DICESTO
ECON0MICO
QUANTO MAIS PETROLEO...
SOB OS flüspícios DO ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAÜLO E 00 FEDERAÇÃO DO COMERCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO
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zy/i^uiii
MAIOR INDUSTRIALIZAÇÃO
S l M A R I o Pág./
Intervenção do Estado „o domínio econômico - Instituto de Economia A narFJHT^ar.Orvillo — Glycon A participação no ? lucro das Derby emnrêsas — Aldode M.Paiva Azevedo
A regulamonlação do comércio Srno: Função bancária ou
9> 24^/
33/
O Eatado o a Ordem Econômica - Probi.maa de Técnica ^«/^ttocYes~CavaIca„tI 46^ Quanto mais pelroleo houver disponível,tanto Q^ maior será o número de máquinas que entrarão a produzir um volume ainda maior de mercado rias de que o país necessita, proporcionando-lhe condições de poder desfrutar vida melhor e mais
E MELHOR
DE VIDA!
Inierpretação socioiôgioa do probiema braaileiro da moriaiidado taianm -
abundante.
O vasto programa de construções da Standard
Oil Company of Brazil está concorrendo para este
nível
Íjackmn^do"'Fi''°''?"H° ^""nbnnei Pohi - José Honóiio RodnBues O nrobmi;4 d? campos-cerrados Alonso Pena Júnior Setzer Bancar^a^^^^_^ m.iea da inlervencão do Ealado —naJosé Organização
"rd^io^-fpuôirLy
crescente desenvolvimento das Industrias e, ain
da, para aumentar a produção agrícola, pois, à medida que maiores quantidades de petroleo se tomam mais facilmente disponíveis, os tratores e implementos mecanizados asseguram safras
maiores. E os lares passam a fruir de maior con forto e comodidade.
•o pefroleo contribui paro umo
vida nielMsr.
e
€SSO; STANDARD OIL COMPANY OF BRAZIL ^ — SETEMBRO DE 1951 — ANO VII
'5^ 80#^/
[VPIWJI I I J |I
o DIGESTO ECONÔMICO
Um ANÃO
ESTA A VENDA
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço cie Cr$ 5,00. Os nossos agentes da relação ababco estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 50,00 anuais.
entre \
qIGANTES!
B
Agenie geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
Avenida Presidaníe Vargas, 502. 13.o Eindcx Rio de Janeiro
Alagoas: Manoel Espíndola, Praça Pe dro II, 4S, Maceió.
Amazonas: Agência Freitas, Rua Joa quim Sarmento. 29, Manaus.
Bahia:
Alfredo J. de Souza & Cia.,
R. Saldanha da Gama, 6. Salvador.
Ceará: J. Alaor de Albuquerque & Cia. Praça do Ferreira, 621, Fortaleza.
Espírito Santo: Viuva Copolllo & Fi lhos, Rua Jerônimo Monteiro, 381, Vitória.
Goiás: João Manaiino, Rua Setenta A, Goiânia.
Paraná: J. Ghiagnone. Rua 15 de No vembro, 423, Curitiba. Pernambuco: Fernando Chlnaglia, Rua do Imperaaor, 221, 3.õ andar. Recife.
Piauí: Cláudio M. Tote, Teresina.
Elo de Janeiro: Fernando Chinaglía, Av. Presidente Vargas, 502, 19.o andar.
Rio Grapde do Norte: Luís RomSo, Avenida Tavares Lira. 48, Natal. Rio Grande do Sul: Sòmente para Por to Alegre: Octavio Sagebin, Rua
Maranhão: Livraria Universal, Rua João Lisboa, 114, São Luiz.
7 de Setembro. 789, Porto Alegre. Para locais fora de Pôrto Alegre:
Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro & Cia., Pça. da República, 20. Cuiabá.
Santa Catarina: Pedro Xavier & Cia.,
Minaa Gerais: Joaquim Moss Velloso,
Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.
Pará: Albano H. Martfhs & Cia., Tra
vessa Campos Sales, 85/89, Belém. Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba rão do Triunfo. 510-A. João Pessoa.
Fernando Chlnaglia. R. de Janeiro.
Rua Felipe Schmidt, 8, Florlanóp.
Eis como o gasto com a lubrifícação
figura entre os demais fatores que determinam o casto unitário da produção de sua fóbrica. Todavia, embora insignificante, proporciona a V.S. economias de grande vulto, pois aumenta a eficiência de suas máquinas, reduz as paradas forçadas para reparos e concorre para o Lubrificantes aumento de sua produção. Com o emprego dos lubrificantes Gargoyle — mundialmente reconhecidos pela excelência de sua qualidade — "fiC Nostos engenheiros especioUza* ficam plenamente assegurados todos estes dos em Lubrifícação Correta conhe benefícios, os quais se traduzem em vida mais cem os máquinas de sua fábrica e os lubrificantes exatamente adequados longa de suas máquinas... produção maior ò suo perfeita conservação a fundo., por custo mais baixo... e mais lucros para V.S.! nomento. Consulte-os.
São Paulo: A Intelectual, Ltda.. Via
duto Santa Efigênia, 281, S. Paulo. Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua João Pessoa, 137, Aracaju. Território do-Acre: Diógenos de'Oli veira, Rio Branco.
Concessí^.^ária:
Cia. Mate Laranjeira S.II. São Paulo - Rua Brigadeiro Tobias, 356 Santos
- Rua Amador Bueno, 144
Curitiba - Rua Cruz M-achado, 12
ix «rji-n
[VPIWJI I I J |I
o DIGESTO ECONÔMICO
Um ANÃO
ESTA A VENDA
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço cie Cr$ 5,00. Os nossos agentes da relação ababco estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 50,00 anuais.
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qIGANTES!
B
Agenie geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
Avenida Presidaníe Vargas, 502. 13.o Eindcx Rio de Janeiro
Alagoas: Manoel Espíndola, Praça Pe dro II, 4S, Maceió.
Amazonas: Agência Freitas, Rua Joa quim Sarmento. 29, Manaus.
Bahia:
Alfredo J. de Souza & Cia.,
R. Saldanha da Gama, 6. Salvador.
Ceará: J. Alaor de Albuquerque & Cia. Praça do Ferreira, 621, Fortaleza.
Espírito Santo: Viuva Copolllo & Fi lhos, Rua Jerônimo Monteiro, 381, Vitória.
Goiás: João Manaiino, Rua Setenta A, Goiânia.
Paraná: J. Ghiagnone. Rua 15 de No vembro, 423, Curitiba. Pernambuco: Fernando Chlnaglia, Rua do Imperaaor, 221, 3.õ andar. Recife.
Piauí: Cláudio M. Tote, Teresina.
Elo de Janeiro: Fernando Chinaglía, Av. Presidente Vargas, 502, 19.o andar.
Rio Grapde do Norte: Luís RomSo, Avenida Tavares Lira. 48, Natal. Rio Grande do Sul: Sòmente para Por to Alegre: Octavio Sagebin, Rua
Maranhão: Livraria Universal, Rua João Lisboa, 114, São Luiz.
7 de Setembro. 789, Porto Alegre. Para locais fora de Pôrto Alegre:
Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro & Cia., Pça. da República, 20. Cuiabá.
Santa Catarina: Pedro Xavier & Cia.,
Minaa Gerais: Joaquim Moss Velloso,
Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.
Pará: Albano H. Martfhs & Cia., Tra
vessa Campos Sales, 85/89, Belém. Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba rão do Triunfo. 510-A. João Pessoa.
Fernando Chlnaglia. R. de Janeiro.
Rua Felipe Schmidt, 8, Florlanóp.
Eis como o gasto com a lubrifícação
figura entre os demais fatores que determinam o casto unitário da produção de sua fóbrica. Todavia, embora insignificante, proporciona a V.S. economias de grande vulto, pois aumenta a eficiência de suas máquinas, reduz as paradas forçadas para reparos e concorre para o Lubrificantes aumento de sua produção. Com o emprego dos lubrificantes Gargoyle — mundialmente reconhecidos pela excelência de sua qualidade — "fiC Nostos engenheiros especioUza* ficam plenamente assegurados todos estes dos em Lubrifícação Correta conhe benefícios, os quais se traduzem em vida mais cem os máquinas de sua fábrica e os lubrificantes exatamente adequados longa de suas máquinas... produção maior ò suo perfeita conservação a fundo., por custo mais baixo... e mais lucros para V.S.! nomento. Consulte-os.
São Paulo: A Intelectual, Ltda.. Via
duto Santa Efigênia, 281, S. Paulo. Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua João Pessoa, 137, Aracaju. Território do-Acre: Diógenos de'Oli veira, Rio Branco.
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Cia. Mate Laranjeira S.II. São Paulo - Rua Brigadeiro Tobias, 356 Santos
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Curitiba - Rua Cruz M-achado, 12
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W
CAMPANA
S.
Indústrias de Artefatos de Borracha e Calçados NOSSAS ESPECIALIDADES: Artefatos para Calçados — Calçados em Geral Artefatos de Borracha em Geral
,> .-•■••Vi-
<1^ ^
V
' .' I '
tf
i.
QUANTO MAIS PETiíOLEO.,.*
y.
rabricanlQB dos Afamados Saltos de Borracha:
FABRICAS:
TELEFONES:
Rua Marajó, 136/158
Gerencia
R. Cesarlo Alvim. 297
Ccntadorla
ESCRITÓRIO:
Escritório
— —
—
9-3205 9-32D0
:'.íí^i£.v, li'
9-3230
Rua Marajó. 136/139
Endereço Telegráfico:
São Paulo
CAMPANA .MAKCA
REGISTRADA
&-t
MAI-.R INDUSTRíALIZaÇÃO
Dl SlGfl aconselha:
ifi petroleo houver disponível, tanto Qjjanto mais maioi' será número de máqui as que entrarão 1
produzir um volume alnüa maior de mercado
rias de que o país necessita, pr< porc:onando-lhe
condições de pôder desfrutar vida melhor e mais
E MELHOR
4
nível
abundante.
O vasto programa de constrv'ções da Standard
Oll Company o£ Brazll está concorrendo pai a este crcsccnle desenvolvimento dhs indu.^-ttias e, ain- •
da, para aumentar a produção agrida, pois, ã
DE VIDA!
medida qiie maiores quantidades de petroleo se
tornam mais íacllmenle disponíveis, os Iratore* o implementos m eca nlzcdo r, asseguram safras maior., s. E os lares passam a fruir de maior coní.nrto e comodidade.
*0 petroleo co tribul
BRASIL S. A.
para uma
«ndo wt«!har.
SUIDIRD ou COHPRHY OF BRAZIl
W
CAMPANA
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Indústrias de Artefatos de Borracha e Calçados NOSSAS ESPECIALIDADES: Artefatos para Calçados — Calçados em Geral Artefatos de Borracha em Geral
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Escritório
— —
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9-3205 9-32D0
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9-3230
Rua Marajó. 136/139
Endereço Telegráfico:
São Paulo
CAMPANA .MAKCA
REGISTRADA
&-t
MAI-.R INDUSTRíALIZaÇÃO
Dl SlGfl aconselha:
ifi petroleo houver disponível, tanto Qjjanto mais maioi' será número de máqui as que entrarão 1
produzir um volume alnüa maior de mercado
rias de que o país necessita, pr< porc:onando-lhe
condições de pôder desfrutar vida melhor e mais
E MELHOR
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abundante.
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Oll Company o£ Brazll está concorrendo pai a este crcsccnle desenvolvimento dhs indu.^-ttias e, ain- •
da, para aumentar a produção agrida, pois, ã
DE VIDA!
medida qiie maiores quantidades de petroleo se
tornam mais íacllmenle disponíveis, os Iratore* o implementos m eca nlzcdo r, asseguram safras maior., s. E os lares passam a fruir de maior coní.nrto e comodidade.
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BRASIL S. A.
para uma
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SUIDIRD ou COHPRHY OF BRAZIl
BANCO DO COMMERCIO E INDUSTRIA DE SÃO PAULO S/A. FUNDADO EM 20 DE DEZEMBRO DE 1889
CUIDADO
Endereço telegráfico para Matriz e Filiais: "INDUSCOMIO"
Capital realizado Fundo de Reserva
Cr$ 150.000.000,00 Cr$ 102.887.244,00
Fundo de Reserva Legal ... CrS 30.000.000,00 Outras Reservas Cr$ 14.254.489,80 MATRIZ
—
COM n
São Paulo
Rua 15 de Novembro, 289 Caixa Postal, 36 — Telefone: 2-3191 e ramais
CORROSÃO!
FILIAIS:
RIO DE JANEIRO SALVADOR
RECIFE CURITIBA
VITÓRIA
PORTO ALEGRE QUANDO O MOTOR ESFRIA* SANTOS
Americana, Amparo, Apucarana, Araraquara, Bauru, Bebedouro, Biriguy, Blumenau, Botucatú, Bragança Paulista, Cafelandia, Cam pinas, Catanduva, Franca, Garça, Jaboticabal, Lins, Londrina, Marilia, Olympla, Ourinhos, Paranaguá, Piracicaba, Poços de Caldas, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Salto, São Carlos, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, São Manoel, Soro caba, Tanabí, Taquaritinga, Taubaté, Tupã, Valinhos, Valparaizo
Ao mudar o óleo, mande encher o
dos pela combustão oondeasom-se nos
cortei com
paredes dos cülodros. Iniciasdo a corrosão do metoL Para evitar as ccmsas da corrosão, use SHELL X-100 MOTOR OIL
cujos aditivos neutralizam o ocão dos áddos da combustão e loaem o óleo
espaihar-se meibor,formando uma fina
8 Votuporanga.
camada que protege as portes metã-
SHELL
TTfilT
licas. Quondo seu cano para. SHELL
CORRESPONDENTES NO PAIZ E NO ESTRANGEIRO
X-ioo exerce a sua ação protetora con
DIRETORIA:
Numa de Oliveira — Diretor Presidente
PROTEJA O MOTOR DE SEU CARRO.
O vapor d'á9rua e os áddos produzi
tra a corrosão.
MOTOR OIL
1'-
Leonidas Garcia Rosa — Diretor Vice-Presidente José da Silva Gordo — Diretor Superintendente
Theodoro Quartim Barbosa e Roberto Ferreira Amaral
DETERGENTE - ESTÁVEL - PROTETOR
—• Diretores Gerentes.
•-^Uv
BANCO DO COMMERCIO E INDUSTRIA DE SÃO PAULO S/A. FUNDADO EM 20 DE DEZEMBRO DE 1889
CUIDADO
Endereço telegráfico para Matriz e Filiais: "INDUSCOMIO"
Capital realizado Fundo de Reserva
Cr$ 150.000.000,00 Cr$ 102.887.244,00
Fundo de Reserva Legal ... CrS 30.000.000,00 Outras Reservas Cr$ 14.254.489,80 MATRIZ
—
COM n
São Paulo
Rua 15 de Novembro, 289 Caixa Postal, 36 — Telefone: 2-3191 e ramais
CORROSÃO!
FILIAIS:
RIO DE JANEIRO SALVADOR
RECIFE CURITIBA
VITÓRIA
PORTO ALEGRE QUANDO O MOTOR ESFRIA* SANTOS
Americana, Amparo, Apucarana, Araraquara, Bauru, Bebedouro, Biriguy, Blumenau, Botucatú, Bragança Paulista, Cafelandia, Cam pinas, Catanduva, Franca, Garça, Jaboticabal, Lins, Londrina, Marilia, Olympla, Ourinhos, Paranaguá, Piracicaba, Poços de Caldas, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Salto, São Carlos, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, São Manoel, Soro caba, Tanabí, Taquaritinga, Taubaté, Tupã, Valinhos, Valparaizo
Ao mudar o óleo, mande encher o
dos pela combustão oondeasom-se nos
cortei com
paredes dos cülodros. Iniciasdo a corrosão do metoL Para evitar as ccmsas da corrosão, use SHELL X-100 MOTOR OIL
cujos aditivos neutralizam o ocão dos áddos da combustão e loaem o óleo
espaihar-se meibor,formando uma fina
8 Votuporanga.
camada que protege as portes metã-
SHELL
TTfilT
licas. Quondo seu cano para. SHELL
CORRESPONDENTES NO PAIZ E NO ESTRANGEIRO
X-ioo exerce a sua ação protetora con
DIRETORIA:
Numa de Oliveira — Diretor Presidente
PROTEJA O MOTOR DE SEU CARRO.
O vapor d'á9rua e os áddos produzi
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MOTOR OIL
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Leonidas Garcia Rosa — Diretor Vice-Presidente José da Silva Gordo — Diretor Superintendente
Theodoro Quartim Barbosa e Roberto Ferreira Amaral
DETERGENTE - ESTÁVEL - PROTETOR
—• Diretores Gerentes.
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NA ESTATUARIA TANTO QUANTO A
:.Y:'^m '• .\a 1
#• •
... 88 Agénclaa do
feKf'
BANCO N^riONAI. IMOlIlUAltlO S.A.,
MICHCLANGELO figuro entre os escultores mois famosos. Conhecedor profundo do ono-
estão organizadas para
tomio humano,esculpiu seus môrmoros com uma
atenoer aos nossos clientes
técnico otó hoje nóo Iguolodo. Conto-se, que o próprio Michelongelo, arrebatado ante o noturo-
lài
em todas as operações bancárias, bem como nos
iidode de sou célebre Moysós,exclomou:"Poria I" Com iusliço, entre os criações dâsse grande artista do
demais serviços que fizeram do BNI uma instituição
ctnzeJ, essa, sobre tudo ..
para servir o pública A.Gi:NCIA PAULA SOUZA:
ftua Paula Sousa, 62 - Teiefone, 34-4952 AGÊNCIA PIN^^^^TROS:
Rua Teodoro Sampaio, 2347 - Tel. 8-1604 AGÊNCIA
ÁGUA TÔNICA DE QUININO da An-
m
Av. Rc"^gel Pestana, 2121 - Telefone, 9-7700
torctica, o refrigerante que diàriomente saboreo-
AGÊNCIA
mos, é um produto cui© inconfundível polodar nòo pode ser igualado e, sendo umo alta con-
Rua
Paraíso,
915
PABAISO:
—
Telefone, 31-3234
AGÊNCIA JABAQUARA
Av, Jabaquara, 812 — Telefone. 70-2932
quisto no campo dos refrigerontes, poro or
AGÊNCIA Sito JQSO
gulho do indústria nacional TflMaÍM
Avenida São João. 1183 - Telefone, 52-8327
Não ADMITE CONFRONTOS!
AGÊNCIA PENHA:
Rua da Penha, 371
—
Telefone. 9-0273
AO-^^^TCI^ NO 8
Avenida
ÃGtJA_
São João, 2176 — Tel. 52-7064
AGÊNCIA TATUAPSl Aveijiua «-..c-isu vjraic.a, 3760
Eakm:M'^onalI^hüiáHoS.À, "-r
(Filiado ao Sindicato dos Corretores de Imóveis)
ANTARCTICA
SEDE CENTRAL: Rua Alvares Penteado. 72 — Telefone: 33-2184 Arco-Artusl
V
1
NA ESTATUARIA TANTO QUANTO A
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... 88 Agénclaa do
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BANCO N^riONAI. IMOlIlUAltlO S.A.,
MICHCLANGELO figuro entre os escultores mois famosos. Conhecedor profundo do ono-
estão organizadas para
tomio humano,esculpiu seus môrmoros com uma
atenoer aos nossos clientes
técnico otó hoje nóo Iguolodo. Conto-se, que o próprio Michelongelo, arrebatado ante o noturo-
lài
em todas as operações bancárias, bem como nos
iidode de sou célebre Moysós,exclomou:"Poria I" Com iusliço, entre os criações dâsse grande artista do
demais serviços que fizeram do BNI uma instituição
ctnzeJ, essa, sobre tudo ..
para servir o pública A.Gi:NCIA PAULA SOUZA:
ftua Paula Sousa, 62 - Teiefone, 34-4952 AGÊNCIA PIN^^^^TROS:
Rua Teodoro Sampaio, 2347 - Tel. 8-1604 AGÊNCIA
ÁGUA TÔNICA DE QUININO da An-
m
Av. Rc"^gel Pestana, 2121 - Telefone, 9-7700
torctica, o refrigerante que diàriomente saboreo-
AGÊNCIA
mos, é um produto cui© inconfundível polodar nòo pode ser igualado e, sendo umo alta con-
Rua
Paraíso,
915
PABAISO:
—
Telefone, 31-3234
AGÊNCIA JABAQUARA
Av, Jabaquara, 812 — Telefone. 70-2932
quisto no campo dos refrigerontes, poro or
AGÊNCIA Sito JQSO
gulho do indústria nacional TflMaÍM
Avenida São João. 1183 - Telefone, 52-8327
Não ADMITE CONFRONTOS!
AGÊNCIA PENHA:
Rua da Penha, 371
—
Telefone. 9-0273
AO-^^^TCI^ NO 8
Avenida
ÃGtJA_
São João, 2176 — Tel. 52-7064
AGÊNCIA TATUAPSl Aveijiua «-..c-isu vjraic.a, 3760
Eakm:M'^onalI^hüiáHoS.À, "-r
(Filiado ao Sindicato dos Corretores de Imóveis)
ANTARCTICA
SEDE CENTRAL: Rua Alvares Penteado. 72 — Telefone: 33-2184 Arco-Artusl
V
1
m".'
-. 1 li U
INTERVENÇÃO
Dism ECOiMIüO
domínio
9 HUHDQ BOS IEGOCÍOS WM MIIMW KIMl
DO
ESTADO
NO
econômico
•ubficedo sob os •aipMot dc
tSSOCiaC&O COMERCIfiLDE SlO PSIILB
A Presidente da República encaminhou ao Congresso nacional nos últimos dias do mês de maio último,
FEDERADO DO CDMÍRCIG 00 ESTADO DE SlO FIOLO
Direior superinlendenle: Martim Affonso Xavier da Silveira
três mensagens, acompanhadas dos respectivos projetos do lei, regulan do a intervenção do Estado no domí
O Digesto £)couóiti£t»o publicará no próximo número:
Diretor:
Q PROBLEMA DO PETRÓLEO ' Francisco Prestes Maia.
ras, é publicado mensalmente pela Editôra Comercial Ltda.
NOTAS SÔBRE O MERCADO NEGRO DO CÂMBIO — Mircea Buèscu.
A direção não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitús emitidos em artigos assi nados.
PERSPECTIVAS ECONÔMICAS - Ro berto Pinto de Sousa.
NOTAS SÔBRE PROBLEMAS ACULNa transcrição de artigos pede-se citar o nome do Digesio
TURATIVOS - Djacir Menezes.
Econômico.
NOVOS PLANOS (VI) _ Nelson Wer-
,• Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es
ASSINATURAS:
Cr$ 50,00
neck Sodré. ,
de preços e punir os crimes contra
conseqüente aumento das penalidades
a economia popular.
a êles correspondentes e prescrição
jeto dessas proposições legislativas
de normas processuais adequadas. Agora, em fins do junho último,
interessa de perto às classes produ toras do país, criadoras da riqueza
enviou uma nova mensagem e proje
nacional e representantes dos inte resses legítimos dos vários setores^ em que se divide a atividade econô
to de lei regulando o julgamento dos crimes contra a economia popular* e instituindo júris de zona, correspon dentes às zonas eleitorais, presididos
por juizes e integrados por vinte ju
Redação e Administração:
mica do Brasil.
Não podem as classes produtoras deixar de se manifestar, com absolu
ta isenção, sinceridade e espírito pú
respectiva zona eleitoral, cinco das quais constituirão o Conselho de Sen tença. De preferência serão incluí
blico, agentes que são dos interesses coletivos, sobre esse corpo de leis proposto ao Congresso Nacional, sob pena de se demitirem das superiores responsabilidades que lhes cabem de colaboradoras do Governo, em tudo
Os quatro projetos formam um to do indecompativel, tanto que dispo to dos outros. O conjunto dessas pro vidências legislativas objetiva a in
Rua Boa Vista, 51 — 9.o andar Telefone: 33-1112 — Ramal 19 Caixa Postal, 8240 São Paulo
A matéria ob
rados sorteados entre os eleitores da
Número do mês ...... CrS 5,00 Cr§ 8,00
.
pela fixação de um nível razoável
sições de uns sao repetidas no tex
Atrasado:
<
que o adotou uiuinimementc.
mais ampla concoituação dos deli
ÇrÇ 58.00
(registrado)
Federação das Associações Comerciais,
tos contra a economia popular, com o
lia e donas de casa.
: Digesto Econômico
'
missão Central de Pi-eços, e a uma
dos na lista de jurados pais de famí
trangeiras.
Ano (simples)
relativas ao abastecimento dos mer cados consumidores, à reorganização
tervenção direta do Poder Público no campo das relações econômicas,
■* •
do Estado dc Sõo Paulo, c levado pela delegação do comercio paulista d Meío Redonda, ora realizada no Rio pela
e ampliação das atribuições da Co
Anlonio Gozililo de Carvalho
O DIgesto Econômico, órgão de In formações econômicas e financei
nio econômico por meio de medidas
Eis o parecer vUiburado pelo Instituto de Ecoíiofíiííj da Associação Comercial da São Paulo c Federação do Comércio
o que diga respeito à organização- e funcionamento da ordem econômica. E as entidades de classe, como a As sociação Comercial de São Paulo, se
sentem no dever de assumir posição
a fim de assegurar a livre distribui
em face das proposições governa mentais, não só com a finalidade de
ção dos produtos nos mercados con
prestar ao Congi-esso a sua colabo
sumidores, combater a especulação e
ração como também com o objetivo
a ganância, baratear o custo de vida
de traduzir os interesses e as aspira-
m".'
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INTERVENÇÃO
Dism ECOiMIüO
domínio
9 HUHDQ BOS IEGOCÍOS WM MIIMW KIMl
DO
ESTADO
NO
econômico
•ubficedo sob os •aipMot dc
tSSOCiaC&O COMERCIfiLDE SlO PSIILB
A Presidente da República encaminhou ao Congresso nacional nos últimos dias do mês de maio último,
FEDERADO DO CDMÍRCIG 00 ESTADO DE SlO FIOLO
Direior superinlendenle: Martim Affonso Xavier da Silveira
três mensagens, acompanhadas dos respectivos projetos do lei, regulan do a intervenção do Estado no domí
O Digesto £)couóiti£t»o publicará no próximo número:
Diretor:
Q PROBLEMA DO PETRÓLEO ' Francisco Prestes Maia.
ras, é publicado mensalmente pela Editôra Comercial Ltda.
NOTAS SÔBRE O MERCADO NEGRO DO CÂMBIO — Mircea Buèscu.
A direção não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitús emitidos em artigos assi nados.
PERSPECTIVAS ECONÔMICAS - Ro berto Pinto de Sousa.
NOTAS SÔBRE PROBLEMAS ACULNa transcrição de artigos pede-se citar o nome do Digesio
TURATIVOS - Djacir Menezes.
Econômico.
NOVOS PLANOS (VI) _ Nelson Wer-
,• Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es
ASSINATURAS:
Cr$ 50,00
neck Sodré. ,
de preços e punir os crimes contra
conseqüente aumento das penalidades
a economia popular.
a êles correspondentes e prescrição
jeto dessas proposições legislativas
de normas processuais adequadas. Agora, em fins do junho último,
interessa de perto às classes produ toras do país, criadoras da riqueza
enviou uma nova mensagem e proje
nacional e representantes dos inte resses legítimos dos vários setores^ em que se divide a atividade econô
to de lei regulando o julgamento dos crimes contra a economia popular* e instituindo júris de zona, correspon dentes às zonas eleitorais, presididos
por juizes e integrados por vinte ju
Redação e Administração:
mica do Brasil.
Não podem as classes produtoras deixar de se manifestar, com absolu
ta isenção, sinceridade e espírito pú
respectiva zona eleitoral, cinco das quais constituirão o Conselho de Sen tença. De preferência serão incluí
blico, agentes que são dos interesses coletivos, sobre esse corpo de leis proposto ao Congresso Nacional, sob pena de se demitirem das superiores responsabilidades que lhes cabem de colaboradoras do Governo, em tudo
Os quatro projetos formam um to do indecompativel, tanto que dispo to dos outros. O conjunto dessas pro vidências legislativas objetiva a in
Rua Boa Vista, 51 — 9.o andar Telefone: 33-1112 — Ramal 19 Caixa Postal, 8240 São Paulo
A matéria ob
rados sorteados entre os eleitores da
Número do mês ...... CrS 5,00 Cr§ 8,00
.
pela fixação de um nível razoável
sições de uns sao repetidas no tex
Atrasado:
<
que o adotou uiuinimementc.
mais ampla concoituação dos deli
ÇrÇ 58.00
(registrado)
Federação das Associações Comerciais,
tos contra a economia popular, com o
lia e donas de casa.
: Digesto Econômico
'
missão Central de Pi-eços, e a uma
dos na lista de jurados pais de famí
trangeiras.
Ano (simples)
relativas ao abastecimento dos mer cados consumidores, à reorganização
tervenção direta do Poder Público no campo das relações econômicas,
■* •
do Estado dc Sõo Paulo, c levado pela delegação do comercio paulista d Meío Redonda, ora realizada no Rio pela
e ampliação das atribuições da Co
Anlonio Gozililo de Carvalho
O DIgesto Econômico, órgão de In formações econômicas e financei
nio econômico por meio de medidas
Eis o parecer vUiburado pelo Instituto de Ecoíiofíiííj da Associação Comercial da São Paulo c Federação do Comércio
o que diga respeito à organização- e funcionamento da ordem econômica. E as entidades de classe, como a As sociação Comercial de São Paulo, se
sentem no dever de assumir posição
a fim de assegurar a livre distribui
em face das proposições governa mentais, não só com a finalidade de
ção dos produtos nos mercados con
prestar ao Congi-esso a sua colabo
sumidores, combater a especulação e
ração como também com o objetivo
a ganância, baratear o custo de vida
de traduzir os interesses e as aspira-
'mmmm 10
Dicesto Econômico
Dicesto Econômico
ções das classes que legal e moral
veram ao lado do Poder Público na
no mercado comercial, através
mente representam. No caso do comércio as medidas em questão lhe dizem respeito direta
luta contra os fatores determinantes da anormalidade econômica e finan
criação da Superintendência do Abas no
As razões alegadas pelo Governo
ceira e em todas as circunstâncias
mente.
em que ele o exigiu, mesmo com o sa
tempo e no csimço, utilizando-se do
O Senhor Presidente da Re
pública, na mensagem que acompa nhou uma das proposições diz, tex tualmente, que a medida objetiva
tendo em vista o bem coletivo e as
• uma "forma de intervenção no co
As medidas, porém, propostas ao
crifício dos seus interesses legítimos, necessidades do país.
mércio" e declara que essa interven
Congresso e as razões com que fo
ção visa "remediar a situação angustiosa em que se encontram as gran
ram justificadas, criam uma mdis-
des massas trabalhadoras, privadas cada vez mais dos meios de subsis tência".
Vincula, portanto, o Governo, nesse
de privação por que passam as clas
na função distribuidora dos gêneros e, principalmente, dos gêneros de primeira necessidade, a qual, decla ra Sua Excelência, "se vem fazendo pressão das forças inspiradas por
organismo de que êles são florações
■ insaciável espírito de lucro". Embora atribuindo na Mensagem à . alta de preços a causa principal das dificuldades com que luta o povo, no
parasitárias. E' condição para a su perior missão exercida pelo comércio, de agente da circulação dos bens eco
da confiança popular, .«ob pena'de
lucro fácil e excessivo". Como base
cercearmos uma manifestação fun
na atividade dos especuladores, as quatro proposições sugerem ao Con gresso medidas de uma extensão e
um alcance incalculáveis, que impor tam numa intervenção decisiva do Poder Público, na ordem econômica
vigente, e sem limites configurados, quer no que se refere à duração das providências intervencionistas, quer
no campo preciso a ser abrangido pela intromissão governamental. As classes produtoras sempre esti
Ora, a intervenção do Estado no campo do comércio, da maneira como é proposta e sob os fundamentos com que é justificada, poderá criar um clima político desfavorável ao legíti
mo exercício dessa atividade, capaz de gerar conseqüências danosas para o próprio funcionamento normal da vida econômica do país.
Pretende o Governo introd\izir-se
ônus
tradicionais
que
sempre
crescente
do
custo
Desde o começo do 1951, por vá SC tem referido à necessidade de pôr ■ um paradeiro à elevação de preços, carnctorística dos últimos tempos.
Estudendo-so os índices de preços de atacado, verifica-se que o seu au mento
constitui
uma
constante
no
lo seu necessário e peculiar dinamis
sendo, portanto, fenômeno peculiar
mo.
aos nossos dias.
O seu agravamento,
porém, tem alarmado muito justa mente os poderes constituídos, pois
a inflação provoca pevtui-bações eco
ra julgar os crimes denunciados nes
nômicas. sociais e políticas altamente •
sas circunscrições, poderá paralela mente com a b-^n^fca criação de uma
indesejáveis.
gerar, também, um clima de insegu rança para toda a vida comercial, olhada pelo direto consumidor, tran-
l
alta
no quadro da economia nacional, não
exercício inescrupuloso do comércio,
• i
a
que é típica da esfera particular, pe
atmosfera de intimidação ao possível
damental de nossa atividade no do mínio da riqueza coletiva.
rias vêzcs, o noticiáiào da imprensa
funcionando em tantas regiões quan tas as zonas eleitorais existentes, pa
nômicos, que a sua função soja res peitada pelo Poder Público o cercada
mecanismo do comércio, embora de clare que visa combater a "avidez do
de volumes indiscviminíulos do produ tos e mercadorias que representam
E a criação de um júri especial,
tuem deformação de um sadio orga nismo econômico. Faz-se mister, en tretanto, que as medidas cio repressão a esses males não afetcju o próprio •
damento de vida.
acompanham os^a dilatação da esfe ra da ação púbMca, a uma atividade
As classes produtoras estão ao la do do Governo na luta contra a es peculação e a ganância, que consti
ao sabor das circunstâncias e sob
instrumento de desapropriação, que
é uma restrição excepcional ao direi to de proprio lado, para a aquisição
mercio, substituindn-se assim, c com
mentes que perturbam a vida econô
FinuIítnicíUo das ^fctlsa{'cns do Govâmo
como justificativas das mensagens enviadas ao Congresso têm como fun
03
mica do país e causador da situação ses menos favorecidas.
ilimitada
maioria das unidades ativas do co
comércio, transformando-o no respon sável principal pelos males mais pre
eituação de carência econômica das classes trabalhadoras e a alta dos
ação
o núcleo principal de atividade da
farçável atmosfera de hostilidade ao
trecho da Mensagem, a proclamada
preços, à livre atividade do comércio,
tecimento, com
da
Muitos analistas da inflação têm afirmado que uma estabilização ge ral dos preços, incHiindo-se aqui o custo, o salário, o juro, o lucro e a
renda, talvez pudesse deter seus efei
tos, uma vez que em curta duração,
formado cm juiz, como notencialmenle criminosa, e capaz de dar nasci mento não sô a iniustiças e danos particulares sem conta, que seria a
torna-se impossível provocar uma re-
Conseqüência menor, mas até mesmo
ços repousa na verificação da falta '
a eliminar as condições vitais de fun cionamento da máquina comercial,
de simultaneidade e de proporciona- ' lidade entre o aumento dos preços de custo, de atacado, de varejo e de custo de vida, entre os preços dos produtos de base e os dos produtos
que são a garantia e a confiança. A primeira ressalva, pois, a ser feita ao conjunto das mensagens pre
flaçãp e ser reconhecidamente peri goso proceder-se a uma brusca de
flação. A idéia de estab'1'zar os pre
sidenciais, diz respeito aos possíveis efeitos que resultariam da aplicação
transformados e entre os vários ren
das medidas nelas propostas, tendo
de produção; repousa ainda na bus ca de um justo preço o\i de um pre ço normal, Esta última idéia tem por fundamento a observação de que o
em vista as exigências essenciais que presidem ao regular funcionamento ■da vida comercial.
dimentos repartidos após o processo
'mmmm 10
Dicesto Econômico
Dicesto Econômico
ções das classes que legal e moral
veram ao lado do Poder Público na
no mercado comercial, através
mente representam. No caso do comércio as medidas em questão lhe dizem respeito direta
luta contra os fatores determinantes da anormalidade econômica e finan
criação da Superintendência do Abas no
As razões alegadas pelo Governo
ceira e em todas as circunstâncias
mente.
em que ele o exigiu, mesmo com o sa
tempo e no csimço, utilizando-se do
O Senhor Presidente da Re
pública, na mensagem que acompa nhou uma das proposições diz, tex tualmente, que a medida objetiva
tendo em vista o bem coletivo e as
• uma "forma de intervenção no co
As medidas, porém, propostas ao
crifício dos seus interesses legítimos, necessidades do país.
mércio" e declara que essa interven
Congresso e as razões com que fo
ção visa "remediar a situação angustiosa em que se encontram as gran
ram justificadas, criam uma mdis-
des massas trabalhadoras, privadas cada vez mais dos meios de subsis tência".
Vincula, portanto, o Governo, nesse
de privação por que passam as clas
na função distribuidora dos gêneros e, principalmente, dos gêneros de primeira necessidade, a qual, decla ra Sua Excelência, "se vem fazendo pressão das forças inspiradas por
organismo de que êles são florações
■ insaciável espírito de lucro". Embora atribuindo na Mensagem à . alta de preços a causa principal das dificuldades com que luta o povo, no
parasitárias. E' condição para a su perior missão exercida pelo comércio, de agente da circulação dos bens eco
da confiança popular, .«ob pena'de
lucro fácil e excessivo". Como base
cercearmos uma manifestação fun
na atividade dos especuladores, as quatro proposições sugerem ao Con gresso medidas de uma extensão e
um alcance incalculáveis, que impor tam numa intervenção decisiva do Poder Público, na ordem econômica
vigente, e sem limites configurados, quer no que se refere à duração das providências intervencionistas, quer
no campo preciso a ser abrangido pela intromissão governamental. As classes produtoras sempre esti
Ora, a intervenção do Estado no campo do comércio, da maneira como é proposta e sob os fundamentos com que é justificada, poderá criar um clima político desfavorável ao legíti
mo exercício dessa atividade, capaz de gerar conseqüências danosas para o próprio funcionamento normal da vida econômica do país.
Pretende o Governo introd\izir-se
ônus
tradicionais
que
sempre
crescente
do
custo
Desde o começo do 1951, por vá SC tem referido à necessidade de pôr ■ um paradeiro à elevação de preços, carnctorística dos últimos tempos.
Estudendo-so os índices de preços de atacado, verifica-se que o seu au mento
constitui
uma
constante
no
lo seu necessário e peculiar dinamis
sendo, portanto, fenômeno peculiar
mo.
aos nossos dias.
O seu agravamento,
porém, tem alarmado muito justa mente os poderes constituídos, pois
a inflação provoca pevtui-bações eco
ra julgar os crimes denunciados nes
nômicas. sociais e políticas altamente •
sas circunscrições, poderá paralela mente com a b-^n^fca criação de uma
indesejáveis.
gerar, também, um clima de insegu rança para toda a vida comercial, olhada pelo direto consumidor, tran-
l
alta
no quadro da economia nacional, não
exercício inescrupuloso do comércio,
• i
a
que é típica da esfera particular, pe
atmosfera de intimidação ao possível
damental de nossa atividade no do mínio da riqueza coletiva.
rias vêzcs, o noticiáiào da imprensa
funcionando em tantas regiões quan tas as zonas eleitorais existentes, pa
nômicos, que a sua função soja res peitada pelo Poder Público o cercada
mecanismo do comércio, embora de clare que visa combater a "avidez do
de volumes indiscviminíulos do produ tos e mercadorias que representam
E a criação de um júri especial,
tuem deformação de um sadio orga nismo econômico. Faz-se mister, en tretanto, que as medidas cio repressão a esses males não afetcju o próprio •
damento de vida.
acompanham os^a dilatação da esfe ra da ação púbMca, a uma atividade
As classes produtoras estão ao la do do Governo na luta contra a es peculação e a ganância, que consti
ao sabor das circunstâncias e sob
instrumento de desapropriação, que
é uma restrição excepcional ao direi to de proprio lado, para a aquisição
mercio, substituindn-se assim, c com
mentes que perturbam a vida econô
FinuIítnicíUo das ^fctlsa{'cns do Govâmo
como justificativas das mensagens enviadas ao Congresso têm como fun
03
mica do país e causador da situação ses menos favorecidas.
ilimitada
maioria das unidades ativas do co
comércio, transformando-o no respon sável principal pelos males mais pre
eituação de carência econômica das classes trabalhadoras e a alta dos
ação
o núcleo principal de atividade da
farçável atmosfera de hostilidade ao
trecho da Mensagem, a proclamada
preços, à livre atividade do comércio,
tecimento, com
da
Muitos analistas da inflação têm afirmado que uma estabilização ge ral dos preços, incHiindo-se aqui o custo, o salário, o juro, o lucro e a
renda, talvez pudesse deter seus efei
tos, uma vez que em curta duração,
formado cm juiz, como notencialmenle criminosa, e capaz de dar nasci mento não sô a iniustiças e danos particulares sem conta, que seria a
torna-se impossível provocar uma re-
Conseqüência menor, mas até mesmo
ços repousa na verificação da falta '
a eliminar as condições vitais de fun cionamento da máquina comercial,
de simultaneidade e de proporciona- ' lidade entre o aumento dos preços de custo, de atacado, de varejo e de custo de vida, entre os preços dos produtos de base e os dos produtos
que são a garantia e a confiança. A primeira ressalva, pois, a ser feita ao conjunto das mensagens pre
flaçãp e ser reconhecidamente peri goso proceder-se a uma brusca de
flação. A idéia de estab'1'zar os pre
sidenciais, diz respeito aos possíveis efeitos que resultariam da aplicação
transformados e entre os vários ren
das medidas nelas propostas, tendo
de produção; repousa ainda na bus ca de um justo preço o\i de um pre ço normal, Esta última idéia tem por fundamento a observação de que o
em vista as exigências essenciais que presidem ao regular funcionamento ■da vida comercial.
dimentos repartidos após o processo
* «fPI'
w II '"I '
Dicesto EcoNÓAaco.
12
mecanismo natural e espontâneo da
nobras provocadoras do altas de pre
formação dos preços só poderia exis tir em regime de concorrência per feita, Hoje, porém, predominando a concorrência imperfeita, não sendo raros os monopólios e os oligopólios, as permutas se operam dentro de
ços, indesejáveis e artificiais. Esta especulação teria fundas repercus sões sobre a produção e o consumo,
além de representar uma injustiça social para os comerciantes que se contentara em obter lucros razoáveis.
•'
V
Dicesto Econômico
membros serão designados pelo Mi
dicamentos.
nistro do Trabalho, Indústria e Co
Deverá ainda procurar
manter estoques dos referidos pro dutos e, se necessário, desapropriar, por interesse social, qualquer bem
nicipais. As atribuições da Comissão-
jorações nocivas, por contribuirem para a redução do nível de vida das
lucionar êste estado de coiisas, dois.. seriam de ação lenta: o aumento da
massas consumidoras; são permutas
produção e o seu escoamento normal
injustas porque acentuam os dese quilíbrios na distribuição dos rendi
por meio do transportes mais rápi
adquiridos pu desapropriados será pago em moeda corrente, do acordo com cotações vigentes nos locais de produção, aborta concorrência públi
dos, mais abundantes e mais baratos.
ca ou administrativa, sempre que
mentos.
Seria possível, no entanto, apelar
imediatamente para medidas de ação.
ras provocaram bruscas rupturas en
rápida, as quais seriam: 1) interven ção direta do Estado no mercado dis
tre a oferta e a procura, fazendo com que os consumidores, premidos pelas necessidades, se tornassem prê-
tribuidor de bens do consumo; 2) re pressão dos abusos que se vêm co
sa fácil de falta de escrú
metendo.
pulos dos que detêm em mãos as quantidades a oferecer. Êste é
o
Esta interven
ção direta 6 proposta com! base nos artigos 14G, 147, 148 da Constituição, bas tando uma lei especial (que ora se sugere) deter
fundamento
teórico no qual se apoiou o Presidente da Repúbli
mine sua amplitude. Con
ca, ao elaborar e encami
sistirá na criação de um
nhar os projetos de lei
4
dos preços. Com efeito, a mensagem presidencial que encaminhou os pro
jetos afirmou que múltiplas são as causas do encarecimento da vida que
organismo — a Superin tendência do Abastecimen
que visam a estabilização
to — que, em caráter permanente,' terá por principal objetivo a aquisi-. ção e distribuição de produtos essen ciais, pelo Govêrno. A repressão se
nos aflige. Dentre as principais de
ria exercida pela Comissão Central
veriam destacar-se: l.o) o crescimen
de Preços, apoiada na lei sobre cri
to da produção, menor que as necessi
mes contra a economia popular, cujo campo de aplicação se veria assim'
dades de consumo; 2.o) a iiTegularidade de abastecimento dos grandes centros urbanos, devido ao estado
alargado.
precário dos transportes; 3.o) as ma
mento teria por finalidades: comprar,"
A Superintendência do Abasteci
nobras de especuladores, levadas a
distribuir e vender gêneros alimen-'
efeito "por certos comerciantes, cujo
tícios de primeira necessidade; gado
objetivo seria o de obter lucros exor bitantes, seja pelo açambarcamento e
destinado ao talho; aves e peixes próprios para a alimentação huma
sonegação de mercadorias, por ma-
na; combustível de origem vegetal '
fiscalizador das transações, visto de saparecer a relativa autonomia das
Entre os remédios capazes de so
que as últimas crises e as duas guer
mércio, tudo isto implicando numa completa centralização do organismo
indispensável à realização dos obje tivos previstos. O preço dos produtos
uma economia de escassez e de ma
Devemos considerar ainda
missões regionais de preços, cujos
ou mineral para uso doméstico; te cidos e calçados do uso popular; me
possível. A Superintendência poderá realizar vendas diretas ao consumi
dor, caso em que o preço será de
terminado pelo custo, acrescido das despesas necessárias ã distribuição, ou então, poderá entregar as merca dorias a estabelecimentos públicos ou
privados que habitualmente se in cumbem desta atividade, caso em que
o preço será determinado pelo custo, despesas e mais um razoável lucro, a
comissões de preços estaduais e mu-, Central serão:
a) realizar inquéritos econômicos e pesquisar os custos de produção e distribuição dos gêneros e mercado rias, e de sua aquisição nos centros produtores ou na entrada dos mer
cados, a fim de orientar a política geral de preços;
b) verificar periodicamente os es toques de gêneros e mercadorias de* primeira necessidade;
^c) regular e disciplinar a circuldção e distribuição tanto dêstes, quan to das matérias-primas, incluindo-se -
aqui a eventual, fiscalização do seu
ser fixado em contrato, e revenda direta do consumidor.
emprêgo;
Não bastará, porém, intervir dire tamente; será necessária a repressão, 'declara a mensagem, mediante a Co*iiissão Central de Preços, a qual será ^®organizada. Passará a ser composta ^6 uma. Comissão, formada por Representantes do comércio, da in-
porte;
^õstria, da agricultura e da pecuária; ^ois representantes dos consumido res; representantes do Ministérios da Justiça, da Fazenda, da Agricul tura, da Viação e da Prefeitura do Distrito Federal; representantes das
d) estabelecer prioridades no trans
e) reduzir e fixar os preços, estabelecendo, quando necessário, pre ços máximos, seja dos gêneros do
primeira necessida'de, seja de outras
mercadorias, quando ficar provada a existência de lucro excessivo;
f) racionar produtos escassos; ' g) atender a cooperativas operá-: rias e populares em tudo que fôr pos-: sível, para que alcancem seus obje tivos;
h) superintender e fiscalizar tôdas
autarquias reguladoras da produção;
as medidas tomadas,
um representante das Forças Arma das e um representante da imprensa.
Esta fiscalização se exercerá me diante a nota ou caderno de venda e mediante o envio de balanços e
A Comissão contará.com um órgão executivo, localizado na capital da
República, e tambêni disporá de co
demonstração de lucros e perdas por ■ parte de emprêsas comerciais e in-.
* «fPI'
w II '"I '
Dicesto EcoNÓAaco.
12
mecanismo natural e espontâneo da
nobras provocadoras do altas de pre
formação dos preços só poderia exis tir em regime de concorrência per feita, Hoje, porém, predominando a concorrência imperfeita, não sendo raros os monopólios e os oligopólios, as permutas se operam dentro de
ços, indesejáveis e artificiais. Esta especulação teria fundas repercus sões sobre a produção e o consumo,
além de representar uma injustiça social para os comerciantes que se contentara em obter lucros razoáveis.
•'
V
Dicesto Econômico
membros serão designados pelo Mi
dicamentos.
nistro do Trabalho, Indústria e Co
Deverá ainda procurar
manter estoques dos referidos pro dutos e, se necessário, desapropriar, por interesse social, qualquer bem
nicipais. As atribuições da Comissão-
jorações nocivas, por contribuirem para a redução do nível de vida das
lucionar êste estado de coiisas, dois.. seriam de ação lenta: o aumento da
massas consumidoras; são permutas
produção e o seu escoamento normal
injustas porque acentuam os dese quilíbrios na distribuição dos rendi
por meio do transportes mais rápi
adquiridos pu desapropriados será pago em moeda corrente, do acordo com cotações vigentes nos locais de produção, aborta concorrência públi
dos, mais abundantes e mais baratos.
ca ou administrativa, sempre que
mentos.
Seria possível, no entanto, apelar
imediatamente para medidas de ação.
ras provocaram bruscas rupturas en
rápida, as quais seriam: 1) interven ção direta do Estado no mercado dis
tre a oferta e a procura, fazendo com que os consumidores, premidos pelas necessidades, se tornassem prê-
tribuidor de bens do consumo; 2) re pressão dos abusos que se vêm co
sa fácil de falta de escrú
metendo.
pulos dos que detêm em mãos as quantidades a oferecer. Êste é
o
Esta interven
ção direta 6 proposta com! base nos artigos 14G, 147, 148 da Constituição, bas tando uma lei especial (que ora se sugere) deter
fundamento
teórico no qual se apoiou o Presidente da Repúbli
mine sua amplitude. Con
ca, ao elaborar e encami
sistirá na criação de um
nhar os projetos de lei
4
dos preços. Com efeito, a mensagem presidencial que encaminhou os pro
jetos afirmou que múltiplas são as causas do encarecimento da vida que
organismo — a Superin tendência do Abastecimen
que visam a estabilização
to — que, em caráter permanente,' terá por principal objetivo a aquisi-. ção e distribuição de produtos essen ciais, pelo Govêrno. A repressão se
nos aflige. Dentre as principais de
ria exercida pela Comissão Central
veriam destacar-se: l.o) o crescimen
de Preços, apoiada na lei sobre cri
to da produção, menor que as necessi
mes contra a economia popular, cujo campo de aplicação se veria assim'
dades de consumo; 2.o) a iiTegularidade de abastecimento dos grandes centros urbanos, devido ao estado
alargado.
precário dos transportes; 3.o) as ma
mento teria por finalidades: comprar,"
A Superintendência do Abasteci
nobras de especuladores, levadas a
distribuir e vender gêneros alimen-'
efeito "por certos comerciantes, cujo
tícios de primeira necessidade; gado
objetivo seria o de obter lucros exor bitantes, seja pelo açambarcamento e
destinado ao talho; aves e peixes próprios para a alimentação huma
sonegação de mercadorias, por ma-
na; combustível de origem vegetal '
fiscalizador das transações, visto de saparecer a relativa autonomia das
Entre os remédios capazes de so
que as últimas crises e as duas guer
mércio, tudo isto implicando numa completa centralização do organismo
indispensável à realização dos obje tivos previstos. O preço dos produtos
uma economia de escassez e de ma
Devemos considerar ainda
missões regionais de preços, cujos
ou mineral para uso doméstico; te cidos e calçados do uso popular; me
possível. A Superintendência poderá realizar vendas diretas ao consumi
dor, caso em que o preço será de
terminado pelo custo, acrescido das despesas necessárias ã distribuição, ou então, poderá entregar as merca dorias a estabelecimentos públicos ou
privados que habitualmente se in cumbem desta atividade, caso em que
o preço será determinado pelo custo, despesas e mais um razoável lucro, a
comissões de preços estaduais e mu-, Central serão:
a) realizar inquéritos econômicos e pesquisar os custos de produção e distribuição dos gêneros e mercado rias, e de sua aquisição nos centros produtores ou na entrada dos mer
cados, a fim de orientar a política geral de preços;
b) verificar periodicamente os es toques de gêneros e mercadorias de* primeira necessidade;
^c) regular e disciplinar a circuldção e distribuição tanto dêstes, quan to das matérias-primas, incluindo-se -
aqui a eventual, fiscalização do seu
ser fixado em contrato, e revenda direta do consumidor.
emprêgo;
Não bastará, porém, intervir dire tamente; será necessária a repressão, 'declara a mensagem, mediante a Co*iiissão Central de Preços, a qual será ^®organizada. Passará a ser composta ^6 uma. Comissão, formada por Representantes do comércio, da in-
porte;
^õstria, da agricultura e da pecuária; ^ois representantes dos consumido res; representantes do Ministérios da Justiça, da Fazenda, da Agricul tura, da Viação e da Prefeitura do Distrito Federal; representantes das
d) estabelecer prioridades no trans
e) reduzir e fixar os preços, estabelecendo, quando necessário, pre ços máximos, seja dos gêneros do
primeira necessida'de, seja de outras
mercadorias, quando ficar provada a existência de lucro excessivo;
f) racionar produtos escassos; ' g) atender a cooperativas operá-: rias e populares em tudo que fôr pos-: sível, para que alcancem seus obje tivos;
h) superintender e fiscalizar tôdas
autarquias reguladoras da produção;
as medidas tomadas,
um representante das Forças Arma das e um representante da imprensa.
Esta fiscalização se exercerá me diante a nota ou caderno de venda e mediante o envio de balanços e
A Comissão contará.com um órgão executivo, localizado na capital da
República, e tambêni disporá de co
demonstração de lucros e perdas por ■ parte de emprêsas comerciais e in-.
I U II I IIIVI^I ll^i 14
Dicesto
Dicesto Econômico
EcoNüxaco
dustriais que até agora não tenham
pena privativa da liberdade por tempo
a obrigação legal de o fazer além da exercida "in loco" pelos agentes fiscais. As penalidades, no caso de infrações, consistirão em multas va riáveis de Cr.$ 500,00 a Cr.? ICO.000,00, na cassação de licenças
superior a um ano, quer isolada (juer alternada ou cumulativamente com a pena de multa e são consideradas con travenções nos outros casos.
í
Conjunto do proposições que, do ponto
de vista juríciico-constitucional, devefá ser apreciado englobadamontc, 3>ois diz respeito à intervenção do Estado no domínio econômico.
Inclucm-se nas contravenções re
Ir
Essa inter
nização, sendo esta também assegrurada em caso de guerra. A exceção surge da utilidade pública ou do interés.^c social, e, por isso mesmo, o uso da propriedride está condicionado "
venção já vem sendo feita ])clo Gover no através de leis que definem os
ao bem-estar social.
crimes contra a economia popular,
tre iitiliiliide pública e interesse so cial; muitos estatutos se referem b uma ou outra dessas expressões. Cabe ressaltar, porém, desde logo, que se a intervenção do domínio econômico
Não há, praticamente, distinção en
para comerciar até o prazo de 3 meses, tudo isto sem prejuízo de ação
lativas à economia popular as pre vistas na lei especial sobre locação de prédios ui*banos. O projeto esta
judicial, para repressão dos crimes
belece nos artigos 3."^ a 11..°, o pro
pelo diploma que estabilizou os alugueres e pelo ato quo instituiu o
contra a economia popular, sendo que
cesso de julgamento das contraven
controle de preços.
a apuração das infrações, pela C.C.P., se equiparará ao inquérito, para efei to de processo.
ções e no artigo 12.° o processo dos crimes. Tais artigos alteram o dis
tende é ampliar agora essa interven
tem por limite os direitos fundamen
Por tudo isto, se cogitou de alargar
digo de Processo Penal. Os artigos
ção, para poder penetrar no domínio privado e, assim, fazer uso da propriedade particular, a fim de lhe ser pos
tais assegurados na Constituição, a lei especial quo efetivar essa inter
cias da ação do poder público com o
Dessa forma, o que o Estado pre
posto nos artigos 531 a 537 do Có
o campo de ação das leis sobre cri
13, 14, 15, 16 c 17 estabelecem a
mes contra a economia popular, man
comnor^cão e a forma de funciona
sível — como declara a mensagem do
tendo-se os crimes e contravenções
mento do Júri destinado a julgar os
estabelecidos pelos decretos anterio res e cominando-se novas penas para
crimes e contravenções contra a eco nomia popular, determinando a in
er. Presidente da República — suprir as deficiências da iniciativa indivi
os atos de recusar prestação de servi
clusão, de preferência, no corpo dos
dual, coordenar os fatores da produ
ços essenciais à subsistência humana,
jurados, de pais de família e donas
ção de modo a evitar ou resolver os Beus conflitos, restabelecer o equilí
majorar os preços,favorecer ou prete
de casa. O artigo 18 fixa um impe dimento para o exercício da função
e impedir que o uso da lu opriedade se
de jurados, além dos casos de sus-
rir comprador em detrimento de ou tros, negar expedição de nota de ven da, fazer misturas e marcá-las i)elo preço de produtos de qualidade supe rior e transgredir, ou não afixar as
a intervenção no domínio econômico,
discórdia.
tuição de Júri em cada zona olelto-
tituem argumentos básicos de justi ficação dos projetos do Executivo,
r-^l.
lidade brasileira, ao reincidente na turalizado.
Por fim, o último projeto de lei, remetido em fins de junho último, regula o processo e o julgamento nas
infrações penais relativas à econo mia popular. As infrações penais re lativas à economia popular são consi deradas crimes, quando cominada a
Quando da discussão do artigo 140 da atual Constituição, que autorizava foi salientada a necessidade da mais
mento de júri, com pessoal, material
provisório do estabelecimento por 15 dias, ou mesmo a perda da ncieiona-
regime.
torne instrumento de opressão e de
tabelas expedidas pela C.C.P. As pe
meses a 10 anos, até ao fechamento
respeito aos princípios básicos que
integram o corpo de artigo 141 da Constituição Federal que constituem a carta dos direitos políticos do
peição e impedimento previstos por lei. Ò artigo 19 determina a consti
nalidades previstas em casos de cri me contra a economia popular, va
riam desde a multa de Cr.S 2.000,00 a Cr.? 100.000,00; à detenção de 6
brio conveniente ao bem estar social
venção terá que conciliar as exigên
Face a tais declarações, que cons
O arb>o 20 aplica o funciona
duas rotas se apresentam: ou a nega ção da realidade de situação como
e instalações destinados aos serviços eleitorais, e abre um Crédito especial de dois mi!hões de cruzeiros destina dos às despesas de pessoal e material para a execução da lei. n-^^te exercí cio, no Distrito Federal e Territórios. E o artigo 22 declara que a lei en trará em vigor 60 dias depois de sua publicação, aplicando-se aos proces
pretação sistemática do texto cons
combate aos planos do Governo; ou a
do Estado, não encontrasse limite
e a crítica aos objetivos que tais pla
senão no critério do legislador ordi
nos encerram.
nário, foi apresentada emenda no sen
A propriedade, segundo texto da Só por
exceção — em tempos de paz — dela
considerar dois aspectos complemen-
0 Estado pode fazer uso, mediante regular desapropriação e justa inde
tares, o jurídico e o econômico. A matéria neles contida representa uni
.mL
Temendo, porém, que a intervenção
aceitação, mesmo em tese, de tais Situações, para se permitir a análise
Constituição, é intangível.
Nesse conjunto de medidas há a
fundamentais, deixando que a inter titucional os estabelecesse.
exporemos.
O asjjecto jurídico dai medidas
po. O anteprojeto não fazia referên cia especial nesse artigo aos Emites da intervenção, que seriam os direitos
6s apontadas e, em conseqüência, o
Optamos clara e decididamente pela primeira atitude, pelas razões que
sos iniciados na sua vigência.
absoluta cautela nesse delicado cam
tido de, no próprio corpo do artigo, ser circunscrita a ação interveiícionista ao ambiente do respeito às garantias políticas asseguradas pelo regime.
O respeito aos direitos sociais po deria ir ao ponto de atentar contra
os direitos políticos, e suprimir-se-ia.
I U II I IIIVI^I ll^i 14
Dicesto
Dicesto Econômico
EcoNüxaco
dustriais que até agora não tenham
pena privativa da liberdade por tempo
a obrigação legal de o fazer além da exercida "in loco" pelos agentes fiscais. As penalidades, no caso de infrações, consistirão em multas va riáveis de Cr.$ 500,00 a Cr.? ICO.000,00, na cassação de licenças
superior a um ano, quer isolada (juer alternada ou cumulativamente com a pena de multa e são consideradas con travenções nos outros casos.
í
Conjunto do proposições que, do ponto
de vista juríciico-constitucional, devefá ser apreciado englobadamontc, 3>ois diz respeito à intervenção do Estado no domínio econômico.
Inclucm-se nas contravenções re
Ir
Essa inter
nização, sendo esta também assegrurada em caso de guerra. A exceção surge da utilidade pública ou do interés.^c social, e, por isso mesmo, o uso da propriedride está condicionado "
venção já vem sendo feita ])clo Gover no através de leis que definem os
ao bem-estar social.
crimes contra a economia popular,
tre iitiliiliide pública e interesse so cial; muitos estatutos se referem b uma ou outra dessas expressões. Cabe ressaltar, porém, desde logo, que se a intervenção do domínio econômico
Não há, praticamente, distinção en
para comerciar até o prazo de 3 meses, tudo isto sem prejuízo de ação
lativas à economia popular as pre vistas na lei especial sobre locação de prédios ui*banos. O projeto esta
judicial, para repressão dos crimes
belece nos artigos 3."^ a 11..°, o pro
pelo diploma que estabilizou os alugueres e pelo ato quo instituiu o
contra a economia popular, sendo que
cesso de julgamento das contraven
controle de preços.
a apuração das infrações, pela C.C.P., se equiparará ao inquérito, para efei to de processo.
ções e no artigo 12.° o processo dos crimes. Tais artigos alteram o dis
tende é ampliar agora essa interven
tem por limite os direitos fundamen
Por tudo isto, se cogitou de alargar
digo de Processo Penal. Os artigos
ção, para poder penetrar no domínio privado e, assim, fazer uso da propriedade particular, a fim de lhe ser pos
tais assegurados na Constituição, a lei especial quo efetivar essa inter
cias da ação do poder público com o
Dessa forma, o que o Estado pre
posto nos artigos 531 a 537 do Có
o campo de ação das leis sobre cri
13, 14, 15, 16 c 17 estabelecem a
mes contra a economia popular, man
comnor^cão e a forma de funciona
sível — como declara a mensagem do
tendo-se os crimes e contravenções
mento do Júri destinado a julgar os
estabelecidos pelos decretos anterio res e cominando-se novas penas para
crimes e contravenções contra a eco nomia popular, determinando a in
er. Presidente da República — suprir as deficiências da iniciativa indivi
os atos de recusar prestação de servi
clusão, de preferência, no corpo dos
dual, coordenar os fatores da produ
ços essenciais à subsistência humana,
jurados, de pais de família e donas
ção de modo a evitar ou resolver os Beus conflitos, restabelecer o equilí
majorar os preços,favorecer ou prete
de casa. O artigo 18 fixa um impe dimento para o exercício da função
e impedir que o uso da lu opriedade se
de jurados, além dos casos de sus-
rir comprador em detrimento de ou tros, negar expedição de nota de ven da, fazer misturas e marcá-las i)elo preço de produtos de qualidade supe rior e transgredir, ou não afixar as
a intervenção no domínio econômico,
discórdia.
tuição de Júri em cada zona olelto-
tituem argumentos básicos de justi ficação dos projetos do Executivo,
r-^l.
lidade brasileira, ao reincidente na turalizado.
Por fim, o último projeto de lei, remetido em fins de junho último, regula o processo e o julgamento nas
infrações penais relativas à econo mia popular. As infrações penais re lativas à economia popular são consi deradas crimes, quando cominada a
Quando da discussão do artigo 140 da atual Constituição, que autorizava foi salientada a necessidade da mais
mento de júri, com pessoal, material
provisório do estabelecimento por 15 dias, ou mesmo a perda da ncieiona-
regime.
torne instrumento de opressão e de
tabelas expedidas pela C.C.P. As pe
meses a 10 anos, até ao fechamento
respeito aos princípios básicos que
integram o corpo de artigo 141 da Constituição Federal que constituem a carta dos direitos políticos do
peição e impedimento previstos por lei. Ò artigo 19 determina a consti
nalidades previstas em casos de cri me contra a economia popular, va
riam desde a multa de Cr.S 2.000,00 a Cr.? 100.000,00; à detenção de 6
brio conveniente ao bem estar social
venção terá que conciliar as exigên
Face a tais declarações, que cons
O arb>o 20 aplica o funciona
duas rotas se apresentam: ou a nega ção da realidade de situação como
e instalações destinados aos serviços eleitorais, e abre um Crédito especial de dois mi!hões de cruzeiros destina dos às despesas de pessoal e material para a execução da lei. n-^^te exercí cio, no Distrito Federal e Territórios. E o artigo 22 declara que a lei en trará em vigor 60 dias depois de sua publicação, aplicando-se aos proces
pretação sistemática do texto cons
combate aos planos do Governo; ou a
do Estado, não encontrasse limite
e a crítica aos objetivos que tais pla
senão no critério do legislador ordi
nos encerram.
nário, foi apresentada emenda no sen
A propriedade, segundo texto da Só por
exceção — em tempos de paz — dela
considerar dois aspectos complemen-
0 Estado pode fazer uso, mediante regular desapropriação e justa inde
tares, o jurídico e o econômico. A matéria neles contida representa uni
.mL
Temendo, porém, que a intervenção
aceitação, mesmo em tese, de tais Situações, para se permitir a análise
Constituição, é intangível.
Nesse conjunto de medidas há a
fundamentais, deixando que a inter titucional os estabelecesse.
exporemos.
O asjjecto jurídico dai medidas
po. O anteprojeto não fazia referên cia especial nesse artigo aos Emites da intervenção, que seriam os direitos
6s apontadas e, em conseqüência, o
Optamos clara e decididamente pela primeira atitude, pelas razões que
sos iniciados na sua vigência.
absoluta cautela nesse delicado cam
tido de, no próprio corpo do artigo, ser circunscrita a ação interveiícionista ao ambiente do respeito às garantias políticas asseguradas pelo regime.
O respeito aos direitos sociais po deria ir ao ponto de atentar contra
os direitos políticos, e suprimir-se-ia.
Digesto Económig^tI^
10
então, a liberdade sob o pretexto de . defendê-la.
parecer respondendo a uma consulta sobre a constitucionalidade das me-
ou melhor, não atentam contra a letra
, didas de intervenção do Governo no
da Constituição, contra o disposto nos
mercado de preços, coloca, de inicio, a questão fundamental, que nos pare ce dever constituir o pressuposto bá sico para a apreciação das proposi
atentam contra o espírito da Consti
te o direito à propriedade, salvo ape'nas os casos de desapropriação por
tuição, contfa os princípios que con figuram o regime político que adota
das do Governo decorrem restrições permanentes ou prejuízos fundamen
tais ao exercício profissional ou
- atentado sistemático à proprie dade, então tais medidas serão incons
titucionais, pelos seus reais efeitos, ' embora aparentemente pretendam ser meras executoras dos dispositivos constitucionais que orientam a ativi dade econômica.
E aqui surge a primeira questão de natureza jurídico-constitucional que deverá merecer a atenção do Con gresso e que não poderá deixar de ser
focalizada por nós, sob pena de nos demitirmos da função que nos cabe de colaboradores do Governo em tudo o que se refere à oíganização da ordem econômica.
Dos quatro projetos enviados ao
Congresso, os três primeiros, isto é, o que determina a intervenção no comércio através da Superinten dência, do Abastecimento, o que reor ganiza a Comissão Central de Preços e o que altera a lei que configura os
17
crimes contra a economia popular, são aparentemente constitucionais,
Se a Constituição declara no seu artigo 141, parágrafo 14, que é livre o exercício de qualquer profissão, observadas as condições de capaci dade que a lei estabelecer, e se no parágrafo 16 do mesmo artigo garan
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, cabe ao legisla dor ordinário, quando determinar a intervenção imposta pelo interesse, coletivo, proceder de tal forma que a intervenção não resulte flagrante atentado contra o livre exercício de uma profissão ou contra o direito le gítimo à propriedade. Se das medi
Dicesto EcoNó^^co
artigos e parágrafos do Título V, que regula a Ordem Econômica e Social.
Tentaremos
demonstrar
que
êles
mos, que é a democracia política. .0
ções governamentais.
do direito político em regime cons
um júri popular, êsse parece-nos fe rir de frente dispositivos constitucio
• tuiçãn é, de modo efetivo, e do ponto • de vista da normatividade jurídica,
titucional, a qual consiste, inquostionàvelmente, cm indagar se a Consti-
uma xmidade sistemática, com
um
' conteúdo próprio de sentido, deven
ficaremos.
O Capítulo da Ordem Econômica e Social da Carta Magna Brasileira realmente autoriza a União a inter vir, mediante lei especial, no domínio econômico e monopolizar determina
da indústria ou atividade. Vimos que
la Constituição de 1946.
"Quando, com efeito, a Assembléia ' Constituinte se propõe formular uma constituição do tipo da nossa, a sua intenção ou o seu propósito não é o
de regular as diversas matérias, t^-
"Trata-se, diz o eminente jurista, de enfrentar a questão fundamentai
último, porém, o que regula o proces so dos crimes contra a economia po pular, determinando a instituição de
nais de duas naturezas, como justi
caráter dos três primeiros projetos, frente à ordem política instituída pe
do ser referidas a êste as normas constitucionais particulares, a fim de •'86 determinar o seu alcance e o seu sentido."
E mais adiante: "Para responder
do em conta a natureza específica 4© " cada uma, tomada em separado. O seu propósito ó o de dar corpo a uma concepção de conjunto, ou de integrar,
de acordo com o plano preestabelecido, as matérias suscetíveis de regu lamentação constitucional cm uma
totalidade organizada, em que as par tes não subsistem por si mesmas, por força de seu pôso e da sua densida de, senão devido às articulações que as tornam entre si dependentes, se- •
ja por coordenação, quando entre elas existem apenas relações de afinida de, de analogia ou de simples contacto de sentido, seja por subordinação,
o próprio texto desse artigo, que é
à indagação da consulta cumpre exa-
o de n.o 147, na sua parte final, restringe essa intervenção, dando-lhe
'minar no seu conjunto o sistema constitucional brasileiro, não somente
no caso, mais comum, em que a efe
• as regras expressamente formuladas na Constituição, como os postulados, • os princípios, as normas fundamen• tais, embora não expressas, que in formam a estrutura do regime ou
nais depende da efetivação de ou
por base o interêsse público e por li mite os direitos fundamentais asse gurados pelo texto constitucional.
Se entendermos a Constituição co mo um conjunto de artigos autôno mos, a serem apreciados' isoladamenmente, nada a dizer contra as men sagens que realmente extraem
do
título V, o que a letra lhes autoriza a extrair. Mas se tomarmos a Cons tituição como um sistema, então te remos que concluir que as medidas
intervehcionalistas do Poder Público não podem apenas se referir às letras
dos dispositivos, mas ao espírito que os preside e os funde num todo, do tado de sentido e de estrutura.
O jurista Francisco Campos, num
constituem os eixos em torno dos
; quais se organiza e so articula a matéria constitucional, e conferem à
■- pluralidade de normas ou de regras
específicas, formuladas na Constitui ção, a unidade sitemática, o caráter de um cosmos político e jurídico, isto
é, um todo organizado em o qual se manifesta uma intencionalidade figu
rativa ao plástica." Vale a pena continuar a transcre ver certas afirmativas do ilustre ju rista brasileiro, pois elas revelam o
tivação de certas normas constitucio
tras, sendo estas, em relação àquelas, de caráter puramente instrumental ou operativo. As normas a que se acham subordinadas regem, eviden temente, o seu sentido, assim como a . sua normatividade constitucional scv
funda exclusivamente na normativi
dade das primeiras. Se, por exemplo, o leg-islador constituinte tem como propósito central o de instituir xim
determinado regime, ele, por isto mesmo, por fato deste propósito, rés-
tringe a sua liberdade de opção quan to à maioria das cláusulas constá-^
tucionais, que decorrerão, necessaria mente, grosso modo, dos termos em que o legislador constituinte haja de-
Digesto Económig^tI^
10
então, a liberdade sob o pretexto de . defendê-la.
parecer respondendo a uma consulta sobre a constitucionalidade das me-
ou melhor, não atentam contra a letra
, didas de intervenção do Governo no
da Constituição, contra o disposto nos
mercado de preços, coloca, de inicio, a questão fundamental, que nos pare ce dever constituir o pressuposto bá sico para a apreciação das proposi
atentam contra o espírito da Consti
te o direito à propriedade, salvo ape'nas os casos de desapropriação por
tuição, contfa os princípios que con figuram o regime político que adota
das do Governo decorrem restrições permanentes ou prejuízos fundamen
tais ao exercício profissional ou
- atentado sistemático à proprie dade, então tais medidas serão incons
titucionais, pelos seus reais efeitos, ' embora aparentemente pretendam ser meras executoras dos dispositivos constitucionais que orientam a ativi dade econômica.
E aqui surge a primeira questão de natureza jurídico-constitucional que deverá merecer a atenção do Con gresso e que não poderá deixar de ser
focalizada por nós, sob pena de nos demitirmos da função que nos cabe de colaboradores do Governo em tudo o que se refere à oíganização da ordem econômica.
Dos quatro projetos enviados ao
Congresso, os três primeiros, isto é, o que determina a intervenção no comércio através da Superinten dência, do Abastecimento, o que reor ganiza a Comissão Central de Preços e o que altera a lei que configura os
17
crimes contra a economia popular, são aparentemente constitucionais,
Se a Constituição declara no seu artigo 141, parágrafo 14, que é livre o exercício de qualquer profissão, observadas as condições de capaci dade que a lei estabelecer, e se no parágrafo 16 do mesmo artigo garan
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, cabe ao legisla dor ordinário, quando determinar a intervenção imposta pelo interesse, coletivo, proceder de tal forma que a intervenção não resulte flagrante atentado contra o livre exercício de uma profissão ou contra o direito le gítimo à propriedade. Se das medi
Dicesto EcoNó^^co
artigos e parágrafos do Título V, que regula a Ordem Econômica e Social.
Tentaremos
demonstrar
que
êles
mos, que é a democracia política. .0
ções governamentais.
do direito político em regime cons
um júri popular, êsse parece-nos fe rir de frente dispositivos constitucio
• tuiçãn é, de modo efetivo, e do ponto • de vista da normatividade jurídica,
titucional, a qual consiste, inquostionàvelmente, cm indagar se a Consti-
uma xmidade sistemática, com
um
' conteúdo próprio de sentido, deven
ficaremos.
O Capítulo da Ordem Econômica e Social da Carta Magna Brasileira realmente autoriza a União a inter vir, mediante lei especial, no domínio econômico e monopolizar determina
da indústria ou atividade. Vimos que
la Constituição de 1946.
"Quando, com efeito, a Assembléia ' Constituinte se propõe formular uma constituição do tipo da nossa, a sua intenção ou o seu propósito não é o
de regular as diversas matérias, t^-
"Trata-se, diz o eminente jurista, de enfrentar a questão fundamentai
último, porém, o que regula o proces so dos crimes contra a economia po pular, determinando a instituição de
nais de duas naturezas, como justi
caráter dos três primeiros projetos, frente à ordem política instituída pe
do ser referidas a êste as normas constitucionais particulares, a fim de •'86 determinar o seu alcance e o seu sentido."
E mais adiante: "Para responder
do em conta a natureza específica 4© " cada uma, tomada em separado. O seu propósito ó o de dar corpo a uma concepção de conjunto, ou de integrar,
de acordo com o plano preestabelecido, as matérias suscetíveis de regu lamentação constitucional cm uma
totalidade organizada, em que as par tes não subsistem por si mesmas, por força de seu pôso e da sua densida de, senão devido às articulações que as tornam entre si dependentes, se- •
ja por coordenação, quando entre elas existem apenas relações de afinida de, de analogia ou de simples contacto de sentido, seja por subordinação,
o próprio texto desse artigo, que é
à indagação da consulta cumpre exa-
o de n.o 147, na sua parte final, restringe essa intervenção, dando-lhe
'minar no seu conjunto o sistema constitucional brasileiro, não somente
no caso, mais comum, em que a efe
• as regras expressamente formuladas na Constituição, como os postulados, • os princípios, as normas fundamen• tais, embora não expressas, que in formam a estrutura do regime ou
nais depende da efetivação de ou
por base o interêsse público e por li mite os direitos fundamentais asse gurados pelo texto constitucional.
Se entendermos a Constituição co mo um conjunto de artigos autôno mos, a serem apreciados' isoladamenmente, nada a dizer contra as men sagens que realmente extraem
do
título V, o que a letra lhes autoriza a extrair. Mas se tomarmos a Cons tituição como um sistema, então te remos que concluir que as medidas
intervehcionalistas do Poder Público não podem apenas se referir às letras
dos dispositivos, mas ao espírito que os preside e os funde num todo, do tado de sentido e de estrutura.
O jurista Francisco Campos, num
constituem os eixos em torno dos
; quais se organiza e so articula a matéria constitucional, e conferem à
■- pluralidade de normas ou de regras
específicas, formuladas na Constitui ção, a unidade sitemática, o caráter de um cosmos político e jurídico, isto
é, um todo organizado em o qual se manifesta uma intencionalidade figu
rativa ao plástica." Vale a pena continuar a transcre ver certas afirmativas do ilustre ju rista brasileiro, pois elas revelam o
tivação de certas normas constitucio
tras, sendo estas, em relação àquelas, de caráter puramente instrumental ou operativo. As normas a que se acham subordinadas regem, eviden temente, o seu sentido, assim como a . sua normatividade constitucional scv
funda exclusivamente na normativi
dade das primeiras. Se, por exemplo, o leg-islador constituinte tem como propósito central o de instituir xim
determinado regime, ele, por isto mesmo, por fato deste propósito, rés-
tringe a sua liberdade de opção quan to à maioria das cláusulas constá-^
tucionais, que decorrerão, necessaria mente, grosso modo, dos termos em que o legislador constituinte haja de-
Digesto Econónocc
iâ
finido o tipo ou os característicos do regime.
O que a experiência histórica nos indica é que nunca foi propósito de nenhuma
Assembléia
Constituinte
formular de maneira desconexa cer
to número de leis constitucionais,
tantas quantos os artigos de uma constituição. O propósito de uma Assembléia Constituinte foi sempre o de votar uma constituição, isto é, um todo mais ou menos homogêneo, ou um discurso coerente, em que há
vm pensamento..." E manifestando-se sobre o título
relativo à ordem Econômica, assim se exprime:
"Na definição do princípio regulativo de ordem econômica há três têr-
I de definição precisa: a liberdade de mos, um só dos quais é suscetível
iniciativa. Êste é o princípio da or dem econômica liberal, que considera a livre iniciativa do indivíduo como
o principal fator da promoção e do incremento da firmeza pública. E'
ção. Não há, neste ponto, qualquer
titui a ordem da liberdade pela ordem
tar-so. quando da discussão d.as três
ruptura da ordem econômica liberal,
autoritária, o dinamismo espontâneo
que reconhece ao trabalho o direito
do processo econômico pela sua ma
primeiras mensagens no Congresso, sob êsse duplo aspecto da relação dos
de participar justa ou adequadamen te nos resultados da produção. A Constituição manteve, portanto, tor nando apenas expressa, uma limita ção implícita, e já em pleno vigor no regime da economia burguesa ou
nipulação arbitrária, mediante leis, regulamentos, comandos o.i decisões
nal vigente no país e da relação das
Como, portanto, intervir e ao mes
Assim sendo, c de todo evidente
que o ponto do vista das liberdades
por ela postulada."
individuais
E ainda acrescenta:
controla
o
sentido
da
Constituição do 10IG, ou que na sua
"Quando, portanto, o artigo 140
•interpretação sistemática, e tôda in terpretação constitucional, por ser a Constituição um sistema, há ser.
fala em intervenção por lei especial, êle não podia ter em mente conferir
ao legislador a faculdade geral ou
indeterminada de intervenção no do mínio econômico. E' o que esclare ce, de modo inequívoco, o último pe
necossàviamente, sistemática, se deve
ríodo da disposição:
dos poderes c não tomar o curso do
partir das liberdades individuais para
"A intervenção terá por base o in
calada do compasso medir ou graduar
teresse público e por limite os direi tos fundamentais assegurados nesta constituição."
a escala das liberdades ou dos direi tos individuais.
a liberdade de iniciativa com a valo rização do trabalho humano. Como se nrofiira condicionar a liberdade
com a ressalva que se faz logo om seguida, do respeito ou da intangibilidade dos direitos fundamentais, ou, precisamente, os direitos em cujos
de iniciativa, com êle o legislador
sistemas se reflete a ordem econômi
manifestou antes a intenção de re
ca individualista ou liberal, de que. aquêles direitos constituem o qua dro de segurança, garantia ou pro teção ? direito
kio
domínio
de
vista das liberdades individuais de verá controlar, de modo efetivo, a
econômico
O Estado que se reserva o intervir indiscriminada
mente, ou de modo geral, na econo mia, não pde simultâneamente asse
gurar ao indivíduo as liberdades ou os direitos fundamentais que a cons tituição de 1916 assegura e garan te. A intervenção na economia subs-
O acento tônico na
Constituição de 1946, incide, à evi dência, sobre as liberdades individuais o, assim, necessariamente, o ponto de
Ora, como conciliar uma faculdade intervenção
constitucionais
referente
ã
ordem econômica com os demais dis
positivos que lhe são hierarquicamen te superiores, como a definição da
Ordem Econômica, que consagra a li berdade de iniciativa e o Artigo 141 que estabelece os direitos e garantias, Se assim não se fizer poderemos criar paralelamente ã democracia política e social vigente no Brasil, um totali
tarismo econômico, desfigurando o es
pirito do regime o compromentendo no terreno econômico certas conquistas que foram obtidas no terreno político.
determinar a extensão do poder, ou
poder, ou dos poderes, para pela es
go, a injustiça social deve conciliar
projetos com o sistema constitucio normas
mo tempo assegurar contra os inevitávois efeitos da intervenção?
mo fundamento da ordem econômica
plenária, indeterminada, ou geral de
duzir ao mínimo a limitação, do que de cercear de modo concreto e posi tivo aquela liberdade. O que a cons tituição determina em resumo, e tra duzida a frase em termos vulgares e concretos, é que no processo da dis tribuição do trabalho seja conte?np^ado com uma quota adequada ou justa, ou correspondente à parte por êle representada no processo de produ
de funcionários.
liberal, a liberdade da iniciativa co
verdade que, na linguagem do arti
resulta do fraseado, mediante o qual
Diubsto Econômico
(. -
Relativamente, porem, ao últimoprojeto que regula o processo doa crimes contra a economia popular, o legislador deverá examiná-lo cautelo samente pois nos parece que o mesmo
atenta de frente contra disposições constitucionais.
O Artigo 141, parágrafo 26 da Constituição Federal, declara:
"Não haverá fõro privilegiado nem
interpretação constitucional. Ora, a intervenção'do Estado na
juizes e tribunais de exceção."
economia, no sentido de conferir ao Estado o poder de substituir aos in
bunais de exceção? Como defini-los?
E* a natureza do crime que os carac
divíduos na avaliação dos seus pró
teriza, a natureza do réu ou da sua
prios interesses e na decisão quanto ao ponto de equilíbrio em que êle
forma de constituição e funcionamen
•leve se compor, pressupõe uma or dem constitucional autoritária ou n
princípio de que a fòrça de integ!*ação social não é a liberdade mas o poder. Tal intervenção é claramente
excluída pela constituição de 19-16". Em conseqüência, forçoso é aten-
O que se entende por juizes e tri
to? O que se entende por fõro pri vilegiado? E' aquele criado para julgar um determinado tipo de réu 7 Parece nos que, proibindo foros privilegiados e tribunais de exceção, visou a Constituição impedir que a justiça se realize fora dos quadros comuns estabelecidos no próprio tex-
Digesto Econónocc
iâ
finido o tipo ou os característicos do regime.
O que a experiência histórica nos indica é que nunca foi propósito de nenhuma
Assembléia
Constituinte
formular de maneira desconexa cer
to número de leis constitucionais,
tantas quantos os artigos de uma constituição. O propósito de uma Assembléia Constituinte foi sempre o de votar uma constituição, isto é, um todo mais ou menos homogêneo, ou um discurso coerente, em que há
vm pensamento..." E manifestando-se sobre o título
relativo à ordem Econômica, assim se exprime:
"Na definição do princípio regulativo de ordem econômica há três têr-
I de definição precisa: a liberdade de mos, um só dos quais é suscetível
iniciativa. Êste é o princípio da or dem econômica liberal, que considera a livre iniciativa do indivíduo como
o principal fator da promoção e do incremento da firmeza pública. E'
ção. Não há, neste ponto, qualquer
titui a ordem da liberdade pela ordem
tar-so. quando da discussão d.as três
ruptura da ordem econômica liberal,
autoritária, o dinamismo espontâneo
que reconhece ao trabalho o direito
do processo econômico pela sua ma
primeiras mensagens no Congresso, sob êsse duplo aspecto da relação dos
de participar justa ou adequadamen te nos resultados da produção. A Constituição manteve, portanto, tor nando apenas expressa, uma limita ção implícita, e já em pleno vigor no regime da economia burguesa ou
nipulação arbitrária, mediante leis, regulamentos, comandos o.i decisões
nal vigente no país e da relação das
Como, portanto, intervir e ao mes
Assim sendo, c de todo evidente
que o ponto do vista das liberdades
por ela postulada."
individuais
E ainda acrescenta:
controla
o
sentido
da
Constituição do 10IG, ou que na sua
"Quando, portanto, o artigo 140
•interpretação sistemática, e tôda in terpretação constitucional, por ser a Constituição um sistema, há ser.
fala em intervenção por lei especial, êle não podia ter em mente conferir
ao legislador a faculdade geral ou
indeterminada de intervenção no do mínio econômico. E' o que esclare ce, de modo inequívoco, o último pe
necossàviamente, sistemática, se deve
ríodo da disposição:
dos poderes c não tomar o curso do
partir das liberdades individuais para
"A intervenção terá por base o in
calada do compasso medir ou graduar
teresse público e por limite os direi tos fundamentais assegurados nesta constituição."
a escala das liberdades ou dos direi tos individuais.
a liberdade de iniciativa com a valo rização do trabalho humano. Como se nrofiira condicionar a liberdade
com a ressalva que se faz logo om seguida, do respeito ou da intangibilidade dos direitos fundamentais, ou, precisamente, os direitos em cujos
de iniciativa, com êle o legislador
sistemas se reflete a ordem econômi
manifestou antes a intenção de re
ca individualista ou liberal, de que. aquêles direitos constituem o qua dro de segurança, garantia ou pro teção ? direito
kio
domínio
de
vista das liberdades individuais de verá controlar, de modo efetivo, a
econômico
O Estado que se reserva o intervir indiscriminada
mente, ou de modo geral, na econo mia, não pde simultâneamente asse
gurar ao indivíduo as liberdades ou os direitos fundamentais que a cons tituição de 1916 assegura e garan te. A intervenção na economia subs-
O acento tônico na
Constituição de 1946, incide, à evi dência, sobre as liberdades individuais o, assim, necessariamente, o ponto de
Ora, como conciliar uma faculdade intervenção
constitucionais
referente
ã
ordem econômica com os demais dis
positivos que lhe são hierarquicamen te superiores, como a definição da
Ordem Econômica, que consagra a li berdade de iniciativa e o Artigo 141 que estabelece os direitos e garantias, Se assim não se fizer poderemos criar paralelamente ã democracia política e social vigente no Brasil, um totali
tarismo econômico, desfigurando o es
pirito do regime o compromentendo no terreno econômico certas conquistas que foram obtidas no terreno político.
determinar a extensão do poder, ou
poder, ou dos poderes, para pela es
go, a injustiça social deve conciliar
projetos com o sistema constitucio normas
mo tempo assegurar contra os inevitávois efeitos da intervenção?
mo fundamento da ordem econômica
plenária, indeterminada, ou geral de
duzir ao mínimo a limitação, do que de cercear de modo concreto e posi tivo aquela liberdade. O que a cons tituição determina em resumo, e tra duzida a frase em termos vulgares e concretos, é que no processo da dis tribuição do trabalho seja conte?np^ado com uma quota adequada ou justa, ou correspondente à parte por êle representada no processo de produ
de funcionários.
liberal, a liberdade da iniciativa co
verdade que, na linguagem do arti
resulta do fraseado, mediante o qual
Diubsto Econômico
(. -
Relativamente, porem, ao últimoprojeto que regula o processo doa crimes contra a economia popular, o legislador deverá examiná-lo cautelo samente pois nos parece que o mesmo
atenta de frente contra disposições constitucionais.
O Artigo 141, parágrafo 26 da Constituição Federal, declara:
"Não haverá fõro privilegiado nem
interpretação constitucional. Ora, a intervenção'do Estado na
juizes e tribunais de exceção."
economia, no sentido de conferir ao Estado o poder de substituir aos in
bunais de exceção? Como defini-los?
E* a natureza do crime que os carac
divíduos na avaliação dos seus pró
teriza, a natureza do réu ou da sua
prios interesses e na decisão quanto ao ponto de equilíbrio em que êle
forma de constituição e funcionamen
•leve se compor, pressupõe uma or dem constitucional autoritária ou n
princípio de que a fòrça de integ!*ação social não é a liberdade mas o poder. Tal intervenção é claramente
excluída pela constituição de 19-16". Em conseqüência, forçoso é aten-
O que se entende por juizes e tri
to? O que se entende por fõro pri vilegiado? E' aquele criado para julgar um determinado tipo de réu 7 Parece nos que, proibindo foros privilegiados e tribunais de exceção, visou a Constituição impedir que a justiça se realize fora dos quadros comuns estabelecidos no próprio tex-
Dicesto
20
Económkx) •
Dicesto EcoNó^^co
21 •
to constitucional caracterlzando-se a
evitar a conclusão de que tal tribu-'
teristicamente de exceção e por cons
excepcionalidade, quer pelo crime,
nal é de exceção. Se as caractcrísitcas de organização e composição é > que o definem,' então poderíamos criar um Tribunal de Segurança Na
tituir um júri que obrigatòriamonte
estabilização dos preços provam que.
não tem a competência de julgar os crimes dolosos contra a vida, atri
a sua fixação é sempre arbitrária. O que caracteriza a produção contem porânea é a complexidade e a mobi
quer- pelo réu, quer pela forma de constituição.
O Tribunal que agora se pretende criar objetiva julgar uma determina da classe, a dos comerciantes, nos cri mes e contravenções contra a econo
mia popular. O Tribunal se reveste das características da instituição do
cional, nos'moldes do júri, para jul->
buição prccípua dessa instituição.
. Mas há ainda outro aspecto que
gar crimes de natureza política, ilu
merece a atenção da Câmara.
dindo assim a expressa proibição
dá competência da União, diz o Ar tigo 5.® da Constituição Federal, le
constitucional.
Poder-se-ia argumentar com o júri de imprensa, criado
pelo
Decreto
E'
gislar sobre direito penal o direito
processual.
Os Estados, porém, or
júri, mantida pela Constituição no parágrafo 28 do artigo 141, quan-
24.776, de 14 de julho de 1934, no
ganizarão a .sua justiça, dentro dos
dó diz:
período ainda do Governo Provisó
cânones constitucionais. Cabe à União estabelecer em leis as normas
"Artigo 141...
Parágrafo 28 — E' mantida a ins
tituição do júri, com a organização que lhe der a lei, contanto que seja sempre ímpar o número de membros
e garantido o sigilo das votações, a plenitude da defesa do réu e a so
rio. Mas o júri de imprensa é, como . se vê pelo artigo 53 de referido Dc-!
de grande instabilidade psicológica, •
termina a criação do um órgão ju diciário, que passará a funcionar au-
otimistas exagerados, aos quais se seguem frustrações, fazendo com que^
tomàticamente, após o decurso dos
o trabalho ora produza muito, ora produza pouco, com os mesmos artí fices 0 a mesma direção. E ainda
ção do processo, como seu presiden te, com voto constituído de quatro
imprensa, entretanto, uma criação
"Serão obrigatoriamente da sua competência o julgamento de crimes
anterior à Constituição de 1934 nu-
dolosos contra a vida."
por um Governo provisório, com atri
não é possível, fere de frente o texto constitucional, criar um tribunal es
pecial, embora revestido das carac
terísticas de instituição de júri, para julgar exclusivamente crimes que não são obrigatoriamente contra a
vida, como é o caso do júri previsto no projeto, o qual terá como única
competência o julgamento de crimes contra a economia popular. , Por revestir-se das características
da instituição do júri, não se pode
G de rendimento oscilante. Os tem pos atuais são de incertezas, que criam estados de espírito geradores
direito que houver dirigido a instru
fo 28 assim reza:
o.julgamento de outros crimes, mas
organização; segundo, porque hoje. a mão-de-obra se apresenta instável
processuais. Ora, o projeto estabele
de júri de imprensa é feito de uma' geral de júri. Constituindo o júri da
vida,
tal técnico empregado c da própria,
ce normas dessa natureza, mas de
.0 Projeto obedece a esses requisi tos. Mas o final do citado parágra
dolosos contra a
manterão constantes, primeiro por que os progressos da tecnologia pro vocam a rápida obsolôncia do capi- •
júri comum, presidido pelo jui-i de
berania dos veredictos."
os crimes
lidade dos custos. E' hoje extrema- , mente difícil afirmar-se que estes se ^
creto, uma dependência do próprio!
cidadãos sorteados dentre os alista dos como jurados e o sorteio no caso
r Ora, poder-se-ia atribuir ao júri comum, que obrigatoriamente julga
substantivas e adjetivas, penais e
tudar os efeitos dos tabelamentos ©
60 dias da publicação da lei, som ne nhuma intervenção legislativa dos Estados-Membros na sua criação.
Êste aspecto nos parece importante e será preciso atentar, também, sobre
1Ô.398 de Novembro de 1930, res
êste possível conflito de competência legislativa e invasão da União em atribuições concedidas pela Consti tuição aos Estados-Membros da Fe deração.
taria examinar-se sua conciliação
O aspecto econômico das medidas
ma fase em que o Brasil era dirigido' buições estabelecidas no Decreto n.®
com os princípios da atual Consti tuição. E na Câmara Federal transi- • ta o projeto n.° 403, que regulamenta a liberdade de imprensa, repetindo
disposições da legislação vigente, in clusive as relativas ao júri de im
prensa, e os legisladores terão que examiná-la à luz das disposições cons
devemos ter em vista que uma gran de parte de nossas matérias-primas provém da agricultura e está sujeita a variações sazonais, as quais, fa-i
zendo oscilar o volume da produção,* alteram profunda e bruscamente o' custo. E por último, somos obriga-'
dos a reconhecer que nossa produção-depende de produtos importados e nao temos açao sobre os preços inter-'
Verificado o aspecto jurídico cons titucional cabe-nos examinar o seu
nacionais.
aspecto econômico, considerando pri meiro o problema dos princípios e, segundo, a realidade atual.
dade de um cálculo exato do custo,"
Em tese, a Associação Comercial
e a Federação do Comércio do Esta
titucionais em vigor.
do de São Paulo manifestam-se des
Relativamente, porém, ao tribunal popular, agora proposto pelo Gover no, parece-nos Indisfarçável a sua incoustitucionalidade, por ser carac-
crentes quanto ao êxito das medidas
apontadas, apoiando-se nos seguin tes argumentos:
Os autores que têm procurado es
Mesmo que se admita a possibili-' em determinado momento, e mesmo que se possa chegar a uma percentagem de lucro considerada satisfató ria, seria difícil garantir-se a inalterabilidade dos mesmos e a cons
tância das condições de trabalho. No caso do Brasil, cumpre ainda notar que a desvalorização crônica da moe
da gerou um problema novo; o das
Dicesto
20
Económkx) •
Dicesto EcoNó^^co
21 •
to constitucional caracterlzando-se a
evitar a conclusão de que tal tribu-'
teristicamente de exceção e por cons
excepcionalidade, quer pelo crime,
nal é de exceção. Se as caractcrísitcas de organização e composição é > que o definem,' então poderíamos criar um Tribunal de Segurança Na
tituir um júri que obrigatòriamonte
estabilização dos preços provam que.
não tem a competência de julgar os crimes dolosos contra a vida, atri
a sua fixação é sempre arbitrária. O que caracteriza a produção contem porânea é a complexidade e a mobi
quer- pelo réu, quer pela forma de constituição.
O Tribunal que agora se pretende criar objetiva julgar uma determina da classe, a dos comerciantes, nos cri mes e contravenções contra a econo
mia popular. O Tribunal se reveste das características da instituição do
cional, nos'moldes do júri, para jul->
buição prccípua dessa instituição.
. Mas há ainda outro aspecto que
gar crimes de natureza política, ilu
merece a atenção da Câmara.
dindo assim a expressa proibição
dá competência da União, diz o Ar tigo 5.® da Constituição Federal, le
constitucional.
Poder-se-ia argumentar com o júri de imprensa, criado
pelo
Decreto
E'
gislar sobre direito penal o direito
processual.
Os Estados, porém, or
júri, mantida pela Constituição no parágrafo 28 do artigo 141, quan-
24.776, de 14 de julho de 1934, no
ganizarão a .sua justiça, dentro dos
dó diz:
período ainda do Governo Provisó
cânones constitucionais. Cabe à União estabelecer em leis as normas
"Artigo 141...
Parágrafo 28 — E' mantida a ins
tituição do júri, com a organização que lhe der a lei, contanto que seja sempre ímpar o número de membros
e garantido o sigilo das votações, a plenitude da defesa do réu e a so
rio. Mas o júri de imprensa é, como . se vê pelo artigo 53 de referido Dc-!
de grande instabilidade psicológica, •
termina a criação do um órgão ju diciário, que passará a funcionar au-
otimistas exagerados, aos quais se seguem frustrações, fazendo com que^
tomàticamente, após o decurso dos
o trabalho ora produza muito, ora produza pouco, com os mesmos artí fices 0 a mesma direção. E ainda
ção do processo, como seu presiden te, com voto constituído de quatro
imprensa, entretanto, uma criação
"Serão obrigatoriamente da sua competência o julgamento de crimes
anterior à Constituição de 1934 nu-
dolosos contra a vida."
por um Governo provisório, com atri
não é possível, fere de frente o texto constitucional, criar um tribunal es
pecial, embora revestido das carac
terísticas de instituição de júri, para julgar exclusivamente crimes que não são obrigatoriamente contra a
vida, como é o caso do júri previsto no projeto, o qual terá como única
competência o julgamento de crimes contra a economia popular. , Por revestir-se das características
da instituição do júri, não se pode
G de rendimento oscilante. Os tem pos atuais são de incertezas, que criam estados de espírito geradores
direito que houver dirigido a instru
fo 28 assim reza:
o.julgamento de outros crimes, mas
organização; segundo, porque hoje. a mão-de-obra se apresenta instável
processuais. Ora, o projeto estabele
de júri de imprensa é feito de uma' geral de júri. Constituindo o júri da
vida,
tal técnico empregado c da própria,
ce normas dessa natureza, mas de
.0 Projeto obedece a esses requisi tos. Mas o final do citado parágra
dolosos contra a
manterão constantes, primeiro por que os progressos da tecnologia pro vocam a rápida obsolôncia do capi- •
júri comum, presidido pelo jui-i de
berania dos veredictos."
os crimes
lidade dos custos. E' hoje extrema- , mente difícil afirmar-se que estes se ^
creto, uma dependência do próprio!
cidadãos sorteados dentre os alista dos como jurados e o sorteio no caso
r Ora, poder-se-ia atribuir ao júri comum, que obrigatoriamente julga
substantivas e adjetivas, penais e
tudar os efeitos dos tabelamentos ©
60 dias da publicação da lei, som ne nhuma intervenção legislativa dos Estados-Membros na sua criação.
Êste aspecto nos parece importante e será preciso atentar, também, sobre
1Ô.398 de Novembro de 1930, res
êste possível conflito de competência legislativa e invasão da União em atribuições concedidas pela Consti tuição aos Estados-Membros da Fe deração.
taria examinar-se sua conciliação
O aspecto econômico das medidas
ma fase em que o Brasil era dirigido' buições estabelecidas no Decreto n.®
com os princípios da atual Consti tuição. E na Câmara Federal transi- • ta o projeto n.° 403, que regulamenta a liberdade de imprensa, repetindo
disposições da legislação vigente, in clusive as relativas ao júri de im
prensa, e os legisladores terão que examiná-la à luz das disposições cons
devemos ter em vista que uma gran de parte de nossas matérias-primas provém da agricultura e está sujeita a variações sazonais, as quais, fa-i
zendo oscilar o volume da produção,* alteram profunda e bruscamente o' custo. E por último, somos obriga-'
dos a reconhecer que nossa produção-depende de produtos importados e nao temos açao sobre os preços inter-'
Verificado o aspecto jurídico cons titucional cabe-nos examinar o seu
nacionais.
aspecto econômico, considerando pri meiro o problema dos princípios e, segundo, a realidade atual.
dade de um cálculo exato do custo,"
Em tese, a Associação Comercial
e a Federação do Comércio do Esta
titucionais em vigor.
do de São Paulo manifestam-se des
Relativamente, porém, ao tribunal popular, agora proposto pelo Gover no, parece-nos Indisfarçável a sua incoustitucionalidade, por ser carac-
crentes quanto ao êxito das medidas
apontadas, apoiando-se nos seguin tes argumentos:
Os autores que têm procurado es
Mesmo que se admita a possibili-' em determinado momento, e mesmo que se possa chegar a uma percentagem de lucro considerada satisfató ria, seria difícil garantir-se a inalterabilidade dos mesmos e a cons
tância das condições de trabalho. No caso do Brasil, cumpre ainda notar que a desvalorização crônica da moe
da gerou um problema novo; o das
.""IP.
Dicesto Econômico
reposições. Aqui, mais do que alhu
Estabilizados os preços, a econo
res, é válida a afirmação de Ferrara
mia nacional entraria numa fase de
de que, para a continuidade da em
equilíbrio estável, o nus eqüivale a
presa não importa o que a cousa
dizer-se que a produção tenderia a
custou no passado, mas sim o que
se paralisar ou cresceria muito len
(aistará no futuro.
tamente. Haveria, portanto, maior pressão da procura sobre a oferta,
O tabelamento apresenta ainda um vutro inconveniente crravo: ó que re
provocando duas conseqüências si
presenta uma política econômica ba
multâneas: 1 — o desmorecimento da
seada num único elemento do merca
qualidade dos produtos a fim de fugir às condições do tabelamento e permi
do: o preço unitário. Ora, as transa ções são conduzidas pelo binômio preço-qualidade e não é possível deixar mos dc considerar as ações das qu intidades oferecidas e procuradas, so bre o mecanismo da formação dos preços. Mesmo que se admitisse a possibilidade de estimar equitativamente custos e margens de lucro,
uma vez realizada" a estabilização, seria necessário prever as possíveis reações da quantidade. Cumpro con siderar que no Brasil o crescimento
^■1 ifmi
Digesto
PlPPmilPPi
Econômico
23
mais em termos dc moeda e sim em
ção ao aumento das necessidades a
termos de bem-ostar, visto como os que possuíssem maior poder de com
satisfazer.
pra em mãos poderiam arriscar-se à obtenção de melhor qualidade a pre
bial que impediu importações essen ciais de bens de capital, enquanto
nossas emprêsas produtoras depen dem vitalmente de produtos impor
vivessem
cias sociais c sim do procurar con
em
níveis
dc
rendimento
mais baixo con.sumiriani artigo.s in
feriores e em quantidade menor, pe
ciliações e tentar estabelecer a har monia, no convívio de todos os brasi
la sua escassez crescente, em rela
leiros.
tir maior aumento da oferta; 2 — a disposição dos consumidores, dota
dos de maior poder aquisitivo, do aceitarem preços fora da tabela, ge
rando se, então, o mercado ne«rro.
Num e noutro caso, o poder público ou se desmoralizaria ou ver-se-ia obrigado a tomar medidas fiscaliza-
doras cada vez mais enérgicas e, na maioria das vezes, contraproducen tes, por contar com a cumplicidade
e com êle as atrações da ilegalidade, Não temos dúvida que a rigidez de um controle geral de preços, e
agora em caráter permanente, im
plicaria na destruição dos princípios
tados. Por tudo isto, a situação atual
democráticos, por conduzir automà-
é a de uma procura insatisfeita, per mitindo elevação de preços que, não
ticaniente a uma restrição, cada vez
negamos, chegam algumas vezes ao
Criaria a discórdia social, acentuando
absurdo.
as desigualdades da fortuna, não
maior, das
liberdades
Não estamos na época de ge
rar antagonismos e aumentar distân
de ambas as partes, em presença da permuta. Note-se ainda que, em nos lento que o aumento de preços; que so caso particular, o funcionamento nosso país é um daqueles cujos índi • da Comissão de Preços tem mostra ces demográficos indicam acentuada do quão precários são os conhecimen tendência para o crescimento, prin cipalmente nas grandes cidades; que, tos a respeito dos custos reais da produção e quanto cies variam dc durante a guerra, não houve possibi região para região do país. Seria lidades de fazer crescer os empreen difícil realizar-se uma fiscalização dimentos de modo a que a oferta efetiva, sempre e cada vez mais oneacompanhasse o crescer da procura e não foi possível tambám no após ro.sa. O risco do negócio aumentaria, mento, em conseqüência da crise cam
lítica.
ços fora da tabela, enipianto os que
da produção tem sido muito mais
guerra recuperar o ritmo de cresci
Tal clima não nos parece o maià oportuno, na presente conjuntura po
individuais.
IMáii)iÍain''f'frii'TÍÍ'iíÉirfl
.""IP.
Dicesto Econômico
reposições. Aqui, mais do que alhu
Estabilizados os preços, a econo
res, é válida a afirmação de Ferrara
mia nacional entraria numa fase de
de que, para a continuidade da em
equilíbrio estável, o nus eqüivale a
presa não importa o que a cousa
dizer-se que a produção tenderia a
custou no passado, mas sim o que
se paralisar ou cresceria muito len
(aistará no futuro.
tamente. Haveria, portanto, maior pressão da procura sobre a oferta,
O tabelamento apresenta ainda um vutro inconveniente crravo: ó que re
provocando duas conseqüências si
presenta uma política econômica ba
multâneas: 1 — o desmorecimento da
seada num único elemento do merca
qualidade dos produtos a fim de fugir às condições do tabelamento e permi
do: o preço unitário. Ora, as transa ções são conduzidas pelo binômio preço-qualidade e não é possível deixar mos dc considerar as ações das qu intidades oferecidas e procuradas, so bre o mecanismo da formação dos preços. Mesmo que se admitisse a possibilidade de estimar equitativamente custos e margens de lucro,
uma vez realizada" a estabilização, seria necessário prever as possíveis reações da quantidade. Cumpro con siderar que no Brasil o crescimento
^■1 ifmi
Digesto
PlPPmilPPi
Econômico
23
mais em termos dc moeda e sim em
ção ao aumento das necessidades a
termos de bem-ostar, visto como os que possuíssem maior poder de com
satisfazer.
pra em mãos poderiam arriscar-se à obtenção de melhor qualidade a pre
bial que impediu importações essen ciais de bens de capital, enquanto
nossas emprêsas produtoras depen dem vitalmente de produtos impor
vivessem
cias sociais c sim do procurar con
em
níveis
dc
rendimento
mais baixo con.sumiriani artigo.s in
feriores e em quantidade menor, pe
ciliações e tentar estabelecer a har monia, no convívio de todos os brasi
la sua escassez crescente, em rela
leiros.
tir maior aumento da oferta; 2 — a disposição dos consumidores, dota
dos de maior poder aquisitivo, do aceitarem preços fora da tabela, ge
rando se, então, o mercado ne«rro.
Num e noutro caso, o poder público ou se desmoralizaria ou ver-se-ia obrigado a tomar medidas fiscaliza-
doras cada vez mais enérgicas e, na maioria das vezes, contraproducen tes, por contar com a cumplicidade
e com êle as atrações da ilegalidade, Não temos dúvida que a rigidez de um controle geral de preços, e
agora em caráter permanente, im
plicaria na destruição dos princípios
tados. Por tudo isto, a situação atual
democráticos, por conduzir automà-
é a de uma procura insatisfeita, per mitindo elevação de preços que, não
ticaniente a uma restrição, cada vez
negamos, chegam algumas vezes ao
Criaria a discórdia social, acentuando
absurdo.
as desigualdades da fortuna, não
maior, das
liberdades
Não estamos na época de ge
rar antagonismos e aumentar distân
de ambas as partes, em presença da permuta. Note-se ainda que, em nos lento que o aumento de preços; que so caso particular, o funcionamento nosso país é um daqueles cujos índi • da Comissão de Preços tem mostra ces demográficos indicam acentuada do quão precários são os conhecimen tendência para o crescimento, prin cipalmente nas grandes cidades; que, tos a respeito dos custos reais da produção e quanto cies variam dc durante a guerra, não houve possibi região para região do país. Seria lidades de fazer crescer os empreen difícil realizar-se uma fiscalização dimentos de modo a que a oferta efetiva, sempre e cada vez mais oneacompanhasse o crescer da procura e não foi possível tambám no após ro.sa. O risco do negócio aumentaria, mento, em conseqüência da crise cam
lítica.
ços fora da tabela, enipianto os que
da produção tem sido muito mais
guerra recuperar o ritmo de cresci
Tal clima não nos parece o maià oportuno, na presente conjuntura po
individuais.
IMáii)iÍain''f'frii'TÍÍ'iíÉirfl
Dicesto EcoNó^aco
A vida e a obra de Orville Derby
\
Gltcon de Paiva
Insigne de falar a Vossas Excelências sôbre a história ilustre de uma vida de 64 anos.
