DIGESTO ECONÔMICO, número 81, agosto 1951

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DIGESTO

ECONOMICO

não devem faltar os aparelhos sanitários

SOB os flusHicios DO ASSOCIAÇÃO COMERCIAI DE SÃO PAULO

SOUZA NOSCHESE

t 00 FEDERAÇÃO DO COMERCIO DO ESTADO DE SAO PAULO

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Elogio fúnobro da Conslilulção de 91 — A. C. dc Sallcs Júnior

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Obscuridados das teorias monetárias — Djacir Menezes Rccupornçõo do mercado cafoeiro europeu — Geraldo O. Banaskiwitz

88* 42'

Amaro Cavalcanti o a negação do comércio — Dorival T. Vieira

46]

O Brasil e sou desenvolvimento econômico — Pandiá Calógeras

51"

Moedas, salários, preços — Aldo M. Azevedo

67J

Quotas — prioridades — transportes — Aldo B. Franco O petróleo e a democratização do capital — Orozimbo Roxo Loureiro

71* 7®

Rubiao Júnior — Altino Arantes

8^

■Fernando Lôbo — Afonso Pena Júnior O problema das sôcas do Nordeste — Juvenal Lamartine

8® 88t

Rua Marconi. 28 - Tel. 4'8876 - São Paulo

A Produção não diminuiu: distanciou-se — J. Testa Arcas do natalidade o de mortalidade infantil — Guerreiro Ramos

soe. AN. COMÉBCÍO E INOÜSTAMS

Novos Planos (V) — Nelson Wcrneck Sodré Causas locais da revolução farroupilha — J. P. Coelho de Souza

SOUZA NOSCHESE Soo Paulo - Molris: Rua lulio Ribolro, 24i}-ToL9-n64 • C.Poalol.920

OURA8ILIOAOI

v-S

A ação política das Universidades — Cândido Mota Filho

O primeiro orçamento brasileiro do século — Otto Prazeres

A habitabilidade dos trópicos — Pimentel Gomes , Notas sôbro o mercado negro do câmbio — Mircea Buescu

flUal*: R- Oriani». 4S7'TaL 9-S}S4«S.Podío >111009 Pntoa. 138 «TaL USS SoDIoi HEPBESENTANTES:

7'

A criso do enxofro o seus rcmódios — S. Froes de Abreu Clima do ausíoridado — Roberto Pinto do Sousa

LINHAS RíKFCITAl

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81

AGOSTO

DE

1S51

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nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de Cr$ 5,00.

Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 50,00 anuais.

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produtos para amaciamento nESENGORDURAIMENTO

TINGIMENTO

acabamento, ETC.

Agenle geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA

Avenida Presidente Vargas, 502, 19.o andar

c *

Rio de Janeiro

Alagoas: Manoel Espíndola, Praça Pe dro n. 49, Maceió.

Amazonas: Agência Freitas, Rua Joa quim Sarmento, 29, Manaus.

Bahia:

Alfredo J. de Souza & Cia.,

R. Saldanha da Gama, 6, Salvador.

Cea^: J. Alaor de Albuquerque & Cia. Praça do Ferreira, 621, Fortaleza. Erpírlío Sanlo: Viuva Copolilo & Fi lhos. Rua Jerônimo Monteiro, 361, Vitória.

Paraná: J. Ghlaffnono, Rua 15 do No

ROD.ÁGENES

vembro, 423, Curitiba.

Pernambuco:

Fernando

Maranhão:

Livraria Universal, Rua

HIDROSSULPITOS

Chlnaglla,

Recife.

Piauí: Cláudio M. Tote, Teresina. Rio do Janeiro: Fernando Chlnaglia, Av. Presidente

Vargas, 502, 19.o

andar.

Rio Grande do Norte: Luís Homflo, Avenida Tavares Lira 48, Natal.

João Lisboa, 114, São Luiz.

Rua do Imperador, 221, 3.o andar.

Goiás: João Manarlno, Rua Setenta A, Goiânia.

ls;.\PllTANILTDS — BASES — SAIS — CORANTES

Rio Grande do Sul: Sòmente para Por to Alegre: Oetnvio Sagebin, Rua 7 do Solombro, 780, Porto Alegre.

CORANTES AO CROMO E "INDIGOSOIS" PARA TINTURARIA E ESTAMPARIA

Para locais fora de Pôrto Alegre; Fernando Chinaglla, R. de Janeiro.

Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro &

Cia., Pça. da República, 20. Cuiabá.

Santa Catarina: Pedro Xavier & Cia.,

Rua Felipe Schmidt, O, Fiorlanóp.

Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso,

Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.

São Paulo: A Intelectual. Ltda., Via

duto Santa Efigônia, 281, S. Paulo.

Pará: Albano H. Martins & Cia., Tra vessa Campos Sales, 85/89, Belém.

Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua

Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba

Território do Acre: Dlógenes de Oli

rão do Triunfo, 510-A, João Pessoa.

representações para o brasil DE

João Pessoa, 137, Aracaju. veira, Rio Branco. «Ufl roNS SAOíiVft. 16.RIO DE JÍNEIRO

R. CEL.«. BABREfO WOHCUBQ.«OS CURlTIBi

S&o PtlUO • RUK H»TII BUBCHARD. 60R


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COM a

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Borrocha

Escritório

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dos pela combustão condensam-se nas

PROTEIA O MOTOR DE SEU CARRO. Ao mudar o óleo. mando encher o corter com

paredes dos cilindros. Iniciando a cor rosão do metal. Para evitar as causas

do corrosão, use SHELL X-IOO MOTOR OIL

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cujos aditivos neutralizam a ação dos ácidos da combustão e fazem o óleo

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espalhar-se melhor, formando uma Una camada que protege as partes metá

licas. Quando seu carro para, SHEU X-100 exerce a sua acâo protetora con tra a conosâo.

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Banco Brasileiro díe Descontos/ S/A SÉDE: Rua Álvares Perücado, 164 a 180 — São Paulo CAPITAL E RESERVAS CrS MO.000.000.00 lancete realizado em 30 de Junho de 1951, compreendendo as operações

TANTO QUANTO A

da Matriz e das Agencias marginadas. CONSELHO CONSULTIVO

CeL AlbiPO Alve» da Cruz Sobrinho

Cd. João Pedro do Corvolho Júnior

Anicnio fampolo Ferraz

Luiz Duarto Silva

Alaliba J. Pompoo do Amaral

Olavo A. Ferraz Oswaido Pereira do Sarros

Dr. Camilo Gavião do Souza Nove*

o o

César dc Almeida Francis do Souza Dantas Forbos Francisco de Paula Leite Sobrinho

Raul

Henrique Schicfíerdeckor

Sebastião Alcixo do Silva

Pedro Ddamaro São

Paulo

Arruda

... as Agências do

BANCO NACIONAL IMOIlILlAlUO S.A.,

ATIVO

estão organizadas para atender aos nossos clientes

Caixa e Bancos Títulos Descontados

501.211.920,50 1.027.810.190,10

Agências

em todas as operações bancárias, bem como nos

494.435.578,80

Correspondentes

94.348.309,30

Outros Créditos

37.329.484.30

Apólices e Obrigações Federais

30.078.120,00

Imóveis e Móveis

84.733.818,50

Contas de Resultados Contas Compensadas

—,— 1.101.634.415,50

Total

3.972.187.900,00

demais serviços que fizeram! do BNI uma instituição para servir o público. AGÊNCIA PAULA SOUZA:

Run Paula Soiisn. (32 - Telefone, 34-4952 AGÊNCIA PINHEIROS:

Rua Teodoro Sampaio, 2347 - Tel. 8-1(304 AGÊNCIA DO BRAZ:

Av. Rangel Festnna, 2121 - Telefone, 9-7700 AGÊNCIA PARAÍSO:

Rua

Paraíso,

PASSIVO

915

Telefone.

31-3234

AGÊNCIA JABAQUARA

Av. Jnbaquara. 812 — Telefono. 70-2932 AGÊNCIA SAO JOÃO

Capital e Reservas

Avenida São João, 1183 - Telefone, 52-8327

140.000.000,00

Depósiios Agências Correspondentes Ordens de Pagamentos e Outros Créditos

2.148.443.492,20 514.299.794,20 11.719.054,10 16.509.000,50

Contas de Resultados

39.521.549,50

Contas Compensadas

1.101.634.415,50

Total

3.972.187.900,00

AGÊNCIA PENHA:

r

Rua da Penha, 371

Telefone, 9-0273

AGÊNCIA N.o 8

Avenida

São

João, 2176 — Tel. 52-7064

AGÊNCIA TATUAPÊ

Avenida

Celso

Garcia, 3700

'V

São Paulo, 2 de Julho de 1951 a) Dr. J. Cunha Júnior - Diretor Presidente; a) Galdino Alfredo de Almei

da Júnior - Diretor Vice-Presídente; a) Amador Aguiar - Diretor Superin tendente; a),Donaio Francisco Sassi - Diretor Gerente; a) Luiz Silveira Diretor Adjunto; a) Laudo Natél - Diretor Adjunto.

Baitco Nacional Imobiliário S.A. (Filiado ao Sindicato dos Corretores de Imóveis)

SEDE CENTRAL: Rua Álvares Penteado,72 — Telefone: 33-2184 Arco-Artusl

a) José Faria Basilio - Contador (C. R. C. n.o 3.094)

3418

/


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Paraíso,

PASSIVO

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São

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São Paulo, 2 de Julho de 1951 a) Dr. J. Cunha Júnior - Diretor Presidente; a) Galdino Alfredo de Almei

da Júnior - Diretor Vice-Presídente; a) Amador Aguiar - Diretor Superin tendente; a),Donaio Francisco Sassi - Diretor Gerente; a) Luiz Silveira Diretor Adjunto; a) Laudo Natél - Diretor Adjunto.

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a) José Faria Basilio - Contador (C. R. C. n.o 3.094)

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DIKGSTO ECOltliHICC I IUII08 IM üííílCIW W* rHIRIlâ BliJ*

í

fubficedo iob ai «wipic/of de

eSSOCIACÍO COMERCIALDE SlO PtULI FEDERAClO DO COMERCIO DO

A. C. üK S.\i-LEs li'Nion A

Constituição de 24 dc fevereiro de 18P1, eripida pelos fundado res do rcírimem rcpublictino, varreu-a

ESTADO DE SlO PAULO

um dia violento vendaval.

O llij^esto E<?oiiómÍ4Mr publicará no pró.xiino número:

dririas, numa intermitência de irravos

ainda vigente, uma constituição de

O

perturbações, que embora ospa.^ímódit^a.s, SC revelaram precursoras de um niovimento de grrande amplitude, a

como o governo da maioria; ora, o vegimem instituído é o das minorias.

Diretor superlntcndenlo: Diretor:

O DIgesto Econômico, órgão do jnformaçoe.s econômicas e financei

ras, é publicado mensalmente pela Editora Comercial Ltda.

IMíOlíLKMA

DO

PETHOLI-O

-

Krancisco Prc-stcs Maia.

A direção não se responsabiliza

pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem peJos

PEHSPECTIVAS

ECONÔMICAS

Roberto Pinto dc Sousa.

nados.

NOTAS SüüRE PROBLEMAS ACUL-

TURATIVOS — Djacir Menezes. Na transcrição de artigos pede-se citar o nome do D i gesto iifíck Sodró.

Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras. ASSINATURAS: Digesio Econômico

Ano (simples)

Cr$ 50,00

(registrado)

Cr$ 58.00

Número do mês

Cr? 5.00

Atrasado:

CrS

8.00

Redação e Administração: Rua Boa Vista, 51

9,o andar

Telefone: 33-1112 — Ramal 19

Caixa Postal/ 8240 São Paulo

.4

Não se pode, tampouco, chamar a

Constituição de 194ü, por milagre mocrática.

A democracia define-se

desenhar-se claro no horizonte. I^Ias

Minorias são os partidos, que pulve rizam a vontade da nação, além de dissolver em âmbito federal colégios

assim, que se lançava em nome dela,

eleitorais até de vereadores a insig

e por defendê-la contra corruptelas

nificantes municipalidades sertanejas,

o bastardias, o envito a um combate, que mal ocultava rivalidades de fac ções, senão de indivíduos. A verda

lizmente, na frase dc Rui Barbosa,

de é que o edifício constitucional NOVOS PLANOS (VI) - Nelson Wer-

da ao pescoço, para que a esticassem.

a refrog:a não envolvia a Constituição, que se mantinha à parte, ilc.sa; tanto

-

conceitos emitidos em artigos assi

Econômico.

interrupção. Custa crer houvesse essa declaração causado tanto espan to. sobretudo aos que ataram a cor

zia prevê-lo. Corto, desde a comemo ração do centenário da no.^sa inde pendência política, acirraram-sc, por infeliz coincidência, as lutas parti-

Martim Affonso Xavier da SUvcirn

Antonlo Goníijo de Carvalho

Nada fa

nas formal de uma ditadura, que des de quatro anos já existia de fato, sem

para horror do senso comum, infe "o menos comum de todos os sensos".

aluiu, e nenhum outro até hoje se

E por cúmulo, é ainda a minoria que elege o Presidente da República, caso

construiu, em condições de ocupar-lhe

talvez único na história do direito

condignamente o lugar.

constitucional. Quanto à administra-" ção financeira da União e dos Esta

Tudo frágil e efêmero. A Consti tuição de 1934, extraída a forccps, não merecia sequer êsse nome, simples contubérnio, em que se resumiu, da democracia com o totalitarismo, me

tária dos Estados é confinada princi

diante a eleição pelo Congresso, pre viamente assegurada, do presidente

signações, de sorte que, para ocorrer

da República, a representação classista, imitada do corporativismo fas cista; a lei e o tribunal de segurança nacional, monstruosa aberração jurí dica; o absurdo do estado de guerra em plena paz, votado pelo poder le gislativo; enfim, tôdas as dádivas e abdicações, que conduziriam lógica e necessariamente à proclamação ape

dos, dificilmente se conceberiam dis

posições mais esdrúxulas que as ins critas no texto atual.

A área tribu

palmente ao imposto de vendas e con ao aumento crescente da despesa pú blica, não há outro recurso senão

agravar-lhe as taxas ao infinito, já que a deslocação do ônus fiscal para novo campo, fora daquela limitação, reverterá na razão de vinte por cento em favor da União, e na de quarenta por cento em proveito dos municípios,

sem apelo das necessidades orçamen-


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DIKGSTO ECOltliHICC I IUII08 IM üííílCIW W* rHIRIlâ BliJ*

í

fubficedo iob ai «wipic/of de

eSSOCIACÍO COMERCIALDE SlO PtULI FEDERAClO DO COMERCIO DO

A. C. üK S.\i-LEs li'Nion A

Constituição de 24 dc fevereiro de 18P1, eripida pelos fundado res do rcírimem rcpublictino, varreu-a

ESTADO DE SlO PAULO

um dia violento vendaval.

O llij^esto E<?oiiómÍ4Mr publicará no pró.xiino número:

dririas, numa intermitência de irravos

ainda vigente, uma constituição de

O

perturbações, que embora ospa.^ímódit^a.s, SC revelaram precursoras de um niovimento de grrande amplitude, a

como o governo da maioria; ora, o vegimem instituído é o das minorias.

Diretor superlntcndenlo: Diretor:

O DIgesto Econômico, órgão do jnformaçoe.s econômicas e financei

ras, é publicado mensalmente pela Editora Comercial Ltda.

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PETHOLI-O

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Krancisco Prc-stcs Maia.

A direção não se responsabiliza

pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem peJos

PEHSPECTIVAS

ECONÔMICAS

Roberto Pinto dc Sousa.

nados.

NOTAS SüüRE PROBLEMAS ACUL-

TURATIVOS — Djacir Menezes. Na transcrição de artigos pede-se citar o nome do D i gesto iifíck Sodró.

Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras. ASSINATURAS: Digesio Econômico

Ano (simples)

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Redação e Administração: Rua Boa Vista, 51

9,o andar

Telefone: 33-1112 — Ramal 19

Caixa Postal/ 8240 São Paulo

.4

Não se pode, tampouco, chamar a

Constituição de 194ü, por milagre mocrática.

A democracia define-se

desenhar-se claro no horizonte. I^Ias

Minorias são os partidos, que pulve rizam a vontade da nação, além de dissolver em âmbito federal colégios

assim, que se lançava em nome dela,

eleitorais até de vereadores a insig

e por defendê-la contra corruptelas

nificantes municipalidades sertanejas,

o bastardias, o envito a um combate, que mal ocultava rivalidades de fac ções, senão de indivíduos. A verda

lizmente, na frase dc Rui Barbosa,

de é que o edifício constitucional NOVOS PLANOS (VI) - Nelson Wer-

da ao pescoço, para que a esticassem.

a refrog:a não envolvia a Constituição, que se mantinha à parte, ilc.sa; tanto

-

conceitos emitidos em artigos assi

Econômico.

interrupção. Custa crer houvesse essa declaração causado tanto espan to. sobretudo aos que ataram a cor

zia prevê-lo. Corto, desde a comemo ração do centenário da no.^sa inde pendência política, acirraram-sc, por infeliz coincidência, as lutas parti-

Martim Affonso Xavier da SUvcirn

Antonlo Goníijo de Carvalho

Nada fa

nas formal de uma ditadura, que des de quatro anos já existia de fato, sem

para horror do senso comum, infe "o menos comum de todos os sensos".

aluiu, e nenhum outro até hoje se

E por cúmulo, é ainda a minoria que elege o Presidente da República, caso

construiu, em condições de ocupar-lhe

talvez único na história do direito

condignamente o lugar.

constitucional. Quanto à administra-" ção financeira da União e dos Esta

Tudo frágil e efêmero. A Consti tuição de 1934, extraída a forccps, não merecia sequer êsse nome, simples contubérnio, em que se resumiu, da democracia com o totalitarismo, me

tária dos Estados é confinada princi

diante a eleição pelo Congresso, pre viamente assegurada, do presidente

signações, de sorte que, para ocorrer

da República, a representação classista, imitada do corporativismo fas cista; a lei e o tribunal de segurança nacional, monstruosa aberração jurí dica; o absurdo do estado de guerra em plena paz, votado pelo poder le gislativo; enfim, tôdas as dádivas e abdicações, que conduziriam lógica e necessariamente à proclamação ape

dos, dificilmente se conceberiam dis

posições mais esdrúxulas que as ins critas no texto atual.

A área tribu

palmente ao imposto de vendas e con ao aumento crescente da despesa pú blica, não há outro recurso senão

agravar-lhe as taxas ao infinito, já que a deslocação do ônus fiscal para novo campo, fora daquela limitação, reverterá na razão de vinte por cento em favor da União, e na de quarenta por cento em proveito dos municípios,

sem apelo das necessidades orçamen-


.a ULH|Jipi(|lllLJ 1^. Dicesto EcONÓktICO Dic£sto Econômico

8

mo num espetáculo de feira... Orga

tárías dessas entidades, raas com írra-

imediato respeito e admiração, pelo

devem dar essa impressão. A apa rência do perenidade ó que tornava

vame certo e injusto para o contri

só deslumbramento da sua pcr.spcc-

imponente a Constituição de 91. Em

mas, não de governo, mas de exacer-

buinte e o erário do Estado, que lan

tiva monumental.

consorvar-lhe êsso pre.stigio consis

bamonto de sensações, imitadas do

ça mão dêssc recurso. Do mesmo mo do, deverá a União partilhar com os

quitetônica, a.ssente em sididas, lar

tiu todo o esforço dos fundadores do

cinema. Residia nessa ficção a famo

regimem, adversário.s intransigentes

sa "realidade brasileira".

municípios o imposto de renda, por

gas bases quadrangulaivs, exprimia, pela regularidade o harmonia de suas

natureza

linhas, a unidade do pen.«ament<i po

do in*c(iuieto espirito reformista; não por superstição, diante de \im tabu, mas j)or evitar o arrasamento do ba luarte da República, c impedir frinchas que, embora mínimas, acaba riam, como acontece à própria rocHa,

Tudo sob pretexto de que, inaugu rada com este século a idade nova, tormentosa, da Guerra e da Técnica, caducaram os legados, vindos de ou tra era, ainda que próxima, transfor

em fratura estrondosa, precipitando no vácuo as nossas instituições demo

simples transcurso de ontem para ho je. Sim; diferentes se deparam as circunstâncias, que ora envolvem a

eminentemente

nacional,

tanto pela exigência de uniformidade

Tòda n t>bra ar

lítico, que a conccb(M-a e executara.

absoluta, como pela amplitude da ba

A simplicidade das disposições con-

se. O que se observa, pois, é comple

ci.sas e lapidares, que lhe conden.sa-

ta confusão de órbitas de competên

vam

cia, em derrogação aos cânones fun

o interior das catedrais góticas, com

damentais do regimem federativo, e

a.s ogivas lançadas como flechas para

às próprias regras de direito finan

o alto, numa perene invocação divina,

ceiro. O esmiuçamento, nesse terre

ungida de fé e religiosidade. Poniue

no, levaria longe; não obstante, veri ficou-se melhoria apreciável, em confi-onto com a constituição classista

anterior, od us^im delpJiiui; vêem-se, pelo menos, escudadas as

liberdades públicas essen

ciais.

Talvez por pouco

tempo...

E' que as leis

fundamentais não infun

dem mais confiança, generalizando-se a suspeita de que a todo momento, tê

o

pensamento, paiecia imitar

desde remota antigüidade, entre to

dos os povos, as leis sempre se impu seram revestidas de caráter sagra do — leis divinas e humanas, diviiui-

rum (itquc liumanarum (di

cráticas. Tal a sensação produzida pelo abalo de 1930. Segundo uma

frase insuspeita, que na época fez carreira, transformou-se de súbito o país "num deserto de homens e de idéias".

E era sobre a inconsistên

o sacerdote foi também o

cia, a aridez e a melancolia dessas areias ressequidas que se deveria reconstruir politicamente a nação. Chegara a vez de vituperar a Cons tituição republicana, tachando-a de exótica e obsoleta, em repetição a

ziam os jurisconsultos ro

manos), ficção indispen sável à obediência c sub

missão geral.

Por isso,

primeiro legislador. Quan

um fraseado de zoilos, espessamente

nues farrapos de papel, podem ser rasgadas e pos tas no cesto. Desconfiança

do as leis não se abstraem

ignorantes das matérias, que se aven

na mística das crenças pu ras, quando não se espi

turavam a criticar. Nunca se falou tanto de uma "realidade brasileira",

ritualizam, quando

que não deixa de concor

emanam de convicções pro

como essa, que surgiu de repente, fo ra de toda perceptibilidade tátil, cria

rer, como fator psicológi co, para que assim, de fato, aconteça, como a coisa mais natural deste

mundo. Nesta fase, em que vivemos, de instabilidade e insegurança, cabe repetir a anedota daquele que, pro curando em Paris, nos tempos revo lucionários, um exemplar da Cons tituição, indagou-íhe, a sério, o li vreiro qual delas preferia, tantas as de que Siéyès se fizera autor fecun do...

Não era o que se dava com o esta

tuto de 24 de fevereiro, a despertar

não

fundas, quando não se es crevem antes na consciência dos po

nizavam-se programas sobro progra

mado em

centúrias de

distância

o

vida da humanidade; imprevistas for mas de ação surdiram; transmudaram-se os modos de ser do indivíduo

e da sociedade; transformou-se o panorama do mundo; tudo são ma ravilhas; a metamorfose é fantásti

ca... Mas, quid iudc? Será que, em conseqüência, não têm mais préstimo as vetustas cartas de liberdade

política, arrancadas, não raro com sangue, para dignificar e elevar a

condição humana ? Ou se tornaram ainda mais necessárias, diante de pei-igos maiores? Se se permitisse dú vida a respeito, não veríamos manterem-se, como as velhas árvores, tanto mais majestosas quanto mais

antigas, as constituições liberais ain da plenamente vigentes, por notável

vos, quando não obrigam por sua própria autoridade, como imperati

ção cerobrina, de sentido esotérico, em nome da qual se impingiram ã nação precisamente estrangeiros mé todos, códigos e práticas políticas.

coincidência, nos países que recebe ram de frente o choque dos conflitos

vos morais, não são leis, não mere

E, sob color de modernismo, passa

internacionais. Tal o caso dos Esta

cem respeito; são monstruosidades, profanações, ultrajes ao Céu. Exem plo: as constituições tiranias, que de

mos a sofrer a experiência dos piores modelos europeus, ainda assim gros

dos Unidos e da Inglaterra.

gradam o homem, ao contrário das

va-se no espírito público a frívola preocupação da moda, a fim de o

alteração, mas à preservação do es pírito republicano da Constituição,

manter constantemente em suspenso,

para ficar explícito o que sempre se conservou implícito, e religiosamente

constituições democráticas, que lhe sublimam o sentimento de dignidade pessoal. Na verdade, não são eternas as leis

humanas; mas, para que subsistam,

seiramente caricaturados.

Excita

à espera de outras novidades, sempre ilusórias, com que se especulava, co

Ali, a ;

única emenda constitucional, de que ultimamente se cogitou, não visa à

observado através de longa tradição,"


.a ULH|Jipi(|lllLJ 1^. Dicesto EcONÓktICO Dic£sto Econômico

8

mo num espetáculo de feira... Orga

tárías dessas entidades, raas com írra-

imediato respeito e admiração, pelo

devem dar essa impressão. A apa rência do perenidade ó que tornava

vame certo e injusto para o contri

só deslumbramento da sua pcr.spcc-

imponente a Constituição de 91. Em

mas, não de governo, mas de exacer-

buinte e o erário do Estado, que lan

tiva monumental.

consorvar-lhe êsso pre.stigio consis

bamonto de sensações, imitadas do

ça mão dêssc recurso. Do mesmo mo do, deverá a União partilhar com os

quitetônica, a.ssente em sididas, lar

tiu todo o esforço dos fundadores do

cinema. Residia nessa ficção a famo

regimem, adversário.s intransigentes

sa "realidade brasileira".

municípios o imposto de renda, por

gas bases quadrangulaivs, exprimia, pela regularidade o harmonia de suas

natureza

linhas, a unidade do pen.«ament<i po

do in*c(iuieto espirito reformista; não por superstição, diante de \im tabu, mas j)or evitar o arrasamento do ba luarte da República, c impedir frinchas que, embora mínimas, acaba riam, como acontece à própria rocHa,

Tudo sob pretexto de que, inaugu rada com este século a idade nova, tormentosa, da Guerra e da Técnica, caducaram os legados, vindos de ou tra era, ainda que próxima, transfor

em fratura estrondosa, precipitando no vácuo as nossas instituições demo

simples transcurso de ontem para ho je. Sim; diferentes se deparam as circunstâncias, que ora envolvem a

eminentemente

nacional,

tanto pela exigência de uniformidade

Tòda n t>bra ar

lítico, que a conccb(M-a e executara.

absoluta, como pela amplitude da ba

A simplicidade das disposições con-

se. O que se observa, pois, é comple

ci.sas e lapidares, que lhe conden.sa-

ta confusão de órbitas de competên

vam

cia, em derrogação aos cânones fun

o interior das catedrais góticas, com

damentais do regimem federativo, e

a.s ogivas lançadas como flechas para

às próprias regras de direito finan

o alto, numa perene invocação divina,

ceiro. O esmiuçamento, nesse terre

ungida de fé e religiosidade. Poniue

no, levaria longe; não obstante, veri ficou-se melhoria apreciável, em confi-onto com a constituição classista

anterior, od us^im delpJiiui; vêem-se, pelo menos, escudadas as

liberdades públicas essen

ciais.

Talvez por pouco

tempo...

E' que as leis

fundamentais não infun

dem mais confiança, generalizando-se a suspeita de que a todo momento, tê

o

pensamento, paiecia imitar

desde remota antigüidade, entre to

dos os povos, as leis sempre se impu seram revestidas de caráter sagra do — leis divinas e humanas, diviiui-

rum (itquc liumanarum (di

cráticas. Tal a sensação produzida pelo abalo de 1930. Segundo uma

frase insuspeita, que na época fez carreira, transformou-se de súbito o país "num deserto de homens e de idéias".

E era sobre a inconsistên

o sacerdote foi também o

cia, a aridez e a melancolia dessas areias ressequidas que se deveria reconstruir politicamente a nação. Chegara a vez de vituperar a Cons tituição republicana, tachando-a de exótica e obsoleta, em repetição a

ziam os jurisconsultos ro

manos), ficção indispen sável à obediência c sub

missão geral.

Por isso,

primeiro legislador. Quan

um fraseado de zoilos, espessamente

nues farrapos de papel, podem ser rasgadas e pos tas no cesto. Desconfiança

do as leis não se abstraem

ignorantes das matérias, que se aven

na mística das crenças pu ras, quando não se espi

turavam a criticar. Nunca se falou tanto de uma "realidade brasileira",

ritualizam, quando

que não deixa de concor

emanam de convicções pro

como essa, que surgiu de repente, fo ra de toda perceptibilidade tátil, cria

rer, como fator psicológi co, para que assim, de fato, aconteça, como a coisa mais natural deste

mundo. Nesta fase, em que vivemos, de instabilidade e insegurança, cabe repetir a anedota daquele que, pro curando em Paris, nos tempos revo lucionários, um exemplar da Cons tituição, indagou-íhe, a sério, o li vreiro qual delas preferia, tantas as de que Siéyès se fizera autor fecun do...

Não era o que se dava com o esta

tuto de 24 de fevereiro, a despertar

não

fundas, quando não se es crevem antes na consciência dos po

nizavam-se programas sobro progra

mado em

centúrias de

distância

o

vida da humanidade; imprevistas for mas de ação surdiram; transmudaram-se os modos de ser do indivíduo

e da sociedade; transformou-se o panorama do mundo; tudo são ma ravilhas; a metamorfose é fantásti

ca... Mas, quid iudc? Será que, em conseqüência, não têm mais préstimo as vetustas cartas de liberdade

política, arrancadas, não raro com sangue, para dignificar e elevar a

condição humana ? Ou se tornaram ainda mais necessárias, diante de pei-igos maiores? Se se permitisse dú vida a respeito, não veríamos manterem-se, como as velhas árvores, tanto mais majestosas quanto mais

antigas, as constituições liberais ain da plenamente vigentes, por notável

vos, quando não obrigam por sua própria autoridade, como imperati

ção cerobrina, de sentido esotérico, em nome da qual se impingiram ã nação precisamente estrangeiros mé todos, códigos e práticas políticas.

coincidência, nos países que recebe ram de frente o choque dos conflitos

vos morais, não são leis, não mere

E, sob color de modernismo, passa

internacionais. Tal o caso dos Esta

cem respeito; são monstruosidades, profanações, ultrajes ao Céu. Exem plo: as constituições tiranias, que de

mos a sofrer a experiência dos piores modelos europeus, ainda assim gros

dos Unidos e da Inglaterra.

gradam o homem, ao contrário das

va-se no espírito público a frívola preocupação da moda, a fim de o

alteração, mas à preservação do es pírito republicano da Constituição,

manter constantemente em suspenso,

para ficar explícito o que sempre se conservou implícito, e religiosamente

constituições democráticas, que lhe sublimam o sentimento de dignidade pessoal. Na verdade, não são eternas as leis

humanas; mas, para que subsistam,

seiramente caricaturados.

Excita

à espera de outras novidades, sempre ilusórias, com que se especulava, co

Ali, a ;

única emenda constitucional, de que ultimamente se cogitou, não visa à

observado através de longa tradição,"


.11

Dicesto EcoNÓ>ncx)

10

dêsde o exemplo de Washm^on: a impossibilidade de um presidente per petuar-se no poder, mediante sucessi vas e indefinidas reeleições, como,

com os novos tempos, tende a tor nar-se reí?ra, consectário inevitável

Para Black ("Amcrican Constitucio

nal Law"), duas únicas idéias fun

damentais implica uma cfmsiiluição democrática; uma é a organização da forma republicana de governo; e ou

tra, a garantia das liberdades públi

de todos os abusos, uma vez pratica

cas.

do o primeiro. E no que toca à In glaterra, basta lembrar a a.scensão

cabem tódas as soluções verdadeira

dos trabalhistas, emergidos de humil

des classes para as eminências do po

mas de interesse público. Fôra ab surdo, senão caviloso, supor obstácu

der, com o mesmo ritual litúrgico, as

los a uma vontade dirigida nesse sen

' mesmas anteriores leis políticas, a

mesma autoridade dos precedentes, • as mesmas instituições feudais

Realeza, Lordes e Comuns, como se

Na largueza dc.ssas norma.s,

mente democráticas para os proble

tido, dentro de campo tão dilatado, e por isso mesmo tão propício. E sob éste aspecto, da propriedade e conci são do.s tôrmos, prelovava o estatuto

ainda se prolongasse, com igual es plendor, a era vitoriana... Nada se abateu; tudo está de pé. Só no Brasil, longe do teatro da

de 24 dc fevereiro como paradigma, dificilmente igualávcl no gênero: além de encerrar a mais sábia ética política, primava pela estética jurí

guerra, que apenas bordejou submarinamente as nossas praias e ensea

dica perfeita; nada, ali, era demais,

das, com fragor já amortecido, só no Brasil se deram as instituições libe rais em holocausto ao que não sofre mos... Encostou-se, por decrépita, uma constituição que mal contava

quarenta anos. E ciscando migalhas, disposições sem importância de leis

ordinárias, artigos de regulamentos, e talvez até posturas municipais, elaboraram-so constituições-congéries, onde^ as extravagâncias se divertem por esses escaninhos. Ora, existe em

direito uma definição clara, precisa, uniforme em todos os tratadistas, do que seja uma constituição política. Se recorrermos a qualquer escritor clássico, e ao acaso Dicey ("Introduction to Constitucional Law"), en contraremos dito que uma lei básica

se limita a delimitar os órgãos do po der soberano, regular-lhes as rela ções recíprocas, e determinar o modo como esse poder soberano se exerce.

nada de menos; nada que não con sistisse, estritamente, em

matéria

constitucional.

Diof:sto

Ectonóm ico

11

ra dar uma constituição a grande na ção americana, miraram, primeiro que tudo, as instituições inglesas, pa ra lhes aproveitar as lições, sem, to davia, copiá-las. "Se, sob certo pon to de vista", escreve o citado Dicey, "as diferenças do forma entre a

vez venham a se confundir: ambos

Constituição da República Americana o a da Monarquia inglesa so demons

tender-se pelo mundo, em plano hori zontal, ao inverso do totalitarismo

tram imensas, nem por isso as insti

comunista, que prefere os planos ver- ♦'

tuições dos Estados Unidos deixam de ser, no seu espírito, um desenvolvi mento gigantesco das idéias sobre as quais rei)üusam as instituições polí ticas c jui ídicas da Inglaterra '. Fo ram mais longo os faiJicrs, ao plasmar constitucionalmento o sistema fede

rativo, contingência histórica criada pela autonomia de que sempre goza

ram as ox-colônias, transformadas em Estados: — valeram-se êlcs, como se

vc do "Foderalista", dos procedentes

análogos da antigüidade grega, como

Não no reconhecem os críticos, no desmerecer a obra com a incriminação de fugir aos fatores e influências ambientes, para se adscrever aos

moldes americanos, numa adaptação artificial ao nosso meio, desprezadas as características, que lhe são pró

prias. A crítica ó inepta, principal mente no tocante ao empenho que ti veram, acaso, os constituintes repu blicanos de abeberar-se nos ensina mentos e experiência de outras na

ções, de evolução política mais adian

tada, sobretudo dos Estados Unidos, pioneiros da democracia no continen

te, e preceptores naturais dos povos co-irmãos, que ainda fazem aprendi zado do self-government. O revêsso é que deveria causar estranheza e pro vocar censura.

1

Quando os conven

cionais de Filadélfia se reuniram, pa-

a Liga Anfitiônica e a Liga Acheana. E por último, utilizaram o exemplo típico da Confederação Suíça, a qual, por sua vez, em reciprocidade, in cluiu, na sua reforma constitucional de 1848, os complementos introduzi dos pelos americanos. Escusa insistir nas referências; o método constituinte é invariavelmen

são direito das gentes, no sentido ^ amplo, que lhe davam os romanos. . Os direitos do homem não mais for- ^ mnm objeto de constituições nacionais, e sim dc pactos internacionais. Essa a marcha da democracia, a es

-

ticais, de penetração profunda em to das as camadas sociais.

De um lado

ou de outro, da democracia ou do co

munismo, o que so pretende alcançar ' é o pan, a universalização, o todo, mi ragem distante, enganosa, causa ra

mificada da dolorosa inquietação con temporânea. Até que as constituições se uniformizem, como leis dos povos e não das nações, continuarão os le-< gisladores a escrutar as motivações locais, as peculiaridades de cada gru po social, as sugestões psicológicas, as tradições históricas, geradoras de

determinada organização política. Eis o que fizeram os autores da Constituição de 91, simples acaba mento de uma obra começada com a

nacionalidade, e cujo alicerce, força é reconhecê-lo, se cimentou com a

Constituição Imperial, de 25 de março' de 1824. Não obsta a essa filiação a

te o mesmo, em toda a parte. O que releva acrescentar é que todas as modernas ideologias políticas buscam transpor os confins territoriais da soberania interna, já sob as limita ções da ordem internacional, para se totalizarem. Utopia, sem dúvida; mas a verdade é que no sonho dos idealistas inipenitentes, não vencidos pela brutalidade da política realista,^

diversidade de formas de governo, se gundo esta e aquela lei política. Nem •

o direito constitucional e o direito um

va, o ato violento da dissolução. De- . . põe um historiador estrangeiro, por-

ponto final de convergência, onde tal

tanto insuspeito (Armitage), que o ^

internacional

caminham

para

se alegue a espuriedade da última, ' por haver sido outorgada, em seguida

à dissolução da Assembléia Consti- ' tuinte de 1823, onde arderam canden-

tes paixões democráticas. Com efeito, não revestiu caráter de revide a essas

expansões sentimentais, que a posse recente da liberdade política explica


.11

Dicesto EcoNÓ>ncx)

10

dêsde o exemplo de Washm^on: a impossibilidade de um presidente per petuar-se no poder, mediante sucessi vas e indefinidas reeleições, como,

com os novos tempos, tende a tor nar-se reí?ra, consectário inevitável

Para Black ("Amcrican Constitucio

nal Law"), duas únicas idéias fun

damentais implica uma cfmsiiluição democrática; uma é a organização da forma republicana de governo; e ou

tra, a garantia das liberdades públi

de todos os abusos, uma vez pratica

cas.

do o primeiro. E no que toca à In glaterra, basta lembrar a a.scensão

cabem tódas as soluções verdadeira

dos trabalhistas, emergidos de humil

des classes para as eminências do po

mas de interesse público. Fôra ab surdo, senão caviloso, supor obstácu

der, com o mesmo ritual litúrgico, as

los a uma vontade dirigida nesse sen

' mesmas anteriores leis políticas, a

mesma autoridade dos precedentes, • as mesmas instituições feudais

Realeza, Lordes e Comuns, como se

Na largueza dc.ssas norma.s,

mente democráticas para os proble

tido, dentro de campo tão dilatado, e por isso mesmo tão propício. E sob éste aspecto, da propriedade e conci são do.s tôrmos, prelovava o estatuto

ainda se prolongasse, com igual es plendor, a era vitoriana... Nada se abateu; tudo está de pé. Só no Brasil, longe do teatro da

de 24 dc fevereiro como paradigma, dificilmente igualávcl no gênero: além de encerrar a mais sábia ética política, primava pela estética jurí

guerra, que apenas bordejou submarinamente as nossas praias e ensea

dica perfeita; nada, ali, era demais,

das, com fragor já amortecido, só no Brasil se deram as instituições libe rais em holocausto ao que não sofre mos... Encostou-se, por decrépita, uma constituição que mal contava

quarenta anos. E ciscando migalhas, disposições sem importância de leis

ordinárias, artigos de regulamentos, e talvez até posturas municipais, elaboraram-so constituições-congéries, onde^ as extravagâncias se divertem por esses escaninhos. Ora, existe em

direito uma definição clara, precisa, uniforme em todos os tratadistas, do que seja uma constituição política. Se recorrermos a qualquer escritor clássico, e ao acaso Dicey ("Introduction to Constitucional Law"), en contraremos dito que uma lei básica

se limita a delimitar os órgãos do po der soberano, regular-lhes as rela ções recíprocas, e determinar o modo como esse poder soberano se exerce.

nada de menos; nada que não con sistisse, estritamente, em

matéria

constitucional.

Diof:sto

Ectonóm ico

11

ra dar uma constituição a grande na ção americana, miraram, primeiro que tudo, as instituições inglesas, pa ra lhes aproveitar as lições, sem, to davia, copiá-las. "Se, sob certo pon to de vista", escreve o citado Dicey, "as diferenças do forma entre a

vez venham a se confundir: ambos

Constituição da República Americana o a da Monarquia inglesa so demons

tender-se pelo mundo, em plano hori zontal, ao inverso do totalitarismo

tram imensas, nem por isso as insti

comunista, que prefere os planos ver- ♦'

tuições dos Estados Unidos deixam de ser, no seu espírito, um desenvolvi mento gigantesco das idéias sobre as quais rei)üusam as instituições polí ticas c jui ídicas da Inglaterra '. Fo ram mais longo os faiJicrs, ao plasmar constitucionalmento o sistema fede

rativo, contingência histórica criada pela autonomia de que sempre goza

ram as ox-colônias, transformadas em Estados: — valeram-se êlcs, como se

vc do "Foderalista", dos procedentes

análogos da antigüidade grega, como

Não no reconhecem os críticos, no desmerecer a obra com a incriminação de fugir aos fatores e influências ambientes, para se adscrever aos

moldes americanos, numa adaptação artificial ao nosso meio, desprezadas as características, que lhe são pró

prias. A crítica ó inepta, principal mente no tocante ao empenho que ti veram, acaso, os constituintes repu blicanos de abeberar-se nos ensina mentos e experiência de outras na

ções, de evolução política mais adian

tada, sobretudo dos Estados Unidos, pioneiros da democracia no continen

te, e preceptores naturais dos povos co-irmãos, que ainda fazem aprendi zado do self-government. O revêsso é que deveria causar estranheza e pro vocar censura.

1

Quando os conven

cionais de Filadélfia se reuniram, pa-

a Liga Anfitiônica e a Liga Acheana. E por último, utilizaram o exemplo típico da Confederação Suíça, a qual, por sua vez, em reciprocidade, in cluiu, na sua reforma constitucional de 1848, os complementos introduzi dos pelos americanos. Escusa insistir nas referências; o método constituinte é invariavelmen

são direito das gentes, no sentido ^ amplo, que lhe davam os romanos. . Os direitos do homem não mais for- ^ mnm objeto de constituições nacionais, e sim dc pactos internacionais. Essa a marcha da democracia, a es

-

ticais, de penetração profunda em to das as camadas sociais.

De um lado

ou de outro, da democracia ou do co

munismo, o que so pretende alcançar ' é o pan, a universalização, o todo, mi ragem distante, enganosa, causa ra

mificada da dolorosa inquietação con temporânea. Até que as constituições se uniformizem, como leis dos povos e não das nações, continuarão os le-< gisladores a escrutar as motivações locais, as peculiaridades de cada gru po social, as sugestões psicológicas, as tradições históricas, geradoras de

determinada organização política. Eis o que fizeram os autores da Constituição de 91, simples acaba mento de uma obra começada com a

nacionalidade, e cujo alicerce, força é reconhecê-lo, se cimentou com a

Constituição Imperial, de 25 de março' de 1824. Não obsta a essa filiação a

te o mesmo, em toda a parte. O que releva acrescentar é que todas as modernas ideologias políticas buscam transpor os confins territoriais da soberania interna, já sob as limita ções da ordem internacional, para se totalizarem. Utopia, sem dúvida; mas a verdade é que no sonho dos idealistas inipenitentes, não vencidos pela brutalidade da política realista,^

diversidade de formas de governo, se gundo esta e aquela lei política. Nem •

o direito constitucional e o direito um

va, o ato violento da dissolução. De- . . põe um historiador estrangeiro, por-

ponto final de convergência, onde tal

tanto insuspeito (Armitage), que o ^

internacional

caminham

para

se alegue a espuriedade da última, ' por haver sido outorgada, em seguida

à dissolução da Assembléia Consti- ' tuinte de 1823, onde arderam canden-

tes paixões democráticas. Com efeito, não revestiu caráter de revide a essas

expansões sentimentais, que a posse recente da liberdade política explica


-Tf

vviT, ,'

Dicesto EcoNÒxaco

12

fato decorreu da oposição tenaz e facciosa movida na Assembléia pelos

Andradas, tanto mais temíveis quanto "hábeis, destemidos, sagazes, intima

orgânico na Constituição de 91. Nno há, poi.s, a bem dizer, .solução do con tinuidade, a separar os doi.s rcgimens; .senão pelo contrário, seqüência ló

timento de unidade, com a Monar

quia; na República, a federação equi libra as duas forças, conciliando a autonomia dos Estados com o prin-

cíj)io supremo da união nacional, so

mente conhecedores das formas par lamentares", o que lhes conferia o domínio absoluto do plenário. No de creto de dissolução, prometeu o Impe

gica, natural, evolução cíclica, pa.^.^iagem de um estágio a outro, (pie ncces.sàriamente o .supõe. A .Monarquia

rador "uma constituição duas vêze.s

c mesma trajetória, que se prolon

lução den-adeira e definitiva do ár duo problema político. E' a da Cons tituição de 01, solução ideal, pôsto que nem sempre a prática o dcmons-

mais liberal que a projetada pela As

gou retilínoa, na direção da Uepii-

tras.sc satisfatoriamente, cm razão dc

sembléia Constituinte".

blica. E.xerceu uma função tempo rária, mas necessária, nos primórdios da nossa vida política, quando as instituições ainda vacilavam, o a or gia demagógica podia corromper o nascente liberalismo, insi>irudor das

E era ho

mem para cumprir a promessa; brio so, cavalheiresco, capaz de atitudes

patéticas, como o grito do Ipiranga. E' evidente que, sob a égide de um

caráter assim nobre, não podia a Carta de 25 de março trair a voca ção liberal do povo, que encontrara no Príncipe Regente o paladino da sua independência. Nada mais con traditório, além de injurioso, se o

primeiro dever de todo homem digno e honrar sua palavra, e Pedro I, com

todos os defeitos que lhe irrogam, era, sem contestação, um homem dig no; jamais confiscaria deliberadamente os direitos da nação soberana.

A Constituição do Império, promul gada logo depois, assegurou a pleni tude desses direitos. Era a época das constituições liberais escritas, quan do à -península ibérica chegavam, embora amainadas e tardias, as ondas da

tempestade

revolucionária

na

liberal fincou o marco zero dc uma só

nossas leis inaugurais.

Tanto esta interpretação é verda deira, que o periodo regencial valeu por ensaio franco do govêrno repu blicano, dentro do sistema constitu

cional monárquico, cm inteiro vigor. E o Ato Adicional, do 18.34, votado por deputados eleitos com poderes constituintes, esboçou o futuro regimom federativo do pacto de 91, crian do as assembléias provinciais, e outorgando-lhes faculdades definidoras

da autonomia local. Aliás, o fenôme no federalista transcende a órbita do

direito escrito, para perder-se nas origens da nacionalidade, e inserir-se na nossa formação histórica. Para o

França, onde, em contraste, nova

notável poligrafo João Ribeiro: todo o drama da história do Brasil se

mente se instalava o reacionarismo.

enreda na luta entre as duas forças

Na Espanha e em Portugal reuniam-

contrárias, a centrípeta e a centrifu ga, o unitarismo e as liberdades lo

se as cortes, sob a influência da filo

sofia política do século XVIIL O exemplo era contagiante; o absolutismo estava morto. A submissão dos reis ao povo substituía a submissão

do povo aos reis. Êsse espírito vive, imanente, na Carta Imperial; é a lar va do princípio republicano, vital e i. , .1

■i

cais; a colônia não poderia salvar-se

sem a divisão em capitanias, regimem feudal, mas germem dessas liberda des; reage a metrópole, com o estabe lecimento de um govêrno geral; volta

repetidos erros o sofismas, o, pior do que isso, degenercscências do siste ma, como a.s oligarquias e sindicatos eleitorais, medrados à .sombra da au tonomia das unidades federadas.

Por mais que o dctraia a explora ção política intercsseira, o regiona lismo c o contraponto do nacionalis

mo, duas vozes que se correspondem: sem o amor do campanário não exis to o amor da pátria. E' o caso dos paulistas, tão caluniados como sepa ratistas. Dêlcs não se conhece ne nhuma tentativa de seccessão, como

a Confederação do Equador ou a Re

pública de Piratini, o que não seria desar, pois ambos esses movimentos deram lustre aos nossos fastos, como

manifestação de insubmisso senti mento liberal, justa rcbcldm perifé rica contra a.sfixiante pressão do cen

tro. O episódio do Amador Bueno é alegórico da lealdade do povo que

marcou os quatro pontos cardeais o

nosso imenso território, e ao^ qual, mercê da descoberta e exploração das

minas, "deve o Brasil", escreve^ OU-

veira Martins, "a rápida definição^da

sua independência", porquanto, na

riqueza do ouro encontrou a popula ção de São Paulo uma força predo minante, com que impôs a sua supre macia — como homogeneidade, como

o espírito particularista com as mi

coesão, como originalidade e autono

nas; recompõe-se toscamente o sen-

mia nacional". Dadas essas circuns

- .'.ví;».'!

13

Dicesto Econômico

tâncias, não podia surpreender a ca pacidade das administrações paulis tas, graças às franquias concedidas pela Constituição republicana, nem se

poderia exigir melhor prova da exce

lência do regimem federal ivo, por ela instituído em obséquio a velhas as pirações.

Já em 1831, havia a Câmara dos Deputados aprovado um projeto nes tes termos: "O govêrno do Império do Brasil será uma monarquia fede rativa". O Ato Adclonal deu um pas

so avançado nesse trreno, a que su

cedeu logo recuo, com a reação con

servadora de 1837, sob o lema de Bernardo de Vasconcelos:

"Regres

so é progresso". Sobreveio a letargia dos partidos, com a política da con ciliação", iniciada em 1853 pelo Mar quês do Paraná. Durant e longo tem po, a quietação foi geral. Com o ma nifesto republicano de 1870, recrudes ce o movimento com tal ímpeto, que o

federalismo serviu, por assim dizer, de alavanca à idéia nova. Afiguran-

do-se iminente a queda do trono,

tentou salvá-lo o último presidente

do Conselho, Visconde de Ouro Preto, com a iniciativa de um:i reforma po

lítica, que elidisse a República. Esfôrço baldado. A Constituição de 91, marco final do extenso percurso, na

da mais fez, portanto, que encerrar

um perseverante processo histórico, em favor das liberdade.? locais. Foi na esteira dos mesmos antece

dentes, que a nossa Magna Carta optou francamente pehi govêrno pre sidencial, mais consentuneo com o re

gimem federativo, pela concentração da autoridade suprema, erigida em base nacional: é o povo brasileiro que a constitui, sem discriminações geo

gráficas, nem partidárias, face uni-


-Tf

vviT, ,'

Dicesto EcoNÒxaco

12

fato decorreu da oposição tenaz e facciosa movida na Assembléia pelos

Andradas, tanto mais temíveis quanto "hábeis, destemidos, sagazes, intima

orgânico na Constituição de 91. Nno há, poi.s, a bem dizer, .solução do con tinuidade, a separar os doi.s rcgimens; .senão pelo contrário, seqüência ló

timento de unidade, com a Monar

quia; na República, a federação equi libra as duas forças, conciliando a autonomia dos Estados com o prin-

cíj)io supremo da união nacional, so

mente conhecedores das formas par lamentares", o que lhes conferia o domínio absoluto do plenário. No de creto de dissolução, prometeu o Impe

gica, natural, evolução cíclica, pa.^.^iagem de um estágio a outro, (pie ncces.sàriamente o .supõe. A .Monarquia

rador "uma constituição duas vêze.s

c mesma trajetória, que se prolon

lução den-adeira e definitiva do ár duo problema político. E' a da Cons tituição de 01, solução ideal, pôsto que nem sempre a prática o dcmons-

mais liberal que a projetada pela As

gou retilínoa, na direção da Uepii-

tras.sc satisfatoriamente, cm razão dc

sembléia Constituinte".

blica. E.xerceu uma função tempo rária, mas necessária, nos primórdios da nossa vida política, quando as instituições ainda vacilavam, o a or gia demagógica podia corromper o nascente liberalismo, insi>irudor das

E era ho

mem para cumprir a promessa; brio so, cavalheiresco, capaz de atitudes

patéticas, como o grito do Ipiranga. E' evidente que, sob a égide de um

caráter assim nobre, não podia a Carta de 25 de março trair a voca ção liberal do povo, que encontrara no Príncipe Regente o paladino da sua independência. Nada mais con traditório, além de injurioso, se o

primeiro dever de todo homem digno e honrar sua palavra, e Pedro I, com

todos os defeitos que lhe irrogam, era, sem contestação, um homem dig no; jamais confiscaria deliberadamente os direitos da nação soberana.

A Constituição do Império, promul gada logo depois, assegurou a pleni tude desses direitos. Era a época das constituições liberais escritas, quan do à -península ibérica chegavam, embora amainadas e tardias, as ondas da

tempestade

revolucionária

na

liberal fincou o marco zero dc uma só

nossas leis inaugurais.

Tanto esta interpretação é verda deira, que o periodo regencial valeu por ensaio franco do govêrno repu blicano, dentro do sistema constitu

cional monárquico, cm inteiro vigor. E o Ato Adicional, do 18.34, votado por deputados eleitos com poderes constituintes, esboçou o futuro regimom federativo do pacto de 91, crian do as assembléias provinciais, e outorgando-lhes faculdades definidoras

da autonomia local. Aliás, o fenôme no federalista transcende a órbita do

direito escrito, para perder-se nas origens da nacionalidade, e inserir-se na nossa formação histórica. Para o

França, onde, em contraste, nova

notável poligrafo João Ribeiro: todo o drama da história do Brasil se

mente se instalava o reacionarismo.

enreda na luta entre as duas forças

Na Espanha e em Portugal reuniam-

contrárias, a centrípeta e a centrifu ga, o unitarismo e as liberdades lo

se as cortes, sob a influência da filo

sofia política do século XVIIL O exemplo era contagiante; o absolutismo estava morto. A submissão dos reis ao povo substituía a submissão

do povo aos reis. Êsse espírito vive, imanente, na Carta Imperial; é a lar va do princípio republicano, vital e i. , .1

■i

cais; a colônia não poderia salvar-se

sem a divisão em capitanias, regimem feudal, mas germem dessas liberda des; reage a metrópole, com o estabe lecimento de um govêrno geral; volta

repetidos erros o sofismas, o, pior do que isso, degenercscências do siste ma, como a.s oligarquias e sindicatos eleitorais, medrados à .sombra da au tonomia das unidades federadas.

Por mais que o dctraia a explora ção política intercsseira, o regiona lismo c o contraponto do nacionalis

mo, duas vozes que se correspondem: sem o amor do campanário não exis to o amor da pátria. E' o caso dos paulistas, tão caluniados como sepa ratistas. Dêlcs não se conhece ne nhuma tentativa de seccessão, como

a Confederação do Equador ou a Re

pública de Piratini, o que não seria desar, pois ambos esses movimentos deram lustre aos nossos fastos, como

manifestação de insubmisso senti mento liberal, justa rcbcldm perifé rica contra a.sfixiante pressão do cen

tro. O episódio do Amador Bueno é alegórico da lealdade do povo que

marcou os quatro pontos cardeais o

nosso imenso território, e ao^ qual, mercê da descoberta e exploração das

minas, "deve o Brasil", escreve^ OU-

veira Martins, "a rápida definição^da

sua independência", porquanto, na

riqueza do ouro encontrou a popula ção de São Paulo uma força predo minante, com que impôs a sua supre macia — como homogeneidade, como

o espírito particularista com as mi

coesão, como originalidade e autono

nas; recompõe-se toscamente o sen-

mia nacional". Dadas essas circuns

- .'.ví;».'!

13

Dicesto Econômico

tâncias, não podia surpreender a ca pacidade das administrações paulis tas, graças às franquias concedidas pela Constituição republicana, nem se

poderia exigir melhor prova da exce

lência do regimem federal ivo, por ela instituído em obséquio a velhas as pirações.

Já em 1831, havia a Câmara dos Deputados aprovado um projeto nes tes termos: "O govêrno do Império do Brasil será uma monarquia fede rativa". O Ato Adclonal deu um pas

so avançado nesse trreno, a que su

cedeu logo recuo, com a reação con

servadora de 1837, sob o lema de Bernardo de Vasconcelos:

"Regres

so é progresso". Sobreveio a letargia dos partidos, com a política da con ciliação", iniciada em 1853 pelo Mar quês do Paraná. Durant e longo tem po, a quietação foi geral. Com o ma nifesto republicano de 1870, recrudes ce o movimento com tal ímpeto, que o

federalismo serviu, por assim dizer, de alavanca à idéia nova. Afiguran-

do-se iminente a queda do trono,

tentou salvá-lo o último presidente

do Conselho, Visconde de Ouro Preto, com a iniciativa de um:i reforma po

lítica, que elidisse a República. Esfôrço baldado. A Constituição de 91, marco final do extenso percurso, na

da mais fez, portanto, que encerrar

um perseverante processo histórico, em favor das liberdade.? locais. Foi na esteira dos mesmos antece

dentes, que a nossa Magna Carta optou francamente pehi govêrno pre sidencial, mais consentuneo com o re

gimem federativo, pela concentração da autoridade suprema, erigida em base nacional: é o povo brasileiro que a constitui, sem discriminações geo

gráficas, nem partidárias, face uni-


1

14

Dicesto Econômico

táría do sistema, que apag^a quais

15

DicESTO EcoNÒxnco

oposto da descentralização política c

diálogo, meramente acadêmico, entro

quer traços particularistas regionais

administrativa, a ípu' êsses fatórc.s

presidencialismo e parlamentarismo,

na fisionomia típica da nação, o todo

obrigam.

político, a soberania única, incontras-

nacional, .sempre instante, está sem

diálogo começado há muito tempo... Mas carece <le interêsse prático, por

tável.

O problema do equilíbrio

alcançar a onipotência atual, um fato que se pôde dizer de ontem. E essa onipotência parlamentar existirá efe tivamente, ou é mais aparente que

pre pre.sento, c colocado invariavel

que o que importa são as soluções

real ?

imagem representativa dessa entida-

mente no.s mesmos termos, qualquer

concretas, c não as dialéticas, plano

"English Constitution", responde de

de superior, dela deve receber dire tamente os seus poderes, sem inter-

que .seja o regimem constituci«)na).

om (luo é sempre fácil, além de des

modo simples à indagação. Partindo da verdade enunciada por Hobbes, de

O presidente da República,

posições, que a desfigurem.

Ainda

neste ponto, ao invés do que parece â primeira vista, não se operou mu dança substancial das nossas inst'tuições políticas. O parlamentaris mo monárquico mal dissimulava, sob

rótulo de Poder Moderador, o famo.so

"poder pes.soal" do soberano, prepon derante no antigo regimem, conforme o^ confessaram sempre os mais auto

A grande contribuição de Montesquiou à formação da ciência política, consistiu na introdução do jirincípio da relatividade, no exame dos fatos .sociais: "as lei.s .sao as relações ne

portivo, oferecer argumentos contra

r

Bagchot, o célebre autor da

questão intrinca-se, estéril, bisantina. Nh"io iienetremos nessa "selva escu

que "cm todo Estado, exige-se neces sariamente uma autoridade suprema, que sobre cada questão diga a última

ra". Contudo, convém lembrar que

palavra", conclui que a função priei-

argumentos.

Nesse emaranhado, a

cessárias, que derivam da natureza

nem a Inglaterra logrou chegar, de

pal da Câmara dos Comuns não é

das coisa.s". Dizem graciosamente os

uma arrancada, ao govêrno parla

exercer essa autoridade, que teòri-

franceses: "Cha.ssoz le natureí, il rcvient au galop". Eis o caso do "iiotler

mentar, concedido soja essa a melhor

cnmonte llie pertence, mas delegá-la, nu qualidade de colégio eleitoral do Primeiro Ministro, do mesmo modo que outro corpo eletivo, nos Estados Unidos, elege o Presidente. Enterrei-

pes.soal", lcit-7})ntin de tôda a oposi ção ao Império, menos por si, já que

modalidade constitucional, o arquéti

po a imitar, se isso fosse conccbível,

polarizava fatores objetivos, do que

tão insulado e inacccssível se posta além da Mancha o modelo. Quando

borai, presidente do gabinete conser vador organizado em junho do 1R6S-

pelas condições de vitaliciedade e ir

os americanos estatuíram o govêrno

rada assim a matéria, vê-se que não é

responsabilidade, inerentes à forma

substancial a diferença entre um e

U Imperador impera, governa e administra". Não restava ao ministé rio, quanto aos atos oficiais da maior

presidencial, não cuidaram afastar-se do parlamentarismo inglês, que na

Con.stituinte republicana, repudian do essa mistificação do governo de

verdade não servia ainda de contras

na Inglaterra, e o titular do Execu

te ao presidencialismo, verberado co mo poder jicssoal. Êsse poder pessoal vinha de longa data sendo exercido pelos reis, e, na ocasião, por um rei, Jorge III, cujo despotismo determi

tivo, nos Estados Unidos, ambos in vestidos da mesma magistratura, distinguem-se só em que aquele é um Presidente sujeito por prazo indeter

nou o ato da independência.

muns, enquanto o segundo é um Pri-

rizados chefes de partidos. Procla mava no Senado o Visconde de Ita-

importância, senão chancelá-los, co brindo a responsabilidade da Coroa responsabilidade que não exi.stia, nem'

podia existir, atenta a índole do go

verno monárquico. Mas, (poder-se-á

replicar), na forma então vigovan-

te, o gabinete se con.stituía e se demi tia pelo voto da maioria parlamen tar. Puro embuste. Ficou célebre o sorites de Nabuco de Araújo: "O Poder Moderador pode chamar a quem quiser para organizar ministé

rio; esta pessoa fêz a eleição, por que há de fazê-la; essa eleição faz a maioria". Em que ficamos?

E' que o "poder pessoal", que me lhor se diria "poder central", ema na ^ das contingências históricas, so ciais, econômicas e sobretudo geo gráficas do país, como o correlativo

monárquica.

Tanto assim, que a

gabinete, consagrou abertamente o

poder pes.soal do chefe do Executivo, definindo-o, limitando-o, responsabilizando-o, e coordenando-o com os de mais poderes. Daí a magnífica conceituação que do sistema presiden cial nos dá Campos Sales: "E' o go

E foi

outro regimem: o chefe do gabinete,

minado, a nuto da Câmara dos Co

8. figura mesma desse soberano (diz

meiro-Ministro, com têrmo prefixo de

Summer Maine) que os convencio

verno pessoal constitucionalmcnte or

nais de Filadélfia tiveram em vista,

quatro anos. De certo modo, o Primeiro-Ministro inglês dispõe de pode

ganizado". E' a mesma unidade do govêrno geral instituído com Tomé

ao retraçar o papel do Presidente

res muito mais largos que o Presi

dos Estados Unidos, como detentor

de Sousa, ou seja, tôda a tradição po

unipessoal do Poder Executivo, muni do de amplas funções e faculdades.

dente americano, qual o de dissolver o parlamento, prerrogativa real, que

lítica do Brasil, mantida durante o Império, apenas com o disfarce das vestes emprestadas do parlamenta

rismo inglês. Não podem as insti tuições políticas ser rígidas, ínelásticas, e sim plásticas, flexíveis, adap táveis ao meio circundante, como os

nenhum soberano recusa ao chefe do

Confirma-o James Bryce: "O Pre

gabinete, quando êste não dispõe de

sidente devia, no pensamento dos au tores da Constituição, corresponder ao

maioria

governador de Estado, ou ao monar ca inglês".

Posto que o parlamento se possa

na

Câmara

dos

Comuns.

Muito mais popular, ou democrático, é o govêrno presidencial: "No plano do nosso Govêrno Nacional", escla

rece o antigo presidente Cleveland

fluidos, que tomam a forma dos va

considerar quase tão velho, de dez

("The Independence of Executive"),

sos que os contêm.

séculos, como a própria Inglaterra, o

"a Presidência é preeminentemente o poder do povo, porque se exerce sô-

Não promete terminar tão cedo o

seu desenvolvimento foi lento, até


1

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Dicesto Econômico

táría do sistema, que apag^a quais

15

DicESTO EcoNÒxnco

oposto da descentralização política c

diálogo, meramente acadêmico, entro

quer traços particularistas regionais

administrativa, a ípu' êsses fatórc.s

presidencialismo e parlamentarismo,

na fisionomia típica da nação, o todo

obrigam.

político, a soberania única, incontras-

nacional, .sempre instante, está sem

diálogo começado há muito tempo... Mas carece <le interêsse prático, por

tável.

O problema do equilíbrio

alcançar a onipotência atual, um fato que se pôde dizer de ontem. E essa onipotência parlamentar existirá efe tivamente, ou é mais aparente que

pre pre.sento, c colocado invariavel

que o que importa são as soluções

real ?

imagem representativa dessa entida-

mente no.s mesmos termos, qualquer

concretas, c não as dialéticas, plano

"English Constitution", responde de

de superior, dela deve receber dire tamente os seus poderes, sem inter-

que .seja o regimem constituci«)na).

om (luo é sempre fácil, além de des

modo simples à indagação. Partindo da verdade enunciada por Hobbes, de

O presidente da República,

posições, que a desfigurem.

Ainda

neste ponto, ao invés do que parece â primeira vista, não se operou mu dança substancial das nossas inst'tuições políticas. O parlamentaris mo monárquico mal dissimulava, sob

rótulo de Poder Moderador, o famo.so

"poder pes.soal" do soberano, prepon derante no antigo regimem, conforme o^ confessaram sempre os mais auto

A grande contribuição de Montesquiou à formação da ciência política, consistiu na introdução do jirincípio da relatividade, no exame dos fatos .sociais: "as lei.s .sao as relações ne

portivo, oferecer argumentos contra

r

Bagchot, o célebre autor da

questão intrinca-se, estéril, bisantina. Nh"io iienetremos nessa "selva escu

que "cm todo Estado, exige-se neces sariamente uma autoridade suprema, que sobre cada questão diga a última

ra". Contudo, convém lembrar que

palavra", conclui que a função priei-

argumentos.

Nesse emaranhado, a

cessárias, que derivam da natureza

nem a Inglaterra logrou chegar, de

pal da Câmara dos Comuns não é

das coisa.s". Dizem graciosamente os

uma arrancada, ao govêrno parla

exercer essa autoridade, que teòri-

franceses: "Cha.ssoz le natureí, il rcvient au galop". Eis o caso do "iiotler

mentar, concedido soja essa a melhor

cnmonte llie pertence, mas delegá-la, nu qualidade de colégio eleitoral do Primeiro Ministro, do mesmo modo que outro corpo eletivo, nos Estados Unidos, elege o Presidente. Enterrei-

pes.soal", lcit-7})ntin de tôda a oposi ção ao Império, menos por si, já que

modalidade constitucional, o arquéti

po a imitar, se isso fosse conccbível,

polarizava fatores objetivos, do que

tão insulado e inacccssível se posta além da Mancha o modelo. Quando

borai, presidente do gabinete conser vador organizado em junho do 1R6S-

pelas condições de vitaliciedade e ir

os americanos estatuíram o govêrno

rada assim a matéria, vê-se que não é

responsabilidade, inerentes à forma

substancial a diferença entre um e

U Imperador impera, governa e administra". Não restava ao ministé rio, quanto aos atos oficiais da maior

presidencial, não cuidaram afastar-se do parlamentarismo inglês, que na

Con.stituinte republicana, repudian do essa mistificação do governo de

verdade não servia ainda de contras

na Inglaterra, e o titular do Execu

te ao presidencialismo, verberado co mo poder jicssoal. Êsse poder pessoal vinha de longa data sendo exercido pelos reis, e, na ocasião, por um rei, Jorge III, cujo despotismo determi

tivo, nos Estados Unidos, ambos in vestidos da mesma magistratura, distinguem-se só em que aquele é um Presidente sujeito por prazo indeter

nou o ato da independência.

muns, enquanto o segundo é um Pri-

rizados chefes de partidos. Procla mava no Senado o Visconde de Ita-

importância, senão chancelá-los, co brindo a responsabilidade da Coroa responsabilidade que não exi.stia, nem'

podia existir, atenta a índole do go

verno monárquico. Mas, (poder-se-á

replicar), na forma então vigovan-

te, o gabinete se con.stituía e se demi tia pelo voto da maioria parlamen tar. Puro embuste. Ficou célebre o sorites de Nabuco de Araújo: "O Poder Moderador pode chamar a quem quiser para organizar ministé

rio; esta pessoa fêz a eleição, por que há de fazê-la; essa eleição faz a maioria". Em que ficamos?

E' que o "poder pessoal", que me lhor se diria "poder central", ema na ^ das contingências históricas, so ciais, econômicas e sobretudo geo gráficas do país, como o correlativo

monárquica.

Tanto assim, que a

gabinete, consagrou abertamente o

poder pes.soal do chefe do Executivo, definindo-o, limitando-o, responsabilizando-o, e coordenando-o com os de mais poderes. Daí a magnífica conceituação que do sistema presiden cial nos dá Campos Sales: "E' o go

E foi

outro regimem: o chefe do gabinete,

minado, a nuto da Câmara dos Co

8. figura mesma desse soberano (diz

meiro-Ministro, com têrmo prefixo de

Summer Maine) que os convencio

verno pessoal constitucionalmcnte or

nais de Filadélfia tiveram em vista,

quatro anos. De certo modo, o Primeiro-Ministro inglês dispõe de pode

ganizado". E' a mesma unidade do govêrno geral instituído com Tomé

ao retraçar o papel do Presidente

res muito mais largos que o Presi

dos Estados Unidos, como detentor

de Sousa, ou seja, tôda a tradição po

unipessoal do Poder Executivo, muni do de amplas funções e faculdades.

dente americano, qual o de dissolver o parlamento, prerrogativa real, que

lítica do Brasil, mantida durante o Império, apenas com o disfarce das vestes emprestadas do parlamenta

rismo inglês. Não podem as insti tuições políticas ser rígidas, ínelásticas, e sim plásticas, flexíveis, adap táveis ao meio circundante, como os

nenhum soberano recusa ao chefe do

Confirma-o James Bryce: "O Pre

gabinete, quando êste não dispõe de

sidente devia, no pensamento dos au tores da Constituição, corresponder ao

maioria

governador de Estado, ou ao monar ca inglês".

Posto que o parlamento se possa

na

Câmara

dos

Comuns.

Muito mais popular, ou democrático, é o govêrno presidencial: "No plano do nosso Govêrno Nacional", escla

rece o antigo presidente Cleveland

fluidos, que tomam a forma dos va

considerar quase tão velho, de dez

("The Independence of Executive"),

sos que os contêm.

séculos, como a própria Inglaterra, o

"a Presidência é preeminentemente o poder do povo, porque se exerce sô-

Não promete terminar tão cedo o

seu desenvolvimento foi lento, até


Dicesto E«>Nó.\nco

le

17

Dicesto EcONÓNtlCO

bre a união <le todos os cidadãos, co

com um amigo, ou um inimigo, á

fia

mo tais; não como membros de aprrupamentos gerais ou locais, mas como partes integi antes da grande comu

testa dos nossos neg^W-ios. o riut* os

graiuh^ pon«<ador caiu cm estado mís tico. Só por esto aspecto particular

ção precursora da República, junta- •;

.seria sí'<-t;\ria a influência incrimina

riano e o utilitarismo inglês, as três i correntes objetivas do pensamento,j

nidade ameri-íana". Êsse poder pes

soal é por e::celência o governo, na

acepção genuína, etmologica, — a mão ao leme; a unidade do comando, a hierarquia, nas formações milita

levará talvg^. a intcrf^TÍr no nosso

ca.so, polo emprêgo ou <lo dinhoiro ou da.s armas. .Mas nenhuma potência estrangeira, ou partido poliliro. aven turará verter .sangue ou di-speiuler dinheiro, em favítr de ípieni dev<' ro-

do

Augusto Comtc, quando o

da, o, digamos. incrimimul:\ com fun

ve na formação intelectual dn gera mente com o ovolucionismo spence-

damento, SC tlela so mostra.ssc traço,

q\io contribuíram para o progresso

ou rc.siduíí, no texto promulgado, o

da democracia, no esplendor do sé culo XTX. Seria estranho que assim

tirar-so do governo, ao cahf) de breve período". Interdizíuulo, p<»is, a ree

fiue não a<'ontoce. Tendências pes soais, manifi-sta<las, mas frustradas, no Congresso Constituinte, nada pro

leição do prf»sidente, i)r(.'sereveu a Constituição de 91 a mais s;ibiri c? efi

vam. senão que os debates se eleva

são do Cosmos, orientasse os elabora-

moderno reproduz, como ampliação

ram íis teses mais transcedcntcs.

cíclópica; a batuta, na regência das

caz garantia republicana, desarman

orquestras...

do completamente o desi)otismo, e revelando-se superior, neste ponto, à Constituição americana, sllente em matéria do tamanha importância. Mas para eme a autoridadí! do pre sidente da República .seja um poder de direito, é mister que emano, como o determinava o pacto de 24 de fe

Hores da nossa lei suprema: nada mais deplorável que vogar errático o e.spírito, no tumulto da inquietação contemporânea. Toda ciência parti cular, e a política é das mais comple

res; a direção superior, nas grandes empresas associativas, que o Estado

Argui-se centra o regimem presi

dencial tendência para o despotismo, só porque é um governo em que a autoridade existe, atua, está sempre presente; não um poder ausente, aiapardado, demissionário da sua res ponsabilidade. Em certa fase de nos

sa vida política, era moda chamar aos presidentes 'Césares quadrienais".

vereiro, e ao contrário do que dis

Não se poderia empregar expressão mais contraditória: se eram quadrie

da nação, pelo voto do seu eleitorado. Se a maioria é o elemento formador

põe a lei atual, da maioria ab.soluta

O

«lue distingue seetàriamonte o siste ma político de Comte é a quase abso

luta concentração do Poder Executi vo, em

detrimento das assembléias

não sucedesse, ou que nenhuma filo sofia, nenhuma superior compreen

representativas, reduzidas a função

xas, converge nccessâriamente para

meramente orçamentaria, dado o horror do mestre pelos parlamentos, e ao sufrágio universal, de que cies se originam. Ora, nada mais repug nante ao cspíiito c à letra da Cons

o vértice superior das idéias gerais, em redor das quais gravita o racio- ,

tituição republicana, baseada no su frágio universal, do que a ditadura dôase, ou qualquer outro tipo. Só a

tese dos conhecimentos humanos, num

nais, se estavam limitados a tão curto

da democracia, cm qualquer regimem

prazo, insepaiável da forma republi

— presidencial ou parlamentar, não

cana, nunca .seriam Césares, pois o

pode verificar-se fato mais insólito

direção, aberrou do espírito eminen-

cesarisrao implica duração indefinida, e dessa condirão tira o próprio ser,

que um governo eleito pela minoria, um governo da minoria. Salvo o re

tcmento democrático de 24 de feve

para a opressão odiosa, em que se compraz. Com visão profética, escre

curso de dissolução das Câmaras, ne

num sentido de todo diferente do ex

ternado pela lei básica da nação, que

antiga Constituição do Estado do Rio Gi-ande do Sul c que, tomando aquela

cínio filosófico, a rever constante

mente os seus próprios postulados,por natureza pro%nsórios, como sín

momento de pausa figurada. A cer teza não existe a respeito de nada, ■ nem da geometria enclidiana, confor

via Thomas Jcifferson a Madison, em

nhum Primeiro-Ministro se conserva um minuto em funções, se a confian

devia ser e foi simòtricamente acom

me Einstein; tudo são hipóteses aco modadas aos resultados, segundo Henri Poincaré; daí o pragmatismo, : o bergsonismo, a não-filosofia, o mal do nosso tempo... Mas convenhamos em que é preciso crer nalguma coisa.; "Todo o pensamento", no dizer do

1787, estas palavras, ainda atuais:

ça do parlamento não lhe é confirma

panhada, na organização política do

eclético Benedetto Croce, "e todo o

"Nada mais detestável, qualquer que

da pela maioria absoluta do parla

todos os Estados, exceto o Rio Gran

movimento histórico do pensamento.

seja a hipóte;;e, que o abandono do

mento.

de.

blicano, definida especificamente pela Constituição Federal, não admitia dú vida, e não podia variar, sem desar

não pode passar, sem deixar seus fru-. tos, sem introduzir um elemento que fique fazendo parte, consciente ou inconscientemente, do pensamento vi vo e moderno".

Como admitir critério dife

reiro. Dizia-se, sim, republicana, mas

A concepção do regimem repu

princípio da rotatividade nos cargos

rente, de maioria relativa, para a es

públicos, muito particularmente no de

colha de um pre.sidentc?

Presidente. Dizem-nos a razão e a experiência que o primeiro magistra

razões, e como último recurso, inqui-

ticulação violenta de um sistema fun

nam os críticos de sectária a obra de

damental; sofismá-la era postergá-

91, supostamente embebida da ortodo xia positivista, e em conseqüência

la.

revestida do caráter dogmático ou re

tarismo religioso não é desconhecer a parte que a filosofia de Comte te

do tentará sempre reeleger-se, se lho fôr permitido, transformando-se, des tarte, em governante vitalício.

Isto

posto, pode tornar-se de suma impor tância, para outras nações, contar

Finalmente, na falta de melhores

ligioso, em que degenerou a filoso-

Todavia, negar a influência do sec

Não é das menores, muito pelo con

trário, a parcela que a êsse ativo in- . telectual trouxe Augusto Comte, "o -

primeiro", no testemunho de Stuart Mill, "a fazer a sistematização com-


Dicesto E«>Nó.\nco

le

17

Dicesto EcONÓNtlCO

bre a união <le todos os cidadãos, co

com um amigo, ou um inimigo, á

fia

mo tais; não como membros de aprrupamentos gerais ou locais, mas como partes integi antes da grande comu

testa dos nossos neg^W-ios. o riut* os

graiuh^ pon«<ador caiu cm estado mís tico. Só por esto aspecto particular

ção precursora da República, junta- •;

.seria sí'<-t;\ria a influência incrimina

riano e o utilitarismo inglês, as três i correntes objetivas do pensamento,j

nidade ameri-íana". Êsse poder pes

soal é por e::celência o governo, na

acepção genuína, etmologica, — a mão ao leme; a unidade do comando, a hierarquia, nas formações milita

levará talvg^. a intcrf^TÍr no nosso

ca.so, polo emprêgo ou <lo dinhoiro ou da.s armas. .Mas nenhuma potência estrangeira, ou partido poliliro. aven turará verter .sangue ou di-speiuler dinheiro, em favítr de ípieni dev<' ro-

do

Augusto Comtc, quando o

da, o, digamos. incrimimul:\ com fun

ve na formação intelectual dn gera mente com o ovolucionismo spence-

damento, SC tlela so mostra.ssc traço,

q\io contribuíram para o progresso

ou rc.siduíí, no texto promulgado, o

da democracia, no esplendor do sé culo XTX. Seria estranho que assim

tirar-so do governo, ao cahf) de breve período". Interdizíuulo, p<»is, a ree

fiue não a<'ontoce. Tendências pes soais, manifi-sta<las, mas frustradas, no Congresso Constituinte, nada pro

leição do prf»sidente, i)r(.'sereveu a Constituição de 91 a mais s;ibiri c? efi

vam. senão que os debates se eleva

são do Cosmos, orientasse os elabora-

moderno reproduz, como ampliação

ram íis teses mais transcedcntcs.

cíclópica; a batuta, na regência das

caz garantia republicana, desarman

orquestras...

do completamente o desi)otismo, e revelando-se superior, neste ponto, à Constituição americana, sllente em matéria do tamanha importância. Mas para eme a autoridadí! do pre sidente da República .seja um poder de direito, é mister que emano, como o determinava o pacto de 24 de fe

Hores da nossa lei suprema: nada mais deplorável que vogar errático o e.spírito, no tumulto da inquietação contemporânea. Toda ciência parti cular, e a política é das mais comple

res; a direção superior, nas grandes empresas associativas, que o Estado

Argui-se centra o regimem presi

dencial tendência para o despotismo, só porque é um governo em que a autoridade existe, atua, está sempre presente; não um poder ausente, aiapardado, demissionário da sua res ponsabilidade. Em certa fase de nos

sa vida política, era moda chamar aos presidentes 'Césares quadrienais".

vereiro, e ao contrário do que dis

Não se poderia empregar expressão mais contraditória: se eram quadrie

da nação, pelo voto do seu eleitorado. Se a maioria é o elemento formador

põe a lei atual, da maioria ab.soluta

O

«lue distingue seetàriamonte o siste ma político de Comte é a quase abso

luta concentração do Poder Executi vo, em

detrimento das assembléias

não sucedesse, ou que nenhuma filo sofia, nenhuma superior compreen

representativas, reduzidas a função

xas, converge nccessâriamente para

meramente orçamentaria, dado o horror do mestre pelos parlamentos, e ao sufrágio universal, de que cies se originam. Ora, nada mais repug nante ao cspíiito c à letra da Cons

o vértice superior das idéias gerais, em redor das quais gravita o racio- ,

tituição republicana, baseada no su frágio universal, do que a ditadura dôase, ou qualquer outro tipo. Só a

tese dos conhecimentos humanos, num

nais, se estavam limitados a tão curto

da democracia, cm qualquer regimem

prazo, insepaiável da forma republi

— presidencial ou parlamentar, não

cana, nunca .seriam Césares, pois o

pode verificar-se fato mais insólito

direção, aberrou do espírito eminen-

cesarisrao implica duração indefinida, e dessa condirão tira o próprio ser,

que um governo eleito pela minoria, um governo da minoria. Salvo o re

tcmento democrático de 24 de feve

para a opressão odiosa, em que se compraz. Com visão profética, escre

curso de dissolução das Câmaras, ne

num sentido de todo diferente do ex

ternado pela lei básica da nação, que

antiga Constituição do Estado do Rio Gi-ande do Sul c que, tomando aquela

cínio filosófico, a rever constante

mente os seus próprios postulados,por natureza pro%nsórios, como sín

momento de pausa figurada. A cer teza não existe a respeito de nada, ■ nem da geometria enclidiana, confor

via Thomas Jcifferson a Madison, em

nhum Primeiro-Ministro se conserva um minuto em funções, se a confian

devia ser e foi simòtricamente acom

me Einstein; tudo são hipóteses aco modadas aos resultados, segundo Henri Poincaré; daí o pragmatismo, : o bergsonismo, a não-filosofia, o mal do nosso tempo... Mas convenhamos em que é preciso crer nalguma coisa.; "Todo o pensamento", no dizer do

1787, estas palavras, ainda atuais:

ça do parlamento não lhe é confirma

panhada, na organização política do

eclético Benedetto Croce, "e todo o

"Nada mais detestável, qualquer que

da pela maioria absoluta do parla

todos os Estados, exceto o Rio Gran

movimento histórico do pensamento.

seja a hipóte;;e, que o abandono do

mento.

de.

blicano, definida especificamente pela Constituição Federal, não admitia dú vida, e não podia variar, sem desar

não pode passar, sem deixar seus fru-. tos, sem introduzir um elemento que fique fazendo parte, consciente ou inconscientemente, do pensamento vi vo e moderno".

Como admitir critério dife

reiro. Dizia-se, sim, republicana, mas

A concepção do regimem repu

princípio da rotatividade nos cargos

rente, de maioria relativa, para a es

públicos, muito particularmente no de

colha de um pre.sidentc?

Presidente. Dizem-nos a razão e a experiência que o primeiro magistra

razões, e como último recurso, inqui-

ticulação violenta de um sistema fun

nam os críticos de sectária a obra de

damental; sofismá-la era postergá-

91, supostamente embebida da ortodo xia positivista, e em conseqüência

la.

revestida do caráter dogmático ou re

tarismo religioso não é desconhecer a parte que a filosofia de Comte te

do tentará sempre reeleger-se, se lho fôr permitido, transformando-se, des tarte, em governante vitalício.

Isto

posto, pode tornar-se de suma impor tância, para outras nações, contar

Finalmente, na falta de melhores

ligioso, em que degenerou a filoso-

Todavia, negar a influência do sec

Não é das menores, muito pelo con

trário, a parcela que a êsse ativo in- . telectual trouxe Augusto Comte, "o -

primeiro", no testemunho de Stuart Mill, "a fazer a sistematização com-


f 18

Dicesto Econômico

pleta, e a estendê-la cientificamente a todos os objetos dos conhecimentos

humaníis". O serviço que essa filoso fia prestou à obra política do século passado, consistiu procipuamento em pôr téi-mo à anarquia mental resul

partidos por igual equivocados: o primeiro, por que «credita servir à ordem, mantend<j-se imóvel, numa po sição faquírica de inércia, deixando-sc conduzir em vez de conduzir, o re

tante (Ias ações e reações provocadas

cuando, muitas vêzcs, a um passado ainda mais distante <iiio atjuêle, don

pela tempestade revolucionária da

de procedem; o o segundo, por que

centúria anterior.

suiioc impulsionar o progresso, (jiiando não faz senão conturbar a ordem,

Êsse o melhor

esfôrçi) com que contou a causa da ordem, tanto quanto a necessidade de reconstrução. Mo juízo do filósofo

írancfs, tôda a passagem de um sis tema político, que caduca, para outro, <iue pretende substituí-lo, íjera uma

crise de anarquia intelectual, produ zida pela resistência dos elementos retró;jrados, empenhados em manter ou restabelecer uma ordem de coisas ja perempta, e a temeridade dos re-

Dicesto EcoNÓ^aco

falazos, hipócritas o, por fim, sub

te, tecnicamente, sem emprego de

paração da Igreja do Estado.

ruinosos.

Os verdadeiros reformado

dissecou essa teratologia moderna o

lheiros da Monarquia?

der da estirpe intelectual dos Guizot, Royer-Coclard, Comte, Stuart Mill e

Se os vence

vo ucionários, arautos de idéias novas,

junto do precedentes, do acordo com o aforisma inglês — conservar, me

alas inversas e inimigas, nasce a con

lhorando. A veneração do passado é

Estado. Não se improvisam estadis

a segurança do futuro: "os vivos são

cada vez mais governados pelos mor

tas, difícil é formá-los, e poucos são, em verdade, os homens públicos que

tos".

chegam a merecer êsse qualificativo.

I acaso perigosas. Do embate das duas fusão, a instabilidade, a agitação, a desordem. A filosofia do século AvI.'.!, como as doutrinas extremistas

dos nossos dias, todas terrivelmente esti-uidoras, não soube, nem poderia construir. A derrocada começou com a queda do antigo regimem, precipitou-se com o Terror, acabou em cin zas com o Diretório, um simulacro de governo; o 18 Brumário enterrou a

rações a outras, da experiência ad

quirida no manejo dos negócios do

Só nos últimos tempos é que a pro liferação se tornou enorme.. , Nunca, como hoje, se orgulhou o Brasil de glórias tão numerosas, e de tão bai xo preço! Espalhou-se a noção de que a democracia é uma terra de nin

Tal a salutar influência conserva

dora que predominou no espirito dos constituintes brasileiros, através de uma filosofia política vazada no sen timento de simpatia e solidariedade humana, sem dúvida u'a moral mui

guém, um regimem em que a qual

to mais elevada que o materialismo diáletico de Marx,fomentador do ódio

quer um,("l'uomo qualunque"), pode e deve caber o exercício do governo; donde as mais incríveis pretensões,

Revolução, inaugurando, com o des potismo napoleônico, uma tulmutuosa fase reacionária; e assim perdu

e da luta de classes; que o egotismo

rou ainda longamente, subindo e des

cência negra do homem da caverna;

as mais tolas, as mais engraçadas... Perdeu-se o senso do ridículo; tudo

que a teoria bárbara da violência, res

isso é levado a sério. Pobre democra

suscitada por Sorel; que todas essas criações modeimas, como o existencia-

cia! Enganaram-se quantos dela fa ziam outra idéia: a eleição ou, pelo significado mesmo da palavra, a se leção dos mais capazes, uma minoria, uma elite em condições de aprender,

cendo, como por entre vales e montes, a dispersiva "anarquia intelectual". Eirt 1855, lança Augusto Comte o ."Apelo aos Conservadores", uma voz altissonante, que brada em prol da Ordem e do Progresso, ao mesmo tempo que afasta simultaneamente os

retrógrados e os revolucionários, dois

bravio de Nietzcho, com o seu mons

truoso super-homem, uma reminis-

lismo dos cabarés de Montparnasse, que levam ao nada, a um outro nir vana, o indivíduo e a sociedade... Foi com a política da Ordem e Pro gresso que uma revolução triunfante

compreender e resolver tormentosos problemas jurídicos, sociais, econô

l

Num opúsculo de repercussão mun

despedaçavam os velhos quadros dos partidos imperiais; antes, os recom puseram. Pois nao chegaram à pre sidência da República ilustres conse

tradicionais, aderentes sinceros do novo regimem, então não teriam es tabelecido uma República, mas um monopólio industrial de posições. A educação política é obra de continui dade, pela trasmissão, de umas ge

dicioná-lo à ordem, de que cio depen de: cada passo avante é dado sempre linearmente na rota traçada pelo con

processos simplistas, charlatanescos,

dial ("La Rebelion de Ias Masas"),

recusando a colaboração do elementos

precisam compreender que, para propelir o progresso, é necessário con

micos, internacionais; conscientemen

fundadores do regimem, que sequer

dores so considerassem donos do país,

res, (adverte o profundo pensador),

19

imediatamente se transfigurou em evolução pacifica, roalizando, sem abalo, reformas radicais, como a se

Tao notável essa tendência, nos

com inovações empíricas, sôfregas, versivas.

\

publicista espanhol Ortega y Gasset, ^ que em pleno século XX não se enver- gonhn, antes se enobrece, de descen

Spenccr, os grandes pensadores do século XIX. A rebelião das massas,

a que o escritor so refere, nada tem^

de comum, como poderia parecer à primeira vista, com uma possível re volta de multidões, um levante even- • tunl de turbas, uma emersão subitâ-

nou das camadas profundas, cansadas d<^ sofrer. Nada disso. E', sim, o aavento do "homem-massa", o mes

mo "homem-medíocre" de Ingenieros, homem igual a todos, sem caracterís- ^

ticas diferenciais que o distingam É dos outros; saído da massa informe, sem personalidade, sem idéias pró

prias, sem crenças, sem convicções:

feito de peças separadas, mecanizado, padronizado como produto seriado da grande indústria, homem "Ford"; ho mem "nascido para viver sob as perpétuas tiranias do oriente", e quu entretanto é quem hoje governa o ' mundo, num pandemônio de interês- ,

ses, instintos e paixões inferiores, como representante de uma parte dc-' sumana da humanidade. Está tanto •

entre os grãn-finos, como entre os pe-; •' quenos burgueses. Mercê dos benc.fícios da democracia, de que é criatu ra, e que ele corrompe, ascendeu, ou ^ desceu à mediania geral, conforme veio de baixo, ou de cima. Era diri gido, passou a dirigir. Mas, no In-


f 18

Dicesto Econômico

pleta, e a estendê-la cientificamente a todos os objetos dos conhecimentos

humaníis". O serviço que essa filoso fia prestou à obra política do século passado, consistiu procipuamento em pôr téi-mo à anarquia mental resul

partidos por igual equivocados: o primeiro, por que «credita servir à ordem, mantend<j-se imóvel, numa po sição faquírica de inércia, deixando-sc conduzir em vez de conduzir, o re

tante (Ias ações e reações provocadas

cuando, muitas vêzcs, a um passado ainda mais distante <iiio atjuêle, don

pela tempestade revolucionária da

de procedem; o o segundo, por que

centúria anterior.

suiioc impulsionar o progresso, (jiiando não faz senão conturbar a ordem,

Êsse o melhor

esfôrçi) com que contou a causa da ordem, tanto quanto a necessidade de reconstrução. Mo juízo do filósofo

írancfs, tôda a passagem de um sis tema político, que caduca, para outro, <iue pretende substituí-lo, íjera uma

crise de anarquia intelectual, produ zida pela resistência dos elementos retró;jrados, empenhados em manter ou restabelecer uma ordem de coisas ja perempta, e a temeridade dos re-

Dicesto EcoNÓ^aco

falazos, hipócritas o, por fim, sub

te, tecnicamente, sem emprego de

paração da Igreja do Estado.

ruinosos.

Os verdadeiros reformado

dissecou essa teratologia moderna o

lheiros da Monarquia?

der da estirpe intelectual dos Guizot, Royer-Coclard, Comte, Stuart Mill e

Se os vence

vo ucionários, arautos de idéias novas,

junto do precedentes, do acordo com o aforisma inglês — conservar, me

alas inversas e inimigas, nasce a con

lhorando. A veneração do passado é

Estado. Não se improvisam estadis

a segurança do futuro: "os vivos são

cada vez mais governados pelos mor

tas, difícil é formá-los, e poucos são, em verdade, os homens públicos que

tos".

chegam a merecer êsse qualificativo.

I acaso perigosas. Do embate das duas fusão, a instabilidade, a agitação, a desordem. A filosofia do século AvI.'.!, como as doutrinas extremistas

dos nossos dias, todas terrivelmente esti-uidoras, não soube, nem poderia construir. A derrocada começou com a queda do antigo regimem, precipitou-se com o Terror, acabou em cin zas com o Diretório, um simulacro de governo; o 18 Brumário enterrou a

rações a outras, da experiência ad

quirida no manejo dos negócios do

Só nos últimos tempos é que a pro liferação se tornou enorme.. , Nunca, como hoje, se orgulhou o Brasil de glórias tão numerosas, e de tão bai xo preço! Espalhou-se a noção de que a democracia é uma terra de nin

Tal a salutar influência conserva

dora que predominou no espirito dos constituintes brasileiros, através de uma filosofia política vazada no sen timento de simpatia e solidariedade humana, sem dúvida u'a moral mui

guém, um regimem em que a qual

to mais elevada que o materialismo diáletico de Marx,fomentador do ódio

quer um,("l'uomo qualunque"), pode e deve caber o exercício do governo; donde as mais incríveis pretensões,

Revolução, inaugurando, com o des potismo napoleônico, uma tulmutuosa fase reacionária; e assim perdu

e da luta de classes; que o egotismo

rou ainda longamente, subindo e des

cência negra do homem da caverna;

as mais tolas, as mais engraçadas... Perdeu-se o senso do ridículo; tudo

que a teoria bárbara da violência, res

isso é levado a sério. Pobre democra

suscitada por Sorel; que todas essas criações modeimas, como o existencia-

cia! Enganaram-se quantos dela fa ziam outra idéia: a eleição ou, pelo significado mesmo da palavra, a se leção dos mais capazes, uma minoria, uma elite em condições de aprender,

cendo, como por entre vales e montes, a dispersiva "anarquia intelectual". Eirt 1855, lança Augusto Comte o ."Apelo aos Conservadores", uma voz altissonante, que brada em prol da Ordem e do Progresso, ao mesmo tempo que afasta simultaneamente os

retrógrados e os revolucionários, dois

bravio de Nietzcho, com o seu mons

truoso super-homem, uma reminis-

lismo dos cabarés de Montparnasse, que levam ao nada, a um outro nir vana, o indivíduo e a sociedade... Foi com a política da Ordem e Pro gresso que uma revolução triunfante

compreender e resolver tormentosos problemas jurídicos, sociais, econô

l

Num opúsculo de repercussão mun

despedaçavam os velhos quadros dos partidos imperiais; antes, os recom puseram. Pois nao chegaram à pre sidência da República ilustres conse

tradicionais, aderentes sinceros do novo regimem, então não teriam es tabelecido uma República, mas um monopólio industrial de posições. A educação política é obra de continui dade, pela trasmissão, de umas ge

dicioná-lo à ordem, de que cio depen de: cada passo avante é dado sempre linearmente na rota traçada pelo con

processos simplistas, charlatanescos,

dial ("La Rebelion de Ias Masas"),

recusando a colaboração do elementos

precisam compreender que, para propelir o progresso, é necessário con

micos, internacionais; conscientemen

fundadores do regimem, que sequer

dores so considerassem donos do país,

res, (adverte o profundo pensador),

19

imediatamente se transfigurou em evolução pacifica, roalizando, sem abalo, reformas radicais, como a se

Tao notável essa tendência, nos

com inovações empíricas, sôfregas, versivas.

\

publicista espanhol Ortega y Gasset, ^ que em pleno século XX não se enver- gonhn, antes se enobrece, de descen

Spenccr, os grandes pensadores do século XIX. A rebelião das massas,

a que o escritor so refere, nada tem^

de comum, como poderia parecer à primeira vista, com uma possível re volta de multidões, um levante even- • tunl de turbas, uma emersão subitâ-

nou das camadas profundas, cansadas d<^ sofrer. Nada disso. E', sim, o aavento do "homem-massa", o mes

mo "homem-medíocre" de Ingenieros, homem igual a todos, sem caracterís- ^

ticas diferenciais que o distingam É dos outros; saído da massa informe, sem personalidade, sem idéias pró

prias, sem crenças, sem convicções:

feito de peças separadas, mecanizado, padronizado como produto seriado da grande indústria, homem "Ford"; ho mem "nascido para viver sob as perpétuas tiranias do oriente", e quu entretanto é quem hoje governa o ' mundo, num pandemônio de interês- ,

ses, instintos e paixões inferiores, como representante de uma parte dc-' sumana da humanidade. Está tanto •

entre os grãn-finos, como entre os pe-; •' quenos burgueses. Mercê dos benc.fícios da democracia, de que é criatu ra, e que ele corrompe, ascendeu, ou ^ desceu à mediania geral, conforme veio de baixo, ou de cima. Era diri gido, passou a dirigir. Mas, no In-


.1 Dicesto Eco.vó^aco

20

I JI ^

OlCESTO

Ect>NÓMICO

garantidas por sanções, quanto mais as constituições, privadas delas. Só

dos partidos, dns cortes judiciais, e dn opinião pública, sempre interfc-

diante um processo de falsa repre sentação e de corrupção vergonhosa.

que lhe falta a noção dos valores ab

o exigem

rcntc, como faixa cambiante do luz.

solutos — do direito, da moral, da

distantes da realidade terrena, onde

Era o tempo dos "burgos pobres". Com a Revolução Industrial, de fins

justiça, da liberdade. Ortcpra y Gas-

tudo é factício, e portanto defeotivo. Certos propagandistas, decepciona

timo, sente-se incapaz, e à democra cia prefere formas totalitárias, por

visionários ou

utopistas,

set desfaz a balela de que a democra cia liberal c, por natureza, indivi dualista, e, em conseqüência, anta gônica do que veio a chamar-se "so

dos logo no dia seguinte ao da instau ração do novo rcgimom, lamentavam-

cial democracia". Distinção logomá-

meus sonhos!" Nem p(jdeiia ser. Nunca se viu, nos fatos de ordem

quica: a democracia não é nem libe ral, nem social, é apenas democracia. O indivíduo e a sociedade são insepa

ráveis, a vida de um é a de outra, em simbiose perfeita. Na frase conhe

se:

"Esta não ê a Hepúbllca do.s

moral, uma perfeita adaptação do "ser" ao "deve ser", "dois mundos separados por intransponível abis

cida de Tobias Barreto, "a socieda

mo", no dizer do jurista espanhol Ricascns Sichcs. Uma constituição

de é a categoria do homem, do mes mo modo que o espaço é a categoria

política simboliza um ideal, a magnetizar as diferentes ações e reações

dos corpos".

da psicologia coletiva: ó o que deve ser, um máximo. A política ó o que é,

Onde já se concebeu

uma coletividade política, democra ticamente organizada, que oponha o interesse individual ao social, ou viceversa?

Já os romanos viveram os

seus tempos áureos governados por uma República, significativa da coisa

pública, e não da coisa particular. Foi através da democracia liberal que exerceram as suas reivindicações as

classes proletárias; do direito de voto nasceram os direitos do operário, os

códigos do trabalho; da liberdade, e não da tirania, é que resultou a me lhoria geral das condições de vida, a ascensão econômica e moral das

camadas inferiores; em suma, a pre tensa democracia social gerou-se no ventre da democracia liberal.

Mas se esses eram os princípios informadores da Constituição de 91, custa crer tivessem-na derribado, tal

vez porque houvessem escolhido a

Esse desenvolvimento histórico foi

um mínimo, aquilo que se logra rea lizar, em busca da meta desejada;

costumam, por isso, qualificá-la "a arte do possível". Além do que, os textos legais não se marmorizam,

como lápide.s mortuárias; vivem, cvolvem, transformam-se como todas as criações espirituais, guardada a iden tidade originária. Tratando da Cons tituição dos Estados Unidos, observa Charles Beard ("Ámerican Govcrnmcnt and Politics"): "Ligeira com paração do corpo de leis políticas c das práticas observadas na manhã em que Washington prestou juramento em Wall Street, e o que existe hoje, revela as mais surpreendentes muta ções". A letra da Constituição per

>4 «

cíclico. Sem que o to.stcmunhe n Constituição (assinala Boutmy), des

do século XVIII, esses burgos conver-

de a origem até 1800, deslocou-se sen sivelmente a base do poder: oferecia a princípio, na época dos homens da

losos, como Birmingham e Manchcs-

Virgínia, aspecto republicano aristo

volução pacífica, obra de um conser

vador, StV Robert Pecl, suprimiu as

restrições mais odiosas do direito de

do-se o sufrágio universal. Pelo Fnr-

qüente corru]ição dos partidos. A ex pansão industrial conduziu ao capita

lismo plutocrãtico.

Hoje, políticos

o remédio era cumpri-la.

Aliás, di-

tivamente ao desenvolvimento que o

ricilmente se executam à risca as leis

curso do tempo lhe deu, pela atuação

suas prerrogativas em matéria Orça

ameaçados de derrota desorganizam os partidos c, golpeando a democra cia, recorrem ao voto dos sindicatos operários, como órgãos de classes, no

mentária, e a Câmai*a dos Comuns investiu-se na plenitude da sobera nia representativa, estabelecido pra ticamente o sistema unicameral. Que

vos sovietes, que no entanto dizem combater... para uso externo. Não assim na Inglaterra. (Impossível, nes te assunto, perder de vista o exemplo

longa estrada percorrida!

Só no Brasil, para os espíritos bal-

anglo-saxônias). As tradc — unions in

dos de senso crítico, é que a democra cia nasceria da Constituição de 91, como Minerva da cabeça de Júpiter, armada da cabeça aos pés. Não tinha

glesas intervieram na política, não

o direito da incerteza e vacilaçâo dos

como sindicatos profissionais, e sim como partido organizado, vizinho pró

primeiros passos, que nações mais antigas e incomparavelmente mais

ilustrativo das duas grandes nações

ximo dos antigos liberais, que pra

cultas ensaiaram vagarosamente, na

ticamente lhe cedei-am o lugar, na

infância das instituições políticas, até

competição com os conservadores. Lá

que o Tempo, o grande obreiro, as le

também a evolução democrática se

vasse à marcha firme da virilidade.

operou devagar, rítmica, compassa-

O pacto de 24 de fevereiro, adiantado à sua época, como todas as reformas

nor idéia de democracia, no sentido legítimo. Atrás da cortina do par lamento, governava a aristocracia territorial dos condados, a gentry, me

"a teoria literária da Consti

ram as últimas barreiras, inaiiguran-

lamicnt Act de 1911, sob Lloyd George, a Câmara dos Lordes perdeu as

damente, atravessando períodos su

mina

voto. Em 1867, com o reconhecimen

to legal das frarfc-unioris, iniciativa do Disraeli, outro conservador, caí

cia, com a invasão da plebe c a conse

cessivos e distintos. Nos velhos tem

tuição", de dimensões estreitas, rela

voto. O Rcform Bill de 1832, uma re

porando-sc com o elemento popular, êsso governo pôde cm seguida cha mar-se democrático; não tardou que tal democracia, caindo nas mãos dos demagogos, degenerasse em oclocra-

der explicá-la pelos incisos gráficos, ficará no que Woodrow Wilson deno

escravidão. A escusa de que não era

tor. Operou-se a redenção parcial do

crático, ligado ã propriedade; tcm-

manece a mesma; mas quem preten

cumprida não passava de cavilação;

tcram-sc em grandes centros popu

pos, na Olá England, não havia a me

progressistas, herdou e continuou um passado em que, ao lado de virtudes, pungiam também vícios. O que se inquina ao regimem, sobrevindo à monarquia, é não haver apurado, em quintessência, as virtudes, e extirpa-


.1 Dicesto Eco.vó^aco

20

I JI ^

OlCESTO

Ect>NÓMICO

garantidas por sanções, quanto mais as constituições, privadas delas. Só

dos partidos, dns cortes judiciais, e dn opinião pública, sempre interfc-

diante um processo de falsa repre sentação e de corrupção vergonhosa.

que lhe falta a noção dos valores ab

o exigem

rcntc, como faixa cambiante do luz.

solutos — do direito, da moral, da

distantes da realidade terrena, onde

Era o tempo dos "burgos pobres". Com a Revolução Industrial, de fins

justiça, da liberdade. Ortcpra y Gas-

tudo é factício, e portanto defeotivo. Certos propagandistas, decepciona

timo, sente-se incapaz, e à democra cia prefere formas totalitárias, por

visionários ou

utopistas,

set desfaz a balela de que a democra cia liberal c, por natureza, indivi dualista, e, em conseqüência, anta gônica do que veio a chamar-se "so

dos logo no dia seguinte ao da instau ração do novo rcgimom, lamentavam-

cial democracia". Distinção logomá-

meus sonhos!" Nem p(jdeiia ser. Nunca se viu, nos fatos de ordem

quica: a democracia não é nem libe ral, nem social, é apenas democracia. O indivíduo e a sociedade são insepa

ráveis, a vida de um é a de outra, em simbiose perfeita. Na frase conhe

se:

"Esta não ê a Hepúbllca do.s

moral, uma perfeita adaptação do "ser" ao "deve ser", "dois mundos separados por intransponível abis

cida de Tobias Barreto, "a socieda

mo", no dizer do jurista espanhol Ricascns Sichcs. Uma constituição

de é a categoria do homem, do mes mo modo que o espaço é a categoria

política simboliza um ideal, a magnetizar as diferentes ações e reações

dos corpos".

da psicologia coletiva: ó o que deve ser, um máximo. A política ó o que é,

Onde já se concebeu

uma coletividade política, democra ticamente organizada, que oponha o interesse individual ao social, ou viceversa?

Já os romanos viveram os

seus tempos áureos governados por uma República, significativa da coisa

pública, e não da coisa particular. Foi através da democracia liberal que exerceram as suas reivindicações as

classes proletárias; do direito de voto nasceram os direitos do operário, os

códigos do trabalho; da liberdade, e não da tirania, é que resultou a me lhoria geral das condições de vida, a ascensão econômica e moral das

camadas inferiores; em suma, a pre tensa democracia social gerou-se no ventre da democracia liberal.

Mas se esses eram os princípios informadores da Constituição de 91, custa crer tivessem-na derribado, tal

vez porque houvessem escolhido a

Esse desenvolvimento histórico foi

um mínimo, aquilo que se logra rea lizar, em busca da meta desejada;

costumam, por isso, qualificá-la "a arte do possível". Além do que, os textos legais não se marmorizam,

como lápide.s mortuárias; vivem, cvolvem, transformam-se como todas as criações espirituais, guardada a iden tidade originária. Tratando da Cons tituição dos Estados Unidos, observa Charles Beard ("Ámerican Govcrnmcnt and Politics"): "Ligeira com paração do corpo de leis políticas c das práticas observadas na manhã em que Washington prestou juramento em Wall Street, e o que existe hoje, revela as mais surpreendentes muta ções". A letra da Constituição per

>4 «

cíclico. Sem que o to.stcmunhe n Constituição (assinala Boutmy), des

do século XVIII, esses burgos conver-

de a origem até 1800, deslocou-se sen sivelmente a base do poder: oferecia a princípio, na época dos homens da

losos, como Birmingham e Manchcs-

Virgínia, aspecto republicano aristo

volução pacífica, obra de um conser

vador, StV Robert Pecl, suprimiu as

restrições mais odiosas do direito de

do-se o sufrágio universal. Pelo Fnr-

qüente corru]ição dos partidos. A ex pansão industrial conduziu ao capita

lismo plutocrãtico.

Hoje, políticos

o remédio era cumpri-la.

Aliás, di-

tivamente ao desenvolvimento que o

ricilmente se executam à risca as leis

curso do tempo lhe deu, pela atuação

suas prerrogativas em matéria Orça

ameaçados de derrota desorganizam os partidos c, golpeando a democra cia, recorrem ao voto dos sindicatos operários, como órgãos de classes, no

mentária, e a Câmai*a dos Comuns investiu-se na plenitude da sobera nia representativa, estabelecido pra ticamente o sistema unicameral. Que

vos sovietes, que no entanto dizem combater... para uso externo. Não assim na Inglaterra. (Impossível, nes te assunto, perder de vista o exemplo

longa estrada percorrida!

Só no Brasil, para os espíritos bal-

anglo-saxônias). As tradc — unions in

dos de senso crítico, é que a democra cia nasceria da Constituição de 91, como Minerva da cabeça de Júpiter, armada da cabeça aos pés. Não tinha

glesas intervieram na política, não

o direito da incerteza e vacilaçâo dos

como sindicatos profissionais, e sim como partido organizado, vizinho pró

primeiros passos, que nações mais antigas e incomparavelmente mais

ilustrativo das duas grandes nações

ximo dos antigos liberais, que pra

cultas ensaiaram vagarosamente, na

ticamente lhe cedei-am o lugar, na

infância das instituições políticas, até

competição com os conservadores. Lá

que o Tempo, o grande obreiro, as le

também a evolução democrática se

vasse à marcha firme da virilidade.

operou devagar, rítmica, compassa-

O pacto de 24 de fevereiro, adiantado à sua época, como todas as reformas

nor idéia de democracia, no sentido legítimo. Atrás da cortina do par lamento, governava a aristocracia territorial dos condados, a gentry, me

"a teoria literária da Consti

ram as últimas barreiras, inaiiguran-

lamicnt Act de 1911, sob Lloyd George, a Câmara dos Lordes perdeu as

damente, atravessando períodos su

mina

voto. Em 1867, com o reconhecimen

to legal das frarfc-unioris, iniciativa do Disraeli, outro conservador, caí

cia, com a invasão da plebe c a conse

cessivos e distintos. Nos velhos tem

tuição", de dimensões estreitas, rela

voto. O Rcform Bill de 1832, uma re

porando-sc com o elemento popular, êsso governo pôde cm seguida cha mar-se democrático; não tardou que tal democracia, caindo nas mãos dos demagogos, degenerasse em oclocra-

der explicá-la pelos incisos gráficos, ficará no que Woodrow Wilson deno

escravidão. A escusa de que não era

tor. Operou-se a redenção parcial do

crático, ligado ã propriedade; tcm-

manece a mesma; mas quem preten

cumprida não passava de cavilação;

tcram-sc em grandes centros popu

pos, na Olá England, não havia a me

progressistas, herdou e continuou um passado em que, ao lado de virtudes, pungiam também vícios. O que se inquina ao regimem, sobrevindo à monarquia, é não haver apurado, em quintessência, as virtudes, e extirpa-


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•TF* *'

Dicesto Econonhco

rito que a inspiro.i, não houvo desa

do os vícios, que encontrou invetera dos. Mas, como milagre, unicamente taumaturgos o conseguiriam, por ação catalítica. Bem se pudera espe

casse. Era de esperar, ao contrário,

rar que certos males, como as taras do sistema eleitoral, não se agravas

sem; e forçoso é confessar que, na verdade, se agravaram, pelas ime diações de 1930. Se tal não houvesse

certos, vicissitudes políticas, dificul

que o regimem se fortalecesse cada

dades financeiras, crises ecotuinucas, revoltas militares, que a evertossoni.

sertão, polo caciquismo selvag"em. Vingavam métodos minuciosos de

adquirida, depois de tranposto.s tantos

Pairava ainda a República nos <imos,

seleção inversa, excluídas intencio

obstáculos, conjuradas tantas crises, ganhas tantas batalhas. Devia ter chegado a .sazão dos melhores fru tos. Os primeiros labores é que cos

agrestes, .sim, mas verdejante ? <le

nalmente as elites, por motivo de baixa emulação. Política de Caim,

-JL

tumam ser duros: o dcsbravamonto

seiva patriótica, donde a visão lunlia abranger o panorama dos problemas

brasileiros.

possuído semolhava o do jaguar, com

para a cluiticc e a esterilidade da

o rancor a flamejar nos olhos, ante a possibilidade de lhe an*ebatarem a

do terreno, as semeaduras, a luta

charneca.

contra as intempéries.

tivas, estreitaram-se os horizontes.

rias esferas de atividade: social, po lítica, econômica, e talvez cultural, posto que os índices, a este respeito, continuem ainda confrangedores. Se porventura se pedisse um teste dos

resultados do governo republicano federativo, bastaria citar o Estado de

São Paulo, uma nação, que muitas não igualam, e cuja velocidade de progresso, comparada a de uma lo

comotiva, já se tornou lugar comum. Poderão todos atacar o regimem de 1889, menos os paulistas, entre os quais (ai de nós!) se acharam terrí veis demolidoras da nossa autonomia,

Collicr é fá

O personalismo, a principio disfar çado cm corrilhos, e afinal desnudo, só, soberbo, tripudianto, acampou

Pouco a pouco, alastrou-se o ceti cismo, a descrença, a indiferença cm torno da coisa pública. Na super

cracia. Como as árvores que vedam a floresta, assim os homens coloca ram-se adianto da nação, impedindo que fosso contemplada. E que ho

era inevitável.

da, ipso facto revogada está: não

mo no de aplicação falsa, sofistica, arts. e §§.

Á

E' axioma vulgar de di

reito que o texto material da lei, di

vorciado da mens legis, apodrece como o corpo abandonado pela alma. Por

naturais, começaram a surgir sinais

que assim falava aos Coríntios o

de debilitação das nossas instituições

Apóstolo das Gentes: "a letra mata,

políticas, claros sintomas de distúr

o espírito vivifica".

políticas, sem que lhes desapareçam as condições de sobi"evivência.

