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PORQUE
O
SR. DEVE
ANUNCIAR
NO
DIGESTO
ECONOMICO
S' t
Preciso nas informações, sóbrio e objetivo nos comentários, cômodo e elegante na apresenta
S I M A R I o
ção, o Dicesto Econômico, dando aos seus
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V'
leitores um panorama mensal do mundo dos negócios, circula numa classe de alto poder aquisitivo e elevado padrão de vida. Por essa. razões, os anúncios inseridos no Dicesto Eco
Pág. A divida flutuaxito — Richaid Lcwinsohii Perda do substância no comércio exterior do Brasil — Moacyr Paixão
Os princípios da Justiça Fiscal — José Luiz de Almeida Nogueira Pôrto O professor Universitário e a formação cristã das novas gerações — Luiz Cintra do Prado
O professor Honry Laufenburgcr: um financista desta época — Aliomar Baleeiro Direito individual o Direito Corporativo — J. P. Galvâo de Sousa Inflação nos países subdesenvolvidos — Roberto Pinto do Sousa
nômico são lidos, invariàvelmente, por um pro
Trustes o Cartéis na Economia Mundial — Geraldo O. Banaskiwitz
vável compradoT.
Xlpitácio Pessoa — Américo jacobina Lacombe
Silvio Romero. lidador o companheiro — Hermes Lima O exemplo de Epitácio Pessoa — Afonso Pena Júnior
Esta revista é publicada mensalmente pela Editôra Comercial Ltda., sob os auspícios da Assoriação Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do Èstado de São Paulo.
Epitácio Pessoa e o culto à Bandeira — Antônio Gontijo de Carvalho O problema doa solos ácidos — José Setzer
A ciência econômica o os objetivos humanos — Djacir Menezes Importância econômica e social da estrutura etária da população — Genésio Ramos Gastão da Cunha e Francisco Sales — Daniel de Carvalho O conirôie do Comércio Exterior — Jaime M. de Sá Brasilidade e civismo — Antônio Gontijo de Carvalho Calógeras e a politica econômica do café — Alcides Lins
'
A recuperação do humano — Cândido Mota Filho Novos Planos III) — Nelson Werneck Sodre Custo do vida e custo de produção — J. Testa
A habitabilidade dos trópicos — Pimcntel Gomes
EDITORA
COMERCIAL
LIMITADA
RUA BOA VXSTA, 51, t.O ANDAR ^ TEL. 5-UU — RAMAL 19 — SAO PAULO
I N.o 79
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JUNHO DE 1951
ANO VII
o DIGESTO ECONÔMICO
V PRODUTOS QUÍMICOS
FARMACÊUTICA, DA FM CFRAL MATÉRIAS PLÁSTICAS — DROGAS EM GERAL
ESTA A VEKDA
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de Cr$ Ü.OO. Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer encomenrJa, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 50,00 anuais.
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I o N
c• t•».
N. j.
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o. s. A
A
PRODUTOS PARA AMACIAMENTO DESENGORDURAMENTO — TINGIMENTO
B
acabamento, ETC. Agente geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar Rio de Janeiro
Alagoas: ?«lanoel Espíndola, Praça Pe dro n. 4fl, Maceió.
Aznaaonaf: Agência Freitas, Rua Joa quim Sarmento, 29, Manaus.
Bahia;
Alfredo J. de Souza Sc Cia.,
R. Saldanha da Gama. 6, Salvador.
NAPHTANILIDS — BASES —
Porn:iá: J. Ghlagnone, Rua 15 de No-
vcuibro. 423. Curitiba. Pemambuco;
Fernando
RONAGENES — HIDROSSLLFITOS Chtnaglla,
Rua do Imperador, 221, 3.o andar, Itoclfe.
Piauí: Cláudio M. Tote, Tercsina.
BAOtbtlA DOnAHÜ
Ceará: J. Alaor de Albuquerque Cí Cia. Praça do Ferreira. 621, Fortaleza.
Eiplrllo Santo: Viuva Copolllo Sc FiIho.s, Rua Jerônimo Monteiro. 361, Vitória.
HIJOUt'N1N
Goiânia.
Livraria Universal, Rua
JoSo Lisboa, 114, SQo Luiz. Maio Groaso: Carvalho. Pinheiro & Cia-, Pça. da República. 20. Cuiabá. Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso. Avenida dos Andradas. 330, Bolo Horizonte.
Av. Presidente Vargas, 502, 19.o Rio Granão do Norle: Luís RomSo,
CORANTES AO CROMO E "INDIGOSOIS" PARA TINTURARIA E ESTAMPARIA
Rio Grsndo do Sul: Sômente para Por
to Alegre: Octavlo Sagebln, Rua 7 de Setembro, 789, Porto Alegre. Para locais fora do Pórto Alegre: Fernando Chinaglia, R. de Janeiro.
Santa Catarina: Pedro Xavier Se Cia., Rua Felipe Schmldt, 8. Florlanóp. São Paulo: A Tnlclectual, Ltda.. Via
duto Santa Efigênia, 281, S. Paulo.
Pará: Albano H. Martins Se Cia., Tra vessa Campos Sales, 85/89. Belóm
Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua
Paraiba: Loja das Revistas, Rua Ba
Torrilório do Acre: Dlôgenes de Oli
rão do Triunfo. 510-A, JoSo Pessoa,
O
andar.
Avenida Tavares Lha. 40, Natal.
Goiás: João Manaríno. Rua Setenta A.
Maranhão:
A
P.io de Janeiro: Fernando Chinaglia,
REPRESENTAÇÕES PARA O BRASIL
João Pessoa, 137, Aracaju.
DE
veira. Rio Branco.
Rua cons. SÍUÍ.-.IVA.
Il/fí^Ú
BUIÇ4
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Banco do Estado dc Sao Paulo S. A«
Dr. SIGfl aconselha:
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DEPÓSITOS — EMPRÉSTIMOS — DESCONTOS —
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CÂMBIO — COBRANÇAS — TRANSFERÊNCIAS — TÍTULOS ~ COFRES DE ALUGUEI. M A T I'! I Z :
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Endereço telegráfico: BANESPA 65 Agências no interior do Estado; uma no Rio de Janeiro, uma em Campo Grande (Estado dc Mato Grosso) c outra em Uberlândia (Estado dc Minas Gerais)
AS MELHORES TAXAS — AS MELHORES CONDI ÇÕES — RAPIDEZ ^ EFICIÊNCIA
SEAGERS DO BRASIL S.A.
Serrarias Almeida Porto S/A MADEIRAS
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COWP/\^lll/V l'Al!llST/\ DE IMPEIS E ARTES GRIFICAS
ESQUADRIAS
CAI
Tipografia — Lilografia — Fábrica de Envelopes — Papéis para
XAS
SOALHO
DE
TACOS
carlas em caixas, carteiras, esiojos e blocos — Papéis e Cartões de todas as classes — Papéis almaço — Cadernos e Brochuras Es
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SERRARIA JAGUARÉ — Pres. Altino — Est. de São Paulo
fias — Etiquetas Gomadas e "Campeão" — Convites, Faturas, No SERRARIA PARAGUAÇU — Paraguaçu Paulista — Esl. de São Paulo SERRARIA FLORESTA — Holandia — Esl. do Paraná
tas, Memoranda Gomadas e todos os demais artigos para Tipo grafias e Papelarias — Sorfimenlo, sempre renovado, de objetos para Escritórios e escolares — Fabricantes dos Conhecidos e
SERRARIA STA. GUILHERMINA — Arapongas — Esl. do Paraná Escritório
Rua
central
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Sede: São Paulo — RUA PIRATININGA, 169 Filial: Rio de Janeiro — RUA PEDRO I, 33
Tel. 33-4188 (rêde interna) Endereço telegzafico:
Tel.: 33-21-41 Tel.: 22-2122
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*r.
A DÍVIDA FLUTUANTE |
Dllimu ECO.\Ú)!ICO • Muiioo m iisocm »■ riiitiu kbíi
RTCHARD LEtVlNSGIIN
"
PublKodo tob ot mu§piei9i do
Tono o mundo sabe que o Govèrno gnlarmente eram divulgados dados sôbre
(SSOCI&ClO COMERCIALDE SlO PAUII
lò dmal cobria, nos últimos anos,
EEDERlClO DO COMERCIO 00
seu dúfieit orçamentário mediante emis-
sup«rintendent®: Diretor:
o Dige^to Econômico publicará no próximo número:
Antonio Gonlijo de Carvalho
ELOGIO DO LIVRO - Allino Arantes. O Digeslo Econômico. órgSo de in formações econômicas e financei
ras. é publicado mensalmente pela Editora Comercial Ltda
OS ÍNDICES DE ALIMENTAÇÃO NA | PREVENÇÃO
E
SOLUÇÃO
DE
PROBLEMAS SOCIAIS - J. N. Padireção
nao se
As pu-
t,i tçeiiieo poróm, esta fúrmnia não é União eram mm to incompletos e as in
Marlim Afíonso Xavier da Silveira
A
e sua origem ficavam obscuras
são d., papel-moeda. Do ponto de vis- blicaçõcs a respeito nos Balanços da
ESIADO DE SlQ PAULO
1Dlr<»lnr
o total deijsa divida, e sua composição
responsabiliza
ternostro.
pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi nados.
NOVOS
PLANOS
-
(IV)
-
exata. O To.mnro Nacional não utili.a diretamente as omissões feitas por èle
dicaçoes nos balancetes do Banco do Brasil permitiam apenas fazer >dé.a
cródito. Grande parte dos empréstimos
bito total do Go\emo.
vèrno ainda dispõe de várias outras fon-
Presidente da República ao Congresso,
a curto prazo constitui a dívida flu-
ria para o exercício de 1952, esclarece
para seus próprios fins. A cobertura do apro.ximada das operações de Çred'to do dúfieit efiia-sc mediante operações de Baneo eom o Tesouro, mas nao do deé tomada no Baneo do Brasil, mas o Co-
tcs de crédito.
O total destes créditos
tuante.
Pela primeira vez, a Mensagem do
que acompanha a Proposta Orçamentaimportante capítulo das
finanças
Até hã ponco, n divida n.Uuante em PyBlicas Segundo (5sse_ " considerada quase como um segrí-do de divida flutuante da Uniao acusou, desEstado. Só cm longos intervalos e irre- de 1945, a seguinte evolução .
Nelson Fim (Io ano
Werncck Sodrc.
Na transcrição de artigos pedc-se citar o nome do Digeslo Econômico.
1945
1946
O PROCESSO DE INDUSTRIALIZA
19"^
ÇÃO DOS PAÍSES AGRÍCOLAS -
S
Djacir Menezes.
9
Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.
1950
A ESCLEROSE FERROVIÁRIA - Aldo M. Azevedo.
ASSINATURAS: Digeslo Econômico
Ano fsimples) (registrado)
CrS 50.00 CrS 58,00
Número do mês
CrS
5,00
Atrasado:
CrÇ
8,00
Redação e Administração: Rua Boa Vista, 51 — 7.o andar Tel. 33-7493 — Caixa Pcslal, 240-B São Paulo
•.
O ritmo da evolução é, à primeira vis-
ta, surpreendente. De 1945 a 1950, a
^97
■ -U
"A
.õ:™
f
14 849
Encampações da dívida flutuante 'Á' « •
f c oltrrí
dívida flutuante aumentou apenas de 3 201 milhões de cruzeiros, enquanto
A aparente discrepância destes algarismos explica-se em grande parte pelas
Uniko totalizou 9.277 milhões, e o meio circulantc subiu de 13.672 milhões de cruzeiros. A divergência é particularmentc manifesta para o ano de 1946,
tuadas em 1946 e 1947. A divida flütuante pode ser liquidada de diversas maneiras. A mais desejável, mas também a mais rara, é o resgate mediante
que no mesmo período, o déficit da
que dcLxou à União um déficit de 2.633 milhões, ao passo que a dívida flutuante diminuiu de 3.968 milhões. .
vi..
Jí .W-
encampações da dívida flutuante, efe-
recursos próprios do Tesouro. Foi o que aconteceu em 1947, quando o exercicio financeiro ficou encerrado com um
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A DÍVIDA FLUTUANTE |
Dllimu ECO.\Ú)!ICO • Muiioo m iisocm »■ riiitiu kbíi
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1946
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1950
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O ritmo da evolução é, à primeira vis-
ta, surpreendente. De 1945 a 1950, a
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14 849
Encampações da dívida flutuante 'Á' « •
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dívida flutuante aumentou apenas de 3 201 milhões de cruzeiros, enquanto
A aparente discrepância destes algarismos explica-se em grande parte pelas
Uniko totalizou 9.277 milhões, e o meio circulantc subiu de 13.672 milhões de cruzeiros. A divergência é particularmentc manifesta para o ano de 1946,
tuadas em 1946 e 1947. A divida flütuante pode ser liquidada de diversas maneiras. A mais desejável, mas também a mais rara, é o resgate mediante
que no mesmo período, o déficit da
que dcLxou à União um déficit de 2.633 milhões, ao passo que a dívida flutuante diminuiu de 3.968 milhões. .
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recursos próprios do Tesouro. Foi o que aconteceu em 1947, quando o exercicio financeiro ficou encerrado com um
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superávit" dc 460 milhões de cr\izci-
í^os.
através da Carteira de Heclescontos. Sc
forma clássica de liquidação, consiste na coniolidação da dívida flutuante, por
o Ttr.souro necessita dcí trí''(lilos que ulIrapassam as clis|X)iubilídadcs do Banco
An-
Dioesto
emissões de papcl-moeda cfctuou-se
Outro processo, por assim dizer a
emissão dc títulos a longo prazo,
EcoNÔNnco
vida flutuante resulta, ás vezes, de des
pesas extraorçamentárias do Tesouro, mas. considerando as encampações, as Nariações da cli\ida flutuante corrcspon-
do Brasil, o Banco rcdcsc-onla títulos co
tes da guerra o ainda durante a segunda gueira mundial, ésse método/ol frequcntemente aplicado. As últimas maiores operações desse gênero foram realizadas
nuTciais ou letras do Tesouro na Car loira de Hcxlesconlos. c a Carteira, por sua parte, dirige-se ao Tesouro requisitando emissões cio moeda. Dêssc- pro-
<lem, gro.v.so modo. aos saldos positivos e negati\()s da execução orçamentária.
rios das Obrigações de Guerra foram trocados cm títulos definitivos. Em virtude dessa operação, a dívida interna consolidada aumentou de 2.019 milhões de cruzeiros, ao passo cjue a dívida flutuante diminuiu do mesmo montante.
triangidar: o 'H-^ourn torna-se devedor Banco, o Banco devedor da Carteira, ^ Cartc-ira cleveclora do Tí-souro. para ^ mesmo montante. A encampação é a amdação sinuiltàn«-a dessas três dívidas, ^ única coisa que? resta c; o papcl-mocxla
n." 16 autorizou o Go\'êrna a encampar
Entretanto, só essa operação não explica a divergência entre o déficit
f'"i'ddo, c isso c- o iiouto fraco dessa operação, ccrtamcuitc liábil sob o aspecto
em 1946, quando os certificados provisó-
[4.
DicESTO Econômico
mcntário e a diminuição Mm„ltãner!íã dmda flutuante.
A forte redução d
dívida flutuante resultou sobretudo de
uma terceira forma dc liciuid ição a cha mada encampação monetária" Fsh"
forma é possível scãmentc em países sem
banco central e nos ciuais n nrónr-
cesso complicado resulta uma
.
dí\ida
A maior par
te foi creditada ao Tesouro, para com
pra de ouro ou operações cni divisas. De fato, o Go\uino aplicou êssc depósito, arlifieialmente criado, nos anos seguin
diversas transações cm divi•sas. A aquisição da São
fevereiro dc 1946, o procc.sso rcpc^
^ reduzir dcs.sa maneira a divida flu-
quole ano, obtomos os seguintes resul-
Diminuição
3.96S
Como se vê, o aumento da dívida in-
tica ao montante do déficit orçainentá-
tema consolidada e flutuante — elimi-
rio. Nem em todos o.s anos a concordàn-
nando a encampação — foi quase idên-
cia é tão perfeita, pois o aumento da dí-
A situação era diferente no que diz
respeito à contribuição ao Fundo, pagávcl cm cruzeiros. Tratava-se do equi valente dc 112,5 milhões de dólares, ou
soja, cêrca de 2 bilhões de cruzeiros.
O Govêmo,
mo no Banco do Brasil,
o
O impacto dêsse emprés interno foi nulo, pois a operação ficou,
por enquanto, meramente contábil. O
Fundo não precisava dêsse dinheiro e deixou-o como reserva no Brasil. Nas contas do Banco do Brasil, a operação refletiu-se da maneira seguinte: o em
préstimo concedido ao Tesouro figurou no ativo do Banco como "conta gráfica , e achou-se contrabalançando no passivo
numa conta da
Superintendência da
Moeda e do Crédito, em favor do Fun do Monetário. Não obstante, o emprésti mo do Tesouro determinou uni aumen
te a dívida flutuante nos anos seguintes.
to da dívida flutuante de 2.081 milhões,
Dois bilhões para o Fundo Monetário
ção, em todos os balanços e balancetes
A esta última categoria pertence so .. Uv í
campação .
timo no mercado do crédito
grandes pagamentos foram adiados — pagamentos que carregaram pesadamen
k
cruzeiros oriundo da compra de ouro ja
esta\ a liquidado pelas operações de en
de 1949.
dc cruzeiros. É de salientar, porém, que, simultaneamente, a dívida consolidada
2.651 2.633
proprietário do ouro, e seu débito em
vêrno podia assim realizar despesas extraordinárias que,
aumentou de 457 milhões e que vários Aumento da dívida interna Déficit do exercício
na dívida flutuante, pois o Tesouro era
curso, hoje esgotado. O Go
Em conseqüência dessas duas encam pações, e graças ao equilíbrio orçamen tário, a dívida flutuante atingiu, em fins de 1948, o nível mais baixo do apósguerra, com um total de 5.297 milhões
2.019
O pagamento em
ouro foi efetuado logo depois da çâo oficial da taxa cambial (julho do 1948). Èsse pagamento não repercutiu
que foi feito em princípios
tuante.
632
em moeda nacional.
petróleo e dc locomotivas, foram custeadas com esse re
provocado um aumento da dívida flu 4.600
dc dólares em ouro e os restantes 75 %
petroleiros, dc refinarias de
sem a existência dêsse recurso, teriam
Milhões de cruzeiros
pagar 25 % dc sua cota dc 150 milhões
não dispondo dessa impor tância, dexia providenciar a mesma por um emprésti
Paulo Uailway, a compra de
V rT
Encampação
Dívida consolidada Aumento
souro no Banco do Brasil.
utȒ'^-udo para reduzir a divida flutuante,
tados :
Aumento (sem encampação)
uliliz.ados para reduzir o débito do Te
durante a guerra, esse método foi
maioria e, nos últimos anos, a totalidade Dívida flutuante
tanli-, só cerca de 500 milhões foram
tes, para o financiamento dc
Computando as diversas transações da dívida interna do Govêrno Federal na-
A grande
2.250 milhões de cruzeiro.s. Dêssc mon-
•, 1 f ■
vêmo emite papel-moeda ^ '■ ' U processo da encampação é o inver-
so da emissão monetária.
Em fevereiro de 1947, nova encam
pação triangular foi feita cm condições mais favorÚNeis para o Tesouro. A lei
bretudo a contribuição do Brasil ao Fun do Monetário Internacional. Conforme os estatutos do Fundo, o Brasil teve de
debito que figura até hoje, sem altera do Banco do Brasil.
6
"
~ '^*'^-wr77'*^vm' ■"
superávit" dc 460 milhões de cr\izci-
í^os.
através da Carteira de Heclescontos. Sc
forma clássica de liquidação, consiste na coniolidação da dívida flutuante, por
o Ttr.souro necessita dcí trí''(lilos que ulIrapassam as clis|X)iubilídadcs do Banco
An-
Dioesto
emissões de papcl-moeda cfctuou-se
Outro processo, por assim dizer a
emissão dc títulos a longo prazo,
EcoNÔNnco
vida flutuante resulta, ás vezes, de des
pesas extraorçamentárias do Tesouro, mas. considerando as encampações, as Nariações da cli\ida flutuante corrcspon-
do Brasil, o Banco rcdcsc-onla títulos co
tes da guerra o ainda durante a segunda gueira mundial, ésse método/ol frequcntemente aplicado. As últimas maiores operações desse gênero foram realizadas
nuTciais ou letras do Tesouro na Car loira de Hcxlesconlos. c a Carteira, por sua parte, dirige-se ao Tesouro requisitando emissões cio moeda. Dêssc- pro-
<lem, gro.v.so modo. aos saldos positivos e negati\()s da execução orçamentária.
rios das Obrigações de Guerra foram trocados cm títulos definitivos. Em virtude dessa operação, a dívida interna consolidada aumentou de 2.019 milhões de cruzeiros, ao passo cjue a dívida flutuante diminuiu do mesmo montante.
triangidar: o 'H-^ourn torna-se devedor Banco, o Banco devedor da Carteira, ^ Cartc-ira cleveclora do Tí-souro. para ^ mesmo montante. A encampação é a amdação sinuiltàn«-a dessas três dívidas, ^ única coisa que? resta c; o papcl-mocxla
n." 16 autorizou o Go\'êrna a encampar
Entretanto, só essa operação não explica a divergência entre o déficit
f'"i'ddo, c isso c- o iiouto fraco dessa operação, ccrtamcuitc liábil sob o aspecto
em 1946, quando os certificados provisó-
[4.
DicESTO Econômico
mcntário e a diminuição Mm„ltãner!íã dmda flutuante.
A forte redução d
dívida flutuante resultou sobretudo de
uma terceira forma dc liciuid ição a cha mada encampação monetária" Fsh"
forma é possível scãmentc em países sem
banco central e nos ciuais n nrónr-
cesso complicado resulta uma
.
dí\ida
A maior par
te foi creditada ao Tesouro, para com
pra de ouro ou operações cni divisas. De fato, o Go\uino aplicou êssc depósito, arlifieialmente criado, nos anos seguin
diversas transações cm divi•sas. A aquisição da São
fevereiro dc 1946, o procc.sso rcpc^
^ reduzir dcs.sa maneira a divida flu-
quole ano, obtomos os seguintes resul-
Diminuição
3.96S
Como se vê, o aumento da dívida in-
tica ao montante do déficit orçainentá-
tema consolidada e flutuante — elimi-
rio. Nem em todos o.s anos a concordàn-
nando a encampação — foi quase idên-
cia é tão perfeita, pois o aumento da dí-
A situação era diferente no que diz
respeito à contribuição ao Fundo, pagávcl cm cruzeiros. Tratava-se do equi valente dc 112,5 milhões de dólares, ou
soja, cêrca de 2 bilhões de cruzeiros.
O Govêmo,
mo no Banco do Brasil,
o
O impacto dêsse emprés interno foi nulo, pois a operação ficou,
por enquanto, meramente contábil. O
Fundo não precisava dêsse dinheiro e deixou-o como reserva no Brasil. Nas contas do Banco do Brasil, a operação refletiu-se da maneira seguinte: o em
préstimo concedido ao Tesouro figurou no ativo do Banco como "conta gráfica , e achou-se contrabalançando no passivo
numa conta da
Superintendência da
Moeda e do Crédito, em favor do Fun do Monetário. Não obstante, o emprésti mo do Tesouro determinou uni aumen
te a dívida flutuante nos anos seguintes.
to da dívida flutuante de 2.081 milhões,
Dois bilhões para o Fundo Monetário
ção, em todos os balanços e balancetes
A esta última categoria pertence so .. Uv í
campação .
timo no mercado do crédito
grandes pagamentos foram adiados — pagamentos que carregaram pesadamen
k
cruzeiros oriundo da compra de ouro ja
esta\ a liquidado pelas operações de en
de 1949.
dc cruzeiros. É de salientar, porém, que, simultaneamente, a dívida consolidada
2.651 2.633
proprietário do ouro, e seu débito em
vêrno podia assim realizar despesas extraordinárias que,
aumentou de 457 milhões e que vários Aumento da dívida interna Déficit do exercício
na dívida flutuante, pois o Tesouro era
curso, hoje esgotado. O Go
Em conseqüência dessas duas encam pações, e graças ao equilíbrio orçamen tário, a dívida flutuante atingiu, em fins de 1948, o nível mais baixo do apósguerra, com um total de 5.297 milhões
2.019
O pagamento em
ouro foi efetuado logo depois da çâo oficial da taxa cambial (julho do 1948). Èsse pagamento não repercutiu
que foi feito em princípios
tuante.
632
em moeda nacional.
petróleo e dc locomotivas, foram custeadas com esse re
provocado um aumento da dívida flu 4.600
dc dólares em ouro e os restantes 75 %
petroleiros, dc refinarias de
sem a existência dêsse recurso, teriam
Milhões de cruzeiros
pagar 25 % dc sua cota dc 150 milhões
não dispondo dessa impor tância, dexia providenciar a mesma por um emprésti
Paulo Uailway, a compra de
V rT
Encampação
Dívida consolidada Aumento
souro no Banco do Brasil.
utȒ'^-udo para reduzir a divida flutuante,
tados :
Aumento (sem encampação)
uliliz.ados para reduzir o débito do Te
durante a guerra, esse método foi
maioria e, nos últimos anos, a totalidade Dívida flutuante
tanli-, só cerca de 500 milhões foram
tes, para o financiamento dc
Computando as diversas transações da dívida interna do Govêrno Federal na-
A grande
2.250 milhões de cruzeiro.s. Dêssc mon-
•, 1 f ■
vêmo emite papel-moeda ^ '■ ' U processo da encampação é o inver-
so da emissão monetária.
Em fevereiro de 1947, nova encam
pação triangular foi feita cm condições mais favorÚNeis para o Tesouro. A lei
bretudo a contribuição do Brasil ao Fun do Monetário Internacional. Conforme os estatutos do Fundo, o Brasil teve de
debito que figura até hoje, sem altera do Banco do Brasil.
Dir.ESTO EcoNÓNnco
ri
DiCESTO ECONÓ^UCO
'•
tuida por essas letras do Tesouro oscilou, crição compulsória das letras pelos ex-
A êsse vultoso débito de caráter for mal, acresccnlou-se cm 1949 o débito
ficações. No fim dc 1950, a dívida flu-
tuanltí foi de 4.677 milhões sup."rior ao
mais sério, rrsiiUando do déficit or<;n-
entrc 1947 e 1949, cm torno dc 1.400
portadores é, boje em dia, para as ti-
n^^•(.•l verificado no fim do ano anterior.
niilhõfs de cruzeiros (1/15 sobre a ex-
nanças da União, um instrumento equi-
Lclnui do Tesouro pura cjrpnrladnrcs
l^orl.íção anual de 21 bilhões de cnizeiros). Em conscíjuência do dcclinio da
voco, sem grande utilidade, As desvantagens dcss.i instituição para
mentário. O déficit atingiu o montante
dc 2.810 milhões dc cruzeiros, coberto,
na .sua quase totalidade, por emprésti tas duas parcelas — cota cm cruzeiros
.'\-s operações ac im i descritas refereinsc princip.iliiientc a transações entre O
para o Fundo Monetário e déficit orça mentário — corresponde virtualmente ao
Tesouro e o Banco do Br.isil. Entrelanlo. o 'i'csoijro ainda tem outros credores,
mos do Banco do Brasil.
A soma des
aumento da dívida flutuante de 4.865
entre os íjuais os exportadores oeupam,
milhões, naquele ano. A desfavorável evolução da receita e
involuntàriamcntc, lugar de destaque.
despesa da União cm 1950 determinou novo e fortíssimo acréscimo da dívida
sas loiras do Tesouro, rpie os exportado
O déficit contábil do exer
cício, no total de 4.297 milhões dc cru
recebem das suas vendas no exterior.
zeiros, foi, em conseqüência de grandes restos a pagar, maior que o déficit efe pesas extra-orçamentárias, cm particular para o resgate da dívida externa, finan
principal cansa da inflação.
Parecia,
ciadas igualmente com empréstimos no
portanto, lógica a redução das despesas imediatas em cruzeiros com a aquisição
tante de 8.075 milhões. As exigências contínuas do Governo, simultáneamcnte com a procura crescente de crédito pe
los particulares, não podiam mais ser atendidas pelo processo usual da emis são. O Banco do Brasil não dispunha
Tesouro.
do ano passado a 1.830 milhões de cru-
juros ao ano e deve pagar aos bancos e
Recebe do Tesouro 6 Á, ae
particulares que as descontam um mui-
cm 1950 um empréstimo suplementar dc 575 milhões dc cruzeiros, o que dcscon-
tiplo dessa taxa. Em certos peripdos, aS taxas no mercado livre para essas letras
ras e muito incertas dessa dívida tor-
ônus efetivo para um exportador que
souro. Pode-se, pois, dizer que a subs-
apresenta-se assim :
nam-na pouco interessante para o Te- vende 1,5 milhões de cruzeiros ao ano
rior e êsse saldo foi considerado como a
Banco do Brasil.
pois, forçada a mobiliziu: as letras üo
das letras aumentou o clcvou-se no fim
gestionou ligeiramente, no segundo se- atingiam 18%, baixaram ja ate 7%, mas me.trc sua posição dc devedor no Ban- subiram novamente a 10-12%. CO do Brasil. Mas, as flutuações cfêmeAdmitindo 10% como taxa media, o
9.524, dc 20 dc ju
nho dc 1946 — o Brasil obteve um sal do elevadíssimo de seu comércio exte
das. A maioria dos exportadores tica.
C:om o acréscimo da cxi>orlação, o saldo zeirus. O Gt,vérno obteve, desse niodo,
Quando êsses títulos foram criados —
pelo Decrcío-lci
tivo, mas ao custeio do déficit orçamen tário acrescentaram-se importantes des
Em Julho dc 1950, o débito do Tesou ro no Banco do Bra.sil atingiu o mon
dcrável com a liquidação das letras.
Desde há cinco ano.s, circulam as famo
res devem compulsôriamente subscrcxcr, na proporção de 20 % do produto cpie
flutuante.
exportação cm 19-19, o saldo dos títulos os e.xportadorcs c para a economia em
cm circulação p.issou de 1.615 milhões geral são evidentes. Raros são os e.xpar.i 1.255 milhões, diminuição que im- portadores capazes de renunciar em psrpunha ao Governo uma despesa consi- , manência a 20 % do produto de suas ven-
Cruzeiros
dos cambiais.
Subscrição compulsória (20% do valor da exportação) no decorrer do ano 300.000
Não cjncremos afirmar que isto foi o único motivo para a instituição das le
Juros recebidos sôbre as letras (3%)
Saldo médio das letras durante o ano
tras do Tesouro dêsse tipo. A situação
Juros pagos para as letras (10%)
financeira do Governo federal, na época,
Prejuízo
era desfavorável, o a subscrição compul
^7 000
O preiuízo (7 000 cruzeiros sôbre a Lafer, revogando o Decreto-lei n.° 9.524, exportação no valor de 1,5 milhões) no qual é baseada a emissão dessas lecorrosponde a quase meio por cento. A tras, encontrou no Congresso Nacional,
sória das letras pelos exportadores for necia ao Tesouro uma receita dc mais de um bilhão dc cruzeiros. Em todo
mais de títulos comerciais aceitáveis pe
caso, o efeito anti-inflacionário dêsses tí
la Carteira de Redescontos. O Tesouro emitiu então letras no valor de 2 bilhões
tulos não podia ser senão temporário e muito limitado, pois as letras vencem-
de cruzeiros, que foram entregues à Car teira e serviram como base para requisi
se em 120 dias, no máximo. O processo
ma fiscal.
é rotativo, mas o total das letras em cir culação relativamente constante. Varia
Já foram feitas, várias vêzes, tentativas para .suprimir a compulsoriedade da
mesma razão, a liquidação desta parte da dívida flutuante p.irece no próximo •
no voltou assim à antiga forma de criar
apenas com o valor da exportação. O saldo das letras em circulação corres
subscrição dessas letras. O ataque mais vigoroso contra as letras foi dirigido em
futuro pouco provável,
meio circulante.
tar emissão de papel-moeda. O Gover Por essa modificação
U':"■
\
despesa não difere muito de um tributo.
assim como no seio do Governo, uma
Ê, sem dúvida, um dos tributos mais in-
ressonância muito favorável, mas sua
justos e anti-económicos do nosso siste-
realização tomou-se impossível em vista situação precária do Tesouro. Pela
-
técnica do processo inflacionário, os em préstimos ao Tesouro nos balancetes do
ponde à décima-quinta parte do valor da exportação (um quinto da exportação
1949 pelo atual Ministro da Fazenda, sr.
Banco do Brasil diminuíram, mas o to
de um têrço do ano).
Comissão de Finanças da Câmara dos
A questão dos juros é, não somente
Deputados. O projeto do Deputado
para os subscritores dos títulos como
tal do débito não sofreu grandes modi
A parcela da dívida flutuante consti-
A questão dos juros
Horácio Lafer, então Vice-Presidente da
Dir.ESTO EcoNÓNnco
ri
DiCESTO ECONÓ^UCO
'•
tuida por essas letras do Tesouro oscilou, crição compulsória das letras pelos ex-
A êsse vultoso débito de caráter for mal, acresccnlou-se cm 1949 o débito
ficações. No fim dc 1950, a dívida flu-
tuanltí foi de 4.677 milhões sup."rior ao
mais sério, rrsiiUando do déficit or<;n-
entrc 1947 e 1949, cm torno dc 1.400
portadores é, boje em dia, para as ti-
n^^•(.•l verificado no fim do ano anterior.
niilhõfs de cruzeiros (1/15 sobre a ex-
nanças da União, um instrumento equi-
Lclnui do Tesouro pura cjrpnrladnrcs
l^orl.íção anual de 21 bilhões de cnizeiros). Em conscíjuência do dcclinio da
voco, sem grande utilidade, As desvantagens dcss.i instituição para
mentário. O déficit atingiu o montante
dc 2.810 milhões dc cruzeiros, coberto,
na .sua quase totalidade, por emprésti tas duas parcelas — cota cm cruzeiros
.'\-s operações ac im i descritas refereinsc princip.iliiientc a transações entre O
para o Fundo Monetário e déficit orça mentário — corresponde virtualmente ao
Tesouro e o Banco do Br.isil. Entrelanlo. o 'i'csoijro ainda tem outros credores,
mos do Banco do Brasil.
A soma des
aumento da dívida flutuante de 4.865
entre os íjuais os exportadores oeupam,
milhões, naquele ano. A desfavorável evolução da receita e
involuntàriamcntc, lugar de destaque.
despesa da União cm 1950 determinou novo e fortíssimo acréscimo da dívida
sas loiras do Tesouro, rpie os exportado
O déficit contábil do exer
cício, no total de 4.297 milhões dc cru
recebem das suas vendas no exterior.
zeiros, foi, em conseqüência de grandes restos a pagar, maior que o déficit efe pesas extra-orçamentárias, cm particular para o resgate da dívida externa, finan
principal cansa da inflação.
Parecia,
ciadas igualmente com empréstimos no
portanto, lógica a redução das despesas imediatas em cruzeiros com a aquisição
tante de 8.075 milhões. As exigências contínuas do Governo, simultáneamcnte com a procura crescente de crédito pe
los particulares, não podiam mais ser atendidas pelo processo usual da emis são. O Banco do Brasil não dispunha
Tesouro.
do ano passado a 1.830 milhões de cru-
juros ao ano e deve pagar aos bancos e
Recebe do Tesouro 6 Á, ae
particulares que as descontam um mui-
cm 1950 um empréstimo suplementar dc 575 milhões dc cruzeiros, o que dcscon-
tiplo dessa taxa. Em certos peripdos, aS taxas no mercado livre para essas letras
ras e muito incertas dessa dívida tor-
ônus efetivo para um exportador que
souro. Pode-se, pois, dizer que a subs-
apresenta-se assim :
nam-na pouco interessante para o Te- vende 1,5 milhões de cruzeiros ao ano
rior e êsse saldo foi considerado como a
Banco do Brasil.
pois, forçada a mobiliziu: as letras üo
das letras aumentou o clcvou-se no fim
gestionou ligeiramente, no segundo se- atingiam 18%, baixaram ja ate 7%, mas me.trc sua posição dc devedor no Ban- subiram novamente a 10-12%. CO do Brasil. Mas, as flutuações cfêmeAdmitindo 10% como taxa media, o
9.524, dc 20 dc ju
nho dc 1946 — o Brasil obteve um sal do elevadíssimo de seu comércio exte
das. A maioria dos exportadores tica.
C:om o acréscimo da cxi>orlação, o saldo zeirus. O Gt,vérno obteve, desse niodo,
Quando êsses títulos foram criados —
pelo Decrcío-lci
tivo, mas ao custeio do déficit orçamen tário acrescentaram-se importantes des
Em Julho dc 1950, o débito do Tesou ro no Banco do Bra.sil atingiu o mon
dcrável com a liquidação das letras.
Desde há cinco ano.s, circulam as famo
res devem compulsôriamente subscrcxcr, na proporção de 20 % do produto cpie
flutuante.
exportação cm 19-19, o saldo dos títulos os e.xportadorcs c para a economia em
cm circulação p.issou de 1.615 milhões geral são evidentes. Raros são os e.xpar.i 1.255 milhões, diminuição que im- portadores capazes de renunciar em psrpunha ao Governo uma despesa consi- , manência a 20 % do produto de suas ven-
Cruzeiros
dos cambiais.
Subscrição compulsória (20% do valor da exportação) no decorrer do ano 300.000
Não cjncremos afirmar que isto foi o único motivo para a instituição das le
Juros recebidos sôbre as letras (3%)
Saldo médio das letras durante o ano
tras do Tesouro dêsse tipo. A situação
Juros pagos para as letras (10%)
financeira do Governo federal, na época,
Prejuízo
era desfavorável, o a subscrição compul
^7 000
O preiuízo (7 000 cruzeiros sôbre a Lafer, revogando o Decreto-lei n.° 9.524, exportação no valor de 1,5 milhões) no qual é baseada a emissão dessas lecorrosponde a quase meio por cento. A tras, encontrou no Congresso Nacional,
sória das letras pelos exportadores for necia ao Tesouro uma receita dc mais de um bilhão dc cruzeiros. Em todo
mais de títulos comerciais aceitáveis pe
caso, o efeito anti-inflacionário dêsses tí
la Carteira de Redescontos. O Tesouro emitiu então letras no valor de 2 bilhões
tulos não podia ser senão temporário e muito limitado, pois as letras vencem-
de cruzeiros, que foram entregues à Car teira e serviram como base para requisi
se em 120 dias, no máximo. O processo
ma fiscal.
é rotativo, mas o total das letras em cir culação relativamente constante. Varia
Já foram feitas, várias vêzes, tentativas para .suprimir a compulsoriedade da
mesma razão, a liquidação desta parte da dívida flutuante p.irece no próximo •
no voltou assim à antiga forma de criar
apenas com o valor da exportação. O saldo das letras em circulação corres
subscrição dessas letras. O ataque mais vigoroso contra as letras foi dirigido em
futuro pouco provável,
meio circulante.
tar emissão de papel-moeda. O Gover Por essa modificação
U':"■
\
despesa não difere muito de um tributo.
assim como no seio do Governo, uma
Ê, sem dúvida, um dos tributos mais in-
ressonância muito favorável, mas sua
justos e anti-económicos do nosso siste-
realização tomou-se impossível em vista situação precária do Tesouro. Pela
-
técnica do processo inflacionário, os em préstimos ao Tesouro nos balancetes do
ponde à décima-quinta parte do valor da exportação (um quinto da exportação
1949 pelo atual Ministro da Fazenda, sr.
Banco do Brasil diminuíram, mas o to
de um têrço do ano).
Comissão de Finanças da Câmara dos
A questão dos juros é, não somente
Deputados. O projeto do Deputado
para os subscritores dos títulos como
tal do débito não sofreu grandes modi
A parcela da dívida flutuante consti-
A questão dos juros
Horácio Lafer, então Vice-Presidente da
DicKSTí) ErosóNfico
também para o Tesouro, um dos pro blemas mais delicados da dívida flu
tuante. Em outros países, em particular
PERDA DE SUBSTANCIA NO COMÉRCIO;
vadas. No primeiro ano cie apos-guerra ascenderam a WiO milhões d<- cruzei
nos Estados Unidos, os créditos gover
ros, (Tom a refhição da <li\Kla e por
EXTERIOR DO BRASIL
namentais a curto prazo são baralíssimos. O Tesouro americano, por exem
acordos mais ía\<irá\'<*is para o I esouro
Saldos comerciais em balanços de pagamenlos deficitários.
com o Banco do Brasil, a despesa com
Moacyb Paixão
plo, pode pro\idenciar, pela emissão de títulos com prazo até um ano, dinhei ro a taxas de juros de 1 a 1,5%. \'o Brasil, o próprio Banco do Govérno abo na para seus empréstimos em conta cor
rente ao Tesouro 6* de juros, mas pa ga-lhe apenas 2 1/2% se nas contas or çamentárias a receita ultrapassa ocasio nalmente a despesa.
U
da flutuante são, consetjm-ntemcnte, ele
o serviço dr*crcsceu, aos jk)Ucos, a 250 njilhõcs aí) ano, mas ainda tal dotaçao
Já por essa razão, o (povértio está
Em
1950. realmente, as nossas trocas exter
nas acusaram um saldo positivo de 4.5
solidação dcsa dí%'ida «•, n" momento,
bilhõc-s de cruzeiros. Parece ao Gover
impossível, e, além disso, o ser\iço lor-
no (pio ésse acontecimento é de cntu-
nar-sc-ia ainda mais can).
•siasmar.
como parte da dívida flutuante, o Banco
viado à Câmara um anteprojeto govcr-
A única .so
nos moldes das anteriores.
Acho que nessas interpretações há
naiiK^ntal (juo pede aiitoriz-içao para en
campar nada mi-nos ([lu- C.r$ 9.135.159.200,00.
ouiita pressa e evidente falsidade. Uma
.
observação mais atenta nas modificações operadas na situação do nosso comércio exterior, nos últimos anos, particularmen
iMcariam, porém,
ainda quase seis bilhões de eru/ejros,
sado, aceita tais títulos como base de
cujo serviço para o exercício de 1952 é c.stímado em 180 milhões do cruzeiros
verno.
— na hipótese de, no exercício em cur
Aliás, o ufanismo cm relação
ao saldo favorável veni-se generalizando no meio dos comcntadores do problema.
já foi en
suas operações de crédito com o Go
As despesas do Governo com a dívi
mcreial do País com o exterior.
muito interessado nnma rápiíla e f()rte diminuição da ílívida flutuante. A con
lução viável é nma nova encampação,
excepcionais, como ocorreu no ano pas
Mensagem do Sr. Gctiilio Vargas ao Congresso Nacional se mostra otimista (piando examina o balanço co-
fres públicos.
Sendo 6% a taxa usual para as conta.s devedoras do Govérno, inclusive as con tas cambiais que não são consideradas
do Brasil não é interessado, naturalmen te, em subscrever letras do Tesouro fjuc rendem apenas 3%. Só em condições
A
representa grandi- encargo para íis co
te o estudo de seu conteúdo c caráter,
so, a dívida não aumentar.
K
escala. É utilizando os saldos positivos
que os tnistes e monopólios estrangeiros drenam para suas matrizes no exterior a
parte exportável de seus lucros anuais. Um estudo da CEPAL ("Estúdio Eco
nômico da América Latina", 1949) re
vela que durante a guerra, mercê de grandes restrições na importação e das vendas em dólar feitas à Europa, conse
guiu a América Latina acumular o saldo comercial de 2.346 milhões de dólares.
Pois bem, somente no pagamento das rendas do capital financeiro norte-ame ricano, em um ano, consumiu a América Latina 1.052 milhões de dólares.
^
O Brasil se mantém num regime de
saldos comerciais positivos, mas dentro
colocam o problema nos seus devidos
de balanços de pagamentos permanen
termos. O saldo comercial não é ncccs-
temente deficitários. E a Standard Oil, a Brazilian Traction, a Bond & Share,
sàriamente uma posição favorável ao seu detentor, não podendo, por isso mesmo, a General Electric, as empresas estran ser considerado raiz de otimismo. Há mais de 60 anos o balanço comercial
do Brasil com o exterior apresenta sal dos, com exceção de 5 ou 6 anos. E nas vezes em que esse balanço foi ne gativo, isso resultou da interferência,
sé)bre o conjunto, de trocas parciais al tamente deficitárias realizadas com os
países que aqui não invertem capitais; com os Estados Unidos e Inglaterra
(cujos balanços comerciais são perma
i
nentemente deficitários), só excepcional mente não apresentamos saldos. Na verdade, a formação de saldos é inerente aos balanços comerciais dos países atrasados e dependentes, que em pregam capitais estrangeiros em larga
geiras monopolistas que operam nos ra mos de alimentação (frigoríficos, moi nhos etc.), artefatos de borracha, pro dutos farmacêuticos, metalurgia, cinema, fumo e outros, pegam-se precisamente nessa ocorrência de saldos habituais nas relações de troca com o exterior para
garantir as exportações de seus lucros. A publicação dos balanços de paga mentos, desde 1947, permite a verifi cação dos montantes da exportação anual, de rendas realizada pelas emprêsas es trangeiras que operam na indústria, nos transportes e serviços de utilidade pú blica, consumindo divisas deixadas pe los saldos do comércio exterior. Vejamos
DicKSTí) ErosóNfico
também para o Tesouro, um dos pro blemas mais delicados da dívida flu
tuante. Em outros países, em particular
PERDA DE SUBSTANCIA NO COMÉRCIO;
vadas. No primeiro ano cie apos-guerra ascenderam a WiO milhões d<- cruzei
nos Estados Unidos, os créditos gover
ros, (Tom a refhição da <li\Kla e por
EXTERIOR DO BRASIL
namentais a curto prazo são baralíssimos. O Tesouro americano, por exem
acordos mais ía\<irá\'<*is para o I esouro
Saldos comerciais em balanços de pagamenlos deficitários.
com o Banco do Brasil, a despesa com
Moacyb Paixão
plo, pode pro\idenciar, pela emissão de títulos com prazo até um ano, dinhei ro a taxas de juros de 1 a 1,5%. \'o Brasil, o próprio Banco do Govérno abo na para seus empréstimos em conta cor
rente ao Tesouro 6* de juros, mas pa ga-lhe apenas 2 1/2% se nas contas or çamentárias a receita ultrapassa ocasio nalmente a despesa.
U
da flutuante são, consetjm-ntemcnte, ele
o serviço dr*crcsceu, aos jk)Ucos, a 250 njilhõcs aí) ano, mas ainda tal dotaçao
Já por essa razão, o (povértio está
Em
1950. realmente, as nossas trocas exter
nas acusaram um saldo positivo de 4.5
solidação dcsa dí%'ida «•, n" momento,
bilhõc-s de cruzeiros. Parece ao Gover
impossível, e, além disso, o ser\iço lor-
no (pio ésse acontecimento é de cntu-
nar-sc-ia ainda mais can).
•siasmar.
como parte da dívida flutuante, o Banco
viado à Câmara um anteprojeto govcr-
A única .so
nos moldes das anteriores.
Acho que nessas interpretações há
naiiK^ntal (juo pede aiitoriz-içao para en
campar nada mi-nos ([lu- C.r$ 9.135.159.200,00.
ouiita pressa e evidente falsidade. Uma
.
observação mais atenta nas modificações operadas na situação do nosso comércio exterior, nos últimos anos, particularmen
iMcariam, porém,
ainda quase seis bilhões de eru/ejros,
sado, aceita tais títulos como base de
cujo serviço para o exercício de 1952 é c.stímado em 180 milhões do cruzeiros
verno.
— na hipótese de, no exercício em cur
Aliás, o ufanismo cm relação
ao saldo favorável veni-se generalizando no meio dos comcntadores do problema.
já foi en
suas operações de crédito com o Go
As despesas do Governo com a dívi
mcreial do País com o exterior.
muito interessado nnma rápiíla e f()rte diminuição da ílívida flutuante. A con
lução viável é nma nova encampação,
excepcionais, como ocorreu no ano pas
Mensagem do Sr. Gctiilio Vargas ao Congresso Nacional se mostra otimista (piando examina o balanço co-
fres públicos.
Sendo 6% a taxa usual para as conta.s devedoras do Govérno, inclusive as con tas cambiais que não são consideradas
do Brasil não é interessado, naturalmen te, em subscrever letras do Tesouro fjuc rendem apenas 3%. Só em condições
A
representa grandi- encargo para íis co
te o estudo de seu conteúdo c caráter,
so, a dívida não aumentar.
K
escala. É utilizando os saldos positivos
que os tnistes e monopólios estrangeiros drenam para suas matrizes no exterior a
parte exportável de seus lucros anuais. Um estudo da CEPAL ("Estúdio Eco
nômico da América Latina", 1949) re
vela que durante a guerra, mercê de grandes restrições na importação e das vendas em dólar feitas à Europa, conse
guiu a América Latina acumular o saldo comercial de 2.346 milhões de dólares.
Pois bem, somente no pagamento das rendas do capital financeiro norte-ame ricano, em um ano, consumiu a América Latina 1.052 milhões de dólares.
^
O Brasil se mantém num regime de
saldos comerciais positivos, mas dentro
colocam o problema nos seus devidos
de balanços de pagamentos permanen
termos. O saldo comercial não é ncccs-
temente deficitários. E a Standard Oil, a Brazilian Traction, a Bond & Share,
sàriamente uma posição favorável ao seu detentor, não podendo, por isso mesmo, a General Electric, as empresas estran ser considerado raiz de otimismo. Há mais de 60 anos o balanço comercial
do Brasil com o exterior apresenta sal dos, com exceção de 5 ou 6 anos. E nas vezes em que esse balanço foi ne gativo, isso resultou da interferência,
sé)bre o conjunto, de trocas parciais al tamente deficitárias realizadas com os
países que aqui não invertem capitais; com os Estados Unidos e Inglaterra
(cujos balanços comerciais são perma
i
nentemente deficitários), só excepcional mente não apresentamos saldos. Na verdade, a formação de saldos é inerente aos balanços comerciais dos países atrasados e dependentes, que em pregam capitais estrangeiros em larga
geiras monopolistas que operam nos ra mos de alimentação (frigoríficos, moi nhos etc.), artefatos de borracha, pro dutos farmacêuticos, metalurgia, cinema, fumo e outros, pegam-se precisamente nessa ocorrência de saldos habituais nas relações de troca com o exterior para
garantir as exportações de seus lucros. A publicação dos balanços de paga mentos, desde 1947, permite a verifi cação dos montantes da exportação anual, de rendas realizada pelas emprêsas es trangeiras que operam na indústria, nos transportes e serviços de utilidade pú blica, consumindo divisas deixadas pe los saldos do comércio exterior. Vejamos
12
W Dicesto Econónhco
DlCKSTO ErONÒNOCO
então certos dados, positivamente incom
pletos, a êssc respeito: LüCllOS EXPORTADOS PELAS emprêsas estrangeiras
que não podem rc\'<*lar o vt-rcladeiro montante d.js remessas tle capil.il p.ira
xijuadamento 30 %, ainda assim a parte
lizado. I'or detrás dessas cifras, as em
da produção (juc é exportada, tomada pelo valor dos bens de origem agrícola, atinge sempre mais de 1/3, nos perío
tam altamente concentradas em uns pou
dos de mercadt) livre. Como, pois, fa lar em excedentes exportáveis para en
absorveram cêrca de 56 % das nossas
o exterior ■— capital nacional í/c.vniic/íjníi-
Anos
Milhões de cruzeiros
1947 1948
810.5 843,0
1949
801,7
presas estrangeira'' aintl.i canalizam para suas matrizes, em cada ano, parcelas astronômicas de .scns lucros, íitilizanclo processos clandestinos os mais ditcrsos,
governamentais responsáveis pelos pro
isso deixa do consumir pesad.us quanti dades de divisas, em várias ocasiões foi
bcni dc exportações exageradas, muito acima do permitido pela capacidade de produção nacional. Certos bens pri mário;, como a carnaúba, cacau, olea ginosas, minérios, são tipicamente de o.x-
PAGAMENTO DE FRETES MARÍTIMOS
porlação.
3.420
1949
3.175
Êsses são os gastos contabilizados, ofi
(valor em milhões Anos
de crs.)
1945
19.944
(milhões de crs.)
26
1946
1947
29.340
15.201
1948 1949
34.306
16.869
38.819
16.085
51 49 41
4t.
global aa exportação
815 614 412
.395
365 315
Carnes
Infonnam as estatísticas de comércio
exterior que vendemos anualmente a
outros países mais de 150 produtos di
■I
43 13 4 4 4 3 2 2 2 1
762
Cêra de carnaúba
cionais, apenas, perfizeram 80% do va lor das exportações :
PERCENTAGEM S/ VALOR DAS exportações
ferentes, na forma de bens primários
■'I h
(matérias-primas de origem vegetal,
Produtos
%
animal e mineral) e manufaturas em
Café
58
Algodão
10 5
geral. Contudo, os 10 produtos acima assinalados absorveram cêrca de 80 % do total das exportações, tomados para cál
Cacau
culo o período 1945/49 e as médias dos respectivos valores.
dução ( % )
26.047
cipais produtos, no qüinqüênio referido:
839
Arroz Fumo
Percentagem das expor tações s/ valor da pro
5.321 12.686
■
siderado o valor médio anual dos prin
2.491
Pinho
cm diversos anos:
Exportação de origeyn agrícola
Vejamos um quadro mostrando a com posição das exportações brasileiras, con
no qüinqüênio (^ )
Couros c peles
vados pela estatística oficial) com o va lor das exportações dc origem agrícola,
ciais, de divisas, computados pelas esta Produção agrícola
Outros produtos, como o ca
fé, algodão, carne, fumo, arroz, igvialmente .são exportados em grande escala. O quadro abaixo compara o valor da piodução agrícola (30 produtos obser
vendas ao e.\terior.
7.897
Cacau
tações contraídas, a\'ar('ntas, mas tam-
como revela o quadro a seguir:
algodão sozinhos, no período 1945/49,
(milhões de crs.)
Tecidos
Os saldos verificados no lialanço co
de navegação marítima os fretes de im portação, que atingem valores vultosos,
cos gêneros fundamentais. O café e o
Percentagfim s/ a média
Café
Exportações exageradas mercial resultam não apenas de impor
Produtos criadores de divisas
As exportações brasileiras se apresen
Média anual no
Algodão
governamentais etc., ainda pagamos à Mc Cormack e outros poderosos trustes
3.281
Produtos
sempre sem resultados.
remeter anualmente enormes cjuantias na forma de direitos autorais, serviços
mercado interno.
qüinqüênio 45/49
denunciada, inclusive por uma revista oficiosa como "Conjuntura Econtanica",
de capital nacional no exterior às mãos dos trustes e monopólios. Além de lhes
1948
mo nacional, além dc manifestar-se co
do conlròlc cambial, mas (juc ncin por
' não exprimem a totalidade dos gastos
1947
ções representa um desfalque ao consu
Essa exportação iinisivt-l de lucros, fora
cruzeiros, anualmente. Mas essas cifras
Milhões de cruzeiros
realidade, o elevado xolume das exporta
blemas dc comércio externo e câmbio.
recem muito superiores a I bilhão de
Anos
quadrar as parcelas da produção cana lizadas anualmente para o exterior ? Na
geralmente com a conivência dos órgãos
Considerando-se um outro movimento de capitais, os chamados encargos finan ceiros do Pais (renda de capitais estran geiros mais juros da divida externa) nossos gastos normais de di\'isas apa
mo uma alavanca à alta dos preços no
Consideranclo-sc que entro o valor es timado <la produção c o preço FOB das t?xporlações liaja um aumento dc apro-
tísticas de câmbio do Banco tio Brasil,
■
4
Pinho
3
Essa falta de diversificação e
No biênio 1949/50, a posição do café
ráter das nossas exportações, constituí
zinho quase 60% do valor das vendas
rios, tornam a economia brasileira extre mamente vulnerável às oscilações do nuuueme vuiiiciavc. u. ,
se reforçou, passando a representar sò-
48
Peles e couros
externas. externas.
Os Os üaClOS dados aa 5>eguu, seguir,
relativos
das predominantemente de bens primá
a 1949, mostram que 5 produtos tradi- comercio internacicual e as manobras . I li
i
|J>III li I
4 A
12
W Dicesto Econónhco
DlCKSTO ErONÒNOCO
então certos dados, positivamente incom
pletos, a êssc respeito: LüCllOS EXPORTADOS PELAS emprêsas estrangeiras
que não podem rc\'<*lar o vt-rcladeiro montante d.js remessas tle capil.il p.ira
xijuadamento 30 %, ainda assim a parte
lizado. I'or detrás dessas cifras, as em
da produção (juc é exportada, tomada pelo valor dos bens de origem agrícola, atinge sempre mais de 1/3, nos perío
tam altamente concentradas em uns pou
dos de mercadt) livre. Como, pois, fa lar em excedentes exportáveis para en
absorveram cêrca de 56 % das nossas
o exterior ■— capital nacional í/c.vniic/íjníi-
Anos
Milhões de cruzeiros
1947 1948
810.5 843,0
1949
801,7
presas estrangeira'' aintl.i canalizam para suas matrizes, em cada ano, parcelas astronômicas de .scns lucros, íitilizanclo processos clandestinos os mais ditcrsos,
governamentais responsáveis pelos pro
isso deixa do consumir pesad.us quanti dades de divisas, em várias ocasiões foi
bcni dc exportações exageradas, muito acima do permitido pela capacidade de produção nacional. Certos bens pri mário;, como a carnaúba, cacau, olea ginosas, minérios, são tipicamente de o.x-
PAGAMENTO DE FRETES MARÍTIMOS
porlação.
3.420
1949
3.175
Êsses são os gastos contabilizados, ofi
(valor em milhões Anos
de crs.)
1945
19.944
(milhões de crs.)
26
1946
1947
29.340
15.201
1948 1949
34.306
16.869
38.819
16.085
51 49 41
4t.
global aa exportação
815 614 412
.395
365 315
Carnes
Infonnam as estatísticas de comércio
exterior que vendemos anualmente a
outros países mais de 150 produtos di
■I
43 13 4 4 4 3 2 2 2 1
762
Cêra de carnaúba
cionais, apenas, perfizeram 80% do va lor das exportações :
PERCENTAGEM S/ VALOR DAS exportações
ferentes, na forma de bens primários
■'I h
(matérias-primas de origem vegetal,
Produtos
%
animal e mineral) e manufaturas em
Café
58
Algodão
10 5
geral. Contudo, os 10 produtos acima assinalados absorveram cêrca de 80 % do total das exportações, tomados para cál
Cacau
culo o período 1945/49 e as médias dos respectivos valores.
dução ( % )
26.047
cipais produtos, no qüinqüênio referido:
839
Arroz Fumo
Percentagem das expor tações s/ valor da pro
5.321 12.686
■
siderado o valor médio anual dos prin
2.491
Pinho
cm diversos anos:
Exportação de origeyn agrícola
Vejamos um quadro mostrando a com posição das exportações brasileiras, con
no qüinqüênio (^ )
Couros c peles
vados pela estatística oficial) com o va lor das exportações dc origem agrícola,
ciais, de divisas, computados pelas esta Produção agrícola
Outros produtos, como o ca
fé, algodão, carne, fumo, arroz, igvialmente .são exportados em grande escala. O quadro abaixo compara o valor da piodução agrícola (30 produtos obser
vendas ao e.\terior.
7.897
Cacau
tações contraídas, a\'ar('ntas, mas tam-
como revela o quadro a seguir:
algodão sozinhos, no período 1945/49,
(milhões de crs.)
Tecidos
Os saldos verificados no lialanço co
de navegação marítima os fretes de im portação, que atingem valores vultosos,
cos gêneros fundamentais. O café e o
Percentagfim s/ a média
Café
Exportações exageradas mercial resultam não apenas de impor
Produtos criadores de divisas
As exportações brasileiras se apresen
Média anual no
Algodão
governamentais etc., ainda pagamos à Mc Cormack e outros poderosos trustes
3.281
Produtos
sempre sem resultados.
remeter anualmente enormes cjuantias na forma de direitos autorais, serviços
mercado interno.
qüinqüênio 45/49
denunciada, inclusive por uma revista oficiosa como "Conjuntura Econtanica",
de capital nacional no exterior às mãos dos trustes e monopólios. Além de lhes
1948
mo nacional, além dc manifestar-se co
do conlròlc cambial, mas (juc ncin por
' não exprimem a totalidade dos gastos
1947
ções representa um desfalque ao consu
Essa exportação iinisivt-l de lucros, fora
cruzeiros, anualmente. Mas essas cifras
Milhões de cruzeiros
realidade, o elevado xolume das exporta
blemas dc comércio externo e câmbio.
recem muito superiores a I bilhão de
Anos
quadrar as parcelas da produção cana lizadas anualmente para o exterior ? Na
geralmente com a conivência dos órgãos
Considerando-se um outro movimento de capitais, os chamados encargos finan ceiros do Pais (renda de capitais estran geiros mais juros da divida externa) nossos gastos normais de di\'isas apa
mo uma alavanca à alta dos preços no
Consideranclo-sc que entro o valor es timado <la produção c o preço FOB das t?xporlações liaja um aumento dc apro-
tísticas de câmbio do Banco tio Brasil,
■
4
Pinho
3
Essa falta de diversificação e
No biênio 1949/50, a posição do café
ráter das nossas exportações, constituí
zinho quase 60% do valor das vendas
rios, tornam a economia brasileira extre mamente vulnerável às oscilações do nuuueme vuiiiciavc. u. ,
se reforçou, passando a representar sò-
48
Peles e couros
externas. externas.
Os Os üaClOS dados aa 5>eguu, seguir,
relativos
das predominantemente de bens primá
a 1949, mostram que 5 produtos tradi- comercio internacicual e as manobras . I li
i
|J>III li I
4 A
w
14
Dicesto Econômico
dos trustcs, senhores dos mercados. Ca
do café o do algodão do Brjisil no ex
da vez que entram em baixa os preços do café c do algodão, os dois grandes produtos tradicionais de exportação, so.frc a economia nacional sérios golpes. O café e o algodão, cujas vendas ao
Os truslcs dclcrmiiunn a composição das
exterior se processam inteiramente sob
uossas importações
terior.
Até aí andou o caráter semi-
eolonial e dependente dc nossa eco nomia.
controle ou direção de trustes norteamericanos, sao os maiores formadores
Qual a composição das compras bm-
sileiras no exterior ? A realidade é que
de saldos cm moeda estrangeira. Isto relaçãí) às nossas importações tam significa qfte o maior ou menor \oiumc cm bém se \-erifica o fenômeno da con dc disponibilidades em divisas, ou se centração, antes constatado no campo ja, a nossa capacidade para importar das exportações. Queimamos maior bens de consumo e dc produção, de quantidadede di\isas em umas poucas pende do jogo comercial e da murcha mercadorias nc-m sempre c-ssenciais (au dos interesses da Amcrican Coffce Cortomóveis de passageiros etc.), confonne poration, Anderson Clayton, SANDRA e dos demais trustes donos dos negócios demonstra o íjtiadro abaixo, construído
D10BSTo Eco^•ó^^co
ra renoxar nossas indústrias c o parque
mãrios (que constituem a maioria das
de Iransporti-s ab.solutamente desgasta-
nossas exqiortações) nonualmente é me nos pronunciada que a dos produtos ma
tlo — já (jue sua conservação e renova
ção não foram possíveis nesse período de restrições à importação — o que vi mos foi a elu-gada dos produtos menos essenciais e até dos supérfluos, empur
rados pidos poderosos monopólios que
Produtos
período 1945/49 (milhões de crs.)
importados Combustíveis
Automóveis, chassis etc Trigo
Papel Tecidos
Êsses produtos, recebidos principal veram 31 % do valor total das nossas im
portações (média do qüinqüênio). Nou tros termos, cm 5 anos consumimos nes
ses produtos moeda estrangeira equiva lente a 26,9 bilhões de cruzeiros, con
versão feita ao câmbio oficial da época das respectivas transações.
Devido a posição dependente em que nos achamos perante os trustes nossos
clientes, não apresentamos plena capa cidade e arbítrio
s/ o total das im
versidade do avanço da técnica entre os
nosso comércio exterior.
países produtores, a cota média de lu
Em 194í, cn-
(pianlo as coinj^ras de rádios, geladeiras, automóveis e bugigangas de matéria plástica
norlc-amerii-anas
atingiam
o
para utilizar nossos particularmente os
saldos em dólar, em função das neces
sidades do povo e da economia nacional. Durante a última guerra, à força de
11 9
isso corresponde ao rebaixamento do po der aquisitivo dos países subdesenvolvi dos nas suas relações dc troca com os
as importações de mácpiinas c outros
países industriais.
bi ns de produçãcv industriai e agrícola
Annando-sc daquilo que chamou de "opinião consagrada" entre teóricos da
não cliegaram a 3 bilhões.
economia liberal c clássica, o Professor
Baixa o poder de compra dos expor
lí- W. Singcr, Chefe da Seção dc Es
tações
tudos Econômicos dos Países Subdesen
O estudo da evolução dos valores da exportação c importação do Brasil mos tra (pu- testamos perdendo a cada ano a
série dc eonfcrèncias pronunciadas no
volvidos no Secretariado da ONU, na
nossa capacidade aquisitiva nos merca
saldos extraordinários succssixos em nos
cro na indústria vem aumentando — e
monlaiile di- 3,6 billiõcs dc cruzeiros,
portações(%)
1.856 1.562 1.251 364 341
mente das mãos de poderosos trustes norte-americanos - a General Motors, a Standard Oil e o Bung & Borne — absor
saldos no exterior,
Percenfagem do valor
cadorias primárias, exatamente pela di
determinam a direção e o contendo do
pela média do qüinqüênio 1915/49:
Valor médio no
nufaturados que enchem nossas listas de iniportação. Embora o custo real da produção manufaturcira venha caindo mais depressa que o custo real das mer
dos mundiais. Is.so em parte se explica ponjue a alta dos preços dos bens pri-
auditório da Fundação
"Getúlio Var-
procurou negar, com artifícios complicados, a expoliaçüo dos países subdesenvolvidos pelas potências capitalistas. Contudo, quando esbarra no exa
so balanço comercial, acumulamos abun
me do balanço
dantes reservas em divisas no exterior.
de troca entre os
Chegamos a dí.spor, em dezembro do 1946, dc quase 7 bilhões de cruzeiros em moeda estrangeira, conforme expri
Inglaterra e paí-
me o quadro abaixo :
Estados Unidos,
--
ses industriais, de um lado, e do outro os criado-
DISPONIBILIDADES EM DIVISAS
Anos
Milhões de cruzeiros
y rcs de matériasprimas, não po
1943
3.023
1945
5.249
de esconder a "tendência crô nica e estrutural no sentido de
1946
6.845
uma
1941
955
deteriora
ção dos preços
Normalizada a situação dos merca
dos, quando deveríamos promover grandes compras de equipamentos pa-
dos produtos pri mários em rela
ção aos das ma-
w
14
Dicesto Econômico
dos trustcs, senhores dos mercados. Ca
do café o do algodão do Brjisil no ex
da vez que entram em baixa os preços do café c do algodão, os dois grandes produtos tradicionais de exportação, so.frc a economia nacional sérios golpes. O café e o algodão, cujas vendas ao
Os truslcs dclcrmiiunn a composição das
exterior se processam inteiramente sob
uossas importações
terior.
Até aí andou o caráter semi-
eolonial e dependente dc nossa eco nomia.
controle ou direção de trustes norteamericanos, sao os maiores formadores
Qual a composição das compras bm-
sileiras no exterior ? A realidade é que
de saldos cm moeda estrangeira. Isto relaçãí) às nossas importações tam significa qfte o maior ou menor \oiumc cm bém se \-erifica o fenômeno da con dc disponibilidades em divisas, ou se centração, antes constatado no campo ja, a nossa capacidade para importar das exportações. Queimamos maior bens de consumo e dc produção, de quantidadede di\isas em umas poucas pende do jogo comercial e da murcha mercadorias nc-m sempre c-ssenciais (au dos interesses da Amcrican Coffce Cortomóveis de passageiros etc.), confonne poration, Anderson Clayton, SANDRA e dos demais trustes donos dos negócios demonstra o íjtiadro abaixo, construído
D10BSTo Eco^•ó^^co
ra renoxar nossas indústrias c o parque
mãrios (que constituem a maioria das
de Iransporti-s ab.solutamente desgasta-
nossas exqiortações) nonualmente é me nos pronunciada que a dos produtos ma
tlo — já (jue sua conservação e renova
ção não foram possíveis nesse período de restrições à importação — o que vi mos foi a elu-gada dos produtos menos essenciais e até dos supérfluos, empur
rados pidos poderosos monopólios que
Produtos
período 1945/49 (milhões de crs.)
importados Combustíveis
Automóveis, chassis etc Trigo
Papel Tecidos
Êsses produtos, recebidos principal veram 31 % do valor total das nossas im
portações (média do qüinqüênio). Nou tros termos, cm 5 anos consumimos nes
ses produtos moeda estrangeira equiva lente a 26,9 bilhões de cruzeiros, con
versão feita ao câmbio oficial da época das respectivas transações.
Devido a posição dependente em que nos achamos perante os trustes nossos
clientes, não apresentamos plena capa cidade e arbítrio
s/ o total das im
versidade do avanço da técnica entre os
nosso comércio exterior.
países produtores, a cota média de lu
Em 194í, cn-
(pianlo as coinj^ras de rádios, geladeiras, automóveis e bugigangas de matéria plástica
norlc-amerii-anas
atingiam
o
para utilizar nossos particularmente os
saldos em dólar, em função das neces
sidades do povo e da economia nacional. Durante a última guerra, à força de
11 9
isso corresponde ao rebaixamento do po der aquisitivo dos países subdesenvolvi dos nas suas relações dc troca com os
as importações de mácpiinas c outros
países industriais.
bi ns de produçãcv industriai e agrícola
Annando-sc daquilo que chamou de "opinião consagrada" entre teóricos da
não cliegaram a 3 bilhões.
economia liberal c clássica, o Professor
Baixa o poder de compra dos expor
lí- W. Singcr, Chefe da Seção dc Es
tações
tudos Econômicos dos Países Subdesen
O estudo da evolução dos valores da exportação c importação do Brasil mos tra (pu- testamos perdendo a cada ano a
série dc eonfcrèncias pronunciadas no
volvidos no Secretariado da ONU, na
nossa capacidade aquisitiva nos merca
saldos extraordinários succssixos em nos
cro na indústria vem aumentando — e
monlaiile di- 3,6 billiõcs dc cruzeiros,
portações(%)
1.856 1.562 1.251 364 341
mente das mãos de poderosos trustes norte-americanos - a General Motors, a Standard Oil e o Bung & Borne — absor
saldos no exterior,
Percenfagem do valor
cadorias primárias, exatamente pela di
determinam a direção e o contendo do
pela média do qüinqüênio 1915/49:
Valor médio no
nufaturados que enchem nossas listas de iniportação. Embora o custo real da produção manufaturcira venha caindo mais depressa que o custo real das mer
dos mundiais. Is.so em parte se explica ponjue a alta dos preços dos bens pri-
auditório da Fundação
"Getúlio Var-
procurou negar, com artifícios complicados, a expoliaçüo dos países subdesenvolvidos pelas potências capitalistas. Contudo, quando esbarra no exa
so balanço comercial, acumulamos abun
me do balanço
dantes reservas em divisas no exterior.
de troca entre os
Chegamos a dí.spor, em dezembro do 1946, dc quase 7 bilhões de cruzeiros em moeda estrangeira, conforme expri
Inglaterra e paí-
me o quadro abaixo :
Estados Unidos,
--
ses industriais, de um lado, e do outro os criado-
DISPONIBILIDADES EM DIVISAS
Anos
Milhões de cruzeiros
y rcs de matériasprimas, não po
1943
3.023
1945
5.249
de esconder a "tendência crô nica e estrutural no sentido de
1946
6.845
uma
1941
955
deteriora
ção dos preços
Normalizada a situação dos merca
dos, quando deveríamos promover grandes compras de equipamentos pa-
dos produtos pri mários em rela
ção aos das ma-
•^1
Dicesto Economico
16
nufaturas". Quer dizer, os países da América Latina, o Brasil inclusive, pas sam a comprar no exterior menos pro dutos
manufaturados
com
a
mesma
nos preços de compra c venda do co mércio exterior do Brasil, fixando a que da do poder de compra d.is lujss.is ex
deixar em ilúvida a justeza das conclu
tadas.
sões, tomei para base do cálculo não um
Anos
1925/29
Valor da exportação
ano isolado, mas um quincpiénlo. Veja mos o (juadro :
Valor da importação
Crs./ton.
índice
Crs./ton.
1930 1935 1940 1942
1.858 1.279 1.486 1.532
100 69 80 82
027 495 912 1.145
2.819
1944 1946 1948
4.015 4.977 4.6.58
1.558 2.115 2.574
1949
5.383
151 216 267 250 289
Assim, no espaço de 20
anos, (
contra 358 %, que foi a alta dos preços de importação. O fato conduz à verifi-
- cação da queda do poder aquisitivo das nossas exportações, quer dizer, do pioramento das nossas relações dc troca. O fato a constatar é éste: o comércio
3.086 2.876
Índice
cursos de ({uc necessita para a consecu ção (Ic seus fins.
Presiimivelnicnte a
rada insuficiente, haverá a isenção, mas o mesmo não sucederá em relação aos
demais impostos. Se um proprietário de casa, por exemplo, tiver rendimento lí quido anual inferior a Cr$ 24.000,00, gozani da isenção do impôsto sôbrc a renda, mas p.igará o imposto predial que incide sôbrc seu imóvel e todos os
das exportações
fício de todos c. por conseguinte, todos
(índice)
dc\'<-m pagar igualmente. Estão aí enunciadas as duas regras fundamentais dc justiça fiscal: a imiver-
impostos indiretos que oneram as mer
saliclide c a uniformidade do imposto.
cadorias de seu consumo.
10(J 79
lÜÜ
145 183
55
44
248
61
337 410 492
64 65 51 63
458
\ i-iNALiOADK precípua do impô.lo é a dc proporcionar ao Estado os re ação do listado .se desenvolve cm bene
87
os países allamcnle indu.strializados, nos sos grandes clientes, passamos a despen der volumes cada vez maiores de mer
cadorias para manter o nível anterior das compras externas. E as perdas ve rificadas são dc tal maneira pesadas que todas as entradas dc capital estrangeiro
no País — é o próprio Professor Singer quem o afirma — não chegam para as
cada ano.
cobrir.
Pr
José Luiz de Almeida NocuEmA Porto
Poder dc compra
exterior do Brasil perde a substância, em Nas relações de troca com
OS PRINCÍPIOS DA JUSTÍÇA FISCAL
portações, cm período longo. Para não
quantidade de mercadorias antes expor
O quadro abaixo revela as relações
T
O princípio, portanto, deve ser enten PrinCitpio da universalidade
dido no sentido de não se concederem
A r<'gra da universalidade ou genera
lidade do imposto significa que todos os
favores fiscais em razão da qualidade das pe.ssoas, mas tendo-sc cm vista, tãosòmente, a sua possibilidade de con
membros da coletividade dc\em contri
tribuir.
buir para as despesas comuns através do pagamento de impostos. Claro está que e.ssc pagamento se pro cessa de acôrdo com a manifestação da
capacidade contributiva de cada um, se
É bem sabido que, em tempos remo tos, certas classes sociais gozavam de si tuações privilegiadas perante o fisco. Os nobres e o clero, por e.xemplo, não pa gavam impostos, e a resposta dada pelo
ja pela sua fortuna, seja pela .sua renda, Bispo de Sens a um apelo de Richelieu, ^ seja pelo seu consumo. Se alguém não citada por Hugon, bem exprime a men apresentar qualquer dessas manifesta talidade reinante na época: "O costume ções do capacidade contributiva, então antigo era que o povo contribuísse com deixará também dc participar da despe seus bens, a nobreza com seu sangue e VI sa comum, mas, na prática, isso nunca o clero com suas preces". acontece ; por mais pobre que se{a o ci Essa discriminação, que perdurou du dadão, sempre consumirá mercadorias já rante muitos séculos, seria hoje inconioneradas por impostos indiretos. A regra da universalidade do imposto p.itivel com os princípios de democracia não é afetada por essa possível exceção, c igualdade que dominam a consciência • •s pois o pagamento do imposto é sempre uni\'crsal. Nos países civilizados, êsse tratamen condicionado à capacidade para pagá-lo. Também as isenções para determinadas to excepcional em função da posição so cial dos cidadãos não mais existe, o que manifestações de capacidade contributi não impede, entretanto, que outros fava, visivelmente inruficientes, não cons tituem quebra do princípio. Em rela voritismos tenham surgido em prejuízo ção ao imposto que tenha por base de da pureza do princípio de justiça tribu incidência aquela manifestação conside tária. Temos no Brasil exemplo disso
•^1
Dicesto Economico
16
nufaturas". Quer dizer, os países da América Latina, o Brasil inclusive, pas sam a comprar no exterior menos pro dutos
manufaturados
com
a
mesma
nos preços de compra c venda do co mércio exterior do Brasil, fixando a que da do poder de compra d.is lujss.is ex
deixar em ilúvida a justeza das conclu
tadas.
sões, tomei para base do cálculo não um
Anos
1925/29
Valor da exportação
ano isolado, mas um quincpiénlo. Veja mos o (juadro :
Valor da importação
Crs./ton.
índice
Crs./ton.
1930 1935 1940 1942
1.858 1.279 1.486 1.532
100 69 80 82
027 495 912 1.145
2.819
1944 1946 1948
4.015 4.977 4.6.58
1.558 2.115 2.574
1949
5.383
151 216 267 250 289
Assim, no espaço de 20
anos, (
contra 358 %, que foi a alta dos preços de importação. O fato conduz à verifi-
- cação da queda do poder aquisitivo das nossas exportações, quer dizer, do pioramento das nossas relações dc troca. O fato a constatar é éste: o comércio
3.086 2.876
Índice
cursos de ({uc necessita para a consecu ção (Ic seus fins.
Presiimivelnicnte a
rada insuficiente, haverá a isenção, mas o mesmo não sucederá em relação aos
demais impostos. Se um proprietário de casa, por exemplo, tiver rendimento lí quido anual inferior a Cr$ 24.000,00, gozani da isenção do impôsto sôbrc a renda, mas p.igará o imposto predial que incide sôbrc seu imóvel e todos os
das exportações
fício de todos c. por conseguinte, todos
(índice)
dc\'<-m pagar igualmente. Estão aí enunciadas as duas regras fundamentais dc justiça fiscal: a imiver-
impostos indiretos que oneram as mer
saliclide c a uniformidade do imposto.
cadorias de seu consumo.
10(J 79
lÜÜ
145 183
55
44
248
61
337 410 492
64 65 51 63
458
\ i-iNALiOADK precípua do impô.lo é a dc proporcionar ao Estado os re ação do listado .se desenvolve cm bene
87
os países allamcnle indu.strializados, nos sos grandes clientes, passamos a despen der volumes cada vez maiores de mer
cadorias para manter o nível anterior das compras externas. E as perdas ve rificadas são dc tal maneira pesadas que todas as entradas dc capital estrangeiro
no País — é o próprio Professor Singer quem o afirma — não chegam para as
cada ano.
cobrir.
Pr
José Luiz de Almeida NocuEmA Porto
Poder dc compra
exterior do Brasil perde a substância, em Nas relações de troca com
OS PRINCÍPIOS DA JUSTÍÇA FISCAL
portações, cm período longo. Para não
quantidade de mercadorias antes expor
O quadro abaixo revela as relações
T
O princípio, portanto, deve ser enten PrinCitpio da universalidade
dido no sentido de não se concederem
A r<'gra da universalidade ou genera
lidade do imposto significa que todos os
favores fiscais em razão da qualidade das pe.ssoas, mas tendo-sc cm vista, tãosòmente, a sua possibilidade de con
membros da coletividade dc\em contri
tribuir.
buir para as despesas comuns através do pagamento de impostos. Claro está que e.ssc pagamento se pro cessa de acôrdo com a manifestação da
capacidade contributiva de cada um, se
É bem sabido que, em tempos remo tos, certas classes sociais gozavam de si tuações privilegiadas perante o fisco. Os nobres e o clero, por e.xemplo, não pa gavam impostos, e a resposta dada pelo
ja pela sua fortuna, seja pela .sua renda, Bispo de Sens a um apelo de Richelieu, ^ seja pelo seu consumo. Se alguém não citada por Hugon, bem exprime a men apresentar qualquer dessas manifesta talidade reinante na época: "O costume ções do capacidade contributiva, então antigo era que o povo contribuísse com deixará também dc participar da despe seus bens, a nobreza com seu sangue e VI sa comum, mas, na prática, isso nunca o clero com suas preces". acontece ; por mais pobre que se{a o ci Essa discriminação, que perdurou du dadão, sempre consumirá mercadorias já rante muitos séculos, seria hoje inconioneradas por impostos indiretos. A regra da universalidade do imposto p.itivel com os princípios de democracia não é afetada por essa possível exceção, c igualdade que dominam a consciência • •s pois o pagamento do imposto é sempre uni\'crsal. Nos países civilizados, êsse tratamen condicionado à capacidade para pagá-lo. Também as isenções para determinadas to excepcional em função da posição so cial dos cidadãos não mais existe, o que manifestações de capacidade contributi não impede, entretanto, que outros fava, visivelmente inruficientes, não cons tituem quebra do princípio. Em rela voritismos tenham surgido em prejuízo ção ao imposto que tenha por base de da pureza do princípio de justiça tribu incidência aquela manifestação conside tária. Temos no Brasil exemplo disso
18
Dicksto Económu-.)
com a isenção do imposto de renda para jornalistas, autores e professores, medida que não encontra justificativa alm>ina, senão o desejo do legislador constituinte de favorecer determinadas classes dc,- in telectuais.
As tentativas para concessão de isen
ção de impostos indiretos para determi
No Bra.sil essa tendência nã») ê muito
perceptível, taKí-z poríjm- todos os go vernos, (jnais{[uer (jiu- M-jani soas posi
ções ideolõgKas. precisam rctorn-r mui to frc-fjuentcmentc à majoração dos im postos iiulir<-tos para a obtenção de nma receita stificicnt*- para atender aos en-
DiCESTo Econômico
19
um c solteiro, o outro é casado e pai de Se ambos pagassem a mesma quantia estariam sondo tratados igual mente ? Cdaro que não, pois o segundo tem maiores encargos do que o primei ro e, portanto, faria maior sacrifício pa filhos.
stic-eclerta s<* ambos fossem onerados com
fício.
Agora, outros dois cidadãos. Um com
(pie um gf)\êrno tipicami-nlc coiisersa-
uma renda mensal de Cr$ 2.000,00 e
vas, se situam no mesmo plano. O im-
dor, como foi o do (leueral hãirico Du
outro com rtuida de Cr$ 20.000,00. Se
tra, cí)uccdcu isenção <lo iinpòsto do consumo para os artigos indispensáveis ao consumo popular i- mají)rou considcràvchncule o imposto sõbrc a rc-nda. ao passo (jue um governo popidisla como
de ambos fôsse exigida a mesma quan
se destina a ser suportado p(?!o último consumidor da rm-rcadoria sóbrc a cpial incide, agindo o contribuinte direto co mo mero arrecadador do tributo. Nessas
condições, a isenção do inipõsto indireto, tendo em vista apenas a situação do
o do sr. Adhcuiar de Harros, em Sao
contribuinte de direito,
tendo sobrecarregado muito os proprie
não encontra
justificativa alguma, pois o
P.iulo, elevou cjs impostos indiretos, nao tários de t<Tras.
que poderia interessar se
Nesses casos, foram con
ria o grau de capacidade
siderações de ordem eco nômica, financ-c-ira e social
conlributiva do contribuin
te de falo, e essa capaci dade nunca se pode aqui
que ditaram a í>rÍenlação e
latar, pelo simples fato de se conhecer "a priori" quem irá consumir a mer cadoria ou SC utilizar do
^j
serviço onerado pelo im
Laufcmburgcr menciona que, frcC|uentc'mentc, se acusa o ríjgime parla mentar de favorecer fiscalmente as clas
ses representadas pelos partidos que es tão no poder e de fazer suportar os im postos principalmente pelas classes re presentadas pela oposição. Quando os conservadores estão no govêmo, este vai buscar os recursos de que necessita nos iíTipostos indiretos, que pesam mais sobre os operários, ao passo que, quan do são os socialistas que detêm o poder, então os maiores ônus pesam sobre as
classes ricas, através dos impostos dire tos, sobretudo o impôsto de renda.
a mesma percimfagem dc impôsto, pois
o primeiro, para pagá-lo, teria de renun alimentação, vestuário etc., ao passo que o segundo, quando muito, renunciaria a algum consumo supérfluo. Finalmente, con.sidcrcmos dois cida
dãos com igual rendimento e igual situaçãí) familiar, mas provindo o rendi mento cie um dêles, do seu trabalho, e,
cas d<' eada gí)vêrn().
pelo fato de sc; exigir dí; Iodos o paga mento dos impostos. Essa seria a pri meira etapa, a qnal teria de ser comple tada pela uniformidade da tributação, para se alcançar o objetivo final de jus tiça (pie deve presidir à exigência do impôsto.
Como se obter essa nniformidudc ?
Quanto deve pagar cada cidadao para que todos recebam idêntico tratamento
fiscal ? Coloca-se aí o problema da igualdade de sacrifício. Suponhamos dois contribuintes, com
igual capacidade contributiva, digamos, rendimentos iguais.
Mas, ao passo que
Personalização do impôsto
ciar a algum consumo essencial, como
do outro, dc seu capital. A exigência de impôsto igual nos dois casos também não seria justa, pois aquele que vive de seu trabalho não só despende maior es forço para obtenção do rendimento, toprcscntando, cada parcela deste, uma
Mas a justiça na impo sição não seria atendida
posto indireto.
tia, claro está que grave injustiça seria
não as tendências ideológi
Princípio da tiuiformidadc
paz de abranger todos êsscs aspetos.
coim-tida contra o primeiro. O mesmo
ra pagar o impôsto.
.\otc-se, entretanto,
pôst/j indireto, por sua própria naturezii,
cia, e só o impôsto sobre a renda é ca Nos impostos indiretos, que são todos reais, não sc pode prever quem irá su portar o pêso da incidência. Nos im postos diretos reais, como o impôsto pre dial, por exemplo, não sc tem a visão global da situação do contribuinte. Por tanto, só os impostos diretos pessoais, dos quais o paradigma é o imposto so bre a renda, podem permitir que sc al cance o objetivo da igualdade do sacri
nadas organizações, como as cooperati
cargíjs do Estado.
tante e a natureza da base da incidên
Já constatamos que a situação indivi dual dc cada contribuinte deve ser le
vada em conta na fi.xação de carga fiscal e isso só é possível através do impôsto
pessoal. Os impostos reais incidem ce gamente sobre a base da incidência pe lo simples fato de ela existir e tendo em vista apenas seus caraterísticos, enquan
to que o impôsto pessoal aprecia também as condições peculiares de quem vai pagá-lo.
Graças á personaIÍ2uação do impôsto, épossível excluir da base da incidência
soma maior dc sacrifício, como o rendi
— no caso, a renda — todas as parcelas
mento já c onerado pelos riscos decor rentes da própria atividade. A enfer midade, o desemprego, a morte, podem fazer cessar brviscamente o ganho, e,
que a desfalcam para apurar-se o líqui investigar-se depois a origem do rendi
portanto,
mento e seu montante.
enquanto ele perdura,
uma
parcela de seu montante deve ser reser vada para a cobertura desses riscos. Das três hipóteses figuradas podem-se inferir os princípios da personalização, da progressividade e da discriminação do impôsto. Para pô-los em prática, porém, é claro que se deve atentar para a situação glo bal de cada contribuinte e para o mon
do, isto é, nivelar-se, preliminarmente, a situação de todos os contribuintes para
As deduções pennitidas no impôsto de renda, por exemplo, só se tornam possí veis graças à personalização do impôsto. Progressividade do impôsto -No exemplo que demos, vimos que
não seria justo que dois contribuintes, oferecendo situações diferentes de ren-
18
Dicksto Económu-.)
com a isenção do imposto de renda para jornalistas, autores e professores, medida que não encontra justificativa alm>ina, senão o desejo do legislador constituinte de favorecer determinadas classes dc,- in telectuais.
As tentativas para concessão de isen
ção de impostos indiretos para determi
No Bra.sil essa tendência nã») ê muito
perceptível, taKí-z poríjm- todos os go vernos, (jnais{[uer (jiu- M-jani soas posi
ções ideolõgKas. precisam rctorn-r mui to frc-fjuentcmentc à majoração dos im postos iiulir<-tos para a obtenção de nma receita stificicnt*- para atender aos en-
DiCESTo Econômico
19
um c solteiro, o outro é casado e pai de Se ambos pagassem a mesma quantia estariam sondo tratados igual mente ? Cdaro que não, pois o segundo tem maiores encargos do que o primei ro e, portanto, faria maior sacrifício pa filhos.
stic-eclerta s<* ambos fossem onerados com
fício.
Agora, outros dois cidadãos. Um com
(pie um gf)\êrno tipicami-nlc coiisersa-
uma renda mensal de Cr$ 2.000,00 e
vas, se situam no mesmo plano. O im-
dor, como foi o do (leueral hãirico Du
outro com rtuida de Cr$ 20.000,00. Se
tra, cí)uccdcu isenção <lo iinpòsto do consumo para os artigos indispensáveis ao consumo popular i- mají)rou considcràvchncule o imposto sõbrc a rc-nda. ao passo (jue um governo popidisla como
de ambos fôsse exigida a mesma quan
se destina a ser suportado p(?!o último consumidor da rm-rcadoria sóbrc a cpial incide, agindo o contribuinte direto co mo mero arrecadador do tributo. Nessas
condições, a isenção do inipõsto indireto, tendo em vista apenas a situação do
o do sr. Adhcuiar de Harros, em Sao
contribuinte de direito,
tendo sobrecarregado muito os proprie
não encontra
justificativa alguma, pois o
P.iulo, elevou cjs impostos indiretos, nao tários de t<Tras.
que poderia interessar se
Nesses casos, foram con
ria o grau de capacidade
siderações de ordem eco nômica, financ-c-ira e social
conlributiva do contribuin
te de falo, e essa capaci dade nunca se pode aqui
que ditaram a í>rÍenlação e
latar, pelo simples fato de se conhecer "a priori" quem irá consumir a mer cadoria ou SC utilizar do
^j
serviço onerado pelo im
Laufcmburgcr menciona que, frcC|uentc'mentc, se acusa o ríjgime parla mentar de favorecer fiscalmente as clas
ses representadas pelos partidos que es tão no poder e de fazer suportar os im postos principalmente pelas classes re presentadas pela oposição. Quando os conservadores estão no govêmo, este vai buscar os recursos de que necessita nos iíTipostos indiretos, que pesam mais sobre os operários, ao passo que, quan do são os socialistas que detêm o poder, então os maiores ônus pesam sobre as
classes ricas, através dos impostos dire tos, sobretudo o impôsto de renda.
a mesma percimfagem dc impôsto, pois
o primeiro, para pagá-lo, teria de renun alimentação, vestuário etc., ao passo que o segundo, quando muito, renunciaria a algum consumo supérfluo. Finalmente, con.sidcrcmos dois cida
dãos com igual rendimento e igual situaçãí) familiar, mas provindo o rendi mento cie um dêles, do seu trabalho, e,
cas d<' eada gí)vêrn().
pelo fato de sc; exigir dí; Iodos o paga mento dos impostos. Essa seria a pri meira etapa, a qnal teria de ser comple tada pela uniformidade da tributação, para se alcançar o objetivo final de jus tiça (pie deve presidir à exigência do impôsto.
Como se obter essa nniformidudc ?
Quanto deve pagar cada cidadao para que todos recebam idêntico tratamento
fiscal ? Coloca-se aí o problema da igualdade de sacrifício. Suponhamos dois contribuintes, com
igual capacidade contributiva, digamos, rendimentos iguais.
Mas, ao passo que
Personalização do impôsto
ciar a algum consumo essencial, como
do outro, dc seu capital. A exigência de impôsto igual nos dois casos também não seria justa, pois aquele que vive de seu trabalho não só despende maior es forço para obtenção do rendimento, toprcscntando, cada parcela deste, uma
Mas a justiça na impo sição não seria atendida
posto indireto.
tia, claro está que grave injustiça seria
não as tendências ideológi
Princípio da tiuiformidadc
paz de abranger todos êsscs aspetos.
coim-tida contra o primeiro. O mesmo
ra pagar o impôsto.
.\otc-se, entretanto,
pôst/j indireto, por sua própria naturezii,
cia, e só o impôsto sobre a renda é ca Nos impostos indiretos, que são todos reais, não sc pode prever quem irá su portar o pêso da incidência. Nos im postos diretos reais, como o impôsto pre dial, por exemplo, não sc tem a visão global da situação do contribuinte. Por tanto, só os impostos diretos pessoais, dos quais o paradigma é o imposto so bre a renda, podem permitir que sc al cance o objetivo da igualdade do sacri
nadas organizações, como as cooperati
cargíjs do Estado.
tante e a natureza da base da incidên
Já constatamos que a situação indivi dual dc cada contribuinte deve ser le
vada em conta na fi.xação de carga fiscal e isso só é possível através do impôsto
pessoal. Os impostos reais incidem ce gamente sobre a base da incidência pe lo simples fato de ela existir e tendo em vista apenas seus caraterísticos, enquan
to que o impôsto pessoal aprecia também as condições peculiares de quem vai pagá-lo.
Graças á personaIÍ2uação do impôsto, épossível excluir da base da incidência
soma maior dc sacrifício, como o rendi
— no caso, a renda — todas as parcelas
mento já c onerado pelos riscos decor rentes da própria atividade. A enfer midade, o desemprego, a morte, podem fazer cessar brviscamente o ganho, e,
que a desfalcam para apurar-se o líqui investigar-se depois a origem do rendi
portanto,
mento e seu montante.
enquanto ele perdura,
uma
parcela de seu montante deve ser reser vada para a cobertura desses riscos. Das três hipóteses figuradas podem-se inferir os princípios da personalização, da progressividade e da discriminação do impôsto. Para pô-los em prática, porém, é claro que se deve atentar para a situação glo bal de cada contribuinte e para o mon
do, isto é, nivelar-se, preliminarmente, a situação de todos os contribuintes para
As deduções pennitidas no impôsto de renda, por exemplo, só se tornam possí veis graças à personalização do impôsto. Progressividade do impôsto -No exemplo que demos, vimos que
não seria justo que dois contribuintes, oferecendo situações diferentes de ren-
DlnKSTÒ ECoNÓNflCO
2C
da, fôsscm tributados igualmente ou, se
ç-ão maior d(? imposto, e daí a idéia da
quer, na mesma proporção. Surge então a idéia da progressivida
progressividade na tributação.
de na tributação.
Diz-.se que um im-
pôsto é progre-ssivo quando a sua taxa aumenta à medida que aumenta, tam bém, a base da incidência.
Se de to-
do.s os rendimentos se cobrasse o mes-
Essa teoria, levada a seus extremeis,
poderia conduzir á alísorção total dos
rendimentos «jm- exc<*di ssetn de um de terminado limite e, por conseguinte, ao nivelamento das rendas pelo impò to. .\essc caso, porém, o iuqiòslí) deixa
'mo imposto, digamos, de 10 X, o imp.)3-
ria dc ser "neutro" e ésse é um this re
■ to seria proporcional. Se a taxa sarias; se na razão direta do montante do ren-
quisitos dt; um impôslo dc rjalureza pu ramente fiscal. O imposto "neutro" e
. dimento, o imposto teria o nome de pro, gressivo.
O fundamento da progrc.s.sisídade co mo fator da justiça na triijufação é a
F
Dicfisto
ECONÓXOCO
2i
rio liabiluado a unia vida de luxo, de
fartura, renunciar a um automóvel repre sente sacrifício maior do que, para um
operário, remineiar a um terno de rou pa. Com uma base tão movediça, cla ro está c|ne não se podo organiz-ir uma escala de progressividade que atenda Sempre- ao impi-ralivo da justiça fiscal. .•\lgun-; autores são inclinados a pro
aqiiéle que não modifica a situação dc
curar uma iiasc objetiva para a progres sividade. llans Uitsclil, por e.xemplo, entende (juc o Estado deve comparar
cada membro da coletividade em rela
os fins c as necessidades individuais dos
ção aos outros.
Depois de pago o im-
nic-mbros da coletividade, a fim dc ve
teoria econômica da utilidade final.
existente entre as condi(,ões econômicas e
rificar o grau do utilidade geral das despesas do E tado em confronto com a
Quanto maior seja a quantidade de um
sociais dos eiíladãos não se altera.
dos cidadãos.
bem de que uma pessoa seja possuido
pòsto, todos terão menos, ma.s a rclaçao
Mesmo, porém, dentro da teoria da
No momento em que se
e.stal)i'lecer o equilíbrio, deve cessar o
renda para assegurar sua subsistência no caso de desemprego ou enfermidade, ou para amparar a família no caso de sua morte. Ao passo que o que vive dos rendimentos do capital não corre tais riscos inerentes a natureza humana.
Hoje em dia seria difícil sustcntar-se
a validade de tal teoria, pois, à medida que aumenta a segurança doS'rendimen tos do trabalho, diminui a do capital. As instiluiç-ões de previdência social e a legislação do trabalho, existentes
em quase todos os países, cobrem os riscos do trabalho quase que totalmente, ao passo que o capital sofre todos os im pactos da conjuntura econômica e corre
todos os riscos de uma organização so cial ameaçada.
É mais razoável justificar-se a discri
Ultimas unidades desse bem c, portanto,
utilidade finai, não seria justificável o absorção da parte do rendimento (|ue ex
croseimc-nlo da tributação. Êsse sistema, e\ identcmcnte, não re-
minação pelo esfôrço exigido em cada
menor o seu valor.
cedesse detcirminado limite, visto como
.sül\-e o problema da escala da progres-
toda a parcela dc rendimento tem utili dade para fjueni a aufere, poix possibili
.si\-idade, como não o resolve qualquer
caso para a obtenção do rendimento. O operário que ganhou seu salário traba
ra, menor será, para ela, a utilidade das
-Vo caso cia renda, à medida cpie ela aumenta, as necessidades que ela per
mite satisfazer são cada vez menos pre mentes, menos importantes. Em uma renda de Cr$ 2.000,00 mensais, uma parcela dc Cr$ 200,00 representa a sa tisfação de necersidadcs inadiáveis, vi tais, como alimentação, educação do.s fi lhos, tratamento médico, vestuário, ao pa.sso que, para uma renda dc
Cr$ 20.000,00, a parcela da
mesma
ta a sati.sfação de alguma necessidade. Além dc certo limite, a.s neee.s.sidadcs
-são igualmcnle mínimas, c a partir des.se ponto deve cessar a progressão do
Diarrijuimiçao do irnpâsto
tnip<')Sto.
Dalton menciona, ainda, que um im-
pàsto pc.ssoal levado ao extremo da ab sorção total conduziria ao dcsestímulo e à cc;.sação de toda atividade no limiar da quantia além da qmd se daria a con-
proporção, isto é, Cr$ 2.000,00, corres
fiscação total da renda.
ponde à satisfação de desejos considera
Estabelecido que o impn.slo deve ser progressivo, mas (pie sua progrcssivida de não pode cliegar á absorção total, rcs ta indagar cm que escala deve subir o
dos supérfluos.
O valor-utilidade, dôs-
ses CrS 2.000,00, é menor do cpie o valor-utilidade dos CrS 200,00 para a pessoa que tem uma renda dez vezes menos. Logo, se ambos pagassem o im posto na mesma proporção, um estaria realmente pagando mais do que outro, pois seu sacrifício seria maior. Para se fazer justiça, necersário seria que aque le cj[ue tem maior renda pagasse propor-
outro até hoje imaginado para e:sc fim. Nesst- plano, portanto, não há como fu gir ao einpirismo na elaboração das talielas de impòsto progressivo.
imnôsto imposto para que scia scj.i feita , justiça fisc^ .•
Êsse problema oferece tal dificul<í'^ ®
que se deve renunciar à organização de
uma escala perfeitamente justa. Bastíi ver que a noção de necessidade e sacri
fício é subjetiva, variando de indivíduo
para indivíduo. Talvez para o milioná /A'
já vimos que não basta uniformizar-se a situação dos contribuintes de modo a eliminar as diferenças sociais c econô
micas entre êlcs existentes e depois con siderar seus rendimentos globais para tributá-los progressivamente.
Mais um
elemento tem dc ser levado em conta
para sc alcançar a justiça fiscal: a ori
gem do rendimento. Os financistas tentam, geralmente, justificar a discriminação afirmando que, enquanto o rendimento originário do trabalho é precário, inseguro, o resul tante do capital é mais estável e durá vel. Assim, aquele que só vive de seu trabalho deve separar uma parte de sua
lhando exaustivamente deve pagar me
nos do que um capitalista que tranqüi lamente auferiu juros ou aluguéis de ca sas. Isso porque cada percela do ren dimento do primeiro representa maior soma dc esforços, maior sacrifício, do
que a mesma parcela do rendimento do segundo,
Por isso, principalmente, a taxa do imposto, tendo-se em vista a origem do rendimento, deve variar na razão inver--
sa do esfôrço despendido para obtê-lo por quem o aufere. O processo para se estabelecer a di ferença de tratamento pode ser uma ta rifa diferencial, como é o caso do Bra
sil, ou uma dupla ou tripla imposição sobre determinados tipos de rendimento, onerando-se, por e.xemplo, diretamente o capital. No Brasil, muito haveria que se dizer da discriminação tributária, pois o prin
cipio que deve orientar a variação da
DlnKSTÒ ECoNÓNflCO
2C
da, fôsscm tributados igualmente ou, se
ç-ão maior d(? imposto, e daí a idéia da
quer, na mesma proporção. Surge então a idéia da progressivida
progressividade na tributação.
de na tributação.
Diz-.se que um im-
pôsto é progre-ssivo quando a sua taxa aumenta à medida que aumenta, tam bém, a base da incidência.
Se de to-
do.s os rendimentos se cobrasse o mes-
Essa teoria, levada a seus extremeis,
poderia conduzir á alísorção total dos
rendimentos «jm- exc<*di ssetn de um de terminado limite e, por conseguinte, ao nivelamento das rendas pelo impò to. .\essc caso, porém, o iuqiòslí) deixa
'mo imposto, digamos, de 10 X, o imp.)3-
ria dc ser "neutro" e ésse é um this re
■ to seria proporcional. Se a taxa sarias; se na razão direta do montante do ren-
quisitos dt; um impôslo dc rjalureza pu ramente fiscal. O imposto "neutro" e
. dimento, o imposto teria o nome de pro, gressivo.
O fundamento da progrc.s.sisídade co mo fator da justiça na triijufação é a
F
Dicfisto
ECONÓXOCO
2i
rio liabiluado a unia vida de luxo, de
fartura, renunciar a um automóvel repre sente sacrifício maior do que, para um
operário, remineiar a um terno de rou pa. Com uma base tão movediça, cla ro está c|ne não se podo organiz-ir uma escala de progressividade que atenda Sempre- ao impi-ralivo da justiça fiscal. .•\lgun-; autores são inclinados a pro
aqiiéle que não modifica a situação dc
curar uma iiasc objetiva para a progres sividade. llans Uitsclil, por e.xemplo, entende (juc o Estado deve comparar
cada membro da coletividade em rela
os fins c as necessidades individuais dos
ção aos outros.
Depois de pago o im-
nic-mbros da coletividade, a fim dc ve
teoria econômica da utilidade final.
existente entre as condi(,ões econômicas e
rificar o grau do utilidade geral das despesas do E tado em confronto com a
Quanto maior seja a quantidade de um
sociais dos eiíladãos não se altera.
dos cidadãos.
bem de que uma pessoa seja possuido
pòsto, todos terão menos, ma.s a rclaçao
Mesmo, porém, dentro da teoria da
No momento em que se
e.stal)i'lecer o equilíbrio, deve cessar o
renda para assegurar sua subsistência no caso de desemprego ou enfermidade, ou para amparar a família no caso de sua morte. Ao passo que o que vive dos rendimentos do capital não corre tais riscos inerentes a natureza humana.
Hoje em dia seria difícil sustcntar-se
a validade de tal teoria, pois, à medida que aumenta a segurança doS'rendimen tos do trabalho, diminui a do capital. As instiluiç-ões de previdência social e a legislação do trabalho, existentes
em quase todos os países, cobrem os riscos do trabalho quase que totalmente, ao passo que o capital sofre todos os im pactos da conjuntura econômica e corre
todos os riscos de uma organização so cial ameaçada.