Começa a 23 de Julho de 1851, no sítio encantador do lago Cayuga, Estado de Nova York, e finda cm desespero, na manhã de 27 de Novembro de 1915, em
um quarto de hotel, nesta cidade. História dos traços marcantes de uma
Na comemoração do centenário de nas
cimento de Orville Derby, Ghjcon de Paiva proferiu a oração oficial em nome da
Academia
-inventiva e criadora, aventurosa e inquie ta, excelsa e proveitosa; existência de la bor incessante, ora ao ar livre, em um
ponto qualquer do Brasil afogado de luz tropical, ora à sombra acolhedora de um teto de laboratório ou de um gabinete de estudo ; \ída polimorfa e multifacetada, de sertanista, geógrafo, paleontó
logo, petrógrafo, historiador, economis ta, administrador e servidor público. Além disso, é a história de um celibatário comunicativo e bem
humorado,
amigo e comensal de vultos que ama mos, autores que foram de páginas sumarentas : Teodoro Sampaio, Eduardo Prado, João Pandiá Calógeras, Miguel Ribeiro Airojado Lisboa, Capistrano de
Brasileira
de
Ciências.
O "Digesto Econômico", reproduzindo-a, autorizado pelo autor, associa-se à fes tiva data, em reconhecimento aos inoloidáveis serviços que o cientista ame ricano, naturalizado brasileiro, prestou à nossa Terra.
vida opulenta de pensamento e de ação, * « « « ♦
« « « «
bases do Museu Paulista; e, finalmente,
Egrégio Colégio.
uma constelação que abrange mais de uma centena dc títulos, a quem a Lon-
don Geological Society concedeu a rara distinção do WoUaston Donation Fund, como antes o fizera aos mais augustos
nomes de geólogos do século XIX : Ale xandre Brogniart, Alcide Dcssalines D'Orbigny, Jean Louis Agassiz, Joan Batiste, Elie de Beaumont, Gabriel Augus Robert Darvvin o Edward Dana.
Carlos Frederico Hartt, o fundador da
História, cm suma, da vida que Or ville Adelbert Dcrby ofereceu à Ciência
geologia histórica do Brasil, organizando
e ao Brasil, até o instante do esforço ex
as coleções de rochas, minerais e fósseis
tremo, ungido dc ilimitada dedicação, de cultura profunda, de irrestrito inte resse pelo país e suas cousas, de pere
grina capacidade de perscrutar, de com preender, de servir e também de esque cer, que é uma forma de perdoar. É íti
sões dc estudos orientados pelo Prof. " Hartt. Ao aceitar participação na pri-' meira delas, relembra John Casper Branncr, seu colega dc ttinna,
"decidiu ao
mesmo tempo da carreira e do rumo res tante da \ida".
Escreveu,
no
período,
dois
tra-'
balhos.
Cabe-nos a todos, neste instante, con-
vocando-o ale nós pela comunbão dc
pensamentos, a dosmesnrada tarefa dc uma impossível retribuição, mediante êslé morimcnto coletivo de reverência, de
gratidão, dc apreço c dc admiração pclo
Geólogo do Serviço Imperial — Em^ Dezembro dc 1875, com 24 anos feitos,'
Derby fixu residência no Rio de Janeiro,
conm funcionário do seniço público im perial, inicialmente como geólogo da-
muito que fêz por nós, sem que a nada fôssc obrigado. Talvez nos ensine, uma
Comissão Geológica c Mineralógica do Império do Brasil" cargo que exerceu" até fins de 1877. Pouco depois, foi'
.vez mais, ainda que morto, uma página
contratado Diretor da Seção de Geolo-'
nova dessa difícil o inaprondível lição
gia do Museu Nacional,
da vida,
ocupou ate 10 de Maio de 1890.
separam a vida e a obra de Derby em
to Nacional da Produção Mineral de nossos dias, Ministério de Minas e Ener gia de amanhã. História dc um cientista, cuja obra é
to Daubrée, Pierrc Annand Dufrenoy,
■i iiir -1
memória, uma sessão solene dêsto
gico do Brasil, esse mesmo Departamen
Sir Roderick Iinpey Murcbison, Charles
missão Geográfica e Geológica de São Paulo, o Instituto de hoje, e lançando as
Ihc
• Certas datas marcantes naturalmente
gren e Luís Felipe Gonzaga de Campos. Descreve, demais, esta história, a frutuosa carreira do discípulo amado de
blicando-as ; a seguir, fundando a Co
í
mais distintas figuras da administração c-da cultura deste país. para consagrnr-
criando o Serviço Geológico e Mincraló-
Abreu, Euclides da Cunha, Alberto Lof-
do Mestre desaparecido, redigindo-Ihe as memórias pelas notas de campo e pu
ceração, por cjuarenta anos a nosso ser
viço, aqui nos achamos conjugados, das
\TTüBunj-ME O Presidente da Academia Brasileira de Ciências, a honra
Nesta noite, exatamente um século do
nascimento dessa inteligência o dêsso
péríodos distintos :
Infância e adolescência — Derby era
Clerceiro filho de John C. Dcrby e Mal-
viha Lindsay Dcrby, modestos sitiantes de Kcllogsvillc, um lugarzinho adorável
no quadro maravilhoso de Finger Lakes, a'algumas dezenas de milhas ao sul do Lago Ontário, quase na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá.
Fêz o
cíirso primário onde nasceu e o ginasial na capital do Estado, Albany. Vida Universitária — Aos 18 anos, em
1869, ingressou Derby na Universidade db Comell, instituto fundado quatro anos
afités por um amigo de Morse, o inven tor do telégrafo, Ezrard Cornell, na ci
dade de Itbaca, na região onde nascera. Orientou-o nos meandros da paleontolo
posição que
O ano
de 1878, passou-o desempregado, por-' que extinta a Comissão, só a 23 de Maio
do 1879 foi nomeado para o Museu, en
tão localizixdo no Campo de Sant*Ana. • Abandona-o, para não mais voltar, aos 39 anos de idade.-
No período, e como funcionário do
Império, foi comissionado, em 1883, pa ra tratar, nos Estados Unidos, da obra
de Charles A. White, Contribuição d Paleontologia do Brasil. Pennaneceu em sua pátria a primeira metade do ano. Em 1890, voltou, outra vez, à terra on
de nascera.
Ao Brasil regressou no
mesmo ano, fazendo escala pela Inglaten-a. Em Agôsto de 1893, e pela últi ma vez, como Chefe da Comissão Geo
lógica do São Paulo, visitou os Estados-í
Unidos. Teodoro Sampaio e Alberto Lofgren, respectivamente, o substituíram
gia e da estratigrafia um professor de 29
durante as duas últimas ausências.
anbs, Charles Frederick Hartt. Em Cornéll, Derby- permaneceu até 1874 como aluno e como professor adjunto de geo logia e zoologia. 'Como aluno, visitou o Brasil pelas fé rias de verão, por duas vêzes, em excur
No período de 15 anos em que tém' sede no Rio, publica 42 trabalhos, dos quais três decorrentes de suas observa ções na Comissão Geológica e os res
tantes como geólogo do Museu. O mellvor de sua mocldade, dos 24 '
Dicesto EcoNó^aco
A vida e a obra de Orville Derby
\
Gltcon de Paiva
Insigne de falar a Vossas Excelências sôbre a história ilustre de uma vida de 64 anos.
Começa a 23 de Julho de 1851, no sítio encantador do lago Cayuga, Estado de Nova York, e finda cm desespero, na manhã de 27 de Novembro de 1915, em
um quarto de hotel, nesta cidade. História dos traços marcantes de uma
Na comemoração do centenário de nas
cimento de Orville Derby, Ghjcon de Paiva proferiu a oração oficial em nome da
Academia
-inventiva e criadora, aventurosa e inquie ta, excelsa e proveitosa; existência de la bor incessante, ora ao ar livre, em um
ponto qualquer do Brasil afogado de luz tropical, ora à sombra acolhedora de um teto de laboratório ou de um gabinete de estudo ; \ída polimorfa e multifacetada, de sertanista, geógrafo, paleontó
logo, petrógrafo, historiador, economis ta, administrador e servidor público. Além disso, é a história de um celibatário comunicativo e bem
humorado,
amigo e comensal de vultos que ama mos, autores que foram de páginas sumarentas : Teodoro Sampaio, Eduardo Prado, João Pandiá Calógeras, Miguel Ribeiro Airojado Lisboa, Capistrano de
Brasileira
de
Ciências.
O "Digesto Econômico", reproduzindo-a, autorizado pelo autor, associa-se à fes tiva data, em reconhecimento aos inoloidáveis serviços que o cientista ame ricano, naturalizado brasileiro, prestou à nossa Terra.
vida opulenta de pensamento e de ação, * « « « ♦
« « « «
bases do Museu Paulista; e, finalmente,
Egrégio Colégio.
uma constelação que abrange mais de uma centena dc títulos, a quem a Lon-
don Geological Society concedeu a rara distinção do WoUaston Donation Fund, como antes o fizera aos mais augustos
nomes de geólogos do século XIX : Ale xandre Brogniart, Alcide Dcssalines D'Orbigny, Jean Louis Agassiz, Joan Batiste, Elie de Beaumont, Gabriel Augus Robert Darvvin o Edward Dana.
Carlos Frederico Hartt, o fundador da
História, cm suma, da vida que Or ville Adelbert Dcrby ofereceu à Ciência
geologia histórica do Brasil, organizando
e ao Brasil, até o instante do esforço ex
as coleções de rochas, minerais e fósseis
tremo, ungido dc ilimitada dedicação, de cultura profunda, de irrestrito inte resse pelo país e suas cousas, de pere
grina capacidade de perscrutar, de com preender, de servir e também de esque cer, que é uma forma de perdoar. É íti
sões dc estudos orientados pelo Prof. " Hartt. Ao aceitar participação na pri-' meira delas, relembra John Casper Branncr, seu colega dc ttinna,
"decidiu ao
mesmo tempo da carreira e do rumo res tante da \ida".
Escreveu,
no
período,
dois
tra-'
balhos.
Cabe-nos a todos, neste instante, con-
vocando-o ale nós pela comunbão dc
pensamentos, a dosmesnrada tarefa dc uma impossível retribuição, mediante êslé morimcnto coletivo de reverência, de
gratidão, dc apreço c dc admiração pclo
Geólogo do Serviço Imperial — Em^ Dezembro dc 1875, com 24 anos feitos,'
Derby fixu residência no Rio de Janeiro,
conm funcionário do seniço público im perial, inicialmente como geólogo da-
muito que fêz por nós, sem que a nada fôssc obrigado. Talvez nos ensine, uma
Comissão Geológica c Mineralógica do Império do Brasil" cargo que exerceu" até fins de 1877. Pouco depois, foi'
.vez mais, ainda que morto, uma página
contratado Diretor da Seção de Geolo-'
nova dessa difícil o inaprondível lição
gia do Museu Nacional,
da vida,
ocupou ate 10 de Maio de 1890.
separam a vida e a obra de Derby em
to Nacional da Produção Mineral de nossos dias, Ministério de Minas e Ener gia de amanhã. História dc um cientista, cuja obra é
to Daubrée, Pierrc Annand Dufrenoy,
■i iiir -1
memória, uma sessão solene dêsto
gico do Brasil, esse mesmo Departamen
Sir Roderick Iinpey Murcbison, Charles
missão Geográfica e Geológica de São Paulo, o Instituto de hoje, e lançando as
Ihc
• Certas datas marcantes naturalmente
gren e Luís Felipe Gonzaga de Campos. Descreve, demais, esta história, a frutuosa carreira do discípulo amado de
blicando-as ; a seguir, fundando a Co
í
mais distintas figuras da administração c-da cultura deste país. para consagrnr-
criando o Serviço Geológico e Mincraló-
Abreu, Euclides da Cunha, Alberto Lof-
do Mestre desaparecido, redigindo-Ihe as memórias pelas notas de campo e pu
ceração, por cjuarenta anos a nosso ser
viço, aqui nos achamos conjugados, das
\TTüBunj-ME O Presidente da Academia Brasileira de Ciências, a honra
Nesta noite, exatamente um século do
nascimento dessa inteligência o dêsso
péríodos distintos :
Infância e adolescência — Derby era
Clerceiro filho de John C. Dcrby e Mal-
viha Lindsay Dcrby, modestos sitiantes de Kcllogsvillc, um lugarzinho adorável
no quadro maravilhoso de Finger Lakes, a'algumas dezenas de milhas ao sul do Lago Ontário, quase na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá.
Fêz o
cíirso primário onde nasceu e o ginasial na capital do Estado, Albany. Vida Universitária — Aos 18 anos, em
1869, ingressou Derby na Universidade db Comell, instituto fundado quatro anos
afités por um amigo de Morse, o inven tor do telégrafo, Ezrard Cornell, na ci
dade de Itbaca, na região onde nascera. Orientou-o nos meandros da paleontolo
posição que
O ano
de 1878, passou-o desempregado, por-' que extinta a Comissão, só a 23 de Maio
do 1879 foi nomeado para o Museu, en
tão localizixdo no Campo de Sant*Ana. • Abandona-o, para não mais voltar, aos 39 anos de idade.-
No período, e como funcionário do
Império, foi comissionado, em 1883, pa ra tratar, nos Estados Unidos, da obra
de Charles A. White, Contribuição d Paleontologia do Brasil. Pennaneceu em sua pátria a primeira metade do ano. Em 1890, voltou, outra vez, à terra on
de nascera.
Ao Brasil regressou no
mesmo ano, fazendo escala pela Inglaten-a. Em Agôsto de 1893, e pela últi ma vez, como Chefe da Comissão Geo
lógica do São Paulo, visitou os Estados-í
Unidos. Teodoro Sampaio e Alberto Lofgren, respectivamente, o substituíram
gia e da estratigrafia um professor de 29
durante as duas últimas ausências.
anbs, Charles Frederick Hartt. Em Cornéll, Derby- permaneceu até 1874 como aluno e como professor adjunto de geo logia e zoologia. 'Como aluno, visitou o Brasil pelas fé rias de verão, por duas vêzes, em excur
No período de 15 anos em que tém' sede no Rio, publica 42 trabalhos, dos quais três decorrentes de suas observa ções na Comissão Geológica e os res
tantes como geólogo do Museu. O mellvor de sua mocldade, dos 24 '
"Tt UlilM I.
DiGESTO
26
aos 39 anos, deu ao serviço de geologia
do Império do Brasil.
Geólogo da Província de São Paulo — O Cónselheiro João Alfredo Correia de Oliveira, presidente da Província de São Paulo, fundou a Comissão Geográfica e
Geológica de São Paulo a 27 de Março de 1886. Derby foi escolhido Chefe da Comissão a 7 de Abril do mesmo ano,
mas, so em 1890, se desligou definitiva mente do Museu, para daí por diante e até 24 de Janeiro de 1905, residir na ca
pital paulista. Dos 35 aos 54 anos, dezenove anos
/ dedicados à geologia, geografia, história
ECONÓ^DCO
COS: Baixo Amazonas, Paraná e Bccônca-
zonas seguindo o rio principal, faz tanto
vo Baiano.
idéia da bacia amazônica como uma for
ba-
nhou-sc, leu os jornais do dia, tomou café e vestiu-se. A seguir, armou-se e sacrificou-se.
É extensa, variada c não poucas vêzes profunda a obra científica de Derby. Observou, pesquisou e escreveu sobre
paleontologia, geologia econômica, petrografia, meteorologia, geografia, liist6ria o metalogêne.se. Produziu, ainda,
inúmeros artigos sobre assuntos gerais ou de divulgação. Valem menção alguns pontos altos.
Do seu período universitário, a sua tese de doutoramento "On the Carború-
ferous Brachiopoda of Itaituba, Rio Ta pajós, Province of Pará, Brasil é o estu do dos fósseis que colheu como estudan te em 1871. É grande a importância da caracteriziição dessa fauna pa-
« Serviço de Terras e Minas.
Viação e Obras Públicas do Go-
nista João Martins da Silva Cou-
▼êmo Afonso Pena, iniciado a
tinho, em 1863: Hartt, quando
15 de Novembro de 1906, indica
os viu em 1870, logo reconheceu
Diretor do Serviço Geológico e Mine
ralógico do Brasil — Aos 56 anos, Derby toma posse do derradeiro emprêgo. É reconduzido ao serviço público da União
que abandonara aos 39 anos de idade. Nos últimos 8 anos de vida que o des' tino lhe fêz mercê, vieram a lume uma \intcna de trabalhos. A 12 de Setembro de 1915 publica o
último dêles: Carvão Nacional. Na manhã de 27 de Novembro tudo te acaba; velho, só, ralado de desgostos.
lhões de quilòmelro.s fpiaclr;idos. O que anteriormente se sabia sòbre ;i giíologia
o parentesco dessa fauna com a do Coal measures americano.
Em verdade, nesse
momento, fundou a geologia lústórica do
Brasil, domesticando a selvagem geolo
gia brasileira e amarrando-a a uma co
tôriamcnte a geologia do Brasil, é preci so um reconhecimento de todo o país. O primeiro passo cm uma in\'cstigação ana tômica é formar uma idéia da estrutura
Calcáreo do Chester.
Do seu período como funcionário fe
deral, destacam-se três obras que são'
paradigmas de reconhecimentos geológi-
Mar, rcNvlada por Hartt e seus alunos. selho Nacional do Petróleo, nelas intro
palmente quanto á tctônica c ;\ natureza d;i bacia dc sedimentação, subsliluindo O csquc'm:i geo-sinclinal esboçado no últi
mo quartel do século XIX e consolidado .
geral do animal para, e só depois, cstu-
em expedições posteriores, especialmen te entre 1918 e 1930, pelo esquema do
dar-lhe
fossas transversais acervadas dc sedi
minuciosamente
as
diferentes
sou
mentos.
O reconhecimento geológico do Recônca\(> Baiano é da autoria exclusiva
chefe.
de Derby. Delineou, pela primeira vez,
No trabalho Contribuição para a gcoIngia da região do Baixo Amazonas. Der by aparece como relator das observações feitas pelos componentes das duas cxpe-diç-ões Morgnn, de 1870 e 1871, das pro movidas por Herbert Smilh o das obscrçôes próprias e de Francisco José dc Freitas, subdlrctor da seção dc geologia
a estratigrafia das formações cretáceas
do Museu.
Trata-se, som dúvida, do
grande rio. Complcta-sc, dessa feita, a estratigrafia do paleozólco do Amazonas
System do platô dos Alleghenys, caracte rizando o Carbonífero Superior e apro.\imando o calcáreo do Bom Jardim dt»
llior definir a bacia p:dco7Óica do Rio
duziram alterações substanciais, princi
de braquiópodos, 12 das quais, formas Prendeu, assim, definitivamente, a co luna geológica amazônica ao New York
no Bai.xo Amazonas orientaram todas as
posteriores pesquisas, que bu.scaram me-
te formulou o princípio: — "Antes de se poder estudar satisfa-
primeiro csbôço esclarecedor da geogra
norte-americanas.
nhar por uma candura do fuste." As concepções nascidas dessas viagens
Só mui recentemente as invesligaçõa» gcofsicas-, mandad.is proceder pelo Con
luna padrão universal. Nessa tese, Der
by rigorosamente classifica 27 espécies
miga de uma coluna corínlia, ao cami
do Brasil não forma\'a qriadro, pois não permitia correlação. Decidiu-se Ilartt não se perder em del;ilhcs e textualmen
"Derby executava o programa do
científica deu-a o notável serta-
Bahia publicou cerca de 15 trabalhos.
ma: esboçar os traços gerais da consti tuição geológica de um país de 9 mi
eram anteriormente conhecidos,
mas dêles, a primeira notícia
Nos dois anos que permaneceu na
Chefe da Comissão Geológica do Impé rio, esbarrou com iiin gigante co proble
leozóica. Os fósseis do Tapajós
Na Bahia permanece até que
neiro de 1907.
Hartt, ao cinpossur-se do cargo de
partes." No exercício desses reconhecimentos,
' Miguel Calmon, Ministro da
Derby para Diretor do Serviço Geológi co e Mineralógico do Brasil, recém-criado pelo decreto n. 6.323 de 10 de Ja
27
peu a rotina das primeiras horas:
mais de 60 trabalhos.
; du Pin e Almeida, Derby para 7 lá se transfere para reorganizar
Econômico
decidiu renunciar à vida. Não interrom
e cartografia de São Paulo, publicou Geólogo do Estado da Bahia — A con vite de um jovem Secretário da Agricul tura do Estado da Bahia, Miguel Calmon
Digesto
fia e da geologia da bacia inferior do com as descobertas do devoniano do Máe-Cuni e da fauna fóssil siluriana do rio Trombetas, na cachoeira do ViraMundo e no Outeiro do Cacliorro.
Êsse trabalho, pela revelação que en cerra, é uma demonstração do acerto da
crítica de Hartt à passagem rápida de Agassiz que navegara pelo canal dos grandes barcos: "Quem viaja pelo Ama
da Série Bahia, hoje perfuradas para pro dução de óleo mineral.
Em "A Geologia da Região Diamantí-
fcra da Província do Paraná",
Derby
corretamente distingue, pela primeira ycz, as grandes feições fisiográficas ©
geológicas "dessa parte da antiga capi
tania de São Paulo" para citá-lo'textual mente. Define a Série A'sunguí, e dis tingue o dc\ oniano do Paraná descober
ta por Lutero Wagner. Teve a correta intuição da idade triássíca para os are
nitos vermelhos da Série Botucatu e para
o derrame basáltico do sul do Brasil qu©
denominou de trap agatifenj. Pintou enfim, quadros geológicos em largos tra ços que até hoje permanecem expressi
vos e reais. O subsequente trabalho dos geólogos foi precisar o desenho an terior de Derby, preenchendo as malbaç da grande triangulada que lançou.
"Tt UlilM I.
DiGESTO
26
aos 39 anos, deu ao serviço de geologia
do Império do Brasil.
Geólogo da Província de São Paulo — O Cónselheiro João Alfredo Correia de Oliveira, presidente da Província de São Paulo, fundou a Comissão Geográfica e
Geológica de São Paulo a 27 de Março de 1886. Derby foi escolhido Chefe da Comissão a 7 de Abril do mesmo ano,
mas, so em 1890, se desligou definitiva mente do Museu, para daí por diante e até 24 de Janeiro de 1905, residir na ca
pital paulista. Dos 35 aos 54 anos, dezenove anos
/ dedicados à geologia, geografia, história
ECONÓ^DCO
COS: Baixo Amazonas, Paraná e Bccônca-
zonas seguindo o rio principal, faz tanto
vo Baiano.
idéia da bacia amazônica como uma for
ba-
nhou-sc, leu os jornais do dia, tomou café e vestiu-se. A seguir, armou-se e sacrificou-se.
É extensa, variada c não poucas vêzes profunda a obra científica de Derby. Observou, pesquisou e escreveu sobre
paleontologia, geologia econômica, petrografia, meteorologia, geografia, liist6ria o metalogêne.se. Produziu, ainda,
inúmeros artigos sobre assuntos gerais ou de divulgação. Valem menção alguns pontos altos.
Do seu período universitário, a sua tese de doutoramento "On the Carború-
ferous Brachiopoda of Itaituba, Rio Ta pajós, Province of Pará, Brasil é o estu do dos fósseis que colheu como estudan te em 1871. É grande a importância da caracteriziição dessa fauna pa-
« Serviço de Terras e Minas.
Viação e Obras Públicas do Go-
nista João Martins da Silva Cou-
▼êmo Afonso Pena, iniciado a
tinho, em 1863: Hartt, quando
15 de Novembro de 1906, indica
os viu em 1870, logo reconheceu
Diretor do Serviço Geológico e Mine
ralógico do Brasil — Aos 56 anos, Derby toma posse do derradeiro emprêgo. É reconduzido ao serviço público da União
que abandonara aos 39 anos de idade. Nos últimos 8 anos de vida que o des' tino lhe fêz mercê, vieram a lume uma \intcna de trabalhos. A 12 de Setembro de 1915 publica o
último dêles: Carvão Nacional. Na manhã de 27 de Novembro tudo te acaba; velho, só, ralado de desgostos.
lhões de quilòmelro.s fpiaclr;idos. O que anteriormente se sabia sòbre ;i giíologia
o parentesco dessa fauna com a do Coal measures americano.
Em verdade, nesse
momento, fundou a geologia lústórica do
Brasil, domesticando a selvagem geolo
gia brasileira e amarrando-a a uma co
tôriamcnte a geologia do Brasil, é preci so um reconhecimento de todo o país. O primeiro passo cm uma in\'cstigação ana tômica é formar uma idéia da estrutura
Calcáreo do Chester.
Do seu período como funcionário fe
deral, destacam-se três obras que são'
paradigmas de reconhecimentos geológi-
Mar, rcNvlada por Hartt e seus alunos. selho Nacional do Petróleo, nelas intro
palmente quanto á tctônica c ;\ natureza d;i bacia dc sedimentação, subsliluindo O csquc'm:i geo-sinclinal esboçado no últi
mo quartel do século XIX e consolidado .
geral do animal para, e só depois, cstu-
em expedições posteriores, especialmen te entre 1918 e 1930, pelo esquema do
dar-lhe
fossas transversais acervadas dc sedi
minuciosamente
as
diferentes
sou
mentos.
O reconhecimento geológico do Recônca\(> Baiano é da autoria exclusiva
chefe.
de Derby. Delineou, pela primeira vez,
No trabalho Contribuição para a gcoIngia da região do Baixo Amazonas. Der by aparece como relator das observações feitas pelos componentes das duas cxpe-diç-ões Morgnn, de 1870 e 1871, das pro movidas por Herbert Smilh o das obscrçôes próprias e de Francisco José dc Freitas, subdlrctor da seção dc geologia
a estratigrafia das formações cretáceas
do Museu.
Trata-se, som dúvida, do
grande rio. Complcta-sc, dessa feita, a estratigrafia do paleozólco do Amazonas
System do platô dos Alleghenys, caracte rizando o Carbonífero Superior e apro.\imando o calcáreo do Bom Jardim dt»
llior definir a bacia p:dco7Óica do Rio
duziram alterações substanciais, princi
de braquiópodos, 12 das quais, formas Prendeu, assim, definitivamente, a co luna geológica amazônica ao New York
no Bai.xo Amazonas orientaram todas as
posteriores pesquisas, que bu.scaram me-
te formulou o princípio: — "Antes de se poder estudar satisfa-
primeiro csbôço esclarecedor da geogra
norte-americanas.
nhar por uma candura do fuste." As concepções nascidas dessas viagens
Só mui recentemente as invesligaçõa» gcofsicas-, mandad.is proceder pelo Con
luna padrão universal. Nessa tese, Der
by rigorosamente classifica 27 espécies
miga de uma coluna corínlia, ao cami
do Brasil não forma\'a qriadro, pois não permitia correlação. Decidiu-se Ilartt não se perder em del;ilhcs e textualmen
"Derby executava o programa do
científica deu-a o notável serta-
Bahia publicou cerca de 15 trabalhos.
ma: esboçar os traços gerais da consti tuição geológica de um país de 9 mi
eram anteriormente conhecidos,
mas dêles, a primeira notícia
Nos dois anos que permaneceu na
Chefe da Comissão Geológica do Impé rio, esbarrou com iiin gigante co proble
leozóica. Os fósseis do Tapajós
Na Bahia permanece até que
neiro de 1907.
Hartt, ao cinpossur-se do cargo de
partes." No exercício desses reconhecimentos,
' Miguel Calmon, Ministro da
Derby para Diretor do Serviço Geológi co e Mineralógico do Brasil, recém-criado pelo decreto n. 6.323 de 10 de Ja
27
peu a rotina das primeiras horas:
mais de 60 trabalhos.
; du Pin e Almeida, Derby para 7 lá se transfere para reorganizar
Econômico
decidiu renunciar à vida. Não interrom
e cartografia de São Paulo, publicou Geólogo do Estado da Bahia — A con vite de um jovem Secretário da Agricul tura do Estado da Bahia, Miguel Calmon
Digesto
fia e da geologia da bacia inferior do com as descobertas do devoniano do Máe-Cuni e da fauna fóssil siluriana do rio Trombetas, na cachoeira do ViraMundo e no Outeiro do Cacliorro.
Êsse trabalho, pela revelação que en cerra, é uma demonstração do acerto da
crítica de Hartt à passagem rápida de Agassiz que navegara pelo canal dos grandes barcos: "Quem viaja pelo Ama
da Série Bahia, hoje perfuradas para pro dução de óleo mineral.
Em "A Geologia da Região Diamantí-
fcra da Província do Paraná",
Derby
corretamente distingue, pela primeira ycz, as grandes feições fisiográficas ©
geológicas "dessa parte da antiga capi
tania de São Paulo" para citá-lo'textual mente. Define a Série A'sunguí, e dis tingue o dc\ oniano do Paraná descober
ta por Lutero Wagner. Teve a correta intuição da idade triássíca para os are
nitos vermelhos da Série Botucatu e para
o derrame basáltico do sul do Brasil qu©
denominou de trap agatifenj. Pintou enfim, quadros geológicos em largos tra ços que até hoje permanecem expressi
vos e reais. O subsequente trabalho dos geólogos foi precisar o desenho an terior de Derby, preenchendo as malbaç da grande triangulada que lançou.
■isr Digesto
28
EcoNÓí^aco
Ainda como funcionário imperial, di
tema que o seduziu daí por diante.
retor agora, da 3.^ Seção do Museu, car go anteriormente ocupado por Frederico Leopoldo César de Burlamaqui e Gui-
João da Chapada, no distrito diamanti
'
-Iherme Schuch de Capanema,
Dcrby
.prossegue o programa de reconhecimen to geológico do país, lançado pelo seu .jovem mestre, desaparecido no Rio em 18 de Março de 1878.
O mais importante reconhecimento que fêz foi o do Rio São Francisco (1879). Visitou também Fernando No
no de Minas, identificou a massa branda das lavras do Barro e do Duro com a rocha matriz do diamante.
de Paulo Afonso, hoje em trabalhos de aproveitamento hidrelétrico, descobriu no lugar Moreira, não longe da estação
do Talhado, um mármore serpentinoso
.trabalho de equipe.
Além disso, preparou as coleções paleontológicas da extinta Comissão, para •posterior estudo nos Estados Unidos pe los paleontologistas, White e Clarke, au tores fundamentais da geologia histórica do Brasil. Sua viagem
Mais importantes foram os fósseis qué descobriu no calcáreo da lapa de Bom
a
fauna
que serviu de base à sua tese de douto ramento .
Derby adquire, para o Museu, a pri meira mesa para preparo de lâminas del gadas de rochas, importa o primeiro mi croscópico polarizador, cultivando, daí por diante, a petrografia entre nós. Seus trabalhos sôbre rochas nefelínicas e sôbre meteoritos são frutos da nova técni
ca que aprendeu, correspondendo-se com Rosenbusch, em Heidelberg e depois em contacto com Hussak. Êste aportara ao Brasil em 1888, acompanhando um alu no seu da Universidade de Viena: Jordano Machado. - Derby atraiu-o para o Museu Nacional.
Dessa época são também os estudos sôbre a gênese do diamante brasileiro,
forte
mente sugerem ter êle tomado, com essa
Eozon Canadense, pseudofóssil do cripto-
.decisão, a encruzilhada dc uma via sa cra: porque entre o estrangeiro que sc
Jesus, no Rio São Francisco, corais dos
encarrega da administração dc reparti ções públicas do país c os funcionários naturais da terra, estabclcce-se, aos pou
gêneros Favosites e Chaetetes, que esta
pes, c "cada vez mais intenso, um estado
de tensão insanável, fonte segura dos
beleceram data geológica pre
tas, na escala de um centímetro por qui lômetro que serão topográficas, itinerá ri as, geológicas e agrícolas." Assim txnneçou a administração do
Derby em São Paulo, por onde so infe re <iuc procurou roalizitr no âmbito pro vincial, acjuilo (pie seu Mestre não tinlia conscguidt) lc\ar a cabo no âmbito im perial.
Da antiga Comissão Geológica trouxe o nome para aplicá-lo cm S. Paulo, assim como os princípios de levantamentos -e
rcconliecimenlo estabelecidos por Hartt. ToclaN-ia, enquanto Hartt mal teve três
anos para estabelecer o seu programa, Derby dispôs de 19 para executar o que planejara.
Nesse prazo, realizou obra
duradoura, de extrema importância para
o posterior desenvoKimento do Estado, e portanto para a economia nacional.
Lotou a repartição com os geólogos
ciosa na parte central do país, o
rhaiores constrangimentos morais pixra o
gothlandiano, para o que hóje
chefe do serviço.
Gonzaga de Campos e Francisco de Pau la Oliveira, o Engenheiro Teodoro Sam
.. Eis um trecho esclarecedor dos inoti-
paio, o petrógrafo Eugênio Hussak, o
■ se denomina Série Bambuí.
,yos da criação da Comissão Geográfica de São Paulo, extraído da mensagem do
Nas suas várias campanhas no
do
Carbonífero Superior da Ama zônia, aproveitando as coletas de fósseis subsequentes àquela •
posteriores
famoso
aos Estados Unidos em 1883, descreve
Todavia, os fatos
com impressões que Dawson, de Mont
zóico.
•mesmo
lado, pelo Governo dc São Paulo, para
•donada. Daí por diante, a t)bra indivi dual dc Dcrbv perde profundidade para «ganhar latitude, mas começa a surgir, 'Süb sua orientação, poderoso e magnífico
Paraná.
prende-se a essas coleções. Êle
39
carreira adminislrati\a, nunca mais aban-
No reconhecimento do São Francisco,
depois de corretamente explicar a queda
real, identificou como sendo o
.
■ Digesto Econômico
participar do funcionalismo provincial, .como administrador dc uma rcq-uirtição científica cuja criação íuicutou. Mas, .por quatro anos mais, atcnd<' ao Musc-u. Aos 39 anos, ingn-ssa cf(.'li\ainctilc na
Desde a primeira vez que visitou S.
ronha em 1880, o Rio das Velhas em 1881 e São Paulo em 1884. Reconheceu
•igualmente o Rio Grande, tributário do
T
centro de Minas, Derby não es conde a sua admiração pelo fun dador da geologia do criptozóíco brasileiro, o autor de Pluto Brasiliensü
Presidente
da
Província,
Conselheiro
João Alfredo, à Assembléia Legislativa Provincial, cm 15 de Fevereiro de 1886:
e de Beitrage zur Gebirgeskund Bra-
"Uma das mais urgentes necessidades
siliens :
.da Província é o estudo do seu territó
"Ao tratar da geologia da parte cen tral da província de Minas, devo decla rar a bem da verdade, e em justiça a lun autor que não é tão conhecido no Brasà
rio. Inspirando-mc nesta idéia, convidei o Dr. Or\'ille Derby, diretor da seção
como merece ser, que no que vou expor
dos resultados das próprias observações
feitas por mim, muito pouco há que seja absolutamente novo ou que não fôssè
antecipado'pelo célebre geólogo alemão von Eschwege. O que resta a fazer ná geologia de Minas é, com uma ou outra
ligeira correção, estender e encher õ quadro, cujos traços gerais foram esb<H çados por tão habilitado mestre." * Aos 35 anos de idade, Derby é solici-
«
,de geologia do Museu Nacional, a vir a esta capital c encarreguei-o de formular .um plano naquele sentido." "O plano proposto pelo ilustrado Dr. Derby e que tenho a honra de recomen dar a vossa atenção, é essencialmente o
mesmo que organizara o malogrado Pro
fessor Hartt para os trabalhos da Comis são Geológica do Império e baseia-se nos
métodos desenvolvidos pela experiência
de muitos anos das comissões geográfi-pas e geológicas dos Estados Unidos."
"Contempla êle a organização de car-
botânico Alberto Lofgren e, por último, Horace Williams, principal responsável pela introdução no Brasil dos métodos
americanos de levantamento topográfico.
Guillierme Florence, químico, foi posterionnente admitido.
Em Setembro do ano da fundação £ói lançada a grande exploração do Parana-
panema, buscando ligar São Paulo, por água, ao sistema fluvial do Paraná, as
sim como colher elementos para plane
jar um caminho para Mato Grosso. Após dois anos de trabalho, a Comissão havia
levantado 13.162 quilômetros quadrados
e reconhecido 42.828. A necessidade de
bases geodésicas logo se impôs, assim
como de uma triangulação de 1.^ e dò 2. classe. Duas bases foram sucessiva
mente medidas: Campo Largo de Soro caba e Rio Claro, com 5.771,271m. uma; e 6.668,775, outra.
Em 1899, foram publicadas as duas
■isr Digesto
28
EcoNÓí^aco
Ainda como funcionário imperial, di
tema que o seduziu daí por diante.
retor agora, da 3.^ Seção do Museu, car go anteriormente ocupado por Frederico Leopoldo César de Burlamaqui e Gui-
João da Chapada, no distrito diamanti
'
-Iherme Schuch de Capanema,
Dcrby
.prossegue o programa de reconhecimen to geológico do país, lançado pelo seu .jovem mestre, desaparecido no Rio em 18 de Março de 1878.
O mais importante reconhecimento que fêz foi o do Rio São Francisco (1879). Visitou também Fernando No
no de Minas, identificou a massa branda das lavras do Barro e do Duro com a rocha matriz do diamante.
de Paulo Afonso, hoje em trabalhos de aproveitamento hidrelétrico, descobriu no lugar Moreira, não longe da estação
do Talhado, um mármore serpentinoso
.trabalho de equipe.
Além disso, preparou as coleções paleontológicas da extinta Comissão, para •posterior estudo nos Estados Unidos pe los paleontologistas, White e Clarke, au tores fundamentais da geologia histórica do Brasil. Sua viagem
Mais importantes foram os fósseis qué descobriu no calcáreo da lapa de Bom
a
fauna
que serviu de base à sua tese de douto ramento .
Derby adquire, para o Museu, a pri meira mesa para preparo de lâminas del gadas de rochas, importa o primeiro mi croscópico polarizador, cultivando, daí por diante, a petrografia entre nós. Seus trabalhos sôbre rochas nefelínicas e sôbre meteoritos são frutos da nova técni
ca que aprendeu, correspondendo-se com Rosenbusch, em Heidelberg e depois em contacto com Hussak. Êste aportara ao Brasil em 1888, acompanhando um alu no seu da Universidade de Viena: Jordano Machado. - Derby atraiu-o para o Museu Nacional.
Dessa época são também os estudos sôbre a gênese do diamante brasileiro,
forte
mente sugerem ter êle tomado, com essa
Eozon Canadense, pseudofóssil do cripto-
.decisão, a encruzilhada dc uma via sa cra: porque entre o estrangeiro que sc
Jesus, no Rio São Francisco, corais dos
encarrega da administração dc reparti ções públicas do país c os funcionários naturais da terra, estabclcce-se, aos pou
gêneros Favosites e Chaetetes, que esta
pes, c "cada vez mais intenso, um estado
de tensão insanável, fonte segura dos
beleceram data geológica pre
tas, na escala de um centímetro por qui lômetro que serão topográficas, itinerá ri as, geológicas e agrícolas." Assim txnneçou a administração do
Derby em São Paulo, por onde so infe re <iuc procurou roalizitr no âmbito pro vincial, acjuilo (pie seu Mestre não tinlia conscguidt) lc\ar a cabo no âmbito im perial.
Da antiga Comissão Geológica trouxe o nome para aplicá-lo cm S. Paulo, assim como os princípios de levantamentos -e
rcconliecimenlo estabelecidos por Hartt. ToclaN-ia, enquanto Hartt mal teve três
anos para estabelecer o seu programa, Derby dispôs de 19 para executar o que planejara.
Nesse prazo, realizou obra
duradoura, de extrema importância para
o posterior desenvoKimento do Estado, e portanto para a economia nacional.
Lotou a repartição com os geólogos
ciosa na parte central do país, o
rhaiores constrangimentos morais pixra o
gothlandiano, para o que hóje
chefe do serviço.
Gonzaga de Campos e Francisco de Pau la Oliveira, o Engenheiro Teodoro Sam
.. Eis um trecho esclarecedor dos inoti-
paio, o petrógrafo Eugênio Hussak, o
■ se denomina Série Bambuí.
,yos da criação da Comissão Geográfica de São Paulo, extraído da mensagem do
Nas suas várias campanhas no
do
Carbonífero Superior da Ama zônia, aproveitando as coletas de fósseis subsequentes àquela •
posteriores
famoso
aos Estados Unidos em 1883, descreve
Todavia, os fatos
com impressões que Dawson, de Mont
zóico.
•mesmo
lado, pelo Governo dc São Paulo, para
•donada. Daí por diante, a t)bra indivi dual dc Dcrbv perde profundidade para «ganhar latitude, mas começa a surgir, 'Süb sua orientação, poderoso e magnífico
Paraná.
prende-se a essas coleções. Êle
39
carreira adminislrati\a, nunca mais aban-
No reconhecimento do São Francisco,
depois de corretamente explicar a queda
real, identificou como sendo o
.
■ Digesto Econômico
participar do funcionalismo provincial, .como administrador dc uma rcq-uirtição científica cuja criação íuicutou. Mas, .por quatro anos mais, atcnd<' ao Musc-u. Aos 39 anos, ingn-ssa cf(.'li\ainctilc na
Desde a primeira vez que visitou S.
ronha em 1880, o Rio das Velhas em 1881 e São Paulo em 1884. Reconheceu
•igualmente o Rio Grande, tributário do
T
centro de Minas, Derby não es conde a sua admiração pelo fun dador da geologia do criptozóíco brasileiro, o autor de Pluto Brasiliensü
Presidente
da
Província,
Conselheiro
João Alfredo, à Assembléia Legislativa Provincial, cm 15 de Fevereiro de 1886:
e de Beitrage zur Gebirgeskund Bra-
"Uma das mais urgentes necessidades
siliens :
.da Província é o estudo do seu territó
"Ao tratar da geologia da parte cen tral da província de Minas, devo decla rar a bem da verdade, e em justiça a lun autor que não é tão conhecido no Brasà
rio. Inspirando-mc nesta idéia, convidei o Dr. Or\'ille Derby, diretor da seção
como merece ser, que no que vou expor
dos resultados das próprias observações
feitas por mim, muito pouco há que seja absolutamente novo ou que não fôssè
antecipado'pelo célebre geólogo alemão von Eschwege. O que resta a fazer ná geologia de Minas é, com uma ou outra
ligeira correção, estender e encher õ quadro, cujos traços gerais foram esb<H çados por tão habilitado mestre." * Aos 35 anos de idade, Derby é solici-
«
,de geologia do Museu Nacional, a vir a esta capital c encarreguei-o de formular .um plano naquele sentido." "O plano proposto pelo ilustrado Dr. Derby e que tenho a honra de recomen dar a vossa atenção, é essencialmente o
mesmo que organizara o malogrado Pro
fessor Hartt para os trabalhos da Comis são Geológica do Império e baseia-se nos
métodos desenvolvidos pela experiência
de muitos anos das comissões geográfi-pas e geológicas dos Estados Unidos."
"Contempla êle a organização de car-
botânico Alberto Lofgren e, por último, Horace Williams, principal responsável pela introdução no Brasil dos métodos
americanos de levantamento topográfico.
Guillierme Florence, químico, foi posterionnente admitido.
Em Setembro do ano da fundação £ói lançada a grande exploração do Parana-
panema, buscando ligar São Paulo, por água, ao sistema fluvial do Paraná, as
sim como colher elementos para plane
jar um caminho para Mato Grosso. Após dois anos de trabalho, a Comissão havia
levantado 13.162 quilômetros quadrados
e reconhecido 42.828. A necessidade de
bases geodésicas logo se impôs, assim
como de uma triangulação de 1.^ e dò 2. classe. Duas bases foram sucessiva
mente medidas: Campo Largo de Soro caba e Rio Claro, com 5.771,271m. uma; e 6.668,775, outra.
Em 1899, foram publicadas as duas
H. li ■ijRPpppgç
PIPIII^I -"H.PU 1'." "■
Digesto
ao
EcoNÓAa( a
primeiras fA^has lopoaráfica"? na escala
ramal dn Mogiam, .«•ítuação que ilio pro porcionou excelentes oportunidades de
Santoi} e sucessivamente as de A'ibaia,
exame de afloramentos arlificiai.s frescos,
de 1/100.000: Capital de São Paulo e CaTnp'rui3 e Jundiaí, etc.
Em 1901, es
sas folhas cobriam já 42.880 quilôme tros qii'>drados. isto é, a parte substan cial exigida pela economia do Estado, na época.
Es-a foi a grande contr buição de Derbv e da Comissão que dirigiu ao conhe
cimento
cartográfico de São Paulo e,
portanto, a todo o posterior desenvolvi mento econômico do E«tado.
O trato do problema de reoresentação
"topográfica do Estado de São Paulo trou xe a campo questões de limites com Mi
nas Gerais, quando os trabalhos atingi ram as fronteiras desse Estado.
Eis porque Derby fêz muitas pesqui sas históricas sobre as divisas entre São Paulo e Minas e escreveu vários traba-
•Ihos sobre o assunto, acabando por fir
que lhe permitiram lançar luz nova sAbre a gênese e natureza dessas rochas, tipos diversos c correlação dê.sscs tipos.
Sua preocupação por cias permane ceu ativa por mais de 15 anos, a partir
de 1880.
A profundidade de pensa
Em São Paulo, poIíu-se, de tal maneira,
31
®ÍdO de organizar c de tazer publicar, no boiutini üü Museu Paracii.se, hoje Museu
1908, início do go\êmo do Conselheiro
Afonso Pena, Calmon tomou posso do
de Machira e í ajuri, assim como subru o
e Obras Públicas. Dois meses depois es
rio Trombetas, dando cabal desempenho
tava criado o Scrciço Gco/dgico c Mine-
aos compromissos Marlt moribundo.
nilógico do Brasil, Derby como Diretor. Uma \'cz mais, o discípulo*aniado de
que
assumira
com
A partir do ano de 1902 eomi-çaram a surgir rgir críticas, nos meios técnicos de Suo
petrografica, do conceito de consangüi
nidade de rochas erupüvas, tendo em vista as rehtções microscópicas e de cam po que descobriu entre nefclina-sienitos, fonolitos, basaltos e jacupirangiiitos. Es ses estudos foram mencionados no rela lasíon, estabelecido em honra do desco
dução Mineral: a 15 de Novembro de
Corai.ssão Ilarlt, rclati\os a pesquisas na Ilha de Marajó, Ilio Mãe-Curu, Serras
trabalho On nepheUne rocks in Brazil publicado pelo Quarterhj Jotimal da Lnndon Geological Societtj. As conseqüências científicas dêsses es tudos foram grandes. Provàvelmenle a maior delas foi a introdução, na ciência
do aUial Departamento Nacional da Pro
tocldl, os restantes trabalhos inéditos da
mento que atingiu nesse setor ressalta no
tório que lhe concedeu o prêmio Wol-
mar-se autoridade nesse setor.
| 1 I|>PP
Digesto Econômico
Paulo, sòbrc os métodos de levantamen
to cartográfico aplicado.s pela Comissão Geográfica e Geológica, amplamente re futadas pelo seu Cíiefe. Todavia, o govômo estadual mostrou-se abalado.
Em
fins dc 1904 encorajou um movimento
de reestruturação da repartição à reve lia do Chefe, movimento que colimaN'a
entregar a direção a um nacional e atri buir a Derby a posição do pesquisador
cargo de Ministro de Estado da Viação
monstrou fidelidade ao Mcslro;
a nova
organização foi a mera ressurreição, trin
ta anos depoi.s, daquela mesma Comiisoo
Geológica c Mineralógica do Império. Foi a rep irtição lotada com ülguiis
técnicos da Comissão Geológica de São Paulo, que pressurosos ncudiram ao cham.imento de Derby: Eugênio Hussak 'e Luís Felipe Conzíiga dc Campos; cloia elementos do Museu Nacional:
Cícero
dc Campos c Carlos Moreira; além d© engenheiros da Comissão do Carvão de
e consultor na nova organizjição. A 20
I. C. Whltc:- Benedito José dos Santot
de Janeiro de 1905 Derby livrou-se do
c os dois Oliveiras, Francisco c Euzébio.
constrangimento com a seguinte carta a
essa facêta de sua cultura, que se verifi
bridor do paládio e do ródio, o químico
Carlos Botelho, Secrctilrio da Agricul
cou o curioso fato de um estrangeiro co
e fí.sico inglês William Hyde Wollaston,
tura :
mo Derbv dedicar-se a assuntos da his
morto em 1828.
"Cidadão.
Um jovem geólogo dc cultura francesa completou o staff: Alberto Betim Pais Leme.
Instalado no número 54 da Rua da
Tenho a honra de pedir-vos exonera
Quitanda, o Serviço reviveu, por algum
tita de Ipanema e de Jacupiranga. Em 1891 Derby alertava o Presidente
ção do cargo de chefe da Comissão Geo gráfica e Geológica. Saúde e fraternida de. Orvillc Derby."
tempo, os dias brilhantes da Comissão Imperial. O programa foi o mesmo: "re
to André.
do Estado de São Paulo, Américo Brasilien e de Almeida e Melo: "Há bem fun
foi contratado pela Secretaria de Agri
de Hartt.
- Derby escrevera certa vez serem des conhecidos, entre nós, vestígios autênti
dados motivos para se acreditar que as
cultura do Estado da Bahia, a cargo do
jazidas de Ipanema podem servir de ba
cos de vulcões extintos.
se a uma indústria que seria lucrativa
meida. Derby interrompeu assim, e por
para os empresários e de vantagens in calculáveis para a lavoura brasileira. Ho je, fertilizimtes fosfatados são corrente mente produzidos em quantidade indus
dois anos, a sua carreira administrativa
John Casper Branncr, colega de Der by em Comell e na Comissão, prestou serviços à nova organização, completan do o reconhecimento geológico da Bahia
tória local, inteiramente desafogados da
mais remota relação com os problemas
geográficos e geológicos. Um dos traba lhos históricos, por exemplo, teih por tí tulo: João Ramalho, Alcaide-mor de San
Suas observa
ções sobre rochas nefelínícas, desde a
viagem a Fernando Noronha, levaramno a retificar opinião e determinar-lhe o •subsequente interesse pela petrografia.
São conseqüências práticas dêsses es
tudos as jazidas de apatita e de magne»-
Essa ordem de idéias conduziu-O a inves
trial como matéria-prima proveniente dêsses depósitos."
alcalinas: Cabo Frio, Tinguá, Poços de
Antes de encerrar o relato dos princi pais episódios da longa e frutífera passa gem de Derby em São Paulo, importa
tigações sübrc outros centros de rochas Caldas, Ipanema e Jacupiranga.
Co
nheceu o centro vulcânico de Poços
de Caldas por ocasião da construção do
acentuar que, em 1897 e 1898, teve ocar-
Abandonando São Paulo para sempre,
Engenheiro Miguel Calmon du Pin e Al para servir a Bahia como geólogo. Vol tou ao campo com 54 anos dc idade, to mando como assistente Alfcu Diniz Gon
çalves. Estudou as lavras diamantinas,
o manganês de Nazaré e precisou o qua dro das formações geológicas do territó
conhecer geològicamente o país para de finir os músculos do gigante", na frasa
6 de Alagoas. Roderick Crandall foi seu assistente, assim como Horace Williama,
o topógrafo da Comissão Paulista que su cedeu a Teodoro Sampaio. Arrojado Lisboa, indicado para a Co missão Schnoor, que reconheceu o tra
rio baiano.
çado da E.
, Foi decisiva a ligação de Derby e Cal mon naquilo que concerne á fundação
primeiros geólogos mandados para o ex
F.
Noroeste, foi um dos
tremo ocidente do Brasil, escrevendo o
H. li ■ijRPpppgç
PIPIII^I -"H.PU 1'." "■
Digesto
ao
EcoNÓAa( a
primeiras fA^has lopoaráfica"? na escala
ramal dn Mogiam, .«•ítuação que ilio pro porcionou excelentes oportunidades de
Santoi} e sucessivamente as de A'ibaia,
exame de afloramentos arlificiai.s frescos,
de 1/100.000: Capital de São Paulo e CaTnp'rui3 e Jundiaí, etc.
Em 1901, es
sas folhas cobriam já 42.880 quilôme tros qii'>drados. isto é, a parte substan cial exigida pela economia do Estado, na época.
Es-a foi a grande contr buição de Derbv e da Comissão que dirigiu ao conhe
cimento
cartográfico de São Paulo e,
portanto, a todo o posterior desenvolvi mento econômico do E«tado.
O trato do problema de reoresentação
"topográfica do Estado de São Paulo trou xe a campo questões de limites com Mi
nas Gerais, quando os trabalhos atingi ram as fronteiras desse Estado.
Eis porque Derby fêz muitas pesqui sas históricas sobre as divisas entre São Paulo e Minas e escreveu vários traba-
•Ihos sobre o assunto, acabando por fir
que lhe permitiram lançar luz nova sAbre a gênese e natureza dessas rochas, tipos diversos c correlação dê.sscs tipos.
Sua preocupação por cias permane ceu ativa por mais de 15 anos, a partir
de 1880.
A profundidade de pensa
Em São Paulo, poIíu-se, de tal maneira,
31
®ÍdO de organizar c de tazer publicar, no boiutini üü Museu Paracii.se, hoje Museu
1908, início do go\êmo do Conselheiro
Afonso Pena, Calmon tomou posso do
de Machira e í ajuri, assim como subru o
e Obras Públicas. Dois meses depois es
rio Trombetas, dando cabal desempenho
tava criado o Scrciço Gco/dgico c Mine-
aos compromissos Marlt moribundo.
nilógico do Brasil, Derby como Diretor. Uma \'cz mais, o discípulo*aniado de
que
assumira
com
A partir do ano de 1902 eomi-çaram a surgir rgir críticas, nos meios técnicos de Suo
petrografica, do conceito de consangüi
nidade de rochas erupüvas, tendo em vista as rehtções microscópicas e de cam po que descobriu entre nefclina-sienitos, fonolitos, basaltos e jacupirangiiitos. Es ses estudos foram mencionados no rela lasíon, estabelecido em honra do desco
dução Mineral: a 15 de Novembro de
Corai.ssão Ilarlt, rclati\os a pesquisas na Ilha de Marajó, Ilio Mãe-Curu, Serras
trabalho On nepheUne rocks in Brazil publicado pelo Quarterhj Jotimal da Lnndon Geological Societtj. As conseqüências científicas dêsses es tudos foram grandes. Provàvelmenle a maior delas foi a introdução, na ciência
do aUial Departamento Nacional da Pro
tocldl, os restantes trabalhos inéditos da
mento que atingiu nesse setor ressalta no
tório que lhe concedeu o prêmio Wol-
mar-se autoridade nesse setor.
| 1 I|>PP
Digesto Econômico
Paulo, sòbrc os métodos de levantamen
to cartográfico aplicado.s pela Comissão Geográfica e Geológica, amplamente re futadas pelo seu Cíiefe. Todavia, o govômo estadual mostrou-se abalado.
Em
fins dc 1904 encorajou um movimento
de reestruturação da repartição à reve lia do Chefe, movimento que colimaN'a
entregar a direção a um nacional e atri buir a Derby a posição do pesquisador
cargo de Ministro de Estado da Viação
monstrou fidelidade ao Mcslro;
a nova
organização foi a mera ressurreição, trin
ta anos depoi.s, daquela mesma Comiisoo
Geológica c Mineralógica do Império. Foi a rep irtição lotada com ülguiis
técnicos da Comissão Geológica de São Paulo, que pressurosos ncudiram ao cham.imento de Derby: Eugênio Hussak 'e Luís Felipe Conzíiga dc Campos; cloia elementos do Museu Nacional:
Cícero
dc Campos c Carlos Moreira; além d© engenheiros da Comissão do Carvão de
e consultor na nova organizjição. A 20
I. C. Whltc:- Benedito José dos Santot
de Janeiro de 1905 Derby livrou-se do
c os dois Oliveiras, Francisco c Euzébio.
constrangimento com a seguinte carta a
essa facêta de sua cultura, que se verifi
bridor do paládio e do ródio, o químico
Carlos Botelho, Secrctilrio da Agricul
cou o curioso fato de um estrangeiro co
e fí.sico inglês William Hyde Wollaston,
tura :
mo Derbv dedicar-se a assuntos da his
morto em 1828.
"Cidadão.
Um jovem geólogo dc cultura francesa completou o staff: Alberto Betim Pais Leme.
Instalado no número 54 da Rua da
Tenho a honra de pedir-vos exonera
Quitanda, o Serviço reviveu, por algum
tita de Ipanema e de Jacupiranga. Em 1891 Derby alertava o Presidente
ção do cargo de chefe da Comissão Geo gráfica e Geológica. Saúde e fraternida de. Orvillc Derby."
tempo, os dias brilhantes da Comissão Imperial. O programa foi o mesmo: "re
to André.
do Estado de São Paulo, Américo Brasilien e de Almeida e Melo: "Há bem fun
foi contratado pela Secretaria de Agri
de Hartt.
- Derby escrevera certa vez serem des conhecidos, entre nós, vestígios autênti
dados motivos para se acreditar que as
cultura do Estado da Bahia, a cargo do
jazidas de Ipanema podem servir de ba
cos de vulcões extintos.
se a uma indústria que seria lucrativa
meida. Derby interrompeu assim, e por
para os empresários e de vantagens in calculáveis para a lavoura brasileira. Ho je, fertilizimtes fosfatados são corrente mente produzidos em quantidade indus
dois anos, a sua carreira administrativa
John Casper Branncr, colega de Der by em Comell e na Comissão, prestou serviços à nova organização, completan do o reconhecimento geológico da Bahia
tória local, inteiramente desafogados da
mais remota relação com os problemas
geográficos e geológicos. Um dos traba lhos históricos, por exemplo, teih por tí tulo: João Ramalho, Alcaide-mor de San
Suas observa
ções sobre rochas nefelínícas, desde a
viagem a Fernando Noronha, levaramno a retificar opinião e determinar-lhe o •subsequente interesse pela petrografia.
São conseqüências práticas dêsses es
tudos as jazidas de apatita e de magne»-
Essa ordem de idéias conduziu-O a inves
trial como matéria-prima proveniente dêsses depósitos."
alcalinas: Cabo Frio, Tinguá, Poços de
Antes de encerrar o relato dos princi pais episódios da longa e frutífera passa gem de Derby em São Paulo, importa
tigações sübrc outros centros de rochas Caldas, Ipanema e Jacupiranga.
Co
nheceu o centro vulcânico de Poços
de Caldas por ocasião da construção do
acentuar que, em 1897 e 1898, teve ocar-
Abandonando São Paulo para sempre,
Engenheiro Miguel Calmon du Pin e Al para servir a Bahia como geólogo. Vol tou ao campo com 54 anos dc idade, to mando como assistente Alfcu Diniz Gon
çalves. Estudou as lavras diamantinas,
o manganês de Nazaré e precisou o qua dro das formações geológicas do territó
conhecer geològicamente o país para de finir os músculos do gigante", na frasa
6 de Alagoas. Roderick Crandall foi seu assistente, assim como Horace Williama,
o topógrafo da Comissão Paulista que su cedeu a Teodoro Sampaio. Arrojado Lisboa, indicado para a Co missão Schnoor, que reconheceu o tra
rio baiano.
çado da E.
, Foi decisiva a ligação de Derby e Cal mon naquilo que concerne á fundação
primeiros geólogos mandados para o ex
F.
Noroeste, foi um dos
tremo ocidente do Brasil, escrevendo o
Dicesto Econômico
Digesto Econóndco
í
seu famoso relatório: Oeste de São Pau-
¥' Io e Sul de Mato Grosso, vazado nas
Pcrmilo-me breve
Vencido aquêle, dominou-o, sem dúvi
33
comentário
sôbro
dois pontos:
da, a ansiedade da última hora e desfila-'
O estado atual dos conhecimentos geo
ram-ilie pela memória, velozes c fugi
\
mesmas linhas dos grandes trabalhos de
X
Hartt e de Derby que caracterizam o ele-
dias, as cenas emocionantes da c.xistên-
lógicos do Brasil essencialmente resulta
'f
vtido padrão das obras sobre reconhecimento geológico entre nos, no ultimo
cia prestes a dei-var de ser, cavalgata de
da influência direta ou indireta, próxima
recordações, atropelando-sc na clarinada
ou remota, de três universidades: Frei-
do derradeiro instante: a fazenda pater na, Kellogsville, Albany, Cornell, Hartt: êle mesmo, jovem Derby, buscando fós
berg, para a geologia do centro do Mi nas; Cornell, para a geologia histórica
seis nas praias de Pernambuco; cortando
ção natural dos rumos assentados por
quartel do Século XIX;
^ Gonzaga de Campos empreendeu o V - estudo das jazidas de minério de ferro do Centro de Minas e preparou os relató rios básicos para a elaboração da famosa cbinunicaçáo de Derby ao Interruitional.
Geological Congress de Estocolmo, ém 1910, quando o mimdo, atônito, teve ciência de que o Brasil detinha a parte
• t: '
substancial da reserva mundial de miné rios dêsse metal.
'V
, A 12 de Agòsto de 1909, Dec. 7.501, O; Serviço Geológico foi transferido para
do Brasil; c Ouro Preto, como continua
as águas límpidas do Tapajós, tangido pelo pulso vigoroso do caboclo grudado no remo; forcejando com os índios para' remontar as montarias sobre as corredei
ras do Trombetas; varejando, de arrepio,
i A 20 de- Janeiro de 1915, em plena •guerra, que surpreende a economia bra sileira inteiramente despreparada para i, sobreviver sem o concurso de importa' ções, João Pandiá Calógeras, Ministro
O segundo ponto refere-se à atitude do nacional das áreas retardadas cm re
lação ao estrangeiro: encerra tanto ina-
da Chapada, ou assentando reviver a
dada ao contrôle do alienígena, quanto
ralógico do Brasil, sonho da juventude,
r
No limiar da fatalidade correram-lhe, por certo, grossas e mornas, pela face
pessoal e de verbas do Serviço Geoló'
cante.
Bahia, bateando cascalho nas grimpas'
y - da - Agricultura do Presidente Wenceslau, não pôde impedir que o decreto n. 11.488 determinasse severa redução de
Hartt,
universidades, este seria exemplo mar
leflcío o abandono de uma área retar
Comissão Geológica na fidalga mansão dos Calmon no Salvador; finalmente, inaugurando o Serviço Geológico e Mine-
o afastamento jacobino de seu concurso. É certo que as ruas brasileiras estão re pletas de xenófobos, mas quantos dentre ôles poderão se orgulhar de uma fòlha
realizado na idade madura.
ficou flutuando entre os destroços da
Cojnissão Geológica do Inípcrio. Quando Lucy Hartt, a viúva do fun dador da geologia histórica do Brasil, ta
tres dessa cultura. Sc necessário fôsso demonstrar a incrível fecundidadc das
teia à garupa, sob a copada dos pinhei ros do Paraná; êle mesmo, Derby, nome ^ o-Ministério da Agricultura. Foi suces- feito; em São Paulo, dirigindo, orientan-' ^ siyamente reorganizado, nesse Ministé-' do e animando aquêle punhado de gente^ rio, a 9. de Novembro de 1910 e a 18 que cartografou o território, ou discre-' j dp Dezembro de 1911. teando nos serões dos Prado; depois, na
sòbre acjuèlc pioneiro da geologia nacio nal e pretendo finalizá-la com as pala\Tas de uma mulher que, desesperada,
do subsolo brasileiro, significa a primei
Derby e Branner foram os canais mes
do léguas infindáveis, o martelo e a ba-'
me da AcxidcMiiia, com a alma rcclinada
achou-se de \oIta nos Estados Unidos,
técnica dc origem americana.
burro, as montanhas de Minas; montan-'
que foi lida ? Encerro esta oração, proferida cm no
aquelas fontes de cultura. A influencia capital de Cornell, na história do aproveitamento dos recursos
ra aplicação, no Brasil, dc assistência
o São Francisco; cruzando, a lombo de'
de scnàços ao próprio país, como essa
ao governo brasileiro escreveu uma car em
francês,
onde
E, assim, recaímos naquela mesma fa tal manhã de 27 de Novembro de 1915.
^
vesse êle se enamorado do Brasil.
Entretanto, encerra a missiva com um
ardente voto que formula, na ânsia do um consolo.
O pensamento voltado para a memó
ria do Orville Derby, fiel discípulo do marido dc Lucy Hartt, cabe-nos recitar, do fundo do coração, as mesmas pala vras de supremo desejo: "J cspòre que Tavenir du Brésil puisse devenir si bríllant que je puisse sen tir que tout sen travail et son amour pour lui etait bien et sagement placé."
Por quantas vêzes não terá circunva-
aninharem no canto da bôca para salgá- Ia, uma vez mais, como salgado lhe fôra, tantas vêzes, o pão na terra alheia. A vida de Derby desperta comentá
' ■' gado o olhar por aquêle quarto do Ho-
rios, encerra ensinamentos, provoca re- •
tel dos Estrangeiros, seu lar dos últimos
^
oito anos, para rever ainda, os livros, pa-
fléxões e implica cni diretrizes que im porta considerar para que o Brasil pros- *
Ç
péis, rochas e fósseis, enquanto, no íntimo, rugia a batalha entre o instinto de ficar e o impulso de partir ?
siga, inteligentemente aproveitando a própria experiência em busca de melhor trem de vida para o residente.
;
.'.•
cir
especulava sobre o seu futuro, não ti
giço. A 8 de Julho de 1915 toma posse" desfigurada, as derradeiras lágrimas, de o último Ministro da Agricultura sob o capitulação ante o desamparo, permean qual Derby. serviu por alguns meses: Jo do lentas entre os fios da barba, até se sé Rufino Bezerra Cavalcante.
reconstituía
cunstâncias da vida dc Charles Hartt e
ii.iitfVittfftAÉtfliteftwifciiinii
(inf- ' ■
Dicesto Econômico
Digesto Econóndco
í
seu famoso relatório: Oeste de São Pau-
¥' Io e Sul de Mato Grosso, vazado nas
Pcrmilo-me breve
Vencido aquêle, dominou-o, sem dúvi
33
comentário
sôbro
dois pontos:
da, a ansiedade da última hora e desfila-'
O estado atual dos conhecimentos geo
ram-ilie pela memória, velozes c fugi
\
mesmas linhas dos grandes trabalhos de
X
Hartt e de Derby que caracterizam o ele-
dias, as cenas emocionantes da c.xistên-
lógicos do Brasil essencialmente resulta
'f
vtido padrão das obras sobre reconhecimento geológico entre nos, no ultimo
cia prestes a dei-var de ser, cavalgata de
da influência direta ou indireta, próxima
recordações, atropelando-sc na clarinada
ou remota, de três universidades: Frei-
do derradeiro instante: a fazenda pater na, Kellogsville, Albany, Cornell, Hartt: êle mesmo, jovem Derby, buscando fós
berg, para a geologia do centro do Mi nas; Cornell, para a geologia histórica
seis nas praias de Pernambuco; cortando
ção natural dos rumos assentados por
quartel do Século XIX;
^ Gonzaga de Campos empreendeu o V - estudo das jazidas de minério de ferro do Centro de Minas e preparou os relató rios básicos para a elaboração da famosa cbinunicaçáo de Derby ao Interruitional.
Geological Congress de Estocolmo, ém 1910, quando o mimdo, atônito, teve ciência de que o Brasil detinha a parte
• t: '
substancial da reserva mundial de miné rios dêsse metal.
'V
, A 12 de Agòsto de 1909, Dec. 7.501, O; Serviço Geológico foi transferido para
do Brasil; c Ouro Preto, como continua
as águas límpidas do Tapajós, tangido pelo pulso vigoroso do caboclo grudado no remo; forcejando com os índios para' remontar as montarias sobre as corredei
ras do Trombetas; varejando, de arrepio,
i A 20 de- Janeiro de 1915, em plena •guerra, que surpreende a economia bra sileira inteiramente despreparada para i, sobreviver sem o concurso de importa' ções, João Pandiá Calógeras, Ministro
O segundo ponto refere-se à atitude do nacional das áreas retardadas cm re
lação ao estrangeiro: encerra tanto ina-
da Chapada, ou assentando reviver a
dada ao contrôle do alienígena, quanto
ralógico do Brasil, sonho da juventude,
r
No limiar da fatalidade correram-lhe, por certo, grossas e mornas, pela face
pessoal e de verbas do Serviço Geoló'
cante.
Bahia, bateando cascalho nas grimpas'
y - da - Agricultura do Presidente Wenceslau, não pôde impedir que o decreto n. 11.488 determinasse severa redução de
Hartt,
universidades, este seria exemplo mar
leflcío o abandono de uma área retar
Comissão Geológica na fidalga mansão dos Calmon no Salvador; finalmente, inaugurando o Serviço Geológico e Mine-
o afastamento jacobino de seu concurso. É certo que as ruas brasileiras estão re pletas de xenófobos, mas quantos dentre ôles poderão se orgulhar de uma fòlha
realizado na idade madura.
ficou flutuando entre os destroços da
Cojnissão Geológica do Inípcrio. Quando Lucy Hartt, a viúva do fun dador da geologia histórica do Brasil, ta
tres dessa cultura. Sc necessário fôsso demonstrar a incrível fecundidadc das
teia à garupa, sob a copada dos pinhei ros do Paraná; êle mesmo, Derby, nome ^ o-Ministério da Agricultura. Foi suces- feito; em São Paulo, dirigindo, orientan-' ^ siyamente reorganizado, nesse Ministé-' do e animando aquêle punhado de gente^ rio, a 9. de Novembro de 1910 e a 18 que cartografou o território, ou discre-' j dp Dezembro de 1911. teando nos serões dos Prado; depois, na
sòbre acjuèlc pioneiro da geologia nacio nal e pretendo finalizá-la com as pala\Tas de uma mulher que, desesperada,
do subsolo brasileiro, significa a primei
Derby e Branner foram os canais mes
do léguas infindáveis, o martelo e a ba-'
me da AcxidcMiiia, com a alma rcclinada
achou-se de \oIta nos Estados Unidos,
técnica dc origem americana.
burro, as montanhas de Minas; montan-'
que foi lida ? Encerro esta oração, proferida cm no
aquelas fontes de cultura. A influencia capital de Cornell, na história do aproveitamento dos recursos
ra aplicação, no Brasil, dc assistência
o São Francisco; cruzando, a lombo de'
de scnàços ao próprio país, como essa
ao governo brasileiro escreveu uma car em
francês,
onde
E, assim, recaímos naquela mesma fa tal manhã de 27 de Novembro de 1915.
^
vesse êle se enamorado do Brasil.
Entretanto, encerra a missiva com um
ardente voto que formula, na ânsia do um consolo.
O pensamento voltado para a memó
ria do Orville Derby, fiel discípulo do marido dc Lucy Hartt, cabe-nos recitar, do fundo do coração, as mesmas pala vras de supremo desejo: "J cspòre que Tavenir du Brésil puisse devenir si bríllant que je puisse sen tir que tout sen travail et son amour pour lui etait bien et sagement placé."
Por quantas vêzes não terá circunva-
aninharem no canto da bôca para salgá- Ia, uma vez mais, como salgado lhe fôra, tantas vêzes, o pão na terra alheia. A vida de Derby desperta comentá
' ■' gado o olhar por aquêle quarto do Ho-
rios, encerra ensinamentos, provoca re- •
tel dos Estrangeiros, seu lar dos últimos
^
oito anos, para rever ainda, os livros, pa-
fléxões e implica cni diretrizes que im porta considerar para que o Brasil pros- *
Ç
péis, rochas e fósseis, enquanto, no íntimo, rugia a batalha entre o instinto de ficar e o impulso de partir ?
siga, inteligentemente aproveitando a própria experiência em busca de melhor trem de vida para o residente.
;
.'.•
cir
especulava sobre o seu futuro, não ti
giço. A 8 de Julho de 1915 toma posse" desfigurada, as derradeiras lágrimas, de o último Ministro da Agricultura sob o capitulação ante o desamparo, permean qual Derby. serviu por alguns meses: Jo do lentas entre os fios da barba, até se sé Rufino Bezerra Cavalcante.
reconstituía
cunstâncias da vida dc Charles Hartt e
ii.iitfVittfftAÉtfliteftwifciiinii
(inf- ' ■
Dicesto Econômico
participação no lucro das empresas
f
Aldo M. Azevedo 'yákiS^i'^
A^s quinze gerações que historiam o passado do Brasil civilizado não conseguiram fixar uma tradi
los por hora; nesse tempo o tijolo
ção homogênea de amor ao trabalho.
media 25 cm x 12 cm x 6cm.
Há
mente, o pedreiro com um servente
as
mais diversificadas formas
Atual
de aventuras dominando as ativida
não assenta mais do que 40 tijolos
des do homem brasileiro, coloridas segundo suas raízes hereditárias,
em uma hora de ti-abalho, e os tijo
aclimatadas às condições mesológi-
5 cm. .. Como explicar esse retro
cas e evoluídas ao ritmo do progres so técnico, de modo a oferecer ao
cesso ?
observador hodierno as mais esqui
sitas variações, como o vidro mágico de um caleidoscópio. Junte-se à com plexidade de origem e de tradição dessa massa humana, a amenidade do
clima, pouco propício à parcimônia; a quase ausência de calamidades te
lúricas e atmosféricas; para nada
dizer da imensa extensão territorial,
los medem somente 23 cm x 11 cm x
Há várias causas, algumas das quais ligadas ao problema educacio nal. Mas, do ponto de vista prático, poderíamos concentrar algumas das
principais causas em uma palavra: — desinteresse. Realmente, o tra balhador brasileiro perdeu nos últi
1
lhador direitos e regalias que antes
não possuíam ou que, na melhor das hipóteses, eram-lhe concedidos pelo
O problema educacional não se re solve em uma só geração. E' pre
uma contínua procura de mão-de-obra
ciso uma continuidade de três gera
e propiciou a formação de grandes empresas, cujos diretores ficam cada
ções, muita persistência e um am
vez mais afastados e desconhecidos dos obreiros; 3.o — a inflação crôni
formar um grande núcleo de homens
ca da moeda.
ponsabilidades sócias. Mas, por outro
Outras causas mais particulariza-
das poderiam ainda ser indicadas, como a falta de tradição profissional de pai para filho, as constantes mu
danças de emprego e o início da car
moral.
ou na cidade.
Havia então um "es-
Evidentemente nin
prit de corps" vivo, uma integração de esforços e de vontades, que asse
guém está em condi
ros povoadores — e teremos os fato
reu nos últimos vinte e cinco anos, a economia brasileira viu reduzir-se,
do cumprimento do dever. . . Enfim,
em todos os seus setores de produção,
nos tempos dos nossos avós todos
produção, ambos considerados fenô
tinham a exata noção da obrigação,
lar do Brasil, é possí
vel atenuar-lhe os maus efeitos, es
pecialmente aquêles que têm a ver com a eficiência do trabalho e da
suas
obrigações
e
res
dos trabalhadores nos lucros das em
presas, regalia que já consta da no va Constituição Bra
sileira e que depende apenas de regulamen tação. Nos
Estados
Uni
dos, nação cujas con
dições muito diferem das nossas não obs tante as grandes se
melhanças estruturais,
trabalhista que empol ga o mundo de hoje. Mas, no caso particu
da legislação trabalhista, o que ocor
Com a introdução de uma avança
de
lado, há um meio de alcançar fácil e rapidamente aquele "esprit de corps" perdido: — é a participação
ções de contrapor um obstáculo à corrente
to raramente precisavam ser fis cais. .. Os auxiliares, desde os mais graduados até os de postos ínfimos,
res explicativos da situação.
cônscios
tenra, antes da com
o prendia ao trabalho, seja na roça
des^ um estímulo contínuo. Os diri gentes eram apenas dirigentes e mui
biente de edificantes exemplos para
reira em idade muito
pleta formação física, fisiológica, mental e
guravam em quase todas as ativida
equiparar o padrão de vida de ambos os países.
que possibilita sempre uma daquelas
conquista e antigos hábitos predató rios aqui introduzidos pelos primei
está que o brasileiro tem maiores encargos e que, portanto, deveria ter mais elevada produtividade a fim de
rápida industrialização brasileira (es pecialmente cm São Paulo), que criou
rações, o interêsse que antigamente
mos tempos, digamos nas últimas ge
mantém- apenas 2,2 pessoas — claro
patronato espontaneamente; 2.o — a
famosas "marchas para o Oeste" des povoado e virgem; e o espírito de
foi organizada há al guns anos atrás uma associação intitulada
" Councíl of profit sharing indus tries", cujos objetivos, segundos os estatutos, são os seguintes:
"a) — Promover a introdução da Participação nos Lucros, como meio importante de preservar o sistema
Tanto
"faziam força" de verdade e não era
menos sociais que asseguram a ri
nos trabalhos agrícolas, como nas indústrias, nos transportes e nos ser
necessário estar empurrando a cada um, ou chamando freqüentemente a
drão de vida das respectivas popu
americano da livre empresa;
viços públicos, é visível a redução da
atenção para o serviço. . . Por que êsse desinterêsse e essa tão radical mudança de atitudes ?
lações. Se a distribuição da popula ção do Brasil, examinada por grupos
to e mútua confiança entre os em
de idades, mostra que cada indivíduo que trabalha tem de sustentar 3,3 pessoas — enquanto que nos Esta
pregadores e empregados, mediante o desenvolvimento e introdução dos
princípios da Participação nos Lu
dos Unidos cada homem produtivo
cros;
à produtividade específica.
produtividade. Entretanto, a despei to da evidência do fato, não possuí A
Três causas imediatas podem ser
■única informação mais positiva é
apontadas para o caso brasileiro: l.o
mos dados objetivos a respeito.
íi. ,-
a seguinte; — em 1925, um pedreiro com um servente assentava 100 tijo
— a legislação trabalhista, que ofe receu "repentinamente" ao traba
■
queza das nações e determinam o pa
b) — Promover o bom entendimen
Dicesto Econômico
participação no lucro das empresas
f
Aldo M. Azevedo 'yákiS^i'^
A^s quinze gerações que historiam o passado do Brasil civilizado não conseguiram fixar uma tradi
los por hora; nesse tempo o tijolo
ção homogênea de amor ao trabalho.
media 25 cm x 12 cm x 6cm.
Há
mente, o pedreiro com um servente
as
mais diversificadas formas
Atual
de aventuras dominando as ativida
não assenta mais do que 40 tijolos
des do homem brasileiro, coloridas segundo suas raízes hereditárias,
em uma hora de ti-abalho, e os tijo
aclimatadas às condições mesológi-
5 cm. .. Como explicar esse retro
cas e evoluídas ao ritmo do progres so técnico, de modo a oferecer ao
cesso ?
observador hodierno as mais esqui
sitas variações, como o vidro mágico de um caleidoscópio. Junte-se à com plexidade de origem e de tradição dessa massa humana, a amenidade do
clima, pouco propício à parcimônia; a quase ausência de calamidades te
lúricas e atmosféricas; para nada
dizer da imensa extensão territorial,
los medem somente 23 cm x 11 cm x
Há várias causas, algumas das quais ligadas ao problema educacio nal. Mas, do ponto de vista prático, poderíamos concentrar algumas das
principais causas em uma palavra: — desinteresse. Realmente, o tra balhador brasileiro perdeu nos últi
1
lhador direitos e regalias que antes
não possuíam ou que, na melhor das hipóteses, eram-lhe concedidos pelo
O problema educacional não se re solve em uma só geração. E' pre
uma contínua procura de mão-de-obra
ciso uma continuidade de três gera
e propiciou a formação de grandes empresas, cujos diretores ficam cada
ções, muita persistência e um am
vez mais afastados e desconhecidos dos obreiros; 3.o — a inflação crôni
formar um grande núcleo de homens
ca da moeda.
ponsabilidades sócias. Mas, por outro
Outras causas mais particulariza-
das poderiam ainda ser indicadas, como a falta de tradição profissional de pai para filho, as constantes mu
danças de emprego e o início da car
moral.
ou na cidade.
Havia então um "es-
Evidentemente nin
prit de corps" vivo, uma integração de esforços e de vontades, que asse
guém está em condi
ros povoadores — e teremos os fato
reu nos últimos vinte e cinco anos, a economia brasileira viu reduzir-se,
do cumprimento do dever. . . Enfim,
em todos os seus setores de produção,
nos tempos dos nossos avós todos
produção, ambos considerados fenô
tinham a exata noção da obrigação,
lar do Brasil, é possí
vel atenuar-lhe os maus efeitos, es
pecialmente aquêles que têm a ver com a eficiência do trabalho e da
suas
obrigações
e
res
dos trabalhadores nos lucros das em
presas, regalia que já consta da no va Constituição Bra
sileira e que depende apenas de regulamen tação. Nos
Estados
Uni
dos, nação cujas con
dições muito diferem das nossas não obs tante as grandes se
melhanças estruturais,
trabalhista que empol ga o mundo de hoje. Mas, no caso particu
da legislação trabalhista, o que ocor
Com a introdução de uma avança
de
lado, há um meio de alcançar fácil e rapidamente aquele "esprit de corps" perdido: — é a participação
ções de contrapor um obstáculo à corrente
to raramente precisavam ser fis cais. .. Os auxiliares, desde os mais graduados até os de postos ínfimos,
res explicativos da situação.
cônscios
tenra, antes da com
o prendia ao trabalho, seja na roça
des^ um estímulo contínuo. Os diri gentes eram apenas dirigentes e mui
biente de edificantes exemplos para
reira em idade muito
pleta formação física, fisiológica, mental e
guravam em quase todas as ativida
equiparar o padrão de vida de ambos os países.
que possibilita sempre uma daquelas
conquista e antigos hábitos predató rios aqui introduzidos pelos primei
está que o brasileiro tem maiores encargos e que, portanto, deveria ter mais elevada produtividade a fim de
rápida industrialização brasileira (es pecialmente cm São Paulo), que criou
rações, o interêsse que antigamente
mos tempos, digamos nas últimas ge
mantém- apenas 2,2 pessoas — claro
patronato espontaneamente; 2.o — a
famosas "marchas para o Oeste" des povoado e virgem; e o espírito de
foi organizada há al guns anos atrás uma associação intitulada
" Councíl of profit sharing indus tries", cujos objetivos, segundos os estatutos, são os seguintes:
"a) — Promover a introdução da Participação nos Lucros, como meio importante de preservar o sistema
Tanto
"faziam força" de verdade e não era
menos sociais que asseguram a ri
nos trabalhos agrícolas, como nas indústrias, nos transportes e nos ser
necessário estar empurrando a cada um, ou chamando freqüentemente a
drão de vida das respectivas popu
americano da livre empresa;
viços públicos, é visível a redução da
atenção para o serviço. . . Por que êsse desinterêsse e essa tão radical mudança de atitudes ?
lações. Se a distribuição da popula ção do Brasil, examinada por grupos
to e mútua confiança entre os em
de idades, mostra que cada indivíduo que trabalha tem de sustentar 3,3 pessoas — enquanto que nos Esta
pregadores e empregados, mediante o desenvolvimento e introdução dos
princípios da Participação nos Lu
dos Unidos cada homem produtivo
cros;
à produtividade específica.
produtividade. Entretanto, a despei to da evidência do fato, não possuí A
Três causas imediatas podem ser
■única informação mais positiva é
apontadas para o caso brasileiro: l.o
mos dados objetivos a respeito.
íi. ,-
a seguinte; — em 1925, um pedreiro com um servente assentava 100 tijo
— a legislação trabalhista, que ofe receu "repentinamente" ao traba
■
queza das nações e determinam o pa
b) — Promover o bom entendimen
Be
Dicesto Econômico
c) — Reunir as pessoas que se interessam pela difusão da Partici
pação nos Lucros nas empresas; d) — Colher e distribuir informa
ções a respeito da Participação nos Lucros;
e) — Encorajar, organizar e di
rigir pesquisas nos campos de rela ções entre empregados e empregado
res, no que elas sejam afetadas pe cros;
f) - Promover os interesses mú tuos das industrias que adotam o sistema da Participação nos Lucros"
Não obstante o praso pequeno de sua existência, essa entidade já con sepiu notáveis resultados na disse" minaçao do sistema de PavH...^ -
m nos-Lucros das emprèís e^sua
W tisticas, especialmente quanto à ?re
quencia de greves, aumento de pro dutividade, melhoria de atitude dos
trabalhauores, sao um testemunho , irretorquivel. E' também digna de '■ consideração a "Declaração de Prin J cípios" do "Council of profit sharin^ ^ . industries":
j|,
®
l- — O "Gouncil define a Participaçao nos Lucros como qualquer
arranjo pelo qual o empregador paga a todos os empregados, em adição
aos salários e ordenados regulares fixados em bom nível, quantias es
peciais em moeda corrente ou em créditos, estas em função não somen te da atuação individual ou grupai, mas também da prosperidade do ne gócio como um todo.
I,
2. — O "Council" considera como
11
b fator essencial da vida econômi ca a pessoa humana. Uma econo-
J mia livre deve ser baseada na liberdade e na oportunidade de cada um
f
Dicesto Econômico 8. — O "Council"
mento pessoal.
37
é dedicado ao
dades da emprêsa, dos programas em
^• "T" C)_ "Council" sustenta que a Participação nos Lucros propicia aos trabalhadores os meios mais significantes para assegurar a oportunida de de participar na recompensa de sua cooperação com o capital e com
objetivo de estender a Participação
desenvolvimento,
nos Lucros por todos os meios práti cos. Ao mesmo tempo, êle não ofe rece a Participação nos Lucros como
hora por naram-se unidade. rio nada
a direção das empresas. 4. _ Não obstante sinta o "Coun-
ções Humanas na indústria podo ter
são ocultados — não ó humanamente
bom êxito, a não ser que seja bem
possível exigir dêle maior interesse
adaptado a cada caso e a não ser que, por trás dêle, exista o sincero desejo, por parte da direção das
o esforço do que aquele que normal e "desinteressadamente" pode dar.. .
empresas, de ser justa e de ter fé
há alguns anos atrás eu mesmo ali
na importância, na dignidade e na
mentei
los planos de Participação nos Lu
iSLs
jj|
alcançar o seu máximo desenvolvi
uma panacéia.
Nenhuma
política,
nem plano algum no campo das Rela
ticipação nos Lucros
esteja inteiramente justificada como um princípio por si mesma, êle con sidera que um sistema dc Partici
pação nos Lucros bem planejado é
da
boa
c
da
má
que ela está passando, tor em pouco tempo uma só Naturalmente, se o operá sabe a respeito da firma
em que trabalha, se os resultados lhes
Para ser franco, devo declarar que
grandes
dúvidas
quanto
à
o melhor meio para desenvolver a cooperação e a eficiência coletivas.
correspondência da pessoa huniana".
5, __ o "Council" sustenta que a difusão da Participação nos Lucros
orientação, que deveriam ser segui das pelas nossas indústrias, cujas em
auxiliará a estabilizar a economia. A flexibilidade na remuneração, como tambsm nos preços e nos lucros, ofe recem a melhor garantia de pronto reajustamento nas condições move diças, seja para cima seja para baixo. — O "Council" afirma que a prosperidade estabilizada pode ser mantida somente sob uma justa rela ção entre os preços, salários e lu
presas são mais receptivas a essas
siderá-la da mais alta justiça social. Entretanto, reconhecendo que a le
inovações. A grande preocupação que se nota em nosso meio pelo pro
gislação brasileira a respeito do Im posto de Renda evoluiu c hoje já
blema das Relações Humanas já é de nossa indústria para adotar logo
não pode haver mais discussões quan to ao lucro declarado no balanço das firmas, nem será necessário que os
o sistema da remuneração com Par
trabalhadores mandem levantar a es-
ticipação nos Lucros.
cinta da companhia em que colabo
Eis uma
sólida base
e
uma
sã
um indício seguro do amadurecimento
Infelizmente,
existe no Brasil, nos meios patro nais, com reflexos nos representan
praticabilidade da
Participação noa
Lucros, não obstante eu fôssc favo rável á idéia em princípio, por con
ram por peritos de sua confiança,
cia à introdução dessa excelente me
estou certo de que poderemos intro duzir, sem conflitos e com grande vantagem para a paz social, a prá-
dida já adotada sabiamente na últi
trica da Participação nos Lucros das
ma Constituição Federal, resistência
empresas.
ta relação prevaleça. ~ O "Council" sustenta como de primacial importância o verda
que se prende principalmente à ale
gorosamente o lucro, resta estabele
deiro espírito de associação, que a Participação nos Lucros engendra.
cros auferidos e da autenticidade dos
Nesse ponto, o livro editado pelo
balanços oficialmente apresentados. Neste ponto, temos muito a caminhar.
"Council of profit sharing industries" é um precioso manancial de infor mações. (Vide "Profit sharing ma
cros. Êle crê que se nossa economia
tes legislativos, uma certa resistên
livre tem^ de sobreviver, a direção das^ empresas deve aceitar a respon sabilidade de assegurar que essa jus
A única solução para o mal-estar inindustrial é a generalização desse es
gada dificuldade de convencer aos
cer concretamente a legislação que
empregados da legitimidade dos lu
regulará a matéria.
pírito. O "Council" está convencido,
Não há melhor meio de integrar a massa trabalhadora na emprêsa do
através da experiência de seus mem
que trazê-la constantemente infor
bros, de que tal sentimento será cor respondido por grande parte dos tra
mada a respeito da situação dos ne
balhadores.
À
Definido e apurado ri
nual" — Council of Profit Sharing Industries, 15 East 16th Avenue, Co-
gócios. Tenho experiência conclu dente no assunto: — 400 operários,
lumbus 1, Ohio, Estados Unidos da América do Norte). Depois de uma excelente introdução, onde vêm ex
constantemente informados das ativi
postas com grande clareza as razões
Be
Dicesto Econômico
c) — Reunir as pessoas que se interessam pela difusão da Partici
pação nos Lucros nas empresas; d) — Colher e distribuir informa
ções a respeito da Participação nos Lucros;
e) — Encorajar, organizar e di
rigir pesquisas nos campos de rela ções entre empregados e empregado
res, no que elas sejam afetadas pe cros;
f) - Promover os interesses mú tuos das industrias que adotam o sistema da Participação nos Lucros"
Não obstante o praso pequeno de sua existência, essa entidade já con sepiu notáveis resultados na disse" minaçao do sistema de PavH...^ -
m nos-Lucros das emprèís e^sua
W tisticas, especialmente quanto à ?re
quencia de greves, aumento de pro dutividade, melhoria de atitude dos
trabalhauores, sao um testemunho , irretorquivel. E' também digna de '■ consideração a "Declaração de Prin J cípios" do "Council of profit sharin^ ^ . industries":
j|,
®
l- — O "Gouncil define a Participaçao nos Lucros como qualquer
arranjo pelo qual o empregador paga a todos os empregados, em adição
aos salários e ordenados regulares fixados em bom nível, quantias es
peciais em moeda corrente ou em créditos, estas em função não somen te da atuação individual ou grupai, mas também da prosperidade do ne gócio como um todo.
I,
2. — O "Council" considera como
11
b fator essencial da vida econômi ca a pessoa humana. Uma econo-
J mia livre deve ser baseada na liberdade e na oportunidade de cada um
f
Dicesto Econômico 8. — O "Council"
mento pessoal.
37
é dedicado ao
dades da emprêsa, dos programas em
^• "T" C)_ "Council" sustenta que a Participação nos Lucros propicia aos trabalhadores os meios mais significantes para assegurar a oportunida de de participar na recompensa de sua cooperação com o capital e com
objetivo de estender a Participação
desenvolvimento,
nos Lucros por todos os meios práti cos. Ao mesmo tempo, êle não ofe rece a Participação nos Lucros como
hora por naram-se unidade. rio nada
a direção das empresas. 4. _ Não obstante sinta o "Coun-
ções Humanas na indústria podo ter
são ocultados — não ó humanamente
bom êxito, a não ser que seja bem
possível exigir dêle maior interesse
adaptado a cada caso e a não ser que, por trás dêle, exista o sincero desejo, por parte da direção das
o esforço do que aquele que normal e "desinteressadamente" pode dar.. .
empresas, de ser justa e de ter fé
há alguns anos atrás eu mesmo ali
na importância, na dignidade e na
mentei
los planos de Participação nos Lu
iSLs
jj|
alcançar o seu máximo desenvolvi
uma panacéia.
Nenhuma
política,
nem plano algum no campo das Rela
ticipação nos Lucros
esteja inteiramente justificada como um princípio por si mesma, êle con sidera que um sistema dc Partici
pação nos Lucros bem planejado é
da
boa
c
da
má
que ela está passando, tor em pouco tempo uma só Naturalmente, se o operá sabe a respeito da firma
em que trabalha, se os resultados lhes
Para ser franco, devo declarar que
grandes
dúvidas
quanto
à
o melhor meio para desenvolver a cooperação e a eficiência coletivas.
correspondência da pessoa huniana".
5, __ o "Council" sustenta que a difusão da Participação nos Lucros
orientação, que deveriam ser segui das pelas nossas indústrias, cujas em
auxiliará a estabilizar a economia. A flexibilidade na remuneração, como tambsm nos preços e nos lucros, ofe recem a melhor garantia de pronto reajustamento nas condições move diças, seja para cima seja para baixo. — O "Council" afirma que a prosperidade estabilizada pode ser mantida somente sob uma justa rela ção entre os preços, salários e lu
presas são mais receptivas a essas
siderá-la da mais alta justiça social. Entretanto, reconhecendo que a le
inovações. A grande preocupação que se nota em nosso meio pelo pro
gislação brasileira a respeito do Im posto de Renda evoluiu c hoje já
blema das Relações Humanas já é de nossa indústria para adotar logo
não pode haver mais discussões quan to ao lucro declarado no balanço das firmas, nem será necessário que os
o sistema da remuneração com Par
trabalhadores mandem levantar a es-
ticipação nos Lucros.
cinta da companhia em que colabo
Eis uma
sólida base
e
uma
sã
um indício seguro do amadurecimento
Infelizmente,
existe no Brasil, nos meios patro nais, com reflexos nos representan
praticabilidade da
Participação noa
Lucros, não obstante eu fôssc favo rável á idéia em princípio, por con
ram por peritos de sua confiança,
cia à introdução dessa excelente me
estou certo de que poderemos intro duzir, sem conflitos e com grande vantagem para a paz social, a prá-
dida já adotada sabiamente na últi
trica da Participação nos Lucros das
ma Constituição Federal, resistência
empresas.
ta relação prevaleça. ~ O "Council" sustenta como de primacial importância o verda
que se prende principalmente à ale
gorosamente o lucro, resta estabele
deiro espírito de associação, que a Participação nos Lucros engendra.
cros auferidos e da autenticidade dos
Nesse ponto, o livro editado pelo
balanços oficialmente apresentados. Neste ponto, temos muito a caminhar.
"Council of profit sharing industries" é um precioso manancial de infor mações. (Vide "Profit sharing ma
cros. Êle crê que se nossa economia
tes legislativos, uma certa resistên
livre tem^ de sobreviver, a direção das^ empresas deve aceitar a respon sabilidade de assegurar que essa jus
A única solução para o mal-estar inindustrial é a generalização desse es
gada dificuldade de convencer aos
cer concretamente a legislação que
empregados da legitimidade dos lu
regulará a matéria.
pírito. O "Council" está convencido,
Não há melhor meio de integrar a massa trabalhadora na emprêsa do
através da experiência de seus mem
que trazê-la constantemente infor
bros, de que tal sentimento será cor respondido por grande parte dos tra
mada a respeito da situação dos ne
balhadores.
À
Definido e apurado ri
nual" — Council of Profit Sharing Industries, 15 East 16th Avenue, Co-
gócios. Tenho experiência conclu dente no assunto: — 400 operários,
lumbus 1, Ohio, Estados Unidos da América do Norte). Depois de uma excelente introdução, onde vêm ex
constantemente informados das ativi
postas com grande clareza as razões
DicESTO Econômico
que aconselham a adotar o sistema da Participação nos Lucros, as seis-
coisa que poderia ser feito melhor — se desejais que a Participação nos
centas e tantas páginas do livro con
Lucros funcione. — deveis parar e
têm muitas dezenas de diferentes ca-
ouvir, e se não concordardes, tereis
pos de firmas que adotaram com .bom êxito tal ou qual modalidade. ^Estatísticas obtidas do relatório de
nominado "The Vandenberg-Herring Report", preparado para o Senado Americano em 1939, demonstram co
mo os trabalhadores são sensíveis à
Participação nos Lucros: — menos greves, maior freqüência ao traba
lho, maior espírito de cooperação, maior satisfação no trabalho...
Mesmo entre nós, muitas firmas industriais já adotam há muitos anos o sistema de oferecer aos seus auxi-
liares uma parcela dos lucros. Todas as companhias brasileiras que aplicaram essa forma de remuneração adicional, sem reduzir os ganhos nor mais dos operários, obtiveram os mais evidentes resultados favoráveis.
E' como declara o livro americano, uma forma de "democracia econômi ca" para a qual, porém, o patronato
A regulamentação do comércio externoB Função Bancária ou Econômica? HkUNAJU) Pajiste
(Profc.ssor universitário de Finanças Públicas.
• de realizar um belo trabalho de ven
Ànlino professor cia Universidade de Bueareste)
dedor para demonstrar que vossa mente está aberta às sugestões. De
veis ser bastante inteligente para
nomia não é o ideal. E' preciso, para
I - Introdução
tanto, possuir uma perspectiva geral
explicar o que esse- indivíduo omitiu no seu raciocínio, bem como a dife
rença existente entre o que êle su
punha e o que na realidade iria acon tecer.
Se a sugestão não é boa,
não podeis desprezá-la rispidamente.
Mesmo um patrão pode aprender a dar as respostas certas nessas oca siões. Uma vez que entreis no siste ma da Participação nos Lucros, te reis de ir com êle até o fim, e se
não fôrdes capaz de fazer isso, então não há uma resposta para a Partici pação nos Lucros das empresas". (Pág. 18). E' interessante observar que os téc
Os primeiros contactos do econo mista estrangeiro com os fonônicnos econômicos, financeiros o monetários brasileiros lhe provocam as mais di
de todo o campo econômico. E' essa
versas reflexões. Essas reflexões vão da crítica à admiração: crítica
lações existentes e desejáveis com rojerência à política econômica, fi
a única modalidade capaz de dar uma visão clara c, ao mesmo tempo, mais exata, que permita estabelecer as re
dos defeitos e fraquezas que chocam
nanceira e monetária do país. Masi
sua concepção corrente sobre a fenomenologia econômica geral; admira ção por projetos ousados, tcmerános, justificados pela imensidade de seu
o caráter deste estudo nos obriga a
território, suas riquezas
n — O problema da competência em
naturais,
seu potencial econômico latente, en fim, suas possibilidades extraordi nárias.
um esboço dos seus aspectos mais característicos.
matéria ile ct>mcrcio externo.
Muito se falou dos defeitos incon
nicos, depois de sinuosas elucubrações e experiências, segundo o velho
Para sintetizar suas conclusões, o economista deve vencer a primeira
testáveis que apresentava e ainda
sistema muito humano da "tentativa
mércio externo. Desenvolveu-se nes se sentido uma atividade não só lou
apresenta a regulamentação do co
e êrro", chegaram a conclusões de há
a fase, da investigação de todos esses processos. Pessoalmente, não posso
mão das prerrogativas até hoje re
muito insistentemente
ainda afirmar ter vencido essa pri
vável como também
servadas à direção das empresas. Tereis de abrir caminho por entre
pelos Sumos Pontífices da Igreja Ca
tória.
tólica, em suas memoráveis encícli-
meira etapa. Que me seja permiti do, no entanto, registar algumas ob
os preconceitos e quando o varredor
cas sobre as condições dos trabalha
servações. Apraz-me pensar que, co
precisa estar preparado 100% "Deveis estar preparados para abrir
, 'da fábrica fizer parar o presidente da Companhia para sugerir qualquer
preconizadas
dores e as empresas econômicas... "Nihil novi..."
bastante
meri-
Tal atividade constitui mes
meçando assim, minha intenção, que
mo um exemplo para os diversos es-, forços feitos em vários países para encontrar o verdadeiro caminho que
não é outra senão dar minha modes ta colaboração ao estudo dos diversos
grande interesse público.
problemas econômicos e financeiros
conduz à solução de tal problema, de
♦ '«
Estabelecendo as competências nor
atuais do Brasil, será interpretada
mais e as relações exatas entre os
apenas sob a luz de meu próprio pon
instrumentos e as instituições que in
to de vista, que é o da boa- fé e o
tervém na economia brasileix'a, a so
da sinceridade, únicos atributos que levam à melhoria das instituições no
quadro das quais os povos vivem. Apresso-me em dizer que estudar
lução de cada problema será muito facilitada. As soluções serão as con seqüências lógicas do papel determi nado e necessário que incumbe, nu
isoladamente os problemas da eco
ma economia controlada, a cada ins-
DicESTO Econômico
que aconselham a adotar o sistema da Participação nos Lucros, as seis-
coisa que poderia ser feito melhor — se desejais que a Participação nos
centas e tantas páginas do livro con
Lucros funcione. — deveis parar e
têm muitas dezenas de diferentes ca-
ouvir, e se não concordardes, tereis
pos de firmas que adotaram com .bom êxito tal ou qual modalidade. ^Estatísticas obtidas do relatório de
nominado "The Vandenberg-Herring Report", preparado para o Senado Americano em 1939, demonstram co
mo os trabalhadores são sensíveis à
Participação nos Lucros: — menos greves, maior freqüência ao traba
lho, maior espírito de cooperação, maior satisfação no trabalho...
Mesmo entre nós, muitas firmas industriais já adotam há muitos anos o sistema de oferecer aos seus auxi-
liares uma parcela dos lucros. Todas as companhias brasileiras que aplicaram essa forma de remuneração adicional, sem reduzir os ganhos nor mais dos operários, obtiveram os mais evidentes resultados favoráveis.
E' como declara o livro americano, uma forma de "democracia econômi ca" para a qual, porém, o patronato
A regulamentação do comércio externoB Função Bancária ou Econômica? HkUNAJU) Pajiste
(Profc.ssor universitário de Finanças Públicas.
• de realizar um belo trabalho de ven
Ànlino professor cia Universidade de Bueareste)
dedor para demonstrar que vossa mente está aberta às sugestões. De
veis ser bastante inteligente para
nomia não é o ideal. E' preciso, para
I - Introdução
tanto, possuir uma perspectiva geral
explicar o que esse- indivíduo omitiu no seu raciocínio, bem como a dife
rença existente entre o que êle su
punha e o que na realidade iria acon tecer.
Se a sugestão não é boa,
não podeis desprezá-la rispidamente.
Mesmo um patrão pode aprender a dar as respostas certas nessas oca siões. Uma vez que entreis no siste ma da Participação nos Lucros, te reis de ir com êle até o fim, e se
não fôrdes capaz de fazer isso, então não há uma resposta para a Partici pação nos Lucros das empresas". (Pág. 18). E' interessante observar que os téc
Os primeiros contactos do econo mista estrangeiro com os fonônicnos econômicos, financeiros o monetários brasileiros lhe provocam as mais di
de todo o campo econômico. E' essa
versas reflexões. Essas reflexões vão da crítica à admiração: crítica
lações existentes e desejáveis com rojerência à política econômica, fi
a única modalidade capaz de dar uma visão clara c, ao mesmo tempo, mais exata, que permita estabelecer as re
dos defeitos e fraquezas que chocam
nanceira e monetária do país. Masi
sua concepção corrente sobre a fenomenologia econômica geral; admira ção por projetos ousados, tcmerános, justificados pela imensidade de seu
o caráter deste estudo nos obriga a
território, suas riquezas
n — O problema da competência em
naturais,
seu potencial econômico latente, en fim, suas possibilidades extraordi nárias.
um esboço dos seus aspectos mais característicos.
matéria ile ct>mcrcio externo.
Muito se falou dos defeitos incon
nicos, depois de sinuosas elucubrações e experiências, segundo o velho
Para sintetizar suas conclusões, o economista deve vencer a primeira
testáveis que apresentava e ainda
sistema muito humano da "tentativa
mércio externo. Desenvolveu-se nes se sentido uma atividade não só lou
apresenta a regulamentação do co
e êrro", chegaram a conclusões de há
a fase, da investigação de todos esses processos. Pessoalmente, não posso
mão das prerrogativas até hoje re
muito insistentemente
ainda afirmar ter vencido essa pri
vável como também
servadas à direção das empresas. Tereis de abrir caminho por entre
pelos Sumos Pontífices da Igreja Ca
tória.
tólica, em suas memoráveis encícli-
meira etapa. Que me seja permiti do, no entanto, registar algumas ob
os preconceitos e quando o varredor
cas sobre as condições dos trabalha
servações. Apraz-me pensar que, co
precisa estar preparado 100% "Deveis estar preparados para abrir
, 'da fábrica fizer parar o presidente da Companhia para sugerir qualquer
preconizadas
dores e as empresas econômicas... "Nihil novi..."
bastante
meri-
Tal atividade constitui mes
meçando assim, minha intenção, que
mo um exemplo para os diversos es-, forços feitos em vários países para encontrar o verdadeiro caminho que
não é outra senão dar minha modes ta colaboração ao estudo dos diversos
grande interesse público.
problemas econômicos e financeiros
conduz à solução de tal problema, de
♦ '«
Estabelecendo as competências nor
atuais do Brasil, será interpretada
mais e as relações exatas entre os
apenas sob a luz de meu próprio pon
instrumentos e as instituições que in
to de vista, que é o da boa- fé e o
tervém na economia brasileix'a, a so
da sinceridade, únicos atributos que levam à melhoria das instituições no
quadro das quais os povos vivem. Apresso-me em dizer que estudar
lução de cada problema será muito facilitada. As soluções serão as con seqüências lógicas do papel determi nado e necessário que incumbe, nu
isoladamente os problemas da eco
ma economia controlada, a cada ins-
Dicesto Econónoco
40
Dicesto Econónuco
trumento do governo encarregado de dirigir os diversos setores econômi cos.
O problema da competência é, por tanto, essencial no caso tão atual,
festo da liberdade do comércio e da indústria.
Isto constitui uma homenagem à liberdade, se há acordo sobre tal ponto mas, da mesma forma, trata-se
de uma situação pouco comum se con
tão na ordem do dia, do problema da reforma do comércio externo. Ela
siderarmos os sistemas existentes na
exigirá um exame bastante aprofun
grande maioria dos países.
41
tência que deriva da natureza mesma das instituições econômicas. Um banco não pode fazer a política econômica de um país som correr o
ter mais importância do que o pro blema das divisas.
Se nos deixarmos tentar pela idéia, ou SC considerarmos o Banco do Bra
risco de ser testemunha de uma inter
sil como um verdadeiro Ministério da
ferência de atribuições que devem
Economia Nacional — fazendo a po lítica econômica do país e clcvandoso, pela compreensão e as qualidades
pertencer a diver.sas instituições de
de um
Direito Público. A centralização, numa
Ministério da Economia não significa, para o Brasil, uma falta de organiza
BÓ mão, de funções tão diferentes da
interferências de ordem política, eco nômica, monetária e financeira com
ção ou de dirigismo do Estado rela
atribuições bancárias, só pode dar a
mos a esta conseqüência: a realiza-r
as quais a referida reforma man
tivamente à sua política e econômica. Esta organização existe: é visível e
ilusão de uma direção única na vida
ção da função da política econômica
econômica de um país: na realidade,
pode-se mesmo tomar consciência dis
ela enfraquece o bom funcionamento
do país por um organismo impróprio e a impossibilidade de iDossuir uma^
dado antes que se recorra a novas
medidas de regulamentação, dadas as
tém não apenas contingências como também laços eminentemente estrei tos.
m — A interferência das competências e das atribuições do Banco do
Brasil, que acumula as funções de um Ministério da Economia.
A vida orgânica nos dá o exemplo mais comum da especialização dos órgãos, cada um dos quais tem suas próprias funções, que não podem ser modificadas nem substituídas, a não
ser excepcionalmente.
Mas, mesmo
em tal eventualidade, jamais se ob
têm os mesmos resultados que os
, conseguidos com os órgãos originais. As funções orgânicas são especia
lizadas no sentido de que não se po de conseguir um funcionamento certo e perfeito se um órgão estiver ausen
A inexistência
nominal
política econômica, bem como das
so fàcilmente: basta percorrer as
do Banco, ao mesmo tempo que deixa
verdadeira atividade e política ban-
colunas das várias publicações espe
as rédeas da economia a uma insti
cúrias.
cializadas que têm por tema o cami nho que deve seguir o regime do
tuição que, fatalmente, será influen ciada por suas pró
comércio externo.
prias
considerações
não concordaram em
Em princípio, a atribuição do Banco
conceder
de Emissão (Banco
para não falar dos estrangeiros todos estão interessados, de maneira
do Brasil no quadro da política econômica
ção pinvilcgiada, que
direta ou indireta, na instituição do regime mais satisfatório possível, que canalize e ajude a importação de pro dutos necessários e a exportação, nas melhores condições possíveis, da pro
do comércio externo,
lhe assegurasse um
não pode vencer as modalidades dos mei
equilíbrio teórico e um lugar distinto en
os estrangeiros de pagamento: as divi
tre
as
que
constituem
dução brasileira.
sas. Mas a verdadeira
instrumentos da vida
Nestas condições, e considerando a ausência de um organismo autônomo
política do comércio externo de uma na
econômica. O prin cípio da colaboração
de Estado, com a competência espe
ção é
cializada e exclusiva do comércio ex terno, a situação atual, isto é, a reali
por um grande núme
Economia
ro de considerações,
o Ministério das Fi
algumas das quais
considerado, interpretando
sas da
melhor
maneira
as
coi
possível,
como um indício evidente e mani
Um banco, mesmo um banco de Estado, tem suas atribuições e suas funções normais no que se refere à emissão, crédito e divisas. E no inte resse mesmo do país, êle deve pro curar não sair do quadro da compe-
do Brasil, quase um continente, com
imensas possibilidades de desenvol vimento, em vias de tornar-se, dentro de algumas dezenas de anos, um dos
países mais importantes do mundo.
Assim, por exemplo, os investimentos podem, durante alguns anos ainda, »
A
Banco
instituições os
entre o Ministério da
determinada
superiores mesmo, por sua significa ção, ao problema das divisas. É o caso
como anormal.
ao
Central), uma situa
zação, pelo Banco do Brasil, de uma
tria e do Comércio), poderia ser
sofri
bancárias.
Começando pelas pessoas que se
função que não lhe é própria, surge
da Economia Nacional ou da Indús
conseqüências
encontram na ponta da pirâmide soci al, até o mais modesto cidadão
outro.