A

agonia do regimem de 89 foi doloro sa; terminou numa fantasmagoria. De todos os lados surdiam espectros: seus mortos.

há revogação mais categórica que o desuso, ensinam os jurisconsultos. O

;1

cito, consiste no seguinte: não se pode esvaziar o conteúdo, a substância, â essência espiritual das instituições

nunca foi uma Liliput, esses eram

dela era tratada, ou antes maltrata

adulterina, calcada na rabulice de

A moralidade desta história, que

aguarda o sinc ira ct siuáio de um Tá

eram os mortos que enterravam os

da. Quando a lei não mais é pratica

desuso verifica-se tanto no caso de

mento do sistema. Nada que o expli-

Os verdadeiramente desinte

presa, que estatela entre as garras.

ressados, independentes, altivos, que os havia numerosos, pois o Brasil

irromper, não contra a Constituição, porém contra o modo como a pobre

obliteração, ou inaplicação da lei, co

bios orgânicos, viscerais, no funciona

mens!

feitos, os piores cegos que nunca exis tiram. Irrompeu o clamor, tinha dc

arrolando-se nesse número não ape

largamente erros e estouvamentos

nossa planície, cmasculando os partido.s, que são as milícias da demo

Não o viam os satis

nas os que a combateram de frente

como inimigos, senão também os que a desmoralizaram, como amigos. Com efeito, decorrida a primeira fase da vida republicana, cm que a fecundidade dos resultados resgatou

Focharam-se as perspec

cil, além de agradável. Quando o patrimônio se opulenta, nas mãos do lavrador, é quase certo desbaratarse nas dos herdeiros, ignorantes do quanto custa granjeá-lo.

fície, estendia-se adormecida, a água opaca de uma lagoa. Resolvida que fosse, o fundo lutulento viria à tona;

cm que o ciúme do poder, uma vez

Veio dci^ois a descida,

acontecido, a conta de lucros e perdas

Brasil de hoje com o do começo do século. Foi o estatuto republicano que presidiu à mais completa e mais rápida expansão nacional, nas vá

bloqueados pelas fanfarronices de aldeia, pelas glórias analfabetas do

vez mais, com a soma do experiência

teria demonstrado, no balanço final, imenso saldo, em favor do regimem. Basta, numa visada, confrontar o

23

Dicesto Econónoco

22

Enquanto a Constituição de 24 de

fevereiro se viu animada pelo espí•jfi' •''^r álilli!'!

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Dicesto Econonhco

rito que a inspiro.i, não houvo desa

do os vícios, que encontrou invetera dos. Mas, como milagre, unicamente taumaturgos o conseguiriam, por ação catalítica. Bem se pudera espe

casse. Era de esperar, ao contrário,

rar que certos males, como as taras do sistema eleitoral, não se agravas

sem; e forçoso é confessar que, na verdade, se agravaram, pelas ime diações de 1930. Se tal não houvesse

certos, vicissitudes políticas, dificul

que o regimem se fortalecesse cada

dades financeiras, crises ecotuinucas, revoltas militares, que a evertossoni.

sertão, polo caciquismo selvag"em. Vingavam métodos minuciosos de

adquirida, depois de tranposto.s tantos

Pairava ainda a República nos <imos,

seleção inversa, excluídas intencio

obstáculos, conjuradas tantas crises, ganhas tantas batalhas. Devia ter chegado a .sazão dos melhores fru tos. Os primeiros labores é que cos

agrestes, .sim, mas verdejante ? <le

nalmente as elites, por motivo de baixa emulação. Política de Caim,

-JL

tumam ser duros: o dcsbravamonto

seiva patriótica, donde a visão lunlia abranger o panorama dos problemas

brasileiros.

possuído semolhava o do jaguar, com

para a cluiticc e a esterilidade da

o rancor a flamejar nos olhos, ante a possibilidade de lhe an*ebatarem a

do terreno, as semeaduras, a luta

charneca.

contra as intempéries.

tivas, estreitaram-se os horizontes.

rias esferas de atividade: social, po lítica, econômica, e talvez cultural, posto que os índices, a este respeito, continuem ainda confrangedores. Se porventura se pedisse um teste dos

resultados do governo republicano federativo, bastaria citar o Estado de

São Paulo, uma nação, que muitas não igualam, e cuja velocidade de progresso, comparada a de uma lo

comotiva, já se tornou lugar comum. Poderão todos atacar o regimem de 1889, menos os paulistas, entre os quais (ai de nós!) se acharam terrí veis demolidoras da nossa autonomia,

Collicr é fá

O personalismo, a principio disfar çado cm corrilhos, e afinal desnudo, só, soberbo, tripudianto, acampou

Pouco a pouco, alastrou-se o ceti cismo, a descrença, a indiferença cm torno da coisa pública. Na super

cracia. Como as árvores que vedam a floresta, assim os homens coloca ram-se adianto da nação, impedindo que fosso contemplada. E que ho

era inevitável.

da, ipso facto revogada está: não

mo no de aplicação falsa, sofistica, arts. e §§.

Á

E' axioma vulgar de di

reito que o texto material da lei, di

vorciado da mens legis, apodrece como o corpo abandonado pela alma. Por

naturais, começaram a surgir sinais

que assim falava aos Coríntios o

de debilitação das nossas instituições

Apóstolo das Gentes: "a letra mata,

políticas, claros sintomas de distúr

o espírito vivifica".

políticas, sem que lhes desapareçam as condições de sobi"evivência.

A

agonia do regimem de 89 foi doloro sa; terminou numa fantasmagoria. De todos os lados surdiam espectros: seus mortos.

há revogação mais categórica que o desuso, ensinam os jurisconsultos. O

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cito, consiste no seguinte: não se pode esvaziar o conteúdo, a substância, â essência espiritual das instituições

nunca foi uma Liliput, esses eram

dela era tratada, ou antes maltrata

adulterina, calcada na rabulice de

A moralidade desta história, que

aguarda o sinc ira ct siuáio de um Tá

eram os mortos que enterravam os

da. Quando a lei não mais é pratica

desuso verifica-se tanto no caso de

mento do sistema. Nada que o expli-

Os verdadeiramente desinte

presa, que estatela entre as garras.

ressados, independentes, altivos, que os havia numerosos, pois o Brasil

irromper, não contra a Constituição, porém contra o modo como a pobre

obliteração, ou inaplicação da lei, co

bios orgânicos, viscerais, no funciona

mens!

feitos, os piores cegos que nunca exis tiram. Irrompeu o clamor, tinha dc

arrolando-se nesse número não ape

largamente erros e estouvamentos

nossa planície, cmasculando os partido.s, que são as milícias da demo

Não o viam os satis

nas os que a combateram de frente

como inimigos, senão também os que a desmoralizaram, como amigos. Com efeito, decorrida a primeira fase da vida republicana, cm que a fecundidade dos resultados resgatou

Focharam-se as perspec

cil, além de agradável. Quando o patrimônio se opulenta, nas mãos do lavrador, é quase certo desbaratarse nas dos herdeiros, ignorantes do quanto custa granjeá-lo.

fície, estendia-se adormecida, a água opaca de uma lagoa. Resolvida que fosse, o fundo lutulento viria à tona;

cm que o ciúme do poder, uma vez

Veio dci^ois a descida,

acontecido, a conta de lucros e perdas

Brasil de hoje com o do começo do século. Foi o estatuto republicano que presidiu à mais completa e mais rápida expansão nacional, nas vá

bloqueados pelas fanfarronices de aldeia, pelas glórias analfabetas do

vez mais, com a soma do experiência

teria demonstrado, no balanço final, imenso saldo, em favor do regimem. Basta, numa visada, confrontar o

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Enquanto a Constituição de 24 de

fevereiro se viu animada pelo espí•jfi' •''^r álilli!'!

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ÍW^' 'If

Dicbsto Econónuco

A crise do enxofre e seus remédios

nas regiões vulcânicas c na costa do Gol fo do México.

S. F»6es Aiíimu

ENXOFUK é matéria-prima chave na hodierna do desenvolvimento

O fase

crise de enxofre, não é procurar passar sem éle, lançando mão d<* c.iminhos tor

industrial.

tuosos, ma.s estud.ir tis meios de obté-lo

Há tantos proces^^^os de fabricação na

nas (|uantidades ncces.sárias.

dependência do enxofre e do seu deri *

vado, o ácido sulfúrico, que se podo di retamente na dependência do elemento

*

sser que toda a indústria química está di

O enxofre é utilizado dirt-lamonte ou

As priini iras representam Zí>nas de

lur.iis mais csseiíciais à Humanidade,

fr.ica re.sislèneia da erosta terrestre onde

foi aeunuilada no período terciário; na época das maiores re\'oluções do nosso planeta. Examinando-se as condições geológi-'

4) magma intí rior está em eomimieaçâo

eom a stiperfície. ha\"endo oportunida des ti injmrárias para o estravasamento tlí- lava.s, g.ises e \ apori'S que dão nasci

ainda nenhuma região semelhante àque

na do Golfo do México, ao eonlrário,

las mencionadas.

proeessou-se um afundamento progressi\() da erosta, liax-endo oportunidade

nicas em atividade. Os minguados ves tígios dc vulcanismo mais moderno da tam de épocas remotíssimas — do juníssico —, quando se deram as erupções de rochas alealinas que geraram os centros eruptivos de Caldas, Tinguá, Cabo Frio

depois de oxidado, sob a forma do gás

Não é tanto em quantidade que a indústria depende do enxofre; em mui

p.ira a deposição de esix-ssas camadas de

suifuroso e de ácido sulfúrico.

tos casos bastam parcelas modestas pa ra a realização de reações que originam os produtos de grande consumo. Se o

mente o maior centro da indústria quí mica no mundo, a indústria pesada con some 43 % do enxofre disponível, a in

detritos de rochas, de plantas o animais rpu' conjuntamente eom sais evapora dos, dl- água marinha, deram origem a

enxofre fôsse consumido com a mcsm;i

dústria de fertilizant('S e inseticidas con

voracidade com que as fornaliias e os

some 22%, a de celulose c papel conso

tados Unidos, onde se encontra atual

motores consomem carvão e carburan-

me 17 % — abrangendo só aí S2% do

tes, a situação da indústria no Brasil se

consumo total. O ácido sulfúrico, por sua vez, é consumido nas .seguintes pro

ria realmente trágica.

Felizmente, o enxofre rende muito, é

anualmente apenas cousa da ordem de 40.000 toneladas.

cionadas.

As necessidades de enxofre, entretan to, tendem a crescer com o aprimora

Não há, portanto, necessidade de mui tas palavras para pôr em relevo a impor tância do enxofre num país de crescente

que o nosso país, com uma indústria do

porte que todos nós conhecemos, exige

mento da agricultura nacional através da

adubação química, com a instalação das grandes retinarias de petróleo, com o aumento da produção de explosivos in dustriais e com a expansão normal de inúmeras pequenas indústrias dependen tes de ácido súlfurico, de enxofre ele mentar e de sulfates alcalinos.

A limitação do uso do enxofre impli ca na renúncia a processos aperfeiçoados

Em Caldas c Araxá são conhecidas as

.1

*

*

*

Vejamos quais são as possibilidades de se conseguir enxofre no Brasil. Em princípio — são muito pequenas — por que ainda não encontramos aqui as con dições de ambiência que geraram os

volvimento industrial e a economia do País.

nos mostra que as zonas fornecedoras do

O problema, portanto, diante duma

e outros.

desenvolvimento industrial.

grandes depósitos conhecidos em outras partes do mundo. Um ligeiro olhar sôbre o planisfério

e consequentemente prejudica o desen

importantes depósitos de petróleo, .salgema, sais de potássio, gesso, calcáreo e

Não liá zonas \'olcâ-

porções: 30% na indústria de fertilizan

tes, 20 % em processos metalúrgicos, 14 % na refinação do petróleo e 12% na fa bricação de produtos químicos — totali zando 76 % só para as finalidades men

utilizado em proporções tão pequenas

eas do nosso território não encoutramas

mento a xári.is jazidas minerais. Na zo

amarelo.

Nos Es

enxofre. Essa espessa sedimentação, contendo as matérias geradoras dos mi-

>Í5

IND/RETAS VE ENXOFRE

AíO BRAS/L

PlRtTAS NO CARVÃO JASms SE P/R/FA

M/Cí'}S SSEAlENAÍBlim míDAí. DC õfFS/Tfl ' REôfOES BE intensa l/VÚUSTR/AUZAÇAO

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enxofre à indústria mundial acham-se

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A crise do enxofre e seus remédios

nas regiões vulcânicas c na costa do Gol fo do México.

S. F»6es Aiíimu

ENXOFUK é matéria-prima chave na hodierna do desenvolvimento

O fase

crise de enxofre, não é procurar passar sem éle, lançando mão d<* c.iminhos tor

industrial.

tuosos, ma.s estud.ir tis meios de obté-lo

Há tantos proces^^^os de fabricação na

nas (|uantidades ncces.sárias.

dependência do enxofre e do seu deri *

vado, o ácido sulfúrico, que se podo di retamente na dependência do elemento

*

sser que toda a indústria química está di

O enxofre é utilizado dirt-lamonte ou

As priini iras representam Zí>nas de

lur.iis mais csseiíciais à Humanidade,

fr.ica re.sislèneia da erosta terrestre onde

foi aeunuilada no período terciário; na época das maiores re\'oluções do nosso planeta. Examinando-se as condições geológi-'

4) magma intí rior está em eomimieaçâo

eom a stiperfície. ha\"endo oportunida des ti injmrárias para o estravasamento tlí- lava.s, g.ises e \ apori'S que dão nasci

ainda nenhuma região semelhante àque

na do Golfo do México, ao eonlrário,

las mencionadas.

proeessou-se um afundamento progressi\() da erosta, liax-endo oportunidade

nicas em atividade. Os minguados ves tígios dc vulcanismo mais moderno da tam de épocas remotíssimas — do juníssico —, quando se deram as erupções de rochas alealinas que geraram os centros eruptivos de Caldas, Tinguá, Cabo Frio

depois de oxidado, sob a forma do gás

Não é tanto em quantidade que a indústria depende do enxofre; em mui

p.ira a deposição de esix-ssas camadas de

suifuroso e de ácido sulfúrico.

tos casos bastam parcelas modestas pa ra a realização de reações que originam os produtos de grande consumo. Se o

mente o maior centro da indústria quí mica no mundo, a indústria pesada con some 43 % do enxofre disponível, a in

detritos de rochas, de plantas o animais rpu' conjuntamente eom sais evapora dos, dl- água marinha, deram origem a

enxofre fôsse consumido com a mcsm;i

dústria de fertilizant('S e inseticidas con

voracidade com que as fornaliias e os

some 22%, a de celulose c papel conso

tados Unidos, onde se encontra atual

motores consomem carvão e carburan-

me 17 % — abrangendo só aí S2% do

tes, a situação da indústria no Brasil se

consumo total. O ácido sulfúrico, por sua vez, é consumido nas .seguintes pro

ria realmente trágica.

Felizmente, o enxofre rende muito, é

anualmente apenas cousa da ordem de 40.000 toneladas.

cionadas.

As necessidades de enxofre, entretan to, tendem a crescer com o aprimora

Não há, portanto, necessidade de mui tas palavras para pôr em relevo a impor tância do enxofre num país de crescente

que o nosso país, com uma indústria do

porte que todos nós conhecemos, exige

mento da agricultura nacional através da

adubação química, com a instalação das grandes retinarias de petróleo, com o aumento da produção de explosivos in dustriais e com a expansão normal de inúmeras pequenas indústrias dependen tes de ácido súlfurico, de enxofre ele mentar e de sulfates alcalinos.

A limitação do uso do enxofre impli ca na renúncia a processos aperfeiçoados

Em Caldas c Araxá são conhecidas as

.1

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*

Vejamos quais são as possibilidades de se conseguir enxofre no Brasil. Em princípio — são muito pequenas — por que ainda não encontramos aqui as con dições de ambiência que geraram os

volvimento industrial e a economia do País.

nos mostra que as zonas fornecedoras do

O problema, portanto, diante duma

e outros.

desenvolvimento industrial.

grandes depósitos conhecidos em outras partes do mundo. Um ligeiro olhar sôbre o planisfério

e consequentemente prejudica o desen

importantes depósitos de petróleo, .salgema, sais de potássio, gesso, calcáreo e

Não liá zonas \'olcâ-

porções: 30% na indústria de fertilizan

tes, 20 % em processos metalúrgicos, 14 % na refinação do petróleo e 12% na fa bricação de produtos químicos — totali zando 76 % só para as finalidades men

utilizado em proporções tão pequenas

eas do nosso território não encoutramas

mento a xári.is jazidas minerais. Na zo

amarelo.

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IND/RETAS VE ENXOFRE

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enxofre à indústria mundial acham-se

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muijmfqnH

Dicesto Econômico

águas chamadas sulfiirosas, pela presen ça de gás siilfídrico, siilfctos alcalinos

muito

elo. mas inf<-Ii/.mc'nlc ainda não foram

descobertas ali %erdadcíras jazidas dr

etíxofre de ÍJÍ).5X de ptirez,i. qne pode ser vendido a pn-çee» tão b.iíxeis (jue

enxofre elementar.

afastam da compe-tiçãf) a iiMior p.»rU-

Foi o vulcanismo moderno que gerou as jazidas d(; enxofre da Itália, do Ja pão c de vários países da América do

das jazidas de orige-itj vulcânica. Pelo íjiie se conhece hoje do territó rio ruicional não le jiios m nlmin.i região

Sul.

'jiie se- assemelhe à dos domos sulío-s.dinos d«) sul dos Instados luíidos, de modo

As jazidas de enxofre do Chile, da

econômico, pràticamenlc s<'in mão-de-obra. <ju;intida(lcs í-nonm-s de

p(*sí\el aulo-abasteeíittcnto de e-nxofre.

dino e ]ai"ncntà\'e!ment«; nossas frontei

a não ser <jne nin ac hado. faZí*ndo exce

ras ocidentais estão muito aquém daque Analisando a estrutura gcoléjgica da América do Sul e a posição do território

brasileiro nesse continente, chega-se à conclusão de que não c prová\eÍ que se venha a descobrir no Brasil uma zona

vulcânica com as características que Dk; facultem jazidas de enxofre semelhantes

às do Chile, Argentina, Japão c Itália. A maior produção de enxofre no mun

do não provém das zonas vulcânicas mas sim das camadas sedimentarcs tcr-

ciárias. Na costa do Golfo do México o

enxofre enche cavidades no calcárco que

País uma grande jazida dc- enxofre.

Não é, entretanto, nuiito pniclenle confiar em exc-eções aos hábitos da Na tureza . *

*

j»:

Diante- da situação exposta, cumpre a nós brasileiros invc.stigar qtiais os meios mais convenientes para assegurar o abastecinu-nlo dc enxofre ao nosso cresecmle parque industrial. Seu consumo tende a crescer muito cm

vista da rápida expansão da indéistria

se sobrepõe às capas de gesso e anidrita que cobrem os domos de sal. Não é

lc-'o, da indústria metalúrgica (scimcnte

isso um fenômeno geral à região, e do

Volta Redonda consome cerca de 7 mil

cerca de 300 domos salinos, conhecidos

tons. dc ácido sulfúrico por ano), da

e bem estudados, apenas 11 contém en

indústria de celulose c da indústria quí

xofre em quantidades exploráveis. Lsso, entretanto, já basta para tomar a região

mica em gorai. Num esbóço cartográfico que desenha mos estão localizadas as possíveis fon tes dc enxofre no Brasil, dc-pcndcntcs, entretanto, da aplicação de métodos tecnológicos especiais para sua obtenção.

mo mundial. Contribui para essa pre

ponderância, também, a estrutura dos

depósitos que permitiu a aplicação do método imaginado pelo engenheiro fran

cês Frasch, que consiste em injetar no subsolo água superaqiiccida, recolhen

do na superfície o en.xofre fundido que foi deslocado das cavidades subterrâ neas pela água quente injetada.

Extraem-se, assim, por um processo

.cJí

ção às normas habituais, \cnha dar ao

de supcrfosfatos, da refinação de pctrcv

produtora de quatro quintos do consu

4

cpie não h;i razéx-s para s<- prccer um

tão relacionadas cí)m o \'ijleanisino an

la zona frágil do Cf)ntinente Ainericanr).

27

Dicrsto Econóncco

26

Argentina, da Bolívia, Peru, Equador, es

JM

Enxofre livre, tal como se explora nos Estados Unidos, Itália, Japão etc. não se conhece aqui senão amostras para prateleiras de museu e residiam da alte ração dc outros minerais constituindo curiosidades de interesse acadêmico.

As nossas possíveis fontes de enxofre

oto t—íO o

-*3

o «> 9 9f

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Dicesto Econômico

águas chamadas sulfiirosas, pela presen ça de gás siilfídrico, siilfctos alcalinos

muito

elo. mas inf<-Ii/.mc'nlc ainda não foram

descobertas ali %erdadcíras jazidas dr

etíxofre de ÍJÍ).5X de ptirez,i. qne pode ser vendido a pn-çee» tão b.iíxeis (jue

enxofre elementar.

afastam da compe-tiçãf) a iiMior p.»rU-

Foi o vulcanismo moderno que gerou as jazidas d(; enxofre da Itália, do Ja pão c de vários países da América do

das jazidas de orige-itj vulcânica. Pelo íjiie se conhece hoje do territó rio ruicional não le jiios m nlmin.i região

Sul.

'jiie se- assemelhe à dos domos sulío-s.dinos d«) sul dos Instados luíidos, de modo

As jazidas de enxofre do Chile, da

econômico, pràticamenlc s<'in mão-de-obra. <ju;intida(lcs í-nonm-s de

p(*sí\el aulo-abasteeíittcnto de e-nxofre.

dino e ]ai"ncntà\'e!ment«; nossas frontei

a não ser <jne nin ac hado. faZí*ndo exce

ras ocidentais estão muito aquém daque Analisando a estrutura gcoléjgica da América do Sul e a posição do território

brasileiro nesse continente, chega-se à conclusão de que não c prová\eÍ que se venha a descobrir no Brasil uma zona

vulcânica com as características que Dk; facultem jazidas de enxofre semelhantes

às do Chile, Argentina, Japão c Itália. A maior produção de enxofre no mun

do não provém das zonas vulcânicas mas sim das camadas sedimentarcs tcr-

ciárias. Na costa do Golfo do México o

enxofre enche cavidades no calcárco que

País uma grande jazida dc- enxofre.

Não é, entretanto, nuiito pniclenle confiar em exc-eções aos hábitos da Na tureza . *

*

j»:

Diante- da situação exposta, cumpre a nós brasileiros invc.stigar qtiais os meios mais convenientes para assegurar o abastecinu-nlo dc enxofre ao nosso cresecmle parque industrial. Seu consumo tende a crescer muito cm

vista da rápida expansão da indéistria

se sobrepõe às capas de gesso e anidrita que cobrem os domos de sal. Não é

lc-'o, da indústria metalúrgica (scimcnte

isso um fenômeno geral à região, e do

Volta Redonda consome cerca de 7 mil

cerca de 300 domos salinos, conhecidos

tons. dc ácido sulfúrico por ano), da

e bem estudados, apenas 11 contém en

indústria de celulose c da indústria quí

xofre em quantidades exploráveis. Lsso, entretanto, já basta para tomar a região

mica em gorai. Num esbóço cartográfico que desenha mos estão localizadas as possíveis fon tes dc enxofre no Brasil, dc-pcndcntcs, entretanto, da aplicação de métodos tecnológicos especiais para sua obtenção.

mo mundial. Contribui para essa pre

ponderância, também, a estrutura dos

depósitos que permitiu a aplicação do método imaginado pelo engenheiro fran

cês Frasch, que consiste em injetar no subsolo água superaqiiccida, recolhen

do na superfície o en.xofre fundido que foi deslocado das cavidades subterrâ neas pela água quente injetada.

Extraem-se, assim, por um processo

.cJí

ção às normas habituais, \cnha dar ao

de supcrfosfatos, da refinação de pctrcv

produtora de quatro quintos do consu

4

cpie não h;i razéx-s para s<- prccer um

tão relacionadas cí)m o \'ijleanisino an

la zona frágil do Cf)ntinente Ainericanr).

27

Dicrsto Econóncco

26

Argentina, da Bolívia, Peru, Equador, es

JM

Enxofre livre, tal como se explora nos Estados Unidos, Itália, Japão etc. não se conhece aqui senão amostras para prateleiras de museu e residiam da alte ração dc outros minerais constituindo curiosidades de interesse acadêmico.

As nossas possíveis fontes de enxofre

oto t—íO o

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^


pp<i j Hk

P

I^CRÇTO EoONÓiaoo

28

são as pirllas de ferro, as galcnas e b!endas e a gipsita. PirítaA — São encontradas em Ouro

Preto sol) a forma de peí{itcnos cristais

impregnando camadas de filitos grafitosos. Jã tem sido exploradas l)á muitos anos para fornecimento à fál)rica de Pi quete não tendo podido confjuistar o mercado lisre cm vista do pre^-o mais elevado da unidade de enxofre, compa rativamente ao produto importado. Em Itaverá, ex-Rio Claro, Estado do

Rio, foi iniciada a exploração diima ja zida de pirita numa Zfnía de contacto do

gnais e ealcáreos. Dificuldades sobrtívindas gravaram o custo de produção e 1(ívaram à paralisação dos trabalhos ali

empreendidos pelos operosos proprietá rios da fazenda.

As piritas de Ouro Preto c Itaverá só

podem ser encaradas como minério de enxofre, de modo que o valor unitário é pequeno, enquanto as piritas exploradas na Espanha, cm Portugal, Alemanha c

muitos outros países contêm quase sem pre cobre, ouro e prata, que embora em pequenas proporções, valorizam muito

o minério o permitem obter-se o enxofre

a preços equivalentes ao das grandes ja zidas norte-americanas.

As piritas também ocorrem no carvão nacional sob a forma do impurezas, em tal proporção que podem tornar-se um

subproduto dc valor. Até hoje não fo ram utilizadas a despeito do interesse sempre manifestado por industriais como Luís Betím e Henrique Lage.

A própria Companhia Siderúrgica Na cional mandou fazer estudos pormenori zados das piritas do carvão de Santa Ca tarina no "Batcile Memorial Institute"

em Columbus, Ohio, mas até o momento

não levou a efeito nenhum ato para seu aproveitamento, talvez com alguma razão.

O Laboratório da Produção Mineral

está vivainenlc i.*»uj)« ub.jdo aprovojtarncnlo das pirit.is do t.irváo r n») nio-

OiCESTo Ecoxó.xnco

29

J;.pá<». mima benéfica erupção produziu

de minguadas cotas determinadas pelos norte-americanos.

incnto cslá f.azrtido cns.uos i-in « scal.i

tiin d«'pusito dl- enxofre de 1500 metros (li- <-oinprimenlo e 5 metros de espessu

setni-intluslrial,

ra. R^ses dados <!i\nlgados pelo "Mine

problema é uiii dos mais inqxir-

lantcs no campo d.is pcsqui"^*'"* tí-cnoló-

gica.s no Brasil porfjin- \i?»a tjliliz.ir um rcfngo que consonie dinheiro para ser

lançado fora. podendí) >'T usadt> cojuo matéria-prima duma sub.stáncia que im

portamos do estrangeiro com saerifíeio de divisas.

Oüfrtut c hlcmlii — .São mimT.iis cpic

se encontram no ílistrito plumbífero de Ribeira. A exploraçãí) dess.is jaziilas

poderá form-cer (juanlitlad<"S grandes de gases sulfurosos qm? poderão ser trans formados em ácido s)dfúrico.

Êsse aprov(*itainento <;stá, entretanto, na dependência do desi-nvolvimento dn melalnrgiíi do clmmbo e zinco naquela área, o que nos parece consa um tanto

rais ^i-arlmok" tio "Bnreau of Mines"

(ano <le 1'J-IS) não indica a largura do depósito. Tratando-se de um fenômeno thí grande proporção é razoável admitir pelo menos uma largura de 20 metros. Nessa bi[)óti'se teremos u'a massa dc enxofre da ordem de oOO.OOÜ toneladas sonuiíle nesse e>travasamenlo em dias

do ano do 1936.

Í'atos dessa nalurez;^ não devemos es

Somente a técnica com seius milagres

jxxlerá nos aliviar dessa condição de de pendência em que vivemos com relação ao enxofre. Esta situação, cumpre frisar, não é resultante dc atos de governos ou errônea orientação do próprio povo, é

simplesmente fnito dc condições geoló gicas que não é dado ao homem alterar. Só multiplicando as pesquisas para utiliTUir os compostos de enxofre dispo níveis em nosso território o orientando

perar em nosso estal)ilissimo território.

acordos internacionais que nos propor

P.ira con.scguirmos 300.000 toneladas de

cionem maiores importações de enxofre elementar, é que poderão ser dissipadas as nuvens negras que pairam sôbrc a in dústria química nacional.

enxofro procisanu)s exportar muito café, algodao, madeira, fumo c cacau e nos

conformarmos cm esperar 4 ou 5 anos

remota.

Cipjdta — Também poderá constituir uma matéria-prima para obtenção de en.xofrc ou ácido sulfórico.

Segundo

Othon Leonardos há jazidas considerá veis de gipsita na área dc cbapadões do oeste do Pernambuco c .sulcsto do Piauí,

além dos depósitos mais ou menos aca nhados já cm exploração no Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Estado do Rio. A índia, também carente dc en

.xofrc, procura utilizar a gipsita na fa bricação de ácido sulfúrico.

Na Inglaterra, segundo um recente comunicado do "Brazilian Government

Trade Burenu" (n.° 38 - 1.° de maio de 1951), estão sendo feitas muitas pes quisas visando obter enxofre dc diversas fontes ainda não aproveitadas, inclusive

sua obtenção por meio de bactérias que reduzam o gesso (sulfato dc cálcio) a sulfetos. o

o

o

Em 1936 o vulcão Siretoko-Iosan, no

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I^CRÇTO EoONÓiaoo

28

são as pirllas de ferro, as galcnas e b!endas e a gipsita. PirítaA — São encontradas em Ouro

Preto sol) a forma de peí{itcnos cristais

impregnando camadas de filitos grafitosos. Jã tem sido exploradas l)á muitos anos para fornecimento à fál)rica de Pi quete não tendo podido confjuistar o mercado lisre cm vista do pre^-o mais elevado da unidade de enxofre, compa rativamente ao produto importado. Em Itaverá, ex-Rio Claro, Estado do

Rio, foi iniciada a exploração diima ja zida de pirita numa Zfnía de contacto do

gnais e ealcáreos. Dificuldades sobrtívindas gravaram o custo de produção e 1(ívaram à paralisação dos trabalhos ali

empreendidos pelos operosos proprietá rios da fazenda.

As piritas de Ouro Preto c Itaverá só

podem ser encaradas como minério de enxofre, de modo que o valor unitário é pequeno, enquanto as piritas exploradas na Espanha, cm Portugal, Alemanha c

muitos outros países contêm quase sem pre cobre, ouro e prata, que embora em pequenas proporções, valorizam muito

o minério o permitem obter-se o enxofre

a preços equivalentes ao das grandes ja zidas norte-americanas.

As piritas também ocorrem no carvão nacional sob a forma do impurezas, em tal proporção que podem tornar-se um

subproduto dc valor. Até hoje não fo ram utilizadas a despeito do interesse sempre manifestado por industriais como Luís Betím e Henrique Lage.

A própria Companhia Siderúrgica Na cional mandou fazer estudos pormenori zados das piritas do carvão de Santa Ca tarina no "Batcile Memorial Institute"

em Columbus, Ohio, mas até o momento

não levou a efeito nenhum ato para seu aproveitamento, talvez com alguma razão.

O Laboratório da Produção Mineral

está vivainenlc i.*»uj)« ub.jdo aprovojtarncnlo das pirit.is do t.irváo r n») nio-

OiCESTo Ecoxó.xnco

29

J;.pá<». mima benéfica erupção produziu

de minguadas cotas determinadas pelos norte-americanos.

incnto cslá f.azrtido cns.uos i-in « scal.i

tiin d«'pusito dl- enxofre de 1500 metros (li- <-oinprimenlo e 5 metros de espessu

setni-intluslrial,

ra. R^ses dados <!i\nlgados pelo "Mine

problema é uiii dos mais inqxir-

lantcs no campo d.is pcsqui"^*'"* tí-cnoló-

gica.s no Brasil porfjin- \i?»a tjliliz.ir um rcfngo que consonie dinheiro para ser

lançado fora. podendí) >'T usadt> cojuo matéria-prima duma sub.stáncia que im

portamos do estrangeiro com saerifíeio de divisas.

Oüfrtut c hlcmlii — .São mimT.iis cpic

se encontram no ílistrito plumbífero de Ribeira. A exploraçãí) dess.is jaziilas

poderá form-cer (juanlitlad<"S grandes de gases sulfurosos qm? poderão ser trans formados em ácido s)dfúrico.

Êsse aprov(*itainento <;stá, entretanto, na dependência do desi-nvolvimento dn melalnrgiíi do clmmbo e zinco naquela área, o que nos parece consa um tanto

rais ^i-arlmok" tio "Bnreau of Mines"

(ano <le 1'J-IS) não indica a largura do depósito. Tratando-se de um fenômeno thí grande proporção é razoável admitir pelo menos uma largura de 20 metros. Nessa bi[)óti'se teremos u'a massa dc enxofre da ordem de oOO.OOÜ toneladas sonuiíle nesse e>travasamenlo em dias

do ano do 1936.

Í'atos dessa nalurez;^ não devemos es

Somente a técnica com seius milagres

jxxlerá nos aliviar dessa condição de de pendência em que vivemos com relação ao enxofre. Esta situação, cumpre frisar, não é resultante dc atos de governos ou errônea orientação do próprio povo, é

simplesmente fnito dc condições geoló gicas que não é dado ao homem alterar. Só multiplicando as pesquisas para utiliTUir os compostos de enxofre dispo níveis em nosso território o orientando

perar em nosso estal)ilissimo território.

acordos internacionais que nos propor

P.ira con.scguirmos 300.000 toneladas de

cionem maiores importações de enxofre elementar, é que poderão ser dissipadas as nuvens negras que pairam sôbrc a in dústria química nacional.

enxofro procisanu)s exportar muito café, algodao, madeira, fumo c cacau e nos

conformarmos cm esperar 4 ou 5 anos

remota.

Cipjdta — Também poderá constituir uma matéria-prima para obtenção de en.xofrc ou ácido sulfórico.

Segundo

Othon Leonardos há jazidas considerá veis de gipsita na área dc cbapadões do oeste do Pernambuco c .sulcsto do Piauí,

além dos depósitos mais ou menos aca nhados já cm exploração no Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Estado do Rio. A índia, também carente dc en

.xofrc, procura utilizar a gipsita na fa bricação de ácido sulfúrico.

Na Inglaterra, segundo um recente comunicado do "Brazilian Government

Trade Burenu" (n.° 38 - 1.° de maio de 1951), estão sendo feitas muitas pes quisas visando obter enxofre dc diversas fontes ainda não aproveitadas, inclusive

sua obtenção por meio de bactérias que reduzam o gesso (sulfato dc cálcio) a sulfetos. o

o

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Em 1936 o vulcão Siretoko-Iosan, no

i


Dicesto Econômico

31

impo.ssibilita à estrutura econômica res-

UonKHTo Pinto dk Soit/a I.

Atravessamos fase crítica em nos-

sa vida econômica. Precisamos «.-xpandir a produção híj menor prazo possível, mas não possuímos os recurst)s necessá rios para financiá-la e nem fatores de produção disponíveis para incrementála. Isto explica o pefjoeno aumento anual do volume de bens produzidos

contrasUmdo com a rápida elevação d(> meio circulante, o que aumenta constantemente os preços das mercadorias.

o Govêmo atual, no firme propósito de conter a ascensão dos preços e elevar o nível de vida da população brasileira anunciou um largo programa de finan ciamento à produção. A idéia geral do minante nos meios governamentais é a

de que os recursos financeiros, para cus tear a produção, podem ser fornecidos por novas emissões, sem que isso deter

mine efeitos inflacionários. As autoridades fundamentam essa convicção na teo ria quantitativa da moeda - os pratos da balança mcrcadoria-moeda estando iguais isto c,^ se o volume dos meios de pagamento for proporcional ao das mer

cadorias, os preços se conservam estáveis. Em tese, não se pode discordar do

ponto de vista das nossas autoridades, se bem que o principio quantitativo não'to-

nha validade tão absoluta. Em face, po

rém, da presente situação econômica bra sileira, o pensamento governamental não encontra apoio nos fatos.

■ Em primeiro lugar, o propalado finan ciamento não se destina a aumentar o

volume de nossa produção, mas a per mitir que o volume da produção em

,1951 seja proporcional ao do ano pas; sado.- Isto porque a alteração profunda ocorrida nos preços de nossos produtos

basv do firianclaiuruto déssrs produtos. .A-ssiiii, a baso d*» íinati( i.mi«-ntf> do algo dão no ano em ciir>-o é de O$250.(H) por arroba, o (jne <-\igirá do Banco do

Brasil, para tal fim, a impotiànei.i ile Cr$.3..3.33.331.(M)(J.OO.

IXMulcT. inconlitu-nli. ás solicitações de

o.s mesmos produlo.s, eliminan Io os con

aunienlo de produção. Sc» u^i modifi

sumidores de menores reudimojjtos. Ês-

cação na técnica de combinação dos fa tores podiTia proporciimar a cxpansao

])ríiK'ipais niodificdii subsi-uu i-ilsiiciitc a

A do eafé f<n

í sllpiilada eni OSl .()(»).()() j^or saca. Esliiua-se a safra jjrcsenlc- <-m 7.300 mil sacas. () seu finaneiamenlo reíjuerera / .300 miliiries de cruzeiros.

È verdade

f{uc neiu lodo produtor recorre; ao Ban co do Brasil e ni-m o financiamento t'

fornecido todo de uma só vi:/.. No cpio toca ao algodão, os técnicos do nosso

principal instituto clc; crc-dito prc\'iram (]ue st:rão necessários de 5 % ii H% em

abril, 2í)% a 25'/ em maio, 2Õ% em ju nho, 20% cm julho c 10% etn agosto e o rc.-stanlc nos meses seguintes. A tarefa financiadora do Banco do Brasil será,

assim, bastante aliviada; contudo, o péso do financiamento global continua ex cessivo, pois SC) as duas mercadorias apontadas requererão cerca de 10 bilhões de cruzeiros. O mesmo ocorre nos demais setores

da produção agrícola c industrial. Todos estão a exigir largos financiamentos. Ne nhum desses financiamentos, porém, se

destina a aumentar a produção, mas a

permitir que o ritmo da produção não decaia. Aliás, nas condições atuais,"co-

nio já apontamos em artigo publicado nesta Revista (1), não é possível uma elevação rápida do volume da produção

tlcscjada. .Mém dis.so. dcve-so ler sempre cm

mente cjuc lc'cnica atrasada aliada a in flação não criam ambas a produção eco

nômica. pois cedo o sistema produtivo atinge o rcndimcmto nao proporcional. Expandir a produção nessas condições c propiciar a alta geral dos preços. Em segundo lugar, é preciso não cs-

fjuecer cpie o sistema de transporte brasilc-iro não comporta a distribuição de volume mais considerável de mercado rias. O incremento da produção, caso fc)sse realizável, esbarraria com os obs táculos intransponíveis do deslo camento dos produtos, desequili brando, por si só, os pratos da balança mcrcadoria-moeda. Nas

circunstâncias

presentes,

emitir moeda para financiar a

produção é inflacionar — primei ro, porque as emissões se destinam a fi nanciar o mesmo volume de produção verificado nos anos anteriores, e segun

do, porque a estrutura econômica não permite, a curto prazo, expansão acen tuada da produção, clc molde a contra balançar as entradas de moeda.

Entro nós, a quantidade de moeda cm circulação já sc tornou excessiva. O ritmo acelerado da depreciação do cru zeiro mostra-o sobejamente. Prosseguir as emissões a não ser para criar indús trias altamente produtivas ou melhorar sensivelmente os meios de transportes, é favorecer a espiral inflacionária. Ora,

nacioiiLd. É c|ue atravessamos fase de

esta acentua a diferença de rendas dos

pleno emprego o de técnica deficiente de utilização dos fatores de produção, o cjue

consumidores (já bastante desigual no Brasil). A diferença de rendas, por seu turno, força a alta dos preços, uma vez

(1) Digeslo Econômico, n.o 76.

sumidores pagar maiores quantias p,ara

que permite a um grupo grande de con

se aspecto é particularmente sensível nas fases de carência dc mercadorias do con

sumo. quando então a desig laldadc dc ' rendas favorece o aparcciuu nto da es

peculação. Além disso, num período de "inflação acumulativa as altas rendas .

gastas na manutenção dc altos niveis de ' vida, cm virtude dos preços i levados dos bens de consumo, entram na corrente de

rendas diversas vézes, e em estágios difi'rentcs, contribuindo para aumentar os lucros o incentivar a especulação."

As autoridades precisam recorrer a outras fontes, a fim dc obler os recur-

so.s financeiros necessitados pela produ ção brasileira.

Estas, no entanto, não

são muitas, nem abundantes. As

internas, sc bem dc valor maior

q\ic o geralmente (Stimado, se encontram minadas ])or uma polí tica financeira desastrosa e uma

organizi\ção bancári i deficiente. -Antes de sc poder utilizá-las, ne- \ ccssário se faz o sancamei to das finan

ças públicas, tarefa não pe picna no mo mento, mas imprescindível. Como com plemento, a reorganização do sistema ' bancário brasileiro, a fim de se dar v

maior amplitude ao crédito c às opera- ç çõcs dc redesconto, tão desonradas entre nós. Tais medidas só poderão ser con

seguidas a longo prazo. Completando o quadro das providências c. serem toma das cm longa duração, nãc se podem es quecer as fontes externas, isto é, os em

préstimos de governo a governo e os

investimentos dc capitali .tas estrangei ros. Nesse terreno, a recente Conferência dos Chanceleres deiNou muitas es peranças.

A curto prazo, entretan'o, poucas me didas podem as autoridades tomar. A primeira seria a mellror distribuição e,


Dicesto Econômico

31

impo.ssibilita à estrutura econômica res-

UonKHTo Pinto dk Soit/a I.

Atravessamos fase crítica em nos-

sa vida econômica. Precisamos «.-xpandir a produção híj menor prazo possível, mas não possuímos os recurst)s necessá rios para financiá-la e nem fatores de produção disponíveis para incrementála. Isto explica o pefjoeno aumento anual do volume de bens produzidos

contrasUmdo com a rápida elevação d(> meio circulante, o que aumenta constantemente os preços das mercadorias.

o Govêmo atual, no firme propósito de conter a ascensão dos preços e elevar o nível de vida da população brasileira anunciou um largo programa de finan ciamento à produção. A idéia geral do minante nos meios governamentais é a

de que os recursos financeiros, para cus tear a produção, podem ser fornecidos por novas emissões, sem que isso deter

mine efeitos inflacionários. As autoridades fundamentam essa convicção na teo ria quantitativa da moeda - os pratos da balança mcrcadoria-moeda estando iguais isto c,^ se o volume dos meios de pagamento for proporcional ao das mer

cadorias, os preços se conservam estáveis. Em tese, não se pode discordar do

ponto de vista das nossas autoridades, se bem que o principio quantitativo não'to-

nha validade tão absoluta. Em face, po

rém, da presente situação econômica bra sileira, o pensamento governamental não encontra apoio nos fatos.

■ Em primeiro lugar, o propalado finan ciamento não se destina a aumentar o

volume de nossa produção, mas a per mitir que o volume da produção em

,1951 seja proporcional ao do ano pas; sado.- Isto porque a alteração profunda ocorrida nos preços de nossos produtos

basv do firianclaiuruto déssrs produtos. .A-ssiiii, a baso d*» íinati( i.mi«-ntf> do algo dão no ano em ciir>-o é de O$250.(H) por arroba, o (jne <-\igirá do Banco do

Brasil, para tal fim, a impotiànei.i ile Cr$.3..3.33.331.(M)(J.OO.

IXMulcT. inconlitu-nli. ás solicitações de

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aunienlo de produção. Sc» u^i modifi

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cação na técnica de combinação dos fa tores podiTia proporciimar a cxpansao

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A do eafé f<n

í sllpiilada eni OSl .()(»).()() j^or saca. Esliiua-se a safra jjrcsenlc- <-m 7.300 mil sacas. () seu finaneiamenlo reíjuerera / .300 miliiries de cruzeiros.

È verdade

f{uc neiu lodo produtor recorre; ao Ban co do Brasil e ni-m o financiamento t'

fornecido todo de uma só vi:/.. No cpio toca ao algodão, os técnicos do nosso

principal instituto clc; crc-dito prc\'iram (]ue st:rão necessários de 5 % ii H% em

abril, 2í)% a 25'/ em maio, 2Õ% em ju nho, 20% cm julho c 10% etn agosto e o rc.-stanlc nos meses seguintes. A tarefa financiadora do Banco do Brasil será,

assim, bastante aliviada; contudo, o péso do financiamento global continua ex cessivo, pois SC) as duas mercadorias apontadas requererão cerca de 10 bilhões de cruzeiros. O mesmo ocorre nos demais setores

da produção agrícola c industrial. Todos estão a exigir largos financiamentos. Ne nhum desses financiamentos, porém, se

destina a aumentar a produção, mas a

permitir que o ritmo da produção não decaia. Aliás, nas condições atuais,"co-

nio já apontamos em artigo publicado nesta Revista (1), não é possível uma elevação rápida do volume da produção

tlcscjada. .Mém dis.so. dcve-so ler sempre cm

mente cjuc lc'cnica atrasada aliada a in flação não criam ambas a produção eco

nômica. pois cedo o sistema produtivo atinge o rcndimcmto nao proporcional. Expandir a produção nessas condições c propiciar a alta geral dos preços. Em segundo lugar, é preciso não cs-

fjuecer cpie o sistema de transporte brasilc-iro não comporta a distribuição de volume mais considerável de mercado rias. O incremento da produção, caso fc)sse realizável, esbarraria com os obs táculos intransponíveis do deslo camento dos produtos, desequili brando, por si só, os pratos da balança mcrcadoria-moeda. Nas

circunstâncias

presentes,

emitir moeda para financiar a

produção é inflacionar — primei ro, porque as emissões se destinam a fi nanciar o mesmo volume de produção verificado nos anos anteriores, e segun

do, porque a estrutura econômica não permite, a curto prazo, expansão acen tuada da produção, clc molde a contra balançar as entradas de moeda.

Entro nós, a quantidade de moeda cm circulação já sc tornou excessiva. O ritmo acelerado da depreciação do cru zeiro mostra-o sobejamente. Prosseguir as emissões a não ser para criar indús trias altamente produtivas ou melhorar sensivelmente os meios de transportes, é favorecer a espiral inflacionária. Ora,

nacioiiLd. É c|ue atravessamos fase de

esta acentua a diferença de rendas dos

pleno emprego o de técnica deficiente de utilização dos fatores de produção, o cjue

consumidores (já bastante desigual no Brasil). A diferença de rendas, por seu turno, força a alta dos preços, uma vez

(1) Digeslo Econômico, n.o 76.

sumidores pagar maiores quantias p,ara

que permite a um grupo grande de con

se aspecto é particularmente sensível nas fases de carência dc mercadorias do con

sumo. quando então a desig laldadc dc ' rendas favorece o aparcciuu nto da es

peculação. Além disso, num período de "inflação acumulativa as altas rendas .

gastas na manutenção dc altos niveis de ' vida, cm virtude dos preços i levados dos bens de consumo, entram na corrente de

rendas diversas vézes, e em estágios difi'rentcs, contribuindo para aumentar os lucros o incentivar a especulação."

As autoridades precisam recorrer a outras fontes, a fim dc obler os recur-

so.s financeiros necessitados pela produ ção brasileira.

Estas, no entanto, não

são muitas, nem abundantes. As

internas, sc bem dc valor maior

q\ic o geralmente (Stimado, se encontram minadas ])or uma polí tica financeira desastrosa e uma

organizi\ção bancári i deficiente. -Antes de sc poder utilizá-las, ne- \ ccssário se faz o sancamei to das finan

ças públicas, tarefa não pe picna no mo mento, mas imprescindível. Como com plemento, a reorganização do sistema ' bancário brasileiro, a fim de se dar v

maior amplitude ao crédito c às opera- ç çõcs dc redesconto, tão desonradas entre nós. Tais medidas só poderão ser con

seguidas a longo prazo. Completando o quadro das providências c. serem toma das cm longa duração, nãc se podem es quecer as fontes externas, isto é, os em

préstimos de governo a governo e os

investimentos dc capitali .tas estrangei ros. Nesse terreno, a recente Conferência dos Chanceleres deiNou muitas es peranças.

A curto prazo, entretan'o, poucas me didas podem as autoridades tomar. A primeira seria a mellror distribuição e,


32

Dicesto Econónoco

Dicesto Econômico

3S

principalmente, a melhor utilização e congrcgnniento dos recursos financeiros

Vejamos por que rc:iliz.ar.im cias essa façanha, í nfjuanlo nós não i «mva^guimos

do.s mais altos das nações industriais. O ludiei- inglês s«- el<-\ava naqu<-Ia êjx>ea

internos, que, em virtude da inflação,

f.iz«T o tii' snu). lí. O estudo d.ís estalísti<' is refc-

u apenas ..3,5, o qm- ê insignifieante em laei- do (Io Brasil.

rvtiJes ;t(i impi slo sobre a reiui.i revela .1 íIcsproj)orí ão í vislente entre as con

tem mostrado (jue essas duas espécic.s de eousequèncias são cnuiicas nos paí

A altai c ()neentra«,ão (]•• rendas mos-

ses subdesenvolvidos. .-V evolução cain-

tém procurado de preferência investi mentos especulativos ou aplicavêícs <-m bens de consumo duráveis, em lugar de inversões produtivas. A segunda consis tiria na ütili/.açáo do redesconto, o que proporcionaria maior extensão aos crédi tos fornecidos pelos bancos comerciais. E, finalmente, aplicação produtiva do dinheiro dos Institutos, desde que se fi

tribuições tias eaui.ul.is soei.tis m.iís l)aixas e .is das ni iis alt.is. contrariando O

c.ir.tt leririit t) apres- iitado pela distribui ção fio mesmo itiipósto em outros j).ííscS. .\f)s Estados 1'nidns e ua luejaterr.i,

e.xemplf), a porcentagem maior cabe

zesse a prazo relativamente curto. Isto

pcíjiienos contribuintes c nãt) aos pou

é possível nos créditos sazonais à produ ção agrícola.

cos gr.iiide.s cíuitribiiintes. C tertladc que, via cie regr.i, não se deve compa rar, ern economia, paí.ses tle estruturas cconóniicas diferentes. No caso prcscnIc, porém, a comparação é ehicídalica. unia vez que indica fato curioso da im

As duas primeiras,

se bem possam

exercer papel saliente no financiamento

da produção, não são suficientes para fornecer os recursos necessários a um

programa amplo de desenvolvimento econômico. A única, talvez, capaz dc arregimentar o volume de capitais reque ridos para o financiamento dc semelhante programa, são os rendimentos parti

posição sóbrc a renda no Brasil — a siia

grande concentração.

A ês.se respeito. O dr. Jorge Kiugslon realizou cálculos interessantes, que vie ram demonstrar o grau de concentração

que os eapit.iis existem eni volume apr(;ii.i\-,.] jxTuiiliudo o fiuaueiameulo

l)ial l>rasileiia ê exemplo típico, .às nos sas relações de troca sofreram quedas

o progresso econômico nacional. Eu-

iniuterruplas. ao mesmo tempo qne a quelira cambial deu margem a especula

|'vtanto. isso não se verifica, porcjue os 'abiios de consumo das classes abasta(. o gênero de inversões por elas pre-

^"■rido não permitem, primeiro, a pou-

Pauç.i na (piantidade clc'sej"ada. segundo. " cneaminliameiito dos capitais acumu-

'aclos para os sc-toros da produção. E\a-

"úneinos êsses dois aspectos. primeiro a.sp<'eto reside no falo de •'s classe.s ai)astaclas manterem nível de

luxuoso, despendendo a quase to nalidade de sons rendimentos em

l^cns (If, consttmo. restando pc-

9''cna parcela para futuros invcs-

das rendas entre nós. O aludido econo

na em constituir massa de recursos finan

centração dc Cini. Êstc índice permite

ceiros apta a atender as despesas da am pliação da produção nacional. Esque

uma oscilação dc O a 1. Quando o índi

pela contínua desvalorização da "^ucda, pois os agcntc.s cconómicos preferem adquirir bens que -'Satisfaçam o.s seus desejos a guardarem uni capital que sc» deprecie constante-

ce é zero, denota uma igual dislribuiçúo

uiontc. Por esse motivo, a classe mais

cem, cs que assim pensam, que a maior

parte do atual quadro brasileiro de pro dução foi elaborado com os recursos fi

nanceiros do próprio País, o que indica

dc rendas, à medida que se distancia do ^cro c SC aproxima da unidade, dcníonstra que os rendimcnto.s vão-se concen trando em número cada vt^z mais rcdu-

não ser tão parco o mercado interno de

7.ido de pessoas, até chegar a 1, cm qoe

capitais. A idéia da sua fragilidade pro vém antes da sua má organização que propriamente da penúria dc havcrcs. A

o detentor dc todo o rendimento é umn

esse respeito é preciso chamar a atenção

para o fato de as grandes naçõe.s indus triais não terem possuído no século XIX,

época da construção de seus parques fa bris, de concentração de capitais maior que a existente atualmente em boa par te dos países subdesenvolvidos, no en-tanto, conseguiram elas elaborar a estru

tura manufatureira das suas produções.

única pessoa. Poi.s bem, os cálculos do

dr. Kingston apre.scnlaraiTi os seguintes resultados para o.s contribuintes (Ío Dis trito Federal, onde o poder aquisitivo da população é o mais alto do Bra.sil ; .453 cm 19.34; .488 cm 1938 o .556 cm 1942.

Ê.stes índices são clevadís.sinios. Pam .se ter uma idéia do seu volnnic convém compará-lo com o da Inglaterra antes da guerra de 1939, considerado como uin

ções seguras eom a nossa moeda.

l'-m segundo lugar, a elevação da pro cura de artigos estrangeiros faz com que o multiplieadí^r exerça os .seus efeitos

acumul.itivos na produção dos países es trangeiros e não na interna. Dessa for ma. o consumo estimulado das classes

ricas tem ação perniciosa nos países em atraso econômico, pois não cria investi mentos internos, acelerando a produção dos países altamente industriali zados . Êstes têm sido duplamen te beneficiados eom o consumo

^"Ucntos. Isso t!m parte se explica

culares. Tem-se desprezado muito, en tre nós, a capacidade da poupança inter

mista (ommi como ha.sc o índice dc con

atra.sados; de outro, dá nascimento à especul.íçai) cambial. De falo, a História

mantém sempre consumo cstimn-

'ado, isjo é, superior às suas necessida des normais. Em países subdesenvolvi

das o consumo estimulado repercute desavoràvclmontc sobre a economia intcr-

'^a, pois o gênero de artigos procurados

pelas altas camadas sociais (artigos de

jestimulado das nações dc econogiia incipiente — como consumilorcs, vendendo maior quantida de dc artigos manufaturados. O segundo aspecto constitui um dos empecilhos mais sérios para a formação do mercado de capitais nos países de economia atrasada. É verdade que não SC deve culpar aos capitalistas, mas à estrutura econômica das nações subde

senvolvidas . É que nestas os empreen dimentos econômicos ainda não atingi ram nível técnico suficiente para lhes dar continuidade, prcndendo-se a siste

<xo, rádios, geladeiras, automcWeis, etc.) *ao <_• procluziclo internamente, mas imi ii J LL. lUtll lltJIlLC ,

mas de produção atrasados, herança da

irivl

plorações econômicas, principalmente as de caráter industrial, o que explica a fuga dos capitalistas para setores mais

porlaclo. Daí, eni primeiro limar, criar um desequilíbrio na balança dc paga um

'

t

1

.

mentos, forçando não raras vezes a de

preciação cambial. Esta, por sua vez, produz duas conseqüências nefastas — de um lado, deprecia a relação de tro cas ("terms of trade"), reconhecida mente baixas nos países econòmícamente .íÂiàia

era colonial. Daí a instabilidade das ex

seguros, como as inversões em imóveis.

O piof. H. W. Singer, cm conferências que pronunciou em São Paulo e no Rio,

chamou a atenção para o fato de a apli cação em imóveis, particulanTiente nos


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Dicesto Econónoco

Dicesto Econômico

3S

principalmente, a melhor utilização e congrcgnniento dos recursos financeiros

Vejamos por que rc:iliz.ar.im cias essa façanha, í nfjuanlo nós não i «mva^guimos

do.s mais altos das nações industriais. O ludiei- inglês s«- el<-\ava naqu<-Ia êjx>ea

internos, que, em virtude da inflação,

f.iz«T o tii' snu). lí. O estudo d.ís estalísti<' is refc-

u apenas ..3,5, o qm- ê insignifieante em laei- do (Io Brasil.

rvtiJes ;t(i impi slo sobre a reiui.i revela .1 íIcsproj)orí ão í vislente entre as con

tem mostrado (jue essas duas espécic.s de eousequèncias são cnuiicas nos paí

A altai c ()neentra«,ão (]•• rendas mos-

ses subdesenvolvidos. .-V evolução cain-

tém procurado de preferência investi mentos especulativos ou aplicavêícs <-m bens de consumo duráveis, em lugar de inversões produtivas. A segunda consis tiria na ütili/.açáo do redesconto, o que proporcionaria maior extensão aos crédi tos fornecidos pelos bancos comerciais. E, finalmente, aplicação produtiva do dinheiro dos Institutos, desde que se fi

tribuições tias eaui.ul.is soei.tis m.iís l)aixas e .is das ni iis alt.is. contrariando O

c.ir.tt leririit t) apres- iitado pela distribui ção fio mesmo itiipósto em outros j).ííscS. .\f)s Estados 1'nidns e ua luejaterr.i,

e.xemplf), a porcentagem maior cabe

zesse a prazo relativamente curto. Isto

pcíjiienos contribuintes c nãt) aos pou

é possível nos créditos sazonais à produ ção agrícola.

cos gr.iiide.s cíuitribiiintes. C tertladc que, via cie regr.i, não se deve compa rar, ern economia, paí.ses tle estruturas cconóniicas diferentes. No caso prcscnIc, porém, a comparação é ehicídalica. unia vez que indica fato curioso da im

As duas primeiras,

se bem possam

exercer papel saliente no financiamento

da produção, não são suficientes para fornecer os recursos necessários a um

programa amplo de desenvolvimento econômico. A única, talvez, capaz dc arregimentar o volume de capitais reque ridos para o financiamento dc semelhante programa, são os rendimentos parti

posição sóbrc a renda no Brasil — a siia

grande concentração.

A ês.se respeito. O dr. Jorge Kiugslon realizou cálculos interessantes, que vie ram demonstrar o grau de concentração

que os eapit.iis existem eni volume apr(;ii.i\-,.] jxTuiiliudo o fiuaueiameulo

l)ial l>rasileiia ê exemplo típico, .às nos sas relações de troca sofreram quedas

o progresso econômico nacional. Eu-

iniuterruplas. ao mesmo tempo qne a quelira cambial deu margem a especula

|'vtanto. isso não se verifica, porcjue os 'abiios de consumo das classes abasta(. o gênero de inversões por elas pre-

^"■rido não permitem, primeiro, a pou-

Pauç.i na (piantidade clc'sej"ada. segundo. " cneaminliameiito dos capitais acumu-

'aclos para os sc-toros da produção. E\a-

"úneinos êsses dois aspectos. primeiro a.sp<'eto reside no falo de •'s classe.s ai)astaclas manterem nível de

luxuoso, despendendo a quase to nalidade de sons rendimentos em

l^cns (If, consttmo. restando pc-

9''cna parcela para futuros invcs-

das rendas entre nós. O aludido econo

na em constituir massa de recursos finan

centração dc Cini. Êstc índice permite

ceiros apta a atender as despesas da am pliação da produção nacional. Esque

uma oscilação dc O a 1. Quando o índi

pela contínua desvalorização da "^ucda, pois os agcntc.s cconómicos preferem adquirir bens que -'Satisfaçam o.s seus desejos a guardarem uni capital que sc» deprecie constante-

ce é zero, denota uma igual dislribuiçúo

uiontc. Por esse motivo, a classe mais

cem, cs que assim pensam, que a maior

parte do atual quadro brasileiro de pro dução foi elaborado com os recursos fi

nanceiros do próprio País, o que indica

dc rendas, à medida que se distancia do ^cro c SC aproxima da unidade, dcníonstra que os rendimcnto.s vão-se concen trando em número cada vt^z mais rcdu-

não ser tão parco o mercado interno de

7.ido de pessoas, até chegar a 1, cm qoe

capitais. A idéia da sua fragilidade pro vém antes da sua má organização que propriamente da penúria dc havcrcs. A

o detentor dc todo o rendimento é umn

esse respeito é preciso chamar a atenção

para o fato de as grandes naçõe.s indus triais não terem possuído no século XIX,

época da construção de seus parques fa bris, de concentração de capitais maior que a existente atualmente em boa par te dos países subdesenvolvidos, no en-tanto, conseguiram elas elaborar a estru

tura manufatureira das suas produções.

única pessoa. Poi.s bem, os cálculos do

dr. Kingston apre.scnlaraiTi os seguintes resultados para o.s contribuintes (Ío Dis trito Federal, onde o poder aquisitivo da população é o mais alto do Bra.sil ; .453 cm 19.34; .488 cm 1938 o .556 cm 1942.

Ê.stes índices são clevadís.sinios. Pam .se ter uma idéia do seu volnnic convém compará-lo com o da Inglaterra antes da guerra de 1939, considerado como uin

ções seguras eom a nossa moeda.

l'-m segundo lugar, a elevação da pro cura de artigos estrangeiros faz com que o multiplieadí^r exerça os .seus efeitos

acumul.itivos na produção dos países es trangeiros e não na interna. Dessa for ma. o consumo estimulado das classes

ricas tem ação perniciosa nos países em atraso econômico, pois não cria investi mentos internos, acelerando a produção dos países altamente industriali zados . Êstes têm sido duplamen te beneficiados eom o consumo

^"Ucntos. Isso t!m parte se explica

culares. Tem-se desprezado muito, en tre nós, a capacidade da poupança inter

mista (ommi como ha.sc o índice dc con

atra.sados; de outro, dá nascimento à especul.íçai) cambial. De falo, a História

mantém sempre consumo cstimn-

'ado, isjo é, superior às suas necessida des normais. Em países subdesenvolvi

das o consumo estimulado repercute desavoràvclmontc sobre a economia intcr-

'^a, pois o gênero de artigos procurados

pelas altas camadas sociais (artigos de

jestimulado das nações dc econogiia incipiente — como consumilorcs, vendendo maior quantida de dc artigos manufaturados. O segundo aspecto constitui um dos empecilhos mais sérios para a formação do mercado de capitais nos países de economia atrasada. É verdade que não SC deve culpar aos capitalistas, mas à estrutura econômica das nações subde

senvolvidas . É que nestas os empreen dimentos econômicos ainda não atingi ram nível técnico suficiente para lhes dar continuidade, prcndendo-se a siste

<xo, rádios, geladeiras, automcWeis, etc.) *ao <_• procluziclo internamente, mas imi ii J LL. lUtll lltJIlLC ,

mas de produção atrasados, herança da

irivl

plorações econômicas, principalmente as de caráter industrial, o que explica a fuga dos capitalistas para setores mais

porlaclo. Daí, eni primeiro limar, criar um desequilíbrio na balança dc paga um

'

t

1

.

mentos, forçando não raras vezes a de

preciação cambial. Esta, por sua vez, produz duas conseqüências nefastas — de um lado, deprecia a relação de tro cas ("terms of trade"), reconhecida mente baixas nos países econòmícamente .íÂiàia

era colonial. Daí a instabilidade das ex

seguros, como as inversões em imóveis.

O piof. H. W. Singer, cm conferências que pronunciou em São Paulo e no Rio,

chamou a atenção para o fato de a apli cação em imóveis, particulanTiente nos


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Dicesto

34

Dicbsto Econónoco

país« subdesenvolvidos, "não ser tanto

que não existe entre nós. Queremos nos

meio. dí-sestimulando o espírito de ini

das outras cortes européias, mas pesa

uma forma de in\'estimento como um método de economizar". ".Acredito —

referir ao qui- .Singer denominou tle "ira<lição puritana". ".Scjinenti- sr presaicccr uma tradição puritatia, (•••<Te\e o autor citado, solin-ltuii) í-ntre os grupíis de ren das <-!<'\adas. é que a df--igua!dadc na

ciativa da gente brasileira.

hioeanlu "pai rico. filho nobre, neto [>i>l)re . l-'(>nK)s sempre esbanjadores de

díssimos para as nossas parcas finanças. O re.sultado foi o desperdício dos recur sos individuais para imitar um luxo não condizente com as fortunas particulares.

distribuição da renda cuuduzir;t a econo-

diiilaiio. Iloiuí- (-xceções e foram elas

luias \<)Iuntárias; e .só (|uando s<- admi

que

tir. iniplicit.unente, uma tal tradição |X>r

bvasiliàra. Mas. não se podo construir

acentua Singcr — rjuc a propritídade imó vel tem muitas da.s caracleristicas do

dinlieiro, en» paísc.s como o Brasil, por exemplo, e que, por consciíuinte. o in vestimento em imóv(fis pode cíjiii pro priedade ser tratrido e entendido não co mo uma ídternativa de investimento, co

parti- dos grupos d<- rendas (-li-\adas é

mo u a modalidade de investimento di

rpie a eficácia da tli -^igua! {lístrilmição

ferente e menos produtiva, mas como uma forma de economia, como um meio dc ajuntar dinlieiro, de acumular econo

talização pode ser apr<-seutafla com fo ros de princípio geral".

mias". Aliás, o confercncista baseia es

se seu ponto de \nsta cin dois argumen

tos apresentados pelo nosso maior espr-cialista cm assuntos monetários, o prof. Eugênio Giidin. O primeiro deles "é que o chamado investimento eni imóveis náo é in\'estÍmento em empresas que exigem a mesma espécie dc- iniciati\'a,

conhecimento etc., exigida pelos in\'es-

timentos produtivos". O segundo "é cjue a propriedade imóvel é muito mais dívísível que o investimento em fábricas".

Nenhum desses dois aspectos se veri

ficou na c\olução econômica dos países industriais no século XIX. Se êles ocor

rem no Brasil, dove-sc a fatôrcs espe

cie rt-ndas no aumento da tav.i de capi

Alta conc-í-ntração d(- renda e tradi

ção puritana foram os í-!eni<ntos (jue pt-rinitiram a poupança voluntária. Kntretanto. o rápido dc-sonvoKinu-nto eco nômico do século transato exigiu ainda mais outra condição — f) esjíírito do inieiatisa e a liin-rdade neci-ssárla à sua

plena atuação. A lese do Scliumpeter não pode- ser negada. Foi o espírito ar rojado dos empreendedores, congregado à elevada poupança voluntária, que per mitiram a í-xpausão econóniien extra ordinária daquela época. Dos trés fatores apontados temos um — a concentração de rondas — em boa do.se, outro — a iniciativa privada — ne

ciais, que podem ser removidos, desde que SC adotem medidas apropriadas. An tes dc as indicarmcis, vejamos quais eram as condições reinantes naqueles países

cessitando dc melhor amparo, e o ter ceiro — tradição puritana — nos falta

na centúria pas.sada.

nas que o governo não adote medidas que a des(m<-oragem — como ás cliamadas leis econômicas pinpo.stas pelo atual

O elemento indispensável, para que haja elcxados índices de poupanças in dividuais \'oluntarias, é a alta concen tração de rendas. Contudo, só ela não

g para determinar a formação de novos capitais. Já vimos que há entre nós grande concentração de rendimen tos e fraca poupança voluntária. É ne cessário, portanto, um segundo elemento.

Elemento êsse que existia, particular mente, na Inglaterra do século XIX e

por inteiro.

No terreno da iniciativa é preciso ape

Piíísidente —, mas que a apóic. O Bra

sil oferece oportunidades imensas para o.s liomens de níígócío. Se não as pude ram utilizar plenamente, foi devido, no mais das vezes, à impt-rícia da política

governamental, que, fecliando os olhos para a realidade econômica brasileira, aplicou medidas, vigorantes em outros países, mas não apropriadas ao nosso

••V "tradição puritana", infelizmente, iiiinea t-\isliu <-ntre iu)S, o que (-xplica o

i-rguerain

a

estrutura

econômica

uma eeononiia eoni exceções. É preciso o esforço de t<xlos o.s membros da comu

nidade. Panibem não podemos culpar

o gasto desordenado de nossa gente. O ambienie nacional muito o favoreceu. A nicapaeidade do meio interno de ofere

cer eompensações sociais <- culturais lo-

|ou as classes abastadas a re(pnutes de de (-xibição, a viagens turísticas {iispendiosissimas e não raras vezes ao habito do jògo, forçando ao con

riquez;! aumentou, mas os hábitos não se transformaram. Atesla-o o número

dos Cadilaes. o preço dos artigos de lu xo e a grandiosidade dos palacctc^ mo-

dt rnos. Es.sa tendência geral de gastos excessivos tornou-se no presente ainda mais aguda, pois foi insuflada pela in flação. Em períodos de emissões contí nuas c pesadas, os ganhos tomam-se fá ceis, tronvidando a acentuar as despesas nai> só das classes abastadas como as de

consumo anteriormente comprimido, uma vez que dí.s^xãcm agora de maiores ren

dimentos. Já mostramos cm artigo an terior (2) que, SC a princípio a inflação determina uma poupança

sumo total dos rendimentos c

mesmo de fortunas ganlias pelos

forçada, a sua continuação incen tiva as compras, vistos os consu midores, temendo maior elevação

a-cendentos no trabalho árduo. '^se aspecto é um fato histórico

que se repete cm todos os países. anto assim que não se pode c«)mparar, guardadas as devidas propor-

irão consumir amanhã, pois na quela data os preços poderão estar mais

çoes, o luxo dos atuais milhardários dos países altamente industrializados com a

altos. Assim a gastos já comumente ele vados somam-se as despesas exageradas

poniposidade do estilo de vida da noiieza endinheirada dos séculos antorio-

provenientes da inflação. Num tal sistema de consumo de ren

de preços, adquirirem hoje o que

^vs. Incontestávelmentc, foi a burguesia 4ue trouxe os hábitos de vida morigera-

das não é possível aos produtores obter

da. E quando a cia sc aliou o puritanis-

tais necessário ao progresso econômico

mo religioso (o da Inglaterra, o da Suí ça, por exemplo) o estilo de vida adqui riu um rigor acentuado. Essa sobrieda

de, por seu turno, casou-se bem com a virtude da poupança, característico mar

no mercado interno o volume de capi do País. Daí ser indispensável exigir-se das classes de altas rendas parcimônia nos gastos, no intuito de acumularem ca

pitais. A fase crítica por que passa a

cante da sociedade burguesa, desde os tempos das cidades medievais.

economia brasileira pede este sacrifício. Aliás, não será o único caso mundial. A Inglaterra oferece nesse sentido exem

Não chegaram até nós os reflexos do puritanismo burguês típico do século

plo edificante. O povo inglês arrosta os maiores sacrifícios a fim de permitir a

passado.

Educamo-nos nos hábitos da

côrte portuguesa e brasileira. Não eram

faustosos, por certo, comparados com os

(2) Inflação nos países subdesenvolvi dos.

Digeslo n.° 79.


rr»wi

Dicesto

34

Dicbsto Econónoco

país« subdesenvolvidos, "não ser tanto

que não existe entre nós. Queremos nos

meio. dí-sestimulando o espírito de ini

das outras cortes européias, mas pesa

uma forma de in\'estimento como um método de economizar". ".Acredito —

referir ao qui- .Singer denominou tle "ira<lição puritana". ".Scjinenti- sr presaicccr uma tradição puritatia, (•••<Te\e o autor citado, solin-ltuii) í-ntre os grupíis de ren das <-!<'\adas. é que a df--igua!dadc na

ciativa da gente brasileira.

hioeanlu "pai rico. filho nobre, neto [>i>l)re . l-'(>nK)s sempre esbanjadores de

díssimos para as nossas parcas finanças. O re.sultado foi o desperdício dos recur sos individuais para imitar um luxo não condizente com as fortunas particulares.

distribuição da renda cuuduzir;t a econo-

diiilaiio. Iloiuí- (-xceções e foram elas

luias \<)Iuntárias; e .só (|uando s<- admi

que

tir. iniplicit.unente, uma tal tradição |X>r

bvasiliàra. Mas. não se podo construir

acentua Singcr — rjuc a propritídade imó vel tem muitas da.s caracleristicas do

dinlieiro, en» paísc.s como o Brasil, por exemplo, e que, por consciíuinte. o in vestimento em imóv(fis pode cíjiii pro priedade ser tratrido e entendido não co mo uma ídternativa de investimento, co

parti- dos grupos d<- rendas (-li-\adas é

mo u a modalidade de investimento di

rpie a eficácia da tli -^igua! {lístrilmição

ferente e menos produtiva, mas como uma forma de economia, como um meio dc ajuntar dinlieiro, de acumular econo

talização pode ser apr<-seutafla com fo ros de princípio geral".

mias". Aliás, o confercncista baseia es

se seu ponto de \nsta cin dois argumen

tos apresentados pelo nosso maior espr-cialista cm assuntos monetários, o prof. Eugênio Giidin. O primeiro deles "é que o chamado investimento eni imóveis náo é in\'estÍmento em empresas que exigem a mesma espécie dc- iniciati\'a,

conhecimento etc., exigida pelos in\'es-

timentos produtivos". O segundo "é cjue a propriedade imóvel é muito mais dívísível que o investimento em fábricas".

Nenhum desses dois aspectos se veri

ficou na c\olução econômica dos países industriais no século XIX. Se êles ocor

rem no Brasil, dove-sc a fatôrcs espe

cie rt-ndas no aumento da tav.i de capi

Alta conc-í-ntração d(- renda e tradi

ção puritana foram os í-!eni<ntos (jue pt-rinitiram a poupança voluntária. Kntretanto. o rápido dc-sonvoKinu-nto eco nômico do século transato exigiu ainda mais outra condição — f) esjíírito do inieiatisa e a liin-rdade neci-ssárla à sua

plena atuação. A lese do Scliumpeter não pode- ser negada. Foi o espírito ar rojado dos empreendedores, congregado à elevada poupança voluntária, que per mitiram a í-xpausão econóniien extra ordinária daquela época. Dos trés fatores apontados temos um — a concentração de rondas — em boa do.se, outro — a iniciativa privada — ne

ciais, que podem ser removidos, desde que SC adotem medidas apropriadas. An tes dc as indicarmcis, vejamos quais eram as condições reinantes naqueles países

cessitando dc melhor amparo, e o ter ceiro — tradição puritana — nos falta

na centúria pas.sada.

nas que o governo não adote medidas que a des(m<-oragem — como ás cliamadas leis econômicas pinpo.stas pelo atual

O elemento indispensável, para que haja elcxados índices de poupanças in dividuais \'oluntarias, é a alta concen tração de rendas. Contudo, só ela não

g para determinar a formação de novos capitais. Já vimos que há entre nós grande concentração de rendimen tos e fraca poupança voluntária. É ne cessário, portanto, um segundo elemento.

Elemento êsse que existia, particular mente, na Inglaterra do século XIX e

por inteiro.

No terreno da iniciativa é preciso ape

Piíísidente —, mas que a apóic. O Bra

sil oferece oportunidades imensas para o.s liomens de níígócío. Se não as pude ram utilizar plenamente, foi devido, no mais das vezes, à impt-rícia da política

governamental, que, fecliando os olhos para a realidade econômica brasileira, aplicou medidas, vigorantes em outros países, mas não apropriadas ao nosso

••V "tradição puritana", infelizmente, iiiinea t-\isliu <-ntre iu)S, o que (-xplica o

i-rguerain

a

estrutura

econômica

uma eeononiia eoni exceções. É preciso o esforço de t<xlos o.s membros da comu

nidade. Panibem não podemos culpar

o gasto desordenado de nossa gente. O ambienie nacional muito o favoreceu. A nicapaeidade do meio interno de ofere

cer eompensações sociais <- culturais lo-

|ou as classes abastadas a re(pnutes de de (-xibição, a viagens turísticas {iispendiosissimas e não raras vezes ao habito do jògo, forçando ao con

riquez;! aumentou, mas os hábitos não se transformaram. Atesla-o o número

dos Cadilaes. o preço dos artigos de lu xo e a grandiosidade dos palacctc^ mo-

dt rnos. Es.sa tendência geral de gastos excessivos tornou-se no presente ainda mais aguda, pois foi insuflada pela in flação. Em períodos de emissões contí nuas c pesadas, os ganhos tomam-se fá ceis, tronvidando a acentuar as despesas nai> só das classes abastadas como as de

consumo anteriormente comprimido, uma vez que dí.s^xãcm agora de maiores ren

dimentos. Já mostramos cm artigo an terior (2) que, SC a princípio a inflação determina uma poupança

sumo total dos rendimentos c

mesmo de fortunas ganlias pelos

forçada, a sua continuação incen tiva as compras, vistos os consu midores, temendo maior elevação

a-cendentos no trabalho árduo. '^se aspecto é um fato histórico

que se repete cm todos os países. anto assim que não se pode c«)mparar, guardadas as devidas propor-

irão consumir amanhã, pois na quela data os preços poderão estar mais

çoes, o luxo dos atuais milhardários dos países altamente industrializados com a

altos. Assim a gastos já comumente ele vados somam-se as despesas exageradas

poniposidade do estilo de vida da noiieza endinheirada dos séculos antorio-

provenientes da inflação. Num tal sistema de consumo de ren

de preços, adquirirem hoje o que

^vs. Incontestávelmentc, foi a burguesia 4ue trouxe os hábitos de vida morigera-

das não é possível aos produtores obter

da. E quando a cia sc aliou o puritanis-

tais necessário ao progresso econômico

mo religioso (o da Inglaterra, o da Suí ça, por exemplo) o estilo de vida adqui riu um rigor acentuado. Essa sobrieda

de, por seu turno, casou-se bem com a virtude da poupança, característico mar

no mercado interno o volume de capi do País. Daí ser indispensável exigir-se das classes de altas rendas parcimônia nos gastos, no intuito de acumularem ca

pitais. A fase crítica por que passa a

cante da sociedade burguesa, desde os tempos das cidades medievais.

economia brasileira pede este sacrifício. Aliás, não será o único caso mundial. A Inglaterra oferece nesse sentido exem

Não chegaram até nós os reflexos do puritanismo burguês típico do século

plo edificante. O povo inglês arrosta os maiores sacrifícios a fim de permitir a

passado.

Educamo-nos nos hábitos da

côrte portuguesa e brasileira. Não eram

faustosos, por certo, comparados com os

(2) Inflação nos países subdesenvolvi dos.

Digeslo n.° 79.


DíCESTO EcONÓMIfX>

86

recuperaç-ão da sua economia. Náo será exigido no Brasil csfíVço tão grande,

apenas morigera<,ãí) nos gastos c destino produtivo

às economias acnmidadas.

Xciii são nc-ccssárias nn-didas drásticas

para a consecução desse fíni. Acredita

mos íjik; certas prtfscriçõcs legais, de urn lado, a boa organização do mercado de capitais, d<? outro, produziriam bons re

IDioesto Econômico

nosso também a po.s.suem. exceto o Bra .'V exceção brasileira ••«') se i-xplica p<'lri> fatos apcuilados — gasto excessivo das retidas em bens dc- constituo c a]dícaçõcs d.is poupanças i-iii íiiuneis. sil.

i^ara facilitar a consi'cnção do objetivo seria necessário criar um clima de auste

ridade. atrav'es íl.-i ex.diação das virtudes cie parcimônia, de hábitos morigcr.ido.s c

rendas elevadas, rapidamente absorvidos pela poupança privada, quer no sentido montrtário de renda não despendida no consumo, ipicr iuí sentido real de que revertem ao.s investimentos, o perigo da inflação acuimilativa é muito menor que numa situação diferente, em que uma boa parte das rendas e lucros elevados,

o alcance das medidas por nós sugeri das. A vida econômica é um mecanis

mo, desde que se conheça o seu funcio namento é possível agir sobre ele, modi ficando a direção da sua ação. Sabemos

como se comportam as vendas, os inves timentos, a inflação, etc. c conhecemos os seus efeitos, portanto, devemos utili

de jxmpança. Si' os meios de propagan

provenientes da inflação, é inicialmente gasta cm bens dc consumo e entra na

zá-los em beneficio da xida econômica

sultados.

III. Xo fjiie diz respeito às medidas legais, acreditamos í|ue certas modifica ções na lei do imposto sobre a renda

da dc qtie dispõem as sociedades modiT-

corrente de rendas diversas vezes, e em

dade de um caminho. Cabe aos técnicos

nas

estágios vários, antes dc se transformar,

esmiuçarem a seu alcance e se exeqüível às autoridades converterem-no em po

conseguirão o fim almejado. A primeira consistiria em fi.xar-se maior taxa sobre as

rendas destinadas ao consumo, isto é, os dividendos distribuídos aos acionistas e

as rendas particulares que não se ('iicarninbaram para as aplicações produtivas. Ao mesmo tempo, rcduzir-se-iam as ta xas das rendas, cpicr das sociedades quer

das pessoas físicas que provassem lerem investido os lucros e rendimentos.

A elevação das taxas acima de um

certo limite desencorajaria as empresas a distribuírem maiores dividendo.s ao.s seus

acionistas, enquanto a diminuição das taxa.s para os lucros investidos na jírópria empresa, cm ações de outras com

panhias ou em títulos públicos, incenti varia as aplicações dos referidos lucros.

Os particulares comportar-se-iam da mesma fornía, uma vez que se torna riam muito mais caros os gastos e muito mais interessante a poupança. A boa organizíxção do mercado do ca pitais facilitaria essa tarefa, daí ser o complemento indispensável das medidas legais. Não é possível o encaminhamen to das poupanças, particularmente as in-

são

potentes

par.i

moluliz;ir

a

con.scicncia nacional seja para a guerra seja para a perse guição, seja para o cri me, serão potentes tamiiém para mobi

lítica.

livo. A propaganda do govèrno inglOs fez com que o povo britânico aceilas.se

os .sacrifícios que a economia do pais i-xige.

As medidas ({iie sugerimos são de im portáncia relevante na situação atual d" economia bra.sileira. Apejntanios de iní cio (piais as diliculdades presentes — falta de recur.sos linaneeiros, deTiciènciu da produção e exce.sso de meio circu

lante. Acreditamos que boa parte des ses problemas seria resolvida com a ado ção da política por nós apontada, uma

vez cpie seria possível conter os deseqiúlíbrios causados pela inflação ao mesmo tempo que se ofereceria maior volume

dc capital às fôrças produtoras, incenti vando a produção o reduzindo o custo clíç vida.

O impulso inflacionário, como já vi mos em nosso artigo referido acima au

vez que inflação determina alta dc pre

melhante organização não é biclio-de-se-

ços e desvio para os lucros. "E se os

tais a possui. Todas as nações de desen volvimento econômico semelhante ao

As palavras de Singer esclarecem bem

lizar a consciéiieia nacietnal paru a.s virtude.s da sobriedade?. Mais mna ve/ a Inglaterra nos oferece exemplo constru-*

dividuai.s, sem mercado financeiro que forneça as possibilidades para tal. Se

tc-cabeças. A maioria dos países ociden

afinal, em economias".

da comimidade. Apontamos a possibili

1

menta as clesígnakiades dc rendas,'uma "'-V

lucros e vantagens devidos à alta de pre ços, escreve Singer, são, graças a uma

tradição puritana entre os grupos de

Lv

'JAj


DíCESTO EcONÓMIfX>

86

recuperaç-ão da sua economia. Náo será exigido no Brasil csfíVço tão grande,

apenas morigera<,ãí) nos gastos c destino produtivo

às economias acnmidadas.

Xciii são nc-ccssárias nn-didas drásticas

para a consecução desse fíni. Acredita

mos íjik; certas prtfscriçõcs legais, de urn lado, a boa organização do mercado de capitais, d<? outro, produziriam bons re

IDioesto Econômico

nosso também a po.s.suem. exceto o Bra .'V exceção brasileira ••«') se i-xplica p<'lri> fatos apcuilados — gasto excessivo das retidas em bens dc- constituo c a]dícaçõcs d.is poupanças i-iii íiiuneis. sil.

i^ara facilitar a consi'cnção do objetivo seria necessário criar um clima de auste

ridade. atrav'es íl.-i ex.diação das virtudes cie parcimônia, de hábitos morigcr.ido.s c

rendas elevadas, rapidamente absorvidos pela poupança privada, quer no sentido montrtário de renda não despendida no consumo, ipicr iuí sentido real de que revertem ao.s investimentos, o perigo da inflação acuimilativa é muito menor que numa situação diferente, em que uma boa parte das rendas e lucros elevados,

o alcance das medidas por nós sugeri das. A vida econômica é um mecanis

mo, desde que se conheça o seu funcio namento é possível agir sobre ele, modi ficando a direção da sua ação. Sabemos

como se comportam as vendas, os inves timentos, a inflação, etc. c conhecemos os seus efeitos, portanto, devemos utili

de jxmpança. Si' os meios de propagan

provenientes da inflação, é inicialmente gasta cm bens dc consumo e entra na

zá-los em beneficio da xida econômica

sultados.

III. Xo fjiie diz respeito às medidas legais, acreditamos í|ue certas modifica ções na lei do imposto sobre a renda

da dc qtie dispõem as sociedades modiT-

corrente de rendas diversas vezes, e em

dade de um caminho. Cabe aos técnicos

nas

estágios vários, antes dc se transformar,

esmiuçarem a seu alcance e se exeqüível às autoridades converterem-no em po

conseguirão o fim almejado. A primeira consistiria em fi.xar-se maior taxa sobre as

rendas destinadas ao consumo, isto é, os dividendos distribuídos aos acionistas e

as rendas particulares que não se ('iicarninbaram para as aplicações produtivas. Ao mesmo tempo, rcduzir-se-iam as ta xas das rendas, cpicr das sociedades quer

das pessoas físicas que provassem lerem investido os lucros e rendimentos.

A elevação das taxas acima de um

certo limite desencorajaria as empresas a distribuírem maiores dividendo.s ao.s seus

acionistas, enquanto a diminuição das taxa.s para os lucros investidos na jírópria empresa, cm ações de outras com

panhias ou em títulos públicos, incenti varia as aplicações dos referidos lucros.

Os particulares comportar-se-iam da mesma fornía, uma vez que se torna riam muito mais caros os gastos e muito mais interessante a poupança. A boa organizíxção do mercado do ca pitais facilitaria essa tarefa, daí ser o complemento indispensável das medidas legais. Não é possível o encaminhamen to das poupanças, particularmente as in-

são

potentes

par.i

moluliz;ir

a

con.scicncia nacional seja para a guerra seja para a perse guição, seja para o cri me, serão potentes tamiiém para mobi

lítica.

livo. A propaganda do govèrno inglOs fez com que o povo britânico aceilas.se

os .sacrifícios que a economia do pais i-xige.

As medidas ({iie sugerimos são de im portáncia relevante na situação atual d" economia bra.sileira. Apejntanios de iní cio (piais as diliculdades presentes — falta de recur.sos linaneeiros, deTiciènciu da produção e exce.sso de meio circu

lante. Acreditamos que boa parte des ses problemas seria resolvida com a ado ção da política por nós apontada, uma

vez cpie seria possível conter os deseqiúlíbrios causados pela inflação ao mesmo tempo que se ofereceria maior volume

dc capital às fôrças produtoras, incenti vando a produção o reduzindo o custo clíç vida.

O impulso inflacionário, como já vi mos em nosso artigo referido acima au

vez que inflação determina alta dc pre

melhante organização não é biclio-de-se-

ços e desvio para os lucros. "E se os

tais a possui. Todas as nações de desen volvimento econômico semelhante ao

As palavras de Singer esclarecem bem

lizar a consciéiieia nacietnal paru a.s virtude.s da sobriedade?. Mais mna ve/ a Inglaterra nos oferece exemplo constru-*

dividuai.s, sem mercado financeiro que forneça as possibilidades para tal. Se

tc-cabeças. A maioria dos países ociden

afinal, em economias".

da comimidade. Apontamos a possibili

1

menta as clesígnakiades dc rendas,'uma "'-V

lucros e vantagens devidos à alta de pre ços, escreve Singer, são, graças a uma

tradição puritana entre os grupos de

Lv

'JAj


1

.f

ifjun:' D;.\ciii Mfnk/.rs

(Proí. cal. cia Faculdade Nacioíia! de I^iloscífia)

^^Ais do que cm outros domínios da Ciência econômica, crescem .ís con

trovérsias no campo das teorias numctárias. Os problemas dr- pre(.()s, reclaman do conlróle por parte dos poderes púl)]icos, desejosos de amparar as massas despojadas de poder aquisitivo em fren te às altas inflacionárias, desafiam a ar

gúcia dos estudiosos - e os conselhos

se multiplicam. Muitos pensam simplistamente cm acabar todos os contròles e

compelição. Então sc cíumcçou a planific.ir, (Ictilro dessas urandes miid.ulcs

pccliva."

cionismo do Estado, que culpam de to dos os males e atrapalhaçocs reinantes

nismos poderosos na niáriuina d(j Esta do já foi largamente: analisado por econo

na vida moderna.

mistas de nmilos países, principalmente por norte-ainerieano.s, fjue e.stiiclam o

O grupo oposto, dividido em vários

subgrupos, gradua a intervenção dirigista desde pec^uenas medidas legislativas e executivas

até

medidas

furibundas:

íüji.stas, línchunicnto de "tuba

rões , etc. Nessa altura, já não estamos mais no terreno eientífico, o raciocínio vai a reboque das exaltações sentimen tais.

O fato é que a lenta asfixia da econo

mia liberal não decorreu da deliberação de alguns conspirudorcs, trepados nos al tos postos, que se reunissem para maqui

organismos criadores das utilidades, alar gando os mercados, padronizando as mercadorias, conduziu, através de uma íéríe de vicissitudes, a novas formas de

sério.

c()mpunenl<-s de uma orquestra onde o

gra\-cs dc que alguns políticos, escutan

banco eenlral fosse o maestro e a batuta

do c lendo o assunto, estão adatando

do maestro condicionasse lòda a cxc-

raciocínio acerca de "emprego pleno" e "capitais ociosos", gerados cm cérebros de outras latitudes, cm condições diver sas, transfcrindo-os para o meio nacional. Viirios estão lendo rapidamente explica

xadn

a supor que aquela perspectiva

coincide com a perspcctixa histórica, e <"ine está defendendo o intorêssc coletivo.

Assim, voltando ao problema do ban co central, não se pode negar sua neccs-

í^idade no período a que chegou a eco

elas imobilizam capitais em patentes de

nomia nacional.

invenção guardadas em sigilo, impedin

il vj A-

V.

aos movimentos de concentração verifi cados, se traduz na organização dos bancos centrais, que passam a coorde-

netário.

na imagem de um teórico, de unidades

por urna tendência muito natural, o le-

mo\'idas por poderosas emprèsas. E muitas vezes, por interesses especiais,

No piano das cogitações monetárias, a

ção <(>mo si- o.s bancos não passassem,

pamento i:conámicn tende fatalmente a

pende, atualmente, das pcscpiisas pro-

centralização, que também corcspondc

aumento dos depósitos. Já se discute, no brasil, n.i tribuna parlamentar e na im prensa. as teorias dc Koyncs sòbrc o de sequilíbrio entre a poupança e a inver são. e suas relações com o potencial mo

\'er os interèsscs nacionais por uma pers pectiva especial, que lhe dá o núcleo dc interesses que representa. E o grupo,

técnicos, eonií) a ((iiímica nos .seus vá rios ramos, a física nuclear, etc., de

que o desenvolvimento da produçãi), concentrando a riqueza, ampliando os

emissões dc moeda causam através do

aos propósitos parlieulares. Cada agru

marciia geral cias ciéncía.s mai.s direta

A centralização do crédito

possivi-l a(» Estado moderno exercitar

comamlo jiolilieo, na con^-ccução do c|ii.ilquer programa, sem dispor de apa-

pri\ados divergentes, e (pie lutam, atraN-és dos agrupamentos eon.stiluídos. para dar uma direção geral mais conveniente

mente ligadas ao e.xame do.s problemas

vação do cquipiiinento c.xistcnte.

em todos os países. Estudou-sc como os bancos multiplicam os efeitos que as

onde se acaslelam às vêz.es interesses

país onde mais alto se acha o nível de desenvolvimento cconômieo. A própria

nar o advento de contròles econômicos

ricos tèni nuislradc) à farta como não é

Os teó

bordinar os problemas básico.s da produ ção à.s exigências da política credilícia.

O perigo da aglutinação clèsscs orga

& serem instalados na estrutura da admi nistração pública. Todo o mundo sabe

ao processo infjacion;írio, latente ou claro

lidath' econóiuiea c financeira.

ciiçao. Daí se origina a tendência de su

qtie advirão de uma consolidação pros-

do aplicações industriais cjue determi nariam obsolencia de máquinas, reno

tantes. A experiência cresceu era frente

O èiTo está no encarar essa centraliza

ros, perito.s — escreveu \'ebleii n.i sua f)})ra "Thc Tficortj o/ hii^itirss i.nlcrprisc" — ou (jU(r nome se dè à cl.ísst; cüinpieensiva íjue executa o trabalho inte lectual exigidí) pela intliislria moderna, d(-*\ctn pr(;parar o caminho p.ira os homeiJ-S de negócios, facultando-lfies e c\i-

petitivas, de acordo com os modelos clássicos do liberalismo. Êsses crentes desabam seus furores contra o interven

nar, de modo sistemático, os institutos de

i rédiln e as forças reguladoras da estabi-

os diversos setores da economia nacional.

cesso indn-slrial. 'Tn\ent<jn s. engenlici-

denciando-ilu s as vantagens e poupanças

89

relh.imento cn-diticio capaz de submeter

piodulivas, a.s forças iiiol>iíiz.ulas no pro

dcbcar reinar o livro jogo das forças com

Dicesto EcoNÓNnco

A.

Mas as considerações

ncima ad\'ertcm que não basta organi zá-lo "à of//ríiJíce". A vigilância go^■cr^arncntaI deverá ajustá-lo às necessi dades do dc:.sen\'olvimento da economia

nacional, retirando-o, quanto pos.síx'el, da influência de organismos capazes de fal.soar suas funções e objetix'o.s nacionais. Dificiddade do problema

A concepção da moeda, nestes últimos tempos, tem sofrido modificações impor

Tudo isso é um sintoma muito

]á se observam mesmo sinais

ções cientificas sobre as moléstias finan-

ccira.s — c \amos entrar num período cic tratamento diferente. Apenas um reparo insignificante. Para a mcia-ciència, a convicção é

fácil o nítida. Enquanto o estudo cien tífico, feito com o trato cotidiano dos

problemas c com o método adequado, suscita no estudioso constantes hesitações

—, a improvisação científica encoraja o reformador, dando-Uie disposição rea lizadora para tudo "et quibusdam aliis". O primeiro sabe que há sempre certo grau dc probabilidade do ponto de vista adverso conter parcelas de verdade, e mantém disponibilidade de espírito para compreender e ouvir o adversário; o

segundo assume a atitude dogmática e definitiva: é um combatente que tem a vaidade de repelir sempre a objeção con

trária, desenvolve dialética argumentati\a, fica na estacada. Onde o inimigo põe a cabeça, êle desanda o golpe. Em assuntos monetários, cuja comple xidade é enorme pelas interdependên cias das variáveis do problema, tais es

píritos, dotados da melhor boa-fé, ligam-


1

.f

ifjun:' D;.\ciii Mfnk/.rs

(Proí. cal. cia Faculdade Nacioíia! de I^iloscífia)

^^Ais do que cm outros domínios da Ciência econômica, crescem .ís con

trovérsias no campo das teorias numctárias. Os problemas dr- pre(.()s, reclaman do conlróle por parte dos poderes púl)]icos, desejosos de amparar as massas despojadas de poder aquisitivo em fren te às altas inflacionárias, desafiam a ar

gúcia dos estudiosos - e os conselhos

se multiplicam. Muitos pensam simplistamente cm acabar todos os contròles e

compelição. Então sc cíumcçou a planific.ir, (Ictilro dessas urandes miid.ulcs

pccliva."

cionismo do Estado, que culpam de to dos os males e atrapalhaçocs reinantes

nismos poderosos na niáriuina d(j Esta do já foi largamente: analisado por econo

na vida moderna.

mistas de nmilos países, principalmente por norte-ainerieano.s, fjue e.stiiclam o

O grupo oposto, dividido em vários

subgrupos, gradua a intervenção dirigista desde pec^uenas medidas legislativas e executivas

até

medidas

furibundas:

íüji.stas, línchunicnto de "tuba

rões , etc. Nessa altura, já não estamos mais no terreno eientífico, o raciocínio vai a reboque das exaltações sentimen tais.

O fato é que a lenta asfixia da econo

mia liberal não decorreu da deliberação de alguns conspirudorcs, trepados nos al tos postos, que se reunissem para maqui

organismos criadores das utilidades, alar gando os mercados, padronizando as mercadorias, conduziu, através de uma íéríe de vicissitudes, a novas formas de

sério.

c()mpunenl<-s de uma orquestra onde o

gra\-cs dc que alguns políticos, escutan

banco eenlral fosse o maestro e a batuta

do c lendo o assunto, estão adatando

do maestro condicionasse lòda a cxc-

raciocínio acerca de "emprego pleno" e "capitais ociosos", gerados cm cérebros de outras latitudes, cm condições diver sas, transfcrindo-os para o meio nacional. Viirios estão lendo rapidamente explica

xadn

a supor que aquela perspectiva

coincide com a perspcctixa histórica, e <"ine está defendendo o intorêssc coletivo.

Assim, voltando ao problema do ban co central, não se pode negar sua neccs-

í^idade no período a que chegou a eco

elas imobilizam capitais em patentes de

nomia nacional.

invenção guardadas em sigilo, impedin

il vj A-

V.

aos movimentos de concentração verifi cados, se traduz na organização dos bancos centrais, que passam a coorde-

netário.

na imagem de um teórico, de unidades

por urna tendência muito natural, o le-

mo\'idas por poderosas emprèsas. E muitas vezes, por interesses especiais,

No piano das cogitações monetárias, a

ção <(>mo si- o.s bancos não passassem,

pamento i:conámicn tende fatalmente a

pende, atualmente, das pcscpiisas pro-

centralização, que também corcspondc

aumento dos depósitos. Já se discute, no brasil, n.i tribuna parlamentar e na im prensa. as teorias dc Koyncs sòbrc o de sequilíbrio entre a poupança e a inver são. e suas relações com o potencial mo

\'er os interèsscs nacionais por uma pers pectiva especial, que lhe dá o núcleo dc interesses que representa. E o grupo,

técnicos, eonií) a ((iiímica nos .seus vá rios ramos, a física nuclear, etc., de

que o desenvolvimento da produçãi), concentrando a riqueza, ampliando os

emissões dc moeda causam através do

aos propósitos parlieulares. Cada agru

marciia geral cias ciéncía.s mai.s direta

A centralização do crédito

possivi-l a(» Estado moderno exercitar

comamlo jiolilieo, na con^-ccução do c|ii.ilquer programa, sem dispor de apa-

pri\ados divergentes, e (pie lutam, atraN-és dos agrupamentos eon.stiluídos. para dar uma direção geral mais conveniente

mente ligadas ao e.xame do.s problemas

vação do cquipiiinento c.xistcnte.

em todos os países. Estudou-sc como os bancos multiplicam os efeitos que as

onde se acaslelam às vêz.es interesses

país onde mais alto se acha o nível de desenvolvimento cconômieo. A própria

nar o advento de contròles econômicos

ricos tèni nuislradc) à farta como não é

Os teó

bordinar os problemas básico.s da produ ção à.s exigências da política credilícia.

O perigo da aglutinação clèsscs orga

& serem instalados na estrutura da admi nistração pública. Todo o mundo sabe

ao processo infjacion;írio, latente ou claro

lidath' econóiuiea c financeira.

ciiçao. Daí se origina a tendência de su

qtie advirão de uma consolidação pros-

do aplicações industriais cjue determi nariam obsolencia de máquinas, reno

tantes. A experiência cresceu era frente

O èiTo está no encarar essa centraliza

ros, perito.s — escreveu \'ebleii n.i sua f)})ra "Thc Tficortj o/ hii^itirss i.nlcrprisc" — ou (jU(r nome se dè à cl.ísst; cüinpieensiva íjue executa o trabalho inte lectual exigidí) pela intliislria moderna, d(-*\ctn pr(;parar o caminho p.ira os homeiJ-S de negócios, facultando-lfies e c\i-

petitivas, de acordo com os modelos clássicos do liberalismo. Êsses crentes desabam seus furores contra o interven

nar, de modo sistemático, os institutos de

i rédiln e as forças reguladoras da estabi-

os diversos setores da economia nacional.

cesso indn-slrial. 'Tn\ent<jn s. engenlici-

denciando-ilu s as vantagens e poupanças

89

relh.imento cn-diticio capaz de submeter

piodulivas, a.s forças iiiol>iíiz.ulas no pro

dcbcar reinar o livro jogo das forças com

Dicesto EcoNÓNnco

A.

Mas as considerações

ncima ad\'ertcm que não basta organi zá-lo "à of//ríiJíce". A vigilância go^■cr^arncntaI deverá ajustá-lo às necessi dades do dc:.sen\'olvimento da economia

nacional, retirando-o, quanto pos.síx'el, da influência de organismos capazes de fal.soar suas funções e objetix'o.s nacionais. Dificiddade do problema

A concepção da moeda, nestes últimos tempos, tem sofrido modificações impor

Tudo isso é um sintoma muito

]á se observam mesmo sinais

ções cientificas sobre as moléstias finan-

ccira.s — c \amos entrar num período cic tratamento diferente. Apenas um reparo insignificante. Para a mcia-ciència, a convicção é

fácil o nítida. Enquanto o estudo cien tífico, feito com o trato cotidiano dos

problemas c com o método adequado, suscita no estudioso constantes hesitações

—, a improvisação científica encoraja o reformador, dando-Uie disposição rea lizadora para tudo "et quibusdam aliis". O primeiro sabe que há sempre certo grau dc probabilidade do ponto de vista adverso conter parcelas de verdade, e mantém disponibilidade de espírito para compreender e ouvir o adversário; o

segundo assume a atitude dogmática e definitiva: é um combatente que tem a vaidade de repelir sempre a objeção con

trária, desenvolve dialética argumentati\a, fica na estacada. Onde o inimigo põe a cabeça, êle desanda o golpe. Em assuntos monetários, cuja comple xidade é enorme pelas interdependên cias das variáveis do problema, tais es

píritos, dotados da melhor boa-fé, ligam-


0ICE5TO EícoNókncn

40

se quase sempre às correntes mais em voga.

Atualmente, como elemento co

mum de quase tôdas essas correntes, está, como dissemos, a teoria quantita tiva da moeda.

Desde a divulgação que llie deu Físher, com uma equação que simplifi cou bem as interdependências das gran dezas econômicas, as explicações têm

girado cm tomo do pensamento central: o poder aquisitivo do dinheiro é função da quantidade e da velocidade de cir. culação da moeda. O poder aquisitivo ou caZor é representado pelo nível de preços existente e, na interpretação cor

rente, identificam-se entre si: o preço exprime o valor (= poder aquisitivo). A argumentação deixa de lado as con-

como meio de pagamento: c a moedapapcl, <la fnnçã.. d" como

Digesto Econónhco

41

Dai talvez se origine o desajustamento

das suas virtudes monetárias.

intro as teorias e o comportamento dos

vicio ncio de da troca. troai. Mas não nao saem isoladas, como abstrações lógicas: conUmiam li

lenòmenos estudados, malgrado o admí-

gadas, jnterdependentí*s, na unidade do mesmo processo circulatório, em cone.vã..

rá\el esforço de interpretação dos teo-

.se realizou a transfonnação até chegar

ristas.

mos aos signos monetários, despidos de N'aior intrínseco. Seria uma simplifica ção julgar que o Estado criaria din/ieiro, quando apenas cria os síiiuís do dinheiro. Dinheiro, como diz Bang, é poder aquisitixo, e poder aquisitivo nasce na pro

como

;jo

ne com o volume

de mercadoria.s, _ • a -- cujas

necessidades de trocas estão servindo, além de servir a outras necessidades

Ao considerar que a massa do meio circulante que se relaciona com o vo lume de mercadorias c scrs iços determi na os preços existentes, parece esquecer-

se que os dois termos da equação, ini

ocorrentes.

O defeito das interpretações atuais

Que observamos, como defeito nas in terpretações correntes, tornando ainda hoje insatisfatórias todas as explicações c teorias formuladas?

O defeito funda

mental está, ao que so nos afigura, na consideração abstrata da circulação mo

cialmente em presença, já têm preços iinteriores, formados antes do processa

mento do equilíbrio. E o total dos pre ços existentes também não influi qual quer coisa em relação à massa do meio

poder de compra. A dificuldade fun- damental do problema está, pois, no .

nuais ou tratados sobre o tema observa

com o mundo da produção representado

zada no seu custo

que a informação sobre a história da moeda fica como prope dêutica desnecessária: por- que fica separada da expli.cação teórica, que vem de• pois. Quando os autores passam a tratar do proble

pelas mercadorias. Podcr-sc-ia objetar

posterior, na mecânica de preços do mercado, vai operar dentro de certas

excelência.

tes alíquotas, determinan

sua formação. As alusões,

tes dos preços.

Sabemos disso.

Mas ó

''^'exatamente aí que nos parocem insuficientes as teo

. conexão com as bases do

processo formador. Dessar-

rias enunciadas. Estamos diante de dois volumes in

te, as diversas funções da moeda (meio de troca, meio de conservação do valor, meio de

sulados, que se cotejam. Logicamente, bem podia ser assim.

.pagamento, meio de medir o valor), que se construíram gradualmente, concomi-

forma, porque o processo de produção,

tantemente, dissociam-se, sob certos as-

de distribuição, tem, imanentc, formas

• pectos, posteriormente, quando surgem as formas fiduciárias

da

moeda.

A

moeda de crédito, por exemplo, retira sua explicação da função do dinheiro

rior, no processo produtivo.

viços prestados. Dessa si as equivalêncías, em par

porventura feitas, são alea

imposições que nascem de esfera ante O ouro ainda mantém, aos olhos de muitos, a função de ser a moeda por

cortam-lhe as raízes com a

tórias e não estabelecem

e o ajustamento

quantidade dos bens e ser tuação é que SC forniani

ma monetário, tal como se apresenta modernamente,

ticamente, as coisas não se passam desta

de circulação das utilidades e serviços, e a interpenetração de todos esses ele mentos torna a explicação algo artifi cial 6 apenas aproximativa da realidade.

No final de contas, criar os sinais, os )

ridade de bens e prestação de serviços?

cessidades de circulação de certa quan-

netária, tomada em si mesmo, sem ncxus

moeda existente em face da

díxen, que afirma: "Dinheiro é o que o Estado quer que seja dinheiro." corpos, não é criar as almas, que é o

mantidas à parte. Quem estuda os ma

que isso não é verdade: as teorias formuladas consi deram a quantidade de

dução. Nlas também não caiamos num puro uominalismo monetário, como Ben-

circulante, exprimindo também as ne

Quando penetra na circulação, a merca doria tem um preço mínimo, contabili

1^siderações históricas, que em geral são

Mas o i

progressivo desprendimento da base mo netária de um valor concreto expõe como

São conhecidas e decanta-

ponto de partida; a cisão entre o valot intrínseco e o valor nominal, quando o Estado começa a organizar sua política cieditícia através do organismo bancá rio.

Aí ainda há matéria para muita

discussão e meditação, porque as obscuridadcs persistem. E muitas e.xplicações caem no vício denunciado, em

lógica, pelos escolásticos: explicam o , obscurus per obscuríus.


0ICE5TO EícoNókncn

40

se quase sempre às correntes mais em voga.

Atualmente, como elemento co

mum de quase tôdas essas correntes, está, como dissemos, a teoria quantita tiva da moeda.

Desde a divulgação que llie deu Físher, com uma equação que simplifi cou bem as interdependências das gran dezas econômicas, as explicações têm

girado cm tomo do pensamento central: o poder aquisitivo do dinheiro é função da quantidade e da velocidade de cir. culação da moeda. O poder aquisitivo ou caZor é representado pelo nível de preços existente e, na interpretação cor

rente, identificam-se entre si: o preço exprime o valor (= poder aquisitivo). A argumentação deixa de lado as con-

como meio de pagamento: c a moedapapcl, <la fnnçã.. d" como

Digesto Econónhco

41

Dai talvez se origine o desajustamento

das suas virtudes monetárias.

intro as teorias e o comportamento dos

vicio ncio de da troca. troai. Mas não nao saem isoladas, como abstrações lógicas: conUmiam li

lenòmenos estudados, malgrado o admí-

gadas, jnterdependentí*s, na unidade do mesmo processo circulatório, em cone.vã..

rá\el esforço de interpretação dos teo-

.se realizou a transfonnação até chegar

ristas.

mos aos signos monetários, despidos de N'aior intrínseco. Seria uma simplifica ção julgar que o Estado criaria din/ieiro, quando apenas cria os síiiuís do dinheiro. Dinheiro, como diz Bang, é poder aquisitixo, e poder aquisitivo nasce na pro

como

;jo

ne com o volume

de mercadoria.s, _ • a -- cujas

necessidades de trocas estão servindo, além de servir a outras necessidades

Ao considerar que a massa do meio circulante que se relaciona com o vo lume de mercadorias c scrs iços determi na os preços existentes, parece esquecer-

se que os dois termos da equação, ini

ocorrentes.

O defeito das interpretações atuais

Que observamos, como defeito nas in terpretações correntes, tornando ainda hoje insatisfatórias todas as explicações c teorias formuladas?

O defeito funda

mental está, ao que so nos afigura, na consideração abstrata da circulação mo

cialmente em presença, já têm preços iinteriores, formados antes do processa

mento do equilíbrio. E o total dos pre ços existentes também não influi qual quer coisa em relação à massa do meio

poder de compra. A dificuldade fun- damental do problema está, pois, no .

nuais ou tratados sobre o tema observa

com o mundo da produção representado

zada no seu custo

que a informação sobre a história da moeda fica como prope dêutica desnecessária: por- que fica separada da expli.cação teórica, que vem de• pois. Quando os autores passam a tratar do proble

pelas mercadorias. Podcr-sc-ia objetar

posterior, na mecânica de preços do mercado, vai operar dentro de certas

excelência.

tes alíquotas, determinan

sua formação. As alusões,

tes dos preços.

Sabemos disso.

Mas ó

''^'exatamente aí que nos parocem insuficientes as teo

. conexão com as bases do

processo formador. Dessar-

rias enunciadas. Estamos diante de dois volumes in

te, as diversas funções da moeda (meio de troca, meio de conservação do valor, meio de

sulados, que se cotejam. Logicamente, bem podia ser assim.

.pagamento, meio de medir o valor), que se construíram gradualmente, concomi-

forma, porque o processo de produção,

tantemente, dissociam-se, sob certos as-

de distribuição, tem, imanentc, formas

• pectos, posteriormente, quando surgem as formas fiduciárias

da

moeda.

A

moeda de crédito, por exemplo, retira sua explicação da função do dinheiro

rior, no processo produtivo.

viços prestados. Dessa si as equivalêncías, em par

porventura feitas, são alea

imposições que nascem de esfera ante O ouro ainda mantém, aos olhos de muitos, a função de ser a moeda por

cortam-lhe as raízes com a

tórias e não estabelecem

e o ajustamento

quantidade dos bens e ser tuação é que SC forniani

ma monetário, tal como se apresenta modernamente,

ticamente, as coisas não se passam desta

de circulação das utilidades e serviços, e a interpenetração de todos esses ele mentos torna a explicação algo artifi cial 6 apenas aproximativa da realidade.

No final de contas, criar os sinais, os )

ridade de bens e prestação de serviços?

cessidades de circulação de certa quan-

netária, tomada em si mesmo, sem ncxus

moeda existente em face da

díxen, que afirma: "Dinheiro é o que o Estado quer que seja dinheiro." corpos, não é criar as almas, que é o

mantidas à parte. Quem estuda os ma

que isso não é verdade: as teorias formuladas consi deram a quantidade de

dução. Nlas também não caiamos num puro uominalismo monetário, como Ben-

circulante, exprimindo também as ne

Quando penetra na circulação, a merca doria tem um preço mínimo, contabili

1^siderações históricas, que em geral são

Mas o i

progressivo desprendimento da base mo netária de um valor concreto expõe como

São conhecidas e decanta-

ponto de partida; a cisão entre o valot intrínseco e o valor nominal, quando o Estado começa a organizar sua política cieditícia através do organismo bancá rio.

Aí ainda há matéria para muita

discussão e meditação, porque as obscuridadcs persistem. E muitas e.xplicações caem no vício denunciado, em

lógica, pelos escolásticos: explicam o , obscurus per obscuríus.


r-íi^Trr

. a.

Hecup eD/f nt r-- ^ 1 í

r\

vm» W

Digesto EcoNÓNnco

íadn cafc-

• -. f- „

«L J ' U''

Geraldo O. Banaskjwitz

43

oca contribuem para interessar os paí ses "metropolitanos" no estímulo à pro

nome de um cartel do café pan-ameri

dução colonial o mencionemos, somente

defesa, como a regulamentação das re messas para os portos, o controle dos pre^-os mínimos de exportação e a garan tia do governo de adquirir os cafés não

de pass;igem. qiu* o Ministério britânico Iacquks Louis Dklamari-: é o Gorclon Patton do Ilavrc. Seu nome se iden

tifica com uma das maiores pragas dc importação da rubiácea do Vclíio Con tinente c J. L. Dclamare foi um dos mais proeminentes protagonistas da Bol sa do Havrc.

Mclancòlicamentc, cie in

imagina\«*l, c os produtores das zonas

fraiK-es.is, belgas e porluguésas, do Con

llu>r informadas sóhre o assunto. Fscrevt; ele: "S(r dennos crédito às informa

tinados a constituir os estoques iniciais

tantes eiirtípciis fa/.em fila nos Ministé-

do mercado a termo nacjuela cidade só chegarão em novemijro. A decisão dc adiar a criação de uma Bolsa seria pois

ritis do Rio de Janeiro, pedindo mais e

quistar os mercados europeus, mas seria necessário que se adotassem medidas práticas para e.xccutar tal política.

rante 5 anos. Não há melhor estímulo

Ltjuis Delaituire, uma <las pe^-soas mc-

forma agora que os cafés africanos des

Falando da situação do mercado fran cês, o representante do liavre ironiza fortemente a política brasileira dc defe sa do café, fjue se limita a tomar medi das internamente, mas não projeta sua atividade para fora do Brasil. Em ou tras palavras, é salutar falar em recon

os produtores da África Oriental garan tindo a compra integral das safras du

do conhecimento da opinião de Jacques

ções procediaites do Brasil, os represen

muito realista.

de abastecimento conclui um acordo com

(hiincnt'- th* cxpurlaf,õc*s da ordem de 9.000.090 (h* sacas para a ICurop.j. no ano de 19Õ1/.52, natl.i perd-Tiaiti toman

tinente Negro, reclamam de suas admi nistrações metropolitanas um tratamento similar.

o método Coué, adotado internamente

ciente como a estra

não produz resultados no llavre,

tégia dos Domínios Britânicos, na dcfe-

excnipk).

