DIGESTO ECONÔMICO, número 79, junho 1951

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DIGESTO

ECONOMICO

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Preciso nas informações, sóbrio e objetivo nos comentários, cômodo e elegante na apresenta

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ção, o Dicesto Econômico, dando aos seus

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leitores um panorama mensal do mundo dos negócios, circula numa classe de alto poder aquisitivo e elevado padrão de vida. Por essa. razões, os anúncios inseridos no Dicesto Eco

Pág. A divida flutuaxito — Richaid Lcwinsohii Perda do substância no comércio exterior do Brasil — Moacyr Paixão

Os princípios da Justiça Fiscal — José Luiz de Almeida Nogueira Pôrto O professor Universitário e a formação cristã das novas gerações — Luiz Cintra do Prado

O professor Honry Laufenburgcr: um financista desta época — Aliomar Baleeiro Direito individual o Direito Corporativo — J. P. Galvâo de Sousa Inflação nos países subdesenvolvidos — Roberto Pinto do Sousa

nômico são lidos, invariàvelmente, por um pro

Trustes o Cartéis na Economia Mundial — Geraldo O. Banaskiwitz

vável compradoT.

Xlpitácio Pessoa — Américo jacobina Lacombe

Silvio Romero. lidador o companheiro — Hermes Lima O exemplo de Epitácio Pessoa — Afonso Pena Júnior

Esta revista é publicada mensalmente pela Editôra Comercial Ltda., sob os auspícios da Assoriação Comercial de São Paulo e da Federação do Comércio do Èstado de São Paulo.

Epitácio Pessoa e o culto à Bandeira — Antônio Gontijo de Carvalho O problema doa solos ácidos — José Setzer

A ciência econômica o os objetivos humanos — Djacir Menezes Importância econômica e social da estrutura etária da população — Genésio Ramos Gastão da Cunha e Francisco Sales — Daniel de Carvalho O conirôie do Comércio Exterior — Jaime M. de Sá Brasilidade e civismo — Antônio Gontijo de Carvalho Calógeras e a politica econômica do café — Alcides Lins

'

A recuperação do humano — Cândido Mota Filho Novos Planos III) — Nelson Werneck Sodre Custo do vida e custo de produção — J. Testa

A habitabilidade dos trópicos — Pimcntel Gomes

EDITORA

COMERCIAL

LIMITADA

RUA BOA VXSTA, 51, t.O ANDAR ^ TEL. 5-UU — RAMAL 19 — SAO PAULO

I N.o 79

, í',

JUNHO DE 1951

ANO VII


o DIGESTO ECONÔMICO

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ESTA A VEKDA

nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de Cr$ Ü.OO. Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer encomenrJa, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 50,00 anuais.

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PRODUTOS PARA AMACIAMENTO DESENGORDURAMENTO — TINGIMENTO

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acabamento, ETC. Agente geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA

Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar Rio de Janeiro

Alagoas: ?«lanoel Espíndola, Praça Pe dro n. 4fl, Maceió.

Aznaaonaf: Agência Freitas, Rua Joa quim Sarmento, 29, Manaus.

Bahia;

Alfredo J. de Souza Sc Cia.,

R. Saldanha da Gama. 6, Salvador.

NAPHTANILIDS — BASES —

Porn:iá: J. Ghlagnone, Rua 15 de No-

vcuibro. 423. Curitiba. Pemambuco;

Fernando

RONAGENES — HIDROSSLLFITOS Chtnaglla,

Rua do Imperador, 221, 3.o andar, Itoclfe.

Piauí: Cláudio M. Tote, Tercsina.

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Ceará: J. Alaor de Albuquerque Cí Cia. Praça do Ferreira. 621, Fortaleza.

Eiplrllo Santo: Viuva Copolllo Sc FiIho.s, Rua Jerônimo Monteiro. 361, Vitória.

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Goiânia.

Livraria Universal, Rua

JoSo Lisboa, 114, SQo Luiz. Maio Groaso: Carvalho. Pinheiro & Cia-, Pça. da República. 20. Cuiabá. Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso. Avenida dos Andradas. 330, Bolo Horizonte.

Av. Presidente Vargas, 502, 19.o Rio Granão do Norle: Luís RomSo,

CORANTES AO CROMO E "INDIGOSOIS" PARA TINTURARIA E ESTAMPARIA

Rio Grsndo do Sul: Sômente para Por

to Alegre: Octavlo Sagebln, Rua 7 de Setembro, 789, Porto Alegre. Para locais fora do Pórto Alegre: Fernando Chinaglia, R. de Janeiro.

Santa Catarina: Pedro Xavier Se Cia., Rua Felipe Schmldt, 8. Florlanóp. São Paulo: A Tnlclectual, Ltda.. Via

duto Santa Efigênia, 281, S. Paulo.

Pará: Albano H. Martins Se Cia., Tra vessa Campos Sales, 85/89. Belóm

Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua

Paraiba: Loja das Revistas, Rua Ba

Torrilório do Acre: Dlôgenes de Oli

rão do Triunfo. 510-A, JoSo Pessoa,

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Avenida Tavares Lha. 40, Natal.

Goiás: João Manaríno. Rua Setenta A.

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P.io de Janeiro: Fernando Chinaglia,

REPRESENTAÇÕES PARA O BRASIL

João Pessoa, 137, Aracaju.

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veira. Rio Branco.

Rua cons. SÍUÍ.-.IVA.

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Dr. SIGfl aconselha:

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Endereço telegráfico: BANESPA 65 Agências no interior do Estado; uma no Rio de Janeiro, uma em Campo Grande (Estado dc Mato Grosso) c outra em Uberlândia (Estado dc Minas Gerais)

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carlas em caixas, carteiras, esiojos e blocos — Papéis e Cartões de todas as classes — Papéis almaço — Cadernos e Brochuras Es

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SERRARIA JAGUARÉ — Pres. Altino — Est. de São Paulo

fias — Etiquetas Gomadas e "Campeão" — Convites, Faturas, No SERRARIA PARAGUAÇU — Paraguaçu Paulista — Esl. de São Paulo SERRARIA FLORESTA — Holandia — Esl. do Paraná

tas, Memoranda Gomadas e todos os demais artigos para Tipo grafias e Papelarias — Sorfimenlo, sempre renovado, de objetos para Escritórios e escolares — Fabricantes dos Conhecidos e

SERRARIA STA. GUILHERMINA — Arapongas — Esl. do Paraná Escritório

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central

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Sede: São Paulo — RUA PIRATININGA, 169 Filial: Rio de Janeiro — RUA PEDRO I, 33

Tel. 33-4188 (rêde interna) Endereço telegzafico:

Tel.: 33-21-41 Tel.: 22-2122

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A DÍVIDA FLUTUANTE |

Dllimu ECO.\Ú)!ICO • Muiioo m iisocm »■ riiitiu kbíi

RTCHARD LEtVlNSGIIN

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PublKodo tob ot mu§piei9i do

Tono o mundo sabe que o Govèrno gnlarmente eram divulgados dados sôbre

(SSOCI&ClO COMERCIALDE SlO PAUII

lò dmal cobria, nos últimos anos,

EEDERlClO DO COMERCIO 00

seu dúfieit orçamentário mediante emis-

sup«rintendent®: Diretor:

o Dige^to Econômico publicará no próximo número:

Antonio Gonlijo de Carvalho

ELOGIO DO LIVRO - Allino Arantes. O Digeslo Econômico. órgSo de in formações econômicas e financei

ras. é publicado mensalmente pela Editora Comercial Ltda

OS ÍNDICES DE ALIMENTAÇÃO NA | PREVENÇÃO

E

SOLUÇÃO

DE

PROBLEMAS SOCIAIS - J. N. Padireção

nao se

As pu-

t,i tçeiiieo poróm, esta fúrmnia não é União eram mm to incompletos e as in

Marlim Afíonso Xavier da Silveira

A

e sua origem ficavam obscuras

são d., papel-moeda. Do ponto de vis- blicaçõcs a respeito nos Balanços da

ESIADO DE SlQ PAULO

1Dlr<»lnr

o total deijsa divida, e sua composição

responsabiliza

ternostro.

pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi nados.

NOVOS

PLANOS

-

(IV)

-

exata. O To.mnro Nacional não utili.a diretamente as omissões feitas por èle

dicaçoes nos balancetes do Banco do Brasil permitiam apenas fazer >dé.a

cródito. Grande parte dos empréstimos

bito total do Go\emo.

vèrno ainda dispõe de várias outras fon-

Presidente da República ao Congresso,

a curto prazo constitui a dívida flu-

ria para o exercício de 1952, esclarece

para seus próprios fins. A cobertura do apro.ximada das operações de Çred'to do dúfieit efiia-sc mediante operações de Baneo eom o Tesouro, mas nao do deé tomada no Baneo do Brasil, mas o Co-

tcs de crédito.

O total destes créditos

tuante.

Pela primeira vez, a Mensagem do

que acompanha a Proposta Orçamentaimportante capítulo das

finanças

Até hã ponco, n divida n.Uuante em PyBlicas Segundo (5sse_ " considerada quase como um segrí-do de divida flutuante da Uniao acusou, desEstado. Só cm longos intervalos e irre- de 1945, a seguinte evolução .

Nelson Fim (Io ano

Werncck Sodrc.

Na transcrição de artigos pedc-se citar o nome do Digeslo Econômico.

1945

1946

O PROCESSO DE INDUSTRIALIZA

19"^

ÇÃO DOS PAÍSES AGRÍCOLAS -

S

Djacir Menezes.

9

Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.

1950

A ESCLEROSE FERROVIÁRIA - Aldo M. Azevedo.

ASSINATURAS: Digeslo Econômico

Ano fsimples) (registrado)

CrS 50.00 CrS 58,00

Número do mês

CrS

5,00

Atrasado:

CrÇ

8,00

Redação e Administração: Rua Boa Vista, 51 — 7.o andar Tel. 33-7493 — Caixa Pcslal, 240-B São Paulo

•.

O ritmo da evolução é, à primeira vis-

ta, surpreendente. De 1945 a 1950, a

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■ -U

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f

14 849

Encampações da dívida flutuante 'Á' « •

f c oltrrí

dívida flutuante aumentou apenas de 3 201 milhões de cruzeiros, enquanto

A aparente discrepância destes algarismos explica-se em grande parte pelas

Uniko totalizou 9.277 milhões, e o meio circulantc subiu de 13.672 milhões de cruzeiros. A divergência é particularmentc manifesta para o ano de 1946,

tuadas em 1946 e 1947. A divida flütuante pode ser liquidada de diversas maneiras. A mais desejável, mas também a mais rara, é o resgate mediante

que no mesmo período, o déficit da

que dcLxou à União um déficit de 2.633 milhões, ao passo que a dívida flutuante diminuiu de 3.968 milhões. .

vi..

Jí .W-

encampações da dívida flutuante, efe-

recursos próprios do Tesouro. Foi o que aconteceu em 1947, quando o exercicio financeiro ficou encerrado com um


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A DÍVIDA FLUTUANTE |

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e sua origem ficavam obscuras

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1945

1946

O PROCESSO DE INDUSTRIALIZA

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9

Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.

1950

A ESCLEROSE FERROVIÁRIA - Aldo M. Azevedo.

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O ritmo da evolução é, à primeira vis-

ta, surpreendente. De 1945 a 1950, a

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Encampações da dívida flutuante 'Á' « •

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dívida flutuante aumentou apenas de 3 201 milhões de cruzeiros, enquanto

A aparente discrepância destes algarismos explica-se em grande parte pelas

Uniko totalizou 9.277 milhões, e o meio circulantc subiu de 13.672 milhões de cruzeiros. A divergência é particularmentc manifesta para o ano de 1946,

tuadas em 1946 e 1947. A divida flütuante pode ser liquidada de diversas maneiras. A mais desejável, mas também a mais rara, é o resgate mediante

que no mesmo período, o déficit da

que dcLxou à União um déficit de 2.633 milhões, ao passo que a dívida flutuante diminuiu de 3.968 milhões. .

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recursos próprios do Tesouro. Foi o que aconteceu em 1947, quando o exercicio financeiro ficou encerrado com um


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superávit" dc 460 milhões de cr\izci-

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através da Carteira de Heclescontos. Sc

forma clássica de liquidação, consiste na coniolidação da dívida flutuante, por

o Ttr.souro necessita dcí trí''(lilos que ulIrapassam as clis|X)iubilídadcs do Banco

An-

Dioesto

emissões de papcl-moeda cfctuou-se

Outro processo, por assim dizer a

emissão dc títulos a longo prazo,

EcoNÔNnco

vida flutuante resulta, ás vezes, de des

pesas extraorçamentárias do Tesouro, mas. considerando as encampações, as Nariações da cli\ida flutuante corrcspon-

do Brasil, o Banco rcdcsc-onla títulos co

tes da guerra o ainda durante a segunda gueira mundial, ésse método/ol frequcntemente aplicado. As últimas maiores operações desse gênero foram realizadas

nuTciais ou letras do Tesouro na Car loira de Hcxlesconlos. c a Carteira, por sua parte, dirige-se ao Tesouro requisitando emissões cio moeda. Dêssc- pro-

<lem, gro.v.so modo. aos saldos positivos e negati\()s da execução orçamentária.

rios das Obrigações de Guerra foram trocados cm títulos definitivos. Em virtude dessa operação, a dívida interna consolidada aumentou de 2.019 milhões de cruzeiros, ao passo cjue a dívida flutuante diminuiu do mesmo montante.

triangidar: o 'H-^ourn torna-se devedor Banco, o Banco devedor da Carteira, ^ Cartc-ira cleveclora do Tí-souro. para ^ mesmo montante. A encampação é a amdação sinuiltàn«-a dessas três dívidas, ^ única coisa que? resta c; o papcl-mocxla

n." 16 autorizou o Go\'êrna a encampar

Entretanto, só essa operação não explica a divergência entre o déficit

f'"i'ddo, c isso c- o iiouto fraco dessa operação, ccrtamcuitc liábil sob o aspecto

em 1946, quando os certificados provisó-

[4.

DicESTO Econômico

mcntário e a diminuição Mm„ltãner!íã dmda flutuante.

A forte redução d

dívida flutuante resultou sobretudo de

uma terceira forma dc liciuid ição a cha mada encampação monetária" Fsh"

forma é possível scãmentc em países sem

banco central e nos ciuais n nrónr-

cesso complicado resulta uma

.

dí\ida

A maior par

te foi creditada ao Tesouro, para com

pra de ouro ou operações cni divisas. De fato, o Go\uino aplicou êssc depósito, arlifieialmente criado, nos anos seguin

diversas transações cm divi•sas. A aquisição da São

fevereiro dc 1946, o procc.sso rcpc^

^ reduzir dcs.sa maneira a divida flu-

quole ano, obtomos os seguintes resul-

Diminuição

3.96S

Como se vê, o aumento da dívida in-

tica ao montante do déficit orçainentá-

tema consolidada e flutuante — elimi-

rio. Nem em todos o.s anos a concordàn-

nando a encampação — foi quase idên-

cia é tão perfeita, pois o aumento da dí-

A situação era diferente no que diz

respeito à contribuição ao Fundo, pagávcl cm cruzeiros. Tratava-se do equi valente dc 112,5 milhões de dólares, ou

soja, cêrca de 2 bilhões de cruzeiros.

O Govêmo,

mo no Banco do Brasil,

o

O impacto dêsse emprés interno foi nulo, pois a operação ficou,

por enquanto, meramente contábil. O

Fundo não precisava dêsse dinheiro e deixou-o como reserva no Brasil. Nas contas do Banco do Brasil, a operação refletiu-se da maneira seguinte: o em

préstimo concedido ao Tesouro figurou no ativo do Banco como "conta gráfica , e achou-se contrabalançando no passivo

numa conta da

Superintendência da

Moeda e do Crédito, em favor do Fun do Monetário. Não obstante, o emprésti mo do Tesouro determinou uni aumen

te a dívida flutuante nos anos seguintes.

to da dívida flutuante de 2.081 milhões,

Dois bilhões para o Fundo Monetário

ção, em todos os balanços e balancetes

A esta última categoria pertence so .. Uv í

campação .

timo no mercado do crédito

grandes pagamentos foram adiados — pagamentos que carregaram pesadamen

k

cruzeiros oriundo da compra de ouro ja

esta\ a liquidado pelas operações de en

de 1949.

dc cruzeiros. É de salientar, porém, que, simultaneamente, a dívida consolidada

2.651 2.633

proprietário do ouro, e seu débito em

vêrno podia assim realizar despesas extraordinárias que,

aumentou de 457 milhões e que vários Aumento da dívida interna Déficit do exercício

na dívida flutuante, pois o Tesouro era

curso, hoje esgotado. O Go

Em conseqüência dessas duas encam pações, e graças ao equilíbrio orçamen tário, a dívida flutuante atingiu, em fins de 1948, o nível mais baixo do apósguerra, com um total de 5.297 milhões

2.019

O pagamento em

ouro foi efetuado logo depois da çâo oficial da taxa cambial (julho do 1948). Èsse pagamento não repercutiu

que foi feito em princípios

tuante.

632

em moeda nacional.

petróleo e dc locomotivas, foram custeadas com esse re

provocado um aumento da dívida flu 4.600

dc dólares em ouro e os restantes 75 %

petroleiros, dc refinarias de

sem a existência dêsse recurso, teriam

Milhões de cruzeiros

pagar 25 % dc sua cota dc 150 milhões

não dispondo dessa impor tância, dexia providenciar a mesma por um emprésti

Paulo Uailway, a compra de

V rT

Encampação

Dívida consolidada Aumento

souro no Banco do Brasil.

utȒ'^-udo para reduzir a divida flutuante,

tados :

Aumento (sem encampação)

uliliz.ados para reduzir o débito do Te

durante a guerra, esse método foi

maioria e, nos últimos anos, a totalidade Dívida flutuante

tanli-, só cerca de 500 milhões foram

tes, para o financiamento dc

Computando as diversas transações da dívida interna do Govêrno Federal na-

A grande

2.250 milhões de cruzeiro.s. Dêssc mon-

•, 1 f ■

vêmo emite papel-moeda ^ '■ ' U processo da encampação é o inver-

so da emissão monetária.

Em fevereiro de 1947, nova encam

pação triangular foi feita cm condições mais favorÚNeis para o Tesouro. A lei

bretudo a contribuição do Brasil ao Fun do Monetário Internacional. Conforme os estatutos do Fundo, o Brasil teve de

debito que figura até hoje, sem altera do Banco do Brasil.


6

"

~ '^*'^-wr77'*^vm' ■"

superávit" dc 460 milhões de cr\izci-

í^os.

através da Carteira de Heclescontos. Sc

forma clássica de liquidação, consiste na coniolidação da dívida flutuante, por

o Ttr.souro necessita dcí trí''(lilos que ulIrapassam as clis|X)iubilídadcs do Banco

An-

Dioesto

emissões de papcl-moeda cfctuou-se

Outro processo, por assim dizer a

emissão dc títulos a longo prazo,

EcoNÔNnco

vida flutuante resulta, ás vezes, de des

pesas extraorçamentárias do Tesouro, mas. considerando as encampações, as Nariações da cli\ida flutuante corrcspon-

do Brasil, o Banco rcdcsc-onla títulos co

tes da guerra o ainda durante a segunda gueira mundial, ésse método/ol frequcntemente aplicado. As últimas maiores operações desse gênero foram realizadas

nuTciais ou letras do Tesouro na Car loira de Hcxlesconlos. c a Carteira, por sua parte, dirige-se ao Tesouro requisitando emissões cio moeda. Dêssc- pro-

<lem, gro.v.so modo. aos saldos positivos e negati\()s da execução orçamentária.

rios das Obrigações de Guerra foram trocados cm títulos definitivos. Em virtude dessa operação, a dívida interna consolidada aumentou de 2.019 milhões de cruzeiros, ao passo cjue a dívida flutuante diminuiu do mesmo montante.

triangidar: o 'H-^ourn torna-se devedor Banco, o Banco devedor da Carteira, ^ Cartc-ira cleveclora do Tí-souro. para ^ mesmo montante. A encampação é a amdação sinuiltàn«-a dessas três dívidas, ^ única coisa que? resta c; o papcl-mocxla

n." 16 autorizou o Go\'êrna a encampar

Entretanto, só essa operação não explica a divergência entre o déficit

f'"i'ddo, c isso c- o iiouto fraco dessa operação, ccrtamcuitc liábil sob o aspecto

em 1946, quando os certificados provisó-

[4.

DicESTO Econômico

mcntário e a diminuição Mm„ltãner!íã dmda flutuante.

A forte redução d

dívida flutuante resultou sobretudo de

uma terceira forma dc liciuid ição a cha mada encampação monetária" Fsh"

forma é possível scãmentc em países sem

banco central e nos ciuais n nrónr-

cesso complicado resulta uma

.

dí\ida

A maior par

te foi creditada ao Tesouro, para com

pra de ouro ou operações cni divisas. De fato, o Go\uino aplicou êssc depósito, arlifieialmente criado, nos anos seguin

diversas transações cm divi•sas. A aquisição da São

fevereiro dc 1946, o procc.sso rcpc^

^ reduzir dcs.sa maneira a divida flu-

quole ano, obtomos os seguintes resul-

Diminuição

3.96S

Como se vê, o aumento da dívida in-

tica ao montante do déficit orçainentá-

tema consolidada e flutuante — elimi-

rio. Nem em todos o.s anos a concordàn-

nando a encampação — foi quase idên-

cia é tão perfeita, pois o aumento da dí-

A situação era diferente no que diz

respeito à contribuição ao Fundo, pagávcl cm cruzeiros. Tratava-se do equi valente dc 112,5 milhões de dólares, ou

soja, cêrca de 2 bilhões de cruzeiros.

O Govêmo,

mo no Banco do Brasil,

o

O impacto dêsse emprés interno foi nulo, pois a operação ficou,

por enquanto, meramente contábil. O

Fundo não precisava dêsse dinheiro e deixou-o como reserva no Brasil. Nas contas do Banco do Brasil, a operação refletiu-se da maneira seguinte: o em

préstimo concedido ao Tesouro figurou no ativo do Banco como "conta gráfica , e achou-se contrabalançando no passivo

numa conta da

Superintendência da

Moeda e do Crédito, em favor do Fun do Monetário. Não obstante, o emprésti mo do Tesouro determinou uni aumen

te a dívida flutuante nos anos seguintes.

to da dívida flutuante de 2.081 milhões,

Dois bilhões para o Fundo Monetário

ção, em todos os balanços e balancetes

A esta última categoria pertence so .. Uv í

campação .

timo no mercado do crédito

grandes pagamentos foram adiados — pagamentos que carregaram pesadamen

k

cruzeiros oriundo da compra de ouro ja

esta\ a liquidado pelas operações de en

de 1949.

dc cruzeiros. É de salientar, porém, que, simultaneamente, a dívida consolidada

2.651 2.633

proprietário do ouro, e seu débito em

vêrno podia assim realizar despesas extraordinárias que,

aumentou de 457 milhões e que vários Aumento da dívida interna Déficit do exercício

na dívida flutuante, pois o Tesouro era

curso, hoje esgotado. O Go

Em conseqüência dessas duas encam pações, e graças ao equilíbrio orçamen tário, a dívida flutuante atingiu, em fins de 1948, o nível mais baixo do apósguerra, com um total de 5.297 milhões

2.019

O pagamento em

ouro foi efetuado logo depois da çâo oficial da taxa cambial (julho do 1948). Èsse pagamento não repercutiu

que foi feito em princípios

tuante.

632

em moeda nacional.

petróleo e dc locomotivas, foram custeadas com esse re

provocado um aumento da dívida flu 4.600

dc dólares em ouro e os restantes 75 %

petroleiros, dc refinarias de

sem a existência dêsse recurso, teriam

Milhões de cruzeiros

pagar 25 % dc sua cota dc 150 milhões

não dispondo dessa impor tância, dexia providenciar a mesma por um emprésti

Paulo Uailway, a compra de

V rT

Encampação

Dívida consolidada Aumento

souro no Banco do Brasil.

utȒ'^-udo para reduzir a divida flutuante,

tados :

Aumento (sem encampação)

uliliz.ados para reduzir o débito do Te

durante a guerra, esse método foi

maioria e, nos últimos anos, a totalidade Dívida flutuante

tanli-, só cerca de 500 milhões foram

tes, para o financiamento dc

Computando as diversas transações da dívida interna do Govêrno Federal na-

A grande

2.250 milhões de cruzeiro.s. Dêssc mon-

•, 1 f ■

vêmo emite papel-moeda ^ '■ ' U processo da encampação é o inver-

so da emissão monetária.

Em fevereiro de 1947, nova encam

pação triangular foi feita cm condições mais favorÚNeis para o Tesouro. A lei

bretudo a contribuição do Brasil ao Fun do Monetário Internacional. Conforme os estatutos do Fundo, o Brasil teve de

debito que figura até hoje, sem altera do Banco do Brasil.


Dir.ESTO EcoNÓNnco

ri

DiCESTO ECONÓ^UCO

'•

tuida por essas letras do Tesouro oscilou, crição compulsória das letras pelos ex-

A êsse vultoso débito de caráter for mal, acresccnlou-se cm 1949 o débito

ficações. No fim dc 1950, a dívida flu-

tuanltí foi de 4.677 milhões sup."rior ao

mais sério, rrsiiUando do déficit or<;n-

entrc 1947 e 1949, cm torno dc 1.400

portadores é, boje em dia, para as ti-

n^^•(.•l verificado no fim do ano anterior.

niilhõfs de cruzeiros (1/15 sobre a ex-

nanças da União, um instrumento equi-

Lclnui do Tesouro pura cjrpnrladnrcs

l^orl.íção anual de 21 bilhões de cnizeiros). Em conscíjuência do dcclinio da

voco, sem grande utilidade, As desvantagens dcss.i instituição para

mentário. O déficit atingiu o montante

dc 2.810 milhões dc cruzeiros, coberto,

na .sua quase totalidade, por emprésti tas duas parcelas — cota cm cruzeiros

.'\-s operações ac im i descritas refereinsc princip.iliiientc a transações entre O

para o Fundo Monetário e déficit orça mentário — corresponde virtualmente ao

Tesouro e o Banco do Br.isil. Entrelanlo. o 'i'csoijro ainda tem outros credores,

mos do Banco do Brasil.

A soma des

aumento da dívida flutuante de 4.865

entre os íjuais os exportadores oeupam,

milhões, naquele ano. A desfavorável evolução da receita e

involuntàriamcntc, lugar de destaque.

despesa da União cm 1950 determinou novo e fortíssimo acréscimo da dívida

sas loiras do Tesouro, rpie os exportado

O déficit contábil do exer

cício, no total de 4.297 milhões dc cru

recebem das suas vendas no exterior.

zeiros, foi, em conseqüência de grandes restos a pagar, maior que o déficit efe pesas extra-orçamentárias, cm particular para o resgate da dívida externa, finan

principal cansa da inflação.

Parecia,

ciadas igualmente com empréstimos no

portanto, lógica a redução das despesas imediatas em cruzeiros com a aquisição

tante de 8.075 milhões. As exigências contínuas do Governo, simultáneamcnte com a procura crescente de crédito pe

los particulares, não podiam mais ser atendidas pelo processo usual da emis são. O Banco do Brasil não dispunha

Tesouro.

do ano passado a 1.830 milhões de cru-

juros ao ano e deve pagar aos bancos e

Recebe do Tesouro 6 Á, ae

particulares que as descontam um mui-

cm 1950 um empréstimo suplementar dc 575 milhões dc cruzeiros, o que dcscon-

tiplo dessa taxa. Em certos peripdos, aS taxas no mercado livre para essas letras

ras e muito incertas dessa dívida tor-

ônus efetivo para um exportador que

souro. Pode-se, pois, dizer que a subs-

apresenta-se assim :

nam-na pouco interessante para o Te- vende 1,5 milhões de cruzeiros ao ano

rior e êsse saldo foi considerado como a

Banco do Brasil.

pois, forçada a mobiliziu: as letras üo

das letras aumentou o clcvou-se no fim

gestionou ligeiramente, no segundo se- atingiam 18%, baixaram ja ate 7%, mas me.trc sua posição dc devedor no Ban- subiram novamente a 10-12%. CO do Brasil. Mas, as flutuações cfêmeAdmitindo 10% como taxa media, o

9.524, dc 20 dc ju

nho dc 1946 — o Brasil obteve um sal do elevadíssimo de seu comércio exte

das. A maioria dos exportadores tica.

C:om o acréscimo da cxi>orlação, o saldo zeirus. O Gt,vérno obteve, desse niodo,

Quando êsses títulos foram criados —

pelo Decrcío-lci

tivo, mas ao custeio do déficit orçamen tário acrescentaram-se importantes des

Em Julho dc 1950, o débito do Tesou ro no Banco do Bra.sil atingiu o mon

dcrável com a liquidação das letras.

Desde há cinco ano.s, circulam as famo

res devem compulsôriamente subscrcxcr, na proporção de 20 % do produto cpie

flutuante.

exportação cm 19-19, o saldo dos títulos os e.xportadorcs c para a economia em

cm circulação p.issou de 1.615 milhões geral são evidentes. Raros são os e.xpar.i 1.255 milhões, diminuição que im- portadores capazes de renunciar em psrpunha ao Governo uma despesa consi- , manência a 20 % do produto de suas ven-

Cruzeiros

dos cambiais.

Subscrição compulsória (20% do valor da exportação) no decorrer do ano 300.000

Não cjncremos afirmar que isto foi o único motivo para a instituição das le

Juros recebidos sôbre as letras (3%)

Saldo médio das letras durante o ano

tras do Tesouro dêsse tipo. A situação

Juros pagos para as letras (10%)

financeira do Governo federal, na época,

Prejuízo

era desfavorável, o a subscrição compul

^7 000

O preiuízo (7 000 cruzeiros sôbre a Lafer, revogando o Decreto-lei n.° 9.524, exportação no valor de 1,5 milhões) no qual é baseada a emissão dessas lecorrosponde a quase meio por cento. A tras, encontrou no Congresso Nacional,

sória das letras pelos exportadores for necia ao Tesouro uma receita dc mais de um bilhão dc cruzeiros. Em todo

mais de títulos comerciais aceitáveis pe

caso, o efeito anti-inflacionário dêsses tí

la Carteira de Redescontos. O Tesouro emitiu então letras no valor de 2 bilhões

tulos não podia ser senão temporário e muito limitado, pois as letras vencem-

de cruzeiros, que foram entregues à Car teira e serviram como base para requisi

se em 120 dias, no máximo. O processo

ma fiscal.

é rotativo, mas o total das letras em cir culação relativamente constante. Varia

Já foram feitas, várias vêzes, tentativas para .suprimir a compulsoriedade da

mesma razão, a liquidação desta parte da dívida flutuante p.irece no próximo •

no voltou assim à antiga forma de criar

apenas com o valor da exportação. O saldo das letras em circulação corres

subscrição dessas letras. O ataque mais vigoroso contra as letras foi dirigido em

futuro pouco provável,

meio circulante.

tar emissão de papel-moeda. O Gover Por essa modificação

U':"■

\

despesa não difere muito de um tributo.

assim como no seio do Governo, uma

Ê, sem dúvida, um dos tributos mais in-

ressonância muito favorável, mas sua

justos e anti-económicos do nosso siste-

realização tomou-se impossível em vista situação precária do Tesouro. Pela

-

técnica do processo inflacionário, os em préstimos ao Tesouro nos balancetes do

ponde à décima-quinta parte do valor da exportação (um quinto da exportação

1949 pelo atual Ministro da Fazenda, sr.

Banco do Brasil diminuíram, mas o to

de um têrço do ano).

Comissão de Finanças da Câmara dos

A questão dos juros é, não somente

Deputados. O projeto do Deputado

para os subscritores dos títulos como

tal do débito não sofreu grandes modi

A parcela da dívida flutuante consti-

A questão dos juros

Horácio Lafer, então Vice-Presidente da


Dir.ESTO EcoNÓNnco

ri

DiCESTO ECONÓ^UCO

'•

tuida por essas letras do Tesouro oscilou, crição compulsória das letras pelos ex-

A êsse vultoso débito de caráter for mal, acresccnlou-se cm 1949 o débito

ficações. No fim dc 1950, a dívida flu-

tuanltí foi de 4.677 milhões sup."rior ao

mais sério, rrsiiUando do déficit or<;n-

entrc 1947 e 1949, cm torno dc 1.400

portadores é, boje em dia, para as ti-

n^^•(.•l verificado no fim do ano anterior.

niilhõfs de cruzeiros (1/15 sobre a ex-

nanças da União, um instrumento equi-

Lclnui do Tesouro pura cjrpnrladnrcs

l^orl.íção anual de 21 bilhões de cnizeiros). Em conscíjuência do dcclinio da

voco, sem grande utilidade, As desvantagens dcss.i instituição para

mentário. O déficit atingiu o montante

dc 2.810 milhões dc cruzeiros, coberto,

na .sua quase totalidade, por emprésti tas duas parcelas — cota cm cruzeiros

.'\-s operações ac im i descritas refereinsc princip.iliiientc a transações entre O

para o Fundo Monetário e déficit orça mentário — corresponde virtualmente ao

Tesouro e o Banco do Br.isil. Entrelanlo. o 'i'csoijro ainda tem outros credores,

mos do Banco do Brasil.

A soma des

aumento da dívida flutuante de 4.865

entre os íjuais os exportadores oeupam,

milhões, naquele ano. A desfavorável evolução da receita e

involuntàriamcntc, lugar de destaque.

despesa da União cm 1950 determinou novo e fortíssimo acréscimo da dívida

sas loiras do Tesouro, rpie os exportado

O déficit contábil do exer

cício, no total de 4.297 milhões dc cru

recebem das suas vendas no exterior.

zeiros, foi, em conseqüência de grandes restos a pagar, maior que o déficit efe pesas extra-orçamentárias, cm particular para o resgate da dívida externa, finan

principal cansa da inflação.

Parecia,

ciadas igualmente com empréstimos no

portanto, lógica a redução das despesas imediatas em cruzeiros com a aquisição

tante de 8.075 milhões. As exigências contínuas do Governo, simultáneamcnte com a procura crescente de crédito pe

los particulares, não podiam mais ser atendidas pelo processo usual da emis são. O Banco do Brasil não dispunha

Tesouro.

do ano passado a 1.830 milhões de cru-

juros ao ano e deve pagar aos bancos e

Recebe do Tesouro 6 Á, ae

particulares que as descontam um mui-

cm 1950 um empréstimo suplementar dc 575 milhões dc cruzeiros, o que dcscon-

tiplo dessa taxa. Em certos peripdos, aS taxas no mercado livre para essas letras

ras e muito incertas dessa dívida tor-

ônus efetivo para um exportador que

souro. Pode-se, pois, dizer que a subs-

apresenta-se assim :

nam-na pouco interessante para o Te- vende 1,5 milhões de cruzeiros ao ano

rior e êsse saldo foi considerado como a

Banco do Brasil.

pois, forçada a mobiliziu: as letras üo

das letras aumentou o clcvou-se no fim

gestionou ligeiramente, no segundo se- atingiam 18%, baixaram ja ate 7%, mas me.trc sua posição dc devedor no Ban- subiram novamente a 10-12%. CO do Brasil. Mas, as flutuações cfêmeAdmitindo 10% como taxa media, o

9.524, dc 20 dc ju

nho dc 1946 — o Brasil obteve um sal do elevadíssimo de seu comércio exte

das. A maioria dos exportadores tica.

C:om o acréscimo da cxi>orlação, o saldo zeirus. O Gt,vérno obteve, desse niodo,

Quando êsses títulos foram criados —

pelo Decrcío-lci

tivo, mas ao custeio do déficit orçamen tário acrescentaram-se importantes des

Em Julho dc 1950, o débito do Tesou ro no Banco do Bra.sil atingiu o mon

dcrável com a liquidação das letras.

Desde há cinco ano.s, circulam as famo

res devem compulsôriamente subscrcxcr, na proporção de 20 % do produto cpie

flutuante.

exportação cm 19-19, o saldo dos títulos os e.xportadorcs c para a economia em

cm circulação p.issou de 1.615 milhões geral são evidentes. Raros são os e.xpar.i 1.255 milhões, diminuição que im- portadores capazes de renunciar em psrpunha ao Governo uma despesa consi- , manência a 20 % do produto de suas ven-

Cruzeiros

dos cambiais.

Subscrição compulsória (20% do valor da exportação) no decorrer do ano 300.000

Não cjncremos afirmar que isto foi o único motivo para a instituição das le

Juros recebidos sôbre as letras (3%)

Saldo médio das letras durante o ano

tras do Tesouro dêsse tipo. A situação

Juros pagos para as letras (10%)

financeira do Governo federal, na época,

Prejuízo

era desfavorável, o a subscrição compul

^7 000

O preiuízo (7 000 cruzeiros sôbre a Lafer, revogando o Decreto-lei n.° 9.524, exportação no valor de 1,5 milhões) no qual é baseada a emissão dessas lecorrosponde a quase meio por cento. A tras, encontrou no Congresso Nacional,

sória das letras pelos exportadores for necia ao Tesouro uma receita dc mais de um bilhão dc cruzeiros. Em todo

mais de títulos comerciais aceitáveis pe

caso, o efeito anti-inflacionário dêsses tí

la Carteira de Redescontos. O Tesouro emitiu então letras no valor de 2 bilhões

tulos não podia ser senão temporário e muito limitado, pois as letras vencem-

de cruzeiros, que foram entregues à Car teira e serviram como base para requisi

se em 120 dias, no máximo. O processo

ma fiscal.

é rotativo, mas o total das letras em cir culação relativamente constante. Varia

Já foram feitas, várias vêzes, tentativas para .suprimir a compulsoriedade da

mesma razão, a liquidação desta parte da dívida flutuante p.irece no próximo •

no voltou assim à antiga forma de criar

apenas com o valor da exportação. O saldo das letras em circulação corres

subscrição dessas letras. O ataque mais vigoroso contra as letras foi dirigido em

futuro pouco provável,

meio circulante.

tar emissão de papel-moeda. O Gover Por essa modificação

U':"■

\

despesa não difere muito de um tributo.

assim como no seio do Governo, uma

Ê, sem dúvida, um dos tributos mais in-

ressonância muito favorável, mas sua

justos e anti-económicos do nosso siste-

realização tomou-se impossível em vista situação precária do Tesouro. Pela

-

técnica do processo inflacionário, os em préstimos ao Tesouro nos balancetes do

ponde à décima-quinta parte do valor da exportação (um quinto da exportação

1949 pelo atual Ministro da Fazenda, sr.

Banco do Brasil diminuíram, mas o to

de um têrço do ano).

Comissão de Finanças da Câmara dos

A questão dos juros é, não somente

Deputados. O projeto do Deputado

para os subscritores dos títulos como

tal do débito não sofreu grandes modi

A parcela da dívida flutuante consti-

A questão dos juros

Horácio Lafer, então Vice-Presidente da


DicKSTí) ErosóNfico

também para o Tesouro, um dos pro blemas mais delicados da dívida flu

tuante. Em outros países, em particular

PERDA DE SUBSTANCIA NO COMÉRCIO;

vadas. No primeiro ano cie apos-guerra ascenderam a WiO milhões d<- cruzei

nos Estados Unidos, os créditos gover

ros, (Tom a refhição da <li\Kla e por

EXTERIOR DO BRASIL

namentais a curto prazo são baralíssimos. O Tesouro americano, por exem

acordos mais ía\<irá\'<*is para o I esouro

Saldos comerciais em balanços de pagamenlos deficitários.

com o Banco do Brasil, a despesa com

Moacyb Paixão

plo, pode pro\idenciar, pela emissão de títulos com prazo até um ano, dinhei ro a taxas de juros de 1 a 1,5%. \'o Brasil, o próprio Banco do Govérno abo na para seus empréstimos em conta cor

rente ao Tesouro 6* de juros, mas pa ga-lhe apenas 2 1/2% se nas contas or çamentárias a receita ultrapassa ocasio nalmente a despesa.

U

da flutuante são, consetjm-ntemcnte, ele

o serviço dr*crcsceu, aos jk)Ucos, a 250 njilhõcs aí) ano, mas ainda tal dotaçao

Já por essa razão, o (povértio está

Em

1950. realmente, as nossas trocas exter

nas acusaram um saldo positivo de 4.5

solidação dcsa dí%'ida «•, n" momento,

bilhõc-s de cruzeiros. Parece ao Gover

impossível, e, além disso, o ser\iço lor-

no (pio ésse acontecimento é de cntu-

nar-sc-ia ainda mais can).

•siasmar.

como parte da dívida flutuante, o Banco

viado à Câmara um anteprojeto govcr-

A única .so

nos moldes das anteriores.

Acho que nessas interpretações há

naiiK^ntal (juo pede aiitoriz-içao para en

campar nada mi-nos ([lu- C.r$ 9.135.159.200,00.

ouiita pressa e evidente falsidade. Uma

.

observação mais atenta nas modificações operadas na situação do nosso comércio exterior, nos últimos anos, particularmen

iMcariam, porém,

ainda quase seis bilhões de eru/ejros,

sado, aceita tais títulos como base de

cujo serviço para o exercício de 1952 é c.stímado em 180 milhões do cruzeiros

verno.

— na hipótese de, no exercício em cur

Aliás, o ufanismo cm relação

ao saldo favorável veni-se generalizando no meio dos comcntadores do problema.

já foi en

suas operações de crédito com o Go

As despesas do Governo com a dívi

mcreial do País com o exterior.

muito interessado nnma rápiíla e f()rte diminuição da ílívida flutuante. A con

lução viável é nma nova encampação,

excepcionais, como ocorreu no ano pas

Mensagem do Sr. Gctiilio Vargas ao Congresso Nacional se mostra otimista (piando examina o balanço co-

fres públicos.

Sendo 6% a taxa usual para as conta.s devedoras do Govérno, inclusive as con tas cambiais que não são consideradas

do Brasil não é interessado, naturalmen te, em subscrever letras do Tesouro fjuc rendem apenas 3%. Só em condições

A

representa grandi- encargo para íis co

te o estudo de seu conteúdo c caráter,

so, a dívida não aumentar.

K

escala. É utilizando os saldos positivos

que os tnistes e monopólios estrangeiros drenam para suas matrizes no exterior a

parte exportável de seus lucros anuais. Um estudo da CEPAL ("Estúdio Eco

nômico da América Latina", 1949) re

vela que durante a guerra, mercê de grandes restrições na importação e das vendas em dólar feitas à Europa, conse

guiu a América Latina acumular o saldo comercial de 2.346 milhões de dólares.

Pois bem, somente no pagamento das rendas do capital financeiro norte-ame ricano, em um ano, consumiu a América Latina 1.052 milhões de dólares.

^

O Brasil se mantém num regime de

saldos comerciais positivos, mas dentro

colocam o problema nos seus devidos

de balanços de pagamentos permanen

termos. O saldo comercial não é ncccs-

temente deficitários. E a Standard Oil, a Brazilian Traction, a Bond & Share,

sàriamente uma posição favorável ao seu detentor, não podendo, por isso mesmo, a General Electric, as empresas estran ser considerado raiz de otimismo. Há mais de 60 anos o balanço comercial

do Brasil com o exterior apresenta sal dos, com exceção de 5 ou 6 anos. E nas vezes em que esse balanço foi ne gativo, isso resultou da interferência,

sé)bre o conjunto, de trocas parciais al tamente deficitárias realizadas com os

países que aqui não invertem capitais; com os Estados Unidos e Inglaterra

(cujos balanços comerciais são perma

i

nentemente deficitários), só excepcional mente não apresentamos saldos. Na verdade, a formação de saldos é inerente aos balanços comerciais dos países atrasados e dependentes, que em pregam capitais estrangeiros em larga

geiras monopolistas que operam nos ra mos de alimentação (frigoríficos, moi nhos etc.), artefatos de borracha, pro dutos farmacêuticos, metalurgia, cinema, fumo e outros, pegam-se precisamente nessa ocorrência de saldos habituais nas relações de troca com o exterior para

garantir as exportações de seus lucros. A publicação dos balanços de paga mentos, desde 1947, permite a verifi cação dos montantes da exportação anual, de rendas realizada pelas emprêsas es trangeiras que operam na indústria, nos transportes e serviços de utilidade pú blica, consumindo divisas deixadas pe los saldos do comércio exterior. Vejamos


DicKSTí) ErosóNfico

também para o Tesouro, um dos pro blemas mais delicados da dívida flu

tuante. Em outros países, em particular

PERDA DE SUBSTANCIA NO COMÉRCIO;

vadas. No primeiro ano cie apos-guerra ascenderam a WiO milhões d<- cruzei

nos Estados Unidos, os créditos gover

ros, (Tom a refhição da <li\Kla e por

EXTERIOR DO BRASIL

namentais a curto prazo são baralíssimos. O Tesouro americano, por exem

acordos mais ía\<irá\'<*is para o I esouro

Saldos comerciais em balanços de pagamenlos deficitários.

com o Banco do Brasil, a despesa com

Moacyb Paixão

plo, pode pro\idenciar, pela emissão de títulos com prazo até um ano, dinhei ro a taxas de juros de 1 a 1,5%. \'o Brasil, o próprio Banco do Govérno abo na para seus empréstimos em conta cor

rente ao Tesouro 6* de juros, mas pa ga-lhe apenas 2 1/2% se nas contas or çamentárias a receita ultrapassa ocasio nalmente a despesa.

U

da flutuante são, consetjm-ntemcnte, ele

o serviço dr*crcsceu, aos jk)Ucos, a 250 njilhõcs aí) ano, mas ainda tal dotaçao

Já por essa razão, o (povértio está

Em

1950. realmente, as nossas trocas exter

nas acusaram um saldo positivo de 4.5

solidação dcsa dí%'ida «•, n" momento,

bilhõc-s de cruzeiros. Parece ao Gover

impossível, e, além disso, o ser\iço lor-

no (pio ésse acontecimento é de cntu-

nar-sc-ia ainda mais can).

•siasmar.

como parte da dívida flutuante, o Banco

viado à Câmara um anteprojeto govcr-

A única .so

nos moldes das anteriores.

Acho que nessas interpretações há

naiiK^ntal (juo pede aiitoriz-içao para en

campar nada mi-nos ([lu- C.r$ 9.135.159.200,00.

ouiita pressa e evidente falsidade. Uma

.

observação mais atenta nas modificações operadas na situação do nosso comércio exterior, nos últimos anos, particularmen

iMcariam, porém,

ainda quase seis bilhões de eru/ejros,

sado, aceita tais títulos como base de

cujo serviço para o exercício de 1952 é c.stímado em 180 milhões do cruzeiros

verno.

— na hipótese de, no exercício em cur

Aliás, o ufanismo cm relação

ao saldo favorável veni-se generalizando no meio dos comcntadores do problema.

já foi en

suas operações de crédito com o Go

As despesas do Governo com a dívi

mcreial do País com o exterior.

muito interessado nnma rápiíla e f()rte diminuição da ílívida flutuante. A con

lução viável é nma nova encampação,

excepcionais, como ocorreu no ano pas

Mensagem do Sr. Gctiilio Vargas ao Congresso Nacional se mostra otimista (piando examina o balanço co-

fres públicos.

Sendo 6% a taxa usual para as conta.s devedoras do Govérno, inclusive as con tas cambiais que não são consideradas

do Brasil não é interessado, naturalmen te, em subscrever letras do Tesouro fjuc rendem apenas 3%. Só em condições

A

representa grandi- encargo para íis co

te o estudo de seu conteúdo c caráter,

so, a dívida não aumentar.

K

escala. É utilizando os saldos positivos

que os tnistes e monopólios estrangeiros drenam para suas matrizes no exterior a

parte exportável de seus lucros anuais. Um estudo da CEPAL ("Estúdio Eco

nômico da América Latina", 1949) re

vela que durante a guerra, mercê de grandes restrições na importação e das vendas em dólar feitas à Europa, conse

guiu a América Latina acumular o saldo comercial de 2.346 milhões de dólares.

Pois bem, somente no pagamento das rendas do capital financeiro norte-ame ricano, em um ano, consumiu a América Latina 1.052 milhões de dólares.

^

O Brasil se mantém num regime de

saldos comerciais positivos, mas dentro

colocam o problema nos seus devidos

de balanços de pagamentos permanen

termos. O saldo comercial não é ncccs-

temente deficitários. E a Standard Oil, a Brazilian Traction, a Bond & Share,

sàriamente uma posição favorável ao seu detentor, não podendo, por isso mesmo, a General Electric, as empresas estran ser considerado raiz de otimismo. Há mais de 60 anos o balanço comercial

do Brasil com o exterior apresenta sal dos, com exceção de 5 ou 6 anos. E nas vezes em que esse balanço foi ne gativo, isso resultou da interferência,

sé)bre o conjunto, de trocas parciais al tamente deficitárias realizadas com os

países que aqui não invertem capitais; com os Estados Unidos e Inglaterra

(cujos balanços comerciais são perma

i

nentemente deficitários), só excepcional mente não apresentamos saldos. Na verdade, a formação de saldos é inerente aos balanços comerciais dos países atrasados e dependentes, que em pregam capitais estrangeiros em larga

geiras monopolistas que operam nos ra mos de alimentação (frigoríficos, moi nhos etc.), artefatos de borracha, pro dutos farmacêuticos, metalurgia, cinema, fumo e outros, pegam-se precisamente nessa ocorrência de saldos habituais nas relações de troca com o exterior para

garantir as exportações de seus lucros. A publicação dos balanços de paga mentos, desde 1947, permite a verifi cação dos montantes da exportação anual, de rendas realizada pelas emprêsas es trangeiras que operam na indústria, nos transportes e serviços de utilidade pú blica, consumindo divisas deixadas pe los saldos do comércio exterior. Vejamos


12

W Dicesto Econónhco

DlCKSTO ErONÒNOCO

então certos dados, positivamente incom

pletos, a êssc respeito: LüCllOS EXPORTADOS PELAS emprêsas estrangeiras

que não podem rc\'<*lar o vt-rcladeiro montante d.js remessas tle capil.il p.ira

xijuadamento 30 %, ainda assim a parte

lizado. I'or detrás dessas cifras, as em

da produção (juc é exportada, tomada pelo valor dos bens de origem agrícola, atinge sempre mais de 1/3, nos perío

tam altamente concentradas em uns pou

dos de mercadt) livre. Como, pois, fa lar em excedentes exportáveis para en

absorveram cêrca de 56 % das nossas

o exterior ■— capital nacional í/c.vniic/íjníi-

Anos

Milhões de cruzeiros

1947 1948

810.5 843,0

1949

801,7

presas estrangeira'' aintl.i canalizam para suas matrizes, em cada ano, parcelas astronômicas de .scns lucros, íitilizanclo processos clandestinos os mais ditcrsos,

governamentais responsáveis pelos pro

isso deixa do consumir pesad.us quanti dades de divisas, em várias ocasiões foi

bcni dc exportações exageradas, muito acima do permitido pela capacidade de produção nacional. Certos bens pri mário;, como a carnaúba, cacau, olea ginosas, minérios, são tipicamente de o.x-

PAGAMENTO DE FRETES MARÍTIMOS

porlação.

3.420

1949

3.175

Êsses são os gastos contabilizados, ofi

(valor em milhões Anos

de crs.)

1945

19.944

(milhões de crs.)

26

1946

1947

29.340

15.201

1948 1949

34.306

16.869

38.819

16.085

51 49 41

4t.

global aa exportação

815 614 412

.395

365 315

Carnes

Infonnam as estatísticas de comércio

exterior que vendemos anualmente a

outros países mais de 150 produtos di

■I

43 13 4 4 4 3 2 2 2 1

762

Cêra de carnaúba

cionais, apenas, perfizeram 80% do va lor das exportações :

PERCENTAGEM S/ VALOR DAS exportações

ferentes, na forma de bens primários

■'I h

(matérias-primas de origem vegetal,

Produtos

%

animal e mineral) e manufaturas em

Café

58

Algodão

10 5

geral. Contudo, os 10 produtos acima assinalados absorveram cêrca de 80 % do total das exportações, tomados para cál

Cacau

culo o período 1945/49 e as médias dos respectivos valores.

dução ( % )

26.047

cipais produtos, no qüinqüênio referido:

839

Arroz Fumo

Percentagem das expor tações s/ valor da pro

5.321 12.686

siderado o valor médio anual dos prin

2.491

Pinho

cm diversos anos:

Exportação de origeyn agrícola

Vejamos um quadro mostrando a com posição das exportações brasileiras, con

no qüinqüênio (^ )

Couros c peles

vados pela estatística oficial) com o va lor das exportações dc origem agrícola,

ciais, de divisas, computados pelas esta Produção agrícola

Outros produtos, como o ca

fé, algodão, carne, fumo, arroz, igvialmente .são exportados em grande escala. O quadro abaixo compara o valor da piodução agrícola (30 produtos obser

vendas ao e.\terior.

7.897

Cacau

tações contraídas, a\'ar('ntas, mas tam-

como revela o quadro a seguir:

algodão sozinhos, no período 1945/49,

(milhões de crs.)

Tecidos

Os saldos verificados no lialanço co

de navegação marítima os fretes de im portação, que atingem valores vultosos,

cos gêneros fundamentais. O café e o

Percentagfim s/ a média

Café

Exportações exageradas mercial resultam não apenas de impor

Produtos criadores de divisas

As exportações brasileiras se apresen

Média anual no

Algodão

governamentais etc., ainda pagamos à Mc Cormack e outros poderosos trustes

3.281

Produtos

sempre sem resultados.

remeter anualmente enormes cjuantias na forma de direitos autorais, serviços

mercado interno.

qüinqüênio 45/49

denunciada, inclusive por uma revista oficiosa como "Conjuntura Econtanica",

de capital nacional no exterior às mãos dos trustes e monopólios. Além de lhes

1948

mo nacional, além dc manifestar-se co

do conlròlc cambial, mas (juc ncin por

' não exprimem a totalidade dos gastos

1947

ções representa um desfalque ao consu

Essa exportação iinisivt-l de lucros, fora

cruzeiros, anualmente. Mas essas cifras

Milhões de cruzeiros

realidade, o elevado xolume das exporta

blemas dc comércio externo e câmbio.

recem muito superiores a I bilhão de

Anos

quadrar as parcelas da produção cana lizadas anualmente para o exterior ? Na

geralmente com a conivência dos órgãos

Considerando-se um outro movimento de capitais, os chamados encargos finan ceiros do Pais (renda de capitais estran geiros mais juros da divida externa) nossos gastos normais de di\'isas apa

mo uma alavanca à alta dos preços no

Consideranclo-sc que entro o valor es timado <la produção c o preço FOB das t?xporlações liaja um aumento dc apro-

tísticas de câmbio do Banco tio Brasil,

4

Pinho

3

Essa falta de diversificação e

No biênio 1949/50, a posição do café

ráter das nossas exportações, constituí

zinho quase 60% do valor das vendas

rios, tornam a economia brasileira extre mamente vulnerável às oscilações do nuuueme vuiiiciavc. u. ,

se reforçou, passando a representar sò-

48

Peles e couros

externas. externas.

Os Os üaClOS dados aa 5>eguu, seguir,

relativos

das predominantemente de bens primá

a 1949, mostram que 5 produtos tradi- comercio internacicual e as manobras . I li

i

|J>III li I

4 A


12

W Dicesto Econónhco

DlCKSTO ErONÒNOCO

então certos dados, positivamente incom

pletos, a êssc respeito: LüCllOS EXPORTADOS PELAS emprêsas estrangeiras

que não podem rc\'<*lar o vt-rcladeiro montante d.js remessas tle capil.il p.ira

xijuadamento 30 %, ainda assim a parte

lizado. I'or detrás dessas cifras, as em

da produção (juc é exportada, tomada pelo valor dos bens de origem agrícola, atinge sempre mais de 1/3, nos perío

tam altamente concentradas em uns pou

dos de mercadt) livre. Como, pois, fa lar em excedentes exportáveis para en

absorveram cêrca de 56 % das nossas

o exterior ■— capital nacional í/c.vniic/íjníi-

Anos

Milhões de cruzeiros

1947 1948

810.5 843,0

1949

801,7

presas estrangeira'' aintl.i canalizam para suas matrizes, em cada ano, parcelas astronômicas de .scns lucros, íitilizanclo processos clandestinos os mais ditcrsos,

governamentais responsáveis pelos pro

isso deixa do consumir pesad.us quanti dades de divisas, em várias ocasiões foi

bcni dc exportações exageradas, muito acima do permitido pela capacidade de produção nacional. Certos bens pri mário;, como a carnaúba, cacau, olea ginosas, minérios, são tipicamente de o.x-

PAGAMENTO DE FRETES MARÍTIMOS

porlação.

3.420

1949

3.175

Êsses são os gastos contabilizados, ofi

(valor em milhões Anos

de crs.)

1945

19.944

(milhões de crs.)

26

1946

1947

29.340

15.201

1948 1949

34.306

16.869

38.819

16.085

51 49 41

4t.

global aa exportação

815 614 412

.395

365 315

Carnes

Infonnam as estatísticas de comércio

exterior que vendemos anualmente a

outros países mais de 150 produtos di

■I

43 13 4 4 4 3 2 2 2 1

762

Cêra de carnaúba

cionais, apenas, perfizeram 80% do va lor das exportações :

PERCENTAGEM S/ VALOR DAS exportações

ferentes, na forma de bens primários

■'I h

(matérias-primas de origem vegetal,

Produtos

%

animal e mineral) e manufaturas em

Café

58

Algodão

10 5

geral. Contudo, os 10 produtos acima assinalados absorveram cêrca de 80 % do total das exportações, tomados para cál

Cacau

culo o período 1945/49 e as médias dos respectivos valores.

dução ( % )

26.047

cipais produtos, no qüinqüênio referido:

839

Arroz Fumo

Percentagem das expor tações s/ valor da pro

5.321 12.686

siderado o valor médio anual dos prin

2.491

Pinho

cm diversos anos:

Exportação de origeyn agrícola

Vejamos um quadro mostrando a com posição das exportações brasileiras, con

no qüinqüênio (^ )

Couros c peles

vados pela estatística oficial) com o va lor das exportações dc origem agrícola,

ciais, de divisas, computados pelas esta Produção agrícola

Outros produtos, como o ca

fé, algodão, carne, fumo, arroz, igvialmente .são exportados em grande escala. O quadro abaixo compara o valor da piodução agrícola (30 produtos obser

vendas ao e.\terior.

7.897

Cacau

tações contraídas, a\'ar('ntas, mas tam-

como revela o quadro a seguir:

algodão sozinhos, no período 1945/49,

(milhões de crs.)

Tecidos

Os saldos verificados no lialanço co

de navegação marítima os fretes de im portação, que atingem valores vultosos,

cos gêneros fundamentais. O café e o

Percentagfim s/ a média

Café

Exportações exageradas mercial resultam não apenas de impor

Produtos criadores de divisas

As exportações brasileiras se apresen

Média anual no

Algodão

governamentais etc., ainda pagamos à Mc Cormack e outros poderosos trustes

3.281

Produtos

sempre sem resultados.

remeter anualmente enormes cjuantias na forma de direitos autorais, serviços

mercado interno.

qüinqüênio 45/49

denunciada, inclusive por uma revista oficiosa como "Conjuntura Econtanica",

de capital nacional no exterior às mãos dos trustes e monopólios. Além de lhes

1948

mo nacional, além dc manifestar-se co

do conlròlc cambial, mas (juc ncin por

' não exprimem a totalidade dos gastos

1947

ções representa um desfalque ao consu

Essa exportação iinisivt-l de lucros, fora

cruzeiros, anualmente. Mas essas cifras

Milhões de cruzeiros

realidade, o elevado xolume das exporta

blemas dc comércio externo e câmbio.

recem muito superiores a I bilhão de

Anos

quadrar as parcelas da produção cana lizadas anualmente para o exterior ? Na

geralmente com a conivência dos órgãos

Considerando-se um outro movimento de capitais, os chamados encargos finan ceiros do Pais (renda de capitais estran geiros mais juros da divida externa) nossos gastos normais de di\'isas apa

mo uma alavanca à alta dos preços no

Consideranclo-sc que entro o valor es timado <la produção c o preço FOB das t?xporlações liaja um aumento dc apro-

tísticas de câmbio do Banco tio Brasil,

4

Pinho

3

Essa falta de diversificação e

No biênio 1949/50, a posição do café

ráter das nossas exportações, constituí

zinho quase 60% do valor das vendas

rios, tornam a economia brasileira extre mamente vulnerável às oscilações do nuuueme vuiiiciavc. u. ,

se reforçou, passando a representar sò-

48

Peles e couros

externas. externas.

Os Os üaClOS dados aa 5>eguu, seguir,

relativos

das predominantemente de bens primá

a 1949, mostram que 5 produtos tradi- comercio internacicual e as manobras . I li

i

|J>III li I

4 A


w

14

Dicesto Econômico

dos trustcs, senhores dos mercados. Ca

do café o do algodão do Brjisil no ex

da vez que entram em baixa os preços do café c do algodão, os dois grandes produtos tradicionais de exportação, so.frc a economia nacional sérios golpes. O café e o algodão, cujas vendas ao

Os truslcs dclcrmiiunn a composição das

exterior se processam inteiramente sob

uossas importações

terior.

Até aí andou o caráter semi-

eolonial e dependente dc nossa eco nomia.

controle ou direção de trustes norteamericanos, sao os maiores formadores

Qual a composição das compras bm-

sileiras no exterior ? A realidade é que

de saldos cm moeda estrangeira. Isto relaçãí) às nossas importações tam significa qfte o maior ou menor \oiumc cm bém se \-erifica o fenômeno da con dc disponibilidades em divisas, ou se centração, antes constatado no campo ja, a nossa capacidade para importar das exportações. Queimamos maior bens de consumo e dc produção, de quantidadede di\isas em umas poucas pende do jogo comercial e da murcha mercadorias nc-m sempre c-ssenciais (au dos interesses da Amcrican Coffce Cortomóveis de passageiros etc.), confonne poration, Anderson Clayton, SANDRA e dos demais trustes donos dos negócios demonstra o íjtiadro abaixo, construído

D10BSTo Eco^•ó^^co

ra renoxar nossas indústrias c o parque

mãrios (que constituem a maioria das

de Iransporti-s ab.solutamente desgasta-

nossas exqiortações) nonualmente é me nos pronunciada que a dos produtos ma

tlo — já (jue sua conservação e renova

ção não foram possíveis nesse período de restrições à importação — o que vi mos foi a elu-gada dos produtos menos essenciais e até dos supérfluos, empur

rados pidos poderosos monopólios que

Produtos

período 1945/49 (milhões de crs.)

importados Combustíveis

Automóveis, chassis etc Trigo

Papel Tecidos

Êsses produtos, recebidos principal veram 31 % do valor total das nossas im

portações (média do qüinqüênio). Nou tros termos, cm 5 anos consumimos nes

ses produtos moeda estrangeira equiva lente a 26,9 bilhões de cruzeiros, con

versão feita ao câmbio oficial da época das respectivas transações.

Devido a posição dependente em que nos achamos perante os trustes nossos

clientes, não apresentamos plena capa cidade e arbítrio

s/ o total das im

versidade do avanço da técnica entre os

nosso comércio exterior.

países produtores, a cota média de lu

Em 194í, cn-

(pianlo as coinj^ras de rádios, geladeiras, automóveis e bugigangas de matéria plástica

norlc-amerii-anas

atingiam

o

para utilizar nossos particularmente os

saldos em dólar, em função das neces

sidades do povo e da economia nacional. Durante a última guerra, à força de

11 9

isso corresponde ao rebaixamento do po der aquisitivo dos países subdesenvolvi dos nas suas relações dc troca com os

as importações de mácpiinas c outros

países industriais.

bi ns de produçãcv industriai e agrícola

Annando-sc daquilo que chamou de "opinião consagrada" entre teóricos da

não cliegaram a 3 bilhões.

economia liberal c clássica, o Professor

Baixa o poder de compra dos expor

lí- W. Singcr, Chefe da Seção dc Es

tações

tudos Econômicos dos Países Subdesen

O estudo da evolução dos valores da exportação c importação do Brasil mos tra (pu- testamos perdendo a cada ano a

série dc eonfcrèncias pronunciadas no

volvidos no Secretariado da ONU, na

nossa capacidade aquisitiva nos merca

saldos extraordinários succssixos em nos

cro na indústria vem aumentando — e

monlaiile di- 3,6 billiõcs dc cruzeiros,

portações(%)

1.856 1.562 1.251 364 341

mente das mãos de poderosos trustes norte-americanos - a General Motors, a Standard Oil e o Bung & Borne — absor

saldos no exterior,

Percenfagem do valor

cadorias primárias, exatamente pela di

determinam a direção e o contendo do

pela média do qüinqüênio 1915/49:

Valor médio no

nufaturados que enchem nossas listas de iniportação. Embora o custo real da produção manufaturcira venha caindo mais depressa que o custo real das mer

dos mundiais. Is.so em parte se explica ponjue a alta dos preços dos bens pri-

auditório da Fundação

"Getúlio Var-

procurou negar, com artifícios complicados, a expoliaçüo dos países subdesenvolvidos pelas potências capitalistas. Contudo, quando esbarra no exa

so balanço comercial, acumulamos abun

me do balanço

dantes reservas em divisas no exterior.

de troca entre os

Chegamos a dí.spor, em dezembro do 1946, dc quase 7 bilhões de cruzeiros em moeda estrangeira, conforme expri

Inglaterra e paí-

me o quadro abaixo :

Estados Unidos,

--

ses industriais, de um lado, e do outro os criado-

DISPONIBILIDADES EM DIVISAS

Anos

Milhões de cruzeiros

y rcs de matériasprimas, não po

1943

3.023

1945

5.249

de esconder a "tendência crô nica e estrutural no sentido de

1946

6.845

uma

1941

955

deteriora

ção dos preços

Normalizada a situação dos merca

dos, quando deveríamos promover grandes compras de equipamentos pa-

dos produtos pri mários em rela

ção aos das ma-


w

14

Dicesto Econômico

dos trustcs, senhores dos mercados. Ca

do café o do algodão do Brjisil no ex

da vez que entram em baixa os preços do café c do algodão, os dois grandes produtos tradicionais de exportação, so.frc a economia nacional sérios golpes. O café e o algodão, cujas vendas ao

Os truslcs dclcrmiiunn a composição das

exterior se processam inteiramente sob

uossas importações

terior.

Até aí andou o caráter semi-

eolonial e dependente dc nossa eco nomia.

controle ou direção de trustes norteamericanos, sao os maiores formadores

Qual a composição das compras bm-

sileiras no exterior ? A realidade é que

de saldos cm moeda estrangeira. Isto relaçãí) às nossas importações tam significa qfte o maior ou menor \oiumc cm bém se \-erifica o fenômeno da con dc disponibilidades em divisas, ou se centração, antes constatado no campo ja, a nossa capacidade para importar das exportações. Queimamos maior bens de consumo e dc produção, de quantidadede di\isas em umas poucas pende do jogo comercial e da murcha mercadorias nc-m sempre c-ssenciais (au dos interesses da Amcrican Coffce Cortomóveis de passageiros etc.), confonne poration, Anderson Clayton, SANDRA e dos demais trustes donos dos negócios demonstra o íjtiadro abaixo, construído

D10BSTo Eco^•ó^^co

ra renoxar nossas indústrias c o parque

mãrios (que constituem a maioria das

de Iransporti-s ab.solutamente desgasta-

nossas exqiortações) nonualmente é me nos pronunciada que a dos produtos ma

tlo — já (jue sua conservação e renova

ção não foram possíveis nesse período de restrições à importação — o que vi mos foi a elu-gada dos produtos menos essenciais e até dos supérfluos, empur

rados pidos poderosos monopólios que

Produtos

período 1945/49 (milhões de crs.)

importados Combustíveis

Automóveis, chassis etc Trigo

Papel Tecidos

Êsses produtos, recebidos principal veram 31 % do valor total das nossas im

portações (média do qüinqüênio). Nou tros termos, cm 5 anos consumimos nes

ses produtos moeda estrangeira equiva lente a 26,9 bilhões de cruzeiros, con

versão feita ao câmbio oficial da época das respectivas transações.

Devido a posição dependente em que nos achamos perante os trustes nossos

clientes, não apresentamos plena capa cidade e arbítrio

s/ o total das im

versidade do avanço da técnica entre os

nosso comércio exterior.

países produtores, a cota média de lu

Em 194í, cn-

(pianlo as coinj^ras de rádios, geladeiras, automóveis e bugigangas de matéria plástica

norlc-amerii-anas

atingiam

o

para utilizar nossos particularmente os

saldos em dólar, em função das neces

sidades do povo e da economia nacional. Durante a última guerra, à força de

11 9

isso corresponde ao rebaixamento do po der aquisitivo dos países subdesenvolvi dos nas suas relações dc troca com os

as importações de mácpiinas c outros

países industriais.

bi ns de produçãcv industriai e agrícola

Annando-sc daquilo que chamou de "opinião consagrada" entre teóricos da

não cliegaram a 3 bilhões.

economia liberal c clássica, o Professor

Baixa o poder de compra dos expor

lí- W. Singcr, Chefe da Seção dc Es

tações

tudos Econômicos dos Países Subdesen

O estudo da evolução dos valores da exportação c importação do Brasil mos tra (pu- testamos perdendo a cada ano a

série dc eonfcrèncias pronunciadas no

volvidos no Secretariado da ONU, na

nossa capacidade aquisitiva nos merca

saldos extraordinários succssixos em nos

cro na indústria vem aumentando — e

monlaiile di- 3,6 billiõcs dc cruzeiros,

portações(%)

1.856 1.562 1.251 364 341

mente das mãos de poderosos trustes norte-americanos - a General Motors, a Standard Oil e o Bung & Borne — absor

saldos no exterior,

Percenfagem do valor

cadorias primárias, exatamente pela di

determinam a direção e o contendo do

pela média do qüinqüênio 1915/49:

Valor médio no

nufaturados que enchem nossas listas de iniportação. Embora o custo real da produção manufaturcira venha caindo mais depressa que o custo real das mer

dos mundiais. Is.so em parte se explica ponjue a alta dos preços dos bens pri-

auditório da Fundação

"Getúlio Var-

procurou negar, com artifícios complicados, a expoliaçüo dos países subdesenvolvidos pelas potências capitalistas. Contudo, quando esbarra no exa

so balanço comercial, acumulamos abun

me do balanço

dantes reservas em divisas no exterior.

de troca entre os

Chegamos a dí.spor, em dezembro do 1946, dc quase 7 bilhões de cruzeiros em moeda estrangeira, conforme expri

Inglaterra e paí-

me o quadro abaixo :

Estados Unidos,

--

ses industriais, de um lado, e do outro os criado-

DISPONIBILIDADES EM DIVISAS

Anos

Milhões de cruzeiros

y rcs de matériasprimas, não po

1943

3.023

1945

5.249

de esconder a "tendência crô nica e estrutural no sentido de

1946

6.845

uma

1941

955

deteriora

ção dos preços

Normalizada a situação dos merca

dos, quando deveríamos promover grandes compras de equipamentos pa-

dos produtos pri mários em rela

ção aos das ma-


•^1

Dicesto Economico

16

nufaturas". Quer dizer, os países da América Latina, o Brasil inclusive, pas sam a comprar no exterior menos pro dutos

manufaturados

com

a

mesma

nos preços de compra c venda do co mércio exterior do Brasil, fixando a que da do poder de compra d.is lujss.is ex

deixar em ilúvida a justeza das conclu

tadas.

sões, tomei para base do cálculo não um

Anos

1925/29

Valor da exportação

ano isolado, mas um quincpiénlo. Veja mos o (juadro :

Valor da importação

Crs./ton.

índice

Crs./ton.

1930 1935 1940 1942

1.858 1.279 1.486 1.532

100 69 80 82

027 495 912 1.145

2.819

1944 1946 1948

4.015 4.977 4.6.58

1.558 2.115 2.574

1949

5.383

151 216 267 250 289

Assim, no espaço de 20

anos, (

contra 358 %, que foi a alta dos preços de importação. O fato conduz à verifi-

- cação da queda do poder aquisitivo das nossas exportações, quer dizer, do pioramento das nossas relações dc troca. O fato a constatar é éste: o comércio

3.086 2.876

Índice

cursos de ({uc necessita para a consecu ção (Ic seus fins.

Presiimivelnicnte a

rada insuficiente, haverá a isenção, mas o mesmo não sucederá em relação aos

demais impostos. Se um proprietário de casa, por exemplo, tiver rendimento lí quido anual inferior a Cr$ 24.000,00, gozani da isenção do impôsto sôbrc a renda, mas p.igará o imposto predial que incide sôbrc seu imóvel e todos os

das exportações

fício de todos c. por conseguinte, todos

(índice)

dc\'<-m pagar igualmente. Estão aí enunciadas as duas regras fundamentais dc justiça fiscal: a imiver-

impostos indiretos que oneram as mer

saliclide c a uniformidade do imposto.

cadorias de seu consumo.

10(J 79

lÜÜ

145 183

55

44

248

61

337 410 492

64 65 51 63

458

\ i-iNALiOADK precípua do impô.lo é a dc proporcionar ao Estado os re ação do listado .se desenvolve cm bene

87

os países allamcnle indu.strializados, nos sos grandes clientes, passamos a despen der volumes cada vez maiores de mer

cadorias para manter o nível anterior das compras externas. E as perdas ve rificadas são dc tal maneira pesadas que todas as entradas dc capital estrangeiro

no País — é o próprio Professor Singer quem o afirma — não chegam para as

cada ano.

cobrir.

Pr

José Luiz de Almeida NocuEmA Porto

Poder dc compra

exterior do Brasil perde a substância, em Nas relações de troca com

OS PRINCÍPIOS DA JUSTÍÇA FISCAL

portações, cm período longo. Para não

quantidade de mercadorias antes expor

O quadro abaixo revela as relações

T

O princípio, portanto, deve ser enten PrinCitpio da universalidade

dido no sentido de não se concederem

A r<'gra da universalidade ou genera

lidade do imposto significa que todos os

favores fiscais em razão da qualidade das pe.ssoas, mas tendo-sc cm vista, tãosòmente, a sua possibilidade de con

membros da coletividade dc\em contri

tribuir.

buir para as despesas comuns através do pagamento de impostos. Claro está que e.ssc pagamento se pro cessa de acôrdo com a manifestação da

capacidade contributiva de cada um, se

É bem sabido que, em tempos remo tos, certas classes sociais gozavam de si tuações privilegiadas perante o fisco. Os nobres e o clero, por e.xemplo, não pa gavam impostos, e a resposta dada pelo

ja pela sua fortuna, seja pela .sua renda, Bispo de Sens a um apelo de Richelieu, ^ seja pelo seu consumo. Se alguém não citada por Hugon, bem exprime a men apresentar qualquer dessas manifesta talidade reinante na época: "O costume ções do capacidade contributiva, então antigo era que o povo contribuísse com deixará também dc participar da despe seus bens, a nobreza com seu sangue e VI sa comum, mas, na prática, isso nunca o clero com suas preces". acontece ; por mais pobre que se{a o ci Essa discriminação, que perdurou du dadão, sempre consumirá mercadorias já rante muitos séculos, seria hoje inconioneradas por impostos indiretos. A regra da universalidade do imposto p.itivel com os princípios de democracia não é afetada por essa possível exceção, c igualdade que dominam a consciência • •s pois o pagamento do imposto é sempre uni\'crsal. Nos países civilizados, êsse tratamen condicionado à capacidade para pagá-lo. Também as isenções para determinadas to excepcional em função da posição so cial dos cidadãos não mais existe, o que manifestações de capacidade contributi não impede, entretanto, que outros fava, visivelmente inruficientes, não cons tituem quebra do princípio. Em rela voritismos tenham surgido em prejuízo ção ao imposto que tenha por base de da pureza do princípio de justiça tribu incidência aquela manifestação conside tária. Temos no Brasil exemplo disso


•^1

Dicesto Economico

16

nufaturas". Quer dizer, os países da América Latina, o Brasil inclusive, pas sam a comprar no exterior menos pro dutos

manufaturados

com

a

mesma

nos preços de compra c venda do co mércio exterior do Brasil, fixando a que da do poder de compra d.is lujss.is ex

deixar em ilúvida a justeza das conclu

tadas.

sões, tomei para base do cálculo não um

Anos

1925/29

Valor da exportação

ano isolado, mas um quincpiénlo. Veja mos o (juadro :

Valor da importação

Crs./ton.

índice

Crs./ton.

1930 1935 1940 1942

1.858 1.279 1.486 1.532

100 69 80 82

027 495 912 1.145

2.819

1944 1946 1948

4.015 4.977 4.6.58

1.558 2.115 2.574

1949

5.383

151 216 267 250 289

Assim, no espaço de 20

anos, (

contra 358 %, que foi a alta dos preços de importação. O fato conduz à verifi-

- cação da queda do poder aquisitivo das nossas exportações, quer dizer, do pioramento das nossas relações dc troca. O fato a constatar é éste: o comércio

3.086 2.876

Índice

cursos de ({uc necessita para a consecu ção (Ic seus fins.

Presiimivelnicnte a

rada insuficiente, haverá a isenção, mas o mesmo não sucederá em relação aos

demais impostos. Se um proprietário de casa, por exemplo, tiver rendimento lí quido anual inferior a Cr$ 24.000,00, gozani da isenção do impôsto sôbrc a renda, mas p.igará o imposto predial que incide sôbrc seu imóvel e todos os

das exportações

fício de todos c. por conseguinte, todos

(índice)

dc\'<-m pagar igualmente. Estão aí enunciadas as duas regras fundamentais dc justiça fiscal: a imiver-

impostos indiretos que oneram as mer

saliclide c a uniformidade do imposto.

cadorias de seu consumo.

10(J 79

lÜÜ

145 183

55

44

248

61

337 410 492

64 65 51 63

458

\ i-iNALiOADK precípua do impô.lo é a dc proporcionar ao Estado os re ação do listado .se desenvolve cm bene

87

os países allamcnle indu.strializados, nos sos grandes clientes, passamos a despen der volumes cada vez maiores de mer

cadorias para manter o nível anterior das compras externas. E as perdas ve rificadas são dc tal maneira pesadas que todas as entradas dc capital estrangeiro

no País — é o próprio Professor Singer quem o afirma — não chegam para as

cada ano.

cobrir.

Pr

José Luiz de Almeida NocuEmA Porto

Poder dc compra

exterior do Brasil perde a substância, em Nas relações de troca com

OS PRINCÍPIOS DA JUSTÍÇA FISCAL

portações, cm período longo. Para não

quantidade de mercadorias antes expor

O quadro abaixo revela as relações

T

O princípio, portanto, deve ser enten PrinCitpio da universalidade

dido no sentido de não se concederem

A r<'gra da universalidade ou genera

lidade do imposto significa que todos os

favores fiscais em razão da qualidade das pe.ssoas, mas tendo-sc cm vista, tãosòmente, a sua possibilidade de con

membros da coletividade dc\em contri

tribuir.

buir para as despesas comuns através do pagamento de impostos. Claro está que e.ssc pagamento se pro cessa de acôrdo com a manifestação da

capacidade contributiva de cada um, se

É bem sabido que, em tempos remo tos, certas classes sociais gozavam de si tuações privilegiadas perante o fisco. Os nobres e o clero, por e.xemplo, não pa gavam impostos, e a resposta dada pelo

ja pela sua fortuna, seja pela .sua renda, Bispo de Sens a um apelo de Richelieu, ^ seja pelo seu consumo. Se alguém não citada por Hugon, bem exprime a men apresentar qualquer dessas manifesta talidade reinante na época: "O costume ções do capacidade contributiva, então antigo era que o povo contribuísse com deixará também dc participar da despe seus bens, a nobreza com seu sangue e VI sa comum, mas, na prática, isso nunca o clero com suas preces". acontece ; por mais pobre que se{a o ci Essa discriminação, que perdurou du dadão, sempre consumirá mercadorias já rante muitos séculos, seria hoje inconioneradas por impostos indiretos. A regra da universalidade do imposto p.itivel com os princípios de democracia não é afetada por essa possível exceção, c igualdade que dominam a consciência • •s pois o pagamento do imposto é sempre uni\'crsal. Nos países civilizados, êsse tratamen condicionado à capacidade para pagá-lo. Também as isenções para determinadas to excepcional em função da posição so cial dos cidadãos não mais existe, o que manifestações de capacidade contributi não impede, entretanto, que outros fava, visivelmente inruficientes, não cons tituem quebra do princípio. Em rela voritismos tenham surgido em prejuízo ção ao imposto que tenha por base de da pureza do princípio de justiça tribu incidência aquela manifestação conside tária. Temos no Brasil exemplo disso


18

Dicksto Económu-.)

com a isenção do imposto de renda para jornalistas, autores e professores, medida que não encontra justificativa alm>ina, senão o desejo do legislador constituinte de favorecer determinadas classes dc,- in telectuais.

As tentativas para concessão de isen

ção de impostos indiretos para determi

No Bra.sil essa tendência nã») ê muito

perceptível, taKí-z poríjm- todos os go vernos, (jnais{[uer (jiu- M-jani soas posi

ções ideolõgKas. precisam rctorn-r mui to frc-fjuentcmentc à majoração dos im postos iiulir<-tos para a obtenção de nma receita stificicnt*- para atender aos en-

DiCESTo Econômico

19

um c solteiro, o outro é casado e pai de Se ambos pagassem a mesma quantia estariam sondo tratados igual mente ? Cdaro que não, pois o segundo tem maiores encargos do que o primei ro e, portanto, faria maior sacrifício pa filhos.

stic-eclerta s<* ambos fossem onerados com

fício.

Agora, outros dois cidadãos. Um com

(pie um gf)\êrno tipicami-nlc coiisersa-

uma renda mensal de Cr$ 2.000,00 e

vas, se situam no mesmo plano. O im-

dor, como foi o do (leueral hãirico Du

outro com rtuida de Cr$ 20.000,00. Se

tra, cí)uccdcu isenção <lo iinpòsto do consumo para os artigos indispensáveis ao consumo popular i- mají)rou considcràvchncule o imposto sõbrc a rc-nda. ao passo (jue um governo popidisla como

de ambos fôsse exigida a mesma quan

se destina a ser suportado p(?!o último consumidor da rm-rcadoria sóbrc a cpial incide, agindo o contribuinte direto co mo mero arrecadador do tributo. Nessas

condições, a isenção do inipõsto indireto, tendo em vista apenas a situação do

o do sr. Adhcuiar de Harros, em Sao

contribuinte de direito,

tendo sobrecarregado muito os proprie

não encontra

justificativa alguma, pois o

P.iulo, elevou cjs impostos indiretos, nao tários de t<Tras.

que poderia interessar se

Nesses casos, foram con

ria o grau de capacidade

siderações de ordem eco nômica, financ-c-ira e social

conlributiva do contribuin

te de falo, e essa capaci dade nunca se pode aqui

que ditaram a í>rÍenlação e

latar, pelo simples fato de se conhecer "a priori" quem irá consumir a mer cadoria ou SC utilizar do

^j

serviço onerado pelo im

Laufcmburgcr menciona que, frcC|uentc'mentc, se acusa o ríjgime parla mentar de favorecer fiscalmente as clas

ses representadas pelos partidos que es tão no poder e de fazer suportar os im postos principalmente pelas classes re presentadas pela oposição. Quando os conservadores estão no govêmo, este vai buscar os recursos de que necessita nos iíTipostos indiretos, que pesam mais sobre os operários, ao passo que, quan do são os socialistas que detêm o poder, então os maiores ônus pesam sobre as

classes ricas, através dos impostos dire tos, sobretudo o impôsto de renda.

a mesma percimfagem dc impôsto, pois

o primeiro, para pagá-lo, teria de renun alimentação, vestuário etc., ao passo que o segundo, quando muito, renunciaria a algum consumo supérfluo. Finalmente, con.sidcrcmos dois cida

dãos com igual rendimento e igual situaçãí) familiar, mas provindo o rendi mento cie um dêles, do seu trabalho, e,

cas d<' eada gí)vêrn().

pelo fato de sc; exigir dí; Iodos o paga mento dos impostos. Essa seria a pri meira etapa, a qnal teria de ser comple tada pela uniformidade da tributação, para se alcançar o objetivo final de jus tiça (pie deve presidir à exigência do impôsto.

Como se obter essa nniformidudc ?

Quanto deve pagar cada cidadao para que todos recebam idêntico tratamento

fiscal ? Coloca-se aí o problema da igualdade de sacrifício. Suponhamos dois contribuintes, com

igual capacidade contributiva, digamos, rendimentos iguais.

Mas, ao passo que

Personalização do impôsto

ciar a algum consumo essencial, como

do outro, dc seu capital. A exigência de impôsto igual nos dois casos também não seria justa, pois aquele que vive de seu trabalho não só despende maior es forço para obtenção do rendimento, toprcscntando, cada parcela deste, uma

Mas a justiça na impo sição não seria atendida

posto indireto.

tia, claro está que grave injustiça seria

não as tendências ideológi

Princípio da tiuiformidadc

paz de abranger todos êsscs aspetos.

coim-tida contra o primeiro. O mesmo

ra pagar o impôsto.

.\otc-se, entretanto,

pôst/j indireto, por sua própria naturezii,

cia, e só o impôsto sobre a renda é ca Nos impostos indiretos, que são todos reais, não sc pode prever quem irá su portar o pêso da incidência. Nos im postos diretos reais, como o impôsto pre dial, por exemplo, não sc tem a visão global da situação do contribuinte. Por tanto, só os impostos diretos pessoais, dos quais o paradigma é o imposto so bre a renda, podem permitir que sc al cance o objetivo da igualdade do sacri

nadas organizações, como as cooperati

cargíjs do Estado.

tante e a natureza da base da incidên

Já constatamos que a situação indivi dual dc cada contribuinte deve ser le

vada em conta na fi.xação de carga fiscal e isso só é possível através do impôsto

pessoal. Os impostos reais incidem ce gamente sobre a base da incidência pe lo simples fato de ela existir e tendo em vista apenas seus caraterísticos, enquan

to que o impôsto pessoal aprecia também as condições peculiares de quem vai pagá-lo.

Graças á personaIÍ2uação do impôsto, épossível excluir da base da incidência

soma maior dc sacrifício, como o rendi

— no caso, a renda — todas as parcelas

mento já c onerado pelos riscos decor rentes da própria atividade. A enfer midade, o desemprego, a morte, podem fazer cessar brviscamente o ganho, e,

que a desfalcam para apurar-se o líqui investigar-se depois a origem do rendi

portanto,

mento e seu montante.

enquanto ele perdura,

uma

parcela de seu montante deve ser reser vada para a cobertura desses riscos. Das três hipóteses figuradas podem-se inferir os princípios da personalização, da progressividade e da discriminação do impôsto. Para pô-los em prática, porém, é claro que se deve atentar para a situação glo bal de cada contribuinte e para o mon

do, isto é, nivelar-se, preliminarmente, a situação de todos os contribuintes para

As deduções pennitidas no impôsto de renda, por exemplo, só se tornam possí veis graças à personalização do impôsto. Progressividade do impôsto -No exemplo que demos, vimos que

não seria justo que dois contribuintes, oferecendo situações diferentes de ren-


18

Dicksto Económu-.)

com a isenção do imposto de renda para jornalistas, autores e professores, medida que não encontra justificativa alm>ina, senão o desejo do legislador constituinte de favorecer determinadas classes dc,- in telectuais.

As tentativas para concessão de isen

ção de impostos indiretos para determi

No Bra.sil essa tendência nã») ê muito

perceptível, taKí-z poríjm- todos os go vernos, (jnais{[uer (jiu- M-jani soas posi

ções ideolõgKas. precisam rctorn-r mui to frc-fjuentcmentc à majoração dos im postos iiulir<-tos para a obtenção de nma receita stificicnt*- para atender aos en-

DiCESTo Econômico

19

um c solteiro, o outro é casado e pai de Se ambos pagassem a mesma quantia estariam sondo tratados igual mente ? Cdaro que não, pois o segundo tem maiores encargos do que o primei ro e, portanto, faria maior sacrifício pa filhos.

stic-eclerta s<* ambos fossem onerados com

fício.

Agora, outros dois cidadãos. Um com

(pie um gf)\êrno tipicami-nlc coiisersa-

uma renda mensal de Cr$ 2.000,00 e

vas, se situam no mesmo plano. O im-

dor, como foi o do (leueral hãirico Du

outro com rtuida de Cr$ 20.000,00. Se

tra, cí)uccdcu isenção <lo iinpòsto do consumo para os artigos indispensáveis ao consumo popular i- mají)rou considcràvchncule o imposto sõbrc a rc-nda. ao passo (jue um governo popidisla como

de ambos fôsse exigida a mesma quan

se destina a ser suportado p(?!o último consumidor da rm-rcadoria sóbrc a cpial incide, agindo o contribuinte direto co mo mero arrecadador do tributo. Nessas

condições, a isenção do inipõsto indireto, tendo em vista apenas a situação do

o do sr. Adhcuiar de Harros, em Sao

contribuinte de direito,

tendo sobrecarregado muito os proprie

não encontra

justificativa alguma, pois o

P.iulo, elevou cjs impostos indiretos, nao tários de t<Tras.

que poderia interessar se

Nesses casos, foram con

ria o grau de capacidade

siderações de ordem eco nômica, financ-c-ira e social

conlributiva do contribuin

te de falo, e essa capaci dade nunca se pode aqui

que ditaram a í>rÍenlação e

latar, pelo simples fato de se conhecer "a priori" quem irá consumir a mer cadoria ou SC utilizar do

^j

serviço onerado pelo im

Laufcmburgcr menciona que, frcC|uentc'mentc, se acusa o ríjgime parla mentar de favorecer fiscalmente as clas

ses representadas pelos partidos que es tão no poder e de fazer suportar os im postos principalmente pelas classes re presentadas pela oposição. Quando os conservadores estão no govêmo, este vai buscar os recursos de que necessita nos iíTipostos indiretos, que pesam mais sobre os operários, ao passo que, quan do são os socialistas que detêm o poder, então os maiores ônus pesam sobre as

classes ricas, através dos impostos dire tos, sobretudo o impôsto de renda.

a mesma percimfagem dc impôsto, pois

o primeiro, para pagá-lo, teria de renun alimentação, vestuário etc., ao passo que o segundo, quando muito, renunciaria a algum consumo supérfluo. Finalmente, con.sidcrcmos dois cida

dãos com igual rendimento e igual situaçãí) familiar, mas provindo o rendi mento cie um dêles, do seu trabalho, e,

cas d<' eada gí)vêrn().

pelo fato de sc; exigir dí; Iodos o paga mento dos impostos. Essa seria a pri meira etapa, a qnal teria de ser comple tada pela uniformidade da tributação, para se alcançar o objetivo final de jus tiça (pie deve presidir à exigência do impôsto.

Como se obter essa nniformidudc ?

Quanto deve pagar cada cidadao para que todos recebam idêntico tratamento

fiscal ? Coloca-se aí o problema da igualdade de sacrifício. Suponhamos dois contribuintes, com

igual capacidade contributiva, digamos, rendimentos iguais.

Mas, ao passo que

Personalização do impôsto

ciar a algum consumo essencial, como

do outro, dc seu capital. A exigência de impôsto igual nos dois casos também não seria justa, pois aquele que vive de seu trabalho não só despende maior es forço para obtenção do rendimento, toprcscntando, cada parcela deste, uma

Mas a justiça na impo sição não seria atendida

posto indireto.

tia, claro está que grave injustiça seria

não as tendências ideológi

Princípio da tiuiformidadc

paz de abranger todos êsscs aspetos.

coim-tida contra o primeiro. O mesmo

ra pagar o impôsto.

.\otc-se, entretanto,

pôst/j indireto, por sua própria naturezii,

cia, e só o impôsto sobre a renda é ca Nos impostos indiretos, que são todos reais, não sc pode prever quem irá su portar o pêso da incidência. Nos im postos diretos reais, como o impôsto pre dial, por exemplo, não sc tem a visão global da situação do contribuinte. Por tanto, só os impostos diretos pessoais, dos quais o paradigma é o imposto so bre a renda, podem permitir que sc al cance o objetivo da igualdade do sacri

nadas organizações, como as cooperati

cargíjs do Estado.

tante e a natureza da base da incidên

Já constatamos que a situação indivi dual dc cada contribuinte deve ser le

vada em conta na fi.xação de carga fiscal e isso só é possível através do impôsto

pessoal. Os impostos reais incidem ce gamente sobre a base da incidência pe lo simples fato de ela existir e tendo em vista apenas seus caraterísticos, enquan

to que o impôsto pessoal aprecia também as condições peculiares de quem vai pagá-lo.

Graças á personaIÍ2uação do impôsto, épossível excluir da base da incidência

soma maior dc sacrifício, como o rendi

— no caso, a renda — todas as parcelas

mento já c onerado pelos riscos decor rentes da própria atividade. A enfer midade, o desemprego, a morte, podem fazer cessar brviscamente o ganho, e,

que a desfalcam para apurar-se o líqui investigar-se depois a origem do rendi

portanto,

mento e seu montante.

enquanto ele perdura,

uma

parcela de seu montante deve ser reser vada para a cobertura desses riscos. Das três hipóteses figuradas podem-se inferir os princípios da personalização, da progressividade e da discriminação do impôsto. Para pô-los em prática, porém, é claro que se deve atentar para a situação glo bal de cada contribuinte e para o mon

do, isto é, nivelar-se, preliminarmente, a situação de todos os contribuintes para

As deduções pennitidas no impôsto de renda, por exemplo, só se tornam possí veis graças à personalização do impôsto. Progressividade do impôsto -No exemplo que demos, vimos que

não seria justo que dois contribuintes, oferecendo situações diferentes de ren-


DlnKSTÒ ECoNÓNflCO

2C

da, fôsscm tributados igualmente ou, se

ç-ão maior d(? imposto, e daí a idéia da

quer, na mesma proporção. Surge então a idéia da progressivida

progressividade na tributação.

de na tributação.

Diz-.se que um im-

pôsto é progre-ssivo quando a sua taxa aumenta à medida que aumenta, tam bém, a base da incidência.

Se de to-

do.s os rendimentos se cobrasse o mes-

Essa teoria, levada a seus extremeis,

poderia conduzir á alísorção total dos

rendimentos «jm- exc<*di ssetn de um de terminado limite e, por conseguinte, ao nivelamento das rendas pelo impò to. .\essc caso, porém, o iuqiòslí) deixa

'mo imposto, digamos, de 10 X, o imp.)3-

ria dc ser "neutro" e ésse é um this re

■ to seria proporcional. Se a taxa sarias; se na razão direta do montante do ren-

quisitos dt; um impôslo dc rjalureza pu ramente fiscal. O imposto "neutro" e

. dimento, o imposto teria o nome de pro, gressivo.

O fundamento da progrc.s.sisídade co mo fator da justiça na triijufação é a

F

Dicfisto

ECONÓXOCO

2i

rio liabiluado a unia vida de luxo, de

fartura, renunciar a um automóvel repre sente sacrifício maior do que, para um

operário, remineiar a um terno de rou pa. Com uma base tão movediça, cla ro está c|ne não se podo organiz-ir uma escala de progressividade que atenda Sempre- ao impi-ralivo da justiça fiscal. .•\lgun-; autores são inclinados a pro

aqiiéle que não modifica a situação dc

curar uma iiasc objetiva para a progres sividade. llans Uitsclil, por e.xemplo, entende (juc o Estado deve comparar

cada membro da coletividade em rela

os fins c as necessidades individuais dos

ção aos outros.

Depois de pago o im-

nic-mbros da coletividade, a fim dc ve

teoria econômica da utilidade final.

existente entre as condi(,ões econômicas e

rificar o grau do utilidade geral das despesas do E tado em confronto com a

Quanto maior seja a quantidade de um

sociais dos eiíladãos não se altera.

dos cidadãos.

bem de que uma pessoa seja possuido

pòsto, todos terão menos, ma.s a rclaçao

Mesmo, porém, dentro da teoria da

No momento em que se

e.stal)i'lecer o equilíbrio, deve cessar o

renda para assegurar sua subsistência no caso de desemprego ou enfermidade, ou para amparar a família no caso de sua morte. Ao passo que o que vive dos rendimentos do capital não corre tais riscos inerentes a natureza humana.

Hoje em dia seria difícil sustcntar-se

a validade de tal teoria, pois, à medida que aumenta a segurança doS'rendimen tos do trabalho, diminui a do capital. As instiluiç-ões de previdência social e a legislação do trabalho, existentes

em quase todos os países, cobrem os riscos do trabalho quase que totalmente, ao passo que o capital sofre todos os im pactos da conjuntura econômica e corre

todos os riscos de uma organização so cial ameaçada.

É mais razoável justificar-se a discri

Ultimas unidades desse bem c, portanto,

utilidade finai, não seria justificável o absorção da parte do rendimento (|ue ex

croseimc-nlo da tributação. Êsse sistema, e\ identcmcnte, não re-

minação pelo esfôrço exigido em cada

menor o seu valor.

cedesse detcirminado limite, visto como

.sül\-e o problema da escala da progres-

toda a parcela dc rendimento tem utili dade para fjueni a aufere, poix possibili

.si\-idade, como não o resolve qualquer

caso para a obtenção do rendimento. O operário que ganhou seu salário traba

ra, menor será, para ela, a utilidade das

-Vo caso cia renda, à medida cpie ela aumenta, as necessidades que ela per

mite satisfazer são cada vez menos pre mentes, menos importantes. Em uma renda de Cr$ 2.000,00 mensais, uma parcela dc Cr$ 200,00 representa a sa tisfação de necersidadcs inadiáveis, vi tais, como alimentação, educação do.s fi lhos, tratamento médico, vestuário, ao pa.sso que, para uma renda dc

Cr$ 20.000,00, a parcela da

mesma

ta a sati.sfação de alguma necessidade. Além dc certo limite, a.s neee.s.sidadcs

-são igualmcnle mínimas, c a partir des.se ponto deve cessar a progressão do

Diarrijuimiçao do irnpâsto

tnip<')Sto.

Dalton menciona, ainda, que um im-

pàsto pc.ssoal levado ao extremo da ab sorção total conduziria ao dcsestímulo e à cc;.sação de toda atividade no limiar da quantia além da qmd se daria a con-

proporção, isto é, Cr$ 2.000,00, corres

fiscação total da renda.

ponde à satisfação de desejos considera

Estabelecido que o impn.slo deve ser progressivo, mas (pie sua progrcssivida de não pode cliegar á absorção total, rcs ta indagar cm que escala deve subir o

dos supérfluos.

O valor-utilidade, dôs-

ses CrS 2.000,00, é menor do cpie o valor-utilidade dos CrS 200,00 para a pessoa que tem uma renda dez vezes menos. Logo, se ambos pagassem o im posto na mesma proporção, um estaria realmente pagando mais do que outro, pois seu sacrifício seria maior. Para se fazer justiça, necersário seria que aque le cj[ue tem maior renda pagasse propor-

outro até hoje imaginado para e:sc fim. Nesst- plano, portanto, não há como fu gir ao einpirismo na elaboração das talielas de impòsto progressivo.

imnôsto imposto para que scia scj.i feita , justiça fisc^ .•

Êsse problema oferece tal dificul<í'^ ®

que se deve renunciar à organização de

uma escala perfeitamente justa. Bastíi ver que a noção de necessidade e sacri

fício é subjetiva, variando de indivíduo

para indivíduo. Talvez para o milioná /A'

já vimos que não basta uniformizar-se a situação dos contribuintes de modo a eliminar as diferenças sociais c econô

micas entre êlcs existentes e depois con siderar seus rendimentos globais para tributá-los progressivamente.

Mais um

elemento tem dc ser levado em conta

para sc alcançar a justiça fiscal: a ori

gem do rendimento. Os financistas tentam, geralmente, justificar a discriminação afirmando que, enquanto o rendimento originário do trabalho é precário, inseguro, o resul tante do capital é mais estável e durá vel. Assim, aquele que só vive de seu trabalho deve separar uma parte de sua

lhando exaustivamente deve pagar me

nos do que um capitalista que tranqüi lamente auferiu juros ou aluguéis de ca sas. Isso porque cada percela do ren dimento do primeiro representa maior soma dc esforços, maior sacrifício, do

que a mesma parcela do rendimento do segundo,

Por isso, principalmente, a taxa do imposto, tendo-se em vista a origem do rendimento, deve variar na razão inver--

sa do esfôrço despendido para obtê-lo por quem o aufere. O processo para se estabelecer a di ferença de tratamento pode ser uma ta rifa diferencial, como é o caso do Bra

sil, ou uma dupla ou tripla imposição sobre determinados tipos de rendimento, onerando-se, por e.xemplo, diretamente o capital. No Brasil, muito haveria que se dizer da discriminação tributária, pois o prin

cipio que deve orientar a variação da


DlnKSTÒ ECoNÓNflCO

2C

da, fôsscm tributados igualmente ou, se

ç-ão maior d(? imposto, e daí a idéia da

quer, na mesma proporção. Surge então a idéia da progressivida

progressividade na tributação.

de na tributação.

Diz-.se que um im-

pôsto é progre-ssivo quando a sua taxa aumenta à medida que aumenta, tam bém, a base da incidência.

Se de to-

do.s os rendimentos se cobrasse o mes-

Essa teoria, levada a seus extremeis,

poderia conduzir á alísorção total dos

rendimentos «jm- exc<*di ssetn de um de terminado limite e, por conseguinte, ao nivelamento das rendas pelo impò to. .\essc caso, porém, o iuqiòslí) deixa

'mo imposto, digamos, de 10 X, o imp.)3-

ria dc ser "neutro" e ésse é um this re

■ to seria proporcional. Se a taxa sarias; se na razão direta do montante do ren-

quisitos dt; um impôslo dc rjalureza pu ramente fiscal. O imposto "neutro" e

. dimento, o imposto teria o nome de pro, gressivo.

O fundamento da progrc.s.sisídade co mo fator da justiça na triijufação é a

F

Dicfisto

ECONÓXOCO

2i

rio liabiluado a unia vida de luxo, de

fartura, renunciar a um automóvel repre sente sacrifício maior do que, para um

operário, remineiar a um terno de rou pa. Com uma base tão movediça, cla ro está c|ne não se podo organiz-ir uma escala de progressividade que atenda Sempre- ao impi-ralivo da justiça fiscal. .•\lgun-; autores são inclinados a pro

aqiiéle que não modifica a situação dc

curar uma iiasc objetiva para a progres sividade. llans Uitsclil, por e.xemplo, entende (juc o Estado deve comparar

cada membro da coletividade em rela

os fins c as necessidades individuais dos

ção aos outros.

Depois de pago o im-

nic-mbros da coletividade, a fim dc ve

teoria econômica da utilidade final.

existente entre as condi(,ões econômicas e

rificar o grau do utilidade geral das despesas do E tado em confronto com a

Quanto maior seja a quantidade de um

sociais dos eiíladãos não se altera.

dos cidadãos.

bem de que uma pessoa seja possuido

pòsto, todos terão menos, ma.s a rclaçao

Mesmo, porém, dentro da teoria da

No momento em que se

e.stal)i'lecer o equilíbrio, deve cessar o

renda para assegurar sua subsistência no caso de desemprego ou enfermidade, ou para amparar a família no caso de sua morte. Ao passo que o que vive dos rendimentos do capital não corre tais riscos inerentes a natureza humana.

Hoje em dia seria difícil sustcntar-se

a validade de tal teoria, pois, à medida que aumenta a segurança doS'rendimen tos do trabalho, diminui a do capital. As instiluiç-ões de previdência social e a legislação do trabalho, existentes

em quase todos os países, cobrem os riscos do trabalho quase que totalmente, ao passo que o capital sofre todos os im pactos da conjuntura econômica e corre

todos os riscos de uma organização so cial ameaçada.

É mais razoável justificar-se a discri

Ultimas unidades desse bem c, portanto,

utilidade finai, não seria justificável o absorção da parte do rendimento (|ue ex

croseimc-nlo da tributação. Êsse sistema, e\ identcmcnte, não re-

minação pelo esfôrço exigido em cada

menor o seu valor.

cedesse detcirminado limite, visto como

.sül\-e o problema da escala da progres-

toda a parcela dc rendimento tem utili dade para fjueni a aufere, poix possibili

.si\-idade, como não o resolve qualquer

caso para a obtenção do rendimento. O operário que ganhou seu salário traba

ra, menor será, para ela, a utilidade das

-Vo caso cia renda, à medida cpie ela aumenta, as necessidades que ela per

mite satisfazer são cada vez menos pre mentes, menos importantes. Em uma renda de Cr$ 2.000,00 mensais, uma parcela dc Cr$ 200,00 representa a sa tisfação de necersidadcs inadiáveis, vi tais, como alimentação, educação do.s fi lhos, tratamento médico, vestuário, ao pa.sso que, para uma renda dc

Cr$ 20.000,00, a parcela da

mesma

ta a sati.sfação de alguma necessidade. Além dc certo limite, a.s neee.s.sidadcs

-são igualmcnle mínimas, c a partir des.se ponto deve cessar a progressão do

Diarrijuimiçao do irnpâsto

tnip<')Sto.

