"defender CüMÍiço odaEstado República não foi fácil de Minas do tor-

Henrique Vaz, Barão de São Geraldo (José Joaquim AKtires dos Santos Sil

volinlio geral e li\ rá-lo da violência das

va), Aristidcs Maia, Martiniano Brandão,

chamas "ein meio do fogo crepitante das paixões acc.sas logo após o 15 de

cisco Bressane...

No\ombro".

Ferreira Brandão, Leonel Fillio, Fn\n-

João Pinheiro retirou-se da vida pú

O período de 1889 a 1897 ficou alí

marcado pela confusão c dispersão das fórças políticas. C-csário Alviin e João Pinheiro, chefes

do Partido Republicano, cedo compreen

deram quão difícil c espinhosa é a ta refa de "anjos da paz", quando se pro põem a aplacar o incêndio atiçado por idealistas sinccro.s, mas extremados nos seus afetos c nos seus ódios.

A reunião scdiciosa dos dissidentes da

Zona da Mata, em Juiz de Fora, e seu eco retardado no motim de Viçosa, bem t^omo o movimento separatista de Cam

panha, onde chegou a instalar-se a Junta Governativa do Estado de Minas do

Sul, mostram a graxadade do perigo afrontado pelos pregoeiros da política ue "conciliação".

Os intrépidos bombeiros tiveram de confessar a pouca eficiência do seu es

forço feito para evitar a invasão das fabaredas "da turbulência vinda de fora Sobro suas alterosas e altivas monta nhas". Conforme a frase de Cesário

blica.

Cesário Ahim renunciou à Pre

sidência do Estado para evitar a luta annada. Desceu as escadarias do anti

go Palácio dos Capitues-Gencnus, de animo tranqüilo e na maior pobreza. \^encido, poderia repetir a afirmação

lançada das culminâncias do poder: "Dentro do lar me guardarão Deus e minha consciência e fora a população inteira..." O Partido Republicano Cons titucional domina durante o Govêmo Afonso Pena, absoiaido pelo problema da mudança da Capital de Ouro Preto

para Belo Horizonte e outras questões administrativas.

Na ordem política, êsse Govêmo as

sinala-se pelo fimie apoio dado a Floriano em líora decisiva, o que %'aleu ao Conselheiro Pena as honras de general áe brigada e lhe permitiu continuar o

programa dos antecessores, preservando

Minas do triste espetáculo da deposi ção de govemadores e de lamentáveis desordens observadas em outros Estados. Minas tomou-se o refúgio dos venci

Alvim, da qual, diga-se de passagem,

dos o dos perseguidos políticos. Soube

nasceu para Minas o designativo de — Alterosas. , No rol dos opositores intransigentes inscrevem-se alguns nomes ainda hoje

guardar as garantias constitucionais e

lembrados

com

saudade:

Fernando

Lobo, Constantino Paleta, Vaz de Melo,

não sofreu o abalo dos estados de sítio.

Nessa época, acolheu no seu território centenas de refugiados, entre os quais

Olavo Bilac e Carlos de Laet, que es creveram livros esplêndidos sôbre a ter-


.1 ij uippuiiini|||i. 88

Dicesto Econômico

c escrevia para o "Correio Paulistano"

artigos cm que relatava a expansão geo gráfica do Brasil.

No recesso do lar vcnturoso, lia jor nais ao mesmo tempo cm que conver sava e tocava piano. Não é de se admi

rar que seja musicista um fillio do Vis

conde de Taunay. Nenluima arte rece be a influência do atavisino como a de

Pale-strina. Pulula, na história da mú sica, o exemplo dos Bach. O célebre

autor da "Inocência" compôs as "Chopinianas", melodias que despertam cm nossos corações suave enlevo e que ouvi pela primeira vez, dedilhadas no tecla do pelo bom velho que era Tomá.s ieixeira de Assunção.

O tempo engrandeceu o nome de ■

Afonso de Taunay.

Mergulhado nos

arquivos, desvendou documentos ciuc contnbuiram para a decifração de inú meras incógnitas da História do Brasil

I Nesse ambiente, cm que se respira a doce saudade da juventude, em que se

sente a alegria de rever descuidados

companheiros de outrora, iioje de ca

belos grisalhos e com gra\'es responsa

bilidades na hora torturante que o mun-

do atravessa, não me cabe comentar a história das bandeiras o a do café, mo

numentos de pesquisa e de probidade,

A unificação e pacificaçáo da política mineira

erguidos pelo seu amor à terra brasi leira.

Daniel de Carvalho

Desejamos apenas homenagear o mes tre que, pela gigantesca obra de iiisto-

riador, fêz jus à admiração de todos os estiiíliosos.

Cumprido êsse de\cr, saúdo, na

pessoa do querido abade D. Domingos, que nos honra com a sua presença, a adniirá\el Ordem Beneditina, ordem que engrandeceu o agiológio universal e, na opinião de Calógeras, tc\'e cm São

Bernardo o mais atilado político da sua epoea, ordem que vulgarizou as obras mestras da ciWlização, reviu a Bíblia

ttifaca por Sao Jerônimo c criou O canto gregoriano.

VoKo o meu pensamento para o ce\?'"i" Casino, queo na 1 ceia fóraMonte asilo de ciência do Idade santi dade. A sua destruição confrangcu-nos a alma de cristãos. Praza aos céus que e.sse sacrifício tenha contribuído para trazer à humanidade sofredora a Paz,

alicerçada na Justiça c na Bondade.

N"defender CüMÍiço odaEstado República não foi fácil de Minas do tor-

Henrique Vaz, Barão de São Geraldo (José Joaquim AKtires dos Santos Sil

volinlio geral e li\ rá-lo da violência das

va), Aristidcs Maia, Martiniano Brandão,

chamas "ein meio do fogo crepitante das paixões acc.sas logo após o 15 de

cisco Bressane...

No\ombro".

Ferreira Brandão, Leonel Fillio, Fn\n-

João Pinheiro retirou-se da vida pú

O período de 1889 a 1897 ficou alí

marcado pela confusão c dispersão das fórças políticas. C-csário Alviin e João Pinheiro, chefes

do Partido Republicano, cedo compreen

deram quão difícil c espinhosa é a ta refa de "anjos da paz", quando se pro põem a aplacar o incêndio atiçado por idealistas sinccro.s, mas extremados nos seus afetos c nos seus ódios.

A reunião scdiciosa dos dissidentes da

Zona da Mata, em Juiz de Fora, e seu eco retardado no motim de Viçosa, bem t^omo o movimento separatista de Cam

panha, onde chegou a instalar-se a Junta Governativa do Estado de Minas do

Sul, mostram a graxadade do perigo afrontado pelos pregoeiros da política ue "conciliação".

Os intrépidos bombeiros tiveram de confessar a pouca eficiência do seu es

forço feito para evitar a invasão das fabaredas "da turbulência vinda de fora Sobro suas alterosas e altivas monta nhas". Conforme a frase de Cesário

blica.

Cesário Ahim renunciou à Pre

sidência do Estado para evitar a luta annada. Desceu as escadarias do anti

go Palácio dos Capitues-Gencnus, de animo tranqüilo e na maior pobreza. \^encido, poderia repetir a afirmação

lançada das culminâncias do poder: "Dentro do lar me guardarão Deus e minha consciência e fora a população inteira..." O Partido Republicano Cons titucional domina durante o Govêmo Afonso Pena, absoiaido pelo problema da mudança da Capital de Ouro Preto

para Belo Horizonte e outras questões administrativas.

Na ordem política, êsse Govêmo as

sinala-se pelo fimie apoio dado a Floriano em líora decisiva, o que %'aleu ao Conselheiro Pena as honras de general áe brigada e lhe permitiu continuar o

programa dos antecessores, preservando

Minas do triste espetáculo da deposi ção de govemadores e de lamentáveis desordens observadas em outros Estados. Minas tomou-se o refúgio dos venci

Alvim, da qual, diga-se de passagem,

dos o dos perseguidos políticos. Soube

nasceu para Minas o designativo de — Alterosas. , No rol dos opositores intransigentes inscrevem-se alguns nomes ainda hoje

guardar as garantias constitucionais e

lembrados

com

saudade:

Fernando

Lobo, Constantino Paleta, Vaz de Melo,

não sofreu o abalo dos estados de sítio.

Nessa época, acolheu no seu território centenas de refugiados, entre os quais

Olavo Bilac e Carlos de Laet, que es creveram livros esplêndidos sôbre a ter-


T>rcr.sTo

EcokAnttco

91

DiCESTO ECONÓNaCO

ra c a gente mineira, revelando ao mundo as riquezas artísticas até então

quase desconhecidas, das nossas \-(;ll'.as cidades, como Ouro Preto e São João D'E1 Rei.

À sombra da neutralidade prjlítica de Afonso Pena em face dos dissídios lo

cais, Silviano Brandão, seu Secretário

do Interior, monta a sua máquina elei toral baseada nos diretórios nuinieipais. Adquire tal influência que o seu nome é lançado por dezenas de coronéis o cm

quase todos os municípios sul-minciros como candidato à presidência do Es^ tado no quatriênio seguinte.

Formou-se, todavia, uma onda de opo sição a essa candidatura. Alegou-se que seria mau precedente permitir que o Secretário do Interior preparasse a pró pria candidatura, porque detinha a mani-

Hccenlcmcntc. í> mesmo princípio foi Interior de Milton Campos. SiKiano e.slé\'e em rcces.so esperando -siia vez, durante quatro anos. Vcn ccslau, após igual pcTÍodo dc espera,

SiKiano teve que adotar uma polí

tica realista, dura e firme, para enfren tar a situação calamitosa das finanças

tislacluaj.s o firmar o prestígio de Minas no cenário federal.

do Mineiro c colocado na sua

didatura Henrique Diniz, Secre tes; a de Vcnccslau Braz, no Governo

presidência, pôde desse abrigo seguro, com o auxílio dc Vcnccslau Braz, Bueno Brandão, Francisco Salles,

Silviano Brandão; a de Américo Lopes,

Francisco Brcssanc c outros, robustecer

no Governo Delfim Moreira, c a dc

as suas forças eleitorais c orientar a or

Francisco Campos, no Govêrno Antônio Carlos. Dele escaparam Delfim, no

ganização do Partido Republicano Mi"

Governo Biieno Brandão, porque já exer

mesma data que a da sua candidatura

cera o cargo de Secretário do Interior no quatriênio de Francisco Salles, e

à Presidência do Estado.

tratava apenas de preencher o resto do quatriênio interrompido com a morte de

tido, uma chefiada por Silviano e outra por Bias e ca\ara-sc profundo dissídio

a representação mineira, "reü-

Raul Soares.

entre os idealistas do regime e os polí-

fim dc não enfcudar a política do Esta do ao Go\'êmo Federal.

Proferiu to

mar um empréstimo à Companhia de Morro Vellio, emprêsa inglesa de tradi cional seriedade e presa ao Estado pelo imposto de exportação do ouro. Indicado para Vice-Presidenle da Re

pública na chapa de Rodrigues Alves, o Presidente do Estado de Minas Ge-

de faltar ao banquete ^de leitura da

Foi nesse famoso banquete que êle se atrapalhou com as luvas, segundo maldosamente

a boiada", como então se qua lificou a delicada operação de levar à Gamara Federal a famosa

comentaram

al

guns cronistas irreverentes. O Govêrno desse homem admi

rável não foi poupado pelos jor nais. Mendes Pimentel, tão logo

líancada do apoio incondicional.

percebeu que se estava represen tando a mesma vellia pantomima,

O Estado do Minas, disse-o

com toda exatidão Augusto de

',

ficuldades dc numerário, recusou assis tência financeira do Banco do Brasil, a

gos, que também não eram abastados...

pela primeira vez na República, unifi-

Formaram-se duas alas dentro do par-

Levava êste a tal ponto o amor à autonomia do Estado que, em sérias di

territorial.

Com energia c firmeza, conseguiu,

nciro, cuja certidão do batismo tpz n

teras virtudes do seu chefe.

n sistema tributário, criando o impòsto

Suprimiu \crbas, suspendeu serviços,

Sil\'iano, eleito para o Sena

O Govêrno do Estado não era, por isso, popular, ape.sar dos nobres propó sitos, da irradiante simpatia e das aus

plataforma, porque não possuía casaca, nem dispunha de dinheiro para a via gem ao Rio. Cotizaram-se para adian tar-lhe a quantia necessária alguns ami

extinguiu cargos c comissões. Reformou

a Francisco Bernardino.

c.xclusivistu: fora do siManismo, não

nüs, Síl\'iano Brandão, esteve a pique

Medico, empregou largamente os mé todos cirúrgicos.

fc.s cmpcnharani-sc a fundo na

\ocado com êxito contra a can

Mello Viana, porque, neste caso, se

A vitória do.s princípios foi, porém, mais aparente cjue real.

Brandão, Francisco Salles c outros cheluta a fa\or dessa candidatura

tário do Interior, no Govêrno Bias For

tutos do P.R.M. que então se fundou (dezembro dc 1897).

Escolliido, pois, Bias Fortes, como can didato ao Go\'êrno do Estado, Silviano

e, cm renhida peleja, derrotaram

O argumento voltaria a ser ín-

a aprovação por unanimidade dos esta

leve cm sí'guida os grandes prêmios na

se paciência e esperasse a sua » vez". * ^

dava alvará a ninguém.

nime apoio à candidatura de Silviano c

completar o quatriênio dc Pinheiro. Mas

cha de consoLição, "que tives

cultura, sugeriu vima coiucnção dos direlórius mimicipais para organizar as normas estatutárias do partido, bem tX)-

sultará, pois, plenamente xitoriosa: unâ

Bias resultou a de João Pinheiro. Só vai a Presidência após sete anos c para

dência da Repiil)Iica.

Para isso foi necessário ser suat/ífcr

II» modo Cl fortitcr ín re. Á política era

dí-ssidência. A idéia da convenção re

conseguiu o grande prêmio do Estado, porque do clioqiic com a candidatura

do Congresso c nos Consellios do Go verno da República.

corriam j>arcllias com o ,scu talento e

aceitaram lotios.o.s pontos dc vi.sta da

"coiiKJ frango <l(liai.\o do l)alait)". não

recimento". Passou a pesar nas -votações

Pimentcl. lujo caráter c combativicíade

mo um programa republicano adaptado ao monu-iilo. Os sibianistas, reprcsentado.s pelo Càironcl Francisco Bressane,

nome de Pedro Aleixo, Secretário do

ção política c o poder de nomeação das autoridades escolares e policiais em to dos os municípios. chefes acrescentaram, como fi

A dissidência, animada jx)r Mendes

iinocado, no seio da L'.D.N., contra o

cionais da Vico-Prcsidcncia c da Presi

tórnmla "o Poder é

o Poder".

ca^os .siilisctjuciitcs.

\-ela da máquina eleitoral com a dire

Ao veto sob és.sc fundamento alguns

ticos ali i r.alus

Henrique Diniz <• Venccslau Braz, ví

timas dcs.sc critério político, passaram a niontar-llic guarda, jnnlanvntc com o vellio Bias Fortes, tornando-se os x'igilantcs paladino.s da sua aplicação nos

Lima, cm célebi'e elogio fúnebre, 'até então fraco na política na cional pela divisão de seus representan tes, tomou o lugar que lhe competia, pela grandeza, pelo número e pelo me ililtiHni]

embora sob novos disfarces, re

solveu despicar-se do lôgro e combater por suas idéias. Entrincheirou-

se primeiro no "Diário de Minas" que êle fimdou com Artur Lobo e Azeve-


T>rcr.sTo

EcokAnttco

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DiCESTO ECONÓNaCO

ra c a gente mineira, revelando ao mundo as riquezas artísticas até então

quase desconhecidas, das nossas \-(;ll'.as cidades, como Ouro Preto e São João D'E1 Rei.

À sombra da neutralidade prjlítica de Afonso Pena em face dos dissídios lo

cais, Silviano Brandão, seu Secretário

do Interior, monta a sua máquina elei toral baseada nos diretórios nuinieipais. Adquire tal influência que o seu nome é lançado por dezenas de coronéis o cm

quase todos os municípios sul-minciros como candidato à presidência do Es^ tado no quatriênio seguinte.

Formou-se, todavia, uma onda de opo sição a essa candidatura. Alegou-se que seria mau precedente permitir que o Secretário do Interior preparasse a pró pria candidatura, porque detinha a mani-

Hccenlcmcntc. í> mesmo princípio foi Interior de Milton Campos. SiKiano e.slé\'e em rcces.so esperando -siia vez, durante quatro anos. Vcn ccslau, após igual pcTÍodo dc espera,

SiKiano teve que adotar uma polí

tica realista, dura e firme, para enfren tar a situação calamitosa das finanças

tislacluaj.s o firmar o prestígio de Minas no cenário federal.

do Mineiro c colocado na sua

didatura Henrique Diniz, Secre tes; a de Vcnccslau Braz, no Governo

presidência, pôde desse abrigo seguro, com o auxílio dc Vcnccslau Braz, Bueno Brandão, Francisco Salles,

Silviano Brandão; a de Américo Lopes,

Francisco Brcssanc c outros, robustecer

no Governo Delfim Moreira, c a dc

as suas forças eleitorais c orientar a or

Francisco Campos, no Govêrno Antônio Carlos. Dele escaparam Delfim, no

ganização do Partido Republicano Mi"

Governo Biieno Brandão, porque já exer

mesma data que a da sua candidatura

cera o cargo de Secretário do Interior no quatriênio de Francisco Salles, e

à Presidência do Estado.

tratava apenas de preencher o resto do quatriênio interrompido com a morte de

tido, uma chefiada por Silviano e outra por Bias e ca\ara-sc profundo dissídio

a representação mineira, "reü-

Raul Soares.

entre os idealistas do regime e os polí-

fim dc não enfcudar a política do Esta do ao Go\'êmo Federal.

Proferiu to

mar um empréstimo à Companhia de Morro Vellio, emprêsa inglesa de tradi cional seriedade e presa ao Estado pelo imposto de exportação do ouro. Indicado para Vice-Presidenle da Re

pública na chapa de Rodrigues Alves, o Presidente do Estado de Minas Ge-

de faltar ao banquete ^de leitura da

Foi nesse famoso banquete que êle se atrapalhou com as luvas, segundo maldosamente

a boiada", como então se qua lificou a delicada operação de levar à Gamara Federal a famosa

comentaram

al

guns cronistas irreverentes. O Govêrno desse homem admi

rável não foi poupado pelos jor nais. Mendes Pimentel, tão logo

líancada do apoio incondicional.

percebeu que se estava represen tando a mesma vellia pantomima,

O Estado do Minas, disse-o

com toda exatidão Augusto de

',

ficuldades dc numerário, recusou assis tência financeira do Banco do Brasil, a

gos, que também não eram abastados...

pela primeira vez na República, unifi-

Formaram-se duas alas dentro do par-

Levava êste a tal ponto o amor à autonomia do Estado que, em sérias di

territorial.

Com energia c firmeza, conseguiu,

nciro, cuja certidão do batismo tpz n

teras virtudes do seu chefe.

n sistema tributário, criando o impòsto

Suprimiu \crbas, suspendeu serviços,

Sil\'iano, eleito para o Sena

O Govêrno do Estado não era, por isso, popular, ape.sar dos nobres propó sitos, da irradiante simpatia e das aus

plataforma, porque não possuía casaca, nem dispunha de dinheiro para a via gem ao Rio. Cotizaram-se para adian tar-lhe a quantia necessária alguns ami

extinguiu cargos c comissões. Reformou

a Francisco Bernardino.

c.xclusivistu: fora do siManismo, não

nüs, Síl\'iano Brandão, esteve a pique

Medico, empregou largamente os mé todos cirúrgicos.

fc.s cmpcnharani-sc a fundo na

\ocado com êxito contra a can

Mello Viana, porque, neste caso, se

A vitória do.s princípios foi, porém, mais aparente cjue real.

Brandão, Francisco Salles c outros cheluta a fa\or dessa candidatura

tário do Interior, no Govêrno Bias For

tutos do P.R.M. que então se fundou (dezembro dc 1897).

Escolliido, pois, Bias Fortes, como can didato ao Go\'êrno do Estado, Silviano

e, cm renhida peleja, derrotaram

O argumento voltaria a ser ín-

a aprovação por unanimidade dos esta

leve cm sí'guida os grandes prêmios na

se paciência e esperasse a sua » vez". * ^

dava alvará a ninguém.

nime apoio à candidatura de Silviano c

completar o quatriênio dc Pinheiro. Mas

cha de consoLição, "que tives

cultura, sugeriu vima coiucnção dos direlórius mimicipais para organizar as normas estatutárias do partido, bem tX)-

sultará, pois, plenamente xitoriosa: unâ

Bias resultou a de João Pinheiro. Só vai a Presidência após sete anos c para

dência da Repiil)Iica.

Para isso foi necessário ser suat/ífcr

II» modo Cl fortitcr ín re. Á política era

dí-ssidência. A idéia da convenção re

conseguiu o grande prêmio do Estado, porque do clioqiic com a candidatura

do Congresso c nos Consellios do Go verno da República.

corriam j>arcllias com o ,scu talento e

aceitaram lotios.o.s pontos dc vi.sta da

"coiiKJ frango <l(liai.\o do l)alait)". não

recimento". Passou a pesar nas -votações

Pimentcl. lujo caráter c combativicíade

mo um programa republicano adaptado ao monu-iilo. Os sibianistas, reprcsentado.s pelo Càironcl Francisco Bressane,

nome de Pedro Aleixo, Secretário do

ção política c o poder de nomeação das autoridades escolares e policiais em to dos os municípios. chefes acrescentaram, como fi

A dissidência, animada jx)r Mendes

iinocado, no seio da L'.D.N., contra o

cionais da Vico-Prcsidcncia c da Presi

tórnmla "o Poder é

o Poder".

ca^os .siilisctjuciitcs.

\-ela da máquina eleitoral com a dire

Ao veto sob és.sc fundamento alguns

ticos ali i r.alus

Henrique Diniz <• Venccslau Braz, ví

timas dcs.sc critério político, passaram a niontar-llic guarda, jnnlanvntc com o vellio Bias Fortes, tornando-se os x'igilantcs paladino.s da sua aplicação nos

Lima, cm célebi'e elogio fúnebre, 'até então fraco na política na cional pela divisão de seus representan tes, tomou o lugar que lhe competia, pela grandeza, pelo número e pelo me ililtiHni]

embora sob novos disfarces, re

solveu despicar-se do lôgro e combater por suas idéias. Entrincheirou-

se primeiro no "Diário de Minas" que êle fimdou com Artur Lobo e Azeve-


92

OrcEsTO

DrcESTO Ecos-rtxfico

do Júnior e depois no "Jornal do Povo",

o testemunho de quem não sabia (orc-er

dc Azevedo Júnior. Dessas fortalezas en

a verdade, nem fjiioimar incenso aos

viava às cidadelas do Goxèrno e da

ídolo.s do dia.

Tarasca (apelido que Azevedo Júnior inventou para a Comissão Executiva do

P.R.M.), os obiises dos seus editoriais, ao passo que Azevedo Júnior desferia a.s

flechas de sua aljava roferta sempre de chocarrice e sarcasmo.

João Pinlu-iro, cm resposta ao discurso dc Lauro Níiijicr no bantjucto oferecido às altas jxTsonalidades, que foram assis tir à sua posse no cargo do Presidente — "A caíla cpoca corrcspondcjn sem pre, na .sociedade, os órgãos clcwidos

Carlos Maciel, magro, pálido, sôcò, torto,

quc! a representam e dignificam. Seja-

como um

nos jx-rniilido, lembrando o problema eeonómico brasileiro, que domina e do minará dora\ante n política do Paí.s, fjuaisfjuer qi:e tenham de ser as solu

vais, mantinha meetings permanentes centra o Govômo c o P.R.M . Era ines

gotável o seu repertório de novidades, de profecias, de intrigas c de mexericos. A sua língua afiada inspirava justificado temor.

Às investidas dos adversários políticos revidava Silviano golpe por golpe. No final do seu Governo havia formado um grupo de amigos entusiastas, mas grangeara adversários rancorosos.

Couberam ao seu sucessor, Francisco Salles, duas tarefas de transcendental

importância, quais sejam — a de lançar o programa da nova política econômica e, como preliminar indispensável, fazer o congraçamento da família política mineira.

Dos grupos existentes antes, o dos

viuvinhas, assim grotescamente aludidos os amigos dedicados que se sentiram em desamparo com a morte de Silviano,

julgou-se com direito à herança integral do chefe, combatendo a partilha de cargos e posições com estranhos à sua família política.

. Mas Francisco Salles, com grande ha

bilidade, conseguiu seu objetivo de apa

— Qual, meu amigo, não se deixe iludir por essas fantasias ... Nós, de

freou o entusiasmo no neófito, dizendo-

"camarões pequenos" para o molho dos

lhe:

"peixes grandes"...

Santa Catarina e Goiás, somos apenas

ções que, eni definitivo, .se adotem, seja-

nos permitido apontar iio nosso ilustre conterrâneo Dr. Francisco Salles, o cam

peão iniciaclor dessa nova fase da po lítica nacional.

Preparou-a, estabelecendo a paz na

política mineira, para que surgisse cheia de imensa força". (Os grífos são nossos). Minas, com a representação unificada e disciplinada por Silviano c com a po lítica pacificada pelo congraçamento ge ral levado a efeito por Francisco Salles, tornou-se uma fôrça poderosa e fator decisivo na solução dos problemas po líticos do País.

Nada se resolvia sem

o apüio de Minas, cuja bancada era respeitada pelo número o pela qtialidade dos deputados. No seio dela brilhavam

algumas das inteligências mais cultas do Brasil contemporâneo.

Minas, até então fraca pela fragmen tação partidária, passou a ser um

queles "peixes grandes" do dito espi-

rituoso de Lauro Muller, que me foi

ziguar os ânimos e obter a colaboração de todos os valores na obra de reergui-

contado pelo meu prezado amigo e j companheiro na Câmara antes da revo lução de 1930, Dr. Rodrigues Alves

mento econômico do Estado.

Filho.

, Para alicerçar essa convicção bastaria

da, político no\'o então Presidente de Goiás, para onteiulinientcs no caso da sucessão presidencial da República, so-

dc Minas, dc-claron:

A Confeitaria Acadêmica era outro foco de oposicionismo. Aí, o velho bníxo das feitiçarias medie

Econômico

^.

Procurado pelo Dr. Xavier de AlmeiL -•-J fci.vint._L

iliiriÉnniiti 'Tii--' 1- ^ "ifn


92

OrcEsTO

DrcESTO Ecos-rtxfico

do Júnior e depois no "Jornal do Povo",

o testemunho de quem não sabia (orc-er

dc Azevedo Júnior. Dessas fortalezas en

a verdade, nem fjiioimar incenso aos

viava às cidadelas do Goxèrno e da

ídolo.s do dia.

Tarasca (apelido que Azevedo Júnior inventou para a Comissão Executiva do

P.R.M.), os obiises dos seus editoriais, ao passo que Azevedo Júnior desferia a.s

flechas de sua aljava roferta sempre de chocarrice e sarcasmo.

João Pinlu-iro, cm resposta ao discurso dc Lauro Níiijicr no bantjucto oferecido às altas jxTsonalidades, que foram assis tir à sua posse no cargo do Presidente — "A caíla cpoca corrcspondcjn sem pre, na .sociedade, os órgãos clcwidos

Carlos Maciel, magro, pálido, sôcò, torto,

quc! a representam e dignificam. Seja-

como um

nos jx-rniilido, lembrando o problema eeonómico brasileiro, que domina e do minará dora\ante n política do Paí.s, fjuaisfjuer qi:e tenham de ser as solu

vais, mantinha meetings permanentes centra o Govômo c o P.R.M . Era ines

gotável o seu repertório de novidades, de profecias, de intrigas c de mexericos. A sua língua afiada inspirava justificado temor.

Às investidas dos adversários políticos revidava Silviano golpe por golpe. No final do seu Governo havia formado um grupo de amigos entusiastas, mas grangeara adversários rancorosos.

Couberam ao seu sucessor, Francisco Salles, duas tarefas de transcendental

importância, quais sejam — a de lançar o programa da nova política econômica e, como preliminar indispensável, fazer o congraçamento da família política mineira.

Dos grupos existentes antes, o dos

viuvinhas, assim grotescamente aludidos os amigos dedicados que se sentiram em desamparo com a morte de Silviano,

julgou-se com direito à herança integral do chefe, combatendo a partilha de cargos e posições com estranhos à sua família política.

. Mas Francisco Salles, com grande ha

bilidade, conseguiu seu objetivo de apa

— Qual, meu amigo, não se deixe iludir por essas fantasias ... Nós, de

freou o entusiasmo no neófito, dizendo-

"camarões pequenos" para o molho dos

lhe:

"peixes grandes"...

Santa Catarina e Goiás, somos apenas

ções que, eni definitivo, .se adotem, seja-

nos permitido apontar iio nosso ilustre conterrâneo Dr. Francisco Salles, o cam

peão iniciaclor dessa nova fase da po lítica nacional.

Preparou-a, estabelecendo a paz na

política mineira, para que surgisse cheia de imensa força". (Os grífos são nossos). Minas, com a representação unificada e disciplinada por Silviano c com a po lítica pacificada pelo congraçamento ge ral levado a efeito por Francisco Salles, tornou-se uma fôrça poderosa e fator decisivo na solução dos problemas po líticos do País.

Nada se resolvia sem

o apüio de Minas, cuja bancada era respeitada pelo número o pela qtialidade dos deputados. No seio dela brilhavam

algumas das inteligências mais cultas do Brasil contemporâneo.

Minas, até então fraca pela fragmen tação partidária, passou a ser um

queles "peixes grandes" do dito espi-

rituoso de Lauro Muller, que me foi

ziguar os ânimos e obter a colaboração de todos os valores na obra de reergui-

contado pelo meu prezado amigo e j companheiro na Câmara antes da revo lução de 1930, Dr. Rodrigues Alves

mento econômico do Estado.

Filho.

, Para alicerçar essa convicção bastaria

da, político no\'o então Presidente de Goiás, para onteiulinientcs no caso da sucessão presidencial da República, so-

dc Minas, dc-claron:

A Confeitaria Acadêmica era outro foco de oposicionismo. Aí, o velho bníxo das feitiçarias medie

Econômico

^.

Procurado pelo Dr. Xavier de AlmeiL -•-J fci.vint._L

iliiriÉnniiti 'Tii--' 1- ^ "ifn


Dicesto kk

LA

PRENSA

Afonso Ajunos de .SÍeelo Fhanco

OnjAM as minhas primeiras palavras de

sincero agradecimento ao nosso ilus

tre colega Sr. Deputado Nelson Omegna pela cortesia c generosidade com que ce deu sua inscrição a um colega de As sembléia, que não é seu companheiro dc

O fechamento de "I.a Prensa" ó um

avontccinicnto (ftte repercutiu cm iodos os países do mnndo. Km homenagem

95

Econômico

tanle da nação obrigado a sobre èle se

de internacional.

demorar. Por(pie de falo muito fácil se

falso — nós o declaramos firmemente —

rá, portpie na \'erdade muito cômodo

nc.stas condiç-õcs, é inverídico — nós da

pode ser. le\ anlar-se contra o jírommcia-

União Democrática Nacional dcvenms

inento de nin representante da nação a peelia. a arguição, a inerepação e o apô-

dcciará-lo — que se trota de assunto afe

(lo de eslai-S(.' utilizando da tribuna do

publicamos o discurso j)rofcrido. de ím})I(h:íso, na Câmara dos Pcj)tiíados, pelo

ParlaineiUo, para, em nome dc vãos prineipios, no encaminhamento dc idéias vagas c imprecisas, criar dificuldades ob

Partido, a fim de expcnder da tribuna

no.s.so

jetivas, tropeços sérios, ob.stáculos posi

as ligeiras considerações (pie se vão se-

Mello Franco, fignra exponcncial da in

tivos às boas rclaçíícs existentes entre o

'gulr.

telectualidade brasileira.

no.sso c- (jnalípier outro país.

O Sr. Nelson Omc^tui — Ê uma justa ^homenagem a V. Excia. O Sr. Afonso Arinos — Obrigado ao

reproduzida tal como foi dita, rcs-pci-

'V-

nobre Deputado.

Chegando hoje do meu Estado, Minas

Gerais, fui notificado pelo ilustre líder nesta

c .solidariedade ao grande órgão platino,

colaborador

Afonso

Arinos de A oração é

Ic.ndo as naturais imperfeições dc estilo

c as interrupções dos seus colegas. Trata-se dc um docinnento que honra a mentalidade cintilante do orador.

da União Democrática Nacional

Casa, de que devia ocupar, ainda hoje, se possível, u tribuna, a fim de coadjuvar e sustentar as considerações ontem

aqui fonnuladas, a propósito da brutal perseguição de que ó objeto, cm Buenos Aires, o grande matutino "La Prensa",

pelo meu brilliantc patrício c prezado amigo Sr. Deputado Pinheiro Chagas. O Sr. Heitor Beltrão — De que é víti ma, não; de que foi vítima, pois já se extinguiu o jornal "La Prensa". O Sr. Afonso Arinos — V. Excia. é

mais pessimista do que eu. O Sr. Heitor Beltrão — Está fechada

e é preciso o protesto universal para que

seja reaberta.

e o faço com o

maior prazer — que ocupo a tribuna, não em nome pessoal, mas exprimindo, em bora sem a necessária autoríclado (não

apoiado), o pensamento e o sentimento dc toda a bancada federal de meu Par tido.

O Sr. Soares Filho - V. Excia. fala

sempre com autoridade cm no.sso nome. O Sr. Afonso Arinos — É, por conse qüência, em nome dessa autoridade que acaba dc ser ratificada pelo nobre líder, que tomo a atenção do plenário pela

problema, tanto tècnicamcnte tomado sob o aspecto jurídico, quanto politica mente apreciado sob o ângulo da.s rela ções internacionais, é daqueles que de

O assunto é de extrema delicadeza. O

vem suscitar todas as reservas da mais

cautelosa prudência naquele

represen-

Sr. l^esidontc, já de há muito tempo

ses postulados; já dc há muito um dos grandes luminares da ciência jwlitica continental, um dos grandes faróis do Direito americano, Elihu Root, dizia que não existem questões privadas das soberanias nacionais, desde que versem ma

O problema cpie se coloca realmente

téria que interesse ao progres-so, ao heni-

<•111 debate nesta Assembléia, no momen

cstar e à'felicidade dos povos. E ba

to, é saber-se- juridicamente até que pon to pode um representante da nação profiigar com a maior energia, censurar C(jm a mais veemente sinceridade aqui

seado em pronimciainento desse quiudc

que grandes juristas, homens do típo de Tohn Whilton, Professor dc Direito da

lo qiio SC passa na RcpúlDlica Argentina,

Universidade de Frinccton, colega dc sábios como Einstein. também professor

.sem ao mesmo tempo .ser acusado com

dessa universidade, homens com um

justiça, com fundamento, da pecha dc

passado a respeitar na sua cátedra o na

estar dificultando o tramite

sua vida pública ainda hoje vêm lem brar que escapam ao estrito exame dos

das nossas

lioas relaçíios dc vizinhança com a gran de República irmã e seu nobre povo.

governos particulares aquelas atitudes e

É boje, Sr. Presidente, assunto pací fico, não apenas na opinião dos trata-

aquelas atividades que tenham por con seqüência uma de qualquer das duas

distas, é hoje matéria fora dc controvér

torno do mesmo que continuo a confiar. Sr. Presidente, desejo ressaltar a inti-

padamente, perante os nobres colegas.

ções internacionais discutir-se aquêles temas (pie nao sao mais objeto apenas do governos dos Estado.s particularmente

União Democrática Nacional.

dc meu Partido, por duas razões: cm primeiro lugar, quero escusar-me anteci

a doutrina internacional sc baseava nes

considerados.

0'Sr. Afonso Arinos — É nesse pro testo e nas forças que se levantarão em

mação que me foi formulada pelo licler

cm (pie SC considerava como falta aòs dcv(;res do cumprimento das boas rela

do desulinliavo, da pressa e da falta de tiuni)ém salientar

tal, o cerceamento impiedoso de miia das condições básicas para a própna manifestação e a própria vida da demo cracia no mundo, que é a liberdade de comunicação do pensamento inanifesmdo pela livre circulação dos jornais. (Palmas).

importância

pude formular. Por outro lado, desejo

to à soberania da nobre República inna o tratamento desumano, a violência bru

Mas, na verdade, Sr. Prc.sidonle, pas sado é já o tempo, distante o já a época

cuiclaçlo. da atenção e do desvelo dos

das rápidas reflexões que

Nessas condições, o

dessas infrações, ou bem a infração de

sia c dc discussão não apenas no aviso

postulados detenninantcs contidos cm

dos doutos mas também no próprio tex to expresso das leis internacionais — por

tratados que o Estado em questão assi nou, ou bem postulados constantes das regras gerais do Direito Internacional. Ora, o que ocorre na Argentina é uma infração dupla dessas duas condições. Ao mesmo tempo que o Govérno da Ke-

que as leis internacionais são os trata

dos — é boje assunto pacífico que nem t(5das as questões que dizem respeito a prática dos sistemas democráticos esca pam à atenção e à sanção da comunida

Tíiinnrí


Dicesto kk

LA

PRENSA

Afonso Ajunos de .SÍeelo Fhanco

OnjAM as minhas primeiras palavras de

sincero agradecimento ao nosso ilus

tre colega Sr. Deputado Nelson Omegna pela cortesia c generosidade com que ce deu sua inscrição a um colega de As sembléia, que não é seu companheiro dc

O fechamento de "I.a Prensa" ó um

avontccinicnto (ftte repercutiu cm iodos os países do mnndo. Km homenagem

95

Econômico

tanle da nação obrigado a sobre èle se

de internacional.

demorar. Por(pie de falo muito fácil se

falso — nós o declaramos firmemente —

rá, portpie na \'erdade muito cômodo

nc.stas condiç-õcs, é inverídico — nós da

pode ser. le\ anlar-se contra o jírommcia-

União Democrática Nacional dcvenms

inento de nin representante da nação a peelia. a arguição, a inerepação e o apô-

dcciará-lo — que se trota de assunto afe

(lo de eslai-S(.' utilizando da tribuna do

publicamos o discurso j)rofcrido. de ím})I(h:íso, na Câmara dos Pcj)tiíados, pelo

ParlaineiUo, para, em nome dc vãos prineipios, no encaminhamento dc idéias vagas c imprecisas, criar dificuldades ob

Partido, a fim de expcnder da tribuna

no.s.so

jetivas, tropeços sérios, ob.stáculos posi

as ligeiras considerações (pie se vão se-

Mello Franco, fignra exponcncial da in

tivos às boas rclaçíícs existentes entre o

'gulr.

telectualidade brasileira.

no.sso c- (jnalípier outro país.