É mais razoável justificar-se a discri
Ultimas unidades desse bem c, portanto,
utilidade finai, não seria justificável o absorção da parte do rendimento (|ue ex
croseimc-nlo da tributação. Êsse sistema, e\ identcmcnte, não re-
minação pelo esfôrço exigido em cada
menor o seu valor.
cedesse detcirminado limite, visto como
.sül\-e o problema da escala da progres-
toda a parcela dc rendimento tem utili dade para fjueni a aufere, poix possibili
.si\-idade, como não o resolve qualquer
caso para a obtenção do rendimento. O operário que ganhou seu salário traba
ra, menor será, para ela, a utilidade das
-Vo caso cia renda, à medida cpie ela aumenta, as necessidades que ela per
mite satisfazer são cada vez menos pre mentes, menos importantes. Em uma renda de Cr$ 2.000,00 mensais, uma parcela dc Cr$ 200,00 representa a sa tisfação de necersidadcs inadiáveis, vi tais, como alimentação, educação do.s fi lhos, tratamento médico, vestuário, ao pa.sso que, para uma renda dc
Cr$ 20.000,00, a parcela da
mesma
ta a sati.sfação de alguma necessidade. Além dc certo limite, a.s neee.s.sidadcs
-são igualmcnle mínimas, c a partir des.se ponto deve cessar a progressão do
Diarrijuimiçao do irnpâsto
tnip<')Sto.
Dalton menciona, ainda, que um im-
pàsto pc.ssoal levado ao extremo da ab sorção total conduziria ao dcsestímulo e à cc;.sação de toda atividade no limiar da quantia além da qmd se daria a con-
proporção, isto é, Cr$ 2.000,00, corres
fiscação total da renda.
ponde à satisfação de desejos considera
Estabelecido que o impn.slo deve ser progressivo, mas (pie sua progrcssivida de não pode cliegar á absorção total, rcs ta indagar cm que escala deve subir o
dos supérfluos.
O valor-utilidade, dôs-
ses CrS 2.000,00, é menor do cpie o valor-utilidade dos CrS 200,00 para a pessoa que tem uma renda dez vezes menos. Logo, se ambos pagassem o im posto na mesma proporção, um estaria realmente pagando mais do que outro, pois seu sacrifício seria maior. Para se fazer justiça, necersário seria que aque le cj[ue tem maior renda pagasse propor-
outro até hoje imaginado para e:sc fim. Nesst- plano, portanto, não há como fu gir ao einpirismo na elaboração das talielas de impòsto progressivo.
imnôsto imposto para que scia scj.i feita , justiça fisc^ .•
Êsse problema oferece tal dificul<í'^ ®
que se deve renunciar à organização de
uma escala perfeitamente justa. Bastíi ver que a noção de necessidade e sacri
fício é subjetiva, variando de indivíduo
para indivíduo. Talvez para o milioná /A'
já vimos que não basta uniformizar-se a situação dos contribuintes de modo a eliminar as diferenças sociais c econô
micas entre êlcs existentes e depois con siderar seus rendimentos globais para tributá-los progressivamente.
Mais um
elemento tem dc ser levado em conta
para sc alcançar a justiça fiscal: a ori
gem do rendimento. Os financistas tentam, geralmente, justificar a discriminação afirmando que, enquanto o rendimento originário do trabalho é precário, inseguro, o resul tante do capital é mais estável e durá vel. Assim, aquele que só vive de seu trabalho deve separar uma parte de sua
lhando exaustivamente deve pagar me
nos do que um capitalista que tranqüi lamente auferiu juros ou aluguéis de ca sas. Isso porque cada percela do ren dimento do primeiro representa maior soma dc esforços, maior sacrifício, do
que a mesma parcela do rendimento do segundo,
Por isso, principalmente, a taxa do imposto, tendo-se em vista a origem do rendimento, deve variar na razão inver--
sa do esfôrço despendido para obtê-lo por quem o aufere. O processo para se estabelecer a di ferença de tratamento pode ser uma ta rifa diferencial, como é o caso do Bra
sil, ou uma dupla ou tripla imposição sobre determinados tipos de rendimento, onerando-se, por e.xemplo, diretamente o capital. No Brasil, muito haveria que se dizer da discriminação tributária, pois o prin
cipio que deve orientar a variação da
22
tarifa
DlCKSTO Econóníico
do impôsto não foi obedecido.
Não nos esqueçamos que
rendimentos
da mesma naturezí», como os juros de correntes de empréstimos públicos ou de empréstimos particulares, sofrem tribu tações diferentes, e que rendimentos mis
tos, como é o caso do lucro das socieda
des comerciais, são tributados mais pesadam(,*nte do que os oriundos exclusiva
1 O professor universitário e a formação cristã das novas gerações (*)
também, arma de intervenção na ordem econômica e social e é através dos tra-
tamcmlos tribtilários diferenciais que o Estado consegue seus objetivos de inter
Luiz CiNTiiA IX) Prado
venção.
(Professor dc Física Geral da Escola Politécnica de
São Paulo o Física Superior da Universidade Católica
Círavando mais uns contribuintes do
que outros, e desjin-zando, jxir conseguint»*, os princíjiios de justiça imposi-
de São Paulo — Da Diretoria dc Sugmacs
(Economia c Humanismo)
tiva, consegue o T.stadí) obter os movi-
mente da aplicação de capitais.
nieulos que deseja na ordem econômica
1.
ou soeial, seja para incentivar certas ativídacb.s e desestiuiular outras, seja
A conjugação dos trés princípios enun ciados pode conduzir à justiça fiscal.
" to Lt'"ibremo.nos, de Êlc que constitui, o impos quase nunca porém, é neutro.
Iiitrodtição
/^OMo toda gente sabe, a niocidaclc
(|iie tem a fortuna de seguir os cur
para obter melhor justiça social.
l^irtanto, os principios enunciados só são válidos quando se trate dc um im pôsto neutro, dc objetivos puramente fiscais.
O tema, que me foi dado relatar, fo caliza a participação que pode ter um professor universitário — o o que é ca tólico, em particular — nesse grave tra
sos universitários constitui sempre, em
balho de e.\amo e aceitação dc princi- . -
(iualí|uer pais, um conjunto privilegiado <le individiios qiu", ein virtude mesmo da cultura achjuirida u<>sses estudos, repre sentam uma parcela importante da fu
pio.s, que as novas gerações devem fazer e de que fica dependendo a inserção de eada qual numa determinada concepção da existência e, por conseguinte, o ru
tura elite de sua terra. O que se aguar
mo geral da influência que cada um irá
da e se espera, dessa classe dc estudan
exercer no meio da sociedade.
tes, justifica o custoso aparclliamcnto
tias escolas superiores c a mobilização de lodo um corpo de docentes especia lizados : con.sideram-se bem pagos todos os dispéndios e trabalbos do ensino uni versitário, metlianle a soma \'ultosa dos
benefícios (jui- ulteriormentc a coletivi
dade poilcrá receber dos egressos das academias, transformados eni cidadãos preslativos.
-Ft
^
^
» m.
T-. .ísausi."
É cm função dc um tal apanágio, im presso por antecipação nos estudantes universitários, que importa discutir a •Sua formação intelectual, moral e espiri
"
tual.
Sc esta já vem delineada, em ca
da indivíduo, pela educação que se for jou sob a vigilância dos pais c sob a influência dos mestres secundários, não
.
■
> .i
: íU-':,-
é menos verdade que os estudos das es colas superiores prosseguem justamente durante aquela fase em que os jovens devem assumir uma atitude pessoal pe rante a vida e tratam de verificar, por si próprios, o valor dos princípios em que essa atitude terá de se basear.
2. Influência específica do professor De fato, nos quadros do ensino univcrsitiirio, bá um certo número de disci
plinas, cujo dcseiiNolvímcnto permite ao
piofessor inter\'ir diretamente na forma ção do espírito dos estudantes, pois elas incluem assuntos em que a doutrina cristã fixa detcnninadas diretrizes e a
respeito das quais outras doutrinas são errôneas ou, mesmo, francamente noci vas. Em tais setores escolares, a fun
ção técnica do professor
desdobra-se
concomitantemente na função do educa
dor; e o que é católico pode realizar um benefício imenso, prevenindo ou sustan do uma possível deformação na menta lidade de seus alunos.
Assim, como um primeiro exemplo, se (Sf) Exposição feita na "Primeira Se mana de Intelectuais Católicos do Brasil",
promovida pela Liga Universitária Cató lica de São Paulo (16 a 24 de março de 1951).
22
tarifa
DlCKSTO Econóníico
do impôsto não foi obedecido.
Não nos esqueçamos que
rendimentos
da mesma naturezí», como os juros de correntes de empréstimos públicos ou de empréstimos particulares, sofrem tribu tações diferentes, e que rendimentos mis
tos, como é o caso do lucro das socieda
des comerciais, são tributados mais pesadam(,*nte do que os oriundos exclusiva
1 O professor universitário e a formação cristã das novas gerações (*)
também, arma de intervenção na ordem econômica e social e é através dos tra-
tamcmlos tribtilários diferenciais que o Estado consegue seus objetivos de inter
Luiz CiNTiiA IX) Prado
venção.
(Professor dc Física Geral da Escola Politécnica de
São Paulo o Física Superior da Universidade Católica
Círavando mais uns contribuintes do
que outros, e desjin-zando, jxir conseguint»*, os princíjiios de justiça imposi-
de São Paulo — Da Diretoria dc Sugmacs
(Economia c Humanismo)
tiva, consegue o T.stadí) obter os movi-
mente da aplicação de capitais.
nieulos que deseja na ordem econômica
1.
ou soeial, seja para incentivar certas ativídacb.s e desestiuiular outras, seja
A conjugação dos trés princípios enun ciados pode conduzir à justiça fiscal.
" to Lt'"ibremo.nos, de Êlc que constitui, o impos quase nunca porém, é neutro.
Iiitrodtição
/^OMo toda gente sabe, a niocidaclc
(|iie tem a fortuna de seguir os cur
para obter melhor justiça social.
l^irtanto, os principios enunciados só são válidos quando se trate dc um im pôsto neutro, dc objetivos puramente fiscais.
O tema, que me foi dado relatar, fo caliza a participação que pode ter um professor universitário — o o que é ca tólico, em particular — nesse grave tra
sos universitários constitui sempre, em
balho de e.\amo e aceitação dc princi- . -
(iualí|uer pais, um conjunto privilegiado <le individiios qiu", ein virtude mesmo da cultura achjuirida u<>sses estudos, repre sentam uma parcela importante da fu
pio.s, que as novas gerações devem fazer e de que fica dependendo a inserção de eada qual numa determinada concepção da existência e, por conseguinte, o ru
tura elite de sua terra. O que se aguar
mo geral da influência que cada um irá
da e se espera, dessa classe dc estudan
exercer no meio da sociedade.
tes, justifica o custoso aparclliamcnto
tias escolas superiores c a mobilização de lodo um corpo de docentes especia lizados : con.sideram-se bem pagos todos os dispéndios e trabalbos do ensino uni versitário, metlianle a soma \'ultosa dos
benefícios (jui- ulteriormentc a coletivi
dade poilcrá receber dos egressos das academias, transformados eni cidadãos preslativos.
-Ft
^
^
» m.
T-. .ísausi."
É cm função dc um tal apanágio, im presso por antecipação nos estudantes universitários, que importa discutir a •Sua formação intelectual, moral e espiri
"
tual.
Sc esta já vem delineada, em ca
da indivíduo, pela educação que se for jou sob a vigilância dos pais c sob a influência dos mestres secundários, não
.
■
> .i
: íU-':,-
é menos verdade que os estudos das es colas superiores prosseguem justamente durante aquela fase em que os jovens devem assumir uma atitude pessoal pe rante a vida e tratam de verificar, por si próprios, o valor dos princípios em que essa atitude terá de se basear.
2. Influência específica do professor De fato, nos quadros do ensino univcrsitiirio, bá um certo número de disci
plinas, cujo dcseiiNolvímcnto permite ao
piofessor inter\'ir diretamente na forma ção do espírito dos estudantes, pois elas incluem assuntos em que a doutrina cristã fixa detcnninadas diretrizes e a
respeito das quais outras doutrinas são errôneas ou, mesmo, francamente noci vas. Em tais setores escolares, a fun
ção técnica do professor
desdobra-se
concomitantemente na função do educa
dor; e o que é católico pode realizar um benefício imenso, prevenindo ou sustan do uma possível deformação na menta lidade de seus alunos.
Assim, como um primeiro exemplo, se (Sf) Exposição feita na "Primeira Se mana de Intelectuais Católicos do Brasil",
promovida pela Liga Universitária Cató lica de São Paulo (16 a 24 de março de 1951).
DiOESTO Ef^OKÓNÍlCO
um dos grandes problemas de nossa era vertiginosa é o de se pensar bem, os
professòres da sã Filosofia aí estão pa ra ensinar às novas geraçoi-s o saber
pensar. Nas Faculdades de Filosofia, o mestre católico terá diante de si a ein-
polgante tarefa de transmitir as rcras
cias.
Com tal orientação, o trabalho
dos mestres dcscnvolvc-.sc como um "bom combate" contra as tergiversa
ções, frc(jucntcs cm nossa época, ao mes
mo passo <]ue estampa um fcli/. decal que sôbre a consciência dos futuros
advogados, aos (juais tlcxcin caus.ir hor segundo as quais se faz a correta rpli- ror os sofismas e as falsas posiçocs, co ca^ão do pensamento à realidade dos se
res. Dêste modo, mediante a simples Filosofia bem orientada, que esclarece o
caminho para as grandes verdades'e que
em particular, remontando às últimas causas, chega a desvendar a existência e os atributos do Ser Infinito, o mestre católico fornecerá aos estudantes as ar mas com que poderão desmontar o cepticismo acadêmico e recalcar as ondas sempre renascentes, do ateísmo.
Numa Faculdade de Direito, o pro fessor tem a obrigação de expor e fir mar a boa doutrina nos assuntos perti nentes as relações jurídicas entre pes soas, à famiha, as ques:ões de ordem so cial, a política, à conceituação do Esta do, enfim a todos os altos temas do Di reito. As definições acertadas nem sem pre supõem pontos-de-vista propriamen te confessionais; mas, a verdadeira base da sociedade implica o reconhecimento e o correto emprego dos direitos e res ponsabilidades que recebemos do Cria
dor. Por isío, nos casos de litígio, o professor católico ficará na posição pri vilegiada de quem está seguro da ver
dade. Colocará o homem na devida po sição, com respeito ao seu próximo, de monstrará a fôrça criadora das formas
democráticas de Governo, arguirá ve ementemente o que de funesto acarreta
qualquer sistema totalitário, e assim por diante. Infundirá no espírito de seus alunos não somente a doutrina sadia,
como também o absoluto respeito que a verdade merece em todas as circunstân
mo armas indignas dc todo bacharel cm ciências e letras jurídicas.
No ensino superior da Medicina c da
DrOKSTO
ECONÓNflCO
piofissão médica c, por excelência, um campo aberto ao c.xcrcício da caridade cristã.
Nas Facnldadi'S dc Ciências Econô micas. um cal«')lico. ao rogor uma cáte
dra, poderá desassombradamcntc reivin
dicar para as pi-ssoas humanas a inteira
3.
Contribuição não-especifica
consitlernção cpic cias merecem, como
Fica de pé, entretanto, a tese de que
objetivo éiUimo dc lóclas as atividades
os meios universitários oferecem clima
relativas à produção, à troca o à distri buição dos bens materiais.
Saberá cla
mar por uma renovação das estnituras,
Higiene, um mestre materialista, com a
cm cjuc se reconheça o justo valor das
autoridade dc .seus conhecimentos técni
diferentes formas do trabalho, c em que
cos, pode incutir idéias perigosas cm
do espírito humano. Não há fugir à aridez filosófica dc certas disciplinas que, por muito particulares, ficam dis tantes daqueles citados temas.
propício à reversão das idéias capazes dc dominar uma época ou uma geração.
Ê um campo onde os espíritos moços se reúnem, ávidos de respostas para as graves indagações que os primeiros em
de ordem puramente biológica, mas so-
dominem as diretivas dc uma economia dc serviços, contrai^osta a uma econo mia dc lucros, a saber, o que já vai fi
l>rctudo morais, como os exemplos por
gurando nas di.scussões contcmpovánoas
demais conhecidos da cutanásia, do aborto, da frustração da natalidade e outros. Em contraposição, pode um
poderosas aos grandes ideais de solida
sob o nome de "economia humana" e
riedade humana, de reformas económico-sociais, de marcha para melhores condições no mundo. Para não citar senão um exemplo dos últimos tempos,
relação a certos problemas, que não são
professor católico orientar cm sentido correto a prática do todos os misteres a medicina; c fará isso com a naturalidade
dc quem sabe que Deus proíbe certas cousus, simplesmente porque cias sao coisas más cm si mesmas... Pois, ses assuntos, é comum repclir-sc o p conceito monstruoso de liavcr coisas q"
são tidas como pecados, porque |
se compraz cm defini-las a voz o ic da Igreja!
O docente católico terá amiudndas ocasiões para habituar os futuros COS a considerarem sempre a digm do corpo humano, não apenas em dc sua maravilhosa estrutura e seu a
rávcl funcionamento, mas acima de do porque é a sede de uma alma i
cuja inspiração c provadamente cristã. A lista dos exemplos poderia ser mais rxlcnsa, sc prolongássemos a discussão através das Faculdades de Letras, das
Escolas dc Serviço Social o outras mais,
bates sérios da vida põem em foco, de
maneira quase sempre dramática. As ercolas superiores oferecem ressonâncias
foi nos meios universitários que o mo vimento nacional-socialisla da Alemanha
cujos estudos sempre convergem, de al
germinou o ganhou a força com que se
gum modo, para o próprio homem. En
manteve durante varies anos, não obs
tretanto, bá também setores universitá
tante os seus enganoros fundamentos. Por isso, sempre terão significado e
rios em que as oportunidades de trans mitir lições, como essas, ditadas pelo co
eventual repercussão as atitudes de todo
profersor universitário que, cumprindo
nhecimento das verdades cristãs, se vão tornando mais raras c acidentais, à me
sua missão de transmitir conhecimentos,
dida que as matérias sc apresentam mais
em qualquer setor especializado, queira
técnicas c especializadas. Muitos pro assuntos que têm do discutir com seus alunos, um entrosamento qualquer com aqueles temas gerais relativos ao Ho
oferecer um testemunlio no sentido de determinado credo religio.so, filosófico ou político, o de fato afirme sua posição no campo das idéias controversas. Pois, mesmo que não fale do cátedra sôbre as
mem, ao Universo, à Divindade, em tor
questões que afligem e dividem os ho
fessores nem chegam a encontrar, nos
no dos quais se lançam e se debatem as
Universidades
mens, o seu exemplo poderá valer como um voto, os seus atos permitirão aferirse uma dada concepção da existência. Assim, de modo não específico, isto é,
É escusado insistir
constituídas para abranger, num todo
sem relação direta com os ensinamentos
na lição, bem mais simples, porém nao menos fecunda, de como o campo da
harmonioso, a verdadeira "universalida
de" dos assuntos abertos à investigação
particularizados que transmite, pode também o professor influir sôbre a for-
tal, feita à imagem o semelhança dc^ Ente Perfeito, e porque é, muitas vêzeS, um templo que o próprio Deus se digna habitar e não admite, portanto, qual
quer profanação.
escolas doutrinárias. E esta circunstância
velmente,
mesmo
nas
ocorre inexorà-
DiOESTO Ef^OKÓNÍlCO
um dos grandes problemas de nossa era vertiginosa é o de se pensar bem, os
professòres da sã Filosofia aí estão pa ra ensinar às novas geraçoi-s o saber
pensar. Nas Faculdades de Filosofia, o mestre católico terá diante de si a ein-
polgante tarefa de transmitir as rcras
cias.
Com tal orientação, o trabalho
dos mestres dcscnvolvc-.sc como um "bom combate" contra as tergiversa
ções, frc(jucntcs cm nossa época, ao mes
mo passo <]ue estampa um fcli/. decal que sôbre a consciência dos futuros
advogados, aos (juais tlcxcin caus.ir hor segundo as quais se faz a correta rpli- ror os sofismas e as falsas posiçocs, co ca^ão do pensamento à realidade dos se
res. Dêste modo, mediante a simples Filosofia bem orientada, que esclarece o
caminho para as grandes verdades'e que
em particular, remontando às últimas causas, chega a desvendar a existência e os atributos do Ser Infinito, o mestre católico fornecerá aos estudantes as ar mas com que poderão desmontar o cepticismo acadêmico e recalcar as ondas sempre renascentes, do ateísmo.
Numa Faculdade de Direito, o pro fessor tem a obrigação de expor e fir mar a boa doutrina nos assuntos perti nentes as relações jurídicas entre pes soas, à famiha, as ques:ões de ordem so cial, a política, à conceituação do Esta do, enfim a todos os altos temas do Di reito. As definições acertadas nem sem pre supõem pontos-de-vista propriamen te confessionais; mas, a verdadeira base da sociedade implica o reconhecimento e o correto emprego dos direitos e res ponsabilidades que recebemos do Cria
dor. Por isío, nos casos de litígio, o professor católico ficará na posição pri vilegiada de quem está seguro da ver
dade. Colocará o homem na devida po sição, com respeito ao seu próximo, de monstrará a fôrça criadora das formas
democráticas de Governo, arguirá ve ementemente o que de funesto acarreta
qualquer sistema totalitário, e assim por diante. Infundirá no espírito de seus alunos não somente a doutrina sadia,
como também o absoluto respeito que a verdade merece em todas as circunstân
mo armas indignas dc todo bacharel cm ciências e letras jurídicas.
No ensino superior da Medicina c da
DrOKSTO
ECONÓNflCO
piofissão médica c, por excelência, um campo aberto ao c.xcrcício da caridade cristã.
Nas Facnldadi'S dc Ciências Econô micas. um cal«')lico. ao rogor uma cáte
dra, poderá desassombradamcntc reivin
dicar para as pi-ssoas humanas a inteira
3.
Contribuição não-especifica
consitlernção cpic cias merecem, como
Fica de pé, entretanto, a tese de que
objetivo éiUimo dc lóclas as atividades
os meios universitários oferecem clima
relativas à produção, à troca o à distri buição dos bens materiais.
Saberá cla
mar por uma renovação das estnituras,
Higiene, um mestre materialista, com a
cm cjuc se reconheça o justo valor das
autoridade dc .seus conhecimentos técni
diferentes formas do trabalho, c em que
cos, pode incutir idéias perigosas cm
do espírito humano. Não há fugir à aridez filosófica dc certas disciplinas que, por muito particulares, ficam dis tantes daqueles citados temas.
propício à reversão das idéias capazes dc dominar uma época ou uma geração.
Ê um campo onde os espíritos moços se reúnem, ávidos de respostas para as graves indagações que os primeiros em
de ordem puramente biológica, mas so-
dominem as diretivas dc uma economia dc serviços, contrai^osta a uma econo mia dc lucros, a saber, o que já vai fi
l>rctudo morais, como os exemplos por
gurando nas di.scussões contcmpovánoas
demais conhecidos da cutanásia, do aborto, da frustração da natalidade e outros. Em contraposição, pode um
poderosas aos grandes ideais de solida
sob o nome de "economia humana" e
riedade humana, de reformas económico-sociais, de marcha para melhores condições no mundo. Para não citar senão um exemplo dos últimos tempos,
relação a certos problemas, que não são
professor católico orientar cm sentido correto a prática do todos os misteres a medicina; c fará isso com a naturalidade
dc quem sabe que Deus proíbe certas cousus, simplesmente porque cias sao coisas más cm si mesmas... Pois, ses assuntos, é comum repclir-sc o p conceito monstruoso de liavcr coisas q"
são tidas como pecados, porque |
se compraz cm defini-las a voz o ic da Igreja!
O docente católico terá amiudndas ocasiões para habituar os futuros COS a considerarem sempre a digm do corpo humano, não apenas em dc sua maravilhosa estrutura e seu a
rávcl funcionamento, mas acima de do porque é a sede de uma alma i
cuja inspiração c provadamente cristã. A lista dos exemplos poderia ser mais rxlcnsa, sc prolongássemos a discussão através das Faculdades de Letras, das
Escolas dc Serviço Social o outras mais,
bates sérios da vida põem em foco, de
maneira quase sempre dramática. As ercolas superiores oferecem ressonâncias
foi nos meios universitários que o mo vimento nacional-socialisla da Alemanha
cujos estudos sempre convergem, de al
germinou o ganhou a força com que se
gum modo, para o próprio homem. En
manteve durante varies anos, não obs
tretanto, bá também setores universitá
tante os seus enganoros fundamentos. Por isso, sempre terão significado e
rios em que as oportunidades de trans mitir lições, como essas, ditadas pelo co
eventual repercussão as atitudes de todo
profersor universitário que, cumprindo
nhecimento das verdades cristãs, se vão tornando mais raras c acidentais, à me
sua missão de transmitir conhecimentos,
dida que as matérias sc apresentam mais
em qualquer setor especializado, queira
técnicas c especializadas. Muitos pro assuntos que têm do discutir com seus alunos, um entrosamento qualquer com aqueles temas gerais relativos ao Ho
oferecer um testemunlio no sentido de determinado credo religio.so, filosófico ou político, o de fato afirme sua posição no campo das idéias controversas. Pois, mesmo que não fale do cátedra sôbre as
mem, ao Universo, à Divindade, em tor
questões que afligem e dividem os ho
fessores nem chegam a encontrar, nos
no dos quais se lançam e se debatem as
Universidades
mens, o seu exemplo poderá valer como um voto, os seus atos permitirão aferirse uma dada concepção da existência. Assim, de modo não específico, isto é,
É escusado insistir
constituídas para abranger, num todo
sem relação direta com os ensinamentos
na lição, bem mais simples, porém nao menos fecunda, de como o campo da
harmonioso, a verdadeira "universalida
de" dos assuntos abertos à investigação
particularizados que transmite, pode também o professor influir sôbre a for-
tal, feita à imagem o semelhança dc^ Ente Perfeito, e porque é, muitas vêzeS, um templo que o próprio Deus se digna habitar e não admite, portanto, qual
quer profanação.
escolas doutrinárias. E esta circunstância
velmente,
mesmo
nas
ocorre inexorà-
DrcKSTo Econômico
26
mação das novas gerações.
Influõnda
efetiva, mesmo quando por\cntiira se tratar de uma pessoa discreta ou retraí da; na realidade, raras \èzes imi mestre
universitário deixara de {x>ssuir algum crédito, moral ou intelectual, pequeno embora que seja, de tal sorte que. na pior das hipóteses, uma indiferença ma nifesta pelos grandes problemas huma nos será interpretada como ccptjcismo
cinismo ou qualquer outro "ismo" negativista.
Em boa lógica, ainda mais efeti\a há
1
que defenda c as opiniões que mereçam sua pref<-rêneia pessoal. Esta ação, cliriamos "cxtra-fimc-íonar', do prof<'svf)r, cnqu.-uira-sc <-on) certa na turalidade tia rotina <la \i<l.i escolar,
27
Digesto Econômico
logias, sobretudo quando estão dispos tos a considerar o seu cargo dc profes sor ou a.ssi.slcnte como um pòsto-chaNe para atingir os espíritos das futuras elites.
5.
çam geralmetite nioti\'a<ios pt>r (jiiestoes pertinentes aos estudos íjne <'Stao nu
pauta do dia. Aliás, para certas disci-
Em várias escolas superiores, há sis temas previstos para a xerificação cons tante do apro\-eilamenlo dos alunos, e que poderiam ser utilizados tambcni pa ra a formação da mocidadc universitá ria. Quero rcfcrir-me aos "deões" c nos "monitores", sem ter a pretensão de
dantes devem realizar por si próprios, a
título de exercitaçáo pessoal, a fim dc desenvolver snas faculdades inventivas
de ser a influência exercida por aqueles ou para amadurecer, por aplicaçao a ca.sos concretos, os conliecimentos recebi
positivo de encarar a vida. Xáo resta
dos dc modo genérico e abstrato. Alem da orientação geral que seja obrigado a
apresentar aqui as respectivas defini
dar, para a e.xectição de.ssas tarefas o centes universitários, constituiu ocasião professor ainda poderá aeoinpanha-ias de apostolado c da qual. infelizmente, muito de perto. deliberadamcnto fora tanto podem aproveitar-se os professo- dos perio<los das aulas, não por certo
(pie existe principalmente nas escolas
ções exalas.
influência certa, em que ficam os do
para suprir o esforço honesto que cada
sistemas ideológicos mais ou menos an tagônicos aos postulados cristãos.
estudante prcci.sa despender, cm seu
Praticamente, a influência não-cspccífica do professor se faz sentir, de modo permanente, pelo exemplo de sua vida.
Em particular, será sempre marcante a maneira, boa ou ma, segundo a qual de sempenhar a sua missão.
Mas, fora dos atos oficiais do magis tério, êle poderá aproveitar, para robustecer o seu testemunho, todas aquelas ocasiões que o próprio convívio acadê
mico oferece, no sentido da apro.ximação pessoal entre docentes e discípulos. E desse modo, com sabedoria e habilida
de, o professor pode trocar idéias e dis cutir doutrinas, contribuindo para um melhor conliecimento daquilo que se julga "pró" ou "contra", nas várias cor rentes de pensamento. E é então que sua- ascendência de mestre será bem ou
mal utilizada, conforme as convicções
vez captada a confiança dc seus tutela
Pofisibilichulcs dc uma vida comu nitária
jilínas, bá mesmo tarc-fas íjuc os estu
res católicos como os propugnadorcs de
cia para a consideração dc todos os pro blemas dc formação que vão surgindo à margem da instnição intelectual de um estudante. Pois é natural que, uma
pois os encontros cínii os alnims come
que adotem ou defendam algum sistema
dúvida, portanto, que esta posição de
— deão e monitor, ou melhores nomes
que tenham — oferecem margem propí
há
fTt
mula nos institutos uni
queles cujos cursos têm finalidade profissional. v^
dêmica, ao qual os estudantes recorrem para so-
Io costume.
Variante digna dc nota é a organiza ção de seminário.s ou círculos do dc atcs, dentro dos quais sejam trocadas idéias sóbrc os estudos em andamento
c expostas as soluções que cada qual vai dando para as dificuldades surgidas nas diversas disciplinas.
Òbviamonte, não devem ser subesti mados esses preciosos ensejos que sc oferecem a um professor sincerarnente
bem intencionado, para prestar auxílio não somente a melhor instrução intelec
tual dc seus discípulos, como ainda a uiTi refinamento de personalidade. Ê
não podem perder de vista que o objetivo da educação é o de formar homens com
sc a uma, duas ou mais centenas. No outro sistema, os estudantes de cada curso são divididos em pequenos gru pos, de uma dezena ou menos, e cada grupo é entregue a um docente ("mo nitor"), que fica incumbido de acompa
de sua profissão, mas incompetentes pa ra aperfeiçoar a sociedade a que perten cem, por terem ficado à margem da ver dadeira vida humana. Urge desenvol ver maior calor humano principalmente
pletos e não especialistas sem foimaçao geral, versados que sejam nas técnicas
nhar, durante um ou mais anos, o pro
na personalidade dos moços, para que
gresso de cada um dos seus pupilos; o controle é feito quer em colóquios se manais de todo o grupo, quer em con sultas particulares de qualquer membro
êles se tomem mais aptos a fazer fmtificar sua instmção profissional, resti-
da equipe, quando êste topa com algu
viços pelo bem comum.
Onde existem, estas duas instituições
•Ou
Estudantes e professôros, que aí convivem,
hieionar quaisquer dúvi das. A tutela de um "deão" abrange grande niunero de alunos, estendejido-
ma dificuldade.
por êsse caminho que muitos conseguem fazer proselitismo a favor de certas ideo
da que em geral se acu versitários, sobretudo na
cialmente designado para
crita ou, pelo menos, já consagrada pe
mo dos que lecionam. Ê necessário promover-se a expansão da cultura ex
cargos estritos dc magis
a supervisão da vida aca-
forma dc lra])albo é efetivamente pres
reequilibrar a bagagem cultural dos uni
te, isento às vezes de en
tério, mas sempre espe
ciais. Há algumas escolas em ciuc a
Dc qualquer forma, todas as ativida des cxtra-curricularcs numa Faculdade superior devem ser aproveitadas para se
cessivamente especializa
um
nn-ml)io do corpo doccn-
próprio benefício, mas para (ar^ atualidade e maior alcance ás hçocs ofi
rais, situadas já no terreno moral ou espiritual.
versitários, tanto dos que aprendem, co
Por um destes sistemas,
confessionais,
dos, o guia da vida escolar também seja ouxido ou possa, dc propósito, pronun ciar-se a respeito de qucstõc.s mais ge
tuindo à sociedade, em troca do preço de seus estudos, uma soma de reais ser
Lògicamente, seria mister que todas as escolas universitárias favorecessem de
DrcKSTo Econômico
26
mação das novas gerações.
Influõnda
efetiva, mesmo quando por\cntiira se tratar de uma pessoa discreta ou retraí da; na realidade, raras \èzes imi mestre
universitário deixara de {x>ssuir algum crédito, moral ou intelectual, pequeno embora que seja, de tal sorte que. na pior das hipóteses, uma indiferença ma nifesta pelos grandes problemas huma nos será interpretada como ccptjcismo
cinismo ou qualquer outro "ismo" negativista.
Em boa lógica, ainda mais efeti\a há
1
que defenda c as opiniões que mereçam sua pref<-rêneia pessoal. Esta ação, cliriamos "cxtra-fimc-íonar', do prof<'svf)r, cnqu.-uira-sc <-on) certa na turalidade tia rotina <la \i<l.i escolar,
27
Digesto Econômico
logias, sobretudo quando estão dispos tos a considerar o seu cargo dc profes sor ou a.ssi.slcnte como um pòsto-chaNe para atingir os espíritos das futuras elites.
5.
çam geralmetite nioti\'a<ios pt>r (jiiestoes pertinentes aos estudos íjne <'Stao nu
pauta do dia. Aliás, para certas disci-
Em várias escolas superiores, há sis temas previstos para a xerificação cons tante do apro\-eilamenlo dos alunos, e que poderiam ser utilizados tambcni pa ra a formação da mocidadc universitá ria. Quero rcfcrir-me aos "deões" c nos "monitores", sem ter a pretensão de
dantes devem realizar por si próprios, a
título de exercitaçáo pessoal, a fim dc desenvolver snas faculdades inventivas
de ser a influência exercida por aqueles ou para amadurecer, por aplicaçao a ca.sos concretos, os conliecimentos recebi
positivo de encarar a vida. Xáo resta
dos dc modo genérico e abstrato. Alem da orientação geral que seja obrigado a
apresentar aqui as respectivas defini
dar, para a e.xectição de.ssas tarefas o centes universitários, constituiu ocasião professor ainda poderá aeoinpanha-ias de apostolado c da qual. infelizmente, muito de perto. deliberadamcnto fora tanto podem aproveitar-se os professo- dos perio<los das aulas, não por certo
(pie existe principalmente nas escolas
ções exalas.
influência certa, em que ficam os do
para suprir o esforço honesto que cada
sistemas ideológicos mais ou menos an tagônicos aos postulados cristãos.
estudante prcci.sa despender, cm seu
Praticamente, a influência não-cspccífica do professor se faz sentir, de modo permanente, pelo exemplo de sua vida.
Em particular, será sempre marcante a maneira, boa ou ma, segundo a qual de sempenhar a sua missão.
Mas, fora dos atos oficiais do magis tério, êle poderá aproveitar, para robustecer o seu testemunho, todas aquelas ocasiões que o próprio convívio acadê
mico oferece, no sentido da apro.ximação pessoal entre docentes e discípulos. E desse modo, com sabedoria e habilida
de, o professor pode trocar idéias e dis cutir doutrinas, contribuindo para um melhor conliecimento daquilo que se julga "pró" ou "contra", nas várias cor rentes de pensamento. E é então que sua- ascendência de mestre será bem ou
mal utilizada, conforme as convicções
vez captada a confiança dc seus tutela
Pofisibilichulcs dc uma vida comu nitária
jilínas, bá mesmo tarc-fas íjuc os estu
res católicos como os propugnadorcs de
cia para a consideração dc todos os pro blemas dc formação que vão surgindo à margem da instnição intelectual de um estudante. Pois é natural que, uma
pois os encontros cínii os alnims come
que adotem ou defendam algum sistema
dúvida, portanto, que esta posição de
— deão e monitor, ou melhores nomes
que tenham — oferecem margem propí
há
fTt
mula nos institutos uni
queles cujos cursos têm finalidade profissional. v^
dêmica, ao qual os estudantes recorrem para so-
Io costume.
Variante digna dc nota é a organiza ção de seminário.s ou círculos do dc atcs, dentro dos quais sejam trocadas idéias sóbrc os estudos em andamento
c expostas as soluções que cada qual vai dando para as dificuldades surgidas nas diversas disciplinas.
Òbviamonte, não devem ser subesti mados esses preciosos ensejos que sc oferecem a um professor sincerarnente
bem intencionado, para prestar auxílio não somente a melhor instrução intelec
tual dc seus discípulos, como ainda a uiTi refinamento de personalidade. Ê
não podem perder de vista que o objetivo da educação é o de formar homens com
sc a uma, duas ou mais centenas. No outro sistema, os estudantes de cada curso são divididos em pequenos gru pos, de uma dezena ou menos, e cada grupo é entregue a um docente ("mo nitor"), que fica incumbido de acompa
de sua profissão, mas incompetentes pa ra aperfeiçoar a sociedade a que perten cem, por terem ficado à margem da ver dadeira vida humana. Urge desenvol ver maior calor humano principalmente
pletos e não especialistas sem foimaçao geral, versados que sejam nas técnicas
nhar, durante um ou mais anos, o pro
na personalidade dos moços, para que
gresso de cada um dos seus pupilos; o controle é feito quer em colóquios se manais de todo o grupo, quer em con sultas particulares de qualquer membro
êles se tomem mais aptos a fazer fmtificar sua instmção profissional, resti-
da equipe, quando êste topa com algu
viços pelo bem comum.
Onde existem, estas duas instituições
•Ou
Estudantes e professôros, que aí convivem,
hieionar quaisquer dúvi das. A tutela de um "deão" abrange grande niunero de alunos, estendejido-
ma dificuldade.
por êsse caminho que muitos conseguem fazer proselitismo a favor de certas ideo
da que em geral se acu versitários, sobretudo na
cialmente designado para
crita ou, pelo menos, já consagrada pe
mo dos que lecionam. Ê necessário promover-se a expansão da cultura ex
cargos estritos dc magis
a supervisão da vida aca-
forma dc lra])albo é efetivamente pres
reequilibrar a bagagem cultural dos uni
te, isento às vezes de en
tério, mas sempre espe
ciais. Há algumas escolas em ciuc a
Dc qualquer forma, todas as ativida des cxtra-curricularcs numa Faculdade superior devem ser aproveitadas para se
cessivamente especializa
um
nn-ml)io do corpo doccn-
próprio benefício, mas para (ar^ atualidade e maior alcance ás hçocs ofi
rais, situadas já no terreno moral ou espiritual.
versitários, tanto dos que aprendem, co
Por um destes sistemas,
confessionais,
dos, o guia da vida escolar também seja ouxido ou possa, dc propósito, pronun ciar-se a respeito de qucstõc.s mais ge
tuindo à sociedade, em troca do preço de seus estudos, uma soma de reais ser
Lògicamente, seria mister que todas as escolas universitárias favorecessem de
DiCESTO Econômico
Dic.estcj Econômico
wmvm.
fato essas oportunidades de aperfeiçoa
exercer especificamente ao transmitir
tniir-sc cm matéria do Religião, como
mento.
-scus conhecijmaitos,
conxém
Mas, em geral, seus progra
porfjiiu lecionam
a
um
xerdadciro intelectual,
29
oferece quotidianamente um sincero es forço pelo bem comiun. Nestas condições, aspirando e porfían-
mas descoram por completo a cultura
di«ciplrnas c<)n<'xas com os problemas
chaiuailo a exerei-r um cargo cm que
humanista, ou os institutos não ficam articulados de maneira a se compi'.ti
uni\'ers.its, podem indistinlamente todos os docentes tomar parte na formação da
domina a atix-idade da inteligência. Pro-
do pela plenitude da \'ida cristã, o pro
curi' respostas para as incertezas que o
fessor católico, só com isso, poderá con tribuir para que rapazes e moças, pro cedentes dc famílias católicas, reafirmem
rem cm vista de uma "universalidade".
mocidade acadêmica, quer pelo exemplo
perturbam. Esclareça os pontos obscu
Em grande número de casos, as ques tões de formação geral ou ficam relega das para os períodos de férias, fora da
que ofereçam com sua vida, fjucr pelas opiniões que defendem em trocas
ros íle siui fé, renuncie às derordcns dc
idéias com scus alunos, fí)ra das aulas
sua vida, submeta-se à disciplina da Igreja, entregue-se inteiramente à ver
vidi acadêmica, ou têm do ser examina
regularcs.
dade.
das de modo fragmentário, nos interstí
£ inegável a responsabilidade do pro-
cios dos curricula escolares. Neste pon to, há circunstâncias adversas que pre
fcsor católico, que nao dc\-e despci^í'
cisariam ser contornadas.
lima contribuição positixa a c-xlensao o rcino-de-Deiis e oferecer mn auxílio a
Nas grandes
cidades, por exemplo, falta o ambiente
de um "campas" universitário; perdemse diàriamcnte longas horas nos trans portes; são escassos os locais para re
uniões de pequenos grupos. Além dis so entre nós são dignos de reparo certos
horários sobrecarregados de lições, que mal deixam pausas para os alunos assi milarem os assuntos discutidos nas pró prias aulas; pesa também a extensão
das disciphnas obrigatórias. Acresce, ainda, que muitos universitários tem de trabalhar para o custeio de sua subsis tência, exercendo às vezes misteres que não beneficiam diretamente seus estudos
ou seu preparo espiritual para a vida.
Ê:sè conjunto de fatores, que faz min guar o tempo disponível para os estu
d.i formação das gerações no\'as, é o de eselarecé-las sobro a \'erdadeira fi
gura, moral c espiritual, de um cristão ^ figura nobre, xigorosa, otimista, emi
do erro e do mal. Porc<-lK'-s<- outrossim
nentemente humana; terá defeitos, sera
que a falta, íjuando houver, sera pura mente ncgatixa, será uin pecado po^
capaz de prevaricações; mas, assim mes mo, tem direito dc usar o mais alto titu
lo a que um homem possa aspirar: o dc
omissão.
Parece agora oportuno definir, aqui,
fillio dc Deus, por adoção.
antes dc mais nada, o quo
tender por um professor catolico. re i
rão com arrogância, nem sequer com altlxez; pelo contrário, a figura ficaria in completa se não tivesse, entre outras, as
notas tipicamente cristãs da mansidão e
Evangelho. Também não terá o do apresentar-se como mn desses ca licos intitulados "não-praticantcs , a sa bcr, católicos sui ^eneris que vivem vivem ^
também as ocasiões de vida comunitá
a constituir motivos suficientes.. •
ria, em que os docentes poderiam acom
primeira obrigação de um católico, * assumir qualquer posto no magistcn
O professor católico, já que tem opor
tunidade dc prestar um testemunho, pre cisa atentar para tôdas as características
superior, será a dc se apresentar, com 6. A posição cio professor católico
desassombro e .sinceridade,
católico genuíno. Na posição de desta que, em que fica perante a mocidade,
ele não poderá comprometer esse título
professores universitários é sempre dado
com meias-tintas, mesmo porque a ]i^ró-
influir no espírito das novas gerações: além da influencia que alguns podem
pria mocidade é impiedosamente inimi ga das meias-atitudes... Trate de ins-
bém eles poderão ser movidos a uma vi da melhor, inclusive uma conversão. Tu
do isto, porém, situa-se naquele terre no inisterioso onde devem concdiar-se a liberdade de Deus, que conccde a graça, c a da criatura, que precisa ser livre nas
suas preferências, para glorificar o seu Criador...
Posto isto, o profcs.sor catófico precisa ser um bom professor; aliás, ele não po derá ser um bom católico se não cum
prir bem as suas obrigações de magisté rio; e, reciprocamente, para ser um bom mestre, terá de seguir à risca as prescri
ções morais que regem a vida de um católico.
ít
7, O hom professor
Para não ficar no domínio das propo
dc seu título de cristão, a fim de não traí-lo. Exercendo uma função social,
sições abstratas, consideremos algumas \ j
como é o magistério, há de ter o cuida
tólico.
do especial de manter uma larga visão sôbrc tôdas as.coisas. Capaz de devo-
magistério e exercê-lo com absoluta de-- . dicação. O cuidado de suas lições, das 1
tamento e dc renúncia, o cristão cons
consultas aos alunos, dos seus estudos
ciente está sempre, generosamente, a
pessoais, o zelo pelas demais tarefas li- ' gadas ao magistério, devem estar no pri- " i nieíro plano de sua vida profissional. Se- J rá exigente consigo mesmo, na verifica- • 1
serviço dos outros.
como «m
Em suma, pelo exame do tema, que acabamos de fazer, verifica-se que aos
Os seguidores de ou
tros credos e os estudantes ateus tan>
da humildade.
sitando entre uma adesão integra
Igreja, com tôdas as suas conseqüência^, e uma ruptura para a qual certas salvas ou objeções pessoais nao chcga^
As suas
(pialidadcs, todavia, nunca transparece
ininanix-nle, ele não poderá ser ' nem "carola", nem qiialqiK'!" do figuração ridícula de mn men.sageiro
dantes se entregarem às atividades úteis ao arremate de sua formação, restringe
panhar a mesma formação.
Assim, o primeiro serviço que um
rcpri-.ssâo das forças, sempre renitentes,
nham a proceder em tudo como verda deiros cristãos.
mestre católico poderá prestar, cm prol
çar uma situação providencial para dar
sua fé, talvez periclitante, e se dispo
Seu ideal não é o
dinheiro, ou a tranqüilidade do confor to material; preocupam-no de fato as múltiplas injustiças que afetam o mun do e, longe de dar o escândalo de uma vida para .si mesmo, em contradição com a sua mensagem, o verdadeiro cristão
características do "bom professor" ca- • Acima de tudo, deve amar o
•
<
ção de sua cultura especializada, esfor-"1
çando-se por manter em dia os seus co- " nhecimeritos, compiilsándo os livros no- • vos e as recentes publicações periódi-
DiCESTO Econômico
Dic.estcj Econômico
wmvm.
fato essas oportunidades de aperfeiçoa
exercer especificamente ao transmitir
tniir-sc cm matéria do Religião, como
mento.
-scus conhecijmaitos,
conxém
Mas, em geral, seus progra
porfjiiu lecionam
a
um
xerdadciro intelectual,
29
oferece quotidianamente um sincero es forço pelo bem comiun. Nestas condições, aspirando e porfían-
mas descoram por completo a cultura
di«ciplrnas c<)n<'xas com os problemas
chaiuailo a exerei-r um cargo cm que
humanista, ou os institutos não ficam articulados de maneira a se compi'.ti
uni\'ers.its, podem indistinlamente todos os docentes tomar parte na formação da
domina a atix-idade da inteligência. Pro-
do pela plenitude da \'ida cristã, o pro
curi' respostas para as incertezas que o
fessor católico, só com isso, poderá con tribuir para que rapazes e moças, pro cedentes dc famílias católicas, reafirmem
rem cm vista de uma "universalidade".
mocidade acadêmica, quer pelo exemplo
perturbam. Esclareça os pontos obscu
Em grande número de casos, as ques tões de formação geral ou ficam relega das para os períodos de férias, fora da
que ofereçam com sua vida, fjucr pelas opiniões que defendem em trocas
ros íle siui fé, renuncie às derordcns dc
idéias com scus alunos, fí)ra das aulas
sua vida, submeta-se à disciplina da Igreja, entregue-se inteiramente à ver
vidi acadêmica, ou têm do ser examina
regularcs.
dade.
das de modo fragmentário, nos interstí
£ inegável a responsabilidade do pro-
cios dos curricula escolares. Neste pon to, há circunstâncias adversas que pre
fcsor católico, que nao dc\-e despci^í'
cisariam ser contornadas.
lima contribuição positixa a c-xlensao o rcino-de-Deiis e oferecer mn auxílio a
Nas grandes
cidades, por exemplo, falta o ambiente
de um "campas" universitário; perdemse diàriamcnte longas horas nos trans portes; são escassos os locais para re
uniões de pequenos grupos. Além dis so entre nós são dignos de reparo certos
horários sobrecarregados de lições, que mal deixam pausas para os alunos assi milarem os assuntos discutidos nas pró prias aulas; pesa também a extensão
das disciphnas obrigatórias. Acresce, ainda, que muitos universitários tem de trabalhar para o custeio de sua subsis tência, exercendo às vezes misteres que não beneficiam diretamente seus estudos
ou seu preparo espiritual para a vida.
Ê:sè conjunto de fatores, que faz min guar o tempo disponível para os estu
d.i formação das gerações no\'as, é o de eselarecé-las sobro a \'erdadeira fi
gura, moral c espiritual, de um cristão ^ figura nobre, xigorosa, otimista, emi
do erro e do mal. Porc<-lK'-s<- outrossim
nentemente humana; terá defeitos, sera
que a falta, íjuando houver, sera pura mente ncgatixa, será uin pecado po^
capaz de prevaricações; mas, assim mes mo, tem direito dc usar o mais alto titu
lo a que um homem possa aspirar: o dc
omissão.
Parece agora oportuno definir, aqui,
fillio dc Deus, por adoção.
antes dc mais nada, o quo
tender por um professor catolico. re i
rão com arrogância, nem sequer com altlxez; pelo contrário, a figura ficaria in completa se não tivesse, entre outras, as
notas tipicamente cristãs da mansidão e
Evangelho. Também não terá o do apresentar-se como mn desses ca licos intitulados "não-praticantcs , a sa bcr, católicos sui ^eneris que vivem vivem ^
também as ocasiões de vida comunitá
a constituir motivos suficientes.. •
ria, em que os docentes poderiam acom
primeira obrigação de um católico, * assumir qualquer posto no magistcn
O professor católico, já que tem opor
tunidade dc prestar um testemunho, pre cisa atentar para tôdas as características
superior, será a dc se apresentar, com 6. A posição cio professor católico
desassombro e .sinceridade,
católico genuíno. Na posição de desta que, em que fica perante a mocidade,
ele não poderá comprometer esse título
professores universitários é sempre dado
com meias-tintas, mesmo porque a ]i^ró-
influir no espírito das novas gerações: além da influencia que alguns podem
pria mocidade é impiedosamente inimi ga das meias-atitudes... Trate de ins-
bém eles poderão ser movidos a uma vi da melhor, inclusive uma conversão. Tu
do isto, porém, situa-se naquele terre no inisterioso onde devem concdiar-se a liberdade de Deus, que conccde a graça, c a da criatura, que precisa ser livre nas
suas preferências, para glorificar o seu Criador...
Posto isto, o profcs.sor catófico precisa ser um bom professor; aliás, ele não po derá ser um bom católico se não cum
prir bem as suas obrigações de magisté rio; e, reciprocamente, para ser um bom mestre, terá de seguir à risca as prescri
ções morais que regem a vida de um católico.
ít
7, O hom professor
Para não ficar no domínio das propo
dc seu título de cristão, a fim de não traí-lo. Exercendo uma função social,
sições abstratas, consideremos algumas \ j
como é o magistério, há de ter o cuida
tólico.
do especial de manter uma larga visão sôbrc tôdas as.coisas. Capaz de devo-
magistério e exercê-lo com absoluta de-- . dicação. O cuidado de suas lições, das 1
tamento e dc renúncia, o cristão cons
consultas aos alunos, dos seus estudos
ciente está sempre, generosamente, a
pessoais, o zelo pelas demais tarefas li- ' gadas ao magistério, devem estar no pri- " i nieíro plano de sua vida profissional. Se- J rá exigente consigo mesmo, na verifica- • 1
serviço dos outros.
como «m
Em suma, pelo exame do tema, que acabamos de fazer, verifica-se que aos
Os seguidores de ou
tros credos e os estudantes ateus tan>
da humildade.
sitando entre uma adesão integra
Igreja, com tôdas as suas conseqüência^, e uma ruptura para a qual certas salvas ou objeções pessoais nao chcga^
As suas
(pialidadcs, todavia, nunca transparece
ininanix-nle, ele não poderá ser ' nem "carola", nem qiialqiK'!" do figuração ridícula de mn men.sageiro
dantes se entregarem às atividades úteis ao arremate de sua formação, restringe
panhar a mesma formação.
Assim, o primeiro serviço que um
rcpri-.ssâo das forças, sempre renitentes,
nham a proceder em tudo como verda deiros cristãos.
mestre católico poderá prestar, cm prol
çar uma situação providencial para dar
sua fé, talvez periclitante, e se dispo
Seu ideal não é o
dinheiro, ou a tranqüilidade do confor to material; preocupam-no de fato as múltiplas injustiças que afetam o mun do e, longe de dar o escândalo de uma vida para .si mesmo, em contradição com a sua mensagem, o verdadeiro cristão
características do "bom professor" ca- • Acima de tudo, deve amar o
•
<
ção de sua cultura especializada, esfor-"1
çando-se por manter em dia os seus co- " nhecimeritos, compiilsándo os livros no- • vos e as recentes publicações periódi-
Dicesto Econômico
cas, freqüentando centros de elaboração
atitude acolhedora de quem não pre
da matéria que leciona (instituições
tende intimidar iiu'itilnu-me. Jamai.s hu
científicas, laboratórios de pesquisa, so
milhar (jual<li»er tios es|ii<!ante.s.
ciedades culturais etc. ).
moli\o de um êrn» iiitelecluaj; .sctn fa
Sempre assíduo às aulas, tem de pre pará-las conscienciosamcnte,
uma por
uma, a firn do que sejam vivas, mc-tódicas, claras, interessantes.
Na verdade,
por
zer demagogia, mas de modo oportuno dar demonsiraçõcs de (pie os considera,
em ger.il, como pessoas capazes de ges tos nobres, de atitudes generosas, dc
SC a Providencia concede talentos a uma
reaçfies motivadas.
pessoa, não é para que ela, valendo-se
dentes da vida acadê-mica.
dos mesmos, fiíjue preguiçosa, mas sim
normas da mais estrita justiça, pois que, mesmo nas coisas pe(pieninas. a injusti
para que, fazendo o que normalmente há
I'an toilos os inci praticar as
DicESTü
EcoNóxaco
31
ra o seu dcsenvol\'imcnto cm novos ru
outro, por simples talento e competên
mos. Inscrc\a-sc', com desprendimento c entusiasmo, nas crpiipes dc pe.squisadores cpic, explorando as fronteiras dc
to bem.
iios.sos
S.
atuais
conhecimentos,
buscam
al.irg.ir os liorizontes da ciência. bica subentendido que o professor ca
tólico está obrigado a não dar maus exemplos. Ser-lhe-á absolutamente ve dado faltar à \erdadc, proceder de «ná fé, fa/.er críticas injustas, praticar atos de "esperteza" e incorrer em outras fra-
ça sempre fere e o cristão consciente de
caso de um professor, entcnde-.se que ns
ve ser, em qnais«pier eirciinstàncias, um
Deixo de margem, por não atingirem
darpieles que t('m fome e sécle dc jus
diretamente o tema, embora constituam fatores corroborantos, as corretas rela
gação de «dar mais, e não dar apena.s,
quase sem esforço, aquilo que daria Tun outro, que houvesse receliido menos. .. No trato com os estudantes, dentro o
fora das aulas, o docente católico há de
ter em mente que seu exemplo está cor
tiça.
Se o professor nniversilário pode c de
Meios católicos c meios acoufessiotmis
Em suma, o docente católico deve
prestar com empenho e fidelidade o te.stemunho que lhe foi cometido pelo seu batismo cristão, testemunho que é
p.irticularmcntc precioso dentro das Es colas e Universidades aconfossionois.
de ser feito, o faça com excelência. No
aulas tenham de produzir f)s melhores frutos possíveis, no espírito dos estudan tes. Segundo doutrina de S. Tomás, "toda superioridade é para o bem co mum": os que recebem mais tem obri
cia, fará, no máximo, têcnicamcntc mui
«piezas.
ções com os colegas dc magistério, com os seus companlieíros dc equipe, com os
Nos meios universitários declarada
mente católicos a posição de cada pro fessor perde um pouco desse aspecto de testemunho pessoal, desde que são as
próprias escolas que proclamam seu pro pósito dc se empenhar por uma forma ção cristã das novas gerações. Mas, es
ve produzir sempre mais alguma coisa, à margem das tarefas didáticas, a .saber, pesquisas oriüiuais, discussões dc temas
funcionários da Faculdade, bem como a
particulares, livros-tcxlos etc., c embora
da interna e externa de sua escola.
a abundância dessa produção dependa
da mat(;ria professada, dos recursos dis
Dias haverá em que qualquer uma de suas tarefas se revelará particularmente
serir decididamente na unidaide cristã
qual, c oportuno lambem tpie, dèssc e
penosa, por deficiências próprias ou por eircunst.ineias adversas. Ü professor ca
que domina a concepção da obra em conjunto. Neste sentido, qualquer des-
poníveis, das aiJlidtães jicssoais de cada
dc outros modos, o mestre católico faça
solicita prestação de serviços gerais á vi
sa mesma circunstância cria, para quem
aceita um mandato de magistério den tro delas, a obrigação curial de se in
prova de tpie não sn arroccía das \'erda-
tólico terá de portar-se com a habitual
falecimento seria
firmeza. ..
apenas, como nas Faculdades leigas,
unia observação do P. Lebret: "O sofri mento, a cruz: não a cruz que teríamos escolhido. A verdadeira cruz, aquela que
nos, para esclarece-los; se é razoável dar-
dc.s científicas, das quais ainda ate há bom pouco tempo sc dizia scrcin zcs de arrasar os fundamentos dc toda crença religiosa. Como adverte Locomtc du Ncuy, "todo homem que crê cm Deus deve compreender que nenhum fa
se atenção aos melhores, a fim de que alcancem o alto nível de que são capa zes, manda a justiça que o mestre se
to científico, .se c verdadeiro, pode con tradizer a Deus; dc outro modo, ele não seria verdadeiro". A fc católica nada
desdobre para instruir os mais tardos (o
teme da ciência ou do progresso; antes,
a caridade exige que estes sejam sempre
c contrária ao obscurantismo. Assim,, os
tratados com amabilidade 1). Ser cons-
trabalhos de investigação pessoal, que
rendo o risco de ser decisivo na forma
ção dos novos espíritos.
Há de fugir
sistematicamente aos preciosismos, nun
ca afetar uma sapiência que realmente não possua, reconhecer com simplicida de algum engano, em que tenha incor rido. Estar sempre à disposição dos alu
cíencioso e imparcial no julgamento das provas escolares, sem distinção de pes soas, exercitando-se no bom desempe
completam e coroam o exercício do ma gistério universitário, coadunam-sc har-
nho desta tarefa -desde o inicio da car
crente sincero. Trato, pois, í) professor cristão, dc ser um verdadeiro cultor de sua matéria, procurando contribuir pa-
reira, tanto quanto no preparo das au las; assumir, nos exames individuais, a
mónicamcntc
com as atitudes dc um
Ocorre-me, nesta altura,
vem porque ficamos em nosso pôsto (...) Essa configura ao Cristo". (A tradução é de Carlos Pinto Alves). Muitas coisas mais poderiam ser di tas, para caracterizar o procedimento normal de um docente universitário ca
tólico. No perfil esboçado figuram ape nas alguns traços maiores. E o que,
uma traição e não
uma simples falta por omissão.
O peso dessa responsabilidade aumen ta mais ainda, quando a Escola faz par te integrante de uma organização universitiíria, oficialmente católica, desti
nada a realizar um perfeito equilíbrio, referendado pelas verdades religiosas, no exame de todos os problemas concer nentes à cultura do espírito humano. Em tais meios universitários, a tare
ca distintiva do professor verdadeira
fa educadora nonnativa de cada pro fessor seria facilitada pelo próprio es tado do ambiente, desde que todos vi
acima de tudo, deve representar a mar mente cristão é a abundância de alma,
vessem de fato, até nos seus menores
o desprendimento de si mesmo, o tom
gestos, o objetivo que lhes é prescrito
de amor ao próximo com que êle perfaz todas as suas tarefas, — tarefas que um
pela finalidade da instituição, a s^er, o de cooperarem pelo fortalecimento dos
Dicesto Econômico
cas, freqüentando centros de elaboração
atitude acolhedora de quem não pre
da matéria que leciona (instituições
tende intimidar iiu'itilnu-me. Jamai.s hu
científicas, laboratórios de pesquisa, so
milhar (jual<li»er tios es|ii<!ante.s.
ciedades culturais etc. ).
moli\o de um êrn» iiitelecluaj; .sctn fa
Sempre assíduo às aulas, tem de pre pará-las conscienciosamcnte,
uma por
uma, a firn do que sejam vivas, mc-tódicas, claras, interessantes.
Na verdade,
por
zer demagogia, mas de modo oportuno dar demonsiraçõcs de (pie os considera,
em ger.il, como pessoas capazes de ges tos nobres, de atitudes generosas, dc
SC a Providencia concede talentos a uma
reaçfies motivadas.
pessoa, não é para que ela, valendo-se
dentes da vida acadê-mica.
dos mesmos, fiíjue preguiçosa, mas sim
normas da mais estrita justiça, pois que, mesmo nas coisas pe(pieninas. a injusti
para que, fazendo o que normalmente há
I'an toilos os inci praticar as
DicESTü
EcoNóxaco
31
ra o seu dcsenvol\'imcnto cm novos ru
outro, por simples talento e competên
mos. Inscrc\a-sc', com desprendimento c entusiasmo, nas crpiipes dc pe.squisadores cpic, explorando as fronteiras dc
to bem.
iios.sos
S.
atuais
conhecimentos,
buscam
al.irg.ir os liorizontes da ciência. bica subentendido que o professor ca
tólico está obrigado a não dar maus exemplos. Ser-lhe-á absolutamente ve dado faltar à \erdadc, proceder de «ná fé, fa/.er críticas injustas, praticar atos de "esperteza" e incorrer em outras fra-
ça sempre fere e o cristão consciente de
caso de um professor, entcnde-.se que ns
ve ser, em qnais«pier eirciinstàncias, um
Deixo de margem, por não atingirem
darpieles que t('m fome e sécle dc jus
diretamente o tema, embora constituam fatores corroborantos, as corretas rela
gação de «dar mais, e não dar apena.s,
quase sem esforço, aquilo que daria Tun outro, que houvesse receliido menos. .. No trato com os estudantes, dentro o
fora das aulas, o docente católico há de
ter em mente que seu exemplo está cor
tiça.
Se o professor nniversilário pode c de
Meios católicos c meios acoufessiotmis
Em suma, o docente católico deve
prestar com empenho e fidelidade o te.stemunho que lhe foi cometido pelo seu batismo cristão, testemunho que é
p.irticularmcntc precioso dentro das Es colas e Universidades aconfossionois.
de ser feito, o faça com excelência. No
aulas tenham de produzir f)s melhores frutos possíveis, no espírito dos estudan tes. Segundo doutrina de S. Tomás, "toda superioridade é para o bem co mum": os que recebem mais tem obri
cia, fará, no máximo, têcnicamcntc mui
«piezas.
ções com os colegas dc magistério, com os seus companlieíros dc equipe, com os
Nos meios universitários declarada
mente católicos a posição de cada pro fessor perde um pouco desse aspecto de testemunho pessoal, desde que são as
próprias escolas que proclamam seu pro pósito dc se empenhar por uma forma ção cristã das novas gerações. Mas, es
ve produzir sempre mais alguma coisa, à margem das tarefas didáticas, a .saber, pesquisas oriüiuais, discussões dc temas
funcionários da Faculdade, bem como a
particulares, livros-tcxlos etc., c embora
da interna e externa de sua escola.
a abundância dessa produção dependa
da mat(;ria professada, dos recursos dis
Dias haverá em que qualquer uma de suas tarefas se revelará particularmente
serir decididamente na unidaide cristã
qual, c oportuno lambem tpie, dèssc e
penosa, por deficiências próprias ou por eircunst.ineias adversas. Ü professor ca
que domina a concepção da obra em conjunto. Neste sentido, qualquer des-
poníveis, das aiJlidtães jicssoais de cada
dc outros modos, o mestre católico faça
solicita prestação de serviços gerais á vi
sa mesma circunstância cria, para quem
aceita um mandato de magistério den tro delas, a obrigação curial de se in
prova de tpie não sn arroccía das \'erda-
tólico terá de portar-se com a habitual
falecimento seria
firmeza. ..
apenas, como nas Faculdades leigas,
unia observação do P. Lebret: "O sofri mento, a cruz: não a cruz que teríamos escolhido. A verdadeira cruz, aquela que
nos, para esclarece-los; se é razoável dar-
dc.s científicas, das quais ainda ate há bom pouco tempo sc dizia scrcin zcs de arrasar os fundamentos dc toda crença religiosa. Como adverte Locomtc du Ncuy, "todo homem que crê cm Deus deve compreender que nenhum fa
se atenção aos melhores, a fim de que alcancem o alto nível de que são capa zes, manda a justiça que o mestre se
to científico, .se c verdadeiro, pode con tradizer a Deus; dc outro modo, ele não seria verdadeiro". A fc católica nada
desdobre para instruir os mais tardos (o
teme da ciência ou do progresso; antes,
a caridade exige que estes sejam sempre
c contrária ao obscurantismo. Assim,, os
tratados com amabilidade 1). Ser cons-
trabalhos de investigação pessoal, que
rendo o risco de ser decisivo na forma
ção dos novos espíritos.
Há de fugir
sistematicamente aos preciosismos, nun
ca afetar uma sapiência que realmente não possua, reconhecer com simplicida de algum engano, em que tenha incor rido. Estar sempre à disposição dos alu
cíencioso e imparcial no julgamento das provas escolares, sem distinção de pes soas, exercitando-se no bom desempe
completam e coroam o exercício do ma gistério universitário, coadunam-sc har-
nho desta tarefa -desde o inicio da car
crente sincero. Trato, pois, í) professor cristão, dc ser um verdadeiro cultor de sua matéria, procurando contribuir pa-
reira, tanto quanto no preparo das au las; assumir, nos exames individuais, a
mónicamcntc
com as atitudes dc um
Ocorre-me, nesta altura,
vem porque ficamos em nosso pôsto (...) Essa configura ao Cristo". (A tradução é de Carlos Pinto Alves). Muitas coisas mais poderiam ser di tas, para caracterizar o procedimento normal de um docente universitário ca
tólico. No perfil esboçado figuram ape nas alguns traços maiores. E o que,
uma traição e não
uma simples falta por omissão.
O peso dessa responsabilidade aumen ta mais ainda, quando a Escola faz par te integrante de uma organização universitiíria, oficialmente católica, desti
nada a realizar um perfeito equilíbrio, referendado pelas verdades religiosas, no exame de todos os problemas concer nentes à cultura do espírito humano. Em tais meios universitários, a tare
ca distintiva do professor verdadeira
fa educadora nonnativa de cada pro fessor seria facilitada pelo próprio es tado do ambiente, desde que todos vi
acima de tudo, deve representar a mar mente cristão é a abundância de alma,
vessem de fato, até nos seus menores
o desprendimento de si mesmo, o tom
gestos, o objetivo que lhes é prescrito
de amor ao próximo com que êle perfaz todas as suas tarefas, — tarefas que um
pela finalidade da instituição, a s^er, o de cooperarem pelo fortalecimento dos
Dicesto
82
ideais cristãos.
Será c^cusido insistir
afiora na prandcza da missão qiic iim professor, sinceramente tocado por es ses ideais, pode cumprir cm favor da mocidade, anxiliando-a a compreender
que a renovarão do mtindo requer uma vanguarda dc cristãos, fortes c esclare cidos.
Todavia, nos ambientes univer-itários
aconfessionais. o testemunho dos do w
centes católicos en\'oIvc ouestões de tac-
to c de oportunidade.
Como o obieli-
vo desta Semana dc Intelectuais cató
licos não é o dc anunciar conclusões
oficiais, pediria vênia para oferecer al
gumas perG;untas à consideração dos
mais doutos e mais experimentados: a) sená interessante a criação oficio i- .■
I
sa de monitores" católicos, junto ãs Faculdades aconfessionais?
b) convirn que o professor católico procure ocasiões de fazer proselitismo,
dentro das escolas onde exerce o magis tério?
c) haverã oportunidade para os do centes católicos militarem num setor
complementar da J.U.C., auxiliando
Ü' I
f'
I
Econômico
ria agora encerrar-se por um apelo lan çado aos jovens universitários católicos, para que a.spiretn aos postos do maíjist'TÍo superior. E' claro cpie êsse r/c.çidcratum estará sempre conilieionado, cm qualquer ra.s"o. á exislèneia de uma vocação específica. Esta. porém, afi na-se pelas próprias lendénci is da \'ontade, movida pela atração dos objetos
O PROF. HENRY LAUFENBURGER UM FINANCISTA DESTA ÉPOCA ALIOhtAn BALEEmO
(Catcclrático de Finanças na Universidade da Bahia e prof. interino cia Faculdade do Direito do Rio de Janeiro)
pMnouA o pensamento de professores
propostos.
italianos, alemães o americanos hou vesse influenciado o estudo dc Finanças Públicas no Brasil, força c reconhecer
Ora, SC, como já fazia notar Cícero, "nenhum cargo c mais nobre ou mais
que maior difusão tiveram sempre, aqui,
valioso para a sociedade, do nue o de
os financistas franceses.
iim homem que instrui n reração mon-
No fim do Império c nas primeiras
t:in'í*". não sejam esquecidas as possi
décadas da República, as citações do ve lho Paul Lcroy Bcaulicu aparecem com
bilidades que os misteres universitários oferecem, no sentido dc se trííballiar por uma formação cristã das futuras elites. Pelo contrário, c justamente isto quo
freqüência singular nos discursos parla mentares, artigos de imprensa e cm rela tórios oficiais.
deve impelir todo intelectual católico,
Gaston Jèzc veio a substituir Beaulieu
ao dar um balanço nos motivos que po
uas preferências dos leitores brasileiros a
dem determinar um rumo na vida, ou acentuar uma preferência nascente, que parece uma vocação.
partir dos iiUimos 40 anos.
I^epois da Segunda Grande Guerra,
um novo escritor francês se faria rapida mente conhecido entre os que se interes
Nessa perspectiva tora dc fírmar-sc, ou não, um chamamento para os encar
sam pelos problemas financeiros: o Prof. Henry Laufenburger, cuja obra, hoje, é
os iovens desse movimento nos seus tra balhos de ação católica?
gos do ensino universitário. Contrariar
d) deverão ser instituídos, nas Fa culdades aconfessionais, cursos de di"ciplinas mais diretamente relacionadas
caso, cm deixar um posto cie combate
popular em todo o mundo.
queira tanto, como nós católicos, o ver
ram os livros franceses de Finanças, ne
com a formação moral dos estudantes
dadeiro bem dos homens qrie nos cer
(tais como ética profissional, relações humanas, justiça social etc.)?
9.
Um apêlo Com o enunciado destes quesitos eisnos ao têrmo da dissertação, que pode-
uma vocacão natural importaria, neste
A despeito do prestígio de que goza
à disposição do ouírcm que talvez nao
cam c o das novas gerações que des pontam. Seguir a vocação é, por certo, adotar aquela docilidade fecunda que, para a realização de seus desígnios, a Providência
conta
achar
qualquer um de nós.
sempre
em
dução brasileira. É uma iniciativa oportuna c louvável de "Edições Financeiras S. A.", emprê-
sa que, em poucos anos de funcionamen to, já concorreu para a cultura especia lizada do País com outras realizações
de prol. O trabalho escolhido para a tradução
foi "Finances Comparées" — estudo dos sistemas financeiros dos Estados Unidos,
França, Inglaterra, Suíça e Rússia, tal como se apresentam no após-guerra. A despeito de ser obra recente, edi tada pela primeira vez em 1947, com os dados estatísticos e da legislação fiscal até 1946, o autor acrescentou, para a
segunda edição, os fatos novos até 1950.
Êsse têxto, rigorosamente em dia. está sendo traduzido diretamente duma cópia
dos originais, em São Paulo, sob a su
pervisão do Prof. Rubens Gomes de
Souza, cuja reputação de provecto mes tre de Direito Financeiro já se firmou
nhum dêles foi traduzido em português. Êssc fato 6 perfeitamente e.xplicável, por
em todo o Brasil.
desses assuntos pessoas que concluíram, pelo menos, o curso ginasial e, portanto,
Finanças do Brasil, pelo Prof. Gomes de Souza, e de Portugal pelo Prof. Silva,
lêem o francês sem dificuldades. Ê ver
de Lisboa.
que, em geral, só se dedicam ao estudo >
simultáncamcnle na França e em tra
dade que a nova geração já revela maior predileção pelo inglês, como não esca pou a Maurois, durante sua permanên cia entre nós.
Agora temos a grata notícia de que uma das obras do Prof. Laufenburger
vai aparecer, em nova edição atualizada,
Por todo o ano de
1951, teremos nas vitrinas a edição bra sileira, acrescida de anotações sobre as
*
*
Embora a obra e a personalidade do Prof. Laufenburger sejam notórias en tre quantos, no Brasil, estão familiariza dos com assuntos financeiros e económi-
Dicesto
82
ideais cristãos.
Será c^cusido insistir
afiora na prandcza da missão qiic iim professor, sinceramente tocado por es ses ideais, pode cumprir cm favor da mocidade, anxiliando-a a compreender
que a renovarão do mtindo requer uma vanguarda dc cristãos, fortes c esclare cidos.
Todavia, nos ambientes univer-itários
aconfessionais. o testemunho dos do w
centes católicos en\'oIvc ouestões de tac-
to c de oportunidade.
Como o obieli-
vo desta Semana dc Intelectuais cató
licos não é o dc anunciar conclusões
oficiais, pediria vênia para oferecer al
gumas perG;untas à consideração dos
mais doutos e mais experimentados: a) sená interessante a criação oficio i- .■
I
sa de monitores" católicos, junto ãs Faculdades aconfessionais?
b) convirn que o professor católico procure ocasiões de fazer proselitismo,
dentro das escolas onde exerce o magis tério?
c) haverã oportunidade para os do centes católicos militarem num setor
complementar da J.U.C., auxiliando
Ü' I
f'
I
Econômico
ria agora encerrar-se por um apelo lan çado aos jovens universitários católicos, para que a.spiretn aos postos do maíjist'TÍo superior. E' claro cpie êsse r/c.çidcratum estará sempre conilieionado, cm qualquer ra.s"o. á exislèneia de uma vocação específica. Esta. porém, afi na-se pelas próprias lendénci is da \'ontade, movida pela atração dos objetos
O PROF. HENRY LAUFENBURGER UM FINANCISTA DESTA ÉPOCA ALIOhtAn BALEEmO
(Catcclrático de Finanças na Universidade da Bahia e prof. interino cia Faculdade do Direito do Rio de Janeiro)
pMnouA o pensamento de professores
propostos.
italianos, alemães o americanos hou vesse influenciado o estudo dc Finanças Públicas no Brasil, força c reconhecer
Ora, SC, como já fazia notar Cícero, "nenhum cargo c mais nobre ou mais
que maior difusão tiveram sempre, aqui,
valioso para a sociedade, do nue o de
os financistas franceses.
iim homem que instrui n reração mon-
No fim do Império c nas primeiras
t:in'í*". não sejam esquecidas as possi
décadas da República, as citações do ve lho Paul Lcroy Bcaulicu aparecem com
bilidades que os misteres universitários oferecem, no sentido dc se trííballiar por uma formação cristã das futuras elites. Pelo contrário, c justamente isto quo
freqüência singular nos discursos parla mentares, artigos de imprensa e cm rela tórios oficiais.
deve impelir todo intelectual católico,
Gaston Jèzc veio a substituir Beaulieu
ao dar um balanço nos motivos que po
uas preferências dos leitores brasileiros a
dem determinar um rumo na vida, ou acentuar uma preferência nascente, que parece uma vocação.
partir dos iiUimos 40 anos.
I^epois da Segunda Grande Guerra,
um novo escritor francês se faria rapida mente conhecido entre os que se interes
Nessa perspectiva tora dc fírmar-sc, ou não, um chamamento para os encar
sam pelos problemas financeiros: o Prof. Henry Laufenburger, cuja obra, hoje, é
os iovens desse movimento nos seus tra balhos de ação católica?
gos do ensino universitário. Contrariar
d) deverão ser instituídos, nas Fa culdades aconfessionais, cursos de di"ciplinas mais diretamente relacionadas
caso, cm deixar um posto cie combate
popular em todo o mundo.
queira tanto, como nós católicos, o ver
ram os livros franceses de Finanças, ne
com a formação moral dos estudantes
dadeiro bem dos homens qrie nos cer
(tais como ética profissional, relações humanas, justiça social etc.)?
9.
Um apêlo Com o enunciado destes quesitos eisnos ao têrmo da dissertação, que pode-
uma vocacão natural importaria, neste
A despeito do prestígio de que goza
à disposição do ouírcm que talvez nao
cam c o das novas gerações que des pontam. Seguir a vocação é, por certo, adotar aquela docilidade fecunda que, para a realização de seus desígnios, a Providência
conta
achar
qualquer um de nós.
sempre
em
dução brasileira. É uma iniciativa oportuna c louvável de "Edições Financeiras S. A.", emprê-
sa que, em poucos anos de funcionamen to, já concorreu para a cultura especia lizada do País com outras realizações
de prol. O trabalho escolhido para a tradução
foi "Finances Comparées" — estudo dos sistemas financeiros dos Estados Unidos,
França, Inglaterra, Suíça e Rússia, tal como se apresentam no após-guerra. A despeito de ser obra recente, edi tada pela primeira vez em 1947, com os dados estatísticos e da legislação fiscal até 1946, o autor acrescentou, para a
segunda edição, os fatos novos até 1950.
Êsse têxto, rigorosamente em dia. está sendo traduzido diretamente duma cópia
dos originais, em São Paulo, sob a su
pervisão do Prof. Rubens Gomes de
Souza, cuja reputação de provecto mes tre de Direito Financeiro já se firmou
nhum dêles foi traduzido em português. Êssc fato 6 perfeitamente e.xplicável, por
em todo o Brasil.
desses assuntos pessoas que concluíram, pelo menos, o curso ginasial e, portanto,
Finanças do Brasil, pelo Prof. Gomes de Souza, e de Portugal pelo Prof. Silva,
lêem o francês sem dificuldades. Ê ver
de Lisboa.
que, em geral, só se dedicam ao estudo >
simultáncamcnle na França e em tra
dade que a nova geração já revela maior predileção pelo inglês, como não esca pou a Maurois, durante sua permanên cia entre nós.
Agora temos a grata notícia de que uma das obras do Prof. Laufenburger
vai aparecer, em nova edição atualizada,
Por todo o ano de
1951, teremos nas vitrinas a edição bra sileira, acrescida de anotações sobre as
*
*
Embora a obra e a personalidade do Prof. Laufenburger sejam notórias en tre quantos, no Brasil, estão familiariza dos com assuntos financeiros e económi-
Dicksto Económicoi
D..«TO ECOKÓMXCO
,JI..
35
COS, parece que nfio será fora de propó
Internacional d<* Finanças Públicas, fun
dado por Allix. e, aluda, a direção da famosa "Hevur de Seienee et I.egjsía-
1930); H) "L*indu.stric de Mulhousc"
pela escola dc Pavia, com Griziotti e
sito recordar alguns pontos duma c dou tra cm revista dc divulgavão, dedicada ao grande público, como é o "Digesto
(i-iii colaboração com PflimÜn, Paris, 1932); "Lc Commcrce et rorganization
últimos cinqüenta anos, a importância
lifin Ftnaneíères", ao lado do sábio Prof.
Econômico".
Jè/.i;.
des inarcbés" (tomo 5." do Curso de Economia Política, de Truchy, — Paris,
Henr\* Laufenburger nasceu a 9 de
Dirige ainda os ".Annales cie Fi-
nanees Publifjue.s" com Jacomet e Mi-
janeiro de 1897, em Gerstlieim (Franca),
cbclson.
e fez estudos univcr.silários cm Stras-
O Prof. Ilcnry Laiib-ulmrger é, hoje, embora aluda moço. dos inai.s festeja
burgo, Caen e Paris, tendo ganho o pri meiro prêmio das Faculdades de Direito de França.
Em 1924, a Universidade de Caen conferiu-lhe o título de doutor em Di reito e, em 1926, o de doutor em Ciên
cias Econômicas. Em 1928, já recebia o titulo de docente de Economia Polí
tica, tendo regido cursos dessa discipli na, na Faculdade de Direito dc Stras-
burgo, onde, em 1930, passou a dirigir
o Instituto de Economia Comparada. De 1934 a 1936, sob os auspícios da
Fundação Rockefellcr, dedicovi-se a pcs-
dos financistas do mundo.
De 1945 cm lijanti- tem .sido rccjuestado por vários países, resuhamio disso
1938); "L'inter\-euliün do l'Élat cn maticTe eeonoiuicpie" (Paris, 1939); "La nou\-elle slructure eeonomicjuc du Reich (colab. com PflimUn) (Paris, 193S); "Encpicte sur les cbangcments de struture du ereclit et clu Ia banque" em dois
trabalho, sua ah'\idade transborda das
fainas uiuNc-rsilárias. pois ti-m sido ou\ido eoiuo eonsi-lheiro financeiro por al guns países, como a Turquia. Fisicamente, é liomem dc estatura ele
vada, robusto e afável.
Guardo encan
"Realilés", 1945); "Finances Compa-
rêes" (1947, 2a. cd. 1951); "Credit pu-
blic et finunce.s de guerrc" (1944); "Les Finances dc 1939-1945: Francc" (tomo
L da Coleç. História Financ., 1948);
suas
A mais importante e conhecida de as obras é, entretanto, o "Traité d Eco-
nomie et de Legislation Financières" em 4 tomos: I) "Revenu, Capital et Im-
os brasilcàros.
tigações a obra "Lcs Banques Françaises" (Paris, 1940, Sirey). Sobrcvinda a
pôt" (4.a edição cm 1950); 11) "Dctte mais alto \'alor científico assínidam a
capitão no 5°
Publi(pie et Riciicssc Privée" (3a. ed. cm 1948); III) "Budget et Tresor" 3a. ed. 1948) c IV) "Legislation Fiscale et
produção inle-
Bureau do Estado-Maior do
documents financiers" (2.a cd., 1946).
h-elual do Pr(4".
E.xército.
"Lhndustrie sí-
1941,
Escritíir fecundo, \'ários \ohime.s do
Laufenburger :
a
dcnirgi(|ue de
ensinou
Ia Lorrainc dasannexéc et Ia France" (Slras-
Finanças na Fa culdade de Di
ras entre as duas disciplinas eram niU-
as necessidades individuais.
reside à rua Duguay Trouin, — do nome do almirante de más recordações para
1940
picos da Economia Política. As frontei
1'cpreuvo de Ia guerrc" (Paris, 1940);
da mesTOa instituição, estudou as trans-
De
da conveniência social por oposição ao interesse individual e de lucro, como tí
"Finances Publiciucs et Affaircs Privées" ( 1943); "LTmpòt" (tomo I, da Goleç.
(1950).
zado em 1939 e serviu com o posto de
cia das Finanças, inspirada no primado
Dotado de excc-jK-ional eapaeiclade de
"Economie financièrc en trois leçons
guerra, o Prof. Laufenburger foi mobili
tia-sc vivamente na autonomia da Ciên
lab., 1941); "L'Economie allemande á
acolhida cordial no aparlameiilo em que
bancos na Europa. É fruto dessas invcs-
a ser relegada a plano secundário. Insis-
xico, Aiikara, Slambul, Honra. .Atenas, Loiuain, i"rankforl e na "Càilumbia".
cursos nas uníver.sida<lc-s de 7airieli, Mé
tadora impressão da simplicidade dc .sua
rormações da estrutura do crédito o dos
econômica dos fatos financeiros tendia
damente traçadas, pretendendo alguns autores distinguir, fora dc critérios po líticos, entre as necessidades públicas e
tomos: I) "BaiKjucs Françaises" (1940); II) "Bancjues italienncs et suissos" (co
q^iHsas econômicas cm vários países da Europa, que visitou ne.sse espaço de
tempo. Em 1938, ainda sob a égide
tantos notáveis mestres italianos. Nestes
reito dc Bordeaux, passando a reger a
burgo, 1924); "L'impòt sur Ic rovenu
mesma cadeira em 1942, na Faculdade
des Sociclés Commerciales" (Strasbur-
de Paris, na qual foi investido como catedrático em 1946. Nesse mesmo ano,
go, 1926); "Cours cTEconomic Alsacienne", em dois tomos: I) "Lcs bases
integrou o Comitê Diretor do Instituto
matericllcs, morales, juridiqnes" (Paris,
U li.» ■'
. --VÍ4.'
Essa longa lista não esgota a obra do ilustre mestre dc Paris, pois ainda bá a
Quando, na célebre cátedra de Paris,
Laufenburger substitui Jèze, outros ru mos tomaram os estudos financeiros. A
política de despesas públicas, como te
rapêutica do "chômage", aplicada pelo Presidente Roosevelt nos Estados Uni
dos e por diversos estadistas noutros
países; o orçamento cíclico da Suécia,
graças à orientação econômica de Ohlin,
Cassei e Cunnard Myrdal; a impressão
profunda causada pela "General Theory
de Keynes em 1936; o desaparecimento
do desemprego na Alemanha pela pro dução bélica intensiva, enfim os fatos 6 as idéias que precederam e culmina ram com a 2.a Grande Guerra, prepa
ram mudanças profundas nos velhos con
ceitos financeiros, reaproximando-os in teiramente da Economia Política. O Prof. Laufenberger, pela sua for
acrescentar diversos artigos em revistas e relatórios em Congressos de Finanças,
mação de economista, assumiu posição decisiva nessa revolução das finanças or
coino o de Roma, de 1948.
todoxas.
O traço mais característico do pensa
Não admira, pois, que o seu
"Tratado" houvesse aparecido com o tí
mento do Prof. Laufenburger reside na
tulo de "Economia Financeira" e não
co dos fenômenos financeiros em con
maior parte dos livros dos últimos cem
traste com o relevo político, brilhante
anos. Embora a denominação de "Eco
mente focalizado por Jèze e outros, ou com o desenvolvimento do lado jurídico,
de título a trabalho de outros, como Viti
ênfase que restítuíu ao aspecto econômi
"Ciência das Finanças", como o da
nomia Financeira" já houvesse servido
Dicksto Económicoi
D..«TO ECOKÓMXCO
,JI..
35
COS, parece que nfio será fora de propó
Internacional d<* Finanças Públicas, fun
dado por Allix. e, aluda, a direção da famosa "Hevur de Seienee et I.egjsía-
1930); H) "L*indu.stric de Mulhousc"
pela escola dc Pavia, com Griziotti e
sito recordar alguns pontos duma c dou tra cm revista dc divulgavão, dedicada ao grande público, como é o "Digesto
(i-iii colaboração com PflimÜn, Paris, 1932); "Lc Commcrce et rorganization
últimos cinqüenta anos, a importância
lifin Ftnaneíères", ao lado do sábio Prof.
Econômico".
Jè/.i;.
des inarcbés" (tomo 5." do Curso de Economia Política, de Truchy, — Paris,
Henr\* Laufenburger nasceu a 9 de
Dirige ainda os ".Annales cie Fi-
nanees Publifjue.s" com Jacomet e Mi-
janeiro de 1897, em Gerstlieim (Franca),
cbclson.
e fez estudos univcr.silários cm Stras-
O Prof. Ilcnry Laiib-ulmrger é, hoje, embora aluda moço. dos inai.s festeja
burgo, Caen e Paris, tendo ganho o pri meiro prêmio das Faculdades de Direito de França.
Em 1924, a Universidade de Caen conferiu-lhe o título de doutor em Di reito e, em 1926, o de doutor em Ciên
cias Econômicas. Em 1928, já recebia o titulo de docente de Economia Polí
tica, tendo regido cursos dessa discipli na, na Faculdade de Direito dc Stras-
burgo, onde, em 1930, passou a dirigir
o Instituto de Economia Comparada. De 1934 a 1936, sob os auspícios da
Fundação Rockefellcr, dedicovi-se a pcs-
dos financistas do mundo.
De 1945 cm lijanti- tem .sido rccjuestado por vários países, resuhamio disso
1938); "L'inter\-euliün do l'Élat cn maticTe eeonoiuicpie" (Paris, 1939); "La nou\-elle slructure eeonomicjuc du Reich (colab. com PflimUn) (Paris, 193S); "Encpicte sur les cbangcments de struture du ereclit et clu Ia banque" em dois
trabalho, sua ah'\idade transborda das
fainas uiuNc-rsilárias. pois ti-m sido ou\ido eoiuo eonsi-lheiro financeiro por al guns países, como a Turquia. Fisicamente, é liomem dc estatura ele
vada, robusto e afável.
Guardo encan
"Realilés", 1945); "Finances Compa-
rêes" (1947, 2a. cd. 1951); "Credit pu-
blic et finunce.s de guerrc" (1944); "Les Finances dc 1939-1945: Francc" (tomo
L da Coleç. História Financ., 1948);
suas
A mais importante e conhecida de as obras é, entretanto, o "Traité d Eco-
nomie et de Legislation Financières" em 4 tomos: I) "Revenu, Capital et Im-
os brasilcàros.
tigações a obra "Lcs Banques Françaises" (Paris, 1940, Sirey). Sobrcvinda a
pôt" (4.a edição cm 1950); 11) "Dctte mais alto \'alor científico assínidam a
capitão no 5°
Publi(pie et Riciicssc Privée" (3a. ed. cm 1948); III) "Budget et Tresor" 3a. ed. 1948) c IV) "Legislation Fiscale et
produção inle-
Bureau do Estado-Maior do
documents financiers" (2.a cd., 1946).
h-elual do Pr(4".
E.xército.
"Lhndustrie sí-
1941,
Escritíir fecundo, \'ários \ohime.s do
Laufenburger :
a
dcnirgi(|ue de
ensinou
Ia Lorrainc dasannexéc et Ia France" (Slras-
Finanças na Fa culdade de Di
ras entre as duas disciplinas eram niU-
as necessidades individuais.
reside à rua Duguay Trouin, — do nome do almirante de más recordações para
1940
picos da Economia Política. As frontei
1'cpreuvo de Ia guerrc" (Paris, 1940);
da mesTOa instituição, estudou as trans-
De
da conveniência social por oposição ao interesse individual e de lucro, como tí
"Finances Publiciucs et Affaircs Privées" ( 1943); "LTmpòt" (tomo I, da Goleç.
(1950).
zado em 1939 e serviu com o posto de
cia das Finanças, inspirada no primado
Dotado de excc-jK-ional eapaeiclade de
"Economie financièrc en trois leçons
guerra, o Prof. Laufenburger foi mobili
tia-sc vivamente na autonomia da Ciên
lab., 1941); "L'Economie allemande á
acolhida cordial no aparlameiilo em que
bancos na Europa. É fruto dessas invcs-
a ser relegada a plano secundário. Insis-
xico, Aiikara, Slambul, Honra. .Atenas, Loiuain, i"rankforl e na "Càilumbia".
cursos nas uníver.sida<lc-s de 7airieli, Mé
tadora impressão da simplicidade dc .sua
rormações da estrutura do crédito o dos
econômica dos fatos financeiros tendia
damente traçadas, pretendendo alguns autores distinguir, fora dc critérios po líticos, entre as necessidades públicas e
tomos: I) "BaiKjucs Françaises" (1940); II) "Bancjues italienncs et suissos" (co
q^iHsas econômicas cm vários países da Europa, que visitou ne.sse espaço de
tempo. Em 1938, ainda sob a égide
tantos notáveis mestres italianos. Nestes
reito dc Bordeaux, passando a reger a
burgo, 1924); "L'impòt sur Ic rovenu
mesma cadeira em 1942, na Faculdade
des Sociclés Commerciales" (Strasbur-
de Paris, na qual foi investido como catedrático em 1946. Nesse mesmo ano,
go, 1926); "Cours cTEconomic Alsacienne", em dois tomos: I) "Lcs bases
integrou o Comitê Diretor do Instituto
matericllcs, morales, juridiqnes" (Paris,
U li.» ■'
. --VÍ4.'
Essa longa lista não esgota a obra do ilustre mestre dc Paris, pois ainda bá a
Quando, na célebre cátedra de Paris,
Laufenburger substitui Jèze, outros ru mos tomaram os estudos financeiros. A
política de despesas públicas, como te
rapêutica do "chômage", aplicada pelo Presidente Roosevelt nos Estados Uni
dos e por diversos estadistas noutros
países; o orçamento cíclico da Suécia,
graças à orientação econômica de Ohlin,
Cassei e Cunnard Myrdal; a impressão
profunda causada pela "General Theory
de Keynes em 1936; o desaparecimento
do desemprego na Alemanha pela pro dução bélica intensiva, enfim os fatos 6 as idéias que precederam e culmina ram com a 2.a Grande Guerra, prepa
ram mudanças profundas nos velhos con
ceitos financeiros, reaproximando-os in teiramente da Economia Política. O Prof. Laufenberger, pela sua for
acrescentar diversos artigos em revistas e relatórios em Congressos de Finanças,
mação de economista, assumiu posição decisiva nessa revolução das finanças or
coino o de Roma, de 1948.
todoxas.
O traço mais característico do pensa
Não admira, pois, que o seu
"Tratado" houvesse aparecido com o tí
mento do Prof. Laufenburger reside na
tulo de "Economia Financeira" e não
co dos fenômenos financeiros em con
maior parte dos livros dos últimos cem
traste com o relevo político, brilhante
anos. Embora a denominação de "Eco
mente focalizado por Jèze e outros, ou com o desenvolvimento do lado jurídico,
de título a trabalho de outros, como Viti
ênfase que restítuíu ao aspecto econômi
"Ciência das Finanças", como o da
nomia Financeira" já houvesse servido
36
1^
de Marco, c também De Greef c Mi-
Ihaud já se servissem da fórmula "Eco nomia Pública", nenhum desses escrito
res logrou o êxito do atual mestre de Paris.
Talvez lhe caiba também o mé
rito de ter sido dos que mais cedo e mais largamente se deram conta dos re
flexos da teoria keynesiana sobre as Fi
nanças Públicas. Outro a.specto singular da doutrina do Prof. Laufenburger pro-
mana do desenvolvimento e da magnitu
de que atribui à despesa pública, em contraste com a maioria dos escritores,
Inglaterra, depoi.s que os orçamentas passaram a absorver um térço da renda
nacional desses países.
As mudanças
ritmo <-spanto.samciite rápido. s«'in (jue se possa exprimir des<]c já ,> prognóstico re servado ao capitalismo ferido p-Ia ••na cionalização" de bancos e einprésas, im postos e.smagadores. "défieils sislemálicos", "orçamentos hmnaiios", tributações
inspiradas no propósito sóeio-pi>Iit'<-'t> da redistríbüiçao cios rendimentos e outros
financeiros. Para ele. a despesa é "a al ma das finanças públicas", "a alma d i
Alias, a análise ilo professor de Paris, embora consagrada àfiuelcs cinco Esta dos de tao díspares economias, atinge
política do Estado". Em vários compên dios e tratados, como o de Leroy BeauIieu ou o de Einaudi, a despesa não
fatos cia hora eoii\ul.si\a, qm- ^i^oinos.
também, incidentemente, os sistemas fi
nanceiros da Itália, Alemanha, Suécia e
chegou a merecer as honras de um ci-
outros países.
pitulo.
de cinco estruturas típica.s de nações
*
*
*
As Finances Comparécs", em via de
fraduçao, nao constituem maçudos qua
oin síntese, um confronto objetivo
com profundas diferenças dtanográficas,
econômicas e políticas, através da obser vação magistral de uma autoridade da mais elevada categoria científica c uni
dros de cifras, como o nome poderia versitária, exatamente no momento em fazer supor, mas um estudo criterioso, que elas a evolução do mundo mmudentc e crítico das transformações vibra sôljre o cIio(|ue de uma transformação dos sistemas e das idéias financeiras nas.
principais nações do mundo por efeito
do impacto da última guerra. Origina
das dum curso realizado na Faculdade de Direito e de Ciências Políticas da Universidade de Zurich, ôsse estudo envolve a apreciação das características apresentadas pelos aparelhos fiscais dos
Estados Unidos, França, Rússia. Suíça e
■ iT ■^"
Direito individual e direito corporativo J. P. GalvÃo de Sousa
econômicas, poliiuas «• sociais daí de correntes sao <'nortii(-.s <• jjroeessani-sc em
geralmente inclinados a reivindicar para a receita o ponto capital dos fenômenos
TT
cujo desfecho ainda sc não pode pre\er
em tôcla a sua e.vtensão.
Tal a obra que o leitor brasileiro den
tro em poucos meses terá sob os oliios,
numa tradução primorosa c anotada sob controlo dc um financista da competên
cia e responsabilidade do Prof. Rubens Tr% Cl flfí Gomes rli-k dc Souza, da TUniversidade de São Paulo.
\ s concepções jurídicas relativas a posição do indivíduo perante a socie dade tèin sido dominadas, nestes últi
mos ti'inpos, por mna incoercível ten
dência para o socialismo dc Estado.
Essa tendência se manifesta nao aix:nas nas doutrinas o correntes claramente definidas como socialistas — comunismo,
fascismo, nacional-socialismo, nacionalsindicalismo, socialismo agrário, socialis mo guildista c outras — mas até mesmo
entre as que se situam dentro das fron
teiras do Iii)eralismo, defendendo com
ardor a dignidade da pessoa humana contra os abusos do poder.
É que freqüentemente os objetivos
óos liberais e dos socialistas coincidem.
A diferença está no modo dc conceber tais intcrêsscs, e, consequentemente, nos meios a pôr cm prática. _ . Por isso mesmo, certas e.xpressoes, tais
como "personalismo" c "humanismo , vão perdendo hoje em dia o seu si^ficado. Vemo-las na linguagem de überais e de socialistas, empreg;^-nas m-
diaintamentc os adeptos da democracia individualista e os do Estado totaU ário.
Eis porque se tem falado em soeiahsmo
personalista, socialismo espiritual e até socialismo religioso.
Percebem os liberais que não podem
hoje continuar naquela posição dos seus
nioin, para que o Estado, com as suas iniciativas, não venha anular os valores individuais o os direitos inerentes a pró
garantia dos direitos individuais, sacriii-
pria natureza humana.
Preconizam os
socialistas a intervenção minuciosa do Estado na vida social, a fim cie que a
"igualdade de oportunidades" não fique em teoria, mas seja assegurada efetiva mente pelo poder político a todos os
antecessores, que, preocupados com a
cavam os interesses da sociedade. Ím pias e irrestritas garantias à liberdade
acabam por destruir a liberdade, uma vez que os mais fortes dela se utilizam para e.xplorar os mais fracos.
E o socialismo procura dourar a sua
pílula, preconizando a intervenção do
indivíduos, mediante o recurso à socia lização, visando diminuir as diferenças
Estado em defesa da dignidade humana comprometida pelos excessos do regime
de classes e melhorar a situação das
liberal.
classes inferiores.
Os liberais exagerados e ortodoxos iam
os socialistas mais extremados chegam,
por sua vez, a abolir a iniciativa priva da, pretendendo transferir para o Esta do a propriedade dos bens produtivos, a direção exclusiva do ensino e o con frri tiiMifiyiiini,! iV
—
Uns e outros^procuram ordenar o es tado à realização dos interesses humanos.
Querem os liberais salvaguardar a esfe ra de ação da liberdade pessoal do ho-
a ponto de negar a legitimidade de tôda e qualquer ação social do Estado. E
H'-
trole dos meios de transmissão do pen^ r samento.
Assim, na .concepção geral da socie dade, e particularmente nos programas
de reforma econômica, socialistas e libe rais discutem entre si e tratam de re
solver os seus problemas tendo em vista apenas êstes dois pelos: o indivíduo e o Estado.
Ao interêsse individual opõem
o interêsse coletivo,
representado pelo
poder público. E, cuidando de harmo-
Ifiijniiil
Dicksto Econômico
39
DicE.STn Econômico cada um aventa
A sociologia jurídica em nossos dias
uma determinada solução para o conflito
veio mostrar quanto essa maneira de \'er
entre liberdade e autoridade.
é falha e inatl<-([iuida em relação à e\pu-
Dízar esses ínterC-sses,
Tal maneira de ver reflete-se nas con
cepções jurídicas, levando à idéia do Di reito como sendo uma ordem de normas
estabelecidas pelo poder público para harmonizar as liberdades individuais.
Só existe, segundo êssc modo de ver, uma ordem jurídica — a ordem jurídica do Estado, cm face da qual devem ser assegurados os "direitos subjetivos" dos indivíduos.
Para o liberalismo, essa "ordem" re
sulta automàtícamente da conciliação das
liberdades. É o que se pode notar, por exemplo, na definição de Direito de Kant, muito típica nesse sentido. O Direito passa a ser visto como "um conjunto de condições em virtude das
ricncia do Direito.
Entre outros aiili>res,
podemos eitar
(ieorgi-s Chirvitch. <|iie na .sua Socioh' g// of Law, ba.slantc conliecida entre nós e tratlnzida por J.)jatir Menezes, estu dando a tipidogia jurídica dos agrupa mentos particulares, escreve: "Todo gru po em que predomine a socialjilidado ativa e (pie realize mn valor positivo (como toda forma de .soeíabilidade que satisfaz essas exigências e das (piais o grupo em (piestão representa uma sinlcse unificadora) afirma-.se como um "fa lo normalivo", que pro
duz a sua própria regu lamentação jurídica." Completando a tipolo gia jurídica dos grupo.s,
quais a liberdade de um
pode coexistir com a li
berdade de outrcm, se gundo a lei gerai da li Para o socialismo, além dos direitos individuais
que são regidas pela justiça comutativa.
te-nos .superar atpiéle escpiema simplis
Tal ó o domínio das normas estabeleci
ta da orii.miz;ição social comum ao individnali.smo e ao socialismo, c no qual
SC ficava oscilando pcndularmcntc entre o íntcrcs.sc do indivíduo e o interés.sc do Estado.
Vários sociólogos reivindicam essa concepção — c Gurvitch oiumicra-os em Seu livro — mas, antes dèle.s, já a defen diam filósofos como Taparclli d'Azeglio e juristas como Enrique Gil Robles. TaIJarclli, no .seu .SVígg/o di Dirilto Níituestudava as ".sociedades subordina
das", lendo lima ordem jurídica própria,
que não se deve confundir com a do Es tado. E Gil Robles, no Trafado de DcrccJio Polifico. refletindo a concepção
tradicional da monarquia espanhola an
Guivitch examina os ti
terior ao ab.solutisino, desenvolvia a
idéia de um poder "autárquico" dos gru
rídicos distintos do orde-
pos sociais, no sentido do self-govcrn-
nuincnlü do E.stado, divi-
aicnl, compreendendo uma capacidade jurídica nonnativa paralela à do poder
a
_
ordenamentos
superiores ou equivalen
comprador c vendedor, enfim, todas as
da corrente na ciência jurídica — permi
pos dc ordenamentos ju dindü-os em quatro clas ses, a saber;
berdade".
objetivo" — para usar de expressão toma
soberano do Estado.
É precisamente daí que resulta ^ çáo de "direito corporativo", que dois
das pelo acórdo de vontades, ou seja, das obrigações dc origem contratual. Outras dizem respeito diretamente ao
grupo social c atingem os indivíduos en quanto membros daquele gnipo. Tais as relações entre cônjuges, pais e filhos, na Família; entre governantes e gover
nados, no E.dado; entre patrões c ope
rários, na Profissão. Constituem objeto
da justiça social, que ordena os indiví duos segundo os interesses comuns da sociedade.
As primeiras são relações de direito individual, e as segundas de direito cor
porativo, que é também denominado di reito social ou direito institucional. Têm
estius últimas um caráter de permanência o estabilidade, daí o termo "direito ins titucional" (do latim stare, donde Esta
do, expressão que designa toda a socie dade civil organizada institucionalmente). As relações meramente interindividuais são, pelo contrário, mais precanas e efêmeras.
Foi exatiunente a observação do cunlio
da sociedade, sendo que os direitos in-, dividuais valem na medida em que a es
tes à ordem jurídica do Estado, entre os quais inclui o Direito
autores dc nossos dias, com notável pre
eclesiástico e canônico c o Direito In
tes se reduzem, assim como o homem
comum publicada há poucos anos.
ternacional ;
Refiro-me a Jean Brcthe de Ia Gressaye e Mareei Labordc-Lacoste, profes-
institucional ou corporativo de certas re lações jurídicas que sugeriu a Hauriou os elementos com que iniciou a elabo ração da chamada "teoria da institui ção". Fonnulada no campo do Direito Público, essa doutrina passou daí para
existe o direito superior
vale na medida em que se socializa. Em ambos os casos, temos o monismo
2.^ — ordenamentos submetidos a tu
cisão c clareza, souberam fixar em obra
jurídico. Único "direito objetivo" con
tela do Estado, tais como os dos grupos
sòrcs da Faculdade de Direito de Bor-
o Direito Privado, com Fenard, sendo
dc atividade não lucrativa e mesmo da
siderado por liberais e socialistas é o di
dcaux, cm sua magnífica "Introdução ao
maioria dos grupos de atividade econô
elevada aos domínios mais altos da es
Direito".
reito do Estado.
mica que, sob o regime vigente, se apre sentam como particularistas ; 3.^ — ordenamentos "anexados" pelo Estado (caso dos "serviços públicos descentralizados") ;
peculação filosófico-jurídica por Delos.