O fato de o Brasil não possuir um
Êste estado de coisas conduz às
das pelos países que
te, porque êste ou aquele órgão não podem suprir as funções próprias de
Ministério da Economia (Ministério
de seus dirigentes, acima de proble ma estritamente bancário, chegare
- - —
Nacional,
nanças e o Bancp Central, leva a melhores resultados
quando essas três instituições exer cem suas próprias atribuições, cada qual separadamente, depois de sin cronizá-las, do que quando os encar gos e funções pertencentes a uma de las são absorvidos, mesmo parcial mente, por qualquer outra.
O problema da hierarquia
ape-
Dicesto Econónoco
40
Dicesto Econónuco
trumento do governo encarregado de dirigir os diversos setores econômi cos.
O problema da competência é, por tanto, essencial no caso tão atual,
festo da liberdade do comércio e da indústria.
Isto constitui uma homenagem à liberdade, se há acordo sobre tal ponto mas, da mesma forma, trata-se
de uma situação pouco comum se con
tão na ordem do dia, do problema da reforma do comércio externo. Ela
siderarmos os sistemas existentes na
exigirá um exame bastante aprofun
grande maioria dos países.
41
tência que deriva da natureza mesma das instituições econômicas. Um banco não pode fazer a política econômica de um país som correr o
ter mais importância do que o pro blema das divisas.
Se nos deixarmos tentar pela idéia, ou SC considerarmos o Banco do Bra
risco de ser testemunha de uma inter
sil como um verdadeiro Ministério da
ferência de atribuições que devem
Economia Nacional — fazendo a po lítica econômica do país e clcvandoso, pela compreensão e as qualidades
pertencer a diver.sas instituições de
de um
Direito Público. A centralização, numa
Ministério da Economia não significa, para o Brasil, uma falta de organiza
BÓ mão, de funções tão diferentes da
interferências de ordem política, eco nômica, monetária e financeira com
ção ou de dirigismo do Estado rela
atribuições bancárias, só pode dar a
mos a esta conseqüência: a realiza-r
as quais a referida reforma man
tivamente à sua política e econômica. Esta organização existe: é visível e
ilusão de uma direção única na vida
ção da função da política econômica
econômica de um país: na realidade,
pode-se mesmo tomar consciência dis
ela enfraquece o bom funcionamento
do país por um organismo impróprio e a impossibilidade de iDossuir uma^
dado antes que se recorra a novas
medidas de regulamentação, dadas as
tém não apenas contingências como também laços eminentemente estrei tos.
m — A interferência das competências e das atribuições do Banco do
Brasil, que acumula as funções de um Ministério da Economia.
A vida orgânica nos dá o exemplo mais comum da especialização dos órgãos, cada um dos quais tem suas próprias funções, que não podem ser modificadas nem substituídas, a não
ser excepcionalmente.
Mas, mesmo
em tal eventualidade, jamais se ob
têm os mesmos resultados que os
, conseguidos com os órgãos originais. As funções orgânicas são especia
lizadas no sentido de que não se po de conseguir um funcionamento certo e perfeito se um órgão estiver ausen
A inexistência
nominal
política econômica, bem como das
so fàcilmente: basta percorrer as
do Banco, ao mesmo tempo que deixa
verdadeira atividade e política ban-
colunas das várias publicações espe
as rédeas da economia a uma insti
cúrias.
cializadas que têm por tema o cami nho que deve seguir o regime do
tuição que, fatalmente, será influen ciada por suas pró
comércio externo.
prias
considerações
não concordaram em
Em princípio, a atribuição do Banco
conceder
de Emissão (Banco
para não falar dos estrangeiros todos estão interessados, de maneira
do Brasil no quadro da política econômica
ção pinvilcgiada, que
direta ou indireta, na instituição do regime mais satisfatório possível, que canalize e ajude a importação de pro dutos necessários e a exportação, nas melhores condições possíveis, da pro
do comércio externo,
lhe assegurasse um
não pode vencer as modalidades dos mei
equilíbrio teórico e um lugar distinto en
os estrangeiros de pagamento: as divi
tre
as
que
constituem
dução brasileira.
sas. Mas a verdadeira
instrumentos da vida
Nestas condições, e considerando a ausência de um organismo autônomo
política do comércio externo de uma na
econômica. O prin cípio da colaboração
de Estado, com a competência espe
ção é
cializada e exclusiva do comércio ex terno, a situação atual, isto é, a reali
por um grande núme
Economia
ro de considerações,
o Ministério das Fi
algumas das quais
considerado, interpretando
sas da
melhor
maneira
as
coi
possível,
como um indício evidente e mani
Um banco, mesmo um banco de Estado, tem suas atribuições e suas funções normais no que se refere à emissão, crédito e divisas. E no inte resse mesmo do país, êle deve pro curar não sair do quadro da compe-
do Brasil, quase um continente, com
imensas possibilidades de desenvol vimento, em vias de tornar-se, dentro de algumas dezenas de anos, um dos
países mais importantes do mundo.
Assim, por exemplo, os investimentos podem, durante alguns anos ainda, »
A
Banco
instituições os
entre o Ministério da
determinada
superiores mesmo, por sua significa ção, ao problema das divisas. É o caso
como anormal.
ao
Central), uma situa
zação, pelo Banco do Brasil, de uma
tria e do Comércio), poderia ser
sofri
bancárias.
Começando pelas pessoas que se
função que não lhe é própria, surge
da Economia Nacional ou da Indús
conseqüências
encontram na ponta da pirâmide soci al, até o mais modesto cidadão
outro.
O fato de o Brasil não possuir um
Êste estado de coisas conduz às
das pelos países que
te, porque êste ou aquele órgão não podem suprir as funções próprias de
Ministério da Economia (Ministério
de seus dirigentes, acima de proble ma estritamente bancário, chegare
- - —
Nacional,
nanças e o Bancp Central, leva a melhores resultados
quando essas três instituições exer cem suas próprias atribuições, cada qual separadamente, depois de sin cronizá-las, do que quando os encar gos e funções pertencentes a uma de las são absorvidos, mesmo parcial mente, por qualquer outra.
O problema da hierarquia
ape-
>1
Djcesto Econômico
43
Digesto Econômico tem também a tarefa de realizar as
tária e, sobretudo, o curso oficial de
nas sob alguns aspectos — entre o Ministério dos Assuntos Econômicos, o Ministério das Finanças e o Ban
Relação desta interferência de atribuições com o I^Iinistério das
trocas comerciais, por intermédio de uma instituição bancária subordina
câmbio do cruzeiro.
Finanças.
da.
co Central, pode ter soluções diver sas. E' muito provável que não se encontre nenhum exemplo de bons resultados como conseqüência da in
O quadro geral da interferência de
terferência e da absorção das funções econômicas de um Estado por um banco ou de um controle sem limi tes de um dos Ministérios, seja das Finanças, seja da Economia, sobre a atividade do Banco de Estado. A subordinação completa do Banco de Estado, seja ao Ministério das Finan
ças, seja ao Ministério da Economia, facilita e abre caminho à inflação, e sabemos que os países autoritários
atribuições e funções acima mencio nada fará além disso, ressaltarem as fraquezas do sistema, se levarmos em
de facilitar a consecução das tare
te, pertencia a diversos beneficiários
das licenças de compensação. Duvi-damos de que tal medida, procedente
econômica é dirigida por uma insti
de um Instituto bancário, fosse toma
tuição bancária também submetida às diretivas gerais do Ministério das
da por um Ministério da Economia,
existir somente uma dependência li
Finanças. Tal é o quadro em que se prepara a nova regulamentação
tério fosse dono da direção da polí tica do comércio externo. O aspec
mitada entre o Banco de Estado e
do comércio externo.
to negativo dos preços do mercado in
consideração as relações existentes entre o organismo que realiza a polí tica do comércio externo e o Minis
tério das Finanças. Admite-se geralmente
que
deve
o Ministério das Finanças; a subordi nação do Banco de Estado ao Minis
tério das Finanças não pode, portan to, ser total.
econômica do país a não ser depois
ria em virtude das concepções pro vocadas pela situação política e fi
Esta subordinação va
^rito de independência do Banco de
nanceira de cada país em particular.
Estado.
Em princípio, embora o Banco de Es tado esteja subordinado ao Ministé rio das Finanças, jamais será assi milado a um serviço desse Ministério.
O isolamento aparente, a indepen-
'dêncía e a neutralidade do Banco de
Estado constituem as garantias ge ralmente consentidas pelo Estado
terno, superiores aos preços interna
se tal situação é favorável à me lhoria que se tenta levar a efeito
cionais no que se refere a alguns pro
no terreno do comércio externo, con
cepção de um Ministério da Econo
vém separar os problemas que se entrosam e examiná-los separada mente.
V - Disjunção dos problemas mone tários, financeiros e cconáinicos em função da separação das insti tuições do govôrno.
Êle aceita as diretivas gerais da po
para salvaguardar o princípio da li
lítica financeira do Conselho de Mi
Recentemente ainda, até o dia da
nistros ou do Ministério das Finan ças, mas deve ser o único possuidor
abolição das operações de compen sação (operações vinculadas), o câm-
dos
hio do cruzeiro variava do curso ofi
ganismo distinto e especializado para realizar sua política econômica; fa
zer com que essa política seja levada a efeito por uma instituição com fun ção diferente, em virtude de sua na tureza e de suas atribuições; e com
que, finalmente, a função bancária do Banco do Brasil sofra igualmente as influências negativas dessa interfe rência de atribuições.
meios
estritamente
bancários
quanto à execução dessas medidas. No caso especial do Brasil, o fato
na hipótese de que o referido Minis
Para melhor tomar consciência de
berdade econômica dos povos. Mas esta solução implica a existência de um Ministério distinto, encarregado de realizar a política econômica do país. O atual estado de coisas tem por
conseqüência privar o país de um or
mando em mãos um instrumento de
direção da moeda que, anteriormen
fas que incumbem aos três elementos essenciais do governo. A política
não conseguiram manter a direção de destruir completamente o espí-
Não se pode afirmar que tal mo dalidade represente a fórmula mais eficiente e mais simples no sentido
Eliminando o sistema de compen sação, o Banco do Brasil conseguiu fortalecer sua política monetária, to
cial praticado pelo Banco do Brasil
dutos, poderia, de acordo com a con
mia, prevalecer sobre os efeitos po sitivos obtidos pelo Banco do Bra
sil apôs a abolição da compensação. As experiências dos diversos países europeus mostram que tal política monetária consegue defender o valor
da moeda, impede-o de cair e, sobre tudo, freia sua baixa. Êste atributo
de dirigir o valor da moeda é, portan to, da competência do Banco, que o toma dos comerciantes, senão com
pletamente, ao menos num montante importante, estreitamente ligado ao
até o curso do mercado livre, fixando também os valores intermediários de
valor da exportação dos produtos qué compensação.
buições econômicas do governo, fa
terminados pelas diversas combina ções de compensação . O Banco do
zendo a política das importações e
Brasil não intervinha, em geral, nem
de que o Banco do Brasil assuma também parte das funções e das atri
pela Cexim. O Banco do Bi-asil, com seu regime de comércio externo, en
A política da moeda capaz de re mediar a inflação que caracteriza os períodos em que se instaura a eco nomia dirigida cabe ao Banco.de Es tado. Mas ela não representa a úni ca ação governamental para comba ter a inflação. Deve ser sincroniza da com uma série de medidas de
fraquecia sua própria política mone
ordem econômica e financeira.
das exportações, faz com que a vida
no que se refere ao curso do merca
econômica dos país seja dirigida, e de maneira direta, pelo Ministério das
valor do cruzeiro resultante da mecâ
Finanças.
nica das compensações autorizadas
A pessoa responsável pela política financeira do país e, portanto, igual mente, da recuperação orçamentária.
do livre nem no que diz respeito ao
i
atravessam a fronteira através dá
j
>1
Djcesto Econômico
43
Digesto Econômico tem também a tarefa de realizar as
tária e, sobretudo, o curso oficial de
nas sob alguns aspectos — entre o Ministério dos Assuntos Econômicos, o Ministério das Finanças e o Ban
Relação desta interferência de atribuições com o I^Iinistério das
trocas comerciais, por intermédio de uma instituição bancária subordina
câmbio do cruzeiro.
Finanças.
da.
co Central, pode ter soluções diver sas. E' muito provável que não se encontre nenhum exemplo de bons resultados como conseqüência da in
O quadro geral da interferência de
terferência e da absorção das funções econômicas de um Estado por um banco ou de um controle sem limi tes de um dos Ministérios, seja das Finanças, seja da Economia, sobre a atividade do Banco de Estado. A subordinação completa do Banco de Estado, seja ao Ministério das Finan
ças, seja ao Ministério da Economia, facilita e abre caminho à inflação, e sabemos que os países autoritários
atribuições e funções acima mencio nada fará além disso, ressaltarem as fraquezas do sistema, se levarmos em
de facilitar a consecução das tare
te, pertencia a diversos beneficiários
das licenças de compensação. Duvi-damos de que tal medida, procedente
econômica é dirigida por uma insti
de um Instituto bancário, fosse toma
tuição bancária também submetida às diretivas gerais do Ministério das
da por um Ministério da Economia,
existir somente uma dependência li
Finanças. Tal é o quadro em que se prepara a nova regulamentação
tério fosse dono da direção da polí tica do comércio externo. O aspec
mitada entre o Banco de Estado e
do comércio externo.
to negativo dos preços do mercado in
consideração as relações existentes entre o organismo que realiza a polí tica do comércio externo e o Minis
tério das Finanças. Admite-se geralmente
que
deve
o Ministério das Finanças; a subordi nação do Banco de Estado ao Minis
tério das Finanças não pode, portan to, ser total.
econômica do país a não ser depois
ria em virtude das concepções pro vocadas pela situação política e fi
Esta subordinação va
^rito de independência do Banco de
nanceira de cada país em particular.
Estado.
Em princípio, embora o Banco de Es tado esteja subordinado ao Ministé rio das Finanças, jamais será assi milado a um serviço desse Ministério.
O isolamento aparente, a indepen-
'dêncía e a neutralidade do Banco de
Estado constituem as garantias ge ralmente consentidas pelo Estado
terno, superiores aos preços interna
se tal situação é favorável à me lhoria que se tenta levar a efeito
cionais no que se refere a alguns pro
no terreno do comércio externo, con
cepção de um Ministério da Econo
vém separar os problemas que se entrosam e examiná-los separada mente.
V - Disjunção dos problemas mone tários, financeiros e cconáinicos em função da separação das insti tuições do govôrno.
Êle aceita as diretivas gerais da po
para salvaguardar o princípio da li
lítica financeira do Conselho de Mi
Recentemente ainda, até o dia da
nistros ou do Ministério das Finan ças, mas deve ser o único possuidor
abolição das operações de compen sação (operações vinculadas), o câm-
dos
hio do cruzeiro variava do curso ofi
ganismo distinto e especializado para realizar sua política econômica; fa
zer com que essa política seja levada a efeito por uma instituição com fun ção diferente, em virtude de sua na tureza e de suas atribuições; e com
que, finalmente, a função bancária do Banco do Brasil sofra igualmente as influências negativas dessa interfe rência de atribuições.
meios
estritamente
bancários
quanto à execução dessas medidas. No caso especial do Brasil, o fato
na hipótese de que o referido Minis
Para melhor tomar consciência de
berdade econômica dos povos. Mas esta solução implica a existência de um Ministério distinto, encarregado de realizar a política econômica do país. O atual estado de coisas tem por
conseqüência privar o país de um or
mando em mãos um instrumento de
direção da moeda que, anteriormen
fas que incumbem aos três elementos essenciais do governo. A política
não conseguiram manter a direção de destruir completamente o espí-
Não se pode afirmar que tal mo dalidade represente a fórmula mais eficiente e mais simples no sentido
Eliminando o sistema de compen sação, o Banco do Brasil conseguiu fortalecer sua política monetária, to
cial praticado pelo Banco do Brasil
dutos, poderia, de acordo com a con
mia, prevalecer sobre os efeitos po sitivos obtidos pelo Banco do Bra
sil apôs a abolição da compensação. As experiências dos diversos países europeus mostram que tal política monetária consegue defender o valor
da moeda, impede-o de cair e, sobre tudo, freia sua baixa. Êste atributo
de dirigir o valor da moeda é, portan to, da competência do Banco, que o toma dos comerciantes, senão com
pletamente, ao menos num montante importante, estreitamente ligado ao
até o curso do mercado livre, fixando também os valores intermediários de
valor da exportação dos produtos qué compensação.
buições econômicas do governo, fa
terminados pelas diversas combina ções de compensação . O Banco do
zendo a política das importações e
Brasil não intervinha, em geral, nem
de que o Banco do Brasil assuma também parte das funções e das atri
pela Cexim. O Banco do Bi-asil, com seu regime de comércio externo, en
A política da moeda capaz de re mediar a inflação que caracteriza os períodos em que se instaura a eco nomia dirigida cabe ao Banco.de Es tado. Mas ela não representa a úni ca ação governamental para comba ter a inflação. Deve ser sincroniza da com uma série de medidas de
fraquecia sua própria política mone
ordem econômica e financeira.
das exportações, faz com que a vida
no que se refere ao curso do merca
econômica dos país seja dirigida, e de maneira direta, pelo Ministério das
valor do cruzeiro resultante da mecâ
Finanças.
nica das compensações autorizadas
A pessoa responsável pela política financeira do país e, portanto, igual mente, da recuperação orçamentária.
do livre nem no que diz respeito ao
i
atravessam a fronteira através dá
j
EhcESTO Econômico
44
Dicesto EcoNÒNnco
45
E' ao Ministério âas Finanças que cabe a tarefa de fazer refluir para
acontecimentos, reclama também, im periosamente, a existência de um Mi
do não pode, de nenhuma maneira,
tado ou da colaboração dos poderes
conduzir ao bem-estar dos povos. Le
as caixas do Tesouro a parte mais
nistério da Economia Nacional (ou do Comércio e Indústria), que de
públicos.
vando ainda mais longe nossa com
importante possível da massa de cé dulas impressas por ordem do go
verá intei*vir para exprimir o ponto
guiram anular todos os efeitos da inflação apenas com medidas de eco
de vista econômico do pais e influen ciar mesmo a concepção exclusiva mente monetária do Instituto de
nomias orçamentárias.
Emissão.
verno.
Até agora jamais se conse
E' preciso
E com o mesmo rigor que se ob
paração, poder-se-á fazer um para lelo entre o conceito da planificação — que utiliza esses três instrumentos
serva o principio constitucional da separação dos poderes do Estado, de ve procurar-se criar instituições dis
distintos por sua natureza e função — e o princípio da unidade do Es
tintas e especializadas para dirigir a vida econômica do país.
recorrer a uma modalidade extraor
dinária, com o objetivo de completar
VI — Conclusões.
o circuito fechado que deve restituir ao
Estado a emissão inflaeionista.
O instrumento financeiro que pode fechar o circuito é o empréstimo ou o imposto extraordinário suplementar. E' papel do Ministério das Finanças
Na realidade, c-se obrigado a fa
zer frente a uma política global, da qual os três aspectos enunciados aci ma representam partes extremamen
utilizar, segundo as necessidades, o
te ligadas. Esta conclusão, que é ao
empréstimo, o imposto ou os dois
mesmo tempo uma observação das si tuações e das ações econômicas, fi nanceiras e monetárias combinadas, pode nos levar à idéia de um comando
meios ao mesmo tempo.
O terceiro instrumento deve agir no quadro dos problemas econômicos. Tomemos em consideração, por exem
plo, a questão dos preços, que cons titui um elemento muito discutido na
evolução econômica geral em luta
único, realizável através do planismo.
Assim, a política de produção, de investimento, de consumo, de restri
contra as tendências inflacionistas
ção, de importação e de exportação
provocadas pela política internacio
é da alçada de uma instituição es
Durante os períodos de crise
pecializada, revestida de toda a au
política internacional, como acontece hoje, a maioria dos países utiliza di
toridade necessária para fazer va
nal.
lidar seus pontos de vista e levar a
versos meios para controlar os pre
bom têrmo a vida econômica do país.
ços. Nem mesmo os Estados Unidos puderam fugir a essa regra. O con
Trata-se de atributos de um Ministé
trole dos preços pode ser efetuado, em princípio, de duas maneiras: 1 — Fixação dos preços pela Au toridade, meio muito difícil de em
pregar no Brasil; 2 — Influenciar os preços de ma
neira indireta; agir sobre os preços com ações monetárias, econômicas e financeiras.
rio da Economia. A política financei ra cabe ao Ministério das Finanças e o Banco de Estado fará a política monetária.
As três instituições devem ser es pecializadas: devem ter atribuições distintas. Fazendo uma comparação com o princípio da divisão dos poderes de Estado, pode afirmar-se que a interferência ou a delegação de
Esta última modalidade, que será
atribuições desses três instrumentos
imposta ao Brasil pela força dos
da política econômica de um Esta-
-i
EhcESTO Econômico
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Dicesto EcoNÒNnco
45
E' ao Ministério âas Finanças que cabe a tarefa de fazer refluir para
acontecimentos, reclama também, im periosamente, a existência de um Mi
do não pode, de nenhuma maneira,
tado ou da colaboração dos poderes
conduzir ao bem-estar dos povos. Le
as caixas do Tesouro a parte mais
nistério da Economia Nacional (ou do Comércio e Indústria), que de
públicos.
vando ainda mais longe nossa com
importante possível da massa de cé dulas impressas por ordem do go
verá intei*vir para exprimir o ponto
guiram anular todos os efeitos da inflação apenas com medidas de eco
de vista econômico do pais e influen ciar mesmo a concepção exclusiva mente monetária do Instituto de
nomias orçamentárias.
Emissão.
verno.
Até agora jamais se conse
E' preciso
E com o mesmo rigor que se ob
paração, poder-se-á fazer um para lelo entre o conceito da planificação — que utiliza esses três instrumentos
serva o principio constitucional da separação dos poderes do Estado, de ve procurar-se criar instituições dis
distintos por sua natureza e função — e o princípio da unidade do Es
tintas e especializadas para dirigir a vida econômica do país.
recorrer a uma modalidade extraor
dinária, com o objetivo de completar
VI — Conclusões.
o circuito fechado que deve restituir ao
Estado a emissão inflaeionista.
O instrumento financeiro que pode fechar o circuito é o empréstimo ou o imposto extraordinário suplementar. E' papel do Ministério das Finanças
Na realidade, c-se obrigado a fa
zer frente a uma política global, da qual os três aspectos enunciados aci ma representam partes extremamen
utilizar, segundo as necessidades, o
te ligadas. Esta conclusão, que é ao
empréstimo, o imposto ou os dois
mesmo tempo uma observação das si tuações e das ações econômicas, fi nanceiras e monetárias combinadas, pode nos levar à idéia de um comando
meios ao mesmo tempo.
O terceiro instrumento deve agir no quadro dos problemas econômicos. Tomemos em consideração, por exem
plo, a questão dos preços, que cons titui um elemento muito discutido na
evolução econômica geral em luta
único, realizável através do planismo.
Assim, a política de produção, de investimento, de consumo, de restri
contra as tendências inflacionistas
ção, de importação e de exportação
provocadas pela política internacio
é da alçada de uma instituição es
Durante os períodos de crise
pecializada, revestida de toda a au
política internacional, como acontece hoje, a maioria dos países utiliza di
toridade necessária para fazer va
nal.
lidar seus pontos de vista e levar a
versos meios para controlar os pre
bom têrmo a vida econômica do país.
ços. Nem mesmo os Estados Unidos puderam fugir a essa regra. O con
Trata-se de atributos de um Ministé
trole dos preços pode ser efetuado, em princípio, de duas maneiras: 1 — Fixação dos preços pela Au toridade, meio muito difícil de em
pregar no Brasil; 2 — Influenciar os preços de ma
neira indireta; agir sobre os preços com ações monetárias, econômicas e financeiras.
rio da Economia. A política financei ra cabe ao Ministério das Finanças e o Banco de Estado fará a política monetária.
As três instituições devem ser es pecializadas: devem ter atribuições distintas. Fazendo uma comparação com o princípio da divisão dos poderes de Estado, pode afirmar-se que a interferência ou a delegação de
Esta última modalidade, que será
atribuições desses três instrumentos
imposta ao Brasil pela força dos
da política econômica de um Esta-
-i
Dicesto Econômico
ORDEM ECONÔMICA PROBLEMAS DE TÉCNICA LEGISLATIVA ESTADO
Conferência proferida a convite do Centro Acadêmico Horácio Berlinck na Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo no dia 13 de abril de 1951 Temístocles Cavalcanti
47
Um dos grandes fatos du participação do Estado nessa categoria de fenôme nos está na consagração constitucional em lôdas as modernas cartas políticas do sistema de colaboração c participação no terreno econômico, como função ativa, normal e, diremos ine.smo, necessária, do
O orador, qualquer que êle seja, poi mais humilde, cresce diante do auditó
ação mais dinâmica e de exceção, mas pelo menos do interesse que represen
tam essas categorias de fenômenos nas
blemas econômicos.
Escolhi, entre muitos, o seguinte te ma para disscrtar — o Estado e a or
sensibilidade; é um encontro que provo
do, o quadro da economia moderna em
ca sempre emoções.
bém, porque muito freqüente, a um cer
face do Estado; de outro, o sentido
to número de atividades, principalmente de natureza normativa, que podem ser exercidas, sem a substituição
A atenção sôbre êle se concentra; é
moderno.
E quando assim nos manifestamos, queremos nos referir cxpUcitamentc tam
pragmático desse problema no que diz
não só com os ouvintes, mas também
com a ação dinâmica dos órgãos estatais
com o tema escolhido, muitas vêzes se
dutor, sugestivo, que precisa ser domi
em face das conjunturas. Qual a posição do Estado diante dos
nado.
problemas econômicos ? Como deve o mesmo atuar na reali zação de sua tarefa ?
É que a intervenção em seu sentido próprio, técnico, rigoro
me impressiona, se o encontro convosco,
professores e alunos desta Escola de tão
grandes tradições e de tão elevado pa drão de cultura ou se o encontro com
o tema, o assunto que vamos abordar. É que os problemas de política, de economia, de direito, focalizam traços
tão profundos do homem, da coletivida de, do país, que o seu interesse terá de se transmitir aos que ouvem, chamados a colaborar ativamente no desenvolvi
mento do pensamento do orador. E por isso, o meu encontro convosco,
É óbvio que o ponto de vista consti tucional merecerá a nossa maior atenção,
fiel ao nosso empenho de não penetrar em seara alheia e aos fenômenos que transcendem do terreno pròpriamente ju
Ê bem verdade que, acima de tudo, dominando todas cs.sas atividades, situa-
Mas uma conferência é um encontro
Neste momento não sei o que mais
não atingir a essência do sistema liberal. São, jx)is, de um lado o intervencio
economia de nossos dias.
atividades comuns, normais, do Estado
uma provação que sempre atingirá a sua
poder de polícia bastante suave para
mente de intervenção, como fonna de
dem econômica — problemas da técnica legislativa. Há nesse tema dois aspectos: um mais teórico, outro prático — de um la
rio, mesmo quando da altitude intelec tual do que enfrento.
problemas, limitada a sua ação a um
problemas insolúveis do direito e da
Estado.
Não se tratará muitas vezes precisa
É
na
neutralidade do E.stado cm face desses-
nismo legislativo, normativo, mais ou menos profundo e, dc outro, a limitação da iniciativa privada pelo desenvolvi mento dos serviços pviblicos estatais, as duas técnicas intorvcncionistas de que se utiliza o Estado cm função dos pro
da Universidade do Brasií
sempre de emoção o momento em que tomo contacto com o público.
supremacia do sistema capitalista,
se a atividade política, que define os ru mos dos sistemas econômicos, que, êstes sim, são realizados por meio de proces sos técnicos cuja natureza, atixàdades e medida apreciaremos cm seguida. A concepção do von Mises de
dos particulares pelo Estado, sob
que só existem dois sistemas
o regime econômico vigente, pe
econômicos extremos — negando
lo menos no mundo ocidental.
as formas intermediárias e miti
so, só se realizará, somente se tomará
efetiva
nesse
terreno,
quando o exercício das atividades nor malmente entregues à exploração priva da fôr substituído pelos órgãos e servi
rídico.
ços estaduais.
É de evidência, e dispensa demons tração, que ao Estado interessa a ordem econômica, qualquer que seja o ângulo e o sentido pelos quais encaramos a sua posição em face do problema — como
É bem certo que, se o sistema norma tivo excedesse por tal forma que tirasse
gadas dc cada um, por imposi ção de contingências muito va riáveis, não parece estar confir mada pelos fatos. A própria idéia de que os regimes da propriedade individual e da proprieda de coletiva são os únicos admissíveis es
tá desmentida não só pelos fatos, mas também por uma natural evolução das doutrinas, cujas premissas tradicionais
aos indivíduos e emprêsas privadas a li
foram cm parle contrariadas pela expe
berdade de iniciativa e a livre concor
riência.
parte que é, ou ativa ou simplesmente
rência, poder-sc-ia considerar a existên cia de um regime de intervenção legis
Os sistemas econômicos têm 'pressu postos variáveis, como os que servem de
base âs ciências sociais: — cada época terá, assim, a sua filosofia de vida e pro
normativa na maioria das relações desta
lativa, caracterizado por uma disciplina
meus mestres e meus alunos, há de ser
ordem.
mais rígida das relações econômicas, que
mais intenso, não só pelo tema, mas também porque vamos procurar adivi
transcenderão da mera função de po
cessos peculiares de ajustamento dos in-
que, com isto, não queremos voltar à
lícia.
terêsses.
teoria da dupla personalidade do Esta do, mas apenas discriminar e distinguir as diversas posições que pode assumir
cionismo que preocupam e afligem hoje os. que ainda defendem os regimes eco
Não há lugar, pois, para um ortodoxísmo econômico e político que contrarie a realidade dos fatos e se insurja contra
nas relações em que intervém.
nômicos fundados na livre iniciativa, na
uma natural evolução das idéias em fun-
nhar nessas afinidades intelectuais, os
pontos de referência comuns e a angús tia que aflige a todos nós que enfren tamos no estudo e na vida prática, os
É preciso também tornar bem claro
São essas manifestações do interven
Dicesto Econômico
ORDEM ECONÔMICA PROBLEMAS DE TÉCNICA LEGISLATIVA ESTADO
Conferência proferida a convite do Centro Acadêmico Horácio Berlinck na Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo no dia 13 de abril de 1951 Temístocles Cavalcanti
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Um dos grandes fatos du participação do Estado nessa categoria de fenôme nos está na consagração constitucional em lôdas as modernas cartas políticas do sistema de colaboração c participação no terreno econômico, como função ativa, normal e, diremos ine.smo, necessária, do
O orador, qualquer que êle seja, poi mais humilde, cresce diante do auditó
ação mais dinâmica e de exceção, mas pelo menos do interesse que represen
tam essas categorias de fenômenos nas
blemas econômicos.
Escolhi, entre muitos, o seguinte te ma para disscrtar — o Estado e a or
sensibilidade; é um encontro que provo
do, o quadro da economia moderna em
ca sempre emoções.
bém, porque muito freqüente, a um cer
face do Estado; de outro, o sentido
to número de atividades, principalmente de natureza normativa, que podem ser exercidas, sem a substituição
A atenção sôbre êle se concentra; é
moderno.
E quando assim nos manifestamos, queremos nos referir cxpUcitamentc tam
pragmático desse problema no que diz
não só com os ouvintes, mas também
com a ação dinâmica dos órgãos estatais
com o tema escolhido, muitas vêzes se
dutor, sugestivo, que precisa ser domi
em face das conjunturas. Qual a posição do Estado diante dos
nado.
problemas econômicos ? Como deve o mesmo atuar na reali zação de sua tarefa ?
É que a intervenção em seu sentido próprio, técnico, rigoro
me impressiona, se o encontro convosco,
professores e alunos desta Escola de tão
grandes tradições e de tão elevado pa drão de cultura ou se o encontro com
o tema, o assunto que vamos abordar. É que os problemas de política, de economia, de direito, focalizam traços
tão profundos do homem, da coletivida de, do país, que o seu interesse terá de se transmitir aos que ouvem, chamados a colaborar ativamente no desenvolvi
mento do pensamento do orador. E por isso, o meu encontro convosco,
É óbvio que o ponto de vista consti tucional merecerá a nossa maior atenção,
fiel ao nosso empenho de não penetrar em seara alheia e aos fenômenos que transcendem do terreno pròpriamente ju
Ê bem verdade que, acima de tudo, dominando todas cs.sas atividades, situa-
Mas uma conferência é um encontro
Neste momento não sei o que mais
não atingir a essência do sistema liberal. São, jx)is, de um lado o intervencio
economia de nossos dias.
atividades comuns, normais, do Estado
uma provação que sempre atingirá a sua
poder de polícia bastante suave para
mente de intervenção, como fonna de
dem econômica — problemas da técnica legislativa. Há nesse tema dois aspectos: um mais teórico, outro prático — de um la
rio, mesmo quando da altitude intelec tual do que enfrento.
problemas, limitada a sua ação a um
problemas insolúveis do direito e da
Estado.
Não se tratará muitas vezes precisa
É
na
neutralidade do E.stado cm face desses-
nismo legislativo, normativo, mais ou menos profundo e, dc outro, a limitação da iniciativa privada pelo desenvolvi mento dos serviços pviblicos estatais, as duas técnicas intorvcncionistas de que se utiliza o Estado cm função dos pro
da Universidade do Brasií
sempre de emoção o momento em que tomo contacto com o público.
supremacia do sistema capitalista,
se a atividade política, que define os ru mos dos sistemas econômicos, que, êstes sim, são realizados por meio de proces sos técnicos cuja natureza, atixàdades e medida apreciaremos cm seguida. A concepção do von Mises de
dos particulares pelo Estado, sob
que só existem dois sistemas
o regime econômico vigente, pe
econômicos extremos — negando
lo menos no mundo ocidental.
as formas intermediárias e miti
so, só se realizará, somente se tomará
efetiva
nesse
terreno,
quando o exercício das atividades nor malmente entregues à exploração priva da fôr substituído pelos órgãos e servi
rídico.
ços estaduais.
É de evidência, e dispensa demons tração, que ao Estado interessa a ordem econômica, qualquer que seja o ângulo e o sentido pelos quais encaramos a sua posição em face do problema — como
É bem certo que, se o sistema norma tivo excedesse por tal forma que tirasse
gadas dc cada um, por imposi ção de contingências muito va riáveis, não parece estar confir mada pelos fatos. A própria idéia de que os regimes da propriedade individual e da proprieda de coletiva são os únicos admissíveis es
tá desmentida não só pelos fatos, mas também por uma natural evolução das doutrinas, cujas premissas tradicionais
aos indivíduos e emprêsas privadas a li
foram cm parle contrariadas pela expe
berdade de iniciativa e a livre concor
riência.
parte que é, ou ativa ou simplesmente
rência, poder-sc-ia considerar a existên cia de um regime de intervenção legis
Os sistemas econômicos têm 'pressu postos variáveis, como os que servem de
base âs ciências sociais: — cada época terá, assim, a sua filosofia de vida e pro
normativa na maioria das relações desta
lativa, caracterizado por uma disciplina
meus mestres e meus alunos, há de ser
ordem.
mais rígida das relações econômicas, que
mais intenso, não só pelo tema, mas também porque vamos procurar adivi
transcenderão da mera função de po
cessos peculiares de ajustamento dos in-
que, com isto, não queremos voltar à
lícia.
terêsses.
teoria da dupla personalidade do Esta do, mas apenas discriminar e distinguir as diversas posições que pode assumir
cionismo que preocupam e afligem hoje os. que ainda defendem os regimes eco
Não há lugar, pois, para um ortodoxísmo econômico e político que contrarie a realidade dos fatos e se insurja contra
nas relações em que intervém.
nômicos fundados na livre iniciativa, na
uma natural evolução das idéias em fun-
nhar nessas afinidades intelectuais, os
pontos de referência comuns e a angús tia que aflige a todos nós que enfren tamos no estudo e na vida prática, os
É preciso também tornar bem claro
São essas manifestações do interven
/■
Dicesto
48
ção de condições de tempo, do clima, de
Econômico
Indispensável à vida da nação é aque
Dicesto
Econômico
49
entidades dc fins sociais o educacionais
la atividade cuja suspensão, mesmo tem porária, provocaria cm curto prazo, di reta ou indiretamente, a paralisação do vida do país. A empresa privada, mas nacionaliza
ã criação tia cmprêsa, assim como do
vivendo na mais íntima colaboração do Estado, embora som o sou auxilio finan
grau dc integração no aparelho o na or-
ceiro (serviço social da indústria c do
(sem temor de palavra) afirmou e ga
da, é o instrumento do capitalismo de Estado, concorrendo com o capitalismo
sileira de Assistência, etc.)
A técnica adotada pela nossa Consti tuição de 1946 não compromete o Estado em nenhum regime econômico de
rantiu a liberdade
privado, estabelecimento industrial ou
posição geográfica e de contingências humanas as mais diversas.
A nossa Constituição, como as dos paí
ses que pegnanecem no regime capita lista, com tímidas concessões ao sistema
de intervenção de tendência socialista, de iniciativa,
mas
abriu uma larga estrada não só para a intervenção efetiva e direta do Estado
como para restrições legislativas de toda ordem.
A nossa Constituição pressupõe o regi me da livre iniciativa individual, embora
faça uma ampla concessão à valorização do trabalho humano, como reconheci mento expresso de que existe um outro
fator na produção, digno de amparo e de proteção legal, que é o trabalho. Mas logo em seguida abre duas bre
chas profundas no sistema ortodoxo que muitos desejariam, admitindo:
1 — o regime da ampla intervenção do Estado (art. 146 - 1.® parte) 2 — o monopólio de indústrias ou ati vidades econômicas pelo Estado (art. 146 - 2.°- parte). Admite, assim, dois sistemas de ex
ploração, cujos limites cabem só ao le gislador regular. a) a empresa pública, com numero sas modalidades ;
b)
a empresa privada, também sob
um controle estatal mais ou menos cer rado.
Teoricamente, poderíamos distingui-las em suas características rígidas como o fez o Movimento Popular na França, considerando pública a exploração de ca
ráter industrial ou comercial pertencente ao Estado, funcionando sob um regime de monopólio ou semimonopólio de di reito ou de fato, exercendo uma ativida
de indispensável à vida da Nação e re
conhecida como tal pela lei.
comercial, pertencendo total ou parcial mente ao Estado, c que não se revestin
do das características do uma explora ção pública (como acima foi definida) deve ser considerada como parte do se tor de competição. Seria, portanto, tcòricamente, o mono
pólio de direito ou de fato, que denun ciaria a existência da cmprêsa pública. Mas o nosso sistema, como o da ge neralidade dos países, prevê ainda nu merosas divisões c subdivisões pelo de senvolvimento de emprêsas semipúblicas,
de economia mista, de e.xploração priva
da do Estado, que devem conviver cm um regime não necessàriamonte de mo
nopólio.
Dentro do quadro do intervencionis
mo estatal numerosos são os degraus dessa escala — entre a integração com pleta no organismo estatal até a ativida de puramente privada já os tenho men cionado freqüentemente — a saber: a) os órgãos estatais
b) as entidades públicas autárquicas c)
comercio, serviço nacional do aprondizii-
gem industrial c cuim-rcial, Legião bra De sorte rpic, ix>r um processo lógico o necessário dc descentralização ou como
prevêem outros, dc dcsconccnlração, as atividades cjupiadradas no sistema de serviços públicos ou semipáblicos fo ram SC distribuindo por um conjunto dc entidades, cnja estrutura e integração no Estado variam de acordo com o papel que lhe é destinado. É a preocupação de por em ordem as estatal irá diminuindo (pianlo menor fòr
a sua posição dc subordinação ao Estado. É lógico que não mencionamos aqui,
dc uma imlenização pré\ ia pode ser esta afetada pela política legislativa.
\ e do tóda a pi>lilica econômica, que poclorá evoluir através das contingências
de uma orientação dada pelo legislador. ^ Comp.irem-sc os textos constitucionais dc 1937 c tlc 1946: — ali sc estabeleciam
processos de nacionalização e de cstati-
zação rígidos que abrangiam o sistema bancário, os seguros, as minas, as quedas dágua, os serviços públicos etc.; aqui existo mera ,
pennissão, simples faculdade que o legislador poderá ou não utilizar.
mente na França, a preocupação
Mais flexível, mais sensível ás
vez mais a estrutura privada de certos
exigências de momento e às condições regionais, o novo texto foi, sem dúvida, mais sábio, porque só ve dou aquilo que feria a própria estrutura
serviços, embora ligados ao Estado, por
do sistema — o confisco sem indenização.
laços mais ou menos íntimos.
Fora daí — amplo é o sistema de intcirvenção direta ou simplesmente normativo-legislati\'o — não há barreiras a
ção financeira entro o Estado e
eficientemente pelos diversos setores.
controláveis, principalmente no setor da
êssc sistema, que pode evoluir de acor do com as contingências de momento, senão aquelas que dizem com a própria liberdade individual c garantias ineren tes ao direito de propriedade. Mesmo essa barreira pode ser trans
assistência médica e social.
posta pela prévia indenização em di
d)
os serviços concedidos
e)
as emprêsas privadas, mais ou
financeiramente essas entidades que se
menos sob o amparo estatal, ora gozando de favores (isenções, privilégios, etc.), ora de subven ção e de auxílio financeiro, ora sujeitas à disciplina legal.
multiplicam cm função dc exigências in-
Ê também a necessidade do auxiliar
Não é difícil também distinguir a ati vidade pública da privada: — dependerá, antes de tudo, da estrutura jurídica, dos pressupostos legais que serviram de base
»
Nesta encontrar-se-á, portanto, a cha- ]
Deve-se notar também, aqui, como no estrangeiro, notada-
ção, com o objetivo de preservar cada
í
trinas, saUo atpièles que desconhecem a propriedade privada, porcpie só através • "J
maior ou menor autonomia.
o particular
E entre estas últimas se categorizam certas fundações criadas por lei, certas
finido; antes, ela adotou uma forma de transação com Iodos os sistemas c dou-
sões, departamentos gozando de
É a preocupação do por cm ordem as atividades privadas, dentro de um pla nejamento que permita distribuí-las mais
as empresas mistas «de colabora
ganização do Estatlo.
para não complicar o estjucma, os numerosos órgãos, comis
de atribuir a entidades privadas, a execução de certos setores dc interven
:
nheiro .
É preciso bem compreender que a in tervenção do Estado, em todos os ter
renos de atividade privada, não é sem-
/■
Dicesto
48
ção de condições de tempo, do clima, de
Econômico
Indispensável à vida da nação é aque
Dicesto
Econômico
49
entidades dc fins sociais o educacionais
la atividade cuja suspensão, mesmo tem porária, provocaria cm curto prazo, di reta ou indiretamente, a paralisação do vida do país. A empresa privada, mas nacionaliza
ã criação tia cmprêsa, assim como do
vivendo na mais íntima colaboração do Estado, embora som o sou auxilio finan
grau dc integração no aparelho o na or-
ceiro (serviço social da indústria c do
(sem temor de palavra) afirmou e ga
da, é o instrumento do capitalismo de Estado, concorrendo com o capitalismo
sileira de Assistência, etc.)
A técnica adotada pela nossa Consti tuição de 1946 não compromete o Estado em nenhum regime econômico de
rantiu a liberdade
privado, estabelecimento industrial ou
posição geográfica e de contingências humanas as mais diversas.
A nossa Constituição, como as dos paí
ses que pegnanecem no regime capita lista, com tímidas concessões ao sistema
de intervenção de tendência socialista, de iniciativa,
mas
abriu uma larga estrada não só para a intervenção efetiva e direta do Estado
como para restrições legislativas de toda ordem.
A nossa Constituição pressupõe o regi me da livre iniciativa individual, embora
faça uma ampla concessão à valorização do trabalho humano, como reconheci mento expresso de que existe um outro
fator na produção, digno de amparo e de proteção legal, que é o trabalho. Mas logo em seguida abre duas bre
chas profundas no sistema ortodoxo que muitos desejariam, admitindo:
1 — o regime da ampla intervenção do Estado (art. 146 - 1.® parte) 2 — o monopólio de indústrias ou ati vidades econômicas pelo Estado (art. 146 - 2.°- parte). Admite, assim, dois sistemas de ex
ploração, cujos limites cabem só ao le gislador regular. a) a empresa pública, com numero sas modalidades ;
b)
a empresa privada, também sob
um controle estatal mais ou menos cer rado.
Teoricamente, poderíamos distingui-las em suas características rígidas como o fez o Movimento Popular na França, considerando pública a exploração de ca
ráter industrial ou comercial pertencente ao Estado, funcionando sob um regime de monopólio ou semimonopólio de di reito ou de fato, exercendo uma ativida
de indispensável à vida da Nação e re
conhecida como tal pela lei.
comercial, pertencendo total ou parcial mente ao Estado, c que não se revestin
do das características do uma explora ção pública (como acima foi definida) deve ser considerada como parte do se tor de competição. Seria, portanto, tcòricamente, o mono
pólio de direito ou de fato, que denun ciaria a existência da cmprêsa pública. Mas o nosso sistema, como o da ge neralidade dos países, prevê ainda nu merosas divisões c subdivisões pelo de senvolvimento de emprêsas semipúblicas,
de economia mista, de e.xploração priva
da do Estado, que devem conviver cm um regime não necessàriamonte de mo
nopólio.
Dentro do quadro do intervencionis
mo estatal numerosos são os degraus dessa escala — entre a integração com pleta no organismo estatal até a ativida de puramente privada já os tenho men cionado freqüentemente — a saber: a) os órgãos estatais
b) as entidades públicas autárquicas c)
comercio, serviço nacional do aprondizii-
gem industrial c cuim-rcial, Legião bra De sorte rpic, ix>r um processo lógico o necessário dc descentralização ou como
prevêem outros, dc dcsconccnlração, as atividades cjupiadradas no sistema de serviços públicos ou semipáblicos fo ram SC distribuindo por um conjunto dc entidades, cnja estrutura e integração no Estado variam de acordo com o papel que lhe é destinado. É a preocupação de por em ordem as estatal irá diminuindo (pianlo menor fòr
a sua posição dc subordinação ao Estado. É lógico que não mencionamos aqui,
dc uma imlenização pré\ ia pode ser esta afetada pela política legislativa.
\ e do tóda a pi>lilica econômica, que poclorá evoluir através das contingências
de uma orientação dada pelo legislador. ^ Comp.irem-sc os textos constitucionais dc 1937 c tlc 1946: — ali sc estabeleciam
processos de nacionalização e de cstati-
zação rígidos que abrangiam o sistema bancário, os seguros, as minas, as quedas dágua, os serviços públicos etc.; aqui existo mera ,
pennissão, simples faculdade que o legislador poderá ou não utilizar.
mente na França, a preocupação
Mais flexível, mais sensível ás
vez mais a estrutura privada de certos
exigências de momento e às condições regionais, o novo texto foi, sem dúvida, mais sábio, porque só ve dou aquilo que feria a própria estrutura
serviços, embora ligados ao Estado, por
do sistema — o confisco sem indenização.
laços mais ou menos íntimos.
Fora daí — amplo é o sistema de intcirvenção direta ou simplesmente normativo-legislati\'o — não há barreiras a
ção financeira entro o Estado e
eficientemente pelos diversos setores.
controláveis, principalmente no setor da
êssc sistema, que pode evoluir de acor do com as contingências de momento, senão aquelas que dizem com a própria liberdade individual c garantias ineren tes ao direito de propriedade. Mesmo essa barreira pode ser trans
assistência médica e social.
posta pela prévia indenização em di
d)
os serviços concedidos
e)
as emprêsas privadas, mais ou
financeiramente essas entidades que se
menos sob o amparo estatal, ora gozando de favores (isenções, privilégios, etc.), ora de subven ção e de auxílio financeiro, ora sujeitas à disciplina legal.
multiplicam cm função dc exigências in-
Ê também a necessidade do auxiliar
Não é difícil também distinguir a ati vidade pública da privada: — dependerá, antes de tudo, da estrutura jurídica, dos pressupostos legais que serviram de base
»
Nesta encontrar-se-á, portanto, a cha- ]
Deve-se notar também, aqui, como no estrangeiro, notada-
ção, com o objetivo de preservar cada
í
trinas, saUo atpièles que desconhecem a propriedade privada, porcpie só através • "J
maior ou menor autonomia.
o particular
E entre estas últimas se categorizam certas fundações criadas por lei, certas
finido; antes, ela adotou uma forma de transação com Iodos os sistemas c dou-
sões, departamentos gozando de
É a preocupação do por cm ordem as atividades privadas, dentro de um pla nejamento que permita distribuí-las mais
as empresas mistas «de colabora
ganização do Estatlo.
para não complicar o estjucma, os numerosos órgãos, comis
de atribuir a entidades privadas, a execução de certos setores dc interven
:
nheiro .
É preciso bem compreender que a in tervenção do Estado, em todos os ter
renos de atividade privada, não é sem-
Dicesto
pre decorrente de uma política perma nente, mas obedece freqüentemente a
contmgências de momento, principalmen te nos países que não conseguiram orga nizar a sua economia em período da his tória de maior estabilidade política e econômica.
O resultado tem sido a penetração do Estado em setores de atividades priva
Econômico
tituirá sempre obstáculo à execução des sas leis, o que sòmente poderá ser obti do pela diluição do poder normativo através de um conjunto dc normas complementarcs só possíveis cm um regime mais flexível.
O simples poder regulamentar do exe cutivo não basta — c uma atividade su
bordinada e restrita.
É preciso descentralizar o poder nor
das ainda não organizados, realizando investimentos indispensáveis, mas que
mativo c atribuir certa autonomia aos
não encontrariam mercado na iniciativa
órgãos técnicos de execução.
particular.
Queremos, entretanto, nos deter em dois aspectos que merecem o nosso maior interesse — o sistema normativo, que de
ve orientar a política legislativa em to dos os graus, e os órgãos de execução i dessa política.
Em primeiro lugar, como vimos, o Constituinte não quis dar a sua diretiva política; — afirmou princípios clássicos e inerentes ao sistema capitalista mas,
logo em seguida, abriu as portas para 'uma larga política de ajustamento às transformações sociais e econômicas, au torizando uma intervenção do poder es
tatal que poderá correr toda a escala das intervenções, desde a simples disci plina harmonizadora de interesses em choque, até o monopólio, que é a inte gração completa da atividade privada no aparelho do Estado, eliminando a concorrência particular. E no legislativo entregou o supremo poder de ditar a política mais conve
Mas SC a parte substantiva dos pro
autônoma do ser\"iço.
sua essência, a vida nonnal das atmda-
Os próprios termos do artigo 151 da Constituição, onde se estabelecem
as
bases do controle estatal sòbro o serviço,
mostram a profundidade dessa interven ção e a importância singular do preceito - que atinge a própria estrutura o con dições de exercício do serviço concedido. Não se verifica a substituição da ati
dcs individuais, suprimindo muitas vê zcs o regime de IhTC iniciativa, e im plantando o monopólio estatal ou scmiestatal.
Como a interv enção, o poder de polí cia vem se tomando também cada vez
mais penetrante, e a sua ação atinge
maiores profundidades, incide cada vez
cessos de intervenção encontra relativa
do, mas haverá sempre limitações muito
métodos c processos adequados para a
aos luero.s c demais elementos essenciais
Mas o poder dc polícia é antes de tudt) nonnativo. Se transcende do poder regulamentar é gerulmento no terreno da técnica e do exorcicio do poder co ercitivo, pelo uso dos meios de constran-' gimento jurídico, mas, repetimos, cm
grandes às condições de funcionamento,
Se a Constituição traçou os rumos e
às empresas privadas. Mas, nos Estados Unidos, a técnica
deu os meios para uma larga política
dessa intervenção normativa, através de
realização dos seus fins.
legislativa, esta ainda não se definiu en
uma disciplina mais intensa do
função de medidas mais de or
tre nós, por uma adequada orientação
dem nomiativa.
em que se encontre uma justa distribui
funcionamento do serviço, conduz também a conseqüências muito
ção da atividade normativa pelos órgãos
interessantes.
do também caráter administrati
políticos e técnicos.
Um aspecto, por exemplo, dos mais
Essas nonnas, entretanto, ten
É que, sendo tal disciplina dc caráter
administrativo,
ela
vo, devem ser descentralizadas
através dos órgãos incumbidos de
se
interessantes do intervencionismo regu
exerce por meio de orgãos pró
lamentar do Estado, encontra-se no ar tigo 151 da Constituição quando se re
prios, comissões especiais, com podcres
Tiveram a precedência desses estudos
também normativos, embora cm grau
entro nós Castro Nunes e Avelino Leal
secundário e quase judiciais, para resol É uma forma de polícia que se pode estender a serviços privados, mas cuja
— êste também no plano da prática ad ministrativa policial — com a responsa bilidade da execução de leis, cuja complementação e desdobramento se toma ram indispensáveis à sua própria efi
exploração é dominada pelo interesse
cácia .
do público. Não há, porém, nesses casos, senão
Dizia ele muito bem que o Chefe de Polícia "não pode estabelecer multas, firmar penalidades, embaraços ou criar entraves à liberdade, por sua própria
fere aos serviços de utilidade pública, isto é, aos chamados serviços concedidos.
Êsses serviços são de apropriação pri vada mas do interesse público; êles se exercem em benefício coletivo. São ser
viços originàriamente estatais, mas que
Por essas contingências, os serviços da
Ainda mais, a concentração do poder normativo no Congresso, o monopólio da atividade legislativa sem reservas, cons
indivíduos e da coletividade, enquanto que a chamada intervenção, embora dis ciplinadora muitas vêzcs, pressupõe uma limitação mais profunda que atinge, em
solução no texto Constitucional, defi cientes SC nos afiguram, entretanto, os
merosas normas disciplinadoras de ativi
cessária autoridade.
É um exemplo nuiilo típico, dc uma intensa e profunda intervenção normati va, sem atingir, entretanto, essa interven ção, o funcionamento e a administração
mais cm setores novos.
Mas a lei não basta, bem sabemos. Há leis nacionalizadoras, temos nu
dades privadas, mas inócuas por falta de órgãos de execução revestidos da ne
51
vidade privada pela iniciativa do Esta
se executam por delegação, transferin do-se, por isso, ao particular, todos os ônus que acarretam a prevalência e o privado do interesse público.
niente.
Dicesto Econôm ico
utilidade pública hão de estar submeti dos a uma disciplina normativa mais in
tensa e a um controle maior dos órgãos estatais, preservada, entretanto, a intei ra autonomia técnica e administrativa do seu funcionamento.
ver dúvidas c controvérsias pròpriamentc de execução.
uma intervenção legislativa, executada muitas vezes por órgãos prçprios, mas
sua execução.
que não atinge a autonomia da empresa
autoridade; mas pode regular sob o pon
em sua estrutura jurídica e financeira.
to de vista administrativo; desdobrar a
É preciso, portanto, não confundir in tervenção com o poder de polícia. Êste será a ação nonnal do Estado
como função disciplinadora dos interês.SC8 individuais em benefício dos próprios
lei, explicando-a, aclarando-lhe o círculo de ação potencial, ou, o que é o mes mo, dizer o que nela se contém implici tamente".
Primorosa definição do poder regula-
Dicesto
pre decorrente de uma política perma nente, mas obedece freqüentemente a
contmgências de momento, principalmen te nos países que não conseguiram orga nizar a sua economia em período da his tória de maior estabilidade política e econômica.
O resultado tem sido a penetração do Estado em setores de atividades priva
Econômico
tituirá sempre obstáculo à execução des sas leis, o que sòmente poderá ser obti do pela diluição do poder normativo através de um conjunto dc normas complementarcs só possíveis cm um regime mais flexível.
O simples poder regulamentar do exe cutivo não basta — c uma atividade su
bordinada e restrita.
É preciso descentralizar o poder nor
das ainda não organizados, realizando investimentos indispensáveis, mas que
mativo c atribuir certa autonomia aos
não encontrariam mercado na iniciativa
órgãos técnicos de execução.
particular.
Queremos, entretanto, nos deter em dois aspectos que merecem o nosso maior interesse — o sistema normativo, que de
ve orientar a política legislativa em to dos os graus, e os órgãos de execução i dessa política.
Em primeiro lugar, como vimos, o Constituinte não quis dar a sua diretiva política; — afirmou princípios clássicos e inerentes ao sistema capitalista mas,
logo em seguida, abriu as portas para 'uma larga política de ajustamento às transformações sociais e econômicas, au torizando uma intervenção do poder es
tatal que poderá correr toda a escala das intervenções, desde a simples disci plina harmonizadora de interesses em choque, até o monopólio, que é a inte gração completa da atividade privada no aparelho do Estado, eliminando a concorrência particular. E no legislativo entregou o supremo poder de ditar a política mais conve
Mas SC a parte substantiva dos pro
autônoma do ser\"iço.
sua essência, a vida nonnal das atmda-
Os próprios termos do artigo 151 da Constituição, onde se estabelecem
as
bases do controle estatal sòbro o serviço,
mostram a profundidade dessa interven ção e a importância singular do preceito - que atinge a própria estrutura o con dições de exercício do serviço concedido. Não se verifica a substituição da ati
dcs individuais, suprimindo muitas vê zcs o regime de IhTC iniciativa, e im plantando o monopólio estatal ou scmiestatal.
Como a interv enção, o poder de polí cia vem se tomando também cada vez
mais penetrante, e a sua ação atinge
maiores profundidades, incide cada vez
cessos de intervenção encontra relativa
do, mas haverá sempre limitações muito
métodos c processos adequados para a
aos luero.s c demais elementos essenciais
Mas o poder dc polícia é antes de tudt) nonnativo. Se transcende do poder regulamentar é gerulmento no terreno da técnica e do exorcicio do poder co ercitivo, pelo uso dos meios de constran-' gimento jurídico, mas, repetimos, cm
grandes às condições de funcionamento,
Se a Constituição traçou os rumos e
às empresas privadas. Mas, nos Estados Unidos, a técnica
deu os meios para uma larga política
dessa intervenção normativa, através de
realização dos seus fins.
legislativa, esta ainda não se definiu en
uma disciplina mais intensa do
função de medidas mais de or
tre nós, por uma adequada orientação
dem nomiativa.
em que se encontre uma justa distribui
funcionamento do serviço, conduz também a conseqüências muito
ção da atividade normativa pelos órgãos
interessantes.
do também caráter administrati
políticos e técnicos.
Um aspecto, por exemplo, dos mais
Essas nonnas, entretanto, ten
É que, sendo tal disciplina dc caráter
administrativo,
ela
vo, devem ser descentralizadas
através dos órgãos incumbidos de
se
interessantes do intervencionismo regu
exerce por meio de orgãos pró
lamentar do Estado, encontra-se no ar tigo 151 da Constituição quando se re
prios, comissões especiais, com podcres
Tiveram a precedência desses estudos
também normativos, embora cm grau
entro nós Castro Nunes e Avelino Leal
secundário e quase judiciais, para resol É uma forma de polícia que se pode estender a serviços privados, mas cuja
— êste também no plano da prática ad ministrativa policial — com a responsa bilidade da execução de leis, cuja complementação e desdobramento se toma ram indispensáveis à sua própria efi
exploração é dominada pelo interesse
cácia .
do público. Não há, porém, nesses casos, senão
Dizia ele muito bem que o Chefe de Polícia "não pode estabelecer multas, firmar penalidades, embaraços ou criar entraves à liberdade, por sua própria
fere aos serviços de utilidade pública, isto é, aos chamados serviços concedidos.
Êsses serviços são de apropriação pri vada mas do interesse público; êles se exercem em benefício coletivo. São ser
viços originàriamente estatais, mas que
Por essas contingências, os serviços da
Ainda mais, a concentração do poder normativo no Congresso, o monopólio da atividade legislativa sem reservas, cons
indivíduos e da coletividade, enquanto que a chamada intervenção, embora dis ciplinadora muitas vêzcs, pressupõe uma limitação mais profunda que atinge, em
solução no texto Constitucional, defi cientes SC nos afiguram, entretanto, os
merosas normas disciplinadoras de ativi
cessária autoridade.
É um exemplo nuiilo típico, dc uma intensa e profunda intervenção normati va, sem atingir, entretanto, essa interven ção, o funcionamento e a administração
mais cm setores novos.
Mas a lei não basta, bem sabemos. Há leis nacionalizadoras, temos nu
dades privadas, mas inócuas por falta de órgãos de execução revestidos da ne
51
vidade privada pela iniciativa do Esta
se executam por delegação, transferin do-se, por isso, ao particular, todos os ônus que acarretam a prevalência e o privado do interesse público.
niente.
Dicesto Econôm ico
utilidade pública hão de estar submeti dos a uma disciplina normativa mais in
tensa e a um controle maior dos órgãos estatais, preservada, entretanto, a intei ra autonomia técnica e administrativa do seu funcionamento.
ver dúvidas c controvérsias pròpriamentc de execução.
uma intervenção legislativa, executada muitas vezes por órgãos prçprios, mas
sua execução.
que não atinge a autonomia da empresa
autoridade; mas pode regular sob o pon
em sua estrutura jurídica e financeira.
to de vista administrativo; desdobrar a
É preciso, portanto, não confundir in tervenção com o poder de polícia. Êste será a ação nonnal do Estado
como função disciplinadora dos interês.SC8 individuais em benefício dos próprios
lei, explicando-a, aclarando-lhe o círculo de ação potencial, ou, o que é o mes mo, dizer o que nela se contém implici tamente".
Primorosa definição do poder regula-
.4,1,
52
Dicesto
mentar: dizer explicitamente o que está implícito na lei regulada, respeitar o pensamento e a ratio legis, mas desdo-
comissões
reguladoras
Econóaoco
independentes,
brando-a nos diversos graus e de acordo
gado pelo Congresso. Premissa vicnor — É essencial que al guns poderes sejam delegados a autori
que cada uma dessas autoridades se ex
dades administrativas c comissões inde
ceda, não só nos limites próprios de sua
pendentes.
posição hierárquica, mas também na es-
Conclusão — Logo, os poderes assim delegados não serão legislativos.
na medida dos poderes discricionários.
Não há como evitar-se na prática ad ministrativa o exercício de poderes dele
gados porque as normas, como ação dos órgãos de execução, dependem menos do
sis^ma geral do que dos casos concretos. E a realidade dos nossos dias.
nentemente política, mais do que formal,
pólio do poder normativo.
As diretrizes, a orientação política, as medidas disciplinadoras ou mesmo restri tivas da liberdade individual podem e devem ser da competência exclusiva das câmaras legislativas, mas o poder nor mativo em diferentes graus, dentro da quela hierarquia de normas de que nos falam Kelsen e Carré de Malbey, deve se diluir em graus diferentes, pelos ór gãos incumbidos de executá-las.
Os autores americanos que se têm apurado no estudo de tão relevante pro blema esbarraram naturalmente com ou tro, não menos difícil, de técnica cons
titucional, e que consiste na transferên
cia a um poder (no caso do executivo) de poder ou rnmpntôncia privativa do
outro (no caso do legislativo). Para contornar essa dificuldade, o pro fessor Cushman, em seu livro sobre as
A verdade c que, pela própria dele gação, o poder legislativo se exerce, des
de que expressa, a delegação e definidos os seus limites.
A competência -para clalmrar normas menores, por delegação legislati\a, não será, assim, unia função legislativa, mas uma função subordinada e limitada pelo
órgão que tem a totalidade do poder le gislativo — porque esta legislação não
bém o poder de delegar, êle terá exerci do o poder legislativo ao fixar os limi tes e condições dessa delegação. É que a função legislativa, sendo emi ter-se-a realizado plenamente ao fixar o
da política legislativa, mas não o mono
sistema.
tarão na própria delegação, para se tor narem administrativos 011 quase legisla tivos, porque se o Congresso tiver, ao lado da sua competência legislativa, tam
o Congresso deve exercer o monopólio
órgãos coletivos para realizarem essa ta
incompreensão do seu senüdo político do que mesmo pela >ignificação prática do
derão o caráter legislativo, que se esgo
Por isso é que sempre dissemos que
rem da ineficácia técnica de grandes
estarão subvertidos.
sica da separação dos poderes de Montesquieu, tão malsinada hoje. mais pel.\
E acrescentamos; — êsscs poderes per
será então contingente mas delegada.
O que é inclclcgávcl é a competência para determinar o contendo e os limites
da lei, fixar-lhe as dirctrizcs-basos, in
transponíveis para quem exerce a função delegada.
poder político, as diretrizes gerais dessa
Observa Harvcy Walker em um inte ressante trabalho sobre o processo legis
política, transferindo aos órgãos adequa dos a tarefa de ordem técnica, mais téc
lativo que a função política mais impor
nica do que política, que é a da natu reza mais propriamente normativa.
Não será demasiado acrescentar que, nesses têrmos, não haveria mesmo dele gação no sentido de transferência de
Outro problenin importante, nc.ssü terreno, é o pioccs.Sü, a técnica cie elabo ração da norma legal, principalmente
criação clc assessores técnicos pa
anos |ierantc a Comissão do Itamarati,
que elaborou o anteprojeto da Consti tuição de 1934.
Trala-so apenas de permitir a entida des científicas ou culturais maiores ela
borarem projetos de lei, principalment® de natureza técnica, para exame e apre ciação do Congrcs.so. Institutos, sociedades científicas, cul turais, corporações representativas de
tódas as categorias, classes e atividades sociais, podem trazer uma colaboração
la documentação, pela infonnação, pela nssisléncia Iccnicn.
É de singular importância esta proxi-
tlêncíii, dada a complexidade dos assun
paru evitar a deformação legislativa dos assuntos técnicos e especializados, terre
tos e a sua variedade.
no próprio para o exercício eficaz da
nizações têm procurado realizar essa ta
função delegada.
refa, principalmente a Biblioteca do
Três soluções se me afiguram aconse
lháveis para evitar os males que decor
Á.,ÊL..
2)
ra auxiliarem o poder legislativo. 3) delegação. A primeira já suscitara eu há muitos
ambiente apolítico muito favorável à perfeição de certos diplomas legais. E nesse quadro de instituições, papel relevante pode ficar reservado às Uni versidades e Faculdades Superiores. A outra medida consiste no aparelbamento técnico dos órgãos legislativos pe
ção das fronteiras entre os poderes e a determinação da zona comum em que se confunclem os poderes.
rogativas de cada poder: — quando n totalidade dos poderes de um departa mento é exercida por outro que tem em suas mãos a totalidade de outro poder.
ele.)
poder normativo na esfera administra E tem razão, porque aqui tcr-se-ão de
ta: (n.° 47} para salvaguardar as prer
eonhec-idas como tècnieamontc capazes (exemplo: organismos unixcrsitários, es colas, institutos, associações técnicas,
eficaz o insubstituível, dentro da compe
resolver problemas técnicos entro os quais o maior, sem dúvida, é a demarca
ceito de Marcos Macliscn iío Ecdumlís-
ampliação da iniciativa de pro
tência técnica e especializada c em um
competência, senão a complementação,
E seria o caso de procurar o conteúdo e a significação política e filosófica des sa função legislativa. O importante é não esquecer o con
1)
posições a serem examinadas pelo Con gresso. por entidades credenciadas e re-
tivo está na construção da doutrina do
por outros órgãos, da função normativa,
lativa.
refa, a saber:
tante no terreno cio direito administra
tiva.
nos termos e limites fixados pelo poder que tem o monopólio da função legis
53
OS princípios de uma con.stituição li\Te É, cm suma, a mesma doutrina clás
Premissa maior — O poder legislativo
com a hierarquia das autoridades incum bidas de sua execução.
coUía dos meios e das providências de ordem técnica impostas em cada caso. E o problema se impõe não só na es fera normativa, regulamentar, mas ainda
r
formulou o seguinte silogismo : não pode ser constítucionalmcntc dele
A dificuldade, porém, está em evitar
■WHIlliil I.
mm
Dicesto EcoNÓAnco
Nos Estados Unidos numerosas orga Congresso em Washington e as de ou tros Estados, mas é indubitável a neces-
.4,1,
52
Dicesto
mentar: dizer explicitamente o que está implícito na lei regulada, respeitar o pensamento e a ratio legis, mas desdo-
comissões
reguladoras
Econóaoco
independentes,
brando-a nos diversos graus e de acordo
gado pelo Congresso. Premissa vicnor — É essencial que al guns poderes sejam delegados a autori
que cada uma dessas autoridades se ex
dades administrativas c comissões inde
ceda, não só nos limites próprios de sua
pendentes.
posição hierárquica, mas também na es-
Conclusão — Logo, os poderes assim delegados não serão legislativos.
na medida dos poderes discricionários.
Não há como evitar-se na prática ad ministrativa o exercício de poderes dele
gados porque as normas, como ação dos órgãos de execução, dependem menos do
sis^ma geral do que dos casos concretos. E a realidade dos nossos dias.
nentemente política, mais do que formal,
pólio do poder normativo.
As diretrizes, a orientação política, as medidas disciplinadoras ou mesmo restri tivas da liberdade individual podem e devem ser da competência exclusiva das câmaras legislativas, mas o poder nor mativo em diferentes graus, dentro da quela hierarquia de normas de que nos falam Kelsen e Carré de Malbey, deve se diluir em graus diferentes, pelos ór gãos incumbidos de executá-las.
Os autores americanos que se têm apurado no estudo de tão relevante pro blema esbarraram naturalmente com ou tro, não menos difícil, de técnica cons
titucional, e que consiste na transferên
cia a um poder (no caso do executivo) de poder ou rnmpntôncia privativa do
outro (no caso do legislativo). Para contornar essa dificuldade, o pro fessor Cushman, em seu livro sobre as
A verdade c que, pela própria dele gação, o poder legislativo se exerce, des
de que expressa, a delegação e definidos os seus limites.
A competência -para clalmrar normas menores, por delegação legislati\a, não será, assim, unia função legislativa, mas uma função subordinada e limitada pelo
órgão que tem a totalidade do poder le gislativo — porque esta legislação não
bém o poder de delegar, êle terá exerci do o poder legislativo ao fixar os limi tes e condições dessa delegação. É que a função legislativa, sendo emi ter-se-a realizado plenamente ao fixar o
da política legislativa, mas não o mono
sistema.
tarão na própria delegação, para se tor narem administrativos 011 quase legisla tivos, porque se o Congresso tiver, ao lado da sua competência legislativa, tam
o Congresso deve exercer o monopólio
órgãos coletivos para realizarem essa ta
incompreensão do seu senüdo político do que mesmo pela >ignificação prática do
derão o caráter legislativo, que se esgo
Por isso é que sempre dissemos que
rem da ineficácia técnica de grandes
estarão subvertidos.
sica da separação dos poderes de Montesquieu, tão malsinada hoje. mais pel.\
E acrescentamos; — êsscs poderes per
será então contingente mas delegada.
O que é inclclcgávcl é a competência para determinar o contendo e os limites
da lei, fixar-lhe as dirctrizcs-basos, in
transponíveis para quem exerce a função delegada.
poder político, as diretrizes gerais dessa
Observa Harvcy Walker em um inte ressante trabalho sobre o processo legis
política, transferindo aos órgãos adequa dos a tarefa de ordem técnica, mais téc
lativo que a função política mais impor
nica do que política, que é a da natu reza mais propriamente normativa.
Não será demasiado acrescentar que, nesses têrmos, não haveria mesmo dele gação no sentido de transferência de
Outro problenin importante, nc.ssü terreno, é o pioccs.Sü, a técnica cie elabo ração da norma legal, principalmente
criação clc assessores técnicos pa
anos |ierantc a Comissão do Itamarati,
que elaborou o anteprojeto da Consti tuição de 1934.
Trala-so apenas de permitir a entida des científicas ou culturais maiores ela
borarem projetos de lei, principalment® de natureza técnica, para exame e apre ciação do Congrcs.so. Institutos, sociedades científicas, cul turais, corporações representativas de
tódas as categorias, classes e atividades sociais, podem trazer uma colaboração
la documentação, pela infonnação, pela nssisléncia Iccnicn.
É de singular importância esta proxi-
tlêncíii, dada a complexidade dos assun
paru evitar a deformação legislativa dos assuntos técnicos e especializados, terre
tos e a sua variedade.
no próprio para o exercício eficaz da
nizações têm procurado realizar essa ta
função delegada.
refa, principalmente a Biblioteca do
Três soluções se me afiguram aconse
lháveis para evitar os males que decor
Á.,ÊL..
2)
ra auxiliarem o poder legislativo. 3) delegação. A primeira já suscitara eu há muitos
ambiente apolítico muito favorável à perfeição de certos diplomas legais. E nesse quadro de instituições, papel relevante pode ficar reservado às Uni versidades e Faculdades Superiores. A outra medida consiste no aparelbamento técnico dos órgãos legislativos pe
ção das fronteiras entre os poderes e a determinação da zona comum em que se confunclem os poderes.
rogativas de cada poder: — quando n totalidade dos poderes de um departa mento é exercida por outro que tem em suas mãos a totalidade de outro poder.
ele.)
poder normativo na esfera administra E tem razão, porque aqui tcr-se-ão de
ta: (n.° 47} para salvaguardar as prer
eonhec-idas como tècnieamontc capazes (exemplo: organismos unixcrsitários, es colas, institutos, associações técnicas,
eficaz o insubstituível, dentro da compe
resolver problemas técnicos entro os quais o maior, sem dúvida, é a demarca
ceito de Marcos Macliscn iío Ecdumlís-
ampliação da iniciativa de pro
tência técnica e especializada c em um
competência, senão a complementação,
E seria o caso de procurar o conteúdo e a significação política e filosófica des sa função legislativa. O importante é não esquecer o con
1)
posições a serem examinadas pelo Con gresso. por entidades credenciadas e re-
tivo está na construção da doutrina do
por outros órgãos, da função normativa,
lativa.
refa, a saber:
tante no terreno cio direito administra
tiva.
nos termos e limites fixados pelo poder que tem o monopólio da função legis
53
OS princípios de uma con.stituição li\Te É, cm suma, a mesma doutrina clás
Premissa maior — O poder legislativo
com a hierarquia das autoridades incum bidas de sua execução.
coUía dos meios e das providências de ordem técnica impostas em cada caso. E o problema se impõe não só na es fera normativa, regulamentar, mas ainda
r
formulou o seguinte silogismo : não pode ser constítucionalmcntc dele
A dificuldade, porém, está em evitar
■WHIlliil I.
mm
Dicesto EcoNÓAnco
Nos Estados Unidos numerosas orga Congresso em Washington e as de ou tros Estados, mas é indubitável a neces-
Digesto Econômico
54
Dicesto Econômico
sidade de um serviço mais completo e não restrito à informação bibliográfica.
A última providência, esta mais am
pla e profunda, porque de estrutura, é a delegação legislativa, a que já nos re ferimos e que compreende um conjunto de problemas constitucionais e de técni ca legislativa. O mesmo fenômeno verificado em re
lação às atividades administrativas do Estado — congestionamento pela hiper trofia da sua inteivenção — também se
encontra na atividade legislativa.
Esta
agravada pela dificuldade de movimen tação e funcionamento de um órgão co letivo, de ação retardada por contingên cias políticas inerentes à sua própria existência.
Como os órgãos administrativos foram descentralizados, em benefício da boa técnica e eficiência dos serviços, também
á função normativa não poderá escapar a essa imposição dos fatos, pela infla ção natural e inevitável da matéria le gislativa.
O problema está aqui em resguardar a liberdade, proteger os direitos indivi duais, tarefa esta indelegável e absoluta, porque política e inerente ao poder le gislativo. Somos nesses terrenos defensores mui
to convictos da necessidade das legisla ções delegadas. Não há nessa atitude, que é também a dos mais eminentes constitucionalistas americanos, nenliuma
tendência
fortalecer em e.xcesso o poder adminis
despotismo, neniiuma burocracia totali tária porá em riscos as instituições de mocráticas.
Para isto seria de atender talvez à su
gestão de Harold Lasky no sentido de criar, no próprio Congresso, uma Comis são permanente para fiscalizar a execu ção das funções delegadas e o uso que delas possam fazer os órgãos a que se acham afetas essas funções.
O essencial, acrescenta, é que saiba o Parlamento como é utilizado o exercício
da delegação e possa coibir os excessos. A confecção da lista de venenos, mo
dificações- nas tarifas dos táxis de Lon
dres, não constituem, como bem obser va Lasky, ameaça aos direitos e liberda des individuais, c não devem tomar o tempo do Parlamento.
São apenas exemplos bem nítidos do que pode significar, na prática, o uso da delegação. Faz poucos dias, em aula inaugural da
ao funcionamento do próprio sistema
55
A carta de 1937 era tècnicamentc mais
Mas uma análise tuclíciilosa de suas
perfeita neste ponto ao declarar, em seu artigo 18, que, "independentemente de
atividades, inclusive orçunu-ntárias, dei-
autorização, podem o.s Estados legislar,
JUi ao legislativo um saldo fii\orá\cl, con siderando-se a complexidade! da má
no caso dc haver lei federal sôbrc a materia, para suprir-lhe as deficiências ou
quina.
atender às peculiaridades locais, desde que não dispensem ou discriminem as exigências da lei federal, ou, cm não ha
constitucional.
O lema sugere ainda outros aspectos de interesse, mesmo dentro do nosso sis tema eonslitncional.
-Rcfiro-inc ao artigo 6." da Constitui
vendo lei federal, até que esta o regule, sobre os seguintes assunto.s". .. (que
ção Federal que admite a legislação su pletiva ou complementar dos Estados,
enumerava em seguida).
mesmo sobre matéria eompreenclicla na
(lucstõcs, o que não acontece com o texto atual, permitindo numerosas dúvidas.
competência da União fixada em seu ar tigo 5.°.
É um caso típico cm que a legislação
Resolvia êste x^recoito a maioria das
Assim, a mais difícil e complexa é a
de saber o que sobra ao legislador com
SC desdobra atraxés de diversos diplo mas, dentro dc nmu hierarquia, já agora
plementar, o que fica cm branco, na e.xX^ressao de Pontes dc Miranda, ao poder
tle podcrcs dc jurisdição diferentes, c
subordinado.
mantida uma escala dc subordinação
Ê a mesma dificuldade que surge no .sistema dc delegação legislativa ou po der regulamentar e sempre que existe uma hierarquia nas normas a cargo de
bem nítida.
lução pela ação de Comissões próprias
Ê que lodo poder supletivo ou com plementar SC exerce na dependência do poder mais geral, a quem cabe a prima zia na fixação das normas básicas e fun
no exercício da função delegada, e cita
damentais.
mos como exemplo de empecilhos de correntes do sistema rígido em que vive mos, a confecção da lista de artigos de importação dependentes de norma legal,
O exercício, portanto, da ação supleti va, não é própria senão x^orque de ini ciativa de poder independente, mas con serva a subordinação, no tempo, pelo da
rias o que está implícito na legislação
que devem percorrer todos os tramites
íei federal e, no espaço, pelo seu pró prio conteúdo, que há de ser por esta
maior.
Universidade do Brasil, mostrávamos co
mo os problemas técnicos encontram so
complicados da elaboração legislativa.
Nada menos lógico do que tal mono pólio legislativo, que vem tirar ao Con
trativo, nem o intuito de retirar das Câ
gresso a oportunidade de construir a nossa política econômica, educacional,
também fixado.
A delegação para o Estado completar
mais de um poder ou autoridade, hieràrquicamcntc subordinados.
A primeira restrição está no próprio conteúdo da norma. O que está expres so não pode ser alterado, nem será pos sível revogar por outras nomias contrá
Qualquer conflito dá prevalência à norma principal. Mas o que não está ex presso nem implícito, afastada estará
é competência constitucional expressa, e
qualquer possibilidade de atrito, e ir restrita será então a competência suple tiva e complementar.
o texto federal é obrigatória, por isso que
maras a sua função política e específica,
sanitária, a braços com um exaustivo tra
há de ser exercida todas as vezes que o
mas apenas a imposição de exigências
balho de natureza regulamentar, em de
legislativo estadual achar de conveniên
técnicas que vêm permitir atender à in
trimento de suas altas funções políticas.
cia exercê-la.
tudo quanto não se achar expresso no
flação legislativa, assim como aprimorar
Com isto também é apontado o Con gresso à execração pública, como modelo de ineficiência, incapaz até de completar o quadro legislativo com normas complementares à Constituição, indispensáveis
Não é fácil saber quais os limites do poder federal e do x>oclcr estadual em face do artigo 6.
texto da lei federal, nem decorrer im
a técnica legal.
Reservado o monopólio político do Parlamento, que com isto também fixará
os limites da função delegada, nenhum
Poderá a União exaurir a matéria ou
deverá restringir-se ao plano federal ou às suas linhas mestras ?
Fica assim em branco para os Estados
plicitamente do que ali se acha expresso, para usar da terminologia precisa do ar tigo 18 da Constituição Federal ao fixar' a competência legislativa dos Estados em face da própria Constituição.
Digesto Econômico
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Dicesto Econômico
sidade de um serviço mais completo e não restrito à informação bibliográfica.
A última providência, esta mais am
pla e profunda, porque de estrutura, é a delegação legislativa, a que já nos re ferimos e que compreende um conjunto de problemas constitucionais e de técni ca legislativa. O mesmo fenômeno verificado em re
lação às atividades administrativas do Estado — congestionamento pela hiper trofia da sua inteivenção — também se
encontra na atividade legislativa.
Esta
agravada pela dificuldade de movimen tação e funcionamento de um órgão co letivo, de ação retardada por contingên cias políticas inerentes à sua própria existência.
Como os órgãos administrativos foram descentralizados, em benefício da boa técnica e eficiência dos serviços, também
á função normativa não poderá escapar a essa imposição dos fatos, pela infla ção natural e inevitável da matéria le gislativa.
O problema está aqui em resguardar a liberdade, proteger os direitos indivi duais, tarefa esta indelegável e absoluta, porque política e inerente ao poder le gislativo. Somos nesses terrenos defensores mui
to convictos da necessidade das legisla ções delegadas. Não há nessa atitude, que é também a dos mais eminentes constitucionalistas americanos, nenliuma
tendência
fortalecer em e.xcesso o poder adminis
despotismo, neniiuma burocracia totali tária porá em riscos as instituições de mocráticas.
Para isto seria de atender talvez à su
gestão de Harold Lasky no sentido de criar, no próprio Congresso, uma Comis são permanente para fiscalizar a execu ção das funções delegadas e o uso que delas possam fazer os órgãos a que se acham afetas essas funções.
O essencial, acrescenta, é que saiba o Parlamento como é utilizado o exercício
da delegação e possa coibir os excessos. A confecção da lista de venenos, mo
dificações- nas tarifas dos táxis de Lon
dres, não constituem, como bem obser va Lasky, ameaça aos direitos e liberda des individuais, c não devem tomar o tempo do Parlamento.
São apenas exemplos bem nítidos do que pode significar, na prática, o uso da delegação. Faz poucos dias, em aula inaugural da
ao funcionamento do próprio sistema
55
A carta de 1937 era tècnicamentc mais
Mas uma análise tuclíciilosa de suas
perfeita neste ponto ao declarar, em seu artigo 18, que, "independentemente de
atividades, inclusive orçunu-ntárias, dei-
autorização, podem o.s Estados legislar,
JUi ao legislativo um saldo fii\orá\cl, con siderando-se a complexidade! da má
no caso dc haver lei federal sôbrc a materia, para suprir-lhe as deficiências ou
quina.
atender às peculiaridades locais, desde que não dispensem ou discriminem as exigências da lei federal, ou, cm não ha
constitucional.
O lema sugere ainda outros aspectos de interesse, mesmo dentro do nosso sis tema eonslitncional.
-Rcfiro-inc ao artigo 6." da Constitui
vendo lei federal, até que esta o regule, sobre os seguintes assunto.s". .. (que
ção Federal que admite a legislação su pletiva ou complementar dos Estados,
enumerava em seguida).
mesmo sobre matéria eompreenclicla na
(lucstõcs, o que não acontece com o texto atual, permitindo numerosas dúvidas.
competência da União fixada em seu ar tigo 5.°.
É um caso típico cm que a legislação
Resolvia êste x^recoito a maioria das
Assim, a mais difícil e complexa é a
de saber o que sobra ao legislador com
SC desdobra atraxés de diversos diplo mas, dentro dc nmu hierarquia, já agora
plementar, o que fica cm branco, na e.xX^ressao de Pontes dc Miranda, ao poder
tle podcrcs dc jurisdição diferentes, c
subordinado.
mantida uma escala dc subordinação
Ê a mesma dificuldade que surge no .sistema dc delegação legislativa ou po der regulamentar e sempre que existe uma hierarquia nas normas a cargo de
bem nítida.
lução pela ação de Comissões próprias
Ê que lodo poder supletivo ou com plementar SC exerce na dependência do poder mais geral, a quem cabe a prima zia na fixação das normas básicas e fun
no exercício da função delegada, e cita
damentais.
mos como exemplo de empecilhos de correntes do sistema rígido em que vive mos, a confecção da lista de artigos de importação dependentes de norma legal,
O exercício, portanto, da ação supleti va, não é própria senão x^orque de ini ciativa de poder independente, mas con serva a subordinação, no tempo, pelo da
rias o que está implícito na legislação
que devem percorrer todos os tramites
íei federal e, no espaço, pelo seu pró prio conteúdo, que há de ser por esta
maior.
Universidade do Brasil, mostrávamos co
mo os problemas técnicos encontram so
complicados da elaboração legislativa.
Nada menos lógico do que tal mono pólio legislativo, que vem tirar ao Con
trativo, nem o intuito de retirar das Câ
gresso a oportunidade de construir a nossa política econômica, educacional,
também fixado.
A delegação para o Estado completar
mais de um poder ou autoridade, hieràrquicamcntc subordinados.
A primeira restrição está no próprio conteúdo da norma. O que está expres so não pode ser alterado, nem será pos sível revogar por outras nomias contrá
Qualquer conflito dá prevalência à norma principal. Mas o que não está ex presso nem implícito, afastada estará
é competência constitucional expressa, e
qualquer possibilidade de atrito, e ir restrita será então a competência suple tiva e complementar.
o texto federal é obrigatória, por isso que
maras a sua função política e específica,
sanitária, a braços com um exaustivo tra
há de ser exercida todas as vezes que o
mas apenas a imposição de exigências
balho de natureza regulamentar, em de
legislativo estadual achar de conveniên
técnicas que vêm permitir atender à in
trimento de suas altas funções políticas.
cia exercê-la.
tudo quanto não se achar expresso no
flação legislativa, assim como aprimorar
Com isto também é apontado o Con gresso à execração pública, como modelo de ineficiência, incapaz até de completar o quadro legislativo com normas complementares à Constituição, indispensáveis
Não é fácil saber quais os limites do poder federal e do x>oclcr estadual em face do artigo 6.
texto da lei federal, nem decorrer im
a técnica legal.
Reservado o monopólio político do Parlamento, que com isto também fixará
os limites da função delegada, nenhum
Poderá a União exaurir a matéria ou
deverá restringir-se ao plano federal ou às suas linhas mestras ?
Fica assim em branco para os Estados
plicitamente do que ali se acha expresso, para usar da terminologia precisa do ar tigo 18 da Constituição Federal ao fixar' a competência legislativa dos Estados em face da própria Constituição.
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Dicesto Econômico
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E, em conseqüência, falece aos Esta dos o poder dc legislar sobre a matéria, em que a sua competência é supletiva, quando não haja lei federal a respeito. Será a legislação supletiva, então, me ro acessório da principal e ligada aos
seus preceitos numa relação de causa a
tiva dos Estados ainda estão sujeitas a exame, etc.
A culpa, a nosso \'cr, não ó do Con gresso, que não pode trabalhar sem ma duro exame, mas do sistema pouco fle xível da Constituição, que não pcrjiiite solução à inflação legislativa conseqüen
efeito.
te à complexidade dos problemas do in
O contrário ocorre com a legislação concorrente, quando mais livre c a ini
tervenção estatal.
ciativa do poder estadual, cuja compe
cação do processo legislativo, na melho ria do aparelhamcnto técnico dos legis ladores, na legislação delegada, feitas as
tência só se reduz quando atrita com a legislação federal, sempre preponderante.
Os mesmos princípios têm toda apli cação à legislação delegada. Esta não pode exceder os limites da
delegação.
Não somente o que estiver em branco
- no texto legislativo, mas também o que ^ a este não contrariar, poderá ser exerci do pelo poder delegado. Pois bem, estamos diante de fato con creto, depois de termos procurado fixar os limites dessa função delegada. Será materialmente possível ao Con gresso exercer totalmente o poder nor
mativo, provendo a todo o sistema legis. lativo federal consagrado na Consti tuição ?
Estará o Congresso tècnicamente apa relhado para esgotar a atividade norma
tiva nos setores político, jurídico, econô mico e social previstos na Constituição ? Teria a técnica legislativa progredido
ao ponto de atender a todas as obriga ções impostas pela Constituição, de ma neira a exaurir o Congresso a função normativa ?
O artigo 151 da Constituição não foi
ainda regulamentado, o sistema de pro
A solução estará, talvez, na simplifi
necessárias restrições e reservas quanto
ao seu processo, para evitar que o Con gresso abdique da sua função legislativa própria.
Não é juEto que se mantenhii o di vórcio entro a função normativa comple
mentar e os órgãos de execução. É pre ciso que estes também estabeleçam as
suas normas, que não se podem reduzir a mera função regulamentar, privativa do poder executivo. Quem e.xecuta, principalmente nos se
tores técnicos, precisa também fixar as normas de execução, limitadas apenas
pela política legislativa própria do Con gresso.
Devemos caminhar de olhos abertos
dentro da nossa realidade que é o desaparelhamento dos órgãos de execução e a falta de recursos eficazes para exercer a criação administrativa sob o controle
dos órgãos jurisdicionais, cuja simplifica ção e eficácia também se impõem.
Seria fácil citar exemplos. Profiro en tretanto, ficar na doutrina, pedindo a vossa atenção para que examineis em
plano alto e arejado os vossos proble
teção contra o abuso do poder econômi
mas, em um amplo debate que só pode
co não mereceu ainda solução, as bases
rá ser útil às instituições democráticas.
e diretrizes da educação nacional ainda
Mais uma vez, agradeço a honra que me foi concedida ocupando uma cáte dra tão nobre de tradições e de serviços
não foram traçadas, numerosas matérias
relacionadas no artigo 5 da Constitui ção e de que depende a legislação suple
à causa do ensino e do Brasil. V
fr
Notas sobre problemas aculturativos DjAcm MExicziia
(Prof. cat. da faculdade Nacional de Filosofia) antropólogos denominam cultura Os tudo que resuUa do esforço cria
plano espiritual. O fenômeno passou
dor humano. Assim, o cjuc não é um
dos chamados processos aculturativos. E de grande importância, na conside
produto da "natureza", é um produto da "cultura". Esta representa a totali dade das criações Immanas c exprimo orna conquista progressiva dc domínio sóbrc as coisas. Caraclcriz;! o próprio
modernamente a ser examinado dentro ração desses fenômenos, a análise do processo dc interação" como fundamen
tal às comunidade.s humanas. Os diver•sos tipos dc interação social foram clas
desenvolvimento histórico do homem,
sificados nas quatro formas típicas: co7n-
que se afirma elaborando técnicas dc vi
]}ctição, cotiflito, acomodação c assimi
da e formas de convivência. Ê a atmos
lação.
fera em que se expandem as qualidades ^lue o distinguem dos seres animais. Ao
^do de coisas realmente criadas, que re presentam a cultura material, há produ
tos espiritualmente elaborados, e repre sentam a cultura não-matcrial: crenças,
hábitos, técnicas dc fazer as coisas, re gras de agir. As duas formas são apenas
dois aspectos, que se não separam senão teòricamente, dada a sua interpcnetra-
O processo competitivo se manifesta
de preferência na ati\-idadc econômica, entre produtores que disputam o domí nio de mercados e de clientela. A com
petição pode levar a luta por "status", isto é, luta por posição mais elevada na sociedade. Na competição, os indiví duos podem não se achar em contacto e comunicação; no conflito, sempre entram em contacto conscieptc, evocando-se cer
prática na exteriorização da ativida
ta tensão de unimos, existentes nas ri
Cada homem procede dc detenninada
validades entre grupos, entre facções, en tre culturas. Na acomodação, o ajusta-
^'rltura, que c sua ambiencia e o explica. Quando a imigração africana começou a
rncnto é típico: a organização das rela ções e atitudes sociais visam reduzir ou
povoar as "fazendas" brasileiras, as cul-
turas transplantadas da África sofreram
prevenir o conflito, controlar a compe tição, assegurar a estabilidade de pes
o "impacto" do novo meio. Entraram
soas ou grupos divergentes.
de humana.
Ofn contacto com as culturas existentes,
Na acomodação, pessoas ou grupos se
aborígenes e a lusitana. Os resultados foram estudados em primeira mão por
intcrpcnetram, adquirindo atitudes co muns, partilhando de objetivos comuns,
Nina Rodrigues, nos começos do século. Depois, por métodos mais modernos de antropologia cultural, pelo prof. Artur Ramos. A herança africana, deformada pelas condições sociais, Nina denominou
de síncretismo — fusão de crenças origi nando "religiões mostiçadas": o que se dava no plano biológico se refletia no
incorporados na vida cultural da comu nidade. Mas os indivíduos só externa mente ajustam-se ao meio social:
seu
modo de julgar, de compreender as ati tudes dos demais sofre pouca influência. Internamente, sua V/elianschauttng, isto é, sua intuição e atitude das coisas, não mudou. Quando essa atitude íntima
r
Dicesto Econômico
56
E, em conseqüência, falece aos Esta dos o poder dc legislar sobre a matéria, em que a sua competência é supletiva, quando não haja lei federal a respeito. Será a legislação supletiva, então, me ro acessório da principal e ligada aos
seus preceitos numa relação de causa a
tiva dos Estados ainda estão sujeitas a exame, etc.
A culpa, a nosso \'cr, não ó do Con gresso, que não pode trabalhar sem ma duro exame, mas do sistema pouco fle xível da Constituição, que não pcrjiiite solução à inflação legislativa conseqüen
efeito.
te à complexidade dos problemas do in
O contrário ocorre com a legislação concorrente, quando mais livre c a ini
tervenção estatal.
ciativa do poder estadual, cuja compe
cação do processo legislativo, na melho ria do aparelhamcnto técnico dos legis ladores, na legislação delegada, feitas as
tência só se reduz quando atrita com a legislação federal, sempre preponderante.
Os mesmos princípios têm toda apli cação à legislação delegada. Esta não pode exceder os limites da
delegação.
Não somente o que estiver em branco
- no texto legislativo, mas também o que ^ a este não contrariar, poderá ser exerci do pelo poder delegado. Pois bem, estamos diante de fato con creto, depois de termos procurado fixar os limites dessa função delegada. Será materialmente possível ao Con gresso exercer totalmente o poder nor
mativo, provendo a todo o sistema legis. lativo federal consagrado na Consti tuição ?
Estará o Congresso tècnicamente apa relhado para esgotar a atividade norma
tiva nos setores político, jurídico, econô mico e social previstos na Constituição ? Teria a técnica legislativa progredido
ao ponto de atender a todas as obriga ções impostas pela Constituição, de ma neira a exaurir o Congresso a função normativa ?
O artigo 151 da Constituição não foi
ainda regulamentado, o sistema de pro
A solução estará, talvez, na simplifi
necessárias restrições e reservas quanto
ao seu processo, para evitar que o Con gresso abdique da sua função legislativa própria.
Não é juEto que se mantenhii o di vórcio entro a função normativa comple
mentar e os órgãos de execução. É pre ciso que estes também estabeleçam as
suas normas, que não se podem reduzir a mera função regulamentar, privativa do poder executivo. Quem e.xecuta, principalmente nos se
tores técnicos, precisa também fixar as normas de execução, limitadas apenas
pela política legislativa própria do Con gresso.
Devemos caminhar de olhos abertos
dentro da nossa realidade que é o desaparelhamento dos órgãos de execução e a falta de recursos eficazes para exercer a criação administrativa sob o controle
dos órgãos jurisdicionais, cuja simplifica ção e eficácia também se impõem.
Seria fácil citar exemplos. Profiro en tretanto, ficar na doutrina, pedindo a vossa atenção para que examineis em
plano alto e arejado os vossos proble
teção contra o abuso do poder econômi
mas, em um amplo debate que só pode
co não mereceu ainda solução, as bases
rá ser útil às instituições democráticas.
e diretrizes da educação nacional ainda
Mais uma vez, agradeço a honra que me foi concedida ocupando uma cáte dra tão nobre de tradições e de serviços
não foram traçadas, numerosas matérias
relacionadas no artigo 5 da Constitui ção e de que depende a legislação suple
à causa do ensino e do Brasil. V
fr
Notas sobre problemas aculturativos DjAcm MExicziia
(Prof. cat. da faculdade Nacional de Filosofia) antropólogos denominam cultura Os tudo que resuUa do esforço cria
plano espiritual. O fenômeno passou
dor humano. Assim, o cjuc não é um
dos chamados processos aculturativos. E de grande importância, na conside
produto da "natureza", é um produto da "cultura". Esta representa a totali dade das criações Immanas c exprimo orna conquista progressiva dc domínio sóbrc as coisas. Caraclcriz;! o próprio
modernamente a ser examinado dentro ração desses fenômenos, a análise do processo dc interação" como fundamen
tal às comunidade.s humanas. Os diver•sos tipos dc interação social foram clas
desenvolvimento histórico do homem,
sificados nas quatro formas típicas: co7n-
que se afirma elaborando técnicas dc vi
]}ctição, cotiflito, acomodação c assimi
da e formas de convivência. Ê a atmos
lação.
fera em que se expandem as qualidades ^lue o distinguem dos seres animais. Ao
^do de coisas realmente criadas, que re presentam a cultura material, há produ
tos espiritualmente elaborados, e repre sentam a cultura não-matcrial: crenças,
hábitos, técnicas dc fazer as coisas, re gras de agir. As duas formas são apenas
dois aspectos, que se não separam senão teòricamente, dada a sua interpcnetra-
O processo competitivo se manifesta
de preferência na ati\-idadc econômica, entre produtores que disputam o domí nio de mercados e de clientela. A com
petição pode levar a luta por "status", isto é, luta por posição mais elevada na sociedade. Na competição, os indiví duos podem não se achar em contacto e comunicação; no conflito, sempre entram em contacto conscieptc, evocando-se cer
prática na exteriorização da ativida
ta tensão de unimos, existentes nas ri
Cada homem procede dc detenninada
validades entre grupos, entre facções, en tre culturas. Na acomodação, o ajusta-
^'rltura, que c sua ambiencia e o explica. Quando a imigração africana começou a
rncnto é típico: a organização das rela ções e atitudes sociais visam reduzir ou
povoar as "fazendas" brasileiras, as cul-
turas transplantadas da África sofreram
prevenir o conflito, controlar a compe tição, assegurar a estabilidade de pes
o "impacto" do novo meio. Entraram
soas ou grupos divergentes.
de humana.
Ofn contacto com as culturas existentes,
Na acomodação, pessoas ou grupos se
aborígenes e a lusitana. Os resultados foram estudados em primeira mão por
intcrpcnetram, adquirindo atitudes co muns, partilhando de objetivos comuns,
Nina Rodrigues, nos começos do século. Depois, por métodos mais modernos de antropologia cultural, pelo prof. Artur Ramos. A herança africana, deformada pelas condições sociais, Nina denominou
de síncretismo — fusão de crenças origi nando "religiões mostiçadas": o que se dava no plano biológico se refletia no
incorporados na vida cultural da comu nidade. Mas os indivíduos só externa mente ajustam-se ao meio social:
seu
modo de julgar, de compreender as ati tudes dos demais sofre pouca influência. Internamente, sua V/elianschauttng, isto é, sua intuição e atitude das coisas, não mudou. Quando essa atitude íntima
Digesto Econômico
58
de julgamento, transfígurando-lhe a ex periência em função da nova situação,
ção foram examinados sob três aspectos: o da aceitação, o da adaptação c o da reação, segundo o grupo receptor aco
então o processo, atingindo sua psicolo
lha fàcilmente a ação cultural do grupo
também muda, dando-lhe novos cnterios
gia, chama-se assimilação.
T I
no excelente trabalho que é Técnica e Pesquisa em Sociologia. O primeiro c biológico.
Neste caso,
não SC distingue da amalgamação-, é a
*
pondem. \ colonização das Américas é
Judeus c negros oferccem-
São problemas (|iic se agra\am e exigem
movimentos
métodos antropológicos, paru encaminha
contra-aculturativos. *
técnicas e da ciência que llics corres nos ainda hoje exemplos d<' comunida des culturais cm situaçxães de conflito.
traços das duas culturas em presença,
A assimilação oferece três aspectos ge rais, conforme examina Donald Pierson
59
ilustrativa.
influente, ou derivo uma combinação dos ou, enfim, se manifestem
Dicesto Econômico
mento de soluções cientificas. Como dis
se Robert Park, que f{)i um grande es tudioso do problema, a consciência cres
*
De posse daquelas indicações teóri
cente dos problemas vem mostrando a
cas, o exame dos chamados "problemas
sua generalidade.
raciais" se resume, nos seus fundamen tos, ao estudo das relações entre raças..
culturas diferentes, que não se ajustem fàcilmente dentro dos processos normais de equilíbrio.
Como se distribuem cias em certo^ es
fusão de raças diferentes por meio do "interbreeding", isto é, da mestiçagem
paço ? Para responder, faz-se a análise
o do casamento.
A mistura de raças é
ecológica.
fenômeno' histórico: jamais houve raças "puras", mas grupos que, isolados em
biolÓ2Íco.
Eles emergcní onde
quer que se verificjuem contados entre
Como se miscigenaram ? Eis o estudo que abreviam cada \ez mais as distân
culturas
Entra-se no estu
cias físicas, as distâncias sociais, qtu; se
do
processo
exprimem nas relações entre culturas
aculturaiivo. Den tro deste, muitos
bistòricamentc atrasadas e avançadas,
diferen
se dentro de seus habitats.
O aspecto social é o que vem a se guir. Exprime a
Como se ajusta
do
Com a facilidade de comunicaçõe.s,
são o fator sério dc harmonização das comunidades humanas, principalmente
problemas sociais emergem: econô mico, político, re
se notamios que as culturas tendem a ser subordinadas às mais avançadas pe-
ligioso, moral, etc. Foi, incontestà-
'o sistema dc parasitismo econômico que
a transmissão de elementos cultu-
velmente, o processo de trocas mundial,
rais de um grupo a outro. Traduz o
acelerado com o desenvolvimento eco
Em face das perspectivas assinaladas,
aculturação, que é
conflito e a fusão de culturas, que se
inicia, como todo processo interativo,
pelo contacto: mudança de atitudes, de linguagem, de mores, etc. O terceiro aspecto é uma especializa
ção, para o estudo particular das popu lações americanas, dentro do capítulo da aculturação: é o da americanização. É a maneira por que se processa a parti
cipação do imigrante na vida americana, preparando-o para assumir atitudes, cri térios valorativos, ideais da cultura exis tente no continente. Ensinam Park e
Burgcss que os resultados da acultura-
pode estabelecer-se.
o citado sociólogo norte-americano inda
nômico, que determinou a multiplicida
gou: "como se poderá estabelecer e man
de de contactos entre povos os mais po
ter uma ordem
derosos do Globo. O que, habitual mente, alguns sociólogos e antropólogos
sideradas "inferiores" se desagregaram
em contacto com as "superiores", mais
adiantadas e capazes pelo domínio das
eficiente
num
industrializado e co.smopolita ?"
culturalistas denominaram de "europei
conflitos sempre existiram, observados por historiadores, por sociólogos, por psi cólogos e economistas. As culturas con
social
niundo quase completamente urbanizado,
zação" de regiões afastadas dos centros civilizados, constitui o mesmo fenômeno agora abordado. Os dcsajustamentos e
«'\-angélico.s, no regime imperial, no Bra sil. não podiam casar, porque só o ca samento religioso da igreja católica era \álido. Para celebrar o matrimônio, te riam de abandonar a sua crença. O "im
pedimento axiológico" interceptava a eontmmdade religiosa - diz um estudio so brasileiro.
Quando \>ma pessoa se acha a caminh() de assimilação em cultura diversa,
ixidera, cm certos momentos, oscilar, in decisa, entre a aceitação de estalõcs he que pauta a conduta. Isso envolve in
ram socialmente ?
modíficando-
culturas diferentes. Ex.: imigrantes
terogêneos na aferição dos valores por
certas áreas, durante certos períodos de tempo, elaboraram tes,
pcdimcnios axiológicos os conflitos re sultantes de avaliações feitas diversa- . nu-nlc, segundo padrões elaborados em
1
O "meltíng-pot" das raças é um ca dinho histórico onde se precipitam as correntes agitadas pelas guerras e modi ficações advindas do progresso científi co. Seus problemas passam ao primei
teressantes problemas de psicologia so
cial, ja estudados, com abundância dc
material, por cientistas como KymbaU V)ung, Parck, Ogburn. Stonequist e muitos mais. Os padrões aferidores, a cpie nos referimos, são constituídos por rcqyrcscntações
coletivas,
socialmente
transmitidas no processo educaüvo: são
valores sociais. Um objeto, uma idéia ou uma nonna oferecem valor porque, a
seu respeito, liá experiência capitalizada,
partilhada pelos membros do grupo, que
lhes dispensa aprovação. Toda cul^-a e etnocêntuca - isto é, considera-se ab
soluta o acima das outras, servindo aos seus parbcipantes de termo de compa
ração em frente às demais, como ponto medida de todas as coisas, se parafra
de referencia universal. Nela está a searmos Protágoras. Na base dos con flitos culturais está exatamente essa atítucle tundamental.
ro plano.
Dentro de cada cultura, pois, formamse padrões de julgamento pelos quais seus membros aferem o valor dos fatos •e das coisas. Znaniecki chamou de im-
*
*
Ao entrar no país, o imigrante proce de de outro meio. onde se formou: vai iniciar contacto com cultura diversa. A
Digesto Econômico
58
de julgamento, transfígurando-lhe a ex periência em função da nova situação,
ção foram examinados sob três aspectos: o da aceitação, o da adaptação c o da reação, segundo o grupo receptor aco
então o processo, atingindo sua psicolo
lha fàcilmente a ação cultural do grupo
também muda, dando-lhe novos cnterios
gia, chama-se assimilação.
T I
no excelente trabalho que é Técnica e Pesquisa em Sociologia. O primeiro c biológico.
Neste caso,
não SC distingue da amalgamação-, é a
*
pondem. \ colonização das Américas é
Judeus c negros oferccem-
São problemas (|iic se agra\am e exigem
movimentos
métodos antropológicos, paru encaminha
contra-aculturativos. *
técnicas e da ciência que llics corres nos ainda hoje exemplos d<' comunida des culturais cm situaçxães de conflito.
traços das duas culturas em presença,
A assimilação oferece três aspectos ge rais, conforme examina Donald Pierson
59
ilustrativa.
influente, ou derivo uma combinação dos ou, enfim, se manifestem
Dicesto Econômico
mento de soluções cientificas. Como dis
se Robert Park, que f{)i um grande es tudioso do problema, a consciência cres
*
De posse daquelas indicações teóri
cente dos problemas vem mostrando a
cas, o exame dos chamados "problemas
sua generalidade.
raciais" se resume, nos seus fundamen tos, ao estudo das relações entre raças..
culturas diferentes, que não se ajustem fàcilmente dentro dos processos normais de equilíbrio.
Como se distribuem cias em certo^ es
fusão de raças diferentes por meio do "interbreeding", isto é, da mestiçagem
paço ? Para responder, faz-se a análise
o do casamento.
A mistura de raças é
ecológica.
fenômeno' histórico: jamais houve raças "puras", mas grupos que, isolados em
biolÓ2Íco.
Eles emergcní onde
quer que se verificjuem contados entre
Como se miscigenaram ? Eis o estudo que abreviam cada \ez mais as distân
culturas
Entra-se no estu
cias físicas, as distâncias sociais, qtu; se
do
processo
exprimem nas relações entre culturas
aculturaiivo. Den tro deste, muitos
bistòricamentc atrasadas e avançadas,
diferen
se dentro de seus habitats.
O aspecto social é o que vem a se guir. Exprime a
Como se ajusta
do
Com a facilidade de comunicaçõe.s,
são o fator sério dc harmonização das comunidades humanas, principalmente
problemas sociais emergem: econô mico, político, re
se notamios que as culturas tendem a ser subordinadas às mais avançadas pe-
ligioso, moral, etc. Foi, incontestà-
'o sistema dc parasitismo econômico que
a transmissão de elementos cultu-
velmente, o processo de trocas mundial,
rais de um grupo a outro. Traduz o
acelerado com o desenvolvimento eco
Em face das perspectivas assinaladas,
aculturação, que é
conflito e a fusão de culturas, que se
inicia, como todo processo interativo,
pelo contacto: mudança de atitudes, de linguagem, de mores, etc. O terceiro aspecto é uma especializa
ção, para o estudo particular das popu lações americanas, dentro do capítulo da aculturação: é o da americanização. É a maneira por que se processa a parti
cipação do imigrante na vida americana, preparando-o para assumir atitudes, cri térios valorativos, ideais da cultura exis tente no continente. Ensinam Park e
Burgcss que os resultados da acultura-
pode estabelecer-se.
o citado sociólogo norte-americano inda
nômico, que determinou a multiplicida
gou: "como se poderá estabelecer e man
de de contactos entre povos os mais po
ter uma ordem
derosos do Globo. O que, habitual mente, alguns sociólogos e antropólogos
sideradas "inferiores" se desagregaram
em contacto com as "superiores", mais
adiantadas e capazes pelo domínio das
eficiente
num
industrializado e co.smopolita ?"
culturalistas denominaram de "europei
conflitos sempre existiram, observados por historiadores, por sociólogos, por psi cólogos e economistas. As culturas con
social
niundo quase completamente urbanizado,
zação" de regiões afastadas dos centros civilizados, constitui o mesmo fenômeno agora abordado. Os dcsajustamentos e
«'\-angélico.s, no regime imperial, no Bra sil. não podiam casar, porque só o ca samento religioso da igreja católica era \álido. Para celebrar o matrimônio, te riam de abandonar a sua crença. O "im
pedimento axiológico" interceptava a eontmmdade religiosa - diz um estudio so brasileiro.