O Sr. Nelson Omc^tui — Ê uma justa ^homenagem a V. Excia. O Sr. Afonso Arinos — Obrigado ao

reproduzida tal como foi dita, rcs-pci-

'V-

nobre Deputado.

Chegando hoje do meu Estado, Minas

Gerais, fui notificado pelo ilustre líder nesta

c .solidariedade ao grande órgão platino,

colaborador

Afonso

Arinos de A oração é

Ic.ndo as naturais imperfeições dc estilo

c as interrupções dos seus colegas. Trata-se dc um docinnento que honra a mentalidade cintilante do orador.

da União Democrática Nacional

Casa, de que devia ocupar, ainda hoje, se possível, u tribuna, a fim de coadjuvar e sustentar as considerações ontem

aqui fonnuladas, a propósito da brutal perseguição de que ó objeto, cm Buenos Aires, o grande matutino "La Prensa",

pelo meu brilliantc patrício c prezado amigo Sr. Deputado Pinheiro Chagas. O Sr. Heitor Beltrão — De que é víti ma, não; de que foi vítima, pois já se extinguiu o jornal "La Prensa". O Sr. Afonso Arinos — V. Excia. é

mais pessimista do que eu. O Sr. Heitor Beltrão — Está fechada

e é preciso o protesto universal para que

seja reaberta.

e o faço com o

maior prazer — que ocupo a tribuna, não em nome pessoal, mas exprimindo, em bora sem a necessária autoríclado (não

apoiado), o pensamento e o sentimento dc toda a bancada federal de meu Par tido.

O Sr. Soares Filho - V. Excia. fala

sempre com autoridade cm no.sso nome. O Sr. Afonso Arinos — É, por conse qüência, em nome dessa autoridade que acaba dc ser ratificada pelo nobre líder, que tomo a atenção do plenário pela

problema, tanto tècnicamcnte tomado sob o aspecto jurídico, quanto politica mente apreciado sob o ângulo da.s rela ções internacionais, é daqueles que de

O assunto é de extrema delicadeza. O

vem suscitar todas as reservas da mais

cautelosa prudência naquele

represen-

Sr. l^esidontc, já de há muito tempo

ses postulados; já dc há muito um dos grandes luminares da ciência jwlitica continental, um dos grandes faróis do Direito americano, Elihu Root, dizia que não existem questões privadas das soberanias nacionais, desde que versem ma

O problema cpie se coloca realmente

téria que interesse ao progres-so, ao heni-

<•111 debate nesta Assembléia, no momen

cstar e à'felicidade dos povos. E ba

to, é saber-se- juridicamente até que pon to pode um representante da nação profiigar com a maior energia, censurar C(jm a mais veemente sinceridade aqui

seado em pronimciainento desse quiudc

que grandes juristas, homens do típo de Tohn Whilton, Professor dc Direito da

lo qiio SC passa na RcpúlDlica Argentina,

Universidade de Frinccton, colega dc sábios como Einstein. também professor

.sem ao mesmo tempo .ser acusado com

dessa universidade, homens com um

justiça, com fundamento, da pecha dc

passado a respeitar na sua cátedra o na

estar dificultando o tramite

sua vida pública ainda hoje vêm lem brar que escapam ao estrito exame dos

das nossas

lioas relaçíios dc vizinhança com a gran de República irmã e seu nobre povo.

governos particulares aquelas atitudes e

É boje, Sr. Presidente, assunto pací fico, não apenas na opinião dos trata-

aquelas atividades que tenham por con seqüência uma de qualquer das duas

distas, é hoje matéria fora dc controvér

torno do mesmo que continuo a confiar. Sr. Presidente, desejo ressaltar a inti-

padamente, perante os nobres colegas.

ções internacionais discutir-se aquêles temas (pie nao sao mais objeto apenas do governos dos Estado.s particularmente

União Democrática Nacional.

dc meu Partido, por duas razões: cm primeiro lugar, quero escusar-me anteci

a doutrina internacional sc baseava nes

considerados.

0'Sr. Afonso Arinos — É nesse pro testo e nas forças que se levantarão em

mação que me foi formulada pelo licler

cm (pie SC considerava como falta aòs dcv(;res do cumprimento das boas rela

do desulinliavo, da pressa e da falta de tiuni)ém salientar

tal, o cerceamento impiedoso de miia das condições básicas para a própna manifestação e a própria vida da demo cracia no mundo, que é a liberdade de comunicação do pensamento inanifesmdo pela livre circulação dos jornais. (Palmas).

importância

pude formular. Por outro lado, desejo

to à soberania da nobre República inna o tratamento desumano, a violência bru

Mas, na verdade, Sr. Prc.sidonle, pas sado é já o tempo, distante o já a época

cuiclaçlo. da atenção e do desvelo dos

das rápidas reflexões que

Nessas condições, o

dessas infrações, ou bem a infração de

sia c dc discussão não apenas no aviso

postulados detenninantcs contidos cm

dos doutos mas também no próprio tex to expresso das leis internacionais — por

tratados que o Estado em questão assi nou, ou bem postulados constantes das regras gerais do Direito Internacional. Ora, o que ocorre na Argentina é uma infração dupla dessas duas condições. Ao mesmo tempo que o Govérno da Ke-

que as leis internacionais são os trata

dos — é boje assunto pacífico que nem t(5das as questões que dizem respeito a prática dos sistemas democráticos esca pam à atenção e à sanção da comunida

Tíiinnrí


' ■I'

"n.

Dic;K6i()

96

obrigações assumidas pela assinatura que apôs à Carta das Nações Unidas, êsse mesmo Governo não apenas desobedece

a sua própria assinatura num documen to que não é só dele, num tratado que não é mais bilateral, porque é plurílateral, se assim me posso exprimir, que é universal, se assim posso dizer, mas também ésse Covêmo infringe os pre ceitos básicos sobre os quais se assentam

tôdas as nossas concepções vigentes do regime democrático no mundo ocidental. O Sr. Artur Santos — Existe -também

a Carta

da Organização

dos Estados

Americanos, de que a Argentina é signatána, em cujo pórtico está inscrito o compromisso de

uma peça dessa mesma Organização, da mesma forma que assistimos agora ao coménio realizado entrcí os países da Europa Central para a unificação dos interésses econômicos do car\ão.

estão

O Sr. Afonso Arinos —

ma geral das Nações Unidas, do mesmo modo que a Liga dos Estados Árabes é

sendo,

coram

o documento confeccionado pelo Comi tê Especial que elaborou êsse têxto, que ncabo de ler. Nosso relatório, nesse pa

po-

mundo na bela cidade portcnlia.

recer, nesse documento, lêem-se as se guintes palavras:

O Sr. Emílio Carlos — Nós nos soli

"O Subconrité considera que assegu

darizamos com V. Excia. Mas, não é só o aspecto

rar e prestigiar tais direitos "fundamen

jiiridico-internacional ferido,

tais c preliminarmente incumbência de

nao é só a atitude do Executivo argen tino. O que mais pode estarrecer as nações

t:ada Estado. Se, entretanto, êsses di reitos são gravemente ultrajados de for

democráticas é a modalidade

ma a criar condições que ameacem a paz

por que se executou o atentado à liber

^u obstruam a aplicação das provisões da Carta das Nações Unidas, então

dade do imprensa, transformando-se o Congresso, de órgão mais representati

êlcs deixam de ser assunto concernen

vo da democracia, cm mero executor do

te a êsse Estado."

desejos ditatoriais. O Sr. Afonso Arinos — Agradeço o aparte, nobre colega, mas V. Excia., cultor eminente da nossa história políti ca recente, sabe que desde que os exe cutivos se arroguem certas prerrogati-

vas, desde que se apoiem em certas fôr-

— de situar a União Democrática Nacio

nal fora da,s possibilidades de crítica, é

forma categórica, baseado na opinião dos tratadistas e na letra da lei üiteraa-

a necessidade imperiosa, que

nos move, de nos pronunciarmos,

nao

como democratas individualmente, mas

como participantes do sistema democrá

tico, no empenho, no dever, na obriga ção elementar de lutar pela nossa sobre vivência o pela nossa defesa. Porque, Sr. Presidente, os direitos e garantias indiriduais são daquelas conquistas que

a história humana incorpora à vida dos

povos; são daquelas condições, se aesim

me posso exprimir, são daquelas condi

ções básicas que se apresentam como a maneira mesma de existir do nosso re

gime democrático, tal como é concebido 110 Ocidente. Êsses direitos e garantias individuais — e já daqui passo para o

plano dos tratadistas,do Direito Consti tucional — são considerados como um

rência de São Francisco no momento em

superdircito, são considerados como con dições das quais decorre a confecção dos demais direitos públicos. Êsses di reitos públicos subjetivos, Sr. Presidente,

que redigia a Carta das Nações Unidas.

são em nosso século o mesmo que fo

Eis, Sr. Presidente, de fonna literal e

Concreta, qual era o espírito da Confe Eis os termos expressos do relatório do Subcomité contido no livro de Hans

1l

lições que recebi c às tradições que her dei, mas, também, no desejo de colo car o meu Partido — em cujo nome falo

cional,

das Nações Unidas", dá, Sr. Presidente e Srs. Deputados, o parecer, o relatório,

pulo, praticados à vista do

dêsse indeclináx el dc\ er de respeito as

roligião. **

seu recente livro sobre "A Organização

fração de direito público internacional os atos que

tendimentos com a grande nação plati

na; assim, não apenas no cumprimento

que quero acentuar, conforme fiz, de

E o ilustre jurista lians Kelscn, em

cumento profligam, censu

do do Rio de Janeiro e na ata de Cliapultepec.

Hoje, Sr. Presidente, é também as sunto pacificamente estabelecido que os acordos regionais, longe de se oporem às finalidades e objetivos das organiza ções mundiais, muito ao contrário, com tais finalidades e objetivos perfeitamen te se compõem. Como lembra o ilustre deputado Sr. Artur Santos, a União das Nações Ame ricanas é uma peça integrante do siste

Exteriores,

ram, transformam cm in

ricanos, baseada no Trata

de mecanismo que são as Nações Unidas.

Relações

Assim, não apenas em respeito às tnx-

dições do meu próprio nome, não ape nas em respeito àqueles sentimentos que aprendi a cultivar desde menino, pelo grande exemplo de meu pai, da neces sidade de uma política rigorosa de en

ção está a de promover e encorajar o respeito pelos direitos humanos c pelas liberdades fundamentais para todos, sem

distinção de raça, sexo, linguagem ou

Ministro

tanto um como o outro do

na Carta dos Estados Ame

res entrosadas e engrenadas nesse gran

"Éntrc as finalidades desta organiza

as pro\iílcncia.s tomadas na

das

O Sr. Afonso Arinos — Sr. Presidente, a Carta das Nações Unidas diz, no seu

artigo 1.". § 3.'\ o seguinte:

à qnal assistiu o Govênio Argentino, por inlennédio

das Nações Unidas, como

ricanos constitui uma das peças meno

í.

Conferência desta Capital,

pois, está não só na Carta

Com efeito, a União dos Estados Ame

tino .

Como lembra o nobre Deputado, tan

próprio

gina 29.

O Sr. licitar Beltrão — Os Deputados não podem representar o povo argen

universal .

do Seu

Kelsen sôbre "As Nações Unidas", pá

tituições tb-inoeráticas freios e barreiras

Executivo (Palmas) .

tido da conquista mais <'ficicnt<: dos be nefícios ad\-indos da grande organização

guimento

ças c clesclc rpio não encontrem nas ins

mo os desmandos cada \'ez maiores do

m:iis do que institutos auxiliares no sen

vre manifestação do pen samento. Êsse princípio,

Paraná.

Tôdas

to a Carta das Nações Unidas, como a Carta dos Estados Americanos, assinada, se nao me engano, em Bogotá, ein sc-

Eoonókhco

às .suas ambições, o Congresso passará a ser atpièli* grupo indefeso c inermc que não fará nada, senão apoiar e aplaudir em bosanas e em lágrimas de entusias

essas organi/nções particulares não são

respeitar e assegurar a li

Diz muito bem o nobre Deputado pelo

Digesto

Econômico

ram no tempo dos pensadores da Idade Média, de São Tomás de Aquino e seus


' ■I'

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Dic;K6i()

96

obrigações assumidas pela assinatura que apôs à Carta das Nações Unidas, êsse mesmo Governo não apenas desobedece

a sua própria assinatura num documen to que não é só dele, num tratado que não é mais bilateral, porque é plurílateral, se assim me posso exprimir, que é universal, se assim posso dizer, mas também ésse Covêmo infringe os pre ceitos básicos sobre os quais se assentam

tôdas as nossas concepções vigentes do regime democrático no mundo ocidental. O Sr. Artur Santos — Existe -também

a Carta

da Organização

dos Estados

Americanos, de que a Argentina é signatána, em cujo pórtico está inscrito o compromisso de

uma peça dessa mesma Organização, da mesma forma que assistimos agora ao coménio realizado entrcí os países da Europa Central para a unificação dos interésses econômicos do car\ão.

estão

O Sr. Afonso Arinos —

ma geral das Nações Unidas, do mesmo modo que a Liga dos Estados Árabes é

sendo,

coram

o documento confeccionado pelo Comi tê Especial que elaborou êsse têxto, que ncabo de ler. Nosso relatório, nesse pa

po-

mundo na bela cidade portcnlia.

recer, nesse documento, lêem-se as se guintes palavras:

O Sr. Emílio Carlos — Nós nos soli

"O Subconrité considera que assegu

darizamos com V. Excia. Mas, não é só o aspecto

rar e prestigiar tais direitos "fundamen

jiiridico-internacional ferido,

tais c preliminarmente incumbência de

nao é só a atitude do Executivo argen tino. O que mais pode estarrecer as nações

t:ada Estado. Se, entretanto, êsses di reitos são gravemente ultrajados de for

democráticas é a modalidade

ma a criar condições que ameacem a paz

por que se executou o atentado à liber

^u obstruam a aplicação das provisões da Carta das Nações Unidas, então

dade do imprensa, transformando-se o Congresso, de órgão mais representati

êlcs deixam de ser assunto concernen

vo da democracia, cm mero executor do

te a êsse Estado."

desejos ditatoriais. O Sr. Afonso Arinos — Agradeço o aparte, nobre colega, mas V. Excia., cultor eminente da nossa história políti ca recente, sabe que desde que os exe cutivos se arroguem certas prerrogati-

vas, desde que se apoiem em certas fôr-

— de situar a União Democrática Nacio

nal fora da,s possibilidades de crítica, é

forma categórica, baseado na opinião dos tratadistas e na letra da lei üiteraa-

a necessidade imperiosa, que

nos move, de nos pronunciarmos,

nao

como democratas individualmente, mas

como participantes do sistema democrá

tico, no empenho, no dever, na obriga ção elementar de lutar pela nossa sobre vivência o pela nossa defesa. Porque, Sr. Presidente, os direitos e garantias indiriduais são daquelas conquistas que

a história humana incorpora à vida dos

povos; são daquelas condições, se aesim

me posso exprimir, são daquelas condi

ções básicas que se apresentam como a maneira mesma de existir do nosso re

gime democrático, tal como é concebido 110 Ocidente. Êsses direitos e garantias individuais — e já daqui passo para o

plano dos tratadistas,do Direito Consti tucional — são considerados como um

rência de São Francisco no momento em

superdircito, são considerados como con dições das quais decorre a confecção dos demais direitos públicos. Êsses di reitos públicos subjetivos, Sr. Presidente,

que redigia a Carta das Nações Unidas.

são em nosso século o mesmo que fo

Eis, Sr. Presidente, de fonna literal e

Concreta, qual era o espírito da Confe Eis os termos expressos do relatório do Subcomité contido no livro de Hans

1l

lições que recebi c às tradições que her dei, mas, também, no desejo de colo car o meu Partido — em cujo nome falo

cional,

das Nações Unidas", dá, Sr. Presidente e Srs. Deputados, o parecer, o relatório,

pulo, praticados à vista do

dêsse indeclináx el dc\ er de respeito as

roligião. **

seu recente livro sobre "A Organização

fração de direito público internacional os atos que

tendimentos com a grande nação plati

na; assim, não apenas no cumprimento

que quero acentuar, conforme fiz, de

E o ilustre jurista lians Kelscn, em

cumento profligam, censu

do do Rio de Janeiro e na ata de Cliapultepec.

Hoje, Sr. Presidente, é também as sunto pacificamente estabelecido que os acordos regionais, longe de se oporem às finalidades e objetivos das organiza ções mundiais, muito ao contrário, com tais finalidades e objetivos perfeitamen te se compõem. Como lembra o ilustre deputado Sr. Artur Santos, a União das Nações Ame ricanas é uma peça integrante do siste

Exteriores,

ram, transformam cm in

ricanos, baseada no Trata

de mecanismo que são as Nações Unidas.

Relações

Assim, não apenas em respeito às tnx-

dições do meu próprio nome, não ape nas em respeito àqueles sentimentos que aprendi a cultivar desde menino, pelo grande exemplo de meu pai, da neces sidade de uma política rigorosa de en

ção está a de promover e encorajar o respeito pelos direitos humanos c pelas liberdades fundamentais para todos, sem

distinção de raça, sexo, linguagem ou

Ministro

tanto um como o outro do

na Carta dos Estados Ame

res entrosadas e engrenadas nesse gran

"Éntrc as finalidades desta organiza

as pro\iílcncia.s tomadas na

das

O Sr. Afonso Arinos — Sr. Presidente, a Carta das Nações Unidas diz, no seu

artigo 1.". § 3.'\ o seguinte:

à qnal assistiu o Govênio Argentino, por inlennédio

das Nações Unidas, como

ricanos constitui uma das peças meno

í.

Conferência desta Capital,

pois, está não só na Carta

Com efeito, a União dos Estados Ame

tino .

Como lembra o nobre Deputado, tan

próprio

gina 29.

O Sr. licitar Beltrão — Os Deputados não podem representar o povo argen

universal .

do Seu

Kelsen sôbre "As Nações Unidas", pá

tituições tb-inoeráticas freios e barreiras

Executivo (Palmas) .

tido da conquista mais <'ficicnt<: dos be nefícios ad\-indos da grande organização

guimento

ças c clesclc rpio não encontrem nas ins

mo os desmandos cada \'ez maiores do

m:iis do que institutos auxiliares no sen

vre manifestação do pen samento. Êsse princípio,

Paraná.

Tôdas

to a Carta das Nações Unidas, como a Carta dos Estados Americanos, assinada, se nao me engano, em Bogotá, ein sc-

Eoonókhco

às .suas ambições, o Congresso passará a ser atpièli* grupo indefeso c inermc que não fará nada, senão apoiar e aplaudir em bosanas e em lágrimas de entusias

essas organi/nções particulares não são

respeitar e assegurar a li

Diz muito bem o nobre Deputado pelo

Digesto

Econômico

ram no tempo dos pensadores da Idade Média, de São Tomás de Aquino e seus


Dicesto EcoNÓ&acó Dir.E,«»Tti

seguidores, os princípios cluimudos de Direito Natural.

(Aíuito bem). Sabemos (jue, na Itália, Mij>soliiii chegou ao poder em 22. De

É dc-stc feixe de verdades elementa

22 a 23 suas inciir.sões à liberdade- do

res, é dêsie núcleo de afirmações pri mações que se seguem, que se originam

imprensa se limitaxaiii aos assaltos aos jornais, ao euip.istelaiiieiilo <!as iiiipressor.ts, ao a.ssassinio dí)s jornalislas, ao combate contra os homens livres. .Mas,

e SC distribuem em várias direções, as

depois cpie o caricato Cés.ir mediter

meiras, de afirmações simples, de afir mações indeeomponíveis ein outras afir

demais condições de eslalúlidadc de

regime. De fato, Sr. Presidente, a ex periência recente da liistória nos demons

tra que na liberdade d(; imprensa está a barreira da democracia. Bem sei, não ignoro como nenhum dos meus ilustres

colegas o ignora, a mercaneia, a imunda

prcliferaçião de interesses escusos que muitas vezes se acolhem, se acobertam e se protegem por detrás da chamada li

berdade de imprensa.

râneo. deptíis (|iie aqu<d<' <pie acreditou mais em I líder que em si mesmo, man

dou assassinar o Deputado .Mateotli, (pie rli/ia. na (ribima, mais ou menos o (pie esl(Hi aqui dizendo; depois (pie .Maleotti

foi assassinado, em 2-1, então, o pobre rei, aqiièle desgraçado rei (pie reinou 50 anos sem governar -õO horas, conce-

(leu-Iiie o decreto cie plenos podercs, com (pie Mussolini garroleoii a Itália,

decreto (pic pennitiu cpie os prefeitos —

Econóxuco

de imprensa independente de censura, como também era c-la assegurada no ar tigo IS (Io E.staluto Albcrtino, ou seja,

A luta que hoje se processa entre Gainzii" Paz e o govêmo Peróu é seme lhante á luta que, há mais de cem anos,

a Constituição italiana.

se processou entre, Rivadávia e o go

portanto, garroteando a imprensa,

só ilejiois de assassiná-la, só depois de deixá-la morta pelo cbfuí, só depois dc apunlialá-la pela violência c desamparúla pela covardia <iue os ditadores tive

vêmo de Rosas. Rivadávia o que era? Era a universidade.

Rivadávia o que

era? Em a imigração. Rivadária o que era? Em a Justiça desimpedida do ter ror; cm a liberdade dos homens; era o

dominarem seus jxjvos o sc instalarem

convívio espontâneo das massas; era o j ideal amcricanista; era a luz do futuro

no poder.

brilhando no azul da Pátria.

ram a dita, a ventura, a felicidade de

O Sr. Arnida C(}mara — V. E.xcia. po

deria ainda acrcseentar que só depois do completo sepuUamcnto cia imprensa e da liberdade de pensamento foi que a Rússia c seus Estados títcrcs liquidaram

E, Sr. Presidente, que era Rosas com todas as suas qualidades, porque os indivíduos não desmerecem històricamente, não se despersonalizam, não

se diminuem do ponto de vista psicoló gico, quando são grandes criminosos -

Não ignoro o fenômeno capitalista que é a concentração cada vez maior de jor-

assim chamad(j.s os governadores dos de partamentos administrativos — desapro

a democracia.

- nais nas mãos dc poucos interessados

priassem os jornais (picí não convíesscin

aparte do ilustre Monsenhor Arruda Câ-

ao govèrno, o só então as.scntou o fns-

niara, que me escusa de fazer uma in

crimes, senão um grande homem? Rosm representava aquelas fôrças prunihvas,

eisino o sen poder. Da mesma forma Hitler. Quando Hi

cursão nesse terreno, que lhe é tão fa miliar. Aceito a colaboração de S. Excia.

taram dos pampas, contra Buenos Aires.

nos grandes assuntos econômicos. São os males do no.sso regime, mas são daquele.s males, Sr. Presidente, como disse Clemenceaii na tnbuna da Câmara fran

cesa, são daqueles males que a demo cracia exibe e cura expondo-os ao .sol. Porque os males da democracia são cura

dos pela cautcrização da luz e pelo calor da exibição pública; não são como aqueles males ditatoriais que corroem as entranhas, que destroem o organismo, fazem fenecer a vida, dissimulam a rea

lidade c são incuráveis porque indiagnosticáveis, porque impossíveis de se obser var, de se definir; dc se proclamar. Sr. Presidente, tanto na Itália como

na Alemanha, esses dois regimes só se

assenhorearam definitivamente do poder, Mussoiim c Hitler, o fascismo e o na

zismo, depois de jugularcm, depois que a mão de ferro do govêmo estrangulou definitivamente a liberdade dos jornais

tler clicgou ao poder, no dia 30 de janeiro de 1933, aliás, clara e abundan

temente auxiliado pelo senhor Schaeht — de que liá pouco tempo tanto se falou, como dc um possível hóspede ilustre do Brasil — (porque Hitler nunca teria sido

O Sr. Afonso i\rinos — Agradeço o

o peço que ela conste do meu discurso.

Mas, Sr. Presidente, devemos, por conscHjucncia, considerar em primeiro

lugar, como matéria dc Direito Público Internacional, a defesa da liberdade de "La Prensa".

Devemos tomar como advertência da

que «a Rosas, apesar de 'odos os seus

I

aquelas forças autóctones que se levan

A luta histórica da Argentina e a luta

da civilização sediada cm Buenos ^res contra a barbárie que rompe da planura e pretende sufocar essa mesma civi

lização. O grande Samiiento bem que nos descreveu essa luta épica.

(

Hoje, "La Prensa" era a última ja- j nela aberta para o mundo; a ultima visão desdobrada sobre o imenscj estua- ^

cliancclcr do Beieh, naquela ocasião, se não fíbsc a ação de Scliacht), foi

maior gravidade os fatos ocorridos —

s(>mcntc depois, Sr. Presidente, que êsse trágico boneco, que essa figura real mente wagneriana de monstro conseguiu

isto é reccMite — nos dois países que foram focos do fascismo no mundo, por que "La Px'onsa" representa, na Histó ria Argentina, o epílogo de tòda uma

rio dõ Prata e sôbrc a possibilidade do re.speito aos direitos humanos e aos com

tradição, de tôda uma corrente, de toda

\'cmos é a mão do "gaúcho maio , a

uma conduta do lutas pela civilização, pela cultura c pela liberdade. Devemos considerar a história daquela nação como sendo um dramático diálogo, um tremen do embate entre as forças primitivas do americanismo pampeiro, as forças civili-

trangulando a liberdade mundial corporihcada e expressa pelo grande jornal . platino (Muito bem. Valmas).

zadoras e progressistas do pensamento

milde, que minha voz de soldado demo- ,• erático de uin partido democrático trans-

fuz(T um artifício .seinolliantc ao do as-

sa.ssínio de Mateotti, incendiando o pa lácio do Reichstag; o foi no dia, exata mente, do incênílio do Rciclistag, que o ditador alemão suprimiu, também por um dccrctn-loi, as liberdades e as ga rantias constitucionais, entre as quais se

encontrava o artigo 118 da Constituição de Wcimar, que assegurava a liberdade

universal.

promissos no campo universal. O que ^ mão do gaúcho imortalizado por Her- S nandez; c a mão de Martin Ferro es

Sr. Presidente, que minha voz hu


Dicesto EcoNÓ&acó Dir.E,«»Tti

seguidores, os princípios cluimudos de Direito Natural.

(Aíuito bem). Sabemos (jue, na Itália, Mij>soliiii chegou ao poder em 22. De

É dc-stc feixe de verdades elementa

22 a 23 suas inciir.sões à liberdade- do

res, é dêsie núcleo de afirmações pri mações que se seguem, que se originam

imprensa se limitaxaiii aos assaltos aos jornais, ao euip.istelaiiieiilo <!as iiiipressor.ts, ao a.ssassinio dí)s jornalislas, ao combate contra os homens livres. .Mas,

e SC distribuem em várias direções, as

depois cpie o caricato Cés.ir mediter

meiras, de afirmações simples, de afir mações indeeomponíveis ein outras afir

demais condições de eslalúlidadc de

regime. De fato, Sr. Presidente, a ex periência recente da liistória nos demons

tra que na liberdade d(; imprensa está a barreira da democracia. Bem sei, não ignoro como nenhum dos meus ilustres

colegas o ignora, a mercaneia, a imunda

prcliferaçião de interesses escusos que muitas vezes se acolhem, se acobertam e se protegem por detrás da chamada li

berdade de imprensa.

râneo. deptíis (|iie aqu<d<' <pie acreditou mais em I líder que em si mesmo, man

dou assassinar o Deputado .Mateotli, (pie rli/ia. na (ribima, mais ou menos o (pie esl(Hi aqui dizendo; depois (pie .Maleotti

foi assassinado, em 2-1, então, o pobre rei, aqiièle desgraçado rei (pie reinou 50 anos sem governar -õO horas, conce-

(leu-Iiie o decreto cie plenos podercs, com (pie Mussolini garroleoii a Itália,

decreto (pic pennitiu cpie os prefeitos —

Econóxuco

de imprensa independente de censura, como também era c-la assegurada no ar tigo IS (Io E.staluto Albcrtino, ou seja,

A luta que hoje se processa entre Gainzii" Paz e o govêmo Peróu é seme lhante á luta que, há mais de cem anos,

a Constituição italiana.

se processou entre, Rivadávia e o go

portanto, garroteando a imprensa,

só ilejiois de assassiná-la, só depois de deixá-la morta pelo cbfuí, só depois dc apunlialá-la pela violência c desamparúla pela covardia <iue os ditadores tive

vêmo de Rosas. Rivadávia o que era? Era a universidade.

Rivadávia o que

era? Em a imigração. Rivadária o que era? Em a Justiça desimpedida do ter ror; cm a liberdade dos homens; era o

dominarem seus jxjvos o sc instalarem

convívio espontâneo das massas; era o j ideal amcricanista; era a luz do futuro

no poder.

brilhando no azul da Pátria.

ram a dita, a ventura, a felicidade de

O Sr. Arnida C(}mara — V. E.xcia. po

deria ainda acrcseentar que só depois do completo sepuUamcnto cia imprensa e da liberdade de pensamento foi que a Rússia c seus Estados títcrcs liquidaram

E, Sr. Presidente, que era Rosas com todas as suas qualidades, porque os indivíduos não desmerecem històricamente, não se despersonalizam, não

se diminuem do ponto de vista psicoló gico, quando são grandes criminosos -

Não ignoro o fenômeno capitalista que é a concentração cada vez maior de jor-

assim chamad(j.s os governadores dos de partamentos administrativos — desapro

a democracia.

- nais nas mãos dc poucos interessados

priassem os jornais (picí não convíesscin

aparte do ilustre Monsenhor Arruda Câ-

ao govèrno, o só então as.scntou o fns-

niara, que me escusa de fazer uma in

crimes, senão um grande homem? Rosm representava aquelas fôrças prunihvas,

eisino o sen poder. Da mesma forma Hitler. Quando Hi

cursão nesse terreno, que lhe é tão fa miliar. Aceito a colaboração de S. Excia.

taram dos pampas, contra Buenos Aires.

nos grandes assuntos econômicos. São os males do no.sso regime, mas são daquele.s males, Sr. Presidente, como disse Clemenceaii na tnbuna da Câmara fran

cesa, são daqueles males que a demo cracia exibe e cura expondo-os ao .sol. Porque os males da democracia são cura

dos pela cautcrização da luz e pelo calor da exibição pública; não são como aqueles males ditatoriais que corroem as entranhas, que destroem o organismo, fazem fenecer a vida, dissimulam a rea

lidade c são incuráveis porque indiagnosticáveis, porque impossíveis de se obser var, de se definir; dc se proclamar. Sr. Presidente, tanto na Itália como

na Alemanha, esses dois regimes só se

assenhorearam definitivamente do poder, Mussoiim c Hitler, o fascismo e o na

zismo, depois de jugularcm, depois que a mão de ferro do govêmo estrangulou definitivamente a liberdade dos jornais

tler clicgou ao poder, no dia 30 de janeiro de 1933, aliás, clara e abundan

temente auxiliado pelo senhor Schaeht — de que liá pouco tempo tanto se falou, como dc um possível hóspede ilustre do Brasil — (porque Hitler nunca teria sido

O Sr. Afonso i\rinos — Agradeço o

o peço que ela conste do meu discurso.

Mas, Sr. Presidente, devemos, por conscHjucncia, considerar em primeiro

lugar, como matéria dc Direito Público Internacional, a defesa da liberdade de "La Prensa".

Devemos tomar como advertência da

que «a Rosas, apesar de 'odos os seus

I

aquelas forças autóctones que se levan

A luta histórica da Argentina e a luta

da civilização sediada cm Buenos ^res contra a barbárie que rompe da planura e pretende sufocar essa mesma civi

lização. O grande Samiiento bem que nos descreveu essa luta épica.

(

Hoje, "La Prensa" era a última ja- j nela aberta para o mundo; a ultima visão desdobrada sobre o imenscj estua- ^

cliancclcr do Beieh, naquela ocasião, se não fíbsc a ação de Scliacht), foi

maior gravidade os fatos ocorridos —

s(>mcntc depois, Sr. Presidente, que êsse trágico boneco, que essa figura real mente wagneriana de monstro conseguiu

isto é reccMite — nos dois países que foram focos do fascismo no mundo, por que "La Px'onsa" representa, na Histó ria Argentina, o epílogo de tòda uma

rio dõ Prata e sôbrc a possibilidade do re.speito aos direitos humanos e aos com

tradição, de tôda uma corrente, de toda

\'cmos é a mão do "gaúcho maio , a

uma conduta do lutas pela civilização, pela cultura c pela liberdade. Devemos considerar a história daquela nação como sendo um dramático diálogo, um tremen do embate entre as forças primitivas do americanismo pampeiro, as forças civili-

trangulando a liberdade mundial corporihcada e expressa pelo grande jornal . platino (Muito bem. Valmas).

zadoras e progressistas do pensamento

milde, que minha voz de soldado demo- ,• erático de uin partido democrático trans-

fuz(T um artifício .seinolliantc ao do as-

sa.ssínio de Mateotti, incendiando o pa lácio do Reichstag; o foi no dia, exata mente, do incênílio do Rciclistag, que o ditador alemão suprimiu, também por um dccrctn-loi, as liberdades e as ga rantias constitucionais, entre as quais se

encontrava o artigo 118 da Constituição de Wcimar, que assegurava a liberdade

universal.

promissos no campo universal. O que ^ mão do gaúcho imortalizado por Her- S nandez; c a mão de Martin Ferro es

Sr. Presidente, que minha voz hu


DicesTo

100

Econômico

cenda os limites desta Assembléia e sc

poderosa. {Muito bem. Pahnat). E

espalhe como um clamor de batalha e de protesto contra as ameaças que toldam

teremos, sc nfio nos cuidarmos, a e.vpe-

nossos horizontes.

Nós, no Brasil, temos c.xperiência de

que a liberdade de imprensa por si só suficiente para derrubar uma ditadura

A HABITABILIDADE DOS TRÓPICOS

riència de que o ^arroteamenlo da im prensa, por si só, será muito capaz de instaurar uma nova ditadura.

PiMENTKL Gomes

(Muito

bem, muito })cm. Palmas proJonoaclos.

O orador é cuvipritueuíado).

ÇoNiiNUANDO a fazer algumas notas íi

Leite

margem di- Lcs Poys Tropicaux, o

livro de Gourou, Pierro Courou, profes

sor do "College de Francc" o da UniverI

"Iguns pontos que me parecem intercsí^ímtes. Não cpicro ir além sem citar o co

suas possibilidades de aclimação — tra

sidad<- de Bordéus, \crcmos hoje mais nhecido agrônomo Grcgorio Bondar em ^olos (Ja Bahia, sua Conseruflprto e ^]^i'ovcita>ucHio". Nos mapas mundiais

das e recebendo rações concentradas —

"rasil e da Bahia figura como lateritos, correspondentes aos da África e Ásia,

pastagens grosseiras, sem que lhe dis pensem os cuidados a que está lieredi-

^0 pedologia, a maior parte dos solos do mesmas latitudes.

Exceção faz o

riòdicanicnte aradas, adubadas e renova

não se adapte quando abandonada eni

tàriamente habituada e que sua saúde

delicada e.xige. Não é o trópico que fa-

hirias.

lin; "é a raça criada para condições mui to diversas. O gado holandês, embora selecionado para ò clima frio, úmido e

Bahia 6 restrita, limitando-so aos so

los estéreis ou fracos dos taboleiros, de

nebuloso do delta do Reno, Mesa e Es

formação geológica torciária e, parcial-

calda, tem melhores qualidades de adap tação. Universalizou-se. Pode ser vis

niente, se observa nos solos graníticos raoos, de origem arqucana, não atinginsolos usados nas lavouras atuais."

E além: "Dos fatos e ponderações aci"líi aduzidos, podemos concluir que,

ando a devida consideração aos prin cípios gerais quanto à formação do sodevemos formar nosso pró^írio con-

|^t-'ito para estudo, em detalhes, dos soda Bahia, tomando por base os fatos ^ não as teorias abstratas, que poderão conduzir

a conclusões errôneas".

E

ainda existem autoi"es brasileiros que se

iiyáliíÉÉÉÉiiÉiÍitiÍÉÉiÉ^^

tada carinhosamente em invemadas pe-

Nordeste Brasileiro, com chuvas defici-

"Na realidade, a formação laterítica

>'iv

Ninguém deve estranhar que uma va

ca Ilostoin, selecionada para o clima da Europa setentrional, tendo perdido gran de parto de sua resistência física e de

to nos pampas do sul, nos planaltos do centro e, quase ao nível do mar, nos subúrbios de Salvador, Recife, João Pes soa e Fortaleza.

Integra a paisagem

amena e pitoresca do município da Ca pital cearense e dos municípios vizinhos, com dezenas e dezenas de lagoas, som bras de mangueiras, cajueiros e sapotizeiros, prados verdejantes, riachos hu mildes o prestimosos que vão deslizando

lentamente na amplidão da planície e o azular das serras Maranguape, Aratanha, Baturité, Arara e Juá. Aparece nas chá

escoram unicamente em duvidosos, fal

caras de São Luís e .Belém, nos subúr

sos ou inadaptávcis dados estrangeiros, quando querem escrever sobre o nosso

bios de Rio Branco, às margens do rio

país.

dor térmico, lá está êle em Triuidad,

Acre. Além fronteiras, em pleno equa


DicesTo

100

Econômico

cenda os limites desta Assembléia e sc

poderosa. {Muito bem. Pahnat). E

espalhe como um clamor de batalha e de protesto contra as ameaças que toldam

teremos, sc nfio nos cuidarmos, a e.vpe-

nossos horizontes.

Nós, no Brasil, temos c.xperiência de

que a liberdade de imprensa por si só suficiente para derrubar uma ditadura

A HABITABILIDADE DOS TRÓPICOS

riència de que o ^arroteamenlo da im prensa, por si só, será muito capaz de instaurar uma nova ditadura.

PiMENTKL Gomes

(Muito

bem, muito })cm. Palmas proJonoaclos.

O orador é cuvipritueuíado).

ÇoNiiNUANDO a fazer algumas notas íi

Leite

margem di- Lcs Poys Tropicaux, o

livro de Gourou, Pierro Courou, profes

sor do "College de Francc" o da UniverI

"Iguns pontos que me parecem intercsí^ímtes. Não cpicro ir além sem citar o co

suas possibilidades de aclimação — tra

sidad<- de Bordéus, \crcmos hoje mais nhecido agrônomo Grcgorio Bondar em ^olos (Ja Bahia, sua Conseruflprto e ^]^i'ovcita>ucHio". Nos mapas mundiais

das e recebendo rações concentradas —

"rasil e da Bahia figura como lateritos, correspondentes aos da África e Ásia,

pastagens grosseiras, sem que lhe dis pensem os cuidados a que está lieredi-

^0 pedologia, a maior parte dos solos do mesmas latitudes.