Nessa perspectiva, o dualismo do Di
reito Público e do Direito Privado, se
gundo a divisão clássica, é interpretado como expressão de uma antinomia entre O: ínterêsse público, confundido com o
interesse .do Estado, e o interesse parti cular dos indivíduos.
4.*'^ — ordenamentos condensados no Direito do Estado democrático.
Essa visão mais ampla do "direito
Há duas modalidades distinta.s de re
lações jurídicas. Umas afetam os indivíduos conside
Trata-se de uma visão sociológica do
Direito, que ultrapassa de muito os hori zontes estreitos do velho individualismo,
como membro de um grupo ou de uma
cuja tendência era reduzir tôda a ordem jurídica ao contrato, no Direito Privado, e à lei, no Direito Público, ou seja: um
classe.
Tais são as relações comerciais
acordo de vontades (contrato) e uma
em geral, as que se estabelecem entre
expressão da "vontade geral" (lei), se-
rados isoladamente, quer dizer, indepen
dentemente da sua posição na sociedade,
Ifiijniiil
Dicksto Econômico
39
DicE.STn Econômico cada um aventa
A sociologia jurídica em nossos dias
uma determinada solução para o conflito
veio mostrar quanto essa maneira de \'er
entre liberdade e autoridade.
é falha e inatl<-([iuida em relação à e\pu-
Dízar esses ínterC-sses,
Tal maneira de ver reflete-se nas con
cepções jurídicas, levando à idéia do Di reito como sendo uma ordem de normas
estabelecidas pelo poder público para harmonizar as liberdades individuais.
Só existe, segundo êssc modo de ver, uma ordem jurídica — a ordem jurídica do Estado, cm face da qual devem ser assegurados os "direitos subjetivos" dos indivíduos.
Para o liberalismo, essa "ordem" re
sulta automàtícamente da conciliação das
liberdades. É o que se pode notar, por exemplo, na definição de Direito de Kant, muito típica nesse sentido. O Direito passa a ser visto como "um conjunto de condições em virtude das
ricncia do Direito.
Entre outros aiili>res,
podemos eitar
(ieorgi-s Chirvitch. <|iie na .sua Socioh' g// of Law, ba.slantc conliecida entre nós e tratlnzida por J.)jatir Menezes, estu dando a tipidogia jurídica dos agrupa mentos particulares, escreve: "Todo gru po em que predomine a socialjilidado ativa e (pie realize mn valor positivo (como toda forma de .soeíabilidade que satisfaz essas exigências e das (piais o grupo em (piestão representa uma sinlcse unificadora) afirma-.se como um "fa lo normalivo", que pro
duz a sua própria regu lamentação jurídica." Completando a tipolo gia jurídica dos grupo.s,
quais a liberdade de um
pode coexistir com a li
berdade de outrcm, se gundo a lei gerai da li Para o socialismo, além dos direitos individuais
que são regidas pela justiça comutativa.
te-nos .superar atpiéle escpiema simplis
Tal ó o domínio das normas estabeleci
ta da orii.miz;ição social comum ao individnali.smo e ao socialismo, c no qual
SC ficava oscilando pcndularmcntc entre o íntcrcs.sc do indivíduo e o interés.sc do Estado.
Vários sociólogos reivindicam essa concepção — c Gurvitch oiumicra-os em Seu livro — mas, antes dèle.s, já a defen diam filósofos como Taparclli d'Azeglio e juristas como Enrique Gil Robles. TaIJarclli, no .seu .SVígg/o di Dirilto Níituestudava as ".sociedades subordina
das", lendo lima ordem jurídica própria,
que não se deve confundir com a do Es tado. E Gil Robles, no Trafado de DcrccJio Polifico. refletindo a concepção
tradicional da monarquia espanhola an
Guivitch examina os ti
terior ao ab.solutisino, desenvolvia a
idéia de um poder "autárquico" dos gru
rídicos distintos do orde-
pos sociais, no sentido do self-govcrn-
nuincnlü do E.stado, divi-
aicnl, compreendendo uma capacidade jurídica nonnativa paralela à do poder
a
_
ordenamentos
superiores ou equivalen
comprador c vendedor, enfim, todas as
da corrente na ciência jurídica — permi
pos dc ordenamentos ju dindü-os em quatro clas ses, a saber;
berdade".
objetivo" — para usar de expressão toma
soberano do Estado.
É precisamente daí que resulta ^ çáo de "direito corporativo", que dois
das pelo acórdo de vontades, ou seja, das obrigações dc origem contratual. Outras dizem respeito diretamente ao
grupo social c atingem os indivíduos en quanto membros daquele gnipo. Tais as relações entre cônjuges, pais e filhos, na Família; entre governantes e gover
nados, no E.dado; entre patrões c ope
rários, na Profissão. Constituem objeto
da justiça social, que ordena os indiví duos segundo os interesses comuns da sociedade.
As primeiras são relações de direito individual, e as segundas de direito cor
porativo, que é também denominado di reito social ou direito institucional. Têm
estius últimas um caráter de permanência o estabilidade, daí o termo "direito ins titucional" (do latim stare, donde Esta
do, expressão que designa toda a socie dade civil organizada institucionalmente). As relações meramente interindividuais são, pelo contrário, mais precanas e efêmeras.
Foi exatiunente a observação do cunlio
da sociedade, sendo que os direitos in-, dividuais valem na medida em que a es
tes à ordem jurídica do Estado, entre os quais inclui o Direito
autores dc nossos dias, com notável pre
eclesiástico e canônico c o Direito In
tes se reduzem, assim como o homem
comum publicada há poucos anos.
ternacional ;
Refiro-me a Jean Brcthe de Ia Gressaye e Mareei Labordc-Lacoste, profes-
institucional ou corporativo de certas re lações jurídicas que sugeriu a Hauriou os elementos com que iniciou a elabo ração da chamada "teoria da institui ção". Fonnulada no campo do Direito Público, essa doutrina passou daí para
existe o direito superior
vale na medida em que se socializa. Em ambos os casos, temos o monismo
2.^ — ordenamentos submetidos a tu
cisão c clareza, souberam fixar em obra
jurídico. Único "direito objetivo" con
tela do Estado, tais como os dos grupos
sòrcs da Faculdade de Direito de Bor-
o Direito Privado, com Fenard, sendo
dc atividade não lucrativa e mesmo da
siderado por liberais e socialistas é o di
dcaux, cm sua magnífica "Introdução ao
maioria dos grupos de atividade econô
elevada aos domínios mais altos da es
Direito".
reito do Estado.
mica que, sob o regime vigente, se apre sentam como particularistas ; 3.^ — ordenamentos "anexados" pelo Estado (caso dos "serviços públicos descentralizados") ;
peculação filosófico-jurídica por Delos.
Nessa perspectiva, o dualismo do Di
reito Público e do Direito Privado, se
gundo a divisão clássica, é interpretado como expressão de uma antinomia entre O: ínterêsse público, confundido com o
interesse .do Estado, e o interesse parti cular dos indivíduos.
4.*'^ — ordenamentos condensados no Direito do Estado democrático.
Essa visão mais ampla do "direito
Há duas modalidades distinta.s de re
lações jurídicas. Umas afetam os indivíduos conside
Trata-se de uma visão sociológica do
Direito, que ultrapassa de muito os hori zontes estreitos do velho individualismo,
como membro de um grupo ou de uma
cuja tendência era reduzir tôda a ordem jurídica ao contrato, no Direito Privado, e à lei, no Direito Público, ou seja: um
classe.
Tais são as relações comerciais
acordo de vontades (contrato) e uma
em geral, as que se estabelecem entre
expressão da "vontade geral" (lei), se-
rados isoladamente, quer dizer, indepen
dentemente da sua posição na sociedade,
«0^ Dicesto Econômico
gundo a concepção democrática de ins
tas de um certo número de agentes su
piração rousseauniana. A essa concepção voliintarista c sub-
jeitos a uma autoridade" (D-
jctivista do Direito, vemos opor-se hoje uma concepç-ão objetiva que não desde nha da multiplicidade de formações so ciais ou corporativas, gerando outras
territorialmente, subdiviclindo-se em re
tantas relações jurídicas, as quais não se podem reduzir a simples acordos de von
tades ou a imperativos de uma hipotéti
A sociedade nacional se descentraliza
giões, províncias, cidades e aldeias, ou tras lautas unidades sociais com maior
ou menor aiitonoinia c interésses pró
prios, sendo os seus órgãos agentes do Estado. Assim, na Krança os departa mentos e as comunas; entre nós, os Es
ca vontade geral.
tados, transformação das antigas provín
Tais relações decorrem da própria na tureza da sociedade civil ou política, a
cias do Império, e os municípios.
qual não é uma simples soma de indi
sas divisões territoriais, nota-sc outra di
Lateralmente ao Estado, isto é, a es
víduos, mas um conjunto orgânico de
visão. Surgem os "estai)cÍecimenlos pú
grupos ou corpos sociais, cada um dos
blicos",
quais traz em si mesmo uma constitui
central c local e dotados de certa auto
ção jurídica interna, uma ordem jurídica
nomia, que lhes confere uinii posição
ou um "ordenamento" na expressão de Gurvítch. Êsses ordenamentos formam
distinta e à-parle entre os órgãos do Es tado. Trata-se afjui dos ciiamados ser viços púI)licos descentralizados. Esta
uma hierarquia que corresponde à posi ção daqueles grupos na sociedade glo balmente considerada.
destacados
da
administração
mos diante da noção da "autarquia , ela
borada últijuamculc pelo Direito Admi nistrativo e compreendendo serviços que
Tôdas essas noções, delineadas por Hauriou, aprofundadas por Gurvitch, já se destacam da administração central ou há mais tempo expostas por Taparelli que são anexados ao Estado. Lembre ou Enrique Gil Robles, vemo-las sinteti
zadas com clareza pelos autores da cita da "Introdução ao Direito". Eis como nos descrevem a "hierar quia" social, de que resulta uma hierar quia de ordenamentos jurídicos.
"Temos, no ápice, o Estado, "órgão ju rídico da soberania nacional". O corpo
mos, cm São Paulo, a Universidade do Estado c o Hospital das Clínicas, entre muitos outros exemplos.
Todos esses corpos são corpos públi cos ligados ao Estado. Descendo ainda mais na escala da hierarquia social, en contramos ainda corpos de natureza pu
blica, mas independentes em relação ao
social é a nação, e o Estado dá-lhe or
Estado. Tais são os corpos profissionais, constituídos para organizar e representar
ganização jurídica,
abrangendo-a nos
a respectiva profissão. Em regimes de
seus interêsses materiais, intelectuais e
sindicato único ou de corporativismo de
morais, sem se confundir com o povo mas conferindo-lhe uma organização ju rídica. É, pois, o Estado como que a
Estado — como era a Itália fascista —
cúpula do edifício social. Compreende, por sua vez, vários corpos: magistratu ra, exército, polícia, e tôdas as adminis trações, sendo cada uma destas compos-
tais agrupamentos não se distinguem dos anteriores, não passam de órgãos de Es(1) — J. BRETHE DE LA GHESSAYEM. LABORDE-LACOSTE, Inlrdrcticn générale à l'étude du Droit, Hccueil Sirey, 1947, p. 125.
DicivSTo Econômico
"31"
livre, onde o corporativismo de associa
virtude da reação contra o regime anti go que reconhecia os corpos sociais e
ção prevalece sôbre o coqiorativismo de
llies dava posição preponderante. A Re
Estado, tais corpos profissionais consti tuem uma categoria plenamente autôno ma, intermediária entro os corpos públi
volução Francesa destruiu todos os cor
cos cslatai.s e o.s corpos privados.
pos profissionais desapareceram; as as sociações do toda espécie foram interdi
lado.
Mas onde existe o sindicalismo
Êstes últimos são ;issociaçõcs dc ini-
ci;ítiva privada, com fins lucrativos ou não, )i\res c facultativos, sendo muitas vè/es recoulíecidos como de "utilidade
públic;i" pelo Estado em vista dos ser viços prestados à coletividade. Einalmento, em seguida a estas asso
ciações privadas, chegamos ã base do edifício social, cuja cúpula é o Estado. E-ssa liase está na sociedade mais natu
ral e necessária ao homem, na primeira
das sociedades, quer se considere a vida
pos públicos, salvo o Estado, e instituiu os departamentos c as comunas. Os cor
tas, a menos que tivessem autorização
especial do Governo. Só subsistiram: a família, concebida do ponto de vista estrilamcnlc individualista, conjunto de relações entre marido c mulher, pais, fi lhos, sem estabilidade (casamento dis
solvido pelo divórcio); a empresa eco nômica, mas reduzida a uma coleção de
relações individuais entre cada operário
e patrão. Enfim, as sociedades de fim lucrativo foram organizadas segundo um
do indivíduo, que nela recebe o ser,
ponto de vista contratual, sôbre a base
quer em relação à genesc da sociedade civil, que nela tem c ponto de partida:
individualista de um contrato entre ca
a família.
Claro está que todos esses corpos so
ciais dão origem a uma série de relações
jurídicas que dc nenhum modo se podem reduzir a relações de direito individual. O erro do individualismo jurídico esteve precisamente em querer assimilar as re
lações corporativas às meramente interindlviduais.
Em tudo estava impresso
o sèlo do "contrato social". E assim che
gava-se a negar até mesmo o caráter institucional da família, de novo reco
nhecido por grandes juristas da atuabdade.
Fazia-se do casamento simples
contrato dependente da vontade das par tes contratantes e podendo ser dissolvido
da membro e os outros. Desde aí, a dis
tinção entre o direito individual e o di reito corporativo não mais apareceu,
mas apenas a distinção entre o Direito Público e o Direito Privado" (2). O desenvolvimento do direito do tra
balho tem mostrado as enonnes lacunas
da concepção individualista. Dia a dia se afirma o cunho institucional, corpo
rativo, de certas relações jurídicas nos domínios da profissão. Nem foi outro o motivo pelo qual, na própria França
moderna, subjugada pelos princípios da Revolução, desde o século passado a evolução legislativa começou a marchar no sentido de tornar a reconhecer a vida associativa e sindical com as caracterís
a qualquer tempo, sem se levar em con ta o interesse social c a finalidade do
ticas jurídicas que lhe são inerentes. O mesmo so diga do direito de Famí
matrimônio, com exigências superiores à
lia, e das doutrinas filosófico-jurídicas,
livre vontade dos cônjuges.
entre as quais a citada teoria da insti
"A partir da Revolução Francesa — escrevem os citados autores — individua
tuição.
lismo passou para o primeiro plano, em
(2) — BRETHE-LABORDE, cp. cit.
di
«0^ Dicesto Econômico
gundo a concepção democrática de ins
tas de um certo número de agentes su
piração rousseauniana. A essa concepção voliintarista c sub-
jeitos a uma autoridade" (D-
jctivista do Direito, vemos opor-se hoje uma concepç-ão objetiva que não desde nha da multiplicidade de formações so ciais ou corporativas, gerando outras
territorialmente, subdiviclindo-se em re
tantas relações jurídicas, as quais não se podem reduzir a simples acordos de von
tades ou a imperativos de uma hipotéti
A sociedade nacional se descentraliza
giões, províncias, cidades e aldeias, ou tras lautas unidades sociais com maior
ou menor aiitonoinia c interésses pró
prios, sendo os seus órgãos agentes do Estado. Assim, na Krança os departa mentos e as comunas; entre nós, os Es
ca vontade geral.
tados, transformação das antigas provín
Tais relações decorrem da própria na tureza da sociedade civil ou política, a
cias do Império, e os municípios.
qual não é uma simples soma de indi
sas divisões territoriais, nota-sc outra di
Lateralmente ao Estado, isto é, a es
víduos, mas um conjunto orgânico de
visão. Surgem os "estai)cÍecimenlos pú
grupos ou corpos sociais, cada um dos
blicos",
quais traz em si mesmo uma constitui
central c local e dotados de certa auto
ção jurídica interna, uma ordem jurídica
nomia, que lhes confere uinii posição
ou um "ordenamento" na expressão de Gurvítch. Êsses ordenamentos formam
distinta e à-parle entre os órgãos do Es tado. Trata-se afjui dos ciiamados ser viços púI)licos descentralizados. Esta
uma hierarquia que corresponde à posi ção daqueles grupos na sociedade glo balmente considerada.
destacados
da
administração
mos diante da noção da "autarquia , ela
borada últijuamculc pelo Direito Admi nistrativo e compreendendo serviços que
Tôdas essas noções, delineadas por Hauriou, aprofundadas por Gurvitch, já se destacam da administração central ou há mais tempo expostas por Taparelli que são anexados ao Estado. Lembre ou Enrique Gil Robles, vemo-las sinteti
zadas com clareza pelos autores da cita da "Introdução ao Direito". Eis como nos descrevem a "hierar quia" social, de que resulta uma hierar quia de ordenamentos jurídicos.
"Temos, no ápice, o Estado, "órgão ju rídico da soberania nacional". O corpo
mos, cm São Paulo, a Universidade do Estado c o Hospital das Clínicas, entre muitos outros exemplos.
Todos esses corpos são corpos públi cos ligados ao Estado. Descendo ainda mais na escala da hierarquia social, en contramos ainda corpos de natureza pu
blica, mas independentes em relação ao
social é a nação, e o Estado dá-lhe or
Estado. Tais são os corpos profissionais, constituídos para organizar e representar
ganização jurídica,
abrangendo-a nos
a respectiva profissão. Em regimes de
seus interêsses materiais, intelectuais e
sindicato único ou de corporativismo de
morais, sem se confundir com o povo mas conferindo-lhe uma organização ju rídica. É, pois, o Estado como que a
Estado — como era a Itália fascista —
cúpula do edifício social. Compreende, por sua vez, vários corpos: magistratu ra, exército, polícia, e tôdas as adminis trações, sendo cada uma destas compos-
tais agrupamentos não se distinguem dos anteriores, não passam de órgãos de Es(1) — J. BRETHE DE LA GHESSAYEM. LABORDE-LACOSTE, Inlrdrcticn générale à l'étude du Droit, Hccueil Sirey, 1947, p. 125.
DicivSTo Econômico
"31"
livre, onde o corporativismo de associa
virtude da reação contra o regime anti go que reconhecia os corpos sociais e
ção prevalece sôbre o coqiorativismo de
llies dava posição preponderante. A Re
Estado, tais corpos profissionais consti tuem uma categoria plenamente autôno ma, intermediária entro os corpos públi
volução Francesa destruiu todos os cor
cos cslatai.s e o.s corpos privados.
pos profissionais desapareceram; as as sociações do toda espécie foram interdi
lado.
Mas onde existe o sindicalismo
Êstes últimos são ;issociaçõcs dc ini-
ci;ítiva privada, com fins lucrativos ou não, )i\res c facultativos, sendo muitas vè/es recoulíecidos como de "utilidade
públic;i" pelo Estado em vista dos ser viços prestados à coletividade. Einalmento, em seguida a estas asso
ciações privadas, chegamos ã base do edifício social, cuja cúpula é o Estado. E-ssa liase está na sociedade mais natu
ral e necessária ao homem, na primeira
das sociedades, quer se considere a vida
pos públicos, salvo o Estado, e instituiu os departamentos c as comunas. Os cor
tas, a menos que tivessem autorização
especial do Governo. Só subsistiram: a família, concebida do ponto de vista estrilamcnlc individualista, conjunto de relações entre marido c mulher, pais, fi lhos, sem estabilidade (casamento dis
solvido pelo divórcio); a empresa eco nômica, mas reduzida a uma coleção de
relações individuais entre cada operário
e patrão. Enfim, as sociedades de fim lucrativo foram organizadas segundo um
do indivíduo, que nela recebe o ser,
ponto de vista contratual, sôbre a base
quer em relação à genesc da sociedade civil, que nela tem c ponto de partida:
individualista de um contrato entre ca
a família.
Claro está que todos esses corpos so
ciais dão origem a uma série de relações
jurídicas que dc nenhum modo se podem reduzir a relações de direito individual. O erro do individualismo jurídico esteve precisamente em querer assimilar as re
lações corporativas às meramente interindlviduais.
Em tudo estava impresso
o sèlo do "contrato social". E assim che
gava-se a negar até mesmo o caráter institucional da família, de novo reco
nhecido por grandes juristas da atuabdade.
Fazia-se do casamento simples
contrato dependente da vontade das par tes contratantes e podendo ser dissolvido
da membro e os outros. Desde aí, a dis
tinção entre o direito individual e o di reito corporativo não mais apareceu,
mas apenas a distinção entre o Direito Público e o Direito Privado" (2). O desenvolvimento do direito do tra
balho tem mostrado as enonnes lacunas
da concepção individualista. Dia a dia se afirma o cunho institucional, corpo
rativo, de certas relações jurídicas nos domínios da profissão. Nem foi outro o motivo pelo qual, na própria França
moderna, subjugada pelos princípios da Revolução, desde o século passado a evolução legislativa começou a marchar no sentido de tornar a reconhecer a vida associativa e sindical com as caracterís
a qualquer tempo, sem se levar em con ta o interesse social c a finalidade do
ticas jurídicas que lhe são inerentes. O mesmo so diga do direito de Famí
matrimônio, com exigências superiores à
lia, e das doutrinas filosófico-jurídicas,
livre vontade dos cônjuges.
entre as quais a citada teoria da insti
"A partir da Revolução Francesa — escrevem os citados autores — individua
tuição.
lismo passou para o primeiro plano, em
(2) — BRETHE-LABORDE, cp. cit.
di
Skík) Ec:oNÓNfico\'
4'i£
Rcstaiira-se em nossos dias o direito
O direito corporativí), i>í-m compreen
corporativo. O dinamismo da vida so
dido, representa unia liljcrtaçáo do mo-
cial forçou o abandono das posições in dividualistas. As lições da experiência
nismo jurídico, individualista ou socialis
acabaram por prevalecer sobre os de\'a-
Rodeuto Pinto de Souza
ta. E o rcconliccimento dos podercs dos
mas de um fonnalismo abstrato através
grupos sociais em face do poder polilico é a maior garantia contra o al>solnlismo
de uma visão objetiva do fenômeno ju
do Estado, (|ue pesa sòlirt; as nações dc
rídico.
liojc.
neios ideológicos, superando os esque
Inflação nos países subdesenvolvidos /^N especialistas em assuntos cconómiCOS só recentemente tem dedicado
O ciclo ínflacioniírio cria
servaiulo os efeitos da entrada maciça
do pela segunda guerra mundial trouxe novamente à tona os problemas das emissões excessivas. Dessa vez, os paí ses subdesenvolvidos foram contempla dos pela atenção dos especialistas em as
dü moeda na circulação dos países de
suntos
sua atenção aos fenômenos infiacionários
ocorridos nos países dc economia pou co desenvolvida.
Os coniiccimcntos re
lativos à inflação foram adquiridos obestrutura
trializiida.
econômica
altamente indus-
É xordade que não tinham
os estudiosos larga experiência no tocan te aos efeitos da inflação.
Estas não
ocorrem todos os dias e contam-se nos
dedos -'.s grandes inflações que se veri ficaram na llistória. A c.xperiência mais
recente que se teve foi a colossal infla ção alemã, após u primeira grande guer ra . Dela puderam os economistas co-
Ihôr ensinamentos profícuos. O estudo mais conhecido dêsse período inflacio-
l:r
veram a atenção dos peritos cm assuntos econômicos.
nario é o do italiano Bresciani-Turoni,
que SC tomou clássico. Êsse economis
ta, que viveu na Alemanha durante os anos cm que o derrame monetário se ve rificou, pôde estudar, passo a passo, o desenvolvimento das conseqüências inflacionárias na estrutura econômica da nação tcdesca.
Os estudos subsequen
tes ã puljlicação da obra de BrescianiTuroni SC limitaram a repetir os ensina mentos do economista italiano.
É ver
monetiírios.
Os
ensinamentos
que os peritos colheram na observação dos fenômenos infiacionários verificados
nas estruturas econômicas pouco desen volvidas mostraram quão diversas e pe
rigosas são as conseqüências da infla ção nos países de economia atrasada. É nosso intuito mostrar, no presente
traballio, os resultados das pesquisas so bre inflação levadas a efeito em nações econòmicainente atrasadas. Utilizaremos
em parte os ensinamentos de H. W. Singcr, contidos nas conferências pronuncia das pelo economista americano na Fun dação Getulío Vargas e publicadas na Revista Brasileira de Economia.
Acreditamos ser útil a discussão de
assunto tão momentoso, pois o Govêmo Federal está vivamente interessado em
evitar o prosseguimento da inflação e combater os distúrbios provenientes das recentes emissões. O problema é de so lução difícil e justifica um programa de govêrno, pois era menos de dez anos o
dade que êsse gênero de estudos se tor
meio circulante foi acrescido de 27
nou /desinteressante nos anos de depres
bilhões de cruzeiros, o que representa
são econômica inaugurados pela crise de
seis vêzcs o montante da moeda existen
1929, o que impossibilitou o progresso
te em 1939. No entanto, menos de me
dos conhecimentos nesse terreno par
As dificuldades por
tade entrou em circulação entre 1940-45, parte ainda menor deu ingresso nos
que passaram as nações ocidentais nos anos trinta, principalmente no terreno da superprodução e do desemprego, absor
anos de 1945-48, enquanto parcela con siderável foi posta em circulação em 1950. As estatísticas acusam para aquele
ticular da moeda.
Skík) Ec:oNÓNfico\'
4'i£
Rcstaiira-se em nossos dias o direito
O direito corporativí), i>í-m compreen
corporativo. O dinamismo da vida so
dido, representa unia liljcrtaçáo do mo-
cial forçou o abandono das posições in dividualistas. As lições da experiência
nismo jurídico, individualista ou socialis
acabaram por prevalecer sobre os de\'a-
Rodeuto Pinto de Souza
ta. E o rcconliccimento dos podercs dos
mas de um fonnalismo abstrato através
grupos sociais em face do poder polilico é a maior garantia contra o al>solnlismo
de uma visão objetiva do fenômeno ju
do Estado, (|ue pesa sòlirt; as nações dc
rídico.
liojc.
neios ideológicos, superando os esque
Inflação nos países subdesenvolvidos /^N especialistas em assuntos cconómiCOS só recentemente tem dedicado
O ciclo ínflacioniírio cria
servaiulo os efeitos da entrada maciça
do pela segunda guerra mundial trouxe novamente à tona os problemas das emissões excessivas. Dessa vez, os paí ses subdesenvolvidos foram contempla dos pela atenção dos especialistas em as
dü moeda na circulação dos países de
suntos
sua atenção aos fenômenos infiacionários
ocorridos nos países dc economia pou co desenvolvida.
Os coniiccimcntos re
lativos à inflação foram adquiridos obestrutura
trializiida.
econômica
altamente indus-
É xordade que não tinham
os estudiosos larga experiência no tocan te aos efeitos da inflação.
Estas não
ocorrem todos os dias e contam-se nos
dedos -'.s grandes inflações que se veri ficaram na llistória. A c.xperiência mais
recente que se teve foi a colossal infla ção alemã, após u primeira grande guer ra . Dela puderam os economistas co-
Ihôr ensinamentos profícuos. O estudo mais conhecido dêsse período inflacio-
l:r
veram a atenção dos peritos cm assuntos econômicos.
nario é o do italiano Bresciani-Turoni,
que SC tomou clássico. Êsse economis
ta, que viveu na Alemanha durante os anos cm que o derrame monetário se ve rificou, pôde estudar, passo a passo, o desenvolvimento das conseqüências inflacionárias na estrutura econômica da nação tcdesca.
Os estudos subsequen
tes ã puljlicação da obra de BrescianiTuroni SC limitaram a repetir os ensina mentos do economista italiano.
É ver
monetiírios.
Os
ensinamentos
que os peritos colheram na observação dos fenômenos infiacionários verificados
nas estruturas econômicas pouco desen volvidas mostraram quão diversas e pe
rigosas são as conseqüências da infla ção nos países de economia atrasada. É nosso intuito mostrar, no presente
traballio, os resultados das pesquisas so bre inflação levadas a efeito em nações econòmicainente atrasadas. Utilizaremos
em parte os ensinamentos de H. W. Singcr, contidos nas conferências pronuncia das pelo economista americano na Fun dação Getulío Vargas e publicadas na Revista Brasileira de Economia.
Acreditamos ser útil a discussão de
assunto tão momentoso, pois o Govêmo Federal está vivamente interessado em
evitar o prosseguimento da inflação e combater os distúrbios provenientes das recentes emissões. O problema é de so lução difícil e justifica um programa de govêrno, pois era menos de dez anos o
dade que êsse gênero de estudos se tor
meio circulante foi acrescido de 27
nou /desinteressante nos anos de depres
bilhões de cruzeiros, o que representa
são econômica inaugurados pela crise de
seis vêzcs o montante da moeda existen
1929, o que impossibilitou o progresso
te em 1939. No entanto, menos de me
dos conhecimentos nesse terreno par
As dificuldades por
tade entrou em circulação entre 1940-45, parte ainda menor deu ingresso nos
que passaram as nações ocidentais nos anos trinta, principalmente no terreno da superprodução e do desemprego, absor
anos de 1945-48, enquanto parcela con siderável foi posta em circulação em 1950. As estatísticas acusam para aquele
ticular da moeda.
TTT
44
Diccsto Econômico
ano a entrada dc 7 bilhões dc cruzeiros, islo é, 30% a mais em relação a 1ÍW9.
Isto prova que as causas ínflacionárias estão em plena atuação e díricilmcnte serão contidas. Não deve o Covêrno, porém, ceder íis dificuldades; o caminho da administração é eríçado de empeci lhos, que precisam ser transpostos custe o que custar.
2. — Em países cconòmicamcnte pou co desenvolvidos a distribuição de ren das entre as várias camadas sociais cria disparidades acentuadas entre os rendi mentos das classes rnais elevadas e os
das mais baixas, devido ao grande índice de concentração das
flacionario se faz no sentido da desigual dade de rendimentos, pois inflação é si nônimo (!<? alta de preços, o <jue le\a a os salários dificilmente se acomodam ao
dinamismo dos preços. Há. assim, em épocas Ínflacionárias. dcsajustamcnto contínuo entre o poder u<iui.sitivo das
nômicas c pec[uenos
sentidos — dc um lado, a prazo curto,
dividendos de ações
determina uma economia forçada;
de companhias par
outro, a prazo mais longo, leva a um
ticulares,
"gasto forçado".
[xissuem
dinâmicos, que lhes permitem
buição de rendimentos é extremamente vulnerável à inflação, e, incontestàvel-
mente, as emissões crônicas das nações pouco desenvolvidas são uma das causas
principais da constante má distribuição das rendas. Isso porque o impulso in-
Se cm teoria esse
pelas empresas eco
das cabem a uma
mente remunerativas. Semelhante distri
mento allamcnlc auspicioso para a ex
pansão econômica.
principio é aceito, na prática ele nem sempre dá bons resultados, principalmen te (piando se trata de países subdesenvoK idos. È que a inflação age em dois
e l a distribuição em que todas as ren
países subdesenvolvidos. Os rendimentos das classes mais baixas provêm dc salá rios, em geral baixos, enquanto os das altas camadas, de atividades econômicas produtivas e comerciais, em geral alta
mais rápida formação de capitais, ele
do. Os (]ue perceIjem salários pagos
tribuição equitativa
Nesse caso, os lucros extraordiná
favorecer a concentração dc rendas par(.'cc ser acontecimento benéfico para as naçfjcs subdesenvolvidas, pois leva a
mais (jue o segun
1, sendo zero a dis
do rendas existente nos
rias.
rios dão origem ao mercado negro, a forma mais grave da alta dc preços. À primeira vista, o fato de a inflaçao
são muito rígidos, sendo o primeiro
,Gíni (vai de zero a
concentração
mais perigoso (pianclo a inflação vem acompanhada de escassez dc mercado
massa.s c o custo das mercadorias. Esse
rendas no Brasil, na base do índice de
Não é difícil de se explicar a forte
a sua marcha aseensional. Isso sc toma
dcsajustamcnto se faz sentir em jnaior escala entre as camadas sociais (pie vi vem de perpienos rendimentos (aluguéis c juros de apólices) e de salários pagos pelo E.slado. Esses dois tipos de renda
à concentração de
em 1938 e .556 em 1942.
menle dinâmicas as rendas das altas ca madas sociais. Os lucros fáceis agem
J-
rendimentos
mais
dado atenção a êsse fato, o que os levou a modificarem a concepção sobre os efei tos da inflação. A curto prazo ela cria uma economia forçada pelo efeitc) da
nliar, se bem com certo atraso, a mar-
elia aseensional dos preços. Quer num
caso, quer noutro, porém, a clcvaçao dos preços é mais rápida que a dos rendi
alta de preços, que obriga à retração do
altos rendimentos, pois êstes estão dire tamente ligados ao movimento de pre ços; à medida que os preços se elevam, os lucros das atividades produtivas e comerciai.s aumentam, uma vez que há sempre retardamento do custo de pro dução em relação ao preço de venda. Além disso, alguns rendimentos provêm
.
a subirem
mais rapidamente do que
realmente subiriam, caso esse novo fator,
não operasse. A alta de preços, assim acelerada, leva os consumidores a apres sarem as suas compras, diminuindo ou
desaparecendo totalmente a poupança de certas camadas sociais. Os capitalis tas, por seu lado, presenciando a eleva ção desregrada dos preços, procuram co locar os seus capitais ao abrigo da dimi
nuição constante do poder aquisitivo da moeda. A forma mais segura de reali zar êsse fim é a inversão em imóveis. O
prof. H. W. Singer, nas aludidas con ferências, chamou a atenção para o fato de a inversão em imóveis, particular mente nos países subdesenvolvidos, "não ser tanto uma forma de investimen to como um método de economizar". "Acredito — acentua Singer — que a pro- -
priedade imóvel tem muitas das caracte rísticas do dinheiro, em países como o
Brasil, por c-xemplo, e que, por conse
guinte, o investimento cm imóveis pode
com propriedade ser tratado e entendido não como uma alternativa de investi mento, como uma modalidade de inves timento diferente e menos produtiva, mas como uma forma de economia, co mo um meio de ajuntar dinheiro, de acu mular economias." Aliás, o conferencista baseia êsse seu ponto dè vista em
consumo. Perseverando no entanto a al dois argumentos apresentados pelo nosso ta do preços, esta incentiva as compras, maior especialista em assuntos monetá visto os consumidores, temendo maior o Prof. Eugênio Gudin. O primei elevação de preços, adquirirem hoje o rios, ro dêles "é que o chamado investimento
mentos, obrigando a classe dos assala riados c a dc pequenas rendas a restrin girem o consumo, cliiriinuindü o padrao Passa-se o contrário nas camadas de
de
Os economistas só recentemente têm
acompa-
de vida.
--ir
45
por sua vez sobre os preços, acelerando
De fato, a e.xperiència nos ensina que
feitos por Jorge Kingston, referentes
t:
do especulação, o (pio torna c-xtrema-
um de.s\ío p.ira os lucros.
rendas. Os cálculos
so pessoa), revelou que a concentração aumentou de .4.53 em 1934 para .488
y
•
Dir-KSTí» Econômico
que irão consumir amanhã, pois naque a
i
data os preços poderão estar mais altos.
em imóveis não é investimento em em-
Em virtude dessa mesma previsão, ()S
iniciativa, conhecimento etc., exigida pe los investimentos produtivos." O se
que possuem dinheiro disponível ou cre•
dito nos Bancos compram grandes quan tidades de mercadorias para revender
mais tarde, quando a elevação dos pre
prêsas que exigem a mesma espécie de gundo, "é que a propriedade imóvel é muito mais divislvel que o investimento em fábricas."
ços lhes permitir grande margem de lu O termo inflação tem, portanto, um cro. Tais operações especulativas agem duplo sentido — de um lado é economia por sua vez sobre os preços, forçando-os
TTT
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Diccsto Econômico
ano a entrada dc 7 bilhões dc cruzeiros, islo é, 30% a mais em relação a 1ÍW9.
Isto prova que as causas ínflacionárias estão em plena atuação e díricilmcnte serão contidas. Não deve o Covêrno, porém, ceder íis dificuldades; o caminho da administração é eríçado de empeci lhos, que precisam ser transpostos custe o que custar.
2. — Em países cconòmicamcnte pou co desenvolvidos a distribuição de ren das entre as várias camadas sociais cria disparidades acentuadas entre os rendi mentos das classes rnais elevadas e os
das mais baixas, devido ao grande índice de concentração das
flacionario se faz no sentido da desigual dade de rendimentos, pois inflação é si nônimo (!<? alta de preços, o <jue le\a a os salários dificilmente se acomodam ao
dinamismo dos preços. Há. assim, em épocas Ínflacionárias. dcsajustamcnto contínuo entre o poder u<iui.sitivo das
nômicas c pec[uenos
sentidos — dc um lado, a prazo curto,
dividendos de ações
determina uma economia forçada;
de companhias par
outro, a prazo mais longo, leva a um
ticulares,
"gasto forçado".
[xissuem
dinâmicos, que lhes permitem
buição de rendimentos é extremamente vulnerável à inflação, e, incontestàvel-
mente, as emissões crônicas das nações pouco desenvolvidas são uma das causas
principais da constante má distribuição das rendas. Isso porque o impulso in-
Se cm teoria esse
pelas empresas eco
das cabem a uma
mente remunerativas. Semelhante distri
mento allamcnlc auspicioso para a ex
pansão econômica.
principio é aceito, na prática ele nem sempre dá bons resultados, principalmen te (piando se trata de países subdesenvoK idos. È que a inflação age em dois
e l a distribuição em que todas as ren
países subdesenvolvidos. Os rendimentos das classes mais baixas provêm dc salá rios, em geral baixos, enquanto os das altas camadas, de atividades econômicas produtivas e comerciais, em geral alta
mais rápida formação de capitais, ele
do. Os (]ue perceIjem salários pagos
tribuição equitativa
Nesse caso, os lucros extraordiná
favorecer a concentração dc rendas par(.'cc ser acontecimento benéfico para as naçfjcs subdesenvolvidas, pois leva a
mais (jue o segun
1, sendo zero a dis
do rendas existente nos
rias.
rios dão origem ao mercado negro, a forma mais grave da alta dc preços. À primeira vista, o fato de a inflaçao
são muito rígidos, sendo o primeiro
,Gíni (vai de zero a
concentração
mais perigoso (pianclo a inflação vem acompanhada de escassez dc mercado
massa.s c o custo das mercadorias. Esse
rendas no Brasil, na base do índice de
Não é difícil de se explicar a forte
a sua marcha aseensional. Isso sc toma
dcsajustamcnto se faz sentir em jnaior escala entre as camadas sociais (pie vi vem de perpienos rendimentos (aluguéis c juros de apólices) e de salários pagos pelo E.slado. Esses dois tipos de renda
à concentração de
em 1938 e .556 em 1942.
menle dinâmicas as rendas das altas ca madas sociais. Os lucros fáceis agem
J-
rendimentos
mais
dado atenção a êsse fato, o que os levou a modificarem a concepção sobre os efei tos da inflação. A curto prazo ela cria uma economia forçada pelo efeitc) da
nliar, se bem com certo atraso, a mar-
elia aseensional dos preços. Quer num
caso, quer noutro, porém, a clcvaçao dos preços é mais rápida que a dos rendi
alta de preços, que obriga à retração do
altos rendimentos, pois êstes estão dire tamente ligados ao movimento de pre ços; à medida que os preços se elevam, os lucros das atividades produtivas e comerciai.s aumentam, uma vez que há sempre retardamento do custo de pro dução em relação ao preço de venda. Além disso, alguns rendimentos provêm
.
a subirem
mais rapidamente do que
realmente subiriam, caso esse novo fator,
não operasse. A alta de preços, assim acelerada, leva os consumidores a apres sarem as suas compras, diminuindo ou
desaparecendo totalmente a poupança de certas camadas sociais. Os capitalis tas, por seu lado, presenciando a eleva ção desregrada dos preços, procuram co locar os seus capitais ao abrigo da dimi
nuição constante do poder aquisitivo da moeda. A forma mais segura de reali zar êsse fim é a inversão em imóveis. O
prof. H. W. Singer, nas aludidas con ferências, chamou a atenção para o fato de a inversão em imóveis, particular mente nos países subdesenvolvidos, "não ser tanto uma forma de investimen to como um método de economizar". "Acredito — acentua Singer — que a pro- -
priedade imóvel tem muitas das caracte rísticas do dinheiro, em países como o
Brasil, por c-xemplo, e que, por conse
guinte, o investimento cm imóveis pode
com propriedade ser tratado e entendido não como uma alternativa de investi mento, como uma modalidade de inves timento diferente e menos produtiva, mas como uma forma de economia, co mo um meio de ajuntar dinheiro, de acu mular economias." Aliás, o conferencista baseia êsse seu ponto dè vista em
consumo. Perseverando no entanto a al dois argumentos apresentados pelo nosso ta do preços, esta incentiva as compras, maior especialista em assuntos monetá visto os consumidores, temendo maior o Prof. Eugênio Gudin. O primei elevação de preços, adquirirem hoje o rios, ro dêles "é que o chamado investimento
mentos, obrigando a classe dos assala riados c a dc pequenas rendas a restrin girem o consumo, cliiriinuindü o padrao Passa-se o contrário nas camadas de
de
Os economistas só recentemente têm
acompa-
de vida.
--ir
45
por sua vez sobre os preços, acelerando
De fato, a e.xperiència nos ensina que
feitos por Jorge Kingston, referentes
t:
do especulação, o (pio torna c-xtrema-
um de.s\ío p.ira os lucros.
rendas. Os cálculos
so pessoa), revelou que a concentração aumentou de .4.53 em 1934 para .488
y
•
Dir-KSTí» Econômico
que irão consumir amanhã, pois naque a
i
data os preços poderão estar mais altos.
em imóveis não é investimento em em-
Em virtude dessa mesma previsão, ()S
iniciativa, conhecimento etc., exigida pe los investimentos produtivos." O se
que possuem dinheiro disponível ou cre•
dito nos Bancos compram grandes quan tidades de mercadorias para revender
mais tarde, quando a elevação dos pre
prêsas que exigem a mesma espécie de gundo, "é que a propriedade imóvel é muito mais divislvel que o investimento em fábricas."
ços lhes permitir grande margem de lu O termo inflação tem, portanto, um cro. Tais operações especulativas agem duplo sentido — de um lado é economia por sua vez sobre os preços, forçando-os
Digesto Egosómico
forçada, de outro é gasto forçado. Con
de aumento. I.sto se deve no teor té-cnt-
siderado sob o Lado prático, o segundo
co <lns siKLs cslruturn.s produtivas, (juc
é o mais importante, porque mostra a
permite tirar resiihados acentuados com
ação nefasta da inflação sòbrc o progres
a utiliz;içac) cie pcíjucnas doses cie falô-
so econômico, pois aumenta o consumo,
rcs de produção. È por ê .se inoti\o que
a especulação c os investimentos seguros (imobiliários), cm prejuízo dos investi mentos econômicos em sua expressão
essas nações sofrem de constanli- desem-
pura.
<|uiÍibrio econômieo.
3. — As trcs conscí|uèncias da infla
ção apontadas exercem efeitos especiais na estnitura econômica dos países sub
prègo, eiKiuauto os países subdeseiuolvicios não conhecem essa forma de dose-
Nestes, as crises
nprcsenlnni apenas (jiieda nas r<'nda.s dos oiiipreeiKliiiK-iilo.s iigriccjlas «• cl.is ínclúsIrias extrativas.
desenvolvidos.
ü primeiro, o aumento do consumo, 6
altamente prejudicial aos países cm atra so econômico, o isso por dois moti%os.
De um lado, os países subdescnvolvi' dos não podem compensar o aumento excessivo da procura com o incremento
da produção.
É que nesses paíse.s a
■ produção é muito rígida devido ao atraso técnico, o que obriga, para incrementar a produção, à utilização de maior volu me de fatores de produção. Ora, os fa tores de produção são sabidamente es cassos em nações subdesenvolvidas, daí
atíngirem rapidamente o pleno emprego. Além disso, é preciso ter sempre em ■ mente que técnica atrasada aliada a in
flação não criam ambas a produção eco nômica, pois cedo o sistema produtivo atinge o rendimento não proporcional. Expandir a produção nessas condições é propiciar a alta gerai dos preços. , Êsses dois pontos não foram ainda de
A naliire/.a diversa das estnihir.is j-co-
nômicas existentes entre os dois grupos dr; nações é CjtK- lirva a conscfpièncias inflacionárias diferentes.
Nos países in
dustrializados, a produção, expandindose fortemente em curto prazo, anula os efeitos inflaeionários das etitradas cie di
nheiro cni circulação.
O enorme au
mento da j)rodiição verificado durante a guerra c na atual fase dc mol)ílíz;ição,
nos Estados Unidos, pode ser citado co mo excmplcj do tipo de possil)iliclades desfrutadas pelos países industrializados para reduzirem a pressão inflacionária com o aumento da produção. A situa ção presente do J3rasil — o pequeno au mento anual dos bcms prtxluzidos, con
trastando com a rápida elevação do meio circulante c dos preços das mercadorias — é exemplo característico da insuficiên cia cconôniica da estrutura dos países subdc.senvoIvidos para lutarem contra a
fiação com pressão inflacionária. A pri meira é o excesso pernicioso dc moeda em circulação. .A segunda é o aumento do nuMo eirculautc dc modo a ativar a
economia nacional, sem, contudo, criar
dcsc(juili])ri()S accnltiados dc preço, ou melhor, c uma inflaçao cujo.s efeitos inflaci(mári()s não se verificam, devido ao falo dc as emissões serem compensadas com uicdiclas econômicas convenientes.
parte do progresso econômico dos paí ses subdesenvolvidos, contudo, é devida u existência crônica da pressão inflacio nária.
Dc outro lado, a inflação, aumentan
do o consumo, faz com que se intensifi
que, nos países subdesenvolvidos, a pro cura de artigos estrangeiros. Isso por
que a inflação, tendo por efeito a eleva ção dos rendimentos das classes mais abastadas, dada a grande concentração
das rendas, eleva a procura de artigos de
luxo e de produtos manufaturados (rá dios, geladeiras, automóveis etc.) não produzidos nas nações em atraso econô mico. Tal aumento de procura é alta
mente prejudicial aos países dêsse tipo
vidamente estudados pelos economistas, quer das nações industriais quer das eco
A extrema elasticidade da produção das nações industrializadas deu nasci
um desequilíbrio na balança de paga
nomicamente atrasadas.
mento a uma teoria monetária curiosa. Rcferimo-nos à teoria da inflação cons
crito aos fenômenos ocorridos nas estru
turas dos países altamente desenvolvidos. Nestes os fenômenos observados são
bem diversos. A produção é muito fle xível e reage fàcilmente às solicitações
tante para manter sempre em expansão , a economia nacional. É verdade que es sa doutrina foi elaljorada em período de piessão, •cm que a ação monetária se re velou benéfica no auxilio à recuperação. Não se deve confundir, entretanto, in-
leira é exemplo típico. As nossas rela
ções dc troca sofreram quedas ininter ruptas, ao mesmo tempo que a quebra cambial deu margem a especulações se
guras com a nossa moeda. Em segundo lugar, a elevação da pro cura de artigos estrangeiros faz com que
o multiplicador exerça os seus efeitos iicumuladorcs nn produção dos países por<juo não se verificam os efeitos noci-. estrangeiros c não m» interna. DeSSa forma, a inflação tem ação nefasta nos . V(ís da inflação. Ê pequena porque a (pjíiUjuer momento a pressão pode con- países subdesenvolvidos, pois a deslocaN'erler-se cin inflação. Por êsSC motixo ção operada nas rendas, devido ao au a sua aplicação ó perigosa c difícil. Boa mento dos lucros, não cria investimentos
dc economia. Em primeiro lugar cria
ao fato de as observações econômicas, como já acentuamos, se terem circuns
cias inflacionárias são crônicas nos paí
ses prc-capitalistas, na denominação de Wagemann. A evolução cambial brasi
A distinção t-iilre as dtUlS ó gruntle e pctpiena ao inc.smo tempo, é gmncle
pressão inflacionária.
Isso se deve
47
DícEsiü Econômico
mentos, forçando não raras vezes a de
internos, mas acelera a produção dos
países altamente industrializados. Êstes têm sido duplamente beneficiados com as inflações ocorridas nas nações de eco
nomia incipiente — conio consumidores, ,
comprando por menor preço os produtos primi'u"ios, e, como produtores, vendendo maior quantidade de artigos manufatu rados.
A segunda conseqüência da inflação na economia das nações fracas — a es-j
peculação - não causa menores prejuí-; j
zos ao progresso econômico dêsses paí->^ sos. É desnecessário apontar os males
trazidos em geral pela especulação, visto serem de todos conhecidos. No tocante
às nações subdesenvolvidas, tem ela, no entanto, ação particular,' altamente pre
judicial: é que os países atrasados, para desenvolverem as suas economias, neces
preciação cambial. Esta, por sua vez,
sitam construir um sistema sólido de pro
produz duas conseqüências nefastas de um lado, deprecia a relação de tro cas (terms of trade) reconhecidamente
indústrias (as extrativas, as basicas, as
baixas nos países subdesenvolvidos; de outro, dá nascimento à especulação cam bial. De fato, a História tem mostrado
que essas duas espécies de conseqüên
dução, em que as diversas espécies de de bens de produção e as de bens de consumo) se achem perfeitamente esca lonadas e articuladas, de modo a funcio narem como um todo. Êsse ordenamen
to só é possível ser conseguido por um
a
Digesto Egosómico
forçada, de outro é gasto forçado. Con
de aumento. I.sto se deve no teor té-cnt-
siderado sob o Lado prático, o segundo
co <lns siKLs cslruturn.s produtivas, (juc
é o mais importante, porque mostra a
permite tirar resiihados acentuados com
ação nefasta da inflação sòbrc o progres
a utiliz;içac) cie pcíjucnas doses cie falô-
so econômico, pois aumenta o consumo,
rcs de produção. È por ê .se inoti\o que
a especulação c os investimentos seguros (imobiliários), cm prejuízo dos investi mentos econômicos em sua expressão
essas nações sofrem de constanli- desem-
pura.
<|uiÍibrio econômieo.
3. — As trcs conscí|uèncias da infla
ção apontadas exercem efeitos especiais na estnitura econômica dos países sub
prègo, eiKiuauto os países subdeseiuolvicios não conhecem essa forma de dose-
Nestes, as crises
nprcsenlnni apenas (jiieda nas r<'nda.s dos oiiipreeiKliiiK-iilo.s iigriccjlas «• cl.is ínclúsIrias extrativas.
desenvolvidos.
ü primeiro, o aumento do consumo, 6
altamente prejudicial aos países cm atra so econômico, o isso por dois moti%os.
De um lado, os países subdescnvolvi' dos não podem compensar o aumento excessivo da procura com o incremento
da produção.
É que nesses paíse.s a
■ produção é muito rígida devido ao atraso técnico, o que obriga, para incrementar a produção, à utilização de maior volu me de fatores de produção. Ora, os fa tores de produção são sabidamente es cassos em nações subdesenvolvidas, daí
atíngirem rapidamente o pleno emprego. Além disso, é preciso ter sempre em ■ mente que técnica atrasada aliada a in
flação não criam ambas a produção eco nômica, pois cedo o sistema produtivo atinge o rendimento não proporcional. Expandir a produção nessas condições é propiciar a alta gerai dos preços. , Êsses dois pontos não foram ainda de
A naliire/.a diversa das estnihir.is j-co-
nômicas existentes entre os dois grupos dr; nações é CjtK- lirva a conscfpièncias inflacionárias diferentes.
Nos países in
dustrializados, a produção, expandindose fortemente em curto prazo, anula os efeitos inflaeionários das etitradas cie di
nheiro cni circulação.
O enorme au
mento da j)rodiição verificado durante a guerra c na atual fase dc mol)ílíz;ição,
nos Estados Unidos, pode ser citado co mo excmplcj do tipo de possil)iliclades desfrutadas pelos países industrializados para reduzirem a pressão inflacionária com o aumento da produção. A situa ção presente do J3rasil — o pequeno au mento anual dos bcms prtxluzidos, con
trastando com a rápida elevação do meio circulante c dos preços das mercadorias — é exemplo característico da insuficiên cia cconôniica da estrutura dos países subdc.senvoIvidos para lutarem contra a
fiação com pressão inflacionária. A pri meira é o excesso pernicioso dc moeda em circulação. .A segunda é o aumento do nuMo eirculautc dc modo a ativar a
economia nacional, sem, contudo, criar
dcsc(juili])ri()S accnltiados dc preço, ou melhor, c uma inflaçao cujo.s efeitos inflaci(mári()s não se verificam, devido ao falo dc as emissões serem compensadas com uicdiclas econômicas convenientes.
parte do progresso econômico dos paí ses subdesenvolvidos, contudo, é devida u existência crônica da pressão inflacio nária.
Dc outro lado, a inflação, aumentan
do o consumo, faz com que se intensifi
que, nos países subdesenvolvidos, a pro cura de artigos estrangeiros. Isso por
que a inflação, tendo por efeito a eleva ção dos rendimentos das classes mais abastadas, dada a grande concentração
das rendas, eleva a procura de artigos de
luxo e de produtos manufaturados (rá dios, geladeiras, automóveis etc.) não produzidos nas nações em atraso econô mico. Tal aumento de procura é alta
mente prejudicial aos países dêsse tipo
vidamente estudados pelos economistas, quer das nações industriais quer das eco
A extrema elasticidade da produção das nações industrializadas deu nasci
um desequilíbrio na balança de paga
nomicamente atrasadas.
mento a uma teoria monetária curiosa. Rcferimo-nos à teoria da inflação cons
crito aos fenômenos ocorridos nas estru
turas dos países altamente desenvolvidos. Nestes os fenômenos observados são
bem diversos. A produção é muito fle xível e reage fàcilmente às solicitações
tante para manter sempre em expansão , a economia nacional. É verdade que es sa doutrina foi elaljorada em período de piessão, •cm que a ação monetária se re velou benéfica no auxilio à recuperação. Não se deve confundir, entretanto, in-
leira é exemplo típico. As nossas rela
ções dc troca sofreram quedas ininter ruptas, ao mesmo tempo que a quebra cambial deu margem a especulações se
guras com a nossa moeda. Em segundo lugar, a elevação da pro cura de artigos estrangeiros faz com que
o multiplicador exerça os seus efeitos iicumuladorcs nn produção dos países por<juo não se verificam os efeitos noci-. estrangeiros c não m» interna. DeSSa forma, a inflação tem ação nefasta nos . V(ís da inflação. Ê pequena porque a (pjíiUjuer momento a pressão pode con- países subdesenvolvidos, pois a deslocaN'erler-se cin inflação. Por êsSC motixo ção operada nas rendas, devido ao au a sua aplicação ó perigosa c difícil. Boa mento dos lucros, não cria investimentos
dc economia. Em primeiro lugar cria
ao fato de as observações econômicas, como já acentuamos, se terem circuns
cias inflacionárias são crônicas nos paí
ses prc-capitalistas, na denominação de Wagemann. A evolução cambial brasi
A distinção t-iilre as dtUlS ó gruntle e pctpiena ao inc.smo tempo, é gmncle
pressão inflacionária.
Isso se deve
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DícEsiü Econômico
mentos, forçando não raras vezes a de
internos, mas acelera a produção dos
países altamente industrializados. Êstes têm sido duplamente beneficiados com as inflações ocorridas nas nações de eco
nomia incipiente — conio consumidores, ,
comprando por menor preço os produtos primi'u"ios, e, como produtores, vendendo maior quantidade de artigos manufatu rados.
A segunda conseqüência da inflação na economia das nações fracas — a es-j
peculação - não causa menores prejuí-; j
zos ao progresso econômico dêsses paí->^ sos. É desnecessário apontar os males
trazidos em geral pela especulação, visto serem de todos conhecidos. No tocante
às nações subdesenvolvidas, tem ela, no entanto, ação particular,' altamente pre
judicial: é que os países atrasados, para desenvolverem as suas economias, neces
preciação cambial. Esta, por sua vez,
sitam construir um sistema sólido de pro
produz duas conseqüências nefastas de um lado, deprecia a relação de tro cas (terms of trade) reconhecidamente
indústrias (as extrativas, as basicas, as
baixas nos países subdesenvolvidos; de outro, dá nascimento à especulação cam bial. De fato, a História tem mostrado
que essas duas espécies de conseqüên
dução, em que as diversas espécies de de bens de produção e as de bens de consumo) se achem perfeitamente esca lonadas e articuladas, de modo a funcio narem como um todo. Êsse ordenamen
to só é possível ser conseguido por um
a
Dicesto Econóníico
sistema harmônico dc lucros e investi
mentos, que se realize a longo prazo. A especulação se opõe diametralmente a essa condição fundamental. lunüamcntal. Ê 15 por isso que assistimos, nos países subdesenvolvi
dos, a evolução de uma estrutura de pro dução fundamentalmente especulativa,
ficíam mais as nações industrializadas credoras do que os paí.ses subdesenvolvi
dos tomadores de capital.
Os estudos
financeiros rcetrnles ílemonstrain que a melhor forma de financiar os planos eco
nômicos das naçõ<-s pouco desein olvidas
Daí^ as indústrias, desaparec-ida.s as condiç-ões propícias que lhes deram nasci
é a arreginieiitação dos capitais nacio nais, a fim dc investi-los no processo produtivo. Para tanto é preciso unia política financeira adequada; caso con
mento, serem forçadas a paralisar as suas
sos.
sem condições técnicas c econômicas ca
pazes de darem continuidade ao sistema.
atividades. Aliás, a origem do industriahsmo nos países subdesenvolvidos mostra bem o seu carater precário: nas ceu durante a guerra dc 1914-18 e se manteve acobertado pelas barreiras al
fandegárias e se desenvolveu extraordi-
nàriamentc durante o segundo confbto mundial e na atual fase post-bélica de controle cambial e de importação. Con tudo, não se firmou e está fadado a de saparecer em grande parte se se modifi carem as relações internacionais e se as
autoridades não votarem medidas espepeciais de proteção. Os anos de 1946 e 1947 mostraram bem a instabilidade da
industrialização dos países subdesenvol■'idos.
7 O terceiro efeito da inflação - os in-
/vestimentos seguros — constituí para as
/ nações econòmicamente pouco desenvol/ vidas um empecilho considerável para o , progresso economico.
É que esses paí-
^ ses lutam com extrema dificuldade para obterem capitais.
Por esse motivo as
' suas estruturas econômicas não podem alcançar o volume de produção de que são capazes.
A fim de contornarem ês-
se mal, têm elas lançado mão dc emprés timos internacionais. Êstes, como já mostramos em artigo anterior (®), bene(*) ca.
Política
de
Cooperação
Econômi
"Digesto Econômico" n.o 72 — no
vembro de 1950.
trário, os capitais tomam rumos diver
Êslcs rumos já sabemos (piais são
nos países subdesenvolvidos cm fase in-
flacionáriu — as aplicaçiões em imóveis. Na ausência da referida política, as emissões exageradas agravam as dificul
dades do aumento de produção por nós ja apontadas, pois retiram, dos setores
de produção de bens em geral, capitais que normalmente a éles se encaminha
riam, para destiná-los a aplicações em imóveis.
A esse re.spcito o Brasil oferece exem plo típico. O Prof. Dorival Teixeira Vieira, ein trabaliio apresentado ao Ins tituto de Economia da Associação Co
mercial, aponta que, "em 1947, para
uma poupança efetiva de 13 bilhões de cruzeiros, gastaram-.se 7,5 bilhões na in dústria dc construções, ou sejam 57,7 %,
sendo que apenas 750 milhões apro.rimadamentc se empregaram em constru
ções dc novas empresas, 2 biliiões em programas dc obtenção de casa própria e 4 bilhões c 750 milhões em constru
ções de prédios para repartições públi cas e apartamentos dc luxo. Sc juntar mos a essas quantia.s a inversão dc pou panças em artigos de consumo durável, capazes de proporcionar uma garantia contra o risco da desvalorização, vere
mos que pouco restou para financiar a produção propriamente dita." Prosseguindo no exame, acrescenta: "se son
darmos as causas, verificaremos que, em
ir
Drr.i-^sTO
4D
Econômico
boa parte, responde por esta situação a dcsv:\lorização monetária conseqüente à má orientação da política financeira do Governo."
O Prof. Singer, comentando essa es pécie de investimento, escreve: "Acredi to (pie a abstenção dc consumo, c consetjuente aplicação de recur.sos financei
ros na expansão da propriedade imobi
liária como principal método económicx), é a pior atitude possível num pais que deseja desenvolver-se cconcmiicamentc." A inflação, propiciando as aplicações em imóveis, age, portanto, em sentido con-
tráriò no progresso econômico dos países atrasados.
4. — Há ainda outros aspectos das re percussões nefastas da inflação sobre a e<x»noima dos países subdesenvolvidos. Apontá-los seria desenvolver demais êste pequeno comentário. Os que analisa mos são os principais e dão por si sos
a compreensão exata dos maléficos efei tos provenientes das emissões. Ficamos por aqui, fazendo votos para que as au toridades não esmoreçam na obra de combater a inflação e sanear as finanças públicas.
Dicesto Econóníico
sistema harmônico dc lucros e investi
mentos, que se realize a longo prazo. A especulação se opõe diametralmente a essa condição fundamental. lunüamcntal. Ê 15 por isso que assistimos, nos países subdesenvolvi
dos, a evolução de uma estrutura de pro dução fundamentalmente especulativa,
ficíam mais as nações industrializadas credoras do que os paí.ses subdesenvolvi
dos tomadores de capital.
Os estudos
financeiros rcetrnles ílemonstrain que a melhor forma de financiar os planos eco
nômicos das naçõ<-s pouco desein olvidas
Daí^ as indústrias, desaparec-ida.s as condiç-ões propícias que lhes deram nasci
é a arreginieiitação dos capitais nacio nais, a fim dc investi-los no processo produtivo. Para tanto é preciso unia política financeira adequada; caso con
mento, serem forçadas a paralisar as suas
sos.
sem condições técnicas c econômicas ca
pazes de darem continuidade ao sistema.
atividades. Aliás, a origem do industriahsmo nos países subdesenvolvidos mostra bem o seu carater precário: nas ceu durante a guerra dc 1914-18 e se manteve acobertado pelas barreiras al
fandegárias e se desenvolveu extraordi-
nàriamentc durante o segundo confbto mundial e na atual fase post-bélica de controle cambial e de importação. Con tudo, não se firmou e está fadado a de saparecer em grande parte se se modifi carem as relações internacionais e se as
autoridades não votarem medidas espepeciais de proteção. Os anos de 1946 e 1947 mostraram bem a instabilidade da
industrialização dos países subdesenvol■'idos.
7 O terceiro efeito da inflação - os in-
/vestimentos seguros — constituí para as
/ nações econòmicamente pouco desenvol/ vidas um empecilho considerável para o , progresso economico.
É que esses paí-
^ ses lutam com extrema dificuldade para obterem capitais.
Por esse motivo as
' suas estruturas econômicas não podem alcançar o volume de produção de que são capazes.
A fim de contornarem ês-
se mal, têm elas lançado mão dc emprés timos internacionais. Êstes, como já mostramos em artigo anterior (®), bene(*) ca.
Política
de
Cooperação
Econômi
"Digesto Econômico" n.o 72 — no
vembro de 1950.
trário, os capitais tomam rumos diver
Êslcs rumos já sabemos (piais são
nos países subdesenvolvidos cm fase in-
flacionáriu — as aplicaçiões em imóveis. Na ausência da referida política, as emissões exageradas agravam as dificul
dades do aumento de produção por nós ja apontadas, pois retiram, dos setores
de produção de bens em geral, capitais que normalmente a éles se encaminha
riam, para destiná-los a aplicações em imóveis.
A esse re.spcito o Brasil oferece exem plo típico. O Prof. Dorival Teixeira Vieira, ein trabaliio apresentado ao Ins tituto de Economia da Associação Co
mercial, aponta que, "em 1947, para
uma poupança efetiva de 13 bilhões de cruzeiros, gastaram-.se 7,5 bilhões na in dústria dc construções, ou sejam 57,7 %,
sendo que apenas 750 milhões apro.rimadamentc se empregaram em constru
ções dc novas empresas, 2 biliiões em programas dc obtenção de casa própria e 4 bilhões c 750 milhões em constru
ções de prédios para repartições públi cas e apartamentos dc luxo. Sc juntar mos a essas quantia.s a inversão dc pou panças em artigos de consumo durável, capazes de proporcionar uma garantia contra o risco da desvalorização, vere
mos que pouco restou para financiar a produção propriamente dita." Prosseguindo no exame, acrescenta: "se son
darmos as causas, verificaremos que, em
ir
Drr.i-^sTO
4D
Econômico
boa parte, responde por esta situação a dcsv:\lorização monetária conseqüente à má orientação da política financeira do Governo."
O Prof. Singer, comentando essa es pécie de investimento, escreve: "Acredi to (pie a abstenção dc consumo, c consetjuente aplicação de recur.sos financei
ros na expansão da propriedade imobi
liária como principal método económicx), é a pior atitude possível num pais que deseja desenvolver-se cconcmiicamentc." A inflação, propiciando as aplicações em imóveis, age, portanto, em sentido con-
tráriò no progresso econômico dos países atrasados.
4. — Há ainda outros aspectos das re percussões nefastas da inflação sobre a e<x»noima dos países subdesenvolvidos. Apontá-los seria desenvolver demais êste pequeno comentário. Os que analisa mos são os principais e dão por si sos
a compreensão exata dos maléficos efei tos provenientes das emissões. Ficamos por aqui, fazendo votos para que as au toridades não esmoreçam na obra de combater a inflação e sanear as finanças públicas.
TJ A
biriam, sc desamparadas, frente à con corrência das grandes firmas. Afirma ainda o Deputado Celler que
TRUSTES E CARTÉIS NA economia mundial
a pessoa (jue se pronunciar cm favor de
Gkhaldo o. Basaskiwii/
Deputado Emanuel Cellcr, membro da Subcomissão de Estudo do Mo
nopólio Econômico, da Câmara dos Re presentantes dos Estados Unidos, em interessante
trabaliio,
examina,
com
franqueza, um problema que, debatido há mais de meio século, ainda não en
controu solução: abuso do poder eco nômico.
Com efeito, sublinha o Sr. Celler que, apesar das leis contra os monopólios — "Sherman and Clayton Acts" — cerca de 113 grandes companhias dominam 46 % do ativo de tôdas as corporações industriais norte-americanas.
Desse total, trés companhias produ zem 100 % do alumínio industrializado
nos Estados Unidos;
três outras con
centram 90% da produç.ão total de sa bão; outras três fabricam 95% de todos os produtos norte-americanos de estanho; três outras dominam 90 % dos ne
gócios de linóJco; c enfim, outras três
dominam, cada qual, a quase totalidade da produção norte-americana de "whis
ky", de automóveis e de cigarros. Ou, em outras palavras, toda a legis lação antitruste, tão freqüentemente mencionada entre nós pelos partidários de uma lei que impeça o "abuso do poder econômico", se revelou ineficaz nos Estados Unidos. E por que? Em poucas palavras, o Deputado Celler ex S-
plica o porquê dessa situação: porque o progresso econômico comporta o cres cimento contínuo das empresas, provo cando lògicamcnte a concentração da capacidade produtora, o que, para os
51
DkIest. EcoNÓxnco
tais medidas demonstrará sua oposição
Segundo ainda o mesmo deputado, a solução estaria na voluntária limitação do crescimento das empresas e nas me
didas governamentais tendentes a au.viliar o desenvolvimento das firmas de
ao próprio progresso econômico. Rcco-
mediana envergadura. Essa opinião nada
obser\ador<;s estranhos, pode parecer um abuso do poder econômico.
nliece aimla (pie é absolutamente impossÍNcl impedir, por medidas legais, a
tem dc cicntitica.
U/na demonstração tless.i afirmação nos é fornecida pela tentati\a das na ções alia<ias ocupantes da Alemanha oci dental, que prí)curam destruir os cartéis do Rhur. O malogro da tentatisa não
concentração dos negócios. Com efeito, a concentração do poder econômico
do "World Rcport". Com efeito, pare
pode exprimir-se pelo volume de negó
ce não ter sentido considerar a concen--
cios.
Mas, será possível limitar êsse
volume?
SC deve unicamente à resistência alemã, mas também ao desejo dos aliados de aumentar a capacida<le de produção da
que trabalha no ramo de automóveis, mas (pie se dedica também a outras
quela zona. Ora, descentrali/.anclo-a, ve
atividades mamifalureiras, poderá ser
rificaram os aliados (luc a produção sc
olirigada a reslringir-se à produção de anlomcneis, sem (pie isso prejudique
Uma firma como a "General Motors",
reduzia. A descentralização diminui, realmente, a eficiência das indústrias, apesar de tóda as palavras glorifieadoras
seus cálculos de custo da produção? O
das médias c pefjiienas <'mprê.sa.s inde
Deputado Celler crê que sim; mas basta (pie .se observe o exemplo da "I. G.
pendentes. As autoridades aliadas compreende
I'"ar])en", da Alemanha, para se ficar convencido do contrário.
ram bem depressa que deveriam manter a velha estrutura de concentração da
Foi justamente em virtude do seu in teresse pelos mais di
produção do Rhur, a fim de evitar que
versos ramos dc ativi
os contribuintes norte-americanos fossem
dade que ela pode em pregar, por exemplo,
obrigados a dcscanbolsar eternamente para sustentar a economia alemã.
eonsidorávcis fundos nas
experiências dc produ ção dc gasolina sintéti ca, pela hidrogcnização
Numa entrevista concedida ao "World
Rcport", o Deputado Emanuel Celler dá suas idéias a respeito.
Confessa
francamente que seria indispensável a
do carvão.
adoção de medidas excepcionais de am
Essas
experiências,
paro, para que as pe{|uena.s empresas
(pie ova assumem tan
pudessem enfrentar a competição das grandes firmas. Neste caso, o Estado
to valor, não poderiam ter sido reali
deveria fazer suas encomendas, cm espe
cial, às empresas de envergadura me diana, mesmo no caso de seus preços
I
zadas por uma emprêsa que só se de dicasse a esse ramo, pois lhe faltaria, in-
A-I
.
È o que se revela com toda a evi dência, quando o Sr. Celler afinna que as companhias de seguros deveriam criar facilidades maiores às pequenas do que
às grandes empresas. Claro está que nessa consideração houve certa confusão entre crédito e obra filantrópica...
E concebivel que um organismo es tatal conceda essas facilidades; jamais,
porém, se deverá criar tal obrigação para
as empresas particulares.
Finalmente, quando se estende sôbre con
siderações de ordem so cial, o deputado norteamericano afirma que
o fraccionamento das grandes empresas em
pequenas unidades cria ria a necessidade do
aumento de operários, em virtude da diminuição de rendimento resultante
dessa medida. É de se perguntar se tal medida facilitaria a fôrça competidora
querem preservar.
■
econômica.
da indústria norte-americana nos merca dos externos.
nas fábricas que, sem isso, e em vir
...
vista jurídico, pois os móveis do cres
cimento das empresas são de ordem
mento. Só o Estado poderia encarregar-
tude de sua própria ineficiência, sucum-
de impostos grande número de peque
tração do poder econômico do ponto de
dubitàvclrncntc, o necessário financia
se dc tais experiências; mas isso destrui ria por completo a liberdade econômi ca, que os partidários da lei antitruste
serem mais elevados; e deveria isentar
Mais parece unia
apreciação simplista de matéria cuja compreensão escapasse ao entrevistado
Se resuminnos as declarações do emi
nente deputado norte-americano, vere
mos que nada apresentou de novo na
TJ A
biriam, sc desamparadas, frente à con corrência das grandes firmas. Afirma ainda o Deputado Celler que
TRUSTES E CARTÉIS NA economia mundial
a pessoa (jue se pronunciar cm favor de
Gkhaldo o. Basaskiwii/
Deputado Emanuel Cellcr, membro da Subcomissão de Estudo do Mo
nopólio Econômico, da Câmara dos Re presentantes dos Estados Unidos, em interessante
trabaliio,
examina,
com
franqueza, um problema que, debatido há mais de meio século, ainda não en
controu solução: abuso do poder eco nômico.
Com efeito, sublinha o Sr. Celler que, apesar das leis contra os monopólios — "Sherman and Clayton Acts" — cerca de 113 grandes companhias dominam 46 % do ativo de tôdas as corporações industriais norte-americanas.
Desse total, trés companhias produ zem 100 % do alumínio industrializado
nos Estados Unidos;
três outras con
centram 90% da produç.ão total de sa bão; outras três fabricam 95% de todos os produtos norte-americanos de estanho; três outras dominam 90 % dos ne
gócios de linóJco; c enfim, outras três
dominam, cada qual, a quase totalidade da produção norte-americana de "whis
ky", de automóveis e de cigarros. Ou, em outras palavras, toda a legis lação antitruste, tão freqüentemente mencionada entre nós pelos partidários de uma lei que impeça o "abuso do poder econômico", se revelou ineficaz nos Estados Unidos. E por que? Em poucas palavras, o Deputado Celler ex S-
plica o porquê dessa situação: porque o progresso econômico comporta o cres cimento contínuo das empresas, provo cando lògicamcnte a concentração da capacidade produtora, o que, para os
51
DkIest. EcoNÓxnco
tais medidas demonstrará sua oposição
Segundo ainda o mesmo deputado, a solução estaria na voluntária limitação do crescimento das empresas e nas me
didas governamentais tendentes a au.viliar o desenvolvimento das firmas de
ao próprio progresso econômico. Rcco-
mediana envergadura. Essa opinião nada
obser\ador<;s estranhos, pode parecer um abuso do poder econômico.
nliece aimla (pie é absolutamente impossÍNcl impedir, por medidas legais, a
tem dc cicntitica.
U/na demonstração tless.i afirmação nos é fornecida pela tentati\a das na ções alia<ias ocupantes da Alemanha oci dental, que prí)curam destruir os cartéis do Rhur. O malogro da tentatisa não
concentração dos negócios. Com efeito, a concentração do poder econômico
do "World Rcport". Com efeito, pare
pode exprimir-se pelo volume de negó
ce não ter sentido considerar a concen--
cios.
Mas, será possível limitar êsse
volume?
SC deve unicamente à resistência alemã, mas também ao desejo dos aliados de aumentar a capacida<le de produção da
que trabalha no ramo de automóveis, mas (pie se dedica também a outras
quela zona. Ora, descentrali/.anclo-a, ve
atividades mamifalureiras, poderá ser
rificaram os aliados (luc a produção sc
olirigada a reslringir-se à produção de anlomcneis, sem (pie isso prejudique
Uma firma como a "General Motors",
reduzia. A descentralização diminui, realmente, a eficiência das indústrias, apesar de tóda as palavras glorifieadoras
seus cálculos de custo da produção? O
das médias c pefjiienas <'mprê.sa.s inde
Deputado Celler crê que sim; mas basta (pie .se observe o exemplo da "I. G.
pendentes. As autoridades aliadas compreende
I'"ar])en", da Alemanha, para se ficar convencido do contrário.
ram bem depressa que deveriam manter a velha estrutura de concentração da
Foi justamente em virtude do seu in teresse pelos mais di
produção do Rhur, a fim de evitar que
versos ramos dc ativi
os contribuintes norte-americanos fossem
dade que ela pode em pregar, por exemplo,
obrigados a dcscanbolsar eternamente para sustentar a economia alemã.
eonsidorávcis fundos nas
experiências dc produ ção dc gasolina sintéti ca, pela hidrogcnização
Numa entrevista concedida ao "World
Rcport", o Deputado Emanuel Celler dá suas idéias a respeito.
Confessa
francamente que seria indispensável a
do carvão.
adoção de medidas excepcionais de am
Essas
experiências,
paro, para que as pe{|uena.s empresas
(pie ova assumem tan
pudessem enfrentar a competição das grandes firmas. Neste caso, o Estado
to valor, não poderiam ter sido reali
deveria fazer suas encomendas, cm espe
cial, às empresas de envergadura me diana, mesmo no caso de seus preços
I
zadas por uma emprêsa que só se de dicasse a esse ramo, pois lhe faltaria, in-
A-I
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È o que se revela com toda a evi dência, quando o Sr. Celler afinna que as companhias de seguros deveriam criar facilidades maiores às pequenas do que
às grandes empresas. Claro está que nessa consideração houve certa confusão entre crédito e obra filantrópica...
E concebivel que um organismo es tatal conceda essas facilidades; jamais,
porém, se deverá criar tal obrigação para
as empresas particulares.
Finalmente, quando se estende sôbre con
siderações de ordem so cial, o deputado norteamericano afirma que
o fraccionamento das grandes empresas em
pequenas unidades cria ria a necessidade do
aumento de operários, em virtude da diminuição de rendimento resultante
dessa medida. É de se perguntar se tal medida facilitaria a fôrça competidora
querem preservar.
■
econômica.
da indústria norte-americana nos merca dos externos.
nas fábricas que, sem isso, e em vir
...
vista jurídico, pois os móveis do cres
cimento das empresas são de ordem
mento. Só o Estado poderia encarregar-
tude de sua própria ineficiência, sucum-
de impostos grande número de peque
tração do poder econômico do ponto de
dubitàvclrncntc, o necessário financia
se dc tais experiências; mas isso destrui ria por completo a liberdade econômi ca, que os partidários da lei antitruste
serem mais elevados; e deveria isentar
Mais parece unia
apreciação simplista de matéria cuja compreensão escapasse ao entrevistado
Se resuminnos as declarações do emi
nente deputado norte-americano, vere
mos que nada apresentou de novo na
TTr*r <•
52
DroESTO EcoNÓNnco
questão da atualízavão das leis antí> trustc.
Direta ou índiretamenlo. a ten
O grande cartel do aço restiltou de iim acordo concluído cm
1927 entre
mente como membros ativos da organi-
a competição da grande República
Zíição, mas também, pràtic;imcntc, como
norte-americana, se tomaram fer\'orosos
produtores e exportadr)res desse produ to. Dele passaram a fazer parle a .Mcmanlia, a I'ratiça. a Bélgica, o Sarre c
preços de caisto. E isso tanto nos Es
o Luxemburgo.
tados Unidos como no Brasil.
foi combatido pi-la Inglaterra. Polônia e Estados Uuidf)s. Entretanto, essa opo sição não duroti imiití) teinpr), pois logo
a "I. G. Farl)en", de Franckfort, c a
cm seguida os três "ontsiders" s<* torna
si- iiavia associado à "Imperial Chínii-
ram cf)lal)ora{lores da organização. Es".sa colaboração se tornou parlicidar-
cals", de Londres, e assim as três gran-
mcntc visível no concertumle às chapas de aço, ao aço tmiversal, fio.s de a^X),
cados mundiais.
nais de matérioí-prímas
Simplificando a questão, podem-se resumir os principais cartéis internacio
nais de matérias-primas cm seis: do co
No íui< io. èss<' cartel
bre, do eslanho, do zinco, do petróleo, do cimento e da borracha. É claro que, folhas de zinco o fôlhas galvanizadas. além desses seis, existem outros, con gregando os produtores de chumbo, alu
Relativamente a três importantíssimos produtos — folha de Flandrc.s, trilho.s e
mínio, mercúrio, enxofre, fosfatos, pasta mecânica e pasta química (para papel),
tubos — os Estados Unidos não si' limi
e o importantíssimo cartel do aço. Mas. para não alongar muito os co mentários sôbre o assunto, limitar-nos-
cartel; assinaram
emos a csclajeccr que 65% do volume das importações brasileiras são constituí das de produtos sujeitos ao domínitj dos cartéis internacionais. Lsso demonstra
taram ao pape! de colaboradores do diretamente acordos
com os componentes da organização, para a divisão dos tncrcados entre si. Acordos semelhantes se c-oncliiiram a
que o Brasil, bem como todos os de
respeito de aparelhos cinematográficos, máquinas de escritório, motores "Diesel", cqtiipamentos de rádio, cabos de alta
mais países do mundo, está sujeito aos
tensão, fios de borracha etc. Isso se deu
efeitos da atividade daqueles organismos
entre 1929 e 1934.
economicos. A eles não escapamos antes
Tal prática se tornou possível graças às dúvidas surgidas na interpretação da
da guerra e não escaparemos agora,
quando a competição internacional acon selha o fortalecimento das alianças entre os produtores, a fim de evitar sensível discrepância entre a produção c as ex portações mundiais. Para que se tenha uma idéia da am
Lei Pomcrcnc.
Deve-se acrescentar que a conclusão do cartel do aço teve felizes efeitos no terreno político internacional, pois com êlc SC iniciou a colaboração econômica
franco-alemã, propagando-.sc, através da
plitude dos cartéis industriais existentes e para que se avalie o predominante
tas de Aristidc Briand.
papel que os Estados Unidos nêle repre sentam, apesar da tão citada legislação
Mais tarde dissolveu-se a aliança. MflS fala-se abertamente em sua reconstitui-
Sociedade das Nações, os ideais pacifis
norte-americana antitruste, citaremos o
ção, e desta vez com a participação dos
cartel do aço e o da indústria química. Como é sabido, ambos ocupam uma posição-chave na economia capitalista.
Estados Unidos e da Inglaterra. Quanto ao cartel da indústria quími ca, os Estados Unidos figuram não sò-
_■ :..s.
53
Eco^•ó^aco
dência apresentada pelo Deputado Celler conduzirá sempre a »ima queda da efi ciência na produção e ao atimento dos
Os mais importantes cartéis intcnuicio-
.(--
Du:esto
seu dirig»-nte.
Essa associação de pro
dutores e i-xportadores ijitcrnacionai.s re
monta ao ano de 1927, (juando um inlorcàmi)i() de patentes si: comiiinou entre
"Dupont de Nemours", dos E.stados Uniíios. Anteriormente, a "Dupont" já di\s empresas dividiram entre si os mer
Antes da guerra, os mercados latinoamericanos foram entregues aos exporta
dores alemães, que por sou turno se
aliaram a grupos franceses (Khulman)
adeptos dos cartéis internacionais.
E
ainda !u\ mais: em certos países as leis obrigam os produtores recalcitrantes a participar dos cartéis.
Foram promulgadas leis sôbre cartéis na Alemanha, em 1923; na Noruega, em
1928; no Japão, em 1931; na Itália e na Hungria, em 1932; na Tcbecoslováquia e na Polônia, em 1933; na Iugos lávia, em 1934; na Bélgica e na Holan da, em 1935; na Bulgária, em 1936; e na Rumânia e Dinamarca, em 1937. Na maioria das vezes, as leis acima ci
tadas criavam apenas a obrigatoriedade do registro da participação das emprê-
e suíços. Entretanto, èstes últimos pou ca influência exerceram no comércio de
sas nos cartéis. Mas certas leis obri garam os produtores a pertencer a essas
produtos químicos.
organizações, tal como a japonesa, es
O mercado mundial de tintas, pro
tipulando que, se assim o desejarem dois
dutos plásticos, produtos químicos pesa dos, ácidos, pinturas e .solventes, produ
terços dos membros de um cartel, o Governo poderá forçar os "outsiders a
tos farmacêuticos e e.xplosivos, foi di vidido entre as três grandes empresas.
a Alemanha e a Itália promulgaram leis
Esse acordo foi mantido até os pri
meiros dias da segunda guerra mundial, quando as cstipulaçõcs sôbre o intercâm-
])io de patentes, c principalmente sôbre a produção de Ijorracha sintética, foram
se juntarem a êles. Mais tarde, também semelhantes à japonesa.
Nos exemplos acima, é verdade, se trata de leis nascidas em Estados auto ritários, cujos Governos procuravam, as
sim, facilitar a planificação dos merca
denunciadas pela empresa norte-ameri cana, st)b pressão do Governo de Was
tendeu também a outros países de ten
hington. Na escala internacional, a cooperação
1935, a Bélgica e os Países Baixos pro
entre produtores não favorece apenas as maiores corporações. Ao contrário — pelo monos no que diz respeito as ex
portações — os maiores beneficiados são os produtores de media importância, que, qnando reunidos em cartel, sentemse ao abrigo dos perigos da competi
ção, pois cada qual recebe uma quota do exportação. Isso explica, em parte, porque os pequenos países europeus, e em geral os que têm razões para temer
dos.
Mas essa medida em breve se es
dências econômicas mais liberais.
Em-
mulgaram leis especiais estabelecendo a obrigatoriedade de participação dos pro dutores nos cartéis, e a França, por sua
vez, seguiu o exemplo com o "Código Flandin".
Nos Estados Unidos, onde a lei anti truste nada resolveu, o Presidente Roosevelt, em 1938, criou o "Temporary National Economia Commitlee", encar
regado, sob a presidência do Senador 0'Mahoney, de proceder a vasto inqué-
TTr*r <•
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DroESTO EcoNÓNnco
questão da atualízavão das leis antí> trustc.
Direta ou índiretamenlo. a ten
O grande cartel do aço restiltou de iim acordo concluído cm
1927 entre
mente como membros ativos da organi-
a competição da grande República
Zíição, mas também, pràtic;imcntc, como
norte-americana, se tomaram fer\'orosos
produtores e exportadr)res desse produ to. Dele passaram a fazer parle a .Mcmanlia, a I'ratiça. a Bélgica, o Sarre c
preços de caisto. E isso tanto nos Es
o Luxemburgo.
tados Unidos como no Brasil.
foi combatido pi-la Inglaterra. Polônia e Estados Uuidf)s. Entretanto, essa opo sição não duroti imiití) teinpr), pois logo
a "I. G. Farl)en", de Franckfort, c a
cm seguida os três "ontsiders" s<* torna
si- iiavia associado à "Imperial Chínii-
ram cf)lal)ora{lores da organização. Es".sa colaboração se tornou parlicidar-
cals", de Londres, e assim as três gran-
mcntc visível no concertumle às chapas de aço, ao aço tmiversal, fio.s de a^X),
cados mundiais.
nais de matérioí-prímas
Simplificando a questão, podem-se resumir os principais cartéis internacio
nais de matérias-primas cm seis: do co
No íui< io. èss<' cartel
bre, do eslanho, do zinco, do petróleo, do cimento e da borracha. É claro que, folhas de zinco o fôlhas galvanizadas. além desses seis, existem outros, con gregando os produtores de chumbo, alu
Relativamente a três importantíssimos produtos — folha de Flandrc.s, trilho.s e
mínio, mercúrio, enxofre, fosfatos, pasta mecânica e pasta química (para papel),
tubos — os Estados Unidos não si' limi
e o importantíssimo cartel do aço. Mas. para não alongar muito os co mentários sôbre o assunto, limitar-nos-
cartel; assinaram
emos a csclajeccr que 65% do volume das importações brasileiras são constituí das de produtos sujeitos ao domínitj dos cartéis internacionais. Lsso demonstra
taram ao pape! de colaboradores do diretamente acordos
com os componentes da organização, para a divisão dos tncrcados entre si. Acordos semelhantes se c-oncliiiram a
que o Brasil, bem como todos os de
respeito de aparelhos cinematográficos, máquinas de escritório, motores "Diesel", cqtiipamentos de rádio, cabos de alta
mais países do mundo, está sujeito aos
tensão, fios de borracha etc. Isso se deu
efeitos da atividade daqueles organismos
entre 1929 e 1934.
economicos. A eles não escapamos antes
Tal prática se tornou possível graças às dúvidas surgidas na interpretação da
da guerra e não escaparemos agora,
quando a competição internacional acon selha o fortalecimento das alianças entre os produtores, a fim de evitar sensível discrepância entre a produção c as ex portações mundiais. Para que se tenha uma idéia da am
Lei Pomcrcnc.
Deve-se acrescentar que a conclusão do cartel do aço teve felizes efeitos no terreno político internacional, pois com êlc SC iniciou a colaboração econômica
franco-alemã, propagando-.sc, através da
plitude dos cartéis industriais existentes e para que se avalie o predominante
tas de Aristidc Briand.
papel que os Estados Unidos nêle repre sentam, apesar da tão citada legislação
Mais tarde dissolveu-se a aliança. MflS fala-se abertamente em sua reconstitui-
Sociedade das Nações, os ideais pacifis
norte-americana antitruste, citaremos o
ção, e desta vez com a participação dos
cartel do aço e o da indústria química. Como é sabido, ambos ocupam uma posição-chave na economia capitalista.
Estados Unidos e da Inglaterra. Quanto ao cartel da indústria quími ca, os Estados Unidos figuram não sò-
_■ :..s.
53
Eco^•ó^aco
dência apresentada pelo Deputado Celler conduzirá sempre a »ima queda da efi ciência na produção e ao atimento dos
Os mais importantes cartéis intcnuicio-
.(--
Du:esto
seu dirig»-nte.
Essa associação de pro
dutores e i-xportadores ijitcrnacionai.s re
monta ao ano de 1927, (juando um inlorcàmi)i() de patentes si: comiiinou entre
"Dupont de Nemours", dos E.stados Uniíios. Anteriormente, a "Dupont" já di\s empresas dividiram entre si os mer
Antes da guerra, os mercados latinoamericanos foram entregues aos exporta
dores alemães, que por sou turno se
aliaram a grupos franceses (Khulman)
adeptos dos cartéis internacionais.
E
ainda !u\ mais: em certos países as leis obrigam os produtores recalcitrantes a participar dos cartéis.
Foram promulgadas leis sôbre cartéis na Alemanha, em 1923; na Noruega, em
1928; no Japão, em 1931; na Itália e na Hungria, em 1932; na Tcbecoslováquia e na Polônia, em 1933; na Iugos lávia, em 1934; na Bélgica e na Holan da, em 1935; na Bulgária, em 1936; e na Rumânia e Dinamarca, em 1937. Na maioria das vezes, as leis acima ci
tadas criavam apenas a obrigatoriedade do registro da participação das emprê-
e suíços. Entretanto, èstes últimos pou ca influência exerceram no comércio de
sas nos cartéis. Mas certas leis obri garam os produtores a pertencer a essas
produtos químicos.
organizações, tal como a japonesa, es
O mercado mundial de tintas, pro
tipulando que, se assim o desejarem dois
dutos plásticos, produtos químicos pesa dos, ácidos, pinturas e .solventes, produ
terços dos membros de um cartel, o Governo poderá forçar os "outsiders a
tos farmacêuticos e e.xplosivos, foi di vidido entre as três grandes empresas.
a Alemanha e a Itália promulgaram leis
Esse acordo foi mantido até os pri
meiros dias da segunda guerra mundial, quando as cstipulaçõcs sôbre o intercâm-
])io de patentes, c principalmente sôbre a produção de Ijorracha sintética, foram
se juntarem a êles. Mais tarde, também semelhantes à japonesa.
Nos exemplos acima, é verdade, se trata de leis nascidas em Estados auto ritários, cujos Governos procuravam, as
sim, facilitar a planificação dos merca
denunciadas pela empresa norte-ameri cana, st)b pressão do Governo de Was
tendeu também a outros países de ten
hington. Na escala internacional, a cooperação
1935, a Bélgica e os Países Baixos pro
entre produtores não favorece apenas as maiores corporações. Ao contrário — pelo monos no que diz respeito as ex
portações — os maiores beneficiados são os produtores de media importância, que, qnando reunidos em cartel, sentemse ao abrigo dos perigos da competi
ção, pois cada qual recebe uma quota do exportação. Isso explica, em parte, porque os pequenos países europeus, e em geral os que têm razões para temer
dos.
Mas essa medida em breve se es
dências econômicas mais liberais.
Em-
mulgaram leis especiais estabelecendo a obrigatoriedade de participação dos pro dutores nos cartéis, e a França, por sua
vez, seguiu o exemplo com o "Código Flandin".
Nos Estados Unidos, onde a lei anti truste nada resolveu, o Presidente Roosevelt, em 1938, criou o "Temporary National Economia Commitlee", encar
regado, sob a presidência do Senador 0'Mahoney, de proceder a vasto inqué-
OK;i-áTtl
Dicesto Económicò
55
E<"0NÓMIC0
par de tais organizações, será preciso
rito sôbrc a concentração do poder eco
sumo. Pani impedir que o sistema eco
tante produtor de aço da América La
nômico.
nômico se rompa complnlamcnle, é pre ciso adaptar a produção às possibilida
tina, .se tornar membro do cartel, asse-
modificar, primeiramente, a mentalidade
gnrará à s»«a própria produção, pcló me
reinante, tanto nos círculos oficiais como
des do ahsorçao dos mercados.
nos. o mercado interno.
Essa iniciativa refletia, visivelmente, a
influência que o assunto vinha exercen
do, há mais de meio século, na políti ca interna da grande República do
Norte. O relatório apresentado sôbrc os seus trabalhos, por aquela comissão, possui cerca de 30.000 páeinas. o o "Mahonev Bill", submetido à delibera
ção do Congresso de Washington, re sume as conclusões do inquérito. Nele se recomenda, praticamente, que seja tolerada a coordenação, em escala
Daí a
ncccssicladc da associação do.s produ tores.
tar. mesmo no ntercado interno, a com
econômicas, e tomando consciência do
do o autor — aderi.sscm aos cartéis in ternacionais, não prcci.sariani mais temer a competição estrangeira dentro dc suas
de um grande empréstimo h Inglaterra,
fronteiras.
foram discutidas as bns^^s de um acordo
Eis aí uma observação verdadeira, e para a qual deverão atentar o.s que no
os pontos de vista britânico e norte-ame ricano foram muito pronunciadas para
que se pudesse chegar a uma aliança econômica.
Mas não pode haver dúvidas de que
o malogro dessa tentativa é passageiro. Realmente, a expansão, fora de suas
fronteiras, das forças econômicas norteamericanas, força a modificação da men
talidade dos responsáveis pela sua polí tica econômica, levando-os a assumir atitude tolerante em face das atividades
dos cartéis no continente europeu e mes mo na Inglaterra. No livro de Arthur Buns — "Decline
of Competítion" — o autor demonstra que, graças ao desenvolvimento tecno lógico, a produção industrial tem cres cido em ritmo mais rápido que o con
r/SÈnu'
dro econômico internacional.
dos, pois as combinaçõ('s visam apenas a di\'isao, entre os produtores, do.s mer
Sol) esse aspecto, os cartéis agem mais eficientemente do (jiic as taritas adua neiras. Sc os Estados Unidos — segun
íntemacioml, mas as divergências entre
Mas para cpie o Brasil possa partici
.SC precisam preocupar com o.s respecti vos mercados nacionais, uma w/ (juc éstcs lhes ficam pcrfeilamcnle assegura
cahVação dos cartéis; assim sondo,' a comissão reconheceu que as leis norte-
Em 1947, por ocasião das negociações anglo-norte-americana.s para a concessão
papei que o País já representa no qua
petição estrangeira.
O referido livro conléni ouir.i obser vação que merece comentários, ao afir mar que os membros do um cartel não
cados externos.
americanas não poderiam mudar o curso
nos meios particulares, começando por modernizar seus scr\'iços de informações
internacional, dos mercados, sob a fis-
dos acontecimentos.
Se, porém,
permanei-er "outsidcr", terá que enfren
-y ■' V
.J
Brasil SC esforçam pela promulgação de leis antitruste. Participando dos car téis internacionais, nosso país asseguraria à produção nacional proteção muito mais eficiente do que se permanecer como "outsider", sem fòrça sníicienle
para enfrentar os produtores estrangeiros associados. Aliás, o Brasil já aderiu ao
acordo internacional do trigo; está pre parando sua participação na conferência
,• V-'
mundial do açúcar e considerando a
possibilidade dc negociar com o Governo de Londres um acordo sobre o cacau.
No que diz respeito à siderurgia nacio nal, a associação da Companhia BclgoMineira a estabelecimentos belgas - que, com toda a probabilidade, passarão a pertencer ao cartel do aço, em formação
na Europa — é um outro exemplo con creto. Se o Brasil, como o mais impor-
.-í'
i
'•
ii.iAAatÉÉ
OK;i-áTtl
Dicesto Económicò
55
E<"0NÓMIC0
par de tais organizações, será preciso
rito sôbrc a concentração do poder eco
sumo. Pani impedir que o sistema eco
tante produtor de aço da América La
nômico.
nômico se rompa complnlamcnle, é pre ciso adaptar a produção às possibilida
tina, .se tornar membro do cartel, asse-
modificar, primeiramente, a mentalidade
gnrará à s»«a própria produção, pcló me
reinante, tanto nos círculos oficiais como
des do ahsorçao dos mercados.
nos. o mercado interno.
Essa iniciativa refletia, visivelmente, a
influência que o assunto vinha exercen
do, há mais de meio século, na políti ca interna da grande República do
Norte. O relatório apresentado sôbrc os seus trabalhos, por aquela comissão, possui cerca de 30.000 páeinas. o o "Mahonev Bill", submetido à delibera
ção do Congresso de Washington, re sume as conclusões do inquérito. Nele se recomenda, praticamente, que seja tolerada a coordenação, em escala
Daí a
ncccssicladc da associação do.s produ tores.
tar. mesmo no ntercado interno, a com
econômicas, e tomando consciência do
do o autor — aderi.sscm aos cartéis in ternacionais, não prcci.sariani mais temer a competição estrangeira dentro dc suas
de um grande empréstimo h Inglaterra,
fronteiras.
foram discutidas as bns^^s de um acordo
Eis aí uma observação verdadeira, e para a qual deverão atentar o.s que no
os pontos de vista britânico e norte-ame ricano foram muito pronunciadas para
que se pudesse chegar a uma aliança econômica.
Mas não pode haver dúvidas de que
o malogro dessa tentativa é passageiro. Realmente, a expansão, fora de suas
fronteiras, das forças econômicas norteamericanas, força a modificação da men
talidade dos responsáveis pela sua polí tica econômica, levando-os a assumir atitude tolerante em face das atividades
dos cartéis no continente europeu e mes mo na Inglaterra. No livro de Arthur Buns — "Decline
of Competítion" — o autor demonstra que, graças ao desenvolvimento tecno lógico, a produção industrial tem cres cido em ritmo mais rápido que o con
r/SÈnu'
dro econômico internacional.
dos, pois as combinaçõ('s visam apenas a di\'isao, entre os produtores, do.s mer
Sol) esse aspecto, os cartéis agem mais eficientemente do (jiic as taritas adua neiras. Sc os Estados Unidos — segun
íntemacioml, mas as divergências entre
Mas para cpie o Brasil possa partici
.SC precisam preocupar com o.s respecti vos mercados nacionais, uma w/ (juc éstcs lhes ficam pcrfeilamcnle assegura
cahVação dos cartéis; assim sondo,' a comissão reconheceu que as leis norte-
Em 1947, por ocasião das negociações anglo-norte-americana.s para a concessão
papei que o País já representa no qua
petição estrangeira.
O referido livro conléni ouir.i obser vação que merece comentários, ao afir mar que os membros do um cartel não
cados externos.
americanas não poderiam mudar o curso
nos meios particulares, começando por modernizar seus scr\'iços de informações
internacional, dos mercados, sob a fis-
dos acontecimentos.
Se, porém,
permanei-er "outsidcr", terá que enfren
-y ■' V
.J
Brasil SC esforçam pela promulgação de leis antitruste. Participando dos car téis internacionais, nosso país asseguraria à produção nacional proteção muito mais eficiente do que se permanecer como "outsider", sem fòrça sníicienle
para enfrentar os produtores estrangeiros associados. Aliás, o Brasil já aderiu ao
acordo internacional do trigo; está pre parando sua participação na conferência
,• V-'
mundial do açúcar e considerando a
possibilidade dc negociar com o Governo de Londres um acordo sobre o cacau.
No que diz respeito à siderurgia nacio nal, a associação da Companhia BclgoMineira a estabelecimentos belgas - que, com toda a probabilidade, passarão a pertencer ao cartel do aço, em formação
na Europa — é um outro exemplo con creto. Se o Brasil, como o mais impor-
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67
DiCF_sitj Econômico
SíBvio Romero, üdador e companheiro HraiMPa
Linía
(Professor da Faculdade Nacional de Direito)
Na história intelectual dêstc país, Sílvio Romero tem direito a nm
face dos problemas que surgiam, dns nov;»s rjiioslões que se levantavam, foi Recife, foi a denominada "Escola do
Recife", cuja liderança coube a Tobias Rarnlo. Sílvio Romero reivindicou du-
O Brasil rnmemoroti com brilhantes fcS' íividaclcs cívicas o centenário de nasci
ninte a vida inteira para a "Escola do Recife" \un papel preponderante na
título excepcional: o título de pensador
mento de Sílvio fíomero, soriólo^^o, críti
brasileiro.
lador do Brasil, apai.xonado de sua ter
co. professor de Direito, j)arlamcntar, polemista c filósofo. O "Dificsto Eco-
tran.sfonnação o.spirit\ial brasileira. Terá sido excessivo c injusto em detalhes. No conjunto, porém, assistia-lho inteira
ra e de sua gente. Esta paixão êle a sa
nátnico", assnciando-sc ás jtistas homc-
razão.
cia pelo conhecimento do seu país, co mo se mergulhar na vida brasileira cons
m/gcrw (fite sáo devidas ao pensador scrgí/jnrio, ptiblica èstc trabalho inédito de líervics Lima, talentoso professor dc Direito Péddico c (pia, na sua rápida pa,ssaíicm pelo Parlamento, deixou traços
É um estudioso e um reve
tituísse o rito de seu patriotismo. Sílvio é filho e um dos líderes da
quela geração renovadora que aparece e toma posição numa das fases intelec
de talento, operosidade c patriotismo.
tuais e sociais mais interessantes do nos
so século XIX.
Êle caracterizou esse
momento em página comovida e feliz. "Até 1868, o catolicismo reinante não tinha .sofrido nessas plagas o menor
abalo; a filosofia espiritualista, católica e eclética, a mais insignificante oposi ção; a autoridade das instituições mo
nárquicas, o menor ataque sério por qualquer classe do povo; a instituição servil e os direitos tradicionais do aris-
tocracísmo prático dos grande.s proprie tários, a mais indireta opugnação; o ro mantismo, com seus doces, enganosos e encantadores cismares, a mais apagada desavença reatora. Tudo tinha adorme
cido a sombra do manto do príncipe ilustre que havia acabado com o caudilhismo na província e na América do
Sul e preparava a engrenagem da peça
política de centralização mais coesa que já uma vez houve na história em um grande país.
sua nudez.
A guerra do Paraguai es
tava a mostrar a todas as vistas os inicn-
so.s defeitos dc nossa organizjição militar o o acanhado de nossos progressos so
ciais, desvendando repugnantemente a chaga da escravidão, e, então, a ques tão dos cativos se agita c logo após 6
seguida da questão religiosa; tudo sc põe em discussão: o aparelho sofistico das eleições, o sistema de arrocho das in,stituiçõcs policiai.s e da magistratura o inú meros pro])lemas econômicos. O Partido Liberal, expelido do poder, coniovtsse dcsusadamentc c lança aos quatro ven
Os embargos qvie José Veríssimo lhe (ipòs, com a preocupação dc ser rigo roso cm relação a Tobias, corrigiu cer
tamente falhas nas apreciações de Síbio. Mas a "Escola do Recife" possuiu algo que, cm nenhuma outra parle ou em nenhum outro nK>\'imcnto intelectual da
época, no País, sc verificou. Foi mais amplo o movimento dc Recife, expri miu nicllior os anseios do espírito e da «■iiliíirii, tinha mais preocupações filosó ficas. Era mais independente, imil.s he terodoxo, menos inclinado a especializa ções, mais doutrinário, menos prudente, mais voltado para o futuro, mais preo cupado com o social do que a renova
ção (juc no sul, com sede no Rio de Janeiro, também se processava. A "Escola
geração da "Escola do Recife", e uma geração de combate, pois o que ela de seja é abrir caminhos, desbravar provmcias do conhecimento e derrubar precon
ceitos, noções, atitudes, que lhe pare ciam falsas. Ela não tem apenas espí
rito científico, mas espírito de luta e de conquista. Surge, portanto, colocan do na medida intelectual da época, me
dida muito mais feita de prudência que
de gôsto, muito mais movida pelo res peito ao tradicional do que pelo senti mento do equilíbrio, uma nota de aceração critica, uma ponta de agressividade, que as reações hostis só faziam aumentar. O estilo de Sílvio estará longe das
qualidades artísticas que dele pudessem fazer, no sentido estético-Iiterário da
expressão, um grande escritor. É con
tudo sempre atraente e, não raro, em polgante, porque a tudo quanto escre veu comunicou a flama que o consumia e na autenticidade dos assuntos por ele vcr.sados luiuria a substância de Suas
páginas densas de observações e juízos, cheias dc tantas coisas lúcidas 6 pro fundas.
Êle próprio disse: "Não escrevo pelo gôsto de es crever, senão com o senti
do de ser útil à minha pá
do Recife" propôs-se a re novar a concepção do mun do que, nos domínios da
mum de referência de tôda ^
Filosofia e do Direito, pre
a obra de Sílvio Romero e
tria". De fato, o ponto co
tos um programa de extrema democra cia, quase um verdadiíiro socialismo; o
dominava entre nós.