Quando \>ma pessoa se acha a caminh() de assimilação em cultura diversa,
ixidera, cm certos momentos, oscilar, in decisa, entre a aceitação de estalõcs he que pauta a conduta. Isso envolve in
ram socialmente ?
modíficando-
culturas diferentes. Ex.: imigrantes
terogêneos na aferição dos valores por
certas áreas, durante certos períodos de tempo, elaboraram tes,
pcdimcnios axiológicos os conflitos re sultantes de avaliações feitas diversa- . nu-nlc, segundo padrões elaborados em
1
O "meltíng-pot" das raças é um ca dinho histórico onde se precipitam as correntes agitadas pelas guerras e modi ficações advindas do progresso científi co. Seus problemas passam ao primei
teressantes problemas de psicologia so
cial, ja estudados, com abundância dc
material, por cientistas como KymbaU V)ung, Parck, Ogburn. Stonequist e muitos mais. Os padrões aferidores, a cpie nos referimos, são constituídos por rcqyrcscntações
coletivas,
socialmente
transmitidas no processo educaüvo: são
valores sociais. Um objeto, uma idéia ou uma nonna oferecem valor porque, a
seu respeito, liá experiência capitalizada,
partilhada pelos membros do grupo, que
lhes dispensa aprovação. Toda cul^-a e etnocêntuca - isto é, considera-se ab
soluta o acima das outras, servindo aos seus parbcipantes de termo de compa
ração em frente às demais, como ponto medida de todas as coisas, se parafra
de referencia universal. Nela está a searmos Protágoras. Na base dos con flitos culturais está exatamente essa atítucle tundamental.
ro plano.
Dentro de cada cultura, pois, formamse padrões de julgamento pelos quais seus membros aferem o valor dos fatos •e das coisas. Znaniecki chamou de im-
*
*
Ao entrar no país, o imigrante proce de de outro meio. onde se formou: vai iniciar contacto com cultura diversa. A
r
"í 'VíWl
Dicesto Econômico Djcesto
60
aceitação de um estalão de valores cul
língua é o veículo mais importante no contacto cultural. Os filhos aprendem
resistência à assimilação, que se revela
ràpidamente os novos hábitos e inte gram-se no meio, as vêzes mesmo des
nos sentimentos de constante valorização
cultura, seu sistema valorali\o, som assi-
prezando a ascendência estrangeira, e
da cultura originária. Esforça-se o mar ginal para evitar contactos, aceitação de
provocando incompatibilidades na famí
hábitos nativos.
norte-americanos, apontando tais desa-
justamentos como erros da "escola li beral".
Acontece, porém, que muitas vezes ocorrem, na cultura que recebe o imi
grante, sinais de reação, exprimindo cer ta repulsa em relação ao ádvena. Essa inaceitação pelo meio revcstc-se de for mas variadas, que lhe incutem ressenti mentos contra o grupo dominante. Tal era a situação do mulato, em
certas
áreas do Brasil, a do anglo-indiano, na
índia, a do judeu, em alguns países da Europa.
"Como o mestiço parece estar na di visa de duas raças, não pertencendo realmente a nenhuma delas, o imigrante se encontra, durante a fase aguda do conflito mental, na divisa de duas cul
turas, sendo de fato alheio a ambas. Robert Park denominou esse tipo de "mar
ginal man", homem marginal. A mar ginalidade cultural é uma situação de conflito, e os sintomas típicos são os recalcamentos, os sentimentos de inferio li
I
tra a cultura onde estão situados, numa
turais determinados e o indivíduo que perdeu", com a mudança para no\a
lia, conforme observaram estudiosos
61
Econômico
n^ilar moralmente outro sistema. ês.sc outro sistema lhe produz .sentimentos de
dos Estados do Sul, cm núcleos alemães,
desconfiança, que difitadtam a sua assimilaçjio. Se o meio, como sucedia cm vurias cidades do Sul. cheio de iinigran-
servem de material de estudo. Quando o governo central deixou ampla liberda
alefnães, fortaleci- essas atitudes, o ^ue se dá não é mais a marginalidade
de a tais núcleos de colonização, vimos
■udividual, mas cultural: c todo um gru-
Inúmeros sintomas, nas populações
como se incentivou a formação de agru
pamentos pouco penncávcis as influên cias nacionais. Essa impcrmeabilidade era dificultada pela organização que to mavam tais imigrantes, com instituições educativas na própria língua c procu rando estabelecer estilos
de vida
moldes de sua pátria.
Cercados por
nos
cultura estranha, estão constantemente
vigilantes, o que lhes aguça uma espécie de "consciência racial", que os afasta sempre de melhores entendimentos com
o meio nacional, criando situações de
Po que rcvÍM-, dentro de outro país, íoncliçõe^ inteir:imente diversas, com "<na série grave de problemas de ordem e politiea. Foi
a isso que se denominou de quis-
Taciais. i\() fundo, não se tratava do
P^hlenias de "raça", mas de diferenças tuturais. que em certo momento, ti\cfatores políticos agravando-os. Os
^^ractcres "raciais", que diferençavam
métodos mais necessários para o tratami-nto da questão esta\ am ã mão do po der publico: escolas para ensino obriga tório da lingim nacional, de suas tradiçoe.s, de sua história aos descendentes,
não se admitindo segregação dos elemen tos nacionais. Foi o que depois se veio a fazer parcialmente. BIBLIOGRAFIA:
G. Mortnrn. Estudos Bro^lleiros de Demografia.
monografia n.o
ção O. V.nrgns. 11M6.
i, Funda
E. Wagciunnn, A Colonização alemã no
Espírito Santo, I. B. G. E,. Rio. 1946. A. Ramos. A Aculturação Negra no BraSíl. Brasiliana, S. Paulo. 1942.
E. Willom.s,
Assimilação
Marginais Paulo.
no
Brasil.
o
Populações
Brasiliana,
S.
1940.
D. Pior.son, Técnica o Pesquisa em So ciologia, Sao Paulo. Como. Melhora mentos.
s'd.
R. Pnrk and E. Burgoss. Introduction Io
1042
Sociology.
Chicago.
C. Wlsslcr. An Introduction to Social .\n-
grupos humanos dos nuti\os, scr-
thrcpology, Henry Holt & C.o, N.Y..
apenas para o reconhecimento rá-
K. Young. Handbook oí Social Psycholo-
conflito indesejáveis. O reduto de ale-
Fdo, a fim de facilitar a discriminação.
manidade, que orgulhou Ernst Wagemann, no Espírito Santo, como "magni ficência e esplendor das criações do es pirito alemão", resulta, como ele mesmo
eram acidentais no exame do pro-
gy. Routledce London,
& Kegan Paul Ltd
1948.
^"essü. No fundo, o problema era ape-
Max Loclerc, Cartas do Brasil, Brasilia
um problema de aculturação. E os
Anuário Estatístico do Brasil, IBGE
na. S. Paulo, 1942.
Rio.
•
•
.
apontou, de descaso do poder público e
da ignorância do povo.
ridade com suas compensações, as psi coses, os crimes e os suicídios (Willems).
ííí
*
Formam-se, objetivamente, as condi
A marginalidade constitui exceção. Exprime, psicologicamente, uma crise de
personalidade.
*
Verifica-se quando o
indivíduo interioriza o conflito entre cul-
, turas, subjetiviza-o em caso pessoal. Tem
ções culturais de conflito, que têm sua
incubação histórica; sua inieriorização é
o aspecto subjetivo, observável nos fenô menos de crise da personalidade. Êsse drama, que se realiza na mente indivi
suas raízes afetivas, e o ressentimento é
dual, em conexão com as relações so
a expressão mais característica do pro
ciais, se exprime na chamada atitude de ambivalência, que é a manifestação de atração e repulsa, de aprovação o desa
cesso que se desenvolve na sua mente, onde se refletem os desajnstamentos ir rompidos na ordem cultural. Manifesta.se como despeito, reação, rivalidade con-
provação, pelo mesmo fato ou pessoa.
Todo comportamento humano implica na
.''j
r
"í 'VíWl
Dicesto Econômico Djcesto
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aceitação de um estalão de valores cul
língua é o veículo mais importante no contacto cultural. Os filhos aprendem
resistência à assimilação, que se revela
ràpidamente os novos hábitos e inte gram-se no meio, as vêzes mesmo des
nos sentimentos de constante valorização
cultura, seu sistema valorali\o, som assi-
prezando a ascendência estrangeira, e
da cultura originária. Esforça-se o mar ginal para evitar contactos, aceitação de
provocando incompatibilidades na famí
hábitos nativos.
norte-americanos, apontando tais desa-
justamentos como erros da "escola li beral".
Acontece, porém, que muitas vezes ocorrem, na cultura que recebe o imi
grante, sinais de reação, exprimindo cer ta repulsa em relação ao ádvena. Essa inaceitação pelo meio revcstc-se de for mas variadas, que lhe incutem ressenti mentos contra o grupo dominante. Tal era a situação do mulato, em
certas
áreas do Brasil, a do anglo-indiano, na
índia, a do judeu, em alguns países da Europa.
"Como o mestiço parece estar na di visa de duas raças, não pertencendo realmente a nenhuma delas, o imigrante se encontra, durante a fase aguda do conflito mental, na divisa de duas cul
turas, sendo de fato alheio a ambas. Robert Park denominou esse tipo de "mar
ginal man", homem marginal. A mar ginalidade cultural é uma situação de conflito, e os sintomas típicos são os recalcamentos, os sentimentos de inferio li
I
tra a cultura onde estão situados, numa
turais determinados e o indivíduo que perdeu", com a mudança para no\a
lia, conforme observaram estudiosos
61
Econômico
n^ilar moralmente outro sistema. ês.sc outro sistema lhe produz .sentimentos de
dos Estados do Sul, cm núcleos alemães,
desconfiança, que difitadtam a sua assimilaçjio. Se o meio, como sucedia cm vurias cidades do Sul. cheio de iinigran-
servem de material de estudo. Quando o governo central deixou ampla liberda
alefnães, fortaleci- essas atitudes, o ^ue se dá não é mais a marginalidade
de a tais núcleos de colonização, vimos
■udividual, mas cultural: c todo um gru-
Inúmeros sintomas, nas populações
como se incentivou a formação de agru
pamentos pouco penncávcis as influên cias nacionais. Essa impcrmeabilidade era dificultada pela organização que to mavam tais imigrantes, com instituições educativas na própria língua c procu rando estabelecer estilos
de vida
moldes de sua pátria.
Cercados por
nos
cultura estranha, estão constantemente
vigilantes, o que lhes aguça uma espécie de "consciência racial", que os afasta sempre de melhores entendimentos com
o meio nacional, criando situações de
Po que rcvÍM-, dentro de outro país, íoncliçõe^ inteir:imente diversas, com "<na série grave de problemas de ordem e politiea. Foi
a isso que se denominou de quis-
Taciais. i\() fundo, não se tratava do
P^hlenias de "raça", mas de diferenças tuturais. que em certo momento, ti\cfatores políticos agravando-os. Os
^^ractcres "raciais", que diferençavam
métodos mais necessários para o tratami-nto da questão esta\ am ã mão do po der publico: escolas para ensino obriga tório da lingim nacional, de suas tradiçoe.s, de sua história aos descendentes,
não se admitindo segregação dos elemen tos nacionais. Foi o que depois se veio a fazer parcialmente. BIBLIOGRAFIA:
G. Mortnrn. Estudos Bro^lleiros de Demografia.
monografia n.o
ção O. V.nrgns. 11M6.
i, Funda
E. Wagciunnn, A Colonização alemã no
Espírito Santo, I. B. G. E,. Rio. 1946. A. Ramos. A Aculturação Negra no BraSíl. Brasiliana, S. Paulo. 1942.
E. Willom.s,
Assimilação
Marginais Paulo.
no
Brasil.
o
Populações
Brasiliana,
S.
1940.
D. Pior.son, Técnica o Pesquisa em So ciologia, Sao Paulo. Como. Melhora mentos.
s'd.
R. Pnrk and E. Burgoss. Introduction Io
1042
Sociology.
Chicago.
C. Wlsslcr. An Introduction to Social .\n-
grupos humanos dos nuti\os, scr-
thrcpology, Henry Holt & C.o, N.Y..
apenas para o reconhecimento rá-
K. Young. Handbook oí Social Psycholo-
conflito indesejáveis. O reduto de ale-
Fdo, a fim de facilitar a discriminação.
manidade, que orgulhou Ernst Wagemann, no Espírito Santo, como "magni ficência e esplendor das criações do es pirito alemão", resulta, como ele mesmo
eram acidentais no exame do pro-
gy. Routledce London,
& Kegan Paul Ltd
1948.
^"essü. No fundo, o problema era ape-
Max Loclerc, Cartas do Brasil, Brasilia
um problema de aculturação. E os
Anuário Estatístico do Brasil, IBGE
na. S. Paulo, 1942.
Rio.
•
•
.
apontou, de descaso do poder público e
da ignorância do povo.
ridade com suas compensações, as psi coses, os crimes e os suicídios (Willems).
ííí
*
Formam-se, objetivamente, as condi
A marginalidade constitui exceção. Exprime, psicologicamente, uma crise de
personalidade.
*
Verifica-se quando o
indivíduo interioriza o conflito entre cul-
, turas, subjetiviza-o em caso pessoal. Tem
ções culturais de conflito, que têm sua
incubação histórica; sua inieriorização é
o aspecto subjetivo, observável nos fenô menos de crise da personalidade. Êsse drama, que se realiza na mente indivi
suas raízes afetivas, e o ressentimento é
dual, em conexão com as relações so
a expressão mais característica do pro
ciais, se exprime na chamada atitude de ambivalência, que é a manifestação de atração e repulsa, de aprovação o desa
cesso que se desenvolve na sua mente, onde se refletem os desajnstamentos ir rompidos na ordem cultural. Manifesta.se como despeito, reação, rivalidade con-
provação, pelo mesmo fato ou pessoa.
Todo comportamento humano implica na
.''j
úlCEiSTO
Econômico 63
Na segunda metade do século XVII e
TEORIA MONETÁRIA DE SIMIAND Dorival Teixeira Vieera
As idéias de Simiand sôbre a moeda encontram-se sintetizadas na memó
ria que apresentou ao Institut Français de Sociologíe: "La monnaie, réalité SOciale", publicada pelos Annales Sociologiques — Série D — Fascículo I. Nesse
o cuidado dc manter sua moeda inteira
mente reprcscntiitiva, com uma cobertu ra total, achando que o ouro é útil não
só para incentivar a exploração das mi nas, como para atender aos casos de in
monetárias, facilitando enormementc nos
suficiência do crédito, principalmente por ocasião de guerras. Alguns autores atuais chegam mesmo a negar a necessi
sa tarefa; sua base encontra-se, principal
dade do ouro como ba.sc doff sistemas
trabalho, mostra as origens de suas idéias mente, no livro "Lc salaire, Tévolutíon sociale et Ia monnaie" e subsidiàriamen-
te na dupla série de conferências reali
monetários; mas, na verdade, até hoje
tomou-se impossivcl passar sem êle. É curioso, entretanto, que não se te
zadas na "Ecole des Hautes Etudes", em
nha dado da moeda uma explicação s.i-
1932/33 e 1933/34; não pudemos obter
ti.sfatória, pois que a reflexão econômi
êste último trabalho, mas, para comple
ca nasceu e se desenvolveu a partir cia
tamente, conseguimos um outro, "Les
análise do fato monetário, unia vez qu<-
fluctuations économiques à longue pé-
a ação dos governos e das potências eco
ríode et Ia crise mondiale".
nômicas, em tôda a vida econômica c mesmo política, se exerceu, se exerce t
Simiand começa por afirmar que o fe nômeno da moeda, até hoje, não teve
uma explicação satisfatória. Do ponto de vista doutrinário não há obras completas conscienciosamente fei tas, que dêem do fenômeno uma expli cação suficiente; do ponto de vista da
arte econômica, tôdas as soluções que se têm tentado para resolver o problema
tentará ainda e.\ercer-se sôbre ou ps a moeda.
Para que se possa compreender o pc"^ que desse divórcio convém estudar o que ocorreu no campo monetário, economia européia ocidental de tipo mo demo, abandonando a Antigüidade e a Idade-Média.
monetário, não são racionais, nem mes
Até o século XVI não se pôs em dis
mo razoáveis e, por isto, fracassam. As
cussão o valor da moeda, nem se cogi
sim foi que os ingleses, por exemplo, muito embora ■ tenham admitido ser pos
tou dele.
sível conceber u'a moeda sã,
do descobrimento da América e do Bra
mesmo
Mas, naquela época, uma
grande revolução de preços, resultante sil e do afluxo do ouro e prata, devido
comèvo do século XVIII, novas altera
ções violentas de preços, mais uma vez, chamaram a atenção dos hommis para o problema monetário; ma.s, desta \ez, não se passai-a apenas a considerar o va
cluindo aí também a.s matemáticas, diz
vido às dificuldades da troca "in natu-
Simiand, foram as que mais complica
ra". E os economistas dc então admi
tiram que os liomcns, graças a uma con venção c por coinodicladc, ha\iam dc-
llhcradamcnto cscolliido o ouro o a pra ta como moedas.
Segundo Simiand, não só hou\'o êrro grave cm se considerar o fenômeno monetário como
ram o problema e mais se afastaram do
uma explicação razoáscl, criando uma
linguagem esotérica e complicações inú teis que nada explicam, ou, pior ainda, (pic duo uma aparência do explicação apenas mara\'ilbüsa para o leigo, por ser-l!ic incompreensível. Em sociologia monetária, como na sociologia religio sa, os homens, partindo da
ção entre homens,
como
ainda não se definiu qual a verdadeira riqueza ; e, quando chegaram a uma definição desta, não expli
crença pura c simples na existência da moeda, vão,
ern uma segunda etapa,
por incompreensão, negá-
caram o seu fundamento.
la, proclamando a sua rea
A fisiocracia, negando
lidade aparente. Na tercei-
ao homem o poder de criar riqueza e en tregando-o imícamcnte a Deus, aproxi mou-se mais da verdade, porque, real
moeda como uma realidade social, do
mente, o homem isolado não cria rique
religioso.
za; mas, não é preciso — diz Simiand —
apelar para um poder sobrenatural; bas te entregá-lo á sociedade, pois esta tem poder de criar riqueza. Adam Smith aproximou-se
mais da
verdade, quando afinnou ser o trabalho
de uma nação o produtor de sua rique
embora, mais recentemente, afirmassem
como conseqüência, de passar-se de um
saldas", considerando unicamente a tro
a idéia de que os Bancos, pelo uso do crédito, pela circulação do cheque, po
absoluto a um relativo, no tocante aiT valor do metal, reconhecendo e com
papel da moeda na formação da rique
dem criar moeda — neste caso inteira
preendendo a fôrça efetiva do mesmo
■•.qáhKJi.
Quanto as escolas p.sicológicas, in
resultante dc uma conven
sôbre o valor da moeda. Estas tiveram,
duráveis, na economia de um povo.
tilidade da moeda, não puderam expli
za. Apenas facilitam a.s transações, de
nivela, em relação à sua paridade, muito
mente separada de uma cobertura me
Marx e os marxistas, desprezando o fcnoniimo monetário, declarando a inu car o progre.sso econômico e menos ain da a "sòbre-valia".
à política mercantilista, levou a duvidas
tálica, — no entretanto, tiveram sempre
nação.
lor relativo do melai; ia-.sc mais longe, dizendo que ouro e prata são o signo da riqueza, mas não a i crdadcira rique
quando a relação entre a emissão e sua cobertura quebra-se e o câmbio se des-
em provocar transformações profundas e
rcconht^x.'r que a quantidade de moeda
contribui para o progresso econômico da
za, muito embora não a definisse.
J. B. Say, ao elaborar a sua "lei das ca de produtos por produtos, eliminou o za, o que constituiu uma verdadeira in-
volução na marcha para a constituição de uma teoria monetária, pois é forçoso
fase, que ora se inicia, aceita-se a
mesmo modo que se aceita o fenômeno
O homem não escolhe arbitràriamente
pára metal monetário, aquilo que quer; o ouro e a prata foram os únicos que se impuseram à aceitação universal.
Embora os economistas clássicos te-
nhani e.xplicado estas preferências pelas qualidades inlrínseca.s destes
metais
(inaltcrabilidade, divisibilidade, qualida de de uso), acha Simiand que nenhuma dessas pretendidas qualidades existe que não se apresente, em grau comparativo ou até mesmo superior, noutro metal ou
qualquer outro corpo; além disso, não explicam a causa da existência de moe das não-metalicas, sem valor intrínseco
úlCEiSTO
Econômico 63
Na segunda metade do século XVII e
TEORIA MONETÁRIA DE SIMIAND Dorival Teixeira Vieera
As idéias de Simiand sôbre a moeda encontram-se sintetizadas na memó
ria que apresentou ao Institut Français de Sociologíe: "La monnaie, réalité SOciale", publicada pelos Annales Sociologiques — Série D — Fascículo I. Nesse
o cuidado dc manter sua moeda inteira
mente reprcscntiitiva, com uma cobertu ra total, achando que o ouro é útil não
só para incentivar a exploração das mi nas, como para atender aos casos de in
monetárias, facilitando enormementc nos
suficiência do crédito, principalmente por ocasião de guerras. Alguns autores atuais chegam mesmo a negar a necessi
sa tarefa; sua base encontra-se, principal
dade do ouro como ba.sc doff sistemas
trabalho, mostra as origens de suas idéias mente, no livro "Lc salaire, Tévolutíon sociale et Ia monnaie" e subsidiàriamen-
te na dupla série de conferências reali
monetários; mas, na verdade, até hoje
tomou-se impossivcl passar sem êle. É curioso, entretanto, que não se te
zadas na "Ecole des Hautes Etudes", em
nha dado da moeda uma explicação s.i-
1932/33 e 1933/34; não pudemos obter
ti.sfatória, pois que a reflexão econômi
êste último trabalho, mas, para comple
ca nasceu e se desenvolveu a partir cia
tamente, conseguimos um outro, "Les
análise do fato monetário, unia vez qu<-
fluctuations économiques à longue pé-
a ação dos governos e das potências eco
ríode et Ia crise mondiale".
nômicas, em tôda a vida econômica c mesmo política, se exerceu, se exerce t
Simiand começa por afirmar que o fe nômeno da moeda, até hoje, não teve
uma explicação satisfatória. Do ponto de vista doutrinário não há obras completas conscienciosamente fei tas, que dêem do fenômeno uma expli cação suficiente; do ponto de vista da
arte econômica, tôdas as soluções que se têm tentado para resolver o problema
tentará ainda e.\ercer-se sôbre ou ps a moeda.
Para que se possa compreender o pc"^ que desse divórcio convém estudar o que ocorreu no campo monetário, economia européia ocidental de tipo mo demo, abandonando a Antigüidade e a Idade-Média.
monetário, não são racionais, nem mes
Até o século XVI não se pôs em dis
mo razoáveis e, por isto, fracassam. As
cussão o valor da moeda, nem se cogi
sim foi que os ingleses, por exemplo, muito embora ■ tenham admitido ser pos
tou dele.
sível conceber u'a moeda sã,
do descobrimento da América e do Bra
mesmo
Mas, naquela época, uma
grande revolução de preços, resultante sil e do afluxo do ouro e prata, devido
comèvo do século XVIII, novas altera
ções violentas de preços, mais uma vez, chamaram a atenção dos hommis para o problema monetário; ma.s, desta \ez, não se passai-a apenas a considerar o va
cluindo aí também a.s matemáticas, diz
vido às dificuldades da troca "in natu-
Simiand, foram as que mais complica
ra". E os economistas dc então admi
tiram que os liomcns, graças a uma con venção c por coinodicladc, ha\iam dc-
llhcradamcnto cscolliido o ouro o a pra ta como moedas.
Segundo Simiand, não só hou\'o êrro grave cm se considerar o fenômeno monetário como
ram o problema e mais se afastaram do
uma explicação razoáscl, criando uma
linguagem esotérica e complicações inú teis que nada explicam, ou, pior ainda, (pic duo uma aparência do explicação apenas mara\'ilbüsa para o leigo, por ser-l!ic incompreensível. Em sociologia monetária, como na sociologia religio sa, os homens, partindo da
ção entre homens,
como
ainda não se definiu qual a verdadeira riqueza ; e, quando chegaram a uma definição desta, não expli
crença pura c simples na existência da moeda, vão,
ern uma segunda etapa,
por incompreensão, negá-
caram o seu fundamento.
la, proclamando a sua rea
A fisiocracia, negando
lidade aparente. Na tercei-
ao homem o poder de criar riqueza e en tregando-o imícamcnte a Deus, aproxi mou-se mais da verdade, porque, real
moeda como uma realidade social, do
mente, o homem isolado não cria rique
religioso.
za; mas, não é preciso — diz Simiand —
apelar para um poder sobrenatural; bas te entregá-lo á sociedade, pois esta tem poder de criar riqueza. Adam Smith aproximou-se
mais da
verdade, quando afinnou ser o trabalho
de uma nação o produtor de sua rique
embora, mais recentemente, afirmassem
como conseqüência, de passar-se de um
saldas", considerando unicamente a tro
a idéia de que os Bancos, pelo uso do crédito, pela circulação do cheque, po
absoluto a um relativo, no tocante aiT valor do metal, reconhecendo e com
papel da moeda na formação da rique
dem criar moeda — neste caso inteira
preendendo a fôrça efetiva do mesmo
■•.qáhKJi.
Quanto as escolas p.sicológicas, in
resultante dc uma conven
sôbre o valor da moeda. Estas tiveram,
duráveis, na economia de um povo.
tilidade da moeda, não puderam expli
za. Apenas facilitam a.s transações, de
nivela, em relação à sua paridade, muito
mente separada de uma cobertura me
Marx e os marxistas, desprezando o fcnoniimo monetário, declarando a inu car o progre.sso econômico e menos ain da a "sòbre-valia".
à política mercantilista, levou a duvidas
tálica, — no entretanto, tiveram sempre
nação.
lor relativo do melai; ia-.sc mais longe, dizendo que ouro e prata são o signo da riqueza, mas não a i crdadcira rique
quando a relação entre a emissão e sua cobertura quebra-se e o câmbio se des-
em provocar transformações profundas e
rcconht^x.'r que a quantidade de moeda
contribui para o progresso econômico da
za, muito embora não a definisse.
J. B. Say, ao elaborar a sua "lei das ca de produtos por produtos, eliminou o za, o que constituiu uma verdadeira in-
volução na marcha para a constituição de uma teoria monetária, pois é forçoso
fase, que ora se inicia, aceita-se a
mesmo modo que se aceita o fenômeno
O homem não escolhe arbitràriamente
pára metal monetário, aquilo que quer; o ouro e a prata foram os únicos que se impuseram à aceitação universal.
Embora os economistas clássicos te-
nhani e.xplicado estas preferências pelas qualidades inlrínseca.s destes
metais
(inaltcrabilidade, divisibilidade, qualida de de uso), acha Simiand que nenhuma dessas pretendidas qualidades existe que não se apresente, em grau comparativo ou até mesmo superior, noutro metal ou
qualquer outro corpo; além disso, não explicam a causa da existência de moe das não-metalicas, sem valor intrínseco
.«1 WPHP
Dicesíto Econômico
64
e sem as pretendidas qualidades do ou ro e da prata.
Se os metais preciosos, principalmente
nomia futura na qual não existisse moe da ? Responde ainda que não. Mesmo quando sc concebe o mecanis
da circulação dêste papel-moeda, uma
vez que íntrin.si;c-amcnlo nada o ga rante?
o ouro, têm sido aceitos como moeda,
mo dc trocas, independentemente da
devemos buscar-lhe as razões em outro
moeda procurando a determinação do
setor, concluindo Simiand que o que
equilíbrio econômico pelo jôgo das vá
dores têm, dc um lado, uo órgão emis
falta aos outros metais, e que o ouro
rias relações de troca dc produtos c ser
possui, são virtudes de origem e signifi cação sociais. Tudo o que tem servido
viços, ao armar as equações para a de terminação do sistema de preços, verifi
sor e, de outro, principalmente, no es tado presente c futuro da economia da Nação; ser portador do uma nota dc
de moeda fora ou é ainda aceito como
ca-se que a existência da moeda é in
banco (ou do Tesouro) significa a pos
ornamento, sendo, portanto, social; cm
dispensável para que se possa chegar a
sibilidade de, no presente ou no futuro, adquirir bens c serviços; é jn.stamenlc a indeterminação do emprego da moeda,
certas tribos, a mesma palavra que de signa moeda, designa também oferenda
ser determinado com uma condição ma
aos deuses, aos feiticeiros e aos chefes, o que prova mais uma vez a origem so-
nifesta: é que uma das mercadorias se ja de um valor econômico relativamente independente e tomada como padrão,
, ciai da moeda; certas tribos dos Estados
j
Unidos usam como moeda objetos que ^
ao mesmo tempo servem de ornamento
f
qualquer resultado: "O sistema só pode
e de meios de comemorar grandes acon-
^ tecimentos. No Peru e no México, os
W incas e aztecas consideravam sagrados o
W ouro e a prata e a própria profissão de ourives, muito embora não os usassem
como moeda. (1)
Na Antiga China,
usava-se colocar pedaços de ouro (e não , moedas) na boca dos defuntos, porque
O valor des.sa moeda repousa, c.sscncialmcntc, na confiança (pie .seus porta
devida ao fato dc não ser também uma
'mercadoria, que lhe confere o valor; se os homens vêem no presente uma eco
quer dizer, receba a qualidade e a fun
nomia próspera c a possibilidade dc tro-
ção de moeda;" (2) mais adiante acres
'car a moeda que possuem por bens c serviços, ou sc confiam no progresso da
centa: "Conclui-se, deste modo, que ab solutamente não é por ser um metal-pa-
economia nacional, crendo que, no fu
desempenha esta função com a condi
merecerá seu valor cairá.
ção de ser distinta, independente do con
Segue-se pois que, no caso do papcl'moeda, a confiança (ou a desconfiança) 'ò a base de sua existência c função, a base dc seu valor: fundamento social,
tação universal dos metais preciosos ;
í
se a moeda é uma aparência, se a ver-
'jV
dadeira riqueza existe indcpendentemen-
te dela, seria possível conceber uma eco-
cie, diante de tôdas as outras, valendo
pois chamá-la de outro modo". (4). A moeda não é unicamente mercado
cipalmente no caso do curso forçado, em que o papel-moeda circula indepen dentemente de qualquer garantia.
Pergunta, então: — Qual será a base (2) — Simiand, F. — La monnale, réalité sociale — in Annales Sociologiques,
Série D. Fase. 1, — Paris 1934. pg. 28. (3) — Idem, pg. 30.
(1) — Talvez mesmo pelo fato de con siderá-los sagrados.
É difícil determinar-se o volume dos
necessidades humanas, provocando a multiplicação dos bens c serviços, toma impossível esta fixação, como ainda dos empregos futuros, uma vez que a acei
basear-se ? Simiand afirma que não e a prova disso é a circulação da nota, prin
dispensável o uso da moeda ?
nada (5).
zará mais. Em caso contrário, -sc des
do seu valor é o mesmo: — crença social.
Simiand responde que não; 2.°) Mas,
me da moeda, prcjprianicnte dita, e o volume de seus empregos possíveis. Es sa relação teórica encontra, na prática, dificuldades enormes para ser determi
penha a função de moeda, visto como
ria, cabendo então perguntar se deverá ser apenas de metal precioso, ou nêle
^
Neste ca.so o valor da moeda me
economia, o aumento cada vez maior das
superior, fonte de desejos de posse do
'í
lida .
tálica resultaria da relação entre o volu
do seu valor ou, às vezes, ate se valori
Mesmo de metal precioso ela não é uma
Existe uma economia mais avançada na
lor monetário, fixado por lei). Omitamos, de inicio, que a explicação (quantitativa do valor da moeda seja vá
que necessitam, a moeda conservara to
mercadoria ou melhor, é única na espé
V
do ao metal (o \'alür da venda ou o va
turo, poderão adquirir tudo aí^uilo de
contra a decom'posição.
compreender-lhe a origem e a função, podemos colocar dois problemas: J..°)
o custo de produção e o valor empresta
drão monetário, uma mercadoria no sen
junto de tôdas as mercadorias" (3).
Estudando a essência da moeda, para
nieos de extração e benefieiamento, ve rificaremos (|ue não há uma relação entre
tido usual, em seus empregos não mone tários, e enquanto fôr isso, que desem
acreditavam em sua virtude de garantir
ouro.
.lenlu, o que equixale a dizer, sem gran de trabalho, sem grande cu.slo. Mesmo considerando a parcela de ouro obtida em consetjuència de melhoramentos tóc-
empregos possíveis da moeda, não só dos aluais, pois a complexidade crescente da
^ Daí se conclui, diz Simiand, que são, ' portanto, qualidades suprafísicas, poder mágico curativo, repousando em crença social, que fundam o valor especial e ^
65
Dicesto Econónuco
(4-j _ Simiand, F. — Les íluctuatiqns économiques à longue periode et Ia crise mondiale — Paris, 1932, pg. 112.
portanto.
Passando da moeda não conversível, à
de metal precioso, vemos que a origem
Em parte, já vimos o porquê da acei mas, admitindo que este único funda mento, não econômico, não baste para explicar o valor monetário do metal, per
gunta Simiand: Qual será o seu funda mento "leigo", isto é, econômico ?
tação da moeda se deve, em grande par te, à previsão de aquisições posteriores.
Embora monos difícil, é também pou co pro\'ávcl a detemiinação do volum©
da moeda, porque está fortemente con dicionada pela existência de um estoque metálico monetário à disposição do ho mem; além disso, não se pode conside-;
rar este apenas numa determinada épo ca, sendo necessário conhecer a quanti dade acumulada anualmente. Como são
muitos os possíveis empregos do ouro, torna-se quase impossível fixar seu vo lume.
Ainda que admitíssemos a possibili-
O valor dos metais monetários não de
pende estritamente do custo de produ ção, cm primeiro lugar porque a maior parte do ouro c prata existentes no mun do foram resultantes de conquista vio-
(Õ) — Não nos esqueçamos que Simiand afirma que só (devemos aceitar como váli(3o o que puder ser objetivamente com provado; vai então negar a objetividade da fórmula para refutá-la.
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Dicesíto Econômico
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e sem as pretendidas qualidades do ou ro e da prata.
Se os metais preciosos, principalmente
nomia futura na qual não existisse moe da ? Responde ainda que não. Mesmo quando sc concebe o mecanis
da circulação dêste papel-moeda, uma
vez que íntrin.si;c-amcnlo nada o ga rante?
o ouro, têm sido aceitos como moeda,
mo dc trocas, independentemente da
devemos buscar-lhe as razões em outro
moeda procurando a determinação do
setor, concluindo Simiand que o que
equilíbrio econômico pelo jôgo das vá
dores têm, dc um lado, uo órgão emis
falta aos outros metais, e que o ouro
rias relações de troca dc produtos c ser
possui, são virtudes de origem e signifi cação sociais. Tudo o que tem servido
viços, ao armar as equações para a de terminação do sistema de preços, verifi
sor e, de outro, principalmente, no es tado presente c futuro da economia da Nação; ser portador do uma nota dc
de moeda fora ou é ainda aceito como
ca-se que a existência da moeda é in
banco (ou do Tesouro) significa a pos
ornamento, sendo, portanto, social; cm
dispensável para que se possa chegar a
sibilidade de, no presente ou no futuro, adquirir bens c serviços; é jn.stamenlc a indeterminação do emprego da moeda,
certas tribos, a mesma palavra que de signa moeda, designa também oferenda
ser determinado com uma condição ma
aos deuses, aos feiticeiros e aos chefes, o que prova mais uma vez a origem so-
nifesta: é que uma das mercadorias se ja de um valor econômico relativamente independente e tomada como padrão,
, ciai da moeda; certas tribos dos Estados
j
Unidos usam como moeda objetos que ^
ao mesmo tempo servem de ornamento
f
qualquer resultado: "O sistema só pode
e de meios de comemorar grandes acon-
^ tecimentos. No Peru e no México, os
W incas e aztecas consideravam sagrados o
W ouro e a prata e a própria profissão de ourives, muito embora não os usassem
como moeda. (1)
Na Antiga China,
usava-se colocar pedaços de ouro (e não , moedas) na boca dos defuntos, porque
O valor des.sa moeda repousa, c.sscncialmcntc, na confiança (pie .seus porta
devida ao fato dc não ser também uma
'mercadoria, que lhe confere o valor; se os homens vêem no presente uma eco
quer dizer, receba a qualidade e a fun
nomia próspera c a possibilidade dc tro-
ção de moeda;" (2) mais adiante acres
'car a moeda que possuem por bens c serviços, ou sc confiam no progresso da
centa: "Conclui-se, deste modo, que ab solutamente não é por ser um metal-pa-
economia nacional, crendo que, no fu
desempenha esta função com a condi
merecerá seu valor cairá.
ção de ser distinta, independente do con
Segue-se pois que, no caso do papcl'moeda, a confiança (ou a desconfiança) 'ò a base de sua existência c função, a base dc seu valor: fundamento social,
tação universal dos metais preciosos ;
í
se a moeda é uma aparência, se a ver-
'jV
dadeira riqueza existe indcpendentemen-
te dela, seria possível conceber uma eco-
cie, diante de tôdas as outras, valendo
pois chamá-la de outro modo". (4). A moeda não é unicamente mercado
cipalmente no caso do curso forçado, em que o papel-moeda circula indepen dentemente de qualquer garantia.
Pergunta, então: — Qual será a base (2) — Simiand, F. — La monnale, réalité sociale — in Annales Sociologiques,
Série D. Fase. 1, — Paris 1934. pg. 28. (3) — Idem, pg. 30.
(1) — Talvez mesmo pelo fato de con siderá-los sagrados.
É difícil determinar-se o volume dos
necessidades humanas, provocando a multiplicação dos bens c serviços, toma impossível esta fixação, como ainda dos empregos futuros, uma vez que a acei
basear-se ? Simiand afirma que não e a prova disso é a circulação da nota, prin
dispensável o uso da moeda ?
nada (5).
zará mais. Em caso contrário, -sc des
do seu valor é o mesmo: — crença social.
Simiand responde que não; 2.°) Mas,
me da moeda, prcjprianicnte dita, e o volume de seus empregos possíveis. Es sa relação teórica encontra, na prática, dificuldades enormes para ser determi
penha a função de moeda, visto como
ria, cabendo então perguntar se deverá ser apenas de metal precioso, ou nêle
^
Neste ca.so o valor da moeda me
economia, o aumento cada vez maior das
superior, fonte de desejos de posse do
'í
lida .
tálica resultaria da relação entre o volu
do seu valor ou, às vezes, ate se valori
Mesmo de metal precioso ela não é uma
Existe uma economia mais avançada na
lor monetário, fixado por lei). Omitamos, de inicio, que a explicação (quantitativa do valor da moeda seja vá
que necessitam, a moeda conservara to
mercadoria ou melhor, é única na espé
V
do ao metal (o \'alür da venda ou o va
turo, poderão adquirir tudo aí^uilo de
contra a decom'posição.
compreender-lhe a origem e a função, podemos colocar dois problemas: J..°)
o custo de produção e o valor empresta
drão monetário, uma mercadoria no sen
junto de tôdas as mercadorias" (3).
Estudando a essência da moeda, para
nieos de extração e benefieiamento, ve rificaremos (|ue não há uma relação entre
tido usual, em seus empregos não mone tários, e enquanto fôr isso, que desem
acreditavam em sua virtude de garantir
ouro.
.lenlu, o que equixale a dizer, sem gran de trabalho, sem grande cu.slo. Mesmo considerando a parcela de ouro obtida em consetjuència de melhoramentos tóc-
empregos possíveis da moeda, não só dos aluais, pois a complexidade crescente da
^ Daí se conclui, diz Simiand, que são, ' portanto, qualidades suprafísicas, poder mágico curativo, repousando em crença social, que fundam o valor especial e ^
65
Dicesto Econónuco
(4-j _ Simiand, F. — Les íluctuatiqns économiques à longue periode et Ia crise mondiale — Paris, 1932, pg. 112.
portanto.
Passando da moeda não conversível, à
de metal precioso, vemos que a origem
Em parte, já vimos o porquê da acei mas, admitindo que este único funda mento, não econômico, não baste para explicar o valor monetário do metal, per
gunta Simiand: Qual será o seu funda mento "leigo", isto é, econômico ?
tação da moeda se deve, em grande par te, à previsão de aquisições posteriores.
Embora monos difícil, é também pou co pro\'ávcl a detemiinação do volum©
da moeda, porque está fortemente con dicionada pela existência de um estoque metálico monetário à disposição do ho mem; além disso, não se pode conside-;
rar este apenas numa determinada épo ca, sendo necessário conhecer a quanti dade acumulada anualmente. Como são
muitos os possíveis empregos do ouro, torna-se quase impossível fixar seu vo lume.
Ainda que admitíssemos a possibili-
O valor dos metais monetários não de
pende estritamente do custo de produ ção, cm primeiro lugar porque a maior parte do ouro c prata existentes no mun do foram resultantes de conquista vio-
(Õ) — Não nos esqueçamos que Simiand afirma que só (devemos aceitar como váli(3o o que puder ser objetivamente com provado; vai então negar a objetividade da fórmula para refutá-la.
m
j<M"w Digesto Econômico
66
mite comprar adiantadamcntc tudo o
67
A estabilidade do poder de compra da moeda implicaria numa economia es-
partíssemos da fórmula :
processos, o dc ser o meio de antecipai os valores futuros, de realizar, a partii do presente, adiantamentos de valores
mento do volume dos produtos" (lü). A
tacionária c rvpre..onta apenas uma aspi
Poder do em-
ainda não cobertos, mas de cobertura
elevação dc preços, resultante do aumen
ração dos jX)SSuidoros pa.ssivos. "Por is
prevista, pelos bens que scr.ão produzi' dos; eliminar este meio 6 querer conti nuar a usar a alavanca do progresso, su
to do meio circulante, serse dc estimu
to, sem duvida, percebemos como o fi-
lo ao progresso econômico, pois permite
nalismo de certas doutrinas, ou de vá
a quem comprou no passado a preços baixos a revenda com um lucro, o (jiml, por sua vez, podc SLT empregado em no vos empreendimentos aumentando as sim a própria produção. E verdade que
rias práticas tentadas, visando uma estaliilidadc permanente dos preços c um sistema monetário que a realize, é Utíl
dade material de fixar esta quantidade e Emprego da moeda
prego da moeda = Metal monetário
verificaríamos não haver paralelismo en tre o crescimento do numerador e o do denominador; êstc tende a crescer mui
primindo antes o seu ponto de apoio" (7). E Simi.and vai concluir que "tô-
da a niocdil 6 fiduciáriã; o ouro, liojc, é
afirmarão de uma tendência constante
a primeira das moedas fíduciúrias, nada mais nada menos que isso". (8). "O
para uma redução cre:cente do poder do
que nos importa aqui é que, tendo as
emprego da moeda, o que nem sempre
sim reconhecido essas diferenças entro as espécies dc moeda que a experiência passada ou presente nos permite estu
to mais que aquôle, o que nos levaria à
é verdade, negando-se, portanto, a teoria quantitativa.
Se examinarmos mais de perto o fenô meno, verificaremos que o fundamento do valor da moeda metálica é exatamen
te igual ao do valor do papel-moeda. É
a percepção de que a sua posse permite no presente, e permitirá no futuro, agir sobre as coisas e sobre os homens. "Por
sua virtude extra-económica, no tempo em que tinham grande aceitação, os me tais preciosos agiram sôbre os homens e sobre as coisas, no próprio plano econô
mico.
Êste poder, progressivamente,
transpôs-se, concentrou-se neste plano :
poder de obter serviços, consas, em tro ca deste ouro ou prata" (0). A base, portanto, de toda moeda, seja ela de metal ou não, é uma crença so cial, é uma fé. "Tal como se consti tuiu, no desenvolvimento de uma econo
mia progressiva, o papel fundamental da moeda não é sòmente, nem sobretudo, o de padrão de valores, de meio de tro cas; 6 muito mais, e cada vez mais, na
complexidade e no alongamento dos seus
se, por um laclo, há beneficiários nesto mecanismo, por outro há os piojuclieados; isto, entretanto, não importa para o resultado, poLs, a produção com isto
postulado perigoso, que não p.irecc con forme com os ensinamentos da experiên cia econômica ou, melhor ainda, que sedirige para uma economia sem pro gresso" (11). E Simiand conclui: "No fundo, êste fato monetário com sua diversidade ou
dar de fato, e reconhecidas também a razão e a importância duráveis dessas
Em certo momento, porém, sc retarda o aumento ou mesmo sc paralisa o cres
variações correspondentes ás divcrsida-
diferenças, veremos, no entretanto, que
cimento do volume da circulação, en
ciais (12), exprime a confiança coletiva
moeda dc uma ou do outra espécie, ten
quanto continua • o aumento da produ
que cada um dêstcs conjuntos, nestes di
do funcionado, tem seu valor e função O mesmo fundamento: o de uma crença o fé social que é realidade social" (9). Esta natureza social da moeda podo
ção, resultante do estímulo trazido pela anterior hipertrofia do meio circulante.
futuro (e subsidiáriamente a que os ou
des e ás variações dòslcs conjuntos so versos graus, tem em si mesmo, em seu
Há, pois, uma tendência á queda do preços contra a qual os produtores lu tam, quer procurando limitar a produ ção que já não encontra consumo sufi
tros lhe alribiie:n), o na escala das es
que é. uma realidade social" (13).
quantitativa da moeda, os aumentos da emissão têm um efeito benéfico no de
ciente, quer tentando bai.xar o preço dc custo pela redução direta das dospes.as com os seus elementos, tentativas que
rivado, resultando da auto-apreciação de
senvolvimento da vida econômica dos povos. "Os novos meios monetários, en
concorrência entre produtores e, por ou
ser melhor percebida quando encaramos o seu papel no progresro econômico.
Contrariamente ao que afirma a teoria
trando nos canais da circulação, princi palmente para emprego na produção,
fracassam, por um lado pela inevitável tro lado, pela resistência dos traballiadorcs à baixa do salário.
servem para aumentar os meios de pro
Êsse antagonismo (preços que baixam
dução, as produções; e isto porque a
e rendimentos relativamente mantidos)
moeda aqui funciona como um antecípador destes valores futuros que serão produzidos e como rcalizixdor antecipa do destes valores, antecipação que per-
por fim SC resolve numa conciliação, por efeito do um aumento da produção, de
vido em parte à técnica, mus também e principalmente a um aumento da produ São, pois, as os cilações de preços, ou seu inverso — as
timativas de cada um sobre as coisas o
os homens, cm seu quadro social.' A moeda é o que é, c age deste modo por O valor da moeda seria, portanto, de
cada grupo, ou nação, bem como do con ceito de que gozem diante dos demais. Seria, então, um verdadeiro espelho, a
refletir o valor da própria sociedade que criou a moeda o a utiliza.
Como vimos, suas idéias constituem
uma das mais originais e brilhantes de fesas do emissicnismo. Resta saber até
que ponto poderão ser aceitáveis.
tividade do trabalho. (7) — Slmiand, F. — Les íluctuationa écouumiq,^c;í> e» xongue période et Ia crise mondiale r— Paris 1D32, pg. 113.
(8) — Slmiand. F. — La monnaie, réa(6) — Slmiand, F. — La monnale. réalité sociale — in Annales Sociologíques. Sé rie D, £asc. 1. Paris, pg. 44,
que é necessário para chegar a ô.stc au
SC beneficia.
medida em que a economia progride em
l''.
Digesto Econômico
lité sociale — in Annales Sociologiques, Série D — Fase. I, Paris, 1934 — pg. 49. (9) — Idem. pág. 48.
variações do poder de compra da moe da — ora num, ora noutro sentido, a cau
sa do dinamismo, de que resulta o pro gresso econômico.
(11) — Simiand, F. — La monnaie, réalité sociale — In Annales Sociologiquea — Série D — Fase. I — Paris, 1934, pg. 57. (12) — Simiand refere-se aqui a um
grupo, uma classe, uma nação ou a conse à humanidade.
(13j — Simiand, F. — Idem nota (11) (10) — Idem( pág. 51.
^
juntos ainda mais amplos, chegando qua — pág. 58.
1
m
j<M"w Digesto Econômico
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mite comprar adiantadamcntc tudo o
67
A estabilidade do poder de compra da moeda implicaria numa economia es-
partíssemos da fórmula :
processos, o dc ser o meio de antecipai os valores futuros, de realizar, a partii do presente, adiantamentos de valores
mento do volume dos produtos" (lü). A
tacionária c rvpre..onta apenas uma aspi
Poder do em-
ainda não cobertos, mas de cobertura
elevação dc preços, resultante do aumen
ração dos jX)SSuidoros pa.ssivos. "Por is
prevista, pelos bens que scr.ão produzi' dos; eliminar este meio 6 querer conti nuar a usar a alavanca do progresso, su
to do meio circulante, serse dc estimu
to, sem duvida, percebemos como o fi-
lo ao progresso econômico, pois permite
nalismo de certas doutrinas, ou de vá
a quem comprou no passado a preços baixos a revenda com um lucro, o (jiml, por sua vez, podc SLT empregado em no vos empreendimentos aumentando as sim a própria produção. E verdade que
rias práticas tentadas, visando uma estaliilidadc permanente dos preços c um sistema monetário que a realize, é Utíl
dade material de fixar esta quantidade e Emprego da moeda
prego da moeda = Metal monetário
verificaríamos não haver paralelismo en tre o crescimento do numerador e o do denominador; êstc tende a crescer mui
primindo antes o seu ponto de apoio" (7). E Simi.and vai concluir que "tô-
da a niocdil 6 fiduciáriã; o ouro, liojc, é
afirmarão de uma tendência constante
a primeira das moedas fíduciúrias, nada mais nada menos que isso". (8). "O
para uma redução cre:cente do poder do
que nos importa aqui é que, tendo as
emprego da moeda, o que nem sempre
sim reconhecido essas diferenças entro as espécies dc moeda que a experiência passada ou presente nos permite estu
to mais que aquôle, o que nos levaria à
é verdade, negando-se, portanto, a teoria quantitativa.
Se examinarmos mais de perto o fenô meno, verificaremos que o fundamento do valor da moeda metálica é exatamen
te igual ao do valor do papel-moeda. É
a percepção de que a sua posse permite no presente, e permitirá no futuro, agir sobre as coisas e sobre os homens. "Por
sua virtude extra-económica, no tempo em que tinham grande aceitação, os me tais preciosos agiram sôbre os homens e sobre as coisas, no próprio plano econô
mico.
Êste poder, progressivamente,
transpôs-se, concentrou-se neste plano :
poder de obter serviços, consas, em tro ca deste ouro ou prata" (0). A base, portanto, de toda moeda, seja ela de metal ou não, é uma crença so cial, é uma fé. "Tal como se consti tuiu, no desenvolvimento de uma econo
mia progressiva, o papel fundamental da moeda não é sòmente, nem sobretudo, o de padrão de valores, de meio de tro cas; 6 muito mais, e cada vez mais, na
complexidade e no alongamento dos seus
se, por um laclo, há beneficiários nesto mecanismo, por outro há os piojuclieados; isto, entretanto, não importa para o resultado, poLs, a produção com isto
postulado perigoso, que não p.irecc con forme com os ensinamentos da experiên cia econômica ou, melhor ainda, que sedirige para uma economia sem pro gresso" (11). E Simiand conclui: "No fundo, êste fato monetário com sua diversidade ou
dar de fato, e reconhecidas também a razão e a importância duráveis dessas
Em certo momento, porém, sc retarda o aumento ou mesmo sc paralisa o cres
variações correspondentes ás divcrsida-
diferenças, veremos, no entretanto, que
cimento do volume da circulação, en
ciais (12), exprime a confiança coletiva
moeda dc uma ou do outra espécie, ten
quanto continua • o aumento da produ
que cada um dêstcs conjuntos, nestes di
do funcionado, tem seu valor e função O mesmo fundamento: o de uma crença o fé social que é realidade social" (9). Esta natureza social da moeda podo
ção, resultante do estímulo trazido pela anterior hipertrofia do meio circulante.
futuro (e subsidiáriamente a que os ou
des e ás variações dòslcs conjuntos so versos graus, tem em si mesmo, em seu
Há, pois, uma tendência á queda do preços contra a qual os produtores lu tam, quer procurando limitar a produ ção que já não encontra consumo sufi
tros lhe alribiie:n), o na escala das es
que é. uma realidade social" (13).
quantitativa da moeda, os aumentos da emissão têm um efeito benéfico no de
ciente, quer tentando bai.xar o preço dc custo pela redução direta das dospes.as com os seus elementos, tentativas que
rivado, resultando da auto-apreciação de
senvolvimento da vida econômica dos povos. "Os novos meios monetários, en
concorrência entre produtores e, por ou
ser melhor percebida quando encaramos o seu papel no progresro econômico.
Contrariamente ao que afirma a teoria
trando nos canais da circulação, princi palmente para emprego na produção,
fracassam, por um lado pela inevitável tro lado, pela resistência dos traballiadorcs à baixa do salário.
servem para aumentar os meios de pro
Êsse antagonismo (preços que baixam
dução, as produções; e isto porque a
e rendimentos relativamente mantidos)
moeda aqui funciona como um antecípador destes valores futuros que serão produzidos e como rcalizixdor antecipa do destes valores, antecipação que per-
por fim SC resolve numa conciliação, por efeito do um aumento da produção, de
vido em parte à técnica, mus também e principalmente a um aumento da produ São, pois, as os cilações de preços, ou seu inverso — as
timativas de cada um sobre as coisas o
os homens, cm seu quadro social.' A moeda é o que é, c age deste modo por O valor da moeda seria, portanto, de
cada grupo, ou nação, bem como do con ceito de que gozem diante dos demais. Seria, então, um verdadeiro espelho, a
refletir o valor da própria sociedade que criou a moeda o a utiliza.
Como vimos, suas idéias constituem
uma das mais originais e brilhantes de fesas do emissicnismo. Resta saber até
que ponto poderão ser aceitáveis.
tividade do trabalho. (7) — Slmiand, F. — Les íluctuationa écouumiq,^c;í> e» xongue période et Ia crise mondiale r— Paris 1D32, pg. 113.
(8) — Slmiand. F. — La monnaie, réa(6) — Slmiand, F. — La monnale. réalité sociale — in Annales Sociologíques. Sé rie D, £asc. 1. Paris, pg. 44,
que é necessário para chegar a ô.stc au
SC beneficia.
medida em que a economia progride em
l''.
Digesto Econômico
lité sociale — in Annales Sociologiques, Série D — Fase. I, Paris, 1934 — pg. 49. (9) — Idem. pág. 48.
variações do poder de compra da moe da — ora num, ora noutro sentido, a cau
sa do dinamismo, de que resulta o pro gresso econômico.
(11) — Simiand, F. — La monnaie, réalité sociale — In Annales Sociologiquea — Série D — Fase. I — Paris, 1934, pg. 57. (12) — Simiand refere-se aqui a um
grupo, uma classe, uma nação ou a conse à humanidade.
(13j — Simiand, F. — Idem nota (11) (10) — Idem( pág. 51.
^
juntos ainda mais amplos, chegando qua — pág. 58.
1
DíC£sto Econômico
Notícia sobre JoséJohann Emmanuel Pohl Honório Rodricues
69
ve com minúcia, baseado sobretudo na
2. Exjxjsiliü anatômica organi audilus per classes animalium. Viena, 1819.
."Memória" do Cònego Luís .•Vntònio da
3. Plaularuin Brasiliac.
na antiga Vila Boa, cuja luslória descre Silva e Süusu, a (juetn eunlu-ce pessoal mente. (1)
A Vido
Johann Kmmanuel Pohl, naturalista austríaco, nasceu em Kamnitz, na Boê mia, aos 22 de fevereiro de 1782.
For
mado em medicina, devotou-se com sin
gular paixão à botânica, tornando-se professor desta disciplina na Universida
A -propósito da próxima edição da Viagem de Johann Emmanuel Pohl, feita pelo Instituto Nacional do Livro, o co nhecido historiador, José Honório Ro
'servaç-ões pessoais.
drigues, escreveu êsle prefácio que, por
'várias excursões pel<js arredores da ci
esta Viagem, seu maior titulo, que é hoje apresentada aos estudiosos brasilei
Príncipe herdeiro de Portugal, Algarves e Brasil, com a Arquiduquesa Carollna
Josefa Leopoldina, proporcionou o ense jo para a realização daquele projeto.
Coube a direção suprema do em preendimento, como relata o próprio Pohl, no prefácio desta obra, ao Senhor Príncipe Metternich-Winneburg; e ao Senhor Conselheiro Rittcr von Schreiters, diretor do Museu de História Natural, a
organização efetiva das várias secções.
J. E. Pohl ficou encarregado da parte de mineralügia, a que se acrescentou, depois, a de botânica.
Juntamente com o pintor de plantas Buchberger, Pohl viajou, na comitiva da Princesa, de Viena a Liorne, onde em-
agòslo; a 15 dc abril do ano seguinte partia Pohl para a Real Mina tio Galena
chegando ao Rio no dia 4 dc novembro
Era pensamento do Imperador Maxiniiliano organizar uma expedição cientí
assinatura, em 1817, do contrato de ca
Tctômo a Vila Boa se inicia a 27 de
barcou no navio de guerra S. Sebastião, gastara 82 dias, fazendo obsor\'açÕcs e dívertínclo-se a bordo, com as festas co muns ou oficiais. Depois dc breve de
samento de D. Pedro de Alcântara,
a percorrer a parte setentrional claípiela capitania e o Hio loeanlhis, ale o Porto Real, onde chegava u 23 de agosto. O
de 1817. IDe Liorne ao Rio dc Janeiro
esse fim nomeara uma comissão de sá bios naturalistas, entre os quais estavam Martius e Spix. Dificuldades inespera das obrigaram-no a adiar a execução. A
Pold inicia, então,
dade e aos 22 dc abril de 1819 começa
primeira mão.
ros, em português.
fica à América do Sul c, cm 1815, para
crita tendo à mão a obra do Cémego Silva c Sousa, reeheacla, porém, di; ob-
uma gentileza do autor, publicamos em
de do Praga. A expedição científica ao Brasil, cm 1817, vai oforccer-llie oportu nidade excepcional de alargar seus co. nhecimentos naturalísticos e de escrever
• A sétima Secção dèsle liv ro é, portan to, a história da Capitania dc Goiás, es
de Abacté; daí avança pelo Rio das Ve lhas, descreve as Minas Novas, parte se tentrional da coinarea da Serra do Frio,
viaja pelo Rio Jequitinhonha, segue para Vila Rica, cuja de crição é real
mora no Rio c da decisão dc se não fa
zer excursão conjunta, mas viagens iso
mente das mais curiosas c regressa ao
ladas, resolveu Pohl empreender uma expedição por terra a Angra dos Reis, via Santa Cruz e São João Marcos, re gressando, \ia Mangaratiba, ao Rio de
Rio dc Janeiro, onde chega aos 28 de
Sccncs ct
des-
criptiones haetenus ineditae. \'indobonae, 1827-1831, 2 vols. 4. Reise ün Iiineru \on Brasilicn. Viena,
A. Slr.iuss s Sei. Witwc, j. B. Wallíshauser. 1832-37, 2 vols.
5. Beilrago zur Gebirgskundo Brasilions, ncbst aufziiiilung aller eingesammeiten, und im K. K. BrasiÜaner Mnsfuiu in Vien aufbewahrtcn, cin-
faelu n und zusanmicngo-clzlcn Fossilieii. Besonderer Abdruek aos desson Reise iin Inncru von BxMSilicn.
Er.ste Ablhcilung. Mit einer iithographiorten geognostischen Aussicht. \'íi'aa, A. Strauss's Sei. Vítwe, 1832.
("). Brasiiiens xorzüglich Uistige In;;ccten von... Besonder Abdruek aus des Reise im Inncru von Brasilicn von
Dr. Polil.
Mit einer ausgemalten
Kuplertafel. \'iena, 1832. (Em co laboração com V. Kollar).
fevereiro de 1821.
A viagem de Pohl dura ao todo quatro
Significação de sua obra
anos e meio e, neste período, quase sem
Janeiro.
repouso, êlc anota no seu Diário as ob
Pendo voltado para a Europa o Pro
O rápido exame da bibhografia de
fessor Mikan, de Praga, a fim de acom panhar a Viena o transporte dos espéci-
servações científicas ou sociais que ainda
Pohl faz deixar dc lado outras obras —
hoje valem muito para o estudioso da
mens colhidos durante a estada da mis
Regressa à Europa e, passado um mês, é, então, nomeado conservador do Ga binete Imperial dc História Natural de •Viena, onde falece aos 22 de maio de 1834, sem ver editado o segundo volume
Tcntamen, Expositio e Plantarum Bra siliac (estampas e descrições de plantas do Brasil até lioje inéditas) — os dois
história brasileira.
são no Rio de Janeiro, teve Pohl de subs tituí-lo na clicfia da Sccção de Botânica.
Ê a partir dêslc momento que Polil empreende a grande jornada pelo inte
rior do Brasil, atravessando as capitanias
de sua Viagem.
do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.
primeiros trabalhos reabzados antes d6 sua missão e o último de caráter estri
tamente botânico, para se deter na Via gem no Interior do Brasil, agora feliz mente traduzida para o Português, por iniciativa do Instituto Nacional do Li
Parte do Rio a 8-de setembro de 1818, viu Barbacena, para a Vila de São João d El-Reí, onde chega a 13 dc outubro.
Bibliografia I. Tenlamcn Florac Bohemiae, Praga,
Dali segue a 21, com destino a Paracatu do Príncipe, e depois em direção à ca pitai de Goiás, que alcança a 23 do ja
1814, 2 vols. (1) A "Memória" íôra publicada no Pa
neiro de 1819. Demora-se até 22 de abril
triota (nOs. 4, 5 e G) e em 1849 na Rev. do
Inst. Hisl. e Geogr. Bras.. t. 12, pág. 429. Mu
vro. Os trabalhos registados sob os n.°s 5 o 6 da Bibliografia (Subsídios para a orogrofia do Brasil, juntamente com a enumeração de todos os fósseis simples e compostos, colecionados e conservados no Imperial e Real Museu Brasileiro de
Viena e os principais insetos nocivos do
DíC£sto Econômico
Notícia sobre JoséJohann Emmanuel Pohl Honório Rodricues
69
ve com minúcia, baseado sobretudo na
2. Exjxjsiliü anatômica organi audilus per classes animalium. Viena, 1819.
."Memória" do Cònego Luís .•Vntònio da
3. Plaularuin Brasiliac.
na antiga Vila Boa, cuja luslória descre Silva e Süusu, a (juetn eunlu-ce pessoal mente. (1)
A Vido
Johann Kmmanuel Pohl, naturalista austríaco, nasceu em Kamnitz, na Boê mia, aos 22 de fevereiro de 1782.
For
mado em medicina, devotou-se com sin
gular paixão à botânica, tornando-se professor desta disciplina na Universida
A -propósito da próxima edição da Viagem de Johann Emmanuel Pohl, feita pelo Instituto Nacional do Livro, o co nhecido historiador, José Honório Ro
'servaç-ões pessoais.
drigues, escreveu êsle prefácio que, por
'várias excursões pel<js arredores da ci
esta Viagem, seu maior titulo, que é hoje apresentada aos estudiosos brasilei
Príncipe herdeiro de Portugal, Algarves e Brasil, com a Arquiduquesa Carollna
Josefa Leopoldina, proporcionou o ense jo para a realização daquele projeto.
Coube a direção suprema do em preendimento, como relata o próprio Pohl, no prefácio desta obra, ao Senhor Príncipe Metternich-Winneburg; e ao Senhor Conselheiro Rittcr von Schreiters, diretor do Museu de História Natural, a
organização efetiva das várias secções.
J. E. Pohl ficou encarregado da parte de mineralügia, a que se acrescentou, depois, a de botânica.
Juntamente com o pintor de plantas Buchberger, Pohl viajou, na comitiva da Princesa, de Viena a Liorne, onde em-
agòslo; a 15 dc abril do ano seguinte partia Pohl para a Real Mina tio Galena
chegando ao Rio no dia 4 dc novembro
Era pensamento do Imperador Maxiniiliano organizar uma expedição cientí
assinatura, em 1817, do contrato de ca
Tctômo a Vila Boa se inicia a 27 de
barcou no navio de guerra S. Sebastião, gastara 82 dias, fazendo obsor\'açÕcs e dívertínclo-se a bordo, com as festas co muns ou oficiais. Depois dc breve de
samento de D. Pedro de Alcântara,
a percorrer a parte setentrional claípiela capitania e o Hio loeanlhis, ale o Porto Real, onde chegava u 23 de agosto. O
de 1817. IDe Liorne ao Rio dc Janeiro
esse fim nomeara uma comissão de sá bios naturalistas, entre os quais estavam Martius e Spix. Dificuldades inespera das obrigaram-no a adiar a execução. A
Pold inicia, então,
dade e aos 22 dc abril de 1819 começa
primeira mão.
ros, em português.
fica à América do Sul c, cm 1815, para
crita tendo à mão a obra do Cémego Silva c Sousa, reeheacla, porém, di; ob-
uma gentileza do autor, publicamos em
de do Praga. A expedição científica ao Brasil, cm 1817, vai oforccer-llie oportu nidade excepcional de alargar seus co. nhecimentos naturalísticos e de escrever
• A sétima Secção dèsle liv ro é, portan to, a história da Capitania dc Goiás, es
de Abacté; daí avança pelo Rio das Ve lhas, descreve as Minas Novas, parte se tentrional da coinarea da Serra do Frio,
viaja pelo Rio Jequitinhonha, segue para Vila Rica, cuja de crição é real
mora no Rio c da decisão dc se não fa
zer excursão conjunta, mas viagens iso
mente das mais curiosas c regressa ao
ladas, resolveu Pohl empreender uma expedição por terra a Angra dos Reis, via Santa Cruz e São João Marcos, re gressando, \ia Mangaratiba, ao Rio de
Rio dc Janeiro, onde chega aos 28 de
Sccncs ct
des-
criptiones haetenus ineditae. \'indobonae, 1827-1831, 2 vols. 4. Reise ün Iiineru \on Brasilicn. Viena,
A. Slr.iuss s Sei. Witwc, j. B. Wallíshauser. 1832-37, 2 vols.
5. Beilrago zur Gebirgskundo Brasilions, ncbst aufziiiilung aller eingesammeiten, und im K. K. BrasiÜaner Mnsfuiu in Vien aufbewahrtcn, cin-
faelu n und zusanmicngo-clzlcn Fossilieii. Besonderer Abdruek aos desson Reise iin Inncru von BxMSilicn.
Er.ste Ablhcilung. Mit einer iithographiorten geognostischen Aussicht. \'íi'aa, A. Strauss's Sei. Vítwe, 1832.
("). Brasiiiens xorzüglich Uistige In;;ccten von... Besonder Abdruek aus des Reise im Inncru von Brasilicn von
Dr. Polil.
Mit einer ausgemalten
Kuplertafel. \'iena, 1832. (Em co laboração com V. Kollar).
fevereiro de 1821.
A viagem de Pohl dura ao todo quatro
Significação de sua obra
anos e meio e, neste período, quase sem
Janeiro.
repouso, êlc anota no seu Diário as ob
Pendo voltado para a Europa o Pro
O rápido exame da bibhografia de
fessor Mikan, de Praga, a fim de acom panhar a Viena o transporte dos espéci-
servações científicas ou sociais que ainda
Pohl faz deixar dc lado outras obras —
hoje valem muito para o estudioso da
mens colhidos durante a estada da mis
Regressa à Europa e, passado um mês, é, então, nomeado conservador do Ga binete Imperial dc História Natural de •Viena, onde falece aos 22 de maio de 1834, sem ver editado o segundo volume
Tcntamen, Expositio e Plantarum Bra siliac (estampas e descrições de plantas do Brasil até lioje inéditas) — os dois
história brasileira.
são no Rio de Janeiro, teve Pohl de subs tituí-lo na clicfia da Sccção de Botânica.
Ê a partir dêslc momento que Polil empreende a grande jornada pelo inte
rior do Brasil, atravessando as capitanias
de sua Viagem.
do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.
primeiros trabalhos reabzados antes d6 sua missão e o último de caráter estri
tamente botânico, para se deter na Via gem no Interior do Brasil, agora feliz mente traduzida para o Português, por iniciativa do Instituto Nacional do Li
Parte do Rio a 8-de setembro de 1818, viu Barbacena, para a Vila de São João d El-Reí, onde chega a 13 dc outubro.
Bibliografia I. Tenlamcn Florac Bohemiae, Praga,
Dali segue a 21, com destino a Paracatu do Príncipe, e depois em direção à ca pitai de Goiás, que alcança a 23 do ja
1814, 2 vols. (1) A "Memória" íôra publicada no Pa
neiro de 1819. Demora-se até 22 de abril
triota (nOs. 4, 5 e G) e em 1849 na Rev. do
Inst. Hisl. e Geogr. Bras.. t. 12, pág. 429. Mu
vro. Os trabalhos registados sob os n.°s 5 o 6 da Bibliografia (Subsídios para a orogrofia do Brasil, juntamente com a enumeração de todos os fósseis simples e compostos, colecionados e conservados no Imperial e Real Museu Brasileiro de
Viena e os principais insetos nocivos do
-*1
EhcESTO Econômico
70
Brasil)
I,
são
extratos
da
relação
podemos c devemos confiar.
do
T
Aliás, a
leitura de seus dois alentados volumes, ora monótonos, ora dclicio.samcntc vivos,
Viagem. Convém lembrar aos leitores que o
71
Dicesto Econômico
(5), foram unânimes na recomendação.
tas do povo c da religião; sâo os fatos
A única voz dis.sonanlc é a do Alfredo
econômicos, s.ilários, preços, carcslia o trabalho, que Pohl descreve c relata. A
de Carvalho, ao declarar que "não obs tante a duração c a extensão de suas
próprio Pohl considera sua relação co mo um "diário", no qual anotou dia a
como na descrição das festas palacianas
dia, cuidadosamente, tudo o que lhe pa
petência como a seriedade c fidelidade
viagens, por distritos quase inexplora dos, a narrativa que tlêles nos legou
receu digno de registo".
do observador. Ê corto que várias vôzcs, ou melhor, muitas \'czcs, Pohl se
Pohl é duma aridez deso-peradora, sen
do considerada pelos competentes como a menos feliz de suas obras". (6)
parte rigorosamente científica. Os re sumos botânicos e as coletas mineralógi-
deixa impressionar pelo primeiro senti mento falso, pelo que ouviu de pessoas parciais, sem a devida idoneidade. Mas
cas, especialmente de caráter geognósti-
na maioria dos casos faz fé o que viu o
co, são apresentados em apêndices.
se representou aos seus olhos. As contri
de Ouro Prêto, confirma não só a com
Destinando-o
á todas as classes de leitores, decidiu se
parar a narração de interesse geral da
buições
Para compensar a insipidcz do texto
como as descrições
que maior proveito
aparece sob novos aspectos, vista por •
homem de grande capacidade de obser vação c dc inteligência atilada. Munido de passaporte assinado por Tomás Antônio de Vila Nova Portugal, Ministro dos Negócios da Guerra e Es
louva Alfredo de Carvalho as estampas
trangeiros, Pohl foi sempre bem recebi
do Atlas, abertas cm cobre pelos céle
do pelas autoridades provinciais, muni cipais c pelas figuras dc projeção. Em
bres gravadores Axmann c Passini, c.co lhidos pelo Príncipe Mctternich-Winnc-
objetivas,
É, portanto, o Oiário do viajante
atualidade brasileira de 1817 a 1821
Angra dos Reis, encontra-se com João
de primeira mão das
burg, dentre os desenhos originais do paisagista Thomas Endcr. Robert Smith,
Manso Pereira, hábil químico e metalúr gico, protegido dc D. Rodrigo de Sousa
autoridade de reconhecida competência,
Coutinho, envolvido na Inconfidência
oferece ao leitor ge
condições o
ral. Todas as rela
mes da sua época
já enalteceu a gravura panorâmica do
Mineira, precursor da fábrica de ferro
ções de caráter pu
tornam
Rio de Janeiro e a vista dc Ouro Prô-
dc Sorocaba e autor da Memória sobre
seu
costu Diário
ramente informativo,'
uma fonte primor
escritas durante
dial para a hi.tória
ou
pouco após a ocor
social dos primeiros
rência
decênios do século
dos
fatos,
são de regra consi deradas
como
XIX.
di
Os motivos da re
gnas de crédito pelo historiador ou es
dação de sua obra, a relação c corres
tudioso.
pondência com os autores de sua época,
Os livros de viagem, porém,
tal como os Diários, constituem uma ex
ceção.
Êles são olhados com certa re
serva, pelos tratadistas de metodologia histórica. É necessário, para remover -essa desconfiança inicial, que o Autor seja considerado um observador compe tente, honesto e fiel.
a Rcfomm dos Alambiqucs (8) e da 1 ,4 Náo nos parece justa a observação de Alfredo de Carvallio. Como em todos os livros de viajantes, especialmente os de naturalistas, há trechos tão insipidos, monótonos o cansativos, como insipidos,
Por isso, os Diá
examinados pela crítica histórica sob o mesmo prisma que os livros de viagem.
monótonos e cansativos eram os cami
nhos percorridos e os lugares visitados.
"Achei o SenJior Manso um homem mui
Pohl é um observador muito alerta,
dos vários membros da e.xpedição cien tífica — feita com toda simpatia por um
mica informações e dados preciosos. Èle
mo um entendido, sobre o sistema mine
regista sempre os costumes, os habites,
ral de Werncr e Karsten."
Imperador amigo e amante da ciência,
as formas sociais do centro e centro-
É assim também que, em Goiás, con
valorizam o livro do viajante. Os estudiosos brasileiros que ana
norte, diferentes das européias. Ê a vi
versa e aprende a história goiana com O'
da pública, nas suas manitcstações cole
Cônego Luís Antônio da Silva e Sousa, vigário geral da prelatura e autor da Memória sobrç o descobrimento, gover~
tivas, nos seus serviços e funcionamento;
Garcia
(4),
Melo
é o tipo de alimentação, as doenças que afligem as populações, os tratamentos e
Leitão
a matéria médica populares; são as fes-
Muita cautela, muita prudência, exame (2) Francisco
Adolfo de
Varnhagen,
Melhoramentos, s. d., 3.® ed. int., t. 5,
(3) Rodolfo Garcia, "Historia das expe dições cientificas", Diccionario Histórico
científica, pelo critério de sua escolha e
e Geograohico Brasileiro, Rio de Janei
t Jl'.» . »
Sâo Paulo, Cia. Èditôra ^Jacicnal, 1937, pág. 137.
(d) Alfredo
ro, 1922, t. 1, pág. 887, (4) Visconde dè Taunay. Estrangeiros ilustres o prestimosos no Brasil, IBOO-
da seleção dos demais companheiros de expedição, pelos trabalhos publicados, que se trata de um viajante em quem ..
de
Carvalho, Biblioteca
de João Procoplo
Corrêa e Silva. 1797, 55 págs.
cional. 1-27, 29, 8.
(9) Lisboa, Oficina de Simão Thaddeo Ferreira. 1797, 28 págs. (10) Rev. do Insi. Hisl. e Geog. Bxas.. t. 12, 1849, pág. 429 C ss.
1892, São Paulo, Cia. Melhoramentos, s.d..
pág. 29.
61, n.o 351.
L
(8) Lisboa, Oficina
Exótica Brasileira, Mss. da Biblioteca Na (7) Cf. Manual Bibliográfico de Estu dos Brasileiros, Rio de Janeiro, 1949, pág.
.1. .
tania de Goiás (10). Em Ouro Preto, suas credenciais e a
(51 Melo Leitão. A Biologia no BrasU.
pág. 264.
Quanto a Pohl, sabemos precisamente, pelos antecedentes de sua formação
no, população e cousas notáveis da capi
amizade de Eschwege abreni-Ilie as por-
História Geral do Brasil, São Paulo. Cia.
Autor são necessários.
to instruído, que conhecia as melhores obras alemãs sobre química e falava, co
que traz para a história social e econô
Rodolfo
rigoroso da seriedade e da cultura do
no Brasil (9). João Manso Pereira, que
era professor régio emérito no Rio do Janeiro c encarrc^gado dos exames do história nat\iral, impressionou Pohl.
sua posição no mundo científico, o ca ráter do seleção que presidiu a escolha
lisaram sua obra, como Varnhagen (2), o Visconde de Taunay (3),
rios — é o caso do livro de Pohl — são
Memória sobre o método economico de
trotusjwríar para Portugal e aguardente
-*1
EhcESTO Econômico
70
Brasil)
I,
são
extratos
da
relação
podemos c devemos confiar.
do
T
Aliás, a
leitura de seus dois alentados volumes, ora monótonos, ora dclicio.samcntc vivos,
Viagem. Convém lembrar aos leitores que o
71
Dicesto Econômico
(5), foram unânimes na recomendação.
tas do povo c da religião; sâo os fatos
A única voz dis.sonanlc é a do Alfredo
econômicos, s.ilários, preços, carcslia o trabalho, que Pohl descreve c relata. A
de Carvalho, ao declarar que "não obs tante a duração c a extensão de suas
próprio Pohl considera sua relação co mo um "diário", no qual anotou dia a
como na descrição das festas palacianas
dia, cuidadosamente, tudo o que lhe pa
petência como a seriedade c fidelidade
viagens, por distritos quase inexplora dos, a narrativa que tlêles nos legou
receu digno de registo".
do observador. Ê corto que várias vôzcs, ou melhor, muitas \'czcs, Pohl se
Pohl é duma aridez deso-peradora, sen
do considerada pelos competentes como a menos feliz de suas obras". (6)
parte rigorosamente científica. Os re sumos botânicos e as coletas mineralógi-
deixa impressionar pelo primeiro senti mento falso, pelo que ouviu de pessoas parciais, sem a devida idoneidade. Mas
cas, especialmente de caráter geognósti-
na maioria dos casos faz fé o que viu o
co, são apresentados em apêndices.
se representou aos seus olhos. As contri
de Ouro Prêto, confirma não só a com
Destinando-o
á todas as classes de leitores, decidiu se
parar a narração de interesse geral da
buições
Para compensar a insipidcz do texto
como as descrições
que maior proveito
aparece sob novos aspectos, vista por •
homem de grande capacidade de obser vação c dc inteligência atilada. Munido de passaporte assinado por Tomás Antônio de Vila Nova Portugal, Ministro dos Negócios da Guerra e Es
louva Alfredo de Carvalho as estampas
trangeiros, Pohl foi sempre bem recebi
do Atlas, abertas cm cobre pelos céle
do pelas autoridades provinciais, muni cipais c pelas figuras dc projeção. Em
bres gravadores Axmann c Passini, c.co lhidos pelo Príncipe Mctternich-Winnc-
objetivas,
É, portanto, o Oiário do viajante
atualidade brasileira de 1817 a 1821
Angra dos Reis, encontra-se com João
de primeira mão das
burg, dentre os desenhos originais do paisagista Thomas Endcr. Robert Smith,
Manso Pereira, hábil químico e metalúr gico, protegido dc D. Rodrigo de Sousa
autoridade de reconhecida competência,
Coutinho, envolvido na Inconfidência
oferece ao leitor ge
condições o
ral. Todas as rela
mes da sua época
já enalteceu a gravura panorâmica do
Mineira, precursor da fábrica de ferro
ções de caráter pu
tornam
Rio de Janeiro e a vista dc Ouro Prô-
dc Sorocaba e autor da Memória sobre
seu
costu Diário
ramente informativo,'
uma fonte primor
escritas durante
dial para a hi.tória
ou
pouco após a ocor
social dos primeiros
rência
decênios do século
dos
fatos,
são de regra consi deradas
como
XIX.
di
Os motivos da re
gnas de crédito pelo historiador ou es
dação de sua obra, a relação c corres
tudioso.
pondência com os autores de sua época,
Os livros de viagem, porém,
tal como os Diários, constituem uma ex
ceção.
Êles são olhados com certa re
serva, pelos tratadistas de metodologia histórica. É necessário, para remover -essa desconfiança inicial, que o Autor seja considerado um observador compe tente, honesto e fiel.
a Rcfomm dos Alambiqucs (8) e da 1 ,4 Náo nos parece justa a observação de Alfredo de Carvallio. Como em todos os livros de viajantes, especialmente os de naturalistas, há trechos tão insipidos, monótonos o cansativos, como insipidos,
Por isso, os Diá
examinados pela crítica histórica sob o mesmo prisma que os livros de viagem.
monótonos e cansativos eram os cami
nhos percorridos e os lugares visitados.
"Achei o SenJior Manso um homem mui
Pohl é um observador muito alerta,
dos vários membros da e.xpedição cien tífica — feita com toda simpatia por um
mica informações e dados preciosos. Èle
mo um entendido, sobre o sistema mine
regista sempre os costumes, os habites,
ral de Werncr e Karsten."
Imperador amigo e amante da ciência,
as formas sociais do centro e centro-
É assim também que, em Goiás, con
valorizam o livro do viajante. Os estudiosos brasileiros que ana
norte, diferentes das européias. Ê a vi
versa e aprende a história goiana com O'
da pública, nas suas manitcstações cole
Cônego Luís Antônio da Silva e Sousa, vigário geral da prelatura e autor da Memória sobrç o descobrimento, gover~
tivas, nos seus serviços e funcionamento;
Garcia
(4),
Melo
é o tipo de alimentação, as doenças que afligem as populações, os tratamentos e
Leitão
a matéria médica populares; são as fes-
Muita cautela, muita prudência, exame (2) Francisco
Adolfo de
Varnhagen,
Melhoramentos, s. d., 3.® ed. int., t. 5,
(3) Rodolfo Garcia, "Historia das expe dições cientificas", Diccionario Histórico
científica, pelo critério de sua escolha e
e Geograohico Brasileiro, Rio de Janei
t Jl'.» . »
Sâo Paulo, Cia. Èditôra ^Jacicnal, 1937, pág. 137.
(d) Alfredo
ro, 1922, t. 1, pág. 887, (4) Visconde dè Taunay. Estrangeiros ilustres o prestimosos no Brasil, IBOO-
da seleção dos demais companheiros de expedição, pelos trabalhos publicados, que se trata de um viajante em quem ..
de
Carvalho, Biblioteca
de João Procoplo
Corrêa e Silva. 1797, 55 págs.
cional. 1-27, 29, 8.
(9) Lisboa, Oficina de Simão Thaddeo Ferreira. 1797, 28 págs. (10) Rev. do Insi. Hisl. e Geog. Bxas.. t. 12, 1849, pág. 429 C ss.
1892, São Paulo, Cia. Melhoramentos, s.d..
pág. 29.
61, n.o 351.
L
(8) Lisboa, Oficina
Exótica Brasileira, Mss. da Biblioteca Na (7) Cf. Manual Bibliográfico de Estu dos Brasileiros, Rio de Janeiro, 1949, pág.
.1. .
tania de Goiás (10). Em Ouro Preto, suas credenciais e a
(51 Melo Leitão. A Biologia no BrasU.
pág. 264.
Quanto a Pohl, sabemos precisamente, pelos antecedentes de sua formação
no, população e cousas notáveis da capi
amizade de Eschwege abreni-Ilie as por-
História Geral do Brasil, São Paulo. Cia.
Autor são necessários.
to instruído, que conhecia as melhores obras alemãs sobre química e falava, co
que traz para a história social e econô
Rodolfo
rigoroso da seriedade e da cultura do
no Brasil (9). João Manso Pereira, que
era professor régio emérito no Rio do Janeiro c encarrc^gado dos exames do história nat\iral, impressionou Pohl.
sua posição no mundo científico, o ca ráter do seleção que presidiu a escolha
lisaram sua obra, como Varnhagen (2), o Visconde de Taunay (3),
rios — é o caso do livro de Pohl — são
Memória sobre o método economico de
trotusjwríar para Portugal e aguardente
^nffSISiMPPS^KiPlPii^ 12
tas do Palácio, onde o Governador D.
Manuel Francisco Zacarias Portugal e Castro o recebe fidalgamente, convídando-o a almoçar todos os domingos à sua
mesa. D. Manuel possuía uma exce lente biblioteca e promovia reuniões so ciais freqüentadas pelos principais da ci dade. Uma das melhores páginas de Pohl é a que descreve as reuniões sociais de palácio e dos dignitários da cidade ■ de Vila Rica.
Não só as festas sociais das classes do minantes encontram na Viagem de Pohl
o seu lugar; os festejos populares, as ce rimônias religiosas, festas de brancos, negros e índios, e representações teatrais
são descritas com bastante compreensão.
A comedia de Carlos Magno, repre• sentada ao ar livre na capital de Goiás, a farsa denominada serração da veüia, indicadora de que já passou metade da quaresma, organizada pelos soldados, a
festa indígena quebra-cabeça, represen tada pelos índios caiapós da aldeia de
nr^Tv
1 1'-^
Dicesto EcoNÓ^^co
Aires do Casal, que na sua Corografta registou uma inexistente igreja matriz de N. S. do Bom Sucesso do Arraial da Barra do Rio das Velhas. Com a Co-
rografia c;m punho, assinala\a os equí\ocos, afirmando (jiie ela está cheia de falsas indicações.
que, às vê/.es, eliegiun da Fairopa eoin o p:(]pá:-ito de fazi-r forínua, trabalhando. ,Contagia-u.s a preguiça geral e em breve
Sóbrc costnnu s aliiucntarcs obser\'a
Pohl cjnc no Brasil não .sc sabia fabricar manteiga e os portugueses tinbani-lho
avri-ão. di/cndo que ela pro\i>cava vô mitos (\-ol. 2. págs. 11)3 e 429). A car ne de \ilela era considerada nociva à
saúde (\oI. 2. pág. 106).
Mallerv e Hichard Anclric (II), mostra
samento com uma mulata rica, ociosos
Do ponto de \isla econômico c inte
a ausência dc significação simbólica e o
abastados, preferem \i\er necessitados c íniserà%'elmentc para gozarem o bmnaventuradü far nicutc" (vol. 1, pág.s.
ressante o importante constatar a intro dução tio aratlo no arraial de Meia Pon
262 e 263). "O ócio é a máxima felici
({ue o uso do arado pela la\"t»ura paulisIvi foi leito pelo Goxvrnador Anlt.ínio
nenhum
valor documental
das
inscri
ções indígenas. Os desenhos (juc en controu no córrego da Prata, na viagem pelo Jequitinhonha, "devem ser consi
derados como simples tentativa de imi tação, desenhos primitivos como, mes mo entre as nações ci\alizadas, se ex
dade dessa gente" (\ol. I, págs. 329 e 3.30. Vide também págs. 299 e 335).
A pobreza era geral. Pobreza, "esta
pressam as crianças" (vol. 2, pág. 333).
é uma expressão (pie, aqui no país, se
Ainda para os estudos etnográficos merecem destaque suas anotações sobre os quilombos de negros escravos fugidos
•qucLxa" (vol. 2, pág. 97). Em Belmon
de São Paulo e que erigiram perto de Caldas Novas, em Goiás, um arraial for págs. 235 e ss. ).
Traíras, revelam a curiosidade do via
Mas o que nos pareceu dc extraordi nária importância neste livro, ainda pou
(vol. 2,
co conhecido do grande número de es tudiosos brasileiros, é a matéria econô mica. Preços, salários, carestia de gêne
Deste- modo ruío me parece acertada
ros, classes sociais, profissões, a pobreza
censura de Alfredo de Carvalho. Es-
'fas narrações, além do seu alto valor pa-
generalizada do interior, as tentativas da Real Fábrica de Ferro, estão anotados,
Ja a história social, amenizam a leitura. Mas Pohl contribui, também, com
se tem dito o escrito sobre o papel re
As vêzps retifica erros, como o do Padre
dc curar, cm cirurgiões Je cursos não concluídos.
Então, Se não podem tornar-se. pelo ca
tificado com pontes e fogos
ra os estudos etnográficos. Êle anota costumes e práticas indígenas dos caia pós, acroás, javaós, carajás, xavantes, críxás, apinagés, macamecrãs, poramecrãs, craôs, xcrcntes, acroás-mirim, maxacalis, etc. E para a geografia não são meno res os subsídios colhidos em sua Viagem.
preguiçosos e consideram uma vergonha üu de:unru que um br.inco ou li\ rc trabal:ic, lacsiiio um poueo. Esta preguiça transinitc-sc aos próprios portugueses,
trabalham tão pouco (jnanlo o.s naturais.
São João dc Mossàmedes, a festa de San
suas descrições das tribos pouco conhe cidas, especialmente as do grupo gê, pa
73
Precedendo os estudos arqueológicos e epigráficos dc Koch Grünberg, Garrick
ta Ifigênia, celebrada pelos negros de jante e a capacidade do observador so cial. Pohl descreve em seus pormenores quase todas as solenidades que viu pelo interior do Brasil.
7
fV Dicesto EcoNó^^co
com extremo interesse e cuidado.
Já
presentado pela ociosidade na história
ouve cm lòdas as bôcas mesmo ipian-
do,..., as aparências contradizem a te encontrou Polil um juiz cpje não tinha
as principais peças do \ e.stuario e anda va de pés de.scalços (vol. 2, pág. 329). Parece-iius que esta última informação merece pouca fé. Para Pohl a culpa dêsles males provi
nha em parte da escravidão (vol. 1, pág. 330). Os trajes de algodão grosseiro, os vestidos de chita usados vário.s anos ates
tavam a pobreza geral da população goiana (vol. 1, págs. 334 c 335). Pohl regista também a alimentação usual, nas cidades c nos lugarejos do interior c co mo rnédico atenta para as doenças co
muns, as epidemias, a higiene e a assis
te. num engenho tle açúcar.
Sabe-se
Manuel de Melo Castro e Mendonça por x'olla de ISOO ( 13). .V téeniea iio\ a pro vocou um rebuliço na la\'ouva paulista na; da goiana pouco sabemos, já que Pohl regista apenas a chegada do novo inslnimento.
A descrição de sua visita à Real Fá brica de Ferro do Morro do Pilar, diri gida pelo Intendente Câmara, contribui certunu;nte jrara o esclarecimento de vá
rios pontos duvidosos. Pohl encontrou a fábrica já cm decadência, só se con servando graças á diligência do mestre tumlidor Schweneinann, que mandara \ir de Hessen. Schwonemann era "um bra\o e probo alemão, bem armado do conhecimentos no seu ramo, que sozinho
dirigia o í-stabeleeimento" (\ol. 2, págs 369-372). As tentali\as do restauração falluiram, acrescenta Pohl, "dev ido á toi-
mtísia dt; Câmara e dos ignorantes que o cerc av am, os quais não davam ouvidos
da nossa formação econômica. Pohl vem
tência médica. Em relação a esta últi
mais uma vez confirmar, como fonte, a
às instruçtães do mestre fundidor" (vol
ma, os habitantes do Goiás eram dignos
2, pág. 371).
tese sustentada. (12) "São todos muito
de lástima. "Vixcm quase inteiramente
A parte geognóstioa e miueralógica
sem medicamento. Em toda a capitania,
atualmente não tem boa acolhida cientí-
mesmo na capital, faltam casas de saú (11) Cf. José Honórlo Rodrigues, Teo ria da História do Brasil, São Paulo, Ins
tituto Progresso Editorial, 1940, pág. 148. (12) Cf. Jcs6 Honórlo Rodrigues. Notí cia de Vária História, Livraria São José.
1951, pág. 35.
de e os doentes são abandonados ao seu destino."
Dominavam os remédios ba
seados na superstição e os médicos eram ou empíricos que compravam o direito
(13) José Honório Rodrigues, "Agricul tura e Economia Açucareiras no século
XVni". Brasil Açucareiro. out. 1945 pág
^nffSISiMPPS^KiPlPii^ 12
tas do Palácio, onde o Governador D.
Manuel Francisco Zacarias Portugal e Castro o recebe fidalgamente, convídando-o a almoçar todos os domingos à sua
mesa. D. Manuel possuía uma exce lente biblioteca e promovia reuniões so ciais freqüentadas pelos principais da ci dade. Uma das melhores páginas de Pohl é a que descreve as reuniões sociais de palácio e dos dignitários da cidade ■ de Vila Rica.
Não só as festas sociais das classes do minantes encontram na Viagem de Pohl
o seu lugar; os festejos populares, as ce rimônias religiosas, festas de brancos, negros e índios, e representações teatrais
são descritas com bastante compreensão.
A comedia de Carlos Magno, repre• sentada ao ar livre na capital de Goiás, a farsa denominada serração da veüia, indicadora de que já passou metade da quaresma, organizada pelos soldados, a
festa indígena quebra-cabeça, represen tada pelos índios caiapós da aldeia de
nr^Tv
1 1'-^
Dicesto EcoNÓ^^co
Aires do Casal, que na sua Corografta registou uma inexistente igreja matriz de N. S. do Bom Sucesso do Arraial da Barra do Rio das Velhas. Com a Co-
rografia c;m punho, assinala\a os equí\ocos, afirmando (jiie ela está cheia de falsas indicações.
que, às vê/.es, eliegiun da Fairopa eoin o p:(]pá:-ito de fazi-r forínua, trabalhando. ,Contagia-u.s a preguiça geral e em breve
Sóbrc costnnu s aliiucntarcs obser\'a
Pohl cjnc no Brasil não .sc sabia fabricar manteiga e os portugueses tinbani-lho
avri-ão. di/cndo que ela pro\i>cava vô mitos (\-ol. 2. págs. 11)3 e 429). A car ne de \ilela era considerada nociva à
saúde (\oI. 2. pág. 106).
Mallerv e Hichard Anclric (II), mostra
samento com uma mulata rica, ociosos
Do ponto de \isla econômico c inte
a ausência dc significação simbólica e o
abastados, preferem \i\er necessitados c íniserà%'elmentc para gozarem o bmnaventuradü far nicutc" (vol. 1, pág.s.
ressante o importante constatar a intro dução tio aratlo no arraial de Meia Pon
262 e 263). "O ócio é a máxima felici
({ue o uso do arado pela la\"t»ura paulisIvi foi leito pelo Goxvrnador Anlt.ínio
nenhum
valor documental
das
inscri
ções indígenas. Os desenhos (juc en controu no córrego da Prata, na viagem pelo Jequitinhonha, "devem ser consi
derados como simples tentativa de imi tação, desenhos primitivos como, mes mo entre as nações ci\alizadas, se ex
dade dessa gente" (\ol. I, págs. 329 e 3.30. Vide também págs. 299 e 335).
A pobreza era geral. Pobreza, "esta
pressam as crianças" (vol. 2, pág. 333).
é uma expressão (pie, aqui no país, se
Ainda para os estudos etnográficos merecem destaque suas anotações sobre os quilombos de negros escravos fugidos
•qucLxa" (vol. 2, pág. 97). Em Belmon
de São Paulo e que erigiram perto de Caldas Novas, em Goiás, um arraial for págs. 235 e ss. ).
Traíras, revelam a curiosidade do via
Mas o que nos pareceu dc extraordi nária importância neste livro, ainda pou
(vol. 2,
co conhecido do grande número de es tudiosos brasileiros, é a matéria econô mica. Preços, salários, carestia de gêne
Deste- modo ruío me parece acertada
ros, classes sociais, profissões, a pobreza
censura de Alfredo de Carvalho. Es-
'fas narrações, além do seu alto valor pa-
generalizada do interior, as tentativas da Real Fábrica de Ferro, estão anotados,
Ja a história social, amenizam a leitura. Mas Pohl contribui, também, com
se tem dito o escrito sobre o papel re
As vêzps retifica erros, como o do Padre
dc curar, cm cirurgiões Je cursos não concluídos.
Então, Se não podem tornar-se. pelo ca
tificado com pontes e fogos
ra os estudos etnográficos. Êle anota costumes e práticas indígenas dos caia pós, acroás, javaós, carajás, xavantes, críxás, apinagés, macamecrãs, poramecrãs, craôs, xcrcntes, acroás-mirim, maxacalis, etc. E para a geografia não são meno res os subsídios colhidos em sua Viagem.
preguiçosos e consideram uma vergonha üu de:unru que um br.inco ou li\ rc trabal:ic, lacsiiio um poueo. Esta preguiça transinitc-sc aos próprios portugueses,
trabalham tão pouco (jnanlo o.s naturais.
São João dc Mossàmedes, a festa de San
suas descrições das tribos pouco conhe cidas, especialmente as do grupo gê, pa
73
Precedendo os estudos arqueológicos e epigráficos dc Koch Grünberg, Garrick
ta Ifigênia, celebrada pelos negros de jante e a capacidade do observador so cial. Pohl descreve em seus pormenores quase todas as solenidades que viu pelo interior do Brasil.
7
fV Dicesto EcoNó^^co
com extremo interesse e cuidado.
Já
presentado pela ociosidade na história
ouve cm lòdas as bôcas mesmo ipian-
do,..., as aparências contradizem a te encontrou Polil um juiz cpje não tinha
as principais peças do \ e.stuario e anda va de pés de.scalços (vol. 2, pág. 329). Parece-iius que esta última informação merece pouca fé. Para Pohl a culpa dêsles males provi
nha em parte da escravidão (vol. 1, pág. 330). Os trajes de algodão grosseiro, os vestidos de chita usados vário.s anos ates
tavam a pobreza geral da população goiana (vol. 1, págs. 334 c 335). Pohl regista também a alimentação usual, nas cidades c nos lugarejos do interior c co mo rnédico atenta para as doenças co
muns, as epidemias, a higiene e a assis
te. num engenho tle açúcar.
Sabe-se
Manuel de Melo Castro e Mendonça por x'olla de ISOO ( 13). .V téeniea iio\ a pro vocou um rebuliço na la\'ouva paulista na; da goiana pouco sabemos, já que Pohl regista apenas a chegada do novo inslnimento.
A descrição de sua visita à Real Fá brica de Ferro do Morro do Pilar, diri gida pelo Intendente Câmara, contribui certunu;nte jrara o esclarecimento de vá
rios pontos duvidosos. Pohl encontrou a fábrica já cm decadência, só se con servando graças á diligência do mestre tumlidor Schweneinann, que mandara \ir de Hessen. Schwonemann era "um bra\o e probo alemão, bem armado do conhecimentos no seu ramo, que sozinho
dirigia o í-stabeleeimento" (\ol. 2, págs 369-372). As tentali\as do restauração falluiram, acrescenta Pohl, "dev ido á toi-
mtísia dt; Câmara e dos ignorantes que o cerc av am, os quais não davam ouvidos
da nossa formação econômica. Pohl vem
tência médica. Em relação a esta últi
mais uma vez confirmar, como fonte, a
às instruçtães do mestre fundidor" (vol
ma, os habitantes do Goiás eram dignos
2, pág. 371).
tese sustentada. (12) "São todos muito
de lástima. "Vixcm quase inteiramente
A parte geognóstioa e miueralógica
sem medicamento. Em toda a capitania,
atualmente não tem boa acolhida cientí-
mesmo na capital, faltam casas de saú (11) Cf. José Honórlo Rodrigues, Teo ria da História do Brasil, São Paulo, Ins
tituto Progresso Editorial, 1940, pág. 148. (12) Cf. Jcs6 Honórlo Rodrigues. Notí cia de Vária História, Livraria São José.
1951, pág. 35.
de e os doentes são abandonados ao seu destino."
Dominavam os remédios ba
seados na superstição e os médicos eram ou empíricos que compravam o direito
(13) José Honório Rodrigues, "Agricul tura e Economia Açucareiras no século
XVni". Brasil Açucareiro. out. 1945 pág
V»t'WVT"'
Dicesto Econômico
74
fica. Hartt não a considera importan te (14).
teratura exótica relativa ao Brasil,, uma obra de raro entendimento, que olha as
Capistrano de Abreu anota que as in correções nos nomes do país do segundo
parícs c o todo, apesar de ccr.a ingenui dade alemã, que o fazia crer fàcilmcn-
volume devem ser atribuídas à revisão
te nos ditos que ouvia.
feita por pessoa estranha. ^
Toda a literatura estrangeira sôbrc o
JACKSON Afonso Pena FIGUEIREDO JÚNion T^ustão de Athaydr, nosso ilustre o ouerido Presidente, pediu-me —
Pohl apreciou muito varias cidades,
Brasil deveria ser traduzida, para que
como São João d'El Rei e a antiga Fa-
pudéssemos ver como nos julgam ou nos
perdão — ordenou-mc para hoje al
nado ou N. S. do Bom Sucesso do Ara-
apreciam os que aqui con\ivcram co
gumas linhas de rcminiscência jack-
çuaí (vol. 1, págs. 202-205 e vol. 2,
nosco, provenientes de outras terras,
Boncanas.
pág. 299) e sobre o Rio de Janeiro fêz
afeitos a outros costumes c maneiras.
"Tudo o que haja do mais simples,
uma profecia que merece ser aqui des tacada: "Se algum ponto do Novo Mun
traduzir a literatura alemã, já que ft
algumas passagens de seu convív.o,
do merece, pela sua situação e condições
francesa c a inglesa estão ao alcance do
com o nosso querido c inosquecivcl
naturais, tornar-se um dia teatro do
público estudioso.
Jackson."
grandes acontecimentos, um foco de ci
Neste sentido, o primeiro passo seria
Todos os que acompanham com inte
— disse-mc êlo.
Conte-nos, apenas,
Parece fácil a tarefa; e ó, para
vilização e cultura, um empório do co-
resse a tentativa de conhecimento do
mim, das mais difíceis. Fui sempre
' mércio mundial, é, ao meu ver, o Rio do
passado brasileiro pela divulgação do
üm péssimo narrador, pela tendência a guardar as impressões extraídas
Janeiro" (vol. 1, pág. 74).
A Viagem de Pohl representa, na li(14) Ch. F. Hartt, Geologia o geografia física do Brasil. São Paulo, Cia. Editora Nacional 1641, pág. 534.
obras raras e valiosas, inacessíveis pelo preço ou pela língua, hão de louvar com
O "Digcsto Econômico" não 'poderia deixar de inserir cm suas colunas o perfil de ]ackson de Figueiredo, a
grande líder católico, fornalUia, publi cista c cpistológrafo dos ínuiorcí. Certa
vez, no Centro Dom Vitid, Afonso Pena Júnior o retratou com mão de mestre.
Eis a bala página, de encantadora sim plicidade, acentuado sabor clássico e
rara emotividade, do grande cicriíor que é Afonso Pena Jiínior
dos fatos c lançar a estes no olvido.
justiça mais êste empreendimento, do
A impressão é, por assim dizer, o
do doutrinário seguro, convicto, in
manifesto proveito, do Instituto Nacional
edifício; e os fatos são os andaimes
flexível e austero, em cujos conceitos
do Livro.
da obra. Levantado aquele, para que conservar os andaimes?
idéias à guerra e pelejar bvavamonto
A*esta inibição de ordem geral, para toda narrativa, resultante da fu gacidade dos acontecimentos em mi nha memória, acresce a intrincada multiplicidade da pessoa de Jackson, impeditiva, de anotações o fixações mcnmônicas.
Moralmente uno — de uma inve
jável unidade — era êle, entretanto,
por sua fé; c a do companheiro in
gênuo o bom, do uma tolerância sem par, movediço, como as ondas, cheio do inesperado o de pitoresco,
O primeiro Jackson, o homem da inteligência e da fé, aquêle que ad miramos e seguimos, se desenha em poucos traços — retilíneos e firmes. Mas o outro Jackson, o do nosso con
nhado em pintar (como diria Mon-
vívio de cada dia, aquele que parti cularmente amamos, quem poderia descrevê-lo e contá-lo bem, na di versidade infinita, caprichosa, qua se delirante, das linhas do seu per
taigne), não o ser, mas a passagem,
fil singular?
poderia apanhar fielmente sua irre quieta c pitoresca convivência.
com êle, durante anos, no seio do
por temperamento, do tal arte vário e transitivo — digamos logo — boê mio no curso ordinário da vida,
que só um pincel cineniático empe
Foi sempre para mim um árduo
problema de psicologia a coexistência em Jackson, desses dois aspectos, tão profundamente diferenciados: a .Tt V
não se via frincha, capaz de levar as
Tive a honra e ventura de privar uma amizade sem nuvens, cujas re cordações são um refrigério para mi nha alma.
Mas repito que seria incapaz de
V»t'WVT"'
Dicesto Econômico
74
fica. Hartt não a considera importan te (14).
teratura exótica relativa ao Brasil,, uma obra de raro entendimento, que olha as
Capistrano de Abreu anota que as in correções nos nomes do país do segundo
parícs c o todo, apesar de ccr.a ingenui dade alemã, que o fazia crer fàcilmcn-
volume devem ser atribuídas à revisão
te nos ditos que ouvia.
feita por pessoa estranha. ^
Toda a literatura estrangeira sôbrc o
JACKSON Afonso Pena FIGUEIREDO JÚNion T^ustão de Athaydr, nosso ilustre o ouerido Presidente, pediu-me —
Pohl apreciou muito varias cidades,
Brasil deveria ser traduzida, para que
como São João d'El Rei e a antiga Fa-
pudéssemos ver como nos julgam ou nos
perdão — ordenou-mc para hoje al
nado ou N. S. do Bom Sucesso do Ara-
apreciam os que aqui con\ivcram co
gumas linhas de rcminiscência jack-
çuaí (vol. 1, págs. 202-205 e vol. 2,
nosco, provenientes de outras terras,
Boncanas.
pág. 299) e sobre o Rio de Janeiro fêz
afeitos a outros costumes c maneiras.
"Tudo o que haja do mais simples,
uma profecia que merece ser aqui des tacada: "Se algum ponto do Novo Mun
traduzir a literatura alemã, já que ft
algumas passagens de seu convív.o,
do merece, pela sua situação e condições
francesa c a inglesa estão ao alcance do
com o nosso querido c inosquecivcl
naturais, tornar-se um dia teatro do
público estudioso.
Jackson."
grandes acontecimentos, um foco de ci
Neste sentido, o primeiro passo seria
Todos os que acompanham com inte
— disse-mc êlo.
Conte-nos, apenas,
Parece fácil a tarefa; e ó, para
vilização e cultura, um empório do co-
resse a tentativa de conhecimento do
mim, das mais difíceis. Fui sempre
' mércio mundial, é, ao meu ver, o Rio do
passado brasileiro pela divulgação do
üm péssimo narrador, pela tendência a guardar as impressões extraídas
Janeiro" (vol. 1, pág. 74).
A Viagem de Pohl representa, na li(14) Ch. F. Hartt, Geologia o geografia física do Brasil. São Paulo, Cia. Editora Nacional 1641, pág. 534.
obras raras e valiosas, inacessíveis pelo preço ou pela língua, hão de louvar com
O "Digcsto Econômico" não 'poderia deixar de inserir cm suas colunas o perfil de ]ackson de Figueiredo, a
grande líder católico, fornalUia, publi cista c cpistológrafo dos ínuiorcí. Certa
vez, no Centro Dom Vitid, Afonso Pena Júnior o retratou com mão de mestre.
Eis a bala página, de encantadora sim plicidade, acentuado sabor clássico e
rara emotividade, do grande cicriíor que é Afonso Pena Jiínior
dos fatos c lançar a estes no olvido.
justiça mais êste empreendimento, do
A impressão é, por assim dizer, o
do doutrinário seguro, convicto, in
manifesto proveito, do Instituto Nacional
edifício; e os fatos são os andaimes
flexível e austero, em cujos conceitos
do Livro.
da obra. Levantado aquele, para que conservar os andaimes?
idéias à guerra e pelejar bvavamonto
A*esta inibição de ordem geral, para toda narrativa, resultante da fu gacidade dos acontecimentos em mi nha memória, acresce a intrincada multiplicidade da pessoa de Jackson, impeditiva, de anotações o fixações mcnmônicas.
Moralmente uno — de uma inve
jável unidade — era êle, entretanto,
por sua fé; c a do companheiro in
gênuo o bom, do uma tolerância sem par, movediço, como as ondas, cheio do inesperado o de pitoresco,
O primeiro Jackson, o homem da inteligência e da fé, aquêle que ad miramos e seguimos, se desenha em poucos traços — retilíneos e firmes. Mas o outro Jackson, o do nosso con
nhado em pintar (como diria Mon-
vívio de cada dia, aquele que parti cularmente amamos, quem poderia descrevê-lo e contá-lo bem, na di versidade infinita, caprichosa, qua se delirante, das linhas do seu per
taigne), não o ser, mas a passagem,
fil singular?
poderia apanhar fielmente sua irre quieta c pitoresca convivência.
com êle, durante anos, no seio do
por temperamento, do tal arte vário e transitivo — digamos logo — boê mio no curso ordinário da vida,
que só um pincel cineniático empe
Foi sempre para mim um árduo
problema de psicologia a coexistência em Jackson, desses dois aspectos, tão profundamente diferenciados: a .Tt V
não se via frincha, capaz de levar as
Tive a honra e ventura de privar uma amizade sem nuvens, cujas re cordações são um refrigério para mi nha alma.
Mas repito que seria incapaz de
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Dicesto Econômico
76
reproduzir, ao vivo, os lances variadíssimos e sempre instrutivos dêsse incomparável convívio. Posso, entretanto, reviver para í s
companheiros do Centro Dom Vital as duas horas extremas desse conví vio: a do primeiro encontro, em que
ressado, escrevi a Jackson uma car ta de caloroso aplauso. Por mais incrível que isto pare cia de Jackson de Figueiredo e nem sabia quem ele era.
nossa amizade se selou, indestrutível,
è a da última despedida, depois da qual o novo encontro se acha entre
compensação da rapidez e facilidade
gue à infinita misericórdia de Deus.
com que vozes estranlias ao nosso
Foi, se bem me lembro, em começos de 1922. Pelejava-se, ao tempo, uma dessas selvagens campanhas
meio e ao nosso passado atingem ao litoral brasileiro. Mas aquela voz, vinda da orla marítima, possuía o
presidenciais, diante de cujos horro
timbre de brasilidade, sempre grato
res a antropofagia chega a parecer
a ouvidos sertanejos; e dir-se-ia, até,
piedosa...
provir de pleno sertão, inspirada e
E ocupava eu a pasta do Interior do governo estadual, acompanhando de perto, com real interesse, as peripé
avigorada nas melhores virtudes da
Lendo, necessàriamente, os artigos mente, se aciri-ara a
dissidência política, co mecei
a
crescente
notar,
com
admiração,
alguns estudos de Jackson de Figueiredo, nos
~
vasse que foi por ironia que a minha se chamou "Pena", tal a birra que nela se consagra a este instrumento de escrever cartas...