Exceção faz o

riòdicanicnte aradas, adubadas e renova

não se adapte quando abandonada eni

tàriamente habituada e que sua saúde

delicada e.xige. Não é o trópico que fa-

hirias.

lin; "é a raça criada para condições mui to diversas. O gado holandês, embora selecionado para ò clima frio, úmido e

Bahia 6 restrita, limitando-so aos so

los estéreis ou fracos dos taboleiros, de

nebuloso do delta do Reno, Mesa e Es

formação geológica torciária e, parcial-

calda, tem melhores qualidades de adap tação. Universalizou-se. Pode ser vis

niente, se observa nos solos graníticos raoos, de origem arqucana, não atinginsolos usados nas lavouras atuais."

E além: "Dos fatos e ponderações aci"líi aduzidos, podemos concluir que,

ando a devida consideração aos prin cípios gerais quanto à formação do sodevemos formar nosso pró^írio con-

|^t-'ito para estudo, em detalhes, dos soda Bahia, tomando por base os fatos ^ não as teorias abstratas, que poderão conduzir

a conclusões errôneas".

E

ainda existem autoi"es brasileiros que se

iiyáliíÉÉÉÉiiÉiÍitiÍÉÉiÉ^^

tada carinhosamente em invemadas pe-

Nordeste Brasileiro, com chuvas defici-

"Na realidade, a formação laterítica

>'iv

Ninguém deve estranhar que uma va

ca Ilostoin, selecionada para o clima da Europa setentrional, tendo perdido gran de parto de sua resistência física e de

to nos pampas do sul, nos planaltos do centro e, quase ao nível do mar, nos subúrbios de Salvador, Recife, João Pes soa e Fortaleza.

Integra a paisagem

amena e pitoresca do município da Ca pital cearense e dos municípios vizinhos, com dezenas e dezenas de lagoas, som bras de mangueiras, cajueiros e sapotizeiros, prados verdejantes, riachos hu mildes o prestimosos que vão deslizando

lentamente na amplidão da planície e o azular das serras Maranguape, Aratanha, Baturité, Arara e Juá. Aparece nas chá

escoram unicamente em duvidosos, fal

caras de São Luís e .Belém, nos subúr

sos ou inadaptávcis dados estrangeiros, quando querem escrever sobre o nosso

bios de Rio Branco, às margens do rio

país.

dor térmico, lá está êle em Triuidad,

Acre. Além fronteiras, em pleno equa


DrcESTo EcnNÔMTCo

i?í^'103

'

D1CF.ST0 Econômico

102

<pie-s dc lail d.- \aehc si Ton tient òompdc leite díáriamcntc. A importação de espécimes das raças IIis'-ar c Sahiwal c

li? dc Ia v.ilfiir calorique du lait de

mais iifricanus pelo clima e aspecto do que euro[>cias. O algodão também só

bufflonnc.

jours blaiK-, s.iiis trace de coloration jnu-

é possí\el cultivar em trechos pequenos

. . . o ^eruzanienlo cojíí . holandesas de ^

\'CTmcllio dariam

h-ilc para as zonas menos f.i\(>rá\cis clc

nc, mémc si Ics aiiimaux reçoivont dos alimcnts à tcncur cloNé^c en caroline."

nosso país. Infelizmente ainda não se pós em jirática uma m«'clida liá muitos

O prol i ssor ()lá\ io Dominguc.s, em ar tigo publicado na licvi.sla dc /igrictdtu-

zir, em grande escala, tudo o que se

Mestiças com ?» de sangue liolan-

dés e !i zcbu fornecem fàeilnienle mais de dez litros de leite nurrui só ordenlia.

unos acoiiselbad.i pelos técnicos de TCnoni'.- e cujas \aiitag<"ns eslao ao alcanço

ra, df Piracicaba, estudando os búfalos

de Maraji). afirma luuer linhagens cujas

que lhes são próprios. Deffontaincs, di

As estações experimentais que o Minis

de (|ual(pi< r um.

\ acas prodiizi-ni seis a dez litros de leito

uma das Pequenas Antilhas, resolvendo o problema do leite. Foi, porém, criado para outro meio c outro trato.

Prodir/., no norte tio Hra.sil

e cm climas semelhantes ou mais tjuentes, muito menos que em sua terra na

tal.

tério da Agricultura possui no Norde.stt'

cxeclcnlcs \aeas clc

Na produção do leite não é possível

e na Amazônia estão fazendo esses cru

esquecer a búfala. cujo leite é muito

zamentos e obtendo resultados muito fa

mais rico (pie o das \acas.

voráveis.

dad.

O mesmo acontece em Trini-

As vacas mestiças holando-zcbuí-

L'Elevafi,e cn

Conforinc

Milicux Dcj<ivorahk%

I.c lait dt^ bufflonnc cst tou-

nnnia s<') ordeiiha. "A coloração cio leite

V inlidamcnte branca jxircelana, apre sentando ligeiro ainúscar, que clesaparcvc com a fere ura, ou quase.

Sòmcnte

nas estão invadindo as boas

sabilidadc de iim grupo

nm palaclar apurado ou prexeniclo distinguirá èsse leite de outro, fervido nas

fazendas irrigadas da zona semi-árida cearense e pa raibana, principalmente as do município do Quixeramobim, e contribuindo pa

técnicos ihislrcs, mn lit"^

ine.sinas eoncliçcãcs. A coalliada se asse-

obra editada pela I'\A.O. e de respo»'

dc leite de saca, com 4"

de manteiga, tem cérca de

ra uma produção dc laticí

dc leite dc búfala das fi'

mesmo."

nios cm franco desenvolvi

manteiga, tem

mento. Esta é uma forma

coisa como 1.556 calorias

qualquer

de solução para o proble

O leite dc búfala também

ma

(' mais rico em proteína

do

leite

em

climas

quentes.

que o cie \ aea. No mesinO livro, verifico que o leite de búfala é produzido, eni escala comercial, na Ilálin, índia, Egito, China c Fi

Outra forma é a sele

ção. Os indianos seleciona ram várias raças zebuínas

para a produção de leite, enquanto cogitávamos apenas da produ ção de carne. As vacas da raça zcbuína Hissar, conforme o Dr. Celso de Souza

Meirelles, produzem até catorze litros

lipinas.

As bú falas da raça Munbas, selecio nada na índia, dão ntc 4.545 litros clc leite em nove a dez meses dc lacta

de leite por dia, com elevada porcenta gem de gordura. Há vacas zebuínas da

ção. Há casos do produção quotidiana

raça Sabiwal, conforme o mesmo técni

denhas.

co em Bovinos das Raças Indianas, que

pela presença cie uma pronunciada

vaniada de nata.

com 12,60%

máxima de 25 a 27 litros, cm duas or-

"Dans rindic - leio no mesmo livro

veria ser verdadeira. E não c. Entre

os trópicos produz-se ou pode-se produ produz na Europa, além dos produtos retor do "Insütut Français dc Barcelone", cscrc\eu mclancòlicamente em F"saio dc Geografia Iliimana da MoniO' ulia: "\hrá talvez o dia em que as oolonizaç-ões agrícolas recentes das monta nhas tropicais entnu-ão a concorrer, ate

nos mercados europeus, com nossos le gumes e nossas frutas. Já agora os pla naltos brasileiros tiram pro\'eito de sua

niclba à clc leite de \aca, distinguindo- situação no hemisfério sul para expor

080 calorias, mas um lit^ lípinas,

e cin condições difíceis. A recíproca de

Ma.s o sabor é o

tar monuigos dc no\'embro e tomates de janeiro".

O trigo é cultivado em quase todos os países Cultivam-no a Bo i ticcis que mais leito produzem cm rola- \ia, o americanos. Peru, o Equador, a Colômbia, a llá ainda as cabras, os animais domós-

Çito ao próprio peso, c os progressos que n .seleção conseguirá. zonas quentes poderão produzir

tanto leite c[uanto as de climas tempe rados.

Venezuela, o México e a Guatemala. No Brasil, cultivou-se trigo regulamienté, embora cm pequena escala, quando nao existiam as \ aricdados apropriadas a cli mas mais quentes hoje existentes, nos

planaltos da Balúa, Pernambuco, Paraí Cercais

ba c Ceará. Cultivei trigo na Escola de

Não haveria nenhuma diminuição se as regiões situacla.s entre os trópicos não

ratba, a 600 metms de altura. Cultivei-

Af^ronomia do Nordeste, em Areia, Pa-

pudessem produzir as planta.s que se descnvoU om entre os trópico.s c

os circu-

0 em Campina Grande, a 500 metros* de altitude. O senador Apolônio Sales plan tou-o cm Garanhuns, Pernambuco, a

uiandioca — a prodigiosa e mal com-

800 metros. A região em aprêço, planal to da Borborema, dispondo dc chuvas abundantes no inverno, parece-me em

Pioendida mandioca — batata doce, tá-

condiçíães de sc tornar uma das faixas

polares. A Europa não produz cacacau,

borracha, cana-dc-açucar,

fornecem cerca de 4.500 litros de leite

- le buflc est ntilisé siutout comme ani

marus c a maior parte do.s óleos vege

Uitícolas do País. Os colonos italianos,

em 300 dias dc lactação — uma média

mal lailicr. On estime que Ia production totalc dc lait do bufflonnc atteint

tais c muitas outras plantas de grande valor econômico, principalmente se es-

que se aprestam a localizar-se na Bor

quecemios o cpie se consegue, cm redu

batatinha etc. O trigo é cultivado em pleno verão em Montes Claros, norte de

de quinze litros diários. O Dr. Alexan dre Barbosa da Silva, em O Zehu na ín dia e no Brasil, cita vacas da raça Sahi

aux Indes onviron 11 millions dc tonnes

wal produzindo nove, dez e onze litros

à environ 16,3 millious de tonnes métrí-

metriques par an. Ce chiffre eciuivant

zidas áreas do sul da Ibéria e da Itália,

borema, pretendem cultivar trigo, vinha,


DrcESTo EcnNÔMTCo

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D1CF.ST0 Econômico

102

<pie-s dc lail d.- \aehc si Ton tient òompdc leite díáriamcntc. A importação de espécimes das raças IIis'-ar c Sahiwal c

li? dc Ia v.ilfiir calorique du lait de

mais iifricanus pelo clima e aspecto do que euro[>cias. O algodão também só

bufflonnc.

jours blaiK-, s.iiis trace de coloration jnu-

é possí\el cultivar em trechos pequenos

. . . o ^eruzanienlo cojíí . holandesas de ^

\'CTmcllio dariam

h-ilc para as zonas menos f.i\(>rá\cis clc

nc, mémc si Ics aiiimaux reçoivont dos alimcnts à tcncur cloNé^c en caroline."

nosso país. Infelizmente ainda não se pós em jirática uma m«'clida liá muitos

O prol i ssor ()lá\ io Dominguc.s, em ar tigo publicado na licvi.sla dc /igrictdtu-

zir, em grande escala, tudo o que se

Mestiças com ?» de sangue liolan-

dés e !i zcbu fornecem fàeilnienle mais de dez litros de leite nurrui só ordenlia.

unos acoiiselbad.i pelos técnicos de TCnoni'.- e cujas \aiitag<"ns eslao ao alcanço

ra, df Piracicaba, estudando os búfalos

de Maraji). afirma luuer linhagens cujas

que lhes são próprios. Deffontaincs, di

As estações experimentais que o Minis

de (|ual(pi< r um.

\ acas prodiizi-ni seis a dez litros de leito

uma das Pequenas Antilhas, resolvendo o problema do leite. Foi, porém, criado para outro meio c outro trato.

Prodir/., no norte tio Hra.sil

e cm climas semelhantes ou mais tjuentes, muito menos que em sua terra na

tal.

tério da Agricultura possui no Norde.stt'

cxeclcnlcs \aeas clc

Na produção do leite não é possível

e na Amazônia estão fazendo esses cru

esquecer a búfala. cujo leite é muito

zamentos e obtendo resultados muito fa

mais rico (pie o das \acas.

voráveis.

dad.

O mesmo acontece em Trini-

As vacas mestiças holando-zcbuí-

L'Elevafi,e cn

Conforinc

Milicux Dcj<ivorahk%

I.c lait dt^ bufflonnc cst tou-

nnnia s<') ordeiiha. "A coloração cio leite

V inlidamcnte branca jxircelana, apre sentando ligeiro ainúscar, que clesaparcvc com a fere ura, ou quase.

Sòmcnte

nas estão invadindo as boas

sabilidadc de iim grupo

nm palaclar apurado ou prexeniclo distinguirá èsse leite de outro, fervido nas

fazendas irrigadas da zona semi-árida cearense e pa raibana, principalmente as do município do Quixeramobim, e contribuindo pa

técnicos ihislrcs, mn lit"^

ine.sinas eoncliçcãcs. A coalliada se asse-

obra editada pela I'\A.O. e de respo»'

dc leite de saca, com 4"

de manteiga, tem cérca de

ra uma produção dc laticí

dc leite dc búfala das fi'

mesmo."

nios cm franco desenvolvi

manteiga, tem

mento. Esta é uma forma

coisa como 1.556 calorias

qualquer

de solução para o proble

O leite dc búfala também

ma

(' mais rico em proteína

do

leite

em

climas

quentes.

que o cie \ aea. No mesinO livro, verifico que o leite de búfala é produzido, eni escala comercial, na Ilálin, índia, Egito, China c Fi

Outra forma é a sele

ção. Os indianos seleciona ram várias raças zebuínas

para a produção de leite, enquanto cogitávamos apenas da produ ção de carne. As vacas da raça zcbuína Hissar, conforme o Dr. Celso de Souza

Meirelles, produzem até catorze litros

lipinas.

As bú falas da raça Munbas, selecio nada na índia, dão ntc 4.545 litros clc leite em nove a dez meses dc lacta

de leite por dia, com elevada porcenta gem de gordura. Há vacas zebuínas da

ção. Há casos do produção quotidiana

raça Sabiwal, conforme o mesmo técni

denhas.

co em Bovinos das Raças Indianas, que

pela presença cie uma pronunciada

vaniada de nata.

com 12,60%

máxima de 25 a 27 litros, cm duas or-

"Dans rindic - leio no mesmo livro

veria ser verdadeira. E não c. Entre

os trópicos produz-se ou pode-se produ produz na Europa, além dos produtos retor do "Insütut Français dc Barcelone", cscrc\eu mclancòlicamente em F"saio dc Geografia Iliimana da MoniO' ulia: "\hrá talvez o dia em que as oolonizaç-ões agrícolas recentes das monta nhas tropicais entnu-ão a concorrer, ate

nos mercados europeus, com nossos le gumes e nossas frutas. Já agora os pla naltos brasileiros tiram pro\'eito de sua

niclba à clc leite de \aca, distinguindo- situação no hemisfério sul para expor

080 calorias, mas um lit^ lípinas,

e cin condições difíceis. A recíproca de

Ma.s o sabor é o

tar monuigos dc no\'embro e tomates de janeiro".

O trigo é cultivado em quase todos os países Cultivam-no a Bo i ticcis que mais leito produzem cm rola- \ia, o americanos. Peru, o Equador, a Colômbia, a llá ainda as cabras, os animais domós-

Çito ao próprio peso, c os progressos que n .seleção conseguirá. zonas quentes poderão produzir

tanto leite c[uanto as de climas tempe rados.

Venezuela, o México e a Guatemala. No Brasil, cultivou-se trigo regulamienté, embora cm pequena escala, quando nao existiam as \ aricdados apropriadas a cli mas mais quentes hoje existentes, nos

planaltos da Balúa, Pernambuco, Paraí Cercais

ba c Ceará. Cultivei trigo na Escola de

Não haveria nenhuma diminuição se as regiões situacla.s entre os trópicos não

ratba, a 600 metms de altura. Cultivei-

Af^ronomia do Nordeste, em Areia, Pa-

pudessem produzir as planta.s que se descnvoU om entre os trópico.s c

os circu-

0 em Campina Grande, a 500 metros* de altitude. O senador Apolônio Sales plan tou-o cm Garanhuns, Pernambuco, a

uiandioca — a prodigiosa e mal com-

800 metros. A região em aprêço, planal to da Borborema, dispondo dc chuvas abundantes no inverno, parece-me em

Pioendida mandioca — batata doce, tá-

condiçíães de sc tornar uma das faixas

polares. A Europa não produz cacacau,

borracha, cana-dc-açucar,

fornecem cerca de 4.500 litros de leite

- le buflc est ntilisé siutout comme ani

marus c a maior parte do.s óleos vege

Uitícolas do País. Os colonos italianos,

em 300 dias dc lactação — uma média

mal lailicr. On estime que Ia production totalc dc lait do bufflonnc atteint

tais c muitas outras plantas de grande valor econômico, principalmente se es-

que se aprestam a localizar-se na Bor

quecemios o cpie se consegue, cm redu

batatinha etc. O trigo é cultivado em pleno verão em Montes Claros, norte de

de quinze litros diários. O Dr. Alexan dre Barbosa da Silva, em O Zehu na ín dia e no Brasil, cita vacas da raça Sahi

aux Indes onviron 11 millions dc tonnes

wal produzindo nove, dez e onze litros

à environ 16,3 millious de tonnes métrí-

metriques par an. Ce chiffre eciuivant

zidas áreas do sul da Ibéria e da Itália,

borema, pretendem cultivar trigo, vinha,


Dicesto EcoNÓKnco

104

Dir.KSTd

Minas Gerais. Há, por lá, uma varieda

tomando-Jío.s auto-siiricicnles. .\ índia já

de que se adapta a climas quentes e pro

é o terceiro grande produtor mundial dc trigo. .Mas mesmo sem o trigo, nossas

duz bastante por unidade de área. Ministério da Agricultura

O

está fazendo

regiões menos favorccída.s

não ficarão

Econômico

d.\ .\gricultura paraibana compra tòda u produção da província. G adiai é qu,.. deveria entrar nas mis-

plantações com essa variedade verdadei

desamparadas.

ramente surpreendente. Enviei um sa

tur..s de farinha dc trigo.

co desse trigo à Escola Superior de Agri cultura "Luís de Queirós", de Piracica

A Estação Experimental de Júlio dc Castilhos obteve mais dc 2.500 quilos íle trigo por licctare, adubando o solo

ceicncia, o dos trópicos secos irrigados.

ba. Infelizmente não foi plantado. Cul

com e.strume e Iiiperfosfato e adensando

tiva-se trigo em escala

a semcnteira.

comercial em

Goiás c na Bahia.

Quanto ao rendimento, as médias são

as seguintes: Brasil, 870 quilos por hec tare, embora a tritieultura se inicie e se

adube muito pouco; Europa, superadubada, com variedades que vém sofrendo seleção há séculos, 970; França, 960; Espanha, 770; Canadá, 940; índia, 49o! Em Portugal, o rendimento varia mui

to de ano a ano. Entre 1934 e 1943, o rendimento elevou-se a 846 quilos; em 1943, a 541; cm 1944, a 609. Em 1944, o rendimento elevou-se a 778 quilos no conselho de Mirandela; a 891, cm Lamego; a 776, em Viseu; a 765, cm Guar

da; a 514, em Castelo Branco; a 675, em Elvas; a 638, cm Évora; a 583, em

Setúbal; a .562, em Beja; a 291, em Távira.

O adiai é um cereal no\'o, dc futuro

extraordinário.

O agrônomo boliviano

Maximilíano Hi\cro Claiire mandou as

primeiras sementes para o Brasil. O agrônomo Uhirajara Pereira Barreto cul(i\()u-o em terras paulistas e, entusias

Gerais; 875, nó Paraná; 1.054, em San ta Catarina; 888, no Rio Grande do Sul.

A média de Goiás o São Paulo, que es tão atravessando fase experimental e ins talando a grande cultura, varia muito.

O rendimento máximo de Goiás alcançou 1.400 quilos, em 1944. Em São Paulo, as boas fazendas produzem mais de mil

quilos de trigo por hectare. As novas variedades tritícolas criadas

e por criar, melhores tratos culturais, a irrigação onde faltam chuvas no inverno, equador e aumentarão

são (picules c longos. No Brasil, há arroz quase por tôda parle, einfiora, no momento, os maiores

produtores,. por ordem dccTcscente, se jam os seguintes, eonfonne dados de 1950: São Paulo (1.022.0U0 toneladas),

Minas Gerais (718.000), Rio Grande do Sul (525.000), Goiás (313.000), Pa

tenas de quilômetros; a excepcional fer tilidade das terras; o transporte fluvial baratíssinio, em vapores grandes e mé dios.

Produzimos, em 1950, 6.161.0(X) to

neladas dc milho, das quais 1.414.000 em Minas Gerais; 1.273.000 em São Paulo; 1.089.000 no Rio Grande do

Sul. b Ceará proiluziu 179.000 tonela das; a Bahia, 129.000; Pernambuco, 117.000; a Paraíba, 94.000; Alago,^, 51.000; Maranhão, 45.000; Rio Grande do Norte, 39.000; Piauí, 31.000; Ser^^-

mado, escreveu sobre èle c distribuiu se

raná (118.000), Maranhão (112.000),

pc, 21.000; Pará, 17.000; Acre, 4.000

•Santa Catarina (74.000), Mato Grosso

toneladas.

sementes a Pereira Barreto c o cultivei,

(65.000), Bio de Janeiro (60.000),

O rendimento médio brasileiro elevou-

Ceará (44.000). Piauí (31.000), Pará

se a 1.317 quilos de millio por l^ectare.

(27.000).

b rendimento acreano atingiu 1.4

sempre com excelente resultado, no Dis

trito Federal, no Acre c no litoral o no

planalto puraibano.s. Produz entre 2.000

c 3.000 quilos dc grãos por hectare. Dá s^ocus, como o arroz, mas durante uns dois anos. É rusticíssimo.

Vejamos as análises comparativas do adiai e do trigo, conforme o Dr. Eneas Razeto :

Produziram mais de 2.000 quilos por h.ectare; Santa Catarina (2.430), Rio Branco (2.367), Sergipe (2.365), Pa raíba (2.174), Rio Grande do Sul (2.152) e Goiás (2.056). Pelos dados do Instituto Agronômico do Norte, o futuro da cultura está prin cipalmente

Adiai

no estuário do Ajhazonas,

Trigo

que será o prato dc arroz do numdo. En-

Proteína

12,40

12,25

tie outras vantagens: 6.000 quilos de

Hidrocarbonatos . .

69,90

71,20

arroz por hcctare-ano, em duas cultura.s,.

5,40 0,80

1,75 2,36 1,82 10,62

adubação; irrigação natural, graças

Graxa ... Celulose . Cinzas

Água

1,50 10,00

Digamos com Pereira Barreto: "...O

adiai — "trigo dos trópicos" — criado pela Mãe Natureza para os povos das regiões quentes onde o outro não medra".

do

Para criar um mercado para o adiai,

o rendimento,

incentivando-lhe a cultura, a Secretaria

a adubação, aproximarão o trigo

.\a Europa, cuUivam-no onde os verões

às marés de águas doces, cuja influên cia sobe os rios, furos e canais por cen

mentes. Influenciado pelas leituras, pedi

Em 1947, tivemo.s 800 quilos de trigo por hectare, na Bahia; 1.217, em Minas

O arroz é dos trópicos úmidos, por e.x-

105

,

,

quilos; o do Rio Grande do Sul,

plano de colonização do Guama, o InsÜtuto Agronômico do Norte incluiu culturas de arroz, milho, amendoim, fei

jão, juta etc.

O Brasil poderá ter cereais em quan

tidades suficientes a uma grande popu

lação. Não há problema agrícola brasi leiro que não possa ser econòmicamente solucionado pela agronomia. Continuarei.


Dicesto EcoNÓKnco

104

Dir.KSTd

Minas Gerais. Há, por lá, uma varieda

tomando-Jío.s auto-siiricicnles. .\ índia já

de que se adapta a climas quentes e pro

é o terceiro grande produtor mundial dc trigo. .Mas mesmo sem o trigo, nossas

duz bastante por unidade de área. Ministério da Agricultura

O

está fazendo

regiões menos favorccída.s

não ficarão

Econômico

d.\ .\gricultura paraibana compra tòda u produção da província. G adiai é qu,.. deveria entrar nas mis-

plantações com essa variedade verdadei

desamparadas.

ramente surpreendente. Enviei um sa

tur..s de farinha dc trigo.

co desse trigo à Escola Superior de Agri cultura "Luís de Queirós", de Piracica

A Estação Experimental de Júlio dc Castilhos obteve mais dc 2.500 quilos íle trigo por licctare, adubando o solo

ceicncia, o dos trópicos secos irrigados.

ba. Infelizmente não foi plantado. Cul

com e.strume e Iiiperfosfato e adensando

tiva-se trigo em escala

a semcnteira.

comercial em

Goiás c na Bahia.

Quanto ao rendimento, as médias são

as seguintes: Brasil, 870 quilos por hec tare, embora a tritieultura se inicie e se

adube muito pouco; Europa, superadubada, com variedades que vém sofrendo seleção há séculos, 970; França, 960; Espanha, 770; Canadá, 940; índia, 49o! Em Portugal, o rendimento varia mui

to de ano a ano. Entre 1934 e 1943, o rendimento elevou-se a 846 quilos; em 1943, a 541; cm 1944, a 609. Em 1944, o rendimento elevou-se a 778 quilos no conselho de Mirandela; a 891, cm Lamego; a 776, em Viseu; a 765, cm Guar

da; a 514, em Castelo Branco; a 675, em Elvas; a 638, cm Évora; a 583, em

Setúbal; a .562, em Beja; a 291, em Távira.

O adiai é um cereal no\'o, dc futuro

extraordinário.

O agrônomo boliviano

Maximilíano Hi\cro Claiire mandou as

primeiras sementes para o Brasil. O agrônomo Uhirajara Pereira Barreto cul(i\()u-o em terras paulistas e, entusias

Gerais; 875, nó Paraná; 1.054, em San ta Catarina; 888, no Rio Grande do Sul.

A média de Goiás o São Paulo, que es tão atravessando fase experimental e ins talando a grande cultura, varia muito.

O rendimento máximo de Goiás alcançou 1.400 quilos, em 1944. Em São Paulo, as boas fazendas produzem mais de mil

quilos de trigo por hectare. As novas variedades tritícolas criadas

e por criar, melhores tratos culturais, a irrigação onde faltam chuvas no inverno, equador e aumentarão

são (picules c longos. No Brasil, há arroz quase por tôda parle, einfiora, no momento, os maiores

produtores,. por ordem dccTcscente, se jam os seguintes, eonfonne dados de 1950: São Paulo (1.022.0U0 toneladas),

Minas Gerais (718.000), Rio Grande do Sul (525.000), Goiás (313.000), Pa

tenas de quilômetros; a excepcional fer tilidade das terras; o transporte fluvial baratíssinio, em vapores grandes e mé dios.

Produzimos, em 1950, 6.161.0(X) to

neladas dc milho, das quais 1.414.000 em Minas Gerais; 1.273.000 em São Paulo; 1.089.000 no Rio Grande do

Sul. b Ceará proiluziu 179.000 tonela das; a Bahia, 129.000; Pernambuco, 117.000; a Paraíba, 94.000; Alago,^, 51.000; Maranhão, 45.000; Rio Grande do Norte, 39.000; Piauí, 31.000; Ser^^-

mado, escreveu sobre èle c distribuiu se

raná (118.000), Maranhão (112.000),

pc, 21.000; Pará, 17.000; Acre, 4.000

•Santa Catarina (74.000), Mato Grosso

toneladas.

sementes a Pereira Barreto c o cultivei,

(65.000), Bio de Janeiro (60.000),

O rendimento médio brasileiro elevou-

Ceará (44.000). Piauí (31.000), Pará

se a 1.317 quilos de millio por l^ectare.

(27.000).

b rendimento acreano atingiu 1.4

sempre com excelente resultado, no Dis

trito Federal, no Acre c no litoral o no

planalto puraibano.s. Produz entre 2.000

c 3.000 quilos dc grãos por hectare. Dá s^ocus, como o arroz, mas durante uns dois anos. É rusticíssimo.

Vejamos as análises comparativas do adiai e do trigo, conforme o Dr. Eneas Razeto :

Produziram mais de 2.000 quilos por h.ectare; Santa Catarina (2.430), Rio Branco (2.367), Sergipe (2.365), Pa raíba (2.174), Rio Grande do Sul (2.152) e Goiás (2.056). Pelos dados do Instituto Agronômico do Norte, o futuro da cultura está prin cipalmente

Adiai

no estuário do Ajhazonas,

Trigo

que será o prato dc arroz do numdo. En-

Proteína

12,40

12,25

tie outras vantagens: 6.000 quilos de

Hidrocarbonatos . .

69,90

71,20

arroz por hcctare-ano, em duas cultura.s,.

5,40 0,80

1,75 2,36 1,82 10,62

adubação; irrigação natural, graças

Graxa ... Celulose . Cinzas

Água

1,50 10,00

Digamos com Pereira Barreto: "...O

adiai — "trigo dos trópicos" — criado pela Mãe Natureza para os povos das regiões quentes onde o outro não medra".

do

Para criar um mercado para o adiai,

o rendimento,

incentivando-lhe a cultura, a Secretaria

a adubação, aproximarão o trigo

.\a Europa, cuUivam-no onde os verões

às marés de águas doces, cuja influên cia sobe os rios, furos e canais por cen

mentes. Influenciado pelas leituras, pedi

Em 1947, tivemo.s 800 quilos de trigo por hectare, na Bahia; 1.217, em Minas

O arroz é dos trópicos úmidos, por e.x-

105

,

,

quilos; o do Rio Grande do Sul,

plano de colonização do Guama, o InsÜtuto Agronômico do Norte incluiu culturas de arroz, milho, amendoim, fei

jão, juta etc.

O Brasil poderá ter cereais em quan

tidades suficientes a uma grande popu

lação. Não há problema agrícola brasi leiro que não possa ser econòmicamente solucionado pela agronomia. Continuarei.


■.'11^

"W

r*;t-

Dicest<í

condimento, como substância ritual e simbólica, falam-nos os mais velhos do

cumentos, da nossa civili7ação ocidental e parece dispensável recordá-lo. A êle

se referem a Bíblia, numerosas vezes,

uma du-s mais antipática.s pala\ras. Eni frança, tais al)uso.s se praticavam eni seus processos, que várias vezes provo caram tremendas reações populares, «piase sempre terminadas por cruel, se

a Iltada e a Odusséia.

do cloreto ao lado das de carne, queijos

pitorescamente, que os reis eram os pro curadores da Sra. Gabela e do Sr. Patí-

óleo e farinha de trigo.

bulo. E gahcloti, funcionário da gabela,

ongem se prende à distribuição de sal parte da paga. Os

passou a ser lèrmo injurioso.

como nos revela uma sátira de Horáció

mais rendosas fontes de tributação, pois a França foi sempre um dos países de mais alto consumo, per capita, do clore

Do sal procede salário, palavra cuja

pobres de Roma reclamavam pão e sal Cum safe panis

Latrantem stomachum bene leniet

(pão e sal apaziguarão o teu estômago que grita).

®

Toda a Europa da bacia mediterrâ nea foi imemorialmente ávida de sal o que, segundo Saiústio, não se dava com a África.

Na Idade Média a taxação do sal

constituiu capítulo de martirologia dos povos premidos pelo fisco. Já os ro manos haviam ensaiado a aplicação de medidas fiscais, extorsivas, ao consumo

do cloreto. Nos séculos medievais aper feiçoaram-se os processos de arrocho, que nos tempos modernos trouxeram a plenitude da expansão dos métodos de extorsão praticados por privilegiados mo

A gabela instituída por Felipe IV, O

rei mocdeiro falso, tornotr-se uma das

to sódico.

Em Portugal há referencias documen tais a salinas, anteriores ao ano mil. contam-nos Esteves Pereira c Guilhcr-

nie Rodrigues, cm seu tão prestantc

ortutral.^ Conhccc-se documento de 959

rclenle às de Aveiro e outras, muito antigas também, como as de Alcácer

do Sal e do Ribatejo.

Sob D. João I a produção excedia o consumo, havendo reclamações dos sa-

linciros, que desejavam exportar os seus

excedentes.

Criou-se no século XVI, pira as ma rinhas do Sadü, das mais consideráveis

nopolistas, apoiados pela força gover

do Reino, curiosa instituição chamada a Roda do Sal, cuja função consistia ein fixar o tabclamento do produto segun

namental contra as massas escorcháveis

do certa escala ou roda.

e submissas.

1852.

A gabela, o imposto sobre o sal, pas sou a ser aos ouvidos das populações

landa cm 1663 o do reconhecimento da

Torro do Oiilão, sita a entrada da barra

não atroz repressão por parte da auto ridade regia. E\'ocando-a, escreveu Vitor iliigo,

Entre 'os romanos tanta importância tinha que os legionários recebiam rações

tação dèsle comércio que foi assunto de artigos dos tratados de paz com a Ho

açumbarcaclorcs. Sobretudo quando con•seguiam ter o apoio dos governadores da

Afonso de E. Taunay

r\o SAL e de seus diversos usos corno

107

EcoN6>nro

Durou até

Grandes dificuldades criavam a essa

junta as manobras dos especuladores e

independência de Portugal pela Espa

(Ic Setúbal.

nha em 1668.

Abusavam da autoridade c da situa-

Assim,

frcqucntcmenlo

trancavam

^

A 5 do setembro de 1703, fêz D. Pe dro II o.xpedir novo regmiento para o comércio do sal. Manter-se-ia em vigor

Váo militar para impor aos armadores a ^■<nupra do .sal sòbrc o qual agiotavam. a

até 1851.

^^arra á saída dos barcos dos resistentes as suas imposições.

As principais zonas salinciras eram,

na nossa época colonial, Ayeíro, Setobal, Alcácer do Sal. Faro e Ta^ira (Es

Oviiros especuladores também havia, ^■•>nu) os guardas-moros da Saúde e os

teves Pereira e Guilherme Rodrigues, Portugal, VI, 338 a o02).

jaizes da Alfândega. Dos salineiros compravam o gênero por baixo

No Brasil quinhentista o con-

pieço c o revendiam a cstran-

sumo de sal deve ter sido im-

l^ciros por subido valor. Esses

nimo, dada a sua tão reduzida

faneionários veliiacos, mancomu-

Tt"'°zc„as principais esta

aados com os governadores do Oatão, freqüente e abusivamcn-

vam em condições de abastecer a Coiôniai a das salinas natu

retinham as embarcações nas

rais vizinhas ao Cabo de Sáo Roque a

"guas do Sado.

Ainda existiam outros atravcssadores, as cônsviles e os corretores alcunhados línguas. Em 1570 procurou D. Sebastião com bater esses abusos, o o Cardeal Rei, em

a das imediações de Cabo

■ Curioso é que GabrmlSo^^^^^^^^^

Brasil, feito

1578, determinou que, anualmente, se

Sr"Frir"Sn.r;ne k de ^ de

alegcssc uma comissão de três homens bons, donos de salinas, a quem caberia

juneiro " 1l' O de de março, "i Ç . se coalha a

fixar o preço do produto, então muito

áüua muito depressa e seu.

procurado pará a exportação.

Já em 1466 proibira Afonso o Atri-

aano que os estrangeiros comprassem no

Reino gêneros, salvo quanto ao vinho, azeite e sal.

Baixando a produção, mandou Felipe

rinhas tomam os Índios o sal mmto coa gido e duro, muito alvo, as mãos cheias, de debaixo da água .

E no entanto, é o sal de Mossoró e do Assu incomparàvelmente mais abun

mentos para a repartição do produto,

dante do que o de Cabo Fno e pro duto, oiitrora, de melhor qualidade. É o melhor sal que há em tôda esta costa (do Brasil) escreve o anônimo de

acordo com o projeto apresentado por

faz sal na costa do Brasil (Rev. Inst.

II, em 1597, regulamentar-lhe a

Renasceu a salicultura sob D. João

que em 1641 e 1643 fêz baixar regi

,

,

dando-lhe definitiva forma em 1647, de

Antonio de Souza de Macedo, pelo Rei

expressamente convidado para tal fim. Tão importante o caso de regulamen

Nota de tôdas as marinhas em que se

Brás., 46, 1, 174-176), papel redigido entre 1806 e 1816.

"Em quantidade capaz de fornecer lií


■.'11^

"W

r*;t-

Dicest<í

condimento, como substância ritual e simbólica, falam-nos os mais velhos do

cumentos, da nossa civili7ação ocidental e parece dispensável recordá-lo. A êle

se referem a Bíblia, numerosas vezes,

uma du-s mais antipática.s pala\ras. Eni frança, tais al)uso.s se praticavam eni seus processos, que várias vezes provo caram tremendas reações populares, «piase sempre terminadas por cruel, se

a Iltada e a Odusséia.

do cloreto ao lado das de carne, queijos

pitorescamente, que os reis eram os pro curadores da Sra. Gabela e do Sr. Patí-

óleo e farinha de trigo.

bulo. E gahcloti, funcionário da gabela,

ongem se prende à distribuição de sal parte da paga. Os

passou a ser lèrmo injurioso.

como nos revela uma sátira de Horáció

mais rendosas fontes de tributação, pois a França foi sempre um dos países de mais alto consumo, per capita, do clore

Do sal procede salário, palavra cuja

pobres de Roma reclamavam pão e sal Cum safe panis

Latrantem stomachum bene leniet

(pão e sal apaziguarão o teu estômago que grita).

®

Toda a Europa da bacia mediterrâ nea foi imemorialmente ávida de sal o que, segundo Saiústio, não se dava com a África.

Na Idade Média a taxação do sal

constituiu capítulo de martirologia dos povos premidos pelo fisco. Já os ro manos haviam ensaiado a aplicação de medidas fiscais, extorsivas, ao consumo

do cloreto. Nos séculos medievais aper feiçoaram-se os processos de arrocho, que nos tempos modernos trouxeram a plenitude da expansão dos métodos de extorsão praticados por privilegiados mo

A gabela instituída por Felipe IV, O

rei mocdeiro falso, tornotr-se uma das

to sódico.

Em Portugal há referencias documen tais a salinas, anteriores ao ano mil. contam-nos Esteves Pereira c Guilhcr-

nie Rodrigues, cm seu tão prestantc

ortutral.^ Conhccc-se documento de 959

rclenle às de Aveiro e outras, muito antigas também, como as de Alcácer

do Sal e do Ribatejo.

Sob D. João I a produção excedia o consumo, havendo reclamações dos sa-

linciros, que desejavam exportar os seus

excedentes.