Partido Republicano se organiza e ini cia uma propaganda que nada faria parar. Na política é um mundo intei ro que vacila. Nas regiões do pensa
sua glória. É o segredo da perenidade de seu valor
tem a expressão, o social brasileiro. O que ele de
na história intelectual da
seja é revelar e organizar
mento teórico, foi ainda mais formidá
De repente, por um movimento sub
vel porque o atraso era horroroso. Um
terrâneo, que vinha de longe, a instabi
bando de idéias novas esvoaçava sobre
lidade de todas as coisas se mostrou e
nós de todos os pontos do horizonte."
o sofísma do Império apareceu em tôda
O centro da agitação intelectual em
o social. E se me permi
É a
o Brasil.
Nação.
Sílvio Romero permaneceu a vida in teira fiel ao espírito, às diretrizes e no
Estudar o país
e pensar o país, não apenas do ponto de vista de um interesse estético, ou
Não per
puramente teórico, mas com o propósito
deu jamais o tom pugnaz, o ardor po
de o construir em bases mais sólidas.
estilo da "Escola do Recife".
lemico, a posição de combate com que abordava os assuntos.
Sua geração, a
Na "História da Literatura" sua preo
cupação profunda é inventariar e apre-
67
DiCF_sitj Econômico
SíBvio Romero, üdador e companheiro HraiMPa
Linía
(Professor da Faculdade Nacional de Direito)
Na história intelectual dêstc país, Sílvio Romero tem direito a nm
face dos problemas que surgiam, dns nov;»s rjiioslões que se levantavam, foi Recife, foi a denominada "Escola do
Recife", cuja liderança coube a Tobias Rarnlo. Sílvio Romero reivindicou du-
O Brasil rnmemoroti com brilhantes fcS' íividaclcs cívicas o centenário de nasci
ninte a vida inteira para a "Escola do Recife" \un papel preponderante na
título excepcional: o título de pensador
mento de Sílvio fíomero, soriólo^^o, críti
brasileiro.
lador do Brasil, apai.xonado de sua ter
co. professor de Direito, j)arlamcntar, polemista c filósofo. O "Dificsto Eco-
tran.sfonnação o.spirit\ial brasileira. Terá sido excessivo c injusto em detalhes. No conjunto, porém, assistia-lho inteira
ra e de sua gente. Esta paixão êle a sa
nátnico", assnciando-sc ás jtistas homc-
razão.
cia pelo conhecimento do seu país, co mo se mergulhar na vida brasileira cons
m/gcrw (fite sáo devidas ao pensador scrgí/jnrio, ptiblica èstc trabalho inédito de líervics Lima, talentoso professor dc Direito Péddico c (pia, na sua rápida pa,ssaíicm pelo Parlamento, deixou traços
É um estudioso e um reve
tituísse o rito de seu patriotismo. Sílvio é filho e um dos líderes da
quela geração renovadora que aparece e toma posição numa das fases intelec
de talento, operosidade c patriotismo.
tuais e sociais mais interessantes do nos
so século XIX.
Êle caracterizou esse
momento em página comovida e feliz. "Até 1868, o catolicismo reinante não tinha .sofrido nessas plagas o menor
abalo; a filosofia espiritualista, católica e eclética, a mais insignificante oposi ção; a autoridade das instituições mo
nárquicas, o menor ataque sério por qualquer classe do povo; a instituição servil e os direitos tradicionais do aris-
tocracísmo prático dos grande.s proprie tários, a mais indireta opugnação; o ro mantismo, com seus doces, enganosos e encantadores cismares, a mais apagada desavença reatora. Tudo tinha adorme
cido a sombra do manto do príncipe ilustre que havia acabado com o caudilhismo na província e na América do
Sul e preparava a engrenagem da peça
política de centralização mais coesa que já uma vez houve na história em um grande país.
sua nudez.
A guerra do Paraguai es
tava a mostrar a todas as vistas os inicn-
so.s defeitos dc nossa organizjição militar o o acanhado de nossos progressos so
ciais, desvendando repugnantemente a chaga da escravidão, e, então, a ques tão dos cativos se agita c logo após 6
seguida da questão religiosa; tudo sc põe em discussão: o aparelho sofistico das eleições, o sistema de arrocho das in,stituiçõcs policiai.s e da magistratura o inú meros pro])lemas econômicos. O Partido Liberal, expelido do poder, coniovtsse dcsusadamentc c lança aos quatro ven
Os embargos qvie José Veríssimo lhe (ipòs, com a preocupação dc ser rigo roso cm relação a Tobias, corrigiu cer
tamente falhas nas apreciações de Síbio. Mas a "Escola do Recife" possuiu algo que, cm nenhuma outra parle ou em nenhum outro nK>\'imcnto intelectual da
época, no País, sc verificou. Foi mais amplo o movimento dc Recife, expri miu nicllior os anseios do espírito e da «■iiliíirii, tinha mais preocupações filosó ficas. Era mais independente, imil.s he terodoxo, menos inclinado a especializa ções, mais doutrinário, menos prudente, mais voltado para o futuro, mais preo cupado com o social do que a renova
ção (juc no sul, com sede no Rio de Janeiro, também se processava. A "Escola
geração da "Escola do Recife", e uma geração de combate, pois o que ela de seja é abrir caminhos, desbravar provmcias do conhecimento e derrubar precon
ceitos, noções, atitudes, que lhe pare ciam falsas. Ela não tem apenas espí
rito científico, mas espírito de luta e de conquista. Surge, portanto, colocan do na medida intelectual da época, me
dida muito mais feita de prudência que
de gôsto, muito mais movida pelo res peito ao tradicional do que pelo senti mento do equilíbrio, uma nota de aceração critica, uma ponta de agressividade, que as reações hostis só faziam aumentar. O estilo de Sílvio estará longe das
qualidades artísticas que dele pudessem fazer, no sentido estético-Iiterário da
expressão, um grande escritor. É con
tudo sempre atraente e, não raro, em polgante, porque a tudo quanto escre veu comunicou a flama que o consumia e na autenticidade dos assuntos por ele vcr.sados luiuria a substância de Suas
páginas densas de observações e juízos, cheias dc tantas coisas lúcidas 6 pro fundas.
Êle próprio disse: "Não escrevo pelo gôsto de es crever, senão com o senti
do de ser útil à minha pá
do Recife" propôs-se a re novar a concepção do mun do que, nos domínios da
mum de referência de tôda ^
Filosofia e do Direito, pre
a obra de Sílvio Romero e
tria". De fato, o ponto co
tos um programa de extrema democra cia, quase um verdadiíiro socialismo; o
dominava entre nós.
Partido Republicano se organiza e ini cia uma propaganda que nada faria parar. Na política é um mundo intei ro que vacila. Nas regiões do pensa
sua glória. É o segredo da perenidade de seu valor
tem a expressão, o social brasileiro. O que ele de
na história intelectual da
seja é revelar e organizar
mento teórico, foi ainda mais formidá
De repente, por um movimento sub
vel porque o atraso era horroroso. Um
terrâneo, que vinha de longe, a instabi
bando de idéias novas esvoaçava sobre
lidade de todas as coisas se mostrou e
nós de todos os pontos do horizonte."
o sofísma do Império apareceu em tôda
O centro da agitação intelectual em
o social. E se me permi
É a
o Brasil.
Nação.
Sílvio Romero permaneceu a vida in teira fiel ao espírito, às diretrizes e no
Estudar o país
e pensar o país, não apenas do ponto de vista de um interesse estético, ou
Não per
puramente teórico, mas com o propósito
deu jamais o tom pugnaz, o ardor po
de o construir em bases mais sólidas.
estilo da "Escola do Recife".
lemico, a posição de combate com que abordava os assuntos.
Sua geração, a
Na "História da Literatura" sua preo
cupação profunda é inventariar e apre-
DlCKSTO ECOSÓMtCO
58
tanlo tuna frase de Encli<l(s, sofre da ciar o que, nesse fundamental aspecto "vesania <le reformas pdas cimalhas", da vida do Brasil como nação, repre
senta e significa o trabalho do nosso
ípicr dizer. pc-Io alto, começando |Xir
espírito, o que exprime êsso trabalho
cima.
como produto do nosso meio físico c
Sílvio.
humano. Êle é o historiador social de nossa literatura, não um liistoríador (juc a e.xaminassc de um ponto de \isla
.Ma*^ jx»" quj- isto? perguntava
Dicesto Econômico
59
Passo.s. a reação de Síl\'io, abrangendo
dc pés no chão, que mora sem lúgiene,
cessárias da Prefeitura carioca, assinala
com unia técnica retardada, quase pri
va, toda\Ía. nina falha do nosso espírito
mitiva de trabalho, êsse Brasil de milliões de sêres humanos a constituir, nestas alturas, um dos maiores núcleos
geral cli- r<-forina. Por que não .se ata-
Por causa das Ulcraticcs dos escrito-
prcpondírrantcmente estético e literárif).
r<*s c políticos, r(*spondtui. A resposta, apenas limitada a êsle.s tênnos. cons tituiria generalização tão superficial que
De tudo quer Sílvio Romero concluir
nada esclareceria. A resposta e.stá antes
ca\-a também, impuria êle, o problema das fa\e!as? indagaríamos líojc os her deiros de sua mensagem. Reformar pelas cimalhas. Em plena selva amazônica, ao tempo da pro.speri-
Prcíícupa-o saber "cjue lição podemos
nas consid<-raçoes fpie d('sen\(>lvc e tpie assim poderíamos restmtir, fiel ao espi rito que as ditou.
tirar do discunso, dos artigos, dos es tudos, do livro do sr. Euclides <la Cunha". Então, apoiado cm Euclides
A política brasileira l<*m manif«'stado até os dias atuais incapacidade idet)ii)gica c incapacidade prática de ataear e
"oligarquias estaduais", fenômeno so cial e político cuja importância Sílvio percebeu, rasgam a\'enidas, empreendem
e movido por suas próprias idéias, fixa
resolver os problemas de ba.se déste pais.
inieiati\as de ordem inleleclual-adminis-
nesse discurso a grande xcrdade social
A organização tradicional dc nossa
trativa. Os homens da elite dirigente •São, cm geral, cultos, lidos e viajados c querem manifestar, através de obras públicas, suas qualidades de inteligência, seu respeito ás loiras, ao que, no mundo nioderno, (jnalifica intelectualmente as
em função de sou país.
Védc-o nrce-
bendo Euclidcs da Ciinlut na Academia.
que domina a vida brasileira.
Essa
economia é de tipo colonial.
Somos
verdade é a existência, dentro do mes
produtores de matérias-primas para a
mo país, de "duas nações que se desco nhecem, separadas no espaço e ainda mais no tempo". De um lado, conio ele próprio diz, o proletariado rural
exportação. Eundamenlalniente. ainda é esta hoje nossa posição. O progres so industrial do l'aís é superficial, peri férico. Hasta considerar (jiie o Hrasil. possuindo hoje 50 milhões de habitan
"agregado à patronagcni dos grandes proprietários", a enorme massa que no norte, no nordeste, no centro, nos pla
tes, funciona, consome, produz, como SC fosse uma nação dc 20 milhões. E
naltos, no .sul, vive como estranha \'c-
mesmo assim com tim nível dc vida
getação humana, amarrada a condições de atraso e pobreza que a tornam, a ri gor, um capital humano morto. De ou tro lado, a camada da minoria dirigente e possuidora.
inferior ao da Argentina, por exemplo.
Proclama então Sílvio Romero:
"o
Os lucros no País são altís.simos, mas o
País ü pol)re, muito pobre. Não nos enganemos com a nalurczn do progresso l)rasileiro.
Existe, .sem dúvida, mas é
progresso dc país cconòmieamento colo
pioblema brasileiro por excelência con
nial, com um capital humano morto dc
siste exatamente em compreender este
30 milhões dc habitantes.
fato tão simples e tratar de fazer tudo que for possível em prol do tais po
pulações, educando-as, ligando-as ao solo, interessando-iis nos destinos da pá tria".
Está dito tudo nes.sas palavras. O problema nacional brasileiro é um pro blema de base, de estrutura.
Mas a
elite dirigente, comentava Sílvio, ado-
Nossos problemas dc base não são atacados. A política, que está necessà-
riamcntc no comando das ações públi cas, não os enfrímta. Falta-lhe para isso preparo ideológico c capacidade de ação apoiada cm amplos nio\'Ímcnlüs da opinião pública. A política, pois, pre fere reformar pelas cimalhas. Ao tempo das reformas urbanas de
o Atlântico? Êsse Brasil subalimcntado,
embora na sua crítica as realizações ne
dade da borracha, constroem-se em Ma naus o
Helém
teatros suntuosos.
As
pessoas. São penitcnciárias-modclos, es-
dc população passiva da terra — êsse Brasil desapareceu já, ou ainda e.\iste?
Poucos homens de seu tempo liga ram-se tão profundamente à vida nacio nal como Sílvio Romero. Eis porque, ao iniciar estas palavras, chamei-o de pen sador brasileiro. Foi êle, sem dúvida, um dos fundadores dos estudos sociais bra
sileiros segundo critérios científicos, so ciológicos de objetividade. Êsses estu dos sociais brasileiros possuem exatamen te, no "Discurso eni mangas de camisa" dc Tobias Barreto, pronunciado em 1877,
o seu melhor exemplar na segunda me tade do século passado. Hoje, a Faculdade Nacional de Di reito, de que Sílvio foi professor cate-
colas-padrõcs ou consideradas tais, mas as condições de vida do povo, os pro blemas de sua incorporação a níveis
veram iniciativa sua Congregação e sua
mais altos de instrução, de saúde, de
no mestre a homenagem do seu respeito,
traballio, esses permanecem pràticamenle ignorados. A política não tem ca pacidade de os apreender, de os for mular e de os conduzir num plano de ação continua e objetiva. Porque, tor nava a repetir Sílvio, a questão era "uni camente da ostrulura social do povo". Era o "travamento social" que tinha de
de sua admiração.
ser examinado, reformado e substituído.
Havia um Brasil, observou Sílvio Ro
drático, nesta sessão solene de que ti
Diretoria, aqui se reúne para render
Designado para falar em nome da Faculdade, entendi que nada quadraria melhor ao espírito da homenagem do que mostrar aos estudantes que Sílvio Romero não foi apenas um professor limitado aos deveres burocráticos do en
sino. Êle não ensinou apenas as noções de sua cadeira, mas, sobretudo, como pensar sobre o Brasil, isto é, um mé
mero, que não se mostrava ao visitante
todo e um espírito de investigação. Êle
ilustre, aos Doumers, aos Turots, aos
foi militante de uma concepção do
Ferreros. E, porventura, terá desapare cido esse Brasil interno, que está por
mundo, de processos de estudos, de ati tudes que nesses estudos se apoiavam. É por tudo isto um dos grandes vivos
detrás da fachada que se debruça sobre
DlCKSTO ECOSÓMtCO
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tanlo tuna frase de Encli<l(s, sofre da ciar o que, nesse fundamental aspecto "vesania <le reformas pdas cimalhas", da vida do Brasil como nação, repre
senta e significa o trabalho do nosso
ípicr dizer. pc-Io alto, começando |Xir
espírito, o que exprime êsso trabalho
cima.
como produto do nosso meio físico c
Sílvio.
humano. Êle é o historiador social de nossa literatura, não um liistoríador (juc a e.xaminassc de um ponto de \isla
.Ma*^ jx»" quj- isto? perguntava
Dicesto Econômico
59
Passo.s. a reação de Síl\'io, abrangendo
dc pés no chão, que mora sem lúgiene,
cessárias da Prefeitura carioca, assinala
com unia técnica retardada, quase pri
va, toda\Ía. nina falha do nosso espírito
mitiva de trabalho, êsse Brasil de milliões de sêres humanos a constituir, nestas alturas, um dos maiores núcleos
geral cli- r<-forina. Por que não .se ata-
Por causa das Ulcraticcs dos escrito-
prcpondírrantcmente estético e literárif).
r<*s c políticos, r(*spondtui. A resposta, apenas limitada a êsle.s tênnos. cons tituiria generalização tão superficial que
De tudo quer Sílvio Romero concluir
nada esclareceria. A resposta e.stá antes
ca\-a também, impuria êle, o problema das fa\e!as? indagaríamos líojc os her deiros de sua mensagem. Reformar pelas cimalhas. Em plena selva amazônica, ao tempo da pro.speri-
Prcíícupa-o saber "cjue lição podemos
nas consid<-raçoes fpie d('sen\(>lvc e tpie assim poderíamos restmtir, fiel ao espi rito que as ditou.
tirar do discunso, dos artigos, dos es tudos, do livro do sr. Euclides <la Cunha". Então, apoiado cm Euclides
A política brasileira l<*m manif«'stado até os dias atuais incapacidade idet)ii)gica c incapacidade prática de ataear e
"oligarquias estaduais", fenômeno so cial e político cuja importância Sílvio percebeu, rasgam a\'enidas, empreendem
e movido por suas próprias idéias, fixa
resolver os problemas de ba.se déste pais.
inieiati\as de ordem inleleclual-adminis-
nesse discurso a grande xcrdade social
A organização tradicional dc nossa
trativa. Os homens da elite dirigente •São, cm geral, cultos, lidos e viajados c querem manifestar, através de obras públicas, suas qualidades de inteligência, seu respeito ás loiras, ao que, no mundo nioderno, (jnalifica intelectualmente as
em função de sou país.
Védc-o nrce-
bendo Euclidcs da Ciinlut na Academia.
que domina a vida brasileira.
Essa
economia é de tipo colonial.
Somos
verdade é a existência, dentro do mes
produtores de matérias-primas para a
mo país, de "duas nações que se desco nhecem, separadas no espaço e ainda mais no tempo". De um lado, conio ele próprio diz, o proletariado rural
exportação. Eundamenlalniente. ainda é esta hoje nossa posição. O progres so industrial do l'aís é superficial, peri férico. Hasta considerar (jiie o Hrasil. possuindo hoje 50 milhões de habitan
"agregado à patronagcni dos grandes proprietários", a enorme massa que no norte, no nordeste, no centro, nos pla
tes, funciona, consome, produz, como SC fosse uma nação dc 20 milhões. E
naltos, no .sul, vive como estranha \'c-
mesmo assim com tim nível dc vida
getação humana, amarrada a condições de atraso e pobreza que a tornam, a ri gor, um capital humano morto. De ou tro lado, a camada da minoria dirigente e possuidora.
inferior ao da Argentina, por exemplo.
Proclama então Sílvio Romero:
"o
Os lucros no País são altís.simos, mas o
País ü pol)re, muito pobre. Não nos enganemos com a nalurczn do progresso l)rasileiro.
Existe, .sem dúvida, mas é
progresso dc país cconòmieamento colo
pioblema brasileiro por excelência con
nial, com um capital humano morto dc
siste exatamente em compreender este
30 milhões dc habitantes.
fato tão simples e tratar de fazer tudo que for possível em prol do tais po
pulações, educando-as, ligando-as ao solo, interessando-iis nos destinos da pá tria".
Está dito tudo nes.sas palavras. O problema nacional brasileiro é um pro blema de base, de estrutura.
Mas a
elite dirigente, comentava Sílvio, ado-
Nossos problemas dc base não são atacados. A política, que está necessà-
riamcntc no comando das ações públi cas, não os enfrímta. Falta-lhe para isso preparo ideológico c capacidade de ação apoiada cm amplos nio\'Ímcnlüs da opinião pública. A política, pois, pre fere reformar pelas cimalhas. Ao tempo das reformas urbanas de
o Atlântico? Êsse Brasil subalimcntado,
embora na sua crítica as realizações ne
dade da borracha, constroem-se em Ma naus o
Helém
teatros suntuosos.
As
pessoas. São penitcnciárias-modclos, es-
dc população passiva da terra — êsse Brasil desapareceu já, ou ainda e.\iste?
Poucos homens de seu tempo liga ram-se tão profundamente à vida nacio nal como Sílvio Romero. Eis porque, ao iniciar estas palavras, chamei-o de pen sador brasileiro. Foi êle, sem dúvida, um dos fundadores dos estudos sociais bra
sileiros segundo critérios científicos, so ciológicos de objetividade. Êsses estu dos sociais brasileiros possuem exatamen te, no "Discurso eni mangas de camisa" dc Tobias Barreto, pronunciado em 1877,
o seu melhor exemplar na segunda me tade do século passado. Hoje, a Faculdade Nacional de Di reito, de que Sílvio foi professor cate-
colas-padrõcs ou consideradas tais, mas as condições de vida do povo, os pro blemas de sua incorporação a níveis
veram iniciativa sua Congregação e sua
mais altos de instrução, de saúde, de
no mestre a homenagem do seu respeito,
traballio, esses permanecem pràticamenle ignorados. A política não tem ca pacidade de os apreender, de os for mular e de os conduzir num plano de ação continua e objetiva. Porque, tor nava a repetir Sílvio, a questão era "uni camente da ostrulura social do povo". Era o "travamento social" que tinha de
de sua admiração.
ser examinado, reformado e substituído.
Havia um Brasil, observou Sílvio Ro
drático, nesta sessão solene de que ti
Diretoria, aqui se reúne para render
Designado para falar em nome da Faculdade, entendi que nada quadraria melhor ao espírito da homenagem do que mostrar aos estudantes que Sílvio Romero não foi apenas um professor limitado aos deveres burocráticos do en
sino. Êle não ensinou apenas as noções de sua cadeira, mas, sobretudo, como pensar sobre o Brasil, isto é, um mé
mero, que não se mostrava ao visitante
todo e um espírito de investigação. Êle
ilustre, aos Doumers, aos Turots, aos
foi militante de uma concepção do
Ferreros. E, porventura, terá desapare cido esse Brasil interno, que está por
mundo, de processos de estudos, de ati tudes que nesses estudos se apoiavam. É por tudo isto um dos grandes vivos
detrás da fachada que se debruça sobre
63
Dicesto EcoNósnco"
do pensamento brasileiro. É intrépido,
que a cultura brasileira -pode oferecer.
6 franco, e, apesar da desigualdade de sua obra, sempre interessante e jamais
É o "grande Sílvio" e é também o "ve
cacete.
face do companheiro são nêh* irsepa-
É uma das mais gratas companliias
lho Silvio".
EPiTÂCIO PESSOA
A face <lo litl.ulor e a
AmÉIUCO j.ACODINA LaCOMBE
rávei.s.
ia- i'.iuNiK>-.sK à História do Brasil cm
geral, tlisso uma vez Capislrano de Abreu (juc estamos ainda na época das monografias e não das grandc.s síntc.scs. A História da Hi^póblica é a que mais •Se ressente de materiais para uma futu ra síntese.
Ainda não foi feita uma his
tória séria e documentada da quc.slão
'■iiilitar. nem da (juestão religiosa (e suas rcspeeli\-as repercussões no novo regi me ). Comecani-se a elevar os andainies de uma história financeira.
Mas
que di/cr do estudo da economia da fa-
•^e final do Império, da crise provocada pela Aboli(.-rio. . .
Para o período con
temporâneo, porém, as melhores contrl-
buieões cjue podemos esperar agora são
:ts boas biografias, não as apressadas e
«^pologélicas tão fáceis, mas tão inúteis, porém Cíuitribuições documentais e ho
nestas no estudo das figuras principais, e
mesmo do algumas secundárias do dra ma republicano. Sem uma boa galeria de \'ultos bem estudados sob vários án-
,G;tilos. não ó possível sequer esboçar o conjjinto histórico. Ê uma contribuição preciosa Jieste sentido qiic veio trazer D.® Laurita Pes soa Raia Gabaglia na extensa mas não
prolixa biografia do Epitácio Pessoa. O angulo c o da família. to
de
vista
Mas não o pon
exclusivamente doméstico,
intransigentemente parcial.
O afeto fi
Dona Laurita Pessoa Raja Gabaglia aca ba (Ia dvscrcücr a vida de seu pai, o
grande Kpitácio Pessoa, cm livro que
está tendo enorme rcpcrctissão cm iodos os círculos políticos c intelectuais do País.
Epitácio Pessoa, orador, constitu-
cionalista, internacionalista e civilisfa dos maiores, estadista insigne, é um or
gulho da nossa raça. Na História polí tica do Brasil, o seu nome cintila em letras do ouro.
São memoráveis os de
bates que travou, no Parlamento, con
trastando o poder ditatorial de Floriano, e de não menor julgar os discussões que, no Supremo Tribunal Federal, entrete-
ve, com superioridade verbal, com o, for
midável dialético e jurista-filósofo Pe dro Lessa. Polemista, jamais deixou de ser, mesmo no crepúsculo da existência e no exercício das funções de Presidenteda República : inúmeras foram as ora
ções arrebatadoras e veementes, de ca
ráter panfletário, que legou à nossa li teratura política no período agitado e fulgente do seu govêrno. Atendendo a um pedido do Diretor do "Digesto Eco
nômico", o dr. Américo Jacobina Lacom-
be, o escritor magnífico que com tanto zêlo e competência dirige a *'Casa Rui Barbosa", escreveu para o nosso mensàrio o artigo que ora inserimos em nos sas páginas.
lial aqui está associado a uma inteligên cia e a um conhecimento dos temas que
nos surpreende, por mais afeitos que es tejamos a ver cs nomes femininos a de bater assuntos políticos e sociais. De
nipdo que não se trata de um simples
depoimento de um membro da família envolto em ternura e devoção, o que já seria estimável, aliás, para o futuro his toriador. É uma contribuição' histórica,
63
Dicesto EcoNósnco"
do pensamento brasileiro. É intrépido,
que a cultura brasileira -pode oferecer.
6 franco, e, apesar da desigualdade de sua obra, sempre interessante e jamais
É o "grande Sílvio" e é também o "ve
cacete.
face do companheiro são nêh* irsepa-
É uma das mais gratas companliias
lho Silvio".
EPiTÂCIO PESSOA
A face <lo litl.ulor e a
AmÉIUCO j.ACODINA LaCOMBE
rávei.s.
ia- i'.iuNiK>-.sK à História do Brasil cm
geral, tlisso uma vez Capislrano de Abreu (juc estamos ainda na época das monografias e não das grandc.s síntc.scs. A História da Hi^póblica é a que mais •Se ressente de materiais para uma futu ra síntese.
Ainda não foi feita uma his
tória séria e documentada da quc.slão
'■iiilitar. nem da (juestão religiosa (e suas rcspeeli\-as repercussões no novo regi me ). Comecani-se a elevar os andainies de uma história financeira.
Mas
que di/cr do estudo da economia da fa-
•^e final do Império, da crise provocada pela Aboli(.-rio. . .
Para o período con
temporâneo, porém, as melhores contrl-
buieões cjue podemos esperar agora são
:ts boas biografias, não as apressadas e
«^pologélicas tão fáceis, mas tão inúteis, porém Cíuitribuições documentais e ho
nestas no estudo das figuras principais, e
mesmo do algumas secundárias do dra ma republicano. Sem uma boa galeria de \'ultos bem estudados sob vários án-
,G;tilos. não ó possível sequer esboçar o conjjinto histórico. Ê uma contribuição preciosa Jieste sentido qiic veio trazer D.® Laurita Pes soa Raia Gabaglia na extensa mas não
prolixa biografia do Epitácio Pessoa. O angulo c o da família. to
de
vista
Mas não o pon
exclusivamente doméstico,
intransigentemente parcial.
O afeto fi
Dona Laurita Pessoa Raja Gabaglia aca ba (Ia dvscrcücr a vida de seu pai, o
grande Kpitácio Pessoa, cm livro que
está tendo enorme rcpcrctissão cm iodos os círculos políticos c intelectuais do País.
Epitácio Pessoa, orador, constitu-
cionalista, internacionalista e civilisfa dos maiores, estadista insigne, é um or
gulho da nossa raça. Na História polí tica do Brasil, o seu nome cintila em letras do ouro.
São memoráveis os de
bates que travou, no Parlamento, con
trastando o poder ditatorial de Floriano, e de não menor julgar os discussões que, no Supremo Tribunal Federal, entrete-
ve, com superioridade verbal, com o, for
midável dialético e jurista-filósofo Pe dro Lessa. Polemista, jamais deixou de ser, mesmo no crepúsculo da existência e no exercício das funções de Presidenteda República : inúmeras foram as ora
ções arrebatadoras e veementes, de ca
ráter panfletário, que legou à nossa li teratura política no período agitado e fulgente do seu govêrno. Atendendo a um pedido do Diretor do "Digesto Eco
nômico", o dr. Américo Jacobina Lacom-
be, o escritor magnífico que com tanto zêlo e competência dirige a *'Casa Rui Barbosa", escreveu para o nosso mensàrio o artigo que ora inserimos em nos sas páginas.
lial aqui está associado a uma inteligên cia e a um conhecimento dos temas que
nos surpreende, por mais afeitos que es tejamos a ver cs nomes femininos a de bater assuntos políticos e sociais. De
nipdo que não se trata de um simples
depoimento de um membro da família envolto em ternura e devoção, o que já seria estimável, aliás, para o futuro his toriador. É uma contribuição' histórica,
Dícbsto Econósqco
62
envolvida sem dúvida por um sentimen-
lo reverenciai, mas contribuição de
quem desejou fundamentar a sua ad miração cin alí^o de mais árduo do que a lembrança de tim convívio provada-
Dioestc, EconWo
llii|l|||ll.||.sliLy,HJ||||
sível negar a autenticidade e a beleza
filha, (pie se rescla tão lúcida admira-
dos traçíjs fundamentais esboçados com
dora — e. pelo que se vè do 1í\to, tambúin colaboradora, — pennilom-nos acen
bito, para o triste quadro do menino pobre, aluno gratuito no intcmato diri gido por um reitor ríspido, que seria o
tuar alguns traços e desvendar outros.
futuro Cardeal Arcovcrde. E assim, de
firmeza, p«rla sua pena elegante. Não há pieguice, n<*m pain-girico. Há somen te defesa, se nem sempre e<m\ineenlc, pelo menos informada <• ciniuim-iitaila.
Não é possível acompanhar sem emo
quadro em quadro, tem-se um desfilar
ção a infância triste e a mocidadc tra-
realmente emocionante, até culminar
com um agudo e honesto esquema da
a narrativa é am
saudade.' e da Ncncração n ã o
ballin^ia de Epitácio. narradas cm tom -S()brio (' perfeitamente adequado. Não seriam adinissí\eis pieguices na forma
plamente favorá
faltaram à auto
ção de uma alma rjue conservaria sem
vel ao biografa
ra
pre algumas cicatrizes desta paisagem
do, reconhecida
mc-nlo <• a veri
mente inatacável
ficação de algu
nioral desolada dos primeiros tempos — alguma coisa correspondente ao agreste
cm sua vida pri
mas
do
parailiano — aridez (luc se revelou, |X)r
vada.
perfil do biíigra-
wceniplo, no famoso Caso das pedras (de
manidade o uma graça raras de serem
que a autora faz aliás um excelente re
obtida.s.
Está claro que há momentos em que teríamos desejado outra orientação, ou
mentc dos mais enobreccdorcs. O fjuadro
da
família
Na
em fjue se situa
Mas sen
m'-voa
n«-voa
o
da
csflar«'ci-
arestas
te-se que a au
fado, e
rora, inteligente e culta, procu
algumas parlícu-
sua
na
for
sumo). em (pie realmente sua atitude chocou profundamente o "sontlmcntalis•no brasileiro" (p. 180) e um certo ar*"cbatamenlo que ó tamb<?m muitas vezes
do
ho
interpr(.'tado contra ele e que a autora
laridach.-s (jue, pa recendo sem gra
rou fundamentar
a
mesmo
devoção
e\'oluçâo religiosa do biografado. Não há quem não reconheça as qualidades artísticas da obra, tanto no equilíbrio quanto na adequação do estilo. O bom gosto, com que, de tempos a tempos, en trevemos o homem inteiro através de
cartas familiares, dá ao livro uma hu
maior avah(;^ nas investigações; outros
Pessoa cm rela
ponío-dcdionra o cujos tipos extremos
em que dispensaríamos minúcias secun dárias. Mas em conjunto, a dificulda de principal das biografias — a propor ção — está amplamente conquistada. Não desejaríamos ressaltar aqui os pontos em que não acompanhamos a au tora no julgamento dos fatos históricos. Não pretendemos abrir polêmica, mas, simplesmente, manifestar por alto algu
não perdeu na
ção á Repúbli
súo,
mas impressões gerais.
da de seu valor
ca.
nuindo, o chefe de clã c o chefe de ban-
como depoimen
grandes homens públicos serem
vidade
filial com o es tudo acurado da
mem
biografia pater
a\nltam
mação
c o m u m,
na
do
coloca cm traços nítidos o realistas : Êlc recebera as primeiras impressões morais
na, estudo facili
homem rjue vai
tado por um ar
assumir
quivo
tância primacial, como Epitácio
dal européia; meio rude, individualista e ^'avalheireseo, onde campeia a moral do
ordenado
e completo. Se
a
obra
impor
nesse interior nordestino que, a tantos respeitos, se assemelha i\ sociedade feu
como o foram outrora no velho
submetidos a »jm exame microscó
prijprias mãos. Epitácio apresentava em
Algumas figuras históricas são trata das com uma rude franqueza. A au tora, encarnando o espírito combativo do genitor, não contornou as asperezas
siin alma alguns sinais dessa primeira in
c foi direto ao seu alvo. Haverá assim,
pico cm sua for
fluencia". (p. 272).
por certo, quem procure retificar algum
moral.
Mas estes traços rlc aspereza não im pedem (pio a .sua vida apresente aspectos
conceito agudo sobre uma ou outra per
tadista. Com êles o futuro historiador
mação mental o Não há falha, não há' excentri
da República terá de lidar. O carinho
cidade, não há peculiaridade que não so ja objeto de rigorosa análise. Tendo pro jetado poderosamente a sua personali dade vigorosa no cenário político do Brasil, Epitácio Pc.ssoa tem sofrido e há de sofrer um estudo, nem sempre sim pático, da sua formação moral c mental. As luzes que nos traz a visão de uma
dc intensa c cnterncceclora afetividade.
to, tornou-sc, as-
.sím, mais impor tante
manancial
de elementos pa
ra o perfil do es filial não enevoou a traça do biógrafo. Deu sòmente uma ou outra tonalidade
mais suave em tomo de algum traço mais severo.
Será possível discordar das aprecia ções da autora — e nós tivemos este dcsprazer algumas vezes — mas não é pos-
É sina dos
<^o, condutores do liomens briosos c in
dependentes, fazedores de justiça pelas
Conheço poucas evocações mais tocan tes do que a do capítulo inicial, quando autora nos descreve o pequenino Epi
tácio acompanhando o pai em longas
sonalidade.
Apenas alinhamos aqui alguns pontos que desejaríamos que tivessem sido en carados pela autora com a competência que ninguém lhe negará. Todos eles gi ram em tomo de personagens que pode
viagens o entoando com voz timbrada e
riam ser focalizados mais demoradamen-
'modulada as canções prediletas do ve-
te. Assim os choques entre Epitácio e Pedro Lessa, no ambiente do Supremo
Ibo. Desse biicolismo passa-se, de sú
Dícbsto Econósqco
62
envolvida sem dúvida por um sentimen-
lo reverenciai, mas contribuição de
quem desejou fundamentar a sua ad miração cin alí^o de mais árduo do que a lembrança de tim convívio provada-
Dioestc, EconWo
llii|l|||ll.||.sliLy,HJ||||
sível negar a autenticidade e a beleza
filha, (pie se rescla tão lúcida admira-
dos traçíjs fundamentais esboçados com
dora — e. pelo que se vè do 1í\to, tambúin colaboradora, — pennilom-nos acen
bito, para o triste quadro do menino pobre, aluno gratuito no intcmato diri gido por um reitor ríspido, que seria o
tuar alguns traços e desvendar outros.
futuro Cardeal Arcovcrde. E assim, de
firmeza, p«rla sua pena elegante. Não há pieguice, n<*m pain-girico. Há somen te defesa, se nem sempre e<m\ineenlc, pelo menos informada <• ciniuim-iitaila.
Não é possível acompanhar sem emo
quadro em quadro, tem-se um desfilar
ção a infância triste e a mocidadc tra-
realmente emocionante, até culminar
com um agudo e honesto esquema da
a narrativa é am
saudade.' e da Ncncração n ã o
ballin^ia de Epitácio. narradas cm tom -S()brio (' perfeitamente adequado. Não seriam adinissí\eis pieguices na forma
plamente favorá
faltaram à auto
ção de uma alma rjue conservaria sem
vel ao biografa
ra
pre algumas cicatrizes desta paisagem
do, reconhecida
mc-nlo <• a veri
mente inatacável
ficação de algu
nioral desolada dos primeiros tempos — alguma coisa correspondente ao agreste
cm sua vida pri
mas
do
parailiano — aridez (luc se revelou, |X)r
vada.
perfil do biíigra-
wceniplo, no famoso Caso das pedras (de
manidade o uma graça raras de serem
que a autora faz aliás um excelente re
obtida.s.
Está claro que há momentos em que teríamos desejado outra orientação, ou
mentc dos mais enobreccdorcs. O fjuadro
da
família
Na
em fjue se situa
Mas sen
m'-voa
n«-voa
o
da
csflar«'ci-
arestas
te-se que a au
fado, e
rora, inteligente e culta, procu
algumas parlícu-
sua
na
for
sumo). em (pie realmente sua atitude chocou profundamente o "sontlmcntalis•no brasileiro" (p. 180) e um certo ar*"cbatamenlo que ó tamb<?m muitas vezes
do
ho
interpr(.'tado contra ele e que a autora
laridach.-s (jue, pa recendo sem gra
rou fundamentar
a
mesmo
devoção
e\'oluçâo religiosa do biografado. Não há quem não reconheça as qualidades artísticas da obra, tanto no equilíbrio quanto na adequação do estilo. O bom gosto, com que, de tempos a tempos, en trevemos o homem inteiro através de
cartas familiares, dá ao livro uma hu
maior avah(;^ nas investigações; outros
Pessoa cm rela
ponío-dcdionra o cujos tipos extremos
em que dispensaríamos minúcias secun dárias. Mas em conjunto, a dificulda de principal das biografias — a propor ção — está amplamente conquistada. Não desejaríamos ressaltar aqui os pontos em que não acompanhamos a au tora no julgamento dos fatos históricos. Não pretendemos abrir polêmica, mas, simplesmente, manifestar por alto algu
não perdeu na
ção á Repúbli
súo,
mas impressões gerais.
da de seu valor
ca.
nuindo, o chefe de clã c o chefe de ban-
como depoimen
grandes homens públicos serem
vidade
filial com o es tudo acurado da
mem
biografia pater
a\nltam
mação
c o m u m,
na
do
coloca cm traços nítidos o realistas : Êlc recebera as primeiras impressões morais
na, estudo facili
homem rjue vai
tado por um ar
assumir
quivo
tância primacial, como Epitácio
dal européia; meio rude, individualista e ^'avalheireseo, onde campeia a moral do
ordenado
e completo. Se
a
obra
impor
nesse interior nordestino que, a tantos respeitos, se assemelha i\ sociedade feu
como o foram outrora no velho
submetidos a »jm exame microscó
prijprias mãos. Epitácio apresentava em
Algumas figuras históricas são trata das com uma rude franqueza. A au tora, encarnando o espírito combativo do genitor, não contornou as asperezas
siin alma alguns sinais dessa primeira in
c foi direto ao seu alvo. Haverá assim,
pico cm sua for
fluencia". (p. 272).
por certo, quem procure retificar algum
moral.
Mas estes traços rlc aspereza não im pedem (pio a .sua vida apresente aspectos
conceito agudo sobre uma ou outra per
tadista. Com êles o futuro historiador
mação mental o Não há falha, não há' excentri
da República terá de lidar. O carinho
cidade, não há peculiaridade que não so ja objeto de rigorosa análise. Tendo pro jetado poderosamente a sua personali dade vigorosa no cenário político do Brasil, Epitácio Pc.ssoa tem sofrido e há de sofrer um estudo, nem sempre sim pático, da sua formação moral c mental. As luzes que nos traz a visão de uma
dc intensa c cnterncceclora afetividade.
to, tornou-sc, as-
.sím, mais impor tante
manancial
de elementos pa
ra o perfil do es filial não enevoou a traça do biógrafo. Deu sòmente uma ou outra tonalidade
mais suave em tomo de algum traço mais severo.
Será possível discordar das aprecia ções da autora — e nós tivemos este dcsprazer algumas vezes — mas não é pos-
É sina dos
<^o, condutores do liomens briosos c in
dependentes, fazedores de justiça pelas
Conheço poucas evocações mais tocan tes do que a do capítulo inicial, quando autora nos descreve o pequenino Epi
tácio acompanhando o pai em longas
sonalidade.
Apenas alinhamos aqui alguns pontos que desejaríamos que tivessem sido en carados pela autora com a competência que ninguém lhe negará. Todos eles gi ram em tomo de personagens que pode
viagens o entoando com voz timbrada e
riam ser focalizados mais demoradamen-
'modulada as canções prediletas do ve-
te. Assim os choques entre Epitácio e Pedro Lessa, no ambiente do Supremo
Ibo. Desse biicolismo passa-se, de sú
Dicesto Econômico
64
T
O exemplo de Epitácio Pessoa
Tribunal de tanta repercussão no mundo
ambos honrosíssímos, não são transcritos.
jurídico, dariam tema para um excelen te paralelo entre as duas individuali
ferentes a Rui como advogado, (juc Epi
dades.
tácio emitiu na olira "A Fronlcirn Orien
A figura de Rui Barbosa não é pròpriamente encarada frontalmentc. Na
tal do Amazímas", não sáo apontados (aliás tal obra é merecedora dc desta que ).
íí\7i:Nno trazer á Academia, por hon-
E já qua falamos cm Calóg<'ras, linhas
''bra. ein dois \\)hunes: "Epitácio Pcs-
campanha antíflorianista, em que estêve no mesmo campo de Epilácio, não é se
quer mencionada. A próposito dos cho ques fatais com o biografado, são raros os conceitos positivos da autora.
Em
compensação revela-se um conceito de Calógcras sobre o caso da Bahia, que desejaríamos não ter conhecido, a bem de nosso culto pela figura excepcional de um dos maiores mestres da História
Também os conceitos eh;vadí.ssimos re
Afonso Pena Júnior
rosa incumbência da autora, a
acima, seja-nos permitido dizer cjiic não
(U- Laurita Pessoa Raja GabagHa.
nos confonnamos em ver sua figura e .sua obra tantas vé/x.'S alinhada com a
'^ais cheias, mais nobres, mais inspíra-
dc outras figuras da administração Epi
^b)ra.s e eclueati\ as da nossa história polí-
tácio, por todos os títulos inferiores à de
^'t-a, i'stava a reclamar, a merecer uma
A \ itla tio grande lirasileiro, uma das
um dos maiores brasiharos dc todos os
biografia deste lòmo c valor.
tempos. É de justiça porém, sublinharse o relevo que deu ao seu grande au
'^Piaias para a perpetuação dc seu noHie V exemplo, ou para sua glorificaçao; sobretudo, para a exaltação do re-
E não
do Brasil. É evidente que a figura do grande civiiista não desperta na escrito ra grandes simpatias. O contacto com o biografado, ou com os .seus papéis e apontamentos, não lhe poderia despertar
cias a Rui Barbosa, nunca faltou ela aos
estes sentimentos. Epitácio nunca foi de
conceitos acerca d<; Campos Sales, que
voto de Rui. Segundo o testemunho da viúva Rui Barbosa, recolhido pelo sr. Gontijo de Carvalho e pelo signatário
destas linhas, foi êlc o único político da
mesmo quando divergir dc Epitácio 6 tratado quase carinhosamente. A bió grafa foi levada aqui pelos sentimentos pe.s.soais do biografado.
República que nunca freqüentou, em nenhuma época, a Casa de São Clemen te. No entanto, houve ocasiões em que Epitácio fez justiça aos méritos e à po sição excepcional de Rui no meio brasi
tas, nem alguns pequenos lapsos que certamente desaparecerão em futuras e certas edições, tiram deste livro o valor excepcional que êlc apresenta para o
leiro ; uma destas é mencionada : o con
historiador.
vite para receber, com o Cliefe do Es tado, as delegações estrangeiras no Cen tenário. Mas o convite e a resposta.
maior homenagem que se pode prestar
ra, inclusive na luta e nos sofrimentos, Sc assemelham muitíssimo aos de Epi
a um grande homem : estudar-lhe a vi
tácio ;
xiliar, o ministro da Agricultura Simões
ã Academia Brasileira de Letras.
Auto
rizado pelo biógrafo de "Sousa Mace do", o "Digcsto Econômico" insere em suas colunas a pequenina oração, en cantadora no estilo e impecável nos conceitos.
que lhe propiciou a assombrosa
Lopes.
Se a simpatia não presidiu ás referen
Nada do que consignamos ne.stas no
da c a obra.
Afonso Pena Júnior, o consagrado /iwmonista, foi (jucm, cm nome da autora, ofe receu um exemplar de "Epitácio Pessoa"
Ele ficará sempre como a
oarreira, e da grande Pátria, que lhe reoonheceu c premiou os talentos e virtu^o.s, eonfiando-Ihe, dentro c fora das soas fronteiras, os mais altos dc cada oiu dos poderes da soberania nacional.
apto ao combate não devia ser escrita por um filho. Mas, a meu ver, sem bom fundamento, pois a razão e a experiên
^ vida de Epitácio Pessoa é, com efeito, o<n hino majestoso á democracia c à clari\'identc justiça do povo brasileiro. Ela ilustra, como poucas, a elegante
nem mesmo as de encomenda ou as des
tinadas às predileções do grosso público —que não seja ditada por alguma paixão. Umas por amor, por admiração e entu
observação do malogrado Presidente Ja-
siasmo ; outras, em menor número, por
oies Abram Garficld, o "hard worker
antipatia, aversão ou ódio. Aquelas, pa ra erguer à memória amada um monu mento de gratidão e glória. Estas, pa ra provocar execração e castigo dos pósteros; para arrancar do pedestal a me
and rcady speaker", cujos dotes e carrei
cia militam cm contrário.
A razão, porque não há biografia —
"O terreno social e político da veDia
mória detestada. Devoção e iconoclas-
Europa 6 formado do estratificações e
mo são, assim, na grande maioria dos
Camadas,
casos, os motores secretas das biografias. E é fora de dúvida que as escritas por amor e devoção merecem confiança mui
imutávelmente ordenadas e
superpostas; ao passo que, na livre Amé
rica, tem ele a constituição das águas do
Oceano, em que a gota humilde, vinda mais profundo, vem subindo, subin do .sempre, até beijar, na crista da vaga, Haverá, entretanto, quem pense que
tíssimo maior : porque amor implica aproximação, convivência, intuições, ao passo que ódio importa afastamento, re pulsa, incompreensão. E se, como diz Montaigne, "pour juger d'un homme, ü
a biografia de homem tão combatido e
faut suivre longuement et curieusement
a luz fecundante do sol."
Dicesto Econômico
64
T
O exemplo de Epitácio Pessoa
Tribunal de tanta repercussão no mundo
ambos honrosíssímos, não são transcritos.
jurídico, dariam tema para um excelen te paralelo entre as duas individuali
ferentes a Rui como advogado, (juc Epi
dades.
tácio emitiu na olira "A Fronlcirn Orien
A figura de Rui Barbosa não é pròpriamente encarada frontalmentc. Na
tal do Amazímas", não sáo apontados (aliás tal obra é merecedora dc desta que ).
íí\7i:Nno trazer á Academia, por hon-
E já qua falamos cm Calóg<'ras, linhas
''bra. ein dois \\)hunes: "Epitácio Pcs-
campanha antíflorianista, em que estêve no mesmo campo de Epilácio, não é se
quer mencionada. A próposito dos cho ques fatais com o biografado, são raros os conceitos positivos da autora.
Em
compensação revela-se um conceito de Calógcras sobre o caso da Bahia, que desejaríamos não ter conhecido, a bem de nosso culto pela figura excepcional de um dos maiores mestres da História
Também os conceitos eh;vadí.ssimos re
Afonso Pena Júnior
rosa incumbência da autora, a
acima, seja-nos permitido dizer cjiic não
(U- Laurita Pessoa Raja GabagHa.
nos confonnamos em ver sua figura e .sua obra tantas vé/x.'S alinhada com a
'^ais cheias, mais nobres, mais inspíra-
dc outras figuras da administração Epi
^b)ra.s e eclueati\ as da nossa história polí-
tácio, por todos os títulos inferiores à de
^'t-a, i'stava a reclamar, a merecer uma
A \ itla tio grande lirasileiro, uma das
um dos maiores brasiharos dc todos os
biografia deste lòmo c valor.
tempos. É de justiça porém, sublinharse o relevo que deu ao seu grande au
'^Piaias para a perpetuação dc seu noHie V exemplo, ou para sua glorificaçao; sobretudo, para a exaltação do re-
E não
do Brasil. É evidente que a figura do grande civiiista não desperta na escrito ra grandes simpatias. O contacto com o biografado, ou com os .seus papéis e apontamentos, não lhe poderia despertar
cias a Rui Barbosa, nunca faltou ela aos
estes sentimentos. Epitácio nunca foi de
conceitos acerca d<; Campos Sales, que
voto de Rui. Segundo o testemunho da viúva Rui Barbosa, recolhido pelo sr. Gontijo de Carvalho e pelo signatário
destas linhas, foi êlc o único político da
mesmo quando divergir dc Epitácio 6 tratado quase carinhosamente. A bió grafa foi levada aqui pelos sentimentos pe.s.soais do biografado.
República que nunca freqüentou, em nenhuma época, a Casa de São Clemen te. No entanto, houve ocasiões em que Epitácio fez justiça aos méritos e à po sição excepcional de Rui no meio brasi
tas, nem alguns pequenos lapsos que certamente desaparecerão em futuras e certas edições, tiram deste livro o valor excepcional que êlc apresenta para o
leiro ; uma destas é mencionada : o con
historiador.
vite para receber, com o Cliefe do Es tado, as delegações estrangeiras no Cen tenário. Mas o convite e a resposta.
maior homenagem que se pode prestar
ra, inclusive na luta e nos sofrimentos, Sc assemelham muitíssimo aos de Epi
a um grande homem : estudar-lhe a vi
tácio ;
xiliar, o ministro da Agricultura Simões
ã Academia Brasileira de Letras.
Auto
rizado pelo biógrafo de "Sousa Mace do", o "Digcsto Econômico" insere em suas colunas a pequenina oração, en cantadora no estilo e impecável nos conceitos.
que lhe propiciou a assombrosa
Lopes.
Se a simpatia não presidiu ás referen
Nada do que consignamos ne.stas no
da c a obra.
Afonso Pena Júnior, o consagrado /iwmonista, foi (jucm, cm nome da autora, ofe receu um exemplar de "Epitácio Pessoa"
Ele ficará sempre como a
oarreira, e da grande Pátria, que lhe reoonheceu c premiou os talentos e virtu^o.s, eonfiando-Ihe, dentro c fora das soas fronteiras, os mais altos dc cada oiu dos poderes da soberania nacional.
apto ao combate não devia ser escrita por um filho. Mas, a meu ver, sem bom fundamento, pois a razão e a experiên
^ vida de Epitácio Pessoa é, com efeito, o<n hino majestoso á democracia c à clari\'identc justiça do povo brasileiro. Ela ilustra, como poucas, a elegante
nem mesmo as de encomenda ou as des
tinadas às predileções do grosso público —que não seja ditada por alguma paixão. Umas por amor, por admiração e entu
observação do malogrado Presidente Ja-
siasmo ; outras, em menor número, por
oies Abram Garficld, o "hard worker
antipatia, aversão ou ódio. Aquelas, pa ra erguer à memória amada um monu mento de gratidão e glória. Estas, pa ra provocar execração e castigo dos pósteros; para arrancar do pedestal a me
and rcady speaker", cujos dotes e carrei
cia militam cm contrário.
A razão, porque não há biografia —
"O terreno social e político da veDia
mória detestada. Devoção e iconoclas-
Europa 6 formado do estratificações e
mo são, assim, na grande maioria dos
Camadas,
casos, os motores secretas das biografias. E é fora de dúvida que as escritas por amor e devoção merecem confiança mui
imutávelmente ordenadas e
superpostas; ao passo que, na livre Amé
rica, tem ele a constituição das águas do
Oceano, em que a gota humilde, vinda mais profundo, vem subindo, subin do .sempre, até beijar, na crista da vaga, Haverá, entretanto, quem pense que
tíssimo maior : porque amor implica aproximação, convivência, intuições, ao passo que ódio importa afastamento, re pulsa, incompreensão. E se, como diz Montaigne, "pour juger d'un homme, ü
a biografia de homem tão combatido e
faut suivre longuement et curieusement
a luz fecundante do sol."
o(CESTO
Dioesto Econóxüco
su trace", fòr^a é reconhecer que só a
nesto dc lodo.s os escriton s" u<» dizer de
tem a obra outras marcas de perfeição
simpatia cio Convívio permite êrte indis
Emerson.
«• gr;u\(!eza, que a colocam entre os su cessos bibliográficos deste ano : lingua gem de in\'i-já\-el correção c elegante
Eis aqui. nos rpialifieatjvos eiiiersonia-
pensável rastrear constante. Mas acresce — e isto é talvez: m:u'.s
importante — que o amor dá boa lijía com a verdade, irmã gèniea da Justiça;
enquanto que o ódio é quase sinônimo dc falsidade c injustiça.
A experiência confirma plenanienle estas conclusões do raciocínio, demons
trando que os laços da afeiçãí), por mais ^treitos, entre biógrafo e biografado, não impõem, necessàriamcntc, a suspcição da obra. Bastar-mc-ia citar, nesta casa, o livro do nosso Joaquim Nabuco Um Estadista do Império", que honra ria qualquer literatura, ou o de Caroli-
na Nabuco sobre o nosso Joaquim Na buco. Mas, para que não
nos, a pedra-dc-|(i(jne dc- tôda e cjual(jucrr biografia; a frantpn /ji siiic ridade, o mais rigorcjso respj-ito à verdade. Cumpre, anies dc nada. (jiie o hicigrafo seja capaz de .sobrejxjr ao umicn.v Pinto
lizes fh' filosofia política ; revelações de
Creio não poder traduzir melhor » rai
nha impressão dêste grande livrt), dôste liNTO destinado a ficar, de que dizendo; "quem me dera fü.sse eu o seu autor l
h finem ler n iixro de I.aiirifa PessfW
terá de reconhecí-r qiu'. levado a esta pedra-de-toqnc. o livro é ouro de lei; e a autora um destes entes prisilegiados, que a nada sacrificam a verdade.
Ct)m isto, aliás, continua apcna.s a tradição paterna, pois c1;í mesma nos conta fjue Epilácio, no seio tia família, Oita\a pronto a relevar às filhas muita
culpa, inent)s {[iial(|uer des\"io da \'erd;ule. Isto mes mo me foi testemunhado
ma arma da suspeição — de tão nosso que êlc era — lembrarei a mais famosa das biografias — a do Dou tor Johnson por Boswcll —
pelo saudoso Ihml Soares, .seu Ministro da Marinha.
E é bem possível tpie Epitácio levasse esta sua tíc-
livro tantas vezes imitado
e nunca excedido e que, no dizer de um crítico, incorporou-se à vida e ao
pensamento dos povos da língua inglesa como, de antes, só a Bíblia e Shakcspeare. Escrito em espírito de devota ve
neração, permitiu o conhecimento perfei
to de Samuel Johnson c continua a inspi rar os maiores biógrafos do nosso tempo. Que seria, finalmente, das autobiogra fias, se procedente a suspeição solo fado das biografias filiais ? no entanto,
clarc*/.;i ; obser\*açôes muito agudas e fe
bastidores da liistória, com as quais se
completam as figuras do seu proscênio.
a innira Vcrilas.
volvam contra nós a" mes
Sabemos,
67
Econômico
de inúmeras
autobiografias que constituem material precioso para a história: a de Benevenuto Cellini, as de Benjamin Franklin, de Jcffcrson, de Chateaubriand, Bis-
voção até onde a levou
Michel do Montaigne, o qual protestava
que voltari;i, de bom grado, do outio mundo para castigar quem dele tlissessc coisa menf)S \crdadeira, aiuda tine para louvá-lo.
Dona Laiirita deve ler tido bem pre sente, durante todo o curso de sua obra, êstc nobilíssimo .sentimento patemo,
pois não há, cm tôda ela, uma só nota de exagero.
St) um sisrnógrafo moral da maior de licadeza e sensibilidade poderá regis trar, aqui ou ali, um ou outro frêmito
muito profundo do amor filial. Mas tão profundo c tão leve, que o li\io corre ria talvez como de algum dos nossos
mark, e, acima de todos, os Ensaios dc
maiores biógrafos, sc a autora o lançasse
Montaigne, cuja matéria foi a pessoa do mesmo Montaigne, "o mais franco e ho
anônimo.
Á
Mas, a par da exímia imparcialidade, ■■
jL-w.,—....
■ ..V
i,
o(CESTO
Dioesto Econóxüco
su trace", fòr^a é reconhecer que só a
nesto dc lodo.s os escriton s" u<» dizer de
tem a obra outras marcas de perfeição
simpatia cio Convívio permite êrte indis
Emerson.
«• gr;u\(!eza, que a colocam entre os su cessos bibliográficos deste ano : lingua gem de in\'i-já\-el correção c elegante
Eis aqui. nos rpialifieatjvos eiiiersonia-
pensável rastrear constante. Mas acresce — e isto é talvez: m:u'.s
importante — que o amor dá boa lijía com a verdade, irmã gèniea da Justiça;
enquanto que o ódio é quase sinônimo dc falsidade c injustiça.
A experiência confirma plenanienle estas conclusões do raciocínio, demons
trando que os laços da afeiçãí), por mais ^treitos, entre biógrafo e biografado, não impõem, necessàriamcntc, a suspcição da obra. Bastar-mc-ia citar, nesta casa, o livro do nosso Joaquim Nabuco Um Estadista do Império", que honra ria qualquer literatura, ou o de Caroli-
na Nabuco sobre o nosso Joaquim Na buco. Mas, para que não
nos, a pedra-dc-|(i(jne dc- tôda e cjual(jucrr biografia; a frantpn /ji siiic ridade, o mais rigorcjso respj-ito à verdade. Cumpre, anies dc nada. (jiie o hicigrafo seja capaz de .sobrejxjr ao umicn.v Pinto
lizes fh' filosofia política ; revelações de
Creio não poder traduzir melhor » rai
nha impressão dêste grande livrt), dôste liNTO destinado a ficar, de que dizendo; "quem me dera fü.sse eu o seu autor l
h finem ler n iixro de I.aiirifa PessfW
terá de reconhecí-r qiu'. levado a esta pedra-de-toqnc. o livro é ouro de lei; e a autora um destes entes prisilegiados, que a nada sacrificam a verdade.
Ct)m isto, aliás, continua apcna.s a tradição paterna, pois c1;í mesma nos conta fjue Epilácio, no seio tia família, Oita\a pronto a relevar às filhas muita
culpa, inent)s {[iial(|uer des\"io da \'erd;ule. Isto mes mo me foi testemunhado
ma arma da suspeição — de tão nosso que êlc era — lembrarei a mais famosa das biografias — a do Dou tor Johnson por Boswcll —
pelo saudoso Ihml Soares, .seu Ministro da Marinha.
E é bem possível tpie Epitácio levasse esta sua tíc-
livro tantas vezes imitado
e nunca excedido e que, no dizer de um crítico, incorporou-se à vida e ao
pensamento dos povos da língua inglesa como, de antes, só a Bíblia e Shakcspeare. Escrito em espírito de devota ve
neração, permitiu o conhecimento perfei
to de Samuel Johnson c continua a inspi rar os maiores biógrafos do nosso tempo. Que seria, finalmente, das autobiogra fias, se procedente a suspeição solo fado das biografias filiais ? no entanto,
clarc*/.;i ; obser\*açôes muito agudas e fe
bastidores da liistória, com as quais se
completam as figuras do seu proscênio.
a innira Vcrilas.
volvam contra nós a" mes
Sabemos,
67
Econômico
de inúmeras
autobiografias que constituem material precioso para a história: a de Benevenuto Cellini, as de Benjamin Franklin, de Jcffcrson, de Chateaubriand, Bis-
voção até onde a levou
Michel do Montaigne, o qual protestava
que voltari;i, de bom grado, do outio mundo para castigar quem dele tlissessc coisa menf)S \crdadeira, aiuda tine para louvá-lo.
Dona Laiirita deve ler tido bem pre sente, durante todo o curso de sua obra, êstc nobilíssimo .sentimento patemo,
pois não há, cm tôda ela, uma só nota de exagero.
St) um sisrnógrafo moral da maior de licadeza e sensibilidade poderá regis trar, aqui ou ali, um ou outro frêmito
muito profundo do amor filial. Mas tão profundo c tão leve, que o li\io corre ria talvez como de algum dos nossos
mark, e, acima de todos, os Ensaios dc
maiores biógrafos, sc a autora o lançasse
Montaigne, cuja matéria foi a pessoa do mesmo Montaigne, "o mais franco e ho
anônimo.
Á
Mas, a par da exímia imparcialidade, ■■
jL-w.,—....
■ ..V
i,
]Dir.i-:j>T<i
Epitácio Pessoa e o culto à Bandeira
Embaixador à Conferência dc Versa
Antonio Gontijo de Carvalho
Phefiíituka
(í
(jtir lira lra.slndeinui', paru <i
seus momentos, salvando-a do irreme
e juriscousiillo. como membro da Corte Permanente de Justiça Internacional, o
diável ruína.
Tribunal do
Unixerso, em
que llie deve o Brasil: a gratidão a um
nome mundial.
homem de Estado que colocou a sua extraordinária inteligência ao ser\'iço
Si* os gramles homens, disse Gaslao da
livro <lc iMMritu Pcvson Hoja (ííihio^Ua, foi proferido pelo lunyso Diretor, (piando tn> exercício dos fou<;ôes dc mcmhro
Cunha na nu'inorá\el oração que profe nante, uiu momento iluminado da exis
sua volta ao sr. Prefeito Municipal pa
do ('otiselho Admioisfrotico de Soo Fotilo, e mercccti coritdioso corto dc
ra dar a denominação Praça da Ban
l'.})it(ício Pe.ssoo.
soa daquela cidade. O sr, Oiretor Geral do Oepartamento das Municipalidades, e.vaminando o processo, liou\'e por bem determinar a
ri» em tlefesa do Barão do Rio Bran
co, têm na sua vida um ponto culmi tência, que os define e poq^etua, Epi tácio Pessoa, para os paulistas, o tem, <ptando atcMideu ao angu.stioso apêlo da
deira a qualquer outro logradouro ain
Avaré, célula que é de um grande lodo. não deve a Epitácio Pessoa só o
(pie só se assentam jurisperilos dc re s(i Hci i.sta. cm linmcim^cm a<» gruní/f
da Bandeira a atual Praça Epitácio Pes
lavoura cafeeira, no mais dramático dos
lhes, culminou a sua vida de diplomata
mais alto
Municipal dc Avarc
submete à nossa aprova^'ão o pro jeto de decreto-lei c|ue denomina Praça
6a
Econômico
ininterrupto da Nação. Município esscndalmcnte cafceiro, Avaré deve a
Epitácio Pessoa a constância de um cul to que ê devido a um benfeitor. Proponho a rejeição do projeto para que impere a Justiça.
da sem denominação. f
h
Não atendeu o sr. Prefeito. Insistiu
peitassem os nonu-.s (pie o pa.ssiulo le
em propor a substituição do nome do
gou, para não se cli-slrnir a obra anô
valoroso brasileiro.
nima dos inorlo.s. •
O Departamento Administrativo, ul timamente, tem entendido que não de
Por estranha incompreensão <1«' Pre feitos Municipais, fizeram-se, em cida
vem ser substituídas a.s antigas deno
des iiistoricas, substituições «'in massa
minações de ruas.
de nomtís tradicionais e dos mais caros
Curioso como sou das coisas do pas sado, não poderia eu deixar de ser con servador em matéria de tanta relevân
cia e tanto enlevo para o meu espírito.
Se não fòra o receio de me alongar,
aos nos.sos sentimentos religiosos.
Procurou sanar este êrro, feliz juris prudência do Departamento Adminis-
tratÍNO, que um alto programa tle edu
transcreveria aqui, nestas pcáginas, o.s
cação cívica tem a dcsempcntiar. A outras con.sidcrações, de alta va
principais capítulos da conferência "Ne
lia, me impele o flc\'t-'r de patriota.
touchez pas aux noms des rues", que Camille Jullian, da Academia Francesa e membro da Comissão do Velho Pa ris, pronunciou cm 1923, no Hotel de Ville.
Ressumando a mais pura poesia, re vivendo recordações suaves, timbrava o artista em insistir em que o nome de uma rua é como o
A Bandeira é o símbolo da Nação. O seu culto há dc ser, porém, compa tível com a veneração aos homens cpie sabem honrá-la e dignificá-la. Epitácio Pessoa bom merece a reve rência dos brasileiros.
Rcfulgcnle é a
sua biografia. Galgou a.s mais altas po sições que os poderc.s, orgãos da soberania nacional, pode
de uma cidade, como o de
riam
uma família; é obra do tempo que o moldou para aquele que
público. Foi Senador, Presi dente da República e Minis tro do Supremo Tribunal Fe
o
usa.
Exortava, em
como
vente apelo, para que se res-
deral.
conferir
a
um
liomem
U*- ■
•AN
5a
]Dir.i-:j>T<i
Epitácio Pessoa e o culto à Bandeira
Embaixador à Conferência dc Versa
Antonio Gontijo de Carvalho
Phefiíituka
(í
(jtir lira lra.slndeinui', paru <i
seus momentos, salvando-a do irreme
e juriscousiillo. como membro da Corte Permanente de Justiça Internacional, o
diável ruína.
Tribunal do
Unixerso, em
que llie deve o Brasil: a gratidão a um
nome mundial.
homem de Estado que colocou a sua extraordinária inteligência ao ser\'iço
Si* os gramles homens, disse Gaslao da
livro <lc iMMritu Pcvson Hoja (ííihio^Ua, foi proferido pelo lunyso Diretor, (piando tn> exercício dos fou<;ôes dc mcmhro
Cunha na nu'inorá\el oração que profe nante, uiu momento iluminado da exis
sua volta ao sr. Prefeito Municipal pa
do ('otiselho Admioisfrotico de Soo Fotilo, e mercccti coritdioso corto dc
ra dar a denominação Praça da Ban
l'.})it(ício Pe.ssoo.
soa daquela cidade. O sr, Oiretor Geral do Oepartamento das Municipalidades, e.vaminando o processo, liou\'e por bem determinar a
ri» em tlefesa do Barão do Rio Bran
co, têm na sua vida um ponto culmi tência, que os define e poq^etua, Epi tácio Pessoa, para os paulistas, o tem, <ptando atcMideu ao angu.stioso apêlo da
deira a qualquer outro logradouro ain
Avaré, célula que é de um grande lodo. não deve a Epitácio Pessoa só o
(pie só se assentam jurisperilos dc re s(i Hci i.sta. cm linmcim^cm a<» gruní/f
da Bandeira a atual Praça Epitácio Pes
lavoura cafeeira, no mais dramático dos
lhes, culminou a sua vida de diplomata
mais alto
Municipal dc Avarc
submete à nossa aprova^'ão o pro jeto de decreto-lei c|ue denomina Praça
6a
Econômico
ininterrupto da Nação. Município esscndalmcnte cafceiro, Avaré deve a
Epitácio Pessoa a constância de um cul to que ê devido a um benfeitor. Proponho a rejeição do projeto para que impere a Justiça.
da sem denominação. f
h
Não atendeu o sr. Prefeito. Insistiu
peitassem os nonu-.s (pie o pa.ssiulo le
em propor a substituição do nome do
gou, para não se cli-slrnir a obra anô
valoroso brasileiro.
nima dos inorlo.s. •
O Departamento Administrativo, ul timamente, tem entendido que não de
Por estranha incompreensão <1«' Pre feitos Municipais, fizeram-se, em cida
vem ser substituídas a.s antigas deno
des iiistoricas, substituições «'in massa
minações de ruas.
de nomtís tradicionais e dos mais caros
Curioso como sou das coisas do pas sado, não poderia eu deixar de ser con servador em matéria de tanta relevân
cia e tanto enlevo para o meu espírito.
Se não fòra o receio de me alongar,
aos nos.sos sentimentos religiosos.
Procurou sanar este êrro, feliz juris prudência do Departamento Adminis-
tratÍNO, que um alto programa tle edu
transcreveria aqui, nestas pcáginas, o.s
cação cívica tem a dcsempcntiar. A outras con.sidcrações, de alta va
principais capítulos da conferência "Ne
lia, me impele o flc\'t-'r de patriota.
touchez pas aux noms des rues", que Camille Jullian, da Academia Francesa e membro da Comissão do Velho Pa ris, pronunciou cm 1923, no Hotel de Ville.
Ressumando a mais pura poesia, re vivendo recordações suaves, timbrava o artista em insistir em que o nome de uma rua é como o
A Bandeira é o símbolo da Nação. O seu culto há dc ser, porém, compa tível com a veneração aos homens cpie sabem honrá-la e dignificá-la. Epitácio Pessoa bom merece a reve rência dos brasileiros.
Rcfulgcnle é a
sua biografia. Galgou a.s mais altas po sições que os poderc.s, orgãos da soberania nacional, pode
de uma cidade, como o de
riam
uma família; é obra do tempo que o moldou para aquele que
público. Foi Senador, Presi dente da República e Minis tro do Supremo Tribunal Fe
o
usa.
Exortava, em
como
vente apelo, para que se res-
deral.
conferir
a
um
liomem
U*- ■
•AN
5a
Diciivm
o PROBLEMA DOS SOLOS ÁCIDOS JosK Setv.km I V
DiilSEMOS nos artigos anteriores quej a
adiantado do Paí.s fjiianlo à pesquisa agronômica c uso dc adulms c correti
Brasil, maior que a dos Estados Unidos,
vos, ainda nao se j)ossucm dados sufi
onde o consumo anual de calcáreo
cientes para afirmações .seguras, justa
moído já está atingindo a casa dos 30
mente por ser iniiilo raro o uso do cal-
milhões de toneladas.
carco na agricultura. Nías a experimen
a perccntagem de solos ácidos aqui 6 muito maior, pois enquanto nos Estados Unidos menos que metade do território necessita de corretivos contra a acid(!2,
aqui 90 % da produção agrícola saem de solos ácidos, cuja produtividade aumen
tação liavida em outros países dc clima c geologia semelhantes, e principalmente o adiantamento e a qualidade do estii-
clo de solos paulistas, já permitem boas idéias sobre a provável necessidade dc calcáreo no Estado de São Paulo. A nece.ssidade de corretivo contra a
taria grandemente se fossem tratados
acidez varia com a.s .segviintcs caracterís
com calcáreo.
ticas do solo: anincnla com os teores dc
Tais dados parecem encerrar falhas
argila, matéria orgânica e umidade, c
capazes de invalidar a nossa afirmação. A área aqui cultivada é muito menor do
diminui cotn o aumento do pll e da tolerância de acidcz pelas culturas. A quantidade de corretivo de que as
que nos E.stados Unidos, onde a pro dução agrícola apre.senta volume pro porcionalmente muito mais alto ainda.
É pequena a percentagcm cultivada do
terras necessitam compõc-sc dc trcs par celas;
1) para compensar as perdas anuais de cálcio causadas pela lixíviação e ero
território brasileiro, e encerra principal mente as terras menos ácidas. Talvez, então, o Brasil necessitasse de 30 mi
são dos solos cultivados nu submetidos
lhões de toneladas de calcáreo cm pó
2) para repor o cálci(j retirado pelas
por ano, se em vez de 20 milhões pos
colheitas ou pelo pastoreio, o 3) para elevar o pll ao nível econò-
suísse os 200 milhões dc hectares de
terras anualmente cultivadas que exis tem nos Estados Unidos, e se aqui hou vesse a mesma premência de cultivar as terras pobres? Para esclarecer esta questão e de
monstrar que não houve exagero na nossa avaliação das necessidades de calcáreo, vejamos primeiramente as exigências pro
a queimadas,
anual com doses bem menores e tenden
Ilapi-va dl) mapa que acompanha o 2.® artigo ( Oigeslo Econômico, abril dc 1951 ). Dai até à Serra pode ser avalia da em o.^íO-lOO kg/ha; e do alto da
tes a diminuir com o tempo.
Au-
\'islo que as terras são capazes dc assimilar
;imia!mentc
tanto
maiores
quantidades de corretivos cálcicos, quan to mais ;\cidas s;'io, quanto mais argilo
ment;i, pois, com a umidade do clima
sas e ricas de luiinus, e quanto maiores
o com o abrandamento da estiagem.
são os teores dc água que costumiun
A .segimd;i parcela, a menor, depende da natme/.a das cultunis o da iiucnsi-
d;idc do pastoreio. No caso do algodão corrt;spondo ;i eèrca dc lÜÜ kg de cal cáreo
hectare; no c;íso de trigo, a
6t) kg; cana, -lÜ kg; c;ifé, 30 kg; milho, 20 kg; ;irroz, iü kg ;ipcnas. Nas pas tagens depende da espécie dc capim e íla ;iusèiici;i dc ervas imiteis, podendo \"d-i;ir de 20 u 50 kg/ha. A tiaeeira p;irccla aumenta muito com d ab;ux;imeutü do pli. Se com pM
conter, fica chiro que são muito simplis tas os que correlacionam diretamente o
pH com a quantidade dc calc;íreo dc
que a terra necessita, ou que aconselham a aplic;ir ;inualmontc.
As quantidades de calcáreo má.\imas anuais assimikivcis podem ser assim ava liadas por hectare:
Nas terras pretas dc baixada, mal dre nadas c bem argilosas, eèrca de 2^ toneladas, se o pH inicial não for su
perior a 4 í»; quando bem drenadas, mas com o mesmo pH, cerca de 2 t. O pH
diii pouco superior ;i O a necessidade é de poucas toneUidas por hectare, com
sendo 5, este número deve baixar a
pll mlerior a 5 sobe muitas vezes a 15 e mesmo 25 tons./ha.
tante arenosas, a assimilação má.víma não deve ultrap;issar 1.700 kg com
Ap;irentementc, seria necessário apli car logo dc início esta quantidade enor me dl! calcáreo e, em seguida, dar dnu;ilmente os 400 ou 500 kg/lui conespoiidentes às duas parcelas anteriores. Na realidade, isto não é possível, pois
nenhum solo pode assimilar num só muitas toneladas de cíilciireo em
pó por heet;ire.
1.800 kg; mas, se tais terras forem bas pPI — 4
e apenas 1.500 kg/ano com
pH próximo de 5. Em terras de encosta suave, argilosas,
possuindo pH inferior ;i 5, a assimílaç;'io não deverá ultrapassar uns 1.300 kg/ha, e com pH próximo de 5 lá — cer ca de 1 tonelada; as mesmas terras bar rentas sendo de cores vivas, pela po
tratados com as doses máximas assimi-
breza orgânica, a assimilação deve bai xar a cerca dc 1.100 kg/ano com pH próximo de 5, e apenas a uns 800 kg
lávei.s de calciíreo todos os anos, até
com pH próximo dc 5 lá.
que se consiga fazer subir o pH até 6.
sendo bastante arenosas, temos eèrca
cálculo das quantidades de corretivo ne cessário, e isto pelas razões que vere
Portanto, as necessidades de calcáreo não so computam cm tons./ha, mas cm nu
mos mais adiante.
Deste modo, a terceira parcela, enorme, que não deveria ser anualmente apli
dc 1.000 kg/ha com pH de 4 lá e bom teor de húmus, 750 kg com pH = 5 e pouco húmus, e apenas uns 500 kg/ano com pH de 5 lá c acentuada pobreza
niicamentc mais conveniente.
Esta última parcela 6 muito maior
que as duas primeiras, tanto assim que pode, por si só, constituir a base do
váveis dos solos do Estado de São
A primeira das parcelas pode ser ava liada em 300 kg de calcáreo por hectare
Paulo.
na parte noroeste do Estado, isto é, à
ikàsL':.-:
esquerda da linha Mococa-Sorocaba-
Scrni até o nuir em 500 kg/ha. Ajjí-sar dc .ser èstc o Estado inni^
necessidade de corretivos calcárcíjs contra a acidcz do solo é enonnc no
Para afirmar isto, argumentamos que
Kconómico
Assim, solos muito ácidos devem ser
mero de anos de tratamento in;í.\imo.
cada, e sim dada de uma só vez, na realidade transforma-se cm tratamento
Essas terras
cm húmus.
Nas terras dc encosta íngreme a difi culdade do controle da erosão aumenta
Diciivm
o PROBLEMA DOS SOLOS ÁCIDOS JosK Setv.km I V
DiilSEMOS nos artigos anteriores quej a
adiantado do Paí.s fjiianlo à pesquisa agronômica c uso dc adulms c correti
Brasil, maior que a dos Estados Unidos,
vos, ainda nao se j)ossucm dados sufi
onde o consumo anual de calcáreo
cientes para afirmações .seguras, justa
moído já está atingindo a casa dos 30
mente por ser iniiilo raro o uso do cal-
milhões de toneladas.
carco na agricultura. Nías a experimen
a perccntagem de solos ácidos aqui 6 muito maior, pois enquanto nos Estados Unidos menos que metade do território necessita de corretivos contra a acid(!2,
aqui 90 % da produção agrícola saem de solos ácidos, cuja produtividade aumen
tação liavida em outros países dc clima c geologia semelhantes, e principalmente o adiantamento e a qualidade do estii-
clo de solos paulistas, já permitem boas idéias sobre a provável necessidade dc calcáreo no Estado de São Paulo. A nece.ssidade de corretivo contra a
taria grandemente se fossem tratados
acidez varia com a.s .segviintcs caracterís
com calcáreo.
ticas do solo: anincnla com os teores dc
Tais dados parecem encerrar falhas
argila, matéria orgânica e umidade, c
capazes de invalidar a nossa afirmação. A área aqui cultivada é muito menor do
diminui cotn o aumento do pll e da tolerância de acidcz pelas culturas. A quantidade de corretivo de que as
que nos E.stados Unidos, onde a pro dução agrícola apre.senta volume pro porcionalmente muito mais alto ainda.
É pequena a percentagcm cultivada do
terras necessitam compõc-sc dc trcs par celas;
1) para compensar as perdas anuais de cálcio causadas pela lixíviação e ero
território brasileiro, e encerra principal mente as terras menos ácidas. Talvez, então, o Brasil necessitasse de 30 mi
são dos solos cultivados nu submetidos
lhões de toneladas de calcáreo cm pó
2) para repor o cálci(j retirado pelas
por ano, se em vez de 20 milhões pos
colheitas ou pelo pastoreio, o 3) para elevar o pll ao nível econò-
suísse os 200 milhões dc hectares de
terras anualmente cultivadas que exis tem nos Estados Unidos, e se aqui hou vesse a mesma premência de cultivar as terras pobres? Para esclarecer esta questão e de
monstrar que não houve exagero na nossa avaliação das necessidades de calcáreo, vejamos primeiramente as exigências pro
a queimadas,
anual com doses bem menores e tenden
Ilapi-va dl) mapa que acompanha o 2.® artigo ( Oigeslo Econômico, abril dc 1951 ). Dai até à Serra pode ser avalia da em o.^íO-lOO kg/ha; e do alto da
tes a diminuir com o tempo.
Au-
\'islo que as terras são capazes dc assimilar
;imia!mentc
tanto
maiores
quantidades de corretivos cálcicos, quan to mais ;\cidas s;'io, quanto mais argilo
ment;i, pois, com a umidade do clima
sas e ricas de luiinus, e quanto maiores
o com o abrandamento da estiagem.
são os teores dc água que costumiun
A .segimd;i parcela, a menor, depende da natme/.a das cultunis o da iiucnsi-
d;idc do pastoreio. No caso do algodão corrt;spondo ;i eèrca dc lÜÜ kg de cal cáreo
hectare; no c;íso de trigo, a
6t) kg; cana, -lÜ kg; c;ifé, 30 kg; milho, 20 kg; ;irroz, iü kg ;ipcnas. Nas pas tagens depende da espécie dc capim e íla ;iusèiici;i dc ervas imiteis, podendo \"d-i;ir de 20 u 50 kg/ha. A tiaeeira p;irccla aumenta muito com d ab;ux;imeutü do pli. Se com pM
conter, fica chiro que são muito simplis tas os que correlacionam diretamente o
pH com a quantidade dc calc;íreo dc
que a terra necessita, ou que aconselham a aplic;ir ;inualmontc.
As quantidades de calcáreo má.\imas anuais assimikivcis podem ser assim ava liadas por hectare:
Nas terras pretas dc baixada, mal dre nadas c bem argilosas, eèrca de 2^ toneladas, se o pH inicial não for su
perior a 4 í»; quando bem drenadas, mas com o mesmo pH, cerca de 2 t. O pH
diii pouco superior ;i O a necessidade é de poucas toneUidas por hectare, com
sendo 5, este número deve baixar a
pll mlerior a 5 sobe muitas vezes a 15 e mesmo 25 tons./ha.
tante arenosas, a assimilação má.víma não deve ultrap;issar 1.700 kg com
Ap;irentementc, seria necessário apli car logo dc início esta quantidade enor me dl! calcáreo e, em seguida, dar dnu;ilmente os 400 ou 500 kg/lui conespoiidentes às duas parcelas anteriores. Na realidade, isto não é possível, pois
nenhum solo pode assimilar num só muitas toneladas de cíilciireo em
pó por heet;ire.
1.800 kg; mas, se tais terras forem bas pPI — 4
e apenas 1.500 kg/ano com
pH próximo de 5. Em terras de encosta suave, argilosas,
possuindo pH inferior ;i 5, a assimílaç;'io não deverá ultrapassar uns 1.300 kg/ha, e com pH próximo de 5 lá — cer ca de 1 tonelada; as mesmas terras bar rentas sendo de cores vivas, pela po
tratados com as doses máximas assimi-
breza orgânica, a assimilação deve bai xar a cerca dc 1.100 kg/ano com pH próximo de 5, e apenas a uns 800 kg
lávei.s de calciíreo todos os anos, até
com pH próximo dc 5 lá.
que se consiga fazer subir o pH até 6.
sendo bastante arenosas, temos eèrca
cálculo das quantidades de corretivo ne cessário, e isto pelas razões que vere
Portanto, as necessidades de calcáreo não so computam cm tons./ha, mas cm nu
mos mais adiante.
Deste modo, a terceira parcela, enorme, que não deveria ser anualmente apli
dc 1.000 kg/ha com pH de 4 lá e bom teor de húmus, 750 kg com pH = 5 e pouco húmus, e apenas uns 500 kg/ano com pH de 5 lá c acentuada pobreza
niicamentc mais conveniente.
Esta última parcela 6 muito maior
que as duas primeiras, tanto assim que pode, por si só, constituir a base do
váveis dos solos do Estado de São
A primeira das parcelas pode ser ava liada em 300 kg de calcáreo por hectare
Paulo.
na parte noroeste do Estado, isto é, à
ikàsL':.-:
esquerda da linha Mococa-Sorocaba-
Scrni até o nuir em 500 kg/ha. Ajjí-sar dc .ser èstc o Estado inni^
necessidade de corretivos calcárcíjs contra a acidcz do solo é enonnc no
Para afirmar isto, argumentamos que
Kconómico
Assim, solos muito ácidos devem ser
mero de anos de tratamento in;í.\imo.
cada, e sim dada de uma só vez, na realidade transforma-se cm tratamento
Essas terras
cm húmus.
Nas terras dc encosta íngreme a difi culdade do controle da erosão aumenta
Diclsto EcoNósaco -ir
Dicestíi Econômico
«ü
as necessidades do solo, mas diminui os máximos realmente assimiláveis anual mente. Somente depois do dominada a erosão é que se torna possível aplicar
-as quantidades de calcáreo anualnienle necessárias, que são cerca dc 10" maio res que no caso dc encosta suave.
ordem dc grandez-i que o desgaste por lixiviaçúo c erosão, podendo o caso adquirir a feijão chr lentaliva inútil de encher com agnas iium barrica furada. Graças ao seu teor dc iiúinus, as ter ras
virgens assimilam eaíc.ireo
melhor (|uc as uMli/^id.is.
muito
Portanto,
Nos altos dc lombada hein drenada,
<|uanlo maior tiver sido o tempo de
as terras argilosas devem assimilar uns 1.100 kg/lia com pH inferior a 5, ©
utilizitçao do solo, mais demorados C menos efieientes surãíj os trabalhos de
apenas uns 80ÍJ kg com plí de 5 Quando tais terras são bastante areno sas, mas com bom teor de Iminus e pll
scea, maiores são as necessidades de
inferior a o, devem assimilar cêrca de
calcarco, mas maiores também são US
melhoramentos (juimieos. Quanto mais úmido o clima e mais hramia a estação
750 kg/ano, e apenas uns .500 kg/ano
capacidades de assimilação, se o con-
com pH próximo de 5 Já e teor de hú
trôie da erosão fòr suficiente.
mus bastante fraco. Solos francamente
O desgaste de ealeáreo aumenta tam bém com a permeabilidade do solo. As
arenosos, mas de areia bem fina e uni
forme, devem assimilar uns 500 kg/ano
com pH até 5, e não mais que 450 kg com pH em torno de 5 Já. Tais dados podem descer mesmo a 400 e 350 kg/ano/ha, respectivamente, se as ter ras forem de areia grosseira
c
muito
pobres em húmus. Vé-se que certas terras arenosas secas
péssima
possuem
capa
cidade de assi
tam dc (liianticlades maiores do (pic as que, por e.xemplo, forem dedicadas à
pastagem. Neste caso, a fim de termos
o corretivo fique esperando no solo a presentando ca-
cáreo. É verda
Aos lavradores
de que as perdas
que tiverem re
anuais
caso, mas a con
servas de capi tal, ou que de cidirem aplicar
clusão que po
dinheiro
espe
demos tirar não
cialmente
desti
também
se reduzem neste
deixa de eviden
nado para a me
ciar grandes dí-"
lhoria das terras,
ficuldades e mes
aconselhamos au
mo impossibilidade de corrigir o pH, Em certos pontos das áreas A c 23 do nosso mapa (abril de 1951) as quan tidades máximas de calcáreo anualmen
te assimiláveis podem ser da mesma
trôle eficiente da prosão, devem aumen-
parcelas estão incluídas nas 2 Já tons.
desempenha papel de adubo c não ape nas eorreti\'o (algodão, uva, laranjeira, alfaia, trigo ele.).
2 Já X 400 mil = 1 miliião de tons.
Na laliela (pie acompanha o 2." ar tigo (abril de 1951) a extensão das
com pH do 5 a 5 Já, uns 8 mil km^
terras eullivadas do Estado dc São l^aulo foi a\"aliada em 99 mil km^. Te
acluun-se sob cultivo anual c necessitam dc cèrea do 18 tons. de calcáreo por
ria sido mais exalo dizer "terras cultivá-
licctarc, o prazo sendo de uns 14 anos
\'eis", pois são jilantadas dc vez cm
a 1.800 kg/ano. Aqui temos 1,8 x 800 mil, isto é, quase um milhão e meio
anuais durante 15 anos.
Dos 34 mil km2 de terras cultiváveis
de tons. anuais. Entre os 52 mil km2
das terras dc pH de 5 Já a 6, que ne cessitam de umas 10 t/ha e só assimi
lam cerca de 1.200 kg/ano, uns 20 mil
mil km2 .são terras cultixáveis, mus nem svinpre cíiUivadas.
km2 acham-sc em cultivo e sua neces
sidade é dc 1,2 X 2 milhões de ha, ou
sejam, quase 2 Já mlUiões de tons. anuais. Finalmente, há cêrca de 15 mil km2 anualmente cultivados, com pH
6 ou pouco mais, que a 5 t/ha e assi milação anual de uns 800 kg/ha neces
pode ser avaliada cm 350 kg de cal-
sitam também de 0,8 x 1,5 = pouco
várco por ha, e o consumo médio das colheitas em 50 kg/ha, perfazendo as-
mais que 1 milhão de tons. anuais. Assim, a necessidade anual do Es tado de São Paulo pode ser estimada
tal desta ordem foi achado para alguns dos Estados norte-americanos pouco neces'liados de calcáreo, mas possuidores
em 8 milhões de tons. de calcáreo em
de maior extensão cultivada do que a
lhões anuais, que é o mínimo ditado
nossa.
pó durante os 15 primeiros anos, ten dendo a rcduzir-se aos poucos a 2 mi pelas condições climáticas.
Somente
Mas a necessidade anual de calcáreo
a intensificação do controle da erosão
aqui é muito maior, pois, como dissemos atrás, a terceira parcela c aqui muito maior que a soma das duas primeiras.
pode baixar sensivelmente este número. A calcificação das pastagens, de utili dade e necessidade inegáveis, tenderia
Temo.s uns 4 mil km2 de terras anual
a aumentá-lo.
mente cultivadas que necessitam de 30
voura, tornando inútil a queimada, pois o trator pode arar enterrando os restoUios e o mato, trará economia de cal cáreo. Mas, enquanto uma terra cultivável permanece em descanso à es pera de novo cultivo, suas necessidades
tons. de calcáreo por hectare somente
para a clexaição do pH que, de um valor inferior a 5, deve subir no mínimo a 6. Estas 30 tons. devem ser aplicadas à razão de quase 2 Já t/ano, mas o tempo
i
anuais. Temos assim a necessidade de
nianentes e os eucaliptais, cerca de 112
sim 2 inilliões de toneladas anuais. To
mentar todas as doses atrás mencionadas
como máximas anuais, pois a estrumaçãü das terras, o uso de compostos, da adubação verde, e principalmente do con=
anos, e não 12, pois as duas primeiras
mente do calcáreo, o qual neste caso
A área anualmente plantada, inclusi ve cafèzais e pomares, não soma mais que 50 nnl km2, ou sejam, cérca dc 5 milhões dc hectares. A perda media anual de cálcio por lixiviação e erosão
pastagens bem nutritivas, devemos apli car dc uma vez tratamento para diver sos anos, ainda que, com desgaste maior,
pitai parado, que não rende juros.
neira duradoura é de no mínimo 15
alto, são capazAis dc se nutrir direta
kni2 também cultivados dc tanto tanto. Incluindo-se as culturas per-
sim, terras anualmente aradas necessi
milação de cal
necessário para alcançi\r o pH 6 de ma
muito iiocessilaclas dc cálcio ou dc pH
quando, e não anualmente. Aléyi disso, t-utre as terras de baixada, uns 22 mil
vez dc reagir, re if
lar aqueles limites. E certas culturas,
A mecanização da la
Diclsto EcoNósaco -ir
Dicestíi Econômico
«ü
as necessidades do solo, mas diminui os máximos realmente assimiláveis anual mente. Somente depois do dominada a erosão é que se torna possível aplicar
-as quantidades de calcáreo anualnienle necessárias, que são cerca dc 10" maio res que no caso dc encosta suave.
ordem dc grandez-i que o desgaste por lixiviaçúo c erosão, podendo o caso adquirir a feijão chr lentaliva inútil de encher com agnas iium barrica furada. Graças ao seu teor dc iiúinus, as ter ras
virgens assimilam eaíc.ireo
melhor (|uc as uMli/^id.is.
muito
Portanto,
Nos altos dc lombada hein drenada,
<|uanlo maior tiver sido o tempo de
as terras argilosas devem assimilar uns 1.100 kg/lia com pH inferior a 5, ©
utilizitçao do solo, mais demorados C menos efieientes surãíj os trabalhos de
apenas uns 80ÍJ kg com plí de 5 Quando tais terras são bastante areno sas, mas com bom teor de Iminus e pll
scea, maiores são as necessidades de
inferior a o, devem assimilar cêrca de
calcarco, mas maiores também são US
melhoramentos (juimieos. Quanto mais úmido o clima e mais hramia a estação
750 kg/ano, e apenas uns .500 kg/ano
capacidades de assimilação, se o con-
com pH próximo de 5 Já e teor de hú
trôie da erosão fòr suficiente.
mus bastante fraco. Solos francamente
O desgaste de ealeáreo aumenta tam bém com a permeabilidade do solo. As
arenosos, mas de areia bem fina e uni
forme, devem assimilar uns 500 kg/ano
com pH até 5, e não mais que 450 kg com pH em torno de 5 Já. Tais dados podem descer mesmo a 400 e 350 kg/ano/ha, respectivamente, se as ter ras forem de areia grosseira
c
muito
pobres em húmus. Vé-se que certas terras arenosas secas
péssima
possuem
capa
cidade de assi
tam dc (liianticlades maiores do (pic as que, por e.xemplo, forem dedicadas à
pastagem. Neste caso, a fim de termos
o corretivo fique esperando no solo a presentando ca-
cáreo. É verda
Aos lavradores
de que as perdas
que tiverem re
anuais
caso, mas a con
servas de capi tal, ou que de cidirem aplicar
clusão que po
dinheiro
espe
demos tirar não
cialmente
desti
também
se reduzem neste
deixa de eviden
nado para a me
ciar grandes dí-"
lhoria das terras,
ficuldades e mes
aconselhamos au
mo impossibilidade de corrigir o pH, Em certos pontos das áreas A c 23 do nosso mapa (abril de 1951) as quan tidades máximas de calcáreo anualmen
te assimiláveis podem ser da mesma
trôle eficiente da prosão, devem aumen-
parcelas estão incluídas nas 2 Já tons.
desempenha papel de adubo c não ape nas eorreti\'o (algodão, uva, laranjeira, alfaia, trigo ele.).
2 Já X 400 mil = 1 miliião de tons.
Na laliela (pie acompanha o 2." ar tigo (abril de 1951) a extensão das
com pH do 5 a 5 Já, uns 8 mil km^
terras eullivadas do Estado dc São l^aulo foi a\"aliada em 99 mil km^. Te
acluun-se sob cultivo anual c necessitam dc cèrea do 18 tons. de calcáreo por
ria sido mais exalo dizer "terras cultivá-
licctarc, o prazo sendo de uns 14 anos
\'eis", pois são jilantadas dc vez cm
a 1.800 kg/ano. Aqui temos 1,8 x 800 mil, isto é, quase um milhão e meio
anuais durante 15 anos.
Dos 34 mil km2 de terras cultiváveis
de tons. anuais. Entre os 52 mil km2
das terras dc pH de 5 Já a 6, que ne cessitam de umas 10 t/ha e só assimi
lam cerca de 1.200 kg/ano, uns 20 mil
mil km2 .são terras cultixáveis, mus nem svinpre cíiUivadas.
km2 acham-sc em cultivo e sua neces
sidade é dc 1,2 X 2 milhões de ha, ou
sejam, quase 2 Já mlUiões de tons. anuais. Finalmente, há cêrca de 15 mil km2 anualmente cultivados, com pH
6 ou pouco mais, que a 5 t/ha e assi milação anual de uns 800 kg/ha neces
pode ser avaliada cm 350 kg de cal-
sitam também de 0,8 x 1,5 = pouco
várco por ha, e o consumo médio das colheitas em 50 kg/ha, perfazendo as-
mais que 1 milhão de tons. anuais. Assim, a necessidade anual do Es tado de São Paulo pode ser estimada
tal desta ordem foi achado para alguns dos Estados norte-americanos pouco neces'liados de calcáreo, mas possuidores
em 8 milhões de tons. de calcáreo em
de maior extensão cultivada do que a
lhões anuais, que é o mínimo ditado
nossa.
pó durante os 15 primeiros anos, ten dendo a rcduzir-se aos poucos a 2 mi pelas condições climáticas.
Somente
Mas a necessidade anual de calcáreo
a intensificação do controle da erosão
aqui é muito maior, pois, como dissemos atrás, a terceira parcela c aqui muito maior que a soma das duas primeiras.
pode baixar sensivelmente este número. A calcificação das pastagens, de utili dade e necessidade inegáveis, tenderia
Temo.s uns 4 mil km2 de terras anual
a aumentá-lo.
mente cultivadas que necessitam de 30
voura, tornando inútil a queimada, pois o trator pode arar enterrando os restoUios e o mato, trará economia de cal cáreo. Mas, enquanto uma terra cultivável permanece em descanso à es pera de novo cultivo, suas necessidades
tons. de calcáreo por hectare somente
para a clexaição do pH que, de um valor inferior a 5, deve subir no mínimo a 6. Estas 30 tons. devem ser aplicadas à razão de quase 2 Já t/ano, mas o tempo
i
anuais. Temos assim a necessidade de
nianentes e os eucaliptais, cerca de 112
sim 2 inilliões de toneladas anuais. To
mentar todas as doses atrás mencionadas
como máximas anuais, pois a estrumaçãü das terras, o uso de compostos, da adubação verde, e principalmente do con=
anos, e não 12, pois as duas primeiras
mente do calcáreo, o qual neste caso
A área anualmente plantada, inclusi ve cafèzais e pomares, não soma mais que 50 nnl km2, ou sejam, cérca dc 5 milhões dc hectares. A perda media anual de cálcio por lixiviação e erosão
pastagens bem nutritivas, devemos apli car dc uma vez tratamento para diver sos anos, ainda que, com desgaste maior,
pitai parado, que não rende juros.
neira duradoura é de no mínimo 15
alto, são capazAis dc se nutrir direta
kni2 também cultivados dc tanto tanto. Incluindo-se as culturas per-
sim, terras anualmente aradas necessi
milação de cal
necessário para alcançi\r o pH 6 de ma
muito iiocessilaclas dc cálcio ou dc pH
quando, e não anualmente. Aléyi disso, t-utre as terras de baixada, uns 22 mil
vez dc reagir, re if
lar aqueles limites. E certas culturas,
A mecanização da la
DlCESTO ECüNÓlkUCO
de calcáreo não eslacionain (como fi
cou suposto no côinpulo que íí/.cmos), SC ela fòr submetida à paslagein com
habitantes tr exporlando-se pouco. Aqui no Brasil, com i-\portaçáo notável dc produtos agrícolas e pccuáric-s. 50 mi
queimadas, como tão freqiientemenle
lhões de pesso.is nulrciii-sc, (li/ a es-
acontece. Sômcnle este falo pod»; aumentar a necessidade mínima de 2 para 3 riiilbõí-S de toneladas aniuiis, pois a extensão de tai.s terras é maior (jue a
t.itistica, (Ir 20 Miillincs (!•• lutl ires.
A CIÊNCIA ECONÔMICA E OS OBJETIVOS HUMANOS DjAcm Menezes
Ora, se um hcM.irc norlr-.imtTÍeano,
.iltami ntc produtivo, s(í suslcnt.i uma pessoa, como pod<- um lua l.ire lir.isileiro,
(Prof. cat. da Faculdade Nacional dc Filosofia)
das anualmente cultivadas. Se a necessidade anual de calcáreo
do baixa produtividade, sustentar (|uase
13 j;i.A(;i(>N.\n diretamente todas as nia-
3 pesso-is.-*
pode ser atualmente avaliada cm 9 nií-
Censcadas pe(jiii nas hortas, roças e po-
Ihões de toneladas no Estado de São Paulo, o País todo, com seus 20 milliões
mare> junto a habil:u,(')es.
nifestaçõcs- sociais às condições eco nômicas não deixa dc ser uma simplifi cação caricata: elimina a complexa in terdependência das fiirças que atuam no meio social, onde a reciprocidade das
de hcctan.s de terras anualmente culti
vadas, necessitaria de 4 \'èxx*s mais, obtendo-se um total superior aos 30 milliões de toneladas anuais (|uc se con somem hoje nos Estados Unidos. É nossa opinião que íis necessidudt.-s
reais são ainda maiores, pois os dados estatísticos são falhos aqui cjn conse
qüência da baixa densidade da popu
lação (controle difícil) e ^ixo padrão de vida (incompreensão e falta de coo
Certamente, não foram reTalvez te
nham sido despr. /adas no eòmpulo, involunlàrianiente. v cn, .dgtins dos Esta
não estão fora do espírito, mas dentro dèlc.
Ela se interioriza: e fica intros-
rcaçíães suscita na mente do obser\'ador
pectivista, psicologista, delicada, nervo
unia noção mais sutil o maleávcl do
sa, cheia dc cacoetes incríveis. A ini ciação é demorada: ninguém a com-
É verdade (jiie o norte-amerie.ino cO'
matemática dc ftinçúo e.xprimc a opu-
picende logo. Iniciação de sensibilida
me muito melhor, cm .juaiifidade c principalmente em rpialidatle. do rpic O
1^'ncia lógica da "interdependência",
des tortuosas, aflitivas, contorcidas. A maioria fica cmbatucada, assuntando.
brasileiro.
gico.
Mas eerlos limites inferio
res não podem ser idtrapas ados, de modo que, parcee-níis, a área real anual mente cultivada no Brasil deve orçar
ovolvcr dos fenômenos.
Só a noção
hlas vamos a fatos no domínio socioló
Já foi percebido que o apogeu artíspor exemplo, não corresponde, histôricamcntc, com o econômico. Ao con
por uns 30 milhões dc^ hectares ou mes
mente cultivada no Brasil é bem maior
mo 35, falo ê'sle que elevaria a necessi
trário: ao declinar a pletora econômica c que começa a despontar o vigor artís
que os 20 milhões de liectares decla
dade anual de c-alcáreo a cpiase 20 mi
tico, embelezando a vida com suas cria
rados.
lliões de toneladas normalmente, isto é, eom o pll já corrigido, e a mais que 50 millicjes nos 1.5 jirimeiros anos des
ções. Por que? Porque a arte e.xige ócio período agudo, mobilizava as energias
tinados í\ elevação do píl das terras fl nível ccoiKjmico, conipatívol eom pro
humanas. Depois, toma-so possível a
dução agrícola racional.
e a acumulação da riqueza, no seu
existência da minoria ociosa, de sensibi
lidade refinada, cpio namora a poesia e as manifestações estéticas.
Então a arte procura ser agiadável, adulando os sentimentos e as idéias rei
nantes. É uma arte que trabalha para aumentar o conforto e o bem-estar de Certas camadas mais afortunadas, mas
Éiáiitoíífc'
se fecha para sonhar com as coisas belas
dos, cí.-flas áreas ípie não produ/em c.afé, algodao ou rnainona, c sim .ipenas iiiantiinento consumido no pnãprio local.
peração). Provàvclinente, a arca anual
Nos Estados Unidos, dos 500 milhões de hectares lioje cultiváveis (êste nú mero está subindo graças à irrigação de desertos), 200 milhões são cultiva dos anualmente, nutrindo 150 milhões de
(pie, neste ca.so, a arte passe a ser o véu doirado da fantasia cobrindo a rea lidade miserável. Arte esotérica, que
Ãífliíi i ^
Que será? Falta-lhe educação apropria da para penetrar o hermetismo. A dis tancia que se cava entre elite e -povo é sintomática.
Denuncia a incompreen
são nascida de modificações profundas
processadas nas fontes obscuras da pró pria vida social. Então, à tona da men talidade culta, que sintoniza com esses modismos Tatés de decomposição, apare cem os simuladores de renovação, de rebeldia c de liberdade. São modernis tas, futuristas, antropofagistas, existen cialistas e cabotinos.
Oferecem uma
caricatura da liberdade, da rebeldia e da renovação. Falam muito em revolu ção — e escandalizam o homem pacato
com o laço da gravata ou outra coisa inofensiva.
Não tomam a iniciativa do
trabalho nem rasgam horizontes. Estão
acaba esquecendo outras camadas afas tadas do gozo dos bens materiais. A
feridos de decadência.
distribuição dos réditos sociais, se au-
Os contorsionistas entram em cena. Na
Daí a procura frenética de ilusão.
• menta as desigualdades, pode agravar
arte, êles aparecem mais visíveis. Eram
a situação, determinando a desagregação das estruturas sociais, com reflexos sérios em todos os sentidos. Alguns exigem
outrora surrealiòias, dadaístas, satanistas.
Hoje, existencialistas. As fronteiras en tre Filosofia, Literatura e Arte desmo-
DlCESTO ECüNÓlkUCO
de calcáreo não eslacionain (como fi
cou suposto no côinpulo que íí/.cmos), SC ela fòr submetida à paslagein com
habitantes tr exporlando-se pouco. Aqui no Brasil, com i-\portaçáo notável dc produtos agrícolas e pccuáric-s. 50 mi
queimadas, como tão freqiientemenle
lhões de pesso.is nulrciii-sc, (li/ a es-
acontece. Sômcnle este falo pod»; aumentar a necessidade mínima de 2 para 3 riiilbõí-S de toneladas aniuiis, pois a extensão de tai.s terras é maior (jue a
t.itistica, (Ir 20 Miillincs (!•• lutl ires.