A realidade é, poréni,

da lã. Falou-sc, há meses, na for-

rente. O café brasileiro onfreiita no Velho Conliiiente — hoje — e amanhã certamente etjfrenlará nos próprios Es tados Unidos, uma sistemática competi

Comentário realista

As facilidades agora concedidas, per mitindo o pagamento das compras da rubiácea com moedas nacionais em lu

gar da utilização do dólar, constituem

mas o projeto ficou

contribui para diminuir progressivamen te o consumo da rubiácea. Em outras

um passo positivo. Mas, somente o pri

meiro passo. A reabertura dos escritó rios de propaganda do Velho Continen te^ a criação de uma Bôlsa em Le líavre ou em Antuérpia, são as próximas etapas a percorrer, sob pena de se ver irrealiza-

antes da guerra, principalmente, o café brasileiro, nos primeiros quatro mosos do ano em curso, éste país recebeu 71 % de seu abastecimento da África e 16,^6 sòmente do Brasil. Torna-se necessário

do o alvo de vender um ou dois milhões

sublinhar que a tendência é similar, em

de sacas a mais para Europa, do que em

bora muito menos pronunciada, em ou

1950.

tros países europeus. É claro que os altos preços da rubiá-

Os otimistas, que falam desembaraça-

Brasil, que seria o fator decisivo, não 'lá associação de classe que represen to ao mesmo tempo a política cafccira

re; O cfínsumo de café dc bai.xa quali dade (ler "Café Robusta", da África) palavras, enquanto a 1'rança importou,

{.I

, ,

no papel, pois no

do faltam informações fidedignas. Mas ouçamos ainda Jacques Louis Dclama

nacional, como por exemplo a Federa

Só podemos repetir: a defesa da lã se faz com mais flc.xibilidade que a do café c a tentação de se considerar exclusiva mente o mercado norte-americano para as

energias,

do ano deveriam ser concentradas sobre a

Europa.

Uma organização suíça de mercado

rias, do

tipo

da

"Feira das Nações",

de São Paulo, pre ocupa-se,

em

seu

relatório para o ano de 1950/51, com os

preços dos artigos importados. Lamenta — coisa compreensível por parte de um consumidor — os preços em alta e pro

ção da Colômbia. O Governo Federal, por sua vez, não poderia iniciar ativa

cura isolar o caso do café.

mente as negociações para a formação dc um bloco, mas poderia sancionar a

tardado, pois a alta registrada data do

iniciativa particular.

fim dc 1949; deve-se, contudo, admitir

Não hasta projetar Por enquanto, porém, nada resta a as sinalar neste terreno, nem por conta do Brasil, tomado isoladamente, nem em L.

pazes do alimentar um mercado a termo.

que desde o começo

dos países cafociros,

timar o concorrente, c.spccialmentc quan

no procura entrar ativamente no merca do europeu, recorrendo a todos os meios

lisou

mação dc luji bloco

ção dos cafés alricanos. É fácil subes

Todas as medidas projetadas, porém, .Sv* justificam, se efetivamente o gover

mação de estoques em consignação, ca

Contra esta política, o Brasil nada po

A obserxação demonstra apenas

(«xportávcis, nos parecem insuficientes para uma defesa integral do café.

entrepostos no Velho Continente e for

dera opor, a menos que se conceba no Rio dc Janeiro, uma política diuàinica dc defesa do produto, que seja tão efi'

Penetração dos cafc.s "Rohtista

Assim, as medidas internas de

a seu alcance, inclusive a abertura de

Bloco de café

mais café".

cano.

Trata-se, no fundo, de um reflexo re

que a empresa dispôs de estoques ante riormente adquiridos. Em todo caso, os responsáveis pela firma e.xplicam que prefeririam limitar as aquisições do café brasileiro, que foi utilizado para os "Mischung" (mistura de cafés de diversas


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oca contribuem para interessar os paí ses "metropolitanos" no estímulo à pro

nome de um cartel do café pan-ameri

dução colonial o mencionemos, somente

defesa, como a regulamentação das re messas para os portos, o controle dos pre^-os mínimos de exportação e a garan tia do governo de adquirir os cafés não

de pass;igem. qiu* o Ministério britânico Iacquks Louis Dklamari-: é o Gorclon Patton do Ilavrc. Seu nome se iden

tifica com uma das maiores pragas dc importação da rubiácea do Vclíio Con tinente c J. L. Dclamare foi um dos mais proeminentes protagonistas da Bol sa do Havrc.

Mclancòlicamentc, cie in

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fraiK-es.is, belgas e porluguésas, do Con

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ritis do Rio de Janeiro, pedindo mais e

quistar os mercados europeus, mas seria necessário que se adotassem medidas práticas para e.xccutar tal política.

rante 5 anos. Não há melhor estímulo

Ltjuis Delaituire, uma <las pe^-soas mc-

forma agora que os cafés africanos des

Falando da situação do mercado fran cês, o representante do liavre ironiza fortemente a política brasileira dc defe sa do café, fjue se limita a tomar medi das internamente, mas não projeta sua atividade para fora do Brasil. Em ou tras palavras, é salutar falar em recon

os produtores da África Oriental garan tindo a compra integral das safras du

do conhecimento da opinião de Jacques

ções procediaites do Brasil, os represen

muito realista.

de abastecimento conclui um acordo com

(hiincnt'- th* cxpurlaf,õc*s da ordem de 9.000.090 (h* sacas para a ICurop.j. no ano de 19Õ1/.52, natl.i perd-Tiaiti toman

tinente Negro, reclamam de suas admi nistrações metropolitanas um tratamento similar.

o método Coué, adotado internamente

ciente como a estra

não produz resultados no llavre,

tégia dos Domínios Britânicos, na dcfe-

excnipk).

A realidade é, poréni,

da lã. Falou-sc, há meses, na for-

rente. O café brasileiro onfreiita no Velho Conliiiente — hoje — e amanhã certamente etjfrenlará nos próprios Es tados Unidos, uma sistemática competi

Comentário realista

As facilidades agora concedidas, per mitindo o pagamento das compras da rubiácea com moedas nacionais em lu

gar da utilização do dólar, constituem

mas o projeto ficou

contribui para diminuir progressivamen te o consumo da rubiácea. Em outras

um passo positivo. Mas, somente o pri

meiro passo. A reabertura dos escritó rios de propaganda do Velho Continen te^ a criação de uma Bôlsa em Le líavre ou em Antuérpia, são as próximas etapas a percorrer, sob pena de se ver irrealiza-

antes da guerra, principalmente, o café brasileiro, nos primeiros quatro mosos do ano em curso, éste país recebeu 71 % de seu abastecimento da África e 16,^6 sòmente do Brasil. Torna-se necessário

do o alvo de vender um ou dois milhões

sublinhar que a tendência é similar, em

de sacas a mais para Europa, do que em

bora muito menos pronunciada, em ou

1950.

tros países europeus. É claro que os altos preços da rubiá-

Os otimistas, que falam desembaraça-

Brasil, que seria o fator decisivo, não 'lá associação de classe que represen to ao mesmo tempo a política cafccira

re; O cfínsumo de café dc bai.xa quali dade (ler "Café Robusta", da África) palavras, enquanto a 1'rança importou,

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no papel, pois no

do faltam informações fidedignas. Mas ouçamos ainda Jacques Louis Dclama

nacional, como por exemplo a Federa

Só podemos repetir: a defesa da lã se faz com mais flc.xibilidade que a do café c a tentação de se considerar exclusiva mente o mercado norte-americano para as

energias,

do ano deveriam ser concentradas sobre a

Europa.

Uma organização suíça de mercado

rias, do

tipo

da

"Feira das Nações",

de São Paulo, pre ocupa-se,

em

seu

relatório para o ano de 1950/51, com os

preços dos artigos importados. Lamenta — coisa compreensível por parte de um consumidor — os preços em alta e pro

ção da Colômbia. O Governo Federal, por sua vez, não poderia iniciar ativa

cura isolar o caso do café.

mente as negociações para a formação dc um bloco, mas poderia sancionar a

tardado, pois a alta registrada data do

iniciativa particular.

fim dc 1949; deve-se, contudo, admitir

Não hasta projetar Por enquanto, porém, nada resta a as sinalar neste terreno, nem por conta do Brasil, tomado isoladamente, nem em L.

pazes do alimentar um mercado a termo.

que desde o começo

dos países cafociros,

timar o concorrente, c.spccialmentc quan

no procura entrar ativamente no merca do europeu, recorrendo a todos os meios

lisou

mação dc luji bloco

ção dos cafés alricanos. É fácil subes

Todas as medidas projetadas, porém, .Sv* justificam, se efetivamente o gover

mação de estoques em consignação, ca

Contra esta política, o Brasil nada po

A obserxação demonstra apenas

(«xportávcis, nos parecem insuficientes para uma defesa integral do café.

entrepostos no Velho Continente e for

dera opor, a menos que se conceba no Rio dc Janeiro, uma política diuàinica dc defesa do produto, que seja tão efi'

Penetração dos cafc.s "Rohtista

Assim, as medidas internas de

a seu alcance, inclusive a abertura de

Bloco de café

mais café".

cano.

Trata-se, no fundo, de um reflexo re

que a empresa dispôs de estoques ante riormente adquiridos. Em todo caso, os responsáveis pela firma e.xplicam que prefeririam limitar as aquisições do café brasileiro, que foi utilizado para os "Mischung" (mistura de cafés de diversas


44

Dicksto Econúmico

Dicbsto Econômico

CAFÉ NA EUROPA

qualidades, procedimento comum nos Estados Unidos, onde a prática c deno minada "blending"), esperando que os picços baixariam para o produto. .Nías, como a firma não podia ficar sem o artigo, passou a se int<.*ressar particular mente pelos cafés coloniais de Angola,

contribuem para dificultar « posição de

Cameruni c Costa do Ouro.

para restaurar o bom renome da rubiácea brasileira entre o grande público. Até Ilaili dc.senvoK'e atividades propa-

Holanda

2

gandíslicas. O Brasil, porém, não o faz.

Inglaterra

3

De fato, a diferença de preço entre ca fés africanos c brasileiros não é tão gran de a ponto de explicar, por si só, o cons tante progresso da riibiácca de Camerum, Madagascar e outros tipos coloniais. O exemplo d(íS preços dc varejo, na França, é típico a êsse respeito ;

Bélgica

9 9

Casos semelhantes já foram assinala dos em Amsterdã e Paris. Os preços . considerados altos contribuem para re duzir as vendas do produto brasileiro,

enquanto os cafés africanos penetram nos mercados. A diferença de preço ' parece tomar-se, assim, o fator decisivo embora

conveniências

monetárias (o

"last but Dot the least" a existência da

União de pagamentos intercuropcus)

nosso País.

T.\XAS INTERNAS SOBRE O CAFÉ

Diferenço de preço A isso é preciso acrescentar a absolu ta passivldachí da parle do Covêrno Fe

CRU

PAÍS

Em centavos

50 centavos

deral e da.s associaçõ(.'S cafeeiras do País,

libra-pôso

Runiània

Suécia

por fcg

TIPOS

Noruega Suíça

Portugal

18

Finlândia Irlanda

20 20 25

Cliccoslo\áquiu

56

Itália

Gré(.ia

Iiigoslá\ia Dinamarca

Cafés coloniais 19 31 20

Gamerum (robusta) ..

Guadelupe (Bonifleur) Madagascar (Kouilou)

Turquia Hungria Alcmanlia

Espanha

Cafés americanos ....

25

Santos, tipo 4

20 20 25

Rio, tipo 5 Minas, tipo 6 Colúmbia

O cafc cru custa 50 centavos por libra-pêso c o imposto c de 127 centavos. Evidentemente, cm lace dêste encargo,

dcsemos estranhar que o consumo ale

Impostos pesadíssimos Conviria que os arautos da anunciada ofensiva de exportação para o Velho

Continente, soubessem algo mais sobre os esforços comerciais de nossos compe.'tidores em países como a França, Suíça,

Holanda e Bélgica. Não podemos, porém, simplificar o

problema do mercado europeu, citando apenas êstos exemplos. Há outros, co mo a Alemanha, onde o preço do custo do café cru representa somente uma fra

ção mínima do preço efetivo, que o úl

timo consumidor paga. A tabela seguin te, calculada na base de informações recentíssimas, explica o caso:

mão seja ainda de 750.000 sacas por

ano. Nosso governo deve estudar este caso muito particular, sc deseja dar re levo a seu esforço de vender mais café à Europa, dando a entender a Bonn que uma concessão sôbi'e este imposto pode rá animar nossas autoridades a pensar

cm compensações para produtos alemães no mercado brasileiro.

127,0 224,0

63 68 80 114 126 172 254 448

penhado em renhida luta contra a infla ção; tudo que possa reduzir o custo de vida auxilia no cumprimento da tarefa. A fim de avaliar os benefícios que po derão resultar dc um gesto de Bonn, basta mencionar a redução do impôsto sobre a ceiA^eja, posta em prática, há um ano e que contribuiu para duplicar o consumo da bebida na Alemanha.

Citamos apenas este exemplo para de monstrar que o fator preço, na comer

cialização de nosso maior produto de exportação, não é absolutamente um obs táculo.

Com o goüêrno de Bonn

lihra-pêso

14 14 14 17

Áusiria

França . Em cruzeiros

Em % s/preço dc

Necessitamos somente de uma

política dinâmica de defesa do produto, que saiba se adatar aos mercados exter

O govêrno alemão, certamente, não se manterá surdo a tal apêlo, pois está em•

• •lííiiíiirii íillitfiiiifiiiiiiyiiliiifti

nos tão eficientemente, como procura fazê-lo no interior de nossas fronteiras.


44

Dicksto Econúmico

Dicbsto Econômico

CAFÉ NA EUROPA

qualidades, procedimento comum nos Estados Unidos, onde a prática c deno minada "blending"), esperando que os picços baixariam para o produto. .Nías, como a firma não podia ficar sem o artigo, passou a se int<.*ressar particular mente pelos cafés coloniais de Angola,

contribuem para dificultar « posição de

Cameruni c Costa do Ouro.

para restaurar o bom renome da rubiácea brasileira entre o grande público. Até Ilaili dc.senvoK'e atividades propa-

Holanda

2

gandíslicas. O Brasil, porém, não o faz.

Inglaterra

3

De fato, a diferença de preço entre ca fés africanos c brasileiros não é tão gran de a ponto de explicar, por si só, o cons tante progresso da riibiácca de Camerum, Madagascar e outros tipos coloniais. O exemplo d(íS preços dc varejo, na França, é típico a êsse respeito ;

Bélgica

9 9

Casos semelhantes já foram assinala dos em Amsterdã e Paris. Os preços . considerados altos contribuem para re duzir as vendas do produto brasileiro,

enquanto os cafés africanos penetram nos mercados. A diferença de preço ' parece tomar-se, assim, o fator decisivo embora

conveniências

monetárias (o

"last but Dot the least" a existência da

União de pagamentos intercuropcus)

nosso País.

T.\XAS INTERNAS SOBRE O CAFÉ

Diferenço de preço A isso é preciso acrescentar a absolu ta passivldachí da parle do Covêrno Fe

CRU

PAÍS

Em centavos

50 centavos

deral e da.s associaçõ(.'S cafeeiras do País,

libra-pôso

Runiània

Suécia

por fcg

TIPOS

Noruega Suíça

Portugal

18

Finlândia Irlanda

20 20 25

Cliccoslo\áquiu

56

Itália

Gré(.ia

Iiigoslá\ia Dinamarca

Cafés coloniais 19 31 20

Gamerum (robusta) ..

Guadelupe (Bonifleur) Madagascar (Kouilou)

Turquia Hungria Alcmanlia

Espanha

Cafés americanos ....

25

Santos, tipo 4

20 20 25

Rio, tipo 5 Minas, tipo 6 Colúmbia

O cafc cru custa 50 centavos por libra-pêso c o imposto c de 127 centavos. Evidentemente, cm lace dêste encargo,

dcsemos estranhar que o consumo ale

Impostos pesadíssimos Conviria que os arautos da anunciada ofensiva de exportação para o Velho

Continente, soubessem algo mais sobre os esforços comerciais de nossos compe.'tidores em países como a França, Suíça,

Holanda e Bélgica. Não podemos, porém, simplificar o

problema do mercado europeu, citando apenas êstos exemplos. Há outros, co mo a Alemanha, onde o preço do custo do café cru representa somente uma fra

ção mínima do preço efetivo, que o úl

timo consumidor paga. A tabela seguin te, calculada na base de informações recentíssimas, explica o caso:

mão seja ainda de 750.000 sacas por

ano. Nosso governo deve estudar este caso muito particular, sc deseja dar re levo a seu esforço de vender mais café à Europa, dando a entender a Bonn que uma concessão sôbi'e este imposto pode rá animar nossas autoridades a pensar

cm compensações para produtos alemães no mercado brasileiro.

127,0 224,0

63 68 80 114 126 172 254 448

penhado em renhida luta contra a infla ção; tudo que possa reduzir o custo de vida auxilia no cumprimento da tarefa. A fim de avaliar os benefícios que po derão resultar dc um gesto de Bonn, basta mencionar a redução do impôsto sobre a ceiA^eja, posta em prática, há um ano e que contribuiu para duplicar o consumo da bebida na Alemanha.

Citamos apenas este exemplo para de monstrar que o fator preço, na comer

cialização de nosso maior produto de exportação, não é absolutamente um obs táculo.

Com o goüêrno de Bonn

lihra-pêso

14 14 14 17

Áusiria

França . Em cruzeiros

Em % s/preço dc

Necessitamos somente de uma

política dinâmica de defesa do produto, que saiba se adatar aos mercados exter

O govêrno alemão, certamente, não se manterá surdo a tal apêlo, pois está em•

• •lííiiíiirii íillitfiiiifiiiiiiyiiliiifti

nos tão eficientemente, como procura fazê-lo no interior de nossas fronteiras.


.. ..,f

Dicesto Eco^'ó^aco

A prova disso está no fato de o

rni' C V' Domival Tkixkiha Vikiha

Amaro

Cavalcanti, som

nenhum

pelo preço mais baixo pos.sívo! o re

favor, foi um dos maiores vultos da

vender por preço mais elevado.

economia brasileira.

Nos paí.«('S de base agrícola, ou naquele onde as indústrias são pouco

Por mais de

uma vez afirmamos ser este econo

mista um modelo a seguir por todos

aqueles que desejam um luííar social honesto e díí?no, pelos inúmeros pon

como um conjunto de filiais estran

tos altos de sua obra cultural.

geiras c de casais oonsignatárias,

Para surprêsa nossa, porém, en aspecto que merece

nais, procuram colocar os produtos

especial consideração — a nej?ação do comércio —, defendida por aquele autor nos primórdios da República, pricipalmente durante e logo após

que recebem do exterior, dronand' para fora do país sua riqueza o mes mo exercendo pressão no sentido do provocar fortes flutuações no câmbio

o Encilhamento.

e assim lucrar duplamente.

contramos um

Ocorre, hoje, como singular ana logia, que outros brasileiros, de não menor valor, têm levantado a voz

para reviver a mesma te.se, exata mente neste momento histórico que

em muito se assemelha àquele em que Cavalcanti viveu. Daí julgarmos ser atual a discussão do problema: Será

o comércio um fator negativo ou po sitivo na vida econômica de uma Na.Srt 9 çao

Para nosso ilustre patrício, o co

mércio é uma classe parasitária por excelência.

Não produz, retirando

seu.s lucros da produção agrícola ou

industrial. Beneficia a Nação quan do possui esta seu parque industrial, pois vai lhe permitir a colocação de seus produtos e, desse modo, a ex pansão daquele. Isso mesmo é con seguido graças a uma pequena per da de lucro para o produtor e para

importando, sequer, por conta pi-6pria, só têm a lucrar, como simples intermediários, dispondo dos nossos mercados, como de outros tantos

deboüchés, para os produtos que rece bem. O mesmo se pode dizer das ca

sas filiais que aqui negociam em gê neros e mercadorias que lhes são remetidos pelas suas matrizes no es trangeiro" (1)

préstimo para outro. Só em 1889 é que se procurou realizar a primeira conversão dos empréstimos de 1865,

r\

(1) — Cavalcanti

Finanças, pág. 347.

Amaro

Política

1871. 1875 e 1876.

A isso teríamos que juntar os em préstimos internos que, em 1889, sé elevavam a 1.072.122 contos de réis.

olhos o emprego de meios que, tendo

é um entrave, para o consumidor é

Se, para a produção, o comércio

por fim o desenvolvimento da indús

uma fonte de prejuízo, e, em certos

tria nacional nos seus diferentes ra

casos mesmo, de miséria, porque há

mos, possam fazer cessar o mono

uma tendência do vendedor em elevar

pólio do fato, de que êles gozam,

cada vez mais os preços, sempre que haja um motivo, ainda que falso, ca paz de justificar um aumento nos

de modo eficaz e estável, sem que as

i:

séiio inumerável de empréstimos ex

trial do país, pois, "é intuitivo que os importadores não vêem com bons

indústrias do país lhe forneçam pro dução abundante" (3). A situação do Brasil, diante do co mércio internacional, impressionara profundamente Cavalcanti. O País, apresentando um déficit em sua Ba

lança de Comércio até 1860, passou a ter saldos de 1861 a 1879, um li geiro déficit em 1880, novamente saldos de 1881 a 1884, déficit em 1885 e novamente saldos até 1888.

No entanto, seu câmbio apresentou-se sempre irregular, com fortes oscila ções, como procura Cavalcanti mos

preços de venda.

Sendo um dos representantes da doutrina da Economia Nacional e precursor do neoliberalismo, e este

respeito se apresenta originalmente

só, pois pelo que sabemos, nenhum outro representante da doutrina da Economia Nacional desenvolveu esta idéia.

A originalidade, porém, decorre de j uma grave confusão — a identificação do comércio na pessoa do comerciante (4).

w

List já havia apontado possibili-,Jj dade de o comerciante agir em desa- ^

trar.

Esta forte instabilidade, sempre

com um câmbio que dificilmente atin gia o par, era devida a um desequi-

(4) — Embora não tenhamos elemen

tos para uma afirmação positiva, é de se supor que quando Cavalcanti trabalhou como comerciário deve ter observado fa

tos

deprimentes e

mesmo sofrido

con-

traiieddes tais que o levaram a detestar

(2) — Cavalcanti, Amaro — Política e Finanças, pág. 348.

(3) — Cavalcanti, Amaro — Política e

o consumidor, pois, como intermediá

rio, o comerciante procura comprar

dois anos o cinco meses de um em

pelo quadro anexo a pagina 2-11 de

Além disso, acrescenta "jamais

o proveitosas a respeito da situação comercial nas principais praças do

faturas estrangeiras, os quais, não

rior à cximrtação, como se pode ver

será êle capaz de melhorar o câmbio,

bilitou-lhe observações interessantes

que são agentes, consignatários ou representantes de fábricas ou manu

ternos que, a partir de 1852, vão se sucedendo até 1889, em u'a média de

acerca do consumo do país." (2).

comércio na cidade de Recife possi

serem as várias firmas, na sua maio ria, "formadas por muitos indivíduos

centros do grande comércio, apresen tarem uma importação sempre supe

tardador do desenvolvimento indus

O seu estágio como empregado do

Brasil, Rio, São Luiz c Recife. A principal característica do co mércio brasileiro, em sua época, era

desfavorável ao Brasil, em virtude da

pério do Brasil. E' o comércio, neste caso, afirma Amaro Cavalcanti, um poderoso re-

que, dispondo dos mercados nacio

librio da Balança de Contas, sempre

Rio do Janeiro, Pernanbuco, Rio Grande do Sul, Bahia, Maranhão,

sua Resenha Financeira do Ex-Im-

desenvolvidas, esse aspecto do co mércio se agrava: ele se apresenta

47

Finanças, pág. 349.

a figura do comerciante, criando uip complexo

que

explicaria

esta

projeção

afetiva da aversão ao comerciante para o próprio comércio.


.. ..,f

Dicesto Eco^'ó^aco

A prova disso está no fato de o

rni' C V' Domival Tkixkiha Vikiha

Amaro

Cavalcanti, som

nenhum

pelo preço mais baixo pos.sívo! o re

favor, foi um dos maiores vultos da

vender por preço mais elevado.

economia brasileira.

Nos paí.«('S de base agrícola, ou naquele onde as indústrias são pouco

Por mais de

uma vez afirmamos ser este econo

mista um modelo a seguir por todos

aqueles que desejam um luííar social honesto e díí?no, pelos inúmeros pon

como um conjunto de filiais estran

tos altos de sua obra cultural.

geiras c de casais oonsignatárias,

Para surprêsa nossa, porém, en aspecto que merece

nais, procuram colocar os produtos

especial consideração — a nej?ação do comércio —, defendida por aquele autor nos primórdios da República, pricipalmente durante e logo após

que recebem do exterior, dronand' para fora do país sua riqueza o mes mo exercendo pressão no sentido do provocar fortes flutuações no câmbio

o Encilhamento.

e assim lucrar duplamente.

contramos um

Ocorre, hoje, como singular ana logia, que outros brasileiros, de não menor valor, têm levantado a voz

para reviver a mesma te.se, exata mente neste momento histórico que

em muito se assemelha àquele em que Cavalcanti viveu. Daí julgarmos ser atual a discussão do problema: Será

o comércio um fator negativo ou po sitivo na vida econômica de uma Na.Srt 9 çao

Para nosso ilustre patrício, o co

mércio é uma classe parasitária por excelência.

Não produz, retirando

seu.s lucros da produção agrícola ou

industrial. Beneficia a Nação quan do possui esta seu parque industrial, pois vai lhe permitir a colocação de seus produtos e, desse modo, a ex pansão daquele. Isso mesmo é con seguido graças a uma pequena per da de lucro para o produtor e para

importando, sequer, por conta pi-6pria, só têm a lucrar, como simples intermediários, dispondo dos nossos mercados, como de outros tantos

deboüchés, para os produtos que rece bem. O mesmo se pode dizer das ca

sas filiais que aqui negociam em gê neros e mercadorias que lhes são remetidos pelas suas matrizes no es trangeiro" (1)

préstimo para outro. Só em 1889 é que se procurou realizar a primeira conversão dos empréstimos de 1865,

r\

(1) — Cavalcanti

Finanças, pág. 347.

Amaro

Política

1871. 1875 e 1876.

A isso teríamos que juntar os em préstimos internos que, em 1889, sé elevavam a 1.072.122 contos de réis.

olhos o emprego de meios que, tendo

é um entrave, para o consumidor é

Se, para a produção, o comércio

por fim o desenvolvimento da indús

uma fonte de prejuízo, e, em certos

tria nacional nos seus diferentes ra

casos mesmo, de miséria, porque há

mos, possam fazer cessar o mono

uma tendência do vendedor em elevar

pólio do fato, de que êles gozam,

cada vez mais os preços, sempre que haja um motivo, ainda que falso, ca paz de justificar um aumento nos

de modo eficaz e estável, sem que as

i:

séiio inumerável de empréstimos ex

trial do país, pois, "é intuitivo que os importadores não vêem com bons

indústrias do país lhe forneçam pro dução abundante" (3). A situação do Brasil, diante do co mércio internacional, impressionara profundamente Cavalcanti. O País, apresentando um déficit em sua Ba

lança de Comércio até 1860, passou a ter saldos de 1861 a 1879, um li geiro déficit em 1880, novamente saldos de 1881 a 1884, déficit em 1885 e novamente saldos até 1888.

No entanto, seu câmbio apresentou-se sempre irregular, com fortes oscila ções, como procura Cavalcanti mos

preços de venda.

Sendo um dos representantes da doutrina da Economia Nacional e precursor do neoliberalismo, e este

respeito se apresenta originalmente

só, pois pelo que sabemos, nenhum outro representante da doutrina da Economia Nacional desenvolveu esta idéia.

A originalidade, porém, decorre de j uma grave confusão — a identificação do comércio na pessoa do comerciante (4).

w

List já havia apontado possibili-,Jj dade de o comerciante agir em desa- ^

trar.

Esta forte instabilidade, sempre

com um câmbio que dificilmente atin gia o par, era devida a um desequi-

(4) — Embora não tenhamos elemen

tos para uma afirmação positiva, é de se supor que quando Cavalcanti trabalhou como comerciário deve ter observado fa

tos

deprimentes e

mesmo sofrido

con-

traiieddes tais que o levaram a detestar

(2) — Cavalcanti, Amaro — Política e Finanças, pág. 348.

(3) — Cavalcanti, Amaro — Política e

o consumidor, pois, como intermediá

rio, o comerciante procura comprar

dois anos o cinco meses de um em

pelo quadro anexo a pagina 2-11 de

Além disso, acrescenta "jamais

o proveitosas a respeito da situação comercial nas principais praças do

faturas estrangeiras, os quais, não

rior à cximrtação, como se pode ver

será êle capaz de melhorar o câmbio,

bilitou-lhe observações interessantes

que são agentes, consignatários ou representantes de fábricas ou manu

ternos que, a partir de 1852, vão se sucedendo até 1889, em u'a média de

acerca do consumo do país." (2).

comércio na cidade de Recife possi

serem as várias firmas, na sua maio ria, "formadas por muitos indivíduos

centros do grande comércio, apresen tarem uma importação sempre supe

tardador do desenvolvimento indus

O seu estágio como empregado do

Brasil, Rio, São Luiz c Recife. A principal característica do co mércio brasileiro, em sua época, era

desfavorável ao Brasil, em virtude da

pério do Brasil. E' o comércio, neste caso, afirma Amaro Cavalcanti, um poderoso re-

que, dispondo dos mercados nacio

librio da Balança de Contas, sempre

Rio do Janeiro, Pernanbuco, Rio Grande do Sul, Bahia, Maranhão,

sua Resenha Financeira do Ex-Im-

desenvolvidas, esse aspecto do co mércio se agrava: ele se apresenta

47

Finanças, pág. 349.

a figura do comerciante, criando uip complexo

que

explicaria

esta

projeção

afetiva da aversão ao comerciante para o próprio comércio.


48

Dicesto EcoNó.vaco

côrdo com o interêsse nacional, seja por desconhecimento, seja mesmo por

cft. Só conhece as rondus da terra,'

antaj:?onismo manifesto.

"Para êsto

nota que a maior parte da riqueza do

o valor das coisas é a ririueza e só

uma naçao con.sisto nos valores das

quer conse^ruir valores. Rolepra a ins

suas terras e nos seus bens de raiz.

tituição das enerífias produtivas à casualidade, à natureza, ou à vontade

Não se preocupa cni absoluto com a influência do comércio exterior sô- 4

de Deus. Em nada deve o Estado in

bre o valor o os preços das terras, i

tervir,

nem tampouco com as flutuaçõe.s e calamidades que daí resultam". (5),

A

política não deve mes-

clar-.se em questões de acumulações

de valores. Quer comprar onde possa obter mais baratas as mercadorias.

Nada lhe sifemifica o fato de sua im portação arruinar as fábricas do

país. Se as nações estrangeiras esta belecem um prêmio à exportação para seus artigos manufatura

porém, não o valor dos terrenos. Não

Mas, nao se deve concluir dai (jue o comércio soja prejudicial. Tanto assim é que acrescenta: "E' evidente que o interesse do comerciante indi vidual o o interesse do comércio de tôda uma nação são coisas diametralmente opostas". (G).

dos, tanto melhor, as

Tanto List como os

sim os comprará mais baratos.

que ^ o sucederam se

Só os indi

esforçam

víduos que produzem a seu ver, produtivos.

Percebem muito bem

tem uma grande im

como a divisão do tra

portância

balho incentiva parti cularmente os negó cios, porém, não no-,» ta, ao contrário, a di

que Cavalcanti conhe

ce e cita muitas vezes,

menta os capitais ape

dual e só pode ampliar seus negó

gia produtiva, que resulta do apogeu das fábricas nacionais e do subse quente progresso do comércio exte

rior e da potência nacional. O que

desen

mia nacional. Cauwòs,

âmbito nacional. Au

cios na medida em que realiza acréscimos de capital, em troca não dá valor algum ao aumento da ener

no

volvimento da econo

visão do trabalho no

poupança indivi

mos

trar que o comércio, como distribuição or ganizada de produtos,

valores de troca são,

nas mediante a

por

particulares adquiram valores de tro-

comerciante não produz isto é evi

dente.

Mas, como contestar que

êlo pre.sta um serviço? Se não existisse a função do comerciante, o con sumidor deveria abastecer-se do

grande variedade de produtos, por preços variáveis, comprar antecipa damente e cm grande quantidade, liorque o produtor não poderia, mui

tas vozes, aceitar as complicações de uma venda a varejo. O comercian te evita, pois, ao consumidor ôstes I)rcliminares e os adiantamentos de

capital. Êste poderá fazer aquisições, de acordo com as suas necessidades! A escollia entre os diversos produ tos sor-Ihe-á facilitada pelo exame "E' o comerciante que, por outro

lado, zelará pela conservação das mercadorias e suportará as perdas resultantes de sua deterioração ou de uma súbita redução de valor. Se olharmos para os produtores, os ser viços do comerciante aparecerão não menos reais. Na ausência do comér

cio, a administração de u'a manu

fatura seria de extrema complica ção; somente a correspondência com os consumidores exigiria uma soma

car algumas páginas

considerável de trabalho. Nos prin

à produtividade do co-

cipais locais de consumo os produto

Mostra que êle é tão útil para o consumidor quanto para os produtores e atende a necessidades sociais indiscutíveis. "O comercian

res deveriam ter escritórios e corre

mercio.

te reúne em sua casa comercial pro dutos de diversas qualidades e pro- A veniências e os tem à disposição do consumidor; não haverá vantagem para este? Quando dizemos que o (5) — List — Sistema Nacional de Eco nomia Política, pág. 323. (6) — Ibidem, pág. 252.

s« corresponde eom 01 comerciantes pode ' avaliar aproximativamente

suas entradas e medir a fabricação pela amplitude de seus recursos. Os capitais disponíveis do empreende dor deveriam ter uma elasticidade

quase indefinida, para escapar aos riscos das irregularidades dos pa gamentos de uma multidão de con

sumidores.

Só haveria segurança

no mercado ã vista, daí resulta a

contenção da atividade industrial em em estreitos limites.

Pode-se obser

var, por fim, que o comércio modera com lucro comum para produtores e consumidores, as oscilações extremas de preços". (7).

direto.

chega mesmo a dedi

no futuro possa acontecer com toda

a nação não o preocupa desde que os

OiOESTO EcONÓNnCO

tores, mas tendo cada um uma agên cia distinta, o que tornaria o proces so mais oneroso e reclamaria pes soal muito mais numeroso. O aprovisionamento maciço, feito pelo comerciante, em intervalos regulares ou antecipadamente determiná-

veis, da aos dirigentes das empre sas industriais uma garantia de pro dução média, que não existiria se negociassem

diretamente

com

Brocard, posteriormente, foi mais longe, procurando mostrar que o co mércio pode ser elemento de aproxi mação entre as economias e permitir o melhor entendimento entre as na

ções, pelo menos aquelas que se en

contrem no mesmo estágio de desen volvimento econômico. Êle seria, assim, fator de harmonia internacio

nal, sendo, pois, um dos elementos capazes de conduzir à consecução do ideal máximo —^ a construção de um

Sistema de Economia Internacional, de uma cúpula, capaz de ligar todas as economias entre si e promover a

colaboração econômica internacional. Esta confusão entre comércio e co

merciante impediu que

percebesse

Cavalcant:

que aquêle nada mais, i

que a instituição cuja finalidade com siste em facilitar os intercâmbios.

Seu objetivo primordial reside em re presentar o traço de união não só en tre o produtor da mercadoria acabada

os

consumidores. O manufatureiro que

— Cauwès, P. — "Cours d'Econo-

mie Politique", pág. 247.


48

Dicesto EcoNó.vaco

côrdo com o interêsse nacional, seja por desconhecimento, seja mesmo por

cft. Só conhece as rondus da terra,'

antaj:?onismo manifesto.

"Para êsto

nota que a maior parte da riqueza do

o valor das coisas é a ririueza e só

uma naçao con.sisto nos valores das

quer conse^ruir valores. Rolepra a ins

suas terras e nos seus bens de raiz.

tituição das enerífias produtivas à casualidade, à natureza, ou à vontade

Não se preocupa cni absoluto com a influência do comércio exterior sô- 4

de Deus. Em nada deve o Estado in

bre o valor o os preços das terras, i

tervir,

nem tampouco com as flutuaçõe.s e calamidades que daí resultam". (5),

A

política não deve mes-

clar-.se em questões de acumulações

de valores. Quer comprar onde possa obter mais baratas as mercadorias.

Nada lhe sifemifica o fato de sua im portação arruinar as fábricas do

país. Se as nações estrangeiras esta belecem um prêmio à exportação para seus artigos manufatura

porém, não o valor dos terrenos. Não

Mas, nao se deve concluir dai (jue o comércio soja prejudicial. Tanto assim é que acrescenta: "E' evidente que o interesse do comerciante indi vidual o o interesse do comércio de tôda uma nação são coisas diametralmente opostas". (G).

dos, tanto melhor, as

Tanto List como os

sim os comprará mais baratos.

que ^ o sucederam se

Só os indi

esforçam

víduos que produzem a seu ver, produtivos.

Percebem muito bem

tem uma grande im

como a divisão do tra

portância

balho incentiva parti cularmente os negó cios, porém, não no-,» ta, ao contrário, a di

que Cavalcanti conhe

ce e cita muitas vezes,

menta os capitais ape

dual e só pode ampliar seus negó

gia produtiva, que resulta do apogeu das fábricas nacionais e do subse quente progresso do comércio exte

rior e da potência nacional. O que

desen

mia nacional. Cauwòs,

âmbito nacional. Au

cios na medida em que realiza acréscimos de capital, em troca não dá valor algum ao aumento da ener

no

volvimento da econo

visão do trabalho no

poupança indivi

mos

trar que o comércio, como distribuição or ganizada de produtos,

valores de troca são,

nas mediante a

por

particulares adquiram valores de tro-

comerciante não produz isto é evi

dente.

Mas, como contestar que

êlo pre.sta um serviço? Se não existisse a função do comerciante, o con sumidor deveria abastecer-se do

grande variedade de produtos, por preços variáveis, comprar antecipa damente e cm grande quantidade, liorque o produtor não poderia, mui

tas vozes, aceitar as complicações de uma venda a varejo. O comercian te evita, pois, ao consumidor ôstes I)rcliminares e os adiantamentos de

capital. Êste poderá fazer aquisições, de acordo com as suas necessidades! A escollia entre os diversos produ tos sor-Ihe-á facilitada pelo exame "E' o comerciante que, por outro

lado, zelará pela conservação das mercadorias e suportará as perdas resultantes de sua deterioração ou de uma súbita redução de valor. Se olharmos para os produtores, os ser viços do comerciante aparecerão não menos reais. Na ausência do comér

cio, a administração de u'a manu

fatura seria de extrema complica ção; somente a correspondência com os consumidores exigiria uma soma

car algumas páginas

considerável de trabalho. Nos prin

à produtividade do co-

cipais locais de consumo os produto

Mostra que êle é tão útil para o consumidor quanto para os produtores e atende a necessidades sociais indiscutíveis. "O comercian

res deveriam ter escritórios e corre

mercio.

te reúne em sua casa comercial pro dutos de diversas qualidades e pro- A veniências e os tem à disposição do consumidor; não haverá vantagem para este? Quando dizemos que o (5) — List — Sistema Nacional de Eco nomia Política, pág. 323. (6) — Ibidem, pág. 252.

s« corresponde eom 01 comerciantes pode ' avaliar aproximativamente

suas entradas e medir a fabricação pela amplitude de seus recursos. Os capitais disponíveis do empreende dor deveriam ter uma elasticidade

quase indefinida, para escapar aos riscos das irregularidades dos pa gamentos de uma multidão de con

sumidores.

Só haveria segurança

no mercado ã vista, daí resulta a

contenção da atividade industrial em em estreitos limites.

Pode-se obser

var, por fim, que o comércio modera com lucro comum para produtores e consumidores, as oscilações extremas de preços". (7).

direto.

chega mesmo a dedi

no futuro possa acontecer com toda

a nação não o preocupa desde que os

OiOESTO EcONÓNnCO

tores, mas tendo cada um uma agên cia distinta, o que tornaria o proces so mais oneroso e reclamaria pes soal muito mais numeroso. O aprovisionamento maciço, feito pelo comerciante, em intervalos regulares ou antecipadamente determiná-

veis, da aos dirigentes das empre sas industriais uma garantia de pro dução média, que não existiria se negociassem

diretamente

com

Brocard, posteriormente, foi mais longe, procurando mostrar que o co mércio pode ser elemento de aproxi mação entre as economias e permitir o melhor entendimento entre as na

ções, pelo menos aquelas que se en

contrem no mesmo estágio de desen volvimento econômico. Êle seria, assim, fator de harmonia internacio

nal, sendo, pois, um dos elementos capazes de conduzir à consecução do ideal máximo —^ a construção de um

Sistema de Economia Internacional, de uma cúpula, capaz de ligar todas as economias entre si e promover a

colaboração econômica internacional. Esta confusão entre comércio e co

merciante impediu que

percebesse

Cavalcant:

que aquêle nada mais, i

que a instituição cuja finalidade com siste em facilitar os intercâmbios.

Seu objetivo primordial reside em re presentar o traço de união não só en tre o produtor da mercadoria acabada

os

consumidores. O manufatureiro que

— Cauwès, P. — "Cours d'Econo-

mie Politique", pág. 247.


*fWl

Dicesto Econômico

50

e o consumidor, como também entre

os vários cstá^fios da produção.

Os

estudos históricos e sociolót'icos das coletividades tém mostrado (lue, em

bcndo, por sua vez, novos traços cul turais, enriquecendo r) conte-ulo da oue lhe é própria. N<' mundo moder no u interponctr.oção rultural é finó-

bora não seja sua função precípua, o

rnono indiscutívi-l e um dos afrontes

comércio ultrapassa sua própria fina lidade primeira, para transformar-se,

mais exipazes <le fai'ilitar esta intorcornunieação de írnipf>s <pie conduz

involuntàriamcnte talvez, em um in termediário de trocas culturai.s. Com

ao aperfeiçoamento da vida social, é

os produtos permutados, passam de

comércio como instituição s(K'ial, e o comerciante, com<j um elemento

mãos e írrupos traços culturais e até mesmo comportamentos coletivos. Trocam-se coisas e trocam-se idéias.

ainda o comércio.

e

A atividade econômica brasileira

fôra incompreensível se se não procuras.scm seus estímulos oripiniívios em remoto passado, nas possibilida

des do meio, no esforço humano na cional, no impulso vindo do mundo in

podcnio.s dizer, foi dc uma oritjinalidade ne^íativa. Isto fazendo, recu

empresta ao mais pobre a sua cultu

crata, uma vez (lUc afirmou a subor

ra material e espiritual, dela rece-

dinação da agricultura.

nrsENVOLViMEitr

Pandiá Calogkras

destxi instituição, Cavalcanti se assim

ou êlc a fisiocracia .sem ser fisio-

"

CO

Confundindo o

Quando dois íjrupos entram em contacto, o mais amplo, o mais rico,

BRA«H.

Enriquecendo a sua calogcreana, o "Digcsto Económieo" arquiva cm suas páginas a eonfcrância que o notável pu blicista. Pandiá CaJógcras, proferiu, em 1912, na Biblioteca Nacional do Kío de

teiro,

A própria configuração política da nossa Pátria é, em parte, sua cria

ção, por menos que se queira aceitar

do materialismo histórico: o ouro, no século XVIII, lindou Mato Grosso

das possessões espanholas; a borra cha, em nossos dias, traçou a divisa com o Peru e a Bolívia.

Os cabedais levados pelos conquis tadores do México e do Império dos Incas correspondiam estreitamente às noções contemporâneas sôbre rique zas: pedrarias, metais preciosos, aro mas, especiarias, essências raras. O

Oriento mais valia do que o Poente,

Janeiro, sôbre o descnvolvinicnto econó-

jnico do Brasil e que não foi tirada em folheto nem inseria nos seus opulentos c clássicos livros. Êssc ensaio magistral, que tanto entusiasmo despertou no apai xonado dos fastos brasileiros, o autor do "Pelo Sertão", ainda recentemente me

receu de ScVgfo Buarquc de Holanda a seguinte apologia: "admirável síntese em que Calógcras i7iostrou as aiJ^plos pers pectivas que oferece a exploração de um domínio quase virgem: o de nossa história econômica". O "Digesto Eco nômico", com a divulgação dessa pre ciosa lição de economia nacional, corihe-

Brasil, a Leste dos países do ouro,

cida apenas de pesquisadores e de ledores dos anais da Biblioteca Nacional, espera prestar um serviço relevante, so

da prata e das esmeraldas, mais rico

bretudo, aos estudantes das Faculdades

nas idéias da época.

Não seria o

do que êsses?

dc Ciências Econômicas do país.

Organizada a dominação lusa, por 1530-35, vinha êsse preconceito fixo

da existência de riquezas firmado nos próprios forais das Capitanias. Pro curavam-nas expedições várias, in conscientemente transviadas pelos ín dios que desconheciam os metais, fa lavam em pedras brilhantes de cores

várias, onde os portuguêses com preendiam ouro ou prata. O ciclo de \

í

pesquisas desta última durou duzen tos anos e provou infrutífero. O ouro só dous séculos após Cabral tomou

vulto. No século XVin fazem-se os descobertos que fundaram Minas Ge rais, Mato Grosso e Goiás. Das es

meraldas, alvo de pesquisas nos pri meiros tempos da conquista, prin cipalmente, restavam apenas as tutmalinas, as águas marinhas e os be rilos da zona do Arassuaí.

Assim, antes do rush do ouro em'

Minas Gerais, de 1698 em diante, largo prazo houve, mais de século e


*fWl

Dicesto Econômico

50

e o consumidor, como também entre

os vários cstá^fios da produção.

Os

estudos históricos e sociolót'icos das coletividades tém mostrado (lue, em

bcndo, por sua vez, novos traços cul turais, enriquecendo r) conte-ulo da oue lhe é própria. N<' mundo moder no u interponctr.oção rultural é finó-

bora não seja sua função precípua, o

rnono indiscutívi-l e um dos afrontes

comércio ultrapassa sua própria fina lidade primeira, para transformar-se,

mais exipazes <le fai'ilitar esta intorcornunieação de írnipf>s <pie conduz

involuntàriamcnte talvez, em um in termediário de trocas culturai.s. Com

ao aperfeiçoamento da vida social, é

os produtos permutados, passam de

comércio como instituição s(K'ial, e o comerciante, com<j um elemento

mãos e írrupos traços culturais e até mesmo comportamentos coletivos. Trocam-se coisas e trocam-se idéias.

ainda o comércio.

e

A atividade econômica brasileira

fôra incompreensível se se não procuras.scm seus estímulos oripiniívios em remoto passado, nas possibilida

des do meio, no esforço humano na cional, no impulso vindo do mundo in

podcnio.s dizer, foi dc uma oritjinalidade ne^íativa. Isto fazendo, recu

empresta ao mais pobre a sua cultu

crata, uma vez (lUc afirmou a subor

ra material e espiritual, dela rece-

dinação da agricultura.

nrsENVOLViMEitr

Pandiá Calogkras

destxi instituição, Cavalcanti se assim

ou êlc a fisiocracia .sem ser fisio-

"

CO

Confundindo o

Quando dois íjrupos entram em contacto, o mais amplo, o mais rico,

BRA«H.

Enriquecendo a sua calogcreana, o "Digcsto Económieo" arquiva cm suas páginas a eonfcrância que o notável pu blicista. Pandiá CaJógcras, proferiu, em 1912, na Biblioteca Nacional do Kío de

teiro,

A própria configuração política da nossa Pátria é, em parte, sua cria

ção, por menos que se queira aceitar

do materialismo histórico: o ouro, no século XVIII, lindou Mato Grosso

das possessões espanholas; a borra cha, em nossos dias, traçou a divisa com o Peru e a Bolívia.

Os cabedais levados pelos conquis tadores do México e do Império dos Incas correspondiam estreitamente às noções contemporâneas sôbre rique zas: pedrarias, metais preciosos, aro mas, especiarias, essências raras. O

Oriento mais valia do que o Poente,

Janeiro, sôbre o descnvolvinicnto econó-

jnico do Brasil e que não foi tirada em folheto nem inseria nos seus opulentos c clássicos livros. Êssc ensaio magistral, que tanto entusiasmo despertou no apai xonado dos fastos brasileiros, o autor do "Pelo Sertão", ainda recentemente me

receu de ScVgfo Buarquc de Holanda a seguinte apologia: "admirável síntese em que Calógcras i7iostrou as aiJ^plos pers pectivas que oferece a exploração de um domínio quase virgem: o de nossa história econômica". O "Digesto Eco nômico", com a divulgação dessa pre ciosa lição de economia nacional, corihe-

Brasil, a Leste dos países do ouro,

cida apenas de pesquisadores e de ledores dos anais da Biblioteca Nacional, espera prestar um serviço relevante, so

da prata e das esmeraldas, mais rico

bretudo, aos estudantes das Faculdades

nas idéias da época.

Não seria o

do que êsses?

dc Ciências Econômicas do país.

Organizada a dominação lusa, por 1530-35, vinha êsse preconceito fixo

da existência de riquezas firmado nos próprios forais das Capitanias. Pro curavam-nas expedições várias, in conscientemente transviadas pelos ín dios que desconheciam os metais, fa lavam em pedras brilhantes de cores

várias, onde os portuguêses com preendiam ouro ou prata. O ciclo de \

í

pesquisas desta última durou duzen tos anos e provou infrutífero. O ouro só dous séculos após Cabral tomou

vulto. No século XVin fazem-se os descobertos que fundaram Minas Ge rais, Mato Grosso e Goiás. Das es

meraldas, alvo de pesquisas nos pri meiros tempos da conquista, prin cipalmente, restavam apenas as tutmalinas, as águas marinhas e os be rilos da zona do Arassuaí.

Assim, antes do rush do ouro em'

Minas Gerais, de 1698 em diante, largo prazo houve, mais de século e


DfCBSTO Eco.sómioo

OrcESTü Econômico

meio, durante o qual tiveram de ser

necedor de recursos para n colônia.

os preparadores do primeiro, mais

considerados elementos basilares da vida colonial os que derivam de sua

Quatro zonas se discriminaram: o

antigo. A grande dificuldade para o desenvolvimento da indústria ora o monopólio do sal. Nem so podia, se

flora, dos animais que lhe povoavam as terras e os mares.

Das numerosas plantas sociais nos

sas, raras seriam aproveitadas desde logo: o pau-brasil, a carnaúba, as castanhas, o algodao e o tabaco.

O primeiro, grupado em duas zonas principais — Rio de Janeiro e do

litoral, o sertão, a região das águas

perenes, o domínio das sécas. f) pro duto purificado caracteriza a primei ra; a rapadura a segunda; a roda dágua e o monjolo a terceira; o en

genho de bois c o iiilão a ultima.

terceira zona.

ancestrais os 92 animais mencionados

como conseqüência da ociosidade e

monopólio, que lhe encarecia o preço nas vendas.

catinga, substituída a salga costu meira pelos "barreiros" naturais. Ao

A luta pelo monopólio comercial revestiu o caráter de

expulsão d^o forasteiro. A gruerra do pau-brasil tornou-se, em última aná

lise, a primeira campa nha pela integridade na

norte, pastos bons; ao .sul, as cliapadas recortadas pelo S. Francisco e seus afluentes; tais seriam os limi tes grosseiros da disseminação bovina. À corrente principal, já cm fins do V

século XVII, chamavam

os roteiro.s — o rio dos .currais.

Nas capitanias do Sul,

cional.

A carnaúba, tão pres-

timosa, era puro elemen to regional sem valia nas trocas.

As castanhas, encontra

das a partir do Mara nhão, eram base de es-

cambo de certo vulto. O algodão cedo se aproveitou e o

tabaco, meado o século XVI, já se

guia para Lisboa. Do reino animal, a maior renda

•ovinha da pesca de baleia, favoneada oficialmente. Era, pois, com o elemento impor

tado que se valorizaria a terra de Santa Cruz e com o aperfeiçoamento

Q a sistematização das culturas in dígenas.

A cana de açúcar foi o grande for-

O desenvolvimento das plantações; a necessidade de braços para as ro

ças; o mandonismo do invasor; a in

donatários, multiplicou-sc a esmo na

populações locais do litoral.

neira da colônia, pela carta regia de

pressão. A mestiçagem, fatal, pouco elevaria seu nível.

28 de janeiro de 1G90. O cavalo, no Sul, tinha por troncos

O gado, vindo nas caravelas dos

Incitamento franco ao

utilizar os elementos locais: vinha severamente reprimida a faina sali-

Êste, mais barato do que os apare lhos hidráulicos, existia também na

S. Francisco até a Paraíba — era

contrabando, dentro em breve ini ciado por franceses auxiliados por

não às ocultas c transitoriamente,

peccavi, constituíam as levas socieda de de p-^nca valia moral, grande au dácia, plbpcnsa a todos os excessos, por saber que era impossível a re

|a origem talvez so encon tre também nas impoi*-

ftaçÕes dos fundadores do Buenos Aires, na primei ra metade do século do descobrimento.

O pastoreiro pressupõe tranqüilidade do trecho onde se exerce. Foi obra mais demo rada dilatar-lhe as fronteiras até ao Alto Paraíba.

O consumo litorâneo não exigia

grandes levas de gado do interior. Para lhe conservar o valor alimentí

cio, surgiu a "carne de vento" ou do "sol", ulteriormente vencida pela importação de outro gênero, feito, a exemplo das colônias espanholas, o "xarque". Hoje a vitória dêste é de finitiva o só no sertão se encontram

pelos cronistas da expedição do Ade-

lantado D. Pedro de Mendoza, em 1530.

Só mais tarde foram utiliza-

<ios pelos habitantes da Colônia do Sacramento. Elemento do união en

tro os homens, fator dispersivo quan to às povoações, o viver a cavalo ex plica numerosas características da existência no pampa: a impetuosi-

úade, a segurança do viver sobre si, a audácia, o entrevero, a rapidez nas concepções, a habitação isolada, a gravidade, o espírito concentrado. A mestiçagem indígena agravava 03 traços, em vez de lhes suavizar os contornos.

O porco, vindo de Portugal, tinha

a^criação facilitada no Sul pela exis tência do monjolo, accessório da cul tura do milho. Foi, dentro em pou co, elemento predominante da ali

dolência do senhor de escravos, e,

de seus vícios — o jogo e a vaidade

—, o anseio por possuir números crescentes de servidores: todas estas

çausns arrojavam os brancos para o sertão à conquista de "peças". Foram as entradas para doscimento dos índios, as bandeiras de resga te.

Malgrado os esforços ingentes e nobilíssimos da Companhia de Jesus, despovoava-se o interior, reduzidas as tribos ao cativeiro.

Ao lado do português, o mamaluco redobrava de crueldade e de sanha.

Abaixo de ambos, a turba-multa de cafusos, curibocas e negros. Desvalorizou-se o gênero, que che gou a ser vendido por 4$000.

A população colonial, de alto a bai xo, estratificava-se pela forma se guinte:

mentação nesse trecho do território.

Uma minoria de famílias, oriundas

Êsses não foram, contudo, os fato

de troncos lusitanos, ciosas de suas

res que congregaram as populações.

prerrogativas, zelando foros de no

A base para êsse estádio superior, forneceram-na as roças, segundo a lição indígena: a derrubada, a quei ma, a coivara, o plantio. O.s vege

breza, tendo em dia suas habilitações dc genere, dobradamente sensíveis a remoques, porquanto em seus bra

sões, por vezes, se encontrava a bar

tais utilizados eram o algodão, o mi

ra de bastardia.

lho, rizomas e tubérculos feculentos, a cana, as leguminosas comestíveis.

Em grau inferior, a massa de ope rários, mecânicos, homens de ofícios,

Gente escolhida pelos donatários entre seus vassalos e clientes, imbuí

vindos da metrópole ou provenientes de descendência legítima dessa ori

da, porém, do ultra aequinoctialem non

gem. Classe numerosa, resguardan-


DfCBSTO Eco.sómioo

OrcESTü Econômico

meio, durante o qual tiveram de ser

necedor de recursos para n colônia.

os preparadores do primeiro, mais

considerados elementos basilares da vida colonial os que derivam de sua

Quatro zonas se discriminaram: o

antigo. A grande dificuldade para o desenvolvimento da indústria ora o monopólio do sal. Nem so podia, se

flora, dos animais que lhe povoavam as terras e os mares.

Das numerosas plantas sociais nos

sas, raras seriam aproveitadas desde logo: o pau-brasil, a carnaúba, as castanhas, o algodao e o tabaco.

O primeiro, grupado em duas zonas principais — Rio de Janeiro e do

litoral, o sertão, a região das águas

perenes, o domínio das sécas. f) pro duto purificado caracteriza a primei ra; a rapadura a segunda; a roda dágua e o monjolo a terceira; o en

genho de bois c o iiilão a ultima.

terceira zona.

ancestrais os 92 animais mencionados

como conseqüência da ociosidade e

monopólio, que lhe encarecia o preço nas vendas.

catinga, substituída a salga costu meira pelos "barreiros" naturais. Ao

A luta pelo monopólio comercial revestiu o caráter de

expulsão d^o forasteiro. A gruerra do pau-brasil tornou-se, em última aná

lise, a primeira campa nha pela integridade na

norte, pastos bons; ao .sul, as cliapadas recortadas pelo S. Francisco e seus afluentes; tais seriam os limi tes grosseiros da disseminação bovina. À corrente principal, já cm fins do V

século XVII, chamavam

os roteiro.s — o rio dos .currais.

Nas capitanias do Sul,

cional.

A carnaúba, tão pres-

timosa, era puro elemen to regional sem valia nas trocas.

As castanhas, encontra

das a partir do Mara nhão, eram base de es-

cambo de certo vulto. O algodão cedo se aproveitou e o

tabaco, meado o século XVI, já se

guia para Lisboa. Do reino animal, a maior renda

•ovinha da pesca de baleia, favoneada oficialmente. Era, pois, com o elemento impor

tado que se valorizaria a terra de Santa Cruz e com o aperfeiçoamento

Q a sistematização das culturas in dígenas.

A cana de açúcar foi o grande for-

O desenvolvimento das plantações; a necessidade de braços para as ro

ças; o mandonismo do invasor; a in

donatários, multiplicou-sc a esmo na

populações locais do litoral.

neira da colônia, pela carta regia de

pressão. A mestiçagem, fatal, pouco elevaria seu nível.

28 de janeiro de 1G90. O cavalo, no Sul, tinha por troncos

O gado, vindo nas caravelas dos

Incitamento franco ao

utilizar os elementos locais: vinha severamente reprimida a faina sali-

Êste, mais barato do que os apare lhos hidráulicos, existia também na

S. Francisco até a Paraíba — era

contrabando, dentro em breve ini ciado por franceses auxiliados por

não às ocultas c transitoriamente,

peccavi, constituíam as levas socieda de de p-^nca valia moral, grande au dácia, plbpcnsa a todos os excessos, por saber que era impossível a re

|a origem talvez so encon tre também nas impoi*-

ftaçÕes dos fundadores do Buenos Aires, na primei ra metade do século do descobrimento.

O pastoreiro pressupõe tranqüilidade do trecho onde se exerce. Foi obra mais demo rada dilatar-lhe as fronteiras até ao Alto Paraíba.

O consumo litorâneo não exigia

grandes levas de gado do interior. Para lhe conservar o valor alimentí

cio, surgiu a "carne de vento" ou do "sol", ulteriormente vencida pela importação de outro gênero, feito, a exemplo das colônias espanholas, o "xarque". Hoje a vitória dêste é de finitiva o só no sertão se encontram

pelos cronistas da expedição do Ade-

lantado D. Pedro de Mendoza, em 1530.

Só mais tarde foram utiliza-

<ios pelos habitantes da Colônia do Sacramento. Elemento do união en

tro os homens, fator dispersivo quan to às povoações, o viver a cavalo ex plica numerosas características da existência no pampa: a impetuosi-

úade, a segurança do viver sobre si, a audácia, o entrevero, a rapidez nas concepções, a habitação isolada, a gravidade, o espírito concentrado. A mestiçagem indígena agravava 03 traços, em vez de lhes suavizar os contornos.

O porco, vindo de Portugal, tinha

a^criação facilitada no Sul pela exis tência do monjolo, accessório da cul tura do milho. Foi, dentro em pou co, elemento predominante da ali

dolência do senhor de escravos, e,

de seus vícios — o jogo e a vaidade

—, o anseio por possuir números crescentes de servidores: todas estas

çausns arrojavam os brancos para o sertão à conquista de "peças". Foram as entradas para doscimento dos índios, as bandeiras de resga te.

Malgrado os esforços ingentes e nobilíssimos da Companhia de Jesus, despovoava-se o interior, reduzidas as tribos ao cativeiro.

Ao lado do português, o mamaluco redobrava de crueldade e de sanha.

Abaixo de ambos, a turba-multa de cafusos, curibocas e negros. Desvalorizou-se o gênero, que che gou a ser vendido por 4$000.

A população colonial, de alto a bai xo, estratificava-se pela forma se guinte:

mentação nesse trecho do território.

Uma minoria de famílias, oriundas

Êsses não foram, contudo, os fato

de troncos lusitanos, ciosas de suas

res que congregaram as populações.

prerrogativas, zelando foros de no

A base para êsse estádio superior, forneceram-na as roças, segundo a lição indígena: a derrubada, a quei ma, a coivara, o plantio. O.s vege

breza, tendo em dia suas habilitações dc genere, dobradamente sensíveis a remoques, porquanto em seus bra

sões, por vezes, se encontrava a bar

tais utilizados eram o algodão, o mi

ra de bastardia.

lho, rizomas e tubérculos feculentos, a cana, as leguminosas comestíveis.

Em grau inferior, a massa de ope rários, mecânicos, homens de ofícios,

Gente escolhida pelos donatários entre seus vassalos e clientes, imbuí

vindos da metrópole ou provenientes de descendência legítima dessa ori

da, porém, do ultra aequinoctialem non

gem. Classe numerosa, resguardan-


Dioesto

54

do sua pureza de san^e nos casa mentos, e só, aos poucos, sofrr -do a contaminação da classe inferior por

seus exemplares mais apurados. Os mamalucos, em dosagem de san-

giie muito variável, tinha corto rolêvo quando a ascendência materna rematava em chefes de tabas.

Não

se considerava tara o paronte.sco au tóctone: alianças legítimas deram-so

Econômico

lidários, em certas zonas; tais foram os meio» utilizado.s para a navegação c nas estradas qtjo eram o.s antigos trilhos do.s índios, mai.s batidos e cortados por tráfego mais intenso. Unidade econômica era a fazenda,

produzindo o essencial para vestir e alimentar .seus moradores. O supér fluo vinha do Keino. Nas trocas os

saldos compensavam-se em gado. As economias empregavam-se em c.<?cra-

com fidalgos autênticos.

No penúltimo degrau, os mestiços

vos e jóias, quando não devcu-adas

de deslinde racial quase impossível,

pelo jôgo. Moeda, escassa e de pe quena circulação, não abundava no

tais os cruzamentos das três linha gens.

E, no último nível, os escravos ne gros vindos da África. Elementos étnicos não fundidos, instáveis, desequilibrados e fracos co mo todo tipo de transição, tudo lhes dificultava a ação valorizadora do acervo de riquezas locais. A serra do Mar havia sido trans

interior: refluía para as i>raças da costa. Kntesourava-se, mais do (|uo

iguais

transportes.

encontravam

os

Caravelas, caravelões

• e sumacas, ao longo da costa; mon- tanas, de origem indígena, nos rios; cavalos, em geral para as funções de aparato; tropas de muares, mais tar de; carros de bois, de eixo e rodas so

chavam-so os engenhos.

Um alvo único — ouro o diamante —, o nesse rumo a tensão máxima do aparelho governativo português.

Abrem-se estradas. Povoam-se, de gente e de gado, os sertões goianos As cidades, fun

pelos caçadoj-es dc homens. Metodi-

desenvolve-se a cultura musical.

zou-as Fornão Dias Pais, solvendo,

história dêsse período é a luta do

Capítulos sucessivos da obra do grande bandeirante, cujo nome domi na a época, prolongados além dc sua morte por seus sucessores, foram: a reabertura dos socavõo.s do Mucuri,

onde, dous séculos antes, Fernandes Tourinbo achara as pscudo-esinoral-

óbices

diversa do meneio das jazidas. Fe-

nhecimonto do território; aumentava m,

a povoação da terra inculta, sem ama- 1 nho mesmo: conseqüências benéficas < do descaminho.

7 g

Por 1780, começou o enfraquecimento das minas, esgotadas progressivamente por um labor que mal re- rj servava o futuro. *

r V»

Vf

A.ViVV4X\^«

Salientava-o, na w»- - —

i Instrução pura o governo do Capi- ■

sua

fanio ia

de Minas Gerais, de 1787, o De- 'i sembargador Teixeira Coelho. For

mulou plano, para combater sua decadênciaj o Governador D. Rodrigo José de Menezes, propondo remédios métodos de governo: desenvolver a lavoura; criar indústrias novas; fun

das; o descobrimento do ouio, a mar gem do rio das Velhas; os ciclos de viagens devas.sadoras, filiadas a esse movimento de expansão paulista por membros das primitivas expedições, ao tempo de Artur de Sá e Menezes e que se desdobraram por Mato Gi-os-

"

da ganância fiscal. Melhorava o co- .

Nuo há e.vagêro em afirmar que todo o esforço metropolitano, a par tir dc 1700, foi subordiiuulo ao prodoniínio da extração das riquezas minerais. Daí a proibição de qualtiuor desvio do atividade para faina

O latim, o francez são ensinados;

os misteres da vida. Propôs Capis-

vastas zonas do Brasil atual.

17-JO.

dc mais a mais as zonas percorrida.*;

varas e sêco ao sol, utilizado em todos

. nero de atividade, ainda vigente em

pcrícrc ruinae. Florescia o contrabando, em razão

que valeriam por uma revolução nos

do nossas entradas.

trano de Abreu adotar a "idade do couro" como característica desse ge-

neiras o invento dos diamantes em

população por vezes décupla da atual.

verdadeiro c grande perigo arro.sta-

empecilhos. Na ausência de indús trias, na existência do gado, na falta do sal, teve sua origem o largo em prego do couro cru, espichado em

truções, sepultando destroços, Etiam

dadas pelos lavradores do minas, têm

qui, seguindo a diretriz dos rios, se

menores

Acentuou

e mato-gro.ssenses.

iniciava a conquista do sertão. internação se fizera com

outras que as vigentes.

c.ssa supei i«)rid:ide das capitanias mi

Continuavam cm escala crescente os descimentos de índios, alongadas

polo plantio dc roças, de distância em distância, o problema da fome, único

Bahia, não havia cadeia litorânea e a

55

80 utilizava no giro eomercial.

posta em ponto único, S. Paulo. Da Na

Dicesto Econóxuco

so, Goiás e Bahia. Era uma revolução nas relações entre a colônia c a metrópole.

Sur

giam valores novos. Modificavam-se conceitos. Faziam-se mister soluções

A

faiscador, do garimpeiro, das socie dades de mineração contra o fisco. A guerra entre o esforço e o exator. História política. História econômica e geográfica também.

dar uma caixa de auxilio para as pes quisas; provocar a cooperação; sim plificar litígios sobre as posses la\T:a- ' das; reformar a circulação metálica regional; criar a circulação fiduciá-

ria, resgatável nas condições da emis são da moeda local. Detalhe curio so, que se poderia ligar à proposta

Esgotada a mina, vinha o declínio de atividade, a morte das zonas des pojadas do metal que lhes alimentava

"idade do couro": as notas emitidas viriam pregadas em um pedaço de

o labor e a energia.

gares é visitar cidades mortas. Am

couro de tamanho igual. A escravatura, importada da Áfri

biente de lendas, tradições e fanta sias, restos longínquos do sonho do

ca, viveiro de metalurgistas natos, havia iniciado o preparo do ferro, ex

ouro do faiscador, das fulgurações do brilhante na mente do garimpeiro, nas quais, amortalhadas, acabam as

traído de seus minérios, em Ipanema

velhas capitais resplandecentes seus

tação. Fábricas rudimentares de te

Ir a êsses lu

o em vários pontos de Minas Gerais.

O tabaco incrementava sua expor

lentos e últimos e tristes dias de de

cidos de algodão iam sendo fundadas.

cadência e de agonia. Em certos pontos, vingou-se a floresta, derru

Veio a ordem de 1785, mandando fechar as fábricas nas capitais mine-

bada para se abrir a lavra: hoje, o

radoras.

matagal tudo invadiu, cobrindo os en

Citemos alguns números para dar idéia da situação.

genhos, derruindo aos poucos as cons^ --

r..


Dioesto

54

do sua pureza de san^e nos casa mentos, e só, aos poucos, sofrr -do a contaminação da classe inferior por

seus exemplares mais apurados. Os mamalucos, em dosagem de san-

giie muito variável, tinha corto rolêvo quando a ascendência materna rematava em chefes de tabas.

Não

se considerava tara o paronte.sco au tóctone: alianças legítimas deram-so

Econômico

lidários, em certas zonas; tais foram os meio» utilizado.s para a navegação c nas estradas qtjo eram o.s antigos trilhos do.s índios, mai.s batidos e cortados por tráfego mais intenso. Unidade econômica era a fazenda,

produzindo o essencial para vestir e alimentar .seus moradores. O supér fluo vinha do Keino. Nas trocas os

saldos compensavam-se em gado. As economias empregavam-se em c.<?cra-

com fidalgos autênticos.

No penúltimo degrau, os mestiços

vos e jóias, quando não devcu-adas

de deslinde racial quase impossível,

pelo jôgo. Moeda, escassa e de pe quena circulação, não abundava no

tais os cruzamentos das três linha gens.

E, no último nível, os escravos ne gros vindos da África. Elementos étnicos não fundidos, instáveis, desequilibrados e fracos co mo todo tipo de transição, tudo lhes dificultava a ação valorizadora do acervo de riquezas locais. A serra do Mar havia sido trans

interior: refluía para as i>raças da costa. Kntesourava-se, mais do (|uo

iguais

transportes.

encontravam

os

Caravelas, caravelões

• e sumacas, ao longo da costa; mon- tanas, de origem indígena, nos rios; cavalos, em geral para as funções de aparato; tropas de muares, mais tar de; carros de bois, de eixo e rodas so

chavam-so os engenhos.

Um alvo único — ouro o diamante —, o nesse rumo a tensão máxima do aparelho governativo português.

Abrem-se estradas. Povoam-se, de gente e de gado, os sertões goianos As cidades, fun

pelos caçadoj-es dc homens. Metodi-

desenvolve-se a cultura musical.

zou-as Fornão Dias Pais, solvendo,

história dêsse período é a luta do

Capítulos sucessivos da obra do grande bandeirante, cujo nome domi na a época, prolongados além dc sua morte por seus sucessores, foram: a reabertura dos socavõo.s do Mucuri,

onde, dous séculos antes, Fernandes Tourinbo achara as pscudo-esinoral-

óbices

diversa do meneio das jazidas. Fe-

nhecimonto do território; aumentava m,

a povoação da terra inculta, sem ama- 1 nho mesmo: conseqüências benéficas < do descaminho.

7 g

Por 1780, começou o enfraquecimento das minas, esgotadas progressivamente por um labor que mal re- rj servava o futuro. *

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i Instrução pura o governo do Capi- ■

sua

fanio ia

de Minas Gerais, de 1787, o De- 'i sembargador Teixeira Coelho. For

mulou plano, para combater sua decadênciaj o Governador D. Rodrigo José de Menezes, propondo remédios métodos de governo: desenvolver a lavoura; criar indústrias novas; fun

das; o descobrimento do ouio, a mar gem do rio das Velhas; os ciclos de viagens devas.sadoras, filiadas a esse movimento de expansão paulista por membros das primitivas expedições, ao tempo de Artur de Sá e Menezes e que se desdobraram por Mato Gi-os-

"

da ganância fiscal. Melhorava o co- .

Nuo há e.vagêro em afirmar que todo o esforço metropolitano, a par tir dc 1700, foi subordiiuulo ao prodoniínio da extração das riquezas minerais. Daí a proibição de qualtiuor desvio do atividade para faina

O latim, o francez são ensinados;

os misteres da vida. Propôs Capis-

vastas zonas do Brasil atual.

17-JO.

dc mais a mais as zonas percorrida.*;

varas e sêco ao sol, utilizado em todos

. nero de atividade, ainda vigente em

pcrícrc ruinae. Florescia o contrabando, em razão

que valeriam por uma revolução nos

do nossas entradas.

trano de Abreu adotar a "idade do couro" como característica desse ge-

neiras o invento dos diamantes em

população por vezes décupla da atual.

verdadeiro c grande perigo arro.sta-

empecilhos. Na ausência de indús trias, na existência do gado, na falta do sal, teve sua origem o largo em prego do couro cru, espichado em

truções, sepultando destroços, Etiam

dadas pelos lavradores do minas, têm

qui, seguindo a diretriz dos rios, se

menores

Acentuou

e mato-gro.ssenses.

iniciava a conquista do sertão. internação se fizera com

outras que as vigentes.

c.ssa supei i«)rid:ide das capitanias mi

Continuavam cm escala crescente os descimentos de índios, alongadas

polo plantio dc roças, de distância em distância, o problema da fome, único

Bahia, não havia cadeia litorânea e a

55

80 utilizava no giro eomercial.

posta em ponto único, S. Paulo. Da Na

Dicesto Econóxuco

so, Goiás e Bahia. Era uma revolução nas relações entre a colônia c a metrópole.

Sur

giam valores novos. Modificavam-se conceitos. Faziam-se mister soluções

A

faiscador, do garimpeiro, das socie dades de mineração contra o fisco. A guerra entre o esforço e o exator. História política. História econômica e geográfica também.

dar uma caixa de auxilio para as pes quisas; provocar a cooperação; sim plificar litígios sobre as posses la\T:a- ' das; reformar a circulação metálica regional; criar a circulação fiduciá-

ria, resgatável nas condições da emis são da moeda local. Detalhe curio so, que se poderia ligar à proposta

Esgotada a mina, vinha o declínio de atividade, a morte das zonas des pojadas do metal que lhes alimentava

"idade do couro": as notas emitidas viriam pregadas em um pedaço de

o labor e a energia.

gares é visitar cidades mortas. Am

couro de tamanho igual. A escravatura, importada da Áfri

biente de lendas, tradições e fanta sias, restos longínquos do sonho do

ca, viveiro de metalurgistas natos, havia iniciado o preparo do ferro, ex

ouro do faiscador, das fulgurações do brilhante na mente do garimpeiro, nas quais, amortalhadas, acabam as

traído de seus minérios, em Ipanema

velhas capitais resplandecentes seus

tação. Fábricas rudimentares de te

Ir a êsses lu

o em vários pontos de Minas Gerais.

O tabaco incrementava sua expor

lentos e últimos e tristes dias de de

cidos de algodão iam sendo fundadas.

cadência e de agonia. Em certos pontos, vingou-se a floresta, derru

Veio a ordem de 1785, mandando fechar as fábricas nas capitais mine-

bada para se abrir a lavra: hoje, o

radoras.

matagal tudo invadiu, cobrindo os en

Citemos alguns números para dar idéia da situação.

genhos, derruindo aos poucos as cons^ --

r..


Dicesto Econômico

Antonil, em 1711, conta 528 enge nhos de açúcar na Bahia, Pernam buco e Rio, produzindo 35.020 caixas

Daí a Inconfidência, ponto onde convergiam dou.s impulsos diversos: o cerebral, de e.stuílioso.'; dc cou.'ins his-

de 35 arrobas, valendo 2.535:M2$8nO; 27.500 rolo.s de fumo, no valor de 334:G50$000; 110.000 meio.s de sola, somando 201 ;8005000. O ouro, dada

tórica.s c das doutrinas político-so-

timental, filho do .sofrimento, decor

ciai.s da Enciclopédia, talvez o e.xem-

plo norte-americano; o popular, sen

a margem do contrabando, represen

rente do exagero tributário sobre a

tava umas trezentas arrobas, cêrca

mineração.

de 1.500 contos, na moeda da época.

vas.sa, nem o patíbulo.

Seriam ao todo uns 4.GOO contos, aos

cía de gorme.s históricos, exerceria

quais se devem juntar a parte da pro

seu influxo pelo exemplo e pela len

dução destinada ao consumo local e a

da, mais do que pela realidade dos episódios de 1789-93.

que servia ao pagamento dos impos tos e monopólios.

Esta última vale

ria talvez uns 800 contos.

Nessa mesma época,« ensaiava-se a aclimação do anil e do café.

A

Não no sufocaria a deRevivcscên-

Apesar dos óbices e das errôneas prática.s administrativas, a força de desenvolvimento da Colônia fazia es

talar os estreitos moldes em que esta

primeira, base de um comércio flo

vam vazados os conceitos de Portu

rescente, decaiu por fraudes na pre

gal sobre seu domínio sul-americano.

paração do produto. A segunda veio

Cresciam as trocas. Em 1796, ava

do Pará e do Maranhão para o Sul uns cincoenta anos mais tarde.

O

que ela se tornou, di-lo o que hoje somos.

Tais fatores do desenvolvimento, é que a ordem de 1785 vinha ferir. O ouro tinha iniciado seu declínio.

O

diamante, quinze anos depois, segui ria igual rumo.

liaram-se as exportações em cêrca de

11.500 contos, moeda forte; as im portações em 7.000 contos. Em 1800, os algarismos haviam crescido a . .. 12.600 e a 15.800 contos respectiva

mente.

Em 1806, em vésperas da

transferência para o Brasil da sede do Governo português, remetiam-se mercadorias no valor de 14,200 con

Em turbilhão pela América e pela

tos e recebiam-se" em troca 8.500

Europa, ia desencadeado o movimen to revolucionário, de que haviam de

contos de importações. Vestimenta por demais acanhada

resultar a emancipação das colônias, a queda da Monarquia francesa, a

primeira República e o surto do impe rialismo napoleônico.

O Brasil experimentava as con.se-

quências dô.sse movimento de idéias, em circunstâncias de aperto econômi co causado pela errada política me

tropolitana: a ferocidade fiscal quan to aos quintos; sua cegueira, quanto a fontes outras de produção e de ri queza.

para um corpo de crescimento franco e evidente, a legislação metropolita na tinha de ser mudada. Havia de triunfar o conselho do

Conde de Cavaleiros. Soube reconhe

cê-lo D. João, Príncipe Regente, ao abrir, em 1808, os portos coloniais ao comércio do mundo e ao abolir, tam

bém, a restrição odiosa da liberdade de estabelecer fábricas. Uma série de fatores novos compli

cava o desaparecimento de tais peiae.

Digesto Econômico 57

Os hábitos brasileiros, parcos, ru des, com pouco se satisfaziam. O estalão médio da vida era baixo. Rio

de Janeiro, a nova Capital, acanhada o incômoda, tinha de receber a inva

são da Corto de Lisboa, famélica,

pediria até hoje; a cana, admirável repositório de energias econômicas, incompletamente aproveitadas e de

senvolvidas, mesmo cm nossos dias; o gado, que só recentemente entrou

cm fase de progresso, que a indús

exigente, com costumes inteiramen te estranhos ao meio colonial. De Portugal vinha gente nova; cresciam

la; o milho e sua tradução animal —

despesas; avultavam encargos, ine xistentes até então. Receitas, entre

vivem —; cereais outros, como arroz,

tanto, ficariam no continente euro peu, às ordens do conquistador fran cês. E a êsse elemento acrescido de desequilíbrio financeiro havia dc fa zer face um país novo, desapercebido para isso, mal liberto da constrição anterior.

o porco, com as indústrias que dele

definitivamente

entrado

nos

usos

agrícolas correntes e o trigo, mais fraco e mais sujeito a contratempos; as féculas; o algodão; o cacau; o fu mo; os couros; o xarque.

Provara eficiência prática quase nula a liberdade de estabelecimento de fábricas.

As minas, de todo genoro, e.stavam franco declínio.

tria ascendente dos lacticínios reve

Breve haviam

de ruir os antigos aparelhos que lhes presidiam à atividade: a Real Extra

ção, na demarcação diamantina; as rnedidas vexatórias sôbre a circula

ção do ouro nas capitanias mineradoras. Nem assim, viria intensifica da a lavrança. Indústrias novas estabeleciam-se,

íavoneadas pelo Govêrno de D. João Vl; uni pouco a esmo, ao Deus-dará, com desejos superiores às possibi

lidades do meio. Tornava-se, entre tanto, mais fácil a vida nas regiões dantes sujeitas às regras draconianas do Livro cia Capa Verde ou às exigên

A política de submissão portuguêsa à Inglaterra a esta assegurara ta xas preferenciais • nas alfândegas, contra o próprio produtor nacional, mais onerado.

O domínio dos mares, incontestàvelmente britânico, tinha varrido do

tráfego marítimo qualquer pavilhão. Inundavam, pois, o Brasil as merca

dorias inglesas. aqui?

Como produzi-las

Os favores consentidos mais

tarde, por ocasião da Independência e do reconhecimento do Império, a várias nações estrangeiras, elimina vam a possibilidade de se fundar in

dústria sob o regime da carta régia de 28 de janeiro e do decreto de l.o

cias severas do regime das zonas

de abril de 1808, promulgados para

auríferas.

êsse fim e com êsse intuito. Só com a ação de estadista de Bernardo de Vasconcelos, na lei de 24 de setembro de 1828, cessou essa anomalia, unifor mizando em 15% os direitos alfande

Nas demais comarcas do país, me nos mineralizadas, prosperava o tra balho agrícola, em ascensão contínua

para níveis mais altos de produção, desenvolvendo os elementos preexis Sul, base de uma organização cul

gários, sem distrinção de procedên-. cia. Assim mesmo, não agiu desde logo e levou dezesseis anos para pro

tural cujo crescimento nada mais im

duzir resultados práticos.

tentes: o café, já então aclimado no


Dicesto Econômico

Antonil, em 1711, conta 528 enge nhos de açúcar na Bahia, Pernam buco e Rio, produzindo 35.020 caixas

Daí a Inconfidência, ponto onde convergiam dou.s impulsos diversos: o cerebral, de e.stuílioso.'; dc cou.'ins his-

de 35 arrobas, valendo 2.535:M2$8nO; 27.500 rolo.s de fumo, no valor de 334:G50$000; 110.000 meio.s de sola, somando 201 ;8005000. O ouro, dada

tórica.s c das doutrinas político-so-

timental, filho do .sofrimento, decor

ciai.s da Enciclopédia, talvez o e.xem-

plo norte-americano; o popular, sen

a margem do contrabando, represen

rente do exagero tributário sobre a

tava umas trezentas arrobas, cêrca

mineração.

de 1.500 contos, na moeda da época.

vas.sa, nem o patíbulo.

Seriam ao todo uns 4.GOO contos, aos

cía de gorme.s históricos, exerceria

quais se devem juntar a parte da pro

seu influxo pelo exemplo e pela len

dução destinada ao consumo local e a

da, mais do que pela realidade dos episódios de 1789-93.

que servia ao pagamento dos impos tos e monopólios.

Esta última vale

ria talvez uns 800 contos.

Nessa mesma época,« ensaiava-se a aclimação do anil e do café.

A

Não no sufocaria a deRevivcscên-

Apesar dos óbices e das errôneas prática.s administrativas, a força de desenvolvimento da Colônia fazia es

talar os estreitos moldes em que esta

primeira, base de um comércio flo

vam vazados os conceitos de Portu

rescente, decaiu por fraudes na pre

gal sobre seu domínio sul-americano.

paração do produto. A segunda veio

Cresciam as trocas. Em 1796, ava

do Pará e do Maranhão para o Sul uns cincoenta anos mais tarde.

O

que ela se tornou, di-lo o que hoje somos.

Tais fatores do desenvolvimento, é que a ordem de 1785 vinha ferir. O ouro tinha iniciado seu declínio.

O

diamante, quinze anos depois, segui ria igual rumo.

liaram-se as exportações em cêrca de

11.500 contos, moeda forte; as im portações em 7.000 contos. Em 1800, os algarismos haviam crescido a . .. 12.600 e a 15.800 contos respectiva

mente.

Em 1806, em vésperas da

transferência para o Brasil da sede do Governo português, remetiam-se mercadorias no valor de 14,200 con

Em turbilhão pela América e pela

tos e recebiam-se" em troca 8.500

Europa, ia desencadeado o movimen to revolucionário, de que haviam de

contos de importações. Vestimenta por demais acanhada

resultar a emancipação das colônias, a queda da Monarquia francesa, a

primeira República e o surto do impe rialismo napoleônico.

O Brasil experimentava as con.se-

quências dô.sse movimento de idéias, em circunstâncias de aperto econômi co causado pela errada política me

tropolitana: a ferocidade fiscal quan to aos quintos; sua cegueira, quanto a fontes outras de produção e de ri queza.

para um corpo de crescimento franco e evidente, a legislação metropolita na tinha de ser mudada. Havia de triunfar o conselho do

Conde de Cavaleiros. Soube reconhe

cê-lo D. João, Príncipe Regente, ao abrir, em 1808, os portos coloniais ao comércio do mundo e ao abolir, tam

bém, a restrição odiosa da liberdade de estabelecer fábricas. Uma série de fatores novos compli

cava o desaparecimento de tais peiae.

Digesto Econômico 57

Os hábitos brasileiros, parcos, ru des, com pouco se satisfaziam. O estalão médio da vida era baixo. Rio

de Janeiro, a nova Capital, acanhada o incômoda, tinha de receber a inva

são da Corto de Lisboa, famélica,

pediria até hoje; a cana, admirável repositório de energias econômicas, incompletamente aproveitadas e de

senvolvidas, mesmo cm nossos dias; o gado, que só recentemente entrou

cm fase de progresso, que a indús

exigente, com costumes inteiramen te estranhos ao meio colonial. De Portugal vinha gente nova; cresciam

la; o milho e sua tradução animal —

despesas; avultavam encargos, ine xistentes até então. Receitas, entre

vivem —; cereais outros, como arroz,

tanto, ficariam no continente euro peu, às ordens do conquistador fran cês. E a êsse elemento acrescido de desequilíbrio financeiro havia dc fa zer face um país novo, desapercebido para isso, mal liberto da constrição anterior.

o porco, com as indústrias que dele

definitivamente

entrado

nos

usos

agrícolas correntes e o trigo, mais fraco e mais sujeito a contratempos; as féculas; o algodão; o cacau; o fu mo; os couros; o xarque.

Provara eficiência prática quase nula a liberdade de estabelecimento de fábricas.

As minas, de todo genoro, e.stavam franco declínio.

tria ascendente dos lacticínios reve

Breve haviam

de ruir os antigos aparelhos que lhes presidiam à atividade: a Real Extra

ção, na demarcação diamantina; as rnedidas vexatórias sôbre a circula

ção do ouro nas capitanias mineradoras. Nem assim, viria intensifica da a lavrança. Indústrias novas estabeleciam-se,

íavoneadas pelo Govêrno de D. João Vl; uni pouco a esmo, ao Deus-dará, com desejos superiores às possibi

lidades do meio. Tornava-se, entre tanto, mais fácil a vida nas regiões dantes sujeitas às regras draconianas do Livro cia Capa Verde ou às exigên

A política de submissão portuguêsa à Inglaterra a esta assegurara ta xas preferenciais • nas alfândegas, contra o próprio produtor nacional, mais onerado.

O domínio dos mares, incontestàvelmente britânico, tinha varrido do

tráfego marítimo qualquer pavilhão. Inundavam, pois, o Brasil as merca

dorias inglesas. aqui?

Como produzi-las

Os favores consentidos mais

tarde, por ocasião da Independência e do reconhecimento do Império, a várias nações estrangeiras, elimina vam a possibilidade de se fundar in

dústria sob o regime da carta régia de 28 de janeiro e do decreto de l.o

cias severas do regime das zonas

de abril de 1808, promulgados para

auríferas.

êsse fim e com êsse intuito. Só com a ação de estadista de Bernardo de Vasconcelos, na lei de 24 de setembro de 1828, cessou essa anomalia, unifor mizando em 15% os direitos alfande

Nas demais comarcas do país, me nos mineralizadas, prosperava o tra balho agrícola, em ascensão contínua

para níveis mais altos de produção, desenvolvendo os elementos preexis Sul, base de uma organização cul

gários, sem distrinção de procedên-. cia. Assim mesmo, não agiu desde logo e levou dezesseis anos para pro

tural cujo crescimento nada mais im

duzir resultados práticos.

tentes: o café, já então aclimado no


í

1' ■'iti

OicKSTo Econômico

Dicksto Econômico

Compreende-se que, em tais condi ções, baixassem as trocas intcmacíonais, transferido para o Hrasil sou

principal consumidor — o ríovôrno portuí^uês —, Htrado ainda ósso fe nômeno ao fechamento do

mercado

Já nessa última data exportações e importações conjunt.-is «.rçavam,

por

Estava pacifií-adn o P.raul Ha viam desaparecido as tendêiu ia.s .se

do bloqueio continental.

um fato. Ponco d«qnus. em ISÕO. ex-

1812, as exportações eram de 'l-OOi'

tingtiia-se o tráfico, g.ílpr- c-rteiro

contos apenas e de 2.500 as importa ções. Cresciam as despesas adminis

eonU-a a escnividão. nu"lida favorá vel à purificação pigníenlar da raça

trativas. Ijíualmente Corte maiores verbas.

reclamava

a

A solução, má, porém única, foi o empréstimo por meio da emissão de

notas concedida ao primeiro Banco

do Bra.sil. Política de expedientes, dirão censores. Que outra seria pos sível a um país peado pela conven ção com a Inglaterra, sem reservas econômicas locais, impossibilitado do

gêneros derivados do trabalho rural.

to industrial pelos tratados de reco

Nas mercadorias estrangeiras con sumidas verificava-se a elevação do

O trabalho reparador da natureza

torno de 8.500 contos.

Mas a tradução da má gestão fi

ro, substitutivas das do Banco, ha viam continuado, como suas prcdocessoras, a exi)olir do mercado os

metais. A inconvcrsibilidado era um fato indTscutido. Para lhe pôr termo vieram as duas leis de 1833 o de 1846.

A primeira, sem base, sem estudo, limitava-se a tomar a média entre a paridade do 67 Vn e a taxa corren te, cerca de metade. Era um absurdo. A segunda quebrava o padrão na ta xa média vigente, 27 pence. Durou, porque o desenvolvimento'do país a

firmou. Até 1889, no domínio da lei, a cotação média foi de quase 25 pcncc, apesar das crises atravessadas,

consumo voluntário, metais. Alargava-sG a produção local. De ano para ano cre.sciam as transações, desenvol-

das guerras e da Abolição. Restava a grave questão do meio circulante.

via-so o mercado interioi'.

A organização do crédito manti-

encontrava na moeda fiduciária in-

nha-sc retardada e não era de molde

conversível, na queda dos câmbios.

a auxiliar essa corrente progressiva.

De 67 /á pence, paridade legal, vinham as cotações caindo a 47 em 1822; a 22 pence em 1829, para subir a 37, e 41 V2 em 1835. Essa a origem da lei monetária de 1833, degrau de tran

O primeiro Banco do Brasil, ferido pelos empréstimos forçados ao Te souro, fora obrigado a liquidar cm 1829; pagos todos os compromissos,

sição para a de 1846, vigente até hoje,

va dos serviços piestados e da neces

com as modificações provenientes das

sidade de sua existência. Coincidira o seu desaparecimento com a crise monetária do Xcni-xem, moeda divisionária de cobre, com cir

da, lei pela qual a nova equivalência se fixava em 27 pence.

evidente a ação dcpre.ssiva das anomalia.s monetárias no vulto do movi mento comercial. As notas do To.sou-

standard of life, peia natureza das im portações: tecidos finos, objeto do

nanceira e dos erros econômicos se

tentativas fixadoras do valor da moe

Solvido ès.se problema, saneada a circulação do cobre, o pai)ol-moeda, os câmbios reclamavam as atenções,

forças produtoras do país. em am biente mais calmo, atravessada a cri se da Maioridade. ainda sensível «> influxo dos governos da Regência.

e nas possibilidades restantes de sur

iria aos poucos cicatrizando essas fe ridas. Já em 1817, as duas correntes do intercâmbio se equilibravam em

ate i)or governos provinciais.

cadinho onde .se achavam tant.»s elo mentos étnicos di.^^pares. Iniciava-se a livro expansão das

tro em pouco cerceado em suas rendas

nhecimento do Império?

ciai K», emitido por vêzcs, ilegalmente,

que .«c esboçava como na<-ional no

A feição econômica era diversa da da Colônia. Haviam minguado, notàvelmente, as exportações do origem mineral. Ostentavain-se nas lista.s

recorrer ao crédito no exterior, den

por 1837 co.ssaram as perturbações, (pjo afetavam também o papel fidu-

«■ontos d'*

paratistas. A unidade nacional era

De fato, em

concorrência com a moeda oficial. Só

quas»* iguais, em K 5.000

europeu em conseqüência do sisioina

59

culação regional, fraudulentamente posta cm giro por particulares, em

O público estava acos

tumado as notas do Tesouro, sempre

em giro, em todas as fases da evo lução monetária. As dificuldades de

comunicação, porém, criavam crises do numerário localizadas, germe do movimento, iniciado por 1836 no Cea

rá, seguido depois no Rio, Maranhão, Para e Pernambuco, para se criarem

restituíra 90% a seus acionistas. -Pro

instrumentos de pei-muta não oficiais, fora das normas constitucionais, que reservavam

ao

Parlamento

a

com

petência privativa de legislar sobre moeda. A chicana, concessões de au 1^ '

toridades provinciais, a fraqueza do Govôrno geral, permitiram que, sob o nome de vales, se estabelecesse uma

série de emissões particulares, fun damente perturbadoras do mercado. Reagiu, em nome da Constituição e

da economia política, esse grande fi nanceiro, o maior talvez do Império, que foi Rodrigues Torres, o futuro Visconde de Itaboi-aí.

A lei de 1853

reivindicou o princípio constitucional c firmou a unidade emissora. Não cessaram, entretanto, os esforços

particularistas

e,

mediante

conces

sões ilegais, insustentáveis, de 1857 a 1866 novamente vigorou a plurali

dade de circulações fiduciárias, con correntes entre si e da oficial.

As duas grandes crises de 1857 — repercussão dar dificuldades vigentes na Europa e nos Estadcò Unidos, tra

zidas ao Brasil pela insuficiência profissional dos financeiros da praça do Rio, — e de 1864 — devida ao

abuso do crédito, favorecido pela casa Souto, — haviam mostrado os vícios

da situação monetária. A Itaboraí, contra as vistas incer tas e hesitantes do gabinete Olinda, coube ainda uma vez solver o proble ma. Foi a lei de 1866, prescrevendo a volta à unidade emissora, atribuí da exclusivamente ao Tesouro.

Durou o sistema até os últimos

dias da Monarquia, que só meses an tes de cair iniciaria uma reação plu ralista.

Cessou em 1892 esta nova

fase, ao concentrar-se no Banco da República o direito emissor. Quatro anos depois, garantido o princípio unitário, passava a circulação a ser feita por notas do Tesouro, retirado ao Banco o seu privilégio, Essa a si-' tuação vigente.

Assim, desde 1808, há 104 anos,

, j

....-1

i.


í

1' ■'iti

OicKSTo Econômico

Dicksto Econômico

Compreende-se que, em tais condi ções, baixassem as trocas intcmacíonais, transferido para o Hrasil sou

principal consumidor — o ríovôrno portuí^uês —, Htrado ainda ósso fe nômeno ao fechamento do

mercado

Já nessa última data exportações e importações conjunt.-is «.rçavam,

por

Estava pacifií-adn o P.raul Ha viam desaparecido as tendêiu ia.s .se

do bloqueio continental.

um fato. Ponco d«qnus. em ISÕO. ex-

1812, as exportações eram de 'l-OOi'

tingtiia-se o tráfico, g.ílpr- c-rteiro

contos apenas e de 2.500 as importa ções. Cresciam as despesas adminis

eonU-a a escnividão. nu"lida favorá vel à purificação pigníenlar da raça

trativas. Ijíualmente Corte maiores verbas.

reclamava

a

A solução, má, porém única, foi o empréstimo por meio da emissão de

notas concedida ao primeiro Banco

do Bra.sil. Política de expedientes, dirão censores. Que outra seria pos sível a um país peado pela conven ção com a Inglaterra, sem reservas econômicas locais, impossibilitado do

gêneros derivados do trabalho rural.

to industrial pelos tratados de reco

Nas mercadorias estrangeiras con sumidas verificava-se a elevação do

O trabalho reparador da natureza

torno de 8.500 contos.

Mas a tradução da má gestão fi

ro, substitutivas das do Banco, ha viam continuado, como suas prcdocessoras, a exi)olir do mercado os

metais. A inconvcrsibilidado era um fato indTscutido. Para lhe pôr termo vieram as duas leis de 1833 o de 1846.

A primeira, sem base, sem estudo, limitava-se a tomar a média entre a paridade do 67 Vn e a taxa corren te, cerca de metade. Era um absurdo. A segunda quebrava o padrão na ta xa média vigente, 27 pence. Durou, porque o desenvolvimento'do país a

firmou. Até 1889, no domínio da lei, a cotação média foi de quase 25 pcncc, apesar das crises atravessadas,

consumo voluntário, metais. Alargava-sG a produção local. De ano para ano cre.sciam as transações, desenvol-

das guerras e da Abolição. Restava a grave questão do meio circulante.

via-so o mercado interioi'.

A organização do crédito manti-

encontrava na moeda fiduciária in-

nha-sc retardada e não era de molde

conversível, na queda dos câmbios.

a auxiliar essa corrente progressiva.

De 67 /á pence, paridade legal, vinham as cotações caindo a 47 em 1822; a 22 pence em 1829, para subir a 37, e 41 V2 em 1835. Essa a origem da lei monetária de 1833, degrau de tran

O primeiro Banco do Brasil, ferido pelos empréstimos forçados ao Te souro, fora obrigado a liquidar cm 1829; pagos todos os compromissos,

sição para a de 1846, vigente até hoje,

va dos serviços piestados e da neces

com as modificações provenientes das

sidade de sua existência. Coincidira o seu desaparecimento com a crise monetária do Xcni-xem, moeda divisionária de cobre, com cir

da, lei pela qual a nova equivalência se fixava em 27 pence.

evidente a ação dcpre.ssiva das anomalia.s monetárias no vulto do movi mento comercial. As notas do To.sou-

standard of life, peia natureza das im portações: tecidos finos, objeto do

nanceira e dos erros econômicos se

tentativas fixadoras do valor da moe

Solvido ès.se problema, saneada a circulação do cobre, o pai)ol-moeda, os câmbios reclamavam as atenções,

forças produtoras do país. em am biente mais calmo, atravessada a cri se da Maioridade. ainda sensível «> influxo dos governos da Regência.

e nas possibilidades restantes de sur

iria aos poucos cicatrizando essas fe ridas. Já em 1817, as duas correntes do intercâmbio se equilibravam em

ate i)or governos provinciais.

cadinho onde .se achavam tant.»s elo mentos étnicos di.^^pares. Iniciava-se a livro expansão das

tro em pouco cerceado em suas rendas

nhecimento do Império?

ciai K», emitido por vêzcs, ilegalmente,

que .«c esboçava como na<-ional no

A feição econômica era diversa da da Colônia. Haviam minguado, notàvelmente, as exportações do origem mineral. Ostentavain-se nas lista.s

recorrer ao crédito no exterior, den

por 1837 co.ssaram as perturbações, (pjo afetavam também o papel fidu-

«■ontos d'*

paratistas. A unidade nacional era

De fato, em

concorrência com a moeda oficial. Só

quas»* iguais, em K 5.000

europeu em conseqüência do sisioina

59

culação regional, fraudulentamente posta cm giro por particulares, em

O público estava acos

tumado as notas do Tesouro, sempre

em giro, em todas as fases da evo lução monetária. As dificuldades de

comunicação, porém, criavam crises do numerário localizadas, germe do movimento, iniciado por 1836 no Cea

rá, seguido depois no Rio, Maranhão, Para e Pernambuco, para se criarem

restituíra 90% a seus acionistas. -Pro

instrumentos de pei-muta não oficiais, fora das normas constitucionais, que reservavam

ao

Parlamento

a

com

petência privativa de legislar sobre moeda. A chicana, concessões de au 1^ '

toridades provinciais, a fraqueza do Govôrno geral, permitiram que, sob o nome de vales, se estabelecesse uma

série de emissões particulares, fun damente perturbadoras do mercado. Reagiu, em nome da Constituição e

da economia política, esse grande fi nanceiro, o maior talvez do Império, que foi Rodrigues Torres, o futuro Visconde de Itaboi-aí.

A lei de 1853

reivindicou o princípio constitucional c firmou a unidade emissora. Não cessaram, entretanto, os esforços

particularistas

e,

mediante

conces

sões ilegais, insustentáveis, de 1857 a 1866 novamente vigorou a plurali

dade de circulações fiduciárias, con correntes entre si e da oficial.

As duas grandes crises de 1857 — repercussão dar dificuldades vigentes na Europa e nos Estadcò Unidos, tra

zidas ao Brasil pela insuficiência profissional dos financeiros da praça do Rio, — e de 1864 — devida ao

abuso do crédito, favorecido pela casa Souto, — haviam mostrado os vícios

da situação monetária. A Itaboraí, contra as vistas incer tas e hesitantes do gabinete Olinda, coube ainda uma vez solver o proble ma. Foi a lei de 1866, prescrevendo a volta à unidade emissora, atribuí da exclusivamente ao Tesouro.

Durou o sistema até os últimos

dias da Monarquia, que só meses an tes de cair iniciaria uma reação plu ralista.

Cessou em 1892 esta nova

fase, ao concentrar-se no Banco da República o direito emissor. Quatro anos depois, garantido o princípio unitário, passava a circulação a ser feita por notas do Tesouro, retirado ao Banco o seu privilégio, Essa a si-' tuação vigente.

Assim, desde 1808, há 104 anos,

, j

....-1

i.


í

DicESTO ECONÓ^flC<>

60

•ó durante 29 havia dominado a dou

trina pluralista. Durante 75, quer sob a forma de notas bancárias, quer sob a de cédulas do Tesouro, se tinha mantido a unidade circulatória.

Iam paulatinamente crescendo as necessidades de veiculação dos produ tos, com aumento da quantidade des

nunca se paralisou o progre.ssivo au mento do extensão das linhas, até» os 23.00b quilômetros atuais. Um

fenômeno

curioso

rovoln-se

neste ponto: o crescimento das viasférreas, antes de existirem no país verdadeiras

estradas

do

rodagem,

impediu se <*uldasse destas.

A nuo

vizinhos, a navegação de alto bordo

ser cm trechos que não somam qui~ nhentos quilômetros — a União e Indústria, abandonada, e n Graciosa

se fazia como no Oceano e tinha para

continuam os produto.s a afluii^

tes. Em toda a rede fluvial do Ama

zonas, exutório

também

de

países

Dicesto Econóxoco

Dali por diante, porém, hábitos, mo dos dc viver, quase mentalidade, uni formes e análogos aos co.stumes corrospondontos no período colonial, A produção ia crescendo também.

Do reino mineral, escasseava o con

ra anual. Dessa data até 1S96 as os-

tatisticaa não vão além de 2.000 qui-

Tanto se desenvolveu o

extensão, abertos por fazendeiros^

tráfego, que influiu poderosamente

colonos ou comissões oficiais, fora de

para os atos de 18G6 c 18G7 abrindo

Era a utilização de co)*-

condições de solidez o meios de con» servação. Daí curioso contraste nas regiões mais bom servidas pelos tri» lhos, junto aos quais começa ime diatamente a zona ínvia. A inexis tência de verdadeiras estradas de ro

trabando, nao oferece base segura de avaliação: sua extração nunca cessou; pelo livre meneio das lavras, orçou

rentes naturais, sem que se cogitasse

dagem limita assim a utilização da

ainda em melhorá-los ou em criar

malha intermédia na rêde ferroviá

Salitre, ferro e outros produtos mi nerais oram a base da pequena in dústria local, sem alcance para a co

ria.

munhão nacional.

tomava alento o movimento de em

barcações,

vias artificiais de comunicação por água.

A maior parte do Brasil, entretan

Ao longo da costa, os transportes se faziam sem dificuldades.

Desde

cedo, 1829, apareceram pequenos bar cos a vapor. Data de 1851 a chega

da ao Rio do Teviot, o primeiro navio nessas condições de um linha transa

tlântica regular, para a Inglaterra. Nunca mais cessou o impulso ascensional, que culminaria com a lei re publicana nacionalizando a cabota gem.

Em terra, o desenvolvimento fazia-

se paralelo. À Regência cabe a honra de ter cogitado das vias férreas desde

1835. Dezessete anos durou a ges tação da idéia. 1852 presenciou a primeira realização: o trecho de Mauá a Raiz da Serra, terminado quatro anos depois. E, de então para cá,

to, ó o sertão, sem meios de comuni cação outros que as trilhas criadas pelo trânsito dc peões e de veículos. A partir de 1858 a rêde telegráfica, exigindo caminhos de acesso

para a conservação dos condutores, foi criando linhas de tráfego menos

impedidas. Os transportes efetua vam-se, como até hoje, pelas tropas, em lotes de muares, de numero variá vel conforme as regiões, carregando cada um de dez a doze arrobas (so brevivência de unidades antigas, ape

sar da adoção do sistema métrico)» caminhando de 2^/^ a 3 léguas po^*

dia. Os avanços da civilização, ali, medem-se pela Internação progres siva das estações ferroviárias for necedoras de cai'gas ao tropeiro.

estrangeiro.

O cacau até 1835 ora exportado a razão de 1.000 toneladas por ano.

nio do 1839-49. De 1SS3-S7, atingiu

de troca.

vilhões vários caudais nossos. Menos

^

A ])iassava conquistou mercado no.

Quase triplicou a produção no decê

borracha — além dos gêneros comuns

intenso, no Paraguai e no Uruguai

tados Unidos.

Ilenwood, para os quarenta anos de 1820 a 1800, dá cêrca de 1.(300 quilügramas para a produção aurífelogramas por ano.

a franca navegação de todos os pa

repercussão da guerra civil dos Es-'

tingente,

às estações por meio dc caminhos foi» tos à pata de animal, de uma ou outra

alimentá-lo um elemento novo — a

ÔU

O diamante, pela facilidade do con

em 180 a 200.000 quilates por ano até 18GG; baixou a 100, a 50 e até a 30.000 por 1889, com a concorrência crescente do Cabo.

A agricultura fornecia as maiores

parcelas da exportação. O café, em desenvolvimento franco,

conquistava mercados novos, aumen tava seu consumo nos países que já o compravam. Baseado no trabalho servil, embora, resistira ao baque da

a

perto de 4.200 toneladas anuaU

mente.

O tabaco progredia assombrosa

mente, Em 1818, Lisboa tinha rece-.

bido 181.000 arrobas desse gênero. Já-'

em 1860-61 a exportação foi de 4.6091 toneladas; de 13.276 em 1870-71 e de quase 17.000 em 1872-73. Só a Bahia, em 1SS6-S7, exportou 22,540 tonela

das G mesmo 30.000 no ano seguinte. A borracha, conhecida dos índios, desaproveitada pelos europeus duran te largo prazo, mesmo após o precónício de suas vantagens por La Con-

damine, em 1735, a borracha figura va nas exportações em 1827 com 31

toneladas apenas. Quarenta anos depois, o peso remetido para o es trangeiro era de 5.827 toneladas e de io.390 em 1887.

A atividade pastoril obedecia ad mesmo impulso: valor alimentar pelo gado em pé, pelo xarque; valor de ex portação pelos despojes — couros ossos, chifres.

Abolição abrupta de 1888. Fizera-se o aju.stamento às novas condições do trabalho livre. As co

Crescia igualmente a população e " correlatas, as exigências do agrupa

lheitas de 1888-89 e 1889-90 eleva ram-se a 6.700.000 e a 4.200.000 sacas.

mento humano impunham desenvolvi mentos industriais importantes.

O açúcar, a aguardente e o álcool tinham saída crescente.

O algodão mosti'ava evolução aná

loga: em 1800, era de 11.000 tonela

das, apenas, sua exportação; de 1860 a 1865 dobrava êsse algarismo, che gando a 45.000 em 1870 e a 78.000 em 1874. Baixou em seguida, cessada a

O Império, com o fito de não con^v trariar nem provocar crises na evo lução econômica, sempre havia tim^ brado em manter baixo o custo da

existência e em deixar que a espon taneidade das fontes de produção or^' ganizasse e propelisse as indústrias correspondentes. Que os dous requis


í

DicESTO ECONÓ^flC<>

60

•ó durante 29 havia dominado a dou

trina pluralista. Durante 75, quer sob a forma de notas bancárias, quer sob a de cédulas do Tesouro, se tinha mantido a unidade circulatória.

Iam paulatinamente crescendo as necessidades de veiculação dos produ tos, com aumento da quantidade des

nunca se paralisou o progre.ssivo au mento do extensão das linhas, até» os 23.00b quilômetros atuais. Um

fenômeno

curioso

rovoln-se

neste ponto: o crescimento das viasférreas, antes de existirem no país verdadeiras

estradas

do

rodagem,

impediu se <*uldasse destas.

A nuo

vizinhos, a navegação de alto bordo

ser cm trechos que não somam qui~ nhentos quilômetros — a União e Indústria, abandonada, e n Graciosa

se fazia como no Oceano e tinha para

continuam os produto.s a afluii^

tes. Em toda a rede fluvial do Ama

zonas, exutório

também

de

países

Dicesto Econóxoco

Dali por diante, porém, hábitos, mo dos dc viver, quase mentalidade, uni formes e análogos aos co.stumes corrospondontos no período colonial, A produção ia crescendo também.

Do reino mineral, escasseava o con

ra anual. Dessa data até 1S96 as os-

tatisticaa não vão além de 2.000 qui-

Tanto se desenvolveu o

extensão, abertos por fazendeiros^

tráfego, que influiu poderosamente

colonos ou comissões oficiais, fora de

para os atos de 18G6 c 18G7 abrindo

Era a utilização de co)*-

condições de solidez o meios de con» servação. Daí curioso contraste nas regiões mais bom servidas pelos tri» lhos, junto aos quais começa ime diatamente a zona ínvia. A inexis tência de verdadeiras estradas de ro

trabando, nao oferece base segura de avaliação: sua extração nunca cessou; pelo livre meneio das lavras, orçou

rentes naturais, sem que se cogitasse

dagem limita assim a utilização da

ainda em melhorá-los ou em criar

malha intermédia na rêde ferroviá

Salitre, ferro e outros produtos mi nerais oram a base da pequena in dústria local, sem alcance para a co

ria.

munhão nacional.

tomava alento o movimento de em

barcações,

vias artificiais de comunicação por água.

A maior parte do Brasil, entretan

Ao longo da costa, os transportes se faziam sem dificuldades.

Desde

cedo, 1829, apareceram pequenos bar cos a vapor. Data de 1851 a chega

da ao Rio do Teviot, o primeiro navio nessas condições de um linha transa

tlântica regular, para a Inglaterra. Nunca mais cessou o impulso ascensional, que culminaria com a lei re publicana nacionalizando a cabota gem.

Em terra, o desenvolvimento fazia-

se paralelo. À Regência cabe a honra de ter cogitado das vias férreas desde

1835. Dezessete anos durou a ges tação da idéia. 1852 presenciou a primeira realização: o trecho de Mauá a Raiz da Serra, terminado quatro anos depois. E, de então para cá,

to, ó o sertão, sem meios de comuni cação outros que as trilhas criadas pelo trânsito dc peões e de veículos. A partir de 1858 a rêde telegráfica, exigindo caminhos de acesso

para a conservação dos condutores, foi criando linhas de tráfego menos

impedidas. Os transportes efetua vam-se, como até hoje, pelas tropas, em lotes de muares, de numero variá vel conforme as regiões, carregando cada um de dez a doze arrobas (so brevivência de unidades antigas, ape

sar da adoção do sistema métrico)» caminhando de 2^/^ a 3 léguas po^*

dia. Os avanços da civilização, ali, medem-se pela Internação progres siva das estações ferroviárias for necedoras de cai'gas ao tropeiro.

estrangeiro.

O cacau até 1835 ora exportado a razão de 1.000 toneladas por ano.

nio do 1839-49. De 1SS3-S7, atingiu

de troca.

vilhões vários caudais nossos. Menos

^

A ])iassava conquistou mercado no.

Quase triplicou a produção no decê

borracha — além dos gêneros comuns

intenso, no Paraguai e no Uruguai

tados Unidos.

Ilenwood, para os quarenta anos de 1820 a 1800, dá cêrca de 1.(300 quilügramas para a produção aurífelogramas por ano.

a franca navegação de todos os pa

repercussão da guerra civil dos Es-'

tingente,

às estações por meio dc caminhos foi» tos à pata de animal, de uma ou outra

alimentá-lo um elemento novo — a

ÔU

O diamante, pela facilidade do con

em 180 a 200.000 quilates por ano até 18GG; baixou a 100, a 50 e até a 30.000 por 1889, com a concorrência crescente do Cabo.

A agricultura fornecia as maiores

parcelas da exportação. O café, em desenvolvimento franco,

conquistava mercados novos, aumen tava seu consumo nos países que já o compravam. Baseado no trabalho servil, embora, resistira ao baque da

a

perto de 4.200 toneladas anuaU

mente.

O tabaco progredia assombrosa

mente, Em 1818, Lisboa tinha rece-.

bido 181.000 arrobas desse gênero. Já-'

em 1860-61 a exportação foi de 4.6091 toneladas; de 13.276 em 1870-71 e de quase 17.000 em 1872-73. Só a Bahia, em 1SS6-S7, exportou 22,540 tonela

das G mesmo 30.000 no ano seguinte. A borracha, conhecida dos índios, desaproveitada pelos europeus duran te largo prazo, mesmo após o precónício de suas vantagens por La Con-

damine, em 1735, a borracha figura va nas exportações em 1827 com 31

toneladas apenas. Quarenta anos depois, o peso remetido para o es trangeiro era de 5.827 toneladas e de io.390 em 1887.

A atividade pastoril obedecia ad mesmo impulso: valor alimentar pelo gado em pé, pelo xarque; valor de ex portação pelos despojes — couros ossos, chifres.

Abolição abrupta de 1888. Fizera-se o aju.stamento às novas condições do trabalho livre. As co

Crescia igualmente a população e " correlatas, as exigências do agrupa

lheitas de 1888-89 e 1889-90 eleva ram-se a 6.700.000 e a 4.200.000 sacas.

mento humano impunham desenvolvi mentos industriais importantes.

O açúcar, a aguardente e o álcool tinham saída crescente.