Dalton menciona, ainda, que um im-

pàsto pc.ssoal levado ao extremo da ab sorção total conduziria ao dcsestímulo e à cc;.sação de toda atividade no limiar da quantia além da qmd se daria a con-

proporção, isto é, Cr$ 2.000,00, corres

fiscação total da renda.

ponde à satisfação de desejos considera

Estabelecido que o impn.slo deve ser progressivo, mas (pie sua progrcssivida de não pode cliegar á absorção total, rcs ta indagar cm que escala deve subir o

dos supérfluos.

O valor-utilidade, dôs-

ses CrS 2.000,00, é menor do cpie o valor-utilidade dos CrS 200,00 para a pessoa que tem uma renda dez vezes menos. Logo, se ambos pagassem o im posto na mesma proporção, um estaria realmente pagando mais do que outro, pois seu sacrifício seria maior. Para se fazer justiça, necersário seria que aque le cj[ue tem maior renda pagasse propor-

outro até hoje imaginado para e:sc fim. Nesst- plano, portanto, não há como fu gir ao einpirismo na elaboração das talielas de impòsto progressivo.

imnôsto imposto para que scia scj.i feita , justiça fisc^ .•

Êsse problema oferece tal dificul<í'^ ®

que se deve renunciar à organização de

uma escala perfeitamente justa. Bastíi ver que a noção de necessidade e sacri

fício é subjetiva, variando de indivíduo

para indivíduo. Talvez para o milioná /A'

já vimos que não basta uniformizar-se a situação dos contribuintes de modo a eliminar as diferenças sociais c econô

micas entre êlcs existentes e depois con siderar seus rendimentos globais para tributá-los progressivamente.

Mais um

elemento tem dc ser levado em conta

para sc alcançar a justiça fiscal: a ori

gem do rendimento. Os financistas tentam, geralmente, justificar a discriminação afirmando que, enquanto o rendimento originário do trabalho é precário, inseguro, o resul tante do capital é mais estável e durá vel. Assim, aquele que só vive de seu trabalho deve separar uma parte de sua

lhando exaustivamente deve pagar me

nos do que um capitalista que tranqüi lamente auferiu juros ou aluguéis de ca sas. Isso porque cada percela do ren dimento do primeiro representa maior soma dc esforços, maior sacrifício, do

que a mesma parcela do rendimento do segundo,

Por isso, principalmente, a taxa do imposto, tendo-se em vista a origem do rendimento, deve variar na razão inver--

sa do esfôrço despendido para obtê-lo por quem o aufere. O processo para se estabelecer a di ferença de tratamento pode ser uma ta rifa diferencial, como é o caso do Bra

sil, ou uma dupla ou tripla imposição sobre determinados tipos de rendimento, onerando-se, por e.xemplo, diretamente o capital. No Brasil, muito haveria que se dizer da discriminação tributária, pois o prin

cipio que deve orientar a variação da


22

tarifa

DlCKSTO Econóníico

do impôsto não foi obedecido.

Não nos esqueçamos que

rendimentos

da mesma naturezí», como os juros de correntes de empréstimos públicos ou de empréstimos particulares, sofrem tribu tações diferentes, e que rendimentos mis

tos, como é o caso do lucro das socieda

des comerciais, são tributados mais pesadam(,*nte do que os oriundos exclusiva

1 O professor universitário e a formação cristã das novas gerações (*)

também, arma de intervenção na ordem econômica e social e é através dos tra-

tamcmlos tribtilários diferenciais que o Estado consegue seus objetivos de inter

Luiz CiNTiiA IX) Prado

venção.

(Professor dc Física Geral da Escola Politécnica de

São Paulo o Física Superior da Universidade Católica

Círavando mais uns contribuintes do

que outros, e desjin-zando, jxir conseguint»*, os princíjiios de justiça imposi-

de São Paulo — Da Diretoria dc Sugmacs

(Economia c Humanismo)

tiva, consegue o T.stadí) obter os movi-

mente da aplicação de capitais.

nieulos que deseja na ordem econômica

1.

ou soeial, seja para incentivar certas ativídacb.s e desestiuiular outras, seja

A conjugação dos trés princípios enun ciados pode conduzir à justiça fiscal.

" to Lt'"ibremo.nos, de Êlc que constitui, o impos quase nunca porém, é neutro.

Iiitrodtição

/^OMo toda gente sabe, a niocidaclc

(|iie tem a fortuna de seguir os cur

para obter melhor justiça social.

l^irtanto, os principios enunciados só são válidos quando se trate dc um im pôsto neutro, dc objetivos puramente fiscais.

O tema, que me foi dado relatar, fo caliza a participação que pode ter um professor universitário — o o que é ca tólico, em particular — nesse grave tra

sos universitários constitui sempre, em

balho de e.\amo e aceitação dc princi- . -

(iualí|uer pais, um conjunto privilegiado <le individiios qiu", ein virtude mesmo da cultura achjuirida u<>sses estudos, repre sentam uma parcela importante da fu

pio.s, que as novas gerações devem fazer e de que fica dependendo a inserção de eada qual numa determinada concepção da existência e, por conseguinte, o ru

tura elite de sua terra. O que se aguar

mo geral da influência que cada um irá

da e se espera, dessa classe dc estudan

exercer no meio da sociedade.

tes, justifica o custoso aparclliamcnto

tias escolas superiores c a mobilização de lodo um corpo de docentes especia lizados : con.sideram-se bem pagos todos os dispéndios e trabalbos do ensino uni versitário, metlianle a soma \'ultosa dos

benefícios (jui- ulteriormentc a coletivi

dade poilcrá receber dos egressos das academias, transformados eni cidadãos preslativos.

-Ft

^

^

» m.

T-. .ísausi."

É cm função dc um tal apanágio, im presso por antecipação nos estudantes universitários, que importa discutir a •Sua formação intelectual, moral e espiri

"

tual.

Sc esta já vem delineada, em ca

da indivíduo, pela educação que se for jou sob a vigilância dos pais c sob a influência dos mestres secundários, não

.

> .i

: íU-':,-

é menos verdade que os estudos das es colas superiores prosseguem justamente durante aquela fase em que os jovens devem assumir uma atitude pessoal pe rante a vida e tratam de verificar, por si próprios, o valor dos princípios em que essa atitude terá de se basear.

2. Influência específica do professor De fato, nos quadros do ensino univcrsitiirio, bá um certo número de disci

plinas, cujo dcseiiNolvímcnto permite ao

piofessor inter\'ir diretamente na forma ção do espírito dos estudantes, pois elas incluem assuntos em que a doutrina cristã fixa detcnninadas diretrizes e a

respeito das quais outras doutrinas são errôneas ou, mesmo, francamente noci vas. Em tais setores escolares, a fun

ção técnica do professor

desdobra-se

concomitantemente na função do educa

dor; e o que é católico pode realizar um benefício imenso, prevenindo ou sustan do uma possível deformação na menta lidade de seus alunos.

Assim, como um primeiro exemplo, se (Sf) Exposição feita na "Primeira Se mana de Intelectuais Católicos do Brasil",

promovida pela Liga Universitária Cató lica de São Paulo (16 a 24 de março de 1951).


22

tarifa

DlCKSTO Econóníico

do impôsto não foi obedecido.

Não nos esqueçamos que

rendimentos

da mesma naturezí», como os juros de correntes de empréstimos públicos ou de empréstimos particulares, sofrem tribu tações diferentes, e que rendimentos mis

tos, como é o caso do lucro das socieda

des comerciais, são tributados mais pesadam(,*nte do que os oriundos exclusiva

1 O professor universitário e a formação cristã das novas gerações (*)

também, arma de intervenção na ordem econômica e social e é através dos tra-

tamcmlos tribtilários diferenciais que o Estado consegue seus objetivos de inter

Luiz CiNTiiA IX) Prado

venção.

(Professor dc Física Geral da Escola Politécnica de

São Paulo o Física Superior da Universidade Católica

Círavando mais uns contribuintes do

que outros, e desjin-zando, jxir conseguint»*, os princíjiios de justiça imposi-

de São Paulo — Da Diretoria dc Sugmacs

(Economia c Humanismo)

tiva, consegue o T.stadí) obter os movi-

mente da aplicação de capitais.

nieulos que deseja na ordem econômica

1.

ou soeial, seja para incentivar certas ativídacb.s e desestiuiular outras, seja

A conjugação dos trés princípios enun ciados pode conduzir à justiça fiscal.

" to Lt'"ibremo.nos, de Êlc que constitui, o impos quase nunca porém, é neutro.

Iiitrodtição

/^OMo toda gente sabe, a niocidaclc

(|iie tem a fortuna de seguir os cur

para obter melhor justiça social.

l^irtanto, os principios enunciados só são válidos quando se trate dc um im pôsto neutro, dc objetivos puramente fiscais.

O tema, que me foi dado relatar, fo caliza a participação que pode ter um professor universitário — o o que é ca tólico, em particular — nesse grave tra

sos universitários constitui sempre, em

balho de e.\amo e aceitação dc princi- . -

(iualí|uer pais, um conjunto privilegiado <le individiios qiu", ein virtude mesmo da cultura achjuirida u<>sses estudos, repre sentam uma parcela importante da fu

pio.s, que as novas gerações devem fazer e de que fica dependendo a inserção de eada qual numa determinada concepção da existência e, por conseguinte, o ru

tura elite de sua terra. O que se aguar

mo geral da influência que cada um irá

da e se espera, dessa classe dc estudan

exercer no meio da sociedade.

tes, justifica o custoso aparclliamcnto

tias escolas superiores c a mobilização de lodo um corpo de docentes especia lizados : con.sideram-se bem pagos todos os dispéndios e trabalbos do ensino uni versitário, metlianle a soma \'ultosa dos

benefícios (jui- ulteriormentc a coletivi

dade poilcrá receber dos egressos das academias, transformados eni cidadãos preslativos.

-Ft

^

^

» m.

T-. .ísausi."

É cm função dc um tal apanágio, im presso por antecipação nos estudantes universitários, que importa discutir a •Sua formação intelectual, moral e espiri

"

tual.

Sc esta já vem delineada, em ca

da indivíduo, pela educação que se for jou sob a vigilância dos pais c sob a influência dos mestres secundários, não

.

> .i

: íU-':,-

é menos verdade que os estudos das es colas superiores prosseguem justamente durante aquela fase em que os jovens devem assumir uma atitude pessoal pe rante a vida e tratam de verificar, por si próprios, o valor dos princípios em que essa atitude terá de se basear.

2. Influência específica do professor De fato, nos quadros do ensino univcrsitiirio, bá um certo número de disci

plinas, cujo dcseiiNolvímcnto permite ao

piofessor inter\'ir diretamente na forma ção do espírito dos estudantes, pois elas incluem assuntos em que a doutrina cristã fixa detcnninadas diretrizes e a

respeito das quais outras doutrinas são errôneas ou, mesmo, francamente noci vas. Em tais setores escolares, a fun

ção técnica do professor

desdobra-se

concomitantemente na função do educa

dor; e o que é católico pode realizar um benefício imenso, prevenindo ou sustan do uma possível deformação na menta lidade de seus alunos.

Assim, como um primeiro exemplo, se (Sf) Exposição feita na "Primeira Se mana de Intelectuais Católicos do Brasil",

promovida pela Liga Universitária Cató lica de São Paulo (16 a 24 de março de 1951).


DiOESTO Ef^OKÓNÍlCO

um dos grandes problemas de nossa era vertiginosa é o de se pensar bem, os

professòres da sã Filosofia aí estão pa ra ensinar às novas geraçoi-s o saber

pensar. Nas Faculdades de Filosofia, o mestre católico terá diante de si a ein-

polgante tarefa de transmitir as rcras

cias.

Com tal orientação, o trabalho

dos mestres dcscnvolvc-.sc como um "bom combate" contra as tergiversa

ções, frc(jucntcs cm nossa época, ao mes

mo passo <]ue estampa um fcli/. decal que sôbre a consciência dos futuros

advogados, aos (juais tlcxcin caus.ir hor segundo as quais se faz a correta rpli- ror os sofismas e as falsas posiçocs, co ca^ão do pensamento à realidade dos se

res. Dêste modo, mediante a simples Filosofia bem orientada, que esclarece o

caminho para as grandes verdades'e que

em particular, remontando às últimas causas, chega a desvendar a existência e os atributos do Ser Infinito, o mestre católico fornecerá aos estudantes as ar mas com que poderão desmontar o cepticismo acadêmico e recalcar as ondas sempre renascentes, do ateísmo.

Numa Faculdade de Direito, o pro fessor tem a obrigação de expor e fir mar a boa doutrina nos assuntos perti nentes as relações jurídicas entre pes soas, à famiha, as ques:ões de ordem so cial, a política, à conceituação do Esta do, enfim a todos os altos temas do Di reito. As definições acertadas nem sem pre supõem pontos-de-vista propriamen te confessionais; mas, a verdadeira base da sociedade implica o reconhecimento e o correto emprego dos direitos e res ponsabilidades que recebemos do Cria

dor. Por isío, nos casos de litígio, o professor católico ficará na posição pri vilegiada de quem está seguro da ver

dade. Colocará o homem na devida po sição, com respeito ao seu próximo, de monstrará a fôrça criadora das formas

democráticas de Governo, arguirá ve ementemente o que de funesto acarreta

qualquer sistema totalitário, e assim por diante. Infundirá no espírito de seus alunos não somente a doutrina sadia,

como também o absoluto respeito que a verdade merece em todas as circunstân

mo armas indignas dc todo bacharel cm ciências e letras jurídicas.

No ensino superior da Medicina c da

DrOKSTO

ECONÓNflCO

piofissão médica c, por excelência, um campo aberto ao c.xcrcício da caridade cristã.

Nas Facnldadi'S dc Ciências Econô micas. um cal«')lico. ao rogor uma cáte

dra, poderá desassombradamcntc reivin

dicar para as pi-ssoas humanas a inteira

3.

Contribuição não-especifica

consitlernção cpic cias merecem, como

Fica de pé, entretanto, a tese de que

objetivo éiUimo dc lóclas as atividades

os meios universitários oferecem clima

relativas à produção, à troca o à distri buição dos bens materiais.

Saberá cla

mar por uma renovação das estnituras,

Higiene, um mestre materialista, com a

cm cjuc se reconheça o justo valor das

autoridade dc .seus conhecimentos técni

diferentes formas do trabalho, c em que

cos, pode incutir idéias perigosas cm

do espírito humano. Não há fugir à aridez filosófica dc certas disciplinas que, por muito particulares, ficam dis tantes daqueles citados temas.

propício à reversão das idéias capazes dc dominar uma época ou uma geração.

Ê um campo onde os espíritos moços se reúnem, ávidos de respostas para as graves indagações que os primeiros em

de ordem puramente biológica, mas so-

dominem as diretivas dc uma economia dc serviços, contrai^osta a uma econo mia dc lucros, a saber, o que já vai fi

l>rctudo morais, como os exemplos por

gurando nas di.scussões contcmpovánoas

demais conhecidos da cutanásia, do aborto, da frustração da natalidade e outros. Em contraposição, pode um

poderosas aos grandes ideais de solida

sob o nome de "economia humana" e

riedade humana, de reformas económico-sociais, de marcha para melhores condições no mundo. Para não citar senão um exemplo dos últimos tempos,

relação a certos problemas, que não são

professor católico orientar cm sentido correto a prática do todos os misteres a medicina; c fará isso com a naturalidade

dc quem sabe que Deus proíbe certas cousus, simplesmente porque cias sao coisas más cm si mesmas... Pois, ses assuntos, é comum repclir-sc o p conceito monstruoso de liavcr coisas q"

são tidas como pecados, porque |

se compraz cm defini-las a voz o ic da Igreja!

O docente católico terá amiudndas ocasiões para habituar os futuros COS a considerarem sempre a digm do corpo humano, não apenas em dc sua maravilhosa estrutura e seu a

rávcl funcionamento, mas acima de do porque é a sede de uma alma i

cuja inspiração c provadamente cristã. A lista dos exemplos poderia ser mais rxlcnsa, sc prolongássemos a discussão através das Faculdades de Letras, das

Escolas dc Serviço Social o outras mais,

bates sérios da vida põem em foco, de

maneira quase sempre dramática. As ercolas superiores oferecem ressonâncias

foi nos meios universitários que o mo vimento nacional-socialisla da Alemanha

cujos estudos sempre convergem, de al

germinou o ganhou a força com que se

gum modo, para o próprio homem. En

manteve durante varies anos, não obs

tretanto, bá também setores universitá

tante os seus enganoros fundamentos. Por isso, sempre terão significado e

rios em que as oportunidades de trans mitir lições, como essas, ditadas pelo co

eventual repercussão as atitudes de todo

profersor universitário que, cumprindo

nhecimento das verdades cristãs, se vão tornando mais raras c acidentais, à me

sua missão de transmitir conhecimentos,

dida que as matérias sc apresentam mais

em qualquer setor especializado, queira

técnicas c especializadas. Muitos pro assuntos que têm do discutir com seus alunos, um entrosamento qualquer com aqueles temas gerais relativos ao Ho

oferecer um testemunlio no sentido de determinado credo religio.so, filosófico ou político, o de fato afirme sua posição no campo das idéias controversas. Pois, mesmo que não fale do cátedra sôbre as

mem, ao Universo, à Divindade, em tor

questões que afligem e dividem os ho

fessores nem chegam a encontrar, nos

no dos quais se lançam e se debatem as

Universidades

mens, o seu exemplo poderá valer como um voto, os seus atos permitirão aferirse uma dada concepção da existência. Assim, de modo não específico, isto é,

É escusado insistir

constituídas para abranger, num todo

sem relação direta com os ensinamentos

na lição, bem mais simples, porém nao menos fecunda, de como o campo da

harmonioso, a verdadeira "universalida

de" dos assuntos abertos à investigação

particularizados que transmite, pode também o professor influir sôbre a for-

tal, feita à imagem o semelhança dc^ Ente Perfeito, e porque é, muitas vêzeS, um templo que o próprio Deus se digna habitar e não admite, portanto, qual

quer profanação.

escolas doutrinárias. E esta circunstância

velmente,

mesmo

nas

ocorre inexorà-


DiOESTO Ef^OKÓNÍlCO

um dos grandes problemas de nossa era vertiginosa é o de se pensar bem, os

professòres da sã Filosofia aí estão pa ra ensinar às novas geraçoi-s o saber

pensar. Nas Faculdades de Filosofia, o mestre católico terá diante de si a ein-

polgante tarefa de transmitir as rcras

cias.

Com tal orientação, o trabalho

dos mestres dcscnvolvc-.sc como um "bom combate" contra as tergiversa

ções, frc(jucntcs cm nossa época, ao mes

mo passo <]ue estampa um fcli/. decal que sôbre a consciência dos futuros

advogados, aos (juais tlcxcin caus.ir hor segundo as quais se faz a correta rpli- ror os sofismas e as falsas posiçocs, co ca^ão do pensamento à realidade dos se

res. Dêste modo, mediante a simples Filosofia bem orientada, que esclarece o

caminho para as grandes verdades'e que

em particular, remontando às últimas causas, chega a desvendar a existência e os atributos do Ser Infinito, o mestre católico fornecerá aos estudantes as ar mas com que poderão desmontar o cepticismo acadêmico e recalcar as ondas sempre renascentes, do ateísmo.

Numa Faculdade de Direito, o pro fessor tem a obrigação de expor e fir mar a boa doutrina nos assuntos perti nentes as relações jurídicas entre pes soas, à famiha, as ques:ões de ordem so cial, a política, à conceituação do Esta do, enfim a todos os altos temas do Di reito. As definições acertadas nem sem pre supõem pontos-de-vista propriamen te confessionais; mas, a verdadeira base da sociedade implica o reconhecimento e o correto emprego dos direitos e res ponsabilidades que recebemos do Cria

dor. Por isío, nos casos de litígio, o professor católico ficará na posição pri vilegiada de quem está seguro da ver

dade. Colocará o homem na devida po sição, com respeito ao seu próximo, de monstrará a fôrça criadora das formas

democráticas de Governo, arguirá ve ementemente o que de funesto acarreta

qualquer sistema totalitário, e assim por diante. Infundirá no espírito de seus alunos não somente a doutrina sadia,

como também o absoluto respeito que a verdade merece em todas as circunstân

mo armas indignas dc todo bacharel cm ciências e letras jurídicas.

No ensino superior da Medicina c da

DrOKSTO

ECONÓNflCO

piofissão médica c, por excelência, um campo aberto ao c.xcrcício da caridade cristã.

Nas Facnldadi'S dc Ciências Econô micas. um cal«')lico. ao rogor uma cáte

dra, poderá desassombradamcntc reivin

dicar para as pi-ssoas humanas a inteira

3.

Contribuição não-especifica

consitlernção cpic cias merecem, como

Fica de pé, entretanto, a tese de que

objetivo éiUimo dc lóclas as atividades

os meios universitários oferecem clima

relativas à produção, à troca o à distri buição dos bens materiais.

Saberá cla

mar por uma renovação das estnituras,

Higiene, um mestre materialista, com a

cm cjuc se reconheça o justo valor das

autoridade dc .seus conhecimentos técni

diferentes formas do trabalho, c em que

cos, pode incutir idéias perigosas cm

do espírito humano. Não há fugir à aridez filosófica dc certas disciplinas que, por muito particulares, ficam dis tantes daqueles citados temas.

propício à reversão das idéias capazes dc dominar uma época ou uma geração.

Ê um campo onde os espíritos moços se reúnem, ávidos de respostas para as graves indagações que os primeiros em

de ordem puramente biológica, mas so-

dominem as diretivas dc uma economia dc serviços, contrai^osta a uma econo mia dc lucros, a saber, o que já vai fi

l>rctudo morais, como os exemplos por

gurando nas di.scussões contcmpovánoas

demais conhecidos da cutanásia, do aborto, da frustração da natalidade e outros. Em contraposição, pode um

poderosas aos grandes ideais de solida

sob o nome de "economia humana" e

riedade humana, de reformas económico-sociais, de marcha para melhores condições no mundo. Para não citar senão um exemplo dos últimos tempos,

relação a certos problemas, que não são

professor católico orientar cm sentido correto a prática do todos os misteres a medicina; c fará isso com a naturalidade

dc quem sabe que Deus proíbe certas cousus, simplesmente porque cias sao coisas más cm si mesmas... Pois, ses assuntos, é comum repclir-sc o p conceito monstruoso de liavcr coisas q"

são tidas como pecados, porque |

se compraz cm defini-las a voz o ic da Igreja!

O docente católico terá amiudndas ocasiões para habituar os futuros COS a considerarem sempre a digm do corpo humano, não apenas em dc sua maravilhosa estrutura e seu a

rávcl funcionamento, mas acima de do porque é a sede de uma alma i

cuja inspiração c provadamente cristã. A lista dos exemplos poderia ser mais rxlcnsa, sc prolongássemos a discussão através das Faculdades de Letras, das

Escolas dc Serviço Social o outras mais,

bates sérios da vida põem em foco, de

maneira quase sempre dramática. As ercolas superiores oferecem ressonâncias

foi nos meios universitários que o mo vimento nacional-socialisla da Alemanha

cujos estudos sempre convergem, de al

germinou o ganhou a força com que se

gum modo, para o próprio homem. En

manteve durante varies anos, não obs

tretanto, bá também setores universitá

tante os seus enganoros fundamentos. Por isso, sempre terão significado e

rios em que as oportunidades de trans mitir lições, como essas, ditadas pelo co

eventual repercussão as atitudes de todo

profersor universitário que, cumprindo

nhecimento das verdades cristãs, se vão tornando mais raras c acidentais, à me

sua missão de transmitir conhecimentos,

dida que as matérias sc apresentam mais

em qualquer setor especializado, queira

técnicas c especializadas. Muitos pro assuntos que têm do discutir com seus alunos, um entrosamento qualquer com aqueles temas gerais relativos ao Ho

oferecer um testemunlio no sentido de determinado credo religio.so, filosófico ou político, o de fato afirme sua posição no campo das idéias controversas. Pois, mesmo que não fale do cátedra sôbre as

mem, ao Universo, à Divindade, em tor

questões que afligem e dividem os ho

fessores nem chegam a encontrar, nos

no dos quais se lançam e se debatem as

Universidades

mens, o seu exemplo poderá valer como um voto, os seus atos permitirão aferirse uma dada concepção da existência. Assim, de modo não específico, isto é,

É escusado insistir

constituídas para abranger, num todo

sem relação direta com os ensinamentos

na lição, bem mais simples, porém nao menos fecunda, de como o campo da

harmonioso, a verdadeira "universalida

de" dos assuntos abertos à investigação

particularizados que transmite, pode também o professor influir sôbre a for-

tal, feita à imagem o semelhança dc^ Ente Perfeito, e porque é, muitas vêzeS, um templo que o próprio Deus se digna habitar e não admite, portanto, qual

quer profanação.

escolas doutrinárias. E esta circunstância

velmente,

mesmo

nas

ocorre inexorà-


DrcKSTo Econômico

26

mação das novas gerações.

Influõnda

efetiva, mesmo quando por\cntiira se tratar de uma pessoa discreta ou retraí da; na realidade, raras \èzes imi mestre

universitário deixara de {x>ssuir algum crédito, moral ou intelectual, pequeno embora que seja, de tal sorte que. na pior das hipóteses, uma indiferença ma nifesta pelos grandes problemas huma nos será interpretada como ccptjcismo

cinismo ou qualquer outro "ismo" negativista.

Em boa lógica, ainda mais efeti\a há

1

que defenda c as opiniões que mereçam sua pref<-rêneia pessoal. Esta ação, cliriamos "cxtra-fimc-íonar', do prof<'svf)r, cnqu.-uira-sc <-on) certa na turalidade tia rotina <la \i<l.i escolar,

27

Digesto Econômico

logias, sobretudo quando estão dispos tos a considerar o seu cargo dc profes sor ou a.ssi.slcnte como um pòsto-chaNe para atingir os espíritos das futuras elites.

5.

çam geralmetite nioti\'a<ios pt>r (jiiestoes pertinentes aos estudos íjne <'Stao nu

pauta do dia. Aliás, para certas disci-

Em várias escolas superiores, há sis temas previstos para a xerificação cons tante do apro\-eilamenlo dos alunos, e que poderiam ser utilizados tambcni pa ra a formação da mocidadc universitá ria. Quero rcfcrir-me aos "deões" c nos "monitores", sem ter a pretensão de

dantes devem realizar por si próprios, a

título de exercitaçáo pessoal, a fim dc desenvolver snas faculdades inventivas

de ser a influência exercida por aqueles ou para amadurecer, por aplicaçao a ca.sos concretos, os conliecimentos recebi

positivo de encarar a vida. Xáo resta

dos dc modo genérico e abstrato. Alem da orientação geral que seja obrigado a

apresentar aqui as respectivas defini

dar, para a e.xectição de.ssas tarefas o centes universitários, constituiu ocasião professor ainda poderá aeoinpanha-ias de apostolado c da qual. infelizmente, muito de perto. deliberadamcnto fora tanto podem aproveitar-se os professo- dos perio<los das aulas, não por certo

(pie existe principalmente nas escolas

ções exalas.

influência certa, em que ficam os do

para suprir o esforço honesto que cada

sistemas ideológicos mais ou menos an tagônicos aos postulados cristãos.

estudante prcci.sa despender, cm seu

Praticamente, a influência não-cspccífica do professor se faz sentir, de modo permanente, pelo exemplo de sua vida.

Em particular, será sempre marcante a maneira, boa ou ma, segundo a qual de sempenhar a sua missão.

Mas, fora dos atos oficiais do magis tério, êle poderá aproveitar, para robustecer o seu testemunho, todas aquelas ocasiões que o próprio convívio acadê

mico oferece, no sentido da apro.ximação pessoal entre docentes e discípulos. E desse modo, com sabedoria e habilida

de, o professor pode trocar idéias e dis cutir doutrinas, contribuindo para um melhor conliecimento daquilo que se julga "pró" ou "contra", nas várias cor rentes de pensamento. E é então que sua- ascendência de mestre será bem ou

mal utilizada, conforme as convicções

vez captada a confiança dc seus tutela

Pofisibilichulcs dc uma vida comu nitária

jilínas, bá mesmo tarc-fas íjuc os estu

res católicos como os propugnadorcs de

cia para a consideração dc todos os pro blemas dc formação que vão surgindo à margem da instnição intelectual de um estudante. Pois é natural que, uma

pois os encontros cínii os alnims come

que adotem ou defendam algum sistema

dúvida, portanto, que esta posição de

— deão e monitor, ou melhores nomes

que tenham — oferecem margem propí

fTt

mula nos institutos uni

queles cujos cursos têm finalidade profissional. v^

dêmica, ao qual os estudantes recorrem para so-

Io costume.

Variante digna dc nota é a organiza ção de seminário.s ou círculos do dc atcs, dentro dos quais sejam trocadas idéias sóbrc os estudos em andamento

c expostas as soluções que cada qual vai dando para as dificuldades surgidas nas diversas disciplinas.

Òbviamonte, não devem ser subesti mados esses preciosos ensejos que sc oferecem a um professor sincerarnente

bem intencionado, para prestar auxílio não somente a melhor instrução intelec

tual dc seus discípulos, como ainda a uiTi refinamento de personalidade. Ê

não podem perder de vista que o objetivo da educação é o de formar homens com

sc a uma, duas ou mais centenas. No outro sistema, os estudantes de cada curso são divididos em pequenos gru pos, de uma dezena ou menos, e cada grupo é entregue a um docente ("mo nitor"), que fica incumbido de acompa

de sua profissão, mas incompetentes pa ra aperfeiçoar a sociedade a que perten cem, por terem ficado à margem da ver dadeira vida humana. Urge desenvol ver maior calor humano principalmente

pletos e não especialistas sem foimaçao geral, versados que sejam nas técnicas

nhar, durante um ou mais anos, o pro

na personalidade dos moços, para que

gresso de cada um dos seus pupilos; o controle é feito quer em colóquios se manais de todo o grupo, quer em con sultas particulares de qualquer membro

êles se tomem mais aptos a fazer fmtificar sua instmção profissional, resti-

da equipe, quando êste topa com algu

viços pelo bem comum.

Onde existem, estas duas instituições

•Ou

Estudantes e professôros, que aí convivem,

hieionar quaisquer dúvi das. A tutela de um "deão" abrange grande niunero de alunos, estendejido-

ma dificuldade.

por êsse caminho que muitos conseguem fazer proselitismo a favor de certas ideo

da que em geral se acu versitários, sobretudo na

cialmente designado para

crita ou, pelo menos, já consagrada pe

mo dos que lecionam. Ê necessário promover-se a expansão da cultura ex

cargos estritos dc magis

a supervisão da vida aca-

forma dc lra])albo é efetivamente pres

reequilibrar a bagagem cultural dos uni

te, isento às vezes de en

tério, mas sempre espe

ciais. Há algumas escolas em ciuc a

Dc qualquer forma, todas as ativida des cxtra-curricularcs numa Faculdade superior devem ser aproveitadas para se

cessivamente especializa

um

nn-ml)io do corpo doccn-

próprio benefício, mas para (ar^ atualidade e maior alcance ás hçocs ofi

rais, situadas já no terreno moral ou espiritual.

versitários, tanto dos que aprendem, co

Por um destes sistemas,

confessionais,

dos, o guia da vida escolar também seja ouxido ou possa, dc propósito, pronun ciar-se a respeito de qucstõc.s mais ge

tuindo à sociedade, em troca do preço de seus estudos, uma soma de reais ser

Lògicamente, seria mister que todas as escolas universitárias favorecessem de


DrcKSTo Econômico

26

mação das novas gerações.

Influõnda

efetiva, mesmo quando por\cntiira se tratar de uma pessoa discreta ou retraí da; na realidade, raras \èzes imi mestre

universitário deixara de {x>ssuir algum crédito, moral ou intelectual, pequeno embora que seja, de tal sorte que. na pior das hipóteses, uma indiferença ma nifesta pelos grandes problemas huma nos será interpretada como ccptjcismo

cinismo ou qualquer outro "ismo" negativista.

Em boa lógica, ainda mais efeti\a há

1

que defenda c as opiniões que mereçam sua pref<-rêneia pessoal. Esta ação, cliriamos "cxtra-fimc-íonar', do prof<'svf)r, cnqu.-uira-sc <-on) certa na turalidade tia rotina <la \i<l.i escolar,

27

Digesto Econômico

logias, sobretudo quando estão dispos tos a considerar o seu cargo dc profes sor ou a.ssi.slcnte como um pòsto-chaNe para atingir os espíritos das futuras elites.

5.

çam geralmetite nioti\'a<ios pt>r (jiiestoes pertinentes aos estudos íjne <'Stao nu

pauta do dia. Aliás, para certas disci-

Em várias escolas superiores, há sis temas previstos para a xerificação cons tante do apro\-eilamenlo dos alunos, e que poderiam ser utilizados tambcni pa ra a formação da mocidadc universitá ria. Quero rcfcrir-me aos "deões" c nos "monitores", sem ter a pretensão de

dantes devem realizar por si próprios, a

título de exercitaçáo pessoal, a fim dc desenvolver snas faculdades inventivas

de ser a influência exercida por aqueles ou para amadurecer, por aplicaçao a ca.sos concretos, os conliecimentos recebi

positivo de encarar a vida. Xáo resta

dos dc modo genérico e abstrato. Alem da orientação geral que seja obrigado a

apresentar aqui as respectivas defini

dar, para a e.xectição de.ssas tarefas o centes universitários, constituiu ocasião professor ainda poderá aeoinpanha-ias de apostolado c da qual. infelizmente, muito de perto. deliberadamcnto fora tanto podem aproveitar-se os professo- dos perio<los das aulas, não por certo

(pie existe principalmente nas escolas

ções exalas.

influência certa, em que ficam os do

para suprir o esforço honesto que cada

sistemas ideológicos mais ou menos an tagônicos aos postulados cristãos.

estudante prcci.sa despender, cm seu

Praticamente, a influência não-cspccífica do professor se faz sentir, de modo permanente, pelo exemplo de sua vida.

Em particular, será sempre marcante a maneira, boa ou ma, segundo a qual de sempenhar a sua missão.

Mas, fora dos atos oficiais do magis tério, êle poderá aproveitar, para robustecer o seu testemunho, todas aquelas ocasiões que o próprio convívio acadê

mico oferece, no sentido da apro.ximação pessoal entre docentes e discípulos. E desse modo, com sabedoria e habilida

de, o professor pode trocar idéias e dis cutir doutrinas, contribuindo para um melhor conliecimento daquilo que se julga "pró" ou "contra", nas várias cor rentes de pensamento. E é então que sua- ascendência de mestre será bem ou

mal utilizada, conforme as convicções

vez captada a confiança dc seus tutela

Pofisibilichulcs dc uma vida comu nitária

jilínas, bá mesmo tarc-fas íjuc os estu

res católicos como os propugnadorcs de

cia para a consideração dc todos os pro blemas dc formação que vão surgindo à margem da instnição intelectual de um estudante. Pois é natural que, uma

pois os encontros cínii os alnims come

que adotem ou defendam algum sistema

dúvida, portanto, que esta posição de

— deão e monitor, ou melhores nomes

que tenham — oferecem margem propí

fTt

mula nos institutos uni

queles cujos cursos têm finalidade profissional. v^

dêmica, ao qual os estudantes recorrem para so-

Io costume.

Variante digna dc nota é a organiza ção de seminário.s ou círculos do dc atcs, dentro dos quais sejam trocadas idéias sóbrc os estudos em andamento

c expostas as soluções que cada qual vai dando para as dificuldades surgidas nas diversas disciplinas.

Òbviamonte, não devem ser subesti mados esses preciosos ensejos que sc oferecem a um professor sincerarnente

bem intencionado, para prestar auxílio não somente a melhor instrução intelec

tual dc seus discípulos, como ainda a uiTi refinamento de personalidade. Ê

não podem perder de vista que o objetivo da educação é o de formar homens com

sc a uma, duas ou mais centenas. No outro sistema, os estudantes de cada curso são divididos em pequenos gru pos, de uma dezena ou menos, e cada grupo é entregue a um docente ("mo nitor"), que fica incumbido de acompa

de sua profissão, mas incompetentes pa ra aperfeiçoar a sociedade a que perten cem, por terem ficado à margem da ver dadeira vida humana. Urge desenvol ver maior calor humano principalmente

pletos e não especialistas sem foimaçao geral, versados que sejam nas técnicas

nhar, durante um ou mais anos, o pro

na personalidade dos moços, para que

gresso de cada um dos seus pupilos; o controle é feito quer em colóquios se manais de todo o grupo, quer em con sultas particulares de qualquer membro

êles se tomem mais aptos a fazer fmtificar sua instmção profissional, resti-

da equipe, quando êste topa com algu

viços pelo bem comum.

Onde existem, estas duas instituições

•Ou

Estudantes e professôros, que aí convivem,

hieionar quaisquer dúvi das. A tutela de um "deão" abrange grande niunero de alunos, estendejido-

ma dificuldade.

por êsse caminho que muitos conseguem fazer proselitismo a favor de certas ideo

da que em geral se acu versitários, sobretudo na

cialmente designado para

crita ou, pelo menos, já consagrada pe

mo dos que lecionam. Ê necessário promover-se a expansão da cultura ex

cargos estritos dc magis

a supervisão da vida aca-

forma dc lra])albo é efetivamente pres

reequilibrar a bagagem cultural dos uni

te, isento às vezes de en

tério, mas sempre espe

ciais. Há algumas escolas em ciuc a

Dc qualquer forma, todas as ativida des cxtra-curricularcs numa Faculdade superior devem ser aproveitadas para se

cessivamente especializa

um

nn-ml)io do corpo doccn-

próprio benefício, mas para (ar^ atualidade e maior alcance ás hçocs ofi

rais, situadas já no terreno moral ou espiritual.

versitários, tanto dos que aprendem, co

Por um destes sistemas,

confessionais,

dos, o guia da vida escolar também seja ouxido ou possa, dc propósito, pronun ciar-se a respeito de qucstõc.s mais ge

tuindo à sociedade, em troca do preço de seus estudos, uma soma de reais ser

Lògicamente, seria mister que todas as escolas universitárias favorecessem de


DiCESTO Econômico

Dic.estcj Econômico

wmvm.

fato essas oportunidades de aperfeiçoa

exercer especificamente ao transmitir

tniir-sc cm matéria do Religião, como

mento.

-scus conhecijmaitos,

conxém

Mas, em geral, seus progra

porfjiiu lecionam

a

um

xerdadciro intelectual,

29

oferece quotidianamente um sincero es forço pelo bem comiun. Nestas condições, aspirando e porfían-

mas descoram por completo a cultura

di«ciplrnas c<)n<'xas com os problemas

chaiuailo a exerei-r um cargo cm que

humanista, ou os institutos não ficam articulados de maneira a se compi'.ti

uni\'ers.its, podem indistinlamente todos os docentes tomar parte na formação da

domina a atix-idade da inteligência. Pro-

do pela plenitude da \'ida cristã, o pro

curi' respostas para as incertezas que o

fessor católico, só com isso, poderá con tribuir para que rapazes e moças, pro cedentes dc famílias católicas, reafirmem

rem cm vista de uma "universalidade".

mocidade acadêmica, quer pelo exemplo

perturbam. Esclareça os pontos obscu

Em grande número de casos, as ques tões de formação geral ou ficam relega das para os períodos de férias, fora da

que ofereçam com sua vida, fjucr pelas opiniões que defendem em trocas

ros íle siui fé, renuncie às derordcns dc

idéias com scus alunos, fí)ra das aulas

sua vida, submeta-se à disciplina da Igreja, entregue-se inteiramente à ver

vidi acadêmica, ou têm do ser examina

regularcs.

dade.

das de modo fragmentário, nos interstí

£ inegável a responsabilidade do pro-

cios dos curricula escolares. Neste pon to, há circunstâncias adversas que pre

fcsor católico, que nao dc\-e despci^í'

cisariam ser contornadas.

lima contribuição positixa a c-xlensao o rcino-de-Deiis e oferecer mn auxílio a

Nas grandes

cidades, por exemplo, falta o ambiente

de um "campas" universitário; perdemse diàriamcnte longas horas nos trans portes; são escassos os locais para re

uniões de pequenos grupos. Além dis so entre nós são dignos de reparo certos

horários sobrecarregados de lições, que mal deixam pausas para os alunos assi milarem os assuntos discutidos nas pró prias aulas; pesa também a extensão

das disciphnas obrigatórias. Acresce, ainda, que muitos universitários tem de trabalhar para o custeio de sua subsis tência, exercendo às vezes misteres que não beneficiam diretamente seus estudos

ou seu preparo espiritual para a vida.

Ê:sè conjunto de fatores, que faz min guar o tempo disponível para os estu

d.i formação das gerações no\'as, é o de eselarecé-las sobro a \'erdadeira fi

gura, moral c espiritual, de um cristão ^ figura nobre, xigorosa, otimista, emi

do erro e do mal. Porc<-lK'-s<- outrossim

nentemente humana; terá defeitos, sera

que a falta, íjuando houver, sera pura mente ncgatixa, será uin pecado po^

capaz de prevaricações; mas, assim mes mo, tem direito dc usar o mais alto titu

lo a que um homem possa aspirar: o dc

omissão.

Parece agora oportuno definir, aqui,

fillio dc Deus, por adoção.

antes dc mais nada, o quo

tender por um professor catolico. re i

rão com arrogância, nem sequer com altlxez; pelo contrário, a figura ficaria in completa se não tivesse, entre outras, as

notas tipicamente cristãs da mansidão e

Evangelho. Também não terá o do apresentar-se como mn desses ca licos intitulados "não-praticantcs , a sa bcr, católicos sui ^eneris que vivem vivem ^

também as ocasiões de vida comunitá

a constituir motivos suficientes.. •

ria, em que os docentes poderiam acom

primeira obrigação de um católico, * assumir qualquer posto no magistcn

O professor católico, já que tem opor

tunidade dc prestar um testemunho, pre cisa atentar para tôdas as características

superior, será a dc se apresentar, com 6. A posição cio professor católico

desassombro e .sinceridade,

católico genuíno. Na posição de desta que, em que fica perante a mocidade,

ele não poderá comprometer esse título

professores universitários é sempre dado

com meias-tintas, mesmo porque a ]i^ró-

influir no espírito das novas gerações: além da influencia que alguns podem

pria mocidade é impiedosamente inimi ga das meias-atitudes... Trate de ins-

bém eles poderão ser movidos a uma vi da melhor, inclusive uma conversão. Tu

do isto, porém, situa-se naquele terre no inisterioso onde devem concdiar-se a liberdade de Deus, que conccde a graça, c a da criatura, que precisa ser livre nas

suas preferências, para glorificar o seu Criador...

Posto isto, o profcs.sor catófico precisa ser um bom professor; aliás, ele não po derá ser um bom católico se não cum

prir bem as suas obrigações de magisté rio; e, reciprocamente, para ser um bom mestre, terá de seguir à risca as prescri

ções morais que regem a vida de um católico.

ít

7, O hom professor

Para não ficar no domínio das propo

dc seu título de cristão, a fim de não traí-lo. Exercendo uma função social,

sições abstratas, consideremos algumas \ j

como é o magistério, há de ter o cuida

tólico.

do especial de manter uma larga visão sôbrc tôdas as.coisas. Capaz de devo-

magistério e exercê-lo com absoluta de-- . dicação. O cuidado de suas lições, das 1

tamento e dc renúncia, o cristão cons

consultas aos alunos, dos seus estudos

ciente está sempre, generosamente, a

pessoais, o zelo pelas demais tarefas li- ' gadas ao magistério, devem estar no pri- " i nieíro plano de sua vida profissional. Se- J rá exigente consigo mesmo, na verifica- • 1

serviço dos outros.

como «m

Em suma, pelo exame do tema, que acabamos de fazer, verifica-se que aos

Os seguidores de ou

tros credos e os estudantes ateus tan>

da humildade.

sitando entre uma adesão integra

Igreja, com tôdas as suas conseqüência^, e uma ruptura para a qual certas salvas ou objeções pessoais nao chcga^

As suas

(pialidadcs, todavia, nunca transparece

ininanix-nle, ele não poderá ser ' nem "carola", nem qiialqiK'!" do figuração ridícula de mn men.sageiro

dantes se entregarem às atividades úteis ao arremate de sua formação, restringe

panhar a mesma formação.

Assim, o primeiro serviço que um

rcpri-.ssâo das forças, sempre renitentes,

nham a proceder em tudo como verda deiros cristãos.

mestre católico poderá prestar, cm prol

çar uma situação providencial para dar

sua fé, talvez periclitante, e se dispo

Seu ideal não é o

dinheiro, ou a tranqüilidade do confor to material; preocupam-no de fato as múltiplas injustiças que afetam o mun do e, longe de dar o escândalo de uma vida para .si mesmo, em contradição com a sua mensagem, o verdadeiro cristão

características do "bom professor" ca- • Acima de tudo, deve amar o

<

ção de sua cultura especializada, esfor-"1

çando-se por manter em dia os seus co- " nhecimeritos, compiilsándo os livros no- • vos e as recentes publicações periódi-


DiCESTO Econômico

Dic.estcj Econômico

wmvm.

fato essas oportunidades de aperfeiçoa

exercer especificamente ao transmitir

tniir-sc cm matéria do Religião, como

mento.

-scus conhecijmaitos,

conxém

Mas, em geral, seus progra

porfjiiu lecionam

a

um

xerdadciro intelectual,

29

oferece quotidianamente um sincero es forço pelo bem comiun. Nestas condições, aspirando e porfían-

mas descoram por completo a cultura

di«ciplrnas c<)n<'xas com os problemas

chaiuailo a exerei-r um cargo cm que

humanista, ou os institutos não ficam articulados de maneira a se compi'.ti

uni\'ers.its, podem indistinlamente todos os docentes tomar parte na formação da

domina a atix-idade da inteligência. Pro-

do pela plenitude da \'ida cristã, o pro

curi' respostas para as incertezas que o

fessor católico, só com isso, poderá con tribuir para que rapazes e moças, pro cedentes dc famílias católicas, reafirmem

rem cm vista de uma "universalidade".

mocidade acadêmica, quer pelo exemplo

perturbam. Esclareça os pontos obscu

Em grande número de casos, as ques tões de formação geral ou ficam relega das para os períodos de férias, fora da

que ofereçam com sua vida, fjucr pelas opiniões que defendem em trocas

ros íle siui fé, renuncie às derordcns dc

idéias com scus alunos, fí)ra das aulas

sua vida, submeta-se à disciplina da Igreja, entregue-se inteiramente à ver

vidi acadêmica, ou têm do ser examina

regularcs.

dade.

das de modo fragmentário, nos interstí

£ inegável a responsabilidade do pro-

cios dos curricula escolares. Neste pon to, há circunstâncias adversas que pre

fcsor católico, que nao dc\-e despci^í'

cisariam ser contornadas.

lima contribuição positixa a c-xlensao o rcino-de-Deiis e oferecer mn auxílio a

Nas grandes

cidades, por exemplo, falta o ambiente

de um "campas" universitário; perdemse diàriamcnte longas horas nos trans portes; são escassos os locais para re

uniões de pequenos grupos. Além dis so entre nós são dignos de reparo certos

horários sobrecarregados de lições, que mal deixam pausas para os alunos assi milarem os assuntos discutidos nas pró prias aulas; pesa também a extensão

das disciphnas obrigatórias. Acresce, ainda, que muitos universitários tem de trabalhar para o custeio de sua subsis tência, exercendo às vezes misteres que não beneficiam diretamente seus estudos

ou seu preparo espiritual para a vida.

Ê:sè conjunto de fatores, que faz min guar o tempo disponível para os estu

d.i formação das gerações no\'as, é o de eselarecé-las sobro a \'erdadeira fi

gura, moral c espiritual, de um cristão ^ figura nobre, xigorosa, otimista, emi

do erro e do mal. Porc<-lK'-s<- outrossim

nentemente humana; terá defeitos, sera

que a falta, íjuando houver, sera pura mente ncgatixa, será uin pecado po^

capaz de prevaricações; mas, assim mes mo, tem direito dc usar o mais alto titu

lo a que um homem possa aspirar: o dc

omissão.

Parece agora oportuno definir, aqui,

fillio dc Deus, por adoção.

antes dc mais nada, o quo

tender por um professor catolico. re i

rão com arrogância, nem sequer com altlxez; pelo contrário, a figura ficaria in completa se não tivesse, entre outras, as

notas tipicamente cristãs da mansidão e

Evangelho. Também não terá o do apresentar-se como mn desses ca licos intitulados "não-praticantcs , a sa bcr, católicos sui ^eneris que vivem vivem ^

também as ocasiões de vida comunitá

a constituir motivos suficientes.. •

ria, em que os docentes poderiam acom

primeira obrigação de um católico, * assumir qualquer posto no magistcn

O professor católico, já que tem opor

tunidade dc prestar um testemunho, pre cisa atentar para tôdas as características

superior, será a dc se apresentar, com 6. A posição cio professor católico

desassombro e .sinceridade,

católico genuíno. Na posição de desta que, em que fica perante a mocidade,

ele não poderá comprometer esse título

professores universitários é sempre dado

com meias-tintas, mesmo porque a ]i^ró-

influir no espírito das novas gerações: além da influencia que alguns podem

pria mocidade é impiedosamente inimi ga das meias-atitudes... Trate de ins-

bém eles poderão ser movidos a uma vi da melhor, inclusive uma conversão. Tu

do isto, porém, situa-se naquele terre no inisterioso onde devem concdiar-se a liberdade de Deus, que conccde a graça, c a da criatura, que precisa ser livre nas

suas preferências, para glorificar o seu Criador...

Posto isto, o profcs.sor catófico precisa ser um bom professor; aliás, ele não po derá ser um bom católico se não cum

prir bem as suas obrigações de magisté rio; e, reciprocamente, para ser um bom mestre, terá de seguir à risca as prescri

ções morais que regem a vida de um católico.

ít

7, O hom professor

Para não ficar no domínio das propo

dc seu título de cristão, a fim de não traí-lo. Exercendo uma função social,

sições abstratas, consideremos algumas \ j

como é o magistério, há de ter o cuida

tólico.

do especial de manter uma larga visão sôbrc tôdas as.coisas. Capaz de devo-

magistério e exercê-lo com absoluta de-- . dicação. O cuidado de suas lições, das 1

tamento e dc renúncia, o cristão cons

consultas aos alunos, dos seus estudos

ciente está sempre, generosamente, a

pessoais, o zelo pelas demais tarefas li- ' gadas ao magistério, devem estar no pri- " i nieíro plano de sua vida profissional. Se- J rá exigente consigo mesmo, na verifica- • 1

serviço dos outros.

como «m

Em suma, pelo exame do tema, que acabamos de fazer, verifica-se que aos

Os seguidores de ou

tros credos e os estudantes ateus tan>

da humildade.

sitando entre uma adesão integra

Igreja, com tôdas as suas conseqüência^, e uma ruptura para a qual certas salvas ou objeções pessoais nao chcga^

As suas

(pialidadcs, todavia, nunca transparece

ininanix-nle, ele não poderá ser ' nem "carola", nem qiialqiK'!" do figuração ridícula de mn men.sageiro

dantes se entregarem às atividades úteis ao arremate de sua formação, restringe

panhar a mesma formação.

Assim, o primeiro serviço que um

rcpri-.ssâo das forças, sempre renitentes,

nham a proceder em tudo como verda deiros cristãos.

mestre católico poderá prestar, cm prol

çar uma situação providencial para dar

sua fé, talvez periclitante, e se dispo

Seu ideal não é o

dinheiro, ou a tranqüilidade do confor to material; preocupam-no de fato as múltiplas injustiças que afetam o mun do e, longe de dar o escândalo de uma vida para .si mesmo, em contradição com a sua mensagem, o verdadeiro cristão

características do "bom professor" ca- • Acima de tudo, deve amar o

<

ção de sua cultura especializada, esfor-"1

çando-se por manter em dia os seus co- " nhecimeritos, compiilsándo os livros no- • vos e as recentes publicações periódi-


Dicesto Econômico

cas, freqüentando centros de elaboração

atitude acolhedora de quem não pre

da matéria que leciona (instituições

tende intimidar iiu'itilnu-me. Jamai.s hu

científicas, laboratórios de pesquisa, so

milhar (jual<li»er tios es|ii<!ante.s.

ciedades culturais etc. ).

moli\o de um êrn» iiitelecluaj; .sctn fa

Sempre assíduo às aulas, tem de pre pará-las conscienciosamcnte,

uma por

uma, a firn do que sejam vivas, mc-tódicas, claras, interessantes.

Na verdade,

por

zer demagogia, mas de modo oportuno dar demonsiraçõcs de (pie os considera,

em ger.il, como pessoas capazes de ges tos nobres, de atitudes generosas, dc

SC a Providencia concede talentos a uma

reaçfies motivadas.

pessoa, não é para que ela, valendo-se

dentes da vida acadê-mica.

dos mesmos, fiíjue preguiçosa, mas sim

normas da mais estrita justiça, pois que, mesmo nas coisas pe(pieninas. a injusti

para que, fazendo o que normalmente há

I'an toilos os inci praticar as

DicESTü

EcoNóxaco

31

ra o seu dcsenvol\'imcnto cm novos ru

outro, por simples talento e competên

mos. Inscrc\a-sc', com desprendimento c entusiasmo, nas crpiipes dc pe.squisadores cpic, explorando as fronteiras dc

to bem.

iios.sos

S.

atuais

conhecimentos,

buscam

al.irg.ir os liorizontes da ciência. bica subentendido que o professor ca

tólico está obrigado a não dar maus exemplos. Ser-lhe-á absolutamente ve dado faltar à \erdadc, proceder de «ná fé, fa/.er críticas injustas, praticar atos de "esperteza" e incorrer em outras fra-

ça sempre fere e o cristão consciente de

caso de um professor, entcnde-.se que ns

ve ser, em qnais«pier eirciinstàncias, um

Deixo de margem, por não atingirem

darpieles que t('m fome e sécle dc jus

diretamente o tema, embora constituam fatores corroborantos, as corretas rela

gação de «dar mais, e não dar apena.s,

quase sem esforço, aquilo que daria Tun outro, que houvesse receliido menos. .. No trato com os estudantes, dentro o

fora das aulas, o docente católico há de

ter em mente que seu exemplo está cor

tiça.

Se o professor nniversilário pode c de

Meios católicos c meios acoufessiotmis

Em suma, o docente católico deve

prestar com empenho e fidelidade o te.stemunho que lhe foi cometido pelo seu batismo cristão, testemunho que é

p.irticularmcntc precioso dentro das Es colas e Universidades aconfossionois.

de ser feito, o faça com excelência. No

aulas tenham de produzir f)s melhores frutos possíveis, no espírito dos estudan tes. Segundo doutrina de S. Tomás, "toda superioridade é para o bem co mum": os que recebem mais tem obri

cia, fará, no máximo, têcnicamcntc mui

«piezas.

ções com os colegas dc magistério, com os seus companlieíros dc equipe, com os

Nos meios universitários declarada

mente católicos a posição de cada pro fessor perde um pouco desse aspecto de testemunho pessoal, desde que são as

próprias escolas que proclamam seu pro pósito dc se empenhar por uma forma ção cristã das novas gerações. Mas, es

ve produzir sempre mais alguma coisa, à margem das tarefas didáticas, a .saber, pesquisas oriüiuais, discussões dc temas

funcionários da Faculdade, bem como a

particulares, livros-tcxlos etc., c embora

da interna e externa de sua escola.

a abundância dessa produção dependa

da mat(;ria professada, dos recursos dis

Dias haverá em que qualquer uma de suas tarefas se revelará particularmente

serir decididamente na unidaide cristã

qual, c oportuno lambem tpie, dèssc e

penosa, por deficiências próprias ou por eircunst.ineias adversas. Ü professor ca

que domina a concepção da obra em conjunto. Neste sentido, qualquer des-

poníveis, das aiJlidtães jicssoais de cada

dc outros modos, o mestre católico faça

solicita prestação de serviços gerais á vi

sa mesma circunstância cria, para quem

aceita um mandato de magistério den tro delas, a obrigação curial de se in

prova de tpie não sn arroccía das \'erda-

tólico terá de portar-se com a habitual

falecimento seria

firmeza. ..

apenas, como nas Faculdades leigas,

unia observação do P. Lebret: "O sofri mento, a cruz: não a cruz que teríamos escolhido. A verdadeira cruz, aquela que

nos, para esclarece-los; se é razoável dar-

dc.s científicas, das quais ainda ate há bom pouco tempo sc dizia scrcin zcs de arrasar os fundamentos dc toda crença religiosa. Como adverte Locomtc du Ncuy, "todo homem que crê cm Deus deve compreender que nenhum fa

se atenção aos melhores, a fim de que alcancem o alto nível de que são capa zes, manda a justiça que o mestre se

to científico, .se c verdadeiro, pode con tradizer a Deus; dc outro modo, ele não seria verdadeiro". A fc católica nada

desdobre para instruir os mais tardos (o

teme da ciência ou do progresso; antes,

a caridade exige que estes sejam sempre

c contrária ao obscurantismo. Assim,, os

tratados com amabilidade 1). Ser cons-

trabalhos de investigação pessoal, que

rendo o risco de ser decisivo na forma

ção dos novos espíritos.

Há de fugir

sistematicamente aos preciosismos, nun

ca afetar uma sapiência que realmente não possua, reconhecer com simplicida de algum engano, em que tenha incor rido. Estar sempre à disposição dos alu

cíencioso e imparcial no julgamento das provas escolares, sem distinção de pes soas, exercitando-se no bom desempe

completam e coroam o exercício do ma gistério universitário, coadunam-sc har-

nho desta tarefa -desde o inicio da car

crente sincero. Trato, pois, í) professor cristão, dc ser um verdadeiro cultor de sua matéria, procurando contribuir pa-

reira, tanto quanto no preparo das au las; assumir, nos exames individuais, a

mónicamcntc

com as atitudes dc um

Ocorre-me, nesta altura,

vem porque ficamos em nosso pôsto (...) Essa configura ao Cristo". (A tradução é de Carlos Pinto Alves). Muitas coisas mais poderiam ser di tas, para caracterizar o procedimento normal de um docente universitário ca

tólico. No perfil esboçado figuram ape nas alguns traços maiores. E o que,

uma traição e não

uma simples falta por omissão.

O peso dessa responsabilidade aumen ta mais ainda, quando a Escola faz par te integrante de uma organização universitiíria, oficialmente católica, desti

nada a realizar um perfeito equilíbrio, referendado pelas verdades religiosas, no exame de todos os problemas concer nentes à cultura do espírito humano. Em tais meios universitários, a tare

ca distintiva do professor verdadeira

fa educadora nonnativa de cada pro fessor seria facilitada pelo próprio es tado do ambiente, desde que todos vi

acima de tudo, deve representar a mar mente cristão é a abundância de alma,

vessem de fato, até nos seus menores

o desprendimento de si mesmo, o tom

gestos, o objetivo que lhes é prescrito

de amor ao próximo com que êle perfaz todas as suas tarefas, — tarefas que um

pela finalidade da instituição, a s^er, o de cooperarem pelo fortalecimento dos


Dicesto Econômico

cas, freqüentando centros de elaboração

atitude acolhedora de quem não pre

da matéria que leciona (instituições

tende intimidar iiu'itilnu-me. Jamai.s hu

científicas, laboratórios de pesquisa, so

milhar (jual<li»er tios es|ii<!ante.s.

ciedades culturais etc. ).

moli\o de um êrn» iiitelecluaj; .sctn fa

Sempre assíduo às aulas, tem de pre pará-las conscienciosamcnte,

uma por

uma, a firn do que sejam vivas, mc-tódicas, claras, interessantes.

Na verdade,

por

zer demagogia, mas de modo oportuno dar demonsiraçõcs de (pie os considera,

em ger.il, como pessoas capazes de ges tos nobres, de atitudes generosas, dc

SC a Providencia concede talentos a uma

reaçfies motivadas.

pessoa, não é para que ela, valendo-se

dentes da vida acadê-mica.

dos mesmos, fiíjue preguiçosa, mas sim

normas da mais estrita justiça, pois que, mesmo nas coisas pe(pieninas. a injusti

para que, fazendo o que normalmente há

I'an toilos os inci praticar as

DicESTü

EcoNóxaco

31

ra o seu dcsenvol\'imcnto cm novos ru

outro, por simples talento e competên

mos. Inscrc\a-sc', com desprendimento c entusiasmo, nas crpiipes dc pe.squisadores cpic, explorando as fronteiras dc

to bem.

iios.sos

S.

atuais

conhecimentos,

buscam

al.irg.ir os liorizontes da ciência. bica subentendido que o professor ca

tólico está obrigado a não dar maus exemplos. Ser-lhe-á absolutamente ve dado faltar à \erdadc, proceder de «ná fé, fa/.er críticas injustas, praticar atos de "esperteza" e incorrer em outras fra-

ça sempre fere e o cristão consciente de

caso de um professor, entcnde-.se que ns

ve ser, em qnais«pier eirciinstàncias, um

Deixo de margem, por não atingirem

darpieles que t('m fome e sécle dc jus

diretamente o tema, embora constituam fatores corroborantos, as corretas rela

gação de «dar mais, e não dar apena.s,

quase sem esforço, aquilo que daria Tun outro, que houvesse receliido menos. .. No trato com os estudantes, dentro o

fora das aulas, o docente católico há de

ter em mente que seu exemplo está cor

tiça.

Se o professor nniversilário pode c de

Meios católicos c meios acoufessiotmis

Em suma, o docente católico deve

prestar com empenho e fidelidade o te.stemunho que lhe foi cometido pelo seu batismo cristão, testemunho que é

p.irticularmcntc precioso dentro das Es colas e Universidades aconfossionois.

de ser feito, o faça com excelência. No

aulas tenham de produzir f)s melhores frutos possíveis, no espírito dos estudan tes. Segundo doutrina de S. Tomás, "toda superioridade é para o bem co mum": os que recebem mais tem obri

cia, fará, no máximo, têcnicamcntc mui

«piezas.

ções com os colegas dc magistério, com os seus companlieíros dc equipe, com os

Nos meios universitários declarada

mente católicos a posição de cada pro fessor perde um pouco desse aspecto de testemunho pessoal, desde que são as

próprias escolas que proclamam seu pro pósito dc se empenhar por uma forma ção cristã das novas gerações. Mas, es

ve produzir sempre mais alguma coisa, à margem das tarefas didáticas, a .saber, pesquisas oriüiuais, discussões dc temas

funcionários da Faculdade, bem como a

particulares, livros-tcxlos etc., c embora

da interna e externa de sua escola.

a abundância dessa produção dependa

da mat(;ria professada, dos recursos dis

Dias haverá em que qualquer uma de suas tarefas se revelará particularmente

serir decididamente na unidaide cristã

qual, c oportuno lambem tpie, dèssc e

penosa, por deficiências próprias ou por eircunst.ineias adversas. Ü professor ca

que domina a concepção da obra em conjunto. Neste sentido, qualquer des-

poníveis, das aiJlidtães jicssoais de cada

dc outros modos, o mestre católico faça

solicita prestação de serviços gerais á vi

sa mesma circunstância cria, para quem

aceita um mandato de magistério den tro delas, a obrigação curial de se in

prova de tpie não sn arroccía das \'erda-

tólico terá de portar-se com a habitual

falecimento seria

firmeza. ..

apenas, como nas Faculdades leigas,

unia observação do P. Lebret: "O sofri mento, a cruz: não a cruz que teríamos escolhido. A verdadeira cruz, aquela que

nos, para esclarece-los; se é razoável dar-

dc.s científicas, das quais ainda ate há bom pouco tempo sc dizia scrcin zcs de arrasar os fundamentos dc toda crença religiosa. Como adverte Locomtc du Ncuy, "todo homem que crê cm Deus deve compreender que nenhum fa

se atenção aos melhores, a fim de que alcancem o alto nível de que são capa zes, manda a justiça que o mestre se

to científico, .se c verdadeiro, pode con tradizer a Deus; dc outro modo, ele não seria verdadeiro". A fc católica nada

desdobre para instruir os mais tardos (o

teme da ciência ou do progresso; antes,

a caridade exige que estes sejam sempre

c contrária ao obscurantismo. Assim,, os

tratados com amabilidade 1). Ser cons-

trabalhos de investigação pessoal, que

rendo o risco de ser decisivo na forma

ção dos novos espíritos.

Há de fugir

sistematicamente aos preciosismos, nun

ca afetar uma sapiência que realmente não possua, reconhecer com simplicida de algum engano, em que tenha incor rido. Estar sempre à disposição dos alu

cíencioso e imparcial no julgamento das provas escolares, sem distinção de pes soas, exercitando-se no bom desempe

completam e coroam o exercício do ma gistério universitário, coadunam-sc har-

nho desta tarefa -desde o inicio da car

crente sincero. Trato, pois, í) professor cristão, dc ser um verdadeiro cultor de sua matéria, procurando contribuir pa-

reira, tanto quanto no preparo das au las; assumir, nos exames individuais, a

mónicamcntc

com as atitudes dc um

Ocorre-me, nesta altura,

vem porque ficamos em nosso pôsto (...) Essa configura ao Cristo". (A tradução é de Carlos Pinto Alves). Muitas coisas mais poderiam ser di tas, para caracterizar o procedimento normal de um docente universitário ca

tólico. No perfil esboçado figuram ape nas alguns traços maiores. E o que,

uma traição e não

uma simples falta por omissão.

O peso dessa responsabilidade aumen ta mais ainda, quando a Escola faz par te integrante de uma organização universitiíria, oficialmente católica, desti

nada a realizar um perfeito equilíbrio, referendado pelas verdades religiosas, no exame de todos os problemas concer nentes à cultura do espírito humano. Em tais meios universitários, a tare

ca distintiva do professor verdadeira

fa educadora nonnativa de cada pro fessor seria facilitada pelo próprio es tado do ambiente, desde que todos vi

acima de tudo, deve representar a mar mente cristão é a abundância de alma,

vessem de fato, até nos seus menores

o desprendimento de si mesmo, o tom

gestos, o objetivo que lhes é prescrito

de amor ao próximo com que êle perfaz todas as suas tarefas, — tarefas que um

pela finalidade da instituição, a s^er, o de cooperarem pelo fortalecimento dos


Dicesto

82

ideais cristãos.

Será c^cusido insistir

afiora na prandcza da missão qiic iim professor, sinceramente tocado por es ses ideais, pode cumprir cm favor da mocidade, anxiliando-a a compreender

que a renovarão do mtindo requer uma vanguarda dc cristãos, fortes c esclare cidos.

Todavia, nos ambientes univer-itários

aconfessionais. o testemunho dos do w

centes católicos en\'oIvc ouestões de tac-

to c de oportunidade.

Como o obieli-

vo desta Semana dc Intelectuais cató

licos não é o dc anunciar conclusões

oficiais, pediria vênia para oferecer al

gumas perG;untas à consideração dos

mais doutos e mais experimentados: a) sená interessante a criação oficio i- .■

I

sa de monitores" católicos, junto ãs Faculdades aconfessionais?

b) convirn que o professor católico procure ocasiões de fazer proselitismo,

dentro das escolas onde exerce o magis tério?

c) haverã oportunidade para os do centes católicos militarem num setor

complementar da J.U.C., auxiliando

Ü' I

f'

I

Econômico

ria agora encerrar-se por um apelo lan çado aos jovens universitários católicos, para que a.spiretn aos postos do maíjist'TÍo superior. E' claro cpie êsse r/c.çidcratum estará sempre conilieionado, cm qualquer ra.s"o. á exislèneia de uma vocação específica. Esta. porém, afi na-se pelas próprias lendénci is da \'ontade, movida pela atração dos objetos

O PROF. HENRY LAUFENBURGER UM FINANCISTA DESTA ÉPOCA ALIOhtAn BALEEmO

(Catcclrático de Finanças na Universidade da Bahia e prof. interino cia Faculdade do Direito do Rio de Janeiro)

pMnouA o pensamento de professores

propostos.

italianos, alemães o americanos hou vesse influenciado o estudo dc Finanças Públicas no Brasil, força c reconhecer

Ora, SC, como já fazia notar Cícero, "nenhum cargo c mais nobre ou mais

que maior difusão tiveram sempre, aqui,

valioso para a sociedade, do nue o de

os financistas franceses.

iim homem que instrui n reração mon-

No fim do Império c nas primeiras

t:in'í*". não sejam esquecidas as possi

décadas da República, as citações do ve lho Paul Lcroy Bcaulicu aparecem com

bilidades que os misteres universitários oferecem, no sentido dc se trííballiar por uma formação cristã das futuras elites. Pelo contrário, c justamente isto quo

freqüência singular nos discursos parla mentares, artigos de imprensa e cm rela tórios oficiais.

deve impelir todo intelectual católico,

Gaston Jèzc veio a substituir Beaulieu

ao dar um balanço nos motivos que po

uas preferências dos leitores brasileiros a

dem determinar um rumo na vida, ou acentuar uma preferência nascente, que parece uma vocação.

partir dos iiUimos 40 anos.

I^epois da Segunda Grande Guerra,

um novo escritor francês se faria rapida mente conhecido entre os que se interes

Nessa perspectiva tora dc fírmar-sc, ou não, um chamamento para os encar

sam pelos problemas financeiros: o Prof. Henry Laufenburger, cuja obra, hoje, é

os iovens desse movimento nos seus tra balhos de ação católica?

gos do ensino universitário. Contrariar

d) deverão ser instituídos, nas Fa culdades aconfessionais, cursos de di"ciplinas mais diretamente relacionadas

caso, cm deixar um posto cie combate

popular em todo o mundo.

queira tanto, como nós católicos, o ver

ram os livros franceses de Finanças, ne

com a formação moral dos estudantes

dadeiro bem dos homens qrie nos cer

(tais como ética profissional, relações humanas, justiça social etc.)?

9.

Um apêlo Com o enunciado destes quesitos eisnos ao têrmo da dissertação, que pode-

uma vocacão natural importaria, neste

A despeito do prestígio de que goza

à disposição do ouírcm que talvez nao

cam c o das novas gerações que des pontam. Seguir a vocação é, por certo, adotar aquela docilidade fecunda que, para a realização de seus desígnios, a Providência

conta

achar

qualquer um de nós.

sempre

em

dução brasileira. É uma iniciativa oportuna c louvável de "Edições Financeiras S. A.", emprê-

sa que, em poucos anos de funcionamen to, já concorreu para a cultura especia lizada do País com outras realizações

de prol. O trabalho escolhido para a tradução

foi "Finances Comparées" — estudo dos sistemas financeiros dos Estados Unidos,

França, Inglaterra, Suíça e Rússia, tal como se apresentam no após-guerra. A despeito de ser obra recente, edi tada pela primeira vez em 1947, com os dados estatísticos e da legislação fiscal até 1946, o autor acrescentou, para a

segunda edição, os fatos novos até 1950.

Êsse têxto, rigorosamente em dia. está sendo traduzido diretamente duma cópia

dos originais, em São Paulo, sob a su

pervisão do Prof. Rubens Gomes de

Souza, cuja reputação de provecto mes tre de Direito Financeiro já se firmou

nhum dêles foi traduzido em português. Êssc fato 6 perfeitamente e.xplicável, por

em todo o Brasil.

desses assuntos pessoas que concluíram, pelo menos, o curso ginasial e, portanto,

Finanças do Brasil, pelo Prof. Gomes de Souza, e de Portugal pelo Prof. Silva,

lêem o francês sem dificuldades. Ê ver

de Lisboa.

que, em geral, só se dedicam ao estudo >

simultáncamcnle na França e em tra

dade que a nova geração já revela maior predileção pelo inglês, como não esca pou a Maurois, durante sua permanên cia entre nós.

Agora temos a grata notícia de que uma das obras do Prof. Laufenburger

vai aparecer, em nova edição atualizada,

Por todo o ano de

1951, teremos nas vitrinas a edição bra sileira, acrescida de anotações sobre as

*

*

Embora a obra e a personalidade do Prof. Laufenburger sejam notórias en tre quantos, no Brasil, estão familiariza dos com assuntos financeiros e económi-


Dicesto

82

ideais cristãos.

Será c^cusido insistir

afiora na prandcza da missão qiic iim professor, sinceramente tocado por es ses ideais, pode cumprir cm favor da mocidade, anxiliando-a a compreender

que a renovarão do mtindo requer uma vanguarda dc cristãos, fortes c esclare cidos.

Todavia, nos ambientes univer-itários

aconfessionais. o testemunho dos do w

centes católicos en\'oIvc ouestões de tac-

to c de oportunidade.

Como o obieli-

vo desta Semana dc Intelectuais cató

licos não é o dc anunciar conclusões

oficiais, pediria vênia para oferecer al

gumas perG;untas à consideração dos

mais doutos e mais experimentados: a) sená interessante a criação oficio i- .■

I

sa de monitores" católicos, junto ãs Faculdades aconfessionais?

b) convirn que o professor católico procure ocasiões de fazer proselitismo,

dentro das escolas onde exerce o magis tério?

c) haverã oportunidade para os do centes católicos militarem num setor

complementar da J.U.C., auxiliando

Ü' I

f'

I

Econômico

ria agora encerrar-se por um apelo lan çado aos jovens universitários católicos, para que a.spiretn aos postos do maíjist'TÍo superior. E' claro cpie êsse r/c.çidcratum estará sempre conilieionado, cm qualquer ra.s"o. á exislèneia de uma vocação específica. Esta. porém, afi na-se pelas próprias lendénci is da \'ontade, movida pela atração dos objetos

O PROF. HENRY LAUFENBURGER UM FINANCISTA DESTA ÉPOCA ALIOhtAn BALEEmO

(Catcclrático de Finanças na Universidade da Bahia e prof. interino cia Faculdade do Direito do Rio de Janeiro)

pMnouA o pensamento de professores

propostos.

italianos, alemães o americanos hou vesse influenciado o estudo dc Finanças Públicas no Brasil, força c reconhecer

Ora, SC, como já fazia notar Cícero, "nenhum cargo c mais nobre ou mais

que maior difusão tiveram sempre, aqui,

valioso para a sociedade, do nue o de

os financistas franceses.

iim homem que instrui n reração mon-

No fim do Império c nas primeiras

t:in'í*". não sejam esquecidas as possi

décadas da República, as citações do ve lho Paul Lcroy Bcaulicu aparecem com

bilidades que os misteres universitários oferecem, no sentido dc se trííballiar por uma formação cristã das futuras elites. Pelo contrário, c justamente isto quo

freqüência singular nos discursos parla mentares, artigos de imprensa e cm rela tórios oficiais.

deve impelir todo intelectual católico,

Gaston Jèzc veio a substituir Beaulieu

ao dar um balanço nos motivos que po

uas preferências dos leitores brasileiros a

dem determinar um rumo na vida, ou acentuar uma preferência nascente, que parece uma vocação.

partir dos iiUimos 40 anos.

I^epois da Segunda Grande Guerra,

um novo escritor francês se faria rapida mente conhecido entre os que se interes

Nessa perspectiva tora dc fírmar-sc, ou não, um chamamento para os encar

sam pelos problemas financeiros: o Prof. Henry Laufenburger, cuja obra, hoje, é

os iovens desse movimento nos seus tra balhos de ação católica?

gos do ensino universitário. Contrariar

d) deverão ser instituídos, nas Fa culdades aconfessionais, cursos de di"ciplinas mais diretamente relacionadas

caso, cm deixar um posto cie combate

popular em todo o mundo.

queira tanto, como nós católicos, o ver

ram os livros franceses de Finanças, ne

com a formação moral dos estudantes

dadeiro bem dos homens qrie nos cer

(tais como ética profissional, relações humanas, justiça social etc.)?

9.

Um apêlo Com o enunciado destes quesitos eisnos ao têrmo da dissertação, que pode-

uma vocacão natural importaria, neste

A despeito do prestígio de que goza

à disposição do ouírcm que talvez nao

cam c o das novas gerações que des pontam. Seguir a vocação é, por certo, adotar aquela docilidade fecunda que, para a realização de seus desígnios, a Providência

conta

achar

qualquer um de nós.

sempre

em

dução brasileira. É uma iniciativa oportuna c louvável de "Edições Financeiras S. A.", emprê-

sa que, em poucos anos de funcionamen to, já concorreu para a cultura especia lizada do País com outras realizações

de prol. O trabalho escolhido para a tradução

foi "Finances Comparées" — estudo dos sistemas financeiros dos Estados Unidos,

França, Inglaterra, Suíça e Rússia, tal como se apresentam no após-guerra. A despeito de ser obra recente, edi tada pela primeira vez em 1947, com os dados estatísticos e da legislação fiscal até 1946, o autor acrescentou, para a

segunda edição, os fatos novos até 1950.

Êsse têxto, rigorosamente em dia. está sendo traduzido diretamente duma cópia

dos originais, em São Paulo, sob a su

pervisão do Prof. Rubens Gomes de

Souza, cuja reputação de provecto mes tre de Direito Financeiro já se firmou

nhum dêles foi traduzido em português. Êssc fato 6 perfeitamente e.xplicável, por

em todo o Brasil.

desses assuntos pessoas que concluíram, pelo menos, o curso ginasial e, portanto,

Finanças do Brasil, pelo Prof. Gomes de Souza, e de Portugal pelo Prof. Silva,

lêem o francês sem dificuldades. Ê ver

de Lisboa.

que, em geral, só se dedicam ao estudo >

simultáncamcnle na França e em tra

dade que a nova geração já revela maior predileção pelo inglês, como não esca pou a Maurois, durante sua permanên cia entre nós.

Agora temos a grata notícia de que uma das obras do Prof. Laufenburger

vai aparecer, em nova edição atualizada,

Por todo o ano de

1951, teremos nas vitrinas a edição bra sileira, acrescida de anotações sobre as

*

*

Embora a obra e a personalidade do Prof. Laufenburger sejam notórias en tre quantos, no Brasil, estão familiariza dos com assuntos financeiros e económi-


Dicksto Económicoi

D..«TO ECOKÓMXCO

,JI..

35

COS, parece que nfio será fora de propó

Internacional d<* Finanças Públicas, fun

dado por Allix. e, aluda, a direção da famosa "Hevur de Seienee et I.egjsía-

1930); H) "L*indu.stric de Mulhousc"

pela escola dc Pavia, com Griziotti e

sito recordar alguns pontos duma c dou tra cm revista dc divulgavão, dedicada ao grande público, como é o "Digesto

(i-iii colaboração com PflimÜn, Paris, 1932); "Lc Commcrce et rorganization

últimos cinqüenta anos, a importância

lifin Ftnaneíères", ao lado do sábio Prof.

Econômico".

Jè/.i;.

des inarcbés" (tomo 5." do Curso de Economia Política, de Truchy, — Paris,

Henr\* Laufenburger nasceu a 9 de

Dirige ainda os ".Annales cie Fi-

nanees Publifjue.s" com Jacomet e Mi-

janeiro de 1897, em Gerstlieim (Franca),

cbclson.

e fez estudos univcr.silários cm Stras-

O Prof. Ilcnry Laiib-ulmrger é, hoje, embora aluda moço. dos inai.s festeja

burgo, Caen e Paris, tendo ganho o pri meiro prêmio das Faculdades de Direito de França.

Em 1924, a Universidade de Caen conferiu-lhe o título de doutor em Di reito e, em 1926, o de doutor em Ciên

cias Econômicas. Em 1928, já recebia o titulo de docente de Economia Polí

tica, tendo regido cursos dessa discipli na, na Faculdade de Direito dc Stras-

burgo, onde, em 1930, passou a dirigir

o Instituto de Economia Comparada. De 1934 a 1936, sob os auspícios da

Fundação Rockefellcr, dedicovi-se a pcs-

dos financistas do mundo.

De 1945 cm lijanti- tem .sido rccjuestado por vários países, resuhamio disso

1938); "L'inter\-euliün do l'Élat cn maticTe eeonoiuicpie" (Paris, 1939); "La nou\-elle slructure eeonomicjuc du Reich (colab. com PflimUn) (Paris, 193S); "Encpicte sur les cbangcments de struture du ereclit et clu Ia banque" em dois

trabalho, sua ah'\idade transborda das

fainas uiuNc-rsilárias. pois ti-m sido ou\ido eoiuo eonsi-lheiro financeiro por al guns países, como a Turquia. Fisicamente, é liomem dc estatura ele

vada, robusto e afável.

Guardo encan

"Realilés", 1945); "Finances Compa-

rêes" (1947, 2a. cd. 1951); "Credit pu-

blic et finunce.s de guerrc" (1944); "Les Finances dc 1939-1945: Francc" (tomo

L da Coleç. História Financ., 1948);

suas

A mais importante e conhecida de as obras é, entretanto, o "Traité d Eco-

nomie et de Legislation Financières" em 4 tomos: I) "Revenu, Capital et Im-

os brasilcàros.

tigações a obra "Lcs Banques Françaises" (Paris, 1940, Sirey). Sobrcvinda a

pôt" (4.a edição cm 1950); 11) "Dctte mais alto \'alor científico assínidam a

capitão no 5°

Publi(pie et Riciicssc Privée" (3a. ed. cm 1948); III) "Budget et Tresor" 3a. ed. 1948) c IV) "Legislation Fiscale et

produção inle-

Bureau do Estado-Maior do

documents financiers" (2.a cd., 1946).

h-elual do Pr(4".

E.xército.

"Lhndustrie sí-

1941,

Escritíir fecundo, \'ários \ohime.s do

Laufenburger :

a

dcnirgi(|ue de

ensinou

Ia Lorrainc dasannexéc et Ia France" (Slras-

Finanças na Fa culdade de Di

ras entre as duas disciplinas eram niU-

as necessidades individuais.

reside à rua Duguay Trouin, — do nome do almirante de más recordações para

1940

picos da Economia Política. As frontei

1'cpreuvo de Ia guerrc" (Paris, 1940);

da mesTOa instituição, estudou as trans-

De

da conveniência social por oposição ao interesse individual e de lucro, como tí

"Finances Publiciucs et Affaircs Privées" ( 1943); "LTmpòt" (tomo I, da Goleç.

(1950).

zado em 1939 e serviu com o posto de

cia das Finanças, inspirada no primado

Dotado de excc-jK-ional eapaeiclade de

"Economie financièrc en trois leçons

guerra, o Prof. Laufenburger foi mobili

tia-sc vivamente na autonomia da Ciên

lab., 1941); "L'Economie allemande á

acolhida cordial no aparlameiilo em que

bancos na Europa. É fruto dessas invcs-

a ser relegada a plano secundário. Insis-

xico, Aiikara, Slambul, Honra. .Atenas, Loiuain, i"rankforl e na "Càilumbia".

cursos nas uníver.sida<lc-s de 7airieli, Mé

tadora impressão da simplicidade dc .sua

rormações da estrutura do crédito o dos

econômica dos fatos financeiros tendia

damente traçadas, pretendendo alguns autores distinguir, fora dc critérios po líticos, entre as necessidades públicas e

tomos: I) "BaiKjucs Françaises" (1940); II) "Bancjues italienncs et suissos" (co

q^iHsas econômicas cm vários países da Europa, que visitou ne.sse espaço de

tempo. Em 1938, ainda sob a égide

tantos notáveis mestres italianos. Nestes

reito dc Bordeaux, passando a reger a

burgo, 1924); "L'impòt sur Ic rovenu

mesma cadeira em 1942, na Faculdade

des Sociclés Commerciales" (Strasbur-

de Paris, na qual foi investido como catedrático em 1946. Nesse mesmo ano,

go, 1926); "Cours cTEconomic Alsacienne", em dois tomos: I) "Lcs bases

integrou o Comitê Diretor do Instituto

matericllcs, morales, juridiqnes" (Paris,

U li.» ■'

. --VÍ4.'

Essa longa lista não esgota a obra do ilustre mestre dc Paris, pois ainda bá a

Quando, na célebre cátedra de Paris,

Laufenburger substitui Jèze, outros ru mos tomaram os estudos financeiros. A

política de despesas públicas, como te

rapêutica do "chômage", aplicada pelo Presidente Roosevelt nos Estados Uni

dos e por diversos estadistas noutros

países; o orçamento cíclico da Suécia,

graças à orientação econômica de Ohlin,

Cassei e Cunnard Myrdal; a impressão

profunda causada pela "General Theory

de Keynes em 1936; o desaparecimento

do desemprego na Alemanha pela pro dução bélica intensiva, enfim os fatos 6 as idéias que precederam e culmina ram com a 2.a Grande Guerra, prepa

ram mudanças profundas nos velhos con

ceitos financeiros, reaproximando-os in teiramente da Economia Política. O Prof. Laufenberger, pela sua for

acrescentar diversos artigos em revistas e relatórios em Congressos de Finanças,

mação de economista, assumiu posição decisiva nessa revolução das finanças or

coino o de Roma, de 1948.

todoxas.

O traço mais característico do pensa

Não admira, pois, que o seu

"Tratado" houvesse aparecido com o tí

mento do Prof. Laufenburger reside na

tulo de "Economia Financeira" e não

co dos fenômenos financeiros em con

maior parte dos livros dos últimos cem

traste com o relevo político, brilhante

anos. Embora a denominação de "Eco

mente focalizado por Jèze e outros, ou com o desenvolvimento do lado jurídico,

de título a trabalho de outros, como Viti

ênfase que restítuíu ao aspecto econômi

"Ciência das Finanças", como o da

nomia Financeira" já houvesse servido


Dicksto Económicoi

D..«TO ECOKÓMXCO

,JI..

35

COS, parece que nfio será fora de propó

Internacional d<* Finanças Públicas, fun

dado por Allix. e, aluda, a direção da famosa "Hevur de Seienee et I.egjsía-

1930); H) "L*indu.stric de Mulhousc"

pela escola dc Pavia, com Griziotti e

sito recordar alguns pontos duma c dou tra cm revista dc divulgavão, dedicada ao grande público, como é o "Digesto

(i-iii colaboração com PflimÜn, Paris, 1932); "Lc Commcrce et rorganization

últimos cinqüenta anos, a importância

lifin Ftnaneíères", ao lado do sábio Prof.

Econômico".

Jè/.i;.

des inarcbés" (tomo 5." do Curso de Economia Política, de Truchy, — Paris,

Henr\* Laufenburger nasceu a 9 de

Dirige ainda os ".Annales cie Fi-

nanees Publifjue.s" com Jacomet e Mi-

janeiro de 1897, em Gerstlieim (Franca),

cbclson.

e fez estudos univcr.silários cm Stras-

O Prof. Ilcnry Laiib-ulmrger é, hoje, embora aluda moço. dos inai.s festeja

burgo, Caen e Paris, tendo ganho o pri meiro prêmio das Faculdades de Direito de França.

Em 1924, a Universidade de Caen conferiu-lhe o título de doutor em Di reito e, em 1926, o de doutor em Ciên

cias Econômicas. Em 1928, já recebia o titulo de docente de Economia Polí

tica, tendo regido cursos dessa discipli na, na Faculdade de Direito dc Stras-

burgo, onde, em 1930, passou a dirigir

o Instituto de Economia Comparada. De 1934 a 1936, sob os auspícios da

Fundação Rockefellcr, dedicovi-se a pcs-

dos financistas do mundo.

De 1945 cm lijanti- tem .sido rccjuestado por vários países, resuhamio disso

1938); "L'inter\-euliün do l'Élat cn maticTe eeonoiuicpie" (Paris, 1939); "La nou\-elle slructure eeonomicjuc du Reich (colab. com PflimUn) (Paris, 193S); "Encpicte sur les cbangcments de struture du ereclit et clu Ia banque" em dois

trabalho, sua ah'\idade transborda das

fainas uiuNc-rsilárias. pois ti-m sido ou\ido eoiuo eonsi-lheiro financeiro por al guns países, como a Turquia. Fisicamente, é liomem dc estatura ele

vada, robusto e afável.

Guardo encan

"Realilés", 1945); "Finances Compa-

rêes" (1947, 2a. cd. 1951); "Credit pu-

blic et finunce.s de guerrc" (1944); "Les Finances dc 1939-1945: Francc" (tomo

L da Coleç. História Financ., 1948);

suas

A mais importante e conhecida de as obras é, entretanto, o "Traité d Eco-

nomie et de Legislation Financières" em 4 tomos: I) "Revenu, Capital et Im-

os brasilcàros.

tigações a obra "Lcs Banques Françaises" (Paris, 1940, Sirey). Sobrcvinda a

pôt" (4.a edição cm 1950); 11) "Dctte mais alto \'alor científico assínidam a

capitão no 5°

Publi(pie et Riciicssc Privée" (3a. ed. cm 1948); III) "Budget et Tresor" 3a. ed. 1948) c IV) "Legislation Fiscale et

produção inle-

Bureau do Estado-Maior do

documents financiers" (2.a cd., 1946).

h-elual do Pr(4".

E.xército.

"Lhndustrie sí-

1941,

Escritíir fecundo, \'ários \ohime.s do

Laufenburger :

a

dcnirgi(|ue de

ensinou

Ia Lorrainc dasannexéc et Ia France" (Slras-

Finanças na Fa culdade de Di

ras entre as duas disciplinas eram niU-

as necessidades individuais.

reside à rua Duguay Trouin, — do nome do almirante de más recordações para

1940

picos da Economia Política. As frontei

1'cpreuvo de Ia guerrc" (Paris, 1940);

da mesTOa instituição, estudou as trans-

De

da conveniência social por oposição ao interesse individual e de lucro, como tí

"Finances Publiciucs et Affaircs Privées" ( 1943); "LTmpòt" (tomo I, da Goleç.

(1950).

zado em 1939 e serviu com o posto de

cia das Finanças, inspirada no primado

Dotado de excc-jK-ional eapaeiclade de

"Economie financièrc en trois leçons

guerra, o Prof. Laufenburger foi mobili

tia-sc vivamente na autonomia da Ciên

lab., 1941); "L'Economie allemande á

acolhida cordial no aparlameiilo em que

bancos na Europa. É fruto dessas invcs-

a ser relegada a plano secundário. Insis-

xico, Aiikara, Slambul, Honra. .Atenas, Loiuain, i"rankforl e na "Càilumbia".

cursos nas uníver.sida<lc-s de 7airieli, Mé

tadora impressão da simplicidade dc .sua

rormações da estrutura do crédito o dos

econômica dos fatos financeiros tendia

damente traçadas, pretendendo alguns autores distinguir, fora dc critérios po líticos, entre as necessidades públicas e

tomos: I) "BaiKjucs Françaises" (1940); II) "Bancjues italienncs et suissos" (co

q^iHsas econômicas cm vários países da Europa, que visitou ne.sse espaço de

tempo. Em 1938, ainda sob a égide

tantos notáveis mestres italianos. Nestes

reito dc Bordeaux, passando a reger a

burgo, 1924); "L'impòt sur Ic rovenu

mesma cadeira em 1942, na Faculdade

des Sociclés Commerciales" (Strasbur-

de Paris, na qual foi investido como catedrático em 1946. Nesse mesmo ano,

go, 1926); "Cours cTEconomic Alsacienne", em dois tomos: I) "Lcs bases

integrou o Comitê Diretor do Instituto

matericllcs, morales, juridiqnes" (Paris,

U li.» ■'

. --VÍ4.'

Essa longa lista não esgota a obra do ilustre mestre dc Paris, pois ainda bá a

Quando, na célebre cátedra de Paris,

Laufenburger substitui Jèze, outros ru mos tomaram os estudos financeiros. A

política de despesas públicas, como te

rapêutica do "chômage", aplicada pelo Presidente Roosevelt nos Estados Uni

dos e por diversos estadistas noutros

países; o orçamento cíclico da Suécia,

graças à orientação econômica de Ohlin,

Cassei e Cunnard Myrdal; a impressão

profunda causada pela "General Theory

de Keynes em 1936; o desaparecimento

do desemprego na Alemanha pela pro dução bélica intensiva, enfim os fatos 6 as idéias que precederam e culmina ram com a 2.a Grande Guerra, prepa

ram mudanças profundas nos velhos con

ceitos financeiros, reaproximando-os in teiramente da Economia Política. O Prof. Laufenberger, pela sua for

acrescentar diversos artigos em revistas e relatórios em Congressos de Finanças,

mação de economista, assumiu posição decisiva nessa revolução das finanças or

coino o de Roma, de 1948.

todoxas.

O traço mais característico do pensa

Não admira, pois, que o seu

"Tratado" houvesse aparecido com o tí

mento do Prof. Laufenburger reside na

tulo de "Economia Financeira" e não

co dos fenômenos financeiros em con

maior parte dos livros dos últimos cem

traste com o relevo político, brilhante

anos. Embora a denominação de "Eco

mente focalizado por Jèze e outros, ou com o desenvolvimento do lado jurídico,

de título a trabalho de outros, como Viti

ênfase que restítuíu ao aspecto econômi

"Ciência das Finanças", como o da

nomia Financeira" já houvesse servido


36

1^

de Marco, c também De Greef c Mi-

Ihaud já se servissem da fórmula "Eco nomia Pública", nenhum desses escrito

res logrou o êxito do atual mestre de Paris.

Talvez lhe caiba também o mé

rito de ter sido dos que mais cedo e mais largamente se deram conta dos re

flexos da teoria keynesiana sobre as Fi

nanças Públicas. Outro a.specto singular da doutrina do Prof. Laufenburger pro-

mana do desenvolvimento e da magnitu

de que atribui à despesa pública, em contraste com a maioria dos escritores,

Inglaterra, depoi.s que os orçamentas passaram a absorver um térço da renda

nacional desses países.

As mudanças

ritmo <-spanto.samciite rápido. s«'in (jue se possa exprimir des<]c já ,> prognóstico re servado ao capitalismo ferido p-Ia ••na cionalização" de bancos e einprésas, im postos e.smagadores. "défieils sislemálicos", "orçamentos hmnaiios", tributações

inspiradas no propósito sóeio-pi>Iit'<-'t> da redistríbüiçao cios rendimentos e outros

financeiros. Para ele. a despesa é "a al ma das finanças públicas", "a alma d i

Alias, a análise ilo professor de Paris, embora consagrada àfiuelcs cinco Esta dos de tao díspares economias, atinge

política do Estado". Em vários compên dios e tratados, como o de Leroy BeauIieu ou o de Einaudi, a despesa não

fatos cia hora eoii\ul.si\a, qm- ^i^oinos.

também, incidentemente, os sistemas fi

nanceiros da Itália, Alemanha, Suécia e

chegou a merecer as honras de um ci-

outros países.

pitulo.

de cinco estruturas típica.s de nações

*

*

*

As Finances Comparécs", em via de

fraduçao, nao constituem maçudos qua

oin síntese, um confronto objetivo

com profundas diferenças dtanográficas,

econômicas e políticas, através da obser vação magistral de uma autoridade da mais elevada categoria científica c uni

dros de cifras, como o nome poderia versitária, exatamente no momento em fazer supor, mas um estudo criterioso, que elas a evolução do mundo mmudentc e crítico das transformações vibra sôljre o cIio(|ue de uma transformação dos sistemas e das idéias financeiras nas.

principais nações do mundo por efeito

do impacto da última guerra. Origina

das dum curso realizado na Faculdade de Direito e de Ciências Políticas da Universidade de Zurich, ôsse estudo envolve a apreciação das características apresentadas pelos aparelhos fiscais dos

Estados Unidos, França, Rússia. Suíça e

■ iT ■^"

Direito individual e direito corporativo J. P. GalvÃo de Sousa

econômicas, poliiuas «• sociais daí de correntes sao <'nortii(-.s <• jjroeessani-sc em

geralmente inclinados a reivindicar para a receita o ponto capital dos fenômenos

TT

cujo desfecho ainda sc não pode pre\er

em tôcla a sua e.vtensão.

Tal a obra que o leitor brasileiro den

tro em poucos meses terá sob os oliios,

numa tradução primorosa c anotada sob controlo dc um financista da competên

cia e responsabilidade do Prof. Rubens Tr% Cl flfí Gomes rli-k dc Souza, da TUniversidade de São Paulo.

\ s concepções jurídicas relativas a posição do indivíduo perante a socie dade tèin sido dominadas, nestes últi

mos ti'inpos, por mna incoercível ten

dência para o socialismo dc Estado.

Essa tendência se manifesta nao aix:nas nas doutrinas o correntes claramente definidas como socialistas — comunismo,

fascismo, nacional-socialismo, nacionalsindicalismo, socialismo agrário, socialis mo guildista c outras — mas até mesmo

entre as que se situam dentro das fron

teiras do Iii)eralismo, defendendo com

ardor a dignidade da pessoa humana contra os abusos do poder.

É que freqüentemente os objetivos

óos liberais e dos socialistas coincidem.

A diferença está no modo dc conceber tais intcrêsscs, e, consequentemente, nos meios a pôr cm prática. _ . Por isso mesmo, certas e.xpressoes, tais

como "personalismo" c "humanismo , vão perdendo hoje em dia o seu si^ficado. Vemo-las na linguagem de überais e de socialistas, empreg;^-nas m-

diaintamentc os adeptos da democracia individualista e os do Estado totaU ário.

Eis porque se tem falado em soeiahsmo

personalista, socialismo espiritual e até socialismo religioso.

Percebem os liberais que não podem

hoje continuar naquela posição dos seus

nioin, para que o Estado, com as suas iniciativas, não venha anular os valores individuais o os direitos inerentes a pró

garantia dos direitos individuais, sacriii-

pria natureza humana.

Preconizam os

socialistas a intervenção minuciosa do Estado na vida social, a fim cie que a

"igualdade de oportunidades" não fique em teoria, mas seja assegurada efetiva mente pelo poder político a todos os

antecessores, que, preocupados com a

cavam os interesses da sociedade. Ím pias e irrestritas garantias à liberdade

acabam por destruir a liberdade, uma vez que os mais fortes dela se utilizam para e.xplorar os mais fracos.

E o socialismo procura dourar a sua

pílula, preconizando a intervenção do

indivíduos, mediante o recurso à socia lização, visando diminuir as diferenças

Estado em defesa da dignidade humana comprometida pelos excessos do regime

de classes e melhorar a situação das

liberal.

classes inferiores.

Os liberais exagerados e ortodoxos iam

os socialistas mais extremados chegam,

por sua vez, a abolir a iniciativa priva da, pretendendo transferir para o Esta do a propriedade dos bens produtivos, a direção exclusiva do ensino e o con frri tiiMifiyiiini,! iV

Uns e outros^procuram ordenar o es tado à realização dos interesses humanos.

Querem os liberais salvaguardar a esfe ra de ação da liberdade pessoal do ho-

a ponto de negar a legitimidade de tôda e qualquer ação social do Estado. E

H'-

trole dos meios de transmissão do pen^ r samento.

Assim, na .concepção geral da socie dade, e particularmente nos programas

de reforma econômica, socialistas e libe rais discutem entre si e tratam de re

solver os seus problemas tendo em vista apenas êstes dois pelos: o indivíduo e o Estado.

Ao interêsse individual opõem

o interêsse coletivo,

representado pelo

poder público. E, cuidando de harmo-


Ifiijniiil

Dicksto Econômico

39

DicE.STn Econômico cada um aventa

A sociologia jurídica em nossos dias

uma determinada solução para o conflito

veio mostrar quanto essa maneira de \'er

entre liberdade e autoridade.

é falha e inatl<-([iuida em relação à e\pu-

Dízar esses ínterC-sses,

Tal maneira de ver reflete-se nas con

cepções jurídicas, levando à idéia do Di reito como sendo uma ordem de normas

estabelecidas pelo poder público para harmonizar as liberdades individuais.

Só existe, segundo êssc modo de ver, uma ordem jurídica — a ordem jurídica do Estado, cm face da qual devem ser assegurados os "direitos subjetivos" dos indivíduos.

Para o liberalismo, essa "ordem" re

sulta automàtícamente da conciliação das

liberdades. É o que se pode notar, por exemplo, na definição de Direito de Kant, muito típica nesse sentido. O Direito passa a ser visto como "um conjunto de condições em virtude das

ricncia do Direito.

Entre outros aiili>res,

podemos eitar

(ieorgi-s Chirvitch. <|iie na .sua Socioh' g// of Law, ba.slantc conliecida entre nós e tratlnzida por J.)jatir Menezes, estu dando a tipidogia jurídica dos agrupa mentos particulares, escreve: "Todo gru po em que predomine a socialjilidado ativa e (pie realize mn valor positivo (como toda forma de .soeíabilidade que satisfaz essas exigências e das (piais o grupo em (piestão representa uma sinlcse unificadora) afirma-.se como um "fa lo normalivo", que pro

duz a sua própria regu lamentação jurídica." Completando a tipolo gia jurídica dos grupo.s,

quais a liberdade de um

pode coexistir com a li

berdade de outrcm, se gundo a lei gerai da li Para o socialismo, além dos direitos individuais

que são regidas pela justiça comutativa.

te-nos .superar atpiéle escpiema simplis

Tal ó o domínio das normas estabeleci

ta da orii.miz;ição social comum ao individnali.smo e ao socialismo, c no qual

SC ficava oscilando pcndularmcntc entre o íntcrcs.sc do indivíduo e o interés.sc do Estado.

Vários sociólogos reivindicam essa concepção — c Gurvitch oiumicra-os em Seu livro — mas, antes dèle.s, já a defen diam filósofos como Taparclli d'Azeglio e juristas como Enrique Gil Robles. TaIJarclli, no .seu .SVígg/o di Dirilto Níituestudava as ".sociedades subordina

das", lendo lima ordem jurídica própria,

que não se deve confundir com a do Es tado. E Gil Robles, no Trafado de DcrccJio Polifico. refletindo a concepção

tradicional da monarquia espanhola an

Guivitch examina os ti

terior ao ab.solutisino, desenvolvia a

idéia de um poder "autárquico" dos gru

rídicos distintos do orde-

pos sociais, no sentido do self-govcrn-

nuincnlü do E.stado, divi-

aicnl, compreendendo uma capacidade jurídica nonnativa paralela à do poder

a

_

ordenamentos

superiores ou equivalen

comprador c vendedor, enfim, todas as

da corrente na ciência jurídica — permi

pos dc ordenamentos ju dindü-os em quatro clas ses, a saber;

berdade".

objetivo" — para usar de expressão toma

soberano do Estado.

É precisamente daí que resulta ^ çáo de "direito corporativo", que dois

das pelo acórdo de vontades, ou seja, das obrigações dc origem contratual. Outras dizem respeito diretamente ao

grupo social c atingem os indivíduos en quanto membros daquele gnipo. Tais as relações entre cônjuges, pais e filhos, na Família; entre governantes e gover

nados, no E.dado; entre patrões c ope

rários, na Profissão. Constituem objeto

da justiça social, que ordena os indiví duos segundo os interesses comuns da sociedade.

As primeiras são relações de direito individual, e as segundas de direito cor

porativo, que é também denominado di reito social ou direito institucional. Têm

estius últimas um caráter de permanência o estabilidade, daí o termo "direito ins titucional" (do latim stare, donde Esta

do, expressão que designa toda a socie dade civil organizada institucionalmente). As relações meramente interindividuais são, pelo contrário, mais precanas e efêmeras.

Foi exatiunente a observação do cunlio

da sociedade, sendo que os direitos in-, dividuais valem na medida em que a es

tes à ordem jurídica do Estado, entre os quais inclui o Direito

autores dc nossos dias, com notável pre

eclesiástico e canônico c o Direito In

tes se reduzem, assim como o homem

comum publicada há poucos anos.

ternacional ;

Refiro-me a Jean Brcthe de Ia Gressaye e Mareei Labordc-Lacoste, profes-

institucional ou corporativo de certas re lações jurídicas que sugeriu a Hauriou os elementos com que iniciou a elabo ração da chamada "teoria da institui ção". Fonnulada no campo do Direito Público, essa doutrina passou daí para

existe o direito superior

vale na medida em que se socializa. Em ambos os casos, temos o monismo

2.^ — ordenamentos submetidos a tu

cisão c clareza, souberam fixar em obra

jurídico. Único "direito objetivo" con

tela do Estado, tais como os dos grupos

sòrcs da Faculdade de Direito de Bor-

o Direito Privado, com Fenard, sendo

dc atividade não lucrativa e mesmo da

siderado por liberais e socialistas é o di

dcaux, cm sua magnífica "Introdução ao

maioria dos grupos de atividade econô

elevada aos domínios mais altos da es

Direito".

reito do Estado.

mica que, sob o regime vigente, se apre sentam como particularistas ; 3.^ — ordenamentos "anexados" pelo Estado (caso dos "serviços públicos descentralizados") ;

peculação filosófico-jurídica por Delos.