A CIÊNCIA ECONÔMICA E OS OBJETIVOS HUMANOS DjAcm Menezes
Ora, se um hcM.irc norlr-.imtTÍeano,
.iltami ntc produtivo, s(í suslcnt.i uma pessoa, como pod<- um lua l.ire lir.isileiro,
(Prof. cat. da Faculdade Nacional dc Filosofia)
das anualmente cultivadas. Se a necessidade anual de calcáreo
do baixa produtividade, sustentar (|uase
13 j;i.A(;i(>N.\n diretamente todas as nia-
3 pesso-is.-*
pode ser atualmente avaliada cm 9 nií-
Censcadas pe(jiii nas hortas, roças e po-
Ihões de toneladas no Estado de São Paulo, o País todo, com seus 20 milliões
mare> junto a habil:u,(')es.
nifestaçõcs- sociais às condições eco nômicas não deixa dc ser uma simplifi cação caricata: elimina a complexa in terdependência das fiirças que atuam no meio social, onde a reciprocidade das
de hcctan.s de terras anualmente culti
vadas, necessitaria de 4 \'èxx*s mais, obtendo-se um total superior aos 30 milliões de toneladas anuais (|uc se con somem hoje nos Estados Unidos. É nossa opinião que íis necessidudt.-s
reais são ainda maiores, pois os dados estatísticos são falhos aqui cjn conse
qüência da baixa densidade da popu
lação (controle difícil) e ^ixo padrão de vida (incompreensão e falta de coo
Certamente, não foram reTalvez te
nham sido despr. /adas no eòmpulo, involunlàrianiente. v cn, .dgtins dos Esta
não estão fora do espírito, mas dentro dèlc.
Ela se interioriza: e fica intros-
rcaçíães suscita na mente do obser\'ador
pectivista, psicologista, delicada, nervo
unia noção mais sutil o maleávcl do
sa, cheia dc cacoetes incríveis. A ini ciação é demorada: ninguém a com-
É verdade (jiie o norte-amerie.ino cO'
matemática dc ftinçúo e.xprimc a opu-
picende logo. Iniciação de sensibilida
me muito melhor, cm .juaiifidade c principalmente em rpialidatle. do rpic O
1^'ncia lógica da "interdependência",
des tortuosas, aflitivas, contorcidas. A maioria fica cmbatucada, assuntando.
brasileiro.
gico.
Mas eerlos limites inferio
res não podem ser idtrapas ados, de modo que, parcee-níis, a área real anual mente cultivada no Brasil deve orçar
ovolvcr dos fenômenos.
Só a noção
hlas vamos a fatos no domínio socioló
Já foi percebido que o apogeu artíspor exemplo, não corresponde, histôricamcntc, com o econômico. Ao con
por uns 30 milhões dc^ hectares ou mes
mente cultivada no Brasil é bem maior
mo 35, falo ê'sle que elevaria a necessi
trário: ao declinar a pletora econômica c que começa a despontar o vigor artís
que os 20 milhões de liectares decla
dade anual de c-alcáreo a cpiase 20 mi
tico, embelezando a vida com suas cria
rados.
lliões de toneladas normalmente, isto é, eom o pll já corrigido, e a mais que 50 millicjes nos 1.5 jirimeiros anos des
ções. Por que? Porque a arte e.xige ócio período agudo, mobilizava as energias
tinados í\ elevação do píl das terras fl nível ccoiKjmico, conipatívol eom pro
humanas. Depois, toma-so possível a
dução agrícola racional.
e a acumulação da riqueza, no seu
existência da minoria ociosa, de sensibi
lidade refinada, cpio namora a poesia e as manifestações estéticas.
Então a arte procura ser agiadável, adulando os sentimentos e as idéias rei
nantes. É uma arte que trabalha para aumentar o conforto e o bem-estar de Certas camadas mais afortunadas, mas
Éiáiitoíífc'
se fecha para sonhar com as coisas belas
dos, cí.-flas áreas ípie não produ/em c.afé, algodao ou rnainona, c sim .ipenas iiiantiinento consumido no pnãprio local.
peração). Provàvclinente, a arca anual
Nos Estados Unidos, dos 500 milhões de hectares lioje cultiváveis (êste nú mero está subindo graças à irrigação de desertos), 200 milhões são cultiva dos anualmente, nutrindo 150 milhões de
(pie, neste ca.so, a arte passe a ser o véu doirado da fantasia cobrindo a rea lidade miserável. Arte esotérica, que
Ãífliíi i ^
Que será? Falta-lhe educação apropria da para penetrar o hermetismo. A dis tancia que se cava entre elite e -povo é sintomática.
Denuncia a incompreen
são nascida de modificações profundas
processadas nas fontes obscuras da pró pria vida social. Então, à tona da men talidade culta, que sintoniza com esses modismos Tatés de decomposição, apare cem os simuladores de renovação, de rebeldia c de liberdade. São modernis tas, futuristas, antropofagistas, existen cialistas e cabotinos.
Oferecem uma
caricatura da liberdade, da rebeldia e da renovação. Falam muito em revolu ção — e escandalizam o homem pacato
com o laço da gravata ou outra coisa inofensiva.
Não tomam a iniciativa do
trabalho nem rasgam horizontes. Estão
acaba esquecendo outras camadas afas tadas do gozo dos bens materiais. A
feridos de decadência.
distribuição dos réditos sociais, se au-
Os contorsionistas entram em cena. Na
Daí a procura frenética de ilusão.
• menta as desigualdades, pode agravar
arte, êles aparecem mais visíveis. Eram
a situação, determinando a desagregação das estruturas sociais, com reflexos sérios em todos os sentidos. Alguns exigem
outrora surrealiòias, dadaístas, satanistas.
Hoje, existencialistas. As fronteiras en tre Filosofia, Literatura e Arte desmo-
Dicesto Econômico
70
ralizítnim-sc por suas correrias nos cor-
aludiu ao "poder in.slinti\'o de produzir
scís desenfreados, a título de gozarem a
notas musicais e ritmiis, dcseiudlvidos
liberdade. Contentam-se eom a aparên
desde a csc.d.i ítjfcrior da sf-rie animal"
cia da lilíer<lade: porque não se libertam realmente do passado, da perspectiva do
— poder lidado as «•mo<,õcs sexuais já
desespero e da aflição oriunda de prohindidades que sua
coasciència
não
apreende. Daí os nrcuos místicos ao passado, os anátemas contra a Hazão, os instintivismos, os automatismos, e outros
ümos violentos e quiméricos, que valem
apenas como síndromes para diagnosti car o mal da.s extremas fanatizadas. Retomemos ao fio do comentário. A Beleza e a Poesia não são a fri\'o!idade
filósofo amável e fácil que é a "inten sidade de nosso desejo que vai colorindf) de beleza aquilo que corresponde às so licitações do nosso espírito". Citou Su-
therland quando disse: "o céu jamais ficou azul para agradar nossos olhos; nossos oUios é que se desenvolveram
adaptados para encontrar prazer no azul do céu". E houve quem sugerisse o
problema: o olho grego percebeu o azul como nós o percebemos? A dú vida desponta da análise filológica de Homero — assunto de que prudente mente fugimos. Mas os naturalistas já haviam notado
(piefcDclo rc\i\'è-lo, mas antecipam o ínliiro. (piercmlo construí-lo.
mentos, ora apenas o processo de eli minação das variações indixiduais, pro
As n-belclias tem sua função histórica. Não tenhamos a xeleidade do crer que
estagjiação da sociedade.
çõcs pessoais.
Não eS(|ueçainos que duas grandes forças movem a personalidade: a hercditaricdadc social — transmissibilidade de
gias humanas. K sòmeitt»- no desenvol vimento da sociedade- humana, em cir cunstâncias socialmenle criadas, lorna-se
costumes, instituições, regras que disci plinam a conxàvéneia humana; e a hereditaricdadc hiológ,ica — transmissibilidad(: das conduta.s emocionais, reflexas,
inslinli\'as, cpie se desenvolvem no seio da \ida. Uma liga a personalidade ao
(juinlcssenciadas.
animal, outra ao humano.
As duas en
tremeiam-se, confundem-se no mesmo
l'oi assim fjuc se operou a cisão en tre utilidade (■ jyoesia. Amputaram a
processo.
poc.sia ficou sendo o néctar. o cpie ine
a resultante do passado animal, que vai entrar cm
lar a realidade, de dar lenitixos, de mor-
sua vida instintiva aci
contado
com a
periência social.
arte: cantos ou contos.
ditos — na arte, nu literatura, nu arqui-'
tetura. Não se deve negar simplistamentc o valor individual.
ram,
acima do coletivo, sua franquezii acima
pontaneidade acima do cálculo, seu egoísmo
(lir (piando os conflitos, as discórdias e misérias sociais alargaram e aprofunda A arte perdeu suas fontes natu
do convcncionalismo.
O que é natural dímana das profun
-
A história testemunha a função dos líderes
na
vida
dos
povos. Já está claro que nos referimos à elite do Pensamento, à
aristocracia
da inteli
gência, e jamais à aris
ex
ma da reflexiva, sua es
Quem cria é
sempre o indivíduo. A disseminação e deturpação na massa devolvem o produto posteriormente para o e.xercício dos eru
tocracia do sangue, fa lida social e biològica-
Daí
finizar, de evaclir, siimentc poderia sur-
O lUil continua sendo o fundamento da
O povo não é criador, é cotisercador - diz Reger Bastido. O romantismo di vulgou o mito da origem popular de
representa
artificiais, (pu- tece ilii.sões, e "liberta" da realidade. Mas esse intert^sse de ve
rais, (pie eram o seu maior segredo.
meros titeres para
❖
A criança es
ospoutànea,
bria e adormece, o (pie leva a paraí.sos
beleza.
duzindo aut(jmatos,
tá mais perto da fonte
utilidade social da poesia — ponjin- a
que os animais também são sensíveis à
víduo ao ambiente social e a seus regra-
(pie adotamos, segundo nossas prcdíle-
cm conexão com as necessitiailcs c ener
alheia a \'iíla, contrariando o sentimento
outra. Se fôsse apenas afeíçoar o indi
impomos à ilist()ria a Filosofia da época
dos fins naturais, 'feni conleinlo ativo,
coletivo, para recreações escoláslicas c
Disse imi
osfriain nas conteinplaç-ões do passado,
neidade obscura do pliiltim a serviço
do caráter, frustrando as energias modeladoras da personalidade.
criiuloras, (juando os cérebros não sc
estudado [>()r muitos sábios conto o nú cleo muis vix.iz cia produção estética. Tais sentimentos são tnobilizailos pela própria \ida, defhii (h- profundid.idcs da própria natun-/.a biológica, da esponta
feita arte, para devaneios amolecedores
77
Dlíí^-sTo Econômico
mente.
Pois essa aris
tocracia do pensamento mais se valoriza quanto
mais serve, no seu traballio, as aspira
ções coletivas. O valor individual cres ce quando o indivíduo se torna melhor
Darwín cscre\eu, no seu The Descenl
Estética, da Ciência, da Filosofia — que
didades da vida mesma, de tudo que o
of Man and Selection in Relation Io Sex,
sao técnicas para realização da Vída.
Ic. E o que se desenvolve socialmente
instrumento humano das realizações e desejos do grupo. As massas são facilmente exaltadas
mergulha também suas raízes na natu
pela demagogia dos agitadores baratos..
reza biológica do homem.
Desencadeadas, elas são primitivas; tu- ^
sobre a música vocal dos pássaros. Êles
Na iiilància dos povos clássicos, a poe
abemolam o canto nos momentos do
sia tem grande/a.
"flirt" para efeitos de sedução, em me lodias que exprimem o comportamento artístico dentro das finalidades amoro
mantismo, Hugo fareja o problema: "de que SC comp(')c essa grandeza?" indaga. "De utilidade: Orfeu aprisiona as feras,
sas!
Anfion edífíca cidades.
O naturalista admirável alcançou o
ponto fundamental do problema quando
passado animal guardou filogcnètícamen-
Num lanço de ro
Mas o problema educativo não está -* apenas na modelação das tendências, aptidões, afetividade, instintos, enjam-
Nas suas ori-.
brando-os dentro das gaiolas das tradi ções e crenças do grupo. A feição mais aprofundada do processo educativo é
gens, o verso tem f(')rça cívilizadora".
Essa poesia é a poesia das épocas
i
multuam, tempesteiam, ensangüentam,, abatem, destroem. Depois, como nas borrascas, amainam em paisagens de infortúnio.
Vendo só o indivíduo, um filósofo su
perficial arremessa perguntas dêste teor:
Dicesto Econômico
70
ralizítnim-sc por suas correrias nos cor-
aludiu ao "poder in.slinti\'o de produzir
scís desenfreados, a título de gozarem a
notas musicais e ritmiis, dcseiudlvidos
liberdade. Contentam-se eom a aparên
desde a csc.d.i ítjfcrior da sf-rie animal"
cia da lilíer<lade: porque não se libertam realmente do passado, da perspectiva do
— poder lidado as «•mo<,õcs sexuais já
desespero e da aflição oriunda de prohindidades que sua
coasciència
não
apreende. Daí os nrcuos místicos ao passado, os anátemas contra a Hazão, os instintivismos, os automatismos, e outros
ümos violentos e quiméricos, que valem
apenas como síndromes para diagnosti car o mal da.s extremas fanatizadas. Retomemos ao fio do comentário. A Beleza e a Poesia não são a fri\'o!idade
filósofo amável e fácil que é a "inten sidade de nosso desejo que vai colorindf) de beleza aquilo que corresponde às so licitações do nosso espírito". Citou Su-
therland quando disse: "o céu jamais ficou azul para agradar nossos olhos; nossos oUios é que se desenvolveram
adaptados para encontrar prazer no azul do céu". E houve quem sugerisse o
problema: o olho grego percebeu o azul como nós o percebemos? A dú vida desponta da análise filológica de Homero — assunto de que prudente mente fugimos. Mas os naturalistas já haviam notado
(piefcDclo rc\i\'è-lo, mas antecipam o ínliiro. (piercmlo construí-lo.
mentos, ora apenas o processo de eli minação das variações indixiduais, pro
As n-belclias tem sua função histórica. Não tenhamos a xeleidade do crer que
estagjiação da sociedade.
çõcs pessoais.
Não eS(|ueçainos que duas grandes forças movem a personalidade: a hercditaricdadc social — transmissibilidade de
gias humanas. K sòmeitt»- no desenvol vimento da sociedade- humana, em cir cunstâncias socialmenle criadas, lorna-se
costumes, instituições, regras que disci plinam a conxàvéneia humana; e a hereditaricdadc hiológ,ica — transmissibilidad(: das conduta.s emocionais, reflexas,
inslinli\'as, cpie se desenvolvem no seio da \ida. Uma liga a personalidade ao
(juinlcssenciadas.
animal, outra ao humano.
As duas en
tremeiam-se, confundem-se no mesmo
l'oi assim fjuc se operou a cisão en tre utilidade (■ jyoesia. Amputaram a
processo.
poc.sia ficou sendo o néctar. o cpie ine
a resultante do passado animal, que vai entrar cm
lar a realidade, de dar lenitixos, de mor-
sua vida instintiva aci
contado
com a
periência social.
arte: cantos ou contos.
ditos — na arte, nu literatura, nu arqui-'
tetura. Não se deve negar simplistamentc o valor individual.
ram,
acima do coletivo, sua franquezii acima
pontaneidade acima do cálculo, seu egoísmo
(lir (piando os conflitos, as discórdias e misérias sociais alargaram e aprofunda A arte perdeu suas fontes natu
do convcncionalismo.
O que é natural dímana das profun
-
A história testemunha a função dos líderes
na
vida
dos
povos. Já está claro que nos referimos à elite do Pensamento, à
aristocracia
da inteli
gência, e jamais à aris
ex
ma da reflexiva, sua es
Quem cria é
sempre o indivíduo. A disseminação e deturpação na massa devolvem o produto posteriormente para o e.xercício dos eru
tocracia do sangue, fa lida social e biològica-
Daí
finizar, de evaclir, siimentc poderia sur-
O lUil continua sendo o fundamento da
O povo não é criador, é cotisercador - diz Reger Bastido. O romantismo di vulgou o mito da origem popular de
representa
artificiais, (pu- tece ilii.sões, e "liberta" da realidade. Mas esse intert^sse de ve
rais, (pie eram o seu maior segredo.
meros titeres para
❖
A criança es
ospoutànea,
bria e adormece, o (pie leva a paraí.sos
beleza.
duzindo aut(jmatos,
tá mais perto da fonte
utilidade social da poesia — ponjin- a
que os animais também são sensíveis à
víduo ao ambiente social e a seus regra-
(pie adotamos, segundo nossas prcdíle-
cm conexão com as necessitiailcs c ener
alheia a \'iíla, contrariando o sentimento
outra. Se fôsse apenas afeíçoar o indi
impomos à ilist()ria a Filosofia da época
dos fins naturais, 'feni conleinlo ativo,
coletivo, para recreações escoláslicas c
Disse imi
osfriain nas conteinplaç-ões do passado,
neidade obscura do pliiltim a serviço
do caráter, frustrando as energias modeladoras da personalidade.
criiuloras, (juando os cérebros não sc
estudado [>()r muitos sábios conto o nú cleo muis vix.iz cia produção estética. Tais sentimentos são tnobilizailos pela própria \ida, defhii (h- profundid.idcs da própria natun-/.a biológica, da esponta
feita arte, para devaneios amolecedores
77
Dlíí^-sTo Econômico
mente.
Pois essa aris
tocracia do pensamento mais se valoriza quanto
mais serve, no seu traballio, as aspira
ções coletivas. O valor individual cres ce quando o indivíduo se torna melhor
Darwín cscre\eu, no seu The Descenl
Estética, da Ciência, da Filosofia — que
didades da vida mesma, de tudo que o
of Man and Selection in Relation Io Sex,
sao técnicas para realização da Vída.
Ic. E o que se desenvolve socialmente
instrumento humano das realizações e desejos do grupo. As massas são facilmente exaltadas
mergulha também suas raízes na natu
pela demagogia dos agitadores baratos..
reza biológica do homem.
Desencadeadas, elas são primitivas; tu- ^
sobre a música vocal dos pássaros. Êles
Na iiilància dos povos clássicos, a poe
abemolam o canto nos momentos do
sia tem grande/a.
"flirt" para efeitos de sedução, em me lodias que exprimem o comportamento artístico dentro das finalidades amoro
mantismo, Hugo fareja o problema: "de que SC comp(')c essa grandeza?" indaga. "De utilidade: Orfeu aprisiona as feras,
sas!
Anfion edífíca cidades.
O naturalista admirável alcançou o
ponto fundamental do problema quando
passado animal guardou filogcnètícamen-
Num lanço de ro
Mas o problema educativo não está -* apenas na modelação das tendências, aptidões, afetividade, instintos, enjam-
Nas suas ori-.
brando-os dentro das gaiolas das tradi ções e crenças do grupo. A feição mais aprofundada do processo educativo é
gens, o verso tem f(')rça cívilizadora".
Essa poesia é a poesia das épocas
i
multuam, tempesteiam, ensangüentam,, abatem, destroem. Depois, como nas borrascas, amainam em paisagens de infortúnio.
Vendo só o indivíduo, um filósofo su
perficial arremessa perguntas dêste teor:
I j i-
DlCBSTO Económioo
"De onde vem a ciência? Foi a multi
Ciência c da Arte no-lo mostra.
Ma>
dão que descobriu o telégrafo? As on
é a cies que dcvcnuis as conquistas
das infra-vermelhas? O radium? Foi a multidão que idealizou a estratégia de
contra a doença e contra as hostilida-
vu
Diokst<• Econó.n tico
IIukIo a 20Í5 - e 50t) milhões de ho mens ii iiuii.s piidiTam ter alimentação.
Pasleur, AVarrington e Winogradski, a grande nulriz do homem.
que vivem hoje sôbre a Terra bradam
Os dois bilhões de seres luimanos
Austerlitz?
Que escreveu a "Divina
menos infeliz e mais couseírnlt- cias fi
Comédia"?
Que esculpiu os frisos do
América do Norte desenvolvia a mecânica, conslniiiulo tratores colossais, «•m ári-.is consideráveis cultivadas —
nalidades da grande fainíli.i dos povos.
Partenon?
Que ergueu o monumento
outros povos, comprimidos na Europa,
aperreados entre fronteiras hostis, tribu
cas — iinico meio para a harmonização das luta.s desencadeadas no Planeta. A
tários cio "front" científico alemão, to mavam rumos diferentes: aperfeiçoavam
da era atômica, as perspectivas eston-
a microbiologia do solo, empregando a
tciam.
católico da "Suma Teológica"?
Qm-
criou a análise infinitesimal?" *
*
i'' O nosso filósofo de superfície vê semil'' pre, na massa, a agressividade primiti-
dc.s naturais.
hizcrain a huinaiiidade
O grande guia dos destinos liiimanos
e a Ciência. A Milnçâo í1{)s [mjhlcnias, na ordem social como na ordem natural, está a pender âa estudo cientifico. Pa
rece inútil dizc-lo, inas urge íjnc .sr forme a convicção nas clití-s re.sponsávcis.
aos responsáveis pelas soluções científi Ciência dá responsabilidade. No limiar
ação invisÍNci de milhões do bactérias na
A produção poderá mergulhar a hu
fertilização cpKuIrnplieada do solo. Duas agriculturas: a agricultura do Golias e a
manidade na abundância integral. E como serão minúsculas as questões so
•' _
va, a beslialidade de propósitos. Lcm-
tíc Du\ i. Os gigantes mcc:\nicos de açx>
ciais, os problemas da distribuição, as
'
bra-se sempre da plehs, de Tito Lívio, da fex urbis, de Cícero. Da multidão
e os seres microsccipicos do solo em
teorias enfczadinhas para justificar a
, que caçou Condorcet numa lio.spcdaria, - i-/ onde o sábio lia Horácio, para guilho-
'
tiná-lo. E Icmbrar-se-á de muitos ou-
1^ tros exemplos, de que está cheia a história do pensamento e dos- pensa
is dores. O paralelo será interminável. Mas, no fundo, não é inteiramente
,
verídico. A razão é bem simples. Ê : truísmo repetir que o indivíduo não se - explica senão pela sociedade, a que está
l" sempre ligado. O ponto de vista oposto , é defendido por uma sociologia mal informada ou tendenciosa, que amputa i, a integridade de seus problemas, conduzida por uma falsa compreensão da interdependência dos fatos sociais. '-it
r.
Os grandes renovadores e reformado-
'' res não se engrandeceram senão pela
correspondência com o meio onde agi ram. Tiveram sempre detratores e adversários, tanto mais terríveis quanto mais fortes. Mesmo os que foram consí-
derados grandes benfeitores da humani dade.
Qualquer livro sôbre a história da
Porque a ciência pacífica c cungraçu. Quando Licl)ig prova a ncces.sidade do
pota.ssio, cálcio c fósforo no solo, pro curou-se o adubo uzotado.
Ele abun
dava nos altiplanos bolivianos <• chileno», rnoldurados entre o Paciflci <.• os Andes. Aqueles pampas, onde se acumulavam o guano c o nitrato de sódio, deram ori
gem à luta entn- os dois países, a ehamacla "guerra do salitre".
O Chile
veneeu c fez o monopólio. A Europa,
pjra fertilizíir seus campos, ia atrás do sa itrc chileno, qm; encarecia sempre. as vé.speras da primcim grande guerra,
concurso para encher o cstõniago do
desigualdade, o monopólio, o desempre
homem. Uma nova página evocada da
go, a miséria!
Bíblia pela ciência.
alargamento do horizonte corresponde
policiais invisívci.s contra outros inimi
cinava Hugo. E acrescentava: "fia Polônias degoladas no horizonte. Todo meu cuidado - dizia um poeta - é a fumaça de um cigarro. Eu também me
gos in\isívcis? Acpicle rapaz que che gou a Pari.s, filho de um curtidor de Dólc, (jue nunca teve diploma de médi co, mas SC chamava Louis Pasleur. Gra
ças a êlc, tornou-se curável a doença do bicbo-da-sêda. Gurou-se a hidrofo-
bia. Foi ainda seu gênio que abriu ca minho u Koch para estabelecer o pro cesso de cura da tuberculose c do car
so um jjais consumidor pagou 170 mi
búnculo, c a Kothc e Dressel para des
lhões de marcos. Era necí.-.ssário abrir No silencio do labora
cobrir a síntese do "Germain". E assim SC curou a doença do sono, o que per
tório, Fritz Habcr, conlinuanclí) o traba
mitiu a exploração de vastas regiões da
novo caminho.
lho do Prof. Ncrnst, estabelece os pro
cessos catalizadorcs joara fi.xar o azóto atmosférico. .Subitamente acabou-se a
luta econômica e c,\tinguiu-sc o monopó lio. Milagre da ciência, pacificando. Qucreis \'cr a ciência multiplicando os pães?
Basta delctrear as páginas da agricul tura moderna. Uni belo dia, o Dr. Kuntz, por meio de correntes elétricas, reduz o atrito onlrc o aço c o solo nio-
A Ciência alarga horizontes. E a todo
M:is (piem tornou possível o apelo aos micro-organismos, agindo como forças
-África.
A biologia do solo constituiu-se, com
um "crescimento de consciência - yati-
preocupo com uma fumaça, a fumaça ^ das cidades que ardem, longe". Nas suas interinidades de profeta, o velho de Guemesey soltou frases gran
diloqüentes. As coincidências eventuais fizeram o resto. Mas os anseios de fe licidade sem ódio vêm de longe. Já falaram nas longínquas tardes da Pales
tina — em palavras que estão ainda vivas, ressoando, aos ouvidos da hu manidade.
-.1
I j i-
DlCBSTO Económioo
"De onde vem a ciência? Foi a multi
Ciência c da Arte no-lo mostra.
Ma>
dão que descobriu o telégrafo? As on
é a cies que dcvcnuis as conquistas
das infra-vermelhas? O radium? Foi a multidão que idealizou a estratégia de
contra a doença e contra as hostilida-
vu
Diokst<• Econó.n tico
IIukIo a 20Í5 - e 50t) milhões de ho mens ii iiuii.s piidiTam ter alimentação.
Pasleur, AVarrington e Winogradski, a grande nulriz do homem.
que vivem hoje sôbre a Terra bradam
Os dois bilhões de seres luimanos
Austerlitz?
Que escreveu a "Divina
menos infeliz e mais couseírnlt- cias fi
Comédia"?
Que esculpiu os frisos do
América do Norte desenvolvia a mecânica, conslniiiulo tratores colossais, «•m ári-.is consideráveis cultivadas —
nalidades da grande fainíli.i dos povos.
Partenon?
Que ergueu o monumento
outros povos, comprimidos na Europa,
aperreados entre fronteiras hostis, tribu
cas — iinico meio para a harmonização das luta.s desencadeadas no Planeta. A
tários cio "front" científico alemão, to mavam rumos diferentes: aperfeiçoavam
da era atômica, as perspectivas eston-
a microbiologia do solo, empregando a
tciam.
católico da "Suma Teológica"?
Qm-
criou a análise infinitesimal?" *
*
i'' O nosso filósofo de superfície vê semil'' pre, na massa, a agressividade primiti-
dc.s naturais.
hizcrain a huinaiiidade
O grande guia dos destinos liiimanos
e a Ciência. A Milnçâo í1{)s [mjhlcnias, na ordem social como na ordem natural, está a pender âa estudo cientifico. Pa
rece inútil dizc-lo, inas urge íjnc .sr forme a convicção nas clití-s re.sponsávcis.
aos responsáveis pelas soluções científi Ciência dá responsabilidade. No limiar
ação invisÍNci de milhões do bactérias na
A produção poderá mergulhar a hu
fertilização cpKuIrnplieada do solo. Duas agriculturas: a agricultura do Golias e a
manidade na abundância integral. E como serão minúsculas as questões so
•' _
va, a beslialidade de propósitos. Lcm-
tíc Du\ i. Os gigantes mcc:\nicos de açx>
ciais, os problemas da distribuição, as
'
bra-se sempre da plehs, de Tito Lívio, da fex urbis, de Cícero. Da multidão
e os seres microsccipicos do solo em
teorias enfczadinhas para justificar a
, que caçou Condorcet numa lio.spcdaria, - i-/ onde o sábio lia Horácio, para guilho-
'
tiná-lo. E Icmbrar-se-á de muitos ou-
1^ tros exemplos, de que está cheia a história do pensamento e dos- pensa
is dores. O paralelo será interminável. Mas, no fundo, não é inteiramente
,
verídico. A razão é bem simples. Ê : truísmo repetir que o indivíduo não se - explica senão pela sociedade, a que está
l" sempre ligado. O ponto de vista oposto , é defendido por uma sociologia mal informada ou tendenciosa, que amputa i, a integridade de seus problemas, conduzida por uma falsa compreensão da interdependência dos fatos sociais. '-it
r.
Os grandes renovadores e reformado-
'' res não se engrandeceram senão pela
correspondência com o meio onde agi ram. Tiveram sempre detratores e adversários, tanto mais terríveis quanto mais fortes. Mesmo os que foram consí-
derados grandes benfeitores da humani dade.
Qualquer livro sôbre a história da
Porque a ciência pacífica c cungraçu. Quando Licl)ig prova a ncces.sidade do
pota.ssio, cálcio c fósforo no solo, pro curou-se o adubo uzotado.
Ele abun
dava nos altiplanos bolivianos <• chileno», rnoldurados entre o Paciflci <.• os Andes. Aqueles pampas, onde se acumulavam o guano c o nitrato de sódio, deram ori
gem à luta entn- os dois países, a ehamacla "guerra do salitre".
O Chile
veneeu c fez o monopólio. A Europa,
pjra fertilizíir seus campos, ia atrás do sa itrc chileno, qm; encarecia sempre. as vé.speras da primcim grande guerra,
concurso para encher o cstõniago do
desigualdade, o monopólio, o desempre
homem. Uma nova página evocada da
go, a miséria!
Bíblia pela ciência.
alargamento do horizonte corresponde
policiais invisívci.s contra outros inimi
cinava Hugo. E acrescentava: "fia Polônias degoladas no horizonte. Todo meu cuidado - dizia um poeta - é a fumaça de um cigarro. Eu também me
gos in\isívcis? Acpicle rapaz que che gou a Pari.s, filho de um curtidor de Dólc, (jue nunca teve diploma de médi co, mas SC chamava Louis Pasleur. Gra
ças a êlc, tornou-se curável a doença do bicbo-da-sêda. Gurou-se a hidrofo-
bia. Foi ainda seu gênio que abriu ca minho u Koch para estabelecer o pro cesso de cura da tuberculose c do car
so um jjais consumidor pagou 170 mi
búnculo, c a Kothc e Dressel para des
lhões de marcos. Era necí.-.ssário abrir No silencio do labora
cobrir a síntese do "Germain". E assim SC curou a doença do sono, o que per
tório, Fritz Habcr, conlinuanclí) o traba
mitiu a exploração de vastas regiões da
novo caminho.
lho do Prof. Ncrnst, estabelece os pro
cessos catalizadorcs joara fi.xar o azóto atmosférico. .Subitamente acabou-se a
luta econômica e c,\tinguiu-sc o monopó lio. Milagre da ciência, pacificando. Qucreis \'cr a ciência multiplicando os pães?
Basta delctrear as páginas da agricul tura moderna. Uni belo dia, o Dr. Kuntz, por meio de correntes elétricas, reduz o atrito onlrc o aço c o solo nio-
A Ciência alarga horizontes. E a todo
M:is (piem tornou possível o apelo aos micro-organismos, agindo como forças
-África.
A biologia do solo constituiu-se, com
um "crescimento de consciência - yati-
preocupo com uma fumaça, a fumaça ^ das cidades que ardem, longe". Nas suas interinidades de profeta, o velho de Guemesey soltou frases gran
diloqüentes. As coincidências eventuais fizeram o resto. Mas os anseios de fe licidade sem ódio vêm de longe. Já falaram nas longínquas tardes da Pales
tina — em palavras que estão ainda vivas, ressoando, aos ouvidos da hu manidade.
-.1
'.v- \ 1,1 m Digest<i
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SOCIAL DA
ESTRUTURA ETARIA DA POPULAÇÃO (Capííulo
T
social. De um lado, ela representa um capital investido e um dos fatores
do processo produtivo; c, de outro lado, suas unidades discretas, os indivíduos^ são receptores e produtores de cultura c,
/
portanto, condição da existência da so ciedade.
Cada indivíduo é um capital realiza do. Na sua criação e manutenção, em pregam-se capitais cuja compensação 6
lícito esperar. A morte do indivíduo é
assim, uma perda de capital. Adolphe Quetelet estimava, em 1828, que os
h sesóbitosBai.xos de menores de 13 ano.s nos Paí correspondiam à perda de uma soma igual a 2/3 do orçamento do Estado. Todavia, o cálculo do valor
econômico do homem teria de operar com tantas variávei.s que dificilmente se
conseguirá obte-io com precisão. Esta dificuldade não impediu que vários es tudiosos propusessem alguns processos e estimativas do valor do animal humano.
As indagações sobre o valor econômi co do homem foram freqüentes desde a alta antigüidade. Em todas as socie dades escravocratas, ou de índole guer reira, os senhores e dirigentes procede ram a estimações desta natureza.
Foram, porem, os economistas que, a
partir do fim do século XVII, procura
exercer uma dessas funções que exigem exlr;iorilinária
r econômico do hotiicm. l-lin sua obra lolitical Arithmetick, or a Discourse Concerning thc Kxlcnl and Value of
destreza
c
habilidade,
podí* ser comparado a uma dessas má quinas caras. (I trabalho que aprende
8uponhamo.s que o povo da
nglaterra seja dc; s«-is milijõc.s dv almas; que .sua dc.spe.sa. ;i 7 libras par capita,
nhamos também cpu- a n-nd;i das terras
a toniar-lhcs feliz o lar, e criar-Iiies os
fillios vigoro.sos dc corpo o espírito, do modo sincero, limpo, meigo e corajo
5»ua ecluc-ação com. pelo menos, os lueros ciimins cie um capital igualmente
so". (4).
^'alioso
tribuições mais decisivas neste campo
l". terá que fazê-lo dentro dc
^csnía forma cpie a duração mais ccr-
iuja de oilo 3iiilhõcs, c o lucro anual de as as propriedades pessoais seja de
h* d l miujiüna.
oito nuliiocs mais; deve isso significar que o trabalho do povo deve ler suprido
tratar o custo da produção dc um ho mem eficiente como problema isolado. Ê.sse custo tem que ser considerado como parte do problema mais amplo do custo da produção de homens eficientes, juntamente com as muUwres capacitadas
executar, retribuído acima do salário
um pra'.o razoá\'el. tendo em vista a du ração tão incerta da vida humana, da
suja de qt.arenla e dois milhões; supo
vêzes tomar como unidade a família. Em
qualquer circunstância, não podemos
do trabiilbador comum, o ressarcirá — c
tle esperar-se — de tôda a despesa de
Lands, People, Uuilding, t.-lc" ( 1 ), es creveu:
Uin liomcm educado à cus
ta dc muito traballio e tempo, para
Gknésio Ramos
POPULAÇÃO é um bem econômico e
81
gaste, ressarcirá (6 dc csperar-sc) o capit;»! empregavlo. pelo menos com lucros ordinários.
li^ro a sair no México, cm edição ,ln
Instituto de Investigacianca Sociales)
Econômico
A diferença entre os
Fmst Engcl é autor de uma das con do conhecimento.
Seu conceito de su
perpopulação parece perfeitamente acei tável. ainda hoje, sobretudo nos países subdesen\ olvidos. Diz Engcl sobre esta
salários cios tr;ibalhadores c\sjX!CÍalizados
matéria:
^ os dos trabalhadores comuns bascia-sc
espírito são o melhor capital ou banco de poupança dos pais, embora as eco
neste princípio". (2).
"Crianças sadias dc corpo e
os Vinte (• seis milhões restantes, os quais, multiplicados por vinte (a ma.ssa humanidade valendo vinte ano.s dc
^'illiani F;irr elaborou um método dc u\ali:içao econômica do bomcm, ado
afirmação está sujeita às restrições im
quin lentos e vinte milhões como valor
tado atualmente por Dublin c Lotka e
postas pela definição do 'Valor social"
l^m
compras, tanto (juanto terra) perfazem
todo o povo, cifra c.sta que, dividiP«r seis milhões, dá mais de 80 libras
como valor de cada ser humano, homem, mu icT e criança, e, quanto às pessoas
(CcselhcJioftswcrt). Será difícil negar-
se que das boas crianças resultam seres
jasear cpialcpier estimativa do valor do
Jiumancs úteis. Mas se não houver pro
noniem.
cura para essa utilidade, se a demanda já estiver mais que satisfeita, pode, fa cilmente, acontecer que o capital inves
Êste método, em c.-^sôncia, no
nr atual de seus futuros ganiios líquidos, isto c% .seus ganhos futuros, deduzido o
para o exterior, a serviço de príncipes estrangeiros".
No século XVIII, Adam Smith reto
por estes técnicos considerado como o
^'alnr de um indivíduo típico dc deterjninada eapaeidacle de ganlio como o va-
temos sofrido pela peste, pela matança e homens na guerra e por mandá-los ■ w. • A
nomias sejam em benefício das crianças e não dos pais. É \'erdadc que esta
pudrao fundamental em que se deve ^ '^-fr d(« Dublin c Lotka, "computa o
u u a.s, duas vezes mais; daí, podere mos chegar a computar a perda (]ue
mou as idéias dc Petty c as desen volveu em sua obra "The Wealtli
1853, o bio-estatístico inglês
•Seu eusto de vida pc^s.soal, dando-se o d esconto das probabilidades de morte, ^ acordo com as tabelas de sobrevi^^'ncia". (3).
tido nos crianças venha, apesar disso, a trazer pouco ou nenhum lucro na época ou no lugar em apróço. É neste caso que dizemos que há superpopulação e que imaginamos tôda espécie de planos para remediar tal problema". (5). Na avaliação do custo do homem, a
of Nations" (1776). A idéia do homem como capital. Adam SmitJi
Ainda do século passado são os tra-
primeira escala que Engel usou consis
nallios de J. 'VVittstcin, R. Lütdge, Alfred Marsliall e Ernst Engel.
tia em considerar o valor da criança co
do se monta uma máquina dispendiosa,
cipies of Economics (1890) escreveu:
ram estudar esta questão de maneira sistemática e não empírica, como ocorria até então. Sir William Petty (16231687) é o autor da primeira estimativa
o trabalho extraordinário a ser executa
mais ou menos científica sobre o valor
do pela mesma, antes que ela se des-
a formula nos scginnte.s lermos; "Quan
Alfred Marshall, cm seu famoso Prin
Na estimativa do custo da produção de traballio eficiente, devemos muitas
mo equii'alcntc à metade do de um adulto. A segunda escala que elaborou é tècnicamente mais apurada e foi lar gamente empregada na Europa. Tem por unidade o "quet", assim chamada
'.v- \ 1,1 m Digest<i
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SOCIAL DA
ESTRUTURA ETARIA DA POPULAÇÃO (Capííulo
T
social. De um lado, ela representa um capital investido e um dos fatores
do processo produtivo; c, de outro lado, suas unidades discretas, os indivíduos^ são receptores e produtores de cultura c,
/
portanto, condição da existência da so ciedade.
Cada indivíduo é um capital realiza do. Na sua criação e manutenção, em pregam-se capitais cuja compensação 6
lícito esperar. A morte do indivíduo é
assim, uma perda de capital. Adolphe Quetelet estimava, em 1828, que os
h sesóbitosBai.xos de menores de 13 ano.s nos Paí correspondiam à perda de uma soma igual a 2/3 do orçamento do Estado. Todavia, o cálculo do valor
econômico do homem teria de operar com tantas variávei.s que dificilmente se
conseguirá obte-io com precisão. Esta dificuldade não impediu que vários es tudiosos propusessem alguns processos e estimativas do valor do animal humano.
As indagações sobre o valor econômi co do homem foram freqüentes desde a alta antigüidade. Em todas as socie dades escravocratas, ou de índole guer reira, os senhores e dirigentes procede ram a estimações desta natureza.
Foram, porem, os economistas que, a
partir do fim do século XVII, procura
exercer uma dessas funções que exigem exlr;iorilinária
r econômico do hotiicm. l-lin sua obra lolitical Arithmetick, or a Discourse Concerning thc Kxlcnl and Value of
destreza
c
habilidade,
podí* ser comparado a uma dessas má quinas caras. (I trabalho que aprende
8uponhamo.s que o povo da
nglaterra seja dc; s«-is milijõc.s dv almas; que .sua dc.spe.sa. ;i 7 libras par capita,
nhamos também cpu- a n-nd;i das terras
a toniar-lhcs feliz o lar, e criar-Iiies os
fillios vigoro.sos dc corpo o espírito, do modo sincero, limpo, meigo e corajo
5»ua ecluc-ação com. pelo menos, os lueros ciimins cie um capital igualmente
so". (4).
^'alioso
tribuições mais decisivas neste campo
l". terá que fazê-lo dentro dc
^csnía forma cpie a duração mais ccr-
iuja de oilo 3iiilhõcs, c o lucro anual de as as propriedades pessoais seja de
h* d l miujiüna.
oito nuliiocs mais; deve isso significar que o trabalho do povo deve ler suprido
tratar o custo da produção dc um ho mem eficiente como problema isolado. Ê.sse custo tem que ser considerado como parte do problema mais amplo do custo da produção de homens eficientes, juntamente com as muUwres capacitadas
executar, retribuído acima do salário
um pra'.o razoá\'el. tendo em vista a du ração tão incerta da vida humana, da
suja de qt.arenla e dois milhões; supo
vêzes tomar como unidade a família. Em
qualquer circunstância, não podemos
do trabiilbador comum, o ressarcirá — c
tle esperar-se — de tôda a despesa de
Lands, People, Uuilding, t.-lc" ( 1 ), es creveu:
Uin liomcm educado à cus
ta dc muito traballio e tempo, para
Gknésio Ramos
POPULAÇÃO é um bem econômico e
81
gaste, ressarcirá (6 dc csperar-sc) o capit;»! empregavlo. pelo menos com lucros ordinários.
li^ro a sair no México, cm edição ,ln
Instituto de Investigacianca Sociales)
Econômico
A diferença entre os
Fmst Engcl é autor de uma das con do conhecimento.
Seu conceito de su
perpopulação parece perfeitamente acei tável. ainda hoje, sobretudo nos países subdesen\ olvidos. Diz Engcl sobre esta
salários cios tr;ibalhadores c\sjX!CÍalizados
matéria:
^ os dos trabalhadores comuns bascia-sc
espírito são o melhor capital ou banco de poupança dos pais, embora as eco
neste princípio". (2).
"Crianças sadias dc corpo e
os Vinte (• seis milhões restantes, os quais, multiplicados por vinte (a ma.ssa humanidade valendo vinte ano.s dc
^'illiani F;irr elaborou um método dc u\ali:içao econômica do bomcm, ado
afirmação está sujeita às restrições im
quin lentos e vinte milhões como valor
tado atualmente por Dublin c Lotka e
postas pela definição do 'Valor social"
l^m
compras, tanto (juanto terra) perfazem
todo o povo, cifra c.sta que, dividiP«r seis milhões, dá mais de 80 libras
como valor de cada ser humano, homem, mu icT e criança, e, quanto às pessoas
(CcselhcJioftswcrt). Será difícil negar-
se que das boas crianças resultam seres
jasear cpialcpier estimativa do valor do
Jiumancs úteis. Mas se não houver pro
noniem.
cura para essa utilidade, se a demanda já estiver mais que satisfeita, pode, fa cilmente, acontecer que o capital inves
Êste método, em c.-^sôncia, no
nr atual de seus futuros ganiios líquidos, isto c% .seus ganhos futuros, deduzido o
para o exterior, a serviço de príncipes estrangeiros".
No século XVIII, Adam Smith reto
por estes técnicos considerado como o
^'alnr de um indivíduo típico dc deterjninada eapaeidacle de ganlio como o va-
temos sofrido pela peste, pela matança e homens na guerra e por mandá-los ■ w. • A
nomias sejam em benefício das crianças e não dos pais. É \'erdadc que esta
pudrao fundamental em que se deve ^ '^-fr d(« Dublin c Lotka, "computa o
u u a.s, duas vezes mais; daí, podere mos chegar a computar a perda (]ue
mou as idéias dc Petty c as desen volveu em sua obra "The Wealtli
1853, o bio-estatístico inglês
•Seu eusto de vida pc^s.soal, dando-se o d esconto das probabilidades de morte, ^ acordo com as tabelas de sobrevi^^'ncia". (3).
tido nos crianças venha, apesar disso, a trazer pouco ou nenhum lucro na época ou no lugar em apróço. É neste caso que dizemos que há superpopulação e que imaginamos tôda espécie de planos para remediar tal problema". (5). Na avaliação do custo do homem, a
of Nations" (1776). A idéia do homem como capital. Adam SmitJi
Ainda do século passado são os tra-
primeira escala que Engel usou consis
nallios de J. 'VVittstcin, R. Lütdge, Alfred Marsliall e Ernst Engel.
tia em considerar o valor da criança co
do se monta uma máquina dispendiosa,
cipies of Economics (1890) escreveu:
ram estudar esta questão de maneira sistemática e não empírica, como ocorria até então. Sir William Petty (16231687) é o autor da primeira estimativa
o trabalho extraordinário a ser executa
mais ou menos científica sobre o valor
do pela mesma, antes que ela se des-
a formula nos scginnte.s lermos; "Quan
Alfred Marshall, cm seu famoso Prin
Na estimativa do custo da produção de traballio eficiente, devemos muitas
mo equii'alcntc à metade do de um adulto. A segunda escala que elaborou é tècnicamente mais apurada e foi lar gamente empregada na Europa. Tem por unidade o "quet", assim chamada
82 ' •
hio^o ecos^
en» homenagem a Qiictelct. O "qncl"
dert, Zeitiín. A. H.irrioi e H. BcMg. De
corresponde ao custo de uma criaiiqa
pois de 1030, os csiudiosos m.iir. conhe
antes do nascimento cr duranle o mesmo.
cidos e cit.ulos líi slr raiiio do conheci
A partir daí. o custo do indivíduo
mento s.lo (ÍHifoio Mort.ir.i. Ida .Mcycr,
aumenta 0,1 c;ida ano, até a idade de
J. H. Walsli. f.íinis I. Duldin e Alfretí
20 anos pura a mulher o 25 anos para
J. Lotk.í.
juros do capital que èle produziu du rante sua vida ativa, a dependência do
vente no décimo quinto aniversário as
menor de 15 anos é custeada sem ne
cendo a 8.355 cruzeiros, de acordo com
nhuma compensação econômica. Assim,
o nível dí).s proço.s do 1939. Nesta esti
se o jovem morre antes do décimo quin
mativa não o.slá itícluído o valor monetá
to ani\ers;iiio, considera-se o evento co
I''.m tr.iliailio aprc-setitado ern al)rí! dc
"quct" são respectivamente 3.0 e 3,5.
18S7. ao Instituto luloru.ieional cie Es-
rio dos .sorviço.s pr<'slados gratuitamen te, como, por exemplo, o da amamenta
tati.slica, L(i ('f}m(>iuiit<jtUni r(niitnc Mcsurt: (lu Hiciièlrc <lcs Indii iiltis. ilcs Fa-
ção materna. Por outro lado, adverte o prof. Mortani (seu estudo foi realizado
mo uma perda de capital. Ê, pois, econòmicamcntc importante que a tax'a de sobrevivência das gerações seja tão alta quanto possível. No Brasil, a alta mor
eni fevereiro de 1946) que, no nível atnal <le preços, muito superior ao dc
talidade de indivíduos em idades moças é um dos fatores do fraco rendimento
19.30, p possível que a despesa total dos brasileiros já se aproxime do dôbro da
econónúco de sua população. Pode-se estimar que cm cada 100.000 homens nascidos vivos, no município de São Paulo, apenas 76.499 atingem o décimo quinto aniversário, e, em Recife, apenas 57.161 atingem essa idade. Nos Estado.s Unidos, porém, de 100.000 homens
seguinte modo:
millcs Cl dcs Natiom, língel avaliou cm Idade
Custo relativo
100 marcos o montante das de.spcsas
(ambos os sexos)
feitas com um recém-nascido da classc
O ...
1
operária, antes e diir.mle o nascimento.
1 ano
1,1 1,2
Na elaborarão dos cálculos do valor econômico do homem, pretendem os seus autores computar as despesas com
2
anos
3
fl
4
ft
1.3 1.4 1,5 1.6
,,
5 6
7 8 9
10 11
12 13 14
15 16 17 18
if
ção, materiais chr construção, abrigo, veslimcntu, educação c até relações so ciais. O custo do formidável trabalho
1,7 ff
1.8 1,9
>9 ,,
de trazer e preparar um indivíduo ale a
tt
adolescência — informa o dr.
2 tt
tt
tt
tt
tt
tt
tt
tf
99
anos tt
Lolka ao "custo da instalação" de uma indústria. (6). J- D. Laux, em estudo do 1944, es timou que, na América do Norte, o va lor de um recém-nascido é de cerca de 9.000 dólares (ou cèrea do 1<S().000 cruzeiros, na convor.são do dr. Castro
Barreto). (7). As estimativas do Lotka
3
20
.. .. .. .. ou mais ....
Castro
Barreto — é comparado por Dublin c
2,1 2,2 2,3 2.4 2.5 2,6 2,7 2,8 2,9
19
21 22
cuidados pré-natais, cuidados médi cos ou cons(rrvarão cia saúde, alimenta
tf
ft
'
O prof. Cíiorgio Mortara estimou que, no Brasil, :i despesa média do sobrevi
o homem, cujos valores em tênnos do
Esta e.scala jwdc ser representada do
.
83
Dicksto Econômico
o Dublin são mais hai.xas. Elas só con
H
Aí
sideram o investimento privado na cria
3,1 3,2 3,3 3,4 3,5
3
ção do indivíduo, dcspreziindo o valof
3
dos serviços pessoai.s cia mão o o custo
quela d<* há 7 anos. (9). P.ni obra editada em 1944, o dr. Cas
tro Barreto estimou que a mortalida
de nas idades moças causa no Brasil um Prejuí/o anual de cerca de Cr.$
13.376.000.128,00. É ób vio cpie essas estimativas devem ser usadas com muitas re servas. Ao mencioná-las aqui uao .SC tem outro propósito se não o de introduzir o leitor na
percepção da existência de uma
nascidos vivos (10) 93.089 so
brevivem até o décimo quinto
aniversário. No período de 1939\ 1941, a quota média atribuível a cada sobrevivente no 15.° ani
versário, das despesas para a criação dos falecidos antes dessa
idade, seria, segundo Mortara,
economia humana, ou seja, na percepção de que o animal humano é
assim distribuída: em Recife, 206,53;
nni bem econômico, como qualquer uni-
em Salvador, 169,22 ; em Porto Alegre,
di^de de um rebanho. h)o ponto de vista econômico, a po
pulação humana compõe-se de indiví
duos produtivos e de indivíduos depen dentes. Crosso modo, podem-se conside'"nr como dependentes, no Brasil, os me nores dc 15 anos e os maiores dc 60
nnos. Supõe-se que até os quinze anos
125,81; no Distrito Federal, 121,65: em
São Paulo (município) 91,97; no Bra sil, em conjunto (1890-920), 149,98. Na Suécia (1931-35), essa mesma quo
ta foi estimada por Mortara em 37,08; e em 26,71 no Estados Unidos (população branca). (11). No mesmo período de 1939-1941, enquanto o custo da criação
3
da educação pública e dc outros scr\'i-
3
ços da comunidade que não são pagos diretamente, como, por exemplo, certos cuidados médicos. Cerca de 9.862 dó
n homem está sendo preparado para a ^ída ativa o, nestas condições, c objeto
seria nos Estados Unidos
do de.spcsas. O adulto maior de 60
branca) dc cerca de 5.695, no municí
«inos também é considerado dependente,
pio de São Paulo seria de 14.517 e em
Os trabalhos mais salientes, sobre o
lares, na base de preços de 1935-1936,
pelo fato de que se supõe retirar-se, nes-
Recife de 24.797. (12).
custo do homem, neste século, até 1916, são os de J. S. Nicholson, Miles M. Dawson, Irving Fisher, Lindheim, Bie-
6 quanto se gastariam nos Estados Uni dos, segundo Lotka o Dublin, na cria ção de um indivíduo até os 18 anos. (8).
idade, do processo produtivo. Mas, enquanto a dependência do maior de 60
indivíduos entre 15 e 60 anos de idade,
unos SC custeia, por assim dizer, com os
que produz o dividendo nacional. -Por-
tf
23
24 25
ft
3
dos falecidos antes do 15.° aniversário
(população
É a população ativa, o conjunto de
82 ' •
hio^o ecos^
en» homenagem a Qiictelct. O "qncl"
dert, Zeitiín. A. H.irrioi e H. BcMg. De
corresponde ao custo de uma criaiiqa
pois de 1030, os csiudiosos m.iir. conhe
antes do nascimento cr duranle o mesmo.
cidos e cit.ulos líi slr raiiio do conheci
A partir daí. o custo do indivíduo
mento s.lo (ÍHifoio Mort.ir.i. Ida .Mcycr,
aumenta 0,1 c;ida ano, até a idade de
J. H. Walsli. f.íinis I. Duldin e Alfretí
20 anos pura a mulher o 25 anos para
J. Lotk.í.
juros do capital que èle produziu du rante sua vida ativa, a dependência do
vente no décimo quinto aniversário as
menor de 15 anos é custeada sem ne
cendo a 8.355 cruzeiros, de acordo com
nhuma compensação econômica. Assim,
o nível dí).s proço.s do 1939. Nesta esti
se o jovem morre antes do décimo quin
mativa não o.slá itícluído o valor monetá
to ani\ers;iiio, considera-se o evento co
I''.m tr.iliailio aprc-setitado ern al)rí! dc
"quct" são respectivamente 3.0 e 3,5.
18S7. ao Instituto luloru.ieional cie Es-
rio dos .sorviço.s pr<'slados gratuitamen te, como, por exemplo, o da amamenta
tati.slica, L(i ('f}m(>iuiit<jtUni r(niitnc Mcsurt: (lu Hiciièlrc <lcs Indii iiltis. ilcs Fa-
ção materna. Por outro lado, adverte o prof. Mortani (seu estudo foi realizado
mo uma perda de capital. Ê, pois, econòmicamcntc importante que a tax'a de sobrevivência das gerações seja tão alta quanto possível. No Brasil, a alta mor
eni fevereiro de 1946) que, no nível atnal <le preços, muito superior ao dc
talidade de indivíduos em idades moças é um dos fatores do fraco rendimento
19.30, p possível que a despesa total dos brasileiros já se aproxime do dôbro da
econónúco de sua população. Pode-se estimar que cm cada 100.000 homens nascidos vivos, no município de São Paulo, apenas 76.499 atingem o décimo quinto aniversário, e, em Recife, apenas 57.161 atingem essa idade. Nos Estado.s Unidos, porém, de 100.000 homens
seguinte modo:
millcs Cl dcs Natiom, língel avaliou cm Idade
Custo relativo
100 marcos o montante das de.spcsas
(ambos os sexos)
feitas com um recém-nascido da classc
O ...
1
operária, antes e diir.mle o nascimento.
1 ano
1,1 1,2
Na elaborarão dos cálculos do valor econômico do homem, pretendem os seus autores computar as despesas com
2
anos
3
fl
4
ft
1.3 1.4 1,5 1.6
,,
5 6
7 8 9
10 11
12 13 14
15 16 17 18
if
ção, materiais chr construção, abrigo, veslimcntu, educação c até relações so ciais. O custo do formidável trabalho
1,7 ff
1.8 1,9
>9 ,,
de trazer e preparar um indivíduo ale a
tt
adolescência — informa o dr.
2 tt
tt
tt
tt
tt
tt
tt
tf
99
anos tt
Lolka ao "custo da instalação" de uma indústria. (6). J- D. Laux, em estudo do 1944, es timou que, na América do Norte, o va lor de um recém-nascido é de cerca de 9.000 dólares (ou cèrea do 1<S().000 cruzeiros, na convor.são do dr. Castro
Barreto). (7). As estimativas do Lotka
3
20
.. .. .. .. ou mais ....
Castro
Barreto — é comparado por Dublin c
2,1 2,2 2,3 2.4 2.5 2,6 2,7 2,8 2,9
19
21 22
cuidados pré-natais, cuidados médi cos ou cons(rrvarão cia saúde, alimenta
tf
ft
'
O prof. Cíiorgio Mortara estimou que, no Brasil, :i despesa média do sobrevi
o homem, cujos valores em tênnos do
Esta e.scala jwdc ser representada do
.
83
Dicksto Econômico
o Dublin são mais hai.xas. Elas só con
H
Aí
sideram o investimento privado na cria
3,1 3,2 3,3 3,4 3,5
3
ção do indivíduo, dcspreziindo o valof
3
dos serviços pessoai.s cia mão o o custo
quela d<* há 7 anos. (9). P.ni obra editada em 1944, o dr. Cas
tro Barreto estimou que a mortalida
de nas idades moças causa no Brasil um Prejuí/o anual de cerca de Cr.$
13.376.000.128,00. É ób vio cpie essas estimativas devem ser usadas com muitas re servas. Ao mencioná-las aqui uao .SC tem outro propósito se não o de introduzir o leitor na
percepção da existência de uma
nascidos vivos (10) 93.089 so
brevivem até o décimo quinto
aniversário. No período de 1939\ 1941, a quota média atribuível a cada sobrevivente no 15.° ani
versário, das despesas para a criação dos falecidos antes dessa
idade, seria, segundo Mortara,
economia humana, ou seja, na percepção de que o animal humano é
assim distribuída: em Recife, 206,53;
nni bem econômico, como qualquer uni-
em Salvador, 169,22 ; em Porto Alegre,
di^de de um rebanho. h)o ponto de vista econômico, a po
pulação humana compõe-se de indiví
duos produtivos e de indivíduos depen dentes. Crosso modo, podem-se conside'"nr como dependentes, no Brasil, os me nores dc 15 anos e os maiores dc 60
nnos. Supõe-se que até os quinze anos
125,81; no Distrito Federal, 121,65: em
São Paulo (município) 91,97; no Bra sil, em conjunto (1890-920), 149,98. Na Suécia (1931-35), essa mesma quo
ta foi estimada por Mortara em 37,08; e em 26,71 no Estados Unidos (população branca). (11). No mesmo período de 1939-1941, enquanto o custo da criação
3
da educação pública e dc outros scr\'i-
3
ços da comunidade que não são pagos diretamente, como, por exemplo, certos cuidados médicos. Cerca de 9.862 dó
n homem está sendo preparado para a ^ída ativa o, nestas condições, c objeto
seria nos Estados Unidos
do de.spcsas. O adulto maior de 60
branca) dc cerca de 5.695, no municí
«inos também é considerado dependente,
pio de São Paulo seria de 14.517 e em
Os trabalhos mais salientes, sobre o
lares, na base de preços de 1935-1936,
pelo fato de que se supõe retirar-se, nes-
Recife de 24.797. (12).
custo do homem, neste século, até 1916, são os de J. S. Nicholson, Miles M. Dawson, Irving Fisher, Lindheim, Bie-
6 quanto se gastariam nos Estados Uni dos, segundo Lotka o Dublin, na cria ção de um indivíduo até os 18 anos. (8).
idade, do processo produtivo. Mas, enquanto a dependência do maior de 60
indivíduos entre 15 e 60 anos de idade,
unos SC custeia, por assim dizer, com os
que produz o dividendo nacional. -Por-
tf
23
24 25
ft
3
dos falecidos antes do 15.° aniversário
(população
É a população ativa, o conjunto de
84
Dioiísto
Dicestc) Econômico
tanto, quanto maior fòr a sua proporção cm relação com os indivíduos dependen tes, maior será a renda n.tcèonal. (Jr.i, a
renda nacional per caf)il(i dos países la tino-americanos é, coíTio SC sabe, comparativamentc pcíjuena, índice de um paupcrisiTio que se agrava mais em vir
tude do relativamente alto número de indivíduos dependentes para cada indi
víduo ativo. .\o ano de 1940, para ca da 100 pessoas ativas, havia no Brasil 194 não ativas; na Dinamarca, 95; na
M;is só nni inelaholisnío iX)Sitivo, que
gl.iterra, 112; nos l^sl.ulos Unidos, 153.
iiKiiilenha
Ao baixíj di\ÍdeiKl(í nacional dos países latíno-amern .inos, junt.i-sc tomo cu-fator d(; p.uiperisino o « lev.ido indico de adultos thf capacidade redii/ida, tlecor-
liros cin excesso ao cxodo de outros, as
gestalt da sociedade — e.\istam era nú
segura a continuidade da \ida social. Sendo negati\'o esse metabolismo, a so ciedade desaparece, fenômeno que se
mero suficiente e possam assimilar os mais novos e ensinar-Uics o que eles de-
renle de sua morbidade e de seu bai.XO
tem observado não poucas \èzes na História, como é o caso dc muitas organi
nível cultural, bem tomo a alta perccntagein de dejjendenles na composição de
De 10 a 19 " .. De 20 a 29 " ..
16.9
21.3
17.7
17-8
De 30 a 39 " .. U.9
16.7 14.3
Dc 40 a 49 " .. 9.7 De 50 anos e mais 14.7
13.2 21.2
Quanto à população brasileira, os dados retrospectivos mostram que sua estrutu-
De De De De De De De De De
O 10 20 30 40 50 60 70 80
a 9 anos a 19 " a 29 " a 39 " a 49 " a 59 " a 69 " a 79 " anos c mais
Passemos agora a considerar o aspecto social da questão. Ora, a sociedade não existe senão dinamicamente, na intera
ção ininterrupta dos indivíduos que a compõem. Assim, para que ela assegu
Itália
.Suí-fíVi
16.2
20.1 21.0
16.5 13.9 13.3 25.2
16.2 12.9 10.6 19. 1
15.9 18.0 17.3 14.4 12.0 22.4
14.8
i ' '
Dentro desta ordem de idéias, a im-
sobre\'ivèncÍa, a transmissão de sua he
porlàiieia da natalidade não deve obscureeiT a importância de outros fenôincnos di-mográficos. A alta natalidade, por si .só, não assegura o equilíbrio me-
rança cultural de uma camada de po
tabólieo da socii-duíle. Morre-se
Dc\e liavcr correlações numéri
não só luís classes etárias extre
mas, mas i-m lôdas elas. Assim,
é necessário não apenas que nas
tificadas como "decadência das
çam novos membros da socie
16.9 14.9
11.9
elites", "rigidez social", "desin tegração social". As categòrias de idade são as
12.2 17.2
8.3
dade, como também que èles se criem, na quantidade e qua lidade suficientes, para preen
9.1
1870
1800
HJ20
lO-JO
31.4 22.5 16.6 11.8
33.8 23.6 16.4 11.0 7.2 4.4 2.4 1.0 0.2
29.6
cher t)s claros abertos em todas as clas ses etárias. A estrutura e o funciona
mento de uma sociedade podem pcrtur-
bar-se gra\'cinente se o metabolismo es pecífico de uma classe etária se modi ficar radicalmente em intensidade, sem
tlue o das outras classes etárias não acompanhe essa mudança. Cada sociedade impõe aos seus mem bros um período de preparação, em que eles assimilam o repertório de valores e cstilo.s de comportamento necessário para ocupar os sfatus e realizar as fun
23.7 17.4 11.9 8.3 5.0 2.6
l.O 0.5
ou imigração) dc outros.
Essas cH'
re a sua continuidade é necessário que as baixas, causadas pela morte ou pela emigração dos seus membros, sejam
que são fatores, além do nascimento e
compensados pela.s entradas (nascimen-
mortalidade, a emigração e a imigração.
meio dc um complicado metaljoiismo de do crescimento natural do indivíduo, a
1
manas seriam divididas em cinco perío
dos de quinze anos : (15)
1) Os primeiros quinze anos; infân cia. Não há atuação histórica, nem tem
esse caráter o que se recebe do mundo. Por isso, o mundo da infância, de uma o do adulto em datas idênticas.
uma sociedade,
A sociedade altera ii^'
propôs uma classificação que leva em conta essa participação. As idades hu
época a outra, muda muito menos que
funções mais responsáveis que o grupo social mantém sua integridade cultural, sua fisionomia ou sua gestalt psico-social. Mas para que isso ocorra é neces sário que a população dos jovens não exceda proporcionalmente um certo limite, difícil de precisar; é necessário, se-
co.santemente suas classes etárias,
como salientou Ralph Linton, (14) determinam os setores da cultura total da sociedade de que o indivíduo participará. Em uma de suas explora ções para-sociológicas, Ortega Y Gasset
pessoas prè\'iamcnte treinadas e experi
tradas c .saídas dc indivíduos, dentro de ocorrem em todas as
pedras angulares da sociedade, porque.
ções sociais. E c na medida em que ás mentadas são conferidas as posições e
classes etárias.
pulação a outra, o seu desenvolvimento e, ainda, a possibilidade de recorrer às suas reservas vitais em épocas de crise.
29.6 23.7 17.4
19.6 19.2
29.9 22.7 16.8
1.3 0.3
ce que há, para toda sociedade, um or denamento optimurn de idades huma nas, segundo o qual ela garante a sua
Brasil
Esl. Unidos
ano dc 1870. como se It- a seguir.
8.1 5.2 2.9 1.2 0.3
\em fazer e como devem fazè-lo. Pare
cas para tais necessidades e pa ra situações que têm sido iden
ra etária se tem mantido eslá\t'l desde o
12.0 8.4 5.5 3.1
um influxo de novos mem-
zações tribais da América.
üs dados (jiie se seguem são íluslnitivos :
Bulgária Inglaterra França 24.6
I
suas populações.
COMPARAÇÕES IXTERNACIO.NAIS (13) O a 9 anos . .
gundo Sorokin e Amold Anderson, que os mais velhos — os dcpositiirios da
Alemanha, 100; na Eraiiça, 103; na In-
composição da população secundo a idade
De
85
Econômico
2) Dos quinze aos trinta anos: juven tude.
Recobe-se do contorno.
Vê-se,
ouve-se, lê-se, aprende-se. O homem se deixa penetrar pelo mundo já exis tente e que não elaborou. Época de informaçcão e passividade. 3) Dos trinta aos quarenta e cinco anos: iniciação.
O homem começa a
84
Dioiísto
Dicestc) Econômico
tanto, quanto maior fòr a sua proporção cm relação com os indivíduos dependen tes, maior será a renda n.tcèonal. (Jr.i, a
renda nacional per caf)il(i dos países la tino-americanos é, coíTio SC sabe, comparativamentc pcíjuena, índice de um paupcrisiTio que se agrava mais em vir
tude do relativamente alto número de indivíduos dependentes para cada indi
víduo ativo. .\o ano de 1940, para ca da 100 pessoas ativas, havia no Brasil 194 não ativas; na Dinamarca, 95; na
M;is só nni inelaholisnío iX)Sitivo, que
gl.iterra, 112; nos l^sl.ulos Unidos, 153.
iiKiiilenha
Ao baixíj di\ÍdeiKl(í nacional dos países latíno-amern .inos, junt.i-sc tomo cu-fator d(; p.uiperisino o « lev.ido indico de adultos thf capacidade redii/ida, tlecor-
liros cin excesso ao cxodo de outros, as
gestalt da sociedade — e.\istam era nú
segura a continuidade da \ida social. Sendo negati\'o esse metabolismo, a so ciedade desaparece, fenômeno que se
mero suficiente e possam assimilar os mais novos e ensinar-Uics o que eles de-
renle de sua morbidade e de seu bai.XO
tem observado não poucas \èzes na História, como é o caso dc muitas organi
nível cultural, bem tomo a alta perccntagein de dejjendenles na composição de
De 10 a 19 " .. De 20 a 29 " ..
16.9
21.3
17.7
17-8
De 30 a 39 " .. U.9
16.7 14.3
Dc 40 a 49 " .. 9.7 De 50 anos e mais 14.7
13.2 21.2
Quanto à população brasileira, os dados retrospectivos mostram que sua estrutu-
De De De De De De De De De
O 10 20 30 40 50 60 70 80
a 9 anos a 19 " a 29 " a 39 " a 49 " a 59 " a 69 " a 79 " anos c mais
Passemos agora a considerar o aspecto social da questão. Ora, a sociedade não existe senão dinamicamente, na intera
ção ininterrupta dos indivíduos que a compõem. Assim, para que ela assegu
Itália
.Suí-fíVi
16.2
20.1 21.0
16.5 13.9 13.3 25.2
16.2 12.9 10.6 19. 1
15.9 18.0 17.3 14.4 12.0 22.4
14.8
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Dentro desta ordem de idéias, a im-
sobre\'ivèncÍa, a transmissão de sua he
porlàiieia da natalidade não deve obscureeiT a importância de outros fenôincnos di-mográficos. A alta natalidade, por si .só, não assegura o equilíbrio me-
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tabólieo da socii-duíle. Morre-se
Dc\e liavcr correlações numéri
não só luís classes etárias extre
mas, mas i-m lôdas elas. Assim,
é necessário não apenas que nas
tificadas como "decadência das
çam novos membros da socie
16.9 14.9
11.9
elites", "rigidez social", "desin tegração social". As categòrias de idade são as
12.2 17.2
8.3
dade, como também que èles se criem, na quantidade e qua lidade suficientes, para preen
9.1
1870
1800
HJ20
lO-JO
31.4 22.5 16.6 11.8
33.8 23.6 16.4 11.0 7.2 4.4 2.4 1.0 0.2
29.6
cher t)s claros abertos em todas as clas ses etárias. A estrutura e o funciona
mento de uma sociedade podem pcrtur-
bar-se gra\'cinente se o metabolismo es pecífico de uma classe etária se modi ficar radicalmente em intensidade, sem
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23.7 17.4 11.9 8.3 5.0 2.6
l.O 0.5
ou imigração) dc outros.
Essas cH'
re a sua continuidade é necessário que as baixas, causadas pela morte ou pela emigração dos seus membros, sejam
que são fatores, além do nascimento e
compensados pela.s entradas (nascimen-
mortalidade, a emigração e a imigração.
meio dc um complicado metaljoiismo de do crescimento natural do indivíduo, a
1
manas seriam divididas em cinco perío
dos de quinze anos : (15)
1) Os primeiros quinze anos; infân cia. Não há atuação histórica, nem tem
esse caráter o que se recebe do mundo. Por isso, o mundo da infância, de uma o do adulto em datas idênticas.
uma sociedade,
A sociedade altera ii^'
propôs uma classificação que leva em conta essa participação. As idades hu
época a outra, muda muito menos que
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co.santemente suas classes etárias,
como salientou Ralph Linton, (14) determinam os setores da cultura total da sociedade de que o indivíduo participará. Em uma de suas explora ções para-sociológicas, Ortega Y Gasset
pessoas prè\'iamcnte treinadas e experi
tradas c .saídas dc indivíduos, dentro de ocorrem em todas as
pedras angulares da sociedade, porque.
ções sociais. E c na medida em que ás mentadas são conferidas as posições e
classes etárias.
pulação a outra, o seu desenvolvimento e, ainda, a possibilidade de recorrer às suas reservas vitais em épocas de crise.
29.6 23.7 17.4
19.6 19.2
29.9 22.7 16.8
1.3 0.3
ce que há, para toda sociedade, um or denamento optimurn de idades huma nas, segundo o qual ela garante a sua
Brasil
Esl. Unidos
ano dc 1870. como se It- a seguir.
8.1 5.2 2.9 1.2 0.3
\em fazer e como devem fazè-lo. Pare
cas para tais necessidades e pa ra situações que têm sido iden
ra etária se tem mantido eslá\t'l desde o
12.0 8.4 5.5 3.1
um influxo de novos mem-
zações tribais da América.
üs dados (jiie se seguem são íluslnitivos :
Bulgária Inglaterra França 24.6
I
suas populações.
COMPARAÇÕES IXTERNACIO.NAIS (13) O a 9 anos . .
gundo Sorokin e Amold Anderson, que os mais velhos — os dcpositiirios da
Alemanha, 100; na Eraiiça, 103; na In-
composição da população secundo a idade
De
85
Econômico
2) Dos quinze aos trinta anos: juven tude.
Recobe-se do contorno.
Vê-se,
ouve-se, lê-se, aprende-se. O homem se deixa penetrar pelo mundo já exis tente e que não elaborou. Época de informaçcão e passividade. 3) Dos trinta aos quarenta e cinco anos: iniciação.
O homem começa a
-TfjÇSr-ír 86
Dicesto Eco.v6mk:í,
cebido e de llie impor sua própria ino vação. Ê a época da {^cstaçáo, ctu que
conteúdos dessas categorias podem va riar de socifdade ji.ir.i soi ieclaíle e, t-in cada nma di-l.i.s. dc mn.i « poça p.ira ou
se luta com a geração aiilerior e se in
tra.
attiar, a traUir dc modificar o mtmdo re
tenta tirá-la do poder.
anos; pre<louiíniu. Impõe-se c entra em vigência o mundo que se procurawi ela borar na idade anterior. Os homens
desta idade "estão no poder" em todas
as ordens da vida; é a época da gcatão.
funcionamento de tòcla .sociedade human;i.
(1) Citado em Louis I. Dublin c Alíied
J. Lotka Tho Monoy Valuc of a Maa, J he iíonald Presi C(jinpnn\ Ncvv Vor.'c. Iy4í.
Ao mesmo tempo, luta-se para defender
*2) Idein.
êste mundo em face dc uma nova con
(4) Citado pur
elaborada pela geração mais
jovem.
Ca. op, cit.
cia histórica.
O que faz esta classificação soeiològi-
Dublin
e Dotkn
inenejunada em a nota (5) Idem.
I
5) Dos sessenta aos setenta c cinco anos, ou mais, nos casos de longevida de; veUiice. É a época da sobrevivên
obra
1
Castro Barreto. Estudos BroslPopulação. Diviana Editora
«r
Páfc'. 171.
,o"
Castro Barreto, oj). cit . p.'ig.
172
qralion ' nn r"f
Isaac. Economlcs of MiHM7. Pá«s 220-225).
Mortara,Monografia Estudos BroBilelMB j de Domografio. n."
camente significativa é o fato de consi derar os períodos etários da vida huma na como fases do processo cultural. Ca
,1 « .
da um dêJe.s se caracteriza pelo modo de participar naquele processo. Toda
Mftl.fiíí'.?
'
produção do homem adul-
variaçüo <-m relação à mortali-
b?o ir^Fr^
Pág.s. Gclúlio 118-119.
Vaiítas. Oulu-
^"^"turtara. Esl. Brás. do Denv.
Tábuas Brasileiras de
® Sobrevivência.
Fundaç;io
Varpa:;. Fevereiro. líilG. Paç'. 127.
via, ela merece muitas restrições. Dc início, ressalta que ela é tipicamente
fio Idcm» gritada em a nota 9. Pãí'. 213. píig. 217
uma classificação de gerações poHtica.s c
Itália. Suécia e Estados reportam-se a ano.s eomprocndi-
literárias e, portanto, concerne a um as pecto restrito do processo cultural. Ain da mais, pela ênfase que dá, nos perío dos 3 c 4, ao propósito dc modificar o
mundo, ela ó uma classificação de gera ções de países ocidentais, principalmen te europeus. Nas sociedades primiti\as, por exemplo, c mesmo em sociedades arcaicas não ocidentalizadas, os períodos etários teriam outros limites e a referida
ênfase sobre o propósito de provocar mudança social seria menor.
Daniel de Carvalho
.Mas ela.s são univer.s.ns, peniiu-
nenlfs, e constituli\Ms da estrutura e do
4) Dos quarenta e cinco aos sessenta
cepção
Gastão da Cunha e Francisco Sales
Mas há
uma contribuição positiva, no esquema de Ortega: é a indicação das categorias de informação, iniciação, predomínio e sobrevivência. Os marcos etários e os
dadu.s referentes à Bulgária, In, uos no deeenio 1920-19:10 c foram apresenP^í" W. S. Tliompson. obra cifad.i. roo referentes ao Brasil são os do
<!e suas intcrc.ssantes crônicas,
dido no campo da economia e finanças,
Lúcia Miguel Pereira suscita a idéia
praquejado por audazes aventureiros dis-
de uma revisão da lista dos pecados mortais e da formulação de outra ad usit7n hrasiliciisis. Em nosso país podersc-ia .suprimir, por sua raridade, o da gula, i- por em seu lugar o da mentira, o grande vício nacional. Gustavo Lessa, com a natural preo cupação de um pedagogo, também se assusta com êsse terrível defeito, ver
dadeiro \icio rcdibitório com que le vianamente sis passam ;idiante, entre nós, as coisas mais sérias.
Ein estudo publicado no Boletim do Departamento Nacional da Criança adverte que "a extensão desse flagelo em nosso país c cm outros dc igual nível cidtural nos parece aterradora". Considera qnc, se é ignóbil gerar a
Rirçados em técnicos, ou no da históri;i, onde, ao lado de pacientes investi
gadores da escola de Capistrano e de Garcia, semeiam compiladores apressa dos e liistoriógrafos de talento que su
prem a pesquisa enfadonha dos arqui vos com as flòres de sua eloqüência.
E o perigo apresenta-se tanto maior quanto a mentira, uma vez posta em letra de forma, cobra força e prestígio e
vai sendo repetida e aumentada como uma bola de neve. Raro aquele que
procura saber se é verdade o que narra ou afirma um jornalista ou escritor.
Vai passando para diante. Ora, conforme observou Chateaubriand, toda mentira
repetida ganha foros de verdade. Qual o estudante que não abomina o
mentira e a calimiu por interesse ou
califa Ornar, porque incendiou a biblio
vingança (talvez se pudesse acrescentar — até para fazer graça e ler sucesso nas rodas o salões) — "mais ignóbil é o seu traficante, isto é, o indivíduo que tende
teca de Alexandria? No entanto, o aus
a acreditar fàcilmentc na maledicêncía
tero e intrépido guerreiro muçulmano não queimou coisa nenhuma. Inventou-se esta balela e até hoje
muita gente nela acredita, apesar das provas acumuladas pelos historiadores
categorias de idade-sc.xo c seus pedra.s angulares da so-
alheia o a espalhá-la". Que diremos então dos escritores sem probidade intelectual que apanham das
n^r^i " mdividuo jinra com os outros
sarjetas, das conversas frívolas ou das
lorido dramático ao caso das maquinas
colunas efêmeras dos jornais, quaisquer
de fazer linhas da fábrica de Delmiro Gouveia em Paulo Afonso, imaginou que
geral
dnru/ ) ciedado
cA-iie
de
1940.
a.s relações jinpcs-
^ da sociedade, e os da ujiura total soeiedade do.ssetores quais óle
participara.;- tcf. RaJph Linton. "Um ns-
boatos e diatribes e os fixam cm reWs-
para desmenti-la.
Entre nós, querendo alguém dar co
^"^'^''Çcnciaclo da organização so^'.eamzadu pur D. Pierson. São Paulo,
tas e livros?
li Consultem-se também Pi, Sorokin o C. Arnold Anderson. Mctabolism uf diífercnt stj-ata of social
de Hércules nas cavalariças do Rei da
ingléses e lançadas no Rio São Francisco. Pura fantasia que tem dado ensejo a
Élida quem se abalançasse a limpar as publicações vindas a lume no Brasil dos
muito devaneio nacionalista. As máqui nas foram, na realidade, retiradas da
eiaJ . In. Estudos de Organização Social,
instituüons and institutional continuity", Sn Alti dei Congresso Intcrnazionale per ffU Sludl sulla Popolazione. Volume VITI. Roma, 1933.
(15; Cf. Jullán Mariás, El Método His tórico do Ias Gcneraciones, Revista de Occidente — 1949. Págs, 97-98.
as mesmas haviam sido arrancadas pelos
Teria, certamente, traballio igual ao
exageros e falsidades que nelas se encon-
quela fábrica e transportadas para outra
trãm.
em São Paulo. A peta continua, toda
Não sei se o joio estará mais difun .1,. x.,
via, a serxdr de feíí motif das objurga-
-TfjÇSr-ír 86
Dicesto Eco.v6mk:í,
cebido e de llie impor sua própria ino vação. Ê a época da {^cstaçáo, ctu que
conteúdos dessas categorias podem va riar de socifdade ji.ir.i soi ieclaíle e, t-in cada nma di-l.i.s. dc mn.i « poça p.ira ou
se luta com a geração aiilerior e se in
tra.
attiar, a traUir dc modificar o mtmdo re
tenta tirá-la do poder.
anos; pre<louiíniu. Impõe-se c entra em vigência o mundo que se procurawi ela borar na idade anterior. Os homens
desta idade "estão no poder" em todas
as ordens da vida; é a época da gcatão.
funcionamento de tòcla .sociedade human;i.
(1) Citado em Louis I. Dublin c Alíied
J. Lotka Tho Monoy Valuc of a Maa, J he iíonald Presi C(jinpnn\ Ncvv Vor.'c. Iy4í.
Ao mesmo tempo, luta-se para defender
*2) Idein.
êste mundo em face dc uma nova con
(4) Citado pur
elaborada pela geração mais
jovem.
Ca. op, cit.
cia histórica.
O que faz esta classificação soeiològi-
Dublin
e Dotkn
inenejunada em a nota (5) Idem.
I
5) Dos sessenta aos setenta c cinco anos, ou mais, nos casos de longevida de; veUiice. É a época da sobrevivên
obra
1
Castro Barreto. Estudos BroslPopulação. Diviana Editora
«r
Páfc'. 171.
,o"
Castro Barreto, oj). cit . p.'ig.
172
qralion ' nn r"f
Isaac. Economlcs of MiHM7. Pá«s 220-225).
Mortara,Monografia Estudos BroBilelMB j de Domografio. n."
camente significativa é o fato de consi derar os períodos etários da vida huma na como fases do processo cultural. Ca
,1 « .
da um dêJe.s se caracteriza pelo modo de participar naquele processo. Toda
Mftl.fiíí'.?
'
produção do homem adul-
variaçüo <-m relação à mortali-
b?o ir^Fr^
Pág.s. Gclúlio 118-119.
Vaiítas. Oulu-
^"^"turtara. Esl. Brás. do Denv.
Tábuas Brasileiras de
® Sobrevivência.
Fundaç;io
Varpa:;. Fevereiro. líilG. Paç'. 127.
via, ela merece muitas restrições. Dc início, ressalta que ela é tipicamente
fio Idcm» gritada em a nota 9. Pãí'. 213. píig. 217
uma classificação de gerações poHtica.s c
Itália. Suécia e Estados reportam-se a ano.s eomprocndi-
literárias e, portanto, concerne a um as pecto restrito do processo cultural. Ain da mais, pela ênfase que dá, nos perío dos 3 c 4, ao propósito dc modificar o
mundo, ela ó uma classificação de gera ções de países ocidentais, principalmen te europeus. Nas sociedades primiti\as, por exemplo, c mesmo em sociedades arcaicas não ocidentalizadas, os períodos etários teriam outros limites e a referida
ênfase sobre o propósito de provocar mudança social seria menor.
Daniel de Carvalho
.Mas ela.s são univer.s.ns, peniiu-
nenlfs, e constituli\Ms da estrutura e do
4) Dos quarenta e cinco aos sessenta
cepção
Gastão da Cunha e Francisco Sales
Mas há
uma contribuição positiva, no esquema de Ortega: é a indicação das categorias de informação, iniciação, predomínio e sobrevivência. Os marcos etários e os
dadu.s referentes à Bulgária, In, uos no deeenio 1920-19:10 c foram apresenP^í" W. S. Tliompson. obra cifad.i. roo referentes ao Brasil são os do
<!e suas intcrc.ssantes crônicas,
dido no campo da economia e finanças,
Lúcia Miguel Pereira suscita a idéia
praquejado por audazes aventureiros dis-
de uma revisão da lista dos pecados mortais e da formulação de outra ad usit7n hrasiliciisis. Em nosso país podersc-ia .suprimir, por sua raridade, o da gula, i- por em seu lugar o da mentira, o grande vício nacional. Gustavo Lessa, com a natural preo cupação de um pedagogo, também se assusta com êsse terrível defeito, ver
dadeiro \icio rcdibitório com que le vianamente sis passam ;idiante, entre nós, as coisas mais sérias.
Ein estudo publicado no Boletim do Departamento Nacional da Criança adverte que "a extensão desse flagelo em nosso país c cm outros dc igual nível cidtural nos parece aterradora". Considera qnc, se é ignóbil gerar a
Rirçados em técnicos, ou no da históri;i, onde, ao lado de pacientes investi
gadores da escola de Capistrano e de Garcia, semeiam compiladores apressa dos e liistoriógrafos de talento que su
prem a pesquisa enfadonha dos arqui vos com as flòres de sua eloqüência.
E o perigo apresenta-se tanto maior quanto a mentira, uma vez posta em letra de forma, cobra força e prestígio e
vai sendo repetida e aumentada como uma bola de neve. Raro aquele que
procura saber se é verdade o que narra ou afirma um jornalista ou escritor.
Vai passando para diante. Ora, conforme observou Chateaubriand, toda mentira
repetida ganha foros de verdade. Qual o estudante que não abomina o
mentira e a calimiu por interesse ou
califa Ornar, porque incendiou a biblio
vingança (talvez se pudesse acrescentar — até para fazer graça e ler sucesso nas rodas o salões) — "mais ignóbil é o seu traficante, isto é, o indivíduo que tende
teca de Alexandria? No entanto, o aus
a acreditar fàcilmentc na maledicêncía
tero e intrépido guerreiro muçulmano não queimou coisa nenhuma. Inventou-se esta balela e até hoje
muita gente nela acredita, apesar das provas acumuladas pelos historiadores
categorias de idade-sc.xo c seus pedra.s angulares da so-
alheia o a espalhá-la". Que diremos então dos escritores sem probidade intelectual que apanham das
n^r^i " mdividuo jinra com os outros
sarjetas, das conversas frívolas ou das
lorido dramático ao caso das maquinas
colunas efêmeras dos jornais, quaisquer
de fazer linhas da fábrica de Delmiro Gouveia em Paulo Afonso, imaginou que
geral
dnru/ ) ciedado
cA-iie
de
1940.
a.s relações jinpcs-
^ da sociedade, e os da ujiura total soeiedade do.ssetores quais óle
participara.;- tcf. RaJph Linton. "Um ns-
boatos e diatribes e os fixam cm reWs-
para desmenti-la.
Entre nós, querendo alguém dar co
^"^'^''Çcnciaclo da organização so^'.eamzadu pur D. Pierson. São Paulo,
tas e livros?
li Consultem-se também Pi, Sorokin o C. Arnold Anderson. Mctabolism uf diífercnt stj-ata of social
de Hércules nas cavalariças do Rei da
ingléses e lançadas no Rio São Francisco. Pura fantasia que tem dado ensejo a
Élida quem se abalançasse a limpar as publicações vindas a lume no Brasil dos
muito devaneio nacionalista. As máqui nas foram, na realidade, retiradas da
eiaJ . In. Estudos de Organização Social,
instituüons and institutional continuity", Sn Alti dei Congresso Intcrnazionale per ffU Sludl sulla Popolazione. Volume VITI. Roma, 1933.
(15; Cf. Jullán Mariás, El Método His tórico do Ias Gcneraciones, Revista de Occidente — 1949. Págs, 97-98.
as mesmas haviam sido arrancadas pelos
Teria, certamente, traballio igual ao
exageros e falsidades que nelas se encon-
quela fábrica e transportadas para outra
trãm.
em São Paulo. A peta continua, toda
Não sei se o joio estará mais difun .1,. x.,
via, a serxdr de feíí motif das objurga-
DinKSTo Econômico.
88
tórias de nacionalistas exaltados contra
o capitalismo imperialista.
Pois será
— Diz muito bem
Ê uma pêrf)la.
Vossa Excelência.
Brilhante «• oc(».
Dtr.FusTíi
Econômico
mm uiiuif u-inPüPMPi
so, graças á teiulcncia multo nossa para a agiotagem da nialedicêneia. (Jom o correr dos anos, \icram acrcs-
89
foi Gastão novamente incluído na chapa
dc deputados federais pelo antigo 4.° Distrito Eleitoral, mas, cm carta ao Pre
possível que livros de economistas, aca so ou acinte, propaguem informações
impicdovi, corriam soh a aiiloriil.ulc do
eítiios.
sidente da Comissão Executiva do Parti
falsas?
seu nome muitos chistes i- pilhéri;is que
A chofa pronnneiada na Câmara dos Deputados provoeara a xingança do ofeiiditio ipie, eonio Pri\sidente do Estailo de Minas, teria impedido a ree
do Republicano Mineiro, Dr. Crispini
Há dc se convir que muito
hercje emperrado veste entre nós a opa da irmandade da ciência econômica.
No tocante às fra.ses dc espirito, não raro são atribuídas a quem jamais as
proferiu ou escreveu. Para e.xaltar ou denegrir uma pessoa — dão-lhe a pa ternidade de conceitos felizes ou ridí culos.
Quem não se lembra do que aconte ceu ao tempo da propaganda civilista e do governo do Marechal Hermes? Quantas tolices se inventaram por conta do Marechal?
Mas o que comumente acontece c
ficar uma pessoa como produtor monopolístico dos bons mots de
determinada época.
Com
tal
faina
de satírico
<lf
veia
não eram dc .sua la\ra.
Sc <Tam justas as alusões «• traziam a marca do talento, n;'io perdia tempo em repeli-las. Quando, porém, não tinham cabimento nem graça, (àistãü a.s enjeitava.
lal aconteceu com a íacétia dc
um anônimo a êle imputada: — Sc a InglaiiTra tem um estadi.sta, ^(ilishiinj, Minas tem Salcs-htirro. .. Gastao não era ingrato nem injusto. Devia boa parle de .sua carreira ;i hraii-
cisco Sales e conheeia heui as (juaiidadcs c defeitos df) seu amigo. Sabia que êle era assaz inleligeniu e de regular cul tura. Não tendo a palavra fácil, seus discursos eram lentos i* por isso enfadonhos.
Mesmo sua con
Jacqucs Bias Bortcs, manifestou que, tendo sido convidado e aceito o elevado
I'*sla versão, à força dc ser tantas
cargo federal já referido, sentia invencí vel cscríipulo cm anuir em sua reeleição. Em tais condições, o Secretário da
vèzes repelida, sem ser contestada, aca bou por lograr a acolhida de um pcs-
Comissão Executiva do Partido Repu blicano Mineiro, Coronel Francisco Bres-
ipiisatlor iuteligtmle c probo, Gontijo
sane, tornou pública essa desistência e a
cie (Jarvalho, que, no "livro "Estadistas
Comissão recomendou ao eleitorado o
da República", tratando da veia satírica
leição tle Gastão da Cunha.
político inglês Salisbur)', para ferir um
nome do Dr. Joaquim Doniingues Lei te de Castro para a eleição de 30 de janeiro de 1906. O Boletim do P. R. M. está publica
piesidente mineiro, tjuc se vingou ex-
do no "Minas Gerais" de 2 e 4 de ja
chiiiido-o da bancada".
neiro de 1906.
A proposição contém dois graves en ganos, que convém dissipar dc vez, em
foi a Belo Horizonte, em 1906, acompa-
il<- Chistão da Cunha, afirma: "Fêz no Parlamento trocadilhos com o nome do
Conheci Gastão da Cunha quando êle
Assim aconteceu com Gastão
versa não era fluente nem viva.
da Cuniia, cuja mordacidude não poupava ninguém. Do so gro, Barão de Itaípe, salientava
beneficio da memória dos dois eminen
nliando Joaquim Nabuco, a quem sau
iVnetrava, porém, fundo nas almas, graças ao dom de per
tes brasileiros — Gastião da Cunha e
dei num soneto encomiásiico.
Erauciseo Sales.
cepção aguda dos interêsses hu
"as orelhas de tinhoráo".
manos.
também parte da comitiva Graça Ara nha o Rodrigo Otávio. Êstes exagera ram, talvez, o papel de mangericão no . bouquet de Nabuco. Não precisavam baixar o tom da própria oratória para
No
rosto da própria esposa, "via uma cara dc colchete amassado".
Nã() alimentava velei
dades literárias, mas escnHÍa O
cunhado, Conde dc Afonso Cel.so, Pre sidente da Companhia de Seguros Equi-
correntemente cartas e cliscunsos.
Sua
correspondência cpistolar, de próprio
Gastão jamais proferiu aquela piada o também não tem fundamento algum
a assertiva dc que o presidente Sales dele se vingara, impedindo sua reeleição. Durante a presidência Sales, foi eleito para a Legislatura 1903-1906. Tendo
Fazianv.,
ressaltar a do grande Embaixador. Ro
tativa, pronunciava "discursos equila-
punlio, é abundante e revela uma coinpieensao clara o fácil, um conhecimen
defendido com talento e êxi
da conversação, em que era
tivos"...
to .seguro dos nossos homens e dos nos
to a política do Barão do
mestre.
sos pro!)lcma.s.
Rio Branco, tornou-se amigo
Passam como de sua autoria muitas
Nela se nota um infi
piadas da época do Barão do Rio Bran
nito cuidado de não fazer agravos a
co, de quem foi um dos mais eficientes colaboradores.
Conta-sc que, numa festa no Itamarati, uma roda de senhoras elegantes
exaltava as qualidades de um dos nossos mais festejados diplomatas e uma delas resumiu'a opinião geral, dizendo; - O nosso Santinhos é uma pérolal
Ao que, imediatamente, Gastão teria replicado:
drigo Otávio desforrou-se com a arte A visita à Faculdade de
o íntimo colaborador deste,
Direito
ninguém.
que o cscoUicu para árbitro
marcou um dia de glória
Sabendo, portanto, que Sales não era nenhum bronco, e sendo sen amigo,
do Tribunal Brasileiro-Boli-
para a filha dileta do Con
viano (1905) e depois para
selheiro Afonso Pena.
apressou-se cm rejeitar a àntoria do gra
o Tribunal Brasileiro-Perua-
discurso
cejo de mau gosto. Protestou.
Sales não deu importância ao caso e continuaram amigos. O desmentido de Gastão não teve
divulgação e a pilhéria seguiu o seu cur-
no (T906-1908) e Delegado à Conferência Pan-America-
na (Argeu Guimarães, Dicionário Bio-
hibliográfico Brasileiro, n. 488, página 151).
de
de
Minas
Gerais
Nabuco
O
foi
admirável pela profundeza do pensamento, c o de Gas tão, feito de improviso, empolgante pelo brilho da forma c beleza das imagens. Falara antes o acadêmico Dermeval
Em 1906, ainda na presidência Sales,
.
-o.
Lessa, aquecendo o ambiente com o
DinKSTo Econômico.
88
tórias de nacionalistas exaltados contra
o capitalismo imperialista.
Pois será
— Diz muito bem
Ê uma pêrf)la.
Vossa Excelência.
Brilhante «• oc(».
Dtr.FusTíi
Econômico
mm uiiuif u-inPüPMPi
so, graças á teiulcncia multo nossa para a agiotagem da nialedicêneia. (Jom o correr dos anos, \icram acrcs-
89
foi Gastão novamente incluído na chapa
dc deputados federais pelo antigo 4.° Distrito Eleitoral, mas, cm carta ao Pre
possível que livros de economistas, aca so ou acinte, propaguem informações
impicdovi, corriam soh a aiiloriil.ulc do
eítiios.
sidente da Comissão Executiva do Parti
falsas?
seu nome muitos chistes i- pilhéri;is que
A chofa pronnneiada na Câmara dos Deputados provoeara a xingança do ofeiiditio ipie, eonio Pri\sidente do Estailo de Minas, teria impedido a ree
do Republicano Mineiro, Dr. Crispini
Há dc se convir que muito
hercje emperrado veste entre nós a opa da irmandade da ciência econômica.
No tocante às fra.ses dc espirito, não raro são atribuídas a quem jamais as
proferiu ou escreveu. Para e.xaltar ou denegrir uma pessoa — dão-lhe a pa ternidade de conceitos felizes ou ridí culos.
Quem não se lembra do que aconte ceu ao tempo da propaganda civilista e do governo do Marechal Hermes? Quantas tolices se inventaram por conta do Marechal?
Mas o que comumente acontece c
ficar uma pessoa como produtor monopolístico dos bons mots de
determinada época.
Com
tal
faina
de satírico
<lf
veia
não eram dc .sua la\ra.
Sc <Tam justas as alusões «• traziam a marca do talento, n;'io perdia tempo em repeli-las. Quando, porém, não tinham cabimento nem graça, (àistãü a.s enjeitava.
lal aconteceu com a íacétia dc
um anônimo a êle imputada: — Sc a InglaiiTra tem um estadi.sta, ^(ilishiinj, Minas tem Salcs-htirro. .. Gastao não era ingrato nem injusto. Devia boa parle de .sua carreira ;i hraii-
cisco Sales e conheeia heui as (juaiidadcs c defeitos df) seu amigo. Sabia que êle era assaz inleligeniu e de regular cul tura. Não tendo a palavra fácil, seus discursos eram lentos i* por isso enfadonhos.
Mesmo sua con
Jacqucs Bias Bortcs, manifestou que, tendo sido convidado e aceito o elevado
I'*sla versão, à força dc ser tantas
cargo federal já referido, sentia invencí vel cscríipulo cm anuir em sua reeleição. Em tais condições, o Secretário da
vèzes repelida, sem ser contestada, aca bou por lograr a acolhida de um pcs-
Comissão Executiva do Partido Repu blicano Mineiro, Coronel Francisco Bres-
ipiisatlor iuteligtmle c probo, Gontijo
sane, tornou pública essa desistência e a
cie (Jarvalho, que, no "livro "Estadistas
Comissão recomendou ao eleitorado o
da República", tratando da veia satírica
leição tle Gastão da Cunha.
político inglês Salisbur)', para ferir um
nome do Dr. Joaquim Doniingues Lei te de Castro para a eleição de 30 de janeiro de 1906. O Boletim do P. R. M. está publica
piesidente mineiro, tjuc se vingou ex-
do no "Minas Gerais" de 2 e 4 de ja
chiiiido-o da bancada".
neiro de 1906.
A proposição contém dois graves en ganos, que convém dissipar dc vez, em
foi a Belo Horizonte, em 1906, acompa-
il<- Chistão da Cunha, afirma: "Fêz no Parlamento trocadilhos com o nome do
Conheci Gastão da Cunha quando êle
Assim aconteceu com Gastão
versa não era fluente nem viva.
da Cuniia, cuja mordacidude não poupava ninguém. Do so gro, Barão de Itaípe, salientava
beneficio da memória dos dois eminen
nliando Joaquim Nabuco, a quem sau
iVnetrava, porém, fundo nas almas, graças ao dom de per
tes brasileiros — Gastião da Cunha e
dei num soneto encomiásiico.
Erauciseo Sales.
cepção aguda dos interêsses hu
"as orelhas de tinhoráo".
manos.
também parte da comitiva Graça Ara nha o Rodrigo Otávio. Êstes exagera ram, talvez, o papel de mangericão no . bouquet de Nabuco. Não precisavam baixar o tom da própria oratória para
No
rosto da própria esposa, "via uma cara dc colchete amassado".
Nã() alimentava velei
dades literárias, mas escnHÍa O
cunhado, Conde dc Afonso Cel.so, Pre sidente da Companhia de Seguros Equi-
correntemente cartas e cliscunsos.
Sua
correspondência cpistolar, de próprio
Gastão jamais proferiu aquela piada o também não tem fundamento algum
a assertiva dc que o presidente Sales dele se vingara, impedindo sua reeleição. Durante a presidência Sales, foi eleito para a Legislatura 1903-1906. Tendo
Fazianv.,
ressaltar a do grande Embaixador. Ro
tativa, pronunciava "discursos equila-
punlio, é abundante e revela uma coinpieensao clara o fácil, um conhecimen
defendido com talento e êxi
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to .seguro dos nossos homens e dos nos
to a política do Barão do
mestre.
sos pro!)lcma.s.
Rio Branco, tornou-se amigo
Passam como de sua autoria muitas
Nela se nota um infi
piadas da época do Barão do Rio Bran
nito cuidado de não fazer agravos a
co, de quem foi um dos mais eficientes colaboradores.
Conta-sc que, numa festa no Itamarati, uma roda de senhoras elegantes
exaltava as qualidades de um dos nossos mais festejados diplomatas e uma delas resumiu'a opinião geral, dizendo; - O nosso Santinhos é uma pérolal
Ao que, imediatamente, Gastão teria replicado:
drigo Otávio desforrou-se com a arte A visita à Faculdade de
o íntimo colaborador deste,
Direito
ninguém.
que o cscoUicu para árbitro
marcou um dia de glória
Sabendo, portanto, que Sales não era nenhum bronco, e sendo sen amigo,
do Tribunal Brasileiro-Boli-
para a filha dileta do Con
viano (1905) e depois para
selheiro Afonso Pena.
apressou-se cm rejeitar a àntoria do gra
o Tribunal Brasileiro-Perua-
discurso
cejo de mau gosto. Protestou.
Sales não deu importância ao caso e continuaram amigos. O desmentido de Gastão não teve
divulgação e a pilhéria seguiu o seu cur-
no (T906-1908) e Delegado à Conferência Pan-America-
na (Argeu Guimarães, Dicionário Bio-
hibliográfico Brasileiro, n. 488, página 151).
de
de
Minas
Gerais
Nabuco
O
foi
admirável pela profundeza do pensamento, c o de Gas tão, feito de improviso, empolgante pelo brilho da forma c beleza das imagens. Falara antes o acadêmico Dermeval
Em 1906, ainda na presidência Sales,
.
-o.
Lessa, aquecendo o ambiente com o
DlflKSTO EcONÒMiro
calor, a vibração, o cnUisiusnío tia mo-
Entrei na intiniitlade
cidadc.
Admiro sua uxab'"^!!.! «• simplicidade. C'<)nfess.i\a ignorãiui.i 'in eerl.is maté
Gastíío, convidado a falar pela Con gregação, levanton-sc da cadeira de pro
no «.\ame desses .issnnto-. compreensão
Ainda guardo na rotina a sua fi^ur.i
viva e pronta. Int<-ligèri( ia ebra. redigia
da sua voz o sua dicção impocávei. Não é preciso tjue vos diga pt)r-
riorid.ule mental, m.is re\< lava mcsnu»
correntemenlí- em bom \ernáeult) e nu
ma e.iligraíia (jm- desiíiaria a eriticM d<' vellio Senador Virgilio <le Mello Kr.ineo-
que ele se acha à nossa fronte. Podemos
Como o General Dutra, de naturid
ve-lo e admirá-lo. Temos, sem dúvida, diante de nós, um dos mais bolos exem plares da nossa raça.
reservado, prefen- ou\ir e eal.jr í-im sez clc tagarelar, sofre os efeitos dafjuel.»
Foi assim, mais ou menos, que comcçou.
Nabuco, vaidoso, sorriu satis
ilassificação erròm-a. í ornando ar) fio da
nossa
lúslciria.
convém acentuar (jm- Clastão da (àuiha
feito, e a tnocidade acadêmica rompeu
nao confundia intelecto com i>arolagein-
os aplausos que continuaram a marcar o fim de cada período do discurso. Quem tinlia tanto talento e o \iu sempre reconliecido c premiado, não
For .outro lado, mesmo (jin- f(")sse V-'" rídíco o caso Salisbury, 1'raucisco Sales
prcc'i.sava de usar a.s armas de vulgares invejoso.s, detratar amigos ou praticar in justiças.
Seguindo, como ob.scrvou Calógenis, o processo dos caricaturistas, não havia de .salientar em Francisco Sales um de-
UJiSeIraN noías à margem) Jaime M. de Sá
rias, o (jm- j;i cdjÉNtilni in(li< in d»> stipe-
fessor c s<! colocou no eslratlo, enlre Nabuco e a assistência. e O.S seus gostos", nos ou\idos a música
o CONTRõLE DO COMÉRCIO EXTERIOR
sua f.miilia.
jamais e.vereeria \-ingança contra o autor do trocadilho.
■ *
Já começam a aparecer as tentativas de r(Torma do nossa legislação sêibre ♦'ontnMe do comércio exterior.
f)ra são condenações ao processo exisb-nte. ora sao projetos do lei que apre sentados ao
Legislativo visam modifi-
as atuais disposições, ora, enfim, re
ndamos dc novas providências no sentido de adajitaçao do mecanismo dc contrõle condições atuais.
É indiscutível que o sistema tem que ^er reformado, visto como atua sôbrc "«u setor econômico altamente dinâmico que reflete direta e inexorávclmento
us oscilações da conjuntura — o comérn'io exterior.
D(;si)aratani esta hip<')lese os seguintes argiinientos; Sales admirava os hoinon.s
Assim, hoje a situação político-econóoúea mundial já apresenta novas carac
de valor e julgava necessário que a po lítica fizesse Sacrifício para manter alt<J
terísticas; o Brasil já firmou alguns com
o mvel da nossa representação. -Mem disso, v(-java j^or (jiuí as suas
fluencia tanto na importação como na
promissos cm Washington, que terão in
e.xportação, e a estrutura económicía do
feitd que êle, realmente, não tinlia, o
([uesto(!s pessoais não interferissem no.s
de ctirtcza intelectual.
A.ssim, no auge do
Faís vai reagindo às oscilações da eco nomia mundial. Todos esses, principal-
poder, nianl(!vc nas posições notórios dc.safí.-tos coino o deputado e mais tarde
^ão fat(}res que exercem direta pressão
Homem de caráter, se fosse autor da
pilhéria, nao fugiria à responsabilidade nem daria satisfações a ninguém. Sabia quão errônea era a maneira bra sileira do classificar os homens em talen
tosos, quando bem falantes, e obtusos, quando não possuem o dom da palavra, ou, tímidos, observam o vellio adágio — o silêncio é de ouro.
neg()ci()s públicos.
exclusivamente,
A razão principal está, porém, na sua formação moral c religiosa. Francisco
ção
Salc.s .só salíia esquecer c perdoar. Quan do .se amofinava com os remoques e o
mal que dêlc diziam, logo .se refugiava nas lições do Evangelho. Havia dc ler, freqüentemente, o capí
método de avaliar a capacidade inte lectual pela verbosidade, temo-lo no caso
Contra línguas nhstrecionun, onde apren dia c|ue a nossa paz não deve dcpcncUados juízos allieios: Non sit pax tua in
três anos e meio como seu Ministro.
não
nas normas orientadoras de nosso inter
tulo da Imitação de Cristo, intitulado
Convivi com êle
embora
senador bernardo Monteiro.