O algodão mosti'ava evolução aná

loga: em 1800, era de 11.000 tonela

das, apenas, sua exportação; de 1860 a 1865 dobrava êsse algarismo, che gando a 45.000 em 1870 e a 78.000 em 1874. Baixou em seguida, cessada a

O Império, com o fito de não con^v trariar nem provocar crises na evo lução econômica, sempre havia tim^ brado em manter baixo o custo da

existência e em deixar que a espon taneidade das fontes de produção or^' ganizasse e propelisse as indústrias correspondentes. Que os dous requis


Dir.KSTO Económic»

Dicesto EcoNÓNnco 83

sitos podiam ser satisfeitos, são pro vas: as numerosas indústrias de pe

queno porte para necessidades^ diá

rias do vestuário, da habitação, da

alimentação, que então se criaram; o

de papel, de sabão c tanta.s outras estavam em franco prugi o.<so. O.s

capitais eram escassos o exigiam

balhadores estrangeiros haviam en

de perturbação monetária nas leis

trado.

citadas e nos decretos do Provisório, de 17 de janeiro e de 8 de março

O golpe da Abolição, ainda assim,

constante apêlo ao credito, no exte

foi fundo. Desorganizou-se o regime

rior.

do trabalho; as primeiras colheitas

E* desnecessário insistir sobre a

só parcialmente foram aproveitadas;

crise tremenda de 1890 a 1900. Seus

À custa désse. em parte, se

desenvolveu o aparellianiento cconómico nacional. Fm 1H89. a divida go-

a dívida hipotecária, garantida pelos

Fechadas as fábricas por ato da Metrópole, reabertas mais tarde, em 1808, a política dos tratados comer

ral montava a libi-as 27.8.14:001) no exterior c a 431.291 contos no inte-

oscravo.s, viu quase anulado seu va lor. Ruínas individuais houve e nu

riot*.

merosas.

ciais dos primeiros anos do Reino e,

O problema da mão-de-obra preo cupava a todos os pen.sadoi*es. Pizo-

preço do café. E a produção, impes-

impulso experimentado pela fiaçao e pela tecelagem do alífodão.

depois, do Império impediu a funda ção de uma f^rande indústria de teci dos, permanente e progressiva. Só por 1842, quando expirasse o prazo de vigência dessas convenções, pro duziria a lei de Bernardo de Vascon

celos, de 1828, seus efeitos benéfico.s. A ela obedeceu a tarifa Alves Branco

de 1844. Somente então começou pa ra o Brasil a possibilidade prática de

possuir labor industrial. Era o regime novo extreme de j)reconceitos de escola. Fiscal, princi

palmente, não peava o desenvolvimen to de germes fortes.

Não criava,

por outro lado, ambiente econômico

ra-se o Brasil â custa da colaboia-

ção servih índia o negra. Nos enge nhos do açúcai% na.s fazendas de café, outro não cru o braço. A par tir da guerra da Trii>licc-A!iança, ha

Salvou o país a alta do

Estava transposto o passo

mais

difícil. Avizinhava-se a queda da Mo narquia, anunciada desde a Regên

cia, posta em destaque pelos próceros de 1870, dos quais alguns iam

presidir e organizar a fundação da República em 1889.

a nota que resumia o sentir geral: as antigas fórmulas tinham preenchi

to singular de nossa história.

No ano seguinte, o primeiro Rio

Fôra esta proclamada em momen

Saneada a circulação; restabeleci da a ordem nas finanças; iniciados grandes melhoramentos; despertadas

quando despontou o protecionismo

tigo membro do Gabinete 7 de Mar ço, um predestinado, referendava a

com a tarifa Belisário.

lei do 13 de maio de 1888, a Abo

Franco e batia-se pela pluralidade de emissão. Não foram de grande vulto as somas postas em giro pelos três bancos que se valeram da lei de 24

O Norte, no dizer de alguns, tinha vendido seus escravos às províncias

as fábricas em 1865. Vinte e quatro

cafeeiras; algumas circunscrições, já

anos mais tarde, na Bôlsa do Rio de

livres do elemento servil, reforçavam

Janeiro cotavam-se ações de vinte

fábricas (e mais haveria no país), representando um capital de 25.600

a campanha abolicionista. No pró prio Sul, S. Paulo era sede de um grande entusiasmo libertador e os

contos e uma dívida por debenlures de 7.517:900§000, além de £ 450.000

fazendeiros mais clarividentes eman

em

ouro.

As fábricas de cerveja, as de cal

çado, as de roupa feita, de móveis,

cipavam seus negros. A imigração, iniciada pouco antes por forma siste mática, começava a produzir seus frutos. De 1881 a 1888, 250.000 tra

lizada da produção; instabilidade de valor da moeda; perdas de capitais, colocados sem reflexão; fábricas cria das para determinado regime e for çadas a trabalhar em condições anor mais, quantitativa e qualitativamen te; tudo se conjugava para elevar enormemente o custo da existência.

Pi'ovocava a elevação geral dos sa lários e dos vencimentos, além da

de Junho, presidido pelo grande bra

bem dizer, a do Império até 1887,

preceitos liberais. Nove, apenas, eram

Óbvio o encarecimento da vida que i*osultava dali, pelo consumo de mer cadorias importadas. Crise genera

quilo que a política triunfante tinha

artificial em que pro.sperassein pro dutos de estufa. Es.sa norma foi, a

algodão que mais lucrou com tais

em abril de 1898.

impôsto. Cada vez mais, portanto, vinham agravados os preços do custo.

sileiro que foi o Visconde de Ouro Preto, voltara às tradições de Sousa

lição sem frases.

geração que assistiu à proclamação

da República, Sua medida está na queda do câmbio, até 5 5/8 pence

vastas aspirações; o Gabinete de 7

Branco libertava os nascituros. De zessete anos depois, João Alfredo, an

Foi a manufatura dos tecidos de

efeitos perduram na lembrança da

.soal, não cessou.

viam avultado as libertaçoe.s. () ma nifesto liberal de 1868 fazia vibrar do sua missão; urgia substituí-las. Em 1870, o manifesto republicano insistia sobre o assunto e propunha a. solução: a República.

de 1890.

E, para lutarem contra a concor

rência estrangeira, todas as fábri cas exigiam maior proteção aduanei ra do que a da tarifa Belisário. Essa

de novembro de 1888 e do decreto

a gênesis da reforma Rui Barbosa, das sobretaxas orçamentárias, até o

do 6 de julho seguinte, fruto, a pri meira, da colaboração dos liberais e

a tarifa Bernardino de Campos. Não

de uma dissidência conservadora che

cessaram, porém, os reclamos indus

fiada pelo Visconde do Cruzeiro e

triais. Veio o decreto de 1900, expe dido por Joaquim Murtinho, com di

pelo Conselheiro Pereira da Silva.

momento de relativa parada que foi

Influiu no ambiente de especulação,

reitos mais onerosos.

Continuaram

mais que os valores emitidos, o des

as leis do orçamento a modificar no

conto antecipado de novas emissões. Quando, depois de 15 de novembro, cessou a faculdade de emitir para

mesmo rumo os impostos aduaneiros.

esses três institutos, continuou, mais

das exigências da incipiente manu fatura nacional, como justificativa

amplo e desenvolvido, esse elemento

Cumpre notar que as necessidades do Tesouro vinham invocadas a par .

.1'


Dir.KSTO Económic»

Dicesto EcoNÓNnco 83

sitos podiam ser satisfeitos, são pro vas: as numerosas indústrias de pe

queno porte para necessidades^ diá

rias do vestuário, da habitação, da

alimentação, que então se criaram; o

de papel, de sabão c tanta.s outras estavam em franco prugi o.<so. O.s

capitais eram escassos o exigiam

balhadores estrangeiros haviam en

de perturbação monetária nas leis

trado.

citadas e nos decretos do Provisório, de 17 de janeiro e de 8 de março

O golpe da Abolição, ainda assim,

constante apêlo ao credito, no exte

foi fundo. Desorganizou-se o regime

rior.

do trabalho; as primeiras colheitas

E* desnecessário insistir sobre a

só parcialmente foram aproveitadas;

crise tremenda de 1890 a 1900. Seus

À custa désse. em parte, se

desenvolveu o aparellianiento cconómico nacional. Fm 1H89. a divida go-

a dívida hipotecária, garantida pelos

Fechadas as fábricas por ato da Metrópole, reabertas mais tarde, em 1808, a política dos tratados comer

ral montava a libi-as 27.8.14:001) no exterior c a 431.291 contos no inte-

oscravo.s, viu quase anulado seu va lor. Ruínas individuais houve e nu

riot*.

merosas.

ciais dos primeiros anos do Reino e,

O problema da mão-de-obra preo cupava a todos os pen.sadoi*es. Pizo-

preço do café. E a produção, impes-

impulso experimentado pela fiaçao e pela tecelagem do alífodão.

depois, do Império impediu a funda ção de uma f^rande indústria de teci dos, permanente e progressiva. Só por 1842, quando expirasse o prazo de vigência dessas convenções, pro duziria a lei de Bernardo de Vascon

celos, de 1828, seus efeitos benéfico.s. A ela obedeceu a tarifa Alves Branco

de 1844. Somente então começou pa ra o Brasil a possibilidade prática de

possuir labor industrial. Era o regime novo extreme de j)reconceitos de escola. Fiscal, princi

palmente, não peava o desenvolvimen to de germes fortes.

Não criava,

por outro lado, ambiente econômico

ra-se o Brasil â custa da colaboia-

ção servih índia o negra. Nos enge nhos do açúcai% na.s fazendas de café, outro não cru o braço. A par tir da guerra da Trii>licc-A!iança, ha

Salvou o país a alta do

Estava transposto o passo

mais

difícil. Avizinhava-se a queda da Mo narquia, anunciada desde a Regên

cia, posta em destaque pelos próceros de 1870, dos quais alguns iam

presidir e organizar a fundação da República em 1889.

a nota que resumia o sentir geral: as antigas fórmulas tinham preenchi

to singular de nossa história.

No ano seguinte, o primeiro Rio

Fôra esta proclamada em momen

Saneada a circulação; restabeleci da a ordem nas finanças; iniciados grandes melhoramentos; despertadas

quando despontou o protecionismo

tigo membro do Gabinete 7 de Mar ço, um predestinado, referendava a

com a tarifa Belisário.

lei do 13 de maio de 1888, a Abo

Franco e batia-se pela pluralidade de emissão. Não foram de grande vulto as somas postas em giro pelos três bancos que se valeram da lei de 24

O Norte, no dizer de alguns, tinha vendido seus escravos às províncias

as fábricas em 1865. Vinte e quatro

cafeeiras; algumas circunscrições, já

anos mais tarde, na Bôlsa do Rio de

livres do elemento servil, reforçavam

Janeiro cotavam-se ações de vinte

fábricas (e mais haveria no país), representando um capital de 25.600

a campanha abolicionista. No pró prio Sul, S. Paulo era sede de um grande entusiasmo libertador e os

contos e uma dívida por debenlures de 7.517:900§000, além de £ 450.000

fazendeiros mais clarividentes eman

em

ouro.

As fábricas de cerveja, as de cal

çado, as de roupa feita, de móveis,

cipavam seus negros. A imigração, iniciada pouco antes por forma siste mática, começava a produzir seus frutos. De 1881 a 1888, 250.000 tra

lizada da produção; instabilidade de valor da moeda; perdas de capitais, colocados sem reflexão; fábricas cria das para determinado regime e for çadas a trabalhar em condições anor mais, quantitativa e qualitativamen te; tudo se conjugava para elevar enormemente o custo da existência.

Pi'ovocava a elevação geral dos sa lários e dos vencimentos, além da

de Junho, presidido pelo grande bra

bem dizer, a do Império até 1887,

preceitos liberais. Nove, apenas, eram

Óbvio o encarecimento da vida que i*osultava dali, pelo consumo de mer cadorias importadas. Crise genera

quilo que a política triunfante tinha

artificial em que pro.sperassein pro dutos de estufa. Es.sa norma foi, a

algodão que mais lucrou com tais

em abril de 1898.

impôsto. Cada vez mais, portanto, vinham agravados os preços do custo.

sileiro que foi o Visconde de Ouro Preto, voltara às tradições de Sousa

lição sem frases.

geração que assistiu à proclamação

da República, Sua medida está na queda do câmbio, até 5 5/8 pence

vastas aspirações; o Gabinete de 7

Branco libertava os nascituros. De zessete anos depois, João Alfredo, an

Foi a manufatura dos tecidos de

efeitos perduram na lembrança da

.soal, não cessou.

viam avultado as libertaçoe.s. () ma nifesto liberal de 1868 fazia vibrar do sua missão; urgia substituí-las. Em 1870, o manifesto republicano insistia sobre o assunto e propunha a. solução: a República.

de 1890.

E, para lutarem contra a concor

rência estrangeira, todas as fábri cas exigiam maior proteção aduanei ra do que a da tarifa Belisário. Essa

de novembro de 1888 e do decreto

a gênesis da reforma Rui Barbosa, das sobretaxas orçamentárias, até o

do 6 de julho seguinte, fruto, a pri meira, da colaboração dos liberais e

a tarifa Bernardino de Campos. Não

de uma dissidência conservadora che

cessaram, porém, os reclamos indus

fiada pelo Visconde do Cruzeiro e

triais. Veio o decreto de 1900, expe dido por Joaquim Murtinho, com di

pelo Conselheiro Pereira da Silva.

momento de relativa parada que foi

Influiu no ambiente de especulação,

reitos mais onerosos.

Continuaram

mais que os valores emitidos, o des

as leis do orçamento a modificar no

conto antecipado de novas emissões. Quando, depois de 15 de novembro, cessou a faculdade de emitir para

mesmo rumo os impostos aduaneiros.

esses três institutos, continuou, mais

das exigências da incipiente manu fatura nacional, como justificativa

amplo e desenvolvido, esse elemento

Cumpre notar que as necessidades do Tesouro vinham invocadas a par .

.1'


Díceato Ecosósaco

64

\ das elevações tarifárias.

Verdadeira

',-gòrites econômica: a produção nacio nal exiffia, para lutar, a barreira

^aduaneira; esta, elevando o custo dc

I certos elementos, matéria-prima de

>indústria, encarecia o preço de custo;

, a concorrência já não podia .ser vif^oriosa, o que impunha nova cleva-

I çâo da defesa alfandegária. Os sálarios, entretanto, não acom-

j panhavam ésse aumento de proteção, t nem as marg^ens crescentes concodi-

' das aos industriais. Daí, conseqüên

cia fatal do protecionismo: o auxílio 1 ao dono do capital; o relativo aban• dono da mâo-de-obra. Reivindicações

'socialistas, normalmente enfraqueci-

■ das no Brasil, viriam criadas ou for-

talecidas pela malfadada política pro tecionista. Com tal muralha nas alfândegas,

. não surpreende que alj^umas indús'irias se desenvolvessem no País.

estudo comparativo, a."» exportações oscilam dc 28 milhões esterlinos. eni 1880, a .36 milhõr-^. em caoin

no mecanismo integral da economia

tária sem intervenção de artifícios

do País, Por uma deplorável falta do perspectiva, instituíram um apa

gradalivamontc até 67 milli"»es em 1011. fírande i*estrição se notji nas importações, sacrifícios imposto.s o

fixadores. Com acerto procedeu a lei, cometendo-lhe a emissão privile giada, caso o Brasil cesse dc possuir

cional, eliminando possibilidades de

consentiflos pelos consumidores. Cs algarismos traduzem-nos. O Brasil,

circulação ficuciária do Tesouro.

elevação do standard of lifc, nas des

que, com população menor, importa va, dc 1800 a 180<J, dc 30 a 3-1 mi

dc pôr em jogo por várias vezes e,

lhões esterlino.s, reduziu suas com pras, dc 1807 a 1001, a 27 e mesmo

a 21 milhões apenas; éste ultimo algari.smo rcfcre-se a 1001, após a cri.se bancária dc 1000. No coméi'cio geral, enti*etanto, somam-se as parcelas e ali o crc.scimonto, com variações mí nimas, é contínuo, dc 52 milhões es terlinos. cm 1880, a 120 milhões, em 1911, com tendência a nível mai.s alto no atual exercício.

dos os impostos, provarem elas a ver

encalhado títulos e destroços do Encilhamento, Era fatal que chegasse

da fundação, precisariam

do

res

guardo. Avaliavam-se, incompletamente, em

Í907, os estabelecimentos industriais do Brasil em 3.528, dispondo do ca

pital de 665.576 contos, produzindo 741.536 contos, com uma população

operária de 152.000 indivíduos.

A grande política financeira em ' tôrno do acordo do funding, do desen volvimento dos impostos de consumo, veio solver o problema terrível que ameaçava tragar as finanças nacio. nais em 1897-98.

Começou o renas

cimento, baseado nessas medidas, e no desenvolvimento, que nunca cessa ra, da produção brasileira. Expressas em ouro, para permitir

mo sentido e sem perturbar relações monetárias tão delicadas, tão graves

mito assegurar a estabilidade mone

No Banco da República haviam

de que só transitoriamente, na fase

visível não parece ter calado no es pírito público quanto devera, nota-

damonte em assuntos cambiais, per

a 20 em 1880, após a crise do ano anterior, e daí por diante crescem

Tempo seria, entretanto, de, diminuí dade de suas primitivas aleçações

T

Dicesto Econômico

Tais meios de ação teve o Banco

especialmente, quando se fez, em 1906, a grande tentativa regularizadora do mercado de café, conhecida sob o nome do Valorização. Em sua essência, consistiu em nor

malizar o suprimento anual

pela

provações, surgia, mais forte e sa

neado, o quarto Banco do Brasil, na reorganização levada a efeito, em 1905.

A eficácia de sua ação vem

colheitas futuras, que se previam de ficitárias.

Uma série de elementos,

com os quais ninguém podia contar, favoreceram essa especulação, inipró-

pria do Estado, e limitaram os pre

À liquidação definitiva das contas,

prejuízos materiais, se o contribuin te ficará aliviado da sobretaxa. Prejuízos morais, esses houve e não se negam. Quando se não qui sesse citar outro, bastaria a especula

ção oficial, com todo o seu séquito de irregularidades.

Baixou, a noção do

Já o protecionismo, encarecendo a produção e a vida, havia criado nu

merosas causas de queixa pelos sofri

todas as indicações do meio econômi co brasileiro, robusteceu os males vin

dos do preconceito protecionista. A essas duas errôneas concepções, prin cipalmente, são atribuíveis mal-estar,

reivindicações socialistas, relações tensas entre patrões e empregados, que ora atribulam a vida nacional.

Criações artificiais, em excesso do que normalmente decorreria do evo

luir social em busca de níveis mais

altos e mais generosos de cultura e de civilização. A obra dos estadistas terá de exer cer-se no rumo do desaparecimento

desses deus fatores anti-sociais, desu manos, que impedem o pro.gresso do •

dever e das funções do Estado. Trou xe como conseqüência a Caixa de

Brasil: a lamentável concepção vi

Conversão.

criminoso abandono da política mo

Pai'a impedir a alta do câmbio, no civa aos interesses dos capitais movi

atestada nos sete anos de vida que

mentados pela Valorização,^ esquece

já tem. Seu papel, já revelado em

ram que o Banco do Brasil poderia agir, com prudência e tino, no mes

várias ocasiões e cuja amplitude pre-

rário ao magistrado, do professor ao soldado.

ria, de detentores de capital. A des valorização forçada da moeda, contra

ainda não feita, caberá apurar, de forma irretorquível, se houve, ou não,

Eco alongado do Encilhainento, pôs termo ao período de liquidação dos desvários da jogatina. Após duas

contra todos os assalariados, do ope

1905-06, a fim de novamente pô-los em giro para preencher lacunas de

to lhe não soubera fazer a depura

e restabeleceu o nível real das tran sações.

pesas públicas, vale pelo mais auda cioso assalto de ganância capitalista

mentos impostos à maioria da Nação, em benefício de insignificante mino

juízos.

se dos bancos de 1900. Produziu abalo fundo, mas saneou o ambiente,

melhoria no custo da existência, na

aquisição e pela guarda fora do mer cado dos excessos das colheitas do

o dia da eliminação de tais detritos, já que a direção superior do institu ção progressiva. Êssc restabeleci mento violento do equilíbrio foi a cri

relho que, constringindo o surto na

gente em política alfandegária; o netária tradicional de nos.sa terra.

Para isso, a restituição à moeda de seu valor pleno. Essa, a própria ten- . dência da organização econômica de nossa Pátria.


Díceato Ecosósaco

64

\ das elevações tarifárias.

Verdadeira

',-gòrites econômica: a produção nacio nal exiffia, para lutar, a barreira

^aduaneira; esta, elevando o custo dc

I certos elementos, matéria-prima de

>indústria, encarecia o preço de custo;

, a concorrência já não podia .ser vif^oriosa, o que impunha nova cleva-

I çâo da defesa alfandegária. Os sálarios, entretanto, não acom-

j panhavam ésse aumento de proteção, t nem as marg^ens crescentes concodi-

' das aos industriais. Daí, conseqüên

cia fatal do protecionismo: o auxílio 1 ao dono do capital; o relativo aban• dono da mâo-de-obra. Reivindicações

'socialistas, normalmente enfraqueci-

■ das no Brasil, viriam criadas ou for-

talecidas pela malfadada política pro tecionista. Com tal muralha nas alfândegas,

. não surpreende que alj^umas indús'irias se desenvolvessem no País.

estudo comparativo, a."» exportações oscilam dc 28 milhões esterlinos. eni 1880, a .36 milhõr-^. em caoin

no mecanismo integral da economia

tária sem intervenção de artifícios

do País, Por uma deplorável falta do perspectiva, instituíram um apa

gradalivamontc até 67 milli"»es em 1011. fírande i*estrição se notji nas importações, sacrifícios imposto.s o

fixadores. Com acerto procedeu a lei, cometendo-lhe a emissão privile giada, caso o Brasil cesse dc possuir

cional, eliminando possibilidades de

consentiflos pelos consumidores. Cs algarismos traduzem-nos. O Brasil,

circulação ficuciária do Tesouro.

elevação do standard of lifc, nas des

que, com população menor, importa va, dc 1800 a 180<J, dc 30 a 3-1 mi

dc pôr em jogo por várias vezes e,

lhões esterlino.s, reduziu suas com pras, dc 1807 a 1001, a 27 e mesmo

a 21 milhões apenas; éste ultimo algari.smo rcfcre-se a 1001, após a cri.se bancária dc 1000. No coméi'cio geral, enti*etanto, somam-se as parcelas e ali o crc.scimonto, com variações mí nimas, é contínuo, dc 52 milhões es terlinos. cm 1880, a 120 milhões, em 1911, com tendência a nível mai.s alto no atual exercício.

dos os impostos, provarem elas a ver

encalhado títulos e destroços do Encilhamento, Era fatal que chegasse

da fundação, precisariam

do

res

guardo. Avaliavam-se, incompletamente, em

Í907, os estabelecimentos industriais do Brasil em 3.528, dispondo do ca

pital de 665.576 contos, produzindo 741.536 contos, com uma população

operária de 152.000 indivíduos.

A grande política financeira em ' tôrno do acordo do funding, do desen volvimento dos impostos de consumo, veio solver o problema terrível que ameaçava tragar as finanças nacio. nais em 1897-98.

Começou o renas

cimento, baseado nessas medidas, e no desenvolvimento, que nunca cessa ra, da produção brasileira. Expressas em ouro, para permitir

mo sentido e sem perturbar relações monetárias tão delicadas, tão graves

mito assegurar a estabilidade mone

No Banco da República haviam

de que só transitoriamente, na fase

visível não parece ter calado no es pírito público quanto devera, nota-

damonte em assuntos cambiais, per

a 20 em 1880, após a crise do ano anterior, e daí por diante crescem

Tempo seria, entretanto, de, diminuí dade de suas primitivas aleçações

T

Dicesto Econômico

Tais meios de ação teve o Banco

especialmente, quando se fez, em 1906, a grande tentativa regularizadora do mercado de café, conhecida sob o nome do Valorização. Em sua essência, consistiu em nor

malizar o suprimento anual

pela

provações, surgia, mais forte e sa

neado, o quarto Banco do Brasil, na reorganização levada a efeito, em 1905.

A eficácia de sua ação vem

colheitas futuras, que se previam de ficitárias.

Uma série de elementos,

com os quais ninguém podia contar, favoreceram essa especulação, inipró-

pria do Estado, e limitaram os pre

À liquidação definitiva das contas,

prejuízos materiais, se o contribuin te ficará aliviado da sobretaxa. Prejuízos morais, esses houve e não se negam. Quando se não qui sesse citar outro, bastaria a especula

ção oficial, com todo o seu séquito de irregularidades.

Baixou, a noção do

Já o protecionismo, encarecendo a produção e a vida, havia criado nu

merosas causas de queixa pelos sofri

todas as indicações do meio econômi co brasileiro, robusteceu os males vin

dos do preconceito protecionista. A essas duas errôneas concepções, prin cipalmente, são atribuíveis mal-estar,

reivindicações socialistas, relações tensas entre patrões e empregados, que ora atribulam a vida nacional.

Criações artificiais, em excesso do que normalmente decorreria do evo

luir social em busca de níveis mais

altos e mais generosos de cultura e de civilização. A obra dos estadistas terá de exer cer-se no rumo do desaparecimento

desses deus fatores anti-sociais, desu manos, que impedem o pro.gresso do •

dever e das funções do Estado. Trou xe como conseqüência a Caixa de

Brasil: a lamentável concepção vi

Conversão.

criminoso abandono da política mo

Pai'a impedir a alta do câmbio, no civa aos interesses dos capitais movi

atestada nos sete anos de vida que

mentados pela Valorização,^ esquece

já tem. Seu papel, já revelado em

ram que o Banco do Brasil poderia agir, com prudência e tino, no mes

várias ocasiões e cuja amplitude pre-

rário ao magistrado, do professor ao soldado.

ria, de detentores de capital. A des valorização forçada da moeda, contra

ainda não feita, caberá apurar, de forma irretorquível, se houve, ou não,

Eco alongado do Encilhainento, pôs termo ao período de liquidação dos desvários da jogatina. Após duas

contra todos os assalariados, do ope

1905-06, a fim de novamente pô-los em giro para preencher lacunas de

to lhe não soubera fazer a depura

e restabeleceu o nível real das tran sações.

pesas públicas, vale pelo mais auda cioso assalto de ganância capitalista

mentos impostos à maioria da Nação, em benefício de insignificante mino

juízos.

se dos bancos de 1900. Produziu abalo fundo, mas saneou o ambiente,

melhoria no custo da existência, na

aquisição e pela guarda fora do mer cado dos excessos das colheitas do

o dia da eliminação de tais detritos, já que a direção superior do institu ção progressiva. Êssc restabeleci mento violento do equilíbrio foi a cri

relho que, constringindo o surto na

gente em política alfandegária; o netária tradicional de nos.sa terra.

Para isso, a restituição à moeda de seu valor pleno. Essa, a própria ten- . dência da organização econômica de nossa Pátria.


•TiFr^F"

wm Digf-^to FrovrtMiro

oe

Além do mercado interno, que cresce dia a dia pelo aumento da popula ção e pelo desenvolvimento de suas

»

Nesse rumo é ilimitado o campo « lavrar e urgo fazê-lo. Estará solvido o prolílcma. quan

MOEDAS, SALÁRIOS, PREÇOS .'Vldo M. Azeveix)

exigências, nossas remessas para o

do, ao invés da enxada, o arado fôr

exterior mostram uma escala ascen

o símbolo rcpre.sentalivo da

dente. Para citarmos alí^uns algai"is-

faina agrícola.

mos que definam a marcha dos fenómenos, por justaposição aos dados

correspondentes em épocas i)assadas, lembremos que, em 1911, e.xportamos: café, 11.257.000 sacas; bor racha, 30.547 toneladas; couros, 31.832 toneladas; açúcar, 36.208 to neladas; peles, 2.798 toneladas; ca cau, 34.994 toneladas; fumo, 18.489 toneladas; erva-mate, 61.834 tone

ladas; ouro, 4.290 quilogramas; man' ganês, 174.000 toneladas; algodão, 14.606 toneladas.

Além de reparo.s sobre certas di

minuições puramente acidentais, há,

nos.sa

D

Mas um outro caminho, de impor

leis de nuturez;! cíi\ers;i determiiiaiii o valor real das moedas: —

uma promulgada pelo governo naeional, que fixa a unidade monetária e.

tância máxima, se aluo diante de nós: o reino mineral.

geralmente, dá-llie uma referência para

Ouro c diamante, tpio não convém abandonar, entretanto, são uma fase menos interessante do moneio das lavras: mais intensa do f|ue no século XIX, sua exploração tem recrudes

aferição de sou xaior, em função do

micas, que constituem a maioria eleito ral.

to podem ser o ouro, a praia, a lã. ou

verdes não estão cm condições de a-

o quilo-walt-liora, mna hora de trabalho

branger a complexidade do certos pro blemas que, por isso mesmo, sofrem uma "sinpiificação" para serem compre endidos. As soluções simplistas são, por assim dizer, a conseqüência imedia ta da forma dc propositura da questão,

puramente ceonómíea, que incliea quantas unidades monetárias são neee.s-

sárias para adquirir eada espécie de bem. Eni geral, a lei criadora da moeda atua estalieamenti:,

ampla: o ferro c o manganês. E nossa posição, na siderurgia, jiode ser dc primeira ordem, quase inigualável no

revolucionária para as minorias econô

valor de utilidades conheeidas, que tan profissional, ele.; outra, de coneeiluação

cido um pouco, sem atingir o nível do5: áureos tempos da Colônia. Mais valia tem o aproveitamento de outras jazidas, de metais mais modestos, de utilidado incomparavelmente mais

demagogia política tem levado muitos de nossos estadistas à demagogia econômica, com graxo.s prejuízos pa ra a coletividade. Vixemos uma época

desde o momento

de siui eriaçao; ao passo cpie a lei eco

Mas, seus conhecimentos ainda

simplificada ao extremo.

mundo. Para a conquistar, deverão ser banidas as estreitas idéias dc mo

o dinami.smo da moeda, prevalecendo c vari;mdo alnués do tempo como um

nopólios e de ambientes artificiais.

"condicionamento" da outra lei. Am

Nenhum problema tem preocupado tanto os homens públicos brasileiros nestes últimos :mos quanto o Custo da Vida. Duas medidas paralelas têm sido adotadas alternativamente; — o rcajus-

bas são fnnclamcntais para a exata com

tamento dos salários e o congelamento

preensão das funções sociais da moeda, questão bastante complexa de grande

ramos o hahifat, soltando-as em cam

Só .se conseguem largos re.sultados, perduradouros, benéficos, em atmo.sfera livre, cuidadosamente resguarda da pela ação dos vordadeii-os liomens

de preços. Convenhamos, desde logo, que o processo empregado é o de supri mir "sintomas", som investigar as verda

pos ma! beneficiados, quando não in

dc Estado.

teiramente agrestes. Estamos con vencidos da necessidade de desenvol-

história

de modo geral, pontos fracos a notar.

O Brasil tem indústrias para a.s quais lhe seria fácil encontrar ma-

■ téria-prima local e, entretanto, imiior■ ta esta: assim para as fibras, para a alimentação. Queremos ter raças animais apuradas e não lhes prepa

, ver-se a agricultura e ainda simboli

zam nosso esforço atual o machado

. e a foice, para a derrubada, a enxa da, para o preparo da terra.

do

País revela

admirável

de reação contra as crises. Nos perío receu o esforço brasileiro, filho de

so.s próprios do sólo pátrio. Onde o homem errava, a Natureza, beníazeja e material, corrigia. E.sforcemo-nos por melhorar o ele

resistência.

tais questões exaccrl^antes, especialmen te pura as numerosas camadas popula

dos de maior depressão, nunca esmo

, porta em cousa mais alta do que pro duzir gêneros coloniais — cacau, ca fé, açúcar, borracha, fumo, — que

quete, ao qual faltam os pratos de

Assim, na verdade, todos os proble mas sociais importantes, ligados à eco nomia dos povos, têm o ponto de parti da originàriamento na própria moeda. E' inútil e contraproducente abordar

elasticidade, assombrosa capacidade

forças imanentes e fiado nos recur-

Na agricultura, como na indústria, preparamos a sobremesa de um ban

atualidade.

Não há desanimar, poi-ém. A longa

Ser país forte e independente im-

alimentam o consumo voluptuário e não necessidades essenciais da vida.

nômica tem a \'er especialmente com

mento humano.

Auxiliemos, em vez

1.

grau, qm todo o mundo civilizado —

res menos favorecidas, sem o profundo conhecimento do que representa a moe da nessa tragédia de nossos dias. Êsse fato não ó usualmente reconhecido pe

los que discutem essa matéria de tão grande relevância, dc que resulta a exis

lência é dupla.

teressados, que encaram o magno pro

sa conjugação incessante, calma, sinérgica, pujante, com possibilidades infinitas surgirá o Brasil de amanhã.

gime de inflação, como o que vimos atravessando nos últimos tempos — fe nômeno que ocorre, em maior ou menor o congelamento dos preços, por si só, seria um ato dc violência econômica; mas, se considerarmos que, simultanea mente, as autoridades procuram resta belecer o acerto do nível de salários

tência de numerosos observadores e in

de contrariar, o influxo do meio. Des

deiras causas, que se prendem ao fator fundamental que é a moeda. Em re

com os preços das coisas, então a vio

Salários o Preços devem normalmente manter uma correlação (que é determi

blema pelo avesso, propondo soluções

nante do chamado "Salário Real"), In-'

invertidas, naturalmente.

dependente do poder aquisitivo da moe-


•TiFr^F"

wm Digf-^to FrovrtMiro

oe

Além do mercado interno, que cresce dia a dia pelo aumento da popula ção e pelo desenvolvimento de suas

»

Nesse rumo é ilimitado o campo « lavrar e urgo fazê-lo. Estará solvido o prolílcma. quan

MOEDAS, SALÁRIOS, PREÇOS .'Vldo M. Azeveix)

exigências, nossas remessas para o

do, ao invés da enxada, o arado fôr

exterior mostram uma escala ascen

o símbolo rcpre.sentalivo da

dente. Para citarmos alí^uns algai"is-

faina agrícola.

mos que definam a marcha dos fenómenos, por justaposição aos dados

correspondentes em épocas i)assadas, lembremos que, em 1911, e.xportamos: café, 11.257.000 sacas; bor racha, 30.547 toneladas; couros, 31.832 toneladas; açúcar, 36.208 to neladas; peles, 2.798 toneladas; ca cau, 34.994 toneladas; fumo, 18.489 toneladas; erva-mate, 61.834 tone

ladas; ouro, 4.290 quilogramas; man' ganês, 174.000 toneladas; algodão, 14.606 toneladas.

Além de reparo.s sobre certas di

minuições puramente acidentais, há,

nos.sa

D

Mas um outro caminho, de impor

leis de nuturez;! cíi\ers;i determiiiaiii o valor real das moedas: —

uma promulgada pelo governo naeional, que fixa a unidade monetária e.

tância máxima, se aluo diante de nós: o reino mineral.

geralmente, dá-llie uma referência para

Ouro c diamante, tpio não convém abandonar, entretanto, são uma fase menos interessante do moneio das lavras: mais intensa do f|ue no século XIX, sua exploração tem recrudes

aferição de sou xaior, em função do

micas, que constituem a maioria eleito ral.

to podem ser o ouro, a praia, a lã. ou

verdes não estão cm condições de a-

o quilo-walt-liora, mna hora de trabalho

branger a complexidade do certos pro blemas que, por isso mesmo, sofrem uma "sinpiificação" para serem compre endidos. As soluções simplistas são, por assim dizer, a conseqüência imedia ta da forma dc propositura da questão,

puramente ceonómíea, que incliea quantas unidades monetárias são neee.s-

sárias para adquirir eada espécie de bem. Eni geral, a lei criadora da moeda atua estalieamenti:,

ampla: o ferro c o manganês. E nossa posição, na siderurgia, jiode ser dc primeira ordem, quase inigualável no

revolucionária para as minorias econô

valor de utilidades conheeidas, que tan profissional, ele.; outra, de coneeiluação

cido um pouco, sem atingir o nível do5: áureos tempos da Colônia. Mais valia tem o aproveitamento de outras jazidas, de metais mais modestos, de utilidado incomparavelmente mais

demagogia política tem levado muitos de nossos estadistas à demagogia econômica, com graxo.s prejuízos pa ra a coletividade. Vixemos uma época

desde o momento

de siui eriaçao; ao passo cpie a lei eco

Mas, seus conhecimentos ainda

simplificada ao extremo.

mundo. Para a conquistar, deverão ser banidas as estreitas idéias dc mo

o dinami.smo da moeda, prevalecendo c vari;mdo alnués do tempo como um

nopólios e de ambientes artificiais.

"condicionamento" da outra lei. Am

Nenhum problema tem preocupado tanto os homens públicos brasileiros nestes últimos :mos quanto o Custo da Vida. Duas medidas paralelas têm sido adotadas alternativamente; — o rcajus-

bas são fnnclamcntais para a exata com

tamento dos salários e o congelamento

preensão das funções sociais da moeda, questão bastante complexa de grande

ramos o hahifat, soltando-as em cam

Só .se conseguem largos re.sultados, perduradouros, benéficos, em atmo.sfera livre, cuidadosamente resguarda da pela ação dos vordadeii-os liomens

de preços. Convenhamos, desde logo, que o processo empregado é o de supri mir "sintomas", som investigar as verda

pos ma! beneficiados, quando não in

dc Estado.

teiramente agrestes. Estamos con vencidos da necessidade de desenvol-

história

de modo geral, pontos fracos a notar.

O Brasil tem indústrias para a.s quais lhe seria fácil encontrar ma-

■ téria-prima local e, entretanto, imiior■ ta esta: assim para as fibras, para a alimentação. Queremos ter raças animais apuradas e não lhes prepa

, ver-se a agricultura e ainda simboli

zam nosso esforço atual o machado

. e a foice, para a derrubada, a enxa da, para o preparo da terra.

do

País revela

admirável

de reação contra as crises. Nos perío receu o esforço brasileiro, filho de

so.s próprios do sólo pátrio. Onde o homem errava, a Natureza, beníazeja e material, corrigia. E.sforcemo-nos por melhorar o ele

resistência.

tais questões exaccrl^antes, especialmen te pura as numerosas camadas popula

dos de maior depressão, nunca esmo

, porta em cousa mais alta do que pro duzir gêneros coloniais — cacau, ca fé, açúcar, borracha, fumo, — que

quete, ao qual faltam os pratos de

Assim, na verdade, todos os proble mas sociais importantes, ligados à eco nomia dos povos, têm o ponto de parti da originàriamento na própria moeda. E' inútil e contraproducente abordar

elasticidade, assombrosa capacidade

forças imanentes e fiado nos recur-

Na agricultura, como na indústria, preparamos a sobremesa de um ban

atualidade.

Não há desanimar, poi-ém. A longa

Ser país forte e independente im-

alimentam o consumo voluptuário e não necessidades essenciais da vida.

nômica tem a \'er especialmente com

mento humano.

Auxiliemos, em vez

1.

grau, qm todo o mundo civilizado —

res menos favorecidas, sem o profundo conhecimento do que representa a moe da nessa tragédia de nossos dias. Êsse fato não ó usualmente reconhecido pe

los que discutem essa matéria de tão grande relevância, dc que resulta a exis

lência é dupla.

teressados, que encaram o magno pro

sa conjugação incessante, calma, sinérgica, pujante, com possibilidades infinitas surgirá o Brasil de amanhã.

gime de inflação, como o que vimos atravessando nos últimos tempos — fe nômeno que ocorre, em maior ou menor o congelamento dos preços, por si só, seria um ato dc violência econômica; mas, se considerarmos que, simultanea mente, as autoridades procuram resta belecer o acerto do nível de salários

tência de numerosos observadores e in

de contrariar, o influxo do meio. Des

deiras causas, que se prendem ao fator fundamental que é a moeda. Em re

com os preços das coisas, então a vio

Salários o Preços devem normalmente manter uma correlação (que é determi

blema pelo avesso, propondo soluções

nante do chamado "Salário Real"), In-'

invertidas, naturalmente.

dependente do poder aquisitivo da moe-


HioR-sTO EcoNÓxnco

68

'iobsto Econômico

69

(In. Essa corrclavão ó (letcrminada pela

nao existe preço (Ir »le

M.is. no

Sfande desenvolvimento, por ser uma

"prí>dtiti\i<ladf".

Uma alta prodntiví-

regime de ceontunia capílalisla ou s<'ini-

'^•ição no\a re!ati\amente. onde existem

cruciantc da questão, talvez o Brasil

dadf faz subir «> "Salário Rral", como

capilalista rpie nos ^er%e, o preçíi das

^'"ucrosos indix ídiios á\ idos de aventu-

conseguisse recuperar sua prosperidade,

acontece nos Estad(js Unidos, onde nin trabalhador pod<* acbpiírir — não c(nu dólares, mas, com minutos de sen tra balho — maiores íjiianlidadcs de bens econômicos dfí cpic outro trabalhador

coisas ('• função direta d" pr(\o do tra-

nao à cu.ta da ilusória inflação, mas

d<- procluli\i<lade. «lu.iudo stiprimiiuos

e ambiei«)sos do poder que só a riHõezíi llu'S pode proporcionar. Náo é Po^si\cl comparar o Brasil eom outras

a moeda iiitiTinediaria. .\esse c.iso. di

*'<'giões atrasadas, mas muito mais velhas

valor da sua moeda para (jue ela possa .

em cjualquer outra parte do Globo. Eis,

M) jiiinutos de tralialho de um ferreiro.

tlesga'tadas, como a índia, por exeinPlo. Mesmo assim, é incrixel o que está

ter curso c seja aceita compulsòriamente como "meio dc pagamento". Entretan

jia %'erdade, o ponto críticf) dessa (jues-

Desde íjtie. p<'la sua iueapar id.ule de

"^<"ontcc-endo nas duas grancU-s nações

to, é o operário, o eampònio, o funcio nário público, o empregado das empresas, (piem fixa, pela sua eficiência produtora,

Pouca ^entí* a êle se refere. Falaj,e em aumentar a "produção", mas nin

guém mcncifina o aumento de "produti vidade", isto é, o aumento de produção

rusto.

li.dhci, li\.m<lo-.se sua relaç.ão em lèriuos

remos (jm- mu í|uiIograma de pão custa reter a alta dos preços, o gosêrno se vê

obrigado a coueordar eom a elewição dos salários — o eireiilo \ieioso da in

com menos trabalho, menor custo, em

flação será instalado na economia na cional, e, a eada atum*nto cie ganho dos

menor tempo.

Iraiialiiadores. seguir-se-á nova alta nos

Infelizmente, a criação de comissões

de preços, seu funcionamento inefici

custos da produção, forçando consequentemcntí- outras elevações dos pre

sucessoras

cio

\'ice-Heinado

britânico.

I2ssa s zonas suhdcscn\'ol\-idas cconoinica'Ucjite poderão alcançar brcsemontc sua posição no mundo, se hou\-cr por parto suas populações uma verdadeira com preensão do problema do aumento da produtividade.

Ora, aumento de prodntix idade ó uma ooisa séiia, exige sacrifícios, reclama con

salariados compreendessem esse ponto

por causa da produti\ idade crescente. Na \erdade. t) go\cTiUí fixa cm lei o

o \alor dinàmitx) dessa mesma moeda.

Pela pro(luti\ idade, o trabalhador de termina inexoravelmente o valor da moe

da de sua pátria. Sc essa produti\idade é baixa, o eu;to da produção se eleva o todo salário, por maior que seja, será consumido para adquirir alguns poucos

ente e a propaganda

ços das coisas (\ mais

de jornalistas pouco

além. maiores rei\in-

avisados, tem contri

dieações dos assala

tinuidade de atenções, provoca crescen tes esforços de quem produz, implica cm

buído para perturbar ainda mais o proble-

riados. Mas, por que

poupar para as gerações \'indouras —

bens rcsultantc.s desses esforços ineficien tes. Mas, se essa produti\idadc, pelo contrário, for elevada, o custo de pro

não consegue o go-

uina série de condições pouco aceitá\eis

duzir será reduzido e o salário, por

• ma e sua resolução

\érno reter as sucessi

para a maioria dos brasileiros, ainda

menor que seja, em unidades monctiirias,

vas altas de preços das coisas? Por que

üfanos do paraíso cm que vivem, certos

scra suficiente para proporcionar ao tra

de que quanto mais feriados liouver, quanto menos trabalharem e quanto mais

viver.

acertada.

lado, a

Por outro

Justiça do

Trabalho, cm suces

a economia de uma

sivas sentenças bem

nação sofre essa su

balhador os bens de que necessita para

,fundamentadas, tem obrigado a elevação

cessão progressiva de

de salários de nume

louca ao redor de si

niciosíssima foi difundida nos meios par lamentares, principalmente entro aque

rosas atividades pro

mesma, como

les representantes do povo mais agrade

Nessa equação de valores, de que re sulta o verdadeiro "Salário Real", há um ponto de suma importância, que tam bém tem sido ignorado entre nós. Tra ta-se da distribuição dos ganhos conse

dutoras, baseando sua decisão nos ín

que procura morder u própria cauda?

cidos ao seu numeroso eleitorado, do

qüentes do aumento da produtividade.

que resultou uma coleção estranha de projetos, alguns convertidos em leis, pelos quais os horários de trabalho foram

ca é muito simples: — esses ganhos per

dices de Cristo da Vida. O simples fa to de duas autoridades, representativas do poder púlilico federal, agirem simul tânea e contraditòriamente, já é motivo de confusão.

elevações, em corrida o

cão

Eis a questão, como diria o príncipe da Dinamarca.

A razão 1^.. principal 1--- está no esquecii

.. razuo

monto da moeda e de seu poder aquisitive.

Se a moeda é por assim dizer

a linguagem da economia, nao é pos

Não é possível congelar os preços das utilidades, sem também congelar os sa lários. Isto é axiomático, lógico e fun

sem empregá-la, pois é ela imprescindí

damental em Economia, visto como as

vel na tradução e

unidades provêm do traballio remunera do. Nos países de economia totalitária, com trabalho escravo ou escravizado.

nosso pensamento.

sível falar-se do questões econômicas na transmissão do

Está o Brasil, como a maioria dos

países da América Latina, em fase de

ganiiarein, mais ricos se tomam c o Brasil com êlcs.. • Essa convicção per

A (juem cabem elos? A resposta teóri

reduzidas sem diminuição dos vencimen

tencem à coletividade. Mas, na práti ca realista, a questão se complica um

tos o tempo para aposentadoria foi en

pouco.

curtado de alguns anos, e, em muitos

É indispensável que os ganhos resul tantes do aumento de produti\ idade se jam repartidos polo trabalhador, pelo capitalista e empreendedor, pelo gover

casos, os salários foram acrescidos de

novas parcelas. Cada vez que se aumentam salários e vencimentos, sem uma correspondente

no e polo consumidor. Só assim não ha

produção acrescida à economia nacional,

verá frustrações contraproducentes e an

está-se realmente reduzindo o poder aquisitivo da moeda. Se os nossos as

de produtiWdade, de ordem técnica, por

ti-sociais. Por conseguinte, um aümento


HioR-sTO EcoNÓxnco

68

'iobsto Econômico

69

(In. Essa corrclavão ó (letcrminada pela

nao existe preço (Ir »le

M.is. no

Sfande desenvolvimento, por ser uma

"prí>dtiti\i<ladf".

Uma alta prodntiví-

regime de ceontunia capílalisla ou s<'ini-

'^•ição no\a re!ati\amente. onde existem

cruciantc da questão, talvez o Brasil

dadf faz subir «> "Salário Rral", como

capilalista rpie nos ^er%e, o preçíi das

^'"ucrosos indix ídiios á\ idos de aventu-

conseguisse recuperar sua prosperidade,

acontece nos Estad(js Unidos, onde nin trabalhador pod<* acbpiírir — não c(nu dólares, mas, com minutos de sen tra balho — maiores íjiianlidadcs de bens econômicos dfí cpic outro trabalhador

coisas ('• função direta d" pr(\o do tra-

nao à cu.ta da ilusória inflação, mas

d<- procluli\i<lade. «lu.iudo stiprimiiuos

e ambiei«)sos do poder que só a riHõezíi llu'S pode proporcionar. Náo é Po^si\cl comparar o Brasil eom outras

a moeda iiitiTinediaria. .\esse c.iso. di

*'<'giões atrasadas, mas muito mais velhas

valor da sua moeda para (jue ela possa .

em cjualquer outra parte do Globo. Eis,

M) jiiinutos de tralialho de um ferreiro.

tlesga'tadas, como a índia, por exeinPlo. Mesmo assim, é incrixel o que está

ter curso c seja aceita compulsòriamente como "meio dc pagamento". Entretan

jia %'erdade, o ponto críticf) dessa (jues-

Desde íjtie. p<'la sua iueapar id.ule de

"^<"ontcc-endo nas duas grancU-s nações

to, é o operário, o eampònio, o funcio nário público, o empregado das empresas, (piem fixa, pela sua eficiência produtora,

Pouca ^entí* a êle se refere. Falaj,e em aumentar a "produção", mas nin

guém mcncifina o aumento de "produti vidade", isto é, o aumento de produção

rusto.

li.dhci, li\.m<lo-.se sua relaç.ão em lèriuos

remos (jm- mu í|uiIograma de pão custa reter a alta dos preços, o gosêrno se vê

obrigado a coueordar eom a elewição dos salários — o eireiilo \ieioso da in

com menos trabalho, menor custo, em

flação será instalado na economia na cional, e, a eada atum*nto cie ganho dos

menor tempo.

Iraiialiiadores. seguir-se-á nova alta nos

Infelizmente, a criação de comissões

de preços, seu funcionamento inefici

custos da produção, forçando consequentemcntí- outras elevações dos pre

sucessoras

cio

\'ice-Heinado

britânico.

I2ssa s zonas suhdcscn\'ol\-idas cconoinica'Ucjite poderão alcançar brcsemontc sua posição no mundo, se hou\-cr por parto suas populações uma verdadeira com preensão do problema do aumento da produtividade.

Ora, aumento de prodntix idade ó uma ooisa séiia, exige sacrifícios, reclama con

salariados compreendessem esse ponto

por causa da produti\ idade crescente. Na \erdade. t) go\cTiUí fixa cm lei o

o \alor dinàmitx) dessa mesma moeda.

Pela pro(luti\ idade, o trabalhador de termina inexoravelmente o valor da moe

da de sua pátria. Sc essa produti\idade é baixa, o eu;to da produção se eleva o todo salário, por maior que seja, será consumido para adquirir alguns poucos

ente e a propaganda

ços das coisas (\ mais

de jornalistas pouco

além. maiores rei\in-

avisados, tem contri

dieações dos assala

tinuidade de atenções, provoca crescen tes esforços de quem produz, implica cm

buído para perturbar ainda mais o proble-

riados. Mas, por que

poupar para as gerações \'indouras —

bens rcsultantc.s desses esforços ineficien tes. Mas, se essa produti\idadc, pelo contrário, for elevada, o custo de pro

não consegue o go-

uina série de condições pouco aceitá\eis

duzir será reduzido e o salário, por

• ma e sua resolução

\érno reter as sucessi

para a maioria dos brasileiros, ainda

menor que seja, em unidades monctiirias,

vas altas de preços das coisas? Por que

üfanos do paraíso cm que vivem, certos

scra suficiente para proporcionar ao tra

de que quanto mais feriados liouver, quanto menos trabalharem e quanto mais

viver.

acertada.

lado, a

Por outro

Justiça do

Trabalho, cm suces

a economia de uma

sivas sentenças bem

nação sofre essa su

balhador os bens de que necessita para

,fundamentadas, tem obrigado a elevação

cessão progressiva de

de salários de nume

louca ao redor de si

niciosíssima foi difundida nos meios par lamentares, principalmente entro aque

rosas atividades pro

mesma, como

les representantes do povo mais agrade

Nessa equação de valores, de que re sulta o verdadeiro "Salário Real", há um ponto de suma importância, que tam bém tem sido ignorado entre nós. Tra ta-se da distribuição dos ganhos conse

dutoras, baseando sua decisão nos ín

que procura morder u própria cauda?

cidos ao seu numeroso eleitorado, do

qüentes do aumento da produtividade.

que resultou uma coleção estranha de projetos, alguns convertidos em leis, pelos quais os horários de trabalho foram

ca é muito simples: — esses ganhos per

dices de Cristo da Vida. O simples fa to de duas autoridades, representativas do poder púlilico federal, agirem simul tânea e contraditòriamente, já é motivo de confusão.

elevações, em corrida o

cão

Eis a questão, como diria o príncipe da Dinamarca.

A razão 1^.. principal 1--- está no esquecii

.. razuo

monto da moeda e de seu poder aquisitive.

Se a moeda é por assim dizer

a linguagem da economia, nao é pos

Não é possível congelar os preços das utilidades, sem também congelar os sa lários. Isto é axiomático, lógico e fun

sem empregá-la, pois é ela imprescindí

damental em Economia, visto como as

vel na tradução e

unidades provêm do traballio remunera do. Nos países de economia totalitária, com trabalho escravo ou escravizado.

nosso pensamento.

sível falar-se do questões econômicas na transmissão do

Está o Brasil, como a maioria dos

países da América Latina, em fase de

ganiiarein, mais ricos se tomam c o Brasil com êlcs.. • Essa convicção per

A (juem cabem elos? A resposta teóri

reduzidas sem diminuição dos vencimen

tencem à coletividade. Mas, na práti ca realista, a questão se complica um

tos o tempo para aposentadoria foi en

pouco.

curtado de alguns anos, e, em muitos

É indispensável que os ganhos resul tantes do aumento de produti\ idade se jam repartidos polo trabalhador, pelo capitalista e empreendedor, pelo gover

casos, os salários foram acrescidos de

novas parcelas. Cada vez que se aumentam salários e vencimentos, sem uma correspondente

no e polo consumidor. Só assim não ha

produção acrescida à economia nacional,

verá frustrações contraproducentes e an

está-se realmente reduzindo o poder aquisitivo da moeda. Se os nossos as

de produtiWdade, de ordem técnica, por

ti-sociais. Por conseguinte, um aümento


< I LiPi iiiuiij^nqgiipippipip

fnr

Dir.nsro

70

causa de novas maquinas ou novos pro-

cc^sos, ou devido ao nperfí-i(.oaTní'nlo do trabalhador, deveria pro\ocar: um aercs-

que seja, que torne as Or>missôes de Preços cap.tz< s de fiiticiunar ef«'5ivamen« te para reduzir o Custo tia \"id.i. SC &

Quotas - prioridades - transportes

moeda é íorroídi pela cuiilinua depr<S*

Aldo B. Fuanco

cimo no í^anho «'specifico do operário; um maior lucro de prí>diiváo; i...iis alta tributação, c, finaimentí-, uma baixa de

ciaç.áo. para o tjiie se eonjnuam todas as

preço dc venda ao público con.stmiitlf)r.

dfi mais ftincionarios. emitindo para co-J

Realizadas essas condições, veremos a

íôrças (ios poderes púltliíos — nemcan' brir d('ficils, aimii nlamlo sal.irios e ven

moeda fortalecida e, com ela, o poder

cimentos iniprodiilis .um-nt*'.

aquisitivo das massas trabalhadoras au

inverter o ctirso das coisas c «-ntrar co-

mentado pela ação conjunta e recíproca de

maior ganho e

menor custo dc

compra.

Não há poder, por mais concentrado

!•: preciso

ra{t)samenle jx-la v«Teda da maior pro(Intividadír. caminho áspero r incômodo,

íjue levará o Riasii a posição iniindial que lhe compí"le, se todos os bra^-iieiros SC compenetrarem de sua oiírigaçao.

A

Conferência de Chanceleres, recentemente reunida em Washin.çrton, teve por objetivo principal, na parte econômica, estudar:

"Os problemas relativos à coope ração econômica dc cmerírência, ten do cm vista as necessidades da defesa comum

Zjj/cjYíMícricvinf) âc

Comcrck) e

Produção, realizada em abril dc 1951, cm Nciv York.

A nos.so ver, para que bem se com

conceitos que para a América Latina

mum, é seu dever zelar pela melho ria do já perigosamente baixo pa

o para os Estados Unidos têm as expressões "defesa comum" e "coo

só para possibilitar sua contribuição

peração econômica de cmer,c:ência",

drão do vida de suas populações, não para a defesa contra o inimigo ex

pois que tais conceitos variam em

terno, como, especialmente, para evi

função da estrutura econômico social daquelas áreas geográficas.

tabelecer internamente.

Os Estados Unidos estão empenha dos

na

concentração

do

elementos

tar que aquele inimigo consiga se es

Nesta última hipótese — que é nosso dever afastar — não só teria

econômicos e militares em escala tal

terminada a possibilidade de colab'"^-

que possa afastar os desejos ou aspi rações externas de domínio e de guer ra e que assegurem a sobrevivência

ração para a causa comum, como essa

da civilização ocidental. Com suas vistas e sua atenção voltadas para o exterior, estabeleceram os Estados Unidos o seu conceito de defesa co mum. E, baseados em sua formidável

capacidade e cm sua forte estrutura

econômica, mobilizam dezenas de bi

lhões de dólares para os planos de seu programa de emergência e de acúmulo de materiais.

possibilidade de colaboração se tevia

transformado em perigoso foco do ataque à causa da liberdade e da democracia, que é a base mesma da civilização ocidental, que com tani-o

amor defendemos.

Eis por que a

América Latina, apesar de altamente interessada na defesa comum.contra

o inimigo externo, não pode, por isso mesmo, desviar sua atenção e suas preocupações da sua própria situa

ção interna, pois que a considera mui

que sua débil estrutura econômica in

to mais vulnerável à infiltração e ao estabelecimento daquele inimigo. A ameaça mais séria ao poderio norte-americano é do fora para den tro. Para a América Latina o perigo

ternamente oferece ao inimigo co-

mais iminente, por constituir o sevf

A América Latina deseja colabo rar com todo o empenho para que se

atinjam aqueles objetivos.

Em vir

tude, porém, do ambiente propicio

'aj.,.kádÉlÉÉÍàUkÁ>*iA*ii>'

Heanião da Comissão Executiva do Con

selho

preenda o espírito das recomenda

ções, é necessário que se conheçam os

i/'.

Exposição feita como Assessor Econômi co da Dclc<^ação Brasileira na XXXI


< I LiPi iiiuiij^nqgiipippipip

fnr

Dir.nsro

70

causa de novas maquinas ou novos pro-

cc^sos, ou devido ao nperfí-i(.oaTní'nlo do trabalhador, deveria pro\ocar: um aercs-

que seja, que torne as Or>missôes de Preços cap.tz< s de fiiticiunar ef«'5ivamen« te para reduzir o Custo tia \"id.i. SC &

Quotas - prioridades - transportes

moeda é íorroídi pela cuiilinua depr<S*

Aldo B. Fuanco

cimo no í^anho «'specifico do operário; um maior lucro de prí>diiváo; i...iis alta tributação, c, finaimentí-, uma baixa de

ciaç.áo. para o tjiie se eonjnuam todas as

preço dc venda ao público con.stmiitlf)r.

dfi mais ftincionarios. emitindo para co-J

Realizadas essas condições, veremos a

íôrças (ios poderes púltliíos — nemcan' brir d('ficils, aimii nlamlo sal.irios e ven

moeda fortalecida e, com ela, o poder

cimentos iniprodiilis .um-nt*'.

aquisitivo das massas trabalhadoras au

inverter o ctirso das coisas c «-ntrar co-

mentado pela ação conjunta e recíproca de

maior ganho e

menor custo dc

compra.

Não há poder, por mais concentrado

!•: preciso

ra{t)samenle jx-la v«Teda da maior pro(Intividadír. caminho áspero r incômodo,

íjue levará o Riasii a posição iniindial que lhe compí"le, se todos os bra^-iieiros SC compenetrarem de sua oiírigaçao.

A

Conferência de Chanceleres, recentemente reunida em Washin.çrton, teve por objetivo principal, na parte econômica, estudar:

"Os problemas relativos à coope ração econômica dc cmerírência, ten do cm vista as necessidades da defesa comum

Zjj/cjYíMícricvinf) âc

Comcrck) e

Produção, realizada em abril dc 1951, cm Nciv York.

A nos.so ver, para que bem se com

conceitos que para a América Latina

mum, é seu dever zelar pela melho ria do já perigosamente baixo pa

o para os Estados Unidos têm as expressões "defesa comum" e "coo

só para possibilitar sua contribuição

peração econômica de cmer,c:ência",

drão do vida de suas populações, não para a defesa contra o inimigo ex

pois que tais conceitos variam em

terno, como, especialmente, para evi

função da estrutura econômico social daquelas áreas geográficas.

tabelecer internamente.

Os Estados Unidos estão empenha dos

na

concentração

do

elementos

tar que aquele inimigo consiga se es

Nesta última hipótese — que é nosso dever afastar — não só teria

econômicos e militares em escala tal

terminada a possibilidade de colab'"^-

que possa afastar os desejos ou aspi rações externas de domínio e de guer ra e que assegurem a sobrevivência

ração para a causa comum, como essa

da civilização ocidental. Com suas vistas e sua atenção voltadas para o exterior, estabeleceram os Estados Unidos o seu conceito de defesa co mum. E, baseados em sua formidável

capacidade e cm sua forte estrutura

econômica, mobilizam dezenas de bi

lhões de dólares para os planos de seu programa de emergência e de acúmulo de materiais.

possibilidade de colaboração se tevia

transformado em perigoso foco do ataque à causa da liberdade e da democracia, que é a base mesma da civilização ocidental, que com tani-o

amor defendemos.

Eis por que a

América Latina, apesar de altamente interessada na defesa comum.contra

o inimigo externo, não pode, por isso mesmo, desviar sua atenção e suas preocupações da sua própria situa

ção interna, pois que a considera mui

que sua débil estrutura econômica in

to mais vulnerável à infiltração e ao estabelecimento daquele inimigo. A ameaça mais séria ao poderio norte-americano é do fora para den tro. Para a América Latina o perigo

ternamente oferece ao inimigo co-

mais iminente, por constituir o sevf

A América Latina deseja colabo rar com todo o empenho para que se

atinjam aqueles objetivos.

Em vir

tude, porém, do ambiente propicio

'aj.,.kádÉlÉÉÍàUkÁ>*iA*ii>'

Heanião da Comissão Executiva do Con

selho

preenda o espírito das recomenda

ções, é necessário que se conheçam os

i/'.

Exposição feita como Assessor Econômi co da Dclc<^ação Brasileira na XXXI


I Dicesto

ponto mais fácil e imediatamente vul nerável, reside em sua fraca estru tura econômica que não lhe permito melhorar as condições econômicas e sociais de sua população. Esta a razão por que considera o seu desenvolvimento econômico como

Econômico

que estamos encarando o mesmo ini migo, procurando nos defender do mesmo perigo, e estudando cm co mum os problemas em que êle nos coloca e as suas soluções, mas para

estruturas oconómico-sociais diversas. Se são diferentes as estruturas oco

arma número um para o duplo obje tivo de lhe permitir dar melhor cola

nómico-sociais c idênticos os perigos

boração aos Estados Unidos e evitar

tes deverão ser adotadas paru

que nos ameaçam, soluções diferen

I JiiiiífliHpiPPpiqpmQP

Dicesto EcoNóxnco

Interamericano do Comércio o Pro dução.

A "Declaração Geral" que abre o

capítulo relativo a quotas e priori dades expressa claramente aqueles dois pontos de vista — dos Estados

Unidos c da América Latina — a que acabamos de fazer referência. Começa por um compi-omisso de: "Que para fazer frente a situa

sejam aumentadas as preocupações

cheguemos ao mesmo resultado que

ção de emergência e ao período

e os problemas das nações democrá

ambos almejamos.

de ajuste posterior, os Estados

ticas.

As recomendações a que chegou

Americanos farão tudo o que es

Esta é também a razão pela qual

a Conferência de Chanceleres rcfle-

tiver ao seu alcance para propor

não podem, a exemplo dos Estados

cionar entre si os artigos e servi

Unidos, comprometer sua economia

tem, a nosso ver, estas duas concep ções do mesmo problema, ê.stes dois

ços necessários ao esforço comum

em programas de cooperação de emergência, desvinculados de um pro

pontos de vista. E a sua aprovação

de defesa"

unânime é a maior demonstração de

grama de desenvolvimento de cará

que estamos todos irmanados nos

ter permanente.

mesmos ideais, animados dos mesmos

Os ideais, os desejos e os propósi tos dos Estados Unidos e da América Latina são absolutamente idênticos.

propósitos e unidos pelas mesmas as pirações e desejos.

As diferenças se verificam nos pro cessos de equacionar os problemas e

de dar soluções. E a razão única dessas diferenças reside no fato de

"e declaram que a manutenção

Assim ó que os princípios relativos a quotas o prioridades, aprovados pe la Conferência de Chanceleres sob os

números 1 e 2, declaram: "1

—• Que se devem satisfazer às necessidades essenciais pa ra o funcionamento das ati vidades econômicas civis.

"2,

— Que no caso dos produtos que sejam objeto de quotas

e prioridades que afetem seu consumo interno e sua

exportação, se devei-á dar

das atividades civis e dos servi

prioridade à utilização dos

ços públicos essenciais e o desen

referidos produtos na pro

volvimento econômico dos países

dução para a defesa da causa comum, inclusive pa

da Conferência de Chan

ra a manutenção de reser vas adequadas de materiais estratégicos procedendo-se

celeres, r e-

no, sem desconhecer que é dever

de acordo com os princí

1 a t i V a s

primordial dos Estados America

pios da Declaração Geral".

a "quotas e

nos, na presente emergência, o

prioridades"

fortalecimento de suas defesas"

e a "trans-

que atende ao ponto de vista latino-

portes

americano.

dando

cum

primento

à

No que diz respeito à fixação ou à revisão das quotas e prioridades, de

fendia a América Latina o princípio bilateral da consulta prévia e decla

As normas específicas estabelecem

ravam, os norte-americanos, seus te

os princípios que deverão ser obser

mores de que tal consulta pudesse re

tardar a distribuição dos mateinais

com que nos

vados pelos Estados Americanos, no caso em que a situação de emergên cia torne indispensável o sistema de

distinguiu a

quotas e prioridades.

honrosa

incumbência

.Li-i

de vista norte-americano; e conti nua com a seguinte declaração:

prejudiciais à sua economia.

insuficientemente desenvolvidos são considerados como elemento essencial dentro do conceito total de defesa do Continente America

Feitas estas rápidas considerações, passemos a examinar as resoluções

h

que está de pleno acordo com o ponto

No exame daquelas normas perce be-se, claramente, além do propósito de que fossem atendidos os dois pon tos de vista indicados, a preocupação latino-americana de evitar a repeti ção de certos critérios de distribuição de materiais escassos, adotados na úl tima guerra, o que foram altamente

Não se reco

escassos e que em muitos casos fosse

impossível de ser realizada. A solu

Comissão

menda a adoção do sistema, e sim os

Executiva

princípios que êle deverá seguir, caso

ção encontrada (recomendação N.o 3) foi a de se fixar como norma geral o princípio de consulta prévia, com

do Conselho

aeu emprego se torne indispensável.

a ressalva de que, se cii'cunstâncias

M


I Dicesto

ponto mais fácil e imediatamente vul nerável, reside em sua fraca estru tura econômica que não lhe permito melhorar as condições econômicas e sociais de sua população. Esta a razão por que considera o seu desenvolvimento econômico como

Econômico

que estamos encarando o mesmo ini migo, procurando nos defender do mesmo perigo, e estudando cm co mum os problemas em que êle nos coloca e as suas soluções, mas para

estruturas oconómico-sociais diversas. Se são diferentes as estruturas oco

arma número um para o duplo obje tivo de lhe permitir dar melhor cola

nómico-sociais c idênticos os perigos

boração aos Estados Unidos e evitar

tes deverão ser adotadas paru

que nos ameaçam, soluções diferen

I JiiiiífliHpiPPpiqpmQP

Dicesto EcoNóxnco

Interamericano do Comércio o Pro dução.

A "Declaração Geral" que abre o

capítulo relativo a quotas e priori dades expressa claramente aqueles dois pontos de vista — dos Estados

Unidos c da América Latina — a que acabamos de fazer referência. Começa por um compi-omisso de: "Que para fazer frente a situa

sejam aumentadas as preocupações

cheguemos ao mesmo resultado que

ção de emergência e ao período

e os problemas das nações democrá

ambos almejamos.

de ajuste posterior, os Estados

ticas.

As recomendações a que chegou

Americanos farão tudo o que es

Esta é também a razão pela qual

a Conferência de Chanceleres rcfle-

tiver ao seu alcance para propor

não podem, a exemplo dos Estados

cionar entre si os artigos e servi

Unidos, comprometer sua economia

tem, a nosso ver, estas duas concep ções do mesmo problema, ê.stes dois

ços necessários ao esforço comum

em programas de cooperação de emergência, desvinculados de um pro

pontos de vista. E a sua aprovação

de defesa"

unânime é a maior demonstração de

grama de desenvolvimento de cará

que estamos todos irmanados nos

ter permanente.

mesmos ideais, animados dos mesmos

Os ideais, os desejos e os propósi tos dos Estados Unidos e da América Latina são absolutamente idênticos.

propósitos e unidos pelas mesmas as pirações e desejos.

As diferenças se verificam nos pro cessos de equacionar os problemas e

de dar soluções. E a razão única dessas diferenças reside no fato de

"e declaram que a manutenção

Assim ó que os princípios relativos a quotas o prioridades, aprovados pe la Conferência de Chanceleres sob os

números 1 e 2, declaram: "1

—• Que se devem satisfazer às necessidades essenciais pa ra o funcionamento das ati vidades econômicas civis.

"2,

— Que no caso dos produtos que sejam objeto de quotas

e prioridades que afetem seu consumo interno e sua

exportação, se devei-á dar

das atividades civis e dos servi

prioridade à utilização dos

ços públicos essenciais e o desen

referidos produtos na pro

volvimento econômico dos países

dução para a defesa da causa comum, inclusive pa

da Conferência de Chan

ra a manutenção de reser vas adequadas de materiais estratégicos procedendo-se

celeres, r e-

no, sem desconhecer que é dever

de acordo com os princí

1 a t i V a s

primordial dos Estados America

pios da Declaração Geral".

a "quotas e

nos, na presente emergência, o

prioridades"

fortalecimento de suas defesas"

e a "trans-

que atende ao ponto de vista latino-

portes

americano.

dando

cum

primento

à

No que diz respeito à fixação ou à revisão das quotas e prioridades, de

fendia a América Latina o princípio bilateral da consulta prévia e decla

As normas específicas estabelecem

ravam, os norte-americanos, seus te

os princípios que deverão ser obser

mores de que tal consulta pudesse re

tardar a distribuição dos mateinais

com que nos

vados pelos Estados Americanos, no caso em que a situação de emergên cia torne indispensável o sistema de

distinguiu a

quotas e prioridades.

honrosa

incumbência

.Li-i

de vista norte-americano; e conti nua com a seguinte declaração:

prejudiciais à sua economia.

insuficientemente desenvolvidos são considerados como elemento essencial dentro do conceito total de defesa do Continente America

Feitas estas rápidas considerações, passemos a examinar as resoluções

h

que está de pleno acordo com o ponto

No exame daquelas normas perce be-se, claramente, além do propósito de que fossem atendidos os dois pon tos de vista indicados, a preocupação latino-americana de evitar a repeti ção de certos critérios de distribuição de materiais escassos, adotados na úl tima guerra, o que foram altamente

Não se reco

escassos e que em muitos casos fosse

impossível de ser realizada. A solu

Comissão

menda a adoção do sistema, e sim os

Executiva

princípios que êle deverá seguir, caso

ção encontrada (recomendação N.o 3) foi a de se fixar como norma geral o princípio de consulta prévia, com

do Conselho

aeu emprego se torne indispensável.

a ressalva de que, se cii'cunstâncias

M


DiCESTO

74

especiais a tomarem impossível, as

EcoNÓ.NtTCO

Finalmente trata a recoUtrão N.o

Dicesto

Econômico

75

de cada uma das Repúblicas Ameri-

medidas tomadas ficarão sujeitas a

6 do problema da cssencialidade.

canan ".

consulta, imediatamente depois de sua adoção, com qualquer país que

Sustentaram os países latino ame ricanos, e assim foi rosolvuln, "que

Somente dôstc modo se poderá che gar à formulação e à recomendação

solicito seu reexame.

uma vez cstabeloridas as onotns de exportarão, .será do responsabilidade

"das medidas tendentes à utilização mais eficaz, cm caso de emergência,

princípio da relativa igualdade de sa

do país importador a determinação da

crifícios que se deverá manter, quan do se tornar imperiosa a redução ou

essencialidado do uso dos produtos e

de todas as facilidades interamerica nas de transiiorte".

Na resolução N.o 4, referente ao

limitação das necessidades civis, fi

o controlo do sua di^^tribtiicao

Por proposta dos K'<ta<los Unidoa,

sultantes do reconhecimento de que c da mais alta importância não seja perturbado o equilíbrio econômico dos países fornecedores de matérias-pri mas c produtos alimentícios, isto é, os de baixo índice dc desenvolvimen to econômico.

Esta a razão pela qual resolveu a

O sistema econômico dc tais países ó altamente dependente do comércio

Conferência (re.solução N.o 2) que se

internacional, tornando imperioso —

"o país exportador terá a rosponsa-

solicitasse ao Conselho íntcramorica-

pelos motivos expostos na introdução

prejudicar os níveis de vida dos gru

bdidado da distribuição da quota en

no Econômico e Social a coleta das

dêsto relato — "que se procure asse

pos de população de recursos escas

tre os exportadores do país exporta

sos. Do mesmo modo ficou expresso

dor".

cou ressalvado que se procurará não

que "as quotas e prioridades de ele mentos de produção e consumo se fi

xarão de acordo com os princípios da Declaração Geral, de modo que não se prejudique desnecessàriamente a atividade produtiva e o desenvolvi

mento econômico, e a que se faça pe rigar a estabilidade política e social e a efetiva colaboração entre os povos americanos".

Tendo sido aprovada esta proposta e como c claro que a distribuirão das

quotas por parte do país imiíortndor poderia vir a ser por ela proiudicada, f'cou também resolvido que "cm caso de conflitos ou dificuld.adcs na exe cução dos controlos, se celebrarão

consultas entro os governos interes sados".

A resolução N.o 5 visa dar unidade

produto tinham de ser vencidas, uma a uma, as dificuldades relativas à obtenção de quota, de licença de ex

portação, de prioridade, de praça de navio, etc..

Foi o seguinte o texto aprovado

pela Conferência:

do estudo respectivo, e a formulação

gurar, tanto quanto possível, o movi mento de suas exportações e a impor

da recomendação aos govêrnos das Repúblicas Americanas, das medidas

essenciais". Do mesmo modo e pelas

corres])ondentes.

Do mesmo modo, c "em proveito da manutenção do equilíbrio indispensá

Constituindo os transnortes ^ ele mento vital à efetivação do coméi'cio, elemento oue também se torna escas

so e mesmo crítico nos períodos de

transporte, se tomarão em conta, na

sua determinação, não só o volume

Econômico e Social encarregado de,

de seu intercâmbio comercial, como

pelos meios adequados, estudar o re gime dos fretes e seguros aplicável

também as peculiaridades dos prin

zer recomendações sôbre os proble mas pertinentes à sua solução" (re solução N.o 3). As duas últimas resoluções (N.os 4 e 5), relativas ao ti*ansporte, são re

emergência, não poderiam as resolu

ções a êle relativas deixar de atender aos mesmos pricípios e aos mesmos

critérios adotados para a distribuirão

dos materiais essenciais e de difícil obtenção.

tomada, sobre o assunto declara:

imponham quotas a sua exporta

"Que os Estados Americanos deve

ção para fazer frente a necessida des essenciais no estrangeiro, es

rão colaborar para assegurar a dis ponibilidade e a utilização mais efi

tes países devem adotar medidas

caz das facilidades interamericanas

administrativas eficazes para fa cilitar o cumprimento das referi

nimas de tráfego para o programa de

das quotas de exportação".

defesa e para as necessidades civis

mesmas razões ficou resolvido que,

"se o estado de emergência tornar necessária a fixação de quotas de

mo, ficou o Conselho Intoramericano

Deste modo a primeira resolução "Que quando os países produtores

tação dos materiais que lhes são

vel à economia do transporte maríti

ao Comércio intoramericano e de fa

administrativa à aplicação do sistema

do quotas e prioridades, evitando os excessos burocráticos que tiveram de ser atendidos na última guerra, quan do para a obtenção de determinado

informações necessárias ã realização

do transporte, e das necessidades mí

I

• iilHiUÉtti

cipais produtos de exportação, de modo a que não se perturbe o equilí brio econômico e monetário, e a fim

de que os meios de transporte com que possa contar sejam adequados às suas características necessidades nacionais".


DiCESTO

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especiais a tomarem impossível, as

EcoNÓ.NtTCO

Finalmente trata a recoUtrão N.o

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de cada uma das Repúblicas Ameri-

medidas tomadas ficarão sujeitas a

6 do problema da cssencialidade.

canan ".

consulta, imediatamente depois de sua adoção, com qualquer país que

Sustentaram os países latino ame ricanos, e assim foi rosolvuln, "que

Somente dôstc modo se poderá che gar à formulação e à recomendação

solicito seu reexame.

uma vez cstabeloridas as onotns de exportarão, .será do responsabilidade

"das medidas tendentes à utilização mais eficaz, cm caso de emergência,

princípio da relativa igualdade de sa

do país importador a determinação da

crifícios que se deverá manter, quan do se tornar imperiosa a redução ou

essencialidado do uso dos produtos e

de todas as facilidades interamerica nas de transiiorte".

Na resolução N.o 4, referente ao

limitação das necessidades civis, fi

o controlo do sua di^^tribtiicao

Por proposta dos K'<ta<los Unidoa,

sultantes do reconhecimento de que c da mais alta importância não seja perturbado o equilíbrio econômico dos países fornecedores de matérias-pri mas c produtos alimentícios, isto é, os de baixo índice dc desenvolvimen to econômico.

Esta a razão pela qual resolveu a

O sistema econômico dc tais países ó altamente dependente do comércio

Conferência (re.solução N.o 2) que se

internacional, tornando imperioso —

"o país exportador terá a rosponsa-

solicitasse ao Conselho íntcramorica-

pelos motivos expostos na introdução

prejudicar os níveis de vida dos gru

bdidado da distribuição da quota en

no Econômico e Social a coleta das

dêsto relato — "que se procure asse

pos de população de recursos escas

tre os exportadores do país exporta

sos. Do mesmo modo ficou expresso

dor".

cou ressalvado que se procurará não

que "as quotas e prioridades de ele mentos de produção e consumo se fi

xarão de acordo com os princípios da Declaração Geral, de modo que não se prejudique desnecessàriamente a atividade produtiva e o desenvolvi

mento econômico, e a que se faça pe rigar a estabilidade política e social e a efetiva colaboração entre os povos americanos".

Tendo sido aprovada esta proposta e como c claro que a distribuirão das

quotas por parte do país imiíortndor poderia vir a ser por ela proiudicada, f'cou também resolvido que "cm caso de conflitos ou dificuld.adcs na exe cução dos controlos, se celebrarão

consultas entro os governos interes sados".

A resolução N.o 5 visa dar unidade

produto tinham de ser vencidas, uma a uma, as dificuldades relativas à obtenção de quota, de licença de ex

portação, de prioridade, de praça de navio, etc..

Foi o seguinte o texto aprovado

pela Conferência:

do estudo respectivo, e a formulação

gurar, tanto quanto possível, o movi mento de suas exportações e a impor

da recomendação aos govêrnos das Repúblicas Americanas, das medidas

essenciais". Do mesmo modo e pelas

corres])ondentes.

Do mesmo modo, c "em proveito da manutenção do equilíbrio indispensá

Constituindo os transnortes ^ ele mento vital à efetivação do coméi'cio, elemento oue também se torna escas

so e mesmo crítico nos períodos de

transporte, se tomarão em conta, na

sua determinação, não só o volume

Econômico e Social encarregado de,

de seu intercâmbio comercial, como

pelos meios adequados, estudar o re gime dos fretes e seguros aplicável

também as peculiaridades dos prin

zer recomendações sôbre os proble mas pertinentes à sua solução" (re solução N.o 3). As duas últimas resoluções (N.os 4 e 5), relativas ao ti*ansporte, são re

emergência, não poderiam as resolu

ções a êle relativas deixar de atender aos mesmos pricípios e aos mesmos

critérios adotados para a distribuirão

dos materiais essenciais e de difícil obtenção.

tomada, sobre o assunto declara:

imponham quotas a sua exporta

"Que os Estados Americanos deve

ção para fazer frente a necessida des essenciais no estrangeiro, es

rão colaborar para assegurar a dis ponibilidade e a utilização mais efi

tes países devem adotar medidas

caz das facilidades interamericanas

administrativas eficazes para fa cilitar o cumprimento das referi

nimas de tráfego para o programa de

das quotas de exportação".

defesa e para as necessidades civis

mesmas razões ficou resolvido que,

"se o estado de emergência tornar necessária a fixação de quotas de

mo, ficou o Conselho Intoramericano

Deste modo a primeira resolução "Que quando os países produtores

tação dos materiais que lhes são

vel à economia do transporte maríti

ao Comércio intoramericano e de fa

administrativa à aplicação do sistema

do quotas e prioridades, evitando os excessos burocráticos que tiveram de ser atendidos na última guerra, quan do para a obtenção de determinado

informações necessárias ã realização

do transporte, e das necessidades mí

I

• iilHiUÉtti

cipais produtos de exportação, de modo a que não se perturbe o equilí brio econômico e monetário, e a fim

de que os meios de transporte com que possa contar sejam adequados às suas características necessidades nacionais".


Tf Dicesto

O Petróleo e a Democratização do Capital OnoziMBo O. Roxo LounEino

77

Econômico

sionária do poder público, a situação de empresa de utilidade pública. Den tro das condições do título, delimitou-

sa de utilidade pública, garantia de

se a zona da refinaria o exploração

reaplicada na abertura de campos

venda do produto, e de outro, s®

mandou que parte dos lucros seja

do petróleo por ela produzido c re

petrolíferos. Eis uma política de lon

íntegra da oração proferida na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

presentada pelo Estado de São Paulo,

go alcance, não apenas em benefício

Quando tivemos a honra de ser re

sul de Minas, Triângulo Mineiro e

dos acionistas e dos proprietários da

norte do Paraná.

própria Refinaria, mas em benefício

cebidos pelo sr. Governador do Estado de São Paulo, que demons

trou, de maneira clara e positiva, o seu propósito de cooperação ao desen volvimento da indústria petrolífera no Estado de São Paulo, não resisti mos ao desejo de pedir a S. Exa.

Dizia, portanto, o sr. Mário Gianni ni que era indispensável melhorar a distribuição das riquezas, fazendo com que o povo, cm geral, partici passe, como proprietário, como acio nista, da grande indústria norte-ame ricana.

E' este o aspecto que de.sojamos

Fixando esta área

de concessão, que constitui uma ga rantia de êxito para o empreendimen

de toda a coletividade nacional, QU®

to, dado que lhe assegura, de modo

nômica do País, através da explora ção, da refinação, da distribuição o

incontestável, a certeza da venda do

produto acabado, estabeleceu também

está ansiosa pela independência eco

da venda do próprio petróleo brasi

o Conselho Nacional do Petróleo, por essa mesma concessão, medidas de

leiro.

grande alcance para a Refinaria e

Os estudos realizados pela "Hy-

alguns minutos para lhe dizer do alto

ressaltar, uma vez que, nos últimos

valor de suas palavras sobre o ex pressivo sentido público dêste em

anos, tem sido nossa preocupação constante participar de iniciativas

Exploração de Petróleo União S. A.

drocarbon Rçsearch Co.", de Nova York, empresa que contratou com a

preendimento, dado que pertencerá

Refinaria e Exploração de Petróleo

ao povo. Dissemos a S. Exa., na oca

que visem tornar o público brasileiro, cada vez mais, associado de todos os

que deverão ser destinadas a pesquisas

sião, que referida opinião tinha, tam

meios de produção.

bém, completo abono da orientação do maior banco do mundo, o Bank of

Pede-nos o Pre.sidente da Refinaria e Exploração de Petróleo União S. A.

América.

que nos refiramos aos aspectos -»conó-

tos

Research

micos e financeiros do empreendimen

Bank of América, sr. Mário Giannini, conselheiro financeiro do Presidente

to. Evidentemente, aceitando o honro so encargo, não poderíamos deixar

em

Truman, foi ouvido por um grupo

de entrar na apreciação dos aspectos

acionistas. Mais adiante,

de repórteres acêrca de determinados aspectos da situação financeira e eco

econômicos e financeiros dêsse em preendimento, considerando, entre tanto, a relativa capacidade e os

no "Título de Autoriza

meios ao alcance dos nossos departa

muitas perguntas que foram feitas ao presidente Mário Giannini, sobres

mentos técnicos e dos conselheiros

saiu-se esta: "Qual seria o passo

que possuímos.

mais decisivo a ser dado no setor eco

Mas a primeira verificação a fazer

nômico e financeiro, em defesa da

é a condição jurídica dessa empi^êsa.

democracia norte-americana?" Res

Neste ponto, o que nos impressionou

pondeu o sr. Mário Giannini: "A me lhor forma de se defender a nossa

ção, compra dos equipa mentos, funcionamento inicial 6 garantia de ren

Há poucos meses, o presidente do

Entre as

de planejamento, instala

selho. Uma vez obtidos resultados positivos, es ses poços passarão a per

tencer à própria Refina ria, e serão explorados

nômica norte-americana.

União S. A. os ti^abalhos

de poços de petróleo nas zonas indicadas pelo Con

benefício

dos

dimento; os estudos fei

seus

pelo "Hydrocarbon

panhia

Co.". — com

norte-americana

de alta reputação, e que

ção" estabeleceu ainda o

foi, também, pelo Conse

Conselho Nacional do Pe tróleo um princípio de al ta significação social e fi nanceira para o nosso

lho Nacional do Petróleo

pais: — a obrigatorieda

para a Refinaria de esses estudos permitem

de da distribuição, mais ampla pos

incumbida

de

fazer

os

mesmos estudos, através de contrato

Cubatão;

semelhante,

prever um lucro realmente vantajoso

foi o fato de que a Refinaria e Explo

sível, dos títulos de propriedade da Refinaria e Exploração de Petróleo

para êste empreendimento. Êste lu-. cro anual que aqui mencionamos, ape

leiro. Impôs, também, o Titulo de Autorização "... que a propriedade

nas com o sentido de simples informa

norte- americano cada vez mais par

ração de Petróleo União S. A. se tor nou detentora de uma concessão con ferida pelo Conselho Nacional do

União S. A., entre o público brasi

ticipe, como proprietário, da indús

Petróleo, mediante concorrência pú

desta iniciativa não fique concen

casa dos 200 milhões de cruzeiros, pa

tria noife-americana. Esta a forma

blica da qual participaram cinco in

trada nas mãos de grupos financei

que me parece melhor para evitarmos

teressados. O título de autorização

a destruição da ordem social e eco nômica em que vivemos."

De maneira que, de um lado, fi

ra um capital de 300 milhões. Certa mente o motivo que levou o Conse lho Nacional do Petróleo a permitir

Petróleo União S. A. como conces

xaram-se estas vantagens de empre

a realização de lucros certos para es-

democracia é fazer com que o povo

.«y.i .....

conferiu à Refinaria e Exploração de

■ ■'X'.

■ .jU '

ros".

ção às classes produtoras, anda pela


Tf Dicesto

O Petróleo e a Democratização do Capital OnoziMBo O. Roxo LounEino

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Econômico

sionária do poder público, a situação de empresa de utilidade pública. Den tro das condições do título, delimitou-

sa de utilidade pública, garantia de

se a zona da refinaria o exploração

reaplicada na abertura de campos

venda do produto, e de outro, s®

mandou que parte dos lucros seja

do petróleo por ela produzido c re

petrolíferos. Eis uma política de lon

íntegra da oração proferida na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

presentada pelo Estado de São Paulo,

go alcance, não apenas em benefício

Quando tivemos a honra de ser re

sul de Minas, Triângulo Mineiro e

dos acionistas e dos proprietários da

norte do Paraná.

própria Refinaria, mas em benefício

cebidos pelo sr. Governador do Estado de São Paulo, que demons

trou, de maneira clara e positiva, o seu propósito de cooperação ao desen volvimento da indústria petrolífera no Estado de São Paulo, não resisti mos ao desejo de pedir a S. Exa.

Dizia, portanto, o sr. Mário Gianni ni que era indispensável melhorar a distribuição das riquezas, fazendo com que o povo, cm geral, partici passe, como proprietário, como acio nista, da grande indústria norte-ame ricana.

E' este o aspecto que de.sojamos

Fixando esta área

de concessão, que constitui uma ga rantia de êxito para o empreendimen

de toda a coletividade nacional, QU®

to, dado que lhe assegura, de modo

nômica do País, através da explora ção, da refinação, da distribuição o

incontestável, a certeza da venda do

produto acabado, estabeleceu também

está ansiosa pela independência eco

da venda do próprio petróleo brasi

o Conselho Nacional do Petróleo, por essa mesma concessão, medidas de

leiro.

grande alcance para a Refinaria e

Os estudos realizados pela "Hy-

alguns minutos para lhe dizer do alto

ressaltar, uma vez que, nos últimos

valor de suas palavras sobre o ex pressivo sentido público dêste em

anos, tem sido nossa preocupação constante participar de iniciativas

Exploração de Petróleo União S. A.

drocarbon Rçsearch Co.", de Nova York, empresa que contratou com a

preendimento, dado que pertencerá

Refinaria e Exploração de Petróleo

ao povo. Dissemos a S. Exa., na oca

que visem tornar o público brasileiro, cada vez mais, associado de todos os

que deverão ser destinadas a pesquisas

sião, que referida opinião tinha, tam

meios de produção.

bém, completo abono da orientação do maior banco do mundo, o Bank of

Pede-nos o Pre.sidente da Refinaria e Exploração de Petróleo União S. A.

América.

que nos refiramos aos aspectos -»conó-

tos

Research

micos e financeiros do empreendimen

Bank of América, sr. Mário Giannini, conselheiro financeiro do Presidente

to. Evidentemente, aceitando o honro so encargo, não poderíamos deixar

em

Truman, foi ouvido por um grupo

de entrar na apreciação dos aspectos

acionistas. Mais adiante,

de repórteres acêrca de determinados aspectos da situação financeira e eco

econômicos e financeiros dêsse em preendimento, considerando, entre tanto, a relativa capacidade e os

no "Título de Autoriza

meios ao alcance dos nossos departa

muitas perguntas que foram feitas ao presidente Mário Giannini, sobres

mentos técnicos e dos conselheiros

saiu-se esta: "Qual seria o passo

que possuímos.

mais decisivo a ser dado no setor eco

Mas a primeira verificação a fazer

nômico e financeiro, em defesa da

é a condição jurídica dessa empi^êsa.

democracia norte-americana?" Res

Neste ponto, o que nos impressionou

pondeu o sr. Mário Giannini: "A me lhor forma de se defender a nossa

ção, compra dos equipa mentos, funcionamento inicial 6 garantia de ren

Há poucos meses, o presidente do

Entre as

de planejamento, instala

selho. Uma vez obtidos resultados positivos, es ses poços passarão a per

tencer à própria Refina ria, e serão explorados

nômica norte-americana.

União S. A. os ti^abalhos

de poços de petróleo nas zonas indicadas pelo Con

benefício

dos

dimento; os estudos fei

seus

pelo "Hydrocarbon

panhia

Co.". — com

norte-americana

de alta reputação, e que

ção" estabeleceu ainda o

foi, também, pelo Conse

Conselho Nacional do Pe tróleo um princípio de al ta significação social e fi nanceira para o nosso

lho Nacional do Petróleo

pais: — a obrigatorieda

para a Refinaria de esses estudos permitem

de da distribuição, mais ampla pos

incumbida

de

fazer

os

mesmos estudos, através de contrato

Cubatão;

semelhante,

prever um lucro realmente vantajoso

foi o fato de que a Refinaria e Explo

sível, dos títulos de propriedade da Refinaria e Exploração de Petróleo

para êste empreendimento. Êste lu-. cro anual que aqui mencionamos, ape

leiro. Impôs, também, o Titulo de Autorização "... que a propriedade

nas com o sentido de simples informa

norte- americano cada vez mais par

ração de Petróleo União S. A. se tor nou detentora de uma concessão con ferida pelo Conselho Nacional do

União S. A., entre o público brasi

ticipe, como proprietário, da indús

Petróleo, mediante concorrência pú

desta iniciativa não fique concen

casa dos 200 milhões de cruzeiros, pa

tria noife-americana. Esta a forma

blica da qual participaram cinco in

trada nas mãos de grupos financei

que me parece melhor para evitarmos

teressados. O título de autorização

a destruição da ordem social e eco nômica em que vivemos."

De maneira que, de um lado, fi

ra um capital de 300 milhões. Certa mente o motivo que levou o Conse lho Nacional do Petróleo a permitir

Petróleo União S. A. como conces

xaram-se estas vantagens de empre

a realização de lucros certos para es-

democracia é fazer com que o povo

.«y.i .....

conferiu à Refinaria e Exploração de

■ ■'X'.

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ros".

ção às classes produtoras, anda pela


TT 78

mmm Dicesto

^ empresa foi o aproveitamento de parte deles em benefício da ex

ploração do petróleo brasileiro, conw'ibuindo, por outro lado, para que se possa criar e desenvolver no Bra

sil a mentalidade do petróleo e esti mular, ainda, o interesse das classes populares pelo petróleo, na esfera da

iniciativa privada. Como todos sabemos, o incentivo

da iniciativa particular é, efetivamen te, a realização do lucro. Foi, por conseqüente,- sábia a orientação do

Conselho Nacional do Petróleo ao permitir lucros substanciais para es ta empresa, transmitindo-lhe a obri gação de os aplicar, em gi'ande par

EconíSniico

Nacional de Petróleo, prevê o aumen

to do capital atual do 60 milhões do cruzeiros, já integralmente realizado, para 300 milhões. Êato aumento do 240 milhões de cruzeiros será coloca

do em mãos do público brasileiro, até o valor de 225 milhões, já que o

grupo fundador da Refinaria deseja elevar a sua participação no empre endimento até um quarto do capital

de que as maiores instituições econô micas e financeiras do mundo atual giram em torno de organizações com

base na economia do petróleo. A ex periência norte-americana, que esta mos testemunhando a cada momento,

c fértil na indicação das possibilida de dêste negócio. Devem merecer relêvo os prepara

tivos que temos levado a efeito, vi sando colocar uma grande quantidade

das ações desta empresa nas mãos do maior número possível de cidadãos

brasileiros, que são os únicos quali ficados a se tornarem acionistas da

Refinaria e Exploração de Petróleo União S. A. O plano elaborado pela diretoria da Refinaria, e que já foi aprovado igualmente pelo Conselho

a

"Amerioan

Tcloiihone

&

Tclo-

A colocação de 225 milhões de cru

zeiros de ações de uma companhia com tais e tantas possibilidades, e que tem, ainda, a garantia magnífica

Petróleo, não seria, certamente, um

subscrição, a 22 de julho, a casa dos mil representantes e distribuidores. Trabalho também necessário para

essa distribuição foi o que se chama,

graph", que possui mais de SOO mil acionistas, como a "(ícneral i\Iotors",

na linguagem da distribuição de tí

<iue possui niais de 100 mil acionistas,

vável, pelos americanos denominado "prospecting" dado que a primeira ■

como o "Bank of América", que pos sui 170 mil acionistas, o mercado americano exigiu, para o dosenvolviniento

problema para um banco de investi mentos e até mesmo para um simples grupo financeiro. Entretanto, a mis são que nos foi confiada pela dire toria não ó, apenas, de colocar 225

segurança se atentarmos para o fato

onde se encontram companhias como

norte-americano, a fim de atrair o

cio excelente, que é o negócio do pe-

deste empreendimento, quanto ao fu turo, penso que é possível prever com

do Norte, onde o povo participa da indústria ianque, cm grande escala,

social, ou sejam, 75 milhões de cru

te, em benefício da exploração do petróleo, o que nos permitirá, assim, I troleo. Sobre as possibilidades efetivas

79

zeiros.

da experiência, da orientação e da fiscalização do Con.solho Nacional do

criar a mentalidade pública do negó

Dicestíj Econômico

cia

indústria

e do comércio

público cada voz mais a participar de tais empreendimentos, que fô.sso cria do um processo capaz de levar ao pú blico aqueles títulos, aquelas ações,

pi^ocesso em tudo semelhante aos pro cessos pelos quais se levam ao públi co as mercadorias produzidas pela indústria. O processo do distribuição de títulos nos Estados Unidos se faz através dos atacadistas do títulos,

tulos, o lavantamento de cliente pro

condição de venda é saber a quem se vai vender. Èste levantamento, ela-'

borado com o máximo critério pela rède do distribuidores que estamos constituindo, nos permito acreditar

que iremos classificar perto de 40 mil interessados na aquisição destas ações. Contudo, o lançamento de uma

emissão de títulos importa, além do rigoroso preparo econômico e finan ceiro do empi-eendimento, o rigoroso preparo psicológico do cliente prová

tos ou "investment bankers"; dos

vel e do público em geral, através do qual se deverá passar com a emissão. É, outrossim, trabalho árduo, traba lho difícil, que está sendo realizado

milhões de cruzeiros de ações, po

varejistas de títulos ou "dealers";

com o maior entusiasmo, com o maior,

rém de colocá-las dentro da mais am pla distribuição possível com o públi

dos corretores de títulos ou "brokers" e dos agentes de títulos ou "agents".

empenho de se conquistar, através desta primeira iniciativa, a participa-ção do grande público no desenvolvi mento da economia petrolífera brasi leira. E a participação do grande público deve ser conseguida não ape

co brasileiro. Foram-nos fixadas, de modo claro e positivo, as seguintes condições: a subscrição mínima de 3 mil cruzeiros e a subscrição máxi ma de 150 mil cimzeiros para cada acionista. Colocar 225 milhões de cruzeiros em parcelas máximas de 150 mil nos obriga, realmente, a um trabalho de grande amplitude, já que ' A/i distribuição í"7í crf ví Viní nn r» não será ^^ í, cer aO "má/lía média de tamente, o valor de 150 mil cruzeiros

para cada acionista.

Nessas condições, trata-se de criar uma ampla estrutura de distribuição de abrir os canais por onde passar com uma emissão que deverá reunir 10, 15 ou 20 mil acionistas.

Nos Estados Unidos da América

que são os banqueiros de investimen

Por meio desses quatro elementos,

que compõem a hierarquia da máqui na distribuidora de títulos norte-ame

ricanos, é que se atinge o público —

processo do ramificação fenomenal, que permite colocar, freqüentemente,

nas para êste caso, não apenas para

num só dia, emissões que alcançam as mãos de 30, 40, e 50 mil acionistas.

que se fazem necessárias ao desen

Infelizmente não poderemos con

muitas outras indústrias de petróleo volvimento dêste País, mas também,

para outras iniciativas que objetivam

tar com esta organização já estra-

o engrandeeimento da economia pá-;

tificada, como existe

tria.

nos Estados

Unidos. Consequentemente, a par de um grande número de agentes, de corretores e de contatos que já pos suímos com organizações congêne

E' assim que o entusiasmo que es-, tamos dedicando ao preparo desta emissão não tem apenas por finali-, dada permitir a realização dêste no

res, tivemos de fazer uma enorme

tável empreendimento, mas de abrir,

ampliação da nossa rede, que deve rá atingir, na época do lançamento da

igualmente,

melhores

perspectivas

para muitas empresas que dependem


TT 78

mmm Dicesto

^ empresa foi o aproveitamento de parte deles em benefício da ex

ploração do petróleo brasileiro, conw'ibuindo, por outro lado, para que se possa criar e desenvolver no Bra

sil a mentalidade do petróleo e esti mular, ainda, o interesse das classes populares pelo petróleo, na esfera da

iniciativa privada. Como todos sabemos, o incentivo

da iniciativa particular é, efetivamen te, a realização do lucro. Foi, por conseqüente,- sábia a orientação do

Conselho Nacional do Petróleo ao permitir lucros substanciais para es ta empresa, transmitindo-lhe a obri gação de os aplicar, em gi'ande par

EconíSniico

Nacional de Petróleo, prevê o aumen

to do capital atual do 60 milhões do cruzeiros, já integralmente realizado, para 300 milhões. Êato aumento do 240 milhões de cruzeiros será coloca

do em mãos do público brasileiro, até o valor de 225 milhões, já que o

grupo fundador da Refinaria deseja elevar a sua participação no empre endimento até um quarto do capital

de que as maiores instituições econô micas e financeiras do mundo atual giram em torno de organizações com

base na economia do petróleo. A ex periência norte-americana, que esta mos testemunhando a cada momento,

c fértil na indicação das possibilida de dêste negócio. Devem merecer relêvo os prepara

tivos que temos levado a efeito, vi sando colocar uma grande quantidade

das ações desta empresa nas mãos do maior número possível de cidadãos

brasileiros, que são os únicos quali ficados a se tornarem acionistas da

Refinaria e Exploração de Petróleo União S. A. O plano elaborado pela diretoria da Refinaria, e que já foi aprovado igualmente pelo Conselho

a

"Amerioan

Tcloiihone

&

Tclo-

A colocação de 225 milhões de cru

zeiros de ações de uma companhia com tais e tantas possibilidades, e que tem, ainda, a garantia magnífica

Petróleo, não seria, certamente, um

subscrição, a 22 de julho, a casa dos mil representantes e distribuidores. Trabalho também necessário para

essa distribuição foi o que se chama,

graph", que possui mais de SOO mil acionistas, como a "(ícneral i\Iotors",

na linguagem da distribuição de tí

<iue possui niais de 100 mil acionistas,

vável, pelos americanos denominado "prospecting" dado que a primeira ■

como o "Bank of América", que pos sui 170 mil acionistas, o mercado americano exigiu, para o dosenvolviniento

problema para um banco de investi mentos e até mesmo para um simples grupo financeiro. Entretanto, a mis são que nos foi confiada pela dire toria não ó, apenas, de colocar 225

segurança se atentarmos para o fato

onde se encontram companhias como

norte-americano, a fim de atrair o

cio excelente, que é o negócio do pe-

deste empreendimento, quanto ao fu turo, penso que é possível prever com

do Norte, onde o povo participa da indústria ianque, cm grande escala,

social, ou sejam, 75 milhões de cru

te, em benefício da exploração do petróleo, o que nos permitirá, assim, I troleo. Sobre as possibilidades efetivas

79

zeiros.

da experiência, da orientação e da fiscalização do Con.solho Nacional do

criar a mentalidade pública do negó

Dicestíj Econômico

cia

indústria

e do comércio

público cada voz mais a participar de tais empreendimentos, que fô.sso cria do um processo capaz de levar ao pú blico aqueles títulos, aquelas ações,

pi^ocesso em tudo semelhante aos pro cessos pelos quais se levam ao públi co as mercadorias produzidas pela indústria. O processo do distribuição de títulos nos Estados Unidos se faz através dos atacadistas do títulos,

tulos, o lavantamento de cliente pro

condição de venda é saber a quem se vai vender. Èste levantamento, ela-'

borado com o máximo critério pela rède do distribuidores que estamos constituindo, nos permito acreditar

que iremos classificar perto de 40 mil interessados na aquisição destas ações. Contudo, o lançamento de uma

emissão de títulos importa, além do rigoroso preparo econômico e finan ceiro do empi-eendimento, o rigoroso preparo psicológico do cliente prová

tos ou "investment bankers"; dos

vel e do público em geral, através do qual se deverá passar com a emissão. É, outrossim, trabalho árduo, traba lho difícil, que está sendo realizado

milhões de cruzeiros de ações, po

varejistas de títulos ou "dealers";

com o maior entusiasmo, com o maior,

rém de colocá-las dentro da mais am pla distribuição possível com o públi

dos corretores de títulos ou "brokers" e dos agentes de títulos ou "agents".

empenho de se conquistar, através desta primeira iniciativa, a participa-ção do grande público no desenvolvi mento da economia petrolífera brasi leira. E a participação do grande público deve ser conseguida não ape

co brasileiro. Foram-nos fixadas, de modo claro e positivo, as seguintes condições: a subscrição mínima de 3 mil cruzeiros e a subscrição máxi ma de 150 mil cimzeiros para cada acionista. Colocar 225 milhões de cruzeiros em parcelas máximas de 150 mil nos obriga, realmente, a um trabalho de grande amplitude, já que ' A/i distribuição í"7í crf ví Viní nn r» não será ^^ í, cer aO "má/lía média de tamente, o valor de 150 mil cruzeiros

para cada acionista.

Nessas condições, trata-se de criar uma ampla estrutura de distribuição de abrir os canais por onde passar com uma emissão que deverá reunir 10, 15 ou 20 mil acionistas.

Nos Estados Unidos da América

que são os banqueiros de investimen

Por meio desses quatro elementos,

que compõem a hierarquia da máqui na distribuidora de títulos norte-ame

ricanos, é que se atinge o público —

processo do ramificação fenomenal, que permite colocar, freqüentemente,

nas para êste caso, não apenas para

num só dia, emissões que alcançam as mãos de 30, 40, e 50 mil acionistas.

que se fazem necessárias ao desen

Infelizmente não poderemos con

muitas outras indústrias de petróleo volvimento dêste País, mas também,

para outras iniciativas que objetivam

tar com esta organização já estra-

o engrandeeimento da economia pá-;

tificada, como existe

tria.

nos Estados

Unidos. Consequentemente, a par de um grande número de agentes, de corretores e de contatos que já pos suímos com organizações congêne

E' assim que o entusiasmo que es-, tamos dedicando ao preparo desta emissão não tem apenas por finali-, dada permitir a realização dêste no

res, tivemos de fazer uma enorme

tável empreendimento, mas de abrir,

ampliação da nossa rede, que deve rá atingir, na época do lançamento da

igualmente,

melhores

perspectivas

para muitas empresas que dependem


80

Dicesto

<ie grandes recursos financeiros paru poderem atingir os seus objetivos. Falando na Casa da Indústiia de

S. Paulo, desejamos ressaltar um as pecto econômico deste empreendimen to, aspecto econômico que se refere

Econónoco

encontra em quantidade suficiente para o abastecimento mundial, pelo

Dicesto EcoNÓ^^co

de Matariiio, a de Cubatão, a do Diitrito Federal e a de Capuava, estare

menos na escala do consumo atual.

mos em comlições de refinar de 80

O que nos faltou, realmente na guerra passada — e foi motivo de

a 909r das necessidades atuais do Brasil.

E assim nos poremos a sal

vo, no próximo conflito mundial, pois

sa o General Heitor Padi-oao, que ne momento representa, no Brasil, a '•Hydrocarbon Research Co.", com panhia norte-americana especializa da na construção, instalação e ad ministração do funcionamento inicial de refinarias, que, conhecedor como é

não somente aos benefícios dos seus

grandes transtornos para todo.s nós — foi uma frota de petroleiros na

- acionistas, aos benefícios do grupo

cionais e uma cadeia de refinarias de

o óleo bruto nas zonas do produção,

fundador e dos detentores das ações.

com a no.ssa própria frota, com a nos

mento, poderá fornecer aos interessa

Desejamos ressaltar um aspecto mais

petróleo nacional. E é isto que c Con selho Nacional do Petróleo, na sua

sa própria bandeira, a fim do ser re

dos aqui presentes, que o desejarem,

vasto, o do interesse público, o do

constante preocupação de .solucionar

dos padecimentos que tivemos, na úl

o problema do abastecimento do pe tróleo, está procurando resolver. O Conselho Nacional do Petróleo, gi-a-

finado cm nossas próprias refinarias. Outro aspecto econômico, de vasta

todos os esclarecimentos em torno do"

interesse geral da nossa coletividade.

tima guerra, devido à falta de com

ças à grande clarividôncia de .seus

significação para o País, é o da eco nomia de divisas que será possivol conseguir com a instalação desta re

Também se acham, neste momen to. entre nós, duas figuras de rele vo nesta grande jornada pelo desen volvimento do petróleo nacional. Dois

Os senhores todos estão lembrados

estaremos ajiarelhados para ir buscar

de todos os pormenores do empreendi

problema.

membros, logo no após-guerra, tratou

finaria.

informados

imediatamente dêste magno problema,

das verdadeiras razões por que nos

anual, com a importação de combus

independentemente do pro.-53oguimon-

Coronéis do Exército brasileiro que

Pmeiro, a falta de transporte, a fal ta de uma frota nacional capaz de

to da exploração dos poços do petró

tível líquido e dos derivados do pe tróleo, que orça, aproximadamente, a

leo. Por isso o Governo Fedoal au torizou a compra, já realizada, de

transportar o óleo bruto dos países

22 petroleiros, de cuja encomenda 8

2 milhões do cruzeiros. Quando pu dermos refinar o óleo bruto, i)or meio das nossas refinarias, atendendo as mesmas necessidades da nação, eco nomizaremos, anualmente, um bilhão de cruzeiros de divisas, o que será mais do que suficiente para pagar inúmeras outras mercadorias da nos sa importação. Para dar um exem

tem sido verdadeiros batalhadores da industria petrolífera nacional. O Co ronel Artur Levi, que dirige a cons

bustível líquido. presentes não

Talvez alguns dos estejam

faltou este combustível líquido. Pri-

' produtores para os portos nacionais,

já estão entregues, com unia capaci

e, em segundo lugar, a falta de refi

dade de transporte superior a 200 mil

narias que pudessem refinar o óleo

toneladas de óleo bruto. Por isso que

bruto e transformá-lo em derivados

o Conselho Nacional do Petróleo se

do petróleo.

prepara para refinar o óleo nacional, produzido nos 135 poços, já descober tos na Baía de Todos os Santo.s, atra

Muitos pensam que a

falta de combustível que sofremos du rante a última guerra resultou do fa

to de não possuirmos poços de pe

vés da refinaria de Mataripe

que,

tróleo, enquanto que isto só acon

hoje, produz 2.500 barris diários e

teceu em virtude de não possuirmos meios de transporte de óleo bruto e

cuja capacidade está sendo aumenta

da para a produção de 5.000 barris, quantidade que será suficiente ao'

de meios próprios de refinação. E' por isso que todos os países indus triais da Europa, mesmo aqueles que

Por isso que o Conselho deliberou

não possuem petróleo, como a Itália, a França e a Inglaterra, têm desenvol vido, enormemente, a sua indústria

ria de Cubatão, com a capacidade de 45.000 barris diários. Por isso, tam

consumo de 3 Estados brasileiros. criar também a sua grande refina

Tomos hoje uma despesa

município de Santo André; e o Co

ronel Milton de Lima Araújo, Dire tor da Frota de Petroleiros Nacio

plo do que será a economia de um bi

nais, que, por isso, mais do que qual quer outra pessoa, tem vivido o pro blema do transporte dos combustí veis, e está sem dúvida, juntamente

lhão de cruzeiros por ano basta dizer

com o seu ilustre colega, diretor das

que íst®

possibilitará a entrada

de quase 15.000 automóveis parti culares.

Não vamos entrar em inúmeros

outros pormenores. Deixamos de tra zer o uosso plano de ação, os estu dos Que levamos a efeito e que são férteis em números, em cálculos e em conclusões a respeito dêste grande

de refinação de petróleo e as suas

bém, que o Conselho Nacional do Pe

frotas de transporte de petróleo, com a finalidade de garantir o abasteci

tróleo deliberou abrir concorrência pública para a construção de refina

tiva nacional que é a construção da

mento pennanente das necessidades

rias de petróleo pela iniciativa parti

Exploração de Petróleo União S. A.

industriais, dado que o petróleo bruto, nas zonas de produção, sempre se

cular.

no altiplano paulista. Entretanto, está presente nesta ca

Com estas grandes refinarias, a

trução e a instalação do oleoduto que

em breve ligará o pôrto de Santos ao

úesta grande inicia de propriedade da Refinaria e

obras do oleoduto, preparado para responder às perguntas de ordem téc

nica ou de outra natureza, referentes a esses dois setores da economia do

petróleo ou da indústria do petróleo que os membros desta Casa lhe quei ram dirigir.

Concluindo a nossa exposição, que, como dissemos, não vai aos porme nores, uma vez que não nos pareceu

necessário trazê-los a esta Casa, de sejamos apenas encarecer a V. Exa., como líder que é da indústria de São Paulo, como líder das classes produto ras, e como continuador dêste brilhan-

t


80

Dicesto

<ie grandes recursos financeiros paru poderem atingir os seus objetivos. Falando na Casa da Indústiia de

S. Paulo, desejamos ressaltar um as pecto econômico deste empreendimen to, aspecto econômico que se refere

Econónoco

encontra em quantidade suficiente para o abastecimento mundial, pelo

Dicesto EcoNÓ^^co

de Matariiio, a de Cubatão, a do Diitrito Federal e a de Capuava, estare

menos na escala do consumo atual.

mos em comlições de refinar de 80

O que nos faltou, realmente na guerra passada — e foi motivo de

a 909r das necessidades atuais do Brasil.

E assim nos poremos a sal

vo, no próximo conflito mundial, pois

sa o General Heitor Padi-oao, que ne momento representa, no Brasil, a '•Hydrocarbon Research Co.", com panhia norte-americana especializa da na construção, instalação e ad ministração do funcionamento inicial de refinarias, que, conhecedor como é

não somente aos benefícios dos seus

grandes transtornos para todo.s nós — foi uma frota de petroleiros na

- acionistas, aos benefícios do grupo

cionais e uma cadeia de refinarias de

o óleo bruto nas zonas do produção,

fundador e dos detentores das ações.

com a no.ssa própria frota, com a nos

mento, poderá fornecer aos interessa

Desejamos ressaltar um aspecto mais

petróleo nacional. E é isto que c Con selho Nacional do Petróleo, na sua

sa própria bandeira, a fim do ser re

dos aqui presentes, que o desejarem,

vasto, o do interesse público, o do

constante preocupação de .solucionar

dos padecimentos que tivemos, na úl

o problema do abastecimento do pe tróleo, está procurando resolver. O Conselho Nacional do Petróleo, gi-a-

finado cm nossas próprias refinarias. Outro aspecto econômico, de vasta

todos os esclarecimentos em torno do"

interesse geral da nossa coletividade.

tima guerra, devido à falta de com

ças à grande clarividôncia de .seus

significação para o País, é o da eco nomia de divisas que será possivol conseguir com a instalação desta re

Também se acham, neste momen to. entre nós, duas figuras de rele vo nesta grande jornada pelo desen volvimento do petróleo nacional. Dois

Os senhores todos estão lembrados

estaremos ajiarelhados para ir buscar

de todos os pormenores do empreendi

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membros, logo no após-guerra, tratou

finaria.

informados

imediatamente dêste magno problema,

das verdadeiras razões por que nos

anual, com a importação de combus

independentemente do pro.-53oguimon-

Coronéis do Exército brasileiro que

Pmeiro, a falta de transporte, a fal ta de uma frota nacional capaz de

to da exploração dos poços do petró

tível líquido e dos derivados do pe tróleo, que orça, aproximadamente, a

leo. Por isso o Governo Fedoal au torizou a compra, já realizada, de

transportar o óleo bruto dos países

22 petroleiros, de cuja encomenda 8

2 milhões do cruzeiros. Quando pu dermos refinar o óleo bruto, i)or meio das nossas refinarias, atendendo as mesmas necessidades da nação, eco nomizaremos, anualmente, um bilhão de cruzeiros de divisas, o que será mais do que suficiente para pagar inúmeras outras mercadorias da nos sa importação. Para dar um exem

tem sido verdadeiros batalhadores da industria petrolífera nacional. O Co ronel Artur Levi, que dirige a cons

bustível líquido. presentes não

Talvez alguns dos estejam

faltou este combustível líquido. Pri-

' produtores para os portos nacionais,

já estão entregues, com unia capaci

e, em segundo lugar, a falta de refi

dade de transporte superior a 200 mil

narias que pudessem refinar o óleo

toneladas de óleo bruto. Por isso que

bruto e transformá-lo em derivados

o Conselho Nacional do Petróleo se

do petróleo.

prepara para refinar o óleo nacional, produzido nos 135 poços, já descober tos na Baía de Todos os Santo.s, atra

Muitos pensam que a

falta de combustível que sofremos du rante a última guerra resultou do fa

to de não possuirmos poços de pe

vés da refinaria de Mataripe

que,

tróleo, enquanto que isto só acon

hoje, produz 2.500 barris diários e

teceu em virtude de não possuirmos meios de transporte de óleo bruto e

cuja capacidade está sendo aumenta

da para a produção de 5.000 barris, quantidade que será suficiente ao'

de meios próprios de refinação. E' por isso que todos os países indus triais da Europa, mesmo aqueles que

Por isso que o Conselho deliberou

não possuem petróleo, como a Itália, a França e a Inglaterra, têm desenvol vido, enormemente, a sua indústria

ria de Cubatão, com a capacidade de 45.000 barris diários. Por isso, tam

consumo de 3 Estados brasileiros. criar também a sua grande refina

Tomos hoje uma despesa

município de Santo André; e o Co

ronel Milton de Lima Araújo, Dire tor da Frota de Petroleiros Nacio

plo do que será a economia de um bi

nais, que, por isso, mais do que qual quer outra pessoa, tem vivido o pro blema do transporte dos combustí veis, e está sem dúvida, juntamente

lhão de cruzeiros por ano basta dizer

com o seu ilustre colega, diretor das

que íst®

possibilitará a entrada

de quase 15.000 automóveis parti culares.