Criou-se no século XVI, pira as ma rinhas do Sadü, das mais consideráveis

nopolistas, apoiados pela força gover

do Reino, curiosa instituição chamada a Roda do Sal, cuja função consistia ein fixar o tabclamento do produto segun

namental contra as massas escorcháveis

do certa escala ou roda.

e submissas.

1852.

A gabela, o imposto sobre o sal, pas sou a ser aos ouvidos das populações

landa cm 1663 o do reconhecimento da

Torro do Oiilão, sita a entrada da barra

não atroz repressão por parte da auto ridade regia. E\'ocando-a, escreveu Vitor iliigo,

Entre 'os romanos tanta importância tinha que os legionários recebiam rações

tação dèsle comércio que foi assunto de artigos dos tratados de paz com a Ho

açumbarcaclorcs. Sobretudo quando con•seguiam ter o apoio dos governadores da

Afonso de E. Taunay

r\o SAL e de seus diversos usos corno

107

EcoN6>nro

Durou até

Grandes dificuldades criavam a essa

junta as manobras dos especuladores e

independência de Portugal pela Espa

(Ic Setúbal.

nha em 1668.

Abusavam da autoridade c da situa-

Assim,

frcqucntcmenlo

trancavam

^

A 5 do setembro de 1703, fêz D. Pe dro II o.xpedir novo regmiento para o comércio do sal. Manter-se-ia em vigor

Váo militar para impor aos armadores a ^■<nupra do .sal sòbrc o qual agiotavam. a

até 1851.

^^arra á saída dos barcos dos resistentes as suas imposições.

As principais zonas salinciras eram,

na nossa época colonial, Ayeíro, Setobal, Alcácer do Sal. Faro e Ta^ira (Es

Oviiros especuladores também havia, ^■•>nu) os guardas-moros da Saúde e os

teves Pereira e Guilherme Rodrigues, Portugal, VI, 338 a o02).

jaizes da Alfândega. Dos salineiros compravam o gênero por baixo

No Brasil quinhentista o con-

pieço c o revendiam a cstran-

sumo de sal deve ter sido im-

l^ciros por subido valor. Esses

nimo, dada a sua tão reduzida

faneionários veliiacos, mancomu-

Tt"'°zc„as principais esta

aados com os governadores do Oatão, freqüente e abusivamcn-

vam em condições de abastecer a Coiôniai a das salinas natu

retinham as embarcações nas

rais vizinhas ao Cabo de Sáo Roque a

"guas do Sado.

Ainda existiam outros atravcssadores, as cônsviles e os corretores alcunhados línguas. Em 1570 procurou D. Sebastião com bater esses abusos, o o Cardeal Rei, em

a das imediações de Cabo

■ Curioso é que GabrmlSo^^^^^^^^^

Brasil, feito

1578, determinou que, anualmente, se

Sr"Frir"Sn.r;ne k de ^ de

alegcssc uma comissão de três homens bons, donos de salinas, a quem caberia

juneiro " 1l' O de de março, "i Ç . se coalha a

fixar o preço do produto, então muito

áüua muito depressa e seu.

procurado pará a exportação.

Já em 1466 proibira Afonso o Atri-

aano que os estrangeiros comprassem no

Reino gêneros, salvo quanto ao vinho, azeite e sal.

Baixando a produção, mandou Felipe

rinhas tomam os Índios o sal mmto coa gido e duro, muito alvo, as mãos cheias, de debaixo da água .

E no entanto, é o sal de Mossoró e do Assu incomparàvelmente mais abun

mentos para a repartição do produto,

dante do que o de Cabo Fno e pro duto, oiitrora, de melhor qualidade. É o melhor sal que há em tôda esta costa (do Brasil) escreve o anônimo de

acordo com o projeto apresentado por

faz sal na costa do Brasil (Rev. Inst.

II, em 1597, regulamentar-lhe a

Renasceu a salicultura sob D. João

que em 1641 e 1643 fêz baixar regi

,

,

dando-lhe definitiva forma em 1647, de

Antonio de Souza de Macedo, pelo Rei

expressamente convidado para tal fim. Tão importante o caso de regulamen

Nota de tôdas as marinhas em que se

Brás., 46, 1, 174-176), papel redigido entre 1806 e 1816.

"Em quantidade capaz de fornecer lií


108

Dzcesto Econômico

todo o universo (sic) sem outro algum beneficio e despesa mais que collièr." Do sal de Cabo Frio diz o mesmo

autor que sua exportação \inha a ser

cionado c também o úiiíco Jtavcr em que podiam adquirir alguma utilidade". Respondeu o monarca íjuc na aiTCmataçao de próximo contrato, «pie es

pequena "seu produto não servia para

tava a se fazer, se atenderia à recla

salgar porque fazia arder a carne c o

mação d«)s íal)ofricnses. E assim cum

peixe pela muita fortidão".

A esta opinião corrobora prolóqiiio popular do antigo São Paulo colonial que nos foi referido por muito sandosí) amigo, tradicionalista sobremodo sabi--

dor de cousas da., vcllias eras, João Evangelista Pompéu de Campos: carne de Curitiba e sal de Cabo Frio servem para o gentio.

Diz o anônimo autor da Memória his

tórica da cidade de Cabo Frio e de todo o seu distrito, ano de 1797 (Cf. Rev

Inst. Hist. Bras. 46, I, 205-236) que ao tempo dos primeiros povoadorcs, no sé

culo XVI, portanto, haviam as salinas

cabofricnses produzido tanto que da riam para abastecer a Capitania do Rio

de Janeiro, aparecendo nos antigos tes

prira.

Ma.s no decurso do .século XVilI de

caíra muito a produção local, diz o menuírialista, «• o produto cada vez mais sv forna\a pior, porque os salineiros

"nao se coinocavam para a pn.paração dos lugares cm cpie .se formasa o sal, tirando-llie.s o Iodo e outras muitas im-

puridades do er\'as já muito corrompida.s".

Assim, cm 1797 a produção bai.xara a • .300 alqueires de um sal misturado cio lodo e terra.

^c-rto é que os povo.s do Brasil rcfug<i\am, para fins condimcntórios, tanto o sal de Cabo Frio como o do Pcmam-

Juco, designação que abrangia o que

as salinas de Assa o Mossoró a tamentos e inventários, declarações re ^ lendiam amaracá e Pau Amarelo na vizinhança lativas a "avultados números de moios dc Olinda. de sal em diferentes salinas c de dife Dutia cousa era o sal do Reino, não rentes anos".

Guerra de morte haviam, porém, mo vido aos salineiros

os

contratadores

reínóis do estanco do sal para acaba rem com uma concorrência a eles no civa.

Assim, no governo de Luiz Vahia

Monteiro, o famo.so Onça (1725-1732) havia até conseguido o arrendatário do

contratador no Rio de Janeiro que força da linha fosse a Cabo Frio apreender todo o sal ali existente e proceder a se

queima\'a os couros nas operações de curtume nem tornava ardidas as tainlias

loy

DtCESTci Eco>tANní:o Em 16-U) solicitaxa Salvador Correia de Sá c Bonevicles, como Capitão-mor e Gov<Tnador do Rio do Janeiro, auto

rização para fazer \'ir da Bahia a Gua região fluminenses (Arquivo da Mari nha e Ullratnar, 191) na contiguidade

Câmaras c dos pov os do Brasil contm

As reclanrações dos po\'OS do Brasil chegavam ao Consellio Ultramarino ins tantes como cm -IG-ÍS (A. M. c U. 615). A de 16 de julho clèstc ano tratava do soc orro a Angola c ao mesmo tempo do fornecimento ao Rio de Janeiro. Tid a dificuldade do embarque por

Mavia enonnc carência, dizia o Consell-ío Ultramarino, sendo urgente u necessidade de se obrigar o contratador a alguma remessa

considerável (A. M. e U. 707). Em 1651, o governador flumi nense D. Luiz de Almeida adver

navio, admitindo muita quebra, vcndmm lugar dc sessenta, ou, quando mm o, com uma diferença de um quarto. ^

Em 1663, foram tais as reclamações

do.s cariocas que o Conselho 1^ trc^a

rino intimou o contratador Luiz de Pina

investidas do fisco sobro as suas quotas

clc lucro provável. Tal o caso de Fran cisco Mendes, negociante em Lisboa c contratador do sal para as do Rio de Janeiro e Bahia. A -5 de no vembro de 1727, pedia ao Rei que du

Zirgí-s aspecto, até que atingisse o máximo de ^"tensida

Zno sêcu\o XVIII, quando Bartolomeu Fernandes de Fana ocupou, à testa de grande for^. de seus apaniguados e mdios de

serváço, os armazéns dos eontratantes em Santos.

„ questão do sal verdadeiro pre-

terto de Exasperação das populações do ntnalto paulista, obrigadas a adqmnr o gênero pelos preços niais «justos, bitririos, freqüentemente, senão a cada p,sso aladroados. E, apesar de tudo,

Caldas a remeter para a Guanabara a

L condiçães de precáno fornecimento,

maior quantidade possível e quanto antes. Situação aflitiva a da praça flmninense no ano seguinte, relatava o Governa

tão incerto quanto insuficiente.

qüestro nos bens de seus possuidores. Reagira a Câmara local representando a b. Joáo V contra o desarrazoado proce

comercial eram até utilizitdos, às vôzes,

dimento do contratador a pretender "de-

desaviera-vSe Salvador Corrêa com o re

navios de guerra, como se deduz de

sapossar os povos de um benefício que a natureza pródiga lhes havia propor

presentante do contratador,

uma consulta do Conselho da Fazenda de 11 dc maio dc 1639.

que aos cofres régios pagasse 1:200$00

For transtorno e falta da navegação

a desídia c a improbidade dos estanquei-

rante a vigência do seu contrato nenhu ma taxa se majorasse das fulta de navios que a 11 dc janeiro de bre o produto. Pagava, então, 30.500 IRõl o contratador pediu licença para cruzados anuais (12.400$) pelo estanco. remeter o g«>ncro ao Brasil a bordo dc Em São Paulo, freqüentemente assurnivios suecos c hamburgueses (A. M. c m,u • conflito eternamente renovado, o coní^ consumidores, os U. 696).

"s moios de sal com 15 alqueires em

Ma.s a constância do fornecimento no

São um nunca acabar os protestos das ros. Êslcs, por sua vez, temiam novas

<!'' Ciabo h-riol

Na costa dc São Paulo, não permi tem as condições elimatéricas a produéiio de sal, que todo era importado,

Brasil dos primeiros séculos vinha a ser tudo quanto havia de mais precário mesmo nos maiores portos do País. Abundam os documentos a tal respeito.

E no entanto o Rio de Janeiro sempre

dispunlia do sal de Cabo Frio, por pior que lhe fosse o preparo.

tia a D. João IV de que os mestres de

barque.

to havia disto mais de ano.

nabara um earregamenlo de sal, de que havia u maior necessidade na cidade e

c outros peixes postos à salga.

coneentrando-se em Santos o seu desem

completa desorganização do fomecimc»-

dor Pedro de Melo a D. Afonso VI:

em vez de 500$000.

Daí proviera a ■vi /fii- ■

Como que cm todo o mundo ociden tal vivia o comércio do cloreto essen cial ao homem ligado a uma série de

processos e fórmulas destinados à melhor exploração dos povos pelos arrendatários de impostos e o fisco régio. E provoca-


108

Dzcesto Econômico

todo o universo (sic) sem outro algum beneficio e despesa mais que collièr." Do sal de Cabo Frio diz o mesmo

autor que sua exportação \inha a ser

cionado c também o úiiíco Jtavcr em que podiam adquirir alguma utilidade". Respondeu o monarca íjuc na aiTCmataçao de próximo contrato, «pie es

pequena "seu produto não servia para

tava a se fazer, se atenderia à recla

salgar porque fazia arder a carne c o

mação d«)s íal)ofricnses. E assim cum

peixe pela muita fortidão".

A esta opinião corrobora prolóqiiio popular do antigo São Paulo colonial que nos foi referido por muito sandosí) amigo, tradicionalista sobremodo sabi--

dor de cousas da., vcllias eras, João Evangelista Pompéu de Campos: carne de Curitiba e sal de Cabo Frio servem para o gentio.

Diz o anônimo autor da Memória his

tórica da cidade de Cabo Frio e de todo o seu distrito, ano de 1797 (Cf. Rev

Inst. Hist. Bras. 46, I, 205-236) que ao tempo dos primeiros povoadorcs, no sé

culo XVI, portanto, haviam as salinas

cabofricnses produzido tanto que da riam para abastecer a Capitania do Rio

de Janeiro, aparecendo nos antigos tes

prira.

Ma.s no decurso do .século XVilI de

caíra muito a produção local, diz o menuírialista, «• o produto cada vez mais sv forna\a pior, porque os salineiros

"nao se coinocavam para a pn.paração dos lugares cm cpie .se formasa o sal, tirando-llie.s o Iodo e outras muitas im-

puridades do er\'as já muito corrompida.s".

Assim, cm 1797 a produção bai.xara a • .300 alqueires de um sal misturado cio lodo e terra.

^c-rto é que os povo.s do Brasil rcfug<i\am, para fins condimcntórios, tanto o sal de Cabo Frio como o do Pcmam-

Juco, designação que abrangia o que

as salinas de Assa o Mossoró a tamentos e inventários, declarações re ^ lendiam amaracá e Pau Amarelo na vizinhança lativas a "avultados números de moios dc Olinda. de sal em diferentes salinas c de dife Dutia cousa era o sal do Reino, não rentes anos".

Guerra de morte haviam, porém, mo vido aos salineiros

os

contratadores

reínóis do estanco do sal para acaba rem com uma concorrência a eles no civa.

Assim, no governo de Luiz Vahia

Monteiro, o famo.so Onça (1725-1732) havia até conseguido o arrendatário do

contratador no Rio de Janeiro que força da linha fosse a Cabo Frio apreender todo o sal ali existente e proceder a se

queima\'a os couros nas operações de curtume nem tornava ardidas as tainlias

loy

DtCESTci Eco>tANní:o Em 16-U) solicitaxa Salvador Correia de Sá c Bonevicles, como Capitão-mor e Gov<Tnador do Rio do Janeiro, auto

rização para fazer \'ir da Bahia a Gua região fluminenses (Arquivo da Mari nha e Ullratnar, 191) na contiguidade

Câmaras c dos pov os do Brasil contm

As reclanrações dos po\'OS do Brasil chegavam ao Consellio Ultramarino ins tantes como cm -IG-ÍS (A. M. c U. 615). A de 16 de julho clèstc ano tratava do soc orro a Angola c ao mesmo tempo do fornecimento ao Rio de Janeiro. Tid a dificuldade do embarque por

Mavia enonnc carência, dizia o Consell-ío Ultramarino, sendo urgente u necessidade de se obrigar o contratador a alguma remessa

considerável (A. M. e U. 707). Em 1651, o governador flumi nense D. Luiz de Almeida adver

navio, admitindo muita quebra, vcndmm lugar dc sessenta, ou, quando mm o, com uma diferença de um quarto. ^

Em 1663, foram tais as reclamações

do.s cariocas que o Conselho 1^ trc^a

rino intimou o contratador Luiz de Pina

investidas do fisco sobro as suas quotas

clc lucro provável. Tal o caso de Fran cisco Mendes, negociante em Lisboa c contratador do sal para as do Rio de Janeiro e Bahia. A -5 de no vembro de 1727, pedia ao Rei que du

Zirgí-s aspecto, até que atingisse o máximo de ^"tensida

Zno sêcu\o XVIII, quando Bartolomeu Fernandes de Fana ocupou, à testa de grande for^. de seus apaniguados e mdios de

serváço, os armazéns dos eontratantes em Santos.

„ questão do sal verdadeiro pre-

terto de Exasperação das populações do ntnalto paulista, obrigadas a adqmnr o gênero pelos preços niais «justos, bitririos, freqüentemente, senão a cada p,sso aladroados. E, apesar de tudo,

Caldas a remeter para a Guanabara a

L condiçães de precáno fornecimento,

maior quantidade possível e quanto antes. Situação aflitiva a da praça flmninense no ano seguinte, relatava o Governa

tão incerto quanto insuficiente.

qüestro nos bens de seus possuidores. Reagira a Câmara local representando a b. Joáo V contra o desarrazoado proce

comercial eram até utilizitdos, às vôzes,

dimento do contratador a pretender "de-

desaviera-vSe Salvador Corrêa com o re

navios de guerra, como se deduz de

sapossar os povos de um benefício que a natureza pródiga lhes havia propor

presentante do contratador,

uma consulta do Conselho da Fazenda de 11 dc maio dc 1639.

que aos cofres régios pagasse 1:200$00

For transtorno e falta da navegação

a desídia c a improbidade dos estanquei-

rante a vigência do seu contrato nenhu ma taxa se majorasse das fulta de navios que a 11 dc janeiro de bre o produto. Pagava, então, 30.500 IRõl o contratador pediu licença para cruzados anuais (12.400$) pelo estanco. remeter o g«>ncro ao Brasil a bordo dc Em São Paulo, freqüentemente assurnivios suecos c hamburgueses (A. M. c m,u • conflito eternamente renovado, o coní^ consumidores, os U. 696).

"s moios de sal com 15 alqueires em

Ma.s a constância do fornecimento no

São um nunca acabar os protestos das ros. Êslcs, por sua vez, temiam novas

<!'' Ciabo h-riol

Na costa dc São Paulo, não permi tem as condições elimatéricas a produéiio de sal, que todo era importado,

Brasil dos primeiros séculos vinha a ser tudo quanto havia de mais precário mesmo nos maiores portos do País. Abundam os documentos a tal respeito.

E no entanto o Rio de Janeiro sempre

dispunlia do sal de Cabo Frio, por pior que lhe fosse o preparo.

tia a D. João IV de que os mestres de

barque.

to havia disto mais de ano.

nabara um earregamenlo de sal, de que havia u maior necessidade na cidade e

c outros peixes postos à salga.

coneentrando-se em Santos o seu desem

completa desorganização do fomecimc»-

dor Pedro de Melo a D. Afonso VI:

em vez de 500$000.

Daí proviera a ■vi /fii- ■

Como que cm todo o mundo ociden tal vivia o comércio do cloreto essen cial ao homem ligado a uma série de

processos e fórmulas destinados à melhor exploração dos povos pelos arrendatários de impostos e o fisco régio. E provoca-


XIU

wmm

DiCESTo Econômico

dor de reações dos exlorquídos, freqüen É a autoridade de Antonío Piza na

Referindo-so às condições de meados do século XViri continua Pizn:

história de São Paulo seíscentista, em ge ral, medíocre. Conhecia incomparà\'ol-

te estabelecido no contrato, excedia de

mcnte melhor o século XVIII, fato. aliás, perfeitamente explicável, visto como no

patncas, por alqueire, c assim todos

seu tempo estava ainda inédito, total-

podiam fazer uso. mais ou menos li

temente a mão armada até.

mente, o arquivo municipal paulistano,

i:

trato alguns especuladores sem escnipulos, residentes em Santos ou em São

nul duzentos e oitenta réi.s, ou quatro

mitado. dêsse gênero dc primeira ne

cuja importância é enorme, escusado

cessidade para os povos civilizados.

Entretanto, dcvemn.s notar que não era barato um tal preço, e que a classe

sal em Sao Paulo" no tomo IV da Re-

realmente pobre só podia fazer ernprêgo

condições sctecen-

trabalhador do roça ganhava, nos dois séculos passados, de oitenta a com réis

i^a do Imtituto Histórico de São Paulo, minto diminuto do sal, porque um bom se porem absolutamente exato

S

í'i

°

com que comprar um serviço para de ganhar alqueire sal. palavras do eru- com

mk

dos 43 primeiros tomos nuarenf'"^ ^"'' eqüivaleria a cêrca de Interessantes para a Hjstona e Costumes de São Paulo. quenta litms . do despotismo colonial que, debaixo de diversas formas, posou rude- a^cmataclo arremiTT'^^'^^ em Lisboa porquase prazosempre, L,

j I «

e suficientemente moderado, para que

do compromisso algum legal, armazc-

das da existência no Oceano Atlântico dc numerosos nuiios corsários c piratas, franceses, inglêsc.s o holandeses, que re-

uu\am todo o carregamento, retirando-o

tinluun nos portos portugueses as em

uUa do preços que por muitas vêz^s suoirutn a (juarenta mil réis por alqueire,

para uma tão longa viagem e de en

«^os pela legislação fiscal do tempo.

contrar no caminho aqueles perigosos

''das \izinbas, o a duzentos e trezentos mil réis em Goiás e Cuiabá, onde por

'"os^^annadorcs portugueses não que

tai.s preços o sal só era empregado em

riam arriscar a perda dos seus nanos

pelos mais altos preços que a ca-

^''Stia permitia.

1"uni^ado pelodo preço contratante erasecerto, mas por que obrigava

representações o queixas de todas

sortes, motivadas pelo sofrimento do privo c dirigidas pelas Câmaras Munici

^®uder o sal em Santo.s aos comer

ciantes e consumidores; porém, pouco satisfeito com o ganho lícito que pode

barcações destinadas ao Brasil, pelo re ceio que tínliam de sair ao mar largo

cm São Paulo, Sorocaba c Itu e outras

baraço e o descaramento ao ponto do ucm seipier retirar da Alfândega para ^cus armazéns, que talvez não tivessem, o Sal recebido de Portugal, e ali mesmo " '■'cndiam aos retalheiros e consumido-

não tinha mais a pagar Sa de de Santos do que alguns o1 urnentos expediente estabeleci-

c êle arrematante, assim coagido por fôrça'maior, não pudera introduzir, em

tcinpo, no pôito dc Santos a quantidade estipulada dc sal, e dai ^nham a falta do gênero c os conseqüentes clamores do Goi'êrno de Lisboa, que quase sem

pre estava disposto a se contentar com

quaisquer desculpas, aceitava estas do

Iremíitantc, que, se nao verdadeiras, eram muito plausíveis, e tudo permane cia no mesmo estado anterior continuan

do fabulosos os lucros auferidos pelo

contratador c seus associados e sem eco

pais da Capitania ao Governo português,

nem justiça as queixas e os sofrimen

ria ter dentro das cláusulas do contrato,

uuo eram atendidas por aquele Govêrno,

lançava mão de expedientes diversos, que lhe permitiam alargar enormemeiitc as margens dos lucros lícitos que

'^lUo .só tinha cm vista os rendimentos

Dizem as lendas que foi então que se introduziu e se vulgarizou o uso da

'^lue aquele monopólio lhe trazia.

em responsabilidade civil ou criminal."

sociais e mesmo das pessoas necessita

O meio mais usado, por ser o de niais fácil execução e de menos peri-

Sc

A:

tos dos paulistas.

unia vez ou outra o Governo fingia dar

cangica, do içá torrado, c do pinhão

va que o arrematante informasse sobre se a quantidade de sal introduzido em

Santos e o preço de venda estavam de

classes pobres da capitania de Sao Paulo c dai a origem da leproso, horrível doen ça que se propagou por todas as classes

conformidade com as condições do con

sociais.

Ouvidos às queixas dos paulistas, manda

deveria ter, sem que por isso incorresse

ficasse ao alcance de todas as classes das."

gava o arrematante as dificuldades oriun

forçar ainda maior alta nos preços, ale

gênero pelo preço taxado, mas os intcu-ssados. seus secretos sócios, não ten

monopolistas, seguros da impuni

ao escuro. Tendo assim pago os

odioso monópolio, concedido não a al gum protegido, porque o Governo colo nial, sempre egoísta, cuidava sòmente em si e nunca protegia ninguém, mas a algum especulador que mais desse, por êle, em lance público." "O preço para a venda do gênero a retalho era sempre estipulado no con trato para a sua introdução em Santos,

dições. a (jue se obrigara, dc vender

dade, lcva\'am algumas vêzes o desem

Cl 0.S reais em Lisboa, o contratante

nn

Ou então, quando o suprimento ti nha sido propositalmcntc menor do que o estabelecido no contrato, a fim de

"'us balismais.

ordinariamente de trê.s anos, e o seu ' duas verdadeiras calamidades afligiram' produto Ia mc.smo recolhido anualmen'' os paulistas durante mais de duzentos Uma delas foi a carestia excessiva do sal, que não podia ser fabricado nas cos tas marítimas da capitania de São Paulo e era importado de Portugal mediante

\erdacleinis.

'dguina medicina caseira ou na.s ccriniô-

mente sôbre todo o Brasil até .1822

anos.

preços estabelecidos na tabela todo o

sal existente na Alfândega de Santos nu a cliegar pela primeira frota do Reino de Portugal". O contratante eumpria assim as con

rio eon.sníno, e assim força\'am espantosa

por dia, e, portanto, precisava de do-

ÍL.

Paulo, e vender-lhes ficticiamente pelos

trato, como pro\a\'a com certidões pas sadas pelos oficiais da Alfândega, cuja veracidade não podia ser contestada na Capital do Reino, porque eram de fato

gosa aplicação, era interessar no con

"naranicntc Ôs.se preço, prudentemen

parece lembrá-Io.

O que escreveu sôbre "A miséria do

111

Dicesto Econômico

cozido e assado, como alimento das


XIU

wmm

DiCESTo Econômico

dor de reações dos exlorquídos, freqüen É a autoridade de Antonío Piza na

Referindo-so às condições de meados do século XViri continua Pizn:

história de São Paulo seíscentista, em ge ral, medíocre. Conhecia incomparà\'ol-

te estabelecido no contrato, excedia de

mcnte melhor o século XVIII, fato. aliás, perfeitamente explicável, visto como no

patncas, por alqueire, c assim todos

seu tempo estava ainda inédito, total-

podiam fazer uso. mais ou menos li

temente a mão armada até.

mente, o arquivo municipal paulistano,

i:

trato alguns especuladores sem escnipulos, residentes em Santos ou em São

nul duzentos e oitenta réi.s, ou quatro

mitado. dêsse gênero dc primeira ne

cuja importância é enorme, escusado

cessidade para os povos civilizados.

Entretanto, dcvemn.s notar que não era barato um tal preço, e que a classe

sal em Sao Paulo" no tomo IV da Re-

realmente pobre só podia fazer ernprêgo

condições sctecen-

trabalhador do roça ganhava, nos dois séculos passados, de oitenta a com réis

i^a do Imtituto Histórico de São Paulo, minto diminuto do sal, porque um bom se porem absolutamente exato

S

í'i

°

com que comprar um serviço para de ganhar alqueire sal. palavras do eru- com

mk

dos 43 primeiros tomos nuarenf'"^ ^"'' eqüivaleria a cêrca de Interessantes para a Hjstona e Costumes de São Paulo. quenta litms . do despotismo colonial que, debaixo de diversas formas, posou rude- a^cmataclo arremiTT'^^'^^ em Lisboa porquase prazosempre, L,

j I «

e suficientemente moderado, para que

do compromisso algum legal, armazc-

das da existência no Oceano Atlântico dc numerosos nuiios corsários c piratas, franceses, inglêsc.s o holandeses, que re-

uu\am todo o carregamento, retirando-o

tinluun nos portos portugueses as em

uUa do preços que por muitas vêz^s suoirutn a (juarenta mil réis por alqueire,

para uma tão longa viagem e de en

«^os pela legislação fiscal do tempo.

contrar no caminho aqueles perigosos

''das \izinbas, o a duzentos e trezentos mil réis em Goiás e Cuiabá, onde por

'"os^^annadorcs portugueses não que

tai.s preços o sal só era empregado em

riam arriscar a perda dos seus nanos

pelos mais altos preços que a ca-

^''Stia permitia.

1"uni^ado pelodo preço contratante erasecerto, mas por que obrigava

representações o queixas de todas

sortes, motivadas pelo sofrimento do privo c dirigidas pelas Câmaras Munici

^®uder o sal em Santo.s aos comer

ciantes e consumidores; porém, pouco satisfeito com o ganho lícito que pode

barcações destinadas ao Brasil, pelo re ceio que tínliam de sair ao mar largo

cm São Paulo, Sorocaba c Itu e outras

baraço e o descaramento ao ponto do ucm seipier retirar da Alfândega para ^cus armazéns, que talvez não tivessem, o Sal recebido de Portugal, e ali mesmo " '■'cndiam aos retalheiros e consumido-

não tinha mais a pagar Sa de de Santos do que alguns o1 urnentos expediente estabeleci-

c êle arrematante, assim coagido por fôrça'maior, não pudera introduzir, em

tcinpo, no pôito dc Santos a quantidade estipulada dc sal, e dai ^nham a falta do gênero c os conseqüentes clamores do Goi'êrno de Lisboa, que quase sem

pre estava disposto a se contentar com

quaisquer desculpas, aceitava estas do

Iremíitantc, que, se nao verdadeiras, eram muito plausíveis, e tudo permane cia no mesmo estado anterior continuan

do fabulosos os lucros auferidos pelo

contratador c seus associados e sem eco

pais da Capitania ao Governo português,

nem justiça as queixas e os sofrimen

ria ter dentro das cláusulas do contrato,

uuo eram atendidas por aquele Govêrno,

lançava mão de expedientes diversos, que lhe permitiam alargar enormemeiitc as margens dos lucros lícitos que

'^lUo .só tinha cm vista os rendimentos

Dizem as lendas que foi então que se introduziu e se vulgarizou o uso da

'^lue aquele monopólio lhe trazia.

em responsabilidade civil ou criminal."

sociais e mesmo das pessoas necessita

O meio mais usado, por ser o de niais fácil execução e de menos peri-

Sc

A:

tos dos paulistas.

unia vez ou outra o Governo fingia dar

cangica, do içá torrado, c do pinhão

va que o arrematante informasse sobre se a quantidade de sal introduzido em

Santos e o preço de venda estavam de

classes pobres da capitania de Sao Paulo c dai a origem da leproso, horrível doen ça que se propagou por todas as classes

conformidade com as condições do con

sociais.

Ouvidos às queixas dos paulistas, manda

deveria ter, sem que por isso incorresse

ficasse ao alcance de todas as classes das."

gava o arrematante as dificuldades oriun

forçar ainda maior alta nos preços, ale

gênero pelo preço taxado, mas os intcu-ssados. seus secretos sócios, não ten

monopolistas, seguros da impuni

ao escuro. Tendo assim pago os

odioso monópolio, concedido não a al gum protegido, porque o Governo colo nial, sempre egoísta, cuidava sòmente em si e nunca protegia ninguém, mas a algum especulador que mais desse, por êle, em lance público." "O preço para a venda do gênero a retalho era sempre estipulado no con trato para a sua introdução em Santos,

dições. a (jue se obrigara, dc vender

dade, lcva\'am algumas vêzes o desem

Cl 0.S reais em Lisboa, o contratante

nn

Ou então, quando o suprimento ti nha sido propositalmcntc menor do que o estabelecido no contrato, a fim de

"'us balismais.

ordinariamente de trê.s anos, e o seu ' duas verdadeiras calamidades afligiram' produto Ia mc.smo recolhido anualmen'' os paulistas durante mais de duzentos Uma delas foi a carestia excessiva do sal, que não podia ser fabricado nas cos tas marítimas da capitania de São Paulo e era importado de Portugal mediante

\erdacleinis.

'dguina medicina caseira ou na.s ccriniô-

mente sôbre todo o Brasil até .1822

anos.

preços estabelecidos na tabela todo o

sal existente na Alfândega de Santos nu a cliegar pela primeira frota do Reino de Portugal". O contratante eumpria assim as con

rio eon.sníno, e assim força\'am espantosa

por dia, e, portanto, precisava de do-

ÍL.

Paulo, e vender-lhes ficticiamente pelos

trato, como pro\a\'a com certidões pas sadas pelos oficiais da Alfândega, cuja veracidade não podia ser contestada na Capital do Reino, porque eram de fato

gosa aplicação, era interessar no con

"naranicntc Ôs.se preço, prudentemen

parece lembrá-Io.

O que escreveu sôbre "A miséria do

111

Dicesto Econômico

cozido e assado, como alimento das


Oif^-KSTo

Ecox<S\nco

— Dos .3.58 (piilômetros da interligação Contciidas-Monte Azul, luwàa 114 qui-

NOVOS PLANOS

hmietros viu tráfego, 35 inavigurados, 33 pronto.s para receber trilhos, 18 com

n

trilhos assentados e 158 atacados;

Nelson ^VI;n^•ECK Souiu-;

Que os planos scn-ein, entro nós, ape

— dos 188 (pulôinctros da interligação Campina Grande-Putos, havia 36 quilô

ocorrido com o Plano Nacional de Viu-

rudantt;, c[iic poderiam conduzir, coni O passar dos tempos, a uma padronização capaz de faeililar a homogeiiiziição dc <IU(' as interligações são apenas um dos aspcctfis. embora o mais sedutor porque

ção elaborado em 1934. Em onze anos.

aparece nos mapas e esquemas o fa-

«prilômetros em trafego, 44 prontos para

de 1934 a 1945, dos 22.121 quilònietros de vias terrestres cuja construção fòra proposta, somente foram construídos

\'orccc o desenho em \-árias cores. Co-

receber trilhos c .58 atacados;

nas para ornamentar os arqui\os,

(juando êsles são bem organizados, fi cou comprovado pela constata<,-ão cio

1.3.56 f|uilòmetros. Nesse mesmo espaço de tempo, mas fora do plano, foram construídos 421 quilômetros. Em 1938, quatro anos após a sua aprc;sentação,

portanto, tinha-se chegado à conelusão

de que as vias terrestres nele propostas como rodoviasf inicialmente, para pos terior transformação em ferrovias, de

Ilaíha-Mnndo No\'0, havia 50 quilômci^tacados;

<'.xccntivo atacou iodas as interligações previstas, simuitãncamcntc, em todos os recantos do imenso brasil, cm ferrovias

Mumbaça-Sonza, havia 30 quilômetros prontos para receber trilhos o 8 ataca

puderam transformar alguma coisa dêle em e.vecução, foi o sistema de interliga ções da rede existente. Se a comissão, realmente, não sc interessara pelo grave inas complexo problema do sistema de trabalho ou do regime de exploração sob

o qual operavam as ferrovias que nele eram aproveitadas, algumas de capital

estrangeiro e administração particular, outras sob administração estadual, e ou

ção econômica e capacidade de tráfego as mais diversas, do tal sorte que nada Em 1947, treze anos

gasse á conclusão - o setor rodoviano

tomava um impulso mais acentuado. E disparidade entre a pausa ferrona-

c rarividadc rodoviária tinha as suas

-

nnr não vamos discutir aqm, no

mia admimstn ,

j

wq adiante, Jque permi-

liS aTór^ãos 'estaduais, alguus tam-

lômetros prontos para receberem trilhos. Por aí se verifica como a dispersão dc atividades foi imensa e como as

próprias ligações que saltavam aos olhos ^ encontraram circunstancias de alarma

atacados;

ritmo, morno, de que tarde se emancipa

— do.s 172 quilômetros da interligação Terczina-Peripiri, havia 45 quilômetros

ram. Salvo tal interligação, efetivamen

entre o Rio e a Bahia, atravessaram um

te, e aquela que correspondia ao anseio de ordem política de ligar a nova capi tal goiana à rede ferroviária de bitola

atacados;

— dos 61 quilômetros da interligação Santo Antônio de Jesus-Gruz das Almas, havia 28 quilômetros atacados;

para a via permanente e para o material

— a ligação Albuquerque Né-Afogados da Ingazcira tinha os seus 53 qui

estabelecer a continuidade do tráfego

tos — tivera, pelo menos, um especial

interligações sem teor econômico£-

tificuUvo, sem que nenhuma delas che

ce registro: e que

— dos 49 quilômetros da interligação Blumcnau-Itajaí, havia 14 quilômetros

metros atacados;

\ idade dispersiva, nos trabalhos de coustrução ferroviária, distribiundo-se, por outro lado. quer cm empreendunentos não prev istos no plano em curso, quer

— a ligação Leopoldo dc BulhõesCoiània, com 91 quilômetros, tinha 44 ^luilômotros prontos para receber trilhos

í^apazes de fazer convergir para elas tôdas as atenções, como a que deveria

intercorrência de cessões e arrendamen

Ao mesmo tempo que se verificava um

dos;

atacados;

— dos 550 quilômetros da interliga ção Terezina-Paulistana, havia 38 quilô

não havia o que transportar.

nto Uma delas, entretanto, mereniomento.

os restantes atacados;

24 quilômetros atacados; — dos 350 quilômetros da interligação Apucarana-Guaíra, havia 97 quilômetros

tras sob administração federal, com a

cuidado: o de formular normas técnicas,

— dos 91 quilômetros da interligação

cc todos os tipos e padrões, sob situa se concretizou.

De tudo o que o plano continha, o que restou de mais fascinante, aos que

Irns prontos para receber trilhos c 40

urgência, para tais Irabaliins, o órgão

'ipó.s a apresentação do plano, o que se podia verificar, num rápido balanço, eito através dc relatório do órgão fec eral competente, era o seguinte: — dos 76 quilômetros da interligação Lima Duartc-Bom Jardim, liavia apenas

Grosso.