Exemplo recente do desacerto desse
do General Dutra.
uiente,
ore hominibus.
fornecedor do mundo, encontrando em sua extraordinária produtividade técnica forte amparo na concorrência do merca do internacional.
Os E.U.A. acumu
laram de 1945 a 1949 um saldo no
balanço de comércio de 32.062 miUioes de dólares. Ter-se-ia forçosamente que
sentir a escassez daquela moeda.
Após um período cruciante de severas
restrições, tanto mais severas quanto mais rígida é nossa importação — cerca de 93% de mercadorias essenciais - con
seguimos saldar vultosos "atrasados co
merciais", cujo montante superou os 130 milhões de dólares e conseguimos utiü-
zar, concomitantemente, saldos "conge lados", isto é, saldos que havíamos obti
do à custa de sacrifícios internos e que
estavam bloqueados por nossos credores, por razões de ordem alheia aos nossos interesses.
Não podemos, agora, negar a neces sidade absoluta de evitarmos o desequi líbrio violento de nossos balanços de
pagamento, mesmo que as razões se apresentem algo modificadas. Ê inegável que a situação internacio nal evoluiu e o comércio entre as na
câmbio com o exterior.
estão bem vivas: a inconversibilidade de
ções se vai condicionando aos vastos programas de rearmamento. Enquanto as matérias-primas são al tamente procuradas pelas nações indus trializadas, que além de "estoques de reservas" buscam incentivar a produção
uma série de moedas; o advento dos
das mesmas no exterior por meios e
"controles" cambiais e de comércio em
modos, ainda que com sacrifício do de
grande número de países; a situação eco
senvolvimento econômico racional dos
nômica mundial que conduziu os E.U.A.
produtores, os artigos manufaturados, principalmente máquinas, equipamentos,
Que o País não prescinde da fiscaliza de
seu
intercâmbio,
é
assunto
vencido.
Algumas das razões maiores que nos levaram à adoção dos controles ainda
à c-ondição de maior e preponderante
'1
DlflKSTO EcONÒMiro
calor, a vibração, o cnUisiusnío tia mo-
Entrei na intiniitlade
cidadc.
Admiro sua uxab'"^!!.! «• simplicidade. C'<)nfess.i\a ignorãiui.i 'in eerl.is maté
Gastíío, convidado a falar pela Con gregação, levanton-sc da cadeira de pro
no «.\ame desses .issnnto-. compreensão
Ainda guardo na rotina a sua fi^ur.i
viva e pronta. Int<-ligèri( ia ebra. redigia
da sua voz o sua dicção impocávei. Não é preciso tjue vos diga pt)r-
riorid.ule mental, m.is re\< lava mcsnu»
correntemenlí- em bom \ernáeult) e nu
ma e.iligraíia (jm- desiíiaria a eriticM d<' vellio Senador Virgilio <le Mello Kr.ineo-
que ele se acha à nossa fronte. Podemos
Como o General Dutra, de naturid
ve-lo e admirá-lo. Temos, sem dúvida, diante de nós, um dos mais bolos exem plares da nossa raça.
reservado, prefen- ou\ir e eal.jr í-im sez clc tagarelar, sofre os efeitos dafjuel.»
Foi assim, mais ou menos, que comcçou.
Nabuco, vaidoso, sorriu satis
ilassificação erròm-a. í ornando ar) fio da
nossa
lúslciria.
convém acentuar (jm- Clastão da (àuiha
feito, e a tnocidade acadêmica rompeu
nao confundia intelecto com i>arolagein-
os aplausos que continuaram a marcar o fim de cada período do discurso. Quem tinlia tanto talento e o \iu sempre reconliecido c premiado, não
For .outro lado, mesmo (jin- f(")sse V-'" rídíco o caso Salisbury, 1'raucisco Sales
prcc'i.sava de usar a.s armas de vulgares invejoso.s, detratar amigos ou praticar in justiças.
Seguindo, como ob.scrvou Calógenis, o processo dos caricaturistas, não havia de .salientar em Francisco Sales um de-
UJiSeIraN noías à margem) Jaime M. de Sá
rias, o (jm- j;i cdjÉNtilni in(li< in d»> stipe-
fessor c s<! colocou no eslratlo, enlre Nabuco e a assistência. e O.S seus gostos", nos ou\idos a música
o CONTRõLE DO COMÉRCIO EXTERIOR
sua f.miilia.
jamais e.vereeria \-ingança contra o autor do trocadilho.
■ *
Já começam a aparecer as tentativas de r(Torma do nossa legislação sêibre ♦'ontnMe do comércio exterior.
f)ra são condenações ao processo exisb-nte. ora sao projetos do lei que apre sentados ao
Legislativo visam modifi-
as atuais disposições, ora, enfim, re
ndamos dc novas providências no sentido de adajitaçao do mecanismo dc contrõle condições atuais.
É indiscutível que o sistema tem que ^er reformado, visto como atua sôbrc "«u setor econômico altamente dinâmico que reflete direta e inexorávclmento
us oscilações da conjuntura — o comérn'io exterior.
D(;si)aratani esta hip<')lese os seguintes argiinientos; Sales admirava os hoinon.s
Assim, hoje a situação político-econóoúea mundial já apresenta novas carac
de valor e julgava necessário que a po lítica fizesse Sacrifício para manter alt<J
terísticas; o Brasil já firmou alguns com
o mvel da nossa representação. -Mem disso, v(-java j^or (jiuí as suas
fluencia tanto na importação como na
promissos cm Washington, que terão in
e.xportação, e a estrutura económicía do
feitd que êle, realmente, não tinlia, o
([uesto(!s pessoais não interferissem no.s
de ctirtcza intelectual.
A.ssim, no auge do
Faís vai reagindo às oscilações da eco nomia mundial. Todos esses, principal-
poder, nianl(!vc nas posições notórios dc.safí.-tos coino o deputado e mais tarde
^ão fat(}res que exercem direta pressão
Homem de caráter, se fosse autor da
pilhéria, nao fugiria à responsabilidade nem daria satisfações a ninguém. Sabia quão errônea era a maneira bra sileira do classificar os homens em talen
tosos, quando bem falantes, e obtusos, quando não possuem o dom da palavra, ou, tímidos, observam o vellio adágio — o silêncio é de ouro.
neg()ci()s públicos.
exclusivamente,
A razão principal está, porém, na sua formação moral c religiosa. Francisco
ção
Salc.s .só salíia esquecer c perdoar. Quan do .se amofinava com os remoques e o
mal que dêlc diziam, logo .se refugiava nas lições do Evangelho. Havia dc ler, freqüentemente, o capí
método de avaliar a capacidade inte lectual pela verbosidade, temo-lo no caso
Contra línguas nhstrecionun, onde apren dia c|ue a nossa paz não deve dcpcncUados juízos allieios: Non sit pax tua in
três anos e meio como seu Ministro.
não
nas normas orientadoras de nosso inter
tulo da Imitação de Cristo, intitulado
Convivi com êle
embora
senador bernardo Monteiro.
Exemplo recente do desacerto desse
do General Dutra.
uiente,
ore hominibus.
fornecedor do mundo, encontrando em sua extraordinária produtividade técnica forte amparo na concorrência do merca do internacional.
Os E.U.A. acumu
laram de 1945 a 1949 um saldo no
balanço de comércio de 32.062 miUioes de dólares. Ter-se-ia forçosamente que
sentir a escassez daquela moeda.
Após um período cruciante de severas
restrições, tanto mais severas quanto mais rígida é nossa importação — cerca de 93% de mercadorias essenciais - con
seguimos saldar vultosos "atrasados co
merciais", cujo montante superou os 130 milhões de dólares e conseguimos utiü-
zar, concomitantemente, saldos "conge lados", isto é, saldos que havíamos obti
do à custa de sacrifícios internos e que
estavam bloqueados por nossos credores, por razões de ordem alheia aos nossos interesses.
Não podemos, agora, negar a neces sidade absoluta de evitarmos o desequi líbrio violento de nossos balanços de
pagamento, mesmo que as razões se apresentem algo modificadas. Ê inegável que a situação internacio nal evoluiu e o comércio entre as na
câmbio com o exterior.
estão bem vivas: a inconversibilidade de
ções se vai condicionando aos vastos programas de rearmamento. Enquanto as matérias-primas são al tamente procuradas pelas nações indus trializadas, que além de "estoques de reservas" buscam incentivar a produção
uma série de moedas; o advento dos
das mesmas no exterior por meios e
"controles" cambiais e de comércio em
modos, ainda que com sacrifício do de
grande número de países; a situação eco
senvolvimento econômico racional dos
nômica mundial que conduziu os E.U.A.
produtores, os artigos manufaturados, principalmente máquinas, equipamentos,
Que o País não prescinde da fiscaliza de
seu
intercâmbio,
é
assunto
vencido.
Algumas das razões maiores que nos levaram à adoção dos controles ainda
à c-ondição de maior e preponderante
'1
DicKSTi» Econômico
92
motores, ncícuIos etc., vão sofrendo res
ter .sido alcançado <-in Washington, cm
trições de produ«;-ão e a respectiva ex portação fica condicionada c .sujeita a quotas pelos países produtores.
troca <Ic garantia dc fornecimento dc
Desta forma, para os paíse.s de econo
íf .
tlistrilmir tom a< 4T!o aqiic-la importação, (pic por ra/ó«-s (ibtias serão dosadas
o problema transplanta-se para a im portação, já que a maior parte de seus produtos de <-.xportaç-ão (gêneros alimen
r<-nios que controlar a distribuição no
pamento.s e eombusti\eis, ei.s o pro
Ne.stes períodos anormais, praticamen te os únicos em que a "relação de tro cas beneficia os produtores de bens primários, o balanço comercial destes
tende a ser superavitário, ocasionando,
M quase sempre, certa pressão inflacionária interna. Não seria justo cjue en frentássemos a situação sem uma ra/^oá-
^ vel compensação econômica, ou, pelo
j
menos, sem procurarmos evitar {> acúmu-
;I
Io de .saldos no exterior tendentes a se-
j, . rem depreciados ou blo-
i'. y J.'
m-c «•Nsitarcmos
num mínimo impr< scindi\c-1. .Assim. Ic-
blema!
.1-,
inatcrias-priin.is.
mia incipiente, como é o caso do Brasil,
tícios e matérias-primas) tem uma pro h"' K i'. cura vitalizada. Obter máquinas, eíjuí-
[
no.ssas
queados. muda
um
tações de que precisamos e "orientar" o acúmulo
do atendidos nos produtos que mais nos intcrc.ssam (em geral os menos inte
coiH.fjrr,. para ineentiwxr a criação dan"<'l;,s indústrias em território nacional,
que não estejamos a fornecer produtos osscncia|t-.s«mos em troca de artigos de
^rrnemxos cpie ficam os fornecedores ha-
esseneialidade menor.
bilaterais mínimos, as nações sul)dcscii-
dc- perderem completamente o
volvídas não poderão aceitar plàcida-
mcntc a formação daíjuclcs "saldo.s", pois (juc êles ficam expostos à deswdoriziiçao monetária, (|ue é, lan períodos bélico e pré-hélico, poteneia! em todo o mundo.
Aliás, aqueles saldos serã(7 tanto mais
'"^■reado.
^ licenciamento, se racional c cconò-
'"'^aniente aplicado, e comnlementado uma legislação favorável aos inves-
^^ontos e.slrangciros, poderá concorrer n ampliação e o anarclhamento do
Parfun. industrial brasileiro.
Nao se deseonliccem os excessos oue
f «i.s Práticas de contrôle costumam advir
tla inconvorsível v. com
^ não se está a advogar restrições drás-
sóci<)-t'eonôinic:i,
tuação internacional.
Mas, snponluimo.s que a situação internacional
SC desanuvie o que as
provável de disponibili
perspectivas de importa
dades no exterior.
ção melhorem; ainda as
sim cumpre selecionarmos as mercado
siga alcançar o primeiro desses objetivos,
rias importadas, não só com vistas ao
a obtenção de um mínimo de bens in-
equilíbrio dos balanços dc pagamentos, mas também ao desenvolvimento econô
mico do País, para o qual concorre com
A série de circunstancias expostas tra duz não só a necessidade dc contrôle do
perniciosos, (pianto constilnidos de nioe-
do .sua economia \ai so
í'" processo econômico, o que parece, aliás,
Assim, é necessário
materializar, o íjiic será. aliás, algo ate
frendo os impactos da .si
dispensáveis à continuidade de nosso
p:írtes contratantes.
nuado SC cm A\'ashington tixcrcm sido firmados comprouússo.s de fornecimentos
ros, principalmente quan
Por outro lado, mesmo que se con
sclecionaniento raeíonal e elástico
tituídos dentro da esscncialiclade de
cada um dos produtos para ambas as
ressantes para a outra nação) a fim de
.Sc a tendência à formação d<' .saldos
c reconstrução dc tercei
/
^raiuh«s <lesní\'<'is de repartição.
de gnipos dc produtos, que foram cons
pelos exportadores dc bens primários sc
refa do desenvolvimento
tações no sentido de nos ensejarem elas as impor
infhu ionadas de uma economia com
.se firmaram ba.soados no balanceamento
eontro!ar-sc até que ponto estamos sen
não podt! suportar a ta
sua vigência. Passa êle a ter duplo objetivo: bem aproveitar nossas expor
^'ão se pode hoje admitir a exanstao das (li\[sas mu mi-n-adorias snpórflua.s, ví^ndi^ão muito incentixada pelas ren-
sil com \'ário8 países. A fi.scalização dessa execução é imprescindível, tanto mais ,se atentarmos que êsscs acordos
importações, exàtando a a\'alancha
trutura
pouco o espírito do "contrôle" do comércio cxterno, embora endosse
apre(..i;'i\(»l contingente a renda oriunda
das e\p{)rtaçõos.
93
produtos de mínima esseneialidade. qn:iis, por \'êzes. constituem ótimo "^^'reado para indústrias alienígenas,
dc rir- .seu Címsiimo.
tendência a bio(jn<'io. O brasil, por sua frágil es
Êste conjunto de cir cunstâncias
mercado int«Tin) s«-gim(lo a r^s«-ucí.ilitla-
DIGICSTO econômico
bnas o irracionais á importarão, o que, nm do concorrer para o rebaixamento ^ padrão de vida das populações, exerpressão internacional através da quc-
^'^^^ns de índices do comercio.
. ^ntre situações dêsso tino e o esbanh^rionto eufórico do trabalho da Nação graves consemiências internas e
^^tornus qiic daí advêm, o campo é ' to e c nele que se precisa atuar,
tna consideração a mais se deve
no que tange ao contrôle do
^ ^rcâmbio. É quanto á execução dos ' '^tirdos de comércio firmados pelo Bra
comércio exterior como a natureza es
sencialmente dinâmica de alguns fatô-' res que influenciam e modulam as cor rentes de comércio.
Ao traçarcm-se, pois, as normas que nortearão futuramente o contíngenciamento do intercâmbio, aquelas circuns tâncias devem ser atendidas e mais ain
da a natureza dinâmica do próprio co mércio exterior.
Assim, o Executivo, a quem cumpre executar o contrôle, deveria receber do
Legislativo uma lei que lhe bitolasse a atuação, bastante flexível, porém, para permitir a sua adaptação à evolução constante do mecanismo a ser contro lado.
Seria ao Executivo absolutamente im
possível enfrentar com êxito situações de alto índice evolutivo com um instru
mento rígido e de desajustamento qua se que instantâneo.
DicKSTi» Econômico
92
motores, ncícuIos etc., vão sofrendo res
ter .sido alcançado <-in Washington, cm
trições de produ«;-ão e a respectiva ex portação fica condicionada c .sujeita a quotas pelos países produtores.
troca <Ic garantia dc fornecimento dc
Desta forma, para os paíse.s de econo
íf .
tlistrilmir tom a< 4T!o aqiic-la importação, (pic por ra/ó«-s (ibtias serão dosadas
o problema transplanta-se para a im portação, já que a maior parte de seus produtos de <-.xportaç-ão (gêneros alimen
r<-nios que controlar a distribuição no
pamento.s e eombusti\eis, ei.s o pro
Ne.stes períodos anormais, praticamen te os únicos em que a "relação de tro cas beneficia os produtores de bens primários, o balanço comercial destes
tende a ser superavitário, ocasionando,
M quase sempre, certa pressão inflacionária interna. Não seria justo cjue en frentássemos a situação sem uma ra/^oá-
^ vel compensação econômica, ou, pelo
j
menos, sem procurarmos evitar {> acúmu-
;I
Io de .saldos no exterior tendentes a se-
j, . rem depreciados ou blo-
i'. y J.'
m-c «•Nsitarcmos
num mínimo impr< scindi\c-1. .Assim. Ic-
blema!
.1-,
inatcrias-priin.is.
mia incipiente, como é o caso do Brasil,
tícios e matérias-primas) tem uma pro h"' K i'. cura vitalizada. Obter máquinas, eíjuí-
[
no.ssas
queados. muda
um
tações de que precisamos e "orientar" o acúmulo
do atendidos nos produtos que mais nos intcrc.ssam (em geral os menos inte
coiH.fjrr,. para ineentiwxr a criação dan"<'l;,s indústrias em território nacional,
que não estejamos a fornecer produtos osscncia|t-.s«mos em troca de artigos de
^rrnemxos cpie ficam os fornecedores ha-
esseneialidade menor.
bilaterais mínimos, as nações sul)dcscii-
dc- perderem completamente o
volvídas não poderão aceitar plàcida-
mcntc a formação daíjuclcs "saldo.s", pois (juc êles ficam expostos à deswdoriziiçao monetária, (|ue é, lan períodos bélico e pré-hélico, poteneia! em todo o mundo.
Aliás, aqueles saldos serã(7 tanto mais
'"^■reado.
^ licenciamento, se racional c cconò-
'"'^aniente aplicado, e comnlementado uma legislação favorável aos inves-
^^ontos e.slrangciros, poderá concorrer n ampliação e o anarclhamento do
Parfun. industrial brasileiro.
Nao se deseonliccem os excessos oue
f «i.s Práticas de contrôle costumam advir
tla inconvorsível v. com
^ não se está a advogar restrições drás-
sóci<)-t'eonôinic:i,
tuação internacional.
Mas, snponluimo.s que a situação internacional
SC desanuvie o que as
provável de disponibili
perspectivas de importa
dades no exterior.
ção melhorem; ainda as
sim cumpre selecionarmos as mercado
siga alcançar o primeiro desses objetivos,
rias importadas, não só com vistas ao
a obtenção de um mínimo de bens in-
equilíbrio dos balanços dc pagamentos, mas também ao desenvolvimento econô
mico do País, para o qual concorre com
A série de circunstancias expostas tra duz não só a necessidade dc contrôle do
perniciosos, (pianto constilnidos de nioe-
do .sua economia \ai so
í'" processo econômico, o que parece, aliás,
Assim, é necessário
materializar, o íjiic será. aliás, algo ate
frendo os impactos da .si
dispensáveis à continuidade de nosso
p:írtes contratantes.
nuado SC cm A\'ashington tixcrcm sido firmados comprouússo.s de fornecimentos
ros, principalmente quan
Por outro lado, mesmo que se con
sclecionaniento raeíonal e elástico
tituídos dentro da esscncialiclade de
cada um dos produtos para ambas as
ressantes para a outra nação) a fim de
.Sc a tendência à formação d<' .saldos
c reconstrução dc tercei
/
^raiuh«s <lesní\'<'is de repartição.
de gnipos dc produtos, que foram cons
pelos exportadores dc bens primários sc
refa do desenvolvimento
tações no sentido de nos ensejarem elas as impor
infhu ionadas de uma economia com
.se firmaram ba.soados no balanceamento
eontro!ar-sc até que ponto estamos sen
não podt! suportar a ta
sua vigência. Passa êle a ter duplo objetivo: bem aproveitar nossas expor
^'ão se pode hoje admitir a exanstao das (li\[sas mu mi-n-adorias snpórflua.s, ví^ndi^ão muito incentixada pelas ren-
sil com \'ário8 países. A fi.scalização dessa execução é imprescindível, tanto mais ,se atentarmos que êsscs acordos
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trutura
pouco o espírito do "contrôle" do comércio cxterno, embora endosse
apre(..i;'i\(»l contingente a renda oriunda
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93
produtos de mínima esseneialidade. qn:iis, por \'êzes. constituem ótimo "^^'reado para indústrias alienígenas,
dc rir- .seu Címsiimo.
tendência a bio(jn<'io. O brasil, por sua frágil es
Êste conjunto de cir cunstâncias
mercado int«Tin) s«-gim(lo a r^s«-ucí.ilitla-
DIGICSTO econômico
bnas o irracionais á importarão, o que, nm do concorrer para o rebaixamento ^ padrão de vida das populações, exerpressão internacional através da quc-
^'^^^ns de índices do comercio.
. ^ntre situações dêsso tino e o esbanh^rionto eufórico do trabalho da Nação graves consemiências internas e
^^tornus qiic daí advêm, o campo é ' to e c nele que se precisa atuar,
tna consideração a mais se deve
no que tange ao contrôle do
^ ^rcâmbio. É quanto á execução dos ' '^tirdos de comércio firmados pelo Bra
comércio exterior como a natureza es
sencialmente dinâmica de alguns fatô-' res que influenciam e modulam as cor rentes de comércio.
Ao traçarcm-se, pois, as normas que nortearão futuramente o contíngenciamento do intercâmbio, aquelas circuns tâncias devem ser atendidas e mais ain
da a natureza dinâmica do próprio co mércio exterior.
Assim, o Executivo, a quem cumpre executar o contrôle, deveria receber do
Legislativo uma lei que lhe bitolasse a atuação, bastante flexível, porém, para permitir a sua adaptação à evolução constante do mecanismo a ser contro lado.
Seria ao Executivo absolutamente im
possível enfrentar com êxito situações de alto índice evolutivo com um instru
mento rígido e de desajustamento qua se que instantâneo.
95
Dícbsto Econômico lho-iuc
BRASILIDADE E CIVISMO
Calógeras foi meu amigo e Uberaba é a minha terra natal.
Vivi, neste recanto, os fugazes mo mentos da infância c nunca o revi sem
reproduzir, na mente, os versos singelos de Casimiro de Abreu e Luiz Guima
rães, que descreveram os oito anos e a %'olta à casa paterna. Gravada na
minha
retina
está- a
Uberaba de antanho. A igreja da Ma triz, com o relógio e a tôrrc esguia, de
cências sauíhisas <• tratliçõcs lindas, (jnc
do por um companheiro da Escola do Ouro Prelo, nas verdejantcs campinas
cívico.
Contém
um/i
saudação
ao
Afonso Arínns c um artinn sòhrc ésse
U a])andonaram a idéia da peregrina
as armas iniciais da profissão que abra çara. Demarcou vários imóveis. "La ranjeiras", "Santa Gerlrudes" e "Tiju co", fazendas que perlnslrei, quando criança, dividiu-as o laureado engenhei
no halLsmo do avião "CnMgrrr/.ç"; a .sau
ção.
ro.
dação ao distinto oficUd do Exército
volta de mim mesmo, a \'olta dos oito
Coelho dos Reis, em nome da Comissão
anos.
dos Neffócios Est(ulunis. c um artiao sãhre o escritor nacionalista Batista Pereira.
"E sc,
antes d<^ fazer a \oUa ao redor do mun
do, fizi'*sscnu)s a volt.a do nós mesmos?"
Iloje, com essa \'lagem, fiz a
Vim da terra da minha adolescência,
terra onde construí o lar e fiz amigos que me enchem a \ ida dc ufania, pnra cjuc Assis Chateaubriand me conferiu.
que empolgava a imaginação infantil; o
pelo fato de ter nascido em Uberaba e
córrego da rua do Comércio, ponto fu
escutado, tantas vozes, entoada pelos
gitivo dos meus brinquedos; a frondosa e centenária gameleira, árvore que des
dominicanos, a música de Palestrina.
Justificada está ainda a minha incli nação paru os estudos clássicos, prcfcrindo-os aos das ciências físicas c ma
temáticas, observação que me fêz o sau
doso José Ladislau Pctcr, pela incontida admiração que, menino, eu votava àque les homens humildes que, nos serões de
Inenarrável é o prazer de aflnnnr, na
cidade cm que nasci, o meu amor e a minha gratidão à Piratininga dadivosa, qm; me agasalhou com carinhos de mãe e me consentiu
prcslassc, cm cargos do rclêvo, scrvi(.-os à Pátria estremecida. Abençoado torrão, onde não vi-
í-'cja a semente do regionalismo: a cer tidão dc batismo, nas suas águas lustrais, c a do cnlranhado devotamento ao Brasil.
Chateaubriand,
paladino
da novel
Uberaba, conversavam em latim como
cruzada cívica, doar aviões à juventu
se fossem monges beneditinos. É o traço da vida, que elegante pro
pernambucano Scvcrino Pereira, nacio
músicos e de latinistas, último vestígio do famoso Colégio dos Lazaristas, que
sador definiu: desenho da criança es
fez de tantos filhos do sertão mestres
quecido pelo homem. Uberaba
cresceu
e
transformou-se.
Impulsionada pelo gênio empreendedor
i..yr. "a»'. /,■ f
disse a um dos companheiros:
de.sempenhar-mc de lionroso mandato
um quarteto de Beethovcn, uma cantata de Baeh ou nm oratório de Handcl,
Explico a profunda emoção com que
nos romances dc Bernardo Guimarães,
para uma \iagem ao redor do mundo,
Íngreme ladeira do Largo do Rosário,
divina.
dêsto Município, descritas com o pincel
nosso colaborador, rcdi{^Ídos ambos quarulo ainda não havia o brilhante parlamentar atinf^ido o gr/mr/r renome de que hoje ttsufrtii. São reproduzidos ainda: o discurso proferido em Uberaba
.sempre otiço uma .sinfonia de Haydn,
do idioma de Cícero e peritos na arte
Uberaba devia uma reparação
a Calógeras. O grande brasileiro aqui viven fase não pequena. Terçou, atraí
Conl.i Iloussayc. no 1í\to "Galeria de retratos cio século que Clminforl. ao embarcar, em Chcrburgo,
Sebastião, que diariamente percorria; a
contava oito mil habitantes. Cidade de
Divinatória, a escolha de Chateau
briand.
.só vceni í>s í)lhos tio coração.
as ruas de Santo Antônio e de São
escolar, poético e florido, enlevo da puericía, são esse pano de fundo de que falava Nabuco e representa os últi mos longes da vida. A Uberaba do meu tempo não era a opulenta de hoje. Há seis lustros, não
fundo reconliecimento.
Uf^eiros perfis, inserimos os (Ir caráter
fronte à casa de meu pai; o Colégio
lumbra o forasteiro; o jardim do grupo
ousio de uma con
ao inspirador e ao doador, o seu pro
Neste número. pros.scQniníio n série de
dos Maristas, onde soletrei o alfabeto;
local preferido das congadas, espetáculo
de.seu\nlvi»nenlí> v do
Permil;\in-nu\ jxiréni. os
fissão: .1 UbiT.iba i'scondida no meu saerário é a t ithule bucólica, tlc vcminis-
Calógeras e Uberaba cia o júbilo inefável de e.xalçar a memória de Calógeras cm Uberaba.
si-ii
rnens eonltTr.\m-os.
Antonio Gontijo de Cahvai.ho
P"OPoncioNou-ME a Divina Providên
<h»
sen progresso.
dos seus filhos, enriqueceu-se. m »! „ i.
Orgu-
de., ordenou que o aparelho, y^ádlva do nalista que não reconhece fronteiras intcniorcs, temperamento cm que se con
densam a audácia c a inteligência, ti vesse nas asas o nome glorioso de Randiá Calógeras. Uberaba, cidade brasileira, manifesta,
Lembrou-me uin amigo, tradição
\1va do velho sertão, que, muitas ve
zes, vira o impenitcnte madrugador usar ferramentas de trabalhador braçal e con-
fundir-sc no campo com o mais obscuro dos operários. Engolfou-se, posteriormente, nas me
donhas lutas municipais, que Uberaba —
por que não direi o Brasil? — recorda
sem saudades. Com o apoio do político Misael Rodrigues da Cunha, candidalou-sc a deputado estadual o
moço cujo cérebro era um turbi lhão de idéias e as produções faiscavam luz.
Insurgiram-sc chefes locais. Veto formal lavraram. Calógeras sofre
a primeira decepção política e e.xibe na tormenta a ahaira do seu caráter. De siste da pretensão para evitar que se alastre a cizânia e a reconciliação se
impeça.
Retira-se para Ouro Preto, que logo a seguir o elege deputado federal. Deu-lhe a montanha o que não obte ve da planície. Nome naçional, Calóge ras não o era.
Uma cstuante mocida-
de ou um nome de província, dir-sc-ia.
Circunstância que atenua a falta dos meus conterrâneos, hoje resgatada pela
95
Dícbsto Econômico lho-iuc
BRASILIDADE E CIVISMO
Calógeras foi meu amigo e Uberaba é a minha terra natal.
Vivi, neste recanto, os fugazes mo mentos da infância c nunca o revi sem
reproduzir, na mente, os versos singelos de Casimiro de Abreu e Luiz Guima
rães, que descreveram os oito anos e a %'olta à casa paterna. Gravada na
minha
retina
está- a
Uberaba de antanho. A igreja da Ma triz, com o relógio e a tôrrc esguia, de
cências sauíhisas <• tratliçõcs lindas, (jnc
do por um companheiro da Escola do Ouro Prelo, nas verdejantcs campinas
cívico.
Contém
um/i
saudação
ao
Afonso Arínns c um artinn sòhrc ésse
U a])andonaram a idéia da peregrina
as armas iniciais da profissão que abra çara. Demarcou vários imóveis. "La ranjeiras", "Santa Gerlrudes" e "Tiju co", fazendas que perlnslrei, quando criança, dividiu-as o laureado engenhei
no halLsmo do avião "CnMgrrr/.ç"; a .sau
ção.
ro.
dação ao distinto oficUd do Exército
volta de mim mesmo, a \'olta dos oito
Coelho dos Reis, em nome da Comissão
anos.
dos Neffócios Est(ulunis. c um artiao sãhre o escritor nacionalista Batista Pereira.
"E sc,
antes d<^ fazer a \oUa ao redor do mun
do, fizi'*sscnu)s a volt.a do nós mesmos?"
Iloje, com essa \'lagem, fiz a
Vim da terra da minha adolescência,
terra onde construí o lar e fiz amigos que me enchem a \ ida dc ufania, pnra cjuc Assis Chateaubriand me conferiu.
que empolgava a imaginação infantil; o
pelo fato de ter nascido em Uberaba e
córrego da rua do Comércio, ponto fu
escutado, tantas vozes, entoada pelos
gitivo dos meus brinquedos; a frondosa e centenária gameleira, árvore que des
dominicanos, a música de Palestrina.
Justificada está ainda a minha incli nação paru os estudos clássicos, prcfcrindo-os aos das ciências físicas c ma
temáticas, observação que me fêz o sau
doso José Ladislau Pctcr, pela incontida admiração que, menino, eu votava àque les homens humildes que, nos serões de
Inenarrável é o prazer de aflnnnr, na
cidade cm que nasci, o meu amor e a minha gratidão à Piratininga dadivosa, qm; me agasalhou com carinhos de mãe e me consentiu
prcslassc, cm cargos do rclêvo, scrvi(.-os à Pátria estremecida. Abençoado torrão, onde não vi-
í-'cja a semente do regionalismo: a cer tidão dc batismo, nas suas águas lustrais, c a do cnlranhado devotamento ao Brasil.
Chateaubriand,
paladino
da novel
Uberaba, conversavam em latim como
cruzada cívica, doar aviões à juventu
se fossem monges beneditinos. É o traço da vida, que elegante pro
pernambucano Scvcrino Pereira, nacio
músicos e de latinistas, último vestígio do famoso Colégio dos Lazaristas, que
sador definiu: desenho da criança es
fez de tantos filhos do sertão mestres
quecido pelo homem. Uberaba
cresceu
e
transformou-se.
Impulsionada pelo gênio empreendedor
i..yr. "a»'. /,■ f
disse a um dos companheiros:
de.sempenhar-mc de lionroso mandato
um quarteto de Beethovcn, uma cantata de Baeh ou nm oratório de Handcl,
Explico a profunda emoção com que
nos romances dc Bernardo Guimarães,
para uma \iagem ao redor do mundo,
Íngreme ladeira do Largo do Rosário,
divina.
dêsto Município, descritas com o pincel
nosso colaborador, rcdi{^Ídos ambos quarulo ainda não havia o brilhante parlamentar atinf^ido o gr/mr/r renome de que hoje ttsufrtii. São reproduzidos ainda: o discurso proferido em Uberaba
.sempre otiço uma .sinfonia de Haydn,
do idioma de Cícero e peritos na arte
Uberaba devia uma reparação
a Calógeras. O grande brasileiro aqui viven fase não pequena. Terçou, atraí
Conl.i Iloussayc. no 1í\to "Galeria de retratos cio século que Clminforl. ao embarcar, em Chcrburgo,
Sebastião, que diariamente percorria; a
contava oito mil habitantes. Cidade de
Divinatória, a escolha de Chateau
briand.
.só vceni í>s í)lhos tio coração.
as ruas de Santo Antônio e de São
escolar, poético e florido, enlevo da puericía, são esse pano de fundo de que falava Nabuco e representa os últi mos longes da vida. A Uberaba do meu tempo não era a opulenta de hoje. Há seis lustros, não
fundo reconliecimento.
Uf^eiros perfis, inserimos os (Ir caráter
fronte à casa de meu pai; o Colégio
lumbra o forasteiro; o jardim do grupo
ousio de uma con
ao inspirador e ao doador, o seu pro
Neste número. pros.scQniníio n série de
dos Maristas, onde soletrei o alfabeto;
local preferido das congadas, espetáculo
de.seu\nlvi»nenlí> v do
Permil;\in-nu\ jxiréni. os
fissão: .1 UbiT.iba i'scondida no meu saerário é a t ithule bucólica, tlc vcminis-
Calógeras e Uberaba cia o júbilo inefável de e.xalçar a memória de Calógeras cm Uberaba.
si-ii
rnens eonltTr.\m-os.
Antonio Gontijo de Cahvai.ho
P"OPoncioNou-ME a Divina Providên
<h»
sen progresso.
dos seus filhos, enriqueceu-se. m »! „ i.
Orgu-
de., ordenou que o aparelho, y^ádlva do nalista que não reconhece fronteiras intcniorcs, temperamento cm que se con
densam a audácia c a inteligência, ti vesse nas asas o nome glorioso de Randiá Calógeras. Uberaba, cidade brasileira, manifesta,
Lembrou-me uin amigo, tradição
\1va do velho sertão, que, muitas ve
zes, vira o impenitcnte madrugador usar ferramentas de trabalhador braçal e con-
fundir-sc no campo com o mais obscuro dos operários. Engolfou-se, posteriormente, nas me
donhas lutas municipais, que Uberaba —
por que não direi o Brasil? — recorda
sem saudades. Com o apoio do político Misael Rodrigues da Cunha, candidalou-sc a deputado estadual o
moço cujo cérebro era um turbi lhão de idéias e as produções faiscavam luz.
Insurgiram-sc chefes locais. Veto formal lavraram. Calógeras sofre
a primeira decepção política e e.xibe na tormenta a ahaira do seu caráter. De siste da pretensão para evitar que se alastre a cizânia e a reconciliação se
impeça.
Retira-se para Ouro Preto, que logo a seguir o elege deputado federal. Deu-lhe a montanha o que não obte ve da planície. Nome naçional, Calóge ras não o era.
Uma cstuante mocida-
de ou um nome de província, dir-sc-ia.
Circunstância que atenua a falta dos meus conterrâneos, hoje resgatada pela
T
DiCKSTO ECONÓNfICO
niíignificêncía desta cerimônia, revesti da de um toque lilúrgico. Vulto de projeção continental, já o tempo o consagrara, quando o proscre veram cie Minas os poderosos do dia.
97
Dicesto EcoNó^aco
para técnicos u publicistas, crinic dc losa-p;ilriotismo. Assis Cliatcaubriand, com a extraordinária visão das coisas pú blicas (pie o singul.iriz;i, foi dos pionei
realizou obra de estadista: integrar O Exército na Naçãí). Criar a consciência aeronáulie.í. eis a
finalidatle preeípiia, ou nn-lhor, o gr.mdc sentido da jornada cívica, empreendida
o das cousas.
ccrrou ao leu espírito nova clareim. Comcçastc a descrever as tradições do tor
quele transe, o enamorado do Brasil, en
fie fàilógera.s (|tie se reali/-i: civis C
dos siMis inúmeros jonuiis, féz a defesa do boi (jue tanto ouro tem carreado
frentando os maiorais da política. Focalizou, em artigos primorosos, os
militares, congraçaflos e rmidos. para a
para o Brasil.
garantia da unidade <Io Rra-^il. Formação de neroelulies <' adcslra-
Propulsor d:i sua grandeza, tornou-se beiu.-mérito de Uberaba o amigo gentil.
.se enriqueceram com ensaios históricos,
dignos de »im Capislrano ou de um Ro dolfo Garcia. Impediu íc consumasse o
definitivo ostracismo político de Caló-
abuiuiàneia de aviões do treinaimaüo,
tasia a aspiração do amante do .seu tor
toleram as superioridades. Benefício imenso e ato de civi.smo,
rão: a elernidadí! da Pátria.
porque a obsessão do insigne patriota não desmentiu a stia con^^tante ternura para com os homens e as coisas de
Mína.s, principalmente para com os seus homens í;utis' e os de forte conteúdo espiritual.
Simboliza o patriotismo a epígrafe "Pandiá Calógeras". O Exercito, o "grande mudo", teve, no pai-ano Mi nistro da Guerra, o amigo. Engenhei ro e historiador, sociólogo e economista, dos maiores, sem dúvida, o foi. Toda via, a sua vocação era a militar, reve
lada no tipo marcial. Moro deputado, assistia às manobras das forças armadas,
para debater no plenário o orçamento da Guerra. Fato ímpar, em que fulge também a noção do dever.
Ministro,
percorria diàriamente os quartéis para se pôr em contato com a tropa. Calógeras, correspondendo ao afeto que lhe dedicavam os homens de farda,
lho Neto. Surgiram os irrequietos, os descuidados da forma, os ncgadores de bui, os iconoclastas do passado. Sofreste o contágio. Com Prudente de Morais Neto c Sérgio Buarque dc Ho
Prevendo e agindo, não será uma fan Sustentou Oliveira Viana fjuc o pro blema básico dfr nina nação, como o
landa, iniciastc a demolição de velhos
Bra.sil, de grande e.xlen.são territorial, é
cânones.
o do transporte. Quem meneia os negócios públicos
O líder
pregava novos moldes de arte.
ancila f) das comnnleações.
Eliminada a distancia, decifrada está a incf)gnita do fultiro. Organizada, em larga csscala, a "legião do ar", a econo mia brasileira terá oulrfis rumos c não
ciais, revisaram valores.
será ficção a unidade espiritual de um
povo, fadado a alcvantados destinos. Não finalizo esta aiociição sem tes
temunhar a Cliatcaubriand a gratidão
Todos re
cordamos a pugna épica que o mineiro do Triângulo travou contra forças con jugadas para desenvolver a sua riqueza, explicável pelas condições mciológicas da região. Propugnar o "bos indicas" constituía.
Mas os
discípulos foram além. Desdenhando o amor contemplativo, trouxeram uma nova concepção da vida. Reergueram os esquecidos Tavares Bastos c Alberto Tôrres. Investigando os fenômenos so
gein .solução. ]>; nenlmm, porém. ^
sa a economia ubcrabcnse.
movimento era Graça
Aranha. O autor da "Estética da Vida"
brasileiros, há de ter verificado fpic to dos os problemas administrativos e.vi-
dc Uberaba por inestimável serviço. Na criação do gado indiano, repou
do
P
rão natal.
Artista, pcrfumastc com o
neiras.
Maclrugastc nas lides do pensamento, quando se prenunciava o ocaso de Coe
sente.
geras, almejado pelos pigmeus que não
era a de servir com sublimidnde ao Brasil. Enaltcccndo-o, Chatcaubriand
Afonso Arinos
realidade dos dias tf)rmentosos do pre
A paixão do Brasil, entretanto, des-
aroma da tua prosa, cheia de ternura, a historia das decadentes cidades mi
mentí» fie pilotos, possibilitados pela hão de constituir o programa de todos afjuêles (jue tem os t>lhos abiTtos à
dia eterna, continuaste pelas colunas
cl'"0 Jornal" zombetonndo dos homens
pelos "I):árií)S .Associados". E o sonho
Pátria. lTanr[ueou-lhe as prestigiosas colunas dos "Diários Associados", que
gáudio dos que cmbcbem a pena na ironia o con.'^idcrani a vida uma come
ros da re;ição vitoriosa e, nas colunas
Chateaiibriand foi quem amparou, na
méritos excepcionais daquele lioinem de Eítado, orgulho de um povo e exilado na
tu Ic rcvclastc delicioso humorista. Para
Houve, são
palavras tuas, dc um movimento poéti co inicial, a recuperação do Brasil pelo seu próprio pensamento. Milagre da rnalsinada geração do npós-guerra que ligou a floração intelectual do Brasil às raízes profundas. Dcspertaste a atenção da intelectuali dade brasileira, quando, ainda estudan
Sabará, Ouro Preto, Mariana e Con gonhas do Campo, celebradas nos versos dc Mário de Lima, encontraram no so
brinho dc Afonso Arinos um pintor de -
estranha magia. Seguias, impulsionado
por um sentimento atávico, as pegadas daquele que, em Ouro Freto, plena
revolta de Custódio dc Mello, "mergu lhado no passado, conversava com es
pectros, revivendo a antiga vida pinturesca da cidade lendária". Herdaste um nome aureolado e com lustre o prolon-
gastc. Afonso Arinos e Afonso Arinos Sobrinho se identificam e se completam.
Auspiciosa, a estréia de ambos no do mínio da publicística. "Pelo Sertão", de Arinos, é um dos livros básicos cionalidadc, uma espécie dc "Facundo ,
não superado no gênero por nenhum outro.
Calardoa um sociólogo a tua
"Introdução à Realidade Brasileira', apelo vibrante e documentado para que o País resista à absorção de tendências alienígenas.
Arinos era um incomparável paisa
gista com pendores pela história nacio
te, escreveste uma crônica graciosa e
nal. És um historiador que reveste os
leve sobre o Conselho da Sociedade das
pensamentos de límpido estilo. Em Arinos, sobrepuja o artista. Em ti, o
Nações. Intitulava-se "O Teatro à Beira
do Lago". Caricaturando os Chamberlain, os Cccil, os Herriot, os Scialoja,
cronista e o didata.
Arinos, viajor impenitenle, só escre-
T
DiCKSTO ECONÓNfICO
niíignificêncía desta cerimônia, revesti da de um toque lilúrgico. Vulto de projeção continental, já o tempo o consagrara, quando o proscre veram cie Minas os poderosos do dia.
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Dicesto EcoNó^aco
para técnicos u publicistas, crinic dc losa-p;ilriotismo. Assis Cliatcaubriand, com a extraordinária visão das coisas pú blicas (pie o singul.iriz;i, foi dos pionei
realizou obra de estadista: integrar O Exército na Naçãí). Criar a consciência aeronáulie.í. eis a
finalidatle preeípiia, ou nn-lhor, o gr.mdc sentido da jornada cívica, empreendida
o das cousas.
ccrrou ao leu espírito nova clareim. Comcçastc a descrever as tradições do tor
quele transe, o enamorado do Brasil, en
fie fàilógera.s (|tie se reali/-i: civis C
dos siMis inúmeros jonuiis, féz a defesa do boi (jue tanto ouro tem carreado
frentando os maiorais da política. Focalizou, em artigos primorosos, os
militares, congraçaflos e rmidos. para a
para o Brasil.
garantia da unidade <Io Rra-^il. Formação de neroelulies <' adcslra-
Propulsor d:i sua grandeza, tornou-se beiu.-mérito de Uberaba o amigo gentil.
.se enriqueceram com ensaios históricos,
dignos de »im Capislrano ou de um Ro dolfo Garcia. Impediu íc consumasse o
definitivo ostracismo político de Caló-
abuiuiàneia de aviões do treinaimaüo,
tasia a aspiração do amante do .seu tor
toleram as superioridades. Benefício imenso e ato de civi.smo,
rão: a elernidadí! da Pátria.
porque a obsessão do insigne patriota não desmentiu a stia con^^tante ternura para com os homens e as coisas de
Mína.s, principalmente para com os seus homens í;utis' e os de forte conteúdo espiritual.
Simboliza o patriotismo a epígrafe "Pandiá Calógeras". O Exercito, o "grande mudo", teve, no pai-ano Mi nistro da Guerra, o amigo. Engenhei ro e historiador, sociólogo e economista, dos maiores, sem dúvida, o foi. Toda via, a sua vocação era a militar, reve
lada no tipo marcial. Moro deputado, assistia às manobras das forças armadas,
para debater no plenário o orçamento da Guerra. Fato ímpar, em que fulge também a noção do dever.
Ministro,
percorria diàriamente os quartéis para se pôr em contato com a tropa. Calógeras, correspondendo ao afeto que lhe dedicavam os homens de farda,
lho Neto. Surgiram os irrequietos, os descuidados da forma, os ncgadores de bui, os iconoclastas do passado. Sofreste o contágio. Com Prudente de Morais Neto c Sérgio Buarque dc Ho
Prevendo e agindo, não será uma fan Sustentou Oliveira Viana fjuc o pro blema básico dfr nina nação, como o
landa, iniciastc a demolição de velhos
Bra.sil, de grande e.xlen.são territorial, é
cânones.
o do transporte. Quem meneia os negócios públicos
O líder
pregava novos moldes de arte.
ancila f) das comnnleações.
Eliminada a distancia, decifrada está a incf)gnita do fultiro. Organizada, em larga csscala, a "legião do ar", a econo mia brasileira terá oulrfis rumos c não
ciais, revisaram valores.
será ficção a unidade espiritual de um
povo, fadado a alcvantados destinos. Não finalizo esta aiociição sem tes
temunhar a Cliatcaubriand a gratidão
Todos re
cordamos a pugna épica que o mineiro do Triângulo travou contra forças con jugadas para desenvolver a sua riqueza, explicável pelas condições mciológicas da região. Propugnar o "bos indicas" constituía.
Mas os
discípulos foram além. Desdenhando o amor contemplativo, trouxeram uma nova concepção da vida. Reergueram os esquecidos Tavares Bastos c Alberto Tôrres. Investigando os fenômenos so
gein .solução. ]>; nenlmm, porém. ^
sa a economia ubcrabcnse.
movimento era Graça
Aranha. O autor da "Estética da Vida"
brasileiros, há de ter verificado fpic to dos os problemas administrativos e.vi-
dc Uberaba por inestimável serviço. Na criação do gado indiano, repou
do
P
rão natal.
Artista, pcrfumastc com o
neiras.
Maclrugastc nas lides do pensamento, quando se prenunciava o ocaso de Coe
sente.
geras, almejado pelos pigmeus que não
era a de servir com sublimidnde ao Brasil. Enaltcccndo-o, Chatcaubriand
Afonso Arinos
realidade dos dias tf)rmentosos do pre
A paixão do Brasil, entretanto, des-
aroma da tua prosa, cheia de ternura, a historia das decadentes cidades mi
mentí» fie pilotos, possibilitados pela hão de constituir o programa de todos afjuêles (jue tem os t>lhos abiTtos à
dia eterna, continuaste pelas colunas
cl'"0 Jornal" zombetonndo dos homens
pelos "I):árií)S .Associados". E o sonho
Pátria. lTanr[ueou-lhe as prestigiosas colunas dos "Diários Associados", que
gáudio dos que cmbcbem a pena na ironia o con.'^idcrani a vida uma come
ros da re;ição vitoriosa e, nas colunas
Chateaiibriand foi quem amparou, na
méritos excepcionais daquele lioinem de Eítado, orgulho de um povo e exilado na
tu Ic rcvclastc delicioso humorista. Para
Houve, são
palavras tuas, dc um movimento poéti co inicial, a recuperação do Brasil pelo seu próprio pensamento. Milagre da rnalsinada geração do npós-guerra que ligou a floração intelectual do Brasil às raízes profundas. Dcspertaste a atenção da intelectuali dade brasileira, quando, ainda estudan
Sabará, Ouro Preto, Mariana e Con gonhas do Campo, celebradas nos versos dc Mário de Lima, encontraram no so
brinho dc Afonso Arinos um pintor de -
estranha magia. Seguias, impulsionado
por um sentimento atávico, as pegadas daquele que, em Ouro Freto, plena
revolta de Custódio dc Mello, "mergu lhado no passado, conversava com es
pectros, revivendo a antiga vida pinturesca da cidade lendária". Herdaste um nome aureolado e com lustre o prolon-
gastc. Afonso Arinos e Afonso Arinos Sobrinho se identificam e se completam.
Auspiciosa, a estréia de ambos no do mínio da publicística. "Pelo Sertão", de Arinos, é um dos livros básicos cionalidadc, uma espécie dc "Facundo ,
não superado no gênero por nenhum outro.
Calardoa um sociólogo a tua
"Introdução à Realidade Brasileira', apelo vibrante e documentado para que o País resista à absorção de tendências alienígenas.
Arinos era um incomparável paisa
gista com pendores pela história nacio
te, escreveste uma crônica graciosa e
nal. És um historiador que reveste os
leve sobre o Conselho da Sociedade das
pensamentos de límpido estilo. Em Arinos, sobrepuja o artista. Em ti, o
Nações. Intitulava-se "O Teatro à Beira
do Lago". Caricaturando os Chamberlain, os Cccil, os Herriot, os Scialoja,
cronista e o didata.
Arinos, viajor impenitenle, só escre-
iJlôBAfÔ
KgbNUAIlW!'
Diceisto Econômico
98
troinpa e toquei a reunir". A literatura, vcii sôbre o Brasil.
Em tua obra, o
Brasil é a preocupação absorvente, fei ção do espírito que mais te enobrece. Pertences à estirpe dos paulistas Var-
nhagen e Eduardo Prado, brasileiros in tegrais. CUJO roteiro inteicctiial não di
fere do (juc foi traçado pelo segundo Paranhos: "Ubiquc Patriae Memor".
A Unidade da Pátria" foi o empol gante tema, escolhido em Belo Hori
zonte pelo primeiro Afonso Arinos, para o inicio do momento da "Grande Pá tria . Oraçao cívica dc tão funda re
percussão na mocidadc, que constituiu,
talvez, o máximo fator da orga nização, em São Paulo, da Liga Nacionalista, seleção dos melho
res alunos das nossas escolas su
periores, grêmio de patriotas,
que atenderam ao toque de reunir.
"A Unidade Nacional", o te
ma que Alberto Americano te sugeriu para o teu primeiro contato com o povo de São Paulo. Dcscnvolvendo-o, doaste à juventude uma página de civismo. Enriquecestc a tua bibliografia com uma obra de amor ao Bra.si].
*
oferta uma t^bra do arte.
\'ot;icla c.\clusi%amentc ã redenção do Afonso Arinos de Mello I*'r;mco. per
Brasil, a sua inteligência nos proporcio na. logo a seguir, "Preparação ao Na-
tencente a uma estirpe de inlelt ciuais, realiza o milagre- <le c<)mj>endiar, cm plena jmenlude, as t<-mlèncias cultu rais dos seus antepassados. Curioso, perlu-slra os \ários domínios da inteligência. Disercleía sôbre assun tos juriclicos, sociais e filosóficos com a facilidade com que redige uma nota
cion:ilisnu)".
Sereno, estuda a atuação
judaie:\ na elaboração das tendências intern;»cion;distas da mocidade brasileira. Não existia biÍ>liografia sobre o assun to. Afonso Arinos.deu o alarma c suge
riu que fòsse debatida a infUiência his torie;! do judeu na formação do nosso
política, elal>ora uma critica literária e
povo.
compõe uin poema. Em todos os scus
O problema começou a ser ventilado. Batista Pereira faz a apologia do israe
escritos, há vincos <Ie estranha sensibi
lidade e o pensamento vaz;ido é
lita.
sempre original.
prlmindo os "Protocolos do Sião . Pan
Gust.uo Barroso o detrai,^ rcim-
Eslreon-se com "Introdução à
fletários c não bistoriadores, trou.xcram
realidade brasileira". Essa obra surpreendeu a inúmeros amigos
contudo para o tablado da discussão o exame da alma hebraica.
Hoje, não conheço assunto que des
seus. Discípulo de Craça Ara-
perte maior interessei Rodolfo Garcia o Gilberto Freyrc iniciaram a sua inves
niia, fòra até então um deino-
lidor e não poupava os ídolos a sua pena ucidulada pela ironia.
tigação, cont a fome de documentos que os caracteriza. Com a intuição e clara
O amor á terra natal, rejuvenescido
apos longa viagem, imprime a seu espí" rito outra orientação. Aos vinte c einco anos, o iconoclasta transforma-se oio
construtor. Em estilo que tem a IranS-
parêneia do cristal, agita os problemas nismo. Inquire sôbre a desorganização o a desordem do Brasil. Situa, com rara precisão, o papel do intelectual e co-
ta.
A eternidade do
rajosamtínle analisa o nosso malfadado
Brasil há de ser o lábaro do nosso na-
o retrato que Paulo Prado traçou o Brasil. Esteta, o escritor paulista de
regionalismo. O intelectual brasileiro vê
senhou os contornos do corpo.
cionaJisino.
O catecismo do jcsviita c
angustiantes do fascismo e do comu
Hí
*
*
Afonso Arinos não se conformou com Mas
traçada por um patriota a diretriz sal
falhou como fotografo da psique bra
vador;!, Praticar o nacionalismo de co-
Romero, garantiram desde os primórdios
sileira.
laboração e não o nacionalismo de ódio;
Gravada no papel, a arte eternizou
a unidade religiosa e a unidade do di
repelir o internacionalismo o pender para o universalismo; combater o regio
a concepção amarga de Paulo Prado e
"Introdução à Realidade Brasi
de desalento foi a sua repercussão na
leira", "Preparação ao Nacionalismo",
nalismo c pregar o pacifismo; amar o
mocidade.
"Conceito de Civilização Brasileira", fi
exército e odiar o militarismo, eis a sín
zeram de ti um devotado oljrciro da
tese desse evangelho de patriotismo. Aos moços endereçou estas p;i]avras
Mas a reação de uma elite não tardou. Carlos Magalhães Azeredo e Antônio
unidade política. aspiraçõe.s.
Sintetizas as nossas
de legítimo orgulho:
são nodoantc.
Argumentos irretorquí\ cis foram con
trapostos. Mas não se destrói fàcilmente uma lese, se o propugnador for um es critor fascinante, como o é Paulo Prado. "Conceito de civilização brasileira",
que Afonso Arinos acaba de lançar à publicidade, em resumo, é uma réplica ao "Retrato do Brasil".
Não a de um utopista. Mas a de um realista.
O êmulo de Paulo Prado é um jovem
pensador, um intelectual puro, que des mente a decantada inferioridade da nos
sa raça, diagnosticada pelos detratores do Brasil.
Escritor de polpa, o seu "Conceito de civilização brasileira" é de leitura leve, como se fora um romance. O ra ciocínio é diáfano e há cintilações na
e.xposição das idéias. Quem o lè recorda-se de uma passagem de Emerson
foi reconstituído por um pintor. Aliás,
as ordenações do Reino, observou Sílvio
reito.
Brasil. Batista Pereira foi além, quando o definiu: "Mancha do Brasil", expres
conceitua que o melhor livro percepção do.s fenômenos sociais, Afonso équando aquele a ilusão de que nós o Arinos há. dc aproveitar esses materiais poderíamosqueterdáescrito. preciosos para traçar as linhas mestras Há páginas que encantam pela fidessa influencia. nura psicológica. O ambiente de uma sala de jôgo dá a impressão de que
A mocidade está contigo na benemé rita campanha que empreendeste cm prol da unidade da Pátria. És hoj'e a testemunha fiel do que esse sentimento é indestrutível na alma do povo paulis Disse e repito.
"retrato pessimista" o do verdadeiro
Batista Pereira não reconheceram no
o capítulo "A salvação pelo acaso" é o mais pitoresco e o de melhor lavor ar tístico.
Analisando o poema de Gonçalves Dias, o trecho musical de Carlos Gomes, a tela de Vitor Meireles e o romance
de José de Alencar, representados pelas figuras de Y Juca-Pyrama, Ceei, Mocma e Peri, Afonso Arinos fê-lo como
sociólogo e não como puro homem de letras.
"Conceito de civilização brasileira" não é uma narrativa de fatos concretos.
"Empunhei a Í!
j
r-if/iffátiliiWáirViÉl 'k
iJlôBAfÔ
KgbNUAIlW!'
Diceisto Econômico
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troinpa e toquei a reunir". A literatura, vcii sôbre o Brasil.
Em tua obra, o
Brasil é a preocupação absorvente, fei ção do espírito que mais te enobrece. Pertences à estirpe dos paulistas Var-
nhagen e Eduardo Prado, brasileiros in tegrais. CUJO roteiro inteicctiial não di
fere do (juc foi traçado pelo segundo Paranhos: "Ubiquc Patriae Memor".
A Unidade da Pátria" foi o empol gante tema, escolhido em Belo Hori
zonte pelo primeiro Afonso Arinos, para o inicio do momento da "Grande Pá tria . Oraçao cívica dc tão funda re
percussão na mocidadc, que constituiu,
talvez, o máximo fator da orga nização, em São Paulo, da Liga Nacionalista, seleção dos melho
res alunos das nossas escolas su
periores, grêmio de patriotas,
que atenderam ao toque de reunir.
"A Unidade Nacional", o te
ma que Alberto Americano te sugeriu para o teu primeiro contato com o povo de São Paulo. Dcscnvolvendo-o, doaste à juventude uma página de civismo. Enriquecestc a tua bibliografia com uma obra de amor ao Bra.si].
*
oferta uma t^bra do arte.
\'ot;icla c.\clusi%amentc ã redenção do Afonso Arinos de Mello I*'r;mco. per
Brasil, a sua inteligência nos proporcio na. logo a seguir, "Preparação ao Na-
tencente a uma estirpe de inlelt ciuais, realiza o milagre- <le c<)mj>endiar, cm plena jmenlude, as t<-mlèncias cultu rais dos seus antepassados. Curioso, perlu-slra os \ários domínios da inteligência. Disercleía sôbre assun tos juriclicos, sociais e filosóficos com a facilidade com que redige uma nota
cion:ilisnu)".
Sereno, estuda a atuação
judaie:\ na elaboração das tendências intern;»cion;distas da mocidade brasileira. Não existia biÍ>liografia sobre o assun to. Afonso Arinos.deu o alarma c suge
riu que fòsse debatida a infUiência his torie;! do judeu na formação do nosso
política, elal>ora uma critica literária e
povo.
compõe uin poema. Em todos os scus
O problema começou a ser ventilado. Batista Pereira faz a apologia do israe
escritos, há vincos <Ie estranha sensibi
lidade e o pensamento vaz;ido é
lita.
sempre original.
prlmindo os "Protocolos do Sião . Pan
Gust.uo Barroso o detrai,^ rcim-
Eslreon-se com "Introdução à
fletários c não bistoriadores, trou.xcram
realidade brasileira". Essa obra surpreendeu a inúmeros amigos
contudo para o tablado da discussão o exame da alma hebraica.
Hoje, não conheço assunto que des
seus. Discípulo de Craça Ara-
perte maior interessei Rodolfo Garcia o Gilberto Freyrc iniciaram a sua inves
niia, fòra até então um deino-
lidor e não poupava os ídolos a sua pena ucidulada pela ironia.
tigação, cont a fome de documentos que os caracteriza. Com a intuição e clara
O amor á terra natal, rejuvenescido
apos longa viagem, imprime a seu espí" rito outra orientação. Aos vinte c einco anos, o iconoclasta transforma-se oio
construtor. Em estilo que tem a IranS-
parêneia do cristal, agita os problemas nismo. Inquire sôbre a desorganização o a desordem do Brasil. Situa, com rara precisão, o papel do intelectual e co-
ta.
A eternidade do
rajosamtínle analisa o nosso malfadado
Brasil há de ser o lábaro do nosso na-
o retrato que Paulo Prado traçou o Brasil. Esteta, o escritor paulista de
regionalismo. O intelectual brasileiro vê
senhou os contornos do corpo.
cionaJisino.
O catecismo do jcsviita c
angustiantes do fascismo e do comu
Hí
*
*
Afonso Arinos não se conformou com Mas
traçada por um patriota a diretriz sal
falhou como fotografo da psique bra
vador;!, Praticar o nacionalismo de co-
Romero, garantiram desde os primórdios
sileira.
laboração e não o nacionalismo de ódio;
Gravada no papel, a arte eternizou
a unidade religiosa e a unidade do di
repelir o internacionalismo o pender para o universalismo; combater o regio
a concepção amarga de Paulo Prado e
"Introdução à Realidade Brasi
de desalento foi a sua repercussão na
leira", "Preparação ao Nacionalismo",
nalismo c pregar o pacifismo; amar o
mocidade.
"Conceito de Civilização Brasileira", fi
exército e odiar o militarismo, eis a sín
zeram de ti um devotado oljrciro da
tese desse evangelho de patriotismo. Aos moços endereçou estas p;i]avras
Mas a reação de uma elite não tardou. Carlos Magalhães Azeredo e Antônio
unidade política. aspiraçõe.s.
Sintetizas as nossas
de legítimo orgulho:
são nodoantc.
Argumentos irretorquí\ cis foram con
trapostos. Mas não se destrói fàcilmente uma lese, se o propugnador for um es critor fascinante, como o é Paulo Prado. "Conceito de civilização brasileira",
que Afonso Arinos acaba de lançar à publicidade, em resumo, é uma réplica ao "Retrato do Brasil".
Não a de um utopista. Mas a de um realista.
O êmulo de Paulo Prado é um jovem
pensador, um intelectual puro, que des mente a decantada inferioridade da nos
sa raça, diagnosticada pelos detratores do Brasil.
Escritor de polpa, o seu "Conceito de civilização brasileira" é de leitura leve, como se fora um romance. O ra ciocínio é diáfano e há cintilações na
e.xposição das idéias. Quem o lè recorda-se de uma passagem de Emerson
foi reconstituído por um pintor. Aliás,
as ordenações do Reino, observou Sílvio
reito.
Brasil. Batista Pereira foi além, quando o definiu: "Mancha do Brasil", expres
conceitua que o melhor livro percepção do.s fenômenos sociais, Afonso équando aquele a ilusão de que nós o Arinos há. dc aproveitar esses materiais poderíamosqueterdáescrito. preciosos para traçar as linhas mestras Há páginas que encantam pela fidessa influencia. nura psicológica. O ambiente de uma sala de jôgo dá a impressão de que
A mocidade está contigo na benemé rita campanha que empreendeste cm prol da unidade da Pátria. És hoj'e a testemunha fiel do que esse sentimento é indestrutível na alma do povo paulis Disse e repito.
"retrato pessimista" o do verdadeiro
Batista Pereira não reconheceram no
o capítulo "A salvação pelo acaso" é o mais pitoresco e o de melhor lavor ar tístico.
Analisando o poema de Gonçalves Dias, o trecho musical de Carlos Gomes, a tela de Vitor Meireles e o romance
de José de Alencar, representados pelas figuras de Y Juca-Pyrama, Ceei, Mocma e Peri, Afonso Arinos fê-lo como
sociólogo e não como puro homem de letras.
"Conceito de civilização brasileira" não é uma narrativa de fatos concretos.
"Empunhei a Í!
j
r-if/iffátiliiWáirViÉl 'k
J^iCESio i-XoNiTMirí)
Explica o passado e traça rumos.
É
obra de renova^-ão espiritual. Termina da a sua leitura, não sentimos a convic ção da nossa inferioridade racial.
Coelho dos Reis
Junqueira Aires, a bondade que se fê/. homem, proporcionou-ine o pra?x;r
inenarrável deste minuto.
Sinto
que
irá refletir na minha palavra o bater dos corações dos vossos amigos desta Casa.
Entristece-nos o afastar do vosso con vívio. Mas rejubila-nos o premiar dos vossos méritos.
Ufanamo-nos d: 'U
nidade com a \'itória infalíx'cl dos prin
.sinil)o!o, enlrelanlo, é a
Â
prolilema vital da liistória de um povo.
rência realizada no Palácio do Itamarati, ventilou, com preci
Está
coerente
o
nível,
no
eiodacle, delineiain bem a lendência do
Ein todos os regi-
vida, a diretriz da conduta do hnm e do soldado.
em
Modesto e reservado, nunca alardeas-
tes os vossos méritos, proclamados por todos os que vos conhecem de perto. Em nossas reuniões, onde tanto te
nho aprendido, debatíeis, de preferên cia, assuntos militares. Todavia, os pro blemas administrativos de outra natu reza eram examinados com a mesma ir
repreensível vocação de servidor públi co. Equilíbrio e bom-senso, apanágio dos homens da montanha, denotam os parcceres e votos que aqui proferistes. Ca
ráter inteiriço retrata a serena indepen dência dos vossos julgamentos na Comis
são dos. Estados, e não sei de elogio maior para um homem que exerce fun ções de ordem judicante. Filho de uma cidade que é encanta dora relíquia de Minas Gerais. Cidade soturna que caçadores de esmeraldas
^ ^
passado.
P-»ra a preservação da fainilia e da .so-
vosso espírito.
oícs, inonárcjuico ou
heis. porlanlo. pelos hábitos e .senti mentos, uma figura repre.scntativa da
republicano, houve homens que se imo
«rra montanliesa, (jm-, como acentuava J"ao Pinheiro, é a miniatura cia I'átria eomum.
Ingente c delicada é a vossa responsahilídaclo.
são e coragem, o pro blema má-ximo do Bra
Exército: o Brasil à
Sois uma unidade morai. Irrepreensí vel na vida pública e na vida particular
no último instante terreno ai sua grande
Encetando as nossas comemorações
garibaldinas, Batista Pereira, na confe
princípios (JUC a Igreja (ãit(')]ica cicíeude
Üa o estremecendo a Pátria, Iraçastes dã tnJogia com que Afonso Pena resumiu
Batista Pereira
porcjne inantexc a unidade da Pátria, o
uni s(>. Uno c indivi41
cípios dc justiça e liberdade.
invicta
xias sintetiza a naeionaliclade brasileira,
Gno c indivisíxel, no futuro.
Catoljco praticante, devotado á
i
cio torrão natal.
espada de Caxias, o hnpertérrilo defen sor da inonarcjina. Defendendo-a, Ca
ilustre dc São João 1>-1 Hw? oijra de Rui Rarbos.i, que foi o ídolo
lliorcs, que nos darão alegria de viver, prometo a mais bela porção da huma
Sen
iudicc de aguda .sensibilidade, do filho
101
(JUC ilumina o coração cie lodo amante C) Exército Hvasilciro é republicano.
i\ao está cxplicad.i a paixão musical,
da ininiia geração <• as atuais di-scoiihecem c nialtrataiii; a iufraiisigèticia aos
"•fWir
Teelip.sará a fé na sua eternidade, chama
0 Abadi- I'crosi do Hrasil.
O trato ainora\"el coin as IcMras clás sicas; a con\i\i-ueia diuluma eoni a
E('onómico
vo.ssa
ascensão.
.'tr
fundaram em fins do .século d. /csscfo. Suo João Dei Jhfy c terra dr musici.sla.s. O berço tle liarb.ira Ilelíodora tainbéni acidentou atjnéi.- «síjincido Pa<lrc josé Maria Xa\í(T. (juc iini crítico ilcnominou, pela siiblíinidadc das coinposi»,i*H'S.
Dioks-ri
laram pelo Brasil, lioniens obsecados pela noção mística do de\'cr, que fize ram da vida o culto permanente da grandeza da sua torra, impulsionando-a para rumos ale\'antados.
No ataúde do Segundo Reinado, dar-
sil: o da sua unidade. Explanou a tese con
pequena Pátria,
ciliadora
de
culto
Pátria
da
que o co
mum não exclui o da Como e.xempIo, citou
o da França, em que a unidade nacio nal é indcstnití\'e!.
O equíxoco paulista, hoje integral
mente desfeito, pela ocorrência de inú meras causas, gerou-se da incompreensão dessa doutrina.
Intelectuais, revoltados
"'"'í-ntação do Chefe da
dcja a glória dc Caxias, um daqueles eenobitas do patriotismo. Digno da
com o prolongada aviltamento de que cru vítima o solo paulista, confundindo
yi no.ssa terra no momcrilo dramático
veneração c credor do afeto dos seus concidadãos, tudo ele sacrificou, para
lamentàvelmente homens c instituições,
1 «tv.io, coordctnar os rumos da imprensa
f't su.t cdstencia como nação soberana.
Confiamos na vossa atuação. Em xãruc(j do cargo (juc descmpenhastes no ga Jinetc do Ministro da Còierra, pucslcs conhecer com segurança proble-
servir à Pátria que tanto amou.^ A in
negavam o culto da Pátria Maior. Go vernantes, como reação, erradamente,
clusão do seu nome no calendário dos grandes servidores do Brasil é lição e
só admitiam o da Grande Pátria, esque
c.xeniplo. A jux entudc vê que o mérito
terra onde nascemos.
tória, inflcxí\'el no seu julgamento.
êrro, com o deslumbramento de seu ta
u do insigne Cahigeras, o civil de inte gral vocação militar, cuja menu')riá cul-
Conclamemos a união sagrada dos brasileiros. Mas guerra sem tréguas a
dios de brasilidade.
tuais com tanto carinho o fervor: a uni-
todos os einbnçados que não sentem nas faces o rubor da revolta pela agressão
Anehieta" com temuras de namorado.
■vil dc que nas nossas águas territoriais
Entoou hosanas a Piratininga, com aque
'»as vitais da defesa do Hrasil.
O vosso Icana, dissesles-nic um dia. é
dade indestrutível c a eternidade do' Brasil.
Pátria não é sú porvir, "un perpe tuei devcnir". Pátria é passado e pre sente.
Sem o culto dos seus heróis e
feitos, não haverá pátria, porque se
foi galardoado e que não falhou a His
foram vítimas brasileiros inocentes. O Brasil não se intimida ante a amea
cidos de que é sagrado o pedaço da Contribuiu para corrigir o graxussimo lento; o primoroso escritor, em compên O autor do "Pelo
Brasil Maior" exalçou "A cidade de
la erudição que lhe pesa tanto — a ima gem é de Constáncio Alves — quanto
ça da escravidão e defende ideais de
pesa à abelha o néctar das mil flores
civilização.
que sugou.
A nossa terra sobreviverá e dias me-
Artista, panfletário e apóstolo, eis a
J^iCESio i-XoNiTMirí)
Explica o passado e traça rumos.
É
obra de renova^-ão espiritual. Termina da a sua leitura, não sentimos a convic ção da nossa inferioridade racial.
Coelho dos Reis
Junqueira Aires, a bondade que se fê/. homem, proporcionou-ine o pra?x;r
inenarrável deste minuto.
Sinto
que
irá refletir na minha palavra o bater dos corações dos vossos amigos desta Casa.
Entristece-nos o afastar do vosso con vívio. Mas rejubila-nos o premiar dos vossos méritos.
Ufanamo-nos d: 'U
nidade com a \'itória infalíx'cl dos prin
.sinil)o!o, enlrelanlo, é a
Â
prolilema vital da liistória de um povo.
rência realizada no Palácio do Itamarati, ventilou, com preci
Está
coerente
o
nível,
no
eiodacle, delineiain bem a lendência do
Ein todos os regi-
vida, a diretriz da conduta do hnm e do soldado.
em
Modesto e reservado, nunca alardeas-
tes os vossos méritos, proclamados por todos os que vos conhecem de perto. Em nossas reuniões, onde tanto te
nho aprendido, debatíeis, de preferên cia, assuntos militares. Todavia, os pro blemas administrativos de outra natu reza eram examinados com a mesma ir
repreensível vocação de servidor públi co. Equilíbrio e bom-senso, apanágio dos homens da montanha, denotam os parcceres e votos que aqui proferistes. Ca
ráter inteiriço retrata a serena indepen dência dos vossos julgamentos na Comis
são dos. Estados, e não sei de elogio maior para um homem que exerce fun ções de ordem judicante. Filho de uma cidade que é encanta dora relíquia de Minas Gerais. Cidade soturna que caçadores de esmeraldas
^ ^
passado.
P-»ra a preservação da fainilia e da .so-
vosso espírito.
oícs, inonárcjuico ou
heis. porlanlo. pelos hábitos e .senti mentos, uma figura repre.scntativa da
republicano, houve homens que se imo
«rra montanliesa, (jm-, como acentuava J"ao Pinheiro, é a miniatura cia I'átria eomum.
Ingente c delicada é a vossa responsahilídaclo.
são e coragem, o pro blema má-ximo do Bra
Exército: o Brasil à
Sois uma unidade morai. Irrepreensí vel na vida pública e na vida particular
no último instante terreno ai sua grande
Encetando as nossas comemorações
garibaldinas, Batista Pereira, na confe
princípios (JUC a Igreja (ãit(')]ica cicíeude
Üa o estremecendo a Pátria, Iraçastes dã tnJogia com que Afonso Pena resumiu
Batista Pereira
porcjne inantexc a unidade da Pátria, o
uni s(>. Uno c indivi41
cípios dc justiça e liberdade.
invicta
xias sintetiza a naeionaliclade brasileira,
Gno c indivisíxel, no futuro.
Catoljco praticante, devotado á
i
cio torrão natal.
espada de Caxias, o hnpertérrilo defen sor da inonarcjina. Defendendo-a, Ca
ilustre dc São João 1>-1 Hw? oijra de Rui Rarbos.i, que foi o ídolo
lliorcs, que nos darão alegria de viver, prometo a mais bela porção da huma
Sen
iudicc de aguda .sensibilidade, do filho
101
(JUC ilumina o coração cie lodo amante C) Exército Hvasilciro é republicano.
i\ao está cxplicad.i a paixão musical,
da ininiia geração <• as atuais di-scoiihecem c nialtrataiii; a iufraiisigèticia aos
"•fWir
Teelip.sará a fé na sua eternidade, chama
0 Abadi- I'crosi do Hrasil.
O trato ainora\"el coin as IcMras clás sicas; a con\i\i-ueia diuluma eoni a
E('onómico
vo.ssa
ascensão.
.'tr
fundaram em fins do .século d. /csscfo. Suo João Dei Jhfy c terra dr musici.sla.s. O berço tle liarb.ira Ilelíodora tainbéni acidentou atjnéi.- «síjincido Pa<lrc josé Maria Xa\í(T. (juc iini crítico ilcnominou, pela siiblíinidadc das coinposi»,i*H'S.
Dioks-ri
laram pelo Brasil, lioniens obsecados pela noção mística do de\'cr, que fize ram da vida o culto permanente da grandeza da sua torra, impulsionando-a para rumos ale\'antados.
No ataúde do Segundo Reinado, dar-
sil: o da sua unidade. Explanou a tese con
pequena Pátria,
ciliadora
de
culto
Pátria
da
que o co
mum não exclui o da Como e.xempIo, citou
o da França, em que a unidade nacio nal é indcstnití\'e!.
O equíxoco paulista, hoje integral
mente desfeito, pela ocorrência de inú meras causas, gerou-se da incompreensão dessa doutrina.
Intelectuais, revoltados
"'"'í-ntação do Chefe da
dcja a glória dc Caxias, um daqueles eenobitas do patriotismo. Digno da
com o prolongada aviltamento de que cru vítima o solo paulista, confundindo
yi no.ssa terra no momcrilo dramático
veneração c credor do afeto dos seus concidadãos, tudo ele sacrificou, para
lamentàvelmente homens c instituições,
1 «tv.io, coordctnar os rumos da imprensa
f't su.t cdstencia como nação soberana.
Confiamos na vossa atuação. Em xãruc(j do cargo (juc descmpenhastes no ga Jinetc do Ministro da Còierra, pucslcs conhecer com segurança proble-
servir à Pátria que tanto amou.^ A in
negavam o culto da Pátria Maior. Go vernantes, como reação, erradamente,
clusão do seu nome no calendário dos grandes servidores do Brasil é lição e
só admitiam o da Grande Pátria, esque
c.xeniplo. A jux entudc vê que o mérito
terra onde nascemos.
tória, inflcxí\'el no seu julgamento.
êrro, com o deslumbramento de seu ta
u do insigne Cahigeras, o civil de inte gral vocação militar, cuja menu')riá cul-
Conclamemos a união sagrada dos brasileiros. Mas guerra sem tréguas a
dios de brasilidade.
tuais com tanto carinho o fervor: a uni-
todos os einbnçados que não sentem nas faces o rubor da revolta pela agressão
Anehieta" com temuras de namorado.
■vil dc que nas nossas águas territoriais
Entoou hosanas a Piratininga, com aque
'»as vitais da defesa do Hrasil.
O vosso Icana, dissesles-nic um dia. é
dade indestrutível c a eternidade do' Brasil.
Pátria não é sú porvir, "un perpe tuei devcnir". Pátria é passado e pre sente.
Sem o culto dos seus heróis e
feitos, não haverá pátria, porque se
foi galardoado e que não falhou a His
foram vítimas brasileiros inocentes. O Brasil não se intimida ante a amea
cidos de que é sagrado o pedaço da Contribuiu para corrigir o graxussimo lento; o primoroso escritor, em compên O autor do "Pelo
Brasil Maior" exalçou "A cidade de
la erudição que lhe pesa tanto — a ima gem é de Constáncio Alves — quanto
ça da escravidão e defende ideais de
pesa à abelha o néctar das mil flores
civilização.
que sugou.
A nossa terra sobreviverá e dias me-
Artista, panfletário e apóstolo, eis a
Dihks IO
EroNòV
trajetória do escritor, cnijo estilo, cio
tário não abandf)nar.im o artisl.i.
certas passagens, lembra o de Latino
nients página.s, <jnc rnriíjm-icr.nn dc loiiçanías a líniíua porlumiésa. não piv
Coeibo.
Arte pura é a finalidade dus snias crônicíts do "Comércio de São Paulo",
dirigido por Eduardo Prado c Afonso
Arinos. Os assuntos que o prtrociipain na juventude sao os universais c dc ou
tras plagas os homens que lhe desper tam interesse. Ruskin, Renan. Saint Victor, Anatole e Rostand, os temas dc seus artigos de imprensa, o no ensaio que escreveu sôbrc Eduardo Prado, o
jovem crítico analisou, sobretudo, a face do homem que "amava o beduíno no
seu deserto e os monges do Líbano nos seus mosteiros seculares".
Inú-
dcrão ser .subscritas, na atualidade, pelo fascinante hoiiiem df letras.
realjilltação da cigarra
descuidos i? Ou endossaria Oli\«'ira Li
ma no perfil erm;l cjne em "Memórias" traçou df) solitário de I'edras Altas? Aliás, é uma verdade incontesle que
os discursos de propaganda eleitoral não resistem ás mudanças de atmosfera...
Silêncio prolongado se fêz cm tórno
Não tardou, todavia, o apaziguamento
de Batista Pereira, após o seu retómo
da Conferência de Hayu. A explicativa,
das paixões políticas o o seo espírito atinge, enlao, plena maturidade. Bc-
no-la deu o Embaixador Alberto de Fa-
clama dos brasileiros que adotem a di-
na; Uma grande sombra interceptava o vôo do aquilucho". Desaparecido o Gê
nio, surgiu inesperadamente para cultuá-
vi-sa dc Romain Rolland: "Ao clc.ssus de Ia melé(-". Colocar o Brasil acima das preterições c disscn-õcs, resume o
lo o discípulo amado. Coincido que,
seu evangelho dc civismo.
nessa época, estoura a revolução rio-
Grandiosa, a sua obra dc patriota. Reabilitou a nossa torra, defendendo o pa.s.sado, injustamente malsinado nas re
grandense. Batista confessa que o seu fundo ancestral veio à tona, numa erup ção de patriotismo e de revolta. Realiza insuperáveis conferências de fulgor li terário. Treclios como "A tempestade",
fregas do sul. Destruiu, com argumen tos científicos, a lenda da nossa ínfc"
riorídadc racial. Perquiriu o nosso pa
"A carga dos lanceiros", "A palavra",. trimônio psíquico, com a sutileza cie um são comparáveis, pelo fulgor da imagi tomista. Mostrou a inanidadc das pi^nação, aos melhores de Rui. Muitos so
fccias pessimistas e deu ao brasileiro a
surpreendem, Plínio Barreto é um dos
consciência do seu valor.
deslumbrados, que, "tendo aquele vul cão de idéias na cabeça, conseguisse conter as lavas durante tanto tempo no
Alcides Lins
N.'io sei sc
hoje. deíorriílos l.int»)s anos. manteria de Assis Br.eii e d,. Rorges <le .Me deiros o par.iií lo íjin* fêz (hr amhos no trecho "Cigarras e forinig.is". 'renlaria novamente a
Calógeras e a política econômica do café
Batista Pereira, o promotor público que, na aurora da vida, enfrentou com
silêncio e na sombra". Não escreveu, nesta fase, obra serena
denôdo mestres da tribuna judiciária, se impôs, no entardecer, cm linguagem ruiana, como irrivalizável advogado do
de pensador. O panegírista e o panfle
Brasil.
IJept/t<ií/o c o Convênio dc Taubaté 1897 a 1914
y^Ai/jcMnA.s. eleito Deputado Federal ^ em 1897 e falecendo como consti
o "Digeòio Econômico", prosscgitindo a série de estudos sôbre problemas de govérno que Cológeras ventilou, como administrador, publicista e parlamentar,
tuinte em 193-1, representando sempre o
inclui neste número o extrato que, das
Estado de Minas Gerais, exerceu, como
suas idéias sôbre política econômica do
político e administrador, grande influên cia na \'ida pública do Brasil, justamen te no período cm que O Go\'êrno mais
café, Alcides Lins, ilustre engenheiro e antigo Interventor Federal em Minas, fêz, a pedido do nosso Diretor, para o
procurou irnisciiir-se na economia ca-
"In Memoriam".
fceira.
Dü fato, justamente na legislatura an terior ao sou aparecimento na Câmara, o sr. Erico Coelho requcrcu c obteve urgenci:i para justificar um requerimen to pedindo "a nomeação dc uma Comis-
^ião Especial, a fim de dar parecer sôbrc o projeto de monopólio da exportação de café pela União". (1)Felizmente, o sr. Serzedello Correia, relator dessa Comissão, não querendo
"absolutamente precipitar um assunto de tanta importância", manifestou a pre
no parvi auxiliar a expansão comercial da quele produto. Em 1897, na sessão de 16 de julho, o sr. Ildefonso Alviin justificou e requercu que a "Câmara convidasse o Sena do a nomear nma Comissão Mista que
proponha as medidas dependentes do Congresso Federal, para que possa o Govârno auxiliar a lavoura de café". (4). Na sessão de 21 de outubro de 1899,
o sr. Alfredo Ellis, mostrando que, só
ocupação de fazer um estudo deniorado, no ano agrícola de 98/99, o valor da cuidadoso e cauteloso, de modo a con e.xportação do Estado de São Paulo so ciliar tanto quanto possível os interês- frerá uma depreciação de 400 mil con SC.S da lavoura com os interesses da tos, o que repercutia no câmbio e em se produtora, (síc) por excelência, do pobrecia tôda a Nação, chegou mesmo nosso País". (2). Fez, assim, morrer
essa idéia esdrúxula: "Si trattava di ima nionstruositá econômica.. - L idca dei
monopolio di Stato dovea cadere, com e caduta ncl baratro dellc cose che muoio-
no appcna nato", comentou Bellí. (3). Nessa legislatura de 1897 a 1899, da estréia do Calógcras no Congresso, apa receram
vários estudos sobre o nosso
problema cafeciro e sugestões ao Govêr-
a proclamar: "A situação da lavoura de café é tão precária, é tão critica, que reclama a atenção e os cuidados de to dos os patriotas". (5).
O jovem deputado mineiro, apesar do pendor pelos estudos dessa natureza, quase não tomou parte nessas discussões. Nos documentos parlamentares, ape nas figura um ligeiro parecer, em que
Dihks IO
EroNòV
trajetória do escritor, cnijo estilo, cio
tário não abandf)nar.im o artisl.i.
certas passagens, lembra o de Latino
nients página.s, <jnc rnriíjm-icr.nn dc loiiçanías a líniíua porlumiésa. não piv
Coeibo.
Arte pura é a finalidade dus snias crônicíts do "Comércio de São Paulo",
dirigido por Eduardo Prado c Afonso
Arinos. Os assuntos que o prtrociipain na juventude sao os universais c dc ou
tras plagas os homens que lhe desper tam interesse. Ruskin, Renan. Saint Victor, Anatole e Rostand, os temas dc seus artigos de imprensa, o no ensaio que escreveu sôbrc Eduardo Prado, o
jovem crítico analisou, sobretudo, a face do homem que "amava o beduíno no
seu deserto e os monges do Líbano nos seus mosteiros seculares".
Inú-
dcrão ser .subscritas, na atualidade, pelo fascinante hoiiiem df letras.
realjilltação da cigarra
descuidos i? Ou endossaria Oli\«'ira Li
ma no perfil erm;l cjne em "Memórias" traçou df) solitário de I'edras Altas? Aliás, é uma verdade incontesle que
os discursos de propaganda eleitoral não resistem ás mudanças de atmosfera...
Silêncio prolongado se fêz cm tórno
Não tardou, todavia, o apaziguamento
de Batista Pereira, após o seu retómo
da Conferência de Hayu. A explicativa,
das paixões políticas o o seo espírito atinge, enlao, plena maturidade. Bc-
no-la deu o Embaixador Alberto de Fa-
clama dos brasileiros que adotem a di-
na; Uma grande sombra interceptava o vôo do aquilucho". Desaparecido o Gê
nio, surgiu inesperadamente para cultuá-
vi-sa dc Romain Rolland: "Ao clc.ssus de Ia melé(-". Colocar o Brasil acima das preterições c disscn-õcs, resume o
lo o discípulo amado. Coincido que,
seu evangelho dc civismo.
nessa época, estoura a revolução rio-
Grandiosa, a sua obra dc patriota. Reabilitou a nossa torra, defendendo o pa.s.sado, injustamente malsinado nas re
grandense. Batista confessa que o seu fundo ancestral veio à tona, numa erup ção de patriotismo e de revolta. Realiza insuperáveis conferências de fulgor li terário. Treclios como "A tempestade",
fregas do sul. Destruiu, com argumen tos científicos, a lenda da nossa ínfc"
riorídadc racial. Perquiriu o nosso pa
"A carga dos lanceiros", "A palavra",. trimônio psíquico, com a sutileza cie um são comparáveis, pelo fulgor da imagi tomista. Mostrou a inanidadc das pi^nação, aos melhores de Rui. Muitos so
fccias pessimistas e deu ao brasileiro a
surpreendem, Plínio Barreto é um dos
consciência do seu valor.
deslumbrados, que, "tendo aquele vul cão de idéias na cabeça, conseguisse conter as lavas durante tanto tempo no
Alcides Lins
N.'io sei sc
hoje. deíorriílos l.int»)s anos. manteria de Assis Br.eii e d,. Rorges <le .Me deiros o par.iií lo íjin* fêz (hr amhos no trecho "Cigarras e forinig.is". 'renlaria novamente a
Calógeras e a política econômica do café
Batista Pereira, o promotor público que, na aurora da vida, enfrentou com
silêncio e na sombra". Não escreveu, nesta fase, obra serena
denôdo mestres da tribuna judiciária, se impôs, no entardecer, cm linguagem ruiana, como irrivalizável advogado do
de pensador. O panegírista e o panfle
Brasil.
IJept/t<ií/o c o Convênio dc Taubaté 1897 a 1914
y^Ai/jcMnA.s. eleito Deputado Federal ^ em 1897 e falecendo como consti
o "Digeòio Econômico", prosscgitindo a série de estudos sôbre problemas de govérno que Cológeras ventilou, como administrador, publicista e parlamentar,
tuinte em 193-1, representando sempre o
inclui neste número o extrato que, das
Estado de Minas Gerais, exerceu, como
suas idéias sôbre política econômica do
político e administrador, grande influên cia na \'ida pública do Brasil, justamen te no período cm que O Go\'êrno mais
café, Alcides Lins, ilustre engenheiro e antigo Interventor Federal em Minas, fêz, a pedido do nosso Diretor, para o
procurou irnisciiir-se na economia ca-
"In Memoriam".
fceira.
Dü fato, justamente na legislatura an terior ao sou aparecimento na Câmara, o sr. Erico Coelho requcrcu c obteve urgenci:i para justificar um requerimen to pedindo "a nomeação dc uma Comis-
^ião Especial, a fim de dar parecer sôbrc o projeto de monopólio da exportação de café pela União". (1)Felizmente, o sr. Serzedello Correia, relator dessa Comissão, não querendo
"absolutamente precipitar um assunto de tanta importância", manifestou a pre
no parvi auxiliar a expansão comercial da quele produto. Em 1897, na sessão de 16 de julho, o sr. Ildefonso Alviin justificou e requercu que a "Câmara convidasse o Sena do a nomear nma Comissão Mista que
proponha as medidas dependentes do Congresso Federal, para que possa o Govârno auxiliar a lavoura de café". (4). Na sessão de 21 de outubro de 1899,
o sr. Alfredo Ellis, mostrando que, só
ocupação de fazer um estudo deniorado, no ano agrícola de 98/99, o valor da cuidadoso e cauteloso, de modo a con e.xportação do Estado de São Paulo so ciliar tanto quanto possível os interês- frerá uma depreciação de 400 mil con SC.S da lavoura com os interesses da tos, o que repercutia no câmbio e em se produtora, (síc) por excelência, do pobrecia tôda a Nação, chegou mesmo nosso País". (2). Fez, assim, morrer
essa idéia esdrúxula: "Si trattava di ima nionstruositá econômica.. - L idca dei
monopolio di Stato dovea cadere, com e caduta ncl baratro dellc cose che muoio-
no appcna nato", comentou Bellí. (3). Nessa legislatura de 1897 a 1899, da estréia do Calógcras no Congresso, apa receram
vários estudos sobre o nosso
problema cafeciro e sugestões ao Govêr-
a proclamar: "A situação da lavoura de café é tão precária, é tão critica, que reclama a atenção e os cuidados de to dos os patriotas". (5).
O jovem deputado mineiro, apesar do pendor pelos estudos dessa natureza, quase não tomou parte nessas discussões. Nos documentos parlamentares, ape nas figura um ligeiro parecer, em que
loT^
Dioüsto Econômico 'MICO
Calügcras, cfímo relator da Comissão de Fazenda c Indústria, "considerando fjue não só no próprio comércio c tão com
preendidas as despesas imprescindíveis para a conqtiísta de no%os mercados, ca bendo apenas aos Podores Públicfis in
diretamente auxiliar tais Icnlalivas", — aconselhou que fôssc indeferido o re
querimento em que Chagas, Duprat & Comp. e Francisco Ribeiro Guimarães pediam uma subvenção anual de 300 contos de réis durante 25 anos, cm fa
vor de uma Companhia que seria orga nizada para a propaganda do café no estrangeiro. (6).
Não tendo voltado à Câmara na le
gislatura seguinte, de 1900 a 1902, Ca-
lógeias publica, neste último ano', cm Belo Horizonte, seu primeiro estudo sóbre "O CAFÉ". (7).
A partir de 1903, foi sempre reeleito Deputado Federal por Minas, re presentando um distrito eleito ral de que faziam parte Municípios produtores de café, como os de Ponte Nova c Piranga. Sendo doutrínàriamcnte
contrário
às
ri a a ter, sòbrc o nosso comércio, o de
lhes saiu ao encontro, comb:iteiulo-os do
samparo por parte da União aos esfor
modo por (jnc; pude. sem tréguas nem soltn,r>i-s coiiiproinissórias." f 9)• F.in 1903, toinpor."iriaiiu-nle afa^^tado do P.irlain<'iito pí»r ser deli gado do Bra
ços do Estado de São Paulo cm impedir
sil à ('(uif<-réiKÍa Pan-AnuTicaun do llio
dc- janeiro, por ocasião da ajirovução do Convênio (hr Tanbalé, confirmou élc de
pois: — "não piulí.- juntar os meus cs-
bírços aos <latpieles f|iu; prosaram a al ta inconveniência das mediei is. em má
liora solicitadas ao Poder Legislativo".
Deixou, assim, de subscrever um pro jeto de lei, apresentado na sessão de 5 de outubro de 1903, com a assinatura,
entre outros, de 16 deputados mineiros, autorizando o Governo "a promover a valorização do cnfé c o equilíbrio entre
a oferta e a procura deste gênero". (8). Calógeras, ao contrário, combateu ar
dorosamente a idéia e disso se vanglo riou depois; "Sr. Presidente, sempre fui adversá
rio dos projetos de valorização do café.
Quando tais planos, em 1903, tiveram sua primeira tradução legislativa, em um complexo de medidas, visando auxiliar
a \enda desordenada dos cafés deposi
tados no estrangeiro, parece accrlada a concessão da garantia solicitada pelo C',ovcnu> (hKjuclc Estado". (13).
Apesar do parecer favorável, a 14^ dc
iu)\ i inbro, da Conii.^são, (14) Calóge ras rompe os debates a 18. Começa re cordando seus antecedentes contrários à \a!orização; obtempcra, porém, que
assim prticcdia não "por falsa noção de coerência", pois que sabia perfeitamen
(10).
Fssas providências eram, «•nlão. fran
te cpic "goN cnuir consiste em procurar
ra, tendo o Presidente do Fstado, Fran
um eípiilibrio lioncsto c justo entre a aplicação dc determinadas doutrinas o
cisco Sallcs,
as contingências do meio".
camente aijraçadas pela política minei assinado o Convênio de
Taubatê, e Afonso Pena, I^residentc elei to da República, o adotado, sendo o ins pirador da idéia da Caixa de Conver
,—, I C-.'-' . i '-W: ■, /'j
gcras manteve-se afastado das iniciativas parlamentares sobre o café.
105
Dioesto Econóahco
a lavoura, creio ter sido «) primeiro que
são. (11).
intervenções do Governo, Caló-
^
'//J
Calógeras — proclanic-se, a bem da firmeza do seu caráter c dc suas convicções — manlovese fiel às suas idéias económicofinanceiras.
Assim, cm 1903, (12) quan
do o Presidente da Repúl)lica en
via ao Congresso unia mensagem, solici
tando a garantia da União para o enlprêslinio "de Z 15.000.000, destinado a
consolidar anteriores operações dc cré dito, contraídas por São Paulo, para manter o preço do café nos mercados e
afastar a iiossibilidade dc venda preci pitada do estoque já adquirido (6.994.920 .sacas), combateu vigorosa
mente c.ssa providência governamental. Usou mesmo de uma linguagem causticante. Declarava a mensagem presi dencial, de 10 de novembro de 1908 : "tendo em atenção os grande.s interesses nacionais que o comércio de café pÕe em jôgo e o reflexo desfavorável que vi-
Entrou, logo a seguir, no âmago do prolilcma : ". . .pudesse o novo sacrifí
cio pedido à União por termo a flocn-
tura valorizada, encerrar por forma de
cisiva, definitiva, o ciclo dc suas conscqiiaticias funestas, c por certo, coni a
consciência tranqüila, dc bom grado da ria meu voto aprobati\'o".
aproximando do consumidor direto, em melhores condições, esse gênero que ex
portamos", porque, assim, "muito e mui to se alongaria a área das fazendas". "A ausência do .produto
mcrc;idos
estrangeiros
vai
novo nos
beneficiar
nossos concorrentes."
"Ao Govêmo negociante falta o estí mulo insubstituível do interesse do lu
cro, o que o toma, queira ou não, alvo inconsciente e ingênuo das especula ções avisadas de particulares sabidos. Ia mai.s longe. Condenava toda a obra do "Convênio de Taubaté", jul gando preferível a liquidação pura e simples dos lavradores arruinados. "A princípio, antes dc qualquer in tervenção, a liquidação que tivesse a crise afetaria tão-sònicntc aos produto res de café.
Dar-se-iam naturalmente
transferências de domínio na proprieda de territorial, mas os cafèzais continua riam a produzir." Com o endosso da União e o emprés
timo de consolidação de £ 15.000.000, — "vai tornar a formar-se um estoque
. imenso, comparável, até em cifra, com entretanto, aquele que determinou a política inter-
"Por mais que medite, por mais que estude c investigue os
vencionista no mercado "de café; e vere
orientíição financeira, não logro enxergar
mos imediatamente o cortejo de suas conseqüências funestas!"
componentes e os derivativos de ta no cndõs.so da União, dado ao emprés
timo mmli.sla do 15 milhões dc esterli
Interrogava: "ao espírito apavorado
nos, a .saida llbcratória do pCStK^O
dc todos os homens públicos açode indi.slintamontu a pergunta: — quando
té mergulhou o Brasil
ceira F"
econômico em que o Acôrdo dc TanbaÉ violenta c incRcaz a intromissão
oficial,
querendo fixar preço mínimo
para um gênero dc que não possuímos o monopólio, cujo mercado de consumo ' não SC acha no País, que não é gênero de primeira necessidade c que tem numeroso.s o fortíssimos sucedâneos . . .
Aconselhava que se estabelecesse a
. luta no terreno
da venda a retalho,
amainará esse VCtltO (Ic insânia finan Para ele, "as crises financeiras repre
sentam processos normais, reguladores, automáticos, se bem que violentos, por meio dos quais se restabelece o equilí
brio econômico, rôto por circunstâncias
várias: especulações, escassez ou super produção, deficiência ou inconveniéntes da organização bancária, etc," E continuava : "se é um êrro, no meu
loT^
Dioüsto Econômico 'MICO
Calügcras, cfímo relator da Comissão de Fazenda c Indústria, "considerando fjue não só no próprio comércio c tão com
preendidas as despesas imprescindíveis para a conqtiísta de no%os mercados, ca bendo apenas aos Podores Públicfis in
diretamente auxiliar tais Icnlalivas", — aconselhou que fôssc indeferido o re
querimento em que Chagas, Duprat & Comp. e Francisco Ribeiro Guimarães pediam uma subvenção anual de 300 contos de réis durante 25 anos, cm fa
vor de uma Companhia que seria orga nizada para a propaganda do café no estrangeiro. (6).
Não tendo voltado à Câmara na le
gislatura seguinte, de 1900 a 1902, Ca-
lógeias publica, neste último ano', cm Belo Horizonte, seu primeiro estudo sóbre "O CAFÉ". (7).
A partir de 1903, foi sempre reeleito Deputado Federal por Minas, re presentando um distrito eleito ral de que faziam parte Municípios produtores de café, como os de Ponte Nova c Piranga. Sendo doutrínàriamcnte
contrário
às
ri a a ter, sòbrc o nosso comércio, o de
lhes saiu ao encontro, comb:iteiulo-os do
samparo por parte da União aos esfor
modo por (jnc; pude. sem tréguas nem soltn,r>i-s coiiiproinissórias." f 9)• F.in 1903, toinpor."iriaiiu-nle afa^^tado do P.irlain<'iito pí»r ser deli gado do Bra
ços do Estado de São Paulo cm impedir
sil à ('(uif<-réiKÍa Pan-AnuTicaun do llio
dc- janeiro, por ocasião da ajirovução do Convênio (hr Tanbalé, confirmou élc de
pois: — "não piulí.- juntar os meus cs-
bírços aos <latpieles f|iu; prosaram a al ta inconveniência das mediei is. em má
liora solicitadas ao Poder Legislativo".
Deixou, assim, de subscrever um pro jeto de lei, apresentado na sessão de 5 de outubro de 1903, com a assinatura,
entre outros, de 16 deputados mineiros, autorizando o Governo "a promover a valorização do cnfé c o equilíbrio entre
a oferta e a procura deste gênero". (8). Calógeras, ao contrário, combateu ar
dorosamente a idéia e disso se vanglo riou depois; "Sr. Presidente, sempre fui adversá
rio dos projetos de valorização do café.
Quando tais planos, em 1903, tiveram sua primeira tradução legislativa, em um complexo de medidas, visando auxiliar
a \enda desordenada dos cafés deposi
tados no estrangeiro, parece accrlada a concessão da garantia solicitada pelo C',ovcnu> (hKjuclc Estado". (13).
Apesar do parecer favorável, a 14^ dc
iu)\ i inbro, da Conii.^são, (14) Calóge ras rompe os debates a 18. Começa re cordando seus antecedentes contrários à \a!orização; obtempcra, porém, que
assim prticcdia não "por falsa noção de coerência", pois que sabia perfeitamen
(10).
Fssas providências eram, «•nlão. fran
te cpic "goN cnuir consiste em procurar
ra, tendo o Presidente do Fstado, Fran
um eípiilibrio lioncsto c justo entre a aplicação dc determinadas doutrinas o
cisco Sallcs,
as contingências do meio".
camente aijraçadas pela política minei assinado o Convênio de
Taubatê, e Afonso Pena, I^residentc elei to da República, o adotado, sendo o ins pirador da idéia da Caixa de Conver
,—, I C-.'-' . i '-W: ■, /'j
gcras manteve-se afastado das iniciativas parlamentares sobre o café.
105
Dioesto Econóahco
a lavoura, creio ter sido «) primeiro que
são. (11).
intervenções do Governo, Caló-
^
'//J
Calógeras — proclanic-se, a bem da firmeza do seu caráter c dc suas convicções — manlovese fiel às suas idéias económicofinanceiras.
Assim, cm 1903, (12) quan
do o Presidente da Repúl)lica en
via ao Congresso unia mensagem, solici
tando a garantia da União para o enlprêslinio "de Z 15.000.000, destinado a
consolidar anteriores operações dc cré dito, contraídas por São Paulo, para manter o preço do café nos mercados e
afastar a iiossibilidade dc venda preci pitada do estoque já adquirido (6.994.920 .sacas), combateu vigorosa
mente c.ssa providência governamental. Usou mesmo de uma linguagem causticante. Declarava a mensagem presi dencial, de 10 de novembro de 1908 : "tendo em atenção os grande.s interesses nacionais que o comércio de café pÕe em jôgo e o reflexo desfavorável que vi-
Entrou, logo a seguir, no âmago do prolilcma : ". . .pudesse o novo sacrifí
cio pedido à União por termo a flocn-
tura valorizada, encerrar por forma de
cisiva, definitiva, o ciclo dc suas conscqiiaticias funestas, c por certo, coni a
consciência tranqüila, dc bom grado da ria meu voto aprobati\'o".
aproximando do consumidor direto, em melhores condições, esse gênero que ex
portamos", porque, assim, "muito e mui to se alongaria a área das fazendas". "A ausência do .produto
mcrc;idos
estrangeiros
vai
novo nos
beneficiar
nossos concorrentes."
"Ao Govêmo negociante falta o estí mulo insubstituível do interesse do lu
cro, o que o toma, queira ou não, alvo inconsciente e ingênuo das especula ções avisadas de particulares sabidos. Ia mai.s longe. Condenava toda a obra do "Convênio de Taubaté", jul gando preferível a liquidação pura e simples dos lavradores arruinados. "A princípio, antes dc qualquer in tervenção, a liquidação que tivesse a crise afetaria tão-sònicntc aos produto res de café.
Dar-se-iam naturalmente
transferências de domínio na proprieda de territorial, mas os cafèzais continua riam a produzir." Com o endosso da União e o emprés
timo de consolidação de £ 15.000.000, — "vai tornar a formar-se um estoque
. imenso, comparável, até em cifra, com entretanto, aquele que determinou a política inter-
"Por mais que medite, por mais que estude c investigue os
vencionista no mercado "de café; e vere
orientíição financeira, não logro enxergar
mos imediatamente o cortejo de suas conseqüências funestas!"
componentes e os derivativos de ta no cndõs.so da União, dado ao emprés
timo mmli.sla do 15 milhões dc esterli
Interrogava: "ao espírito apavorado
nos, a .saida llbcratória do pCStK^O
dc todos os homens públicos açode indi.slintamontu a pergunta: — quando
té mergulhou o Brasil
ceira F"
econômico em que o Acôrdo dc TanbaÉ violenta c incRcaz a intromissão
oficial,
querendo fixar preço mínimo
para um gênero dc que não possuímos o monopólio, cujo mercado de consumo ' não SC acha no País, que não é gênero de primeira necessidade c que tem numeroso.s o fortíssimos sucedâneos . . .