Nessa perspectiva, o dualismo do Di

reito Público e do Direito Privado, se

gundo a divisão clássica, é interpretado como expressão de uma antinomia entre O: ínterêsse público, confundido com o

interesse .do Estado, e o interesse parti cular dos indivíduos.

4.*'^ — ordenamentos condensados no Direito do Estado democrático.

Essa visão mais ampla do "direito

Há duas modalidades distinta.s de re

lações jurídicas. Umas afetam os indivíduos conside

Trata-se de uma visão sociológica do

Direito, que ultrapassa de muito os hori zontes estreitos do velho individualismo,

como membro de um grupo ou de uma

cuja tendência era reduzir tôda a ordem jurídica ao contrato, no Direito Privado, e à lei, no Direito Público, ou seja: um

classe.

Tais são as relações comerciais

acordo de vontades (contrato) e uma

em geral, as que se estabelecem entre

expressão da "vontade geral" (lei), se-

rados isoladamente, quer dizer, indepen

dentemente da sua posição na sociedade,


Ifiijniiil

Dicksto Econômico

39

DicE.STn Econômico cada um aventa

A sociologia jurídica em nossos dias

uma determinada solução para o conflito

veio mostrar quanto essa maneira de \'er

entre liberdade e autoridade.

é falha e inatl<-([iuida em relação à e\pu-

Dízar esses ínterC-sses,

Tal maneira de ver reflete-se nas con

cepções jurídicas, levando à idéia do Di reito como sendo uma ordem de normas

estabelecidas pelo poder público para harmonizar as liberdades individuais.

Só existe, segundo êssc modo de ver, uma ordem jurídica — a ordem jurídica do Estado, cm face da qual devem ser assegurados os "direitos subjetivos" dos indivíduos.

Para o liberalismo, essa "ordem" re

sulta automàtícamente da conciliação das

liberdades. É o que se pode notar, por exemplo, na definição de Direito de Kant, muito típica nesse sentido. O Direito passa a ser visto como "um conjunto de condições em virtude das

ricncia do Direito.

Entre outros aiili>res,

podemos eitar

(ieorgi-s Chirvitch. <|iie na .sua Socioh' g// of Law, ba.slantc conliecida entre nós e tratlnzida por J.)jatir Menezes, estu dando a tipidogia jurídica dos agrupa mentos particulares, escreve: "Todo gru po em que predomine a socialjilidado ativa e (pie realize mn valor positivo (como toda forma de .soeíabilidade que satisfaz essas exigências e das (piais o grupo em (piestão representa uma sinlcse unificadora) afirma-.se como um "fa lo normalivo", que pro

duz a sua própria regu lamentação jurídica." Completando a tipolo gia jurídica dos grupo.s,

quais a liberdade de um

pode coexistir com a li

berdade de outrcm, se gundo a lei gerai da li Para o socialismo, além dos direitos individuais

que são regidas pela justiça comutativa.

te-nos .superar atpiéle escpiema simplis

Tal ó o domínio das normas estabeleci

ta da orii.miz;ição social comum ao individnali.smo e ao socialismo, c no qual

SC ficava oscilando pcndularmcntc entre o íntcrcs.sc do indivíduo e o interés.sc do Estado.

Vários sociólogos reivindicam essa concepção — c Gurvitch oiumicra-os em Seu livro — mas, antes dèle.s, já a defen diam filósofos como Taparclli d'Azeglio e juristas como Enrique Gil Robles. TaIJarclli, no .seu .SVígg/o di Dirilto Níituestudava as ".sociedades subordina

das", lendo lima ordem jurídica própria,

que não se deve confundir com a do Es tado. E Gil Robles, no Trafado de DcrccJio Polifico. refletindo a concepção

tradicional da monarquia espanhola an

Guivitch examina os ti

terior ao ab.solutisino, desenvolvia a

idéia de um poder "autárquico" dos gru

rídicos distintos do orde-

pos sociais, no sentido do self-govcrn-

nuincnlü do E.stado, divi-

aicnl, compreendendo uma capacidade jurídica nonnativa paralela à do poder

a

_

ordenamentos

superiores ou equivalen

comprador c vendedor, enfim, todas as

da corrente na ciência jurídica — permi

pos dc ordenamentos ju dindü-os em quatro clas ses, a saber;

berdade".

objetivo" — para usar de expressão toma

soberano do Estado.

É precisamente daí que resulta ^ çáo de "direito corporativo", que dois

das pelo acórdo de vontades, ou seja, das obrigações dc origem contratual. Outras dizem respeito diretamente ao

grupo social c atingem os indivíduos en quanto membros daquele gnipo. Tais as relações entre cônjuges, pais e filhos, na Família; entre governantes e gover

nados, no E.dado; entre patrões c ope

rários, na Profissão. Constituem objeto

da justiça social, que ordena os indiví duos segundo os interesses comuns da sociedade.

As primeiras são relações de direito individual, e as segundas de direito cor

porativo, que é também denominado di reito social ou direito institucional. Têm

estius últimas um caráter de permanência o estabilidade, daí o termo "direito ins titucional" (do latim stare, donde Esta

do, expressão que designa toda a socie dade civil organizada institucionalmente). As relações meramente interindividuais são, pelo contrário, mais precanas e efêmeras.

Foi exatiunente a observação do cunlio

da sociedade, sendo que os direitos in-, dividuais valem na medida em que a es

tes à ordem jurídica do Estado, entre os quais inclui o Direito

autores dc nossos dias, com notável pre

eclesiástico e canônico c o Direito In

tes se reduzem, assim como o homem

comum publicada há poucos anos.

ternacional ;

Refiro-me a Jean Brcthe de Ia Gressaye e Mareei Labordc-Lacoste, profes-

institucional ou corporativo de certas re lações jurídicas que sugeriu a Hauriou os elementos com que iniciou a elabo ração da chamada "teoria da institui ção". Fonnulada no campo do Direito Público, essa doutrina passou daí para

existe o direito superior

vale na medida em que se socializa. Em ambos os casos, temos o monismo

2.^ — ordenamentos submetidos a tu

cisão c clareza, souberam fixar em obra

jurídico. Único "direito objetivo" con

tela do Estado, tais como os dos grupos

sòrcs da Faculdade de Direito de Bor-

o Direito Privado, com Fenard, sendo

dc atividade não lucrativa e mesmo da

siderado por liberais e socialistas é o di

dcaux, cm sua magnífica "Introdução ao

maioria dos grupos de atividade econô

elevada aos domínios mais altos da es

Direito".

reito do Estado.

mica que, sob o regime vigente, se apre sentam como particularistas ; 3.^ — ordenamentos "anexados" pelo Estado (caso dos "serviços públicos descentralizados") ;

peculação filosófico-jurídica por Delos.

Nessa perspectiva, o dualismo do Di

reito Público e do Direito Privado, se

gundo a divisão clássica, é interpretado como expressão de uma antinomia entre O: ínterêsse público, confundido com o

interesse .do Estado, e o interesse parti cular dos indivíduos.

4.*'^ — ordenamentos condensados no Direito do Estado democrático.

Essa visão mais ampla do "direito

Há duas modalidades distinta.s de re

lações jurídicas. Umas afetam os indivíduos conside

Trata-se de uma visão sociológica do

Direito, que ultrapassa de muito os hori zontes estreitos do velho individualismo,

como membro de um grupo ou de uma

cuja tendência era reduzir tôda a ordem jurídica ao contrato, no Direito Privado, e à lei, no Direito Público, ou seja: um

classe.

Tais são as relações comerciais

acordo de vontades (contrato) e uma

em geral, as que se estabelecem entre

expressão da "vontade geral" (lei), se-

rados isoladamente, quer dizer, indepen

dentemente da sua posição na sociedade,


«0^ Dicesto Econômico

gundo a concepção democrática de ins

tas de um certo número de agentes su

piração rousseauniana. A essa concepção voliintarista c sub-

jeitos a uma autoridade" (D-

jctivista do Direito, vemos opor-se hoje uma concepç-ão objetiva que não desde nha da multiplicidade de formações so ciais ou corporativas, gerando outras

territorialmente, subdiviclindo-se em re

tantas relações jurídicas, as quais não se podem reduzir a simples acordos de von

tades ou a imperativos de uma hipotéti

A sociedade nacional se descentraliza

giões, províncias, cidades e aldeias, ou tras lautas unidades sociais com maior

ou menor aiitonoinia c interésses pró

prios, sendo os seus órgãos agentes do Estado. Assim, na Krança os departa mentos e as comunas; entre nós, os Es

ca vontade geral.

tados, transformação das antigas provín

Tais relações decorrem da própria na tureza da sociedade civil ou política, a

cias do Império, e os municípios.

qual não é uma simples soma de indi

sas divisões territoriais, nota-sc outra di

Lateralmente ao Estado, isto é, a es

víduos, mas um conjunto orgânico de

visão. Surgem os "estai)cÍecimenlos pú

grupos ou corpos sociais, cada um dos

blicos",

quais traz em si mesmo uma constitui

central c local e dotados de certa auto

ção jurídica interna, uma ordem jurídica

nomia, que lhes confere uinii posição

ou um "ordenamento" na expressão de Gurvítch. Êsses ordenamentos formam

distinta e à-parle entre os órgãos do Es tado. Trata-se afjui dos ciiamados ser viços púI)licos descentralizados. Esta

uma hierarquia que corresponde à posi ção daqueles grupos na sociedade glo balmente considerada.

destacados

da

administração

mos diante da noção da "autarquia , ela

borada últijuamculc pelo Direito Admi nistrativo e compreendendo serviços que

Tôdas essas noções, delineadas por Hauriou, aprofundadas por Gurvitch, já se destacam da administração central ou há mais tempo expostas por Taparelli que são anexados ao Estado. Lembre ou Enrique Gil Robles, vemo-las sinteti

zadas com clareza pelos autores da cita da "Introdução ao Direito". Eis como nos descrevem a "hierar quia" social, de que resulta uma hierar quia de ordenamentos jurídicos.

"Temos, no ápice, o Estado, "órgão ju rídico da soberania nacional". O corpo

mos, cm São Paulo, a Universidade do Estado c o Hospital das Clínicas, entre muitos outros exemplos.

Todos esses corpos são corpos públi cos ligados ao Estado. Descendo ainda mais na escala da hierarquia social, en contramos ainda corpos de natureza pu

blica, mas independentes em relação ao

social é a nação, e o Estado dá-lhe or

Estado. Tais são os corpos profissionais, constituídos para organizar e representar

ganização jurídica,

abrangendo-a nos

a respectiva profissão. Em regimes de

seus interêsses materiais, intelectuais e

sindicato único ou de corporativismo de

morais, sem se confundir com o povo mas conferindo-lhe uma organização ju rídica. É, pois, o Estado como que a

Estado — como era a Itália fascista —

cúpula do edifício social. Compreende, por sua vez, vários corpos: magistratu ra, exército, polícia, e tôdas as adminis trações, sendo cada uma destas compos-

tais agrupamentos não se distinguem dos anteriores, não passam de órgãos de Es(1) — J. BRETHE DE LA GHESSAYEM. LABORDE-LACOSTE, Inlrdrcticn générale à l'étude du Droit, Hccueil Sirey, 1947, p. 125.

DicivSTo Econômico

"31"

livre, onde o corporativismo de associa

virtude da reação contra o regime anti go que reconhecia os corpos sociais e

ção prevalece sôbre o coqiorativismo de

llies dava posição preponderante. A Re

Estado, tais corpos profissionais consti tuem uma categoria plenamente autôno ma, intermediária entro os corpos públi

volução Francesa destruiu todos os cor

cos cslatai.s e o.s corpos privados.

pos profissionais desapareceram; as as sociações do toda espécie foram interdi

lado.

Mas onde existe o sindicalismo

Êstes últimos são ;issociaçõcs dc ini-

ci;ítiva privada, com fins lucrativos ou não, )i\res c facultativos, sendo muitas vè/es recoulíecidos como de "utilidade

públic;i" pelo Estado em vista dos ser viços prestados à coletividade. Einalmento, em seguida a estas asso

ciações privadas, chegamos ã base do edifício social, cuja cúpula é o Estado. E-ssa liase está na sociedade mais natu

ral e necessária ao homem, na primeira

das sociedades, quer se considere a vida

pos públicos, salvo o Estado, e instituiu os departamentos c as comunas. Os cor

tas, a menos que tivessem autorização

especial do Governo. Só subsistiram: a família, concebida do ponto de vista estrilamcnlc individualista, conjunto de relações entre marido c mulher, pais, fi lhos, sem estabilidade (casamento dis

solvido pelo divórcio); a empresa eco nômica, mas reduzida a uma coleção de

relações individuais entre cada operário

e patrão. Enfim, as sociedades de fim lucrativo foram organizadas segundo um

do indivíduo, que nela recebe o ser,

ponto de vista contratual, sôbre a base

quer em relação à genesc da sociedade civil, que nela tem c ponto de partida:

individualista de um contrato entre ca

a família.

Claro está que todos esses corpos so

ciais dão origem a uma série de relações

jurídicas que dc nenhum modo se podem reduzir a relações de direito individual. O erro do individualismo jurídico esteve precisamente em querer assimilar as re

lações corporativas às meramente interindlviduais.

Em tudo estava impresso

o sèlo do "contrato social". E assim che

gava-se a negar até mesmo o caráter institucional da família, de novo reco

nhecido por grandes juristas da atuabdade.

Fazia-se do casamento simples

contrato dependente da vontade das par tes contratantes e podendo ser dissolvido

da membro e os outros. Desde aí, a dis

tinção entre o direito individual e o di reito corporativo não mais apareceu,

mas apenas a distinção entre o Direito Público e o Direito Privado" (2). O desenvolvimento do direito do tra

balho tem mostrado as enonnes lacunas

da concepção individualista. Dia a dia se afirma o cunho institucional, corpo

rativo, de certas relações jurídicas nos domínios da profissão. Nem foi outro o motivo pelo qual, na própria França

moderna, subjugada pelos princípios da Revolução, desde o século passado a evolução legislativa começou a marchar no sentido de tornar a reconhecer a vida associativa e sindical com as caracterís

a qualquer tempo, sem se levar em con ta o interesse social c a finalidade do

ticas jurídicas que lhe são inerentes. O mesmo so diga do direito de Famí

matrimônio, com exigências superiores à

lia, e das doutrinas filosófico-jurídicas,

livre vontade dos cônjuges.

entre as quais a citada teoria da insti

"A partir da Revolução Francesa — escrevem os citados autores — individua

tuição.

lismo passou para o primeiro plano, em

(2) — BRETHE-LABORDE, cp. cit.

di


«0^ Dicesto Econômico

gundo a concepção democrática de ins

tas de um certo número de agentes su

piração rousseauniana. A essa concepção voliintarista c sub-

jeitos a uma autoridade" (D-

jctivista do Direito, vemos opor-se hoje uma concepç-ão objetiva que não desde nha da multiplicidade de formações so ciais ou corporativas, gerando outras

territorialmente, subdiviclindo-se em re

tantas relações jurídicas, as quais não se podem reduzir a simples acordos de von

tades ou a imperativos de uma hipotéti

A sociedade nacional se descentraliza

giões, províncias, cidades e aldeias, ou tras lautas unidades sociais com maior

ou menor aiitonoinia c interésses pró

prios, sendo os seus órgãos agentes do Estado. Assim, na Krança os departa mentos e as comunas; entre nós, os Es

ca vontade geral.

tados, transformação das antigas provín

Tais relações decorrem da própria na tureza da sociedade civil ou política, a

cias do Império, e os municípios.

qual não é uma simples soma de indi

sas divisões territoriais, nota-sc outra di

Lateralmente ao Estado, isto é, a es

víduos, mas um conjunto orgânico de

visão. Surgem os "estai)cÍecimenlos pú

grupos ou corpos sociais, cada um dos

blicos",

quais traz em si mesmo uma constitui

central c local e dotados de certa auto

ção jurídica interna, uma ordem jurídica

nomia, que lhes confere uinii posição

ou um "ordenamento" na expressão de Gurvítch. Êsses ordenamentos formam

distinta e à-parle entre os órgãos do Es tado. Trata-se afjui dos ciiamados ser viços púI)licos descentralizados. Esta

uma hierarquia que corresponde à posi ção daqueles grupos na sociedade glo balmente considerada.

destacados

da

administração

mos diante da noção da "autarquia , ela

borada últijuamculc pelo Direito Admi nistrativo e compreendendo serviços que

Tôdas essas noções, delineadas por Hauriou, aprofundadas por Gurvitch, já se destacam da administração central ou há mais tempo expostas por Taparelli que são anexados ao Estado. Lembre ou Enrique Gil Robles, vemo-las sinteti

zadas com clareza pelos autores da cita da "Introdução ao Direito". Eis como nos descrevem a "hierar quia" social, de que resulta uma hierar quia de ordenamentos jurídicos.

"Temos, no ápice, o Estado, "órgão ju rídico da soberania nacional". O corpo

mos, cm São Paulo, a Universidade do Estado c o Hospital das Clínicas, entre muitos outros exemplos.

Todos esses corpos são corpos públi cos ligados ao Estado. Descendo ainda mais na escala da hierarquia social, en contramos ainda corpos de natureza pu

blica, mas independentes em relação ao

social é a nação, e o Estado dá-lhe or

Estado. Tais são os corpos profissionais, constituídos para organizar e representar

ganização jurídica,

abrangendo-a nos

a respectiva profissão. Em regimes de

seus interêsses materiais, intelectuais e

sindicato único ou de corporativismo de

morais, sem se confundir com o povo mas conferindo-lhe uma organização ju rídica. É, pois, o Estado como que a

Estado — como era a Itália fascista —

cúpula do edifício social. Compreende, por sua vez, vários corpos: magistratu ra, exército, polícia, e tôdas as adminis trações, sendo cada uma destas compos-

tais agrupamentos não se distinguem dos anteriores, não passam de órgãos de Es(1) — J. BRETHE DE LA GHESSAYEM. LABORDE-LACOSTE, Inlrdrcticn générale à l'étude du Droit, Hccueil Sirey, 1947, p. 125.

DicivSTo Econômico

"31"

livre, onde o corporativismo de associa

virtude da reação contra o regime anti go que reconhecia os corpos sociais e

ção prevalece sôbre o coqiorativismo de

llies dava posição preponderante. A Re

Estado, tais corpos profissionais consti tuem uma categoria plenamente autôno ma, intermediária entro os corpos públi

volução Francesa destruiu todos os cor

cos cslatai.s e o.s corpos privados.

pos profissionais desapareceram; as as sociações do toda espécie foram interdi

lado.

Mas onde existe o sindicalismo

Êstes últimos são ;issociaçõcs dc ini-

ci;ítiva privada, com fins lucrativos ou não, )i\res c facultativos, sendo muitas vè/es recoulíecidos como de "utilidade

públic;i" pelo Estado em vista dos ser viços prestados à coletividade. Einalmento, em seguida a estas asso

ciações privadas, chegamos ã base do edifício social, cuja cúpula é o Estado. E-ssa liase está na sociedade mais natu

ral e necessária ao homem, na primeira

das sociedades, quer se considere a vida

pos públicos, salvo o Estado, e instituiu os departamentos c as comunas. Os cor

tas, a menos que tivessem autorização

especial do Governo. Só subsistiram: a família, concebida do ponto de vista estrilamcnlc individualista, conjunto de relações entre marido c mulher, pais, fi lhos, sem estabilidade (casamento dis

solvido pelo divórcio); a empresa eco nômica, mas reduzida a uma coleção de

relações individuais entre cada operário

e patrão. Enfim, as sociedades de fim lucrativo foram organizadas segundo um

do indivíduo, que nela recebe o ser,

ponto de vista contratual, sôbre a base

quer em relação à genesc da sociedade civil, que nela tem c ponto de partida:

individualista de um contrato entre ca

a família.

Claro está que todos esses corpos so

ciais dão origem a uma série de relações

jurídicas que dc nenhum modo se podem reduzir a relações de direito individual. O erro do individualismo jurídico esteve precisamente em querer assimilar as re

lações corporativas às meramente interindlviduais.

Em tudo estava impresso

o sèlo do "contrato social". E assim che

gava-se a negar até mesmo o caráter institucional da família, de novo reco

nhecido por grandes juristas da atuabdade.

Fazia-se do casamento simples

contrato dependente da vontade das par tes contratantes e podendo ser dissolvido

da membro e os outros. Desde aí, a dis

tinção entre o direito individual e o di reito corporativo não mais apareceu,

mas apenas a distinção entre o Direito Público e o Direito Privado" (2). O desenvolvimento do direito do tra

balho tem mostrado as enonnes lacunas

da concepção individualista. Dia a dia se afirma o cunho institucional, corpo

rativo, de certas relações jurídicas nos domínios da profissão. Nem foi outro o motivo pelo qual, na própria França

moderna, subjugada pelos princípios da Revolução, desde o século passado a evolução legislativa começou a marchar no sentido de tornar a reconhecer a vida associativa e sindical com as caracterís

a qualquer tempo, sem se levar em con ta o interesse social c a finalidade do

ticas jurídicas que lhe são inerentes. O mesmo so diga do direito de Famí

matrimônio, com exigências superiores à

lia, e das doutrinas filosófico-jurídicas,

livre vontade dos cônjuges.

entre as quais a citada teoria da insti

"A partir da Revolução Francesa — escrevem os citados autores — individua

tuição.

lismo passou para o primeiro plano, em

(2) — BRETHE-LABORDE, cp. cit.

di


Skík) Ec:oNÓNfico\'

4'i£

Rcstaiira-se em nossos dias o direito

O direito corporativí), i>í-m compreen

corporativo. O dinamismo da vida so

dido, representa unia liljcrtaçáo do mo-

cial forçou o abandono das posições in dividualistas. As lições da experiência

nismo jurídico, individualista ou socialis

acabaram por prevalecer sobre os de\'a-

Rodeuto Pinto de Souza

ta. E o rcconliccimento dos podercs dos

mas de um fonnalismo abstrato através

grupos sociais em face do poder polilico é a maior garantia contra o al>solnlismo

de uma visão objetiva do fenômeno ju

do Estado, (|ue pesa sòlirt; as nações dc

rídico.

liojc.

neios ideológicos, superando os esque

Inflação nos países subdesenvolvidos /^N especialistas em assuntos cconómiCOS só recentemente tem dedicado

O ciclo ínflacioniírio cria

servaiulo os efeitos da entrada maciça

do pela segunda guerra mundial trouxe novamente à tona os problemas das emissões excessivas. Dessa vez, os paí ses subdesenvolvidos foram contempla dos pela atenção dos especialistas em as

dü moeda na circulação dos países de

suntos

sua atenção aos fenômenos infiacionários

ocorridos nos países dc economia pou co desenvolvida.

Os coniiccimcntos re

lativos à inflação foram adquiridos obestrutura

trializiida.

econômica

altamente indus-

É xordade que não tinham

os estudiosos larga experiência no tocan te aos efeitos da inflação.

Estas não

ocorrem todos os dias e contam-se nos

dedos -'.s grandes inflações que se veri ficaram na llistória. A c.xperiência mais

recente que se teve foi a colossal infla ção alemã, após u primeira grande guer ra . Dela puderam os economistas co-

Ihôr ensinamentos profícuos. O estudo mais conhecido dêsse período inflacio-

l:r

veram a atenção dos peritos cm assuntos econômicos.

nario é o do italiano Bresciani-Turoni,

que SC tomou clássico. Êsse economis

ta, que viveu na Alemanha durante os anos cm que o derrame monetário se ve rificou, pôde estudar, passo a passo, o desenvolvimento das conseqüências inflacionárias na estrutura econômica da nação tcdesca.

Os estudos subsequen

tes ã puljlicação da obra de BrescianiTuroni SC limitaram a repetir os ensina mentos do economista italiano.

É ver

monetiírios.

Os

ensinamentos

que os peritos colheram na observação dos fenômenos infiacionários verificados

nas estruturas econômicas pouco desen volvidas mostraram quão diversas e pe

rigosas são as conseqüências da infla ção nos países de economia atrasada. É nosso intuito mostrar, no presente

traballio, os resultados das pesquisas so bre inflação levadas a efeito em nações econòmicainente atrasadas. Utilizaremos

em parte os ensinamentos de H. W. Singcr, contidos nas conferências pronuncia das pelo economista americano na Fun dação Getulío Vargas e publicadas na Revista Brasileira de Economia.

Acreditamos ser útil a discussão de

assunto tão momentoso, pois o Govêmo Federal está vivamente interessado em

evitar o prosseguimento da inflação e combater os distúrbios provenientes das recentes emissões. O problema é de so lução difícil e justifica um programa de govêrno, pois era menos de dez anos o

dade que êsse gênero de estudos se tor

meio circulante foi acrescido de 27

nou /desinteressante nos anos de depres

bilhões de cruzeiros, o que representa

são econômica inaugurados pela crise de

seis vêzcs o montante da moeda existen

1929, o que impossibilitou o progresso

te em 1939. No entanto, menos de me

dos conhecimentos nesse terreno par

As dificuldades por

tade entrou em circulação entre 1940-45, parte ainda menor deu ingresso nos

que passaram as nações ocidentais nos anos trinta, principalmente no terreno da superprodução e do desemprego, absor

anos de 1945-48, enquanto parcela con siderável foi posta em circulação em 1950. As estatísticas acusam para aquele

ticular da moeda.


Skík) Ec:oNÓNfico\'

4'i£

Rcstaiira-se em nossos dias o direito

O direito corporativí), i>í-m compreen

corporativo. O dinamismo da vida so

dido, representa unia liljcrtaçáo do mo-

cial forçou o abandono das posições in dividualistas. As lições da experiência

nismo jurídico, individualista ou socialis

acabaram por prevalecer sobre os de\'a-

Rodeuto Pinto de Souza

ta. E o rcconliccimento dos podercs dos

mas de um fonnalismo abstrato através

grupos sociais em face do poder polilico é a maior garantia contra o al>solnlismo

de uma visão objetiva do fenômeno ju

do Estado, (|ue pesa sòlirt; as nações dc

rídico.

liojc.

neios ideológicos, superando os esque

Inflação nos países subdesenvolvidos /^N especialistas em assuntos cconómiCOS só recentemente tem dedicado

O ciclo ínflacioniírio cria

servaiulo os efeitos da entrada maciça

do pela segunda guerra mundial trouxe novamente à tona os problemas das emissões excessivas. Dessa vez, os paí ses subdesenvolvidos foram contempla dos pela atenção dos especialistas em as

dü moeda na circulação dos países de

suntos

sua atenção aos fenômenos infiacionários

ocorridos nos países dc economia pou co desenvolvida.

Os coniiccimcntos re

lativos à inflação foram adquiridos obestrutura

trializiida.

econômica

altamente indus-

É xordade que não tinham

os estudiosos larga experiência no tocan te aos efeitos da inflação.

Estas não

ocorrem todos os dias e contam-se nos

dedos -'.s grandes inflações que se veri ficaram na llistória. A c.xperiência mais

recente que se teve foi a colossal infla ção alemã, após u primeira grande guer ra . Dela puderam os economistas co-

Ihôr ensinamentos profícuos. O estudo mais conhecido dêsse período inflacio-

l:r

veram a atenção dos peritos cm assuntos econômicos.

nario é o do italiano Bresciani-Turoni,

que SC tomou clássico. Êsse economis

ta, que viveu na Alemanha durante os anos cm que o derrame monetário se ve rificou, pôde estudar, passo a passo, o desenvolvimento das conseqüências inflacionárias na estrutura econômica da nação tcdesca.

Os estudos subsequen

tes ã puljlicação da obra de BrescianiTuroni SC limitaram a repetir os ensina mentos do economista italiano.

É ver

monetiírios.

Os

ensinamentos

que os peritos colheram na observação dos fenômenos infiacionários verificados

nas estruturas econômicas pouco desen volvidas mostraram quão diversas e pe

rigosas são as conseqüências da infla ção nos países de economia atrasada. É nosso intuito mostrar, no presente

traballio, os resultados das pesquisas so bre inflação levadas a efeito em nações econòmicainente atrasadas. Utilizaremos

em parte os ensinamentos de H. W. Singcr, contidos nas conferências pronuncia das pelo economista americano na Fun dação Getulío Vargas e publicadas na Revista Brasileira de Economia.

Acreditamos ser útil a discussão de

assunto tão momentoso, pois o Govêmo Federal está vivamente interessado em

evitar o prosseguimento da inflação e combater os distúrbios provenientes das recentes emissões. O problema é de so lução difícil e justifica um programa de govêrno, pois era menos de dez anos o

dade que êsse gênero de estudos se tor

meio circulante foi acrescido de 27

nou /desinteressante nos anos de depres

bilhões de cruzeiros, o que representa

são econômica inaugurados pela crise de

seis vêzcs o montante da moeda existen

1929, o que impossibilitou o progresso

te em 1939. No entanto, menos de me

dos conhecimentos nesse terreno par

As dificuldades por

tade entrou em circulação entre 1940-45, parte ainda menor deu ingresso nos

que passaram as nações ocidentais nos anos trinta, principalmente no terreno da superprodução e do desemprego, absor

anos de 1945-48, enquanto parcela con siderável foi posta em circulação em 1950. As estatísticas acusam para aquele

ticular da moeda.


TTT

44

Diccsto Econômico

ano a entrada dc 7 bilhões dc cruzeiros, islo é, 30% a mais em relação a 1ÍW9.

Isto prova que as causas ínflacionárias estão em plena atuação e díricilmcnte serão contidas. Não deve o Covêrno, porém, ceder íis dificuldades; o caminho da administração é eríçado de empeci lhos, que precisam ser transpostos custe o que custar.

2. — Em países cconòmicamcnte pou co desenvolvidos a distribuição de ren das entre as várias camadas sociais cria disparidades acentuadas entre os rendi mentos das classes rnais elevadas e os

das mais baixas, devido ao grande índice de concentração das

flacionario se faz no sentido da desigual dade de rendimentos, pois inflação é si nônimo (!<? alta de preços, o <jue le\a a os salários dificilmente se acomodam ao

dinamismo dos preços. Há. assim, em épocas Ínflacionárias. dcsajustamcnto contínuo entre o poder u<iui.sitivo das

nômicas c pec[uenos

sentidos — dc um lado, a prazo curto,

dividendos de ações

determina uma economia forçada;

de companhias par

outro, a prazo mais longo, leva a um

ticulares,

"gasto forçado".

[xissuem

dinâmicos, que lhes permitem

buição de rendimentos é extremamente vulnerável à inflação, e, incontestàvel-

mente, as emissões crônicas das nações pouco desenvolvidas são uma das causas

principais da constante má distribuição das rendas. Isso porque o impulso in-

Se cm teoria esse

pelas empresas eco

das cabem a uma

mente remunerativas. Semelhante distri

mento allamcnlc auspicioso para a ex

pansão econômica.

principio é aceito, na prática ele nem sempre dá bons resultados, principalmen te (piando se trata de países subdesenvoK idos. È que a inflação age em dois

e l a distribuição em que todas as ren

países subdesenvolvidos. Os rendimentos das classes mais baixas provêm dc salá rios, em geral baixos, enquanto os das altas camadas, de atividades econômicas produtivas e comerciais, em geral alta

mais rápida formação de capitais, ele

do. Os (]ue perceIjem salários pagos

tribuição equitativa

Nesse caso, os lucros extraordiná

favorecer a concentração dc rendas par(.'cc ser acontecimento benéfico para as naçfjcs subdesenvolvidas, pois leva a

mais (jue o segun

1, sendo zero a dis

do rendas existente nos

rias.

rios dão origem ao mercado negro, a forma mais grave da alta dc preços. À primeira vista, o fato de a inflaçao

são muito rígidos, sendo o primeiro

,Gíni (vai de zero a

concentração

mais perigoso (pianclo a inflação vem acompanhada de escassez dc mercado

massa.s c o custo das mercadorias. Esse

rendas no Brasil, na base do índice de

Não é difícil de se explicar a forte

a sua marcha aseensional. Isso sc toma

dcsajustamcnto se faz sentir em jnaior escala entre as camadas sociais (pie vi vem de perpienos rendimentos (aluguéis c juros de apólices) e de salários pagos pelo E.slado. Esses dois tipos de renda

à concentração de

em 1938 e .556 em 1942.

menle dinâmicas as rendas das altas ca madas sociais. Os lucros fáceis agem

J-

rendimentos

mais

dado atenção a êsse fato, o que os levou a modificarem a concepção sobre os efei tos da inflação. A curto prazo ela cria uma economia forçada pelo efeitc) da

nliar, se bem com certo atraso, a mar-

elia aseensional dos preços. Quer num

caso, quer noutro, porém, a clcvaçao dos preços é mais rápida que a dos rendi

alta de preços, que obriga à retração do

altos rendimentos, pois êstes estão dire tamente ligados ao movimento de pre ços; à medida que os preços se elevam, os lucros das atividades produtivas e comerciai.s aumentam, uma vez que há sempre retardamento do custo de pro dução em relação ao preço de venda. Além disso, alguns rendimentos provêm

.

a subirem

mais rapidamente do que

realmente subiriam, caso esse novo fator,

não operasse. A alta de preços, assim acelerada, leva os consumidores a apres sarem as suas compras, diminuindo ou

desaparecendo totalmente a poupança de certas camadas sociais. Os capitalis tas, por seu lado, presenciando a eleva ção desregrada dos preços, procuram co locar os seus capitais ao abrigo da dimi

nuição constante do poder aquisitivo da moeda. A forma mais segura de reali zar êsse fim é a inversão em imóveis. O

prof. H. W. Singer, nas aludidas con ferências, chamou a atenção para o fato de a inversão em imóveis, particular mente nos países subdesenvolvidos, "não ser tanto uma forma de investimen to como um método de economizar". "Acredito — acentua Singer — que a pro- -

priedade imóvel tem muitas das caracte rísticas do dinheiro, em países como o

Brasil, por c-xemplo, e que, por conse

guinte, o investimento cm imóveis pode

com propriedade ser tratado e entendido não como uma alternativa de investi mento, como uma modalidade de inves timento diferente e menos produtiva, mas como uma forma de economia, co mo um meio de ajuntar dinheiro, de acu mular economias." Aliás, o conferencista baseia êsse seu ponto dè vista em

consumo. Perseverando no entanto a al dois argumentos apresentados pelo nosso ta do preços, esta incentiva as compras, maior especialista em assuntos monetá visto os consumidores, temendo maior o Prof. Eugênio Gudin. O primei elevação de preços, adquirirem hoje o rios, ro dêles "é que o chamado investimento

mentos, obrigando a classe dos assala riados c a dc pequenas rendas a restrin girem o consumo, cliiriinuindü o padrao Passa-se o contrário nas camadas de

de

Os economistas só recentemente têm

acompa-

de vida.

--ir

45

por sua vez sobre os preços, acelerando

De fato, a e.xperiència nos ensina que

feitos por Jorge Kingston, referentes

t:

do especulação, o (pio torna c-xtrema-

um de.s\ío p.ira os lucros.

rendas. Os cálculos

so pessoa), revelou que a concentração aumentou de .4.53 em 1934 para .488

y

Dir-KSTí» Econômico

que irão consumir amanhã, pois naque a

i

data os preços poderão estar mais altos.

em imóveis não é investimento em em-

Em virtude dessa mesma previsão, ()S

iniciativa, conhecimento etc., exigida pe los investimentos produtivos." O se

que possuem dinheiro disponível ou cre•

dito nos Bancos compram grandes quan tidades de mercadorias para revender

mais tarde, quando a elevação dos pre

prêsas que exigem a mesma espécie de gundo, "é que a propriedade imóvel é muito mais divislvel que o investimento em fábricas."

ços lhes permitir grande margem de lu O termo inflação tem, portanto, um cro. Tais operações especulativas agem duplo sentido — de um lado é economia por sua vez sobre os preços, forçando-os


TTT

44

Diccsto Econômico

ano a entrada dc 7 bilhões dc cruzeiros, islo é, 30% a mais em relação a 1ÍW9.

Isto prova que as causas ínflacionárias estão em plena atuação e díricilmcnte serão contidas. Não deve o Covêrno, porém, ceder íis dificuldades; o caminho da administração é eríçado de empeci lhos, que precisam ser transpostos custe o que custar.

2. — Em países cconòmicamcnte pou co desenvolvidos a distribuição de ren das entre as várias camadas sociais cria disparidades acentuadas entre os rendi mentos das classes rnais elevadas e os

das mais baixas, devido ao grande índice de concentração das

flacionario se faz no sentido da desigual dade de rendimentos, pois inflação é si nônimo (!<? alta de preços, o <jue le\a a os salários dificilmente se acomodam ao

dinamismo dos preços. Há. assim, em épocas Ínflacionárias. dcsajustamcnto contínuo entre o poder u<iui.sitivo das

nômicas c pec[uenos

sentidos — dc um lado, a prazo curto,

dividendos de ações

determina uma economia forçada;

de companhias par

outro, a prazo mais longo, leva a um

ticulares,

"gasto forçado".

[xissuem

dinâmicos, que lhes permitem

buição de rendimentos é extremamente vulnerável à inflação, e, incontestàvel-

mente, as emissões crônicas das nações pouco desenvolvidas são uma das causas

principais da constante má distribuição das rendas. Isso porque o impulso in-

Se cm teoria esse

pelas empresas eco

das cabem a uma

mente remunerativas. Semelhante distri

mento allamcnlc auspicioso para a ex

pansão econômica.

principio é aceito, na prática ele nem sempre dá bons resultados, principalmen te (piando se trata de países subdesenvoK idos. È que a inflação age em dois

e l a distribuição em que todas as ren

países subdesenvolvidos. Os rendimentos das classes mais baixas provêm dc salá rios, em geral baixos, enquanto os das altas camadas, de atividades econômicas produtivas e comerciais, em geral alta

mais rápida formação de capitais, ele

do. Os (]ue perceIjem salários pagos

tribuição equitativa

Nesse caso, os lucros extraordiná

favorecer a concentração dc rendas par(.'cc ser acontecimento benéfico para as naçfjcs subdesenvolvidas, pois leva a

mais (jue o segun

1, sendo zero a dis

do rendas existente nos

rias.

rios dão origem ao mercado negro, a forma mais grave da alta dc preços. À primeira vista, o fato de a inflaçao

são muito rígidos, sendo o primeiro

,Gíni (vai de zero a

concentração

mais perigoso (pianclo a inflação vem acompanhada de escassez dc mercado

massa.s c o custo das mercadorias. Esse

rendas no Brasil, na base do índice de

Não é difícil de se explicar a forte

a sua marcha aseensional. Isso sc toma

dcsajustamcnto se faz sentir em jnaior escala entre as camadas sociais (pie vi vem de perpienos rendimentos (aluguéis c juros de apólices) e de salários pagos pelo E.slado. Esses dois tipos de renda

à concentração de

em 1938 e .556 em 1942.

menle dinâmicas as rendas das altas ca madas sociais. Os lucros fáceis agem

J-

rendimentos

mais

dado atenção a êsse fato, o que os levou a modificarem a concepção sobre os efei tos da inflação. A curto prazo ela cria uma economia forçada pelo efeitc) da

nliar, se bem com certo atraso, a mar-

elia aseensional dos preços. Quer num

caso, quer noutro, porém, a clcvaçao dos preços é mais rápida que a dos rendi

alta de preços, que obriga à retração do

altos rendimentos, pois êstes estão dire tamente ligados ao movimento de pre ços; à medida que os preços se elevam, os lucros das atividades produtivas e comerciai.s aumentam, uma vez que há sempre retardamento do custo de pro dução em relação ao preço de venda. Além disso, alguns rendimentos provêm

.

a subirem

mais rapidamente do que

realmente subiriam, caso esse novo fator,

não operasse. A alta de preços, assim acelerada, leva os consumidores a apres sarem as suas compras, diminuindo ou

desaparecendo totalmente a poupança de certas camadas sociais. Os capitalis tas, por seu lado, presenciando a eleva ção desregrada dos preços, procuram co locar os seus capitais ao abrigo da dimi

nuição constante do poder aquisitivo da moeda. A forma mais segura de reali zar êsse fim é a inversão em imóveis. O

prof. H. W. Singer, nas aludidas con ferências, chamou a atenção para o fato de a inversão em imóveis, particular mente nos países subdesenvolvidos, "não ser tanto uma forma de investimen to como um método de economizar". "Acredito — acentua Singer — que a pro- -

priedade imóvel tem muitas das caracte rísticas do dinheiro, em países como o

Brasil, por c-xemplo, e que, por conse

guinte, o investimento cm imóveis pode

com propriedade ser tratado e entendido não como uma alternativa de investi mento, como uma modalidade de inves timento diferente e menos produtiva, mas como uma forma de economia, co mo um meio de ajuntar dinheiro, de acu mular economias." Aliás, o conferencista baseia êsse seu ponto dè vista em

consumo. Perseverando no entanto a al dois argumentos apresentados pelo nosso ta do preços, esta incentiva as compras, maior especialista em assuntos monetá visto os consumidores, temendo maior o Prof. Eugênio Gudin. O primei elevação de preços, adquirirem hoje o rios, ro dêles "é que o chamado investimento

mentos, obrigando a classe dos assala riados c a dc pequenas rendas a restrin girem o consumo, cliiriinuindü o padrao Passa-se o contrário nas camadas de

de

Os economistas só recentemente têm

acompa-

de vida.

--ir

45

por sua vez sobre os preços, acelerando

De fato, a e.xperiència nos ensina que

feitos por Jorge Kingston, referentes

t:

do especulação, o (pio torna c-xtrema-

um de.s\ío p.ira os lucros.

rendas. Os cálculos

so pessoa), revelou que a concentração aumentou de .4.53 em 1934 para .488

y

Dir-KSTí» Econômico

que irão consumir amanhã, pois naque a

i

data os preços poderão estar mais altos.

em imóveis não é investimento em em-

Em virtude dessa mesma previsão, ()S

iniciativa, conhecimento etc., exigida pe los investimentos produtivos." O se

que possuem dinheiro disponível ou cre•

dito nos Bancos compram grandes quan tidades de mercadorias para revender

mais tarde, quando a elevação dos pre

prêsas que exigem a mesma espécie de gundo, "é que a propriedade imóvel é muito mais divislvel que o investimento em fábricas."

ços lhes permitir grande margem de lu O termo inflação tem, portanto, um cro. Tais operações especulativas agem duplo sentido — de um lado é economia por sua vez sobre os preços, forçando-os


Digesto Egosómico

forçada, de outro é gasto forçado. Con

de aumento. I.sto se deve no teor té-cnt-

siderado sob o Lado prático, o segundo

co <lns siKLs cslruturn.s produtivas, (juc

é o mais importante, porque mostra a

permite tirar resiihados acentuados com

ação nefasta da inflação sòbrc o progres

a utiliz;içac) cie pcíjucnas doses cie falô-

so econômico, pois aumenta o consumo,

rcs de produção. È por ê .se inoti\o que

a especulação c os investimentos seguros (imobiliários), cm prejuízo dos investi mentos econômicos em sua expressão

essas nações sofrem de constanli- desem-

pura.

<|uiÍibrio econômieo.

3. — As trcs conscí|uèncias da infla

ção apontadas exercem efeitos especiais na estnitura econômica dos países sub

prègo, eiKiuauto os países subdeseiuolvicios não conhecem essa forma de dose-

Nestes, as crises

nprcsenlnni apenas (jiieda nas r<'nda.s dos oiiipreeiKliiiK-iilo.s iigriccjlas «• cl.is ínclúsIrias extrativas.

desenvolvidos.

ü primeiro, o aumento do consumo, 6

altamente prejudicial aos países cm atra so econômico, o isso por dois moti%os.

De um lado, os países subdescnvolvi' dos não podem compensar o aumento excessivo da procura com o incremento

da produção.

É que nesses paíse.s a

■ produção é muito rígida devido ao atraso técnico, o que obriga, para incrementar a produção, à utilização de maior volu me de fatores de produção. Ora, os fa tores de produção são sabidamente es cassos em nações subdesenvolvidas, daí

atíngirem rapidamente o pleno emprego. Além disso, é preciso ter sempre em ■ mente que técnica atrasada aliada a in

flação não criam ambas a produção eco nômica, pois cedo o sistema produtivo atinge o rendimento não proporcional. Expandir a produção nessas condições é propiciar a alta gerai dos preços. , Êsses dois pontos não foram ainda de

A naliire/.a diversa das estnihir.is j-co-

nômicas existentes entre os dois grupos dr; nações é CjtK- lirva a conscfpièncias inflacionárias diferentes.

Nos países in

dustrializados, a produção, expandindose fortemente em curto prazo, anula os efeitos inflaeionários das etitradas cie di

nheiro cni circulação.

O enorme au

mento da j)rodiição verificado durante a guerra c na atual fase dc mol)ílíz;ição,

nos Estados Unidos, pode ser citado co mo excmplcj do tipo de possil)iliclades desfrutadas pelos países industrializados para reduzirem a pressão inflacionária com o aumento da produção. A situa ção presente do J3rasil — o pequeno au mento anual dos bcms prtxluzidos, con

trastando com a rápida elevação do meio circulante c dos preços das mercadorias — é exemplo característico da insuficiên cia cconôniica da estrutura dos países subdc.senvoIvidos para lutarem contra a

fiação com pressão inflacionária. A pri meira é o excesso pernicioso dc moeda em circulação. .A segunda é o aumento do nuMo eirculautc dc modo a ativar a

economia nacional, sem, contudo, criar

dcsc(juili])ri()S accnltiados dc preço, ou melhor, c uma inflaçao cujo.s efeitos inflaci(mári()s não se verificam, devido ao falo dc as emissões serem compensadas com uicdiclas econômicas convenientes.

parte do progresso econômico dos paí ses subdesenvolvidos, contudo, é devida u existência crônica da pressão inflacio nária.

Dc outro lado, a inflação, aumentan

do o consumo, faz com que se intensifi

que, nos países subdesenvolvidos, a pro cura de artigos estrangeiros. Isso por

que a inflação, tendo por efeito a eleva ção dos rendimentos das classes mais abastadas, dada a grande concentração

das rendas, eleva a procura de artigos de

luxo e de produtos manufaturados (rá dios, geladeiras, automóveis etc.) não produzidos nas nações em atraso econô mico. Tal aumento de procura é alta

mente prejudicial aos países dêsse tipo

vidamente estudados pelos economistas, quer das nações industriais quer das eco

A extrema elasticidade da produção das nações industrializadas deu nasci

um desequilíbrio na balança de paga

nomicamente atrasadas.

mento a uma teoria monetária curiosa. Rcferimo-nos à teoria da inflação cons

crito aos fenômenos ocorridos nas estru

turas dos países altamente desenvolvidos. Nestes os fenômenos observados são

bem diversos. A produção é muito fle xível e reage fàcilmente às solicitações

tante para manter sempre em expansão , a economia nacional. É verdade que es sa doutrina foi elaljorada em período de piessão, •cm que a ação monetária se re velou benéfica no auxilio à recuperação. Não se deve confundir, entretanto, in-

leira é exemplo típico. As nossas rela

ções dc troca sofreram quedas ininter ruptas, ao mesmo tempo que a quebra cambial deu margem a especulações se

guras com a nossa moeda. Em segundo lugar, a elevação da pro cura de artigos estrangeiros faz com que

o multiplicador exerça os seus efeitos iicumuladorcs nn produção dos países por<juo não se verificam os efeitos noci-. estrangeiros c não m» interna. DeSSa forma, a inflação tem ação nefasta nos . V(ís da inflação. Ê pequena porque a (pjíiUjuer momento a pressão pode con- países subdesenvolvidos, pois a deslocaN'erler-se cin inflação. Por êsSC motixo ção operada nas rendas, devido ao au a sua aplicação ó perigosa c difícil. Boa mento dos lucros, não cria investimentos

dc economia. Em primeiro lugar cria

ao fato de as observações econômicas, como já acentuamos, se terem circuns

cias inflacionárias são crônicas nos paí

ses prc-capitalistas, na denominação de Wagemann. A evolução cambial brasi

A distinção t-iilre as dtUlS ó gruntle e pctpiena ao inc.smo tempo, é gmncle

pressão inflacionária.

Isso se deve

47

DícEsiü Econômico

mentos, forçando não raras vezes a de

internos, mas acelera a produção dos

países altamente industrializados. Êstes têm sido duplamente beneficiados com as inflações ocorridas nas nações de eco

nomia incipiente — conio consumidores, ,

comprando por menor preço os produtos primi'u"ios, e, como produtores, vendendo maior quantidade de artigos manufatu rados.

A segunda conseqüência da inflação na economia das nações fracas — a es-j

peculação - não causa menores prejuí-; j

zos ao progresso econômico dêsses paí->^ sos. É desnecessário apontar os males

trazidos em geral pela especulação, visto serem de todos conhecidos. No tocante

às nações subdesenvolvidas, tem ela, no entanto, ação particular,' altamente pre

judicial: é que os países atrasados, para desenvolverem as suas economias, neces

preciação cambial. Esta, por sua vez,

sitam construir um sistema sólido de pro

produz duas conseqüências nefastas de um lado, deprecia a relação de tro cas (terms of trade) reconhecidamente

indústrias (as extrativas, as basicas, as

baixas nos países subdesenvolvidos; de outro, dá nascimento à especulação cam bial. De fato, a História tem mostrado

que essas duas espécies de conseqüên

dução, em que as diversas espécies de de bens de produção e as de bens de consumo) se achem perfeitamente esca lonadas e articuladas, de modo a funcio narem como um todo. Êsse ordenamen

to só é possível ser conseguido por um

a


Digesto Egosómico

forçada, de outro é gasto forçado. Con

de aumento. I.sto se deve no teor té-cnt-

siderado sob o Lado prático, o segundo

co <lns siKLs cslruturn.s produtivas, (juc

é o mais importante, porque mostra a

permite tirar resiihados acentuados com

ação nefasta da inflação sòbrc o progres

a utiliz;içac) cie pcíjucnas doses cie falô-

so econômico, pois aumenta o consumo,

rcs de produção. È por ê .se inoti\o que

a especulação c os investimentos seguros (imobiliários), cm prejuízo dos investi mentos econômicos em sua expressão

essas nações sofrem de constanli- desem-

pura.

<|uiÍibrio econômieo.

3. — As trcs conscí|uèncias da infla

ção apontadas exercem efeitos especiais na estnitura econômica dos países sub

prègo, eiKiuauto os países subdeseiuolvicios não conhecem essa forma de dose-

Nestes, as crises

nprcsenlnni apenas (jiieda nas r<'nda.s dos oiiipreeiKliiiK-iilo.s iigriccjlas «• cl.is ínclúsIrias extrativas.

desenvolvidos.

ü primeiro, o aumento do consumo, 6

altamente prejudicial aos países cm atra so econômico, o isso por dois moti%os.

De um lado, os países subdescnvolvi' dos não podem compensar o aumento excessivo da procura com o incremento

da produção.

É que nesses paíse.s a

■ produção é muito rígida devido ao atraso técnico, o que obriga, para incrementar a produção, à utilização de maior volu me de fatores de produção. Ora, os fa tores de produção são sabidamente es cassos em nações subdesenvolvidas, daí

atíngirem rapidamente o pleno emprego. Além disso, é preciso ter sempre em ■ mente que técnica atrasada aliada a in

flação não criam ambas a produção eco nômica, pois cedo o sistema produtivo atinge o rendimento não proporcional. Expandir a produção nessas condições é propiciar a alta gerai dos preços. , Êsses dois pontos não foram ainda de

A naliire/.a diversa das estnihir.is j-co-

nômicas existentes entre os dois grupos dr; nações é CjtK- lirva a conscfpièncias inflacionárias diferentes.

Nos países in

dustrializados, a produção, expandindose fortemente em curto prazo, anula os efeitos inflaeionários das etitradas cie di

nheiro cni circulação.

O enorme au

mento da j)rodiição verificado durante a guerra c na atual fase dc mol)ílíz;ição,

nos Estados Unidos, pode ser citado co mo excmplcj do tipo de possil)iliclades desfrutadas pelos países industrializados para reduzirem a pressão inflacionária com o aumento da produção. A situa ção presente do J3rasil — o pequeno au mento anual dos bcms prtxluzidos, con

trastando com a rápida elevação do meio circulante c dos preços das mercadorias — é exemplo característico da insuficiên cia cconôniica da estrutura dos países subdc.senvoIvidos para lutarem contra a

fiação com pressão inflacionária. A pri meira é o excesso pernicioso dc moeda em circulação. .A segunda é o aumento do nuMo eirculautc dc modo a ativar a

economia nacional, sem, contudo, criar

dcsc(juili])ri()S accnltiados dc preço, ou melhor, c uma inflaçao cujo.s efeitos inflaci(mári()s não se verificam, devido ao falo dc as emissões serem compensadas com uicdiclas econômicas convenientes.

parte do progresso econômico dos paí ses subdesenvolvidos, contudo, é devida u existência crônica da pressão inflacio nária.

Dc outro lado, a inflação, aumentan

do o consumo, faz com que se intensifi

que, nos países subdesenvolvidos, a pro cura de artigos estrangeiros. Isso por

que a inflação, tendo por efeito a eleva ção dos rendimentos das classes mais abastadas, dada a grande concentração

das rendas, eleva a procura de artigos de

luxo e de produtos manufaturados (rá dios, geladeiras, automóveis etc.) não produzidos nas nações em atraso econô mico. Tal aumento de procura é alta

mente prejudicial aos países dêsse tipo

vidamente estudados pelos economistas, quer das nações industriais quer das eco

A extrema elasticidade da produção das nações industrializadas deu nasci

um desequilíbrio na balança de paga

nomicamente atrasadas.

mento a uma teoria monetária curiosa. Rcferimo-nos à teoria da inflação cons

crito aos fenômenos ocorridos nas estru

turas dos países altamente desenvolvidos. Nestes os fenômenos observados são

bem diversos. A produção é muito fle xível e reage fàcilmente às solicitações

tante para manter sempre em expansão , a economia nacional. É verdade que es sa doutrina foi elaljorada em período de piessão, •cm que a ação monetária se re velou benéfica no auxilio à recuperação. Não se deve confundir, entretanto, in-

leira é exemplo típico. As nossas rela

ções dc troca sofreram quedas ininter ruptas, ao mesmo tempo que a quebra cambial deu margem a especulações se

guras com a nossa moeda. Em segundo lugar, a elevação da pro cura de artigos estrangeiros faz com que

o multiplicador exerça os seus efeitos iicumuladorcs nn produção dos países por<juo não se verificam os efeitos noci-. estrangeiros c não m» interna. DeSSa forma, a inflação tem ação nefasta nos . V(ís da inflação. Ê pequena porque a (pjíiUjuer momento a pressão pode con- países subdesenvolvidos, pois a deslocaN'erler-se cin inflação. Por êsSC motixo ção operada nas rendas, devido ao au a sua aplicação ó perigosa c difícil. Boa mento dos lucros, não cria investimentos

dc economia. Em primeiro lugar cria

ao fato de as observações econômicas, como já acentuamos, se terem circuns

cias inflacionárias são crônicas nos paí

ses prc-capitalistas, na denominação de Wagemann. A evolução cambial brasi

A distinção t-iilre as dtUlS ó gruntle e pctpiena ao inc.smo tempo, é gmncle

pressão inflacionária.

Isso se deve

47

DícEsiü Econômico

mentos, forçando não raras vezes a de

internos, mas acelera a produção dos

países altamente industrializados. Êstes têm sido duplamente beneficiados com as inflações ocorridas nas nações de eco

nomia incipiente — conio consumidores, ,

comprando por menor preço os produtos primi'u"ios, e, como produtores, vendendo maior quantidade de artigos manufatu rados.

A segunda conseqüência da inflação na economia das nações fracas — a es-j

peculação - não causa menores prejuí-; j

zos ao progresso econômico dêsses paí->^ sos. É desnecessário apontar os males

trazidos em geral pela especulação, visto serem de todos conhecidos. No tocante

às nações subdesenvolvidas, tem ela, no entanto, ação particular,' altamente pre

judicial: é que os países atrasados, para desenvolverem as suas economias, neces

preciação cambial. Esta, por sua vez,

sitam construir um sistema sólido de pro

produz duas conseqüências nefastas de um lado, deprecia a relação de tro cas (terms of trade) reconhecidamente

indústrias (as extrativas, as basicas, as

baixas nos países subdesenvolvidos; de outro, dá nascimento à especulação cam bial. De fato, a História tem mostrado

que essas duas espécies de conseqüên

dução, em que as diversas espécies de de bens de produção e as de bens de consumo) se achem perfeitamente esca lonadas e articuladas, de modo a funcio narem como um todo. Êsse ordenamen

to só é possível ser conseguido por um

a


Dicesto Econóníico

sistema harmônico dc lucros e investi

mentos, que se realize a longo prazo. A especulação se opõe diametralmente a essa condição fundamental. lunüamcntal. Ê 15 por isso que assistimos, nos países subdesenvolvi

dos, a evolução de uma estrutura de pro dução fundamentalmente especulativa,

ficíam mais as nações industrializadas credoras do que os paí.ses subdesenvolvi

dos tomadores de capital.

Os estudos

financeiros rcetrnles ílemonstrain que a melhor forma de financiar os planos eco

nômicos das naçõ<-s pouco desein olvidas

Daí^ as indústrias, desaparec-ida.s as condiç-ões propícias que lhes deram nasci

é a arreginieiitação dos capitais nacio nais, a fim dc investi-los no processo produtivo. Para tanto é preciso unia política financeira adequada; caso con

mento, serem forçadas a paralisar as suas

sos.

sem condições técnicas c econômicas ca

pazes de darem continuidade ao sistema.

atividades. Aliás, a origem do industriahsmo nos países subdesenvolvidos mostra bem o seu carater precário: nas ceu durante a guerra dc 1914-18 e se manteve acobertado pelas barreiras al

fandegárias e se desenvolveu extraordi-

nàriamentc durante o segundo confbto mundial e na atual fase post-bélica de controle cambial e de importação. Con tudo, não se firmou e está fadado a de saparecer em grande parte se se modifi carem as relações internacionais e se as

autoridades não votarem medidas espepeciais de proteção. Os anos de 1946 e 1947 mostraram bem a instabilidade da

industrialização dos países subdesenvol■'idos.

7 O terceiro efeito da inflação - os in-

/vestimentos seguros — constituí para as

/ nações econòmicamente pouco desenvol/ vidas um empecilho considerável para o , progresso economico.

É que esses paí-

^ ses lutam com extrema dificuldade para obterem capitais.

Por esse motivo as

' suas estruturas econômicas não podem alcançar o volume de produção de que são capazes.

A fim de contornarem ês-

se mal, têm elas lançado mão dc emprés timos internacionais. Êstes, como já mostramos em artigo anterior (®), bene(*) ca.

Política

de

Cooperação

Econômi

"Digesto Econômico" n.o 72 — no

vembro de 1950.

trário, os capitais tomam rumos diver

Êslcs rumos já sabemos (piais são

nos países subdesenvolvidos cm fase in-

flacionáriu — as aplicaçiões em imóveis. Na ausência da referida política, as emissões exageradas agravam as dificul

dades do aumento de produção por nós ja apontadas, pois retiram, dos setores

de produção de bens em geral, capitais que normalmente a éles se encaminha

riam, para destiná-los a aplicações em imóveis.

A esse re.spcito o Brasil oferece exem plo típico. O Prof. Dorival Teixeira Vieira, ein trabaliio apresentado ao Ins tituto de Economia da Associação Co

mercial, aponta que, "em 1947, para

uma poupança efetiva de 13 bilhões de cruzeiros, gastaram-.se 7,5 bilhões na in dústria dc construções, ou sejam 57,7 %,

sendo que apenas 750 milhões apro.rimadamentc se empregaram em constru

ções dc novas empresas, 2 biliiões em programas dc obtenção de casa própria e 4 bilhões c 750 milhões em constru

ções de prédios para repartições públi cas e apartamentos dc luxo. Sc juntar mos a essas quantia.s a inversão dc pou panças em artigos de consumo durável, capazes de proporcionar uma garantia contra o risco da desvalorização, vere

mos que pouco restou para financiar a produção propriamente dita." Prosseguindo no exame, acrescenta: "se son

darmos as causas, verificaremos que, em

ir

Drr.i-^sTO

4D

Econômico

boa parte, responde por esta situação a dcsv:\lorização monetária conseqüente à má orientação da política financeira do Governo."

O Prof. Singer, comentando essa es pécie de investimento, escreve: "Acredi to (pie a abstenção dc consumo, c consetjuente aplicação de recur.sos financei

ros na expansão da propriedade imobi

liária como principal método económicx), é a pior atitude possível num pais que deseja desenvolver-se cconcmiicamentc." A inflação, propiciando as aplicações em imóveis, age, portanto, em sentido con-

tráriò no progresso econômico dos países atrasados.

4. — Há ainda outros aspectos das re percussões nefastas da inflação sobre a e<x»noima dos países subdesenvolvidos. Apontá-los seria desenvolver demais êste pequeno comentário. Os que analisa mos são os principais e dão por si sos

a compreensão exata dos maléficos efei tos provenientes das emissões. Ficamos por aqui, fazendo votos para que as au toridades não esmoreçam na obra de combater a inflação e sanear as finanças públicas.


Dicesto Econóníico

sistema harmônico dc lucros e investi

mentos, que se realize a longo prazo. A especulação se opõe diametralmente a essa condição fundamental. lunüamcntal. Ê 15 por isso que assistimos, nos países subdesenvolvi

dos, a evolução de uma estrutura de pro dução fundamentalmente especulativa,

ficíam mais as nações industrializadas credoras do que os paí.ses subdesenvolvi

dos tomadores de capital.

Os estudos

financeiros rcetrnles ílemonstrain que a melhor forma de financiar os planos eco

nômicos das naçõ<-s pouco desein olvidas

Daí^ as indústrias, desaparec-ida.s as condiç-ões propícias que lhes deram nasci

é a arreginieiitação dos capitais nacio nais, a fim dc investi-los no processo produtivo. Para tanto é preciso unia política financeira adequada; caso con

mento, serem forçadas a paralisar as suas

sos.

sem condições técnicas c econômicas ca

pazes de darem continuidade ao sistema.

atividades. Aliás, a origem do industriahsmo nos países subdesenvolvidos mostra bem o seu carater precário: nas ceu durante a guerra dc 1914-18 e se manteve acobertado pelas barreiras al

fandegárias e se desenvolveu extraordi-

nàriamentc durante o segundo confbto mundial e na atual fase post-bélica de controle cambial e de importação. Con tudo, não se firmou e está fadado a de saparecer em grande parte se se modifi carem as relações internacionais e se as

autoridades não votarem medidas espepeciais de proteção. Os anos de 1946 e 1947 mostraram bem a instabilidade da

industrialização dos países subdesenvol■'idos.

7 O terceiro efeito da inflação - os in-

/vestimentos seguros — constituí para as

/ nações econòmicamente pouco desenvol/ vidas um empecilho considerável para o , progresso economico.

É que esses paí-

^ ses lutam com extrema dificuldade para obterem capitais.

Por esse motivo as

' suas estruturas econômicas não podem alcançar o volume de produção de que são capazes.

A fim de contornarem ês-

se mal, têm elas lançado mão dc emprés timos internacionais. Êstes, como já mostramos em artigo anterior (®), bene(*) ca.

Política

de

Cooperação

Econômi

"Digesto Econômico" n.o 72 — no

vembro de 1950.

trário, os capitais tomam rumos diver

Êslcs rumos já sabemos (piais são

nos países subdesenvolvidos cm fase in-

flacionáriu — as aplicaçiões em imóveis. Na ausência da referida política, as emissões exageradas agravam as dificul

dades do aumento de produção por nós ja apontadas, pois retiram, dos setores

de produção de bens em geral, capitais que normalmente a éles se encaminha

riam, para destiná-los a aplicações em imóveis.

A esse re.spcito o Brasil oferece exem plo típico. O Prof. Dorival Teixeira Vieira, ein trabaliio apresentado ao Ins tituto de Economia da Associação Co

mercial, aponta que, "em 1947, para

uma poupança efetiva de 13 bilhões de cruzeiros, gastaram-.se 7,5 bilhões na in dústria dc construções, ou sejam 57,7 %,

sendo que apenas 750 milhões apro.rimadamentc se empregaram em constru

ções dc novas empresas, 2 biliiões em programas dc obtenção de casa própria e 4 bilhões c 750 milhões em constru

ções de prédios para repartições públi cas e apartamentos dc luxo. Sc juntar mos a essas quantia.s a inversão dc pou panças em artigos de consumo durável, capazes de proporcionar uma garantia contra o risco da desvalorização, vere

mos que pouco restou para financiar a produção propriamente dita." Prosseguindo no exame, acrescenta: "se son

darmos as causas, verificaremos que, em

ir

Drr.i-^sTO

4D

Econômico

boa parte, responde por esta situação a dcsv:\lorização monetária conseqüente à má orientação da política financeira do Governo."

O Prof. Singer, comentando essa es pécie de investimento, escreve: "Acredi to (pie a abstenção dc consumo, c consetjuente aplicação de recur.sos financei

ros na expansão da propriedade imobi

liária como principal método económicx), é a pior atitude possível num pais que deseja desenvolver-se cconcmiicamentc." A inflação, propiciando as aplicações em imóveis, age, portanto, em sentido con-

tráriò no progresso econômico dos países atrasados.

4. — Há ainda outros aspectos das re percussões nefastas da inflação sobre a e<x»noima dos países subdesenvolvidos. Apontá-los seria desenvolver demais êste pequeno comentário. Os que analisa mos são os principais e dão por si sos

a compreensão exata dos maléficos efei tos provenientes das emissões. Ficamos por aqui, fazendo votos para que as au toridades não esmoreçam na obra de combater a inflação e sanear as finanças públicas.


TJ A

biriam, sc desamparadas, frente à con corrência das grandes firmas. Afirma ainda o Deputado Celler que

TRUSTES E CARTÉIS NA economia mundial

a pessoa (jue se pronunciar cm favor de

Gkhaldo o. Basaskiwii/

Deputado Emanuel Cellcr, membro da Subcomissão de Estudo do Mo

nopólio Econômico, da Câmara dos Re presentantes dos Estados Unidos, em interessante

trabaliio,

examina,

com

franqueza, um problema que, debatido há mais de meio século, ainda não en

controu solução: abuso do poder eco nômico.

Com efeito, sublinha o Sr. Celler que, apesar das leis contra os monopólios — "Sherman and Clayton Acts" — cerca de 113 grandes companhias dominam 46 % do ativo de tôdas as corporações industriais norte-americanas.

Desse total, trés companhias produ zem 100 % do alumínio industrializado

nos Estados Unidos;

três outras con

centram 90% da produç.ão total de sa bão; outras três fabricam 95% de todos os produtos norte-americanos de estanho; três outras dominam 90 % dos ne

gócios de linóJco; c enfim, outras três

dominam, cada qual, a quase totalidade da produção norte-americana de "whis

ky", de automóveis e de cigarros. Ou, em outras palavras, toda a legis lação antitruste, tão freqüentemente mencionada entre nós pelos partidários de uma lei que impeça o "abuso do poder econômico", se revelou ineficaz nos Estados Unidos. E por que? Em poucas palavras, o Deputado Celler ex S-

plica o porquê dessa situação: porque o progresso econômico comporta o cres cimento contínuo das empresas, provo cando lògicamcnte a concentração da capacidade produtora, o que, para os

51

DkIest. EcoNÓxnco

tais medidas demonstrará sua oposição

Segundo ainda o mesmo deputado, a solução estaria na voluntária limitação do crescimento das empresas e nas me

didas governamentais tendentes a au.viliar o desenvolvimento das firmas de

ao próprio progresso econômico. Rcco-

mediana envergadura. Essa opinião nada

obser\ador<;s estranhos, pode parecer um abuso do poder econômico.

nliece aimla (pie é absolutamente impossÍNcl impedir, por medidas legais, a

tem dc cicntitica.

U/na demonstração tless.i afirmação nos é fornecida pela tentati\a das na ções alia<ias ocupantes da Alemanha oci dental, que prí)curam destruir os cartéis do Rhur. O malogro da tentatisa não

concentração dos negócios. Com efeito, a concentração do poder econômico

do "World Rcport". Com efeito, pare

pode exprimir-se pelo volume de negó

ce não ter sentido considerar a concen--

cios.

Mas, será possível limitar êsse

volume?

SC deve unicamente à resistência alemã, mas também ao desejo dos aliados de aumentar a capacida<le de produção da

que trabalha no ramo de automóveis, mas (pie se dedica também a outras

quela zona. Ora, descentrali/.anclo-a, ve

atividades mamifalureiras, poderá ser

rificaram os aliados (luc a produção sc

olirigada a reslringir-se à produção de anlomcneis, sem (pie isso prejudique

Uma firma como a "General Motors",

reduzia. A descentralização diminui, realmente, a eficiência das indústrias, apesar de tóda as palavras glorifieadoras

seus cálculos de custo da produção? O

das médias c pefjiienas <'mprê.sa.s inde

Deputado Celler crê que sim; mas basta (pie .se observe o exemplo da "I. G.

pendentes. As autoridades aliadas compreende

I'"ar])en", da Alemanha, para se ficar convencido do contrário.

ram bem depressa que deveriam manter a velha estrutura de concentração da

Foi justamente em virtude do seu in teresse pelos mais di

produção do Rhur, a fim de evitar que

versos ramos dc ativi

os contribuintes norte-americanos fossem

dade que ela pode em pregar, por exemplo,

obrigados a dcscanbolsar eternamente para sustentar a economia alemã.

eonsidorávcis fundos nas

experiências dc produ ção dc gasolina sintéti ca, pela hidrogcnização

Numa entrevista concedida ao "World

Rcport", o Deputado Emanuel Celler dá suas idéias a respeito.

Confessa

francamente que seria indispensável a

do carvão.

adoção de medidas excepcionais de am

Essas

experiências,

paro, para que as pe{|uena.s empresas

(pie ova assumem tan

pudessem enfrentar a competição das grandes firmas. Neste caso, o Estado

to valor, não poderiam ter sido reali

deveria fazer suas encomendas, cm espe

cial, às empresas de envergadura me diana, mesmo no caso de seus preços

I

zadas por uma emprêsa que só se de dicasse a esse ramo, pois lhe faltaria, in-

A-I

.

È o que se revela com toda a evi dência, quando o Sr. Celler afinna que as companhias de seguros deveriam criar facilidades maiores às pequenas do que

às grandes empresas. Claro está que nessa consideração houve certa confusão entre crédito e obra filantrópica...

E concebivel que um organismo es tatal conceda essas facilidades; jamais,

porém, se deverá criar tal obrigação para

as empresas particulares.

Finalmente, quando se estende sôbre con

siderações de ordem so cial, o deputado norteamericano afirma que

o fraccionamento das grandes empresas em

pequenas unidades cria ria a necessidade do

aumento de operários, em virtude da diminuição de rendimento resultante

dessa medida. É de se perguntar se tal medida facilitaria a fôrça competidora

querem preservar.

econômica.

da indústria norte-americana nos merca dos externos.

nas fábricas que, sem isso, e em vir

...

vista jurídico, pois os móveis do cres

cimento das empresas são de ordem

mento. Só o Estado poderia encarregar-

tude de sua própria ineficiência, sucum-

de impostos grande número de peque

tração do poder econômico do ponto de

dubitàvclrncntc, o necessário financia

se dc tais experiências; mas isso destrui ria por completo a liberdade econômi ca, que os partidários da lei antitruste

serem mais elevados; e deveria isentar

Mais parece unia

apreciação simplista de matéria cuja compreensão escapasse ao entrevistado

Se resuminnos as declarações do emi

nente deputado norte-americano, vere

mos que nada apresentou de novo na


TJ A

biriam, sc desamparadas, frente à con corrência das grandes firmas. Afirma ainda o Deputado Celler que

TRUSTES E CARTÉIS NA economia mundial

a pessoa (jue se pronunciar cm favor de

Gkhaldo o. Basaskiwii/

Deputado Emanuel Cellcr, membro da Subcomissão de Estudo do Mo

nopólio Econômico, da Câmara dos Re presentantes dos Estados Unidos, em interessante

trabaliio,

examina,

com

franqueza, um problema que, debatido há mais de meio século, ainda não en

controu solução: abuso do poder eco nômico.

Com efeito, sublinha o Sr. Celler que, apesar das leis contra os monopólios — "Sherman and Clayton Acts" — cerca de 113 grandes companhias dominam 46 % do ativo de tôdas as corporações industriais norte-americanas.

Desse total, trés companhias produ zem 100 % do alumínio industrializado

nos Estados Unidos;

três outras con

centram 90% da produç.ão total de sa bão; outras três fabricam 95% de todos os produtos norte-americanos de estanho; três outras dominam 90 % dos ne

gócios de linóJco; c enfim, outras três

dominam, cada qual, a quase totalidade da produção norte-americana de "whis

ky", de automóveis e de cigarros. Ou, em outras palavras, toda a legis lação antitruste, tão freqüentemente mencionada entre nós pelos partidários de uma lei que impeça o "abuso do poder econômico", se revelou ineficaz nos Estados Unidos. E por que? Em poucas palavras, o Deputado Celler ex S-

plica o porquê dessa situação: porque o progresso econômico comporta o cres cimento contínuo das empresas, provo cando lògicamcnte a concentração da capacidade produtora, o que, para os

51

DkIest. EcoNÓxnco

tais medidas demonstrará sua oposição

Segundo ainda o mesmo deputado, a solução estaria na voluntária limitação do crescimento das empresas e nas me

didas governamentais tendentes a au.viliar o desenvolvimento das firmas de

ao próprio progresso econômico. Rcco-

mediana envergadura. Essa opinião nada

obser\ador<;s estranhos, pode parecer um abuso do poder econômico.

nliece aimla (pie é absolutamente impossÍNcl impedir, por medidas legais, a

tem dc cicntitica.

U/na demonstração tless.i afirmação nos é fornecida pela tentati\a das na ções alia<ias ocupantes da Alemanha oci dental, que prí)curam destruir os cartéis do Rhur. O malogro da tentatisa não

concentração dos negócios. Com efeito, a concentração do poder econômico

do "World Rcport". Com efeito, pare

pode exprimir-se pelo volume de negó

ce não ter sentido considerar a concen--

cios.

Mas, será possível limitar êsse

volume?

SC deve unicamente à resistência alemã, mas também ao desejo dos aliados de aumentar a capacida<le de produção da

que trabalha no ramo de automóveis, mas (pie se dedica também a outras

quela zona. Ora, descentrali/.anclo-a, ve

atividades mamifalureiras, poderá ser

rificaram os aliados (luc a produção sc

olirigada a reslringir-se à produção de anlomcneis, sem (pie isso prejudique

Uma firma como a "General Motors",

reduzia. A descentralização diminui, realmente, a eficiência das indústrias, apesar de tóda as palavras glorifieadoras

seus cálculos de custo da produção? O

das médias c pefjiienas <'mprê.sa.s inde

Deputado Celler crê que sim; mas basta (pie .se observe o exemplo da "I. G.

pendentes. As autoridades aliadas compreende

I'"ar])en", da Alemanha, para se ficar convencido do contrário.

ram bem depressa que deveriam manter a velha estrutura de concentração da

Foi justamente em virtude do seu in teresse pelos mais di

produção do Rhur, a fim de evitar que

versos ramos dc ativi

os contribuintes norte-americanos fossem

dade que ela pode em pregar, por exemplo,

obrigados a dcscanbolsar eternamente para sustentar a economia alemã.

eonsidorávcis fundos nas

experiências dc produ ção dc gasolina sintéti ca, pela hidrogcnização

Numa entrevista concedida ao "World

Rcport", o Deputado Emanuel Celler dá suas idéias a respeito.

Confessa

francamente que seria indispensável a

do carvão.

adoção de medidas excepcionais de am

Essas

experiências,

paro, para que as pe{|uena.s empresas

(pie ova assumem tan

pudessem enfrentar a competição das grandes firmas. Neste caso, o Estado

to valor, não poderiam ter sido reali

deveria fazer suas encomendas, cm espe

cial, às empresas de envergadura me diana, mesmo no caso de seus preços

I

zadas por uma emprêsa que só se de dicasse a esse ramo, pois lhe faltaria, in-

A-I

.

È o que se revela com toda a evi dência, quando o Sr. Celler afinna que as companhias de seguros deveriam criar facilidades maiores às pequenas do que

às grandes empresas. Claro está que nessa consideração houve certa confusão entre crédito e obra filantrópica...

E concebivel que um organismo es tatal conceda essas facilidades; jamais,

porém, se deverá criar tal obrigação para

as empresas particulares.

Finalmente, quando se estende sôbre con

siderações de ordem so cial, o deputado norteamericano afirma que

o fraccionamento das grandes empresas em

pequenas unidades cria ria a necessidade do

aumento de operários, em virtude da diminuição de rendimento resultante

dessa medida. É de se perguntar se tal medida facilitaria a fôrça competidora

querem preservar.

econômica.

da indústria norte-americana nos merca dos externos.

nas fábricas que, sem isso, e em vir

...

vista jurídico, pois os móveis do cres

cimento das empresas são de ordem

mento. Só o Estado poderia encarregar-

tude de sua própria ineficiência, sucum-

de impostos grande número de peque

tração do poder econômico do ponto de

dubitàvclrncntc, o necessário financia

se dc tais experiências; mas isso destrui ria por completo a liberdade econômi ca, que os partidários da lei antitruste

serem mais elevados; e deveria isentar

Mais parece unia

apreciação simplista de matéria cuja compreensão escapasse ao entrevistado

Se resuminnos as declarações do emi

nente deputado norte-americano, vere

mos que nada apresentou de novo na


TTr*r <•

52

DroESTO EcoNÓNnco

questão da atualízavão das leis antí> trustc.

Direta ou índiretamenlo. a ten

O grande cartel do aço restiltou de iim acordo concluído cm

1927 entre

mente como membros ativos da organi-

a competição da grande República

Zíição, mas também, pràtic;imcntc, como

norte-americana, se tomaram fer\'orosos

produtores e exportadr)res desse produ to. Dele passaram a fazer parle a .Mcmanlia, a I'ratiça. a Bélgica, o Sarre c

preços de caisto. E isso tanto nos Es

o Luxemburgo.

tados Unidos como no Brasil.

foi combatido pi-la Inglaterra. Polônia e Estados Uuidf)s. Entretanto, essa opo sição não duroti imiití) teinpr), pois logo

a "I. G. Farl)en", de Franckfort, c a

cm seguida os três "ontsiders" s<* torna

si- iiavia associado à "Imperial Chínii-

ram cf)lal)ora{lores da organização. Es".sa colaboração se tornou parlicidar-

cals", de Londres, e assim as três gran-

mcntc visível no concertumle às chapas de aço, ao aço tmiversal, fio.s de a^X),

cados mundiais.

nais de matérioí-prímas

Simplificando a questão, podem-se resumir os principais cartéis internacio

nais de matérias-primas cm seis: do co

No íui< io. èss<' cartel

bre, do eslanho, do zinco, do petróleo, do cimento e da borracha. É claro que, folhas de zinco o fôlhas galvanizadas. além desses seis, existem outros, con gregando os produtores de chumbo, alu

Relativamente a três importantíssimos produtos — folha de Flandrc.s, trilho.s e

mínio, mercúrio, enxofre, fosfatos, pasta mecânica e pasta química (para papel),

tubos — os Estados Unidos não si' limi

e o importantíssimo cartel do aço. Mas. para não alongar muito os co mentários sôbre o assunto, limitar-nos-

cartel; assinaram

emos a csclajeccr que 65% do volume das importações brasileiras são constituí das de produtos sujeitos ao domínitj dos cartéis internacionais. Lsso demonstra

taram ao pape! de colaboradores do diretamente acordos

com os componentes da organização, para a divisão dos tncrcados entre si. Acordos semelhantes se c-oncliiiram a

que o Brasil, bem como todos os de

respeito de aparelhos cinematográficos, máquinas de escritório, motores "Diesel", cqtiipamentos de rádio, cabos de alta

mais países do mundo, está sujeito aos

tensão, fios de borracha etc. Isso se deu

efeitos da atividade daqueles organismos

entre 1929 e 1934.

economicos. A eles não escapamos antes

Tal prática se tornou possível graças às dúvidas surgidas na interpretação da

da guerra e não escaparemos agora,

quando a competição internacional acon selha o fortalecimento das alianças entre os produtores, a fim de evitar sensível discrepância entre a produção c as ex portações mundiais. Para que se tenha uma idéia da am

Lei Pomcrcnc.

Deve-se acrescentar que a conclusão do cartel do aço teve felizes efeitos no terreno político internacional, pois com êlc SC iniciou a colaboração econômica

franco-alemã, propagando-.sc, através da

plitude dos cartéis industriais existentes e para que se avalie o predominante

tas de Aristidc Briand.

papel que os Estados Unidos nêle repre sentam, apesar da tão citada legislação

Mais tarde dissolveu-se a aliança. MflS fala-se abertamente em sua reconstitui-

Sociedade das Nações, os ideais pacifis

norte-americana antitruste, citaremos o

ção, e desta vez com a participação dos

cartel do aço e o da indústria química. Como é sabido, ambos ocupam uma posição-chave na economia capitalista.

Estados Unidos e da Inglaterra. Quanto ao cartel da indústria quími ca, os Estados Unidos figuram não sò-

_■ :..s.

53

Eco^•ó^aco

dência apresentada pelo Deputado Celler conduzirá sempre a »ima queda da efi ciência na produção e ao atimento dos

Os mais importantes cartéis intcnuicio-

.(--

Du:esto

seu dirig»-nte.

Essa associação de pro

dutores e i-xportadores ijitcrnacionai.s re

monta ao ano de 1927, (juando um inlorcàmi)i() de patentes si: comiiinou entre

"Dupont de Nemours", dos E.stados Uniíios. Anteriormente, a "Dupont" já di\s empresas dividiram entre si os mer

Antes da guerra, os mercados latinoamericanos foram entregues aos exporta

dores alemães, que por sou turno se

aliaram a grupos franceses (Khulman)

adeptos dos cartéis internacionais.

E

ainda !u\ mais: em certos países as leis obrigam os produtores recalcitrantes a participar dos cartéis.

Foram promulgadas leis sôbre cartéis na Alemanha, em 1923; na Noruega, em

1928; no Japão, em 1931; na Itália e na Hungria, em 1932; na Tcbecoslováquia e na Polônia, em 1933; na Iugos lávia, em 1934; na Bélgica e na Holan da, em 1935; na Bulgária, em 1936; e na Rumânia e Dinamarca, em 1937. Na maioria das vezes, as leis acima ci

tadas criavam apenas a obrigatoriedade do registro da participação das emprê-

e suíços. Entretanto, èstes últimos pou ca influência exerceram no comércio de

sas nos cartéis. Mas certas leis obri garam os produtores a pertencer a essas

produtos químicos.

organizações, tal como a japonesa, es

O mercado mundial de tintas, pro

tipulando que, se assim o desejarem dois

dutos plásticos, produtos químicos pesa dos, ácidos, pinturas e .solventes, produ

terços dos membros de um cartel, o Governo poderá forçar os "outsiders a

tos farmacêuticos e e.xplosivos, foi di vidido entre as três grandes empresas.

a Alemanha e a Itália promulgaram leis

Esse acordo foi mantido até os pri

meiros dias da segunda guerra mundial, quando as cstipulaçõcs sôbre o intercâm-

])io de patentes, c principalmente sôbre a produção de Ijorracha sintética, foram

se juntarem a êles. Mais tarde, também semelhantes à japonesa.

Nos exemplos acima, é verdade, se trata de leis nascidas em Estados auto ritários, cujos Governos procuravam, as

sim, facilitar a planificação dos merca

denunciadas pela empresa norte-ameri cana, st)b pressão do Governo de Was

tendeu também a outros países de ten

hington. Na escala internacional, a cooperação

1935, a Bélgica e os Países Baixos pro

entre produtores não favorece apenas as maiores corporações. Ao contrário — pelo monos no que diz respeito as ex

portações — os maiores beneficiados são os produtores de media importância, que, qnando reunidos em cartel, sentemse ao abrigo dos perigos da competi

ção, pois cada qual recebe uma quota do exportação. Isso explica, em parte, porque os pequenos países europeus, e em geral os que têm razões para temer

dos.

Mas essa medida em breve se es

dências econômicas mais liberais.

Em-

mulgaram leis especiais estabelecendo a obrigatoriedade de participação dos pro dutores nos cartéis, e a França, por sua

vez, seguiu o exemplo com o "Código Flandin".

Nos Estados Unidos, onde a lei anti truste nada resolveu, o Presidente Roosevelt, em 1938, criou o "Temporary National Economia Commitlee", encar

regado, sob a presidência do Senador 0'Mahoney, de proceder a vasto inqué-


TTr*r <•

52

DroESTO EcoNÓNnco

questão da atualízavão das leis antí> trustc.

Direta ou índiretamenlo. a ten

O grande cartel do aço restiltou de iim acordo concluído cm

1927 entre

mente como membros ativos da organi-

a competição da grande República

Zíição, mas também, pràtic;imcntc, como

norte-americana, se tomaram fer\'orosos

produtores e exportadr)res desse produ to. Dele passaram a fazer parle a .Mcmanlia, a I'ratiça. a Bélgica, o Sarre c

preços de caisto. E isso tanto nos Es

o Luxemburgo.

tados Unidos como no Brasil.

foi combatido pi-la Inglaterra. Polônia e Estados Uuidf)s. Entretanto, essa opo sição não duroti imiití) teinpr), pois logo

a "I. G. Farl)en", de Franckfort, c a

cm seguida os três "ontsiders" s<* torna

si- iiavia associado à "Imperial Chínii-

ram cf)lal)ora{lores da organização. Es".sa colaboração se tornou parlicidar-

cals", de Londres, e assim as três gran-

mcntc visível no concertumle às chapas de aço, ao aço tmiversal, fio.s de a^X),

cados mundiais.

nais de matérioí-prímas

Simplificando a questão, podem-se resumir os principais cartéis internacio

nais de matérias-primas cm seis: do co

No íui< io. èss<' cartel

bre, do eslanho, do zinco, do petróleo, do cimento e da borracha. É claro que, folhas de zinco o fôlhas galvanizadas. além desses seis, existem outros, con gregando os produtores de chumbo, alu

Relativamente a três importantíssimos produtos — folha de Flandrc.s, trilho.s e

mínio, mercúrio, enxofre, fosfatos, pasta mecânica e pasta química (para papel),

tubos — os Estados Unidos não si' limi

e o importantíssimo cartel do aço. Mas. para não alongar muito os co mentários sôbre o assunto, limitar-nos-

cartel; assinaram

emos a csclajeccr que 65% do volume das importações brasileiras são constituí das de produtos sujeitos ao domínitj dos cartéis internacionais. Lsso demonstra

taram ao pape! de colaboradores do diretamente acordos

com os componentes da organização, para a divisão dos tncrcados entre si. Acordos semelhantes se c-oncliiiram a

que o Brasil, bem como todos os de

respeito de aparelhos cinematográficos, máquinas de escritório, motores "Diesel", cqtiipamentos de rádio, cabos de alta

mais países do mundo, está sujeito aos

tensão, fios de borracha etc. Isso se deu

efeitos da atividade daqueles organismos

entre 1929 e 1934.

economicos. A eles não escapamos antes

Tal prática se tornou possível graças às dúvidas surgidas na interpretação da

da guerra e não escaparemos agora,

quando a competição internacional acon selha o fortalecimento das alianças entre os produtores, a fim de evitar sensível discrepância entre a produção c as ex portações mundiais. Para que se tenha uma idéia da am

Lei Pomcrcnc.

Deve-se acrescentar que a conclusão do cartel do aço teve felizes efeitos no terreno político internacional, pois com êlc SC iniciou a colaboração econômica

franco-alemã, propagando-.sc, através da

plitude dos cartéis industriais existentes e para que se avalie o predominante

tas de Aristidc Briand.

papel que os Estados Unidos nêle repre sentam, apesar da tão citada legislação

Mais tarde dissolveu-se a aliança. MflS fala-se abertamente em sua reconstitui-

Sociedade das Nações, os ideais pacifis

norte-americana antitruste, citaremos o

ção, e desta vez com a participação dos

cartel do aço e o da indústria química. Como é sabido, ambos ocupam uma posição-chave na economia capitalista.

Estados Unidos e da Inglaterra. Quanto ao cartel da indústria quími ca, os Estados Unidos figuram não sò-

_■ :..s.

53

Eco^•ó^aco

dência apresentada pelo Deputado Celler conduzirá sempre a »ima queda da efi ciência na produção e ao atimento dos

Os mais importantes cartéis intcnuicio-

.(--

Du:esto

seu dirig»-nte.

Essa associação de pro

dutores e i-xportadores ijitcrnacionai.s re

monta ao ano de 1927, (juando um inlorcàmi)i() de patentes si: comiiinou entre

"Dupont de Nemours", dos E.stados Uniíios. Anteriormente, a "Dupont" já di\s empresas dividiram entre si os mer

Antes da guerra, os mercados latinoamericanos foram entregues aos exporta

dores alemães, que por sou turno se

aliaram a grupos franceses (Khulman)

adeptos dos cartéis internacionais.

E

ainda !u\ mais: em certos países as leis obrigam os produtores recalcitrantes a participar dos cartéis.

Foram promulgadas leis sôbre cartéis na Alemanha, em 1923; na Noruega, em

1928; no Japão, em 1931; na Itália e na Hungria, em 1932; na Tcbecoslováquia e na Polônia, em 1933; na Iugos lávia, em 1934; na Bélgica e na Holan da, em 1935; na Bulgária, em 1936; e na Rumânia e Dinamarca, em 1937. Na maioria das vezes, as leis acima ci

tadas criavam apenas a obrigatoriedade do registro da participação das emprê-

e suíços. Entretanto, èstes últimos pou ca influência exerceram no comércio de

sas nos cartéis. Mas certas leis obri garam os produtores a pertencer a essas

produtos químicos.

organizações, tal como a japonesa, es

O mercado mundial de tintas, pro

tipulando que, se assim o desejarem dois

dutos plásticos, produtos químicos pesa dos, ácidos, pinturas e .solventes, produ

terços dos membros de um cartel, o Governo poderá forçar os "outsiders a

tos farmacêuticos e e.xplosivos, foi di vidido entre as três grandes empresas.

a Alemanha e a Itália promulgaram leis

Esse acordo foi mantido até os pri

meiros dias da segunda guerra mundial, quando as cstipulaçõcs sôbre o intercâm-

])io de patentes, c principalmente sôbre a produção de Ijorracha sintética, foram

se juntarem a êles. Mais tarde, também semelhantes à japonesa.

Nos exemplos acima, é verdade, se trata de leis nascidas em Estados auto ritários, cujos Governos procuravam, as

sim, facilitar a planificação dos merca

denunciadas pela empresa norte-ameri cana, st)b pressão do Governo de Was

tendeu também a outros países de ten

hington. Na escala internacional, a cooperação

1935, a Bélgica e os Países Baixos pro

entre produtores não favorece apenas as maiores corporações. Ao contrário — pelo monos no que diz respeito as ex

portações — os maiores beneficiados são os produtores de media importância, que, qnando reunidos em cartel, sentemse ao abrigo dos perigos da competi

ção, pois cada qual recebe uma quota do exportação. Isso explica, em parte, porque os pequenos países europeus, e em geral os que têm razões para temer

dos.

Mas essa medida em breve se es

dências econômicas mais liberais.

Em-

mulgaram leis especiais estabelecendo a obrigatoriedade de participação dos pro dutores nos cartéis, e a França, por sua

vez, seguiu o exemplo com o "Código Flandin".

Nos Estados Unidos, onde a lei anti truste nada resolveu, o Presidente Roosevelt, em 1938, criou o "Temporary National Economia Commitlee", encar

regado, sob a presidência do Senador 0'Mahoney, de proceder a vasto inqué-


OK;i-áTtl

Dicesto Económicò

55

E<"0NÓMIC0

par de tais organizações, será preciso

rito sôbrc a concentração do poder eco

sumo. Pani impedir que o sistema eco

tante produtor de aço da América La

nômico.

nômico se rompa complnlamcnle, é pre ciso adaptar a produção às possibilida

tina, .se tornar membro do cartel, asse-

modificar, primeiramente, a mentalidade

gnrará à s»«a própria produção, pcló me

reinante, tanto nos círculos oficiais como

des do ahsorçao dos mercados.

nos. o mercado interno.

Essa iniciativa refletia, visivelmente, a

influência que o assunto vinha exercen

do, há mais de meio século, na políti ca interna da grande República do

Norte. O relatório apresentado sôbrc os seus trabalhos, por aquela comissão, possui cerca de 30.000 páeinas. o o "Mahonev Bill", submetido à delibera

ção do Congresso de Washington, re sume as conclusões do inquérito. Nele se recomenda, praticamente, que seja tolerada a coordenação, em escala

Daí a

ncccssicladc da associação do.s produ tores.

tar. mesmo no ntercado interno, a com

econômicas, e tomando consciência do

do o autor — aderi.sscm aos cartéis in ternacionais, não prcci.sariani mais temer a competição estrangeira dentro dc suas

de um grande empréstimo h Inglaterra,

fronteiras.

foram discutidas as bns^^s de um acordo

Eis aí uma observação verdadeira, e para a qual deverão atentar o.s que no

os pontos de vista britânico e norte-ame ricano foram muito pronunciadas para

que se pudesse chegar a uma aliança econômica.

Mas não pode haver dúvidas de que

o malogro dessa tentativa é passageiro. Realmente, a expansão, fora de suas

fronteiras, das forças econômicas norteamericanas, força a modificação da men

talidade dos responsáveis pela sua polí tica econômica, levando-os a assumir atitude tolerante em face das atividades

dos cartéis no continente europeu e mes mo na Inglaterra. No livro de Arthur Buns — "Decline

of Competítion" — o autor demonstra que, graças ao desenvolvimento tecno lógico, a produção industrial tem cres cido em ritmo mais rápido que o con

r/SÈnu'

dro econômico internacional.

dos, pois as combinaçõ('s visam apenas a di\'isao, entre os produtores, do.s mer

Sol) esse aspecto, os cartéis agem mais eficientemente do (jiic as taritas adua neiras. Sc os Estados Unidos — segun

íntemacioml, mas as divergências entre

Mas para cpie o Brasil possa partici

.SC precisam preocupar com o.s respecti vos mercados nacionais, uma w/ (juc éstcs lhes ficam pcrfeilamcnle assegura

cahVação dos cartéis; assim sondo,' a comissão reconheceu que as leis norte-

Em 1947, por ocasião das negociações anglo-norte-americana.s para a concessão

papei que o País já representa no qua

petição estrangeira.

O referido livro conléni ouir.i obser vação que merece comentários, ao afir mar que os membros do um cartel não

cados externos.

americanas não poderiam mudar o curso

nos meios particulares, começando por modernizar seus scr\'iços de informações

internacional, dos mercados, sob a fis-

dos acontecimentos.

Se, porém,

permanei-er "outsidcr", terá que enfren

-y ■' V

.J

Brasil SC esforçam pela promulgação de leis antitruste. Participando dos car téis internacionais, nosso país asseguraria à produção nacional proteção muito mais eficiente do que se permanecer como "outsider", sem fòrça sníicienle

para enfrentar os produtores estrangeiros associados. Aliás, o Brasil já aderiu ao

acordo internacional do trigo; está pre parando sua participação na conferência

,• V-'

mundial do açúcar e considerando a

possibilidade dc negociar com o Governo de Londres um acordo sobre o cacau.

No que diz respeito à siderurgia nacio nal, a associação da Companhia BclgoMineira a estabelecimentos belgas - que, com toda a probabilidade, passarão a pertencer ao cartel do aço, em formação

na Europa — é um outro exemplo con creto. Se o Brasil, como o mais impor-

.-í'

i

'•

ii.iAAatÉÉ


OK;i-áTtl

Dicesto Económicò

55

E<"0NÓMIC0

par de tais organizações, será preciso

rito sôbrc a concentração do poder eco

sumo. Pani impedir que o sistema eco

tante produtor de aço da América La

nômico.

nômico se rompa complnlamcnle, é pre ciso adaptar a produção às possibilida

tina, .se tornar membro do cartel, asse-

modificar, primeiramente, a mentalidade

gnrará à s»«a própria produção, pcló me

reinante, tanto nos círculos oficiais como

des do ahsorçao dos mercados.

nos. o mercado interno.

Essa iniciativa refletia, visivelmente, a

influência que o assunto vinha exercen

do, há mais de meio século, na políti ca interna da grande República do

Norte. O relatório apresentado sôbrc os seus trabalhos, por aquela comissão, possui cerca de 30.000 páeinas. o o "Mahonev Bill", submetido à delibera

ção do Congresso de Washington, re sume as conclusões do inquérito. Nele se recomenda, praticamente, que seja tolerada a coordenação, em escala

Daí a

ncccssicladc da associação do.s produ tores.

tar. mesmo no ntercado interno, a com

econômicas, e tomando consciência do

do o autor — aderi.sscm aos cartéis in ternacionais, não prcci.sariani mais temer a competição estrangeira dentro dc suas

de um grande empréstimo h Inglaterra,

fronteiras.

foram discutidas as bns^^s de um acordo

Eis aí uma observação verdadeira, e para a qual deverão atentar o.s que no

os pontos de vista britânico e norte-ame ricano foram muito pronunciadas para

que se pudesse chegar a uma aliança econômica.

Mas não pode haver dúvidas de que

o malogro dessa tentativa é passageiro. Realmente, a expansão, fora de suas

fronteiras, das forças econômicas norteamericanas, força a modificação da men

talidade dos responsáveis pela sua polí tica econômica, levando-os a assumir atitude tolerante em face das atividades

dos cartéis no continente europeu e mes mo na Inglaterra. No livro de Arthur Buns — "Decline

of Competítion" — o autor demonstra que, graças ao desenvolvimento tecno lógico, a produção industrial tem cres cido em ritmo mais rápido que o con

r/SÈnu'

dro econômico internacional.

dos, pois as combinaçõ('s visam apenas a di\'isao, entre os produtores, do.s mer

Sol) esse aspecto, os cartéis agem mais eficientemente do (jiic as taritas adua neiras. Sc os Estados Unidos — segun

íntemacioml, mas as divergências entre

Mas para cpie o Brasil possa partici

.SC precisam preocupar com o.s respecti vos mercados nacionais, uma w/ (juc éstcs lhes ficam pcrfeilamcnle assegura

cahVação dos cartéis; assim sondo,' a comissão reconheceu que as leis norte-

Em 1947, por ocasião das negociações anglo-norte-americana.s para a concessão

papei que o País já representa no qua

petição estrangeira.

O referido livro conléni ouir.i obser vação que merece comentários, ao afir mar que os membros do um cartel não

cados externos.

americanas não poderiam mudar o curso

nos meios particulares, começando por modernizar seus scr\'iços de informações

internacional, dos mercados, sob a fis-

dos acontecimentos.

Se, porém,

permanei-er "outsidcr", terá que enfren

-y ■' V

.J

Brasil SC esforçam pela promulgação de leis antitruste. Participando dos car téis internacionais, nosso país asseguraria à produção nacional proteção muito mais eficiente do que se permanecer como "outsider", sem fòrça sníicienle

para enfrentar os produtores estrangeiros associados. Aliás, o Brasil já aderiu ao

acordo internacional do trigo; está pre parando sua participação na conferência

,• V-'

mundial do açúcar e considerando a

possibilidade dc negociar com o Governo de Londres um acordo sobre o cacau.

No que diz respeito à siderurgia nacio nal, a associação da Companhia BclgoMineira a estabelecimentos belgas - que, com toda a probabilidade, passarão a pertencer ao cartel do aço, em formação

na Europa — é um outro exemplo con creto. Se o Brasil, como o mais impor-

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'•

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67

DiCF_sitj Econômico

SíBvio Romero, üdador e companheiro HraiMPa

Linía

(Professor da Faculdade Nacional de Direito)

Na história intelectual dêstc país, Sílvio Romero tem direito a nm

face dos problemas que surgiam, dns nov;»s rjiioslões que se levantavam, foi Recife, foi a denominada "Escola do

Recife", cuja liderança coube a Tobias Rarnlo. Sílvio Romero reivindicou du-

O Brasil rnmemoroti com brilhantes fcS' íividaclcs cívicas o centenário de nasci

ninte a vida inteira para a "Escola do Recife" \un papel preponderante na

título excepcional: o título de pensador

mento de Sílvio fíomero, soriólo^^o, críti

brasileiro.

lador do Brasil, apai.xonado de sua ter

co. professor de Direito, j)arlamcntar, polemista c filósofo. O "Dificsto Eco-

tran.sfonnação o.spirit\ial brasileira. Terá sido excessivo c injusto em detalhes. No conjunto, porém, assistia-lho inteira

ra e de sua gente. Esta paixão êle a sa

nátnico", assnciando-sc ás jtistas homc-

razão.

cia pelo conhecimento do seu país, co mo se mergulhar na vida brasileira cons

m/gcrw (fite sáo devidas ao pensador scrgí/jnrio, ptiblica èstc trabalho inédito de líervics Lima, talentoso professor dc Direito Péddico c (pia, na sua rápida pa,ssaíicm pelo Parlamento, deixou traços

É um estudioso e um reve

tituísse o rito de seu patriotismo. Sílvio é filho e um dos líderes da

quela geração renovadora que aparece e toma posição numa das fases intelec

de talento, operosidade c patriotismo.

tuais e sociais mais interessantes do nos

so século XIX.

Êle caracterizou esse

momento em página comovida e feliz. "Até 1868, o catolicismo reinante não tinha .sofrido nessas plagas o menor

abalo; a filosofia espiritualista, católica e eclética, a mais insignificante oposi ção; a autoridade das instituições mo

nárquicas, o menor ataque sério por qualquer classe do povo; a instituição servil e os direitos tradicionais do aris-

tocracísmo prático dos grande.s proprie tários, a mais indireta opugnação; o ro mantismo, com seus doces, enganosos e encantadores cismares, a mais apagada desavença reatora. Tudo tinha adorme

cido a sombra do manto do príncipe ilustre que havia acabado com o caudilhismo na província e na América do

Sul e preparava a engrenagem da peça

política de centralização mais coesa que já uma vez houve na história em um grande país.

sua nudez.

A guerra do Paraguai es

tava a mostrar a todas as vistas os inicn-

so.s defeitos dc nossa organizjição militar o o acanhado de nossos progressos so

ciais, desvendando repugnantemente a chaga da escravidão, e, então, a ques tão dos cativos se agita c logo após 6

seguida da questão religiosa; tudo sc põe em discussão: o aparelho sofistico das eleições, o sistema de arrocho das in,stituiçõcs policiai.s e da magistratura o inú meros pro])lemas econômicos. O Partido Liberal, expelido do poder, coniovtsse dcsusadamentc c lança aos quatro ven

Os embargos qvie José Veríssimo lhe (ipòs, com a preocupação dc ser rigo roso cm relação a Tobias, corrigiu cer

tamente falhas nas apreciações de Síbio. Mas a "Escola do Recife" possuiu algo que, cm nenhuma outra parle ou em nenhum outro nK>\'imcnto intelectual da

época, no País, sc verificou. Foi mais amplo o movimento dc Recife, expri miu nicllior os anseios do espírito e da «■iiliíirii, tinha mais preocupações filosó ficas. Era mais independente, imil.s he terodoxo, menos inclinado a especializa ções, mais doutrinário, menos prudente, mais voltado para o futuro, mais preo cupado com o social do que a renova

ção (juc no sul, com sede no Rio de Janeiro, também se processava. A "Escola

geração da "Escola do Recife", e uma geração de combate, pois o que ela de seja é abrir caminhos, desbravar provmcias do conhecimento e derrubar precon

ceitos, noções, atitudes, que lhe pare ciam falsas. Ela não tem apenas espí

rito científico, mas espírito de luta e de conquista. Surge, portanto, colocan do na medida intelectual da época, me

dida muito mais feita de prudência que

de gôsto, muito mais movida pelo res peito ao tradicional do que pelo senti mento do equilíbrio, uma nota de aceração critica, uma ponta de agressividade, que as reações hostis só faziam aumentar. O estilo de Sílvio estará longe das

qualidades artísticas que dele pudessem fazer, no sentido estético-Iiterário da

expressão, um grande escritor. É con

tudo sempre atraente e, não raro, em polgante, porque a tudo quanto escre veu comunicou a flama que o consumia e na autenticidade dos assuntos por ele vcr.sados luiuria a substância de Suas

páginas densas de observações e juízos, cheias dc tantas coisas lúcidas 6 pro fundas.