Não vamos entrar em inúmeros

outros pormenores. Deixamos de tra zer o uosso plano de ação, os estu dos Que levamos a efeito e que são férteis em números, em cálculos e em conclusões a respeito dêste grande

de refinação de petróleo e as suas

bém, que o Conselho Nacional do Pe

frotas de transporte de petróleo, com a finalidade de garantir o abasteci

tróleo deliberou abrir concorrência pública para a construção de refina

tiva nacional que é a construção da

mento pennanente das necessidades

rias de petróleo pela iniciativa parti

Exploração de Petróleo União S. A.

industriais, dado que o petróleo bruto, nas zonas de produção, sempre se

cular.

no altiplano paulista. Entretanto, está presente nesta ca

Com estas grandes refinarias, a

trução e a instalação do oleoduto que

em breve ligará o pôrto de Santos ao

úesta grande inicia de propriedade da Refinaria e

obras do oleoduto, preparado para responder às perguntas de ordem téc

nica ou de outra natureza, referentes a esses dois setores da economia do

petróleo ou da indústria do petróleo que os membros desta Casa lhe quei ram dirigir.

Concluindo a nossa exposição, que, como dissemos, não vai aos porme nores, uma vez que não nos pareceu

necessário trazê-los a esta Casa, de sejamos apenas encarecer a V. Exa., como líder que é da indústria de São Paulo, como líder das classes produto ras, e como continuador dêste brilhan-

t


mm 82

te trabalho que aqui iniciou com tanta

dedicação, Roberto Simonscn, segui do, depois, por Morvan Dias de Figuei redo, encarecemos a V. Exa., Sr. Pre

sidente, que estamos em face de uma iniciativa que tem para a indústria uma grande significação, pois repre senta a possibilidade do abastecimen to constante do combustível de que

.1!

Digesto Econômico

se os membros da grande indústria

de São Paulo, se os homens que têm a maior responsabilidade pela pro dução nacional, se êles não forem ao encontro do público, ofcrocendo-lhc a participação no.s grandes ompi*eendimentos nacionais, outros por êles o farão e fá-lo-ão cm condições desas trosas pai*a o próprio renome desta

ou iniciativa privada. Nós nos permitimos, nós nos enco rajamos de fazer, neste momento, o

grande indústria paulista, para o pró prio renome das classes produtoras, porque o farão sem maiores respon sabilidades, sem a capacidade ou o desejo de realizar. E quando arran carem do povo centenas de milliões de cruzeiros, como já conseguiram nos

seguinte vaticínio: que o passo que

anos de 1943, 44 e 45, quando aqueles

ora estão dando os diretores da Refi

malfeitores se dirigirem novamente

naria e Exploração de Petróleo União S. A. será, inevitavelmente, seguido por toda a indústria nacional, já que

ao povo, para solicitar a sua coope

não é possível construir-se a grande

qualquer base ou possibilidade de êxi

indústria moderna para enfrentar a concoiTência mundial sem nos apare

infelizmente, não está suficientemen-

vivem as manufaturas, ao mesmo

tempo que constitui fator de estabi lidade da ordem social, sem a qual

não pode haver indústria particular

ração para empreendimentos econô micos ou Iniciativas destituídas

de

mm

* Wl'

Digesto Econômico 83

público brasileiro, que hoje faz as suas economias e não sabe como apli

tando-lhe o voto e o orientando como

cá-las, soja em benefício da própria

lização da verdadeira democracia eco

grandeza do Pais, fazemos este vati

devo votar. No entanto, para a rea nômica ainda não aprendemos a pro

cínio e desejamos, igualmente, apelar

curar o povo.

pai*a que esta iniciativa corajosamen te lançada pelos irmãos Soares Sam

dirigimos ao povo sugerindo-lhe co

paio e pelo grupo fundador da Refi naria e Exploração de Petróleo União

mo votar bem, como participar da nossa vida política, por que a êlc não

S. A. seja também seguida por inúme ros homens da produção, iior inúme

havemos de sugerir como participar da nossa vida econômica, cm benefí

ros chefes, de indústria que se encon

cio do si mesmo, da sua família, e do

tram, nesta oportunidade, preocupa

progresso do nosso País ?

dos com o desenvolvimento da sua or

ganização c que só vislumbram como fontes do financiamento as Caixas Econômicas, o Banco do Estado de São Paulo e o Banco do Brasil.

para realizarmos a democracia po lítica nós nos dirigimos ao povo atra vés de campanhas eleitorais, solici-

E por que não o fazemos? Se nos

Era isto o que desejávamos dizer, sem maiores méritos, mas com a fir me convicção de que se não convo camos o povo para participar conos

co da produção nacional, através da

mais ampla distribuição dos títulos de propidedade das empresas, este povo, um dia, nos abandonará.

to, o público brasileiro, que ainda,

lharmos com equipamentos de larga ^ te preparado para .separar o joio do trigo, este nos.so*querido público, ain envergadura, sem nos prepararmos, da uma vez mais lesado, dirá como mediante a produção em massa, para

preços mais baratos, preços que per mitam maior volume de aquisição pelo

povo. E a única possibilidade que exis te para o desenvolvimento da grande indústria é trazer o povo a participar da sua vida, povo que, hoje, se pode contar pelas centenas de milhares,

espan'amados pelos bairros de nossa Capital, pelas nossas cidades do Inte rior, pelas nossas lavouras do sertão, à espera de que os homens de negó cio, de que os homens de produção, de que aqueles que tenham passado, de que aqueles que tenham nome, de que aqueles que tenham uma reputa

sempre faz o pequeno cidadão: —

"quando o negócio é bom êles fazem sozinhos: quando o negócio não jjresta é que nos procuram para sócios". E quando estes pequenos cidadãos, estes "litle fello\vs", como dizem os

americanos e que chamamos, um pou• co pejorativamente, de "homem da

rua", aludem ao mau negócio que fi zeram, quando se referem a êsses malfeitoi-es, entendem, na sua ino

cência, que nós, das classes produto ras, estamos também nesse grupo.

De maneira que, seja em benefí cio da grande indústria nacional, seja

ção para defender perante a socieda

em benefício do maior incremento da

de os convidem a participar das ini ciativas da batalha da produção. E

benefício de melhor orientação para o

própria iniciativa privada, seja em


mm 82

te trabalho que aqui iniciou com tanta

dedicação, Roberto Simonscn, segui do, depois, por Morvan Dias de Figuei redo, encarecemos a V. Exa., Sr. Pre

sidente, que estamos em face de uma iniciativa que tem para a indústria uma grande significação, pois repre senta a possibilidade do abastecimen to constante do combustível de que

.1!

Digesto Econômico

se os membros da grande indústria

de São Paulo, se os homens que têm a maior responsabilidade pela pro dução nacional, se êles não forem ao encontro do público, ofcrocendo-lhc a participação no.s grandes ompi*eendimentos nacionais, outros por êles o farão e fá-lo-ão cm condições desas trosas pai*a o próprio renome desta

ou iniciativa privada. Nós nos permitimos, nós nos enco rajamos de fazer, neste momento, o

grande indústria paulista, para o pró prio renome das classes produtoras, porque o farão sem maiores respon sabilidades, sem a capacidade ou o desejo de realizar. E quando arran carem do povo centenas de milliões de cruzeiros, como já conseguiram nos

seguinte vaticínio: que o passo que

anos de 1943, 44 e 45, quando aqueles

ora estão dando os diretores da Refi

malfeitores se dirigirem novamente

naria e Exploração de Petróleo União S. A. será, inevitavelmente, seguido por toda a indústria nacional, já que

ao povo, para solicitar a sua coope

não é possível construir-se a grande

qualquer base ou possibilidade de êxi

indústria moderna para enfrentar a concoiTência mundial sem nos apare

infelizmente, não está suficientemen-

vivem as manufaturas, ao mesmo

tempo que constitui fator de estabi lidade da ordem social, sem a qual

não pode haver indústria particular

ração para empreendimentos econô micos ou Iniciativas destituídas

de

mm

* Wl'

Digesto Econômico 83

público brasileiro, que hoje faz as suas economias e não sabe como apli

tando-lhe o voto e o orientando como

cá-las, soja em benefício da própria

lização da verdadeira democracia eco

grandeza do Pais, fazemos este vati

devo votar. No entanto, para a rea nômica ainda não aprendemos a pro

cínio e desejamos, igualmente, apelar

curar o povo.

pai*a que esta iniciativa corajosamen te lançada pelos irmãos Soares Sam

dirigimos ao povo sugerindo-lhe co

paio e pelo grupo fundador da Refi naria e Exploração de Petróleo União

mo votar bem, como participar da nossa vida política, por que a êlc não

S. A. seja também seguida por inúme ros homens da produção, iior inúme

havemos de sugerir como participar da nossa vida econômica, cm benefí

ros chefes, de indústria que se encon

cio do si mesmo, da sua família, e do

tram, nesta oportunidade, preocupa

progresso do nosso País ?

dos com o desenvolvimento da sua or

ganização c que só vislumbram como fontes do financiamento as Caixas Econômicas, o Banco do Estado de São Paulo e o Banco do Brasil.

para realizarmos a democracia po lítica nós nos dirigimos ao povo atra vés de campanhas eleitorais, solici-

E por que não o fazemos? Se nos

Era isto o que desejávamos dizer, sem maiores méritos, mas com a fir me convicção de que se não convo camos o povo para participar conos

co da produção nacional, através da

mais ampla distribuição dos títulos de propidedade das empresas, este povo, um dia, nos abandonará.

to, o público brasileiro, que ainda,

lharmos com equipamentos de larga ^ te preparado para .separar o joio do trigo, este nos.so*querido público, ain envergadura, sem nos prepararmos, da uma vez mais lesado, dirá como mediante a produção em massa, para

preços mais baratos, preços que per mitam maior volume de aquisição pelo

povo. E a única possibilidade que exis te para o desenvolvimento da grande indústria é trazer o povo a participar da sua vida, povo que, hoje, se pode contar pelas centenas de milhares,

espan'amados pelos bairros de nossa Capital, pelas nossas cidades do Inte rior, pelas nossas lavouras do sertão, à espera de que os homens de negó cio, de que os homens de produção, de que aqueles que tenham passado, de que aqueles que tenham nome, de que aqueles que tenham uma reputa

sempre faz o pequeno cidadão: —

"quando o negócio é bom êles fazem sozinhos: quando o negócio não jjresta é que nos procuram para sócios". E quando estes pequenos cidadãos, estes "litle fello\vs", como dizem os

americanos e que chamamos, um pou• co pejorativamente, de "homem da

rua", aludem ao mau negócio que fi zeram, quando se referem a êsses malfeitoi-es, entendem, na sua ino

cência, que nós, das classes produto ras, estamos também nesse grupo.

De maneira que, seja em benefí cio da grande indústria nacional, seja

ção para defender perante a socieda

em benefício do maior incremento da

de os convidem a participar das ini ciativas da batalha da produção. E

benefício de melhor orientação para o

própria iniciativa privada, seja em


Dioe-sto Econômico

dia os casos .sujeitos ao seu despacho;

nias. iriam aureolar-lhe o nome e re-

RUBIKO JÚNIOR

pela lhanc/.a c pela fidalguia dc seu

conhccer-lbo a capacidade, os méritos e

trato; pfla prudência e pi'l;i habilidade

o p;itriotismo.

Altino Ahantes

inexceilt\'eis ctim cpir s()luciona\a os

Daha falar nesta romaria de homena

gem e de saudade, junto ao tumulo de um grande vulto da nossa gente, na data centenária de seu nascimento, — eu

Comcmorou-sey com expressivas solcuidades, o centenário dõ nascimento de Rubião Júnior, o político sa(iaz c fi

mais iiilriiuados casos parlid;írios; jxda h-aldadc vigilant** c inqucbranlávcl com que se dt'\(Jta\a aos .seus chcfc.s, aos seus amigos c :iüs seus correligionários.

Por tudo isso, por todo.s estes dotes longani-

nancista emérito, que exerceu tão ^mu

de influência nos destinos da vida do

dc

que seja; mas sinto-me investido de um

Btasil.

midadc,

virtual mandato de consciência.

em nitmcros sucessivos vem mserindo cm

não recebi credenciais de quem quer Cons

ciência de brasileiro, coração de paulis ta que vêm curvar-se respeitosamente

diante do jazigo que abriga as cinzas de João Alvares Rubiao Júnior. Pronun ciar este nome é evocar uma das mais

altas e mais expressivas figuras da vida cívica de nossa terra.

É recordar uma

longa existência de honradez, de traba

O "Digcslo Econômico", que

suas páginas traços biográficos de bra sileiros que SC devotaram à Pátria, pu blica sôbre o ilustre Homem de Estado

a pequena e magistral oração do seu insigne colaborador, Altino Arantes, que, em período brilhante da nossa história, exerceu com dignidade cívica as funções de presidente do Estado de São Paulo.

lho e de energia — postos sempre e in

J;\ dizia o velho Homero que os ho- " meus são como as fòllurs da án-ore.

As folhas se cstiolam c caem, mas a

ár\-oro fica sempre \erde e seivosa. .•\s folhas caem c o vento as dispersa o aniquila; mas a árvore subsiste e sobre

vive, floresce • 6 fnitifica. E

de

talento e de cairátcr — Ru

à sombra pro

bião

ramagem

tetora de sua

Júnior

no emurchece, mas que a

estrada larga e fácil que já o

-•

que o outo

V i a abrir-se diante d o .s .seus passos a

primavera ca da ano reno

conduzia,

va — vi\'em e

por assenti-

lutam e ven cem as gera

condicionalmente ao serviço da causa

mcnlo geral,

pública. Porque Rubião Júnior foi so bretudo um cidadão insigne: um dêsses homens singulares, cada vez mais raros

à presidência

ções e as ida

patriótica que ele resolvera prestar às

do Estado —

des.

novas instituições.

quando a

seria da árvo-

no ambiente conturbado de nossos dias,

que a Providência parece ter predesti nado à prática do bem público e ao pro veito de seus concidadãos.

Exemplar na sua conduta de chefe de família; honesto, operoso e irrepreensível nas suas atividades particulares e na sua profissão de advogado e de banqueiro;

Rubião Júnior notabilizou-se, acima de tudo, pela correção, pelo zelo e — direi mesmo — pelo esplendor com que soube exercer e dignificar as múltiplas funções públicas de que o investiram a confiança dos governantes ou os sufrágios dos cor religionários.

Na Monarquia, representou as Provín cias do Rio de Janeiro e de São Paulo

nas respectivas assembléias; e, sobrevindo a República, acompanhou o Partido Conservador - em cujas fileiras militava — na colaboração desinteressada e

Resultou dessa ati

tude a sua nomeação para a Câmara Municipal desta cidade c, logo depois, a sua eleição para o Congresso Na

E que

morte inespe

re, sem essas

rada o impie

fôUias

dosa

cas

veio

cadu-

mas sau

cional Constituinte, que outorgou ao

truncar a tra

dáveis, pelas

Brasil a earta de 24 dc fevereiro de

jetória triun

quais ela res

1891 — monumento grandioso c imperecível de sabedoria jurídica e de supe rior compreensão dos nossos problemas

fal

de

pira e mani

sua

festa

carreira...

a

sua

Morreu

beleza, a sua \

políticos e administrativos. Foi mais tarde secretário da Fazenda no brilhante quatriênio de Bomardino de

quando os

força e a"^ J

clarins vi brantes da

sua

Campos; deputado estadual e presidente da respectiva Câmara; senador e presi

anunciavam

dente do Senado de São Paulo.

jCgítima consagração popular.

sa

cia? Na pe- )

madrugada já o

majesto-

exubcrân- í

sol irradiante da mais

renidade, na benemerência e na glória íj

sempre por incansável e relevante atua

inteligência e da ação; na serenidade

ção e invariavelmente caraterizada pela oportunidade e pela lucidez com que intervinha nos debates parlamentares; pele escrúpulo e pelo acêrto com que deci-

da alma cristã que jamais mentiu à sua

do tronco e das raízes, que resistem e . perduram, é que se há dc cultuar digna- , mente a memória e recordar com grati-. j dão, para exemplo e estímulo dos pósteros, as lições e os feitos ilustres daque- ^

Fé ou renegou o seu Deus; na ante\4-

les que, como João Alvares Rubião Jú- "'

Pois

bem: em todos os postos, que sucessiva mente ocupou, o seu papel destacou-se

.

Como vivera sem .sombras, finou-se

.sem agonia — na plenitude da vida, da

são confortadora da apoteose com que

nior, se acreditaram luminares e padrões

os paulistas, na lustrai aclamação das

da nacionalidade.

3


Dioe-sto Econômico

dia os casos .sujeitos ao seu despacho;

nias. iriam aureolar-lhe o nome e re-

RUBIKO JÚNIOR

pela lhanc/.a c pela fidalguia dc seu

conhccer-lbo a capacidade, os méritos e

trato; pfla prudência e pi'l;i habilidade

o p;itriotismo.

Altino Ahantes

inexceilt\'eis ctim cpir s()luciona\a os

Daha falar nesta romaria de homena

gem e de saudade, junto ao tumulo de um grande vulto da nossa gente, na data centenária de seu nascimento, — eu

Comcmorou-sey com expressivas solcuidades, o centenário dõ nascimento de Rubião Júnior, o político sa(iaz c fi

mais iiilriiuados casos parlid;írios; jxda h-aldadc vigilant** c inqucbranlávcl com que se dt'\(Jta\a aos .seus chcfc.s, aos seus amigos c :iüs seus correligionários.

Por tudo isso, por todo.s estes dotes longani-

nancista emérito, que exerceu tão ^mu

de influência nos destinos da vida do

dc

que seja; mas sinto-me investido de um

Btasil.

midadc,

virtual mandato de consciência.

em nitmcros sucessivos vem mserindo cm

não recebi credenciais de quem quer Cons

ciência de brasileiro, coração de paulis ta que vêm curvar-se respeitosamente

diante do jazigo que abriga as cinzas de João Alvares Rubiao Júnior. Pronun ciar este nome é evocar uma das mais

altas e mais expressivas figuras da vida cívica de nossa terra.

É recordar uma

longa existência de honradez, de traba

O "Digcslo Econômico", que

suas páginas traços biográficos de bra sileiros que SC devotaram à Pátria, pu blica sôbre o ilustre Homem de Estado

a pequena e magistral oração do seu insigne colaborador, Altino Arantes, que, em período brilhante da nossa história, exerceu com dignidade cívica as funções de presidente do Estado de São Paulo.

lho e de energia — postos sempre e in

J;\ dizia o velho Homero que os ho- " meus são como as fòllurs da án-ore.

As folhas se cstiolam c caem, mas a

ár\-oro fica sempre \erde e seivosa. .•\s folhas caem c o vento as dispersa o aniquila; mas a árvore subsiste e sobre

vive, floresce • 6 fnitifica. E

de

talento e de cairátcr — Ru

à sombra pro

bião

ramagem

tetora de sua

Júnior

no emurchece, mas que a

estrada larga e fácil que já o

-•

que o outo

V i a abrir-se diante d o .s .seus passos a

primavera ca da ano reno

conduzia,

va — vi\'em e

por assenti-

lutam e ven cem as gera

condicionalmente ao serviço da causa

mcnlo geral,

pública. Porque Rubião Júnior foi so bretudo um cidadão insigne: um dêsses homens singulares, cada vez mais raros

à presidência

ções e as ida

patriótica que ele resolvera prestar às

do Estado —

des.

novas instituições.

quando a

seria da árvo-

no ambiente conturbado de nossos dias,

que a Providência parece ter predesti nado à prática do bem público e ao pro veito de seus concidadãos.

Exemplar na sua conduta de chefe de família; honesto, operoso e irrepreensível nas suas atividades particulares e na sua profissão de advogado e de banqueiro;

Rubião Júnior notabilizou-se, acima de tudo, pela correção, pelo zelo e — direi mesmo — pelo esplendor com que soube exercer e dignificar as múltiplas funções públicas de que o investiram a confiança dos governantes ou os sufrágios dos cor religionários.

Na Monarquia, representou as Provín cias do Rio de Janeiro e de São Paulo

nas respectivas assembléias; e, sobrevindo a República, acompanhou o Partido Conservador - em cujas fileiras militava — na colaboração desinteressada e

Resultou dessa ati

tude a sua nomeação para a Câmara Municipal desta cidade c, logo depois, a sua eleição para o Congresso Na

E que

morte inespe

re, sem essas

rada o impie

fôUias

dosa

cas

veio

cadu-

mas sau

cional Constituinte, que outorgou ao

truncar a tra

dáveis, pelas

Brasil a earta de 24 dc fevereiro de

jetória triun

quais ela res

1891 — monumento grandioso c imperecível de sabedoria jurídica e de supe rior compreensão dos nossos problemas

fal

de

pira e mani

sua

festa

carreira...

a

sua

Morreu

beleza, a sua \

políticos e administrativos. Foi mais tarde secretário da Fazenda no brilhante quatriênio de Bomardino de

quando os

força e a"^ J

clarins vi brantes da

sua

Campos; deputado estadual e presidente da respectiva Câmara; senador e presi

anunciavam

dente do Senado de São Paulo.

jCgítima consagração popular.

sa

cia? Na pe- )

madrugada já o

majesto-

exubcrân- í

sol irradiante da mais

renidade, na benemerência e na glória íj

sempre por incansável e relevante atua

inteligência e da ação; na serenidade

ção e invariavelmente caraterizada pela oportunidade e pela lucidez com que intervinha nos debates parlamentares; pele escrúpulo e pelo acêrto com que deci-

da alma cristã que jamais mentiu à sua

do tronco e das raízes, que resistem e . perduram, é que se há dc cultuar digna- , mente a memória e recordar com grati-. j dão, para exemplo e estímulo dos pósteros, as lições e os feitos ilustres daque- ^

Fé ou renegou o seu Deus; na ante\4-

les que, como João Alvares Rubião Jú- "'

Pois

bem: em todos os postos, que sucessiva mente ocupou, o seu papel destacou-se

.

Como vivera sem .sombras, finou-se

.sem agonia — na plenitude da vida, da

são confortadora da apoteose com que

nior, se acreditaram luminares e padrões

os paulistas, na lustrai aclamação das

da nacionalidade.

3


lA.V" UV

wm

1 FERNANDO

LôBO

Afonso Pena Junio»

Dif.ESTo Econômico

ardente idealismo não lhe tirava o

eram como os pontos de uma linha

contacto com as ícalidades humanas; que não era um habitante das nuvens, alheio às contingências torronas; c

reta, foi, sobretudo, i>olo exemplo que êle exerceu ôste influxo educati vo, principal dever do homem públi co. Procedia no cenário político com a p!*ofunda noção de ter encargo de almas o tinha o horror, que a pala

que compreendia muito bem as im

perfeições inerentes a todo maqui-

Ç*sTOU certo de traduzir, fielmente, os sentimentos e as convicções da

Academia, ao proferir palavras bre ves, mas profundamente sinceras, que deixem assinalado em nossos anais o centenário, a 11 de junho, de um dos estadistas republicanos de

maior pui*eza, abnegação e benemerência: Fernando Lôbo Leite Pereira.

Fiel ao seu programa de recercucinr o

nismo político, no qual o rendimento útil está sempre tão aquém do dese

memória do íncHlos brasileiros, n "Digcs-

jado, tal a soma de energia que se

to Econômico" imere esta oração, de ca

perde nos muitos o inevitáveis atri

ráter cívico, (juc Afotiso Pena Júnior pro

tos.

feriu no Silogeu. Fernando Lôbo foi republicano histórico, Senador, Presiden

vir não era a quadra bonançosa, pro

te do Banco do Brasil, Ministro de Esta do. Cidadão de notórias virtudes, cm sua

Traduzo os sentimentos da Acade

vida pública os moços de hoje poderão

mia, porque faz parte do nosso grê

atirir inúmeras lições de desprendimento

mio o ilustre, gentil e querido Hélio Lôbo, no qual se refletem as pere grinas virtudes do Pai, cuja memória

e patriotismo.

idade da razão, um apaixonado do

r conduta ilibada e com a profunda

credo republicano, em cuja predica

bom e leal companheiro, ao

ardorosa despendeu, ao lado do.s três irmãos, as energias da sua juventude. Mas no dia em que estas frutificaram, Fernando Lôbo ao con

seu legítimo orgulho, sobre-

trário de tantos companheiros

doira apenas a nossa homena

de evangelização, que logo se

gem, na qual predominam as

desiludiram e encostaram as

Mas a afeição, com que nos asso-

'ciamos às gratas reminiscências do

convicções, vindas da inteli• gência, sobre os impulsos do

armas, por cuidarem, utopi

esforços, compreendeu muito bem que

, ra tão forte, do nosso benquerer.

era chegada a hora mais difícil o

patrício de vida tão retilínea e pura, de tal abnegação no serviço da pátria,

que o culto à sua memória é dever de todos os brasileiros,independentemen-

sempenhando-se da sua pesada tare fa ministerial com intenção educati va, de modo a educar o i)ovo brasi leiro nos i)roceito.s do novo regime e a fazer compreendida e amada a Hopública com que sonhara a sua mocidadc c pela qual pelejara.

Homem de uma inteireza absoluta, no qual pensamento, palavra e ação

que se despenhara da montanha e de cuja inteligente captação iria depen der o seu destino de ruína ou constru

Nascido em Campanha da Princesa,

Peixoto, o Consolidado!* da República,

mineira, destinada a fornecer ao Bra-

como seu leal e esforçado Ministro do Interior e da Justiça, mostrou o ilustre repúblico que o seu puro e

• sil tantos e tantos de seus maiores e melhores servidores, foi êle, desde a

preendeu o executou na perfeição, de-

árdua, a de disciplinar a revolução vitoriosa, cavando o leito à torrente,

• a poética e bem fadada cidade sul-

[

todo o omiienho c esfòi'ço deve con vergir para a boa implantação da

nitivas, desobrigando de mais

ção, a sua ação benfazeja ou maléfica. Colocando-se ao lado de Floriano

• te de quaisquer afetos ou simpatias.

tempetuosa e confusa, que se segue a toda mudança do regime, e na qual

camente, que há vitórias defi

. coração, e fala mais alto a justiça histórica, do que a voz, emboFernando Lôbo foi, com efeito, um

pícia a realizações materiais, mas a

Foi o que Fernando Lôbo com

k dadeira, e vem perpetuando com a devoção ao Brasil.

A época em (pie foi chamado a ser

política nova.

já perpetuou com pena piedosa e ver-

87

i l íifti miiiiiiÉiiBíii'rriiiíiijii

vra de Cristo nos recomenda, de "es- { candalizar a um destes pequeninos".

Mereceu, por isto, a confiança e o"" louvor dos grandes e dos humildes,

convencidos todos de que o seu patriotismo não era uma excitação pas sageira, para exibições de parada, mas um sentimento profundamente enraizado do que êle devia à sua terra

o a sua gente; e um sacrifício quoti

diano de quaisquer rivalidades pes soais e dissenções estéreis pela gran deza do Brasil.

E é por esta edificação moral, de que se vão beneficiando todas as ge rações, por esta edificação moral, tão

mais preciosa do que as realizações materiais em que colaborou, que eu vim trazer a homenagem da Acade mia à vida exemplar de Fernando Lôbo, servidor imaculado de nossa Pátria.


lA.V" UV

wm

1 FERNANDO

LôBO

Afonso Pena Junio»

Dif.ESTo Econômico

ardente idealismo não lhe tirava o

eram como os pontos de uma linha

contacto com as ícalidades humanas; que não era um habitante das nuvens, alheio às contingências torronas; c

reta, foi, sobretudo, i>olo exemplo que êle exerceu ôste influxo educati vo, principal dever do homem públi co. Procedia no cenário político com a p!*ofunda noção de ter encargo de almas o tinha o horror, que a pala

que compreendia muito bem as im

perfeições inerentes a todo maqui-

Ç*sTOU certo de traduzir, fielmente, os sentimentos e as convicções da

Academia, ao proferir palavras bre ves, mas profundamente sinceras, que deixem assinalado em nossos anais o centenário, a 11 de junho, de um dos estadistas republicanos de

maior pui*eza, abnegação e benemerência: Fernando Lôbo Leite Pereira.

Fiel ao seu programa de recercucinr o

nismo político, no qual o rendimento útil está sempre tão aquém do dese

memória do íncHlos brasileiros, n "Digcs-

jado, tal a soma de energia que se

to Econômico" imere esta oração, de ca

perde nos muitos o inevitáveis atri

ráter cívico, (juc Afotiso Pena Júnior pro

tos.

feriu no Silogeu. Fernando Lôbo foi republicano histórico, Senador, Presiden

vir não era a quadra bonançosa, pro

te do Banco do Brasil, Ministro de Esta do. Cidadão de notórias virtudes, cm sua

Traduzo os sentimentos da Acade

vida pública os moços de hoje poderão

mia, porque faz parte do nosso grê

atirir inúmeras lições de desprendimento

mio o ilustre, gentil e querido Hélio Lôbo, no qual se refletem as pere grinas virtudes do Pai, cuja memória

e patriotismo.

idade da razão, um apaixonado do

r conduta ilibada e com a profunda

credo republicano, em cuja predica

bom e leal companheiro, ao

ardorosa despendeu, ao lado do.s três irmãos, as energias da sua juventude. Mas no dia em que estas frutificaram, Fernando Lôbo ao con

seu legítimo orgulho, sobre-

trário de tantos companheiros

doira apenas a nossa homena

de evangelização, que logo se

gem, na qual predominam as

desiludiram e encostaram as

Mas a afeição, com que nos asso-

'ciamos às gratas reminiscências do

convicções, vindas da inteli• gência, sobre os impulsos do

armas, por cuidarem, utopi

esforços, compreendeu muito bem que

, ra tão forte, do nosso benquerer.

era chegada a hora mais difícil o

patrício de vida tão retilínea e pura, de tal abnegação no serviço da pátria,

que o culto à sua memória é dever de todos os brasileiros,independentemen-

sempenhando-se da sua pesada tare fa ministerial com intenção educati va, de modo a educar o i)ovo brasi leiro nos i)roceito.s do novo regime e a fazer compreendida e amada a Hopública com que sonhara a sua mocidadc c pela qual pelejara.

Homem de uma inteireza absoluta, no qual pensamento, palavra e ação

que se despenhara da montanha e de cuja inteligente captação iria depen der o seu destino de ruína ou constru

Nascido em Campanha da Princesa,

Peixoto, o Consolidado!* da República,

mineira, destinada a fornecer ao Bra-

como seu leal e esforçado Ministro do Interior e da Justiça, mostrou o ilustre repúblico que o seu puro e

• sil tantos e tantos de seus maiores e melhores servidores, foi êle, desde a

preendeu o executou na perfeição, de-

árdua, a de disciplinar a revolução vitoriosa, cavando o leito à torrente,

• a poética e bem fadada cidade sul-

[

todo o omiienho c esfòi'ço deve con vergir para a boa implantação da

nitivas, desobrigando de mais

ção, a sua ação benfazeja ou maléfica. Colocando-se ao lado de Floriano

• te de quaisquer afetos ou simpatias.

tempetuosa e confusa, que se segue a toda mudança do regime, e na qual

camente, que há vitórias defi

. coração, e fala mais alto a justiça histórica, do que a voz, emboFernando Lôbo foi, com efeito, um

pícia a realizações materiais, mas a

Foi o que Fernando Lôbo com

k dadeira, e vem perpetuando com a devoção ao Brasil.

A época em (pie foi chamado a ser

política nova.

já perpetuou com pena piedosa e ver-

87

i l íifti miiiiiiÉiiBíii'rriiiíiijii

vra de Cristo nos recomenda, de "es- { candalizar a um destes pequeninos".

Mereceu, por isto, a confiança e o"" louvor dos grandes e dos humildes,

convencidos todos de que o seu patriotismo não era uma excitação pas sageira, para exibições de parada, mas um sentimento profundamente enraizado do que êle devia à sua terra

o a sua gente; e um sacrifício quoti

diano de quaisquer rivalidades pes soais e dissenções estéreis pela gran deza do Brasil.

E é por esta edificação moral, de que se vão beneficiando todas as ge rações, por esta edificação moral, tão

mais preciosa do que as realizações materiais em que colaborou, que eu vim trazer a homenagem da Acade mia à vida exemplar de Fernando Lôbo, servidor imaculado de nossa Pátria.


'W

o problema das secas do Nordeste

1

Dick-sto

Econômico

por uma rêdc de transportes bem

sêco dos nossos rios sertanejos até

orientada o conservada, porque a pro dução que não circula não é riqueza

encontrar a areia úmida, que adu-*

é fartura.

um só quilômetro dc in-jgução, com a

o batata doce. Um povo desses não deixaria incultas as terras irrigadas,

O "Digesto Econômico" tem a honra de

circunstrincia dc que a juzanto do açudo Cruzcta, do 31 milhões de me

elevadas.

inserir em suas colunas a excelente ex

tros cúbicos dágua, e construido há mais; de .30 anos, c.stá localizada a

ção de um problema, que não inte ressa só ao meu pequenino Rio Gran de do Norte, nem ao Nordeste, mas

posição do secular problema do Nordes te, à Comissão do Polígono das Sâcas e

ao Brasil.

dente do Rio Grande do Norte, estu

Estação Experimental de algodão de fibra longa, a ccrca de um quilôme tro distante da comporta do açudo. A Estação Experimental é um esta

Juvenal Lamaktine

A NTES de tudo quero agradecer aos dignos membros desta Comissão

a honra do convite para dar a minha desautorizada opinião sobre a solu

O problema das secas do Nordeste

ó bastante complexo, como são todos

cujos originais foram gentilmente cedi dos à Revista pelo autor, antigo Presi

dioso dos problemas financeiros e eco nômicos da região nordestina.

. ^ os problemas econômicos e sociais; mas sua solução é conhecida e ofere

ce mais facilidades e garantias de êxito no Brasil, do que em outra

qualquer região do mundo em que êle se apresenta, porque o problema em nosso País é mais de irregularidade de chuvas do que mesmo de escassez ou falta de precipitação pluviométrica, tanto assim que se tomarmos as

chuvas caídas num longo período de 15 ou 20 anos e dividirmos sua soma

pelo número de anos, iremos encon trar uma média de 400 a 500 milíme

tros, suficientes para criar as pasta gens e lavouras, que cultivamos, mes mo que tenha ocorrido uma ou duas secas, nesse período. No Arizona, entretanto, a queda de chuvas não

passa de 10 polegadas anuais, sobre um solo pedregoso e paupérrimo, en

quanto que no Nordeste brasileiro, temos vastas manchas de terras óti

mas, cultivadas, há mais de um sé culo, com lavouras exigentes, como o milho e o algodão, produzindo abun dantemente, sem jamais terem rece bido uma grama de adubos.

em gi-andes açudes, as águas de seus rios e distribuindo-as por uma vasta rêde de canais de irrigação.

E' o exemplo que temos que seguir, fechando todos os boqueirões do Nor deste, grandes e pequenos, facilitan do e incentivando os particulares a

construir açudes médios e pequenos, porque ali toda coleção dágua é útil. Infelizmente o problema das secas

No meu Estado não ha

belecimento federal, que se ressente

bam para plantar vazantes de feijão

mesmo que tivesse de pagar taxas ^ O transporte, que é depois do fator homem, o mais importante para a economia de uma região, é muito de ficiente no Nordeste. No meu Esta do as rodovias são mal orientadas,-

deficientes e ainda não alcançaram os seus limites, com os dos Estados

da falta dágua, nos anos de grande

vizinhos.

estiagem para manter em boa ordem os seus campos de experimentação. Li, há pouco tempo, um artigo do Pr. Pimentel Gomes, em que diz que

Rio Grande do Norte, ou seja quase

o diretor do D.N.O.C.S. lhe informara

que os sertanejos

^

nordestinos não cul tivavam

as

suas

Em toda a zona Oeste do

a metade do Estado, não há uni só

trecho de estrada dc rodagem.

O

transporte é feito por estradas carroçáveis, sem obras que possibilitem o tráfego na época das chuvas. Por sua

vez os portos marí

beneficiadas

timos estão em tal

pelos canais de irri gação dos grandes açudes construídos pelo seu departa

estado de abandono

terras

do Nordeste só tem sido apreciado, até agora, pelo seu lado técnico, do exame do local das barragens, son

mento. Nada posso dizer sobre o que se

dagens do solo, resistência do mate

passa nos demais Estados sobre tal

que já não dão aces so aos navios, que

fazem a navegação • de cabotagem, dei xando-se

acumular

rial, avaliação das bacias hidrográ

assunto. Quanto ao meu, a informa

a mercadoria nos portos de embar que, com grande dano para a nossa

ficas e hidráulicas.

ção não é verdadeira, primeiro por que não há canais de irrigação nos

cujo produto tanto necessita o Sul do .

açudes públicos, segundo porque co

País, o Rio Grande do Norte tem

nheço muitos proprietários de açu des particulares de dois a quatro mi lhões de metros cúbicos dágua, que

mais de um milhão de toneladas aguardando transporte. E o sal é • produzido em grande escala desde o Ceará até o Estado do Rio.

A questão é muito mais complexa. Trata-se, não só de um problema téc nico, como econômico, social, políti co e humano e precisa ser encarado por todos estes aspectos. Urge levantar o nível econômico do Nordeste na paridade de outras re

giões do País, multiplicar sua pro dução agropecuária e garanti-la por

Os norte-americanos resolveram o

meio de um sistema inteligente de irrigação, fazendo-a, depois, circu

seu pi'oblema da seca, armazenando,

lar fácil, rápida e economicamente.

irrigam as terras de juzante de seus

açudes, por meio de sifões lá mesmo fabricados, para a cultura da cana G cereais, como o arroz, e outros,

ainda, que não possuindo açudes, re tiram uma camada, de alguns centí metros de altura de areia do leito

minguada economia. Só de sal, de

Quanto ao lado social do problema •das secas do Nordeste, basta atentar para o deslocamento de sua popula ção, nos anos de estiagem prolonga da. Primeiro foi a Amazônia que o • nordestino povoou, subindo o grande


'W

o problema das secas do Nordeste

1

Dick-sto

Econômico

por uma rêdc de transportes bem

sêco dos nossos rios sertanejos até

orientada o conservada, porque a pro dução que não circula não é riqueza

encontrar a areia úmida, que adu-*

é fartura.

um só quilômetro dc in-jgução, com a

o batata doce. Um povo desses não deixaria incultas as terras irrigadas,

O "Digesto Econômico" tem a honra de

circunstrincia dc que a juzanto do açudo Cruzcta, do 31 milhões de me

elevadas.

inserir em suas colunas a excelente ex

tros cúbicos dágua, e construido há mais; de .30 anos, c.stá localizada a

ção de um problema, que não inte ressa só ao meu pequenino Rio Gran de do Norte, nem ao Nordeste, mas

posição do secular problema do Nordes te, à Comissão do Polígono das Sâcas e

ao Brasil.

dente do Rio Grande do Norte, estu

Estação Experimental de algodão de fibra longa, a ccrca de um quilôme tro distante da comporta do açudo. A Estação Experimental é um esta

Juvenal Lamaktine

A NTES de tudo quero agradecer aos dignos membros desta Comissão

a honra do convite para dar a minha desautorizada opinião sobre a solu

O problema das secas do Nordeste

ó bastante complexo, como são todos

cujos originais foram gentilmente cedi dos à Revista pelo autor, antigo Presi

dioso dos problemas financeiros e eco nômicos da região nordestina.

. ^ os problemas econômicos e sociais; mas sua solução é conhecida e ofere

ce mais facilidades e garantias de êxito no Brasil, do que em outra

qualquer região do mundo em que êle se apresenta, porque o problema em nosso País é mais de irregularidade de chuvas do que mesmo de escassez ou falta de precipitação pluviométrica, tanto assim que se tomarmos as

chuvas caídas num longo período de 15 ou 20 anos e dividirmos sua soma

pelo número de anos, iremos encon trar uma média de 400 a 500 milíme

tros, suficientes para criar as pasta gens e lavouras, que cultivamos, mes mo que tenha ocorrido uma ou duas secas, nesse período. No Arizona, entretanto, a queda de chuvas não

passa de 10 polegadas anuais, sobre um solo pedregoso e paupérrimo, en

quanto que no Nordeste brasileiro, temos vastas manchas de terras óti

mas, cultivadas, há mais de um sé culo, com lavouras exigentes, como o milho e o algodão, produzindo abun dantemente, sem jamais terem rece bido uma grama de adubos.

em gi-andes açudes, as águas de seus rios e distribuindo-as por uma vasta rêde de canais de irrigação.

E' o exemplo que temos que seguir, fechando todos os boqueirões do Nor deste, grandes e pequenos, facilitan do e incentivando os particulares a

construir açudes médios e pequenos, porque ali toda coleção dágua é útil. Infelizmente o problema das secas

No meu Estado não ha

belecimento federal, que se ressente

bam para plantar vazantes de feijão

mesmo que tivesse de pagar taxas ^ O transporte, que é depois do fator homem, o mais importante para a economia de uma região, é muito de ficiente no Nordeste. No meu Esta do as rodovias são mal orientadas,-

deficientes e ainda não alcançaram os seus limites, com os dos Estados

da falta dágua, nos anos de grande

vizinhos.

estiagem para manter em boa ordem os seus campos de experimentação. Li, há pouco tempo, um artigo do Pr. Pimentel Gomes, em que diz que

Rio Grande do Norte, ou seja quase

o diretor do D.N.O.C.S. lhe informara

que os sertanejos

^

nordestinos não cul tivavam

as

suas

Em toda a zona Oeste do

a metade do Estado, não há uni só

trecho de estrada dc rodagem.

O

transporte é feito por estradas carroçáveis, sem obras que possibilitem o tráfego na época das chuvas. Por sua

vez os portos marí

beneficiadas

timos estão em tal

pelos canais de irri gação dos grandes açudes construídos pelo seu departa

estado de abandono

terras

do Nordeste só tem sido apreciado, até agora, pelo seu lado técnico, do exame do local das barragens, son

mento. Nada posso dizer sobre o que se

dagens do solo, resistência do mate

passa nos demais Estados sobre tal

que já não dão aces so aos navios, que

fazem a navegação • de cabotagem, dei xando-se

acumular

rial, avaliação das bacias hidrográ

assunto. Quanto ao meu, a informa

a mercadoria nos portos de embar que, com grande dano para a nossa

ficas e hidráulicas.

ção não é verdadeira, primeiro por que não há canais de irrigação nos

cujo produto tanto necessita o Sul do .

açudes públicos, segundo porque co

País, o Rio Grande do Norte tem

nheço muitos proprietários de açu des particulares de dois a quatro mi lhões de metros cúbicos dágua, que

mais de um milhão de toneladas aguardando transporte. E o sal é • produzido em grande escala desde o Ceará até o Estado do Rio.

A questão é muito mais complexa. Trata-se, não só de um problema téc nico, como econômico, social, políti co e humano e precisa ser encarado por todos estes aspectos. Urge levantar o nível econômico do Nordeste na paridade de outras re

giões do País, multiplicar sua pro dução agropecuária e garanti-la por

Os norte-americanos resolveram o

meio de um sistema inteligente de irrigação, fazendo-a, depois, circu

seu pi'oblema da seca, armazenando,

lar fácil, rápida e economicamente.

irrigam as terras de juzante de seus

açudes, por meio de sifões lá mesmo fabricados, para a cultura da cana G cereais, como o arroz, e outros,

ainda, que não possuindo açudes, re tiram uma camada, de alguns centí metros de altura de areia do leito

minguada economia. Só de sal, de

Quanto ao lado social do problema •das secas do Nordeste, basta atentar para o deslocamento de sua popula ção, nos anos de estiagem prolonga da. Primeiro foi a Amazônia que o • nordestino povoou, subindo o grande


Rrrr

D1CE.ST0 Econômico

90

rio, seus afluentes e igarapés, devas sando a floresta, criando riqueza com

a exploração dos seringais, u an

contra as epidemias e contra feras e índios selvagens, morren o aos mi

lhares, sem assistência, explorado poi comerciantes gananciosos, e, mesmo

assim, desajudado, conquistou o Acre para o Brasil, de que foram os maio res e mais heróicos bandeirantes. Ho• je o maior êxodo é para o Sul, para ■, onde vão ainda sem assistência e ru mo certo, continuando assim o desgas te de nosso trabalhador nordestino. O Nordeste se desfalca, dêste modo, de

sua população válida, do mais impor-

de desconforto extremo, subalinientado e obrigado a emigrar desordena damente para nâo morrer de fome, sempre que as chuvas escu-ssclam.

Temos o exemplo dos Estados Uni dos, que só se tornou a maior potên

cia do mundo, depois que dominou o deserto, por meio de grandes oln as de represamcnto das águas de .seus ri os e da irrigação, que transformou o Arizona, que tem a extensão do Es

tado de São Paulo, em gi*ande campo de criação de gados finos, de lavoura intensiva e em várias indústrias, mo

vidas pela energia das comportas dos seus grandes açudes.

. tante e valioso fator econômico, que

Problema humano

o o homem.

|b Continuamos a produzir matériasprimas e braços para o enriquecimen to de outras zonas do País, sem ter

mos uma compenção, que seria a de

Quem quer que tenha vivido

nos

sertões do Nordeste nos anos de gran des secas, presenciando o doloroso

um gi-ande plano de construção de obras no Nordeste, principipalmente de barragens, para a fixação do ho, mem à terra, de um bom sistema rodo

, sos portos, e de ser levada a energia

as "Sêcas" de Rodolfo Teófilo, fica rá com uma noção exata do lado hu

crianças desnutridas, ou ao menos

• ; e ferroviário, melhoramento de nos-

lido o "15" de Raquel de Queirós ou

. ■ de Paulo Afonso a todo o polígono das sêcas, a fim de fundarmos o nos

mano do problema das sêcas do Nor

como

o

material humano, que é

\

abundante.

j

4.' ní» secas esta na necessidade de preser-

'

,

,.

,

O lado político do problema das

J( varmos o «nvn povo contra o comunismo,»

] que encontra excelente caldo de cul-

. íura na miséria que sofre o povo, e

i seu baixo nível de vi a.

j

Ademais, o Brasil nunca sera uma

í grande potência econômica e politi■ enquanto numa extensa zona do ca

seu

território, naquela justamente de

, maior crescimento vegetativo da po

pulação, o povo vive uma existência

deste.

Economico

Na grande seca de 1877 a

1879, a Paraíba, o Rio Grande do Norte e o Ceará perderam 253 mil pessoas de fome e de moléstias decor

rentes da aglomeração de famintos

nos lugares de distribuição de socor ros. Só em Mossoró, que era, na época, uma pequena povoação, o obituário era de mais de mil pessoas por dia. Avaliadas essas perdas humanas em termos econômicos, como se faz hoje; adicionando-se mais as provocadas pelas sêcas posteriores, dos que, para fugirem ao flagelo, foram morrer no Amazonas e dos seus des

cendentes, durante mais de 70 anos. %

-í_

91

chagaríamos a uma soma tão alta, que iniine.-^sionaria o mais indife

queirão de Parelhas", no rio Seridó;

rente liomeni dt) mundo.

cípios do Jardim do Seridó e Caico; o "Itans", no rio Barra Nova; o

Temos perdido, nós nordestinos e numa e.scala a.ssombrosa, o maior fa

tor econômico, (pio é o fator humano.

Não aproveita à solução do pro blema

das sêcas a discussão

«("ibrc

o "Guipaná", nos limites dos muni

"Santo .\ntônio", no rio Tabugi, e o "Serra Negra", no rio Espinharas. Êstos açudes cubariam mais de 2 bi

lhões de metros dágua, suficientes

qual o Estado mais sôco. G problema

para a irrigação não só de suas ba

é do Nordeste, afeta o Brasil intei ro, o .sua solução é cxciuível, desde

cias de juzante, como da grande bacia do rio Açu. Só o açude "Serra Netni", que é o único açude interesta dual do Nordeste, tem capacidade de

que se trace um plano geral, que abranja todo o polígono das sêcas c

seja

honestamente

executado,

sem

preocupações regionais, nem inter

um bilhão e seiscentos milhões de me

tros cúbicos dágua.

Sua bacia tem

ferências partidárias. Os trabalhos devem seguir um ritmo constante

2G oiiilòmotros de comprimento, por

nos anos normais e acelerado nas épo

barragem teria apenas 500 metros de

cas de emergências.

espetáculo de inúmeras famílias do retirantes, palmilhando as estradas, andrajosas, carregando às costas

so parque industrial, utilizarmos não só L nossas matérias-primas m loco.

Dk.usto

A preferência

deve caber sempre à açudageni, que

além de inúmeras outras vantagens é a obi*a que maior influência exerce na fixação do homem à terra, tanto assim que não se conhece o êxodo de

12 de largura, em alguns lugares. A extensão, no seu coroamento.

Mais

de 2 terços de sua bacia hidrogTáfica ficaria na Paraíba. Consta, entre tanto, que êste grande reservatório

está condenado, porque os proprietá rios da bacia do montante se opõem à sua construção. Não é possível,

uma só família de trabalhadores nor destinos residente em propriedades

porém, construir um grande reserva

onde exista um bom açude.

tório, sem desapropriação.

O Dl". Henrique de Novais, cuja morto recente foi uma das maiores

perdas para a engenharia brasileira, durante os poucos mêses em que este ve na direção do 2.o Distrito da Ins-

petoria contra as sêcas, sediado, na época, em Natal, organizou um plano

Não há

prejuízo para ninguém, e as vanta gens são imensas, estendendo-se a mi lhares de pessoas. Na parte Oeste do Estado, o Dr. Henrique Novais projetou várias obras nos afluentes

do rio Apodi, tais como o açude de "Lucrécia", e a elevação do nível das • lagoas Apanha Peixe e Apodi. In

do grande açudagem para o Rio Grande do Norte, que se tivesse sido

felizmente, dos açudes estudados na

executado teria redimido o meu Esta

administração Novais, poucos foram

do. Êsse plano visava ao aproveita mento da grande bacia do rio Açu,

os construídos, no Rio Grande do Norte, donde foi retirada a sede do

irrigando suas várzeas de ótimas ter

Distrito, sem ter ficado sequer uma > seção para atender às partes interes .1^

ras de aluvião, tendo mandado pro

jetar e estudar os seguintes açudes em seus principais afluentes: o "Pa-

sadas na construção de açudes em cooperação, de modo que todos os

tachoca", no rio do mesmo nonie;

açudes públicos do Estado armaze

o "Cruzeta", no rio São José; o "Gar-

nam apenas 220 milhões de metros

galheiras", no rio Acauã; o

cúbicos dágua, quando em cada um

"Bo 1

V


Rrrr

D1CE.ST0 Econômico

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rio, seus afluentes e igarapés, devas sando a floresta, criando riqueza com

a exploração dos seringais, u an

contra as epidemias e contra feras e índios selvagens, morren o aos mi

lhares, sem assistência, explorado poi comerciantes gananciosos, e, mesmo

assim, desajudado, conquistou o Acre para o Brasil, de que foram os maio res e mais heróicos bandeirantes. Ho• je o maior êxodo é para o Sul, para ■, onde vão ainda sem assistência e ru mo certo, continuando assim o desgas te de nosso trabalhador nordestino. O Nordeste se desfalca, dêste modo, de

sua população válida, do mais impor-

de desconforto extremo, subalinientado e obrigado a emigrar desordena damente para nâo morrer de fome, sempre que as chuvas escu-ssclam.

Temos o exemplo dos Estados Uni dos, que só se tornou a maior potên

cia do mundo, depois que dominou o deserto, por meio de grandes oln as de represamcnto das águas de .seus ri os e da irrigação, que transformou o Arizona, que tem a extensão do Es

tado de São Paulo, em gi*ande campo de criação de gados finos, de lavoura intensiva e em várias indústrias, mo

vidas pela energia das comportas dos seus grandes açudes.

. tante e valioso fator econômico, que

Problema humano

o o homem.

|b Continuamos a produzir matériasprimas e braços para o enriquecimen to de outras zonas do País, sem ter

mos uma compenção, que seria a de

Quem quer que tenha vivido

nos

sertões do Nordeste nos anos de gran des secas, presenciando o doloroso

um gi-ande plano de construção de obras no Nordeste, principipalmente de barragens, para a fixação do ho, mem à terra, de um bom sistema rodo

, sos portos, e de ser levada a energia

as "Sêcas" de Rodolfo Teófilo, fica rá com uma noção exata do lado hu

crianças desnutridas, ou ao menos

• ; e ferroviário, melhoramento de nos-

lido o "15" de Raquel de Queirós ou

. ■ de Paulo Afonso a todo o polígono das sêcas, a fim de fundarmos o nos

mano do problema das sêcas do Nor

como

o

material humano, que é

\

abundante.

j

4.' ní» secas esta na necessidade de preser-

'

,

,.

,

O lado político do problema das

J( varmos o «nvn povo contra o comunismo,»

] que encontra excelente caldo de cul-

. íura na miséria que sofre o povo, e

i seu baixo nível de vi a.

j

Ademais, o Brasil nunca sera uma

í grande potência econômica e politi■ enquanto numa extensa zona do ca

seu

território, naquela justamente de

, maior crescimento vegetativo da po

pulação, o povo vive uma existência

deste.

Economico

Na grande seca de 1877 a

1879, a Paraíba, o Rio Grande do Norte e o Ceará perderam 253 mil pessoas de fome e de moléstias decor

rentes da aglomeração de famintos

nos lugares de distribuição de socor ros. Só em Mossoró, que era, na época, uma pequena povoação, o obituário era de mais de mil pessoas por dia. Avaliadas essas perdas humanas em termos econômicos, como se faz hoje; adicionando-se mais as provocadas pelas sêcas posteriores, dos que, para fugirem ao flagelo, foram morrer no Amazonas e dos seus des

cendentes, durante mais de 70 anos. %

-í_

91

chagaríamos a uma soma tão alta, que iniine.-^sionaria o mais indife

queirão de Parelhas", no rio Seridó;

rente liomeni dt) mundo.

cípios do Jardim do Seridó e Caico; o "Itans", no rio Barra Nova; o

Temos perdido, nós nordestinos e numa e.scala a.ssombrosa, o maior fa

tor econômico, (pio é o fator humano.

Não aproveita à solução do pro blema

das sêcas a discussão

«("ibrc

o "Guipaná", nos limites dos muni

"Santo .\ntônio", no rio Tabugi, e o "Serra Negra", no rio Espinharas. Êstos açudes cubariam mais de 2 bi

lhões de metros dágua, suficientes

qual o Estado mais sôco. G problema

para a irrigação não só de suas ba

é do Nordeste, afeta o Brasil intei ro, o .sua solução é cxciuível, desde

cias de juzante, como da grande bacia do rio Açu. Só o açude "Serra Netni", que é o único açude interesta dual do Nordeste, tem capacidade de

que se trace um plano geral, que abranja todo o polígono das sêcas c

seja

honestamente

executado,

sem

preocupações regionais, nem inter

um bilhão e seiscentos milhões de me

tros cúbicos dágua.

Sua bacia tem

ferências partidárias. Os trabalhos devem seguir um ritmo constante

2G oiiilòmotros de comprimento, por

nos anos normais e acelerado nas épo

barragem teria apenas 500 metros de

cas de emergências.

espetáculo de inúmeras famílias do retirantes, palmilhando as estradas, andrajosas, carregando às costas

so parque industrial, utilizarmos não só L nossas matérias-primas m loco.

Dk.usto

A preferência

deve caber sempre à açudageni, que

além de inúmeras outras vantagens é a obi*a que maior influência exerce na fixação do homem à terra, tanto assim que não se conhece o êxodo de

12 de largura, em alguns lugares. A extensão, no seu coroamento.

Mais

de 2 terços de sua bacia hidrogTáfica ficaria na Paraíba. Consta, entre tanto, que êste grande reservatório

está condenado, porque os proprietá rios da bacia do montante se opõem à sua construção. Não é possível,

uma só família de trabalhadores nor destinos residente em propriedades

porém, construir um grande reserva

onde exista um bom açude.

tório, sem desapropriação.

O Dl". Henrique de Novais, cuja morto recente foi uma das maiores

perdas para a engenharia brasileira, durante os poucos mêses em que este ve na direção do 2.o Distrito da Ins-

petoria contra as sêcas, sediado, na época, em Natal, organizou um plano

Não há

prejuízo para ninguém, e as vanta gens são imensas, estendendo-se a mi lhares de pessoas. Na parte Oeste do Estado, o Dr. Henrique Novais projetou várias obras nos afluentes

do rio Apodi, tais como o açude de "Lucrécia", e a elevação do nível das • lagoas Apanha Peixe e Apodi. In

do grande açudagem para o Rio Grande do Norte, que se tivesse sido

felizmente, dos açudes estudados na

executado teria redimido o meu Esta

administração Novais, poucos foram

do. Êsse plano visava ao aproveita mento da grande bacia do rio Açu,

os construídos, no Rio Grande do Norte, donde foi retirada a sede do

irrigando suas várzeas de ótimas ter

Distrito, sem ter ficado sequer uma > seção para atender às partes interes .1^

ras de aluvião, tendo mandado pro

jetar e estudar os seguintes açudes em seus principais afluentes: o "Pa-

sadas na construção de açudes em cooperação, de modo que todos os

tachoca", no rio do mesmo nonie;

açudes públicos do Estado armaze

o "Cruzeta", no rio São José; o "Gar-

nam apenas 220 milhões de metros

galheiras", no rio Acauã; o

cúbicos dágua, quando em cada um

"Bo 1

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dos Estados da Paraíba e Ceará, as reservas dágua já atingem a quase dois bilhões. O descaso do D.N.O.C.S.

para com o meu Estado é de tal or dem, que em publicação recente cha mei o Rio Grande do Norte enteado

do mait padrasto. A multiplicação dos açudes, gran

des, médios e pequenos, é o de que mais necessitam os Estados do Nor

deste para garantir a subsistência do povo, salvar sua pecuária, formar uma superfície de evaporação maior e evitar que milhões de toneladas da camada de terra vegetal sejam joI gados no Oceano, pelas grandes en-

Dicrsto Econômico » deste, são as barragens normais ao leito dos nossos

o

riachos. São construções barata-^, cio 4 a 8 metro.s de altura, ciue agoiu co.

Dicesto Econômico

Nordeste e fixação do sua população.

número de seus animais, nas decla»-a-

No Kio Grande do Norte há dê.sses ehapadões, t)utroia do.sabitados. o

ções que fazem ao fisco.

atualmente jiovoados, produzindo óti-

cabeças de gado bovino, o a exporta ção de 200.000 couros. Ora, não é

Tiio algodão e ccrcai.s, e agora conio-

mo degraus, corrigindo a

clividade de nos.sos rio.s, toriuindo-os perenes, quando construído.s cm sé ries. Essas barragens, de cuja utili dade posso dar exemplo, pois conhe ço algumas e tenho construído outras em nossas propriedades, além de prenderem a umidade, retêm as terras arrastadas pelas enxurradas,

Çando a .se cobi-ir cio agavo,(pie se de senvolve muito bom nos terrenos cal-

cárcos. E tudo isso graças a alguns poços perfurados pelo Departamento das Sêcas em cooperação com o Es

possível que o número de reses aba tidas seja de 50^'r do total do reba

nho, donde se infere que devemos ter, no mínimo, 700.000 cabeças. Essa riqueza sofre um desgaste tremendo nas sêcas, por deficiência de ferra

tado.

gem e porque não se pode trazer o Valcx úmidos

combatendo a erosão, que está empo brecendo as nossas terras. oca sião de se reunir, há dois anos, em

No meu

Estado a estatística anotou 400.000

Outro aspecto e dos mais interes santes para o combate às sêcaa do

gado do sertão para o litoral por cau sa da tristeza, transmitida pelo carrapato, que mata 100«rc do gado

adulto. A conservação de tão impor tante fonte econômica está na açuda

' xurradas tão comuns, no Nordeste.

São Paulo, uma mesa redonda para

Nordeste, é o do saneamento o apro

. ' Acresce ainda, que p peixe, que en-

discutir o problema da erosão, um

veitamento dos vaies úmidos para

gem que permite a produção de fer

contra ambiente propício nos açudes

técnico avaliou as perdas anuais da

uma intensa lavoura do subsistcmeia.

ragem em larga escala. O melhora

camada vegetal do solo brasileiro,

No Rio Grande do Norte, que tem mais de 500 quilômetros de costa ma

|& do Nordeste, para seu desenvolvimen-

são é tão forte, no Nordeste, que em

rítima, desaguani no seu litoral cerca

ticulares, no Seridó, que têm produ

dois anos apenas ficou completamen

do 12 rios, maiores e menores, exis

zido mais de cem contos de peixe,

te aterrada uma barragem de 8 me

tindo na foz de cada um, extensos va

mento dos nossos rebanhos, que co meça a se fazer lentamente e quase sempre por iniciativa pai*ticular, po de ser acelerado polo governo poi meio de postos de monta e pela inse

num só ano; mais que o custo de sua

tros de altura, construída em minha

les, na sua quase totalidade cobertos

minação artificial.

construção-

propriedade Inga, no Seridó. As terras retidas pelas barragens são

de pântanos. São construídos de ter ras ricas de aluvião, mas atualmente

riquíssimas, produzindo todas as la

improdutivas por estarem encharca

vouras cultivadas no Nordeste.

das. Êsses vales, depois de saneados e

V to, se tornaria uma base ótima da ^ alimentação. Conheço açudes par

V

Reputo um grande êrro do D.N.O. C.S. deixar sem despacho centenas de

requerimentos de sertanejos que que. rem construir pequenos açudes, de '

acordo com a lei que autorizou o em

préstimo, até 30 mil cruzeiros para a construção dêsses reservatórios. Um pequeno açude, em local apropriado pode ser de utilidade igual ou mes

mo maior do que um açude maior ' construído em lugar mal escolhido. Necessitamos multiplicar o mais

V possível a açudagem, fechando todos ' os boqueirões num trabalho de restauração da natureza, como acon-

'À selhou o geólogo Crandall, quando • visitou a zona sêca do Brasil, ha cêr-

i(f ca de 40 anos. Além dos reservatórios dágua, uma

í' das obras de mais utilidade no Nor

em 5 bilhões de toneladas.

A ero

Poços artesianos Há em quase todos os Estados do

Nordeste, grandes ehapadões, onde não é possível construir açudes pela

ausência de cursos dágua.

Nesses

Minérios

povoados por agricultores da região

O Nordeste é rico de minérios, so. bretudo de minérios estratégicos, que

e algumas famílias de imigrantes es trangeiros, podem produzir uma gran

foram descobertos e estão sendo ex plorados por sertanejos ignorantes e

de lavoura de cereais, legumes e hor taliças para o abastecimento do Esta

aparecimento dos minérios do Nor

do.

deste, passou por Natal um geólogo do Ministério da Agricultura, que vi

O problema dos vales úmidos

pode e deve ser resolvido pela União,

por processos primitivos.

Antes do

ehapadões do subsolo calcáreo, o pro blema dágua é resolvido por meio de poços. O lençol dágua está na pro fundidade de 80 a 150 metros. A per furação de poços, possibilitando o

em cooperação com os Estados.

povoamento dêsses ehapadões e o

econômicas do Nordeste é a pecuáina.

lhe, durante o almoço, que nos fizesse um relatório sobre o que observara.

seu aproveitamento para a lavoura de cereais e sobretudo, para a de algo dão, é um elemento valioso para o

Não temos uma estatística segura dos

Êle falou durante meia hora, termi

rebanhos do Nordeste, porque os Es

nando por afirmar que o Nordeste

tados cobrando imposto per capita, os

não possuía senão algumas manifes

levantamènto do nível econômico do

criadores sonegam quase metade do

tações de minério de ferro, sem ne-

Pecuária

Uma das mais importantes fontes

nha de percorrer os sertões nordesti nos, estudando o seu solo. Convidei-o

para almoçar no Rotary Club, na épo ca, sob a minha presidência, pedindo-


''mmminm 92

dos Estados da Paraíba e Ceará, as reservas dágua já atingem a quase dois bilhões. O descaso do D.N.O.C.S.

para com o meu Estado é de tal or dem, que em publicação recente cha mei o Rio Grande do Norte enteado

do mait padrasto. A multiplicação dos açudes, gran

des, médios e pequenos, é o de que mais necessitam os Estados do Nor

deste para garantir a subsistência do povo, salvar sua pecuária, formar uma superfície de evaporação maior e evitar que milhões de toneladas da camada de terra vegetal sejam joI gados no Oceano, pelas grandes en-

Dicrsto Econômico » deste, são as barragens normais ao leito dos nossos

o

riachos. São construções barata-^, cio 4 a 8 metro.s de altura, ciue agoiu co.

Dicesto Econômico

Nordeste e fixação do sua população.

número de seus animais, nas decla»-a-

No Kio Grande do Norte há dê.sses ehapadões, t)utroia do.sabitados. o

ções que fazem ao fisco.

atualmente jiovoados, produzindo óti-

cabeças de gado bovino, o a exporta ção de 200.000 couros. Ora, não é

Tiio algodão e ccrcai.s, e agora conio-

mo degraus, corrigindo a

clividade de nos.sos rio.s, toriuindo-os perenes, quando construído.s cm sé ries. Essas barragens, de cuja utili dade posso dar exemplo, pois conhe ço algumas e tenho construído outras em nossas propriedades, além de prenderem a umidade, retêm as terras arrastadas pelas enxurradas,

Çando a .se cobi-ir cio agavo,(pie se de senvolve muito bom nos terrenos cal-

cárcos. E tudo isso graças a alguns poços perfurados pelo Departamento das Sêcas em cooperação com o Es

possível que o número de reses aba tidas seja de 50^'r do total do reba

nho, donde se infere que devemos ter, no mínimo, 700.000 cabeças. Essa riqueza sofre um desgaste tremendo nas sêcas, por deficiência de ferra

tado.

gem e porque não se pode trazer o Valcx úmidos

combatendo a erosão, que está empo brecendo as nossas terras. oca sião de se reunir, há dois anos, em

No meu

Estado a estatística anotou 400.000

Outro aspecto e dos mais interes santes para o combate às sêcaa do

gado do sertão para o litoral por cau sa da tristeza, transmitida pelo carrapato, que mata 100«rc do gado

adulto. A conservação de tão impor tante fonte econômica está na açuda

' xurradas tão comuns, no Nordeste.

São Paulo, uma mesa redonda para

Nordeste, é o do saneamento o apro

. ' Acresce ainda, que p peixe, que en-

discutir o problema da erosão, um

veitamento dos vaies úmidos para

gem que permite a produção de fer

contra ambiente propício nos açudes

técnico avaliou as perdas anuais da

uma intensa lavoura do subsistcmeia.

ragem em larga escala. O melhora

camada vegetal do solo brasileiro,

No Rio Grande do Norte, que tem mais de 500 quilômetros de costa ma

|& do Nordeste, para seu desenvolvimen-

são é tão forte, no Nordeste, que em

rítima, desaguani no seu litoral cerca

ticulares, no Seridó, que têm produ

dois anos apenas ficou completamen

do 12 rios, maiores e menores, exis

zido mais de cem contos de peixe,

te aterrada uma barragem de 8 me

tindo na foz de cada um, extensos va

mento dos nossos rebanhos, que co meça a se fazer lentamente e quase sempre por iniciativa pai*ticular, po de ser acelerado polo governo poi meio de postos de monta e pela inse

num só ano; mais que o custo de sua

tros de altura, construída em minha

les, na sua quase totalidade cobertos

minação artificial.

construção-

propriedade Inga, no Seridó. As terras retidas pelas barragens são

de pântanos. São construídos de ter ras ricas de aluvião, mas atualmente

riquíssimas, produzindo todas as la

improdutivas por estarem encharca

vouras cultivadas no Nordeste.

das. Êsses vales, depois de saneados e

V to, se tornaria uma base ótima da ^ alimentação. Conheço açudes par

V

Reputo um grande êrro do D.N.O. C.S. deixar sem despacho centenas de

requerimentos de sertanejos que que. rem construir pequenos açudes, de '

acordo com a lei que autorizou o em

préstimo, até 30 mil cruzeiros para a construção dêsses reservatórios. Um pequeno açude, em local apropriado pode ser de utilidade igual ou mes

mo maior do que um açude maior ' construído em lugar mal escolhido. Necessitamos multiplicar o mais

V possível a açudagem, fechando todos ' os boqueirões num trabalho de restauração da natureza, como acon-

'À selhou o geólogo Crandall, quando • visitou a zona sêca do Brasil, ha cêr-

i(f ca de 40 anos. Além dos reservatórios dágua, uma

í' das obras de mais utilidade no Nor

em 5 bilhões de toneladas.

A ero

Poços artesianos Há em quase todos os Estados do

Nordeste, grandes ehapadões, onde não é possível construir açudes pela

ausência de cursos dágua.

Nesses

Minérios

povoados por agricultores da região

O Nordeste é rico de minérios, so. bretudo de minérios estratégicos, que

e algumas famílias de imigrantes es trangeiros, podem produzir uma gran

foram descobertos e estão sendo ex plorados por sertanejos ignorantes e

de lavoura de cereais, legumes e hor taliças para o abastecimento do Esta

aparecimento dos minérios do Nor

do.

deste, passou por Natal um geólogo do Ministério da Agricultura, que vi

O problema dos vales úmidos

pode e deve ser resolvido pela União,

por processos primitivos.

Antes do

ehapadões do subsolo calcáreo, o pro blema dágua é resolvido por meio de poços. O lençol dágua está na pro fundidade de 80 a 150 metros. A per furação de poços, possibilitando o

em cooperação com os Estados.

povoamento dêsses ehapadões e o

econômicas do Nordeste é a pecuáina.

lhe, durante o almoço, que nos fizesse um relatório sobre o que observara.

seu aproveitamento para a lavoura de cereais e sobretudo, para a de algo dão, é um elemento valioso para o

Não temos uma estatística segura dos

Êle falou durante meia hora, termi

rebanhos do Nordeste, porque os Es

nando por afirmar que o Nordeste

tados cobrando imposto per capita, os

não possuía senão algumas manifes

levantamènto do nível econômico do

criadores sonegam quase metade do

tações de minério de ferro, sem ne-

Pecuária

Uma das mais importantes fontes

nha de percorrer os sertões nordesti nos, estudando o seu solo. Convidei-o

para almoçar no Rotary Club, na épo ca, sob a minha presidência, pedindo-


Dicbsto Econômico

94

nhum valor econômico. Poucos meses

depois, o sertanejo inculto foi des cobrindo ouro, sheelita, tantalita, be

rilo, casseterita, cobre e muitos ou tros, inclusive urânio, de que vi uma amostra, encontrada no Seridó c que impressionava chapas fotogí*áficas.

tância adiantada e dão como garantia

e um dos melhores do Norte do Bra

a escritura da venda do sou pequeno

sil, está em sua barra aterrada por um banco de areia que se formou,

deste, ainda falta muito a fazer nes

se campo de atividade agrícola.

No

sima em tungstênio, com cerca de

Temos ótimos vales de terras ferti-

75%, enquanto as de outras regiões

líssimas para duas, pelo menos, gran

do Globo não vão além de 30%. Urge

des usinas modernas, cujos produtos

que as bancadas do Nordeste consi gam do Governo Federal a ida de

encontrarão fácil consumo dentro do

ao

próprio Estado.

importante fonte econômica. Até ho je, ao que me consta, o Governo só

Algodão a produção de algodão do Nordeste,

xas de exportação.

que continua a manter, entretanto, a liderança da qualidade da fibra. O

Todos os Estados do Nordeste pro

duzem sal, de que o Sul é grande con sumidor, e que rende à União mais de 220 milhões de cruzeiros anualmente,

veis. Em visita que fiz a uma plan

tação de algodão oni São Paulo, admirei-mc da pcrcentagem da fibra conseguida de sementes selecionadas

pelo Instituto Agronômico de Campi

dos a mais de 10 milhas, em pleno

fibra quando a média dos nossos não ultrapassa do 28'Á. E' uma diferen

mar, dificultando e encarecendo o embarque de sal o do outras mercado

ça impressionante, obtida graças a

rias.

que precisamos imitar. Transporte.';

nosso tipo Seridó só encontra rival,

em qualidade, no algodão Egípcio e no famoso Sen Island, ambos aliás de procedência brasileira. Necessitamos defendê-lo a fim de

As nossas estradas de ferro e de

rodagem nem sempre são bem orien tadas, obedecendo, i)or vezes, a inte resses individuais. Necessitam ser

prolongadas, dotadas de obras d'arto e de uma conservação adequada, a fim de falicitar e baratear o trans

de imposto de consumo. O consumo

que não se abastarde, pela hidridação

porte. No Rio Grande do Norte, o

com algodões inferiores, defendê-lo

trecho da Estrada de Ferro Sampaio

contra as pragas e dar-lhe maior ren

aterros, mais de um milhão de tone-

Escasseiam, no Nordeste, os técni-'

Correia, que vai de Natal a Nova Cruz estava partido até há bem pou cos dias, segundo informação do en-

ladas de sal velho e de teor de cloreto de sódio mais elevado do que o sal de Cádiz Êsse sal não vem para o Sul do País por falta de transporte marí timo e dificuldade de acesso a cer

COS para levar os ensinamentos da

genheiro-chefe, em mais de 70 luga

cultura moderna aos agricultores de algodão, que nem sempre encontram sementes selecionadas para semea

res e necessitando fazer uma subs

do a economia nordestina. Açúcar

A cana de açúcar que foi a primeira lavoura praticada no Nordeste e «ue modelou uma sociedade, tem no seu litoral úmido, condições excep cionais de desenvolvimento. Afora

pedir o acosso ao ancoradouro inter no a navios da navegação costeira. Os portos de Macau e de Areia Branca, nuc são os portos de sal, estão em pior situação. No de Areia Branca, que é o 6.o ou 7.o porto do País, em

O algodoal que visitei dá 40'', de

do Brasil é de cêrca de 750.000 toneladas anuais. Só o Eio Grande do Norte possui, atualmente, em seus

tos portos de embarque, prejudican

de modo a dificultar ou mesmo im

tonelagom, o.s navios ficam distancia

nas.

Em quantidade, São Paulo superou

tem auferido lucros, cobrando as ta Sai

pedaço de terra, que dificilmente con seguem resgatar, )>assan(lo. por isso, do proprietários a rondeii-os insolvá-

' um trabalho inteligente de seleção,

Nordeste, aparelhado.s

com sondas, para o estudo de tão

95

reira já atingiu um elevado grau de cultura, nos demais Estado.s do Nor

Seridó, onde está localizada uma das maiores jazidas conhecidas, é riquis-

técnicos

EcoNÓNnco

Pernambuco, onde a indústria açuca-

meu Estado, por exomjilo. agora, é que vamo.s substituindo o bangué, que é um sócio ladrão do agricultor, em conseqüência do pequeno rendimento que tira da cana, pela usina moderna.

A sheelita encontrada e explorada no

Dicesto

dimento de fibra e por área plantada.

Crédito

Em matéria de crédito agrícola o atraso é do Brasil inteiro, mas no Nordeste a sua falta se faz sentir muito mais acentuadamente, pois se trata de uma região pobre de capi tais. A solução só será dada pelas caixas de crédito, pelo cooperativismo, como aconteceu na Dinamarca,

que até 1850 era um país muito po bre e goza hoje de uma situação pri

tituição de dormentes de mais de

vilegiada, graças ao cooperativismo ali praticado numa escala que ne nhum outro país pratica. As coope rativas fundadas ou a fundar, no Nordeste, receberão o capital do Banco do Nordeste, que o governo projeta fundar, para o reerguimento

50%.

desse, região.

rem, nem facilidade de adquiiúr in seticidas para o combate às pragas,

construção, no trecho de penetração,

e muito menos facilidade de crédito

foi iniciado em 1904, como obra ur

A Estrada Sampaio Correia, cuja

Proteção do solo e reflorestamento

para comprar máquinas e aumentar

gente contra as secas, e que devia

suas culturas. Quanto ao crédito co nheço casos dolorosos no interior de meu Estado, de pequenos proprietá

atingir o Seridó cm poucos anos, ain da não está em meio do caminho.

monocultura e falta de adubação das

Quanto aos portos de mar do Rio

culturas, mas principalmente pela

rios, que batem às portas de usurários, vendem sua safra na folha a preços vis, pagam juros da impor-

Grande do Norte a situação é deve ras lamentável. O de Natal, hoje sede de uma importante base naval,

erosão, que precisa ser combatida, não só pelas barragens submersíveis,

O solo do Nordeste está-se empo brecendo progressivamente, não pela

como pelo reflorestamento e medidas


Dicbsto Econômico

94

nhum valor econômico. Poucos meses

depois, o sertanejo inculto foi des cobrindo ouro, sheelita, tantalita, be

rilo, casseterita, cobre e muitos ou tros, inclusive urânio, de que vi uma amostra, encontrada no Seridó c que impressionava chapas fotogí*áficas.

tância adiantada e dão como garantia

e um dos melhores do Norte do Bra

a escritura da venda do sou pequeno

sil, está em sua barra aterrada por um banco de areia que se formou,

deste, ainda falta muito a fazer nes

se campo de atividade agrícola.

No

sima em tungstênio, com cerca de

Temos ótimos vales de terras ferti-

75%, enquanto as de outras regiões

líssimas para duas, pelo menos, gran

do Globo não vão além de 30%. Urge

des usinas modernas, cujos produtos

que as bancadas do Nordeste consi gam do Governo Federal a ida de

encontrarão fácil consumo dentro do

ao

próprio Estado.

importante fonte econômica. Até ho je, ao que me consta, o Governo só

Algodão a produção de algodão do Nordeste,

xas de exportação.

que continua a manter, entretanto, a liderança da qualidade da fibra. O

Todos os Estados do Nordeste pro

duzem sal, de que o Sul é grande con sumidor, e que rende à União mais de 220 milhões de cruzeiros anualmente,

veis. Em visita que fiz a uma plan

tação de algodão oni São Paulo, admirei-mc da pcrcentagem da fibra conseguida de sementes selecionadas

pelo Instituto Agronômico de Campi

dos a mais de 10 milhas, em pleno

fibra quando a média dos nossos não ultrapassa do 28'Á. E' uma diferen

mar, dificultando e encarecendo o embarque de sal o do outras mercado

ça impressionante, obtida graças a

rias.

que precisamos imitar. Transporte.';

nosso tipo Seridó só encontra rival,

em qualidade, no algodão Egípcio e no famoso Sen Island, ambos aliás de procedência brasileira. Necessitamos defendê-lo a fim de

As nossas estradas de ferro e de

rodagem nem sempre são bem orien tadas, obedecendo, i)or vezes, a inte resses individuais. Necessitam ser

prolongadas, dotadas de obras d'arto e de uma conservação adequada, a fim de falicitar e baratear o trans

de imposto de consumo. O consumo

que não se abastarde, pela hidridação

porte. No Rio Grande do Norte, o

com algodões inferiores, defendê-lo

trecho da Estrada de Ferro Sampaio

contra as pragas e dar-lhe maior ren

aterros, mais de um milhão de tone-

Escasseiam, no Nordeste, os técni-'

Correia, que vai de Natal a Nova Cruz estava partido até há bem pou cos dias, segundo informação do en-

ladas de sal velho e de teor de cloreto de sódio mais elevado do que o sal de Cádiz Êsse sal não vem para o Sul do País por falta de transporte marí timo e dificuldade de acesso a cer

COS para levar os ensinamentos da

genheiro-chefe, em mais de 70 luga

cultura moderna aos agricultores de algodão, que nem sempre encontram sementes selecionadas para semea

res e necessitando fazer uma subs

do a economia nordestina. Açúcar

A cana de açúcar que foi a primeira lavoura praticada no Nordeste e «ue modelou uma sociedade, tem no seu litoral úmido, condições excep cionais de desenvolvimento. Afora

pedir o acosso ao ancoradouro inter no a navios da navegação costeira. Os portos de Macau e de Areia Branca, nuc são os portos de sal, estão em pior situação. No de Areia Branca, que é o 6.o ou 7.o porto do País, em

O algodoal que visitei dá 40'', de

do Brasil é de cêrca de 750.000 toneladas anuais. Só o Eio Grande do Norte possui, atualmente, em seus

tos portos de embarque, prejudican

de modo a dificultar ou mesmo im

tonelagom, o.s navios ficam distancia

nas.

Em quantidade, São Paulo superou

tem auferido lucros, cobrando as ta Sai

pedaço de terra, que dificilmente con seguem resgatar, )>assan(lo. por isso, do proprietários a rondeii-os insolvá-

' um trabalho inteligente de seleção,

Nordeste, aparelhado.s

com sondas, para o estudo de tão

95

reira já atingiu um elevado grau de cultura, nos demais Estado.s do Nor

Seridó, onde está localizada uma das maiores jazidas conhecidas, é riquis-

técnicos

EcoNÓNnco

Pernambuco, onde a indústria açuca-

meu Estado, por exomjilo. agora, é que vamo.s substituindo o bangué, que é um sócio ladrão do agricultor, em conseqüência do pequeno rendimento que tira da cana, pela usina moderna.

A sheelita encontrada e explorada no

Dicesto

dimento de fibra e por área plantada.

Crédito

Em matéria de crédito agrícola o atraso é do Brasil inteiro, mas no Nordeste a sua falta se faz sentir muito mais acentuadamente, pois se trata de uma região pobre de capi tais. A solução só será dada pelas caixas de crédito, pelo cooperativismo, como aconteceu na Dinamarca,

que até 1850 era um país muito po bre e goza hoje de uma situação pri

tituição de dormentes de mais de

vilegiada, graças ao cooperativismo ali praticado numa escala que ne nhum outro país pratica. As coope rativas fundadas ou a fundar, no Nordeste, receberão o capital do Banco do Nordeste, que o governo projeta fundar, para o reerguimento

50%.

desse, região.

rem, nem facilidade de adquiiúr in seticidas para o combate às pragas,

construção, no trecho de penetração,

e muito menos facilidade de crédito

foi iniciado em 1904, como obra ur

A Estrada Sampaio Correia, cuja

Proteção do solo e reflorestamento

para comprar máquinas e aumentar

gente contra as secas, e que devia

suas culturas. Quanto ao crédito co nheço casos dolorosos no interior de meu Estado, de pequenos proprietá

atingir o Seridó cm poucos anos, ain da não está em meio do caminho.

monocultura e falta de adubação das

Quanto aos portos de mar do Rio

culturas, mas principalmente pela

rios, que batem às portas de usurários, vendem sua safra na folha a preços vis, pagam juros da impor-

Grande do Norte a situação é deve ras lamentável. O de Natal, hoje sede de uma importante base naval,

erosão, que precisa ser combatida, não só pelas barragens submersíveis,

O solo do Nordeste está-se empo brecendo progressivamente, não pela

como pelo reflorestamento e medidas


DiCESTO EcoNÓNnco

rigorosas de proteção às fracas re servas florestais que ainda temos,

ameaçadas de desaparecer pelo ma chado e pelo fogo. Não se planta uma árvore, e, entretanto, plantar

mos fundar grandes fábricas de te cido, aproveitando o nos.so algodao Seridó, de cimento, utilizando o otÍmo calcáreo do Mo.ssoró, o de soda

cáustica, perto das grandes salinas de

árvore é bom negócio do ponto de vis

Mossoró ou dc Macau.

ta econômico.

liptos à margem de suas linhas, e os proprietários das terras empobreci

No momento, o que se impõe, para redimir o Nordeste, é um vasto plano de trabalho, organizado cuidadosa mente e sem preocupações regionais, partidárias ou interesses pessoais,

das pelo café cobrem-nas de bolas

para:

Enquanto as Estradas de Ferro de São Paulo plantam milhões de euca

florestas, no Nordeste, as Estradas

l.o

Intensificar

a

açudagem,

tários na obra de destruição da cober

construindo grandes barragens tanto para a irrigação de grandes exten

tura vegetal da terra, desnudando-a

sões das terras marginais ao leito

e facilitando a erosão, que arrasta a

dos rios G a juzante das barragens,

camada, vegetal do solo, que leva sé culos a se refazer, se o homem não

como para a produção de energia elé

auxiliar. Temos na nossa flora mui

mais valiosas, a carnaubeira, que me

2.0 Facilitar a construção dos açudes médios requeridos por particulai-cs para serem feitos em coope ração com o D.N.O.C.S. que necessita de uma boa equipe de técnicos para

dra em terrenos secos e pobres, desde

o estudo, projeto o fiscalização dos

de Ferro colaboram com os proprie

tas espécies de árvores de crescimen

to rápido com que podemos reflorestar parte do Nordeste, e entro as

trica.

que seja protegida, quando nova, con

mesmos.

tra os animais apreciadores de suas folhas tenras como o gado bovino e o

3.® — Construir o D.N.O.C.S. dire tamente, ou auxiliar com 50% do or

caprino.

çamento, as barragens submersíveis transversais aos cursos dágua, e fa

cilitar 03 empréstimos . à pequena

Indústria

açudagem.

Não é possível pensar em criação de um importante parque industrial, sem termos energia abundante e ba rata. Sem carvão e sem quedas dá

gua, temos que nos contentar com pe

quenas indústrias até que os cabos da grande usina de Paulo Afonso transportem força que atenda às ne cessidades industriais do polígono das secas. Até Ia, vamos intensificar a

4.° — Intensificar a perfuração de poços, na distância máxima de 6 qui

lômetros de um para o outro, nos chapadões de alguns Estados do Nor deste, dotando-os de motores ou de moinhos, e cobrando uma taxa mó

dica dos que se utilizarem dágua para a conservação dos moinhos ou moto res, comprar óleo combustível e lu

produção agropecuária e neutralizar

brificante e pagar a um zelador. 5.® — Sanear, em cooperação com

os efeitos das secas.

o respectivo Estado, os vales úmidos

Quando tiver

mos energia elétrica segura, então

nós, do Rio Grande do Norte, pode

do litoral marítimo, desapropriando as terras beneficiadas, loteá-las e

mmmm

Dicesto Econômico

m

97

vendê-las ou arrendá-las a trabalha dores nacionais e a alguma.s famílias

as Estradas de Ferro, de plantarem,

estrangeiras, com a obrigação de con

se jirestein a produção de dormontes

servar o.s canais de dc.-ísccamento e

o linhas.

cultivá-las.

12.° — Criar postos de monta e de inseminação artificial em várias zo nas do Nordeste, a fim do melhorar

(3.0 — Estudar um i)lano rodoviário

da região nordestina, de modo a li

gar, entre si, produtores e centros mais populosü-s, e orientando as estradas-troncüs para o.s })orlos do li toral.

rjo —, Pleitear junto ao tioverno

da União o melhoramento dos portos do Nordeste, por meio de uma oi>e-

ração de crédito, garantido pela ren da do imposto de consumo cobrado sobre o sal e subvencionar uma com

panhia de navegação que se compro meta a construir ou a adquirir navios de pouco calado para o acesso aos

portos de pequena prolundidado. go

Que seja instalado, com a

possível urgência, em um dos Esta dos do Nordeste, um Instituto Agronômieo, nos moldes do do Campinas, de São Paulo, para o estudo das plan tas cultivadas na região, especialmen te o algodão, a fim de conservar e melhorar as qualidades e percentagem de sua fibra, combater suas pra

gas c aumentar sua produção por área;

qo

,

a pecuária, montando laboratórios de análise animal para o estudo e com bate das epizootias animais. 13.° — Conseguir, do IVIinistério da

Agricultura, o levantamento geoló

gico do Nordeste, para a avaliação e exploração de suas jazidas minerais, com a fundação, nas capitais dos Es tados mais ricos cm minério, de la boratórios de análise.

1-1.° — Concessão de favores a pes soas físicas ou companhias que se propuserem fundar, no Nordeste, um estabelecimento pai-a a industrializa

ção do abundante pescado de nossa costa marítima.

15.° — Intervenção junto à compa nhia do São Francisco, para levar os cabos de energia elétrica da Cachoi-

ra do Paulo Afonso, na direção do norte ate o extremo de suas possibi lidades.

16.° — Decidido apoio ao projeto da criação do Banco do Nordeste.

Fundar o credito agrícola a

juros módicos, com base no cooperativismo e estabelecer o preço míni mo do algodão, e a obrigatovidade da classificação oficial. o — Facilitar ao agricultor a

aquisição de máquinas para a lavoura e beneficiamento dos seus produtos, assim como de inseticidas a preços módicos e pagamento parcelado; ll.o

ao longo de suas linhas, árvores que

Criar

pequenos parques

São estas, Senhores Deputados, as considerações e conclusões que me foi possível apresentar, longe do meu arquivo e sem poder aduzir mimeros e estatística em apoio dos meus ar gumentos. Se tivesse autoridade, eu faiáa um apêlo aos ilustres represen

florestais na proximidade dos gran

tantes do Nordeste no sentido de cer

des açudes, e a obrigatoridade, para

rarem fileiras para a aprovação do


DiCESTO EcoNÓNnco

rigorosas de proteção às fracas re servas florestais que ainda temos,

ameaçadas de desaparecer pelo ma chado e pelo fogo. Não se planta uma árvore, e, entretanto, plantar

mos fundar grandes fábricas de te cido, aproveitando o nos.so algodao Seridó, de cimento, utilizando o otÍmo calcáreo do Mo.ssoró, o de soda

cáustica, perto das grandes salinas de

árvore é bom negócio do ponto de vis

Mossoró ou dc Macau.

ta econômico.

liptos à margem de suas linhas, e os proprietários das terras empobreci

No momento, o que se impõe, para redimir o Nordeste, é um vasto plano de trabalho, organizado cuidadosa mente e sem preocupações regionais, partidárias ou interesses pessoais,

das pelo café cobrem-nas de bolas

para:

Enquanto as Estradas de Ferro de São Paulo plantam milhões de euca

florestas, no Nordeste, as Estradas

l.o

Intensificar

a

açudagem,

tários na obra de destruição da cober

construindo grandes barragens tanto para a irrigação de grandes exten

tura vegetal da terra, desnudando-a

sões das terras marginais ao leito

e facilitando a erosão, que arrasta a

dos rios G a juzante das barragens,

camada, vegetal do solo, que leva sé culos a se refazer, se o homem não

como para a produção de energia elé

auxiliar. Temos na nossa flora mui

mais valiosas, a carnaubeira, que me

2.0 Facilitar a construção dos açudes médios requeridos por particulai-cs para serem feitos em coope ração com o D.N.O.C.S. que necessita de uma boa equipe de técnicos para

dra em terrenos secos e pobres, desde

o estudo, projeto o fiscalização dos

de Ferro colaboram com os proprie

tas espécies de árvores de crescimen

to rápido com que podemos reflorestar parte do Nordeste, e entro as

trica.

que seja protegida, quando nova, con

mesmos.

tra os animais apreciadores de suas folhas tenras como o gado bovino e o

3.® — Construir o D.N.O.C.S. dire tamente, ou auxiliar com 50% do or

caprino.

çamento, as barragens submersíveis transversais aos cursos dágua, e fa

cilitar 03 empréstimos . à pequena

Indústria

açudagem.

Não é possível pensar em criação de um importante parque industrial, sem termos energia abundante e ba rata. Sem carvão e sem quedas dá

gua, temos que nos contentar com pe

quenas indústrias até que os cabos da grande usina de Paulo Afonso transportem força que atenda às ne cessidades industriais do polígono das secas. Até Ia, vamos intensificar a

4.° — Intensificar a perfuração de poços, na distância máxima de 6 qui

lômetros de um para o outro, nos chapadões de alguns Estados do Nor deste, dotando-os de motores ou de moinhos, e cobrando uma taxa mó

dica dos que se utilizarem dágua para a conservação dos moinhos ou moto res, comprar óleo combustível e lu

produção agropecuária e neutralizar

brificante e pagar a um zelador. 5.® — Sanear, em cooperação com

os efeitos das secas.

o respectivo Estado, os vales úmidos

Quando tiver

mos energia elétrica segura, então

nós, do Rio Grande do Norte, pode

do litoral marítimo, desapropriando as terras beneficiadas, loteá-las e

mmmm

Dicesto Econômico

m

97

vendê-las ou arrendá-las a trabalha dores nacionais e a alguma.s famílias

as Estradas de Ferro, de plantarem,

estrangeiras, com a obrigação de con

se jirestein a produção de dormontes

servar o.s canais de dc.-ísccamento e

o linhas.

cultivá-las.

12.° — Criar postos de monta e de inseminação artificial em várias zo nas do Nordeste, a fim do melhorar

(3.0 — Estudar um i)lano rodoviário

da região nordestina, de modo a li

gar, entre si, produtores e centros mais populosü-s, e orientando as estradas-troncüs para o.s })orlos do li toral.

rjo —, Pleitear junto ao tioverno

da União o melhoramento dos portos do Nordeste, por meio de uma oi>e-

ração de crédito, garantido pela ren da do imposto de consumo cobrado sobre o sal e subvencionar uma com

panhia de navegação que se compro meta a construir ou a adquirir navios de pouco calado para o acesso aos

portos de pequena prolundidado. go

Que seja instalado, com a

possível urgência, em um dos Esta dos do Nordeste, um Instituto Agronômieo, nos moldes do do Campinas, de São Paulo, para o estudo das plan tas cultivadas na região, especialmen te o algodão, a fim de conservar e melhorar as qualidades e percentagem de sua fibra, combater suas pra

gas c aumentar sua produção por área;

qo

,

a pecuária, montando laboratórios de análise animal para o estudo e com bate das epizootias animais. 13.° — Conseguir, do IVIinistério da

Agricultura, o levantamento geoló

gico do Nordeste, para a avaliação e exploração de suas jazidas minerais, com a fundação, nas capitais dos Es tados mais ricos cm minério, de la boratórios de análise.

1-1.° — Concessão de favores a pes soas físicas ou companhias que se propuserem fundar, no Nordeste, um estabelecimento pai-a a industrializa

ção do abundante pescado de nossa costa marítima.

15.° — Intervenção junto à compa nhia do São Francisco, para levar os cabos de energia elétrica da Cachoi-

ra do Paulo Afonso, na direção do norte ate o extremo de suas possibi lidades.

16.° — Decidido apoio ao projeto da criação do Banco do Nordeste.

Fundar o credito agrícola a

juros módicos, com base no cooperativismo e estabelecer o preço míni mo do algodão, e a obrigatovidade da classificação oficial. o — Facilitar ao agricultor a

aquisição de máquinas para a lavoura e beneficiamento dos seus produtos, assim como de inseticidas a preços módicos e pagamento parcelado; ll.o

ao longo de suas linhas, árvores que

Criar

pequenos parques

São estas, Senhores Deputados, as considerações e conclusões que me foi possível apresentar, longe do meu arquivo e sem poder aduzir mimeros e estatística em apoio dos meus ar gumentos. Se tivesse autoridade, eu faiáa um apêlo aos ilustres represen

florestais na proximidade dos gran

tantes do Nordeste no sentido de cer

des açudes, e a obrigatoridade, para

rarem fileiras para a aprovação do


."'^1 98

Dtcesto Econômico

e, esquecidas quaisquer divergências

ses de nossos Estados. Isso não tra duziria hostilidade aos demais Esta

A Produção não diminuiu: distanciou-se

políticas e preferências regionais,

dos, mas uma demonstração de que

sempre que se tratasse de apoiar uma

queremos integrar uma grande re

J. Testa

medida que aproveitasse aos interes

gião no progresso do Brasil.

projeto criando o Banco do Nordeste,

*^o»NOU-KK liábitd afirmar que o aunK-n'o dl produção, no Brasil, não

trm scíjiiido população. Por outras palavras, tom-si* procurado demonstrar que o crcscimcMito da poptilnção vem

com a observação direta dos f.itos. qvie

sendo muito mais acentuado que o da

muito mais quo os meios dc transporte. Essa constatação, por si só, não basta,

produção, principalmente de gêneros de consumo.

Outros articulistas vão ain

da mais longe, afirmando que temos retrocedido, declinando a produção ao passo que aumenta o crescimento de mográfico. Nem o próprio Malthus te ria desejado provar tanto. Essas afirmativas têm tido a favore

cê-las \ários argumentos, pois se de um

cia aumentou, o sensivelmente.

Muito

mais que a população. E, principalmente, evidentemente, para resolver os graves

c constantes problemas de abastecimento

que se nos deparam a cada momento: dc sal, de açúcar, de came, de óleos, de leite. .. Mas, pelo menos, já é confor tador saber-se que essas dificuldades

nem sempre se devem a uma produção

lado 6 facilmente verificável

diminuta (pois nesse caso

o aumento demográfico, por outro é também quase pal

o problema seria mais gra

pável o

decréscimo, no

ve) e tão-sòmcnte a uma

questão de dificuldade de

mercado, de todos os gê

transporte. Acresce que as

neros de primeira neces E, aumenta ainda

populações se adensaram nos grandes centros urba

a confusão o fato de que

nos, e aumentaram o seu

houve realmente certos re

poder aquisitivo.

sidade.

trocessos, alguns ocasionais outros permanentes, como o

do café, sendo que diversos

produtos se mantiveram pràticamento estacionários. Um terceiro fator, ainda,

contribui para lançar con fusão: o do que as estatís ticas são muitas vezes for necidas com atraso, acon tecendo mesmo serem di

vulgadas antecipadamente as de índole demográfica.

Que haverá de verdade em tudo isso?

J

Parccc-nos possível responder, não sòmcnlc com os algarismos, mas também

Diminuiu

Não se deduza que pre

tendamos seja suficiente a nossa produção. Não en tra nos nossos propósitos defender essa tese.

Muito

teremos que fazer, não ape nas no setor agropecuário

como, e principalmente, no extrativo vegetal, no da mi neração e das indú trias de base.

E não apenas com

referência à quantidade, mas principalmente quanto à racionalização, de modo

realmente a produção? Es

que possam ser baratos os

tacionou?

nossos preços, os quais,

Retrocedeu?


."'^1 98

Dtcesto Econômico

e, esquecidas quaisquer divergências

ses de nossos Estados. Isso não tra duziria hostilidade aos demais Esta

A Produção não diminuiu: distanciou-se

políticas e preferências regionais,

dos, mas uma demonstração de que

sempre que se tratasse de apoiar uma

queremos integrar uma grande re

J. Testa

medida que aproveitasse aos interes

gião no progresso do Brasil.

projeto criando o Banco do Nordeste,

*^o»NOU-KK liábitd afirmar que o aunK-n'o dl produção, no Brasil, não

trm scíjiiido população. Por outras palavras, tom-si* procurado demonstrar que o crcscimcMito da poptilnção vem

com a observação direta dos f.itos. qvie

sendo muito mais acentuado que o da

muito mais quo os meios dc transporte. Essa constatação, por si só, não basta,

produção, principalmente de gêneros de consumo.

Outros articulistas vão ain

da mais longe, afirmando que temos retrocedido, declinando a produção ao passo que aumenta o crescimento de mográfico. Nem o próprio Malthus te ria desejado provar tanto. Essas afirmativas têm tido a favore

cê-las \ários argumentos, pois se de um

cia aumentou, o sensivelmente.

Muito

mais que a população. E, principalmente, evidentemente, para resolver os graves

c constantes problemas de abastecimento

que se nos deparam a cada momento: dc sal, de açúcar, de came, de óleos, de leite. .. Mas, pelo menos, já é confor tador saber-se que essas dificuldades

nem sempre se devem a uma produção

lado 6 facilmente verificável

diminuta (pois nesse caso

o aumento demográfico, por outro é também quase pal

o problema seria mais gra

pável o

decréscimo, no

ve) e tão-sòmcnte a uma

questão de dificuldade de

mercado, de todos os gê

transporte. Acresce que as

neros de primeira neces E, aumenta ainda

populações se adensaram nos grandes centros urba

a confusão o fato de que

nos, e aumentaram o seu

houve realmente certos re

poder aquisitivo.

sidade.

trocessos, alguns ocasionais outros permanentes, como o

do café, sendo que diversos

produtos se mantiveram pràticamento estacionários. Um terceiro fator, ainda,

contribui para lançar con fusão: o do que as estatís ticas são muitas vezes for necidas com atraso, acon tecendo mesmo serem di

vulgadas antecipadamente as de índole demográfica.

Que haverá de verdade em tudo isso?

J

Parccc-nos possível responder, não sòmcnlc com os algarismos, mas também

Diminuiu

Não se deduza que pre

tendamos seja suficiente a nossa produção. Não en tra nos nossos propósitos defender essa tese.

Muito

teremos que fazer, não ape nas no setor agropecuário

como, e principalmente, no extrativo vegetal, no da mi neração e das indú trias de base.

E não apenas com

referência à quantidade, mas principalmente quanto à racionalização, de modo

realmente a produção? Es

que possam ser baratos os

tacionou?

nossos preços, os quais,

Retrocedeu?


Dicksto EcoNrt^^co

100

como é sabido, não podem competir nos mercados internacionais e mesmo

nos nacionais. Ainda ha poucos dias, causou alarma a resolução da CEXIM,

de permitir a livre entrada, sem licen ça prévia, dos artigos que pudessem ser importados por preços inferiores aos similares produzidos no pais. Alegouse, então, que essa medida iria permi tir a competição, dentro do país, de todos os artigos estrangeiros, com os nossos próprios, tanto agropccuárío.s como manufaturados!

Precisamos racionalizar e baratear a

nossa produção. Isso implica um mun do de medidas, de índoles diversissi-

mas, visto que o problema econômico se intcrpenetra, em verdadeira anastomose, a ponto de ser difícil saber-se por onde começar. Suas linhas básicas

estão lançadas, todavia, e uma política

segura, metódica e proficiente irá pro duzir, dentro de alguns anos, resultados auspiciosos.

Não se espere, entretanto, dominar o

assunto com rapidez e em cem por cen to, porque o Brasil cresce mais depres

Dicf-sto

EcoNÓNnco

sa do que podemos resoK ur os seus pro blemas, c além disso constíliicin gravo

101

(T/y.scímenOj dii jtofuildção hrtisilcirti. dv 19-10 a 1.950

dificuldade a sua área U-rrilorial muito

ampla c acidentada e a .sua [Xipulação dispersa.

Nos quadros abaixo focalizamos a si tuação demográfica, fcrrovi/iria c agrí

Popul;R,-ão total, cm 1-9-40 " " " " 50 (dados pro\isório.s)

41.236.315 .52.645.479

Expansão do sistema /errotaVírio Linha férreas cm tráfego, em 1942

34.438 k.

" 1949

36.004 "

cola do Brasil, nos últimos dez. anos, isto é, dc 19-10 a 19.50. \'crÍficarcmos que, enfjuanlo a população aumentou cm 27,65%, o cTcscmicnl<j na c.xtcnsão

Produ{-fio a<iricohi (principais

quilométrica das fcrrox ias foi apenas de

produtos

4,46%, ao passo que o dcsen\ül\imcnto

da produção registrava um aumento de

49,36%. Poderíamos ter tomado apenas

Volume físic(), em toneladas

(Udturas

cm relação a 1940

os totais referentes aos dois extremos -

1940 c 1950

Porcent. de cres cimento ou de de créscimo, dc 1950

mas preferimos exami

lOfO

1945

79,50 421.744 830.708

nar um ano intermediário, 1915. a fim

de verificar sc havia uma constante de crescimento. E foi o que constatamos, e

Algodão (pliima)

que aliás se verifica cm quase todo o período, exceção dc raros ciclos cm que

Banana (1) ....

secas ou outros fenômenos tenham afe

tado tais ou quais produtos.

"

(caroço)

Arroz

Batata Cacau Café

Cana dc açúear . Feijão

468,695

378.495

1.093.612

7-15.520

1.319.973 1.503.500 433.746 128.016 1.002.062 22.252.220

2.146.965

3.209.735

2.146.220 595.670 119.656 834.916

3.168.960

767.314

25.178.584 1.002.446 113.449

Milho

94.768 1.272.600 7.331.862 4.875.553

Trigo

101.739

11.414.680 4.846.557 233.298

42.645.660

.50.758.191

Fumo

Laranja (1) .... Mandioca

Total

1.0ÜI.735

- 10,02 - 24,04 143,17 110,77

70,54 0,46 7,64

739.724 128.601 1.078.(542 31.671.137 1.279.130 106.373 1.244.641 13.134.531 6.161.643 519.261

66,70 22,46 2,20 79,14 26,38 410,39

63.694.830

49,36

42,33

(1) Banana — 1946 - 117.207.000 cachos — 2.344.140 ton. 20 kg. por cacho;

" - 2.549.340 " 20,61 kg. p/ " 1947 - 123.691.000 (2) Laranja — 1946 - 29.995.000 caixíls — 1.048.429 " 34,95 kg. p/ caixa 1947

- 30.085.000

"

Relativamente ao desenvolvimento do

sistema ferroviário, os dados que tive mos à mão, no momento, não permiti ^..Ji.

- 1.056.011 " 35,10 kg. p/ " ram o exame dos anos de 1940 e 1950.

As alterações, todavia, serão insignifi cantes, e não chegarão, em porcenta-


Dicksto EcoNrt^^co

100

como é sabido, não podem competir nos mercados internacionais e mesmo

nos nacionais. Ainda ha poucos dias, causou alarma a resolução da CEXIM,

de permitir a livre entrada, sem licen ça prévia, dos artigos que pudessem ser importados por preços inferiores aos similares produzidos no pais. Alegouse, então, que essa medida iria permi tir a competição, dentro do país, de todos os artigos estrangeiros, com os nossos próprios, tanto agropccuárío.s como manufaturados!

Precisamos racionalizar e baratear a

nossa produção. Isso implica um mun do de medidas, de índoles diversissi-

mas, visto que o problema econômico se intcrpenetra, em verdadeira anastomose, a ponto de ser difícil saber-se por onde começar. Suas linhas básicas

estão lançadas, todavia, e uma política

segura, metódica e proficiente irá pro duzir, dentro de alguns anos, resultados auspiciosos.

Não se espere, entretanto, dominar o

assunto com rapidez e em cem por cen to, porque o Brasil cresce mais depres

Dicf-sto

EcoNÓNnco

sa do que podemos resoK ur os seus pro blemas, c além disso constíliicin gravo

101

(T/y.scímenOj dii jtofuildção hrtisilcirti. dv 19-10 a 1.950

dificuldade a sua área U-rrilorial muito

ampla c acidentada e a .sua [Xipulação dispersa.

Nos quadros abaixo focalizamos a si tuação demográfica, fcrrovi/iria c agrí

Popul;R,-ão total, cm 1-9-40 " " " " 50 (dados pro\isório.s)

41.236.315 .52.645.479

Expansão do sistema /errotaVírio Linha férreas cm tráfego, em 1942

34.438 k.

" 1949

36.004 "

cola do Brasil, nos últimos dez. anos, isto é, dc 19-10 a 19.50. \'crÍficarcmos que, enfjuanlo a população aumentou cm 27,65%, o cTcscmicnl<j na c.xtcnsão

Produ{-fio a<iricohi (principais

quilométrica das fcrrox ias foi apenas de

produtos

4,46%, ao passo que o dcsen\ül\imcnto

da produção registrava um aumento de

49,36%. Poderíamos ter tomado apenas

Volume físic(), em toneladas

(Udturas

cm relação a 1940

os totais referentes aos dois extremos -

1940 c 1950

Porcent. de cres cimento ou de de créscimo, dc 1950

mas preferimos exami

lOfO

1945

79,50 421.744 830.708

nar um ano intermediário, 1915. a fim

de verificar sc havia uma constante de crescimento. E foi o que constatamos, e

Algodão (pliima)

que aliás se verifica cm quase todo o período, exceção dc raros ciclos cm que

Banana (1) ....

secas ou outros fenômenos tenham afe

tado tais ou quais produtos.

"

(caroço)

Arroz

Batata Cacau Café

Cana dc açúear . Feijão

468,695

378.495

1.093.612

7-15.520

1.319.973 1.503.500 433.746 128.016 1.002.062 22.252.220

2.146.965

3.209.735

2.146.220 595.670 119.656 834.916

3.168.960

767.314

25.178.584 1.002.446 113.449

Milho

94.768 1.272.600 7.331.862 4.875.553

Trigo

101.739

11.414.680 4.846.557 233.298

42.645.660

.50.758.191

Fumo

Laranja (1) .... Mandioca

Total

1.0ÜI.735

- 10,02 - 24,04 143,17 110,77

70,54 0,46 7,64

739.724 128.601 1.078.(542 31.671.137 1.279.130 106.373 1.244.641 13.134.531 6.161.643 519.261

66,70 22,46 2,20 79,14 26,38 410,39

63.694.830

49,36

42,33

(1) Banana — 1946 - 117.207.000 cachos — 2.344.140 ton. 20 kg. por cacho;

" - 2.549.340 " 20,61 kg. p/ " 1947 - 123.691.000 (2) Laranja — 1946 - 29.995.000 caixíls — 1.048.429 " 34,95 kg. p/ caixa 1947

- 30.085.000

"

Relativamente ao desenvolvimento do

sistema ferroviário, os dados que tive mos à mão, no momento, não permiti ^..Ji.

- 1.056.011 " 35,10 kg. p/ " ram o exame dos anos de 1940 e 1950.

As alterações, todavia, serão insignifi cantes, e não chegarão, em porcenta-


rr.

Dice.^0

102

gem, a mais 0,55% do crescimento que

consignamos, ou seja um total de cer

Econômico

babaçu. O ouro o o manganês regredi ram.

ca de 5% de aumento, entre 1940 e 1950.

Mas — dir-se-á — serão por\t.-nliirn cor retas essas estatísticas? C(Jin «pn- critério terão sido colctado.s esses ci.idos? Não

Do quadro referente à produção, ve

nos parece revelar, a vida di;'iria, antes

rifica-se que apenas registraram decrés cimo o algodão e a laranja. O cacau pràticamente se manteve estacionário,

zê-las. E, quanto ao setor cpic melhor

tão diminuto foi o crescimento verifica

conhecemos, o cafecíro, podianos afir

do, mas deve-se notar que se trata de

mar que são precisas.

um produto quase exclusivamente de

uni decréscimo?

Não temos elementos para c<íntradi-

Entretanto, não seriam necessárias as

exportação. O mesmo se poderá dizer

estatísticas. É muito fácil a constatação

com relação ao café.

de que a produção existe, às vézes em abundância, faltando apenas os meios de transporte. No Rio Grande do Sul, a safra de trigo esteve ameaçada de to tal avaria, na região central do Estado, devido as deficiências dc transjxirte, só tendo sido salva graças às providências da Região Militar, que pôs a scrx iço do

Os produtos de consumo básico, to davia, registraram um aumento consi

derável, que foi do 41% com referência

ao trigo, 143% para o arroz, 110% para a banana, 70% para a batata, 66% para ,

KJ'

O feijão 6 42% para a cana de açúcar. Todos eles aumentaram proporcional mente mais que a população.

seu escoamento os caminhões do Exér

Há mais, porém: a produção pecuá ria total, em toneladas (carnes, couros,

banha, laticínios, sebo) passou de.... 1.506.173 toneladas, em 1940 a

1,837.244, em 1949, ou seja um aumen

cito. Do norte do Paraná chegaram e

continuam a chegar notícias de grave falta dc transporto. Há centenas dc mi lhares, milhões dc sacas de cereais, nos armazéns de Londrina e dc várias ou

to de 21%. O carvão mineral passou de

tras cidades da região, aguardando em

1.408.079 cm 1941, a 2.128.858, em

barque. Muitos lotes aguardam vagões

1949: aumento de 50%; o minério de

ja pedidos desde cerca de um ano! A

ferro teve sua extração aumentada de

Rôde de Viação Paraná-Sta. Catarina

827.725 para 1.887.777, nas mesmas da tas: aumento de 128%; o cimento pas

não tem material rodante; a articulação da mesma com a Sorocabana é deficien

sou de 744.673 toneladas a 1.335.772:

te; os caminhões, evidentemente, não

aumento de 80%. O ferro-gusa e o-aço

toneladas, o primeiro, para 684.992 (au

poderiam- dar vazião àquela vidtosa sa fra, por distancias tão grandes e sem estradas pavimentadas; e, quando o pu

mento de 230%) e de 155.357 para... .

dessem, encareceriam em 50 cruzeiros

753.341 o segundo (aumento de 386%).

cada saco de cereal transportado, o que, em certos casos, corresponde a mais que o valor do produto! De Goiás e do Triângulo Mineiro chegam noticias se

subiram, entre 1941 e 1950, de 208.795

A produção industrial passou do índice de 94,6," em 1944, para o de 140, em 1950.

Só a indústria extrativa se manteve

melhantes, e um de nossos matutinos

mais ou menos estacionária, exceção do

tem publicado fotografias de verdadei-

r\-

w Digesto

Econômico

103

?as montanhas de arroz, nas ruas da

Uberlândia, cujas niáq\iinas de benefi

vés de explorar a fundo a região já desbravada, a leste. Fizemos uma agri

cio limpam 12.000 .'^acas do produto, diàriamciitc, cnípianto <jue a Estrada de

cultura dc extermínio, de mineração do

Ferro .Mogiaiui só consegue transportar,

vida de que o pioneirismo era indis pensável. Sem éle não conquistaría

por dia 4.000, levando um vagão 30 dias, pura ir dali a Campinas, e 60 até

húmus da terra.

Não há a menor dú

mos as aluais fronteiras da pátria. Mas,

Do longíiKjuo sul do Mato Grosso, e até do Paraguai chegam a São Paulo,

paralelainonte. era necessário ir consoli dando a conquista, ou polo menos ir c.stendemlo adequadas vias de comuni-,

através do Rio Paraná, imensa.s boiadas.

caç.âo.