— dos 90 <prilômelros da interligação

Ao in\'es de elaborar uma ordem de

viam ser construídas como ferrovias des cos Cuiabá-Santarém, Cuiabá-Pôrto Ve

— dos 128 (prilòmctros da interligação Palmeira dos Índios-Colégio, havia 16

tretanto?

mo tempo, em zonas de interesse c dc potencial econômico os mais diversos c, geralmente, atacava com mais vigor aquelas obras que conduziriam à situa ção curiosa de oferecer transporte onde ritmo muito lento, ao lado de uma ati-

cados;

nio foram tais interligações atacadas, en

de o início, inclusive os grandes tron lho e Salvador-Goiás-Cuiabá-Vila Mato

metros com triUu)S assentados o 10 ata

SC todos os Estados do Brasil, ao mes

im. i*';

™Outra de raza p foi. sem durada,

disparidade p.™ as seu

prerSvTmelfo baixo, ao passo que

r constrrrções ferroviárias esbarravam

úo considerável obstáculo do errcareci-

monto extraordinário. Tendo permitido. désse que os Ciasse r^odo, mu , tais cirennstáneias, r^Joviários tomassem empreendimentos roouvi.u impulso - de que foram reflexo, rd.ás,

métrica, tôdas as outras arrastavam-se

OS congressos rodo%aários, a cnaçao e

obras ferroviárias de construção em qua-

fica etc. — era natural que os planeja-

em trabalhos parcelados e lentos. O órgão executivo federal estava atacando

'V. ,1.-.

autonomia dos departamentos estaduais, a arrecadação de taxa rcdoviana especi


Oif^-KSTo

Ecox<S\nco

— Dos .3.58 (piilômetros da interligação Contciidas-Monte Azul, luwàa 114 qui-

NOVOS PLANOS

hmietros viu tráfego, 35 inavigurados, 33 pronto.s para receber trilhos, 18 com

n

trilhos assentados e 158 atacados;

Nelson ^VI;n^•ECK Souiu-;

Que os planos scn-ein, entro nós, ape

— dos 188 (pulôinctros da interligação Campina Grande-Putos, havia 36 quilô

ocorrido com o Plano Nacional de Viu-

rudantt;, c[iic poderiam conduzir, coni O passar dos tempos, a uma padronização capaz de faeililar a homogeiiiziição dc <IU(' as interligações são apenas um dos aspcctfis. embora o mais sedutor porque

ção elaborado em 1934. Em onze anos.

aparece nos mapas e esquemas o fa-

«prilômetros em trafego, 44 prontos para

de 1934 a 1945, dos 22.121 quilònietros de vias terrestres cuja construção fòra proposta, somente foram construídos

\'orccc o desenho em \-árias cores. Co-

receber trilhos c .58 atacados;

nas para ornamentar os arqui\os,

(juando êsles são bem organizados, fi cou comprovado pela constata<,-ão cio

1.3.56 f|uilòmetros. Nesse mesmo espaço de tempo, mas fora do plano, foram construídos 421 quilômetros. Em 1938, quatro anos após a sua aprc;sentação,

portanto, tinha-se chegado à conelusão

de que as vias terrestres nele propostas como rodoviasf inicialmente, para pos terior transformação em ferrovias, de

Ilaíha-Mnndo No\'0, havia 50 quilômci^tacados;

<'.xccntivo atacou iodas as interligações previstas, simuitãncamcntc, em todos os recantos do imenso brasil, cm ferrovias

Mumbaça-Sonza, havia 30 quilômetros prontos para receber trilhos o 8 ataca

puderam transformar alguma coisa dêle em e.vecução, foi o sistema de interliga ções da rede existente. Se a comissão, realmente, não sc interessara pelo grave inas complexo problema do sistema de trabalho ou do regime de exploração sob

o qual operavam as ferrovias que nele eram aproveitadas, algumas de capital

estrangeiro e administração particular, outras sob administração estadual, e ou

ção econômica e capacidade de tráfego as mais diversas, do tal sorte que nada Em 1947, treze anos

gasse á conclusão - o setor rodoviano

tomava um impulso mais acentuado. E disparidade entre a pausa ferrona-

c rarividadc rodoviária tinha as suas

-

nnr não vamos discutir aqm, no

mia admimstn ,

j

wq adiante, Jque permi-

liS aTór^ãos 'estaduais, alguus tam-

lômetros prontos para receberem trilhos. Por aí se verifica como a dispersão dc atividades foi imensa e como as

próprias ligações que saltavam aos olhos ^ encontraram circunstancias de alarma

atacados;

ritmo, morno, de que tarde se emancipa

— do.s 172 quilômetros da interligação Terczina-Peripiri, havia 45 quilômetros

ram. Salvo tal interligação, efetivamen

entre o Rio e a Bahia, atravessaram um

te, e aquela que correspondia ao anseio de ordem política de ligar a nova capi tal goiana à rede ferroviária de bitola

atacados;

— dos 61 quilômetros da interligação Santo Antônio de Jesus-Gruz das Almas, havia 28 quilômetros atacados;

para a via permanente e para o material

— a ligação Albuquerque Né-Afogados da Ingazcira tinha os seus 53 qui

estabelecer a continuidade do tráfego

tos — tivera, pelo menos, um especial

interligações sem teor econômico£-

tificuUvo, sem que nenhuma delas che

ce registro: e que

— dos 49 quilômetros da interligação Blumcnau-Itajaí, havia 14 quilômetros

metros atacados;

\ idade dispersiva, nos trabalhos de coustrução ferroviária, distribiundo-se, por outro lado. quer cm empreendunentos não prev istos no plano em curso, quer

— a ligação Leopoldo dc BulhõesCoiània, com 91 quilômetros, tinha 44 ^luilômotros prontos para receber trilhos

í^apazes de fazer convergir para elas tôdas as atenções, como a que deveria

intercorrência de cessões e arrendamen

Ao mesmo tempo que se verificava um

dos;

atacados;

— dos 550 quilômetros da interliga ção Terezina-Paulistana, havia 38 quilô

não havia o que transportar.

nto Uma delas, entretanto, mereniomento.

os restantes atacados;

24 quilômetros atacados; — dos 350 quilômetros da interligação Apucarana-Guaíra, havia 97 quilômetros

tras sob administração federal, com a

cuidado: o de formular normas técnicas,

— dos 91 quilômetros da interligação

cc todos os tipos e padrões, sob situa se concretizou.

De tudo o que o plano continha, o que restou de mais fascinante, aos que

Irns prontos para receber trilhos c 40

urgência, para tais Irabaliins, o órgão

'ipó.s a apresentação do plano, o que se podia verificar, num rápido balanço, eito através dc relatório do órgão fec eral competente, era o seguinte: — dos 76 quilômetros da interligação Lima Duartc-Bom Jardim, liavia apenas

Grosso.

— dos 90 <prilômelros da interligação

Ao in\'es de elaborar uma ordem de

viam ser construídas como ferrovias des cos Cuiabá-Santarém, Cuiabá-Pôrto Ve

— dos 128 (prilòmctros da interligação Palmeira dos Índios-Colégio, havia 16

tretanto?

mo tempo, em zonas de interesse c dc potencial econômico os mais diversos c, geralmente, atacava com mais vigor aquelas obras que conduziriam à situa ção curiosa de oferecer transporte onde ritmo muito lento, ao lado de uma ati-

cados;

nio foram tais interligações atacadas, en

de o início, inclusive os grandes tron lho e Salvador-Goiás-Cuiabá-Vila Mato

metros com triUu)S assentados o 10 ata

SC todos os Estados do Brasil, ao mes

im. i*';

™Outra de raza p foi. sem durada,

disparidade p.™ as seu

prerSvTmelfo baixo, ao passo que

r constrrrções ferroviárias esbarravam

úo considerável obstáculo do errcareci-

monto extraordinário. Tendo permitido. désse que os Ciasse r^odo, mu , tais cirennstáneias, r^Joviários tomassem empreendimentos roouvi.u impulso - de que foram reflexo, rd.ás,

métrica, tôdas as outras arrastavam-se

OS congressos rodo%aários, a cnaçao e

obras ferroviárias de construção em qua-

fica etc. — era natural que os planeja-

em trabalhos parcelados e lentos. O órgão executivo federal estava atacando

'V. ,1.-.

autonomia dos departamentos estaduais, a arrecadação de taxa rcdoviana especi


V;

.

Dicesto EcOKÓ>rico

114

rnentos futuros se fizessem, quanto à víação nacional, dando importância sin

gular à função das rodovias. Já se pro cessava, então, a luta, hoje levada a um grau considerável de intensidade, entre a rodovia c a ferrovia, na busca

das mercadorias, luta cjuc deixou o sis

tema ferroviário brasileiro, não apare lhado para enfrentá-la, ein situação de visível inferioridade, porque, mais an

tigo, esta\'a gra\ado pelos erros do pas sado, enquanto o sistema rodoviário, em vias de desenvoKimento, encontrava,

via de regra, possibilidades para fugir a alguns dos mais graves desses erros, guardadas as características que os dis tinguem.

Desde que começaram a tomar vulto, no nosso país, os assuntos rodoviários, apareceram planos de

conjunto, para ligação

das diversas regiões brasileiras. Já em 1926, por e.xcinplo, por oca

sião do 4° Congresso Nacional de Estradas

de Rodagem, o engenheiro Joaquim Catramby apresentava o "Plano Geral para a Base da Rede Rodoviária do Brasil".

Em suas linlias gerais, êssc plano não se dístinguia, como era natural, dos que o haviam antecedido, fossem ferro

viários ou mistos. Entro as grandes viastroncos que propunha, estavam: São Paulo-Ubcrlàndia-Santa Rita do Ara-

guaía-Ciiiabá-Porto Velho-Cruzeiro do Sul; Rio-Belo Horizonte-Ipameri-Palmas-

Belém; Rio-São Paulo-Pòrto TibiriçáCampo Grande-Corumbá; Rio-Belo PIorizonte-Tremcdal-Petrolina-Terezina-São Luís; Para{ba-La\Tas-Florfano-Carolina; Salvador-Barra-Pôrto Nacional. E pos

uma rede rodoviária na região amazôni ca também, cujo tronco iria ílc Macapá a um ponto ao norl<' de Manaus, com \ários ramais.

.Marcelo Jaylor Carneiro ilc Mendon

ça e Luís Sclinoor deram a público, no ano .seguinte de lfj27, um projeto qiic também cnc< rra\a traçados extensos, cni zonas despovoadas c de teor econômico

fraquíssimo, com a singularidade de fa zer da região destinada, cm Coiás, à fu tura Capital do País, o nó d<' comunica

ções de primeira ordem, o pólo de onde se irradiariam os troncos principais da rede proposta. A antiga Comissão de Estradas de Rí)dagem Federais, ainda

em 1928, clalmrava, por sua vez, um

plano que, cm síntese, não fugia aos de feitos dos ja aparecidos: grandes linhas atravessando zonas des

T

EcoNÓ^^co

to-Pniclenlópolis-Passo Fundo-São Ga-

foram constnúdas precisamente por isso,

grande arco representado polo avanço geográfico da massa brasileira sobre o

A Rio-Bahia, por exemplo, tomou nova

<JCeano.

ViTíficamos, assim, que as idéias xodoxiárias assonla\'am cm bases idénti-

áqnelas iptc haviam conferido base •is propostas ferroviárias dc passado dis tante ou ri-ccntc: grandeza nas proporVoos, ausência dc senso da realidade, es-

4'i<^-ciineiito do fator econômico, prima

pratico.

Seríamos menos fiéis à \'crda-

quando já existia c es tava cm vigor o Plano Nacional dc Viação

l^ederal de Estradas do Rodagem, em determinada fase de sua existência, ata cando alguns dos principais eixos in

Rodagem elaborava um plano, contendo

com a mesma regularidade, o Índico e

fator principal das possibilidades dc trá fego. Em 1944 era, finalmente, aprova do, naquilo (|uc jx>dcríamos cliamar a sepultura honesta do decreto, o "Plano Nacional Rodoviário", em que apare ciam ligações do tipo: Reoífc-Carolina c Recifc-Bolém; Salvador-Porto Nacional;

Rio-Fortaleza; Porto D.Carlos-Campo Grande-Cuiabá-Santarém; Vitóriu-Belo Horizontc-Cuiabá-Pôrto

Vclho-Cnizeiro

suía a singularidade, estreitamente apa

do Sul; Santos-Rio Preto-Corumbá e, com uma amplitude até então desconhe

rentada à ferrovia de Souza Brandão ao

cida, o grande tronco interior Belém-

norte do corte amazônico, de propor

Carolina-Pôrto Nacional-Goiunia-Río Pre-

Nordeste, cm face da ameaça trazida

pelo conflito mundial em que acabamos por nos envolver ativamente. Não é menos verdadeiro e justo constatar a

os quais sc destaca, pela sua operosida- de, o de São Paulo - que levaram a cabo empreendimentos riatórios dignos

ttenliuina repercussão sensível no terreno

l>albos e a atividade do Departamento

as mesmas deficiências c esquecendo,

mentos dos navios brasileiros, em agosto

dc 19^12, mostraram a precariedade mi litar c econômica das ligações marítimas entre o centro do País e o Norte e o

t^^stabelocimcnto de ordem dc urgência,

econômico. Em 1937,

Departamento Nacional dc Estradas de

rajada dc impulso quando os toipedea-

atividade de alguns Departamentos Esta duais dc Estradas de Rodagem - entre

entretanto, sc csqxiceessemos os tra-

nnmdado elaborar pelo

mas cm xârlude do circunstiincias outras.

ria do ideal político do unidade, no"l^uma forma dc execução ou sequer o

tituídas de potencial

Ministro José Américo de Almeida, O

das estaxnm enquadradas naquelas que o aludido plano mencionava, mas não

briel-Santana do Livramento, verdadeira biss«'tri/. dí) Brasil, a maior corda do

ternos, em particular a rodovia de Iig<^" Çáo Rio-Bahia, que recebeu grande im pulso, apesar de que o ritmo de sua consU-ução não sc poderia, ainda com a "lolhor boa vontade, caracterizar pela v elocidade. De outro lado, a tarefa em preendida, no Nordeste, pela InspetoFederal de Obras Contra as Sêcas, foi de molde a merecer os mais francos

elogios, e os resultados do seu trabalho

eedo surgiram, principalmente na verda deira mudança de fisionomia de um in

terior isolado. De algum modo, as rodo vias da IFOCS fizeram mais, para o

desaparecimento do Cangaço, por exem

plo, do que os bandos de "volantes'. Nem essa Inspetoria, nem aquele De partamento, entretanto, operavam de tal forma em virtude da existência, ou não,

de plano de conjunto, para a víação nacional. Muitas das rodovias construí

dc menção o conceberam e executaram

tarefas que honram os seus engenheiros J operários. Nada disso, entretanto, se fazia por obediência a um plano, por imposição de condições econômicas tran sitórias ou permanentes. Aproveitou o País como os Estados aproveitaram, sem dúrida, dêsses empreendimentos espar sos e diversos - mas os planos de con

junto conheceram sempre o esqueci mento.

Através de tais altos e baixos, sem

jamais adquirirmos a idéia e a com preensão exata do problema, condidonando-o às necessidades da circulação

da produção, fator capital para o pla nejamento e a execução de qualquer ta refa de importância, no sentido da via

ção brasileira — permanecemos, até os

dias cm que novo planejamento se apre sentou, já no último govêmo, quando um engenheiro ferroviário tomou conta

do ministério a que cabia, e cabe, por definição, a solução ou a proposição do problema,


V;

.

Dicesto EcOKÓ>rico

114

rnentos futuros se fizessem, quanto à víação nacional, dando importância sin

gular à função das rodovias. Já se pro cessava, então, a luta, hoje levada a um grau considerável de intensidade, entre a rodovia c a ferrovia, na busca

das mercadorias, luta cjuc deixou o sis

tema ferroviário brasileiro, não apare lhado para enfrentá-la, ein situação de visível inferioridade, porque, mais an

tigo, esta\'a gra\ado pelos erros do pas sado, enquanto o sistema rodoviário, em vias de desenvoKimento, encontrava,

via de regra, possibilidades para fugir a alguns dos mais graves desses erros, guardadas as características que os dis tinguem.

Desde que começaram a tomar vulto, no nosso país, os assuntos rodoviários, apareceram planos de

conjunto, para ligação

das diversas regiões brasileiras. Já em 1926, por e.xcinplo, por oca

sião do 4° Congresso Nacional de Estradas

de Rodagem, o engenheiro Joaquim Catramby apresentava o "Plano Geral para a Base da Rede Rodoviária do Brasil".

Em suas linlias gerais, êssc plano não se dístinguia, como era natural, dos que o haviam antecedido, fossem ferro

viários ou mistos. Entro as grandes viastroncos que propunha, estavam: São Paulo-Ubcrlàndia-Santa Rita do Ara-

guaía-Ciiiabá-Porto Velho-Cruzeiro do Sul; Rio-Belo Horizonte-Ipameri-Palmas-

Belém; Rio-São Paulo-Pòrto TibiriçáCampo Grande-Corumbá; Rio-Belo PIorizonte-Tremcdal-Petrolina-Terezina-São Luís; Para{ba-La\Tas-Florfano-Carolina; Salvador-Barra-Pôrto Nacional. E pos

uma rede rodoviária na região amazôni ca também, cujo tronco iria ílc Macapá a um ponto ao norl<' de Manaus, com \ários ramais.

.Marcelo Jaylor Carneiro ilc Mendon

ça e Luís Sclinoor deram a público, no ano .seguinte de lfj27, um projeto qiic também cnc< rra\a traçados extensos, cni zonas despovoadas c de teor econômico

fraquíssimo, com a singularidade de fa zer da região destinada, cm Coiás, à fu tura Capital do País, o nó d<' comunica

ções de primeira ordem, o pólo de onde se irradiariam os troncos principais da rede proposta. A antiga Comissão de Estradas de Rí)dagem Federais, ainda

em 1928, clalmrava, por sua vez, um

plano que, cm síntese, não fugia aos de feitos dos ja aparecidos: grandes linhas atravessando zonas des

T

EcoNÓ^^co

to-Pniclenlópolis-Passo Fundo-São Ga-

foram constnúdas precisamente por isso,

grande arco representado polo avanço geográfico da massa brasileira sobre o

A Rio-Bahia, por exemplo, tomou nova

<JCeano.

ViTíficamos, assim, que as idéias xodoxiárias assonla\'am cm bases idénti-

áqnelas iptc haviam conferido base •is propostas ferroviárias dc passado dis tante ou ri-ccntc: grandeza nas proporVoos, ausência dc senso da realidade, es-

4'i<^-ciineiito do fator econômico, prima

pratico.

Seríamos menos fiéis à \'crda-

quando já existia c es tava cm vigor o Plano Nacional dc Viação

l^ederal de Estradas do Rodagem, em determinada fase de sua existência, ata cando alguns dos principais eixos in

Rodagem elaborava um plano, contendo

com a mesma regularidade, o Índico e

fator principal das possibilidades dc trá fego. Em 1944 era, finalmente, aprova do, naquilo (|uc jx>dcríamos cliamar a sepultura honesta do decreto, o "Plano Nacional Rodoviário", em que apare ciam ligações do tipo: Reoífc-Carolina c Recifc-Bolém; Salvador-Porto Nacional;

Rio-Fortaleza; Porto D.Carlos-Campo Grande-Cuiabá-Santarém; Vitóriu-Belo Horizontc-Cuiabá-Pôrto

Vclho-Cnizeiro

suía a singularidade, estreitamente apa

do Sul; Santos-Rio Preto-Corumbá e, com uma amplitude até então desconhe

rentada à ferrovia de Souza Brandão ao

cida, o grande tronco interior Belém-

norte do corte amazônico, de propor

Carolina-Pôrto Nacional-Goiunia-Río Pre-

Nordeste, cm face da ameaça trazida

pelo conflito mundial em que acabamos por nos envolver ativamente. Não é menos verdadeiro e justo constatar a

os quais sc destaca, pela sua operosida- de, o de São Paulo - que levaram a cabo empreendimentos riatórios dignos

ttenliuina repercussão sensível no terreno

l>albos e a atividade do Departamento

as mesmas deficiências c esquecendo,

mentos dos navios brasileiros, em agosto

dc 19^12, mostraram a precariedade mi litar c econômica das ligações marítimas entre o centro do País e o Norte e o

t^^stabelocimcnto de ordem dc urgência,

econômico. Em 1937,

Departamento Nacional dc Estradas de

rajada dc impulso quando os toipedea-

atividade de alguns Departamentos Esta duais dc Estradas de Rodagem - entre

entretanto, sc csqxiceessemos os tra-

nnmdado elaborar pelo

mas cm xârlude do circunstiincias outras.

ria do ideal político do unidade, no"l^uma forma dc execução ou sequer o

tituídas de potencial

Ministro José Américo de Almeida, O

das estaxnm enquadradas naquelas que o aludido plano mencionava, mas não

briel-Santana do Livramento, verdadeira biss«'tri/. dí) Brasil, a maior corda do

ternos, em particular a rodovia de Iig<^" Çáo Rio-Bahia, que recebeu grande im pulso, apesar de que o ritmo de sua consU-ução não sc poderia, ainda com a "lolhor boa vontade, caracterizar pela v elocidade. De outro lado, a tarefa em preendida, no Nordeste, pela InspetoFederal de Obras Contra as Sêcas, foi de molde a merecer os mais francos

elogios, e os resultados do seu trabalho

eedo surgiram, principalmente na verda deira mudança de fisionomia de um in

terior isolado. De algum modo, as rodo vias da IFOCS fizeram mais, para o

desaparecimento do Cangaço, por exem

plo, do que os bandos de "volantes'. Nem essa Inspetoria, nem aquele De partamento, entretanto, operavam de tal forma em virtude da existência, ou não,

de plano de conjunto, para a víação nacional. Muitas das rodovias construí

dc menção o conceberam e executaram

tarefas que honram os seus engenheiros J operários. Nada disso, entretanto, se fazia por obediência a um plano, por imposição de condições econômicas tran sitórias ou permanentes. Aproveitou o País como os Estados aproveitaram, sem dúrida, dêsses empreendimentos espar sos e diversos - mas os planos de con

junto conheceram sempre o esqueci mento.

Através de tais altos e baixos, sem

jamais adquirirmos a idéia e a com preensão exata do problema, condidonando-o às necessidades da circulação

da produção, fator capital para o pla nejamento e a execução de qualquer ta refa de importância, no sentido da via

ção brasileira — permanecemos, até os

dias cm que novo planejamento se apre sentou, já no último govêmo, quando um engenheiro ferroviário tomou conta

do ministério a que cabia, e cabe, por definição, a solução ou a proposição do problema,


■i*

Diorsto

Alguns e.qiilaljslas cogitam atunliTiente da possibilidade dc transferência dos seus créditos e indústrias para cá, O que,

IMIGRAÇÃO OE CAPITAIS

if

Camilo Ansarau

PKOFU.VDA divergência exislentc en

A tre dois sistemas de go\'êmo c do ideologia política, antagônicos c incon ciliáveis, determinou a formação de dois grupos distintos de nações. Eis porque \ivemos cm um mundo

perturbado pela perspectiva de uma

guerra total, cujos reflexos se farão sen-

tíi em tôdas as latitudes.

Ninguém desconlicce, também, a gra-

mundial. E neste particular têm os ho-

eêrca de 30 mil cruzeiros, calciilando-se

nnprevid.-ntc, para não dizer simples-

um scmt.mentu um sentimento nacionalista nacionalista retrógado retrógado cc V

uu-nte ingênuo.

bedcração do Comércio dc São Paulo,

"dada a identidade dc seu ponto dc vista com o das classes produtoras".

irasil coruo um refúgio seguro para a

portância vital no concerto das nações. A primeira providência, como missão

técnica.

Predomina, como sabemos, no conti

nente europeu, uma atmosfera carregada de nervosismo e apreensões e, como

n

„ro<'resso econômico e

os cmau p« „,pfiiante o barateamento

pende c a n dii.slna ■

1 ir-lo econômica dcdeemancipação «rnônc-io acrícola e in

P F

gi.,isii com inteniacio-

aa produção se toma imperativo se levar

deserto

ignorado

c

nros em conta o nieio circu lante, que ja atinge a casa

dos 31 biUões, e_o acento

Não

físico da produção mm esta

acompanhando paralelamen

tismo com nacionalismo, que são f>ao

sentimentos sentimentos

diversos. diversos.

te o volume do dinheiro em cTCulaçaCL Com essa abundância de moeda o podem permitir o luxo ridículo de scr^ enc^ecimcnto da vida é

Qs países novos, como o nosso, nao se

nacionalistas, porque necessitam ainda í . j; rnlapor muitos anos da indispensável cola-'4

liltiJlC/O

«111VÍ3

\-ll4

cAtn o n que QU6 os OS •'Oração de^ outras^ nações, sem Seus recursos latentes permanecerão ain da por muito tempo inexploráveis.

nossa exclusividade essa con-

lidades de.stacadas no País, cuja finalida de é bem servir à Pátria e cooperar com

A renda brasileira — valor dos bens e

ixs classes dirigentes rui solução dos

sr. Afon.so Bandeira de Melo, delegado

.

^'õcs, limitações e controles dc tôdu sorte.

micante inexploradas.

Muito,s economistas e persona

de maneira idêntica.

t.

caminho social. A no

Uma fonte de reservas econò-

rangeiros, como homenagem aos nacio nalistas da economia brasileira. Aliás,

face da atual política internacional.

sem contar as dificuldades de ordem

.

O Brasil continua a ser um

ciação dos no.s.sos capitais ao.s dos es-

no.ssos problemas, pensam, felizmente,

empreendimentos que não podem ser levados a efeito por falta de capitais,

couironiu é c necessário ^ Êsse para mos-o L. confronto apai-xonados tn r •

devemos confundir patrio

de essencial relevância das classes pro dutoras, é alertar o Governo sobre alguns aspectos da nossa política econômica em Existem no Rxís um sem número de

Nao podemos prcscm-

o dólar a 20 cruzeiros.

dir da indispensÚNol colaboração das naÇõ(;s CIO do \'elho Mundo. Um pais que . o„,u Mmido. Uao possui capital acumulado, que noccs-

^'asto

acarretará.

c usao.

^

iladc de ação e espírito de iniciativa.

a realidade e dc â objetividade tôdas as outra.s independências e sem a ' ^1 rasilf"8'r contemporâneo, início que qual tôdas as demais são inexistentes. As remos declarar que preferimos a asso

^ Comercial de São Paulo, e administra dores de entidades de economia privada devem estudar as possibilidades que tem o Brasil de avançar como país de im

^

10 \êzcs mais do que o nosso, isto e.

O capital SC dirige para onde há libci- nul só se dara mecl.a. aessa

independência econômica, pedestal para

associações de classe, como a Associação

cita do capital estrangeiro, cria mil embiiraçüs í\ sua admissão, através de rcstri-

♦ ♦ ♦ ♦

aplicaçao dos seus capitais o instalação Jl;- suas indústrias, assaltados como csao novamente pelo pavor dc no\ a guer ra e a dc\astaçao que ela naturalmente

meas de empresa um papel saliente a de.sempenhar: levantar a bandeira da

"porUmidades que se lhes têm aprcsen aprcsenlado, em eonsecpiência de uma legis

ci.sta pur deliberação das diretorias da Associação Comercial de São Paulo C da

para enfrentar as .situações criadas e de

correntes dos acontecimentos da política

dendo-se, nnui atrás de onlra, as boas

lação c.streita e negativa, inspirada por

conseqüência, os capitalista,s c indus triais daquela parte do mundo vêem o

Os Estados Unidos, cuja renda nacio nal em 1949 foi dc

US$ 221.500.000.00, apresentam o índice nuú.s elevado, o equivalente a 1.500 dóla res "per capita", ou sejam, precisamente,

infelizmente, nao se tem verificado, pcr-

f.sla IrahaUio é publicailo cm noasa TC-

vi ade da situação econômica e financei ra em que se debate o nosso país.

É dever dos brasileiros prepararem-se

117

Eco^.'ó^^co

Serviços produzidos no Pais — segundo

A propósito, o

do Brasil à Conferência Internacional do

"Irabalho, fez declarações muito opor

inevitável.

É elementar que .

c\o não decorre das emissões. Decorre rias negociáveis.

Gastamos cifras astronômicas em cam

u estimativa da ONU, ó de 150 biliões

biais para a importação de eonibushveis

cruzeiros "per capita", ou sejam l50

ge Então, que que ge dee ser resolvida.riquezas naturais

de cruzeiros, o que eqüivale a 3 inil

Ta qLstão do ptróleo tniao, está mmto lon

dólares, calculada esta moeda na base

o dia do des-

tunas:

"Premidos pelo receio de nova guerra, numerosos- são aquêlcs que pensam em

fugir da Europa c encontrar no Novo Mundo ordem e paz que Uies dêem feli cidade, longe da obcessão da guerra.

TcTClteL!"?™ i.

ilcado por uma legislação nacionalista


■i*

Diorsto

Alguns e.qiilaljslas cogitam atunliTiente da possibilidade dc transferência dos seus créditos e indústrias para cá, O que,

IMIGRAÇÃO OE CAPITAIS

if

Camilo Ansarau

PKOFU.VDA divergência exislentc en

A tre dois sistemas de go\'êmo c do ideologia política, antagônicos c incon ciliáveis, determinou a formação de dois grupos distintos de nações. Eis porque \ivemos cm um mundo

perturbado pela perspectiva de uma

guerra total, cujos reflexos se farão sen-

tíi em tôdas as latitudes.

Ninguém desconlicce, também, a gra-

mundial. E neste particular têm os ho-

eêrca de 30 mil cruzeiros, calciilando-se

nnprevid.-ntc, para não dizer simples-

um scmt.mentu um sentimento nacionalista nacionalista retrógado retrógado cc V

uu-nte ingênuo.

bedcração do Comércio dc São Paulo,

"dada a identidade dc seu ponto dc vista com o das classes produtoras".

irasil coruo um refúgio seguro para a

portância vital no concerto das nações. A primeira providência, como missão

técnica.

Predomina, como sabemos, no conti

nente europeu, uma atmosfera carregada de nervosismo e apreensões e, como

n

„ro<'resso econômico e

os cmau p« „,pfiiante o barateamento

pende c a n dii.slna ■

1 ir-lo econômica dcdeemancipação «rnônc-io acrícola e in

P F

gi.,isii com inteniacio-

aa produção se toma imperativo se levar

deserto

ignorado

c

nros em conta o nieio circu lante, que ja atinge a casa

dos 31 biUões, e_o acento

Não

físico da produção mm esta

acompanhando paralelamen

tismo com nacionalismo, que são f>ao

sentimentos sentimentos

diversos. diversos.

te o volume do dinheiro em cTCulaçaCL Com essa abundância de moeda o podem permitir o luxo ridículo de scr^ enc^ecimcnto da vida é

Qs países novos, como o nosso, nao se

nacionalistas, porque necessitam ainda í . j; rnlapor muitos anos da indispensável cola-'4

liltiJlC/O

«111VÍ3

\-ll4

cAtn o n que QU6 os OS •'Oração de^ outras^ nações, sem Seus recursos latentes permanecerão ain da por muito tempo inexploráveis.

nossa exclusividade essa con-

lidades de.stacadas no País, cuja finalida de é bem servir à Pátria e cooperar com

A renda brasileira — valor dos bens e

ixs classes dirigentes rui solução dos

sr. Afon.so Bandeira de Melo, delegado

.

^'õcs, limitações e controles dc tôdu sorte.

micante inexploradas.

Muito,s economistas e persona

de maneira idêntica.

t.

caminho social. A no

Uma fonte de reservas econò-

rangeiros, como homenagem aos nacio nalistas da economia brasileira. Aliás,

face da atual política internacional.

sem contar as dificuldades de ordem

.

O Brasil continua a ser um

ciação dos no.s.sos capitais ao.s dos es-

no.ssos problemas, pensam, felizmente,

empreendimentos que não podem ser levados a efeito por falta de capitais,

couironiu é c necessário ^ Êsse para mos-o L. confronto apai-xonados tn r •

devemos confundir patrio

de essencial relevância das classes pro dutoras, é alertar o Governo sobre alguns aspectos da nossa política econômica em Existem no Rxís um sem número de

Nao podemos prcscm-

o dólar a 20 cruzeiros.

dir da indispensÚNol colaboração das naÇõ(;s CIO do \'elho Mundo. Um pais que . o„,u Mmido. Uao possui capital acumulado, que noccs-

^'asto

acarretará.

c usao.

^

iladc de ação e espírito de iniciativa.

a realidade e dc â objetividade tôdas as outra.s independências e sem a ' ^1 rasilf"8'r contemporâneo, início que qual tôdas as demais são inexistentes. As remos declarar que preferimos a asso

^ Comercial de São Paulo, e administra dores de entidades de economia privada devem estudar as possibilidades que tem o Brasil de avançar como país de im

^

10 \êzcs mais do que o nosso, isto e.

O capital SC dirige para onde há libci- nul só se dara mecl.a. aessa

independência econômica, pedestal para

associações de classe, como a Associação

cita do capital estrangeiro, cria mil embiiraçüs í\ sua admissão, através de rcstri-

♦ ♦ ♦ ♦

aplicaçao dos seus capitais o instalação Jl;- suas indústrias, assaltados como csao novamente pelo pavor dc no\ a guer ra e a dc\astaçao que ela naturalmente

meas de empresa um papel saliente a de.sempenhar: levantar a bandeira da

"porUmidades que se lhes têm aprcsen aprcsenlado, em eonsecpiência de uma legis

ci.sta pur deliberação das diretorias da Associação Comercial de São Paulo C da

para enfrentar as .situações criadas e de

correntes dos acontecimentos da política

dendo-se, nnui atrás de onlra, as boas

lação c.streita e negativa, inspirada por

conseqüência, os capitalista,s c indus triais daquela parte do mundo vêem o

Os Estados Unidos, cuja renda nacio nal em 1949 foi dc

US$ 221.500.000.00, apresentam o índice nuú.s elevado, o equivalente a 1.500 dóla res "per capita", ou sejam, precisamente,

infelizmente, nao se tem verificado, pcr-

f.sla IrahaUio é publicailo cm noasa TC-

vi ade da situação econômica e financei ra em que se debate o nosso país.

É dever dos brasileiros prepararem-se

117

Eco^.'ó^^co

Serviços produzidos no Pais — segundo

A propósito, o

do Brasil à Conferência Internacional do

"Irabalho, fez declarações muito opor

inevitável.

É elementar que .

c\o não decorre das emissões. Decorre rias negociáveis.

Gastamos cifras astronômicas em cam

u estimativa da ONU, ó de 150 biliões

biais para a importação de eonibushveis

cruzeiros "per capita", ou sejam l50

ge Então, que que ge dee ser resolvida.riquezas naturais

de cruzeiros, o que eqüivale a 3 inil

Ta qLstão do ptróleo tniao, está mmto lon

dólares, calculada esta moeda na base

o dia do des-

tunas:

"Premidos pelo receio de nova guerra, numerosos- são aquêlcs que pensam em

fugir da Europa c encontrar no Novo Mundo ordem e paz que Uies dêem feli cidade, longe da obcessão da guerra.

TcTClteL!"?™ i.

ilcado por uma legislação nacionalista


DrcFSTO Econômico

c errada, são os aspectos negativos da nossíi economia.

Em face desta .situação, perguntamos: por fiue não fav(jreccr a entrada do ca

pitais e de técnicos estrangeiros ein

condições (jnc garantam o nosso pnjgrcsso cconómico-social ?

Permitam-nos ainda acentuar, a bem

da \crdade, fjue grande parte da pujança econômica de São Paulo re

side no seu potencial de energia elétri ca, base por excelência do sem progresso industrial. E isso não foi, porventura, alcançado com o auxílio da técnica e do capital estrangeiro?

Está claro — c não é necessário frisar mais uma vc/.- que desejamos o concur so dos capitais estrangeiros como elemenCM. dis ponibilidades, o porcom isso asnosnossas batemos visando tao somente a elevação do nosso padrão de vida e o fortalecimento

economico da Nação.

A industrialização do nosso país, em grande escala, só será possível coin a ajuda do capital estrangeiro. Para atraílo devemos proporcionar-lhe lucros com pensadores, o que estamos em condições de fazer, bem como conversibilidade am

pla e livre. Para que possamos garantir essa conversão precisamos, antes de mais

nada, de saldos substanciais na nossa balança comercial e de pagamentos. E paru a obtenção desses saldos é indis pensável o aumento do volume físico e

criação de um fundo cambial de.stinadü a garantir a renie.ssa «■ a conversão dos

lucro.s c dix idciulos.

Os E.staclos Unidos soubenuii manter, accrtadaiiiente — no .século XIX e jucsino

nos primórdios do século XX, isto c, Iw •ÕO ou 70 anos, fjuando .se achavam na mesma situação em que nos encontramos

hoje — o regime dc "porta aberta" paru os í-apitais {; para a imigração européia. Assim procedendo, e .sãbíamcntc, aumen tou a sua população c enriqueceu-se o seu

tais e \'alorcs humanos úteis.

Receben

do e integrando capitais em nossa vida oconónúca e favorecendo a assimilação

dos imigrantes ao nosso povo, estaremos em conUiçücs de apressar o nosso desen

te e do destino, axcepcionalmente favo rável ao nosso Brasil — para proclamar mos, definitivamente, a nossa indepen

dência econômica, a qual nos levará a merecer, certamente, posição de relêvo no seio das nações.

rani o bloco mais rico c mais poderoso a historia da humanidade.

.

Klcntica e política idêntica es-

ac) .sendo adotadas no momento atual do Sul,

1 exicQ e outros povos da América, tot o.s preocupados no aumento do seu ca

pital humano c na exploração de suas 'ic|iie2a.s potenciais.

Nós, no Brasil, tomos possibilidades,

dentro do nosso território, de manter-

uma população 4 ou 5 vezes superior

a atual e de usufruir os resultados que

que o capital e seu rendimento sejam conversíveis e transferíveis a qualquer

do planeta. '

tempo, sem embaraços, observadas, bem

veis ao fortalecimento material do País e

Para isso talvez fôsse aconselhável a

Para a emancipação econômica do País, tanto a indústria como a agricul tura reclamam maior imigração dc capi

Aprovei

temos o momento internacional — cheio de apreensões para outros povos c ou tros continentes, mas, por ironia da sor

ricaiia, formada hoje dc descendentes ingléscs e de alemães, de belgas e dc franee.ses, de holandcsc.s e dc italia nos, cujos pais para lá se dirigiram e a sx ixaram com os seus patrimcmios — culturais e materiais - c assim forma-

elevaram às culmínáncias outros povos

cnse.

volvimento económicc-social.

Concluindo :

o cngrandeeimento da nação norte-amc-

talista estrangeiro quer, em síntese, é

veis de limitação do retomo para evita rem-se bruscas fugas em ocasiões de

119

EcoNÓ>aco

parcpie industrial com operários qualifi cados, cientistas, engenheiros e técnicos, que contribuíram do modo decisixo para

do valor das exportações. O que o capi

entendido, as normas usuais aconselhá

Dicesto

Em resumo: "as medidas imprescindí

à mcllioria do padrão de vida do nosso povo não exigem esforços sobreumanos, mas apenas o emprego de energias nor mais e uma certa coerência na escolha

dos métodos de execução".

ÜkKilÜÉlÉkiiá

t.^%.


DrcFSTO Econômico

c errada, são os aspectos negativos da nossíi economia.

Em face desta .situação, perguntamos: por fiue não fav(jreccr a entrada do ca

pitais e de técnicos estrangeiros ein

condições (jnc garantam o nosso pnjgrcsso cconómico-social ?

Permitam-nos ainda acentuar, a bem

da \crdade, fjue grande parte da pujança econômica de São Paulo re

side no seu potencial de energia elétri ca, base por excelência do sem progresso industrial. E isso não foi, porventura, alcançado com o auxílio da técnica e do capital estrangeiro?

Está claro — c não é necessário frisar mais uma vc/.- que desejamos o concur so dos capitais estrangeiros como elemenCM. dis ponibilidades, o porcom isso asnosnossas batemos visando tao somente a elevação do nosso padrão de vida e o fortalecimento

economico da Nação.