Mas Jackson, muito ao contrário,
era, por excelência, um escrevedor do cartas. Nelas tinha êle o melhor recurso de doutrinamento e persua
são; a tal ponto, que não terá idéia exata de sua força apostólica quem desconheça a sua ação nesse terreno. Já por ser aí "os seus gerais", já
espécie de homem seria, realmente, o escri tor? Compreenderia êle bem os motivos supe riores de meu aplauso ou
veria
neste
detrimento dêstc.
já houve quem maldosamente obser
duvidar do acêrto de meu gesto. Que -
admirava e benqueria.
é cousa superior às minhas forças e, como o mal c um pouco de família,
Escrita, porém, a carta, entrei a
devido à sua benevolência sem par, cada linha de meu punho recebia em
inten
paga uma esplêndida missiva, de um só jato, na qual se vazava inteira aquela "mais patética das almas",
ções subalternas ?
Durou pouco essa dú
quais a nota da convic ção e da sinceridade era, realmente, impressionante. Há cousas que não enganam. Em meio
eu a resposta, na qual a perfeita compreensão (aquela inconfundível e
divina.
de tanta pena mercenária, que espo
humaníssima compreensão de Jack
sava a causa, por amor do provei
son), era de uma evidência solar.
cida a rubro essa deliciosa amizade à distância, veio-me o aviso de sua
to, aquela se destacava por um amor
vida. Quase pela vol ta do correio, recebia
com todos os selos da sua feitura
Até que um dia, quando já aque
Que grande pena não tenha eu à
Confesso, porém,
pessoa física foi, para
mim, inteiramente diversa da que eu imaginara, a intelectual c moral não
desfez, antes reforçou a ótima im pressão já existente. Logo de iní
cio, senti uma ponta de inveja, pois me tinha na conta de ser o mais
entranhadamente brasileiro, digamos mesmo o mais caipira do entre os
honiens de estudo e surgia-me, pela frente, encharcado da melhor cultu ra e intelectual acabado, um serta
nejo genuíno, brasileiro, até à me dula, evocativo, até, de figuras da cangaceiros.
Oh! estas horas inesquecíveis do palestra descosida, de omiH rc scibili em que a voz amiga se ouve pela primeira vez e se fixa, para sem pre, na memória do coração, como se ouvida e amada desde todo o sem
pre! Estou ainda a vê-lo, abaixo e acima, em minha longa biblioteca perlustrando e comentando obras* semeando, a trancos e bai-rancos' observações deliciosas, pontilhando a prosa de exclamações de acento nor destino, dando-lhe, assim, o sabor e encanto de uma conversa de ran cheiros, ao pé do fogo.
Quando nos separamos nossa ami zade se forjara, em bronze, superior a tudo e a todos, sobranceira a quais quer vicissitudes. E é com indizível contentamento e orgulho que posso dizer, em público, que, desde então nem êle jamais me faltou, nem eu a êle. Se cabem na amizade contas
mão, para doutrina e encanto de to
com o fito exclusivo de me ver e
gando doutrina o desdobrando pro
dos nós, esse primeiro documento da
conversar.
grama, onde outras pregavam dis
nossa amizade, deixado em meus ar quivos de Belo Horizonte!
encontro.
Parece-me, ainda, de ontem êsse Estou a vê-lo irromper
Era uma carta admirável — como
por meu escritório, com a natural
profundo e nítido, que, num ímpeto
só êle, o maior dos nossos epistológrafos, poderia escrever — na qual
de entusiasmo, inteiramente desinte
os horizontes sociais e políticos da
efusâo de uma amizade, velhíssima, conhecendo-me, a mim, melhor do que eu mesmo e falando-me sem rebuços
i
que, se n
próxima viagem a Belo Horizonte,
sincero e raciocinado da causa, pre
córdia e semeavam ódios. Em um desses artigos, o traço de impessoa lidade e de elevação moral foi tão
e a coração aberto, como só se fala a nmigo de eleição. E' sempre um passo difícil este
truía; e, a cada uma delas, mais o
pondência. Os quo nio conhecem bom sabem que entreter correspondência
raça. E foi por isto que ela me aba lou, de modo tão estranho.
77
para as amizades criadas de longe, pois aí se defrontam o ente imagi nado o o ente real, c, não rai-o, em
Nâo direi que entretivemos corres
ao planalto central — providencial
e polêmicas da impren
sa, na qual, mas bravia-
nacionalidade eram detidamente exa
minados, com argúcia quaso divina tória e acendrada paixão patriótica. A esta se seguiram muitas o mui tas outras; e em tôdas ou me ins
ça, a verdade é que eu nada conhe
E' sempre com dificuldade e lenti dão que as vozes do litoral atingem
cias da luta.
Dicesto Econômico
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reproduzir, ao vivo, os lances variadíssimos e sempre instrutivos dêsse incomparável convívio. Posso, entretanto, reviver para í s
companheiros do Centro Dom Vital as duas horas extremas desse conví vio: a do primeiro encontro, em que
ressado, escrevi a Jackson uma car ta de caloroso aplauso. Por mais incrível que isto pare cia de Jackson de Figueiredo e nem sabia quem ele era.
nossa amizade se selou, indestrutível,
è a da última despedida, depois da qual o novo encontro se acha entre
compensação da rapidez e facilidade
gue à infinita misericórdia de Deus.
com que vozes estranlias ao nosso
Foi, se bem me lembro, em começos de 1922. Pelejava-se, ao tempo, uma dessas selvagens campanhas
meio e ao nosso passado atingem ao litoral brasileiro. Mas aquela voz, vinda da orla marítima, possuía o
presidenciais, diante de cujos horro
timbre de brasilidade, sempre grato
res a antropofagia chega a parecer
a ouvidos sertanejos; e dir-se-ia, até,
piedosa...
provir de pleno sertão, inspirada e
E ocupava eu a pasta do Interior do governo estadual, acompanhando de perto, com real interesse, as peripé
avigorada nas melhores virtudes da
Lendo, necessàriamente, os artigos mente, se aciri-ara a
dissidência política, co mecei
a
crescente
notar,
com
admiração,
alguns estudos de Jackson de Figueiredo, nos
~
vasse que foi por ironia que a minha se chamou "Pena", tal a birra que nela se consagra a este instrumento de escrever cartas...
Mas Jackson, muito ao contrário,
era, por excelência, um escrevedor do cartas. Nelas tinha êle o melhor recurso de doutrinamento e persua
são; a tal ponto, que não terá idéia exata de sua força apostólica quem desconheça a sua ação nesse terreno. Já por ser aí "os seus gerais", já
espécie de homem seria, realmente, o escri tor? Compreenderia êle bem os motivos supe riores de meu aplauso ou
veria
neste
detrimento dêstc.
já houve quem maldosamente obser
duvidar do acêrto de meu gesto. Que -
admirava e benqueria.
é cousa superior às minhas forças e, como o mal c um pouco de família,
Escrita, porém, a carta, entrei a
devido à sua benevolência sem par, cada linha de meu punho recebia em
inten
paga uma esplêndida missiva, de um só jato, na qual se vazava inteira aquela "mais patética das almas",
ções subalternas ?
Durou pouco essa dú
quais a nota da convic ção e da sinceridade era, realmente, impressionante. Há cousas que não enganam. Em meio
eu a resposta, na qual a perfeita compreensão (aquela inconfundível e
divina.
de tanta pena mercenária, que espo
humaníssima compreensão de Jack
sava a causa, por amor do provei
son), era de uma evidência solar.
cida a rubro essa deliciosa amizade à distância, veio-me o aviso de sua
to, aquela se destacava por um amor
vida. Quase pela vol ta do correio, recebia
com todos os selos da sua feitura
Até que um dia, quando já aque
Que grande pena não tenha eu à
Confesso, porém,
pessoa física foi, para
mim, inteiramente diversa da que eu imaginara, a intelectual c moral não
desfez, antes reforçou a ótima im pressão já existente. Logo de iní
cio, senti uma ponta de inveja, pois me tinha na conta de ser o mais
entranhadamente brasileiro, digamos mesmo o mais caipira do entre os
honiens de estudo e surgia-me, pela frente, encharcado da melhor cultu ra e intelectual acabado, um serta
nejo genuíno, brasileiro, até à me dula, evocativo, até, de figuras da cangaceiros.
Oh! estas horas inesquecíveis do palestra descosida, de omiH rc scibili em que a voz amiga se ouve pela primeira vez e se fixa, para sem pre, na memória do coração, como se ouvida e amada desde todo o sem
pre! Estou ainda a vê-lo, abaixo e acima, em minha longa biblioteca perlustrando e comentando obras* semeando, a trancos e bai-rancos' observações deliciosas, pontilhando a prosa de exclamações de acento nor destino, dando-lhe, assim, o sabor e encanto de uma conversa de ran cheiros, ao pé do fogo.
Quando nos separamos nossa ami zade se forjara, em bronze, superior a tudo e a todos, sobranceira a quais quer vicissitudes. E é com indizível contentamento e orgulho que posso dizer, em público, que, desde então nem êle jamais me faltou, nem eu a êle. Se cabem na amizade contas
mão, para doutrina e encanto de to
com o fito exclusivo de me ver e
gando doutrina o desdobrando pro
dos nós, esse primeiro documento da
conversar.
grama, onde outras pregavam dis
nossa amizade, deixado em meus ar quivos de Belo Horizonte!
encontro.
Parece-me, ainda, de ontem êsse Estou a vê-lo irromper
Era uma carta admirável — como
por meu escritório, com a natural
profundo e nítido, que, num ímpeto
só êle, o maior dos nossos epistológrafos, poderia escrever — na qual
de entusiasmo, inteiramente desinte
os horizontes sociais e políticos da
efusâo de uma amizade, velhíssima, conhecendo-me, a mim, melhor do que eu mesmo e falando-me sem rebuços
i
que, se n
próxima viagem a Belo Horizonte,
sincero e raciocinado da causa, pre
córdia e semeavam ódios. Em um desses artigos, o traço de impessoa lidade e de elevação moral foi tão
e a coração aberto, como só se fala a nmigo de eleição. E' sempre um passo difícil este
truía; e, a cada uma delas, mais o
pondência. Os quo nio conhecem bom sabem que entreter correspondência
raça. E foi por isto que ela me aba lou, de modo tão estranho.
77
para as amizades criadas de longe, pois aí se defrontam o ente imagi nado o o ente real, c, não rai-o, em
Nâo direi que entretivemos corres
ao planalto central — providencial
e polêmicas da impren
sa, na qual, mas bravia-
nacionalidade eram detidamente exa
minados, com argúcia quaso divina tória e acendrada paixão patriótica. A esta se seguiram muitas o mui tas outras; e em tôdas ou me ins
ça, a verdade é que eu nada conhe
E' sempre com dificuldade e lenti dão que as vozes do litoral atingem
cias da luta.
Dicesto Econômico
78
Dicesto Econômico
correntes, o saldo da nossa é em
Sua estupenda intuição, nesse mis
favor dele. e muito avultado. Uma BÓ das verbas de seu crédito supera
ter, trazia-me sempre h lembrança a obscura força de afinidade com
a todas as do meu.
que o azougue extrai do minério im puro a menor parcela do ouro, nêlo
Ê e não cheprou a ver a minha volta à prática dos sacramentos. Mas sempre a previu e confiou nela. Tal vez porque sabia com que boa mão
de semear tinha lançado em meu espírito e coracão a semente bendita
destinada ao "fructnm centuplum". Pois haverá benefício que a este se comnare, benefício otio a êie devo, como instrumento que foi da craca do Deus?
Permiti que eu transcreva aqui o
trocho de uma carta minha a Perilo, dois meses depois da morte de Jacksom no oual eu falava de sua mara
vilhosa faculdade de fazer e conser var amieros:
"No Brasil — onde, por motivos vários, a verdadeira amizade, a dos am'ao3 comorientes, é tão rara
não
existente.
Nascido em zona de mineração, as
sistia sempre com admiração ao fe nômeno de amalgamação. Pois encan tamento bem parecido sentia eu sem pre ao ver o "tratamento" das almas
pelo nosso Jackson.
Pepita, que aí houvesse, por mais escondida que estivesse, era corto vir
loeo à luz, com grande alegria e gra
tidão do a'ma "pesquisada", e maior alegria, ainda, desse estranho con-
a descrever.
Foi- a 3 de outubro de 1928, um
mês justo antes da tremenda catástroíe.
Partia eu para a Europa, o Jack son, no cais, estêvc todo o tempo ta citurno, de olhar fito no chão, sem uma palavra, sem um gesto, um ou tro Jackson, um Jackson que eu ja mais vira.
Até o momento cm que o navio sus
não
volta
desta
viagem.
Eu
não
torno a ver o Pena."
Desvendava-se, com êste presságio, o segredo da sua imensa desconsolação. Dcsventurado o querido Amigo! Contra todas as provisões, contra a
ordem natural, foste o primeiro a empreender a grande viagem. Deixaste, porém, comigo, dcixaste com
todos os que te amaram, pela força
da tua pregação e do teu exemplo, a consolação da crença, para a dor da separação, que sabemos transi
ma estranha atitude, como que pe
bondades. Uai, a original coortc de amie-os —
trificado por um grande sentimento.
Não te apartaste, para sempre, de nós. Estugaste apenas o passo e cn-
Durante a travessia, comentei muitas
contrar-tc-emos muito em breve na
vezes com os meus a sua dolorosa
virada do caminho.
gente de todas as classes e condições,
do todos os temperamentos, de todos os credos e vocações — capaz, quem
ética de amizade.
que se visse tôda junta... Mas êle e só êle — era o denominador
"A ruindade completa ou desenganada — observou Geoge Dílmt — é
comum, sem cálculos ou propósitos
cousa muitíssimo rara, pois mesmo
nma milagrosa e comovedora intui
no caráter do pior dos homens, mes mo aí, se encontra, invariàvelmente,
imantaçâo ou polarização moral, de
subalternos, por força, apenas, de
ção anímica, de uma inigualável uma incoercível tendência altruísta e simpatizante.
Eu bem lhes pi'eveni. meus ami
intolerante (como se a amizade pu
gos, que não tendo embocadura de
desse vicejar no terreno da into
narrador.
lerância...) — ninguém mais do que êlo se guiava por essa grande e con-
Como vêem, quase nada contei, e deixei, logo, de contar, para dar uma
soladora verdade.
impressão.
Escafandrista do
Aqui, verdadeiramente, não há na da a narrar, mas um simples quadro
Soube, mais tarde, que, ao deixar o cais, êle dissera a Ernesto Cerqucira: "Estou certo de que o Pena
dos, andava à busca de virtudes o
sabe? de travar batalha no dia em
— a quem houve quem tachasse de
radeira voz.
pendeu ferros, estive da amurada a contemplá-lo e êle, em baixo, na mes
creio tenha havido quem pci^nísse
algum traço redentor (some redeming^
amaríssima cm que o vi pela der
fessor leigo, que, em vez dn peca
e praticasse mais finamente tôda a
trait). Ninguém mais que o Jackson
79
Dicesto Econômico
coração humano, êle aí mergulhava,
Confesso, porém, que a longa di
à procura do "traço de redenção"
gressão visou, inconscientemente em
e raramente deixava de trazê-lo à
bora, retardar o cumprimento de mi
tona e de escravizar-se a mais uma
nha promessa e a narrativa do últi
alma, escravizando a esta também.
mo encontro com Jackson, da hora
figura, que nos cortara o coração o o encheu de pressentimentos.
tória.
Assim o há de permitir a infinita misericórdia de Deus.
78
Dicesto Econômico
correntes, o saldo da nossa é em
Sua estupenda intuição, nesse mis
favor dele. e muito avultado. Uma BÓ das verbas de seu crédito supera
ter, trazia-me sempre h lembrança a obscura força de afinidade com
a todas as do meu.
que o azougue extrai do minério im puro a menor parcela do ouro, nêlo
Ê e não cheprou a ver a minha volta à prática dos sacramentos. Mas sempre a previu e confiou nela. Tal vez porque sabia com que boa mão
de semear tinha lançado em meu espírito e coracão a semente bendita
destinada ao "fructnm centuplum". Pois haverá benefício que a este se comnare, benefício otio a êie devo, como instrumento que foi da craca do Deus?
Permiti que eu transcreva aqui o
trocho de uma carta minha a Perilo, dois meses depois da morte de Jacksom no oual eu falava de sua mara
vilhosa faculdade de fazer e conser var amieros:
"No Brasil — onde, por motivos vários, a verdadeira amizade, a dos am'ao3 comorientes, é tão rara
não
existente.
Nascido em zona de mineração, as
sistia sempre com admiração ao fe nômeno de amalgamação. Pois encan tamento bem parecido sentia eu sem pre ao ver o "tratamento" das almas
pelo nosso Jackson.
Pepita, que aí houvesse, por mais escondida que estivesse, era corto vir
loeo à luz, com grande alegria e gra
tidão do a'ma "pesquisada", e maior alegria, ainda, desse estranho con-
a descrever.
Foi- a 3 de outubro de 1928, um
mês justo antes da tremenda catástroíe.
Partia eu para a Europa, o Jack son, no cais, estêvc todo o tempo ta citurno, de olhar fito no chão, sem uma palavra, sem um gesto, um ou tro Jackson, um Jackson que eu ja mais vira.
Até o momento cm que o navio sus
não
volta
desta
viagem.
Eu
não
torno a ver o Pena."
Desvendava-se, com êste presságio, o segredo da sua imensa desconsolação. Dcsventurado o querido Amigo! Contra todas as provisões, contra a
ordem natural, foste o primeiro a empreender a grande viagem. Deixaste, porém, comigo, dcixaste com
todos os que te amaram, pela força
da tua pregação e do teu exemplo, a consolação da crença, para a dor da separação, que sabemos transi
ma estranha atitude, como que pe
bondades. Uai, a original coortc de amie-os —
trificado por um grande sentimento.
Não te apartaste, para sempre, de nós. Estugaste apenas o passo e cn-
Durante a travessia, comentei muitas
contrar-tc-emos muito em breve na
vezes com os meus a sua dolorosa
virada do caminho.
gente de todas as classes e condições,
do todos os temperamentos, de todos os credos e vocações — capaz, quem
ética de amizade.
que se visse tôda junta... Mas êle e só êle — era o denominador
"A ruindade completa ou desenganada — observou Geoge Dílmt — é
comum, sem cálculos ou propósitos
cousa muitíssimo rara, pois mesmo
nma milagrosa e comovedora intui
no caráter do pior dos homens, mes mo aí, se encontra, invariàvelmente,
imantaçâo ou polarização moral, de
subalternos, por força, apenas, de
ção anímica, de uma inigualável uma incoercível tendência altruísta e simpatizante.
Eu bem lhes pi'eveni. meus ami
intolerante (como se a amizade pu
gos, que não tendo embocadura de
desse vicejar no terreno da into
narrador.
lerância...) — ninguém mais do que êlo se guiava por essa grande e con-
Como vêem, quase nada contei, e deixei, logo, de contar, para dar uma
soladora verdade.
impressão.
Escafandrista do
Aqui, verdadeiramente, não há na da a narrar, mas um simples quadro
Soube, mais tarde, que, ao deixar o cais, êle dissera a Ernesto Cerqucira: "Estou certo de que o Pena
dos, andava à busca de virtudes o
sabe? de travar batalha no dia em
— a quem houve quem tachasse de
radeira voz.
pendeu ferros, estive da amurada a contemplá-lo e êle, em baixo, na mes
creio tenha havido quem pci^nísse
algum traço redentor (some redeming^
amaríssima cm que o vi pela der
fessor leigo, que, em vez dn peca
e praticasse mais finamente tôda a
trait). Ninguém mais que o Jackson
79
Dicesto Econômico
coração humano, êle aí mergulhava,
Confesso, porém, que a longa di
à procura do "traço de redenção"
gressão visou, inconscientemente em
e raramente deixava de trazê-lo à
bora, retardar o cumprimento de mi
tona e de escravizar-se a mais uma
nha promessa e a narrativa do últi
alma, escravizando a esta também.
mo encontro com Jackson, da hora
figura, que nos cortara o coração o o encheu de pressentimentos.
tória.
Assim o há de permitir a infinita misericórdia de Deus.
m S.':f
i
Dicesto Econômico
A resistência à sêca à realiz;ida por processos muito diícrt uti-s, que ihislrani os meios variados c. eiigi-uhosos (juo usa a natureza para conseguir a mesma fi nalidade. ilá plantas, de creseiuK-nto lento, protegidas contra a e\ apor.ição por
O PROBLEMA DOS CAMPOS CERRADOS José Setzer .
"campo cerrado" ou simplesmente "cerrado" é um tipo de vegetação
chuva, os melhores de tais campos cer
Mineiro e os do centro e nordeste mato-
rados realmente produzem colheita de arroz capaz de pagar {) trabalho e a des pesa, deixando algum lucro. A vegetação dos caiiqxjs cerrados é
grossense apresentam comumente o cam
inconfundível.
muito comum
no
Brasil
Central.
Os
chapadões goianos, alguns do Triângulo
po cerrado. O Estado de S. Paulo pos sui cerca de 50.000 km2 de tal vegeta ção. Aqui ela apresenta, evidentemen te, algumas particularidades diferentes do tipo do Brasil Central. O solo aqui não contém camadas de seixos à peque
na profundidade de um ou dois palmos, como ocorre nos chapadões goianos, on
de tais camadas atingem até um metro de espessura e freqüentemente estão ci
mentadas com óxido de ferro, apresen tando ainda concreções deste material. É claro que os campos cerrados paulis. tas ostentam flora diferente.
Mas não
deixam de constituir uma paisagem desoladora para o agricultor. Qualquer caboclo sabe que o "cerrado" não pode ser cultivado, e deve ser queimado an
tes do início da estação chuvosa para que a brotação fresca renove a pasta gem. Daí o fato de aparecerem cs cam pos cerrados nas estatísticas geralmente como "pastagens", quando absolutamen te não merecem este nome e mal susten
tam 10 cabeças de gado rústico em 20Q e mesmo 300 alqueires.
Hoje, pela escassez de terra, que já começa a se esboçar, alguns dos campos cerrados do terras ro.xas de campo, are nosas e secas, são arados para o plantio
verniz nas folhas carnudas v duras, en
quanto o tronco se apresenta revestido por espessa camada de cortiça, rcfratária ao calor. Outras plantas possuem no subsolo verdadeiro vcservatório dc água.
As árvores c.sparsus são baixas (2-3 metros), de casca grossa,
cortiçosa,
muitas
vezes
81
tronco ou raiz, apto
cliamuscada,
a receber umidade
última iiiiáliso, de planta que em pleno "cerrado" consegue \i\cT como se fos se à beira de brejo. \'t) fim do si'u período vcgolativo de um ano, de agôslo a agosto, que o liomem lhe impôs, apresenta o campo corr.ido um a.specto de vegetação velha que ilá idéia errônea de dezi-nas de anos de
aeomodação lenta em face do solo o do
elima. (3s "cerrados" que às x'ézes es capam à tiucimada anual ou que apa nham fogo rasteiro, tocado pelo vento, dc modo que os ar
tronco tortuoso, muito flexível, poucas
durante
folhas, muitas vèzes grandes e grossas, como que cnvernizadas p.ira se prote gerem contra a evaporação. São apeli
chuvosa, mas impe roubo dc volta na
"paus tortos" resul tam apenas lo\"e-
dadas pelo nome geral de "pau torto". É bastante comum o barbatimão, que é logumino.sa de folhinhas miúdas, pro fundamente enraizada. Nos campos cer
estiagem. Tal dispo sitivo permite a es
ou de todo incólu
rados piores existe a famosa "indaiá", palmeira acaule, cujas folhas nascem di
a
estação
k
bustos
dir que o solo lha
ralos
c
os
mcnte chamuscados,
tas plantas evapora rem boas quantida des de água, po dendo, graças a es
mes,
enquanto
a
passagem rápida das chamas,
destruindo
a barba-de-bodc, sò-
retamente do chão e o tronco subterrâ
te fato, apresentar
mente amarelcee as
neo não passa de reservatório dágua, que
crescimento
pontas das folhas da
a planta acumula na estação chuvosa e usa com parcimônia durante a estiagem.
vamente rápido.
Esta palmeira é tida pelo caboclo, c com toda razão, como o padrão das -piores terras do Estado. O capim mais comum é o famigerado "bnrba-de-boclc", não comestível, cujas folhas estão enroladas
surpreendem
relati
hidaiá, tais "cerra
Outras plantas
dos" tôm mesmo en
pelas
ganado muitos estu diosos dc fracos conhecimeutos botâni
suas folhinhas ten
rar que SC tratava dc vegetação primá
defesa contra a evaporação e permitem
ras, próprias de ma ta ámida, evaporan do água generosamente, e som que es tejam munidas dc .saco subterrâneo com água. Os cientLstas do Departamento de
a planta afrontar meses de estiagem
Botânica da nossa Faculdade de Filoso
aelia selecit)nada de acôrdo com o re
com o solo excessivamente ressequido. O campo cerrado não passa de asso
fia, a quem devemos o.s melhores estu
sultado final de longa acomodação em
dos do campo cerrado, verificaram que os raízes de tais plantas podem atingir profundidades de 15 e mesmo 20 me tros, onde o su])solo não chega a secar graça.s à proximidade de camada imper meável represadora de águas, ou do len
face
cm canudos finíssimos, que constituem
de arroz, que é a nossa cultura mais
ciação de vegetais capazes de resistir â sêca, tolerar solo extremamente pobre, lavado c ácido, o, o que ó essencial, re nascer das suas cinzas ainda que o fogo lhes destrua quase toda a parte visível
frugal, pois não exige terra rica quando conta com ótima pluviosidade. De fato,
acima do solo. São plantas capazes de lançar brotos novos às vezes diretamen
quando de novembro a março chove
te do rizoma como se isto fôsse seu ciclo
bem, e sem que passe uma semana sem
normal de vida.
çol freático situado a uma cota pouco superior à do nível dágua do ribeirão .mais próximo, o qual pode estar a 2 ou 3 quilômetros de distância. Trata-se, em
1.
cos, faz.cndo-os ju ria, isto é, de "clímax" natural, nas con-
díçõe.s \irgens, nas quais a vegetação se ao
ambiente
e
à
concorrência
mútua.
Hoje já ficou esclarecido que a vege tação primária dese ter sido de mata sêca, bastante alta, muito densa, cheia
de cipós, com árvores finas e muitas pal meiras csguias, mata que mantinha o so lo rico de húmus, era muito pouco e.xigentc em matéria de nutrimento quími co do solo, mas muito mais suscetível ao
m S.':f
i
Dicesto Econômico
A resistência à sêca à realiz;ida por processos muito diícrt uti-s, que ihislrani os meios variados c. eiigi-uhosos (juo usa a natureza para conseguir a mesma fi nalidade. ilá plantas, de creseiuK-nto lento, protegidas contra a e\ apor.ição por
O PROBLEMA DOS CAMPOS CERRADOS José Setzer .
"campo cerrado" ou simplesmente "cerrado" é um tipo de vegetação
chuva, os melhores de tais campos cer
Mineiro e os do centro e nordeste mato-
rados realmente produzem colheita de arroz capaz de pagar {) trabalho e a des pesa, deixando algum lucro. A vegetação dos caiiqxjs cerrados é
grossense apresentam comumente o cam
inconfundível.
muito comum
no
Brasil
Central.
Os
chapadões goianos, alguns do Triângulo
po cerrado. O Estado de S. Paulo pos sui cerca de 50.000 km2 de tal vegeta ção. Aqui ela apresenta, evidentemen te, algumas particularidades diferentes do tipo do Brasil Central. O solo aqui não contém camadas de seixos à peque
na profundidade de um ou dois palmos, como ocorre nos chapadões goianos, on
de tais camadas atingem até um metro de espessura e freqüentemente estão ci
mentadas com óxido de ferro, apresen tando ainda concreções deste material. É claro que os campos cerrados paulis. tas ostentam flora diferente.
Mas não
deixam de constituir uma paisagem desoladora para o agricultor. Qualquer caboclo sabe que o "cerrado" não pode ser cultivado, e deve ser queimado an
tes do início da estação chuvosa para que a brotação fresca renove a pasta gem. Daí o fato de aparecerem cs cam pos cerrados nas estatísticas geralmente como "pastagens", quando absolutamen te não merecem este nome e mal susten
tam 10 cabeças de gado rústico em 20Q e mesmo 300 alqueires.
Hoje, pela escassez de terra, que já começa a se esboçar, alguns dos campos cerrados do terras ro.xas de campo, are nosas e secas, são arados para o plantio
verniz nas folhas carnudas v duras, en
quanto o tronco se apresenta revestido por espessa camada de cortiça, rcfratária ao calor. Outras plantas possuem no subsolo verdadeiro vcservatório dc água.
As árvores c.sparsus são baixas (2-3 metros), de casca grossa,
cortiçosa,
muitas
vezes
81
tronco ou raiz, apto
cliamuscada,
a receber umidade
última iiiiáliso, de planta que em pleno "cerrado" consegue \i\cT como se fos se à beira de brejo. \'t) fim do si'u período vcgolativo de um ano, de agôslo a agosto, que o liomem lhe impôs, apresenta o campo corr.ido um a.specto de vegetação velha que ilá idéia errônea de dezi-nas de anos de
aeomodação lenta em face do solo o do
elima. (3s "cerrados" que às x'ézes es capam à tiucimada anual ou que apa nham fogo rasteiro, tocado pelo vento, dc modo que os ar
tronco tortuoso, muito flexível, poucas
durante
folhas, muitas vèzes grandes e grossas, como que cnvernizadas p.ira se prote gerem contra a evaporação. São apeli
chuvosa, mas impe roubo dc volta na
"paus tortos" resul tam apenas lo\"e-
dadas pelo nome geral de "pau torto". É bastante comum o barbatimão, que é logumino.sa de folhinhas miúdas, pro fundamente enraizada. Nos campos cer
estiagem. Tal dispo sitivo permite a es
ou de todo incólu
rados piores existe a famosa "indaiá", palmeira acaule, cujas folhas nascem di
a
estação
k
bustos
dir que o solo lha
ralos
c
os
mcnte chamuscados,
tas plantas evapora rem boas quantida des de água, po dendo, graças a es
mes,
enquanto
a
passagem rápida das chamas,
destruindo
a barba-de-bodc, sò-
retamente do chão e o tronco subterrâ
te fato, apresentar
mente amarelcee as
neo não passa de reservatório dágua, que
crescimento
pontas das folhas da
a planta acumula na estação chuvosa e usa com parcimônia durante a estiagem.
vamente rápido.
Esta palmeira é tida pelo caboclo, c com toda razão, como o padrão das -piores terras do Estado. O capim mais comum é o famigerado "bnrba-de-boclc", não comestível, cujas folhas estão enroladas
surpreendem
relati
hidaiá, tais "cerra
Outras plantas
dos" tôm mesmo en
pelas
ganado muitos estu diosos dc fracos conhecimeutos botâni
suas folhinhas ten
rar que SC tratava dc vegetação primá
defesa contra a evaporação e permitem
ras, próprias de ma ta ámida, evaporan do água generosamente, e som que es tejam munidas dc .saco subterrâneo com água. Os cientLstas do Departamento de
a planta afrontar meses de estiagem
Botânica da nossa Faculdade de Filoso
aelia selecit)nada de acôrdo com o re
com o solo excessivamente ressequido. O campo cerrado não passa de asso
fia, a quem devemos o.s melhores estu
sultado final de longa acomodação em
dos do campo cerrado, verificaram que os raízes de tais plantas podem atingir profundidades de 15 e mesmo 20 me tros, onde o su])solo não chega a secar graça.s à proximidade de camada imper meável represadora de águas, ou do len
face
cm canudos finíssimos, que constituem
de arroz, que é a nossa cultura mais
ciação de vegetais capazes de resistir â sêca, tolerar solo extremamente pobre, lavado c ácido, o, o que ó essencial, re nascer das suas cinzas ainda que o fogo lhes destrua quase toda a parte visível
frugal, pois não exige terra rica quando conta com ótima pluviosidade. De fato,
acima do solo. São plantas capazes de lançar brotos novos às vezes diretamen
quando de novembro a março chove
te do rizoma como se isto fôsse seu ciclo
bem, e sem que passe uma semana sem
normal de vida.
çol freático situado a uma cota pouco superior à do nível dágua do ribeirão .mais próximo, o qual pode estar a 2 ou 3 quilômetros de distância. Trata-se, em
1.
cos, faz.cndo-os ju ria, isto é, de "clímax" natural, nas con-
díçõe.s \irgens, nas quais a vegetação se ao
ambiente
e
à
concorrência
mútua.
Hoje já ficou esclarecido que a vege tação primária dese ter sido de mata sêca, bastante alta, muito densa, cheia
de cipós, com árvores finas e muitas pal meiras csguias, mata que mantinha o so lo rico de húmus, era muito pouco e.xigentc em matéria de nutrimento quími co do solo, mas muito mais suscetível ao
?■
I.
i in.i I i iiiyiji i|iy DrcESTo
82
Econômico
^CESTO Econômico
83
tem e cm outros não podem existir ? A
^nia vez que o teor do argila 6 baixíssi
Io:nbada, pois o fundo está sempre no
das regiões serranas. Parece que já nos tempos pré-colombianos os índios ti nham devastado a fogo grandes exten
resposta bascia-sc no fator geológico da
mo c cLi ficou acidificada ao extremo.
nível do conlacto das duas fonnaç-ôes geológicas.
sões dessas matas secas. Para isto houve
São sedimentos de areia, de dezenas do
motivos fortes: cercar caça, atacar os inimigos ou melhorar a defesa da pró
metros de espessura, com pouquíssima argila, nuo o clima úmido, caracterizado
pria tribo cercando-a de campo limpo,
por precipitáção atmosférica maior quo a evaporação, lavou ao ponto de deixar
eram retidas pelo solo, hoje o atravc.ssam r^àpidamenlc, levando ao Ictiçol freático migalhas de nutrimonlo quiniico das Cíinzas. O solo empobreceu ao extremo. Suas análises têm fornecido os mais bai xos teores dc cálcio c ootá sio jamais x is-
a areia estéril.
Toda a parte mineral que pude ser hidratada, decomposta e lixiviada, foi eliminada pelas águas atra vessando o solo de cima p^ira baixo, so brando apenas resíduo do areia lavada. Mas o clima troi>ical fornece às plan tas a substância primordial que é a água, e as altas temperaturas fazem esta água realizar o máximo de trabalho. Quando
tos na literatura mundial do assunto. Vi
o clima era seco, mais de um milhão
evaporar água, a areia dc protegida
fogo do que as nossas matas hidrófilas
no qual a aproximação dos adversários
podia ser percebida à distancia. Mais tarde, quando a repetição da queimada começou a selecionar vegetais resistentes ao fogo, capazes de brotar dos rizomas, a queima era praticada também
nas estiagens mais fortes, pois os brotos novos das plantas profundamente enrai
zadas ou possuidoras de saco dágua no subsolo, atraíam a caça herbívora, fa minta pela duração excessiva da estia gem.
Enfim, havia muitos motivos para pra
ticar queimadas e nenhum para evitálas. Esta situação perdura, afinal, até hoje, pois o único motivo para evitar queimadas, que é a conservação do solo, sòmente hoje começa a ser compreendi do, e apenas por certa gente que não
possui campos cerrados, não os queima e nem pode impedir que sejam queima dos.
O caboclo de hoje queima mais
que os índios antigamente, pois acende o fogo com mais facilidade, faz isto em tôda parte, e procura queimar o mais que
puder, pois a necessidade o espicaça e a consciência da sua fraqueza o tortura, fazendo com que êle procure arrancar do solo o máximo benefício, o mais de
pressa possível, e com o mínimo de tra balho.
E, como o índio, o caboclo não
teme devastar a terra em que se acha,
formação de solos. Trata-se, antes do tudo, do camadas espessas de arenitos.
de anos atrás, as areias oram quimicamente ricas.
Com o aumento de umi
dade do clima, aumentou a densidade e
o porte da vegetação. O solo foi se tomando quimicamente cada vez mais pobre, mas orgânicamente mais rico. A mata seca atrás mencionada já cor respondia a um solo muito pobre e áci do, mas rico de matéria orgânica até a profundidade de um metro. Esta maté ria orgânica comunicava ao solo notável capacidade de retenção dágua, e a ma ta seca não continha necessariamente
plantas com saco dágua no subsolo ou com enraizamento que atingisse o lençol Entrando em cena o fogo, o porte e a
densidade da vegetação diminuíram. A matéria orgânica foi consumida pelos A vegetação do cam
tâncias grandes à procura de novas fa
po cerrado não pode fornecer húmus à terra, pois o fogo consome a massa vege tal que seria destinada normalmente ao
cilidades .
solo em forma de detritos anuais.
pois com facilidade se locomove a dis Mas, afinal, como se formaram solos
próprios para uma vegetação de campo cerrado ? Por que cin certos Jugares exis
rando de chofrc um balde com água so
bre o solo, constatamos infiltração ins tantânea.
Poucos dias depois, abrindo
uma cova no ponto assim irrigado, en contraremos a areia completanu-nto seca. Termômetro deitado no chão c apenas
coberto por película de terra acusa no verão 60 e mesmo 65°C: não podendo
aquecc-sc livremente sob os raios solares.
Visto que sob a camada de arenito, tenha ela 10 ou 100 metros de espessu ra, existe outro sedimento, argiloso, ou
Os
elementos químicos das cinzas não são
mai.s retidos pelo solo que perdeu a sua atividade coloidal ao perder o húmus,
Testemunhos fidedignos dc c\qdoradores, naturalistas c geógrafos, datando do apenas uma centena de anos atrás não citam tais \alcs de erosão de paredes abruptas, onde hoje elos abundam o ameaçam tragar cidades ii^toiras. Ê quo naqueles tempos o número c a freqüên cia das queimadas não tinham ainda que brado o mínimo de capacidade retontix a do solo para que aparecessem voçorocas.
Pela classificação agrogcológica dos .solos paulistas cm 22 grupos, os piores solos arenosas próprios dc campo cer rado pertencem aos grupos 11 e 7. Os grupos 3, 8, 12 c 18 apresentam condi ções semelhantes algo atenuadas, mas estão fadados ao mesmo futuro, se con
Jaje de rocha maciça, as águas da cstaçao
tinuarem submetidos ao fogo. Conhecemos diversos campos cerrados
chuvosa, não mais retidas pelo solo, al cançam a camada impermeável c sôbrc ela fluem por menor que seja a dcclividadc. Fomiam-se cursos dágua subter
dos por esta fatídica palmeira que signi fica a condenação do terreno ao triste
destes solos que 13 anos atrás não con tinham indaiá, mas hoje já estão povoa
râneos que drenam o lençol freático e
estado dos campos cerrados dos grupos
vão sair nos ribeirões onde aflora o con-
7 e 11.
tacto das duas formações geológicas. À montante deste ponto a areia inconsis
O problema da salvação destes 50.000 km2, a quinta parte do território paulis
tente, desprovida dc coesão, começa a
ta, ó grave, mas não insolúx-el. Di\'crsas
desmoronar. O fenômeno progride atra
circunstâncias favorá\'eis podem ser apro\'citadas. Certos fatores de destruição podem ser guiados no sentido dc traba
vés do campo cerrado, formando-se "vo-
freático.
microorganismos.
As águas dc chuva que antigamente
çoroca" ou "itambé", cuja profundidade aumenta com a aproximação do alto da
lharem a favor do solo.
?■
I.
i in.i I i iiiyiji i|iy DrcESTo
82
Econômico
^CESTO Econômico
83
tem e cm outros não podem existir ? A
^nia vez que o teor do argila 6 baixíssi
Io:nbada, pois o fundo está sempre no
das regiões serranas. Parece que já nos tempos pré-colombianos os índios ti nham devastado a fogo grandes exten
resposta bascia-sc no fator geológico da
mo c cLi ficou acidificada ao extremo.
nível do conlacto das duas fonnaç-ôes geológicas.
sões dessas matas secas. Para isto houve
São sedimentos de areia, de dezenas do
motivos fortes: cercar caça, atacar os inimigos ou melhorar a defesa da pró
metros de espessura, com pouquíssima argila, nuo o clima úmido, caracterizado
pria tribo cercando-a de campo limpo,
por precipitáção atmosférica maior quo a evaporação, lavou ao ponto de deixar
eram retidas pelo solo, hoje o atravc.ssam r^àpidamenlc, levando ao Ictiçol freático migalhas de nutrimonlo quiniico das Cíinzas. O solo empobreceu ao extremo. Suas análises têm fornecido os mais bai xos teores dc cálcio c ootá sio jamais x is-
a areia estéril.
Toda a parte mineral que pude ser hidratada, decomposta e lixiviada, foi eliminada pelas águas atra vessando o solo de cima p^ira baixo, so brando apenas resíduo do areia lavada. Mas o clima troi>ical fornece às plan tas a substância primordial que é a água, e as altas temperaturas fazem esta água realizar o máximo de trabalho. Quando
tos na literatura mundial do assunto. Vi
o clima era seco, mais de um milhão
evaporar água, a areia dc protegida
fogo do que as nossas matas hidrófilas
no qual a aproximação dos adversários
podia ser percebida à distancia. Mais tarde, quando a repetição da queimada começou a selecionar vegetais resistentes ao fogo, capazes de brotar dos rizomas, a queima era praticada também
nas estiagens mais fortes, pois os brotos novos das plantas profundamente enrai
zadas ou possuidoras de saco dágua no subsolo, atraíam a caça herbívora, fa minta pela duração excessiva da estia gem.
Enfim, havia muitos motivos para pra
ticar queimadas e nenhum para evitálas. Esta situação perdura, afinal, até hoje, pois o único motivo para evitar queimadas, que é a conservação do solo, sòmente hoje começa a ser compreendi do, e apenas por certa gente que não
possui campos cerrados, não os queima e nem pode impedir que sejam queima dos.
O caboclo de hoje queima mais
que os índios antigamente, pois acende o fogo com mais facilidade, faz isto em tôda parte, e procura queimar o mais que
puder, pois a necessidade o espicaça e a consciência da sua fraqueza o tortura, fazendo com que êle procure arrancar do solo o máximo benefício, o mais de
pressa possível, e com o mínimo de tra balho.
E, como o índio, o caboclo não
teme devastar a terra em que se acha,
formação de solos. Trata-se, antes do tudo, do camadas espessas de arenitos.
de anos atrás, as areias oram quimicamente ricas.
Com o aumento de umi
dade do clima, aumentou a densidade e
o porte da vegetação. O solo foi se tomando quimicamente cada vez mais pobre, mas orgânicamente mais rico. A mata seca atrás mencionada já cor respondia a um solo muito pobre e áci do, mas rico de matéria orgânica até a profundidade de um metro. Esta maté ria orgânica comunicava ao solo notável capacidade de retenção dágua, e a ma ta seca não continha necessariamente
plantas com saco dágua no subsolo ou com enraizamento que atingisse o lençol Entrando em cena o fogo, o porte e a
densidade da vegetação diminuíram. A matéria orgânica foi consumida pelos A vegetação do cam
tâncias grandes à procura de novas fa
po cerrado não pode fornecer húmus à terra, pois o fogo consome a massa vege tal que seria destinada normalmente ao
cilidades .
solo em forma de detritos anuais.
pois com facilidade se locomove a dis Mas, afinal, como se formaram solos
próprios para uma vegetação de campo cerrado ? Por que cin certos Jugares exis
rando de chofrc um balde com água so
bre o solo, constatamos infiltração ins tantânea.
Poucos dias depois, abrindo
uma cova no ponto assim irrigado, en contraremos a areia completanu-nto seca. Termômetro deitado no chão c apenas
coberto por película de terra acusa no verão 60 e mesmo 65°C: não podendo
aquecc-sc livremente sob os raios solares.
Visto que sob a camada de arenito, tenha ela 10 ou 100 metros de espessu ra, existe outro sedimento, argiloso, ou
Os
elementos químicos das cinzas não são
mai.s retidos pelo solo que perdeu a sua atividade coloidal ao perder o húmus,
Testemunhos fidedignos dc c\qdoradores, naturalistas c geógrafos, datando do apenas uma centena de anos atrás não citam tais \alcs de erosão de paredes abruptas, onde hoje elos abundam o ameaçam tragar cidades ii^toiras. Ê quo naqueles tempos o número c a freqüên cia das queimadas não tinham ainda que brado o mínimo de capacidade retontix a do solo para que aparecessem voçorocas.
Pela classificação agrogcológica dos .solos paulistas cm 22 grupos, os piores solos arenosas próprios dc campo cer rado pertencem aos grupos 11 e 7. Os grupos 3, 8, 12 c 18 apresentam condi ções semelhantes algo atenuadas, mas estão fadados ao mesmo futuro, se con
Jaje de rocha maciça, as águas da cstaçao
tinuarem submetidos ao fogo. Conhecemos diversos campos cerrados
chuvosa, não mais retidas pelo solo, al cançam a camada impermeável c sôbrc ela fluem por menor que seja a dcclividadc. Fomiam-se cursos dágua subter
dos por esta fatídica palmeira que signi fica a condenação do terreno ao triste
destes solos que 13 anos atrás não con tinham indaiá, mas hoje já estão povoa
râneos que drenam o lençol freático e
estado dos campos cerrados dos grupos
vão sair nos ribeirões onde aflora o con-
7 e 11.
tacto das duas formações geológicas. À montante deste ponto a areia inconsis
O problema da salvação destes 50.000 km2, a quinta parte do território paulis
tente, desprovida dc coesão, começa a
ta, ó grave, mas não insolúx-el. Di\'crsas
desmoronar. O fenômeno progride atra
circunstâncias favorá\'eis podem ser apro\'citadas. Certos fatores de destruição podem ser guiados no sentido dc traba
vés do campo cerrado, formando-se "vo-
freático.
microorganismos.
As águas dc chuva que antigamente
çoroca" ou "itambé", cuja profundidade aumenta com a aproximação do alto da
lharem a favor do solo.
III. I |IL IV'.'
Dicesto EcoNÓNaco
LIMITES DA INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ORGANIZAÇÃO BANCARIA ROBE31TO Pinto de Souza
prescindir do crédito. Nas economias
83
fugir à imposição das condições moder
acanliadas, de trocas reduzidas, todos os
nas da vitla econômica.
permuladtircs se conhceem »• sabem das
xa dt)S preços de custo e aiiincnto da
necc5';i(ladts dc cada um. Dai a produ ção e troca sc fazi-rcm por solicilações
produtividade, necessita modificar a téc nica dc trabalho, aperfeiçoar o trato das
do consumidor.
Nas economias hodicr-
Para obter bai
eiiUura.s e o preparo da terra, recorrendo à mei-ani/ação da lavoura. Isto signifi
¥ TÁ no momento uma tendência acentuada de o Estado intcn^ir no do
conveniência de c.studar os limites da
intervenção, particularmente no que toca
nas, devido i\ grande c.vpansão da pro dução e o vasto nújncro dc indivíduos
mínio econômico. Ê que as condições cm que se desenvolvem as atividades
a determinados setores.
no mercado, a produção e o comércio se
terreno bancário, por ser o qtie mais
realizíim com \islas a uma procura anô
econômicas são por demais complexas, determinando repercussões qvu; afetam
tem ação sobre o conjunto das atividades econômicas, uma \'vz que manobra o
nima. Por esse motivo, o comércio as
ca emprego do capitais cm gratule esca la, portanto, nso de erédito. Qiuan diz erédito, diz moeda. Há, realmente, uma conjugação necessária
sume feições diwrsas, caraclcri/.ando-sc
ímtre a <piantidade de moeda existente
subrtancialmentc a vida social. Por esse
elemento fundamental das mesmas — o
no mercado, a velocidade de sua circu
motivo, o Estado não pôde manter-se
pela formação dc i'stoqucs, pi-lo arma
crédito.
zenamento de bens, pela criação dc ser
indiferente ao desenrolar das forças eco
De fato, à medida que a produção so desenvolve c se torna complexa c os em preendimentos se imiltiplicani o as em
viços c sou oferecimento ao grande pu blico, não havendo, uo início pelo me nos, nem mesmo a certeza de cpie volu
lação c o manejo do credito, pois êste em parte se acha condicionado às disponi-
presas se concentram cm grandes unida
me de mercadorias ou
nômicas — o Estado-gendarme, como
pregavam os clássicos — e teve que se "imiscuir nas ati\adades da produção, da
distribuição, da repartição e do consu mo. A interferência gerou excessos como o dos Estados Totalitários. A êsses abu sos contrapuseram os juristas e econo mistas os princípios e os limites da in tervenção, criando uma nova teoria —
o neoliberalismo — que procurou acomo dar a necessidade da ação disciplinadora dos poderos públicos com a indispensá vel liberdade dc iniciativa e a livre dis
posição da propriedade, alicerces funda mentais da ordem liberal.
' Entre nós, muito já se discutiu sôbre
o tema e já se firmaram idéias precisas com relação ao assunto.
Contudo, as
Escolhemos o
des, mais necessário se faz o emprego do crédito como elemento indispensável
serviços o mercado pode
à propulsão das atividades econômicas. Por esse motivo, não é possível conce
essa contingência foi pre ciso criar a propaganda,
ber-se hoje a produção em larga escala sem o auxilio' direto o imediato do cré dito, em tôdas as suas formas.
rá absorver. Para fugir a
que SC toma cada dia mais necessária c dispen
-Na indústria, ó êlo que permito a
diosa, pois a grande con centração industrial e o
montagem e o funcionamento inicial, até
semimonopólio dela de
que a venda dos artigos manufaturados proporcione à nova empresa os primeiros
correntes obrigam o co
resultados do trabalho. São despesas de instalaçao, seja dos locais seja da ma quinaria. São as primeiras aquisições
de matérias-primas o os primeiros salá
contingências do momento estão forçan
rios dos operários durante o processo ini
do o Estado a tomar certas medidas ten
mércio a lutar contra a
indeterminação da curva da procura,
síveis consumidores, o que força o co
mércio, para se desenvolver, para con seguir o alargamento do mercado, quer
tado nas atividades econômicas. Daí a
passado se poderia con ceber como inteiramente distintos, hoje se apre
sentam com um grau de interdependência extra
ordinário- Os bancos de depósito e de
emissores, pois o cheque desempenha quase tôdas as funções da moeda, em
que todo o capital da emprêsa. O cré dito ó, portanto, o fator indispensável na criação, no funcionamento e na expan são dos empreendimentos manufatuO comércio, por sua vez, adquirindo as características modernas, não pode
necedores de moeda e outros de crédito, que no
cio cm grande escala sem auxílio da pro
ção dos preços dos produtos de exporta ção e, de outro, aumentar a produtivi dade e elevar o nível de vida da popu
reiros.
tinção entre bancos for
funcionam como verdadeiros bancos
gastos, que cm geral representam mais
lação. Em suma, a situação requer uma
para citar apenas duas largas divisões. A dis
mo. Pode dizcr-sc que não há comér
evitar, de um lado, os malefícios da in
atitude planejadora por parte das auto ridades, que envolve a ingerência do Es
crédito são os bancos de emissão ou comerciais,
desconto, pelo uso de cheques e pela
flação, da crise de divisas e da distor
dentes a modificarem a marcha dos
Quem maneja o dinheiro e facilitado
- quebrando a resistência do consumidor e impondo-lhe certos hábitos de consu
cial dc transformação. É o pagamento da energia e de tôdas as operações de transformação. É a preparação para a venda e colocação no mercado, exigindo
acontecimentos econômicos, a fim de se
Ijílidatlcs daquela.
paganda. Acresce ainda notar que mui tos produtos modernos são de preço de venda relativamente elevado em relação
ao poder de compra da maioria dos pos
interno quer externo, a recorrer às ven
das a prazo, aos pagamentos parcelados, • que representam nova forma de expan são de crédito.
A agricultura, por seu lado, não pode
criação do mecanismo de compensação
bora de natureza diversa. Desse modo,
o simples controle do banco emissor que, pelo fomccimcnto ou restrição do volu me dc moeda aos bancos creditícios, po dia, no passado, permitir um ajustamen
to das atividades produtoras à situação particular do mercado, não pode reali zar-se mais com eficiência, porque, pelo
uso do cheque, é possível a um banco dotado de regular depósito e algum fun do de reserva fornecer créditos snperio-
III. I |IL IV'.'
Dicesto EcoNÓNaco
LIMITES DA INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ORGANIZAÇÃO BANCARIA ROBE31TO Pinto de Souza
prescindir do crédito. Nas economias
83
fugir à imposição das condições moder
acanliadas, de trocas reduzidas, todos os
nas da vitla econômica.
permuladtircs se conhceem »• sabem das
xa dt)S preços de custo e aiiincnto da
necc5';i(ladts dc cada um. Dai a produ ção e troca sc fazi-rcm por solicilações
produtividade, necessita modificar a téc nica dc trabalho, aperfeiçoar o trato das
do consumidor.
Nas economias hodicr-
Para obter bai
eiiUura.s e o preparo da terra, recorrendo à mei-ani/ação da lavoura. Isto signifi
¥ TÁ no momento uma tendência acentuada de o Estado intcn^ir no do
conveniência de c.studar os limites da
intervenção, particularmente no que toca
nas, devido i\ grande c.vpansão da pro dução e o vasto nújncro dc indivíduos
mínio econômico. Ê que as condições cm que se desenvolvem as atividades
a determinados setores.
no mercado, a produção e o comércio se
terreno bancário, por ser o qtie mais
realizíim com \islas a uma procura anô
econômicas são por demais complexas, determinando repercussões qvu; afetam
tem ação sobre o conjunto das atividades econômicas, uma \'vz que manobra o
nima. Por esse motivo, o comércio as
ca emprego do capitais cm gratule esca la, portanto, nso de erédito. Qiuan diz erédito, diz moeda. Há, realmente, uma conjugação necessária
sume feições diwrsas, caraclcri/.ando-sc
ímtre a <piantidade de moeda existente
subrtancialmentc a vida social. Por esse
elemento fundamental das mesmas — o
no mercado, a velocidade de sua circu
motivo, o Estado não pôde manter-se
pela formação dc i'stoqucs, pi-lo arma
crédito.
zenamento de bens, pela criação dc ser
indiferente ao desenrolar das forças eco
De fato, à medida que a produção so desenvolve c se torna complexa c os em preendimentos se imiltiplicani o as em
viços c sou oferecimento ao grande pu blico, não havendo, uo início pelo me nos, nem mesmo a certeza de cpie volu
lação c o manejo do credito, pois êste em parte se acha condicionado às disponi-
presas se concentram cm grandes unida
me de mercadorias ou
nômicas — o Estado-gendarme, como
pregavam os clássicos — e teve que se "imiscuir nas ati\adades da produção, da
distribuição, da repartição e do consu mo. A interferência gerou excessos como o dos Estados Totalitários. A êsses abu sos contrapuseram os juristas e econo mistas os princípios e os limites da in tervenção, criando uma nova teoria —
o neoliberalismo — que procurou acomo dar a necessidade da ação disciplinadora dos poderos públicos com a indispensá vel liberdade dc iniciativa e a livre dis
posição da propriedade, alicerces funda mentais da ordem liberal.
' Entre nós, muito já se discutiu sôbre
o tema e já se firmaram idéias precisas com relação ao assunto.
Contudo, as
Escolhemos o
des, mais necessário se faz o emprego do crédito como elemento indispensável
serviços o mercado pode
à propulsão das atividades econômicas. Por esse motivo, não é possível conce
essa contingência foi pre ciso criar a propaganda,
ber-se hoje a produção em larga escala sem o auxilio' direto o imediato do cré dito, em tôdas as suas formas.
rá absorver. Para fugir a
que SC toma cada dia mais necessária c dispen
-Na indústria, ó êlo que permito a
diosa, pois a grande con centração industrial e o
montagem e o funcionamento inicial, até
semimonopólio dela de
que a venda dos artigos manufaturados proporcione à nova empresa os primeiros
correntes obrigam o co
resultados do trabalho. São despesas de instalaçao, seja dos locais seja da ma quinaria. São as primeiras aquisições
de matérias-primas o os primeiros salá
contingências do momento estão forçan
rios dos operários durante o processo ini
do o Estado a tomar certas medidas ten
mércio a lutar contra a
indeterminação da curva da procura,
síveis consumidores, o que força o co
mércio, para se desenvolver, para con seguir o alargamento do mercado, quer
tado nas atividades econômicas. Daí a
passado se poderia con ceber como inteiramente distintos, hoje se apre
sentam com um grau de interdependência extra
ordinário- Os bancos de depósito e de
emissores, pois o cheque desempenha quase tôdas as funções da moeda, em
que todo o capital da emprêsa. O cré dito ó, portanto, o fator indispensável na criação, no funcionamento e na expan são dos empreendimentos manufatuO comércio, por sua vez, adquirindo as características modernas, não pode
necedores de moeda e outros de crédito, que no
cio cm grande escala sem auxílio da pro
ção dos preços dos produtos de exporta ção e, de outro, aumentar a produtivi dade e elevar o nível de vida da popu
reiros.
tinção entre bancos for
funcionam como verdadeiros bancos
gastos, que cm geral representam mais
lação. Em suma, a situação requer uma
para citar apenas duas largas divisões. A dis
mo. Pode dizcr-sc que não há comér
evitar, de um lado, os malefícios da in
atitude planejadora por parte das auto ridades, que envolve a ingerência do Es
crédito são os bancos de emissão ou comerciais,
desconto, pelo uso de cheques e pela
flação, da crise de divisas e da distor
dentes a modificarem a marcha dos
Quem maneja o dinheiro e facilitado
- quebrando a resistência do consumidor e impondo-lhe certos hábitos de consu
cial dc transformação. É o pagamento da energia e de tôdas as operações de transformação. É a preparação para a venda e colocação no mercado, exigindo
acontecimentos econômicos, a fim de se
Ijílidatlcs daquela.
paganda. Acresce ainda notar que mui tos produtos modernos são de preço de venda relativamente elevado em relação
ao poder de compra da maioria dos pos
interno quer externo, a recorrer às ven
das a prazo, aos pagamentos parcelados, • que representam nova forma de expan são de crédito.
A agricultura, por seu lado, não pode
criação do mecanismo de compensação
bora de natureza diversa. Desse modo,
o simples controle do banco emissor que, pelo fomccimcnto ou restrição do volu me dc moeda aos bancos creditícios, po dia, no passado, permitir um ajustamen
to das atividades produtoras à situação particular do mercado, não pode reali zar-se mais com eficiência, porque, pelo
uso do cheque, é possível a um banco dotado de regular depósito e algum fun do de reserva fornecer créditos snperio-
"W Digesto EcoNó^aco
8â
bem por ser recente. Começamos por considerar privativa da União a emissão
7^
Dicesto Econômico
87
sia o crédito, concedendo udiantainentos
não esquecer que, pela própria nature
muito superiores às suas disponibilida des. Nos períodos de depr<'Ssão, ao contrário, restringindo o crédito por fal
za, os banco.s funcionam como centros
ta de confiança nos empreendimentos econômicos, dada a conlímia (pieda dc
gredos da produção, principalmente os segredos de negócios, são do conheci
preços e os prejuízos daí provenientes,
mento dos bancos. Tanto isto é v-erdade
o de crédito é de tal natureza que hoje
numerário pelos demais bancos. Alem disso, a Gamara de Compensação, ou melhor, a rede de Câmaras de Compen sações, se acha centralizada no Banco
criam sérios embaraços às ati\ idades eco
cpio uma das condições impostas a um
em dia se verificou a necessidade de sc
do Braril c suas filiais.
calizador das atividades creditícías de
o ritmo dc produção, desempregando inúmeros operários c fatàrcs de produ
culdade dc realizar diretamente opera
sistema bancário c de orientador e fis-
pela Carteira de Mobilização Bancária, pela Carteira de Redesconto o pela Câ mara de Compensação, pode o Banco do
nômicas, forçando muitas delas a desa parecerem ou a restringir sensivelmente
banco central c não ter incluso em seus
criar um organismo supervisor das ativi
Brasil controlar indiretamente todas as
um país. É o Banco Central que se ins
ção. Mas, não é só na expansão c con
operações bancárias do pais. O estado
titui.
tração do crédito que aluam sòbrc os
atual dc inflação monetária c de credito
acontecimentos econômicos.
rcs às suas disponibilidades, pois os cré ditos concedidos serão cobertos pela
emissão de cheques que, compensados, se traduzem em jôgo de escrita sem cir
culação de grande massa de dinheiro. A interdependência e a identidade do funcionamento entre o banco emissor o
dades bancárias, espécie de cúpola do
Êste será o único com o direito
de emissão, distribuindo o dinheiro pe las várias organizações de emissão, de acordo com as necessidades de cada uma e as conveniências do mercado e é
• também quem determina as taxas de ju ros e redesconto, que por sua vez, indi retamente, permitirão maior ou menor
elasticidade para os descontos bancários. Além disso, o Banco Central institui serviços especiais de observação econô mica e financeira e pode sentir melhor o mercado, o que lhe permite criar uma
organização de conselho e orientação pa ra os demais bancos.
Nos casos em que o Banco Central
de notas, mas demos a um banco, o do Brasil, a faculdade da distribuição do
Dèssc modo,
fez coní que o govêrno criasse um ór gão especial dc controle — a Superin tendência da moeda e do credito. For
mou-se, dêssc modo, um organismo híbri do, misto de controle indireto e de in
tervenção direta do Estado na vida dos bancos.
A intervenção do Estado na rêdc ban
A crise de
1929-30 mostrou como os bancos, prin
cipalmente os que fornecem ercclitos à especulação ou empréstimos além dc suas posses, criam dcsajustamentos graves, pois, não podendo resistir à derrubada dos preços e à corrida bancária que sempre se verificam ncsas ocasiões, abrem falência.
Esta falência atingirá
cária apareceu o se desenvolveu, como apontamos, depois que se verificou a
a todos os empreendimentos a êlcs liga dos, além dc causar perdas sérias nas
grande influência dos bancos na vida
poupanças dos particulares confiadas ao
econômica. Influência que se pode tor nar benéfica ou maléfica nos períodos de prosperidade ou depressão, como
banco falido e que foram malb.iratadas. Se a preocupação da política monetá
ocorreu na crise de 1929-30, que, sendo
não existe, o controle direto ou indireto
na sua origem eminentemente financeira
das operações bancárias tem lugar seja por um organismo especial de fiscaliza
e bancária, trouxe no entanto prejuízos
ção do Estado, mediante a criação de
to nacional como internacional, do bens
observadores seus junto a cada organi zação de crédito, seja ainda pela parti cipação direta do Estado no capital do
e serviços.
enormes à produção c à circulação, tan
Realmente, ss toda a produção depen de de modo vital do crédito, isto c, da
banco, o que lhe permite colocar dire
maior ou menor facilidade na sua con
tores seus.
cessão e no volume permitido, os ban
ria hodierna é antes dc tudo diminuir a intensidade das oscilações cíclicas c res
tringir os prejuízos econômicos e sociais daá crises, a intervenção do Estado na organização bancária sc impõe, nas épo cas de prosperidade, como medida pre ventiva e, nas épocas de crise, como me dida curativa.
Se é verdade que a intervenção do
rar como função privativa de um deter
cos, como fornecedores de moeda e de
minado banco ou do próprio Estado a
crédito, poderão acelerar ou retardar o
emissão e a compensação e, desse modo,
Estado na organização bancária consti tui um imperativo decorrente da pró pria organização, não é menos verdade que deve tal intervenção estar contida
ritmo da atividade econômica. Nos mo
dentro de certos limites.
Pode ainda o Estado decla
controlar ao mesmo tempo o volume mo
mentos de expansão podem êles, até cer
netário e a circulação de cheques.
to ponto, exacerbar a elevação de preços,
Entre nós existe um sistema misto,
cujos resultados ainda não se conhecem 'a f.
■ / I- ■■ ..
quando fornecem capital vultoso para es peculações ou quando alargam em demay
De um modo
geral, poderíamos dizer que estes limi tes são os mesmos que se impõem a to
da Q qualquer intervenção de Estado no setor econômico. Contudo, é preciso
do informação econômica importante.
Pode-se dizer mesmo que todos os se
propósitos a finalidade de lucro e a fa ções dc crédito a empresas particulares. Num país onde vigore o respeito a pro
priedade privada dos meios dc produção o o respeito à atividade dc cada cida dão, uma intervenção acentuada do Es tudo na atividade dos bancos poderia de
terminar uma verdadeira devassa em tôdas as atividades econômicas, desaparo-
ccndo a confiança dos empreendedores no banco de que se servissem e poderia também gerar o perigo dc uma inter venção direta do Estado no empreendi mento, matando-o ou reslringindo-o em demasia. Não haveria, pelo menos, ga
rantia de que o grupo político dominan
te não pudesse fazer da intervenção ofi cial, acentuada, uma fonte de negocia tas. O exemplo é a intervenção do Es tado ná rêde bancária alemã, permitin do realizar desapropriações e lucros ilí citos.
De um modo geral, poder-se-ia dizer que as limitações impostas à intervenção bancária são as determinadas pela liber dade de iniciativa privada e pelo res peito à propriedade. Toda e qualquer intervenção que iniba ou impeça a li berdade de iniciativa estará contribuin
do para sufocar o desenvolvimento eco
nômico da nação, por reduzir a produ tividade e por tornar cada vez mais aca nhado o. âmbito das possibilidades de novas iniciativas. A intervenção do Es tado na rêde bancária, a nosso ver, só
pode ser defendida como medida acau-
"W Digesto EcoNó^aco
8â
bem por ser recente. Começamos por considerar privativa da União a emissão
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sia o crédito, concedendo udiantainentos
não esquecer que, pela própria nature
muito superiores às suas disponibilida des. Nos períodos de depr<'Ssão, ao contrário, restringindo o crédito por fal
za, os banco.s funcionam como centros
ta de confiança nos empreendimentos econômicos, dada a conlímia (pieda dc
gredos da produção, principalmente os segredos de negócios, são do conheci
preços e os prejuízos daí provenientes,
mento dos bancos. Tanto isto é v-erdade
o de crédito é de tal natureza que hoje
numerário pelos demais bancos. Alem disso, a Gamara de Compensação, ou melhor, a rede de Câmaras de Compen sações, se acha centralizada no Banco
criam sérios embaraços às ati\ idades eco
cpio uma das condições impostas a um
em dia se verificou a necessidade de sc
do Braril c suas filiais.
calizador das atividades creditícías de
o ritmo dc produção, desempregando inúmeros operários c fatàrcs de produ
culdade dc realizar diretamente opera
sistema bancário c de orientador e fis-
pela Carteira de Mobilização Bancária, pela Carteira de Redesconto o pela Câ mara de Compensação, pode o Banco do
nômicas, forçando muitas delas a desa parecerem ou a restringir sensivelmente
banco central c não ter incluso em seus
criar um organismo supervisor das ativi
Brasil controlar indiretamente todas as
um país. É o Banco Central que se ins
ção. Mas, não é só na expansão c con
operações bancárias do pais. O estado
titui.
tração do crédito que aluam sòbrc os
atual dc inflação monetária c de credito
acontecimentos econômicos.
rcs às suas disponibilidades, pois os cré ditos concedidos serão cobertos pela
emissão de cheques que, compensados, se traduzem em jôgo de escrita sem cir
culação de grande massa de dinheiro. A interdependência e a identidade do funcionamento entre o banco emissor o
dades bancárias, espécie de cúpola do
Êste será o único com o direito
de emissão, distribuindo o dinheiro pe las várias organizações de emissão, de acordo com as necessidades de cada uma e as conveniências do mercado e é
• também quem determina as taxas de ju ros e redesconto, que por sua vez, indi retamente, permitirão maior ou menor
elasticidade para os descontos bancários. Além disso, o Banco Central institui serviços especiais de observação econô mica e financeira e pode sentir melhor o mercado, o que lhe permite criar uma
organização de conselho e orientação pa ra os demais bancos.
Nos casos em que o Banco Central
de notas, mas demos a um banco, o do Brasil, a faculdade da distribuição do
Dèssc modo,
fez coní que o govêrno criasse um ór gão especial dc controle — a Superin tendência da moeda e do credito. For
mou-se, dêssc modo, um organismo híbri do, misto de controle indireto e de in
tervenção direta do Estado na vida dos bancos.
A intervenção do Estado na rêdc ban
A crise de
1929-30 mostrou como os bancos, prin
cipalmente os que fornecem ercclitos à especulação ou empréstimos além dc suas posses, criam dcsajustamentos graves, pois, não podendo resistir à derrubada dos preços e à corrida bancária que sempre se verificam ncsas ocasiões, abrem falência.
Esta falência atingirá
cária apareceu o se desenvolveu, como apontamos, depois que se verificou a
a todos os empreendimentos a êlcs liga dos, além dc causar perdas sérias nas
grande influência dos bancos na vida
poupanças dos particulares confiadas ao
econômica. Influência que se pode tor nar benéfica ou maléfica nos períodos de prosperidade ou depressão, como
banco falido e que foram malb.iratadas. Se a preocupação da política monetá
ocorreu na crise de 1929-30, que, sendo
não existe, o controle direto ou indireto
na sua origem eminentemente financeira
das operações bancárias tem lugar seja por um organismo especial de fiscaliza
e bancária, trouxe no entanto prejuízos
ção do Estado, mediante a criação de
to nacional como internacional, do bens
observadores seus junto a cada organi zação de crédito, seja ainda pela parti cipação direta do Estado no capital do
e serviços.
enormes à produção c à circulação, tan
Realmente, ss toda a produção depen de de modo vital do crédito, isto c, da
banco, o que lhe permite colocar dire
maior ou menor facilidade na sua con
tores seus.
cessão e no volume permitido, os ban
ria hodierna é antes dc tudo diminuir a intensidade das oscilações cíclicas c res
tringir os prejuízos econômicos e sociais daá crises, a intervenção do Estado na organização bancária sc impõe, nas épo cas de prosperidade, como medida pre ventiva e, nas épocas de crise, como me dida curativa.
Se é verdade que a intervenção do
rar como função privativa de um deter
cos, como fornecedores de moeda e de
minado banco ou do próprio Estado a
crédito, poderão acelerar ou retardar o
emissão e a compensação e, desse modo,
Estado na organização bancária consti tui um imperativo decorrente da pró pria organização, não é menos verdade que deve tal intervenção estar contida
ritmo da atividade econômica. Nos mo
dentro de certos limites.
Pode ainda o Estado decla
controlar ao mesmo tempo o volume mo
mentos de expansão podem êles, até cer
netário e a circulação de cheques.
to ponto, exacerbar a elevação de preços,
Entre nós existe um sistema misto,
cujos resultados ainda não se conhecem 'a f.
■ / I- ■■ ..
quando fornecem capital vultoso para es peculações ou quando alargam em demay
De um modo
geral, poderíamos dizer que estes limi tes são os mesmos que se impõem a to
da Q qualquer intervenção de Estado no setor econômico. Contudo, é preciso
do informação econômica importante.
Pode-se dizer mesmo que todos os se
propósitos a finalidade de lucro e a fa ções dc crédito a empresas particulares. Num país onde vigore o respeito a pro
priedade privada dos meios dc produção o o respeito à atividade dc cada cida dão, uma intervenção acentuada do Es tudo na atividade dos bancos poderia de
terminar uma verdadeira devassa em tôdas as atividades econômicas, desaparo-
ccndo a confiança dos empreendedores no banco de que se servissem e poderia também gerar o perigo dc uma inter venção direta do Estado no empreendi mento, matando-o ou reslringindo-o em demasia. Não haveria, pelo menos, ga
rantia de que o grupo político dominan
te não pudesse fazer da intervenção ofi cial, acentuada, uma fonte de negocia tas. O exemplo é a intervenção do Es tado ná rêde bancária alemã, permitin do realizar desapropriações e lucros ilí citos.
De um modo geral, poder-se-ia dizer que as limitações impostas à intervenção bancária são as determinadas pela liber dade de iniciativa privada e pelo res peito à propriedade. Toda e qualquer intervenção que iniba ou impeça a li berdade de iniciativa estará contribuin
do para sufocar o desenvolvimento eco
nômico da nação, por reduzir a produ tividade e por tornar cada vez mais aca nhado o. âmbito das possibilidades de novas iniciativas. A intervenção do Es tado na rêde bancária, a nosso ver, só
pode ser defendida como medida acau-
mtmm
Dicesto EcoNÓ>nco
68
telaclora dos interêsses das várias clas
ses produtoras da nação e, portanto, do povo em geral, e como medida de orien tação e auxílio aos próprios bancos, a fim de melhor dirigirem as aplicações de
Interpretação
crédito e de permitir um socorro ime diato e seguro à vida econômica por oca
sociológica
brasileiro da
sião das crises. Tòda intervenção que ultrapassar estes limites só poderá ser
do
problema
mortalidade infantil
(Capítulo de "Soriologüi du Mortalidade Infantil no Brasil e nos países stibdesenool-
nociva.
vidos", a sair no México) Gui:iuu:ino Ramos
"
(Nota preliminar)
'.
•
O niitor eslA convicto de que as conclusões desta inter pretação" são vAlidas para o problema da mortalidade in fantil em todos os países da América Latina. Embora te nha utilizado, predominantemente, dados brasileiros, sua convicção se estiiba no fato da semelhança de forntação histórica c de estrutura demográfica, econômica e social. entre o Brasil o aquelas outras nações, semelhança que az da América Latina uma grande área de alta mortalidade
infantil, equiparávcl à africana, à chinesa e à h n u. ^ I,
..
;
5
A idéia central dêstc estudo pode ser assim i a .
estrutura econômica e social condiciona seu correspondente tipo específico de mortalidade infantil (alto, médio ou r e só na med da em que ela se transforma é possível uma transformação tipolôgica da morta i a ^ fantil." Êste "approach", pensa ainda o autor, po aplicado no estudo de outros problemas de saúde, co exemplo, entre outros, o da tuberculose e o da s É geralmente conhecido que as estatísticas
_ .
latino-americanos, por suas falhas, deixam mu o a O autor usou-as, mas cumpre o dever de menc onar aqu reservas que elas lhe inspiram. Os informes es a s bre consumo (muitos dos quais calculados, a pe i o o
. a s au
tor, pela Departamento Econômico da Confederação Nacio nal da Indústria) não incluem aquela parte da produção de bens consumida diretamente pelo produtor e de certas zo nas restritas do interior do país, que vivem em regime de
economia natural ou segregadas do mercado. Convém, fi nalmente, registrar que esta segunda parte deste livro foi ultimada em novembro de 1950.
"Muitas pessoas — especialmente os funcionários públicos — supõem que o cien-tísta é um simples consultor da administração. Êlc é titil porque, ocasionalmente, surgem problemas — em geral jjroblcmas técnicos triviais — para os quais não é possível obter uma solução satisfatória sem consultar o cientista que sabe desta ou daquela técnica. Pcdc-se-llie então o seu conselho, ôle dá-o, e o administrador, utilizando ou ignorando esse conselho, modela a sua política e põe-na em execução. Êstc mclodo já faliu e está sendo substituído por outro, no qual a ciência estende a sua ação por toda a máquina governamental. Há, em particular, duas funções do Covêrno que estão sondo cada vez mais peimeabilizadas pela ciência. Uma é a de decidir quanto à orientação da política a seguir, a outra é a da execução dessa política (Prof. J. D. Bernal, "A Função do Cientista na Política Governa tiva e na Administração", in A Ciência e a Ordem Mundial prfg. 21 Lisboa 1943.)
mtmm
Dicesto EcoNÓ>nco
68
telaclora dos interêsses das várias clas
ses produtoras da nação e, portanto, do povo em geral, e como medida de orien tação e auxílio aos próprios bancos, a fim de melhor dirigirem as aplicações de
Interpretação
crédito e de permitir um socorro ime diato e seguro à vida econômica por oca
sociológica
brasileiro da
sião das crises. Tòda intervenção que ultrapassar estes limites só poderá ser
do
problema
mortalidade infantil
(Capítulo de "Soriologüi du Mortalidade Infantil no Brasil e nos países stibdesenool-
nociva.
vidos", a sair no México) Gui:iuu:ino Ramos
"
(Nota preliminar)
'.
•
O niitor eslA convicto de que as conclusões desta inter pretação" são vAlidas para o problema da mortalidade in fantil em todos os países da América Latina. Embora te nha utilizado, predominantemente, dados brasileiros, sua convicção se estiiba no fato da semelhança de forntação histórica c de estrutura demográfica, econômica e social. entre o Brasil o aquelas outras nações, semelhança que az da América Latina uma grande área de alta mortalidade
infantil, equiparávcl à africana, à chinesa e à h n u. ^ I,
..
;
5
A idéia central dêstc estudo pode ser assim i a .
estrutura econômica e social condiciona seu correspondente tipo específico de mortalidade infantil (alto, médio ou r e só na med da em que ela se transforma é possível uma transformação tipolôgica da morta i a ^ fantil." Êste "approach", pensa ainda o autor, po aplicado no estudo de outros problemas de saúde, co exemplo, entre outros, o da tuberculose e o da s É geralmente conhecido que as estatísticas
_ .
latino-americanos, por suas falhas, deixam mu o a O autor usou-as, mas cumpre o dever de menc onar aqu reservas que elas lhe inspiram. Os informes es a s bre consumo (muitos dos quais calculados, a pe i o o
. a s au
tor, pela Departamento Econômico da Confederação Nacio nal da Indústria) não incluem aquela parte da produção de bens consumida diretamente pelo produtor e de certas zo nas restritas do interior do país, que vivem em regime de
economia natural ou segregadas do mercado. Convém, fi nalmente, registrar que esta segunda parte deste livro foi ultimada em novembro de 1950.
"Muitas pessoas — especialmente os funcionários públicos — supõem que o cien-tísta é um simples consultor da administração. Êlc é titil porque, ocasionalmente, surgem problemas — em geral jjroblcmas técnicos triviais — para os quais não é possível obter uma solução satisfatória sem consultar o cientista que sabe desta ou daquela técnica. Pcdc-se-llie então o seu conselho, ôle dá-o, e o administrador, utilizando ou ignorando esse conselho, modela a sua política e põe-na em execução. Êstc mclodo já faliu e está sendo substituído por outro, no qual a ciência estende a sua ação por toda a máquina governamental. Há, em particular, duas funções do Covêrno que estão sondo cada vez mais peimeabilizadas pela ciência. Uma é a de decidir quanto à orientação da política a seguir, a outra é a da execução dessa política (Prof. J. D. Bernal, "A Função do Cientista na Política Governa tiva e na Administração", in A Ciência e a Ordem Mundial prfg. 21 Lisboa 1943.)
DiGEs-ro
CO
l^o Brasil, a-administração precedeu a sociedade.
Éramos, no início do
século XVI, um território sobre o qual
viviam alguns povos organizados rudi mentarmente, sob a forma tribal.
A
Econômico
T
Dicesto Econômico
Q1
as ferramentas que tinham roubado, na esperança de que, casas e móveis bro tassem màgicaincnte da terra. Quando importamos sistemas legais ou
taelo (2), ou a indus'riaH-/.;íção das áreas
conjuntura econômica e social, um con
rurais como estudariam a difusão dc um
junto dc órgãos e regulamentos. É, por
traq-o — de uma área cultural para outra. É esta orientação que no.s parece útil
tanto. uma tarefa para cuja execução 6
instituições burocráticas de outros países,
seguir na crítica e na reforma da orga
ciológico com a técnica de administração. -
Não é possível examinar cm globo o problema da reorganização administra
partir de 1530, data em que se funda
procedemos, dc certa forma, como os
nização administrativa do países como
São Vicente, começam a ser transplan
nativos dc Taiti.
o Brasil c os da América Latina.
Esperamos que êles
Nos-^a
tadas para o nosso país, pré-fabricadas, por assim dizer, as instituições adminis
aqui realizem os mesmos efeitos que lá, sem atentarmos para as diferenças estru
trativas de Portugal, de uma das mais desenvolvidas nações do mundo, naquela
turais entre a sociedade brasileira c as
administração pública vem formando-se à cu;ta dc transplantaç-ões c atualmente O pais dispõe dc um organismo adminis
sociedades que procuramos imitar.
trativo afetado dc um agudo Ihbridismo
época.
O reconhecimento de que a eficácia das instituições não lhes é inerente, mas
em que se registram descoordenação, duplicid.rclc, paralelismo, conflitos de com petência c, numa palavra, um defeito
Em 1549, já aqui funcionavam meca
nismos administrativos que, na Europa, tinham sido elaborados demorada c len
tamente no decorrer de vários séculos.
A sociedade brasileira, por força de sua fonnação. ncão teve a oportunidade de elaborar lentamente, por ensaios e erros, as soluções dos seus problemas. Êstes, uma vez pressentidos, eram trata dos pelos métodos experimentados ou em
depende das estruturas na qual elas se integram, está suscitando o desenvolvi mento de uma sociologia e de uma an tropologia aplicadas. Os ingleses, por
e.xemplo, estão pondo ambas cm uso na administração de suas colônias na África. Por outro lado, as chamadas sociedades
uso na metrópole.
primitivas estão sendo tratadas, cm toda parte do mundo, particularmente pelas nações ímperialistas do Ocidente, me
Quando o país se tomou independente de Portugal, já o vício de adotar para os
cas e antropológicas.
seus problemas soluções prontas tinha deitado raízes profundas.
Os modelos
deixaram de vir de Portugal e passaram
a ser importados da França, da Ingla terra, dos Estados Unidos, principal mente.
Nesses países, os sistemas que impor távamos tinham sido fixados pela seleção natural, por tentativas e erros, eram cris talizações de experiências. Aqui êles passavam a ser administrados delibera-
diante o emprego de técnicas sociológi As transplantações de traços das socie
dades ocidentais para as sociedades pri mitivas vêm sendo procedidas em obe diência ao que se poderia chamar princí pio de limites, ou seja, atcndendo-se às peculiaridades estruturais dessas últimas.
Para ficar apenas numa ilustração, lem bramos que a industrialização das áreas subdesenvolvidas obedece atualmente a
técnicas sociológicas e antropológicas de
Ocorria assim e ainda ocorre em nosso
aculturação (1). Mas, para os objetivos que temos em mira, é especialmente importante assi
país algo semelhante ao que aconteceu
nalar os recentes trabalhos de sociologia
nas ilhas Taiti.
e antropologia aplicadas na transplanta-
damcnte.
Os nativos da ilha hos
pedaram, durante algum tempo, o caitão Cook e sua comitiva.
Assistiram
oqiiiabertos aos viajantes construírem
ção de traços culturais dentro das pró prias sociedades pertinentes ao presente estádio da civilização ocidental. Antro
necessária a aliança do conhecimento so
tiva.
Êste exame terá de ser feito por
partes. Nosso objetivo, neste estudo, é a crítica de um segmento da administra ção federal, no Brasil, daqueles órgãos incumbidos de rcalizirr a proteção à in fância. ou mais precisamente, de tratar o problema da mortalidade infantil. Te
estrutural: o dc seu desajustamcnto à
mos a pretensão de rcaliz.ir um estudo
realidade econômica o .social do pais. Daí o problema da reorganização de
do caso da administração federal brasi
nossa administração pública como um
fallias que apontamos nada m:us sao do
todo, tarefa predominantemente socio lógica. Nenhuma instituição burocrática, ne
nhum esquema dc organização tem qua lidades imancntcs. Sua eficácia depende
leira, pois acreditamos que os defeitos e
que aspectos particulares do dcsajustamento de tôda a máquina govomamenlal à realidade social e econômica do pais.
das estruturas sociais e econômicas onde
fitle estudo se dividirá nos seguintes eanítulos- D Sociologia da mortalidade
SC encaixam.
infantil; 2) MortaUdadc
Um dotcrminado sistema
de órgãos dc assistência médica pode dar excelentes resultados, digamos, nos Estados Unidos.
Por outro lado, trans
plantado literalmente para outro pais de estrutura econômica o social diferente,
pode ser inócuo o contraproducente. Certas instituições, uma vez transplanta das, não encontram na sociedade re
ceptora elementos fixadores ou condi ções que possibilitem o rendimento que elas apresentam nas sociedades doadoras. Muitas vêzes são reinterpretadas, a fim de exercerem alguma função na nova estrutura social.
A reorganização de uma administra ção pública não é uma pura tarefa do
que comumente se chama dc técnica de administração. Mas envolve indagações de caráter sociológico, principalmente.
nacional; 3) Níveis dc Nida no Brasil, 4) Mortalidade infantil e cstmtura eco-
nLica; 5) A alta mortalidade mfan d
do Brasil é um problema?; 6) Mortali dade infantil e serviços médicos; 7) Con clusões.
I — Sociologia da Mortalidade Infantil A morte, cm si mesma, não é um pro blema social.
Pode ser um problema
filosófico e a êste propósito muitos fo ram os que dêle trataram, como por
exemplo, Paul Landsberg. Ela não é, em si mesma, um problema social por que é um fenômeno inevitável como o dia e a noite.
Do ponto de vista social, a morto pode tornar-se um problema quanto ao
casas e móveis para seu conforto duran
pólogos, atualmente, estudam a própria
te a estada nas ilhas. Quando os hós
sociedade urbana, como se esta fôssc um
pedes se retiraram, os nativos plantaram
Ela é atualmente entendida como uma
momento de sua ocórrência na vida do
mosaico de culturas diferentes em con-
tarefa dc tomar efetivo, dentro de uma
indivíduo.
Se numa sociedade unaa
DiGEs-ro
CO
l^o Brasil, a-administração precedeu a sociedade.
Éramos, no início do
século XVI, um território sobre o qual
viviam alguns povos organizados rudi mentarmente, sob a forma tribal.
A
Econômico
T
Dicesto Econômico
Q1
as ferramentas que tinham roubado, na esperança de que, casas e móveis bro tassem màgicaincnte da terra. Quando importamos sistemas legais ou
taelo (2), ou a indus'riaH-/.;íção das áreas
conjuntura econômica e social, um con
rurais como estudariam a difusão dc um
junto dc órgãos e regulamentos. É, por
traq-o — de uma área cultural para outra. É esta orientação que no.s parece útil
tanto. uma tarefa para cuja execução 6
instituições burocráticas de outros países,
seguir na crítica e na reforma da orga
ciológico com a técnica de administração. -
Não é possível examinar cm globo o problema da reorganização administra
partir de 1530, data em que se funda
procedemos, dc certa forma, como os
nização administrativa do países como
São Vicente, começam a ser transplan
nativos dc Taiti.
o Brasil c os da América Latina.
Esperamos que êles
Nos-^a
tadas para o nosso país, pré-fabricadas, por assim dizer, as instituições adminis
aqui realizem os mesmos efeitos que lá, sem atentarmos para as diferenças estru
trativas de Portugal, de uma das mais desenvolvidas nações do mundo, naquela
turais entre a sociedade brasileira c as
administração pública vem formando-se à cu;ta dc transplantaç-ões c atualmente O pais dispõe dc um organismo adminis
sociedades que procuramos imitar.
trativo afetado dc um agudo Ihbridismo
época.
O reconhecimento de que a eficácia das instituições não lhes é inerente, mas
em que se registram descoordenação, duplicid.rclc, paralelismo, conflitos de com petência c, numa palavra, um defeito
Em 1549, já aqui funcionavam meca
nismos administrativos que, na Europa, tinham sido elaborados demorada c len
tamente no decorrer de vários séculos.
A sociedade brasileira, por força de sua fonnação. ncão teve a oportunidade de elaborar lentamente, por ensaios e erros, as soluções dos seus problemas. Êstes, uma vez pressentidos, eram trata dos pelos métodos experimentados ou em
depende das estruturas na qual elas se integram, está suscitando o desenvolvi mento de uma sociologia e de uma an tropologia aplicadas. Os ingleses, por
e.xemplo, estão pondo ambas cm uso na administração de suas colônias na África. Por outro lado, as chamadas sociedades
uso na metrópole.
primitivas estão sendo tratadas, cm toda parte do mundo, particularmente pelas nações ímperialistas do Ocidente, me
Quando o país se tomou independente de Portugal, já o vício de adotar para os
cas e antropológicas.
seus problemas soluções prontas tinha deitado raízes profundas.
Os modelos
deixaram de vir de Portugal e passaram
a ser importados da França, da Ingla terra, dos Estados Unidos, principal mente.
Nesses países, os sistemas que impor távamos tinham sido fixados pela seleção natural, por tentativas e erros, eram cris talizações de experiências. Aqui êles passavam a ser administrados delibera-
diante o emprego de técnicas sociológi As transplantações de traços das socie
dades ocidentais para as sociedades pri mitivas vêm sendo procedidas em obe diência ao que se poderia chamar princí pio de limites, ou seja, atcndendo-se às peculiaridades estruturais dessas últimas.
Para ficar apenas numa ilustração, lem bramos que a industrialização das áreas subdesenvolvidas obedece atualmente a
técnicas sociológicas e antropológicas de
Ocorria assim e ainda ocorre em nosso
aculturação (1). Mas, para os objetivos que temos em mira, é especialmente importante assi
país algo semelhante ao que aconteceu
nalar os recentes trabalhos de sociologia
nas ilhas Taiti.
e antropologia aplicadas na transplanta-
damcnte.
Os nativos da ilha hos
pedaram, durante algum tempo, o caitão Cook e sua comitiva.
Assistiram
oqiiiabertos aos viajantes construírem
ção de traços culturais dentro das pró prias sociedades pertinentes ao presente estádio da civilização ocidental. Antro
necessária a aliança do conhecimento so
tiva.
Êste exame terá de ser feito por
partes. Nosso objetivo, neste estudo, é a crítica de um segmento da administra ção federal, no Brasil, daqueles órgãos incumbidos de rcalizirr a proteção à in fância. ou mais precisamente, de tratar o problema da mortalidade infantil. Te
estrutural: o dc seu desajustamcnto à
mos a pretensão de rcaliz.ir um estudo
realidade econômica o .social do pais. Daí o problema da reorganização de
do caso da administração federal brasi
nossa administração pública como um
fallias que apontamos nada m:us sao do
todo, tarefa predominantemente socio lógica. Nenhuma instituição burocrática, ne
nhum esquema dc organização tem qua lidades imancntcs. Sua eficácia depende
leira, pois acreditamos que os defeitos e
que aspectos particulares do dcsajustamento de tôda a máquina govomamenlal à realidade social e econômica do pais.
das estruturas sociais e econômicas onde
fitle estudo se dividirá nos seguintes eanítulos- D Sociologia da mortalidade
SC encaixam.
infantil; 2) MortaUdadc
Um dotcrminado sistema
de órgãos dc assistência médica pode dar excelentes resultados, digamos, nos Estados Unidos.
Por outro lado, trans
plantado literalmente para outro pais de estrutura econômica o social diferente,
pode ser inócuo o contraproducente. Certas instituições, uma vez transplanta das, não encontram na sociedade re
ceptora elementos fixadores ou condi ções que possibilitem o rendimento que elas apresentam nas sociedades doadoras. Muitas vêzes são reinterpretadas, a fim de exercerem alguma função na nova estrutura social.
A reorganização de uma administra ção pública não é uma pura tarefa do
que comumente se chama dc técnica de administração. Mas envolve indagações de caráter sociológico, principalmente.
nacional; 3) Níveis dc Nida no Brasil, 4) Mortalidade infantil e cstmtura eco-
nLica; 5) A alta mortalidade mfan d
do Brasil é um problema?; 6) Mortali dade infantil e serviços médicos; 7) Con clusões.
I — Sociologia da Mortalidade Infantil A morte, cm si mesma, não é um pro blema social.
Pode ser um problema
filosófico e a êste propósito muitos fo ram os que dêle trataram, como por
exemplo, Paul Landsberg. Ela não é, em si mesma, um problema social por que é um fenômeno inevitável como o dia e a noite.
Do ponto de vista social, a morto pode tornar-se um problema quanto ao
casas e móveis para seu conforto duran
pólogos, atualmente, estudam a própria
te a estada nas ilhas. Quando os hós
sociedade urbana, como se esta fôssc um
pedes se retiraram, os nativos plantaram
Ela é atualmente entendida como uma
momento de sua ocórrência na vida do
mosaico de culturas diferentes em con-
tarefa dc tomar efetivo, dentro de uma
indivíduo.
Se numa sociedade unaa
Dicesto' Econômico
grande percentagem de sua população não aünge o primeiro ano de \'ida ou falece em idades moças, então surge o problema social e econômico da mortali dade.
O desaparecimento prematuro de uma grande parte dos membros de uma so ciedade representa uma perturbação ■ameaçadora da transmissão e do desen volvimento da herança cultural, bem as
sim como um desgaste econômico, pois a vida de cada indivíduo envolve um in
cia, muito embora a má constituição ou
lesão possam ser remotamente resultan tes de condições sociais.
Por outro lado,
a participação dos fatores históricos na morte de um indÍ\'ídiio também pode ser
e, em princípio, Jiiaior do que nas ou
tras idades. No primeiro caso,o fato de corre
quanto
.Liebmann
com
naturais
e
dq
do caso, do natural des
' '/F
gaste vital da máquina humana. Ainda pelo mes
(3)
mo moli\o, c certo que
que tôda taxa geral dc mortalidade
imaturidade
recém-nascid(j; no segun
acerto,
Hersch
da
debilidade
possível a influência ne gativa do ambiente sobre Obser\'a,
há, para cada uma das
correspon
classes
dente a uma população 6
de
idade,
uma
probabilidade dc morte
a soma de duas parccias: uma inevitável, irredutí vel, invariável, constituí
^
rclati\amente
específica,
fenômeno êste cjue mani festa, por assim dizer, a estnitura biológica da es pécie humana.
da pelo "mínimo" a nue pode baixar a mortalida de; a outra é uma variá
d;ide infantil, coube mesmo a dois mé dicos, o Dr. Olinto de Oliveira e o Dr. Pedro d«- .Alcântara (5), cada um a seu
vigor físico c da i-scassa caj)acidade lieredilária" dos indiv íduos. Segundo csla
são residual, isto é, em
o organismo humano.
No que diz respeit<i, por exemplo, â
É, portanto, da comljínação ("paltem") dos fatores naturais e históricos que de dade dc morte dos menores dc um ano
tanto
Evidentemente, não insinuo que todos os médicos pensem deste modo. No que
sociais V econômicos, mas da "fall.i de
pende a taxa geral cie mortalidade. Por fcjrça dos fatores naturais, a probabili
A circunstância
liistó-
ços médieo.s de proteção à infância. Por outro lado, pudi- registrar até um soció-
hereditária e o estoíjue dos délieis e dos fracos, entre os f|iiais a morte faz. dc preferência, a sua colheita. O proble ma resultaria, assim, dc uma dili-rença
biológica f[uaÍilali\a entre os membros dii .sociedade. Cousi^qiicmlemenlc, ou por dever filantrópico, ou p.ira re.solvélo efelivanicntc por proces.sos cugcnicos, seriuin necessários serviços médicos dc
vária natureza: pòsto dc pucriculluru, Ir.ctário. liospltal infantil c outros. A so-
luç-ru) é médica.
É perfeitamente lógi
co o raciocínio (4).
Tal modo dc ver configura o (juo se poderá chamar, com precisão, dc ideolo gia medica, a qual aliás encontra um reprc-sentanlc de projeção mundial, na
figura do aufor do hcsf-scUcr. L'lIom-
Uma das
"A repartição da população do um país
finalidades das políticas sociais do Es tado é, precisamente, criar condições ambientais propiciadoras da redução de
em diferentes classes não é o efeito do
A morte dos indivíduos de uma popu
tais probabilidades.
res naturais e de fatores históricos.
Vale registrar, porém, c]uc esta con cepção sociológica da mortalidade pare
A
participação do que se chama aqui fa
me, ccl inconnu. Dr. Alcxis Garrei, de
quem transcrevo as seguintes palavras: acaso, nem dc convenções sociais. Ela
tem uma base biológica profunda, pois . depende das propriedades físicas o men tais dos indivíduos. Nos países livres, como os Estados Unidos e a França, ca
da um teve, no passado, a liberdade de
tores naturais na morte de um indivíduo
ce não estar sondo acolhida pela nossa
é fácil de ser percebida no caso do falecimento de uma pessoa nascida com
administração federal. Porque se o con trário acontecesse, outra de\'cria ser a
elevar-se à posição c|uc foi capaz de conquiitar. Os que hoje são proletúrios
um.defeito de constituição, uma lesão
sua conduta, em face dos problemas de saúde do país.
rios de seus corpos c de seus espíritos."
fisiológica clíminuiclora de sua resistên
cial do problema. A jovci\i geração brasileir.i de médico.s pucricultorcs o sani-
indivíduos pcrliiienlcs a doi.s estoques biológicos clifereneiados: o estoque dos que .são possuidores di' boa eapaeidadc
?no ante o progresso crescente das civi
lação resulta de uma interação de fatô-
inoilu, re.-sallar. no Brasil, o aspecto so
taristas p;irece, pelas manifestações de (jue lenho sido testemunha, desencanta
rica não pode eliminar essas probabilida des, mas pode reduzi-las ao sou limite
lizações contemporâneas.
ccneerne à própria questão da mortali-
concepção, haveria em tód.i sociedade
vel liistôrica, a qual oscila de acordo com as condições do meio, e cuja tendência é diminuir sempre, ou desaparecer mes-
mínimo, torná-las residuais.
tíQ
É uma concepção médica ou cvigênica que dá forma à estrutura dos serviços sa nitários do nos.so país.
que morre de penúria ou por um aci
e dos maiores dc quarenta c cinco anos
eliminar
■
dente de trabaliio.
fácilmente percebida no caso de alguém
é esperada pela sociedade. Decorre daí o interesse de reduzir o
Dicesto Económjcò
mortalidade infantil. <-slá imu vigência, entre nós, uma concepção sogiuulo a qual ela decorreria não tanto de fatores
vestimento de capital, cuja compensação
coeficiente de mortalidade à sua expres
T
devem sua situação a defeitos hereditá
JÈÊÊáÊCé.
da com t)S resultado.s sociais dos servi
logt) na lista d<5S partidários da ideolo gia médica ou bioiogista. Trata-se de Í->:ink II. llankin.s p.ira quem a alta mor talidade c morbidadc entre os pobres
não é principalmente devida a fatores
ambientais, isto é, a condições precárias dc vida c de trabalho, mas ao caráter selflivo dc nossa ordem social que resul ta na concentração dos menos biològi-
camentc ajustados nas classes inferiores, Estas seriam Inferiores no duplo sentido,
biológico c social. Para Hankins — in-
fornui Bcrnhard J. Stcrn, cm sua obra Soc/c/f/ <nul Mcclicdl Prog,ress — sob as condições atuais, devc-sc atribuir uma
importância .seletiva à mortalidade in
fantil ; a pobreza dos pais, que é evidenlementt: a causa ambiental mais impor tante — é ela mesma, devida à infcrioridatle física e intelectual. Em resumo,
portanto, o (pie se afirma nesta ideologia é (pie, g;í>,wo modo, a mortalidade in-
lantil, con\() um todo, é biológica e soeialincntc seletiva.
Assim, a ideologia médica da mortali dade infantil mostra a sua verdadeira fisionomia: ela c uma das formas do ra cismo, cuja prccaríssima base científica
foi largamente demonstrada pela antro pologia cultural, pela demografia e pela sociologia modernas.
Ela confunde o
imediato com o mediato. o determinado
Dicesto' Econômico
grande percentagem de sua população não aünge o primeiro ano de \'ida ou falece em idades moças, então surge o problema social e econômico da mortali dade.
O desaparecimento prematuro de uma grande parte dos membros de uma so ciedade representa uma perturbação ■ameaçadora da transmissão e do desen volvimento da herança cultural, bem as
sim como um desgaste econômico, pois a vida de cada indivíduo envolve um in
cia, muito embora a má constituição ou
lesão possam ser remotamente resultan tes de condições sociais.
Por outro lado,
a participação dos fatores históricos na morte de um indÍ\'ídiio também pode ser
e, em princípio, Jiiaior do que nas ou
tras idades. No primeiro caso,o fato de corre
quanto
.Liebmann
com
naturais
e
dq
do caso, do natural des
' '/F
gaste vital da máquina humana. Ainda pelo mes
(3)
mo moli\o, c certo que
que tôda taxa geral dc mortalidade
imaturidade
recém-nascid(j; no segun
acerto,
Hersch
da
debilidade
possível a influência ne gativa do ambiente sobre Obser\'a,
há, para cada uma das
correspon
classes
dente a uma população 6
de
idade,
uma
probabilidade dc morte
a soma de duas parccias: uma inevitável, irredutí vel, invariável, constituí
^
rclati\amente
específica,
fenômeno êste cjue mani festa, por assim dizer, a estnitura biológica da es pécie humana.
da pelo "mínimo" a nue pode baixar a mortalida de; a outra é uma variá
d;ide infantil, coube mesmo a dois mé dicos, o Dr. Olinto de Oliveira e o Dr. Pedro d«- .Alcântara (5), cada um a seu
vigor físico c da i-scassa caj)acidade lieredilária" dos indiv íduos. Segundo csla
são residual, isto é, em
o organismo humano.
No que diz respeit<i, por exemplo, â
É, portanto, da comljínação ("paltem") dos fatores naturais e históricos que de dade dc morte dos menores dc um ano
tanto
Evidentemente, não insinuo que todos os médicos pensem deste modo. No que
sociais V econômicos, mas da "fall.i de
pende a taxa geral cie mortalidade. Por fcjrça dos fatores naturais, a probabili
A circunstância
liistó-
ços médieo.s de proteção à infância. Por outro lado, pudi- registrar até um soció-
hereditária e o estoíjue dos délieis e dos fracos, entre os f|iiais a morte faz. dc preferência, a sua colheita. O proble ma resultaria, assim, dc uma dili-rença
biológica f[uaÍilali\a entre os membros dii .sociedade. Cousi^qiicmlemenlc, ou por dever filantrópico, ou p.ira re.solvélo efelivanicntc por proces.sos cugcnicos, seriuin necessários serviços médicos dc
vária natureza: pòsto dc pucriculluru, Ir.ctário. liospltal infantil c outros. A so-
luç-ru) é médica.
É perfeitamente lógi
co o raciocínio (4).
Tal modo dc ver configura o (juo se poderá chamar, com precisão, dc ideolo gia medica, a qual aliás encontra um reprc-sentanlc de projeção mundial, na
figura do aufor do hcsf-scUcr. L'lIom-
Uma das
"A repartição da população do um país
finalidades das políticas sociais do Es tado é, precisamente, criar condições ambientais propiciadoras da redução de
em diferentes classes não é o efeito do
A morte dos indivíduos de uma popu
tais probabilidades.
res naturais e de fatores históricos.
Vale registrar, porém, c]uc esta con cepção sociológica da mortalidade pare
A
participação do que se chama aqui fa
me, ccl inconnu. Dr. Alcxis Garrei, de
quem transcrevo as seguintes palavras: acaso, nem dc convenções sociais. Ela
tem uma base biológica profunda, pois . depende das propriedades físicas o men tais dos indivíduos. Nos países livres, como os Estados Unidos e a França, ca
da um teve, no passado, a liberdade de
tores naturais na morte de um indivíduo
ce não estar sondo acolhida pela nossa
é fácil de ser percebida no caso do falecimento de uma pessoa nascida com
administração federal. Porque se o con trário acontecesse, outra de\'cria ser a
elevar-se à posição c|uc foi capaz de conquiitar. Os que hoje são proletúrios
um.defeito de constituição, uma lesão
sua conduta, em face dos problemas de saúde do país.
rios de seus corpos c de seus espíritos."
fisiológica clíminuiclora de sua resistên
cial do problema. A jovci\i geração brasileir.i de médico.s pucricultorcs o sani-
indivíduos pcrliiienlcs a doi.s estoques biológicos clifereneiados: o estoque dos que .são possuidores di' boa eapaeidadc
?no ante o progresso crescente das civi
lação resulta de uma interação de fatô-
inoilu, re.-sallar. no Brasil, o aspecto so
taristas p;irece, pelas manifestações de (jue lenho sido testemunha, desencanta
rica não pode eliminar essas probabilida des, mas pode reduzi-las ao sou limite
lizações contemporâneas.
ccneerne à própria questão da mortali-
concepção, haveria em tód.i sociedade
vel liistôrica, a qual oscila de acordo com as condições do meio, e cuja tendência é diminuir sempre, ou desaparecer mes-
mínimo, torná-las residuais.
tíQ
É uma concepção médica ou cvigênica que dá forma à estrutura dos serviços sa nitários do nos.so país.
que morre de penúria ou por um aci
e dos maiores dc quarenta c cinco anos
eliminar
■
dente de trabaliio.
fácilmente percebida no caso de alguém
é esperada pela sociedade. Decorre daí o interesse de reduzir o
Dicesto Económjcò
mortalidade infantil. <-slá imu vigência, entre nós, uma concepção sogiuulo a qual ela decorreria não tanto de fatores
vestimento de capital, cuja compensação
coeficiente de mortalidade à sua expres
T
devem sua situação a defeitos hereditá
JÈÊÊáÊCé.
da com t)S resultado.s sociais dos servi
logt) na lista d<5S partidários da ideolo gia médica ou bioiogista. Trata-se de Í->:ink II. llankin.s p.ira quem a alta mor talidade c morbidadc entre os pobres
não é principalmente devida a fatores
ambientais, isto é, a condições precárias dc vida c de trabalho, mas ao caráter selflivo dc nossa ordem social que resul ta na concentração dos menos biològi-
camentc ajustados nas classes inferiores, Estas seriam Inferiores no duplo sentido,
biológico c social. Para Hankins — in-
fornui Bcrnhard J. Stcrn, cm sua obra Soc/c/f/ <nul Mcclicdl Prog,ress — sob as condições atuais, devc-sc atribuir uma
importância .seletiva à mortalidade in
fantil ; a pobreza dos pais, que é evidenlementt: a causa ambiental mais impor tante — é ela mesma, devida à infcrioridatle física e intelectual. Em resumo,
portanto, o (pie se afirma nesta ideologia é (pie, g;í>,wo modo, a mortalidade in-
lantil, con\() um todo, é biológica e soeialincntc seletiva.
Assim, a ideologia médica da mortali dade infantil mostra a sua verdadeira fisionomia: ela c uma das formas do ra cismo, cuja prccaríssima base científica
foi largamente demonstrada pela antro pologia cultural, pela demografia e pela sociologia modernas.
Ela confunde o
imediato com o mediato. o determinado
^vnr*"
94
Dicesto Econômico
com o determinante,
o efeito com a
causa.
Aos partidários dessa ideologia falta o
dro Borges (0)»
ou ocasional cuja.s raízes possam ser en
desenvolvimento orgânico comprometido
contradas cm acontocimcutos recentes ; mas ao contrário, representa lógico e inevitável acidente numa ordem de cousas estabelecida muito remotamente e
lidade social na sociedade capitalista,
ciais.
Há, na sociedade capitalista, uma inin terrupta mobilidade social vertical em que numerosos indivíduos mudam efeti
vamente de classe ou superam intelec tualmente a condição de sua classe eco
93
nor do que proclamam. Ordinuriamenlo por precárias condições econômicas e so
lei da inércia histórica.
DicfSTO Econónuco
a criança nasce débíl porque teve o seu
conhecimento dos mecanismos de mobi
bem como, do que se pode chamar de
T
Na verdade, o indivíduo é atin
gido pelos fatores sociais desde a fase utcrina de sua existência.
Desde então,
êlc sofre as conseqüências do poder aqui sitivo c da edwcação dc seus pais. Desde então, pode ser exposto a agressões que diminuam a sua capacidade fisiológica de resistência á morte e, após o nasci
fenômeno fortuito
que até hoje ainda persiste. Ela é, ao mesmo tempo, umu herança que rece bemos da formação do cupilali.smo bra
cursos ein uma direção o viverão cín-
coenla mil dc seus membros que, de ou tra maneira, teriam morrido.
Pode cn-
caminliá-los cm outra direção e morre
rão cincocnta mil do seus membros que, de outro modo, teriam vivido.
Ainda
que nenhum indivíduo, por muito quo se esforcH', pode acrescentar uma polegada à sua altura, uma nação que so
assinalado a intervenção do Estado na
preocupe em fazê-lo pode acrescentar uma polegada à altura de alguns grupos .
vida econômica e social do país. Existe uma sociologia da mortalidade
(Cf. La Igualdad. Fondo de Cultura
sileiro e da ineficiência secular que tem
de seus filhos e um quilo ao seu peso *
nômica. Percy E. Davidson e H. Dewey Andcrson (Occupational mobiUty in American community, Stanford Universi-
continua precário tanto menor será sua
Infantil que localiza as suas raízes no
ty Press. Stanford. 1937) utilizando em
probabilidade dc sobrevivência. Numero
sos estudos, pesquisas e relatórios o con
sistema de classes longamente elaborado
Econômica. México, 1945). No Brasil, um dos mais importantes
pela nossa fonnação histórica e cm todo
fatores do precário nível de saúde de
1930, uma amostra de 1242 pc:soas (re presentando 7 % da população operária de San José da Califórnia) registraram filhos de operários não
qualificados conseguiram status econô micos superiores aos de seus pais: 16.5% tornaram-se operários semi-espccializa-
dos ; 13.7 % tornaram-se operários espe
cializados ; 13.7 % tornaram-se emprega dos de escritório ;
10.3 % tomaram-se
proprietários e 4.10% abraçaram profis sões liberais.
Êste fenômeno de mobilidade vertical
se observa em todas as sociedades capi talistas atuais apesar das barreuas que as classes mais favorecidas opõem aos arrivistas.
Acresce, ainda, que a oportunidade de pasrar de uma para outra classe su
mento, se o meio cm que passa a vivei
firmam. O reconhecimento
um complexo institucional vigente em da influência dos
fatures sociais na ctiologia das doenças
a conseqüentemente na mortalidade tem promovido, entre a classe médica, um recente movimento de integração da so
ciologia na medicina. O.livro dc Hcnry E. Sigcrist, Diseascs cind cMlizíition, —
nossa sociedade.