Êle próprio disse: "Não escrevo pelo gôsto de es crever, senão com o senti

do de ser útil à minha pá

do Recife" propôs-se a re novar a concepção do mun do que, nos domínios da

mum de referência de tôda ^

Filosofia e do Direito, pre

a obra de Sílvio Romero e

tria". De fato, o ponto co

tos um programa de extrema democra cia, quase um verdadiíiro socialismo; o

dominava entre nós.

Partido Republicano se organiza e ini cia uma propaganda que nada faria parar. Na política é um mundo intei ro que vacila. Nas regiões do pensa

sua glória. É o segredo da perenidade de seu valor

tem a expressão, o social brasileiro. O que ele de

na história intelectual da

seja é revelar e organizar

mento teórico, foi ainda mais formidá

De repente, por um movimento sub

vel porque o atraso era horroroso. Um

terrâneo, que vinha de longe, a instabi

bando de idéias novas esvoaçava sobre

lidade de todas as coisas se mostrou e

nós de todos os pontos do horizonte."

o sofísma do Império apareceu em tôda

O centro da agitação intelectual em

o social. E se me permi

É a

o Brasil.

Nação.

Sílvio Romero permaneceu a vida in teira fiel ao espírito, às diretrizes e no

Estudar o país

e pensar o país, não apenas do ponto de vista de um interesse estético, ou

Não per

puramente teórico, mas com o propósito

deu jamais o tom pugnaz, o ardor po

de o construir em bases mais sólidas.

estilo da "Escola do Recife".

lemico, a posição de combate com que abordava os assuntos.

Sua geração, a

Na "História da Literatura" sua preo

cupação profunda é inventariar e apre-


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DiCF_sitj Econômico

SíBvio Romero, üdador e companheiro HraiMPa

Linía

(Professor da Faculdade Nacional de Direito)

Na história intelectual dêstc país, Sílvio Romero tem direito a nm

face dos problemas que surgiam, dns nov;»s rjiioslões que se levantavam, foi Recife, foi a denominada "Escola do

Recife", cuja liderança coube a Tobias Rarnlo. Sílvio Romero reivindicou du-

O Brasil rnmemoroti com brilhantes fcS' íividaclcs cívicas o centenário de nasci

ninte a vida inteira para a "Escola do Recife" \un papel preponderante na

título excepcional: o título de pensador

mento de Sílvio fíomero, soriólo^^o, críti

brasileiro.

lador do Brasil, apai.xonado de sua ter

co. professor de Direito, j)arlamcntar, polemista c filósofo. O "Dificsto Eco-

tran.sfonnação o.spirit\ial brasileira. Terá sido excessivo c injusto em detalhes. No conjunto, porém, assistia-lho inteira

ra e de sua gente. Esta paixão êle a sa

nátnico", assnciando-sc ás jtistas homc-

razão.

cia pelo conhecimento do seu país, co mo se mergulhar na vida brasileira cons

m/gcrw (fite sáo devidas ao pensador scrgí/jnrio, ptiblica èstc trabalho inédito de líervics Lima, talentoso professor dc Direito Péddico c (pia, na sua rápida pa,ssaíicm pelo Parlamento, deixou traços

É um estudioso e um reve

tituísse o rito de seu patriotismo. Sílvio é filho e um dos líderes da

quela geração renovadora que aparece e toma posição numa das fases intelec

de talento, operosidade c patriotismo.

tuais e sociais mais interessantes do nos

so século XIX.

Êle caracterizou esse

momento em página comovida e feliz. "Até 1868, o catolicismo reinante não tinha .sofrido nessas plagas o menor

abalo; a filosofia espiritualista, católica e eclética, a mais insignificante oposi ção; a autoridade das instituições mo

nárquicas, o menor ataque sério por qualquer classe do povo; a instituição servil e os direitos tradicionais do aris-

tocracísmo prático dos grande.s proprie tários, a mais indireta opugnação; o ro mantismo, com seus doces, enganosos e encantadores cismares, a mais apagada desavença reatora. Tudo tinha adorme

cido a sombra do manto do príncipe ilustre que havia acabado com o caudilhismo na província e na América do

Sul e preparava a engrenagem da peça

política de centralização mais coesa que já uma vez houve na história em um grande país.

sua nudez.

A guerra do Paraguai es

tava a mostrar a todas as vistas os inicn-

so.s defeitos dc nossa organizjição militar o o acanhado de nossos progressos so

ciais, desvendando repugnantemente a chaga da escravidão, e, então, a ques tão dos cativos se agita c logo após 6

seguida da questão religiosa; tudo sc põe em discussão: o aparelho sofistico das eleições, o sistema de arrocho das in,stituiçõcs policiai.s e da magistratura o inú meros pro])lemas econômicos. O Partido Liberal, expelido do poder, coniovtsse dcsusadamentc c lança aos quatro ven

Os embargos qvie José Veríssimo lhe (ipòs, com a preocupação dc ser rigo roso cm relação a Tobias, corrigiu cer

tamente falhas nas apreciações de Síbio. Mas a "Escola do Recife" possuiu algo que, cm nenhuma outra parle ou em nenhum outro nK>\'imcnto intelectual da

época, no País, sc verificou. Foi mais amplo o movimento dc Recife, expri miu nicllior os anseios do espírito e da «■iiliíirii, tinha mais preocupações filosó ficas. Era mais independente, imil.s he terodoxo, menos inclinado a especializa ções, mais doutrinário, menos prudente, mais voltado para o futuro, mais preo cupado com o social do que a renova

ção (juc no sul, com sede no Rio de Janeiro, também se processava. A "Escola

geração da "Escola do Recife", e uma geração de combate, pois o que ela de seja é abrir caminhos, desbravar provmcias do conhecimento e derrubar precon

ceitos, noções, atitudes, que lhe pare ciam falsas. Ela não tem apenas espí

rito científico, mas espírito de luta e de conquista. Surge, portanto, colocan do na medida intelectual da época, me

dida muito mais feita de prudência que

de gôsto, muito mais movida pelo res peito ao tradicional do que pelo senti mento do equilíbrio, uma nota de aceração critica, uma ponta de agressividade, que as reações hostis só faziam aumentar. O estilo de Sílvio estará longe das

qualidades artísticas que dele pudessem fazer, no sentido estético-Iiterário da

expressão, um grande escritor. É con

tudo sempre atraente e, não raro, em polgante, porque a tudo quanto escre veu comunicou a flama que o consumia e na autenticidade dos assuntos por ele vcr.sados luiuria a substância de Suas

páginas densas de observações e juízos, cheias dc tantas coisas lúcidas 6 pro fundas.

Êle próprio disse: "Não escrevo pelo gôsto de es crever, senão com o senti

do de ser útil à minha pá

do Recife" propôs-se a re novar a concepção do mun do que, nos domínios da

mum de referência de tôda ^

Filosofia e do Direito, pre

a obra de Sílvio Romero e

tria". De fato, o ponto co

tos um programa de extrema democra cia, quase um verdadiíiro socialismo; o

dominava entre nós.

Partido Republicano se organiza e ini cia uma propaganda que nada faria parar. Na política é um mundo intei ro que vacila. Nas regiões do pensa

sua glória. É o segredo da perenidade de seu valor

tem a expressão, o social brasileiro. O que ele de

na história intelectual da

seja é revelar e organizar

mento teórico, foi ainda mais formidá

De repente, por um movimento sub

vel porque o atraso era horroroso. Um

terrâneo, que vinha de longe, a instabi

bando de idéias novas esvoaçava sobre

lidade de todas as coisas se mostrou e

nós de todos os pontos do horizonte."

o sofísma do Império apareceu em tôda

O centro da agitação intelectual em

o social. E se me permi

É a

o Brasil.

Nação.

Sílvio Romero permaneceu a vida in teira fiel ao espírito, às diretrizes e no

Estudar o país

e pensar o país, não apenas do ponto de vista de um interesse estético, ou

Não per

puramente teórico, mas com o propósito

deu jamais o tom pugnaz, o ardor po

de o construir em bases mais sólidas.

estilo da "Escola do Recife".

lemico, a posição de combate com que abordava os assuntos.

Sua geração, a

Na "História da Literatura" sua preo

cupação profunda é inventariar e apre-


DlCKSTO ECOSÓMtCO

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tanlo tuna frase de Encli<l(s, sofre da ciar o que, nesse fundamental aspecto "vesania <le reformas pdas cimalhas", da vida do Brasil como nação, repre

senta e significa o trabalho do nosso

ípicr dizer. pc-Io alto, começando |Xir

espírito, o que exprime êsso trabalho

cima.

como produto do nosso meio físico c

Sílvio.

humano. Êle é o historiador social de nossa literatura, não um liistoríador (juc a e.xaminassc de um ponto de \isla

.Ma*^ jx»" quj- isto? perguntava

Dicesto Econômico

59

Passo.s. a reação de Síl\'io, abrangendo

dc pés no chão, que mora sem lúgiene,

cessárias da Prefeitura carioca, assinala

com unia técnica retardada, quase pri

va, toda\Ía. nina falha do nosso espírito

mitiva de trabalho, êsse Brasil de milliões de sêres humanos a constituir, nestas alturas, um dos maiores núcleos

geral cli- r<-forina. Por que não .se ata-

Por causa das Ulcraticcs dos escrito-

prcpondírrantcmente estético e literárif).

r<*s c políticos, r(*spondtui. A resposta, apenas limitada a êsle.s tênnos. cons tituiria generalização tão superficial que

De tudo quer Sílvio Romero concluir

nada esclareceria. A resposta e.stá antes

ca\-a também, impuria êle, o problema das fa\e!as? indagaríamos líojc os her deiros de sua mensagem. Reformar pelas cimalhas. Em plena selva amazônica, ao tempo da pro.speri-

Prcíícupa-o saber "cjue lição podemos

nas consid<-raçoes fpie d('sen\(>lvc e tpie assim poderíamos restmtir, fiel ao espi rito que as ditou.

tirar do discunso, dos artigos, dos es tudos, do livro do sr. Euclides <la Cunha". Então, apoiado cm Euclides

A política brasileira l<*m manif«'stado até os dias atuais incapacidade idet)ii)gica c incapacidade prática de ataear e

"oligarquias estaduais", fenômeno so cial e político cuja importância Sílvio percebeu, rasgam a\'enidas, empreendem

e movido por suas próprias idéias, fixa

resolver os problemas de ba.se déste pais.

inieiati\as de ordem inleleclual-adminis-

nesse discurso a grande xcrdade social

A organização tradicional dc nossa

trativa. Os homens da elite dirigente •São, cm geral, cultos, lidos e viajados c querem manifestar, através de obras públicas, suas qualidades de inteligência, seu respeito ás loiras, ao que, no mundo nioderno, (jnalifica intelectualmente as

em função de sou país.

Védc-o nrce-

bendo Euclidcs da Ciinlut na Academia.

que domina a vida brasileira.

Essa

economia é de tipo colonial.

Somos

verdade é a existência, dentro do mes

produtores de matérias-primas para a

mo país, de "duas nações que se desco nhecem, separadas no espaço e ainda mais no tempo". De um lado, conio ele próprio diz, o proletariado rural

exportação. Eundamenlalniente. ainda é esta hoje nossa posição. O progres so industrial do l'aís é superficial, peri férico. Hasta considerar (jiie o Hrasil. possuindo hoje 50 milhões de habitan

"agregado à patronagcni dos grandes proprietários", a enorme massa que no norte, no nordeste, no centro, nos pla

tes, funciona, consome, produz, como SC fosse uma nação dc 20 milhões. E

naltos, no .sul, vive como estranha \'c-

mesmo assim com tim nível dc vida

getação humana, amarrada a condições de atraso e pobreza que a tornam, a ri gor, um capital humano morto. De ou tro lado, a camada da minoria dirigente e possuidora.

inferior ao da Argentina, por exemplo.

Proclama então Sílvio Romero:

"o

Os lucros no País são altís.simos, mas o

País ü pol)re, muito pobre. Não nos enganemos com a nalurczn do progresso l)rasileiro.

Existe, .sem dúvida, mas é

progresso dc país cconòmieamento colo

pioblema brasileiro por excelência con

nial, com um capital humano morto dc

siste exatamente em compreender este

30 milhões dc habitantes.

fato tão simples e tratar de fazer tudo que for possível em prol do tais po

pulações, educando-as, ligando-as ao solo, interessando-iis nos destinos da pá tria".

Está dito tudo nes.sas palavras. O problema nacional brasileiro é um pro blema de base, de estrutura.

Mas a

elite dirigente, comentava Sílvio, ado-

Nossos problemas dc base não são atacados. A política, que está necessà-

riamcntc no comando das ações públi cas, não os enfrímta. Falta-lhe para isso preparo ideológico c capacidade de ação apoiada cm amplos nio\'Ímcnlüs da opinião pública. A política, pois, pre fere reformar pelas cimalhas. Ao tempo das reformas urbanas de

o Atlântico? Êsse Brasil subalimcntado,

embora na sua crítica as realizações ne

dade da borracha, constroem-se em Ma naus o

Helém

teatros suntuosos.

As

pessoas. São penitcnciárias-modclos, es-

dc população passiva da terra — êsse Brasil desapareceu já, ou ainda e.\iste?

Poucos homens de seu tempo liga ram-se tão profundamente à vida nacio nal como Sílvio Romero. Eis porque, ao iniciar estas palavras, chamei-o de pen sador brasileiro. Foi êle, sem dúvida, um dos fundadores dos estudos sociais bra

sileiros segundo critérios científicos, so ciológicos de objetividade. Êsses estu dos sociais brasileiros possuem exatamen te, no "Discurso eni mangas de camisa" dc Tobias Barreto, pronunciado em 1877,

o seu melhor exemplar na segunda me tade do século passado. Hoje, a Faculdade Nacional de Di reito, de que Sílvio foi professor cate-

colas-padrõcs ou consideradas tais, mas as condições de vida do povo, os pro blemas de sua incorporação a níveis

veram iniciativa sua Congregação e sua

mais altos de instrução, de saúde, de

no mestre a homenagem do seu respeito,

traballio, esses permanecem pràticamenle ignorados. A política não tem ca pacidade de os apreender, de os for mular e de os conduzir num plano de ação continua e objetiva. Porque, tor nava a repetir Sílvio, a questão era "uni camente da ostrulura social do povo". Era o "travamento social" que tinha de

de sua admiração.

ser examinado, reformado e substituído.

Havia um Brasil, observou Sílvio Ro

drático, nesta sessão solene de que ti

Diretoria, aqui se reúne para render

Designado para falar em nome da Faculdade, entendi que nada quadraria melhor ao espírito da homenagem do que mostrar aos estudantes que Sílvio Romero não foi apenas um professor limitado aos deveres burocráticos do en

sino. Êle não ensinou apenas as noções de sua cadeira, mas, sobretudo, como pensar sobre o Brasil, isto é, um mé

mero, que não se mostrava ao visitante

todo e um espírito de investigação. Êle

ilustre, aos Doumers, aos Turots, aos

foi militante de uma concepção do

Ferreros. E, porventura, terá desapare cido esse Brasil interno, que está por

mundo, de processos de estudos, de ati tudes que nesses estudos se apoiavam. É por tudo isto um dos grandes vivos

detrás da fachada que se debruça sobre


DlCKSTO ECOSÓMtCO

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tanlo tuna frase de Encli<l(s, sofre da ciar o que, nesse fundamental aspecto "vesania <le reformas pdas cimalhas", da vida do Brasil como nação, repre

senta e significa o trabalho do nosso

ípicr dizer. pc-Io alto, começando |Xir

espírito, o que exprime êsso trabalho

cima.

como produto do nosso meio físico c

Sílvio.

humano. Êle é o historiador social de nossa literatura, não um liistoríador (juc a e.xaminassc de um ponto de \isla

.Ma*^ jx»" quj- isto? perguntava

Dicesto Econômico

59

Passo.s. a reação de Síl\'io, abrangendo

dc pés no chão, que mora sem lúgiene,

cessárias da Prefeitura carioca, assinala

com unia técnica retardada, quase pri

va, toda\Ía. nina falha do nosso espírito

mitiva de trabalho, êsse Brasil de milliões de sêres humanos a constituir, nestas alturas, um dos maiores núcleos

geral cli- r<-forina. Por que não .se ata-

Por causa das Ulcraticcs dos escrito-

prcpondírrantcmente estético e literárif).

r<*s c políticos, r(*spondtui. A resposta, apenas limitada a êsle.s tênnos. cons tituiria generalização tão superficial que

De tudo quer Sílvio Romero concluir

nada esclareceria. A resposta e.stá antes

ca\-a também, impuria êle, o problema das fa\e!as? indagaríamos líojc os her deiros de sua mensagem. Reformar pelas cimalhas. Em plena selva amazônica, ao tempo da pro.speri-

Prcíícupa-o saber "cjue lição podemos

nas consid<-raçoes fpie d('sen\(>lvc e tpie assim poderíamos restmtir, fiel ao espi rito que as ditou.

tirar do discunso, dos artigos, dos es tudos, do livro do sr. Euclides <la Cunha". Então, apoiado cm Euclides

A política brasileira l<*m manif«'stado até os dias atuais incapacidade idet)ii)gica c incapacidade prática de ataear e

"oligarquias estaduais", fenômeno so cial e político cuja importância Sílvio percebeu, rasgam a\'enidas, empreendem

e movido por suas próprias idéias, fixa

resolver os problemas de ba.se déste pais.

inieiati\as de ordem inleleclual-adminis-

nesse discurso a grande xcrdade social

A organização tradicional dc nossa

trativa. Os homens da elite dirigente •São, cm geral, cultos, lidos e viajados c querem manifestar, através de obras públicas, suas qualidades de inteligência, seu respeito ás loiras, ao que, no mundo nioderno, (jnalifica intelectualmente as

em função de sou país.

Védc-o nrce-

bendo Euclidcs da Ciinlut na Academia.

que domina a vida brasileira.

Essa

economia é de tipo colonial.

Somos

verdade é a existência, dentro do mes

produtores de matérias-primas para a

mo país, de "duas nações que se desco nhecem, separadas no espaço e ainda mais no tempo". De um lado, conio ele próprio diz, o proletariado rural

exportação. Eundamenlalniente. ainda é esta hoje nossa posição. O progres so industrial do l'aís é superficial, peri férico. Hasta considerar (jiie o Hrasil. possuindo hoje 50 milhões de habitan

"agregado à patronagcni dos grandes proprietários", a enorme massa que no norte, no nordeste, no centro, nos pla

tes, funciona, consome, produz, como SC fosse uma nação dc 20 milhões. E

naltos, no .sul, vive como estranha \'c-

mesmo assim com tim nível dc vida

getação humana, amarrada a condições de atraso e pobreza que a tornam, a ri gor, um capital humano morto. De ou tro lado, a camada da minoria dirigente e possuidora.

inferior ao da Argentina, por exemplo.

Proclama então Sílvio Romero:

"o

Os lucros no País são altís.simos, mas o

País ü pol)re, muito pobre. Não nos enganemos com a nalurczn do progresso l)rasileiro.

Existe, .sem dúvida, mas é

progresso dc país cconòmieamento colo

pioblema brasileiro por excelência con

nial, com um capital humano morto dc

siste exatamente em compreender este

30 milhões dc habitantes.

fato tão simples e tratar de fazer tudo que for possível em prol do tais po

pulações, educando-as, ligando-as ao solo, interessando-iis nos destinos da pá tria".

Está dito tudo nes.sas palavras. O problema nacional brasileiro é um pro blema de base, de estrutura.

Mas a

elite dirigente, comentava Sílvio, ado-

Nossos problemas dc base não são atacados. A política, que está necessà-

riamcntc no comando das ações públi cas, não os enfrímta. Falta-lhe para isso preparo ideológico c capacidade de ação apoiada cm amplos nio\'Ímcnlüs da opinião pública. A política, pois, pre fere reformar pelas cimalhas. Ao tempo das reformas urbanas de

o Atlântico? Êsse Brasil subalimcntado,

embora na sua crítica as realizações ne

dade da borracha, constroem-se em Ma naus o

Helém

teatros suntuosos.

As

pessoas. São penitcnciárias-modclos, es-

dc população passiva da terra — êsse Brasil desapareceu já, ou ainda e.\iste?

Poucos homens de seu tempo liga ram-se tão profundamente à vida nacio nal como Sílvio Romero. Eis porque, ao iniciar estas palavras, chamei-o de pen sador brasileiro. Foi êle, sem dúvida, um dos fundadores dos estudos sociais bra

sileiros segundo critérios científicos, so ciológicos de objetividade. Êsses estu dos sociais brasileiros possuem exatamen te, no "Discurso eni mangas de camisa" dc Tobias Barreto, pronunciado em 1877,

o seu melhor exemplar na segunda me tade do século passado. Hoje, a Faculdade Nacional de Di reito, de que Sílvio foi professor cate-

colas-padrõcs ou consideradas tais, mas as condições de vida do povo, os pro blemas de sua incorporação a níveis

veram iniciativa sua Congregação e sua

mais altos de instrução, de saúde, de

no mestre a homenagem do seu respeito,

traballio, esses permanecem pràticamenle ignorados. A política não tem ca pacidade de os apreender, de os for mular e de os conduzir num plano de ação continua e objetiva. Porque, tor nava a repetir Sílvio, a questão era "uni camente da ostrulura social do povo". Era o "travamento social" que tinha de

de sua admiração.

ser examinado, reformado e substituído.

Havia um Brasil, observou Sílvio Ro

drático, nesta sessão solene de que ti

Diretoria, aqui se reúne para render

Designado para falar em nome da Faculdade, entendi que nada quadraria melhor ao espírito da homenagem do que mostrar aos estudantes que Sílvio Romero não foi apenas um professor limitado aos deveres burocráticos do en

sino. Êle não ensinou apenas as noções de sua cadeira, mas, sobretudo, como pensar sobre o Brasil, isto é, um mé

mero, que não se mostrava ao visitante

todo e um espírito de investigação. Êle

ilustre, aos Doumers, aos Turots, aos

foi militante de uma concepção do

Ferreros. E, porventura, terá desapare cido esse Brasil interno, que está por

mundo, de processos de estudos, de ati tudes que nesses estudos se apoiavam. É por tudo isto um dos grandes vivos

detrás da fachada que se debruça sobre


63

Dicesto EcoNósnco"

do pensamento brasileiro. É intrépido,

que a cultura brasileira -pode oferecer.

6 franco, e, apesar da desigualdade de sua obra, sempre interessante e jamais

É o "grande Sílvio" e é também o "ve

cacete.

face do companheiro são nêh* irsepa-

É uma das mais gratas companliias

lho Silvio".

EPiTÂCIO PESSOA

A face <lo litl.ulor e a

AmÉIUCO j.ACODINA LaCOMBE

rávei.s.

ia- i'.iuNiK>-.sK à História do Brasil cm

geral, tlisso uma vez Capislrano de Abreu (juc estamos ainda na época das monografias e não das grandc.s síntc.scs. A História da Hi^póblica é a que mais •Se ressente de materiais para uma futu ra síntese.

Ainda não foi feita uma his

tória séria e documentada da quc.slão

'■iiilitar. nem da (juestão religiosa (e suas rcspeeli\-as repercussões no novo regi me ). Comecani-se a elevar os andainies de uma história financeira.

Mas

que di/cr do estudo da economia da fa-

•^e final do Império, da crise provocada pela Aboli(.-rio. . .

Para o período con

temporâneo, porém, as melhores contrl-

buieões cjue podemos esperar agora são

:ts boas biografias, não as apressadas e

«^pologélicas tão fáceis, mas tão inúteis, porém Cíuitribuições documentais e ho

nestas no estudo das figuras principais, e

mesmo do algumas secundárias do dra ma republicano. Sem uma boa galeria de \'ultos bem estudados sob vários án-

,G;tilos. não ó possível sequer esboçar o conjjinto histórico. Ê uma contribuição preciosa Jieste sentido qiic veio trazer D.® Laurita Pes soa Raia Gabaglia na extensa mas não

prolixa biografia do Epitácio Pessoa. O angulo c o da família. to

de

vista

Mas não o pon

exclusivamente doméstico,

intransigentemente parcial.

O afeto fi

Dona Laurita Pessoa Raja Gabaglia aca ba (Ia dvscrcücr a vida de seu pai, o

grande Kpitácio Pessoa, cm livro que

está tendo enorme rcpcrctissão cm iodos os círculos políticos c intelectuais do País.

Epitácio Pessoa, orador, constitu-

cionalista, internacionalista e civilisfa dos maiores, estadista insigne, é um or

gulho da nossa raça. Na História polí tica do Brasil, o seu nome cintila em letras do ouro.

São memoráveis os de

bates que travou, no Parlamento, con

trastando o poder ditatorial de Floriano, e de não menor julgar os discussões que, no Supremo Tribunal Federal, entrete-

ve, com superioridade verbal, com o, for

midável dialético e jurista-filósofo Pe dro Lessa. Polemista, jamais deixou de ser, mesmo no crepúsculo da existência e no exercício das funções de Presidenteda República : inúmeras foram as ora

ções arrebatadoras e veementes, de ca

ráter panfletário, que legou à nossa li teratura política no período agitado e fulgente do seu govêrno. Atendendo a um pedido do Diretor do "Digesto Eco

nômico", o dr. Américo Jacobina Lacom-

be, o escritor magnífico que com tanto zêlo e competência dirige a *'Casa Rui Barbosa", escreveu para o nosso mensàrio o artigo que ora inserimos em nos sas páginas.

lial aqui está associado a uma inteligên cia e a um conhecimento dos temas que

nos surpreende, por mais afeitos que es tejamos a ver cs nomes femininos a de bater assuntos políticos e sociais. De

nipdo que não se trata de um simples

depoimento de um membro da família envolto em ternura e devoção, o que já seria estimável, aliás, para o futuro his toriador. É uma contribuição' histórica,


63

Dicesto EcoNósnco"

do pensamento brasileiro. É intrépido,

que a cultura brasileira -pode oferecer.

6 franco, e, apesar da desigualdade de sua obra, sempre interessante e jamais

É o "grande Sílvio" e é também o "ve

cacete.

face do companheiro são nêh* irsepa-

É uma das mais gratas companliias

lho Silvio".

EPiTÂCIO PESSOA

A face <lo litl.ulor e a

AmÉIUCO j.ACODINA LaCOMBE

rávei.s.

ia- i'.iuNiK>-.sK à História do Brasil cm

geral, tlisso uma vez Capislrano de Abreu (juc estamos ainda na época das monografias e não das grandc.s síntc.scs. A História da Hi^póblica é a que mais •Se ressente de materiais para uma futu ra síntese.

Ainda não foi feita uma his

tória séria e documentada da quc.slão

'■iiilitar. nem da (juestão religiosa (e suas rcspeeli\-as repercussões no novo regi me ). Comecani-se a elevar os andainies de uma história financeira.

Mas

que di/cr do estudo da economia da fa-

•^e final do Império, da crise provocada pela Aboli(.-rio. . .

Para o período con

temporâneo, porém, as melhores contrl-

buieões cjue podemos esperar agora são

:ts boas biografias, não as apressadas e

«^pologélicas tão fáceis, mas tão inúteis, porém Cíuitribuições documentais e ho

nestas no estudo das figuras principais, e

mesmo do algumas secundárias do dra ma republicano. Sem uma boa galeria de \'ultos bem estudados sob vários án-

,G;tilos. não ó possível sequer esboçar o conjjinto histórico. Ê uma contribuição preciosa Jieste sentido qiic veio trazer D.® Laurita Pes soa Raia Gabaglia na extensa mas não

prolixa biografia do Epitácio Pessoa. O angulo c o da família. to

de

vista

Mas não o pon

exclusivamente doméstico,

intransigentemente parcial.

O afeto fi

Dona Laurita Pessoa Raja Gabaglia aca ba (Ia dvscrcücr a vida de seu pai, o

grande Kpitácio Pessoa, cm livro que

está tendo enorme rcpcrctissão cm iodos os círculos políticos c intelectuais do País.

Epitácio Pessoa, orador, constitu-

cionalista, internacionalista e civilisfa dos maiores, estadista insigne, é um or

gulho da nossa raça. Na História polí tica do Brasil, o seu nome cintila em letras do ouro.

São memoráveis os de

bates que travou, no Parlamento, con

trastando o poder ditatorial de Floriano, e de não menor julgar os discussões que, no Supremo Tribunal Federal, entrete-

ve, com superioridade verbal, com o, for

midável dialético e jurista-filósofo Pe dro Lessa. Polemista, jamais deixou de ser, mesmo no crepúsculo da existência e no exercício das funções de Presidenteda República : inúmeras foram as ora

ções arrebatadoras e veementes, de ca

ráter panfletário, que legou à nossa li teratura política no período agitado e fulgente do seu govêrno. Atendendo a um pedido do Diretor do "Digesto Eco

nômico", o dr. Américo Jacobina Lacom-

be, o escritor magnífico que com tanto zêlo e competência dirige a *'Casa Rui Barbosa", escreveu para o nosso mensàrio o artigo que ora inserimos em nos sas páginas.

lial aqui está associado a uma inteligên cia e a um conhecimento dos temas que

nos surpreende, por mais afeitos que es tejamos a ver cs nomes femininos a de bater assuntos políticos e sociais. De

nipdo que não se trata de um simples

depoimento de um membro da família envolto em ternura e devoção, o que já seria estimável, aliás, para o futuro his toriador. É uma contribuição' histórica,


Dícbsto Econósqco

62

envolvida sem dúvida por um sentimen-

lo reverenciai, mas contribuição de

quem desejou fundamentar a sua ad miração cin alí^o de mais árduo do que a lembrança de tim convívio provada-

Dioestc, EconWo

llii|l|||ll.||.sliLy,HJ||||

sível negar a autenticidade e a beleza

filha, (pie se rescla tão lúcida admira-

dos traçíjs fundamentais esboçados com

dora — e. pelo que se vè do 1í\to, tambúin colaboradora, — pennilom-nos acen

bito, para o triste quadro do menino pobre, aluno gratuito no intcmato diri gido por um reitor ríspido, que seria o

tuar alguns traços e desvendar outros.

futuro Cardeal Arcovcrde. E assim, de

firmeza, p«rla sua pena elegante. Não há pieguice, n<*m pain-girico. Há somen te defesa, se nem sempre e<m\ineenlc, pelo menos informada <• ciniuim-iitaila.

Não é possível acompanhar sem emo

quadro em quadro, tem-se um desfilar

ção a infância triste e a mocidadc tra-

realmente emocionante, até culminar

com um agudo e honesto esquema da

a narrativa é am

saudade.' e da Ncncração n ã o

ballin^ia de Epitácio. narradas cm tom -S()brio (' perfeitamente adequado. Não seriam adinissí\eis pieguices na forma

plamente favorá

faltaram à auto

ção de uma alma rjue conservaria sem

vel ao biografa

ra

pre algumas cicatrizes desta paisagem

do, reconhecida

mc-nlo <• a veri

mente inatacável

ficação de algu

nioral desolada dos primeiros tempos — alguma coisa correspondente ao agreste

cm sua vida pri

mas

do

parailiano — aridez (luc se revelou, |X)r

vada.

perfil do biíigra-

wceniplo, no famoso Caso das pedras (de

manidade o uma graça raras de serem

que a autora faz aliás um excelente re

obtida.s.

Está claro que há momentos em que teríamos desejado outra orientação, ou

mentc dos mais enobreccdorcs. O fjuadro

da

família

Na

em fjue se situa

Mas sen

m'-voa

n«-voa

o

da

csflar«'ci-

arestas

te-se que a au

fado, e

rora, inteligente e culta, procu

algumas parlícu-

sua

na

for

sumo). em (pie realmente sua atitude chocou profundamente o "sontlmcntalis•no brasileiro" (p. 180) e um certo ar*"cbatamenlo que ó tamb<?m muitas vezes

do

ho

interpr(.'tado contra ele e que a autora

laridach.-s (jue, pa recendo sem gra

rou fundamentar

a

mesmo

devoção

e\'oluçâo religiosa do biografado. Não há quem não reconheça as qualidades artísticas da obra, tanto no equilíbrio quanto na adequação do estilo. O bom gosto, com que, de tempos a tempos, en trevemos o homem inteiro através de

cartas familiares, dá ao livro uma hu

maior avah(;^ nas investigações; outros

Pessoa cm rela

ponío-dcdionra o cujos tipos extremos

em que dispensaríamos minúcias secun dárias. Mas em conjunto, a dificulda de principal das biografias — a propor ção — está amplamente conquistada. Não desejaríamos ressaltar aqui os pontos em que não acompanhamos a au tora no julgamento dos fatos históricos. Não pretendemos abrir polêmica, mas, simplesmente, manifestar por alto algu

não perdeu na

ção á Repúbli

súo,

mas impressões gerais.

da de seu valor

ca.

nuindo, o chefe de clã c o chefe de ban-

como depoimen

grandes homens públicos serem

vidade

filial com o es tudo acurado da

mem

biografia pater

a\nltam

mação

c o m u m,

na

do

coloca cm traços nítidos o realistas : Êlc recebera as primeiras impressões morais

na, estudo facili

homem rjue vai

tado por um ar

assumir

quivo

tância primacial, como Epitácio

dal européia; meio rude, individualista e ^'avalheireseo, onde campeia a moral do

ordenado

e completo. Se

a

obra

impor

nesse interior nordestino que, a tantos respeitos, se assemelha i\ sociedade feu

como o foram outrora no velho

submetidos a »jm exame microscó

prijprias mãos. Epitácio apresentava em

Algumas figuras históricas são trata das com uma rude franqueza. A au tora, encarnando o espírito combativo do genitor, não contornou as asperezas

siin alma alguns sinais dessa primeira in

c foi direto ao seu alvo. Haverá assim,

pico cm sua for

fluencia". (p. 272).

por certo, quem procure retificar algum

moral.

Mas estes traços rlc aspereza não im pedem (pio a .sua vida apresente aspectos

conceito agudo sobre uma ou outra per

tadista. Com êles o futuro historiador

mação mental o Não há falha, não há' excentri

da República terá de lidar. O carinho

cidade, não há peculiaridade que não so ja objeto de rigorosa análise. Tendo pro jetado poderosamente a sua personali dade vigorosa no cenário político do Brasil, Epitácio Pc.ssoa tem sofrido e há de sofrer um estudo, nem sempre sim pático, da sua formação moral c mental. As luzes que nos traz a visão de uma

dc intensa c cnterncceclora afetividade.

to, tornou-sc, as-

.sím, mais impor tante

manancial

de elementos pa

ra o perfil do es filial não enevoou a traça do biógrafo. Deu sòmente uma ou outra tonalidade

mais suave em tomo de algum traço mais severo.

Será possível discordar das aprecia ções da autora — e nós tivemos este dcsprazer algumas vezes — mas não é pos-

É sina dos

<^o, condutores do liomens briosos c in

dependentes, fazedores de justiça pelas

Conheço poucas evocações mais tocan tes do que a do capítulo inicial, quando autora nos descreve o pequenino Epi

tácio acompanhando o pai em longas

sonalidade.

Apenas alinhamos aqui alguns pontos que desejaríamos que tivessem sido en carados pela autora com a competência que ninguém lhe negará. Todos eles gi ram em tomo de personagens que pode

viagens o entoando com voz timbrada e

riam ser focalizados mais demoradamen-

'modulada as canções prediletas do ve-

te. Assim os choques entre Epitácio e Pedro Lessa, no ambiente do Supremo

Ibo. Desse biicolismo passa-se, de sú


Dícbsto Econósqco

62

envolvida sem dúvida por um sentimen-

lo reverenciai, mas contribuição de

quem desejou fundamentar a sua ad miração cin alí^o de mais árduo do que a lembrança de tim convívio provada-

Dioestc, EconWo

llii|l|||ll.||.sliLy,HJ||||

sível negar a autenticidade e a beleza

filha, (pie se rescla tão lúcida admira-

dos traçíjs fundamentais esboçados com

dora — e. pelo que se vè do 1í\to, tambúin colaboradora, — pennilom-nos acen

bito, para o triste quadro do menino pobre, aluno gratuito no intcmato diri gido por um reitor ríspido, que seria o

tuar alguns traços e desvendar outros.

futuro Cardeal Arcovcrde. E assim, de

firmeza, p«rla sua pena elegante. Não há pieguice, n<*m pain-girico. Há somen te defesa, se nem sempre e<m\ineenlc, pelo menos informada <• ciniuim-iitaila.

Não é possível acompanhar sem emo

quadro em quadro, tem-se um desfilar

ção a infância triste e a mocidadc tra-

realmente emocionante, até culminar

com um agudo e honesto esquema da

a narrativa é am

saudade.' e da Ncncração n ã o

ballin^ia de Epitácio. narradas cm tom -S()brio (' perfeitamente adequado. Não seriam adinissí\eis pieguices na forma

plamente favorá

faltaram à auto

ção de uma alma rjue conservaria sem

vel ao biografa

ra

pre algumas cicatrizes desta paisagem

do, reconhecida

mc-nlo <• a veri

mente inatacável

ficação de algu

nioral desolada dos primeiros tempos — alguma coisa correspondente ao agreste

cm sua vida pri

mas

do

parailiano — aridez (luc se revelou, |X)r

vada.

perfil do biíigra-

wceniplo, no famoso Caso das pedras (de

manidade o uma graça raras de serem

que a autora faz aliás um excelente re

obtida.s.

Está claro que há momentos em que teríamos desejado outra orientação, ou

mentc dos mais enobreccdorcs. O fjuadro

da

família

Na

em fjue se situa

Mas sen

m'-voa

n«-voa

o

da

csflar«'ci-

arestas

te-se que a au

fado, e

rora, inteligente e culta, procu

algumas parlícu-

sua

na

for

sumo). em (pie realmente sua atitude chocou profundamente o "sontlmcntalis•no brasileiro" (p. 180) e um certo ar*"cbatamenlo que ó tamb<?m muitas vezes

do

ho

interpr(.'tado contra ele e que a autora

laridach.-s (jue, pa recendo sem gra

rou fundamentar

a

mesmo

devoção

e\'oluçâo religiosa do biografado. Não há quem não reconheça as qualidades artísticas da obra, tanto no equilíbrio quanto na adequação do estilo. O bom gosto, com que, de tempos a tempos, en trevemos o homem inteiro através de

cartas familiares, dá ao livro uma hu

maior avah(;^ nas investigações; outros

Pessoa cm rela

ponío-dcdionra o cujos tipos extremos

em que dispensaríamos minúcias secun dárias. Mas em conjunto, a dificulda de principal das biografias — a propor ção — está amplamente conquistada. Não desejaríamos ressaltar aqui os pontos em que não acompanhamos a au tora no julgamento dos fatos históricos. Não pretendemos abrir polêmica, mas, simplesmente, manifestar por alto algu

não perdeu na

ção á Repúbli

súo,

mas impressões gerais.

da de seu valor

ca.

nuindo, o chefe de clã c o chefe de ban-

como depoimen

grandes homens públicos serem

vidade

filial com o es tudo acurado da

mem

biografia pater

a\nltam

mação

c o m u m,

na

do

coloca cm traços nítidos o realistas : Êlc recebera as primeiras impressões morais

na, estudo facili

homem rjue vai

tado por um ar

assumir

quivo

tância primacial, como Epitácio

dal européia; meio rude, individualista e ^'avalheireseo, onde campeia a moral do

ordenado

e completo. Se

a

obra

impor

nesse interior nordestino que, a tantos respeitos, se assemelha i\ sociedade feu

como o foram outrora no velho

submetidos a »jm exame microscó

prijprias mãos. Epitácio apresentava em

Algumas figuras históricas são trata das com uma rude franqueza. A au tora, encarnando o espírito combativo do genitor, não contornou as asperezas

siin alma alguns sinais dessa primeira in

c foi direto ao seu alvo. Haverá assim,

pico cm sua for

fluencia". (p. 272).

por certo, quem procure retificar algum

moral.

Mas estes traços rlc aspereza não im pedem (pio a .sua vida apresente aspectos

conceito agudo sobre uma ou outra per

tadista. Com êles o futuro historiador

mação mental o Não há falha, não há' excentri

da República terá de lidar. O carinho

cidade, não há peculiaridade que não so ja objeto de rigorosa análise. Tendo pro jetado poderosamente a sua personali dade vigorosa no cenário político do Brasil, Epitácio Pc.ssoa tem sofrido e há de sofrer um estudo, nem sempre sim pático, da sua formação moral c mental. As luzes que nos traz a visão de uma

dc intensa c cnterncceclora afetividade.

to, tornou-sc, as-

.sím, mais impor tante

manancial

de elementos pa

ra o perfil do es filial não enevoou a traça do biógrafo. Deu sòmente uma ou outra tonalidade

mais suave em tomo de algum traço mais severo.

Será possível discordar das aprecia ções da autora — e nós tivemos este dcsprazer algumas vezes — mas não é pos-

É sina dos

<^o, condutores do liomens briosos c in

dependentes, fazedores de justiça pelas

Conheço poucas evocações mais tocan tes do que a do capítulo inicial, quando autora nos descreve o pequenino Epi

tácio acompanhando o pai em longas

sonalidade.

Apenas alinhamos aqui alguns pontos que desejaríamos que tivessem sido en carados pela autora com a competência que ninguém lhe negará. Todos eles gi ram em tomo de personagens que pode

viagens o entoando com voz timbrada e

riam ser focalizados mais demoradamen-

'modulada as canções prediletas do ve-

te. Assim os choques entre Epitácio e Pedro Lessa, no ambiente do Supremo

Ibo. Desse biicolismo passa-se, de sú


Dicesto Econômico

64

T

O exemplo de Epitácio Pessoa

Tribunal de tanta repercussão no mundo

ambos honrosíssímos, não são transcritos.

jurídico, dariam tema para um excelen te paralelo entre as duas individuali

ferentes a Rui como advogado, (juc Epi

dades.

tácio emitiu na olira "A Fronlcirn Orien

A figura de Rui Barbosa não é pròpriamente encarada frontalmentc. Na

tal do Amazímas", não sáo apontados (aliás tal obra é merecedora dc desta que ).

íí\7i:Nno trazer á Academia, por hon-

E já qua falamos cm Calóg<'ras, linhas

''bra. ein dois \\)hunes: "Epitácio Pcs-

campanha antíflorianista, em que estêve no mesmo campo de Epilácio, não é se

quer mencionada. A próposito dos cho ques fatais com o biografado, são raros os conceitos positivos da autora.

Em

compensação revela-se um conceito de Calógcras sobre o caso da Bahia, que desejaríamos não ter conhecido, a bem de nosso culto pela figura excepcional de um dos maiores mestres da História

Também os conceitos eh;vadí.ssimos re

Afonso Pena Júnior

rosa incumbência da autora, a

acima, seja-nos permitido dizer cjiic não

(U- Laurita Pessoa Raja GabagHa.

nos confonnamos em ver sua figura e .sua obra tantas vé/x.'S alinhada com a

'^ais cheias, mais nobres, mais inspíra-

dc outras figuras da administração Epi

^b)ra.s e eclueati\ as da nossa história polí-

tácio, por todos os títulos inferiores à de

^'t-a, i'stava a reclamar, a merecer uma

A \ itla tio grande lirasileiro, uma das

um dos maiores brasiharos dc todos os

biografia deste lòmo c valor.

tempos. É de justiça porém, sublinharse o relevo que deu ao seu grande au

'^Piaias para a perpetuação dc seu noHie V exemplo, ou para sua glorificaçao; sobretudo, para a exaltação do re-

E não

do Brasil. É evidente que a figura do grande civiiista não desperta na escrito ra grandes simpatias. O contacto com o biografado, ou com os .seus papéis e apontamentos, não lhe poderia despertar

cias a Rui Barbosa, nunca faltou ela aos

estes sentimentos. Epitácio nunca foi de

conceitos acerca d<; Campos Sales, que

voto de Rui. Segundo o testemunho da viúva Rui Barbosa, recolhido pelo sr. Gontijo de Carvalho e pelo signatário

destas linhas, foi êlc o único político da

mesmo quando divergir dc Epitácio 6 tratado quase carinhosamente. A bió grafa foi levada aqui pelos sentimentos pe.s.soais do biografado.

República que nunca freqüentou, em nenhuma época, a Casa de São Clemen te. No entanto, houve ocasiões em que Epitácio fez justiça aos méritos e à po sição excepcional de Rui no meio brasi

tas, nem alguns pequenos lapsos que certamente desaparecerão em futuras e certas edições, tiram deste livro o valor excepcional que êlc apresenta para o

leiro ; uma destas é mencionada : o con

historiador.

vite para receber, com o Cliefe do Es tado, as delegações estrangeiras no Cen tenário. Mas o convite e a resposta.

maior homenagem que se pode prestar

ra, inclusive na luta e nos sofrimentos, Sc assemelham muitíssimo aos de Epi

a um grande homem : estudar-lhe a vi

tácio ;

xiliar, o ministro da Agricultura Simões

ã Academia Brasileira de Letras.

Auto

rizado pelo biógrafo de "Sousa Mace do", o "Digcsto Econômico" insere em suas colunas a pequenina oração, en cantadora no estilo e impecável nos conceitos.

que lhe propiciou a assombrosa

Lopes.

Se a simpatia não presidiu ás referen

Nada do que consignamos ne.stas no

da c a obra.

Afonso Pena Júnior, o consagrado /iwmonista, foi (jucm, cm nome da autora, ofe receu um exemplar de "Epitácio Pessoa"

Ele ficará sempre como a

oarreira, e da grande Pátria, que lhe reoonheceu c premiou os talentos e virtu^o.s, eonfiando-Ihe, dentro c fora das soas fronteiras, os mais altos dc cada oiu dos poderes da soberania nacional.

apto ao combate não devia ser escrita por um filho. Mas, a meu ver, sem bom fundamento, pois a razão e a experiên

^ vida de Epitácio Pessoa é, com efeito, o<n hino majestoso á democracia c à clari\'identc justiça do povo brasileiro. Ela ilustra, como poucas, a elegante

nem mesmo as de encomenda ou as des

tinadas às predileções do grosso público —que não seja ditada por alguma paixão. Umas por amor, por admiração e entu

observação do malogrado Presidente Ja-

siasmo ; outras, em menor número, por

oies Abram Garficld, o "hard worker

antipatia, aversão ou ódio. Aquelas, pa ra erguer à memória amada um monu mento de gratidão e glória. Estas, pa ra provocar execração e castigo dos pósteros; para arrancar do pedestal a me

and rcady speaker", cujos dotes e carrei

cia militam cm contrário.

A razão, porque não há biografia —

"O terreno social e político da veDia

mória detestada. Devoção e iconoclas-

Europa 6 formado do estratificações e

mo são, assim, na grande maioria dos

Camadas,

casos, os motores secretas das biografias. E é fora de dúvida que as escritas por amor e devoção merecem confiança mui

imutávelmente ordenadas e

superpostas; ao passo que, na livre Amé

rica, tem ele a constituição das águas do

Oceano, em que a gota humilde, vinda mais profundo, vem subindo, subin do .sempre, até beijar, na crista da vaga, Haverá, entretanto, quem pense que

tíssimo maior : porque amor implica aproximação, convivência, intuições, ao passo que ódio importa afastamento, re pulsa, incompreensão. E se, como diz Montaigne, "pour juger d'un homme, ü

a biografia de homem tão combatido e

faut suivre longuement et curieusement

a luz fecundante do sol."


Dicesto Econômico

64

T

O exemplo de Epitácio Pessoa

Tribunal de tanta repercussão no mundo

ambos honrosíssímos, não são transcritos.

jurídico, dariam tema para um excelen te paralelo entre as duas individuali

ferentes a Rui como advogado, (juc Epi

dades.

tácio emitiu na olira "A Fronlcirn Orien

A figura de Rui Barbosa não é pròpriamente encarada frontalmentc. Na

tal do Amazímas", não sáo apontados (aliás tal obra é merecedora dc desta que ).

íí\7i:Nno trazer á Academia, por hon-

E já qua falamos cm Calóg<'ras, linhas

''bra. ein dois \\)hunes: "Epitácio Pcs-

campanha antíflorianista, em que estêve no mesmo campo de Epilácio, não é se

quer mencionada. A próposito dos cho ques fatais com o biografado, são raros os conceitos positivos da autora.

Em

compensação revela-se um conceito de Calógcras sobre o caso da Bahia, que desejaríamos não ter conhecido, a bem de nosso culto pela figura excepcional de um dos maiores mestres da História

Também os conceitos eh;vadí.ssimos re

Afonso Pena Júnior

rosa incumbência da autora, a

acima, seja-nos permitido dizer cjiic não

(U- Laurita Pessoa Raja GabagHa.

nos confonnamos em ver sua figura e .sua obra tantas vé/x.'S alinhada com a

'^ais cheias, mais nobres, mais inspíra-

dc outras figuras da administração Epi

^b)ra.s e eclueati\ as da nossa história polí-

tácio, por todos os títulos inferiores à de

^'t-a, i'stava a reclamar, a merecer uma

A \ itla tio grande lirasileiro, uma das

um dos maiores brasiharos dc todos os

biografia deste lòmo c valor.

tempos. É de justiça porém, sublinharse o relevo que deu ao seu grande au

'^Piaias para a perpetuação dc seu noHie V exemplo, ou para sua glorificaçao; sobretudo, para a exaltação do re-

E não

do Brasil. É evidente que a figura do grande civiiista não desperta na escrito ra grandes simpatias. O contacto com o biografado, ou com os .seus papéis e apontamentos, não lhe poderia despertar

cias a Rui Barbosa, nunca faltou ela aos

estes sentimentos. Epitácio nunca foi de

conceitos acerca d<; Campos Sales, que

voto de Rui. Segundo o testemunho da viúva Rui Barbosa, recolhido pelo sr. Gontijo de Carvalho e pelo signatário

destas linhas, foi êlc o único político da

mesmo quando divergir dc Epitácio 6 tratado quase carinhosamente. A bió grafa foi levada aqui pelos sentimentos pe.s.soais do biografado.

República que nunca freqüentou, em nenhuma época, a Casa de São Clemen te. No entanto, houve ocasiões em que Epitácio fez justiça aos méritos e à po sição excepcional de Rui no meio brasi

tas, nem alguns pequenos lapsos que certamente desaparecerão em futuras e certas edições, tiram deste livro o valor excepcional que êlc apresenta para o

leiro ; uma destas é mencionada : o con

historiador.

vite para receber, com o Cliefe do Es tado, as delegações estrangeiras no Cen tenário. Mas o convite e a resposta.

maior homenagem que se pode prestar

ra, inclusive na luta e nos sofrimentos, Sc assemelham muitíssimo aos de Epi

a um grande homem : estudar-lhe a vi

tácio ;

xiliar, o ministro da Agricultura Simões

ã Academia Brasileira de Letras.

Auto

rizado pelo biógrafo de "Sousa Mace do", o "Digcsto Econômico" insere em suas colunas a pequenina oração, en cantadora no estilo e impecável nos conceitos.

que lhe propiciou a assombrosa

Lopes.

Se a simpatia não presidiu ás referen

Nada do que consignamos ne.stas no

da c a obra.

Afonso Pena Júnior, o consagrado /iwmonista, foi (jucm, cm nome da autora, ofe receu um exemplar de "Epitácio Pessoa"

Ele ficará sempre como a

oarreira, e da grande Pátria, que lhe reoonheceu c premiou os talentos e virtu^o.s, eonfiando-Ihe, dentro c fora das soas fronteiras, os mais altos dc cada oiu dos poderes da soberania nacional.

apto ao combate não devia ser escrita por um filho. Mas, a meu ver, sem bom fundamento, pois a razão e a experiên

^ vida de Epitácio Pessoa é, com efeito, o<n hino majestoso á democracia c à clari\'identc justiça do povo brasileiro. Ela ilustra, como poucas, a elegante

nem mesmo as de encomenda ou as des

tinadas às predileções do grosso público —que não seja ditada por alguma paixão. Umas por amor, por admiração e entu

observação do malogrado Presidente Ja-

siasmo ; outras, em menor número, por

oies Abram Garficld, o "hard worker

antipatia, aversão ou ódio. Aquelas, pa ra erguer à memória amada um monu mento de gratidão e glória. Estas, pa ra provocar execração e castigo dos pósteros; para arrancar do pedestal a me

and rcady speaker", cujos dotes e carrei

cia militam cm contrário.

A razão, porque não há biografia —

"O terreno social e político da veDia

mória detestada. Devoção e iconoclas-

Europa 6 formado do estratificações e

mo são, assim, na grande maioria dos

Camadas,

casos, os motores secretas das biografias. E é fora de dúvida que as escritas por amor e devoção merecem confiança mui

imutávelmente ordenadas e

superpostas; ao passo que, na livre Amé

rica, tem ele a constituição das águas do

Oceano, em que a gota humilde, vinda mais profundo, vem subindo, subin do .sempre, até beijar, na crista da vaga, Haverá, entretanto, quem pense que

tíssimo maior : porque amor implica aproximação, convivência, intuições, ao passo que ódio importa afastamento, re pulsa, incompreensão. E se, como diz Montaigne, "pour juger d'un homme, ü

a biografia de homem tão combatido e

faut suivre longuement et curieusement

a luz fecundante do sol."


o(CESTO

Dioesto Econóxüco

su trace", fòr^a é reconhecer que só a

nesto dc lodo.s os escriton s" u<» dizer de

tem a obra outras marcas de perfeição

simpatia cio Convívio permite êrte indis

Emerson.

«• gr;u\(!eza, que a colocam entre os su cessos bibliográficos deste ano : lingua gem de in\'i-já\-el correção c elegante

Eis aqui. nos rpialifieatjvos eiiiersonia-

pensável rastrear constante. Mas acresce — e isto é talvez: m:u'.s

importante — que o amor dá boa lijía com a verdade, irmã gèniea da Justiça;

enquanto que o ódio é quase sinônimo dc falsidade c injustiça.

A experiência confirma plenanienle estas conclusões do raciocínio, demons

trando que os laços da afeiçãí), por mais ^treitos, entre biógrafo e biografado, não impõem, necessàriamcntc, a suspcição da obra. Bastar-mc-ia citar, nesta casa, o livro do nosso Joaquim Nabuco Um Estadista do Império", que honra ria qualquer literatura, ou o de Caroli-

na Nabuco sobre o nosso Joaquim Na buco. Mas, para que não

nos, a pedra-dc-|(i(jne dc- tôda e cjual(jucrr biografia; a frantpn /ji siiic ridade, o mais rigorcjso respj-ito à verdade. Cumpre, anies dc nada. (jiie o hicigrafo seja capaz de .sobrejxjr ao umicn.v Pinto

lizes fh' filosofia política ; revelações de

Creio não poder traduzir melhor » rai

nha impressão dêste grande livrt), dôste liNTO destinado a ficar, de que dizendo; "quem me dera fü.sse eu o seu autor l

h finem ler n iixro de I.aiirifa PessfW

terá de reconhecí-r qiu'. levado a esta pedra-de-toqnc. o livro é ouro de lei; e a autora um destes entes prisilegiados, que a nada sacrificam a verdade.

Ct)m isto, aliás, continua apcna.s a tradição paterna, pois c1;í mesma nos conta fjue Epilácio, no seio tia família, Oita\a pronto a relevar às filhas muita

culpa, inent)s {[iial(|uer des\"io da \'erd;ule. Isto mes mo me foi testemunhado

ma arma da suspeição — de tão nosso que êlc era — lembrarei a mais famosa das biografias — a do Dou tor Johnson por Boswcll —

pelo saudoso Ihml Soares, .seu Ministro da Marinha.

E é bem possível tpie Epitácio levasse esta sua tíc-

livro tantas vezes imitado

e nunca excedido e que, no dizer de um crítico, incorporou-se à vida e ao

pensamento dos povos da língua inglesa como, de antes, só a Bíblia e Shakcspeare. Escrito em espírito de devota ve

neração, permitiu o conhecimento perfei

to de Samuel Johnson c continua a inspi rar os maiores biógrafos do nosso tempo. Que seria, finalmente, das autobiogra fias, se procedente a suspeição solo fado das biografias filiais ? no entanto,

clarc*/.;i ; obser\*açôes muito agudas e fe

bastidores da liistória, com as quais se

completam as figuras do seu proscênio.

a innira Vcrilas.

volvam contra nós a" mes

Sabemos,

67

Econômico

de inúmeras

autobiografias que constituem material precioso para a história: a de Benevenuto Cellini, as de Benjamin Franklin, de Jcffcrson, de Chateaubriand, Bis-

voção até onde a levou

Michel do Montaigne, o qual protestava

que voltari;i, de bom grado, do outio mundo para castigar quem dele tlissessc coisa menf)S \crdadeira, aiuda tine para louvá-lo.

Dona Laiirita deve ler tido bem pre sente, durante todo o curso de sua obra, êstc nobilíssimo .sentimento patemo,

pois não há, cm tôda ela, uma só nota de exagero.

St) um sisrnógrafo moral da maior de licadeza e sensibilidade poderá regis trar, aqui ou ali, um ou outro frêmito

muito profundo do amor filial. Mas tão profundo c tão leve, que o li\io corre ria talvez como de algum dos nossos

mark, e, acima de todos, os Ensaios dc

maiores biógrafos, sc a autora o lançasse

Montaigne, cuja matéria foi a pessoa do mesmo Montaigne, "o mais franco e ho

anônimo.

Á

Mas, a par da exímia imparcialidade, ■■

jL-w.,—....

■ ..V

i,


o(CESTO

Dioesto Econóxüco

su trace", fòr^a é reconhecer que só a

nesto dc lodo.s os escriton s" u<» dizer de

tem a obra outras marcas de perfeição

simpatia cio Convívio permite êrte indis

Emerson.

«• gr;u\(!eza, que a colocam entre os su cessos bibliográficos deste ano : lingua gem de in\'i-já\-el correção c elegante

Eis aqui. nos rpialifieatjvos eiiiersonia-

pensável rastrear constante. Mas acresce — e isto é talvez: m:u'.s

importante — que o amor dá boa lijía com a verdade, irmã gèniea da Justiça;

enquanto que o ódio é quase sinônimo dc falsidade c injustiça.

A experiência confirma plenanienle estas conclusões do raciocínio, demons

trando que os laços da afeiçãí), por mais ^treitos, entre biógrafo e biografado, não impõem, necessàriamcntc, a suspcição da obra. Bastar-mc-ia citar, nesta casa, o livro do nosso Joaquim Nabuco Um Estadista do Império", que honra ria qualquer literatura, ou o de Caroli-

na Nabuco sobre o nosso Joaquim Na buco. Mas, para que não

nos, a pedra-dc-|(i(jne dc- tôda e cjual(jucrr biografia; a frantpn /ji siiic ridade, o mais rigorcjso respj-ito à verdade. Cumpre, anies dc nada. (jiie o hicigrafo seja capaz de .sobrejxjr ao umicn.v Pinto

lizes fh' filosofia política ; revelações de

Creio não poder traduzir melhor » rai

nha impressão dêste grande livrt), dôste liNTO destinado a ficar, de que dizendo; "quem me dera fü.sse eu o seu autor l

h finem ler n iixro de I.aiirifa PessfW

terá de reconhecí-r qiu'. levado a esta pedra-de-toqnc. o livro é ouro de lei; e a autora um destes entes prisilegiados, que a nada sacrificam a verdade.

Ct)m isto, aliás, continua apcna.s a tradição paterna, pois c1;í mesma nos conta fjue Epilácio, no seio tia família, Oita\a pronto a relevar às filhas muita

culpa, inent)s {[iial(|uer des\"io da \'erd;ule. Isto mes mo me foi testemunhado

ma arma da suspeição — de tão nosso que êlc era — lembrarei a mais famosa das biografias — a do Dou tor Johnson por Boswcll —

pelo saudoso Ihml Soares, .seu Ministro da Marinha.

E é bem possível tpie Epitácio levasse esta sua tíc-

livro tantas vezes imitado

e nunca excedido e que, no dizer de um crítico, incorporou-se à vida e ao

pensamento dos povos da língua inglesa como, de antes, só a Bíblia e Shakcspeare. Escrito em espírito de devota ve

neração, permitiu o conhecimento perfei

to de Samuel Johnson c continua a inspi rar os maiores biógrafos do nosso tempo. Que seria, finalmente, das autobiogra fias, se procedente a suspeição solo fado das biografias filiais ? no entanto,

clarc*/.;i ; obser\*açôes muito agudas e fe

bastidores da liistória, com as quais se

completam as figuras do seu proscênio.

a innira Vcrilas.

volvam contra nós a" mes

Sabemos,

67

Econômico

de inúmeras

autobiografias que constituem material precioso para a história: a de Benevenuto Cellini, as de Benjamin Franklin, de Jcffcrson, de Chateaubriand, Bis-

voção até onde a levou

Michel do Montaigne, o qual protestava

que voltari;i, de bom grado, do outio mundo para castigar quem dele tlissessc coisa menf)S \crdadeira, aiuda tine para louvá-lo.

Dona Laiirita deve ler tido bem pre sente, durante todo o curso de sua obra, êstc nobilíssimo .sentimento patemo,

pois não há, cm tôda ela, uma só nota de exagero.

St) um sisrnógrafo moral da maior de licadeza e sensibilidade poderá regis trar, aqui ou ali, um ou outro frêmito

muito profundo do amor filial. Mas tão profundo c tão leve, que o li\io corre ria talvez como de algum dos nossos

mark, e, acima de todos, os Ensaios dc

maiores biógrafos, sc a autora o lançasse

Montaigne, cuja matéria foi a pessoa do mesmo Montaigne, "o mais franco e ho

anônimo.

Á

Mas, a par da exímia imparcialidade, ■■

jL-w.,—....

■ ..V

i,


]Dir.i-:j>T<i

Epitácio Pessoa e o culto à Bandeira

Embaixador à Conferência dc Versa

Antonio Gontijo de Carvalho

Phefiíituka

(jtir lira lra.slndeinui', paru <i

seus momentos, salvando-a do irreme

e juriscousiillo. como membro da Corte Permanente de Justiça Internacional, o

diável ruína.

Tribunal do

Unixerso, em

que llie deve o Brasil: a gratidão a um

nome mundial.

homem de Estado que colocou a sua extraordinária inteligência ao ser\'iço

Si* os gramles homens, disse Gaslao da

livro <lc iMMritu Pcvson Hoja (ííihio^Ua, foi proferido pelo lunyso Diretor, (piando tn> exercício dos fou<;ôes dc mcmhro

Cunha na nu'inorá\el oração que profe nante, uiu momento iluminado da exis

sua volta ao sr. Prefeito Municipal pa

do ('otiselho Admioisfrotico de Soo Fotilo, e mercccti coritdioso corto dc

ra dar a denominação Praça da Ban

l'.})it(ício Pe.ssoo.

soa daquela cidade. O sr, Oiretor Geral do Oepartamento das Municipalidades, e.vaminando o processo, liou\'e por bem determinar a

ri» em tlefesa do Barão do Rio Bran

co, têm na sua vida um ponto culmi tência, que os define e poq^etua, Epi tácio Pessoa, para os paulistas, o tem, <ptando atcMideu ao angu.stioso apêlo da

deira a qualquer outro logradouro ain

Avaré, célula que é de um grande lodo. não deve a Epitácio Pessoa só o

(pie só se assentam jurisperilos dc re s(i Hci i.sta. cm linmcim^cm a<» gruní/f

da Bandeira a atual Praça Epitácio Pes

lavoura cafeeira, no mais dramático dos

lhes, culminou a sua vida de diplomata

mais alto

Municipal dc Avarc

submete à nossa aprova^'ão o pro jeto de decreto-lei c|ue denomina Praça

6a

Econômico

ininterrupto da Nação. Município esscndalmcnte cafceiro, Avaré deve a

Epitácio Pessoa a constância de um cul to que ê devido a um benfeitor. Proponho a rejeição do projeto para que impere a Justiça.

da sem denominação. f

h

Não atendeu o sr. Prefeito. Insistiu

peitassem os nonu-.s (pie o pa.ssiulo le

em propor a substituição do nome do

gou, para não se cli-slrnir a obra anô

valoroso brasileiro.

nima dos inorlo.s. •

O Departamento Administrativo, ul timamente, tem entendido que não de

Por estranha incompreensão <1«' Pre feitos Municipais, fizeram-se, em cida

vem ser substituídas a.s antigas deno

des iiistoricas, substituições «'in massa

minações de ruas.

de nomtís tradicionais e dos mais caros

Curioso como sou das coisas do pas sado, não poderia eu deixar de ser con servador em matéria de tanta relevân

cia e tanto enlevo para o meu espírito.

Se não fòra o receio de me alongar,

aos nos.sos sentimentos religiosos.

Procurou sanar este êrro, feliz juris prudência do Departamento Adminis-

tratÍNO, que um alto programa tle edu

transcreveria aqui, nestas pcáginas, o.s

cação cívica tem a dcsempcntiar. A outras con.sidcrações, de alta va

principais capítulos da conferência "Ne

lia, me impele o flc\'t-'r de patriota.

touchez pas aux noms des rues", que Camille Jullian, da Academia Francesa e membro da Comissão do Velho Pa ris, pronunciou cm 1923, no Hotel de Ville.

Ressumando a mais pura poesia, re vivendo recordações suaves, timbrava o artista em insistir em que o nome de uma rua é como o

A Bandeira é o símbolo da Nação. O seu culto há dc ser, porém, compa tível com a veneração aos homens cpie sabem honrá-la e dignificá-la. Epitácio Pessoa bom merece a reve rência dos brasileiros.

Rcfulgcnle é a

sua biografia. Galgou a.s mais altas po sições que os poderc.s, orgãos da soberania nacional, pode

de uma cidade, como o de

riam

uma família; é obra do tempo que o moldou para aquele que

público. Foi Senador, Presi dente da República e Minis tro do Supremo Tribunal Fe

o

usa.

Exortava, em

como

vente apelo, para que se res-

deral.

conferir

a

um

liomem

U*- ■

•AN

5a


]Dir.i-:j>T<i

Epitácio Pessoa e o culto à Bandeira

Embaixador à Conferência dc Versa

Antonio Gontijo de Carvalho

Phefiíituka

(jtir lira lra.slndeinui', paru <i

seus momentos, salvando-a do irreme

e juriscousiillo. como membro da Corte Permanente de Justiça Internacional, o

diável ruína.

Tribunal do

Unixerso, em

que llie deve o Brasil: a gratidão a um

nome mundial.

homem de Estado que colocou a sua extraordinária inteligência ao ser\'iço

Si* os gramles homens, disse Gaslao da

livro <lc iMMritu Pcvson Hoja (ííihio^Ua, foi proferido pelo lunyso Diretor, (piando tn> exercício dos fou<;ôes dc mcmhro

Cunha na nu'inorá\el oração que profe nante, uiu momento iluminado da exis

sua volta ao sr. Prefeito Municipal pa

do ('otiselho Admioisfrotico de Soo Fotilo, e mercccti coritdioso corto dc

ra dar a denominação Praça da Ban

l'.})it(ício Pe.ssoo.

soa daquela cidade. O sr, Oiretor Geral do Oepartamento das Municipalidades, e.vaminando o processo, liou\'e por bem determinar a

ri» em tlefesa do Barão do Rio Bran

co, têm na sua vida um ponto culmi tência, que os define e poq^etua, Epi tácio Pessoa, para os paulistas, o tem, <ptando atcMideu ao angu.stioso apêlo da

deira a qualquer outro logradouro ain

Avaré, célula que é de um grande lodo. não deve a Epitácio Pessoa só o

(pie só se assentam jurisperilos dc re s(i Hci i.sta. cm linmcim^cm a<» gruní/f

da Bandeira a atual Praça Epitácio Pes

lavoura cafeeira, no mais dramático dos

lhes, culminou a sua vida de diplomata

mais alto

Municipal dc Avarc

submete à nossa aprova^'ão o pro jeto de decreto-lei c|ue denomina Praça

6a

Econômico

ininterrupto da Nação. Município esscndalmcnte cafceiro, Avaré deve a

Epitácio Pessoa a constância de um cul to que ê devido a um benfeitor. Proponho a rejeição do projeto para que impere a Justiça.

da sem denominação. f

h

Não atendeu o sr. Prefeito. Insistiu

peitassem os nonu-.s (pie o pa.ssiulo le

em propor a substituição do nome do

gou, para não se cli-slrnir a obra anô

valoroso brasileiro.

nima dos inorlo.s. •

O Departamento Administrativo, ul timamente, tem entendido que não de

Por estranha incompreensão <1«' Pre feitos Municipais, fizeram-se, em cida

vem ser substituídas a.s antigas deno

des iiistoricas, substituições «'in massa

minações de ruas.

de nomtís tradicionais e dos mais caros

Curioso como sou das coisas do pas sado, não poderia eu deixar de ser con servador em matéria de tanta relevân

cia e tanto enlevo para o meu espírito.

Se não fòra o receio de me alongar,

aos nos.sos sentimentos religiosos.

Procurou sanar este êrro, feliz juris prudência do Departamento Adminis-

tratÍNO, que um alto programa tle edu

transcreveria aqui, nestas pcáginas, o.s

cação cívica tem a dcsempcntiar. A outras con.sidcrações, de alta va

principais capítulos da conferência "Ne

lia, me impele o flc\'t-'r de patriota.

touchez pas aux noms des rues", que Camille Jullian, da Academia Francesa e membro da Comissão do Velho Pa ris, pronunciou cm 1923, no Hotel de Ville.

Ressumando a mais pura poesia, re vivendo recordações suaves, timbrava o artista em insistir em que o nome de uma rua é como o

A Bandeira é o símbolo da Nação. O seu culto há dc ser, porém, compa tível com a veneração aos homens cpie sabem honrá-la e dignificá-la. Epitácio Pessoa bom merece a reve rência dos brasileiros.

Rcfulgcnle é a

sua biografia. Galgou a.s mais altas po sições que os poderc.s, orgãos da soberania nacional, pode

de uma cidade, como o de

riam

uma família; é obra do tempo que o moldou para aquele que

público. Foi Senador, Presi dente da República e Minis tro do Supremo Tribunal Fe

o

usa.

Exortava, em

como

vente apelo, para que se res-

deral.

conferir

a

um

liomem

U*- ■

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Diciivm

o PROBLEMA DOS SOLOS ÁCIDOS JosK Setv.km I V

DiilSEMOS nos artigos anteriores quej a

adiantado do Paí.s fjiianlo à pesquisa agronômica c uso dc adulms c correti

Brasil, maior que a dos Estados Unidos,

vos, ainda nao se j)ossucm dados sufi

onde o consumo anual de calcáreo

cientes para afirmações .seguras, justa

moído já está atingindo a casa dos 30

mente por ser iniiilo raro o uso do cal-

milhões de toneladas.

carco na agricultura. Nías a experimen

a perccntagem de solos ácidos aqui 6 muito maior, pois enquanto nos Estados Unidos menos que metade do território necessita de corretivos contra a acid(!2,

aqui 90 % da produção agrícola saem de solos ácidos, cuja produtividade aumen

tação liavida em outros países dc clima c geologia semelhantes, e principalmente o adiantamento e a qualidade do estii-

clo de solos paulistas, já permitem boas idéias sobre a provável necessidade dc calcáreo no Estado de São Paulo. A nece.ssidade de corretivo contra a

taria grandemente se fossem tratados

acidez varia com a.s .segviintcs caracterís

com calcáreo.

ticas do solo: anincnla com os teores dc

Tais dados parecem encerrar falhas

argila, matéria orgânica e umidade, c

capazes de invalidar a nossa afirmação. A área aqui cultivada é muito menor do

diminui cotn o aumento do pll e da tolerância de acidcz pelas culturas. A quantidade de corretivo de que as

que nos E.stados Unidos, onde a pro dução agrícola apre.senta volume pro porcionalmente muito mais alto ainda.

É pequena a percentagcm cultivada do

terras necessitam compõc-sc dc trcs par celas;

1) para compensar as perdas anuais de cálcio causadas pela lixíviação e ero

território brasileiro, e encerra principal mente as terras menos ácidas. Talvez, então, o Brasil necessitasse de 30 mi

são dos solos cultivados nu submetidos

lhões de toneladas de calcáreo cm pó

2) para repor o cálci(j retirado pelas

por ano, se em vez de 20 milhões pos

colheitas ou pelo pastoreio, o 3) para elevar o pll ao nível econò-

suísse os 200 milhões dc hectares de

terras anualmente cultivadas que exis tem nos Estados Unidos, e se aqui hou vesse a mesma premência de cultivar as terras pobres? Para esclarecer esta questão e de

monstrar que não houve exagero na nossa avaliação das necessidades de calcáreo, vejamos primeiramente as exigências pro

a queimadas,

anual com doses bem menores e tenden

Ilapi-va dl) mapa que acompanha o 2.® artigo ( Oigeslo Econômico, abril dc 1951 ). Dai até à Serra pode ser avalia da em o.^íO-lOO kg/ha; e do alto da

tes a diminuir com o tempo.

Au-

\'islo que as terras são capazes dc assimilar

;imia!mentc

tanto

maiores

quantidades de corretivos cálcicos, quan to mais ;\cidas s;'io, quanto mais argilo

ment;i, pois, com a umidade do clima

sas e ricas de luiinus, e quanto maiores

o com o abrandamento da estiagem.

são os teores dc água que costumiun

A .segimd;i parcela, a menor, depende da natme/.a das cultunis o da iiucnsi-

d;idc do pastoreio. No caso do algodão corrt;spondo ;i eèrca dc lÜÜ kg de cal cáreo

hectare; no c;íso de trigo, a

6t) kg; cana, -lÜ kg; c;ifé, 30 kg; milho, 20 kg; ;irroz, iü kg ;ipcnas. Nas pas tagens depende da espécie dc capim e íla ;iusèiici;i dc ervas imiteis, podendo \"d-i;ir de 20 u 50 kg/ha. A tiaeeira p;irccla aumenta muito com d ab;ux;imeutü do pli. Se com pM

conter, fica chiro que são muito simplis tas os que correlacionam diretamente o

pH com a quantidade dc calc;íreo dc

que a terra necessita, ou que aconselham a aplic;ir ;inualmontc.

As quantidades de calcáreo má.\imas anuais assimikivcis podem ser assim ava liadas por hectare:

Nas terras pretas dc baixada, mal dre nadas c bem argilosas, eèrca de 2^ toneladas, se o pH inicial não for su

perior a 4 í»; quando bem drenadas, mas com o mesmo pH, cerca de 2 t. O pH

diii pouco superior ;i O a necessidade é de poucas toneUidas por hectare, com

sendo 5, este número deve baixar a

pll mlerior a 5 sobe muitas vezes a 15 e mesmo 25 tons./ha.

tante arenosas, a assimilação má.víma não deve ultrap;issar 1.700 kg com

Ap;irentementc, seria necessário apli car logo dc início esta quantidade enor me dl! calcáreo e, em seguida, dar dnu;ilmente os 400 ou 500 kg/lui conespoiidentes às duas parcelas anteriores. Na realidade, isto não é possível, pois

nenhum solo pode assimilar num só muitas toneladas de cíilciireo em

pó por heet;ire.

1.800 kg; mas, se tais terras forem bas pPI — 4

e apenas 1.500 kg/ano com

pH próximo de 5. Em terras de encosta suave, argilosas,

possuindo pH inferior ;i 5, a assimílaç;'io não deverá ultrapassar uns 1.300 kg/ha, e com pH próximo de 5 lá — cer ca de 1 tonelada; as mesmas terras bar rentas sendo de cores vivas, pela po

tratados com as doses máximas assimi-

breza orgânica, a assimilação deve bai xar a cerca dc 1.100 kg/ano com pH próximo de 5, e apenas a uns 800 kg

lávei.s de calciíreo todos os anos, até

com pH próximo dc 5 lá.

que se consiga fazer subir o pH até 6.

sendo bastante arenosas, temos eèrca

cálculo das quantidades de corretivo ne cessário, e isto pelas razões que vere

Portanto, as necessidades de calcáreo não so computam cm tons./ha, mas cm nu

mos mais adiante.

Deste modo, a terceira parcela, enorme, que não deveria ser anualmente apli

dc 1.000 kg/ha com pH de 4 lá e bom teor de húmus, 750 kg com pH = 5 e pouco húmus, e apenas uns 500 kg/ano com pH de 5 lá c acentuada pobreza

niicamentc mais conveniente.

Esta última parcela 6 muito maior

que as duas primeiras, tanto assim que pode, por si só, constituir a base do

váveis dos solos do Estado de São

A primeira das parcelas pode ser ava liada em 300 kg de calcáreo por hectare

Paulo.

na parte noroeste do Estado, isto é, à

ikàsL':.-:

esquerda da linha Mococa-Sorocaba-

Scrni até o nuir em 500 kg/ha. Ajjí-sar dc .ser èstc o Estado inni^

necessidade de corretivos calcárcíjs contra a acidcz do solo é enonnc no

Para afirmar isto, argumentamos que

Kconómico

Assim, solos muito ácidos devem ser

mero de anos de tratamento in;í.\imo.

cada, e sim dada de uma só vez, na realidade transforma-se cm tratamento

Essas terras

cm húmus.

Nas terras dc encosta íngreme a difi culdade do controle da erosão aumenta


Diciivm

o PROBLEMA DOS SOLOS ÁCIDOS JosK Setv.km I V

DiilSEMOS nos artigos anteriores quej a

adiantado do Paí.s fjiianlo à pesquisa agronômica c uso dc adulms c correti

Brasil, maior que a dos Estados Unidos,

vos, ainda nao se j)ossucm dados sufi

onde o consumo anual de calcáreo

cientes para afirmações .seguras, justa

moído já está atingindo a casa dos 30

mente por ser iniiilo raro o uso do cal-

milhões de toneladas.

carco na agricultura. Nías a experimen

a perccntagem de solos ácidos aqui 6 muito maior, pois enquanto nos Estados Unidos menos que metade do território necessita de corretivos contra a acid(!2,

aqui 90 % da produção agrícola saem de solos ácidos, cuja produtividade aumen

tação liavida em outros países dc clima c geologia semelhantes, e principalmente o adiantamento e a qualidade do estii-

clo de solos paulistas, já permitem boas idéias sobre a provável necessidade dc calcáreo no Estado de São Paulo. A nece.ssidade de corretivo contra a

taria grandemente se fossem tratados

acidez varia com a.s .segviintcs caracterís

com calcáreo.

ticas do solo: anincnla com os teores dc

Tais dados parecem encerrar falhas

argila, matéria orgânica e umidade, c

capazes de invalidar a nossa afirmação. A área aqui cultivada é muito menor do

diminui cotn o aumento do pll e da tolerância de acidcz pelas culturas. A quantidade de corretivo de que as

que nos E.stados Unidos, onde a pro dução agrícola apre.senta volume pro porcionalmente muito mais alto ainda.

É pequena a percentagcm cultivada do

terras necessitam compõc-sc dc trcs par celas;

1) para compensar as perdas anuais de cálcio causadas pela lixíviação e ero

território brasileiro, e encerra principal mente as terras menos ácidas. Talvez, então, o Brasil necessitasse de 30 mi

são dos solos cultivados nu submetidos

lhões de toneladas de calcáreo cm pó

2) para repor o cálci(j retirado pelas

por ano, se em vez de 20 milhões pos

colheitas ou pelo pastoreio, o 3) para elevar o pll ao nível econò-

suísse os 200 milhões dc hectares de

terras anualmente cultivadas que exis tem nos Estados Unidos, e se aqui hou vesse a mesma premência de cultivar as terras pobres? Para esclarecer esta questão e de

monstrar que não houve exagero na nossa avaliação das necessidades de calcáreo, vejamos primeiramente as exigências pro

a queimadas,

anual com doses bem menores e tenden

Ilapi-va dl) mapa que acompanha o 2.® artigo ( Oigeslo Econômico, abril dc 1951 ). Dai até à Serra pode ser avalia da em o.^íO-lOO kg/ha; e do alto da

tes a diminuir com o tempo.

Au-

\'islo que as terras são capazes dc assimilar

;imia!mentc

tanto

maiores

quantidades de corretivos cálcicos, quan to mais ;\cidas s;'io, quanto mais argilo

ment;i, pois, com a umidade do clima

sas e ricas de luiinus, e quanto maiores

o com o abrandamento da estiagem.

são os teores dc água que costumiun

A .segimd;i parcela, a menor, depende da natme/.a das cultunis o da iiucnsi-

d;idc do pastoreio. No caso do algodão corrt;spondo ;i eèrca dc lÜÜ kg de cal cáreo

hectare; no c;íso de trigo, a

6t) kg; cana, -lÜ kg; c;ifé, 30 kg; milho, 20 kg; ;irroz, iü kg ;ipcnas. Nas pas tagens depende da espécie dc capim e íla ;iusèiici;i dc ervas imiteis, podendo \"d-i;ir de 20 u 50 kg/ha. A tiaeeira p;irccla aumenta muito com d ab;ux;imeutü do pli. Se com pM

conter, fica chiro que são muito simplis tas os que correlacionam diretamente o

pH com a quantidade dc calc;íreo dc

que a terra necessita, ou que aconselham a aplic;ir ;inualmontc.

As quantidades de calcáreo má.\imas anuais assimikivcis podem ser assim ava liadas por hectare:

Nas terras pretas dc baixada, mal dre nadas c bem argilosas, eèrca de 2^ toneladas, se o pH inicial não for su

perior a 4 í»; quando bem drenadas, mas com o mesmo pH, cerca de 2 t. O pH

diii pouco superior ;i O a necessidade é de poucas toneUidas por hectare, com

sendo 5, este número deve baixar a

pll mlerior a 5 sobe muitas vezes a 15 e mesmo 25 tons./ha.

tante arenosas, a assimilação má.víma não deve ultrap;issar 1.700 kg com

Ap;irentementc, seria necessário apli car logo dc início esta quantidade enor me dl! calcáreo e, em seguida, dar dnu;ilmente os 400 ou 500 kg/lui conespoiidentes às duas parcelas anteriores. Na realidade, isto não é possível, pois

nenhum solo pode assimilar num só muitas toneladas de cíilciireo em

pó por heet;ire.

1.800 kg; mas, se tais terras forem bas pPI — 4

e apenas 1.500 kg/ano com

pH próximo de 5. Em terras de encosta suave, argilosas,

possuindo pH inferior ;i 5, a assimílaç;'io não deverá ultrapassar uns 1.300 kg/ha, e com pH próximo de 5 lá — cer ca de 1 tonelada; as mesmas terras bar rentas sendo de cores vivas, pela po

tratados com as doses máximas assimi-

breza orgânica, a assimilação deve bai xar a cerca dc 1.100 kg/ano com pH próximo de 5, e apenas a uns 800 kg

lávei.s de calciíreo todos os anos, até

com pH próximo dc 5 lá.

que se consiga fazer subir o pH até 6.

sendo bastante arenosas, temos eèrca

cálculo das quantidades de corretivo ne cessário, e isto pelas razões que vere

Portanto, as necessidades de calcáreo não so computam cm tons./ha, mas cm nu

mos mais adiante.

Deste modo, a terceira parcela, enorme, que não deveria ser anualmente apli

dc 1.000 kg/ha com pH de 4 lá e bom teor de húmus, 750 kg com pH = 5 e pouco húmus, e apenas uns 500 kg/ano com pH de 5 lá c acentuada pobreza

niicamentc mais conveniente.

Esta última parcela 6 muito maior

que as duas primeiras, tanto assim que pode, por si só, constituir a base do

váveis dos solos do Estado de São

A primeira das parcelas pode ser ava liada em 300 kg de calcáreo por hectare

Paulo.

na parte noroeste do Estado, isto é, à

ikàsL':.-:

esquerda da linha Mococa-Sorocaba-

Scrni até o nuir em 500 kg/ha. Ajjí-sar dc .ser èstc o Estado inni^

necessidade de corretivos calcárcíjs contra a acidcz do solo é enonnc no

Para afirmar isto, argumentamos que

Kconómico

Assim, solos muito ácidos devem ser

mero de anos de tratamento in;í.\imo.

cada, e sim dada de uma só vez, na realidade transforma-se cm tratamento

Essas terras

cm húmus.

Nas terras dc encosta íngreme a difi culdade do controle da erosão aumenta


Diclsto EcoNósaco -ir

Dicestíi Econômico

«ü

as necessidades do solo, mas diminui os máximos realmente assimiláveis anual mente. Somente depois do dominada a erosão é que se torna possível aplicar

-as quantidades de calcáreo anualnienle necessárias, que são cerca dc 10" maio res que no caso dc encosta suave.

ordem dc grandez-i que o desgaste por lixiviaçúo c erosão, podendo o caso adquirir a feijão chr lentaliva inútil de encher com agnas iium barrica furada. Graças ao seu teor dc iiúinus, as ter ras

virgens assimilam eaíc.ireo

melhor (|uc as uMli/^id.is.

muito

Portanto,

Nos altos dc lombada hein drenada,

<|uanlo maior tiver sido o tempo de

as terras argilosas devem assimilar uns 1.100 kg/lia com pH inferior a 5, ©

utilizitçao do solo, mais demorados C menos efieientes surãíj os trabalhos de

apenas uns 80ÍJ kg com plí de 5 Quando tais terras são bastante areno sas, mas com bom teor de Iminus e pll

scea, maiores são as necessidades de

inferior a o, devem assimilar cêrca de

calcarco, mas maiores também são US

melhoramentos (juimieos. Quanto mais úmido o clima e mais hramia a estação

750 kg/ano, e apenas uns .500 kg/ano

capacidades de assimilação, se o con-

com pH próximo de 5 Já e teor de hú

trôie da erosão fòr suficiente.

mus bastante fraco. Solos francamente

O desgaste de ealeáreo aumenta tam bém com a permeabilidade do solo. As

arenosos, mas de areia bem fina e uni

forme, devem assimilar uns 500 kg/ano

com pH até 5, e não mais que 450 kg com pH em torno de 5 Já. Tais dados podem descer mesmo a 400 e 350 kg/ano/ha, respectivamente, se as ter ras forem de areia grosseira

c

muito

pobres em húmus. Vé-se que certas terras arenosas secas

péssima

possuem

capa

cidade de assi

tam dc (liianticlades maiores do (pic as que, por e.xemplo, forem dedicadas à

pastagem. Neste caso, a fim de termos

o corretivo fique esperando no solo a presentando ca-

cáreo. É verda

Aos lavradores

de que as perdas

que tiverem re

anuais

caso, mas a con

servas de capi tal, ou que de cidirem aplicar

clusão que po

dinheiro

espe

demos tirar não

cialmente

desti

também

se reduzem neste

deixa de eviden

nado para a me

ciar grandes dí-"

lhoria das terras,

ficuldades e mes

aconselhamos au

mo impossibilidade de corrigir o pH, Em certos pontos das áreas A c 23 do nosso mapa (abril de 1951) as quan tidades máximas de calcáreo anualmen

te assimiláveis podem ser da mesma

trôle eficiente da prosão, devem aumen-

parcelas estão incluídas nas 2 Já tons.

desempenha papel de adubo c não ape nas eorreti\'o (algodão, uva, laranjeira, alfaia, trigo ele.).

2 Já X 400 mil = 1 miliião de tons.

Na laliela (pie acompanha o 2." ar tigo (abril de 1951) a extensão das

com pH do 5 a 5 Já, uns 8 mil km^

terras eullivadas do Estado dc São l^aulo foi a\"aliada em 99 mil km^. Te

acluun-se sob cultivo anual c necessitam dc cèrea do 18 tons. de calcáreo por

ria sido mais exalo dizer "terras cultivá-

licctarc, o prazo sendo de uns 14 anos

\'eis", pois são jilantadas dc vez cm

a 1.800 kg/ano. Aqui temos 1,8 x 800 mil, isto é, quase um milhão e meio

anuais durante 15 anos.

Dos 34 mil km2 de terras cultiváveis

de tons. anuais. Entre os 52 mil km2

das terras dc pH de 5 Já a 6, que ne cessitam de umas 10 t/ha e só assimi

lam cerca de 1.200 kg/ano, uns 20 mil

mil km2 .são terras cultixáveis, mus nem svinpre cíiUivadas.

km2 acham-sc em cultivo e sua neces

sidade é dc 1,2 X 2 milhões de ha, ou

sejam, quase 2 Já mlUiões de tons. anuais. Finalmente, há cêrca de 15 mil km2 anualmente cultivados, com pH

6 ou pouco mais, que a 5 t/ha e assi milação anual de uns 800 kg/ha neces

pode ser avaliada cm 350 kg de cal-

sitam também de 0,8 x 1,5 = pouco

várco por ha, e o consumo médio das colheitas em 50 kg/ha, perfazendo as-

mais que 1 milhão de tons. anuais. Assim, a necessidade anual do Es tado de São Paulo pode ser estimada

tal desta ordem foi achado para alguns dos Estados norte-americanos pouco neces'liados de calcáreo, mas possuidores

em 8 milhões de tons. de calcáreo em

de maior extensão cultivada do que a

lhões anuais, que é o mínimo ditado

nossa.

pó durante os 15 primeiros anos, ten dendo a rcduzir-se aos poucos a 2 mi pelas condições climáticas.

Somente

Mas a necessidade anual de calcáreo

a intensificação do controle da erosão

aqui é muito maior, pois, como dissemos atrás, a terceira parcela c aqui muito maior que a soma das duas primeiras.

pode baixar sensivelmente este número. A calcificação das pastagens, de utili dade e necessidade inegáveis, tenderia

Temo.s uns 4 mil km2 de terras anual

a aumentá-lo.

mente cultivadas que necessitam de 30

voura, tornando inútil a queimada, pois o trator pode arar enterrando os restoUios e o mato, trará economia de cal cáreo. Mas, enquanto uma terra cultivável permanece em descanso à es pera de novo cultivo, suas necessidades

tons. de calcáreo por hectare somente

para a clexaição do pH que, de um valor inferior a 5, deve subir no mínimo a 6. Estas 30 tons. devem ser aplicadas à razão de quase 2 Já t/ano, mas o tempo

i

anuais. Temos assim a necessidade de

nianentes e os eucaliptais, cerca de 112

sim 2 inilliões de toneladas anuais. To

mentar todas as doses atrás mencionadas

como máximas anuais, pois a estrumaçãü das terras, o uso de compostos, da adubação verde, e principalmente do con=

anos, e não 12, pois as duas primeiras

mente do calcáreo, o qual neste caso

A área anualmente plantada, inclusi ve cafèzais e pomares, não soma mais que 50 nnl km2, ou sejam, cérca dc 5 milhões dc hectares. A perda media anual de cálcio por lixiviação e erosão

pastagens bem nutritivas, devemos apli car dc uma vez tratamento para diver sos anos, ainda que, com desgaste maior,

pitai parado, que não rende juros.

neira duradoura é de no mínimo 15

alto, são capazAis dc se nutrir direta

kni2 também cultivados dc tanto tanto. Incluindo-se as culturas per-

sim, terras anualmente aradas necessi

milação de cal

necessário para alcançi\r o pH 6 de ma

muito iiocessilaclas dc cálcio ou dc pH

quando, e não anualmente. Aléyi disso, t-utre as terras de baixada, uns 22 mil

vez dc reagir, re if

lar aqueles limites. E certas culturas,

A mecanização da la


Diclsto EcoNósaco -ir

Dicestíi Econômico

«ü

as necessidades do solo, mas diminui os máximos realmente assimiláveis anual mente. Somente depois do dominada a erosão é que se torna possível aplicar

-as quantidades de calcáreo anualnienle necessárias, que são cerca dc 10" maio res que no caso dc encosta suave.

ordem dc grandez-i que o desgaste por lixiviaçúo c erosão, podendo o caso adquirir a feijão chr lentaliva inútil de encher com agnas iium barrica furada. Graças ao seu teor dc iiúinus, as ter ras

virgens assimilam eaíc.ireo

melhor (|uc as uMli/^id.is.

muito

Portanto,

Nos altos dc lombada hein drenada,

<|uanlo maior tiver sido o tempo de

as terras argilosas devem assimilar uns 1.100 kg/lia com pH inferior a 5, ©

utilizitçao do solo, mais demorados C menos efieientes surãíj os trabalhos de

apenas uns 80ÍJ kg com plí de 5 Quando tais terras são bastante areno sas, mas com bom teor de Iminus e pll

scea, maiores são as necessidades de

inferior a o, devem assimilar cêrca de

calcarco, mas maiores também são US

melhoramentos (juimieos. Quanto mais úmido o clima e mais hramia a estação

750 kg/ano, e apenas uns .500 kg/ano

capacidades de assimilação, se o con-

com pH próximo de 5 Já e teor de hú

trôie da erosão fòr suficiente.

mus bastante fraco. Solos francamente

O desgaste de ealeáreo aumenta tam bém com a permeabilidade do solo. As

arenosos, mas de areia bem fina e uni

forme, devem assimilar uns 500 kg/ano

com pH até 5, e não mais que 450 kg com pH em torno de 5 Já. Tais dados podem descer mesmo a 400 e 350 kg/ano/ha, respectivamente, se as ter ras forem de areia grosseira

c

muito

pobres em húmus. Vé-se que certas terras arenosas secas

péssima

possuem

capa

cidade de assi

tam dc (liianticlades maiores do (pic as que, por e.xemplo, forem dedicadas à

pastagem. Neste caso, a fim de termos

o corretivo fique esperando no solo a presentando ca-

cáreo. É verda

Aos lavradores

de que as perdas

que tiverem re

anuais

caso, mas a con

servas de capi tal, ou que de cidirem aplicar

clusão que po

dinheiro

espe

demos tirar não

cialmente

desti

também

se reduzem neste

deixa de eviden

nado para a me

ciar grandes dí-"

lhoria das terras,

ficuldades e mes

aconselhamos au

mo impossibilidade de corrigir o pH, Em certos pontos das áreas A c 23 do nosso mapa (abril de 1951) as quan tidades máximas de calcáreo anualmen

te assimiláveis podem ser da mesma

trôle eficiente da prosão, devem aumen-

parcelas estão incluídas nas 2 Já tons.

desempenha papel de adubo c não ape nas eorreti\'o (algodão, uva, laranjeira, alfaia, trigo ele.).

2 Já X 400 mil = 1 miliião de tons.

Na laliela (pie acompanha o 2." ar tigo (abril de 1951) a extensão das

com pH do 5 a 5 Já, uns 8 mil km^

terras eullivadas do Estado dc São l^aulo foi a\"aliada em 99 mil km^. Te

acluun-se sob cultivo anual c necessitam dc cèrea do 18 tons. de calcáreo por

ria sido mais exalo dizer "terras cultivá-

licctarc, o prazo sendo de uns 14 anos

\'eis", pois são jilantadas dc vez cm

a 1.800 kg/ano. Aqui temos 1,8 x 800 mil, isto é, quase um milhão e meio

anuais durante 15 anos.

Dos 34 mil km2 de terras cultiváveis

de tons. anuais. Entre os 52 mil km2

das terras dc pH de 5 Já a 6, que ne cessitam de umas 10 t/ha e só assimi

lam cerca de 1.200 kg/ano, uns 20 mil

mil km2 .são terras cultixáveis, mus nem svinpre cíiUivadas.

km2 acham-sc em cultivo e sua neces

sidade é dc 1,2 X 2 milhões de ha, ou

sejam, quase 2 Já mlUiões de tons. anuais. Finalmente, há cêrca de 15 mil km2 anualmente cultivados, com pH

6 ou pouco mais, que a 5 t/ha e assi milação anual de uns 800 kg/ha neces

pode ser avaliada cm 350 kg de cal-

sitam também de 0,8 x 1,5 = pouco

várco por ha, e o consumo médio das colheitas em 50 kg/ha, perfazendo as-

mais que 1 milhão de tons. anuais. Assim, a necessidade anual do Es tado de São Paulo pode ser estimada

tal desta ordem foi achado para alguns dos Estados norte-americanos pouco neces'liados de calcáreo, mas possuidores

em 8 milhões de tons. de calcáreo em

de maior extensão cultivada do que a

lhões anuais, que é o mínimo ditado

nossa.

pó durante os 15 primeiros anos, ten dendo a rcduzir-se aos poucos a 2 mi pelas condições climáticas.

Somente

Mas a necessidade anual de calcáreo

a intensificação do controle da erosão

aqui é muito maior, pois, como dissemos atrás, a terceira parcela c aqui muito maior que a soma das duas primeiras.

pode baixar sensivelmente este número. A calcificação das pastagens, de utili dade e necessidade inegáveis, tenderia

Temo.s uns 4 mil km2 de terras anual

a aumentá-lo.

mente cultivadas que necessitam de 30

voura, tornando inútil a queimada, pois o trator pode arar enterrando os restoUios e o mato, trará economia de cal cáreo. Mas, enquanto uma terra cultivável permanece em descanso à es pera de novo cultivo, suas necessidades

tons. de calcáreo por hectare somente

para a clexaição do pH que, de um valor inferior a 5, deve subir no mínimo a 6. Estas 30 tons. devem ser aplicadas à razão de quase 2 Já t/ano, mas o tempo

i

anuais. Temos assim a necessidade de

nianentes e os eucaliptais, cerca de 112

sim 2 inilliões de toneladas anuais. To

mentar todas as doses atrás mencionadas

como máximas anuais, pois a estrumaçãü das terras, o uso de compostos, da adubação verde, e principalmente do con=

anos, e não 12, pois as duas primeiras

mente do calcáreo, o qual neste caso

A área anualmente plantada, inclusi ve cafèzais e pomares, não soma mais que 50 nnl km2, ou sejam, cérca dc 5 milhões dc hectares. A perda media anual de cálcio por lixiviação e erosão

pastagens bem nutritivas, devemos apli car dc uma vez tratamento para diver sos anos, ainda que, com desgaste maior,

pitai parado, que não rende juros.

neira duradoura é de no mínimo 15

alto, são capazAis dc se nutrir direta

kni2 também cultivados dc tanto tanto. Incluindo-se as culturas per-

sim, terras anualmente aradas necessi

milação de cal

necessário para alcançi\r o pH 6 de ma

muito iiocessilaclas dc cálcio ou dc pH

quando, e não anualmente. Aléyi disso, t-utre as terras de baixada, uns 22 mil

vez dc reagir, re if

lar aqueles limites. E certas culturas,

A mecanização da la


DlCESTO ECüNÓlkUCO

de calcáreo não eslacionain (como fi

cou suposto no côinpulo que íí/.cmos), SC ela fòr submetida à paslagein com

habitantes tr exporlando-se pouco. Aqui no Brasil, com i-\portaçáo notável dc produtos agrícolas e pccuáric-s. 50 mi

queimadas, como tão freqiientemenle

lhões de pesso.is nulrciii-sc, (li/ a es-

acontece. Sômcnle este falo pod»; aumentar a necessidade mínima de 2 para 3 riiilbõí-S de toneladas aniuiis, pois a extensão de tai.s terras é maior (jue a

t.itistica, (Ir 20 Miillincs (!•• lutl ires.

A CIÊNCIA ECONÔMICA E OS OBJETIVOS HUMANOS DjAcm Menezes

Ora, se um hcM.irc norlr-.imtTÍeano,

.iltami ntc produtivo, s(í suslcnt.i uma pessoa, como pod<- um lua l.ire lir.isileiro,

(Prof. cat. da Faculdade Nacional dc Filosofia)

das anualmente cultivadas. Se a necessidade anual de calcáreo

do baixa produtividade, sustentar (|uase

13 j;i.A(;i(>N.\n diretamente todas as nia-

3 pesso-is.-*

pode ser atualmente avaliada cm 9 nií-

Censcadas pe(jiii nas hortas, roças e po-

Ihões de toneladas no Estado de São Paulo, o País todo, com seus 20 milliões

mare> junto a habil:u,(')es.

nifestaçõcs- sociais às condições eco nômicas não deixa dc ser uma simplifi cação caricata: elimina a complexa in terdependência das fiirças que atuam no meio social, onde a reciprocidade das

de hcctan.s de terras anualmente culti

vadas, necessitaria de 4 \'èxx*s mais, obtendo-se um total superior aos 30 milliões de toneladas anuais (|uc se con somem hoje nos Estados Unidos. É nossa opinião que íis necessidudt.-s

reais são ainda maiores, pois os dados estatísticos são falhos aqui cjn conse

qüência da baixa densidade da popu

lação (controle difícil) e ^ixo padrão de vida (incompreensão e falta de coo

Certamente, não foram reTalvez te

nham sido despr. /adas no eòmpulo, involunlàrianiente. v cn, .dgtins dos Esta

não estão fora do espírito, mas dentro dèlc.

Ela se interioriza: e fica intros-

rcaçíães suscita na mente do obser\'ador

pectivista, psicologista, delicada, nervo

unia noção mais sutil o maleávcl do

sa, cheia dc cacoetes incríveis. A ini ciação é demorada: ninguém a com-

É verdade (jiie o norte-amerie.ino cO'

matemática dc ftinçúo e.xprimc a opu-

picende logo. Iniciação de sensibilida

me muito melhor, cm .juaiifidade c principalmente em rpialidatle. do rpic O

1^'ncia lógica da "interdependência",

des tortuosas, aflitivas, contorcidas. A maioria fica cmbatucada, assuntando.

brasileiro.

gico.

Mas eerlos limites inferio

res não podem ser idtrapas ados, de modo que, parcee-níis, a área real anual mente cultivada no Brasil deve orçar

ovolvcr dos fenômenos.

Só a noção

hlas vamos a fatos no domínio socioló

Já foi percebido que o apogeu artíspor exemplo, não corresponde, histôricamcntc, com o econômico. Ao con

por uns 30 milhões dc^ hectares ou mes

mente cultivada no Brasil é bem maior

mo 35, falo ê'sle que elevaria a necessi

trário: ao declinar a pletora econômica c que começa a despontar o vigor artís

que os 20 milhões de liectares decla

dade anual de c-alcáreo a cpiase 20 mi

tico, embelezando a vida com suas cria

rados.

lliões de toneladas normalmente, isto é, eom o pll já corrigido, e a mais que 50 millicjes nos 1.5 jirimeiros anos des

ções. Por que? Porque a arte e.xige ócio período agudo, mobilizava as energias

tinados í\ elevação do píl das terras fl nível ccoiKjmico, conipatívol eom pro

humanas. Depois, toma-so possível a

dução agrícola racional.

e a acumulação da riqueza, no seu

existência da minoria ociosa, de sensibi

lidade refinada, cpio namora a poesia e as manifestações estéticas.

Então a arte procura ser agiadável, adulando os sentimentos e as idéias rei

nantes. É uma arte que trabalha para aumentar o conforto e o bem-estar de Certas camadas mais afortunadas, mas

Éiáiitoíífc'

se fecha para sonhar com as coisas belas

dos, cí.-flas áreas ípie não produ/em c.afé, algodao ou rnainona, c sim .ipenas iiiantiinento consumido no pnãprio local.

peração). Provàvclinente, a arca anual

Nos Estados Unidos, dos 500 milhões de hectares lioje cultiváveis (êste nú mero está subindo graças à irrigação de desertos), 200 milhões são cultiva dos anualmente, nutrindo 150 milhões de

(pie, neste ca.so, a arte passe a ser o véu doirado da fantasia cobrindo a rea lidade miserável. Arte esotérica, que

Ãífliíi i ^

Que será? Falta-lhe educação apropria da para penetrar o hermetismo. A dis tancia que se cava entre elite e -povo é sintomática.

Denuncia a incompreen

são nascida de modificações profundas

processadas nas fontes obscuras da pró pria vida social. Então, à tona da men talidade culta, que sintoniza com esses modismos Tatés de decomposição, apare cem os simuladores de renovação, de rebeldia c de liberdade. São modernis tas, futuristas, antropofagistas, existen cialistas e cabotinos.

Oferecem uma

caricatura da liberdade, da rebeldia e da renovação. Falam muito em revolu ção — e escandalizam o homem pacato

com o laço da gravata ou outra coisa inofensiva.

Não tomam a iniciativa do

trabalho nem rasgam horizontes. Estão

acaba esquecendo outras camadas afas tadas do gozo dos bens materiais. A

feridos de decadência.

distribuição dos réditos sociais, se au-

Os contorsionistas entram em cena. Na

Daí a procura frenética de ilusão.

• menta as desigualdades, pode agravar

arte, êles aparecem mais visíveis. Eram

a situação, determinando a desagregação das estruturas sociais, com reflexos sérios em todos os sentidos. Alguns exigem

outrora surrealiòias, dadaístas, satanistas.