MaSj com que dificuldade são conduzi

agricultura, como a pecuária, como a

das até ali, c, depois, p<4a Estrada de Ferro, por uma distância dc 900 quilô

própria indústria extrativa, são vandálicas. Os campos erosados, ou de barba

metros, morrendo muitas reses o per

dc bode, sucedem-se às matas lu.xurian-

dendo péso outras.

Ics de oulrora. O Nordeste, em sua quase

o Rio.

O sal existente, só no Estado do Rio

Não o fizemos.

Tanto a nossa

totalidade, é hoje um deserto calcina

Grande do Norte, 6 exatamente o do

do.

bro do ncc<'Ssário ao consumo dc todo

Rio quase inteiro, grande parte do in

O vale do Paraiba, o Estado do

o país, durante um ano. Em Pemambuco e Alagoas havia, ainda há pouco, por ocasião da recente crise cm S. Pau

terras velhas, catisadas, onde não mais

terior de Minas e de S. Paulo são hoje existe fertilidade, tendo mesmo desapa

lo, cerca de 3.000.000 do sacas de açiicar. Mas, onde o transporte para esses

recido a fauna dos campos e dos rios.

artigos vitais? Nossa marinha mercan te, que nunca chegou a satisfazer nos

cundas, cortavam-se toras imensas de

sas necessidades mínimas,

tais da capital paulista ou de todos os nossos grandes centros urbanos. Hoje, os cereais, as madeiras, o café, o gado a própria lenha, vêm de 700, de 900, de mais dc 1000 quilômetros de distân

teve ainda

grande desfalque durante a guerra e, apesar dc algumas novas construções, não chegou a .sc refazer, ao menos, quanto mais dcsenvolvcr-sc como seria necessário. Acresce que quase todos os portos do Norte o Nordeste precisam, já não diremos dc guindastes ou dc cais, mas pelo menos de dragagem!

Antigamente plantavnm-se roças fe madeira dc construção mesmo nos quin- ~

cia. congestionando as ferrovias, que têm quase a- mesma capacidade de trá-fcgo de meio século atrás! Quando a Central do Brasil foi inau

gurada, há três quartos de século, a po pulação do eixo constituído pelas duas O que acontece, no Brasil, é, em resumo, o seguinte: pradução coda vez mais distanciada dos centros de consu

mo; vias de comunicação insuficientes,

em quantidades c qualidade, tanto as ferrovias, como os rodovias, e a nave gação.

Abusou-se muito, entre nós, do pioneírismo, da marcha para Oeste, ao in

maiores cidades do Brasil, com a zona

circunjacente, não passava dc meio mi

lhão de almas. Hoje, essa mesma re gião, com as duas capitais, tem cerca de seis milhões. E, por acaso decuplicou a Central as suas linhas ou a sua capacidade de tráfego? Todos sabcmos que não. Muito ao contrário, mantém ela ainda em serviço vetustos


rr.

Dice.^0

102

gem, a mais 0,55% do crescimento que

consignamos, ou seja um total de cer

Econômico

babaçu. O ouro o o manganês regredi ram.

ca de 5% de aumento, entre 1940 e 1950.

Mas — dir-se-á — serão por\t.-nliirn cor retas essas estatísticas? C(Jin «pn- critério terão sido colctado.s esses ci.idos? Não

Do quadro referente à produção, ve

nos parece revelar, a vida di;'iria, antes

rifica-se que apenas registraram decrés cimo o algodão e a laranja. O cacau pràticamente se manteve estacionário,

zê-las. E, quanto ao setor cpic melhor

tão diminuto foi o crescimento verifica

conhecemos, o cafecíro, podianos afir

do, mas deve-se notar que se trata de

mar que são precisas.

um produto quase exclusivamente de

uni decréscimo?

Não temos elementos para c<íntradi-

Entretanto, não seriam necessárias as

exportação. O mesmo se poderá dizer

estatísticas. É muito fácil a constatação

com relação ao café.

de que a produção existe, às vézes em abundância, faltando apenas os meios de transporte. No Rio Grande do Sul, a safra de trigo esteve ameaçada de to tal avaria, na região central do Estado, devido as deficiências dc transjxirte, só tendo sido salva graças às providências da Região Militar, que pôs a scrx iço do

Os produtos de consumo básico, to davia, registraram um aumento consi

derável, que foi do 41% com referência

ao trigo, 143% para o arroz, 110% para a banana, 70% para a batata, 66% para ,

KJ'

O feijão 6 42% para a cana de açúcar. Todos eles aumentaram proporcional mente mais que a população.

seu escoamento os caminhões do Exér

Há mais, porém: a produção pecuá ria total, em toneladas (carnes, couros,

banha, laticínios, sebo) passou de.... 1.506.173 toneladas, em 1940 a

1,837.244, em 1949, ou seja um aumen

cito. Do norte do Paraná chegaram e

continuam a chegar notícias de grave falta dc transporto. Há centenas dc mi lhares, milhões dc sacas de cereais, nos armazéns de Londrina e dc várias ou

to de 21%. O carvão mineral passou de

tras cidades da região, aguardando em

1.408.079 cm 1941, a 2.128.858, em

barque. Muitos lotes aguardam vagões

1949: aumento de 50%; o minério de

ja pedidos desde cerca de um ano! A

ferro teve sua extração aumentada de

Rôde de Viação Paraná-Sta. Catarina

827.725 para 1.887.777, nas mesmas da tas: aumento de 128%; o cimento pas

não tem material rodante; a articulação da mesma com a Sorocabana é deficien

sou de 744.673 toneladas a 1.335.772:

te; os caminhões, evidentemente, não

aumento de 80%. O ferro-gusa e o-aço

toneladas, o primeiro, para 684.992 (au

poderiam- dar vazião àquela vidtosa sa fra, por distancias tão grandes e sem estradas pavimentadas; e, quando o pu

mento de 230%) e de 155.357 para... .

dessem, encareceriam em 50 cruzeiros

753.341 o segundo (aumento de 386%).

cada saco de cereal transportado, o que, em certos casos, corresponde a mais que o valor do produto! De Goiás e do Triângulo Mineiro chegam noticias se

subiram, entre 1941 e 1950, de 208.795

A produção industrial passou do índice de 94,6," em 1944, para o de 140, em 1950.

Só a indústria extrativa se manteve

melhantes, e um de nossos matutinos

mais ou menos estacionária, exceção do

tem publicado fotografias de verdadei-

r\-

w Digesto

Econômico

103

?as montanhas de arroz, nas ruas da

Uberlândia, cujas niáq\iinas de benefi

vés de explorar a fundo a região já desbravada, a leste. Fizemos uma agri

cio limpam 12.000 .'^acas do produto, diàriamciitc, cnípianto <jue a Estrada de

cultura dc extermínio, de mineração do

Ferro .Mogiaiui só consegue transportar,

vida de que o pioneirismo era indis pensável. Sem éle não conquistaría

por dia 4.000, levando um vagão 30 dias, pura ir dali a Campinas, e 60 até

húmus da terra.

Não há a menor dú

mos as aluais fronteiras da pátria. Mas,

Do longíiKjuo sul do Mato Grosso, e até do Paraguai chegam a São Paulo,

paralelainonte. era necessário ir consoli dando a conquista, ou polo menos ir c.stendemlo adequadas vias de comuni-,

através do Rio Paraná, imensa.s boiadas.

caç.âo.

MaSj com que dificuldade são conduzi

agricultura, como a pecuária, como a

das até ali, c, depois, p<4a Estrada de Ferro, por uma distância dc 900 quilô

própria indústria extrativa, são vandálicas. Os campos erosados, ou de barba

metros, morrendo muitas reses o per

dc bode, sucedem-se às matas lu.xurian-

dendo péso outras.

Ics de oulrora. O Nordeste, em sua quase

o Rio.

O sal existente, só no Estado do Rio

Não o fizemos.

Tanto a nossa

totalidade, é hoje um deserto calcina

Grande do Norte, 6 exatamente o do

do.

bro do ncc<'Ssário ao consumo dc todo

Rio quase inteiro, grande parte do in

O vale do Paraiba, o Estado do

o país, durante um ano. Em Pemambuco e Alagoas havia, ainda há pouco, por ocasião da recente crise cm S. Pau

terras velhas, catisadas, onde não mais

terior de Minas e de S. Paulo são hoje existe fertilidade, tendo mesmo desapa

lo, cerca de 3.000.000 do sacas de açiicar. Mas, onde o transporte para esses

recido a fauna dos campos e dos rios.

artigos vitais? Nossa marinha mercan te, que nunca chegou a satisfazer nos

cundas, cortavam-se toras imensas de

sas necessidades mínimas,

tais da capital paulista ou de todos os nossos grandes centros urbanos. Hoje, os cereais, as madeiras, o café, o gado a própria lenha, vêm de 700, de 900, de mais dc 1000 quilômetros de distân

teve ainda

grande desfalque durante a guerra e, apesar dc algumas novas construções, não chegou a .sc refazer, ao menos, quanto mais dcsenvolvcr-sc como seria necessário. Acresce que quase todos os portos do Norte o Nordeste precisam, já não diremos dc guindastes ou dc cais, mas pelo menos de dragagem!

Antigamente plantavnm-se roças fe madeira dc construção mesmo nos quin- ~

cia. congestionando as ferrovias, que têm quase a- mesma capacidade de trá-fcgo de meio século atrás! Quando a Central do Brasil foi inau

gurada, há três quartos de século, a po pulação do eixo constituído pelas duas O que acontece, no Brasil, é, em resumo, o seguinte: pradução coda vez mais distanciada dos centros de consu

mo; vias de comunicação insuficientes,

em quantidades c qualidade, tanto as ferrovias, como os rodovias, e a nave gação.

Abusou-se muito, entre nós, do pioneírismo, da marcha para Oeste, ao in

maiores cidades do Brasil, com a zona

circunjacente, não passava dc meio mi

lhão de almas. Hoje, essa mesma re gião, com as duas capitais, tem cerca de seis milhões. E, por acaso decuplicou a Central as suas linhas ou a sua capacidade de tráfego? Todos sabcmos que não. Muito ao contrário, mantém ela ainda em serviço vetustos


"TT

Dicb-sto

104

vagões e locomotivas e linhas que, em muitos trechos, tavez ainda sejam as

Foi uma avançada bomérica. cheia de lutas, de sacrifícios, di' cstoici.smo.

Ela criou íiiiasc tudo o cpM' boje temos,

primitivas.

Dir-se-á que contamos hoje com as rodovias.

Econômico

Realmente.

Mas, ninguém

deixando atrás íle si os trilhos das estra

(Catntulü inédito de uni ÍÍito a sair no Mc.xico)

das dc ferro, os arranha-céus c as fá

CuimuEiuo R.xmos

ignora que o caminhão, eficíentíssimo para as pequenas distancias, não resol

bricas, as fazendas c os portos.

ve o problema das distâncias maiores e

encostas da serra dos Órgãos, da Man

da carga pesada. Chegou-se, entre nós, ao paradoxo de se fazerem transportes 'por caminhão entre o Rio Grande do Sul

ARE AS DE NATALIDADE E DE MORTALIDADE INFANTIL

Mas, deixou também o tlcscrlo.

.-^s

tiqueira, da Bocaina, as margens do Paraíba, do Mogi-Cuassii, dt> Ticté, do

¥ TÁ pouco menos di' un\ século, natiiralistas, demógrafos c reformado res sociais pcn-eberam a existência de án-as difereneiaclas cie fi-iiòmenos bióli-

e S. Paulo, entre Goiás ou o norte dc

Pardo, e,slão cheias de pastagens fracas, onde ainda se vêem os tocos dos çafc-

Minas e as grandes capitais litorâneas,

eiros centenários, que fizeram a fortuna

No terreno da biologia, esta percepção

entre o Rio e Nordeste.

dos Breves o dos T<nxeira Leito, o onde

tc-mou uma forma niticla a partir de

pastam, melancòlicamente trés bois por alqueire, na mesma área onde outrora

1869, ([uando o alemao Ernst Ilaeckcl criou o ncologismo ecologia pretenden

se alinhavam 2.000 cafeciros, que pro duziam pelo menos 100 sacas do grão

do, no dizer dcí Louis Wirlh, chamar a

Mas, não so

mente por caminhão. Até por aviões. Que carga pode suportar os preços des se transporte?

de "ouro \'erde"

Não há muito, em documentado tra

balho, historiamos, com datas e dados, a marcha dos cafèzais rumo ao Oeste, desde a chácara dos barbadinhos, no Rio de Janeiro, em 1760, até onde eles já se encontram hoje, nas barrancas do rio Paraná, no planalto de Dourados, no centro de Goiás, nas margens do Tocan tins, na ilha de Santa Catarina, em

Torres, no Rio Grande do Sul!

Urge iniciar outia cruzada, menos épica porém muito mais útil e prática

do que a marcha para oeste. É a mar cha para leste. Aliás, não será necessá rio, pròpriamente, iniciá-la, mas ampliá-

coí; e sociais.

atenção para o fato dc que a estrutura e o comportamento dos organismos sao bastante afetados, pela sua convivência

com outros organismos da mesma c dc outras espécies, e pelo seu hahifat. Dai por diante a no%'a ciência firmou-se e apareceram numcro.sos estudos de plan

nômenos bion\êtiieos. por força da diversidaile das áreas .sociais.

Quanto aos rcfomiadorcs sociais, pa ra não alongar-me demasiadamente, cito api-nas Edwin Chadwick. autor de um famoso licport on ihc Sanitary Conditions of lhe Lahoring Population of C.reat Britain (1842); Friedrich Engels, autor dl- Conditions of the Working

Chiss in England (1845) o Charles Booth que realizou, assistido por uma

eípiipc, o mais completo "survcy" social ({ue se eonheco sobre as condições de vi cia de uma cidade, exposto numa obra de 17 x-oluincs, Lifc and Labour of the Pcoplc of London (1892-1897). Todos êstes pesquisadores mostraram a varia ção espacial dos fenômenos sociais. Coube, porém, a sociólogos sistemati

la, pois numerosos homens de arrojo e dc visão já a empreenderam. São esses os novos bandeirantes, cpie, ao invés de

tas e animais cin função do hahitat e o zonas de flora c dc fauna condiciona

zar estas obscr\açõcs dispersas.

ir do Atlântico aos Andes, fazem o per

das por fatôres ecológico.s. Os demógrafos, Villcrmé, cm seu es

berto Park lançou as bases conceituais

curso em sentido inverso.

que vieram revelar a existência de arcas

tudo dc 1828, Sur Ia mortalité dans hi classe aisée et dans Ia classe indigente;

Châtcauncuf, cm seu trabalho dc 1829, Snr Ia durée de Ia vie chez le riche et

chez le pativre; Turncr Thackray, em seu estudo de 1834, The effects of arts, fra

de. and profession, and of civic sfates and hahits of living on health and longevity; Quetelet, em seu Essai de Physiqtie Sociale, aparecido cm Bruxelas em 1836;

i

Em

1915, o sociólogo norte-americano Ro de unia nova ciência, a ecologia huma

na, cujo objetivo era, de um lado, des-> erevcr os processos que ocorriam na so ciedade, similares aos que ocorriam no

mundo dos vegetais e dos animais, tais como, entre outros, o de competição, o de dominância, o de sucessão; de outro

lado, o estudo da variação, no espaço, dos fenômenos sociais.

A noção de "área" tomou-se, assim,

e, ainda, no fim do último e no princí

uma das mais importantes do novo ra

pio deste século, Georg V. Mayr, Fari', Westergaard, Korõsi, Gini, Priiizing, Bertillon, Niceforo, Hersch, todos indica ram, uns implícita, outros explicitamen te, o comportarnento diferencial dos fe

mo da sociologia. Deve-se a Ernest Burgess a primeira

descrição clara de "áreas" na esfera da sociedade. Êle se interessou particular

mente pela sociedade urbana. Baseado


"TT

Dicb-sto

104

vagões e locomotivas e linhas que, em muitos trechos, tavez ainda sejam as

Foi uma avançada bomérica. cheia de lutas, de sacrifícios, di' cstoici.smo.

Ela criou íiiiasc tudo o cpM' boje temos,

primitivas.

Dir-se-á que contamos hoje com as rodovias.

Econômico

Realmente.

Mas, ninguém

deixando atrás íle si os trilhos das estra

(Catntulü inédito de uni ÍÍito a sair no Mc.xico)

das dc ferro, os arranha-céus c as fá

CuimuEiuo R.xmos

ignora que o caminhão, eficíentíssimo para as pequenas distancias, não resol

bricas, as fazendas c os portos.

ve o problema das distâncias maiores e

encostas da serra dos Órgãos, da Man

da carga pesada. Chegou-se, entre nós, ao paradoxo de se fazerem transportes 'por caminhão entre o Rio Grande do Sul

ARE AS DE NATALIDADE E DE MORTALIDADE INFANTIL

Mas, deixou também o tlcscrlo.

.-^s

tiqueira, da Bocaina, as margens do Paraíba, do Mogi-Cuassii, dt> Ticté, do

¥ TÁ pouco menos di' un\ século, natiiralistas, demógrafos c reformado res sociais pcn-eberam a existência de án-as difereneiaclas cie fi-iiòmenos bióli-

e S. Paulo, entre Goiás ou o norte dc

Pardo, e,slão cheias de pastagens fracas, onde ainda se vêem os tocos dos çafc-

Minas e as grandes capitais litorâneas,

eiros centenários, que fizeram a fortuna

No terreno da biologia, esta percepção

entre o Rio e Nordeste.

dos Breves o dos T<nxeira Leito, o onde

tc-mou uma forma niticla a partir de

pastam, melancòlicamente trés bois por alqueire, na mesma área onde outrora

1869, ([uando o alemao Ernst Ilaeckcl criou o ncologismo ecologia pretenden

se alinhavam 2.000 cafeciros, que pro duziam pelo menos 100 sacas do grão

do, no dizer dcí Louis Wirlh, chamar a

Mas, não so

mente por caminhão. Até por aviões. Que carga pode suportar os preços des se transporte?

de "ouro \'erde"

Não há muito, em documentado tra

balho, historiamos, com datas e dados, a marcha dos cafèzais rumo ao Oeste, desde a chácara dos barbadinhos, no Rio de Janeiro, em 1760, até onde eles já se encontram hoje, nas barrancas do rio Paraná, no planalto de Dourados, no centro de Goiás, nas margens do Tocan tins, na ilha de Santa Catarina, em

Torres, no Rio Grande do Sul!

Urge iniciar outia cruzada, menos épica porém muito mais útil e prática

do que a marcha para oeste. É a mar cha para leste. Aliás, não será necessá rio, pròpriamente, iniciá-la, mas ampliá-

coí; e sociais.

atenção para o fato dc que a estrutura e o comportamento dos organismos sao bastante afetados, pela sua convivência

com outros organismos da mesma c dc outras espécies, e pelo seu hahifat. Dai por diante a no%'a ciência firmou-se e apareceram numcro.sos estudos de plan

nômenos bion\êtiieos. por força da diversidaile das áreas .sociais.

Quanto aos rcfomiadorcs sociais, pa ra não alongar-me demasiadamente, cito api-nas Edwin Chadwick. autor de um famoso licport on ihc Sanitary Conditions of lhe Lahoring Population of C.reat Britain (1842); Friedrich Engels, autor dl- Conditions of the Working

Chiss in England (1845) o Charles Booth que realizou, assistido por uma

eípiipc, o mais completo "survcy" social ({ue se eonheco sobre as condições de vi cia de uma cidade, exposto numa obra de 17 x-oluincs, Lifc and Labour of the Pcoplc of London (1892-1897). Todos êstes pesquisadores mostraram a varia ção espacial dos fenômenos sociais. Coube, porém, a sociólogos sistemati

la, pois numerosos homens de arrojo e dc visão já a empreenderam. São esses os novos bandeirantes, cpie, ao invés de

tas e animais cin função do hahitat e o zonas de flora c dc fauna condiciona

zar estas obscr\açõcs dispersas.

ir do Atlântico aos Andes, fazem o per

das por fatôres ecológico.s. Os demógrafos, Villcrmé, cm seu es

berto Park lançou as bases conceituais

curso em sentido inverso.

que vieram revelar a existência de arcas

tudo dc 1828, Sur Ia mortalité dans hi classe aisée et dans Ia classe indigente;

Châtcauncuf, cm seu trabalho dc 1829, Snr Ia durée de Ia vie chez le riche et

chez le pativre; Turncr Thackray, em seu estudo de 1834, The effects of arts, fra

de. and profession, and of civic sfates and hahits of living on health and longevity; Quetelet, em seu Essai de Physiqtie Sociale, aparecido cm Bruxelas em 1836;

i

Em

1915, o sociólogo norte-americano Ro de unia nova ciência, a ecologia huma

na, cujo objetivo era, de um lado, des-> erevcr os processos que ocorriam na so ciedade, similares aos que ocorriam no

mundo dos vegetais e dos animais, tais como, entre outros, o de competição, o de dominância, o de sucessão; de outro

lado, o estudo da variação, no espaço, dos fenômenos sociais.

A noção de "área" tomou-se, assim,

e, ainda, no fim do último e no princí

uma das mais importantes do novo ra

pio deste século, Georg V. Mayr, Fari', Westergaard, Korõsi, Gini, Priiizing, Bertillon, Niceforo, Hersch, todos indica ram, uns implícita, outros explicitamen te, o comportarnento diferencial dos fe

mo da sociologia. Deve-se a Ernest Burgess a primeira

descrição clara de "áreas" na esfera da sociedade. Êle se interessou particular

mente pela sociedade urbana. Baseado


'■■íPWfr

loe

Dicksto Econômico

observações colhidas em cidades americanas, Emest Bureess

elaborou

uma construção típico-ideal das tendên cias de crescimento de qualquer cidade, que êle expõe nas seguintes pala\Tas: Circundando a área central ÍZona Cen

tral de Comércio), há normalmente uma zona de transição, que está sendo inva

dida pelo comércio e pela manufatura leve (II). Uma terceira zona (111) é habitada pelos trabalhadores das indús trias que fugiram da área de decadên cia (II).

mas que desejam viver em

ponto de fácil acesso ao seu trabalho.

Além desta zona acha-se a zona de secções restritas" de moradias isoladas de

• uma só família. Mais longe, além dos limites políticos da cidade, acha-se a zona de commuters — áreas suburbanas ou cidades-satélites onde residem os commuters, que cada dia útil vão ao centro

de manhã para trabalhar e voltam à noite — dentro de trinta ou ses• senta minutos de viagem da zona

delinqüência. E em Mental Disorders in Urban Áreas, (2) Robort E. L. Faris c 11. Warrcn Dtinhani

id«'ntificarani a

existência do cpic Giistav Ichhci^er cha ma do "paranoid conditions" (3) ou seja, dc campos situacionais cm que a pessoa que participa da paranóia coleti

I

a nupcialídade, a natalidade, a mortali

II

dade, e a própria estrutura etária da po pulação tem também sua cspaciologia social. Liebmann ITcrsch estudou, por exemplo, a cidade de Paris e aí verificou que a natalidade nos

nos habitados predominantemente pelos ricos. A população dos

por 1.000

"arrondisscmeiU"

famílias

habitantes

III IV Paris

45,9 64,1 79,0 89,6

14,1 17,9 21,6

74,2

17.1

n.4

Yule obscrx'ou cm Londres (ano de

ao número dc empregados domésticos,

1901) que as taxas de natalidade se

isto é, ao ní\cl de conforto, como ilus

comportavam dc um bairro para outro numa razão inversamente proporcional

tra o seguinte quadro (6) :

gularmente à medida que se pas

niultidimensional, em termos de interde

trário, diminuindo regularmente ã medi da que se passa dos arrondissements

EMPREGADOS BAIRROS

pobre. Por outro lado, a proporção das

Homens

DOMÉSTICOS Mulheres

Natalidade

legítima

pessoas de 60 anos e mais vai, ao con

mais ricos aos mais pobres (4). Obser vando a murcha das taxas gerais de nas cimento, em Paris, no período de 1911-

Hampstead . .

3.2

166

17.9

18.4

112

20.7

Cambenvell . .

0.8

33

27.5

Bethnal Green

0.4

12

35.4

Chclsea

1913, pôde Hersch induzir três enun

je que o tipo e a freqüência do suicídio,

ciados genéricos: 1.^) a taxa geral dos

< do divórcio e da prostituição variam em cada uma delas. Clifford R. Shaw,

nascimentos (nascidos vivos por 1.000

norte-americanas,

100

quisas de Hersch — aumenta re

nient mais próspero a uma outra mais

cidades

Nascidos uicos

dc

arrondis.scmcnts

pobres é sensivelmente mais alta cio que

ligado a tudo. (^uer dizer, nela não se pode explicar um fenômeno social iso ladamente. Sua explicação terá de ser

várias

Pohrcx por

mostraram, desde o século passado, que

sa de uma classe do arrondisse-

em

"arrondissements"

Às observações dos sociólogos juntamse as dos demógrafos. Êstes últimos

do qual tudo está funcionalmente

■ Henry D. Mckay e outros descobriram,

mann Hersch (5).

Tobreza e taxa gern/ dos nascimentos em Paris no período 1911-1913, por classes de

tivamente louca (alienada).

a cinco anos — segundo as pes

• rosos estudos. Por exemplo, sabe-se ho

uma classe dc bairro para outra, mais ou menos proporcionalmente à sua fração

siderada c, até mesmo, dc tornar-se efe

menores de um ano o dos de um

' banas tem sido comprovada por nume-

de habitantes pobres. É o que se ilustra no quadro seguinte, elaborado por Làeb-

3.°) a taxa geral dc nascimentos varia de

grupo e a que não participa da para nóia coletiva está cm perigo dc ser con

Cada uma destas zonas da ci dade constitui um universo social relativamente autônomo, dentro

nai com outros fenômenos. Esta autonomia relativa das áreas ur-

107

Econômico

va é considerada normal dí-ntro de seu

central de comércio." (1)

pendência ou de sua articulação funcio

Dicesto

habitantes) aumenta forte e regular mente h medida que se passa dos bair

ros ricos aos pobres; 2.°) a classe de

Confirmando a existência da cspacio logia dos fenômenos bióticos, têm obser

vado os demógrafos a tendência univer sal das taxas de natalidadcs serem maio

pital; no interior, atingia 39.4. "Warren S. Thompson explica tais variações, pe los seguintes motivos (7) : a) o homem rural tem uma vida mais

"áreas de delinqüência", isto é, "cam

bairros mais pobres tem uma taxa geral

res nas regiões rurais do que nas urba

pos" situacionais em cujo âmbito a con duta individual era "solicitada" para a

de nascimentos duas vêzes mais elevada que a da classe dos bairros mais ricos;

1940), por exemplo, enquanto o coefi

urbano — quase sempre procedente do

ciente de natalidade atingia 26.3 na Ca

meio rural — está, continuamente, reor

ou menos rotineira e submetida a mo

nas.

dos tradicionais de conduta; o homem

No Estado de São Paulo (1938-


'■■íPWfr

loe

Dicksto Econômico

observações colhidas em cidades americanas, Emest Bureess

elaborou

uma construção típico-ideal das tendên cias de crescimento de qualquer cidade, que êle expõe nas seguintes pala\Tas: Circundando a área central ÍZona Cen

tral de Comércio), há normalmente uma zona de transição, que está sendo inva

dida pelo comércio e pela manufatura leve (II). Uma terceira zona (111) é habitada pelos trabalhadores das indús trias que fugiram da área de decadên cia (II).

mas que desejam viver em

ponto de fácil acesso ao seu trabalho.

Além desta zona acha-se a zona de secções restritas" de moradias isoladas de

• uma só família. Mais longe, além dos limites políticos da cidade, acha-se a zona de commuters — áreas suburbanas ou cidades-satélites onde residem os commuters, que cada dia útil vão ao centro

de manhã para trabalhar e voltam à noite — dentro de trinta ou ses• senta minutos de viagem da zona

delinqüência. E em Mental Disorders in Urban Áreas, (2) Robort E. L. Faris c 11. Warrcn Dtinhani

id«'ntificarani a

existência do cpic Giistav Ichhci^er cha ma do "paranoid conditions" (3) ou seja, dc campos situacionais cm que a pessoa que participa da paranóia coleti

I

a nupcialídade, a natalidade, a mortali

II

dade, e a própria estrutura etária da po pulação tem também sua cspaciologia social. Liebmann ITcrsch estudou, por exemplo, a cidade de Paris e aí verificou que a natalidade nos

nos habitados predominantemente pelos ricos. A população dos

por 1.000

"arrondisscmeiU"

famílias

habitantes

III IV Paris

45,9 64,1 79,0 89,6

14,1 17,9 21,6

74,2

17.1

n.4

Yule obscrx'ou cm Londres (ano de

ao número dc empregados domésticos,

1901) que as taxas de natalidade se

isto é, ao ní\cl de conforto, como ilus

comportavam dc um bairro para outro numa razão inversamente proporcional

tra o seguinte quadro (6) :

gularmente à medida que se pas

niultidimensional, em termos de interde

trário, diminuindo regularmente ã medi da que se passa dos arrondissements

EMPREGADOS BAIRROS

pobre. Por outro lado, a proporção das

Homens

DOMÉSTICOS Mulheres

Natalidade

legítima

pessoas de 60 anos e mais vai, ao con

mais ricos aos mais pobres (4). Obser vando a murcha das taxas gerais de nas cimento, em Paris, no período de 1911-

Hampstead . .

3.2

166

17.9

18.4

112

20.7

Cambenvell . .

0.8

33

27.5

Bethnal Green

0.4

12

35.4

Chclsea

1913, pôde Hersch induzir três enun

je que o tipo e a freqüência do suicídio,

ciados genéricos: 1.^) a taxa geral dos

< do divórcio e da prostituição variam em cada uma delas. Clifford R. Shaw,

nascimentos (nascidos vivos por 1.000

norte-americanas,

100

quisas de Hersch — aumenta re

nient mais próspero a uma outra mais

cidades

Nascidos uicos

dc

arrondis.scmcnts

pobres é sensivelmente mais alta cio que

ligado a tudo. (^uer dizer, nela não se pode explicar um fenômeno social iso ladamente. Sua explicação terá de ser

várias

Pohrcx por

mostraram, desde o século passado, que

sa de uma classe do arrondisse-

em

"arrondissements"

Às observações dos sociólogos juntamse as dos demógrafos. Êstes últimos

do qual tudo está funcionalmente

■ Henry D. Mckay e outros descobriram,

mann Hersch (5).

Tobreza e taxa gern/ dos nascimentos em Paris no período 1911-1913, por classes de

tivamente louca (alienada).

a cinco anos — segundo as pes

• rosos estudos. Por exemplo, sabe-se ho

uma classe dc bairro para outra, mais ou menos proporcionalmente à sua fração

siderada c, até mesmo, dc tornar-se efe

menores de um ano o dos de um

' banas tem sido comprovada por nume-

de habitantes pobres. É o que se ilustra no quadro seguinte, elaborado por Làeb-

3.°) a taxa geral dc nascimentos varia de

grupo e a que não participa da para nóia coletiva está cm perigo dc ser con

Cada uma destas zonas da ci dade constitui um universo social relativamente autônomo, dentro

nai com outros fenômenos. Esta autonomia relativa das áreas ur-

107

Econômico

va é considerada normal dí-ntro de seu

central de comércio." (1)

pendência ou de sua articulação funcio

Dicesto

habitantes) aumenta forte e regular mente h medida que se passa dos bair

ros ricos aos pobres; 2.°) a classe de

Confirmando a existência da cspacio logia dos fenômenos bióticos, têm obser

vado os demógrafos a tendência univer sal das taxas de natalidadcs serem maio

pital; no interior, atingia 39.4. "Warren S. Thompson explica tais variações, pe los seguintes motivos (7) : a) o homem rural tem uma vida mais

"áreas de delinqüência", isto é, "cam

bairros mais pobres tem uma taxa geral

res nas regiões rurais do que nas urba

pos" situacionais em cujo âmbito a con duta individual era "solicitada" para a

de nascimentos duas vêzes mais elevada que a da classe dos bairros mais ricos;

1940), por exemplo, enquanto o coefi

urbano — quase sempre procedente do

ciente de natalidade atingia 26.3 na Ca

meio rural — está, continuamente, reor

ou menos rotineira e submetida a mo

nas.

dos tradicionais de conduta; o homem

No Estado de São Paulo (1938-


'IMIlpnfk'

108

Dicesto

Econónuco

Digesto

Econômico

109

ganizando suas atitudes e comportamen

xo coeficiente de natalidade ó o Distrito

índia

25,2

10.000 nascidos vixos) apresentou a se

to, está sempre influenciado por novas

Federal, com 24.21 (1939-1946),

sugestões e inclinando-se a necessidades

gue-se o município de São Faulo com

criadas por novas condições de vida ;

26.30 (1938-1940). O coeficiente de

Irlanda Israel Itália

21.5 39.2 22.7

se II — 23.1; Classe III — 24,1. Classe IV - 26.3; Classe V - 27.3.

se

guinte variação: Classe I — 17.8; Clas

Porto Alegre no período de 1938-19-10

Japão

36.3

te ao lar e à família; a mulher urbana

foi 26.8. Neste mesmo período apurou-

tem inúmeros contactos que distraem sua atenção e vive sob condições que exi

Holanda

22.8

se em Recife, o coeficiente de 34.7; em

Nova Zelândia

26.0

Belo Horizonte, o de 32.8; cm Belém,

til em Londres, Berlim e Paris variava

gem comportamento diverso ; c) o homem rural, em seus afazeres

Noruega

19.9

o do 32.4; em SuUador, o de 31 .4; A

agrícolas, necessita da ajuda direta da

América Latina é uma área dc alta na

Portugal Espanha

dos distritos jxjbres para os mais ricos na pro^xM-ção de 2 para 1. Um outro rela

20.6

talidade, como seria de esperar por for

tório do Serviço de Saúde dos Estados

Suécia

16.2

ça do seu subde.scn\'ol\amcnto econômi

Suíça

18.1

União Sul-Africana

25.8

possibilitar à mulher o trabalho extra-

co e social. No período de 1936-1940, o Uruguai com o coeficiente bruto dc 19.9 e a Argentina cojn o coeficiente bruto

doméstico ;

de 24.1 são os países dc mais baixa na

Ihndos informcu a que a mortalidade inhmtil, no ambiente rural, era 52 por mil, nascidos \ivos nas zonas ricas e 75 por mil na.scidos vivos nas zonas pobres. Em Bruxelas e Glasgow. no ano dc 1930, a mortalidade infantil se distribuía pelos bairros rieos c pobres, como segue: bair

b) a mulher rural dedica-se totalmen

mulher e filhos; o homem urbano pre fere poucos filhos, quer para não ter aumentada a sua despesa, quer para d) nos centros urbanos, é bem maior

a dificuldade de criação dos filhos, seja por reduzido espaço na habitação, pela inexistência, muitas vêzes, de local pró prio para a recreação infantil, ou pelas diferenças no modo de vida;

talidade do continente. Em ordem de

coeficiente bruto de 44.0; o Brasil, com o dc 43.0; Costa Rica, com o dc 42.6; El Salvador, com o de 41.4; Puerto Rico, com o de 39.1; Ve

nezuela, com o dc 34.8; Chile,

tenção de um bom emprego é difícil e, em geral, requer algum

com o de 32.5; Guatemala, com

o dc 32.4; Jamaica, com o de

tempo; enquanto não o alcança,

31.5;

o homem urbano evita casar-se

31.2 (8).

ou procnar;

f) nos centros urbanos, os fi

lhos dificultam a mobilidade, as viagens da família, freqüentemente necessárias; no campo, a regra é a longa permanên

Colômbia,

com

o

uma unidade econômica, social e cultu

ral; nos centros urbanos, a família, em

geral,, não constitui uma unidade econô

16.9

Estados Unidos

23.1

Para fins dc comparaçtão espa-

denios. Com respeito a mortali dade geral, conlieeem-se os dados de uma pcs(piis;i sobre u cidade dc Paris no período dc 1873-

Em sua pesquisa sòbre a va riação espacial das perturbações

encontrada ioi 15.7% c no orroudisscment de Mc)iilmunt(nU (moradores po

bres) a mc.sma taxa atingiu 36.2% (10). Licbmunn Ilcrsch foi um dos primei

rentes de 1950 (9).

ros cientistas que estudaram as áreas dc mortalidade infantil.

Sua pesquisa, a

Áustria

14.0

mais completa até hoje no gênero, que conhecemos, refere-se á cidade de Pa

Bélgica

16.9

ris, no período dc 1924 a 1928. Hcrsch

Austrália

23.5

Bru-xclas — 114,4;

para fins práticos, ct)mo pn-len-

exemplo, que no urrondisscinent dc Élyséc (momclorcs ab:istados) a taxa

ciológica, rcproduzem-se, abaixo, coeficientes brutos de natalidade de vá rios países computados em meses dife

ros ricos: Bntxelas ~ 22,3; Glasgow —

50: bairros pobres: Glasgow, 131.

1875, na <iu:d se apurou, por

de

cia em um mesmo local;

g) a família rural é, quase sempre,

Inglaterra

A espaciídogia da inorl;ilid:\dc é tam bém um tcina anlígo, embora nunca te nha sido apro\-eitado sociològie:imenlc c

crescente segucm-.se o México, com o

e) nos centros urbanos, a ob

24.2

Um Comitê da Liga das Nações afirmav;i em 1937 que a mortalidade infan

mentais cm Chicago, Robcrt E. L. Faris c Warren Dunham di-

\ idiram aquela cidade americana cm onze áreas, cada uma carac-

tcri/Àida pelo predomínio dc um tipo di ferente de alojamento. O coeficiente de mortalidade infantil distribuiu-se por es tas áreas do seguinte modo: Área de ca sas dc apartamento de brancos nascidos no país, situada cm setores bastante ;igiadáx eis da cidade e habitada por uma população que mostra poucos sinais de desorganização social — 38.8 por mil nascidos vivos. Arca de hotéis e hotéis

mica e muitas vêzes se desintegra cultu

Canadá Ceilão

23.4 44.9

reuniu os 20 bairros dc Paris, então exis tentes, cm cinco classes, mais ou monos

tipo apartamento, ocupada por uma clas

ral e socialmente.

Dinamarca

20.1

homogêneas, do ponto de vista econô

Finlândia França

24.4 21.9

de um mesmo país, e internacionalmen te, a existência de áreas de natalidade,

Alemanha

15.9

mico. Nelas, o coeficiente de mortalida de infantil apresentou as seguintes varia ções: Classe I (bairros ricos) — 56;

Área dc casas de dois fhts o de uma só moradia, com aluguéis mensais de $50 e

República Dominicana

39.9

Classe II - 73; Classe III - 81; Classe

distribuídas conforme o nível de desen volvimento econômico e social das re

Tchecoslováquia (1949) Hong-Kong

18.3 32.4

IV - 95; Classe V - 113.

giões. No Brasil, a cidade de mais bai-

Hungria (1949)

18.1

Numa conceituação mais ampla da

noção de área, poderá admítir-se dentro

É interes

sante notar que o coeficiente de mortali dade por debilidade congênita (por

J

se econômica bastante elevada — 43,7.

mais — 44.5. Uma outra área de casas

de uma só moradia e de dois flats com

aluguéis mensais de $50 e mais — 45.8. Área de prédios de apartamentos (de nascidos no estrangeiro), à beira das áreas de slums — 47.8. Duas áreas de


'IMIlpnfk'

108

Dicesto

Econónuco

Digesto

Econômico

109

ganizando suas atitudes e comportamen

xo coeficiente de natalidade ó o Distrito

índia

25,2

10.000 nascidos vixos) apresentou a se

to, está sempre influenciado por novas

Federal, com 24.21 (1939-1946),

sugestões e inclinando-se a necessidades

gue-se o município de São Faulo com

criadas por novas condições de vida ;

26.30 (1938-1940). O coeficiente de

Irlanda Israel Itália

21.5 39.2 22.7

se II — 23.1; Classe III — 24,1. Classe IV - 26.3; Classe V - 27.3.

se

guinte variação: Classe I — 17.8; Clas

Porto Alegre no período de 1938-19-10

Japão

36.3

te ao lar e à família; a mulher urbana

foi 26.8. Neste mesmo período apurou-

tem inúmeros contactos que distraem sua atenção e vive sob condições que exi

Holanda

22.8

se em Recife, o coeficiente de 34.7; em

Nova Zelândia

26.0

Belo Horizonte, o de 32.8; cm Belém,

til em Londres, Berlim e Paris variava

gem comportamento diverso ; c) o homem rural, em seus afazeres

Noruega

19.9

o do 32.4; em SuUador, o de 31 .4; A

agrícolas, necessita da ajuda direta da

América Latina é uma área dc alta na

Portugal Espanha

dos distritos jxjbres para os mais ricos na pro^xM-ção de 2 para 1. Um outro rela

20.6

talidade, como seria de esperar por for

tório do Serviço de Saúde dos Estados

Suécia

16.2

ça do seu subde.scn\'ol\amcnto econômi

Suíça

18.1

União Sul-Africana

25.8

possibilitar à mulher o trabalho extra-

co e social. No período de 1936-1940, o Uruguai com o coeficiente bruto dc 19.9 e a Argentina cojn o coeficiente bruto

doméstico ;

de 24.1 são os países dc mais baixa na

Ihndos informcu a que a mortalidade inhmtil, no ambiente rural, era 52 por mil, nascidos \ivos nas zonas ricas e 75 por mil na.scidos vivos nas zonas pobres. Em Bruxelas e Glasgow. no ano dc 1930, a mortalidade infantil se distribuía pelos bairros rieos c pobres, como segue: bair

b) a mulher rural dedica-se totalmen

mulher e filhos; o homem urbano pre fere poucos filhos, quer para não ter aumentada a sua despesa, quer para d) nos centros urbanos, é bem maior

a dificuldade de criação dos filhos, seja por reduzido espaço na habitação, pela inexistência, muitas vêzes, de local pró prio para a recreação infantil, ou pelas diferenças no modo de vida;

talidade do continente. Em ordem de

coeficiente bruto de 44.0; o Brasil, com o dc 43.0; Costa Rica, com o dc 42.6; El Salvador, com o de 41.4; Puerto Rico, com o de 39.1; Ve

nezuela, com o dc 34.8; Chile,

tenção de um bom emprego é difícil e, em geral, requer algum

com o de 32.5; Guatemala, com

o dc 32.4; Jamaica, com o de

tempo; enquanto não o alcança,

31.5;

o homem urbano evita casar-se

31.2 (8).

ou procnar;

f) nos centros urbanos, os fi

lhos dificultam a mobilidade, as viagens da família, freqüentemente necessárias; no campo, a regra é a longa permanên

Colômbia,

com

o

uma unidade econômica, social e cultu

ral; nos centros urbanos, a família, em

geral,, não constitui uma unidade econô

16.9

Estados Unidos

23.1

Para fins dc comparaçtão espa-

denios. Com respeito a mortali dade geral, conlieeem-se os dados de uma pcs(piis;i sobre u cidade dc Paris no período dc 1873-

Em sua pesquisa sòbre a va riação espacial das perturbações

encontrada ioi 15.7% c no orroudisscment de Mc)iilmunt(nU (moradores po

bres) a mc.sma taxa atingiu 36.2% (10). Licbmunn Ilcrsch foi um dos primei

rentes de 1950 (9).

ros cientistas que estudaram as áreas dc mortalidade infantil.

Sua pesquisa, a

Áustria

14.0

mais completa até hoje no gênero, que conhecemos, refere-se á cidade de Pa

Bélgica

16.9

ris, no período dc 1924 a 1928. Hcrsch

Austrália

23.5

Bru-xclas — 114,4;

para fins práticos, ct)mo pn-len-

exemplo, que no urrondisscinent dc Élyséc (momclorcs ab:istados) a taxa

ciológica, rcproduzem-se, abaixo, coeficientes brutos de natalidade de vá rios países computados em meses dife

ros ricos: Bntxelas ~ 22,3; Glasgow —

50: bairros pobres: Glasgow, 131.

1875, na <iu:d se apurou, por

de

cia em um mesmo local;

g) a família rural é, quase sempre,

Inglaterra

A espaciídogia da inorl;ilid:\dc é tam bém um tcina anlígo, embora nunca te nha sido apro\-eitado sociològie:imenlc c

crescente segucm-.se o México, com o

e) nos centros urbanos, a ob

24.2

Um Comitê da Liga das Nações afirmav;i em 1937 que a mortalidade infan

mentais cm Chicago, Robcrt E. L. Faris c Warren Dunham di-

\ idiram aquela cidade americana cm onze áreas, cada uma carac-

tcri/Àida pelo predomínio dc um tipo di ferente de alojamento. O coeficiente de mortalidade infantil distribuiu-se por es tas áreas do seguinte modo: Área de ca sas dc apartamento de brancos nascidos no país, situada cm setores bastante ;igiadáx eis da cidade e habitada por uma população que mostra poucos sinais de desorganização social — 38.8 por mil nascidos vivos. Arca de hotéis e hotéis

mica e muitas vêzes se desintegra cultu

Canadá Ceilão

23.4 44.9

reuniu os 20 bairros dc Paris, então exis tentes, cm cinco classes, mais ou monos

tipo apartamento, ocupada por uma clas

ral e socialmente.

Dinamarca

20.1

homogêneas, do ponto de vista econô

Finlândia França

24.4 21.9

de um mesmo país, e internacionalmen te, a existência de áreas de natalidade,

Alemanha

15.9

mico. Nelas, o coeficiente de mortalida de infantil apresentou as seguintes varia ções: Classe I (bairros ricos) — 56;

Área dc casas de dois fhts o de uma só moradia, com aluguéis mensais de $50 e

República Dominicana

39.9

Classe II - 73; Classe III - 81; Classe

distribuídas conforme o nível de desen volvimento econômico e social das re

Tchecoslováquia (1949) Hong-Kong

18.3 32.4

IV - 95; Classe V - 113.

giões. No Brasil, a cidade de mais bai-

Hungria (1949)

18.1

Numa conceituação mais ampla da

noção de área, poderá admítir-se dentro

É interes

sante notar que o coeficiente de mortali dade por debilidade congênita (por

J

se econômica bastante elevada — 43,7.

mais — 44.5. Uma outra área de casas

de uma só moradia e de dois flats com

aluguéis mensais de $50 e mais — 45.8. Área de prédios de apartamentos (de nascidos no estrangeiro), à beira das áreas de slums — 47.8. Duas áreas de


Dicesto

110

cTl

Econóadco

No Brasil, estão por se fazer ns pes

tical Abstract of fhe United Stertes, 1943

(14), o comportamento da mortalidade

da cidade - 133.3 (11).

dade infantil.

infantil, de 1925 a 1942, em "Birth-re-

Em uma pc.squisa reillixada cm Nova York por Alfred Yankaucr Jr., colhem-se os seguintes dados (12):

trabalho do dr. Alísio Manicdc. ainda

mais altos da cidade.

com aluguéis mensais inferiores a $50 —

cômodos, a mais instável c deteriorada

54.7 e 58.1, cada uma. Área de pré beira de 'slums — 61.1. Área de tenements e de casas de cômodos seriamen

Área de casas de

1925

73

70

1930

63

66 •

natal de brancos e não-brancos em áreas

óbitos dc menores dc um ano no muni

1935

55

57

cípio dc Fortal<.'za, em 1946: Em zona de população abastada — 2.09%; em zona habitada pela classe media — 20.58 %; cm zona habitada pela classe

1940 1941

44 42

50 50

1942

38

43

sanitárias dc Nova York, pela percenta-

infantil está em segundo lugar entre os

eram brancos.

gem do total de nascidos vivos que tião

j Não brancos !

pobre — 77.35 %. É necessário, ainda, estabelecer as

Coeficiente médio anual por 1.000 nascidos vivos, 1945-1947

Natimortali-

dade

Brancos

Mortalidade Neonatal

1Não bra'ncos

Percentagem do total de

nascidos vivos que não eram brancos

Mortalidade

Mortalidade

Post-Neonata,

Infantil

5-9% (7.0%) (®) .... 10-24$ ( 16%) C)

...

75.7

71.8

80,0

112

1Ò5 129

19.1

21.3

21.4

24.0

26.3

30.2

talidade infantil apurados no continen

Pedro Borges e Rui Coutinho tem falado

te (15) são da seguinte grandeza: Chi le, 161; Costa Rica, 84; Colômbia, 150;

gua, 102; México, 97; El Salvador, 96;

o8

2

52: 2

siderado como um todo. Ciorgio Morta-

6.1

7.6

Nã1o brancos

24.9

12.3

27.4

9.0

13.3

ra, por c.xemplo, operando com dados do censo demográfico de 1940, mostrou que no Estado dc São Paulo, enquanto

33.0

Brancos

38.6

29.0

43.5

84,2

128

21.5

32.2

7.1

15.2

28.6

...

Acima de 75% (92%)(")

Total

94.8

100.0

76.2

130

143

135

24.5

35.9

19.6

31.4

38.7

33.7

7.1

15.1

6.6

14.4

14.0

13.8

31.6

51.0

25.7

entre países da América Latina são o

capital, em 1938-1940, — é 135.21, no

de 1944.

interior ascende a 162.80, variação que

deve registrar-se nas outras unidades fe derativas. Considerando as capitais do mostrou ainda Ciorgio Mortara

Quanto às variações espaciológicas da mortalidade infantil, nu a mais ampla esfera internacional, os dados que se

guem, referentes ao ano de 1947, são elucidativos (16):

mortalidade infantil variou dc 267.03

47.4

Austrália

29

Áustria

78

indícios de que é possível, na base de

Bélgica Bulgária

69 130

elaborações

Canadá

45

áreas regionais de mortalidade infantil

Ceilão

101

no Brasil.

Chipre Tchecoslováquia

em Recife, para 201.40 em Salvador, para 187.47 em Porto Alegre, para 50-74% ( 63$){")

Venezuela, 100. Os menores coeficien

tes de mortalidade infantil computados

da Argentina, da ordem de 79, em 1946, e o do Uruguai da ordem de 66 no ano

que, em 1938-1940, o coeficiente de ...

Guatemala, 110; Equador, 122; Nicará

o coeficiente de mortalidade infantil da

País, 25r49% ( 35$)("*)

Assim em 1947, os coeficientes de mor

em áreas alimcntarcs (13). Com efeito O

Como o Brasil, quase todos os outros países da América Latina se caracteri

País, numa acepção mais ampla, talvez à maneira como os srs. Josué de Castro, tudo indica ha\'er um grodient da morta lidade infantil o geral cm nosso País con

5.8

Área Rural

zam por uma alta mortalidade infantil.

c/)

>.£)

Área Urbana

áreas de mortalidade infantil em nosso

«9

PQ

Menos de 5% (0.9%)(»)

gistration Statos" foi o seguinte:

mortalidade infantil, nconatal c post-nco-

das comunidades mais deterioradas da cidade — seu coeficiente de mortalidade

Brancos

Conhecemos apenas um

não publicado ("Reflexo do ní\'el eco nômico da população, na mortalidade in fantil no município de Fortaleza") cm que se apurou a seguinte distribuição de

Coeficientes dc natiinortalidadc e de

te deterioradas e parte de verdadeiros slums — 68.7. Área de casas de aparta mento (de negros) contendo algumas

Econômico

quisas fübrc a csp.iciologia da mortali

casas de uma só moradia e de dois flats,

dios de apartamentos e de dois flats, à

Dicesto

45.8

157.87 cm Belo Horizonte, o que dá

52.7

mais amplas, estabelecer

Nos Estados Unidos e na América La

47.5

(®) Os números em parêntese representam a porcentagem média de nascimentos de náo-brancos em cada área.

i

tina, o coeficiente de mortalidade infan til nas áreas rurais é freqüentemente maior que os computados nas áreas ur banas. Por exemplo, segundo o Statis-

Dinamarca

Egito (1945) Finlândia

França

••

66 89 40

153 59

• 66

^ .

^ ^


Dicesto

110

cTl

Econóadco

No Brasil, estão por se fazer ns pes

tical Abstract of fhe United Stertes, 1943

(14), o comportamento da mortalidade

da cidade - 133.3 (11).

dade infantil.

infantil, de 1925 a 1942, em "Birth-re-

Em uma pc.squisa reillixada cm Nova York por Alfred Yankaucr Jr., colhem-se os seguintes dados (12):

trabalho do dr. Alísio Manicdc. ainda

mais altos da cidade.

com aluguéis mensais inferiores a $50 —

cômodos, a mais instável c deteriorada

54.7 e 58.1, cada uma. Área de pré beira de 'slums — 61.1. Área de tenements e de casas de cômodos seriamen

Área de casas de

1925

73

70

1930

63

66 •

natal de brancos e não-brancos em áreas

óbitos dc menores dc um ano no muni

1935

55

57

cípio dc Fortal<.'za, em 1946: Em zona de população abastada — 2.09%; em zona habitada pela classe media — 20.58 %; cm zona habitada pela classe

1940 1941

44 42

50 50

1942

38

43

sanitárias dc Nova York, pela percenta-

infantil está em segundo lugar entre os

eram brancos.

gem do total de nascidos vivos que tião

j Não brancos !

pobre — 77.35 %. É necessário, ainda, estabelecer as

Coeficiente médio anual por 1.000 nascidos vivos, 1945-1947

Natimortali-

dade

Brancos

Mortalidade Neonatal

1Não bra'ncos

Percentagem do total de

nascidos vivos que não eram brancos

Mortalidade

Mortalidade

Post-Neonata,

Infantil

5-9% (7.0%) (®) .... 10-24$ ( 16%) C)

...

75.7

71.8

80,0

112

1Ò5 129

19.1

21.3

21.4

24.0

26.3

30.2

talidade infantil apurados no continen

Pedro Borges e Rui Coutinho tem falado

te (15) são da seguinte grandeza: Chi le, 161; Costa Rica, 84; Colômbia, 150;

gua, 102; México, 97; El Salvador, 96;

o8

2

52: 2

siderado como um todo. Ciorgio Morta-

6.1

7.6

Nã1o brancos

24.9

12.3

27.4

9.0

13.3

ra, por c.xemplo, operando com dados do censo demográfico de 1940, mostrou que no Estado dc São Paulo, enquanto

33.0

Brancos

38.6

29.0

43.5

84,2

128

21.5

32.2

7.1

15.2

28.6

...

Acima de 75% (92%)(")

Total

94.8

100.0

76.2

130

143

135

24.5

35.9

19.6

31.4

38.7

33.7

7.1

15.1

6.6

14.4

14.0

13.8

31.6

51.0

25.7

entre países da América Latina são o

capital, em 1938-1940, — é 135.21, no

de 1944.

interior ascende a 162.80, variação que

deve registrar-se nas outras unidades fe derativas. Considerando as capitais do mostrou ainda Ciorgio Mortara

Quanto às variações espaciológicas da mortalidade infantil, nu a mais ampla esfera internacional, os dados que se

guem, referentes ao ano de 1947, são elucidativos (16):

mortalidade infantil variou dc 267.03

47.4

Austrália

29

Áustria

78

indícios de que é possível, na base de

Bélgica Bulgária

69 130

elaborações

Canadá

45

áreas regionais de mortalidade infantil

Ceilão

101

no Brasil.

Chipre Tchecoslováquia

em Recife, para 201.40 em Salvador, para 187.47 em Porto Alegre, para 50-74% ( 63$){")

Venezuela, 100. Os menores coeficien

tes de mortalidade infantil computados

da Argentina, da ordem de 79, em 1946, e o do Uruguai da ordem de 66 no ano

que, em 1938-1940, o coeficiente de ...

Guatemala, 110; Equador, 122; Nicará

o coeficiente de mortalidade infantil da

País, 25r49% ( 35$)("*)

Assim em 1947, os coeficientes de mor

em áreas alimcntarcs (13). Com efeito O

Como o Brasil, quase todos os outros países da América Latina se caracteri

País, numa acepção mais ampla, talvez à maneira como os srs. Josué de Castro, tudo indica ha\'er um grodient da morta lidade infantil o geral cm nosso País con

5.8

Área Rural

zam por uma alta mortalidade infantil.

c/)

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Área Urbana

áreas de mortalidade infantil em nosso

«9

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Menos de 5% (0.9%)(»)

gistration Statos" foi o seguinte:

mortalidade infantil, nconatal c post-nco-

das comunidades mais deterioradas da cidade — seu coeficiente de mortalidade

Brancos

Conhecemos apenas um

não publicado ("Reflexo do ní\'el eco nômico da população, na mortalidade in fantil no município de Fortaleza") cm que se apurou a seguinte distribuição de

Coeficientes dc natiinortalidadc e de

te deterioradas e parte de verdadeiros slums — 68.7. Área de casas de aparta mento (de negros) contendo algumas

Econômico

quisas fübrc a csp.iciologia da mortali

casas de uma só moradia e de dois flats,

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45.8

157.87 cm Belo Horizonte, o que dá

52.7

mais amplas, estabelecer

Nos Estados Unidos e na América La

47.5

(®) Os números em parêntese representam a porcentagem média de nascimentos de náo-brancos em cada área.

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tina, o coeficiente de mortalidade infan til nas áreas rurais é freqüentemente maior que os computados nas áreas ur banas. Por exemplo, segundo o Statis-

Dinamarca

Egito (1945) Finlândia

França

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153 59

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Irlanda

68

culturais e técnicos, qtic incluem, além da condição predominante das artes, as atitudes morais c os tabus qno influem na distribuição da população c dos ser

Israel

29

viços; (4) poiíticn-adininislralivos, tais

Itália

82

como tarifas, taxas o impostos, leis imi

Japão

76

Luxemburgo (1946)

75

Holanda

34

gratórias, normas o regulamentos, regi me político.

Nova Zelândia Noruega (1946)

25 35

Portugal

1 107

România

199

Espanha Suécia

Suíça Inglaterra Estados Unidos

-70 . .. 25

'

■ 3Q ^0 30

(1) Cf. Donnld

Picrson. fcditor) Estu

dos de Ecologia Humana. Livr.aria IMartins Editora. São Paulo, 10-18. Parr, 35fi. (2) Chicafio. Univor.sity of Cliicago Pross.

1030,

genheiro Pestana que se devia considerar \ários fatôres, entre os quais não ali-nlia\a o rcpnxscntaclo pela produção. No

"Misimdor.standiniís

in

Humari

Septomber. 10-10.

Ml Cf. Atti dol Congresso Inlcrnazio-

nale per

nli Studío sulln

Popolaziono.

Roma. 1033.

(5) Cf. On. cit. Vnl. VIU. Páit. lOfi. Í6) Cf. "Chances in tlie Mnniaci- nnd

laxa de natalidade para o Brasil e para as Unidades da Federação.

Edição mi-

meografada do .Serviço Nacional do Rocenscamonto.

Agosto, 1045.

CD) Cf, Moníhly Bullctln of Statistics.

Vol. V. N.o 1. Janeiro do 1951, Statistlcal

Offico

the

tural, dentro das "áreas" em que ocor rem . Para ser obtida uma mudança em

Success.

tais coeficientes, é inútil atuar sôbrc um

Economioue.

Uniled

Natlons,

Cf.

Payot.

Demographio

Paris. 1047.

"Perturbações

Mentais

cm

Arcas Urbanas", in Donald Piorson

op.

cit.

(12) Amcrican Sociological Roview. Ou tubro. 10.^0.

(13) Cf. .Tosuó de Castro. Geografia dei cionam dinamicamente vários fatôres. ' Hambre. Ediciones Penser. Buonns Aires. 1050. Também: Rui Coutinho. Valor So Tais fatôres, na classificação do R. D. cial da Alimentação. Livraria Aair Rio. ■ McKenzie (17), são (1) geográficos, 1947. (14) Burcau of tho Census. Governmcnt

que incluem condições climáticas, topo

variada ordem de fenômenos, tais como

a natureza e a organização das indus

trias locais, a distribuição ocupacional e o padrão de vida da população; (3)

Printing Officc. Washington. 19-14,

(15) Cf. Monthly Bulletin of Statistics. United Nations. Lake Success. Fevereiro de 1950, Vol. IV. N.o 2.

(16) Cf. Idem.

(17) Cf. "The Scope of Human Ecolo-

gy", in, Ernest Burgess, The Urban Communily. The University of Chicago Press. 1927.

militares.

O engenlu-iro Cló\is Ptxstana

como t|nc definiu uma das bases do tra balho da citada comissão quando afir mou; "No setor fcrro\-iárío, a grande

preocupação consiste em remodelar as linhas antigas de modo a permitir a in

1

estudo de tais fatôres, valeu-se o confereneisla. entro outros autores, do co- .

nhccido professor norte-americano de Geografia, Huntington, em seus traba lhos stibrc as relações entro o clima

corporação das grandes conquistas da

a atividade humana. Sabido é, pelos ■ estudiosos do assunto, que as conclusões

técnica moderna.

de Huntington, eivadas de um determi

Há uma diferença

profunda ontrc uma estrada do ferro moderna e a do padrão antigo. Sou um defensor extremado da primeira c um inimigo irroconciliáx-cl da última". Interessante constatar tais afinnaçtícs co

(10) Cf. Pierrc Fromont. (11)

Lake

ropre.sentanlos funcionais dos ministérios

^

Para tJ e.stabelccimonlo do um Plano

meada, entro (nig(mhoiros do ronotno o

In

exprimir-se em têrmos de causa o efei

' nómicos, que abrangem uma ampla e

polo ministro Pestana na conferência om

tou a compra das fcrro\ias inglesas, con-

trabalhos datpiola comissão, por clc no

Í3)

to. Um determinado coeficiente de na talidade ou de mortalidade infantil não se explica por meio de causas abstrata mente inferidas, mas de maneira estru

gráficas e recursos materiais; (2) eco-

denadas pelas suas próprias palavras.

Relations". Tho Amorlcan Journal of So-

the past half ccnlurv". Jonrnal of lhe Roval Slalistical Socioly. 1000. (7) Cf. PoDulation Problema. ÒMcGrawHill. Now York, 103.t. (8) Cf. Giorcio Mortara, Eslimaliva da

é necessário operar sobre a área, consi derada como um todo em que se rela

con\-i'm disctnror ainda um jiouco om tòrno dos pontos do \ista defendidos

ciology.

cular do que Karl Mannheim cliama de pensamento planifícador por oposição ao

causa, por mais importante que seja, mas

antigo Plano (ã ral do Viação Nacional,

volume de carga a transportar não pode ha\ er exploração ferro\'iária econômica", — afirmação que esqueceu quando acei- j

Geral de \'iação Nacional opinava o en

Birth-Rato.s in Encland and Wale.s. diiring

fator isolado, erigido à categoria de

A Nfks tio apreciar o ostatlo cm (pio a

quo jiistifiemi, ou procurou ju.stifioar, os

menos biométricos é uma forma parti pensamento inventivo, cuja tendência c

N'i:usox WimNFCK Soonú

oumissãn re\ i.«a)ra tio 19-17 deixou o

Vols. V e VIII,

O tratamento espaciológico dos fenô

NOVOS PLANOS

mo oriundas dc nm administrador c en

genheiro ferroviário cm cuja gestão o

governo brasileiro adquiriu, consumindo reservas acumuladas durante a guerra,

as ferrovias mais desorganizadas, mais deficitárias c mais inoperantes do par que nacional. Por isso mesmo, porque o ministro era partidário quase que tão.sòmente da remodelação das ferrovias

existentes, no tjue, cm grande parto, es tamos do acordo com êlc, é que a men

cionada comissão revisora podou consideràvclmcnte o antigo Plano Geral de Viação Nacional, rcduzíndo-lhe as pro porções.

Conforme bem disse o minis

tro Pestana: "Onde não existe grande

nismo extremado e colhidas através de

observações no meio norte-americano,

em sua maior parte, estão decisivamen te condenadas, não representando, hoje, mais do que nieia-cicncia, muito brilhan te por fora e scin fundamentos reais. Se gundo tais conclusões, na parte que nos. diz respeito, o Brasil não poderia che- ' gar a ser, cm tempo algum, em conse qüência da fôrça determinante do clima, da maior parte dc seu território, um país de descn\olvimento ponderável, no qua dro internacional. Depois que o tema da inferioridade racial, cm que o conferen-

cista c ministro resvala, de quando em-quando, com cuidados especiais, não se inventou

fórmula

mais

estreitamente

antibrasileira e mais falsa em seus fun-o damentos científicos do que a do deter minismo climático, para positivar a de-


•7

r

DiGhaiTO

112

Econômico

•f-^ '

Hungria ..'

'......

111

Islândia índia

22 146

Irlanda

68

culturais e técnicos, qtic incluem, além da condição predominante das artes, as atitudes morais c os tabus qno influem na distribuição da população c dos ser

Israel

29

viços; (4) poiíticn-adininislralivos, tais

Itália

82

como tarifas, taxas o impostos, leis imi

Japão

76

Luxemburgo (1946)

75

Holanda

34

gratórias, normas o regulamentos, regi me político.

Nova Zelândia Noruega (1946)

25 35

Portugal

1 107

România

199

Espanha Suécia

Suíça Inglaterra Estados Unidos

-70 . .. 25

'

■ 3Q ^0 30

(1) Cf. Donnld

Picrson. fcditor) Estu

dos de Ecologia Humana. Livr.aria IMartins Editora. São Paulo, 10-18. Parr, 35fi. (2) Chicafio. Univor.sity of Cliicago Pross.

1030,

genheiro Pestana que se devia considerar \ários fatôres, entre os quais não ali-nlia\a o rcpnxscntaclo pela produção. No

"Misimdor.standiniís

in

Humari

Septomber. 10-10.

Ml Cf. Atti dol Congresso Inlcrnazio-

nale per

nli Studío sulln

Popolaziono.

Roma. 1033.

(5) Cf. On. cit. Vnl. VIU. Páit. lOfi. Í6) Cf. "Chances in tlie Mnniaci- nnd

laxa de natalidade para o Brasil e para as Unidades da Federação.

Edição mi-

meografada do .Serviço Nacional do Rocenscamonto.

Agosto, 1045.

CD) Cf, Moníhly Bullctln of Statistics.

Vol. V. N.o 1. Janeiro do 1951, Statistlcal

Offico

the

tural, dentro das "áreas" em que ocor rem . Para ser obtida uma mudança em

Success.

tais coeficientes, é inútil atuar sôbrc um

Economioue.

Uniled

Natlons,

Cf.

Payot.

Demographio

Paris. 1047.

"Perturbações

Mentais

cm

Arcas Urbanas", in Donald Piorson

op.

cit.

(12) Amcrican Sociological Roview. Ou tubro. 10.^0.

(13) Cf. .Tosuó de Castro. Geografia dei cionam dinamicamente vários fatôres. ' Hambre. Ediciones Penser. Buonns Aires. 1050. Também: Rui Coutinho. Valor So Tais fatôres, na classificação do R. D. cial da Alimentação. Livraria Aair Rio. ■ McKenzie (17), são (1) geográficos, 1947. (14) Burcau of tho Census. Governmcnt

que incluem condições climáticas, topo

variada ordem de fenômenos, tais como

a natureza e a organização das indus

trias locais, a distribuição ocupacional e o padrão de vida da população; (3)

Printing Officc. Washington. 19-14,

(15) Cf. Monthly Bulletin of Statistics. United Nations. Lake Success. Fevereiro de 1950, Vol. IV. N.o 2.

(16) Cf. Idem.

(17) Cf. "The Scope of Human Ecolo-

gy", in, Ernest Burgess, The Urban Communily. The University of Chicago Press. 1927.

militares.

O engenlu-iro Cló\is Ptxstana

como t|nc definiu uma das bases do tra balho da citada comissão quando afir mou; "No setor fcrro\-iárío, a grande

preocupação consiste em remodelar as linhas antigas de modo a permitir a in

1

estudo de tais fatôres, valeu-se o confereneisla. entro outros autores, do co- .

nhccido professor norte-americano de Geografia, Huntington, em seus traba lhos stibrc as relações entro o clima

corporação das grandes conquistas da

a atividade humana. Sabido é, pelos ■ estudiosos do assunto, que as conclusões

técnica moderna.

de Huntington, eivadas de um determi

Há uma diferença

profunda ontrc uma estrada do ferro moderna e a do padrão antigo. Sou um defensor extremado da primeira c um inimigo irroconciliáx-cl da última". Interessante constatar tais afinnaçtícs co

(10) Cf. Pierrc Fromont. (11)

Lake

ropre.sentanlos funcionais dos ministérios

^

Para tJ e.stabelccimonlo do um Plano

meada, entro (nig(mhoiros do ronotno o

In

exprimir-se em têrmos de causa o efei

' nómicos, que abrangem uma ampla e

polo ministro Pestana na conferência om

tou a compra das fcrro\ias inglesas, con-

trabalhos datpiola comissão, por clc no

Í3)

to. Um determinado coeficiente de na talidade ou de mortalidade infantil não se explica por meio de causas abstrata mente inferidas, mas de maneira estru

gráficas e recursos materiais; (2) eco-

denadas pelas suas próprias palavras.

Relations". Tho Amorlcan Journal of So-

the past half ccnlurv". Jonrnal of lhe Roval Slalistical Socioly. 1000. (7) Cf. PoDulation Problema. ÒMcGrawHill. Now York, 103.t. (8) Cf. Giorcio Mortara, Eslimaliva da

é necessário operar sobre a área, consi derada como um todo em que se rela

con\-i'm disctnror ainda um jiouco om tòrno dos pontos do \ista defendidos

ciology.

cular do que Karl Mannheim cliama de pensamento planifícador por oposição ao

causa, por mais importante que seja, mas

antigo Plano (ã ral do Viação Nacional,

volume de carga a transportar não pode ha\ er exploração ferro\'iária econômica", — afirmação que esqueceu quando acei- j

Geral de \'iação Nacional opinava o en

Birth-Rato.s in Encland and Wale.s. diiring

fator isolado, erigido à categoria de

A Nfks tio apreciar o ostatlo cm (pio a

quo jiistifiemi, ou procurou ju.stifioar, os

menos biométricos é uma forma parti pensamento inventivo, cuja tendência c

N'i:usox WimNFCK Soonú

oumissãn re\ i.«a)ra tio 19-17 deixou o

Vols. V e VIII,

O tratamento espaciológico dos fenô

NOVOS PLANOS

mo oriundas dc nm administrador c en

genheiro ferroviário cm cuja gestão o

governo brasileiro adquiriu, consumindo reservas acumuladas durante a guerra,

as ferrovias mais desorganizadas, mais deficitárias c mais inoperantes do par que nacional. Por isso mesmo, porque o ministro era partidário quase que tão.sòmente da remodelação das ferrovias

existentes, no tjue, cm grande parto, es tamos do acordo com êlc, é que a men

cionada comissão revisora podou consideràvclmcnte o antigo Plano Geral de Viação Nacional, rcduzíndo-lhe as pro porções.

Conforme bem disse o minis

tro Pestana: "Onde não existe grande

nismo extremado e colhidas através de

observações no meio norte-americano,

em sua maior parte, estão decisivamen te condenadas, não representando, hoje, mais do que nieia-cicncia, muito brilhan te por fora e scin fundamentos reais. Se gundo tais conclusões, na parte que nos. diz respeito, o Brasil não poderia che- ' gar a ser, cm tempo algum, em conse qüência da fôrça determinante do clima, da maior parte dc seu território, um país de descn\olvimento ponderável, no qua dro internacional. Depois que o tema da inferioridade racial, cm que o conferen-

cista c ministro resvala, de quando em-quando, com cuidados especiais, não se inventou

fórmula

mais

estreitamente

antibrasileira e mais falsa em seus fun-o damentos científicos do que a do deter minismo climático, para positivar a de-


TfWI

W V»||

Dicesto Econômico

114

sesperança de ura futuro menos opaco para o Brasil. Não satisfeito de usar o trabalho falso

de Huntington, o ininislro Pestana nao hesitou em usar também outro trabalho.

João Pessoa, Fortaleza e Tercsína.

Dice-sto

Econô.mico

115

O

entre o noroeste do Paraná e o pôrto

a discutir. Parece-nos que a constniçãò

conclusão

da nova ferrovia, em condições técnicas

desse tronco, segundo a sua conferência,

dc Paranaguá. Do\ e estar satisfeito, hoje, porque o Estado do Paraná tomou a seu

dentro do período adminis-tralivo tjuc lhe cabia na pasta da Viação, salvo "pcíjue-

cargo a construção <U'ssa ferrovia, para

para os nossos dias, acabará por liquidiir

escoamento do café da zona cm intenso

econòraicamcnte aquela Réde de Viação Par.íuá-Sanla Catarina, pelo menos nos

ministro Pestana admitia

o de uma espécie de Huntington nacio nal, que pretendeu provar, através do

nos trechos".

confronto de dados numéricos, que o

a

modoma-s, accitando-so a sua conclusão

seus trechos de rendimento mais inte- ^

rinto, partiria o Tronco Principal Central,

descmoKiinenlo nacjuclc E.stado, e hoje tributária do pòrto de Santos. Como se fará o escoamento da produção cafccira

Bra.sil jamais poderia comportar uma

que iria, por Pirapora e Formosa, a

atra\é.s da "maras ilha" de Ti-ixcira Soa

e a conclusão dos trabalhos em curso ^

população superior a sessenta milhões de

PeLve, lugarejo no extremo do trecho na

res, entre Curitiba e Paranaguá, ou como

entre Porto Alegre e Passo Fundo, — 1

habitantes. Felizmente, o autor de tese

vegável superior do rio Tocantins.

mormente considcrando-se que ambas as .3

Do Tronco Principal Norte, desde Co-

rcs.sante.

remodelação de seu traçado

'tão curiosa viverá, se Deus quiser, o tempo suficiente para que o nosso País

Tronco Principal Oeste seria aquele que, partindo do Rio do Janeiro, passando

o porto mo\imcntará o volume que puder passar por aquele gargalo, pare

ultrapasse aquela casa, admitida por ele

por Barra Mansa, Lavras, Garças, Goian-

ce que não foi previs

s=A como um marco intransponível, além do

dira, Leopoldo de Bulhões, Goiânia, atingiria Araguaiana, sòbrc o rio Ara guaia. Gontava o ministro Pestana que

to.

O melhor seria mesmo não construir cou-

estivesse concluído, na sua administra

uma vez que apareça

prazo

; ''sa alguma: pois se estamos condenados

ção, salvo o trecho entre Goiânia e Ara guaiana.

mais um traço negro

que o interessante '

^U qual ,não haveria recursos para manter população. Ora, diante de tais teses,

[ a ser país de segunda ordem, e se a '• nossa população, que é uma das bases da produção, não ultrapassará, segundo o seu profeta estimado, uma casa tão próxima, para que planejar a construção de ferrouas, de rodovias ou de aquavias? O que e.KÍste, com mais os trambolhos ferroviários comprados às pressas, deve dar de sobra para manter o estado de

cousas que por aí anda. Partindo da repartição do Brasil em cinco grandes regiões, apresentada pelo Conselho Nacional de Geografia e ge' ralmente aceita — e que não sabemos

por que serviu dç base ao estabelecimen to do um plano para a viação, visto co mo não vemos ligação efetiva e estreita entre regiões naturais e transportes — o

O

No seu conjunto, o Plano que saiu das mãos da comissão rcvisora féz o seu es

forço no sentido das interligações, sonho

Tronco Principal Transcontinental, final

uma vez que o transporte não está asse

território nacional, prolongando-se, pela

gurado, em sua continuidade, apenas porque se liguem pontas de trilhos. A única ferrovia de extensão e importância nele mencionada, que vem sendo ataca da, com lentidão descspcradora, há al guns anos, som perspectivas de con clusão próxima, é a que duplicará a ligação ferroviária do centro-sul com o sul do País, prolongando-se de São

Brasil-Bolívia, ao oceano Pacífico. Admi

tia o ministro Pestana que o trecho Co-

rumbá-Pôrto Esperança estivesse pronto um ano depois de sua conferência. Fora desse sistema de troncos principais, preo cupava bastante o ministro Pestana aqui lo que ôle denominava "e.spinha dorsal

troncos secundários e trinta e quatro

Passo do Goio-En, Porto Mendes, Guaí-

ligações. O Tronco Principal Norte es tabeleceria a comunicação entre as re

ra, Ponta-Porã, Campo Grande, para es tabelecimento de ligação direta de Mato

giões Leste e Nordeste, isto é entre o

Grosso 0 Goiás com o extremo sul.

Rio de Janeiro e São Luís, passando por

Confessava o ministro Pestana, por ou tro lado, D seu aborrecimento por não figurar no plano nacional uma ligação

Jui2 de Fora, Belo Horizonte, Corínto,

no mapa...

mente, ligaria Santos a Corumbá, em

O

comportaria cinco troncos principais, sete

Alagoinbas, Aracaju, Maceió, Recife,

importância,

dc antigos planejadores, e que não chega jamais ao sou lêrmo, o na verdade não tem grande importância que chegue,

o prazo de conclusão de seis anos.

do sistema ferroviário, cm futuro remoto, da parte ocidental da região sul", e que seria uma ferrovia entre Porto Alegre e Guiabá, passando por Passo Fundo,

plano remodelado pela comissão de 1947

grande

O Tronco Principal Sul ligaria o Rio de Janeiro à cidade do Rio Grande, atra vés de S. Paulo, Engenheiro Bley, Rio Negro, Lagos, Canguçu c Pelotas, com

Mas também não

tem, no fim do contas,

ferro\'ias, a velha e a jS

projetada, pertencem" ao govêrno, — pode- • vj

riam ser progressivas, V e estariam mais próxi- • mas dc efetivação, era ^

razoável, do y

tronco novo que se

propõe e que, aliás, escapa ao critério, proposto pela comissão rcvisora e aprova

do pelo ministro que a nomeou, de ficar á

dentro dc prazo curto e de meios já for' necidos pelo orçamento federal. Mas, se o ministro Pestana, com se

guro critério, opinava no sentido de que .• "a grande preocupação consiste em remodelar as linhas antigas", coíno deixar , dc lado essa tarefa de remodelação, na

verdade urgente e importante, pela de

construção de ferrovias extensas? Que í se féz, no sentido da remodelação, nos

anos cm que lhe coube a pasta? Fez-se, na realidade, o abandono dos trabalhos

de renovação do traçado da Centi-al do .

Paulo à cidade do Rio Grande, através

Brasil, no ramal de São Paulo, trabalhos

de Engenheiro Bley, Lages, Barreto e

adiantadissimos e cuja paralisação foi, na verdade, criminosa. Se o esforço de

Pelotas.

Mas, ainda nesse caso, não

seria mais interessante e mais urgente,

a remodelação da Rede de Viação Paraná-Santa Catarina o a conclusão da

ligação Pôrto Alegre-Passo Fundo do que a construção demorada e dispendiosa de

veria ser de remodelação, onde melhor

caberia do que entre os dois principais centros produtores e consumidores do País, em continuação de tarefa de vulto, que estava era fase de conclusão?

uma nova estrada inteira entre São Paulo

Resta-nos examinar o novo Plano Ge

e a cidade do Rio Grande? Ê um ponto

ral de Viação Nacional no qjre diz'

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Dicesto Econômico

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de Huntington, o ininislro Pestana nao hesitou em usar também outro trabalho.

João Pessoa, Fortaleza e Tercsína.

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Econô.mico

115

O

entre o noroeste do Paraná e o pôrto

a discutir. Parece-nos que a constniçãò

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da nova ferrovia, em condições técnicas

desse tronco, segundo a sua conferência,

dc Paranaguá. Do\ e estar satisfeito, hoje, porque o Estado do Paraná tomou a seu

dentro do período adminis-tralivo tjuc lhe cabia na pasta da Viação, salvo "pcíjue-

cargo a construção <U'ssa ferrovia, para

para os nossos dias, acabará por liquidiir

escoamento do café da zona cm intenso

econòraicamcnte aquela Réde de Viação Par.íuá-Sanla Catarina, pelo menos nos

ministro Pestana admitia

o de uma espécie de Huntington nacio nal, que pretendeu provar, através do

nos trechos".

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modoma-s, accitando-so a sua conclusão

seus trechos de rendimento mais inte- ^

rinto, partiria o Tronco Principal Central,

descmoKiinenlo nacjuclc E.stado, e hoje tributária do pòrto de Santos. Como se fará o escoamento da produção cafccira

Bra.sil jamais poderia comportar uma

que iria, por Pirapora e Formosa, a

atra\é.s da "maras ilha" de Ti-ixcira Soa

e a conclusão dos trabalhos em curso ^

população superior a sessenta milhões de

PeLve, lugarejo no extremo do trecho na

res, entre Curitiba e Paranaguá, ou como

entre Porto Alegre e Passo Fundo, — 1

habitantes. Felizmente, o autor de tese

vegável superior do rio Tocantins.

mormente considcrando-se que ambas as .3

Do Tronco Principal Norte, desde Co-

rcs.sante.

remodelação de seu traçado

'tão curiosa viverá, se Deus quiser, o tempo suficiente para que o nosso País

Tronco Principal Oeste seria aquele que, partindo do Rio do Janeiro, passando

o porto mo\imcntará o volume que puder passar por aquele gargalo, pare

ultrapasse aquela casa, admitida por ele

por Barra Mansa, Lavras, Garças, Goian-

ce que não foi previs

s=A como um marco intransponível, além do

dira, Leopoldo de Bulhões, Goiânia, atingiria Araguaiana, sòbrc o rio Ara guaia. Gontava o ministro Pestana que

to.

O melhor seria mesmo não construir cou-

estivesse concluído, na sua administra

uma vez que apareça

prazo

; ''sa alguma: pois se estamos condenados

ção, salvo o trecho entre Goiânia e Ara guaiana.

mais um traço negro

que o interessante '

^U qual ,não haveria recursos para manter população. Ora, diante de tais teses,

[ a ser país de segunda ordem, e se a '• nossa população, que é uma das bases da produção, não ultrapassará, segundo o seu profeta estimado, uma casa tão próxima, para que planejar a construção de ferrouas, de rodovias ou de aquavias? O que e.KÍste, com mais os trambolhos ferroviários comprados às pressas, deve dar de sobra para manter o estado de

cousas que por aí anda. Partindo da repartição do Brasil em cinco grandes regiões, apresentada pelo Conselho Nacional de Geografia e ge' ralmente aceita — e que não sabemos

por que serviu dç base ao estabelecimen to do um plano para a viação, visto co mo não vemos ligação efetiva e estreita entre regiões naturais e transportes — o

O

No seu conjunto, o Plano que saiu das mãos da comissão rcvisora féz o seu es

forço no sentido das interligações, sonho

Tronco Principal Transcontinental, final

uma vez que o transporte não está asse

território nacional, prolongando-se, pela

gurado, em sua continuidade, apenas porque se liguem pontas de trilhos. A única ferrovia de extensão e importância nele mencionada, que vem sendo ataca da, com lentidão descspcradora, há al guns anos, som perspectivas de con clusão próxima, é a que duplicará a ligação ferroviária do centro-sul com o sul do País, prolongando-se de São

Brasil-Bolívia, ao oceano Pacífico. Admi

tia o ministro Pestana que o trecho Co-

rumbá-Pôrto Esperança estivesse pronto um ano depois de sua conferência. Fora desse sistema de troncos principais, preo cupava bastante o ministro Pestana aqui lo que ôle denominava "e.spinha dorsal

troncos secundários e trinta e quatro

Passo do Goio-En, Porto Mendes, Guaí-

ligações. O Tronco Principal Norte es tabeleceria a comunicação entre as re

ra, Ponta-Porã, Campo Grande, para es tabelecimento de ligação direta de Mato

giões Leste e Nordeste, isto é entre o

Grosso 0 Goiás com o extremo sul.

Rio de Janeiro e São Luís, passando por

Confessava o ministro Pestana, por ou tro lado, D seu aborrecimento por não figurar no plano nacional uma ligação

Jui2 de Fora, Belo Horizonte, Corínto,

no mapa...

mente, ligaria Santos a Corumbá, em

O

comportaria cinco troncos principais, sete

Alagoinbas, Aracaju, Maceió, Recife,

importância,

dc antigos planejadores, e que não chega jamais ao sou lêrmo, o na verdade não tem grande importância que chegue,

o prazo de conclusão de seis anos.

do sistema ferroviário, cm futuro remoto, da parte ocidental da região sul", e que seria uma ferrovia entre Porto Alegre e Guiabá, passando por Passo Fundo,

plano remodelado pela comissão de 1947

grande

O Tronco Principal Sul ligaria o Rio de Janeiro à cidade do Rio Grande, atra vés de S. Paulo, Engenheiro Bley, Rio Negro, Lagos, Canguçu c Pelotas, com

Mas também não

tem, no fim do contas,

ferro\'ias, a velha e a jS

projetada, pertencem" ao govêrno, — pode- • vj

riam ser progressivas, V e estariam mais próxi- • mas dc efetivação, era ^

razoável, do y

tronco novo que se

propõe e que, aliás, escapa ao critério, proposto pela comissão rcvisora e aprova

do pelo ministro que a nomeou, de ficar á

dentro dc prazo curto e de meios já for' necidos pelo orçamento federal. Mas, se o ministro Pestana, com se

guro critério, opinava no sentido de que .• "a grande preocupação consiste em remodelar as linhas antigas", coíno deixar , dc lado essa tarefa de remodelação, na

verdade urgente e importante, pela de

construção de ferrovias extensas? Que í se féz, no sentido da remodelação, nos

anos cm que lhe coube a pasta? Fez-se, na realidade, o abandono dos trabalhos

de renovação do traçado da Centi-al do .

Paulo à cidade do Rio Grande, através

Brasil, no ramal de São Paulo, trabalhos

de Engenheiro Bley, Lages, Barreto e

adiantadissimos e cuja paralisação foi, na verdade, criminosa. Se o esforço de

Pelotas.

Mas, ainda nesse caso, não

seria mais interessante e mais urgente,

a remodelação da Rede de Viação Paraná-Santa Catarina o a conclusão da

ligação Pôrto Alegre-Passo Fundo do que a construção demorada e dispendiosa de

veria ser de remodelação, onde melhor

caberia do que entre os dois principais centros produtores e consumidores do País, em continuação de tarefa de vulto, que estava era fase de conclusão?

uma nova estrada inteira entre São Paulo

Resta-nos examinar o novo Plano Ge

e a cidade do Rio Grande? Ê um ponto

ral de Viação Nacional no qjre diz'

yi£ee* >


DiciisTO

116

Econômico

Dicesto

Econômico

r

117

[ respeito às rodovias. Na sua conferên;! cia justificativa do trabalho da comissão

a ferrovia, entre Presidente Vargas, Cam

no fim dc conta.s, será èssc estudo indis

mania de alguns, o duro quadro da rea

po Grande, Porto Esperança e Coriimbá,

pensável para a elaboração dc um Plano

' - revisora, composta de distintos engo

e outro, mais ao sul, entre S. Paulo. Ou

Nacional dc \'iação?

lidade, tema e.xcdntrico, sem significação alguma. Pois não o esqueceram todos, ou quase todos? Se os Planos dc Viação

le nheiros e militares, o ministro Pestana,

rinhos, Pòrto Epitácio, Maracaju c Porto

Pelo (pie \imos, nos vellios planos c

• apesar de ferroviário, destacou o caráter , pioneiro da rodovia, e frisou que não ; . havia por onde fugir do paralelismo, quando não geométrico pelo menos fun

Murtínho. O Tocantins, por exemplo, era uma espécie de polo, a atrair nrclo-

nos novos planos, naquilo (jue fizeram o.s antigos e naijuilo cpie os modernos

vias que viriam de Goiânia, de SaK aclor, dc Recife, de Teresina, de São Luís. Esquccidíjs da realidade, os rcvisorcs es tavam já cm pleno terreno da fantasia, e o lápis traçava troncos imaginários, compondo unia rede extensa o inlcres-

vêm fazendo, parece que não. Será uma

cional, entre as ferrovias e as rodovias,

j' Em tese, o acordo parece perfeito: todos

- ' admitem o caráter pioneiro e o parale lismo. Há um terceiro ponto de vista,

í^ue deve agradar ao critério daquele ' enaenheiro: nresta-ío mnic engenheiro: a rodovia presta-se mais àh

jj|ji|||, deformação entre transportes e viação, Htf isto é, ela pode servir à viação, sem ser obrigada a servir ao transporte; ela pode perfeitamente ser construída tendo em

não se adaptam às condições da produ ção. pior para a produção; ela que trate de se adaptar aos Planos de Viação.

sanlc. Nada de sabor o que transportar, para onde transportar, onde se produzia c onde sc consumia, entretanto, que isso, ao que parece, não interessa mesmo aos

que planejam a viação nacional, e evi

tam, cuidadosamente, como a palavra

j.. vista os critérios políticos de unidade, tabu, o termo transporte e seu correlato

de serviço social, de aproximação, deik 1 xando, até certo ponto, em segundo pla'ir 'no, o problema do transporte, a sua funTção eminentemente econômica.

i i| /

Pelo trabalho de 1947, no campo rodoviário, lugarejos como Pôrto Nacio-

j

produção,

A conferência do ministro Pestana, "Problemas Brasileiros c o Plano Gorai

de Viação Nacional" contém, muito mais do que ficou nicncionaclo nestes nossos rápidos trabalhos, considerações do mais

nai e Carolina, sobre o Tocantins, seriam importantes nós de comunicações; pro-

íi I ■ i-'

i d '

alto intorêsse. Nela sc trata dc problcma.s de demografin, de clima, dc análise punha-se a velha idéia da ligação rodo- dc solos, de potencial hidrográfico c até viária entre Cuiabá e Santarém e não de filosofia da engenharia. Falta-lhe al eram esquecidas as ligações Cuiabá-Pôrto guma cousa, na verdade, que seria oVellio-Cruzeiro do Sul, Goiânia-Cuiabá,' tratamento do problema da produção, Goiânia-Belém, sonhos absolutamente suas necessidades de escoamento, a in fora daquele critério de prazo curto c fluência da distribuição nos preços, a meios orçamentários que a própria co- ncccs,sidadc dc barateamento dos fretes missão havia proposto e que o ministro para enfrentar a alta da vida brasileira havia aprovado. Entre o Rio de Janei- a premêncía cm acudír, com transportes

' ro e Salvador, o Plano não se contentava

,^

adequados, a regiões inteiras, que tem o clima que o ministro acha ótimo, o solo

com um só tronco, e propunha dois. Também pretendia dobrar a ligação ro doviária com o Sul; além da rodovia em

que o ministro acha excelente, a gente

tráfego, apesar de inacabada, admitia

efieiente, o potencial hidrográfico que o

outra, que fosse traçada por S. José do ■ Rio Preto, Ourinhos, Prudentópolis, Marcelino Ramos, Santa Maria, Livramento. Para Mato Grosso, ainda, nada menos

dições para escoar uma produção funda mentada nesses fatôres favoráveis todos,

■ que dois eixos rodoviário.s, um dobrando

.'i

■>

que o ministro considera trabalhadora e ministro aprecia, mas que não têm con

tão sabiamente reunidos. Falta-lhe o es

tudo da produção, naturalmente. Mas, MÉHb.


DiciisTO

116

Econômico

Dicesto

Econômico

r

117

[ respeito às rodovias. Na sua conferên;! cia justificativa do trabalho da comissão

a ferrovia, entre Presidente Vargas, Cam

no fim dc conta.s, será èssc estudo indis

mania de alguns, o duro quadro da rea

po Grande, Porto Esperança e Coriimbá,

pensável para a elaboração dc um Plano

' - revisora, composta de distintos engo

e outro, mais ao sul, entre S. Paulo. Ou

Nacional dc \'iação?

lidade, tema e.xcdntrico, sem significação alguma. Pois não o esqueceram todos, ou quase todos? Se os Planos dc Viação

le nheiros e militares, o ministro Pestana,

rinhos, Pòrto Epitácio, Maracaju c Porto

Pelo (pie \imos, nos vellios planos c

• apesar de ferroviário, destacou o caráter , pioneiro da rodovia, e frisou que não ; . havia por onde fugir do paralelismo, quando não geométrico pelo menos fun

Murtínho. O Tocantins, por exemplo, era uma espécie de polo, a atrair nrclo-

nos novos planos, naquilo (jue fizeram o.s antigos e naijuilo cpie os modernos

vias que viriam de Goiânia, de SaK aclor, dc Recife, de Teresina, de São Luís. Esquccidíjs da realidade, os rcvisorcs es tavam já cm pleno terreno da fantasia, e o lápis traçava troncos imaginários, compondo unia rede extensa o inlcres-

vêm fazendo, parece que não. Será uma

cional, entre as ferrovias e as rodovias,

j' Em tese, o acordo parece perfeito: todos

- ' admitem o caráter pioneiro e o parale lismo. Há um terceiro ponto de vista,

í^ue deve agradar ao critério daquele ' enaenheiro: nresta-ío mnic engenheiro: a rodovia presta-se mais àh

jj|ji|||, deformação entre transportes e viação, Htf isto é, ela pode servir à viação, sem ser obrigada a servir ao transporte; ela pode perfeitamente ser construída tendo em

não se adaptam às condições da produ ção. pior para a produção; ela que trate de se adaptar aos Planos de Viação.

sanlc. Nada de sabor o que transportar, para onde transportar, onde se produzia c onde sc consumia, entretanto, que isso, ao que parece, não interessa mesmo aos

que planejam a viação nacional, e evi

tam, cuidadosamente, como a palavra

j.. vista os critérios políticos de unidade, tabu, o termo transporte e seu correlato

de serviço social, de aproximação, deik 1 xando, até certo ponto, em segundo pla'ir 'no, o problema do transporte, a sua funTção eminentemente econômica.

i i| /

Pelo trabalho de 1947, no campo rodoviário, lugarejos como Pôrto Nacio-

j

produção,

A conferência do ministro Pestana, "Problemas Brasileiros c o Plano Gorai

de Viação Nacional" contém, muito mais do que ficou nicncionaclo nestes nossos rápidos trabalhos, considerações do mais

nai e Carolina, sobre o Tocantins, seriam importantes nós de comunicações; pro-

íi I ■ i-'

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alto intorêsse. Nela sc trata dc problcma.s de demografin, de clima, dc análise punha-se a velha idéia da ligação rodo- dc solos, de potencial hidrográfico c até viária entre Cuiabá e Santarém e não de filosofia da engenharia. Falta-lhe al eram esquecidas as ligações Cuiabá-Pôrto guma cousa, na verdade, que seria oVellio-Cruzeiro do Sul, Goiânia-Cuiabá,' tratamento do problema da produção, Goiânia-Belém, sonhos absolutamente suas necessidades de escoamento, a in fora daquele critério de prazo curto c fluência da distribuição nos preços, a meios orçamentários que a própria co- ncccs,sidadc dc barateamento dos fretes missão havia proposto e que o ministro para enfrentar a alta da vida brasileira havia aprovado. Entre o Rio de Janei- a premêncía cm acudír, com transportes

' ro e Salvador, o Plano não se contentava

,^

adequados, a regiões inteiras, que tem o clima que o ministro acha ótimo, o solo

com um só tronco, e propunha dois. Também pretendia dobrar a ligação ro doviária com o Sul; além da rodovia em

que o ministro acha excelente, a gente

tráfego, apesar de inacabada, admitia

efieiente, o potencial hidrográfico que o

outra, que fosse traçada por S. José do ■ Rio Preto, Ourinhos, Prudentópolis, Marcelino Ramos, Santa Maria, Livramento. Para Mato Grosso, ainda, nada menos

dições para escoar uma produção funda mentada nesses fatôres favoráveis todos,

■ que dois eixos rodoviário.s, um dobrando

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que o ministro considera trabalhadora e ministro aprecia, mas que não têm con

tão sabiamente reunidos. Falta-lhe o es

tudo da produção, naturalmente. Mas, MÉHb.


nrr^

Dicesto Econóaoco

Causas locais da revolução farroupilha J. P. CoEXHO DE Sousa (Deputado Federal)

119

"O sangue que derramamos na guerra,

scnt.içõcs da Junta d;x Fazenda Provin

fício da vida de nossos irmãos, a destrui

cial. expondo a penúria cm que a guer ra deixara o nosso Tesouro, c pedindo a

ção de nossos e;impos, a ruína cie nossas fortunas, as prodigiosas somas cjuc nos extorquiu a nós, t)s mais sobrecarrega dos e cotizados durante arjuela luta desastro.sa, não nos valeram a menor de-

mente brasileiras — determinantes de

primeiro núcleo de povoamento alieníge na, que seria depois a cidade do Rio

outras agitações políticas no País.

Grande.

rânico Go\-cnu).

E é fácil indicá-las, embora não seja

Castela delibera reivindicar as suas

ferêncía da parte da([uele injusto o ti "Exibiam eerlamcntc a outra Provín

possível expô-las, nestas notas: o fede

terras e cerca de um século o Continente

ralismo, que é uma tendência orgânica do povo brasileiro, e o aparente fracasso do movimento político que desfechara ná Abdicação, acarretando as agitações revolucionárias da Regência. Àquelas vêm reunir-se duas outras,

foi o campo de batalha das duas Amé

cia as cotas respectivas, onde incluíamos a nossa para as despesas da gxiena; mas

regionais, desencadeantes: o ressenti

rante 76 anos balizamos com as ossa

mento resultante do descaso do centro

das dos nossos maiores os lindes meri

pelo Rio Grande e a política reacionária, ensaiada pelos governos da Província.

ricas — a portuguesa c a espanhola —

o arbítrio nos tirava com xiolència cm

destino a que não fugiria no século se

gado vacum c ca\alar e cm exigências

guinte.

dc todo gênero mil vêz.cs mais do que

A primeira geração rio-grandense nas

cia já convocada para as milícias e du dionais da Pátria.

Até às agitações da Regência, fomos a

"Baldadas foram as veementes repre-

com as Repúblicas Argentinas, o sacri

barra do sul c lança os fundamentos do

As causas gerais, predisponentes, da ** revolução farroupilha são rigorosa

I

. . Ji I| . . I i.VWi PÜVli

cumpria cotizar-nos proporcionalmente.

"Não nos pagou o Go\'êrno Imperial o que se nos tinni a título dc compra e dc empréstimo, c muito menos ressar ciu as nossas perdas

ocasionadas por um es

ci^ssaçâo desse esbulho revoltante e in decente.

"Era o Rio Grande uma Província de

primeira ordem, se se tratava de con

correr para as despesas gerais, mas en trava quase na viltima, quanto à sua representação no Congresso Geral.

"rínhamos rendimentos bastantes para sustentar um Tribvmal do segunda e úl

tima instância, um Tribunal que nos era garantido pela Constituição do Es

tado — e entretanto nos era preciso pro curar na Corte os recursos judiciários na quela instância, como enormes sacrifícios.

"Contemporizávamos, apesar disso. "Tal era a nossa situação cm 1834,

quando o primeiro ma gistrado da Província, o delegado do Govèmo Imperial, se uniu ao

O meridiano de Tordesilhas cortara a linha da costa brasileira, mais ou menos

do o centro com reclamações nem o

na foz do Amazonas, para sair em ponto próximo à cidade de Laguna, no litoral

tado de cousas dc que só êle era culpado.

preocupando com tumultos locais. A regra das milícias dera-nos o sen

sábia e patcrnal nos te-

catarinense: não estava, pois, o Conti

escravizar-nos, descarre- .

tido da disciplina... Em 1822, fomos das quatro capitanias que aceitaram, para logo, o govôrno do Príncipe Regente. Dávamos tudo e nada pedíamos, se não a vanguarda dos exércitos, para nela morrer — no cumprimento de uma pre destinação, que SC nos esmagava mate rialmente, do mesmo passo nos sublima

ria inclenizixclo de sacri-

gando o último golpe

fícios tais e dc tão pesadas cargas, pela abo lição de alguns impos

sôbre as nossas liber

nente de São Pedro do Rio Grande in

cluído nos domínios portugueses.

As observações dos pilotos que acom

panharam Martim Afonso de Sousa, nas suas explorações pelas costas do extremo sul, em 1531, acabaram de comprovar essa verdade.

Daí decorreu para o Continente uma

situação de "res nulius", uma vez que

Portugal não o considerava integrado nos

mais dócil das províncias, não molestan

va espiritualmente.

Em que moeda nos pagava o centro

General das Armas para

"Uma administração

dades pátrias. "Foi, então, que vi

tos e direitos; o Gover

mos a perseguição, o

no Imperial, pelo con

arbítrio e o terrível es

trário, esmagou a nossa principal indústria, vc-

f4

xando-a ainda mais.

"A carne, o couro, o .sebo, a graxa, além de pagarem nas alfândegas do País

o duplo do dízimo de que se propuseram aliviar-nos, exibem mais quinze por cento em qualquer dos portos do Império.

pírito de xangança re duzidos a sistema; a imbecilidade e o des

potismo querendo arrogar-se as honras do saber e de legitimidade." Longe iria se fôsse reproduzir os de mais tópicos do manifesto de Bento Gon

seus d^omínios e Castela não o ocupava, realmente: apenas os jesuítas, na sua

essa filial dedicação?

alta missão civilizadora, se haviam esta belecido ao oriente do Uruguai e os in

de todos, sereno e justo mesmo na frágua revolucionária — o patriarca da

trépidos bandeirantes paulistas e minei

raça, Bento Gonçalves da Silva. "Há muito desenvolvia o Governo Im

réis e foram quase equivalentes a essa

perial uma parcialidade imérita, um desprêzo insolente e revoltante a respeito

quantia os subsequentes sucessivos sa

çalves, de 1838, evangelho sagrado sô bre o qual a mocidade jurou a sua fé repubhcana, na Paulicéia de 1881. Releva, porém, acentuar que êsse do

ques, que para adiante contra nós se

cumento não consigna exageros nem iu-

da nossa Província.

fizeram.

verdades; o descalabro administratívo e

ros incursionavam, de quando em quan

do, pelo território, chantando marcos portugueses.

Só em 1737 Silva Pais penetra a

Que o diga aquêle que foi o maior

"Em um só ano sacou sobre o nosso Tesouro a soma de oitocentos contos de


nrr^

Dicesto Econóaoco

Causas locais da revolução farroupilha J. P. CoEXHO DE Sousa (Deputado Federal)

119

"O sangue que derramamos na guerra,

scnt.içõcs da Junta d;x Fazenda Provin

fício da vida de nossos irmãos, a destrui

cial. expondo a penúria cm que a guer ra deixara o nosso Tesouro, c pedindo a

ção de nossos e;impos, a ruína cie nossas fortunas, as prodigiosas somas cjuc nos extorquiu a nós, t)s mais sobrecarrega dos e cotizados durante arjuela luta desastro.sa, não nos valeram a menor de-

mente brasileiras — determinantes de

primeiro núcleo de povoamento alieníge na, que seria depois a cidade do Rio

outras agitações políticas no País.

Grande.

rânico Go\-cnu).

E é fácil indicá-las, embora não seja

Castela delibera reivindicar as suas

ferêncía da parte da([uele injusto o ti "Exibiam eerlamcntc a outra Provín

possível expô-las, nestas notas: o fede

terras e cerca de um século o Continente

ralismo, que é uma tendência orgânica do povo brasileiro, e o aparente fracasso do movimento político que desfechara ná Abdicação, acarretando as agitações revolucionárias da Regência. Àquelas vêm reunir-se duas outras,

foi o campo de batalha das duas Amé

cia as cotas respectivas, onde incluíamos a nossa para as despesas da gxiena; mas

regionais, desencadeantes: o ressenti

rante 76 anos balizamos com as ossa

mento resultante do descaso do centro

das dos nossos maiores os lindes meri

pelo Rio Grande e a política reacionária, ensaiada pelos governos da Província.

ricas — a portuguesa c a espanhola —

o arbítrio nos tirava com xiolència cm

destino a que não fugiria no século se

gado vacum c ca\alar e cm exigências

guinte.

dc todo gênero mil vêz.cs mais do que

A primeira geração rio-grandense nas

cia já convocada para as milícias e du dionais da Pátria.

Até às agitações da Regência, fomos a

"Baldadas foram as veementes repre-

com as Repúblicas Argentinas, o sacri

barra do sul c lança os fundamentos do

As causas gerais, predisponentes, da ** revolução farroupilha são rigorosa

I

. . Ji I| . . I i.VWi PÜVli

cumpria cotizar-nos proporcionalmente.

"Não nos pagou o Go\'êrno Imperial o que se nos tinni a título dc compra e dc empréstimo, c muito menos ressar ciu as nossas perdas

ocasionadas por um es

ci^ssaçâo desse esbulho revoltante e in decente.

"Era o Rio Grande uma Província de

primeira ordem, se se tratava de con

correr para as despesas gerais, mas en trava quase na viltima, quanto à sua representação no Congresso Geral.

"rínhamos rendimentos bastantes para sustentar um Tribvmal do segunda e úl

tima instância, um Tribunal que nos era garantido pela Constituição do Es

tado — e entretanto nos era preciso pro curar na Corte os recursos judiciários na quela instância, como enormes sacrifícios.

"Contemporizávamos, apesar disso. "Tal era a nossa situação cm 1834,

quando o primeiro ma gistrado da Província, o delegado do Govèmo Imperial, se uniu ao

O meridiano de Tordesilhas cortara a linha da costa brasileira, mais ou menos

do o centro com reclamações nem o

na foz do Amazonas, para sair em ponto próximo à cidade de Laguna, no litoral

tado de cousas dc que só êle era culpado.

preocupando com tumultos locais. A regra das milícias dera-nos o sen

sábia e patcrnal nos te-

catarinense: não estava, pois, o Conti

escravizar-nos, descarre- .

tido da disciplina... Em 1822, fomos das quatro capitanias que aceitaram, para logo, o govôrno do Príncipe Regente. Dávamos tudo e nada pedíamos, se não a vanguarda dos exércitos, para nela morrer — no cumprimento de uma pre destinação, que SC nos esmagava mate rialmente, do mesmo passo nos sublima

ria inclenizixclo de sacri-

gando o último golpe

fícios tais e dc tão pesadas cargas, pela abo lição de alguns impos

sôbre as nossas liber

nente de São Pedro do Rio Grande in

cluído nos domínios portugueses.

As observações dos pilotos que acom

panharam Martim Afonso de Sousa, nas suas explorações pelas costas do extremo sul, em 1531, acabaram de comprovar essa verdade.

Daí decorreu para o Continente uma

situação de "res nulius", uma vez que

Portugal não o considerava integrado nos

mais dócil das províncias, não molestan

va espiritualmente.

Em que moeda nos pagava o centro

General das Armas para

"Uma administração

dades pátrias. "Foi, então, que vi

tos e direitos; o Gover

mos a perseguição, o

no Imperial, pelo con

arbítrio e o terrível es

trário, esmagou a nossa principal indústria, vc-

f4

xando-a ainda mais.

"A carne, o couro, o .sebo, a graxa, além de pagarem nas alfândegas do País

o duplo do dízimo de que se propuseram aliviar-nos, exibem mais quinze por cento em qualquer dos portos do Império.

pírito de xangança re duzidos a sistema; a imbecilidade e o des

potismo querendo arrogar-se as honras do saber e de legitimidade." Longe iria se fôsse reproduzir os de mais tópicos do manifesto de Bento Gon

seus d^omínios e Castela não o ocupava, realmente: apenas os jesuítas, na sua

essa filial dedicação?

alta missão civilizadora, se haviam esta belecido ao oriente do Uruguai e os in

de todos, sereno e justo mesmo na frágua revolucionária — o patriarca da

trépidos bandeirantes paulistas e minei

raça, Bento Gonçalves da Silva. "Há muito desenvolvia o Governo Im

réis e foram quase equivalentes a essa

perial uma parcialidade imérita, um desprêzo insolente e revoltante a respeito

quantia os subsequentes sucessivos sa

çalves, de 1838, evangelho sagrado sô bre o qual a mocidade jurou a sua fé repubhcana, na Paulicéia de 1881. Releva, porém, acentuar que êsse do

ques, que para adiante contra nós se

cumento não consigna exageros nem iu-

da nossa Província.

fizeram.

verdades; o descalabro administratívo e

ros incursionavam, de quando em quan

do, pelo território, chantando marcos portugueses.

Só em 1737 Silva Pais penetra a

Que o diga aquêle que foi o maior

"Em um só ano sacou sobre o nosso Tesouro a soma de oitocentos contos de


DiCKSTO ECONÓNfTCO

120

Dicesto

O excesso de autoridade eram velhos no

Econômico

era, bem merecida — era dc justiça, de

respeito à dignidade gaúcha, de pro vida administração.

rios do Rio de Janeiro, pleiteavam o re gime proposto à Gàinara brasileira, em

"os abusos chegaram à última extremi dade, ou antes, tudo é abuso, abafando-

Puro engano: a mesma política malsã continuou, agravada pela centralização governamental, pois se a orientação dos

1831: a Monarcpiia federatixxi. O ,\to Aclieional quase atendeu a essa aspiração, o (|ue bian explica as

se a honra e a dellcade2:a duma nação naturalmente inteligente e generosa".

estadistas da Colônia "fora uma transa

manifestaçõi-s dr eontenlainento eíxico

ção contínua com a ação dispersiva dos

com que o povo do Rio Grande o re

fatores geográficos", a dos dirigentes do Império devia ser uma reação total contni aquela diretiva.

cebeu ,

Rio Grande.

Saint-Hilaire, visitando a Capitania,

nos princípios do século, já escrevia que

São queixas bem amargas as que for mulou Bento Gonçalves — expressando o

pensamento do seu tempo. Mas, não são queixas levantadas con

tra a Pátria brasileira, senão contra os Governos, contra os partidos dominan tes, contra as leis.

E não são mais amargas que as arti

culadas por Luís Mendonça, o intérprete dos rebeldes de 1817; não são mais

candentes que os conceitos que se lêem no "Desengano Brasileiro", de Soares

Lisboa, e nos panfletos do "Typhis", de

Nesse cntrementes, como é natural, o

liberalismo rio-grandense tomou forma e contornos, de sorte que a Abdicação

o encontrou perfeitamente definido, re

E, se o projeto posterior, (]ue propu

nha fôss<'m os pix'sidenles das Províncias escolhidos em lista Iripliee oferecida pelas Assembléias, lixosse logrado apro\ação, a revolução não teria irrompido, uma \cz que é ineonleste que o mode-

límpidas convicções, Zambecari e Roselti. outros, suspeitos personagens, como o

platino Ruedas.

Foi essa ruidosa parcialidade que, por dar a impressão dc que conduzia o niovimenlo liberal, o perdeu, mercê do seu extremismo: provocou a prevenção do Regente e a reação do Império. Mt)derados e exaltados encontravam-

se. porétn, sobro um denominador co

mum: o ideal federalista, que a Abdi cação exaltara no Rio Grande.

Era essa a idéia-mestra que os impul

rantismo congrcgaxa a maior parte da

sionava — c nem os mois extremados

corrente liberal.

pensavam em separação.

na Regência oferece as mesmas cam-

Os exaltados formavam a pequena facção liberal e preconizavam a Repú-

biantcs partidárias do resto do Brasil.

blica federativa, à maneira do major

Lástima é que não seja possível repioduzir aqui excertos dos periódicos do tempo — o Constitucional-Rio Granden-

cebendo aquele acontecimento com jú bilo c esperanças renoxadas. O panorama político do Rio Grande

Frias, de Pais de Andrade o de Bernardo

se, a Scntincla da Liberdade, o Recopi-

Frei Caneca, os representantes naturais

uma forte e valiosa corrente conserva

Pereira de Vasconcelos, (]uc havia dc

lador Liberal, o Republicano, o Federal,

da Confederação do Equador; não são mais contundentes que as proclamações

dora, que emprestava seu apoio á nio-

voltar sobro os próprios passos.

o Continenlista — c trechos de cartas e

dos liberais paulistas e mineiros, rebela dos em 1842.

É que o rio-grandense, desde que êsse nome expressou uma realidade racial

consciente, foi liberal, na significação lata do termo.

A vastidão ilimitada do pampa deralhe o sentido da liberdade - que a dis

persão dos núcleos de população e a pri mitiva "pulverização" do poder da au toridade, na imensidão, levaram "à maior

Fôrça c reconhecer a existência dc

narquia unitária.

a que maior arruído fa/.ia: ix)ssuía uma

denciar, à sacicdade, esta verdade: o

teligências, como evidencia a represen

imprensa grandc-mcnte combativa, em que ora rica a época; recebeu a incor poração dc vários estrangeiros, alguns de

espírito da revolução farroupilha, na sua fase preparatória, foi o mesmo das de

tação que mandou á primeira Assembléia Provincial Legislativa, reunida em 20 dc abril de 1835.

Mais tarde, no decurso da luta, for

neceu ao Império e.xperimentadas espa das — do marechal Barreto ao barão de

Jacuí, além de outros chefes de pulso, que foram surgindo no decênio. Também no serviço da monarquia fi

exaltação de individualismo que se co

zeram as primeiras armas militares gaú chos, cujos nomes ficariam gravados nos nos.sos gloriosos fastos: Marques de

De início, na Colônia, êsse liberalismo

Sousa, Osório, Câmara, Andrade Neves.

foi um sentimento confuso, de queixas

Sem embargo, a verdade é que a grande maioria da população era liberal, e que os dirigentes apresentavam os

contra a desnecessária prepotência dos

capitães-generais — pois o gaúcho bra sileiro sabia aliar a liberdade à discipli na social.

O grito do Ipiranga ecoou, pois, no Continente, como o comêço de uma nova

documentos de chefes liberais, para evi

Formavam nas suas fileiras boas in

nhece" — no conceito preciso de Félix Contreiras.

Essa minoria, como sói acontecer, era

mesmos matizes do liberalismo brasilei ro: moderados e exaltados.

Os primeiros, embora mais nitidamen te autonomistas que os seus correligioná-

mais revoluções brasileiras da Regência.


DiCKSTO ECONÓNfTCO

120

Dicesto

O excesso de autoridade eram velhos no

Econômico

era, bem merecida — era dc justiça, de

respeito à dignidade gaúcha, de pro vida administração.

rios do Rio de Janeiro, pleiteavam o re gime proposto à Gàinara brasileira, em

"os abusos chegaram à última extremi dade, ou antes, tudo é abuso, abafando-

Puro engano: a mesma política malsã continuou, agravada pela centralização governamental, pois se a orientação dos

1831: a Monarcpiia federatixxi. O ,\to Aclieional quase atendeu a essa aspiração, o (|ue bian explica as

se a honra e a dellcade2:a duma nação naturalmente inteligente e generosa".

estadistas da Colônia "fora uma transa

manifestaçõi-s dr eontenlainento eíxico

ção contínua com a ação dispersiva dos

com que o povo do Rio Grande o re

fatores geográficos", a dos dirigentes do Império devia ser uma reação total contni aquela diretiva.

cebeu ,

Rio Grande.

Saint-Hilaire, visitando a Capitania,

nos princípios do século, já escrevia que

São queixas bem amargas as que for mulou Bento Gonçalves — expressando o

pensamento do seu tempo. Mas, não são queixas levantadas con

tra a Pátria brasileira, senão contra os Governos, contra os partidos dominan tes, contra as leis.