Aconselhava que se estabelecesse a
. luta no terreno
da venda a retalho,
amainará esse VCtltO (Ic insânia finan Para ele, "as crises financeiras repre
sentam processos normais, reguladores, automáticos, se bem que violentos, por meio dos quais se restabelece o equilí
brio econômico, rôto por circunstâncias
várias: especulações, escassez ou super produção, deficiência ou inconveniéntes da organização bancária, etc," E continuava : "se é um êrro, no meu
xucr>
T
JJIOUMO
modo de ver, provocar semelhantes cri ses, é seguramente uma presun^*ão pue ril e indesculpável pensar cpie se pode impedir sua manifestação, quando elas se originam na esFt-ncia mesmo dos fe
nômenos — p)rfjue é certo que as suas
causas transcendeni de muito a capaci
licoNoxnoo
t^do o prnjVtn cm .3.-^ disc-ussãn, (15) Cal«)iícras voltou à carga: "ouvi com a maií)r atenção todos os discursos pro nunciados cm fa\()r <lo cndósvo da União ao emprósliino de £ l5.0tX).000, ansioso para \ct formulados iirgumonlos e razões capazes d»- acalmar a an'.:ústia
dade dos esforços humanos".
camada em tneii espirito pelo desdobra "Fundamentalmente, cm .sua essôncia, mento de mais èsse capítulo na trisle
uma cri.sc só termina e se liquida quan do removida a dissimetria de ritmo en
tre os elementos constitutivo.s todos do
fenômeno cconómic(j, isto 6, a produ ção, o consumo e os meios de trocas."
Suo, portanto, medidas automáticas,
espontâneas, de conscr\'açuo do próprio organismo produtor.
Fazem obra de
vida, apesar de semearem destroços. Saneiam a
história da rivfasta aventura valorizadora".
intransigente, movido por .sitnpI<'S regio
nalismo, porque, "desde ípie. <'ni 1^103.
encetei o estudo da cjueslão. timbrei cm afirmar que intervinlia nela por considora-la essencialmente nacional".
fatores que tenham vitali dade assegurada, e remo vendo, por bem da coleti
do mercado, não influí sobre êlc.
É
óbx io <]»ie ninguém está empilhando ca fé para fins estéticos... cedo oti tarde, \'irá a '••er negociado... c como tal in flui nas cotações".
Assim, pois, não havia "pessimismo,
mas simples prcxísão de senso prático £
15.000.000
vem
apenas
agravar,
adiando-a por dois anos, o liquidação definitiva da crise da superprodução cafceira".
Nessas condições, "sem descuidar do alargamento do eonsumo, moroso por
vidade, os elementos fra abastardariam o desenvol
blesso."
"... Ia résponsabílité du président Rodrigues Alves est engagée, car il n*opposa pas son veto á une proposition dont il connaíssait, mieux que personne,
rinfluence pemicieuse".
Julgou imoral e criadora de privilé gios a política de valorização. "II était immoral, finalement d'imposer de nouvelles taxes aux contribuables,
ordem regional, esse só
sobras se não normalizarem".
"Ainsi, le plan de valorisation terminait par Ia vente de huit míilions et de-
"Dizer que pela incineração se des-
d'é.xiger d'eiix de nouveaux sacrificas pour atténuer les difficultés financières
dustria agrícola ílo café,
trocm mercadorias representando de 10
mi de sacs, appartenant á d'heureux pri-
pois sou eleito por íuii Es-
a 12 milhões de esterlinos, não tem lar
go alcance, pois tal valor é irrealizável
vilégiés, à des prix fort au dessus des cours, sur une productíon cinq foís plus
agora e, com o correr do tempo, sj tor naria, por motivos óbvios, cada vez me
1909)".
no eleitorado, de um distrito onde o ca
fé ocupa nas produções lugar proemi nente."
Combateu o "êrro cometido de certo
tempo a esta parte cm sc não recorrer
aclargo c valioso concurso da especula
donc étc complct, selon les privisions de
o café."
tous Ics économistes sérieiLX qui Tavaient
E terminou, propondo o seguinte
teoria econômica individualista do lais-
xista opõe-se o allista, nem um se com-
substitutivo à lei cm votação :
piecndo .sem o outro. A ação inteligen
York, Hamburgo, Bremen, Trieste e
te dos governos reside exatamente cm
Marselha tem o Estado de São Paulo,
concluindo:
compreender c aproveitar a corrente fa-
será incinerado"...
"As condições do nosso meio, por tanto, conjugam-se com a lição econô mica, para condenarem formalmente a
xorávcl". Não via como sc poderia con
Em 1910, redigindo, para a quarta
siderar esse "fato econômico normal co
Conferência Internacional Pan-America-
mo o duende perigoso, quando pode ser
na, o livro sôbre "La Politique Monétai-
um auxiliar do maior valor". Condenou o endosso da União ao em-
grande, 41 millions de sacs (1906-
nos Híiuidávcl sem prejuízos. Aceitemolos totais, o procuremos as compensações na era altisla que então sc abrira para
"O estoque de 6.999.920 sacos de café que nos portos do Havre, Nova
Na sessão de 26 de novembro, es-
"Le Gouvememcnt Fédéral se desin
teressa de Ia prenúcTC de ces mesures, (o Convênio) et ce fut un acte de fai-
d'une classe spéciale..."
Como se vê, Calógeras, professando a
aventura intervencionista."
contnírio à medida, porque não a vetou.
duto deverá ser incinerado enquanto as
pronto". Com tal fito, dever-se-ia re correr ao "impôsto in nolura, cujo pro
ção. É grande equívoco supor que a o.speculação seja fato nnilalcral: ao bai
ser füire, pregava a resolução do pro blema cafeeiro pelo struggle for life,
Censura o Conselheiro Rodrigues Al ves, Presidente da República quando o Convênio foi aprovado, e sabidamente
oferta tpic se encontra o único remédio
bido, c sou representante direto, com fundas raízes
vimento."
Üca resultante do Convênio de Taubaté.
"F se em meu espirito, superior a tais considera ções, entrt:fanto, se pudes se aninliar um móvel de poderia ser favorável á in
cos c inviáveis que lhe
tuação desgraçada."
préstiino, pois julgava "fictícia a alega ção c!i: cjue o esto(juc oficial, arrcdado
sua essência, ô, pois, na limitação de
nas o prosseguimento dos
também os causadores dessa mesma si
Econômico
cm afirmar cjue o empréstimo de
Defcndeti-se de assumir esta atitude
atmosfera, permitindo ape
"Nem se pode compreender que se restaurem forças e suiide de um corpo ferido pelos corolários de uma longa sé rie de erros individuais sem que .sofram
Dronsid
re du Brésil", Calógeras (16), com mais serenidade mas com a mesma firmeza de
convicções, de novo condena a poli-
E terminava :
"L'échec du plan de valorisation a étudié et combattu. Le résultat final était
ralourdissement des cours, leur varia-
tions faussée par les stocks, mais non dans le sens de Ia hausse. Ia liquidation
ruineuse des operations pour TEtat de S. Paulo, les surcharges fiscales retombant sur les producteurs." *
4:
*
O Ministro da Fazenda e a intervenção nos mercados
(1915 a 1917) Como Ministro do Governo Venceslau
xucr>
T
JJIOUMO
modo de ver, provocar semelhantes cri ses, é seguramente uma presun^*ão pue ril e indesculpável pensar cpie se pode impedir sua manifestação, quando elas se originam na esFt-ncia mesmo dos fe
nômenos — p)rfjue é certo que as suas
causas transcendeni de muito a capaci
licoNoxnoo
t^do o prnjVtn cm .3.-^ disc-ussãn, (15) Cal«)iícras voltou à carga: "ouvi com a maií)r atenção todos os discursos pro nunciados cm fa\()r <lo cndósvo da União ao emprósliino de £ l5.0tX).000, ansioso para \ct formulados iirgumonlos e razões capazes d»- acalmar a an'.:ústia
dade dos esforços humanos".
camada em tneii espirito pelo desdobra "Fundamentalmente, cm .sua essôncia, mento de mais èsse capítulo na trisle
uma cri.sc só termina e se liquida quan do removida a dissimetria de ritmo en
tre os elementos constitutivo.s todos do
fenômeno cconómic(j, isto 6, a produ ção, o consumo e os meios de trocas."
Suo, portanto, medidas automáticas,
espontâneas, de conscr\'açuo do próprio organismo produtor.
Fazem obra de
vida, apesar de semearem destroços. Saneiam a
história da rivfasta aventura valorizadora".
intransigente, movido por .sitnpI<'S regio
nalismo, porque, "desde ípie. <'ni 1^103.
encetei o estudo da cjueslão. timbrei cm afirmar que intervinlia nela por considora-la essencialmente nacional".
fatores que tenham vitali dade assegurada, e remo vendo, por bem da coleti
do mercado, não influí sobre êlc.
É
óbx io <]»ie ninguém está empilhando ca fé para fins estéticos... cedo oti tarde, \'irá a '••er negociado... c como tal in flui nas cotações".
Assim, pois, não havia "pessimismo,
mas simples prcxísão de senso prático £
15.000.000
vem
apenas
agravar,
adiando-a por dois anos, o liquidação definitiva da crise da superprodução cafceira".
Nessas condições, "sem descuidar do alargamento do eonsumo, moroso por
vidade, os elementos fra abastardariam o desenvol
blesso."
"... Ia résponsabílité du président Rodrigues Alves est engagée, car il n*opposa pas son veto á une proposition dont il connaíssait, mieux que personne,
rinfluence pemicieuse".
Julgou imoral e criadora de privilé gios a política de valorização. "II était immoral, finalement d'imposer de nouvelles taxes aux contribuables,
ordem regional, esse só
sobras se não normalizarem".
"Ainsi, le plan de valorisation terminait par Ia vente de huit míilions et de-
"Dizer que pela incineração se des-
d'é.xiger d'eiix de nouveaux sacrificas pour atténuer les difficultés financières
dustria agrícola ílo café,
trocm mercadorias representando de 10
mi de sacs, appartenant á d'heureux pri-
pois sou eleito por íuii Es-
a 12 milhões de esterlinos, não tem lar
go alcance, pois tal valor é irrealizável
vilégiés, à des prix fort au dessus des cours, sur une productíon cinq foís plus
agora e, com o correr do tempo, sj tor naria, por motivos óbvios, cada vez me
1909)".
no eleitorado, de um distrito onde o ca
fé ocupa nas produções lugar proemi nente."
Combateu o "êrro cometido de certo
tempo a esta parte cm sc não recorrer
aclargo c valioso concurso da especula
donc étc complct, selon les privisions de
o café."
tous Ics économistes sérieiLX qui Tavaient
E terminou, propondo o seguinte
teoria econômica individualista do lais-
xista opõe-se o allista, nem um se com-
substitutivo à lei cm votação :
piecndo .sem o outro. A ação inteligen
York, Hamburgo, Bremen, Trieste e
te dos governos reside exatamente cm
Marselha tem o Estado de São Paulo,
concluindo:
compreender c aproveitar a corrente fa-
será incinerado"...
"As condições do nosso meio, por tanto, conjugam-se com a lição econô mica, para condenarem formalmente a
xorávcl". Não via como sc poderia con
Em 1910, redigindo, para a quarta
siderar esse "fato econômico normal co
Conferência Internacional Pan-America-
mo o duende perigoso, quando pode ser
na, o livro sôbre "La Politique Monétai-
um auxiliar do maior valor". Condenou o endosso da União ao em-
grande, 41 millions de sacs (1906-
nos Híiuidávcl sem prejuízos. Aceitemolos totais, o procuremos as compensações na era altisla que então sc abrira para
"O estoque de 6.999.920 sacos de café que nos portos do Havre, Nova
Na sessão de 26 de novembro, es-
"Le Gouvememcnt Fédéral se desin
teressa de Ia prenúcTC de ces mesures, (o Convênio) et ce fut un acte de fai-
d'une classe spéciale..."
Como se vê, Calógeras, professando a
aventura intervencionista."
contnírio à medida, porque não a vetou.
duto deverá ser incinerado enquanto as
pronto". Com tal fito, dever-se-ia re correr ao "impôsto in nolura, cujo pro
ção. É grande equívoco supor que a o.speculação seja fato nnilalcral: ao bai
ser füire, pregava a resolução do pro blema cafeeiro pelo struggle for life,
Censura o Conselheiro Rodrigues Al ves, Presidente da República quando o Convênio foi aprovado, e sabidamente
oferta tpic se encontra o único remédio
bido, c sou representante direto, com fundas raízes
vimento."
Üca resultante do Convênio de Taubaté.
"F se em meu espirito, superior a tais considera ções, entrt:fanto, se pudes se aninliar um móvel de poderia ser favorável á in
cos c inviáveis que lhe
tuação desgraçada."
préstiino, pois julgava "fictícia a alega ção c!i: cjue o esto(juc oficial, arrcdado
sua essência, ô, pois, na limitação de
nas o prosseguimento dos
também os causadores dessa mesma si
Econômico
cm afirmar cjue o empréstimo de
Defcndeti-se de assumir esta atitude
atmosfera, permitindo ape
"Nem se pode compreender que se restaurem forças e suiide de um corpo ferido pelos corolários de uma longa sé rie de erros individuais sem que .sofram
Dronsid
re du Brésil", Calógeras (16), com mais serenidade mas com a mesma firmeza de
convicções, de novo condena a poli-
E terminava :
"L'échec du plan de valorisation a étudié et combattu. Le résultat final était
ralourdissement des cours, leur varia-
tions faussée par les stocks, mais non dans le sens de Ia hausse. Ia liquidation
ruineuse des operations pour TEtat de S. Paulo, les surcharges fiscales retombant sur les producteurs." *
4:
*
O Ministro da Fazenda e a intervenção nos mercados
(1915 a 1917) Como Ministro do Governo Venceslau
108
DICESTC) Econónhco
Brá.s (1914 a 18), Calógeras, quer na pasta da Agricultura (1915), quer na da Tazcnda (1915 a 1917), procurou incrementar todas as fontes de prf»dução nacional. Nas suas minuciosas introdu
café, que tem sido exportado sem óbices No corjX) do trans uu relatório, Koaiorio, porém, porem, iranscreveu -•reveu as apr<'cia<,ões apr<'eia<,ões tio "Hclrospcclo
sidera particulannente vários arti<»os e,
elativas ao ano de 1914, cujas iufoniia- ,;^9|
são, que o futuro não confirmou.
féz, apenas, levo referência ao problema
do ano de 1915, ainda sob a impressão das valorizííções do Convênio dt; Taubaté, apenas e.scrcveu:
'Até agora não foi preciso acudir ao
J
ÇÕes ;õc.s literalineiitt; contraria\am a sua —
lastimando os preços baixos.
ciações sobre o cafá. Na introdução ao
l
Conur rei
entusiasmado pelas conscquènci;ts da' guerra mundial, prevÔ-llies uma expan
' 109
EconAmico'
mantinha suas firmes convicções doutri
e a preçíjs regulares."
v^onurrcial do J(»rn.il do ('ommercio", .j|
ções ao Helatório da Fazenda (17), con
Nesses documentos, foi a\aro de apre
Dir.KSTd
nárias iiuli\-icliialistas.
O Governo não
devia intrometer-se no comércio
para
stjsteiitar os preços do café. Em 1917, com a entrada, em setem
bro, para o Ntinislério da Fazenda, do .sr. .\nt(íiuo Carlos, emitiu a União pa-
pel-moeda que foi emprestado ao Go
Em 1916, o mesmo doeiimenlo oficial
verno do Estado de São Paulo, com o
cafecaro.
O café, cntrctanlfi, atravancando OS
como é a do elemento político e admi
adquirir, atpii. dois niilliÕCS dc sacas de café e a fornecer praças, nos navios quC lhe foram arrendados, para a exporta
ção do nos.so principal gênero no co No Rio
Por arroba 1915 1916
5$800 a
1917
6$200 a 1()$3{)0
«$000 a U$4()0
Por causa da guerra, reduzíam-se as exportações r 17.061.319 scs.
f/''-
1916 1917
Por JO (fuilos
O
13.039.000 " 10.605.000 "
Diante dessa situação, proclamava a
permanente
4$4(K) a (iSOOO
(1926 a 1928)
4.$H(){) a 0$;3()()
nova colheita".
"Heceia-se, por isso, (juc o excesso dela sôljrc as possibilidades do consumo
dente do nosso passado e uma certeza
juízos que daí derivariam para a lavou ra c para o comércio c.xtcrno do País, se
serviço constante, tenaz e absorvente do
públicos e trazem as mais sérias apreen
decisivas.
sões ao espírito das classes produtoras: a falta de mercados para o consumo da
"É preciso, com efeito, (]uc essas so bras sejam retiradas tcmporàriamcnte do mercado, para que se possa graduar convenientemente a oferta e a procura e opor, assim, resistência eficaz ás espe
Expunha as dificuldades causadas pe la guerra, que havia bloqueado certos mercados, restringindo outros e, quase por completo, impedido o transporte
como diz Batista Pereira, "um culto ar
mundial venha ocasionar uma grande baixa de preços o os íncaleidáveis pre a tempo se não conjurar o mal iminente, por meio de pro\'idéncias acertadas e
dc iluminado no nosso futuro , — Brasil".
Assim,
falando perante o Instituto
ITistórico c Geográfico do Estado de São Paulo, cm 1926, sobre os "Aspectos da Economia Nacional", trata de novo do problema cafeeiro. (19). Fá-lo nos seguintes termos :
"A produção de gênero de largo con sumo prccí&a ser permanentemente am
culações dos bai.xistas."
Mostram esses fatos que
uma gestão indiferente e desperdiçada, nistrativo.
"É preciso que o Brasil se convença,
c n isto estamos presenciando em escala ascendente, de que o governo 6 o pior, o mais caro e O mais incÔmodo dos pro tetores."
"Renovaram-se os apertos, o surgiu finalmente, em boa hora, a construção da defesa permanente."
Açuãagem do café "Uma das iniciativas mais criticadas em São Paulo tem sido o empreendimento das obras do Nordeste, pálido e
_ Depois dc lia\cr passado várias vezes pelo Governo, com infatigável operosi guado resgato da divida imorredoura- de dade o confiança dc moço nos resultados nossa para com as populações dos | dos esforços em prol do bom combate, Estadosterra flagelados sêca, populações j Calógeras, pela imprensa, no livro e na às quais devemos opela Acre, e, por largos tribuna de conferência, continua tendo,
marítimo. Assim, "só muito dificilmen
mensagem do Presidente do Estado de São Paulo, a 14 de julho de 1917 : . "Dois assuntos do capital relevância preocupam neste momento os podcres
totalidade da atual- safra de café e..
confcrcncista experiente e a defesa
3$60{) a 5$0(K)
te poderemos exportar e colocar nas praças estrangeiras dois terços sequer da
,/ I/-
8$5(K)
mércio inieniacional.
rOm Santos
peculação oficial, e não teria a base lar ga e segura de um regime contínuo de amparo, nem da colaboração de todos
cérea de 2 milliões dc sacas. Nessa mes
eoin a França, obrigiindo-sc êsto país a
TIPO 7
Ora, o plano do Convênio de Taubaté era e.xccpcional. Sua renovação para cada cri.sc valeria por entronizar a es
os interessados. Tudo se substituía por
firmoíi o sr. Antonio Carlos o Convênio
preços abaixo ; ( IS)
mente comercial, apenas indiretamente esteada nos recursos gerais da Naçao.
qual éste adcpnriu, da safra 1917/18, ma ocasião, no último trimestre de 1917,
portos do País, por falta de transportes, estava quase sem pn-ços, sendo colado nos principais inercat!<;s locais, (uitre OS
cado mundial. Mas é tarefa exclusi^íl-
parada, sem prejuízo dos cofres públi
Calógeras
cos, para se manter e triunfar no mer Íl
anos, a manutenção de nossa tropa. ^
"Pois bem, nada há, em princípio,. ■
mais parecido com o programa de gran- | do açudagem, do que o Instituto de Defesa Permanente do Café."
"Ambas as soluções visam regularizar
os suprimentos, de água num caso, de café no outro, armazenando as sobras resultantes das irregularidades de pro
dução de matéria-prima, chuvas e sa-
j
fras respectivamente. Agem ambas co- j
mo reservatórios de energias, volante 1 compensador de receita e despesa, armazenador nos períodos de excessos, supridor nos de escassez."
.
108
DICESTC) Econónhco
Brá.s (1914 a 18), Calógeras, quer na pasta da Agricultura (1915), quer na da Tazcnda (1915 a 1917), procurou incrementar todas as fontes de prf»dução nacional. Nas suas minuciosas introdu
café, que tem sido exportado sem óbices No corjX) do trans uu relatório, Koaiorio, porém, porem, iranscreveu -•reveu as apr<'cia<,ões apr<'eia<,ões tio "Hclrospcclo
sidera particulannente vários arti<»os e,
elativas ao ano de 1914, cujas iufoniia- ,;^9|
são, que o futuro não confirmou.
féz, apenas, levo referência ao problema
do ano de 1915, ainda sob a impressão das valorizííções do Convênio dt; Taubaté, apenas e.scrcveu:
'Até agora não foi preciso acudir ao
J
ÇÕes ;õc.s literalineiitt; contraria\am a sua —
lastimando os preços baixos.
ciações sobre o cafá. Na introdução ao
l
Conur rei
entusiasmado pelas conscquènci;ts da' guerra mundial, prevÔ-llies uma expan
' 109
EconAmico'
mantinha suas firmes convicções doutri
e a preçíjs regulares."
v^onurrcial do J(»rn.il do ('ommercio", .j|
ções ao Helatório da Fazenda (17), con
Nesses documentos, foi a\aro de apre
Dir.KSTd
nárias iiuli\-icliialistas.
O Governo não
devia intrometer-se no comércio
para
stjsteiitar os preços do café. Em 1917, com a entrada, em setem
bro, para o Ntinislério da Fazenda, do .sr. .\nt(íiuo Carlos, emitiu a União pa-
pel-moeda que foi emprestado ao Go
Em 1916, o mesmo doeiimenlo oficial
verno do Estado de São Paulo, com o
cafecaro.
O café, cntrctanlfi, atravancando OS
como é a do elemento político e admi
adquirir, atpii. dois niilliÕCS dc sacas de café e a fornecer praças, nos navios quC lhe foram arrendados, para a exporta
ção do nos.so principal gênero no co No Rio
Por arroba 1915 1916
5$800 a
1917
6$200 a 1()$3{)0
«$000 a U$4()0
Por causa da guerra, reduzíam-se as exportações r 17.061.319 scs.
f/''-
1916 1917
Por JO (fuilos
O
13.039.000 " 10.605.000 "
Diante dessa situação, proclamava a
permanente
4$4(K) a (iSOOO
(1926 a 1928)
4.$H(){) a 0$;3()()
nova colheita".
"Heceia-se, por isso, (juc o excesso dela sôljrc as possibilidades do consumo
dente do nosso passado e uma certeza
juízos que daí derivariam para a lavou ra c para o comércio c.xtcrno do País, se
serviço constante, tenaz e absorvente do
públicos e trazem as mais sérias apreen
decisivas.
sões ao espírito das classes produtoras: a falta de mercados para o consumo da
"É preciso, com efeito, (]uc essas so bras sejam retiradas tcmporàriamcnte do mercado, para que se possa graduar convenientemente a oferta e a procura e opor, assim, resistência eficaz ás espe
Expunha as dificuldades causadas pe la guerra, que havia bloqueado certos mercados, restringindo outros e, quase por completo, impedido o transporte
como diz Batista Pereira, "um culto ar
mundial venha ocasionar uma grande baixa de preços o os íncaleidáveis pre a tempo se não conjurar o mal iminente, por meio de pro\'idéncias acertadas e
dc iluminado no nosso futuro , — Brasil".
Assim,
falando perante o Instituto
ITistórico c Geográfico do Estado de São Paulo, cm 1926, sobre os "Aspectos da Economia Nacional", trata de novo do problema cafeeiro. (19). Fá-lo nos seguintes termos :
"A produção de gênero de largo con sumo prccí&a ser permanentemente am
culações dos bai.xistas."
Mostram esses fatos que
uma gestão indiferente e desperdiçada, nistrativo.
"É preciso que o Brasil se convença,
c n isto estamos presenciando em escala ascendente, de que o governo 6 o pior, o mais caro e O mais incÔmodo dos pro tetores."
"Renovaram-se os apertos, o surgiu finalmente, em boa hora, a construção da defesa permanente."
Açuãagem do café "Uma das iniciativas mais criticadas em São Paulo tem sido o empreendimento das obras do Nordeste, pálido e
_ Depois dc lia\cr passado várias vezes pelo Governo, com infatigável operosi guado resgato da divida imorredoura- de dade o confiança dc moço nos resultados nossa para com as populações dos | dos esforços em prol do bom combate, Estadosterra flagelados sêca, populações j Calógeras, pela imprensa, no livro e na às quais devemos opela Acre, e, por largos tribuna de conferência, continua tendo,
marítimo. Assim, "só muito dificilmen
mensagem do Presidente do Estado de São Paulo, a 14 de julho de 1917 : . "Dois assuntos do capital relevância preocupam neste momento os podcres
totalidade da atual- safra de café e..
confcrcncista experiente e a defesa
3$60{) a 5$0(K)
te poderemos exportar e colocar nas praças estrangeiras dois terços sequer da
,/ I/-
8$5(K)
mércio inieniacional.
rOm Santos
peculação oficial, e não teria a base lar ga e segura de um regime contínuo de amparo, nem da colaboração de todos
cérea de 2 milliões dc sacas. Nessa mes
eoin a França, obrigiindo-sc êsto país a
TIPO 7
Ora, o plano do Convênio de Taubaté era e.xccpcional. Sua renovação para cada cri.sc valeria por entronizar a es
os interessados. Tudo se substituía por
firmoíi o sr. Antonio Carlos o Convênio
preços abaixo ; ( IS)
mente comercial, apenas indiretamente esteada nos recursos gerais da Naçao.
qual éste adcpnriu, da safra 1917/18, ma ocasião, no último trimestre de 1917,
portos do País, por falta de transportes, estava quase sem pn-ços, sendo colado nos principais inercat!<;s locais, (uitre OS
cado mundial. Mas é tarefa exclusi^íl-
parada, sem prejuízo dos cofres públi
Calógeras
cos, para se manter e triunfar no mer Íl
anos, a manutenção de nossa tropa. ^
"Pois bem, nada há, em princípio,. ■
mais parecido com o programa de gran- | do açudagem, do que o Instituto de Defesa Permanente do Café."
"Ambas as soluções visam regularizar
os suprimentos, de água num caso, de café no outro, armazenando as sobras resultantes das irregularidades de pro
dução de matéria-prima, chuvas e sa-
j
fras respectivamente. Agem ambas co- j
mo reservatórios de energias, volante 1 compensador de receita e despesa, armazenador nos períodos de excessos, supridor nos de escassez."
.
Dir.KSTo EcoNÒMicÔ
"Mais longe ainda pode ser levado o
paralelo. O açude, entancando águas
paria a essência do plano, c de um ato de maioridade econômica da lavoura
desordenadas, amansa-lhes o curso e im
cafeeira faria mera cotlccs^ão de favor
pede a devastação de correntes torrciicjaís, bravias. A armazenagem e o es
coamento progressivo das saír.is Üinitain
a amplitude das oscilações dos preços, de que só se locupletam os especulado res e os detentores momentâneos de ca
pitais, com grande desvantagem para os produtores. Cerceia e saneia as operaçõos a termo, nas quais os negócios le gítimos tanto sofrem com os ciclones da
bolsa provocados pela especulação de mero jogo."
"Claro, para produzir seu efeito nor
mal, pressupõe largos entrepostos e um
sistema de crédito warrantudo que for
neça ao fazendeiro os recursos de que precisa, até dispor finalmente de sua sa
fra. E, neste ponto, não liá negar a
alheio. Mtaios digno, iiunos viril c in teligente se revelaria o csfórço exercido." Ao .\Iini.stro da Fazenda c ao Banco
do Brasil, que não di-ix.iram tr.uisforinar-se a bela operação cin sirnpli-s pre texto para iiicoiiiprecn.sível e injusliticá-
vel ginástica einis.sora, (h-ve o Pais ugradccmientos iguais aos (juc niercccram govèrno c lavoura de São Paulo, e aos
re.uíz^iclorcs do plano, por se ter criado um aparelho antorionio inocleiar, no qual interesses públicos e inlerèsses privados
tao Ijcin se conjugaram, a esforço c expcnsas dos próprios beneficiados."
Melhoramentos .sucessivos aperfei
çoarão a obra.
feitamente que os institutos nao tinham aqiiêic funcionamento ideai, do . dci.\ar Uberdade ao produtor, cujo cafe estives se armazenado e warrímtaílo, para en
trar no mercado e di.spor do que era seu
Em 1928. estudando (20) os "Valores
prá formular crítica fundada ao meca Confronto
econômico
mo e de solidariedade entre os produto
res, e o auxílio, a bem dizer moral, in r ;;■;•• teligentemente prestado pelo Estado." "É fórmula que honra a quantos co- i laboram em seu estabelecimento, inclu
sive aos que se opuseram a que a União nela figurasse. Tal intervenção detur
Logo a seguir, porém, aborda com
"Não pode, entretanto, deixar de im pressionar o que as estatísücas mundiais
revelam. Não é senão servir a lavoura cafeeira, contudo, apontar os perigos que a amcaçam„coni o fito de a auxiliar em sua defesa."
"Para isto, transcrevemos literabienle mil trecho do admirável artigo, que sob
o título "A luta pelo café" o conhecido banqueiro sr. Bouilloux-Lafont publicou
no "O Jornal", do Rio, em 4 de dezem bro último".
"O quadro seguinte é instrutivo: Outros países
Brasil
nismo ideado."
Propositadamente, confrontamos os
bao
Paulo, autoridade cabal c indiscutida em todos os problemas que se referem a
PRODUÇÃO DE CAFÉ NO MUNDO
invocado amparo do Governo
allieias no desenvolvimento
<.v-
Iludia-se pelas aparências.
Posteriurmcntc. porém, percebeu per
as, em princípio, dificilmente se po-
próprio do Instituto. Modelo de ener gia e de "self-help", ao mesmo tempo que larga demonstração de cooperativis-
I%• -
de Café.
^u a lormação de um capital próprio,
tlois têrmos;
café não atreveríamos a falar em
Como se vê, nessa ocasião. Caiógcras ainda permanecia na sua anterior ojeriza ao Càmvênio de Taubate o abraçava com cnliisiasmo a organização idealiza da para o funcionamento dos Institutos
movimento, com seu crédito avali2yido
mulo de precauções na operação em si. Nenhum receio de complicar finanças
taiiiente. quase como um estreante: ^
finiieza e sinceridade o problema:
para i.u-llior servir a riqueza nacional.
veuietitc.
"Nenhum perigo, ou antes, só acú
Produzidos" no País. ao tratar do crfé.
dc novo em São Paulo, começa mcd^
essa cultura industrial .
puramente comercial, até cpic, aulomàticamcnte, amortizado o empréstimo; pos sa ser prevista a extinção de sobreliLxas,
sempre
^
intiiitiia o convergência dos elementos
"Com a garantia das receitas pagas ao Estado, foi, em última análise, o pró prio produtor quem obteve capitais de
Federal."
í' -
de intervenção
presidiu ã fundação transmite ao Instituto fòrça imancnlc de defesa o de rec.ip. racão, tão saudável o ambiente e
quando ibc parecesse oportuno e con-
peJo do Tesouro. Exemplo sugestivo de apelo viril às forças do próprio interes sado, fugindo ao perigoso, daninho e
Ji- - '
O Instituto cada vez
niai.s deverá afastar-se
nos c dilic.klaclos, criadas por deficiên cia d>. acciilcs. NSo «Tão duradouros tais iiioinciitos. cnlretanto: a lógica que
oficial, para se dirigir eoin autonomia
elegância c o acerto da solução adotada."
f
k-, l,
DrnFXTo Econômico
110
^ Tciin Em 1910
10.848.000 scs. 10.400.000 "
Em 1925
en 47S 000
g:Í92?a"Í925
49:42o;ooo
:"f -T
"
3.676.000 scs.
6.250.000 " 17.023.000 " 25.839.000 "
r
Convênio de Taubalé e
e ha dc ®^.l^^'^^ ,;'^,Vmilhões ,de sacas concorrência normal, de plantadores.
põem-se como sombra c luz. Mostram,
r Bnísâl ?ue Tsto -l^roveiLi ? A sua cJo de 1910 e 25.3 % de concorrentes,
aparelho de defesa permanente. Contra
quase permitem tocar materialmente, a
diferença entre empírismo e espírito de organização. No primeiro, dispersão de forças agindo às cegas, c baseadas em teses socialmente falhas. Conjuga ção sinérgica, no outro, de economia e
finanças sadias, no terreno sólido em que se fundam lavoura cafeeira e esforço que a mantém."
"Poderão surgir incidentes, contratem-
°
milhões oni 1925, mas foi
Enquanto 74,7% eram nossos no mer-
cclhcita dc 1910-1911 foi de 10.800.000 sacrs- de 1911 a 1914 produziu o País 50.473.000 sacas, e os quatro últimos anos sòmente 48.320.000 sacas. Duranto ôstes mesmos dois períodos, os outros países passaram, em produção, de
já quinze anos depois, pela elevação dos preços, nosso quinhão havia bai.xado a 62,4% e subido a 37,6% o dos demais países." Ora há ma.s do que O"!" ponto de interrogação, mors ™ da. e para o cafe o
•saras • a de 1914-1915 de 10.400.000
16.633 000 sacas a 27.769.000 sa-
da vida após a guerra de 1914 a 1918.
' V
-í ,■ . *1
Dir.KSTo EcoNÒMicÔ
"Mais longe ainda pode ser levado o
paralelo. O açude, entancando águas
paria a essência do plano, c de um ato de maioridade econômica da lavoura
desordenadas, amansa-lhes o curso e im
cafeeira faria mera cotlccs^ão de favor
pede a devastação de correntes torrciicjaís, bravias. A armazenagem e o es
coamento progressivo das saír.is Üinitain
a amplitude das oscilações dos preços, de que só se locupletam os especulado res e os detentores momentâneos de ca
pitais, com grande desvantagem para os produtores. Cerceia e saneia as operaçõos a termo, nas quais os negócios le gítimos tanto sofrem com os ciclones da
bolsa provocados pela especulação de mero jogo."
"Claro, para produzir seu efeito nor
mal, pressupõe largos entrepostos e um
sistema de crédito warrantudo que for
neça ao fazendeiro os recursos de que precisa, até dispor finalmente de sua sa
fra. E, neste ponto, não liá negar a
alheio. Mtaios digno, iiunos viril c in teligente se revelaria o csfórço exercido." Ao .\Iini.stro da Fazenda c ao Banco
do Brasil, que não di-ix.iram tr.uisforinar-se a bela operação cin sirnpli-s pre texto para iiicoiiiprecn.sível e injusliticá-
vel ginástica einis.sora, (h-ve o Pais ugradccmientos iguais aos (juc niercccram govèrno c lavoura de São Paulo, e aos
re.uíz^iclorcs do plano, por se ter criado um aparelho antorionio inocleiar, no qual interesses públicos e inlerèsses privados
tao Ijcin se conjugaram, a esforço c expcnsas dos próprios beneficiados."
Melhoramentos .sucessivos aperfei
çoarão a obra.
feitamente que os institutos nao tinham aqiiêic funcionamento ideai, do . dci.\ar Uberdade ao produtor, cujo cafe estives se armazenado e warrímtaílo, para en
trar no mercado e di.spor do que era seu
Em 1928. estudando (20) os "Valores
prá formular crítica fundada ao meca Confronto
econômico
mo e de solidariedade entre os produto
res, e o auxílio, a bem dizer moral, in r ;;■;•• teligentemente prestado pelo Estado." "É fórmula que honra a quantos co- i laboram em seu estabelecimento, inclu
sive aos que se opuseram a que a União nela figurasse. Tal intervenção detur
Logo a seguir, porém, aborda com
"Não pode, entretanto, deixar de im pressionar o que as estatísücas mundiais
revelam. Não é senão servir a lavoura cafeeira, contudo, apontar os perigos que a amcaçam„coni o fito de a auxiliar em sua defesa."
"Para isto, transcrevemos literabienle mil trecho do admirável artigo, que sob
o título "A luta pelo café" o conhecido banqueiro sr. Bouilloux-Lafont publicou
no "O Jornal", do Rio, em 4 de dezem bro último".
"O quadro seguinte é instrutivo: Outros países
Brasil
nismo ideado."
Propositadamente, confrontamos os
bao
Paulo, autoridade cabal c indiscutida em todos os problemas que se referem a
PRODUÇÃO DE CAFÉ NO MUNDO
invocado amparo do Governo
allieias no desenvolvimento
<.v-
Iludia-se pelas aparências.
Posteriurmcntc. porém, percebeu per
as, em princípio, dificilmente se po-
próprio do Instituto. Modelo de ener gia e de "self-help", ao mesmo tempo que larga demonstração de cooperativis-
I%• -
de Café.
^u a lormação de um capital próprio,
tlois têrmos;
café não atreveríamos a falar em
Como se vê, nessa ocasião. Caiógcras ainda permanecia na sua anterior ojeriza ao Càmvênio de Taubate o abraçava com cnliisiasmo a organização idealiza da para o funcionamento dos Institutos
movimento, com seu crédito avali2yido
mulo de precauções na operação em si. Nenhum receio de complicar finanças
taiiiente. quase como um estreante: ^
finiieza e sinceridade o problema:
para i.u-llior servir a riqueza nacional.
veuietitc.
"Nenhum perigo, ou antes, só acú
Produzidos" no País. ao tratar do crfé.
dc novo em São Paulo, começa mcd^
essa cultura industrial .
puramente comercial, até cpic, aulomàticamcnte, amortizado o empréstimo; pos sa ser prevista a extinção de sobreliLxas,
sempre
^
intiiitiia o convergência dos elementos
"Com a garantia das receitas pagas ao Estado, foi, em última análise, o pró prio produtor quem obteve capitais de
Federal."
í' -
de intervenção
presidiu ã fundação transmite ao Instituto fòrça imancnlc de defesa o de rec.ip. racão, tão saudável o ambiente e
quando ibc parecesse oportuno e con-
peJo do Tesouro. Exemplo sugestivo de apelo viril às forças do próprio interes sado, fugindo ao perigoso, daninho e
Ji- - '
O Instituto cada vez
niai.s deverá afastar-se
nos c dilic.klaclos, criadas por deficiên cia d>. acciilcs. NSo «Tão duradouros tais iiioinciitos. cnlretanto: a lógica que
oficial, para se dirigir eoin autonomia
elegância c o acerto da solução adotada."
f
k-, l,
DrnFXTo Econômico
110
^ Tciin Em 1910
10.848.000 scs. 10.400.000 "
Em 1925
en 47S 000
g:Í92?a"Í925
49:42o;ooo
:"f -T
"
3.676.000 scs.
6.250.000 " 17.023.000 " 25.839.000 "
r
Convênio de Taubalé e
e ha dc ®^.l^^'^^ ,;'^,Vmilhões ,de sacas concorrência normal, de plantadores.
põem-se como sombra c luz. Mostram,
r Bnísâl ?ue Tsto -l^roveiLi ? A sua cJo de 1910 e 25.3 % de concorrentes,
aparelho de defesa permanente. Contra
quase permitem tocar materialmente, a
diferença entre empírismo e espírito de organização. No primeiro, dispersão de forças agindo às cegas, c baseadas em teses socialmente falhas. Conjuga ção sinérgica, no outro, de economia e
finanças sadias, no terreno sólido em que se fundam lavoura cafeeira e esforço que a mantém."
"Poderão surgir incidentes, contratem-
°
milhões oni 1925, mas foi
Enquanto 74,7% eram nossos no mer-
cclhcita dc 1910-1911 foi de 10.800.000 sacrs- de 1911 a 1914 produziu o País 50.473.000 sacas, e os quatro últimos anos sòmente 48.320.000 sacas. Duranto ôstes mesmos dois períodos, os outros países passaram, em produção, de
já quinze anos depois, pela elevação dos preços, nosso quinhão havia bai.xado a 62,4% e subido a 37,6% o dos demais países." Ora há ma.s do que O"!" ponto de interrogação, mors ™ da. e para o cafe o
•saras • a de 1914-1915 de 10.400.000
16.633 000 sacas a 27.769.000 sa-
da vida após a guerra de 1914 a 1918.
' V
-í ,■ . *1
Tw»r-Ti«r
Dicesto Econômico
"Seus jnaíorcs compradores, combali tóres econômicos do País, pi-Ius gastos dos alguns, restringiam compras, mulli- suplementares da guerra ao Stcfimoolicavam os sucedâneos, para isto aprc- deres?..." ^ . _-i,. gêneros n,'nt-Tos fluc iludlam o hábito sentando que iludiam "O único meio econômico da Inta é iá criado do consumo. E assim ofcrc• venda misturas esdrúxulas que ciam à cri
enganavam c satisfaziam paladares pou
çoe concorrentes. \fas á o que, cm SJo Vaulo, muitos não ouvem com henccO'
lãncia, olvidados de que avisar c do
"híamburgo, centro de primeira or dem no consumo e na redislribuição continental do nosso café, quase não o recebia mais, c ainda hoje não atingiu
omjgo."
to, apesar dos preços locais^vè constante ou em aumento o uso de líquidos mais
ou menos escuros c de perfume suspci' to, que se apelidam de Moka"... "De nada vale dar de ombros c fazer pouco caso do aviso. Assim também se procedeu com a borracha. Fecharam-se
"E hoje?..." "Quanto ao café, então, menos ainda
vale a arguíção, neste momento em que a broca desperta tão graves preocupa ções. Planta aclimatada no Brasil, por que se não aclimataria alhures, com o mesmo viço e a mesma generosa pro
yy vi:i,iiA Europa, devastada por guerr.is sueessiva.s. dá a impressão de <{uc já perdeu o seu posto de comando. O reerguimento de seus paíse.s, estimu lado pelo Plano Marsiiall, serve ainda mais para aeentuar essa situação dcplo-
,
UoLumento.s Parlnmf»itarc.s. Valori zação do Caíi-, vol. I
rá\-el. Pelo menos, na realidade, por algum tempo, c o que se vê. Os países
náB 9
(2> Idt-m, ídem.
B. Bfllj - II Cnffé — Manuali Hoepli. 1910. patí. 250.
seus. tjuo eram, antes de 1914, pode rosos no empenho de fixar rumos, vivem
(41 Documentos Parlamentares, citado.
VüJ. I, ptifi 11.
^^(5) Documentos Parlamentares, cit.. pág.
hoje dentro de uma consciência muito viva de dependência c de ameaça de «ma dependência maior. Dc um lado
(Gl Idem. idom pág ii
Acníi.w^''''?,
^'"K^-nharín. do Centro
sentem
" Horacio Lane — cit.. AbnlI>.do132. 1933. » Does. Porlamonr.arcs
os olhos. Alegaram-se as mesmas sensa-
borias; monopólio natural, inaptidâo de outros países !..."
Cândido Motta Filho
produzir barato, e tanto, (jue dc.sacnro^
co exigentes.
o nível anterior a 1914... e, entretan
A RECUPERAÇÃO DO
Pag.
^'•"■'amenlaiü.s
10.
cit..
vol.
(10) Iclcm. idem, pág. ii.
to, íi concepção tradicional da existência.
Nías, por isso mesmo, nesse quadro de cenários caídos, c que percebemos, na sua roídidadc germinal, as condições atuais do homem, desse homem que
nzaçao do Café — voJ. II. nág.s. 10 a 26.
U) Idem. idem. pág. 9
15!
^ "•
PíU:- 208 a 215.
perdeu o que tiniia c que até agora nada recebeu em seti lugar. Teve ago
,•1. « .Cülógerns, Ia Poliiique Monétaire 431. (J'l Relatórios -"5 do aMinistro da Fazen-
ra a Europa, pela sua condição histó rica, dc ser o campo onde surgiu a maior documentação que a história co
'TIOS de 1915 c 1916.
(Io) Retrospecto Comercial do Jornal 00 Lominércio, ano de 1917. págs. 209 e
dutividade ?... E não agravaria a con corrência, o encarecimcnto do preço do
seguintes.
custo nosso, pelas modificações dos fa-
Pags.
(19) CaJógo ras, Problemas de Governo 14
e
ameaça do comunismo; de
destroem ou descquiliijram, por comple
hm Bresil, o f-ylügeras, ou pág. .J15La Políiique Monétaire Documentos Parlamentares, Valo-
ir
a
outro o socorro americano, forças que
11.
nhece sobro a degradação do homem. Todos os acontecimentos da guerra, com
16.
(20) Calógcras, idem. págs. 93 a 95. ,
o emprego das mais possantes máquinas
de destruição, foram acompanhados pela redução do homem à coisa.
Os depoi
mentos nesse sentido são, na verdade,
contra êste ou contra aquele; é implacàvelmcntc contra todos.
Não é só a
freqüência da morte que demonstra o seu domínio.
É a sua capacidade de
transpor, com rapidez inesperada, os
campos de batalha, .para atingir as po pulações civis. No fim, não havia mais fronteiras,
nem
físicas,
nem morais.
Aquilo que Malaparte caricaturou no seu livro "La pelle" como sendo a Europa
dc upós-guerra, é a visão desesperada de uma realidade terrível.
Há, nas pá
ginas dêssse livro, um cinismo provindo de quem marcha num mundo perdido! A guerra civil na Espanlia, o fascis mo na Itália-, o nazismo na Alemanha e o bülchevismp na Rússia, já tinham, por esse tempo, os seus processos de utilização mecânica do homem. O fa natismo ideológico, com a força com pressora de sua intolerância, esmagou
Os expurgos se fazem como as queima das em terreno necessário para o plan tio. E os campos de concentração se multiplicam, criando para a desumanízação do homem um novo tipo de vida.
Logo que se deu a invasão ger
além de Paris e os ingleses são obriga .1.
senvobamento da luta, tentar-se qual
quer avaliação nesse sentido. A guer ra, no seu último significado, não é
tôda ou qualquer veleidade individual.
mânica, o c.spetáculo SC apresentou com toda sua hediondez. E quando a der rota empurra os exércitos franceses para
".A'
bre ser que se considera perdido, no pavor pânico das retiradas. .. Não é possível mesmo, no brutal de-
massas o.xigiu, por tôda parte, o mais completo desprezo possível pelo indiví
duo.
.i: li
Não há quem nela possa ver o drama de um homem, o desespero de um po
A utíliztição das grandes
pavorosos!
*3
dos a realizar a proeza de Dunquerque, a multidão que enche e atravanca as estradas representa tão só uni estôr\'0.
Finda a guerra, o silêncio das ruínas acentua então as linhas do quadro de
Tw»r-Ti«r
Dicesto Econômico
"Seus jnaíorcs compradores, combali tóres econômicos do País, pi-Ius gastos dos alguns, restringiam compras, mulli- suplementares da guerra ao Stcfimoolicavam os sucedâneos, para isto aprc- deres?..." ^ . _-i,. gêneros n,'nt-Tos fluc iludlam o hábito sentando que iludiam "O único meio econômico da Inta é iá criado do consumo. E assim ofcrc• venda misturas esdrúxulas que ciam à cri
enganavam c satisfaziam paladares pou
çoe concorrentes. \fas á o que, cm SJo Vaulo, muitos não ouvem com henccO'
lãncia, olvidados de que avisar c do
"híamburgo, centro de primeira or dem no consumo e na redislribuição continental do nosso café, quase não o recebia mais, c ainda hoje não atingiu
omjgo."
to, apesar dos preços locais^vè constante ou em aumento o uso de líquidos mais
ou menos escuros c de perfume suspci' to, que se apelidam de Moka"... "De nada vale dar de ombros c fazer pouco caso do aviso. Assim também se procedeu com a borracha. Fecharam-se
"E hoje?..." "Quanto ao café, então, menos ainda
vale a arguíção, neste momento em que a broca desperta tão graves preocupa ções. Planta aclimatada no Brasil, por que se não aclimataria alhures, com o mesmo viço e a mesma generosa pro
yy vi:i,iiA Europa, devastada por guerr.is sueessiva.s. dá a impressão de <{uc já perdeu o seu posto de comando. O reerguimento de seus paíse.s, estimu lado pelo Plano Marsiiall, serve ainda mais para aeentuar essa situação dcplo-
,
UoLumento.s Parlnmf»itarc.s. Valori zação do Caíi-, vol. I
rá\-el. Pelo menos, na realidade, por algum tempo, c o que se vê. Os países
náB 9
(2> Idt-m, ídem.
B. Bfllj - II Cnffé — Manuali Hoepli. 1910. patí. 250.
seus. tjuo eram, antes de 1914, pode rosos no empenho de fixar rumos, vivem
(41 Documentos Parlamentares, citado.
VüJ. I, ptifi 11.
^^(5) Documentos Parlamentares, cit.. pág.
hoje dentro de uma consciência muito viva de dependência c de ameaça de «ma dependência maior. Dc um lado
(Gl Idem. idom pág ii
Acníi.w^''''?,
^'"K^-nharín. do Centro
sentem
" Horacio Lane — cit.. AbnlI>.do132. 1933. » Does. Porlamonr.arcs
os olhos. Alegaram-se as mesmas sensa-
borias; monopólio natural, inaptidâo de outros países !..."
Cândido Motta Filho
produzir barato, e tanto, (jue dc.sacnro^
co exigentes.
o nível anterior a 1914... e, entretan
A RECUPERAÇÃO DO
Pag.
^'•"■'amenlaiü.s
10.
cit..
vol.
(10) Iclcm. idem, pág. ii.
to, íi concepção tradicional da existência.
Nías, por isso mesmo, nesse quadro de cenários caídos, c que percebemos, na sua roídidadc germinal, as condições atuais do homem, desse homem que
nzaçao do Café — voJ. II. nág.s. 10 a 26.
U) Idem. idem. pág. 9
15!
^ "•
PíU:- 208 a 215.
perdeu o que tiniia c que até agora nada recebeu em seti lugar. Teve ago
,•1. « .Cülógerns, Ia Poliiique Monétaire 431. (J'l Relatórios -"5 do aMinistro da Fazen-
ra a Europa, pela sua condição histó rica, dc ser o campo onde surgiu a maior documentação que a história co
'TIOS de 1915 c 1916.
(Io) Retrospecto Comercial do Jornal 00 Lominércio, ano de 1917. págs. 209 e
dutividade ?... E não agravaria a con corrência, o encarecimcnto do preço do
seguintes.
custo nosso, pelas modificações dos fa-
Pags.
(19) CaJógo ras, Problemas de Governo 14
e
ameaça do comunismo; de
destroem ou descquiliijram, por comple
hm Bresil, o f-ylügeras, ou pág. .J15La Políiique Monétaire Documentos Parlamentares, Valo-
ir
a
outro o socorro americano, forças que
11.
nhece sobro a degradação do homem. Todos os acontecimentos da guerra, com
16.
(20) Calógcras, idem. págs. 93 a 95. ,
o emprego das mais possantes máquinas
de destruição, foram acompanhados pela redução do homem à coisa.
Os depoi
mentos nesse sentido são, na verdade,
contra êste ou contra aquele; é implacàvelmcntc contra todos.
Não é só a
freqüência da morte que demonstra o seu domínio.
É a sua capacidade de
transpor, com rapidez inesperada, os
campos de batalha, .para atingir as po pulações civis. No fim, não havia mais fronteiras,
nem
físicas,
nem morais.
Aquilo que Malaparte caricaturou no seu livro "La pelle" como sendo a Europa
dc upós-guerra, é a visão desesperada de uma realidade terrível.
Há, nas pá
ginas dêssse livro, um cinismo provindo de quem marcha num mundo perdido! A guerra civil na Espanlia, o fascis mo na Itália-, o nazismo na Alemanha e o bülchevismp na Rússia, já tinham, por esse tempo, os seus processos de utilização mecânica do homem. O fa natismo ideológico, com a força com pressora de sua intolerância, esmagou
Os expurgos se fazem como as queima das em terreno necessário para o plan tio. E os campos de concentração se multiplicam, criando para a desumanízação do homem um novo tipo de vida.
Logo que se deu a invasão ger
além de Paris e os ingleses são obriga .1.
senvobamento da luta, tentar-se qual
quer avaliação nesse sentido. A guer ra, no seu último significado, não é
tôda ou qualquer veleidade individual.
mânica, o c.spetáculo SC apresentou com toda sua hediondez. E quando a der rota empurra os exércitos franceses para
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bre ser que se considera perdido, no pavor pânico das retiradas. .. Não é possível mesmo, no brutal de-
massas o.xigiu, por tôda parte, o mais completo desprezo possível pelo indiví
duo.
.i: li
Não há quem nela possa ver o drama de um homem, o desespero de um po
A utíliztição das grandes
pavorosos!
*3
dos a realizar a proeza de Dunquerque, a multidão que enche e atravanca as estradas representa tão só uni estôr\'0.
Finda a guerra, o silêncio das ruínas acentua então as linhas do quadro de
Dir.KSTo
114
Econômico
Dir.icsT<í
asst)mbros.
A Alemanha nazista enal
tece, para a sua defesa, a política eon-
ram as almas dc seis inilhõcs dc ino
ccniraeionária.
centes!
O espetáculo de Da-
da mais tr.ii»iia cicgratlação humana.
ali, no mesmo tom, com as mesmas
Diante dêlc desfila uma legião de três
tintas, com o mesmo furor de aniquilar justamente aquilo que se concebe cotno
mil desgraçados, lotios os dias. São éles, diz c.ssa testemunha, em .sua maio
vamente, a obra de Artur Koestler e
conhece a sua terrível experiência pes soal, o seu desgosto pelas ideologias em marcha, percebe que ela é fruto de um egresso dos campos de concentração, que firmaram o estilo penal de uma nova época. Mas o que vale em Koestler não é sua experiência pessoal, mas o que
transcende a essa experiência e se transforma em fenômeno co
letivo, da utilização da massa humana como coisa. Na socio
ria, esfjucletos \'Í\íí.s: desidralatlos até os os.sos, desfigurados até a monstruosidade, cobertos de úIc<Tas supiirantes, mar cham para a morte, sem sahcr como marcham nem pí)r<|uc marcham. Em
115
E nos mostra então, além da política
delito, conforme o direito estabelecido,
conccntracionária, ã semelhança da dc lliller, o erescinu-nlo do trab.ilho forçado
mas confonnc a sociedade que deseja
e todos os aspectos da desintegração do ser humano no país dos Sovictes. "Um prisioneiro ou um deportado dos campos de concentração é um homem que vive
— esere\-e ele — à margem da vida".
criar."
O que se verifica, em nossos dias, po rem, c a dc.tniição do homem conceitua do de uma ccrtu maneira, destruição
muito mais e.xtcnsa e muito mais depra-
vadora que aquela que se deu quando,
Ès.S(; líomem sabe que está para sem
no fim da Idade Média, começou a
pre perdido. Assini, cm Kuibychev há 160 mil condenados a trabalho forçado.
heresia. A posição de Stalin é inconi-
parávcl com a de Calvino. Hitler em
cinco minutos estão mortos. E o "doc-
Etn Ki/el e em Polovinks liá 150 mil
nada se assemelha a qualquer dos di
lor" Mengcle, (juo cf)iidnz milhões do pessoas para a morto, pelo pecado da in ferioridade racial, ê um louco a serviço
deportados. Em Oufa, liá 35 mil. Em
retores da Inquisição.
do Estado nazista.
tos.
Durante horas e
horas examina no microscópio, o com outros aparelhos científicos, o resultado físico dê.sse morti
cínio.
Vive horas a fio debru
logia dos campos de concentra ção estudados por Stubbs, o homem perde a individualida de e se reduz à peculiaridade de um rebanho de corte. O liomem que dele sai não pode mais tomar contacto com os antigos valores. O homem ê assim um animal capaz de tudo. É um ani mal que se adapta a todas as condições
gum tempo. Por outro lado, o bolche-
da miséria. Com o correr dos anos vão-se mul
E os campos de concentração cumprem ainda o seu tórvo destino. O depoi
çado na mesa de dissccação,
MololoN-, 160 mil.
Em Zlaloust, 150
niil. Em ChabarkoN', 32 mil e quinhen
trina. É uma peste que devora este ou aquêlcj devora o "ho-
Em Sverdlovsk, 240 mil.
Ein Tcheiiabinsk, 150 mil. Em
Magnitogor.sk, 130 mil. Na Ukrania, 30 mil. Na Geórgia,
O processo atual do rebaixamento do homem não se condiciona a uma dou
.-1 <
57 mil. Na Criméia, 54 mil. Em Azerbaidjan, 52 mil. Na Armênia, 22 mil e quinhentos. Em Ouzljckistan, 64 mil. E na República dos Kirghzes, 32 mil. A lista não tem fim. É um nunca acabar de depor tados. Na região de Saratov ou na
mo aeconomicus", como o "ho-
mo aticus". E apaga tôdas as tábuas de valores.
Não reside
só na e.xaltação da guerra ou
para a derrubada exemplar dos antigos
verdade se insinua, com tôda a sua he-
no fanatismo revolucionário. Ela apa rece nas sociedades já pacificadas. Está no deiprêzo cotidiano do homem pelo homem, que vive da vida momentânea, da vantagem e do gôzo imediato. A Rússia Branca. Só em Yaroslov, 800 mil civilização, conduzida pelos bens ma teriais, pelo econcmismo crescente, pelo deportados! maquinísmo, pelas próprias criações hu Além disso, há os campos de concen manas, perdeu o sentido da resistência tração que constituem um verdadeiro moral. O homem, apoiado nas coisas, . inferno glacial, onde os deportados pe com elas se confundiu e foi, quer na recem cm massa. sociedade burguesa quer na antiburNão se trata propriamente da violên cia revolucionária, que esta sempre guesa, um simples dado econômico. A conquista das utilidades impediu ao ho houve. Tivemos, na história contem mem ter a capacidade necessária para porânea, o "terror" na Revolução Fran cesa. Os deuses, sequiosos de sangue, enfrentar as conseqüências das guerras
dominadores. Não há justiça, mas opor tunidade e vingança. O banditismo muda de lugar.
d iondez.
semearam a destruição e a morte. , Nem
e revoluções. Por isso se explica o su
SC trata do terror, descrito por McrleauPonty, violência dos comunistas e vio
cesso de Jean Genêt, em Paris. Ele é um poeta. Mas não é poeta que faz
lência dos liberais. A execução de um
sucesso, mas o senhor de todos os ví
Lavai, dc um Politzer, de um Petov, rio. "Dizemos — escreve este ensaísta
cios, aquêle que proclama seus crimes, com absoluta franqueza, como uma ma neira de viver, porque, para êle, é pre
— que uma revolução não define o
ciso viver antes de tudo.
tiplicando os depoimentos. Cada um pior do que outro. E, com êlcs, os julgamentos marciais, as condenações dos tribunais dc c.xceção, a fôrca funcionan
do ao lado dos pelotões de fuzilamento,
Ki-' -
Miklos vê o fim c o começo
chau e Btischenwald se repete aqui c
dignidade humana. Quem le, hoje, no
Econômico
Pelas chaminés do Crctnatoritim passa
Ainda agora o dr. Miklos Nyisali, médico deportado para o Crematorium d'Auschvvitz, narra o que viu no S. S. Obersturmfuhrer do "doctor" Mengele.
com a blusa c as mãos ensan
güentadas!
O nazismo moslrou tudo isso, por al visino, na mesma exaltação fanática, re
duz o liomein a zero, como o Roubachof, do romance dc Koestler. A morte é apenas nina supre .são de um cstôrvo. mento dc El Campesino, no seu livro A vida e a morte na U.R.S.S.", du
rante a sua estuda na Rússia por dez anos, deve ter os exageros de um espí rito anárquico c insatisfeito. Mas, a Diante das miseráveis habita
ções humanas que rodeiam as suntuosas usinas dc Leningrado, El Campesino re cebe a explicação do contrasto. Popov diz: — "Tudo isto é transitório; o que importa, neste momento, para a U. R. S. S., é o funcionamento das usinas."
são explicáveis no processo revolucioná
■cx.
Dir.KSTo
114
Econômico
Dir.icsT<í
asst)mbros.
A Alemanha nazista enal
tece, para a sua defesa, a política eon-
ram as almas dc seis inilhõcs dc ino
ccniraeionária.
centes!
O espetáculo de Da-
da mais tr.ii»iia cicgratlação humana.
ali, no mesmo tom, com as mesmas
Diante dêlc desfila uma legião de três
tintas, com o mesmo furor de aniquilar justamente aquilo que se concebe cotno
mil desgraçados, lotios os dias. São éles, diz c.ssa testemunha, em .sua maio
vamente, a obra de Artur Koestler e
conhece a sua terrível experiência pes soal, o seu desgosto pelas ideologias em marcha, percebe que ela é fruto de um egresso dos campos de concentração, que firmaram o estilo penal de uma nova época. Mas o que vale em Koestler não é sua experiência pessoal, mas o que
transcende a essa experiência e se transforma em fenômeno co
letivo, da utilização da massa humana como coisa. Na socio
ria, esfjucletos \'Í\íí.s: desidralatlos até os os.sos, desfigurados até a monstruosidade, cobertos de úIc<Tas supiirantes, mar cham para a morte, sem sahcr como marcham nem pí)r<|uc marcham. Em
115
E nos mostra então, além da política
delito, conforme o direito estabelecido,
conccntracionária, ã semelhança da dc lliller, o erescinu-nlo do trab.ilho forçado
mas confonnc a sociedade que deseja
e todos os aspectos da desintegração do ser humano no país dos Sovictes. "Um prisioneiro ou um deportado dos campos de concentração é um homem que vive
— esere\-e ele — à margem da vida".
criar."
O que se verifica, em nossos dias, po rem, c a dc.tniição do homem conceitua do de uma ccrtu maneira, destruição
muito mais e.xtcnsa e muito mais depra-
vadora que aquela que se deu quando,
Ès.S(; líomem sabe que está para sem
no fim da Idade Média, começou a
pre perdido. Assini, cm Kuibychev há 160 mil condenados a trabalho forçado.
heresia. A posição de Stalin é inconi-
parávcl com a de Calvino. Hitler em
cinco minutos estão mortos. E o "doc-
Etn Ki/el e em Polovinks liá 150 mil
nada se assemelha a qualquer dos di
lor" Mengcle, (juo cf)iidnz milhões do pessoas para a morto, pelo pecado da in ferioridade racial, ê um louco a serviço
deportados. Em Oufa, liá 35 mil. Em
retores da Inquisição.
do Estado nazista.
tos.
Durante horas e
horas examina no microscópio, o com outros aparelhos científicos, o resultado físico dê.sse morti
cínio.
Vive horas a fio debru
logia dos campos de concentra ção estudados por Stubbs, o homem perde a individualida de e se reduz à peculiaridade de um rebanho de corte. O liomem que dele sai não pode mais tomar contacto com os antigos valores. O homem ê assim um animal capaz de tudo. É um ani mal que se adapta a todas as condições
gum tempo. Por outro lado, o bolche-
da miséria. Com o correr dos anos vão-se mul
E os campos de concentração cumprem ainda o seu tórvo destino. O depoi
çado na mesa de dissccação,
MololoN-, 160 mil.
Em Zlaloust, 150
niil. Em ChabarkoN', 32 mil e quinhen
trina. É uma peste que devora este ou aquêlcj devora o "ho-
Em Sverdlovsk, 240 mil.
Ein Tcheiiabinsk, 150 mil. Em
Magnitogor.sk, 130 mil. Na Ukrania, 30 mil. Na Geórgia,
O processo atual do rebaixamento do homem não se condiciona a uma dou
.-1 <
57 mil. Na Criméia, 54 mil. Em Azerbaidjan, 52 mil. Na Armênia, 22 mil e quinhentos. Em Ouzljckistan, 64 mil. E na República dos Kirghzes, 32 mil. A lista não tem fim. É um nunca acabar de depor tados. Na região de Saratov ou na
mo aeconomicus", como o "ho-
mo aticus". E apaga tôdas as tábuas de valores.
Não reside
só na e.xaltação da guerra ou
para a derrubada exemplar dos antigos
verdade se insinua, com tôda a sua he-
no fanatismo revolucionário. Ela apa rece nas sociedades já pacificadas. Está no deiprêzo cotidiano do homem pelo homem, que vive da vida momentânea, da vantagem e do gôzo imediato. A Rússia Branca. Só em Yaroslov, 800 mil civilização, conduzida pelos bens ma teriais, pelo econcmismo crescente, pelo deportados! maquinísmo, pelas próprias criações hu Além disso, há os campos de concen manas, perdeu o sentido da resistência tração que constituem um verdadeiro moral. O homem, apoiado nas coisas, . inferno glacial, onde os deportados pe com elas se confundiu e foi, quer na recem cm massa. sociedade burguesa quer na antiburNão se trata propriamente da violên cia revolucionária, que esta sempre guesa, um simples dado econômico. A conquista das utilidades impediu ao ho houve. Tivemos, na história contem mem ter a capacidade necessária para porânea, o "terror" na Revolução Fran cesa. Os deuses, sequiosos de sangue, enfrentar as conseqüências das guerras
dominadores. Não há justiça, mas opor tunidade e vingança. O banditismo muda de lugar.
d iondez.
semearam a destruição e a morte. , Nem
e revoluções. Por isso se explica o su
SC trata do terror, descrito por McrleauPonty, violência dos comunistas e vio
cesso de Jean Genêt, em Paris. Ele é um poeta. Mas não é poeta que faz
lência dos liberais. A execução de um
sucesso, mas o senhor de todos os ví
Lavai, dc um Politzer, de um Petov, rio. "Dizemos — escreve este ensaísta
cios, aquêle que proclama seus crimes, com absoluta franqueza, como uma ma neira de viver, porque, para êle, é pre
— que uma revolução não define o
ciso viver antes de tudo.
tiplicando os depoimentos. Cada um pior do que outro. E, com êlcs, os julgamentos marciais, as condenações dos tribunais dc c.xceção, a fôrca funcionan
do ao lado dos pelotões de fuzilamento,
Ki-' -
Miklos vê o fim c o começo
chau e Btischenwald se repete aqui c
dignidade humana. Quem le, hoje, no
Econômico
Pelas chaminés do Crctnatoritim passa
Ainda agora o dr. Miklos Nyisali, médico deportado para o Crematorium d'Auschvvitz, narra o que viu no S. S. Obersturmfuhrer do "doctor" Mengele.
com a blusa c as mãos ensan
güentadas!
O nazismo moslrou tudo isso, por al visino, na mesma exaltação fanática, re
duz o liomein a zero, como o Roubachof, do romance dc Koestler. A morte é apenas nina supre .são de um cstôrvo. mento dc El Campesino, no seu livro A vida e a morte na U.R.S.S.", du
rante a sua estuda na Rússia por dez anos, deve ter os exageros de um espí rito anárquico c insatisfeito. Mas, a Diante das miseráveis habita
ções humanas que rodeiam as suntuosas usinas dc Leningrado, El Campesino re cebe a explicação do contrasto. Popov diz: — "Tudo isto é transitório; o que importa, neste momento, para a U. R. S. S., é o funcionamento das usinas."
são explicáveis no processo revolucioná
■cx.
116
DiOKSTf» Kconómico
O filósofo Nícolau Bcrdiaeff, íjii»' co nheceu de perto todos ósses aspectos
um caos. A sociedade, politie.tiiu-nte, é
da decomposição do lionuMo, acentuando
boje urna anieaç.i. A
a necessidade de uma antropoloeia filo sófica, féz no síai último livro. "A es
cravidão e a liberdade do hotiieni", uin
estudo fjue é urn apèlo em favor da per sonalidade humana, que está ameaçada do afundanu.-nto nas ruínas da civili/ação. O problema atual, para Berdiaeff. c, antes de tudo. da recuperação do humano.
Não nos compete aqui um estudo nes se sentido. Mas, nessa procura de va
lores que a Europa desesperadamente consagra suas energias fundamentais, ó
que está a raiz da recuperação .social tão necessariamente am])ieionadn. Ela,
que foi testemunha de tudo, que conhe ceu, com os novos terrores da fome, os
terrores da irresponsabilidade, coloca de no\o, o problema da civilização co mo uma decorrência do homem reabi litado, redimido no sen conceito moral e .social.
A sociedade, oconòniicamente. «'• boje
NOVOS PLANOS
soeie<l.i(le, júri-
dic.imente, é inria crise. .\ão bá solu
ção econóniie.i. não li;i solução política, nao bá solução jurítliea sr-in es.sa so lução primordial. O homem não é urn animal limitado
a unia categoria biológica. .\Iax Seliellcr
Nelsoi^ VVerneck Sodré
w .
4 Y-f
\ N i-Ks cie apreciar o iilliino plancjuincuto levado a efeito para a me lhoria da NÍação brasileira, planejamen
soube, muito bem, a èsse propósito, fa zer a distinção entre jicssoa e organis
to orientado no Mini.stério da Viação
mo. Ortega v Classet diz, por sua vez,
nheiro ferroviário, convém apreciar os efeitos de um aconleciniento cjuc tc\e
.seguindo as lições de Diltlu-y, que o
homem não é um produto da natureza, mas um produto da história. E preciso, assim, quí; ele seja n eonstiluído na sua energia moral e rcstaixdeça, com isso,
o prumo d(,* sua conduta.
Hoje, na
por um titular que era também enge
consiHpiéncias as mais sérias sobre o sistema nacional do transportes: a guer
ra (juc nos ebcgou às jxirtas em 19-12 e na (pial nos empenhamos com um esforço muito acima de nossas possibili
miséria de sí-ms fracassos, êle pode, co
dades.
mo c) príncipe André, do romance do
te, traumatizou a estrutura econômica
lolsloi, olhar, do campo de batalha cm
Se o conflito mundial, realiiien-
do IJrasil, pondo a nu as suas tremen
ra, se viu ameaçado pela ação dos sub marinos do "eixo". O desaparecimento dos mercados asiáticos, de outro lado,
agra\'ou a situação das correntes e.xternas de colocação dos nossos produtos e elas passaram a concentrar-se no nosso
próprio continente, com o aumento das compras, da parte dos Estados Unidos, de um lado, c das Repúblicas sul-ame
ricanas, a Argentina em .particular, de outro.
Estávamos agora seriamente ameaça
dos na principal linha de comunicações., o oceano, e a cabotagem p.igou um aito preço nesse sentido. Internamente, a situação não se alterou, em seus traços e características principais: tratava-se
fpie c-aiu ferido, o céu i-slrelaclo, c ve
das deficiências, os seus efeitos sobre
rificar (jiic a \-ida humana não é só essa rpie foj destroçada pela violência e que foi construída pela técnica.
o si.stema de circulação da produção fo ram dc tal sorte profundos e alastrados que constituiriam, ainda que isolados, problema dos mais importantes.
zonas no\'as, com maior diversificação
Do ponto de vista da circulação da riqueza, a gucTr.i não trou.\c rcfle.xos
dades da indústria de guerra norte-ame
de produzir mais, para e.xpcrtar mais, produzir nas velhas zonas e produzir em na massa e.xportada, em face das necessi
diretos, para o Brasil, na sua primeira fase, enquanto se constituiu apenas num conflito militar europeu. Perdemos, efe
ricana. Produtos de segundo plano to maram importância inédita, enquanto outras, como a borracha, pareciam
ma dc uavicerts. Tais mercados foram,
a ser o divórcio entre as duas zonas do . País: o centro e o sul, de um lado, o
tivamente, grandes mercados e.xternos, readquirir a importância de ha muito naquele continente, em face do bloqueio perdida. No sentido da circulação por vias internas, o reflexo principal vinabritânico o o estabelecimento do siste progressivamente, num sentido global,
m-
norte e o nordeste, de outro.
.substituídos, entretanto, pelos próprios -mercados antigos, que passaram a im portar maior volume dos nossos produ
dem ser avaliadas se nos recordarmos
tos. Com a entrada dos Estados Unidos no conflito, cm 1941, entretanto, a si
que, somente nos anos de 1942 e 1943, trinta foram afundados, correspondendo
tuação iniciou uma mudança acentuada, que se concretizou ameaçadora quando,
no ano seguinte, o grande espaço de
a um desfalque de tonelagem da ordem de 132.000, no valor de 652 milhões de cruzeiros, importando tais perdas
circulação marítima, na costa brasilei
numa diminuição, em face do número
As perdas brasileiras em navios po
116
DiOKSTf» Kconómico
O filósofo Nícolau Bcrdiaeff, íjii»' co nheceu de perto todos ósses aspectos
um caos. A sociedade, politie.tiiu-nte, é
da decomposição do lionuMo, acentuando
boje urna anieaç.i. A
a necessidade de uma antropoloeia filo sófica, féz no síai último livro. "A es
cravidão e a liberdade do hotiieni", uin
estudo fjue é urn apèlo em favor da per sonalidade humana, que está ameaçada do afundanu.-nto nas ruínas da civili/ação. O problema atual, para Berdiaeff. c, antes de tudo. da recuperação do humano.
Não nos compete aqui um estudo nes se sentido. Mas, nessa procura de va
lores que a Europa desesperadamente consagra suas energias fundamentais, ó
que está a raiz da recuperação .social tão necessariamente am])ieionadn. Ela,
que foi testemunha de tudo, que conhe ceu, com os novos terrores da fome, os
terrores da irresponsabilidade, coloca de no\o, o problema da civilização co mo uma decorrência do homem reabi litado, redimido no sen conceito moral e .social.
A sociedade, oconòniicamente. «'• boje
NOVOS PLANOS
soeie<l.i(le, júri-
dic.imente, é inria crise. .\ão bá solu
ção econóniie.i. não li;i solução política, nao bá solução jurítliea sr-in es.sa so lução primordial. O homem não é urn animal limitado
a unia categoria biológica. .\Iax Seliellcr
Nelsoi^ VVerneck Sodré
w .
4 Y-f
\ N i-Ks cie apreciar o iilliino plancjuincuto levado a efeito para a me lhoria da NÍação brasileira, planejamen
soube, muito bem, a èsse propósito, fa zer a distinção entre jicssoa e organis
to orientado no Mini.stério da Viação
mo. Ortega v Classet diz, por sua vez,
nheiro ferroviário, convém apreciar os efeitos de um aconleciniento cjuc tc\e
.seguindo as lições de Diltlu-y, que o
homem não é um produto da natureza, mas um produto da história. E preciso, assim, quí; ele seja n eonstiluído na sua energia moral e rcstaixdeça, com isso,
o prumo d(,* sua conduta.
Hoje, na
por um titular que era também enge
consiHpiéncias as mais sérias sobre o sistema nacional do transportes: a guer
ra (juc nos ebcgou às jxirtas em 19-12 e na (pial nos empenhamos com um esforço muito acima de nossas possibili
miséria de sí-ms fracassos, êle pode, co
dades.
mo c) príncipe André, do romance do
te, traumatizou a estrutura econômica
lolsloi, olhar, do campo de batalha cm
Se o conflito mundial, realiiien-
do IJrasil, pondo a nu as suas tremen
ra, se viu ameaçado pela ação dos sub marinos do "eixo". O desaparecimento dos mercados asiáticos, de outro lado,
agra\'ou a situação das correntes e.xternas de colocação dos nossos produtos e elas passaram a concentrar-se no nosso
próprio continente, com o aumento das compras, da parte dos Estados Unidos, de um lado, c das Repúblicas sul-ame
ricanas, a Argentina em .particular, de outro.
Estávamos agora seriamente ameaça
dos na principal linha de comunicações., o oceano, e a cabotagem p.igou um aito preço nesse sentido. Internamente, a situação não se alterou, em seus traços e características principais: tratava-se
fpie c-aiu ferido, o céu i-slrelaclo, c ve
das deficiências, os seus efeitos sobre
rificar (jiic a \-ida humana não é só essa rpie foj destroçada pela violência e que foi construída pela técnica.
o si.stema de circulação da produção fo ram dc tal sorte profundos e alastrados que constituiriam, ainda que isolados, problema dos mais importantes.
zonas no\'as, com maior diversificação
Do ponto de vista da circulação da riqueza, a gucTr.i não trou.\c rcfle.xos
dades da indústria de guerra norte-ame
de produzir mais, para e.xpcrtar mais, produzir nas velhas zonas e produzir em na massa e.xportada, em face das necessi
diretos, para o Brasil, na sua primeira fase, enquanto se constituiu apenas num conflito militar europeu. Perdemos, efe
ricana. Produtos de segundo plano to maram importância inédita, enquanto outras, como a borracha, pareciam
ma dc uavicerts. Tais mercados foram,
a ser o divórcio entre as duas zonas do . País: o centro e o sul, de um lado, o
tivamente, grandes mercados e.xternos, readquirir a importância de ha muito naquele continente, em face do bloqueio perdida. No sentido da circulação por vias internas, o reflexo principal vinabritânico o o estabelecimento do siste progressivamente, num sentido global,
m-
norte e o nordeste, de outro.
.substituídos, entretanto, pelos próprios -mercados antigos, que passaram a im portar maior volume dos nossos produ
dem ser avaliadas se nos recordarmos
tos. Com a entrada dos Estados Unidos no conflito, cm 1941, entretanto, a si
que, somente nos anos de 1942 e 1943, trinta foram afundados, correspondendo
tuação iniciou uma mudança acentuada, que se concretizou ameaçadora quando,
no ano seguinte, o grande espaço de
a um desfalque de tonelagem da ordem de 132.000, no valor de 652 milhões de cruzeiros, importando tais perdas
circulação marítima, na costa brasilei
numa diminuição, em face do número
As perdas brasileiras em navios po
DrCFSTO EC'ONÒMICO
119
Dicrsn) Económjco
118
lemas, que sen iam ao abastecimento de e da tonelagem da frota nacional ao tcmpíí, da ordem dc quase 20% do
.siificicnlf e in.il dirigido paralisou ati-
total dc barcos e quíiso 30% do total
vi<l.iíh*.s, í-ncaret ru o valor d.is lucrcado-
da tonelagern.
ri.is, produziu tlislijrhios cconótnicos de monta t? acalxni por toniar-se um inat
de transporte do litoral para o interior, com as importações reduzidas ao míni mo. o problema ia-se tomando progres sivamente mais sério, sem que qualquer
O desfalque era, p)is,
dos mais sérios, e a cal>otagem. no seu
ainda mais grave.
O r:ícit»nainento in-
movimcnlo anual, não deixou de senti-lo
di)s mais iiocí\os.
c dc acusá-lo, uma vez (|ue o inoviriien-
condi<,ó<-s insatisfatórias i-rain conhecidiis
to cairia de um índice 100, correspon
e nncíírasain nc» pass.ulo, como inales de
dente a 1941, ano em que os Estados Unidos entraram na guerra, para os ín dices 95, em 1942, c 89, em 19-13, o que significa que, quando tínhamos necessidade de ativar a circulação, vía
íjrigern (jue só um csfórço persistente C esciarc-eido potieri.i ter atenu.KÍo, entra-
mos essa circulação reduzir-se.
Que
reflexos tiveram tais desfalques de ma terial que operava na linha de comuni cações mais fácil, o oceano, sòbre o ma terial que operava em circulação terres-
tre? Um depoimento autorizado, à épo ca, poderia informar: "Tais perdas e as dificuldades da na vegação marítima, que se refletiram na
redução do comércio de cabotagem, jus tamente quando este devia ter sido in
mercados de capacidade aquisitiva mui to mais reduzida, como para as correntes
As ferrovias, cuj;iS
medida pudesse ser tomada, de momen
to, para sanar os seus inconvenientes. Compreenderemos os termos mais e\à-
dentes do qnadro dc descalabro do
r.im .a soírer utn <lesgaste eacla vi*z mais
parque brasileiro de transportes, verifi cando as importações de material desti nado às substituições imprescindíveis, A nossa importação dc vagões ferroviá
alarmante, jxiis, ao mesmo passo que, de um lado, não recebiam inaleriLd para a sua reno\'ação, viam paralisadas as obra.s de mc-lhorament<is dos onerosos
rios, que era, antes da guerra, da ordem
traçados <jue vinham utilizando, cn(pianto, de outro lado, para atender a necessidades cada vez mais vultosas, lança\am-se no terreno íla corrida dos fre
tes, enfjiianto procuravam, na medida
do possível, c com soluções de pura emergência, enfrí-ntar a concorrência ro
doviária fjnc, apesar de tudo, lhes trazia gravcf.s danos. O aparcihamcnto porluá-
dc 2,000 unidades anuais, chegou a ser,
cm 1944, dc 4 unidades apenas, A im
portação de trilhos, que habitualmente ■
excedia as 50.000 toneladas por ano, desceu, cm 1941, n 16.000. Não recebe mos
senão
7
locomotivas,
em
1942,
Nossas ncces.sidadcs em locomotivas, en
tretanto. podiam ser avaliadas segundo
Naas mantiveram, ria dc regra, as con
dições técnicas dos tempos cm que fo
ram construídas, incompatíveis com os exigências do transporte moderno. Tra çados pesados, que tomam impossível o rendimento do tráfego e que contri buem para um acelerado desgaste do material rodante, além de constituírem
a âncora que impede qualquer esforço no sentido de um levantamento econô
mico, são comuns a quase todas as nos sas estradas de ferro.
As instalações,
equipamentos e os antiquados processos ainda usados no tráfego, contribuem apenas para agraviu^ tal situação. As ferrovias foram construídas, em
grande parte, para atender (como os Planos de Viação pretendem atender, agora) finalidades de ordem política, com prejuízo, quase sempre, senão com
total desprezo," dos fatores de ordem econômica que deveriam ter prcponderado quando de suas construções e, de pois, quando dos sucessivos melhora mentos que receberam. Um caso a citar, entre muitos, foi o da Central do Brasil, obrigada a encampar toda sorte
crementado, devido às circunstâncias, forç-aram a sobrc-utilização dos transpor *■'<>> por sua \ez, ajiresentava as suas c notórias dclicicncias, mais tes ferroviários, acelerando a deprecia conhecidas uma \-ez apontadas, i' que a fase
o quíidro apresentado pelo parque exis
Essa sobrecarga dc trabalho, que ainda
tavam cm uso, e de mais de vinte anos
sem em sua zona de e.xpansão, inclusive
525 ainda tracionando composições, tudo para um total de 3.586 locomotivas, o nue importa dizer que cêrca de 60%
de São Paulo.
ção do material das estradas dc ferro. foi agravada pela perturbação do trans-
porte rodoviário, não foi contrabalança da pela renovação
temas um esforço contínuo e poderoso, que elas não es tavam em
minuir ou de atenuar as suas maléficas
;: ,
- : ,,- ^ •' '
dadeira
produtos
fome
de
alinientí-
^ dc matérias-
primas,
existentes
nos numêricamentc
Enquanto os trans
portes que se serviam das rodovias so friam o tremendo e acelerado desgaste do material, cujo número era também insuficiente, o declínio nos fornecimen tos de combustível tomou a situação
mais dc trinta 1.154 das que ainda es
da.s locomotivas existentes tinham mais
Encjuanlo a ver
condi
ções de oferecer.
uma vez, seni (]ue medidas correspondente.s fòsscm lomada.s, à altura de di conscíjucncias.
dos equipamentos. Dessa forma, soli citou-se ás vias in-
dc guerra vinha pôr cm realce, por mais
tente, que denunciava como de mais de quarenta anos 886 das em tráfego, de
reduzidos mercados
do exterior, alimenta\a a po>síbiliclade das constantes elevações de fretes, nas correntes de tnmsporte do interior para o litoral, traduzidas nas coordenadas asccnsionais na curva do \'a]or da produ ção exportada — para o caso das vias in-
de trambolhos ferroviários que estives
aquele que viria a constituir o ramal
Peculiaridades naturais em um país de economia colonial, «u particular as re
dc trinta anos de uso, isto é, estavam
lativamente rápidas sucessões de esplen
trabalhando em péssimas condições de
dor 6 decadência de zonas em que se
rendimento, onerando a tração e tor
poderia esperar uma continuidade as-
nando cada vez mais caros os fretes.
censional no desenvolvimento, acaba
A situação de verdadeiro descalabro
do parque ferroviário brasileiro, posto em face da necessidade de suportar um considerável esforço, na fase da última
guerra, de que está longe de se ter re
feito, pode ser ainda avaliada pelo alipbamento de algumas considerações. A primeira delas' refere-se a que as ferro-
ram por retirar às ferrovias, de que os primeiros anos haviam sido prósperos, muitas possibilidades de transporte. Ê um exemplo o caso da Mojiana, que, tendo servido a uma zona de grande desenvolvimento, no qual tinha papel* principal um produto apto a suportar fretes altos, como o café, transformou-se
11 Aviltetrir
DrCFSTO EC'ONÒMICO
119
Dicrsn) Económjco
118
lemas, que sen iam ao abastecimento de e da tonelagem da frota nacional ao tcmpíí, da ordem dc quase 20% do
.siificicnlf e in.il dirigido paralisou ati-
total dc barcos e quíiso 30% do total
vi<l.iíh*.s, í-ncaret ru o valor d.is lucrcado-
da tonelagern.
ri.is, produziu tlislijrhios cconótnicos de monta t? acalxni por toniar-se um inat
de transporte do litoral para o interior, com as importações reduzidas ao míni mo. o problema ia-se tomando progres sivamente mais sério, sem que qualquer
O desfalque era, p)is,
dos mais sérios, e a cal>otagem. no seu
ainda mais grave.
O r:ícit»nainento in-
movimcnlo anual, não deixou de senti-lo
di)s mais iiocí\os.
c dc acusá-lo, uma vez (|ue o inoviriien-
condi<,ó<-s insatisfatórias i-rain conhecidiis
to cairia de um índice 100, correspon
e nncíírasain nc» pass.ulo, como inales de
dente a 1941, ano em que os Estados Unidos entraram na guerra, para os ín dices 95, em 1942, c 89, em 19-13, o que significa que, quando tínhamos necessidade de ativar a circulação, vía
íjrigern (jue só um csfórço persistente C esciarc-eido potieri.i ter atenu.KÍo, entra-
mos essa circulação reduzir-se.
Que
reflexos tiveram tais desfalques de ma terial que operava na linha de comuni cações mais fácil, o oceano, sòbre o ma terial que operava em circulação terres-
tre? Um depoimento autorizado, à épo ca, poderia informar: "Tais perdas e as dificuldades da na vegação marítima, que se refletiram na
redução do comércio de cabotagem, jus tamente quando este devia ter sido in
mercados de capacidade aquisitiva mui to mais reduzida, como para as correntes
As ferrovias, cuj;iS
medida pudesse ser tomada, de momen
to, para sanar os seus inconvenientes. Compreenderemos os termos mais e\à-
dentes do qnadro dc descalabro do
r.im .a soírer utn <lesgaste eacla vi*z mais
parque brasileiro de transportes, verifi cando as importações de material desti nado às substituições imprescindíveis, A nossa importação dc vagões ferroviá
alarmante, jxiis, ao mesmo passo que, de um lado, não recebiam inaleriLd para a sua reno\'ação, viam paralisadas as obra.s de mc-lhorament<is dos onerosos
rios, que era, antes da guerra, da ordem
traçados <jue vinham utilizando, cn(pianto, de outro lado, para atender a necessidades cada vez mais vultosas, lança\am-se no terreno íla corrida dos fre
tes, enfjiianto procuravam, na medida
do possível, c com soluções de pura emergência, enfrí-ntar a concorrência ro
doviária fjnc, apesar de tudo, lhes trazia gravcf.s danos. O aparcihamcnto porluá-
dc 2,000 unidades anuais, chegou a ser,
cm 1944, dc 4 unidades apenas, A im
portação de trilhos, que habitualmente ■
excedia as 50.000 toneladas por ano, desceu, cm 1941, n 16.000. Não recebe mos
senão
7
locomotivas,
em
1942,
Nossas ncces.sidadcs em locomotivas, en
tretanto. podiam ser avaliadas segundo
Naas mantiveram, ria dc regra, as con
dições técnicas dos tempos cm que fo
ram construídas, incompatíveis com os exigências do transporte moderno. Tra çados pesados, que tomam impossível o rendimento do tráfego e que contri buem para um acelerado desgaste do material rodante, além de constituírem
a âncora que impede qualquer esforço no sentido de um levantamento econô
mico, são comuns a quase todas as nos sas estradas de ferro.
As instalações,
equipamentos e os antiquados processos ainda usados no tráfego, contribuem apenas para agraviu^ tal situação. As ferrovias foram construídas, em
grande parte, para atender (como os Planos de Viação pretendem atender, agora) finalidades de ordem política, com prejuízo, quase sempre, senão com
total desprezo," dos fatores de ordem econômica que deveriam ter prcponderado quando de suas construções e, de pois, quando dos sucessivos melhora mentos que receberam. Um caso a citar, entre muitos, foi o da Central do Brasil, obrigada a encampar toda sorte
crementado, devido às circunstâncias, forç-aram a sobrc-utilização dos transpor *■'<>> por sua \ez, ajiresentava as suas c notórias dclicicncias, mais tes ferroviários, acelerando a deprecia conhecidas uma \-ez apontadas, i' que a fase
o quíidro apresentado pelo parque exis
Essa sobrecarga dc trabalho, que ainda
tavam cm uso, e de mais de vinte anos
sem em sua zona de e.xpansão, inclusive
525 ainda tracionando composições, tudo para um total de 3.586 locomotivas, o nue importa dizer que cêrca de 60%
de São Paulo.
ção do material das estradas dc ferro. foi agravada pela perturbação do trans-
porte rodoviário, não foi contrabalança da pela renovação
temas um esforço contínuo e poderoso, que elas não es tavam em
minuir ou de atenuar as suas maléficas
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dadeira
produtos
fome
de
alinientí-
^ dc matérias-
primas,
existentes
nos numêricamentc
Enquanto os trans
portes que se serviam das rodovias so friam o tremendo e acelerado desgaste do material, cujo número era também insuficiente, o declínio nos fornecimen tos de combustível tomou a situação
mais dc trinta 1.154 das que ainda es
da.s locomotivas existentes tinham mais
Encjuanlo a ver
condi
ções de oferecer.
uma vez, seni (]ue medidas correspondente.s fòsscm lomada.s, à altura de di conscíjucncias.
dos equipamentos. Dessa forma, soli citou-se ás vias in-
dc guerra vinha pôr cm realce, por mais
tente, que denunciava como de mais de quarenta anos 886 das em tráfego, de
reduzidos mercados
do exterior, alimenta\a a po>síbiliclade das constantes elevações de fretes, nas correntes de tnmsporte do interior para o litoral, traduzidas nas coordenadas asccnsionais na curva do \'a]or da produ ção exportada — para o caso das vias in-
de trambolhos ferroviários que estives
aquele que viria a constituir o ramal
Peculiaridades naturais em um país de economia colonial, «u particular as re
dc trinta anos de uso, isto é, estavam
lativamente rápidas sucessões de esplen
trabalhando em péssimas condições de
dor 6 decadência de zonas em que se
rendimento, onerando a tração e tor
poderia esperar uma continuidade as-
nando cada vez mais caros os fretes.
censional no desenvolvimento, acaba
A situação de verdadeiro descalabro
do parque ferroviário brasileiro, posto em face da necessidade de suportar um considerável esforço, na fase da última
guerra, de que está longe de se ter re
feito, pode ser ainda avaliada pelo alipbamento de algumas considerações. A primeira delas' refere-se a que as ferro-
ram por retirar às ferrovias, de que os primeiros anos haviam sido prósperos, muitas possibilidades de transporte. Ê um exemplo o caso da Mojiana, que, tendo servido a uma zona de grande desenvolvimento, no qual tinha papel* principal um produto apto a suportar fretes altos, como o café, transformou-se
11 Aviltetrir
—
120
cm verdadeiro problema ferroviário, des de que aquela zona transformou funda mentalmente a sua fisionomia agrícola, não SC pretendendo, com isto, afirmar como único motivo do declínio da Nfo-
jiana o processo evolutivo acima citado,
nem que a aludida zona não esteja ern condições de alimentar um tráfego fer roviário montado em condições mo dernas.
As oscilações, a ausência de senso da
realidade e o constante abandono, quan do não o esquecimento sistemático dos
fatores econômicos, ao encarar-se o pro blema dos transportes, entre nós, apenas contribuíram para agravar, progressiva mente, uma situação que nunca foi se
não medíocre. Dentro das linlias gerais . da derrocada de um parque ferroviário, que se proee.ssava, fazendo faltar trans portes nas zonas econòmicamento maí.s
ricas, e de produção real, enquanto os visionários cuidavam em construções fer roviárias no Amapá e no norte da Ama
zônia, senão no norte de Mato Grosso, é mister ainda indicar alguns proble mas de detalhe, meros sintomas, na ver dade, apenas para dar uma idéia do vulto com que se apresenta a necessida de do aparclhamento do existente, antes que se cuide do oneroso empreendimen
to de construções novas. Nesse sentido, vimos já como o parque de tração ficou sobrecarregado pelo número verda deiramente espantoso de loconiolivas
que excederam os limites dc sua vida
média. É índi.spensável recordar que uma locomotiva que excede tais liiTiitc.s
passa a consumir mais do dobro do
lxK-;ir, diàriamcnte, 15.0(K) toneladas, no
lr;ila do obra inacabada c à espera dc
ramal de São P.aulo, a C.ejitral do Bnisü
nuiilo esfôrço, tempo, despesa e tra
precí.sa inovíint-nlar 7-1 !í>eoinoti\'as.
balho.
CÀiut (•\<i'ção <!<• nina on duas. ;is
ferrovi.is brasih-ir.is n.'io jKitlem custear
scíjiHT a.s su.ts dfspr.sas de operação, (jiianlo mais aijiielas proveniiiiles do desgaste do maliTial. A lista dos prejiii/os anuais da União, com a manuten ção lio si.slema ferrov iário, é esclarecedo
os casos a enfrentar; apenas pri-tendeiilOS
Eis. pois, inn rápido bosípicjo da situação ;i (|ue nos levou, há bem pouco tenijio, depois do período dc guerra a circnnsláneia. sempre repetida, de ternios planejiuU) sistemas dc viação 'Jcm considerar. ;io menos como luii fator entre outros, as condições da produção e as necessidades dc seu escoamento —
I-aitre êsles. podem
.íá
ser apresentados o da Viação Férrea
y'. •
dc lermos planejado sem cuidar dc transportes, mas apenas subordinados a
nm idealismo que, nem por ser digno dc estima e de aplauso, dei.xou de se constituir mnn perigo. Verdadeiro idcalífino é aquéie que assenta num cuida doso exame da realidade, que se subor dina ao estudo meticuloso (Jiis condições
do País, que aprecia os problemas no quadro geral em que cies se situam,
que considera os termos de cada um com a importância que eles assumem,
para a coletividade, suas necessidades, suas aspirações, seus ímpetos "de engran decimento e dc progresso.
1'ederal do I.esle brasileiro, que, arrecailando, em determinado ano, eèrca de trinta e cinco milliões de cruzeiros,
apresentou dc-sjíesas da ortiem de cento e vinte e sele milhões; da Hède do
Viação Cearense, (jue, para nma receita de vinte c cinco iniíliõcs, apresentou
uma despesa de ciníjnenta c quatro núIhõcs; sem falar na CJentrai ílo brasil, cpie pesa no orçamento com mais dc cem milhões de cruzeiros anuai.s.
- 'áí' '7ii ^4
Apc.sar do muito que s(; tem feito, e de apre.senl;ir-se o seu quadro com caract(;risticas muito diferentes, o sistema
rodoviário brasileiro não ofereceu, logo após a guerra, índices tão expressivos
de dcscaialíro apenas poriiiie suas dc- " ficiêneias reperenfían menos, mas é sufieienle verificar o estado precário da
rede existente, a .sua impossibilidade
para suportar um tráfego mais intenso e pe.sado, para conliecer dos recursos que ela vem oferecendo, dentro dc suas possibilidades, para (pie enfrentemos o sério prolileina do (escoamento da pro dução, Em 1947, o tráfego na principal
combustível para o mesmo esforço e tra balho, e que as clc'.spesas, nesse setor,
rodovia do Paí.s, a Rio-São Paulo, es
nas nossas ferrovias, são às vezes da
teve interrompido c ape.sar da publici
ordem de 30% do total, quando não
dade cm têirno da inauguração da nova
podem exceder de 10%, para uma ex
estrada, quem por ela já teve a infeli cidade de trafegar .sabe bem que se
ploração econômica racional. Para re-
:n
ra, mas não queremos alinhar aijiii todos oferceer exemplos.
121
Dicesto Econômico
Dicksto Econóxoco
'"•'idiiííBii'iriií? liiii''iirl
—
120
cm verdadeiro problema ferroviário, des de que aquela zona transformou funda mentalmente a sua fisionomia agrícola, não SC pretendendo, com isto, afirmar como único motivo do declínio da Nfo-
jiana o processo evolutivo acima citado,
nem que a aludida zona não esteja ern condições de alimentar um tráfego fer roviário montado em condições mo dernas.
As oscilações, a ausência de senso da
realidade e o constante abandono, quan do não o esquecimento sistemático dos
fatores econômicos, ao encarar-se o pro blema dos transportes, entre nós, apenas contribuíram para agravar, progressiva mente, uma situação que nunca foi se
não medíocre. Dentro das linlias gerais . da derrocada de um parque ferroviário, que se proee.ssava, fazendo faltar trans portes nas zonas econòmicamento maí.s
ricas, e de produção real, enquanto os visionários cuidavam em construções fer roviárias no Amapá e no norte da Ama
zônia, senão no norte de Mato Grosso, é mister ainda indicar alguns proble mas de detalhe, meros sintomas, na ver dade, apenas para dar uma idéia do vulto com que se apresenta a necessida de do aparclhamento do existente, antes que se cuide do oneroso empreendimen
to de construções novas. Nesse sentido, vimos já como o parque de tração ficou sobrecarregado pelo número verda deiramente espantoso de loconiolivas
que excederam os limites dc sua vida
média. É índi.spensável recordar que uma locomotiva que excede tais liiTiitc.s
passa a consumir mais do dobro do
lxK-;ir, diàriamcnte, 15.0(K) toneladas, no
lr;ila do obra inacabada c à espera dc
ramal de São P.aulo, a C.ejitral do Bnisü
nuiilo esfôrço, tempo, despesa e tra
precí.sa inovíint-nlar 7-1 !í>eoinoti\'as.
balho.
CÀiut (•\<i'ção <!<• nina on duas. ;is
ferrovi.is brasih-ir.is n.'io jKitlem custear
scíjiHT a.s su.ts dfspr.sas de operação, (jiianlo mais aijiielas proveniiiiles do desgaste do maliTial. A lista dos prejiii/os anuais da União, com a manuten ção lio si.slema ferrov iário, é esclarecedo
os casos a enfrentar; apenas pri-tendeiilOS
Eis. pois, inn rápido bosípicjo da situação ;i (|ue nos levou, há bem pouco tenijio, depois do período dc guerra a circnnsláneia. sempre repetida, de ternios planejiuU) sistemas dc viação 'Jcm considerar. ;io menos como luii fator entre outros, as condições da produção e as necessidades dc seu escoamento —
I-aitre êsles. podem
.íá
ser apresentados o da Viação Férrea
y'. •
dc lermos planejado sem cuidar dc transportes, mas apenas subordinados a
nm idealismo que, nem por ser digno dc estima e de aplauso, dei.xou de se constituir mnn perigo. Verdadeiro idcalífino é aquéie que assenta num cuida doso exame da realidade, que se subor dina ao estudo meticuloso (Jiis condições
do País, que aprecia os problemas no quadro geral em que cies se situam,
que considera os termos de cada um com a importância que eles assumem,
para a coletividade, suas necessidades, suas aspirações, seus ímpetos "de engran decimento e dc progresso.
1'ederal do I.esle brasileiro, que, arrecailando, em determinado ano, eèrca de trinta e cinco milliões de cruzeiros,
apresentou dc-sjíesas da ortiem de cento e vinte e sele milhões; da Hède do
Viação Cearense, (jue, para nma receita de vinte c cinco iniíliõcs, apresentou
uma despesa de ciníjnenta c quatro núIhõcs; sem falar na CJentrai ílo brasil, cpie pesa no orçamento com mais dc cem milhões de cruzeiros anuai.s.
- 'áí' '7ii ^4
Apc.sar do muito que s(; tem feito, e de apre.senl;ir-se o seu quadro com caract(;risticas muito diferentes, o sistema
rodoviário brasileiro não ofereceu, logo após a guerra, índices tão expressivos
de dcscaialíro apenas poriiiie suas dc- " ficiêneias reperenfían menos, mas é sufieienle verificar o estado precário da
rede existente, a .sua impossibilidade
para suportar um tráfego mais intenso e pe.sado, para conliecer dos recursos que ela vem oferecendo, dentro dc suas possibilidades, para (pie enfrentemos o sério prolileina do (escoamento da pro dução, Em 1947, o tráfego na principal
combustível para o mesmo esforço e tra balho, e que as clc'.spesas, nesse setor,
rodovia do Paí.s, a Rio-São Paulo, es
nas nossas ferrovias, são às vezes da
teve interrompido c ape.sar da publici
ordem de 30% do total, quando não
dade cm têirno da inauguração da nova
podem exceder de 10%, para uma ex
estrada, quem por ela já teve a infeli cidade de trafegar .sabe bem que se
ploração econômica racional. Para re-
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ra, mas não queremos alinhar aijiii todos oferceer exemplos.
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Dicesto Econômico
Dicksto Econóxoco
'"•'idiiííBii'iriií? liiii''iirl
ÍCÓ
"DlOESTír'KcON(
z-ição lia libra, pelos inglêses, o preço
Custo de vida e custo de produção J. Testa
(Chefe da Estatística e Publicidade da Superintendência do Café) Tem sempre os governos podem ser
N' ' integralmente responsabili7^idos pfda falta de soiuç-ão de determinados pro blemas. Principalmente quando, como acontece no Brasil, estes são em número
demasiado grande, e se interpenetram, tomando cada aspecto dependente de um outro, numa verdadeira anastomose, que chega quase a impossibilitar o des-
trinçamento da meada, de modo a per mitir a solução, por partes.
Dir-se-ia
que, em casos como esse, a solução de
veria ser buscada atacando-se o assunto
simultãneamente, por todos os ângulos! E )Yt se pensou no que é atacar, simul
tãneamente, poT todos os ângulos, todos os nossos problemas?
Cada assunto que se examine, 6 um
inundo, neste mundo que é o nosso país.
Tomemos, por exemplo, o custo da
vida. As populações urbanas, dos pe quenos e dos grandes centros, vivem a
deblaterar contra o custo da vida, e
realmente, o aumento das ofertas dimi
gc)S, e aperfeiçoada. Ela não exclui, to
nuísse os preços.
davia, a necessidade dc se conceder a
I-àitret.uilo. o que
-St: tem eon'talado, pelo menos entre nós,
nc-cessária
nao é inteiramente isso. pois há nume rosos casos em (jue os inteniu-diário.s retardam a apresentação de uma parle <la mcreadoria, ou mesmo chegam a des truí-la, para encarecer a parle que re manesce. Eor.im divulgadas, recente mente, informações de que os açouguei ros do Jtio ganharam, em e.speeulações sõbre a carne \frde, só no ano passa
ConlÍmieim)s a examiná-los.
do, 750 milhões de cruzeiros.
aos outros itens.
prática, as maiores dificuldades para sua
aplicação porleita, este, o do aumento da produção, as apresenta muito muiores
e em maior numero. A questão é
complexíssima, e seria necessário um li
vro para explaná-la devidamente. O
aumento da produção depende, primei ramente, dc que o produtor se interesse por èlc, cm virtude da possibilidade de colocação da mercadoria a bons preços.
Seria necessário que o problema do
entretanto, no último ano, mais 10%
intermediário fòssc adequadamente so
pelo produto, tendo os intermediários
lucionado; que houvesse garantia de
aumentado em 37% os seus proventos.
preço mínimo; financiamento convenien-
época e processo dc aplicação convenien questões; trato meamico, o m:us possí vel. desde o preparo da terra até a co lheita e mesmo a primeira industrializa
ção; e, ainda: inseticidas, drenagem, irri gação, seguros agrícolas ele. 3) Armazenamento - Obtida a pro dução, entretanto, nas melhores con^ções c a preço baixo, a quesUio nao fica resoKida, mas apenas iniciada. Sera imprcscindivei que as mercadorias, pnncipalniente as mais facilmente perecí veis sejam devidamente armazenadas. Entí^e nós, tudo se estraga, quando a produção é abundante: desde os cereais, até as próprias tábuas de pinho que apodrecem ao longo das estradas. No norte do Paraná, safras inteiras de ce reais têm sido dizimadas pelas chuvas, ao relcnto, devido h grande e às vêzos inesperada abundância, e, de outra
parte, à falta de transporte eficiente e rápido, ou de um adequado sistema de armazéns ou de silos, com imuniza
ção. Ainda há pouco, os telegramas nos davam notícia de que iguais prejuízos \
Isso para falarmos apenas cm dois ar tigos. A quase todos, porém, c possí
de 100 ao de 150, ou sefa, cinqüenta por
tabelados, e mui especialmente os de importação. Os automóveis c geladei
pôsto em prática, é, para certos indi víduos, quase o imico exeqüível. Ou tros, ao contrário, julgam-no absoluta mente contraproducente, alegando que o necessário é incrementar a produção e que, aumentada esta, o tabclamento é negligível. Esta última alegação, ba
•i
ontem a notícia de que, tendo o pro dutor de arroz recebido pela sua pro dução, em 1950, menos 24 % que o apurado em 1918, o público pagou,
vel aplicar os mesmos argumentos, prin
1) Tabelamento* Êsse remédio, que,
atenção
2) Aumento da produção. Se o item referente ao tabclamento apresenta, na
E é de
cipalmente os artigos industriais, não
por muitas vezes, tem sido o único
tes, o que envolve multiplicidade de
mediários, de\ cria, pois, não apenas, ser manlid.i, c-omo ampliada a outros arti-
receria lógica, c poderia siipor-se ciue,
^1947 para cá ele ascendeu do índice
noção da complexidade do problema:
tado! I;^so explica os magníficos bahinços, onde só os lucros que aptircccin Essa medida, a do controle dos inter
com tôda a razão, visto como só de cento. Quais os remédios? Examine mo-los um a um, e assim teremos uma
ção eficiente, em quantidade, qualidade,
sao bem a\nllados.
seada na lei da oferta e procura, pa
te, a prazo longo e juros baixos; aduba-
cios sens carros, no Brasil foi... aumen
ras, por exemplo, são vendidos com margem praticamente ilimitada. Os car ros europeus são entregues ao público por um preço de mais do dobro da quele pelo qual chegam a Santos. De uma firma importadora de carros ale mães e outra dc carros ingle.ses, .sabe mos que recebem o.s respectivos veículos por pouco mais de vinte mil cruzeiros, e os revendem a mais de cinqüenta mil.