Hoje, existencialistas. As fronteiras en tre Filosofia, Literatura e Arte desmo-


DlCESTO ECüNÓlkUCO

de calcáreo não eslacionain (como fi

cou suposto no côinpulo que íí/.cmos), SC ela fòr submetida à paslagein com

habitantes tr exporlando-se pouco. Aqui no Brasil, com i-\portaçáo notável dc produtos agrícolas e pccuáric-s. 50 mi

queimadas, como tão freqiientemenle

lhões de pesso.is nulrciii-sc, (li/ a es-

acontece. Sômcnle este falo pod»; aumentar a necessidade mínima de 2 para 3 riiilbõí-S de toneladas aniuiis, pois a extensão de tai.s terras é maior (jue a

t.itistica, (Ir 20 Miillincs (!•• lutl ires.

A CIÊNCIA ECONÔMICA E OS OBJETIVOS HUMANOS DjAcm Menezes

Ora, se um hcM.irc norlr-.imtTÍeano,

.iltami ntc produtivo, s(í suslcnt.i uma pessoa, como pod<- um lua l.ire lir.isileiro,

(Prof. cat. da Faculdade Nacional dc Filosofia)

das anualmente cultivadas. Se a necessidade anual de calcáreo

do baixa produtividade, sustentar (|uase

13 j;i.A(;i(>N.\n diretamente todas as nia-

3 pesso-is.-*

pode ser atualmente avaliada cm 9 nií-

Censcadas pe(jiii nas hortas, roças e po-

Ihões de toneladas no Estado de São Paulo, o País todo, com seus 20 milliões

mare> junto a habil:u,(')es.

nifestaçõcs- sociais às condições eco nômicas não deixa dc ser uma simplifi cação caricata: elimina a complexa in terdependência das fiirças que atuam no meio social, onde a reciprocidade das

de hcctan.s de terras anualmente culti

vadas, necessitaria de 4 \'èxx*s mais, obtendo-se um total superior aos 30 milliões de toneladas anuais (|uc se con somem hoje nos Estados Unidos. É nossa opinião que íis necessidudt.-s

reais são ainda maiores, pois os dados estatísticos são falhos aqui cjn conse

qüência da baixa densidade da popu

lação (controle difícil) e ^ixo padrão de vida (incompreensão e falta de coo

Certamente, não foram reTalvez te

nham sido despr. /adas no eòmpulo, involunlàrianiente. v cn, .dgtins dos Esta

não estão fora do espírito, mas dentro dèlc.

Ela se interioriza: e fica intros-

rcaçíães suscita na mente do obser\'ador

pectivista, psicologista, delicada, nervo

unia noção mais sutil o maleávcl do

sa, cheia dc cacoetes incríveis. A ini ciação é demorada: ninguém a com-

É verdade (jiie o norte-amerie.ino cO'

matemática dc ftinçúo e.xprimc a opu-

picende logo. Iniciação de sensibilida

me muito melhor, cm .juaiifidade c principalmente em rpialidatle. do rpic O

1^'ncia lógica da "interdependência",

des tortuosas, aflitivas, contorcidas. A maioria fica cmbatucada, assuntando.

brasileiro.

gico.

Mas eerlos limites inferio

res não podem ser idtrapas ados, de modo que, parcee-níis, a área real anual mente cultivada no Brasil deve orçar

ovolvcr dos fenômenos.

Só a noção

hlas vamos a fatos no domínio socioló

Já foi percebido que o apogeu artíspor exemplo, não corresponde, histôricamcntc, com o econômico. Ao con

por uns 30 milhões dc^ hectares ou mes

mente cultivada no Brasil é bem maior

mo 35, falo ê'sle que elevaria a necessi

trário: ao declinar a pletora econômica c que começa a despontar o vigor artís

que os 20 milhões de liectares decla

dade anual de c-alcáreo a cpiase 20 mi

tico, embelezando a vida com suas cria

rados.

lliões de toneladas normalmente, isto é, eom o pll já corrigido, e a mais que 50 millicjes nos 1.5 jirimeiros anos des

ções. Por que? Porque a arte e.xige ócio período agudo, mobilizava as energias

tinados í\ elevação do píl das terras fl nível ccoiKjmico, conipatívol eom pro

humanas. Depois, toma-so possível a

dução agrícola racional.

e a acumulação da riqueza, no seu

existência da minoria ociosa, de sensibi

lidade refinada, cpio namora a poesia e as manifestações estéticas.

Então a arte procura ser agiadável, adulando os sentimentos e as idéias rei

nantes. É uma arte que trabalha para aumentar o conforto e o bem-estar de Certas camadas mais afortunadas, mas

Éiáiitoíífc'

se fecha para sonhar com as coisas belas

dos, cí.-flas áreas ípie não produ/em c.afé, algodao ou rnainona, c sim .ipenas iiiantiinento consumido no pnãprio local.

peração). Provàvclinente, a arca anual

Nos Estados Unidos, dos 500 milhões de hectares lioje cultiváveis (êste nú mero está subindo graças à irrigação de desertos), 200 milhões são cultiva dos anualmente, nutrindo 150 milhões de

(pie, neste ca.so, a arte passe a ser o véu doirado da fantasia cobrindo a rea lidade miserável. Arte esotérica, que

Ãífliíi i ^

Que será? Falta-lhe educação apropria da para penetrar o hermetismo. A dis tancia que se cava entre elite e -povo é sintomática.

Denuncia a incompreen

são nascida de modificações profundas

processadas nas fontes obscuras da pró pria vida social. Então, à tona da men talidade culta, que sintoniza com esses modismos Tatés de decomposição, apare cem os simuladores de renovação, de rebeldia c de liberdade. São modernis tas, futuristas, antropofagistas, existen cialistas e cabotinos.

Oferecem uma

caricatura da liberdade, da rebeldia e da renovação. Falam muito em revolu ção — e escandalizam o homem pacato

com o laço da gravata ou outra coisa inofensiva.

Não tomam a iniciativa do

trabalho nem rasgam horizontes. Estão

acaba esquecendo outras camadas afas tadas do gozo dos bens materiais. A

feridos de decadência.

distribuição dos réditos sociais, se au-

Os contorsionistas entram em cena. Na

Daí a procura frenética de ilusão.

• menta as desigualdades, pode agravar

arte, êles aparecem mais visíveis. Eram

a situação, determinando a desagregação das estruturas sociais, com reflexos sérios em todos os sentidos. Alguns exigem

outrora surrealiòias, dadaístas, satanistas.

Hoje, existencialistas. As fronteiras en tre Filosofia, Literatura e Arte desmo-


Dicesto Econômico

70

ralizítnim-sc por suas correrias nos cor-

aludiu ao "poder in.slinti\'o de produzir

scís desenfreados, a título de gozarem a

notas musicais e ritmiis, dcseiudlvidos

liberdade. Contentam-se eom a aparên

desde a csc.d.i ítjfcrior da sf-rie animal"

cia da lilíer<lade: porque não se libertam realmente do passado, da perspectiva do

— poder lidado as «•mo<,õcs sexuais já

desespero e da aflição oriunda de prohindidades que sua

coasciència

não

apreende. Daí os nrcuos místicos ao passado, os anátemas contra a Hazão, os instintivismos, os automatismos, e outros

ümos violentos e quiméricos, que valem

apenas como síndromes para diagnosti car o mal da.s extremas fanatizadas. Retomemos ao fio do comentário. A Beleza e a Poesia não são a fri\'o!idade

filósofo amável e fácil que é a "inten sidade de nosso desejo que vai colorindf) de beleza aquilo que corresponde às so licitações do nosso espírito". Citou Su-

therland quando disse: "o céu jamais ficou azul para agradar nossos olhos; nossos oUios é que se desenvolveram

adaptados para encontrar prazer no azul do céu". E houve quem sugerisse o

problema: o olho grego percebeu o azul como nós o percebemos? A dú vida desponta da análise filológica de Homero — assunto de que prudente mente fugimos. Mas os naturalistas já haviam notado

(piefcDclo rc\i\'è-lo, mas antecipam o ínliiro. (piercmlo construí-lo.

mentos, ora apenas o processo de eli minação das variações indixiduais, pro

As n-belclias tem sua função histórica. Não tenhamos a xeleidade do crer que

estagjiação da sociedade.

çõcs pessoais.

Não eS(|ueçainos que duas grandes forças movem a personalidade: a hercditaricdadc social — transmissibilidade de

gias humanas. K sòmeitt»- no desenvol vimento da sociedade- humana, em cir cunstâncias socialmenle criadas, lorna-se

costumes, instituições, regras que disci plinam a conxàvéneia humana; e a hereditaricdadc hiológ,ica — transmissibilidad(: das conduta.s emocionais, reflexas,

inslinli\'as, cpie se desenvolvem no seio da \ida. Uma liga a personalidade ao

(juinlcssenciadas.

animal, outra ao humano.

As duas en

tremeiam-se, confundem-se no mesmo

l'oi assim fjuc se operou a cisão en tre utilidade (■ jyoesia. Amputaram a

processo.

poc.sia ficou sendo o néctar. o cpie ine

a resultante do passado animal, que vai entrar cm

lar a realidade, de dar lenitixos, de mor-

sua vida instintiva aci

contado

com a

periência social.

arte: cantos ou contos.

ditos — na arte, nu literatura, nu arqui-'

tetura. Não se deve negar simplistamentc o valor individual.

ram,

acima do coletivo, sua franquezii acima

pontaneidade acima do cálculo, seu egoísmo

(lir (piando os conflitos, as discórdias e misérias sociais alargaram e aprofunda A arte perdeu suas fontes natu

do convcncionalismo.

O que é natural dímana das profun

-

A história testemunha a função dos líderes

na

vida

dos

povos. Já está claro que nos referimos à elite do Pensamento, à

aristocracia

da inteli

gência, e jamais à aris

ex

ma da reflexiva, sua es

Quem cria é

sempre o indivíduo. A disseminação e deturpação na massa devolvem o produto posteriormente para o e.xercício dos eru

tocracia do sangue, fa lida social e biològica-

Daí

finizar, de evaclir, siimentc poderia sur-

O lUil continua sendo o fundamento da

O povo não é criador, é cotisercador - diz Reger Bastido. O romantismo di vulgou o mito da origem popular de

representa

artificiais, (pu- tece ilii.sões, e "liberta" da realidade. Mas esse intert^sse de ve

rais, (pie eram o seu maior segredo.

meros titeres para

A criança es

ospoutànea,

bria e adormece, o (pie leva a paraí.sos

beleza.

duzindo aut(jmatos,

tá mais perto da fonte

utilidade social da poesia — ponjin- a

que os animais também são sensíveis à

víduo ao ambiente social e a seus regra-

(pie adotamos, segundo nossas prcdíle-

cm conexão com as necessitiailcs c ener

alheia a \'iíla, contrariando o sentimento

outra. Se fôsse apenas afeíçoar o indi

impomos à ilist()ria a Filosofia da época

dos fins naturais, 'feni conleinlo ativo,

coletivo, para recreações escoláslicas c

Disse imi

osfriain nas conteinplaç-ões do passado,

neidade obscura do pliiltim a serviço

do caráter, frustrando as energias modeladoras da personalidade.

criiuloras, (juando os cérebros não sc

estudado [>()r muitos sábios conto o nú cleo muis vix.iz cia produção estética. Tais sentimentos são tnobilizailos pela própria \ida, defhii (h- profundid.idcs da própria natun-/.a biológica, da esponta

feita arte, para devaneios amolecedores

77

Dlíí^-sTo Econômico

mente.

Pois essa aris

tocracia do pensamento mais se valoriza quanto

mais serve, no seu traballio, as aspira

ções coletivas. O valor individual cres ce quando o indivíduo se torna melhor

Darwín cscre\eu, no seu The Descenl

Estética, da Ciência, da Filosofia — que

didades da vida mesma, de tudo que o

of Man and Selection in Relation Io Sex,

sao técnicas para realização da Vída.

Ic. E o que se desenvolve socialmente

instrumento humano das realizações e desejos do grupo. As massas são facilmente exaltadas

mergulha também suas raízes na natu

pela demagogia dos agitadores baratos..

reza biológica do homem.

Desencadeadas, elas são primitivas; tu- ^

sobre a música vocal dos pássaros. Êles

Na iiilància dos povos clássicos, a poe

abemolam o canto nos momentos do

sia tem grande/a.

"flirt" para efeitos de sedução, em me lodias que exprimem o comportamento artístico dentro das finalidades amoro

mantismo, Hugo fareja o problema: "de que SC comp(')c essa grandeza?" indaga. "De utilidade: Orfeu aprisiona as feras,

sas!

Anfion edífíca cidades.

O naturalista admirável alcançou o

ponto fundamental do problema quando

passado animal guardou filogcnètícamen-

Num lanço de ro

Mas o problema educativo não está -* apenas na modelação das tendências, aptidões, afetividade, instintos, enjam-

Nas suas ori-.

brando-os dentro das gaiolas das tradi ções e crenças do grupo. A feição mais aprofundada do processo educativo é

gens, o verso tem f(')rça cívilizadora".

Essa poesia é a poesia das épocas

i

multuam, tempesteiam, ensangüentam,, abatem, destroem. Depois, como nas borrascas, amainam em paisagens de infortúnio.

Vendo só o indivíduo, um filósofo su

perficial arremessa perguntas dêste teor:


Dicesto Econômico

70

ralizítnim-sc por suas correrias nos cor-

aludiu ao "poder in.slinti\'o de produzir

scís desenfreados, a título de gozarem a

notas musicais e ritmiis, dcseiudlvidos

liberdade. Contentam-se eom a aparên

desde a csc.d.i ítjfcrior da sf-rie animal"

cia da lilíer<lade: porque não se libertam realmente do passado, da perspectiva do

— poder lidado as «•mo<,õcs sexuais já

desespero e da aflição oriunda de prohindidades que sua

coasciència

não

apreende. Daí os nrcuos místicos ao passado, os anátemas contra a Hazão, os instintivismos, os automatismos, e outros

ümos violentos e quiméricos, que valem

apenas como síndromes para diagnosti car o mal da.s extremas fanatizadas. Retomemos ao fio do comentário. A Beleza e a Poesia não são a fri\'o!idade

filósofo amável e fácil que é a "inten sidade de nosso desejo que vai colorindf) de beleza aquilo que corresponde às so licitações do nosso espírito". Citou Su-

therland quando disse: "o céu jamais ficou azul para agradar nossos olhos; nossos oUios é que se desenvolveram

adaptados para encontrar prazer no azul do céu". E houve quem sugerisse o

problema: o olho grego percebeu o azul como nós o percebemos? A dú vida desponta da análise filológica de Homero — assunto de que prudente mente fugimos. Mas os naturalistas já haviam notado

(piefcDclo rc\i\'è-lo, mas antecipam o ínliiro. (piercmlo construí-lo.

mentos, ora apenas o processo de eli minação das variações indixiduais, pro

As n-belclias tem sua função histórica. Não tenhamos a xeleidade do crer que

estagjiação da sociedade.

çõcs pessoais.

Não eS(|ueçainos que duas grandes forças movem a personalidade: a hercditaricdadc social — transmissibilidade de

gias humanas. K sòmeitt»- no desenvol vimento da sociedade- humana, em cir cunstâncias socialmenle criadas, lorna-se

costumes, instituições, regras que disci plinam a conxàvéneia humana; e a hereditaricdadc hiológ,ica — transmissibilidad(: das conduta.s emocionais, reflexas,

inslinli\'as, cpie se desenvolvem no seio da \ida. Uma liga a personalidade ao

(juinlcssenciadas.

animal, outra ao humano.

As duas en

tremeiam-se, confundem-se no mesmo

l'oi assim fjuc se operou a cisão en tre utilidade (■ jyoesia. Amputaram a

processo.

poc.sia ficou sendo o néctar. o cpie ine

a resultante do passado animal, que vai entrar cm

lar a realidade, de dar lenitixos, de mor-

sua vida instintiva aci

contado

com a

periência social.

arte: cantos ou contos.

ditos — na arte, nu literatura, nu arqui-'

tetura. Não se deve negar simplistamentc o valor individual.

ram,

acima do coletivo, sua franquezii acima

pontaneidade acima do cálculo, seu egoísmo

(lir (piando os conflitos, as discórdias e misérias sociais alargaram e aprofunda A arte perdeu suas fontes natu

do convcncionalismo.

O que é natural dímana das profun

-

A história testemunha a função dos líderes

na

vida

dos

povos. Já está claro que nos referimos à elite do Pensamento, à

aristocracia

da inteli

gência, e jamais à aris

ex

ma da reflexiva, sua es

Quem cria é

sempre o indivíduo. A disseminação e deturpação na massa devolvem o produto posteriormente para o e.xercício dos eru

tocracia do sangue, fa lida social e biològica-

Daí

finizar, de evaclir, siimentc poderia sur-

O lUil continua sendo o fundamento da

O povo não é criador, é cotisercador - diz Reger Bastido. O romantismo di vulgou o mito da origem popular de

representa

artificiais, (pu- tece ilii.sões, e "liberta" da realidade. Mas esse intert^sse de ve

rais, (pie eram o seu maior segredo.

meros titeres para

A criança es

ospoutànea,

bria e adormece, o (pie leva a paraí.sos

beleza.

duzindo aut(jmatos,

tá mais perto da fonte

utilidade social da poesia — ponjin- a

que os animais também são sensíveis à

víduo ao ambiente social e a seus regra-

(pie adotamos, segundo nossas prcdíle-

cm conexão com as necessitiailcs c ener

alheia a \'iíla, contrariando o sentimento

outra. Se fôsse apenas afeíçoar o indi

impomos à ilist()ria a Filosofia da época

dos fins naturais, 'feni conleinlo ativo,

coletivo, para recreações escoláslicas c

Disse imi

osfriain nas conteinplaç-ões do passado,

neidade obscura do pliiltim a serviço

do caráter, frustrando as energias modeladoras da personalidade.

criiuloras, (juando os cérebros não sc

estudado [>()r muitos sábios conto o nú cleo muis vix.iz cia produção estética. Tais sentimentos são tnobilizailos pela própria \ida, defhii (h- profundid.idcs da própria natun-/.a biológica, da esponta

feita arte, para devaneios amolecedores

77

Dlíí^-sTo Econômico

mente.

Pois essa aris

tocracia do pensamento mais se valoriza quanto

mais serve, no seu traballio, as aspira

ções coletivas. O valor individual cres ce quando o indivíduo se torna melhor

Darwín cscre\eu, no seu The Descenl

Estética, da Ciência, da Filosofia — que

didades da vida mesma, de tudo que o

of Man and Selection in Relation Io Sex,

sao técnicas para realização da Vída.

Ic. E o que se desenvolve socialmente

instrumento humano das realizações e desejos do grupo. As massas são facilmente exaltadas

mergulha também suas raízes na natu

pela demagogia dos agitadores baratos..

reza biológica do homem.

Desencadeadas, elas são primitivas; tu- ^

sobre a música vocal dos pássaros. Êles

Na iiilància dos povos clássicos, a poe

abemolam o canto nos momentos do

sia tem grande/a.

"flirt" para efeitos de sedução, em me lodias que exprimem o comportamento artístico dentro das finalidades amoro

mantismo, Hugo fareja o problema: "de que SC comp(')c essa grandeza?" indaga. "De utilidade: Orfeu aprisiona as feras,

sas!

Anfion edífíca cidades.

O naturalista admirável alcançou o

ponto fundamental do problema quando

passado animal guardou filogcnètícamen-

Num lanço de ro

Mas o problema educativo não está -* apenas na modelação das tendências, aptidões, afetividade, instintos, enjam-

Nas suas ori-.

brando-os dentro das gaiolas das tradi ções e crenças do grupo. A feição mais aprofundada do processo educativo é

gens, o verso tem f(')rça cívilizadora".

Essa poesia é a poesia das épocas

i

multuam, tempesteiam, ensangüentam,, abatem, destroem. Depois, como nas borrascas, amainam em paisagens de infortúnio.

Vendo só o indivíduo, um filósofo su

perficial arremessa perguntas dêste teor:


I j i-

DlCBSTO Económioo

"De onde vem a ciência? Foi a multi

Ciência c da Arte no-lo mostra.

Ma>

dão que descobriu o telégrafo? As on

é a cies que dcvcnuis as conquistas

das infra-vermelhas? O radium? Foi a multidão que idealizou a estratégia de

contra a doença e contra as hostilida-

vu

Diokst<• Econó.n tico

IIukIo a 20Í5 - e 50t) milhões de ho mens ii iiuii.s piidiTam ter alimentação.

Pasleur, AVarrington e Winogradski, a grande nulriz do homem.

que vivem hoje sôbre a Terra bradam

Os dois bilhões de seres luimanos

Austerlitz?

Que escreveu a "Divina

menos infeliz e mais couseírnlt- cias fi

Comédia"?

Que esculpiu os frisos do

América do Norte desenvolvia a mecânica, conslniiiulo tratores colossais, «•m ári-.is consideráveis cultivadas —

nalidades da grande fainíli.i dos povos.

Partenon?

Que ergueu o monumento

outros povos, comprimidos na Europa,

aperreados entre fronteiras hostis, tribu

cas — iinico meio para a harmonização das luta.s desencadeadas no Planeta. A

tários cio "front" científico alemão, to mavam rumos diferentes: aperfeiçoavam

da era atômica, as perspectivas eston-

a microbiologia do solo, empregando a

tciam.

católico da "Suma Teológica"?

Qm-

criou a análise infinitesimal?" *

*

i'' O nosso filósofo de superfície vê semil'' pre, na massa, a agressividade primiti-

dc.s naturais.

hizcrain a huinaiiidade

O grande guia dos destinos liiimanos

e a Ciência. A Milnçâo í1{)s [mjhlcnias, na ordem social como na ordem natural, está a pender âa estudo cientifico. Pa

rece inútil dizc-lo, inas urge íjnc .sr forme a convicção nas clití-s re.sponsávcis.

aos responsáveis pelas soluções científi Ciência dá responsabilidade. No limiar

ação invisÍNci de milhões do bactérias na

A produção poderá mergulhar a hu

fertilização cpKuIrnplieada do solo. Duas agriculturas: a agricultura do Golias e a

manidade na abundância integral. E como serão minúsculas as questões so

•' _

va, a beslialidade de propósitos. Lcm-

tíc Du\ i. Os gigantes mcc:\nicos de açx>

ciais, os problemas da distribuição, as

'

bra-se sempre da plehs, de Tito Lívio, da fex urbis, de Cícero. Da multidão

e os seres microsccipicos do solo em

teorias enfczadinhas para justificar a

, que caçou Condorcet numa lio.spcdaria, - i-/ onde o sábio lia Horácio, para guilho-

'

tiná-lo. E Icmbrar-se-á de muitos ou-

1^ tros exemplos, de que está cheia a história do pensamento e dos- pensa

is dores. O paralelo será interminável. Mas, no fundo, não é inteiramente

,

verídico. A razão é bem simples. Ê : truísmo repetir que o indivíduo não se - explica senão pela sociedade, a que está

l" sempre ligado. O ponto de vista oposto , é defendido por uma sociologia mal informada ou tendenciosa, que amputa i, a integridade de seus problemas, conduzida por uma falsa compreensão da interdependência dos fatos sociais. '-it

r.

Os grandes renovadores e reformado-

'' res não se engrandeceram senão pela

correspondência com o meio onde agi ram. Tiveram sempre detratores e adversários, tanto mais terríveis quanto mais fortes. Mesmo os que foram consí-

derados grandes benfeitores da humani dade.

Qualquer livro sôbre a história da

Porque a ciência pacífica c cungraçu. Quando Licl)ig prova a ncces.sidade do

pota.ssio, cálcio c fósforo no solo, pro curou-se o adubo uzotado.

Ele abun

dava nos altiplanos bolivianos <• chileno», rnoldurados entre o Paciflci <.• os Andes. Aqueles pampas, onde se acumulavam o guano c o nitrato de sódio, deram ori

gem à luta entn- os dois países, a ehamacla "guerra do salitre".

O Chile

veneeu c fez o monopólio. A Europa,

pjra fertilizíir seus campos, ia atrás do sa itrc chileno, qm; encarecia sempre. as vé.speras da primcim grande guerra,

concurso para encher o cstõniago do

desigualdade, o monopólio, o desempre

homem. Uma nova página evocada da

go, a miséria!

Bíblia pela ciência.

alargamento do horizonte corresponde

policiais invisívci.s contra outros inimi

cinava Hugo. E acrescentava: "fia Polônias degoladas no horizonte. Todo meu cuidado - dizia um poeta - é a fumaça de um cigarro. Eu também me

gos in\isívcis? Acpicle rapaz que che gou a Pari.s, filho de um curtidor de Dólc, (jue nunca teve diploma de médi co, mas SC chamava Louis Pasleur. Gra

ças a êlc, tornou-se curável a doença do bicbo-da-sêda. Gurou-se a hidrofo-

bia. Foi ainda seu gênio que abriu ca minho u Koch para estabelecer o pro cesso de cura da tuberculose c do car

so um jjais consumidor pagou 170 mi

búnculo, c a Kothc e Dressel para des

lhões de marcos. Era necí.-.ssário abrir No silencio do labora

cobrir a síntese do "Germain". E assim SC curou a doença do sono, o que per

tório, Fritz Habcr, conlinuanclí) o traba

mitiu a exploração de vastas regiões da

novo caminho.

lho do Prof. Ncrnst, estabelece os pro

cessos catalizadorcs joara fi.xar o azóto atmosférico. .Subitamente acabou-se a

luta econômica e c,\tinguiu-sc o monopó lio. Milagre da ciência, pacificando. Qucreis \'cr a ciência multiplicando os pães?

Basta delctrear as páginas da agricul tura moderna. Uni belo dia, o Dr. Kuntz, por meio de correntes elétricas, reduz o atrito onlrc o aço c o solo nio-

A Ciência alarga horizontes. E a todo

M:is (piem tornou possível o apelo aos micro-organismos, agindo como forças

-África.

A biologia do solo constituiu-se, com

um "crescimento de consciência - yati-

preocupo com uma fumaça, a fumaça ^ das cidades que ardem, longe". Nas suas interinidades de profeta, o velho de Guemesey soltou frases gran

diloqüentes. As coincidências eventuais fizeram o resto. Mas os anseios de fe licidade sem ódio vêm de longe. Já falaram nas longínquas tardes da Pales

tina — em palavras que estão ainda vivas, ressoando, aos ouvidos da hu manidade.

-.1


I j i-

DlCBSTO Económioo

"De onde vem a ciência? Foi a multi

Ciência c da Arte no-lo mostra.

Ma>

dão que descobriu o telégrafo? As on

é a cies que dcvcnuis as conquistas

das infra-vermelhas? O radium? Foi a multidão que idealizou a estratégia de

contra a doença e contra as hostilida-

vu

Diokst<• Econó.n tico

IIukIo a 20Í5 - e 50t) milhões de ho mens ii iiuii.s piidiTam ter alimentação.

Pasleur, AVarrington e Winogradski, a grande nulriz do homem.

que vivem hoje sôbre a Terra bradam

Os dois bilhões de seres luimanos

Austerlitz?

Que escreveu a "Divina

menos infeliz e mais couseírnlt- cias fi

Comédia"?

Que esculpiu os frisos do

América do Norte desenvolvia a mecânica, conslniiiulo tratores colossais, «•m ári-.is consideráveis cultivadas —

nalidades da grande fainíli.i dos povos.

Partenon?

Que ergueu o monumento

outros povos, comprimidos na Europa,

aperreados entre fronteiras hostis, tribu

cas — iinico meio para a harmonização das luta.s desencadeadas no Planeta. A

tários cio "front" científico alemão, to mavam rumos diferentes: aperfeiçoavam

da era atômica, as perspectivas eston-

a microbiologia do solo, empregando a

tciam.

católico da "Suma Teológica"?

Qm-

criou a análise infinitesimal?" *

*

i'' O nosso filósofo de superfície vê semil'' pre, na massa, a agressividade primiti-

dc.s naturais.

hizcrain a huinaiiidade

O grande guia dos destinos liiimanos

e a Ciência. A Milnçâo í1{)s [mjhlcnias, na ordem social como na ordem natural, está a pender âa estudo cientifico. Pa

rece inútil dizc-lo, inas urge íjnc .sr forme a convicção nas clití-s re.sponsávcis.

aos responsáveis pelas soluções científi Ciência dá responsabilidade. No limiar

ação invisÍNci de milhões do bactérias na

A produção poderá mergulhar a hu

fertilização cpKuIrnplieada do solo. Duas agriculturas: a agricultura do Golias e a

manidade na abundância integral. E como serão minúsculas as questões so

•' _

va, a beslialidade de propósitos. Lcm-

tíc Du\ i. Os gigantes mcc:\nicos de açx>

ciais, os problemas da distribuição, as

'

bra-se sempre da plehs, de Tito Lívio, da fex urbis, de Cícero. Da multidão

e os seres microsccipicos do solo em

teorias enfczadinhas para justificar a

, que caçou Condorcet numa lio.spcdaria, - i-/ onde o sábio lia Horácio, para guilho-

'

tiná-lo. E Icmbrar-se-á de muitos ou-

1^ tros exemplos, de que está cheia a história do pensamento e dos- pensa

is dores. O paralelo será interminável. Mas, no fundo, não é inteiramente

,

verídico. A razão é bem simples. Ê : truísmo repetir que o indivíduo não se - explica senão pela sociedade, a que está

l" sempre ligado. O ponto de vista oposto , é defendido por uma sociologia mal informada ou tendenciosa, que amputa i, a integridade de seus problemas, conduzida por uma falsa compreensão da interdependência dos fatos sociais. '-it

r.

Os grandes renovadores e reformado-

'' res não se engrandeceram senão pela

correspondência com o meio onde agi ram. Tiveram sempre detratores e adversários, tanto mais terríveis quanto mais fortes. Mesmo os que foram consí-

derados grandes benfeitores da humani dade.

Qualquer livro sôbre a história da

Porque a ciência pacífica c cungraçu. Quando Licl)ig prova a ncces.sidade do

pota.ssio, cálcio c fósforo no solo, pro curou-se o adubo uzotado.

Ele abun

dava nos altiplanos bolivianos <• chileno», rnoldurados entre o Paciflci <.• os Andes. Aqueles pampas, onde se acumulavam o guano c o nitrato de sódio, deram ori

gem à luta entn- os dois países, a ehamacla "guerra do salitre".

O Chile

veneeu c fez o monopólio. A Europa,

pjra fertilizíir seus campos, ia atrás do sa itrc chileno, qm; encarecia sempre. as vé.speras da primcim grande guerra,

concurso para encher o cstõniago do

desigualdade, o monopólio, o desempre

homem. Uma nova página evocada da

go, a miséria!

Bíblia pela ciência.

alargamento do horizonte corresponde

policiais invisívci.s contra outros inimi

cinava Hugo. E acrescentava: "fia Polônias degoladas no horizonte. Todo meu cuidado - dizia um poeta - é a fumaça de um cigarro. Eu também me

gos in\isívcis? Acpicle rapaz que che gou a Pari.s, filho de um curtidor de Dólc, (jue nunca teve diploma de médi co, mas SC chamava Louis Pasleur. Gra

ças a êlc, tornou-se curável a doença do bicbo-da-sêda. Gurou-se a hidrofo-

bia. Foi ainda seu gênio que abriu ca minho u Koch para estabelecer o pro cesso de cura da tuberculose c do car

so um jjais consumidor pagou 170 mi

búnculo, c a Kothc e Dressel para des

lhões de marcos. Era necí.-.ssário abrir No silencio do labora

cobrir a síntese do "Germain". E assim SC curou a doença do sono, o que per

tório, Fritz Habcr, conlinuanclí) o traba

mitiu a exploração de vastas regiões da

novo caminho.

lho do Prof. Ncrnst, estabelece os pro

cessos catalizadorcs joara fi.xar o azóto atmosférico. .Subitamente acabou-se a

luta econômica e c,\tinguiu-sc o monopó lio. Milagre da ciência, pacificando. Qucreis \'cr a ciência multiplicando os pães?

Basta delctrear as páginas da agricul tura moderna. Uni belo dia, o Dr. Kuntz, por meio de correntes elétricas, reduz o atrito onlrc o aço c o solo nio-

A Ciência alarga horizontes. E a todo

M:is (piem tornou possível o apelo aos micro-organismos, agindo como forças

-África.

A biologia do solo constituiu-se, com

um "crescimento de consciência - yati-

preocupo com uma fumaça, a fumaça ^ das cidades que ardem, longe". Nas suas interinidades de profeta, o velho de Guemesey soltou frases gran

diloqüentes. As coincidências eventuais fizeram o resto. Mas os anseios de fe licidade sem ódio vêm de longe. Já falaram nas longínquas tardes da Pales

tina — em palavras que estão ainda vivas, ressoando, aos ouvidos da hu manidade.

-.1


'.v- \ 1,1 m Digest<i

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SOCIAL DA

ESTRUTURA ETARIA DA POPULAÇÃO (Capííulo

T

social. De um lado, ela representa um capital investido e um dos fatores

do processo produtivo; c, de outro lado, suas unidades discretas, os indivíduos^ são receptores e produtores de cultura c,

/

portanto, condição da existência da so ciedade.

Cada indivíduo é um capital realiza do. Na sua criação e manutenção, em pregam-se capitais cuja compensação 6

lícito esperar. A morte do indivíduo é

assim, uma perda de capital. Adolphe Quetelet estimava, em 1828, que os

h sesóbitosBai.xos de menores de 13 ano.s nos Paí correspondiam à perda de uma soma igual a 2/3 do orçamento do Estado. Todavia, o cálculo do valor

econômico do homem teria de operar com tantas variávei.s que dificilmente se

conseguirá obte-io com precisão. Esta dificuldade não impediu que vários es tudiosos propusessem alguns processos e estimativas do valor do animal humano.

As indagações sobre o valor econômi co do homem foram freqüentes desde a alta antigüidade. Em todas as socie dades escravocratas, ou de índole guer reira, os senhores e dirigentes procede ram a estimações desta natureza.

Foram, porem, os economistas que, a

partir do fim do século XVII, procura

exercer uma dessas funções que exigem exlr;iorilinária

r econômico do hotiicm. l-lin sua obra lolitical Arithmetick, or a Discourse Concerning thc Kxlcnl and Value of

destreza

c

habilidade,

podí* ser comparado a uma dessas má quinas caras. (I trabalho que aprende

8uponhamo.s que o povo da

nglaterra seja dc; s«-is milijõc.s dv almas; que .sua dc.spe.sa. ;i 7 libras par capita,

nhamos também cpu- a n-nd;i das terras

a toniar-lhcs feliz o lar, e criar-Iiies os

fillios vigoro.sos dc corpo o espírito, do modo sincero, limpo, meigo e corajo

5»ua ecluc-ação com. pelo menos, os lueros ciimins cie um capital igualmente

so". (4).

^'alioso

tribuições mais decisivas neste campo

l". terá que fazê-lo dentro dc

^csnía forma cpie a duração mais ccr-

iuja de oilo 3iiilhõcs, c o lucro anual de as as propriedades pessoais seja de

h* d l miujiüna.

oito nuliiocs mais; deve isso significar que o trabalho do povo deve ler suprido

tratar o custo da produção dc um ho mem eficiente como problema isolado. Ê.sse custo tem que ser considerado como parte do problema mais amplo do custo da produção de homens eficientes, juntamente com as muUwres capacitadas

executar, retribuído acima do salário

um pra'.o razoá\'el. tendo em vista a du ração tão incerta da vida humana, da

suja de qt.arenla e dois milhões; supo

vêzes tomar como unidade a família. Em

qualquer circunstância, não podemos

do trabiilbador comum, o ressarcirá — c

tle esperar-se — de tôda a despesa de

Lands, People, Uuilding, t.-lc" ( 1 ), es creveu:

Uin liomcm educado à cus

ta dc muito traballio e tempo, para

Gknésio Ramos

POPULAÇÃO é um bem econômico e

81

gaste, ressarcirá (6 dc csperar-sc) o capit;»! empregavlo. pelo menos com lucros ordinários.

li^ro a sair no México, cm edição ,ln

Instituto de Investigacianca Sociales)

Econômico

A diferença entre os

Fmst Engcl é autor de uma das con do conhecimento.

Seu conceito de su

perpopulação parece perfeitamente acei tável. ainda hoje, sobretudo nos países subdesen\ olvidos. Diz Engcl sobre esta

salários cios tr;ibalhadores c\sjX!CÍalizados

matéria:

^ os dos trabalhadores comuns bascia-sc

espírito são o melhor capital ou banco de poupança dos pais, embora as eco

neste princípio". (2).

"Crianças sadias dc corpo e

os Vinte (• seis milhões restantes, os quais, multiplicados por vinte (a ma.ssa humanidade valendo vinte ano.s dc

^'illiani F;irr elaborou um método dc u\ali:içao econômica do bomcm, ado

afirmação está sujeita às restrições im

quin lentos e vinte milhões como valor

tado atualmente por Dublin c Lotka e

postas pela definição do 'Valor social"

l^m

compras, tanto (juanto terra) perfazem

todo o povo, cifra c.sta que, dividiP«r seis milhões, dá mais de 80 libras

como valor de cada ser humano, homem, mu icT e criança, e, quanto às pessoas

(CcselhcJioftswcrt). Será difícil negar-

se que das boas crianças resultam seres

jasear cpialcpier estimativa do valor do

Jiumancs úteis. Mas se não houver pro

noniem.

cura para essa utilidade, se a demanda já estiver mais que satisfeita, pode, fa cilmente, acontecer que o capital inves

Êste método, em c.-^sôncia, no

nr atual de seus futuros ganiios líquidos, isto c% .seus ganhos futuros, deduzido o

para o exterior, a serviço de príncipes estrangeiros".

No século XVIII, Adam Smith reto

por estes técnicos considerado como o

^'alnr de um indivíduo típico dc deterjninada eapaeidacle de ganlio como o va-

temos sofrido pela peste, pela matança e homens na guerra e por mandá-los ■ w. • A

nomias sejam em benefício das crianças e não dos pais. É \'erdadc que esta

pudrao fundamental em que se deve ^ '^-fr d(« Dublin c Lotka, "computa o

u u a.s, duas vezes mais; daí, podere mos chegar a computar a perda (]ue

mou as idéias dc Petty c as desen volveu em sua obra "The Wealtli

1853, o bio-estatístico inglês

•Seu eusto de vida pc^s.soal, dando-se o d esconto das probabilidades de morte, ^ acordo com as tabelas de sobrevi^^'ncia". (3).

tido nos crianças venha, apesar disso, a trazer pouco ou nenhum lucro na época ou no lugar em apróço. É neste caso que dizemos que há superpopulação e que imaginamos tôda espécie de planos para remediar tal problema". (5). Na avaliação do custo do homem, a

of Nations" (1776). A idéia do homem como capital. Adam SmitJi

Ainda do século passado são os tra-

primeira escala que Engel usou consis

nallios de J. 'VVittstcin, R. Lütdge, Alfred Marsliall e Ernst Engel.

tia em considerar o valor da criança co

do se monta uma máquina dispendiosa,

cipies of Economics (1890) escreveu:

ram estudar esta questão de maneira sistemática e não empírica, como ocorria até então. Sir William Petty (16231687) é o autor da primeira estimativa

o trabalho extraordinário a ser executa

mais ou menos científica sobre o valor

do pela mesma, antes que ela se des-

a formula nos scginnte.s lermos; "Quan

Alfred Marshall, cm seu famoso Prin

Na estimativa do custo da produção de traballio eficiente, devemos muitas

mo equii'alcntc à metade do de um adulto. A segunda escala que elaborou é tècnicamente mais apurada e foi lar gamente empregada na Europa. Tem por unidade o "quet", assim chamada


'.v- \ 1,1 m Digest<i

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SOCIAL DA

ESTRUTURA ETARIA DA POPULAÇÃO (Capííulo

T

social. De um lado, ela representa um capital investido e um dos fatores

do processo produtivo; c, de outro lado, suas unidades discretas, os indivíduos^ são receptores e produtores de cultura c,

/

portanto, condição da existência da so ciedade.

Cada indivíduo é um capital realiza do. Na sua criação e manutenção, em pregam-se capitais cuja compensação 6

lícito esperar. A morte do indivíduo é

assim, uma perda de capital. Adolphe Quetelet estimava, em 1828, que os

h sesóbitosBai.xos de menores de 13 ano.s nos Paí correspondiam à perda de uma soma igual a 2/3 do orçamento do Estado. Todavia, o cálculo do valor

econômico do homem teria de operar com tantas variávei.s que dificilmente se

conseguirá obte-io com precisão. Esta dificuldade não impediu que vários es tudiosos propusessem alguns processos e estimativas do valor do animal humano.

As indagações sobre o valor econômi co do homem foram freqüentes desde a alta antigüidade. Em todas as socie dades escravocratas, ou de índole guer reira, os senhores e dirigentes procede ram a estimações desta natureza.

Foram, porem, os economistas que, a

partir do fim do século XVII, procura

exercer uma dessas funções que exigem exlr;iorilinária

r econômico do hotiicm. l-lin sua obra lolitical Arithmetick, or a Discourse Concerning thc Kxlcnl and Value of

destreza

c

habilidade,

podí* ser comparado a uma dessas má quinas caras. (I trabalho que aprende

8uponhamo.s que o povo da

nglaterra seja dc; s«-is milijõc.s dv almas; que .sua dc.spe.sa. ;i 7 libras par capita,

nhamos também cpu- a n-nd;i das terras

a toniar-lhcs feliz o lar, e criar-Iiies os

fillios vigoro.sos dc corpo o espírito, do modo sincero, limpo, meigo e corajo

5»ua ecluc-ação com. pelo menos, os lueros ciimins cie um capital igualmente

so". (4).

^'alioso

tribuições mais decisivas neste campo

l". terá que fazê-lo dentro dc

^csnía forma cpie a duração mais ccr-

iuja de oilo 3iiilhõcs, c o lucro anual de as as propriedades pessoais seja de

h* d l miujiüna.

oito nuliiocs mais; deve isso significar que o trabalho do povo deve ler suprido

tratar o custo da produção dc um ho mem eficiente como problema isolado. Ê.sse custo tem que ser considerado como parte do problema mais amplo do custo da produção de homens eficientes, juntamente com as muUwres capacitadas

executar, retribuído acima do salário

um pra'.o razoá\'el. tendo em vista a du ração tão incerta da vida humana, da

suja de qt.arenla e dois milhões; supo

vêzes tomar como unidade a família. Em

qualquer circunstância, não podemos

do trabiilbador comum, o ressarcirá — c

tle esperar-se — de tôda a despesa de

Lands, People, Uuilding, t.-lc" ( 1 ), es creveu:

Uin liomcm educado à cus

ta dc muito traballio e tempo, para

Gknésio Ramos

POPULAÇÃO é um bem econômico e

81

gaste, ressarcirá (6 dc csperar-sc) o capit;»! empregavlo. pelo menos com lucros ordinários.

li^ro a sair no México, cm edição ,ln

Instituto de Investigacianca Sociales)

Econômico

A diferença entre os

Fmst Engcl é autor de uma das con do conhecimento.

Seu conceito de su

perpopulação parece perfeitamente acei tável. ainda hoje, sobretudo nos países subdesen\ olvidos. Diz Engcl sobre esta

salários cios tr;ibalhadores c\sjX!CÍalizados

matéria:

^ os dos trabalhadores comuns bascia-sc

espírito são o melhor capital ou banco de poupança dos pais, embora as eco

neste princípio". (2).

"Crianças sadias dc corpo e

os Vinte (• seis milhões restantes, os quais, multiplicados por vinte (a ma.ssa humanidade valendo vinte ano.s dc

^'illiani F;irr elaborou um método dc u\ali:içao econômica do bomcm, ado

afirmação está sujeita às restrições im

quin lentos e vinte milhões como valor

tado atualmente por Dublin c Lotka e

postas pela definição do 'Valor social"

l^m

compras, tanto (juanto terra) perfazem

todo o povo, cifra c.sta que, dividiP«r seis milhões, dá mais de 80 libras

como valor de cada ser humano, homem, mu icT e criança, e, quanto às pessoas

(CcselhcJioftswcrt). Será difícil negar-

se que das boas crianças resultam seres

jasear cpialcpier estimativa do valor do

Jiumancs úteis. Mas se não houver pro

noniem.

cura para essa utilidade, se a demanda já estiver mais que satisfeita, pode, fa cilmente, acontecer que o capital inves

Êste método, em c.-^sôncia, no

nr atual de seus futuros ganiios líquidos, isto c% .seus ganhos futuros, deduzido o

para o exterior, a serviço de príncipes estrangeiros".

No século XVIII, Adam Smith reto

por estes técnicos considerado como o

^'alnr de um indivíduo típico dc deterjninada eapaeidacle de ganlio como o va-

temos sofrido pela peste, pela matança e homens na guerra e por mandá-los ■ w. • A

nomias sejam em benefício das crianças e não dos pais. É \'erdadc que esta

pudrao fundamental em que se deve ^ '^-fr d(« Dublin c Lotka, "computa o

u u a.s, duas vezes mais; daí, podere mos chegar a computar a perda (]ue

mou as idéias dc Petty c as desen volveu em sua obra "The Wealtli

1853, o bio-estatístico inglês

•Seu eusto de vida pc^s.soal, dando-se o d esconto das probabilidades de morte, ^ acordo com as tabelas de sobrevi^^'ncia". (3).

tido nos crianças venha, apesar disso, a trazer pouco ou nenhum lucro na época ou no lugar em apróço. É neste caso que dizemos que há superpopulação e que imaginamos tôda espécie de planos para remediar tal problema". (5). Na avaliação do custo do homem, a

of Nations" (1776). A idéia do homem como capital. Adam SmitJi

Ainda do século passado são os tra-

primeira escala que Engel usou consis

nallios de J. 'VVittstcin, R. Lütdge, Alfred Marsliall e Ernst Engel.

tia em considerar o valor da criança co

do se monta uma máquina dispendiosa,

cipies of Economics (1890) escreveu:

ram estudar esta questão de maneira sistemática e não empírica, como ocorria até então. Sir William Petty (16231687) é o autor da primeira estimativa

o trabalho extraordinário a ser executa

mais ou menos científica sobre o valor

do pela mesma, antes que ela se des-

a formula nos scginnte.s lermos; "Quan

Alfred Marshall, cm seu famoso Prin

Na estimativa do custo da produção de traballio eficiente, devemos muitas

mo equii'alcntc à metade do de um adulto. A segunda escala que elaborou é tècnicamente mais apurada e foi lar gamente empregada na Europa. Tem por unidade o "quet", assim chamada


82 ' •

hio^o ecos^

en» homenagem a Qiictelct. O "qncl"

dert, Zeitiín. A. H.irrioi e H. BcMg. De

corresponde ao custo de uma criaiiqa

pois de 1030, os csiudiosos m.iir. conhe

antes do nascimento cr duranle o mesmo.

cidos e cit.ulos líi slr raiiio do conheci

A partir daí. o custo do indivíduo

mento s.lo (ÍHifoio Mort.ir.i. Ida .Mcycr,

aumenta 0,1 c;ida ano, até a idade de

J. H. Walsli. f.íinis I. Duldin e Alfretí

20 anos pura a mulher o 25 anos para

J. Lotk.í.

juros do capital que èle produziu du rante sua vida ativa, a dependência do

vente no décimo quinto aniversário as

menor de 15 anos é custeada sem ne

cendo a 8.355 cruzeiros, de acordo com

nhuma compensação econômica. Assim,

o nível dí).s proço.s do 1939. Nesta esti

se o jovem morre antes do décimo quin

mativa não o.slá itícluído o valor monetá

to ani\ers;iiio, considera-se o evento co

I''.m tr.iliailio aprc-setitado ern al)rí! dc

"quct" são respectivamente 3.0 e 3,5.

18S7. ao Instituto luloru.ieional cie Es-

rio dos .sorviço.s pr<'slados gratuitamen te, como, por exemplo, o da amamenta

tati.slica, L(i ('f}m(>iuiit<jtUni r(niitnc Mcsurt: (lu Hiciièlrc <lcs Indii iiltis. ilcs Fa-

ção materna. Por outro lado, adverte o prof. Mortani (seu estudo foi realizado

mo uma perda de capital. Ê, pois, econòmicamcntc importante que a tax'a de sobrevivência das gerações seja tão alta quanto possível. No Brasil, a alta mor

eni fevereiro de 1946) que, no nível atnal <le preços, muito superior ao dc

talidade de indivíduos em idades moças é um dos fatores do fraco rendimento

19.30, p possível que a despesa total dos brasileiros já se aproxime do dôbro da

econónúco de sua população. Pode-se estimar que cm cada 100.000 homens nascidos vivos, no município de São Paulo, apenas 76.499 atingem o décimo quinto aniversário, e, em Recife, apenas 57.161 atingem essa idade. Nos Estado.s Unidos, porém, de 100.000 homens

seguinte modo:

millcs Cl dcs Natiom, língel avaliou cm Idade

Custo relativo

100 marcos o montante das de.spcsas

(ambos os sexos)

feitas com um recém-nascido da classc

O ...

1

operária, antes e diir.mle o nascimento.

1 ano

1,1 1,2

Na elaborarão dos cálculos do valor econômico do homem, pretendem os seus autores computar as despesas com

2

anos

3

fl

4

ft

1.3 1.4 1,5 1.6

,,

5 6

7 8 9

10 11

12 13 14

15 16 17 18

if

ção, materiais chr construção, abrigo, veslimcntu, educação c até relações so ciais. O custo do formidável trabalho

1,7 ff

1.8 1,9

>9 ,,

de trazer e preparar um indivíduo ale a

tt

adolescência — informa o dr.

2 tt

tt

tt

tt

tt

tt

tt

tf

99

anos tt

Lolka ao "custo da instalação" de uma indústria. (6). J- D. Laux, em estudo do 1944, es timou que, na América do Norte, o va lor de um recém-nascido é de cerca de 9.000 dólares (ou cèrea do 1<S().000 cruzeiros, na convor.são do dr. Castro

Barreto). (7). As estimativas do Lotka

3

20

.. .. .. .. ou mais ....

Castro

Barreto — é comparado por Dublin c

2,1 2,2 2,3 2.4 2.5 2,6 2,7 2,8 2,9

19

21 22

cuidados pré-natais, cuidados médi cos ou cons(rrvarão cia saúde, alimenta

tf

ft

'

O prof. Cíiorgio Mortara estimou que, no Brasil, :i despesa média do sobrevi

o homem, cujos valores em tênnos do

Esta e.scala jwdc ser representada do

.

83

Dicksto Econômico

o Dublin são mais hai.xas. Elas só con

H

sideram o investimento privado na cria

3,1 3,2 3,3 3,4 3,5

3

ção do indivíduo, dcspreziindo o valof

3

dos serviços pessoai.s cia mão o o custo

quela d<* há 7 anos. (9). P.ni obra editada em 1944, o dr. Cas

tro Barreto estimou que a mortalida

de nas idades moças causa no Brasil um Prejuí/o anual de cerca de Cr.$

13.376.000.128,00. É ób vio cpie essas estimativas devem ser usadas com muitas re servas. Ao mencioná-las aqui uao .SC tem outro propósito se não o de introduzir o leitor na

percepção da existência de uma

nascidos vivos (10) 93.089 so

brevivem até o décimo quinto

aniversário. No período de 1939\ 1941, a quota média atribuível a cada sobrevivente no 15.° ani

versário, das despesas para a criação dos falecidos antes dessa

idade, seria, segundo Mortara,

economia humana, ou seja, na percepção de que o animal humano é

assim distribuída: em Recife, 206,53;

nni bem econômico, como qualquer uni-

em Salvador, 169,22 ; em Porto Alegre,

di^de de um rebanho. h)o ponto de vista econômico, a po

pulação humana compõe-se de indiví

duos produtivos e de indivíduos depen dentes. Crosso modo, podem-se conside'"nr como dependentes, no Brasil, os me nores dc 15 anos e os maiores dc 60

nnos. Supõe-se que até os quinze anos

125,81; no Distrito Federal, 121,65: em

São Paulo (município) 91,97; no Bra sil, em conjunto (1890-920), 149,98. Na Suécia (1931-35), essa mesma quo

ta foi estimada por Mortara em 37,08; e em 26,71 no Estados Unidos (população branca). (11). No mesmo período de 1939-1941, enquanto o custo da criação

3

da educação pública e dc outros scr\'i-

3

ços da comunidade que não são pagos diretamente, como, por exemplo, certos cuidados médicos. Cerca de 9.862 dó

n homem está sendo preparado para a ^ída ativa o, nestas condições, c objeto

seria nos Estados Unidos

do de.spcsas. O adulto maior de 60

branca) dc cerca de 5.695, no municí

«inos também é considerado dependente,

pio de São Paulo seria de 14.517 e em

Os trabalhos mais salientes, sobre o

lares, na base de preços de 1935-1936,

pelo fato de que se supõe retirar-se, nes-

Recife de 24.797. (12).

custo do homem, neste século, até 1916, são os de J. S. Nicholson, Miles M. Dawson, Irving Fisher, Lindheim, Bie-

6 quanto se gastariam nos Estados Uni dos, segundo Lotka o Dublin, na cria ção de um indivíduo até os 18 anos. (8).

idade, do processo produtivo. Mas, enquanto a dependência do maior de 60

indivíduos entre 15 e 60 anos de idade,

unos SC custeia, por assim dizer, com os

que produz o dividendo nacional. -Por-

tf

23

24 25

ft

3

dos falecidos antes do 15.° aniversário

(população

É a população ativa, o conjunto de


82 ' •

hio^o ecos^

en» homenagem a Qiictelct. O "qncl"

dert, Zeitiín. A. H.irrioi e H. BcMg. De

corresponde ao custo de uma criaiiqa

pois de 1030, os csiudiosos m.iir. conhe

antes do nascimento cr duranle o mesmo.

cidos e cit.ulos líi slr raiiio do conheci

A partir daí. o custo do indivíduo

mento s.lo (ÍHifoio Mort.ir.i. Ida .Mcycr,

aumenta 0,1 c;ida ano, até a idade de

J. H. Walsli. f.íinis I. Duldin e Alfretí

20 anos pura a mulher o 25 anos para

J. Lotk.í.

juros do capital que èle produziu du rante sua vida ativa, a dependência do

vente no décimo quinto aniversário as

menor de 15 anos é custeada sem ne

cendo a 8.355 cruzeiros, de acordo com

nhuma compensação econômica. Assim,

o nível dí).s proço.s do 1939. Nesta esti

se o jovem morre antes do décimo quin

mativa não o.slá itícluído o valor monetá

to ani\ers;iiio, considera-se o evento co

I''.m tr.iliailio aprc-setitado ern al)rí! dc

"quct" são respectivamente 3.0 e 3,5.

18S7. ao Instituto luloru.ieional cie Es-

rio dos .sorviço.s pr<'slados gratuitamen te, como, por exemplo, o da amamenta

tati.slica, L(i ('f}m(>iuiit<jtUni r(niitnc Mcsurt: (lu Hiciièlrc <lcs Indii iiltis. ilcs Fa-

ção materna. Por outro lado, adverte o prof. Mortani (seu estudo foi realizado

mo uma perda de capital. Ê, pois, econòmicamcntc importante que a tax'a de sobrevivência das gerações seja tão alta quanto possível. No Brasil, a alta mor

eni fevereiro de 1946) que, no nível atnal <le preços, muito superior ao dc

talidade de indivíduos em idades moças é um dos fatores do fraco rendimento

19.30, p possível que a despesa total dos brasileiros já se aproxime do dôbro da

econónúco de sua população. Pode-se estimar que cm cada 100.000 homens nascidos vivos, no município de São Paulo, apenas 76.499 atingem o décimo quinto aniversário, e, em Recife, apenas 57.161 atingem essa idade. Nos Estado.s Unidos, porém, de 100.000 homens

seguinte modo:

millcs Cl dcs Natiom, língel avaliou cm Idade

Custo relativo

100 marcos o montante das de.spcsas

(ambos os sexos)

feitas com um recém-nascido da classc

O ...

1

operária, antes e diir.mle o nascimento.

1 ano

1,1 1,2

Na elaborarão dos cálculos do valor econômico do homem, pretendem os seus autores computar as despesas com

2

anos

3

fl

4

ft

1.3 1.4 1,5 1.6

,,

5 6

7 8 9

10 11

12 13 14

15 16 17 18

if

ção, materiais chr construção, abrigo, veslimcntu, educação c até relações so ciais. O custo do formidável trabalho

1,7 ff

1.8 1,9

>9 ,,

de trazer e preparar um indivíduo ale a

tt

adolescência — informa o dr.

2 tt

tt

tt

tt

tt

tt

tt

tf

99

anos tt

Lolka ao "custo da instalação" de uma indústria. (6). J- D. Laux, em estudo do 1944, es timou que, na América do Norte, o va lor de um recém-nascido é de cerca de 9.000 dólares (ou cèrea do 1<S().000 cruzeiros, na convor.são do dr. Castro

Barreto). (7). As estimativas do Lotka

3

20

.. .. .. .. ou mais ....

Castro

Barreto — é comparado por Dublin c

2,1 2,2 2,3 2.4 2.5 2,6 2,7 2,8 2,9

19

21 22

cuidados pré-natais, cuidados médi cos ou cons(rrvarão cia saúde, alimenta

tf

ft

'

O prof. Cíiorgio Mortara estimou que, no Brasil, :i despesa média do sobrevi

o homem, cujos valores em tênnos do

Esta e.scala jwdc ser representada do

.

83

Dicksto Econômico

o Dublin são mais hai.xas. Elas só con

H

sideram o investimento privado na cria

3,1 3,2 3,3 3,4 3,5

3

ção do indivíduo, dcspreziindo o valof

3

dos serviços pessoai.s cia mão o o custo

quela d<* há 7 anos. (9). P.ni obra editada em 1944, o dr. Cas

tro Barreto estimou que a mortalida

de nas idades moças causa no Brasil um Prejuí/o anual de cerca de Cr.$

13.376.000.128,00. É ób vio cpie essas estimativas devem ser usadas com muitas re servas. Ao mencioná-las aqui uao .SC tem outro propósito se não o de introduzir o leitor na

percepção da existência de uma

nascidos vivos (10) 93.089 so

brevivem até o décimo quinto

aniversário. No período de 1939\ 1941, a quota média atribuível a cada sobrevivente no 15.° ani

versário, das despesas para a criação dos falecidos antes dessa

idade, seria, segundo Mortara,

economia humana, ou seja, na percepção de que o animal humano é

assim distribuída: em Recife, 206,53;

nni bem econômico, como qualquer uni-

em Salvador, 169,22 ; em Porto Alegre,

di^de de um rebanho. h)o ponto de vista econômico, a po

pulação humana compõe-se de indiví

duos produtivos e de indivíduos depen dentes. Crosso modo, podem-se conside'"nr como dependentes, no Brasil, os me nores dc 15 anos e os maiores dc 60

nnos. Supõe-se que até os quinze anos

125,81; no Distrito Federal, 121,65: em

São Paulo (município) 91,97; no Bra sil, em conjunto (1890-920), 149,98. Na Suécia (1931-35), essa mesma quo

ta foi estimada por Mortara em 37,08; e em 26,71 no Estados Unidos (população branca). (11). No mesmo período de 1939-1941, enquanto o custo da criação

3

da educação pública e dc outros scr\'i-

3

ços da comunidade que não são pagos diretamente, como, por exemplo, certos cuidados médicos. Cerca de 9.862 dó

n homem está sendo preparado para a ^ída ativa o, nestas condições, c objeto

seria nos Estados Unidos

do de.spcsas. O adulto maior de 60

branca) dc cerca de 5.695, no municí

«inos também é considerado dependente,

pio de São Paulo seria de 14.517 e em

Os trabalhos mais salientes, sobre o

lares, na base de preços de 1935-1936,

pelo fato de que se supõe retirar-se, nes-

Recife de 24.797. (12).

custo do homem, neste século, até 1916, são os de J. S. Nicholson, Miles M. Dawson, Irving Fisher, Lindheim, Bie-

6 quanto se gastariam nos Estados Uni dos, segundo Lotka o Dublin, na cria ção de um indivíduo até os 18 anos. (8).

idade, do processo produtivo. Mas, enquanto a dependência do maior de 60

indivíduos entre 15 e 60 anos de idade,

unos SC custeia, por assim dizer, com os

que produz o dividendo nacional. -Por-

tf

23

24 25

ft

3

dos falecidos antes do 15.° aniversário

(população

É a população ativa, o conjunto de


84

Dioiísto

Dicestc) Econômico

tanto, quanto maior fòr a sua proporção cm relação com os indivíduos dependen tes, maior será a renda n.tcèonal. (Jr.i, a

renda nacional per caf)il(i dos países la tino-americanos é, coíTio SC sabe, comparativamentc pcíjuena, índice de um paupcrisiTio que se agrava mais em vir

tude do relativamente alto número de indivíduos dependentes para cada indi

víduo ativo. .\o ano de 1940, para ca da 100 pessoas ativas, havia no Brasil 194 não ativas; na Dinamarca, 95; na

M;is só nni inelaholisnío iX)Sitivo, que

gl.iterra, 112; nos l^sl.ulos Unidos, 153.

iiKiiilenha

Ao baixíj di\ÍdeiKl(í nacional dos países latíno-amern .inos, junt.i-sc tomo cu-fator d(; p.uiperisino o « lev.ido indico de adultos thf capacidade redii/ida, tlecor-

liros cin excesso ao cxodo de outros, as

gestalt da sociedade — e.\istam era nú

segura a continuidade da \ida social. Sendo negati\'o esse metabolismo, a so ciedade desaparece, fenômeno que se

mero suficiente e possam assimilar os mais novos e ensinar-Uics o que eles de-

renle de sua morbidade e de seu bai.XO

tem observado não poucas \èzes na História, como é o caso dc muitas organi

nível cultural, bem tomo a alta perccntagein de dejjendenles na composição de

De 10 a 19 " .. De 20 a 29 " ..

16.9

21.3

17.7

17-8

De 30 a 39 " .. U.9

16.7 14.3

Dc 40 a 49 " .. 9.7 De 50 anos e mais 14.7

13.2 21.2

Quanto à população brasileira, os dados retrospectivos mostram que sua estrutu-

De De De De De De De De De

O 10 20 30 40 50 60 70 80

a 9 anos a 19 " a 29 " a 39 " a 49 " a 59 " a 69 " a 79 " anos c mais

Passemos agora a considerar o aspecto social da questão. Ora, a sociedade não existe senão dinamicamente, na intera

ção ininterrupta dos indivíduos que a compõem. Assim, para que ela assegu

Itália

.Suí-fíVi

16.2

20.1 21.0

16.5 13.9 13.3 25.2

16.2 12.9 10.6 19. 1

15.9 18.0 17.3 14.4 12.0 22.4

14.8

i ' '

Dentro desta ordem de idéias, a im-

sobre\'ivèncÍa, a transmissão de sua he

porlàiieia da natalidade não deve obscureeiT a importância de outros fenôincnos di-mográficos. A alta natalidade, por si .só, não assegura o equilíbrio me-

rança cultural de uma camada de po

tabólieo da socii-duíle. Morre-se

Dc\e liavcr correlações numéri

não só luís classes etárias extre

mas, mas i-m lôdas elas. Assim,

é necessário não apenas que nas

tificadas como "decadência das

çam novos membros da socie

16.9 14.9

11.9

elites", "rigidez social", "desin tegração social". As categòrias de idade são as

12.2 17.2

8.3

dade, como também que èles se criem, na quantidade e qua lidade suficientes, para preen

9.1

1870

1800

HJ20

lO-JO

31.4 22.5 16.6 11.8

33.8 23.6 16.4 11.0 7.2 4.4 2.4 1.0 0.2

29.6

cher t)s claros abertos em todas as clas ses etárias. A estrutura e o funciona

mento de uma sociedade podem pcrtur-

bar-se gra\'cinente se o metabolismo es pecífico de uma classe etária se modi ficar radicalmente em intensidade, sem

tlue o das outras classes etárias não acompanhe essa mudança. Cada sociedade impõe aos seus mem bros um período de preparação, em que eles assimilam o repertório de valores e cstilo.s de comportamento necessário para ocupar os sfatus e realizar as fun

23.7 17.4 11.9 8.3 5.0 2.6

l.O 0.5

ou imigração) dc outros.

Essas cH'

re a sua continuidade é necessário que as baixas, causadas pela morte ou pela emigração dos seus membros, sejam

que são fatores, além do nascimento e

compensados pela.s entradas (nascimen-

mortalidade, a emigração e a imigração.

meio dc um complicado metaljoiismo de do crescimento natural do indivíduo, a

1

manas seriam divididas em cinco perío

dos de quinze anos : (15)

1) Os primeiros quinze anos; infân cia. Não há atuação histórica, nem tem

esse caráter o que se recebe do mundo. Por isso, o mundo da infância, de uma o do adulto em datas idênticas.

uma sociedade,

A sociedade altera ii^'

propôs uma classificação que leva em conta essa participação. As idades hu

época a outra, muda muito menos que

funções mais responsáveis que o grupo social mantém sua integridade cultural, sua fisionomia ou sua gestalt psico-social. Mas para que isso ocorra é neces sário que a população dos jovens não exceda proporcionalmente um certo limite, difícil de precisar; é necessário, se-

co.santemente suas classes etárias,

como salientou Ralph Linton, (14) determinam os setores da cultura total da sociedade de que o indivíduo participará. Em uma de suas explora ções para-sociológicas, Ortega Y Gasset

pessoas prè\'iamcnte treinadas e experi

tradas c .saídas dc indivíduos, dentro de ocorrem em todas as

pedras angulares da sociedade, porque.

ções sociais. E c na medida em que ás mentadas são conferidas as posições e

classes etárias.

pulação a outra, o seu desenvolvimento e, ainda, a possibilidade de recorrer às suas reservas vitais em épocas de crise.

29.6 23.7 17.4

19.6 19.2

29.9 22.7 16.8

1.3 0.3

ce que há, para toda sociedade, um or denamento optimurn de idades huma nas, segundo o qual ela garante a sua

Brasil

Esl. Unidos

ano dc 1870. como se It- a seguir.

8.1 5.2 2.9 1.2 0.3

\em fazer e como devem fazè-lo. Pare

cas para tais necessidades e pa ra situações que têm sido iden

ra etária se tem mantido eslá\t'l desde o

12.0 8.4 5.5 3.1

um influxo de novos mem-

zações tribais da América.

üs dados (jiie se seguem são íluslnitivos :

Bulgária Inglaterra França 24.6

I

suas populações.

COMPARAÇÕES IXTERNACIO.NAIS (13) O a 9 anos . .

gundo Sorokin e Amold Anderson, que os mais velhos — os dcpositiirios da

Alemanha, 100; na Eraiiça, 103; na In-

composição da população secundo a idade

De

85

Econômico

2) Dos quinze aos trinta anos: juven tude.

Recobe-se do contorno.

Vê-se,

ouve-se, lê-se, aprende-se. O homem se deixa penetrar pelo mundo já exis tente e que não elaborou. Época de informaçcão e passividade. 3) Dos trinta aos quarenta e cinco anos: iniciação.

O homem começa a


84

Dioiísto

Dicestc) Econômico

tanto, quanto maior fòr a sua proporção cm relação com os indivíduos dependen tes, maior será a renda n.tcèonal. (Jr.i, a

renda nacional per caf)il(i dos países la tino-americanos é, coíTio SC sabe, comparativamentc pcíjuena, índice de um paupcrisiTio que se agrava mais em vir

tude do relativamente alto número de indivíduos dependentes para cada indi

víduo ativo. .\o ano de 1940, para ca da 100 pessoas ativas, havia no Brasil 194 não ativas; na Dinamarca, 95; na

M;is só nni inelaholisnío iX)Sitivo, que

gl.iterra, 112; nos l^sl.ulos Unidos, 153.

iiKiiilenha

Ao baixíj di\ÍdeiKl(í nacional dos países latíno-amern .inos, junt.i-sc tomo cu-fator d(; p.uiperisino o « lev.ido indico de adultos thf capacidade redii/ida, tlecor-

liros cin excesso ao cxodo de outros, as

gestalt da sociedade — e.\istam era nú

segura a continuidade da \ida social. Sendo negati\'o esse metabolismo, a so ciedade desaparece, fenômeno que se

mero suficiente e possam assimilar os mais novos e ensinar-Uics o que eles de-

renle de sua morbidade e de seu bai.XO

tem observado não poucas \èzes na História, como é o caso dc muitas organi

nível cultural, bem tomo a alta perccntagein de dejjendenles na composição de

De 10 a 19 " .. De 20 a 29 " ..

16.9

21.3

17.7

17-8

De 30 a 39 " .. U.9

16.7 14.3

Dc 40 a 49 " .. 9.7 De 50 anos e mais 14.7

13.2 21.2

Quanto à população brasileira, os dados retrospectivos mostram que sua estrutu-

De De De De De De De De De

O 10 20 30 40 50 60 70 80

a 9 anos a 19 " a 29 " a 39 " a 49 " a 59 " a 69 " a 79 " anos c mais

Passemos agora a considerar o aspecto social da questão. Ora, a sociedade não existe senão dinamicamente, na intera

ção ininterrupta dos indivíduos que a compõem. Assim, para que ela assegu

Itália

.Suí-fíVi

16.2

20.1 21.0

16.5 13.9 13.3 25.2

16.2 12.9 10.6 19. 1

15.9 18.0 17.3 14.4 12.0 22.4

14.8

i ' '

Dentro desta ordem de idéias, a im-

sobre\'ivèncÍa, a transmissão de sua he

porlàiieia da natalidade não deve obscureeiT a importância de outros fenôincnos di-mográficos. A alta natalidade, por si .só, não assegura o equilíbrio me-

rança cultural de uma camada de po

tabólieo da socii-duíle. Morre-se

Dc\e liavcr correlações numéri

não só luís classes etárias extre

mas, mas i-m lôdas elas. Assim,

é necessário não apenas que nas

tificadas como "decadência das

çam novos membros da socie

16.9 14.9

11.9

elites", "rigidez social", "desin tegração social". As categòrias de idade são as

12.2 17.2

8.3

dade, como também que èles se criem, na quantidade e qua lidade suficientes, para preen

9.1

1870

1800

HJ20

lO-JO

31.4 22.5 16.6 11.8

33.8 23.6 16.4 11.0 7.2 4.4 2.4 1.0 0.2

29.6

cher t)s claros abertos em todas as clas ses etárias. A estrutura e o funciona

mento de uma sociedade podem pcrtur-

bar-se gra\'cinente se o metabolismo es pecífico de uma classe etária se modi ficar radicalmente em intensidade, sem

tlue o das outras classes etárias não acompanhe essa mudança. Cada sociedade impõe aos seus mem bros um período de preparação, em que eles assimilam o repertório de valores e cstilo.s de comportamento necessário para ocupar os sfatus e realizar as fun

23.7 17.4 11.9 8.3 5.0 2.6

l.O 0.5

ou imigração) dc outros.

Essas cH'

re a sua continuidade é necessário que as baixas, causadas pela morte ou pela emigração dos seus membros, sejam

que são fatores, além do nascimento e

compensados pela.s entradas (nascimen-

mortalidade, a emigração e a imigração.

meio dc um complicado metaljoiismo de do crescimento natural do indivíduo, a

1

manas seriam divididas em cinco perío

dos de quinze anos : (15)

1) Os primeiros quinze anos; infân cia. Não há atuação histórica, nem tem

esse caráter o que se recebe do mundo. Por isso, o mundo da infância, de uma o do adulto em datas idênticas.

uma sociedade,

A sociedade altera ii^'

propôs uma classificação que leva em conta essa participação. As idades hu

época a outra, muda muito menos que

funções mais responsáveis que o grupo social mantém sua integridade cultural, sua fisionomia ou sua gestalt psico-social. Mas para que isso ocorra é neces sário que a população dos jovens não exceda proporcionalmente um certo limite, difícil de precisar; é necessário, se-

co.santemente suas classes etárias,

como salientou Ralph Linton, (14) determinam os setores da cultura total da sociedade de que o indivíduo participará. Em uma de suas explora ções para-sociológicas, Ortega Y Gasset

pessoas prè\'iamcnte treinadas e experi

tradas c .saídas dc indivíduos, dentro de ocorrem em todas as

pedras angulares da sociedade, porque.

ções sociais. E c na medida em que ás mentadas são conferidas as posições e

classes etárias.

pulação a outra, o seu desenvolvimento e, ainda, a possibilidade de recorrer às suas reservas vitais em épocas de crise.

29.6 23.7 17.4

19.6 19.2

29.9 22.7 16.8

1.3 0.3

ce que há, para toda sociedade, um or denamento optimurn de idades huma nas, segundo o qual ela garante a sua

Brasil

Esl. Unidos

ano dc 1870. como se It- a seguir.

8.1 5.2 2.9 1.2 0.3

\em fazer e como devem fazè-lo. Pare

cas para tais necessidades e pa ra situações que têm sido iden

ra etária se tem mantido eslá\t'l desde o

12.0 8.4 5.5 3.1

um influxo de novos mem-

zações tribais da América.

üs dados (jiie se seguem são íluslnitivos :

Bulgária Inglaterra França 24.6

I

suas populações.

COMPARAÇÕES IXTERNACIO.NAIS (13) O a 9 anos . .

gundo Sorokin e Amold Anderson, que os mais velhos — os dcpositiirios da

Alemanha, 100; na Eraiiça, 103; na In-

composição da população secundo a idade

De

85

Econômico

2) Dos quinze aos trinta anos: juven tude.

Recobe-se do contorno.

Vê-se,

ouve-se, lê-se, aprende-se. O homem se deixa penetrar pelo mundo já exis tente e que não elaborou. Época de informaçcão e passividade. 3) Dos trinta aos quarenta e cinco anos: iniciação.

O homem começa a


-TfjÇSr-ír 86

Dicesto Eco.v6mk:í,

cebido e de llie impor sua própria ino vação. Ê a época da {^cstaçáo, ctu que

conteúdos dessas categorias podem va riar de socifdade ji.ir.i soi ieclaíle e, t-in cada nma di-l.i.s. dc mn.i « poça p.ira ou

se luta com a geração aiilerior e se in

tra.

attiar, a traUir dc modificar o mtmdo re

tenta tirá-la do poder.

anos; pre<louiíniu. Impõe-se c entra em vigência o mundo que se procurawi ela borar na idade anterior. Os homens

desta idade "estão no poder" em todas

as ordens da vida; é a época da gcatão.

funcionamento de tòcla .sociedade human;i.

(1) Citado em Louis I. Dublin c Alíied

J. Lotka Tho Monoy Valuc of a Maa, J he iíonald Presi C(jinpnn\ Ncvv Vor.'c. Iy4í.

Ao mesmo tempo, luta-se para defender

*2) Idein.

êste mundo em face dc uma nova con

(4) Citado pur

elaborada pela geração mais

jovem.

Ca. op, cit.

cia histórica.

O que faz esta classificação soeiològi-

Dublin

e Dotkn

inenejunada em a nota (5) Idem.

I

5) Dos sessenta aos setenta c cinco anos, ou mais, nos casos de longevida de; veUiice. É a época da sobrevivên

obra

1

Castro Barreto. Estudos BroslPopulação. Diviana Editora

«r

Páfc'. 171.

,o"

Castro Barreto, oj). cit . p.'ig.

172

qralion ' nn r"f

Isaac. Economlcs of MiHM7. Pá«s 220-225).

Mortara,Monografia Estudos BroBilelMB j de Domografio. n."

camente significativa é o fato de consi derar os períodos etários da vida huma na como fases do processo cultural. Ca

,1 « .

da um dêJe.s se caracteriza pelo modo de participar naquele processo. Toda

Mftl.fiíí'.?

'

produção do homem adul-

variaçüo <-m relação à mortali-

b?o ir^Fr^

Pág.s. Gclúlio 118-119.

Vaiítas. Oulu-

^"^"turtara. Esl. Brás. do Denv.

Tábuas Brasileiras de

® Sobrevivência.

Fundaç;io

Varpa:;. Fevereiro. líilG. Paç'. 127.

via, ela merece muitas restrições. Dc início, ressalta que ela é tipicamente

fio Idcm» gritada em a nota 9. Pãí'. 213. píig. 217

uma classificação de gerações poHtica.s c

Itália. Suécia e Estados reportam-se a ano.s eomprocndi-

literárias e, portanto, concerne a um as pecto restrito do processo cultural. Ain da mais, pela ênfase que dá, nos perío dos 3 c 4, ao propósito dc modificar o

mundo, ela ó uma classificação de gera ções de países ocidentais, principalmen te europeus. Nas sociedades primiti\as, por exemplo, c mesmo em sociedades arcaicas não ocidentalizadas, os períodos etários teriam outros limites e a referida

ênfase sobre o propósito de provocar mudança social seria menor.

Daniel de Carvalho

.Mas ela.s são univer.s.ns, peniiu-

nenlfs, e constituli\Ms da estrutura e do

4) Dos quarenta e cinco aos sessenta

cepção

Gastão da Cunha e Francisco Sales

Mas há

uma contribuição positiva, no esquema de Ortega: é a indicação das categorias de informação, iniciação, predomínio e sobrevivência. Os marcos etários e os

dadu.s referentes à Bulgária, In, uos no deeenio 1920-19:10 c foram apresenP^í" W. S. Tliompson. obra cifad.i. roo referentes ao Brasil são os do

<!e suas intcrc.ssantes crônicas,

dido no campo da economia e finanças,

Lúcia Miguel Pereira suscita a idéia

praquejado por audazes aventureiros dis-

de uma revisão da lista dos pecados mortais e da formulação de outra ad usit7n hrasiliciisis. Em nosso país podersc-ia .suprimir, por sua raridade, o da gula, i- por em seu lugar o da mentira, o grande vício nacional. Gustavo Lessa, com a natural preo cupação de um pedagogo, também se assusta com êsse terrível defeito, ver

dadeiro \icio rcdibitório com que le vianamente sis passam ;idiante, entre nós, as coisas mais sérias.

Ein estudo publicado no Boletim do Departamento Nacional da Criança adverte que "a extensão desse flagelo em nosso país c cm outros dc igual nível cidtural nos parece aterradora". Considera qnc, se é ignóbil gerar a

Rirçados em técnicos, ou no da históri;i, onde, ao lado de pacientes investi

gadores da escola de Capistrano e de Garcia, semeiam compiladores apressa dos e liistoriógrafos de talento que su

prem a pesquisa enfadonha dos arqui vos com as flòres de sua eloqüência.

E o perigo apresenta-se tanto maior quanto a mentira, uma vez posta em letra de forma, cobra força e prestígio e

vai sendo repetida e aumentada como uma bola de neve. Raro aquele que

procura saber se é verdade o que narra ou afirma um jornalista ou escritor.

Vai passando para diante. Ora, conforme observou Chateaubriand, toda mentira

repetida ganha foros de verdade. Qual o estudante que não abomina o

mentira e a calimiu por interesse ou

califa Ornar, porque incendiou a biblio

vingança (talvez se pudesse acrescentar — até para fazer graça e ler sucesso nas rodas o salões) — "mais ignóbil é o seu traficante, isto é, o indivíduo que tende

teca de Alexandria? No entanto, o aus

a acreditar fàcilmentc na maledicêncía

tero e intrépido guerreiro muçulmano não queimou coisa nenhuma. Inventou-se esta balela e até hoje

muita gente nela acredita, apesar das provas acumuladas pelos historiadores

categorias de idade-sc.xo c seus pedra.s angulares da so-

alheia o a espalhá-la". Que diremos então dos escritores sem probidade intelectual que apanham das

n^r^i " mdividuo jinra com os outros

sarjetas, das conversas frívolas ou das

lorido dramático ao caso das maquinas

colunas efêmeras dos jornais, quaisquer

de fazer linhas da fábrica de Delmiro Gouveia em Paulo Afonso, imaginou que

geral

dnru/ ) ciedado

cA-iie

de

1940.

a.s relações jinpcs-

^ da sociedade, e os da ujiura total soeiedade do.ssetores quais óle

participara.;- tcf. RaJph Linton. "Um ns-

boatos e diatribes e os fixam cm reWs-

para desmenti-la.

Entre nós, querendo alguém dar co

^"^'^''Çcnciaclo da organização so^'.eamzadu pur D. Pierson. São Paulo,

tas e livros?

li Consultem-se também Pi, Sorokin o C. Arnold Anderson. Mctabolism uf diífercnt stj-ata of social

de Hércules nas cavalariças do Rei da

ingléses e lançadas no Rio São Francisco. Pura fantasia que tem dado ensejo a

Élida quem se abalançasse a limpar as publicações vindas a lume no Brasil dos

muito devaneio nacionalista. As máqui nas foram, na realidade, retiradas da

eiaJ . In. Estudos de Organização Social,

instituüons and institutional continuity", Sn Alti dei Congresso Intcrnazionale per ffU Sludl sulla Popolazione. Volume VITI. Roma, 1933.

(15; Cf. Jullán Mariás, El Método His tórico do Ias Gcneraciones, Revista de Occidente — 1949. Págs, 97-98.

as mesmas haviam sido arrancadas pelos

Teria, certamente, traballio igual ao

exageros e falsidades que nelas se encon-

quela fábrica e transportadas para outra

trãm.

em São Paulo. A peta continua, toda

Não sei se o joio estará mais difun .1,. x.,

via, a serxdr de feíí motif das objurga-


-TfjÇSr-ír 86

Dicesto Eco.v6mk:í,

cebido e de llie impor sua própria ino vação. Ê a época da {^cstaçáo, ctu que

conteúdos dessas categorias podem va riar de socifdade ji.ir.i soi ieclaíle e, t-in cada nma di-l.i.s. dc mn.i « poça p.ira ou

se luta com a geração aiilerior e se in

tra.

attiar, a traUir dc modificar o mtmdo re

tenta tirá-la do poder.

anos; pre<louiíniu. Impõe-se c entra em vigência o mundo que se procurawi ela borar na idade anterior. Os homens

desta idade "estão no poder" em todas

as ordens da vida; é a época da gcatão.

funcionamento de tòcla .sociedade human;i.

(1) Citado em Louis I. Dublin c Alíied

J. Lotka Tho Monoy Valuc of a Maa, J he iíonald Presi C(jinpnn\ Ncvv Vor.'c. Iy4í.

Ao mesmo tempo, luta-se para defender

*2) Idein.

êste mundo em face dc uma nova con

(4) Citado pur

elaborada pela geração mais

jovem.

Ca. op, cit.

cia histórica.

O que faz esta classificação soeiològi-

Dublin

e Dotkn

inenejunada em a nota (5) Idem.

I

5) Dos sessenta aos setenta c cinco anos, ou mais, nos casos de longevida de; veUiice. É a época da sobrevivên

obra

1

Castro Barreto. Estudos BroslPopulação. Diviana Editora

«r

Páfc'. 171.

,o"

Castro Barreto, oj). cit . p.'ig.

172

qralion ' nn r"f

Isaac. Economlcs of MiHM7. Pá«s 220-225).

Mortara,Monografia Estudos BroBilelMB j de Domografio. n."

camente significativa é o fato de consi derar os períodos etários da vida huma na como fases do processo cultural. Ca

,1 « .

da um dêJe.s se caracteriza pelo modo de participar naquele processo. Toda

Mftl.fiíí'.?

'

produção do homem adul-

variaçüo <-m relação à mortali-

b?o ir^Fr^

Pág.s. Gclúlio 118-119.

Vaiítas. Oulu-

^"^"turtara. Esl. Brás. do Denv.

Tábuas Brasileiras de

® Sobrevivência.

Fundaç;io

Varpa:;. Fevereiro. líilG. Paç'. 127.

via, ela merece muitas restrições. Dc início, ressalta que ela é tipicamente

fio Idcm» gritada em a nota 9. Pãí'. 213. píig. 217

uma classificação de gerações poHtica.s c

Itália. Suécia e Estados reportam-se a ano.s eomprocndi-

literárias e, portanto, concerne a um as pecto restrito do processo cultural. Ain da mais, pela ênfase que dá, nos perío dos 3 c 4, ao propósito dc modificar o

mundo, ela ó uma classificação de gera ções de países ocidentais, principalmen te europeus. Nas sociedades primiti\as, por exemplo, c mesmo em sociedades arcaicas não ocidentalizadas, os períodos etários teriam outros limites e a referida

ênfase sobre o propósito de provocar mudança social seria menor.

Daniel de Carvalho

.Mas ela.s são univer.s.ns, peniiu-

nenlfs, e constituli\Ms da estrutura e do

4) Dos quarenta e cinco aos sessenta

cepção

Gastão da Cunha e Francisco Sales

Mas há

uma contribuição positiva, no esquema de Ortega: é a indicação das categorias de informação, iniciação, predomínio e sobrevivência. Os marcos etários e os

dadu.s referentes à Bulgária, In, uos no deeenio 1920-19:10 c foram apresenP^í" W. S. Tliompson. obra cifad.i. roo referentes ao Brasil são os do

<!e suas intcrc.ssantes crônicas,

dido no campo da economia e finanças,

Lúcia Miguel Pereira suscita a idéia

praquejado por audazes aventureiros dis-

de uma revisão da lista dos pecados mortais e da formulação de outra ad usit7n hrasiliciisis. Em nosso país podersc-ia .suprimir, por sua raridade, o da gula, i- por em seu lugar o da mentira, o grande vício nacional. Gustavo Lessa, com a natural preo cupação de um pedagogo, também se assusta com êsse terrível defeito, ver

dadeiro \icio rcdibitório com que le vianamente sis passam ;idiante, entre nós, as coisas mais sérias.

Ein estudo publicado no Boletim do Departamento Nacional da Criança adverte que "a extensão desse flagelo em nosso país c cm outros dc igual nível cidtural nos parece aterradora". Considera qnc, se é ignóbil gerar a

Rirçados em técnicos, ou no da históri;i, onde, ao lado de pacientes investi

gadores da escola de Capistrano e de Garcia, semeiam compiladores apressa dos e liistoriógrafos de talento que su

prem a pesquisa enfadonha dos arqui vos com as flòres de sua eloqüência.

E o perigo apresenta-se tanto maior quanto a mentira, uma vez posta em letra de forma, cobra força e prestígio e

vai sendo repetida e aumentada como uma bola de neve. Raro aquele que

procura saber se é verdade o que narra ou afirma um jornalista ou escritor.

Vai passando para diante. Ora, conforme observou Chateaubriand, toda mentira

repetida ganha foros de verdade. Qual o estudante que não abomina o

mentira e a calimiu por interesse ou

califa Ornar, porque incendiou a biblio

vingança (talvez se pudesse acrescentar — até para fazer graça e ler sucesso nas rodas o salões) — "mais ignóbil é o seu traficante, isto é, o indivíduo que tende

teca de Alexandria? No entanto, o aus

a acreditar fàcilmentc na maledicêncía

tero e intrépido guerreiro muçulmano não queimou coisa nenhuma. Inventou-se esta balela e até hoje

muita gente nela acredita, apesar das provas acumuladas pelos historiadores

categorias de idade-sc.xo c seus pedra.s angulares da so-

alheia o a espalhá-la". Que diremos então dos escritores sem probidade intelectual que apanham das

n^r^i " mdividuo jinra com os outros

sarjetas, das conversas frívolas ou das

lorido dramático ao caso das maquinas

colunas efêmeras dos jornais, quaisquer

de fazer linhas da fábrica de Delmiro Gouveia em Paulo Afonso, imaginou que

geral

dnru/ ) ciedado

cA-iie

de

1940.

a.s relações jinpcs-

^ da sociedade, e os da ujiura total soeiedade do.ssetores quais óle

participara.;- tcf. RaJph Linton. "Um ns-

boatos e diatribes e os fixam cm reWs-

para desmenti-la.

Entre nós, querendo alguém dar co

^"^'^''Çcnciaclo da organização so^'.eamzadu pur D. Pierson. São Paulo,

tas e livros?

li Consultem-se também Pi, Sorokin o C. Arnold Anderson. Mctabolism uf diífercnt stj-ata of social

de Hércules nas cavalariças do Rei da

ingléses e lançadas no Rio São Francisco. Pura fantasia que tem dado ensejo a

Élida quem se abalançasse a limpar as publicações vindas a lume no Brasil dos

muito devaneio nacionalista. As máqui nas foram, na realidade, retiradas da

eiaJ . In. Estudos de Organização Social,

instituüons and institutional continuity", Sn Alti dei Congresso Intcrnazionale per ffU Sludl sulla Popolazione. Volume VITI. Roma, 1933.

(15; Cf. Jullán Mariás, El Método His tórico do Ias Gcneraciones, Revista de Occidente — 1949. Págs, 97-98.

as mesmas haviam sido arrancadas pelos

Teria, certamente, traballio igual ao

exageros e falsidades que nelas se encon-

quela fábrica e transportadas para outra

trãm.

em São Paulo. A peta continua, toda

Não sei se o joio estará mais difun .1,. x.,

via, a serxdr de feíí motif das objurga-


DinKSTo Econômico.

88

tórias de nacionalistas exaltados contra

o capitalismo imperialista.

Pois será

— Diz muito bem

Ê uma pêrf)la.

Vossa Excelência.

Brilhante «• oc(».

Dtr.FusTíi

Econômico

mm uiiuif u-inPüPMPi

so, graças á teiulcncia multo nossa para a agiotagem da nialedicêneia. (Jom o correr dos anos, \icram acrcs-

89

foi Gastão novamente incluído na chapa

dc deputados federais pelo antigo 4.° Distrito Eleitoral, mas, cm carta ao Pre

possível que livros de economistas, aca so ou acinte, propaguem informações

impicdovi, corriam soh a aiiloriil.ulc do

eítiios.

sidente da Comissão Executiva do Parti

falsas?

seu nome muitos chistes i- pilhéri;is que

A chofa pronnneiada na Câmara dos Deputados provoeara a xingança do ofeiiditio ipie, eonio Pri\sidente do Estailo de Minas, teria impedido a ree

do Republicano Mineiro, Dr. Crispini

Há dc se convir que muito

hercje emperrado veste entre nós a opa da irmandade da ciência econômica.

No tocante às fra.ses dc espirito, não raro são atribuídas a quem jamais as

proferiu ou escreveu. Para e.xaltar ou denegrir uma pessoa — dão-lhe a pa ternidade de conceitos felizes ou ridí culos.

Quem não se lembra do que aconte ceu ao tempo da propaganda civilista e do governo do Marechal Hermes? Quantas tolices se inventaram por conta do Marechal?

Mas o que comumente acontece c

ficar uma pessoa como produtor monopolístico dos bons mots de

determinada época.

Com

tal

faina

de satírico

<lf

veia

não eram dc .sua la\ra.

Sc <Tam justas as alusões «• traziam a marca do talento, n;'io perdia tempo em repeli-las. Quando, porém, não tinham cabimento nem graça, (àistãü a.s enjeitava.

lal aconteceu com a íacétia dc

um anônimo a êle imputada: — Sc a InglaiiTra tem um estadi.sta, ^(ilishiinj, Minas tem Salcs-htirro. .. Gastao não era ingrato nem injusto. Devia boa parle de .sua carreira ;i hraii-

cisco Sales e conheeia heui as (juaiidadcs c defeitos df) seu amigo. Sabia que êle era assaz inleligeniu e de regular cul tura. Não tendo a palavra fácil, seus discursos eram lentos i* por isso enfadonhos.

Mesmo sua con

Jacqucs Bias Bortcs, manifestou que, tendo sido convidado e aceito o elevado

I'*sla versão, à força dc ser tantas

cargo federal já referido, sentia invencí vel cscríipulo cm anuir em sua reeleição. Em tais condições, o Secretário da

vèzes repelida, sem ser contestada, aca bou por lograr a acolhida de um pcs-

Comissão Executiva do Partido Repu blicano Mineiro, Coronel Francisco Bres-

ipiisatlor iuteligtmle c probo, Gontijo

sane, tornou pública essa desistência e a

cie (Jarvalho, que, no "livro "Estadistas

Comissão recomendou ao eleitorado o

da República", tratando da veia satírica

leição tle Gastão da Cunha.

político inglês Salisbur)', para ferir um

nome do Dr. Joaquim Doniingues Lei te de Castro para a eleição de 30 de janeiro de 1906. O Boletim do P. R. M. está publica

piesidente mineiro, tjuc se vingou ex-

do no "Minas Gerais" de 2 e 4 de ja

chiiiido-o da bancada".

neiro de 1906.

A proposição contém dois graves en ganos, que convém dissipar dc vez, em

foi a Belo Horizonte, em 1906, acompa-

il<- Chistão da Cunha, afirma: "Fêz no Parlamento trocadilhos com o nome do

Conheci Gastão da Cunha quando êle

Assim aconteceu com Gastão

versa não era fluente nem viva.

da Cuniia, cuja mordacidude não poupava ninguém. Do so gro, Barão de Itaípe, salientava

beneficio da memória dos dois eminen

nliando Joaquim Nabuco, a quem sau

iVnetrava, porém, fundo nas almas, graças ao dom de per

tes brasileiros — Gastião da Cunha e

dei num soneto encomiásiico.

Erauciseo Sales.

cepção aguda dos interêsses hu

"as orelhas de tinhoráo".

manos.

também parte da comitiva Graça Ara nha o Rodrigo Otávio. Êstes exagera ram, talvez, o papel de mangericão no . bouquet de Nabuco. Não precisavam baixar o tom da própria oratória para

No

rosto da própria esposa, "via uma cara dc colchete amassado".

Nã() alimentava velei

dades literárias, mas escnHÍa O

cunhado, Conde dc Afonso Cel.so, Pre sidente da Companhia de Seguros Equi-

correntemente cartas e cliscunsos.

Sua

correspondência cpistolar, de próprio

Gastão jamais proferiu aquela piada o também não tem fundamento algum

a assertiva dc que o presidente Sales dele se vingara, impedindo sua reeleição. Durante a presidência Sales, foi eleito para a Legislatura 1903-1906. Tendo

Fazianv.,

ressaltar a do grande Embaixador. Ro

tativa, pronunciava "discursos equila-

punlio, é abundante e revela uma coinpieensao clara o fácil, um conhecimen

defendido com talento e êxi

da conversação, em que era

tivos"...

to .seguro dos nossos homens e dos nos

to a política do Barão do

mestre.

sos pro!)lcma.s.

Rio Branco, tornou-se amigo

Passam como de sua autoria muitas

Nela se nota um infi

piadas da época do Barão do Rio Bran

nito cuidado de não fazer agravos a

co, de quem foi um dos mais eficientes colaboradores.

Conta-sc que, numa festa no Itamarati, uma roda de senhoras elegantes

exaltava as qualidades de um dos nossos mais festejados diplomatas e uma delas resumiu'a opinião geral, dizendo; - O nosso Santinhos é uma pérolal

Ao que, imediatamente, Gastão teria replicado:

drigo Otávio desforrou-se com a arte A visita à Faculdade de

o íntimo colaborador deste,

Direito

ninguém.

que o cscoUicu para árbitro

marcou um dia de glória

Sabendo, portanto, que Sales não era nenhum bronco, e sendo sen amigo,

do Tribunal Brasileiro-Boli-

para a filha dileta do Con

viano (1905) e depois para

selheiro Afonso Pena.

apressou-se cm rejeitar a àntoria do gra

o Tribunal Brasileiro-Perua-

discurso

cejo de mau gosto. Protestou.

Sales não deu importância ao caso e continuaram amigos. O desmentido de Gastão não teve

divulgação e a pilhéria seguiu o seu cur-

no (T906-1908) e Delegado à Conferência Pan-America-

na (Argeu Guimarães, Dicionário Bio-

hibliográfico Brasileiro, n. 488, página 151).

de

de

Minas

Gerais

Nabuco

O

foi

admirável pela profundeza do pensamento, c o de Gas tão, feito de improviso, empolgante pelo brilho da forma c beleza das imagens. Falara antes o acadêmico Dermeval

Em 1906, ainda na presidência Sales,

.

-o.

Lessa, aquecendo o ambiente com o


DinKSTo Econômico.

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tórias de nacionalistas exaltados contra

o capitalismo imperialista.

Pois será

— Diz muito bem

Ê uma pêrf)la.

Vossa Excelência.

Brilhante «• oc(».

Dtr.FusTíi

Econômico

mm uiiuif u-inPüPMPi

so, graças á teiulcncia multo nossa para a agiotagem da nialedicêneia. (Jom o correr dos anos, \icram acrcs-

89

foi Gastão novamente incluído na chapa

dc deputados federais pelo antigo 4.° Distrito Eleitoral, mas, cm carta ao Pre

possível que livros de economistas, aca so ou acinte, propaguem informações

impicdovi, corriam soh a aiiloriil.ulc do

eítiios.

sidente da Comissão Executiva do Parti

falsas?

seu nome muitos chistes i- pilhéri;is que

A chofa pronnneiada na Câmara dos Deputados provoeara a xingança do ofeiiditio ipie, eonio Pri\sidente do Estailo de Minas, teria impedido a ree

do Republicano Mineiro, Dr. Crispini

Há dc se convir que muito

hercje emperrado veste entre nós a opa da irmandade da ciência econômica.

No tocante às fra.ses dc espirito, não raro são atribuídas a quem jamais as

proferiu ou escreveu. Para e.xaltar ou denegrir uma pessoa — dão-lhe a pa ternidade de conceitos felizes ou ridí culos.

Quem não se lembra do que aconte ceu ao tempo da propaganda civilista e do governo do Marechal Hermes? Quantas tolices se inventaram por conta do Marechal?

Mas o que comumente acontece c

ficar uma pessoa como produtor monopolístico dos bons mots de

determinada época.

Com

tal

faina

de satírico

<lf

veia

não eram dc .sua la\ra.

Sc <Tam justas as alusões «• traziam a marca do talento, n;'io perdia tempo em repeli-las. Quando, porém, não tinham cabimento nem graça, (àistãü a.s enjeitava.

lal aconteceu com a íacétia dc

um anônimo a êle imputada: — Sc a InglaiiTra tem um estadi.sta, ^(ilishiinj, Minas tem Salcs-htirro. .. Gastao não era ingrato nem injusto. Devia boa parle de .sua carreira ;i hraii-

cisco Sales e conheeia heui as (juaiidadcs c defeitos df) seu amigo. Sabia que êle era assaz inleligeniu e de regular cul tura. Não tendo a palavra fácil, seus discursos eram lentos i* por isso enfadonhos.

Mesmo sua con

Jacqucs Bias Bortcs, manifestou que, tendo sido convidado e aceito o elevado

I'*sla versão, à força dc ser tantas

cargo federal já referido, sentia invencí vel cscríipulo cm anuir em sua reeleição. Em tais condições, o Secretário da

vèzes repelida, sem ser contestada, aca bou por lograr a acolhida de um pcs-

Comissão Executiva do Partido Repu blicano Mineiro, Coronel Francisco Bres-

ipiisatlor iuteligtmle c probo, Gontijo

sane, tornou pública essa desistência e a

cie (Jarvalho, que, no "livro "Estadistas

Comissão recomendou ao eleitorado o

da República", tratando da veia satírica

leição tle Gastão da Cunha.

político inglês Salisbur)', para ferir um

nome do Dr. Joaquim Doniingues Lei te de Castro para a eleição de 30 de janeiro de 1906. O Boletim do P. R. M. está publica

piesidente mineiro, tjuc se vingou ex-

do no "Minas Gerais" de 2 e 4 de ja

chiiiido-o da bancada".

neiro de 1906.

A proposição contém dois graves en ganos, que convém dissipar dc vez, em

foi a Belo Horizonte, em 1906, acompa-

il<- Chistão da Cunha, afirma: "Fêz no Parlamento trocadilhos com o nome do

Conheci Gastão da Cunha quando êle

Assim aconteceu com Gastão

versa não era fluente nem viva.

da Cuniia, cuja mordacidude não poupava ninguém. Do so gro, Barão de Itaípe, salientava

beneficio da memória dos dois eminen

nliando Joaquim Nabuco, a quem sau

iVnetrava, porém, fundo nas almas, graças ao dom de per

tes brasileiros — Gastião da Cunha e

dei num soneto encomiásiico.

Erauciseo Sales.

cepção aguda dos interêsses hu

"as orelhas de tinhoráo".

manos.

também parte da comitiva Graça Ara nha o Rodrigo Otávio. Êstes exagera ram, talvez, o papel de mangericão no . bouquet de Nabuco. Não precisavam baixar o tom da própria oratória para

No

rosto da própria esposa, "via uma cara dc colchete amassado".

Nã() alimentava velei

dades literárias, mas escnHÍa O

cunhado, Conde dc Afonso Cel.so, Pre sidente da Companhia de Seguros Equi-

correntemente cartas e cliscunsos.

Sua

correspondência cpistolar, de próprio

Gastão jamais proferiu aquela piada o também não tem fundamento algum

a assertiva dc que o presidente Sales dele se vingara, impedindo sua reeleição. Durante a presidência Sales, foi eleito para a Legislatura 1903-1906. Tendo

Fazianv.,

ressaltar a do grande Embaixador. Ro

tativa, pronunciava "discursos equila-

punlio, é abundante e revela uma coinpieensao clara o fácil, um conhecimen

defendido com talento e êxi

da conversação, em que era

tivos"...

to .seguro dos nossos homens e dos nos

to a política do Barão do

mestre.

sos pro!)lcma.s.

Rio Branco, tornou-se amigo

Passam como de sua autoria muitas

Nela se nota um infi

piadas da época do Barão do Rio Bran

nito cuidado de não fazer agravos a

co, de quem foi um dos mais eficientes colaboradores.

Conta-sc que, numa festa no Itamarati, uma roda de senhoras elegantes

exaltava as qualidades de um dos nossos mais festejados diplomatas e uma delas resumiu'a opinião geral, dizendo; - O nosso Santinhos é uma pérolal

Ao que, imediatamente, Gastão teria replicado:

drigo Otávio desforrou-se com a arte A visita à Faculdade de

o íntimo colaborador deste,

Direito

ninguém.

que o cscoUicu para árbitro

marcou um dia de glória

Sabendo, portanto, que Sales não era nenhum bronco, e sendo sen amigo,

do Tribunal Brasileiro-Boli-

para a filha dileta do Con

viano (1905) e depois para

selheiro Afonso Pena.

apressou-se cm rejeitar a àntoria do gra

o Tribunal Brasileiro-Perua-

discurso

cejo de mau gosto. Protestou.

Sales não deu importância ao caso e continuaram amigos. O desmentido de Gastão não teve

divulgação e a pilhéria seguiu o seu cur-

no (T906-1908) e Delegado à Conferência Pan-America-

na (Argeu Guimarães, Dicionário Bio-

hibliográfico Brasileiro, n. 488, página 151).

de

de

Minas

Gerais

Nabuco

O

foi

admirável pela profundeza do pensamento, c o de Gas tão, feito de improviso, empolgante pelo brilho da forma c beleza das imagens. Falara antes o acadêmico Dermeval

Em 1906, ainda na presidência Sales,

.

-o.

Lessa, aquecendo o ambiente com o


DlflKSTO EcONÒMiro

calor, a vibração, o cnUisiusnío tia mo-

Entrei na intiniitlade

cidadc.

Admiro sua uxab'"^!!.! «• simplicidade. C'<)nfess.i\a ignorãiui.i 'in eerl.is maté

Gastíío, convidado a falar pela Con gregação, levanton-sc da cadeira de pro

no «.\ame desses .issnnto-. compreensão

Ainda guardo na rotina a sua fi^ur.i

viva e pronta. Int<-ligèri( ia ebra. redigia

da sua voz o sua dicção impocávei. Não é preciso tjue vos diga pt)r-

riorid.ule mental, m.is re\< lava mcsnu»

correntemenlí- em bom \ernáeult) e nu

ma e.iligraíia (jm- desiíiaria a eriticM d<' vellio Senador Virgilio <le Mello Kr.ineo-

que ele se acha à nossa fronte. Podemos

Como o General Dutra, de naturid

ve-lo e admirá-lo. Temos, sem dúvida, diante de nós, um dos mais bolos exem plares da nossa raça.

reservado, prefen- ou\ir e eal.jr í-im sez clc tagarelar, sofre os efeitos dafjuel.»

Foi assim, mais ou menos, que comcçou.

Nabuco, vaidoso, sorriu satis

ilassificação erròm-a. í ornando ar) fio da

nossa

lúslciria.

convém acentuar (jm- Clastão da (àuiha

feito, e a tnocidade acadêmica rompeu

nao confundia intelecto com i>arolagein-

os aplausos que continuaram a marcar o fim de cada período do discurso. Quem tinlia tanto talento e o \iu sempre reconliecido c premiado, não

For .outro lado, mesmo (jin- f(")sse V-'" rídíco o caso Salisbury, 1'raucisco Sales

prcc'i.sava de usar a.s armas de vulgares invejoso.s, detratar amigos ou praticar in justiças.