E não são mais amargas que as arti

culadas por Luís Mendonça, o intérprete dos rebeldes de 1817; não são mais

candentes que os conceitos que se lêem no "Desengano Brasileiro", de Soares

Lisboa, e nos panfletos do "Typhis", de

Nesse cntrementes, como é natural, o

liberalismo rio-grandense tomou forma e contornos, de sorte que a Abdicação

o encontrou perfeitamente definido, re

E, se o projeto posterior, (]ue propu

nha fôss<'m os pix'sidenles das Províncias escolhidos em lista Iripliee oferecida pelas Assembléias, lixosse logrado apro\ação, a revolução não teria irrompido, uma \cz que é ineonleste que o mode-

límpidas convicções, Zambecari e Roselti. outros, suspeitos personagens, como o

platino Ruedas.

Foi essa ruidosa parcialidade que, por dar a impressão dc que conduzia o niovimenlo liberal, o perdeu, mercê do seu extremismo: provocou a prevenção do Regente e a reação do Império. Mt)derados e exaltados encontravam-

se. porétn, sobro um denominador co

mum: o ideal federalista, que a Abdi cação exaltara no Rio Grande.

Era essa a idéia-mestra que os impul

rantismo congrcgaxa a maior parte da

sionava — c nem os mois extremados

corrente liberal.

pensavam em separação.

na Regência oferece as mesmas cam-

Os exaltados formavam a pequena facção liberal e preconizavam a Repú-

biantcs partidárias do resto do Brasil.

blica federativa, à maneira do major

Lástima é que não seja possível repioduzir aqui excertos dos periódicos do tempo — o Constitucional-Rio Granden-

cebendo aquele acontecimento com jú bilo c esperanças renoxadas. O panorama político do Rio Grande

Frias, de Pais de Andrade o de Bernardo

se, a Scntincla da Liberdade, o Recopi-

Frei Caneca, os representantes naturais

uma forte e valiosa corrente conserva

Pereira de Vasconcelos, (]uc havia dc

lador Liberal, o Republicano, o Federal,

da Confederação do Equador; não são mais contundentes que as proclamações

dora, que emprestava seu apoio á nio-

voltar sobro os próprios passos.

o Continenlista — c trechos de cartas e

dos liberais paulistas e mineiros, rebela dos em 1842.

É que o rio-grandense, desde que êsse nome expressou uma realidade racial

consciente, foi liberal, na significação lata do termo.

A vastidão ilimitada do pampa deralhe o sentido da liberdade - que a dis

persão dos núcleos de população e a pri mitiva "pulverização" do poder da au toridade, na imensidão, levaram "à maior

Fôrça c reconhecer a existência dc

narquia unitária.

a que maior arruído fa/.ia: ix)ssuía uma

denciar, à sacicdade, esta verdade: o

teligências, como evidencia a represen

imprensa grandc-mcnte combativa, em que ora rica a época; recebeu a incor poração dc vários estrangeiros, alguns de

espírito da revolução farroupilha, na sua fase preparatória, foi o mesmo das de

tação que mandou á primeira Assembléia Provincial Legislativa, reunida em 20 dc abril de 1835.

Mais tarde, no decurso da luta, for

neceu ao Império e.xperimentadas espa das — do marechal Barreto ao barão de

Jacuí, além de outros chefes de pulso, que foram surgindo no decênio. Também no serviço da monarquia fi

exaltação de individualismo que se co

zeram as primeiras armas militares gaú chos, cujos nomes ficariam gravados nos nos.sos gloriosos fastos: Marques de

De início, na Colônia, êsse liberalismo

Sousa, Osório, Câmara, Andrade Neves.

foi um sentimento confuso, de queixas

Sem embargo, a verdade é que a grande maioria da população era liberal, e que os dirigentes apresentavam os

contra a desnecessária prepotência dos

capitães-generais — pois o gaúcho bra sileiro sabia aliar a liberdade à discipli na social.

O grito do Ipiranga ecoou, pois, no Continente, como o comêço de uma nova

documentos de chefes liberais, para evi

Formavam nas suas fileiras boas in

nhece" — no conceito preciso de Félix Contreiras.

Essa minoria, como sói acontecer, era

mesmos matizes do liberalismo brasilei ro: moderados e exaltados.

Os primeiros, embora mais nitidamen te autonomistas que os seus correligioná-

mais revoluções brasileiras da Regência.


"V.'

Digesto

Ecoxómico 12S

batia, por entro a desconfiança dos

A AÇAO POLÍTICA DAS UNIVERSIDADES Cândido Motta Filmo

^OMO a organização universitária é

Antes de mais nada precisamo.s ver

^ recente em nosso País, não temos

que, entre os apelos que faz a civili zação, situa-se aquele dirigido ao

ainda elementos para avaliar a sua atuação na vida cultural brasileira e muito menos para considerar a sua

ação política. A nossa tradição ain da se prende às Faculdades de Direi to de São Paulo e de Recife, ambas profundamente ligadas aos grandes acontecimentos da vida política nacio

nal. Porém, a universidade, que só, em nossos dias, constitui a realiza

ção de um velho sonho, planta-se como uma iniciativa que pode no

futuro, decisivamente, influir nos ru mos da vida brasileira e quiçá de sua vida política.

A Europa, pelos seus maiores pen sadores, como Heidegger, Benedetto Croce, Ortega y Gasset e Jean Wahl, so queixa de uma intensa crise uni versitária. As raízes medievais das universidades estremecem diante das profundas transformações do mundo

moderno. Ortega y Gasset acha que ela deve ser reformada de alto a bai

xo e o velho Croce, considerando que ela nada ensina, pensa que só pode viver amparada em outras institui ções.

A nossa . Universidade porém não

mestres, os grandes temas políticos.

Além disso, a concentração junto aos muros da pequena cidade, de repre

Essa desconfiança concorre para que

sentantes do nacionalidades diferen

a Universidade seja transferida vá

tes, provoca grandes agitações, como

rias vezes pai-a Lisboa. Nos tempos

as que se deram cm 1333. Nos tem-

modernos, Coimbra aparece como a fortaleza das convicções tradicionais.

da monarquia e do clero, a Universi

Os rumores subversivos da revolu

dade consegue tirar para si os direi

por. de Henrique III, com a proteção

espírito universitário. Êle aparece ainda como um ponto de apoio para a defesa das belas e nobres aspira;

ção francesa alcançam seus pátios Com a

grenta enti'e estudantes e burgueses.

ções da vida.

invasão napolcônica, com a partida

E essa luta continuou até o Renasci mento, principalmente quando Oxford

E é, atravé.s dêsse

apêlo, que melhor podemos compreen der o significado político das univer sidades. A utilização da cultura na

onde, para espanto dos mestres .se canta não raro, o "çá irá".

do D. João VI para o Brasil, Coim bra se torna a última esperança da resistência

absolutista.

Por

i.sso

tos da municipalidade de Oxford, o : que provocou uma luta feroz e san

teve que suportar uma verdadeira

construção política surge dai como

mesmo, o esforço que dentro dela se

uma das mais empolgantes formas de

tirania religiosa. No tempo de Ci*omwell, a Universidade exerce papel

faz para proteger as antigas crenças

defesa do homem livre. Com efeito,

político de alta relevância.

e convicções, ó severo e implacável. Surgem, entretanto, em voz alta os O inconformis-

mesmo a ser o centro da guerra civil. E é sem perder êsse caráter de cen tro de altas preocupações políticas,

mo da juventude sabe que tem apoio

quo ela surge nos tempos modernos.

pela visão de Julien Benda, o nosso

século se tornou de tal modo político que não há instituição humana que não seja instituição política. Aliás, o tema do pensador francês é em

primeiros i)rctestos.

Chega

nas idéias novas que despontam do

No século XIX, a Universidade de

lado da França. Não só há a rebeldia

Oxford torna-se o microcosmo da vi

torno da missão dos clérigos e, por

contra o ensino considerado retró

da intelectual inglesa.

tanto, da própria universidade.

grado, como há também uma sensi

no espírito universitário no qual tam

bilidade predisposta para sentir, com entusiasmos, as conquistas revolucio

bém se apóiam os dilatadores do im

com o alargamento das atividades

políticas, com a vitória generalizada

nárias, quando então so discutia, de

dos princípios democráticos. Isso não

ver a sociedade acadêmica de seu

novo, mas com

O fato se acentuou em nossos dias,

impediu contudo que, desde os primórdios da vida universitária, a po lítica fizesse parte de suas preocupa ções.

A luta política penetrou, desde lo go, no recinto universitário e ela se

desenvolveu em Bolonha, em Paris,

tem nenhum sentido medieval. Nas ceu das antinomias do mundo moder

em Oxford, em Cambridge, em Salamanca e em Coimbra. Nesta última,

no e tocada pelas dificuldades da nos sa formação histórica. A sua crise

transferida de Lisboa, em 1308, por

pode existir, mas não como crise crepuscular, mas apenas como crise de

foi uma de suas preocupações. Com

uma bula de Clemente V, a política

crescimento. E é nesse quadro ainda incerto, que procuramos olhar de

ela, se assegurava a ordem monár quica e o prestígio da fé cristã. Nas aulas de jurisprudência dadas, de

frente qual a missão política da uni

começo, na casa do reitor, D. Garcia,

versidade entre nós.

junto à porta de Belcouce, já se de

outro conteúdo, a

pério.

E' apoiada

Joaquim Nabuco, ao descre

país, diz que, em 1831, as Faculdades

doutrina da soberania popular e a re

de Direito já eram ante-salas das

sistência contra a opressão injusta. Em Coimbra ensinara Suarez, o "doc-

câmaras.

"Na Inglaterra, diz êle,

as associações de estudantes discu

tor eximius", Azpilcueta Navarro, o

tem as grandes questões políticas, vo

defensor dos princípios monarcôma-

tam moções de confiança, destróem adipinistrações como faz o Parlamen

008 e outros de grande tomo. E, com o constitucionalismo, o fervor políti co se alteia nas fórmulas românticas, como nos recordam Antero é Eça de Queiroz.

No estudo que Delacour de Brisay fez sobre'a vida universitária da In

glaterra, encontramos, desde o seu

início, uma intensa palpitação polí tica.

As lutas entre o rei João e o

Papa refletem-se na Universidade.

to. Gladstone nunca tomou mais a sério os debates da Câmara dos Co

muns do que os da União de Oxford, quando propunha votos de censura ao governo de Wellington ou ao de Lorde Gray".

Era, assim, de fato, o poder políti co da Universidade, Era, em seu clima, que a fidalguia inglêsa se re temperava.

Era nêle que se encon-


"V.'

Digesto

Ecoxómico 12S

batia, por entro a desconfiança dos

A AÇAO POLÍTICA DAS UNIVERSIDADES Cândido Motta Filmo

^OMO a organização universitária é

Antes de mais nada precisamo.s ver

^ recente em nosso País, não temos

que, entre os apelos que faz a civili zação, situa-se aquele dirigido ao

ainda elementos para avaliar a sua atuação na vida cultural brasileira e muito menos para considerar a sua

ação política. A nossa tradição ain da se prende às Faculdades de Direi to de São Paulo e de Recife, ambas profundamente ligadas aos grandes acontecimentos da vida política nacio

nal. Porém, a universidade, que só, em nossos dias, constitui a realiza

ção de um velho sonho, planta-se como uma iniciativa que pode no

futuro, decisivamente, influir nos ru mos da vida brasileira e quiçá de sua vida política.

A Europa, pelos seus maiores pen sadores, como Heidegger, Benedetto Croce, Ortega y Gasset e Jean Wahl, so queixa de uma intensa crise uni versitária. As raízes medievais das universidades estremecem diante das profundas transformações do mundo

moderno. Ortega y Gasset acha que ela deve ser reformada de alto a bai

xo e o velho Croce, considerando que ela nada ensina, pensa que só pode viver amparada em outras institui ções.

A nossa . Universidade porém não

mestres, os grandes temas políticos.

Além disso, a concentração junto aos muros da pequena cidade, de repre

Essa desconfiança concorre para que

sentantes do nacionalidades diferen

a Universidade seja transferida vá

tes, provoca grandes agitações, como

rias vezes pai-a Lisboa. Nos tempos

as que se deram cm 1333. Nos tem-

modernos, Coimbra aparece como a fortaleza das convicções tradicionais.

da monarquia e do clero, a Universi

Os rumores subversivos da revolu

dade consegue tirar para si os direi

por. de Henrique III, com a proteção

espírito universitário. Êle aparece ainda como um ponto de apoio para a defesa das belas e nobres aspira;

ção francesa alcançam seus pátios Com a

grenta enti'e estudantes e burgueses.

ções da vida.

invasão napolcônica, com a partida

E essa luta continuou até o Renasci mento, principalmente quando Oxford

E é, atravé.s dêsse

apêlo, que melhor podemos compreen der o significado político das univer sidades. A utilização da cultura na

onde, para espanto dos mestres .se canta não raro, o "çá irá".

do D. João VI para o Brasil, Coim bra se torna a última esperança da resistência

absolutista.

Por

i.sso

tos da municipalidade de Oxford, o : que provocou uma luta feroz e san

teve que suportar uma verdadeira

construção política surge dai como

mesmo, o esforço que dentro dela se

uma das mais empolgantes formas de

tirania religiosa. No tempo de Ci*omwell, a Universidade exerce papel

faz para proteger as antigas crenças

defesa do homem livre. Com efeito,

político de alta relevância.

e convicções, ó severo e implacável. Surgem, entretanto, em voz alta os O inconformis-

mesmo a ser o centro da guerra civil. E é sem perder êsse caráter de cen tro de altas preocupações políticas,

mo da juventude sabe que tem apoio

quo ela surge nos tempos modernos.

pela visão de Julien Benda, o nosso

século se tornou de tal modo político que não há instituição humana que não seja instituição política. Aliás, o tema do pensador francês é em

primeiros i)rctestos.

Chega

nas idéias novas que despontam do

No século XIX, a Universidade de

lado da França. Não só há a rebeldia

Oxford torna-se o microcosmo da vi

torno da missão dos clérigos e, por

contra o ensino considerado retró

da intelectual inglesa.

tanto, da própria universidade.

grado, como há também uma sensi

no espírito universitário no qual tam

bilidade predisposta para sentir, com entusiasmos, as conquistas revolucio

bém se apóiam os dilatadores do im

com o alargamento das atividades

políticas, com a vitória generalizada

nárias, quando então so discutia, de

dos princípios democráticos. Isso não

ver a sociedade acadêmica de seu

novo, mas com

O fato se acentuou em nossos dias,

impediu contudo que, desde os primórdios da vida universitária, a po lítica fizesse parte de suas preocupa ções.

A luta política penetrou, desde lo go, no recinto universitário e ela se

desenvolveu em Bolonha, em Paris,

tem nenhum sentido medieval. Nas ceu das antinomias do mundo moder

em Oxford, em Cambridge, em Salamanca e em Coimbra. Nesta última,

no e tocada pelas dificuldades da nos sa formação histórica. A sua crise

transferida de Lisboa, em 1308, por

pode existir, mas não como crise crepuscular, mas apenas como crise de

foi uma de suas preocupações. Com

uma bula de Clemente V, a política

crescimento. E é nesse quadro ainda incerto, que procuramos olhar de

ela, se assegurava a ordem monár quica e o prestígio da fé cristã. Nas aulas de jurisprudência dadas, de

frente qual a missão política da uni

começo, na casa do reitor, D. Garcia,

versidade entre nós.

junto à porta de Belcouce, já se de

outro conteúdo, a

pério.

E' apoiada

Joaquim Nabuco, ao descre

país, diz que, em 1831, as Faculdades

doutrina da soberania popular e a re

de Direito já eram ante-salas das

sistência contra a opressão injusta. Em Coimbra ensinara Suarez, o "doc-

câmaras.

"Na Inglaterra, diz êle,

as associações de estudantes discu

tor eximius", Azpilcueta Navarro, o

tem as grandes questões políticas, vo

defensor dos princípios monarcôma-

tam moções de confiança, destróem adipinistrações como faz o Parlamen

008 e outros de grande tomo. E, com o constitucionalismo, o fervor políti co se alteia nas fórmulas românticas, como nos recordam Antero é Eça de Queiroz.

No estudo que Delacour de Brisay fez sobre'a vida universitária da In

glaterra, encontramos, desde o seu

início, uma intensa palpitação polí tica.

As lutas entre o rei João e o

Papa refletem-se na Universidade.

to. Gladstone nunca tomou mais a sério os debates da Câmara dos Co

muns do que os da União de Oxford, quando propunha votos de censura ao governo de Wellington ou ao de Lorde Gray".

Era, assim, de fato, o poder políti co da Universidade, Era, em seu clima, que a fidalguia inglêsa se re temperava.

Era nêle que se encon-


•T5

DiCIvSTO

124

travam os focos de resistência contra ?• corrupção política.

O mesmo se pode dizer da Univer sidade de Paris e de Bolonha.

E

as tradições medievais.

EcONÓXflCO

Procuraram

afastá-las de qualquer pretensão po lítica.

Seriam centros de meditação

e de estudo e principalmente de es

Dicesto Econômico

125

Espanha e em Portugal, um grande esforço liara a cou(]uista da juventu

de c.stiulio.sa. E' coniiecidu, na guer ra civil e.spanhola, a atitude de um participo da lula, diante do mestre

século XVII, as universidades alemãs

pecialização cientifica. Não se preo cupariam com o homem público, mas com a simples conduta humana, com

se distinguiram

principalmente na

os meios técnicos indispensáveis para

luta pelo pensamento livre e pelas

o homem vivei' confortãvelmento e feliz. Seria assim anti-universalista

A luta, que so trava poióm na sonibra.s seculares das velhas uni-

e antipolítica.

ver.sidaclcs, assume, diante de nossos

assim como essas universidades se

distinguiram na luta religiosa até o

reivindicações sociais no século XIX.

Êsse prestígio político foi atacado e ferido, chegando-se a criar uma

atmosfera de desconfiança em torno

A conceituação resti-itiva da missão universitária não impediu que as uni

das atividades universitárias.

versidades continuassem a se inteirar

Char-

lety não trepidou em escrever que uma universidade está sempre atra

sada com os desejos de uma geração. Por isso se tornam obstáculo para o progresso social. Aparecem como os conventos, inúteis

fechados

e

para as

grandes conquistas do

do.n processos políticos.

Mesmo nos Estados Unidos, a po lítica não se afasta da vida universi

tária.

Os técnicos pei-cebem

que,

antes de ser animais de instrumentos, são animais políticos. E os homens públicos americanos sentem a"

mundo moderno. Ste-

necessidade

chen

perante o público uni

Leacock

fala

' "na infeliz Universi

dade Oxford".

Ma-

de

falar

versitário. Nestes úl

timos dez anos, em

thew Arnold aponta Oxford e Cambridge

todos os centros cul

como "cursos de re

£êz sentir, mais do

creação para os bár baros da Inglaterra". Em nossos dias, em virtude dessa campa

turais da Europa, se que

nunca, o

valor

político das Universi dades. O agitador

va, como técnica revolucionária, to

mente de vivas cores políticas. Vol tam-se novamente contra elas os ino

cação, os correios, os telégrafos, as

vadores que as acusam de reacioná

dade era "CasselPs Popular Educa-

tor" isto é, uma enciclopédia em dois volumes.

Viva Ia nuicrtc!"

olhos, nova significação. Antes, a luta se travava entro duas formas da cultura; hoje ela se trava entre a

cultura c a antieultura, entre a in

teligência estudiosa e o homem da ação pura, entro o pensamento es peculativo e a ignorância desenfrea da, entre o "homo thoorlcus" e o homem primitivo, que se apoderou de. máquina e da técnica.

A ignorância tenta abafar, dêsse modo, os possíveis e justificados pri vilégios da cultura. A Universidade ]u-ccisa reduzii'-se para ela a um cen

tro de investigação técnica a serviço dos novos guias da humanidade. De ve ser obediente e passiva, serviçal pi"estimosa da ignorância vitoriosa.

Daí a gravidade do tema, dai a sua extensão e delicadeza.

Há uma

culto é um participativo, êle deve recuar diante do técnico que é um

serviçal, separado da compreensão do bem comum.

prisma

o

Ao analisar por este

problema

universitário.

Ortcga Y Gasset conclui que o des moronamento da Europa, visível a todos os olhos, é o triste resultado da fragmentação progressiva que vem padecendo o homem europeu, que perde assim a compreensão universal dos problemas. Cabe ã Universidade, por isso mes mo. uma atitude de luta, sem a qual não poderá sobreviver. Ela, que .sem pre teve uma missão política para ser uma universidade, não poderá perdê-la para perder-se. Neste ins tante desumano em que vivemos,

^3

quando o assalto às posições se faz com as armas da astúcia, da audá cia e do dinheiro, a democracia pre

cisa do apoio da inteligência universi tária, em nome da humanização do poder, em nome do poder justo, em

i

nome do poder útil para a construção social.

Bela Kun recomenda

nha, vestem-se as universidades justa

rias. Ramsay Macdonnald chegou a dizer, em público, que a sua Universi

universitário que foi Unanunio, a giitar: — ".Abajo Ia inteligência!

incompai-ável missão política da Uni versidade, que foi sempre a sua prin cipal razão de ser e que está ameaça da de desaparecer. Como o homem

mar de assalto os centros de comuni

estações de esti'adas de ferro, as es tações de rádios e as universidades. Para êle, o combatente universitário,

professor ou aluno, é sempre dupla mente combatente e, portanto, dupla mente perigoso. E, dessa forma, as

Houve porém uma redução tentada

sistimos na velha Europa, através

com o critério adotado pelas univer sidades americanas, sem ligação com

Alemanha, na França, na Itália, na

de seus centros universitários, na ..íL ■"'í . -VAs , «Aj _

i 4^...

.4^.-Jat^9.ÈiÊé


•T5

DiCIvSTO

124

travam os focos de resistência contra ?• corrupção política.

O mesmo se pode dizer da Univer sidade de Paris e de Bolonha.

E

as tradições medievais.

EcONÓXflCO

Procuraram

afastá-las de qualquer pretensão po lítica.

Seriam centros de meditação

e de estudo e principalmente de es

Dicesto Econômico

125

Espanha e em Portugal, um grande esforço liara a cou(]uista da juventu

de c.stiulio.sa. E' coniiecidu, na guer ra civil e.spanhola, a atitude de um participo da lula, diante do mestre

século XVII, as universidades alemãs

pecialização cientifica. Não se preo cupariam com o homem público, mas com a simples conduta humana, com

se distinguiram

principalmente na

os meios técnicos indispensáveis para

luta pelo pensamento livre e pelas

o homem vivei' confortãvelmento e feliz. Seria assim anti-universalista

A luta, que so trava poióm na sonibra.s seculares das velhas uni-

e antipolítica.

ver.sidaclcs, assume, diante de nossos

assim como essas universidades se

distinguiram na luta religiosa até o

reivindicações sociais no século XIX.

Êsse prestígio político foi atacado e ferido, chegando-se a criar uma

atmosfera de desconfiança em torno

A conceituação resti-itiva da missão universitária não impediu que as uni

das atividades universitárias.

versidades continuassem a se inteirar

Char-

lety não trepidou em escrever que uma universidade está sempre atra

sada com os desejos de uma geração. Por isso se tornam obstáculo para o progresso social. Aparecem como os conventos, inúteis

fechados

e

para as

grandes conquistas do

do.n processos políticos.

Mesmo nos Estados Unidos, a po lítica não se afasta da vida universi

tária.

Os técnicos pei-cebem

que,

antes de ser animais de instrumentos, são animais políticos. E os homens públicos americanos sentem a"

mundo moderno. Ste-

necessidade

chen

perante o público uni

Leacock

fala

' "na infeliz Universi

dade Oxford".

Ma-

de

falar

versitário. Nestes úl

timos dez anos, em

thew Arnold aponta Oxford e Cambridge

todos os centros cul

como "cursos de re

£êz sentir, mais do

creação para os bár baros da Inglaterra". Em nossos dias, em virtude dessa campa

turais da Europa, se que

nunca, o

valor

político das Universi dades. O agitador

va, como técnica revolucionária, to

mente de vivas cores políticas. Vol tam-se novamente contra elas os ino

cação, os correios, os telégrafos, as

vadores que as acusam de reacioná

dade era "CasselPs Popular Educa-

tor" isto é, uma enciclopédia em dois volumes.

Viva Ia nuicrtc!"

olhos, nova significação. Antes, a luta se travava entro duas formas da cultura; hoje ela se trava entre a

cultura c a antieultura, entre a in

teligência estudiosa e o homem da ação pura, entro o pensamento es peculativo e a ignorância desenfrea da, entre o "homo thoorlcus" e o homem primitivo, que se apoderou de. máquina e da técnica.

A ignorância tenta abafar, dêsse modo, os possíveis e justificados pri vilégios da cultura. A Universidade ]u-ccisa reduzii'-se para ela a um cen

tro de investigação técnica a serviço dos novos guias da humanidade. De ve ser obediente e passiva, serviçal pi"estimosa da ignorância vitoriosa.

Daí a gravidade do tema, dai a sua extensão e delicadeza.

Há uma

culto é um participativo, êle deve recuar diante do técnico que é um

serviçal, separado da compreensão do bem comum.

prisma

o

Ao analisar por este

problema

universitário.

Ortcga Y Gasset conclui que o des moronamento da Europa, visível a todos os olhos, é o triste resultado da fragmentação progressiva que vem padecendo o homem europeu, que perde assim a compreensão universal dos problemas. Cabe ã Universidade, por isso mes mo. uma atitude de luta, sem a qual não poderá sobreviver. Ela, que .sem pre teve uma missão política para ser uma universidade, não poderá perdê-la para perder-se. Neste ins tante desumano em que vivemos,

^3

quando o assalto às posições se faz com as armas da astúcia, da audá cia e do dinheiro, a democracia pre

cisa do apoio da inteligência universi tária, em nome da humanização do poder, em nome do poder justo, em

i

nome do poder útil para a construção social.

Bela Kun recomenda

nha, vestem-se as universidades justa

rias. Ramsay Macdonnald chegou a dizer, em público, que a sua Universi

universitário que foi Unanunio, a giitar: — ".Abajo Ia inteligência!

incompai-ável missão política da Uni versidade, que foi sempre a sua prin cipal razão de ser e que está ameaça da de desaparecer. Como o homem

mar de assalto os centros de comuni

estações de esti'adas de ferro, as es tações de rádios e as universidades. Para êle, o combatente universitário,

professor ou aluno, é sempre dupla mente combatente e, portanto, dupla mente perigoso. E, dessa forma, as

Houve porém uma redução tentada

sistimos na velha Europa, através

com o critério adotado pelas univer sidades americanas, sem ligação com

Alemanha, na França, na Itália, na

de seus centros universitários, na ..íL ■"'í . -VAs , «Aj _

i 4^...

.4^.-Jat^9.ÈiÊé


^ rv

INCESTO ECONÓNnCO 127

O PRIMEIRO ORÇAMENTO BRASILEIRO

aumento do despesa, inventou e disse

da tribuna, no meio do um dos seus pitorescos discursos, que êle não tri

DO SÉCULO

butara as gravatas com o imposto de

Otto Prazeres

Cí>nsumo, porque "possuía uma ver

momento em que as atenções

elaborado sob a influência do grande

dadeira coleção dc variadas cores, dêsse ornamento da indumentária

nacionais estão voltadas para a

presidente e o mais expressivo ou o

Masculina, mandadas vir do Paris c

elaboração da lei orçamentária, a fim

mais influente nas finanças nacio

de evitar que a lei de meios do ano

nais, porque apai'ecoram durante a sua elaboração os efeitos das medi

Londres, cada qual mais bonita e í^ais cara"... Augusto Montenegro, í^a realidade, não usava senão ternos*

do 1952 tenha um déficit que agrave Sobremaneira as despesas do exer

das votadas em 98 e 99, também sob

escuros, azul marinho ou preto e

cício, com um desequilíbrio que não

a sua gravata ora, quase som varie

se encontra longe de metade do total

a intervenção dc Campos Sales o Joa quim Murtinho.

de tôda a receita pública — oferece

Já são bem poucos os que, perten

curiosidade uma notícia relativa ao

cendo então ao Congresso Nacional,

primeiro orçamento do século presen

tomaram parte, na época, na elabora

I te» escrita por quem foi mais que

assistente da elaboração, pois auxi liou a secretaria da Câmara dos De putados nos trabalhos ordenados pe la Comissão de Finanças. O autor destas linhas era, então,

redator de debates, mas, ten do já se apaixonado pelas

ção como membros dêsse Congresso

e um único faz parte do atual — o Sr. Joaquim Pires Ferreira, então Deputado e hoje Senador pelo Estado do Piauí.

São contados entre o nú

mero dos vivos mais quatro repi-esentantes da época: os Srs.

dade alguma, pi-eta. Tudo isto ora bem visível, mas a diatribe do João Neiva pegou...

Faziam parte da Câmara dos De putados figuras que depois tiveram Imerecidos papéis de destaque na po

lítica e na alta administração e pode-

citar, entre muitos outros, os nomes de Alfredo Pujol, Dino Bueno, Adolfo Gordo, Germano Hasslocher (o melhor dos argumentado-

Augusto Tavares de Lira, que

res parlamentares), Rivadavia

rava colaborar em todos os

tantos serviços tem prestado ao País em importantes car

^edo Pinto, Urbano Santos,

serviços para melhor conhe-

gos, e Elói de Sousa, ambos

Francisco Sales, Sabino Bar

ce^' tudo.

do Estado do Rio Grande do

roso, Olegário Maciel, Cassiano do

Norte, o Sr. José Carneiro de

Nascimento, Francisco Mayrink, Aristides Milton, Paula Guimarães, Eduardo Ramos, Augusto Severo, Augusto de Freitas, Paula Ramos,

cousas parlamentares, procu

Devo começar salientando

Resende, representante de Minas Ge rais, e Brício Filho, de Pernambuco,

taurador das finanças nacionais.

então.

Muniz Freire, Frederico Borges, Sif-

Exerceu o papel de lider enérgico, digno da tenacidade de Murtinho e Campos Sales, um representante do Pará, Sr. Augusto Montenegro, ape

vio Romero, Sá Peixoto, Serzedelo Correia, Francisco Sá, Anísio de

O

monumento deveria estar onde se en

contra o do grande Rio Bi'anco, bem em frente ao Ministério da Fazenda,

para lembrar a todos os ministros

Abreu, Nelson de Vasconcelos, Pádua de Rezende, Nilo Peçanha, Sá Freire

lidado o Montenegro das gravatas, como era sempre chamado pelos jornais.

e Sampaio Ferraz.

deveria ser colocada no jardim do Pa lácio das Relações Exteriores, com

Por que ?

O popular Deputado pela Bahia

as emendas apresentadas ao projeto de orçamento, mas a Comissão de Fi

um novo palácio projetado e já dis pondo dos terrenos indispensáveis. O orçamento de 1901 foi o terceiro

João Neiva, contrariado pelo fato

nanças monstrou-se inflexível e não

de haver Augusto Montenegro recu sado uma emenda de que resultava

tocou na parte orçamentária propria mente dita, mandando todas as pre

dessa Pasta o exemplo do grande

paulista. A estátua de Rio Branco

coleção de autorizações, às quais o Govêrno daria, ou não, execução, con forme fossem as condições do Tesou ro Nacional.

A parte rígida ou verdadeira do orçamento, isto é, aquela que inseria a receita estimada e as cifras de

despesas obrigatórias ou forçadas, ficou incólume, com os totais preco nizados por Joaquim IMurtinho. Tais autorizações não eram uma ameaça séria ao equilíbrio orçamentário ou

à política de economias do grande Govêrno de Campos Salles. As caudas tinham, sem dúvida, seus inconvenientes, conforme trataremos mais adiante, mas apresentavam tam

bém as suas vantagens, quais as de incluir na lei medidas que não ti nham podido ser eliminadas pela alta direção da política parlamentar e pela comissão de Finanças, mas que não conseguiriam afe

Correia, Gastão da Cunha, Al-

a injustiça nacional, que perdura, não se erguendo uma estátua do Presiden te Campos Sales, o inesquecível res-

o mais tenaz orador da Câmara de

tensões que não conseguia derrubar para a cauda da lei, isto é, para a

Claro está que não foram poucas

i

tar as finanças públicas do

exercício, porque ficava

na

dependência da ação governa mental. Dessa forma, não eram as respectivas despesas calculadas na parte dos algarismos.

Bem diverso é o que acontece hoje, porque todas as emendas só podem ser feitas na parte da de.spesa (a re

ceita não pôde sofrer modificações senão por lei especial) e os compro missos, representados era totais bem

discriminados, agravam as despesas dos exercícios e são, virtualmente, de cumprimento obrigatório pelo Govêr

no, 8 não facultativo, como as antigas , autorizações da cauda.

A diferença é, como se vê, pro- ^ funda.

Pensou-se recentemente que, estan-


^ rv

INCESTO ECONÓNnCO 127

O PRIMEIRO ORÇAMENTO BRASILEIRO

aumento do despesa, inventou e disse

da tribuna, no meio do um dos seus pitorescos discursos, que êle não tri

DO SÉCULO

butara as gravatas com o imposto de

Otto Prazeres

Cí>nsumo, porque "possuía uma ver

momento em que as atenções

elaborado sob a influência do grande

dadeira coleção dc variadas cores, dêsse ornamento da indumentária

nacionais estão voltadas para a

presidente e o mais expressivo ou o

Masculina, mandadas vir do Paris c

elaboração da lei orçamentária, a fim

mais influente nas finanças nacio

de evitar que a lei de meios do ano

nais, porque apai'ecoram durante a sua elaboração os efeitos das medi

Londres, cada qual mais bonita e í^ais cara"... Augusto Montenegro, í^a realidade, não usava senão ternos*

do 1952 tenha um déficit que agrave Sobremaneira as despesas do exer

das votadas em 98 e 99, também sob

escuros, azul marinho ou preto e

cício, com um desequilíbrio que não

a sua gravata ora, quase som varie

se encontra longe de metade do total

a intervenção dc Campos Sales o Joa quim Murtinho.

de tôda a receita pública — oferece

Já são bem poucos os que, perten

curiosidade uma notícia relativa ao

cendo então ao Congresso Nacional,

primeiro orçamento do século presen

tomaram parte, na época, na elabora

I te» escrita por quem foi mais que

assistente da elaboração, pois auxi liou a secretaria da Câmara dos De putados nos trabalhos ordenados pe la Comissão de Finanças. O autor destas linhas era, então,

redator de debates, mas, ten do já se apaixonado pelas

ção como membros dêsse Congresso

e um único faz parte do atual — o Sr. Joaquim Pires Ferreira, então Deputado e hoje Senador pelo Estado do Piauí.

São contados entre o nú

mero dos vivos mais quatro repi-esentantes da época: os Srs.

dade alguma, pi-eta. Tudo isto ora bem visível, mas a diatribe do João Neiva pegou...

Faziam parte da Câmara dos De putados figuras que depois tiveram Imerecidos papéis de destaque na po

lítica e na alta administração e pode-

citar, entre muitos outros, os nomes de Alfredo Pujol, Dino Bueno, Adolfo Gordo, Germano Hasslocher (o melhor dos argumentado-

Augusto Tavares de Lira, que

res parlamentares), Rivadavia

rava colaborar em todos os

tantos serviços tem prestado ao País em importantes car

^edo Pinto, Urbano Santos,

serviços para melhor conhe-

gos, e Elói de Sousa, ambos

Francisco Sales, Sabino Bar

ce^' tudo.

do Estado do Rio Grande do

roso, Olegário Maciel, Cassiano do

Norte, o Sr. José Carneiro de

Nascimento, Francisco Mayrink, Aristides Milton, Paula Guimarães, Eduardo Ramos, Augusto Severo, Augusto de Freitas, Paula Ramos,

cousas parlamentares, procu

Devo começar salientando

Resende, representante de Minas Ge rais, e Brício Filho, de Pernambuco,

taurador das finanças nacionais.

então.

Muniz Freire, Frederico Borges, Sif-

Exerceu o papel de lider enérgico, digno da tenacidade de Murtinho e Campos Sales, um representante do Pará, Sr. Augusto Montenegro, ape

vio Romero, Sá Peixoto, Serzedelo Correia, Francisco Sá, Anísio de

O

monumento deveria estar onde se en

contra o do grande Rio Bi'anco, bem em frente ao Ministério da Fazenda,

para lembrar a todos os ministros

Abreu, Nelson de Vasconcelos, Pádua de Rezende, Nilo Peçanha, Sá Freire

lidado o Montenegro das gravatas, como era sempre chamado pelos jornais.

e Sampaio Ferraz.

deveria ser colocada no jardim do Pa lácio das Relações Exteriores, com

Por que ?

O popular Deputado pela Bahia

as emendas apresentadas ao projeto de orçamento, mas a Comissão de Fi

um novo palácio projetado e já dis pondo dos terrenos indispensáveis. O orçamento de 1901 foi o terceiro

João Neiva, contrariado pelo fato

nanças monstrou-se inflexível e não

de haver Augusto Montenegro recu sado uma emenda de que resultava

tocou na parte orçamentária propria mente dita, mandando todas as pre

dessa Pasta o exemplo do grande

paulista. A estátua de Rio Branco

coleção de autorizações, às quais o Govêrno daria, ou não, execução, con forme fossem as condições do Tesou ro Nacional.

A parte rígida ou verdadeira do orçamento, isto é, aquela que inseria a receita estimada e as cifras de

despesas obrigatórias ou forçadas, ficou incólume, com os totais preco nizados por Joaquim IMurtinho. Tais autorizações não eram uma ameaça séria ao equilíbrio orçamentário ou

à política de economias do grande Govêrno de Campos Salles. As caudas tinham, sem dúvida, seus inconvenientes, conforme trataremos mais adiante, mas apresentavam tam

bém as suas vantagens, quais as de incluir na lei medidas que não ti nham podido ser eliminadas pela alta direção da política parlamentar e pela comissão de Finanças, mas que não conseguiriam afe

Correia, Gastão da Cunha, Al-

a injustiça nacional, que perdura, não se erguendo uma estátua do Presiden te Campos Sales, o inesquecível res-

o mais tenaz orador da Câmara de

tensões que não conseguia derrubar para a cauda da lei, isto é, para a

Claro está que não foram poucas

i

tar as finanças públicas do

exercício, porque ficava

na

dependência da ação governa mental. Dessa forma, não eram as respectivas despesas calculadas na parte dos algarismos.

Bem diverso é o que acontece hoje, porque todas as emendas só podem ser feitas na parte da de.spesa (a re

ceita não pôde sofrer modificações senão por lei especial) e os compro missos, representados era totais bem

discriminados, agravam as despesas dos exercícios e são, virtualmente, de cumprimento obrigatório pelo Govêr

no, 8 não facultativo, como as antigas , autorizações da cauda.

A diferença é, como se vê, pro- ^ funda.

Pensou-se recentemente que, estan-


do a Câmara dos Deputados composta tantes na Comissão de Finanças, o orçamento não sofi*esse escolhos no

sinadas a tôda pressa, a fim de que não faltasse numerário (já o.stava fal tando aliás...) para pagamento dos empregados público.s...

plenário, sendo todas as pretensões

Entremos no orçamento de 1001

discutidas e votadas no seio dessa

e das respectivas atividades iiarla-

de partidos e tendo estes represen

comissão. Não há porém, disciplina

mentares na elaboraçao do primeiro

alguma partidária e cada um deseja

orçamento brasileiro do século em curso, objetivo principal do presente

apresentar emendas pessoais, como 'Um cartão bem visível ao eleitorado.

Daí a explicação dos quatro milhares ou mais de emendas, que vem de re

ceber, no Palácio Tiradentes, o pro

jeto de lei orçamentária para 1952 e quando o Presidente da República

e o Ministro da Fazenda, em repeti dos documentos oficiais, salientam que o orçamento do ano corrente po

derá ser equilibrado em virtude de

drásticas medidas de economia, mas os compromissos a curto prazo so mam nada menos do que dez bilhões . de cruzeiros, ou seja quase metade de toda a receita do País.

Dioksto Econômico

Dicesto Econômico

128

O exercício

será, pois, apesar de todos os esfor ços, encerrado com um pesadíssimo déficit, de vulto jamais assinalado

Mandava-sc vondci- tí)dos os pró prios da União cm (luo não so encon

trassem instalados serviços ou repar

os mais úteis indicadores.

Qual foi a receita estimada para 1901?

Em papel, foi expressa em 280 mil contos; em ouro, em 58 mil contos, excluídos em ambos o.s totais os que

brados. Hoje a receita está calcula da para 1952 em quase vinte e quatro milhões de contos de réis, quase cem E a despesa?

por assim dizer, de futuros saldos; po

do em 42 mil contos papel e em 21 contos ouro. Êsse saldo correspondia,

E' assim

que se mandava alienar ou arrendar, conforme fôsse julgado mais conve

niente, todas as estradas de ferro da

União, aplicando-se o produto da ope

concorrência

Em caso de necessida

estar cm leis especiais. Os vencimen

ria ser emi)regada na compra dc edifícios para a própria União.

tos dos Ministros foram fl.xados em

Determinava-se (luc todos os ter renos da União pculeriam ser afora

acòrdo com a lei do Governo Provi

dos porpètuamonto c cstabelociam-se detalhes da ojicração. Providenciavase sobre a instalação dc uma Supe-

tação, segundo uma lei de 1895. No o}'çamento da Marinha era

1'intendênciíi do Seguros o detcvmina-

gado inútil e o Executivo ficou auto

ordenado, dois contos mensais, de sório, o mais um conto de represen mandado vender todo o material jul

va-se uma série de ol)rigaçõc.s para

rizado a rever todos os regulamen

as companiuas dedicadas a essas tran

tos das repartições do Mini.stéric. A

sações. O orçamento da receita dc 1901 foi

cauda desse Ministério somava mais

um dos mais rahiloii^o.s da Repúbli

variados... O mesmo acontecia com o orçamento do Ministério da Guerra.

providenciava,

de uma dezena de artigos os mais

No Ministéião da Viação, numa grande série de artigos e parágrafos, o Executivo estava autorizado a agir em todos os serviços do departamen to ministerial. Figurava até, em dis positivo especial, a canalização de

regulava até sobro os animais mor

água para Vigário Geral, em Irajá,

tos, pois d^^clavava que deveriam ser

providência que fora solicitada por um contínuo da Câmara e atendida, pois que o mesmo gozava de grande

popularidade nos meios parlamenta

importação de girafas, que esteve no

res, por ser o incumbido da sala dos

ânimo do General Mendes de Morais, quando Prefeito do Distrito Federal, já foi de tal monta, no âmbito fede ral, que figurou no orçamento da re ceita da República...

chapéus...

O orçamento da despesa, parte do Ministério da Justiça e Negócios In-

A

da do providências administrativas, muitas das quais sòmeuto poderiam

de, pai'tc do produto da venda pode

Como se vê, essa preocupação de

No orçamento da receita era de terminado, quanto às estradas de fer ro, uma política oposta à que vimos

que chegassem notas da Casa de

sem

entregues aos museus em cujas circunscriçõe.s moiTcssem.

ouro em papel.

Amortização, onde estavam sendo ás-

quena, colecionava uma série varia

Entidades

do oi'çamcnto, que

mais ou menos, à metade do total da receita, feita a conversão do saldo

de realizar ultimamente.

dêsse orçamento, também não pe

essas

isentando de impostos, os animais destinados aos jardins zoológicos e exibições científicas. . . O orçamento

mil.

Houve, portanto, um saldo estima

nicípios, a venda jíoderia ser feita a

inesquecível Rui Bai-bosa. Talvez fôsse isto devido ao final

em 244 mil contos e, em ouro, em 37

dos de benéficos ao país e geradores,

dispuscssem do recursos para prover à sua honesta .subsistência. A cauda

ca, segundo a classificação dada pelo

vezes mais...

"menores viciosos do Distrito Fede ral , órgãos, que absolutamente não

tições federais. Quando êsses iirédios

particulares.

gos... O orçamento continha tudo 0 quem quiser conhecer todo o arca bouço legal da República na referi da época — terá nas leis dc meios

tenores, dedicava uma subvenção de dez contos de réis à Escola Quinze do Novembro para recolhimento, de

estivessem servindo a Estados ou Mu

pública, condição imposta à venda a

de todas as leis, até mesmo de códi

Em papel foi estimada, em 1901,

do presentemente, e havendo em cir culação uma formidável emissão de papel-moeda, feita até — e não em pequena parte — para pagar venci mentos de funcionários públicos. O autor destas linhas, que costuma re ceber os seus estipêndios em hora adiantada, teve, em mais de um mês, de esperar, no guichê do Tesouro,

País.

Essas atividades se espelhavam, de modo perfeito, no orçamento, veículo

A questão principal não está, toda via, no déficit em si mesmo, porque há déficits que podem ser classifica

rém não é dessa natureza o assinala

1'ação à i-corganiz;\çáo financeira do

artigo.

no Brasil.

129

No orçamento da Fazenda, o de cauda mais longa, o Govêrno era au torizado a demolir um barracão, anti ga sede da alfândega de Pôrto Ale gre: e, quanto à alfândega do Paraí

ba, estava autorizado a adquirir duas


do a Câmara dos Deputados composta tantes na Comissão de Finanças, o orçamento não sofi*esse escolhos no

sinadas a tôda pressa, a fim de que não faltasse numerário (já o.stava fal tando aliás...) para pagamento dos empregados público.s...

plenário, sendo todas as pretensões

Entremos no orçamento de 1001

discutidas e votadas no seio dessa

e das respectivas atividades iiarla-

de partidos e tendo estes represen

comissão. Não há porém, disciplina

mentares na elaboraçao do primeiro

alguma partidária e cada um deseja

orçamento brasileiro do século em curso, objetivo principal do presente

apresentar emendas pessoais, como 'Um cartão bem visível ao eleitorado.

Daí a explicação dos quatro milhares ou mais de emendas, que vem de re

ceber, no Palácio Tiradentes, o pro

jeto de lei orçamentária para 1952 e quando o Presidente da República

e o Ministro da Fazenda, em repeti dos documentos oficiais, salientam que o orçamento do ano corrente po

derá ser equilibrado em virtude de

drásticas medidas de economia, mas os compromissos a curto prazo so mam nada menos do que dez bilhões . de cruzeiros, ou seja quase metade de toda a receita do País.

Dioksto Econômico

Dicesto Econômico

128

O exercício

será, pois, apesar de todos os esfor ços, encerrado com um pesadíssimo déficit, de vulto jamais assinalado

Mandava-sc vondci- tí)dos os pró prios da União cm (luo não so encon

trassem instalados serviços ou repar

os mais úteis indicadores.

Qual foi a receita estimada para 1901?

Em papel, foi expressa em 280 mil contos; em ouro, em 58 mil contos, excluídos em ambos o.s totais os que

brados. Hoje a receita está calcula da para 1952 em quase vinte e quatro milhões de contos de réis, quase cem E a despesa?

por assim dizer, de futuros saldos; po

do em 42 mil contos papel e em 21 contos ouro. Êsse saldo correspondia,

E' assim

que se mandava alienar ou arrendar, conforme fôsse julgado mais conve

niente, todas as estradas de ferro da

União, aplicando-se o produto da ope

concorrência

Em caso de necessida

estar cm leis especiais. Os vencimen

ria ser emi)regada na compra dc edifícios para a própria União.

tos dos Ministros foram fl.xados em

Determinava-se (luc todos os ter renos da União pculeriam ser afora

acòrdo com a lei do Governo Provi

dos porpètuamonto c cstabelociam-se detalhes da ojicração. Providenciavase sobre a instalação dc uma Supe-

tação, segundo uma lei de 1895. No o}'çamento da Marinha era

1'intendênciíi do Seguros o detcvmina-

gado inútil e o Executivo ficou auto

ordenado, dois contos mensais, de sório, o mais um conto de represen mandado vender todo o material jul

va-se uma série de ol)rigaçõc.s para

rizado a rever todos os regulamen

as companiuas dedicadas a essas tran

tos das repartições do Mini.stéric. A

sações. O orçamento da receita dc 1901 foi

cauda desse Ministério somava mais

um dos mais rahiloii^o.s da Repúbli

variados... O mesmo acontecia com o orçamento do Ministério da Guerra.

providenciava,

de uma dezena de artigos os mais

No Ministéião da Viação, numa grande série de artigos e parágrafos, o Executivo estava autorizado a agir em todos os serviços do departamen to ministerial. Figurava até, em dis positivo especial, a canalização de

regulava até sobro os animais mor

água para Vigário Geral, em Irajá,

tos, pois d^^clavava que deveriam ser

providência que fora solicitada por um contínuo da Câmara e atendida, pois que o mesmo gozava de grande

popularidade nos meios parlamenta

importação de girafas, que esteve no

res, por ser o incumbido da sala dos

ânimo do General Mendes de Morais, quando Prefeito do Distrito Federal, já foi de tal monta, no âmbito fede ral, que figurou no orçamento da re ceita da República...

chapéus...

O orçamento da despesa, parte do Ministério da Justiça e Negócios In-

A

da do providências administrativas, muitas das quais sòmeuto poderiam

de, pai'tc do produto da venda pode

Como se vê, essa preocupação de

No orçamento da receita era de terminado, quanto às estradas de fer ro, uma política oposta à que vimos

que chegassem notas da Casa de

sem

entregues aos museus em cujas circunscriçõe.s moiTcssem.

ouro em papel.

Amortização, onde estavam sendo ás-

quena, colecionava uma série varia

Entidades

do oi'çamcnto, que

mais ou menos, à metade do total da receita, feita a conversão do saldo

de realizar ultimamente.

dêsse orçamento, também não pe

essas

isentando de impostos, os animais destinados aos jardins zoológicos e exibições científicas. . . O orçamento

mil.

Houve, portanto, um saldo estima

nicípios, a venda jíoderia ser feita a

inesquecível Rui Bai-bosa. Talvez fôsse isto devido ao final

em 244 mil contos e, em ouro, em 37

dos de benéficos ao país e geradores,

dispuscssem do recursos para prover à sua honesta .subsistência. A cauda

ca, segundo a classificação dada pelo

vezes mais...

"menores viciosos do Distrito Fede ral , órgãos, que absolutamente não

tições federais. Quando êsses iirédios

particulares.

gos... O orçamento continha tudo 0 quem quiser conhecer todo o arca bouço legal da República na referi da época — terá nas leis dc meios

tenores, dedicava uma subvenção de dez contos de réis à Escola Quinze do Novembro para recolhimento, de

estivessem servindo a Estados ou Mu

pública, condição imposta à venda a

de todas as leis, até mesmo de códi

Em papel foi estimada, em 1901,

do presentemente, e havendo em cir culação uma formidável emissão de papel-moeda, feita até — e não em pequena parte — para pagar venci mentos de funcionários públicos. O autor destas linhas, que costuma re ceber os seus estipêndios em hora adiantada, teve, em mais de um mês, de esperar, no guichê do Tesouro,

País.

Essas atividades se espelhavam, de modo perfeito, no orçamento, veículo

A questão principal não está, toda via, no déficit em si mesmo, porque há déficits que podem ser classifica

rém não é dessa natureza o assinala

1'ação à i-corganiz;\çáo financeira do

artigo.

no Brasil.

129

No orçamento da Fazenda, o de cauda mais longa, o Govêrno era au torizado a demolir um barracão, anti ga sede da alfândega de Pôrto Ale gre: e, quanto à alfândega do Paraí

ba, estava autorizado a adquirir duas


•f-»"*

DicESTO

130

- I

Econômico

lanchas. Era providenciado sobre o

gel Alvim, transferido em 1897, da

crédito para pagar a uma firma in

alfândega de Porto Alegre". Como se vê — usada a linguagem da atualidade — a lei orçamentária

glesa, Boxwell William & Comp., o "aluguel de armazéns" que empres

era

então

uma "cousa

louca" e

A HABITABILIDADE BOS TRÓPICOS VIII

o

tara à alfândega de Maceió... Tudo que vimos de citar mostra bem como o orçamento da República

dito tomaria, no momento, uma es

era um perfeito e variadissimo bazar,

tivo do orçamento de 1901, achando

contendo de tudo. As pretensões de

que a administração do Hospício de Alienados, com tantos malucos, não

pecial aplicação porque um disposi

PlMENTEL, GoMKsS

?^Í0lcstÍ(IM tn)})iC(lÍ\

fronteira, nos portos, junto da casa, cedimento não era possível.

tiga Cadeia Velha, alçarem o colo na

deveria ficar entregue à responsabi lidade de um só homem, determinava

solicitação de uma emenda ampara-

Afrânio Peixoto, eni "Clima o Saú de" escreve: "As doenças dos pnises frios foram sempre consideradas uma fatalidade independente do clima;

a criação de um Conselho Especial

não se lhes sabia a causa, mas outras

dora.

Diretor de alineados...

eram as suposições patologistas. Pa

todo gênero esperavam a época orça mentária, para nos corredores da an

Transcrevemos uma, aliás bem mo

desta, pois ficava na quantia de mil cruzeiros na moeda brasileira presen

te. Figurou no numero 27 do orça

mento do Ministério da Fazenda e

dizia: "Fica o Poder Executivo auto rizado a pagar a importância de um conto de réis ao Inspetor da alfânde ga de Santa Catarina, Augusto Ran

porque acreditavam que outro pro E, en

quanto difamavam as regiões tropi cais, divulgando-lhes a insalubridade, numa triste inércia, iam consentindo nessa insalubridade".

mo acabamos de ver, havia muito juízo na cabeça, pois a receita e a arrecadação calculada davam em re sultado, como vimos, um volumoso

ó diverso: sem mais exame o clima é

Na opinião de Afrânio Peixoto, que era médico e professor de Higie

apontado causa maior, da qual são

ne na Escola de Medicina da Univer

todas somenos.

saldo; mas, não havia juízo algum...

o procedimento europeu é diferente, segundo se trata da parte infetada.

sidade do Brasil, foram os norte-ame ricanos que abriram novos rumos ante a rotina e a inércia européias: "Os Estados Unidos da América, em

E cousa curiosa: no orçamento, co

na cauda, continente das mais dispa ratadas disposições com força de lei. ..

ra países quentes, porém, o critério

Êste conceito é tão

arraigado que para u mesma doença,

As noções de profilaxia da cólera,

vez de criarem lazaretos e desinfec-

por e.xemplo, não são as mesmas nas

ções contra as procedências de Cuba,

índias e na Grã-Bretanha. Os ingle

infestada de febre amarela, ou das

ses na sua illia dcfendem-se vitorio

samente das epidemias exóticas, nas suas colônias pactuam pacientemente

com elas. E' que estão convencidos, como bons europeus que são, de que a cólera é asiástica...

"Demonstração prática destas afir mações é a política sanitária interna cional seguida até agora por êles.

Todas as suas providências, todas f r T TTl

as suas conferências, redundaram em criar cordões sanitários, quarentenas, lazaretos, desinfeções, na Europa,

contra as procedências infetadas das próprias colônias.

Nenhuma nação

Filipinas, contaminadas de peste ou cólei*a, foram até estes territórios insalubres e, com higiene apropria

da, os sanearam completamente, ba nindo as epidemias que os degrada- . vam.

Graças a isso, o europeu e o

norte-americano podem, sem receios, comerciar, colonizar,

viajar

estes

cantos, outrora defesos à sua segu rança". E noutro ponto; "A saúde no Globo é independente da fatalidade das latitudes; é conquista do esfor

ço e do conhecimento humano". Em grande parte, a saúde — afir ma-me o Dr. Carlos Vieira de Frei

cólera, a peste, a frebe amarela, pelo

tas — é função da alimentação. A substituição das conservas por ali

saneamento dos países contaminados,

mentos frescos, vitaminados, extin

para, ao menos, não correrem os eu ropeus os riscos dessas vizinhanças e

guiu completamente o beriberi da Amazônia, e o beriberi era um de

visitas perigosas.

seus grandes flagelos.

européia se lembrou de esterilizar a

Defendiam-se na


•f-»"*

DicESTO

130

- I

Econômico

lanchas. Era providenciado sobre o

gel Alvim, transferido em 1897, da

crédito para pagar a uma firma in

alfândega de Porto Alegre". Como se vê — usada a linguagem da atualidade — a lei orçamentária

glesa, Boxwell William & Comp., o "aluguel de armazéns" que empres

era

então

uma "cousa

louca" e

A HABITABILIDADE BOS TRÓPICOS VIII

o

tara à alfândega de Maceió... Tudo que vimos de citar mostra bem como o orçamento da República

dito tomaria, no momento, uma es

era um perfeito e variadissimo bazar,

tivo do orçamento de 1901, achando

contendo de tudo. As pretensões de

que a administração do Hospício de Alienados, com tantos malucos, não

pecial aplicação porque um disposi

PlMENTEL, GoMKsS

?^Í0lcstÍ(IM tn)})iC(lÍ\

fronteira, nos portos, junto da casa, cedimento não era possível.

tiga Cadeia Velha, alçarem o colo na

deveria ficar entregue à responsabi lidade de um só homem, determinava

solicitação de uma emenda ampara-

Afrânio Peixoto, eni "Clima o Saú de" escreve: "As doenças dos pnises frios foram sempre consideradas uma fatalidade independente do clima;

a criação de um Conselho Especial

não se lhes sabia a causa, mas outras

dora.

Diretor de alineados...

eram as suposições patologistas. Pa

todo gênero esperavam a época orça mentária, para nos corredores da an

Transcrevemos uma, aliás bem mo

desta, pois ficava na quantia de mil cruzeiros na moeda brasileira presen

te. Figurou no numero 27 do orça

mento do Ministério da Fazenda e

dizia: "Fica o Poder Executivo auto rizado a pagar a importância de um conto de réis ao Inspetor da alfânde ga de Santa Catarina, Augusto Ran

porque acreditavam que outro pro E, en

quanto difamavam as regiões tropi cais, divulgando-lhes a insalubridade, numa triste inércia, iam consentindo nessa insalubridade".

mo acabamos de ver, havia muito juízo na cabeça, pois a receita e a arrecadação calculada davam em re sultado, como vimos, um volumoso

ó diverso: sem mais exame o clima é

Na opinião de Afrânio Peixoto, que era médico e professor de Higie

apontado causa maior, da qual são

ne na Escola de Medicina da Univer

todas somenos.

saldo; mas, não havia juízo algum...

o procedimento europeu é diferente, segundo se trata da parte infetada.

sidade do Brasil, foram os norte-ame ricanos que abriram novos rumos ante a rotina e a inércia européias: "Os Estados Unidos da América, em

E cousa curiosa: no orçamento, co

na cauda, continente das mais dispa ratadas disposições com força de lei. ..

ra países quentes, porém, o critério

Êste conceito é tão

arraigado que para u mesma doença,

As noções de profilaxia da cólera,

vez de criarem lazaretos e desinfec-

por e.xemplo, não são as mesmas nas

ções contra as procedências de Cuba,

índias e na Grã-Bretanha. Os ingle

infestada de febre amarela, ou das

ses na sua illia dcfendem-se vitorio

samente das epidemias exóticas, nas suas colônias pactuam pacientemente

com elas. E' que estão convencidos, como bons europeus que são, de que a cólera é asiástica...

"Demonstração prática destas afir mações é a política sanitária interna cional seguida até agora por êles.

Todas as suas providências, todas f r T TTl

as suas conferências, redundaram em criar cordões sanitários, quarentenas, lazaretos, desinfeções, na Europa,

contra as procedências infetadas das próprias colônias.

Nenhuma nação

Filipinas, contaminadas de peste ou cólei*a, foram até estes territórios insalubres e, com higiene apropria

da, os sanearam completamente, ba nindo as epidemias que os degrada- . vam.

Graças a isso, o europeu e o

norte-americano podem, sem receios, comerciar, colonizar,

viajar

estes

cantos, outrora defesos à sua segu rança". E noutro ponto; "A saúde no Globo é independente da fatalidade das latitudes; é conquista do esfor

ço e do conhecimento humano". Em grande parte, a saúde — afir ma-me o Dr. Carlos Vieira de Frei

cólera, a peste, a frebe amarela, pelo

tas — é função da alimentação. A substituição das conservas por ali

saneamento dos países contaminados,

mentos frescos, vitaminados, extin

para, ao menos, não correrem os eu ropeus os riscos dessas vizinhanças e

guiu completamente o beriberi da Amazônia, e o beriberi era um de

visitas perigosas.

seus grandes flagelos.

européia se lembrou de esterilizar a

Defendiam-se na


■vr

Digesto

Gonrou visitando, há uns dois anos, a Amazônia, admirou-so de sua salubridade em face das 1'egiões seme

Unidos e na Itália.

Cajuinha, porém,

para o desaparocimonto. O.S médicos sanitaristas o.stão cer

lhantes que conhecera na Indochina e na África, em simples e infelizes colônias. Em "Observações Geográ ficas da Amazônia", escreveu: "O

tos (luc é possível gozar nos trópi cos úmidos tanta saúde quanto nas regiões temperada.s. Aliás é fato

endemismo

mais

relativamente

fraco

da

malária na Amazônia surpreende à

primeira vista, e precisa ser expli cado.

Por que a Amazônia tão rica

em água não é mais paludosa?" A

alimentação mais rica que a da Áfri ca e da Ásia talvez contribua, em parte, para isto. E há ultimamente, o

esforço do Ministério da Educação e

Saúde que tem conseguido cm sua

campanha contra o impaludismo —

a maior que já se fêz no Mundo —

resultados admiráveis,

incontestável,

agora, de

no

nossas

zonas

únicas culturas que por lá são possí veis, ora nas proximidades do equa dor. E' o caso dos planaltos do Bra

\'ive-so do que se produ

Aram-se, gradoiam-se e someiam-se as terras do cultura. Brotam novas folhas nas árvores rruLiferas. Re-

vcrdojam o.s prados. O gado deixa os e.stábulos e o feno.

Gourou e seus adoiJtos falam mui to mal dos climas das regiões intertropicais. Aliás isto é apenas o re sultado das idéias predominantes na

ros.

Nos climas quentes as culturas po janeiro a dezembro.

vegetai

e

animal. Como as na vegações portuguesas

tivessem desvendado uma "natureza esiDlôndida, confoimo Afrâ-

do o saneamento to Há

aliás, áreas vastas em que o impaludismo de

nio Peixoto, apareceu, então, a idéia da in vencível insalubridade.

sapareceu totalmente.

Dizia-me, há dias, o

E, aos poucos, foram

ilustre engenheiroagrônomo Felisberto

C

de Camargo, funcioná

surgindo outros aspec tos, graças a observa

nômico de Campinas e

deduções errôneas. " Ultimamente há iima

há muitos anos dire

indisfarçável

tor do Instituto Agro

pelo progresso dos países novos trazendo

nômico do Norte, que a mortalidade infantil em Belterra,

mais lenha para a fogueira.

quase na embocadura do Tapajoz, afluente 'do Amazonas, é mais baixa que a verificada nos Estados Unidos.

entanto, se as regiões tropicais têm trados? — também apresentam van

A febre amarela debela-se com uma

tagens importantes.

simples vacina, que não produz qual quer reação. Não há febre amarela

Os países frígidos apresentam uma longa estação morta — o inverno. A

no Brasil. O impaludismo ainda faz vítimas, como as faz nos Estados

produção agrícola fica paralisada por vários meses. Em alguns países

.«lllt—<u

dades. Muitas vezes, em espaços re duzidíssimos, pode-se ter todas as frutas, desde as sibciàanas às equa toriais. As macieiras, pereiras, pesseguoiros, amoixeiras, marmeleiros e cerejeiras do Itatiaia estão a poucos quilômetros dos bananais e das ateiras, mangueiras e coqueiro.s. Lado a

lado, cm milhões de quilômetros qua

na Flórida e em Turrialba, Costa Ri

ca, é possível ter belos vinhedos em

temente na maior parte do Brasil.

todo o Brasil.

Nas terras irrigadas do Nordeste

nômico de Turrialba, mantido pelas

colhe-se milho em todas as semanas

Nações Unidas, cruzaram a parreira européia — Viiis vinifera — com uma

No Instituto Agro

mesmo tenrpo. Tem-se uma safra de feijão, soja ou amendoini entre as

parreira espontânea nas terras bai

canas novas — as canas-capim. Há hortaliças de l.o de janeiro a 31 de

das Antilhas — a Vitis tiUaefolia. Pro duzem, os híbridos, uvas excelentes.

xas e quentes que contornam o mar

Com eles já podemos ter boa uva na

Amazônia, no Nordeste Ocidental ^

facão do plantador de banana nun

na zona litorânea oriental.

ca está descansado.

naltos, nos trechos subúmidos e semi-

Há sempre ca

centeio, ervilha, as únicas que cres

cem nos países frios — e as culuiras de verão — milho, arroz, algodão, amendoim. . .

São

climas diferentes.

culturas de dois A fazenda como

que está ora na Bélgica, e produz as

..Mi

Para a fruticultura, a conjuntura

é pvenhc de extraordinárias possibili

lhendo. Planta-se e colhe-se constan

chos a cortar. Nos planaltos, há as culturas de inverno — trigo, aveia,

defeitos — e onde eles não são encon

Setentrional e do Nordeste.

Estar-se-á sempre plantando e co

interrupção, em todos os meses. E o

E no

Brasil. E', em escala menor, o caso das montanhas o planaltos do Leste

o arroz ou o feijão. Serão, no mes mo solo, duas a três safras anuais.

dezembro. As frutas se sucedem, sem

inveja

sil Central e até mesmo do Sul do

drados de terras bi-asileiras, podemse cultivar o pessegueiro e a bana neira, a jaqueira e o caquiseiro, a figueira e o mamoeiro. Graças aos novos híbridos de parreira, criados

do ano. Planta-se e colhe-se cana ao

ções incompletas e a

rio do Instituto Agro

Na colonização

do Guamá, proximidades de Belém, o Instituto Agronômico do Norte fará o solo produzir sem interrupção. Após o milho, virá, imediatamente,

Os trópicos seriam tórrldos, incapa vida

Voltam os pássa

É o renascer da natureza.

dem suceder-se, sem interrupção, de

Europa nos primórdios da civilização.

I ,i.

dar de lavoura. Os campos cobrem-se de neve no jicríodo mais frio. Não há plantações, não há frutas nas árvores, não há liortaliças, não há ziu nos meses de calor. A primavera, a chegada do ealor, é um desafogo.

trecho

Vínxtui^cihs (hifi zonas tropit ais

zes de permitir a

'• "

apenas num semestre é ]jossívcl cui

pastagon:?.

quentes e úmidas.

rou constata, admitin

região.

dinamizado

como o próprio Gou-

tal da

DmrSo Econômico

Econômico

Nos pla

áridos, com estação seca bem pro nunciada, produzem bem muitas das

variedades de Vitis vinifera. A Bélgi ca, a Holanda, o Norte da França não podem produzir o figo, a ata, o aba cate, a laranja, o cainito. A parreira necessita de estufas. Nossas regiões intertropicais produzem tudo isto, ou-


■vr

Digesto

Gonrou visitando, há uns dois anos, a Amazônia, admirou-so de sua salubridade em face das 1'egiões seme

Unidos e na Itália.

Cajuinha, porém,

para o desaparocimonto. O.S médicos sanitaristas o.stão cer

lhantes que conhecera na Indochina e na África, em simples e infelizes colônias. Em "Observações Geográ ficas da Amazônia", escreveu: "O

tos (luc é possível gozar nos trópi cos úmidos tanta saúde quanto nas regiões temperada.s. Aliás é fato

endemismo

mais

relativamente

fraco

da

malária na Amazônia surpreende à

primeira vista, e precisa ser expli cado.

Por que a Amazônia tão rica

em água não é mais paludosa?" A

alimentação mais rica que a da Áfri ca e da Ásia talvez contribua, em parte, para isto. E há ultimamente, o

esforço do Ministério da Educação e

Saúde que tem conseguido cm sua

campanha contra o impaludismo —

a maior que já se fêz no Mundo —

resultados admiráveis,

incontestável,

agora, de

no

nossas

zonas

únicas culturas que por lá são possí veis, ora nas proximidades do equa dor. E' o caso dos planaltos do Bra

\'ive-so do que se produ

Aram-se, gradoiam-se e someiam-se as terras do cultura. Brotam novas folhas nas árvores rruLiferas. Re-

vcrdojam o.s prados. O gado deixa os e.stábulos e o feno.

Gourou e seus adoiJtos falam mui to mal dos climas das regiões intertropicais. Aliás isto é apenas o re sultado das idéias predominantes na

ros.

Nos climas quentes as culturas po janeiro a dezembro.

vegetai

e

animal. Como as na vegações portuguesas

tivessem desvendado uma "natureza esiDlôndida, confoimo Afrâ-

do o saneamento to Há

aliás, áreas vastas em que o impaludismo de

nio Peixoto, apareceu, então, a idéia da in vencível insalubridade.

sapareceu totalmente.

Dizia-me, há dias, o

E, aos poucos, foram

ilustre engenheiroagrônomo Felisberto

C

de Camargo, funcioná

surgindo outros aspec tos, graças a observa

nômico de Campinas e

deduções errôneas. " Ultimamente há iima

há muitos anos dire

indisfarçável

tor do Instituto Agro

pelo progresso dos países novos trazendo

nômico do Norte, que a mortalidade infantil em Belterra,

mais lenha para a fogueira.

quase na embocadura do Tapajoz, afluente 'do Amazonas, é mais baixa que a verificada nos Estados Unidos.

entanto, se as regiões tropicais têm trados? — também apresentam van

A febre amarela debela-se com uma

tagens importantes.

simples vacina, que não produz qual quer reação. Não há febre amarela

Os países frígidos apresentam uma longa estação morta — o inverno. A

no Brasil. O impaludismo ainda faz vítimas, como as faz nos Estados

produção agrícola fica paralisada por vários meses. Em alguns países

.«lllt—<u

dades. Muitas vezes, em espaços re duzidíssimos, pode-se ter todas as frutas, desde as sibciàanas às equa toriais. As macieiras, pereiras, pesseguoiros, amoixeiras, marmeleiros e cerejeiras do Itatiaia estão a poucos quilômetros dos bananais e das ateiras, mangueiras e coqueiro.s. Lado a

lado, cm milhões de quilômetros qua

na Flórida e em Turrialba, Costa Ri

ca, é possível ter belos vinhedos em

temente na maior parte do Brasil.

todo o Brasil.

Nas terras irrigadas do Nordeste

nômico de Turrialba, mantido pelas

colhe-se milho em todas as semanas

Nações Unidas, cruzaram a parreira européia — Viiis vinifera — com uma

No Instituto Agro

mesmo tenrpo. Tem-se uma safra de feijão, soja ou amendoini entre as

parreira espontânea nas terras bai

canas novas — as canas-capim. Há hortaliças de l.o de janeiro a 31 de

das Antilhas — a Vitis tiUaefolia. Pro duzem, os híbridos, uvas excelentes.

xas e quentes que contornam o mar

Com eles já podemos ter boa uva na

Amazônia, no Nordeste Ocidental ^

facão do plantador de banana nun

na zona litorânea oriental.

ca está descansado.

naltos, nos trechos subúmidos e semi-

Há sempre ca

centeio, ervilha, as únicas que cres

cem nos países frios — e as culuiras de verão — milho, arroz, algodão, amendoim. . .

São

climas diferentes.

culturas de dois A fazenda como

que está ora na Bélgica, e produz as

..Mi

Para a fruticultura, a conjuntura

é pvenhc de extraordinárias possibili

lhendo. Planta-se e colhe-se constan

chos a cortar. Nos planaltos, há as culturas de inverno — trigo, aveia,

defeitos — e onde eles não são encon

Setentrional e do Nordeste.

Estar-se-á sempre plantando e co

interrupção, em todos os meses. E o

E no

Brasil. E', em escala menor, o caso das montanhas o planaltos do Leste

o arroz ou o feijão. Serão, no mes mo solo, duas a três safras anuais.

dezembro. As frutas se sucedem, sem

inveja

sil Central e até mesmo do Sul do

drados de terras bi-asileiras, podemse cultivar o pessegueiro e a bana neira, a jaqueira e o caquiseiro, a figueira e o mamoeiro. Graças aos novos híbridos de parreira, criados

do ano. Planta-se e colhe-se cana ao

ções incompletas e a

rio do Instituto Agro

Na colonização

do Guamá, proximidades de Belém, o Instituto Agronômico do Norte fará o solo produzir sem interrupção. Após o milho, virá, imediatamente,

Os trópicos seriam tórrldos, incapa vida

Voltam os pássa

É o renascer da natureza.

dem suceder-se, sem interrupção, de

Europa nos primórdios da civilização.

I ,i.

dar de lavoura. Os campos cobrem-se de neve no jicríodo mais frio. Não há plantações, não há frutas nas árvores, não há liortaliças, não há ziu nos meses de calor. A primavera, a chegada do ealor, é um desafogo.

trecho

Vínxtui^cihs (hifi zonas tropit ais

zes de permitir a

'• "

apenas num semestre é ]jossívcl cui

pastagon:?.

quentes e úmidas.

rou constata, admitin

região.

dinamizado

como o próprio Gou-

tal da

DmrSo Econômico

Econômico

Nos pla

áridos, com estação seca bem pro nunciada, produzem bem muitas das

variedades de Vitis vinifera. A Bélgi ca, a Holanda, o Norte da França não podem produzir o figo, a ata, o aba cate, a laranja, o cainito. A parreira necessita de estufas. Nossas regiões intertropicais produzem tudo isto, ou-


ir

Dicesto

134

trás frutas e todas as frutas pró

cold outer air; and foreigners will

e ferragens concentradas.

probably find that they have to show something likc the sanie respect for

rage is of great importance, although

da Agricultura de São Paulo, só o Itatiaia e a Mantiqueira

the climate as the Russians".

poderão

climas temperados.

Faz-se mister,

As dificuldades que a lavoura e a

porém, que as Secretarias da Agri

pecuária encontram em países como

cultura de Minas Gerais e do Esta

do do Rio saiam da atual apatia e

a Finlândia, a Suécia, a Noruega e o Canadá são extraordinárias. Leio em

sigam o exemplo paulista.

"Finland Yearbook 1947", publica

Todos 03 pomares de Portugal

O gado permanece estabulado nos me

ção do governo finlandês, os empe

"Pastu-

the shortness of the summcr is a

drawback.

abarrotar o Brasil com frutas de

In the southern part of

Yearboock 1947".

Muitos dos países situados entre temperados apenas pelas médias de

primavera se retarda, o que sucede, em média, vinte vêzes por século,

"wherever they may be, are someti-

quilômetros quadrados de terras em

fácil controlar a sêca por meio de irrigações e da lavoura sêca que a temperatura de um país. A fruti cultura é pouco proveitosa. "The

altitudes que variam de 901 a cerca

opportunities for horticulture are li-

de 2.800 metros. As temperaturas médias oscilam entre 18 e 11 graus

mited on acount of the cold climate. Apples which ripen as far north as

centígrados. Ha muito, portanto, on

latitude 65 are, in effect, the only

de fundar pomares de climas tempe

fruit grown on a large scale.

rados.

types of apple to be grown must have the greatest possible resistance to

Nos países temperados-fríos e nos frios, consome-se imensa cópia de carvão e eletricidade no indispensá

vel aquecimento das habitações, dos teatros, cinemas, trens, fábricas e cafés.

Sobre a Rússia, quanto ao

aquecimento, escreve Bernard Pares em "Rússia"; "The Russians do not ■àiÀ.

temperaturas que se obtêm de máxiihas e mínimas exageradas e desa

gradáveis. E' o que reconhece Cavve êle: "The heavts of the continents,

*ne.s "temperate" only because the frigidity of their winters and the torridity of their summers together give bases for that hypothetical mean 5y which alone they can be regarded as temperate". E' o que sucede em

tória Universal; "O antigos dividiam a Terra em cinco zonas: duas glaciais nos polos; uma tórrida, entre os tró picos; entre elas duas temperadas, de uma a outra das quais era im possível passar. Os conhecimentos

geográficos eram limitados à nossa zona setentrional que, excluindo as

antípodas, compreendia três partes

do Globo, a Ásia, a Líbia e a Europa, cercadas pelo Oceano". Uns tantos contemporâneos nossos

grandes trechos dos Estados Unidos,

Argentina, Espanha, para não citar

pos.

The

the winter cold., In spite of this,

and cherries are still more sensitiva and they can only be grown in the

i-'

César

são intelectualmente daqueles tem-.

the frost causes much damage in hard winters, as in 1940-41, when a large part of the stock of fruit was completely destroyed. Pears, plums

:Ua tflLlL

Dando uma súmula do Mundo no

Cantu no quinto volume de sua His

1'ier em "The Thirst Earth". Escre

tados do Rio, Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais temos 202 mil

O que há, quanto às regiões Inter

os trópicos e os círculos polares são

é superior a 5 graus — mínimo exi gido pelas plantas cultivadas. Se a

aveleiras, laranjeiras, limoeiros, tan-

o tropical de altitude. Tem-se clima agradável durante o ano inteiro. E' o que sucede, em regra, nos planaltos e serras intertropicais do Brasil.

tempo de Tibério, escreveu

drados — menos de duas vezes o

gerineiras e outras. Apenas nos Es

ãs vêzes muito superiores a 30 graus. O clima temperado por excelência é

síduo das idéias que delas se faziam na Europa durante a Idade Antiga.

um terço do ano a temperatura média

as lavouras se perdem em grande parte. Naturalmente é muito mais

peraturas médias do mês mais quente próximas de 29 graus centígrados e

three months" — lê-se em "Finland

de Fruta", 2.100 quilômetros qua Dêste total, 800

trechos dos países citados têm tem

tropicais, é, em grande parte, o re

cilhos que a lavoura enfrenta nesse próspero país báltico. Em apenas

quilômetros quadrados são ocupados pelas macieiras, pereiras, pessegueiro3, figueiras, ameixeiras, cerejeiras,

o que se verifica no Iraque, Pérsia, Paquistã e Ásia Central. Grandes

the country the grazing period lasts four month, but in the north only

ocupam, conforme Henrique de Barros e Quartim Graça, em "Árvores

Distrito Federal.

• v:

very southern-most parts of the coun-

ses restantes, conKmdo feno, silagem

cultura de Minas quiser fazer algo do fomento realizado pela Secretaria

i

135

gers, after fastening themselves wcH up, can pass by gradations into the

çam a ter fama justificada. Por lá já se fabrica cidra. Em breve, prin cipalmente se a Secretaria da Agri

'f

'

have double doors, that the passen-

do Itatiaia e da Mantiqueira come

f

disregard their climate a.s wo do; they defend themsclvcs against it. The houses, cven of the peasants, are terriblly overheated. Even the ti-ains

D.c....ro Eco.6M.co

try". A pecuária luta com um grande obstáculo — só há pasto no campo durante três a quatro meses do ano.

prias dos países citados. As maçãs, as peras, as framboezas e ameixas

í

ElcoNÓRaco^^^

■...


ir

Dicesto

134

trás frutas e todas as frutas pró

cold outer air; and foreigners will

e ferragens concentradas.

probably find that they have to show something likc the sanie respect for

rage is of great importance, although

da Agricultura de São Paulo, só o Itatiaia e a Mantiqueira

the climate as the Russians".

poderão

climas temperados.

Faz-se mister,

As dificuldades que a lavoura e a

porém, que as Secretarias da Agri

pecuária encontram em países como

cultura de Minas Gerais e do Esta

do do Rio saiam da atual apatia e

a Finlândia, a Suécia, a Noruega e o Canadá são extraordinárias. Leio em

sigam o exemplo paulista.

"Finland Yearbook 1947", publica

Todos 03 pomares de Portugal

O gado permanece estabulado nos me

ção do governo finlandês, os empe

"Pastu-

the shortness of the summcr is a

drawback.

abarrotar o Brasil com frutas de

In the southern part of

Yearboock 1947".

Muitos dos países situados entre temperados apenas pelas médias de

primavera se retarda, o que sucede, em média, vinte vêzes por século,

"wherever they may be, are someti-

quilômetros quadrados de terras em

fácil controlar a sêca por meio de irrigações e da lavoura sêca que a temperatura de um país. A fruti cultura é pouco proveitosa. "The

altitudes que variam de 901 a cerca

opportunities for horticulture are li-

de 2.800 metros. As temperaturas médias oscilam entre 18 e 11 graus

mited on acount of the cold climate. Apples which ripen as far north as

centígrados. Ha muito, portanto, on

latitude 65 are, in effect, the only

de fundar pomares de climas tempe

fruit grown on a large scale.

rados.

types of apple to be grown must have the greatest possible resistance to

Nos países temperados-fríos e nos frios, consome-se imensa cópia de carvão e eletricidade no indispensá

vel aquecimento das habitações, dos teatros, cinemas, trens, fábricas e cafés.

Sobre a Rússia, quanto ao

aquecimento, escreve Bernard Pares em "Rússia"; "The Russians do not ■àiÀ.

temperaturas que se obtêm de máxiihas e mínimas exageradas e desa

gradáveis. E' o que reconhece Cavve êle: "The heavts of the continents,

*ne.s "temperate" only because the frigidity of their winters and the torridity of their summers together give bases for that hypothetical mean 5y which alone they can be regarded as temperate". E' o que sucede em

tória Universal; "O antigos dividiam a Terra em cinco zonas: duas glaciais nos polos; uma tórrida, entre os tró picos; entre elas duas temperadas, de uma a outra das quais era im possível passar. Os conhecimentos

geográficos eram limitados à nossa zona setentrional que, excluindo as

antípodas, compreendia três partes

do Globo, a Ásia, a Líbia e a Europa, cercadas pelo Oceano". Uns tantos contemporâneos nossos

grandes trechos dos Estados Unidos,

Argentina, Espanha, para não citar

pos.

The

the winter cold., In spite of this,

and cherries are still more sensitiva and they can only be grown in the

i-'

César

são intelectualmente daqueles tem-.

the frost causes much damage in hard winters, as in 1940-41, when a large part of the stock of fruit was completely destroyed. Pears, plums

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Dando uma súmula do Mundo no

Cantu no quinto volume de sua His

1'ier em "The Thirst Earth". Escre

tados do Rio, Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais temos 202 mil

O que há, quanto às regiões Inter

os trópicos e os círculos polares são

é superior a 5 graus — mínimo exi gido pelas plantas cultivadas. Se a

aveleiras, laranjeiras, limoeiros, tan-

o tropical de altitude. Tem-se clima agradável durante o ano inteiro. E' o que sucede, em regra, nos planaltos e serras intertropicais do Brasil.

tempo de Tibério, escreveu

drados — menos de duas vezes o

gerineiras e outras. Apenas nos Es

ãs vêzes muito superiores a 30 graus. O clima temperado por excelência é

síduo das idéias que delas se faziam na Europa durante a Idade Antiga.

um terço do ano a temperatura média

as lavouras se perdem em grande parte. Naturalmente é muito mais

peraturas médias do mês mais quente próximas de 29 graus centígrados e

three months" — lê-se em "Finland

de Fruta", 2.100 quilômetros qua Dêste total, 800

trechos dos países citados têm tem

tropicais, é, em grande parte, o re

cilhos que a lavoura enfrenta nesse próspero país báltico. Em apenas

quilômetros quadrados são ocupados pelas macieiras, pereiras, pessegueiro3, figueiras, ameixeiras, cerejeiras,

o que se verifica no Iraque, Pérsia, Paquistã e Ásia Central. Grandes

the country the grazing period lasts four month, but in the north only

ocupam, conforme Henrique de Barros e Quartim Graça, em "Árvores

Distrito Federal.

• v:

very southern-most parts of the coun-

ses restantes, conKmdo feno, silagem

cultura de Minas quiser fazer algo do fomento realizado pela Secretaria

i

135

gers, after fastening themselves wcH up, can pass by gradations into the

çam a ter fama justificada. Por lá já se fabrica cidra. Em breve, prin cipalmente se a Secretaria da Agri

'f

'

have double doors, that the passen-

do Itatiaia e da Mantiqueira come

f

disregard their climate a.s wo do; they defend themsclvcs against it. The houses, cven of the peasants, are terriblly overheated. Even the ti-ains

D.c....ro Eco.6M.co

try". A pecuária luta com um grande obstáculo — só há pasto no campo durante três a quatro meses do ano.

prias dos países citados. As maçãs, as peras, as framboezas e ameixas

í

ElcoNÓRaco^^^

■...


Dioksto Econômico

notas SÒBRE NEGRO

DO

O M ERCADO CAMBIO

vinte anos, um fenômeno caracterís

tico^ que se emparelha com as regulamen tações do câmbio, as restrições sobre o

mercado das divisas, as ingerências do Estado no domínio das transferências.

E o dito "mercado negro do câmbio", instituição "sui-generis", comumente co-

n ecido, perseguido com justa razão pcou tolerado por elas, e

*1° vêzcs, aosinjusto. olhos do gran de ""u publico, dum brilho Escapando, no seu domínio, numa certa medida, ao controle do Estado, o mercado negro do câmbio é considerado, em multas ocasiões, como tendo uma

importância de primeira ordem, mais do

que o mercado oficial do câmbio, para determinar o verdadeiro valor, duma moeda. Chamado as vezes mercado li vre — em oposição ao mercado controla

do das divisas — esta denominação evo ca os bons tempos da liberdade das transferências e tende a conceder a êste

fenômeno extra-legal (ou melhor: ile

gal) a me.sina importância que tinha o próprio mercado legalmente livre do câmbio.

Por outro lado, tende-se a

identificar por esta denominação comum, o mecanismo dos dois mercados con

porque o eonltccimcnlo do fi nòtiuMio po do levar de melhor mam*íra às soluções estalai.s do defesa.

II.

levaria à ruína o respectivo balanço de pagamentos).

O inereado lu-gro de dixisas só apa

rece, pois, à nuiiid:í «pie a (àuteira do Càmliio não sali.sfa/. /oí/c.s os podidos

MmcEA Buicscu

I- O mundo moderno conhece, liá

137

Xuni rcgiiiic (Ic controle do câm

bio, a taxa oficial c a taxa à ipial a Carteira dc Càiinbio (on outra institui

ção semclliantc) compra i- \cndi- as di

visas, cedidas obrigalòriamcnli' pelos cre

dores sobre o estrangeiro <• repartidas aos devedores do eslrangeiro. () sistema eorrc-spomie à neeessidaclc (K- controlar 0 moNinicnto, exilando <jiie a moeda na

cional tornc-se o objeto duma oferta exccssixa c fjne ela seja snhnu-lida a

flutuações exageradas. O (jiie <'• earactorístico, ó o ecjnilíbrio forçado das com pras e \'endas de dixâsas à taxa oficial. Podemos assim encarar nm .sistema cm

(lüc todos os pedidos e as ofertas de

divisas seriam satisfeitos pela Carti-ira, à taxa oficial.

Nnm tal sistema, não

liaveria câmbio negro, jionpie todas as operações seriam feitas pela (àirteira.

Notemos que não seria a lalsidude da taxa oficial a cansa geradora do merca

do negro: efetivamente, supondo que a divisa a tixcssc um valor rc.-al (confor

mo o poder aquisitiv(í respectixo) supe rior ao cambio oficial em relação à di-

xdsa b, é evidente <[iu; os detentores de

do dixisas; nost.t hi)iótt'so. os poilitlos não s^alisloitos j^niourarão lov:i ila Ciavtoira as

procura exagerada de dix*isns (ou oferta do moeda nacional), que perturbaria a posição de.sta xtUima. O que precisa ser

subjugado ó a procura dc dixãsas; é esta procura que dá nascimento ao mer cado negro do câmbio.

^las oàinbiais é ipiase sempre náorçado

(Pode-.se encarar duas hij>ótcses es peciais onde o mercado negro aparece, embora todos os pedidos de divisas se jam satisfeitos: se por exemplo um sú dito do país A detentor da dixisa b não puder eedê-la à Carteira de Câmbio por uao poder justificar a sua procedência,

Pm- iiin eontròlu mais íáeil. o portanto

ou porque a Carteira não se interesse cm

^'ficaz, das trocas tianoreiais. (\oltaromos a êslo assunto mais abaixo). O

adquirir a dixãsa h. êlc dcx'crá pois, pro

fal(j do ({uo a Carteira não comprasse

taxa menos vantajo,sa do que a oficial. Mas. por que não pode ele se utilizar

divisas quo êlos nooissit;im. Está bom entendido ([ue êles o farão doutro dos limites permitidos ou tíderados pela lei; por oxeniplo. êles não o poderão fazor, laibilualinent»-. em xista do pag;imenlo das

importações, pois que

.'ontròlc

^<=óas as dixisas n-a!izadas pelos naeio"iiis, não ê veU xante para o nosso caso,

P'>r<jue, deixando uma parle das divisas livri! disposição de '^-ais detentores, resulta

curar \endê-la fora da Carteira, numa

do mercado oficial?

Notemos que o

primeiro caso é incompatíx'el com um regime dc liberdade to tal

das

transferências,

^l'à, (jnc a Carteira também permite, em certos ^■iisüs, a e{)mpra das di-

porque, num semelhan

^'isas fora dela (se não detentores não po-

reter uma divisa. Quan

^'-Tiam realizar seus res-

de se supor que haja

te regime, não se pode ria reprox ar alguém por to ao segundo caso, é

P^'^'fix'os montantes cm

restrições no país B. O

"^ocdu nacional).

c;\mbio negro é o refle

Isto

prova (ju(;, ao menos setor

restrito,

o

xo das restrições exis tentes em B sòbre os

respectivo país voltou

j>edidos dc dixisas. Vol

ao câmbio livre e e.spcra — e consegue às vêzes - que se faça um

taremos mais abaixo a

oquilibrio

Suponhanios que um país tenha um balanço

falar

cm

semelhantes

hipóteses).

siderados.

a quereriam cedê-la ao càmljío "real"

Tentaremos ver, no que se segue, se esta assimilação é justa, se o mercado

1 a=:3 h em vez do câmbio oficial 1 a = 2 ]}, mas êles «lão encontrariam

scitor, entre o.s podidos

negro do câmbio tem suas regras pró prias e enfim qual é a sua importância real para a posição duma moeda. Abor dando com franqueza um domínio que

conipraclorcs, porque os detentores dc b

Nesse setor, pois, o câmbio seria real

vol, que o câmbio oficial assegure um

mente lix-rc — e é um caso que sai de nos.sas cogitações. Aliás, o contrôlc do câmbio e o câmbio oficial não poderiam se aíigurar para afastar as ofertas das divisas, mas somente para impedir uma

funcionamento normal (dentro dos limi

prefere sempre ficar na sombra, faz-se obra científica para o estudo dum fenô

meno econômico original e obra prática,

comprariam a divisa (i na taxa mais x an-

tajosa para êles de 2h = 1 a — o a Car

teira dc Câml)io satisfaria, por definição, a todos os pedidos de a, nossa taxa. (Ê claro que um câmliicí oficial "irreal" não poderia durar indefinidamente, porque

natural,

no

e as ofertas dc divisas.

kÈhiüi.xC

de pagamentos fax^orá-

tes das restrições legais, bem entendido) das entradas e saídas de divãsas, mas que esse equilíbrio só seja realizado graças à recusa duma ou de várias categorias


Dioksto Econômico

notas SÒBRE NEGRO

DO

O M ERCADO CAMBIO

vinte anos, um fenômeno caracterís

tico^ que se emparelha com as regulamen tações do câmbio, as restrições sobre o

mercado das divisas, as ingerências do Estado no domínio das transferências.

E o dito "mercado negro do câmbio", instituição "sui-generis", comumente co-

n ecido, perseguido com justa razão pcou tolerado por elas, e

*1° vêzcs, aosinjusto. olhos do gran de ""u publico, dum brilho Escapando, no seu domínio, numa certa medida, ao controle do Estado, o mercado negro do câmbio é considerado, em multas ocasiões, como tendo uma

importância de primeira ordem, mais do

que o mercado oficial do câmbio, para determinar o verdadeiro valor, duma moeda. Chamado as vezes mercado li vre — em oposição ao mercado controla

do das divisas — esta denominação evo ca os bons tempos da liberdade das transferências e tende a conceder a êste

fenômeno extra-legal (ou melhor: ile

gal) a me.sina importância que tinha o próprio mercado legalmente livre do câmbio.

Por outro lado, tende-se a

identificar por esta denominação comum, o mecanismo dos dois mercados con

porque o eonltccimcnlo do fi nòtiuMio po do levar de melhor mam*íra às soluções estalai.s do defesa.

II.

levaria à ruína o respectivo balanço de pagamentos).

O inereado lu-gro de dixisas só apa

rece, pois, à nuiiid:í «pie a (àuteira do Càmliio não sali.sfa/. /oí/c.s os podidos

MmcEA Buicscu

I- O mundo moderno conhece, liá

137

Xuni rcgiiiic (Ic controle do câm

bio, a taxa oficial c a taxa à ipial a Carteira dc Càiinbio (on outra institui

ção semclliantc) compra i- \cndi- as di

visas, cedidas obrigalòriamcnli' pelos cre

dores sobre o estrangeiro <• repartidas aos devedores do eslrangeiro. () sistema eorrc-spomie à neeessidaclc (K- controlar 0 moNinicnto, exilando <jiie a moeda na

cional tornc-se o objeto duma oferta exccssixa c fjne ela seja snhnu-lida a

flutuações exageradas. O (jiie <'• earactorístico, ó o ecjnilíbrio forçado das com pras e \'endas de dixâsas à taxa oficial. Podemos assim encarar nm .sistema cm

(lüc todos os pedidos e as ofertas de

divisas seriam satisfeitos pela Carti-ira, à taxa oficial.

Nnm tal sistema, não

liaveria câmbio negro, jionpie todas as operações seriam feitas pela (àirteira.

Notemos que não seria a lalsidude da taxa oficial a cansa geradora do merca

do negro: efetivamente, supondo que a divisa a tixcssc um valor rc.-al (confor

mo o poder aquisitiv(í respectixo) supe rior ao cambio oficial em relação à di-

xdsa b, é evidente <[iu; os detentores de

do dixisas; nost.t hi)iótt'so. os poilitlos não s^alisloitos j^niourarão lov:i ila Ciavtoira as

procura exagerada de dix*isns (ou oferta do moeda nacional), que perturbaria a posição de.sta xtUima. O que precisa ser

subjugado ó a procura dc dixãsas; é esta procura que dá nascimento ao mer cado negro do câmbio.

^las oàinbiais é ipiase sempre náorçado

(Pode-.se encarar duas hij>ótcses es peciais onde o mercado negro aparece, embora todos os pedidos de divisas se jam satisfeitos: se por exemplo um sú dito do país A detentor da dixisa b não puder eedê-la à Carteira de Câmbio por uao poder justificar a sua procedência,

Pm- iiin eontròlu mais íáeil. o portanto

ou porque a Carteira não se interesse cm

^'ficaz, das trocas tianoreiais. (\oltaromos a êslo assunto mais abaixo). O

adquirir a dixãsa h. êlc dcx'crá pois, pro

fal(j do ({uo a Carteira não comprasse

taxa menos vantajo,sa do que a oficial. Mas. por que não pode ele se utilizar

divisas quo êlos nooissit;im. Está bom entendido ([ue êles o farão doutro dos limites permitidos ou tíderados pela lei; por oxeniplo. êles não o poderão fazor, laibilualinent»-. em xista do pag;imenlo das

importações, pois que

.'ontròlc

^<=óas as dixisas n-a!izadas pelos naeio"iiis, não ê veU xante para o nosso caso,

P'>r<jue, deixando uma parle das divisas livri! disposição de '^-ais detentores, resulta

curar \endê-la fora da Carteira, numa

do mercado oficial?

Notemos que o

primeiro caso é incompatíx'el com um regime dc liberdade to tal

das

transferências,

^l'à, (jnc a Carteira também permite, em certos ^■iisüs, a e{)mpra das di-

porque, num semelhan

^'isas fora dela (se não detentores não po-

reter uma divisa. Quan

^'-Tiam realizar seus res-

de se supor que haja

te regime, não se pode ria reprox ar alguém por to ao segundo caso, é

P^'^'fix'os montantes cm

restrições no país B. O

"^ocdu nacional).

c;\mbio negro é o refle

Isto

prova (ju(;, ao menos setor

restrito,

o

xo das restrições exis tentes em B sòbre os

respectivo país voltou

j>edidos dc dixisas. Vol

ao câmbio livre e e.spcra — e consegue às vêzes - que se faça um

taremos mais abaixo a

oquilibrio

Suponhanios que um país tenha um balanço

falar

cm

semelhantes

hipóteses).

siderados.

a quereriam cedê-la ao càmljío "real"

Tentaremos ver, no que se segue, se esta assimilação é justa, se o mercado

1 a=:3 h em vez do câmbio oficial 1 a = 2 ]}, mas êles «lão encontrariam

scitor, entre o.s podidos

negro do câmbio tem suas regras pró prias e enfim qual é a sua importância real para a posição duma moeda. Abor dando com franqueza um domínio que

conipraclorcs, porque os detentores dc b

Nesse setor, pois, o câmbio seria real

vol, que o câmbio oficial assegure um

mente lix-rc — e é um caso que sai de nos.sas cogitações. Aliás, o contrôlc do câmbio e o câmbio oficial não poderiam se aíigurar para afastar as ofertas das divisas, mas somente para impedir uma

funcionamento normal (dentro dos limi

prefere sempre ficar na sombra, faz-se obra científica para o estudo dum fenô

meno econômico original e obra prática,

comprariam a divisa (i na taxa mais x an-

tajosa para êles de 2h = 1 a — o a Car

teira dc Câml)io satisfaria, por definição, a todos os pedidos de a, nossa taxa. (Ê claro que um câmliicí oficial "irreal" não poderia durar indefinidamente, porque

natural,

no

e as ofertas dc divisas.

kÈhiüi.xC

de pagamentos fax^orá-

tes das restrições legais, bem entendido) das entradas e saídas de divãsas, mas que esse equilíbrio só seja realizado graças à recusa duma ou de várias categorias


Dic KSTO

de pedidos de divisas, ou satisfazendo-as com redução, por exemplo em relação às despesas de turismo, ou às remessas pessoais, ou qualquer outra categoria

mesmo de pequena importância. É evi dente que, apesar do equilíbrio do ba lanço oficial (equilíbrio forçado por não abranger todos os pedidos de transferên cia), os fenômenos de mercado negro do câmbio aparecerão, porque os requeren tes não satisfeitos se dirigirão fora da

Carteira para adquirir as divisas que necessitam. Trata-se duma só catego ria de pedidos e o câmbio extra-oficial

fará sua aparição. Numa tal situação, pode-se compreender qual é a verdadei

ra significação do adjetivo "real" que se aplica aos câmbios extra-oficiais: a) O câmbio oficial não é "real"

porque é mantido artificialmente pela recusa de certos pedidos de transferência.

b) O câmbio negro tem uma certa realidade, mas dentro do seu domínio limitado (pedidos não satisfeitos no ofi cial, que podem se reduzir a uma só categoria).

As explicações dadas até aqui parecem dar um só sentido ao câmbio negro: um valor superior ao câmbio oficial — por que, bem entendido, aquele que não

Ecoxóxuco

que esses pedido.s são mais fortes, que o câmbio se inclina no sentido favorá vel a outra moeda.

Má dois casos a prever: a) Um país A que satisfaz todtis OS

pedidos cm divisa.s, mas cuja moeda <l

é tão pedida no mercado dc li (cuja Carteira de Câml)io não satisfaz totlns os

DioEfrro Ec:okómico

lavras são um tanto e.stéreis, ma.s não to-

talinenlt; dc.spidas de intcrèssc: jMjr um

lado, ponpie elas e\ilum confusõo.s nas futuras argumentações, por outro lado

Entretanto, as operações que designa mos habitualmente pelo nome de "mer cado negro" são — nós todos o sabemos

elas tém « ni realidade.

É o (pie se dá no nosso easx). Propôs-

a l a = 3 h cm lugar do oficÍ:il 1 a ■=. 2 b.

se, pura o mercado negro do câmbio,

das c isso também lhes dá traços carac-

Outras designações; mercado livre ou uiorcado paralelo, beprovou-se no tér-

Pode ser que certas transações interiores

Os detentores de a preferirão trocar no

mercado negro dc li sua moeda, para

oio popular um eeiio sentido pejorativo

sòbrc as moedas estrangeiras sejam per

rávcl.

evocando operações obscuras, um sen

mitidas; não é menos evidente que as

No país B, serão èstes pedidos

não satisfeitos (pie provocarão o merca

tido <|iic não seria sempre próprio, pois

do negro; no país A. por causa do fe

<lue ás \é'/.es, são autorizadas as transa

no chamado mercado negro não é sò

ções s()]>ic as moedas estrangeiras, fora

mente característico (individualizimdo-se

ílíí Carteira. Pode-se certamente prelen-

pois, por um tènno específico, e do mer cado li\TC c do mercado paralelo); êle

nômeno em B, será este cambio fa\orá-

vel que incitará ás operações cíxtra-oficiais, na medida em (pie os controles do

país B o permitirão.

Notemos qtio a

causa inicial é o regime; restritiso dc B.

b) O caso normal entre dois países

com contrcMo das transferencias, onde os

pedidos não são satisfeitos integralmente, nos. dois sentidos.

Então, conforme o

jôgo das ofertas e procuras de a em h e de b cm a, segundo fatores «pu; estuda remos mais abaixo, o càmliio se estaliele-

que a expressão é não científica, que ^ eiència não deve empregar termos tra7.cnílo uir.a apreciação subjetiva. Po-

<lcmo,s deplorar que não haja uma outra

<?xpre.ssão consagrada, mas, dc qualquer "laneira, rjnalcpier outro termo emprega do deverá fazer sobressair o caráter extra-iegal deste mercado. Efetivamenvimos cpie o mercado negro apare ço pelo fato da não aceitação pela Car-

forêneias: o (pic é tran.sfcrido fora do

ter as divisas desejadas. Então, como

aparece o mercado negro aí onde o

países, não importa que o câmbio seja favorável' ou desfavorável quanto ao

Isto pareceria impossível, sen

tcri.slicos que veremos mais adiante.

obter a moeda h mima taxa mais fa\'0-

se-á ou 1 a ~ 3h ou 1 <i = 1 b; o mer cado negro continuará a c.xistir nos dois

oficial?

— operações clandestinas, não autoriza

pedidos do a) que o câmbio <'m li sobe

trangciras. O fenômeno do mercado "ogro está essencialmente ligado à regu

do que, segundo nossa argumentação, o mercado negro é provocado por uma procura suplementar de divisas, pois por lima oferta suplementar de moeda na cional, que assim tende a baixar. É sòmente aparente a contradição: o fenô meno não é mais do que o reflexo do fenômeno passado no país de pedidos não satisfeitos; é sòmente pelo fato de

dido, onde ela pode ser negocâada li

própria contribui para sugerir ás idéias expostas um conteúdo diferente do que

cial; em comparação com este, uina das moedas deverá ser sempre favorecida.

câmbio é mais favorável do que no

moeda um setor, mais ou menos <5st(m-

vremente, ao lado do câmbio oficial fixo.

teira de certos pedidos de divisas es-

oficial estará disposto a pagar mais para

ca mellior esta situação especial. No fundo, aqui conccdcu-sc oficialmente à

ponpie. ás \'ê/.es. uma nomenclatura im

cerá numa taxa diferente do câmbio ofi

puder satisfazer seu pedido no câmbio

139

Estando o câmbio oficiai 1 a = 2 h, ter-

oficial. Não serão pois as diferenças das taxas, mas os pedidos não satisfei tos oficialmente que provocarão a apari ção do mercado negro. As diferenças dos câmbios são a conseqüência. III.

Uma vez estabelecida a causa

geradora do mercado negro do crimbío, é necessário, antes de ir mais longe, fixar os termos empregados em nossa de monstração. As discussões sobre as pa

lamentação, á limitação oficial das transmercado oficial é, de qualquer maneira,

transferências são interditas.

O fenôme

contém cm sua essência uma idéia de

clandestinidade que é bem ressaltada pelo têrmo popular de "mercado negro". Preferimos, contudo, como mais adequa do, o termo de "mercado clandestino".

Há mais do que isso. Chama-se mui tas vezes o mercado clandestino de mer

cado liwc, pela razão de que, por sua

própria essência, seria um mercado isen to dc qualquer sujeição, onde as taxas se estabelecem pelo jògo livre das ofer tas e das procuras. Se este traço connun

justificasse o emprego do mesmo têrmo para dois fenômenos distintos, êle con tribuiria para criar uma confusão, que

clandestino.

existe aliás, talvez por essa mesma ra

mercado oficial, autorizem-se transações

bem entre os dois casos — mercado li vre c mercado clandestino — e não se

cida (ou procurada) á taxa que resulta, livremente, do choque das ofertas e das

ria justificado empregar um têrmo co mum para dois mecanismos que, se bem que funcionando duma maneira seme

Ê possível, contudo, (pie ao lado do

livres, onde a moeda nacional é ofere-

procuras.

Isto não é clandestino, mas a

situação é diferente c ninguém faz con

zão.

Com efeito, é preciso distinguir

lhante, visam a duas esferas diferentes:

fusão entre as duas categorias de mer cados. É preciso que uma terminologia

num, todos os pagamentos ao estrangei

apropriada faça esta distinção e achamos

formação do câmbio livre; no outro, só

que o têrmo de "mercado paralelo" evo

há um setor de pagamentos — os rejei-

ro entram em jôgo e contribuem para a


Dic KSTO

de pedidos de divisas, ou satisfazendo-as com redução, por exemplo em relação às despesas de turismo, ou às remessas pessoais, ou qualquer outra categoria

mesmo de pequena importância. É evi dente que, apesar do equilíbrio do ba lanço oficial (equilíbrio forçado por não abranger todos os pedidos de transferên cia), os fenômenos de mercado negro do câmbio aparecerão, porque os requeren tes não satisfeitos se dirigirão fora da

Carteira para adquirir as divisas que necessitam. Trata-se duma só catego ria de pedidos e o câmbio extra-oficial

fará sua aparição. Numa tal situação, pode-se compreender qual é a verdadei

ra significação do adjetivo "real" que se aplica aos câmbios extra-oficiais: a) O câmbio oficial não é "real"

porque é mantido artificialmente pela recusa de certos pedidos de transferência.

b) O câmbio negro tem uma certa realidade, mas dentro do seu domínio limitado (pedidos não satisfeitos no ofi cial, que podem se reduzir a uma só categoria).

As explicações dadas até aqui parecem dar um só sentido ao câmbio negro: um valor superior ao câmbio oficial — por que, bem entendido, aquele que não

Ecoxóxuco

que esses pedido.s são mais fortes, que o câmbio se inclina no sentido favorá vel a outra moeda.

Má dois casos a prever: a) Um país A que satisfaz todtis OS

pedidos cm divisa.s, mas cuja moeda <l

é tão pedida no mercado dc li (cuja Carteira de Câml)io não satisfaz totlns os

DioEfrro Ec:okómico

lavras são um tanto e.stéreis, ma.s não to-

talinenlt; dc.spidas de intcrèssc: jMjr um

lado, ponpie elas e\ilum confusõo.s nas futuras argumentações, por outro lado

Entretanto, as operações que designa mos habitualmente pelo nome de "mer cado negro" são — nós todos o sabemos

elas tém « ni realidade.

É o (pie se dá no nosso easx). Propôs-

a l a = 3 h cm lugar do oficÍ:il 1 a ■=. 2 b.

se, pura o mercado negro do câmbio,

das c isso também lhes dá traços carac-

Outras designações; mercado livre ou uiorcado paralelo, beprovou-se no tér-

Pode ser que certas transações interiores

Os detentores de a preferirão trocar no

mercado negro dc li sua moeda, para

oio popular um eeiio sentido pejorativo

sòbrc as moedas estrangeiras sejam per

rávcl.

evocando operações obscuras, um sen

mitidas; não é menos evidente que as

No país B, serão èstes pedidos

não satisfeitos (pie provocarão o merca

tido <|iic não seria sempre próprio, pois

do negro; no país A. por causa do fe

<lue ás \é'/.es, são autorizadas as transa

no chamado mercado negro não é sò

ções s()]>ic as moedas estrangeiras, fora

mente característico (individualizimdo-se

ílíí Carteira. Pode-se certamente prelen-

pois, por um tènno específico, e do mer cado li\TC c do mercado paralelo); êle

nômeno em B, será este cambio fa\orá-

vel que incitará ás operações cíxtra-oficiais, na medida em (pie os controles do

país B o permitirão.

Notemos qtio a

causa inicial é o regime; restritiso dc B.

b) O caso normal entre dois países

com contrcMo das transferencias, onde os

pedidos não são satisfeitos integralmente, nos. dois sentidos.

Então, conforme o

jôgo das ofertas e procuras de a em h e de b cm a, segundo fatores «pu; estuda remos mais abaixo, o càmliio se estaliele-

que a expressão é não científica, que ^ eiència não deve empregar termos tra7.cnílo uir.a apreciação subjetiva. Po-

<lcmo,s deplorar que não haja uma outra

<?xpre.ssão consagrada, mas, dc qualquer "laneira, rjnalcpier outro termo emprega do deverá fazer sobressair o caráter extra-iegal deste mercado. Efetivamenvimos cpie o mercado negro apare ço pelo fato da não aceitação pela Car-

forêneias: o (pic é tran.sfcrido fora do

ter as divisas desejadas. Então, como

aparece o mercado negro aí onde o

países, não importa que o câmbio seja favorável' ou desfavorável quanto ao

Isto pareceria impossível, sen

tcri.slicos que veremos mais adiante.

obter a moeda h mima taxa mais fa\'0-

se-á ou 1 a ~ 3h ou 1 <i = 1 b; o mer cado negro continuará a c.xistir nos dois

oficial?

— operações clandestinas, não autoriza

pedidos do a) que o câmbio <'m li sobe

trangciras. O fenômeno do mercado "ogro está essencialmente ligado à regu

do que, segundo nossa argumentação, o mercado negro é provocado por uma procura suplementar de divisas, pois por lima oferta suplementar de moeda na cional, que assim tende a baixar. É sòmente aparente a contradição: o fenô meno não é mais do que o reflexo do fenômeno passado no país de pedidos não satisfeitos; é sòmente pelo fato de

dido, onde ela pode ser negocâada li

própria contribui para sugerir ás idéias expostas um conteúdo diferente do que

cial; em comparação com este, uina das moedas deverá ser sempre favorecida.

câmbio é mais favorável do que no

moeda um setor, mais ou menos <5st(m-

vremente, ao lado do câmbio oficial fixo.

teira de certos pedidos de divisas es-

oficial estará disposto a pagar mais para

ca mellior esta situação especial. No fundo, aqui conccdcu-sc oficialmente à

ponpie. ás \'ê/.es. uma nomenclatura im

cerá numa taxa diferente do câmbio ofi

puder satisfazer seu pedido no câmbio

139

Estando o câmbio oficiai 1 a = 2 h, ter-

oficial. Não serão pois as diferenças das taxas, mas os pedidos não satisfei tos oficialmente que provocarão a apari ção do mercado negro. As diferenças dos câmbios são a conseqüência. III.

Uma vez estabelecida a causa

geradora do mercado negro do crimbío, é necessário, antes de ir mais longe, fixar os termos empregados em nossa de monstração. As discussões sobre as pa

lamentação, á limitação oficial das transmercado oficial é, de qualquer maneira,

transferências são interditas.

O fenôme

contém cm sua essência uma idéia de

clandestinidade que é bem ressaltada pelo têrmo popular de "mercado negro". Preferimos, contudo, como mais adequa do, o termo de "mercado clandestino".

Há mais do que isso. Chama-se mui tas vezes o mercado clandestino de mer

cado liwc, pela razão de que, por sua

própria essência, seria um mercado isen to dc qualquer sujeição, onde as taxas se estabelecem pelo jògo livre das ofer tas e das procuras. Se este traço connun

justificasse o emprego do mesmo têrmo para dois fenômenos distintos, êle con tribuiria para criar uma confusão, que

clandestino.

existe aliás, talvez por essa mesma ra

mercado oficial, autorizem-se transações

bem entre os dois casos — mercado li vre c mercado clandestino — e não se

cida (ou procurada) á taxa que resulta, livremente, do choque das ofertas e das

ria justificado empregar um têrmo co mum para dois mecanismos que, se bem que funcionando duma maneira seme

Ê possível, contudo, (pie ao lado do

livres, onde a moeda nacional é ofere-

procuras.

Isto não é clandestino, mas a

situação é diferente c ninguém faz con

zão.

Com efeito, é preciso distinguir

lhante, visam a duas esferas diferentes:

fusão entre as duas categorias de mer cados. É preciso que uma terminologia

num, todos os pagamentos ao estrangei

apropriada faça esta distinção e achamos

formação do câmbio livre; no outro, só

que o têrmo de "mercado paralelo" evo

há um setor de pagamentos — os rejei-

ro entram em jôgo e contribuem para a


1^1 1 i| II w w ^

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*

140

tados pela realização oficial — que fa zem o objeto do mercado clandestino. A esfera de aplicação é muito maior

Digksto Econômico

ção de o que Incita íh t<'nlorc.s do a a SC ílirigircjn .-lo nicrcatlit clamlc.slino para obter a nioccla h nnni câmbio mais

num caso do que no outro, e isto acar

favorável.

reta também diferenças de estrutura.

c cvid('nt<': dos dois latios, há pedidos

Acreditamos, pois, que é preciso re servar o nome de mercado livre ao mer

cado em que as transações se fazem li vremente sem restrições legais; de mer

cado oficial ao mercado dirigido pela

Quanto :'i liip<)t( >;c li-Ii, cia

não satisfeitos fjnc se dirigem ao mer

cado clamleslino para .serem satisfeitos conforme as leis (pie \amos xcr. Enfim, ua liip(')lese A-A temos, pura

Digesto

14Í

Econômico

to produz-se a eatla momento, sem re

uma fisiononiia especial que o diferencia

servas.

dos outros mercados de câmbio — inclu

V. De\cin()s agora ai)rangcr mais do perto o fenihneno do mereiido elandeslino do câmbio. .\ primeira etapa é a de enumerar as c.ilegorias dc pedidos

ípie se apresentam no mercado e cpic delerminarão. cm c(piilíbrio eoin as ofm'tas, a laxu negra dc câmbio.

As categorias de pedidos di' di\isas (c impiieitanunte dc ofertas de moeda

autoridade; de mercado paralelo ao que

c simpic.smcntc, mn mercado Ii\re do câmbio. Se se trata de regini,-s contro

se refere às transações livres admitidas num certo setor ao lado do oficial; e de

dc divisas, já não e.visle o mercado clan-

respondentes aos itens do balança do

mercado clandestino ou negro ao mer

dc.stino, ]50is rpie é inútil: os pedidos

cado que se forma, a despeito das res

.são satisfeitos dos dois lados no ràinbio

pagainenlo dnma moeda U\re. Numa eerta medida s(')menl<'. porque ("-sles eor-

trições legais, para as transferencias não aceitas no mercado oficial do cambio

oficial. Xão se poderia loneeber. nesse

respoiKlem à satisfação de todos os pe

lados que satisfazem lodo^ os pedidos

nacional) são. iiunui certa medida, cor

didos de divisas (pelo jogo li\re da pro

IV. As diferentes formas que o mer cado clandestino das divisas pode tomar

caso, que, ao lado do câmbio oficial, coe.vistissc um outro câmbio clandestino, por c.vcmplo 1 a =: Sn', ponpie os de

derivam da explicação que demos à ori

tentores de a' não teriam nenhum inle-

cura c da oferta), eminanto (pie no mer cado clandestino. S('i s(^ apresentam os pedidos não aceitos no oficial; o balan

gem da instituição: o mercado negro

rêssc em dar 3 a' por J a,(piando podem

ço do mercado clandestino é pois iirna

aparece onde há restrições à satisfação dos pedidos de divisas. Supondo duas categorias de Estados: A - com transfe rências livres (satisfação integral dos pe

trocar, no oficial, 2 a' por 1 a. Um câmbio não oficial pode. ainda assim, c.vistir entre dois países A c. A'

parte do do mercado livro. Em compa

sive do tiuTcado livre com o (pial êlc é às \èzes eiíiifundido.