A industrialização do nosso país, em grande escala, só será possível coin a ajuda do capital estrangeiro. Para atraílo devemos proporcionar-lhe lucros com pensadores, o que estamos em condições de fazer, bem como conversibilidade am

pla e livre. Para que possamos garantir essa conversão precisamos, antes de mais

nada, de saldos substanciais na nossa balança comercial e de pagamentos. E paru a obtenção desses saldos é indis pensável o aumento do volume físico e

criação de um fundo cambial de.stinadü a garantir a renie.ssa «■ a conversão dos

lucro.s c dix idciulos.

Os E.staclos Unidos soubenuii manter, accrtadaiiiente — no .século XIX e jucsino

nos primórdios do século XX, isto c, Iw •ÕO ou 70 anos, fjuando .se achavam na mesma situação em que nos encontramos

hoje — o regime dc "porta aberta" paru os í-apitais {; para a imigração européia. Assim procedendo, e .sãbíamcntc, aumen tou a sua população c enriqueceu-se o seu

tais e \'alorcs humanos úteis.

Receben

do e integrando capitais em nossa vida oconónúca e favorecendo a assimilação

dos imigrantes ao nosso povo, estaremos em conUiçücs de apressar o nosso desen

te e do destino, axcepcionalmente favo rável ao nosso Brasil — para proclamar mos, definitivamente, a nossa indepen

dência econômica, a qual nos levará a merecer, certamente, posição de relêvo no seio das nações.

rani o bloco mais rico c mais poderoso a historia da humanidade.

.

Klcntica e política idêntica es-

ac) .sendo adotadas no momento atual do Sul,

1 exicQ e outros povos da América, tot o.s preocupados no aumento do seu ca

pital humano c na exploração de suas 'ic|iie2a.s potenciais.

Nós, no Brasil, tomos possibilidades,

dentro do nosso território, de manter-

uma população 4 ou 5 vezes superior

a atual e de usufruir os resultados que

que o capital e seu rendimento sejam conversíveis e transferíveis a qualquer

do planeta. '

tempo, sem embaraços, observadas, bem

veis ao fortalecimento material do País e

Para isso talvez fôsse aconselhável a

Para a emancipação econômica do País, tanto a indústria como a agricul tura reclamam maior imigração dc capi

Aprovei

temos o momento internacional — cheio de apreensões para outros povos c ou tros continentes, mas, por ironia da sor

ricaiia, formada hoje dc descendentes ingléscs e de alemães, de belgas e dc franee.ses, de holandcsc.s e dc italia nos, cujos pais para lá se dirigiram e a sx ixaram com os seus patrimcmios — culturais e materiais - c assim forma-

elevaram às culmínáncias outros povos

cnse.

volvimento económicc-social.

Concluindo :

o cngrandeeimento da nação norte-amc-

talista estrangeiro quer, em síntese, é

veis de limitação do retomo para evita rem-se bruscas fugas em ocasiões de

119

EcoNÓ>aco

parcpie industrial com operários qualifi cados, cientistas, engenheiros e técnicos, que contribuíram do modo decisixo para

do valor das exportações. O que o capi

entendido, as normas usuais aconselhá

Dicesto

Em resumo: "as medidas imprescindí

à mcllioria do padrão de vida do nosso povo não exigem esforços sobreumanos, mas apenas o emprego de energias nor mais e uma certa coerência na escolha

dos métodos de execução".

ÜkKilÜÉlÉkiiá

t.^%.


T O motive econômico da expulsão dos holandeses Nayi^or Viijlas-Boa.s

121

Dic;ks*I(í EcoNVjMico

no\o, c<>nt que sc desfazem ou desmo-

fes nativos sacrificados naquela peleja

reconi antigas conxdcçÕcs e se impõem os \'iltimos registros. Por isso, recorre mos ao nosso derradeiro pesquisador de pulso, o engenheiro baiano Austiucua-

Vieira sob a proteção de Jacob Stachower, membro do Conselho Político, que o associou - note-se - "nos seus negó

ND Dl-: Cauvai-iid. cm seu Brasil Colô

Ão há, entre nÓK, compêndio did-i-

tico de história do Brasil que não tiaga ern plano superior ao de André

Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e

Henrique Dias, o nome do português João Fernandes Vieira, todos como os

mais pertinazes batulhadores pela expvilsão dos holandeses do solo brasileiro. Entretanto, um o outro historiadores

que não escrevem para colegiais o têm reduzido às ju.stas proporçõe.s, mesmo que os oblitcre de algum modo a admi

ração por Portugal como país coloni zador.

Nos prelos lusitanos, porém, será questão fechada a de que sem Fernan des Vieira os batavos não seriam derro tados. Mas, não se terá procurado a ra zão pela qual, tratando-se de interesse da colônia portuguesa, só êie, só um reinol, perseverasse naquela luta, que foi a mais longa e poifiosa em que se verteu sangue brasileiro. Tomemos, por exemplo, um popular dicionário de História e Geografia de além-mar. Diz-nos ele que João Fer nandes Vieira foi um dos mais ilustres

nomes do Brasil colonial. Nasceu no Funchal, Ilha da Madeira. Muito mo

nia e Brasil Império, (Bio, Tip. do

nu.s duas batalhas dos Clu(irara))C5, que

"Jornal do Couiércio", 1927). •À síntese de Uio Branco, opõe êle uma narração de minúcias exaustivas, desde

deram golpe mortal no domínio dos

coníjuistadorcs. Di-pois da capitulação firial destes, em 1654, \'ieira entrou vi torioso no Becife, à frente (?) do exér

cito independente.

que reuniu e cozinhou tudo quanto se

bavia publicado, para expor, comparan

Foi premiado —

agora, as vantíigcns — com a lucrativa

Comenda dc Cristo, a capitania da Pa raíba e, depois, a de Angola (16131681) (Jaymi.; Dl-: Skcíuiku. Dir. Prát. Ilu.ft.).

lona do Brasil apenas se refere ao he rói para dizer que;

"A 23 de maio do 1645, Fernandes

der dos batavos, com os quais, pouco

a pouco, vão portuguêses e espanhóis

pc o güvcrnador-geral do Brasil portu-

se hanuonizando c conjugando, visto

giios, Antônio Tcics da Silva, assinaram tim compromisso de provocar uma in

que a Espanha guardava a coroa portuguê.sa. Dc sorte que a luta, sempre

conjuração arrebentou a 13 dc junho, e

por brasileiros, a começar pelo per

os regimentos do antigo exercito de Pernambuco, sob o comando do Vidal,

reduto do Arraial da Bom Jesus, sobre

cuja queda, em meados de 34, o histo

pouco depois aos insurretos. Fernandes

riador baiano comenta:

"Polo contrário, a rendição do Arraial

ço ainda, foi para Pernambuco, então

fora honrosa e provara, mais uma vez,

o comandante em chefe holandês Haus

a constância da má-fé do batavo, que

sob o domínio holandês, e ali — note-

(1) a depor as armas no combate de através de verdades emergentes, que os cronistas estabelecem a cada elemento

do "governador da independência", de senvolveu grandes qualidades milita res (?). Em 1648 e 1649, dístinguiu-se sob o comando de Barreto de Meneses,

(1) — Hans, dizem uns; Haus, escrevem outros. Melhor se precisa Hendrich Haus como o vencido na batalha das Tabocas, no cit. Relaíórlo de Van Der Dussen.

aprostam annas ei sossèqo. No choque de 19 de fevere

To grande ue^ é ferido e amputase-lhe a mão esquerda. Os triunfos de Nassau,

ram de tal ordem que chegou a «i«o

;

reccr a espenrnça de hbertaçao Em ^ negocia-se na Balüa uma tr S" ' poderia concorrer a conquista batava, q

que Portugal —a a cnherania »bem .

nambucano Matias de Albuquerque, no

Camarao e Henrique Dias, se ligaram

cia e no monte das Tabocas, derrotou

Hemique Dtas, Cammo.

acesa, passou a ser sustentada sòmente

surreição para "libertar a pátria". A

o coronel holandês Hans (1). Aclama

Em 23 de janeiro de 37, aporta em

João Barball.0 c Estevão de ■rá^ ora

lernambuco, animados secretamente

Casa Forte (7 dc agosto). A história, porém, vai-se fazendo

econômica da conquistada terra.

Nas páginas daquele livro, surge o berói muito antes dc 45, quando sc tra ia dos socorros a Antônio Lima, no for te de S«o Jorge, o qual "estaria quase

Vieira ganhou a batalha do Tabocas (3 de agustü) c, reunida a Vidal, forçou

se — acumulou avultados capitais. Em 1645, levantou o grito da independên

"A sittiação era má (em 36) para os

patriotas e para os ínx-asores, no meio dos quais a corrupção dos costumes e da administração igualava à msena

do o concluindo.

Isto, cm 1630, quando o madeirense futuramente nababo contava apenas 17 anos. Nossa época. Recife caiu em po

'cira, Antônio Cavalcanti e muitos ou res os mais abastados moradores dc

cios e lavouras".

Recife Maurício de Nassau.

só, SC o juvenil João Fernandes Vieira e mu pugilo dc bravos de sua idade"..•

Hio Branco, na concisão dc sua His-

desigual. E cm 36 já se dá Fernandes

prometendo a Marin tratar como a ir <.' i

mãos a população civil, ameaçou-a de pois com o garrote e o fio da espada, ipara extorquir-lhe pesados resgates, mesmo a João Fernandes Vieira, que

foi para Recife com êles — note-se —

enriquecer, no comércio com os ju deus 1"

Continuou a crescer o rol dos che

ceias populares, todos enga a inconsciente alegria".

Houve a trégua, entre má-fe

,

confiança. Mas, Henrique Dias e

Io da Cunha continuaram assolando

terra.

OA \

Em 1641 (lutava-se desde 1630), João Fernandes Vieira — note-se — era

tanto dos holandeses, que figurou na Câmara de Escabinos de Olinda (de

pois de Aníénío Vaz e mais tarde de Mauricéia), da qual também faziam


T O motive econômico da expulsão dos holandeses Nayi^or Viijlas-Boa.s

121

Dic;ks*I(í EcoNVjMico

no\o, c<>nt que sc desfazem ou desmo-

fes nativos sacrificados naquela peleja

reconi antigas conxdcçÕcs e se impõem os \'iltimos registros. Por isso, recorre mos ao nosso derradeiro pesquisador de pulso, o engenheiro baiano Austiucua-

Vieira sob a proteção de Jacob Stachower, membro do Conselho Político, que o associou - note-se - "nos seus negó

ND Dl-: Cauvai-iid. cm seu Brasil Colô

Ão há, entre nÓK, compêndio did-i-

tico de história do Brasil que não tiaga ern plano superior ao de André

Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e

Henrique Dias, o nome do português João Fernandes Vieira, todos como os

mais pertinazes batulhadores pela expvilsão dos holandeses do solo brasileiro. Entretanto, um o outro historiadores

que não escrevem para colegiais o têm reduzido às ju.stas proporçõe.s, mesmo que os oblitcre de algum modo a admi

ração por Portugal como país coloni zador.

Nos prelos lusitanos, porém, será questão fechada a de que sem Fernan des Vieira os batavos não seriam derro tados. Mas, não se terá procurado a ra zão pela qual, tratando-se de interesse da colônia portuguesa, só êie, só um reinol, perseverasse naquela luta, que foi a mais longa e poifiosa em que se verteu sangue brasileiro. Tomemos, por exemplo, um popular dicionário de História e Geografia de além-mar. Diz-nos ele que João Fer nandes Vieira foi um dos mais ilustres

nomes do Brasil colonial. Nasceu no Funchal, Ilha da Madeira. Muito mo

nia e Brasil Império, (Bio, Tip. do

nu.s duas batalhas dos Clu(irara))C5, que

"Jornal do Couiércio", 1927). •À síntese de Uio Branco, opõe êle uma narração de minúcias exaustivas, desde

deram golpe mortal no domínio dos

coníjuistadorcs. Di-pois da capitulação firial destes, em 1654, \'ieira entrou vi torioso no Becife, à frente (?) do exér

cito independente.

que reuniu e cozinhou tudo quanto se

bavia publicado, para expor, comparan

Foi premiado —

agora, as vantíigcns — com a lucrativa

Comenda dc Cristo, a capitania da Pa raíba e, depois, a de Angola (16131681) (Jaymi.; Dl-: Skcíuiku. Dir. Prát. Ilu.ft.).

lona do Brasil apenas se refere ao he rói para dizer que;

"A 23 de maio do 1645, Fernandes

der dos batavos, com os quais, pouco

a pouco, vão portuguêses e espanhóis

pc o güvcrnador-geral do Brasil portu-

se hanuonizando c conjugando, visto

giios, Antônio Tcics da Silva, assinaram tim compromisso de provocar uma in

que a Espanha guardava a coroa portuguê.sa. Dc sorte que a luta, sempre

conjuração arrebentou a 13 dc junho, e

por brasileiros, a começar pelo per

os regimentos do antigo exercito de Pernambuco, sob o comando do Vidal,

reduto do Arraial da Bom Jesus, sobre

cuja queda, em meados de 34, o histo

pouco depois aos insurretos. Fernandes

riador baiano comenta:

"Polo contrário, a rendição do Arraial

ço ainda, foi para Pernambuco, então

fora honrosa e provara, mais uma vez,

o comandante em chefe holandês Haus

a constância da má-fé do batavo, que

sob o domínio holandês, e ali — note-

(1) a depor as armas no combate de através de verdades emergentes, que os cronistas estabelecem a cada elemento

do "governador da independência", de senvolveu grandes qualidades milita res (?). Em 1648 e 1649, dístinguiu-se sob o comando de Barreto de Meneses,

(1) — Hans, dizem uns; Haus, escrevem outros. Melhor se precisa Hendrich Haus como o vencido na batalha das Tabocas, no cit. Relaíórlo de Van Der Dussen.

aprostam annas ei sossèqo. No choque de 19 de fevere

To grande ue^ é ferido e amputase-lhe a mão esquerda. Os triunfos de Nassau,

ram de tal ordem que chegou a «i«o

;

reccr a espenrnça de hbertaçao Em ^ negocia-se na Balüa uma tr S" ' poderia concorrer a conquista batava, q

que Portugal —a a cnherania »bem .

nambucano Matias de Albuquerque, no

Camarao e Henrique Dias, se ligaram

cia e no monte das Tabocas, derrotou

Hemique Dtas, Cammo.

acesa, passou a ser sustentada sòmente

surreição para "libertar a pátria". A

o coronel holandês Hans (1). Aclama

Em 23 de janeiro de 37, aporta em

João Barball.0 c Estevão de ■rá^ ora

lernambuco, animados secretamente

Casa Forte (7 dc agosto). A história, porém, vai-se fazendo

econômica da conquistada terra.

Nas páginas daquele livro, surge o berói muito antes dc 45, quando sc tra ia dos socorros a Antônio Lima, no for te de S«o Jorge, o qual "estaria quase

Vieira ganhou a batalha do Tabocas (3 de agustü) c, reunida a Vidal, forçou

se — acumulou avultados capitais. Em 1645, levantou o grito da independên

"A sittiação era má (em 36) para os

patriotas e para os ínx-asores, no meio dos quais a corrupção dos costumes e da administração igualava à msena

do o concluindo.

Isto, cm 1630, quando o madeirense futuramente nababo contava apenas 17 anos. Nossa época. Recife caiu em po

'cira, Antônio Cavalcanti e muitos ou res os mais abastados moradores dc

cios e lavouras".

Recife Maurício de Nassau.

só, SC o juvenil João Fernandes Vieira e mu pugilo dc bravos de sua idade"..•

Hio Branco, na concisão dc sua His-

desigual. E cm 36 já se dá Fernandes

prometendo a Marin tratar como a ir <.' i

mãos a população civil, ameaçou-a de pois com o garrote e o fio da espada, ipara extorquir-lhe pesados resgates, mesmo a João Fernandes Vieira, que

foi para Recife com êles — note-se —

enriquecer, no comércio com os ju deus 1"

Continuou a crescer o rol dos che

ceias populares, todos enga a inconsciente alegria".

Houve a trégua, entre má-fe

,

confiança. Mas, Henrique Dias e

Io da Cunha continuaram assolando

terra.

OA \

Em 1641 (lutava-se desde 1630), João Fernandes Vieira — note-se — era

tanto dos holandeses, que figurou na Câmara de Escabinos de Olinda (de

pois de Aníénío Vaz e mais tarde de Mauricéia), da qual também faziam


■ I(

m

■piIPR.It «l l k

122

outros.

ra permaneceu até 1643 (Apenso III do

Relatório de Adriacn Van Der Dussen, publicado pelo Instituto do Açúcar c do Álcool, em 1947) (2). Enquanto élc se radica no solo da

boa fortuna, chega à Bahia (agosto de 42) o Governador Antônio Teles da Sil

va, "um português de \'alor", acompa

nhado de André Vidal (o magnífico

p<araibano), "vindo também de Lisboa onde confabulara com o Ministro Montalvão, a quem mostrou o

(Austriclíano dc Carvalho, que

do

fabulou cotn o sogro daquele, Francis

"Rebentou, com efeito, u ésse tempo

'Antes da ocupação do Maranhão, já os pernambucanos confabulavam, pla-

neando uma insurreição, e é de presu mir, como diz Varnhagem, que André Vidal, quando na Paraíba, a esperar o desembarque da esquadra do Conde da

Torre, se não foi o autor da idéia, patrocinou-a por tal forma depois, perfí-

tade ou à estima do invasor)

ííum ônus. E "desejava a cousa certa ^ Sfignra. Obrigou Dias Cardoso a vol-

Mas, a sublevação... "tardava, de\'ido à trégua, o receio de comprome ter D. João ^\^ as hesitações de Viei

Maranhão, na conformi-

ra, que — note-se — precisava acautelar

^«^pitão fez muito mais:

a sua grande riqueza"... E é êle, contudo, um braA'0 ? É ca- .

díide da propaganda de Vidal", c recomeçou a

"Fez Cardoso a diligência e voltou, jnneiro dc 45, com a nomeação de Vieidc capitão-mor e governador da

rcuçuo.

Rucrra, c a notícia de que Camarão e

Míis, quer o historiador

Henrique Dias iriam irromper no Rio

9^0 a simultaneidade da

Real."

insubmissão maranhense com a dos pemambuca-

Sc Vieira vinha negaceando cômodamontc cm Recife, sentiu-se encurra lado corno boi cm correddr e só lhe

. nos, combinada entre Vi dal e y,e.ra, não sc dera por contcm-

restava um caminho: o dc seguir para

ponzaçao do último:

^ frente. Mas, parou:

"A insurreição não explodiu, devido

"Ainda assim sc não moveu Vieira,

a nao estar tudo aplainado, talvez ain

com desespero de Cardoso, que estêvc

da por c.x,gência da chefia de Vieira,

prestes a retirar-se, quando, por fim, na

scinpre muito cauto c prudente." Negreiros, porém, não o deixa afrouxar.

na...

restauração da pátria ?

dali avançassem sob qualquer pretêxto". Nfio era uma procrastinação ? O

(1642) a insurreição do

Continuava fermentan

Voloso e Taborda". Só então conu'çx)u a arcar com al-

bir à Bahia c trazer no\'as forças que

co Bcrcnger de Andrade c outros."

do a semente sadia da reação e esta não vingava

ria, portanto, o que levou Fernandes Vieira (por amor aos devedores?) a coniprometcr-se (êle, nascido na Ma deira e enriquecido graças à boa von

Antônio Dias Cardoso c pelos oficiais

companheiro dos pernambucanos, foi procurado por Vidal, que também con-

landês".

insurreição", afirma o lúsloriador. Se

pequenos grupos, os quais se reuniram

dc Recife", comandados pelo Capitão

llio e com Na.ssau, c cjuc se fizera ir mão dc todas as confrarias, generoso por cálculo, insinuante no trato, antigo

sem par. Era o que ia fazer explodir a

sustentar "40 sokhuUis adestrados, cm

em Pernambuco, cm uma mata perto

grande ri(]nez;i, privando com o Consc-

cobrança das díWdas fraudulentas dos colonos do Brasil, com uma riolência

^'ioira, o abastado, encarregou-se de

João 1'ernandcs \'ieira, que - no te-se — tinlia ali (Recife) arranjado

libertação do bárbaro ho

rebentar pri

meiro o movimento".

juvenil r" Oiiçamos o historiador;

amor ao Brasil e de sua

128

Econômico

dêste — "sc procuraria

E que era feito do outrorn destemi

coração, todo cheio de

noutro peito melhor do que no de André.

Dicesto

retomamos.)

Hans van der Coes; e na mesma Gama

1

'ií

Dicesto Econômico

Beck, Cosmo de Crasto, Gregório de Barres, Antonio Vieira, Jacob Coets,

l,

'

Várzea dc Copiberibe,

assinaram, no

dia 15 dc maio de 45, Vieira e Antô nio Cavalcante, as nomeações dos ofi

paz dc lutar em campo aberto ?

"Vieira, já suspeito, pensou em aca bar com os chefes holandeses cm um

banquete de bodas, no qual viriam de convidados."

Esta, a sua primeira manifestação de gênio militar, com a qual não concor daram, todavia, os revolucionários do compromisso da Várzea do Capiberíbe, a cujos impxilsos Frei Manoel do Sal vador, cm missa celebrada cm junho de 45, ás portas da cidade, justamente

na matriz da Víírsca, "pregou a guerra

com desassombro".

Êsse é que foi o

grito, nunca partido da dubiedade de

Vieira. Falseia, portanto, o dicionário dc Seguier, quando lhe empresta um "grito da independência".

Ihando-a, que a tornou familiar na Ba-

"Resolveu, então, Vidal, depois dos

Iiia e fez-se a alma do plano pôsto em

acontecimentos do Maranlnâo, ir de no vo a Pernambuco afastar as hesitações

ciais com poderes de convocar o povo

execução, abraçado pelo bom Governa

dor Antônio Teles e pelo Padre Vieira,

de Vieira". . .

forçam comportas e tudo por efeito de

mesmo Vidal, por Martins Ferreira e

Vieira, onde conversou com Antônio!, Cavalcante, Amador Araújo e mais .

"A 23, os dois, com mais 16 conjurados, assinaram um compromisso so

lene para se ajudarem na restauração da pátria."

do mulato Domingos Fagundes. E a .

Convém lembrar-se que, financeira mente, as coisas não iam ao contento

(1645), se deu em 17.

já de volta, ali, e que dele soubera pelo (2) — Instituto do Açúcar e do Álcool — Série História — III — Relatório sobre

as Capitanias conquistadas no Brasil pe los holandeses (1639)

Suas condições

econômicas e sociais — Adriaen Van Der Dussen — Tradução, introdução e notas de: José Antônio Gonsalves de Mello Neto — Rio de Janeiro — 1947.

Vidal hospedou-se

em

casa

de,

pernambucanos influentes."

"Seguiu depois para sua terra natal"

't-

para tomar armas."

(a Paraíba). . . "ficando assentado, pa

dos dirigentes holandeses, os quais, a

ra satisfazer a Luna nova exigência de Vieira, que ali" — isto é, bem longe

resolveram "sobrecarregar os impostos"

fim de cobrir o déficit da Companhia, c — ouça-se bem — "tornar efetiva a

O mais prccipítou-se como águas que um incidente que fêz explodir o arrôjo irrupção,

marcada para 24 de junho

Vieira deixa a comodidade e, "per seguido pelas tropas de Blaar", não desembaínha a espada; antes... "mudou-s« para Muciape, onde reeabeu

grandes reforços, trazidos pelo inacia-


■ I(

m

■piIPR.It «l l k

122

outros.

ra permaneceu até 1643 (Apenso III do

Relatório de Adriacn Van Der Dussen, publicado pelo Instituto do Açúcar c do Álcool, em 1947) (2). Enquanto élc se radica no solo da

boa fortuna, chega à Bahia (agosto de 42) o Governador Antônio Teles da Sil

va, "um português de \'alor", acompa

nhado de André Vidal (o magnífico

p<araibano), "vindo também de Lisboa onde confabulara com o Ministro Montalvão, a quem mostrou o

(Austriclíano dc Carvalho, que

do

fabulou cotn o sogro daquele, Francis

"Rebentou, com efeito, u ésse tempo

'Antes da ocupação do Maranhão, já os pernambucanos confabulavam, pla-

neando uma insurreição, e é de presu mir, como diz Varnhagem, que André Vidal, quando na Paraíba, a esperar o desembarque da esquadra do Conde da

Torre, se não foi o autor da idéia, patrocinou-a por tal forma depois, perfí-

tade ou à estima do invasor)

ííum ônus. E "desejava a cousa certa ^ Sfignra. Obrigou Dias Cardoso a vol-

Mas, a sublevação... "tardava, de\'ido à trégua, o receio de comprome ter D. João ^\^ as hesitações de Viei

Maranhão, na conformi-

ra, que — note-se — precisava acautelar

^«^pitão fez muito mais:

a sua grande riqueza"... E é êle, contudo, um braA'0 ? É ca- .

díide da propaganda de Vidal", c recomeçou a

"Fez Cardoso a diligência e voltou, jnneiro dc 45, com a nomeação de Vieidc capitão-mor e governador da

rcuçuo.

Rucrra, c a notícia de que Camarão e

Míis, quer o historiador

Henrique Dias iriam irromper no Rio

9^0 a simultaneidade da

Real."

insubmissão maranhense com a dos pemambuca-

Sc Vieira vinha negaceando cômodamontc cm Recife, sentiu-se encurra lado corno boi cm correddr e só lhe

. nos, combinada entre Vi dal e y,e.ra, não sc dera por contcm-

restava um caminho: o dc seguir para

ponzaçao do último:

^ frente. Mas, parou:

"A insurreição não explodiu, devido

"Ainda assim sc não moveu Vieira,

a nao estar tudo aplainado, talvez ain

com desespero de Cardoso, que estêvc

da por c.x,gência da chefia de Vieira,

prestes a retirar-se, quando, por fim, na

scinpre muito cauto c prudente." Negreiros, porém, não o deixa afrouxar.

na...

restauração da pátria ?

dali avançassem sob qualquer pretêxto". Nfio era uma procrastinação ? O

(1642) a insurreição do

Continuava fermentan

Voloso e Taborda". Só então conu'çx)u a arcar com al-

bir à Bahia c trazer no\'as forças que

co Bcrcnger de Andrade c outros."

do a semente sadia da reação e esta não vingava

ria, portanto, o que levou Fernandes Vieira (por amor aos devedores?) a coniprometcr-se (êle, nascido na Ma deira e enriquecido graças à boa von

Antônio Dias Cardoso c pelos oficiais

companheiro dos pernambucanos, foi procurado por Vidal, que também con-

landês".

insurreição", afirma o lúsloriador. Se

pequenos grupos, os quais se reuniram

dc Recife", comandados pelo Capitão

llio e com Na.ssau, c cjuc se fizera ir mão dc todas as confrarias, generoso por cálculo, insinuante no trato, antigo

sem par. Era o que ia fazer explodir a

sustentar "40 sokhuUis adestrados, cm

em Pernambuco, cm uma mata perto

grande ri(]nez;i, privando com o Consc-

cobrança das díWdas fraudulentas dos colonos do Brasil, com uma riolência

^'ioira, o abastado, encarregou-se de

João 1'ernandcs \'ieira, que - no te-se — tinlia ali (Recife) arranjado

libertação do bárbaro ho

rebentar pri

meiro o movimento".

juvenil r" Oiiçamos o historiador;

amor ao Brasil e de sua

128

Econômico

dêste — "sc procuraria

E que era feito do outrorn destemi

coração, todo cheio de

noutro peito melhor do que no de André.

Dicesto

retomamos.)

Hans van der Coes; e na mesma Gama

1

'ií

Dicesto Econômico

Beck, Cosmo de Crasto, Gregório de Barres, Antonio Vieira, Jacob Coets,

l,

'

Várzea dc Copiberibe,

assinaram, no

dia 15 dc maio de 45, Vieira e Antô nio Cavalcante, as nomeações dos ofi

paz dc lutar em campo aberto ?

"Vieira, já suspeito, pensou em aca bar com os chefes holandeses cm um

banquete de bodas, no qual viriam de convidados."

Esta, a sua primeira manifestação de gênio militar, com a qual não concor daram, todavia, os revolucionários do compromisso da Várzea do Capiberíbe, a cujos impxilsos Frei Manoel do Sal vador, cm missa celebrada cm junho de 45, ás portas da cidade, justamente

na matriz da Víírsca, "pregou a guerra

com desassombro".

Êsse é que foi o

grito, nunca partido da dubiedade de

Vieira. Falseia, portanto, o dicionário dc Seguier, quando lhe empresta um "grito da independência".

Ihando-a, que a tornou familiar na Ba-

"Resolveu, então, Vidal, depois dos

Iiia e fez-se a alma do plano pôsto em

acontecimentos do Maranlnâo, ir de no vo a Pernambuco afastar as hesitações

ciais com poderes de convocar o povo

execução, abraçado pelo bom Governa

dor Antônio Teles e pelo Padre Vieira,

de Vieira". . .

forçam comportas e tudo por efeito de

mesmo Vidal, por Martins Ferreira e

Vieira, onde conversou com Antônio!, Cavalcante, Amador Araújo e mais .

"A 23, os dois, com mais 16 conjurados, assinaram um compromisso so

lene para se ajudarem na restauração da pátria."

do mulato Domingos Fagundes. E a .

Convém lembrar-se que, financeira mente, as coisas não iam ao contento

(1645), se deu em 17.

já de volta, ali, e que dele soubera pelo (2) — Instituto do Açúcar e do Álcool — Série História — III — Relatório sobre

as Capitanias conquistadas no Brasil pe los holandeses (1639)

Suas condições

econômicas e sociais — Adriaen Van Der Dussen — Tradução, introdução e notas de: José Antônio Gonsalves de Mello Neto — Rio de Janeiro — 1947.

Vidal hospedou-se

em

casa

de,

pernambucanos influentes."

"Seguiu depois para sua terra natal"

't-

para tomar armas."

(a Paraíba). . . "ficando assentado, pa

dos dirigentes holandeses, os quais, a

ra satisfazer a Luna nova exigência de Vieira, que ali" — isto é, bem longe

resolveram "sobrecarregar os impostos"

fim de cobrir o déficit da Companhia, c — ouça-se bem — "tornar efetiva a

O mais prccipítou-se como águas que um incidente que fêz explodir o arrôjo irrupção,

marcada para 24 de junho

Vieira deixa a comodidade e, "per seguido pelas tropas de Blaar", não desembaínha a espada; antes... "mudou-s« para Muciape, onde reeabeu

grandes reforços, trazidos pelo inacia-


124

DiuKKTf»

no pernambucano, antigo guerrilheiro, Símão de Figreiredo, uns 800 jovens". Queriam ]forquc queriam cjue èlc comandasse! Não era Antônio Cardoso

o general da ínsurrei^-ão ?! Não eslava

Cardoso, tamlém, em Muciape? A es tas possíveis ))erguntas íntimas, o funchalense,

metido em camisa de on^c

varas, responrieu com 22 dias de imo

bilidade e indecisões. Há, quase, uma insubordinação da tropa sedentária con tra ele, que o salvo pelo mesmo Antô nio Cardoso. E combina-se... a reti rada para o Monte dos Tabocas. As

trombctas d^5 Camarão e Henrique Dias — o índio e o negro — ressoavam

prcjximo. Vai ali ferir-se a batalha de

3 de agôsto de 45, na qual perderão a vida País Cabral e João de Matos. João Fernandes Vieira, no alto do

monte, com fortes reservas, quis atirarse contra o inimigo, c pela segunda vez

foi detido feio Padre Figueiredo, que altercava com Antônio Cardoso para vigiá-lo." Que desconfiança tinha o padre da bi avura de Vieira ? "Declamou outro padre, insuflando vingança, e de crucifixo em punho lan çou-se com outros guerreiros onde mais

Econômico

combate sua guarda, na maioria de es cravos seus, aos quais prometeu liber

dade, SC bem servi.ssem. Com a che

gada desta" — como èlc esla\'a bem protegido, quase deixando ir tudo à

garra! — "os pcTnainbucanos ram pela

repeli

terc(ara vez o exército

de

Hans."

Dtcesto

Ciimprindo ordens de Antônio Teles,

mercê de um govêmo que não queria

pusera fogo nos próprios canaviais, co

reconhecê-lo".

mo fé/. \'idal com os de seu pai. E a pcrainlmlação assustada, em cpic vi\ia, não era para homem do sou feitio.

tuação de lutar contra a Nontade real. "Alguns soldados nossos, desconten

A 20 de setembro dc 45, Vida! e

Vieira, (|ue não largava, desembarca

Enterrados os mortos e descansa

ram em Itfmiararâ, de onde, tomada a

Ciirjati, onde o foram alcançar, 13 de o nao tinham encontrado mais em Ta-

mártires tios insurrelti.s, rceolliidos pelo feroz Jacoh Uabhi, no forte dos Reis A/íig(j.v. os quais são entregues ao ca-

hoca.s."

eupu' Paraupeba.

dos, a 10 (Io agosto partiu Nojeira para agõ.sto. Camarão e Henrique Dias, que

O terreno fôra abandonado pelo ven cedor I E cscrevc-sc que nesse comba te o vencedor foi o homem cuio feito maior consistiu cm p^i^ar-se da niime-

guarda com que se protegia, no faida todas as demais fôrças estiveram -

de\i'^ os terços de Vida! egreirosíigôsto, se reúnem às forças de W>

Iil»rd:'de cli-

125

Econômico

situação difícil, se retiraram em 24. Há

tpie a um dèlc.s —

Mateus Moreira — arranca o coração pelas costas, depois de entregar outros antropofagia da tribo. Vieira, indone, dá ordens c toma pro vidências dc nenhum efeito. E, funda

do o Arraial Novo dc Bom Jesus, aí c

aclamado, a 7 de outubro, governador, 'eom os eclesiásticos, as pessoas in fluentes c os oficiais da câmara c re pública das vilas de Olinda, Serinhaém, [uaraçu c da cidade dc Paraíba."

Transformara-se em santo de andor, que a procissão carregaria até o fim. O historiador acha mérito em Vieira,

E os insurretos se desorientam, na si

tes, já antes avezados a reclamações"... "tentaram assassinar Vieira, como insti

gador da guerra, que o rei tinha agom àhertumentc reprovado, e meteram-lhe uma bala no ombro". Derrama, enfim,

sangue o guerreiro contrafeito, ferido por... gente sua. Contudo, mostram-se Vidal c Vieira

animosos, decididos. Em junho, chega

ram a tentar segunda surpresa sôbre Itamaracá, sem resultados. E concor

dam numa retirada geral da Paraíba, destruindo tudo quanto pudesse ser

ÚÜl aos batavos. Ferem-se ríspidos combates esporádicos o distantes: duas tentativas contra Olinda e a captura,

por pouco tempo, de Penedo. Era a íruerra em no\-os surtos, num dos quais

— Itaparica, na Bahia — morre 'o inoi-

vidávcl Rabolinho, o incansável guer

reiro que a tôda parte acudia". Vieira está agora num baluarte, que

os insurretos estabeleceram ousadamen

sopravam, agora, a favor

quando, sem dar um passo fora das ris-

guerra passou a ter

tas dc Vidal, se decide a desobedecer

r»omo Cardoso.Vídal, que substituiu AnVieira, incólume, achouse em Casa Forte, esperando baldada-

o rei, que manda que se deixe em paz os holandeses. Pudesse ele recair nas

"Pela terceira vez, e agora com tro

mentc a esquadra de Salvador Corrêa

pas fresca enfrentou Hans os nossos, já exaustos pela peleja e sem quase

dc Sá c Bcnevides, que faltou — note-

quista dos grandes cabedais em Reci fe. ,. Não visse o que aconteceu aos

apelos dos revoltosos e decidira-se a

instiiTCtos colhidos pelas garras do fe roz Jacob Rabbi... Não haveria por

nha entra em nova fase. Vieira e Vidal passam a plano secundário.

terrível se ieria a peleja." E Vieira no alto do monte...

Tomava-se crítica a situação dos insurretos:

munições. Levou-os de vencida até o Tahocal, vizinho à mata, circunvolvente ao teso do morro." "Nova intervenção religiosa de um

padre, ao lado de Vieira, rezando alto a Jesus que desse o triunfo àqueles que por ele combatiam. Todos ofereceram seus votos a Deus, e Vieira uma igre

ja a N. S. do Destôrro, enviando ao

se — por não querer lutar contra os ho

landeses. Não seria mais realista do que o rei D. João IV, que, porfiando contra a Espanha, recebia, na Exiropa, socorros da Holanda, por ele deixada a vontade na América portuguesa. Que ideais ou ardores seriam, então, ^

graças dos que lhe facilitaram a con

tas abertas à reconciliação. E a ordem real só serviu para conduzir a mais cautelosa conspiração Vidal de Negreiros e reanimar a revolta do vellio e cansado Martim Soares, "que se tornou

os de Vieira nessa luta? Já expusera a

superior ao próprio Vieira, cujo papel

vida; já abandonara o bem-estar; já Uie corriam risco os grandes cabedais.

era de não obedecer, diz Southey, sem tornar-se um aventureiro animado à

te, mantendo o cêrco de Recife, onde os holandeses não podem descansar. Em 47, aceitam a chefia de Francis co Barreto, vindo de Portugal para mestre de campo. A Coroa cedera aos auxiliá-los... secretamente. A campa

Em 18 de março de 48, os conc^uis-

tadores recebem poderosos reforços. Tomam-se, portanto, mais atrevidos. Isso concorre para que Vieira, \'idal, Camarão e Henrique Dias se decidam a tudo. E grandes fôrças se movimen tam de parte a parte. "O nosso ex^cito, por sua vez. co-


124

DiuKKTf»

no pernambucano, antigo guerrilheiro, Símão de Figreiredo, uns 800 jovens". Queriam ]forquc queriam cjue èlc comandasse! Não era Antônio Cardoso

o general da ínsurrei^-ão ?! Não eslava

Cardoso, tamlém, em Muciape? A es tas possíveis ))erguntas íntimas, o funchalense,

metido em camisa de on^c

varas, responrieu com 22 dias de imo

bilidade e indecisões. Há, quase, uma insubordinação da tropa sedentária con tra ele, que o salvo pelo mesmo Antô nio Cardoso. E combina-se... a reti rada para o Monte dos Tabocas. As

trombctas d^5 Camarão e Henrique Dias — o índio e o negro — ressoavam

prcjximo. Vai ali ferir-se a batalha de

3 de agôsto de 45, na qual perderão a vida País Cabral e João de Matos. João Fernandes Vieira, no alto do

monte, com fortes reservas, quis atirarse contra o inimigo, c pela segunda vez

foi detido feio Padre Figueiredo, que altercava com Antônio Cardoso para vigiá-lo." Que desconfiança tinha o padre da bi avura de Vieira ? "Declamou outro padre, insuflando vingança, e de crucifixo em punho lan çou-se com outros guerreiros onde mais

Econômico

combate sua guarda, na maioria de es cravos seus, aos quais prometeu liber

dade, SC bem servi.ssem. Com a che

gada desta" — como èlc esla\'a bem protegido, quase deixando ir tudo à

garra! — "os pcTnainbucanos ram pela

repeli

terc(ara vez o exército

de

Hans."