2 - Mortalidade Infantil e Renda Nacional
Com efeito, a saúde não é um dom definitivo concedido pelos deuses ou pe la natureza aos indivíduos. Desta ma
cia. Muitos dados são aí expostos sobre
neira não há populações inatamente sa dias e populações inatamente enfênnas,
a determinação econômica c social da
como insinua a ideologia médica. É a
é um dos pontos marcantes desta tendên
suas populações é a pequenez e a extre ma concentração de sua renda nacional de que resulta o pauperismo das massas. O Brasil é, sem dúvida, um pais potcncialmente rico, embora muito menos
do que proclamam os ufanistas. Toda via. a maior parte de sua riqueza está inexplorada, assim que, efetivamente, ôie é um país pobre — o que se traduz por uma renda nacional comparativamente
enfermidade. O Dr. René Sand, da Uni
maneira como se distribuem o poder
versidade de Bruxelas, cm sua obra,
aquisitivo e a cultura social (a p.xlavra
baixa. Estima-se que nossa renda na- cional "per capita" (ano de 1940) é cer ca de dez vezes menor do que a da Suí
Health and Iluman Progress (título da
cultura entendida aqui em sua acepção
sociológica, como um repertório de ajus tamentos do indivíduo ao universo) que
ça, cerca de oito vezes menor do que a
edição americana) apresenta, com abun dância de ilustrações, toda uma doutri na sobre a medicina sociológica que, em sua definição, seria a "arte da preven
condiciona decisivamente cs índices de
saúde de uma população.
do Canadá, cêrca de sete vezes menor
do que a da Suécia, cerca de quatro ve zes menor do que a da Inglaterra e Co lônias, em conjunto; cêrca de tres vezes menor do que a da Argentina e, ainda,
perior não se oferece a um indivíduo tão
ção e da cura, considerada cm sua ba.sc científica e em suas aplicações indivi
se conserva ou se adquire, na razão di
logo ele revele qualidades biológicas o
duais e coletivas, do ponto de vista das
reta da cultura social e do poder aqui
espirituais superiores. As situações, uma
relações recíprocas que ligam a suúdo
te dividida pelas famílias brasileiras, su
vez formadas, tendem a permanecer o freqüentemente o mais forte biológica o espiritualmente perde para o mais fra
do homem às suas condições de vida".
sitivo de cada um. É um bem cuja dis tribuição em massa poderia ser realiza da (7), mediante políticas sociais ade quadas. "A saúde — escreve R. H. Tauney — é uma mercadoria que se pode adquirir e que a comunidade pode pos suir, dentro de certos limites, tanto ou
séria generalizada.
co, mercê da inércia, da resistência à
mudança que opõem as situações consti tuídas.
A função da hereditariedade na mor talidade infantil é, portanto, muito me
O problema da mortalidade infantil, que até hoje tem sido considerado sob o ângulo estritamente médico, encaminhase atualmente para uma colocação so ciológica. A luz deste ponto .de vista, ver-se-á claramente que nossa alta mor talidade infantil não é, como diria Pe
A saúde é, grosso modo, um bem que
menor do que a do México. Se esta renda nacional fosse igualmen pondo, em bons motivos, cinco o número dc membros de nossa família média, a
parte que caberia a cada uma delas não
seria suficiente para a sua subsistência física. Por êste processo, teríamos a mi
tão pouco quanto tenha iiiterèsse ein pa
Acresce ainda que o Brasil não é um
gar por ela. Pode encaminhar seus re
país econòmicamente (aliás culturalmen-
^vnr*"
94
Dicesto Econômico
com o determinante,
o efeito com a
causa.
Aos partidários dessa ideologia falta o
dro Borges (0)»
ou ocasional cuja.s raízes possam ser en
desenvolvimento orgânico comprometido
contradas cm acontocimcutos recentes ; mas ao contrário, representa lógico e inevitável acidente numa ordem de cousas estabelecida muito remotamente e
lidade social na sociedade capitalista,
ciais.
Há, na sociedade capitalista, uma inin terrupta mobilidade social vertical em que numerosos indivíduos mudam efeti
vamente de classe ou superam intelec tualmente a condição de sua classe eco
93
nor do que proclamam. Ordinuriamenlo por precárias condições econômicas e so
lei da inércia histórica.
DicfSTO Econónuco
a criança nasce débíl porque teve o seu
conhecimento dos mecanismos de mobi
bem como, do que se pode chamar de
T
Na verdade, o indivíduo é atin
gido pelos fatores sociais desde a fase utcrina de sua existência.
Desde então,
êlc sofre as conseqüências do poder aqui sitivo c da edwcação dc seus pais. Desde então, pode ser exposto a agressões que diminuam a sua capacidade fisiológica de resistência á morte e, após o nasci
fenômeno fortuito
que até hoje ainda persiste. Ela é, ao mesmo tempo, umu herança que rece bemos da formação do cupilali.smo bra
cursos ein uma direção o viverão cín-
coenla mil dc seus membros que, de ou tra maneira, teriam morrido.
Pode cn-
caminliá-los cm outra direção e morre
rão cincocnta mil do seus membros que, de outro modo, teriam vivido.
Ainda
que nenhum indivíduo, por muito quo se esforcH', pode acrescentar uma polegada à sua altura, uma nação que so
assinalado a intervenção do Estado na
preocupe em fazê-lo pode acrescentar uma polegada à altura de alguns grupos .
vida econômica e social do país. Existe uma sociologia da mortalidade
(Cf. La Igualdad. Fondo de Cultura
sileiro e da ineficiência secular que tem
de seus filhos e um quilo ao seu peso *
nômica. Percy E. Davidson e H. Dewey Andcrson (Occupational mobiUty in American community, Stanford Universi-
continua precário tanto menor será sua
Infantil que localiza as suas raízes no
ty Press. Stanford. 1937) utilizando em
probabilidade dc sobrevivência. Numero
sos estudos, pesquisas e relatórios o con
sistema de classes longamente elaborado
Econômica. México, 1945). No Brasil, um dos mais importantes
pela nossa fonnação histórica e cm todo
fatores do precário nível de saúde de
1930, uma amostra de 1242 pc:soas (re presentando 7 % da população operária de San José da Califórnia) registraram filhos de operários não
qualificados conseguiram status econô micos superiores aos de seus pais: 16.5% tornaram-se operários semi-espccializa-
dos ; 13.7 % tornaram-se operários espe
cializados ; 13.7 % tornaram-se emprega dos de escritório ;
10.3 % tomaram-se
proprietários e 4.10% abraçaram profis sões liberais.
Êste fenômeno de mobilidade vertical
se observa em todas as sociedades capi talistas atuais apesar das barreuas que as classes mais favorecidas opõem aos arrivistas.
Acresce, ainda, que a oportunidade de pasrar de uma para outra classe su
mento, se o meio cm que passa a vivei
firmam. O reconhecimento
um complexo institucional vigente em da influência dos
fatures sociais na ctiologia das doenças
a conseqüentemente na mortalidade tem promovido, entre a classe médica, um recente movimento de integração da so
ciologia na medicina. O.livro dc Hcnry E. Sigcrist, Diseascs cind cMlizíition, —
nossa sociedade.
2 - Mortalidade Infantil e Renda Nacional
Com efeito, a saúde não é um dom definitivo concedido pelos deuses ou pe la natureza aos indivíduos. Desta ma
cia. Muitos dados são aí expostos sobre
neira não há populações inatamente sa dias e populações inatamente enfênnas,
a determinação econômica c social da
como insinua a ideologia médica. É a
é um dos pontos marcantes desta tendên
suas populações é a pequenez e a extre ma concentração de sua renda nacional de que resulta o pauperismo das massas. O Brasil é, sem dúvida, um pais potcncialmente rico, embora muito menos
do que proclamam os ufanistas. Toda via. a maior parte de sua riqueza está inexplorada, assim que, efetivamente, ôie é um país pobre — o que se traduz por uma renda nacional comparativamente
enfermidade. O Dr. René Sand, da Uni
maneira como se distribuem o poder
versidade de Bruxelas, cm sua obra,
aquisitivo e a cultura social (a p.xlavra
baixa. Estima-se que nossa renda na- cional "per capita" (ano de 1940) é cer ca de dez vezes menor do que a da Suí
Health and Iluman Progress (título da
cultura entendida aqui em sua acepção
sociológica, como um repertório de ajus tamentos do indivíduo ao universo) que
ça, cerca de oito vezes menor do que a
edição americana) apresenta, com abun dância de ilustrações, toda uma doutri na sobre a medicina sociológica que, em sua definição, seria a "arte da preven
condiciona decisivamente cs índices de
saúde de uma população.
do Canadá, cêrca de sete vezes menor
do que a da Suécia, cerca de quatro ve zes menor do que a da Inglaterra e Co lônias, em conjunto; cêrca de tres vezes menor do que a da Argentina e, ainda,
perior não se oferece a um indivíduo tão
ção e da cura, considerada cm sua ba.sc científica e em suas aplicações indivi
se conserva ou se adquire, na razão di
logo ele revele qualidades biológicas o
duais e coletivas, do ponto de vista das
reta da cultura social e do poder aqui
espirituais superiores. As situações, uma
relações recíprocas que ligam a suúdo
te dividida pelas famílias brasileiras, su
vez formadas, tendem a permanecer o freqüentemente o mais forte biológica o espiritualmente perde para o mais fra
do homem às suas condições de vida".
sitivo de cada um. É um bem cuja dis tribuição em massa poderia ser realiza da (7), mediante políticas sociais ade quadas. "A saúde — escreve R. H. Tauney — é uma mercadoria que se pode adquirir e que a comunidade pode pos suir, dentro de certos limites, tanto ou
séria generalizada.
co, mercê da inércia, da resistência à
mudança que opõem as situações consti tuídas.
A função da hereditariedade na mor talidade infantil é, portanto, muito me
O problema da mortalidade infantil, que até hoje tem sido considerado sob o ângulo estritamente médico, encaminhase atualmente para uma colocação so ciológica. A luz deste ponto .de vista, ver-se-á claramente que nossa alta mor talidade infantil não é, como diria Pe
A saúde é, grosso modo, um bem que
menor do que a do México. Se esta renda nacional fosse igualmen pondo, em bons motivos, cinco o número dc membros de nossa família média, a
parte que caberia a cada uma delas não
seria suficiente para a sua subsistência física. Por êste processo, teríamos a mi
tão pouco quanto tenha iiiterèsse ein pa
Acresce ainda que o Brasil não é um
gar por ela. Pode encaminhar seus re
país econòmicamente (aliás culturalmen-
DiceSto Econónoco
«6
te também) homogêneo. Foi estimado cjue 65 % da renda nacional são produ•zidos pelo Estado de São Paulo e pelo
do mau funcionamento das rep.arlições arrecadadoras e a um pos ívcl grande
Distrito Federal.
rtaida, não dei.xam de ser impressionan
Os restantes 35% re
presentam a quota de 19 Estados e de 4 Territórios (9). Isto quer dizer que
a renda "per capita" do país, excetuan do São Paulo e o Distrito Federal, é sen sivelmente inferior a cifra de 1.008 cru zeiros.
número de fraudulentas declarações do tes.
Mas outras estatísticas induzem à
conclusão da c.xtrema concentração da renda no Brasil. Em um trabalho do
cscnipuloso deinógrafo, .Sr. Evaldo da Silva Garcia, foi apurado <|uc o pessoal pennancnt<' dos criabcli-cimentos agrope
Examinando-se as economias estaduais
cuários rccenscados em 1940, distribuia-
isoladamente, verificar-se-à um panora ma de acentuado pauperismo na maio ria delas. 43,50% da produção indus-trial do Brasil representavam, em 1947, a contribuição do Estado de São Paulo;
so nas seguintes categorias, considerando o coniunto das propriedades: 7.82% eram grandes c médios proprietários; 15.0í %
19 %, a contribuição do Distrito Federal.
vam o contingente de pequenos proprie tários (situação pouco melhor do que a
Conseqüentemente, apenas 37,50 % de nossa produção industrial representavam a quota das restantes unidades fcderartívas (10).
Mas c necessário considerar também •a concentração social da renda nacional.
Ela é uma pista inestimável para se apreciar o nível de bem-estar social da população. Uma forte concentração so cial da renda de um país tem conse qüências sociais, políticas e econômicas.
É índice de baixo nível cultural das po pulações, de regimes políticos de patronagem e de pauperismo. Não temos notícia da existência de nenhum estudo
sobre este assunto no Brasil. Entretanto, o exame de alguns dados disponíveis nos autoriza a afirmar, com segurança, que nossa renda nacional se distribui de mo
do acentuadamente irregular. No Dis trito Federal, apenas 3.728% de seus habitantes em idado ativa (18 anos e mais) tinham, cm 1944, uma renda lí
quida superior a Cr$12.000,00; enquanto
eram membros das famílias dos grandes
e médios proprietários; 26.60% forma do assalariado) e saias famílias; c 47.51% eram constituídos de trabalhadores assa
lariados e parceiros. Em data mais recente (1945), os In
quéritos Econômicos do I.B.G.E. apu
raram que o pessoal ocupado nos esta belecimentos industriais no conjunto de
capitais brasileiros distribuia-sc, em nú meros percentuais, nas seguintes catego
rias: proprietários — 2.85%; pessoal téc nico c administrativo — 10.48%; operá
rios — 76.20%; pessoal dc transportes — 3.32%; serviços braçaís — 4.92%; xiajantes — 0.53%; caixeiros e vendedo res — 1.70%.
Esta desigualdade na distribuição da renda nacional restringe a mobilidade de classe para classe e, nas palavras de
Bcrnhard J. Stem, "estabelece a estru tura ("framcwork") crucial da saiide do
um povo". No Brasil, as profundas de sigualdades de poder aqutsiti\'o não pa
recem passageiras. Ao contrário, apre-
em São Paulo este índice era 0.924%;
.'cntam todo.s os indícios dc cjue se têm
. no Rio Grande do Sul, 0.677 %; o em
mantido e se manterão estáveis durante
Minas Gerais, 0.209%. Embora estes cálculos devam ser usa dos com extremas reservas, em virtude
muito tempo. São muito fortes as ra zões deste fato. A principal delas con siste em que o capitalismo brasileiro es-
r
III
Dicesto Econóndco
97
tá numa fase incipiente. Somos um país
eeoncinia nos gasto.s são os requisitos ne
de pequena renda c de cap;tais insufi cientes para descmoUer a economia na
cessários para a manutenção dêste nível o para evitar desastres econômicos. Uma
cional na medida das necessidades da
grande emergência lo\a, freqüentemen
população brasileira. í" ingênuo pensar
te, os indb íduos ao debito.
num dislributismo avançado. Por muito
Sem dú\ id.i ê à população dêste nível
tempo, o desenvolvimento do país terá de ser obtido á custa do pauperismo ou
que se aplica a famos.i teoria do "ciclo çla pol)reza" formulada por B. S. Ro\vntrce, segundo a qual o operário passa
de salários de fome.
por três períodos de pobreza c por dois 3 - N/üCw de vida no Bra.iil
peviodos de relativa fartura.
A menos
que.seu pai seja um operário qualifica Por outro lado, a avaliação dos níveis
do, êle provavelmente permanece em es
de vida da população brasileira, á luz da sociologia do orçamento familiar, ofe rece uma oportunidade de verificar-se o
infância, quando a sua constituição está
condicionamento econômico c social dos
tado de pobreza durante sua primeira
cm elaboração. Esta situação perdura até que êlc e seus innãos ou irmãs co
problemas de saúde do país. Tal ava liação, porém, pressupõe o conhecimento de algumas "normas dc vida" que se passam a expor (remeto o leitor interes
meçam a ganhar dinheiro c elevam a renda familiar a nma condição de rela tiva fartura. Esta prosperidade dura até
sado no estudo destas questões, para o
meu livro "Sociologia cio Orçamento Fa
filhos. Então o operário caíra novamen te abaixo da linha da pobreza, em sua
miliar". D.A.S.P. Rio. 1950).
idade madura, quando deveria estar na
Uma das mais lúcidas classificações dos níveis de vida é de autoria de C. S.
Wyand, que os diversifica em quatro modalidades; o nível de pobreza, o nível mínimo de subsistência, o nível mínimo de saúde e clecência e o nível de confôrto.
O nível de pobreza — diz Comish — permite apenas manter juntos o corpo e a alma. Nêle nem a mais prudente uti lização da renda disponível permite sa
que êlc se case e adquira dois ou três
melhor situação. Êste segundo permdo
dc pobreza contínua ate que seus fihios
crescem e começam a ganhar dinheiro. Então* começa o segundo penedo de re lativa fartura, durável ate que seus fi lhos deixam o lar e sobrevém a velhice,
quando êle volta à pobreza pela terceira
e última vez.
Uma pesquisa realizada, no Distrito Federal, entre comevciários, (Cf. L. A. Coita Pinto, "Estudo sobre padrão de
tisfazer as necessidades da família mé
vida", in Digesto Econômico, Junho do
dia. A menor emergência e.xpõe os in divíduos à caridade pública ou à de pendência.
1949), oferece material ilustrativo do que B. S. Rowntree chama de "ciclo da
O nível mínimo de subsistência per
pobreza". Neste trabalho se apurou que "os orç.imentos de famílias até 3 mem
mite manter satisfatòriamente a vida fí
bros —- que totalizam 106 unidades —
sica, embora seja insuficiente para per mitir a satisfação das necessidades so ciais. Implica, ainda, uma condição precária de existência. Extrema pru
são todos deficitários; nelas, por contin
dência na seleção dos bens e cuidadosa
escala ascendente do número de mem-
gência de sua própria estrutura, predo minam, em mais dc 50 %, as famílias em
que só há um elemento ativo (3). Na
DiceSto Econónoco
«6
te também) homogêneo. Foi estimado cjue 65 % da renda nacional são produ•zidos pelo Estado de São Paulo e pelo
do mau funcionamento das rep.arlições arrecadadoras e a um pos ívcl grande
Distrito Federal.
rtaida, não dei.xam de ser impressionan
Os restantes 35% re
presentam a quota de 19 Estados e de 4 Territórios (9). Isto quer dizer que
a renda "per capita" do país, excetuan do São Paulo e o Distrito Federal, é sen sivelmente inferior a cifra de 1.008 cru zeiros.
número de fraudulentas declarações do tes.
Mas outras estatísticas induzem à
conclusão da c.xtrema concentração da renda no Brasil. Em um trabalho do
cscnipuloso deinógrafo, .Sr. Evaldo da Silva Garcia, foi apurado <|uc o pessoal pennancnt<' dos criabcli-cimentos agrope
Examinando-se as economias estaduais
cuários rccenscados em 1940, distribuia-
isoladamente, verificar-se-à um panora ma de acentuado pauperismo na maio ria delas. 43,50% da produção indus-trial do Brasil representavam, em 1947, a contribuição do Estado de São Paulo;
so nas seguintes categorias, considerando o coniunto das propriedades: 7.82% eram grandes c médios proprietários; 15.0í %
19 %, a contribuição do Distrito Federal.
vam o contingente de pequenos proprie tários (situação pouco melhor do que a
Conseqüentemente, apenas 37,50 % de nossa produção industrial representavam a quota das restantes unidades fcderartívas (10).
Mas c necessário considerar também •a concentração social da renda nacional.
Ela é uma pista inestimável para se apreciar o nível de bem-estar social da população. Uma forte concentração so cial da renda de um país tem conse qüências sociais, políticas e econômicas.
É índice de baixo nível cultural das po pulações, de regimes políticos de patronagem e de pauperismo. Não temos notícia da existência de nenhum estudo
sobre este assunto no Brasil. Entretanto, o exame de alguns dados disponíveis nos autoriza a afirmar, com segurança, que nossa renda nacional se distribui de mo
do acentuadamente irregular. No Dis trito Federal, apenas 3.728% de seus habitantes em idado ativa (18 anos e mais) tinham, cm 1944, uma renda lí
quida superior a Cr$12.000,00; enquanto
eram membros das famílias dos grandes
e médios proprietários; 26.60% forma do assalariado) e saias famílias; c 47.51% eram constituídos de trabalhadores assa
lariados e parceiros. Em data mais recente (1945), os In
quéritos Econômicos do I.B.G.E. apu
raram que o pessoal ocupado nos esta belecimentos industriais no conjunto de
capitais brasileiros distribuia-sc, em nú meros percentuais, nas seguintes catego
rias: proprietários — 2.85%; pessoal téc nico c administrativo — 10.48%; operá
rios — 76.20%; pessoal dc transportes — 3.32%; serviços braçaís — 4.92%; xiajantes — 0.53%; caixeiros e vendedo res — 1.70%.
Esta desigualdade na distribuição da renda nacional restringe a mobilidade de classe para classe e, nas palavras de
Bcrnhard J. Stem, "estabelece a estru tura ("framcwork") crucial da saiide do
um povo". No Brasil, as profundas de sigualdades de poder aqutsiti\'o não pa
recem passageiras. Ao contrário, apre-
em São Paulo este índice era 0.924%;
.'cntam todo.s os indícios dc cjue se têm
. no Rio Grande do Sul, 0.677 %; o em
mantido e se manterão estáveis durante
Minas Gerais, 0.209%. Embora estes cálculos devam ser usa dos com extremas reservas, em virtude
muito tempo. São muito fortes as ra zões deste fato. A principal delas con siste em que o capitalismo brasileiro es-
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III
Dicesto Econóndco
97
tá numa fase incipiente. Somos um país
eeoncinia nos gasto.s são os requisitos ne
de pequena renda c de cap;tais insufi cientes para descmoUer a economia na
cessários para a manutenção dêste nível o para evitar desastres econômicos. Uma
cional na medida das necessidades da
grande emergência lo\a, freqüentemen
população brasileira. í" ingênuo pensar
te, os indb íduos ao debito.
num dislributismo avançado. Por muito
Sem dú\ id.i ê à população dêste nível
tempo, o desenvolvimento do país terá de ser obtido á custa do pauperismo ou
que se aplica a famos.i teoria do "ciclo çla pol)reza" formulada por B. S. Ro\vntrce, segundo a qual o operário passa
de salários de fome.
por três períodos de pobreza c por dois 3 - N/üCw de vida no Bra.iil
peviodos de relativa fartura.
A menos
que.seu pai seja um operário qualifica Por outro lado, a avaliação dos níveis
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de vida da população brasileira, á luz da sociologia do orçamento familiar, ofe rece uma oportunidade de verificar-se o
infância, quando a sua constituição está
condicionamento econômico c social dos
tado de pobreza durante sua primeira
cm elaboração. Esta situação perdura até que êlc e seus innãos ou irmãs co
problemas de saúde do país. Tal ava liação, porém, pressupõe o conhecimento de algumas "normas dc vida" que se passam a expor (remeto o leitor interes
meçam a ganhar dinheiro c elevam a renda familiar a nma condição de rela tiva fartura. Esta prosperidade dura até
sado no estudo destas questões, para o
meu livro "Sociologia cio Orçamento Fa
filhos. Então o operário caíra novamen te abaixo da linha da pobreza, em sua
miliar". D.A.S.P. Rio. 1950).
idade madura, quando deveria estar na
Uma das mais lúcidas classificações dos níveis de vida é de autoria de C. S.
Wyand, que os diversifica em quatro modalidades; o nível de pobreza, o nível mínimo de subsistência, o nível mínimo de saúde e clecência e o nível de confôrto.
O nível de pobreza — diz Comish — permite apenas manter juntos o corpo e a alma. Nêle nem a mais prudente uti lização da renda disponível permite sa
que êlc se case e adquira dois ou três
melhor situação. Êste segundo permdo
dc pobreza contínua ate que seus fihios
crescem e começam a ganhar dinheiro. Então* começa o segundo penedo de re lativa fartura, durável ate que seus fi lhos deixam o lar e sobrevém a velhice,
quando êle volta à pobreza pela terceira
e última vez.
Uma pesquisa realizada, no Distrito Federal, entre comevciários, (Cf. L. A. Coita Pinto, "Estudo sobre padrão de
tisfazer as necessidades da família mé
vida", in Digesto Econômico, Junho do
dia. A menor emergência e.xpõe os in divíduos à caridade pública ou à de pendência.
1949), oferece material ilustrativo do que B. S. Rowntree chama de "ciclo da
O nível mínimo de subsistência per
pobreza". Neste trabalho se apurou que "os orç.imentos de famílias até 3 mem
mite manter satisfatòriamente a vida fí
bros —- que totalizam 106 unidades —
sica, embora seja insuficiente para per mitir a satisfação das necessidades so ciais. Implica, ainda, uma condição precária de existência. Extrema pru
são todos deficitários; nelas, por contin
dência na seleção dos bens e cuidadosa
escala ascendente do número de mem-
gência de sua própria estrutura, predo minam, em mais dc 50 %, as famílias em
que só há um elemento ativo (3). Na
wm 98
Dicesto Econóndco
Dice-sto
Econômico
99
bros das famílias, o primeiro orçamento
buem percentuahnonte do seguinte mo
médio em que se encontra a receita
çQ.
do ; alimentação — 44,4 vestimenta — 16,9%; habitação — 1.3,0%; combuitíve) c iluminação — 4,4 % ; diversos — 21,3%. O National Indu.strial Confercncc Board
controu entre os operários da Limpeza
bairro paulista Jardim América, habita do por elementos de diferentes classes
Pública de São Paulo, uma família de
sociais.
4,98 componentes, abrangendo, cm ge
propôs, para o ano de 1921, o seguinte
menos de 7 ano.s, um em idade c.scolar c
foi de 4,45 membros. Em 194S, no Morro de São C;u-los. Distrito Federal, cnconlrou-sc uma família de 4,4S mem
maior do que a despesa é o das famí
lias compostas de 4 membros dos quais nenhum é dependente. — Orçamentos em que as receitas ultrapassam as despe sas começam a aparecer com mais fre
qüência a partir do grupo de famílias compostas de 6 membros.
Estas, com
1, 2 e 3 dependentes, ainda têm superá vit; com 4 e 5 dependentes voltam a apresentar déficit. O mesmo ocorre com as unidades de 7 e mais de 7 mem
bros, onde os orçamentos deficitários tendem a diminuir e os deficits encon trados tendem a se reduzir. Assim, nas
famihas de volume menor predominam os orçamentos deficitários, enquanto que nas famílias de volume maior a tendên cia é inversa".
O nível_ mínimo de saúde e decência permite nao só atingir o bem-estar físi co, como a satisfação das necessidades sociais elementares. Neste nível, a luta
pela sobrevivência não é aguda. A ves
um quinto membro de 11 a 17 anos ou
bros. Ainda, no Distrito Federal, foi en
co pessoas: alimentação — 43,1%; ves timenta — 13,2%; habitação — 17,7%; combustível e iluminação — 5,6%; di
de mais de 65 anos de idade.
contrada na população de conicrciáríos,
versos — 20,4 %.
educação são comparativamente conside ráveis.
Êste é o nível das classes de
maiores rendimentos.
Para uma avaliação dos níveis de vida
da população brasileira, podem-se utili zar estas referências, especialmente os orçamentos modelos propostos pelo Na tional War Labor Board e pelo National Industrial Conference Board. Ambos
lações de assalariados e famílias médias
No Brasil várias pesquisas apuraram que é cerca de 5 (cinco) o número mé
necessidades elementares.
dio de componentes da família.
-mais dos gastos com os vários itens da despesa familiar. • O National War Labor Board, em um
■Memorandum on the mininwm wage and increased cost of living (1918), propôs um orçamento mínimo para uma família
de cinco membros, cujos itens se distri
A situação dos níveis do vida no Bra sil relrata-sc no seguinte quadro :
Neste nível, a alimentação, a vestimenta, a habitação são satisfatórias e variadas, e os gastos com recreação, transporte,
sem nenhuma ameaça ao orçamento das
:ção, estimar quais as percentagens nor-
uma família média de 5,54 componentes.
da em 1942, pelos Srs. Dácio de Almei da Cristóvão o Ilaroldo D. Chope no
versas excedam a 25 % da ronda total.
de cinco pessoas.
niente e prático, para fins de compara-
cálculo foi baseado em pesquisa realiza
O nível de conforto começa quando o
nomizar.
Seria possível calcular em moeda o orçamento básico de uma família dêste nível. Contudo, dadas as variações do valor real da moeda, parece mais conve
Outro
orçamento permite que as despesas di
foram elaborados tendo em vista popu
nada à recreação e às atividades sociais,
ral, um homem, sua c.spôsa. um filho do
A familia média aí encontrada
orçamento básico de uma família de cin
timenta, por exemplo, pode ser não só agasalhadora, como respeitável, no sen tido de que é própria e razoavelmente dentro da moda. Toma-se possível eco Uma pequena soma é desti
Em 1936, Samuel II. Lowrie, en
O Gabinete Técnico do Serviço Na cional de Recenseamento calculou o nú
mero médio de componentes da famí
lia rural brasileira em 5,10, tomando por base os resultados do cen.so demográfico de 1940, por amostra numerosa corres pondente a 340 municípios brasileiros, de população não superior a 20.000 ha bitantes, pertencentes a 16 Unidades Fe derais e representativas de zonas eviden temente rurais.
Quanto à família média urbana,
são
vários os cálculos que merecem confian^ u.'^ÁiMiÊlÍÊÊÊÊÊÊt
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Dicesto Econóndco
Dice-sto
Econômico
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bros das famílias, o primeiro orçamento
buem percentuahnonte do seguinte mo
médio em que se encontra a receita
çQ.
do ; alimentação — 44,4 vestimenta — 16,9%; habitação — 1.3,0%; combuitíve) c iluminação — 4,4 % ; diversos — 21,3%. O National Indu.strial Confercncc Board
controu entre os operários da Limpeza
bairro paulista Jardim América, habita do por elementos de diferentes classes
Pública de São Paulo, uma família de
sociais.
4,98 componentes, abrangendo, cm ge
propôs, para o ano de 1921, o seguinte
menos de 7 ano.s, um em idade c.scolar c
foi de 4,45 membros. Em 194S, no Morro de São C;u-los. Distrito Federal, cnconlrou-sc uma família de 4,4S mem
maior do que a despesa é o das famí
lias compostas de 4 membros dos quais nenhum é dependente. — Orçamentos em que as receitas ultrapassam as despe sas começam a aparecer com mais fre
qüência a partir do grupo de famílias compostas de 6 membros.
Estas, com
1, 2 e 3 dependentes, ainda têm superá vit; com 4 e 5 dependentes voltam a apresentar déficit. O mesmo ocorre com as unidades de 7 e mais de 7 mem
bros, onde os orçamentos deficitários tendem a diminuir e os deficits encon trados tendem a se reduzir. Assim, nas
famihas de volume menor predominam os orçamentos deficitários, enquanto que nas famílias de volume maior a tendên cia é inversa".
O nível_ mínimo de saúde e decência permite nao só atingir o bem-estar físi co, como a satisfação das necessidades sociais elementares. Neste nível, a luta
pela sobrevivência não é aguda. A ves
um quinto membro de 11 a 17 anos ou
bros. Ainda, no Distrito Federal, foi en
co pessoas: alimentação — 43,1%; ves timenta — 13,2%; habitação — 17,7%; combustível e iluminação — 5,6%; di
de mais de 65 anos de idade.
contrada na população de conicrciáríos,
versos — 20,4 %.
educação são comparativamente conside ráveis.
Êste é o nível das classes de
maiores rendimentos.
Para uma avaliação dos níveis de vida
da população brasileira, podem-se utili zar estas referências, especialmente os orçamentos modelos propostos pelo Na tional War Labor Board e pelo National Industrial Conference Board. Ambos
lações de assalariados e famílias médias
No Brasil várias pesquisas apuraram que é cerca de 5 (cinco) o número mé
necessidades elementares.
dio de componentes da família.
-mais dos gastos com os vários itens da despesa familiar. • O National War Labor Board, em um
■Memorandum on the mininwm wage and increased cost of living (1918), propôs um orçamento mínimo para uma família
de cinco membros, cujos itens se distri
A situação dos níveis do vida no Bra sil relrata-sc no seguinte quadro :
Neste nível, a alimentação, a vestimenta, a habitação são satisfatórias e variadas, e os gastos com recreação, transporte,
sem nenhuma ameaça ao orçamento das
:ção, estimar quais as percentagens nor-
uma família média de 5,54 componentes.
da em 1942, pelos Srs. Dácio de Almei da Cristóvão o Ilaroldo D. Chope no
versas excedam a 25 % da ronda total.
de cinco pessoas.
niente e prático, para fins de compara-
cálculo foi baseado em pesquisa realiza
O nível de conforto começa quando o
nomizar.
Seria possível calcular em moeda o orçamento básico de uma família dêste nível. Contudo, dadas as variações do valor real da moeda, parece mais conve
Outro
orçamento permite que as despesas di
foram elaborados tendo em vista popu
nada à recreação e às atividades sociais,
ral, um homem, sua c.spôsa. um filho do
A familia média aí encontrada
orçamento básico de uma família de cin
timenta, por exemplo, pode ser não só agasalhadora, como respeitável, no sen tido de que é própria e razoavelmente dentro da moda. Toma-se possível eco Uma pequena soma é desti
Em 1936, Samuel II. Lowrie, en
O Gabinete Técnico do Serviço Na cional de Recenseamento calculou o nú
mero médio de componentes da famí
lia rural brasileira em 5,10, tomando por base os resultados do cen.so demográfico de 1940, por amostra numerosa corres pondente a 340 municípios brasileiros, de população não superior a 20.000 ha bitantes, pertencentes a 16 Unidades Fe derais e representativas de zonas eviden temente rurais.
Quanto à família média urbana,
são
vários os cálculos que merecem confian^ u.'^ÁiMiÊlÍÊÊÊÊÊÊt
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de Famillcs de Salarics dc Ia Région
France. Supplémcnl Avril-Juin. 1948). Nos dois orçamentos familiares de tra dcvc-sc
observar
a
miliar que deve ser examinado. O nível de vida pressuposto pelas percentagens mencionadas agrava-se ainda mais quan do se sabe que o teor da dieta e a qua
— no
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ção animal c vegetal, no país, demons
trada pelos últimos levantamentos esta
de canac que era, segundo cálculos de Pedro Borges, dc 55 quilos, ' per capi
ta" há de7.es:ete anos passados, baixou
para 23 quilos em 1939. e para 13 qui
los em 1942 (18). Em 1948. o consu-
mo "per capita" de carne foi 20,/3 qui los.
O consumo de leite segue a rnes-
ma progressão decrescente. O brasilei
ro consmno eérca de 57,3 litros de leite por ano; cniiuanto o argentino 130 u-
iros; o dinamarquês, 164 htros; o holan dês. 136 litros; o inglês, 9o
°
te-amcricano, 159; o suíço 263 htros (19). Segundo estimativa mais recente
(1947), o consumo médio diário de leite em espécie é 52 gramas. Pôrto A egre
e São Paulo são as cidades do Brasil on de se registram os maiores consumos
lidade da habitação e da vestimenta são
"per capita", a saber, 170 e 150 gramas respectivamente. Êste mesmo consumo
também babcos apesar do que represen tam orçamcntàriamente (16a).
no uno de 1939 era em Boston, 882 grs.; em Nova York, 622 grs.; em Buenos Ai
res, 334 grs.; cm Montevidéu, 241 grs. Nossa produção agrícola "per capita**
por exemplo, estimou-se, em 1942, que, do ponto de vista calórico, a população
manifesta nítida tendência para decres^ cer. Em 1938, atingiu a 0,45 tonela das, variando nos anos seguintes, como segue: 1939 - 0,44; 1940 - 0,40; 1941
brasileira consome apenas 60 % do mí
- 0,43; 1942 - 0,41; 1943 - 0,42; 1944
nimo que necessita (16b), tomando por
~ 0,39 (20).
base o critério de 3.000 calorias brutas
consumo anual "per capita" de gêneros alimentícios foi 10 % menor do que o
vo brasileiro.
CO
tb
apenas 72,8 % da despesa total da famí lia operária na França (Cf. "Budgets
balhadores rurais,
Êsto subconsumo mais se agrava em.
tísticos. A média brasileira de consumo
bra para a satisfação das outras neces
familiares podem ser considerados como representativos da grande maioria do po
ã -U O z
das receitas, deixando uma pequena so
Tudo leva a crer que estes orçamentos
u
H
face da crescente diminuição da produ
instrução são pràticamcntc insignifican tes. Não é, porém, apenas o aspecto percentual dos itens do orçamento fa
oo c-l
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O
foi cerca de 40%.
das famílias é aplicada na aquisição de alimentos. As despesas com alimenta
porcentagem relativamente alta corres pondente a excitantes. As despesas com
(ST) í'86J-
leite e derivados ; 39 % o de canaes e
<^m todos elos mais da metade da renda
letin de Ia StatUtique Génónde de ía
oijSDQ 7 csinbsa^
gg £«
Em 1948, o déficit de consumo de carne
Com efeito,
Parisienne cn Novembro 1946", ín Bul-
J=Q
So
peixes; 38%, o dc graxas e óleos (17).
vel de saúde c decência.
sidades. Êstes mesmos gastos absor\-cm
O
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rna do que pode ser considerado um ní
em todos eles, absorvem cêrca de 85 %
olnviy vsinbsdj
s
sumo de legumes e frutas: 37,5%, o de
ção, habitação, vestimenta e combustível, OI CO
o^noj oos
CO
Também dc 39 % foi o déficit de con
registrados na população cie trabalhado res nirais c urbanos do Brasil sc aproxi-
No setor da alimentação,
por adulto do sexo masculino. No mes mo ano, o consumo de pão e cereais da população brasileira era de cêrca de 39 % menor do que o mínimo necessário.
Em 1946, o nível de
de 1933.
A vestimenta e os panos de casa,con sumidos pela grande maioria da popula-
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para 23 quilos em 1939. e para 13 qui
los em 1942 (18). Em 1948. o consu-
mo "per capita" de carne foi 20,/3 qui los.
O consumo de leite segue a rnes-
ma progressão decrescente. O brasilei
ro consmno eérca de 57,3 litros de leite por ano; cniiuanto o argentino 130 u-
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te-amcricano, 159; o suíço 263 htros (19). Segundo estimativa mais recente
(1947), o consumo médio diário de leite em espécie é 52 gramas. Pôrto A egre
e São Paulo são as cidades do Brasil on de se registram os maiores consumos
lidade da habitação e da vestimenta são
"per capita", a saber, 170 e 150 gramas respectivamente. Êste mesmo consumo
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manifesta nítida tendência para decres^ cer. Em 1938, atingiu a 0,45 tonela das, variando nos anos seguintes, como segue: 1939 - 0,44; 1940 - 0,40; 1941
brasileira consome apenas 60 % do mí
- 0,43; 1942 - 0,41; 1943 - 0,42; 1944
nimo que necessita (16b), tomando por
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consumo anual "per capita" de gêneros alimentícios foi 10 % menor do que o
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foi cerca de 40%.
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porcentagem relativamente alta corres pondente a excitantes. As despesas com
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Em 1948, o déficit de consumo de carne
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Parisienne cn Novembro 1946", ín Bul-
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peixes; 38%, o dc graxas e óleos (17).
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em todos eles, absorvem cêrca de 85 %
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sumo de legumes e frutas: 37,5%, o de
ção, habitação, vestimenta e combustível, OI CO
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Também dc 39 % foi o déficit de con
registrados na população cie trabalhado res nirais c urbanos do Brasil sc aproxi-
No setor da alimentação,
por adulto do sexo masculino. No mes mo ano, o consumo de pão e cereais da população brasileira era de cêrca de 39 % menor do que o mínimo necessário.
Em 1946, o nível de
de 1933.
A vestimenta e os panos de casa,con sumidos pela grande maioria da popula-
W*". m Dicesto EcoNÓNnco
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1
Dicesto EcoNÔAncò
entrou a cultura ocidental. Tipos mais
pública, êle não entenderá bem o sen tido de nossa pergunta. Pouco se inco
mo "per capita" de tecidos de algodão
antigos de civilização url/ana lhe cedem lugar c este fato se exprime pela substi
modarão com o no.sso conselho de curar
palavras do Prof. Giorgio Mortara ela se
foi calculado cm 18 metros, 3,4 vezes
tuição de bairros antigos, com .sua ar
ou e\'itar a anquilostomiasc. Embora
enuncia
menor do que o verificado em 1929 nos
quitetura multissecular, por uma espécie de edificação urbana altamente estandardizacla. Êsse fenômeno .se processa, de maneira semelhante, nas metrópoles sulamericanas, niLS cidades medievais da
falem português não parece fácil enten
ção brasileira é predominantemente do tecido de algodão. Em 1949, o consu
Estados Unidos.
O consumo de lã nó
Brasil (0,29 metros "per capita" em
1949) é, do ponto de vista do conjunto da população, insignificante. Estima-se que o consumo nacional de tecidos é cerca de 5 vêzcs menor do que o con sumo geral dos Estados Unidos (21). . No que concerne à moradia, a Fun
dação da Casa Popular estimou em 1946 que havia uma superlotação de 14 mi
lhões de pessoas no Brasil, o que quer
dizer que cerca de 30% de sua popula ção habitavam cm más condições. Es timou ainda este órgão que 50 % das ha bitações do país nao atendiam às condi
Europa e nas antigas cidades asiáticas. — Acompaniiando a reta, depara-se com um tipo de cultural niral estreitamente ligado à cidade: e.vtr.ida.s atravessam-na, seus homens trabalham e produzem pa
O
Brasil é um mosaico de culturas, já ob servou Lynn Smith. O "gradient" que Robert Redfield e outros sociólogos re gistraram no México pode ser observado também em nosso país. Da orla do Atlântico para o interior do Brasil, assi nalam-se numerosos graus culturais, des
cujfuralmente muito heterogêneos. Nuipa extrerriidade está a metrópole moder na representando um tipo de civilização urbaqa qu^j rapidamente difund.ihdQj-erpi^t^díyij.ííft
da Terra onde
"Entre
as
mortalidade, assegura-se, apenas, a
so
Nos municípios das capitais, 71,1 % das pessoas de 10 anos c mais sabiam ler e escrever, enquanto nos municípios do in terior apenas 36.9% das pessoas do 10
constitucionalmcnte inferiores, salvos dà
anos e mais aí residentes sabiam ler e
se caso representam para a sociedade um
brevivência de indivíduos constitucionalmentc inferiores" — "Êsses indivíduos
eliminação na primeira infância, ou não conseguem chegar à idade adulta, e nes ônus econômico maior, a que não se con
dimento escasso ou nulo. e," blològicainen-
dentes nos municípios do interior sabiam
te pela sua participação na reprodução,
quahpier motivo, que, às vèzcs, escapa à compreensão de>scs produtores rústi
ler e escrever.
(Cf
cos, os mercados deixam de absorver sua
cia material depende de troca monetária c lucro. — Prosseguindo pela reta en
contram-se, já bem mais distante do pon to de partida, populações caboclas cuja vida parece decorrer cm um mundo di ferente do nosso.
Pouco ou nada as li
ga ao mercado urbano. Não dependem
dele e o uso que fazem do dinheiro é muito restrito.
uma série de agrupamentos humanos
modo:
sabiam ler c escrever e 37.8% dos resi
ou do algodão não as atingem, porque não plantam esses produtos ou se os plantam, a produção se destina apenas ao consumo pessoal. Geralmente se ó impiedoso com essas populações; aplicam-se-lhes epítetos como "atrasados", "indolentes" e outros, menos lisonjeiro.s ainda. Vivem de uma maneira julgada indigna e desprezível. Acha-se que de viam trabalhar e produzir mais e melhor,
sense, encontra-se, ladeando essa linha,
seguinte
ganizixda de maneira a satisfazer as ne cessidades desses mercados. Se, por
tura de folk". Sobre este "gradient", escreve Emílio Willems, em O -problema
ceiras do Xingu, no planalto matogros-
do
crianças que nascem há sempre uma fra ção de constitucionalmcnte impróprias para a existência; mas a moiTalidade in.fantil. onde fôr deixada agir llvrcment« elimina cm breve essa fração de incapa zes; logo. conseguindo-se diminuir essa
ra mercados c toda a sua vida está or-
de a "civilização" até a chamada "cul
rural brasileiro do ponto de vista antro pológico (São Paulo, 1944): "Se for traçada uma reta, no mapa do Brasil, li gando a cidade de São Paulo às cabe
Em 1940, apenas 43 % dos brasileiros de 10 anos c mais subiam k-r e c,scrc\'cr.
por
escrever. No Acre, 42.6% das pessoas de 10 anos c mais residentes na capital
ções mínimas de higiene e conforto (22). produção ou lhes diminuem a compen Os problemas resultantes da desigual sação monetária, a sua vida se torna ex dade econômica do Brasil são agravados tremamente difíeil, pois a sua subsistên pela sua hctcrogeneidade cultural.
der-se com êles."
(4) A Ideologia blologística tem.
outro lado. uma variante que se exprime cm tôrmos pessimistas (darwinistas). Nas
Altas ou baixas do café
que deviam adubar suas roças, usar sa
bão, escola, parteira, farmácia e médico. Se se perguntar a um de seu.s indivíduos se conhece o nome do Presideuite da Re
No Amazonas, os núme
ros correspondentes eram respectivamen te 67,3% e 32.6%.
No Pará, 75,1% e
24,8%. No Maranhão, 67,9% e 20,2%. No Piauí. 38.6% e 20,3%. No Ceará,
trapõe nenhum benefício; ou ficam adul
tos. e nesse caso se tornam prejudiciais à sociedade, cconòmícamento. polo seu ren
através da qual perpetuam as suas taras"
Estudos Brasileiros do Demografia.
Monografia n.° 2. Fundação Getulio Var
gas. Outubro 1946). (5) Cf. Pedro de Alcântara. Causas o
Remédios Sociais da Mortalidade Infantil.
São Paulo. 1945.
64,5% e 26,2 %. No Rio Grande do Nor te, 61.5% e 27,8%. Na Bahia, 70.9%
(6) Cf. Pedro Borges, "Como fomentar a produção e o consumo dos nossos ali
c 23.0%; Em Minas Gerais, 81.8% e 50.8%. Em Goiás, 40.6% e 25.6%.
leira de Medicina PubUca. Julho-Agos-
mentos de real valor", m Revista Brasi
to. 1946.
(7) O estudo sistemático destas questões 6 o cue René Sand chama de Economia (1) Neste particular devem ser destaca
dos os trabalhos do Instituto of Worjd Affaírs da New School íor Social Research, principalmente os de Wilbert E. Moorc, entre os quais, Primitive and Peatants In Indusirv o Theoreíical Aspecla
o£ Industrialization, ambos editados pelo referido Instituto.
(2) Os mais significativos trabalhos desta orientação são cs patrocinados pelo "Comittee on Human Relations in Indus-
Huma*na Cf. René Sand, L'Economio Humaine. Presses Universitaires de France. Paris. 1948.
(8)Fontes: Doe. E/PC/T/180 — das Nações Unidas. A respeito da renda na cional. ainda se fazem, em geral, as pri meiras estimativas. No Brasil, os estudos da matéria ainda se encontram em fase de levantamentos preliminares, realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística e pela Fundação Getúlio Var
try", dirigido por W. Lloyd Warner e
gas, em
Burleigh B. Gardner.
algumas estimativas da mais larga apro
Cf. ainda. X)eep
Soulh (Universidade de Chicago. 194D) de
autoria de Alison Davis,
Burioigh B.
Gardner e Mary R. Gardner (vide tam
bém: Mário Lins. "EI principio de limites en ia Problemática Sociologia". Revista
colaboração.
Têm sido feitas
ximação, quanto ao Brasil, entre as quais as de Roberto Simonsen, Rômulo de Al meida Richard Lewinsohn. Marcelo Boldrini (Cf. Conceito e determinação da
renda nacional, "in" Digesto Econômico,
Mexicana de Sociologia. Septiembre-De-
n.o 37, dezembro de 1947. São Paulo) e
ciembre. 1945).
J. B. D. Derkssen (Cf. Preliminary me-
' (3) Cf. L. Hersch, "D^une formule géiiérale de Ia baisse de Ia mortalité dans
ícs divers pays de TEurope Occidentale". Théorie Genérale de Ia population. Con-
grès International de Ia Population. Hermann et Cie.. Editeurs. Paris. 1938.
morandum on the measurement of natio>
nal income of Brazil. Statistical Oífice of the Unitcd Nations. Lake Sucess. N.
Y. Agosto de 1948).
(9) Cf. Sérgio Nunes Magalhães Júnior, 'O Distrito Federal e o Brasil". Folheto
W*". m Dicesto EcoNÓNnco
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Dicesto EcoNÔAncò
entrou a cultura ocidental. Tipos mais
pública, êle não entenderá bem o sen tido de nossa pergunta. Pouco se inco
mo "per capita" de tecidos de algodão
antigos de civilização url/ana lhe cedem lugar c este fato se exprime pela substi
modarão com o no.sso conselho de curar
palavras do Prof. Giorgio Mortara ela se
foi calculado cm 18 metros, 3,4 vezes
tuição de bairros antigos, com .sua ar
ou e\'itar a anquilostomiasc. Embora
enuncia
menor do que o verificado em 1929 nos
quitetura multissecular, por uma espécie de edificação urbana altamente estandardizacla. Êsse fenômeno .se processa, de maneira semelhante, nas metrópoles sulamericanas, niLS cidades medievais da
falem português não parece fácil enten
ção brasileira é predominantemente do tecido de algodão. Em 1949, o consu
Estados Unidos.
O consumo de lã nó
Brasil (0,29 metros "per capita" em
1949) é, do ponto de vista do conjunto da população, insignificante. Estima-se que o consumo nacional de tecidos é cerca de 5 vêzcs menor do que o con sumo geral dos Estados Unidos (21). . No que concerne à moradia, a Fun
dação da Casa Popular estimou em 1946 que havia uma superlotação de 14 mi
lhões de pessoas no Brasil, o que quer
dizer que cerca de 30% de sua popula ção habitavam cm más condições. Es timou ainda este órgão que 50 % das ha bitações do país nao atendiam às condi
Europa e nas antigas cidades asiáticas. — Acompaniiando a reta, depara-se com um tipo de cultural niral estreitamente ligado à cidade: e.vtr.ida.s atravessam-na, seus homens trabalham e produzem pa
O
Brasil é um mosaico de culturas, já ob servou Lynn Smith. O "gradient" que Robert Redfield e outros sociólogos re gistraram no México pode ser observado também em nosso país. Da orla do Atlântico para o interior do Brasil, assi nalam-se numerosos graus culturais, des
cujfuralmente muito heterogêneos. Nuipa extrerriidade está a metrópole moder na representando um tipo de civilização urbaqa qu^j rapidamente difund.ihdQj-erpi^t^díyij.ííft
da Terra onde
"Entre
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mortalidade, assegura-se, apenas, a
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Nos municípios das capitais, 71,1 % das pessoas de 10 anos c mais sabiam ler e escrever, enquanto nos municípios do in terior apenas 36.9% das pessoas do 10
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anos e mais aí residentes sabiam ler e
se caso representam para a sociedade um
brevivência de indivíduos constitucionalmentc inferiores" — "Êsses indivíduos
eliminação na primeira infância, ou não conseguem chegar à idade adulta, e nes ônus econômico maior, a que não se con
dimento escasso ou nulo. e," blològicainen-
dentes nos municípios do interior sabiam
te pela sua participação na reprodução,
quahpier motivo, que, às vèzcs, escapa à compreensão de>scs produtores rústi
ler e escrever.
(Cf
cos, os mercados deixam de absorver sua
cia material depende de troca monetária c lucro. — Prosseguindo pela reta en
contram-se, já bem mais distante do pon to de partida, populações caboclas cuja vida parece decorrer cm um mundo di ferente do nosso.
Pouco ou nada as li
ga ao mercado urbano. Não dependem
dele e o uso que fazem do dinheiro é muito restrito.
uma série de agrupamentos humanos
modo:
sabiam ler c escrever e 37.8% dos resi
ou do algodão não as atingem, porque não plantam esses produtos ou se os plantam, a produção se destina apenas ao consumo pessoal. Geralmente se ó impiedoso com essas populações; aplicam-se-lhes epítetos como "atrasados", "indolentes" e outros, menos lisonjeiro.s ainda. Vivem de uma maneira julgada indigna e desprezível. Acha-se que de viam trabalhar e produzir mais e melhor,
sense, encontra-se, ladeando essa linha,
seguinte
ganizixda de maneira a satisfazer as ne cessidades desses mercados. Se, por
tura de folk". Sobre este "gradient", escreve Emílio Willems, em O -problema
ceiras do Xingu, no planalto matogros-
do
crianças que nascem há sempre uma fra ção de constitucionalmcnte impróprias para a existência; mas a moiTalidade in.fantil. onde fôr deixada agir llvrcment« elimina cm breve essa fração de incapa zes; logo. conseguindo-se diminuir essa
ra mercados c toda a sua vida está or-
de a "civilização" até a chamada "cul
rural brasileiro do ponto de vista antro pológico (São Paulo, 1944): "Se for traçada uma reta, no mapa do Brasil, li gando a cidade de São Paulo às cabe
Em 1940, apenas 43 % dos brasileiros de 10 anos c mais subiam k-r e c,scrc\'cr.
por
escrever. No Acre, 42.6% das pessoas de 10 anos c mais residentes na capital
ções mínimas de higiene e conforto (22). produção ou lhes diminuem a compen Os problemas resultantes da desigual sação monetária, a sua vida se torna ex dade econômica do Brasil são agravados tremamente difíeil, pois a sua subsistên pela sua hctcrogeneidade cultural.
der-se com êles."
(4) A Ideologia blologística tem.
outro lado. uma variante que se exprime cm tôrmos pessimistas (darwinistas). Nas
Altas ou baixas do café
que deviam adubar suas roças, usar sa
bão, escola, parteira, farmácia e médico. Se se perguntar a um de seu.s indivíduos se conhece o nome do Presideuite da Re
No Amazonas, os núme
ros correspondentes eram respectivamen te 67,3% e 32.6%.
No Pará, 75,1% e
24,8%. No Maranhão, 67,9% e 20,2%. No Piauí. 38.6% e 20,3%. No Ceará,
trapõe nenhum benefício; ou ficam adul
tos. e nesse caso se tornam prejudiciais à sociedade, cconòmícamento. polo seu ren
através da qual perpetuam as suas taras"
Estudos Brasileiros do Demografia.
Monografia n.° 2. Fundação Getulio Var
gas. Outubro 1946). (5) Cf. Pedro de Alcântara. Causas o
Remédios Sociais da Mortalidade Infantil.
São Paulo. 1945.
64,5% e 26,2 %. No Rio Grande do Nor te, 61.5% e 27,8%. Na Bahia, 70.9%
(6) Cf. Pedro Borges, "Como fomentar a produção e o consumo dos nossos ali
c 23.0%; Em Minas Gerais, 81.8% e 50.8%. Em Goiás, 40.6% e 25.6%.
leira de Medicina PubUca. Julho-Agos-
mentos de real valor", m Revista Brasi
to. 1946.
(7) O estudo sistemático destas questões 6 o cue René Sand chama de Economia (1) Neste particular devem ser destaca
dos os trabalhos do Instituto of Worjd Affaírs da New School íor Social Research, principalmente os de Wilbert E. Moorc, entre os quais, Primitive and Peatants In Indusirv o Theoreíical Aspecla
o£ Industrialization, ambos editados pelo referido Instituto.
(2) Os mais significativos trabalhos desta orientação são cs patrocinados pelo "Comittee on Human Relations in Indus-
Huma*na Cf. René Sand, L'Economio Humaine. Presses Universitaires de France. Paris. 1948.
(8)Fontes: Doe. E/PC/T/180 — das Nações Unidas. A respeito da renda na cional. ainda se fazem, em geral, as pri meiras estimativas. No Brasil, os estudos da matéria ainda se encontram em fase de levantamentos preliminares, realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística e pela Fundação Getúlio Var
try", dirigido por W. Lloyd Warner e
gas, em
Burleigh B. Gardner.
algumas estimativas da mais larga apro
Cf. ainda. X)eep
Soulh (Universidade de Chicago. 194D) de
autoria de Alison Davis,
Burioigh B.
Gardner e Mary R. Gardner (vide tam
bém: Mário Lins. "EI principio de limites en ia Problemática Sociologia". Revista
colaboração.
Têm sido feitas
ximação, quanto ao Brasil, entre as quais as de Roberto Simonsen, Rômulo de Al meida Richard Lewinsohn. Marcelo Boldrini (Cf. Conceito e determinação da
renda nacional, "in" Digesto Econômico,
Mexicana de Sociologia. Septiembre-De-
n.o 37, dezembro de 1947. São Paulo) e
ciembre. 1945).
J. B. D. Derkssen (Cf. Preliminary me-
' (3) Cf. L. Hersch, "D^une formule géiiérale de Ia baisse de Ia mortalité dans
ícs divers pays de TEurope Occidentale". Théorie Genérale de Ia population. Con-
grès International de Ia Population. Hermann et Cie.. Editeurs. Paris. 1938.
morandum on the measurement of natio>
nal income of Brazil. Statistical Oífice of the Unitcd Nations. Lake Sucess. N.
Y. Agosto de 1948).
(9) Cf. Sérgio Nunes Magalhães Júnior, 'O Distrito Federal e o Brasil". Folheto
rr
DI(3EST0 Eco.nó.mico
104
n.o 4, do De;)artamento de Geograf^ e Estatística do Distrito Federal. Vambem do mesmo autor: "Os Ciclos Econômicos .
Serviço Gráfico do I.B.G.E. itio. 1948. (10) Cf. "Estimativa do Valor da Pro dução Industrial".
Estudos Economicos.
Departamento Econômico da Confedera ção Nacional da Indústria. Ano I n.o 1.
• (11) Evaristo Leitão, Ròmulo Cavina e João Soares Palmeira, O Trabalhador ru
ral brasileiro. Departamento de Estatísti ca e Publicidade. Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Kio. 1987. (12) H. B. Davis, Padrão de Vida dos Operários da Cidade de Sáo Paulo. "Kc-
vista do Arquivo Municipal". Vol. XIII. São Paulo.
(12a) Josué de Castro, Alimentação e Raça, Civilização Brasileira S. A. Üto. 1936. Pág. 95.
(13) Samuel H. Lowrle. Pescruisa de
padrao de vida das famillas dos operários da Lixr^eza Pública da Municioalidade de
Ano^" sa
4$300, soma 16S000: rcstão-lhe quatro nül
(17) (?í. "Sugestões para uma Política
Ainda: Tiialt-s tíe Azovõtí'j.'Padrão • Ali-
reis para sustentar-se nos dias santos, nas moleatias, e para vestir-se. etc. o que é impossível para o homem que quizer hi
Ecdnónilca Panamcricana". Con.sciho Económico'-do 'Confcídcração Nacional da'In-'
meniaY da População da Cidade do Sal vador. Departamento'dc Saúde.-Secrciaria da Educação c Saúde. Bahia. 1947. (20) Cf. Trabalho citado cm a nota 17.
giênica e honradamente viver; mas sendo
notório que o pobre também vive com honra
Arquivo" Municipal. Egídio Araúio, Uma Pesqul-
Psdrao ae Vida. Suplemento ao Vo
lume LXXX da Revista do Arquivo Mu nicipal". São Paulo.
(15) F. Pomneo do Amaral,
PoVtJca
Alimentar. Editora Brasiliense. São Pau lo. 1945.
(16) Relatório Anual da Divisão Regio nal do S.E.S.I., Rio. Março de 194/ a março de 1948.
(16a) Na primeira metade do séc-lo XIX, rezava um documento do Conselho Geral de Salubridade Publica da Piuvia-
cia de Pernambuco: "O mal nue prrvpm a saúde pública, pela destruição das mat-
tas, pela faita oe cuidaao na cons^rivovao
convém
saber
como isto se faz.
A ca/ne seca. o peixe sevo o salgado, e as
Março de 1950.
mais
das vezes
seni goma, má casa, a dutos que diminuição
arruinado, a farinha
a má comida, a má dormida, a fazenda arruinada, são os pro consumem o pobre; além da que 6 obri.gauo a fazer para
Com deixará
de sofrer, sua
mas de Alimentação no Brasil. Rio. 1D46.
(2'') Idem. Vide também: O problema da Habitação Pcpular no Brasil. Funda
ção da Casa Pcpalar. Rio. 19-17.
.J-
i,; ■sa
fraco e covarde; o marinheiro é sensível e sem intrepidcz; as croadas e amas que se vão encarregar dc casas e íillios dos abastados são mais por sua organização e
educação" (Cf. Gilberto Freyrc, NOR DESTE, Livraria José Olympio. Editòra. Rio. 1937. Págs. 237-238). (16b) Esta estimativa é do Departamen to Econômico da Confederação Nacional da Indústria. No número do setembro de
1950, Conjuntura Econômica estima em 130 calorias diárias "por capita" o déficit de nutrição do pais, ou em menos de 6 do necessário, admitindo (como o íaz Conjuntura Econômica) que, em média, as necessidades diárias da população bra sileira são de 2,430 calorias "per capita" — considerando como base 3,9i)0 caiorias
para adultos, e 600 a 2.250 calorias para crianças e "íovens de 13 anos. A discre pância entre as duas estimativas (40% e 6%) é, como se vê, muito aguda, o que dá idéia da nrecariedadc das estatísticas nacionais. Todavia, as pesquisas monográficas scbre a dieta alimentar de famí
co da C.N.I.
lativamente pequeno déficit estimado por
'de tôda a produção. O jornal médio de um homem é 640 rs.: o homem social
Conjuntura Econômica, pois ela baseouse nas estatísticas de produção de gêne
Comorende-se. aliás, o re
mente considerado, é a reunião de t^-^z
ros alimentícios que indicam uma cifra
pessoas marido, mulher e filho; e o pri meiro é quem suporta o máximo do tra
evidentemente superior à
do consumo.
Convém salientar! ainda, que o padrão
de 3.000 calorias talvez seja razoável pa ra população de países plenamente de senvolvidos, em que é mínima a contri
300 rs.; se aiuntarmos 80 rs. de farinha, e 20 rs. de lenha, teremos que o homem
buição da fôrça liumana no potencial energético total. Em países subdesenvol vidos como os da América Latina, em que o esforço muscular representa mais de
gasta em comida 400 rs. por dia, e que
50% da energia total (nos Estados Unidos
em
esta cifra é cêrca de 2,4%; na Noruega.
um mez faz 12S00Ü; e como a casa
Proble
será sua prole; dcJa nascerá c soldado
subsequente e geral, proveniente da falta
dez patacas a arroba, em carne^ gastará
(19) Cf. Agostinho Monteiro.
(21) Idcm.
terá o completo desenvolvimento, sua quantidade de trabalho será menor, e má
nutrição, "entre ôsses grupos, da ordem do apurado pelo Departamento Econômi
Supondo que cada um coma uma libra
teriormente.
organização não
lias de operários acusam um déficit de
de carne por dia, não passando esta de
(18) Dados utilizados om 1946 pelo Sr. Pedro Borges. Trabalho inc-neionado an
taes condições esta família não
déstias, não se limita a sua transmissão e destruição momentânea, estende-se mesíno a produzir uma alteraçao orgânica,
dos vae suprir.
dústria. s/d.
acomodar-se.
"ãos animais e do tratamento de suas mo
balho, o trabalho de permuta que a to
105
Dicesto Econónuco
consome pouco mais ou menos um terço
4,5%; na Inglaterra
do que se come, e que no caso suposto é
3.000 calorias parece muito baL^o.
4.4%) o padrão de
\
rr
DI(3EST0 Eco.nó.mico
104
n.o 4, do De;)artamento de Geograf^ e Estatística do Distrito Federal. Vambem do mesmo autor: "Os Ciclos Econômicos .
Serviço Gráfico do I.B.G.E. itio. 1948. (10) Cf. "Estimativa do Valor da Pro dução Industrial".
Estudos Economicos.
Departamento Econômico da Confedera ção Nacional da Indústria. Ano I n.o 1.
• (11) Evaristo Leitão, Ròmulo Cavina e João Soares Palmeira, O Trabalhador ru
ral brasileiro. Departamento de Estatísti ca e Publicidade. Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Kio. 1987. (12) H. B. Davis, Padrão de Vida dos Operários da Cidade de Sáo Paulo. "Kc-
vista do Arquivo Municipal". Vol. XIII. São Paulo.
(12a) Josué de Castro, Alimentação e Raça, Civilização Brasileira S. A. Üto. 1936. Pág. 95.
(13) Samuel H. Lowrle. Pescruisa de
padrao de vida das famillas dos operários da Lixr^eza Pública da Municioalidade de
Ano^" sa
4$300, soma 16S000: rcstão-lhe quatro nül
(17) (?í. "Sugestões para uma Política
Ainda: Tiialt-s tíe Azovõtí'j.'Padrão • Ali-
reis para sustentar-se nos dias santos, nas moleatias, e para vestir-se. etc. o que é impossível para o homem que quizer hi
Ecdnónilca Panamcricana". Con.sciho Económico'-do 'Confcídcração Nacional da'In-'
meniaY da População da Cidade do Sal vador. Departamento'dc Saúde.-Secrciaria da Educação c Saúde. Bahia. 1947. (20) Cf. Trabalho citado cm a nota 17.
giênica e honradamente viver; mas sendo
notório que o pobre também vive com honra
Arquivo" Municipal. Egídio Araúio, Uma Pesqul-
Psdrao ae Vida. Suplemento ao Vo
lume LXXX da Revista do Arquivo Mu nicipal". São Paulo.
(15) F. Pomneo do Amaral,
PoVtJca
Alimentar. Editora Brasiliense. São Pau lo. 1945.
(16) Relatório Anual da Divisão Regio nal do S.E.S.I., Rio. Março de 194/ a março de 1948.
(16a) Na primeira metade do séc-lo XIX, rezava um documento do Conselho Geral de Salubridade Publica da Piuvia-
cia de Pernambuco: "O mal nue prrvpm a saúde pública, pela destruição das mat-
tas, pela faita oe cuidaao na cons^rivovao
convém
saber
como isto se faz.
A ca/ne seca. o peixe sevo o salgado, e as
Março de 1950.
mais
das vezes
seni goma, má casa, a dutos que diminuição
arruinado, a farinha
a má comida, a má dormida, a fazenda arruinada, são os pro consumem o pobre; além da que 6 obri.gauo a fazer para
Com deixará
de sofrer, sua
mas de Alimentação no Brasil. Rio. 1D46.
(2'') Idem. Vide também: O problema da Habitação Pcpular no Brasil. Funda
ção da Casa Pcpalar. Rio. 19-17.
.J-
i,; ■sa
fraco e covarde; o marinheiro é sensível e sem intrepidcz; as croadas e amas que se vão encarregar dc casas e íillios dos abastados são mais por sua organização e
educação" (Cf. Gilberto Freyrc, NOR DESTE, Livraria José Olympio. Editòra. Rio. 1937. Págs. 237-238). (16b) Esta estimativa é do Departamen to Econômico da Confederação Nacional da Indústria. No número do setembro de
1950, Conjuntura Econômica estima em 130 calorias diárias "por capita" o déficit de nutrição do pais, ou em menos de 6 do necessário, admitindo (como o íaz Conjuntura Econômica) que, em média, as necessidades diárias da população bra sileira são de 2,430 calorias "per capita" — considerando como base 3,9i)0 caiorias
para adultos, e 600 a 2.250 calorias para crianças e "íovens de 13 anos. A discre pância entre as duas estimativas (40% e 6%) é, como se vê, muito aguda, o que dá idéia da nrecariedadc das estatísticas nacionais. Todavia, as pesquisas monográficas scbre a dieta alimentar de famí
co da C.N.I.
lativamente pequeno déficit estimado por
'de tôda a produção. O jornal médio de um homem é 640 rs.: o homem social
Conjuntura Econômica, pois ela baseouse nas estatísticas de produção de gêne
Comorende-se. aliás, o re
mente considerado, é a reunião de t^-^z
ros alimentícios que indicam uma cifra
pessoas marido, mulher e filho; e o pri meiro é quem suporta o máximo do tra
evidentemente superior à
do consumo.
Convém salientar! ainda, que o padrão
de 3.000 calorias talvez seja razoável pa ra população de países plenamente de senvolvidos, em que é mínima a contri
300 rs.; se aiuntarmos 80 rs. de farinha, e 20 rs. de lenha, teremos que o homem
buição da fôrça liumana no potencial energético total. Em países subdesenvol vidos como os da América Latina, em que o esforço muscular representa mais de
gasta em comida 400 rs. por dia, e que
50% da energia total (nos Estados Unidos
em
esta cifra é cêrca de 2,4%; na Noruega.
um mez faz 12S00Ü; e como a casa
Proble
será sua prole; dcJa nascerá c soldado
subsequente e geral, proveniente da falta
dez patacas a arroba, em carne^ gastará
(19) Cf. Agostinho Monteiro.
(21) Idcm.
terá o completo desenvolvimento, sua quantidade de trabalho será menor, e má
nutrição, "entre ôsses grupos, da ordem do apurado pelo Departamento Econômi
Supondo que cada um coma uma libra
teriormente.
organização não
lias de operários acusam um déficit de
de carne por dia, não passando esta de
(18) Dados utilizados om 1946 pelo Sr. Pedro Borges. Trabalho inc-neionado an
taes condições esta família não
déstias, não se limita a sua transmissão e destruição momentânea, estende-se mesíno a produzir uma alteraçao orgânica,
dos vae suprir.
dústria. s/d.
acomodar-se.
"ãos animais e do tratamento de suas mo
balho, o trabalho de permuta que a to
105
Dicesto Econónuco
consome pouco mais ou menos um terço
4,5%; na Inglaterra
do que se come, e que no caso suposto é
3.000 calorias parece muito baL^o.
4.4%) o padrão de
\
.m* Digesto Econômico
IMPÔSTO SÔBRE A RENDA José Tomaz Nabuco (relator) A
Comissão de Legislação tributá-
I — Título ao portador
Sr- Presidente da Federação das As
sociações Comerciais do Brasil, reu nida para examinar o projeto n.®
364 B, de 1951, da Câmara dos Depu tados, relativo a alterações no Re
gulamento do Imposto de Renda,
Parece, sobretudo, injusto que aos
taxação elevada paru êsses títulos,
grandes possuidores se assegurem essas facilidades, ao passo que se
porque seria chegar a idêntico re sultado por meios indiretos g mais
obrigue aos pequenos a se .submeter
odiosos.
à inconveniência de comparecer ã se de das sociedades, a fim de assinar
II — Ucndimcntoa dc residentes no ex
termos de transferência de reduzida
ria, nomeada em plenário, pelo O aumento da tributação sôbre di
videndos de ações ao portador, de 15 para 30%, pareceu aos membros da Comissão assumir um caráter proibi tivo quanto à continuação da existên cia e da circulação desses títulos. A
O parecer da Comissão de Finanças
necessidades essenciais da vida, som
da Câmara dos Deputados sustenta
tornar pública a operação realizada pela avcrbação a ser feita c que c
termos moderados que não importem
exigida quando as ações revestem a forma de títulos nominativos.
em afugentar capitais de que a nação carece para o desenvolvimento de sua
grande maioria deles se encontra em
poder de contribuintes sujeitos a uma
de sua parte o pensamento unânime de o.ue o aumento da receita deve ser
assinalada a inconveniência do au
taxação inferior, pelo progressivo, à citada taxa de 30%, o que fará com que todos esses procurem converter suas ações ao portador cm ações no
mento do impôsto sôbre juros de debêntures, que passará de 15 a 20%,
' das taxas do tributo, já muito apre ciáveis, especialmente se se atender a que o imposto sôbre a renda não ó o único elemento de receita do or çamento federal, mas apenas um dos vários grandes impostos que pesam sôbre a produção e a vida econômica do pais.
A Comissão se demorou na apre ciação de alguns pontos em que lhe parecia possível melhorar a fiscali zação da arrecadação, mas concluiu que sôbre êsse aspecto do assunto compete ao Tesouro e não a ela indi car as medidas que poderiam ser tomadas.
Assinalou-se que o aumento das taxas de imposto, sem a melhoria da
arrecadação, é profundamente injus to, porque vai onerar apenas os bens contribuintes, que já pagam o tribu
to, permitindo que os demais conti nuem a gozar da sua franquia de fato.
minativas, na medida do possível. As sim, o gôzo das vantagens e como
didades dos títulos ao portador se
Não pode deixar do ser também
tornando mais difícil a obtenção de
recursos por êsse meio. A verdadeira taxa pela qual se de ve* tributar a ação ao portador há
de ser aquela que reflita uma justa
tornará, com êsse aumento de tribu
média entre as taxas a que ficam
tação, privilégio sòmente dos contri buintes cujas rendas líquidas, depois
sujeitos os contribuintes maiores e
de deduzidos todos os encargos, seja
da ordem de Cr$ 900.000,00 em cada exercício.
as taxas a que ficam sujeitos os me nores. Essa média ideal só poderia
ser fixada pela Delegacia do Impos to de Renda mediante cálculos feitos
Essa situação fará com que o Te
com os elementos todos de que dis
souro Nacional possivelmente venha a receber menor arrecadação da tri
põe. Mas, num país onde o máximo do impôsto progressivo 6 de 50%
butação das ações ao portador, com
essa média não seria nunca a pre
a elevação das taxas, do que aquilo
tendida pelo projeto e fixada em 30%, senão, com muito maior probabilida de, a de 15% já existente.
que atualmente está auferindo, con
sideração, porém, que melhor parti ria do fisco do que desta Federação. Ela só teria a lamentar o desapa recimento quase certo do mercado na cional dos papéis ao portador que tanta comodidade proporcionam às transmissões rápidas de ações, às cauções confidenciais em estabeleci mentos bancários e a outros atos da vida comercial e civil.
Por êsse motivo, a Comissão con clui e indica que se não altere a ta
xa a que estão sujeitos os títulos ao portador, já suficientemente alta na base atual.
As mesmas razões que levaram a Câmara dos Deputados a rejeitar o
projeto de extinção das ações ao por tador conduzem à rejeição de uma
íÍUéí
terior
número de ações e de não poder uti lizá-las como penhor, para garantir
abordou os aspectos principais das modificações sugeridas, notando-se
procurado numa boa fiscalização do imposto de preferência a um aumento
107
que "a reforma deve ser feita em
economia".
A Comissão é de parecer que efeti vamente a aplicação de capitais es trangeiros no Brasil é muito conve niente o vantajosa. Num país onde as taxas de juros bancários, as de
hipotecas, as do crédito das unidades da Federação, senão da própiãa União Federal, andam na altura dc 10 a 127o ao ano, quando não mais, a fal ta e a deficiência de capitais c óbvia e o que se puder fazer para ampliálos, sejam êles fornecidos de fonte nacional, sejam de fonte estrangeira, devo merecer o inteiro apoio desta Federação.
A taxação dos rendimentos de re sidentes no exterior, até aqui manti da na base de lõT?» pelo projeto é subitamente elevada a mais do dôbrô
daquilo que era antes, indo a 35% e criando para o país uma situação profundamente desvantajosa na com petição mundial pela aplicação de capitais. Nos Estados Unidos da América
do Norte, país padrão em matéria de impôsto de renda, já que quase tôda a sua receita é produzida por êste tributo,,os residentes no exterior são
.m* Digesto Econômico
IMPÔSTO SÔBRE A RENDA José Tomaz Nabuco (relator) A
Comissão de Legislação tributá-
I — Título ao portador
Sr- Presidente da Federação das As
sociações Comerciais do Brasil, reu nida para examinar o projeto n.®
364 B, de 1951, da Câmara dos Depu tados, relativo a alterações no Re
gulamento do Imposto de Renda,
Parece, sobretudo, injusto que aos
taxação elevada paru êsses títulos,
grandes possuidores se assegurem essas facilidades, ao passo que se
porque seria chegar a idêntico re sultado por meios indiretos g mais
obrigue aos pequenos a se .submeter
odiosos.
à inconveniência de comparecer ã se de das sociedades, a fim de assinar
II — Ucndimcntoa dc residentes no ex
termos de transferência de reduzida
ria, nomeada em plenário, pelo O aumento da tributação sôbre di
videndos de ações ao portador, de 15 para 30%, pareceu aos membros da Comissão assumir um caráter proibi tivo quanto à continuação da existên cia e da circulação desses títulos. A
O parecer da Comissão de Finanças
necessidades essenciais da vida, som
da Câmara dos Deputados sustenta
tornar pública a operação realizada pela avcrbação a ser feita c que c
termos moderados que não importem
exigida quando as ações revestem a forma de títulos nominativos.
em afugentar capitais de que a nação carece para o desenvolvimento de sua
grande maioria deles se encontra em
poder de contribuintes sujeitos a uma
de sua parte o pensamento unânime de o.ue o aumento da receita deve ser
assinalada a inconveniência do au
taxação inferior, pelo progressivo, à citada taxa de 30%, o que fará com que todos esses procurem converter suas ações ao portador cm ações no
mento do impôsto sôbre juros de debêntures, que passará de 15 a 20%,
' das taxas do tributo, já muito apre ciáveis, especialmente se se atender a que o imposto sôbre a renda não ó o único elemento de receita do or çamento federal, mas apenas um dos vários grandes impostos que pesam sôbre a produção e a vida econômica do pais.
A Comissão se demorou na apre ciação de alguns pontos em que lhe parecia possível melhorar a fiscali zação da arrecadação, mas concluiu que sôbre êsse aspecto do assunto compete ao Tesouro e não a ela indi car as medidas que poderiam ser tomadas.
Assinalou-se que o aumento das taxas de imposto, sem a melhoria da
arrecadação, é profundamente injus to, porque vai onerar apenas os bens contribuintes, que já pagam o tribu
to, permitindo que os demais conti nuem a gozar da sua franquia de fato.
minativas, na medida do possível. As sim, o gôzo das vantagens e como
didades dos títulos ao portador se
Não pode deixar do ser também
tornando mais difícil a obtenção de
recursos por êsse meio. A verdadeira taxa pela qual se de ve* tributar a ação ao portador há
de ser aquela que reflita uma justa
tornará, com êsse aumento de tribu
média entre as taxas a que ficam
tação, privilégio sòmente dos contri buintes cujas rendas líquidas, depois
sujeitos os contribuintes maiores e
de deduzidos todos os encargos, seja
da ordem de Cr$ 900.000,00 em cada exercício.
as taxas a que ficam sujeitos os me nores. Essa média ideal só poderia
ser fixada pela Delegacia do Impos to de Renda mediante cálculos feitos
Essa situação fará com que o Te
com os elementos todos de que dis
souro Nacional possivelmente venha a receber menor arrecadação da tri
põe. Mas, num país onde o máximo do impôsto progressivo 6 de 50%
butação das ações ao portador, com
essa média não seria nunca a pre
a elevação das taxas, do que aquilo
tendida pelo projeto e fixada em 30%, senão, com muito maior probabilida de, a de 15% já existente.
que atualmente está auferindo, con
sideração, porém, que melhor parti ria do fisco do que desta Federação. Ela só teria a lamentar o desapa recimento quase certo do mercado na cional dos papéis ao portador que tanta comodidade proporcionam às transmissões rápidas de ações, às cauções confidenciais em estabeleci mentos bancários e a outros atos da vida comercial e civil.
Por êsse motivo, a Comissão con clui e indica que se não altere a ta
xa a que estão sujeitos os títulos ao portador, já suficientemente alta na base atual.
As mesmas razões que levaram a Câmara dos Deputados a rejeitar o
projeto de extinção das ações ao por tador conduzem à rejeição de uma
íÍUéí
terior
número de ações e de não poder uti lizá-las como penhor, para garantir
abordou os aspectos principais das modificações sugeridas, notando-se
procurado numa boa fiscalização do imposto de preferência a um aumento
107
que "a reforma deve ser feita em
economia".
A Comissão é de parecer que efeti vamente a aplicação de capitais es trangeiros no Brasil é muito conve niente o vantajosa. Num país onde as taxas de juros bancários, as de
hipotecas, as do crédito das unidades da Federação, senão da própiãa União Federal, andam na altura dc 10 a 127o ao ano, quando não mais, a fal ta e a deficiência de capitais c óbvia e o que se puder fazer para ampliálos, sejam êles fornecidos de fonte nacional, sejam de fonte estrangeira, devo merecer o inteiro apoio desta Federação.
A taxação dos rendimentos de re sidentes no exterior, até aqui manti da na base de lõT?» pelo projeto é subitamente elevada a mais do dôbrô
daquilo que era antes, indo a 35% e criando para o país uma situação profundamente desvantajosa na com petição mundial pela aplicação de capitais. Nos Estados Unidos da América
do Norte, país padrão em matéria de impôsto de renda, já que quase tôda a sua receita é produzida por êste tributo,,os residentes no exterior são
Dicesto
i08
taxados na base de 30%, taxa infe
rior á que se pretende adotar para o Brasil.
No Canadá a tributação dos rendi mentos de residentes no exterior é feita na base de 15% e na Argentina
Econóncco
reúne uma comissão mista, brasileiro-americana, para estudar novas aplicações de capital estrangeiro no nosso país. A mesma razão de equilíbrio entre
109
Dicesto Econômico
mento que taxa como renda ■ aquilo
que na realidade 6 capital, porque,
proporcionaria ao Govêrno uma ren
se alterou e continua a ser sempre
da com que êle hoje não pode contar o não impediria o indispensável
a mesma.
a taxa é de 6%.
O Brasil, adotando uma taxa ele vada, não pode senão contribuir, trl-
to da fixação da taxa de 15% para as ações ao portador, milita tambám
trário do que se faz em outros paí ses, como os Estados Unidos, consi dera lucro aquela diferença, sujeitan
butàriamente, para desviar, para es ses e outros países, elementos de pro dução e de engrandecimento que, de
nesse caso e da mesma forma a favor dos residentes no exterior. No Bra
do-a ao ônus do tributo sobre a pes
sil sempre se manteve uma paridade
componentes.
outra forma, se poderiam encaminhar
nessa tributação puramente propor
para a nossa Terra.
cional (e não progressiva) dos ren
sil já estão sujeitas a uma tributação de 27,75%, pois as filiais aqui pa gam o imposto normal de pessoa jurídica de 15% e o remanescente so fre nova tributação, de 15%, a título de constituir rendimentos da matriz
dimentos dessas duas espécies c esta
comissão é também de parecer que a taxação imposta aos residentes no exterior não deve ser alterada.
vem
assinalando
soa jurídica o também sobre seus
Em conseqüência disso, pequena tem sido a arrecadação do Tesouro
Nacional, decorrente da reavaliação de ativos c os balanços publicados
pelas empresas, de ano em ano, vêm seu ativo muito inferiores às reais.
A desvalorização da moeda que se
residente no exterior. Pelo novo regime, se acaso prevalecesse, a
Mas, o nosso Regulamento, ao con
sempre apresentando cifras para o
III — Reavaliação do ativo
nos
sobre o rhonjtante das Reavaliações,
com o correr dos anos, a fábrica não
os mais aquinhoados pela sorte e os menos, mencionada como fundamen
Deve-se assinalar que as socieda des estrangeiras operando no Bra
posto exigívef do acionista ou sócio,
acerto dos balanços.
Na oportunidade dessa reforma do imposto sobre a renda, deve ser ins tituída uma taxa mais reduzida para a incorporação das reservas ao ca
pital das emprêsas. E' preciso estabelecer distinção en tre as quantias retiradas da empre
sa pelos sócios para seus gastos pes soais, daquelas importâncias corres
pondentes a lucros que ficam reti dos na empresa e nela são investidos,
em caráter definitivo, pela sua con versão em capital.
O investimento dos lucros na em
Uma atitude conciliadora por par
presa, fortifica a posição desta, con
te do Tesouro Nacional em relação
correndo, assim, para o maior equi líbrio da economia nacional.
às emprêsas, (quando se não queira chegar ao que seria realmente jus
sil tem feito com que o capital de quase to
completa do imposto), poderia ser
E' razoável que se estimule o for talecimento das emprêsas, pela inver são de capitais que aumentarao a
das as sociedades co mercias esteja em
a de se permitirem as reavaliações na
sua produtividade. Êsse estimulo jus
de 45%; quase metade
base de um tributo pequeno, que não
dos lucros auferidos no
desproporção completa
as impossibilitasse e cujo pagamento correspondesse às vantagens para o
tifica a criação de uma taxa consideràvelmente inferior à atual que se tem provado proibitiva.
contribuinte do reajustamento êle desejado.
IV — Resumindo
taxação
total
últimos lustros no Bra
dessas
sociedades iria a mais
país seria assim absor vida pelo fisco em ta xação direta (para não
Lr
com o seu valor real e atual. Prédios e fá
bricas, adquiridos em
to e razoável, que seria a isenção
por
falar nas múltiplas taxações indire
anos passados, por preços então ra
tas) e isso poderia levá-las à conclu
zoáveis, representam, na moeda atual,
Essa reavaliação tornaria conheci do do Governo e do público em geral
são de que mais vantajoso seria pro
quantias muito superiores àquelas
o valor real das empresas e o total
duzir as mercadorias nos seus pró prios países e vendê-las ao Brasil,
que foram escrituradas nos livros na
da rioueza econômica do país, co nhecimentos esses de grande utilida de à boa orientação de ação tribu
sem esse ônus, a procurar aqui mon
tar suas fábricas e instalações indus triais.
Essa
orientação é especialmente
surpreendente num momento em que o governo cogita de modificar a nos sa política cambial a fim de animar a vinda de capitais e que aqui se
ocasião de sua aquisição e que até hoje continuam na mesma base. A causa principal da falta de atua lização desses valores tom sido o dis
positivo do regulamento do Imposto
tária.
A Comissão é de parecer que uma
taxa única de 5%, incluindo o im
A Comissão indica que os dirigen tes da Federação das Associações Comerciais do Brasil levem ao co
nhecimento das Câmaras Legislativas
e dos dirigentes da Nação os pontos do vista acima assentados como con
tribuição à boa orientação da legis lação tributária do Pais.
de Renda, que tributa, como se ren
da fosse, a diferença de cifras apura
da na reavaliação. Disposição es púria, pode-se dizer, essa do Regula-
lOTi
■
O
Dicesto
i08
taxados na base de 30%, taxa infe
rior á que se pretende adotar para o Brasil.
No Canadá a tributação dos rendi mentos de residentes no exterior é feita na base de 15% e na Argentina
Econóncco
reúne uma comissão mista, brasileiro-americana, para estudar novas aplicações de capital estrangeiro no nosso país. A mesma razão de equilíbrio entre
109
Dicesto Econômico
mento que taxa como renda ■ aquilo
que na realidade 6 capital, porque,
proporcionaria ao Govêrno uma ren
se alterou e continua a ser sempre
da com que êle hoje não pode contar o não impediria o indispensável
a mesma.
a taxa é de 6%.
O Brasil, adotando uma taxa ele vada, não pode senão contribuir, trl-
to da fixação da taxa de 15% para as ações ao portador, milita tambám
trário do que se faz em outros paí ses, como os Estados Unidos, consi dera lucro aquela diferença, sujeitan
butàriamente, para desviar, para es ses e outros países, elementos de pro dução e de engrandecimento que, de
nesse caso e da mesma forma a favor dos residentes no exterior. No Bra
do-a ao ônus do tributo sobre a pes
sil sempre se manteve uma paridade
componentes.
outra forma, se poderiam encaminhar
nessa tributação puramente propor
para a nossa Terra.
cional (e não progressiva) dos ren
sil já estão sujeitas a uma tributação de 27,75%, pois as filiais aqui pa gam o imposto normal de pessoa jurídica de 15% e o remanescente so fre nova tributação, de 15%, a título de constituir rendimentos da matriz
dimentos dessas duas espécies c esta
comissão é também de parecer que a taxação imposta aos residentes no exterior não deve ser alterada.
vem
assinalando
soa jurídica o também sobre seus
Em conseqüência disso, pequena tem sido a arrecadação do Tesouro
Nacional, decorrente da reavaliação de ativos c os balanços publicados
pelas empresas, de ano em ano, vêm seu ativo muito inferiores às reais.
A desvalorização da moeda que se
residente no exterior. Pelo novo regime, se acaso prevalecesse, a
Mas, o nosso Regulamento, ao con
sempre apresentando cifras para o
III — Reavaliação do ativo
nos
sobre o rhonjtante das Reavaliações,
com o correr dos anos, a fábrica não
os mais aquinhoados pela sorte e os menos, mencionada como fundamen
Deve-se assinalar que as socieda des estrangeiras operando no Bra
posto exigívef do acionista ou sócio,
acerto dos balanços.
Na oportunidade dessa reforma do imposto sobre a renda, deve ser ins tituída uma taxa mais reduzida para a incorporação das reservas ao ca
pital das emprêsas. E' preciso estabelecer distinção en tre as quantias retiradas da empre
sa pelos sócios para seus gastos pes soais, daquelas importâncias corres
pondentes a lucros que ficam reti dos na empresa e nela são investidos,
em caráter definitivo, pela sua con versão em capital.
O investimento dos lucros na em
Uma atitude conciliadora por par
presa, fortifica a posição desta, con
te do Tesouro Nacional em relação
correndo, assim, para o maior equi líbrio da economia nacional.
às emprêsas, (quando se não queira chegar ao que seria realmente jus
sil tem feito com que o capital de quase to
completa do imposto), poderia ser
E' razoável que se estimule o for talecimento das emprêsas, pela inver são de capitais que aumentarao a
das as sociedades co mercias esteja em
a de se permitirem as reavaliações na
sua produtividade. Êsse estimulo jus
de 45%; quase metade
base de um tributo pequeno, que não
dos lucros auferidos no
desproporção completa
as impossibilitasse e cujo pagamento correspondesse às vantagens para o
tifica a criação de uma taxa consideràvelmente inferior à atual que se tem provado proibitiva.
contribuinte do reajustamento êle desejado.
IV — Resumindo
taxação
total
últimos lustros no Bra
dessas
sociedades iria a mais
país seria assim absor vida pelo fisco em ta xação direta (para não
Lr
com o seu valor real e atual. Prédios e fá
bricas, adquiridos em
to e razoável, que seria a isenção
por
falar nas múltiplas taxações indire
anos passados, por preços então ra
tas) e isso poderia levá-las à conclu
zoáveis, representam, na moeda atual,
Essa reavaliação tornaria conheci do do Governo e do público em geral
são de que mais vantajoso seria pro
quantias muito superiores àquelas
o valor real das empresas e o total
duzir as mercadorias nos seus pró prios países e vendê-las ao Brasil,
que foram escrituradas nos livros na
da rioueza econômica do país, co nhecimentos esses de grande utilida de à boa orientação de ação tribu
sem esse ônus, a procurar aqui mon
tar suas fábricas e instalações indus triais.
Essa
orientação é especialmente
surpreendente num momento em que o governo cogita de modificar a nos sa política cambial a fim de animar a vinda de capitais e que aqui se
ocasião de sua aquisição e que até hoje continuam na mesma base. A causa principal da falta de atua lização desses valores tom sido o dis
positivo do regulamento do Imposto
tária.
A Comissão é de parecer que uma
taxa única de 5%, incluindo o im
A Comissão indica que os dirigen tes da Federação das Associações Comerciais do Brasil levem ao co
nhecimento das Câmaras Legislativas
e dos dirigentes da Nação os pontos do vista acima assentados como con
tribuição à boa orientação da legis lação tributária do Pais.
de Renda, que tributa, como se ren
da fosse, a diferença de cifras apura
da na reavaliação. Disposição es púria, pode-se dizer, essa do Regula-
lOTi
■
O
TfSrr-.
111
Dicesto Econômico
CULTO DO SEGURO Conferência pronunciada no Sindicato das Emprêsas de Seguros Privados e Capitalização. David Campista Filho
PsTAVA em Poços de Caldas, pôsto
ma comunhão de vistas do sentido continental e solidariedade de com
mo, à "avalanche" das socializações. Resistência feita pela doutrina, fortalecida pelas demonstrações per-
preensão no espírito internacional,
suasivas tiradas da experiência de
resultando na sustentação da preo-
tantos povos, no intuito e na espe rança do evitar legislações apressa
tam-se cm seus aspectos diversos nu-
^
minência do seguro privado polo al cance de seus objetivos na vida das
cm sossego, procurando colher das suas afamadas fontes a virtude que pudesse emprestar tonalidade mais amável ao crepúsculo da exis
considera o autor das Meditações SulAmericanas, — é que o estiolamento da ordem emocional acarreta forço
nações. Assim, buscando iluminar o recesso dos problemas, apelam as
samente a dcsumanização de que os regimes totalitários nos fornecem
clima de compreensiva liberdade onde
tência, quando me surpreende um
eloqüentes exemplos que nos estar
guro privado, difundindo, pois, o es pírito de previdência que implica em propagar os meios do defesa de que
telegrama de Odilon Beauclair que me vinha participar da resolução da Diretoria deste Sindicato de convi dar-me para uma palestra comemo
rativa do dia Continental do Seguro.
Todos que convivemos com Beauclair" conhecemos o irresistível imperativo que há na suavidade de suas pala vras, e desvanecido polo convite aqui estou receando, todavia, que a mo déstia de minha contribuição sacri fique o brilho da celebração que os seguradores do Brasil desejam im primir à data do 14 de maio.
Instituir o dia Continental do Se guro resultou da eclosão do senti mento de culto e, portanto, de defe
sa do seguro privado, não signifi cando, por isso, o registro de uma data meramente comemorativa.
Se a idéia fecundou-se ao calor
das terras de Espanha, a primeira nação que traçou ao seguro diretri zes jurídicas nas Ordenanças de suas maiores cidades, teve magnífica flo
recem, ao sabermos que os adorado
res do Estado, sob a mística dos dita
dores, fazem com que os filhos de nunciem os pais, os amigos se es
pionem mutuamente, os esposos sus peitem um do outro, implantando dêste modo o domínio da inquieta ção, êsse novo mal do século na ex pressão do Daniel — Rops.
A ordem emocional foi, som dúvi
da, destacado fator de inspiração do culto ao seguro, expresso no dia Continental do Seguro; despertou assim o devotamento dos Segurado res Sul-Americanos e dos cultores da
Conferências Hemisféricas para um
se desenvolvam as atividades de se
carece a vida econômica dos povos. Ünicamente o regime do livre em
preendimento poderá produzir frutos
seguro, sem lhe sentir o alcance da função protetora e de equilíbrio na economia nacional, de restabeleci
mento e renovação dc valores, a f^ de permitir e promover que a vida da riqueza pública continue.
E' a missão de nobre e elevada sig
benfazejos, prerrogativa
nificação que se come
em luminosa evidência
tem às celebrações do dia Continental do Se
na experiência de países
guro, porque lhe insti
diversos.
Entretanto, a incom
tui o culto que continuadamente se oficia atra vés das Conferências Hemisféricas, estrutu rando e vivificando a,
preensão e contradição do tempo atual põem o
seguro privado sob ameaça de socialização
doutrina, desenvolvendo
ou nacionalização, ex
ciência assecuratória, dentro os quais
pressões com que se apresenta o es-
ressalta no Chile a figura de D. Gui
tatismo.
lherme Dei Pedregal, um dos fixa dores da data de 14 do maio, mês de mansuetude luminosa no clima
— a expropriação das emprêsas pri vadas, a substituição do impulso cria
Seria, então, de acontecer
Sul-Americano.
dor da iniciativa particular pelo remanso da burocracia, a troca da res
Daí, vem irradiando perenemente a força animadora das Conferências
si próprio, pelo pavor de responsa
Hemisféricas naquele sublime ideal
das que, impulsionadas pela ansie dade das expropriaçücs, no delírio do assalto ao patrimônio c reservas das emprêsas privadas, sejam impro visadas sem penetrar no âmago do
ponsabilidade dequele que vale por
a técnica e enriquecendo a teoria. Instituições, homens, pensamentos e valores, tudo enfim, que exista, so mente encontrará permanência e eter-
nidado por meio do culto que lhes rendam o amor e veneração dos ho mens.
Viver não é apenas ter existência
bilidade de que nos falou Faguet. Seria o Estado industrial movendo-se
real, objetiva, porém permanecer em gerações futuras — é o prestigio e
emocional do que fala Keyserling, ao
tisas, o fogo sagrado em proteção das instituições romanas e da gran
penosamente na imensidade do funcionarismo, em lugar da atividade
milagre dos cultos.
considerar que é a alma que faz do
deza latina.
muitos, sincronizada no ritmo esti mulado pelo gênio mercantil. Faz-se, portanto, mister opor re-
tole France, no qual sustenta a tese
Bistência à onda invasora do estatis-
imaginação existem com, mais fia-
rescência na América latina, porque aí
encontrou
ambiência
na
ordem
homem um homem, não o homo sa-
picns de Lineu, porém o homem o pri meiro animal que sente. Por isso, —
que o Templo de Vesta celebrava ao manter, na pureza de suas sacerdo
Dessas reuniões que se têm reali
zado em Washington, no México, no Chile, os temas do seguro apresen-
privada subdividida em trabalhos de
espírito na memória e lembrança das
Desta
concepção
chegaremos
ao.
paradoxo de um dos contos de Anade que os personagens criados pela
TfSrr-.
111
Dicesto Econômico
CULTO DO SEGURO Conferência pronunciada no Sindicato das Emprêsas de Seguros Privados e Capitalização. David Campista Filho
PsTAVA em Poços de Caldas, pôsto
ma comunhão de vistas do sentido continental e solidariedade de com
mo, à "avalanche" das socializações. Resistência feita pela doutrina, fortalecida pelas demonstrações per-
preensão no espírito internacional,
suasivas tiradas da experiência de
resultando na sustentação da preo-
tantos povos, no intuito e na espe rança do evitar legislações apressa
tam-se cm seus aspectos diversos nu-
^
minência do seguro privado polo al cance de seus objetivos na vida das
cm sossego, procurando colher das suas afamadas fontes a virtude que pudesse emprestar tonalidade mais amável ao crepúsculo da exis
considera o autor das Meditações SulAmericanas, — é que o estiolamento da ordem emocional acarreta forço
nações. Assim, buscando iluminar o recesso dos problemas, apelam as
samente a dcsumanização de que os regimes totalitários nos fornecem
clima de compreensiva liberdade onde
tência, quando me surpreende um
eloqüentes exemplos que nos estar
guro privado, difundindo, pois, o es pírito de previdência que implica em propagar os meios do defesa de que
telegrama de Odilon Beauclair que me vinha participar da resolução da Diretoria deste Sindicato de convi dar-me para uma palestra comemo
rativa do dia Continental do Seguro.
Todos que convivemos com Beauclair" conhecemos o irresistível imperativo que há na suavidade de suas pala vras, e desvanecido polo convite aqui estou receando, todavia, que a mo déstia de minha contribuição sacri fique o brilho da celebração que os seguradores do Brasil desejam im primir à data do 14 de maio.
Instituir o dia Continental do Se guro resultou da eclosão do senti mento de culto e, portanto, de defe
sa do seguro privado, não signifi cando, por isso, o registro de uma data meramente comemorativa.
Se a idéia fecundou-se ao calor
das terras de Espanha, a primeira nação que traçou ao seguro diretri zes jurídicas nas Ordenanças de suas maiores cidades, teve magnífica flo
recem, ao sabermos que os adorado
res do Estado, sob a mística dos dita
dores, fazem com que os filhos de nunciem os pais, os amigos se es
pionem mutuamente, os esposos sus peitem um do outro, implantando dêste modo o domínio da inquieta ção, êsse novo mal do século na ex pressão do Daniel — Rops.
A ordem emocional foi, som dúvi
da, destacado fator de inspiração do culto ao seguro, expresso no dia Continental do Seguro; despertou assim o devotamento dos Segurado res Sul-Americanos e dos cultores da
Conferências Hemisféricas para um
se desenvolvam as atividades de se
carece a vida econômica dos povos. Ünicamente o regime do livre em
preendimento poderá produzir frutos
seguro, sem lhe sentir o alcance da função protetora e de equilíbrio na economia nacional, de restabeleci
mento e renovação dc valores, a f^ de permitir e promover que a vida da riqueza pública continue.
E' a missão de nobre e elevada sig
benfazejos, prerrogativa
nificação que se come
em luminosa evidência
tem às celebrações do dia Continental do Se
na experiência de países
guro, porque lhe insti
diversos.
Entretanto, a incom
tui o culto que continuadamente se oficia atra vés das Conferências Hemisféricas, estrutu rando e vivificando a,
preensão e contradição do tempo atual põem o
seguro privado sob ameaça de socialização
doutrina, desenvolvendo
ou nacionalização, ex
ciência assecuratória, dentro os quais
pressões com que se apresenta o es-
ressalta no Chile a figura de D. Gui
tatismo.
lherme Dei Pedregal, um dos fixa dores da data de 14 do maio, mês de mansuetude luminosa no clima
— a expropriação das emprêsas pri vadas, a substituição do impulso cria
Seria, então, de acontecer
Sul-Americano.
dor da iniciativa particular pelo remanso da burocracia, a troca da res
Daí, vem irradiando perenemente a força animadora das Conferências
si próprio, pelo pavor de responsa
Hemisféricas naquele sublime ideal
das que, impulsionadas pela ansie dade das expropriaçücs, no delírio do assalto ao patrimônio c reservas das emprêsas privadas, sejam impro visadas sem penetrar no âmago do
ponsabilidade dequele que vale por
a técnica e enriquecendo a teoria. Instituições, homens, pensamentos e valores, tudo enfim, que exista, so mente encontrará permanência e eter-
nidado por meio do culto que lhes rendam o amor e veneração dos ho mens.
Viver não é apenas ter existência
bilidade de que nos falou Faguet. Seria o Estado industrial movendo-se
real, objetiva, porém permanecer em gerações futuras — é o prestigio e
emocional do que fala Keyserling, ao
tisas, o fogo sagrado em proteção das instituições romanas e da gran
penosamente na imensidade do funcionarismo, em lugar da atividade
milagre dos cultos.
considerar que é a alma que faz do
deza latina.
muitos, sincronizada no ritmo esti mulado pelo gênio mercantil. Faz-se, portanto, mister opor re-
tole France, no qual sustenta a tese
Bistência à onda invasora do estatis-
imaginação existem com, mais fia-
rescência na América latina, porque aí
encontrou
ambiência
na
ordem
homem um homem, não o homo sa-
picns de Lineu, porém o homem o pri meiro animal que sente. Por isso, —
que o Templo de Vesta celebrava ao manter, na pureza de suas sacerdo
Dessas reuniões que se têm reali
zado em Washington, no México, no Chile, os temas do seguro apresen-
privada subdividida em trabalhos de
espírito na memória e lembrança das
Desta
concepção
chegaremos
ao.
paradoxo de um dos contos de Anade que os personagens criados pela
I
Dicesto Econômico
Çrante influência e realidade do que os entes objetivamente vivos. Assim,
acontece mediante fé criadora, pela invocação contínua de pensamentos
idéias e entidades humanas que des te modo permanecem entre os vivos como inspiradores de seus atos e decisores de seus pi-oblemas.
da civilização, as cidades lacustres onde pudesse, protegido contra in finitos perigos, prover a necessidade fundamental da vida — a alimenta
ção. E essa segurança traz-lhe atual mente o seguro em tudo de quanto necessite de gai-antia.
Dicesto Econó.nucü
113
do seguro, surgindo assim da espon taneidade do homem em busca de
segurança, do sentimento de precau ção e de defesa dos bens adquiridos contra os perigos onvolvontes que ofe
Esboçava-se, assim, pelo instinto de defesa, o princípio de divisão do risco e da mutualidade, que viria consti tuir as bases sobro que se assentar a técnica do seguro.
Urgia, pois, estruturar, organizai
rece a natureza.
O homem dotado dc instintos in
e aprimorar a velha idéia dos mer
A vida em suma, escreve Keyser-
seguros, — c ainda Keyserling quem
cadores orientais.
O culto transfigura, consagra e
Img, é essencialmente uma aventura;
perpetua. Foi o que aconteceu com a serena figura de Jesus de Nazaré , que, ao tempo em que fôra condenado
a cada instante é necessário tomar precauções o assumir riscos; e a cada
considera — não possui nem a força do leão, nem a armadura do croco
Os primeiros desastres que feriram a imaginação no mais fremente ape
dilo, nem a velocidade, do cervo, nem
lo ã proteção das riquezas, desafian do os engenhos humanos, foram os
por Poncius Pilatos, não passava de um jovem taumaturgo que, falando
de amor e de perdão, lançou as bases
instante o resultado final é imprevisí vel; portanto, o lado risco é definiti vamente predominante.
a organização técnica que a aranha traz em suas vísceras; não atinge ao equilíbrio no conjunto da nature
de uma doutrina, mais do que nenhu ma outra capaz de mitigar a dor
riscos: "Desenvolve-se a civilização
za, apanágio nativo de todos os ani mais, senão no momento em que sua
e o sofrimento e de conduzir para o bem as aspirações dos homens. O cul
material, escrevo Ripert, exigindo co
inteligência consegue suprir as im
mo resgate o sacrifício de vidas hu
perfeições congênitas.
to crescendo em fervor pelos séculos
em fora, divinizou o doce Nazareno, tornando-o maior e semnre presente às civilizações cristãs. E assim, Je sus, mais do que nunca, vive entre os
que sofrem e que podem fazér por suas palavras com que os homens se
compreendam e, por se confpreenderem, amem e perdoem.
Platão é mais assíduo ao convívio
dos sábios do que ao temoo em que dizia, nos jardins de Acâdemus, das faculdades da alma e das teorias do amor e da beleza.
Também Aristóteles, como Machia-
vel, continuam os inspiradores da po lítica e de suas intrincadas conjun turas.
Tudo isso é a florescência do culto
que, aplicado à instituição do seguro, permitirá que se perpetue, evoluindo em todas as suas aspirações. A primeira necessidade do homem, disse certo escritor, é a segurança, por isso, o homem primitivo procurou as cavernas e, mais tarde, ao raiar
O progresso c um semeador de
Chega, pois
manas ou a mutilação de corpos. As
a idade da técnica que, pela primeira
estatísticas afirmam o quanto custam de acidentes um quilômetro de ex ploração de vias férreas, um ano de
vez, vem dando ao homem sua posi ção normal. A era da técnica repre
circulação de automóveis, a exti*ação
o primeiro periodo de maturidade vi tal. o que basta para explicar o im pulso que conduz todo ser humano
de tantas toneladas de carvão."
Em tudo pululam riscos, tanto maia eomplexòs e maiores, quanto mais complexas as atividades das explora
senta, então, para o animal homem,
para a tecnização, e a fôrça animal, então, se desprende para alimentar
Ora, o seguro é a ciência do risco, ciência da defesa contra o risco, por
ésse impulso. Já vinha florescendo a era da téc nica quando mais premente se ma
ções.
neutralizar suas conseqüências, res
nifestava a ansiedade de proteção à
taurar riquezas feridas, ressuscitar
riqueza pública; sob a incerteza do
valores perecidos.
acaso, corriam perigos bens e valo res. Entretanto, ensinava remota
naufrágios e o fogo.
Um navio chegar a salvamento no
porto do destino, significava o su
rigos e surpresas da fortuna do mar. Aconteceu então que por grande
cesso de uma aventura, tantos os pe
desenvolvimento passaram Amster-
dam, Gênova, Trieste, Veneza, Bur gos, Barcelona, Sevilha e outras cida des da E'iropa. no transcorrer dos séculos XIV e XV, tornando-se pra
ças apreciáveis de comércio. Porem, as atividades chegavam à fase de
plena saturação e, necessitadas de expansão, estariam condenadas fatal mente à decadência, diante da inse gurança dos transportes que torna vam incerto e perigoso o intercâm bio de negócios. Fazia-se, portanto, mister pôr a salvo as utilidades acu muladas, como garanti-las nos trans portes cheios de perigos. Assim, de
Revela-se aí o imenso alcance da função do seguro na economia das
tradição que mercadores persas, assí
tentativa em tentativa, na ansiedade
nações, ao qual o progresso suscita
rios,
atravessarem
de encontrar uma forma de garantia
imnrescindível expansão, internacionalizando-se, e onde haure vitalida de para suas garantias, em vez de
com suas caravanas, carregadas de
que não se estruturasse no domínio do
estagnar-se na burocracia das esta-
tizações, e enfraquecer nas tentati vas das socializações.
Brotou, pois, do instinto de defesa na solidariedade humana de coopera ção de sacrifícios, o espírito criador ■.A;- <->
babilônicos,
ao
ricas mercadorias, extensos desertos, premuniam-se contra infinitos peri gos, convencionando dividirem entre
m^uitos o sinistro que recaísse em um deles. Dêste modo, pela cooperação
de sacrifícios suportáveis, atenuariam as conseqüências do desastre, que se ria fatal aquele sobre o qual recaísse.
aleatório,
construia-se
sobre
certo
empirismo o seguro marítimo no seu
aspecto primário de dinheiro dado a risco, contrato de risco, mais tarde
proibido por seu caráter de especula ção e jogo.
Impunha-se, desde logo, o seguro
que, embora de precárias garantias,
I
Dicesto Econômico
Çrante influência e realidade do que os entes objetivamente vivos. Assim,
acontece mediante fé criadora, pela invocação contínua de pensamentos
idéias e entidades humanas que des te modo permanecem entre os vivos como inspiradores de seus atos e decisores de seus pi-oblemas.
da civilização, as cidades lacustres onde pudesse, protegido contra in finitos perigos, prover a necessidade fundamental da vida — a alimenta
ção. E essa segurança traz-lhe atual mente o seguro em tudo de quanto necessite de gai-antia.
Dicesto Econó.nucü
113
do seguro, surgindo assim da espon taneidade do homem em busca de
segurança, do sentimento de precau ção e de defesa dos bens adquiridos contra os perigos onvolvontes que ofe
Esboçava-se, assim, pelo instinto de defesa, o princípio de divisão do risco e da mutualidade, que viria consti tuir as bases sobro que se assentar a técnica do seguro.
Urgia, pois, estruturar, organizai
rece a natureza.
O homem dotado dc instintos in
e aprimorar a velha idéia dos mer
A vida em suma, escreve Keyser-
seguros, — c ainda Keyserling quem
cadores orientais.
O culto transfigura, consagra e
Img, é essencialmente uma aventura;
perpetua. Foi o que aconteceu com a serena figura de Jesus de Nazaré , que, ao tempo em que fôra condenado
a cada instante é necessário tomar precauções o assumir riscos; e a cada
considera — não possui nem a força do leão, nem a armadura do croco
Os primeiros desastres que feriram a imaginação no mais fremente ape
dilo, nem a velocidade, do cervo, nem
lo ã proteção das riquezas, desafian do os engenhos humanos, foram os
por Poncius Pilatos, não passava de um jovem taumaturgo que, falando
de amor e de perdão, lançou as bases
instante o resultado final é imprevisí vel; portanto, o lado risco é definiti vamente predominante.
a organização técnica que a aranha traz em suas vísceras; não atinge ao equilíbrio no conjunto da nature
de uma doutrina, mais do que nenhu ma outra capaz de mitigar a dor
riscos: "Desenvolve-se a civilização
za, apanágio nativo de todos os ani mais, senão no momento em que sua
e o sofrimento e de conduzir para o bem as aspirações dos homens. O cul
material, escrevo Ripert, exigindo co
inteligência consegue suprir as im
mo resgate o sacrifício de vidas hu
perfeições congênitas.
to crescendo em fervor pelos séculos
em fora, divinizou o doce Nazareno, tornando-o maior e semnre presente às civilizações cristãs. E assim, Je sus, mais do que nunca, vive entre os
que sofrem e que podem fazér por suas palavras com que os homens se
compreendam e, por se confpreenderem, amem e perdoem.