A estrutura do balanço do câmbio

clandestino depende, em primeiro lugar, das re.striçóes em \igor no país consi derado. Trata-se dum país que rejei ta s()minte uma tinica categoria do pe didos. a das despesas lurislica.s por exemplo, o mercado clandestino só co nhecerá êste pedido. Isto depende lamhém do ]ioder do controle e das pena lidades. Cantas aplicaçcãos dos pedidos dc divisas jiodem ser controladas mais fàeilmenle, por exemplo as referentes à compra de nuTcadorias estrangeiras. Para outras categorias, menos fàeihnentc conIrolâxcis. entra em j(igo o medo das

penalidades para aumentar ou diminuir as séries de pedidos.

Poder-se-ia pois estabelecer uma lista

o mercado clandestino representa tam-

de re(]uercntcs (jue se apresentam no inereado clandestino, lista que não é de da Carteira de Câmbio diante dos

interposição dum país B com nuieda

I>em, s()mentc nina parte, e o mercado oficial representa nina outra: os dois juntos formariam, mais ou menos, o ba

podidos apresentados no mercado oficial:

ladas (satisfação limitada dos pedidos), controlada on ainda por \ários países os câmbios podem dar-se em três hipó com mercado clandestino; as arbitragens

lanço do mercado livre se as transferên cias so tornassem livres. (Ê c\"identc

gar inereadorias no exterior, somente no

didos) e B — com transferências contro

com moedas li\rc.s (on similares) pela

teses: A-A, A-B e B-B. As duas últimas

oferecem o meio de adcjuirir nina di\isa

deixam a possibilidade do mercado clan destino e o subentendem mesmo duma

a uma taxa mais favorá\'el (pio a taxa

maneira geral, porque o controle só é

feito para eliminar certas categorias de pedidos de transferência — e uma re cusa semelhante provoca fenômenos de mercado negro.

oficial. Simplificpienios a hipótese: es tando o câmbio oficial das Irès moedas a

1 a = 2 a' ~ 2b, pode-se obter no mer cado negro de* B 1 a = ó" h; por outro lado, há um câmbio negro 1 a' ~ 2 b. Os pedidos de a sendo mais fortes do que os do a' no mercado clandestino de

Vimos acima (parágrafo II) que a aparição do mercado clandestino no país

B, haveria pois, interesse cm obter a

A com transferências livres, em relação

la = 3a (cm lugar dc Ia —2a'). Isto é uma simples hipótese mais prová vel no caso das arbitragens múltiplas. Veremos que o ni\'clamcnto dos câmbios pela arbitragem é impedido por causas

com o país do tipo B, explica-se, em úl timo lugar, pelo fato de que os pedidos dos nacionais do país B — ou dos deten tores da moeda b — não são satisfeitos

no câmbio oficial; os pedidos suplemen tares de a em B provocam uma aprecia

por uma arbitragem em h, resultando

ração com o balanço do mercado ("ificial,

neee.ssàriainente exata, segundo a atitu

1/

Cs eomerciantos que querem pa

certos pedidos são reduzidos no merca-

caso cm que não bá um contnMe das importações. Lsto pode acontecer quan do é permitida a importação de"uma certa categoria de mercadorias, sem co

scriíini mais desenvolvidas.

bertura cambial, por exemplo certos bens pessoais; pagum-sc então essas im

contudo que. sc a moeda se tornasse li^re, os itens mudariam um pouco: por

causa das restriçiães e das penalidades, ^lo clandestino; no mercado li\"re, cias

Outros pe-

^Hlos são, ao contrário, mais desenvolno mercado negro por cansa da

fa.va mais favorável; cias diminuiriam provavelmente sc fosseni tratadas numa

taxa lixTc mais baixa).

Vê-.sc pois que, no balanço da piocura e da oferta, no mercado clandesti

portações pelo câmbio negro. Ou então o caso duma autorização especial dc im

portação do prc)pri() disponível — exce ção concedida, em certas eireunstâncias,

pela Carteira, ou então, mais freqüente mente, diferenças de preços, comissões,

penalidades comerciais, enfim toda a es

no, a lista dos pedidos é bem diferente

pécie de serviços comerciais que não são

da duma moeda livre ou cia do mercado

aceitos pela Carteira e que, em conse

características ao mercado clandestino.

oficial. Desde o princípio, constatamos

qüência, procuram sua satisfação no

No caso das moedas livres, o nivelamen-

também que o mcrcaclo negro possui

mercado clandestino.

já.

/


1^1 1 i| II w w ^

[nijfnWlfPMW

mmm

*

140

tados pela realização oficial — que fa zem o objeto do mercado clandestino. A esfera de aplicação é muito maior

Digksto Econômico

ção de o que Incita íh t<'nlorc.s do a a SC ílirigircjn .-lo nicrcatlit clamlc.slino para obter a nioccla h nnni câmbio mais

num caso do que no outro, e isto acar

favorável.

reta também diferenças de estrutura.

c cvid('nt<': dos dois latios, há pedidos

Acreditamos, pois, que é preciso re servar o nome de mercado livre ao mer

cado em que as transações se fazem li vremente sem restrições legais; de mer

cado oficial ao mercado dirigido pela

Quanto :'i liip<)t( >;c li-Ii, cia

não satisfeitos fjnc se dirigem ao mer

cado clamleslino para .serem satisfeitos conforme as leis (pie \amos xcr. Enfim, ua liip(')lese A-A temos, pura

Digesto

14Í

Econômico

to produz-se a eatla momento, sem re

uma fisiononiia especial que o diferencia

servas.

dos outros mercados de câmbio — inclu

V. De\cin()s agora ai)rangcr mais do perto o fenihneno do mereiido elandeslino do câmbio. .\ primeira etapa é a de enumerar as c.ilegorias dc pedidos

ípie se apresentam no mercado e cpic delerminarão. cm c(piilíbrio eoin as ofm'tas, a laxu negra dc câmbio.

As categorias de pedidos di' di\isas (c impiieitanunte dc ofertas de moeda

autoridade; de mercado paralelo ao que

c simpic.smcntc, mn mercado Ii\re do câmbio. Se se trata de regini,-s contro

se refere às transações livres admitidas num certo setor ao lado do oficial; e de

dc divisas, já não e.visle o mercado clan-

respondentes aos itens do balança do

mercado clandestino ou negro ao mer

dc.stino, ]50is rpie é inútil: os pedidos

cado que se forma, a despeito das res

.são satisfeitos dos dois lados no ràinbio

pagainenlo dnma moeda U\re. Numa eerta medida s(')menl<'. porque ("-sles eor-

trições legais, para as transferencias não aceitas no mercado oficial do cambio

oficial. Xão se poderia loneeber. nesse

respoiKlem à satisfação de todos os pe

lados que satisfazem lodo^ os pedidos

nacional) são. iiunui certa medida, cor

didos de divisas (pelo jogo li\re da pro

IV. As diferentes formas que o mer cado clandestino das divisas pode tomar

caso, que, ao lado do câmbio oficial, coe.vistissc um outro câmbio clandestino, por c.vcmplo 1 a =: Sn', ponpie os de

derivam da explicação que demos à ori

tentores de a' não teriam nenhum inle-

cura c da oferta), eminanto (pie no mer cado clandestino. S('i s(^ apresentam os pedidos não aceitos no oficial; o balan

gem da instituição: o mercado negro

rêssc em dar 3 a' por J a,(piando podem

ço do mercado clandestino é pois iirna

aparece onde há restrições à satisfação dos pedidos de divisas. Supondo duas categorias de Estados: A - com transfe rências livres (satisfação integral dos pe

trocar, no oficial, 2 a' por 1 a. Um câmbio não oficial pode. ainda assim, c.vistir entre dois países A c. A'

parte do do mercado livro. Em compa

sive do tiuTcado livre com o (pial êlc é às \èzes eiíiifundido.

A estrutura do balanço do câmbio

clandestino depende, em primeiro lugar, das re.striçóes em \igor no país consi derado. Trata-se dum país que rejei ta s()minte uma tinica categoria do pe didos. a das despesas lurislica.s por exemplo, o mercado clandestino só co nhecerá êste pedido. Isto depende lamhém do ]ioder do controle e das pena lidades. Cantas aplicaçcãos dos pedidos dc divisas jiodem ser controladas mais fàeilmenle, por exemplo as referentes à compra de nuTcadorias estrangeiras. Para outras categorias, menos fàeihnentc conIrolâxcis. entra em j(igo o medo das

penalidades para aumentar ou diminuir as séries de pedidos.

Poder-se-ia pois estabelecer uma lista

o mercado clandestino representa tam-

de re(]uercntcs (jue se apresentam no inereado clandestino, lista que não é de da Carteira de Câmbio diante dos

interposição dum país B com nuieda

I>em, s()mentc nina parte, e o mercado oficial representa nina outra: os dois juntos formariam, mais ou menos, o ba

podidos apresentados no mercado oficial:

ladas (satisfação limitada dos pedidos), controlada on ainda por \ários países os câmbios podem dar-se em três hipó com mercado clandestino; as arbitragens

lanço do mercado livre se as transferên cias so tornassem livres. (Ê c\"identc

gar inereadorias no exterior, somente no

didos) e B — com transferências contro

com moedas li\rc.s (on similares) pela

teses: A-A, A-B e B-B. As duas últimas

oferecem o meio de adcjuirir nina di\isa

deixam a possibilidade do mercado clan destino e o subentendem mesmo duma

a uma taxa mais favorá\'el (pio a taxa

maneira geral, porque o controle só é

feito para eliminar certas categorias de pedidos de transferência — e uma re cusa semelhante provoca fenômenos de mercado negro.

oficial. Simplificpienios a hipótese: es tando o câmbio oficial das Irès moedas a

1 a = 2 a' ~ 2b, pode-se obter no mer cado negro de* B 1 a = ó" h; por outro lado, há um câmbio negro 1 a' ~ 2 b. Os pedidos de a sendo mais fortes do que os do a' no mercado clandestino de

Vimos acima (parágrafo II) que a aparição do mercado clandestino no país

B, haveria pois, interesse cm obter a

A com transferências livres, em relação

la = 3a (cm lugar dc Ia —2a'). Isto é uma simples hipótese mais prová vel no caso das arbitragens múltiplas. Veremos que o ni\'clamcnto dos câmbios pela arbitragem é impedido por causas

com o país do tipo B, explica-se, em úl timo lugar, pelo fato de que os pedidos dos nacionais do país B — ou dos deten tores da moeda b — não são satisfeitos

no câmbio oficial; os pedidos suplemen tares de a em B provocam uma aprecia

por uma arbitragem em h, resultando

ração com o balanço do mercado ("ificial,

neee.ssàriainente exata, segundo a atitu

1/

Cs eomerciantos que querem pa

certos pedidos são reduzidos no merca-

caso cm que não bá um contnMe das importações. Lsto pode acontecer quan do é permitida a importação de"uma certa categoria de mercadorias, sem co

scriíini mais desenvolvidas.

bertura cambial, por exemplo certos bens pessoais; pagum-sc então essas im

contudo que. sc a moeda se tornasse li^re, os itens mudariam um pouco: por

causa das restriçiães e das penalidades, ^lo clandestino; no mercado li\"re, cias

Outros pe-

^Hlos são, ao contrário, mais desenvolno mercado negro por cansa da

fa.va mais favorável; cias diminuiriam provavelmente sc fosseni tratadas numa

taxa lixTc mais baixa).

Vê-.sc pois que, no balanço da piocura e da oferta, no mercado clandesti

portações pelo câmbio negro. Ou então o caso duma autorização especial dc im

portação do prc)pri() disponível — exce ção concedida, em certas eireunstâncias,

pela Carteira, ou então, mais freqüente mente, diferenças de preços, comissões,

penalidades comerciais, enfim toda a es

no, a lista dos pedidos é bem diferente

pécie de serviços comerciais que não são

da duma moeda livre ou cia do mercado

aceitos pela Carteira e que, em conse

características ao mercado clandestino.

oficial. Desde o princípio, constatamos

qüência, procuram sua satisfação no

No caso das moedas livres, o nivelamen-

também que o mcrcaclo negro possui

mercado clandestino.

já.

/


142

Dicesto

2/ As despesas de turismo. É um item que quase sempre, com exceção das

\iagens oficiais e de certas categorias geralmente admitidas (viagens de estu dos ou para tratamentos médicos, às vêzes também viagens de recreios, por quantias reduzidas) não tem aceitação para a transferência oficial. •3/ As remessas pessoais. Trata-se do pagamento duma dívida contraída

no exterior, do repatriamento duma ren

da realizada por um estrangeiro, ou de

^ um bem liquidado, de ajuda a pessoas

residentes no estrangeiro, etc., não têm geralmente acesso no mercado oficial,

salvo o caso em que, por exemplo, doi.s

.v

países estabeleçam por um aeòrdo de pagamentos as categorias aceitas (caso

dum acordo de imigração).

4/ As transferencias de capitais É

^ a categoria mais estritamente regulamentada; o controle dos câmbios visou sem^

pre, em primeiro lugar, ao domínio sobre

.

estes movimentos que, às ^•ôzes, periclita\-am a posição da moeda nacional.

I, r

Elita categoria também é qua.se que reduzida no mercado clandestino, poi.s não -SC pode levar em consideração as transferências consistindo em investimen tos no estrangeiro, sendo ísso feito em mercadorias ou por outro meio oficial.

Os invc.stidores prefeririam às vêzcs o câmbio negro, mais favorável, mas se chocariam com os controles oficiais.

7T^

mr

m

O

Econômico

rno que alguém quisesse "i-spccular" sôbre a divi.sa, uma vez cjiic éle se diri

unia taxa de h em a no lueii-ailo A e uma taxa d<' a <'ni h no mercado B.

destino, Somente, não dexcmos esque

Pelas arhitiagens. essas taxas dcxerao corrcsponder-se (eom as resiTx as que fa

lução unicamente dâslc mercado, regido

remos mais abaixo).

Não do\omos

lhe conceder maior importância além dêstc mercado: tima especulação "à Ia

Devemos entretanto notar um traço

especifico eoncernenle à oferta dc di

baisse", por exemplo, decorre dum prog

visas estrangeiras num certo mercado

nóstico de baixa no mercado clandestino.

clandestino.

É preei.so evitar de tirar conclusões quanto à posição da respccti\a moeda.

oferecem sua moeda afim dc obter a

Todos os pedidos de divisas, que po dem aparecer mais ou menos numerosos,

recem tcndo-a adciuirido por especula

Fora dos estrangeiros que

outra nioiída, c- os nacionais «pu' a ofe

no mercado clandestino, corcspondcm a uma oferta di; moeda nacional, oferta que é aceita pela outra parte, se os res

mo o fizeram eles? Certamenlo. obtendo divisas no mercado oficial o levando-as

entre as mãos dos competidores do mes

eni .seguida ao mercado clandestino. Isto

mo país; isto não muda o aspecto geral do mercado, porque lhe é indiferente

poderia ter acontecido de várias ma neiras:

1/ Os exportadores nacionais cpie se

riam obrigados a ceder à Carleira de

visa e.slrangeira seja também procurada

Câmbio as divisas resultantes de snas

para coljrir uma exportação oficial, ain da não paga por um comprador real: servirá para adquirir divisas, num outi-o

vendas no cstvangeiio podem se fazer

poderão ter repercussões no mei-cado

clandestino, a princípio por um pedido suplementar de divisas, depois por uma

Carteira as divisas necessárias para o pa

ça).

fazem faturar preços majorados; a di .

menle li\ re. e cia nos fornece um outro

elemento (pie de\ erá .ser tomado em con sideração na detcnninação da taxa negra do câmbio. Com efeito, o volume da

oferta dc moeda estrangeira no país de moeda mais depreciada no mercado clan destino, não dependerá somente da pre sença das categorias normais de ofer

I

tantes (como no balanço do mercado livre), mas também dc possibilidade mais ou menos grande de cstravios do

^^sultante.

gamento de suas compras no estrangeirei,

seu mercado clandestino os requerentes de b (e ofertantes de a): comerciantes

Esta situação especial do mercado

preços de importação e exportação redu zirá as possibilidades dc obter divisas pelos processos 1/ e 2/; a distribuição mais parcimoniosa ou mesmo nula das

oferta de divisas realizadas noutra pra

to de vista do país A, encontraremos em

no. mercado clandestino, senão a opera

ção traria déficit.

mercado oficial para o mercado clan

2/ Os importadores que obtêm da

Se olliarmos as coisas somente do pon

destino. se a di\ isa b for melhor cotada

pagar um suprapreço "negro" que lhes

fica disponível no estrangeiro. Esta di ferença pode ficar em suas mãos ou, sobretudo, ser apresentada no mcrcadc) clandestino para repatriar o benefício daí

lugar. Mas, essas diferentes operações

teresse em obter a divisa h no câmbio

oficial para vendê-la no mercado clan

outro aspecto diferente dêste mercado, que o distingue dum mercado pròpria-

meiro. (Devemos também acrescentar

dum estrangeiro. Pode ser que a di

neeessidaclos reais do beneficiário, elas

se apresentarão no mercado clandestino. É exidenle {pie essas práticas só se realizam num sentido, para a obtenção da di\ isa que tenha um câmbio negro superior ao câmbio oficial: cfethamente, os eonipetidorcs do pais A só terão in

há uma categoria especial de ofertantes que, pura adquirir a moeda estrangeira,

país puderem cobrir as ofertas do pri

que a oferta provenha dum nacional ou

Má enfim as divisas que foram

elaiidestino tem a sua importância que não deve ser ignorada. Ela mostra um

óc rcíjuerentes enumeradas acima. Co

as transmissões sucessivas duma di\-isa

3/

concedidas pela Carteira, para o turis mo. para certas remessas pessoais, etc.; na medida em que elas ultrapassaram as

ção, subterfúgio, etc. e (pie (pievcm ago ra realizar a soma ein moeda nacional,

nunca fizeram parte duma das categorias

pectivos pedidos dc divisas no outro

manece para certas diferenças. Portanto, esta categoria de pedidos é formada so

termédio da Carteira de Câmbio e mes-

Ila\crá no mercad«i clan-

dentes qu<* se apresentarão. Ua\'erá

cer qu(! os que querem especular neste mercado, o fazx-m tendo cm vi.sta a evo

aquele que adquire as divisas obtém, pelo momento, uma mercadoria que lhe

pedidos e as ofertas são feitos por in

ristas, etc.

(le.slino de li duas i-alegorias correspon

mesma taxa oficial. A c.speculaçTio só podcriii ser realizada no mercado clan

por suas regra.s (;spcciais.

que querem pagar suprapreços ou co-

inissüos, capitalistas. esp<culadorcs, tu

gisse à Carteira, só trocaria a divisa pela

mercado clandestino muitas vézcs só per bretudo pelos capitius fugitivos, que que rem SC pôr ao abrigo duma desvaloriza ção, do fisco, duma guerra, etc. 5/ A especulação. Quase que não é possível fazer operações especulativas no mercado oficial, pois toda venda e com pra de divisas deve ser justificada. Os

f

Dicesto Econónhco

ferença entre o preço real e o preço faturado lhes é restítuída pelos vendedo res estrangeiros e pode alimentar a ofer ta no mercado clandestino.

destino: um contròle mais estrito dos

divisas oficiais para viagens, remessas,

etc. (porque aí o controle é menos fá cil, uma vez concedida a divisa) para lisará o processo descrito no ponto 3. É evidente que uma falta total de con trole quanto às cx-portações e às impor tações (dispensando licença prévia, por exemplo) ou uma atitude muito liberal


142

Dicesto

2/ As despesas de turismo. É um item que quase sempre, com exceção das

\iagens oficiais e de certas categorias geralmente admitidas (viagens de estu dos ou para tratamentos médicos, às vêzes também viagens de recreios, por quantias reduzidas) não tem aceitação para a transferência oficial. •3/ As remessas pessoais. Trata-se do pagamento duma dívida contraída

no exterior, do repatriamento duma ren

da realizada por um estrangeiro, ou de

^ um bem liquidado, de ajuda a pessoas

residentes no estrangeiro, etc., não têm geralmente acesso no mercado oficial,

salvo o caso em que, por exemplo, doi.s

.v

países estabeleçam por um aeòrdo de pagamentos as categorias aceitas (caso

dum acordo de imigração).

4/ As transferencias de capitais É

^ a categoria mais estritamente regulamentada; o controle dos câmbios visou sem^

pre, em primeiro lugar, ao domínio sobre

.

estes movimentos que, às ^•ôzes, periclita\-am a posição da moeda nacional.

I, r

Elita categoria também é qua.se que reduzida no mercado clandestino, poi.s não -SC pode levar em consideração as transferências consistindo em investimen tos no estrangeiro, sendo ísso feito em mercadorias ou por outro meio oficial.

Os invc.stidores prefeririam às vêzcs o câmbio negro, mais favorável, mas se chocariam com os controles oficiais.

7T^

mr

m

O

Econômico

rno que alguém quisesse "i-spccular" sôbre a divi.sa, uma vez cjiic éle se diri

unia taxa de h em a no lueii-ailo A e uma taxa d<' a <'ni h no mercado B.

destino, Somente, não dexcmos esque

Pelas arhitiagens. essas taxas dcxerao corrcsponder-se (eom as resiTx as que fa

lução unicamente dâslc mercado, regido

remos mais abaixo).

Não do\omos

lhe conceder maior importância além dêstc mercado: tima especulação "à Ia

Devemos entretanto notar um traço

especifico eoncernenle à oferta dc di

baisse", por exemplo, decorre dum prog

visas estrangeiras num certo mercado

nóstico de baixa no mercado clandestino.

clandestino.

É preei.so evitar de tirar conclusões quanto à posição da respccti\a moeda.

oferecem sua moeda afim dc obter a

Todos os pedidos de divisas, que po dem aparecer mais ou menos numerosos,

recem tcndo-a adciuirido por especula

Fora dos estrangeiros que

outra nioiída, c- os nacionais «pu' a ofe

no mercado clandestino, corcspondcm a uma oferta di; moeda nacional, oferta que é aceita pela outra parte, se os res

mo o fizeram eles? Certamenlo. obtendo divisas no mercado oficial o levando-as

entre as mãos dos competidores do mes

eni .seguida ao mercado clandestino. Isto

mo país; isto não muda o aspecto geral do mercado, porque lhe é indiferente

poderia ter acontecido de várias ma neiras:

1/ Os exportadores nacionais cpie se

riam obrigados a ceder à Carleira de

visa e.slrangeira seja também procurada

Câmbio as divisas resultantes de snas

para coljrir uma exportação oficial, ain da não paga por um comprador real: servirá para adquirir divisas, num outi-o

vendas no cstvangeiio podem se fazer

poderão ter repercussões no mei-cado

clandestino, a princípio por um pedido suplementar de divisas, depois por uma

Carteira as divisas necessárias para o pa

ça).

fazem faturar preços majorados; a di .

menle li\ re. e cia nos fornece um outro

elemento (pie de\ erá .ser tomado em con sideração na detcnninação da taxa negra do câmbio. Com efeito, o volume da

oferta dc moeda estrangeira no país de moeda mais depreciada no mercado clan destino, não dependerá somente da pre sença das categorias normais de ofer

I

tantes (como no balanço do mercado livre), mas também dc possibilidade mais ou menos grande de cstravios do

^^sultante.

gamento de suas compras no estrangeirei,

seu mercado clandestino os requerentes de b (e ofertantes de a): comerciantes

Esta situação especial do mercado

preços de importação e exportação redu zirá as possibilidades dc obter divisas pelos processos 1/ e 2/; a distribuição mais parcimoniosa ou mesmo nula das

oferta de divisas realizadas noutra pra

to de vista do país A, encontraremos em

no. mercado clandestino, senão a opera

ção traria déficit.

mercado oficial para o mercado clan

2/ Os importadores que obtêm da

Se olliarmos as coisas somente do pon

destino. se a di\ isa b for melhor cotada

pagar um suprapreço "negro" que lhes

fica disponível no estrangeiro. Esta di ferença pode ficar em suas mãos ou, sobretudo, ser apresentada no mcrcadc) clandestino para repatriar o benefício daí

lugar. Mas, essas diferentes operações

teresse em obter a divisa h no câmbio

oficial para vendê-la no mercado clan

outro aspecto diferente dêste mercado, que o distingue dum mercado pròpria-

meiro. (Devemos também acrescentar

dum estrangeiro. Pode ser que a di

neeessidaclos reais do beneficiário, elas

se apresentarão no mercado clandestino. É exidenle {pie essas práticas só se realizam num sentido, para a obtenção da di\ isa que tenha um câmbio negro superior ao câmbio oficial: cfethamente, os eonipetidorcs do pais A só terão in

há uma categoria especial de ofertantes que, pura adquirir a moeda estrangeira,

país puderem cobrir as ofertas do pri

que a oferta provenha dum nacional ou

Má enfim as divisas que foram

elaiidestino tem a sua importância que não deve ser ignorada. Ela mostra um

óc rcíjuerentes enumeradas acima. Co

as transmissões sucessivas duma di\-isa

3/

concedidas pela Carteira, para o turis mo. para certas remessas pessoais, etc.; na medida em que elas ultrapassaram as

ção, subterfúgio, etc. e (pie (pievcm ago ra realizar a soma ein moeda nacional,

nunca fizeram parte duma das categorias

pectivos pedidos dc divisas no outro

manece para certas diferenças. Portanto, esta categoria de pedidos é formada so

termédio da Carteira de Câmbio e mes-

Ila\crá no mercad«i clan-

dentes qu<* se apresentarão. Ua\'erá

cer qu(! os que querem especular neste mercado, o fazx-m tendo cm vi.sta a evo

aquele que adquire as divisas obtém, pelo momento, uma mercadoria que lhe

pedidos e as ofertas são feitos por in

ristas, etc.

(le.slino de li duas i-alegorias correspon

mesma taxa oficial. A c.speculaçTio só podcriii ser realizada no mercado clan

por suas regra.s (;spcciais.

que querem pagar suprapreços ou co-

inissüos, capitalistas. esp<culadorcs, tu

gisse à Carteira, só trocaria a divisa pela

mercado clandestino muitas vézcs só per bretudo pelos capitius fugitivos, que que rem SC pôr ao abrigo duma desvaloriza ção, do fisco, duma guerra, etc. 5/ A especulação. Quase que não é possível fazer operações especulativas no mercado oficial, pois toda venda e com pra de divisas deve ser justificada. Os

f

Dicesto Econónhco

ferença entre o preço real e o preço faturado lhes é restítuída pelos vendedo res estrangeiros e pode alimentar a ofer ta no mercado clandestino.

destino: um contròle mais estrito dos

divisas oficiais para viagens, remessas,

etc. (porque aí o controle é menos fá cil, uma vez concedida a divisa) para lisará o processo descrito no ponto 3. É evidente que uma falta total de con trole quanto às cx-portações e às impor tações (dispensando licença prévia, por exemplo) ou uma atitude muito liberal


144

m

ISH».

íi ^

w

:

Dir MSTO

Dicesto

Econômico

cadorias e não de tõdas.

145

No segundo

nas distribuições dás divisas para via gens. etc., seriam logo utilizadas para

idéia.s que cada um faz do \alor da

Caso, <jue se reiere às divisas compra

meio cie reserva ou como instrumento de

desviar o próprio fundamento do càinbio,

moeda desejada <m ainda, pois ead.i re

das jiar.i tiirisino ou par.i remessas pes

especulação, e as o.stimatívas aí se refe

porque elas ser\iriam para satisfazer, por um processo deturpado, os pedidos

querente duma moeda é ao me.smo (em

po ofertante da outra, da r«-Íação entre

soais ao eslraiigciio, seiá sempre visado O jHKler a(jiiisili\{) geral das <luas moe

cuja supressão houvesse imposto a cria

o \'alor das duas moedas em jògo. Cada

ção do sistema. Notemos também que

participante faz iim balanço entre o sa

rindo (e (jue não têm nada que ver com o poder aquisitivo) deteniúnam uma mudança no câmbio, ultrapassando a re lação tios preçxis entre as duas moedas.

uma atitude semelhante favoreceria a

crifício ao qual élc deveria ccm.sentir, renunciando a uma certa íjuanlidadc

taxa clandestina, que seria melhorada

por uma entrada em massa de divisas, enquanto que pioraria a posição do câm bio oficial. Efetivamente, o càml>io ofi

cial continuaria está\el por definição,

mas o dc.scciuilíbrio do balanço de paga mentos, a\iUado pelo desvio das divisas para o iruírcado clandestino, faria uma

forte pressão que não seria suportável por muito tempo. Observemos por outro

lado que há um certo complemento en tre os mercados oficial c clandestino

Suponliamos que uma categoria de pe didos, até aqui não satisfeitos, seja aceita

individuais?

Ela.s .são o resultado cias

duma moeda, o a vantagem cpic obteria adtpiirindo nma quanliclach' da outra. Será pois, de um lado. o valor duma

moeda, o serviço {pu- se espera (jiie ela preste, por outro lado, será a mesma

estimativa para a outra moeda. E que

Notemos também, novamente, que o câmbio negro aparece não somente em

relação a certas categorias de pedidos e de ofertas, mas também às restrições que são a própria causa do mercado clandestino. É preciso liaver ainda mais restrições e controle para impedir, em seguida, as inanifestações do mercado clandestino, que só podem ser conipletamenle reduzidas graças a uma regu lamentação muito estrita, e sobretudo

graças à educação cívica e à disciplina dos_ nacionais. (1). VI. Como em todo mercado, as cur

do prójjrio comprador ou em favor ilo bcnelieiário da renu-ssa. C) sacrifieio que se faz dum lado c-m poder de com pra (l('\4Ta ao menos ser compensado pela Vantagem obtida do ontro lado. A

relação tios jucços (custo da vida) será dm elemento de iirimeira importáiieia. Será èle o único ou o mais determinan te? Se IVisse assim, não se encontrariam

Estas estimativas entram também na

determinação do câmbio livre, mas no caso das moedas controladas as estima

tivas .são muito mais complicadas. As e.stiniativas serão influenciadas por ele

mentos levando sobre vários pontos que E um aspecto (jiiase "técnico", pois a es

meio de e.spceulação. ete. (2). .Ao ladc>

grandes (pie permite aos detentores de

dum lado, a área do ponto de vista do

divisas oliler, em moeda nacional, uin

espaçH). o teiTítório onde a respectiva mtietla pode circular com mais ou menos

desse elemento cpialitativo, encontramos

tidade quando a relação dos \-aIorcs é

iiicreado negro do câmbio dá saltos tão

poder aíjiiisltivo exorbitante. Trata-se das situações confusas, de inflação c de debandada financeira. ü fato é que, nessas elieunstâncias, é permitido a uin

iriada em moeda nacional é enorme. É

esta a real relação dos podercs aquisiti-

rias, seja como poder aquisitivo ge rai no respectivo país estrangeiro, seja como reserva certa de valor, soja como

instrumento de especulação. No pri meiro caso, a estimativa dependerá da relação dos podercs aquisitivos da.s duas moedas quanto às mercadorias trocadas; dado que estas operações são geralmen

vas de estimativas individuais dos reque

te bem. controladas c que, em conse

qüência, o câmbio clandestino só pode visar a cortas categorias dc mercadorias

encontro resultará a taxa negra do câm

(y. supra), as estimativas individuais

bio. Que representam estas estimativas

visarão à relação dos preços dentas mer-

ponto dc vista técnico, as categorias de operações que são pcnnitidas com a

sob o angulo dn liberdade, porque uma moeda cujos movimentos são mais rela xados será mais apreciada do ponto de

^'os?

Digamos que no câmbio oficial

~ 5 h, um detentor do a deva gastar

í

liberdacle, dum outro lado, a iírea do

respectiva moeda. Como meio de paga

Reparando as coisas mais de perto, observamos que c.sta.s c.stimativas individiiai.s podem vir .sol) difercnte.s aspectos. odc-sc desejar a moeda estrangeira, seja conui poder aquisitivo de mercado

timativa depentle da modalidade de funeitmamento dc cada moeda. Depende, primeiro, da área da respectiva moeda:

detentor de divisas estrangeiras viver com uma quantia irrisória qne, tran.sfor-

mais favorável.

i

mento, a moeda será também estimada

vista

dos

pagamentos

internacionais.

100 a =z !^00 h para viver um mês no

Como medida de valor, as estimativas vi

Pííís B. Admitamos que, por causa da

sarão à constância da respectiva moeda;

inflação, os preços em B subam 10 vè-

aí intei\ém um elemento temjxiral. Esta

2cs; 100(1 só representarão no câmbio °f'cial 10 vc7.cs menos o poder aquisi-

constância dependerá não somente da

inicial, mas o câmbio negro segue

posição geral da moeda e da economia

c niovin^í^nto dos preços: ter-se-á pois

tude expressa ou presumida do respectii'o Govêrno quanto à sua posição. Erifim, como meio de reser\'a, a moeda

^'c-.so

beneficiando-se o detentor de

poder aquisitivo dos 500 b iniciais. A

será procurada pela segurança que ela apresenta, tanto referente à posição da economia quanto aos detalhes técnicos (por exemplo, será procurada a moeda

tíixa clandestina excedeu a relação dos

dum país onde as contas de banco sejam

ra viver uni mês com somente 20 o,

porque êlc obterá 100.000 b que terão o

-1

em que cia circula, mas também da ati

^^50h, Mas, num dado momento, ^ dum novo câmbio 1 a = 5000 b, pode-

-1

contribuem na definição duma moeda.

situações baslant*- numerosas em (juc o

rentes c dos ofertantes no mercado clan

destino virão se entrechocar, e deste

das; a div isa « strangeira será iiroeiirada como meio geral de aípiisição, em favor

estrangeira ó também procurada como

serviço pode prestar cada moeda? Já o sabemos: ela pode ser poder ac|uisitivo ou líberatórío, reserva de valor,

tainliém um aspecto quantitativo, porque, no mercada oficial: a cotação da moeda evidentemente, cada pessoa rpie se apre sentar no mareado clandestino do câm nacional melhorará no mercado clandes bio, visará a uma série dc cjuantidades tino; por outro lado, o balanço de paga por uma série de relações d(.> valor, estan mentos oficial SC deteriorará pela apa do cada um disposto a aumentar a cjiianrição dum novo item de passivo.

A'*

i

Econó> rico

preços, porque ela é determinada por

mais livres e as sanções menos graves; o

outros elementos; com efeito, a moeda

regime dos bancos, sua discrição, sua

-.'•1


144

m

ISH».

íi ^

w

:

Dir MSTO

Dicesto

Econômico

cadorias e não de tõdas.

145

No segundo

nas distribuições dás divisas para via gens. etc., seriam logo utilizadas para

idéia.s que cada um faz do \alor da

Caso, <jue se reiere às divisas compra

meio cie reserva ou como instrumento de

desviar o próprio fundamento do càinbio,

moeda desejada <m ainda, pois ead.i re

das jiar.i tiirisino ou par.i remessas pes

especulação, e as o.stimatívas aí se refe

porque elas ser\iriam para satisfazer, por um processo deturpado, os pedidos

querente duma moeda é ao me.smo (em

po ofertante da outra, da r«-Íação entre

soais ao eslraiigciio, seiá sempre visado O jHKler a(jiiisili\{) geral das <luas moe

cuja supressão houvesse imposto a cria

o \'alor das duas moedas em jògo. Cada

ção do sistema. Notemos também que

participante faz iim balanço entre o sa

rindo (e (jue não têm nada que ver com o poder aquisitivo) deteniúnam uma mudança no câmbio, ultrapassando a re lação tios preçxis entre as duas moedas.

uma atitude semelhante favoreceria a

crifício ao qual élc deveria ccm.sentir, renunciando a uma certa íjuanlidadc

taxa clandestina, que seria melhorada

por uma entrada em massa de divisas, enquanto que pioraria a posição do câm bio oficial. Efetivamente, o càml>io ofi

cial continuaria está\el por definição,

mas o dc.scciuilíbrio do balanço de paga mentos, a\iUado pelo desvio das divisas para o iruírcado clandestino, faria uma

forte pressão que não seria suportável por muito tempo. Observemos por outro

lado que há um certo complemento en tre os mercados oficial c clandestino

Suponliamos que uma categoria de pe didos, até aqui não satisfeitos, seja aceita

individuais?

Ela.s .são o resultado cias

duma moeda, o a vantagem cpic obteria adtpiirindo nma quanliclach' da outra. Será pois, de um lado. o valor duma

moeda, o serviço {pu- se espera (jiie ela preste, por outro lado, será a mesma

estimativa para a outra moeda. E que

Notemos também, novamente, que o câmbio negro aparece não somente em

relação a certas categorias de pedidos e de ofertas, mas também às restrições que são a própria causa do mercado clandestino. É preciso liaver ainda mais restrições e controle para impedir, em seguida, as inanifestações do mercado clandestino, que só podem ser conipletamenle reduzidas graças a uma regu lamentação muito estrita, e sobretudo

graças à educação cívica e à disciplina dos_ nacionais. (1). VI. Como em todo mercado, as cur

do prójjrio comprador ou em favor ilo bcnelieiário da renu-ssa. C) sacrifieio que se faz dum lado c-m poder de com pra (l('\4Ta ao menos ser compensado pela Vantagem obtida do ontro lado. A

relação tios jucços (custo da vida) será dm elemento de iirimeira importáiieia. Será èle o único ou o mais determinan te? Se IVisse assim, não se encontrariam

Estas estimativas entram também na

determinação do câmbio livre, mas no caso das moedas controladas as estima

tivas .são muito mais complicadas. As e.stiniativas serão influenciadas por ele

mentos levando sobre vários pontos que E um aspecto (jiiase "técnico", pois a es

meio de e.spceulação. ete. (2). .Ao ladc>

grandes (pie permite aos detentores de

dum lado, a área do ponto de vista do

divisas oliler, em moeda nacional, uin

espaçH). o teiTítório onde a respectiva mtietla pode circular com mais ou menos

desse elemento cpialitativo, encontramos

tidade quando a relação dos \-aIorcs é

iiicreado negro do câmbio dá saltos tão

poder aíjiiisltivo exorbitante. Trata-se das situações confusas, de inflação c de debandada financeira. ü fato é que, nessas elieunstâncias, é permitido a uin

iriada em moeda nacional é enorme. É

esta a real relação dos podercs aquisiti-

rias, seja como poder aquisitivo ge rai no respectivo país estrangeiro, seja como reserva certa de valor, soja como

instrumento de especulação. No pri meiro caso, a estimativa dependerá da relação dos podercs aquisitivos da.s duas moedas quanto às mercadorias trocadas; dado que estas operações são geralmen

vas de estimativas individuais dos reque

te bem. controladas c que, em conse

qüência, o câmbio clandestino só pode visar a cortas categorias dc mercadorias

encontro resultará a taxa negra do câm

(y. supra), as estimativas individuais

bio. Que representam estas estimativas

visarão à relação dos preços dentas mer-

ponto dc vista técnico, as categorias de operações que são pcnnitidas com a

sob o angulo dn liberdade, porque uma moeda cujos movimentos são mais rela xados será mais apreciada do ponto de

^'os?

Digamos que no câmbio oficial

~ 5 h, um detentor do a deva gastar

í

liberdacle, dum outro lado, a iírea do

respectiva moeda. Como meio de paga

Reparando as coisas mais de perto, observamos que c.sta.s c.stimativas individiiai.s podem vir .sol) difercnte.s aspectos. odc-sc desejar a moeda estrangeira, seja conui poder aquisitivo de mercado

timativa depentle da modalidade de funeitmamento dc cada moeda. Depende, primeiro, da área da respectiva moeda:

detentor de divisas estrangeiras viver com uma quantia irrisória qne, tran.sfor-

mais favorável.

i

mento, a moeda será também estimada

vista

dos

pagamentos

internacionais.

100 a =z !^00 h para viver um mês no

Como medida de valor, as estimativas vi

Pííís B. Admitamos que, por causa da

sarão à constância da respectiva moeda;

inflação, os preços em B subam 10 vè-

aí intei\ém um elemento temjxiral. Esta

2cs; 100(1 só representarão no câmbio °f'cial 10 vc7.cs menos o poder aquisi-

constância dependerá não somente da

inicial, mas o câmbio negro segue

posição geral da moeda e da economia

c niovin^í^nto dos preços: ter-se-á pois

tude expressa ou presumida do respectii'o Govêrno quanto à sua posição. Erifim, como meio de reser\'a, a moeda

^'c-.so

beneficiando-se o detentor de

poder aquisitivo dos 500 b iniciais. A

será procurada pela segurança que ela apresenta, tanto referente à posição da economia quanto aos detalhes técnicos (por exemplo, será procurada a moeda

tíixa clandestina excedeu a relação dos

dum país onde as contas de banco sejam

ra viver uni mês com somente 20 o,

porque êlc obterá 100.000 b que terão o

-1

em que cia circula, mas também da ati

^^50h, Mas, num dado momento, ^ dum novo câmbio 1 a = 5000 b, pode-

-1

contribuem na definição duma moeda.

situações baslant*- numerosas em (juc o

rentes c dos ofertantes no mercado clan

destino virão se entrechocar, e deste

das; a div isa « strangeira será iiroeiirada como meio geral de aípiisição, em favor

estrangeira ó também procurada como

serviço pode prestar cada moeda? Já o sabemos: ela pode ser poder ac|uisitivo ou líberatórío, reserva de valor,

tainliém um aspecto quantitativo, porque, no mercada oficial: a cotação da moeda evidentemente, cada pessoa rpie se apre sentar no mareado clandestino do câm nacional melhorará no mercado clandes bio, visará a uma série dc cjuantidades tino; por outro lado, o balanço de paga por uma série de relações d(.> valor, estan mentos oficial SC deteriorará pela apa do cada um disposto a aumentar a cjiianrição dum novo item de passivo.

A'*

i

Econó> rico

preços, porque ela é determinada por

mais livres e as sanções menos graves; o

outros elementos; com efeito, a moeda

regime dos bancos, sua discrição, sua

-.'•1


Dick.sií) Econômico

:46

{ndependència são elementos decisivos sob êsse ponto de vista). Êstes diferen tes aspectos da moeda — as estimativas visando às relações das moedas sob todos

aceitável pelo fato tlc ser feita a uma taxa mais favorável que no oficial: nesse caso, e desde que a taxa fique acima do oficial, os requerentes de divisas terão

êstes pontos de vista — serão determina

interesse cm fazer tòdas as operações

dos por vários elementos que veremos

pelo mercado clandestino. Em realida

mais abaixo. Vil- As estimativas individuais dos

de, não são assim a.s coisas, ponjue. e.ssas

requerentes da divisa b {o ofertantcs da moeda a) não satisfeitos no mercado ofi cial virão no mercado clandestino, onde

i

se encontrarão com as estimativas dos

requerentes de a (e ofertantes de b). Haverá pois duas séries de curvas de

procura e de oferta, que por sua inter•i

seção determinarão a taxa clandestina.

• Estas curvas serão formadas por elemenjj, tos qualitativos (as estimativas visando

Paosprecedente) aspectos emencionados no parágrafo por elementos quantitaü-

vos (as quantidades de moeda procura. das e oferecidas a um certo preço). . Como no mercado livre, as quantidades f <

são ligadas mais ou menos diretamente aos preços de procura e de oferta. Cada categoria de requerentes c de ofertantes apresenta-se com uma curva de' procura

''

e oferta recíprocas, em que as quantida

li'

des pedidas descrescem quando a taxa sobe e as quantidades oferecidas des

crescem quando a taxa baixa. Até aqui, nada de especial concernen te ao mercado clandestino, onde as coisas

opcraçõe.s são impedida.s pelas restriç-ões do próprio país ou do país-parceiro com contrôlc das transferências (v. supra, o

por esta \ ia.'' em lugar da via normal,

o controle for muito severo, ela nã«

o cámÍ)io clandestino estiver mais favo

poderá se apresentar no mercado clan destino. Igualmente, se as penas forem tão fortes que poucas pessoas corram o risco das operações negras, líá uma in finita escala de reações que pertencem à psicologia do respectivo povo. É impor

rável a b do qne o câmbio oficial. Êste limite existe também para os desvios de do oficial para o mercado clan destino, como foi exposto no parágrafo

tante ter sempre em vista esta circuns

de, conforme a categoria do pedido.

tância específica do mercado clandesti

no quando se quer ter dele uma ima gem exata, c quando se procede a uma legislação de salvaguarda da moeda na cional.

As quantidades apresentadas no mer cado oficial, procuradas e oferecidas, não dependem somente das condições aci ma, mas também das taxas.

Cada cate

goria reage de maneira diferente diante

tam no mercado.

meradas no parágrafo VI. Cada restri ção do mercado oficial provocará o apa recimento dum novo pedido no mercado clandestino; cada relaxamento o expul sará. Isto é válido também para o mer

tação, donde começam as novas transa

da ta.\a clandestina 3 a = 1 h (cm lugar do oficial 2 a = 1 h), os rc(jucrcntcs da dívi.sa a uo país B preferirão utilizar o cambio clandestino, na medida cm que os contròles Uies permitam. Êles prefe rirão pagar comissões, suprapreços, etc.,

ser que uma categoria de pedidos seja rejeitada pelo mercado oficial, mas se

As quantidades apresentadas depen dem também do rigor do controle. Pode

oficial. Teremos pois as categorias enu

tes, mas onde a operação negra torna-se

ço; por cvcinplo, fortes pedidos dc divi sas num país A provoquem a aparição

oficial. .-Vssim, a aparição do câmbio negro provoca a aparição de novas ofer tas da divisa b. o que contribuirá, numa certa medida, a eíjuilibrar a procura de b cm A. Há certamente \nu limite, por que a.s ofertas de b só se farão enquanto

ca.so das trocas do mercadorias).

se passam como no mercado livre. Quais - do preço e as cur\'as de procura e oferta serão as quantidades que entrarão na serão diferentes em função dôste. O constituição do câmbio negro? Elas preço (taxa de câmbio) é mesmo levado de adiante em consideração quando cer serão determinadas, certamente, primei tos requerentes ou ofertantes se apresen ro pelas restrições impostas no mercado

cado onde as restrições são menos for

Dice-stc) Ec4)nómico

Sobre a base da co

ções, os requerentes e os ofertantes sabe

A consideração da taxa intervém mais nu menos na determinação da quantida

No caso dos pedidos para a importação de mercadorias, cm grande parte entra nm jogo o preço, porque o interê.sse da operação diminui com a alta do preço da divisa. Para o turismo também, a

consideração do preço é ainda mais im portante, porque uma troca muito one

rosa afastaria uma grande parte duma procura que só é raramente indispen sável. Entretanto, há casos em que o

desejo dc viajar c tão forte que os re querentes estão dispostos a pagar taxas

roais desde que obtenliam a divisa que necessitam; isso depende da imporranciu da causa da viagem (3). Para

vante. Na especulação, o preço conta um poutxj mais, pois o podido só se

manifestará numa corta taxa, até o ponto em que as estimativas considerem inte

ressante a operação. Enfim, certas ope rações são diretamente determinadas pela taxa: são êstes os casos estudadas mais

acima.

Entretanto, também aí, há cur-

\ as de oferta c dc grocura em que as (juntidades são ligadas aos câmbios pos síveis. As flutxiações das quantidades es tarão pois, mais ligadas às taxas do câm

bio, segundo u constituição das catego rias de pedidos que, num dado país, apresentam-se no mercado clandestino.

VIU. Chegamos ao jx>nto de perguntarmo-nos quais são os elementos concretos que contribuem para a fLxação da taxa clandestina de câmbio num certo

n!\'el.

Vimos até aqui, quais são as

categorias de pedidos e de ofertas que se apresentam no mercado clandestino, cm que consistem as estimativas das par

tes em presença, qual é a ligação entre

as quantidades e as ta.\*as de câmbio. Tudo isso nos fala, duma maneira ge rai, do mecanismo do mercado, sem

nada dizer sobre o nível em que se fi xará a taxa de cambio, num dado mo

mento, para duas moedas em presença num mercado concreto.

Se se trata de

duas moedas controladas (onde os pedi dos de transferências não são totalmen te satisfeitos no oficial), não há nenhum limite nas variações do câmbio: as esti

mativas poderão jogar livremente num

sentido ou no outro, sem que haja razão

requerentes que querem exportar caP^^aís, a consideração da .segurança pre

necessária de estacionar numa certa taxa.

No caso duma moeda livre ou que,

rão com antecedência se se apresentam

valecendo, o preço tem menos influên

mesmo controlada, é transferível sem li

cia; bem entendido que a quantidade

mites, vimos que a taxa deverá ser sem

ou não no mercado, e suas estimativas

será reduzida se as disponibilidades em

pre superior ao câmbio oficial da moeda

compreenderão quantidades variáveis em função das taxas possíveis. As quanti dades jogam sempre em função do pre-

^oeda nacional são fixas e a taxa da

livre. Num caso ou noutro, resta saber

divisa sobe, mas, do ponto de vista da

quais são os elementos que determinam o câmbio, isto é, os elementos dos quais

curva de procura, a taxa é menos rele


Dick.sií) Econômico

:46

{ndependència são elementos decisivos sob êsse ponto de vista). Êstes diferen tes aspectos da moeda — as estimativas visando às relações das moedas sob todos

aceitável pelo fato tlc ser feita a uma taxa mais favorável que no oficial: nesse caso, e desde que a taxa fique acima do oficial, os requerentes de divisas terão

êstes pontos de vista — serão determina

interesse cm fazer tòdas as operações

dos por vários elementos que veremos

pelo mercado clandestino. Em realida

mais abaixo. Vil- As estimativas individuais dos

de, não são assim a.s coisas, ponjue. e.ssas

requerentes da divisa b {o ofertantcs da moeda a) não satisfeitos no mercado ofi cial virão no mercado clandestino, onde

i

se encontrarão com as estimativas dos

requerentes de a (e ofertantes de b). Haverá pois duas séries de curvas de

procura e de oferta, que por sua inter•i

seção determinarão a taxa clandestina.

• Estas curvas serão formadas por elemenjj, tos qualitativos (as estimativas visando

Paosprecedente) aspectos emencionados no parágrafo por elementos quantitaü-

vos (as quantidades de moeda procura. das e oferecidas a um certo preço). . Como no mercado livre, as quantidades f <

são ligadas mais ou menos diretamente aos preços de procura e de oferta. Cada categoria de requerentes c de ofertantes apresenta-se com uma curva de' procura

''

e oferta recíprocas, em que as quantida

li'

des pedidas descrescem quando a taxa sobe e as quantidades oferecidas des

crescem quando a taxa baixa. Até aqui, nada de especial concernen te ao mercado clandestino, onde as coisas

opcraçõe.s são impedida.s pelas restriç-ões do próprio país ou do país-parceiro com contrôlc das transferências (v. supra, o

por esta \ ia.'' em lugar da via normal,

o controle for muito severo, ela nã«

o cámÍ)io clandestino estiver mais favo

poderá se apresentar no mercado clan destino. Igualmente, se as penas forem tão fortes que poucas pessoas corram o risco das operações negras, líá uma in finita escala de reações que pertencem à psicologia do respectivo povo. É impor

rável a b do qne o câmbio oficial. Êste limite existe também para os desvios de do oficial para o mercado clan destino, como foi exposto no parágrafo

tante ter sempre em vista esta circuns

de, conforme a categoria do pedido.

tância específica do mercado clandesti

no quando se quer ter dele uma ima gem exata, c quando se procede a uma legislação de salvaguarda da moeda na cional.

As quantidades apresentadas no mer cado oficial, procuradas e oferecidas, não dependem somente das condições aci ma, mas também das taxas.

Cada cate

goria reage de maneira diferente diante

tam no mercado.

meradas no parágrafo VI. Cada restri ção do mercado oficial provocará o apa recimento dum novo pedido no mercado clandestino; cada relaxamento o expul sará. Isto é válido também para o mer

tação, donde começam as novas transa

da ta.\a clandestina 3 a = 1 h (cm lugar do oficial 2 a = 1 h), os rc(jucrcntcs da dívi.sa a uo país B preferirão utilizar o cambio clandestino, na medida cm que os contròles Uies permitam. Êles prefe rirão pagar comissões, suprapreços, etc.,

ser que uma categoria de pedidos seja rejeitada pelo mercado oficial, mas se

As quantidades apresentadas depen dem também do rigor do controle. Pode

oficial. Teremos pois as categorias enu

tes, mas onde a operação negra torna-se

ço; por cvcinplo, fortes pedidos dc divi sas num país A provoquem a aparição

oficial. .-Vssim, a aparição do câmbio negro provoca a aparição de novas ofer tas da divisa b. o que contribuirá, numa certa medida, a eíjuilibrar a procura de b cm A. Há certamente \nu limite, por que a.s ofertas de b só se farão enquanto

ca.so das trocas do mercadorias).

se passam como no mercado livre. Quais - do preço e as cur\'as de procura e oferta serão as quantidades que entrarão na serão diferentes em função dôste. O constituição do câmbio negro? Elas preço (taxa de câmbio) é mesmo levado de adiante em consideração quando cer serão determinadas, certamente, primei tos requerentes ou ofertantes se apresen ro pelas restrições impostas no mercado

cado onde as restrições são menos for

Dice-stc) Ec4)nómico

Sobre a base da co

ções, os requerentes e os ofertantes sabe

A consideração da taxa intervém mais nu menos na determinação da quantida

No caso dos pedidos para a importação de mercadorias, cm grande parte entra nm jogo o preço, porque o interê.sse da operação diminui com a alta do preço da divisa. Para o turismo também, a

consideração do preço é ainda mais im portante, porque uma troca muito one

rosa afastaria uma grande parte duma procura que só é raramente indispen sável. Entretanto, há casos em que o

desejo dc viajar c tão forte que os re querentes estão dispostos a pagar taxas

roais desde que obtenliam a divisa que necessitam; isso depende da imporranciu da causa da viagem (3). Para

vante. Na especulação, o preço conta um poutxj mais, pois o podido só se

manifestará numa corta taxa, até o ponto em que as estimativas considerem inte

ressante a operação. Enfim, certas ope rações são diretamente determinadas pela taxa: são êstes os casos estudadas mais

acima.

Entretanto, também aí, há cur-

\ as de oferta c dc grocura em que as (juntidades são ligadas aos câmbios pos síveis. As flutxiações das quantidades es tarão pois, mais ligadas às taxas do câm

bio, segundo u constituição das catego rias de pedidos que, num dado país, apresentam-se no mercado clandestino.

VIU. Chegamos ao jx>nto de perguntarmo-nos quais são os elementos concretos que contribuem para a fLxação da taxa clandestina de câmbio num certo

n!\'el.

Vimos até aqui, quais são as

categorias de pedidos e de ofertas que se apresentam no mercado clandestino, cm que consistem as estimativas das par

tes em presença, qual é a ligação entre

as quantidades e as ta.\*as de câmbio. Tudo isso nos fala, duma maneira ge rai, do mecanismo do mercado, sem

nada dizer sobre o nível em que se fi xará a taxa de cambio, num dado mo

mento, para duas moedas em presença num mercado concreto.

Se se trata de

duas moedas controladas (onde os pedi dos de transferências não são totalmen te satisfeitos no oficial), não há nenhum limite nas variações do câmbio: as esti

mativas poderão jogar livremente num

sentido ou no outro, sem que haja razão

requerentes que querem exportar caP^^aís, a consideração da .segurança pre

necessária de estacionar numa certa taxa.

No caso duma moeda livre ou que,

rão com antecedência se se apresentam

valecendo, o preço tem menos influên

mesmo controlada, é transferível sem li

cia; bem entendido que a quantidade

mites, vimos que a taxa deverá ser sem

ou não no mercado, e suas estimativas

será reduzida se as disponibilidades em

pre superior ao câmbio oficial da moeda

compreenderão quantidades variáveis em função das taxas possíveis. As quanti dades jogam sempre em função do pre-

^oeda nacional são fixas e a taxa da

livre. Num caso ou noutro, resta saber

divisa sobe, mas, do ponto de vista da

quais são os elementos que determinam o câmbio, isto é, os elementos dos quais

curva de procura, a taxa é menos rele


Dicesto

' 148

Ec:(>n(')mico

Dicf-^sro Econômico

149

ções c.speculadoras (é para «"-h-s (jiu* fo

importação é geralmente submetida a

ram criados os contrôlcs). Tanibéin num mercado livre, c.ssas categorias marginais

contrólc.

dadeira para as trans;iç(")cs clandestinas

(juererão tanto obter um poder aquisiti-

são as mai.s dctcrminativas, mas. nesse

visando às moedas de "elearing" c de compensação (ágio), pois. nesses casos,

\() no estrangeiro como preserv ar seu po-.

caso, cias são contrabalançadas pur ca

mercado livre, o balanço de pagamentos.

tegorias mais firmcíS, mais constantes,

as moedas são uliliz;i\'cis unicamente na

Mas, só se trata aqui, duma lista restrita:

compra dc mercadorias. .\qui, a relação

ao menos um item muito importante do

.sobretudo pelos movimentos de merca dorias e de serviços, cncpianto o nu-ri ado

der de compra interior. Êles quererão "colnir-se", femhncno que durante as re centes grandes inflaçHies. apareceu duma

balanço de pagamentos, o balanço co

clandestino torna-se muito mais sensícel

dos preços de exportação o importação é relevante. O cjiie fica para o mercado

te. o câmbio clandestino não tem ne

mercial, quase não existe no mercado clandestino. Outras categorias aparecem

às flutuaçcães das e.stimati\'as (jmilitalixas. Esta circunstância não tem importância

clandestino normal? Pedidos para via gens, remessas pc-ssoais, ele. — categorias

nhuma repercussão nos jueços e isto

numa medida mais ou menos limitada:

dc \{)lume reduzido, onde as estimativas

ccbidas, èlc não é dclenninanlo para a

remessas pessoais, rendas dos estrangei

sòmente do ponto de \'ista do jògo dos fatores cpialitativos, da maior força do

ros, turismo, movimentos de capitais, etc.

ação déstes no mercado clandestino. Ela

visam ao poder atjuisilno geral, ao custo da vida — o cpie forma um aspecto su-

o mercado livre é clara: no caso dêste,

Devemos frisar, primeiro, o volume re-

põe cm causa os prc)prios latòrcs (jiian-

dujádo dos movimentos do mercado clan

gcsti\o, mas não caractcrislico, pois a

a delcriorização do câmbio determina

titativos, porque ela mostra

instantâncamcntc uma majoração dos

depende a conformação das curvas do oferta o de procura. Primeiro, elementos quantitativos: as

categorias de ofertas e de pedidos que entram em jogo — o que seria, para o

no ba

A afirmação seria mais ver

destino, volume em relação direta com

lanço da procura e da oferta no mercado

as restrições de transferencia e cm rela

clandestino, entram süijrotiido categorias cuja quantidade ò indeterminada, por

relação fundamental dc duas moedas é regida, sobretudo, pelos preços de exporbiçãü (í importação. Quanto às outras Categorias de pedidos, elas se referem

definição. O movimento das mcreaclorias

situaçiães onde conta menos o poder

» dum Isto nos mostra a importância reduzida mercado que não engloba elementos

ção inversa com a eficácia do controlo.

sinustas scibro a situação dos preços nuiil

futuro próximo.

Os requerentes não

maneira eonlinua o "cral. Mabitualmcn-

porque, ape.sar de certas idéias j^reconposição duma moeda. (A diferença com

preços das mercadorias dc importação,

o (que não acontece com o mercado clandestino, salvo corta.s c.vceções. P;\ra

esto, só uma influência jxsicológica e uma

c dos serviços tem um voliune mais cons

extremamente importantes para a defini ção da posição real duma moeda. Admi tamos que o mercado oficial da moeda a

de compra, mas entram em jògo outros

influência direta mais retardada).

tante, cncjuanto o volume dos capitais cm fuga, das e.spcculaçõcs, das remessas

elementos, como vimos no fim do pará

tretanto, nos casos de gravo inflação, quando a moeda oficial não tem mais

seja muito são, mas que somente as des pesas de turismo não são satisfeitas: ha

estudada a situação, que uma categoria de transferencia apareceu no mercado

rendas, das despesas turísticas, etc. de pende .sobretudo cie elementos qualitati vos, de estimativas subjeticas. IX. Ao lado dos elementos (qualitati vos misturados aos quantitati\-os, há ou tros elementos puramente (|uaIitali\'os, cuja influência ò preponclcr;mle para o nível do mercado (4). O primeiro é

clandestino.

certamente o poder acjuísitivo cia moeda.

Custos da vida nos dois países.

Vimos que a divisa estrangeira é, em muitos casos, procurada como meio de

É claro que o câmbio clandestino será Influenciado, como o câmbio livre, pela

verá pois, só por causa disto, um câmbio negro 1,20 a = 2h (em vez de I a = 2 b). Isto não provará uma situação má da moeda a, mas sòmente, uma vez bem

O fenômeno tem uma im

portância limitada e se deverá interpre tá-lo honestamente como tal.

(Vimos

mesmo, dos repalriamentos de bons e

mais acima, que há casos em que o

paganícnto. Compara-se pois, o seu po

mercado negro é provocado por situa ções relacionadas com o país parceiro.

der de compra com o da moeda nacio nal, e esta comparação será determinan

Não será necessário lhes conceder uma

te para a taxa de câinbio. Tem-.se mes

importância maior do que merecem). Devemos reparar também — e isto é muito mais importante — que entram habitualmente no mercado clandestino os elementos mais sensíveis, os mais flu

tuantes do balanço de pagamentos, so bretudo a fuga de capitais e as opera-

grafo Segundo seja o balanço con-sbtuído em maioria por umas ou outras Categorias (c isto depende, em grande

parte, das restrições impostas ao mercado í>ficial), será mais preponderante a in fluência de um ou outro elemento qua litativo. Admitamos que sòmente os pe

En

consistência, toda a atenção é voltada

4

para o câmbio negro e os x^reços, livres ou clandestinos, seguem dc perto as co

tações clandestinas do câmbio. ÊIcs as

.

XDcrscgnem, mas estão sempre atrás, x>or- .J que os elementos de x^^revisão, a ax^re- ^

didos de divisas para turismo entrem no

fiação xíe.ssimista do futuro, dão ao câm-

uiercado clandestino: a taxa será in

bio clandestino um avanço sòbrc os .'| preços. 'i

fluenciada, sobretudo, pela relação dos

-

s"s

-vuw

interior da moeda, num país interior

ua.

negroscontribuirá de^divialta pedidos dos preços

Os elementos quantitativos do balanço' j dc pagamentos "ncgro.s" c os elementos

qualitativos designados x^vâo vocábulo J "poder aquisitivo" geral ou csqiecial sãs

certamente as XDrincijDais cau.sas que con- A

tribucm na determinação da taxa do f

câmbio. Também outros elementos po-- ^

mo a tendência de considerar o câmbio

Uma P'Ua deteriorar a posição da moeda e "ma grande inflação ímxnilsionará o

clandestino como a mais fiel imagem da

"umbio clandestino duma maneira ver

A x^olítica financeira do Estado, os ele- -"í

relação dos poderes aquisitivos. Aprcssemo-nos a afastar êsso erro, pondo em

dem intervir, como

o câmbio li\Te..

tiginosa. Haverá, j^rimeiro, uma mu- mentos ínflacionistas, a x^olítica fiscal, dança na relação dos poderes de compra, o temor duma guerra, a política x3i"òpria- ;

evidência o fato de que os pedidos ne

por outro lado haverá um acréscimo das

gros de divisas como meios de pagamen

disjronibilidades em moeda nacional; ha

mento da economia — tòdas essas coisas

tos são muito restritos, uma vez que a

verá enfim e sobretudo, apreciações pes-

influenciam as estimativas, pois elas-

monte dita, a confiança geral, o anda- 1

Ji


Dicesto

' 148

Ec:(>n(')mico

Dicf-^sro Econômico

149

ções c.speculadoras (é para «"-h-s (jiu* fo

importação é geralmente submetida a

ram criados os contrôlcs). Tanibéin num mercado livre, c.ssas categorias marginais

contrólc.

dadeira para as trans;iç(")cs clandestinas

(juererão tanto obter um poder aquisiti-

são as mai.s dctcrminativas, mas. nesse

visando às moedas de "elearing" c de compensação (ágio), pois. nesses casos,

\() no estrangeiro como preserv ar seu po-.

caso, cias são contrabalançadas pur ca

mercado livre, o balanço de pagamentos.

tegorias mais firmcíS, mais constantes,

as moedas são uliliz;i\'cis unicamente na

Mas, só se trata aqui, duma lista restrita:

compra dc mercadorias. .\qui, a relação

ao menos um item muito importante do

.sobretudo pelos movimentos de merca dorias e de serviços, cncpianto o nu-ri ado

der de compra interior. Êles quererão "colnir-se", femhncno que durante as re centes grandes inflaçHies. apareceu duma

balanço de pagamentos, o balanço co

clandestino torna-se muito mais sensícel

dos preços de exportação o importação é relevante. O cjiie fica para o mercado

te. o câmbio clandestino não tem ne

mercial, quase não existe no mercado clandestino. Outras categorias aparecem

às flutuaçcães das e.stimati\'as (jmilitalixas. Esta circunstância não tem importância

clandestino normal? Pedidos para via gens, remessas pc-ssoais, ele. — categorias

nhuma repercussão nos jueços e isto

numa medida mais ou menos limitada:

dc \{)lume reduzido, onde as estimativas

ccbidas, èlc não é dclenninanlo para a

remessas pessoais, rendas dos estrangei

sòmente do ponto de \'ista do jògo dos fatores cpialitativos, da maior força do

ros, turismo, movimentos de capitais, etc.

ação déstes no mercado clandestino. Ela

visam ao poder atjuisilno geral, ao custo da vida — o cpie forma um aspecto su-

o mercado livre é clara: no caso dêste,

Devemos frisar, primeiro, o volume re-

põe cm causa os prc)prios latòrcs (jiian-

dujádo dos movimentos do mercado clan

gcsti\o, mas não caractcrislico, pois a

a delcriorização do câmbio determina

titativos, porque ela mostra

instantâncamcntc uma majoração dos

depende a conformação das curvas do oferta o de procura. Primeiro, elementos quantitativos: as

categorias de ofertas e de pedidos que entram em jogo — o que seria, para o

no ba

A afirmação seria mais ver

destino, volume em relação direta com

lanço da procura e da oferta no mercado

as restrições de transferencia e cm rela

clandestino, entram süijrotiido categorias cuja quantidade ò indeterminada, por

relação fundamental dc duas moedas é regida, sobretudo, pelos preços de exporbiçãü (í importação. Quanto às outras Categorias de pedidos, elas se referem

definição. O movimento das mcreaclorias

situaçiães onde conta menos o poder

» dum Isto nos mostra a importância reduzida mercado que não engloba elementos

ção inversa com a eficácia do controlo.

sinustas scibro a situação dos preços nuiil

futuro próximo.

Os requerentes não

maneira eonlinua o "cral. Mabitualmcn-

porque, ape.sar de certas idéias j^reconposição duma moeda. (A diferença com

preços das mercadorias dc importação,

o (que não acontece com o mercado clandestino, salvo corta.s c.vceções. P;\ra

esto, só uma influência jxsicológica e uma

c dos serviços tem um voliune mais cons

extremamente importantes para a defini ção da posição real duma moeda. Admi tamos que o mercado oficial da moeda a

de compra, mas entram em jògo outros

influência direta mais retardada).

tante, cncjuanto o volume dos capitais cm fuga, das e.spcculaçõcs, das remessas

elementos, como vimos no fim do pará

tretanto, nos casos de gravo inflação, quando a moeda oficial não tem mais

seja muito são, mas que somente as des pesas de turismo não são satisfeitas: ha

estudada a situação, que uma categoria de transferencia apareceu no mercado

rendas, das despesas turísticas, etc. de pende .sobretudo cie elementos qualitati vos, de estimativas subjeticas. IX. Ao lado dos elementos (qualitati vos misturados aos quantitati\-os, há ou tros elementos puramente (|uaIitali\'os, cuja influência ò preponclcr;mle para o nível do mercado (4). O primeiro é

clandestino.

certamente o poder acjuísitivo cia moeda.

Custos da vida nos dois países.

Vimos que a divisa estrangeira é, em muitos casos, procurada como meio de

É claro que o câmbio clandestino será Influenciado, como o câmbio livre, pela

verá pois, só por causa disto, um câmbio negro 1,20 a = 2h (em vez de I a = 2 b). Isto não provará uma situação má da moeda a, mas sòmente, uma vez bem

O fenômeno tem uma im

portância limitada e se deverá interpre tá-lo honestamente como tal.

(Vimos

mesmo, dos repalriamentos de bons e

mais acima, que há casos em que o

paganícnto. Compara-se pois, o seu po

mercado negro é provocado por situa ções relacionadas com o país parceiro.

der de compra com o da moeda nacio nal, e esta comparação será determinan

Não será necessário lhes conceder uma

te para a taxa de câinbio. Tem-.se mes

importância maior do que merecem). Devemos reparar também — e isto é muito mais importante — que entram habitualmente no mercado clandestino os elementos mais sensíveis, os mais flu

tuantes do balanço de pagamentos, so bretudo a fuga de capitais e as opera-

grafo Segundo seja o balanço con-sbtuído em maioria por umas ou outras Categorias (c isto depende, em grande

parte, das restrições impostas ao mercado í>ficial), será mais preponderante a in fluência de um ou outro elemento qua litativo. Admitamos que sòmente os pe

En

consistência, toda a atenção é voltada

4

para o câmbio negro e os x^reços, livres ou clandestinos, seguem dc perto as co

tações clandestinas do câmbio. ÊIcs as

.

XDcrscgnem, mas estão sempre atrás, x>or- .J que os elementos de x^^revisão, a ax^re- ^

didos de divisas para turismo entrem no

fiação xíe.ssimista do futuro, dão ao câm-

uiercado clandestino: a taxa será in

bio clandestino um avanço sòbrc os .'| preços. 'i

fluenciada, sobretudo, pela relação dos

-

s"s

-vuw

interior da moeda, num país interior

ua.

negroscontribuirá de^divialta pedidos dos preços

Os elementos quantitativos do balanço' j dc pagamentos "ncgro.s" c os elementos

qualitativos designados x^vâo vocábulo J "poder aquisitivo" geral ou csqiecial sãs

certamente as XDrincijDais cau.sas que con- A

tribucm na determinação da taxa do f

câmbio. Também outros elementos po-- ^

mo a tendência de considerar o câmbio

Uma P'Ua deteriorar a posição da moeda e "ma grande inflação ímxnilsionará o

clandestino como a mais fiel imagem da

"umbio clandestino duma maneira ver

A x^olítica financeira do Estado, os ele- -"í

relação dos poderes aquisitivos. Aprcssemo-nos a afastar êsso erro, pondo em

dem intervir, como

o câmbio li\Te..

tiginosa. Haverá, j^rimeiro, uma mu- mentos ínflacionistas, a x^olítica fiscal, dança na relação dos poderes de compra, o temor duma guerra, a política x3i"òpria- ;

evidência o fato de que os pedidos ne

por outro lado haverá um acréscimo das

gros de divisas como meios de pagamen

disjronibilidades em moeda nacional; ha

mento da economia — tòdas essas coisas

tos são muito restritos, uma vez que a

verá enfim e sobretudo, apreciações pes-

influenciam as estimativas, pois elas-

monte dita, a confiança geral, o anda- 1

Ji


EhcEsro

põem em jôgo a posição da respcctíva moeda, e por conseguinte, a relação entre esta moeda e a moeda estrangeira,

^ão luí nada de especial a dizer sobre isso.

A situação do balanço de pagamentos

oficiais tem uma influência especial no Caso do câmbio clandestino.

Primeiro,

ela é um elemento de apreciação da moeda, de sua posição econômica geral;

Econômico

DICESTO

EC()NÓM 1CO

penderá dum elemento técnica): a pos

sas operaçõc.s; experiências recenle.s con

sibilidade de se movimentar com èsse

firmam esta opinião, sem necessidade de

numerário, de exportá-lo ou importá-lo. Ê certo que tiklas a.s taxas se influencia rão reciprocamente, mus não é absolu tamente certo qiur o câmbio será único

entrar cm detalhes.

(v. infra).

—e sobretudo do regime do contiòhí — no jôgo dos câmbios clandestinos, llcparemos um pouco a clifi-icnça de taxa.

Aliás, as diferenças técnicas tc-ni tam

bém repercussões sobre os outros fato res que entram na composição da taxa.

Mencionemos um

porque tôda nova medida c destinada, ■

outro ca.so, que mostra duma maneira

sabe-se bom, a modificar o balanço clan- •' destino dc pagamentos, pela aparição de

sugestiva a comljinaçáo dos elementos técnicos e de outros elementos de base

por uma moeda </, do numerário c das

em seguida, ela tem uma influência sô-

Certos elementos dc eslirnaliva entrarão

\ bre as quantidades oferecidas no merca, do clandestino, porque geralmente, uma '/ boa conjuntura do comércio exterior per mite beneficiar de suprapreços, que en

com um pê.so maior segundo o /im ao

turismo para o pais .A fará subir no país

Cjual corresponde cada categoria técni

B o câmbio de a cm notas do banco; elas

ca da moeda.

poderão fazer prêmio sobre as transfe rências desde que o contrôli^ das saídas não seja muito duro nas alfiindegas de B, senão, a transferência fará prêmio

tram no mercado clandestino (v. supra), , melhorando a posição deste mercado.

||s Entretanto, esse movimento não é fatal,

n porque os desvios podem ter lugar mes-

numa má conjuntura (mais mesmo,

Haverá um câmbio clan

destino nas compensações (ágio), mas, como ôsse câmbio só leva sobre merca

dorias, êle será quase (jue unicamente influenciado pelos preços comparativos das mercadorias que fazem o olijeto das

as \'ézes, porque na baixa, joga-se mais

compensações. (Não deixando disponi

sobre a moeda, nacional).

rações têm uma situação especial, o C|ue não é menos uma cotação negra). Have

Por outro

•• lado, um controle severo dos preços das ' exportações e importações pode reduzir a importância dos desvios; nesse caso, o mercado clandestino não se beneficiará

duma melhora, mas — não esqueçamos —

bilidades monetárias livres, essas ope

rá um câmbio clandestino dc "cíearing", mas este seguirá as e.stimati\'as compa rativas que comportam os empregos que

esse processo é destinado a reforçar a

se pode dar, seguindo a organização técnica correspondente, à moeda de

. posição da moeda oficial, o que é muito

"cíearing". Haverá um câmbio da.s notas

mai.s importante.

Devemos dar um lugar especial a cer

(numerário) o aí serão, sobretudo, os custos comparativos da vida que terão

tos elementos técnicos. As disposições tomadas por um país sobre as modali

procuradas mormente para as viagens e

dades de funcionamento dos meios de

para as pequenas remessas pessoais. Ha

pagamento exteriores provocam diferen

verá enfim, um câmbio das transferên

ças de estimativas conforme o emprêgo — câmbio múltiplos, contas especiais, etc.

cias em conta que será o câmbio negro propriamente dito, porque êlc fará o objeto dos mais importantes pedidos e

Vimos que as estimativas visam a certas

ofertas.

que SC pode fazer da respectiva moeda qualidades da moeda — área, liberdade

a proeminência, porque as notas são

Estas diversas taxas influcnciam-sc re

de movimento, constância, etc. — que

ciprocamente, mas na maior parte dos

dependem sobretudo da organização téc

casos, a unificação das taxas não se rea

nica da dita moeda. Haverá pois um

' câmbio para as contas em banco, que dependerá do regime dessas contas; um câmbio das notas, que também de

liza completamente. Isto concerne so bretudo aos elementos técnicos.

Por

exemplo, o câmbio nas compensações dependerá muito do regime legal des-

bretudo sôbre as medidas que serão to madas em matéria dc política cambial,

transferências cm conta.

Um afluxo dc

no\'os podidos ou o desaparecimento de outros. Erisou-se fortemente o papel dcs.sas previsões no mercado livre do câmbio (5).

Ê ainda maior no caso

do mercado clandestino, porque nesse ,

mercado aparecem sobretudo procuras e ofertas elásticas (fuga do capitais, espe culações, ctc.) que são regidas por con siderações subjetivas. Tomemos o exem

plo dum pais que sc acredita anicaçad» dc guerra: os estrangeiros detentores de

simples mêdo do controle ou o boato do que aparectai papel falso, c a taxa

bens nesse pais, e mesmo os nacionais, procurarão pór-sc ao abrigo, c.xportando seus capitais; como o mercado oficial < não lhes permite, êlcs sc desviarão para

do mnnerário baixará. (A claudostini-

o mercado clandestino; daí uma queda

como habitualmente. Basta que haja um

• dade torna mais perigosa a aquisição dc notas falsas). Por outro lado. basta que Um contròlc muito se\'ero soja introduzi

vertical da moeda nacional nesse merca

do. Isso é parcialmente justo tambéan

para um mercado livre, mas nesse caso '

do para os movimentos do contas no pnís A para que as notas sejam mais

haverá igualmente movimentos contrários que restabelecerão um pouco o equilí

procuradas, porque são mais mancjávcis. Os exemplos e as gradações poderiam se multiplicar. Basta frisar que o câm-

curarão SC abastecer nesse mercado an

^>io clandestino é muito mais ligado à condição técnica, à especifica

de cada categoria de procura o a sua modalidade de realização. Como o cam-

brio: por exemplo, sc sc tratar dum país de grande exportação, os estrangeiros pro tes de começar a guerra que poderá im

pedir as entregas. Daí a entrada das divisas, contrabalançando os des\áos de

capitais. No outro caso, essas entradas ; se farão no mercado oficial, e o mercado ,

clandestino c ligado ás restrições de clandestino quase não aproveitará èsse ' transferência, seu funcionamento depen- ^ movimento compensador. v cljx niunciríi rcnlizcidus, dos elementos objetivos, inter-

X. Procuramos mostrar cm que as condições especiais em que funciona o

'^^'^mícuiTicnte, estas restrições. as previsões, os prognósticos sobre

mercado clande.stino do câmbio influen- '

^ evolução ulterior desses elementos-

ciam o seu mecanismo que, dc outra

previsões sobre a evolução dos preços, sôbre o desenvolvimento do comércio ex

maneira, seria muito semelhante ao do mercado livre. Entrando nos diversos

terior, sobre a política fiscal, sôbre o estado do orçamento público, sôbre a

a uma hipótese simplificada de duas

detalhes desse mecanismo, reduzimo-nos

política e as relações internacionais, sô

moedas que vêm em contacto num mer

bre o próprio mercado negro, etc. e so

cado. Mesmo numa semelhante hipótese


EhcEsro

põem em jôgo a posição da respcctíva moeda, e por conseguinte, a relação entre esta moeda e a moeda estrangeira,

^ão luí nada de especial a dizer sobre isso.

A situação do balanço de pagamentos

oficiais tem uma influência especial no Caso do câmbio clandestino.

Primeiro,

ela é um elemento de apreciação da moeda, de sua posição econômica geral;

Econômico

DICESTO

EC()NÓM 1CO

penderá dum elemento técnica): a pos

sas operaçõc.s; experiências recenle.s con

sibilidade de se movimentar com èsse

firmam esta opinião, sem necessidade de

numerário, de exportá-lo ou importá-lo. Ê certo que tiklas a.s taxas se influencia rão reciprocamente, mus não é absolu tamente certo qiur o câmbio será único

entrar cm detalhes.

(v. infra).

—e sobretudo do regime do contiòhí — no jôgo dos câmbios clandestinos, llcparemos um pouco a clifi-icnça de taxa.

Aliás, as diferenças técnicas tc-ni tam

bém repercussões sobre os outros fato res que entram na composição da taxa.

Mencionemos um

porque tôda nova medida c destinada, ■

outro ca.so, que mostra duma maneira

sabe-se bom, a modificar o balanço clan- •' destino dc pagamentos, pela aparição de

sugestiva a comljinaçáo dos elementos técnicos e de outros elementos de base

por uma moeda </, do numerário c das

em seguida, ela tem uma influência sô-

Certos elementos dc eslirnaliva entrarão

\ bre as quantidades oferecidas no merca, do clandestino, porque geralmente, uma '/ boa conjuntura do comércio exterior per mite beneficiar de suprapreços, que en

com um pê.so maior segundo o /im ao

turismo para o pais .A fará subir no país

Cjual corresponde cada categoria técni

B o câmbio de a cm notas do banco; elas

ca da moeda.

poderão fazer prêmio sobre as transfe rências desde que o contrôli^ das saídas não seja muito duro nas alfiindegas de B, senão, a transferência fará prêmio

tram no mercado clandestino (v. supra), , melhorando a posição deste mercado.

||s Entretanto, esse movimento não é fatal,

n porque os desvios podem ter lugar mes-

numa má conjuntura (mais mesmo,

Haverá um câmbio clan

destino nas compensações (ágio), mas, como ôsse câmbio só leva sobre merca

dorias, êle será quase (jue unicamente influenciado pelos preços comparativos das mercadorias que fazem o olijeto das

as \'ézes, porque na baixa, joga-se mais

compensações. (Não deixando disponi

sobre a moeda, nacional).

rações têm uma situação especial, o C|ue não é menos uma cotação negra). Have

Por outro

•• lado, um controle severo dos preços das ' exportações e importações pode reduzir a importância dos desvios; nesse caso, o mercado clandestino não se beneficiará

duma melhora, mas — não esqueçamos —

bilidades monetárias livres, essas ope

rá um câmbio clandestino dc "cíearing", mas este seguirá as e.stimati\'as compa rativas que comportam os empregos que

esse processo é destinado a reforçar a

se pode dar, seguindo a organização técnica correspondente, à moeda de

. posição da moeda oficial, o que é muito

"cíearing". Haverá um câmbio da.s notas

mai.s importante.

Devemos dar um lugar especial a cer

(numerário) o aí serão, sobretudo, os custos comparativos da vida que terão

tos elementos técnicos. As disposições tomadas por um país sobre as modali

procuradas mormente para as viagens e

dades de funcionamento dos meios de

para as pequenas remessas pessoais. Ha

pagamento exteriores provocam diferen

verá enfim, um câmbio das transferên

ças de estimativas conforme o emprêgo — câmbio múltiplos, contas especiais, etc.

cias em conta que será o câmbio negro propriamente dito, porque êlc fará o objeto dos mais importantes pedidos e

Vimos que as estimativas visam a certas

ofertas.

que SC pode fazer da respectiva moeda qualidades da moeda — área, liberdade

a proeminência, porque as notas são

Estas diversas taxas influcnciam-sc re

de movimento, constância, etc. — que

ciprocamente, mas na maior parte dos

dependem sobretudo da organização téc

casos, a unificação das taxas não se rea

nica da dita moeda. Haverá pois um

' câmbio para as contas em banco, que dependerá do regime dessas contas; um câmbio das notas, que também de

liza completamente. Isto concerne so bretudo aos elementos técnicos.

Por

exemplo, o câmbio nas compensações dependerá muito do regime legal des-

bretudo sôbre as medidas que serão to madas em matéria dc política cambial,

transferências cm conta.

Um afluxo dc

no\'os podidos ou o desaparecimento de outros. Erisou-se fortemente o papel dcs.sas previsões no mercado livre do câmbio (5).

Ê ainda maior no caso

do mercado clandestino, porque nesse ,

mercado aparecem sobretudo procuras e ofertas elásticas (fuga do capitais, espe culações, ctc.) que são regidas por con siderações subjetivas. Tomemos o exem

plo dum pais que sc acredita anicaçad» dc guerra: os estrangeiros detentores de

simples mêdo do controle ou o boato do que aparectai papel falso, c a taxa

bens nesse pais, e mesmo os nacionais, procurarão pór-sc ao abrigo, c.xportando seus capitais; como o mercado oficial < não lhes permite, êlcs sc desviarão para

do mnnerário baixará. (A claudostini-

o mercado clandestino; daí uma queda

como habitualmente. Basta que haja um

• dade torna mais perigosa a aquisição dc notas falsas). Por outro lado. basta que Um contròlc muito se\'ero soja introduzi

vertical da moeda nacional nesse merca

do. Isso é parcialmente justo tambéan

para um mercado livre, mas nesse caso '

do para os movimentos do contas no pnís A para que as notas sejam mais

haverá igualmente movimentos contrários que restabelecerão um pouco o equilí

procuradas, porque são mais mancjávcis. Os exemplos e as gradações poderiam se multiplicar. Basta frisar que o câm-

curarão SC abastecer nesse mercado an

^>io clandestino é muito mais ligado à condição técnica, à especifica

de cada categoria de procura o a sua modalidade de realização. Como o cam-

brio: por exemplo, sc sc tratar dum país de grande exportação, os estrangeiros pro tes de começar a guerra que poderá im

pedir as entregas. Daí a entrada das divisas, contrabalançando os des\áos de

capitais. No outro caso, essas entradas ; se farão no mercado oficial, e o mercado ,

clandestino c ligado ás restrições de clandestino quase não aproveitará èsse ' transferência, seu funcionamento depen- ^ movimento compensador. v cljx niunciríi rcnlizcidus, dos elementos objetivos, inter-

X. Procuramos mostrar cm que as condições especiais em que funciona o

'^^'^mícuiTicnte, estas restrições. as previsões, os prognósticos sobre

mercado clande.stino do câmbio influen- '

^ evolução ulterior desses elementos-

ciam o seu mecanismo que, dc outra

previsões sobre a evolução dos preços, sôbre o desenvolvimento do comércio ex

maneira, seria muito semelhante ao do mercado livre. Entrando nos diversos

terior, sobre a política fiscal, sôbre o estado do orçamento público, sôbre a

a uma hipótese simplificada de duas

detalhes desse mecanismo, reduzimo-nos

política e as relações internacionais, sô

moedas que vêm em contacto num mer

bre o próprio mercado negro, etc. e so

cado. Mesmo numa semelhante hipótese


Dicf-sto

132

- limitada, o jogo dos diversos fatores é muito variado, porque ao lado dos ele mentos que aparecem também no mer

trocá\-eís entre ela.s).

Econômico ~

DicnsTo Econômico

Pt>dc' ser também

livro nu c-lancU-stinaim-ntc.

153-

N\-ssc caso,

o.s paganu-nlos negros ao (-stningciro sc efetuam, cm dclinitivo. com ouro; a

especiais que tem sua influencia: as mo

que as dificuldades cie Iransferéneia, pr()\ocadas por um eontnde mais si'\ero num sentido do (jiK- no outro, deixem disparidades entre- as taxas c-laiulestinas

dalidades técnicas do mercado oficial

praticadas nos diferentes lugares. ( A in

— fator positivo do qual o mercado

fluência dos controles cr d«- primeira im

nlmni limite no câmbio, pois o ouro •Wá colado tomo as divisas, à mcvcc

cado livre, há ao menos dois fatores

clandestino é o eco —ca intensidade

portância: controle alfandegário, c-ontrò-

do contrôle — fator negativo cpie vai

Ic dos preços, controle- das contas em banco, até ao contròle da eorrc-spondt-n-

ao encontro dos outros fatores.

Mas

as coisas, na realidade, não se passam

cia, etc.

assim; hú um concurso de várias divisas

também segundo as condições dí) mer

que são oferecidas e procuradas num mesmo lugar, como há pedidos e ofertas correspondentes em outros lugares. O

cado clandestino: se o câmbio iic-gro for provocado sobretudo jíc-Ias nt-eessidades

jôgo dos fatores é muito mais compli cado, porque, por causa da situação es pecial de cada moeda, as estimativas

dependem em cada caso, de considera

do turismo, um controle individual das

entradas, saídas, etc. pocic-ria l>;istar para reduzir o mc-rcado clandestino; snprimi-

lo exigiria a suprc-ssão total do próprio turismo). (6).

Estas disparidades con

ções diferentes. A arbitragem intervém em seguida, para igualar as taxas entre

tribuem, ao lado dos fatos prc-cedeiitc-

os diferentes lugares e entre as divcisas

mercado clandestino, o fjiu- o torna ain

relações de cambio.

da mais sensível c mais flutuante, sendo

É preciso notar somente, que essa ar bitragem nem sempre funciona perfei

Formado, também por essa razão, por

tamente como nO mercado livre: as con

tadas. Não esqueçamos lambem, (jue a

procuras e ofertas essencialmente ilimi

dições c.spcciais de um país A podem

própria clandestinidade é às vezes uma

fazer aparecer as taxas negras 1 azz 2 b e 8 a = 1 c, enquanto que no país B

causa dc disparidade de taxas, não per

aparecem as taxas negras 2h = 1 a e J2h = 1 c. Por intermédio da moeda c

no mercado A poder-se-á adquirir 8 a com 12 h, a aproveitar uma taxa mais

mitindo um confronto, às claras, dos pedidos o das ofertas.

i'

Mostramos também que as fiutiiaçcãcs

do cambio negro são ilimitadas, em cima

e em baixo, com uma só cxceç-ão. Pode

fa^'orável para b: 1 a = 1, 5 b. Se a ar bitragem funcionasse normalmente, essa situação não poderia durar, mas para

gados a um mercado livre ou clandes

isso seria preciso que os detentores de

tino do ouro, mas, longe de encontrar,

b comprassem c (o que elevaria a taxa

neste último, um limite, os dois merca

mercado clandestino das divisas sejam li

deste) e o vendessem em A para com

dos funcionariam paralelamente, pois o outro também seria cotado livremente.

•deste). Somente a operação subenten

Por outro lado, é certo que o ouro pode

de um igual interesse cm possuir c ou a,

ter o papei de atenuar o câmbio clan

o que não é sempre o caso, pois a niocda a pode corresponder menos que :a moeda c às condições duma boa moeda

destino, se o país cuja procura clc di visas foi maior, possuir ouro livre (isto é, em poder dos particulares), e a saída

(e as duas moedas não são livremente

do ouro for mais ou menos realizável

nalnu-iUc.

estudada:

Enhclanlo. não haverá nc-

nu-reado clandestino.

Os pedidos dc di\ isas são. n;i medida do

generis" e b;islanle difundido, está longe de ter a importância e a umplilode que

Eenònicno "sui-

uuro, mas o preço deste seguirá ;i taxa das divisas, poi'«|ue, para cobrir as re messas (-m lugar de divisas, a procura

se ({lu-r. ;is vézi-s. lhe- emprestar.

de ouro no mere;idt) interior será maior.

lanço rediízido. formado por algumas

O

balanço di- pagaiiu-nlos do mcreado ne gro do câmbio é forçosamente um ba

Nas condições de totul falta de controle

e;itegori;».s de pedidos e de ofertas, cm

nas saldas e eulradas do ouro. o preço

rt'!;içáo direta com as restrições que re

dèste será ligado à taxa das divisas,

gem o nu-re;ido oficial.

ponpu- — se bonwssi- unui diferença,

Sobretudo, as

ria imediatamente (-ntradas de ouro,

gi;indes correntes dos pagamentos des tinados a cobrir a troca de mercadorias, as traiisteréncias da dívida pública e

para realizar, pelo intermédio da moeda

os grandes investimentos internacionais

nacional, divisas a nina l;ixa mais favo

não entram no balanço clandestino.

rável. Healmente, i-xistf-in disparidades por causa das <livcrsas dificuldades na transii-rèiieia do ouro: um controle, nmi-

limitado «-m comparação com os paga

to rigoroso do mercado interior do onro

do a eompo.sição dèste balanço, que é

2/

Não é .somente o volume muito

mentos oficiais, mas também c sobretu

(mais {'áeil (jue para as divisas) e so-

muito diferente d(í que seria o balan

l>retud() das saídas e entradas (mais

ço dum mercado livro do câmbio. Sua

fácil ainda, embora sempre impcrleifn) poderia embaraçar a alta do ouro

composição é nuúto característica, não sòiiH-iUi' pelo fato dc só consistir em cer

no mercado elandostino.

tas categorias dc procura o dc oferta (que não .são geralmente as do merca

C^ompliea-sc- pois o jò.iío dos câmbios

^nuin sentido negativo) representam um papel e.sseneial. Não podemos entrar eni Iodos os detalhes dc funciona'""-'"fo. sendo nossa intenção, somente,

mostrar os elementos do problema. Aliás,

f

1/ O que aparece cm primeiro lug;ir é o volume- reduzido das operaçõe,s do

dos ralórcs (juanlitalivos c (jualitativos.

por essa nov;i rede dc- elementos, onde, novamente, as restrições (num sentido Pnsitivo) e o eontrõlc das operações

ser, certamente, que os movimentos no

prar a (o que aumentaria também a taxa

mos lir.ir certas conclusões, para definir duma maneira mais estrita a matéria

por exemplo, mu ágio no ouro — have

mc-iite citados, a incitar a especulação no

earaeteristieo no seu mecanismo, pode

procuni (1(- divisas diminui propctrcio-

possivi-1. salisieilos pelas vcnu-ssas dc

O jògo dos eonlr»")[t-s \aria

tudo no tjne consideramos como mais

do oficial ou ([ue o são cm pnqx)rçües diferentes neste último), mas .sobretudo porque as categorias de pedidos clandes tinos são justamente as mais sensíveis

as mais submissas às influências psico lógicas. donde vem uma enorme sensi

bilidade do mercado negro, sòbrc o qual não agem os fatures pondcradores e es

"m estudo mais aprofundado seria algum tanto esterial sc não -sc aplicasse a um

táveis do balanço oficial. Aqui, o ele

Caso Concreto.

s(» aos elementos qualitativos.

XI. Depois de ter passado em re vista os diversos aspectos do mercado

litativos entra^n em jogo na determina

clandestino do câmbio, insistindo sobre

ção da taxa dv câmbio clandestino, como

mento quantitativo é muito mais submis-

3/ Os elementos quantitativos e qua


Dicf-sto

132

- limitada, o jogo dos diversos fatores é muito variado, porque ao lado dos ele mentos que aparecem também no mer

trocá\-eís entre ela.s).

Econômico ~

DicnsTo Econômico

Pt>dc' ser também

livro nu c-lancU-stinaim-ntc.

153-

N\-ssc caso,

o.s paganu-nlos negros ao (-stningciro sc efetuam, cm dclinitivo. com ouro; a

especiais que tem sua influencia: as mo

que as dificuldades cie Iransferéneia, pr()\ocadas por um eontnde mais si'\ero num sentido do (jiK- no outro, deixem disparidades entre- as taxas c-laiulestinas

dalidades técnicas do mercado oficial

praticadas nos diferentes lugares. ( A in

— fator positivo do qual o mercado

fluência dos controles cr d«- primeira im

nlmni limite no câmbio, pois o ouro •Wá colado tomo as divisas, à mcvcc

cado livre, há ao menos dois fatores

clandestino é o eco —ca intensidade

portância: controle alfandegário, c-ontrò-

do contrôle — fator negativo cpie vai

Ic dos preços, controle- das contas em banco, até ao contròle da eorrc-spondt-n-

ao encontro dos outros fatores.

Mas

as coisas, na realidade, não se passam

cia, etc.

assim; hú um concurso de várias divisas

também segundo as condições dí) mer

que são oferecidas e procuradas num mesmo lugar, como há pedidos e ofertas correspondentes em outros lugares. O

cado clandestino: se o câmbio iic-gro for provocado sobretudo jíc-Ias nt-eessidades

jôgo dos fatores é muito mais compli cado, porque, por causa da situação es pecial de cada moeda, as estimativas

dependem em cada caso, de considera

do turismo, um controle individual das

entradas, saídas, etc. pocic-ria l>;istar para reduzir o mc-rcado clandestino; snprimi-

lo exigiria a suprc-ssão total do próprio turismo). (6).

Estas disparidades con

ções diferentes. A arbitragem intervém em seguida, para igualar as taxas entre

tribuem, ao lado dos fatos prc-cedeiitc-

os diferentes lugares e entre as divcisas

mercado clandestino, o fjiu- o torna ain

relações de cambio.

da mais sensível c mais flutuante, sendo

É preciso notar somente, que essa ar bitragem nem sempre funciona perfei

Formado, também por essa razão, por

tamente como nO mercado livre: as con

tadas. Não esqueçamos lambem, (jue a

procuras e ofertas essencialmente ilimi

dições c.spcciais de um país A podem

própria clandestinidade é às vezes uma

fazer aparecer as taxas negras 1 azz 2 b e 8 a = 1 c, enquanto que no país B

causa dc disparidade de taxas, não per

aparecem as taxas negras 2h = 1 a e J2h = 1 c. Por intermédio da moeda c

no mercado A poder-se-á adquirir 8 a com 12 h, a aproveitar uma taxa mais

mitindo um confronto, às claras, dos pedidos o das ofertas.

i'

Mostramos também que as fiutiiaçcãcs

do cambio negro são ilimitadas, em cima

e em baixo, com uma só cxceç-ão. Pode

fa^'orável para b: 1 a = 1, 5 b. Se a ar bitragem funcionasse normalmente, essa situação não poderia durar, mas para

gados a um mercado livre ou clandes

isso seria preciso que os detentores de

tino do ouro, mas, longe de encontrar,

b comprassem c (o que elevaria a taxa

neste último, um limite, os dois merca

mercado clandestino das divisas sejam li

deste) e o vendessem em A para com

dos funcionariam paralelamente, pois o outro também seria cotado livremente.

•deste). Somente a operação subenten

Por outro lado, é certo que o ouro pode

de um igual interesse cm possuir c ou a,

ter o papei de atenuar o câmbio clan

o que não é sempre o caso, pois a niocda a pode corresponder menos que :a moeda c às condições duma boa moeda

destino, se o país cuja procura clc di visas foi maior, possuir ouro livre (isto é, em poder dos particulares), e a saída

(e as duas moedas não são livremente

do ouro for mais ou menos realizável

nalnu-iUc.

estudada:

Enhclanlo. não haverá nc-

nu-reado clandestino.

Os pedidos dc di\ isas são. n;i medida do

generis" e b;islanle difundido, está longe de ter a importância e a umplilode que

Eenònicno "sui-

uuro, mas o preço deste seguirá ;i taxa das divisas, poi'«|ue, para cobrir as re messas (-m lugar de divisas, a procura

se ({lu-r. ;is vézi-s. lhe- emprestar.

de ouro no mere;idt) interior será maior.

lanço rediízido. formado por algumas

O

balanço di- pagaiiu-nlos do mcreado ne gro do câmbio é forçosamente um ba

Nas condições de totul falta de controle

e;itegori;».s de pedidos e de ofertas, cm

nas saldas e eulradas do ouro. o preço

rt'!;içáo direta com as restrições que re

dèste será ligado à taxa das divisas,

gem o nu-re;ido oficial.

ponpu- — se bonwssi- unui diferença,

Sobretudo, as

ria imediatamente (-ntradas de ouro,

gi;indes correntes dos pagamentos des tinados a cobrir a troca de mercadorias, as traiisteréncias da dívida pública e

para realizar, pelo intermédio da moeda

os grandes investimentos internacionais

nacional, divisas a nina l;ixa mais favo

não entram no balanço clandestino.

rável. Healmente, i-xistf-in disparidades por causa das <livcrsas dificuldades na transii-rèiieia do ouro: um controle, nmi-

limitado «-m comparação com os paga

to rigoroso do mercado interior do onro

do a eompo.sição dèste balanço, que é

2/

Não é .somente o volume muito

mentos oficiais, mas também c sobretu

(mais {'áeil (jue para as divisas) e so-

muito diferente d(í que seria o balan

l>retud() das saídas e entradas (mais

ço dum mercado livro do câmbio. Sua

fácil ainda, embora sempre impcrleifn) poderia embaraçar a alta do ouro

composição é nuúto característica, não sòiiH-iUi' pelo fato dc só consistir em cer

no mercado elandostino.

tas categorias dc procura o dc oferta (que não .são geralmente as do merca

C^ompliea-sc- pois o jò.iío dos câmbios

^nuin sentido negativo) representam um papel e.sseneial. Não podemos entrar eni Iodos os detalhes dc funciona'""-'"fo. sendo nossa intenção, somente,

mostrar os elementos do problema. Aliás,

f

1/ O que aparece cm primeiro lug;ir é o volume- reduzido das operaçõe,s do

dos ralórcs (juanlitalivos c (jualitativos.

por essa nov;i rede dc- elementos, onde, novamente, as restrições (num sentido Pnsitivo) e o eontrõlc das operações

ser, certamente, que os movimentos no

prar a (o que aumentaria também a taxa

mos lir.ir certas conclusões, para definir duma maneira mais estrita a matéria

por exemplo, mu ágio no ouro — have

mc-iite citados, a incitar a especulação no

earaeteristieo no seu mecanismo, pode

procuni (1(- divisas diminui propctrcio-

possivi-1. salisieilos pelas vcnu-ssas dc

O jògo dos eonlr»")[t-s \aria

tudo no tjne consideramos como mais

do oficial ou ([ue o são cm pnqx)rçües diferentes neste último), mas .sobretudo porque as categorias de pedidos clandes tinos são justamente as mais sensíveis

as mais submissas às influências psico lógicas. donde vem uma enorme sensi

bilidade do mercado negro, sòbrc o qual não agem os fatures pondcradores e es

"m estudo mais aprofundado seria algum tanto esterial sc não -sc aplicasse a um

táveis do balanço oficial. Aqui, o ele

Caso Concreto.

s(» aos elementos qualitativos.

XI. Depois de ter passado em re vista os diversos aspectos do mercado

litativos entra^n em jogo na determina

clandestino do câmbio, insistindo sobre

ção da taxa dv câmbio clandestino, como

mento quantitativo é muito mais submis-

3/ Os elementos quantitativos e qua


Digesto EcoNÓxaco

154

cntranx na do câmbio livre, mas, às

câmbio oficial pode ser mantido artifi

vêzes, seu funcionamento toma formas

cialmente, por meios técnicos.

especiais, ligadas às condições da apa

clandestina estaria, nesse caso, mais per to da realidade, mas isso não nos im

rição dos fenômenos do mercado clan-

pedirá de guardar sempre as rcser\'as

como um eco, como uma reação oculta

feitas acima.

iiíe e sua variação dependerão, em

grande parte, da regulamentação con creta do mercado oficial.

Não c pois sustentável uma identida de entre o câmbio clandestino e o câm

bio li\Te. Não é sòmente por causa do volume restrito do primeiro, mas em maior parte, por causa da constituição qualitativa essencialmente diferente do

mercado clandestino: duma parte, por que liá, ao lado dôle, um mercado ofi

permanente com a regulamentação do pode ser considerado como o câmbio

livre aplicado a um volume restrito; há também uma diferença de base, que

caso a estudar.

restrições, das possibilidades de desvio, das categorias de pedidos negros e, em seguida, dos elementos que influenciam

rado e de sua importância. Seguindo as considerações expostas até aqui sobre a composição do balanço clandestino, onde predominam os ele mentos muito sensíveis, resulta que a

oficial. O câmbio negro é um câmbio real no que concerne à indicação da

verdadeira importância do câmbio clan mostrar a evolução destes elementos sen

em conseqüência, não se poderia lhe

pressão que se exerceria sôbrc a moeda

contestar

se as transferências fossem livres.

câmbio clandestino, às vêzes, podia ser

nifestam no mercado clandestino. Se ria êste mais "real"? Na mesma me

que isso quereria dizer (que êle seria

menos volumoso, dificilmente se poderia

concluir que êste câmbio seja mais "real"

do que o outro. É bem verdade que o

ignorado.

Poder-sc-ia pleitear uma ou

tra organização menos restrita do nicrí^ado de câmbio, mais conforme à rea 1

■t

lidade, por deixar o \"alor internacional da moeda fixar-so livremente polo jogo de tíàdas as procuras c ofertas de trans ferência. Mas, se isso se evidencia impo.ssível por razões que não vamos diseutir aípii, impondo a salvaguarda da moeda nacional restrições no câmbio, as

Autoridades de\em vigiar os fenômenos mercado

clandestino

senão impedi-los.

c

atenuá-los,

Elas deverão pois

tações pessoais são mais concretas, mais

difíceis pois do realizar clandestinamen te.

Nos outros setores o conlrôle é

mais delicado; os bons resultados serão

acUpiiridos sobretudo pela educação cí

vica dos nacionais, por sua consciência

de,sperla de que, pelas operações clan destinas, prejudicam a solidez da moeda nacional. Isto é ainda uma exigência ideal.

A solução real é a do sancawen-

io da economia, da realização dum ba

lanço oficial favorável (com a satisfa

ção do maior número possí\-cl de pedi dos de transferência), c .sobretudo da

criação dum estado de confiança, no

Estado, na sua política, na moeda e na economia nacional — o que impediria

a fuga do capitais e o desejo de se por ao abrigo das flutuações — elementos propondcrantes na constituição do mer cado clandestino do câmbio. (1) R Lcwinsohn. ••Turismo na Euro pa". (Dig. Econ. — Agosto. 194D).

(2> A. Poso. "La monnaic ct ses insti-

tutions". Paris. 1942 — t. I. p. 431.

(3)

•'Conjuntura

Econômica"

— Fev.

1951. pp. 27-28; v. também: Aldo Azeve do

"Cruzeiro e dólar",

iDig.

Econ.

eonirolar as manifestações dessas tran,s-

Outubro.

feroncias clandestinas, mesmo se sua siiprc.ssão total seja impossível, cnquan-

câmbio". (Dig. Econ. — Agosto. 1950). ' fi (5) A. Aftalion. "Monnaie. prix et

nuo se quiser suprimir todas as hbcr-

"Adcs pessoais.

O controle terá mais

nos setores em cpic as manifes

O

parcial esta realidade pois ela não toma conta de certos pedidos de trans ferência que são rejeitados e se ma

ao seu domínio e como esse domínio é

tância do câmbio clandestino, rcvestin-

do-o dum sentido (pie èle não mcreec. Isto não quer dizer <pie êle deva ser

Uma enumeração das

condições satisfatórias, às grandes cor rentes dos pagamentos internacionais e,

dida que o primeiro, no máximo; isto é, tratar-se-ia de uma realidade limitada

^ Não SC de\e pois exagerar a impor

nismo acima às condições concretas do

síveis que não têm acesso no mercado

É

excessiva cltegando a reger tiVlas as re lações econômicas.

mais, mas, aplicar o estudo do meca

Êste último rege, e quase sempre em

"realidade".

tação começa a tomar uma importância

nos outros domínios, não generalizar de

destino, o sentido de suas flutuações, é

certa

ser realidade ()bjeti\'as). Quando a ten são psicológica é muito grande, não so mente sobe o câmbio negro, nias sna co

Isto de

não permite semelhante aproximação. Por que seria o câmbio clandestino mais "real" do que o câmbio oficial?

uma

psicológicas ((pie também podem não

pende, cm grande parte, do regime cambial do respectivo país c dos países com os quais ele está em relações. A primeira lição que aprendemos é*, como

cial com o seu funcionamento próprio; as estimativas cm presença — um seme de outra parte, porque os movimentos lhante estudo nos daria uma imagem do mercado clandestino estão em ligação precisa do mercado clandestino conside mercado oficial. O câmbio negro não

tá-lo c<jnio um horòmctro psicológico.

Agora, qual é o sentido real do mer cado clandestino do câmbio?

155

como um índice de qvic o câmbio ofi cial não corresponde mais às realidades

A taxa

lestino. O fato de que ôstes apareçam às restrições do câmbio, liga-os profun damente a essas restrições; e seu volu-

Digesto Econômico

considerado como mais perto da reali dade, mas êle nunca coincide com o

o câmbio real se a moeda fosse livre),

porque êle só cobre um setor das trans

ferências. Deve-se considerá-lo sempre como determinado pelas circunstâncias especiais onde êle aparece e, se se qui ser lhe dar um sentido mais indepen dente, mais positivo, é preciso interprejAi5hiL.*C,2Anr'iiii ii

1950).

(4) R. Lewinsohn. "O mercado livre do change. Expcriencos recentes et théorie",

Paris, 1940.

é'

(6) Fr. Machlup. "Guide à travers les "*1

panacées

économiques",

Paris. 1938 — pp. 193-197.

(trad. íranç )

"


Digesto EcoNÓxaco

154

cntranx na do câmbio livre, mas, às

câmbio oficial pode ser mantido artifi

vêzes, seu funcionamento toma formas

cialmente, por meios técnicos.

especiais, ligadas às condições da apa

clandestina estaria, nesse caso, mais per to da realidade, mas isso não nos im

rição dos fenômenos do mercado clan-

pedirá de guardar sempre as rcser\'as

como um eco, como uma reação oculta

feitas acima.

iiíe e sua variação dependerão, em

grande parte, da regulamentação con creta do mercado oficial.

Não c pois sustentável uma identida de entre o câmbio clandestino e o câm

bio li\Te. Não é sòmente por causa do volume restrito do primeiro, mas em maior parte, por causa da constituição qualitativa essencialmente diferente do

mercado clandestino: duma parte, por que liá, ao lado dôle, um mercado ofi

permanente com a regulamentação do pode ser considerado como o câmbio

livre aplicado a um volume restrito; há também uma diferença de base, que

caso a estudar.

restrições, das possibilidades de desvio, das categorias de pedidos negros e, em seguida, dos elementos que influenciam

rado e de sua importância. Seguindo as considerações expostas até aqui sobre a composição do balanço clandestino, onde predominam os ele mentos muito sensíveis, resulta que a

oficial. O câmbio negro é um câmbio real no que concerne à indicação da

verdadeira importância do câmbio clan mostrar a evolução destes elementos sen

em conseqüência, não se poderia lhe

pressão que se exerceria sôbrc a moeda

contestar

se as transferências fossem livres.

câmbio clandestino, às vêzes, podia ser

nifestam no mercado clandestino. Se ria êste mais "real"? Na mesma me

que isso quereria dizer (que êle seria

menos volumoso, dificilmente se poderia

concluir que êste câmbio seja mais "real"

do que o outro. É bem verdade que o

ignorado.

Poder-sc-ia pleitear uma ou

tra organização menos restrita do nicrí^ado de câmbio, mais conforme à rea 1

■t

lidade, por deixar o \"alor internacional da moeda fixar-so livremente polo jogo de tíàdas as procuras c ofertas de trans ferência. Mas, se isso se evidencia impo.ssível por razões que não vamos diseutir aípii, impondo a salvaguarda da moeda nacional restrições no câmbio, as

Autoridades de\em vigiar os fenômenos mercado

clandestino

senão impedi-los.

c

atenuá-los,

Elas deverão pois

tações pessoais são mais concretas, mais

difíceis pois do realizar clandestinamen te.

Nos outros setores o conlrôle é

mais delicado; os bons resultados serão

acUpiiridos sobretudo pela educação cí

vica dos nacionais, por sua consciência

de,sperla de que, pelas operações clan destinas, prejudicam a solidez da moeda nacional. Isto é ainda uma exigência ideal.

A solução real é a do sancawen-

io da economia, da realização dum ba

lanço oficial favorável (com a satisfa

ção do maior número possí\-cl de pedi dos de transferência), c .sobretudo da

criação dum estado de confiança, no

Estado, na sua política, na moeda e na economia nacional — o que impediria

a fuga do capitais e o desejo de se por ao abrigo das flutuações — elementos propondcrantes na constituição do mer cado clandestino do câmbio. (1) R Lcwinsohn. ••Turismo na Euro pa". (Dig. Econ. — Agosto. 194D).

(2> A. Poso. "La monnaic ct ses insti-

tutions". Paris. 1942 — t. I. p. 431.

(3)

•'Conjuntura

Econômica"

— Fev.

1951. pp. 27-28; v. também: Aldo Azeve do

"Cruzeiro e dólar",

iDig.

Econ.

eonirolar as manifestações dessas tran,s-

Outubro.

feroncias clandestinas, mesmo se sua siiprc.ssão total seja impossível, cnquan-

câmbio". (Dig. Econ. — Agosto. 1950). ' fi (5) A. Aftalion. "Monnaie. prix et

nuo se quiser suprimir todas as hbcr-

"Adcs pessoais.

O controle terá mais

nos setores em cpic as manifes

O

parcial esta realidade pois ela não toma conta de certos pedidos de trans ferência que são rejeitados e se ma

ao seu domínio e como esse domínio é

tância do câmbio clandestino, rcvestin-

do-o dum sentido (pie èle não mcreec. Isto não quer dizer <pie êle deva ser

Uma enumeração das

condições satisfatórias, às grandes cor rentes dos pagamentos internacionais e,

dida que o primeiro, no máximo; isto é, tratar-se-ia de uma realidade limitada

^ Não SC de\e pois exagerar a impor

nismo acima às condições concretas do

síveis que não têm acesso no mercado

É

excessiva cltegando a reger tiVlas as re lações econômicas.

mais, mas, aplicar o estudo do meca

Êste último rege, e quase sempre em

"realidade".

tação começa a tomar uma importância

nos outros domínios, não generalizar de

destino, o sentido de suas flutuações, é

certa

ser realidade ()bjeti\'as). Quando a ten são psicológica é muito grande, não so mente sobe o câmbio negro, nias sna co

Isto de

não permite semelhante aproximação. Por que seria o câmbio clandestino mais "real" do que o câmbio oficial?

uma

psicológicas ((pie também podem não

pende, cm grande parte, do regime cambial do respectivo país c dos países com os quais ele está em relações. A primeira lição que aprendemos é*, como

cial com o seu funcionamento próprio; as estimativas cm presença — um seme de outra parte, porque os movimentos lhante estudo nos daria uma imagem do mercado clandestino estão em ligação precisa do mercado clandestino conside mercado oficial. O câmbio negro não

tá-lo c<jnio um horòmctro psicológico.

Agora, qual é o sentido real do mer cado clandestino do câmbio?

155

como um índice de qvic o câmbio ofi cial não corresponde mais às realidades

A taxa

lestino. O fato de que ôstes apareçam às restrições do câmbio, liga-os profun damente a essas restrições; e seu volu-

Digesto Econômico

considerado como mais perto da reali dade, mas êle nunca coincide com o

o câmbio real se a moeda fosse livre),

porque êle só cobre um setor das trans

ferências. Deve-se considerá-lo sempre como determinado pelas circunstâncias especiais onde êle aparece e, se se qui ser lhe dar um sentido mais indepen dente, mais positivo, é preciso interprejAi5hiL.*C,2Anr'iiii ii

1950).

(4) R. Lewinsohn. "O mercado livre do change. Expcriencos recentes et théorie",

Paris, 1940.

é'

(6) Fr. Machlup. "Guide à travers les "*1

panacées

économiques",

Paris. 1938 — pp. 193-197.

(trad. íranç )

"


Banco do Estado dc Sio Paulo S- ACapital Realizado: CrS 100.000.000,00 depósitos — EMPRÉSTIMOS — DESCONTOS — CÂMBIO — COBRANÇAS — TRANSFERÊNCIAS — Títulos — cofres de aluguel MATRIZ :

PRAÇA ANTONIO PRADO N." 6 — SÃO PAULO CAIXA POSTAL, 789

Endereço telegráfico: BANESPA 65 Agências no interior do Estado; uma no Rio de Janeiro, uma em Campo Grande (Estado de Mato Grosso) e outra em Uberlândia (Estado de Minas Gerai»)

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