Seguindo, como ob.scrvou Calógenis, o processo dos caricaturistas, não havia de .salientar em Francisco Sales um de-

UJiSeIraN noías à margem) Jaime M. de Sá

rias, o (jm- j;i cdjÉNtilni in(li< in d»> stipe-

fessor c s<! colocou no eslratlo, enlre Nabuco e a assistência. e O.S seus gostos", nos ou\idos a música

o CONTRõLE DO COMÉRCIO EXTERIOR

sua f.miilia.

jamais e.vereeria \-ingança contra o autor do trocadilho.

■ *

Já começam a aparecer as tentativas de r(Torma do nossa legislação sêibre ♦'ontnMe do comércio exterior.

f)ra são condenações ao processo exisb-nte. ora sao projetos do lei que apre sentados ao

Legislativo visam modifi-

as atuais disposições, ora, enfim, re

ndamos dc novas providências no sentido de adajitaçao do mecanismo dc contrõle condições atuais.

É indiscutível que o sistema tem que ^er reformado, visto como atua sôbrc "«u setor econômico altamente dinâmico que reflete direta e inexorávclmento

us oscilações da conjuntura — o comérn'io exterior.

D(;si)aratani esta hip<')lese os seguintes argiinientos; Sales admirava os hoinon.s

Assim, hoje a situação político-econóoúea mundial já apresenta novas carac

de valor e julgava necessário que a po lítica fizesse Sacrifício para manter alt<J

terísticas; o Brasil já firmou alguns com

o mvel da nossa representação. -Mem disso, v(-java j^or (jiuí as suas

fluencia tanto na importação como na

promissos cm Washington, que terão in

e.xportação, e a estrutura económicía do

feitd que êle, realmente, não tinlia, o

([uesto(!s pessoais não interferissem no.s

de ctirtcza intelectual.

A.ssim, no auge do

Faís vai reagindo às oscilações da eco nomia mundial. Todos esses, principal-

poder, nianl(!vc nas posições notórios dc.safí.-tos coino o deputado e mais tarde

^ão fat(}res que exercem direta pressão

Homem de caráter, se fosse autor da

pilhéria, nao fugiria à responsabilidade nem daria satisfações a ninguém. Sabia quão errônea era a maneira bra sileira do classificar os homens em talen

tosos, quando bem falantes, e obtusos, quando não possuem o dom da palavra, ou, tímidos, observam o vellio adágio — o silêncio é de ouro.

neg()ci()s públicos.

exclusivamente,

A razão principal está, porém, na sua formação moral c religiosa. Francisco

ção

Salc.s .só salíia esquecer c perdoar. Quan do .se amofinava com os remoques e o

mal que dêlc diziam, logo .se refugiava nas lições do Evangelho. Havia dc ler, freqüentemente, o capí

método de avaliar a capacidade inte lectual pela verbosidade, temo-lo no caso

Contra línguas nhstrecionun, onde apren dia c|ue a nossa paz não deve dcpcncUados juízos allieios: Non sit pax tua in

três anos e meio como seu Ministro.

não

nas normas orientadoras de nosso inter

tulo da Imitação de Cristo, intitulado

Convivi com êle

embora

senador bernardo Monteiro.

Exemplo recente do desacerto desse

do General Dutra.

uiente,

ore hominibus.

fornecedor do mundo, encontrando em sua extraordinária produtividade técnica forte amparo na concorrência do merca do internacional.

Os E.U.A. acumu

laram de 1945 a 1949 um saldo no

balanço de comércio de 32.062 miUioes de dólares. Ter-se-ia forçosamente que

sentir a escassez daquela moeda.

Após um período cruciante de severas

restrições, tanto mais severas quanto mais rígida é nossa importação — cerca de 93% de mercadorias essenciais - con

seguimos saldar vultosos "atrasados co

merciais", cujo montante superou os 130 milhões de dólares e conseguimos utiü-

zar, concomitantemente, saldos "conge lados", isto é, saldos que havíamos obti

do à custa de sacrifícios internos e que

estavam bloqueados por nossos credores, por razões de ordem alheia aos nossos interesses.

Não podemos, agora, negar a neces sidade absoluta de evitarmos o desequi líbrio violento de nossos balanços de

pagamento, mesmo que as razões se apresentem algo modificadas. Ê inegável que a situação internacio nal evoluiu e o comércio entre as na

câmbio com o exterior.

estão bem vivas: a inconversibilidade de

ções se vai condicionando aos vastos programas de rearmamento. Enquanto as matérias-primas são al tamente procuradas pelas nações indus trializadas, que além de "estoques de reservas" buscam incentivar a produção

uma série de moedas; o advento dos

das mesmas no exterior por meios e

"controles" cambiais e de comércio em

modos, ainda que com sacrifício do de

grande número de países; a situação eco

senvolvimento econômico racional dos

nômica mundial que conduziu os E.U.A.

produtores, os artigos manufaturados, principalmente máquinas, equipamentos,

Que o País não prescinde da fiscaliza de

seu

intercâmbio,

é

assunto

vencido.

Algumas das razões maiores que nos levaram à adoção dos controles ainda

à c-ondição de maior e preponderante

'1


DlflKSTO EcONÒMiro

calor, a vibração, o cnUisiusnío tia mo-

Entrei na intiniitlade

cidadc.

Admiro sua uxab'"^!!.! «• simplicidade. C'<)nfess.i\a ignorãiui.i 'in eerl.is maté

Gastíío, convidado a falar pela Con gregação, levanton-sc da cadeira de pro

no «.\ame desses .issnnto-. compreensão

Ainda guardo na rotina a sua fi^ur.i

viva e pronta. Int<-ligèri( ia ebra. redigia

da sua voz o sua dicção impocávei. Não é preciso tjue vos diga pt)r-

riorid.ule mental, m.is re\< lava mcsnu»

correntemenlí- em bom \ernáeult) e nu

ma e.iligraíia (jm- desiíiaria a eriticM d<' vellio Senador Virgilio <le Mello Kr.ineo-

que ele se acha à nossa fronte. Podemos

Como o General Dutra, de naturid

ve-lo e admirá-lo. Temos, sem dúvida, diante de nós, um dos mais bolos exem plares da nossa raça.

reservado, prefen- ou\ir e eal.jr í-im sez clc tagarelar, sofre os efeitos dafjuel.»

Foi assim, mais ou menos, que comcçou.

Nabuco, vaidoso, sorriu satis

ilassificação erròm-a. í ornando ar) fio da

nossa

lúslciria.

convém acentuar (jm- Clastão da (àuiha

feito, e a tnocidade acadêmica rompeu

nao confundia intelecto com i>arolagein-

os aplausos que continuaram a marcar o fim de cada período do discurso. Quem tinlia tanto talento e o \iu sempre reconliecido c premiado, não

For .outro lado, mesmo (jin- f(")sse V-'" rídíco o caso Salisbury, 1'raucisco Sales

prcc'i.sava de usar a.s armas de vulgares invejoso.s, detratar amigos ou praticar in justiças.

Seguindo, como ob.scrvou Calógenis, o processo dos caricaturistas, não havia de .salientar em Francisco Sales um de-

UJiSeIraN noías à margem) Jaime M. de Sá

rias, o (jm- j;i cdjÉNtilni in(li< in d»> stipe-

fessor c s<! colocou no eslratlo, enlre Nabuco e a assistência. e O.S seus gostos", nos ou\idos a música

o CONTRõLE DO COMÉRCIO EXTERIOR

sua f.miilia.

jamais e.vereeria \-ingança contra o autor do trocadilho.

■ *

Já começam a aparecer as tentativas de r(Torma do nossa legislação sêibre ♦'ontnMe do comércio exterior.

f)ra são condenações ao processo exisb-nte. ora sao projetos do lei que apre sentados ao

Legislativo visam modifi-

as atuais disposições, ora, enfim, re

ndamos dc novas providências no sentido de adajitaçao do mecanismo dc contrõle condições atuais.

É indiscutível que o sistema tem que ^er reformado, visto como atua sôbrc "«u setor econômico altamente dinâmico que reflete direta e inexorávclmento

us oscilações da conjuntura — o comérn'io exterior.

D(;si)aratani esta hip<')lese os seguintes argiinientos; Sales admirava os hoinon.s

Assim, hoje a situação político-econóoúea mundial já apresenta novas carac

de valor e julgava necessário que a po lítica fizesse Sacrifício para manter alt<J

terísticas; o Brasil já firmou alguns com

o mvel da nossa representação. -Mem disso, v(-java j^or (jiuí as suas

fluencia tanto na importação como na

promissos cm Washington, que terão in

e.xportação, e a estrutura económicía do

feitd que êle, realmente, não tinlia, o

([uesto(!s pessoais não interferissem no.s

de ctirtcza intelectual.

A.ssim, no auge do

Faís vai reagindo às oscilações da eco nomia mundial. Todos esses, principal-

poder, nianl(!vc nas posições notórios dc.safí.-tos coino o deputado e mais tarde

^ão fat(}res que exercem direta pressão

Homem de caráter, se fosse autor da

pilhéria, nao fugiria à responsabilidade nem daria satisfações a ninguém. Sabia quão errônea era a maneira bra sileira do classificar os homens em talen

tosos, quando bem falantes, e obtusos, quando não possuem o dom da palavra, ou, tímidos, observam o vellio adágio — o silêncio é de ouro.

neg()ci()s públicos.

exclusivamente,

A razão principal está, porém, na sua formação moral c religiosa. Francisco

ção

Salc.s .só salíia esquecer c perdoar. Quan do .se amofinava com os remoques e o

mal que dêlc diziam, logo .se refugiava nas lições do Evangelho. Havia dc ler, freqüentemente, o capí

método de avaliar a capacidade inte lectual pela verbosidade, temo-lo no caso

Contra línguas nhstrecionun, onde apren dia c|ue a nossa paz não deve dcpcncUados juízos allieios: Non sit pax tua in

três anos e meio como seu Ministro.

não

nas normas orientadoras de nosso inter

tulo da Imitação de Cristo, intitulado

Convivi com êle

embora

senador bernardo Monteiro.

Exemplo recente do desacerto desse

do General Dutra.

uiente,

ore hominibus.

fornecedor do mundo, encontrando em sua extraordinária produtividade técnica forte amparo na concorrência do merca do internacional.

Os E.U.A. acumu

laram de 1945 a 1949 um saldo no

balanço de comércio de 32.062 miUioes de dólares. Ter-se-ia forçosamente que

sentir a escassez daquela moeda.

Após um período cruciante de severas

restrições, tanto mais severas quanto mais rígida é nossa importação — cerca de 93% de mercadorias essenciais - con

seguimos saldar vultosos "atrasados co

merciais", cujo montante superou os 130 milhões de dólares e conseguimos utiü-

zar, concomitantemente, saldos "conge lados", isto é, saldos que havíamos obti

do à custa de sacrifícios internos e que

estavam bloqueados por nossos credores, por razões de ordem alheia aos nossos interesses.

Não podemos, agora, negar a neces sidade absoluta de evitarmos o desequi líbrio violento de nossos balanços de

pagamento, mesmo que as razões se apresentem algo modificadas. Ê inegável que a situação internacio nal evoluiu e o comércio entre as na

câmbio com o exterior.

estão bem vivas: a inconversibilidade de

ções se vai condicionando aos vastos programas de rearmamento. Enquanto as matérias-primas são al tamente procuradas pelas nações indus trializadas, que além de "estoques de reservas" buscam incentivar a produção

uma série de moedas; o advento dos

das mesmas no exterior por meios e

"controles" cambiais e de comércio em

modos, ainda que com sacrifício do de

grande número de países; a situação eco

senvolvimento econômico racional dos

nômica mundial que conduziu os E.U.A.

produtores, os artigos manufaturados, principalmente máquinas, equipamentos,

Que o País não prescinde da fiscaliza de

seu

intercâmbio,

é

assunto

vencido.

Algumas das razões maiores que nos levaram à adoção dos controles ainda

à c-ondição de maior e preponderante

'1


DicKSTi» Econômico

92

motores, ncícuIos etc., vão sofrendo res

ter .sido alcançado <-in Washington, cm

trições de produ«;-ão e a respectiva ex portação fica condicionada c .sujeita a quotas pelos países produtores.

troca <Ic garantia dc fornecimento dc

Desta forma, para os paíse.s de econo

íf .

tlistrilmir tom a< 4T!o aqiic-la importação, (pic por ra/ó«-s (ibtias serão dosadas

o problema transplanta-se para a im portação, já que a maior parte de seus produtos de <-.xportaç-ão (gêneros alimen

r<-nios que controlar a distribuição no

pamento.s e eombusti\eis, ei.s o pro

Ne.stes períodos anormais, praticamen te os únicos em que a "relação de tro cas beneficia os produtores de bens primários, o balanço comercial destes

tende a ser superavitário, ocasionando,

M quase sempre, certa pressão inflacionária interna. Não seria justo cjue en frentássemos a situação sem uma ra/^oá-

^ vel compensação econômica, ou, pelo

j

menos, sem procurarmos evitar {> acúmu-

;I

Io de .saldos no exterior tendentes a se-

j, . rem depreciados ou blo-

i'. y J.'

m-c «•Nsitarcmos

num mínimo impr< scindi\c-1. .Assim. Ic-

blema!

.1-,

inatcrias-priin.is.

mia incipiente, como é o caso do Brasil,

tícios e matérias-primas) tem uma pro h"' K i'. cura vitalizada. Obter máquinas, eíjuí-

[

no.ssas

queados. muda

um

tações de que precisamos e "orientar" o acúmulo

do atendidos nos produtos que mais nos intcrc.ssam (em geral os menos inte

coiH.fjrr,. para ineentiwxr a criação dan"<'l;,s indústrias em território nacional,

que não estejamos a fornecer produtos osscncia|t-.s«mos em troca de artigos de

^rrnemxos cpie ficam os fornecedores ha-

esseneialidade menor.

bilaterais mínimos, as nações sul)dcscii-

dc- perderem completamente o

volvídas não poderão aceitar plàcida-

mcntc a formação daíjuclcs "saldo.s", pois (juc êles ficam expostos à deswdoriziiçao monetária, (|ue é, lan períodos bélico e pré-hélico, poteneia! em todo o mundo.

Aliás, aqueles saldos serã(7 tanto mais

'"^■reado.

^ licenciamento, se racional c cconò-

'"'^aniente aplicado, e comnlementado uma legislação favorável aos inves-

^^ontos e.slrangciros, poderá concorrer n ampliação e o anarclhamento do

Parfun. industrial brasileiro.

Nao se deseonliccem os excessos oue

f «i.s Práticas de contrôle costumam advir

tla inconvorsível v. com

^ não se está a advogar restrições drás-

sóci<)-t'eonôinic:i,

tuação internacional.

Mas, snponluimo.s que a situação internacional

SC desanuvie o que as

provável de disponibili

perspectivas de importa

dades no exterior.

ção melhorem; ainda as

sim cumpre selecionarmos as mercado

siga alcançar o primeiro desses objetivos,

rias importadas, não só com vistas ao

a obtenção de um mínimo de bens in-

equilíbrio dos balanços dc pagamentos, mas também ao desenvolvimento econô

mico do País, para o qual concorre com

A série de circunstancias expostas tra duz não só a necessidade dc contrôle do

perniciosos, (pianto constilnidos de nioe-

do .sua economia \ai so

í'" processo econômico, o que parece, aliás,

Assim, é necessário

materializar, o íjiic será. aliás, algo ate

frendo os impactos da .si

dispensáveis à continuidade de nosso

p:írtes contratantes.

nuado SC cm A\'ashington tixcrcm sido firmados comprouússo.s de fornecimentos

ros, principalmente quan

Por outro lado, mesmo que se con

sclecionaniento raeíonal e elástico

tituídos dentro da esscncialiclade de

cada um dos produtos para ambas as

ressantes para a outra nação) a fim de

.Sc a tendência à formação d<' .saldos

c reconstrução dc tercei

/

^raiuh«s <lesní\'<'is de repartição.

de gnipos dc produtos, que foram cons

pelos exportadores dc bens primários sc

refa do desenvolvimento

tações no sentido de nos ensejarem elas as impor

infhu ionadas de uma economia com

.se firmaram ba.soados no balanceamento

eontro!ar-sc até que ponto estamos sen

não podt! suportar a ta

sua vigência. Passa êle a ter duplo objetivo: bem aproveitar nossas expor

^'ão se pode hoje admitir a exanstao das (li\[sas mu mi-n-adorias snpórflua.s, ví^ndi^ão muito incentixada pelas ren-

sil com \'ário8 países. A fi.scalização dessa execução é imprescindível, tanto mais ,se atentarmos que êsscs acordos

importações, exàtando a a\'alancha

trutura

pouco o espírito do "contrôle" do comércio cxterno, embora endosse

apre(..i;'i\(»l contingente a renda oriunda

das e\p{)rtaçõos.

93

produtos de mínima esseneialidade. qn:iis, por \'êzes. constituem ótimo "^^'reado para indústrias alienígenas,

dc rir- .seu Címsiimo.

tendência a bio(jn<'io. O brasil, por sua frágil es

Êste conjunto de cir cunstâncias

mercado int«Tin) s«-gim(lo a r^s«-ucí.ilitla-

DIGICSTO econômico

bnas o irracionais á importarão, o que, nm do concorrer para o rebaixamento ^ padrão de vida das populações, exerpressão internacional através da quc-

^'^^^ns de índices do comercio.

. ^ntre situações dêsso tino e o esbanh^rionto eufórico do trabalho da Nação graves consemiências internas e

^^tornus qiic daí advêm, o campo é ' to e c nele que se precisa atuar,

tna consideração a mais se deve

no que tange ao contrôle do

^ ^rcâmbio. É quanto á execução dos ' '^tirdos de comércio firmados pelo Bra

comércio exterior como a natureza es

sencialmente dinâmica de alguns fatô-' res que influenciam e modulam as cor rentes de comércio.

Ao traçarcm-se, pois, as normas que nortearão futuramente o contíngenciamento do intercâmbio, aquelas circuns tâncias devem ser atendidas e mais ain

da a natureza dinâmica do próprio co mércio exterior.

Assim, o Executivo, a quem cumpre executar o contrôle, deveria receber do

Legislativo uma lei que lhe bitolasse a atuação, bastante flexível, porém, para permitir a sua adaptação à evolução constante do mecanismo a ser contro lado.

Seria ao Executivo absolutamente im

possível enfrentar com êxito situações de alto índice evolutivo com um instru

mento rígido e de desajustamento qua se que instantâneo.


DicKSTi» Econômico

92

motores, ncícuIos etc., vão sofrendo res

ter .sido alcançado <-in Washington, cm

trições de produ«;-ão e a respectiva ex portação fica condicionada c .sujeita a quotas pelos países produtores.

troca <Ic garantia dc fornecimento dc

Desta forma, para os paíse.s de econo

íf .

tlistrilmir tom a< 4T!o aqiic-la importação, (pic por ra/ó«-s (ibtias serão dosadas

o problema transplanta-se para a im portação, já que a maior parte de seus produtos de <-.xportaç-ão (gêneros alimen

r<-nios que controlar a distribuição no

pamento.s e eombusti\eis, ei.s o pro

Ne.stes períodos anormais, praticamen te os únicos em que a "relação de tro cas beneficia os produtores de bens primários, o balanço comercial destes

tende a ser superavitário, ocasionando,

M quase sempre, certa pressão inflacionária interna. Não seria justo cjue en frentássemos a situação sem uma ra/^oá-

^ vel compensação econômica, ou, pelo

j

menos, sem procurarmos evitar {> acúmu-

;I

Io de .saldos no exterior tendentes a se-

j, . rem depreciados ou blo-

i'. y J.'

m-c «•Nsitarcmos

num mínimo impr< scindi\c-1. .Assim. Ic-

blema!

.1-,

inatcrias-priin.is.

mia incipiente, como é o caso do Brasil,

tícios e matérias-primas) tem uma pro h"' K i'. cura vitalizada. Obter máquinas, eíjuí-

[

no.ssas

queados. muda

um

tações de que precisamos e "orientar" o acúmulo

do atendidos nos produtos que mais nos intcrc.ssam (em geral os menos inte

coiH.fjrr,. para ineentiwxr a criação dan"<'l;,s indústrias em território nacional,

que não estejamos a fornecer produtos osscncia|t-.s«mos em troca de artigos de

^rrnemxos cpie ficam os fornecedores ha-

esseneialidade menor.

bilaterais mínimos, as nações sul)dcscii-

dc- perderem completamente o

volvídas não poderão aceitar plàcida-

mcntc a formação daíjuclcs "saldo.s", pois (juc êles ficam expostos à deswdoriziiçao monetária, (|ue é, lan períodos bélico e pré-hélico, poteneia! em todo o mundo.

Aliás, aqueles saldos serã(7 tanto mais

'"^■reado.

^ licenciamento, se racional c cconò-

'"'^aniente aplicado, e comnlementado uma legislação favorável aos inves-

^^ontos e.slrangciros, poderá concorrer n ampliação e o anarclhamento do

Parfun. industrial brasileiro.

Nao se deseonliccem os excessos oue

f «i.s Práticas de contrôle costumam advir

tla inconvorsível v. com

^ não se está a advogar restrições drás-

sóci<)-t'eonôinic:i,

tuação internacional.

Mas, snponluimo.s que a situação internacional

SC desanuvie o que as

provável de disponibili

perspectivas de importa

dades no exterior.

ção melhorem; ainda as

sim cumpre selecionarmos as mercado

siga alcançar o primeiro desses objetivos,

rias importadas, não só com vistas ao

a obtenção de um mínimo de bens in-

equilíbrio dos balanços dc pagamentos, mas também ao desenvolvimento econô

mico do País, para o qual concorre com

A série de circunstancias expostas tra duz não só a necessidade dc contrôle do

perniciosos, (pianto constilnidos de nioe-

do .sua economia \ai so

í'" processo econômico, o que parece, aliás,

Assim, é necessário

materializar, o íjiic será. aliás, algo ate

frendo os impactos da .si

dispensáveis à continuidade de nosso

p:írtes contratantes.

nuado SC cm A\'ashington tixcrcm sido firmados comprouússo.s de fornecimentos

ros, principalmente quan

Por outro lado, mesmo que se con

sclecionaniento raeíonal e elástico

tituídos dentro da esscncialiclade de

cada um dos produtos para ambas as

ressantes para a outra nação) a fim de

.Sc a tendência à formação d<' .saldos

c reconstrução dc tercei

/

^raiuh«s <lesní\'<'is de repartição.

de gnipos dc produtos, que foram cons

pelos exportadores dc bens primários sc

refa do desenvolvimento

tações no sentido de nos ensejarem elas as impor

infhu ionadas de uma economia com

.se firmaram ba.soados no balanceamento

eontro!ar-sc até que ponto estamos sen

não podt! suportar a ta

sua vigência. Passa êle a ter duplo objetivo: bem aproveitar nossas expor

^'ão se pode hoje admitir a exanstao das (li\[sas mu mi-n-adorias snpórflua.s, ví^ndi^ão muito incentixada pelas ren-

sil com \'ário8 países. A fi.scalização dessa execução é imprescindível, tanto mais ,se atentarmos que êsscs acordos

importações, exàtando a a\'alancha

trutura

pouco o espírito do "contrôle" do comércio cxterno, embora endosse

apre(..i;'i\(»l contingente a renda oriunda

das e\p{)rtaçõos.

93

produtos de mínima esseneialidade. qn:iis, por \'êzes. constituem ótimo "^^'reado para indústrias alienígenas,

dc rir- .seu Címsiimo.

tendência a bio(jn<'io. O brasil, por sua frágil es

Êste conjunto de cir cunstâncias

mercado int«Tin) s«-gim(lo a r^s«-ucí.ilitla-

DIGICSTO econômico

bnas o irracionais á importarão, o que, nm do concorrer para o rebaixamento ^ padrão de vida das populações, exerpressão internacional através da quc-

^'^^^ns de índices do comercio.

. ^ntre situações dêsso tino e o esbanh^rionto eufórico do trabalho da Nação graves consemiências internas e

^^tornus qiic daí advêm, o campo é ' to e c nele que se precisa atuar,

tna consideração a mais se deve

no que tange ao contrôle do

^ ^rcâmbio. É quanto á execução dos ' '^tirdos de comércio firmados pelo Bra

comércio exterior como a natureza es

sencialmente dinâmica de alguns fatô-' res que influenciam e modulam as cor rentes de comércio.

Ao traçarcm-se, pois, as normas que nortearão futuramente o contíngenciamento do intercâmbio, aquelas circuns tâncias devem ser atendidas e mais ain

da a natureza dinâmica do próprio co mércio exterior.

Assim, o Executivo, a quem cumpre executar o contrôle, deveria receber do

Legislativo uma lei que lhe bitolasse a atuação, bastante flexível, porém, para permitir a sua adaptação à evolução constante do mecanismo a ser contro lado.

Seria ao Executivo absolutamente im

possível enfrentar com êxito situações de alto índice evolutivo com um instru

mento rígido e de desajustamento qua se que instantâneo.


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Dícbsto Econômico lho-iuc

BRASILIDADE E CIVISMO

Calógeras foi meu amigo e Uberaba é a minha terra natal.

Vivi, neste recanto, os fugazes mo mentos da infância c nunca o revi sem

reproduzir, na mente, os versos singelos de Casimiro de Abreu e Luiz Guima

rães, que descreveram os oito anos e a %'olta à casa paterna. Gravada na

minha

retina

está- a

Uberaba de antanho. A igreja da Ma triz, com o relógio e a tôrrc esguia, de

cências sauíhisas <• tratliçõcs lindas, (jnc

do por um companheiro da Escola do Ouro Prelo, nas verdejantcs campinas

cívico.

Contém

um/i

saudação

ao

Afonso Arínns c um artinn sòhrc ésse

U a])andonaram a idéia da peregrina

as armas iniciais da profissão que abra çara. Demarcou vários imóveis. "La ranjeiras", "Santa Gerlrudes" e "Tiju co", fazendas que perlnslrei, quando criança, dividiu-as o laureado engenhei

no halLsmo do avião "CnMgrrr/.ç"; a .sau

ção.

ro.

dação ao distinto oficUd do Exército

volta de mim mesmo, a \'olta dos oito

Coelho dos Reis, em nome da Comissão

anos.

dos Neffócios Est(ulunis. c um artiao sãhre o escritor nacionalista Batista Pereira.

"E sc,

antes d<^ fazer a \oUa ao redor do mun

do, fizi'*sscnu)s a volt.a do nós mesmos?"

Iloje, com essa \'lagem, fiz a

Vim da terra da minha adolescência,

terra onde construí o lar e fiz amigos que me enchem a \ ida dc ufania, pnra cjuc Assis Chateaubriand me conferiu.

que empolgava a imaginação infantil; o

pelo fato de ter nascido em Uberaba e

córrego da rua do Comércio, ponto fu

escutado, tantas vozes, entoada pelos

gitivo dos meus brinquedos; a frondosa e centenária gameleira, árvore que des

dominicanos, a música de Palestrina.

Justificada está ainda a minha incli nação paru os estudos clássicos, prcfcrindo-os aos das ciências físicas c ma

temáticas, observação que me fêz o sau

doso José Ladislau Pctcr, pela incontida admiração que, menino, eu votava àque les homens humildes que, nos serões de

Inenarrável é o prazer de aflnnnr, na

cidade cm que nasci, o meu amor e a minha gratidão à Piratininga dadivosa, qm; me agasalhou com carinhos de mãe e me consentiu

prcslassc, cm cargos do rclêvo, scrvi(.-os à Pátria estremecida. Abençoado torrão, onde não vi-

í-'cja a semente do regionalismo: a cer tidão dc batismo, nas suas águas lustrais, c a do cnlranhado devotamento ao Brasil.

Chateaubriand,

paladino

da novel

Uberaba, conversavam em latim como

cruzada cívica, doar aviões à juventu

se fossem monges beneditinos. É o traço da vida, que elegante pro

pernambucano Scvcrino Pereira, nacio

músicos e de latinistas, último vestígio do famoso Colégio dos Lazaristas, que

sador definiu: desenho da criança es

fez de tantos filhos do sertão mestres

quecido pelo homem. Uberaba

cresceu

e

transformou-se.

Impulsionada pelo gênio empreendedor

i..yr. "a»'. /,■ f

disse a um dos companheiros:

de.sempenhar-mc de lionroso mandato

um quarteto de Beethovcn, uma cantata de Baeh ou nm oratório de Handcl,

Explico a profunda emoção com que

nos romances dc Bernardo Guimarães,

para uma \iagem ao redor do mundo,

Íngreme ladeira do Largo do Rosário,

divina.

dêsto Município, descritas com o pincel

nosso colaborador, rcdi{^Ídos ambos quarulo ainda não havia o brilhante parlamentar atinf^ido o gr/mr/r renome de que hoje ttsufrtii. São reproduzidos ainda: o discurso proferido em Uberaba

.sempre otiço uma .sinfonia de Haydn,

do idioma de Cícero e peritos na arte

Uberaba devia uma reparação

a Calógeras. O grande brasileiro aqui viven fase não pequena. Terçou, atraí

Conl.i Iloussayc. no 1í\to "Galeria de retratos cio século que Clminforl. ao embarcar, em Chcrburgo,

Sebastião, que diariamente percorria; a

contava oito mil habitantes. Cidade de

Divinatória, a escolha de Chateau

briand.

.só vceni í>s í)lhos tio coração.

as ruas de Santo Antônio e de São

escolar, poético e florido, enlevo da puericía, são esse pano de fundo de que falava Nabuco e representa os últi mos longes da vida. A Uberaba do meu tempo não era a opulenta de hoje. Há seis lustros, não

fundo reconliecimento.

Uf^eiros perfis, inserimos os (Ir caráter

fronte à casa de meu pai; o Colégio

lumbra o forasteiro; o jardim do grupo

ousio de uma con

ao inspirador e ao doador, o seu pro

Neste número. pros.scQniníio n série de

dos Maristas, onde soletrei o alfabeto;

local preferido das congadas, espetáculo

de.seu\nlvi»nenlí> v do

Permil;\in-nu\ jxiréni. os

fissão: .1 UbiT.iba i'scondida no meu saerário é a t ithule bucólica, tlc vcminis-

Calógeras e Uberaba cia o júbilo inefável de e.xalçar a memória de Calógeras cm Uberaba.

si-ii

rnens eonltTr.\m-os.

Antonio Gontijo de Cahvai.ho

P"OPoncioNou-ME a Divina Providên

<h»

sen progresso.

dos seus filhos, enriqueceu-se. m »! „ i.

Orgu-

de., ordenou que o aparelho, y^ádlva do nalista que não reconhece fronteiras intcniorcs, temperamento cm que se con

densam a audácia c a inteligência, ti vesse nas asas o nome glorioso de Randiá Calógeras. Uberaba, cidade brasileira, manifesta,

Lembrou-me uin amigo, tradição

\1va do velho sertão, que, muitas ve

zes, vira o impenitcnte madrugador usar ferramentas de trabalhador braçal e con-

fundir-sc no campo com o mais obscuro dos operários. Engolfou-se, posteriormente, nas me

donhas lutas municipais, que Uberaba —

por que não direi o Brasil? — recorda

sem saudades. Com o apoio do político Misael Rodrigues da Cunha, candidalou-sc a deputado estadual o

moço cujo cérebro era um turbi lhão de idéias e as produções faiscavam luz.

Insurgiram-sc chefes locais. Veto formal lavraram. Calógeras sofre

a primeira decepção política e e.xibe na tormenta a ahaira do seu caráter. De siste da pretensão para evitar que se alastre a cizânia e a reconciliação se

impeça.

Retira-se para Ouro Preto, que logo a seguir o elege deputado federal. Deu-lhe a montanha o que não obte ve da planície. Nome naçional, Calóge ras não o era.

Uma cstuante mocida-

de ou um nome de província, dir-sc-ia.

Circunstância que atenua a falta dos meus conterrâneos, hoje resgatada pela


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Dícbsto Econômico lho-iuc

BRASILIDADE E CIVISMO

Calógeras foi meu amigo e Uberaba é a minha terra natal.

Vivi, neste recanto, os fugazes mo mentos da infância c nunca o revi sem

reproduzir, na mente, os versos singelos de Casimiro de Abreu e Luiz Guima

rães, que descreveram os oito anos e a %'olta à casa paterna. Gravada na

minha

retina

está- a

Uberaba de antanho. A igreja da Ma triz, com o relógio e a tôrrc esguia, de

cências sauíhisas <• tratliçõcs lindas, (jnc

do por um companheiro da Escola do Ouro Prelo, nas verdejantcs campinas

cívico.

Contém

um/i

saudação

ao

Afonso Arínns c um artinn sòhrc ésse

U a])andonaram a idéia da peregrina

as armas iniciais da profissão que abra çara. Demarcou vários imóveis. "La ranjeiras", "Santa Gerlrudes" e "Tiju co", fazendas que perlnslrei, quando criança, dividiu-as o laureado engenhei

no halLsmo do avião "CnMgrrr/.ç"; a .sau

ção.

ro.

dação ao distinto oficUd do Exército

volta de mim mesmo, a \'olta dos oito

Coelho dos Reis, em nome da Comissão

anos.

dos Neffócios Est(ulunis. c um artiao sãhre o escritor nacionalista Batista Pereira.

"E sc,

antes d<^ fazer a \oUa ao redor do mun

do, fizi'*sscnu)s a volt.a do nós mesmos?"

Iloje, com essa \'lagem, fiz a

Vim da terra da minha adolescência,

terra onde construí o lar e fiz amigos que me enchem a \ ida dc ufania, pnra cjuc Assis Chateaubriand me conferiu.

que empolgava a imaginação infantil; o

pelo fato de ter nascido em Uberaba e

córrego da rua do Comércio, ponto fu

escutado, tantas vozes, entoada pelos

gitivo dos meus brinquedos; a frondosa e centenária gameleira, árvore que des

dominicanos, a música de Palestrina.

Justificada está ainda a minha incli nação paru os estudos clássicos, prcfcrindo-os aos das ciências físicas c ma

temáticas, observação que me fêz o sau

doso José Ladislau Pctcr, pela incontida admiração que, menino, eu votava àque les homens humildes que, nos serões de

Inenarrável é o prazer de aflnnnr, na

cidade cm que nasci, o meu amor e a minha gratidão à Piratininga dadivosa, qm; me agasalhou com carinhos de mãe e me consentiu

prcslassc, cm cargos do rclêvo, scrvi(.-os à Pátria estremecida. Abençoado torrão, onde não vi-

í-'cja a semente do regionalismo: a cer tidão dc batismo, nas suas águas lustrais, c a do cnlranhado devotamento ao Brasil.

Chateaubriand,

paladino

da novel

Uberaba, conversavam em latim como

cruzada cívica, doar aviões à juventu

se fossem monges beneditinos. É o traço da vida, que elegante pro

pernambucano Scvcrino Pereira, nacio

músicos e de latinistas, último vestígio do famoso Colégio dos Lazaristas, que

sador definiu: desenho da criança es

fez de tantos filhos do sertão mestres

quecido pelo homem. Uberaba

cresceu

e

transformou-se.

Impulsionada pelo gênio empreendedor

i..yr. "a»'. /,■ f

disse a um dos companheiros:

de.sempenhar-mc de lionroso mandato

um quarteto de Beethovcn, uma cantata de Baeh ou nm oratório de Handcl,

Explico a profunda emoção com que

nos romances dc Bernardo Guimarães,

para uma \iagem ao redor do mundo,

Íngreme ladeira do Largo do Rosário,

divina.

dêsto Município, descritas com o pincel

nosso colaborador, rcdi{^Ídos ambos quarulo ainda não havia o brilhante parlamentar atinf^ido o gr/mr/r renome de que hoje ttsufrtii. São reproduzidos ainda: o discurso proferido em Uberaba

.sempre otiço uma .sinfonia de Haydn,

do idioma de Cícero e peritos na arte

Uberaba devia uma reparação

a Calógeras. O grande brasileiro aqui viven fase não pequena. Terçou, atraí

Conl.i Iloussayc. no 1í\to "Galeria de retratos cio século que Clminforl. ao embarcar, em Chcrburgo,

Sebastião, que diariamente percorria; a

contava oito mil habitantes. Cidade de

Divinatória, a escolha de Chateau

briand.

.só vceni í>s í)lhos tio coração.

as ruas de Santo Antônio e de São

escolar, poético e florido, enlevo da puericía, são esse pano de fundo de que falava Nabuco e representa os últi mos longes da vida. A Uberaba do meu tempo não era a opulenta de hoje. Há seis lustros, não

fundo reconliecimento.

Uf^eiros perfis, inserimos os (Ir caráter

fronte à casa de meu pai; o Colégio

lumbra o forasteiro; o jardim do grupo

ousio de uma con

ao inspirador e ao doador, o seu pro

Neste número. pros.scQniníio n série de

dos Maristas, onde soletrei o alfabeto;

local preferido das congadas, espetáculo

de.seu\nlvi»nenlí> v do

Permil;\in-nu\ jxiréni. os

fissão: .1 UbiT.iba i'scondida no meu saerário é a t ithule bucólica, tlc vcminis-

Calógeras e Uberaba cia o júbilo inefável de e.xalçar a memória de Calógeras cm Uberaba.

si-ii

rnens eonltTr.\m-os.

Antonio Gontijo de Cahvai.ho

P"OPoncioNou-ME a Divina Providên

<h»

sen progresso.

dos seus filhos, enriqueceu-se. m »! „ i.

Orgu-

de., ordenou que o aparelho, y^ádlva do nalista que não reconhece fronteiras intcniorcs, temperamento cm que se con

densam a audácia c a inteligência, ti vesse nas asas o nome glorioso de Randiá Calógeras. Uberaba, cidade brasileira, manifesta,

Lembrou-me uin amigo, tradição

\1va do velho sertão, que, muitas ve

zes, vira o impenitcnte madrugador usar ferramentas de trabalhador braçal e con-

fundir-sc no campo com o mais obscuro dos operários. Engolfou-se, posteriormente, nas me

donhas lutas municipais, que Uberaba —

por que não direi o Brasil? — recorda

sem saudades. Com o apoio do político Misael Rodrigues da Cunha, candidalou-sc a deputado estadual o

moço cujo cérebro era um turbi lhão de idéias e as produções faiscavam luz.

Insurgiram-sc chefes locais. Veto formal lavraram. Calógeras sofre

a primeira decepção política e e.xibe na tormenta a ahaira do seu caráter. De siste da pretensão para evitar que se alastre a cizânia e a reconciliação se

impeça.

Retira-se para Ouro Preto, que logo a seguir o elege deputado federal. Deu-lhe a montanha o que não obte ve da planície. Nome naçional, Calóge ras não o era.

Uma cstuante mocida-

de ou um nome de província, dir-sc-ia.

Circunstância que atenua a falta dos meus conterrâneos, hoje resgatada pela


T

DiCKSTO ECONÓNfICO

niíignificêncía desta cerimônia, revesti da de um toque lilúrgico. Vulto de projeção continental, já o tempo o consagrara, quando o proscre veram cie Minas os poderosos do dia.

97

Dicesto EcoNó^aco

para técnicos u publicistas, crinic dc losa-p;ilriotismo. Assis Cliatcaubriand, com a extraordinária visão das coisas pú blicas (pie o singul.iriz;i, foi dos pionei

realizou obra de estadista: integrar O Exército na Naçãí). Criar a consciência aeronáulie.í. eis a

finalidatle preeípiia, ou nn-lhor, o gr.mdc sentido da jornada cívica, empreendida

o das cousas.

ccrrou ao leu espírito nova clareim. Comcçastc a descrever as tradições do tor

quele transe, o enamorado do Brasil, en

fie fàilógera.s (|tie se reali/-i: civis C

dos siMis inúmeros jonuiis, féz a defesa do boi (jue tanto ouro tem carreado

frentando os maiorais da política. Focalizou, em artigos primorosos, os

militares, congraçaflos e rmidos. para a

para o Brasil.

garantia da unidade <Io Rra-^il. Formação de neroelulies <' adcslra-

Propulsor d:i sua grandeza, tornou-se beiu.-mérito de Uberaba o amigo gentil.

.se enriqueceram com ensaios históricos,

dignos de »im Capislrano ou de um Ro dolfo Garcia. Impediu íc consumasse o

definitivo ostracismo político de Caló-

abuiuiàneia de aviões do treinaimaüo,

tasia a aspiração do amante do .seu tor

toleram as superioridades. Benefício imenso e ato de civi.smo,

rão: a elernidadí! da Pátria.

porque a obsessão do insigne patriota não desmentiu a stia con^^tante ternura para com os homens e as coisas de

Mína.s, principalmente para com os seus homens í;utis' e os de forte conteúdo espiritual.

Simboliza o patriotismo a epígrafe "Pandiá Calógeras". O Exercito, o "grande mudo", teve, no pai-ano Mi nistro da Guerra, o amigo. Engenhei ro e historiador, sociólogo e economista, dos maiores, sem dúvida, o foi. Toda via, a sua vocação era a militar, reve

lada no tipo marcial. Moro deputado, assistia às manobras das forças armadas,

para debater no plenário o orçamento da Guerra. Fato ímpar, em que fulge também a noção do dever.

Ministro,

percorria diàriamente os quartéis para se pôr em contato com a tropa. Calógeras, correspondendo ao afeto que lhe dedicavam os homens de farda,

lho Neto. Surgiram os irrequietos, os descuidados da forma, os ncgadores de bui, os iconoclastas do passado. Sofreste o contágio. Com Prudente de Morais Neto c Sérgio Buarque dc Ho

Prevendo e agindo, não será uma fan Sustentou Oliveira Viana fjuc o pro blema básico dfr nina nação, como o

landa, iniciastc a demolição de velhos

Bra.sil, de grande e.xlen.são territorial, é

cânones.

o do transporte. Quem meneia os negócios públicos

O líder

pregava novos moldes de arte.

ancila f) das comnnleações.

Eliminada a distancia, decifrada está a incf)gnita do fultiro. Organizada, em larga csscala, a "legião do ar", a econo mia brasileira terá oulrfis rumos c não

ciais, revisaram valores.

será ficção a unidade espiritual de um

povo, fadado a alcvantados destinos. Não finalizo esta aiociição sem tes

temunhar a Cliatcaubriand a gratidão

Todos re

cordamos a pugna épica que o mineiro do Triângulo travou contra forças con jugadas para desenvolver a sua riqueza, explicável pelas condições mciológicas da região. Propugnar o "bos indicas" constituía.

Mas os

discípulos foram além. Desdenhando o amor contemplativo, trouxeram uma nova concepção da vida. Reergueram os esquecidos Tavares Bastos c Alberto Tôrres. Investigando os fenômenos so

gein .solução. ]>; nenlmm, porém. ^

sa a economia ubcrabcnse.

movimento era Graça

Aranha. O autor da "Estética da Vida"

brasileiros, há de ter verificado fpic to dos os problemas administrativos e.vi-

dc Uberaba por inestimável serviço. Na criação do gado indiano, repou

do

P

rão natal.

Artista, pcrfumastc com o

neiras.

Maclrugastc nas lides do pensamento, quando se prenunciava o ocaso de Coe

sente.

geras, almejado pelos pigmeus que não

era a de servir com sublimidnde ao Brasil. Enaltcccndo-o, Chatcaubriand

Afonso Arinos

realidade dos dias tf)rmentosos do pre

A paixão do Brasil, entretanto, des-

aroma da tua prosa, cheia de ternura, a historia das decadentes cidades mi

mentí» fie pilotos, possibilitados pela hão de constituir o programa de todos afjuêles (jue tem os t>lhos abiTtos à

dia eterna, continuaste pelas colunas

cl'"0 Jornal" zombetonndo dos homens

pelos "I):árií)S .Associados". E o sonho

Pátria. lTanr[ueou-lhe as prestigiosas colunas dos "Diários Associados", que

gáudio dos que cmbcbem a pena na ironia o con.'^idcrani a vida uma come

ros da re;ição vitoriosa e, nas colunas

Chateaiibriand foi quem amparou, na

méritos excepcionais daquele lioinem de Eítado, orgulho de um povo e exilado na

tu Ic rcvclastc delicioso humorista. Para

Houve, são

palavras tuas, dc um movimento poéti co inicial, a recuperação do Brasil pelo seu próprio pensamento. Milagre da rnalsinada geração do npós-guerra que ligou a floração intelectual do Brasil às raízes profundas. Dcspertaste a atenção da intelectuali dade brasileira, quando, ainda estudan

Sabará, Ouro Preto, Mariana e Con gonhas do Campo, celebradas nos versos dc Mário de Lima, encontraram no so

brinho dc Afonso Arinos um pintor de -

estranha magia. Seguias, impulsionado

por um sentimento atávico, as pegadas daquele que, em Ouro Freto, plena

revolta de Custódio dc Mello, "mergu lhado no passado, conversava com es

pectros, revivendo a antiga vida pinturesca da cidade lendária". Herdaste um nome aureolado e com lustre o prolon-

gastc. Afonso Arinos e Afonso Arinos Sobrinho se identificam e se completam.

Auspiciosa, a estréia de ambos no do mínio da publicística. "Pelo Sertão", de Arinos, é um dos livros básicos cionalidadc, uma espécie dc "Facundo ,

não superado no gênero por nenhum outro.

Calardoa um sociólogo a tua

"Introdução à Realidade Brasileira', apelo vibrante e documentado para que o País resista à absorção de tendências alienígenas.

Arinos era um incomparável paisa

gista com pendores pela história nacio

te, escreveste uma crônica graciosa e

nal. És um historiador que reveste os

leve sobre o Conselho da Sociedade das

pensamentos de límpido estilo. Em Arinos, sobrepuja o artista. Em ti, o

Nações. Intitulava-se "O Teatro à Beira

do Lago". Caricaturando os Chamberlain, os Cccil, os Herriot, os Scialoja,

cronista e o didata.

Arinos, viajor impenitenle, só escre-


T

DiCKSTO ECONÓNfICO

niíignificêncía desta cerimônia, revesti da de um toque lilúrgico. Vulto de projeção continental, já o tempo o consagrara, quando o proscre veram cie Minas os poderosos do dia.

97

Dicesto EcoNó^aco

para técnicos u publicistas, crinic dc losa-p;ilriotismo. Assis Cliatcaubriand, com a extraordinária visão das coisas pú blicas (pie o singul.iriz;i, foi dos pionei

realizou obra de estadista: integrar O Exército na Naçãí). Criar a consciência aeronáulie.í. eis a

finalidatle preeípiia, ou nn-lhor, o gr.mdc sentido da jornada cívica, empreendida

o das cousas.

ccrrou ao leu espírito nova clareim. Comcçastc a descrever as tradições do tor

quele transe, o enamorado do Brasil, en

fie fàilógera.s (|tie se reali/-i: civis C

dos siMis inúmeros jonuiis, féz a defesa do boi (jue tanto ouro tem carreado

frentando os maiorais da política. Focalizou, em artigos primorosos, os

militares, congraçaflos e rmidos. para a

para o Brasil.

garantia da unidade <Io Rra-^il. Formação de neroelulies <' adcslra-

Propulsor d:i sua grandeza, tornou-se beiu.-mérito de Uberaba o amigo gentil.

.se enriqueceram com ensaios históricos,

dignos de »im Capislrano ou de um Ro dolfo Garcia. Impediu íc consumasse o

definitivo ostracismo político de Caló-

abuiuiàneia de aviões do treinaimaüo,

tasia a aspiração do amante do .seu tor

toleram as superioridades. Benefício imenso e ato de civi.smo,

rão: a elernidadí! da Pátria.

porque a obsessão do insigne patriota não desmentiu a stia con^^tante ternura para com os homens e as coisas de

Mína.s, principalmente para com os seus homens í;utis' e os de forte conteúdo espiritual.

Simboliza o patriotismo a epígrafe "Pandiá Calógeras". O Exercito, o "grande mudo", teve, no pai-ano Mi nistro da Guerra, o amigo. Engenhei ro e historiador, sociólogo e economista, dos maiores, sem dúvida, o foi. Toda via, a sua vocação era a militar, reve

lada no tipo marcial. Moro deputado, assistia às manobras das forças armadas,

para debater no plenário o orçamento da Guerra. Fato ímpar, em que fulge também a noção do dever.

Ministro,

percorria diàriamente os quartéis para se pôr em contato com a tropa. Calógeras, correspondendo ao afeto que lhe dedicavam os homens de farda,

lho Neto. Surgiram os irrequietos, os descuidados da forma, os ncgadores de bui, os iconoclastas do passado. Sofreste o contágio. Com Prudente de Morais Neto c Sérgio Buarque dc Ho

Prevendo e agindo, não será uma fan Sustentou Oliveira Viana fjuc o pro blema básico dfr nina nação, como o

landa, iniciastc a demolição de velhos

Bra.sil, de grande e.xlen.são territorial, é

cânones.

o do transporte. Quem meneia os negócios públicos

O líder

pregava novos moldes de arte.

ancila f) das comnnleações.

Eliminada a distancia, decifrada está a incf)gnita do fultiro. Organizada, em larga csscala, a "legião do ar", a econo mia brasileira terá oulrfis rumos c não

ciais, revisaram valores.

será ficção a unidade espiritual de um

povo, fadado a alcvantados destinos. Não finalizo esta aiociição sem tes

temunhar a Cliatcaubriand a gratidão

Todos re

cordamos a pugna épica que o mineiro do Triângulo travou contra forças con jugadas para desenvolver a sua riqueza, explicável pelas condições mciológicas da região. Propugnar o "bos indicas" constituía.

Mas os

discípulos foram além. Desdenhando o amor contemplativo, trouxeram uma nova concepção da vida. Reergueram os esquecidos Tavares Bastos c Alberto Tôrres. Investigando os fenômenos so

gein .solução. ]>; nenlmm, porém. ^

sa a economia ubcrabcnse.

movimento era Graça

Aranha. O autor da "Estética da Vida"

brasileiros, há de ter verificado fpic to dos os problemas administrativos e.vi-

dc Uberaba por inestimável serviço. Na criação do gado indiano, repou

do

P

rão natal.

Artista, pcrfumastc com o

neiras.

Maclrugastc nas lides do pensamento, quando se prenunciava o ocaso de Coe

sente.

geras, almejado pelos pigmeus que não

era a de servir com sublimidnde ao Brasil. Enaltcccndo-o, Chatcaubriand

Afonso Arinos

realidade dos dias tf)rmentosos do pre

A paixão do Brasil, entretanto, des-

aroma da tua prosa, cheia de ternura, a historia das decadentes cidades mi

mentí» fie pilotos, possibilitados pela hão de constituir o programa de todos afjuêles (jue tem os t>lhos abiTtos à

dia eterna, continuaste pelas colunas

cl'"0 Jornal" zombetonndo dos homens

pelos "I):árií)S .Associados". E o sonho

Pátria. lTanr[ueou-lhe as prestigiosas colunas dos "Diários Associados", que

gáudio dos que cmbcbem a pena na ironia o con.'^idcrani a vida uma come

ros da re;ição vitoriosa e, nas colunas

Chateaiibriand foi quem amparou, na

méritos excepcionais daquele lioinem de Eítado, orgulho de um povo e exilado na

tu Ic rcvclastc delicioso humorista. Para

Houve, são

palavras tuas, dc um movimento poéti co inicial, a recuperação do Brasil pelo seu próprio pensamento. Milagre da rnalsinada geração do npós-guerra que ligou a floração intelectual do Brasil às raízes profundas. Dcspertaste a atenção da intelectuali dade brasileira, quando, ainda estudan

Sabará, Ouro Preto, Mariana e Con gonhas do Campo, celebradas nos versos dc Mário de Lima, encontraram no so

brinho dc Afonso Arinos um pintor de -

estranha magia. Seguias, impulsionado

por um sentimento atávico, as pegadas daquele que, em Ouro Freto, plena

revolta de Custódio dc Mello, "mergu lhado no passado, conversava com es

pectros, revivendo a antiga vida pinturesca da cidade lendária". Herdaste um nome aureolado e com lustre o prolon-

gastc. Afonso Arinos e Afonso Arinos Sobrinho se identificam e se completam.

Auspiciosa, a estréia de ambos no do mínio da publicística. "Pelo Sertão", de Arinos, é um dos livros básicos cionalidadc, uma espécie dc "Facundo ,

não superado no gênero por nenhum outro.

Calardoa um sociólogo a tua

"Introdução à Realidade Brasileira', apelo vibrante e documentado para que o País resista à absorção de tendências alienígenas.

Arinos era um incomparável paisa

gista com pendores pela história nacio

te, escreveste uma crônica graciosa e

nal. És um historiador que reveste os

leve sobre o Conselho da Sociedade das

pensamentos de límpido estilo. Em Arinos, sobrepuja o artista. Em ti, o

Nações. Intitulava-se "O Teatro à Beira

do Lago". Caricaturando os Chamberlain, os Cccil, os Herriot, os Scialoja,

cronista e o didata.

Arinos, viajor impenitenle, só escre-


iJlôBAfÔ

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troinpa e toquei a reunir". A literatura, vcii sôbre o Brasil.

Em tua obra, o

Brasil é a preocupação absorvente, fei ção do espírito que mais te enobrece. Pertences à estirpe dos paulistas Var-

nhagen e Eduardo Prado, brasileiros in tegrais. CUJO roteiro inteicctiial não di

fere do (juc foi traçado pelo segundo Paranhos: "Ubiquc Patriae Memor".

A Unidade da Pátria" foi o empol gante tema, escolhido em Belo Hori

zonte pelo primeiro Afonso Arinos, para o inicio do momento da "Grande Pá tria . Oraçao cívica dc tão funda re

percussão na mocidadc, que constituiu,

talvez, o máximo fator da orga nização, em São Paulo, da Liga Nacionalista, seleção dos melho

res alunos das nossas escolas su

periores, grêmio de patriotas,

que atenderam ao toque de reunir.

"A Unidade Nacional", o te

ma que Alberto Americano te sugeriu para o teu primeiro contato com o povo de São Paulo. Dcscnvolvendo-o, doaste à juventude uma página de civismo. Enriquecestc a tua bibliografia com uma obra de amor ao Bra.si].

*

oferta uma t^bra do arte.

\'ot;icla c.\clusi%amentc ã redenção do Afonso Arinos de Mello I*'r;mco. per

Brasil, a sua inteligência nos proporcio na. logo a seguir, "Preparação ao Na-

tencente a uma estirpe de inlelt ciuais, realiza o milagre- <le c<)mj>endiar, cm plena jmenlude, as t<-mlèncias cultu rais dos seus antepassados. Curioso, perlu-slra os \ários domínios da inteligência. Disercleía sôbre assun tos juriclicos, sociais e filosóficos com a facilidade com que redige uma nota

cion:ilisnu)".

Sereno, estuda a atuação

judaie:\ na elaboração das tendências intern;»cion;distas da mocidade brasileira. Não existia biÍ>liografia sobre o assun to. Afonso Arinos.deu o alarma c suge

riu que fòsse debatida a infUiência his torie;! do judeu na formação do nosso

política, elal>ora uma critica literária e

povo.

compõe uin poema. Em todos os scus

O problema começou a ser ventilado. Batista Pereira faz a apologia do israe

escritos, há vincos <Ie estranha sensibi

lidade e o pensamento vaz;ido é

lita.

sempre original.

prlmindo os "Protocolos do Sião . Pan

Gust.uo Barroso o detrai,^ rcim-

Eslreon-se com "Introdução à

fletários c não bistoriadores, trou.xcram

realidade brasileira". Essa obra surpreendeu a inúmeros amigos

contudo para o tablado da discussão o exame da alma hebraica.

Hoje, não conheço assunto que des

seus. Discípulo de Craça Ara-

perte maior interessei Rodolfo Garcia o Gilberto Freyrc iniciaram a sua inves

niia, fòra até então um deino-

lidor e não poupava os ídolos a sua pena ucidulada pela ironia.

tigação, cont a fome de documentos que os caracteriza. Com a intuição e clara

O amor á terra natal, rejuvenescido

apos longa viagem, imprime a seu espí" rito outra orientação. Aos vinte c einco anos, o iconoclasta transforma-se oio

construtor. Em estilo que tem a IranS-

parêneia do cristal, agita os problemas nismo. Inquire sôbre a desorganização o a desordem do Brasil. Situa, com rara precisão, o papel do intelectual e co-

ta.

A eternidade do

rajosamtínle analisa o nosso malfadado

Brasil há de ser o lábaro do nosso na-

o retrato que Paulo Prado traçou o Brasil. Esteta, o escritor paulista de

regionalismo. O intelectual brasileiro vê

senhou os contornos do corpo.

cionaJisino.

O catecismo do jcsviita c

angustiantes do fascismo e do comu

*

*

Afonso Arinos não se conformou com Mas

traçada por um patriota a diretriz sal

falhou como fotografo da psique bra

vador;!, Praticar o nacionalismo de co-

Romero, garantiram desde os primórdios

sileira.

laboração e não o nacionalismo de ódio;

Gravada no papel, a arte eternizou

a unidade religiosa e a unidade do di

repelir o internacionalismo o pender para o universalismo; combater o regio

a concepção amarga de Paulo Prado e

"Introdução à Realidade Brasi

de desalento foi a sua repercussão na

leira", "Preparação ao Nacionalismo",

nalismo c pregar o pacifismo; amar o

mocidade.

"Conceito de Civilização Brasileira", fi

exército e odiar o militarismo, eis a sín

zeram de ti um devotado oljrciro da

tese desse evangelho de patriotismo. Aos moços endereçou estas p;i]avras

Mas a reação de uma elite não tardou. Carlos Magalhães Azeredo e Antônio

unidade política. aspiraçõe.s.

Sintetizas as nossas

de legítimo orgulho:

são nodoantc.

Argumentos irretorquí\ cis foram con

trapostos. Mas não se destrói fàcilmente uma lese, se o propugnador for um es critor fascinante, como o é Paulo Prado. "Conceito de civilização brasileira",

que Afonso Arinos acaba de lançar à publicidade, em resumo, é uma réplica ao "Retrato do Brasil".

Não a de um utopista. Mas a de um realista.

O êmulo de Paulo Prado é um jovem

pensador, um intelectual puro, que des mente a decantada inferioridade da nos

sa raça, diagnosticada pelos detratores do Brasil.

Escritor de polpa, o seu "Conceito de civilização brasileira" é de leitura leve, como se fora um romance. O ra ciocínio é diáfano e há cintilações na

e.xposição das idéias. Quem o lè recorda-se de uma passagem de Emerson

foi reconstituído por um pintor. Aliás,

as ordenações do Reino, observou Sílvio

reito.

Brasil. Batista Pereira foi além, quando o definiu: "Mancha do Brasil", expres

conceitua que o melhor livro percepção do.s fenômenos sociais, Afonso équando aquele a ilusão de que nós o Arinos há. dc aproveitar esses materiais poderíamosqueterdáescrito. preciosos para traçar as linhas mestras Há páginas que encantam pela fidessa influencia. nura psicológica. O ambiente de uma sala de jôgo dá a impressão de que

A mocidade está contigo na benemé rita campanha que empreendeste cm prol da unidade da Pátria. És hoj'e a testemunha fiel do que esse sentimento é indestrutível na alma do povo paulis Disse e repito.

"retrato pessimista" o do verdadeiro

Batista Pereira não reconheceram no

o capítulo "A salvação pelo acaso" é o mais pitoresco e o de melhor lavor ar tístico.

Analisando o poema de Gonçalves Dias, o trecho musical de Carlos Gomes, a tela de Vitor Meireles e o romance

de José de Alencar, representados pelas figuras de Y Juca-Pyrama, Ceei, Mocma e Peri, Afonso Arinos fê-lo como

sociólogo e não como puro homem de letras.

"Conceito de civilização brasileira" não é uma narrativa de fatos concretos.

"Empunhei a Í!

j

r-if/iffátiliiWáirViÉl 'k


iJlôBAfÔ

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troinpa e toquei a reunir". A literatura, vcii sôbre o Brasil.

Em tua obra, o

Brasil é a preocupação absorvente, fei ção do espírito que mais te enobrece. Pertences à estirpe dos paulistas Var-

nhagen e Eduardo Prado, brasileiros in tegrais. CUJO roteiro inteicctiial não di

fere do (juc foi traçado pelo segundo Paranhos: "Ubiquc Patriae Memor".

A Unidade da Pátria" foi o empol gante tema, escolhido em Belo Hori

zonte pelo primeiro Afonso Arinos, para o inicio do momento da "Grande Pá tria . Oraçao cívica dc tão funda re

percussão na mocidadc, que constituiu,

talvez, o máximo fator da orga nização, em São Paulo, da Liga Nacionalista, seleção dos melho

res alunos das nossas escolas su

periores, grêmio de patriotas,

que atenderam ao toque de reunir.

"A Unidade Nacional", o te

ma que Alberto Americano te sugeriu para o teu primeiro contato com o povo de São Paulo. Dcscnvolvendo-o, doaste à juventude uma página de civismo. Enriquecestc a tua bibliografia com uma obra de amor ao Bra.si].

*

oferta uma t^bra do arte.

\'ot;icla c.\clusi%amentc ã redenção do Afonso Arinos de Mello I*'r;mco. per

Brasil, a sua inteligência nos proporcio na. logo a seguir, "Preparação ao Na-

tencente a uma estirpe de inlelt ciuais, realiza o milagre- <le c<)mj>endiar, cm plena jmenlude, as t<-mlèncias cultu rais dos seus antepassados. Curioso, perlu-slra os \ários domínios da inteligência. Disercleía sôbre assun tos juriclicos, sociais e filosóficos com a facilidade com que redige uma nota

cion:ilisnu)".

Sereno, estuda a atuação

judaie:\ na elaboração das tendências intern;»cion;distas da mocidade brasileira. Não existia biÍ>liografia sobre o assun to. Afonso Arinos.deu o alarma c suge

riu que fòsse debatida a infUiência his torie;! do judeu na formação do nosso

política, elal>ora uma critica literária e

povo.

compõe uin poema. Em todos os scus

O problema começou a ser ventilado. Batista Pereira faz a apologia do israe

escritos, há vincos <Ie estranha sensibi

lidade e o pensamento vaz;ido é

lita.

sempre original.

prlmindo os "Protocolos do Sião . Pan

Gust.uo Barroso o detrai,^ rcim-

Eslreon-se com "Introdução à

fletários c não bistoriadores, trou.xcram

realidade brasileira". Essa obra surpreendeu a inúmeros amigos

contudo para o tablado da discussão o exame da alma hebraica.

Hoje, não conheço assunto que des

seus. Discípulo de Craça Ara-

perte maior interessei Rodolfo Garcia o Gilberto Freyrc iniciaram a sua inves

niia, fòra até então um deino-

lidor e não poupava os ídolos a sua pena ucidulada pela ironia.

tigação, cont a fome de documentos que os caracteriza. Com a intuição e clara

O amor á terra natal, rejuvenescido

apos longa viagem, imprime a seu espí" rito outra orientação. Aos vinte c einco anos, o iconoclasta transforma-se oio

construtor. Em estilo que tem a IranS-

parêneia do cristal, agita os problemas nismo. Inquire sôbre a desorganização o a desordem do Brasil. Situa, com rara precisão, o papel do intelectual e co-

ta.

A eternidade do

rajosamtínle analisa o nosso malfadado

Brasil há de ser o lábaro do nosso na-

o retrato que Paulo Prado traçou o Brasil. Esteta, o escritor paulista de

regionalismo. O intelectual brasileiro vê

senhou os contornos do corpo.

cionaJisino.

O catecismo do jcsviita c

angustiantes do fascismo e do comu

*

*

Afonso Arinos não se conformou com Mas

traçada por um patriota a diretriz sal

falhou como fotografo da psique bra

vador;!, Praticar o nacionalismo de co-

Romero, garantiram desde os primórdios

sileira.

laboração e não o nacionalismo de ódio;

Gravada no papel, a arte eternizou

a unidade religiosa e a unidade do di

repelir o internacionalismo o pender para o universalismo; combater o regio

a concepção amarga de Paulo Prado e

"Introdução à Realidade Brasi

de desalento foi a sua repercussão na

leira", "Preparação ao Nacionalismo",

nalismo c pregar o pacifismo; amar o

mocidade.

"Conceito de Civilização Brasileira", fi

exército e odiar o militarismo, eis a sín

zeram de ti um devotado oljrciro da

tese desse evangelho de patriotismo. Aos moços endereçou estas p;i]avras

Mas a reação de uma elite não tardou. Carlos Magalhães Azeredo e Antônio

unidade política. aspiraçõe.s.

Sintetizas as nossas

de legítimo orgulho:

são nodoantc.

Argumentos irretorquí\ cis foram con

trapostos. Mas não se destrói fàcilmente uma lese, se o propugnador for um es critor fascinante, como o é Paulo Prado. "Conceito de civilização brasileira",

que Afonso Arinos acaba de lançar à publicidade, em resumo, é uma réplica ao "Retrato do Brasil".

Não a de um utopista. Mas a de um realista.

O êmulo de Paulo Prado é um jovem

pensador, um intelectual puro, que des mente a decantada inferioridade da nos

sa raça, diagnosticada pelos detratores do Brasil.

Escritor de polpa, o seu "Conceito de civilização brasileira" é de leitura leve, como se fora um romance. O ra ciocínio é diáfano e há cintilações na

e.xposição das idéias. Quem o lè recorda-se de uma passagem de Emerson

foi reconstituído por um pintor. Aliás,

as ordenações do Reino, observou Sílvio

reito.

Brasil. Batista Pereira foi além, quando o definiu: "Mancha do Brasil", expres

conceitua que o melhor livro percepção do.s fenômenos sociais, Afonso équando aquele a ilusão de que nós o Arinos há. dc aproveitar esses materiais poderíamosqueterdáescrito. preciosos para traçar as linhas mestras Há páginas que encantam pela fidessa influencia. nura psicológica. O ambiente de uma sala de jôgo dá a impressão de que

A mocidade está contigo na benemé rita campanha que empreendeste cm prol da unidade da Pátria. És hoj'e a testemunha fiel do que esse sentimento é indestrutível na alma do povo paulis Disse e repito.

"retrato pessimista" o do verdadeiro

Batista Pereira não reconheceram no

o capítulo "A salvação pelo acaso" é o mais pitoresco e o de melhor lavor ar tístico.

Analisando o poema de Gonçalves Dias, o trecho musical de Carlos Gomes, a tela de Vitor Meireles e o romance

de José de Alencar, representados pelas figuras de Y Juca-Pyrama, Ceei, Mocma e Peri, Afonso Arinos fê-lo como

sociólogo e não como puro homem de letras.

"Conceito de civilização brasileira" não é uma narrativa de fatos concretos.

"Empunhei a Í!

j

r-if/iffátiliiWáirViÉl 'k


J^iCESio i-XoNiTMirí)

Explica o passado e traça rumos.

É

obra de renova^-ão espiritual. Termina da a sua leitura, não sentimos a convic ção da nossa inferioridade racial.

Coelho dos Reis

Junqueira Aires, a bondade que se fê/. homem, proporcionou-ine o pra?x;r

inenarrável deste minuto.

Sinto

que

irá refletir na minha palavra o bater dos corações dos vossos amigos desta Casa.

Entristece-nos o afastar do vosso con vívio. Mas rejubila-nos o premiar dos vossos méritos.

Ufanamo-nos d: 'U

nidade com a \'itória infalíx'cl dos prin

.sinil)o!o, enlrelanlo, é a

Â

prolilema vital da liistória de um povo.

rência realizada no Palácio do Itamarati, ventilou, com preci

Está

coerente

o

nível,

no

eiodacle, delineiain bem a lendência do

Ein todos os regi-

vida, a diretriz da conduta do hnm e do soldado.

em

Modesto e reservado, nunca alardeas-

tes os vossos méritos, proclamados por todos os que vos conhecem de perto. Em nossas reuniões, onde tanto te

nho aprendido, debatíeis, de preferên cia, assuntos militares. Todavia, os pro blemas administrativos de outra natu reza eram examinados com a mesma ir

repreensível vocação de servidor públi co. Equilíbrio e bom-senso, apanágio dos homens da montanha, denotam os parcceres e votos que aqui proferistes. Ca

ráter inteiriço retrata a serena indepen dência dos vossos julgamentos na Comis

são dos. Estados, e não sei de elogio maior para um homem que exerce fun ções de ordem judicante. Filho de uma cidade que é encanta dora relíquia de Minas Gerais. Cidade soturna que caçadores de esmeraldas

^ ^

passado.

P-»ra a preservação da fainilia e da .so-

vosso espírito.

oícs, inonárcjuico ou

heis. porlanlo. pelos hábitos e .senti mentos, uma figura repre.scntativa da

republicano, houve homens que se imo

«rra montanliesa, (jm-, como acentuava J"ao Pinheiro, é a miniatura cia I'átria eomum.

Ingente c delicada é a vossa responsahilídaclo.

são e coragem, o pro blema má-ximo do Bra

Exército: o Brasil à

Sois uma unidade morai. Irrepreensí vel na vida pública e na vida particular

no último instante terreno ai sua grande

Encetando as nossas comemorações

garibaldinas, Batista Pereira, na confe

princípios (JUC a Igreja (ãit(')]ica cicíeude

Üa o estremecendo a Pátria, Iraçastes dã tnJogia com que Afonso Pena resumiu

Batista Pereira

porcjne inantexc a unidade da Pátria, o

uni s(>. Uno c indivi41

cípios dc justiça e liberdade.

invicta

xias sintetiza a naeionaliclade brasileira,

Gno c indivisíxel, no futuro.

Catoljco praticante, devotado á

i

cio torrão natal.

espada de Caxias, o hnpertérrilo defen sor da inonarcjina. Defendendo-a, Ca

ilustre dc São João 1>-1 Hw? oijra de Rui Rarbos.i, que foi o ídolo

lliorcs, que nos darão alegria de viver, prometo a mais bela porção da huma

Sen

iudicc de aguda .sensibilidade, do filho

101

(JUC ilumina o coração cie lodo amante C) Exército Hvasilciro é republicano.

i\ao está cxplicad.i a paixão musical,

da ininiia geração <• as atuais di-scoiihecem c nialtrataiii; a iufraiisigèticia aos

"•fWir

Teelip.sará a fé na sua eternidade, chama

0 Abadi- I'crosi do Hrasil.

O trato ainora\"el coin as IcMras clás sicas; a con\i\i-ueia diuluma eoni a

E('onómico

vo.ssa

ascensão.

.'tr

fundaram em fins do .século d. /csscfo. Suo João Dei Jhfy c terra dr musici.sla.s. O berço tle liarb.ira Ilelíodora tainbéni acidentou atjnéi.- «síjincido Pa<lrc josé Maria Xa\í(T. (juc iini crítico ilcnominou, pela siiblíinidadc das coinposi»,i*H'S.

Dioks-ri

laram pelo Brasil, lioniens obsecados pela noção mística do de\'cr, que fize ram da vida o culto permanente da grandeza da sua torra, impulsionando-a para rumos ale\'antados.

No ataúde do Segundo Reinado, dar-

sil: o da sua unidade. Explanou a tese con

pequena Pátria,

ciliadora

de

culto

Pátria

da

que o co

mum não exclui o da Como e.xempIo, citou

o da França, em que a unidade nacio nal é indcstnití\'e!.

O equíxoco paulista, hoje integral

mente desfeito, pela ocorrência de inú meras causas, gerou-se da incompreensão dessa doutrina.

Intelectuais, revoltados

"'"'í-ntação do Chefe da

dcja a glória dc Caxias, um daqueles eenobitas do patriotismo. Digno da

com o prolongada aviltamento de que cru vítima o solo paulista, confundindo

yi no.ssa terra no momcrilo dramático

veneração c credor do afeto dos seus concidadãos, tudo ele sacrificou, para

lamentàvelmente homens c instituições,

1 «tv.io, coordctnar os rumos da imprensa

f't su.t cdstencia como nação soberana.

Confiamos na vossa atuação. Em xãruc(j do cargo (juc descmpenhastes no ga Jinetc do Ministro da Còierra, pucslcs conhecer com segurança proble-

servir à Pátria que tanto amou.^ A in

negavam o culto da Pátria Maior. Go vernantes, como reação, erradamente,

clusão do seu nome no calendário dos grandes servidores do Brasil é lição e

só admitiam o da Grande Pátria, esque

c.xeniplo. A jux entudc vê que o mérito

terra onde nascemos.

tória, inflcxí\'el no seu julgamento.

êrro, com o deslumbramento de seu ta

u do insigne Cahigeras, o civil de inte gral vocação militar, cuja menu')riá cul-

Conclamemos a união sagrada dos brasileiros. Mas guerra sem tréguas a

dios de brasilidade.

tuais com tanto carinho o fervor: a uni-

todos os einbnçados que não sentem nas faces o rubor da revolta pela agressão

Anehieta" com temuras de namorado.

■vil dc que nas nossas águas territoriais

Entoou hosanas a Piratininga, com aque

'»as vitais da defesa do Hrasil.

O vosso Icana, dissesles-nic um dia. é

dade indestrutível c a eternidade do' Brasil.

Pátria não é sú porvir, "un perpe tuei devcnir". Pátria é passado e pre sente.

Sem o culto dos seus heróis e

feitos, não haverá pátria, porque se

foi galardoado e que não falhou a His

foram vítimas brasileiros inocentes. O Brasil não se intimida ante a amea

cidos de que é sagrado o pedaço da Contribuiu para corrigir o graxussimo lento; o primoroso escritor, em compên O autor do "Pelo

Brasil Maior" exalçou "A cidade de

la erudição que lhe pesa tanto — a ima gem é de Constáncio Alves — quanto

ça da escravidão e defende ideais de

pesa à abelha o néctar das mil flores

civilização.

que sugou.

A nossa terra sobreviverá e dias me-

Artista, panfletário e apóstolo, eis a


J^iCESio i-XoNiTMirí)

Explica o passado e traça rumos.

É

obra de renova^-ão espiritual. Termina da a sua leitura, não sentimos a convic ção da nossa inferioridade racial.

Coelho dos Reis

Junqueira Aires, a bondade que se fê/. homem, proporcionou-ine o pra?x;r

inenarrável deste minuto.

Sinto

que

irá refletir na minha palavra o bater dos corações dos vossos amigos desta Casa.

Entristece-nos o afastar do vosso con vívio. Mas rejubila-nos o premiar dos vossos méritos.

Ufanamo-nos d: 'U

nidade com a \'itória infalíx'cl dos prin

.sinil)o!o, enlrelanlo, é a

Â

prolilema vital da liistória de um povo.

rência realizada no Palácio do Itamarati, ventilou, com preci

Está

coerente

o

nível,

no

eiodacle, delineiain bem a lendência do

Ein todos os regi-

vida, a diretriz da conduta do hnm e do soldado.

em

Modesto e reservado, nunca alardeas-

tes os vossos méritos, proclamados por todos os que vos conhecem de perto. Em nossas reuniões, onde tanto te

nho aprendido, debatíeis, de preferên cia, assuntos militares. Todavia, os pro blemas administrativos de outra natu reza eram examinados com a mesma ir

repreensível vocação de servidor públi co. Equilíbrio e bom-senso, apanágio dos homens da montanha, denotam os parcceres e votos que aqui proferistes. Ca

ráter inteiriço retrata a serena indepen dência dos vossos julgamentos na Comis

são dos. Estados, e não sei de elogio maior para um homem que exerce fun ções de ordem judicante. Filho de uma cidade que é encanta dora relíquia de Minas Gerais. Cidade soturna que caçadores de esmeraldas

^ ^

passado.

P-»ra a preservação da fainilia e da .so-

vosso espírito.

oícs, inonárcjuico ou

heis. porlanlo. pelos hábitos e .senti mentos, uma figura repre.scntativa da

republicano, houve homens que se imo

«rra montanliesa, (jm-, como acentuava J"ao Pinheiro, é a miniatura cia I'átria eomum.

Ingente c delicada é a vossa responsahilídaclo.

são e coragem, o pro blema má-ximo do Bra

Exército: o Brasil à

Sois uma unidade morai. Irrepreensí vel na vida pública e na vida particular

no último instante terreno ai sua grande

Encetando as nossas comemorações

garibaldinas, Batista Pereira, na confe

princípios (JUC a Igreja (ãit(')]ica cicíeude

Üa o estremecendo a Pátria, Iraçastes dã tnJogia com que Afonso Pena resumiu

Batista Pereira

porcjne inantexc a unidade da Pátria, o

uni s(>. Uno c indivi41

cípios dc justiça e liberdade.

invicta

xias sintetiza a naeionaliclade brasileira,

Gno c indivisíxel, no futuro.

Catoljco praticante, devotado á

i

cio torrão natal.

espada de Caxias, o hnpertérrilo defen sor da inonarcjina. Defendendo-a, Ca

ilustre dc São João 1>-1 Hw? oijra de Rui Rarbos.i, que foi o ídolo

lliorcs, que nos darão alegria de viver, prometo a mais bela porção da huma

Sen

iudicc de aguda .sensibilidade, do filho

101

(JUC ilumina o coração cie lodo amante C) Exército Hvasilciro é republicano.

i\ao está cxplicad.i a paixão musical,

da ininiia geração <• as atuais di-scoiihecem c nialtrataiii; a iufraiisigèticia aos

"•fWir

Teelip.sará a fé na sua eternidade, chama

0 Abadi- I'crosi do Hrasil.

O trato ainora\"el coin as IcMras clás sicas; a con\i\i-ueia diuluma eoni a

E('onómico

vo.ssa

ascensão.

.'tr

fundaram em fins do .século d. /csscfo. Suo João Dei Jhfy c terra dr musici.sla.s. O berço tle liarb.ira Ilelíodora tainbéni acidentou atjnéi.- «síjincido Pa<lrc josé Maria Xa\í(T. (juc iini crítico ilcnominou, pela siiblíinidadc das coinposi»,i*H'S.

Dioks-ri

laram pelo Brasil, lioniens obsecados pela noção mística do de\'cr, que fize ram da vida o culto permanente da grandeza da sua torra, impulsionando-a para rumos ale\'antados.

No ataúde do Segundo Reinado, dar-

sil: o da sua unidade. Explanou a tese con

pequena Pátria,

ciliadora

de

culto

Pátria

da

que o co

mum não exclui o da Como e.xempIo, citou

o da França, em que a unidade nacio nal é indcstnití\'e!.

O equíxoco paulista, hoje integral

mente desfeito, pela ocorrência de inú meras causas, gerou-se da incompreensão dessa doutrina.

Intelectuais, revoltados

"'"'í-ntação do Chefe da

dcja a glória dc Caxias, um daqueles eenobitas do patriotismo. Digno da

com o prolongada aviltamento de que cru vítima o solo paulista, confundindo

yi no.ssa terra no momcrilo dramático

veneração c credor do afeto dos seus concidadãos, tudo ele sacrificou, para

lamentàvelmente homens c instituições,

1 «tv.io, coordctnar os rumos da imprensa

f't su.t cdstencia como nação soberana.

Confiamos na vossa atuação. Em xãruc(j do cargo (juc descmpenhastes no ga Jinetc do Ministro da Còierra, pucslcs conhecer com segurança proble-

servir à Pátria que tanto amou.^ A in

negavam o culto da Pátria Maior. Go vernantes, como reação, erradamente,

clusão do seu nome no calendário dos grandes servidores do Brasil é lição e

só admitiam o da Grande Pátria, esque

c.xeniplo. A jux entudc vê que o mérito

terra onde nascemos.

tória, inflcxí\'el no seu julgamento.

êrro, com o deslumbramento de seu ta

u do insigne Cahigeras, o civil de inte gral vocação militar, cuja menu')riá cul-

Conclamemos a união sagrada dos brasileiros. Mas guerra sem tréguas a

dios de brasilidade.

tuais com tanto carinho o fervor: a uni-

todos os einbnçados que não sentem nas faces o rubor da revolta pela agressão

Anehieta" com temuras de namorado.

■vil dc que nas nossas águas territoriais

Entoou hosanas a Piratininga, com aque

'»as vitais da defesa do Hrasil.

O vosso Icana, dissesles-nic um dia. é

dade indestrutível c a eternidade do' Brasil.

Pátria não é sú porvir, "un perpe tuei devcnir". Pátria é passado e pre sente.

Sem o culto dos seus heróis e

feitos, não haverá pátria, porque se

foi galardoado e que não falhou a His

foram vítimas brasileiros inocentes. O Brasil não se intimida ante a amea

cidos de que é sagrado o pedaço da Contribuiu para corrigir o graxussimo lento; o primoroso escritor, em compên O autor do "Pelo

Brasil Maior" exalçou "A cidade de

la erudição que lhe pesa tanto — a ima gem é de Constáncio Alves — quanto

ça da escravidão e defende ideais de

pesa à abelha o néctar das mil flores

civilização.

que sugou.

A nossa terra sobreviverá e dias me-

Artista, panfletário e apóstolo, eis a


Dihks IO

EroNòV

trajetória do escritor, cnijo estilo, cio

tário não abandf)nar.im o artisl.i.

certas passagens, lembra o de Latino

nients página.s, <jnc rnriíjm-icr.nn dc loiiçanías a líniíua porlumiésa. não piv

Coeibo.

Arte pura é a finalidade dus snias crônicíts do "Comércio de São Paulo",

dirigido por Eduardo Prado c Afonso

Arinos. Os assuntos que o prtrociipain na juventude sao os universais c dc ou

tras plagas os homens que lhe desper tam interesse. Ruskin, Renan. Saint Victor, Anatole e Rostand, os temas dc seus artigos de imprensa, o no ensaio que escreveu sôbrc Eduardo Prado, o

jovem crítico analisou, sobretudo, a face do homem que "amava o beduíno no

seu deserto e os monges do Líbano nos seus mosteiros seculares".

Inú-

dcrão ser .subscritas, na atualidade, pelo fascinante hoiiiem df letras.

realjilltação da cigarra

descuidos i? Ou endossaria Oli\«'ira Li

ma no perfil erm;l cjne em "Memórias" traçou df) solitário de I'edras Altas? Aliás, é uma verdade incontesle que

os discursos de propaganda eleitoral não resistem ás mudanças de atmosfera...

Silêncio prolongado se fêz cm tórno

Não tardou, todavia, o apaziguamento

de Batista Pereira, após o seu retómo

da Conferência de Hayu. A explicativa,

das paixões políticas o o seo espírito atinge, enlao, plena maturidade. Bc-

no-la deu o Embaixador Alberto de Fa-

clama dos brasileiros que adotem a di-

na; Uma grande sombra interceptava o vôo do aquilucho". Desaparecido o Gê

nio, surgiu inesperadamente para cultuá-

vi-sa dc Romain Rolland: "Ao clc.ssus de Ia melé(-". Colocar o Brasil acima das preterições c disscn-õcs, resume o

lo o discípulo amado. Coincido que,

seu evangelho dc civismo.

nessa época, estoura a revolução rio-

Grandiosa, a sua obra dc patriota. Reabilitou a nossa torra, defendendo o pa.s.sado, injustamente malsinado nas re

grandense. Batista confessa que o seu fundo ancestral veio à tona, numa erup ção de patriotismo e de revolta. Realiza insuperáveis conferências de fulgor li terário. Treclios como "A tempestade",

fregas do sul. Destruiu, com argumen tos científicos, a lenda da nossa ínfc"

riorídadc racial. Perquiriu o nosso pa

"A carga dos lanceiros", "A palavra",. trimônio psíquico, com a sutileza cie um são comparáveis, pelo fulgor da imagi tomista. Mostrou a inanidadc das pi^nação, aos melhores de Rui. Muitos so

fccias pessimistas e deu ao brasileiro a

surpreendem, Plínio Barreto é um dos

consciência do seu valor.

deslumbrados, que, "tendo aquele vul cão de idéias na cabeça, conseguisse conter as lavas durante tanto tempo no

Alcides Lins

N.'io sei sc

hoje. deíorriílos l.int»)s anos. manteria de Assis Br.eii e d,. Rorges <le .Me deiros o par.iií lo íjin* fêz (hr amhos no trecho "Cigarras e forinig.is". 'renlaria novamente a

Calógeras e a política econômica do café

Batista Pereira, o promotor público que, na aurora da vida, enfrentou com

silêncio e na sombra". Não escreveu, nesta fase, obra serena

denôdo mestres da tribuna judiciária, se impôs, no entardecer, cm linguagem ruiana, como irrivalizável advogado do

de pensador. O panegírista e o panfle

Brasil.

IJept/t<ií/o c o Convênio dc Taubaté 1897 a 1914

y^Ai/jcMnA.s. eleito Deputado Federal ^ em 1897 e falecendo como consti

o "Digeòio Econômico", prosscgitindo a série de estudos sôbre problemas de govérno que Cológeras ventilou, como administrador, publicista e parlamentar,

tuinte em 193-1, representando sempre o

inclui neste número o extrato que, das

Estado de Minas Gerais, exerceu, como

suas idéias sôbre política econômica do

político e administrador, grande influên cia na \'ida pública do Brasil, justamen te no período cm que O Go\'êrno mais

café, Alcides Lins, ilustre engenheiro e antigo Interventor Federal em Minas, fêz, a pedido do nosso Diretor, para o

procurou irnisciiir-se na economia ca-

"In Memoriam".

fceira.

Dü fato, justamente na legislatura an terior ao sou aparecimento na Câmara, o sr. Erico Coelho requcrcu c obteve urgenci:i para justificar um requerimen to pedindo "a nomeação dc uma Comis-

^ião Especial, a fim de dar parecer sôbrc o projeto de monopólio da exportação de café pela União". (1)Felizmente, o sr. Serzedello Correia, relator dessa Comissão, não querendo

"absolutamente precipitar um assunto de tanta importância", manifestou a pre

no parvi auxiliar a expansão comercial da quele produto. Em 1897, na sessão de 16 de julho, o sr. Ildefonso Alviin justificou e requercu que a "Câmara convidasse o Sena do a nomear nma Comissão Mista que

proponha as medidas dependentes do Congresso Federal, para que possa o Govârno auxiliar a lavoura de café". (4). Na sessão de 21 de outubro de 1899,

o sr. Alfredo Ellis, mostrando que, só

ocupação de fazer um estudo deniorado, no ano agrícola de 98/99, o valor da cuidadoso e cauteloso, de modo a con e.xportação do Estado de São Paulo so ciliar tanto quanto possível os interês- frerá uma depreciação de 400 mil con SC.S da lavoura com os interesses da tos, o que repercutia no câmbio e em se produtora, (síc) por excelência, do pobrecia tôda a Nação, chegou mesmo nosso País". (2). Fez, assim, morrer

essa idéia esdrúxula: "Si trattava di ima nionstruositá econômica.. - L idca dei

monopolio di Stato dovea cadere, com e caduta ncl baratro dellc cose che muoio-

no appcna nato", comentou Bellí. (3). Nessa legislatura de 1897 a 1899, da estréia do Calógcras no Congresso, apa receram

vários estudos sobre o nosso

problema cafeciro e sugestões ao Govêr-

a proclamar: "A situação da lavoura de café é tão precária, é tão critica, que reclama a atenção e os cuidados de to dos os patriotas". (5).

O jovem deputado mineiro, apesar do pendor pelos estudos dessa natureza, quase não tomou parte nessas discussões. Nos documentos parlamentares, ape nas figura um ligeiro parecer, em que


Dihks IO

EroNòV

trajetória do escritor, cnijo estilo, cio

tário não abandf)nar.im o artisl.i.

certas passagens, lembra o de Latino

nients página.s, <jnc rnriíjm-icr.nn dc loiiçanías a líniíua porlumiésa. não piv

Coeibo.

Arte pura é a finalidade dus snias crônicíts do "Comércio de São Paulo",

dirigido por Eduardo Prado c Afonso

Arinos. Os assuntos que o prtrociipain na juventude sao os universais c dc ou

tras plagas os homens que lhe desper tam interesse. Ruskin, Renan. Saint Victor, Anatole e Rostand, os temas dc seus artigos de imprensa, o no ensaio que escreveu sôbrc Eduardo Prado, o

jovem crítico analisou, sobretudo, a face do homem que "amava o beduíno no

seu deserto e os monges do Líbano nos seus mosteiros seculares".

Inú-

dcrão ser .subscritas, na atualidade, pelo fascinante hoiiiem df letras.

realjilltação da cigarra

descuidos i? Ou endossaria Oli\«'ira Li

ma no perfil erm;l cjne em "Memórias" traçou df) solitário de I'edras Altas? Aliás, é uma verdade incontesle que

os discursos de propaganda eleitoral não resistem ás mudanças de atmosfera...

Silêncio prolongado se fêz cm tórno

Não tardou, todavia, o apaziguamento

de Batista Pereira, após o seu retómo

da Conferência de Hayu. A explicativa,

das paixões políticas o o seo espírito atinge, enlao, plena maturidade. Bc-

no-la deu o Embaixador Alberto de Fa-

clama dos brasileiros que adotem a di-

na; Uma grande sombra interceptava o vôo do aquilucho". Desaparecido o Gê

nio, surgiu inesperadamente para cultuá-

vi-sa dc Romain Rolland: "Ao clc.ssus de Ia melé(-". Colocar o Brasil acima das preterições c disscn-õcs, resume o

lo o discípulo amado. Coincido que,

seu evangelho dc civismo.

nessa época, estoura a revolução rio-

Grandiosa, a sua obra dc patriota. Reabilitou a nossa torra, defendendo o pa.s.sado, injustamente malsinado nas re

grandense. Batista confessa que o seu fundo ancestral veio à tona, numa erup ção de patriotismo e de revolta. Realiza insuperáveis conferências de fulgor li terário. Treclios como "A tempestade",

fregas do sul. Destruiu, com argumen tos científicos, a lenda da nossa ínfc"

riorídadc racial. Perquiriu o nosso pa

"A carga dos lanceiros", "A palavra",. trimônio psíquico, com a sutileza cie um são comparáveis, pelo fulgor da imagi tomista. Mostrou a inanidadc das pi^nação, aos melhores de Rui. Muitos so

fccias pessimistas e deu ao brasileiro a

surpreendem, Plínio Barreto é um dos

consciência do seu valor.

deslumbrados, que, "tendo aquele vul cão de idéias na cabeça, conseguisse conter as lavas durante tanto tempo no

Alcides Lins

N.'io sei sc

hoje. deíorriílos l.int»)s anos. manteria de Assis Br.eii e d,. Rorges <le .Me deiros o par.iií lo íjin* fêz (hr amhos no trecho "Cigarras e forinig.is". 'renlaria novamente a

Calógeras e a política econômica do café

Batista Pereira, o promotor público que, na aurora da vida, enfrentou com

silêncio e na sombra". Não escreveu, nesta fase, obra serena

denôdo mestres da tribuna judiciária, se impôs, no entardecer, cm linguagem ruiana, como irrivalizável advogado do

de pensador. O panegírista e o panfle

Brasil.

IJept/t<ií/o c o Convênio dc Taubaté 1897 a 1914

y^Ai/jcMnA.s. eleito Deputado Federal ^ em 1897 e falecendo como consti

o "Digeòio Econômico", prosscgitindo a série de estudos sôbre problemas de govérno que Cológeras ventilou, como administrador, publicista e parlamentar,

tuinte em 193-1, representando sempre o

inclui neste número o extrato que, das

Estado de Minas Gerais, exerceu, como

suas idéias sôbre política econômica do

político e administrador, grande influên cia na \'ida pública do Brasil, justamen te no período cm que O Go\'êrno mais

café, Alcides Lins, ilustre engenheiro e antigo Interventor Federal em Minas, fêz, a pedido do nosso Diretor, para o

procurou irnisciiir-se na economia ca-

"In Memoriam".

fceira.

Dü fato, justamente na legislatura an terior ao sou aparecimento na Câmara, o sr. Erico Coelho requcrcu c obteve urgenci:i para justificar um requerimen to pedindo "a nomeação dc uma Comis-

^ião Especial, a fim de dar parecer sôbrc o projeto de monopólio da exportação de café pela União". (1)Felizmente, o sr. Serzedello Correia, relator dessa Comissão, não querendo

"absolutamente precipitar um assunto de tanta importância", manifestou a pre

no parvi auxiliar a expansão comercial da quele produto. Em 1897, na sessão de 16 de julho, o sr. Ildefonso Alviin justificou e requercu que a "Câmara convidasse o Sena do a nomear nma Comissão Mista que

proponha as medidas dependentes do Congresso Federal, para que possa o Govârno auxiliar a lavoura de café". (4). Na sessão de 21 de outubro de 1899,

o sr. Alfredo Ellis, mostrando que, só

ocupação de fazer um estudo deniorado, no ano agrícola de 98/99, o valor da cuidadoso e cauteloso, de modo a con e.xportação do Estado de São Paulo so ciliar tanto quanto possível os interês- frerá uma depreciação de 400 mil con SC.S da lavoura com os interesses da tos, o que repercutia no câmbio e em se produtora, (síc) por excelência, do pobrecia tôda a Nação, chegou mesmo nosso País". (2). Fez, assim, morrer

essa idéia esdrúxula: "Si trattava di ima nionstruositá econômica.. - L idca dei

monopolio di Stato dovea cadere, com e caduta ncl baratro dellc cose che muoio-

no appcna nato", comentou Bellí. (3). Nessa legislatura de 1897 a 1899, da estréia do Calógcras no Congresso, apa receram

vários estudos sobre o nosso

problema cafeciro e sugestões ao Govêr-

a proclamar: "A situação da lavoura de café é tão precária, é tão critica, que reclama a atenção e os cuidados de to dos os patriotas". (5).

O jovem deputado mineiro, apesar do pendor pelos estudos dessa natureza, quase não tomou parte nessas discussões. Nos documentos parlamentares, ape nas figura um ligeiro parecer, em que


loT^

Dioüsto Econômico 'MICO

Calügcras, cfímo relator da Comissão de Fazenda c Indústria, "considerando fjue não só no próprio comércio c tão com

preendidas as despesas imprescindíveis para a conqtiísta de no%os mercados, ca bendo apenas aos Podores Públicfis in

diretamente auxiliar tais Icnlalivas", — aconselhou que fôssc indeferido o re

querimento em que Chagas, Duprat & Comp. e Francisco Ribeiro Guimarães pediam uma subvenção anual de 300 contos de réis durante 25 anos, cm fa

vor de uma Companhia que seria orga nizada para a propaganda do café no estrangeiro. (6).

Não tendo voltado à Câmara na le

gislatura seguinte, de 1900 a 1902, Ca-

lógeias publica, neste último ano', cm Belo Horizonte, seu primeiro estudo sóbre "O CAFÉ". (7).

A partir de 1903, foi sempre reeleito Deputado Federal por Minas, re presentando um distrito eleito ral de que faziam parte Municípios produtores de café, como os de Ponte Nova c Piranga. Sendo doutrínàriamcnte

contrário

às

ri a a ter, sòbrc o nosso comércio, o de

lhes saiu ao encontro, comb:iteiulo-os do

samparo por parte da União aos esfor

modo por (jnc; pude. sem tréguas nem soltn,r>i-s coiiiproinissórias." f 9)• F.in 1903, toinpor."iriaiiu-nle afa^^tado do P.irlain<'iito pí»r ser deli gado do Bra

ços do Estado de São Paulo cm impedir

sil à ('(uif<-réiKÍa Pan-AnuTicaun do llio

dc- janeiro, por ocasião da ajirovução do Convênio (hr Tanbalé, confirmou élc de

pois: — "não piulí.- juntar os meus cs-

bírços aos <latpieles f|iu; prosaram a al ta inconveniência das mediei is. em má

liora solicitadas ao Poder Legislativo".

Deixou, assim, de subscrever um pro jeto de lei, apresentado na sessão de 5 de outubro de 1903, com a assinatura,

entre outros, de 16 deputados mineiros, autorizando o Governo "a promover a valorização do cnfé c o equilíbrio entre

a oferta e a procura deste gênero". (8). Calógeras, ao contrário, combateu ar

dorosamente a idéia e disso se vanglo riou depois; "Sr. Presidente, sempre fui adversá

rio dos projetos de valorização do café.

Quando tais planos, em 1903, tiveram sua primeira tradução legislativa, em um complexo de medidas, visando auxiliar

a \enda desordenada dos cafés deposi

tados no estrangeiro, parece accrlada a concessão da garantia solicitada pelo C',ovcnu> (hKjuclc Estado". (13).

Apesar do parecer favorável, a 14^ dc

iu)\ i inbro, da Conii.^são, (14) Calóge ras rompe os debates a 18. Começa re cordando seus antecedentes contrários à \a!orização; obtempcra, porém, que

assim prticcdia não "por falsa noção de coerência", pois que sabia perfeitamen

(10).

Fssas providências eram, «•nlão. fran

te cpic "goN cnuir consiste em procurar

ra, tendo o Presidente do Fstado, Fran

um eípiilibrio lioncsto c justo entre a aplicação dc determinadas doutrinas o

cisco Sallcs,

as contingências do meio".

camente aijraçadas pela política minei assinado o Convênio de

Taubatê, e Afonso Pena, I^residentc elei to da República, o adotado, sendo o ins pirador da idéia da Caixa de Conver

,—, I C-.'-' . i '-W: ■, /'j

gcras manteve-se afastado das iniciativas parlamentares sobre o café.

105

Dioesto Econóahco

a lavoura, creio ter sido «) primeiro que

são. (11).

intervenções do Governo, Caló-

^

'//J

Calógeras — proclanic-se, a bem da firmeza do seu caráter c dc suas convicções — manlovese fiel às suas idéias económicofinanceiras.

Assim, cm 1903, (12) quan

do o Presidente da Repúl)lica en

via ao Congresso unia mensagem, solici

tando a garantia da União para o enlprêslinio "de Z 15.000.000, destinado a

consolidar anteriores operações dc cré dito, contraídas por São Paulo, para manter o preço do café nos mercados e

afastar a iiossibilidade dc venda preci pitada do estoque já adquirido (6.994.920 .sacas), combateu vigorosa

mente c.ssa providência governamental. Usou mesmo de uma linguagem causticante. Declarava a mensagem presi dencial, de 10 de novembro de 1908 : "tendo em atenção os grande.s interesses nacionais que o comércio de café pÕe em jôgo e o reflexo desfavorável que vi-

Entrou, logo a seguir, no âmago do prolilcma : ". . .pudesse o novo sacrifí

cio pedido à União por termo a flocn-

tura valorizada, encerrar por forma de

cisiva, definitiva, o ciclo dc suas conscqiiaticias funestas, c por certo, coni a

consciência tranqüila, dc bom grado da ria meu voto aprobati\'o".

aproximando do consumidor direto, em melhores condições, esse gênero que ex

portamos", porque, assim, "muito e mui to se alongaria a área das fazendas". "A ausência do .produto

mcrc;idos

estrangeiros

vai

novo nos

beneficiar

nossos concorrentes."

"Ao Govêmo negociante falta o estí mulo insubstituível do interesse do lu

cro, o que o toma, queira ou não, alvo inconsciente e ingênuo das especula ções avisadas de particulares sabidos. Ia mai.s longe. Condenava toda a obra do "Convênio de Taubaté", jul gando preferível a liquidação pura e simples dos lavradores arruinados. "A princípio, antes dc qualquer in tervenção, a liquidação que tivesse a crise afetaria tão-sònicntc aos produto res de café.

Dar-se-iam naturalmente

transferências de domínio na proprieda de territorial, mas os cafèzais continua riam a produzir." Com o endosso da União e o emprés

timo de consolidação de £ 15.000.000, — "vai tornar a formar-se um estoque

. imenso, comparável, até em cifra, com entretanto, aquele que determinou a política inter-

"Por mais que medite, por mais que estude c investigue os

vencionista no mercado "de café; e vere

orientíição financeira, não logro enxergar

mos imediatamente o cortejo de suas conseqüências funestas!"

componentes e os derivativos de ta no cndõs.so da União, dado ao emprés

timo mmli.sla do 15 milhões dc esterli

Interrogava: "ao espírito apavorado

nos, a .saida llbcratória do pCStK^O

dc todos os homens públicos açode indi.slintamontu a pergunta: — quando

té mergulhou o Brasil

ceira F"

econômico em que o Acôrdo dc TanbaÉ violenta c incRcaz a intromissão

oficial,

querendo fixar preço mínimo

para um gênero dc que não possuímos o monopólio, cujo mercado de consumo ' não SC acha no País, que não é gênero de primeira necessidade c que tem numeroso.s o fortíssimos sucedâneos . . .

Aconselhava que se estabelecesse a

. luta no terreno

da venda a retalho,

amainará esse VCtltO (Ic insânia finan Para ele, "as crises financeiras repre

sentam processos normais, reguladores, automáticos, se bem que violentos, por meio dos quais se restabelece o equilí

brio econômico, rôto por circunstâncias

várias: especulações, escassez ou super produção, deficiência ou inconveniéntes da organização bancária, etc," E continuava : "se é um êrro, no meu


loT^

Dioüsto Econômico 'MICO

Calügcras, cfímo relator da Comissão de Fazenda c Indústria, "considerando fjue não só no próprio comércio c tão com

preendidas as despesas imprescindíveis para a conqtiísta de no%os mercados, ca bendo apenas aos Podores Públicfis in

diretamente auxiliar tais Icnlalivas", — aconselhou que fôssc indeferido o re

querimento em que Chagas, Duprat & Comp. e Francisco Ribeiro Guimarães pediam uma subvenção anual de 300 contos de réis durante 25 anos, cm fa

vor de uma Companhia que seria orga nizada para a propaganda do café no estrangeiro. (6).

Não tendo voltado à Câmara na le

gislatura seguinte, de 1900 a 1902, Ca-

lógeias publica, neste último ano', cm Belo Horizonte, seu primeiro estudo sóbre "O CAFÉ". (7).

A partir de 1903, foi sempre reeleito Deputado Federal por Minas, re presentando um distrito eleito ral de que faziam parte Municípios produtores de café, como os de Ponte Nova c Piranga. Sendo doutrínàriamcnte

contrário

às

ri a a ter, sòbrc o nosso comércio, o de

lhes saiu ao encontro, comb:iteiulo-os do

samparo por parte da União aos esfor

modo por (jnc; pude. sem tréguas nem soltn,r>i-s coiiiproinissórias." f 9)• F.in 1903, toinpor."iriaiiu-nle afa^^tado do P.irlain<'iito pí»r ser deli gado do Bra

ços do Estado de São Paulo cm impedir

sil à ('(uif<-réiKÍa Pan-AnuTicaun do llio

dc- janeiro, por ocasião da ajirovução do Convênio (hr Tanbalé, confirmou élc de

pois: — "não piulí.- juntar os meus cs-

bírços aos <latpieles f|iu; prosaram a al ta inconveniência das mediei is. em má

liora solicitadas ao Poder Legislativo".

Deixou, assim, de subscrever um pro jeto de lei, apresentado na sessão de 5 de outubro de 1903, com a assinatura,

entre outros, de 16 deputados mineiros, autorizando o Governo "a promover a valorização do cnfé c o equilíbrio entre

a oferta e a procura deste gênero". (8). Calógeras, ao contrário, combateu ar

dorosamente a idéia e disso se vanglo riou depois; "Sr. Presidente, sempre fui adversá

rio dos projetos de valorização do café.

Quando tais planos, em 1903, tiveram sua primeira tradução legislativa, em um complexo de medidas, visando auxiliar

a \enda desordenada dos cafés deposi

tados no estrangeiro, parece accrlada a concessão da garantia solicitada pelo C',ovcnu> (hKjuclc Estado". (13).

Apesar do parecer favorável, a 14^ dc

iu)\ i inbro, da Conii.^são, (14) Calóge ras rompe os debates a 18. Começa re cordando seus antecedentes contrários à \a!orização; obtempcra, porém, que

assim prticcdia não "por falsa noção de coerência", pois que sabia perfeitamen

(10).

Fssas providências eram, «•nlão. fran

te cpic "goN cnuir consiste em procurar

ra, tendo o Presidente do Fstado, Fran

um eípiilibrio lioncsto c justo entre a aplicação dc determinadas doutrinas o

cisco Sallcs,

as contingências do meio".

camente aijraçadas pela política minei assinado o Convênio de

Taubatê, e Afonso Pena, I^residentc elei to da República, o adotado, sendo o ins pirador da idéia da Caixa de Conver

,—, I C-.'-' . i '-W: ■, /'j

gcras manteve-se afastado das iniciativas parlamentares sobre o café.

105

Dioesto Econóahco

a lavoura, creio ter sido «) primeiro que

são. (11).

intervenções do Governo, Caló-

^

'//J

Calógeras — proclanic-se, a bem da firmeza do seu caráter c dc suas convicções — manlovese fiel às suas idéias económicofinanceiras.