Platão é mais assíduo ao convívio
dos sábios do que ao temoo em que dizia, nos jardins de Acâdemus, das faculdades da alma e das teorias do amor e da beleza.
Também Aristóteles, como Machia-
vel, continuam os inspiradores da po lítica e de suas intrincadas conjun turas.
Tudo isso é a florescência do culto
que, aplicado à instituição do seguro, permitirá que se perpetue, evoluindo em todas as suas aspirações. A primeira necessidade do homem, disse certo escritor, é a segurança, por isso, o homem primitivo procurou as cavernas e, mais tarde, ao raiar
O progresso c um semeador de
Chega, pois
manas ou a mutilação de corpos. As
a idade da técnica que, pela primeira
estatísticas afirmam o quanto custam de acidentes um quilômetro de ex ploração de vias férreas, um ano de
vez, vem dando ao homem sua posi ção normal. A era da técnica repre
circulação de automóveis, a exti*ação
o primeiro periodo de maturidade vi tal. o que basta para explicar o im pulso que conduz todo ser humano
de tantas toneladas de carvão."
Em tudo pululam riscos, tanto maia eomplexòs e maiores, quanto mais complexas as atividades das explora
senta, então, para o animal homem,
para a tecnização, e a fôrça animal, então, se desprende para alimentar
Ora, o seguro é a ciência do risco, ciência da defesa contra o risco, por
ésse impulso. Já vinha florescendo a era da téc nica quando mais premente se ma
ções.
neutralizar suas conseqüências, res
nifestava a ansiedade de proteção à
taurar riquezas feridas, ressuscitar
riqueza pública; sob a incerteza do
valores perecidos.
acaso, corriam perigos bens e valo res. Entretanto, ensinava remota
naufrágios e o fogo.
Um navio chegar a salvamento no
porto do destino, significava o su
rigos e surpresas da fortuna do mar. Aconteceu então que por grande
cesso de uma aventura, tantos os pe
desenvolvimento passaram Amster-
dam, Gênova, Trieste, Veneza, Bur gos, Barcelona, Sevilha e outras cida des da E'iropa. no transcorrer dos séculos XIV e XV, tornando-se pra
ças apreciáveis de comércio. Porem, as atividades chegavam à fase de
plena saturação e, necessitadas de expansão, estariam condenadas fatal mente à decadência, diante da inse gurança dos transportes que torna vam incerto e perigoso o intercâm bio de negócios. Fazia-se, portanto, mister pôr a salvo as utilidades acu muladas, como garanti-las nos trans portes cheios de perigos. Assim, de
Revela-se aí o imenso alcance da função do seguro na economia das
tradição que mercadores persas, assí
tentativa em tentativa, na ansiedade
nações, ao qual o progresso suscita
rios,
atravessarem
de encontrar uma forma de garantia
imnrescindível expansão, internacionalizando-se, e onde haure vitalida de para suas garantias, em vez de
com suas caravanas, carregadas de
que não se estruturasse no domínio do
estagnar-se na burocracia das esta-
tizações, e enfraquecer nas tentati vas das socializações.
Brotou, pois, do instinto de defesa na solidariedade humana de coopera ção de sacrifícios, o espírito criador ■.A;- <->
babilônicos,
ao
ricas mercadorias, extensos desertos, premuniam-se contra infinitos peri gos, convencionando dividirem entre
m^uitos o sinistro que recaísse em um deles. Dêste modo, pela cooperação
de sacrifícios suportáveis, atenuariam as conseqüências do desastre, que se ria fatal aquele sobre o qual recaísse.
aleatório,
construia-se
sobre
certo
empirismo o seguro marítimo no seu
aspecto primário de dinheiro dado a risco, contrato de risco, mais tarde
proibido por seu caráter de especula ção e jogo.
Impunha-se, desde logo, o seguro
que, embora de precárias garantias,
■ ■' , •;•• • • Dici::sto fêz
imediatamente
sentir
que
uma
nova força viera estimular o inter câmbio de negócios; desenvolveramse os centros comerciais e outras pra
ças apareceram pelo considerável pro gresso da navegação que trouxera
Econóaoco
adágio romano — cx fato jt4s oritur.
Dicesto
".^1 PPWip
EcoNÓNnco
primeira hipótese começou a reali
115
der a i*elação harmoniosa existente entre o texto da lei e o fato somen
Intensificou-se, daí, a evolução do
zar-se no Brasil pelo último diretor
seguro que, dia a dia, consignava progressos marcantes, e os grossos e graves riscos dos transportes ma
do Departamento Nacional do Segu ros Privados e Capitalização, imbuí do que esteve da convicção sincera de que a verdadeira finalidade do
te poderá enveredar por caminho er rado na procura da solução. Atra
rítimos
ficaram
paralelos
a
riscos
vessamos uma fase em que predo
mina o irahalhismo, que significa re
o comércio internacional à sua reali
mais sutis dos seguros de responsa
contròle do Estado seria o fortaleci
gime das massas, por isso, incom
dade.
bilidade civil, de fidelidade, do cré
mento da instituição do seguro priva do, e que a defesa devida aos segu rados seria a defesa da economia pri
patível com o espírito de iniciativa. Isto porque a política das massas, sondo politica de proteção ao traba lhador, desenvolve sua ação proteto
Propaga-se por toda a Europa uma
dito e da oscilação cambial em vias
febre de negócios; as Ordenanças de França e das cidades de Espanha,
de formação.
o Guidon de Ia mcr, as apólices de Ve
uma nova ciência, a estatística, veio oferecer elementos de certeza para estabelecer, outrossim, a ciência do seguro, até então no domínio do empirismo e do puro aleatório. Chega va assim o seguro à idade de ouro
neza e de Gênova, a atividade dos
lombardos, tudo isso ia traçando re gras ao contrato de seguros, estru turando a técnica da operação e im
pregnando a convenção de caráter jurídico.
Os lombardos, emigrando para a Inglaterra, fundavam bancos e segu ros, deram seu nome a uma rua de
Londres na qual se estabeleciam, on de existiu o café de David Lloyd, transformado mais tarde em centro
de reunião de negócios marítimos, nos Lloyds de Londres, grande insti
tuição, famosa por sua organização consentânea com a índole e espírito do seguro e celebrada pela potencia lidade que oferece, como pela exati dão e respeito às responsabilidades que assume.
Na Inglaterra, sob o influxo ani mador da rainha Elizabeth, a nave
gação tanto havia se desenvolvido
que constituia motivo de orgulho na cional. Em conseqüência, os negó-
Surgida cm fins do século passado,
de que nos fala Hemard, depois de passar pelos tormentos da especula ção que o equipararam ao jogo e apostas.
Lutava o seguro legítimo
contra o seguro artificioso.
O jogo, observa Vivante, sempre acompanhou o seguro como uma som bra inquietante. Ante
tão
imensa
e
incontestável
utilidade, imprescindível à economia dos povos como a própria existência de riquezas e a atração sinistra do abismo
das
aventuras
e
especula
ções, sentiram os Governos a necessi dade indeclinável de intervir nas em-
prêsas para estabelecer o controle das operações. O sistema da intervenção do Es
tica progressão, e como esses negó
tado varia segundo a índole de cada povo; se liberal, como na Inglaterra, mais rígido e policial existe entre outras nações e, enti*e ambos, o re
cios firmam-se, concertava-se e dis
gime misto, como o nosso.
' cios marítimos cresceram em idên
cutia-se no estabelecimento de David
O
controle
do
Estado
produzirá
Lloyd; os preceitos de direito sur
bons frutos, que fortalecerão a ins
giam dos usos e costumes daquela
tituição do seguro, ou produzirá es-
praça, na mais pura e espontânea
tiolamento pela incompreensão e pe
legitimidade, para confirmar o velho
las impertinências da burocracia. A
vada c da previdência nacional, por tanto defesa do interesso supremo do Estado — o de prover ao bem-estar
ra sem considerar o valor do operá
social e à paz econômica.
dade profissional; porém, pretende
Desempenhava, então, o agente do Poder público, uma função que dêste modo se tornara elevada e importan te à luz de sua jovem inteligência, amadurecida na cultura de um apai xonado do seguro c não como um
fanático inconsciente da lei, à manei
ra do policial Javert da obra de Vítor Hugo; entretanto não foi compreen dido.
O supremo ideal no controle do Estado seria a faculdade de com
preensão. Todo ato de compreensão é um ato pessoal e criador ao mesmo tempo, disse o autor das Meditações Sul-Americanas. Aquele que lê um livro sem acrescentar sua compreen são, não verá senão papel e tinta de
imprimir; assim como aquele que de
sempenha o contròle sem compreen
rio, seus atributos pessoais e quali desenvolver sua ação, levando somen te om consideração a massa traba
lhadora, operários estandardizados, confundindo e amalgamando o habil o o inábil, o bom e o mau. E como
o trabalhador torna-se impessoal na massa, porque não se lhe reconhecem valor e qualidades, será por isso in capaz de qualquer iniciativa criado ra. Consequentemente, a iniciativa particular é imprópria ao regime das massas.
Destarte, inquietante sombra paira sobre o destino da livre empresa, por
tanto sobre o seguro privado, e oxa
lá possamos, no culto que hoje ce lebramos, formular à clarividência do legislador brasileiro os apelos do seguro privado, esperando que êle os receba na serenidade de uma com
preensão luminosa e criadora.
'
■ ■' , •;•• • • Dici::sto fêz
imediatamente
sentir
que
uma
nova força viera estimular o inter câmbio de negócios; desenvolveramse os centros comerciais e outras pra
ças apareceram pelo considerável pro gresso da navegação que trouxera
Econóaoco
adágio romano — cx fato jt4s oritur.
Dicesto
".^1 PPWip
EcoNÓNnco
primeira hipótese começou a reali
115
der a i*elação harmoniosa existente entre o texto da lei e o fato somen
Intensificou-se, daí, a evolução do
zar-se no Brasil pelo último diretor
seguro que, dia a dia, consignava progressos marcantes, e os grossos e graves riscos dos transportes ma
do Departamento Nacional do Segu ros Privados e Capitalização, imbuí do que esteve da convicção sincera de que a verdadeira finalidade do
te poderá enveredar por caminho er rado na procura da solução. Atra
rítimos
ficaram
paralelos
a
riscos
vessamos uma fase em que predo
mina o irahalhismo, que significa re
o comércio internacional à sua reali
mais sutis dos seguros de responsa
contròle do Estado seria o fortaleci
gime das massas, por isso, incom
dade.
bilidade civil, de fidelidade, do cré
mento da instituição do seguro priva do, e que a defesa devida aos segu rados seria a defesa da economia pri
patível com o espírito de iniciativa. Isto porque a política das massas, sondo politica de proteção ao traba lhador, desenvolve sua ação proteto
Propaga-se por toda a Europa uma
dito e da oscilação cambial em vias
febre de negócios; as Ordenanças de França e das cidades de Espanha,
de formação.
o Guidon de Ia mcr, as apólices de Ve
uma nova ciência, a estatística, veio oferecer elementos de certeza para estabelecer, outrossim, a ciência do seguro, até então no domínio do empirismo e do puro aleatório. Chega va assim o seguro à idade de ouro
neza e de Gênova, a atividade dos
lombardos, tudo isso ia traçando re gras ao contrato de seguros, estru turando a técnica da operação e im
pregnando a convenção de caráter jurídico.
Os lombardos, emigrando para a Inglaterra, fundavam bancos e segu ros, deram seu nome a uma rua de
Londres na qual se estabeleciam, on de existiu o café de David Lloyd, transformado mais tarde em centro
de reunião de negócios marítimos, nos Lloyds de Londres, grande insti
tuição, famosa por sua organização consentânea com a índole e espírito do seguro e celebrada pela potencia lidade que oferece, como pela exati dão e respeito às responsabilidades que assume.
Na Inglaterra, sob o influxo ani mador da rainha Elizabeth, a nave
gação tanto havia se desenvolvido
que constituia motivo de orgulho na cional. Em conseqüência, os negó-
Surgida cm fins do século passado,
de que nos fala Hemard, depois de passar pelos tormentos da especula ção que o equipararam ao jogo e apostas.
Lutava o seguro legítimo
contra o seguro artificioso.
O jogo, observa Vivante, sempre acompanhou o seguro como uma som bra inquietante. Ante
tão
imensa
e
incontestável
utilidade, imprescindível à economia dos povos como a própria existência de riquezas e a atração sinistra do abismo
das
aventuras
e
especula
ções, sentiram os Governos a necessi dade indeclinável de intervir nas em-
prêsas para estabelecer o controle das operações. O sistema da intervenção do Es
tica progressão, e como esses negó
tado varia segundo a índole de cada povo; se liberal, como na Inglaterra, mais rígido e policial existe entre outras nações e, enti*e ambos, o re
cios firmam-se, concertava-se e dis
gime misto, como o nosso.
' cios marítimos cresceram em idên
cutia-se no estabelecimento de David
O
controle
do
Estado
produzirá
Lloyd; os preceitos de direito sur
bons frutos, que fortalecerão a ins
giam dos usos e costumes daquela
tituição do seguro, ou produzirá es-
praça, na mais pura e espontânea
tiolamento pela incompreensão e pe
legitimidade, para confirmar o velho
las impertinências da burocracia. A
vada c da previdência nacional, por tanto defesa do interesso supremo do Estado — o de prover ao bem-estar
ra sem considerar o valor do operá
social e à paz econômica.
dade profissional; porém, pretende
Desempenhava, então, o agente do Poder público, uma função que dêste modo se tornara elevada e importan te à luz de sua jovem inteligência, amadurecida na cultura de um apai xonado do seguro c não como um
fanático inconsciente da lei, à manei
ra do policial Javert da obra de Vítor Hugo; entretanto não foi compreen dido.
O supremo ideal no controle do Estado seria a faculdade de com
preensão. Todo ato de compreensão é um ato pessoal e criador ao mesmo tempo, disse o autor das Meditações Sul-Americanas. Aquele que lê um livro sem acrescentar sua compreen são, não verá senão papel e tinta de
imprimir; assim como aquele que de
sempenha o contròle sem compreen
rio, seus atributos pessoais e quali desenvolver sua ação, levando somen te om consideração a massa traba
lhadora, operários estandardizados, confundindo e amalgamando o habil o o inábil, o bom e o mau. E como
o trabalhador torna-se impessoal na massa, porque não se lhe reconhecem valor e qualidades, será por isso in capaz de qualquer iniciativa criado ra. Consequentemente, a iniciativa particular é imprópria ao regime das massas.
Destarte, inquietante sombra paira sobre o destino da livre empresa, por
tanto sobre o seguro privado, e oxa
lá possamos, no culto que hoje ce lebramos, formular à clarividência do legislador brasileiro os apelos do seguro privado, esperando que êle os receba na serenidade de uma com
preensão luminosa e criadora.
'
"11"
iiiii.wtlipmvminiimil
117 A
Dicesto Econômico
NOVOS PLANOS NejuSON Weiweck Sodré
Após o fim da ^erra, quando as necessidades do período de luta militar puseram a nu as deficiências alastradas e profundas do sistema brasileiro de transportes, vários ele mentos, entidades e associações vol taram as suas vistas para o proble
e para o seu conseqüente planejamen to, perdendo -se os pretensos especia listas em considerações de segunda importância, enquanto as de evidente
ma. Sua gravidade saltava aos olhos.
portes. Temos estudado, na realida de, o problema das comunicações, e
de so'ucionar a questão, sem encon
trar uma fórmula salvadora, que en caminhasse a sua marcha normal.
Assim, o Ministério da Viação ela borou um novo Plano Geral de Via ção Nacional, uma vez que a revisão do plano antigo correspondia, na ver dade, ao estabelecimento de outro plano; elementos especializados do
DASP trataram de dar-lhe um lugar de destaque, no conjunto do Plano
SALTE, a ser submetido ao Legisla tivo; e a Câmara Federal trabalhou
rio arbitrário, o seu afastamento da
tante com a realidade brasileira, fi
realidade.
guram como elaborações intelectuais
VI
Puseram-se todos a estudar os meios
Apreciadas iBoladamente, entretanto, sem conjugação sistemática e cons
relevo ficavam obscurecidas. Em pri
vimento da produção nacional deram
real, muito interessantes para a lei
causa à situação que apresentam os
tura, mas incipientes, quando postas
transportes, entre nós, e qualquer
na fase de transição para a reali
planejamento, na situação atual, de
dade. O estudo do meio nacional tem
ve considerá-las:
uma importância de j-rimeira ordem, na apreciação e no planejamento de
áreas de produção.
um sistema de transportes porque tal sistema deve cingir-sc- às exigências
distinguir entre comunicações e trans
dêsse meio o satisfazei as imposições
Conselho Nacional de Geografia, cuja
revista acolheu e publicou trabalhos
Duas características do desenvol
destituídas de qualquer importância
meiro lugar, como sempre, havia que
temos esquecido, quase sistematica mente, as peculiaridades do problema dos transportes, entre as quais a mais importante, sem dúvida, é a que so prende às características, tendências e possibilidades da produção nacional. Comunicações é um tema de teor geo gráfico evidente e por isso tem sido objeto de atenção por parte de enti dades geográficas, em particular o
logo. as suas deficiências, o seu crité
a
dispersão
geográfica
das
ca finalidade fundamental de
ções de ordem geográfica, apenas,
produzir para mercados externos. A primeira, quê tem sido uma cons tante histórica, mostra-nos o afa_stamento de umas áreas em relação
pois estas, quando muito, condicio
a outras, dispersas na imensidade
oue êle contém. Mas não são imposi
nam, e nos limites que a técnica
geográfica brasileira. Essa caracte
moderna lhes confere, as que impor tam de maneira particular. E' indis cutível a prepon-
rística foi permanente, mas variou
encarar
mudamos
o
produto básico e mudamos as áreas do cultivo. Um exame na balança
blema teórico das comunicações, pa se
existência do Bra sil:
derância, quando se esquece o pro
ra
em aspectos, nas diversas fases da
o
problema concreto
de comércio exter
dos
no, no
transportes,
momento,
meritórios a esse respeito. Êsses tra
das características
indicando uma pre
balhos mostram, quase como regra,
da produção nacio
ponderância acen
nal. Estas são de terminantes, sem
tuada da zona cen tro • su^, m o s t c a,
intensamente, embora sem diretriz, na elaboração de um plano de reaparelhamento da rede ferroviária, plano
teúdo geográfico do problema, e en
a preocupação permanente com o con
vultoso, quer pelos investimentos a
tram fundamente na análise dos as
que deveria obrigar, quer pela quan tidade de material que se prometia
pectos naturais, da fisiografia bra
sileira, com grande cópia de detalhes
fornecer.
e com alarde de conhecimentos, as li
to ó de comunicações, em
devida situação do problema. ^0 que
nhas de menor resistência, os aspec tos interessantes, como aquêle que
critérios geográficos assumem re levo singular, o que estimula as cons
colonial e que constitui, sem dúvida,
so assistiu, entretanto, foi ao .desen
se representa na barreira da serra do
truções teóricas
volvimento da confusão em que sem,--
O momento era, pois, propício à
. dúvida, e obrigam o estudo e o pla nejamento a gravitar em torno de suas imposições. Enquanto o aspec
muito
que os
grandes e
por outro lado, a existência de outras áreas de produção, de importâncias variáveis, distantes daquela zona.
A segunda, que vem do passado um dos fundamentos do estadn semi-
Mar, ou o que mostra as imensas
muito atraentes, tudo vai bem. Quan
colonial de nossa esti*utura de produ ção, mostra como os mercados exter
pre foi colocado. Os diferentes as-- . possibilidades de Viação natural e in terna representadas pelos nossos rios. pectos sob que se apresenta ficarani
do so trata de transformar esse as
nos têm um papel capital no consu
pecto, pelo aparecimento do fator
mo, e portanto no escoamento, da
baralhados, e
produção, que muda o problema de
quilo que produzimos. Não nos dis tinguimos muito, ainda hoje, da gran de fazenda tropical, fornecedora de
a
confusão
derivou
São faces curiosas, sem dúvida al
principalmente da ausência de um
guma, do problema das comunicações,
comunicações em problema de trans
critério objetivo para o seu estudo
e mostram as possibilidades viatórias.
portes, aquelas construções indicara
l".
átáillÉii
"11"
iiiii.wtlipmvminiimil
117 A
Dicesto Econômico
NOVOS PLANOS NejuSON Weiweck Sodré
Após o fim da ^erra, quando as necessidades do período de luta militar puseram a nu as deficiências alastradas e profundas do sistema brasileiro de transportes, vários ele mentos, entidades e associações vol taram as suas vistas para o proble
e para o seu conseqüente planejamen to, perdendo -se os pretensos especia listas em considerações de segunda importância, enquanto as de evidente
ma. Sua gravidade saltava aos olhos.
portes. Temos estudado, na realida de, o problema das comunicações, e
de so'ucionar a questão, sem encon
trar uma fórmula salvadora, que en caminhasse a sua marcha normal.
Assim, o Ministério da Viação ela borou um novo Plano Geral de Via ção Nacional, uma vez que a revisão do plano antigo correspondia, na ver dade, ao estabelecimento de outro plano; elementos especializados do
DASP trataram de dar-lhe um lugar de destaque, no conjunto do Plano
SALTE, a ser submetido ao Legisla tivo; e a Câmara Federal trabalhou
rio arbitrário, o seu afastamento da
tante com a realidade brasileira, fi
realidade.
guram como elaborações intelectuais
VI
Puseram-se todos a estudar os meios
Apreciadas iBoladamente, entretanto, sem conjugação sistemática e cons
relevo ficavam obscurecidas. Em pri
vimento da produção nacional deram
real, muito interessantes para a lei
causa à situação que apresentam os
tura, mas incipientes, quando postas
transportes, entre nós, e qualquer
na fase de transição para a reali
planejamento, na situação atual, de
dade. O estudo do meio nacional tem
ve considerá-las:
uma importância de j-rimeira ordem, na apreciação e no planejamento de
áreas de produção.
um sistema de transportes porque tal sistema deve cingir-sc- às exigências
distinguir entre comunicações e trans
dêsse meio o satisfazei as imposições
Conselho Nacional de Geografia, cuja
revista acolheu e publicou trabalhos
Duas características do desenvol
destituídas de qualquer importância
meiro lugar, como sempre, havia que
temos esquecido, quase sistematica mente, as peculiaridades do problema dos transportes, entre as quais a mais importante, sem dúvida, é a que so prende às características, tendências e possibilidades da produção nacional. Comunicações é um tema de teor geo gráfico evidente e por isso tem sido objeto de atenção por parte de enti dades geográficas, em particular o
logo. as suas deficiências, o seu crité
a
dispersão
geográfica
das
ca finalidade fundamental de
ções de ordem geográfica, apenas,
produzir para mercados externos. A primeira, quê tem sido uma cons tante histórica, mostra-nos o afa_stamento de umas áreas em relação
pois estas, quando muito, condicio
a outras, dispersas na imensidade
oue êle contém. Mas não são imposi
nam, e nos limites que a técnica
geográfica brasileira. Essa caracte
moderna lhes confere, as que impor tam de maneira particular. E' indis cutível a prepon-
rística foi permanente, mas variou
encarar
mudamos
o
produto básico e mudamos as áreas do cultivo. Um exame na balança
blema teórico das comunicações, pa se
existência do Bra sil:
derância, quando se esquece o pro
ra
em aspectos, nas diversas fases da
o
problema concreto
de comércio exter
dos
no, no
transportes,
momento,
meritórios a esse respeito. Êsses tra
das características
indicando uma pre
balhos mostram, quase como regra,
da produção nacio
ponderância acen
nal. Estas são de terminantes, sem
tuada da zona cen tro • su^, m o s t c a,
intensamente, embora sem diretriz, na elaboração de um plano de reaparelhamento da rede ferroviária, plano
teúdo geográfico do problema, e en
a preocupação permanente com o con
vultoso, quer pelos investimentos a
tram fundamente na análise dos as
que deveria obrigar, quer pela quan tidade de material que se prometia
pectos naturais, da fisiografia bra
sileira, com grande cópia de detalhes
fornecer.
e com alarde de conhecimentos, as li
to ó de comunicações, em
devida situação do problema. ^0 que
nhas de menor resistência, os aspec tos interessantes, como aquêle que
critérios geográficos assumem re levo singular, o que estimula as cons
colonial e que constitui, sem dúvida,
so assistiu, entretanto, foi ao .desen
se representa na barreira da serra do
truções teóricas
volvimento da confusão em que sem,--
O momento era, pois, propício à
. dúvida, e obrigam o estudo e o pla nejamento a gravitar em torno de suas imposições. Enquanto o aspec
muito
que os
grandes e
por outro lado, a existência de outras áreas de produção, de importâncias variáveis, distantes daquela zona.
A segunda, que vem do passado um dos fundamentos do estadn semi-
Mar, ou o que mostra as imensas
muito atraentes, tudo vai bem. Quan
colonial de nossa esti*utura de produ ção, mostra como os mercados exter
pre foi colocado. Os diferentes as-- . possibilidades de Viação natural e in terna representadas pelos nossos rios. pectos sob que se apresenta ficarani
do so trata de transformar esse as
nos têm um papel capital no consu
pecto, pelo aparecimento do fator
mo, e portanto no escoamento, da
baralhados, e
produção, que muda o problema de
quilo que produzimos. Não nos dis tinguimos muito, ainda hoje, da gran de fazenda tropical, fornecedora de
a
confusão
derivou
São faces curiosas, sem dúvida al
principalmente da ausência de um
guma, do problema das comunicações,
comunicações em problema de trans
critério objetivo para o seu estudo
e mostram as possibilidades viatórias.
portes, aquelas construções indicara
l".
átáillÉii
■-fw*!
118
Dicksto EcoNÓNnco
mercados distantes e extracontinen-
tais, que fomos durante séculos. Essa dependência dos mercados externos
importa, sem dúvida, no reconheci
mento das influências externas sôl>re
consumidores
externos.
Dessa forma, há duas etapas bem distintas, no sistema de distribuição da produção nacional:
X19
exploração. Enquanto a ferrovia con
subordina aos fretes impostos pelas
cedia dividendos, muito bom.
organizações transportadoras estx*an-
Quando
passava a tornar-se onerosa, cm vir
próprias
geiras que fazem, em sistema de qua se monopólio, a navegação oceânica.
deficiências técnicas da construção,
Tais portos, por outro lado, também
tude, quase sempre, das
Quais os reflexos dessas duas ca racterísticas no estabelecimento do
— a primeira — da área de pro dução ao porto de embarque. — a segunda — do porto de em barque ao mercado consumidor. Enquanto a construção ferroviária, que foi a única no passado, desde
cemos, porque o nosso tempo os vem
insuficientes por preços altos e pe
debatendo, êles são atuais;
sistema existente e lhe deram a fisio
que a produção começou a inteimarse, se manteve om condições razoá veis, accessível a capitais relativa
trução, que passaram a pesar decisi
a qual todo planejamento teó
mente pequenos, o encontrando legis lação interna receptiva, nas piores
sam, assim, nos índices econômicos do uma produção já onerada, no tre cho terrestre de seu escoamento. O
as oscilações da produção nacional, os seus preços, o seu financianion-
to, as suas crises.
sistema brasileiro de transportes? E' fácil verificar que elas impuseram o
nomia dispersa que hoje apresenta e -
mercados
Dicesto Econóaíico
rico tem sido inútil.
A dispersão
geográfica das áreas de produção
acarretou a dispersão dos sistemas ransporte, e vimos o aparecimen
to, sucessivo ou por vezes simultâneo, das redes de ferrovias, no nordeste,
no leste, no centro-sul e no sul, de sarticuladas umas das outras. E' por isso que tem aparecido, nos plane jamentos atuais, a tendência para a interligação dêsses sistemas disper sos, na ânsia de unificar as redes
esparsas em que se reparte o parque ferroviário brasileiro, elaborado sob condições difíceis e padecendo de one rosas deficiências.
O imperativo de produzir para ex portar, por outro lado, conferiu a
esses sistemas isolados de transpor tes um denominador comum: todos
condições para o nosso povo, houve
não também onerados por concessões
sionais sôbre a produção a ser es coada, congestionamentos de tráfego,
do construção similares as das ferro vias, o mais deficiente, movimentam
e outros problemas que bem conhe
pequenas cargas, prestam serviços
— deficiências
técnicas
de
cons
vamente na capacidade de transporte, no rendimento do tráfego, nas despe sas de manutenção. A ausência de
empreendimento.s ferroviários, e êles
fiscalização nas construções, a preca riedade das exigências contratuais do
se
sucederam,
com
identidades
de
origem, em regra o capital particular
exploração conduziam a que as ferro
o estrangeiro, e com identidades de processos de aplicação: ausência de
vias fossem construídas sob condições técnicas deficientes que as tornariam,
segurança, de nossa parte, garantias
com o passar dos tempos, verdadeiros trambolhos ferroviários cuja explo ração seria progressivamente anti
de juros, concessões de toda ordem, ou alfandegárias, para o material im portado, ou de terras, pelo privilé
gio de faixas laterai.s, ou de lucros, pela possibilidade de exportá-los. Quando a construção ferroviária começou a encarecer, pelo desenvol-
mento das técnicas metalúrgicas, tais capitais encontraram menos interes
econômica; ~ emprego sistemático de duas es
pécies de combustível, ou a lenha, que conduz a uma intensa desmata-
Çâo, ou o carvão estrangeiro, que im põe um consumo ascensional
produto e
pesa
dêsse
negativamente
na
se nos investimentos ferroviários que
balança comercial em valores cres
passaram a depender, entro nós, da
centes.
3-Çáo governamental, que só se pode externos, acudissem no foi-talecimen-
seriam embarcadas para mercados
to de suas precárias possibilidades. O
consumidores externos. Apareceram, assim, no Brasil, sucessivamente, as
parque ferroviário brasileiro, assim,
matérias-primas, traziam-nas a um porto, para daí serem distribuídas aos
sob regime de exploração, quando
ços contínuos, carga de fretes ascen-
atração natural de capitais para os
foram levantados para transportar mercadorias do interior para o litoral, para um porto accessível, donde
penetrantes ferroviárias, que iam em busca dos produtos tropicais ou daa
tentativas de encampação, de servi
ria efetivar quando recursos extraor dinários, como os dos empréstimos
ficou com as deficiências com que hoje se apresenta: — concessões nocivas ao interêsse
brasileiro, pelas garantias de juros, privilégios de faixa, monopólios de
— paralisação de quaisquer obras de melhoramento.s, estiolando-se um
sistema ferroviário e, muitas vêzes, com êle, zonas inteiras, asfixiadas pe la precariedade dos transportes.
A segunda etapa do problema da distribuição da produção que se des tina aos mercados externos não ofe
rece melhores perpectivas: posta nos
portos de embarque, a produção se
congestionamento constante dos por tos principais acaba por acarretar a alta dos fretes, imposta pelas or
ganizações estrangeiras, a cujos in terêsses, em última análise, devemos submeter, de forma vexatória, os pre ços e valores de uma produção cons tantemente sobrecarregada. Todas as dificuldades são impostas às ten
tativas de organização de um sistema nacional para a navegação oceânica, que possibilitasse, em bases menos onerosas, êsse escoamento obrigató
rio para o exterior, e que ficasse
menos subordinada aos interesses extranacionais que influem nos seus
preços e que acabam por impor as suas condições a um aparelhamento produtor deficiente, precário e, de tal forma obsoleto, que tem ainda na mão-de-obra barata um dos poucos
recursos em que se alicerça quando, nos grandes momentos de crise dos concorrentes, como os das guerras mundiais, podemos penetrar em mer
cados que êles habitualmente domi nam.
Se tais são as cores do quadro ge
ral, enquanto a produção brasileira gravita
quase
exclusivamente
para
os mercados externos, permanecendo
■-fw*!
118
Dicksto EcoNÓNnco
mercados distantes e extracontinen-
tais, que fomos durante séculos. Essa dependência dos mercados externos
importa, sem dúvida, no reconheci
mento das influências externas sôl>re
consumidores
externos.
Dessa forma, há duas etapas bem distintas, no sistema de distribuição da produção nacional:
X19
exploração. Enquanto a ferrovia con
subordina aos fretes impostos pelas
cedia dividendos, muito bom.
organizações transportadoras estx*an-
Quando
passava a tornar-se onerosa, cm vir
próprias
geiras que fazem, em sistema de qua se monopólio, a navegação oceânica.
deficiências técnicas da construção,
Tais portos, por outro lado, também
tude, quase sempre, das
Quais os reflexos dessas duas ca racterísticas no estabelecimento do
— a primeira — da área de pro dução ao porto de embarque. — a segunda — do porto de em barque ao mercado consumidor. Enquanto a construção ferroviária, que foi a única no passado, desde
cemos, porque o nosso tempo os vem
insuficientes por preços altos e pe
debatendo, êles são atuais;
sistema existente e lhe deram a fisio
que a produção começou a inteimarse, se manteve om condições razoá veis, accessível a capitais relativa
trução, que passaram a pesar decisi
a qual todo planejamento teó
mente pequenos, o encontrando legis lação interna receptiva, nas piores
sam, assim, nos índices econômicos do uma produção já onerada, no tre cho terrestre de seu escoamento. O
as oscilações da produção nacional, os seus preços, o seu financianion-
to, as suas crises.
sistema brasileiro de transportes? E' fácil verificar que elas impuseram o
nomia dispersa que hoje apresenta e -
mercados
Dicesto Econóaíico
rico tem sido inútil.
A dispersão
geográfica das áreas de produção
acarretou a dispersão dos sistemas ransporte, e vimos o aparecimen
to, sucessivo ou por vezes simultâneo, das redes de ferrovias, no nordeste,
no leste, no centro-sul e no sul, de sarticuladas umas das outras. E' por isso que tem aparecido, nos plane jamentos atuais, a tendência para a interligação dêsses sistemas disper sos, na ânsia de unificar as redes
esparsas em que se reparte o parque ferroviário brasileiro, elaborado sob condições difíceis e padecendo de one rosas deficiências.
O imperativo de produzir para ex portar, por outro lado, conferiu a
esses sistemas isolados de transpor tes um denominador comum: todos
condições para o nosso povo, houve
não também onerados por concessões
sionais sôbre a produção a ser es coada, congestionamentos de tráfego,
do construção similares as das ferro vias, o mais deficiente, movimentam
e outros problemas que bem conhe
pequenas cargas, prestam serviços
— deficiências
técnicas
de
cons
vamente na capacidade de transporte, no rendimento do tráfego, nas despe sas de manutenção. A ausência de
empreendimento.s ferroviários, e êles
fiscalização nas construções, a preca riedade das exigências contratuais do
se
sucederam,
com
identidades
de
origem, em regra o capital particular
exploração conduziam a que as ferro
o estrangeiro, e com identidades de processos de aplicação: ausência de
vias fossem construídas sob condições técnicas deficientes que as tornariam,
segurança, de nossa parte, garantias
com o passar dos tempos, verdadeiros trambolhos ferroviários cuja explo ração seria progressivamente anti
de juros, concessões de toda ordem, ou alfandegárias, para o material im portado, ou de terras, pelo privilé
gio de faixas laterai.s, ou de lucros, pela possibilidade de exportá-los. Quando a construção ferroviária começou a encarecer, pelo desenvol-
mento das técnicas metalúrgicas, tais capitais encontraram menos interes
econômica; ~ emprego sistemático de duas es
pécies de combustível, ou a lenha, que conduz a uma intensa desmata-
Çâo, ou o carvão estrangeiro, que im põe um consumo ascensional
produto e
pesa
dêsse
negativamente
na
se nos investimentos ferroviários que
balança comercial em valores cres
passaram a depender, entro nós, da
centes.
3-Çáo governamental, que só se pode externos, acudissem no foi-talecimen-
seriam embarcadas para mercados
to de suas precárias possibilidades. O
consumidores externos. Apareceram, assim, no Brasil, sucessivamente, as
parque ferroviário brasileiro, assim,
matérias-primas, traziam-nas a um porto, para daí serem distribuídas aos
sob regime de exploração, quando
ços contínuos, carga de fretes ascen-
atração natural de capitais para os
foram levantados para transportar mercadorias do interior para o litoral, para um porto accessível, donde
penetrantes ferroviárias, que iam em busca dos produtos tropicais ou daa
tentativas de encampação, de servi
ria efetivar quando recursos extraor dinários, como os dos empréstimos
ficou com as deficiências com que hoje se apresenta: — concessões nocivas ao interêsse
brasileiro, pelas garantias de juros, privilégios de faixa, monopólios de
— paralisação de quaisquer obras de melhoramento.s, estiolando-se um
sistema ferroviário e, muitas vêzes, com êle, zonas inteiras, asfixiadas pe la precariedade dos transportes.
A segunda etapa do problema da distribuição da produção que se des tina aos mercados externos não ofe
rece melhores perpectivas: posta nos
portos de embarque, a produção se
congestionamento constante dos por tos principais acaba por acarretar a alta dos fretes, imposta pelas or
ganizações estrangeiras, a cujos in terêsses, em última análise, devemos submeter, de forma vexatória, os pre ços e valores de uma produção cons tantemente sobrecarregada. Todas as dificuldades são impostas às ten
tativas de organização de um sistema nacional para a navegação oceânica, que possibilitasse, em bases menos onerosas, êsse escoamento obrigató
rio para o exterior, e que ficasse
menos subordinada aos interesses extranacionais que influem nos seus
preços e que acabam por impor as suas condições a um aparelhamento produtor deficiente, precário e, de tal forma obsoleto, que tem ainda na mão-de-obra barata um dos poucos
recursos em que se alicerça quando, nos grandes momentos de crise dos concorrentes, como os das guerras mundiais, podemos penetrar em mer
cados que êles habitualmente domi nam.
Se tais são as cores do quadro ge
ral, enquanto a produção brasileira gravita
quase
exclusivamente
para
os mercados externos, permanecendo
DicEsix) Econômico
120
o oceano como a grande área dc cir
a sua fisionomia antiga, particular
culação, e o sistema terrestre de transportes sob a característica de penetrantes que buscam matérias-
mente no centro-sul, o Brasil come
primas e produtos tropicais para tra-
INAUDITO EPISÓDIO
ça a delinear o quadro de uma cir culação interna que afetará natural mente a distribuição dos produtos.
Afonso de E. Taunay
AconnEü em 1710, ao que parece,
zê-los aos portos de embarque, —
Embora permaneça ainda um produ
extraordinário fato nos anais do
coméi*cio do sal brasileiro, incidente
não são melhores, nem menos des
tor de matérias-primas c alimentí
favoráveis quando se esboça, entre
cias principalmente, e dostinando-as
nós, um mercado interno que consti
ao mercado externo, que permanece
tui a grande e substancial alteração
preponderante, — vamos estimulando uma produção para mercados nacio nais, que logo defronta as maiores di ficuldades, pelo baixo poder aquisiti
da
estrutura
econômica
do
país.
Tendo alcançado, através das grandes dificuldades oriundas de uma econo
mia semicolonial, a acumulação, em algumas zonas, de riqueza que alterou
vo do nosso povo é pela px-ecariedade do sistema de transportes.
Comenta
Machado
de
Oliveix-a
ímpar em nossa história colonial,
{Quadro histórico, pág. 126): "Ura
provocado pela extorsão dos monopo
fato clamoroso se deu a propósito da
lenta e justíssima x'eação dos extorquidos. A esse movimento encabeçou
proeza de Bartolomeu de Faria que, ao rigor da história não pode passar desapercebido, e que revela o pengo
Bartolomeu Fernandes Faria paulista de velha estirpe.
duos de índole e costumes rudes, que
listas, causadores da inespei*ada, vio
Filho e neto de indivíduos que ti
nham 03 mesmos patronímicos, diz Azevedo Marques, pertencia a uma
progênie de homens extraordinaria mente violentos.
Nos anais das câmaras de Iguape e de São Paulo aparecem-nos fre
qüentemente os seus nomes lembra
dos por atos de indisciplina, rebeldia o violência.
do riquezas acumuladas em indiví as têm como potência ap a para
coonestar desmandos e justificarmos devaneios arbitrários da von ^
te levantada dentro do seu estabe lecimento rural de Jacarei, a noite
defendida por numerosa escravatura de índios, tomados nos sertões a fe^ ro e fogo, De dia vivia o gentio territorial. Tinha o potentado trato
tes Bartolomeus, por volta de 1640,
brando só com homens que, com o
em Iguape, autor de homicídios e
título de "agregados", moravam era
prepotências. Parece ter sido o mes
seu apanágio. Êstes às vezes, quando lhes minguaram os recursos, fruíam
mo que foi o provedor da Casa da Moeda de S. Paulo por volta de 1650. Em fins do século XVII era o se
gundo, ou terceiro, Bartolomeu Fer nandes de Faria administrador das minas de São Paulo. Contava
n
Sentia-se Bartolomeu Fernandes de Faria, seguro no abrigo de casa-for-
ocupado na lavra do imenso dommio
Assim, Young descobriu um des
rm
intermédio de um seu carijó, alcunha do o judeu.
seus
setenta
anos, em
1710, quando, em mês e dia ignora dos, realizou a inaudida façanha de que largamente se ocupou Pedro Taques.
Êste, aliás, lhe chama "terror da vila de Jacareí em cujo têi^mo foi morador muitos anos" e o acusa de mandante de muitos assassinatos, por
os do senhorio, que os largueava de bom-grado pela esperada compensa ção da sujeição aos seus alvcdrioa do senhor de baraço e cutelo. "E se era assim o seu trato, diver so o que ostentava eni presença da autoridade, desprezando insolentemente os seus mandados.
Nada reprimia a consumação doa atentados em que vivia atolado: e ai daqueles que queriam suster-lhe a mão criminosa, e o seu contínuo desvairamento denunciavam.
A questão do açambarcamento ^
DicEsix) Econômico
120
o oceano como a grande área dc cir
a sua fisionomia antiga, particular
culação, e o sistema terrestre de transportes sob a característica de penetrantes que buscam matérias-
mente no centro-sul, o Brasil come
primas e produtos tropicais para tra-
INAUDITO EPISÓDIO
ça a delinear o quadro de uma cir culação interna que afetará natural mente a distribuição dos produtos.
Afonso de E. Taunay
AconnEü em 1710, ao que parece,
zê-los aos portos de embarque, —
Embora permaneça ainda um produ
extraordinário fato nos anais do
coméi*cio do sal brasileiro, incidente
não são melhores, nem menos des
tor de matérias-primas c alimentí
favoráveis quando se esboça, entre
cias principalmente, e dostinando-as
nós, um mercado interno que consti
ao mercado externo, que permanece
tui a grande e substancial alteração
preponderante, — vamos estimulando uma produção para mercados nacio nais, que logo defronta as maiores di ficuldades, pelo baixo poder aquisiti
da
estrutura
econômica
do
país.
Tendo alcançado, através das grandes dificuldades oriundas de uma econo
mia semicolonial, a acumulação, em algumas zonas, de riqueza que alterou
vo do nosso povo é pela px-ecariedade do sistema de transportes.
Comenta
Machado
de
Oliveix-a
ímpar em nossa história colonial,
{Quadro histórico, pág. 126): "Ura
provocado pela extorsão dos monopo
fato clamoroso se deu a propósito da
lenta e justíssima x'eação dos extorquidos. A esse movimento encabeçou
proeza de Bartolomeu de Faria que, ao rigor da história não pode passar desapercebido, e que revela o pengo
Bartolomeu Fernandes Faria paulista de velha estirpe.
duos de índole e costumes rudes, que
listas, causadores da inespei*ada, vio
Filho e neto de indivíduos que ti
nham 03 mesmos patronímicos, diz Azevedo Marques, pertencia a uma
progênie de homens extraordinaria mente violentos.
Nos anais das câmaras de Iguape e de São Paulo aparecem-nos fre
qüentemente os seus nomes lembra
dos por atos de indisciplina, rebeldia o violência.
do riquezas acumuladas em indiví as têm como potência ap a para
coonestar desmandos e justificarmos devaneios arbitrários da von ^
te levantada dentro do seu estabe lecimento rural de Jacarei, a noite
defendida por numerosa escravatura de índios, tomados nos sertões a fe^ ro e fogo, De dia vivia o gentio territorial. Tinha o potentado trato
tes Bartolomeus, por volta de 1640,
brando só com homens que, com o
em Iguape, autor de homicídios e
título de "agregados", moravam era
prepotências. Parece ter sido o mes
seu apanágio. Êstes às vezes, quando lhes minguaram os recursos, fruíam
mo que foi o provedor da Casa da Moeda de S. Paulo por volta de 1650. Em fins do século XVII era o se
gundo, ou terceiro, Bartolomeu Fer nandes de Faria administrador das minas de São Paulo. Contava
n
Sentia-se Bartolomeu Fernandes de Faria, seguro no abrigo de casa-for-
ocupado na lavra do imenso dommio
Assim, Young descobriu um des
rm
intermédio de um seu carijó, alcunha do o judeu.
seus
setenta
anos, em
1710, quando, em mês e dia ignora dos, realizou a inaudida façanha de que largamente se ocupou Pedro Taques.
Êste, aliás, lhe chama "terror da vila de Jacareí em cujo têi^mo foi morador muitos anos" e o acusa de mandante de muitos assassinatos, por
os do senhorio, que os largueava de bom-grado pela esperada compensa ção da sujeição aos seus alvcdrioa do senhor de baraço e cutelo. "E se era assim o seu trato, diver so o que ostentava eni presença da autoridade, desprezando insolentemente os seus mandados.
Nada reprimia a consumação doa atentados em que vivia atolado: e ai daqueles que queriam suster-lhe a mão criminosa, e o seu contínuo desvairamento denunciavam.
A questão do açambarcamento ^
••• '-"^v ;:;í*
«
DlCliSTO EcONÓ.NUCO
123
I
DiGfôTO
Econômico
123
des que tudo era dissimulação do contratador — que, protegido dos magnatas de Santos, estava pratican do com liberdade tal despropósito de baixo dos seguros de lhe não ser cas tigada a culpa, tantas vezes reque
havia Bartolomeu Fernandes do Fa
deram para Santos sem mais ação,
ria disposto uma multidão de Carijós a cujas co.stas se conduziu todo o sal, e cavalos de cargas, que para o mesmo fim trouxera do planalto. Tal o vulto do troço de sua gente
que haverem intentado o despiquo por
e pitorescamente:
rida pelos da república de São Paulo
"Bartolomeu Fernandes de Faria, terror da vila de Jacareí, em cujo ter mo foi morador muitos anos; pôs
— formou um corpo de armas, e
armada, que tomou como que um ar de pé de exército, como jamais vira
com êle baixou a Santos.
praça tão pequena; cujos moradores,
carestia do sal, dia a dia exasperava
mais os paulistas c levou Bartolomeu Fernandes a um fato absolutamente
singrular nos fastos de São Paulo e do Brasil.
Narra-o Pedro Taques, abundante
aos
moradores
da
vila
de
Santos
cheios de temor pânico, quando bai
sem terem ocasião de verem cava
de Bartolomeu Fernandes quer quan
quele rocio, vacilavam entre o temor e a admiração.
do de sua irrupção na vila e nos ar
homem de bem de lhe não fazer mí
fortalezas ao mestre de campo José Monteiro de Matos."
Posto em marcha chegou à vila de São Vicente e por ela se introduziu, por terra, em distância de duas lé guas com o seu troço, valendo cada
sejo dc ver e onde há referências positivas a combates entre elementos da guarnição dc Santos e a gente
los, que ainda então os não liavia na
nima ofensa. Só carecia da sua pre sença, e da de seus caixeiros, para
dio fortificado de quatro companhias de infantaria paga, e ter naquela oca sião por governador da praça e suas
mos dc patentes de oficiais de linha o dc ordenanças que tivemos o en
Chegado, tomou logo os armazéns
gente armada sem lhe embaraçar a
cutou, o ser a vila de Santos presí
Contra esta afirmação do linhagis-
ta há porém o que afirmam os têr-
do sal; e mandou chamar o contra tador "com o seguro da palavra de
xou àquela vila com um troço de sesolução, que ia executar, como exe
desaforo."
Executado
este lance .sem
qualquer incidente
violento
outro
destes
mazéns, quer quando batia em retira da com o sal apreendido.
"Sossegados os ânimos do primei- ^
à Fazenda Real 400 réis de uma con
ria pelo mesmo caminho do terra do
ro susto e horror, que causou a liberdadc de Bartolomeu Fernandes, \ houve ação de graça por ficarem os moradores livres de um potentado, de
signação prometida pelos povos de
São Vicente.
quem recearam hostilidade, roubos e
ver a extração do sal, e receber de cada alqueire o preço taxado de 1|280, porque desta quantia cabiam
São Paulo e suas vilas como subsí
dio da infantaria da praça. Mandou ao mesmo tempo aviso ao provedor da fazenda regia Timóteo Corrês de Góes a fim de que fizesse concorrer
que costuma obrar qualquer colu na de- soldados do despotismo, reti rou-se Bartolomeu Fernandes de Fa
E como nesta estrada
existisse
uma ponte chamada de São Jorge tanto que teve em torno de si tôda a
outras insolências, que costuma pra
ticar qualquer corpo tu multuoso, e sem discipli na
regular, continua
o
soa gente de armas, e de
pitoresco relato de Pedro
soldado, na estimação do seu coman
aos postos dos armazéns o fiel rece-
cargas e bestas, atraves
Taques.
dante, por muitos dos que na praça ti nham o sôldo do rei.
bedor dos 400 réis de cada alqueire. Tudo assim disposto, com grande
sada tal ponte agiu como soldado esperto. Mandou
"Foi a ação de graças celebrada na igreja do co
Deu motivo esta briosa, posto que indiscreta ação, o vexame que so
tranqüilidade de espírito, ocupou Bar
deitá-la abaixo, acautelan-
légio dos padres jesuítas
tolomeu Fernandes a rua onde exis
do-se assim para passar a
da praça de Santos, e hou
tiam os rmazéns cujas portas fêz . abrir, e fêz extrair e evacuar o sal,
noite em sossêgo, se na sua retaguarda tocasse alar
ve no fira do Te-Deum um sermão, que se dedi
friam, sem remédio, os moradores de
serra acima, por que a ambição ti nha convertido em negócio particular
que entendia necessário ao forneci
ma a infanteria da pra
a venda do sal que por estanco con
mento dos povos de serra acima. Ha
forme se dignara conceder a "real
teiro Matos", que entre parênteses,
piedade do sr. rei D. João V", tinha
via meses suportavam estes a bar baridade da ambição do contratador.
ça para ó atacar dentro de São Vi cente, em marcha para São Paulo ate o sítio do Cubatão.
deve ter ficado sobremodo aborrecido
ò preço taxado em 1$280 por alquei
Foi escrupulosamente pago (dentro
re, em virtude da súplica dos morado
dos mesmos armazéns), o sal que
res de serra acima por intermédio
para fora se tirava, e mais os 400
da câmara de São Paulo. Chegava o contratador ao excesso de pedir por cada alqueire 20$000, sob o pretexto de que do reino lhe tinha faltado o
réis
suprimento anual do gênero. Constando a Bartolomeu Fernan
de
cada
alqueire
recebidos
pelo fiel da fazenda real. Assim, es ta
e o contratador não receberam
prejuízo de um só real.
Para a condução do gênero causa
dor desta "liberdade e despotismo".
. 'áMHil Mb
"Não foi esta advertência de pe
quena conseqüência, escreve Pedro Taques porque, resolvendo-se os da praça a seguirem a Bartolomeu Fer
nandes para castigarem a ousadia, chegando as tropas ao passo de São Jorge, o acharam sem ponte, a qual BB não podia fabricar em breves ho
ras e por êste impedimento retroce
cou, para o pi-elo ao mes
tre de campo governador José Mon
c(im a ineficência da sua reação.
"Nós tivemos o gosto de ver êste papel; porém, como nos falta a li
ção para têrmos voto de o aplaudir ou criticar, só fizemos conceito que saindo ao mundo pela publicidade da imp;rensa, não faltaria quem reputas se primeira sátira, que sermão adornad'> de textos sagrados, por uma
••• '-"^v ;:;í*
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DlCliSTO EcONÓ.NUCO
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DiGfôTO
Econômico
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des que tudo era dissimulação do contratador — que, protegido dos magnatas de Santos, estava pratican do com liberdade tal despropósito de baixo dos seguros de lhe não ser cas tigada a culpa, tantas vezes reque
havia Bartolomeu Fernandes do Fa
deram para Santos sem mais ação,
ria disposto uma multidão de Carijós a cujas co.stas se conduziu todo o sal, e cavalos de cargas, que para o mesmo fim trouxera do planalto. Tal o vulto do troço de sua gente
que haverem intentado o despiquo por
e pitorescamente:
rida pelos da república de São Paulo
"Bartolomeu Fernandes de Faria, terror da vila de Jacareí, em cujo ter mo foi morador muitos anos; pôs
— formou um corpo de armas, e
armada, que tomou como que um ar de pé de exército, como jamais vira
com êle baixou a Santos.
praça tão pequena; cujos moradores,
carestia do sal, dia a dia exasperava
mais os paulistas c levou Bartolomeu Fernandes a um fato absolutamente
singrular nos fastos de São Paulo e do Brasil.
Narra-o Pedro Taques, abundante
aos
moradores
da
vila
de
Santos
cheios de temor pânico, quando bai
sem terem ocasião de verem cava
de Bartolomeu Fernandes quer quan
quele rocio, vacilavam entre o temor e a admiração.
do de sua irrupção na vila e nos ar
homem de bem de lhe não fazer mí
fortalezas ao mestre de campo José Monteiro de Matos."
Posto em marcha chegou à vila de São Vicente e por ela se introduziu, por terra, em distância de duas lé guas com o seu troço, valendo cada
sejo dc ver e onde há referências positivas a combates entre elementos da guarnição dc Santos e a gente
los, que ainda então os não liavia na
nima ofensa. Só carecia da sua pre sença, e da de seus caixeiros, para
dio fortificado de quatro companhias de infantaria paga, e ter naquela oca sião por governador da praça e suas
mos dc patentes de oficiais de linha o dc ordenanças que tivemos o en
Chegado, tomou logo os armazéns
gente armada sem lhe embaraçar a
cutou, o ser a vila de Santos presí
Contra esta afirmação do linhagis-
ta há porém o que afirmam os têr-
do sal; e mandou chamar o contra tador "com o seguro da palavra de
xou àquela vila com um troço de sesolução, que ia executar, como exe
desaforo."
Executado
este lance .sem
qualquer incidente
violento
outro
destes
mazéns, quer quando batia em retira da com o sal apreendido.
"Sossegados os ânimos do primei- ^
à Fazenda Real 400 réis de uma con
ria pelo mesmo caminho do terra do
ro susto e horror, que causou a liberdadc de Bartolomeu Fernandes, \ houve ação de graça por ficarem os moradores livres de um potentado, de
signação prometida pelos povos de
São Vicente.
quem recearam hostilidade, roubos e
ver a extração do sal, e receber de cada alqueire o preço taxado de 1|280, porque desta quantia cabiam
São Paulo e suas vilas como subsí
dio da infantaria da praça. Mandou ao mesmo tempo aviso ao provedor da fazenda regia Timóteo Corrês de Góes a fim de que fizesse concorrer
que costuma obrar qualquer colu na de- soldados do despotismo, reti rou-se Bartolomeu Fernandes de Fa
E como nesta estrada
existisse
uma ponte chamada de São Jorge tanto que teve em torno de si tôda a
outras insolências, que costuma pra
ticar qualquer corpo tu multuoso, e sem discipli na
regular, continua
o
soa gente de armas, e de
pitoresco relato de Pedro
soldado, na estimação do seu coman
aos postos dos armazéns o fiel rece-
cargas e bestas, atraves
Taques.
dante, por muitos dos que na praça ti nham o sôldo do rei.
bedor dos 400 réis de cada alqueire. Tudo assim disposto, com grande
sada tal ponte agiu como soldado esperto. Mandou
"Foi a ação de graças celebrada na igreja do co
Deu motivo esta briosa, posto que indiscreta ação, o vexame que so
tranqüilidade de espírito, ocupou Bar
deitá-la abaixo, acautelan-
légio dos padres jesuítas
tolomeu Fernandes a rua onde exis
do-se assim para passar a
da praça de Santos, e hou
tiam os rmazéns cujas portas fêz . abrir, e fêz extrair e evacuar o sal,
noite em sossêgo, se na sua retaguarda tocasse alar
ve no fira do Te-Deum um sermão, que se dedi
friam, sem remédio, os moradores de
serra acima, por que a ambição ti nha convertido em negócio particular
que entendia necessário ao forneci
ma a infanteria da pra
a venda do sal que por estanco con
mento dos povos de serra acima. Ha
forme se dignara conceder a "real
teiro Matos", que entre parênteses,
piedade do sr. rei D. João V", tinha
via meses suportavam estes a bar baridade da ambição do contratador.
ça para ó atacar dentro de São Vi cente, em marcha para São Paulo ate o sítio do Cubatão.
deve ter ficado sobremodo aborrecido
ò preço taxado em 1$280 por alquei
Foi escrupulosamente pago (dentro
re, em virtude da súplica dos morado
dos mesmos armazéns), o sal que
res de serra acima por intermédio
para fora se tirava, e mais os 400
da câmara de São Paulo. Chegava o contratador ao excesso de pedir por cada alqueire 20$000, sob o pretexto de que do reino lhe tinha faltado o
réis
suprimento anual do gênero. Constando a Bartolomeu Fernan
de
cada
alqueire
recebidos
pelo fiel da fazenda real. Assim, es ta
e o contratador não receberam
prejuízo de um só real.
Para a condução do gênero causa
dor desta "liberdade e despotismo".
. 'áMHil Mb
"Não foi esta advertência de pe
quena conseqüência, escreve Pedro Taques porque, resolvendo-se os da praça a seguirem a Bartolomeu Fer
nandes para castigarem a ousadia, chegando as tropas ao passo de São Jorge, o acharam sem ponte, a qual BB não podia fabricar em breves ho
ras e por êste impedimento retroce
cou, para o pi-elo ao mes
tre de campo governador José Mon
c(im a ineficência da sua reação.
"Nós tivemos o gosto de ver êste papel; porém, como nos falta a li
ção para têrmos voto de o aplaudir ou criticar, só fizemos conceito que saindo ao mundo pela publicidade da imp;rensa, não faltaria quem reputas se primeira sátira, que sermão adornad'> de textos sagrados, por uma
EhGESTO Econômico
Dicesto Econômic»)
125
neiro em data igual (D. Int. 49, 24). A respeito desta façanha insólita do régulo jacareienso redigiu Antô
alqueire de Sal,.cujo preço normal era
ação que mais acusava o terror pâni co dos moradores de Santos, que a
a irrupção de Bartolomeu Femandes
força das armas do despótico Bar-
que ocorreu em 1710.
tolomeu Fernandes de Faria".
A carta de D. João V ao capitãomor da Vila de Santos ordenando o
nio de Toledo Piza uns tantos con
Representaria isto hoje .«eguram^nte
ceitos em que há cousas exatas e
uns dois contos, o que daria o litro
seu castigo é de 28 de Abril de 1711. Por ela se vê que o denunciante do
outras menos verídicas.
de sal grosso a cento e cincoenta
caso à Coroa fora o Desembargador
nandes era violento mas lionesto, cou
Antônio da Cunha Souto Maior.
sa totalmente contestável.
Facinoroso como era, pai*ece que ao seu triunfo fez Bartolomeu acom
panhar de muitos homicídios.
Pelo
menos diz Pedro Taques:
"Deixou nesta ação estampada, o seu nome. que em todo o tempo seria recomendável se o não manchara com
a nota indiscutível de tantas mortes, que se executaram por seu auxílio
em Santos, mas não há dúvida de
"O Desembargador Sendicante An tônio da Cunha Soto Mayor me deu conta, em 2 de Novembro do anno passado, dos inormes delictos em que
e consentimento."
estava culpado Bertholameu Fernan
Contràriamente ao que pensa Ma chado de Oliveira, o ato de Bartolo
des de Faria, da Villa de Jacarehy,
meu causou verdadeiro desabafo aos
paulistas, o que era tudo quanto po dia haver de mais justo e natural. Isto ao ponto de levar o leal vas salo autor da "Nobiliarchia" a co mentar:
"Deixou nesta ação estampado o
não só pella asuada que deu nessa Villa de que lhe mandei devaçar, mas também pella que havia dado na Villa de Mogi em cujo termo se acha-: va em
hum
citio feito forte com
200 criminozos e escravos seus.
E que para o prenderem havia
seu nome que em todo o tempo se
toda a deligencia. Me pareceo ordenarvos que com toda efficacia lhe
ria recomendável!"
deis toda a ajuda e favor para que
Diversamente pensa o Brigadeiro Machado desse explodir de sentimenr tos conculcados pela tirania dos mo-
se consiga a sua prizão, ainda que seja à custa de algua despeza da
nonohstas do sal.
Enós, a seu modo de ver, preferi mos o do cronista, conhecendo o que era a extensão dos abusos dos regedores da gabela: "Seria plausível este proceder se
consistisse virtualmente em reprimir a chatinagem desses detestáveis egoístas que traficam com a miséria pública, mas o múnus social reclama
seus direitos como ofendido pela vio lência aplicada nessa repressão." Tão pavoroso atentado contra a
fazenda real para se evitar por este caminho, as enquietações que a malignidade deste homem pode cauzar nessas terras."
No mesmo dia ordenava o Rei a
Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho desse tôda a ajuda e favor
ao Desembargador Souto Maior que prometera prender e castigar o re belde.
Para tanto também não du
vidasse gastar alguma cousa da fa zenda real. O que era indispensável vinha a ser o castigo exemplar deste
homem perverso. (Arq. de Minas Ge
autoridade dos propostos régios não poderia deixar de provocar imediata
rais cd. 3;4,12).
reação.
ca ao caso que a mesma ordem rei
Não sabemos em que data ocorreu
Tanta importância ligava o monar terava ao Governador do Rio de Ja
Assim afirma que B.artolomou Fer Vivia o
de 1280 riisi-chegou a ser vendido
em São Paulo por vinte mil réis.
cruzeiros.
Jamais vimos documento algum re ferente a tão despropositada anoma
tiranete, desde muito, a provocar
lia, mas a probidade do linhagista
reclamações reiteradas da Câmara de
temo-la em tal conta que não duvi damos em admitir-lhe a asserção, nascida de informe que ignoramos qual haja sido. .
São Paulo pelos múltiplos abusos conietidos em detrimento do fisco munlcinal.
Subscrevemos-lho porém ê.stes tó
"O govêiTio colonial, em sua ga nância. punha em hasta pública, para arrematação por quem maior lanço oierecesse. o imnosto do sal que. pe
lo porto de Santos, entrava na Capi tania de São Paulo, para o consumo
dos seus habitantes o suprimento do sertão,
Os arrematantes, em regra, eram
homens
"Bartolomeu Fernandes de Faria;
que também sofria as conseqüências
picos:
ambiciosos,
desalmados
e
cruéis, que faziam tal monopólio do Bal, que o seu preço so tornava ex
deste vergonhoso monopolio e que
dispunha de vastos recursos e de mui ta gente, armou-se com muitos ca pangas e boa tropa de índios e esceu a Santos, onde apanhou os arre matantes de surpresa; forçou-os a
abrirem os seus armazéns e deles re tirou todo o sal que podia conduzir; mediu esse sal; pagou-o por seu jus
to valor, dando margens paia lúcios razoáveis; carregou a sua tropa de
nteira necessidade acima do alcance
índios e partiu para serra acima, des truindo as pontes e fechando o ca minho para que as autoridades san-
da massa geral da população. Re presentações e queixas de todas as
tistas não pudessem vir em seu en calço com as fôrças que às pressas
Bortes, motivadas pelo sofrimento do
tinham reunido."
cessivo. ficando este gêneno do uri-
povo, não eram atendidas pelo gover no português, que só tinha em vista
Não temos grande confiança nesta
os lucros que tais monopólios lhe
apregoada retidão de Bartolomeu Fernandes, homem acostumado a tô
rendiam,"
da as arbitrariedades e mandante de
Afirma Piza, como Taques, que o
vários homicídios, repetimo-lo.
EhGESTO Econômico
Dicesto Econômic»)
125
neiro em data igual (D. Int. 49, 24). A respeito desta façanha insólita do régulo jacareienso redigiu Antô
alqueire de Sal,.cujo preço normal era
ação que mais acusava o terror pâni co dos moradores de Santos, que a
a irrupção de Bartolomeu Femandes
força das armas do despótico Bar-
que ocorreu em 1710.
tolomeu Fernandes de Faria".
A carta de D. João V ao capitãomor da Vila de Santos ordenando o
nio de Toledo Piza uns tantos con
Representaria isto hoje .«eguram^nte
ceitos em que há cousas exatas e
uns dois contos, o que daria o litro
seu castigo é de 28 de Abril de 1711. Por ela se vê que o denunciante do
outras menos verídicas.
de sal grosso a cento e cincoenta
caso à Coroa fora o Desembargador
nandes era violento mas lionesto, cou
Antônio da Cunha Souto Maior.
sa totalmente contestável.
Facinoroso como era, pai*ece que ao seu triunfo fez Bartolomeu acom
panhar de muitos homicídios.
Pelo
menos diz Pedro Taques:
"Deixou nesta ação estampada, o seu nome. que em todo o tempo seria recomendável se o não manchara com
a nota indiscutível de tantas mortes, que se executaram por seu auxílio
em Santos, mas não há dúvida de
"O Desembargador Sendicante An tônio da Cunha Soto Mayor me deu conta, em 2 de Novembro do anno passado, dos inormes delictos em que
e consentimento."
estava culpado Bertholameu Fernan
Contràriamente ao que pensa Ma chado de Oliveira, o ato de Bartolo
des de Faria, da Villa de Jacarehy,
meu causou verdadeiro desabafo aos
paulistas, o que era tudo quanto po dia haver de mais justo e natural. Isto ao ponto de levar o leal vas salo autor da "Nobiliarchia" a co mentar:
"Deixou nesta ação estampado o
não só pella asuada que deu nessa Villa de que lhe mandei devaçar, mas também pella que havia dado na Villa de Mogi em cujo termo se acha-: va em
hum
citio feito forte com
200 criminozos e escravos seus.
E que para o prenderem havia
seu nome que em todo o tempo se
toda a deligencia. Me pareceo ordenarvos que com toda efficacia lhe
ria recomendável!"
deis toda a ajuda e favor para que
Diversamente pensa o Brigadeiro Machado desse explodir de sentimenr tos conculcados pela tirania dos mo-
se consiga a sua prizão, ainda que seja à custa de algua despeza da
nonohstas do sal.
Enós, a seu modo de ver, preferi mos o do cronista, conhecendo o que era a extensão dos abusos dos regedores da gabela: "Seria plausível este proceder se
consistisse virtualmente em reprimir a chatinagem desses detestáveis egoístas que traficam com a miséria pública, mas o múnus social reclama
seus direitos como ofendido pela vio lência aplicada nessa repressão." Tão pavoroso atentado contra a
fazenda real para se evitar por este caminho, as enquietações que a malignidade deste homem pode cauzar nessas terras."
No mesmo dia ordenava o Rei a
Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho desse tôda a ajuda e favor
ao Desembargador Souto Maior que prometera prender e castigar o re belde.
Para tanto também não du
vidasse gastar alguma cousa da fa zenda real. O que era indispensável vinha a ser o castigo exemplar deste
homem perverso. (Arq. de Minas Ge
autoridade dos propostos régios não poderia deixar de provocar imediata
rais cd. 3;4,12).
reação.
ca ao caso que a mesma ordem rei
Não sabemos em que data ocorreu
Tanta importância ligava o monar terava ao Governador do Rio de Ja
Assim afirma que B.artolomou Fer Vivia o
de 1280 riisi-chegou a ser vendido
em São Paulo por vinte mil réis.
cruzeiros.
Jamais vimos documento algum re ferente a tão despropositada anoma
tiranete, desde muito, a provocar
lia, mas a probidade do linhagista
reclamações reiteradas da Câmara de
temo-la em tal conta que não duvi damos em admitir-lhe a asserção, nascida de informe que ignoramos qual haja sido. .
São Paulo pelos múltiplos abusos conietidos em detrimento do fisco munlcinal.
Subscrevemos-lho porém ê.stes tó
"O govêiTio colonial, em sua ga nância. punha em hasta pública, para arrematação por quem maior lanço oierecesse. o imnosto do sal que. pe
lo porto de Santos, entrava na Capi tania de São Paulo, para o consumo
dos seus habitantes o suprimento do sertão,
Os arrematantes, em regra, eram
homens
"Bartolomeu Fernandes de Faria;
que também sofria as conseqüências
picos:
ambiciosos,
desalmados
e
cruéis, que faziam tal monopólio do Bal, que o seu preço so tornava ex
deste vergonhoso monopolio e que
dispunha de vastos recursos e de mui ta gente, armou-se com muitos ca pangas e boa tropa de índios e esceu a Santos, onde apanhou os arre matantes de surpresa; forçou-os a
abrirem os seus armazéns e deles re tirou todo o sal que podia conduzir; mediu esse sal; pagou-o por seu jus
to valor, dando margens paia lúcios razoáveis; carregou a sua tropa de
nteira necessidade acima do alcance
índios e partiu para serra acima, des truindo as pontes e fechando o ca minho para que as autoridades san-
da massa geral da população. Re presentações e queixas de todas as
tistas não pudessem vir em seu en calço com as fôrças que às pressas
Bortes, motivadas pelo sofrimento do
tinham reunido."
cessivo. ficando este gêneno do uri-
povo, não eram atendidas pelo gover no português, que só tinha em vista
Não temos grande confiança nesta
os lucros que tais monopólios lhe
apregoada retidão de Bartolomeu Fernandes, homem acostumado a tô
rendiam,"
da as arbitrariedades e mandante de
Afirma Piza, como Taques, que o
vários homicídios, repetimo-lo.
7^ Dícesto Econômico
Visão econômica de Luís Tarquínio
X27
a qualquer intcrfcrcucia do Poder na esfera particular, c o socialismo estatal, firmado na concepção do Estado onímodo, do Estado onipre.sente. Vè-sc, pelo
cònciúto: t^ada mais prcftidicial ao pros perar de uma nação do que supor-se quo ^ o Govenxo „ é .. a ciância . em ação, quando
ção econômica do Brasil, embora não
de certos fenômenos sociais c econômi
obra, na Boa Viagem, tcnlia sido uma
êle não passa de uma sábia direção do força. O opúsculo de Luís Tarquínio é de 1001, precisamente há cinqüenta anos, e no entanto estas palavras so apli cam perfeitamente ao momento que pas
tenha sido ele, como se sabe, economista
cos, a respeito dos quais escreveu pensa mentos certos, fruto da observação, da
afirmação da mais avançada consciência
sa, uma vez que está tomando corpo a
Deoljntx) Amouim
descnvoKimcnto de suas idéias, nome de Luís Tarquínío associa-se
triais, apesar de absorventes,
naturalmente a uma fase da evolu
prejudicaram a compreensão bem nítida
ou, pelo menos, versado cm matéria fi nanceira. Lia muito, procurava estar sempre bem informado, mas não tinha
pròpriamentc estudos especializados de Economia c Finanças, o que é facilmen te compreensível na vida de um homem
empreendedor, um industrial ativo e in
teligente, sem tempo disponível para de morados estudos de gabinete. Assinalese de passagem que no tempo de Luís
Tarquínio eram relativamente poucos os homens que, fora dos habituais "deve ras do ofício", se dedicavam a estudos de Economia e, muito menos, de Finan
ças, especialidade preferida apenas pe los que, por força de certos encargos ou compromissos profissionais, se viam obri gados a cultivar esta seara. Fora das Faculdades de Direito, onde se davam as
noções básicas de Economia Política, o estudo de Economia, como o de Finan
ças, Estatística, por exemplo, a não ser no. curso de Engenharia, muito se res
sentia da falta de formação regular, por que não havia interesse por tais discipli nas, hoje indispensáveis à vida moderna. • Tão necessário é atualmente o conheci mento da ciência econômica, como o de
outras ciências que lhe são afins, que a Economia já se tornou matéria obrigató
não lhe
que
Luís Tarquínio não era apologista do so cialismo de Estado, conquanto u sua
meditação c do conliecimento direto da
social para o seu tempo. Se, por êste motivo, pelas realizações sociais que dei
realidade, ajwiado sôlme o lastro de baa
xou na Bahia, quisermos chamá-lo so
suposição dc que o Estado deve e pode
cultura geral.
cialista, certamente o .socialismo de Luís
absorver a esfera das atividades privadas. Não era Luís Tarquínio, portanto, partid lírio do socialismo de Estado. Ninguém
Já se cscrc\'cu, eni di\'crsas oportuni dades, sòbrc a obra dc Luís Tarquínio, principalmente porque a sua organiza ção indu.strial pa.ssou a ser citada como
Tarquínio não 6 o do tipo estatal, mas
foi mais humanitário, mais propenso a
o tipo modelar de uma empresa capaz de, muito antes das atuais reivindica
atraso e a fraqueza de um povo do que a persuasão, a crença de que o poder pú blico é providencial e só dêle deoe-se esperar iodos os hens, tudo quanto pode tornar feliz o cida
ções sociais, oferecer o melhor exemplo
de hannonia entre o capital e o traba lho, entro empregador e empregado.
Quem escreve isto
reformas sociais do que êle, como chefe
sabe muito bem enxergar as balizas que
dc grande indústria, som cair na d^a-
separam o domínio do Estado c a liber
gogia, sem recorrer a cxtremismos. Coe
dade individual: í^ada denuticia rtiais o
rente com os seus pontos de vista, re cusou uma subvenção estadual, propos ta na Assembléia Legislativa da Bama
de feitio diferente.
Neste particular, sem a menor dúvida, foi Luís Tarquínio autêntico reforma
dão. (Sic). Não há, é bem de
dor.
-vcr-se, originalidade nem sapiên
Como industrial, c dos de maior
projeção no país, tanto assim que lhe
cia nestas palavras, mas o que é
deram o título de "Mauá baiano", Luís
verdade é que elas exprimem um pensamento equilibrado, um princípio pelo qual se verifica, tanto na teoria co mo na prática, que a iniciativa indivi dual, fundamento dos regimes livres, 'lunca deve abrir mão de suas prerroga
Tarquínio lançou os fundamentos de
uma ordem social baseada na coopera ção e na confiança, sem hegemonia de classes, sem necessidade, portanto, de apelo a qualquer forma de extremismo. A Vila Operária de Luís Tarquínio po de ser apresentada, sem exagêro, como antecipação dos modernos planos de as sistência tanto no âmbito oficial como no
tivas naturais em benefício da tutela do
pelo deputado Aménco Baweto,
por entender que as arividades
particulares devem surgir e de-
scnvolver-sc fora do angulo de
supervisão oficial. Argumentava êle e muito bem, que o auxilio oficial dá direito à interferência do Estado em obras que devem ser es
timuladas pelo esforço e pela capacida de particulares.
Assim pensava, e as
sim procedeu quando se lhe deparou a ocasião de pôr em prática as suas opi niões, nascidas da experiência, do estu
Estado. Luís Tarquínio tinha idéias próprias sobre este assunto. A síntese
do c do trato contínuo com o elemento
de seu pensamento está nos artigos que
sas: escola do povo e para o povo — dizia êle — mantida com a mais ampla
humano. Fê-lo sob alegações pondero-
Entre
publicou, durante muito tempo, no jor
tanto, não se fêz ainda um trabalho com
nal O Operário, por êle fundado c orien
independência, a aceitação dc qualquer
pleto sobre a ação de Luís Tarquínio co
tado na Bahia, há mais de meio século,
favor oficial importaria tàcitamcnte rxa eliminação dessa liberdade de ação, sem
campo da iniciativa particular.
ria em diversos cursos, inclusive nas Fa
mo homem realizador, como renovador
mais tarde reunidos, em parte no opús-
culdades de Filosofia.
de costumes e, ainda, como homem do
culo intitulado Preceitos morais e cívicos,
idéias. Suas idéias, por exemplo, a res peito das relações entre o indivíduo e o
com o intuito dc orientar o operariado.
Conquanto não possuísse créditos cultu
Tarquínio, através destas palavras, um
rais de sociólogo ou economista, sobra va-lho acentuada vocação dc orientador
individualista intransigente, um espírito
tar-se que Luís Tarquínio tinha muita
Estado, revelam grande equilíbrio entre duas concepções cm choque: o indivi
visão econômica.
dualismo absoluto, radicalmente oposto
doutrinário, Veja-se, por exemplo, êste
liberal, cujos princípios muito influíram
A geração de
Luís Tarquínio, educada sob a influên cia de outro ciclo cultural, não conhe ceu êste fenômeno. Todavia, é de no As atividades indus
a qual seria sacrificado o seu fim prin cipal. É provável que se veja em Luís
fechado no círculo da velha economia
7^ Dícesto Econômico
Visão econômica de Luís Tarquínio
X27
a qualquer intcrfcrcucia do Poder na esfera particular, c o socialismo estatal, firmado na concepção do Estado onímodo, do Estado onipre.sente. Vè-sc, pelo
cònciúto: t^ada mais prcftidicial ao pros perar de uma nação do que supor-se quo ^ o Govenxo „ é .. a ciância . em ação, quando
ção econômica do Brasil, embora não
de certos fenômenos sociais c econômi
obra, na Boa Viagem, tcnlia sido uma
êle não passa de uma sábia direção do força. O opúsculo de Luís Tarquínio é de 1001, precisamente há cinqüenta anos, e no entanto estas palavras so apli cam perfeitamente ao momento que pas
tenha sido ele, como se sabe, economista
cos, a respeito dos quais escreveu pensa mentos certos, fruto da observação, da
afirmação da mais avançada consciência
sa, uma vez que está tomando corpo a
Deoljntx) Amouim
descnvoKimcnto de suas idéias, nome de Luís Tarquínío associa-se
triais, apesar de absorventes,
naturalmente a uma fase da evolu
prejudicaram a compreensão bem nítida
ou, pelo menos, versado cm matéria fi nanceira. Lia muito, procurava estar sempre bem informado, mas não tinha
pròpriamentc estudos especializados de Economia c Finanças, o que é facilmen te compreensível na vida de um homem
empreendedor, um industrial ativo e in
teligente, sem tempo disponível para de morados estudos de gabinete. Assinalese de passagem que no tempo de Luís
Tarquínio eram relativamente poucos os homens que, fora dos habituais "deve ras do ofício", se dedicavam a estudos de Economia e, muito menos, de Finan
ças, especialidade preferida apenas pe los que, por força de certos encargos ou compromissos profissionais, se viam obri gados a cultivar esta seara. Fora das Faculdades de Direito, onde se davam as
noções básicas de Economia Política, o estudo de Economia, como o de Finan
ças, Estatística, por exemplo, a não ser no. curso de Engenharia, muito se res
sentia da falta de formação regular, por que não havia interesse por tais discipli nas, hoje indispensáveis à vida moderna. • Tão necessário é atualmente o conheci mento da ciência econômica, como o de
outras ciências que lhe são afins, que a Economia já se tornou matéria obrigató
não lhe
que
Luís Tarquínio não era apologista do so cialismo de Estado, conquanto u sua
meditação c do conliecimento direto da
social para o seu tempo. Se, por êste motivo, pelas realizações sociais que dei
realidade, ajwiado sôlme o lastro de baa
xou na Bahia, quisermos chamá-lo so
suposição dc que o Estado deve e pode
cultura geral.
cialista, certamente o .socialismo de Luís
absorver a esfera das atividades privadas. Não era Luís Tarquínio, portanto, partid lírio do socialismo de Estado. Ninguém
Já se cscrc\'cu, eni di\'crsas oportuni dades, sòbrc a obra dc Luís Tarquínio, principalmente porque a sua organiza ção indu.strial pa.ssou a ser citada como
Tarquínio não 6 o do tipo estatal, mas
foi mais humanitário, mais propenso a
o tipo modelar de uma empresa capaz de, muito antes das atuais reivindica
atraso e a fraqueza de um povo do que a persuasão, a crença de que o poder pú blico é providencial e só dêle deoe-se esperar iodos os hens, tudo quanto pode tornar feliz o cida
ções sociais, oferecer o melhor exemplo
de hannonia entre o capital e o traba lho, entro empregador e empregado.
Quem escreve isto
reformas sociais do que êle, como chefe
sabe muito bem enxergar as balizas que
dc grande indústria, som cair na d^a-
separam o domínio do Estado c a liber
gogia, sem recorrer a cxtremismos. Coe
dade individual: í^ada denuticia rtiais o
rente com os seus pontos de vista, re cusou uma subvenção estadual, propos ta na Assembléia Legislativa da Bama
de feitio diferente.
Neste particular, sem a menor dúvida, foi Luís Tarquínio autêntico reforma
dão. (Sic). Não há, é bem de
dor.
-vcr-se, originalidade nem sapiên
Como industrial, c dos de maior
projeção no país, tanto assim que lhe
cia nestas palavras, mas o que é
deram o título de "Mauá baiano", Luís
verdade é que elas exprimem um pensamento equilibrado, um princípio pelo qual se verifica, tanto na teoria co mo na prática, que a iniciativa indivi dual, fundamento dos regimes livres, 'lunca deve abrir mão de suas prerroga
Tarquínio lançou os fundamentos de
uma ordem social baseada na coopera ção e na confiança, sem hegemonia de classes, sem necessidade, portanto, de apelo a qualquer forma de extremismo. A Vila Operária de Luís Tarquínio po de ser apresentada, sem exagêro, como antecipação dos modernos planos de as sistência tanto no âmbito oficial como no
tivas naturais em benefício da tutela do
pelo deputado Aménco Baweto,
por entender que as arividades
particulares devem surgir e de-
scnvolver-sc fora do angulo de
supervisão oficial. Argumentava êle e muito bem, que o auxilio oficial dá direito à interferência do Estado em obras que devem ser es
timuladas pelo esforço e pela capacida de particulares.
Assim pensava, e as
sim procedeu quando se lhe deparou a ocasião de pôr em prática as suas opi niões, nascidas da experiência, do estu
Estado. Luís Tarquínio tinha idéias próprias sobre este assunto. A síntese
do c do trato contínuo com o elemento
de seu pensamento está nos artigos que
sas: escola do povo e para o povo — dizia êle — mantida com a mais ampla
humano. Fê-lo sob alegações pondero-
Entre
publicou, durante muito tempo, no jor
tanto, não se fêz ainda um trabalho com
nal O Operário, por êle fundado c orien
independência, a aceitação dc qualquer
pleto sobre a ação de Luís Tarquínio co
tado na Bahia, há mais de meio século,
favor oficial importaria tàcitamcnte rxa eliminação dessa liberdade de ação, sem
campo da iniciativa particular.
ria em diversos cursos, inclusive nas Fa
mo homem realizador, como renovador
mais tarde reunidos, em parte no opús-
culdades de Filosofia.
de costumes e, ainda, como homem do
culo intitulado Preceitos morais e cívicos,
idéias. Suas idéias, por exemplo, a res peito das relações entre o indivíduo e o
com o intuito dc orientar o operariado.
Conquanto não possuísse créditos cultu
Tarquínio, através destas palavras, um
rais de sociólogo ou economista, sobra va-lho acentuada vocação dc orientador
individualista intransigente, um espírito
tar-se que Luís Tarquínio tinha muita
Estado, revelam grande equilíbrio entre duas concepções cm choque: o indivi
visão econômica.
dualismo absoluto, radicalmente oposto
doutrinário, Veja-se, por exemplo, êste
liberal, cujos princípios muito influíram
A geração de
Luís Tarquínio, educada sob a influên cia de outro ciclo cultural, não conhe ceu êste fenômeno. Todavia, é de no As atividades indus
a qual seria sacrificado o seu fim prin cipal. É provável que se veja em Luís
fechado no círculo da velha economia
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Dicesto Econômico
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Dicesto Econóauco
na formação dos homens de seu tempo.
cário, em harmonia, sem dúvida, com o
Bastos emprega a axpressão: nascida na
pensamento de alguns financistas reno vadores, assim como pre\iu o fenômeno industrial que se seguiria à I Grande Guerra, no campo social, em que se re velou um espirito profundamente revo lucionário, e no melhor sentido, pôs em prática iniciativas imiilo axançadas em relação às condições do padrão operário do século XIX e começo de nosso século. Bastaria citar a recreação operária, pra ticada na organização industrial de Luís Tarquínio muito antes de haver a má quina estatal se \okado para êste pro blema. Pode-se dizer <pie inaugurou, na Bahia, uma política social de coope ração e equilíbrio entre o capital e o
triais são frutos da chamada "febre in-
Os tatüs provam justamente o contTiirio. Basta apontar um argumento: se não foi O primeiro, foi um dos primeiros liomens
flacionista" de 1890.
eclosão cio 1691, no que, sem dúvida, anda muito bem, porque, dc fato, a fá brica de Luís Tarquínio nasceu na eclo
trabalho, corporificada em realizações e princípios objetivos, como a melhoria da habitação dos operários, o aperfeiçoa mento da instrução popuhir, o desenvol
timulada pelas facilidades bancárias,
oe n^-gocjos, no brasii, u cogitar da par ticipação de lucros, pelos operários, no balanço anual das indústrias. Quem diz é Miguel Calmon Sobrinho, em confe rência pronunciada no Instituto Geográ
fico e Histórico da Bahia, em 22 de ju lho de 1944, a propó.ito do centenário do nascimento de Luís Tarquínio. Tão amigo de seus operários, que chegou a compor, êle próprio, o Hino operário, em homenagem ao trabalho e ao labor daqueles que viviam da atividade fabril.
Èsse homem, que realizou, sem auxílio
oficial, uma das maiores obras sociais,
de iniciativa particular, no século pas
sado, que teve sob a sua direção um dos mais numerosos contingentes operários neste país, nunca foi demagogo, nunca esperou a ação do Estado, e no entanto
demonstrou que, sob o regime de eco nomia privada, é possível harmonizar os interêsses do capital com os do trabalho.
vimento da vida social entre os operá
Como a de Luís
Tarquínio, outras empresas se inaugura ram durante o pequeno mas agitado ci clo do encilhamento: União Fabril, Fa bril dos Fiães, Industrial da Estância etc.
Entretanto, o plano industrial de Luís Tarquínio era anterior à inflação. Hou ve, de fato, coincidência, e não se pode mesmo dei.var dc levar cm consideração
o ambiente favorável a negócios e aven turas criado com a inflação monetária,
o que é comum em todos os períodos de grandes emissões financeiras. Nuo se pode dizer, todavia, que a entrada de Luís Tarquínio para o campo industrial tenha sido uma aventura comercial es
abertas no coniêço do regime republica
no. Tal hipótese, ainda que fosse aven tada, seria logo afastada pelos próprios antecedentes comerciais
rios, assistência moral e material.
do notável industrial baiano. A
Homem de espírito prático, com escla recida vocação da coisa pública, Luís Tarquínio tinha a intuição-dos proble-
organização da Companhia, que viria a ser, depois, um dos mar
são dc 91, mas, em relação à sua elabo
ração, a seus propósitos, não é filha da eclosão emissionista. Tinha origens na
própria concepção do fenômeno indus trial anterior à gestão de Ruy na pasta da Fazenda. Observa, a propósito, e
com tôda propriedade. Miguel Calmon Sobrinho: l'odc parecer aos vienos avi
sados que houve certa iuflueucia do pe
ríodo iuílaciouista do enciUiamenIo na
reaUzação da emprêsa, ri?""""T efeüvou cm 1891. Venficando-se, po-
7é^n o plano executado, eompreende-sa que tudo aquilo só poderia ^cr prod^o
de uma idéia há longo ''o^Po omfure
cida e que as ilusórias ^ca pouca ou nenhuma tiveram (Conferência no Instim
4
to Geognífico e Histonco da
A *"revoluç5o de Ruy Barb<^ sa", cujo grande ménto na di reção das finanças já está sendo reconhecido pela posteridade, deu margem a improvisações inevitáveis no comércio e na indústria, fenômeno a que nenhum governo, em situações anor
mático da administração pública, tendo embora acidentalmente: serviu à primeira admi nistração republicana como Intendente
niíis gerais. De sua cooperação, das lu
cos do progresso industrial do Brasil, obedecia a um pLino an
zes do sua experiência o sinceridade não prescindiu Ruy Barbosa quando Minis tro da Fazenda, no início da vida repu
terrompido precisamente quando Luís Tarquínio aconselhara a extinção de
(Prefeito) da Capital da Bahia, no go
blicana. Não foi, aliás, Luís Tarquínio
uma sociedade industrial de que fazia
o único homem de negócios de quem o primeiro titular da Fazenda na Repú blica SC aproximou durante a sua gestão financeira. O conselheiro Mairink, o conde de Figueiredo e outros, por exem plo, tiveram participação nos conselhos privados da administração de Ruy. Pre
parte, por lhe faltarem, na ocasião, as
cisamente nessa fase de transição da or
var que não houve a gananciosa pre
muito adiantadas para o seu tempo. Ve jamos, em linhas gerais, a extensão de seu plano social, quando ainda nem se
dem financeira, quando surgiu a famosa "montante de negócios", Luís Tarquínio fundou a Companhia Empório Indus trial, a cuja origem se atribui a influên
ocupação de, como era costume na épo ca, aproveitar a ocasião ou arriscar um
falava em "política trabalhista" entre
cia do encilhamento, o que, de certo
advento do surto industrial.
as relações de Ruy com o industrial
nós: enquanto, no campo econômico, propôs a reforma de nosso sistema ban
modo, não está fora dc propósito, porque
Quando se refere à emprêsa de Luís Tarquínio, em livro recente, Humberto
baiano provinham de afeição pessoal e, ao mesmo tempo, de certa afinidade nó
Não era, entretanto, um adversário siste
mesmo exercido cargo oficial,
verno Manuel Vitoríno, tendo-se afasta
do logo depois, por incompatibilidade com as lutas políticas.
Quando se diz que Luís Tarquínio era ■ homem de grande visão econômica, não
se repete um lugar-comum, uma expres são de panegíríco, porque realmente o operoso industrial baiano tinha idéias
realmente muitas organizações indus-
teriormente interrompido, e in
probabilidades de ê.xito. Coincidiu, pois, a fundação da Companhia com o auge das emissões, circunstancia que, em seus efeitos gerais, à hiz do mais ele mentar bom-scnso, não deixou de favo recer a iniciativa. Cabe, porém, ressal
negócio de grandes proporções. Luís Tarquínio tinha idéias seguras sobre o
mais, poderia escapar, tanto mais que a
tendência inflacionista vinha do Impcno, notadamente a partir do momento em
que o Gabinete Ouro Prêto se decidiu
a conjurar a crise econômica provocada pela abolição da escravatura. O úlümo Gabinete da Monarquia também se quei
xara de aventuras comerciais, do opor tunismo de certos homens arrojados em
matéria de negócios. Luís Tarquínio privou, de fato, com o Ministro da Fa zenda do Covêmo Provisorio de 89, mas
128
Dicesto Econômico
129
Dicesto Econóauco
na formação dos homens de seu tempo.
cário, em harmonia, sem dúvida, com o
Bastos emprega a axpressão: nascida na
pensamento de alguns financistas reno vadores, assim como pre\iu o fenômeno industrial que se seguiria à I Grande Guerra, no campo social, em que se re velou um espirito profundamente revo lucionário, e no melhor sentido, pôs em prática iniciativas imiilo axançadas em relação às condições do padrão operário do século XIX e começo de nosso século. Bastaria citar a recreação operária, pra ticada na organização industrial de Luís Tarquínio muito antes de haver a má quina estatal se \okado para êste pro blema. Pode-se dizer <pie inaugurou, na Bahia, uma política social de coope ração e equilíbrio entre o capital e o
triais são frutos da chamada "febre in-
Os tatüs provam justamente o contTiirio. Basta apontar um argumento: se não foi O primeiro, foi um dos primeiros liomens
flacionista" de 1890.
eclosão cio 1691, no que, sem dúvida, anda muito bem, porque, dc fato, a fá brica de Luís Tarquínio nasceu na eclo
trabalho, corporificada em realizações e princípios objetivos, como a melhoria da habitação dos operários, o aperfeiçoa mento da instrução popuhir, o desenvol
timulada pelas facilidades bancárias,
oe n^-gocjos, no brasii, u cogitar da par ticipação de lucros, pelos operários, no balanço anual das indústrias. Quem diz é Miguel Calmon Sobrinho, em confe rência pronunciada no Instituto Geográ
fico e Histórico da Bahia, em 22 de ju lho de 1944, a propó.ito do centenário do nascimento de Luís Tarquínio. Tão amigo de seus operários, que chegou a compor, êle próprio, o Hino operário, em homenagem ao trabalho e ao labor daqueles que viviam da atividade fabril.
Èsse homem, que realizou, sem auxílio
oficial, uma das maiores obras sociais,
de iniciativa particular, no século pas
sado, que teve sob a sua direção um dos mais numerosos contingentes operários neste país, nunca foi demagogo, nunca esperou a ação do Estado, e no entanto
demonstrou que, sob o regime de eco nomia privada, é possível harmonizar os interêsses do capital com os do trabalho.
vimento da vida social entre os operá
Como a de Luís
Tarquínio, outras empresas se inaugura ram durante o pequeno mas agitado ci clo do encilhamento: União Fabril, Fa bril dos Fiães, Industrial da Estância etc.
Entretanto, o plano industrial de Luís Tarquínio era anterior à inflação. Hou ve, de fato, coincidência, e não se pode mesmo dei.var dc levar cm consideração
o ambiente favorável a negócios e aven turas criado com a inflação monetária,
o que é comum em todos os períodos de grandes emissões financeiras. Nuo se pode dizer, todavia, que a entrada de Luís Tarquínio para o campo industrial tenha sido uma aventura comercial es
abertas no coniêço do regime republica
no. Tal hipótese, ainda que fosse aven tada, seria logo afastada pelos próprios antecedentes comerciais
rios, assistência moral e material.
do notável industrial baiano. A
Homem de espírito prático, com escla recida vocação da coisa pública, Luís Tarquínio tinha a intuição-dos proble-
organização da Companhia, que viria a ser, depois, um dos mar
são dc 91, mas, em relação à sua elabo
ração, a seus propósitos, não é filha da eclosão emissionista. Tinha origens na
própria concepção do fenômeno indus trial anterior à gestão de Ruy na pasta da Fazenda. Observa, a propósito, e
com tôda propriedade. Miguel Calmon Sobrinho: l'odc parecer aos vienos avi
sados que houve certa iuflueucia do pe
ríodo iuílaciouista do enciUiamenIo na
reaUzação da emprêsa, ri?""""T efeüvou cm 1891. Venficando-se, po-
7é^n o plano executado, eompreende-sa que tudo aquilo só poderia ^cr prod^o
de uma idéia há longo ''o^Po omfure
cida e que as ilusórias ^ca pouca ou nenhuma tiveram (Conferência no Instim
4
to Geognífico e Histonco da
A *"revoluç5o de Ruy Barb<^ sa", cujo grande ménto na di reção das finanças já está sendo reconhecido pela posteridade, deu margem a improvisações inevitáveis no comércio e na indústria, fenômeno a que nenhum governo, em situações anor
mático da administração pública, tendo embora acidentalmente: serviu à primeira admi nistração republicana como Intendente
niíis gerais. De sua cooperação, das lu
cos do progresso industrial do Brasil, obedecia a um pLino an
zes do sua experiência o sinceridade não prescindiu Ruy Barbosa quando Minis tro da Fazenda, no início da vida repu
terrompido precisamente quando Luís Tarquínio aconselhara a extinção de
(Prefeito) da Capital da Bahia, no go
blicana. Não foi, aliás, Luís Tarquínio
uma sociedade industrial de que fazia
o único homem de negócios de quem o primeiro titular da Fazenda na Repú blica SC aproximou durante a sua gestão financeira. O conselheiro Mairink, o conde de Figueiredo e outros, por exem plo, tiveram participação nos conselhos privados da administração de Ruy. Pre
parte, por lhe faltarem, na ocasião, as
cisamente nessa fase de transição da or
var que não houve a gananciosa pre
muito adiantadas para o seu tempo. Ve jamos, em linhas gerais, a extensão de seu plano social, quando ainda nem se
dem financeira, quando surgiu a famosa "montante de negócios", Luís Tarquínio fundou a Companhia Empório Indus trial, a cuja origem se atribui a influên
ocupação de, como era costume na épo ca, aproveitar a ocasião ou arriscar um
falava em "política trabalhista" entre
cia do encilhamento, o que, de certo
advento do surto industrial.
as relações de Ruy com o industrial
nós: enquanto, no campo econômico, propôs a reforma de nosso sistema ban
modo, não está fora dc propósito, porque
Quando se refere à emprêsa de Luís Tarquínio, em livro recente, Humberto
baiano provinham de afeição pessoal e, ao mesmo tempo, de certa afinidade nó
Não era, entretanto, um adversário siste
mesmo exercido cargo oficial,
verno Manuel Vitoríno, tendo-se afasta
do logo depois, por incompatibilidade com as lutas políticas.
Quando se diz que Luís Tarquínio era ■ homem de grande visão econômica, não
se repete um lugar-comum, uma expres são de panegíríco, porque realmente o operoso industrial baiano tinha idéias
realmente muitas organizações indus-
teriormente interrompido, e in
probabilidades de ê.xito. Coincidiu, pois, a fundação da Companhia com o auge das emissões, circunstancia que, em seus efeitos gerais, à hiz do mais ele mentar bom-scnso, não deixou de favo recer a iniciativa. Cabe, porém, ressal
negócio de grandes proporções. Luís Tarquínio tinha idéias seguras sobre o
mais, poderia escapar, tanto mais que a
tendência inflacionista vinha do Impcno, notadamente a partir do momento em
que o Gabinete Ouro Prêto se decidiu
a conjurar a crise econômica provocada pela abolição da escravatura. O úlümo Gabinete da Monarquia também se quei
xara de aventuras comerciais, do opor tunismo de certos homens arrojados em
matéria de negócios. Luís Tarquínio privou, de fato, com o Ministro da Fa zenda do Covêmo Provisorio de 89, mas
128
Dicesto Econômico
129
Dicesto Econóauco
na formação dos homens de seu tempo.
cário, em harmonia, sem dúvida, com o
Bastos emprega a axpressão: nascida na
pensamento de alguns financistas reno vadores, assim como pre\iu o fenômeno industrial que se seguiria à I Grande Guerra, no campo social, em que se re velou um espirito profundamente revo lucionário, e no melhor sentido, pôs em prática iniciativas imiilo axançadas em relação às condições do padrão operário do século XIX e começo de nosso século. Bastaria citar a recreação operária, pra ticada na organização industrial de Luís Tarquínio muito antes de haver a má quina estatal se \okado para êste pro blema. Pode-se dizer <pie inaugurou, na Bahia, uma política social de coope ração e equilíbrio entre o capital e o
triais são frutos da chamada "febre in-
Os tatüs provam justamente o contTiirio. Basta apontar um argumento: se não foi O primeiro, foi um dos primeiros liomens
flacionista" de 1890.
eclosão cio 1691, no que, sem dúvida, anda muito bem, porque, dc fato, a fá brica de Luís Tarquínio nasceu na eclo
trabalho, corporificada em realizações e princípios objetivos, como a melhoria da habitação dos operários, o aperfeiçoa mento da instrução popuhir, o desenvol
timulada pelas facilidades bancárias,
oe n^-gocjos, no brasii, u cogitar da par ticipação de lucros, pelos operários, no balanço anual das indústrias. Quem diz é Miguel Calmon Sobrinho, em confe rência pronunciada no Instituto Geográ
fico e Histórico da Bahia, em 22 de ju lho de 1944, a propó.ito do centenário do nascimento de Luís Tarquínio. Tão amigo de seus operários, que chegou a compor, êle próprio, o Hino operário, em homenagem ao trabalho e ao labor daqueles que viviam da atividade fabril.
Èsse homem, que realizou, sem auxílio
oficial, uma das maiores obras sociais,
de iniciativa particular, no século pas
sado, que teve sob a sua direção um dos mais numerosos contingentes operários neste país, nunca foi demagogo, nunca esperou a ação do Estado, e no entanto
demonstrou que, sob o regime de eco nomia privada, é possível harmonizar os interêsses do capital com os do trabalho.
vimento da vida social entre os operá
Como a de Luís
Tarquínio, outras empresas se inaugura ram durante o pequeno mas agitado ci clo do encilhamento: União Fabril, Fa bril dos Fiães, Industrial da Estância etc.
Entretanto, o plano industrial de Luís Tarquínio era anterior à inflação. Hou ve, de fato, coincidência, e não se pode mesmo dei.var dc levar cm consideração
o ambiente favorável a negócios e aven turas criado com a inflação monetária,
o que é comum em todos os períodos de grandes emissões financeiras. Nuo se pode dizer, todavia, que a entrada de Luís Tarquínio para o campo industrial tenha sido uma aventura comercial es
abertas no coniêço do regime republica
no. Tal hipótese, ainda que fosse aven tada, seria logo afastada pelos próprios antecedentes comerciais
rios, assistência moral e material.
do notável industrial baiano. A
Homem de espírito prático, com escla recida vocação da coisa pública, Luís Tarquínio tinha a intuição-dos proble-
organização da Companhia, que viria a ser, depois, um dos mar
são dc 91, mas, em relação à sua elabo
ração, a seus propósitos, não é filha da eclosão emissionista. Tinha origens na
própria concepção do fenômeno indus trial anterior à gestão de Ruy na pasta da Fazenda. Observa, a propósito, e
com tôda propriedade. Miguel Calmon Sobrinho: l'odc parecer aos vienos avi
sados que houve certa iuflueucia do pe
ríodo iuílaciouista do enciUiamenIo na
reaUzação da emprêsa, ri?""""T efeüvou cm 1891. Venficando-se, po-
7é^n o plano executado, eompreende-sa que tudo aquilo só poderia ^cr prod^o
de uma idéia há longo ''o^Po omfure
cida e que as ilusórias ^ca pouca ou nenhuma tiveram (Conferência no Instim
4
to Geognífico e Histonco da
A *"revoluç5o de Ruy Barb<^ sa", cujo grande ménto na di reção das finanças já está sendo reconhecido pela posteridade, deu margem a improvisações inevitáveis no comércio e na indústria, fenômeno a que nenhum governo, em situações anor
mático da administração pública, tendo embora acidentalmente: serviu à primeira admi nistração republicana como Intendente
niíis gerais. De sua cooperação, das lu
cos do progresso industrial do Brasil, obedecia a um pLino an
zes do sua experiência o sinceridade não prescindiu Ruy Barbosa quando Minis tro da Fazenda, no início da vida repu
terrompido precisamente quando Luís Tarquínio aconselhara a extinção de
(Prefeito) da Capital da Bahia, no go
blicana. Não foi, aliás, Luís Tarquínio
uma sociedade industrial de que fazia
o único homem de negócios de quem o primeiro titular da Fazenda na Repú blica SC aproximou durante a sua gestão financeira. O conselheiro Mairink, o conde de Figueiredo e outros, por exem plo, tiveram participação nos conselhos privados da administração de Ruy. Pre
parte, por lhe faltarem, na ocasião, as
cisamente nessa fase de transição da or
var que não houve a gananciosa pre
muito adiantadas para o seu tempo. Ve jamos, em linhas gerais, a extensão de seu plano social, quando ainda nem se
dem financeira, quando surgiu a famosa "montante de negócios", Luís Tarquínio fundou a Companhia Empório Indus trial, a cuja origem se atribui a influên
ocupação de, como era costume na épo ca, aproveitar a ocasião ou arriscar um
falava em "política trabalhista" entre
cia do encilhamento, o que, de certo
advento do surto industrial.
as relações de Ruy com o industrial
nós: enquanto, no campo econômico, propôs a reforma de nosso sistema ban
modo, não está fora dc propósito, porque
Quando se refere à emprêsa de Luís Tarquínio, em livro recente, Humberto
baiano provinham de afeição pessoal e, ao mesmo tempo, de certa afinidade nó
Não era, entretanto, um adversário siste
mesmo exercido cargo oficial,
verno Manuel Vitoríno, tendo-se afasta
do logo depois, por incompatibilidade com as lutas políticas.
Quando se diz que Luís Tarquínio era ■ homem de grande visão econômica, não
se repete um lugar-comum, uma expres são de panegíríco, porque realmente o operoso industrial baiano tinha idéias
realmente muitas organizações indus-
teriormente interrompido, e in
probabilidades de ê.xito. Coincidiu, pois, a fundação da Companhia com o auge das emissões, circunstancia que, em seus efeitos gerais, à hiz do mais ele mentar bom-scnso, não deixou de favo recer a iniciativa. Cabe, porém, ressal
negócio de grandes proporções. Luís Tarquínio tinha idéias seguras sobre o
mais, poderia escapar, tanto mais que a
tendência inflacionista vinha do Impcno, notadamente a partir do momento em
que o Gabinete Ouro Prêto se decidiu
a conjurar a crise econômica provocada pela abolição da escravatura. O úlümo Gabinete da Monarquia também se quei
xara de aventuras comerciais, do opor tunismo de certos homens arrojados em
matéria de negócios. Luís Tarquínio privou, de fato, com o Ministro da Fa zenda do Covêmo Provisorio de 89, mas
130
Dicesto Econóxqco
modo de ver algumas questões econômi
homens da Bahia,
cas. Ambos tinham pensamento idêntico sobre determinados assuntos de nature
conhecimento das idéias de Luís Tarquí nio, apesar de, no período da campanha
za objetiva. Ordínàriamente os adminis
abolicionista, não se encontrarem os dois
tradores bem intencionados, quando não têm muita experiência a respeito deste
na mesma linha de ação: Ruy via o pro blema abolicionista pelo lado social e
ou daquele ramo da administração pú
não tivesse tomado
ta o aspecto social do problema, isto é, o dcs.ajustainenlo dos antigos escravos; do outro lado, cru mister c-riar meios que
pudessem pôr os fa/.c-ncleiros a salvo do
ção, mas por princípio. Eis aqui alguns dos seus conceitos: O meio, pois, de sairmos dc dificuldades, quando os nos sos recursos não csficerctn cm propor
ção com os preços dos gêneros que nos
são precisos, não é pedir ao gocârno que venha cm nosso auxílio, porque ólc na
mens práticos. Era o caso de Ruy na
do, porém, havia um tema comum: as
cisamente, o cjue aconteceu. Faltou or
da poderá fazer, sendo, como é, a enti
gestão das finanças. Em virtude desta
conseqüências econômicas da Abolição.
ganização à campanha abolicionisla, ape
dade mais nobre que existe. Tudo o quo êle nos der terá 'de tirá-lo de nós mes
circunstancia, chegou-se a dizer que o
É verdade que Luís Tarquínio não foi,
empreendimento industrial de Luís Tar-
a rigor, um abolicionista doutrinário.
cia das emissões de 90/91 se fêz sentir
^ de modo geral, porque o momento era realmente propício a negócios. Não é
j\ possível, todavia, confundir um homem
Fôra-o, porém, antes dos primeiros sin tomas da Abolição, por princípio, pela convicção de que o sistema servil teria de cair, como caíram outras instituições à medida que se tornaram obsoletas.
Luís Tarquínio foi um dos primeiros ho mens -a prever o desequilíbrio causado
pela Abolição. Queria a Abolição, é cla 0^ de vi^o, um espírito equilibrado como ro, mas pedia, antes de tudo, boa orga Lujs Tarquínio, com um negociante de
última hora, com um dêsses homens que têm apenas coragem para o risco de qualquer negócio, ainda que não tenham lastro ou não disponham de crédito su ficiente. Suas idéias sobre problemas econômicos provam que, apesar de não ser economista, Luís Tarquínio tinha concepções seguras, prudentes e claras
nização social para evitar o desastre eco
nômico. As previsões confirmaram-se. Havia duas categorias de abolicionistas: os idealistas e românticos; os homens de espirito prático, que pensavam nas con
seqüências que poderiam advir da Abt>-
liçao, uma vez que o Brasil não havia cuidado da organização social do ele
mento servil. O escravo liberto não ti ^ sobre problemas que seriam, mais tarde, nha ambiente nem preparo para viver objeto de preocupações de Ruy como ti
como homem livre. Sob êste ponto de tular da Fazenda: a organização social, vista, o pensamento de Luís larquínio o apoio à iniciativa privada, o incremen estava em harmonia com o próprio pen to da industria. Daí, provavelmente, a samento do Govêrno, quando o conse
■ aproximação dos dois grandes homens.
Ruy, sobretudo, era homem de idéias;
em Luís Tarquínio, sem dúvida alguma,
- • Ruy encontrou outro homem de idéias, V como já foi dito linhas atrás, conquanto •
ta; o) instituição do imposto de renda. De um lado, não se podia perder dc vis
inevitável colapso econômico. Foi, pre
quínio, por fôrça de suas relações com Ruy, nascera da inflação monetária, co mo nasceram muitas emprêsas momen tâneas, quando na realidade a influên
;
131
Dicesto Econômico
humano; Luís Tarquínio encarava o pro blema pelo prisma econômico. No fun
blica, procuram a colaboraç-ão de ho
;
T
lheiro Dantas, ao fazer a apresentação cio Ministério de 6 de junho de 1884, sintetizou o problema na seguinte fór mula: nem parar, nem retroceder, riem
precipitar. Luís Tarquínio propôs pro
vidências que bem llie denunciam a agu
tivesse aquele a cultura e a erudi ção deste ultimo. Antes da proclamação da República, já Luís Tarquínio ha-
da visão econômica: a) um sistema do
, via afirmado a segurança de suas idéias »- a" propósito do problema abolicionista, j-;;; Não é possível que Ruy, conhecedor dos
aumento da taxa de importação de obje tos de luxo para fazer face às despesas do Govêrno com a compensação propos-
compensação pelo escravo liberto; b) o
t- --..i
sar do nobre c sadio idealismo que lhe
deu impulso até à vitória de 88. Discu tíveis ou não, sujeitas ou não a reparos,
as idéias de Luís Tarquínio tinham con sistência. Por não terem tido assistência,
por não ter havido organização, mas sim plesmente ardor e scntimentalismo na campanha abolicionista, os ex-escravos caíram bem cedo na "degradação e na miséria".