Dtcesto

Ciimprindo ordens de Antônio Teles,

mercê de um govêmo que não queria

pusera fogo nos próprios canaviais, co

reconhecê-lo".

mo fé/. \'idal com os de seu pai. E a pcrainlmlação assustada, em cpic vi\ia, não era para homem do sou feitio.

tuação de lutar contra a Nontade real. "Alguns soldados nossos, desconten

A 20 de setembro dc 45, Vida! e

Vieira, (|ue não largava, desembarca

Enterrados os mortos e descansa

ram em Itfmiararâ, de onde, tomada a

Ciirjati, onde o foram alcançar, 13 de o nao tinham encontrado mais em Ta-

mártires tios insurrelti.s, rceolliidos pelo feroz Jacoh Uabhi, no forte dos Reis A/íig(j.v. os quais são entregues ao ca-

hoca.s."

eupu' Paraupeba.

dos, a 10 (Io agosto partiu Nojeira para agõ.sto. Camarão e Henrique Dias, que

O terreno fôra abandonado pelo ven cedor I E cscrevc-sc que nesse comba te o vencedor foi o homem cuio feito maior consistiu cm p^i^ar-se da niime-

guarda com que se protegia, no faida todas as demais fôrças estiveram -

de\i'^ os terços de Vida! egreirosíigôsto, se reúnem às forças de W>

Iil»rd:'de cli-

125

Econômico

situação difícil, se retiraram em 24. Há

tpie a um dèlc.s —

Mateus Moreira — arranca o coração pelas costas, depois de entregar outros antropofagia da tribo. Vieira, indone, dá ordens c toma pro vidências dc nenhum efeito. E, funda

do o Arraial Novo dc Bom Jesus, aí c

aclamado, a 7 de outubro, governador, 'eom os eclesiásticos, as pessoas in fluentes c os oficiais da câmara c re pública das vilas de Olinda, Serinhaém, [uaraçu c da cidade dc Paraíba."

Transformara-se em santo de andor, que a procissão carregaria até o fim. O historiador acha mérito em Vieira,

E os insurretos se desorientam, na si

tes, já antes avezados a reclamações"... "tentaram assassinar Vieira, como insti

gador da guerra, que o rei tinha agom àhertumentc reprovado, e meteram-lhe uma bala no ombro". Derrama, enfim,

sangue o guerreiro contrafeito, ferido por... gente sua. Contudo, mostram-se Vidal c Vieira

animosos, decididos. Em junho, chega

ram a tentar segunda surpresa sôbre Itamaracá, sem resultados. E concor

dam numa retirada geral da Paraíba, destruindo tudo quanto pudesse ser

ÚÜl aos batavos. Ferem-se ríspidos combates esporádicos o distantes: duas tentativas contra Olinda e a captura,

por pouco tempo, de Penedo. Era a íruerra em no\-os surtos, num dos quais

— Itaparica, na Bahia — morre 'o inoi-

vidávcl Rabolinho, o incansável guer

reiro que a tôda parte acudia". Vieira está agora num baluarte, que

os insurretos estabeleceram ousadamen

sopravam, agora, a favor

quando, sem dar um passo fora das ris-

guerra passou a ter

tas dc Vidal, se decide a desobedecer

r»omo Cardoso.Vídal, que substituiu AnVieira, incólume, achouse em Casa Forte, esperando baldada-

o rei, que manda que se deixe em paz os holandeses. Pudesse ele recair nas

"Pela terceira vez, e agora com tro

mentc a esquadra de Salvador Corrêa

pas fresca enfrentou Hans os nossos, já exaustos pela peleja e sem quase

dc Sá c Bcnevides, que faltou — note-

quista dos grandes cabedais em Reci fe. ,. Não visse o que aconteceu aos

apelos dos revoltosos e decidira-se a

instiiTCtos colhidos pelas garras do fe roz Jacob Rabbi... Não haveria por

nha entra em nova fase. Vieira e Vidal passam a plano secundário.

terrível se ieria a peleja." E Vieira no alto do monte...

Tomava-se crítica a situação dos insurretos:

munições. Levou-os de vencida até o Tahocal, vizinho à mata, circunvolvente ao teso do morro." "Nova intervenção religiosa de um

padre, ao lado de Vieira, rezando alto a Jesus que desse o triunfo àqueles que por ele combatiam. Todos ofereceram seus votos a Deus, e Vieira uma igre

ja a N. S. do Destôrro, enviando ao

se — por não querer lutar contra os ho

landeses. Não seria mais realista do que o rei D. João IV, que, porfiando contra a Espanha, recebia, na Exiropa, socorros da Holanda, por ele deixada a vontade na América portuguesa. Que ideais ou ardores seriam, então, ^

graças dos que lhe facilitaram a con

tas abertas à reconciliação. E a ordem real só serviu para conduzir a mais cautelosa conspiração Vidal de Negreiros e reanimar a revolta do vellio e cansado Martim Soares, "que se tornou

os de Vieira nessa luta? Já expusera a

superior ao próprio Vieira, cujo papel

vida; já abandonara o bem-estar; já Uie corriam risco os grandes cabedais.

era de não obedecer, diz Southey, sem tornar-se um aventureiro animado à

te, mantendo o cêrco de Recife, onde os holandeses não podem descansar. Em 47, aceitam a chefia de Francis co Barreto, vindo de Portugal para mestre de campo. A Coroa cedera aos auxiliá-los... secretamente. A campa

Em 18 de março de 48, os conc^uis-

tadores recebem poderosos reforços. Tomam-se, portanto, mais atrevidos. Isso concorre para que Vieira, \'idal, Camarão e Henrique Dias se decidam a tudo. E grandes fôrças se movimen tam de parte a parte. "O nosso ex^cito, por sua vez. co-


ir

126

Dicesto Eco.vóníico

Dicesto

127

Econômico

mandado por Francisco Barreto, dei

vereiro de 49 partiu de necife, decidi

outro iorlc, pcrclcndo-se o bravo Capi

que traduziu e anotou o relatório cm

xou o

do a transpor enfim os Guararapes. Lã

tão Barbosa Pinto.

referência (3).

Arraial e a bateria de

Asseca

bem guamecidos e foí ao encontro de Scbkoppe."

»

"Vidal, porém, apoiado por Vieira c Antônio Cardoso, opõe a Barreto o con selho da prudência" (tão ao sabor de Vieira), "dizendo que se não devia ar riscar um combate, quando se desco

nhecia a força do inimigo, c que me lhor seria ir ocupar o desfiladeiro dos

(^ararapes, a 3 léguas de Recife, ve dando assim o caminho para o sul."

Traçou-se o plano: na vanguarda,

Vidal; nos flancos, Camarão e Henri que. Vieira... na reserva.

Vidal entra em fogo às 9 da manhã de 19 de abril de 48. Henrique Dias, talha, e de tal modo as coisas se con duzem, que, assim falhando, o denodado negro concorre "para mais uma bnlhante e proveitosa carga do intré pido e glorioso Vidal". Contudo, os patriotas recuam. Os conquistadores antegozam um triunfo aniquilador. "Barreto, refazendo as suas hostes, como que pediu outro furacão a Vidal 6 este, célere, desapoderado e feliz, im

peliu os batavos para o tremedal, rompendo-lhes de novo os seus batalhões". Estavam derrotados. E Vieira ? Na re

ha\ia um posto às ordens dc Vieiní.

Barreto tomou providências. Dispunha

A 28, Bancto fa/. sua entrada triunfal

primeiros coinpunliain

mandados por Vidal, Vieira, Figueiroa,

cm Recife, ein companhia dos chefes, oficiais c dc mn esquadrão dc cavala

Diogo Camarao (sobrinlio do falecido) e JIenrique Dia.s. Na cavalaria, Antô nio Silva e Manoel .Miranda. O inimigo

invés dl- comandar a entrada.

.5 terços, co

contava com 4.200 homens ou mais.

Trava-sc a segunda peleja no mesmo local.

Vidal, sempre na vanguarda, aper tou-os implacàvelmcntc; Vieira e os outros chefes foram atacando as outras

ívisões e a derrota do inimigo foi mais estrondosa ainda do que a 19 de abri! Oo ano anterior."

Perdemos nós os bravos Paulo do

Cunha e Manoel Miranda, feridos Ví-

, Vieira e Henrique Dias (seu oitoPaulo Teixeira e ou-

^ '

desanimo os conquistadocessaram entre êles e os in-

urretos escaramuças, assaltos e e.xpe-

Rolam os tempos, até que, nos ajus tes finais entre Porhigal o Holanda, se acerta (pic esta receberá a indenização

tlc -1 milhões de cruzados, cuja quase metade (120.000 cruzados anuais em

16 anos) ficou a cargo do Brasil. Entretanto, parece que nem mesmo Austricliano do Car\'alho, que compulson numerosos autores,

teve conheci

mento dc uma particularidade valiosís■sirna, explicativa dos prováveis desígnios do Vieira, ao abandonar a fortuna e o

bcm-cslar cm Recife e entregar-se aos azares da guerra que já era velha, nela cxpondo-sc, contudo, o menos possível. Vimos que as coisas não iam bem para os conquistadores, os quais, a fim de cobrir o dcficit da Companhia, resoh'eram "sobrecarregar os impostos e

mcia-se um plano de ataque geral à praça que Nassau, já na Europa, trans-

fraudulentas dos colonos do Brasil com

na mais forte das Américas.

O citado Relatório de Adriaen Van

Camarão enfermou e veio a falecer no acampamento, em agosto, depois de

rosa esquadra portuguesa lança ferros diante de Mauricéia. Entendem-se os homens de ten'a com os de mar. Os conquistadores sentem-se perdidos. A 15 de janeiro de 54, Vidal e Viei

1630.

ria . Viiára estaria entre o.s chefes, ao

içoes, em que não se inclui o nome de leira. Recife continua sob cerco. De-

A 20 de dezembro de 53, uma pode ou desde

capitulação, que seria assinada a 26.

dc 2.000 infantes e 150 ca\alciros. Os

serva.

batalhar durante 18 anos,

Na tarde dc 23, os holandeses pedem

tornar efetiva a cobrança das dívidas uma violência sem par". Der Dussen traz, no Apenso II, a "Lis

ta dos devedores portuguêses da neerlandcsa Companhia das índias Oci dentais" (não sabemos se seriam estes os tais devedores fraudulentos), e nela,

foi de profundas conseqüências nas de cisões até mesmo da Coroa, que se in

que, e até 19 submetem duas fortale

composta de cêrca de 300 nomes, figu ra C07110 o segundo, entre os de maio res débitos, "João Fernandes Vieira, senhor dos engenhos de Carlos Fran

clinava à paz e teve que aquíescer à

zas. De 21 a 22, Vidal e Antônio Car

cisco, Santo Antônio, São José, Santana

A primeira vitória dos

Guararapes

guerra. E houve como que uma quietação. O invasor refez-se e a 17 de fe

ra, com 2.000 homens, iniciam o ata

doso empenham-se em feliz acometida à ilha de Santo Antônio

e dominam

e Ilhetas", segundo o comentário de José Antônio Gonsalves de Mello Neto,

De fato, o total da lista é de florins 4.642.196: 13: 8, c nessa cifra a par

cela correspondente a "Joan Ferdinaucíü Vieira" é de florins 321.756: 1; 8.

Entre aquêles cinco maiores devedo res figura, também, o célebre Antônio Barbalho, cujo sobrenome se perpetua

numa fortaleza colonial da capital baia na. Vê-se, na lista, a rubrica "Anth

Barbelho 155.163 : 3:"

E. para que se faça idéia do valor de tais débitos, é bastante dizer-se que se

deu o preço de 60.000 floritis à atual Casa do Conselho", em Recife, na "Lis

ta das casas que a Companhia das ín

dias Ocidentais possuía e ocupava no

Brasil, das quais se apoderaram a Co-

roa e os súditos portuguêses com a i

dicação dos respectivos va ores pela | ^ais baLxa mhacão" cotação" (Relatório (Relatório cit.). dt - Resta, pois, perguntar-se: se a vi tória não trouxesse para Vieira, como

para as três centenas de devedores, a Sminação do credor, contariam com o concurso dêle, como do de Barbalho, para não sairmos dêstes, os ideabstas brasileiros, que üveram de porfiar até

contra a vontade da Coroa portuguêsar' Essa vitória foi, pois,

para os que

deviam fabulosas importâncias ao inva

sor, que os enriquecera e os poderia empobrecer, uma solução econômica,

(3^ — De conformidade com a lista, os cinco maiores devedores eram: 1) Jorge Homem Pinto, senhor dos engenhos San

to André. Santa Catarina. São Felipe e São Tiago, Santo Antônio ou Tapoã, Nos

sa Senhora de Guadelupe e Sanflago; 2) João Fernandes Vieira, senhor dos enge nhos de Carlos Francisco, Santo Antônio,

São João, SanfAna e Ilhetas; 3) Jerônimo Cadena, senhor do Engenho São João Ba

tista: 4) Francisco Camelo Valcacer, se

nhor do Engenho Três Reis e 5) Antônio Barbalho, senhor tuba.

do

Engenho

Camara-


ir

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Dicesto Eco.vóníico

Dicesto

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Econômico

mandado por Francisco Barreto, dei

vereiro de 49 partiu de necife, decidi

outro iorlc, pcrclcndo-se o bravo Capi

que traduziu e anotou o relatório cm

xou o

do a transpor enfim os Guararapes. Lã

tão Barbosa Pinto.

referência (3).

Arraial e a bateria de

Asseca

bem guamecidos e foí ao encontro de Scbkoppe."

»

"Vidal, porém, apoiado por Vieira c Antônio Cardoso, opõe a Barreto o con selho da prudência" (tão ao sabor de Vieira), "dizendo que se não devia ar riscar um combate, quando se desco

nhecia a força do inimigo, c que me lhor seria ir ocupar o desfiladeiro dos

(^ararapes, a 3 léguas de Recife, ve dando assim o caminho para o sul."

Traçou-se o plano: na vanguarda,

Vidal; nos flancos, Camarão e Henri que. Vieira... na reserva.

Vidal entra em fogo às 9 da manhã de 19 de abril de 48. Henrique Dias, talha, e de tal modo as coisas se con duzem, que, assim falhando, o denodado negro concorre "para mais uma bnlhante e proveitosa carga do intré pido e glorioso Vidal". Contudo, os patriotas recuam. Os conquistadores antegozam um triunfo aniquilador. "Barreto, refazendo as suas hostes, como que pediu outro furacão a Vidal 6 este, célere, desapoderado e feliz, im

peliu os batavos para o tremedal, rompendo-lhes de novo os seus batalhões". Estavam derrotados. E Vieira ? Na re

ha\ia um posto às ordens dc Vieiní.

Barreto tomou providências. Dispunha

A 28, Bancto fa/. sua entrada triunfal

primeiros coinpunliain

mandados por Vidal, Vieira, Figueiroa,

cm Recife, ein companhia dos chefes, oficiais c dc mn esquadrão dc cavala

Diogo Camarao (sobrinlio do falecido) e JIenrique Dia.s. Na cavalaria, Antô nio Silva e Manoel .Miranda. O inimigo

invés dl- comandar a entrada.

.5 terços, co

contava com 4.200 homens ou mais.

Trava-sc a segunda peleja no mesmo local.

Vidal, sempre na vanguarda, aper tou-os implacàvelmcntc; Vieira e os outros chefes foram atacando as outras

ívisões e a derrota do inimigo foi mais estrondosa ainda do que a 19 de abri! Oo ano anterior."

Perdemos nós os bravos Paulo do

Cunha e Manoel Miranda, feridos Ví-

, Vieira e Henrique Dias (seu oitoPaulo Teixeira e ou-

^ '

desanimo os conquistadocessaram entre êles e os in-

urretos escaramuças, assaltos e e.xpe-

Rolam os tempos, até que, nos ajus tes finais entre Porhigal o Holanda, se acerta (pic esta receberá a indenização

tlc -1 milhões de cruzados, cuja quase metade (120.000 cruzados anuais em

16 anos) ficou a cargo do Brasil. Entretanto, parece que nem mesmo Austricliano do Car\'alho, que compulson numerosos autores,

teve conheci

mento dc uma particularidade valiosís■sirna, explicativa dos prováveis desígnios do Vieira, ao abandonar a fortuna e o

bcm-cslar cm Recife e entregar-se aos azares da guerra que já era velha, nela cxpondo-sc, contudo, o menos possível. Vimos que as coisas não iam bem para os conquistadores, os quais, a fim de cobrir o dcficit da Companhia, resoh'eram "sobrecarregar os impostos e

mcia-se um plano de ataque geral à praça que Nassau, já na Europa, trans-

fraudulentas dos colonos do Brasil com

na mais forte das Américas.

O citado Relatório de Adriaen Van

Camarão enfermou e veio a falecer no acampamento, em agosto, depois de

rosa esquadra portuguesa lança ferros diante de Mauricéia. Entendem-se os homens de ten'a com os de mar. Os conquistadores sentem-se perdidos. A 15 de janeiro de 54, Vidal e Viei

1630.

ria . Viiára estaria entre o.s chefes, ao

içoes, em que não se inclui o nome de leira. Recife continua sob cerco. De-

A 20 de dezembro de 53, uma pode ou desde

capitulação, que seria assinada a 26.

dc 2.000 infantes e 150 ca\alciros. Os

serva.

batalhar durante 18 anos,

Na tarde dc 23, os holandeses pedem

tornar efetiva a cobrança das dívidas uma violência sem par". Der Dussen traz, no Apenso II, a "Lis

ta dos devedores portuguêses da neerlandcsa Companhia das índias Oci dentais" (não sabemos se seriam estes os tais devedores fraudulentos), e nela,

foi de profundas conseqüências nas de cisões até mesmo da Coroa, que se in

que, e até 19 submetem duas fortale

composta de cêrca de 300 nomes, figu ra C07110 o segundo, entre os de maio res débitos, "João Fernandes Vieira, senhor dos engenhos de Carlos Fran

clinava à paz e teve que aquíescer à

zas. De 21 a 22, Vidal e Antônio Car

cisco, Santo Antônio, São José, Santana

A primeira vitória dos

Guararapes

guerra. E houve como que uma quietação. O invasor refez-se e a 17 de fe

ra, com 2.000 homens, iniciam o ata

doso empenham-se em feliz acometida à ilha de Santo Antônio

e dominam

e Ilhetas", segundo o comentário de José Antônio Gonsalves de Mello Neto,

De fato, o total da lista é de florins 4.642.196: 13: 8, c nessa cifra a par

cela correspondente a "Joan Ferdinaucíü Vieira" é de florins 321.756: 1; 8.

Entre aquêles cinco maiores devedo res figura, também, o célebre Antônio Barbalho, cujo sobrenome se perpetua

numa fortaleza colonial da capital baia na. Vê-se, na lista, a rubrica "Anth

Barbelho 155.163 : 3:"

E. para que se faça idéia do valor de tais débitos, é bastante dizer-se que se

deu o preço de 60.000 floritis à atual Casa do Conselho", em Recife, na "Lis

ta das casas que a Companhia das ín

dias Ocidentais possuía e ocupava no

Brasil, das quais se apoderaram a Co-

roa e os súditos portuguêses com a i

dicação dos respectivos va ores pela | ^ais baLxa mhacão" cotação" (Relatório (Relatório cit.). dt - Resta, pois, perguntar-se: se a vi tória não trouxesse para Vieira, como

para as três centenas de devedores, a Sminação do credor, contariam com o concurso dêle, como do de Barbalho, para não sairmos dêstes, os ideabstas brasileiros, que üveram de porfiar até

contra a vontade da Coroa portuguêsar' Essa vitória foi, pois,

para os que

deviam fabulosas importâncias ao inva

sor, que os enriquecera e os poderia empobrecer, uma solução econômica,

(3^ — De conformidade com a lista, os cinco maiores devedores eram: 1) Jorge Homem Pinto, senhor dos engenhos San

to André. Santa Catarina. São Felipe e São Tiago, Santo Antônio ou Tapoã, Nos

sa Senhora de Guadelupe e Sanflago; 2) João Fernandes Vieira, senhor dos enge nhos de Carlos Francisco, Santo Antônio,

São João, SanfAna e Ilhetas; 3) Jerônimo Cadena, senhor do Engenho São João Ba

tista: 4) Francisco Camelo Valcacer, se

nhor do Engenho Três Reis e 5) Antônio Barbalho, senhor tuba.

do

Engenho

Camara-


Dicesto

128

Econômico

credora,

exemplo, certamente não emprestaria à insurreição contra os liolandcscs o pres

iriam acrescer os cabedais som maiores embaraços.

tígio (1(1 seu nome c, cautelosamente, o vigor do seu braço, (;lo, um dos mais

com a qual recuperaram os bens arris cados, e, li\Tes da poderosa

E suas dívidas, pagou-as anos a fio

o Brasil à Holanda, no cômputo da queles 120.000 cnizados anuais, tle^sseis vezes.

Não lioiivesse as dívidas, Vieira, por

Divulgação de problemas filosóficos

ricos portiigm/scs que em Recife dos-

Paulo Edmub de Souza Queiboz

fruta\'am as hoa.s graças do invasor. E III

a vitória dos incansáveis lutadores bra

sileiros custaria mais tempo, mais san gue e mais vidas do (pie lhes custou, se pudessem um dia consegui-la.

O Existencialismo

"^^iMos O impasse a que chegou o ra- o quàl tende, lc\'ado por uma fôrça ín ciomilisnío idealista com a crítica

da razão pura dc Emanuel Kant. Pela razão jamais cbegarcmos a entrar em contato com o ser cm si.

A metafísica

racional é impossível, porque conhecer uin objeto exige que êle nos apareça sob o aspecto espacial c temporal, peculiar a todos os fenômenos.

O ser em si

independe do espaço, do tenipo e das categorias da razão que constituem o li-

niite inapclásel do homem, conhecedor

de coisas. Espaço, tempo e categorias, são os pós com que anda a nossa razão.

Eora do espaço e do tempo ela é uma rocia girando no \'ácuo, incapaz de con duzir o homem a parte alguma. Estavam definitivamente cerradas as

portas da metafísica? Kant mesmo se en

carregou dc abri-las, c como os ventos turbinosos libertos por Éolo de suas ca

vernas, no princípio da Eneida, o pensanicnto humano varejou outra vez a terra,

foi-mando as tempestades que vieram abalar em seus alicerces a pobre se gurança do mundo moderno. O homem não se põe, exclusivamente, como conhecedor dc coisas. i-.r-i - V

Se a razão

constitui uma peculiaridade sua, não é a única nem sequer a principal. Antes de mais nada, o homem é também um

51: a'

ser moral.

Como a razão depende de

formas da sensibilidade e de categorias

indispensáveis ao seu desenvolvimento, o homem, como ser total, depende tam bém, para existir tal qual é, de uma transcendência, de um pólo ético para

tima essencial em sua natureza - sua

consciência moral. O homem é fenô

meno sujeito ás determinações das leis

naturais de espaço e tempo, na medida

em que é corpo e psicologia animaJ. Mas èle transcende seu coqjoj não se cscota na análise do seu corpo. Seu es

pírito não está sujeito a leis válidas Apenas no reino espacial e temporal. I-íá um magnetismo moral regulando a

conduta humana na sua dimensão espi ritual. As linhas do espírito sao. muitas vèzes. antagônicas ás linhas da nature

za onde se revelam os fenômenos captaveis peln

^

quando consegue impor ao corpo as determinações da ahna ou do espmto. O ideal do corpo deve subordinar-se ao ideal ético. Só o santo reaUza na terra essa subordinação. O homem tem, em

si mesmo, a forma ética através da qual

con-^egue distinguir o bem e o mal.

Ê bom o homem que faz prevalecer em

si o imperativo moral, existente em todos os seus semelhantes. Mas êle só poderá

ser bom ou mau se fôr livre. Se não houvesse liberdade não poderia haver classificação nem julgamento. Mas a liberdade está forçosamente acima das determinações e das leis necessárias, do

mundo das aparências, envolvido pelo espaço e o tempo matemático. O ho mem sabe, por uma visão direta, intui tivamente, sem interferência de nenhuma

demonstração racional, o que é o bem


Dicesto

128

Econômico

credora,

exemplo, certamente não emprestaria à insurreição contra os liolandcscs o pres

iriam acrescer os cabedais som maiores embaraços.

tígio (1(1 seu nome c, cautelosamente, o vigor do seu braço, (;lo, um dos mais

com a qual recuperaram os bens arris cados, e, li\Tes da poderosa

E suas dívidas, pagou-as anos a fio

o Brasil à Holanda, no cômputo da queles 120.000 cnizados anuais, tle^sseis vezes.

Não lioiivesse as dívidas, Vieira, por

Divulgação de problemas filosóficos

ricos portiigm/scs que em Recife dos-

Paulo Edmub de Souza Queiboz

fruta\'am as hoa.s graças do invasor. E III

a vitória dos incansáveis lutadores bra

sileiros custaria mais tempo, mais san gue e mais vidas do (pie lhes custou, se pudessem um dia consegui-la.

O Existencialismo

"^^iMos O impasse a que chegou o ra- o quàl tende, lc\'ado por uma fôrça ín ciomilisnío idealista com a crítica

da razão pura dc Emanuel Kant. Pela razão jamais cbegarcmos a entrar em contato com o ser cm si.

A metafísica

racional é impossível, porque conhecer uin objeto exige que êle nos apareça sob o aspecto espacial c temporal, peculiar a todos os fenômenos.

O ser em si

independe do espaço, do tenipo e das categorias da razão que constituem o li-

niite inapclásel do homem, conhecedor

de coisas. Espaço, tempo e categorias, são os pós com que anda a nossa razão.

Eora do espaço e do tempo ela é uma rocia girando no \'ácuo, incapaz de con duzir o homem a parte alguma. Estavam definitivamente cerradas as

portas da metafísica? Kant mesmo se en

carregou dc abri-las, c como os ventos turbinosos libertos por Éolo de suas ca

vernas, no princípio da Eneida, o pensanicnto humano varejou outra vez a terra,

foi-mando as tempestades que vieram abalar em seus alicerces a pobre se gurança do mundo moderno. O homem não se põe, exclusivamente, como conhecedor dc coisas. i-.r-i - V

Se a razão

constitui uma peculiaridade sua, não é a única nem sequer a principal. Antes de mais nada, o homem é também um

51: a'

ser moral.

Como a razão depende de

formas da sensibilidade e de categorias

indispensáveis ao seu desenvolvimento, o homem, como ser total, depende tam bém, para existir tal qual é, de uma transcendência, de um pólo ético para

tima essencial em sua natureza - sua

consciência moral. O homem é fenô

meno sujeito ás determinações das leis

naturais de espaço e tempo, na medida

em que é corpo e psicologia animaJ. Mas èle transcende seu coqjoj não se cscota na análise do seu corpo. Seu es

pírito não está sujeito a leis válidas Apenas no reino espacial e temporal. I-íá um magnetismo moral regulando a

conduta humana na sua dimensão espi ritual. As linhas do espírito sao. muitas vèzes. antagônicas ás linhas da nature

za onde se revelam os fenômenos captaveis peln

^

quando consegue impor ao corpo as determinações da ahna ou do espmto. O ideal do corpo deve subordinar-se ao ideal ético. Só o santo reaUza na terra essa subordinação. O homem tem, em

si mesmo, a forma ética através da qual

con-^egue distinguir o bem e o mal.

Ê bom o homem que faz prevalecer em

si o imperativo moral, existente em todos os seus semelhantes. Mas êle só poderá

ser bom ou mau se fôr livre. Se não houvesse liberdade não poderia haver classificação nem julgamento. Mas a liberdade está forçosamente acima das determinações e das leis necessárias, do

mundo das aparências, envolvido pelo espaço e o tempo matemático. O ho mem sabe, por uma visão direta, intui tivamente, sem interferência de nenhuma

demonstração racional, o que é o bem


Dxcesto 180

HjHinpiiui .n.

Econômico

w

131

Dicesto Econômico

namarca, nas ruas liumildes de Copeo seu caminho na direção dêsses dois

"O racional é real c o real é racional."

nliaguc.

serávelmentc o seu próprio destino. .An gústia e desespero são o aguilhão per manente que o lança para o futuro, nu

pólos. Lívtc e responsável. Postulada a

Essa afirmação

resume o pen.samcnto

Não sei porque, tôda vez quo devo

liberdade e os novos caminhos humanos

profundo do grande Ilegcl. O artista, o

falar em Siiren Kierkegaard, \cm-me á

ma ansiedade irremediável. A fé num

na direção de algo que não é objeto

poeta Sehellitig. considera como funda-

nieinória uma cena do admirável roman

Deus que se esconde c uma conquista

de conhecimento, mas sim de intuição

inetito de tudo a identidade absoluta, a harmonia uni\er.sal, na síntese dos con

ce clc l'auconuier Malaisie:

trários.

pela lerrixel suscetiliilidadc do sua raça,

não racional, estava aberta novamen

te a possibilidade de uma pesquisa me tafísica, não mais através da ra>:ão, cuja passagem para ésse campo c vedada, como vimos, mas de outra índole, ín

dole intuitiva, con%ácção a que se chega

Todos (.-ssc-s sistemas, admiráveis como construção, apartam-se de tal modo da

nossa rca!i<lade cotidiana, em fuga ir

Um rapa/, malaio dc 18 ano.s movido

ferira de morli- um alto representante do go\érn(i da illia, pertencente à Inglater ra, e escoiulera-so na floresta. A polí

através de uma "revelação interior de ordem mística", decorrente da livre

resistível para um iniindo dc idéias, que nao podiam deixar do pro\ocar, como

cia inglesa aguardava sua volta em uma

orientação moral do homem.

pro\()caram, uma violenta reação.

que dos sinos, anunciando a morte do

Por muitos anos, o absoluto, que os homens voltaram a procurar, ia ser al cançado, na afirmação de grandes pen

\ez a terra, onde em uma de suas dire

sadores, de um jacto, num instante de

clarividência, vislumbrado pelas

E o pensamento filosófico desce outra

ções se mantém, longamente, marcando passo sem deslocar-se. Gerou-o Augusto

'Omte c^oni o positi\'isnio, o qual \'eio,

portas da liberdade, abertas so

finalmente, desembocar na po

bre novas perspectivas metafísi cas. E dessas súbitas intuições

derosa corrente hodícma do nco-

se iriam desenvolver os monu mentais sistemas do idealismo

objetivo alemão. Aparecem sucessivamente, no meio das convulsões políticas provocadas pela Revolução Francesa, os grandes gê nios germânicos lohan Gottlieb Fichtc, Georg Wilhelm Fricderich Hegel, Friederich Wilhelm lohan von Schelling. Em todos eles o sistema principia

pelo que chamam de uma intuição in telectual. O primeiro dêles, moralis ta, vê na sua repentina visão a cons

ciência moral de um "eu" absoluto, um "eu" fusão de toda a subjetividade uni versal, acima de todos os "eus" particula

positivismo científico. Em outra

direção, o idealismo objetivo de Hegel foi aceito no que tinha de método dialélieo, o o espíri to absoluto, rcsolvcndo-se em

matéria, concretizou o pensa-

men o marxista — o malorialisino histó-

'00 e lalético. Em otitra direção, o lioniem concreto o individual crispou-se c entro de seus problemas concretos o inivK uais, recusando-se

heròicamentc,

pe{|uena cidade, certa de que ao repiferitlo, até então agoni/^mtc, o moço ma laio, sentindo-se perdido, entraria naque

le i slado de e.xaccrbação psicológica dcsIruidora, a que se dá o nome dc "amok", o viria sozinho, para lutar até morrer c<mlra lòda a máquina social. Em uma

profunda perspectiva, alongava-se, a perder dc vista, a rua principal da vila,' fpic desembocava na estrada, marginal â floresta misteriosa e virgem. Quando os sinos dobraram, finalmente, a finados,

todos os ollios se fi.xaram no trágico ca minho que parecia penetrar até a alma dolorosa c transtornada do "amok"; e, realmente, da névoa da distância, na ca

dência de um passo acelerado, leve e gracioso como um bailarino, surgiu o

adolescente enlouquecido, com o punhal

a rave.s dc novos gênios, a essa aliena ção de todas as coisas, com o homem entre elas, a um processo monstnioso de

contra a estrutura monumental do idea

um organismo geral, que absorve, tritu-

lismo hegeliano, dominador do pensa

m e consome a essência

inconfundível

malaio brilhando em sua mão direita.

Soren Kierkegaard

rompe sòzinho

mento ocidental, e, em sua breve exis

Eni o prenúncio da nova crise lemvel que se preparava. Todos os sistemas idcalista^v O" positivistas do século pas sado vinham imbuídos de um otimismo

progressista de que os últimos ecos nos vêm, atualmente, da Rússia transtorna da. O homem se esquecia de sí mesmo e dc sua dor, concreta e intransferível, pa

ra celebrar, cm hinos e cantos, a glória

de alguma coisa que estava fora dêle e

já não tinha oUios para ver que tudo aquilo era obra sua, ídolo por êle cons truído c só por êle dirinizado. Razao

absoluta, eu absoluto, identidade absoluta lei moral, sociedade sem classes. M tos que os próprios homens projetam à sua frente e atrás dos quais con-em de-

scspcraclainente, até que se desfaçam ^

como as miragens dos desertos. H Do verdadeiro problema existencial

humano, já haviam dado conta, na des

coberta da própria solidão, gemes iso lados de quase tôdas as épocas. A par tir de Kierkegaard, todaria, começa a

sistematizaçáo das direções do pensa

mento, chamadas hoje, conjuntamente, de existenciaHsmo. Originado de uma

tcncialismo, na desnorteante situação a á que chegou o homem moderno, atraiu a

abre a consciência do homem para a sua

situação de abandonado, sob o céu de

sucessivas sobre temas dc uma região

tência, na graça luminosa do seu estilo,

res e superior a êles, como a origem e o fundamento do ser. O segundo, racíona-

as primeiras notas da melodia existencia

bronze das maldições mosaicas, que se

lista ímpenítente, vê o mundo como a ma

lista, que não é ouvida no rumor apaixo-

uma agudeza incomparável, meditações humana quase esquecida

pelo pensa-

nante da torrente idealista alemã. A sin

abre apenas para o cavaleiro da fé. Nenhum ponto de apoio. Nenhum pó

fonia do existencialismo, entretanto, en

lo ético norteador. O homem é ser no

A filosofia se faz vida. A consciência

toa realmente o seu primeiro tema de-

mundo, obrigado a construir livre e mi-

da liberdade que constitui o ser humano

sesperado e solitário, em terras da Di

,

atitude profundamente religiosa, o exis- j

atenção formidável de pensadores ateus ou não, os quais desenvolveram, com ^

do particular. Com Maíne de Biran na França, soam

nifestação da razão absoluta que, dialo gando interminàvelmente consigo mes ma, se explicita dialèticamente na região das coisas particulares em nosso mundo.

permanentemente ameaçada e inshn-el, como a glória napoicônica.

mente.


Dxcesto 180

HjHinpiiui .n.

Econômico

w

131

Dicesto Econômico

namarca, nas ruas liumildes de Copeo seu caminho na direção dêsses dois

"O racional é real c o real é racional."

nliaguc.

serávelmentc o seu próprio destino. .An gústia e desespero são o aguilhão per manente que o lança para o futuro, nu

pólos. Lívtc e responsável. Postulada a

Essa afirmação

resume o pen.samcnto

Não sei porque, tôda vez quo devo

liberdade e os novos caminhos humanos

profundo do grande Ilegcl. O artista, o

falar em Siiren Kierkegaard, \cm-me á

ma ansiedade irremediável. A fé num

na direção de algo que não é objeto

poeta Sehellitig. considera como funda-

nieinória uma cena do admirável roman

Deus que se esconde c uma conquista

de conhecimento, mas sim de intuição

inetito de tudo a identidade absoluta, a harmonia uni\er.sal, na síntese dos con

ce clc l'auconuier Malaisie:

trários.

pela lerrixel suscetiliilidadc do sua raça,

não racional, estava aberta novamen

te a possibilidade de uma pesquisa me tafísica, não mais através da ra>:ão, cuja passagem para ésse campo c vedada, como vimos, mas de outra índole, ín

dole intuitiva, con%ácção a que se chega

Todos (.-ssc-s sistemas, admiráveis como construção, apartam-se de tal modo da

nossa rca!i<lade cotidiana, em fuga ir

Um rapa/, malaio dc 18 ano.s movido

ferira de morli- um alto representante do go\érn(i da illia, pertencente à Inglater ra, e escoiulera-so na floresta. A polí

através de uma "revelação interior de ordem mística", decorrente da livre

resistível para um iniindo dc idéias, que nao podiam deixar do pro\ocar, como

cia inglesa aguardava sua volta em uma

orientação moral do homem.

pro\()caram, uma violenta reação.

que dos sinos, anunciando a morte do

Por muitos anos, o absoluto, que os homens voltaram a procurar, ia ser al cançado, na afirmação de grandes pen

\ez a terra, onde em uma de suas dire

sadores, de um jacto, num instante de

clarividência, vislumbrado pelas

E o pensamento filosófico desce outra

ções se mantém, longamente, marcando passo sem deslocar-se. Gerou-o Augusto

'Omte c^oni o positi\'isnio, o qual \'eio,

portas da liberdade, abertas so

finalmente, desembocar na po

bre novas perspectivas metafísi cas. E dessas súbitas intuições

derosa corrente hodícma do nco-

se iriam desenvolver os monu mentais sistemas do idealismo

objetivo alemão. Aparecem sucessivamente, no meio das convulsões políticas provocadas pela Revolução Francesa, os grandes gê nios germânicos lohan Gottlieb Fichtc, Georg Wilhelm Fricderich Hegel, Friederich Wilhelm lohan von Schelling. Em todos eles o sistema principia

pelo que chamam de uma intuição in telectual. O primeiro dêles, moralis ta, vê na sua repentina visão a cons

ciência moral de um "eu" absoluto, um "eu" fusão de toda a subjetividade uni versal, acima de todos os "eus" particula

positivismo científico. Em outra

direção, o idealismo objetivo de Hegel foi aceito no que tinha de método dialélieo, o o espíri to absoluto, rcsolvcndo-se em

matéria, concretizou o pensa-

men o marxista — o malorialisino histó-

'00 e lalético. Em otitra direção, o lioniem concreto o individual crispou-se c entro de seus problemas concretos o inivK uais, recusando-se

heròicamentc,

pe{|uena cidade, certa de que ao repiferitlo, até então agoni/^mtc, o moço ma laio, sentindo-se perdido, entraria naque

le i slado de e.xaccrbação psicológica dcsIruidora, a que se dá o nome dc "amok", o viria sozinho, para lutar até morrer c<mlra lòda a máquina social. Em uma

profunda perspectiva, alongava-se, a perder dc vista, a rua principal da vila,' fpic desembocava na estrada, marginal â floresta misteriosa e virgem. Quando os sinos dobraram, finalmente, a finados,

todos os ollios se fi.xaram no trágico ca minho que parecia penetrar até a alma dolorosa c transtornada do "amok"; e, realmente, da névoa da distância, na ca

dência de um passo acelerado, leve e gracioso como um bailarino, surgiu o

adolescente enlouquecido, com o punhal

a rave.s dc novos gênios, a essa aliena ção de todas as coisas, com o homem entre elas, a um processo monstnioso de

contra a estrutura monumental do idea

um organismo geral, que absorve, tritu-

lismo hegeliano, dominador do pensa

m e consome a essência

inconfundível

malaio brilhando em sua mão direita.