E o curioso é que, quando da dcsvalori-
•i' tf-r
illll
n
ÍCÓ
"DlOESTír'KcON(
z-ição lia libra, pelos inglêses, o preço
Custo de vida e custo de produção J. Testa
(Chefe da Estatística e Publicidade da Superintendência do Café) Tem sempre os governos podem ser
N' ' integralmente responsabili7^idos pfda falta de soiuç-ão de determinados pro blemas. Principalmente quando, como acontece no Brasil, estes são em número
demasiado grande, e se interpenetram, tomando cada aspecto dependente de um outro, numa verdadeira anastomose, que chega quase a impossibilitar o des-
trinçamento da meada, de modo a per mitir a solução, por partes.
Dir-se-ia
que, em casos como esse, a solução de
veria ser buscada atacando-se o assunto
simultãneamente, por todos os ângulos! E )Yt se pensou no que é atacar, simul
tãneamente, poT todos os ângulos, todos os nossos problemas?
Cada assunto que se examine, 6 um
inundo, neste mundo que é o nosso país.
Tomemos, por exemplo, o custo da
vida. As populações urbanas, dos pe quenos e dos grandes centros, vivem a
deblaterar contra o custo da vida, e
realmente, o aumento das ofertas dimi
gc)S, e aperfeiçoada. Ela não exclui, to
nuísse os preços.
davia, a necessidade dc se conceder a
I-àitret.uilo. o que
-St: tem eon'talado, pelo menos entre nós,
nc-cessária
nao é inteiramente isso. pois há nume rosos casos em (jue os inteniu-diário.s retardam a apresentação de uma parle <la mcreadoria, ou mesmo chegam a des truí-la, para encarecer a parle que re manesce. Eor.im divulgadas, recente mente, informações de que os açouguei ros do Jtio ganharam, em e.speeulações sõbre a carne \frde, só no ano passa
ConlÍmieim)s a examiná-los.
do, 750 milhões de cruzeiros.
aos outros itens.
prática, as maiores dificuldades para sua
aplicação porleita, este, o do aumento da produção, as apresenta muito muiores
e em maior numero. A questão é
complexíssima, e seria necessário um li
vro para explaná-la devidamente. O
aumento da produção depende, primei ramente, dc que o produtor se interesse por èlc, cm virtude da possibilidade de colocação da mercadoria a bons preços.
Seria necessário que o problema do
entretanto, no último ano, mais 10%
intermediário fòssc adequadamente so
pelo produto, tendo os intermediários
lucionado; que houvesse garantia de
aumentado em 37% os seus proventos.
preço mínimo; financiamento convenien-
época e processo dc aplicação convenien questões; trato meamico, o m:us possí vel. desde o preparo da terra até a co lheita e mesmo a primeira industrializa
ção; e, ainda: inseticidas, drenagem, irri gação, seguros agrícolas ele. 3) Armazenamento - Obtida a pro dução, entretanto, nas melhores con^ções c a preço baixo, a quesUio nao fica resoKida, mas apenas iniciada. Sera imprcscindivei que as mercadorias, pnncipalniente as mais facilmente perecí veis sejam devidamente armazenadas. Entí^e nós, tudo se estraga, quando a produção é abundante: desde os cereais, até as próprias tábuas de pinho que apodrecem ao longo das estradas. No norte do Paraná, safras inteiras de ce reais têm sido dizimadas pelas chuvas, ao relcnto, devido h grande e às vêzos inesperada abundância, e, de outra
parte, à falta de transporte eficiente e rápido, ou de um adequado sistema de armazéns ou de silos, com imuniza
ção. Ainda há pouco, os telegramas nos davam notícia de que iguais prejuízos \
Isso para falarmos apenas cm dois ar tigos. A quase todos, porém, c possí
de 100 ao de 150, ou sefa, cinqüenta por
tabelados, e mui especialmente os de importação. Os automóveis c geladei
pôsto em prática, é, para certos indi víduos, quase o imico exeqüível. Ou tros, ao contrário, julgam-no absoluta mente contraproducente, alegando que o necessário é incrementar a produção e que, aumentada esta, o tabclamento é negligível. Esta última alegação, ba
•i
ontem a notícia de que, tendo o pro dutor de arroz recebido pela sua pro dução, em 1950, menos 24 % que o apurado em 1918, o público pagou,
vel aplicar os mesmos argumentos, prin
1) Tabelamento* Êsse remédio, que,
atenção
2) Aumento da produção. Se o item referente ao tabclamento apresenta, na
E é de
cipalmente os artigos industriais, não
por muitas vezes, tem sido o único
tes, o que envolve multiplicidade de
mediários, de\ cria, pois, não apenas, ser manlid.i, c-omo ampliada a outros arti-
receria lógica, c poderia siipor-se ciue,
^1947 para cá ele ascendeu do índice
noção da complexidade do problema:
tado! I;^so explica os magníficos bahinços, onde só os lucros que aptircccin Essa medida, a do controle dos inter
com tôda a razão, visto como só de cento. Quais os remédios? Examine mo-los um a um, e assim teremos uma
ção eficiente, em quantidade, qualidade,
sao bem a\nllados.
seada na lei da oferta e procura, pa
te, a prazo longo e juros baixos; aduba-
cios sens carros, no Brasil foi... aumen
ras, por exemplo, são vendidos com margem praticamente ilimitada. Os car ros europeus são entregues ao público por um preço de mais do dobro da quele pelo qual chegam a Santos. De uma firma importadora de carros ale mães e outra dc carros ingle.ses, .sabe mos que recebem o.s respectivos veículos por pouco mais de vinte mil cruzeiros, e os revendem a mais de cinqüenta mil.
E o curioso é que, quando da dcsvalori-
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.■w"»
Dicesto Econômico
124' tjcorrÍHiti rn> Rio Grande do Sul, coni re
lação à safra do tri^o.
4) Transporte. Êslc v um dos itens mais difíceis, apesar do muito que se
tem feito neste setor.
Sabido é que
supõe, analisando MípcrficíahmMite o assunto, é problema compleví», rjiu* de?-
as nossas ferrovias estão, em sua maio
|ior<jue o vendc-iro da estjuin.i ganha demasiado, oii a protliiç-rm foi pcfjucna.
apresentando vullo.sos déficíts, donde o
llá também outros fatòrí-s, além désses, e que se interpenelram.
verdadeiro círculo vicioso. O transpf)rtc
tinna na ordem do dia.
ria, desítparelliadas, e, além do mais, cerceamento dos recursos financeiros destinados ao seu reaparelharnento. Um
por caminhões onera demasiadamente os
produtos, c, mesmo, a sua capacidade
de transporte c muito reduzida, í) que ocorreria ainda (jue a nossa rêdc rodo
viária fosse muito maior e melhor quu
a existente. Aparelhar todas as estradas
de ferro, trocar-lhes as linhas, melhorar
lhes o material rodante e. nalgumas
como a Central, melhorar também o ele mento humano, é tarefa imensa, taref-i que, se existisse sozinha, sem nenhumL outra, no País, ainda seria gigantesca. 5) Distribuição - Trabalho de menor vulto e significado que os anteriores, éle
e.xíge, todavia, atenções especializadas, . a fim de que todo o conjunto de provi
anos.
de fava.
P "■•luiK C;<)uiu)u, profc.ss'or do "Colicgc
3.736: Sergipe, 2.347; Bahia, 2.091;
tadouro de indochinesos,
os preços no mercado interno também se
mantivessem altos, pois nãf) se com preende (pie ocorresse o contrário, a menos que o goxérno forçasse artificial
Os habitantes dos países tro
picais teriam carência de proteínas vege
tica c.da experiência em xonas quentes
conveniente para o consumidor nacio
nal ou estrangeiro, continuando o pro dutor a auferir proventos adcíjuados, e sem sacrifício do operário agrícola, mui ta cousa será preciso fazer-se. CQusa exeqüível, mas difícil.
Muita
\ f
Sul, com 110 mil; Ceará, com 78 mil,' Bahia, com 61 mil; Santa Catarina, com
50 mil; Pernambuco, com 46 mil; Pa raíba, com 44 mil; Goiás, com 36 mil;
Espírito Santo, com 26 mil; Rio Grande do Norte, com 24 mil.
Todos os outros
Estados e Territórios produzem feijão, embora cm escalas muito menores.
Mitler.
Grosso, 1.010; Goiás, 918; Rio Branco,
te corrigida com a aplicação de cal ou %
Paraná, com 239 mil;
cou-se em Santa Catarina — 1.178 quí-
francês errou, A acidcz dos solos — que é maior em uns tantos solos de climas ttanperados-frios ou frios - é facilmen
<^"f>m que êlc descesse a um preço mais
mil toneladas;
ses infelizes deveriam, portanto, ^'lve^ ^tcrnamenlc submetidos ao povo de seiibores, ao hcrreiwoJk, na boa teoria e
Felizmente, também nisso o professor
Para fazer
mil toneladas.
São Paulo, com 183 mil; Rio Grande do
^dxilizadas - de proteínas animais. Es
pelo dobro, mais ou menos, do preço
Cada um dos outros
"as possibilidades de haver Icguminosas tréjpicos úmidos. As Icguminosas sao
por terem encarecido os diversos itens
pur que fica ao produtor.
'
A produção brasileira de feijão ele
tais e não disporiam — conforme suas teorias,> (pic não niiu se se compadecem compadecei-- da prá..
armazenamento, à distribuição, e até
O
Estados c Territórios produziu menos de vou-se, cm 1950, a 1.279.000 tonela das. Minas Gerais contribuiu com 281
do ou nao os produtores. Na fazenda, já o produto encareceu,
.setores: à produção, ao transporte, ao
Alagoas, 1.707.
Rio Grande do Norte,
^^tnegaleses o alemães da Legião Estran-
Rctais.
de-o})ra. Em todos os outros, acontece
Gerais, 5.930;
marroquinos,
"s maiores produtores dc proteínas ve-
mente a baixa, entre n(')S, .subvencionan
A Paraíba produziu 10.315
toneladas; Pernambuco, 8.369; Minas
K^dra, eiujuanlo reina paz na índia, In, ^ ^ I ••••« «V*/ ^joncsia, Paquistão e ^Ceilão _ duvida
I'*, como é natural, és.se aumen
to nas colações, no exterior, féz com que
o mesmo, do modo a fazer com que o artigo chegue aos mercados de além-mar
" De tudo isso se conclui que o custo da vida, ao contrário do que muita gente
'-(-íiumino.vu.v 1'rance'*, em seu livrinlio "Le.s T ropieanx , escrito com f inalidades o colonialismo francês a»«<' transfornu)!! a Indochina num ma
qnc-ixarti-se da alta das col:ições, cjue são explicá\-els por uma série de motivos, entre os fjuais-, e principahnenle, dimiiMiição de produção e, concomitantcrnente, aumetilf» de procura, nos últimos
6) Financiamento — Base e cúpula
veículos etc., o tabelamento ciaudica. E essa aparelhagem custa dinheiro.
Pi.xiiiNTtx Gomes
No exterior,
dc sua produção, principalmente a mão-
mesmo ao tabelamento, pois, sem pes soal adequado, bons serviços estatísticos,
VI
O crjsto do café, por exemplo. <-«n-
dências se entrose numa sistematização perfeita. do sistema, ele deve atender a todos os
A HABITABILIDADE DOS TRÓPICOS
p<*nd«* íle nuMK-rosíís e mtii diwrsos fa tores. Os preçoy s.*io caros não sõnu-ijle
pedra calcárca moída, como aconselha o üústro agrônomo José Sctzcr. E sem ossa, correção, o Brasil, em seus trechos quentes c úmidos já é um grande pro dutor de feijões c favas.
medida de .seus desejos.
Tem-nos a
A correção
numentaria de muito a produção por Unidade de área
A maior produção por hectare verifi lo.s. Seguiram-se: Acre, 1.153; 900; Amazonas, 868;
Mato
Rio Grande do
Sul, 819; Paraná, 817; Guaporé, 808. Gourou esqueceu o amendoim, leguminosa produzida em regiões de verões
suficientemente longos e quentes. No Brasil, cm 1950, produzimos 132 mil toneladas. São Paulo entrou com quase tudo — 110.984 toneladas. Seguiram-se como os seis maiores produtores:
Rio
Grande do Sul, 6.431 toneladas; Minas Gerais, 6.252; Paraná, 1.887; Bahia 1.798; Santa Catarina, 1.247; Paraíba' 921 .
Em 1950, colhemos 38.683 toneladas
As seis maiores produções por hectare
-«■■"«•.['"niMaT-tfiii in,,;
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Dicesto Econômico
124' tjcorrÍHiti rn> Rio Grande do Sul, coni re
lação à safra do tri^o.
4) Transporte. Êslc v um dos itens mais difíceis, apesar do muito que se
tem feito neste setor.
Sabido é que
supõe, analisando MípcrficíahmMite o assunto, é problema compleví», rjiu* de?-
as nossas ferrovias estão, em sua maio
|ior<jue o vendc-iro da estjuin.i ganha demasiado, oii a protliiç-rm foi pcfjucna.
apresentando vullo.sos déficíts, donde o
llá também outros fatòrí-s, além désses, e que se interpenelram.
verdadeiro círculo vicioso. O transpf)rtc
tinna na ordem do dia.
ria, desítparelliadas, e, além do mais, cerceamento dos recursos financeiros destinados ao seu reaparelharnento. Um
por caminhões onera demasiadamente os
produtos, c, mesmo, a sua capacidade
de transporte c muito reduzida, í) que ocorreria ainda (jue a nossa rêdc rodo
viária fosse muito maior e melhor quu
a existente. Aparelhar todas as estradas
de ferro, trocar-lhes as linhas, melhorar
lhes o material rodante e. nalgumas
como a Central, melhorar também o ele mento humano, é tarefa imensa, taref-i que, se existisse sozinha, sem nenhumL outra, no País, ainda seria gigantesca. 5) Distribuição - Trabalho de menor vulto e significado que os anteriores, éle
e.xíge, todavia, atenções especializadas, . a fim de que todo o conjunto de provi
anos.
de fava.
P "■•luiK C;<)uiu)u, profc.ss'or do "Colicgc
3.736: Sergipe, 2.347; Bahia, 2.091;
tadouro de indochinesos,
os preços no mercado interno também se
mantivessem altos, pois nãf) se com preende (pie ocorresse o contrário, a menos que o goxérno forçasse artificial
Os habitantes dos países tro
picais teriam carência de proteínas vege
tica c.da experiência em xonas quentes
conveniente para o consumidor nacio
nal ou estrangeiro, continuando o pro dutor a auferir proventos adcíjuados, e sem sacrifício do operário agrícola, mui ta cousa será preciso fazer-se. CQusa exeqüível, mas difícil.
Muita
\ f
Sul, com 110 mil; Ceará, com 78 mil,' Bahia, com 61 mil; Santa Catarina, com
50 mil; Pernambuco, com 46 mil; Pa raíba, com 44 mil; Goiás, com 36 mil;
Espírito Santo, com 26 mil; Rio Grande do Norte, com 24 mil.
Todos os outros
Estados e Territórios produzem feijão, embora cm escalas muito menores.
Mitler.
Grosso, 1.010; Goiás, 918; Rio Branco,
te corrigida com a aplicação de cal ou %
Paraná, com 239 mil;
cou-se em Santa Catarina — 1.178 quí-
francês errou, A acidcz dos solos — que é maior em uns tantos solos de climas ttanperados-frios ou frios - é facilmen
<^"f>m que êlc descesse a um preço mais
mil toneladas;
ses infelizes deveriam, portanto, ^'lve^ ^tcrnamenlc submetidos ao povo de seiibores, ao hcrreiwoJk, na boa teoria e
Felizmente, também nisso o professor
Para fazer
mil toneladas.
São Paulo, com 183 mil; Rio Grande do
^dxilizadas - de proteínas animais. Es
pelo dobro, mais ou menos, do preço
Cada um dos outros
"as possibilidades de haver Icguminosas tréjpicos úmidos. As Icguminosas sao
por terem encarecido os diversos itens
pur que fica ao produtor.
'
A produção brasileira de feijão ele
tais e não disporiam — conforme suas teorias,> (pic não niiu se se compadecem compadecei-- da prá..
armazenamento, à distribuição, e até
O
Estados c Territórios produziu menos de vou-se, cm 1950, a 1.279.000 tonela das. Minas Gerais contribuiu com 281
do ou nao os produtores. Na fazenda, já o produto encareceu,
.setores: à produção, ao transporte, ao
Alagoas, 1.707.
Rio Grande do Norte,
^^tnegaleses o alemães da Legião Estran-
Rctais.
de-o})ra. Em todos os outros, acontece
Gerais, 5.930;
marroquinos,
"s maiores produtores dc proteínas ve-
mente a baixa, entre n(')S, .subvencionan
A Paraíba produziu 10.315
toneladas; Pernambuco, 8.369; Minas
K^dra, eiujuanlo reina paz na índia, In, ^ ^ I ••••« «V*/ ^joncsia, Paquistão e ^Ceilão _ duvida
I'*, como é natural, és.se aumen
to nas colações, no exterior, féz com que
o mesmo, do modo a fazer com que o artigo chegue aos mercados de além-mar
" De tudo isso se conclui que o custo da vida, ao contrário do que muita gente
'-(-íiumino.vu.v 1'rance'*, em seu livrinlio "Le.s T ropieanx , escrito com f inalidades o colonialismo francês a»«<' transfornu)!! a Indochina num ma
qnc-ixarti-se da alta das col:ições, cjue são explicá\-els por uma série de motivos, entre os fjuais-, e principahnenle, dimiiMiição de produção e, concomitantcrnente, aumetilf» de procura, nos últimos
6) Financiamento — Base e cúpula
veículos etc., o tabelamento ciaudica. E essa aparelhagem custa dinheiro.
Pi.xiiiNTtx Gomes
No exterior,
dc sua produção, principalmente a mão-
mesmo ao tabelamento, pois, sem pes soal adequado, bons serviços estatísticos,
VI
O crjsto do café, por exemplo. <-«n-
dências se entrose numa sistematização perfeita. do sistema, ele deve atender a todos os
A HABITABILIDADE DOS TRÓPICOS
p<*nd«* íle nuMK-rosíís e mtii diwrsos fa tores. Os preçoy s.*io caros não sõnu-ijle
pedra calcárca moída, como aconselha o üústro agrônomo José Sctzcr. E sem ossa, correção, o Brasil, em seus trechos quentes c úmidos já é um grande pro dutor de feijões c favas.
medida de .seus desejos.
Tem-nos a
A correção
numentaria de muito a produção por Unidade de área
A maior produção por hectare verifi lo.s. Seguiram-se: Acre, 1.153; 900; Amazonas, 868;
Mato
Rio Grande do
Sul, 819; Paraná, 817; Guaporé, 808. Gourou esqueceu o amendoim, leguminosa produzida em regiões de verões
suficientemente longos e quentes. No Brasil, cm 1950, produzimos 132 mil toneladas. São Paulo entrou com quase tudo — 110.984 toneladas. Seguiram-se como os seis maiores produtores:
Rio
Grande do Sul, 6.431 toneladas; Minas Gerais, 6.252; Paraná, 1.887; Bahia 1.798; Santa Catarina, 1.247; Paraíba' 921 .
Em 1950, colhemos 38.683 toneladas
As seis maiores produções por hectare
-«■■"«•.['"niMaT-tfiii in,,;
urciWTo ilconomí^^ Dions-ru
foram as seguintes:
quilos; Babía, 1.826;
Cuaporé. 2.200 Santa Catarina,
cnlre nós, lulo Icnlui sido sufii í«*ntenicn-
1.016; Pernambuco, 986; Paraíba, 979; São Paulo, 965.
Ic fomeulada, «mu 1950 f-ollu-nios 153 fnílliõcs cie caclujs. I .4-51 por hcclare.
Em 1948,
conforme o
Calendário
Econômico
Embora a plantação (h* bananeiras,
Os seis u) liores j)roíhitorc s f<ir;uii: S;"|q Paulo, 29.026 tnil; Pio (!'• Janeiro,
fxiitas dos climas frios e temperados. Essas vantagens nunca são tomadas cm consideração..
Ademais, as zonas entre os dois tró
pois tem faltado fomento, caquis, pèssego.s, peras, figos, maçãs. A proposito, escreveu o inglês Amo Pearse, em Brazilian Cotfon : "Our first acquaintance with Pernambuco cotton was at Gara-
Atlantc de A^ostini, fjua.se sempre bern informado, eram principais produtores de amendoim: índia. 3.1"2 mil fon'-!'idas; China, 3.004 mil; Estndo.s Unidos, 1.061 mil; Nigéria. 560 mil; Senced, 430 mil; Java e .Madura, 270 mil; Con
Os rnaií)re.s rendimentos por hectare foram o.s seguintes: Maranhao. 2.673
go, 223 mil.
cachos; Rio Cramie do Norte. 2.437;
A soja é ciiltivãvcl em Arcas vastíssi mas do Brasil tropical. E\perimentei-a na Paraíba e no Acre, com rcsidlados
Amapá, 2.400; Sergipe. 2.030; Piaui,
tatocs), cabbagcs, cauliflowers, apple and pcar trces growing in fíelds dose tiaia, acima do trópico de Capricórnio, together. Tiie climate here, owing to
1.960; Mato Cro.sso. 1.922; Alagoas,
conhece. Produz cm ótimas conciiçocs.
satisfatórios. Java o Madura, sob o pa
26.-534 ítiil; Minas fàT.ai.s. 25.522 mil; Pcrnanibuco, 10.490 tnil; -Santa Catari
na, 10.013 mil; Ceará. 94.3 mil.
1.899; Pernamljuco, !.842. O cõco da Baiiia ou da praia é
ralelo 9, colheram 256 mil toncl-idas de soja, cm 1948. A Clíina, c.xcluída a Mandchúria, cujos verões são quentes,
econômico. Também ainda não cuida
colhera 6.043 mil toneladas.
Colhemos, cm 1950, apenas 240 milhões
As reeíões tropicais podem ter, por
outra fnit;i deliciosa e dc gr;mdo valor mos
suficientemente de .seu fomento.
de nf)*/es — umas 4.690 por h(?ctare.
tanto, toda a proteína vegetal de que
Seu futuro é extraordinário. Nos Esta
nece.ssitarem.
dos Unidos, para onde já estamos exportando cocos, c;n<'ontraremos um merca
do quase ilimitado. O .abacaxi ó outra fruta excelente c de
Fruticultura
A fnitícultura tropical é de grande, de extraordín<ário futuro. A banana talvez
seja a rainha das frutas. Nada há, em climas temperados e frio.s, que se lhe compare. Tem todas as vantagens:
grande valor econômico. O abacate me rece do agrônomo ianfjuc Popenoe os maiorc.s encômios. Aliá.s, o mesmo agrô
nomo, focalizando algumas frutas dc clima.s tropicai.s c sublropicais, escreveu
picos podem produzir, muitas vézcs, to-
<bis ou (juasc todas as fnitas dc climas tcmpi-rados c frios. O viajor encontra cm Cocliabamba, Bolívia, tòdas as fni-
nhuns, which is 1.000 metros above sealevel. It is a most curious sight to-see
cotton fíelds, palm trces, European ve-
t;is européias. São do produção local e de primeira ordem. No maciço do Ita
getables such as potatocs (not sweet po-
plantaram o naiior manncleiral que se
thc altitude, is quite temperale and bra-
A produção em grande escala dc maças,
pêssegos, pcras, ameixas e framboesas a!aslra-sc de ano para ano, embora o fomento ainda seja insuficiente em São Paulo, e falte quase inteiramente em
Minas Gerais e Rio de Janeiro. As Se cretarias de Agricultura dos
governos de Belo ílorizontc e Niterói, neste setor,
têm
cing".
Quanto si viticultura, os últimos tra balhos realizados no Instituto Agronômi co dc Turrialba, Costa Rica, para os
quais chamo a atenção dos agrônomos e
viticultores, pennitem tê-la, em grande escala, até mesmo nas re
giões quentes e úmidas^ que lhe eram mais de-favoráveis.
anualmente, 500 toneladas
É o que se lê em New Crops for the Neto World, escrito por um grupo de técnicos ianques. Os trechos semi-
dc maçãs. Sc houver fomen
áridos e subúmidos ja estão
cochilado muito. Apenas uma fazenda paulista, a Bel-
fruta, devo estar produzindo, ^ to, se chegar um financia mento mais liberal, estare
mos em condições de produzir,
produzindo boa uva para
mesa e passa. Nos planal tos, fabricam-se bons vinhos em escala grande e crescente.
Tropical and Stíhtropical Fruits ~ com
trópicos, em futuro pró.xirno, o suficien te para abastecer o Brasil em frutas de climas frios e temperados. E ainda ha
Horticidtura
Tem vitaminas A, BI, B2, C, E. Fazem-
4.55 páginas de tôxto, c.xchiindo a.s mais importantes, até certo ponto, como bana
verá sobra a c.xportar.
se, com a banana, passas, doces, fari nhas... A bananeira está sendo experi
na, coco, abacaxi, laranja, azeitona e figo. Muitas lhe merecem os maiores
mentada, com bons resultados, na fabri
elogios.
grande produção por unidade de área, piodução rapidíssima; é fruta saborosa,
um livro interessantíssimo — Manual of
alimentícia, riquíssima em vitaminas.
cação de papelão e papel. O sr. Caste
Há, assim, nos climas tropicais, multo
com boa
mais espécies frutíferas que nos climas
aceitação, uma tinta fabricada com o
mangará da bananeira. Articula-se com capitalistas para montar uma fábrica de papel que utilizará a bananeira como
frios e temperados-frios, e frutas deli ciosas que tendem a desempenhar papel importantíssimo óa alimentação humana. Algumas delas são colhidas durante o
matéria-prima.
ano inteiro, o que não acontece com as
lo Branco tem no mercado,
As montanhas e planaltos de Minas Gerais, Rio do Janeiro e Espírito Santo estão produzindo frutas de climas tem
nos trópicos úmidos, subúmidos e semi-
perados, embora cm escala mínima. Em áridos, em que pese a opinião de alguns Goiás, bá, cm alguns municípios, tradi europeus tidos como muito cultos. Defcional produção de marmelos e fabrica fontaines, diretor do "InsÜtut Français ção de marmelada. Em Maracás, Bahia, dc Barcelone", e que andou por aqui,
uma colônia alemã plantou pomares de embora, ao que parece, sem grande
climas temperadas. Já se colhem ótimas
frutas. Nos planaltos de Pernambuco e Paraíba, há, em escala
/;;>
Apenas a falta de hábito prejudicou a
piodução em grande escala de hortaliça
aproveitamento, escreve em "Ensaio de Geografia Humana da Montanha": As
sim e que lavradores italianos c horti-
urciWTo ilconomí^^ Dions-ru
foram as seguintes:
quilos; Babía, 1.826;
Cuaporé. 2.200 Santa Catarina,
cnlre nós, lulo Icnlui sido sufii í«*ntenicn-
1.016; Pernambuco, 986; Paraíba, 979; São Paulo, 965.
Ic fomeulada, «mu 1950 f-ollu-nios 153 fnílliõcs cie caclujs. I .4-51 por hcclare.
Em 1948,
conforme o
Calendário
Econômico
Embora a plantação (h* bananeiras,
Os seis u) liores j)roíhitorc s f<ir;uii: S;"|q Paulo, 29.026 tnil; Pio (!'• Janeiro,
fxiitas dos climas frios e temperados. Essas vantagens nunca são tomadas cm consideração..
Ademais, as zonas entre os dois tró
pois tem faltado fomento, caquis, pèssego.s, peras, figos, maçãs. A proposito, escreveu o inglês Amo Pearse, em Brazilian Cotfon : "Our first acquaintance with Pernambuco cotton was at Gara-
Atlantc de A^ostini, fjua.se sempre bern informado, eram principais produtores de amendoim: índia. 3.1"2 mil fon'-!'idas; China, 3.004 mil; Estndo.s Unidos, 1.061 mil; Nigéria. 560 mil; Senced, 430 mil; Java e .Madura, 270 mil; Con
Os rnaií)re.s rendimentos por hectare foram o.s seguintes: Maranhao. 2.673
go, 223 mil.
cachos; Rio Cramie do Norte. 2.437;
A soja é ciiltivãvcl em Arcas vastíssi mas do Brasil tropical. E\perimentei-a na Paraíba e no Acre, com rcsidlados
Amapá, 2.400; Sergipe. 2.030; Piaui,
tatocs), cabbagcs, cauliflowers, apple and pcar trces growing in fíelds dose tiaia, acima do trópico de Capricórnio, together. Tiie climate here, owing to
1.960; Mato Cro.sso. 1.922; Alagoas,
conhece. Produz cm ótimas conciiçocs.
satisfatórios. Java o Madura, sob o pa
26.-534 ítiil; Minas fàT.ai.s. 25.522 mil; Pcrnanibuco, 10.490 tnil; -Santa Catari
na, 10.013 mil; Ceará. 94.3 mil.
1.899; Pernamljuco, !.842. O cõco da Baiiia ou da praia é
ralelo 9, colheram 256 mil toncl-idas de soja, cm 1948. A Clíina, c.xcluída a Mandchúria, cujos verões são quentes,
econômico. Também ainda não cuida
colhera 6.043 mil toneladas.
Colhemos, cm 1950, apenas 240 milhões
As reeíões tropicais podem ter, por
outra fnit;i deliciosa e dc gr;mdo valor mos
suficientemente de .seu fomento.
de nf)*/es — umas 4.690 por h(?ctare.
tanto, toda a proteína vegetal de que
Seu futuro é extraordinário. Nos Esta
nece.ssitarem.
dos Unidos, para onde já estamos exportando cocos, c;n<'ontraremos um merca
do quase ilimitado. O .abacaxi ó outra fruta excelente c de
Fruticultura
A fnitícultura tropical é de grande, de extraordín<ário futuro. A banana talvez
seja a rainha das frutas. Nada há, em climas temperados e frio.s, que se lhe compare. Tem todas as vantagens:
grande valor econômico. O abacate me rece do agrônomo ianfjuc Popenoe os maiorc.s encômios. Aliá.s, o mesmo agrô
nomo, focalizando algumas frutas dc clima.s tropicai.s c sublropicais, escreveu
picos podem produzir, muitas vézcs, to-
<bis ou (juasc todas as fnitas dc climas tcmpi-rados c frios. O viajor encontra cm Cocliabamba, Bolívia, tòdas as fni-
nhuns, which is 1.000 metros above sealevel. It is a most curious sight to-see
cotton fíelds, palm trces, European ve-
t;is européias. São do produção local e de primeira ordem. No maciço do Ita
getables such as potatocs (not sweet po-
plantaram o naiior manncleiral que se
thc altitude, is quite temperale and bra-
A produção em grande escala dc maças,
pêssegos, pcras, ameixas e framboesas a!aslra-sc de ano para ano, embora o fomento ainda seja insuficiente em São Paulo, e falte quase inteiramente em
Minas Gerais e Rio de Janeiro. As Se cretarias de Agricultura dos
governos de Belo ílorizontc e Niterói, neste setor,
têm
cing".
Quanto si viticultura, os últimos tra balhos realizados no Instituto Agronômi co dc Turrialba, Costa Rica, para os
quais chamo a atenção dos agrônomos e
viticultores, pennitem tê-la, em grande escala, até mesmo nas re
giões quentes e úmidas^ que lhe eram mais de-favoráveis.
anualmente, 500 toneladas
É o que se lê em New Crops for the Neto World, escrito por um grupo de técnicos ianques. Os trechos semi-
dc maçãs. Sc houver fomen
áridos e subúmidos ja estão
cochilado muito. Apenas uma fazenda paulista, a Bel-
fruta, devo estar produzindo, ^ to, se chegar um financia mento mais liberal, estare
mos em condições de produzir,
produzindo boa uva para
mesa e passa. Nos planal tos, fabricam-se bons vinhos em escala grande e crescente.
Tropical and Stíhtropical Fruits ~ com
trópicos, em futuro pró.xirno, o suficien te para abastecer o Brasil em frutas de climas frios e temperados. E ainda ha
Horticidtura
Tem vitaminas A, BI, B2, C, E. Fazem-
4.55 páginas de tôxto, c.xchiindo a.s mais importantes, até certo ponto, como bana
verá sobra a c.xportar.
se, com a banana, passas, doces, fari nhas... A bananeira está sendo experi
na, coco, abacaxi, laranja, azeitona e figo. Muitas lhe merecem os maiores
mentada, com bons resultados, na fabri
elogios.
grande produção por unidade de área, piodução rapidíssima; é fruta saborosa,
um livro interessantíssimo — Manual of
alimentícia, riquíssima em vitaminas.
cação de papelão e papel. O sr. Caste
Há, assim, nos climas tropicais, multo
com boa
mais espécies frutíferas que nos climas
aceitação, uma tinta fabricada com o
mangará da bananeira. Articula-se com capitalistas para montar uma fábrica de papel que utilizará a bananeira como
frios e temperados-frios, e frutas deli ciosas que tendem a desempenhar papel importantíssimo óa alimentação humana. Algumas delas são colhidas durante o
matéria-prima.
ano inteiro, o que não acontece com as
lo Branco tem no mercado,
As montanhas e planaltos de Minas Gerais, Rio do Janeiro e Espírito Santo estão produzindo frutas de climas tem
nos trópicos úmidos, subúmidos e semi-
perados, embora cm escala mínima. Em áridos, em que pese a opinião de alguns Goiás, bá, cm alguns municípios, tradi europeus tidos como muito cultos. Defcional produção de marmelos e fabrica fontaines, diretor do "InsÜtut Français ção de marmelada. Em Maracás, Bahia, dc Barcelone", e que andou por aqui,
uma colônia alemã plantou pomares de embora, ao que parece, sem grande
climas temperadas. Já se colhem ótimas
frutas. Nos planaltos de Pernambuco e Paraíba, há, em escala
/;;>
Apenas a falta de hábito prejudicou a
piodução em grande escala de hortaliça
aproveitamento, escreve em "Ensaio de Geografia Humana da Montanha": As
sim e que lavradores italianos c horti-
I «JH l\'
izvr
Dicesto Económjco
128
cultores japoní-scs multiplicaram,
nos
rados. tcmpcniclos-frins e frios.
A et-
planaltos de São Paulo, a produção de
ploração é mai.s difícil porque lém cen
cenouras, couvcs, peras, battít is. moran
tenas de espécies.
gos; para obter cerejas c ncccssãrio su
lém apenas alizuiuas nnicl icles. São flo
bir aos planaltos mais elevados, privilé
<-Tuiu:uito as oiilras
restas niislas. Há. porém, entre os tró
gio dc Poros do Caldas, a uns 1.000 me
picos e a baixas altitudes, embora exc< p.
tros de altitude".
cionihnente. florestas puras. F o ca-o
Cenouras, convés, batatinhas, preci sando^ do esforço de colonos italianos o
dos babaçuais. que se alongam por dezenas e ({■■zems de nnilònietros em ter
japonésc.s c de planaltos sob a altitude
ras do Piauí. Maranhão, roiás o Minas
de Sao Paulo! No.s municípios do .Sal vador, Maceió, Aracaju, Recife, Toão Pessoa. Natal, Fortaleza e cm muitos ou
tros, quase ao nível do mar, prodir/em-
se, em grande escala, couvcs, repolhos, beterrabas, cenouras, alfaces, tomates,
nabos, rabanetes, beringclas, agrião e
quase todo o restante. A .500 metros dc altitude ja se tem couve-flor c ervilha em escala apreciável. No Instituto
Agronomico José Augusto Trindade, si tuado na bacia de irrigação do açude bao Oonçalo, município de Souza, Pa raíba e a pequena altitude, fízeram-se
trabalhos e.xpcrimentais a respeito. Pro duzem em ótimas condições; cenouras, abóbora, tomates, repolho, come, pi mentão, beringela, cebola, couve-rába-
no, bertalha, .soja, mostarda, pepino, me lão, beterraba, aspargo, vagens e outras hortaliças.^ Em condições perfeitamen te satisfatórias: alface, cclga, aipo, espi nafre, chicórea, nabo, rabanete e outras.
Podem-se ter, nos trópicos, em altitu des inferiores a 100 metros, quase todas
Corais.
Possuímos também vastíssimas
florestas nativas de carnaubeiras, rjue se
estendem, por léguas e léguas, ao longo dc uns tantos rios do Piauí. Ceará. Rio Grande do Norte. Paraíba c Pernambuco
c em várzeas próximas dc Fortaleza. A floresta mista, porém, é o caso comum.
Sua riqueza cm cspéfa"cs pr(a'n(lira o aproveitamento,
criando-lhc
dificulda
des. Essas dificuldades, porém, estão diminuindo rapidamente, graças aos apcrfeiíoanicntos técnicos verificados nos últimos anos.
Prcpara-sc hoje pasta scmiquímica, para a fabricação dc celulose c panei, utilizando-se, no mesmo tempo, lenhos
dc espécies diferentes.
Ta se trabalha
assim no sul dos Estados Unidos.
A F.
A O. .SC propôs estabelecer uma usina desse tipo na Amazônia. A propósito, acompanhado pelo cngcnhciro-silvicutor Tcvcr, técnico da F.A.O.,
articulei-me
com a Comissão Parlamentar para a Va- t
DtCESTO ECONÓ.NíICO
O remédio heróico ó a lenta substituição
da floresta natural por florestas de plan tação. No Brasil, é o que já está ;uíinl< eeiulo. cm grande oscnia, nos tre chos mais dinanúziidos do País.
Alem
tio (pic já SC fez c se está fazendo nos planaltos do centro e do sul, há a citar
as grandes florcsla.s de plantação da
Balúa, Sergipe, Alagoas, Paraíba e Cea rá. Na própria Amazônia, plantam-se as primeiras grandes florestas puras com ótimos resultados.
Quanto ao crescimento das florestas
por*^ lu'ctarc-ano, Courou dá os seguintes
dados: florestas france.sas dc plantação,
2,6 iiK-tros cúbicos; florestas belgas de
plantação, 3,6 metros cúbicos; florestas da íncH:i, Ü,*12 melro cúbico; florestas
nativas brasileiras, 0,09. Em "Finnish
Florcslr)' in Píclurcs", livro editado em IJcIsinki, verifico que as florestas da
Finlândia setentrional crescem, em mé dia, 0,90 metro cúbico por hectare-ano;
a.s'cIo sul, 2,62 metros cúbicos.
Não sei onde Courou conseguiu o da do brasileiro que apresenta, e que está inteiramente errado. Êle não informa.
A Companhia Siderúrgica Belgo-Minei-
ra, que trabalha com carvão de madeira
e' possui enormes florestas próprias, acre
dita que as suas matas nativas crescem 200 metros cúbicos em 20 anos. Têm-se 10 metros cúbicos por hectare-ano. Os
lorização da Amazônia, som conseguir, infelizmente, o indispensável apoio. Presentemente, o novo presidente da
agrônomos silvicultores do Ministério da Agricultura calculam que uma floresta
sível conseguir nas regiões temperadas-
Comissão, Deputado Pereira da Silva, está procurando instalar uma unidade-
cúbicos em sete anos. Têm-se, assim,
fiías e nas frias.
pilôto.
Florestas
antigamente tidos como inferiores. Ma deiras moles dc pouco valor encontrarão
As florestas naturais dos trópicos, de um modo geral, são menos valiosas que
finalidade na fabricação de celulose. Abrem-se, assim, novas perspectivas à exploração das florestas tropicais nativas.
as hortaliças. A produção se faz durante
os doze meses do ano, o que não é pos
A contraplacagem permite usar lenhos
as florestas naturais dos climas tempe
de eucaliptos cresce 210 a 300 metros
129
de 30 a -IO metros cúbicos por hectareano.
Algumas essências crescem com e.x-
traordinária rapidez cm climas quentes c úmidos. O Dr. Giuscppc Rainiondo,
que está montando uma fábrica de pa pei em Piracicaba, utilizando bagaço de cana como matéria-prima, verificou que a imbaúba, na Amazônia, podo ser corr tada com dois a três anos para a fabri
cação dc celulose.
O morototó, para
igual destino, pode ser cortado aos três ou quatro anos. O bambu fornece, tal vez, mais de quinhentas toneladas de colmos anualmente. Seria multiplicar os e.xemplos.
possível
Do Congo, chega a notícia da instala ção de fábricas de celulose que trabaUiarão com papiro. Para isso, criou-se, em Bruxelas, o Sindicato de Celulose
Africana, com o capital de cinco milhões de francos belgas. Bastam treze quilô metros quadrados de papirais para man ter uma fábrica de cem toneladas diá rias. A Amazônia pode tomar-se, por
tanto, o maior produtor de celulose e papel do mundo. Em suma, abrem-se novas e promis
soras perspectivas às florestas dos cli mas quentes e úmidos. Não é honesto comparar dados de florestas de planta ção muito bem tratadas com dados de florestas naturais estragadas. Desde que se comparem dados de florestas tropi cais de plantação com os dados de flo restas de plantação dos climas temperados-frios e frios, as vantagens ficarão com as primeiras.
I «JH l\'
izvr
Dicesto Económjco
128
cultores japoní-scs multiplicaram,
nos
rados. tcmpcniclos-frins e frios.
A et-
planaltos de São Paulo, a produção de
ploração é mai.s difícil porque lém cen
cenouras, couvcs, peras, battít is. moran
tenas de espécies.
gos; para obter cerejas c ncccssãrio su
lém apenas alizuiuas nnicl icles. São flo
bir aos planaltos mais elevados, privilé
<-Tuiu:uito as oiilras
restas niislas. Há. porém, entre os tró
gio dc Poros do Caldas, a uns 1.000 me
picos e a baixas altitudes, embora exc< p.
tros de altitude".
cionihnente. florestas puras. F o ca-o
Cenouras, convés, batatinhas, preci sando^ do esforço de colonos italianos o
dos babaçuais. que se alongam por dezenas e ({■■zems de nnilònietros em ter
japonésc.s c de planaltos sob a altitude
ras do Piauí. Maranhão, roiás o Minas
de Sao Paulo! No.s municípios do .Sal vador, Maceió, Aracaju, Recife, Toão Pessoa. Natal, Fortaleza e cm muitos ou
tros, quase ao nível do mar, prodir/em-
se, em grande escala, couvcs, repolhos, beterrabas, cenouras, alfaces, tomates,
nabos, rabanetes, beringclas, agrião e
quase todo o restante. A .500 metros dc altitude ja se tem couve-flor c ervilha em escala apreciável. No Instituto
Agronomico José Augusto Trindade, si tuado na bacia de irrigação do açude bao Oonçalo, município de Souza, Pa raíba e a pequena altitude, fízeram-se
trabalhos e.xpcrimentais a respeito. Pro duzem em ótimas condições; cenouras, abóbora, tomates, repolho, come, pi mentão, beringela, cebola, couve-rába-
no, bertalha, .soja, mostarda, pepino, me lão, beterraba, aspargo, vagens e outras hortaliças.^ Em condições perfeitamen te satisfatórias: alface, cclga, aipo, espi nafre, chicórea, nabo, rabanete e outras.
Podem-se ter, nos trópicos, em altitu des inferiores a 100 metros, quase todas
Corais.
Possuímos também vastíssimas
florestas nativas de carnaubeiras, rjue se
estendem, por léguas e léguas, ao longo dc uns tantos rios do Piauí. Ceará. Rio Grande do Norte. Paraíba c Pernambuco
c em várzeas próximas dc Fortaleza. A floresta mista, porém, é o caso comum.
Sua riqueza cm cspéfa"cs pr(a'n(lira o aproveitamento,
criando-lhc
dificulda
des. Essas dificuldades, porém, estão diminuindo rapidamente, graças aos apcrfeiíoanicntos técnicos verificados nos últimos anos.
Prcpara-sc hoje pasta scmiquímica, para a fabricação dc celulose c panei, utilizando-se, no mesmo tempo, lenhos
dc espécies diferentes.
Ta se trabalha
assim no sul dos Estados Unidos.
A F.
A O. .SC propôs estabelecer uma usina desse tipo na Amazônia. A propósito, acompanhado pelo cngcnhciro-silvicutor Tcvcr, técnico da F.A.O.,
articulei-me
com a Comissão Parlamentar para a Va- t
DtCESTO ECONÓ.NíICO
O remédio heróico ó a lenta substituição
da floresta natural por florestas de plan tação. No Brasil, é o que já está ;uíinl< eeiulo. cm grande oscnia, nos tre chos mais dinanúziidos do País.
Alem
tio (pic já SC fez c se está fazendo nos planaltos do centro e do sul, há a citar
as grandes florcsla.s de plantação da
Balúa, Sergipe, Alagoas, Paraíba e Cea rá. Na própria Amazônia, plantam-se as primeiras grandes florestas puras com ótimos resultados.
Quanto ao crescimento das florestas
por*^ lu'ctarc-ano, Courou dá os seguintes
dados: florestas france.sas dc plantação,
2,6 iiK-tros cúbicos; florestas belgas de
plantação, 3,6 metros cúbicos; florestas da íncH:i, Ü,*12 melro cúbico; florestas
nativas brasileiras, 0,09. Em "Finnish
Florcslr)' in Píclurcs", livro editado em IJcIsinki, verifico que as florestas da
Finlândia setentrional crescem, em mé dia, 0,90 metro cúbico por hectare-ano;
a.s'cIo sul, 2,62 metros cúbicos.
Não sei onde Courou conseguiu o da do brasileiro que apresenta, e que está inteiramente errado. Êle não informa.
A Companhia Siderúrgica Belgo-Minei-
ra, que trabalha com carvão de madeira
e' possui enormes florestas próprias, acre
dita que as suas matas nativas crescem 200 metros cúbicos em 20 anos. Têm-se 10 metros cúbicos por hectare-ano. Os
lorização da Amazônia, som conseguir, infelizmente, o indispensável apoio. Presentemente, o novo presidente da
agrônomos silvicultores do Ministério da Agricultura calculam que uma floresta
sível conseguir nas regiões temperadas-
Comissão, Deputado Pereira da Silva, está procurando instalar uma unidade-
cúbicos em sete anos. Têm-se, assim,
fiías e nas frias.
pilôto.
Florestas
antigamente tidos como inferiores. Ma deiras moles dc pouco valor encontrarão
As florestas naturais dos trópicos, de um modo geral, são menos valiosas que
finalidade na fabricação de celulose. Abrem-se, assim, novas perspectivas à exploração das florestas tropicais nativas.
as hortaliças. A produção se faz durante
os doze meses do ano, o que não é pos
A contraplacagem permite usar lenhos
as florestas naturais dos climas tempe
de eucaliptos cresce 210 a 300 metros
129
de 30 a -IO metros cúbicos por hectareano.
Algumas essências crescem com e.x-
traordinária rapidez cm climas quentes c úmidos. O Dr. Giuscppc Rainiondo,
que está montando uma fábrica de pa pei em Piracicaba, utilizando bagaço de cana como matéria-prima, verificou que a imbaúba, na Amazônia, podo ser corr tada com dois a três anos para a fabri
cação dc celulose.
O morototó, para
igual destino, pode ser cortado aos três ou quatro anos. O bambu fornece, tal vez, mais de quinhentas toneladas de colmos anualmente. Seria multiplicar os e.xemplos.
possível
Do Congo, chega a notícia da instala ção de fábricas de celulose que trabaUiarão com papiro. Para isso, criou-se, em Bruxelas, o Sindicato de Celulose
Africana, com o capital de cinco milhões de francos belgas. Bastam treze quilô metros quadrados de papirais para man ter uma fábrica de cem toneladas diá rias. A Amazônia pode tomar-se, por
tanto, o maior produtor de celulose e papel do mundo. Em suma, abrem-se novas e promis
soras perspectivas às florestas dos cli mas quentes e úmidos. Não é honesto comparar dados de florestas de planta ção muito bem tratadas com dados de florestas naturais estragadas. Desde que se comparem dados de florestas tropi cais de plantação com os dados de flo restas de plantação dos climas temperados-frios e frios, as vantagens ficarão com as primeiras.
Dioksto Econômico
LIBERDADE, VALOR PERENE Cklso Ilpy.ENUE Passos
Qüeho. de início, meus caros colegas, significar-vos meu profundo rcconhecimcnlo pela honra insigne com que coroastes minha vida acadêmica, elc-
'
Pisrtirso conto orador da ttirma de ha-
neira (pie não nos comcnccra a con
charclandoü dc IhõO da Faculdade Na cional dc Direito da Universidade do
cepção jus-natiiralista, que aponta o Di
gendo-mc vosso inlérprcte nesta solene au a ma , Só poderei interpretar bem Bra-sil em lÜ dc Dezcnihro de 1950. vosso pensamento e vossas aspirações, !fpara externar, com tempropri a e, as perplexidades de nosso po e as angústias de nossa geração, dian tensa c cia inlcn.sa, pois abrange e com te de um mundo conturbado, de horas meertító para a vida dos homens, das mstituiçoes e dos Estados.
Também, a nossa palavra não pode
eixar e ser tanto quanto possível exae sempre sincera. Os jovens só põ
tir o fenômeno jurídico como intima
feita que estabeleçam entre o pensa
mento e a ação, embora esse pensamen
vos e, portanto, como estes sujeito às
to não SC revista de certeza e sabedoria.
mesmas mutações c crises.
Será por isso, talvez, que Ortcga y Gasset diz, com razão ; "O privilégio da
dias são dias de subversão de valores,
samento da mocidade, pois, acrescenta o
mesmo notável ensaísta : "Quem deseje ver clara a fisionomia do presente, suas ' entranhas autênticas, as verdadeiras nor
mas de nosso tempo, não tem mais que • inclinar-se sobre a juventude e estudar suas íntimas reações".
tos, noções c experiências, que constituem a objetividade das cousas. Daí, a certeza da lição dc Dc La Grcssaye-Lacostc • "A humana, a consciência social, nos dão dcsdc logo os primeiros pnnc.p.os da vida social, que são: o res
mente ligado aos fenômenos da vida so
cial, política, econômica e moral dos po
juventude é não saber o que diz". Importa, contudo, que se colha o pen
pt'l is causas misteriosas que formam as persona!idade.s, c somos, concomitanteinente, guiados pela preocupa ção dc ajustar c enquadrar fa
Ultrapassadas as conccpçGc.s que da
acontecimentos, somos forçados a admi
^us ideais, e pela correspondência per
histórica ou marcados nas consciências
bém o Direito está em crise.
conceitos, a sua natural inexperiência e
peito à vida o ao bem aihe.o. E a experiência da vida das
Os nossos
com conseqüente reforma de conceitos. Não podemos prever até onde e quan do se projetarão essas transformações,
sociedades demonstra a necessidade des-
•
i:
dade c um campo propício às conjetu-
ras e previsões sobre o futuro das insti tuições jurídicas, econômicas e políticas, intimunienle entrelaçadas em suas ações e reações.
já vai longe a fase histórica dò libe ralismo econômico, do "laísser faire".
Hoje em dia, mesmo nos países em que se consen-a a fonna política da liberal
direto contrôle, pelo Estado, das ativi
dades econômicas.
A consagração política das idéias li berais,
verificada
històrica-
mente em 1789, com a vitória
da Revolução Francesa, signi ficou, também, a substituição
dos fundamentos jurídicos da organização das classes sociais por fundamentos econômicos. "A distinção, no "Ancien
Régime" — escreve Henri Sée, — era feita princípabnente por
medidas de caráter jurídico e
legal, que \'isax'am fazer da nobreza unia classe fechada. Prova dis
tas regras fundamentais e, ao mesmo
so são as reformas fiscais feitas sob Luís
tcmpoNeveia nm grande número de fa
XIV, cujo principal objetivo era excluir
tos sociais, muito diversos, segundo as
próximo ou remoto, a melhores dias. É,
civiiizavScs, que u preciso submeter ao
porém, nosso dever reconhecer a sua
império dos primeiros princípios do Di-
tinuavam exercendo o comércio, os ma
existência, desde que não podemos fe
reito".
char os olhos à realidade contemporâ nea, sob pena de não sermos dc nosso
ção do Direito, fenômeno indisciitivei-
nem se cias no.s conduzirão, cin futuro
Nossa síntese, encontramos a explica-
tempo, isto c, de sermos anacrônicos, o
Repetimos que também o Direito, co mo fenômeno social, acha-se exposto às
mento de crise: crise internacional, cri se nacional e o próprio indivíduo, ator
mesmas variações, influências e crises
mentado, está em crise.
que atormentam
Além de ex-
dade é que ela oferece ao observador atento um quadro dc palpitante curiosi
da nobreza as famílias de enriquecimen to recente, sobretudo aquelas que con
que eqüivale exatamente a não ser.
Saímos da escola para a vida em mo
apreensões e incertezas, não menos ver
consagrar c a regular, verificamos que, democracia, cada vez mais se acentua descle^ logo. somos inspirados por pré- o intervencionismo estatal, atuando atra jnizos. talvez nascidos da experiência vés das legislações, no sentido de mais
o moral c o jurídico. Sim, porque tam
ate a precariedade de seus conhecimen
tos, pelo desassombro com que afirmem
reito como produto puro e simples da consciência. Encarando a generalidade das relações que o Direito ê chamado a
preende todos os aspectos da vida dos povos, ou seja, o político, o econômico,
vam o Direito como construção mera mente ideal, produto natural, estrutura empírica, que pairava acima c além dos
em suprir a falta de autoridade de seus
dias. Somos inclinados a considerar o nireito cimio falo social primordial, e não como mera decorrência ou reflexo das realidades e ncce.ssiclacles da \'ida social; em conseqüência, não adotaría mos integralmente uma pura concepção inaleri;iH.sta do Direito, cia mesma ma
o mundo de
nossos
y-
mente sujeito à influencia dos fatores sociais, segundo a variaçao do momen to histórico, mas ao_ qual nao e também
alheia a contribuição pessoal do mdlvíduo.
Se a época em que vivemos é de
gistrados inferiores e finalnmnte os fi dalgos demasiado pobres para fazer va ler seus direitos."
A Revolução
destruiu as distinções
jurídicas que dividiam as classes sociais e estabeleceu
a igualdade de direitos
para todos os cidadãos. Mas, à igualda de em face da lei não correspondia mna
igualdade econômica e, suprimidos os
Dioksto Econômico
LIBERDADE, VALOR PERENE Cklso Ilpy.ENUE Passos
Qüeho. de início, meus caros colegas, significar-vos meu profundo rcconhecimcnlo pela honra insigne com que coroastes minha vida acadêmica, elc-
'
Pisrtirso conto orador da ttirma de ha-
neira (pie não nos comcnccra a con
charclandoü dc IhõO da Faculdade Na cional dc Direito da Universidade do
cepção jus-natiiralista, que aponta o Di
gendo-mc vosso inlérprcte nesta solene au a ma , Só poderei interpretar bem Bra-sil em lÜ dc Dezcnihro de 1950. vosso pensamento e vossas aspirações, !fpara externar, com tempropri a e, as perplexidades de nosso po e as angústias de nossa geração, dian tensa c cia inlcn.sa, pois abrange e com te de um mundo conturbado, de horas meertító para a vida dos homens, das mstituiçoes e dos Estados.
Também, a nossa palavra não pode
eixar e ser tanto quanto possível exae sempre sincera. Os jovens só põ
tir o fenômeno jurídico como intima
feita que estabeleçam entre o pensa
mento e a ação, embora esse pensamen
vos e, portanto, como estes sujeito às
to não SC revista de certeza e sabedoria.
mesmas mutações c crises.
Será por isso, talvez, que Ortcga y Gasset diz, com razão ; "O privilégio da
dias são dias de subversão de valores,
samento da mocidade, pois, acrescenta o
mesmo notável ensaísta : "Quem deseje ver clara a fisionomia do presente, suas ' entranhas autênticas, as verdadeiras nor
mas de nosso tempo, não tem mais que • inclinar-se sobre a juventude e estudar suas íntimas reações".
tos, noções c experiências, que constituem a objetividade das cousas. Daí, a certeza da lição dc Dc La Grcssaye-Lacostc • "A humana, a consciência social, nos dão dcsdc logo os primeiros pnnc.p.os da vida social, que são: o res
mente ligado aos fenômenos da vida so
cial, política, econômica e moral dos po
juventude é não saber o que diz". Importa, contudo, que se colha o pen
pt'l is causas misteriosas que formam as persona!idade.s, c somos, concomitanteinente, guiados pela preocupa ção dc ajustar c enquadrar fa
Ultrapassadas as conccpçGc.s que da
acontecimentos, somos forçados a admi
^us ideais, e pela correspondência per
histórica ou marcados nas consciências
bém o Direito está em crise.
conceitos, a sua natural inexperiência e
peito à vida o ao bem aihe.o. E a experiência da vida das
Os nossos
com conseqüente reforma de conceitos. Não podemos prever até onde e quan do se projetarão essas transformações,
sociedades demonstra a necessidade des-
•
i:
dade c um campo propício às conjetu-
ras e previsões sobre o futuro das insti tuições jurídicas, econômicas e políticas, intimunienle entrelaçadas em suas ações e reações.
já vai longe a fase histórica dò libe ralismo econômico, do "laísser faire".
Hoje em dia, mesmo nos países em que se consen-a a fonna política da liberal
direto contrôle, pelo Estado, das ativi
dades econômicas.
A consagração política das idéias li berais,
verificada
històrica-
mente em 1789, com a vitória
da Revolução Francesa, signi ficou, também, a substituição
dos fundamentos jurídicos da organização das classes sociais por fundamentos econômicos. "A distinção, no "Ancien
Régime" — escreve Henri Sée, — era feita princípabnente por
medidas de caráter jurídico e
legal, que \'isax'am fazer da nobreza unia classe fechada. Prova dis
tas regras fundamentais e, ao mesmo
so são as reformas fiscais feitas sob Luís
tcmpoNeveia nm grande número de fa
XIV, cujo principal objetivo era excluir
tos sociais, muito diversos, segundo as
próximo ou remoto, a melhores dias. É,
civiiizavScs, que u preciso submeter ao
porém, nosso dever reconhecer a sua
império dos primeiros princípios do Di-
tinuavam exercendo o comércio, os ma
existência, desde que não podemos fe
reito".
char os olhos à realidade contemporâ nea, sob pena de não sermos dc nosso
ção do Direito, fenômeno indisciitivei-
nem se cias no.s conduzirão, cin futuro
Nossa síntese, encontramos a explica-
tempo, isto c, de sermos anacrônicos, o
Repetimos que também o Direito, co mo fenômeno social, acha-se exposto às
mento de crise: crise internacional, cri se nacional e o próprio indivíduo, ator
mesmas variações, influências e crises
mentado, está em crise.
que atormentam
Além de ex-
dade é que ela oferece ao observador atento um quadro dc palpitante curiosi
da nobreza as famílias de enriquecimen to recente, sobretudo aquelas que con
que eqüivale exatamente a não ser.
Saímos da escola para a vida em mo
apreensões e incertezas, não menos ver
consagrar c a regular, verificamos que, democracia, cada vez mais se acentua descle^ logo. somos inspirados por pré- o intervencionismo estatal, atuando atra jnizos. talvez nascidos da experiência vés das legislações, no sentido de mais
o moral c o jurídico. Sim, porque tam
ate a precariedade de seus conhecimen
tos, pelo desassombro com que afirmem
reito como produto puro e simples da consciência. Encarando a generalidade das relações que o Direito ê chamado a
preende todos os aspectos da vida dos povos, ou seja, o político, o econômico,
vam o Direito como construção mera mente ideal, produto natural, estrutura empírica, que pairava acima c além dos
em suprir a falta de autoridade de seus
dias. Somos inclinados a considerar o nireito cimio falo social primordial, e não como mera decorrência ou reflexo das realidades e ncce.ssiclacles da \'ida social; em conseqüência, não adotaría mos integralmente uma pura concepção inaleri;iH.sta do Direito, cia mesma ma
o mundo de
nossos
y-
mente sujeito à influencia dos fatores sociais, segundo a variaçao do momen to histórico, mas ao_ qual nao e também
alheia a contribuição pessoal do mdlvíduo.
Se a época em que vivemos é de
gistrados inferiores e finalnmnte os fi dalgos demasiado pobres para fazer va ler seus direitos."
A Revolução
destruiu as distinções
jurídicas que dividiam as classes sociais e estabeleceu
a igualdade de direitos
para todos os cidadãos. Mas, à igualda de em face da lei não correspondia mna
igualdade econômica e, suprimidos os
132
privilégios da nobreza, as classes sociais
•V n. In 't-ã^ r
Dicksto Econômico
DrciíSTo EcfiNóMico
pi-riéiicia, a
Evidentemente, o st^giindo plano a
melancólicos resultados.
'«í
ber, negar o humano. Nestes termos, o humano é o social.
que estava reb-gndo o interesse coletivo,
Deixada ao critério e a mcrcc das von
por frágeis c superficiais dislin(,õcs ju rídicas, mas por profunda desigualdade
com a correspe<li\a preocup.iç."io pelos interesses individuais — « xccssiva (; ab-
econômica. No Estado liberal, cujas li-
!>or\-enle — haveria der ae.irrelar conse
tades indtviduai.s, a produção tomou ca ráter anár<|uico, pcniiitindo a injusta e desproporciouada distribuição de produ
A História é uma progressão de fases sociais que se sucedem, em evolução constante, na qual os problemas se subs
nbas então se acentuavam, viu-se a no
qüências graves.
tos. causadora dc extrema miséria c de
tituem.
^íintinuaram a se distinguir, não mais
breza substituída, no predomínio social, pela burguesia triunfante. Como doutrina política, o liberalismo
foi o efeito do esforço da classe média para lograr sua emancipação,
mas, à
medida que o conseguiu, oKidou que a Sua vitória pura e simples não bastava para mitigar os anseios de justiça so
cial. Os mesmos que se expressavam em
termos gerais e universais, uma vez no
poder, amesquinhararn seus princípios, a tal ponto, que fizeram do Estado o seivo de uma só classe, fazendo predo minar suas necessidades na formação do Estado Liberal. Como afirma Laski : "A liberdade
eixada à iniciativa privada, ã livre con corrência, fez com que, ao cabo, o li
beralismo se tornasse prisioneiro do fim a cujo seníço liavia sido destinado. Isto
porque os liomcns cuja liberdade de
ação foi tão rciteradamente marcada pe
la idéia liberal, ao se porem a seu ser viço, não viram diferença alguma entre
os seus direitos e os da causa a que serviam,"
A crença econômica, que assinalava a mentalidade da época, se sintetizava em dois conceitos de Adam Smith : "A ca
da homem incumbe, antes de tudo e
principalmente, cuidar de si, desde que cada homem é, certamente e em todos
os sentidos, mais apto a cuidar de si
A livre iniciativa e a
afrontosas ri(jucz;\s.
livre concorrência deram lugar à críaçao de vultosas fortunas pessoais, possi bilitando a acuiimlação d(r graiulc.-s ca pitais luLS mãos dl* poucos. 1-as por
ICin última análise, conclui Paul Hu-
ções, isto é, o bem-estar da sociedade."
víduo c de seu direito à liberdade e à
los ricos argentários, entrou a contras
gon, "Iransforinara-sc a vida econômica em verdadeira "jungle", na qual a luta pela <xislêneia findaria com a vitória do mais forte e o csinagamenlo do mais
nante sôbre a sociedade é o interesse
tar com os cada vez mais pobres.
fraco".
econômico.
que, uma nova nobrezíi, constituída pe
Ou, como acentua Mac Donald, no
h)elineava-se, assim, a .socicdadí; capi
reginu* capitalista, "as funções dc pro
talista, sob o signo do liberalismo, que
dução c distribuição não são organiza
substituíra, na ordem econômica, a re
das dc modo a prover ao bem-estar co mum. mas cada um trabalha pelos seus pi ópri(ís interêsscs". Êsse, aliás, um dos traços caracteristi-
gulamentação excessiva produzida pelo mercantilismo, demasiadamente^ sujeito
incomportávcis no século
propriedade. Estamos lioje na fase eco
nômica, cm que a influência predomi A busca dc soluções para esses pro blemas tem produzJdo modificações sen síveis na estrutura política e na jurídica. A Democracia Liberal, impotente nos
limites de sua pura estnituração política para atender aos novos problemas so ciais, vai-se descaracterizando dia após
cos do regime capitalista, contra o qual
dia.
üacle econômica, dc que decorreu o re
não tardaram a surgir reações, que, se
sucede, de forma intensa e progressiva,
gime capitalista, vai faltando clima, pois suas próprias conseqüências podem ser
não lograram desde logo modificá-lo por completo, o têm incgàvclmcntc desca
lários mínimos, de condições de traba-
causa de sua ruína.
racterizado cm seus contornos primitivos.
Ilio, do direito de greve, do impôsto so
Marcado, portanto, o capitalismo pela predominância do individual, as rea ções que contra èlc sc levantam têm ti do um norte comum: a primazia do so cial, ainda que diversos sejam os meios
bro a renda, as tentativas de refonna agrária, como a que há pouco se verifi cou no sul da Itália, sob regime demo-
utilizados para atingir a disputada meta. Atribui-se agora à sociedade a tarefa de
tendência. O próprio uso e gôzo da pro
Do Igual forma, ã concepção dc liber-
De par com o individualismo excessi
vo, com o abandono dos interesses ge rais pelo particular, a revolução indus trial, iniciada nos últimos anos do sécu
lo XVIII na Inglaterra e depois conti nuada cm toda a Europa, transformou o fenômeno da produção de forma brus
estabelecer relações orgânicas, isto é,
ca e violenta. Ao mesmo tempo, a li vre concorrência ensejava uma luta im
relações pelas quais cada um dos que contribuem para a subsistência da vida do conjunto possa gozar dc sua parte
piedosa entre os produtores, que termi nava, via de regra, polo csmagamcnto ou pela absorção do mais fraco, com a
conseqüente e progressiva formação de monopólios, cada vez mais poderosos e opressores. Do aparecimento da máqui na resultaram a diminuição de possibili
mesmo do que qualquer outro", conjugando-se a tal princípio o de que "cada indivíduo, agindo no interesse próprio, dades de trabalho e a dispensa em mas é levado, por mão invisível, a atingir sa de operários, com conseqüente au um fim que não estava em suas inten
Estávamos ontem na fase política, ca
racterizada pela subordinação do indi
__
i.'
crata-cristão, são, entre muitas outras,
medidas que caracterizam essa iniludível priedade está sofrendo limitações dita
das pelo bem-estar social e público. Por entre os vários aspectos da evolu ção que se processa, pode ser vislum
brado um têrmo que parece inelutáveh — a coletivização das riquezas. Natural
Tal concepção, entretanto, não impli ca a procura do bem-estar social, com
mente, as transformações sociais se -vão processando através do Estado, organi
negação absoluta do indivíduo, pois, ainda que admitindo a deficiência do
zação jurídica que dá solução aos su cessivos problemas. É êle que, no regi me totalitário, absorve pura e simples mente a produção, e é também êle que,
como indivíduo, "somente o
conjunto dos liomens pode realizar o
C
a interferência estatal. A fixação de sa
nessa \'ida.
homem
mento do desemprego. Chegara-se, ao cabo de anos de ex-
Ao não-inter\'encionismo liberal,
humano", no conceito de Goethe, e a sociedade não pode ser inumana, a sa
nos regimes da democracia social, limi
ta a percepção dos lucros pelas entída-
132
privilégios da nobreza, as classes sociais
•V n. In 't-ã^ r
Dicksto Econômico
DrciíSTo EcfiNóMico
pi-riéiicia, a
Evidentemente, o st^giindo plano a
melancólicos resultados.
'«í
ber, negar o humano. Nestes termos, o humano é o social.
que estava reb-gndo o interesse coletivo,
Deixada ao critério e a mcrcc das von
por frágeis c superficiais dislin(,õcs ju rídicas, mas por profunda desigualdade
com a correspe<li\a preocup.iç."io pelos interesses individuais — « xccssiva (; ab-
econômica. No Estado liberal, cujas li-
!>or\-enle — haveria der ae.irrelar conse
tades indtviduai.s, a produção tomou ca ráter anár<|uico, pcniiitindo a injusta e desproporciouada distribuição de produ
A História é uma progressão de fases sociais que se sucedem, em evolução constante, na qual os problemas se subs
nbas então se acentuavam, viu-se a no
qüências graves.
tos. causadora dc extrema miséria c de
tituem.
^íintinuaram a se distinguir, não mais
breza substituída, no predomínio social, pela burguesia triunfante. Como doutrina política, o liberalismo
foi o efeito do esforço da classe média para lograr sua emancipação,
mas, à
medida que o conseguiu, oKidou que a Sua vitória pura e simples não bastava para mitigar os anseios de justiça so
cial. Os mesmos que se expressavam em
termos gerais e universais, uma vez no
poder, amesquinhararn seus princípios, a tal ponto, que fizeram do Estado o seivo de uma só classe, fazendo predo minar suas necessidades na formação do Estado Liberal. Como afirma Laski : "A liberdade
eixada à iniciativa privada, ã livre con corrência, fez com que, ao cabo, o li
beralismo se tornasse prisioneiro do fim a cujo seníço liavia sido destinado. Isto
porque os liomcns cuja liberdade de
ação foi tão rciteradamente marcada pe
la idéia liberal, ao se porem a seu ser viço, não viram diferença alguma entre
os seus direitos e os da causa a que serviam,"
A crença econômica, que assinalava a mentalidade da época, se sintetizava em dois conceitos de Adam Smith : "A ca
da homem incumbe, antes de tudo e
principalmente, cuidar de si, desde que cada homem é, certamente e em todos
os sentidos, mais apto a cuidar de si
A livre iniciativa e a
afrontosas ri(jucz;\s.
livre concorrência deram lugar à críaçao de vultosas fortunas pessoais, possi bilitando a acuiimlação d(r graiulc.-s ca pitais luLS mãos dl* poucos. 1-as por
ICin última análise, conclui Paul Hu-
ções, isto é, o bem-estar da sociedade."
víduo c de seu direito à liberdade e à
los ricos argentários, entrou a contras
gon, "Iransforinara-sc a vida econômica em verdadeira "jungle", na qual a luta pela <xislêneia findaria com a vitória do mais forte e o csinagamenlo do mais
nante sôbre a sociedade é o interesse
tar com os cada vez mais pobres.
fraco".
econômico.
que, uma nova nobrezíi, constituída pe
Ou, como acentua Mac Donald, no
h)elineava-se, assim, a .socicdadí; capi
reginu* capitalista, "as funções dc pro
talista, sob o signo do liberalismo, que
dução c distribuição não são organiza
substituíra, na ordem econômica, a re
das dc modo a prover ao bem-estar co mum. mas cada um trabalha pelos seus pi ópri(ís interêsscs". Êsse, aliás, um dos traços caracteristi-
gulamentação excessiva produzida pelo mercantilismo, demasiadamente^ sujeito
incomportávcis no século
propriedade. Estamos lioje na fase eco
nômica, cm que a influência predomi A busca dc soluções para esses pro blemas tem produzJdo modificações sen síveis na estrutura política e na jurídica. A Democracia Liberal, impotente nos
limites de sua pura estnituração política para atender aos novos problemas so ciais, vai-se descaracterizando dia após
cos do regime capitalista, contra o qual
dia.
üacle econômica, dc que decorreu o re
não tardaram a surgir reações, que, se
sucede, de forma intensa e progressiva,
gime capitalista, vai faltando clima, pois suas próprias conseqüências podem ser
não lograram desde logo modificá-lo por completo, o têm incgàvclmcntc desca
lários mínimos, de condições de traba-
causa de sua ruína.
racterizado cm seus contornos primitivos.
Ilio, do direito de greve, do impôsto so
Marcado, portanto, o capitalismo pela predominância do individual, as rea ções que contra èlc sc levantam têm ti do um norte comum: a primazia do so cial, ainda que diversos sejam os meios
bro a renda, as tentativas de refonna agrária, como a que há pouco se verifi cou no sul da Itália, sob regime demo-
utilizados para atingir a disputada meta. Atribui-se agora à sociedade a tarefa de
tendência. O próprio uso e gôzo da pro
Do Igual forma, ã concepção dc liber-
De par com o individualismo excessi
vo, com o abandono dos interesses ge rais pelo particular, a revolução indus trial, iniciada nos últimos anos do sécu
lo XVIII na Inglaterra e depois conti nuada cm toda a Europa, transformou o fenômeno da produção de forma brus
estabelecer relações orgânicas, isto é,
ca e violenta. Ao mesmo tempo, a li vre concorrência ensejava uma luta im
relações pelas quais cada um dos que contribuem para a subsistência da vida do conjunto possa gozar dc sua parte
piedosa entre os produtores, que termi nava, via de regra, polo csmagamcnto ou pela absorção do mais fraco, com a
conseqüente e progressiva formação de monopólios, cada vez mais poderosos e opressores. Do aparecimento da máqui na resultaram a diminuição de possibili
mesmo do que qualquer outro", conjugando-se a tal princípio o de que "cada indivíduo, agindo no interesse próprio, dades de trabalho e a dispensa em mas é levado, por mão invisível, a atingir sa de operários, com conseqüente au um fim que não estava em suas inten
Estávamos ontem na fase política, ca
racterizada pela subordinação do indi
__
i.'
crata-cristão, são, entre muitas outras,
medidas que caracterizam essa iniludível priedade está sofrendo limitações dita
das pelo bem-estar social e público. Por entre os vários aspectos da evolu ção que se processa, pode ser vislum
brado um têrmo que parece inelutáveh — a coletivização das riquezas. Natural
Tal concepção, entretanto, não impli ca a procura do bem-estar social, com
mente, as transformações sociais se -vão processando através do Estado, organi
negação absoluta do indivíduo, pois, ainda que admitindo a deficiência do
zação jurídica que dá solução aos su cessivos problemas. É êle que, no regi me totalitário, absorve pura e simples mente a produção, e é também êle que,
como indivíduo, "somente o
conjunto dos liomens pode realizar o
C
a interferência estatal. A fixação de sa
nessa \'ida.
homem
mento do desemprego. Chegara-se, ao cabo de anos de ex-
Ao não-inter\'encionismo liberal,
humano", no conceito de Goethe, e a sociedade não pode ser inumana, a sa
nos regimes da democracia social, limi
ta a percepção dos lucros pelas entída-
■iOf
<3cs privadas, ou dôlcs participa median
manidade, na cultura e na vida", isto
te elevada taxação das rendas particula
c liberdade, no concaritr, d«? *rimtnas
res. De fjualqiier forma, o Estado atual
Mann.
tende a recolher cada vez mais o resul
tado da produção, da atividade do ca pital e do trabalho. Hístòricanicnte, a fixação dessa ten dência do mundo moderno verificou-sc
oom a revolução bolehevista de 1917.
Pressentindo a profundidade desse movi mento, nos seus pródromos. Leão XIII, em 1891, na sua famosa encíclica "Ile-
IlL-piitamos a liberdade um valor pe
rene, uma idéia imortal, que não (uivc. Ibece n«-m desvanece com o espirito de uma época, e que pode, portanto, sobre
ambas. A procura da igualdade não ex
de vistas, a questão social, apontandoIhe soluções cristãs. No histórico do
clui a liljcrdade.
ingerência do Estado, no que fosse ne cessário para manter a liarmonia social e o bem-estar comum, coibindo o exces
so dos poderosos e procurando melhorar a condição dos pequenos e fracos. "O que dos governos se requer —
O grande perigo a que pode condu zir o intervencionismo do Estado, se
levado ao extremo, é o da concepção política totalitária, isto é, aquela con cepção em que a idéia política .se con verte em algo absoluto, em uma ditadura
tade do chetc era mais forte do
Direito
era, a.ssim, produto dc uma consciência coletiva, nem mesmo um conjunto dc
asfixiam sua liberdade.
vam em ccnsoniincia com o sentimento
geral de uma dada época.
nunciamento de um homem, valendo
a limitação do político e social à sua
como lei. Êsse desvírtuamento, que tira do Direito sua precípua missão de ser
participação natural e necessária na hu
1»
V .
I'' ■ ■ ■ ■
do, embora, de suas convicções, reco
dade e da igualdade, imprescindíveis
nheçam todos a bra\aira com que as le
t\ existência do Direito e à sobrevivên cia dos valores individuais, criadores do
vou até o túmulo, conservando, na ve
lhice combalida pela doença e pelos so frimentos, a fibra e o destemer que hoje já vão lamentàvelmente faltando, mes
Com a escolha de nosso patrono, de finimos nosso apreço pela cultura, nossa fé no Direito e o respeito que devemos
à vida pública, pois Lafayette Rodrigues
Pereira foi um humanista, um mestre
do Direito e um eminente parlamentar e
político.
Mestre de seu tempo, será
objeto de cogitação, não,apenas de es
o mestre de todos os tempos, pois as obras "O Direito das Cousas", suas
tudantes de Direito, mas da mocídade de nosso tempo, porque todos estamos
"O Direito de Família" e "O Direito
Internacional", entre outras, são monu
no meio de caminhos tão ásperos. Os sentimentos que daqui levamos
dos ao patrimônio cultural do Brasil.
perplexos diante de tantas indagações e
Era o pro
elemento individual e social no humano,
aos que temem se afirmar. Discordan
vai estruturando, os princípios da liber
Todas as considerações que, com abu* so de vossa tolerância, nos temos permi tido fazer, não trazem em si nenhu ma novidade. Nem seriamos nós capaz dc tal comelimento, acima e além de nossas forças. Pretendemos, tão sómentc, desenvolver tema que constitui, pela sua atualidade e absorvente interesse,
não
postulados nascidos da razão o captados através de condutos próprios, que esta
de fidelidade a uma idéia e incentivo
Exmas. sras. e meus senhores:
Entendía-se, num país qne era uma das fontes mais ricas da cultura luimana, que um homem carismático podia encar nar as supremas aspirações de seu povo e dar-lhes forma, exprcssando-as como O
dêste ano. Que sua memória fique como
um e.\emplo e um incentivo. Exemplo
mo nos jovens.
fonna."
irrccorrívcis.
Leônidas de Rezende — nosso home
nageado de honra, dei.\oii-nos em abril
dade de coexistirem, no mundo que se
progresso humano e social.
que as
era o soberano legislador o a mais alta encamação da justiça, podendo pronun ciar sentenças imediatamente cxecutórias, fora dc todo tôxto legal c sem ciualquer
verdades
cm nosos corações.
totalitárias do Direito, pois as conside ramos como negação do próprio Direito. Reafirmamos nossa crença na possibili
Fuhrerpnnz.p , segundo o nual aa vonf von
Uma outra palaxTa, esta de imperecivel saudade, queremos proferir. Dese
a sua razão de ser, desde que não ofe Não concordamos com as concepções
É dos nossos dias a criação do
bos tão dedicados ã nossa turma.
para a liberdade c, pois, o Direito perde rece fórças contra a fôrça.
^ t
tantos anos, e uma referência amiga ao corpo de funcionários, que homenagea mos na pessoa de d. Ignez Fonseca e do nosso bom amigo Moacir Silva, am
jamos reverenciar a memória de um grande amigo de todos cs que hoje se formam; do mestre que, pela bondade, pela dedicação e pela coragem, entrou
N\nn e noutro clima o ar c rarcfcilo
cia, mas também da razão.
total, em que sc sacrifica a parte, o indivíduo, sujeitando-o a restrições que "A acentuação justa e razoável do
da vontade dc um grupo, que empolga o poder em nome da coletividade, dian te do (jual o indivíduo nada significa.
como o concchemos, fruto da experiên
leis, pois fazia lei contra a lei. "O Fuhrer - informa Mareei Cot -
dade pública e particular. Tal é, na realidade, o ofício da prudência civil e o dever peculiar aos que governam."
I
da cultura c dos valores individuais sem
de ordem geral, que consiste na eco tuições; queremos dizer que lhes cabe proceder de forma que da própria or ganização da sociedade, espontaneamen te e sem esforço, decorram a prosperi
clr afirniar-sc c fazer prevalecer sua razão, mesmo contra os poderosos, ou .sobretudo contra êstes, é igual àquele outro "direito" que nasce da imposição
!•
os quais não pode sobreviver o Direito
acentua a encíclica — é um concurso
nomia toda inteira das leis e das insti
o poderoso o cpie llie dá possibilidades
Repudiamos, pois. o totalitarismo como aniquilador da li])erdade, destruidor
^
KCONÕNnCO
uma regra (jue defende o fraco contra
viver ao liberalismo, reafirmando-se na era do sncial, pois, se a liberdade é uma exigência da sociedade, a Igualdade sociai, limitando naturalnieule a liberdado do indivíduo, permite a coexistência do
rum Novarum", estudara, com iargueza cumento, reconhecia a necessidade da
UrCESTO
^^I{ (1
nos impõem, gratamente, agradecimentos •aos professôres, que nos acompanharam
mentos da sabedoria jurídica incorpora O latinista, o crítico literário, o juris
ta, lastrearam o fulgor do parlamentar e deram ao chefe-de-gabinete Lafayette a
■iOf
<3cs privadas, ou dôlcs participa median
manidade, na cultura e na vida", isto
te elevada taxação das rendas particula
c liberdade, no concaritr, d«? *rimtnas
res. De fjualqiier forma, o Estado atual
Mann.
tende a recolher cada vez mais o resul
tado da produção, da atividade do ca pital e do trabalho. Hístòricanicnte, a fixação dessa ten dência do mundo moderno verificou-sc
oom a revolução bolehevista de 1917.
Pressentindo a profundidade desse movi mento, nos seus pródromos. Leão XIII, em 1891, na sua famosa encíclica "Ile-
IlL-piitamos a liberdade um valor pe
rene, uma idéia imortal, que não (uivc. Ibece n«-m desvanece com o espirito de uma época, e que pode, portanto, sobre
ambas. A procura da igualdade não ex
de vistas, a questão social, apontandoIhe soluções cristãs. No histórico do
clui a liljcrdade.
ingerência do Estado, no que fosse ne cessário para manter a liarmonia social e o bem-estar comum, coibindo o exces
so dos poderosos e procurando melhorar a condição dos pequenos e fracos. "O que dos governos se requer —
O grande perigo a que pode condu zir o intervencionismo do Estado, se
levado ao extremo, é o da concepção política totalitária, isto é, aquela con cepção em que a idéia política .se con verte em algo absoluto, em uma ditadura
tade do chetc era mais forte do
Direito
era, a.ssim, produto dc uma consciência coletiva, nem mesmo um conjunto dc
asfixiam sua liberdade.
vam em ccnsoniincia com o sentimento
geral de uma dada época.
nunciamento de um homem, valendo
a limitação do político e social à sua
como lei. Êsse desvírtuamento, que tira do Direito sua precípua missão de ser
participação natural e necessária na hu
1»
V .
I'' ■ ■ ■ ■
do, embora, de suas convicções, reco
dade e da igualdade, imprescindíveis
nheçam todos a bra\aira com que as le
t\ existência do Direito e à sobrevivên cia dos valores individuais, criadores do
vou até o túmulo, conservando, na ve
lhice combalida pela doença e pelos so frimentos, a fibra e o destemer que hoje já vão lamentàvelmente faltando, mes
Com a escolha de nosso patrono, de finimos nosso apreço pela cultura, nossa fé no Direito e o respeito que devemos
à vida pública, pois Lafayette Rodrigues
Pereira foi um humanista, um mestre
do Direito e um eminente parlamentar e
político.
Mestre de seu tempo, será
objeto de cogitação, não,apenas de es
o mestre de todos os tempos, pois as obras "O Direito das Cousas", suas
tudantes de Direito, mas da mocídade de nosso tempo, porque todos estamos
"O Direito de Família" e "O Direito
Internacional", entre outras, são monu
no meio de caminhos tão ásperos. Os sentimentos que daqui levamos
dos ao patrimônio cultural do Brasil.
perplexos diante de tantas indagações e
Era o pro
elemento individual e social no humano,
aos que temem se afirmar. Discordan
vai estruturando, os princípios da liber
Todas as considerações que, com abu* so de vossa tolerância, nos temos permi tido fazer, não trazem em si nenhu ma novidade. Nem seriamos nós capaz dc tal comelimento, acima e além de nossas forças. Pretendemos, tão sómentc, desenvolver tema que constitui, pela sua atualidade e absorvente interesse,
não
postulados nascidos da razão o captados através de condutos próprios, que esta
de fidelidade a uma idéia e incentivo
Exmas. sras. e meus senhores:
Entendía-se, num país qne era uma das fontes mais ricas da cultura luimana, que um homem carismático podia encar nar as supremas aspirações de seu povo e dar-lhes forma, exprcssando-as como O
dêste ano. Que sua memória fique como
um e.\emplo e um incentivo. Exemplo
mo nos jovens.
fonna."
irrccorrívcis.
Leônidas de Rezende — nosso home
nageado de honra, dei.\oii-nos em abril
dade de coexistirem, no mundo que se
progresso humano e social.
que as
era o soberano legislador o a mais alta encamação da justiça, podendo pronun ciar sentenças imediatamente cxecutórias, fora dc todo tôxto legal c sem ciualquer
verdades
cm nosos corações.
totalitárias do Direito, pois as conside ramos como negação do próprio Direito. Reafirmamos nossa crença na possibili
Fuhrerpnnz.p , segundo o nual aa vonf von
Uma outra palaxTa, esta de imperecivel saudade, queremos proferir. Dese
a sua razão de ser, desde que não ofe Não concordamos com as concepções
É dos nossos dias a criação do
bos tão dedicados ã nossa turma.
para a liberdade c, pois, o Direito perde rece fórças contra a fôrça.
^ t
tantos anos, e uma referência amiga ao corpo de funcionários, que homenagea mos na pessoa de d. Ignez Fonseca e do nosso bom amigo Moacir Silva, am
jamos reverenciar a memória de um grande amigo de todos cs que hoje se formam; do mestre que, pela bondade, pela dedicação e pela coragem, entrou
N\nn e noutro clima o ar c rarcfcilo
cia, mas também da razão.
total, em que sc sacrifica a parte, o indivíduo, sujeitando-o a restrições que "A acentuação justa e razoável do
da vontade dc um grupo, que empolga o poder em nome da coletividade, dian te do (jual o indivíduo nada significa.
como o concchemos, fruto da experiên
leis, pois fazia lei contra a lei. "O Fuhrer - informa Mareei Cot -
dade pública e particular. Tal é, na realidade, o ofício da prudência civil e o dever peculiar aos que governam."
I
da cultura c dos valores individuais sem
de ordem geral, que consiste na eco tuições; queremos dizer que lhes cabe proceder de forma que da própria or ganização da sociedade, espontaneamen te e sem esforço, decorram a prosperi
clr afirniar-sc c fazer prevalecer sua razão, mesmo contra os poderosos, ou .sobretudo contra êstes, é igual àquele outro "direito" que nasce da imposição
!•
os quais não pode sobreviver o Direito
acentua a encíclica — é um concurso
nomia toda inteira das leis e das insti
o poderoso o cpie llie dá possibilidades
Repudiamos, pois. o totalitarismo como aniquilador da li])erdade, destruidor
^
KCONÕNnCO
uma regra (jue defende o fraco contra
viver ao liberalismo, reafirmando-se na era do sncial, pois, se a liberdade é uma exigência da sociedade, a Igualdade sociai, limitando naturalnieule a liberdado do indivíduo, permite a coexistência do
rum Novarum", estudara, com iargueza cumento, reconhecia a necessidade da
UrCESTO
^^I{ (1
nos impõem, gratamente, agradecimentos •aos professôres, que nos acompanharam
mentos da sabedoria jurídica incorpora O latinista, o crítico literário, o juris
ta, lastrearam o fulgor do parlamentar e deram ao chefe-de-gabinete Lafayette a
Dicesto Econômico
aulorídacle dos homens que tôm a ação esclarecida pela inteligência e pela cul tura.
UM CURSO EM DOIS VOLUMES
la>Ta "bacharel" não ocorra a lembran
ça de um sinônimo deprecíativr). Terão prcsenf(rs as deficiêneias com íjiic a
Luís DA Camara Cascudo
maioria dos j(>\'ens ingressa nas Faculda
Escolhemos como paraninfo o egrégio
des superior«'s e, sem perch-r a grande
professor Homero Pires, que, no princí pio do curso, através de ensinamentos claros c capazes de conduzir as inteligên
tres, se recor<larar) dos fjne, por suas omissoi-s. hajam coneorridí) para o nosso
cias, desvendou-nos os mistérios do Di reito, cujos primeiros contactos são ár
duos e penosos. Gozamos do privilégio de receber como última lição da Eacul-
dade a palavra sábia de quem se nos
impôs pela dedicação, pela cultura e pela clarividência. Ê um mestre e um amigo.
As lições dc ecotwmia circulotóría c dc ccoiiotnia rcparlitiva, dadas na cáte dra íla l'acnldade Nacional de Ciências
admiração por mestres abaIiz;Ml«»s e ilus
Ecnnúinieas da Universidade do Brasil, rennrin o cnrso inteiro na e.specialidade.
despreparo. •Mas. cm resumo, como sinteSí* de nos
O professor Aide Sampaio é um cxi>o-
sos senliinentos e dc nossas n-cortiações, ficará a lembrança amá\<-l de um bom
silt»r magnífico c os temas mais controv<Tticlos pela multidão dos elementos, mais escuros pela densidade do objeto, mais difíceis pela snlilc/ai o variedade
convívio; th- desilusões e du anseios
partilhados; de umu fê e mna esperança cpic desejamos minea nos ahandoin-m. E a própria vida será isso: — uma so
da composição, iluminam-se numa lin
guagem clara e hábil, pela precisão e segurançu xocabular, jx;la extensão do
ma de cousas boas e de cousas más,
estas para serem lembradas quando Meus caros colegas:
Estamos prestes a ouvir de nosso pa raninfo a última lição que a Faculdade nos dá. Levamos daqui gratas recorda ções e uma experiência que será útil a muitos daqueles que se dedicarão à vida
pública. Poderão, com conhecimento próprio e lembrando-se das nossas con versas, das nossas decepções e dos nos sos entusiasmos, concorrer para o apri moramento indispensável do curso jurí dico em nosso país. Certo, quererão, como hoje todos desejamos, que à pa-
eonlieeimento que facilita a rapidez du citação e a amplitude dos confrontos.
cumprir corrigir erros e retificar rumos, aquelas para dar-nos o encanto de viver.
Os dois volumes trazem o curso e tam
Partimos, pois, certos de (|ue o mundo de nossos dias e um mundo difícil, cm
bém o entendimento do material coleantt; c áspero da Economia. Homem
que os valores morais estão sendo fre
do seu tempo, humanista, o professor Aldc Sampaio articula a Economia, ciên
qüentemente postergados. .Mas conti nuamos a crer nêles, confiamos nêles e
no seu triunfo, a despeito de tudo.
cia eminentemente luimana, característi
Acreditamos que sôlire eles é que de
minou com os seus processos de acomo
ca e congênita ao homem que a deter
dação em sociedade, ás atividades inte
vemos construir a nossa nacionalidade.
Esperamos que forças não nos falta rão para sermos fiéis aos ideais que aqui, proclamamos e que serão o norte de
lectuais num plano siste mático c di.sciplinar, .so
ciologia, antropologia cul
nossa vida.
tural
finança, história,
filosofia, inalcmáticu, po lítica.
Todo ambiente econô mico á uma formação so
[í .rr-
Como o homem,
cou os ritmos da liomena-
gcni cjue devia prestar a
& ■ :■ • V-
b. '
cial
criado por Deus, modifi
•1- .:
Divindade, estabelecen do lima interdependência, a Economia, criada pelo homem, modifica-o, dan do-lhe limites e áreas à
sua atividade.
O Professor Alde Sam
paio, sociólogo, inicia sua aula, uma ver
dadeira Aula Regia, com a Sociedade como Ambiente Econômico, aula que
abriria cursos
gerais em Salamanca,
Coimbra, O.xford ou Harvard. Certo con tinua a e\ocar e fi.xar, com documenta
ção enidita em que a lógica é a melhor peça dc convicção, a marcha ascenden te da Economia em relação ao desenvohimcnto do esforço humano em gru
po. É a troca, o intercâmbio que faz nascer o Valor e anuncia a Moeda e
com ela a avaliação natural dos Preços no curso econômico. Comércio interior
(com as páginas magníficas sôbrc Renda
c Crédito). Fenômenos Monetíirios, com
as aulas ótimas sôbrc Circulação, Políti ca Monetária, com os fenômenos do cur so, Comércio Intcniacional com a e.vposição de todos os aspectos, até uma e.\ce-
lentc monografia sobre Câmbio. No 11.*^ tòrao, o prol Alde Sampaio estuda a
Repartição da Renda Social, renda, ré ditos, distribuição, críti
cas, escolas.
Uma das
secções magníficas, aque
la em que o Professor é crítico irrespondível é a
Interferência (Io -poder
político na repartição das^ rendas, ou ainda o exa me da Economia Dirigi
da, a orientação total do Estado na produção e circulação de riquezas. Estuda, comparativamen
te, credenciado por am
plo lastro de informação, as economias democrático-liberalistas e a econo-
Dicesto Econômico
aulorídacle dos homens que tôm a ação esclarecida pela inteligência e pela cul tura.
UM CURSO EM DOIS VOLUMES
la>Ta "bacharel" não ocorra a lembran
ça de um sinônimo deprecíativr). Terão prcsenf(rs as deficiêneias com íjiic a
Luís DA Camara Cascudo
maioria dos j(>\'ens ingressa nas Faculda
Escolhemos como paraninfo o egrégio
des superior«'s e, sem perch-r a grande
professor Homero Pires, que, no princí pio do curso, através de ensinamentos claros c capazes de conduzir as inteligên
tres, se recor<larar) dos fjne, por suas omissoi-s. hajam coneorridí) para o nosso
cias, desvendou-nos os mistérios do Di reito, cujos primeiros contactos são ár
duos e penosos. Gozamos do privilégio de receber como última lição da Eacul-
dade a palavra sábia de quem se nos
impôs pela dedicação, pela cultura e pela clarividência. Ê um mestre e um amigo.
As lições dc ecotwmia circulotóría c dc ccoiiotnia rcparlitiva, dadas na cáte dra íla l'acnldade Nacional de Ciências
admiração por mestres abaIiz;Ml«»s e ilus
Ecnnúinieas da Universidade do Brasil, rennrin o cnrso inteiro na e.specialidade.
despreparo. •Mas. cm resumo, como sinteSí* de nos
O professor Aide Sampaio é um cxi>o-
sos senliinentos e dc nossas n-cortiações, ficará a lembrança amá\<-l de um bom
silt»r magnífico c os temas mais controv<Tticlos pela multidão dos elementos, mais escuros pela densidade do objeto, mais difíceis pela snlilc/ai o variedade
convívio; th- desilusões e du anseios
partilhados; de umu fê e mna esperança cpic desejamos minea nos ahandoin-m. E a própria vida será isso: — uma so
da composição, iluminam-se numa lin
guagem clara e hábil, pela precisão e segurançu xocabular, jx;la extensão do
ma de cousas boas e de cousas más,
estas para serem lembradas quando Meus caros colegas:
Estamos prestes a ouvir de nosso pa raninfo a última lição que a Faculdade nos dá. Levamos daqui gratas recorda ções e uma experiência que será útil a muitos daqueles que se dedicarão à vida
pública. Poderão, com conhecimento próprio e lembrando-se das nossas con versas, das nossas decepções e dos nos sos entusiasmos, concorrer para o apri moramento indispensável do curso jurí dico em nosso país. Certo, quererão, como hoje todos desejamos, que à pa-
eonlieeimento que facilita a rapidez du citação e a amplitude dos confrontos.
cumprir corrigir erros e retificar rumos, aquelas para dar-nos o encanto de viver.
Os dois volumes trazem o curso e tam
Partimos, pois, certos de (|ue o mundo de nossos dias e um mundo difícil, cm
bém o entendimento do material coleantt; c áspero da Economia. Homem
que os valores morais estão sendo fre
do seu tempo, humanista, o professor Aldc Sampaio articula a Economia, ciên
qüentemente postergados. .Mas conti nuamos a crer nêles, confiamos nêles e
no seu triunfo, a despeito de tudo.
cia eminentemente luimana, característi
Acreditamos que sôlire eles é que de
minou com os seus processos de acomo
ca e congênita ao homem que a deter
dação em sociedade, ás atividades inte
vemos construir a nossa nacionalidade.
Esperamos que forças não nos falta rão para sermos fiéis aos ideais que aqui, proclamamos e que serão o norte de
lectuais num plano siste mático c di.sciplinar, .so
ciologia, antropologia cul
nossa vida.
tural
finança, história,
filosofia, inalcmáticu, po lítica.
Todo ambiente econô mico á uma formação so
[í .rr-
Como o homem,
cou os ritmos da liomena-
gcni cjue devia prestar a
& ■ :■ • V-
b. '
cial
criado por Deus, modifi
•1- .:
Divindade, estabelecen do lima interdependência, a Economia, criada pelo homem, modifica-o, dan do-lhe limites e áreas à
sua atividade.
O Professor Alde Sam
paio, sociólogo, inicia sua aula, uma ver
dadeira Aula Regia, com a Sociedade como Ambiente Econômico, aula que
abriria cursos
gerais em Salamanca,
Coimbra, O.xford ou Harvard. Certo con tinua a e\ocar e fi.xar, com documenta
ção enidita em que a lógica é a melhor peça dc convicção, a marcha ascenden te da Economia em relação ao desenvohimcnto do esforço humano em gru
po. É a troca, o intercâmbio que faz nascer o Valor e anuncia a Moeda e
com ela a avaliação natural dos Preços no curso econômico. Comércio interior
(com as páginas magníficas sôbrc Renda
c Crédito). Fenômenos Monetíirios, com
as aulas ótimas sôbrc Circulação, Políti ca Monetária, com os fenômenos do cur so, Comércio Intcniacional com a e.vposição de todos os aspectos, até uma e.\ce-
lentc monografia sobre Câmbio. No 11.*^ tòrao, o prol Alde Sampaio estuda a
Repartição da Renda Social, renda, ré ditos, distribuição, críti
cas, escolas.
Uma das
secções magníficas, aque
la em que o Professor é crítico irrespondível é a
Interferência (Io -poder
político na repartição das^ rendas, ou ainda o exa me da Economia Dirigi
da, a orientação total do Estado na produção e circulação de riquezas. Estuda, comparativamen
te, credenciado por am
plo lastro de informação, as economias democrático-liberalistas e a econo-
UICKSTO
mia. da Rússia Soviética. Desde a hie
rarquia econômica, remuncravão dos agentes de produ<,-ão, juros, renda da ter ra, salários, reparti(,ão patrimonial, até a questão suprema do enriquecimento so
cial c da acumulação das riquezas, fina
tCONOXnCO
Na bibliografia das ciências cconónjjcas, o livro do prof. Alde Sampaio será indispensável, fonte natural de eonsulla, de reavivamento e de infonnação. Ê un) livro de técnico mas sem que a for
Banco
Mercantil Paulo S. A.
Endereço Telegráfico: "MERCAPAULO"
lidade instintiva do homem, iniciada com
ma SC mecanizasse e o vocalmiário so
CAPITAL Cr$ 75 000 000,00 — RESERVAS Cr$ 52 500 000,00
a primeira reser\'a de utilidades num re
canto da caverna, o prof. Aidc Sampaio
fresse a glaeificação caledrática. Os dois tomos positivam nm curso integral
Correspondentes nas principais praças do pais e do exterior
realiza, ainda neste setor, outro curso
de Economia, na amplitude univcrsalis-
universitário com a clareza, agilidade c
ta, mas sentimos no professor o encan
precisão de um "Short Curse".
to do timbre brasileiro...
OPERAÇÕES BANCÁRIAS EM GERAL Depósitos a prazo tixo e de prévio aviso Depósitos em Contas Correntes de movimento.
Cofres particulares de aluguel na CASA FORTE. MATRIZ — SÃO PAULO PRÉDIO
G A ST Ã O
VIDIGA L
(Fundador)
Rua Álvares Penteado, 165 Caixa Postal 4077 — Telefone 6-6391 F I L I A I S
CAMPINAS
RIO DE JANEIRO
Edifício "Banco Mercantil d© São Paulo" Avenida Rio Branco, 81 Caixa Postal 1579
Rua Barão de Jaguara, 1251 Caixa PostaL 347
Telefones: 2560, 3781 © 3792
Telefone 43-7772 SANTOS
CURITIBA
Rua 15 de Novembro, 132
Rua Dr. Muricy, 653
Caixa Postal 570
Caixa Postal 443
Telefone 2-7271
Telefones 4064 e 4427 AGÊNCIAS
URBANAS: São Paulo: Arouche, Belém, Bom Retiro, Brás, Mer
cado, Moóca, Penha, Pinheiros, Santana, Santo Amaro, Vila Pruden te, 24 de Maio e 25 de Março. Rio de Janeiro: Castélo, Sao Orisiovão, Regente Feijó.
AGÊNCIAS: Águas da Prata, Americana Apucarana Arapongas Araras, Atibaia, Bariri, Baurú, Bernardino de Campos, Borborema, Cambará, Campos de Jordão, Capivari, Chavantes, Cornélio Pro-
cópio, Garça, Guararápes, Guaratinguetá, Guaxupé, Ibitinga, In-
'êxp
daiatuba, Itajobi, Itapéva, Itararé, Itú, Leme, Limeira, Lins, Lon
drina, Lorena, Marilia, Maringá, Mirassol, Mogi das Cruzes, MogiGuaçú, Novo Horizonte, Olímpia, Ourinhos, Palmital, Pindamonhan-
gaba, Piracicaba, Pirajuí, Piratininga, Porto Feliz, Quintana, Ribei rão Preto, Rio (íllaro. Salto, Santa Bárbara d'Oste, Santa Cruz do Rio Pardo, Santo André, São Caetano do Sul, S. João da Boa Vista, Sertãozinho, Sorocaba, Vera Cruz. ''
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mia. da Rússia Soviética. Desde a hie
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SEGURANÇA INDUSTRIAL
AÇÚCAR
— ALGO O L
COMPANHIA nacional D E SEGUROS Fundaaa em 1919 CAPITAL REALIZADO: CrS 4.000.000,00
Segxíros: Incêndio, Acidentes do Trabalho, Acidentes Pessoais Ferrovjanos, Rodoviários, Marítimos. Aeronáuticos, Auto >
móveis, Roubo e Responsabilidade Civil. Reservas Estatutárias e Extraordinária ate 31-12-50-
Companhia Usina Vassununga
CrS 45.371.304,40 Sinistro.s pafios até .'U-PônCrS 318.129.682,30 "' Presidente ANTONIO PRADO JÚNIOR
SOCIEDADE ANÔNIMA
Matriz no Rio de Janeiro: Avenida Rio Branco, 137 Edifício Guinle — End. Telegr.: "SECURITAS"
Escritório Central: R. DR. FALCÃO FILHO, 56 10.o andar — salas 1053/5/61
Sucursal em São Paulo: Rua Boa Vista, 245 — 5.o andar Prédio Pirapiíin^i — Telefones: 32-3161 a 32-3185 MAIOR
J. J. ROOS — Gerente Geral GARANTIA EM
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SEGUROS
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IMPORTAÇÃO — AGÊNCIA DE VAPORES
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Impe rtadora
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rros' rni Geral CHAPAS - TUBOS - ARA MES - AÇOS - EIXOS - VIGAS "U" o "T"
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CIA. SID. NACIONAL (VOLTA REDONDA) CIA. SIDERÚRGICA BELGO-MINEIRA R. Cap, FausJino Lima, 292 Telefones: 2-8731 - 2-9892
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rja. de Automóveis Alexandre ücrnstein SÃO
Escritório, vendas e secção de peças
RUA CAP. FAUSTINO LIMA, 105 Telefones:
Escritório e vendas . . . 2-8738
Secção de peças
2-4564
e um reposiióno precioso de informações guardadas sob sigilo
absoluto e confiadas exclusiva e diretamente aos interessados.
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RUA CLAUDINO PINTO. 55 Telefone:
2-8740
CAIXA POSTAL, 2840 — SÃO PAULO —
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Esta revista é publicada jnensalmenie pela Editôra Comercial Ltda., sob os auspícios da Asso ciação Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
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