Assim, cm 1903, (12) quan

do o Presidente da Repúl)lica en

via ao Congresso unia mensagem, solici

tando a garantia da União para o enlprêslinio "de Z 15.000.000, destinado a

consolidar anteriores operações dc cré dito, contraídas por São Paulo, para manter o preço do café nos mercados e

afastar a iiossibilidade dc venda preci pitada do estoque já adquirido (6.994.920 .sacas), combateu vigorosa

mente c.ssa providência governamental. Usou mesmo de uma linguagem causticante. Declarava a mensagem presi dencial, de 10 de novembro de 1908 : "tendo em atenção os grande.s interesses nacionais que o comércio de café pÕe em jôgo e o reflexo desfavorável que vi-

Entrou, logo a seguir, no âmago do prolilcma : ". . .pudesse o novo sacrifí

cio pedido à União por termo a flocn-

tura valorizada, encerrar por forma de

cisiva, definitiva, o ciclo dc suas conscqiiaticias funestas, c por certo, coni a

consciência tranqüila, dc bom grado da ria meu voto aprobati\'o".

aproximando do consumidor direto, em melhores condições, esse gênero que ex

portamos", porque, assim, "muito e mui to se alongaria a área das fazendas". "A ausência do .produto

mcrc;idos

estrangeiros

vai

novo nos

beneficiar

nossos concorrentes."

"Ao Govêmo negociante falta o estí mulo insubstituível do interesse do lu

cro, o que o toma, queira ou não, alvo inconsciente e ingênuo das especula ções avisadas de particulares sabidos. Ia mai.s longe. Condenava toda a obra do "Convênio de Taubaté", jul gando preferível a liquidação pura e simples dos lavradores arruinados. "A princípio, antes dc qualquer in tervenção, a liquidação que tivesse a crise afetaria tão-sònicntc aos produto res de café.

Dar-se-iam naturalmente

transferências de domínio na proprieda de territorial, mas os cafèzais continua riam a produzir." Com o endosso da União e o emprés

timo de consolidação de £ 15.000.000, — "vai tornar a formar-se um estoque

. imenso, comparável, até em cifra, com entretanto, aquele que determinou a política inter-

"Por mais que medite, por mais que estude c investigue os

vencionista no mercado "de café; e vere

orientíição financeira, não logro enxergar

mos imediatamente o cortejo de suas conseqüências funestas!"

componentes e os derivativos de ta no cndõs.so da União, dado ao emprés

timo mmli.sla do 15 milhões dc esterli

Interrogava: "ao espírito apavorado

nos, a .saida llbcratória do pCStK^O

dc todos os homens públicos açode indi.slintamontu a pergunta: — quando

té mergulhou o Brasil

ceira F"

econômico em que o Acôrdo dc TanbaÉ violenta c incRcaz a intromissão

oficial,

querendo fixar preço mínimo

para um gênero dc que não possuímos o monopólio, cujo mercado de consumo ' não SC acha no País, que não é gênero de primeira necessidade c que tem numeroso.s o fortíssimos sucedâneos . . .

Aconselhava que se estabelecesse a

. luta no terreno

da venda a retalho,

amainará esse VCtltO (Ic insânia finan Para ele, "as crises financeiras repre

sentam processos normais, reguladores, automáticos, se bem que violentos, por meio dos quais se restabelece o equilí

brio econômico, rôto por circunstâncias

várias: especulações, escassez ou super produção, deficiência ou inconveniéntes da organização bancária, etc," E continuava : "se é um êrro, no meu


xucr>

T

JJIOUMO

modo de ver, provocar semelhantes cri ses, é seguramente uma presun^*ão pue ril e indesculpável pensar cpie se pode impedir sua manifestação, quando elas se originam na esFt-ncia mesmo dos fe

nômenos — p)rfjue é certo que as suas

causas transcendeni de muito a capaci

licoNoxnoo

t^do o prnjVtn cm .3.-^ disc-ussãn, (15) Cal«)iícras voltou à carga: "ouvi com a maií)r atenção todos os discursos pro nunciados cm fa\()r <lo cndósvo da União ao emprósliino de £ l5.0tX).000, ansioso para \ct formulados iirgumonlos e razões capazes d»- acalmar a an'.:ústia

dade dos esforços humanos".

camada em tneii espirito pelo desdobra "Fundamentalmente, cm .sua essôncia, mento de mais èsse capítulo na trisle

uma cri.sc só termina e se liquida quan do removida a dissimetria de ritmo en

tre os elementos constitutivo.s todos do

fenômeno cconómic(j, isto 6, a produ ção, o consumo e os meios de trocas."

Suo, portanto, medidas automáticas,

espontâneas, de conscr\'açuo do próprio organismo produtor.

Fazem obra de

vida, apesar de semearem destroços. Saneiam a

história da rivfasta aventura valorizadora".

intransigente, movido por .sitnpI<'S regio

nalismo, porque, "desde ípie. <'ni 1^103.

encetei o estudo da cjueslão. timbrei cm afirmar que intervinlia nela por considora-la essencialmente nacional".

fatores que tenham vitali dade assegurada, e remo vendo, por bem da coleti

do mercado, não influí sobre êlc.

É

óbx io <]»ie ninguém está empilhando ca fé para fins estéticos... cedo oti tarde, \'irá a '••er negociado... c como tal in flui nas cotações".

Assim, pois, não havia "pessimismo,

mas simples prcxísão de senso prático £

15.000.000

vem

apenas

agravar,

adiando-a por dois anos, o liquidação definitiva da crise da superprodução cafceira".

Nessas condições, "sem descuidar do alargamento do eonsumo, moroso por

vidade, os elementos fra abastardariam o desenvol

blesso."

"... Ia résponsabílité du président Rodrigues Alves est engagée, car il n*opposa pas son veto á une proposition dont il connaíssait, mieux que personne,

rinfluence pemicieuse".

Julgou imoral e criadora de privilé gios a política de valorização. "II était immoral, finalement d'imposer de nouvelles taxes aux contribuables,

ordem regional, esse só

sobras se não normalizarem".

"Ainsi, le plan de valorisation terminait par Ia vente de huit míilions et de-

"Dizer que pela incineração se des-

d'é.xiger d'eiix de nouveaux sacrificas pour atténuer les difficultés financières

dustria agrícola ílo café,

trocm mercadorias representando de 10

mi de sacs, appartenant á d'heureux pri-

pois sou eleito por íuii Es-

a 12 milhões de esterlinos, não tem lar

go alcance, pois tal valor é irrealizável

vilégiés, à des prix fort au dessus des cours, sur une productíon cinq foís plus

agora e, com o correr do tempo, sj tor naria, por motivos óbvios, cada vez me

1909)".

no eleitorado, de um distrito onde o ca

fé ocupa nas produções lugar proemi nente."

Combateu o "êrro cometido de certo

tempo a esta parte cm sc não recorrer

aclargo c valioso concurso da especula

donc étc complct, selon les privisions de

o café."

tous Ics économistes sérieiLX qui Tavaient

E terminou, propondo o seguinte

teoria econômica individualista do lais-

xista opõe-se o allista, nem um se com-

substitutivo à lei cm votação :

piecndo .sem o outro. A ação inteligen

York, Hamburgo, Bremen, Trieste e

te dos governos reside exatamente cm

Marselha tem o Estado de São Paulo,

concluindo:

compreender c aproveitar a corrente fa-

será incinerado"...

"As condições do nosso meio, por tanto, conjugam-se com a lição econô mica, para condenarem formalmente a

xorávcl". Não via como sc poderia con

Em 1910, redigindo, para a quarta

siderar esse "fato econômico normal co

Conferência Internacional Pan-America-

mo o duende perigoso, quando pode ser

na, o livro sôbre "La Politique Monétai-

um auxiliar do maior valor". Condenou o endosso da União ao em-

grande, 41 millions de sacs (1906-

nos Híiuidávcl sem prejuízos. Aceitemolos totais, o procuremos as compensações na era altisla que então sc abrira para

"O estoque de 6.999.920 sacos de café que nos portos do Havre, Nova

Na sessão de 26 de novembro, es-

"Le Gouvememcnt Fédéral se desin

teressa de Ia prenúcTC de ces mesures, (o Convênio) et ce fut un acte de fai-

d'une classe spéciale..."

Como se vê, Calógeras, professando a

aventura intervencionista."

contnírio à medida, porque não a vetou.

duto deverá ser incinerado enquanto as

pronto". Com tal fito, dever-se-ia re correr ao "impôsto in nolura, cujo pro

ção. É grande equívoco supor que a o.speculação seja fato nnilalcral: ao bai

ser füire, pregava a resolução do pro blema cafeeiro pelo struggle for life,

Censura o Conselheiro Rodrigues Al ves, Presidente da República quando o Convênio foi aprovado, e sabidamente

oferta tpic se encontra o único remédio

bido, c sou representante direto, com fundas raízes

vimento."

Üca resultante do Convênio de Taubaté.

"F se em meu espirito, superior a tais considera ções, entrt:fanto, se pudes se aninliar um móvel de poderia ser favorável á in

cos c inviáveis que lhe

tuação desgraçada."

préstiino, pois julgava "fictícia a alega ção c!i: cjue o esto(juc oficial, arrcdado

sua essência, ô, pois, na limitação de

nas o prosseguimento dos

também os causadores dessa mesma si

Econômico

cm afirmar cjue o empréstimo de

Defcndeti-se de assumir esta atitude

atmosfera, permitindo ape

"Nem se pode compreender que se restaurem forças e suiide de um corpo ferido pelos corolários de uma longa sé rie de erros individuais sem que .sofram

Dronsid

re du Brésil", Calógeras (16), com mais serenidade mas com a mesma firmeza de

convicções, de novo condena a poli-

E terminava :

"L'échec du plan de valorisation a étudié et combattu. Le résultat final était

ralourdissement des cours, leur varia-

tions faussée par les stocks, mais non dans le sens de Ia hausse. Ia liquidation

ruineuse des operations pour TEtat de S. Paulo, les surcharges fiscales retombant sur les producteurs." *

4:

*

O Ministro da Fazenda e a intervenção nos mercados

(1915 a 1917) Como Ministro do Governo Venceslau


xucr>

T

JJIOUMO

modo de ver, provocar semelhantes cri ses, é seguramente uma presun^*ão pue ril e indesculpável pensar cpie se pode impedir sua manifestação, quando elas se originam na esFt-ncia mesmo dos fe

nômenos — p)rfjue é certo que as suas

causas transcendeni de muito a capaci

licoNoxnoo

t^do o prnjVtn cm .3.-^ disc-ussãn, (15) Cal«)iícras voltou à carga: "ouvi com a maií)r atenção todos os discursos pro nunciados cm fa\()r <lo cndósvo da União ao emprósliino de £ l5.0tX).000, ansioso para \ct formulados iirgumonlos e razões capazes d»- acalmar a an'.:ústia

dade dos esforços humanos".

camada em tneii espirito pelo desdobra "Fundamentalmente, cm .sua essôncia, mento de mais èsse capítulo na trisle

uma cri.sc só termina e se liquida quan do removida a dissimetria de ritmo en

tre os elementos constitutivo.s todos do

fenômeno cconómic(j, isto 6, a produ ção, o consumo e os meios de trocas."

Suo, portanto, medidas automáticas,

espontâneas, de conscr\'açuo do próprio organismo produtor.

Fazem obra de

vida, apesar de semearem destroços. Saneiam a

história da rivfasta aventura valorizadora".

intransigente, movido por .sitnpI<'S regio

nalismo, porque, "desde ípie. <'ni 1^103.

encetei o estudo da cjueslão. timbrei cm afirmar que intervinlia nela por considora-la essencialmente nacional".

fatores que tenham vitali dade assegurada, e remo vendo, por bem da coleti

do mercado, não influí sobre êlc.

É

óbx io <]»ie ninguém está empilhando ca fé para fins estéticos... cedo oti tarde, \'irá a '••er negociado... c como tal in flui nas cotações".

Assim, pois, não havia "pessimismo,

mas simples prcxísão de senso prático £

15.000.000

vem

apenas

agravar,

adiando-a por dois anos, o liquidação definitiva da crise da superprodução cafceira".

Nessas condições, "sem descuidar do alargamento do eonsumo, moroso por

vidade, os elementos fra abastardariam o desenvol

blesso."

"... Ia résponsabílité du président Rodrigues Alves est engagée, car il n*opposa pas son veto á une proposition dont il connaíssait, mieux que personne,

rinfluence pemicieuse".

Julgou imoral e criadora de privilé gios a política de valorização. "II était immoral, finalement d'imposer de nouvelles taxes aux contribuables,

ordem regional, esse só

sobras se não normalizarem".

"Ainsi, le plan de valorisation terminait par Ia vente de huit míilions et de-

"Dizer que pela incineração se des-

d'é.xiger d'eiix de nouveaux sacrificas pour atténuer les difficultés financières

dustria agrícola ílo café,

trocm mercadorias representando de 10

mi de sacs, appartenant á d'heureux pri-

pois sou eleito por íuii Es-

a 12 milhões de esterlinos, não tem lar

go alcance, pois tal valor é irrealizável

vilégiés, à des prix fort au dessus des cours, sur une productíon cinq foís plus

agora e, com o correr do tempo, sj tor naria, por motivos óbvios, cada vez me

1909)".

no eleitorado, de um distrito onde o ca

fé ocupa nas produções lugar proemi nente."

Combateu o "êrro cometido de certo

tempo a esta parte cm sc não recorrer

aclargo c valioso concurso da especula

donc étc complct, selon les privisions de

o café."

tous Ics économistes sérieiLX qui Tavaient

E terminou, propondo o seguinte

teoria econômica individualista do lais-

xista opõe-se o allista, nem um se com-

substitutivo à lei cm votação :

piecndo .sem o outro. A ação inteligen

York, Hamburgo, Bremen, Trieste e

te dos governos reside exatamente cm

Marselha tem o Estado de São Paulo,

concluindo:

compreender c aproveitar a corrente fa-

será incinerado"...

"As condições do nosso meio, por tanto, conjugam-se com a lição econô mica, para condenarem formalmente a

xorávcl". Não via como sc poderia con

Em 1910, redigindo, para a quarta

siderar esse "fato econômico normal co

Conferência Internacional Pan-America-

mo o duende perigoso, quando pode ser

na, o livro sôbre "La Politique Monétai-

um auxiliar do maior valor". Condenou o endosso da União ao em-

grande, 41 millions de sacs (1906-

nos Híiuidávcl sem prejuízos. Aceitemolos totais, o procuremos as compensações na era altisla que então sc abrira para

"O estoque de 6.999.920 sacos de café que nos portos do Havre, Nova

Na sessão de 26 de novembro, es-

"Le Gouvememcnt Fédéral se desin

teressa de Ia prenúcTC de ces mesures, (o Convênio) et ce fut un acte de fai-

d'une classe spéciale..."

Como se vê, Calógeras, professando a

aventura intervencionista."

contnírio à medida, porque não a vetou.

duto deverá ser incinerado enquanto as

pronto". Com tal fito, dever-se-ia re correr ao "impôsto in nolura, cujo pro

ção. É grande equívoco supor que a o.speculação seja fato nnilalcral: ao bai

ser füire, pregava a resolução do pro blema cafeeiro pelo struggle for life,

Censura o Conselheiro Rodrigues Al ves, Presidente da República quando o Convênio foi aprovado, e sabidamente

oferta tpic se encontra o único remédio

bido, c sou representante direto, com fundas raízes

vimento."

Üca resultante do Convênio de Taubaté.

"F se em meu espirito, superior a tais considera ções, entrt:fanto, se pudes se aninliar um móvel de poderia ser favorável á in

cos c inviáveis que lhe

tuação desgraçada."

préstiino, pois julgava "fictícia a alega ção c!i: cjue o esto(juc oficial, arrcdado

sua essência, ô, pois, na limitação de

nas o prosseguimento dos

também os causadores dessa mesma si

Econômico

cm afirmar cjue o empréstimo de

Defcndeti-se de assumir esta atitude

atmosfera, permitindo ape

"Nem se pode compreender que se restaurem forças e suiide de um corpo ferido pelos corolários de uma longa sé rie de erros individuais sem que .sofram

Dronsid

re du Brésil", Calógeras (16), com mais serenidade mas com a mesma firmeza de

convicções, de novo condena a poli-

E terminava :

"L'échec du plan de valorisation a étudié et combattu. Le résultat final était

ralourdissement des cours, leur varia-

tions faussée par les stocks, mais non dans le sens de Ia hausse. Ia liquidation

ruineuse des operations pour TEtat de S. Paulo, les surcharges fiscales retombant sur les producteurs." *

4:

*

O Ministro da Fazenda e a intervenção nos mercados

(1915 a 1917) Como Ministro do Governo Venceslau


108

DICESTC) Econónhco

Brá.s (1914 a 18), Calógeras, quer na pasta da Agricultura (1915), quer na da Tazcnda (1915 a 1917), procurou incrementar todas as fontes de prf»dução nacional. Nas suas minuciosas introdu

café, que tem sido exportado sem óbices No corjX) do trans uu relatório, Koaiorio, porém, porem, iranscreveu -•reveu as apr<'cia<,ões apr<'eia<,ões tio "Hclrospcclo

sidera particulannente vários arti<»os e,

elativas ao ano de 1914, cujas iufoniia- ,;^9|

são, que o futuro não confirmou.

féz, apenas, levo referência ao problema

do ano de 1915, ainda sob a impressão das valorizííções do Convênio dt; Taubaté, apenas e.scrcveu:

'Até agora não foi preciso acudir ao

J

ÇÕes ;õc.s literalineiitt; contraria\am a sua —

lastimando os preços baixos.

ciações sobre o cafá. Na introdução ao

l

Conur rei

entusiasmado pelas conscquènci;ts da' guerra mundial, prevÔ-llies uma expan

' 109

EconAmico'

mantinha suas firmes convicções doutri

e a preçíjs regulares."

v^onurrcial do J(»rn.il do ('ommercio", .j|

ções ao Helatório da Fazenda (17), con

Nesses documentos, foi a\aro de apre

Dir.KSTd

nárias iiuli\-icliialistas.

O Governo não

devia intrometer-se no comércio

para

stjsteiitar os preços do café. Em 1917, com a entrada, em setem

bro, para o Ntinislério da Fazenda, do .sr. .\nt(íiuo Carlos, emitiu a União pa-

pel-moeda que foi emprestado ao Go

Em 1916, o mesmo doeiimenlo oficial

verno do Estado de São Paulo, com o

cafecaro.

O café, cntrctanlfi, atravancando OS

como é a do elemento político e admi

adquirir, atpii. dois niilliÕCS dc sacas de café e a fornecer praças, nos navios quC lhe foram arrendados, para a exporta

ção do nos.so principal gênero no co No Rio

Por arroba 1915 1916

5$800 a

1917

6$200 a 1()$3{)0

«$000 a U$4()0

Por causa da guerra, reduzíam-se as exportações r 17.061.319 scs.

f/''-

1916 1917

Por JO (fuilos

O

13.039.000 " 10.605.000 "

Diante dessa situação, proclamava a

permanente

4$4(K) a (iSOOO

(1926 a 1928)

4.$H(){) a 0$;3()()

nova colheita".

"Heceia-se, por isso, (juc o excesso dela sôljrc as possibilidades do consumo

dente do nosso passado e uma certeza

juízos que daí derivariam para a lavou ra c para o comércio c.xtcrno do País, se

serviço constante, tenaz e absorvente do

públicos e trazem as mais sérias apreen

decisivas.

sões ao espírito das classes produtoras: a falta de mercados para o consumo da

"É preciso, com efeito, (]uc essas so bras sejam retiradas tcmporàriamcnte do mercado, para que se possa graduar convenientemente a oferta e a procura e opor, assim, resistência eficaz ás espe

Expunha as dificuldades causadas pe la guerra, que havia bloqueado certos mercados, restringindo outros e, quase por completo, impedido o transporte

como diz Batista Pereira, "um culto ar

mundial venha ocasionar uma grande baixa de preços o os íncaleidáveis pre a tempo se não conjurar o mal iminente, por meio de pro\'idéncias acertadas e

dc iluminado no nosso futuro , — Brasil".

Assim,

falando perante o Instituto

ITistórico c Geográfico do Estado de São Paulo, cm 1926, sobre os "Aspectos da Economia Nacional", trata de novo do problema cafeeiro. (19). Fá-lo nos seguintes termos :

"A produção de gênero de largo con sumo prccí&a ser permanentemente am

culações dos bai.xistas."

Mostram esses fatos que

uma gestão indiferente e desperdiçada, nistrativo.

"É preciso que o Brasil se convença,

c n isto estamos presenciando em escala ascendente, de que o governo 6 o pior, o mais caro e O mais incÔmodo dos pro tetores."

"Renovaram-se os apertos, o surgiu finalmente, em boa hora, a construção da defesa permanente."

Açuãagem do café "Uma das iniciativas mais criticadas em São Paulo tem sido o empreendimento das obras do Nordeste, pálido e

_ Depois dc lia\cr passado várias vezes pelo Governo, com infatigável operosi guado resgato da divida imorredoura- de dade o confiança dc moço nos resultados nossa para com as populações dos | dos esforços em prol do bom combate, Estadosterra flagelados sêca, populações j Calógeras, pela imprensa, no livro e na às quais devemos opela Acre, e, por largos tribuna de conferência, continua tendo,

marítimo. Assim, "só muito dificilmen

mensagem do Presidente do Estado de São Paulo, a 14 de julho de 1917 : . "Dois assuntos do capital relevância preocupam neste momento os podcres

totalidade da atual- safra de café e..

confcrcncista experiente e a defesa

3$60{) a 5$0(K)

te poderemos exportar e colocar nas praças estrangeiras dois terços sequer da

,/ I/-

8$5(K)

mércio inieniacional.

rOm Santos

peculação oficial, e não teria a base lar ga e segura de um regime contínuo de amparo, nem da colaboração de todos

cérea de 2 milliões dc sacas. Nessa mes

eoin a França, obrigiindo-sc êsto país a

TIPO 7

Ora, o plano do Convênio de Taubaté era e.xccpcional. Sua renovação para cada cri.sc valeria por entronizar a es

os interessados. Tudo se substituía por

firmoíi o sr. Antonio Carlos o Convênio

preços abaixo ; ( IS)

mente comercial, apenas indiretamente esteada nos recursos gerais da Naçao.

qual éste adcpnriu, da safra 1917/18, ma ocasião, no último trimestre de 1917,

portos do País, por falta de transportes, estava quase sem pn-ços, sendo colado nos principais inercat!<;s locais, (uitre OS

cado mundial. Mas é tarefa exclusi^íl-

parada, sem prejuízo dos cofres públi

Calógeras

cos, para se manter e triunfar no mer Íl

anos, a manutenção de nossa tropa. ^

"Pois bem, nada há, em princípio,. ■

mais parecido com o programa de gran- | do açudagem, do que o Instituto de Defesa Permanente do Café."

"Ambas as soluções visam regularizar

os suprimentos, de água num caso, de café no outro, armazenando as sobras resultantes das irregularidades de pro

dução de matéria-prima, chuvas e sa-

j

fras respectivamente. Agem ambas co- j

mo reservatórios de energias, volante 1 compensador de receita e despesa, armazenador nos períodos de excessos, supridor nos de escassez."

.


108

DICESTC) Econónhco

Brá.s (1914 a 18), Calógeras, quer na pasta da Agricultura (1915), quer na da Tazcnda (1915 a 1917), procurou incrementar todas as fontes de prf»dução nacional. Nas suas minuciosas introdu

café, que tem sido exportado sem óbices No corjX) do trans uu relatório, Koaiorio, porém, porem, iranscreveu -•reveu as apr<'cia<,ões apr<'eia<,ões tio "Hclrospcclo

sidera particulannente vários arti<»os e,

elativas ao ano de 1914, cujas iufoniia- ,;^9|

são, que o futuro não confirmou.

féz, apenas, levo referência ao problema

do ano de 1915, ainda sob a impressão das valorizííções do Convênio dt; Taubaté, apenas e.scrcveu:

'Até agora não foi preciso acudir ao

J

ÇÕes ;õc.s literalineiitt; contraria\am a sua —

lastimando os preços baixos.

ciações sobre o cafá. Na introdução ao

l

Conur rei

entusiasmado pelas conscquènci;ts da' guerra mundial, prevÔ-llies uma expan

' 109

EconAmico'

mantinha suas firmes convicções doutri

e a preçíjs regulares."

v^onurrcial do J(»rn.il do ('ommercio", .j|

ções ao Helatório da Fazenda (17), con

Nesses documentos, foi a\aro de apre

Dir.KSTd

nárias iiuli\-icliialistas.

O Governo não

devia intrometer-se no comércio

para

stjsteiitar os preços do café. Em 1917, com a entrada, em setem

bro, para o Ntinislério da Fazenda, do .sr. .\nt(íiuo Carlos, emitiu a União pa-

pel-moeda que foi emprestado ao Go

Em 1916, o mesmo doeiimenlo oficial

verno do Estado de São Paulo, com o

cafecaro.

O café, cntrctanlfi, atravancando OS

como é a do elemento político e admi

adquirir, atpii. dois niilliÕCS dc sacas de café e a fornecer praças, nos navios quC lhe foram arrendados, para a exporta

ção do nos.so principal gênero no co No Rio

Por arroba 1915 1916

5$800 a

1917

6$200 a 1()$3{)0

«$000 a U$4()0

Por causa da guerra, reduzíam-se as exportações r 17.061.319 scs.

f/''-

1916 1917

Por JO (fuilos

O

13.039.000 " 10.605.000 "

Diante dessa situação, proclamava a

permanente

4$4(K) a (iSOOO

(1926 a 1928)

4.$H(){) a 0$;3()()

nova colheita".

"Heceia-se, por isso, (juc o excesso dela sôljrc as possibilidades do consumo

dente do nosso passado e uma certeza

juízos que daí derivariam para a lavou ra c para o comércio c.xtcrno do País, se

serviço constante, tenaz e absorvente do

públicos e trazem as mais sérias apreen

decisivas.

sões ao espírito das classes produtoras: a falta de mercados para o consumo da

"É preciso, com efeito, (]uc essas so bras sejam retiradas tcmporàriamcnte do mercado, para que se possa graduar convenientemente a oferta e a procura e opor, assim, resistência eficaz ás espe

Expunha as dificuldades causadas pe la guerra, que havia bloqueado certos mercados, restringindo outros e, quase por completo, impedido o transporte

como diz Batista Pereira, "um culto ar

mundial venha ocasionar uma grande baixa de preços o os íncaleidáveis pre a tempo se não conjurar o mal iminente, por meio de pro\'idéncias acertadas e

dc iluminado no nosso futuro , — Brasil".

Assim,

falando perante o Instituto

ITistórico c Geográfico do Estado de São Paulo, cm 1926, sobre os "Aspectos da Economia Nacional", trata de novo do problema cafeeiro. (19). Fá-lo nos seguintes termos :

"A produção de gênero de largo con sumo prccí&a ser permanentemente am

culações dos bai.xistas."

Mostram esses fatos que

uma gestão indiferente e desperdiçada, nistrativo.

"É preciso que o Brasil se convença,

c n isto estamos presenciando em escala ascendente, de que o governo 6 o pior, o mais caro e O mais incÔmodo dos pro tetores."

"Renovaram-se os apertos, o surgiu finalmente, em boa hora, a construção da defesa permanente."

Açuãagem do café "Uma das iniciativas mais criticadas em São Paulo tem sido o empreendimento das obras do Nordeste, pálido e

_ Depois dc lia\cr passado várias vezes pelo Governo, com infatigável operosi guado resgato da divida imorredoura- de dade o confiança dc moço nos resultados nossa para com as populações dos | dos esforços em prol do bom combate, Estadosterra flagelados sêca, populações j Calógeras, pela imprensa, no livro e na às quais devemos opela Acre, e, por largos tribuna de conferência, continua tendo,

marítimo. Assim, "só muito dificilmen

mensagem do Presidente do Estado de São Paulo, a 14 de julho de 1917 : . "Dois assuntos do capital relevância preocupam neste momento os podcres

totalidade da atual- safra de café e..

confcrcncista experiente e a defesa

3$60{) a 5$0(K)

te poderemos exportar e colocar nas praças estrangeiras dois terços sequer da

,/ I/-

8$5(K)

mércio inieniacional.

rOm Santos

peculação oficial, e não teria a base lar ga e segura de um regime contínuo de amparo, nem da colaboração de todos

cérea de 2 milliões dc sacas. Nessa mes

eoin a França, obrigiindo-sc êsto país a

TIPO 7

Ora, o plano do Convênio de Taubaté era e.xccpcional. Sua renovação para cada cri.sc valeria por entronizar a es

os interessados. Tudo se substituía por

firmoíi o sr. Antonio Carlos o Convênio

preços abaixo ; ( IS)

mente comercial, apenas indiretamente esteada nos recursos gerais da Naçao.

qual éste adcpnriu, da safra 1917/18, ma ocasião, no último trimestre de 1917,

portos do País, por falta de transportes, estava quase sem pn-ços, sendo colado nos principais inercat!<;s locais, (uitre OS

cado mundial. Mas é tarefa exclusi^íl-

parada, sem prejuízo dos cofres públi

Calógeras

cos, para se manter e triunfar no mer Íl

anos, a manutenção de nossa tropa. ^

"Pois bem, nada há, em princípio,. ■

mais parecido com o programa de gran- | do açudagem, do que o Instituto de Defesa Permanente do Café."

"Ambas as soluções visam regularizar

os suprimentos, de água num caso, de café no outro, armazenando as sobras resultantes das irregularidades de pro

dução de matéria-prima, chuvas e sa-

j

fras respectivamente. Agem ambas co- j

mo reservatórios de energias, volante 1 compensador de receita e despesa, armazenador nos períodos de excessos, supridor nos de escassez."

.


Dir.KSTo EcoNÒMicÔ

"Mais longe ainda pode ser levado o

paralelo. O açude, entancando águas

paria a essência do plano, c de um ato de maioridade econômica da lavoura

desordenadas, amansa-lhes o curso e im

cafeeira faria mera cotlccs^ão de favor

pede a devastação de correntes torrciicjaís, bravias. A armazenagem e o es

coamento progressivo das saír.is Üinitain

a amplitude das oscilações dos preços, de que só se locupletam os especulado res e os detentores momentâneos de ca

pitais, com grande desvantagem para os produtores. Cerceia e saneia as operaçõos a termo, nas quais os negócios le gítimos tanto sofrem com os ciclones da

bolsa provocados pela especulação de mero jogo."

"Claro, para produzir seu efeito nor

mal, pressupõe largos entrepostos e um

sistema de crédito warrantudo que for

neça ao fazendeiro os recursos de que precisa, até dispor finalmente de sua sa

fra. E, neste ponto, não liá negar a

alheio. Mtaios digno, iiunos viril c in teligente se revelaria o csfórço exercido." Ao .\Iini.stro da Fazenda c ao Banco

do Brasil, que não di-ix.iram tr.uisforinar-se a bela operação cin sirnpli-s pre texto para iiicoiiiprecn.sível e injusliticá-

vel ginástica einis.sora, (h-ve o Pais ugradccmientos iguais aos (juc niercccram govèrno c lavoura de São Paulo, e aos

re.uíz^iclorcs do plano, por se ter criado um aparelho antorionio inocleiar, no qual interesses públicos e inlerèsses privados

tao Ijcin se conjugaram, a esforço c expcnsas dos próprios beneficiados."

Melhoramentos .sucessivos aperfei

çoarão a obra.

feitamente que os institutos nao tinham aqiiêic funcionamento ideai, do . dci.\ar Uberdade ao produtor, cujo cafe estives se armazenado e warrímtaílo, para en

trar no mercado e di.spor do que era seu

Em 1928. estudando (20) os "Valores

prá formular crítica fundada ao meca Confronto

econômico

mo e de solidariedade entre os produto

res, e o auxílio, a bem dizer moral, in r ;;■;•• teligentemente prestado pelo Estado." "É fórmula que honra a quantos co- i laboram em seu estabelecimento, inclu

sive aos que se opuseram a que a União nela figurasse. Tal intervenção detur

Logo a seguir, porém, aborda com

"Não pode, entretanto, deixar de im pressionar o que as estatísücas mundiais

revelam. Não é senão servir a lavoura cafeeira, contudo, apontar os perigos que a amcaçam„coni o fito de a auxiliar em sua defesa."

"Para isto, transcrevemos literabienle mil trecho do admirável artigo, que sob

o título "A luta pelo café" o conhecido banqueiro sr. Bouilloux-Lafont publicou

no "O Jornal", do Rio, em 4 de dezem bro último".

"O quadro seguinte é instrutivo: Outros países

Brasil

nismo ideado."

Propositadamente, confrontamos os

bao

Paulo, autoridade cabal c indiscutida em todos os problemas que se referem a

PRODUÇÃO DE CAFÉ NO MUNDO

invocado amparo do Governo

allieias no desenvolvimento

<.v-

Iludia-se pelas aparências.

Posteriurmcntc. porém, percebeu per

as, em princípio, dificilmente se po-

próprio do Instituto. Modelo de ener gia e de "self-help", ao mesmo tempo que larga demonstração de cooperativis-

I%• -

de Café.

^u a lormação de um capital próprio,

tlois têrmos;

café não atreveríamos a falar em

Como se vê, nessa ocasião. Caiógcras ainda permanecia na sua anterior ojeriza ao Càmvênio de Taubate o abraçava com cnliisiasmo a organização idealiza da para o funcionamento dos Institutos

movimento, com seu crédito avali2yido

mulo de precauções na operação em si. Nenhum receio de complicar finanças

taiiiente. quase como um estreante: ^

finiieza e sinceridade o problema:

para i.u-llior servir a riqueza nacional.

veuietitc.

"Nenhum perigo, ou antes, só acú

Produzidos" no País. ao tratar do crfé.

dc novo em São Paulo, começa mcd^

essa cultura industrial .

puramente comercial, até cpic, aulomàticamcnte, amortizado o empréstimo; pos sa ser prevista a extinção de sobreliLxas,

sempre

^

intiiitiia o convergência dos elementos

"Com a garantia das receitas pagas ao Estado, foi, em última análise, o pró prio produtor quem obteve capitais de

Federal."

í' -

de intervenção

presidiu ã fundação transmite ao Instituto fòrça imancnlc de defesa o de rec.ip. racão, tão saudável o ambiente e

quando ibc parecesse oportuno e con-

peJo do Tesouro. Exemplo sugestivo de apelo viril às forças do próprio interes sado, fugindo ao perigoso, daninho e

Ji- - '

O Instituto cada vez

niai.s deverá afastar-se

nos c dilic.klaclos, criadas por deficiên cia d>. acciilcs. NSo «Tão duradouros tais iiioinciitos. cnlretanto: a lógica que

oficial, para se dirigir eoin autonomia

elegância c o acerto da solução adotada."

f

k-, l,

DrnFXTo Econômico

110

^ Tciin Em 1910

10.848.000 scs. 10.400.000 "

Em 1925

en 47S 000

g:Í92?a"Í925

49:42o;ooo

:"f -T

"

3.676.000 scs.

6.250.000 " 17.023.000 " 25.839.000 "

r

Convênio de Taubalé e

e ha dc ®^.l^^'^^ ,;'^,Vmilhões ,de sacas concorrência normal, de plantadores.

põem-se como sombra c luz. Mostram,

r Bnísâl ?ue Tsto -l^roveiLi ? A sua cJo de 1910 e 25.3 % de concorrentes,

aparelho de defesa permanente. Contra

quase permitem tocar materialmente, a

diferença entre empírismo e espírito de organização. No primeiro, dispersão de forças agindo às cegas, c baseadas em teses socialmente falhas. Conjuga ção sinérgica, no outro, de economia e

finanças sadias, no terreno sólido em que se fundam lavoura cafeeira e esforço que a mantém."

"Poderão surgir incidentes, contratem-

°

milhões oni 1925, mas foi

Enquanto 74,7% eram nossos no mer-

cclhcita dc 1910-1911 foi de 10.800.000 sacrs- de 1911 a 1914 produziu o País 50.473.000 sacas, e os quatro últimos anos sòmente 48.320.000 sacas. Duranto ôstes mesmos dois períodos, os outros países passaram, em produção, de

já quinze anos depois, pela elevação dos preços, nosso quinhão havia bai.xado a 62,4% e subido a 37,6% o dos demais países." Ora há ma.s do que O"!" ponto de interrogação, mors ™ da. e para o cafe o

•saras • a de 1914-1915 de 10.400.000

16.633 000 sacas a 27.769.000 sa-

da vida após a guerra de 1914 a 1918.

' V

-í ,■ . *1


Dir.KSTo EcoNÒMicÔ

"Mais longe ainda pode ser levado o

paralelo. O açude, entancando águas

paria a essência do plano, c de um ato de maioridade econômica da lavoura

desordenadas, amansa-lhes o curso e im

cafeeira faria mera cotlccs^ão de favor

pede a devastação de correntes torrciicjaís, bravias. A armazenagem e o es

coamento progressivo das saír.is Üinitain

a amplitude das oscilações dos preços, de que só se locupletam os especulado res e os detentores momentâneos de ca

pitais, com grande desvantagem para os produtores. Cerceia e saneia as operaçõos a termo, nas quais os negócios le gítimos tanto sofrem com os ciclones da

bolsa provocados pela especulação de mero jogo."

"Claro, para produzir seu efeito nor

mal, pressupõe largos entrepostos e um

sistema de crédito warrantudo que for

neça ao fazendeiro os recursos de que precisa, até dispor finalmente de sua sa

fra. E, neste ponto, não liá negar a

alheio. Mtaios digno, iiunos viril c in teligente se revelaria o csfórço exercido." Ao .\Iini.stro da Fazenda c ao Banco

do Brasil, que não di-ix.iram tr.uisforinar-se a bela operação cin sirnpli-s pre texto para iiicoiiiprecn.sível e injusliticá-

vel ginástica einis.sora, (h-ve o Pais ugradccmientos iguais aos (juc niercccram govèrno c lavoura de São Paulo, e aos

re.uíz^iclorcs do plano, por se ter criado um aparelho antorionio inocleiar, no qual interesses públicos e inlerèsses privados

tao Ijcin se conjugaram, a esforço c expcnsas dos próprios beneficiados."

Melhoramentos .sucessivos aperfei

çoarão a obra.

feitamente que os institutos nao tinham aqiiêic funcionamento ideai, do . dci.\ar Uberdade ao produtor, cujo cafe estives se armazenado e warrímtaílo, para en

trar no mercado e di.spor do que era seu

Em 1928. estudando (20) os "Valores

prá formular crítica fundada ao meca Confronto

econômico

mo e de solidariedade entre os produto

res, e o auxílio, a bem dizer moral, in r ;;■;•• teligentemente prestado pelo Estado." "É fórmula que honra a quantos co- i laboram em seu estabelecimento, inclu

sive aos que se opuseram a que a União nela figurasse. Tal intervenção detur

Logo a seguir, porém, aborda com

"Não pode, entretanto, deixar de im pressionar o que as estatísücas mundiais

revelam. Não é senão servir a lavoura cafeeira, contudo, apontar os perigos que a amcaçam„coni o fito de a auxiliar em sua defesa."

"Para isto, transcrevemos literabienle mil trecho do admirável artigo, que sob

o título "A luta pelo café" o conhecido banqueiro sr. Bouilloux-Lafont publicou

no "O Jornal", do Rio, em 4 de dezem bro último".

"O quadro seguinte é instrutivo: Outros países

Brasil

nismo ideado."

Propositadamente, confrontamos os

bao

Paulo, autoridade cabal c indiscutida em todos os problemas que se referem a

PRODUÇÃO DE CAFÉ NO MUNDO

invocado amparo do Governo

allieias no desenvolvimento

<.v-

Iludia-se pelas aparências.

Posteriurmcntc. porém, percebeu per

as, em princípio, dificilmente se po-

próprio do Instituto. Modelo de ener gia e de "self-help", ao mesmo tempo que larga demonstração de cooperativis-

I%• -

de Café.

^u a lormação de um capital próprio,

tlois têrmos;

café não atreveríamos a falar em

Como se vê, nessa ocasião. Caiógcras ainda permanecia na sua anterior ojeriza ao Càmvênio de Taubate o abraçava com cnliisiasmo a organização idealiza da para o funcionamento dos Institutos

movimento, com seu crédito avali2yido

mulo de precauções na operação em si. Nenhum receio de complicar finanças

taiiiente. quase como um estreante: ^

finiieza e sinceridade o problema:

para i.u-llior servir a riqueza nacional.

veuietitc.

"Nenhum perigo, ou antes, só acú

Produzidos" no País. ao tratar do crfé.

dc novo em São Paulo, começa mcd^

essa cultura industrial .

puramente comercial, até cpic, aulomàticamcnte, amortizado o empréstimo; pos sa ser prevista a extinção de sobreliLxas,

sempre

^

intiiitiia o convergência dos elementos

"Com a garantia das receitas pagas ao Estado, foi, em última análise, o pró prio produtor quem obteve capitais de

Federal."

í' -

de intervenção

presidiu ã fundação transmite ao Instituto fòrça imancnlc de defesa o de rec.ip. racão, tão saudável o ambiente e

quando ibc parecesse oportuno e con-

peJo do Tesouro. Exemplo sugestivo de apelo viril às forças do próprio interes sado, fugindo ao perigoso, daninho e

Ji- - '

O Instituto cada vez

niai.s deverá afastar-se

nos c dilic.klaclos, criadas por deficiên cia d>. acciilcs. NSo «Tão duradouros tais iiioinciitos. cnlretanto: a lógica que

oficial, para se dirigir eoin autonomia

elegância c o acerto da solução adotada."

f

k-, l,

DrnFXTo Econômico

110

^ Tciin Em 1910

10.848.000 scs. 10.400.000 "

Em 1925

en 47S 000

g:Í92?a"Í925

49:42o;ooo

:"f -T

"

3.676.000 scs.

6.250.000 " 17.023.000 " 25.839.000 "

r

Convênio de Taubalé e

e ha dc ®^.l^^'^^ ,;'^,Vmilhões ,de sacas concorrência normal, de plantadores.

põem-se como sombra c luz. Mostram,

r Bnísâl ?ue Tsto -l^roveiLi ? A sua cJo de 1910 e 25.3 % de concorrentes,

aparelho de defesa permanente. Contra

quase permitem tocar materialmente, a

diferença entre empírismo e espírito de organização. No primeiro, dispersão de forças agindo às cegas, c baseadas em teses socialmente falhas. Conjuga ção sinérgica, no outro, de economia e

finanças sadias, no terreno sólido em que se fundam lavoura cafeeira e esforço que a mantém."

"Poderão surgir incidentes, contratem-

°

milhões oni 1925, mas foi

Enquanto 74,7% eram nossos no mer-

cclhcita dc 1910-1911 foi de 10.800.000 sacrs- de 1911 a 1914 produziu o País 50.473.000 sacas, e os quatro últimos anos sòmente 48.320.000 sacas. Duranto ôstes mesmos dois períodos, os outros países passaram, em produção, de

já quinze anos depois, pela elevação dos preços, nosso quinhão havia bai.xado a 62,4% e subido a 37,6% o dos demais países." Ora há ma.s do que O"!" ponto de interrogação, mors ™ da. e para o cafe o

•saras • a de 1914-1915 de 10.400.000

16.633 000 sacas a 27.769.000 sa-

da vida após a guerra de 1914 a 1918.

' V

-í ,■ . *1


Tw»r-Ti«r

Dicesto Econômico

"Seus jnaíorcs compradores, combali tóres econômicos do País, pi-Ius gastos dos alguns, restringiam compras, mulli- suplementares da guerra ao Stcfimoolicavam os sucedâneos, para isto aprc- deres?..." ^ . _-i,. gêneros n,'nt-Tos fluc iludlam o hábito sentando que iludiam "O único meio econômico da Inta é iá criado do consumo. E assim ofcrc• venda misturas esdrúxulas que ciam à cri

enganavam c satisfaziam paladares pou

çoe concorrentes. \fas á o que, cm SJo Vaulo, muitos não ouvem com henccO'

lãncia, olvidados de que avisar c do

"híamburgo, centro de primeira or dem no consumo e na redislribuição continental do nosso café, quase não o recebia mais, c ainda hoje não atingiu

omjgo."

to, apesar dos preços locais^vè constante ou em aumento o uso de líquidos mais

ou menos escuros c de perfume suspci' to, que se apelidam de Moka"... "De nada vale dar de ombros c fazer pouco caso do aviso. Assim também se procedeu com a borracha. Fecharam-se

"E hoje?..." "Quanto ao café, então, menos ainda

vale a arguíção, neste momento em que a broca desperta tão graves preocupa ções. Planta aclimatada no Brasil, por que se não aclimataria alhures, com o mesmo viço e a mesma generosa pro

yy vi:i,iiA Europa, devastada por guerr.is sueessiva.s. dá a impressão de <{uc já perdeu o seu posto de comando. O reerguimento de seus paíse.s, estimu lado pelo Plano Marsiiall, serve ainda mais para aeentuar essa situação dcplo-

,

UoLumento.s Parlnmf»itarc.s. Valori zação do Caíi-, vol. I

rá\-el. Pelo menos, na realidade, por algum tempo, c o que se vê. Os países

náB 9

(2> Idt-m, ídem.

B. Bfllj - II Cnffé — Manuali Hoepli. 1910. patí. 250.

seus. tjuo eram, antes de 1914, pode rosos no empenho de fixar rumos, vivem

(41 Documentos Parlamentares, citado.

VüJ. I, ptifi 11.

^^(5) Documentos Parlamentares, cit.. pág.

hoje dentro de uma consciência muito viva de dependência c de ameaça de «ma dependência maior. Dc um lado

(Gl Idem. idom pág ii

Acníi.w^''''?,

^'"K^-nharín. do Centro

sentem

" Horacio Lane — cit.. AbnlI>.do132. 1933. » Does. Porlamonr.arcs

os olhos. Alegaram-se as mesmas sensa-

borias; monopólio natural, inaptidâo de outros países !..."

Cândido Motta Filho

produzir barato, e tanto, (jue dc.sacnro^

co exigentes.

o nível anterior a 1914... e, entretan

A RECUPERAÇÃO DO

Pag.

^'•"■'amenlaiü.s

10.

cit..

vol.

(10) Iclcm. idem, pág. ii.

to, íi concepção tradicional da existência.

Nías, por isso mesmo, nesse quadro de cenários caídos, c que percebemos, na sua roídidadc germinal, as condições atuais do homem, desse homem que

nzaçao do Café — voJ. II. nág.s. 10 a 26.

U) Idem. idem. pág. 9

15!

^ "•

PíU:- 208 a 215.

perdeu o que tiniia c que até agora nada recebeu em seti lugar. Teve ago

,•1. « .Cülógerns, Ia Poliiique Monétaire 431. (J'l Relatórios -"5 do aMinistro da Fazen-

ra a Europa, pela sua condição histó rica, dc ser o campo onde surgiu a maior documentação que a história co

'TIOS de 1915 c 1916.

(Io) Retrospecto Comercial do Jornal 00 Lominércio, ano de 1917. págs. 209 e

dutividade ?... E não agravaria a con corrência, o encarecimcnto do preço do

seguintes.

custo nosso, pelas modificações dos fa-

Pags.

(19) CaJógo ras, Problemas de Governo 14

e

ameaça do comunismo; de

destroem ou descquiliijram, por comple

hm Bresil, o f-ylügeras, ou pág. .J15La Políiique Monétaire Documentos Parlamentares, Valo-

ir

a

outro o socorro americano, forças que

11.

nhece sobro a degradação do homem. Todos os acontecimentos da guerra, com

16.

(20) Calógcras, idem. págs. 93 a 95. ,

o emprego das mais possantes máquinas

de destruição, foram acompanhados pela redução do homem à coisa.

Os depoi

mentos nesse sentido são, na verdade,

contra êste ou contra aquele; é implacàvelmcntc contra todos.

Não é só a

freqüência da morte que demonstra o seu domínio.

É a sua capacidade de

transpor, com rapidez inesperada, os

campos de batalha, .para atingir as po pulações civis. No fim, não havia mais fronteiras,

nem

físicas,

nem morais.

Aquilo que Malaparte caricaturou no seu livro "La pelle" como sendo a Europa

dc upós-guerra, é a visão desesperada de uma realidade terrível.

Há, nas pá

ginas dêssse livro, um cinismo provindo de quem marcha num mundo perdido! A guerra civil na Espanlia, o fascis mo na Itália-, o nazismo na Alemanha e o bülchevismp na Rússia, já tinham, por esse tempo, os seus processos de utilização mecânica do homem. O fa natismo ideológico, com a força com pressora de sua intolerância, esmagou

Os expurgos se fazem como as queima das em terreno necessário para o plan tio. E os campos de concentração se multiplicam, criando para a desumanízação do homem um novo tipo de vida.

Logo que se deu a invasão ger

além de Paris e os ingleses são obriga .1.

senvobamento da luta, tentar-se qual

quer avaliação nesse sentido. A guer ra, no seu último significado, não é

tôda ou qualquer veleidade individual.

mânica, o c.spetáculo SC apresentou com toda sua hediondez. E quando a der rota empurra os exércitos franceses para

".A'

bre ser que se considera perdido, no pavor pânico das retiradas. .. Não é possível mesmo, no brutal de-

massas o.xigiu, por tôda parte, o mais completo desprezo possível pelo indiví

duo.

.i: li

Não há quem nela possa ver o drama de um homem, o desespero de um po

A utíliztição das grandes

pavorosos!

*3

dos a realizar a proeza de Dunquerque, a multidão que enche e atravanca as estradas representa tão só uni estôr\'0.

Finda a guerra, o silêncio das ruínas acentua então as linhas do quadro de


Tw»r-Ti«r

Dicesto Econômico

"Seus jnaíorcs compradores, combali tóres econômicos do País, pi-Ius gastos dos alguns, restringiam compras, mulli- suplementares da guerra ao Stcfimoolicavam os sucedâneos, para isto aprc- deres?..." ^ . _-i,. gêneros n,'nt-Tos fluc iludlam o hábito sentando que iludiam "O único meio econômico da Inta é iá criado do consumo. E assim ofcrc• venda misturas esdrúxulas que ciam à cri

enganavam c satisfaziam paladares pou

çoe concorrentes. \fas á o que, cm SJo Vaulo, muitos não ouvem com henccO'

lãncia, olvidados de que avisar c do

"híamburgo, centro de primeira or dem no consumo e na redislribuição continental do nosso café, quase não o recebia mais, c ainda hoje não atingiu

omjgo."

to, apesar dos preços locais^vè constante ou em aumento o uso de líquidos mais

ou menos escuros c de perfume suspci' to, que se apelidam de Moka"... "De nada vale dar de ombros c fazer pouco caso do aviso. Assim também se procedeu com a borracha. Fecharam-se

"E hoje?..." "Quanto ao café, então, menos ainda

vale a arguíção, neste momento em que a broca desperta tão graves preocupa ções. Planta aclimatada no Brasil, por que se não aclimataria alhures, com o mesmo viço e a mesma generosa pro

yy vi:i,iiA Europa, devastada por guerr.is sueessiva.s. dá a impressão de <{uc já perdeu o seu posto de comando. O reerguimento de seus paíse.s, estimu lado pelo Plano Marsiiall, serve ainda mais para aeentuar essa situação dcplo-

,

UoLumento.s Parlnmf»itarc.s. Valori zação do Caíi-, vol. I

rá\-el. Pelo menos, na realidade, por algum tempo, c o que se vê. Os países

náB 9

(2> Idt-m, ídem.

B. Bfllj - II Cnffé — Manuali Hoepli. 1910. patí. 250.

seus. tjuo eram, antes de 1914, pode rosos no empenho de fixar rumos, vivem

(41 Documentos Parlamentares, citado.

VüJ. I, ptifi 11.

^^(5) Documentos Parlamentares, cit.. pág.

hoje dentro de uma consciência muito viva de dependência c de ameaça de «ma dependência maior. Dc um lado

(Gl Idem. idom pág ii

Acníi.w^''''?,

^'"K^-nharín. do Centro

sentem

" Horacio Lane — cit.. AbnlI>.do132. 1933. » Does. Porlamonr.arcs

os olhos. Alegaram-se as mesmas sensa-

borias; monopólio natural, inaptidâo de outros países !..."

Cândido Motta Filho

produzir barato, e tanto, (jue dc.sacnro^

co exigentes.

o nível anterior a 1914... e, entretan

A RECUPERAÇÃO DO

Pag.

^'•"■'amenlaiü.s

10.

cit..

vol.

(10) Iclcm. idem, pág. ii.

to, íi concepção tradicional da existência.

Nías, por isso mesmo, nesse quadro de cenários caídos, c que percebemos, na sua roídidadc germinal, as condições atuais do homem, desse homem que

nzaçao do Café — voJ. II. nág.s. 10 a 26.

U) Idem. idem. pág. 9

15!

^ "•

PíU:- 208 a 215.

perdeu o que tiniia c que até agora nada recebeu em seti lugar. Teve ago

,•1. « .Cülógerns, Ia Poliiique Monétaire 431. (J'l Relatórios -"5 do aMinistro da Fazen-

ra a Europa, pela sua condição histó rica, dc ser o campo onde surgiu a maior documentação que a história co

'TIOS de 1915 c 1916.

(Io) Retrospecto Comercial do Jornal 00 Lominércio, ano de 1917. págs. 209 e

dutividade ?... E não agravaria a con corrência, o encarecimcnto do preço do

seguintes.

custo nosso, pelas modificações dos fa-

Pags.

(19) CaJógo ras, Problemas de Governo 14

e

ameaça do comunismo; de

destroem ou descquiliijram, por comple

hm Bresil, o f-ylügeras, ou pág. .J15La Políiique Monétaire Documentos Parlamentares, Valo-

ir

a

outro o socorro americano, forças que

11.

nhece sobro a degradação do homem. Todos os acontecimentos da guerra, com

16.

(20) Calógcras, idem. págs. 93 a 95. ,

o emprego das mais possantes máquinas

de destruição, foram acompanhados pela redução do homem à coisa.

Os depoi

mentos nesse sentido são, na verdade,

contra êste ou contra aquele; é implacàvelmcntc contra todos.

Não é só a

freqüência da morte que demonstra o seu domínio.

É a sua capacidade de

transpor, com rapidez inesperada, os

campos de batalha, .para atingir as po pulações civis. No fim, não havia mais fronteiras,

nem

físicas,

nem morais.

Aquilo que Malaparte caricaturou no seu livro "La pelle" como sendo a Europa

dc upós-guerra, é a visão desesperada de uma realidade terrível.

Há, nas pá

ginas dêssse livro, um cinismo provindo de quem marcha num mundo perdido! A guerra civil na Espanlia, o fascis mo na Itália-, o nazismo na Alemanha e o bülchevismp na Rússia, já tinham, por esse tempo, os seus processos de utilização mecânica do homem. O fa natismo ideológico, com a força com pressora de sua intolerância, esmagou

Os expurgos se fazem como as queima das em terreno necessário para o plan tio. E os campos de concentração se multiplicam, criando para a desumanízação do homem um novo tipo de vida.

Logo que se deu a invasão ger

além de Paris e os ingleses são obriga .1.

senvobamento da luta, tentar-se qual

quer avaliação nesse sentido. A guer ra, no seu último significado, não é

tôda ou qualquer veleidade individual.

mânica, o c.spetáculo SC apresentou com toda sua hediondez. E quando a der rota empurra os exércitos franceses para

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bre ser que se considera perdido, no pavor pânico das retiradas. .. Não é possível mesmo, no brutal de-

massas o.xigiu, por tôda parte, o mais completo desprezo possível pelo indiví

duo.

.i: li

Não há quem nela possa ver o drama de um homem, o desespero de um po

A utíliztição das grandes

pavorosos!

*3

dos a realizar a proeza de Dunquerque, a multidão que enche e atravanca as estradas representa tão só uni estôr\'0.

Finda a guerra, o silêncio das ruínas acentua então as linhas do quadro de


Dir.KSTo

114

Econômico

Dir.icsT<í

asst)mbros.

A Alemanha nazista enal

tece, para a sua defesa, a política eon-

ram as almas dc seis inilhõcs dc ino

ccniraeionária.

centes!

O espetáculo de Da-

da mais tr.ii»iia cicgratlação humana.

ali, no mesmo tom, com as mesmas

Diante dêlc desfila uma legião de três

tintas, com o mesmo furor de aniquilar justamente aquilo que se concebe cotno

mil desgraçados, lotios os dias. São éles, diz c.ssa testemunha, em .sua maio

vamente, a obra de Artur Koestler e

conhece a sua terrível experiência pes soal, o seu desgosto pelas ideologias em marcha, percebe que ela é fruto de um egresso dos campos de concentração, que firmaram o estilo penal de uma nova época. Mas o que vale em Koestler não é sua experiência pessoal, mas o que

transcende a essa experiência e se transforma em fenômeno co

letivo, da utilização da massa humana como coisa. Na socio

ria, esfjucletos \'Í\íí.s: desidralatlos até os os.sos, desfigurados até a monstruosidade, cobertos de úIc<Tas supiirantes, mar cham para a morte, sem sahcr como marcham nem pí)r<|uc marcham. Em

115

E nos mostra então, além da política

delito, conforme o direito estabelecido,

conccntracionária, ã semelhança da dc lliller, o erescinu-nlo do trab.ilho forçado

mas confonnc a sociedade que deseja

e todos os aspectos da desintegração do ser humano no país dos Sovictes. "Um prisioneiro ou um deportado dos campos de concentração é um homem que vive

— esere\-e ele — à margem da vida".

criar."

O que se verifica, em nossos dias, po rem, c a dc.tniição do homem conceitua do de uma ccrtu maneira, destruição

muito mais e.xtcnsa e muito mais depra-

vadora que aquela que se deu quando,

Ès.S(; líomem sabe que está para sem

no fim da Idade Média, começou a

pre perdido. Assini, cm Kuibychev há 160 mil condenados a trabalho forçado.

heresia. A posição de Stalin é inconi-

parávcl com a de Calvino. Hitler em

cinco minutos estão mortos. E o "doc-

Etn Ki/el e em Polovinks liá 150 mil

nada se assemelha a qualquer dos di

lor" Mengcle, (juo cf)iidnz milhões do pessoas para a morto, pelo pecado da in ferioridade racial, ê um louco a serviço

deportados. Em Oufa, liá 35 mil. Em

retores da Inquisição.

do Estado nazista.

tos.

Durante horas e

horas examina no microscópio, o com outros aparelhos científicos, o resultado físico dê.sse morti

cínio.

Vive horas a fio debru

logia dos campos de concentra ção estudados por Stubbs, o homem perde a individualida de e se reduz à peculiaridade de um rebanho de corte. O liomem que dele sai não pode mais tomar contacto com os antigos valores. O homem ê assim um animal capaz de tudo. É um ani mal que se adapta a todas as condições

gum tempo. Por outro lado, o bolche-

da miséria. Com o correr dos anos vão-se mul

E os campos de concentração cumprem ainda o seu tórvo destino. O depoi

çado na mesa de dissccação,

MololoN-, 160 mil.

Em Zlaloust, 150

niil. Em ChabarkoN', 32 mil e quinhen

trina. É uma peste que devora este ou aquêlcj devora o "ho-

Em Sverdlovsk, 240 mil.

Ein Tcheiiabinsk, 150 mil. Em

Magnitogor.sk, 130 mil. Na Ukrania, 30 mil. Na Geórgia,

O processo atual do rebaixamento do homem não se condiciona a uma dou

.-1 <

57 mil. Na Criméia, 54 mil. Em Azerbaidjan, 52 mil. Na Armênia, 22 mil e quinhentos. Em Ouzljckistan, 64 mil. E na República dos Kirghzes, 32 mil. A lista não tem fim. É um nunca acabar de depor tados. Na região de Saratov ou na

mo aeconomicus", como o "ho-

mo aticus". E apaga tôdas as tábuas de valores.

Não reside

só na e.xaltação da guerra ou

para a derrubada exemplar dos antigos

verdade se insinua, com tôda a sua he-

no fanatismo revolucionário. Ela apa rece nas sociedades já pacificadas. Está no deiprêzo cotidiano do homem pelo homem, que vive da vida momentânea, da vantagem e do gôzo imediato. A Rússia Branca. Só em Yaroslov, 800 mil civilização, conduzida pelos bens ma teriais, pelo econcmismo crescente, pelo deportados! maquinísmo, pelas próprias criações hu Além disso, há os campos de concen manas, perdeu o sentido da resistência tração que constituem um verdadeiro moral. O homem, apoiado nas coisas, . inferno glacial, onde os deportados pe com elas se confundiu e foi, quer na recem cm massa. sociedade burguesa quer na antiburNão se trata propriamente da violên cia revolucionária, que esta sempre guesa, um simples dado econômico. A conquista das utilidades impediu ao ho houve. Tivemos, na história contem mem ter a capacidade necessária para porânea, o "terror" na Revolução Fran cesa. Os deuses, sequiosos de sangue, enfrentar as conseqüências das guerras

dominadores. Não há justiça, mas opor tunidade e vingança. O banditismo muda de lugar.

d iondez.

semearam a destruição e a morte. , Nem

e revoluções. Por isso se explica o su

SC trata do terror, descrito por McrleauPonty, violência dos comunistas e vio

cesso de Jean Genêt, em Paris. Ele é um poeta. Mas não é poeta que faz

lência dos liberais. A execução de um

sucesso, mas o senhor de todos os ví

Lavai, dc um Politzer, de um Petov, rio. "Dizemos — escreve este ensaísta

cios, aquêle que proclama seus crimes, com absoluta franqueza, como uma ma neira de viver, porque, para êle, é pre

— que uma revolução não define o

ciso viver antes de tudo.

tiplicando os depoimentos. Cada um pior do que outro. E, com êlcs, os julgamentos marciais, as condenações dos tribunais dc c.xceção, a fôrca funcionan

do ao lado dos pelotões de fuzilamento,

Ki-' -

Miklos vê o fim c o começo

chau e Btischenwald se repete aqui c

dignidade humana. Quem le, hoje, no

Econômico

Pelas chaminés do Crctnatoritim passa

Ainda agora o dr. Miklos Nyisali, médico deportado para o Crematorium d'Auschvvitz, narra o que viu no S. S. Obersturmfuhrer do "doctor" Mengele.

com a blusa c as mãos ensan

güentadas!

O nazismo moslrou tudo isso, por al visino, na mesma exaltação fanática, re

duz o liomein a zero, como o Roubachof, do romance dc Koestler. A morte é apenas nina supre .são de um cstôrvo. mento dc El Campesino, no seu livro A vida e a morte na U.R.S.S.", du

rante a sua estuda na Rússia por dez anos, deve ter os exageros de um espí rito anárquico c insatisfeito. Mas, a Diante das miseráveis habita

ções humanas que rodeiam as suntuosas usinas dc Leningrado, El Campesino re cebe a explicação do contrasto. Popov diz: — "Tudo isto é transitório; o que importa, neste momento, para a U. R. S. S., é o funcionamento das usinas."

são explicáveis no processo revolucioná

■cx.


Dir.KSTo

114

Econômico

Dir.icsT<í

asst)mbros.

A Alemanha nazista enal

tece, para a sua defesa, a política eon-

ram as almas dc seis inilhõcs dc ino

ccniraeionária.

centes!

O espetáculo de Da-

da mais tr.ii»iia cicgratlação humana.

ali, no mesmo tom, com as mesmas

Diante dêlc desfila uma legião de três

tintas, com o mesmo furor de aniquilar justamente aquilo que se concebe cotno

mil desgraçados, lotios os dias. São éles, diz c.ssa testemunha, em .sua maio

vamente, a obra de Artur Koestler e

conhece a sua terrível experiência pes soal, o seu desgosto pelas ideologias em marcha, percebe que ela é fruto de um egresso dos campos de concentração, que firmaram o estilo penal de uma nova época. Mas o que vale em Koestler não é sua experiência pessoal, mas o que

transcende a essa experiência e se transforma em fenômeno co

letivo, da utilização da massa humana como coisa. Na socio

ria, esfjucletos \'Í\íí.s: desidralatlos até os os.sos, desfigurados até a monstruosidade, cobertos de úIc<Tas supiirantes, mar cham para a morte, sem sahcr como marcham nem pí)r<|uc marcham. Em

115

E nos mostra então, além da política

delito, conforme o direito estabelecido,

conccntracionária, ã semelhança da dc lliller, o erescinu-nlo do trab.ilho forçado

mas confonnc a sociedade que deseja

e todos os aspectos da desintegração do ser humano no país dos Sovictes. "Um prisioneiro ou um deportado dos campos de concentração é um homem que vive

— esere\-e ele — à margem da vida".

criar."

O que se verifica, em nossos dias, po rem, c a dc.tniição do homem conceitua do de uma ccrtu maneira, destruição

muito mais e.xtcnsa e muito mais depra-

vadora que aquela que se deu quando,

Ès.S(; líomem sabe que está para sem

no fim da Idade Média, começou a

pre perdido. Assini, cm Kuibychev há 160 mil condenados a trabalho forçado.

heresia. A posição de Stalin é inconi-

parávcl com a de Calvino. Hitler em

cinco minutos estão mortos. E o "doc-

Etn Ki/el e em Polovinks liá 150 mil

nada se assemelha a qualquer dos di

lor" Mengcle, (juo cf)iidnz milhões do pessoas para a morto, pelo pecado da in ferioridade racial, ê um louco a serviço

deportados. Em Oufa, liá 35 mil. Em

retores da Inquisição.

do Estado nazista.

tos.

Durante horas e

horas examina no microscópio, o com outros aparelhos científicos, o resultado físico dê.sse morti

cínio.

Vive horas a fio debru

logia dos campos de concentra ção estudados por Stubbs, o homem perde a individualida de e se reduz à peculiaridade de um rebanho de corte. O liomem que dele sai não pode mais tomar contacto com os antigos valores. O homem ê assim um animal capaz de tudo. É um ani mal que se adapta a todas as condições

gum tempo. Por outro lado, o bolche-

da miséria. Com o correr dos anos vão-se mul

E os campos de concentração cumprem ainda o seu tórvo destino. O depoi

çado na mesa de dissccação,

MololoN-, 160 mil.

Em Zlaloust, 150

niil. Em ChabarkoN', 32 mil e quinhen

trina. É uma peste que devora este ou aquêlcj devora o "ho-

Em Sverdlovsk, 240 mil.

Ein Tcheiiabinsk, 150 mil. Em

Magnitogor.sk, 130 mil. Na Ukrania, 30 mil. Na Geórgia,

O processo atual do rebaixamento do homem não se condiciona a uma dou

.-1 <

57 mil. Na Criméia, 54 mil. Em Azerbaidjan, 52 mil. Na Armênia, 22 mil e quinhentos. Em Ouzljckistan, 64 mil. E na República dos Kirghzes, 32 mil. A lista não tem fim. É um nunca acabar de depor tados. Na região de Saratov ou na

mo aeconomicus", como o "ho-

mo aticus". E apaga tôdas as tábuas de valores.

Não reside

só na e.xaltação da guerra ou

para a derrubada exemplar dos antigos

verdade se insinua, com tôda a sua he-

no fanatismo revolucionário. Ela apa rece nas sociedades já pacificadas. Está no deiprêzo cotidiano do homem pelo homem, que vive da vida momentânea, da vantagem e do gôzo imediato. A Rússia Branca. Só em Yaroslov, 800 mil civilização, conduzida pelos bens ma teriais, pelo econcmismo crescente, pelo deportados! maquinísmo, pelas próprias criações hu Além disso, há os campos de concen manas, perdeu o sentido da resistência tração que constituem um verdadeiro moral. O homem, apoiado nas coisas, . inferno glacial, onde os deportados pe com elas se confundiu e foi, quer na recem cm massa. sociedade burguesa quer na antiburNão se trata propriamente da violên cia revolucionária, que esta sempre guesa, um simples dado econômico. A conquista das utilidades impediu ao ho houve. Tivemos, na história contem mem ter a capacidade necessária para porânea, o "terror" na Revolução Fran cesa. Os deuses, sequiosos de sangue, enfrentar as conseqüências das guerras

dominadores. Não há justiça, mas opor tunidade e vingança. O banditismo muda de lugar.

d iondez.

semearam a destruição e a morte. , Nem

e revoluções. Por isso se explica o su

SC trata do terror, descrito por McrleauPonty, violência dos comunistas e vio

cesso de Jean Genêt, em Paris. Ele é um poeta. Mas não é poeta que faz

lência dos liberais. A execução de um

sucesso, mas o senhor de todos os ví

Lavai, dc um Politzer, de um Petov, rio. "Dizemos — escreve este ensaísta

cios, aquêle que proclama seus crimes, com absoluta franqueza, como uma ma neira de viver, porque, para êle, é pre

— que uma revolução não define o

ciso viver antes de tudo.

tiplicando os depoimentos. Cada um pior do que outro. E, com êlcs, os julgamentos marciais, as condenações dos tribunais dc c.xceção, a fôrca funcionan

do ao lado dos pelotões de fuzilamento,

Ki-' -

Miklos vê o fim c o começo

chau e Btischenwald se repete aqui c

dignidade humana. Quem le, hoje, no

Econômico

Pelas chaminés do Crctnatoritim passa

Ainda agora o dr. Miklos Nyisali, médico deportado para o Crematorium d'Auschvvitz, narra o que viu no S. S. Obersturmfuhrer do "doctor" Mengele.

com a blusa c as mãos ensan

güentadas!

O nazismo moslrou tudo isso, por al visino, na mesma exaltação fanática, re

duz o liomein a zero, como o Roubachof, do romance dc Koestler. A morte é apenas nina supre .são de um cstôrvo. mento dc El Campesino, no seu livro A vida e a morte na U.R.S.S.", du

rante a sua estuda na Rússia por dez anos, deve ter os exageros de um espí rito anárquico c insatisfeito. Mas, a Diante das miseráveis habita

ções humanas que rodeiam as suntuosas usinas dc Leningrado, El Campesino re cebe a explicação do contrasto. Popov diz: — "Tudo isto é transitório; o que importa, neste momento, para a U. R. S. S., é o funcionamento das usinas."

são explicáveis no processo revolucioná

■cx.


116

DiOKSTf» Kconómico

O filósofo Nícolau Bcrdiaeff, íjii»' co nheceu de perto todos ósses aspectos

um caos. A sociedade, politie.tiiu-nte, é

da decomposição do lionuMo, acentuando

boje urna anieaç.i. A

a necessidade de uma antropoloeia filo sófica, féz no síai último livro. "A es

cravidão e a liberdade do hotiieni", uin

estudo fjue é urn apèlo em favor da per sonalidade humana, que está ameaçada do afundanu.-nto nas ruínas da civili/ação. O problema atual, para Berdiaeff. c, antes de tudo. da recuperação do humano.

Não nos compete aqui um estudo nes se sentido. Mas, nessa procura de va

lores que a Europa desesperadamente consagra suas energias fundamentais, ó

que está a raiz da recuperação .social tão necessariamente am])ieionadn. Ela,

que foi testemunha de tudo, que conhe ceu, com os novos terrores da fome, os

terrores da irresponsabilidade, coloca de no\o, o problema da civilização co mo uma decorrência do homem reabi litado, redimido no sen conceito moral e .social.

A sociedade, oconòniicamente. «'• boje

NOVOS PLANOS

soeie<l.i(le, júri-

dic.imente, é inria crise. .\ão bá solu

ção econóniie.i. não li;i solução política, nao bá solução jurítliea sr-in es.sa so lução primordial. O homem não é urn animal limitado

a unia categoria biológica. .\Iax Seliellcr

Nelsoi^ VVerneck Sodré

w .

4 Y-f

\ N i-Ks cie apreciar o iilliino plancjuincuto levado a efeito para a me lhoria da NÍação brasileira, planejamen

soube, muito bem, a èsse propósito, fa zer a distinção entre jicssoa e organis

to orientado no Mini.stério da Viação

mo. Ortega v Classet diz, por sua vez,

nheiro ferroviário, convém apreciar os efeitos de um aconleciniento cjuc tc\e

.seguindo as lições de Diltlu-y, que o

homem não é um produto da natureza, mas um produto da história. E preciso, assim, quí; ele seja n eonstiluído na sua energia moral e rcstaixdeça, com isso,

o prumo d(,* sua conduta.

Hoje, na

por um titular que era também enge

consiHpiéncias as mais sérias sobre o sistema nacional do transportes: a guer

ra (juc nos ebcgou às jxirtas em 19-12 e na (pial nos empenhamos com um esforço muito acima de nossas possibili

miséria de sí-ms fracassos, êle pode, co

dades.

mo c) príncipe André, do romance do

te, traumatizou a estrutura econômica

lolsloi, olhar, do campo de batalha cm

Se o conflito mundial, realiiien-

do IJrasil, pondo a nu as suas tremen

ra, se viu ameaçado pela ação dos sub marinos do "eixo". O desaparecimento dos mercados asiáticos, de outro lado,

agra\'ou a situação das correntes e.xternas de colocação dos nossos produtos e elas passaram a concentrar-se no nosso

próprio continente, com o aumento das compras, da parte dos Estados Unidos, de um lado, c das Repúblicas sul-ame

ricanas, a Argentina em .particular, de outro.

Estávamos agora seriamente ameaça

dos na principal linha de comunicações., o oceano, e a cabotagem p.igou um aito preço nesse sentido. Internamente, a situação não se alterou, em seus traços e características principais: tratava-se

fpie c-aiu ferido, o céu i-slrelaclo, c ve

das deficiências, os seus efeitos sobre

rificar (jiic a \-ida humana não é só essa rpie foj destroçada pela violência e que foi construída pela técnica.

o si.stema de circulação da produção fo ram dc tal sorte profundos e alastrados que constituiriam, ainda que isolados, problema dos mais importantes.

zonas no\'as, com maior diversificação

Do ponto de vista da circulação da riqueza, a gucTr.i não trou.\c rcfle.xos

dades da indústria de guerra norte-ame

de produzir mais, para e.xpcrtar mais, produzir nas velhas zonas e produzir em na massa e.xportada, em face das necessi

diretos, para o Brasil, na sua primeira fase, enquanto se constituiu apenas num conflito militar europeu. Perdemos, efe

ricana. Produtos de segundo plano to maram importância inédita, enquanto outras, como a borracha, pareciam

ma dc uavicerts. Tais mercados foram,

a ser o divórcio entre as duas zonas do . País: o centro e o sul, de um lado, o

tivamente, grandes mercados e.xternos, readquirir a importância de ha muito naquele continente, em face do bloqueio perdida. No sentido da circulação por vias internas, o reflexo principal vinabritânico o o estabelecimento do siste progressivamente, num sentido global,

m-

norte e o nordeste, de outro.

.substituídos, entretanto, pelos próprios -mercados antigos, que passaram a im portar maior volume dos nossos produ

dem ser avaliadas se nos recordarmos

tos. Com a entrada dos Estados Unidos no conflito, cm 1941, entretanto, a si

que, somente nos anos de 1942 e 1943, trinta foram afundados, correspondendo

tuação iniciou uma mudança acentuada, que se concretizou ameaçadora quando,

no ano seguinte, o grande espaço de

a um desfalque de tonelagem da ordem de 132.000, no valor de 652 milhões de cruzeiros, importando tais perdas

circulação marítima, na costa brasilei

numa diminuição, em face do número

As perdas brasileiras em navios po


116

DiOKSTf» Kconómico

O filósofo Nícolau Bcrdiaeff, íjii»' co nheceu de perto todos ósses aspectos

um caos. A sociedade, politie.tiiu-nte, é

da decomposição do lionuMo, acentuando

boje urna anieaç.i. A

a necessidade de uma antropoloeia filo sófica, féz no síai último livro. "A es

cravidão e a liberdade do hotiieni", uin

estudo fjue é urn apèlo em favor da per sonalidade humana, que está ameaçada do afundanu.-nto nas ruínas da civili/ação. O problema atual, para Berdiaeff. c, antes de tudo. da recuperação do humano.

Não nos compete aqui um estudo nes se sentido. Mas, nessa procura de va

lores que a Europa desesperadamente consagra suas energias fundamentais, ó

que está a raiz da recuperação .social tão necessariamente am])ieionadn. Ela,

que foi testemunha de tudo, que conhe ceu, com os novos terrores da fome, os

terrores da irresponsabilidade, coloca de no\o, o problema da civilização co mo uma decorrência do homem reabi litado, redimido no sen conceito moral e .social.

A sociedade, oconòniicamente. «'• boje

NOVOS PLANOS

soeie<l.i(le, júri-

dic.imente, é inria crise. .\ão bá solu

ção econóniie.i. não li;i solução política, nao bá solução jurítliea sr-in es.sa so lução primordial. O homem não é urn animal limitado

a unia categoria biológica. .\Iax Seliellcr

Nelsoi^ VVerneck Sodré

w .

4 Y-f

\ N i-Ks cie apreciar o iilliino plancjuincuto levado a efeito para a me lhoria da NÍação brasileira, planejamen

soube, muito bem, a èsse propósito, fa zer a distinção entre jicssoa e organis

to orientado no Mini.stério da Viação

mo. Ortega v Classet diz, por sua vez,

nheiro ferroviário, convém apreciar os efeitos de um aconleciniento cjuc tc\e

.seguindo as lições de Diltlu-y, que o

homem não é um produto da natureza, mas um produto da história. E preciso, assim, quí; ele seja n eonstiluído na sua energia moral e rcstaixdeça, com isso,

o prumo d(,* sua conduta.

Hoje, na

por um titular que era também enge

consiHpiéncias as mais sérias sobre o sistema nacional do transportes: a guer

ra (juc nos ebcgou às jxirtas em 19-12 e na (pial nos empenhamos com um esforço muito acima de nossas possibili

miséria de sí-ms fracassos, êle pode, co

dades.

mo c) príncipe André, do romance do

te, traumatizou a estrutura econômica

lolsloi, olhar, do campo de batalha cm

Se o conflito mundial, realiiien-

do IJrasil, pondo a nu as suas tremen

ra, se viu ameaçado pela ação dos sub marinos do "eixo". O desaparecimento dos mercados asiáticos, de outro lado,

agra\'ou a situação das correntes e.xternas de colocação dos nossos produtos e elas passaram a concentrar-se no nosso

próprio continente, com o aumento das compras, da parte dos Estados Unidos, de um lado, c das Repúblicas sul-ame

ricanas, a Argentina em .particular, de outro.

Estávamos agora seriamente ameaça

dos na principal linha de comunicações., o oceano, e a cabotagem p.igou um aito preço nesse sentido. Internamente, a situação não se alterou, em seus traços e características principais: tratava-se

fpie c-aiu ferido, o céu i-slrelaclo, c ve

das deficiências, os seus efeitos sobre

rificar (jiic a \-ida humana não é só essa rpie foj destroçada pela violência e que foi construída pela técnica.

o si.stema de circulação da produção fo ram dc tal sorte profundos e alastrados que constituiriam, ainda que isolados, problema dos mais importantes.

zonas no\'as, com maior diversificação

Do ponto de vista da circulação da riqueza, a gucTr.i não trou.\c rcfle.xos

dades da indústria de guerra norte-ame

de produzir mais, para e.xpcrtar mais, produzir nas velhas zonas e produzir em na massa e.xportada, em face das necessi

diretos, para o Brasil, na sua primeira fase, enquanto se constituiu apenas num conflito militar europeu. Perdemos, efe

ricana. Produtos de segundo plano to maram importância inédita, enquanto outras, como a borracha, pareciam

ma dc uavicerts. Tais mercados foram,

a ser o divórcio entre as duas zonas do . País: o centro e o sul, de um lado, o

tivamente, grandes mercados e.xternos, readquirir a importância de ha muito naquele continente, em face do bloqueio perdida. No sentido da circulação por vias internas, o reflexo principal vinabritânico o o estabelecimento do siste progressivamente, num sentido global,

m-

norte e o nordeste, de outro.

.substituídos, entretanto, pelos próprios -mercados antigos, que passaram a im portar maior volume dos nossos produ

dem ser avaliadas se nos recordarmos

tos. Com a entrada dos Estados Unidos no conflito, cm 1941, entretanto, a si

que, somente nos anos de 1942 e 1943, trinta foram afundados, correspondendo

tuação iniciou uma mudança acentuada, que se concretizou ameaçadora quando,

no ano seguinte, o grande espaço de

a um desfalque de tonelagem da ordem de 132.000, no valor de 652 milhões de cruzeiros, importando tais perdas

circulação marítima, na costa brasilei

numa diminuição, em face do número

As perdas brasileiras em navios po


DrCFSTO EC'ONÒMICO

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Dicrsn) Económjco

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lemas, que sen iam ao abastecimento de e da tonelagem da frota nacional ao tcmpíí, da ordem dc quase 20% do

.siificicnlf e in.il dirigido paralisou ati-

total dc barcos e quíiso 30% do total

vi<l.iíh*.s, í-ncaret ru o valor d.is lucrcado-

da tonelagern.

ri.is, produziu tlislijrhios cconótnicos de monta t? acalxni por toniar-se um inat

de transporte do litoral para o interior, com as importações reduzidas ao míni mo. o problema ia-se tomando progres sivamente mais sério, sem que qualquer

O desfalque era, p)is,

dos mais sérios, e a cal>otagem. no seu

ainda mais grave.

O r:ícit»nainento in-

movimcnlo anual, não deixou de senti-lo

di)s mais iiocí\os.

c dc acusá-lo, uma vez (|ue o inoviriien-

condi<,ó<-s insatisfatórias i-rain conhecidiis

to cairia de um índice 100, correspon

e nncíírasain nc» pass.ulo, como inales de

dente a 1941, ano em que os Estados Unidos entraram na guerra, para os ín dices 95, em 1942, c 89, em 19-13, o que significa que, quando tínhamos necessidade de ativar a circulação, vía

íjrigern (jue só um csfórço persistente C esciarc-eido potieri.i ter atenu.KÍo, entra-

mos essa circulação reduzir-se.

Que

reflexos tiveram tais desfalques de ma terial que operava na linha de comuni cações mais fácil, o oceano, sòbre o ma terial que operava em circulação terres-

tre? Um depoimento autorizado, à épo ca, poderia informar: "Tais perdas e as dificuldades da na vegação marítima, que se refletiram na

redução do comércio de cabotagem, jus tamente quando este devia ter sido in

mercados de capacidade aquisitiva mui to mais reduzida, como para as correntes

As ferrovias, cuj;iS

medida pudesse ser tomada, de momen

to, para sanar os seus inconvenientes. Compreenderemos os termos mais e\à-

dentes do qnadro dc descalabro do

r.im .a soírer utn <lesgaste eacla vi*z mais

parque brasileiro de transportes, verifi cando as importações de material desti nado às substituições imprescindíveis, A nossa importação dc vagões ferroviá

alarmante, jxiis, ao mesmo passo que, de um lado, não recebiam inaleriLd para a sua reno\'ação, viam paralisadas as obra.s de mc-lhorament<is dos onerosos

rios, que era, antes da guerra, da ordem

traçados <jue vinham utilizando, cn(pianto, de outro lado, para atender a necessidades cada vez mais vultosas, lança\am-se no terreno íla corrida dos fre

tes, enfjiianto procuravam, na medida

do possível, c com soluções de pura emergência, enfrí-ntar a concorrência ro

doviária fjnc, apesar de tudo, lhes trazia gravcf.s danos. O aparcihamcnto porluá-

dc 2,000 unidades anuais, chegou a ser,

cm 1944, dc 4 unidades apenas, A im

portação de trilhos, que habitualmente ■

excedia as 50.000 toneladas por ano, desceu, cm 1941, n 16.000. Não recebe mos

senão

7

locomotivas,

em

1942,

Nossas ncces.sidadcs em locomotivas, en

tretanto. podiam ser avaliadas segundo

Naas mantiveram, ria dc regra, as con

dições técnicas dos tempos cm que fo

ram construídas, incompatíveis com os exigências do transporte moderno. Tra çados pesados, que tomam impossível o rendimento do tráfego e que contri buem para um acelerado desgaste do material rodante, além de constituírem

a âncora que impede qualquer esforço no sentido de um levantamento econô

mico, são comuns a quase todas as nos sas estradas de ferro.

As instalações,

equipamentos e os antiquados processos ainda usados no tráfego, contribuem apenas para agraviu^ tal situação. As ferrovias foram construídas, em

grande parte, para atender (como os Planos de Viação pretendem atender, agora) finalidades de ordem política, com prejuízo, quase sempre, senão com

total desprezo," dos fatores de ordem econômica que deveriam ter prcponderado quando de suas construções e, de pois, quando dos sucessivos melhora mentos que receberam. Um caso a citar, entre muitos, foi o da Central do Brasil, obrigada a encampar toda sorte

crementado, devido às circunstâncias, forç-aram a sobrc-utilização dos transpor *■'<>> por sua \ez, ajiresentava as suas c notórias dclicicncias, mais tes ferroviários, acelerando a deprecia conhecidas uma \-ez apontadas, i' que a fase

o quíidro apresentado pelo parque exis

Essa sobrecarga dc trabalho, que ainda

tavam cm uso, e de mais de vinte anos

sem em sua zona de e.xpansão, inclusive

525 ainda tracionando composições, tudo para um total de 3.586 locomotivas, o nue importa dizer que cêrca de 60%

de São Paulo.

ção do material das estradas dc ferro. foi agravada pela perturbação do trans-

porte rodoviário, não foi contrabalança da pela renovação

temas um esforço contínuo e poderoso, que elas não es tavam em

minuir ou de atenuar as suas maléficas

;: ,

- : ,,- ^ •' '

dadeira

produtos

fome

de

alinientí-

^ dc matérias-

primas,

existentes

nos numêricamentc

Enquanto os trans

portes que se serviam das rodovias so friam o tremendo e acelerado desgaste do material, cujo número era também insuficiente, o declínio nos fornecimen tos de combustível tomou a situação

mais dc trinta 1.154 das que ainda es

da.s locomotivas existentes tinham mais

Encjuanlo a ver

condi

ções de oferecer.

uma vez, seni (]ue medidas correspondente.s fòsscm lomada.s, à altura de di conscíjucncias.

dos equipamentos. Dessa forma, soli citou-se ás vias in-

dc guerra vinha pôr cm realce, por mais

tente, que denunciava como de mais de quarenta anos 886 das em tráfego, de

reduzidos mercados

do exterior, alimenta\a a po>síbiliclade das constantes elevações de fretes, nas correntes de tnmsporte do interior para o litoral, traduzidas nas coordenadas asccnsionais na curva do \'a]or da produ ção exportada — para o caso das vias in-

de trambolhos ferroviários que estives

aquele que viria a constituir o ramal

Peculiaridades naturais em um país de economia colonial, «u particular as re

dc trinta anos de uso, isto é, estavam

lativamente rápidas sucessões de esplen

trabalhando em péssimas condições de

dor 6 decadência de zonas em que se

rendimento, onerando a tração e tor

poderia esperar uma continuidade as-

nando cada vez mais caros os fretes.

censional no desenvolvimento, acaba

A situação de verdadeiro descalabro

do parque ferroviário brasileiro, posto em face da necessidade de suportar um considerável esforço, na fase da última

guerra, de que está longe de se ter re

feito, pode ser ainda avaliada pelo alipbamento de algumas considerações. A primeira delas' refere-se a que as ferro-

ram por retirar às ferrovias, de que os primeiros anos haviam sido prósperos, muitas possibilidades de transporte. Ê um exemplo o caso da Mojiana, que, tendo servido a uma zona de grande desenvolvimento, no qual tinha papel* principal um produto apto a suportar fretes altos, como o café, transformou-se

11 Aviltetrir


DrCFSTO EC'ONÒMICO

119

Dicrsn) Económjco

118

lemas, que sen iam ao abastecimento de e da tonelagem da frota nacional ao tcmpíí, da ordem dc quase 20% do

.siificicnlf e in.il dirigido paralisou ati-

total dc barcos e quíiso 30% do total

vi<l.iíh*.s, í-ncaret ru o valor d.is lucrcado-

da tonelagern.

ri.is, produziu tlislijrhios cconótnicos de monta t? acalxni por toniar-se um inat

de transporte do litoral para o interior, com as importações reduzidas ao míni mo. o problema ia-se tomando progres sivamente mais sério, sem que qualquer

O desfalque era, p)is,

dos mais sérios, e a cal>otagem. no seu

ainda mais grave.

O r:ícit»nainento in-

movimcnlo anual, não deixou de senti-lo

di)s mais iiocí\os.

c dc acusá-lo, uma vez (|ue o inoviriien-

condi<,ó<-s insatisfatórias i-rain conhecidiis

to cairia de um índice 100, correspon

e nncíírasain nc» pass.ulo, como inales de

dente a 1941, ano em que os Estados Unidos entraram na guerra, para os ín dices 95, em 1942, c 89, em 19-13, o que significa que, quando tínhamos necessidade de ativar a circulação, vía

íjrigern (jue só um csfórço persistente C esciarc-eido potieri.i ter atenu.KÍo, entra-

mos essa circulação reduzir-se.

Que

reflexos tiveram tais desfalques de ma terial que operava na linha de comuni cações mais fácil, o oceano, sòbre o ma terial que operava em circulação terres-

tre? Um depoimento autorizado, à épo ca, poderia informar: "Tais perdas e as dificuldades da na vegação marítima, que se refletiram na

redução do comércio de cabotagem, jus tamente quando este devia ter sido in

mercados de capacidade aquisitiva mui to mais reduzida, como para as correntes

As ferrovias, cuj;iS

medida pudesse ser tomada, de momen

to, para sanar os seus inconvenientes. Compreenderemos os termos mais e\à-

dentes do qnadro dc descalabro do

r.im .a soírer utn <lesgaste eacla vi*z mais

parque brasileiro de transportes, verifi cando as importações de material desti nado às substituições imprescindíveis, A nossa importação dc vagões ferroviá

alarmante, jxiis, ao mesmo passo que, de um lado, não recebiam inaleriLd para a sua reno\'ação, viam paralisadas as obra.s de mc-lhorament<is dos onerosos

rios, que era, antes da guerra, da ordem

traçados <jue vinham utilizando, cn(pianto, de outro lado, para atender a necessidades cada vez mais vultosas, lança\am-se no terreno íla corrida dos fre

tes, enfjiianto procuravam, na medida

do possível, c com soluções de pura emergência, enfrí-ntar a concorrência ro

doviária fjnc, apesar de tudo, lhes trazia gravcf.s danos. O aparcihamcnto porluá-

dc 2,000 unidades anuais, chegou a ser,

cm 1944, dc 4 unidades apenas, A im

portação de trilhos, que habitualmente ■

excedia as 50.000 toneladas por ano, desceu, cm 1941, n 16.000. Não recebe mos

senão

7

locomotivas,

em

1942,

Nossas ncces.sidadcs em locomotivas, en

tretanto. podiam ser avaliadas segundo

Naas mantiveram, ria dc regra, as con

dições técnicas dos tempos cm que fo

ram construídas, incompatíveis com os exigências do transporte moderno. Tra çados pesados, que tomam impossível o rendimento do tráfego e que contri buem para um acelerado desgaste do material rodante, além de constituírem

a âncora que impede qualquer esforço no sentido de um levantamento econô

mico, são comuns a quase todas as nos sas estradas de ferro.

As instalações,

equipamentos e os antiquados processos ainda usados no tráfego, contribuem apenas para agraviu^ tal situação. As ferrovias foram construídas, em

grande parte, para atender (como os Planos de Viação pretendem atender, agora) finalidades de ordem política, com prejuízo, quase sempre, senão com

total desprezo," dos fatores de ordem econômica que deveriam ter prcponderado quando de suas construções e, de pois, quando dos sucessivos melhora mentos que receberam. Um caso a citar, entre muitos, foi o da Central do Brasil, obrigada a encampar toda sorte

crementado, devido às circunstâncias, forç-aram a sobrc-utilização dos transpor *■'<>> por sua \ez, ajiresentava as suas c notórias dclicicncias, mais tes ferroviários, acelerando a deprecia conhecidas uma \-ez apontadas, i' que a fase

o quíidro apresentado pelo parque exis

Essa sobrecarga dc trabalho, que ainda

tavam cm uso, e de mais de vinte anos

sem em sua zona de e.xpansão, inclusive

525 ainda tracionando composições, tudo para um total de 3.586 locomotivas, o nue importa dizer que cêrca de 60%

de São Paulo.

ção do material das estradas dc ferro. foi agravada pela perturbação do trans-

porte rodoviário, não foi contrabalança da pela renovação

temas um esforço contínuo e poderoso, que elas não es tavam em

minuir ou de atenuar as suas maléficas

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dadeira

produtos

fome

de

alinientí-

^ dc matérias-

primas,

existentes

nos numêricamentc

Enquanto os trans

portes que se serviam das rodovias so friam o tremendo e acelerado desgaste do material, cujo número era também insuficiente, o declínio nos fornecimen tos de combustível tomou a situação

mais dc trinta 1.154 das que ainda es

da.s locomotivas existentes tinham mais

Encjuanlo a ver

condi

ções de oferecer.

uma vez, seni (]ue medidas correspondente.s fòsscm lomada.s, à altura de di conscíjucncias.

dos equipamentos. Dessa forma, soli citou-se ás vias in-

dc guerra vinha pôr cm realce, por mais

tente, que denunciava como de mais de quarenta anos 886 das em tráfego, de

reduzidos mercados

do exterior, alimenta\a a po>síbiliclade das constantes elevações de fretes, nas correntes de tnmsporte do interior para o litoral, traduzidas nas coordenadas asccnsionais na curva do \'a]or da produ ção exportada — para o caso das vias in-

de trambolhos ferroviários que estives

aquele que viria a constituir o ramal

Peculiaridades naturais em um país de economia colonial, «u particular as re

dc trinta anos de uso, isto é, estavam

lativamente rápidas sucessões de esplen

trabalhando em péssimas condições de

dor 6 decadência de zonas em que se

rendimento, onerando a tração e tor

poderia esperar uma continuidade as-

nando cada vez mais caros os fretes.

censional no desenvolvimento, acaba

A situação de verdadeiro descalabro

do parque ferroviário brasileiro, posto em face da necessidade de suportar um considerável esforço, na fase da última

guerra, de que está longe de se ter re

feito, pode ser ainda avaliada pelo alipbamento de algumas considerações. A primeira delas' refere-se a que as ferro-

ram por retirar às ferrovias, de que os primeiros anos haviam sido prósperos, muitas possibilidades de transporte. Ê um exemplo o caso da Mojiana, que, tendo servido a uma zona de grande desenvolvimento, no qual tinha papel* principal um produto apto a suportar fretes altos, como o café, transformou-se

11 Aviltetrir


120

cm verdadeiro problema ferroviário, des de que aquela zona transformou funda mentalmente a sua fisionomia agrícola, não SC pretendendo, com isto, afirmar como único motivo do declínio da Nfo-

jiana o processo evolutivo acima citado,

nem que a aludida zona não esteja ern condições de alimentar um tráfego fer roviário montado em condições mo dernas.

As oscilações, a ausência de senso da

realidade e o constante abandono, quan do não o esquecimento sistemático dos

fatores econômicos, ao encarar-se o pro blema dos transportes, entre nós, apenas contribuíram para agravar, progressiva mente, uma situação que nunca foi se

não medíocre. Dentro das linlias gerais . da derrocada de um parque ferroviário, que se proee.ssava, fazendo faltar trans portes nas zonas econòmicamento maí.s

ricas, e de produção real, enquanto os visionários cuidavam em construções fer roviárias no Amapá e no norte da Ama

zônia, senão no norte de Mato Grosso, é mister ainda indicar alguns proble mas de detalhe, meros sintomas, na ver dade, apenas para dar uma idéia do vulto com que se apresenta a necessida de do aparclhamento do existente, antes que se cuide do oneroso empreendimen

to de construções novas. Nesse sentido, vimos já como o parque de tração ficou sobrecarregado pelo número verda deiramente espantoso de loconiolivas

que excederam os limites dc sua vida

média. É índi.spensável recordar que uma locomotiva que excede tais liiTiitc.s

passa a consumir mais do dobro do

lxK-;ir, diàriamcnte, 15.0(K) toneladas, no

lr;ila do obra inacabada c à espera dc

ramal de São P.aulo, a C.ejitral do Bnisü

nuiilo esfôrço, tempo, despesa e tra

precí.sa inovíint-nlar 7-1 !í>eoinoti\'as.

balho.

CÀiut (•\<i'ção <!<• nina on duas. ;is

ferrovi.is brasih-ir.is n.'io jKitlem custear

scíjiHT a.s su.ts dfspr.sas de operação, (jiianlo mais aijiielas proveniiiiles do desgaste do maliTial. A lista dos prejiii/os anuais da União, com a manuten ção lio si.slema ferrov iário, é esclarecedo

os casos a enfrentar; apenas pri-tendeiilOS

Eis. pois, inn rápido bosípicjo da situação ;i (|ue nos levou, há bem pouco tenijio, depois do período dc guerra a circnnsláneia. sempre repetida, de ternios planejiuU) sistemas dc viação 'Jcm considerar. ;io menos como luii fator entre outros, as condições da produção e as necessidades dc seu escoamento —

I-aitre êsles. podem

.íá

ser apresentados o da Viação Férrea

y'. •

dc lermos planejado sem cuidar dc transportes, mas apenas subordinados a

nm idealismo que, nem por ser digno dc estima e de aplauso, dei.xou de se constituir mnn perigo. Verdadeiro idcalífino é aquéie que assenta num cuida doso exame da realidade, que se subor dina ao estudo meticuloso (Jiis condições

do País, que aprecia os problemas no quadro geral em que cies se situam,

que considera os termos de cada um com a importância que eles assumem,

para a coletividade, suas necessidades, suas aspirações, seus ímpetos "de engran decimento e dc progresso.

1'ederal do I.esle brasileiro, que, arrecailando, em determinado ano, eèrca de trinta e cinco milliões de cruzeiros,

apresentou dc-sjíesas da ortiem de cento e vinte e sele milhões; da Hède do

Viação Cearense, (jue, para nma receita de vinte c cinco iniíliõcs, apresentou

uma despesa de ciníjnenta c quatro núIhõcs; sem falar na CJentrai ílo brasil, cpie pesa no orçamento com mais dc cem milhões de cruzeiros anuai.s.

- 'áí' '7ii ^4

Apc.sar do muito que s(; tem feito, e de apre.senl;ir-se o seu quadro com caract(;risticas muito diferentes, o sistema

rodoviário brasileiro não ofereceu, logo após a guerra, índices tão expressivos

de dcscaialíro apenas poriiiie suas dc- " ficiêneias reperenfían menos, mas é sufieienle verificar o estado precário da

rede existente, a .sua impossibilidade

para suportar um tráfego mais intenso e pe.sado, para conliecer dos recursos que ela vem oferecendo, dentro dc suas possibilidades, para (pie enfrentemos o sério prolileina do (escoamento da pro dução, Em 1947, o tráfego na principal

combustível para o mesmo esforço e tra balho, e que as clc'.spesas, nesse setor,

rodovia do Paí.s, a Rio-São Paulo, es

nas nossas ferrovias, são às vezes da

teve interrompido c ape.sar da publici

ordem de 30% do total, quando não

dade cm têirno da inauguração da nova

podem exceder de 10%, para uma ex

estrada, quem por ela já teve a infeli cidade de trafegar .sabe bem que se

ploração econômica racional. Para re-

:n

ra, mas não queremos alinhar aijiii todos oferceer exemplos.

121

Dicesto Econômico

Dicksto Econóxoco

'"•'idiiííBii'iriií? liiii''iirl


120

cm verdadeiro problema ferroviário, des de que aquela zona transformou funda mentalmente a sua fisionomia agrícola, não SC pretendendo, com isto, afirmar como único motivo do declínio da Nfo-

jiana o processo evolutivo acima citado,

nem que a aludida zona não esteja ern condições de alimentar um tráfego fer roviário montado em condições mo dernas.

As oscilações, a ausência de senso da

realidade e o constante abandono, quan do não o esquecimento sistemático dos

fatores econômicos, ao encarar-se o pro blema dos transportes, entre nós, apenas contribuíram para agravar, progressiva mente, uma situação que nunca foi se

não medíocre. Dentro das linlias gerais . da derrocada de um parque ferroviário, que se proee.ssava, fazendo faltar trans portes nas zonas econòmicamento maí.s

ricas, e de produção real, enquanto os visionários cuidavam em construções fer roviárias no Amapá e no norte da Ama

zônia, senão no norte de Mato Grosso, é mister ainda indicar alguns proble mas de detalhe, meros sintomas, na ver dade, apenas para dar uma idéia do vulto com que se apresenta a necessida de do aparclhamento do existente, antes que se cuide do oneroso empreendimen

to de construções novas. Nesse sentido, vimos já como o parque de tração ficou sobrecarregado pelo número verda deiramente espantoso de loconiolivas

que excederam os limites dc sua vida

média. É índi.spensável recordar que uma locomotiva que excede tais liiTiitc.s

passa a consumir mais do dobro do

lxK-;ir, diàriamcnte, 15.0(K) toneladas, no

lr;ila do obra inacabada c à espera dc

ramal de São P.aulo, a C.ejitral do Bnisü

nuiilo esfôrço, tempo, despesa e tra

precí.sa inovíint-nlar 7-1 !í>eoinoti\'as.

balho.

CÀiut (•\<i'ção <!<• nina on duas. ;is

ferrovi.is brasih-ir.is n.'io jKitlem custear

scíjiHT a.s su.ts dfspr.sas de operação, (jiianlo mais aijiielas proveniiiiles do desgaste do maliTial. A lista dos prejiii/os anuais da União, com a manuten ção lio si.slema ferrov iário, é esclarecedo

os casos a enfrentar; apenas pri-tendeiilOS

Eis. pois, inn rápido bosípicjo da situação ;i (|ue nos levou, há bem pouco tenijio, depois do período dc guerra a circnnsláneia. sempre repetida, de ternios planejiuU) sistemas dc viação 'Jcm considerar. ;io menos como luii fator entre outros, as condições da produção e as necessidades dc seu escoamento —

I-aitre êsles. podem

.íá

ser apresentados o da Viação Férrea

y'. •

dc lermos planejado sem cuidar dc transportes, mas apenas subordinados a

nm idealismo que, nem por ser digno dc estima e de aplauso, dei.xou de se constituir mnn perigo. Verdadeiro idcalífino é aquéie que assenta num cuida doso exame da realidade, que se subor dina ao estudo meticuloso (Jiis condições

do País, que aprecia os problemas no quadro geral em que cies se situam,

que considera os termos de cada um com a importância que eles assumem,

para a coletividade, suas necessidades, suas aspirações, seus ímpetos "de engran decimento e dc progresso.

1'ederal do I.esle brasileiro, que, arrecailando, em determinado ano, eèrca de trinta e cinco milliões de cruzeiros,

apresentou dc-sjíesas da ortiem de cento e vinte e sele milhões; da Hède do

Viação Cearense, (jue, para nma receita de vinte c cinco iniíliõcs, apresentou

uma despesa de ciníjnenta c quatro núIhõcs; sem falar na CJentrai ílo brasil, cpie pesa no orçamento com mais dc cem milhões de cruzeiros anuai.s.

- 'áí' '7ii ^4

Apc.sar do muito que s(; tem feito, e de apre.senl;ir-se o seu quadro com caract(;risticas muito diferentes, o sistema

rodoviário brasileiro não ofereceu, logo após a guerra, índices tão expressivos

de dcscaialíro apenas poriiiie suas dc- " ficiêneias reperenfían menos, mas é sufieienle verificar o estado precário da

rede existente, a .sua impossibilidade

para suportar um tráfego mais intenso e pe.sado, para conliecer dos recursos que ela vem oferecendo, dentro dc suas possibilidades, para (pie enfrentemos o sério prolileina do (escoamento da pro dução, Em 1947, o tráfego na principal

combustível para o mesmo esforço e tra balho, e que as clc'.spesas, nesse setor,

rodovia do Paí.s, a Rio-São Paulo, es

nas nossas ferrovias, são às vezes da

teve interrompido c ape.sar da publici

ordem de 30% do total, quando não

dade cm têirno da inauguração da nova

podem exceder de 10%, para uma ex

estrada, quem por ela já teve a infeli cidade de trafegar .sabe bem que se

ploração econômica racional. Para re-

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ra, mas não queremos alinhar aijiii todos oferceer exemplos.

121

Dicesto Econômico

Dicksto Econóxoco

'"•'idiiííBii'iriií? liiii''iirl


ÍCÓ

"DlOESTír'KcON(

z-ição lia libra, pelos inglêses, o preço

Custo de vida e custo de produção J. Testa

(Chefe da Estatística e Publicidade da Superintendência do Café) Tem sempre os governos podem ser

N' ' integralmente responsabili7^idos pfda falta de soiuç-ão de determinados pro blemas. Principalmente quando, como acontece no Brasil, estes são em número

demasiado grande, e se interpenetram, tomando cada aspecto dependente de um outro, numa verdadeira anastomose, que chega quase a impossibilitar o des-

trinçamento da meada, de modo a per mitir a solução, por partes.