Soren Kierkegaard

rompe sòzinho

mento ocidental, e, em sua breve exis

Eni o prenúncio da nova crise lemvel que se preparava. Todos os sistemas idcalista^v O" positivistas do século pas sado vinham imbuídos de um otimismo

progressista de que os últimos ecos nos vêm, atualmente, da Rússia transtorna da. O homem se esquecia de sí mesmo e dc sua dor, concreta e intransferível, pa

ra celebrar, cm hinos e cantos, a glória

de alguma coisa que estava fora dêle e

já não tinha oUios para ver que tudo aquilo era obra sua, ídolo por êle cons truído c só por êle dirinizado. Razao

absoluta, eu absoluto, identidade absoluta lei moral, sociedade sem classes. M tos que os próprios homens projetam à sua frente e atrás dos quais con-em de-

scspcraclainente, até que se desfaçam ^

como as miragens dos desertos. H Do verdadeiro problema existencial

humano, já haviam dado conta, na des

coberta da própria solidão, gemes iso lados de quase tôdas as épocas. A par tir de Kierkegaard, todaria, começa a

sistematizaçáo das direções do pensa

mento, chamadas hoje, conjuntamente, de existenciaHsmo. Originado de uma

tcncialismo, na desnorteante situação a á que chegou o homem moderno, atraiu a

abre a consciência do homem para a sua

situação de abandonado, sob o céu de

sucessivas sobre temas dc uma região

tência, na graça luminosa do seu estilo,

res e superior a êles, como a origem e o fundamento do ser. O segundo, racíona-

as primeiras notas da melodia existencia

bronze das maldições mosaicas, que se

lista ímpenítente, vê o mundo como a ma

lista, que não é ouvida no rumor apaixo-

uma agudeza incomparável, meditações humana quase esquecida

pelo pensa-

nante da torrente idealista alemã. A sin

abre apenas para o cavaleiro da fé. Nenhum ponto de apoio. Nenhum pó

fonia do existencialismo, entretanto, en

lo ético norteador. O homem é ser no

A filosofia se faz vida. A consciência

toa realmente o seu primeiro tema de-

mundo, obrigado a construir livre e mi-

da liberdade que constitui o ser humano

sesperado e solitário, em terras da Di

,

atitude profundamente religiosa, o exis- j

atenção formidável de pensadores ateus ou não, os quais desenvolveram, com ^

do particular. Com Maíne de Biran na França, soam

nifestação da razão absoluta que, dialo gando interminàvelmente consigo mes ma, se explicita dialèticamente na região das coisas particulares em nosso mundo.

permanentemente ameaçada e inshn-el, como a glória napoicônica.

mente.


Dícesto Econômico

132

ir

Dií'1-stci

188

EcoNÓNnco

é de súbito desperta ante o impasse

tas, as impressões unidas por liáliito nos

surgido nos caminhos do progresso in definido, que antes se supunliam necessá

so,

rios e seguros. O progresso não sendo

uma sutil insinuação realista.

total, não arrastando consigo a multipli cidade infinita da realidade humana, po

sem o íjiu-rer, proeuraiam um

sua condição histiirica e particular. Po deremos. por exemplo, ver uma árvore enquanto árvore dotenninada, c, dadas suas earacterislicas especiais, diremos

de iluminar apenas setores isoladíjs da

sa í*m si", o .ser autêntico do mundo. Es

sua história. Verificamos hoje, na an gústia que nos oprime, que o progresso

<pie se trata de nm ipê ou de um cedro. Mas podemos também procurar escla

sa ilusão, Kanl mesmo não a conseguiu destruir. Quando Descartes declara

todo o conjunto de impressões que nos

"penso, logo e.xisto". afirma, cm reali

pode dar a noção de ár\*orc, procurar

dade, "penso, logo existcí uma substân

descrever em que ,se resume a "arvoridad(«" — se assim pudéssemos dizer — desprendida das .sua.s concrcções indivi

meramente técnico pode até mesmo im

plicar um pavoroso regresso espiritual. Só hoje podemos sentir a ameaça tre menda contida na profecia de Nietzsehe: "Uma nova barbárie se prepara e a ciên cia estará a seu serviço". Não havendo

progresso como totalidade, essa noção se re\'elou uni "flatus \'ocLs", um soni sem sentido. Como na era cartcsiana, faz-se mister, hoje, reconstruir outra vez todo um edifício que vai desmoronando lentamente por ter sido construído sobre areia. A tempestade aí está — e o nosso mundo ameaça "padecer ruína". O e.xístencialismo, menos do cjue uma corrente definida da filosofia, constitui

hoje uma atmosfera de meditação, onde as divergências e contradições se acu mulam, mas onde também os problemas se agitam como o,s ramos das grandes ári'ores florestais, movidos pelo mesmo sopro de mistério

O ponto de partida do pensamento existencial nos é dado também por uma evidência imediata. A única coisa que sabemos, por uma intuição direta, ime

em conccíto.s iinprcei.sos c vazios,

deixara

penetrar em .seu pensamento Todos,

núcleo substancial (|ue se rev elasse como a "coi

cia pensante cpie sou eu". Separa ini cialmente, e cie forma inválida, a subs tância pensante, do mundo dentro do

<-vidèneia imediata (pie lemos é a de

tos existencialistas fazem, hoje,

(pie existimos no mundo.

ciosamente, a descrição do fe

"Existir-no-

munclo" forma uin conceito só e iiisep'^"

seu contorno. Penetrara, de forma estra

ja me (uicontro no mundo. Já penso com o mundo, por meio do mundo. Não

clade ou a má-fé poderiam, como o fize ram, atribuir um sentido dissoluto a

um pensamento de uma importiincia e recuperar um senüdo profundo para

grandeza que só aquêles empenhados em a

vida podem compreender. O cxislencíalismo, como ficou dito, parte, como o idealismo, para sua interpretação ontológica da realidade, de um dado intuiti vo — "o ser-no-mundo", o ser-

em-situação" que somos cada um de nós. Ser no mundo nos obriga a agir sôbre êsse mimdo a procurar a realizaçao d.

berdade que em pennanentc ação constrói, continuamente,

lícito separar o pensamento do contéirno onde ele é gerado. Ortcga y Gns-

o ser (íxistcnte. Em contrapo

sição aos outros objetos do nos

fct sintetiza a tese existencialista ein fór-

so contôrno, perdidos na sua inamovível indiferença, presos à cadeia da causali dade, a existência se agita adejando sô-

"Hila magistral: "Eu sou eu c mínha.s É como se houvesse

um EU grande c indivisível, composto cie ser circunstâncias, onde se inclui des de o nosso corpo até o mundo sideral

bre as circunstancias como uma borbo

leta atormentada, escolbendo a floração

do seu destino, cujo traçado vai fixan do, no tempo, a forma do seu ser. A

que nos cerca, e ser vida, ser existência.

E.s.se EU indivisível age em uma situa

existência

ção. E para este "ser cm situação" que somos nos mesmos, único que cada um f..'*

é livre de ir realizando as

possibilidades em que se abre a sua si tuação. A morte encerra essa forma de ser que se vai definindo na concretiza ção de algumas das suas possibilidades. A morte 6 a situação limite da exis

vez.

tência.

Por enquanto os existencialistas pro curam fazer apenas a descrição fenomenológica da existência. O método exis

dentro da perspectiva existencial tem si

A análise da liberdade compreendida .m

nossa e-xistência dentro de cer

to quadro circunstancial,'que se por ^

lado nos permite exisür. oferece, por ou lio resistlncias a essa mesma existencm.

A nossa ação no mundo e múltipla pensamos sÔbre tudo que constitui essa parte de nós, as nossas circunstancias Tôda nossa atuação depende de um proieto preliminar, precedendo nossa ah^dadc. Êsse projeto decorre da liberdade nlantamos, colhemos, comerciamos e

da e.\istência. Projetamos plantar para coUiêr, projetamos vender a nossa co lheita para, com o produto, realizar no vos projetos. Quando as coisas resistem aos nossos projetos, pensamos sobre a razão da resistência para poder contorPensar é também um projeto vi-

do o tema permanente da cogitação dos

ná-la

tal. Tudo quanto consmui ptud nua uui

nha, o pensamento idealista, um germe

tencial é um método fenomenológico.

maiores filósofos modernos. O próprio

Método pelo qual procuramos ver e des

Sartre, tão discutido, até mesmo em sua

crever a coisa como fenômeno isolado da

obra literária, mantém-se dentro do pro

blema fundamental. íkskLii.íi.!/■

ali se revela a (íxistoneia na sua mais desnorteante estranheza. Só a \iilgari-

berdade em cricunstáncias. Li

de realismo, e até Hume, reconhecendo como realidade apenas as vivências sol

■ÍLÍ}it'h .1

Todos os campos de ação da liberdade são explorado.s. Sc êle penetra com rei terada freqüência o campo sexual, é que

mo liberdade em situação. Li

inai.s pen.sar, sentir, (pie quando penso

de nós conhece como realmente existen

por título "Les clicmins de Ia liberté". Sente-se no titulo a intenção do autor.

'nuua, vista, inicialmente, co

porque.' penso, chívo primeiro sentir, não

circunstâncias".

minu

nômeno vida ou 6'.V(stdncj(7 Ini-

ravel. Quando eu suponho (pie existo

te, por intuição imediata, por fusão exis tencial, criam-se mil problemas outra

substancial entre o "eu" e o seu mundo,

A isso SC chama fazer uma aná-

lis(! fenomenol(')giea de um objeto. Mui

diata, independente de prova racional, é sein" de Heideggar. Estamos aí, arro

duais.

qual ela pensa. Na verdade, a priiucini'

que existimos no mundo. Somos o "dajados em uma situação. O idealismo postulava inicialmente uma separação

recer o que coUvStitui o fenômeno árvore,

seus romances mais significativos tem

A seqüência dos

Tudo quanto constitui para nós um

problema, recebe sempre a mesma per1

n

mpçmr»

i

minta formulada desde o princípio: —


Dícesto Econômico

132

ir

Dií'1-stci

188

EcoNÓNnco

é de súbito desperta ante o impasse

tas, as impressões unidas por liáliito nos

surgido nos caminhos do progresso in definido, que antes se supunliam necessá

so,

rios e seguros. O progresso não sendo

uma sutil insinuação realista.

total, não arrastando consigo a multipli cidade infinita da realidade humana, po

sem o íjiu-rer, proeuraiam um

sua condição histiirica e particular. Po deremos. por exemplo, ver uma árvore enquanto árvore dotenninada, c, dadas suas earacterislicas especiais, diremos

de iluminar apenas setores isoladíjs da

sa í*m si", o .ser autêntico do mundo. Es

sua história. Verificamos hoje, na an gústia que nos oprime, que o progresso

<pie se trata de nm ipê ou de um cedro. Mas podemos também procurar escla

sa ilusão, Kanl mesmo não a conseguiu destruir. Quando Descartes declara

todo o conjunto de impressões que nos

"penso, logo e.xisto". afirma, cm reali

pode dar a noção de ár\*orc, procurar

dade, "penso, logo existcí uma substân

descrever em que ,se resume a "arvoridad(«" — se assim pudéssemos dizer — desprendida das .sua.s concrcções indivi

meramente técnico pode até mesmo im

plicar um pavoroso regresso espiritual. Só hoje podemos sentir a ameaça tre menda contida na profecia de Nietzsehe: "Uma nova barbárie se prepara e a ciên cia estará a seu serviço". Não havendo

progresso como totalidade, essa noção se re\'elou uni "flatus \'ocLs", um soni sem sentido. Como na era cartcsiana, faz-se mister, hoje, reconstruir outra vez todo um edifício que vai desmoronando lentamente por ter sido construído sobre areia. A tempestade aí está — e o nosso mundo ameaça "padecer ruína". O e.xístencialismo, menos do cjue uma corrente definida da filosofia, constitui

hoje uma atmosfera de meditação, onde as divergências e contradições se acu mulam, mas onde também os problemas se agitam como o,s ramos das grandes ári'ores florestais, movidos pelo mesmo sopro de mistério

O ponto de partida do pensamento existencial nos é dado também por uma evidência imediata. A única coisa que sabemos, por uma intuição direta, ime

em conccíto.s iinprcei.sos c vazios,

deixara

penetrar em .seu pensamento Todos,

núcleo substancial (|ue se rev elasse como a "coi

cia pensante cpie sou eu". Separa ini cialmente, e cie forma inválida, a subs tância pensante, do mundo dentro do

<-vidèneia imediata (pie lemos é a de

tos existencialistas fazem, hoje,

(pie existimos no mundo.

ciosamente, a descrição do fe

"Existir-no-

munclo" forma uin conceito só e iiisep'^"

seu contorno. Penetrara, de forma estra

ja me (uicontro no mundo. Já penso com o mundo, por meio do mundo. Não

clade ou a má-fé poderiam, como o fize ram, atribuir um sentido dissoluto a

um pensamento de uma importiincia e recuperar um senüdo profundo para

grandeza que só aquêles empenhados em a

vida podem compreender. O cxislencíalismo, como ficou dito, parte, como o idealismo, para sua interpretação ontológica da realidade, de um dado intuiti vo — "o ser-no-mundo", o ser-

em-situação" que somos cada um de nós. Ser no mundo nos obriga a agir sôbre êsse mimdo a procurar a realizaçao d.

berdade que em pennanentc ação constrói, continuamente,

lícito separar o pensamento do contéirno onde ele é gerado. Ortcga y Gns-

o ser (íxistcnte. Em contrapo

sição aos outros objetos do nos

fct sintetiza a tese existencialista ein fór-

so contôrno, perdidos na sua inamovível indiferença, presos à cadeia da causali dade, a existência se agita adejando sô-

"Hila magistral: "Eu sou eu c mínha.s É como se houvesse

um EU grande c indivisível, composto cie ser circunstâncias, onde se inclui des de o nosso corpo até o mundo sideral

bre as circunstancias como uma borbo

leta atormentada, escolbendo a floração

do seu destino, cujo traçado vai fixan do, no tempo, a forma do seu ser. A

que nos cerca, e ser vida, ser existência.

E.s.se EU indivisível age em uma situa

existência

ção. E para este "ser cm situação" que somos nos mesmos, único que cada um f..'*

é livre de ir realizando as

possibilidades em que se abre a sua si tuação. A morte encerra essa forma de ser que se vai definindo na concretiza ção de algumas das suas possibilidades. A morte 6 a situação limite da exis

vez.

tência.

Por enquanto os existencialistas pro curam fazer apenas a descrição fenomenológica da existência. O método exis

dentro da perspectiva existencial tem si

A análise da liberdade compreendida .m

nossa e-xistência dentro de cer

to quadro circunstancial,'que se por ^

lado nos permite exisür. oferece, por ou lio resistlncias a essa mesma existencm.

A nossa ação no mundo e múltipla pensamos sÔbre tudo que constitui essa parte de nós, as nossas circunstancias Tôda nossa atuação depende de um proieto preliminar, precedendo nossa ah^dadc. Êsse projeto decorre da liberdade nlantamos, colhemos, comerciamos e

da e.\istência. Projetamos plantar para coUiêr, projetamos vender a nossa co lheita para, com o produto, realizar no vos projetos. Quando as coisas resistem aos nossos projetos, pensamos sobre a razão da resistência para poder contorPensar é também um projeto vi-

do o tema permanente da cogitação dos

ná-la

tal. Tudo quanto consmui ptud nua uui

nha, o pensamento idealista, um germe

tencial é um método fenomenológico.

maiores filósofos modernos. O próprio

Método pelo qual procuramos ver e des

Sartre, tão discutido, até mesmo em sua

crever a coisa como fenômeno isolado da

obra literária, mantém-se dentro do pro

blema fundamental. íkskLii.íi.!/■

ali se revela a (íxistoneia na sua mais desnorteante estranheza. Só a \iilgari-

berdade em cricunstáncias. Li

de realismo, e até Hume, reconhecendo como realidade apenas as vivências sol

■ÍLÍ}it'h .1

Todos os campos de ação da liberdade são explorado.s. Sc êle penetra com rei terada freqüência o campo sexual, é que

mo liberdade em situação. Li

inai.s pen.sar, sentir, (pie quando penso

de nós conhece como realmente existen

por título "Les clicmins de Ia liberté". Sente-se no titulo a intenção do autor.

'nuua, vista, inicialmente, co

porque.' penso, chívo primeiro sentir, não

circunstâncias".

minu

nômeno vida ou 6'.V(stdncj(7 Ini-

ravel. Quando eu suponho (pie existo

te, por intuição imediata, por fusão exis tencial, criam-se mil problemas outra

substancial entre o "eu" e o seu mundo,

A isso SC chama fazer uma aná-

lis(! fenomenol(')giea de um objeto. Mui

diata, independente de prova racional, é sein" de Heideggar. Estamos aí, arro

duais.

qual ela pensa. Na verdade, a priiucini'

que existimos no mundo. Somos o "dajados em uma situação. O idealismo postulava inicialmente uma separação

recer o que coUvStitui o fenômeno árvore,

seus romances mais significativos tem

A seqüência dos

Tudo quanto constitui para nós um

problema, recebe sempre a mesma per1

n

mpçmr»

i

minta formulada desde o princípio: —


t I ti f ]-

184

essa pergunta

constituem as tentativas

para solução do problema que nos inquieta. O momento filosófico por exceléncia é aquêlc no qual tudo nos apareco como problema; quando sentimos subitamente a estranlicza que nos causa

[j a nossa consciência de existentes no

3,

mundo, egressos de um mistério e sem-

íi; H M ú

pre prontos para desembocar em outro mistério. Porque o homem, antes de mais nada, como diz Hcidcggar, é ser para a morte. O fundamental cm sua existência é essa necessidade de cliegar

l'í

a isso que chamamos morte. Todas as

cam. Nas nossas circunstâncias há coisas

formosura não tem ser, a misericórdia

tenticidade no ser separado dessa "dia--

que sao cadeiras, mesas, casas ou pedras. Sao ohj<'tos de iinia certa estrutura que

não tem ser. O.s valores irrompem em

da" inicial. Só a existência existe real-

nossa consciência com p seu valor, não

mente, sob essa forma de "ser no mun

com o "ser" dos demais objetos. Além dêstos últimos objetos, essencial

do".

reais no sentido de "rcs" latino, obje

mente diferentes cm sua estrutura, há

que não se postula a substancia pensante

tos, coisas, capazes de serem perccliidos

ímida a nossa existência. A minha \ida, •T minha existência, não c coisa, não c úlcalidado, não é valor. Trata-se de nova região do ser, região que eu mtuo do uma forma imediata e singular.

como única real.

I^cgião onde se desenrola o pensamento de todos os demais objetos. Dentro de

existência em situação, de existência em circunstâncias. Existência que convive

minba existência 6 que acontece a

com outras existências. A convivência é uma das nossas intuições imediatas. * Viver é con^âver. E a realidade é re

provocam <-m nós uni determinado tipo

complexo cie sensações. pelos nossos sentidos.

.Sfio objetos

Mas há também

a noção de maior e menor, a noção de

dade, não 6 o nosso. Há inúmeros mi^ tos da vida em sociedade que tendem a arrancar-nos da consciência daquilo que

qiic (-les possam comunicar sensação al guma aos nossos sentidos. Quando di

constitui a nossa mais profunda verdade, distorcendo assim a nossa real fisiono-

Ijl- mia de seres para a morte. Platão já consciência disso em uma de

suas inúmeras íntuições que o fazem eterno. Afirma-se no Fedon ser a filo

sofia o exercício para a morte.

Hei-

deggar considera hoje qualidade especí fica, confíguradora do homem, como sendo a de "ser para a morte". Da nos

sa atitude frente a essa necessidade, de

pende todo o nosso comportamento. Uma vida autêntica elege antecipada mente a sua morte adequada. Só valo

riza realmente a existência quem a vive

como um fogo, onde a derrota signifique a morte livremente escolhida. A auten

ticidade do Cristo o leva à cruz. O pre ço da glória napoleôníca é o fascínio ir resistível de Sta. flelena.

m

.mais do que nosso "ser". Não há au

Sentimos, desde logo, diferenças fun-

damc-ntaís etilre os olijelos que nos cer

igualdade e diferença, as noções fjuc nos dão as figuras matemáticas, (ríãn-

ll^ s-i segurança, de um ser que, em roali-

EcoNÓ^^co

dos demais objetos — a região dos va lores. Os valores surgem no nosso mundo objcti\o "valendo", c não "sendíi". Os valores valem, não são. A

tudo SC passa? — E voltamos a pensar sóbre o mundo; a fazer filf)s()fia.

distrações tendentes a velar essa carac; terística primária e inexorável da exis' tência humana têm como resultado lanVi çar-nos em uma vida inautôntica de fal-

tomara

Dicesto

Dicesto Econômico

gnlo, círculo ou circunferência. Sabemos

o que Sao êssos objetos, apreendemos intelectualmente a sua essência, sem

dança dos objetos. Êles são objeto de niinlia existência. Se êles não fossem "bjeto em minha vida, na \'ida de cada "m de nós, não seriam objeto de nada

zemos "triângulo é um polígono de três

lados", sabemos quo êsse jiiíz/i se refe re a nm objeto qnc nada tem do co mum em sua consistência com o dêste

outro juízo: "a pedra é dura".

São

objetos de natureza diferente. São obje tos ideais. Mas as coisas qnc estão c iantc de nós, nós as consideramos feias ou belas, graciosas ou desinteressantes.

Os novos

objetos de que se trata aparecem nas coisas, não são independentes como os demais objetos. Mas, ao aderir à coisa, atribuem-lhe valor. Isso que faz as

Enquanto vivemos, todavia, cabe-nos

coisas valerem, essas estranhas presen ças que envolvem as coisas, pertencem a

insistir na pergunta de sempre: — O que é isto? O que é o mundo onde

uma região da realidade onde não se inclui nada que se pareça com o ser

9#

parável de existência no mundo, de

sultado da interpretação de existências que convivem.

tituída ínseparàvelmente de um "eu",

do sen ser. São, existem, assim como os vemos, cm minha existência, na

fundido no seu contorno mundanal.

existência de cada um de nós. E essa

montanha mágica, pretende o existencialismo e.scalar por mviltiplas encostas. Dessa síntese das posições anteriores, realismo ou idealismo, surge a tentati va de traçar uma nova rota filosófica. O caminho é impregnado de perguntas. Entre elas, os mais ousados lançam já

estamos sondo hoje, em parte, o que ontem quisemos ser, o nosso projeto de íiojc constituirá o nosso ser de amanhã. Somos um futuro projetado, um futuro sido, um futuro que foi um projeto. Se

interesse ou graça, os homens são san tos ou simplesmente bons.

A realidade é essa fusão, inicial e inse

Êles são decifrados na minha intorpre-

mos seres imjorcgnados de futriridade,

reais o os ideais. As coisas têm beleza,

Não se trata mais

de realismo porque não se postula mais o mundo, inseparável de nós, como real.

A realidade iilHma é, assim, a exis

do tempo, cujo sangue é o tempo. So

demais objetos, antes cmincíados — os

Não se trata mais de idealismo por

tência humana. A rida humana cons

^wa cssênpia, 6 fazer-se, c ir-se realizando íia direção do futuro. É um ser feito

entretanto, não têm o "ser" como os

pcnnaucnle fonuação. O nosso "sendo"

sc-iam no abismo de sua indiferença.

mais. Não tem ser definido. Seu ser, a

iem como a bondade e a santidade,

são objetos do nossos pensamentos, qnc,

Eu e as minhas circunstâncias,

c nada se poderia dizer dêlcs; pcrder-

existência não se comporta como tudo o

A beleza, a feiúra, a graça, o interôsse,

do.

fundidos, constituímos o nosso ser em

Esta é a metafísica, que, como a uma

aquela que é decisiva para todos nós: existe Deus?

Os mais prudentes re

cuam ante o cabo das tormenlas. Não

se pode falar corretamente em existencialisnío ateu.

Há um existencialismo

remos a realização do nosso projeto vital dentro da nossa situação, das nossas

que ainda não se abriu para a região do sagrado, nem sequer pura a do ético.

circunstâncias.

"seres no mundo". Formamos uma en

Não está dito que jamais venlia a se abrir. Os caminhos da liberdade ex

tidade subjetivo-objetiva com êsse mun

cluem uma definição antecipada e fatal.

Somos,

como

vimos,

--rif

' ■


t I ti f ]-

184

essa pergunta

constituem as tentativas

para solução do problema que nos inquieta. O momento filosófico por exceléncia é aquêlc no qual tudo nos apareco como problema; quando sentimos subitamente a estranlicza que nos causa

[j a nossa consciência de existentes no

3,

mundo, egressos de um mistério e sem-

íi; H M ú

pre prontos para desembocar em outro mistério. Porque o homem, antes de mais nada, como diz Hcidcggar, é ser para a morte. O fundamental cm sua existência é essa necessidade de cliegar

l'í

a isso que chamamos morte. Todas as

cam. Nas nossas circunstâncias há coisas

formosura não tem ser, a misericórdia

tenticidade no ser separado dessa "dia--

que sao cadeiras, mesas, casas ou pedras. Sao ohj<'tos de iinia certa estrutura que

não tem ser. O.s valores irrompem em

da" inicial. Só a existência existe real-

nossa consciência com p seu valor, não

mente, sob essa forma de "ser no mun

com o "ser" dos demais objetos. Além dêstos últimos objetos, essencial

do".

reais no sentido de "rcs" latino, obje

mente diferentes cm sua estrutura, há

que não se postula a substancia pensante

tos, coisas, capazes de serem perccliidos

ímida a nossa existência. A minha \ida, •T minha existência, não c coisa, não c úlcalidado, não é valor. Trata-se de nova região do ser, região que eu mtuo do uma forma imediata e singular.

como única real.

I^cgião onde se desenrola o pensamento de todos os demais objetos. Dentro de

existência em situação, de existência em circunstâncias. Existência que convive

minba existência 6 que acontece a

com outras existências. A convivência é uma das nossas intuições imediatas. * Viver é con^âver. E a realidade é re

provocam <-m nós uni determinado tipo

complexo cie sensações. pelos nossos sentidos.

.Sfio objetos

Mas há também

a noção de maior e menor, a noção de

dade, não 6 o nosso. Há inúmeros mi^ tos da vida em sociedade que tendem a arrancar-nos da consciência daquilo que

qiic (-les possam comunicar sensação al guma aos nossos sentidos. Quando di

constitui a nossa mais profunda verdade, distorcendo assim a nossa real fisiono-

Ijl- mia de seres para a morte. Platão já consciência disso em uma de

suas inúmeras íntuições que o fazem eterno. Afirma-se no Fedon ser a filo

sofia o exercício para a morte.

Hei-

deggar considera hoje qualidade especí fica, confíguradora do homem, como sendo a de "ser para a morte". Da nos

sa atitude frente a essa necessidade, de

pende todo o nosso comportamento. Uma vida autêntica elege antecipada mente a sua morte adequada. Só valo

riza realmente a existência quem a vive

como um fogo, onde a derrota signifique a morte livremente escolhida. A auten

ticidade do Cristo o leva à cruz. O pre ço da glória napoleôníca é o fascínio ir resistível de Sta. flelena.

m

.mais do que nosso "ser". Não há au

Sentimos, desde logo, diferenças fun-

damc-ntaís etilre os olijelos que nos cer

igualdade e diferença, as noções fjuc nos dão as figuras matemáticas, (ríãn-

ll^ s-i segurança, de um ser que, em roali-

EcoNÓ^^co

dos demais objetos — a região dos va lores. Os valores surgem no nosso mundo objcti\o "valendo", c não "sendíi". Os valores valem, não são. A

tudo SC passa? — E voltamos a pensar sóbre o mundo; a fazer filf)s()fia.

distrações tendentes a velar essa carac; terística primária e inexorável da exis' tência humana têm como resultado lanVi çar-nos em uma vida inautôntica de fal-

tomara

Dicesto

Dicesto Econômico

gnlo, círculo ou circunferência. Sabemos

o que Sao êssos objetos, apreendemos intelectualmente a sua essência, sem

dança dos objetos. Êles são objeto de niinlia existência. Se êles não fossem "bjeto em minha vida, na \'ida de cada "m de nós, não seriam objeto de nada

zemos "triângulo é um polígono de três

lados", sabemos quo êsse jiiíz/i se refe re a nm objeto qnc nada tem do co mum em sua consistência com o dêste

outro juízo: "a pedra é dura".

São

objetos de natureza diferente. São obje tos ideais. Mas as coisas qnc estão c iantc de nós, nós as consideramos feias ou belas, graciosas ou desinteressantes.

Os novos

objetos de que se trata aparecem nas coisas, não são independentes como os demais objetos. Mas, ao aderir à coisa, atribuem-lhe valor. Isso que faz as

Enquanto vivemos, todavia, cabe-nos

coisas valerem, essas estranhas presen ças que envolvem as coisas, pertencem a

insistir na pergunta de sempre: — O que é isto? O que é o mundo onde

uma região da realidade onde não se inclui nada que se pareça com o ser

9#

parável de existência no mundo, de

sultado da interpretação de existências que convivem.

tituída ínseparàvelmente de um "eu",

do sen ser. São, existem, assim como os vemos, cm minha existência, na

fundido no seu contorno mundanal.

existência de cada um de nós. E essa

montanha mágica, pretende o existencialismo e.scalar por mviltiplas encostas. Dessa síntese das posições anteriores, realismo ou idealismo, surge a tentati va de traçar uma nova rota filosófica. O caminho é impregnado de perguntas. Entre elas, os mais ousados lançam já

estamos sondo hoje, em parte, o que ontem quisemos ser, o nosso projeto de íiojc constituirá o nosso ser de amanhã. Somos um futuro projetado, um futuro sido, um futuro que foi um projeto. Se

interesse ou graça, os homens são san tos ou simplesmente bons.

A realidade é essa fusão, inicial e inse

Êles são decifrados na minha intorpre-

mos seres imjorcgnados de futriridade,

reais o os ideais. As coisas têm beleza,

Não se trata mais

de realismo porque não se postula mais o mundo, inseparável de nós, como real.

A realidade iilHma é, assim, a exis

do tempo, cujo sangue é o tempo. So

demais objetos, antes cmincíados — os

Não se trata mais de idealismo por

tência humana. A rida humana cons

^wa cssênpia, 6 fazer-se, c ir-se realizando íia direção do futuro. É um ser feito

entretanto, não têm o "ser" como os

pcnnaucnle fonuação. O nosso "sendo"

sc-iam no abismo de sua indiferença.

mais. Não tem ser definido. Seu ser, a

iem como a bondade e a santidade,

são objetos do nossos pensamentos, qnc,

Eu e as minhas circunstâncias,

c nada se poderia dizer dêlcs; pcrder-

existência não se comporta como tudo o

A beleza, a feiúra, a graça, o interôsse,

do.

fundidos, constituímos o nosso ser em

Esta é a metafísica, que, como a uma

aquela que é decisiva para todos nós: existe Deus?

Os mais prudentes re

cuam ante o cabo das tormenlas. Não

se pode falar corretamente em existencialisnío ateu.

Há um existencialismo

remos a realização do nosso projeto vital dentro da nossa situação, das nossas

que ainda não se abriu para a região do sagrado, nem sequer pura a do ético.

circunstâncias.

"seres no mundo". Formamos uma en

Não está dito que jamais venlia a se abrir. Os caminhos da liberdade ex

tidade subjetivo-objetiva com êsse mun

cluem uma definição antecipada e fatal.

Somos,

como

vimos,

--rif

' ■


- ■■l

JiiH.,|ipi|lllll I.

DiGESTO

136

l2coNÓ^noo ■

Todo o futuro humano se põe como

homens será produto de uma decisão,

problema que deve ser resolvido pela

de uma escolha luimana, não de uma fatalidade. Será a realização de uma

liberdade essencial ao homem. O cxis-

tencialismo não se reduz a um posili-

vismo. Ninguém pode Síibcr qual será a etapa final da liberdade, mesmo por

que a liberdade exclui a previsão ne cessária. Há para o homem possibili

lias possibilidades do homem (jue a mim não me paretc nem a melhor nem

d''S('já\el. Nada de pí)siti%ismo. Nada de \er na história o processo necessá

dades a realizar, decorrentes de sua

rio da e\'olução de tnua natureza. O homem vi\-e na forma em que realmente

situavão. Tomado um caminho, a for ça inicial, a vontade do homem, levá-lo-á

(jucr \àvcr.

por algum tempo em uma direção. Essa

força inicial pode variar, tendendo para outra possibilidade que será, por algum tempo, a nova direção da humanidade. Não há nada fatal nos caminhos huma

nos. Êsse o êrro supremo do marxismo. A realidade do marxismo na terra dos

T

Somos sèrcs cpic se vao

movidos por uma liberdade inalienável, na direção da morte, situação limite, inexorável

cumuDO

na

história

da

existência:

COM n

(pi;mdo, porém, essa história brota da autêntica originalidade human:» e é rea

lizada co)n a força das grandes epopéias,

a morte é o complemento iiKlispensá\'el dc sua grandezai.

CORROSÃO!

I

QUANDO o MOTOR ESFRIA,

PROTEIA O MOTOR DE SEU CARRO.

o vapor d'água e os ácidos produzi

Ao mudar o óleo, mande encher o

dos pela combustão condensam-se nas

caiter com

paredes dos cilindros, iniciando a cor rosão do metal. Para evitar as causas da corrosão, use SHELL X-IOO MOTOR OIL

SHEU

cujos aditivos neutralizam a ação dos ácidos da combustão e fazem o óleo espalhar-se melhor, formando uma fina camada que protege as portes metá

licas. Quondo seu cano pata, SHELL X-loo exerce a sua ocão protetora con tra a corrosão.

MOTOR OIL

DETERGENTE - ESTÁVEL - PROTETOR


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136

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que a liberdade exclui a previsão ne cessária. Há para o homem possibili

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Mantredo Costa S. A. Máquinas e Materiais Elétricos

não àevem faltar os aparelhos sanitários

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Rua Florêncio de Abreu, 167 — Fones: 32-4305 e 32-5210 São Paulo

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PAULO

COBRANÇAS — DEPÓSITOS — EMPRÉSTIMOS

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- CUSTÓDIA - ORDENS DE PAGAMENTO -CRÉD^^^^^

Nossos aparelhos sanitários são os tncis

conhecidos porque sao os mais petleilos.

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VISITE NOSSAS EXPOSIÇÕES

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POPULARES (limite até Cr§ 10.000,00) LIMITADOS — Até Cr$ 50.000,00 ... Até Cr§ 100.000,00 .. SEM LIMITE ' PRAZO FIXO — 12 meses - M PRAZO FIXO (com pagamento mensal de juros) — 12 meses

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4%% a.a.-

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LINDAS CÔREt

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V.TEIXEIRA 6 CIA. LTDA, Rua Biachuolo. 4U -

ALBERTO NIGRO 4 CIA - Huo Dr Mucley. «'®

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1 PORQUE

O

SH. DEVE

ANUNCIAR

NO

üKitrru

DICESTO

ECONOMICO

ECONOMICO

SOB OS auspícios DQ ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO E 00 FEDERAÇÃO 00 COMERCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO

Preciso nas informações, sóbrio e objetivo nos comentários, cômodo e elegante na apresenta ção, o Digesto Econômico, dando aos seus leitores um panorama mensal do mundo dos negócios, circula numa classe de alto poder

im-

aquisitivo e elevado padrão de vida. For essa. razões^ 03 anúncios inseridos no Dicesto Eco

S U IH ii R I o

Fág.

A divida fluluanl© — Richard Lewinsohn

pVixáo Pôrto

Porda de substância no comércio exlerior do Brasil

Os princípios da Justiça Fiscal — José Luiz de Almeida Neguei ^ O prolessor Universitário o a íormaçâo cristã das novas cintra do Prado • X O professor Henrv Laufenburger: um financista desta época

nômico são lidos, invariàvelmente, por um pro

)^ílaçâo nos países subdesenvolvidos — Ro^rto Pinto Trusíes e Cartéis na Economia Mundial — Geraldo O. BanasKiw

vável comprador.

Lpitácio Pessoa — Américo jacobina Lacombe ..■■■■•

Silvio Homero, lidadcr e companheiro — Hermes Lima

O exemplo de Epltácio Pessoa — Afonso

Esta revista é publicada mensalmente pela Edi-

tôra Comercial Ltda., sob os auspícios da A""•"íapao Comercial de São Paulo e da Federação

do Con^rcio do Estado de São Pmão.

hV

Epitácio Pessoa e o culto à Bandeira — Antônio Gontyo « P problema dos solos ácidos — José Setzcr • • •

' "j"

Importância econômica e social da estrutura Gastão da Cunha e Francisco Sales — O contrô.le do Comércio Exterior — Brasilidade e civismo — Antônio Gontijo de Calogeras e a política econômica do Novos Planos

Lf ho r^rvalho " Jarvamo Alcid

III) — Nelson Werneck Sodre

Custo de vida e custo de orodução —

A habitabilidade dos trópicos —

Liberdade, valor perene — Celso Rezende Passos curso em dois volumes — Luiz da Câmara Cascudo

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A ciência econômica e os objetivos ^"^®"°LAri?da população — Genésio Ramos

A recuperação do humano — Cândido Mota Filho

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Aliomar Baleeiro

pireito individual e Direito Corporativo — J. P. GalvSo

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HUA BOA VISTA, 51, 9.o ANDAR — TEL. S-1112 — RAMAL 19 — SJTO PAULO

N.o 79 — JUNHO DE 1951 — ANO Vil


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