Dir-se-ia

que, em casos como esse, a solução de

veria ser buscada atacando-se o assunto

simultãneamente, por todos os ângulos! E )Yt se pensou no que é atacar, simul

tãneamente, poT todos os ângulos, todos os nossos problemas?

Cada assunto que se examine, 6 um

inundo, neste mundo que é o nosso país.

Tomemos, por exemplo, o custo da

vida. As populações urbanas, dos pe quenos e dos grandes centros, vivem a

deblaterar contra o custo da vida, e

realmente, o aumento das ofertas dimi

gc)S, e aperfeiçoada. Ela não exclui, to

nuísse os preços.

davia, a necessidade dc se conceder a

I-àitret.uilo. o que

-St: tem eon'talado, pelo menos entre nós,

nc-cessária

nao é inteiramente isso. pois há nume rosos casos em (jue os inteniu-diário.s retardam a apresentação de uma parle <la mcreadoria, ou mesmo chegam a des truí-la, para encarecer a parle que re manesce. Eor.im divulgadas, recente mente, informações de que os açouguei ros do Jtio ganharam, em e.speeulações sõbre a carne \frde, só no ano passa

ConlÍmieim)s a examiná-los.

do, 750 milhões de cruzeiros.

aos outros itens.

prática, as maiores dificuldades para sua

aplicação porleita, este, o do aumento da produção, as apresenta muito muiores

e em maior numero. A questão é

complexíssima, e seria necessário um li

vro para explaná-la devidamente. O

aumento da produção depende, primei ramente, dc que o produtor se interesse por èlc, cm virtude da possibilidade de colocação da mercadoria a bons preços.

Seria necessário que o problema do

entretanto, no último ano, mais 10%

intermediário fòssc adequadamente so

pelo produto, tendo os intermediários

lucionado; que houvesse garantia de

aumentado em 37% os seus proventos.

preço mínimo; financiamento convenien-

época e processo dc aplicação convenien questões; trato meamico, o m:us possí vel. desde o preparo da terra até a co lheita e mesmo a primeira industrializa

ção; e, ainda: inseticidas, drenagem, irri gação, seguros agrícolas ele. 3) Armazenamento - Obtida a pro dução, entretanto, nas melhores con^ções c a preço baixo, a quesUio nao fica resoKida, mas apenas iniciada. Sera imprcscindivei que as mercadorias, pnncipalniente as mais facilmente perecí veis sejam devidamente armazenadas. Entí^e nós, tudo se estraga, quando a produção é abundante: desde os cereais, até as próprias tábuas de pinho que apodrecem ao longo das estradas. No norte do Paraná, safras inteiras de ce reais têm sido dizimadas pelas chuvas, ao relcnto, devido h grande e às vêzos inesperada abundância, e, de outra

parte, à falta de transporte eficiente e rápido, ou de um adequado sistema de armazéns ou de silos, com imuniza

ção. Ainda há pouco, os telegramas nos davam notícia de que iguais prejuízos \

Isso para falarmos apenas cm dois ar tigos. A quase todos, porém, c possí

de 100 ao de 150, ou sefa, cinqüenta por

tabelados, e mui especialmente os de importação. Os automóveis c geladei

pôsto em prática, é, para certos indi víduos, quase o imico exeqüível. Ou tros, ao contrário, julgam-no absoluta mente contraproducente, alegando que o necessário é incrementar a produção e que, aumentada esta, o tabclamento é negligível. Esta última alegação, ba

•i

ontem a notícia de que, tendo o pro dutor de arroz recebido pela sua pro dução, em 1950, menos 24 % que o apurado em 1918, o público pagou,

vel aplicar os mesmos argumentos, prin

1) Tabelamento* Êsse remédio, que,

atenção

2) Aumento da produção. Se o item referente ao tabclamento apresenta, na

E é de

cipalmente os artigos industriais, não

por muitas vezes, tem sido o único

tes, o que envolve multiplicidade de

mediários, de\ cria, pois, não apenas, ser manlid.i, c-omo ampliada a outros arti-

receria lógica, c poderia siipor-se ciue,

^1947 para cá ele ascendeu do índice

noção da complexidade do problema:

tado! I;^so explica os magníficos bahinços, onde só os lucros que aptircccin Essa medida, a do controle dos inter

com tôda a razão, visto como só de cento. Quais os remédios? Examine mo-los um a um, e assim teremos uma

ção eficiente, em quantidade, qualidade,

sao bem a\nllados.

seada na lei da oferta e procura, pa

te, a prazo longo e juros baixos; aduba-

cios sens carros, no Brasil foi... aumen

ras, por exemplo, são vendidos com margem praticamente ilimitada. Os car ros europeus são entregues ao público por um preço de mais do dobro da quele pelo qual chegam a Santos. De uma firma importadora de carros ale mães e outra dc carros ingle.ses, .sabe mos que recebem o.s respectivos veículos por pouco mais de vinte mil cruzeiros, e os revendem a mais de cinqüenta mil.

E o curioso é que, quando da dcsvalori-

•i' tf-r

illll

n


ÍCÓ

"DlOESTír'KcON(

z-ição lia libra, pelos inglêses, o preço

Custo de vida e custo de produção J. Testa

(Chefe da Estatística e Publicidade da Superintendência do Café) Tem sempre os governos podem ser

N' ' integralmente responsabili7^idos pfda falta de soiuç-ão de determinados pro blemas. Principalmente quando, como acontece no Brasil, estes são em número

demasiado grande, e se interpenetram, tomando cada aspecto dependente de um outro, numa verdadeira anastomose, que chega quase a impossibilitar o des-

trinçamento da meada, de modo a per mitir a solução, por partes.

Dir-se-ia

que, em casos como esse, a solução de

veria ser buscada atacando-se o assunto

simultãneamente, por todos os ângulos! E )Yt se pensou no que é atacar, simul

tãneamente, poT todos os ângulos, todos os nossos problemas?

Cada assunto que se examine, 6 um

inundo, neste mundo que é o nosso país.

Tomemos, por exemplo, o custo da

vida. As populações urbanas, dos pe quenos e dos grandes centros, vivem a

deblaterar contra o custo da vida, e

realmente, o aumento das ofertas dimi

gc)S, e aperfeiçoada. Ela não exclui, to

nuísse os preços.

davia, a necessidade dc se conceder a

I-àitret.uilo. o que

-St: tem eon'talado, pelo menos entre nós,

nc-cessária

nao é inteiramente isso. pois há nume rosos casos em (jue os inteniu-diário.s retardam a apresentação de uma parle <la mcreadoria, ou mesmo chegam a des truí-la, para encarecer a parle que re manesce. Eor.im divulgadas, recente mente, informações de que os açouguei ros do Jtio ganharam, em e.speeulações sõbre a carne \frde, só no ano passa

ConlÍmieim)s a examiná-los.

do, 750 milhões de cruzeiros.

aos outros itens.

prática, as maiores dificuldades para sua

aplicação porleita, este, o do aumento da produção, as apresenta muito muiores

e em maior numero. A questão é

complexíssima, e seria necessário um li

vro para explaná-la devidamente. O

aumento da produção depende, primei ramente, dc que o produtor se interesse por èlc, cm virtude da possibilidade de colocação da mercadoria a bons preços.

Seria necessário que o problema do

entretanto, no último ano, mais 10%

intermediário fòssc adequadamente so

pelo produto, tendo os intermediários

lucionado; que houvesse garantia de

aumentado em 37% os seus proventos.

preço mínimo; financiamento convenien-

época e processo dc aplicação convenien questões; trato meamico, o m:us possí vel. desde o preparo da terra até a co lheita e mesmo a primeira industrializa

ção; e, ainda: inseticidas, drenagem, irri gação, seguros agrícolas ele. 3) Armazenamento - Obtida a pro dução, entretanto, nas melhores con^ções c a preço baixo, a quesUio nao fica resoKida, mas apenas iniciada. Sera imprcscindivei que as mercadorias, pnncipalniente as mais facilmente perecí veis sejam devidamente armazenadas. Entí^e nós, tudo se estraga, quando a produção é abundante: desde os cereais, até as próprias tábuas de pinho que apodrecem ao longo das estradas. No norte do Paraná, safras inteiras de ce reais têm sido dizimadas pelas chuvas, ao relcnto, devido h grande e às vêzos inesperada abundância, e, de outra

parte, à falta de transporte eficiente e rápido, ou de um adequado sistema de armazéns ou de silos, com imuniza

ção. Ainda há pouco, os telegramas nos davam notícia de que iguais prejuízos \

Isso para falarmos apenas cm dois ar tigos. A quase todos, porém, c possí

de 100 ao de 150, ou sefa, cinqüenta por

tabelados, e mui especialmente os de importação. Os automóveis c geladei

pôsto em prática, é, para certos indi víduos, quase o imico exeqüível. Ou tros, ao contrário, julgam-no absoluta mente contraproducente, alegando que o necessário é incrementar a produção e que, aumentada esta, o tabclamento é negligível. Esta última alegação, ba

•i

ontem a notícia de que, tendo o pro dutor de arroz recebido pela sua pro dução, em 1950, menos 24 % que o apurado em 1918, o público pagou,

vel aplicar os mesmos argumentos, prin

1) Tabelamento* Êsse remédio, que,

atenção

2) Aumento da produção. Se o item referente ao tabclamento apresenta, na

E é de

cipalmente os artigos industriais, não

por muitas vezes, tem sido o único

tes, o que envolve multiplicidade de

mediários, de\ cria, pois, não apenas, ser manlid.i, c-omo ampliada a outros arti-

receria lógica, c poderia siipor-se ciue,

^1947 para cá ele ascendeu do índice

noção da complexidade do problema:

tado! I;^so explica os magníficos bahinços, onde só os lucros que aptircccin Essa medida, a do controle dos inter

com tôda a razão, visto como só de cento. Quais os remédios? Examine mo-los um a um, e assim teremos uma

ção eficiente, em quantidade, qualidade,

sao bem a\nllados.

seada na lei da oferta e procura, pa

te, a prazo longo e juros baixos; aduba-

cios sens carros, no Brasil foi... aumen

ras, por exemplo, são vendidos com margem praticamente ilimitada. Os car ros europeus são entregues ao público por um preço de mais do dobro da quele pelo qual chegam a Santos. De uma firma importadora de carros ale mães e outra dc carros ingle.ses, .sabe mos que recebem o.s respectivos veículos por pouco mais de vinte mil cruzeiros, e os revendem a mais de cinqüenta mil.

E o curioso é que, quando da dcsvalori-

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Dicesto Econômico

124' tjcorrÍHiti rn> Rio Grande do Sul, coni re

lação à safra do tri^o.

4) Transporte. Êslc v um dos itens mais difíceis, apesar do muito que se

tem feito neste setor.

Sabido é que

supõe, analisando MípcrficíahmMite o assunto, é problema compleví», rjiu* de?-

as nossas ferrovias estão, em sua maio

|ior<jue o vendc-iro da estjuin.i ganha demasiado, oii a protliiç-rm foi pcfjucna.

apresentando vullo.sos déficíts, donde o

llá também outros fatòrí-s, além désses, e que se interpenelram.

verdadeiro círculo vicioso. O transpf)rtc

tinna na ordem do dia.

ria, desítparelliadas, e, além do mais, cerceamento dos recursos financeiros destinados ao seu reaparelharnento. Um

por caminhões onera demasiadamente os

produtos, c, mesmo, a sua capacidade

de transporte c muito reduzida, í) que ocorreria ainda (jue a nossa rêdc rodo

viária fosse muito maior e melhor quu

a existente. Aparelhar todas as estradas

de ferro, trocar-lhes as linhas, melhorar

lhes o material rodante e. nalgumas

como a Central, melhorar também o ele mento humano, é tarefa imensa, taref-i que, se existisse sozinha, sem nenhumL outra, no País, ainda seria gigantesca. 5) Distribuição - Trabalho de menor vulto e significado que os anteriores, éle

e.xíge, todavia, atenções especializadas, . a fim de que todo o conjunto de provi

anos.

de fava.

P "■•luiK C;<)uiu)u, profc.ss'or do "Colicgc

3.736: Sergipe, 2.347; Bahia, 2.091;

tadouro de indochinesos,

os preços no mercado interno também se

mantivessem altos, pois nãf) se com preende (pie ocorresse o contrário, a menos que o goxérno forçasse artificial

Os habitantes dos países tro

picais teriam carência de proteínas vege

tica c.da experiência em xonas quentes

conveniente para o consumidor nacio

nal ou estrangeiro, continuando o pro dutor a auferir proventos adcíjuados, e sem sacrifício do operário agrícola, mui ta cousa será preciso fazer-se. CQusa exeqüível, mas difícil.

Muita

\ f

Sul, com 110 mil; Ceará, com 78 mil,' Bahia, com 61 mil; Santa Catarina, com

50 mil; Pernambuco, com 46 mil; Pa raíba, com 44 mil; Goiás, com 36 mil;

Espírito Santo, com 26 mil; Rio Grande do Norte, com 24 mil.

Todos os outros

Estados e Territórios produzem feijão, embora cm escalas muito menores.

Mitler.

Grosso, 1.010; Goiás, 918; Rio Branco,

te corrigida com a aplicação de cal ou %

Paraná, com 239 mil;

cou-se em Santa Catarina — 1.178 quí-

francês errou, A acidcz dos solos — que é maior em uns tantos solos de climas ttanperados-frios ou frios - é facilmen

<^"f>m que êlc descesse a um preço mais

mil toneladas;

ses infelizes deveriam, portanto, ^'lve^ ^tcrnamenlc submetidos ao povo de seiibores, ao hcrreiwoJk, na boa teoria e

Felizmente, também nisso o professor

Para fazer

mil toneladas.

São Paulo, com 183 mil; Rio Grande do

^dxilizadas - de proteínas animais. Es

pelo dobro, mais ou menos, do preço

Cada um dos outros

"as possibilidades de haver Icguminosas tréjpicos úmidos. As Icguminosas sao

por terem encarecido os diversos itens

pur que fica ao produtor.

'

A produção brasileira de feijão ele

tais e não disporiam — conforme suas teorias,> (pic não niiu se se compadecem compadecei-- da prá..

armazenamento, à distribuição, e até

O

Estados c Territórios produziu menos de vou-se, cm 1950, a 1.279.000 tonela das. Minas Gerais contribuiu com 281

do ou nao os produtores. Na fazenda, já o produto encareceu,

.setores: à produção, ao transporte, ao

Alagoas, 1.707.

Rio Grande do Norte,

^^tnegaleses o alemães da Legião Estran-

Rctais.

de-o})ra. Em todos os outros, acontece

Gerais, 5.930;

marroquinos,

"s maiores produtores dc proteínas ve-

mente a baixa, entre n(')S, .subvencionan

A Paraíba produziu 10.315

toneladas; Pernambuco, 8.369; Minas

K^dra, eiujuanlo reina paz na índia, In, ^ ^ I ••••« «V*/ ^joncsia, Paquistão e ^Ceilão _ duvida

I'*, como é natural, és.se aumen

to nas colações, no exterior, féz com que

o mesmo, do modo a fazer com que o artigo chegue aos mercados de além-mar

" De tudo isso se conclui que o custo da vida, ao contrário do que muita gente

'-(-íiumino.vu.v 1'rance'*, em seu livrinlio "Le.s T ropieanx , escrito com f inalidades o colonialismo francês a»«<' transfornu)!! a Indochina num ma

qnc-ixarti-se da alta das col:ições, cjue são explicá\-els por uma série de motivos, entre os fjuais-, e principahnenle, dimiiMiição de produção e, concomitantcrnente, aumetilf» de procura, nos últimos

6) Financiamento — Base e cúpula

veículos etc., o tabelamento ciaudica. E essa aparelhagem custa dinheiro.

Pi.xiiiNTtx Gomes

No exterior,

dc sua produção, principalmente a mão-

mesmo ao tabelamento, pois, sem pes soal adequado, bons serviços estatísticos,

VI

O crjsto do café, por exemplo. <-«n-

dências se entrose numa sistematização perfeita. do sistema, ele deve atender a todos os

A HABITABILIDADE DOS TRÓPICOS

p<*nd«* íle nuMK-rosíís e mtii diwrsos fa tores. Os preçoy s.*io caros não sõnu-ijle

pedra calcárca moída, como aconselha o üústro agrônomo José Sctzcr. E sem ossa, correção, o Brasil, em seus trechos quentes c úmidos já é um grande pro dutor de feijões c favas.

medida de .seus desejos.

Tem-nos a

A correção

numentaria de muito a produção por Unidade de área

A maior produção por hectare verifi lo.s. Seguiram-se: Acre, 1.153; 900; Amazonas, 868;

Mato

Rio Grande do

Sul, 819; Paraná, 817; Guaporé, 808. Gourou esqueceu o amendoim, leguminosa produzida em regiões de verões

suficientemente longos e quentes. No Brasil, cm 1950, produzimos 132 mil toneladas. São Paulo entrou com quase tudo — 110.984 toneladas. Seguiram-se como os seis maiores produtores:

Rio

Grande do Sul, 6.431 toneladas; Minas Gerais, 6.252; Paraná, 1.887; Bahia 1.798; Santa Catarina, 1.247; Paraíba' 921 .

Em 1950, colhemos 38.683 toneladas

As seis maiores produções por hectare

-«■■"«•.['"niMaT-tfiii in,,;


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Dicesto Econômico

124' tjcorrÍHiti rn> Rio Grande do Sul, coni re

lação à safra do tri^o.

4) Transporte. Êslc v um dos itens mais difíceis, apesar do muito que se

tem feito neste setor.

Sabido é que

supõe, analisando MípcrficíahmMite o assunto, é problema compleví», rjiu* de?-

as nossas ferrovias estão, em sua maio

|ior<jue o vendc-iro da estjuin.i ganha demasiado, oii a protliiç-rm foi pcfjucna.

apresentando vullo.sos déficíts, donde o

llá também outros fatòrí-s, além désses, e que se interpenelram.

verdadeiro círculo vicioso. O transpf)rtc

tinna na ordem do dia.

ria, desítparelliadas, e, além do mais, cerceamento dos recursos financeiros destinados ao seu reaparelharnento. Um

por caminhões onera demasiadamente os

produtos, c, mesmo, a sua capacidade

de transporte c muito reduzida, í) que ocorreria ainda (jue a nossa rêdc rodo

viária fosse muito maior e melhor quu

a existente. Aparelhar todas as estradas

de ferro, trocar-lhes as linhas, melhorar

lhes o material rodante e. nalgumas

como a Central, melhorar também o ele mento humano, é tarefa imensa, taref-i que, se existisse sozinha, sem nenhumL outra, no País, ainda seria gigantesca. 5) Distribuição - Trabalho de menor vulto e significado que os anteriores, éle

e.xíge, todavia, atenções especializadas, . a fim de que todo o conjunto de provi

anos.

de fava.

P "■•luiK C;<)uiu)u, profc.ss'or do "Colicgc

3.736: Sergipe, 2.347; Bahia, 2.091;

tadouro de indochinesos,

os preços no mercado interno também se

mantivessem altos, pois nãf) se com preende (pie ocorresse o contrário, a menos que o goxérno forçasse artificial

Os habitantes dos países tro

picais teriam carência de proteínas vege

tica c.da experiência em xonas quentes

conveniente para o consumidor nacio

nal ou estrangeiro, continuando o pro dutor a auferir proventos adcíjuados, e sem sacrifício do operário agrícola, mui ta cousa será preciso fazer-se. CQusa exeqüível, mas difícil.

Muita

\ f

Sul, com 110 mil; Ceará, com 78 mil,' Bahia, com 61 mil; Santa Catarina, com

50 mil; Pernambuco, com 46 mil; Pa raíba, com 44 mil; Goiás, com 36 mil;

Espírito Santo, com 26 mil; Rio Grande do Norte, com 24 mil.

Todos os outros

Estados e Territórios produzem feijão, embora cm escalas muito menores.

Mitler.

Grosso, 1.010; Goiás, 918; Rio Branco,

te corrigida com a aplicação de cal ou %

Paraná, com 239 mil;

cou-se em Santa Catarina — 1.178 quí-

francês errou, A acidcz dos solos — que é maior em uns tantos solos de climas ttanperados-frios ou frios - é facilmen

<^"f>m que êlc descesse a um preço mais

mil toneladas;

ses infelizes deveriam, portanto, ^'lve^ ^tcrnamenlc submetidos ao povo de seiibores, ao hcrreiwoJk, na boa teoria e

Felizmente, também nisso o professor

Para fazer

mil toneladas.

São Paulo, com 183 mil; Rio Grande do

^dxilizadas - de proteínas animais. Es

pelo dobro, mais ou menos, do preço

Cada um dos outros

"as possibilidades de haver Icguminosas tréjpicos úmidos. As Icguminosas sao

por terem encarecido os diversos itens

pur que fica ao produtor.

'

A produção brasileira de feijão ele

tais e não disporiam — conforme suas teorias,> (pic não niiu se se compadecem compadecei-- da prá..

armazenamento, à distribuição, e até

O

Estados c Territórios produziu menos de vou-se, cm 1950, a 1.279.000 tonela das. Minas Gerais contribuiu com 281

do ou nao os produtores. Na fazenda, já o produto encareceu,

.setores: à produção, ao transporte, ao

Alagoas, 1.707.

Rio Grande do Norte,

^^tnegaleses o alemães da Legião Estran-

Rctais.

de-o})ra. Em todos os outros, acontece

Gerais, 5.930;

marroquinos,

"s maiores produtores dc proteínas ve-

mente a baixa, entre n(')S, .subvencionan

A Paraíba produziu 10.315

toneladas; Pernambuco, 8.369; Minas

K^dra, eiujuanlo reina paz na índia, In, ^ ^ I ••••« «V*/ ^joncsia, Paquistão e ^Ceilão _ duvida

I'*, como é natural, és.se aumen

to nas colações, no exterior, féz com que

o mesmo, do modo a fazer com que o artigo chegue aos mercados de além-mar

" De tudo isso se conclui que o custo da vida, ao contrário do que muita gente

'-(-íiumino.vu.v 1'rance'*, em seu livrinlio "Le.s T ropieanx , escrito com f inalidades o colonialismo francês a»«<' transfornu)!! a Indochina num ma

qnc-ixarti-se da alta das col:ições, cjue são explicá\-els por uma série de motivos, entre os fjuais-, e principahnenle, dimiiMiição de produção e, concomitantcrnente, aumetilf» de procura, nos últimos

6) Financiamento — Base e cúpula

veículos etc., o tabelamento ciaudica. E essa aparelhagem custa dinheiro.

Pi.xiiiNTtx Gomes

No exterior,

dc sua produção, principalmente a mão-

mesmo ao tabelamento, pois, sem pes soal adequado, bons serviços estatísticos,

VI

O crjsto do café, por exemplo. <-«n-

dências se entrose numa sistematização perfeita. do sistema, ele deve atender a todos os

A HABITABILIDADE DOS TRÓPICOS

p<*nd«* íle nuMK-rosíís e mtii diwrsos fa tores. Os preçoy s.*io caros não sõnu-ijle

pedra calcárca moída, como aconselha o üústro agrônomo José Sctzcr. E sem ossa, correção, o Brasil, em seus trechos quentes c úmidos já é um grande pro dutor de feijões c favas.

medida de .seus desejos.

Tem-nos a

A correção

numentaria de muito a produção por Unidade de área

A maior produção por hectare verifi lo.s. Seguiram-se: Acre, 1.153; 900; Amazonas, 868;

Mato

Rio Grande do

Sul, 819; Paraná, 817; Guaporé, 808. Gourou esqueceu o amendoim, leguminosa produzida em regiões de verões

suficientemente longos e quentes. No Brasil, cm 1950, produzimos 132 mil toneladas. São Paulo entrou com quase tudo — 110.984 toneladas. Seguiram-se como os seis maiores produtores:

Rio

Grande do Sul, 6.431 toneladas; Minas Gerais, 6.252; Paraná, 1.887; Bahia 1.798; Santa Catarina, 1.247; Paraíba' 921 .

Em 1950, colhemos 38.683 toneladas

As seis maiores produções por hectare

-«■■"«•.['"niMaT-tfiii in,,;


urciWTo ilconomí^^ Dions-ru

foram as seguintes:

quilos; Babía, 1.826;

Cuaporé. 2.200 Santa Catarina,

cnlre nós, lulo Icnlui sido sufii í«*ntenicn-

1.016; Pernambuco, 986; Paraíba, 979; São Paulo, 965.

Ic fomeulada, «mu 1950 f-ollu-nios 153 fnílliõcs cie caclujs. I .4-51 por hcclare.

Em 1948,

conforme o

Calendário

Econômico

Embora a plantação (h* bananeiras,

Os seis u) liores j)roíhitorc s f<ir;uii: S;"|q Paulo, 29.026 tnil; Pio (!'• Janeiro,

fxiitas dos climas frios e temperados. Essas vantagens nunca são tomadas cm consideração..

Ademais, as zonas entre os dois tró

pois tem faltado fomento, caquis, pèssego.s, peras, figos, maçãs. A proposito, escreveu o inglês Amo Pearse, em Brazilian Cotfon : "Our first acquaintance with Pernambuco cotton was at Gara-

Atlantc de A^ostini, fjua.se sempre bern informado, eram principais produtores de amendoim: índia. 3.1"2 mil fon'-!'idas; China, 3.004 mil; Estndo.s Unidos, 1.061 mil; Nigéria. 560 mil; Senced, 430 mil; Java e .Madura, 270 mil; Con

Os rnaií)re.s rendimentos por hectare foram o.s seguintes: Maranhao. 2.673

go, 223 mil.

cachos; Rio Cramie do Norte. 2.437;

A soja é ciiltivãvcl em Arcas vastíssi mas do Brasil tropical. E\perimentei-a na Paraíba e no Acre, com rcsidlados

Amapá, 2.400; Sergipe. 2.030; Piaui,

tatocs), cabbagcs, cauliflowers, apple and pcar trces growing in fíelds dose tiaia, acima do trópico de Capricórnio, together. Tiie climate here, owing to

1.960; Mato Cro.sso. 1.922; Alagoas,

conhece. Produz cm ótimas conciiçocs.

satisfatórios. Java o Madura, sob o pa

26.-534 ítiil; Minas fàT.ai.s. 25.522 mil; Pcrnanibuco, 10.490 tnil; -Santa Catari

na, 10.013 mil; Ceará. 94.3 mil.

1.899; Pernamljuco, !.842. O cõco da Baiiia ou da praia é

ralelo 9, colheram 256 mil toncl-idas de soja, cm 1948. A Clíina, c.xcluída a Mandchúria, cujos verões são quentes,

econômico. Também ainda não cuida

colhera 6.043 mil toneladas.

Colhemos, cm 1950, apenas 240 milhões

As reeíões tropicais podem ter, por

outra fnit;i deliciosa e dc gr;mdo valor mos

suficientemente de .seu fomento.

de nf)*/es — umas 4.690 por h(?ctare.

tanto, toda a proteína vegetal de que

Seu futuro é extraordinário. Nos Esta

nece.ssitarem.

dos Unidos, para onde já estamos exportando cocos, c;n<'ontraremos um merca

do quase ilimitado. O .abacaxi ó outra fruta excelente c de

Fruticultura

A fnitícultura tropical é de grande, de extraordín<ário futuro. A banana talvez

seja a rainha das frutas. Nada há, em climas temperados e frio.s, que se lhe compare. Tem todas as vantagens:

grande valor econômico. O abacate me rece do agrônomo ianfjuc Popenoe os maiorc.s encômios. Aliá.s, o mesmo agrô

nomo, focalizando algumas frutas dc clima.s tropicai.s c sublropicais, escreveu

picos podem produzir, muitas vézcs, to-

<bis ou (juasc todas as fnitas dc climas tcmpi-rados c frios. O viajor encontra cm Cocliabamba, Bolívia, tòdas as fni-

nhuns, which is 1.000 metros above sealevel. It is a most curious sight to-see

cotton fíelds, palm trces, European ve-

t;is européias. São do produção local e de primeira ordem. No maciço do Ita

getables such as potatocs (not sweet po-

plantaram o naiior manncleiral que se

thc altitude, is quite temperale and bra-

A produção em grande escala dc maças,

pêssegos, pcras, ameixas e framboesas a!aslra-sc de ano para ano, embora o fomento ainda seja insuficiente em São Paulo, e falte quase inteiramente em

Minas Gerais e Rio de Janeiro. As Se cretarias de Agricultura dos

governos de Belo ílorizontc e Niterói, neste setor,

têm

cing".

Quanto si viticultura, os últimos tra balhos realizados no Instituto Agronômi co dc Turrialba, Costa Rica, para os

quais chamo a atenção dos agrônomos e

viticultores, pennitem tê-la, em grande escala, até mesmo nas re

giões quentes e úmidas^ que lhe eram mais de-favoráveis.

anualmente, 500 toneladas

É o que se lê em New Crops for the Neto World, escrito por um grupo de técnicos ianques. Os trechos semi-

dc maçãs. Sc houver fomen

áridos e subúmidos ja estão

cochilado muito. Apenas uma fazenda paulista, a Bel-

fruta, devo estar produzindo, ^ to, se chegar um financia mento mais liberal, estare

mos em condições de produzir,

produzindo boa uva para

mesa e passa. Nos planal tos, fabricam-se bons vinhos em escala grande e crescente.

Tropical and Stíhtropical Fruits ~ com

trópicos, em futuro pró.xirno, o suficien te para abastecer o Brasil em frutas de climas frios e temperados. E ainda ha

Horticidtura

Tem vitaminas A, BI, B2, C, E. Fazem-

4.55 páginas de tôxto, c.xchiindo a.s mais importantes, até certo ponto, como bana

verá sobra a c.xportar.

se, com a banana, passas, doces, fari nhas... A bananeira está sendo experi

na, coco, abacaxi, laranja, azeitona e figo. Muitas lhe merecem os maiores

mentada, com bons resultados, na fabri

elogios.

grande produção por unidade de área, piodução rapidíssima; é fruta saborosa,

um livro interessantíssimo — Manual of

alimentícia, riquíssima em vitaminas.

cação de papelão e papel. O sr. Caste

Há, assim, nos climas tropicais, multo

com boa

mais espécies frutíferas que nos climas

aceitação, uma tinta fabricada com o

mangará da bananeira. Articula-se com capitalistas para montar uma fábrica de papel que utilizará a bananeira como

frios e temperados-frios, e frutas deli ciosas que tendem a desempenhar papel importantíssimo óa alimentação humana. Algumas delas são colhidas durante o

matéria-prima.

ano inteiro, o que não acontece com as

lo Branco tem no mercado,

As montanhas e planaltos de Minas Gerais, Rio do Janeiro e Espírito Santo estão produzindo frutas de climas tem

nos trópicos úmidos, subúmidos e semi-

perados, embora cm escala mínima. Em áridos, em que pese a opinião de alguns Goiás, bá, cm alguns municípios, tradi europeus tidos como muito cultos. Defcional produção de marmelos e fabrica fontaines, diretor do "InsÜtut Français ção de marmelada. Em Maracás, Bahia, dc Barcelone", e que andou por aqui,

uma colônia alemã plantou pomares de embora, ao que parece, sem grande

climas temperadas. Já se colhem ótimas

frutas. Nos planaltos de Pernambuco e Paraíba, há, em escala

/;;>

Apenas a falta de hábito prejudicou a

piodução em grande escala de hortaliça

aproveitamento, escreve em "Ensaio de Geografia Humana da Montanha": As

sim e que lavradores italianos c horti-


urciWTo ilconomí^^ Dions-ru

foram as seguintes:

quilos; Babía, 1.826;

Cuaporé. 2.200 Santa Catarina,

cnlre nós, lulo Icnlui sido sufii í«*ntenicn-

1.016; Pernambuco, 986; Paraíba, 979; São Paulo, 965.

Ic fomeulada, «mu 1950 f-ollu-nios 153 fnílliõcs cie caclujs. I .4-51 por hcclare.

Em 1948,

conforme o

Calendário

Econômico

Embora a plantação (h* bananeiras,

Os seis u) liores j)roíhitorc s f<ir;uii: S;"|q Paulo, 29.026 tnil; Pio (!'• Janeiro,

fxiitas dos climas frios e temperados. Essas vantagens nunca são tomadas cm consideração..

Ademais, as zonas entre os dois tró

pois tem faltado fomento, caquis, pèssego.s, peras, figos, maçãs. A proposito, escreveu o inglês Amo Pearse, em Brazilian Cotfon : "Our first acquaintance with Pernambuco cotton was at Gara-

Atlantc de A^ostini, fjua.se sempre bern informado, eram principais produtores de amendoim: índia. 3.1"2 mil fon'-!'idas; China, 3.004 mil; Estndo.s Unidos, 1.061 mil; Nigéria. 560 mil; Senced, 430 mil; Java e .Madura, 270 mil; Con

Os rnaií)re.s rendimentos por hectare foram o.s seguintes: Maranhao. 2.673

go, 223 mil.

cachos; Rio Cramie do Norte. 2.437;

A soja é ciiltivãvcl em Arcas vastíssi mas do Brasil tropical. E\perimentei-a na Paraíba e no Acre, com rcsidlados

Amapá, 2.400; Sergipe. 2.030; Piaui,

tatocs), cabbagcs, cauliflowers, apple and pcar trces growing in fíelds dose tiaia, acima do trópico de Capricórnio, together. Tiie climate here, owing to

1.960; Mato Cro.sso. 1.922; Alagoas,

conhece. Produz cm ótimas conciiçocs.

satisfatórios. Java o Madura, sob o pa

26.-534 ítiil; Minas fàT.ai.s. 25.522 mil; Pcrnanibuco, 10.490 tnil; -Santa Catari

na, 10.013 mil; Ceará. 94.3 mil.

1.899; Pernamljuco, !.842. O cõco da Baiiia ou da praia é

ralelo 9, colheram 256 mil toncl-idas de soja, cm 1948. A Clíina, c.xcluída a Mandchúria, cujos verões são quentes,

econômico. Também ainda não cuida

colhera 6.043 mil toneladas.

Colhemos, cm 1950, apenas 240 milhões

As reeíões tropicais podem ter, por

outra fnit;i deliciosa e dc gr;mdo valor mos

suficientemente de .seu fomento.

de nf)*/es — umas 4.690 por h(?ctare.

tanto, toda a proteína vegetal de que

Seu futuro é extraordinário. Nos Esta

nece.ssitarem.

dos Unidos, para onde já estamos exportando cocos, c;n<'ontraremos um merca

do quase ilimitado. O .abacaxi ó outra fruta excelente c de

Fruticultura

A fnitícultura tropical é de grande, de extraordín<ário futuro. A banana talvez

seja a rainha das frutas. Nada há, em climas temperados e frio.s, que se lhe compare. Tem todas as vantagens:

grande valor econômico. O abacate me rece do agrônomo ianfjuc Popenoe os maiorc.s encômios. Aliá.s, o mesmo agrô

nomo, focalizando algumas frutas dc clima.s tropicai.s c sublropicais, escreveu

picos podem produzir, muitas vézcs, to-

<bis ou (juasc todas as fnitas dc climas tcmpi-rados c frios. O viajor encontra cm Cocliabamba, Bolívia, tòdas as fni-

nhuns, which is 1.000 metros above sealevel. It is a most curious sight to-see

cotton fíelds, palm trces, European ve-

t;is européias. São do produção local e de primeira ordem. No maciço do Ita

getables such as potatocs (not sweet po-

plantaram o naiior manncleiral que se

thc altitude, is quite temperale and bra-

A produção em grande escala dc maças,

pêssegos, pcras, ameixas e framboesas a!aslra-sc de ano para ano, embora o fomento ainda seja insuficiente em São Paulo, e falte quase inteiramente em

Minas Gerais e Rio de Janeiro. As Se cretarias de Agricultura dos

governos de Belo ílorizontc e Niterói, neste setor,

têm

cing".

Quanto si viticultura, os últimos tra balhos realizados no Instituto Agronômi co dc Turrialba, Costa Rica, para os

quais chamo a atenção dos agrônomos e

viticultores, pennitem tê-la, em grande escala, até mesmo nas re

giões quentes e úmidas^ que lhe eram mais de-favoráveis.

anualmente, 500 toneladas

É o que se lê em New Crops for the Neto World, escrito por um grupo de técnicos ianques. Os trechos semi-

dc maçãs. Sc houver fomen

áridos e subúmidos ja estão

cochilado muito. Apenas uma fazenda paulista, a Bel-

fruta, devo estar produzindo, ^ to, se chegar um financia mento mais liberal, estare

mos em condições de produzir,

produzindo boa uva para

mesa e passa. Nos planal tos, fabricam-se bons vinhos em escala grande e crescente.

Tropical and Stíhtropical Fruits ~ com

trópicos, em futuro pró.xirno, o suficien te para abastecer o Brasil em frutas de climas frios e temperados. E ainda ha

Horticidtura

Tem vitaminas A, BI, B2, C, E. Fazem-

4.55 páginas de tôxto, c.xchiindo a.s mais importantes, até certo ponto, como bana

verá sobra a c.xportar.

se, com a banana, passas, doces, fari nhas... A bananeira está sendo experi

na, coco, abacaxi, laranja, azeitona e figo. Muitas lhe merecem os maiores

mentada, com bons resultados, na fabri

elogios.

grande produção por unidade de área, piodução rapidíssima; é fruta saborosa,

um livro interessantíssimo — Manual of

alimentícia, riquíssima em vitaminas.

cação de papelão e papel. O sr. Caste

Há, assim, nos climas tropicais, multo

com boa

mais espécies frutíferas que nos climas

aceitação, uma tinta fabricada com o

mangará da bananeira. Articula-se com capitalistas para montar uma fábrica de papel que utilizará a bananeira como

frios e temperados-frios, e frutas deli ciosas que tendem a desempenhar papel importantíssimo óa alimentação humana. Algumas delas são colhidas durante o

matéria-prima.

ano inteiro, o que não acontece com as

lo Branco tem no mercado,

As montanhas e planaltos de Minas Gerais, Rio do Janeiro e Espírito Santo estão produzindo frutas de climas tem

nos trópicos úmidos, subúmidos e semi-

perados, embora cm escala mínima. Em áridos, em que pese a opinião de alguns Goiás, bá, cm alguns municípios, tradi europeus tidos como muito cultos. Defcional produção de marmelos e fabrica fontaines, diretor do "InsÜtut Français ção de marmelada. Em Maracás, Bahia, dc Barcelone", e que andou por aqui,

uma colônia alemã plantou pomares de embora, ao que parece, sem grande

climas temperadas. Já se colhem ótimas

frutas. Nos planaltos de Pernambuco e Paraíba, há, em escala

/;;>

Apenas a falta de hábito prejudicou a

piodução em grande escala de hortaliça

aproveitamento, escreve em "Ensaio de Geografia Humana da Montanha": As

sim e que lavradores italianos c horti-


I «JH l\'

izvr

Dicesto Económjco

128

cultores japoní-scs multiplicaram,

nos

rados. tcmpcniclos-frins e frios.

A et-

planaltos de São Paulo, a produção de

ploração é mai.s difícil porque lém cen

cenouras, couvcs, peras, battít is. moran

tenas de espécies.

gos; para obter cerejas c ncccssãrio su

lém apenas alizuiuas nnicl icles. São flo

bir aos planaltos mais elevados, privilé

<-Tuiu:uito as oiilras

restas niislas. Há. porém, entre os tró

gio dc Poros do Caldas, a uns 1.000 me

picos e a baixas altitudes, embora exc< p.

tros de altitude".

cionihnente. florestas puras. F o ca-o

Cenouras, convés, batatinhas, preci sando^ do esforço de colonos italianos o

dos babaçuais. que se alongam por dezenas e ({■■zems de nnilònietros em ter

japonésc.s c de planaltos sob a altitude

ras do Piauí. Maranhão, roiás o Minas

de Sao Paulo! No.s municípios do .Sal vador, Maceió, Aracaju, Recife, Toão Pessoa. Natal, Fortaleza e cm muitos ou

tros, quase ao nível do mar, prodir/em-

se, em grande escala, couvcs, repolhos, beterrabas, cenouras, alfaces, tomates,

nabos, rabanetes, beringclas, agrião e

quase todo o restante. A .500 metros dc altitude ja se tem couve-flor c ervilha em escala apreciável. No Instituto

Agronomico José Augusto Trindade, si tuado na bacia de irrigação do açude bao Oonçalo, município de Souza, Pa raíba e a pequena altitude, fízeram-se

trabalhos e.xpcrimentais a respeito. Pro duzem em ótimas condições; cenouras, abóbora, tomates, repolho, come, pi mentão, beringela, cebola, couve-rába-

no, bertalha, .soja, mostarda, pepino, me lão, beterraba, aspargo, vagens e outras hortaliças.^ Em condições perfeitamen te satisfatórias: alface, cclga, aipo, espi nafre, chicórea, nabo, rabanete e outras.

Podem-se ter, nos trópicos, em altitu des inferiores a 100 metros, quase todas

Corais.

Possuímos também vastíssimas

florestas nativas de carnaubeiras, rjue se

estendem, por léguas e léguas, ao longo dc uns tantos rios do Piauí. Ceará. Rio Grande do Norte. Paraíba c Pernambuco

c em várzeas próximas dc Fortaleza. A floresta mista, porém, é o caso comum.

Sua riqueza cm cspéfa"cs pr(a'n(lira o aproveitamento,

criando-lhc

dificulda

des. Essas dificuldades, porém, estão diminuindo rapidamente, graças aos apcrfeiíoanicntos técnicos verificados nos últimos anos.

Prcpara-sc hoje pasta scmiquímica, para a fabricação dc celulose c panei, utilizando-se, no mesmo tempo, lenhos

dc espécies diferentes.

Ta se trabalha

assim no sul dos Estados Unidos.

A F.

A O. .SC propôs estabelecer uma usina desse tipo na Amazônia. A propósito, acompanhado pelo cngcnhciro-silvicutor Tcvcr, técnico da F.A.O.,

articulei-me

com a Comissão Parlamentar para a Va- t

DtCESTO ECONÓ.NíICO

O remédio heróico ó a lenta substituição

da floresta natural por florestas de plan tação. No Brasil, é o que já está ;uíinl< eeiulo. cm grande oscnia, nos tre chos mais dinanúziidos do País.

Alem

tio (pic já SC fez c se está fazendo nos planaltos do centro e do sul, há a citar

as grandes florcsla.s de plantação da

Balúa, Sergipe, Alagoas, Paraíba e Cea rá. Na própria Amazônia, plantam-se as primeiras grandes florestas puras com ótimos resultados.

Quanto ao crescimento das florestas

por*^ lu'ctarc-ano, Courou dá os seguintes

dados: florestas france.sas dc plantação,

2,6 iiK-tros cúbicos; florestas belgas de

plantação, 3,6 metros cúbicos; florestas da íncH:i, Ü,*12 melro cúbico; florestas

nativas brasileiras, 0,09. Em "Finnish

Florcslr)' in Píclurcs", livro editado em IJcIsinki, verifico que as florestas da

Finlândia setentrional crescem, em mé dia, 0,90 metro cúbico por hectare-ano;

a.s'cIo sul, 2,62 metros cúbicos.

Não sei onde Courou conseguiu o da do brasileiro que apresenta, e que está inteiramente errado. Êle não informa.

A Companhia Siderúrgica Belgo-Minei-

ra, que trabalha com carvão de madeira

e' possui enormes florestas próprias, acre

dita que as suas matas nativas crescem 200 metros cúbicos em 20 anos. Têm-se 10 metros cúbicos por hectare-ano. Os

lorização da Amazônia, som conseguir, infelizmente, o indispensável apoio. Presentemente, o novo presidente da

agrônomos silvicultores do Ministério da Agricultura calculam que uma floresta

sível conseguir nas regiões temperadas-

Comissão, Deputado Pereira da Silva, está procurando instalar uma unidade-

cúbicos em sete anos. Têm-se, assim,

fiías e nas frias.

pilôto.

Florestas

antigamente tidos como inferiores. Ma deiras moles dc pouco valor encontrarão

As florestas naturais dos trópicos, de um modo geral, são menos valiosas que

finalidade na fabricação de celulose. Abrem-se, assim, novas perspectivas à exploração das florestas tropicais nativas.

as hortaliças. A produção se faz durante

os doze meses do ano, o que não é pos

A contraplacagem permite usar lenhos

as florestas naturais dos climas tempe

de eucaliptos cresce 210 a 300 metros

129

de 30 a -IO metros cúbicos por hectareano.

Algumas essências crescem com e.x-

traordinária rapidez cm climas quentes c úmidos. O Dr. Giuscppc Rainiondo,

que está montando uma fábrica de pa pei em Piracicaba, utilizando bagaço de cana como matéria-prima, verificou que a imbaúba, na Amazônia, podo ser corr tada com dois a três anos para a fabri

cação dc celulose.

O morototó, para

igual destino, pode ser cortado aos três ou quatro anos. O bambu fornece, tal vez, mais de quinhentas toneladas de colmos anualmente. Seria multiplicar os e.xemplos.

possível

Do Congo, chega a notícia da instala ção de fábricas de celulose que trabaUiarão com papiro. Para isso, criou-se, em Bruxelas, o Sindicato de Celulose

Africana, com o capital de cinco milhões de francos belgas. Bastam treze quilô metros quadrados de papirais para man ter uma fábrica de cem toneladas diá rias. A Amazônia pode tomar-se, por

tanto, o maior produtor de celulose e papel do mundo. Em suma, abrem-se novas e promis

soras perspectivas às florestas dos cli mas quentes e úmidos. Não é honesto comparar dados de florestas de planta ção muito bem tratadas com dados de florestas naturais estragadas. Desde que se comparem dados de florestas tropi cais de plantação com os dados de flo restas de plantação dos climas temperados-frios e frios, as vantagens ficarão com as primeiras.


I «JH l\'

izvr

Dicesto Económjco

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cultores japoní-scs multiplicaram,

nos

rados. tcmpcniclos-frins e frios.

A et-

planaltos de São Paulo, a produção de

ploração é mai.s difícil porque lém cen

cenouras, couvcs, peras, battít is. moran

tenas de espécies.

gos; para obter cerejas c ncccssãrio su

lém apenas alizuiuas nnicl icles. São flo

bir aos planaltos mais elevados, privilé

<-Tuiu:uito as oiilras

restas niislas. Há. porém, entre os tró

gio dc Poros do Caldas, a uns 1.000 me

picos e a baixas altitudes, embora exc< p.

tros de altitude".

cionihnente. florestas puras. F o ca-o

Cenouras, convés, batatinhas, preci sando^ do esforço de colonos italianos o

dos babaçuais. que se alongam por dezenas e ({■■zems de nnilònietros em ter

japonésc.s c de planaltos sob a altitude

ras do Piauí. Maranhão, roiás o Minas

de Sao Paulo! No.s municípios do .Sal vador, Maceió, Aracaju, Recife, Toão Pessoa. Natal, Fortaleza e cm muitos ou

tros, quase ao nível do mar, prodir/em-

se, em grande escala, couvcs, repolhos, beterrabas, cenouras, alfaces, tomates,

nabos, rabanetes, beringclas, agrião e

quase todo o restante. A .500 metros dc altitude ja se tem couve-flor c ervilha em escala apreciável. No Instituto

Agronomico José Augusto Trindade, si tuado na bacia de irrigação do açude bao Oonçalo, município de Souza, Pa raíba e a pequena altitude, fízeram-se

trabalhos e.xpcrimentais a respeito. Pro duzem em ótimas condições; cenouras, abóbora, tomates, repolho, come, pi mentão, beringela, cebola, couve-rába-

no, bertalha, .soja, mostarda, pepino, me lão, beterraba, aspargo, vagens e outras hortaliças.^ Em condições perfeitamen te satisfatórias: alface, cclga, aipo, espi nafre, chicórea, nabo, rabanete e outras.

Podem-se ter, nos trópicos, em altitu des inferiores a 100 metros, quase todas

Corais.

Possuímos também vastíssimas

florestas nativas de carnaubeiras, rjue se

estendem, por léguas e léguas, ao longo dc uns tantos rios do Piauí. Ceará. Rio Grande do Norte. Paraíba c Pernambuco

c em várzeas próximas dc Fortaleza. A floresta mista, porém, é o caso comum.

Sua riqueza cm cspéfa"cs pr(a'n(lira o aproveitamento,

criando-lhc

dificulda

des. Essas dificuldades, porém, estão diminuindo rapidamente, graças aos apcrfeiíoanicntos técnicos verificados nos últimos anos.

Prcpara-sc hoje pasta scmiquímica, para a fabricação dc celulose c panei, utilizando-se, no mesmo tempo, lenhos

dc espécies diferentes.

Ta se trabalha

assim no sul dos Estados Unidos.

A F.

A O. .SC propôs estabelecer uma usina desse tipo na Amazônia. A propósito, acompanhado pelo cngcnhciro-silvicutor Tcvcr, técnico da F.A.O.,

articulei-me

com a Comissão Parlamentar para a Va- t

DtCESTO ECONÓ.NíICO

O remédio heróico ó a lenta substituição

da floresta natural por florestas de plan tação. No Brasil, é o que já está ;uíinl< eeiulo. cm grande oscnia, nos tre chos mais dinanúziidos do País.

Alem

tio (pic já SC fez c se está fazendo nos planaltos do centro e do sul, há a citar

as grandes florcsla.s de plantação da

Balúa, Sergipe, Alagoas, Paraíba e Cea rá. Na própria Amazônia, plantam-se as primeiras grandes florestas puras com ótimos resultados.

Quanto ao crescimento das florestas

por*^ lu'ctarc-ano, Courou dá os seguintes

dados: florestas france.sas dc plantação,

2,6 iiK-tros cúbicos; florestas belgas de

plantação, 3,6 metros cúbicos; florestas da íncH:i, Ü,*12 melro cúbico; florestas

nativas brasileiras, 0,09. Em "Finnish

Florcslr)' in Píclurcs", livro editado em IJcIsinki, verifico que as florestas da

Finlândia setentrional crescem, em mé dia, 0,90 metro cúbico por hectare-ano;

a.s'cIo sul, 2,62 metros cúbicos.

Não sei onde Courou conseguiu o da do brasileiro que apresenta, e que está inteiramente errado. Êle não informa.

A Companhia Siderúrgica Belgo-Minei-

ra, que trabalha com carvão de madeira

e' possui enormes florestas próprias, acre

dita que as suas matas nativas crescem 200 metros cúbicos em 20 anos. Têm-se 10 metros cúbicos por hectare-ano. Os

lorização da Amazônia, som conseguir, infelizmente, o indispensável apoio. Presentemente, o novo presidente da

agrônomos silvicultores do Ministério da Agricultura calculam que uma floresta

sível conseguir nas regiões temperadas-

Comissão, Deputado Pereira da Silva, está procurando instalar uma unidade-

cúbicos em sete anos. Têm-se, assim,

fiías e nas frias.

pilôto.

Florestas

antigamente tidos como inferiores. Ma deiras moles dc pouco valor encontrarão

As florestas naturais dos trópicos, de um modo geral, são menos valiosas que

finalidade na fabricação de celulose. Abrem-se, assim, novas perspectivas à exploração das florestas tropicais nativas.

as hortaliças. A produção se faz durante

os doze meses do ano, o que não é pos

A contraplacagem permite usar lenhos

as florestas naturais dos climas tempe

de eucaliptos cresce 210 a 300 metros

129

de 30 a -IO metros cúbicos por hectareano.

Algumas essências crescem com e.x-

traordinária rapidez cm climas quentes c úmidos. O Dr. Giuscppc Rainiondo,

que está montando uma fábrica de pa pei em Piracicaba, utilizando bagaço de cana como matéria-prima, verificou que a imbaúba, na Amazônia, podo ser corr tada com dois a três anos para a fabri

cação dc celulose.

O morototó, para

igual destino, pode ser cortado aos três ou quatro anos. O bambu fornece, tal vez, mais de quinhentas toneladas de colmos anualmente. Seria multiplicar os e.xemplos.

possível

Do Congo, chega a notícia da instala ção de fábricas de celulose que trabaUiarão com papiro. Para isso, criou-se, em Bruxelas, o Sindicato de Celulose

Africana, com o capital de cinco milhões de francos belgas. Bastam treze quilô metros quadrados de papirais para man ter uma fábrica de cem toneladas diá rias. A Amazônia pode tomar-se, por

tanto, o maior produtor de celulose e papel do mundo. Em suma, abrem-se novas e promis

soras perspectivas às florestas dos cli mas quentes e úmidos. Não é honesto comparar dados de florestas de planta ção muito bem tratadas com dados de florestas naturais estragadas. Desde que se comparem dados de florestas tropi cais de plantação com os dados de flo restas de plantação dos climas temperados-frios e frios, as vantagens ficarão com as primeiras.


Dioksto Econômico

LIBERDADE, VALOR PERENE Cklso Ilpy.ENUE Passos

Qüeho. de início, meus caros colegas, significar-vos meu profundo rcconhecimcnlo pela honra insigne com que coroastes minha vida acadêmica, elc-

'

Pisrtirso conto orador da ttirma de ha-

neira (pie não nos comcnccra a con

charclandoü dc IhõO da Faculdade Na cional dc Direito da Universidade do

cepção jus-natiiralista, que aponta o Di

gendo-mc vosso inlérprcte nesta solene au a ma , Só poderei interpretar bem Bra-sil em lÜ dc Dezcnihro de 1950. vosso pensamento e vossas aspirações, !fpara externar, com tempropri a e, as perplexidades de nosso po e as angústias de nossa geração, dian tensa c cia inlcn.sa, pois abrange e com te de um mundo conturbado, de horas meertító para a vida dos homens, das mstituiçoes e dos Estados.

Também, a nossa palavra não pode

eixar e ser tanto quanto possível exae sempre sincera. Os jovens só põ

tir o fenômeno jurídico como intima

feita que estabeleçam entre o pensa

mento e a ação, embora esse pensamen

vos e, portanto, como estes sujeito às

to não SC revista de certeza e sabedoria.

mesmas mutações c crises.

Será por isso, talvez, que Ortcga y Gasset diz, com razão ; "O privilégio da

dias são dias de subversão de valores,

samento da mocidade, pois, acrescenta o

mesmo notável ensaísta : "Quem deseje ver clara a fisionomia do presente, suas ' entranhas autênticas, as verdadeiras nor

mas de nosso tempo, não tem mais que • inclinar-se sobre a juventude e estudar suas íntimas reações".

tos, noções c experiências, que constituem a objetividade das cousas. Daí, a certeza da lição dc Dc La Grcssaye-Lacostc • "A humana, a consciência social, nos dão dcsdc logo os primeiros pnnc.p.os da vida social, que são: o res

mente ligado aos fenômenos da vida so

cial, política, econômica e moral dos po

juventude é não saber o que diz". Importa, contudo, que se colha o pen

pt'l is causas misteriosas que formam as persona!idade.s, c somos, concomitanteinente, guiados pela preocupa ção dc ajustar c enquadrar fa

Ultrapassadas as conccpçGc.s que da

acontecimentos, somos forçados a admi

^us ideais, e pela correspondência per

histórica ou marcados nas consciências

bém o Direito está em crise.

conceitos, a sua natural inexperiência e

peito à vida o ao bem aihe.o. E a experiência da vida das

Os nossos

com conseqüente reforma de conceitos. Não podemos prever até onde e quan do se projetarão essas transformações,

sociedades demonstra a necessidade des-

i:

dade c um campo propício às conjetu-

ras e previsões sobre o futuro das insti tuições jurídicas, econômicas e políticas, intimunienle entrelaçadas em suas ações e reações.

já vai longe a fase histórica dò libe ralismo econômico, do "laísser faire".

Hoje em dia, mesmo nos países em que se consen-a a fonna política da liberal

direto contrôle, pelo Estado, das ativi

dades econômicas.

A consagração política das idéias li berais,

verificada

històrica-

mente em 1789, com a vitória

da Revolução Francesa, signi ficou, também, a substituição

dos fundamentos jurídicos da organização das classes sociais por fundamentos econômicos. "A distinção, no "Ancien

Régime" — escreve Henri Sée, — era feita princípabnente por

medidas de caráter jurídico e

legal, que \'isax'am fazer da nobreza unia classe fechada. Prova dis

tas regras fundamentais e, ao mesmo

so são as reformas fiscais feitas sob Luís

tcmpoNeveia nm grande número de fa

XIV, cujo principal objetivo era excluir

tos sociais, muito diversos, segundo as

próximo ou remoto, a melhores dias. É,

civiiizavScs, que u preciso submeter ao

porém, nosso dever reconhecer a sua

império dos primeiros princípios do Di-

tinuavam exercendo o comércio, os ma

existência, desde que não podemos fe

reito".

char os olhos à realidade contemporâ nea, sob pena de não sermos dc nosso

ção do Direito, fenômeno indisciitivei-

nem se cias no.s conduzirão, cin futuro

Nossa síntese, encontramos a explica-

tempo, isto c, de sermos anacrônicos, o

Repetimos que também o Direito, co mo fenômeno social, acha-se exposto às

mento de crise: crise internacional, cri se nacional e o próprio indivíduo, ator

mesmas variações, influências e crises

mentado, está em crise.

que atormentam

Além de ex-

dade é que ela oferece ao observador atento um quadro dc palpitante curiosi

da nobreza as famílias de enriquecimen to recente, sobretudo aquelas que con

que eqüivale exatamente a não ser.

Saímos da escola para a vida em mo

apreensões e incertezas, não menos ver

consagrar c a regular, verificamos que, democracia, cada vez mais se acentua descle^ logo. somos inspirados por pré- o intervencionismo estatal, atuando atra jnizos. talvez nascidos da experiência vés das legislações, no sentido de mais

o moral c o jurídico. Sim, porque tam

ate a precariedade de seus conhecimen

tos, pelo desassombro com que afirmem

reito como produto puro e simples da consciência. Encarando a generalidade das relações que o Direito ê chamado a

preende todos os aspectos da vida dos povos, ou seja, o político, o econômico,

vam o Direito como construção mera mente ideal, produto natural, estrutura empírica, que pairava acima c além dos

em suprir a falta de autoridade de seus

dias. Somos inclinados a considerar o nireito cimio falo social primordial, e não como mera decorrência ou reflexo das realidades e ncce.ssiclacles da \'ida social; em conseqüência, não adotaría mos integralmente uma pura concepção inaleri;iH.sta do Direito, cia mesma ma

o mundo de

nossos

y-

mente sujeito à influencia dos fatores sociais, segundo a variaçao do momen to histórico, mas ao_ qual nao e também

alheia a contribuição pessoal do mdlvíduo.

Se a época em que vivemos é de

gistrados inferiores e finalnmnte os fi dalgos demasiado pobres para fazer va ler seus direitos."

A Revolução

destruiu as distinções

jurídicas que dividiam as classes sociais e estabeleceu

a igualdade de direitos

para todos os cidadãos. Mas, à igualda de em face da lei não correspondia mna

igualdade econômica e, suprimidos os


Dioksto Econômico

LIBERDADE, VALOR PERENE Cklso Ilpy.ENUE Passos

Qüeho. de início, meus caros colegas, significar-vos meu profundo rcconhecimcnlo pela honra insigne com que coroastes minha vida acadêmica, elc-

'

Pisrtirso conto orador da ttirma de ha-

neira (pie não nos comcnccra a con

charclandoü dc IhõO da Faculdade Na cional dc Direito da Universidade do

cepção jus-natiiralista, que aponta o Di

gendo-mc vosso inlérprcte nesta solene au a ma , Só poderei interpretar bem Bra-sil em lÜ dc Dezcnihro de 1950. vosso pensamento e vossas aspirações, !fpara externar, com tempropri a e, as perplexidades de nosso po e as angústias de nossa geração, dian tensa c cia inlcn.sa, pois abrange e com te de um mundo conturbado, de horas meertító para a vida dos homens, das mstituiçoes e dos Estados.

Também, a nossa palavra não pode

eixar e ser tanto quanto possível exae sempre sincera. Os jovens só põ

tir o fenômeno jurídico como intima

feita que estabeleçam entre o pensa

mento e a ação, embora esse pensamen

vos e, portanto, como estes sujeito às

to não SC revista de certeza e sabedoria.

mesmas mutações c crises.

Será por isso, talvez, que Ortcga y Gasset diz, com razão ; "O privilégio da

dias são dias de subversão de valores,

samento da mocidade, pois, acrescenta o

mesmo notável ensaísta : "Quem deseje ver clara a fisionomia do presente, suas ' entranhas autênticas, as verdadeiras nor

mas de nosso tempo, não tem mais que • inclinar-se sobre a juventude e estudar suas íntimas reações".

tos, noções c experiências, que constituem a objetividade das cousas. Daí, a certeza da lição dc Dc La Grcssaye-Lacostc • "A humana, a consciência social, nos dão dcsdc logo os primeiros pnnc.p.os da vida social, que são: o res

mente ligado aos fenômenos da vida so

cial, política, econômica e moral dos po

juventude é não saber o que diz". Importa, contudo, que se colha o pen

pt'l is causas misteriosas que formam as persona!idade.s, c somos, concomitanteinente, guiados pela preocupa ção dc ajustar c enquadrar fa

Ultrapassadas as conccpçGc.s que da

acontecimentos, somos forçados a admi

^us ideais, e pela correspondência per

histórica ou marcados nas consciências

bém o Direito está em crise.

conceitos, a sua natural inexperiência e

peito à vida o ao bem aihe.o. E a experiência da vida das

Os nossos

com conseqüente reforma de conceitos. Não podemos prever até onde e quan do se projetarão essas transformações,

sociedades demonstra a necessidade des-

i:

dade c um campo propício às conjetu-

ras e previsões sobre o futuro das insti tuições jurídicas, econômicas e políticas, intimunienle entrelaçadas em suas ações e reações.

já vai longe a fase histórica dò libe ralismo econômico, do "laísser faire".

Hoje em dia, mesmo nos países em que se consen-a a fonna política da liberal

direto contrôle, pelo Estado, das ativi

dades econômicas.

A consagração política das idéias li berais,

verificada

històrica-

mente em 1789, com a vitória

da Revolução Francesa, signi ficou, também, a substituição

dos fundamentos jurídicos da organização das classes sociais por fundamentos econômicos. "A distinção, no "Ancien

Régime" — escreve Henri Sée, — era feita princípabnente por

medidas de caráter jurídico e

legal, que \'isax'am fazer da nobreza unia classe fechada. Prova dis

tas regras fundamentais e, ao mesmo

so são as reformas fiscais feitas sob Luís

tcmpoNeveia nm grande número de fa

XIV, cujo principal objetivo era excluir

tos sociais, muito diversos, segundo as

próximo ou remoto, a melhores dias. É,

civiiizavScs, que u preciso submeter ao

porém, nosso dever reconhecer a sua

império dos primeiros princípios do Di-

tinuavam exercendo o comércio, os ma

existência, desde que não podemos fe

reito".

char os olhos à realidade contemporâ nea, sob pena de não sermos dc nosso

ção do Direito, fenômeno indisciitivei-

nem se cias no.s conduzirão, cin futuro

Nossa síntese, encontramos a explica-

tempo, isto c, de sermos anacrônicos, o

Repetimos que também o Direito, co mo fenômeno social, acha-se exposto às

mento de crise: crise internacional, cri se nacional e o próprio indivíduo, ator

mesmas variações, influências e crises

mentado, está em crise.

que atormentam

Além de ex-

dade é que ela oferece ao observador atento um quadro dc palpitante curiosi

da nobreza as famílias de enriquecimen to recente, sobretudo aquelas que con

que eqüivale exatamente a não ser.

Saímos da escola para a vida em mo

apreensões e incertezas, não menos ver

consagrar c a regular, verificamos que, democracia, cada vez mais se acentua descle^ logo. somos inspirados por pré- o intervencionismo estatal, atuando atra jnizos. talvez nascidos da experiência vés das legislações, no sentido de mais

o moral c o jurídico. Sim, porque tam

ate a precariedade de seus conhecimen

tos, pelo desassombro com que afirmem

reito como produto puro e simples da consciência. Encarando a generalidade das relações que o Direito ê chamado a

preende todos os aspectos da vida dos povos, ou seja, o político, o econômico,

vam o Direito como construção mera mente ideal, produto natural, estrutura empírica, que pairava acima c além dos

em suprir a falta de autoridade de seus

dias. Somos inclinados a considerar o nireito cimio falo social primordial, e não como mera decorrência ou reflexo das realidades e ncce.ssiclacles da \'ida social; em conseqüência, não adotaría mos integralmente uma pura concepção inaleri;iH.sta do Direito, cia mesma ma

o mundo de

nossos

y-

mente sujeito à influencia dos fatores sociais, segundo a variaçao do momen to histórico, mas ao_ qual nao e também

alheia a contribuição pessoal do mdlvíduo.

Se a época em que vivemos é de

gistrados inferiores e finalnmnte os fi dalgos demasiado pobres para fazer va ler seus direitos."

A Revolução

destruiu as distinções

jurídicas que dividiam as classes sociais e estabeleceu

a igualdade de direitos

para todos os cidadãos. Mas, à igualda de em face da lei não correspondia mna

igualdade econômica e, suprimidos os


132

privilégios da nobreza, as classes sociais

•V n. In 't-ã^ r

Dicksto Econômico

DrciíSTo EcfiNóMico

pi-riéiicia, a

Evidentemente, o st^giindo plano a

melancólicos resultados.

'«í

ber, negar o humano. Nestes termos, o humano é o social.

que estava reb-gndo o interesse coletivo,

Deixada ao critério e a mcrcc das von

por frágeis c superficiais dislin(,õcs ju rídicas, mas por profunda desigualdade

com a correspe<li\a preocup.iç."io pelos interesses individuais — « xccssiva (; ab-

econômica. No Estado liberal, cujas li-

!>or\-enle — haveria der ae.irrelar conse

tades indtviduai.s, a produção tomou ca ráter anár<|uico, pcniiitindo a injusta e desproporciouada distribuição de produ

A História é uma progressão de fases sociais que se sucedem, em evolução constante, na qual os problemas se subs

nbas então se acentuavam, viu-se a no

qüências graves.

tos. causadora dc extrema miséria c de

tituem.

^íintinuaram a se distinguir, não mais

breza substituída, no predomínio social, pela burguesia triunfante. Como doutrina política, o liberalismo

foi o efeito do esforço da classe média para lograr sua emancipação,

mas, à

medida que o conseguiu, oKidou que a Sua vitória pura e simples não bastava para mitigar os anseios de justiça so

cial. Os mesmos que se expressavam em

termos gerais e universais, uma vez no

poder, amesquinhararn seus princípios, a tal ponto, que fizeram do Estado o seivo de uma só classe, fazendo predo minar suas necessidades na formação do Estado Liberal. Como afirma Laski : "A liberdade

eixada à iniciativa privada, ã livre con corrência, fez com que, ao cabo, o li

beralismo se tornasse prisioneiro do fim a cujo seníço liavia sido destinado. Isto

porque os liomcns cuja liberdade de

ação foi tão rciteradamente marcada pe

la idéia liberal, ao se porem a seu ser viço, não viram diferença alguma entre

os seus direitos e os da causa a que serviam,"

A crença econômica, que assinalava a mentalidade da época, se sintetizava em dois conceitos de Adam Smith : "A ca

da homem incumbe, antes de tudo e

principalmente, cuidar de si, desde que cada homem é, certamente e em todos

os sentidos, mais apto a cuidar de si

A livre iniciativa e a

afrontosas ri(jucz;\s.

livre concorrência deram lugar à críaçao de vultosas fortunas pessoais, possi bilitando a acuiimlação d(r graiulc.-s ca pitais luLS mãos dl* poucos. 1-as por

ICin última análise, conclui Paul Hu-

ções, isto é, o bem-estar da sociedade."

víduo c de seu direito à liberdade e à

los ricos argentários, entrou a contras

gon, "Iransforinara-sc a vida econômica em verdadeira "jungle", na qual a luta pela <xislêneia findaria com a vitória do mais forte e o csinagamenlo do mais

nante sôbre a sociedade é o interesse

tar com os cada vez mais pobres.

fraco".

econômico.

que, uma nova nobrezíi, constituída pe

Ou, como acentua Mac Donald, no

h)elineava-se, assim, a .socicdadí; capi

reginu* capitalista, "as funções dc pro

talista, sob o signo do liberalismo, que

dução c distribuição não são organiza

substituíra, na ordem econômica, a re

das dc modo a prover ao bem-estar co mum. mas cada um trabalha pelos seus pi ópri(ís interêsscs". Êsse, aliás, um dos traços caracteristi-

gulamentação excessiva produzida pelo mercantilismo, demasiadamente^ sujeito

incomportávcis no século

propriedade. Estamos lioje na fase eco

nômica, cm que a influência predomi A busca dc soluções para esses pro blemas tem produzJdo modificações sen síveis na estrutura política e na jurídica. A Democracia Liberal, impotente nos

limites de sua pura estnituração política para atender aos novos problemas so ciais, vai-se descaracterizando dia após

cos do regime capitalista, contra o qual

dia.

üacle econômica, dc que decorreu o re

não tardaram a surgir reações, que, se

sucede, de forma intensa e progressiva,

gime capitalista, vai faltando clima, pois suas próprias conseqüências podem ser

não lograram desde logo modificá-lo por completo, o têm incgàvclmcntc desca

lários mínimos, de condições de traba-

causa de sua ruína.

racterizado cm seus contornos primitivos.

Ilio, do direito de greve, do impôsto so

Marcado, portanto, o capitalismo pela predominância do individual, as rea ções que contra èlc sc levantam têm ti do um norte comum: a primazia do so cial, ainda que diversos sejam os meios

bro a renda, as tentativas de refonna agrária, como a que há pouco se verifi cou no sul da Itália, sob regime demo-

utilizados para atingir a disputada meta. Atribui-se agora à sociedade a tarefa de

tendência. O próprio uso e gôzo da pro

Do Igual forma, ã concepção dc liber-

De par com o individualismo excessi

vo, com o abandono dos interesses ge rais pelo particular, a revolução indus trial, iniciada nos últimos anos do sécu

lo XVIII na Inglaterra e depois conti nuada cm toda a Europa, transformou o fenômeno da produção de forma brus

estabelecer relações orgânicas, isto é,

ca e violenta. Ao mesmo tempo, a li vre concorrência ensejava uma luta im

relações pelas quais cada um dos que contribuem para a subsistência da vida do conjunto possa gozar dc sua parte

piedosa entre os produtores, que termi nava, via de regra, polo csmagamcnto ou pela absorção do mais fraco, com a

conseqüente e progressiva formação de monopólios, cada vez mais poderosos e opressores. Do aparecimento da máqui na resultaram a diminuição de possibili

mesmo do que qualquer outro", conjugando-se a tal princípio o de que "cada indivíduo, agindo no interesse próprio, dades de trabalho e a dispensa em mas é levado, por mão invisível, a atingir sa de operários, com conseqüente au um fim que não estava em suas inten

Estávamos ontem na fase política, ca

racterizada pela subordinação do indi

__

i.'

crata-cristão, são, entre muitas outras,

medidas que caracterizam essa iniludível priedade está sofrendo limitações dita

das pelo bem-estar social e público. Por entre os vários aspectos da evolu ção que se processa, pode ser vislum

brado um têrmo que parece inelutáveh — a coletivização das riquezas. Natural

Tal concepção, entretanto, não impli ca a procura do bem-estar social, com

mente, as transformações sociais se -vão processando através do Estado, organi

negação absoluta do indivíduo, pois, ainda que admitindo a deficiência do

zação jurídica que dá solução aos su cessivos problemas. É êle que, no regi me totalitário, absorve pura e simples mente a produção, e é também êle que,

como indivíduo, "somente o

conjunto dos liomens pode realizar o

C

a interferência estatal. A fixação de sa

nessa \'ida.

homem

mento do desemprego. Chegara-se, ao cabo de anos de ex-

Ao não-inter\'encionismo liberal,

humano", no conceito de Goethe, e a sociedade não pode ser inumana, a sa

nos regimes da democracia social, limi

ta a percepção dos lucros pelas entída-


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privilégios da nobreza, as classes sociais

•V n. In 't-ã^ r

Dicksto Econômico

DrciíSTo EcfiNóMico

pi-riéiicia, a

Evidentemente, o st^giindo plano a

melancólicos resultados.

'«í

ber, negar o humano. Nestes termos, o humano é o social.

que estava reb-gndo o interesse coletivo,

Deixada ao critério e a mcrcc das von

por frágeis c superficiais dislin(,õcs ju rídicas, mas por profunda desigualdade

com a correspe<li\a preocup.iç."io pelos interesses individuais — « xccssiva (; ab-

econômica. No Estado liberal, cujas li-

!>or\-enle — haveria der ae.irrelar conse

tades indtviduai.s, a produção tomou ca ráter anár<|uico, pcniiitindo a injusta e desproporciouada distribuição de produ

A História é uma progressão de fases sociais que se sucedem, em evolução constante, na qual os problemas se subs

nbas então se acentuavam, viu-se a no

qüências graves.

tos. causadora dc extrema miséria c de

tituem.

^íintinuaram a se distinguir, não mais

breza substituída, no predomínio social, pela burguesia triunfante. Como doutrina política, o liberalismo

foi o efeito do esforço da classe média para lograr sua emancipação,

mas, à

medida que o conseguiu, oKidou que a Sua vitória pura e simples não bastava para mitigar os anseios de justiça so

cial. Os mesmos que se expressavam em

termos gerais e universais, uma vez no

poder, amesquinhararn seus princípios, a tal ponto, que fizeram do Estado o seivo de uma só classe, fazendo predo minar suas necessidades na formação do Estado Liberal. Como afirma Laski : "A liberdade

eixada à iniciativa privada, ã livre con corrência, fez com que, ao cabo, o li

beralismo se tornasse prisioneiro do fim a cujo seníço liavia sido destinado. Isto

porque os liomcns cuja liberdade de

ação foi tão rciteradamente marcada pe

la idéia liberal, ao se porem a seu ser viço, não viram diferença alguma entre

os seus direitos e os da causa a que serviam,"

A crença econômica, que assinalava a mentalidade da época, se sintetizava em dois conceitos de Adam Smith : "A ca

da homem incumbe, antes de tudo e

principalmente, cuidar de si, desde que cada homem é, certamente e em todos

os sentidos, mais apto a cuidar de si

A livre iniciativa e a

afrontosas ri(jucz;\s.

livre concorrência deram lugar à críaçao de vultosas fortunas pessoais, possi bilitando a acuiimlação d(r graiulc.-s ca pitais luLS mãos dl* poucos. 1-as por

ICin última análise, conclui Paul Hu-

ções, isto é, o bem-estar da sociedade."

víduo c de seu direito à liberdade e à

los ricos argentários, entrou a contras

gon, "Iransforinara-sc a vida econômica em verdadeira "jungle", na qual a luta pela <xislêneia findaria com a vitória do mais forte e o csinagamenlo do mais

nante sôbre a sociedade é o interesse

tar com os cada vez mais pobres.

fraco".

econômico.

que, uma nova nobrezíi, constituída pe

Ou, como acentua Mac Donald, no

h)elineava-se, assim, a .socicdadí; capi

reginu* capitalista, "as funções dc pro

talista, sob o signo do liberalismo, que

dução c distribuição não são organiza

substituíra, na ordem econômica, a re

das dc modo a prover ao bem-estar co mum. mas cada um trabalha pelos seus pi ópri(ís interêsscs". Êsse, aliás, um dos traços caracteristi-

gulamentação excessiva produzida pelo mercantilismo, demasiadamente^ sujeito

incomportávcis no século

propriedade. Estamos lioje na fase eco

nômica, cm que a influência predomi A busca dc soluções para esses pro blemas tem produzJdo modificações sen síveis na estrutura política e na jurídica. A Democracia Liberal, impotente nos

limites de sua pura estnituração política para atender aos novos problemas so ciais, vai-se descaracterizando dia após

cos do regime capitalista, contra o qual

dia.

üacle econômica, dc que decorreu o re

não tardaram a surgir reações, que, se

sucede, de forma intensa e progressiva,

gime capitalista, vai faltando clima, pois suas próprias conseqüências podem ser

não lograram desde logo modificá-lo por completo, o têm incgàvclmcntc desca

lários mínimos, de condições de traba-

causa de sua ruína.

racterizado cm seus contornos primitivos.

Ilio, do direito de greve, do impôsto so

Marcado, portanto, o capitalismo pela predominância do individual, as rea ções que contra èlc sc levantam têm ti do um norte comum: a primazia do so cial, ainda que diversos sejam os meios

bro a renda, as tentativas de refonna agrária, como a que há pouco se verifi cou no sul da Itália, sob regime demo-

utilizados para atingir a disputada meta. Atribui-se agora à sociedade a tarefa de

tendência. O próprio uso e gôzo da pro

Do Igual forma, ã concepção dc liber-

De par com o individualismo excessi

vo, com o abandono dos interesses ge rais pelo particular, a revolução indus trial, iniciada nos últimos anos do sécu

lo XVIII na Inglaterra e depois conti nuada cm toda a Europa, transformou o fenômeno da produção de forma brus

estabelecer relações orgânicas, isto é,

ca e violenta. Ao mesmo tempo, a li vre concorrência ensejava uma luta im

relações pelas quais cada um dos que contribuem para a subsistência da vida do conjunto possa gozar dc sua parte

piedosa entre os produtores, que termi nava, via de regra, polo csmagamcnto ou pela absorção do mais fraco, com a

conseqüente e progressiva formação de monopólios, cada vez mais poderosos e opressores. Do aparecimento da máqui na resultaram a diminuição de possibili

mesmo do que qualquer outro", conjugando-se a tal princípio o de que "cada indivíduo, agindo no interesse próprio, dades de trabalho e a dispensa em mas é levado, por mão invisível, a atingir sa de operários, com conseqüente au um fim que não estava em suas inten

Estávamos ontem na fase política, ca

racterizada pela subordinação do indi

__

i.'

crata-cristão, são, entre muitas outras,

medidas que caracterizam essa iniludível priedade está sofrendo limitações dita

das pelo bem-estar social e público. Por entre os vários aspectos da evolu ção que se processa, pode ser vislum

brado um têrmo que parece inelutáveh — a coletivização das riquezas. Natural

Tal concepção, entretanto, não impli ca a procura do bem-estar social, com

mente, as transformações sociais se -vão processando através do Estado, organi

negação absoluta do indivíduo, pois, ainda que admitindo a deficiência do

zação jurídica que dá solução aos su cessivos problemas. É êle que, no regi me totalitário, absorve pura e simples mente a produção, e é também êle que,

como indivíduo, "somente o

conjunto dos liomens pode realizar o

C

a interferência estatal. A fixação de sa

nessa \'ida.

homem

mento do desemprego. Chegara-se, ao cabo de anos de ex-

Ao não-inter\'encionismo liberal,

humano", no conceito de Goethe, e a sociedade não pode ser inumana, a sa

nos regimes da democracia social, limi

ta a percepção dos lucros pelas entída-


■iOf

<3cs privadas, ou dôlcs participa median

manidade, na cultura e na vida", isto

te elevada taxação das rendas particula

c liberdade, no concaritr, d«? *rimtnas

res. De fjualqiier forma, o Estado atual

Mann.

tende a recolher cada vez mais o resul

tado da produção, da atividade do ca pital e do trabalho. Hístòricanicnte, a fixação dessa ten dência do mundo moderno verificou-sc

oom a revolução bolehevista de 1917.

Pressentindo a profundidade desse movi mento, nos seus pródromos. Leão XIII, em 1891, na sua famosa encíclica "Ile-

IlL-piitamos a liberdade um valor pe

rene, uma idéia imortal, que não (uivc. Ibece n«-m desvanece com o espirito de uma época, e que pode, portanto, sobre

ambas. A procura da igualdade não ex

de vistas, a questão social, apontandoIhe soluções cristãs. No histórico do

clui a liljcrdade.

ingerência do Estado, no que fosse ne cessário para manter a liarmonia social e o bem-estar comum, coibindo o exces

so dos poderosos e procurando melhorar a condição dos pequenos e fracos. "O que dos governos se requer —

O grande perigo a que pode condu zir o intervencionismo do Estado, se

levado ao extremo, é o da concepção política totalitária, isto é, aquela con cepção em que a idéia política .se con verte em algo absoluto, em uma ditadura

tade do chetc era mais forte do

Direito

era, a.ssim, produto dc uma consciência coletiva, nem mesmo um conjunto dc

asfixiam sua liberdade.

vam em ccnsoniincia com o sentimento

geral de uma dada época.

nunciamento de um homem, valendo

a limitação do político e social à sua

como lei. Êsse desvírtuamento, que tira do Direito sua precípua missão de ser

participação natural e necessária na hu

V .

I'' ■ ■ ■ ■

do, embora, de suas convicções, reco

dade e da igualdade, imprescindíveis

nheçam todos a bra\aira com que as le

t\ existência do Direito e à sobrevivên cia dos valores individuais, criadores do

vou até o túmulo, conservando, na ve

lhice combalida pela doença e pelos so frimentos, a fibra e o destemer que hoje já vão lamentàvelmente faltando, mes

Com a escolha de nosso patrono, de finimos nosso apreço pela cultura, nossa fé no Direito e o respeito que devemos

à vida pública, pois Lafayette Rodrigues

Pereira foi um humanista, um mestre

do Direito e um eminente parlamentar e

político.

Mestre de seu tempo, será

objeto de cogitação, não,apenas de es

o mestre de todos os tempos, pois as obras "O Direito das Cousas", suas

tudantes de Direito, mas da mocídade de nosso tempo, porque todos estamos

"O Direito de Família" e "O Direito

Internacional", entre outras, são monu

no meio de caminhos tão ásperos. Os sentimentos que daqui levamos

dos ao patrimônio cultural do Brasil.

perplexos diante de tantas indagações e

Era o pro

elemento individual e social no humano,

aos que temem se afirmar. Discordan

vai estruturando, os princípios da liber

Todas as considerações que, com abu* so de vossa tolerância, nos temos permi tido fazer, não trazem em si nenhu ma novidade. Nem seriamos nós capaz dc tal comelimento, acima e além de nossas forças. Pretendemos, tão sómentc, desenvolver tema que constitui, pela sua atualidade e absorvente interesse,

não

postulados nascidos da razão o captados através de condutos próprios, que esta

de fidelidade a uma idéia e incentivo

Exmas. sras. e meus senhores:

Entendía-se, num país qne era uma das fontes mais ricas da cultura luimana, que um homem carismático podia encar nar as supremas aspirações de seu povo e dar-lhes forma, exprcssando-as como O

dêste ano. Que sua memória fique como

um e.\emplo e um incentivo. Exemplo

mo nos jovens.

fonna."

irrccorrívcis.

Leônidas de Rezende — nosso home

nageado de honra, dei.\oii-nos em abril

dade de coexistirem, no mundo que se

progresso humano e social.

que as

era o soberano legislador o a mais alta encamação da justiça, podendo pronun ciar sentenças imediatamente cxecutórias, fora dc todo tôxto legal c sem ciualquer

verdades

cm nosos corações.

totalitárias do Direito, pois as conside ramos como negação do próprio Direito. Reafirmamos nossa crença na possibili

Fuhrerpnnz.p , segundo o nual aa vonf von

Uma outra palaxTa, esta de imperecivel saudade, queremos proferir. Dese

a sua razão de ser, desde que não ofe Não concordamos com as concepções

É dos nossos dias a criação do

bos tão dedicados ã nossa turma.

para a liberdade c, pois, o Direito perde rece fórças contra a fôrça.

^ t

tantos anos, e uma referência amiga ao corpo de funcionários, que homenagea mos na pessoa de d. Ignez Fonseca e do nosso bom amigo Moacir Silva, am

jamos reverenciar a memória de um grande amigo de todos cs que hoje se formam; do mestre que, pela bondade, pela dedicação e pela coragem, entrou

N\nn e noutro clima o ar c rarcfcilo

cia, mas também da razão.

total, em que sc sacrifica a parte, o indivíduo, sujeitando-o a restrições que "A acentuação justa e razoável do

da vontade dc um grupo, que empolga o poder em nome da coletividade, dian te do (jual o indivíduo nada significa.

como o concchemos, fruto da experiên

leis, pois fazia lei contra a lei. "O Fuhrer - informa Mareei Cot -

dade pública e particular. Tal é, na realidade, o ofício da prudência civil e o dever peculiar aos que governam."

I

da cultura c dos valores individuais sem

de ordem geral, que consiste na eco tuições; queremos dizer que lhes cabe proceder de forma que da própria or ganização da sociedade, espontaneamen te e sem esforço, decorram a prosperi

clr afirniar-sc c fazer prevalecer sua razão, mesmo contra os poderosos, ou .sobretudo contra êstes, é igual àquele outro "direito" que nasce da imposição

!•

os quais não pode sobreviver o Direito

acentua a encíclica — é um concurso

nomia toda inteira das leis e das insti

o poderoso o cpie llie dá possibilidades

Repudiamos, pois. o totalitarismo como aniquilador da li])erdade, destruidor

^

KCONÕNnCO

uma regra (jue defende o fraco contra

viver ao liberalismo, reafirmando-se na era do sncial, pois, se a liberdade é uma exigência da sociedade, a Igualdade sociai, limitando naturalnieule a liberdado do indivíduo, permite a coexistência do

rum Novarum", estudara, com iargueza cumento, reconhecia a necessidade da

UrCESTO

^^I{ (1

nos impõem, gratamente, agradecimentos •aos professôres, que nos acompanharam

mentos da sabedoria jurídica incorpora O latinista, o crítico literário, o juris

ta, lastrearam o fulgor do parlamentar e deram ao chefe-de-gabinete Lafayette a


■iOf

<3cs privadas, ou dôlcs participa median

manidade, na cultura e na vida", isto

te elevada taxação das rendas particula

c liberdade, no concaritr, d«? *rimtnas

res. De fjualqiier forma, o Estado atual

Mann.

tende a recolher cada vez mais o resul

tado da produção, da atividade do ca pital e do trabalho. Hístòricanicnte, a fixação dessa ten dência do mundo moderno verificou-sc

oom a revolução bolehevista de 1917.

Pressentindo a profundidade desse movi mento, nos seus pródromos. Leão XIII, em 1891, na sua famosa encíclica "Ile-

IlL-piitamos a liberdade um valor pe

rene, uma idéia imortal, que não (uivc. Ibece n«-m desvanece com o espirito de uma época, e que pode, portanto, sobre

ambas. A procura da igualdade não ex

de vistas, a questão social, apontandoIhe soluções cristãs. No histórico do

clui a liljcrdade.

ingerência do Estado, no que fosse ne cessário para manter a liarmonia social e o bem-estar comum, coibindo o exces

so dos poderosos e procurando melhorar a condição dos pequenos e fracos. "O que dos governos se requer —

O grande perigo a que pode condu zir o intervencionismo do Estado, se

levado ao extremo, é o da concepção política totalitária, isto é, aquela con cepção em que a idéia política .se con verte em algo absoluto, em uma ditadura

tade do chetc era mais forte do

Direito

era, a.ssim, produto dc uma consciência coletiva, nem mesmo um conjunto dc

asfixiam sua liberdade.

vam em ccnsoniincia com o sentimento

geral de uma dada época.

nunciamento de um homem, valendo

a limitação do político e social à sua

como lei. Êsse desvírtuamento, que tira do Direito sua precípua missão de ser

participação natural e necessária na hu

V .

I'' ■ ■ ■ ■

do, embora, de suas convicções, reco

dade e da igualdade, imprescindíveis

nheçam todos a bra\aira com que as le

t\ existência do Direito e à sobrevivên cia dos valores individuais, criadores do

vou até o túmulo, conservando, na ve

lhice combalida pela doença e pelos so frimentos, a fibra e o destemer que hoje já vão lamentàvelmente faltando, mes

Com a escolha de nosso patrono, de finimos nosso apreço pela cultura, nossa fé no Direito e o respeito que devemos

à vida pública, pois Lafayette Rodrigues

Pereira foi um humanista, um mestre

do Direito e um eminente parlamentar e

político.

Mestre de seu tempo, será

objeto de cogitação, não,apenas de es

o mestre de todos os tempos, pois as obras "O Direito das Cousas", suas

tudantes de Direito, mas da mocídade de nosso tempo, porque todos estamos

"O Direito de Família" e "O Direito

Internacional", entre outras, são monu

no meio de caminhos tão ásperos. Os sentimentos que daqui levamos

dos ao patrimônio cultural do Brasil.

perplexos diante de tantas indagações e

Era o pro

elemento individual e social no humano,

aos que temem se afirmar. Discordan

vai estruturando, os princípios da liber

Todas as considerações que, com abu* so de vossa tolerância, nos temos permi tido fazer, não trazem em si nenhu ma novidade. Nem seriamos nós capaz dc tal comelimento, acima e além de nossas forças. Pretendemos, tão sómentc, desenvolver tema que constitui, pela sua atualidade e absorvente interesse,

não

postulados nascidos da razão o captados através de condutos próprios, que esta

de fidelidade a uma idéia e incentivo

Exmas. sras. e meus senhores:

Entendía-se, num país qne era uma das fontes mais ricas da cultura luimana, que um homem carismático podia encar nar as supremas aspirações de seu povo e dar-lhes forma, exprcssando-as como O

dêste ano. Que sua memória fique como

um e.\emplo e um incentivo. Exemplo

mo nos jovens.

fonna."

irrccorrívcis.

Leônidas de Rezende — nosso home

nageado de honra, dei.\oii-nos em abril

dade de coexistirem, no mundo que se

progresso humano e social.

que as

era o soberano legislador o a mais alta encamação da justiça, podendo pronun ciar sentenças imediatamente cxecutórias, fora dc todo tôxto legal c sem ciualquer

verdades

cm nosos corações.

totalitárias do Direito, pois as conside ramos como negação do próprio Direito. Reafirmamos nossa crença na possibili

Fuhrerpnnz.p , segundo o nual aa vonf von

Uma outra palaxTa, esta de imperecivel saudade, queremos proferir. Dese

a sua razão de ser, desde que não ofe Não concordamos com as concepções

É dos nossos dias a criação do

bos tão dedicados ã nossa turma.

para a liberdade c, pois, o Direito perde rece fórças contra a fôrça.

^ t

tantos anos, e uma referência amiga ao corpo de funcionários, que homenagea mos na pessoa de d. Ignez Fonseca e do nosso bom amigo Moacir Silva, am

jamos reverenciar a memória de um grande amigo de todos cs que hoje se formam; do mestre que, pela bondade, pela dedicação e pela coragem, entrou

N\nn e noutro clima o ar c rarcfcilo

cia, mas também da razão.

total, em que sc sacrifica a parte, o indivíduo, sujeitando-o a restrições que "A acentuação justa e razoável do

da vontade dc um grupo, que empolga o poder em nome da coletividade, dian te do (jual o indivíduo nada significa.

como o concchemos, fruto da experiên

leis, pois fazia lei contra a lei. "O Fuhrer - informa Mareei Cot -

dade pública e particular. Tal é, na realidade, o ofício da prudência civil e o dever peculiar aos que governam."

I

da cultura c dos valores individuais sem

de ordem geral, que consiste na eco tuições; queremos dizer que lhes cabe proceder de forma que da própria or ganização da sociedade, espontaneamen te e sem esforço, decorram a prosperi

clr afirniar-sc c fazer prevalecer sua razão, mesmo contra os poderosos, ou .sobretudo contra êstes, é igual àquele outro "direito" que nasce da imposição

!•

os quais não pode sobreviver o Direito

acentua a encíclica — é um concurso

nomia toda inteira das leis e das insti

o poderoso o cpie llie dá possibilidades

Repudiamos, pois. o totalitarismo como aniquilador da li])erdade, destruidor

^

KCONÕNnCO

uma regra (jue defende o fraco contra

viver ao liberalismo, reafirmando-se na era do sncial, pois, se a liberdade é uma exigência da sociedade, a Igualdade sociai, limitando naturalnieule a liberdado do indivíduo, permite a coexistência do

rum Novarum", estudara, com iargueza cumento, reconhecia a necessidade da

UrCESTO

^^I{ (1

nos impõem, gratamente, agradecimentos •aos professôres, que nos acompanharam

mentos da sabedoria jurídica incorpora O latinista, o crítico literário, o juris

ta, lastrearam o fulgor do parlamentar e deram ao chefe-de-gabinete Lafayette a


Dicesto Econômico

aulorídacle dos homens que tôm a ação esclarecida pela inteligência e pela cul tura.

UM CURSO EM DOIS VOLUMES

la>Ta "bacharel" não ocorra a lembran

ça de um sinônimo deprecíativr). Terão prcsenf(rs as deficiêneias com íjiic a

Luís DA Camara Cascudo

maioria dos j(>\'ens ingressa nas Faculda

Escolhemos como paraninfo o egrégio

des superior«'s e, sem perch-r a grande

professor Homero Pires, que, no princí pio do curso, através de ensinamentos claros c capazes de conduzir as inteligên

tres, se recor<larar) dos fjne, por suas omissoi-s. hajam coneorridí) para o nosso

cias, desvendou-nos os mistérios do Di reito, cujos primeiros contactos são ár

duos e penosos. Gozamos do privilégio de receber como última lição da Eacul-

dade a palavra sábia de quem se nos

impôs pela dedicação, pela cultura e pela clarividência. Ê um mestre e um amigo.

As lições dc ecotwmia circulotóría c dc ccoiiotnia rcparlitiva, dadas na cáte dra íla l'acnldade Nacional de Ciências

admiração por mestres abaIiz;Ml«»s e ilus

Ecnnúinieas da Universidade do Brasil, rennrin o cnrso inteiro na e.specialidade.

despreparo. •Mas. cm resumo, como sinteSí* de nos

O professor Aide Sampaio é um cxi>o-

sos senliinentos e dc nossas n-cortiações, ficará a lembrança amá\<-l de um bom

silt»r magnífico c os temas mais controv<Tticlos pela multidão dos elementos, mais escuros pela densidade do objeto, mais difíceis pela snlilc/ai o variedade

convívio; th- desilusões e du anseios

partilhados; de umu fê e mna esperança cpic desejamos minea nos ahandoin-m. E a própria vida será isso: — uma so

da composição, iluminam-se numa lin

guagem clara e hábil, pela precisão e segurançu xocabular, jx;la extensão do

ma de cousas boas e de cousas más,

estas para serem lembradas quando Meus caros colegas:

Estamos prestes a ouvir de nosso pa raninfo a última lição que a Faculdade nos dá. Levamos daqui gratas recorda ções e uma experiência que será útil a muitos daqueles que se dedicarão à vida

pública. Poderão, com conhecimento próprio e lembrando-se das nossas con versas, das nossas decepções e dos nos sos entusiasmos, concorrer para o apri moramento indispensável do curso jurí dico em nosso país. Certo, quererão, como hoje todos desejamos, que à pa-

eonlieeimento que facilita a rapidez du citação e a amplitude dos confrontos.

cumprir corrigir erros e retificar rumos, aquelas para dar-nos o encanto de viver.

Os dois volumes trazem o curso e tam

Partimos, pois, certos de (|ue o mundo de nossos dias e um mundo difícil, cm

bém o entendimento do material coleantt; c áspero da Economia. Homem

que os valores morais estão sendo fre

do seu tempo, humanista, o professor Aldc Sampaio articula a Economia, ciên

qüentemente postergados. .Mas conti nuamos a crer nêles, confiamos nêles e

no seu triunfo, a despeito de tudo.

cia eminentemente luimana, característi

Acreditamos que sôlire eles é que de

minou com os seus processos de acomo

ca e congênita ao homem que a deter

dação em sociedade, ás atividades inte

vemos construir a nossa nacionalidade.

Esperamos que forças não nos falta rão para sermos fiéis aos ideais que aqui, proclamamos e que serão o norte de

lectuais num plano siste mático c di.sciplinar, .so

ciologia, antropologia cul

nossa vida.

tural

finança, história,

filosofia, inalcmáticu, po lítica.

Todo ambiente econô mico á uma formação so

[í .rr-

Como o homem,

cou os ritmos da liomena-

gcni cjue devia prestar a

& ■ :■ • V-

b. '

cial

criado por Deus, modifi

•1- .:

Divindade, estabelecen do lima interdependência, a Economia, criada pelo homem, modifica-o, dan do-lhe limites e áreas à

sua atividade.

O Professor Alde Sam

paio, sociólogo, inicia sua aula, uma ver

dadeira Aula Regia, com a Sociedade como Ambiente Econômico, aula que

abriria cursos

gerais em Salamanca,

Coimbra, O.xford ou Harvard. Certo con tinua a e\ocar e fi.xar, com documenta

ção enidita em que a lógica é a melhor peça dc convicção, a marcha ascenden te da Economia em relação ao desenvohimcnto do esforço humano em gru

po. É a troca, o intercâmbio que faz nascer o Valor e anuncia a Moeda e

com ela a avaliação natural dos Preços no curso econômico. Comércio interior

(com as páginas magníficas sôbrc Renda

c Crédito). Fenômenos Monetíirios, com

as aulas ótimas sôbrc Circulação, Políti ca Monetária, com os fenômenos do cur so, Comércio Intcniacional com a e.vposição de todos os aspectos, até uma e.\ce-

lentc monografia sobre Câmbio. No 11.*^ tòrao, o prol Alde Sampaio estuda a

Repartição da Renda Social, renda, ré ditos, distribuição, críti

cas, escolas.

Uma das

secções magníficas, aque

la em que o Professor é crítico irrespondível é a

Interferência (Io -poder

político na repartição das^ rendas, ou ainda o exa me da Economia Dirigi

da, a orientação total do Estado na produção e circulação de riquezas. Estuda, comparativamen

te, credenciado por am

plo lastro de informação, as economias democrático-liberalistas e a econo-


Dicesto Econômico

aulorídacle dos homens que tôm a ação esclarecida pela inteligência e pela cul tura.

UM CURSO EM DOIS VOLUMES

la>Ta "bacharel" não ocorra a lembran

ça de um sinônimo deprecíativr). Terão prcsenf(rs as deficiêneias com íjiic a

Luís DA Camara Cascudo

maioria dos j(>\'ens ingressa nas Faculda

Escolhemos como paraninfo o egrégio

des superior«'s e, sem perch-r a grande

professor Homero Pires, que, no princí pio do curso, através de ensinamentos claros c capazes de conduzir as inteligên

tres, se recor<larar) dos fjne, por suas omissoi-s. hajam coneorridí) para o nosso

cias, desvendou-nos os mistérios do Di reito, cujos primeiros contactos são ár

duos e penosos. Gozamos do privilégio de receber como última lição da Eacul-

dade a palavra sábia de quem se nos

impôs pela dedicação, pela cultura e pela clarividência. Ê um mestre e um amigo.

As lições dc ecotwmia circulotóría c dc ccoiiotnia rcparlitiva, dadas na cáte dra íla l'acnldade Nacional de Ciências

admiração por mestres abaIiz;Ml«»s e ilus

Ecnnúinieas da Universidade do Brasil, rennrin o cnrso inteiro na e.specialidade.

despreparo. •Mas. cm resumo, como sinteSí* de nos

O professor Aide Sampaio é um cxi>o-

sos senliinentos e dc nossas n-cortiações, ficará a lembrança amá\<-l de um bom

silt»r magnífico c os temas mais controv<Tticlos pela multidão dos elementos, mais escuros pela densidade do objeto, mais difíceis pela snlilc/ai o variedade

convívio; th- desilusões e du anseios

partilhados; de umu fê e mna esperança cpic desejamos minea nos ahandoin-m. E a própria vida será isso: — uma so

da composição, iluminam-se numa lin

guagem clara e hábil, pela precisão e segurançu xocabular, jx;la extensão do

ma de cousas boas e de cousas más,

estas para serem lembradas quando Meus caros colegas:

Estamos prestes a ouvir de nosso pa raninfo a última lição que a Faculdade nos dá. Levamos daqui gratas recorda ções e uma experiência que será útil a muitos daqueles que se dedicarão à vida

pública. Poderão, com conhecimento próprio e lembrando-se das nossas con versas, das nossas decepções e dos nos sos entusiasmos, concorrer para o apri moramento indispensável do curso jurí dico em nosso país. Certo, quererão, como hoje todos desejamos, que à pa-

eonlieeimento que facilita a rapidez du citação e a amplitude dos confrontos.

cumprir corrigir erros e retificar rumos, aquelas para dar-nos o encanto de viver.

Os dois volumes trazem o curso e tam

Partimos, pois, certos de (|ue o mundo de nossos dias e um mundo difícil, cm

bém o entendimento do material coleantt; c áspero da Economia. Homem

que os valores morais estão sendo fre

do seu tempo, humanista, o professor Aldc Sampaio articula a Economia, ciên

qüentemente postergados. .Mas conti nuamos a crer nêles, confiamos nêles e

no seu triunfo, a despeito de tudo.

cia eminentemente luimana, característi

Acreditamos que sôlire eles é que de

minou com os seus processos de acomo

ca e congênita ao homem que a deter

dação em sociedade, ás atividades inte

vemos construir a nossa nacionalidade.

Esperamos que forças não nos falta rão para sermos fiéis aos ideais que aqui, proclamamos e que serão o norte de

lectuais num plano siste mático c di.sciplinar, .so

ciologia, antropologia cul

nossa vida.

tural

finança, história,

filosofia, inalcmáticu, po lítica.

Todo ambiente econô mico á uma formação so

[í .rr-

Como o homem,

cou os ritmos da liomena-

gcni cjue devia prestar a

& ■ :■ • V-

b. '

cial

criado por Deus, modifi

•1- .:

Divindade, estabelecen do lima interdependência, a Economia, criada pelo homem, modifica-o, dan do-lhe limites e áreas à

sua atividade.

O Professor Alde Sam

paio, sociólogo, inicia sua aula, uma ver

dadeira Aula Regia, com a Sociedade como Ambiente Econômico, aula que

abriria cursos

gerais em Salamanca,

Coimbra, O.xford ou Harvard. Certo con tinua a e\ocar e fi.xar, com documenta

ção enidita em que a lógica é a melhor peça dc convicção, a marcha ascenden te da Economia em relação ao desenvohimcnto do esforço humano em gru

po. É a troca, o intercâmbio que faz nascer o Valor e anuncia a Moeda e

com ela a avaliação natural dos Preços no curso econômico. Comércio interior

(com as páginas magníficas sôbrc Renda

c Crédito). Fenômenos Monetíirios, com

as aulas ótimas sôbrc Circulação, Políti ca Monetária, com os fenômenos do cur so, Comércio Intcniacional com a e.vposição de todos os aspectos, até uma e.\ce-

lentc monografia sobre Câmbio. No 11.*^ tòrao, o prol Alde Sampaio estuda a

Repartição da Renda Social, renda, ré ditos, distribuição, críti

cas, escolas.

Uma das

secções magníficas, aque

la em que o Professor é crítico irrespondível é a

Interferência (Io -poder

político na repartição das^ rendas, ou ainda o exa me da Economia Dirigi

da, a orientação total do Estado na produção e circulação de riquezas. Estuda, comparativamen

te, credenciado por am

plo lastro de informação, as economias democrático-liberalistas e a econo-


UICKSTO

mia. da Rússia Soviética. Desde a hie

rarquia econômica, remuncravão dos agentes de produ<,-ão, juros, renda da ter ra, salários, reparti(,ão patrimonial, até a questão suprema do enriquecimento so

cial c da acumulação das riquezas, fina

tCONOXnCO

Na bibliografia das ciências cconónjjcas, o livro do prof. Alde Sampaio será indispensável, fonte natural de eonsulla, de reavivamento e de infonnação. Ê un) livro de técnico mas sem que a for

Banco

Mercantil Paulo S. A.

Endereço Telegráfico: "MERCAPAULO"

lidade instintiva do homem, iniciada com

ma SC mecanizasse e o vocalmiário so

CAPITAL Cr$ 75 000 000,00 — RESERVAS Cr$ 52 500 000,00

a primeira reser\'a de utilidades num re

canto da caverna, o prof. Aidc Sampaio

fresse a glaeificação caledrática. Os dois tomos positivam nm curso integral

Correspondentes nas principais praças do pais e do exterior

realiza, ainda neste setor, outro curso

de Economia, na amplitude univcrsalis-

universitário com a clareza, agilidade c

ta, mas sentimos no professor o encan

precisão de um "Short Curse".

to do timbre brasileiro...

OPERAÇÕES BANCÁRIAS EM GERAL Depósitos a prazo tixo e de prévio aviso Depósitos em Contas Correntes de movimento.

Cofres particulares de aluguel na CASA FORTE. MATRIZ — SÃO PAULO PRÉDIO

G A ST Ã O

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