Vemos, neste caso, a critica
de um sociólogo ilustre — Oliveira Via
na — dar perfeita razão às obser\'ações de Luís Tarquínio. Ao estudar as cau sas que concorreram para agravar a po
sição do Trono, cada vez mais instável.
mos, c por isso melhor será que o dis pensemos do trabalho de gastar por nós. É verdade que, hoje, não se entende mais o Estado absolutamente separado,
inteiramente à margem do indivíduo,
porque a concepção moderna de coope
ração destruiu, até certo ponto. barreiras que se haviam fonnado entre o Poder e a iniciativa privada. ^ época' do individualismo ilimitado, nos m^oldes da Economia Liberal do século XVIII: mas, em substituição ^que p de individualismo, que )a está fora de época, veio o Estado intcr^'enc.onlsta o
escravos, cuja transição do regime de
Estado onipresente, o Esmdo que nao respeita as fronteiras da iniciativa par ticular. São dois e.xtremos, portanto, A
senzala para a sociedade livre devera ter sido preparada por um processo de
que o Estado deve dirigir tudo, deve pe
Oliveira Viana cn.xergou bem a falta de
organização em que ficaram os antigos
adaptação capaz de evitar as perturba ções que se seguiram à Lei Áurea. Se, em concordância com os princípios hauridos no liberalismo econômico, de
fendia a propriedade privada, Luís Tar quínio seguiu naturalmente uma ordem
suposição, aliás errônea e pengosa, de netrar em tudo, deve ter, unicamente êle a faculdade de pensar, de ter ideias
e planos, está abrindo caminho para a ;
anulação da capacidade privada, que ó , um dos pontos de apoio do regime de- ,
mocrático. Já se vê que Luís Tarquínio . tinha razão. Quando se transfere para
de idéias com a qual foi coerente nos atos e nas palavras. Ainda que se lhe
o domínio do Estado aquilo que é da
caso do elemento servil, não se lhe po
lar, fatalmente se abre facilidade para o
pudesse fazer crítica por ter defendido o princípio da propriedade, mesmo no deria negar uma qualidade positiva: a coerência com as suas idéias.
Fiel aos
alçada particular, aquilo, enfim, que de- ve sei;. prerrogativa da vontade particutotalitarismo, porque se atribui ao Esta do o direito de absorção de todas as ini
princípios que sempre defendeu, pregou
ciativas, a paternidade das idéias e dos
a iniciativa privada contra a interven ção do Estado nas atividades particula res. Não o fêz por espírito de oposi
isto, senão o melhor ambiente para a
meios de ação. Que vem a ser tudo formação dos regimes totalitários ? Quan- '
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Dicesto Econóxqco
modo de ver algumas questões econômi
homens da Bahia,
cas. Ambos tinham pensamento idêntico sobre determinados assuntos de nature
conhecimento das idéias de Luís Tarquí nio, apesar de, no período da campanha
za objetiva. Ordínàriamente os adminis
abolicionista, não se encontrarem os dois
tradores bem intencionados, quando não têm muita experiência a respeito deste
na mesma linha de ação: Ruy via o pro blema abolicionista pelo lado social e
ou daquele ramo da administração pú
não tivesse tomado
ta o aspecto social do problema, isto é, o dcs.ajustainenlo dos antigos escravos; do outro lado, cru mister c-riar meios que
pudessem pôr os fa/.c-ncleiros a salvo do
ção, mas por princípio. Eis aqui alguns dos seus conceitos: O meio, pois, de sairmos dc dificuldades, quando os nos sos recursos não csficerctn cm propor
ção com os preços dos gêneros que nos
são precisos, não é pedir ao gocârno que venha cm nosso auxílio, porque ólc na
mens práticos. Era o caso de Ruy na
do, porém, havia um tema comum: as
cisamente, o cjue aconteceu. Faltou or
da poderá fazer, sendo, como é, a enti
gestão das finanças. Em virtude desta
conseqüências econômicas da Abolição.
ganização à campanha abolicionisla, ape
dade mais nobre que existe. Tudo o quo êle nos der terá 'de tirá-lo de nós mes
circunstancia, chegou-se a dizer que o
É verdade que Luís Tarquínio não foi,
empreendimento industrial de Luís Tar-
a rigor, um abolicionista doutrinário.
cia das emissões de 90/91 se fêz sentir
^ de modo geral, porque o momento era realmente propício a negócios. Não é
j\ possível, todavia, confundir um homem
Fôra-o, porém, antes dos primeiros sin tomas da Abolição, por princípio, pela convicção de que o sistema servil teria de cair, como caíram outras instituições à medida que se tornaram obsoletas.
Luís Tarquínio foi um dos primeiros ho mens -a prever o desequilíbrio causado
pela Abolição. Queria a Abolição, é cla 0^ de vi^o, um espírito equilibrado como ro, mas pedia, antes de tudo, boa orga Lujs Tarquínio, com um negociante de
última hora, com um dêsses homens que têm apenas coragem para o risco de qualquer negócio, ainda que não tenham lastro ou não disponham de crédito su ficiente. Suas idéias sobre problemas econômicos provam que, apesar de não ser economista, Luís Tarquínio tinha concepções seguras, prudentes e claras
nização social para evitar o desastre eco
nômico. As previsões confirmaram-se. Havia duas categorias de abolicionistas: os idealistas e românticos; os homens de espirito prático, que pensavam nas con
seqüências que poderiam advir da Abt>-
liçao, uma vez que o Brasil não havia cuidado da organização social do ele
mento servil. O escravo liberto não ti ^ sobre problemas que seriam, mais tarde, nha ambiente nem preparo para viver objeto de preocupações de Ruy como ti
como homem livre. Sob êste ponto de tular da Fazenda: a organização social, vista, o pensamento de Luís larquínio o apoio à iniciativa privada, o incremen estava em harmonia com o próprio pen to da industria. Daí, provavelmente, a samento do Govêrno, quando o conse
■ aproximação dos dois grandes homens.
Ruy, sobretudo, era homem de idéias;
em Luís Tarquínio, sem dúvida alguma,
- • Ruy encontrou outro homem de idéias, V como já foi dito linhas atrás, conquanto •
ta; o) instituição do imposto de renda. De um lado, não se podia perder dc vis
inevitável colapso econômico. Foi, pre
quínio, por fôrça de suas relações com Ruy, nascera da inflação monetária, co mo nasceram muitas emprêsas momen tâneas, quando na realidade a influên
;
131
Dicesto Econômico
humano; Luís Tarquínio encarava o pro blema pelo prisma econômico. No fun
blica, procuram a colaboraç-ão de ho
;
T
lheiro Dantas, ao fazer a apresentação cio Ministério de 6 de junho de 1884, sintetizou o problema na seguinte fór mula: nem parar, nem retroceder, riem
precipitar. Luís Tarquínio propôs pro
vidências que bem llie denunciam a agu
tivesse aquele a cultura e a erudi ção deste ultimo. Antes da proclamação da República, já Luís Tarquínio ha-
da visão econômica: a) um sistema do
, via afirmado a segurança de suas idéias »- a" propósito do problema abolicionista, j-;;; Não é possível que Ruy, conhecedor dos
aumento da taxa de importação de obje tos de luxo para fazer face às despesas do Govêrno com a compensação propos-
compensação pelo escravo liberto; b) o
t- --..i
sar do nobre c sadio idealismo que lhe
deu impulso até à vitória de 88. Discu tíveis ou não, sujeitas ou não a reparos,
as idéias de Luís Tarquínio tinham con sistência. Por não terem tido assistência,
por não ter havido organização, mas sim plesmente ardor e scntimentalismo na campanha abolicionista, os ex-escravos caíram bem cedo na "degradação e na miséria".
Vemos, neste caso, a critica
de um sociólogo ilustre — Oliveira Via
na — dar perfeita razão às obser\'ações de Luís Tarquínio. Ao estudar as cau sas que concorreram para agravar a po
sição do Trono, cada vez mais instável.
mos, c por isso melhor será que o dis pensemos do trabalho de gastar por nós. É verdade que, hoje, não se entende mais o Estado absolutamente separado,
inteiramente à margem do indivíduo,
porque a concepção moderna de coope
ração destruiu, até certo ponto. barreiras que se haviam fonnado entre o Poder e a iniciativa privada. ^ época' do individualismo ilimitado, nos m^oldes da Economia Liberal do século XVIII: mas, em substituição ^que p de individualismo, que )a está fora de época, veio o Estado intcr^'enc.onlsta o
escravos, cuja transição do regime de
Estado onipresente, o Esmdo que nao respeita as fronteiras da iniciativa par ticular. São dois e.xtremos, portanto, A
senzala para a sociedade livre devera ter sido preparada por um processo de
que o Estado deve dirigir tudo, deve pe
Oliveira Viana cn.xergou bem a falta de
organização em que ficaram os antigos
adaptação capaz de evitar as perturba ções que se seguiram à Lei Áurea. Se, em concordância com os princípios hauridos no liberalismo econômico, de
fendia a propriedade privada, Luís Tar quínio seguiu naturalmente uma ordem
suposição, aliás errônea e pengosa, de netrar em tudo, deve ter, unicamente êle a faculdade de pensar, de ter ideias
e planos, está abrindo caminho para a ;
anulação da capacidade privada, que ó , um dos pontos de apoio do regime de- ,
mocrático. Já se vê que Luís Tarquínio . tinha razão. Quando se transfere para
de idéias com a qual foi coerente nos atos e nas palavras. Ainda que se lhe
o domínio do Estado aquilo que é da
caso do elemento servil, não se lhe po
lar, fatalmente se abre facilidade para o
pudesse fazer crítica por ter defendido o princípio da propriedade, mesmo no deria negar uma qualidade positiva: a coerência com as suas idéias.
Fiel aos
alçada particular, aquilo, enfim, que de- ve sei;. prerrogativa da vontade particutotalitarismo, porque se atribui ao Esta do o direito de absorção de todas as ini
princípios que sempre defendeu, pregou
ciativas, a paternidade das idéias e dos
a iniciativa privada contra a interven ção do Estado nas atividades particula res. Não o fêz por espírito de oposi
isto, senão o melhor ambiente para a
meios de ação. Que vem a ser tudo formação dos regimes totalitários ? Quan- '
■ > PIIJWI DlCESTO EcONÓNaCO
132
do Luís Tarquínio escreveu sôbre as re lações do indivíduo com o Estado, não se conhecia ainda a desastrosa experiên
cia dos chamados Estados fortes, apoia dos sôbre os regimes totalitários. Hoje, portanto, as idéias de Luís Tarquínio teriam todo cabimento, depois de uma
experiência bem amarga, bem negativa em matéria de intervenção estatal na vi
da privada. O ideal das relações entre
o indivíduo e o Estado está na coopera
ção e não, como parece, na intervenção, na abdicação das faculdades inerentes ò
SUA MAJESTADE, A RUA
iniciativa particular.
Cakotdo Motta Fn.iio
(Professor da Faculdade de Direito de São Paulo) Ittdlcaçfip bibliográfica:
Luís Tarquínio -
Preceitos
r|s estudiosos de sociologia vêm, beças que está fazendo tremer ot
morais •
cívicos
Humberto Bastos — H«'y. Mlnisl*-© da Independência econômica do Brasil.
Revista do Instituto G-êográiico e Histó rico de Bahia — vol. 72, 1045. Oliveira Viana — O ocaso do Império.
^ nestes últimos tempos, se preo
alicerces da civilização.
cupando com o problema da rua, cuja influência, em todos os sentidos Bociais, se faz cada vez mais acentua
estão desaparecendo, os velhos^ sola res tradicionais, as grandes chácaras
da. Cuidando do problema da delin
qüência infantil eu mesmo já tive a oportunidade de estudar a rua como fator de deseducação, pela incom
preensão dominante de seu significa do. Realmente, a rua aparece, hoje
em dia, como um fator nativo e peri goso para a educação. Antigamente, o lar era a sede da vida familiar, o lar do fidalgo e o lar do burguês. Na antigüidade, o lar era tudo. Era mesmo um pequeno Estado. Fustel de Coulanges, ao examiná-lo, diz que o lar romano era, ao mesmo tempo, uma igreja e uma fortaleza. Porém,
hoje em dia, rompida essa forta leza, estabelecida a vida pública, o contacto de todos com todos, o lar tem, como adversário, a rua. Esta é, antes de tudo, a revolução perma nente, o foco incendiário do incon-
no recato e discrição. A
.
derna, com o pretexto de reve
o sol, portador de luz e saúde, lev^ rencia a rua, entrega-se a e suas amplas janelas, com
des de vidro, com os seus interioies
expostos, para a renúncia, sem es cândalo, da vida privada. Assim, nas cidades modernas e nos bairros ele gantes ou proletários, as ruas pene-
tam nos jardins particulares e es tes dentro de casa, para que tudo possa ser visto de fora!
O que vale numa cidade é o seu sistema de arruamentos. O urbanis
mo chega a ser mesmo a ciência da disposição e da compreensão das ruas. Um americano que, pela primeira vez>
péias, percorre as estreitas ruelas de num mundo estranho, de incompreen-
desce numa das velhas cidades euro Nápoles ou de Nuhrenberg, sente-se-
figurado dentro de uma determinada
BÕes e de misérias e não pode des
ordem moral, se apresenta como o úl
cobrir como a vida humana suporta
praças. São elas conquistas do po vo, o clima terrível das massas, as formadoras dêsse monstro de mil ca
j
encopadas, destinadas a deixar a ca^
Beu ambiente, destinado a um deter minado sistema de hierarquia, con
la cada vez mais, estão as ruas e
'J^iíUÊk
que enfeitavam as cidades. Desapa recem os velhos muros, longos e tnstes, os parques antigos, de
formismo social pertencente ao povo e das reviravoltas da plebe. A casa de moradia é a última residência. O
timo reduto da família. Em torno dela, envolvendo-a, tentando dominá-
••
Por isso mesmo as velhas casas
va essa situação mesquinha e deformante. Para êle, que representa o homem comum, o homem habituado às larguezas da Quinta Avenida, em Nova York, às cidades modernas de ruas amplas e arejadas, — a rua ê
■ > PIIJWI DlCESTO EcONÓNaCO
132
do Luís Tarquínio escreveu sôbre as re lações do indivíduo com o Estado, não se conhecia ainda a desastrosa experiên
cia dos chamados Estados fortes, apoia dos sôbre os regimes totalitários. Hoje, portanto, as idéias de Luís Tarquínio teriam todo cabimento, depois de uma
experiência bem amarga, bem negativa em matéria de intervenção estatal na vi
da privada. O ideal das relações entre
o indivíduo e o Estado está na coopera
ção e não, como parece, na intervenção, na abdicação das faculdades inerentes ò
SUA MAJESTADE, A RUA
iniciativa particular.
Cakotdo Motta Fn.iio
(Professor da Faculdade de Direito de São Paulo) Ittdlcaçfip bibliográfica:
Luís Tarquínio -
Preceitos
r|s estudiosos de sociologia vêm, beças que está fazendo tremer ot
morais •
cívicos
Humberto Bastos — H«'y. Mlnisl*-© da Independência econômica do Brasil.
Revista do Instituto G-êográiico e Histó rico de Bahia — vol. 72, 1045. Oliveira Viana — O ocaso do Império.
^ nestes últimos tempos, se preo
alicerces da civilização.
cupando com o problema da rua, cuja influência, em todos os sentidos Bociais, se faz cada vez mais acentua
estão desaparecendo, os velhos^ sola res tradicionais, as grandes chácaras
da. Cuidando do problema da delin
qüência infantil eu mesmo já tive a oportunidade de estudar a rua como fator de deseducação, pela incom
preensão dominante de seu significa do. Realmente, a rua aparece, hoje
em dia, como um fator nativo e peri goso para a educação. Antigamente, o lar era a sede da vida familiar, o lar do fidalgo e o lar do burguês. Na antigüidade, o lar era tudo. Era mesmo um pequeno Estado. Fustel de Coulanges, ao examiná-lo, diz que o lar romano era, ao mesmo tempo, uma igreja e uma fortaleza. Porém,
hoje em dia, rompida essa forta leza, estabelecida a vida pública, o contacto de todos com todos, o lar tem, como adversário, a rua. Esta é, antes de tudo, a revolução perma nente, o foco incendiário do incon-
no recato e discrição. A
.
derna, com o pretexto de reve
o sol, portador de luz e saúde, lev^ rencia a rua, entrega-se a e suas amplas janelas, com
des de vidro, com os seus interioies
expostos, para a renúncia, sem es cândalo, da vida privada. Assim, nas cidades modernas e nos bairros ele gantes ou proletários, as ruas pene-
tam nos jardins particulares e es tes dentro de casa, para que tudo possa ser visto de fora!
O que vale numa cidade é o seu sistema de arruamentos. O urbanis
mo chega a ser mesmo a ciência da disposição e da compreensão das ruas. Um americano que, pela primeira vez>
péias, percorre as estreitas ruelas de num mundo estranho, de incompreen-
desce numa das velhas cidades euro Nápoles ou de Nuhrenberg, sente-se-
figurado dentro de uma determinada
BÕes e de misérias e não pode des
ordem moral, se apresenta como o úl
cobrir como a vida humana suporta
praças. São elas conquistas do po vo, o clima terrível das massas, as formadoras dêsse monstro de mil ca
j
encopadas, destinadas a deixar a ca^
Beu ambiente, destinado a um deter minado sistema de hierarquia, con
la cada vez mais, estão as ruas e
'J^iíUÊk
que enfeitavam as cidades. Desapa recem os velhos muros, longos e tnstes, os parques antigos, de
formismo social pertencente ao povo e das reviravoltas da plebe. A casa de moradia é a última residência. O
timo reduto da família. Em torno dela, envolvendo-a, tentando dominá-
••
Por isso mesmo as velhas casas
va essa situação mesquinha e deformante. Para êle, que representa o homem comum, o homem habituado às larguezas da Quinta Avenida, em Nova York, às cidades modernas de ruas amplas e arejadas, — a rua ê
DicESTO
135
Dicesto Econômico
realmente a liberdade, uma das maio
vo um de seus biógrafos, "as famí
do que o prudente era sair-se com
sas. Mas o fenômeno já estava, por
res conquistas do espírito coletivo de cooperação e de eficiência.
lias paulistas no recesso dos lares,
um escravo, levando uma luz de azei
êsse tempo, generalizado.
guardavam a tradição portuguêsa de grande rigor aos costumes... Ca-
te de peixe que alumiasse o caminho,
volta de 1630, notava um memoria-
Quando contemplamos o panorama urbano de uma cidade como São
a rua esburacada, o beco sujo."
Já por
lista espanhol a mudança em Paris, "com muita gente pelas ruas e pra
minhava-se à noite, às escuras, ura
Só no meado do século XIX, que
Paulo, que é tipicamente uma cidade
escravo levando a lanterna. As luzes,
esse aspecto desaparece. "A partir
'moderna, sempre em transformação,
acendidas pelos presos de dois a dois,
dos princípios do século XIX, para
com os andaimes permanentemente
eram vagas e espaçadas". "Colocados
Gilberto Freire, a rua foi deixando
lítico.
de ser o escoadouro das águas ser
autor de uma "Lettre d'un Sicilien à l'un de ses amis contenant une
por toda parte, vemos que, realmente,
de longe em longe, e só nas ruas
é a rua um dos poderes mais podero
principais, — escreve um outro co
vidas dos sobrados, por onde o pé
sos do mundo moderno! Antigamente, as cidades mergulhavam na noite,
nhecedor de nossa história, — a luz desses lampiões, alimentada com azeite de peixe, difundia uma claridade
bem calçado do burguês tinha de
porque a rua estava a serviço da casa, — um meio pelo qual se vai de uma casa a outra, de uma residência
a outra residência.
Na pequena ci
dade colonial, descrita por Alcântara
Machado, a vida era um tugúrio. As reuniões em praça pública eram um aconteciipento. Mesmo mais tar
de, com a presença de estudantes, em virtude da instalação dos cursos jurídicos, as ruas eram caminhos ainda. "O povo saía à rua, diz um cronista, para ver o que acontecia ou o que estava acontecendo." Mes mo em 1851, quando o Conselheiro
Furtado foi nomeado delegado de
polícia de São Paulo, as preocupa
Giovanni Paolo Marana^ é
açréab^e critique de Paris et des
mortiça, que só alumiava um pequeno
lhava todo, para ganhar em digni dade e importância social. De noi
cipalmente a partir dos fins do s^
espaço, projetando longas sombras
te, foi deixando de ser o corredor es
movediças, quando o vento baloiçava 03 lampiões." "No século XIX, escre
curo que os particulares atravessa vam, com um escravo na frente, de
ve agora Gilberto Freire, em seu li
vro "Sobrados e Mocambos", Sao
lanterna na mão, para ir se ilumi nando a lampião de azeite de peixe,
Paulo já a capital de certa importân
suspensos por correntes de postes
cia, com alguns sobrados, sucursal do Banco do Brasil, teatro, boas chá caras, lojas tão bem sortidas quanto
altos."
E acrescenta, marcando a
certa amargura, não encontrar se
evolução: — "Os princípioa da ilu minação pública. Os primeiros bri lhos de dignidade da rua, outrora tão subalterna que era preciso que a luz das casas particulares e dos nichos dos santos a iluminasse pelas mãos dos escravos ou pela piedade
as da Corte, — suas senhoras não apareciam às visitas." Muito menos
à rua, a não ser por obrigação. De íato, Saint — Hilaire nota, com nhoras nas casas de São Paulo e em
dos devotos."
Nas ruas, a polícia tomava conta das
to Freire nota, na citada obra que,
E é pela rua que se vai modifi cando, que a democracia vai surgin do. O que aconteceu no Velho Mun
tempo de Alvares de Azevedo, eacre-
a rua se tornara um argumento po
andar com jeito senão se emporca
suas ruas. Daí a razão porque Gilber
a cidade colonial, de ruas estreitas e ru*i^s, era vazia e silenciosa, com seus extensos muros de taipa. No
ças". Bayle dizia, mais tarde, que
Français", onde assinalava os novos
ções de ordem pública eram outras.
casas, impedia os abusos, zelava pe<lo respeito às determinações legais. A não ser as missas e as procissões,
'noite dades século tura.
escura, sair de casa, nas ci brasileiras dos princípios do XIX, tinha seu quê de aven Tudo escuro; becos estreitos;
poças de lama; "tigres" estourados no meio da rua; bicho morto. 'Na
Bahia, em Vila Rica, em Olinda, la deiras
w
Econômico
por onde o pé
do se reiiete no Novo. O que aconte ceu nas grandes cidades européias,
depois do Renascimento e principal mente com o industrialism'), aqui acontece em escala menor. "A pra
ça é do povo, como o cíu é do con-
escorregasse em alguma
dor", declama Castro Alves. E a história começa a ser escrita nas
casca de fruta podre, s
ruas, como recinto incomparável dos
pessoa corria o risco do
acontecimentos coletivos.
aspectos da rua. Há, de fato, prin
culo XVII, uma vontade dominante do sair de casa, de ver c de ser vis
to pelas ruas. Em Hannover, por
Isso, se modifica o aspecto da cida de, oue se assemelha mais a um mer cado! Florenca. que já fizera, nos
tempos dos Medicis, das ruas um ar gumento político, tem suas ruas cheias de povo. Paulo Hazard nos lembra que, por essa época, as cida des célebres conquistam um tra a-
mento especial por parte dos cronis tas e surgem então para os visitantes e passeantes o "Guida de Forastien curiosi di vedere ed intendere le cosô
le pifi notabili delia regai città di Napoli" e outras publicações seme lhantes. E' tal a mudança, em 1637,
que Thomasius. em seu livro "Discur so sobre a imitação dos franceses",
diz que se seus e^ifoTiossad'^'* voH-^ccsem não mais tinham o que reco nhecer!"
1
Porém é em 1900, quando se inicia, o século XX, que a rua conquista de finitivamente o seu reino.
Surge, com início do século XX,
ir espapaçar-se nas pe
Goethe visitou a Itália, notou, entre
dras e até perder-se em deax>enhadeiros. De mo-
as singularidades do italiano, a de
a era das grandes cidades, o que eqüivale dizer, a era das ruas. A exposição universal, em Paris, foi
viver mais nas ruas do que nas ca
uma grande comemoração nesse sen-
Quando
DicESTO
135
Dicesto Econômico
realmente a liberdade, uma das maio
vo um de seus biógrafos, "as famí
do que o prudente era sair-se com
sas. Mas o fenômeno já estava, por
res conquistas do espírito coletivo de cooperação e de eficiência.
lias paulistas no recesso dos lares,
um escravo, levando uma luz de azei
êsse tempo, generalizado.
guardavam a tradição portuguêsa de grande rigor aos costumes... Ca-
te de peixe que alumiasse o caminho,
volta de 1630, notava um memoria-
Quando contemplamos o panorama urbano de uma cidade como São
a rua esburacada, o beco sujo."
Já por
lista espanhol a mudança em Paris, "com muita gente pelas ruas e pra
minhava-se à noite, às escuras, ura
Só no meado do século XIX, que
Paulo, que é tipicamente uma cidade
escravo levando a lanterna. As luzes,
esse aspecto desaparece. "A partir
'moderna, sempre em transformação,
acendidas pelos presos de dois a dois,
dos princípios do século XIX, para
com os andaimes permanentemente
eram vagas e espaçadas". "Colocados
Gilberto Freire, a rua foi deixando
lítico.
de ser o escoadouro das águas ser
autor de uma "Lettre d'un Sicilien à l'un de ses amis contenant une
por toda parte, vemos que, realmente,
de longe em longe, e só nas ruas
é a rua um dos poderes mais podero
principais, — escreve um outro co
vidas dos sobrados, por onde o pé
sos do mundo moderno! Antigamente, as cidades mergulhavam na noite,
nhecedor de nossa história, — a luz desses lampiões, alimentada com azeite de peixe, difundia uma claridade
bem calçado do burguês tinha de
porque a rua estava a serviço da casa, — um meio pelo qual se vai de uma casa a outra, de uma residência
a outra residência.
Na pequena ci
dade colonial, descrita por Alcântara
Machado, a vida era um tugúrio. As reuniões em praça pública eram um aconteciipento. Mesmo mais tar
de, com a presença de estudantes, em virtude da instalação dos cursos jurídicos, as ruas eram caminhos ainda. "O povo saía à rua, diz um cronista, para ver o que acontecia ou o que estava acontecendo." Mes mo em 1851, quando o Conselheiro
Furtado foi nomeado delegado de
polícia de São Paulo, as preocupa
Giovanni Paolo Marana^ é
açréab^e critique de Paris et des
mortiça, que só alumiava um pequeno
lhava todo, para ganhar em digni dade e importância social. De noi
cipalmente a partir dos fins do s^
espaço, projetando longas sombras
te, foi deixando de ser o corredor es
movediças, quando o vento baloiçava 03 lampiões." "No século XIX, escre
curo que os particulares atravessa vam, com um escravo na frente, de
ve agora Gilberto Freire, em seu li
vro "Sobrados e Mocambos", Sao
lanterna na mão, para ir se ilumi nando a lampião de azeite de peixe,
Paulo já a capital de certa importân
suspensos por correntes de postes
cia, com alguns sobrados, sucursal do Banco do Brasil, teatro, boas chá caras, lojas tão bem sortidas quanto
altos."
E acrescenta, marcando a
certa amargura, não encontrar se
evolução: — "Os princípioa da ilu minação pública. Os primeiros bri lhos de dignidade da rua, outrora tão subalterna que era preciso que a luz das casas particulares e dos nichos dos santos a iluminasse pelas mãos dos escravos ou pela piedade
as da Corte, — suas senhoras não apareciam às visitas." Muito menos
à rua, a não ser por obrigação. De íato, Saint — Hilaire nota, com nhoras nas casas de São Paulo e em
dos devotos."
Nas ruas, a polícia tomava conta das
to Freire nota, na citada obra que,
E é pela rua que se vai modifi cando, que a democracia vai surgin do. O que aconteceu no Velho Mun
tempo de Alvares de Azevedo, eacre-
a rua se tornara um argumento po
andar com jeito senão se emporca
suas ruas. Daí a razão porque Gilber
a cidade colonial, de ruas estreitas e ru*i^s, era vazia e silenciosa, com seus extensos muros de taipa. No
ças". Bayle dizia, mais tarde, que
Français", onde assinalava os novos
ções de ordem pública eram outras.
casas, impedia os abusos, zelava pe<lo respeito às determinações legais. A não ser as missas e as procissões,
'noite dades século tura.
escura, sair de casa, nas ci brasileiras dos princípios do XIX, tinha seu quê de aven Tudo escuro; becos estreitos;
poças de lama; "tigres" estourados no meio da rua; bicho morto. 'Na
Bahia, em Vila Rica, em Olinda, la deiras
w
Econômico
por onde o pé
do se reiiete no Novo. O que aconte ceu nas grandes cidades européias,
depois do Renascimento e principal mente com o industrialism'), aqui acontece em escala menor. "A pra
ça é do povo, como o cíu é do con-
escorregasse em alguma
dor", declama Castro Alves. E a história começa a ser escrita nas
casca de fruta podre, s
ruas, como recinto incomparável dos
pessoa corria o risco do
acontecimentos coletivos.
aspectos da rua. Há, de fato, prin
culo XVII, uma vontade dominante do sair de casa, de ver c de ser vis
to pelas ruas. Em Hannover, por
Isso, se modifica o aspecto da cida de, oue se assemelha mais a um mer cado! Florenca. que já fizera, nos
tempos dos Medicis, das ruas um ar gumento político, tem suas ruas cheias de povo. Paulo Hazard nos lembra que, por essa época, as cida des célebres conquistam um tra a-
mento especial por parte dos cronis tas e surgem então para os visitantes e passeantes o "Guida de Forastien curiosi di vedere ed intendere le cosô
le pifi notabili delia regai città di Napoli" e outras publicações seme lhantes. E' tal a mudança, em 1637,
que Thomasius. em seu livro "Discur so sobre a imitação dos franceses",
diz que se seus e^ifoTiossad'^'* voH-^ccsem não mais tinham o que reco nhecer!"
1
Porém é em 1900, quando se inicia, o século XX, que a rua conquista de finitivamente o seu reino.
Surge, com início do século XX,
ir espapaçar-se nas pe
Goethe visitou a Itália, notou, entre
dras e até perder-se em deax>enhadeiros. De mo-
as singularidades do italiano, a de
a era das grandes cidades, o que eqüivale dizer, a era das ruas. A exposição universal, em Paris, foi
viver mais nas ruas do que nas ca
uma grande comemoração nesse sen-
Quando
130
tido.
DiCESTO £CONÓ^QCO
tas, seus inventos, suas ciências, sua
O mundo trazia suas conquis
as igrejas estão cheias, as confeita rias e restaurantes estão cheios, os
artes para as ruas.
hospitais estão cheios e tudo isso por
Desde
então, começa
realmente
tima nova era social e, consequente mente, uma nova era política. Os
grovcmos não são mais pela graça de Deus mas pela aclamação dos povos, isto é, das ruas. Quem quiser en
A HABITABILIDADE BOS TRÓPICOS PiMENTEL Gomes
que é a rua o caminho de um novo sistema de convivência, de um novo
IX
sistema de sensibilidade e de com
preensão da vida, porque reúne, no mesmo recinto, indivíduos de todas
I Tltimemos esta série de artigos em
as raças, das civilizações as mais di
^ que procuramos mostrar as verda
contrar, materialmente, como força visível e poderosa, o Estado moderno,
versas, das culturas as mais contra
deiras finalidades de Les Paijs Tropicaux
ditórias.
Na rua, não há partidos,
e as generalizações apressadas c os erros
examine uma grande metrópole com
nem nacionalismos, nem classes, nem cafetas, nem religiões. Há o homem indiferenciado da rua, que circula da
de Pierrc Gouroux, professor do "Colle-
francês não perturba os especialistas. Hã,
qui para ali para a satisfação de seus apetites e curiosidades. Há o império amorfo e movediço do transeunte, o
não têm, sôbrd o assunto, grandes conhe cimentos c não querem olhar em tomo
suas ruas. O destino do mundo, de pois de 1914, procura se revelar pe las ^as de Paris, de Londres, de Berlim, de Moscou, de Nova York!
O populismo, que se alastra aqui e ali, é fruto das ruas, como o aris-
tocratismo foi um fruto dos caste los. Por isso, já não bastam as de cisões das casas de parlamento. E' pecessário o povo em comício, o povo que aclama e destrói a Hitler e a Mussolini. Ortega y Gasset com o seu pensamento aristocrático, impres sionou-se deveras com o fenômeno das aglomerações e, por êle, com o império das massas. Para o pensador espanhol o indivíduo vai desaparecen do na coletividade "como Ia gota en ,el nube viajera". Como foi possível êsse fenômeno da aglomeração? Pela. rua, evidentemente.
Os teatros
estão cheios, os cinemas estão cheios,
reino inverossímel do João-Ninguém. E' só olhá-la no panorama noturno de São Paulo-
A cidade se ilumina
ge de Franco". O livro do professor porém, a grande massa dos que lêem e e pensar por conta própria. Os brancos nos trópicos
para êle. Os anúncios luminosos tra çam, entre aa
massas escuras doa
grandes prédios, desenhos estranhos e multicores e o ruído dos cinemas,
dos teatros, dos automóveis que vêm e que vão, orquestram a música dessa
vida nova, que a civilização desper tou.
Essa vida anônima continua
depois, mais intensa, mais rumorosa
durante o dia.' E é para ela que se volta a curiosidade da criança, a vaidade feminina e o interesse do ho
mem. E a rua parece dizer ao polí
As cercas .são de pedra. As casas, cober tas de telha, mesmo as mais pobres. Há
400 a 000 açudes por município. Enfii» criou uma economia sólida num dos tre
chos mais ingratos do Brasil. Durante a última guerra, desprovido de técnicos, descobriu minas dc cassite-
rita, tungstênio, columbita, làntalo e be rilo. Passou a explorá-las. Mais tarde chegaram engenheiros do Departamento Nacional da Produção Mineral e uns tan
tos engenheiros ianques. Mas a iniciati va coubera ao seridocnse. Em po"c<)S mcscs ,, ,
após varias tentativas infrutite-
conseguiram montar fomos para O
Quem conhece o Brasil da Amazônia ao pampa e das falcsias polícromas do
rus,
cabo Branco às florestas atravessadas pe
ta cassiterita para ser beneficiada nos
los rios c igarapés acreanos, sabe que o branco pode viver vitoriosamente nos
beneficiameuto da cassiterita, multiphcando os lucros. A Bolívia ainda expor
fomos do Texas c da Grã-Bretanha. Também são brancos em sua grande trópicos. Encontrará brancos brasileiros, maioria os que criam gado nas caatingas alguns com tipos nórdicos fazendo todas nordestinas, plantam café nas serras e as espécies de serviço cm todas as lati tudes e altitudes. Vê-lo-á, por e.xemplo, no esturricado Scridó, no pólo seco do
país, vivendo vitoriosamente. Construiu milhares de açudes. Dedica-se à cultura
tico moderno: — "ou tu me decifras
do algodoeiro mocó, à pecuária, à pisci
ou eu te devoro!"
cultura. Enraizou-se na terra semi-árida.
Venceu. Cada fazenda produz milhares de arrôbas do melhor algodão brasileiro.
Ergue fábricas para beneficiá-lo. Cria gado para corte e leite. Faz queijos e manteiga. Amparado pelo Serviço de
Piscicultura do Departamento Nacional de Obra.s Contra as Secas, dedica-se tam
bém à piscicultura. Costuma, anualmen te, apurar, na venda do peixe, o valor do próprio açude, graças à extraordiná ria riqueza de plâncton de suas águas.
planaltos; tripulam as jangadas e os bar cos de pesca que as estão substituindo ; cxoloraram e povoaram a Amazônia; ins talaram indústrias em Manaus, Belém, São Luís, Fortaleza, Natal, João PesEoa, Recife, Maceió e Aracaju. Alem dos brancos de velha cepa há dezenas de mi lhares de brancos europeus e seus filhos. Muitos deles trabalham cm cargos hu mildes, como hortelões, operários de fá bricas de tecidos, mecânicos... Milhares estão inteiramente radicados. Não se observa um sistemático dimi
nuir de atividades com a aproximação do
equador. Pernambuco, por exemplo, por motivos vários, é mais adiantado que a Bahia ou o Espírito Santo. Belém e Ma-
130
tido.
DiCESTO £CONÓ^QCO
tas, seus inventos, suas ciências, sua
O mundo trazia suas conquis
as igrejas estão cheias, as confeita rias e restaurantes estão cheios, os
artes para as ruas.
hospitais estão cheios e tudo isso por
Desde
então, começa
realmente
tima nova era social e, consequente mente, uma nova era política. Os
grovcmos não são mais pela graça de Deus mas pela aclamação dos povos, isto é, das ruas. Quem quiser en
A HABITABILIDADE BOS TRÓPICOS PiMENTEL Gomes
que é a rua o caminho de um novo sistema de convivência, de um novo
IX
sistema de sensibilidade e de com
preensão da vida, porque reúne, no mesmo recinto, indivíduos de todas
I Tltimemos esta série de artigos em
as raças, das civilizações as mais di
^ que procuramos mostrar as verda
contrar, materialmente, como força visível e poderosa, o Estado moderno,
versas, das culturas as mais contra
deiras finalidades de Les Paijs Tropicaux
ditórias.
Na rua, não há partidos,
e as generalizações apressadas c os erros
examine uma grande metrópole com
nem nacionalismos, nem classes, nem cafetas, nem religiões. Há o homem indiferenciado da rua, que circula da
de Pierrc Gouroux, professor do "Colle-
francês não perturba os especialistas. Hã,
qui para ali para a satisfação de seus apetites e curiosidades. Há o império amorfo e movediço do transeunte, o
não têm, sôbrd o assunto, grandes conhe cimentos c não querem olhar em tomo
suas ruas. O destino do mundo, de pois de 1914, procura se revelar pe las ^as de Paris, de Londres, de Berlim, de Moscou, de Nova York!
O populismo, que se alastra aqui e ali, é fruto das ruas, como o aris-
tocratismo foi um fruto dos caste los. Por isso, já não bastam as de cisões das casas de parlamento. E' pecessário o povo em comício, o povo que aclama e destrói a Hitler e a Mussolini. Ortega y Gasset com o seu pensamento aristocrático, impres sionou-se deveras com o fenômeno das aglomerações e, por êle, com o império das massas. Para o pensador espanhol o indivíduo vai desaparecen do na coletividade "como Ia gota en ,el nube viajera". Como foi possível êsse fenômeno da aglomeração? Pela. rua, evidentemente.
Os teatros
estão cheios, os cinemas estão cheios,
reino inverossímel do João-Ninguém. E' só olhá-la no panorama noturno de São Paulo-
A cidade se ilumina
ge de Franco". O livro do professor porém, a grande massa dos que lêem e e pensar por conta própria. Os brancos nos trópicos
para êle. Os anúncios luminosos tra çam, entre aa
massas escuras doa
grandes prédios, desenhos estranhos e multicores e o ruído dos cinemas,
dos teatros, dos automóveis que vêm e que vão, orquestram a música dessa
vida nova, que a civilização desper tou.
Essa vida anônima continua
depois, mais intensa, mais rumorosa
durante o dia.' E é para ela que se volta a curiosidade da criança, a vaidade feminina e o interesse do ho
mem. E a rua parece dizer ao polí
As cercas .são de pedra. As casas, cober tas de telha, mesmo as mais pobres. Há
400 a 000 açudes por município. Enfii» criou uma economia sólida num dos tre
chos mais ingratos do Brasil. Durante a última guerra, desprovido de técnicos, descobriu minas dc cassite-
rita, tungstênio, columbita, làntalo e be rilo. Passou a explorá-las. Mais tarde chegaram engenheiros do Departamento Nacional da Produção Mineral e uns tan
tos engenheiros ianques. Mas a iniciati va coubera ao seridocnse. Em po"c<)S mcscs ,, ,
após varias tentativas infrutite-
conseguiram montar fomos para O
Quem conhece o Brasil da Amazônia ao pampa e das falcsias polícromas do
rus,
cabo Branco às florestas atravessadas pe
ta cassiterita para ser beneficiada nos
los rios c igarapés acreanos, sabe que o branco pode viver vitoriosamente nos
beneficiameuto da cassiterita, multiphcando os lucros. A Bolívia ainda expor
fomos do Texas c da Grã-Bretanha. Também são brancos em sua grande trópicos. Encontrará brancos brasileiros, maioria os que criam gado nas caatingas alguns com tipos nórdicos fazendo todas nordestinas, plantam café nas serras e as espécies de serviço cm todas as lati tudes e altitudes. Vê-lo-á, por e.xemplo, no esturricado Scridó, no pólo seco do
país, vivendo vitoriosamente. Construiu milhares de açudes. Dedica-se à cultura
tico moderno: — "ou tu me decifras
do algodoeiro mocó, à pecuária, à pisci
ou eu te devoro!"
cultura. Enraizou-se na terra semi-árida.
Venceu. Cada fazenda produz milhares de arrôbas do melhor algodão brasileiro.
Ergue fábricas para beneficiá-lo. Cria gado para corte e leite. Faz queijos e manteiga. Amparado pelo Serviço de
Piscicultura do Departamento Nacional de Obra.s Contra as Secas, dedica-se tam
bém à piscicultura. Costuma, anualmen te, apurar, na venda do peixe, o valor do próprio açude, graças à extraordiná ria riqueza de plâncton de suas águas.
planaltos; tripulam as jangadas e os bar cos de pesca que as estão substituindo ; cxoloraram e povoaram a Amazônia; ins talaram indústrias em Manaus, Belém, São Luís, Fortaleza, Natal, João PesEoa, Recife, Maceió e Aracaju. Alem dos brancos de velha cepa há dezenas de mi lhares de brancos europeus e seus filhos. Muitos deles trabalham cm cargos hu mildes, como hortelões, operários de fá bricas de tecidos, mecânicos... Milhares estão inteiramente radicados. Não se observa um sistemático dimi
nuir de atividades com a aproximação do
equador. Pernambuco, por exemplo, por motivos vários, é mais adiantado que a Bahia ou o Espírito Santo. Belém e Ma-
>NÓ2.{100 Dicesto Econó&uoo
138
naus têm mais progresso que São Luís, Terezina, Natal, Aracaju, Vitória, Floria
guardadas as devidas proporções, razoá
nópolis ou Cuiabá. A receita da prefei tura de Campina Grande, na Paraíba, —•
quase ccin anos. Conta com bons colé
uns 20 milhões de cruzeiros — não en
vergonharia à de muitas cidades de igual tamanho situadas nas áreas brasi leiras de clima temperado. Campina Grande, pelo seu progre.sso> pelo seu de'senvolvimento, pelo seu dinamismo, pode comparar-se aos mais progressistas -mu
nicípios de Minas Gerais, São Paulo ou
Rio Grande do Sul. Embora sob o pa ralelo 7 e sem gozar as vantagens de ca pital de província, tem modsrnissimos
serviços de água encanada e esgotos e um dos melhores hotéis brasileiros exis
tentes em cidades da mesma população.
Está quase totalmente calçada a paralelepipedo. Possui várias fábricas. Cer tamente terá muito mais
vel centro intelectual. Possui jornais há
gios, bibliotecas e livrarias. Os açudes vizinhos perniítem-lhe ler muito pesca do, milho c feijão verdes de janeiro a de zembro e muita banana.
carne e leite. Quando dispuser de ener gia barata, fatalmente será um grande Depois da guerra comcçou-se a pen sar em imigração européia dirigida para os estados do Leste
Nordeste.
cnTe 720 e I.OOO metros. Os re
dico, o Acaraú, que será perenizado com
a conclusão de obras programadas e par cialmente prontas. E uma das cidades mais quentes do Brasil. Os verões são íquase tão quentes quanto os de Sevilha, na Espanha. Não dispõe de luz e ener gia elétricas baratas. Tem sido mal ad ministrada, o que não sucede com Cam pina Grande. Cre:;ce rapidamente. Ê
plantações de raini nesta região. Como operários agrícolas, começou a empre gar colonos suíços. As primeira famí lias se deram tão bem cpic providenciou
mos o númem de imigrantes, estimável em 2.500 a 3.000 almas, com a popula
n vinda de muitas outras. Em face do
cisa, com uma oix:raçao ur.tmética: No
que está verificando pràticamentc, julga o clima perfeitamente adaplá\'el ao imi grante suíço. Em sua opinião, tndo de
meado da década dos oitenta, o número dc colonos foi avaliado em 5 a 6 mil.
pende da alimentação. Sc o curopen sc suficicnlcmenle,
aclimata-se
com facilidade. A imigração é custeada
pelo industrial. Suas hnouras deverão cobrir 2.500 hectares.
Sobro o comporUmiento dos alemães nas colônias agrícolas in; taladas r.o Es
pirito Santo, ainda no reinado dc d. Pe dro II, há um estudo muito interessante — "Dic Dautschcn Kolonistcn in Brasilianischen Staatc Espirito Santo pu
ção tcutu que ascende a 17 ou 18 mil cabeças.
Uma demonstração mais pre
Com uma taxa dc crescimento de 4^
cm 30 anos, a população teria dc se clcr var dc 16.2.17 a 19.460 almas, o que
concorda com a minha avaliação. Não. creio seja suscetível de acontecer, em
muitos lugares da Terra, cousa similar; pretendo, até, admitir ser esse o umco ca.so autêntico de tão favoráveis cifras demográficas.
"Uma taxa de nascimento dc 50 por
mil e mesmo superior não constitui ra ridade nenhuma. Encontra-se, por e.xem-
jos.
embora em pequenas levas.
clusões são tão favoráveis á habitabilidadc dos trópicos por nórdicos que que
ras não permitem atendéOs curopeiis conti nuam, porém, a chegar, Agora estão articulando # instalação
de danubianos
de raça alemã. O dr. Magnacca, técnico dc uma cooperativa dos
Auruzos, esta procurando transferir mi lhares de italianos para a Bahia, Pernam buco e Paraíba. O Dr. Magnacca tam bém está tentando localizar alguns mh Ihares na baixada fluminense, onde, aliás, há um número grande e crescente
de europeus se dedicando à lavoura e á indústria.
139
blicado por Ernst Wagcmann, cm 1915, plo, em Ja\-a, em muitas partes da Rús em Lcipzig. Tem a meliculosidadc ger sia e da índia; mas, cm regra, é acom panhada de alta mortalidade. O o}^>tuámânica. É um trabalho dc cientista ale rlo reduz-se, normalmente, nos países de mão, escrito para alcmaes. Suas con
los à medida de seus dese
Sob o paralelo 4 e a bai xa altitude, cresceu Sobral,
semi-árido, à margem de um rio perió
Na Bahia, instalaram-se, em
sultados c.xcedcm à e.Npectativa. Há miliiarcs de italianos desejando transferirse para a Bahia. Dificuldades financei
Paulo Afonso.
outro exemplo que me pa
Setentrional e do
colônias agrícolas, italianos, poloneses, iugoslavos c alemães, em altitudes que
energia farta e barata de
INCESTO Econômico
alimenta
centro indiislrial.
depois de janeiro de 1953, quando por lá chegará a
rece interessante. Encontra-se em trecho
Há bastante
I
Meses atrás viritei uma fá
higiene pública e privada muito desen
volvida, como nos europeus ocidentais-
ro restringir-mc a citações. Quero lem brar, porém, qvic parte dos colonos está
Segundo as estatísticas mais recentes, a mortalidade é, presentemente, mais bai
na zona montanhosa, mas a pequena al titude. A temperatura média não é in ferior a 21 graus centigrados. Parte lo
xa, na Holanda. Ai, em 1912, importou,
em 15,6 por mil. Nesses pa'ses, o núme
calizou-se na planície, com temperatu ra média de uns 25 graus, pelos dados de
23 e 30 por mil. Em 1912, na Alema
Ern:t Wagemann. Vamos às citações. Escreveu sobre o crescimento demo
ainda, cm 12,3 por mil ; na Alemanlia,
ro de nascimentos costuma fixar-ss entre nha, ascendeu a 28,3 por mil, de modo
que se verificou um crescimento deinor
gráfico: "Fato importante: cm 1912, no Espírito Santo, entre mil alemães evan
gráfico de 1,3%. Uma taxa de cresciimento de 9. % iá é para se considerar al go extraordinário. A gente tendo a ba»-
mã) nasceram 48,5 c morreram 7,8. Em
ii»r p.oa o mundo das lendas uma taxa
gélicos (são brasileiros de origem ale
brica italiana transferida para os arredo res do Rio de Janeiro, com seus técni cos e seus operários especializados. Há
cada terceira ou quarta família ocorreu um nascimento e cm cada vigésima se
fortável. Instalou várias fábricas. Tem
dias, conversei, no gabinete do ministro da Agricultura, com um industrial suíço-
servas. Uma conclusão, porém, se evi
grande movimento comercial. Foi uma das primeiras cidades brasileiras a esten
cimentos para as mortes é de 6:1 e a
Estava transferindo duas fábricas dc te
taxa dc crescimento anual de 4 %.
dencia : as comunidades da região bai xa, Santa Joana e Santa Cruz, ostentam os números mais altos, mesmo quando consideramos a população como o produ-
parcialmente calçada. Grande parte do casario é moderno e razoãvelmente con
gunda, um óbito. A proporção de nas
cidos que trabalharão com raml. Uma
"São números inauditos 1 A gente ten
der trilhos para uma linha de bondes. A
delas ficará em São Paulo. A outra, na
iniciativa foi inteiramente sobralense. É,
baixada
de a duvidar dc sua exatidão; mas acha mo-los confirmados, quando confronta
fluminense.
Iniciou
enormes
de 4%." Junta uns dados númericos e acrescenta : "Parece-me demasiadamente audacioso utilizar esses números sem re
>NÓ2.{100 Dicesto Econó&uoo
138
naus têm mais progresso que São Luís, Terezina, Natal, Aracaju, Vitória, Floria
guardadas as devidas proporções, razoá
nópolis ou Cuiabá. A receita da prefei tura de Campina Grande, na Paraíba, —•
quase ccin anos. Conta com bons colé
uns 20 milhões de cruzeiros — não en
vergonharia à de muitas cidades de igual tamanho situadas nas áreas brasi leiras de clima temperado. Campina Grande, pelo seu progre.sso> pelo seu de'senvolvimento, pelo seu dinamismo, pode comparar-se aos mais progressistas -mu
nicípios de Minas Gerais, São Paulo ou
Rio Grande do Sul. Embora sob o pa ralelo 7 e sem gozar as vantagens de ca pital de província, tem modsrnissimos
serviços de água encanada e esgotos e um dos melhores hotéis brasileiros exis
tentes em cidades da mesma população.
Está quase totalmente calçada a paralelepipedo. Possui várias fábricas. Cer tamente terá muito mais
vel centro intelectual. Possui jornais há
gios, bibliotecas e livrarias. Os açudes vizinhos perniítem-lhe ler muito pesca do, milho c feijão verdes de janeiro a de zembro e muita banana.
carne e leite. Quando dispuser de ener gia barata, fatalmente será um grande Depois da guerra comcçou-se a pen sar em imigração européia dirigida para os estados do Leste
Nordeste.
cnTe 720 e I.OOO metros. Os re
dico, o Acaraú, que será perenizado com
a conclusão de obras programadas e par cialmente prontas. E uma das cidades mais quentes do Brasil. Os verões são íquase tão quentes quanto os de Sevilha, na Espanha. Não dispõe de luz e ener gia elétricas baratas. Tem sido mal ad ministrada, o que não sucede com Cam pina Grande. Cre:;ce rapidamente. Ê
plantações de raini nesta região. Como operários agrícolas, começou a empre gar colonos suíços. As primeira famí lias se deram tão bem cpic providenciou
mos o númem de imigrantes, estimável em 2.500 a 3.000 almas, com a popula
n vinda de muitas outras. Em face do
cisa, com uma oix:raçao ur.tmética: No
que está verificando pràticamentc, julga o clima perfeitamente adaplá\'el ao imi grante suíço. Em sua opinião, tndo de
meado da década dos oitenta, o número dc colonos foi avaliado em 5 a 6 mil.
pende da alimentação. Sc o curopen sc suficicnlcmenle,
aclimata-se
com facilidade. A imigração é custeada
pelo industrial. Suas hnouras deverão cobrir 2.500 hectares.
Sobro o comporUmiento dos alemães nas colônias agrícolas in; taladas r.o Es
pirito Santo, ainda no reinado dc d. Pe dro II, há um estudo muito interessante — "Dic Dautschcn Kolonistcn in Brasilianischen Staatc Espirito Santo pu
ção tcutu que ascende a 17 ou 18 mil cabeças.
Uma demonstração mais pre
Com uma taxa dc crescimento de 4^
cm 30 anos, a população teria dc se clcr var dc 16.2.17 a 19.460 almas, o que
concorda com a minha avaliação. Não. creio seja suscetível de acontecer, em
muitos lugares da Terra, cousa similar; pretendo, até, admitir ser esse o umco ca.so autêntico de tão favoráveis cifras demográficas.
"Uma taxa de nascimento dc 50 por
mil e mesmo superior não constitui ra ridade nenhuma. Encontra-se, por e.xem-
jos.
embora em pequenas levas.
clusões são tão favoráveis á habitabilidadc dos trópicos por nórdicos que que
ras não permitem atendéOs curopeiis conti nuam, porém, a chegar, Agora estão articulando # instalação
de danubianos
de raça alemã. O dr. Magnacca, técnico dc uma cooperativa dos
Auruzos, esta procurando transferir mi lhares de italianos para a Bahia, Pernam buco e Paraíba. O Dr. Magnacca tam bém está tentando localizar alguns mh Ihares na baixada fluminense, onde, aliás, há um número grande e crescente
de europeus se dedicando à lavoura e á indústria.
139
blicado por Ernst Wagcmann, cm 1915, plo, em Ja\-a, em muitas partes da Rús em Lcipzig. Tem a meliculosidadc ger sia e da índia; mas, cm regra, é acom panhada de alta mortalidade. O o}^>tuámânica. É um trabalho dc cientista ale rlo reduz-se, normalmente, nos países de mão, escrito para alcmaes. Suas con
los à medida de seus dese
Sob o paralelo 4 e a bai xa altitude, cresceu Sobral,
semi-árido, à margem de um rio perió
Na Bahia, instalaram-se, em
sultados c.xcedcm à e.Npectativa. Há miliiarcs de italianos desejando transferirse para a Bahia. Dificuldades financei
Paulo Afonso.
outro exemplo que me pa
Setentrional e do
colônias agrícolas, italianos, poloneses, iugoslavos c alemães, em altitudes que
energia farta e barata de
INCESTO Econômico
alimenta
centro indiislrial.
depois de janeiro de 1953, quando por lá chegará a
rece interessante. Encontra-se em trecho
Há bastante
I
Meses atrás viritei uma fá
higiene pública e privada muito desen
volvida, como nos europeus ocidentais-
ro restringir-mc a citações. Quero lem brar, porém, qvic parte dos colonos está
Segundo as estatísticas mais recentes, a mortalidade é, presentemente, mais bai
na zona montanhosa, mas a pequena al titude. A temperatura média não é in ferior a 21 graus centigrados. Parte lo
xa, na Holanda. Ai, em 1912, importou,
em 15,6 por mil. Nesses pa'ses, o núme
calizou-se na planície, com temperatu ra média de uns 25 graus, pelos dados de
23 e 30 por mil. Em 1912, na Alema
Ern:t Wagemann. Vamos às citações. Escreveu sobre o crescimento demo
ainda, cm 12,3 por mil ; na Alemanlia,
ro de nascimentos costuma fixar-ss entre nha, ascendeu a 28,3 por mil, de modo
que se verificou um crescimento deinor
gráfico: "Fato importante: cm 1912, no Espírito Santo, entre mil alemães evan
gráfico de 1,3%. Uma taxa de cresciimento de 9. % iá é para se considerar al go extraordinário. A gente tendo a ba»-
mã) nasceram 48,5 c morreram 7,8. Em
ii»r p.oa o mundo das lendas uma taxa
gélicos (são brasileiros de origem ale
brica italiana transferida para os arredo res do Rio de Janeiro, com seus técni cos e seus operários especializados. Há
cada terceira ou quarta família ocorreu um nascimento e cm cada vigésima se
fortável. Instalou várias fábricas. Tem
dias, conversei, no gabinete do ministro da Agricultura, com um industrial suíço-
servas. Uma conclusão, porém, se evi
grande movimento comercial. Foi uma das primeiras cidades brasileiras a esten
cimentos para as mortes é de 6:1 e a
Estava transferindo duas fábricas dc te
taxa dc crescimento anual de 4 %.
dencia : as comunidades da região bai xa, Santa Joana e Santa Cruz, ostentam os números mais altos, mesmo quando consideramos a população como o produ-
parcialmente calçada. Grande parte do casario é moderno e razoãvelmente con
gunda, um óbito. A proporção de nas
cidos que trabalharão com raml. Uma
"São números inauditos 1 A gente ten
der trilhos para uma linha de bondes. A
delas ficará em São Paulo. A outra, na
iniciativa foi inteiramente sobralense. É,
baixada
de a duvidar dc sua exatidão; mas acha mo-los confirmados, quando confronta
fluminense.
Iniciou
enormes
de 4%." Junta uns dados númericos e acrescenta : "Parece-me demasiadamente audacioso utilizar esses números sem re
ri
Dicesto Econômico
140
to da multiplicação do número de famí lias por 0 (nesse caso, a taxa de natali dade e a de mortalidade estão acrescen
tadas acima, entre parênteses) em lugar de por 5."
i. i i
guindo os princípios indicados por um módico c-spccialista, alimentando-se bem,
atuam benfazejas, compensando as se manas abafadas do verão.
acliinala-se inteiramente, como milhões
"O aspecto do> habitantes atesta a be-
de exemplos o mostram inLofismávcl-
nignídade do clima."
141
Dicesto Econômico
em grande parte, por uma raça quo êle julga inferior, não deixa de reconhecer que os brancos se aclimataram completa mente nas Antilhas, onde vivem e se re
desinteria e a opilação grassavam entre
filhos de nossos camponeses, nada têm
os colonos.
do doentio."
versitário ianque, cm "Industrial Ccography". Diz êlc sôbrc o nosso clima:
produzem há séculos. A resistência ao clima dependeria principalmente da ali mentação: "Expcrienccs now teache conchi.si\ely that rcsistance to the arduous conclitions dcpends on careful li
"Os homens, no porte, no tamanho e na expressão fisionômica, tendem a um
"Ali of the country lies south of the annual thermal equator. In addition to
te "crcole" familics have main^ained
abrasllciramento. Laniberg não reproduz
the elevation of inucli of tlic land, the
thcir hold even longcr in the wholly tro
o tipo do colono tcuto no Espírito San to, quando fala dos ossos de mamute dos
of watcr surface made by stcams hclp
Sobre a salubridade, escreve: "Outro-
ra, a malária, a febre amarela, o tifo, a Muitas mulheres morriam
de sobreparto. Picadas de cobra e desas tres durante a derrubada ocasionavam mortes.
"Ccntrlbuiram para modificar, favoràvelmente, a proporção entre nascimentos e mortes, vários fatôres: as condições econômicas melhoraram, atenuaram-se as
carências, suavizou-se o trabalho, tornouse menos úmido o clima cm virtude do
afastamento das matas, os mosquitos e outros transmissores foram desaparecen
do progressivamente. Demais, a adap tação gradual ao clima e a outras con dições terá desempenhado, no caso um papel efetivo: os que nasceram na re gião, como é de supor, são menos sensí veis a certas influências prejudiciais. A propósito, basta lembrar quão difícil foi para o primeiro colono acostumar-se com o prato brasileiro, feijão e farinha de mandioca.
"Hoje, as condições demográficas na parte montanhosa do território das colô nias representam algo extraordinário. Em que parte do mundo, os nascimentos es
tão para os óbitos numa proporção de 6:1, como lá sé verifica; em que parto
"Os garotos são vivazes e bem desen
to tcmpcr the climate."
pomcranos que lá encontrou. Os colo
No último capítulo — "A future great
region ?" — escreve : "It would seem that, given time, the region between
musculosas e possantes. É duvidoso que
ving and good focd . Diz ainda: Wni-
pical West índios, and proved their worlh in the professions and business, as well as in sport."
Sübre a habitabilidade dos trópicos
úmidos por brancos nórdicos há uns es tudos muito interessantes feitos no norte
ca ao consumo de aguardente e ao vício
do Queensland, onde a latitude nao é corrigida pela alülude. A falta de es- ^ paço não me permite citar mais que tr^ H variety of climate and topography, nia- chos esparsos de um trabalho do prof.
northern Minas Gerais, or jxissibly Natal,
sua eficiência seja menor que a dos an tepassados. Diversas pessoas na região
and Buenos Ayres will becomc one of indüstry and population. Thcre is great
procuram atribuir essa modificação físi
Grenfcll Price, C.M.G.,
de fumar, difundidos entre os rapazes.
king possible the production of many
Com mais razão, talvez, ver-se-ia nesse
diffcrcnt agricultural products and the
fenômeno uma decorrência da adaptação
likelihood of finding many mineral resources. The cntire arca is relatively
Austrália deseja ser povoada apenas por povos brancos e de preferência por nór
closc to the coast, which, in spite of the
dicos. O estudo do professor australia
à terra, no trabalho na floresta, à ali mentação diferente." "As moças não adquiriram nada da graça e faceirice indolente das brasilei ras, o que me parece uma conseqüência
difficulty of constructing railways across tlie escarpment of the plateau, is an important commercial advantage. Although coal ii scarce, it may be imported, and
de trabalharem, pesadamente, no campo, ao lado do homem. Permaneceram, pelo menos, tão robustas e fortes quanto eram suas mães e avós."
Escreve um pouco adiante: "Na re-
cimentos é de 48 por mil ?"
diminuiu."
Escreve sobre a influência do clima:
long coast lino and lhe large amount
nos são magros e csguios, talvez meno res que seus pais, mas possuem foniias
trapassa de 8 por mil, quando a de nas
"Poucas regiões da terra serão tão propí cias à saúde humana como a parte alta,
Para ultimar a parte referente no Bra sil, citemos London, um professor uni
volvidos. Suas faces, talvez um pouco amorcnadas e menos roscas que as dos
gião alta, não se percebe a menor ação enfraquecedora do clima. Já vimos, atnís, quo a capacidade de trabalho não
do universo, a razão dos óbitos não ul
mente.
'
grosseiros, como a cultura integral da ca
located water power. Alinost ali of the
na-de-açúcar."
region is suited to wliite people. The climate is not as changeablc and thereforc not as stimulating as that of North América or Europe, although it seems to
O prof. Grenfeld visitou Costa Bica, Jamaica, onde vive uma população de origem alemã, e a pequena ilha Suba, há 250 anos parcialmente povoada por
be an invigorating type." Como se ca
descendentes de holandeses.
minhou do tempo dos gregos e romanos
que os brancos podem viver nos trópicos úmidos, desde que controlem as niolés.! tias — o que já se faz — e evitem "the
até agora I Como se caminhará até 19601
clima sobre o sistema nervoso central."
melancólico sòbre a colonização inglèsa nas Antilhas — "Warning froin lhe West Indics". Tratando de saúde, apesar de 'todo o seu preconceito de inglês que es tava de passagem numa terra haljitada,
de Freitas, médico sanitarista, a aclima
do e predominam as noites amenas; no inverno, os períodos frescos de chuvas
ção do branco nos trópicos é apenas uma questão de modo de existência. Se
Aliás, na opinião do Dr. Carlos Vieira
no concluí pela possibilidade du comple ta aclimação dos nórdicos nos trópicos úmidos, "onde poderão e já estão fazen do todos os trabalhos, desde os mais
there is an immense wealih of favorably
"Não se observa entre os colonos, sob nenhum aspecto, uma atuação nociva do
coberta de matas do Esoíri'o S>nto. Aí o calor do dia não é excessivamente úmi
G S da Universidade de Adelaide. A
W. M. Macmillan escreveu um livro
Conclui
presença of colored races". Grenfeld te-
me os baixos salários que os homens de côr têm na Ásia e na África. E acres centa: "I will simply say that the evi,
dence shows that wliite men can live and
ri
Dicesto Econômico
140
to da multiplicação do número de famí lias por 0 (nesse caso, a taxa de natali dade e a de mortalidade estão acrescen
tadas acima, entre parênteses) em lugar de por 5."
i. i i
guindo os princípios indicados por um módico c-spccialista, alimentando-se bem,
atuam benfazejas, compensando as se manas abafadas do verão.
acliinala-se inteiramente, como milhões
"O aspecto do> habitantes atesta a be-
de exemplos o mostram inLofismávcl-
nignídade do clima."
141
Dicesto Econômico
em grande parte, por uma raça quo êle julga inferior, não deixa de reconhecer que os brancos se aclimataram completa mente nas Antilhas, onde vivem e se re
desinteria e a opilação grassavam entre
filhos de nossos camponeses, nada têm
os colonos.
do doentio."
versitário ianque, cm "Industrial Ccography". Diz êlc sôbrc o nosso clima:
produzem há séculos. A resistência ao clima dependeria principalmente da ali mentação: "Expcrienccs now teache conchi.si\ely that rcsistance to the arduous conclitions dcpends on careful li
"Os homens, no porte, no tamanho e na expressão fisionômica, tendem a um
"Ali of the country lies south of the annual thermal equator. In addition to
te "crcole" familics have main^ained
abrasllciramento. Laniberg não reproduz
the elevation of inucli of tlic land, the
thcir hold even longcr in the wholly tro
o tipo do colono tcuto no Espírito San to, quando fala dos ossos de mamute dos
of watcr surface made by stcams hclp
Sobre a salubridade, escreve: "Outro-
ra, a malária, a febre amarela, o tifo, a Muitas mulheres morriam
de sobreparto. Picadas de cobra e desas tres durante a derrubada ocasionavam mortes.
"Ccntrlbuiram para modificar, favoràvelmente, a proporção entre nascimentos e mortes, vários fatôres: as condições econômicas melhoraram, atenuaram-se as
carências, suavizou-se o trabalho, tornouse menos úmido o clima cm virtude do
afastamento das matas, os mosquitos e outros transmissores foram desaparecen
do progressivamente. Demais, a adap tação gradual ao clima e a outras con dições terá desempenhado, no caso um papel efetivo: os que nasceram na re gião, como é de supor, são menos sensí veis a certas influências prejudiciais. A propósito, basta lembrar quão difícil foi para o primeiro colono acostumar-se com o prato brasileiro, feijão e farinha de mandioca.
"Hoje, as condições demográficas na parte montanhosa do território das colô nias representam algo extraordinário. Em que parte do mundo, os nascimentos es
tão para os óbitos numa proporção de 6:1, como lá sé verifica; em que parto
"Os garotos são vivazes e bem desen
to tcmpcr the climate."
pomcranos que lá encontrou. Os colo
No último capítulo — "A future great
region ?" — escreve : "It would seem that, given time, the region between
musculosas e possantes. É duvidoso que
ving and good focd . Diz ainda: Wni-
pical West índios, and proved their worlh in the professions and business, as well as in sport."
Sübre a habitabilidade dos trópicos
úmidos por brancos nórdicos há uns es tudos muito interessantes feitos no norte
ca ao consumo de aguardente e ao vício
do Queensland, onde a latitude nao é corrigida pela alülude. A falta de es- ^ paço não me permite citar mais que tr^ H variety of climate and topography, nia- chos esparsos de um trabalho do prof.
northern Minas Gerais, or jxissibly Natal,
sua eficiência seja menor que a dos an tepassados. Diversas pessoas na região
and Buenos Ayres will becomc one of indüstry and population. Thcre is great
procuram atribuir essa modificação físi
Grenfcll Price, C.M.G.,
de fumar, difundidos entre os rapazes.
king possible the production of many
Com mais razão, talvez, ver-se-ia nesse
diffcrcnt agricultural products and the
fenômeno uma decorrência da adaptação
likelihood of finding many mineral resources. The cntire arca is relatively
Austrália deseja ser povoada apenas por povos brancos e de preferência por nór
closc to the coast, which, in spite of the
dicos. O estudo do professor australia
à terra, no trabalho na floresta, à ali mentação diferente." "As moças não adquiriram nada da graça e faceirice indolente das brasilei ras, o que me parece uma conseqüência
difficulty of constructing railways across tlie escarpment of the plateau, is an important commercial advantage. Although coal ii scarce, it may be imported, and
de trabalharem, pesadamente, no campo, ao lado do homem. Permaneceram, pelo menos, tão robustas e fortes quanto eram suas mães e avós."
Escreve um pouco adiante: "Na re-
cimentos é de 48 por mil ?"
diminuiu."
Escreve sobre a influência do clima:
long coast lino and lhe large amount
nos são magros e csguios, talvez meno res que seus pais, mas possuem foniias
trapassa de 8 por mil, quando a de nas
"Poucas regiões da terra serão tão propí cias à saúde humana como a parte alta,
Para ultimar a parte referente no Bra sil, citemos London, um professor uni
volvidos. Suas faces, talvez um pouco amorcnadas e menos roscas que as dos
gião alta, não se percebe a menor ação enfraquecedora do clima. Já vimos, atnís, quo a capacidade de trabalho não
do universo, a razão dos óbitos não ul
mente.
'
grosseiros, como a cultura integral da ca
located water power. Alinost ali of the
na-de-açúcar."
region is suited to wliite people. The climate is not as changeablc and thereforc not as stimulating as that of North América or Europe, although it seems to
O prof. Grenfeld visitou Costa Bica, Jamaica, onde vive uma população de origem alemã, e a pequena ilha Suba, há 250 anos parcialmente povoada por
be an invigorating type." Como se ca
descendentes de holandeses.
minhou do tempo dos gregos e romanos
que os brancos podem viver nos trópicos úmidos, desde que controlem as niolés.! tias — o que já se faz — e evitem "the
até agora I Como se caminhará até 19601
clima sobre o sistema nervoso central."
melancólico sòbre a colonização inglèsa nas Antilhas — "Warning froin lhe West Indics". Tratando de saúde, apesar de 'todo o seu preconceito de inglês que es tava de passagem numa terra haljitada,
de Freitas, médico sanitarista, a aclima
do e predominam as noites amenas; no inverno, os períodos frescos de chuvas
ção do branco nos trópicos é apenas uma questão de modo de existência. Se
Aliás, na opinião do Dr. Carlos Vieira
no concluí pela possibilidade du comple ta aclimação dos nórdicos nos trópicos úmidos, "onde poderão e já estão fazen do todos os trabalhos, desde os mais
there is an immense wealih of favorably
"Não se observa entre os colonos, sob nenhum aspecto, uma atuação nociva do
coberta de matas do Esoíri'o S>nto. Aí o calor do dia não é excessivamente úmi
G S da Universidade de Adelaide. A
W. M. Macmillan escreveu um livro
Conclui
presença of colored races". Grenfeld te-
me os baixos salários que os homens de côr têm na Ásia e na África. E acres centa: "I will simply say that the evi,
dence shows that wliite men can live and
II I I !|pw|,l|l|LJl.L 142
Dicesto Econômico
work for generatíons, in the more favou-
effectively as the American conlrols the
rable tropics. .." É ainda possível ter tanta saúde nos trópicos úmidos quanto
winter temperaturc by central hcating.
nos climas temperados: ".. . the Amc-
social habits and food and drink."
ricans showed that it was possible to secure a lower dcath rate" — (na Zona do Canal do Panamá) — "than in the most
healthy cool temperate countries, and the white death rate to-day is lower than even that of Austrália or Ncw Zea-
land. I spent some three wecks with American scíentists in Panama, and saw
white Americans who, with very few vacations in the Unitod States, *had car-
ried out lhe hardcst physical labour in
the workshops for nearly thirty years.
One also saw white of the second gene'-
ration who were doing the hard work
perfectly well. As for the tropics iniu-
^ in 19c.O showed that white examination children in
Thcn again, thcrc is tlic importancc of
Muitos dos fracassos britânicos no po voamento dos trópicos úmidos dcvcm-so
a dietas in^próprias c ao uso de bebidas
alcoólicas: "Manv failurcs in t!ic tropics, particulariy British failurcs, Iiavc been
partiy duo to ridiciilous clothing, lieavy un:;uilable diets, and alcoholic e.xccss.
Again and again whcn a young man died
of drink in the VVest índios, Ihs parents
wcre charitably informed that he dicd of
fever, and that good old wliipping post — the tropical climatc — took the blame."
A Austrália está provando, em grande escala, que os nórdicos podem fazer, sem prejuízo de sua saúde e de modo perma
Panama were, on the average and richt • up to the end of their high school díTvs of higher standard than similar white children in the United States. The same thing is going on in Southem Florida, where white fruitgrowers are working in
nente, os serviços mais grosseiros: "Whi te Australians of British extraction have
sams type of evidence is now coming
labour countries. In this respsct, mecha-
shown that they can do all the hea\'y la
Dicesto
143
Econômico
most healthy people were those who did hard manual work."
Leio em "Austrália", publicação do
govèrno australiano, editada cm 1945, referências muito otimistas à habitabili-
dado integral dos trópicos úmidos por brancos nórdicos. Na área tropical do Queensland, verificou-se que a popula ção está aumentando mais rapidamente do que nos trechos temperados: "The
tropical arca of Queensland represents 54 per cent of the total area of the Slate and contaíns 25 per cent of the po-
pulatíon.
In Queensland thcrc has
been a greater proportional incrcasc in the population of lhe tropical portions than in the non-tropical arcas, including
the developnient of a numbcr of largo towns."
"The Ccnsiis of
1933
showed
that
there were in the tropics 45.1 children
under 5 years for cvcry 100 women of child-bearing age against 36.6 children
bour in sugar and othcr industries, and
for the rest of Austrália. The incrcasc of
the costs of sugar production down to-
amelioration of pioncering conditions.
a climate that is truly tropical — and the
wards the cost of production in coloured
from
nical improvements will be of vast im-
95.4 per cent. of the population of tro pical Austrália belong to European
the white sugar growers on the
Queensland coast, who are actually
doing work that the Americans think no white man can possibly perform. We could, however, copy much from the Americans at Panama, for theT control
of disease, hygienc, and sanitation, and their methods of housing, clothing, and difct are unoqualled anywhere in tropi cal world. Our figures in Queensland would be even better if we would follow some of their ideas."
O prof. Grenfeld julga muito impor tante o problema da casa, aliás já resol vido; "Very soon the white man in the
tropics may be abie to control the temperature of his dwelling as easily and
bcfore the depression they were bringing
pórtance."
Contrariando as antigas teorias, inves tigações científicas provaram que bran cos nórdicos,
na terceira geração,
nos
trópicos iimidos, conservavam-se fortes e sadios e as mulheres muito prolíficas. Ademais, os nórdicos mais sadios eram justamente os que se dedicavam a traba lhos mais rudes: "In 1924 a scientific
■WW
marriuge is also marked, showing an
races."
"The chief occupation in the Queens though
land tropics is sugargrowing,
dairying, fruit-growing, and other indus tries are also dcvcloped." A habitabilidadc dos trópicos úmidos
por brancos nordicos é problema que na .Austrália se considera resolvido e resol vido favoràvelmente.
E dão as condi
ções julgadas indispensáveis: "(1) The
succcssful instítution of adoquate mea-
surcs of preventivo medicine, (2) tho cxclusion of races with lower standards
üf life, higher rales of reproduction and incidence of disease, and (3) the steady incrcasc of locally-bom inhabitants who
rcgard life in such arcas as normal
Na Amazônia, a nossa zona mais ciiti-
cil, desapareceram o berlbéri c a febro amarcía. O impaludismo está caindo
verticalmente. Infonnou-me o agrônomo Feli/berto Camargo, diretor do Instituto .
Agronômico do Norte, que n mortel.da- . do infantil é menor em Fordland.a e
Bciterra. no Tapajós, do que nos Es ados Unidos. Õ censo de 1950 conforme
"Conjuntura Econômica , colocou o Bra
sil na posição de pais"Odecrccunento maior c demento vegetatixo.
nrucil nos (1•
27,67 % que se verificou no Bras
últimos dez anos só foi obserxado nos.
^
Estados Unidos. em época anterior a
1870, quando a cota correspondente as
correntes imigratórias pesava muito no
aumento. Não se conhecem crescimen tos semelhantes em qualquer cpoca e em
qualquer país da Europa. Nenhum dos países tidos como de rápido crescimen to - Egito, índia. Indonésia e^Filipinaa
alcançou média tao elevada. O maior aumento verificou-se na região CentroOeste - 41,4%. Seguiram-se o Sul, com 33,1%, e o Norte, com 27,8%. O Nor deste aumentou de 26,9 % e o Leste de
22,6%. A população do território do Amapá cresceu de 78,0 % e a do Guaporé, de 76,2 % 1 Tirem as conclusões.
investigation of ccrtain Queensland towns disclosed remarkable phenomcna. Contrary to ali previous beliefs, white residents, even of the second and third
generations, seemed to be healthy and strong. Tropical-bom women averaTed Inrger families than immigrant woinen trom the cool temperate zone, and the K-icdk..:.)..--
II I I !|pw|,l|l|LJl.L 142
Dicesto Econômico
work for generatíons, in the more favou-
effectively as the American conlrols the
rable tropics. .." É ainda possível ter tanta saúde nos trópicos úmidos quanto
winter temperaturc by central hcating.
nos climas temperados: ".. . the Amc-
social habits and food and drink."
ricans showed that it was possible to secure a lower dcath rate" — (na Zona do Canal do Panamá) — "than in the most
healthy cool temperate countries, and the white death rate to-day is lower than even that of Austrália or Ncw Zea-
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white Americans who, with very few vacations in the Unitod States, *had car-
ried out lhe hardcst physical labour in
the workshops for nearly thirty years.
One also saw white of the second gene'-
ration who were doing the hard work
perfectly well. As for the tropics iniu-
^ in 19c.O showed that white examination children in
Thcn again, thcrc is tlic importancc of
Muitos dos fracassos britânicos no po voamento dos trópicos úmidos dcvcm-so
a dietas in^próprias c ao uso de bebidas
alcoólicas: "Manv failurcs in t!ic tropics, particulariy British failurcs, Iiavc been
partiy duo to ridiciilous clothing, lieavy un:;uilable diets, and alcoholic e.xccss.
Again and again whcn a young man died
of drink in the VVest índios, Ihs parents
wcre charitably informed that he dicd of
fever, and that good old wliipping post — the tropical climatc — took the blame."
A Austrália está provando, em grande escala, que os nórdicos podem fazer, sem prejuízo de sua saúde e de modo perma
Panama were, on the average and richt • up to the end of their high school díTvs of higher standard than similar white children in the United States. The same thing is going on in Southem Florida, where white fruitgrowers are working in
nente, os serviços mais grosseiros: "Whi te Australians of British extraction have
sams type of evidence is now coming
labour countries. In this respsct, mecha-
shown that they can do all the hea\'y la
Dicesto
143
Econômico
most healthy people were those who did hard manual work."
Leio em "Austrália", publicação do
govèrno australiano, editada cm 1945, referências muito otimistas à habitabili-
dado integral dos trópicos úmidos por brancos nórdicos. Na área tropical do Queensland, verificou-se que a popula ção está aumentando mais rapidamente do que nos trechos temperados: "The
tropical arca of Queensland represents 54 per cent of the total area of the Slate and contaíns 25 per cent of the po-
pulatíon.
In Queensland thcrc has
been a greater proportional incrcasc in the population of lhe tropical portions than in the non-tropical arcas, including
the developnient of a numbcr of largo towns."
"The Ccnsiis of
1933
showed
that
there were in the tropics 45.1 children
under 5 years for cvcry 100 women of child-bearing age against 36.6 children
bour in sugar and othcr industries, and
for the rest of Austrália. The incrcasc of
the costs of sugar production down to-
amelioration of pioncering conditions.
a climate that is truly tropical — and the
wards the cost of production in coloured
from
nical improvements will be of vast im-
95.4 per cent. of the population of tro pical Austrália belong to European
the white sugar growers on the
Queensland coast, who are actually
doing work that the Americans think no white man can possibly perform. We could, however, copy much from the Americans at Panama, for theT control
of disease, hygienc, and sanitation, and their methods of housing, clothing, and difct are unoqualled anywhere in tropi cal world. Our figures in Queensland would be even better if we would follow some of their ideas."
O prof. Grenfeld julga muito impor tante o problema da casa, aliás já resol vido; "Very soon the white man in the
tropics may be abie to control the temperature of his dwelling as easily and
bcfore the depression they were bringing
pórtance."
Contrariando as antigas teorias, inves tigações científicas provaram que bran cos nórdicos,
na terceira geração,
nos
trópicos iimidos, conservavam-se fortes e sadios e as mulheres muito prolíficas. Ademais, os nórdicos mais sadios eram justamente os que se dedicavam a traba lhos mais rudes: "In 1924 a scientific
■WW
marriuge is also marked, showing an
races."
"The chief occupation in the Queens though
land tropics is sugargrowing,
dairying, fruit-growing, and other indus tries are also dcvcloped." A habitabilidadc dos trópicos úmidos
por brancos nordicos é problema que na .Austrália se considera resolvido e resol vido favoràvelmente.
E dão as condi
ções julgadas indispensáveis: "(1) The
succcssful instítution of adoquate mea-
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üf life, higher rales of reproduction and incidence of disease, and (3) the steady incrcasc of locally-bom inhabitants who
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Na Amazônia, a nossa zona mais ciiti-
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verticalmente. Infonnou-me o agrônomo Feli/berto Camargo, diretor do Instituto .
Agronômico do Norte, que n mortel.da- . do infantil é menor em Fordland.a e
Bciterra. no Tapajós, do que nos Es ados Unidos. Õ censo de 1950 conforme
"Conjuntura Econômica , colocou o Bra
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nrucil nos (1•
27,67 % que se verificou no Bras
últimos dez anos só foi obserxado nos.
^
Estados Unidos. em época anterior a
1870, quando a cota correspondente as
correntes imigratórias pesava muito no
aumento. Não se conhecem crescimen tos semelhantes em qualquer cpoca e em
qualquer país da Europa. Nenhum dos países tidos como de rápido crescimen to - Egito, índia. Indonésia e^Filipinaa
alcançou média tao elevada. O maior aumento verificou-se na região CentroOeste - 41,4%. Seguiram-se o Sul, com 33,1%, e o Norte, com 27,8%. O Nor deste aumentou de 26,9 % e o Leste de
22,6%. A população do território do Amapá cresceu de 78,0 % e a do Guaporé, de 76,2 % 1 Tirem as conclusões.
investigation of ccrtain Queensland towns disclosed remarkable phenomcna. Contrary to ali previous beliefs, white residents, even of the second and third
generations, seemed to be healthy and strong. Tropical-bom women averaTed Inrger families than immigrant woinen trom the cool temperate zone, and the K-icdk..:.)..--
Siwpipmpipiip 145
Dicesto EcoKÓ>aco
lar sôbrc direito financeiro, a importân
AUTORES & LIVROS & REVISTAS RUBENS GOMES DE SOUZA: "Estudos de Di
cia dessa disciplina subiu de vulto cm
que noticiamos aqui, representam servi ço inestimável à cultura jurídica do país.
nosso país e está a merecer a maior aten A, B.
ção dos juristas. Trabalhos, c*omo esse
reito Tributário", (Ed. Saraiva, S. Paulo, 1950, 318 pgs.) O eminente professor de Direito Tri butário, sem dúvida uma das maiores
competências brasileiras no assunto, reu niu em volume quinze ensaios sobre
alguns problemas palpitantes de nature za fiscal: — o imposto de renda das so
ciedades estrangeiras; coisa julgada no campo tributário; imposto de consumo; crítica á reforma do imposto de renda; reavaliações de ativo; crítica á lei de
SEGUNDO LINARES QUINTANA:"El Mer Impositivo y Ia Libertad Individual (Ed. Alfa,
gurança, que, nesse assunto, não atingi ram, até agora, os doutos comentadores.
Outro a-^peclo impressionante da obra do prof. R. G. Souza é o domínio firma
Bs. Aires, 1951, 320 pgs.)
do direito positivo e da doutrina dos vários países, de sorte que distingue bem
constitucional em Buenos Aires e La
sempre, livrando-se de inadequadas in vocações de direito comparado, quando
Plata, é conhecido no Brasil pelas suas obras sôbre os partidos políticos, apa
O prof. Quintana, que ensina direito
ocupa grande espaço, nem mesmo de pois da deformação peronista de 1949, que nada de substancial troux^ ou mu dou cm matéria financeira. Dai a im
portância da construção jurisprudencial,
contribuição de melhoria; o "fato gera dor" no impôsto de renda; reforma da
abismos separam as características da le gislação estrangeira e da nossa sòbre certos impostos ou sobre princípios ge
justiça fiscal; método indiclário no im
rais como o da anualidade, introduzido
mente democrático.
pelo art. 141 § 34 do Estatuto de 1946
Agora surge, sob sua a.ssinatura, uma alentada monografia de direito consti
tribnti%a, imunidade recíproca, progres
tucional fiscal, tendo como subtítulo: "La causa constitucional dcl impuesto en cl derecho fiscal constitucional argenti
Em contraste com Adrogué, que s© funda muito na jurisprudência amenca-
pôsto de renda; revisão de lançamentos; maltratado na sua primeira aplica natureza jurídica das .isenções; majora eçãotãojurisprudencial.
ção posterior à autorização tributária; retificação das declarações de renda* ó
princípio documental no impôsto de selo. Espírito profundamente universitário por vocação, o Autor escapa à mácula
mais comum dos que tratam de impos tos no Brasil: tomar partido pró ou con tra o Fisco. Objetivo, científico, frio, o livro do prof. Rubens Gomes de Souza mantém a linha da análise serena, sem
digressões extrajurídicas. Não se pense, entretanto, que os "estudos" são cogita ções eruditas e fragmentárias sobre uns
tantos problemas convulsi
O prof. Laufenburger criticou essa obra com grande simpatia, no último
número da "Revue de Science et Legislation Financière", acentuando que "M. Gomes de Souza connaít admfrablement
les systèmes fiscaux de TEurope, que lui inspirent des leçons fort utiles".
O A., pouca gente sabe disso — publi cou na "Rev. de Estudos Fiscais", de
S. Paulo, todo um curso de direito fiscal, única obra dc caráter orgânico, nesse ra mo jurídico, em nosso país. O apareci mento dos "Estudos" cria, para R. C.
vos da fiscalidade: — o li
vro aflora inúmeros pontos controvertidos e, na apa rente dispersão dos as.>i;n-
. a.
função do direito fiscal, à procura do conceito de causa, como outrora Diógenes em busca dc um liomem. Prescin
dindo dôsse aspecto polemístico, Quinta
na segue o rumo já traçado por Bielsa:
da qual extrai os princípios fiscais fun
ce fácil do público, aquele
damentais e infere as re;pectivas limi
curso, de cuja falta se res
tações, à semelhança dos livros clássicos de Cooley e de Gray, sôbre o mesmo tema, nos Estados Unidos.
"b", atribuiu ao Congres so competência para legis
matéria fiscal, com uma se
reabre o tormentoso e insolúvel debate entre causalistas e anticausalistas em
e pôr em volume, ao alcan
Depois que a Constitui ção de 1946, no art. 5, XV,
são da Carta de 1946, em
no comparado, y especialmente a través de Ia jurisprudência de Ia Corte Suprema de Justicia de Ia Nación". Não se suponha, entretanto, que o A.
— a causa do tributo é a Constituição,
rense.
de orgânica do pens.ur.eiito, envolvendo a compreen
mais estimadas cm nosso país quanto
deixam transparecer espírito profunda
Souza, o dever de atualizar
sente tanto a prática fo
tos, oferece a maior unida
recidos no fim da Grande Guerra e tanto
A Constituição argentina, como se
que o A. expõe exaustivamente fixando. vários princípios, como o dc redaçao dos
tributos confiscatórios, capacidade consividade, etc.
na, Quintana prefere os
da
Còrte de Buenos Aires e deles fêz co lheita abundante.
A propósito dos sistemas tributámos nos países federais, que estuda com carinho e minúcia, o Autor refere-se nos seguintes tênnos à solução da Constitui-, ção brasileira de 1946: "Como puede comprobarse, Ia Gonstitucion brasilefia cs una de Ias constituciones que con
mayor claridad y precision delimita Ias
esferas impositivas de los poderes cen
tral y locales, y no deja mucho campo para Ia duda o Ia confusion, como otras Icyos fundamcntalcs." O livro de Quintana revela que sua estréia no campo tributário está à altura dos seus precedentes trabalhos na área do direito político e da ciência política. Coube-lhe o prêmio Terry, concedido
sabe, segue mais fielmente o modelo americano, que in'-pÍrou Alberdi, de que
pela Academia de Ciências Sociais.
a nossa. A discriminação de rendas não
A. B.
Siwpipmpipiip 145
Dicesto EcoKÓ>aco
lar sôbrc direito financeiro, a importân
AUTORES & LIVROS & REVISTAS RUBENS GOMES DE SOUZA: "Estudos de Di
cia dessa disciplina subiu de vulto cm
que noticiamos aqui, representam servi ço inestimável à cultura jurídica do país.
nosso país e está a merecer a maior aten A, B.
ção dos juristas. Trabalhos, c*omo esse
reito Tributário", (Ed. Saraiva, S. Paulo, 1950, 318 pgs.) O eminente professor de Direito Tri butário, sem dúvida uma das maiores
competências brasileiras no assunto, reu niu em volume quinze ensaios sobre
alguns problemas palpitantes de nature za fiscal: — o imposto de renda das so
ciedades estrangeiras; coisa julgada no campo tributário; imposto de consumo; crítica á reforma do imposto de renda; reavaliações de ativo; crítica á lei de
SEGUNDO LINARES QUINTANA:"El Mer Impositivo y Ia Libertad Individual (Ed. Alfa,
gurança, que, nesse assunto, não atingi ram, até agora, os doutos comentadores.
Outro a-^peclo impressionante da obra do prof. R. G. Souza é o domínio firma
Bs. Aires, 1951, 320 pgs.)
do direito positivo e da doutrina dos vários países, de sorte que distingue bem
constitucional em Buenos Aires e La
sempre, livrando-se de inadequadas in vocações de direito comparado, quando
Plata, é conhecido no Brasil pelas suas obras sôbre os partidos políticos, apa
O prof. Quintana, que ensina direito
ocupa grande espaço, nem mesmo de pois da deformação peronista de 1949, que nada de substancial troux^ ou mu dou cm matéria financeira. Dai a im
portância da construção jurisprudencial,
contribuição de melhoria; o "fato gera dor" no impôsto de renda; reforma da
abismos separam as características da le gislação estrangeira e da nossa sòbre certos impostos ou sobre princípios ge
justiça fiscal; método indiclário no im
rais como o da anualidade, introduzido
mente democrático.
pelo art. 141 § 34 do Estatuto de 1946
Agora surge, sob sua a.ssinatura, uma alentada monografia de direito consti
tribnti%a, imunidade recíproca, progres
tucional fiscal, tendo como subtítulo: "La causa constitucional dcl impuesto en cl derecho fiscal constitucional argenti
Em contraste com Adrogué, que s© funda muito na jurisprudência amenca-
pôsto de renda; revisão de lançamentos; maltratado na sua primeira aplica natureza jurídica das .isenções; majora eçãotãojurisprudencial.
ção posterior à autorização tributária; retificação das declarações de renda* ó
princípio documental no impôsto de selo. Espírito profundamente universitário por vocação, o Autor escapa à mácula
mais comum dos que tratam de impos tos no Brasil: tomar partido pró ou con tra o Fisco. Objetivo, científico, frio, o livro do prof. Rubens Gomes de Souza mantém a linha da análise serena, sem
digressões extrajurídicas. Não se pense, entretanto, que os "estudos" são cogita ções eruditas e fragmentárias sobre uns
tantos problemas convulsi
O prof. Laufenburger criticou essa obra com grande simpatia, no último
número da "Revue de Science et Legislation Financière", acentuando que "M. Gomes de Souza connaít admfrablement
les systèmes fiscaux de TEurope, que lui inspirent des leçons fort utiles".
O A., pouca gente sabe disso — publi cou na "Rev. de Estudos Fiscais", de
S. Paulo, todo um curso de direito fiscal, única obra dc caráter orgânico, nesse ra mo jurídico, em nosso país. O apareci mento dos "Estudos" cria, para R. C.
vos da fiscalidade: — o li
vro aflora inúmeros pontos controvertidos e, na apa rente dispersão dos as.>i;n-
. a.
função do direito fiscal, à procura do conceito de causa, como outrora Diógenes em busca dc um liomem. Prescin
dindo dôsse aspecto polemístico, Quinta
na segue o rumo já traçado por Bielsa:
da qual extrai os princípios fiscais fun
ce fácil do público, aquele
damentais e infere as re;pectivas limi
curso, de cuja falta se res
tações, à semelhança dos livros clássicos de Cooley e de Gray, sôbre o mesmo tema, nos Estados Unidos.
"b", atribuiu ao Congres so competência para legis
matéria fiscal, com uma se
reabre o tormentoso e insolúvel debate entre causalistas e anticausalistas em
e pôr em volume, ao alcan
Depois que a Constitui ção de 1946, no art. 5, XV,
são da Carta de 1946, em
no comparado, y especialmente a través de Ia jurisprudência de Ia Corte Suprema de Justicia de Ia Nación". Não se suponha, entretanto, que o A.
— a causa do tributo é a Constituição,
rense.
de orgânica do pens.ur.eiito, envolvendo a compreen
mais estimadas cm nosso país quanto
deixam transparecer espírito profunda
Souza, o dever de atualizar
sente tanto a prática fo
tos, oferece a maior unida
recidos no fim da Grande Guerra e tanto
A Constituição argentina, como se
que o A. expõe exaustivamente fixando. vários princípios, como o dc redaçao dos
tributos confiscatórios, capacidade consividade, etc.
na, Quintana prefere os
da
Còrte de Buenos Aires e deles fêz co lheita abundante.
A propósito dos sistemas tributámos nos países federais, que estuda com carinho e minúcia, o Autor refere-se nos seguintes tênnos à solução da Constitui-, ção brasileira de 1946: "Como puede comprobarse, Ia Gonstitucion brasilefia cs una de Ias constituciones que con
mayor claridad y precision delimita Ias
esferas impositivas de los poderes cen
tral y locales, y no deja mucho campo para Ia duda o Ia confusion, como otras Icyos fundamcntalcs." O livro de Quintana revela que sua estréia no campo tributário está à altura dos seus precedentes trabalhos na área do direito político e da ciência política. Coube-lhe o prêmio Terry, concedido
sabe, segue mais fielmente o modelo americano, que in'-pÍrou Alberdi, de que
pela Academia de Ciências Sociais.
a nossa. A discriminação de rendas não
A. B.
Dicesto Ecí^nómkx»
146
R. W. LINDHOLM: "Public Finance and Fiscal
Policy" (N. Y., 1950 — Pitman Co. — 732 pgs.) Neste alentado volume, o professor de
Michigan, inicialmente, faz um estudo de Finanças Públicas em correlação com
as empresas privadas. Ocupa-se, depois, da moderna política fiscal, contrastando a concepção clássica com a de Keynes e aplicações ao pleno emprêgo e à redis-
tribuição da renda nacional. Uma parte tôda é dedicada á pcditica geral de des pesas. Oiilra, ás despesas de bem-estar com estudo do seguro jocial. Segue-se
o estudo da política tributária e, fíoalmente, o do orçamento.
SLADE KENDRICK: "Public Finance — Principies and Problems" (N. Y., 1951, — Houghton Mifflin Co. — 706 pgs.) Um novo livro de finanças por um
professor da Comell University acaba de aparecer. É visível a ênfase dada aos aspectos econômicos dos fenômenos
financeiros por efeitos das idéias dos úl timos quinze anos.
quase 90% do livro.
F. Burkinski, acaba de publicar um livro
tração municipal. O pouco que existe em nosso pais sobre o assunto — as obras de Washington Azedo, Orlando Carva
lho, T. Lira, Océlio Medeiros e algo mais — está esgotado e, em parte, su perado pelas modificações constitucio nais. Em contraste, é riquíssima a lite
ratura americana sôbre esses problemas, que, em algumas Universidades, como a de Santa Fé (Litoral) constitui maté
ria de cátedra especial, ali entregue à competência notória do prof. Alcides
a Constituição de 1940.
E necessário
riência norte-americana, que expõe com
Isso llics ensina F. Burkinski.
clareza c segurança. O último capitulo é dedicado à a^si-stência social por parte dos Municípios. O livro de Burkinski c imprescindível
breve o, com êsses votos, juntamos os
a todos os prc'feitü.s, vorcadortís c funcio nários categorizados ilos numicipios do
(juc lhe não mereceu devido apreço --
É de prevcr-se nova edição dentro em
de que, cm tal oportunidade, o A. re serve algumas páginas a um problema
interior, onde a divulgação da técnica da administração jnunicipal ainda não lo
o da "municipalizaçâo dos serviços pú blicos", tão bem estudado na Argentina,
grou êxito. Não basta que os Municípios disponham de mais autonomia c maio
cebeu oncòmics dc Bielsa.
por N. Muratti, cm monografia que re A. B.
res receitas, como uma c outras lhes deu
JOÃO LIRA FILHO - "Angústia Social - Problemas Brasileiros de Reconstrução Econômica
Financeira - (Rio, 1951, Pongetti. 256 pgs.)
Quase nada £e lê
nele sobre orçamento ou crédito pú
BURKINSKI: "A Administração Mu nicipal 6 seus Serviços Fundamentais" (Rio, 1951, Ed. Coelho Branco, 191 pgs.)
oportuno, útil e honesto scbre a adminis
^ue saibam usar dessas novas forças e
sua maior atenção à receita, que ocupa
FRANCISCO
Direito de Goiás e consultor do Dasp,
antagonismo com o custo de reprodução. Nesse sentido, passa cm revista a expe
Todavia, Kcndrick dedica apenas 30 e poucas páginas á despesa, reservando
blico.
Um jovem professor da Faculdade de
Dxcesto Econômico
Greca, autor de um tratado, cm quatro volumes, sôbre o direito e a adminis-
rtação municipal. Na sua monografia, F. Burkinski de pois de recordar a história das institui ções municipais e sua.s atribuições no
Brasil, examina detidamente o aspecto financeiro, batendo-se, com razão, pela progressividade do imposto territorial ur bano. Estuda, em seguida as concessões
"Não desço ao desânimo —: clevo-mo
à esperança" — declara o autor, no pór tico do livro, que, todavia, destila amar gura e desencanto até a iiltíma página. Quem o lê, admira o espírito de análise de João Lira Filho e sento que o obser
Muitas das suas observações sao incon-
tcstÚNcis. Outras são passíveis de vigo
rosa correção, por quem possa dispor de ânimo polcmistico e de maior espaço, jiara uma crítica minuciosa.
Apenas a título de exemplo e o mais
vador é homem admiràvelmento informa
sumàriamcnte possível, vejamos, ao aca
do sôbre as coisas do sou tempo, no país e fora dele. Mas, por isso, que não se trata de marujo do primeira viagem, cm nave
so, um ou outro ponto de seu nutrido
gação costeira, ocorre, logo, a objeção; — o longo ros.irio de malogros, inépcias, ironias políticas e administrativas, apon tados na monografia, é uma peculiarida de brasileira ou um quadro geral do
mundo, inclusive das nações de primeira Linha? São problemas brasileiros ou
liliclo.
Denuncia o caráter regressivo da polí tica fiscal do pais, já que as maiores re
ceitas procedem do imposto de consumo c de vendas, ambos indiretos. É rigoro samente exato. Sempre foi assim e ate mesmo pior. Entretanto, a Constituição de 1946, nos arts. 202; 15 § 1.°; 19 § IV in fine e § 1."^, estabelece princípios
programáticos que mitigam a carga das classes pobres e recomendam ao rigor
dos serviços públicos municipais, a re gulamentação dos serviços de utilidade pública e o problema das tarifas, inclusi
problemas hum mos c universais? João Lira Filho evita submeter-se a essa pergunta fundamental. Desanca o país pelos seus erros políticos, econômi
ve a tormentosa controvérsia em tomo do critério do custo histórico. O A. não
cos e financeiros, parecendo ter especial predileção em tomar o Congresso para
do imposto de consumo, como as várias
esconde as suas simpatias por éste, em
cabeça de turco.
massa, e se tolerou agravações no fumo
fiscal os indivíduos de maior capacidade contributiva. O Congresso, nesse senti do, absteve-se de contínuas majorações de 1930 a 1946 scbre coisas de uso da
Dicesto Ecí^nómkx»
146
R. W. LINDHOLM: "Public Finance and Fiscal
Policy" (N. Y., 1950 — Pitman Co. — 732 pgs.) Neste alentado volume, o professor de
Michigan, inicialmente, faz um estudo de Finanças Públicas em correlação com
as empresas privadas. Ocupa-se, depois, da moderna política fiscal, contrastando a concepção clássica com a de Keynes e aplicações ao pleno emprêgo e à redis-
tribuição da renda nacional. Uma parte tôda é dedicada á pcditica geral de des pesas. Oiilra, ás despesas de bem-estar com estudo do seguro jocial. Segue-se
o estudo da política tributária e, fíoalmente, o do orçamento.
SLADE KENDRICK: "Public Finance — Principies and Problems" (N. Y., 1951, — Houghton Mifflin Co. — 706 pgs.) Um novo livro de finanças por um
professor da Comell University acaba de aparecer. É visível a ênfase dada aos aspectos econômicos dos fenômenos
financeiros por efeitos das idéias dos úl timos quinze anos.
quase 90% do livro.
F. Burkinski, acaba de publicar um livro
tração municipal. O pouco que existe em nosso pais sobre o assunto — as obras de Washington Azedo, Orlando Carva
lho, T. Lira, Océlio Medeiros e algo mais — está esgotado e, em parte, su perado pelas modificações constitucio nais. Em contraste, é riquíssima a lite
ratura americana sôbre esses problemas, que, em algumas Universidades, como a de Santa Fé (Litoral) constitui maté
ria de cátedra especial, ali entregue à competência notória do prof. Alcides
a Constituição de 1940.
E necessário
riência norte-americana, que expõe com
Isso llics ensina F. Burkinski.
clareza c segurança. O último capitulo é dedicado à a^si-stência social por parte dos Municípios. O livro de Burkinski c imprescindível
breve o, com êsses votos, juntamos os
a todos os prc'feitü.s, vorcadortís c funcio nários categorizados ilos numicipios do
(juc lhe não mereceu devido apreço --
É de prevcr-se nova edição dentro em
de que, cm tal oportunidade, o A. re serve algumas páginas a um problema
interior, onde a divulgação da técnica da administração jnunicipal ainda não lo
o da "municipalizaçâo dos serviços pú blicos", tão bem estudado na Argentina,
grou êxito. Não basta que os Municípios disponham de mais autonomia c maio
cebeu oncòmics dc Bielsa.
por N. Muratti, cm monografia que re A. B.
res receitas, como uma c outras lhes deu
JOÃO LIRA FILHO - "Angústia Social - Problemas Brasileiros de Reconstrução Econômica
Financeira - (Rio, 1951, Pongetti. 256 pgs.)
Quase nada £e lê
nele sobre orçamento ou crédito pú
BURKINSKI: "A Administração Mu nicipal 6 seus Serviços Fundamentais" (Rio, 1951, Ed. Coelho Branco, 191 pgs.)
oportuno, útil e honesto scbre a adminis
^ue saibam usar dessas novas forças e
sua maior atenção à receita, que ocupa
FRANCISCO
Direito de Goiás e consultor do Dasp,
antagonismo com o custo de reprodução. Nesse sentido, passa cm revista a expe
Todavia, Kcndrick dedica apenas 30 e poucas páginas á despesa, reservando
blico.
Um jovem professor da Faculdade de
Dxcesto Econômico
Greca, autor de um tratado, cm quatro volumes, sôbre o direito e a adminis-
rtação municipal. Na sua monografia, F. Burkinski de pois de recordar a história das institui ções municipais e sua.s atribuições no
Brasil, examina detidamente o aspecto financeiro, batendo-se, com razão, pela progressividade do imposto territorial ur bano. Estuda, em seguida as concessões
"Não desço ao desânimo —: clevo-mo
à esperança" — declara o autor, no pór tico do livro, que, todavia, destila amar gura e desencanto até a iiltíma página. Quem o lê, admira o espírito de análise de João Lira Filho e sento que o obser
Muitas das suas observações sao incon-
tcstÚNcis. Outras são passíveis de vigo
rosa correção, por quem possa dispor de ânimo polcmistico e de maior espaço, jiara uma crítica minuciosa.
Apenas a título de exemplo e o mais
vador é homem admiràvelmento informa
sumàriamcnte possível, vejamos, ao aca
do sôbre as coisas do sou tempo, no país e fora dele. Mas, por isso, que não se trata de marujo do primeira viagem, cm nave
so, um ou outro ponto de seu nutrido
gação costeira, ocorre, logo, a objeção; — o longo ros.irio de malogros, inépcias, ironias políticas e administrativas, apon tados na monografia, é uma peculiarida de brasileira ou um quadro geral do
mundo, inclusive das nações de primeira Linha? São problemas brasileiros ou
liliclo.
Denuncia o caráter regressivo da polí tica fiscal do pais, já que as maiores re
ceitas procedem do imposto de consumo c de vendas, ambos indiretos. É rigoro samente exato. Sempre foi assim e ate mesmo pior. Entretanto, a Constituição de 1946, nos arts. 202; 15 § 1.°; 19 § IV in fine e § 1."^, estabelece princípios
programáticos que mitigam a carga das classes pobres e recomendam ao rigor
dos serviços públicos municipais, a re gulamentação dos serviços de utilidade pública e o problema das tarifas, inclusi
problemas hum mos c universais? João Lira Filho evita submeter-se a essa pergunta fundamental. Desanca o país pelos seus erros políticos, econômi
ve a tormentosa controvérsia em tomo do critério do custo histórico. O A. não
cos e financeiros, parecendo ter especial predileção em tomar o Congresso para
do imposto de consumo, como as várias
esconde as suas simpatias por éste, em
cabeça de turco.
massa, e se tolerou agravações no fumo
fiscal os indivíduos de maior capacidade contributiva. O Congresso, nesse senti do, absteve-se de contínuas majorações de 1930 a 1946 scbre coisas de uso da
Digesto EcoNÓ>nco
143
e bebidas, isentou várias mercadorias de consumo popular. Libertou os tamancos tributados pela Ditadura e sujeitou a imposto de consumo automóveis de luxo, que sempre escaparam ao fisco. Censura vivamente a discriminação de rendas da Constituição, mas não mostra,
nem poderia mostrar, que outro país houvesse resolvido o problema com me lhor acerto. Basta recordar a orgia de
incapacidade admini.strativa na aplicação
com efeito, quando ainda estudante de
téria de metodologia, da propedêutica,
da contribuição de mellioria, etc.
direito, recebeu desta Academia o 1.°
de sistcmatizaçâo histórica, e do muito
Prêmio dc Erudição com uma "Introdu
que esta falha empccilha o pleno rendi
Não
se poderá afirmar o mesmo acerca doj auxílios e despesas nacionais em proveito dos Estados e Municípios, fato inevitável na evolução do todo país do tipo federal, como o prova a crescente política de "granls-in-aid", nos Estados Unidos, Canadá e vários outros países. Um livro austero, meditado e bem
duais que os financistas americanos não cessam de profligar nos E. Unidos.
intencionado, mas triste e deseneorajador, que se pode equiparar ao "Retrato Sincero do Brasil" de Limeira Tejo: um
São justos, entretanto, seus reparos aos exageros na interpretação do princípio
e outro exageram tanto o pior que ncão têm olhos para o que já se fêz de bom neste país.
bitributações e de tributações interesta
constitucional de imunidade recíproca: a
i4d
Digesto EcoNÓ^uco
A. B.
ção ao estudo do período holandês de Maurício de Nassau", tendo merecido
caloroso elogio do competcntíssimo rela tor, o nosso querido Roqucte Pinto. O trabalho teve, c certo, a preciosa cola boração de Joaquim Ribeiro, que conti nua, com fulgor próprio, uma das mais belas tradiç-ões da inteligência e cultu ra brasileira.
Mas quando, cm 1940, foi publicado na série
da Brasiliana, volume 180,
com o título "Civilização Holandesa no
Brasil", o próprio Joaquim Ribeiro, em
elegante e generoso prefácio, desfaz essa sua contribuição, exaltando a de seu jo
vem companheiro, a quem qualifica de
'REVUE DE SCIENCE ET DE LEGISLATION FINANCIÈRES" — Dirig. pelos profs. Jèze e Laufenburger (Paris, vol. 43, fase. 2P. — abriljunho 1951) Sumário de doutrina: KRIZ: O resta
belecimento do equilíbrio internacional e as exigências do rearmamento; FUSS: Considerações sobre o financiamento da segurança social dos assalariados (na Bélgica); ALBERGO: A Economia Fi
nanceira tradicional e a teoria Keynesia-
iia; A. BALEEIRO: Tributação das valo rizações imobiliárias no Brasil; GIRAU-
DEAU: Teoria ricardiana do impôsto; LAUFENBURGER: A propósito da Parafiscalidadc; as demais secções costu meiras sobre legislação, jurisprudência e bibliografia financeiras.
TEORIA DA HISTÓRIA DO BRASIL JOSÉ HONÓRIO RODRIGUES
Apresentondo à Academia Brasileira de Letras "Teoria
da História do Brasil" do nosso antigo colaborador José Honório Rodrigues, o sr. Afonso Pena Júnior proferiu as
lídimo historiador, cuja personalidade in telectual se filia a dois mestres da liistória nacional, Capistrano de Abreu e
João Ribeiro. Tendo surgido com tanto vigor e preparo, José Honório Rodrigues, estimulado, talvez, com o prêmio da Academia, conquista, pouco depois, uma
Bôlsa de Pesquisa da Fundação Rockefeller, tendo feito um estágio cultural de um ano nos Estados Unidos, estágio al tamente proveitoso, ao qual devemos, além de outros estudos valio os, a notá vel Historiografia e Bibliografia do Do mínio Holandês no Brasil, que é um mo numento de erudição. Foi durante essa
mento dc tantas vocações de pesquisa
dores do passado, que entre nós não fal tam.
Por isto, de regresso ao Brasil,
José Honório Rodrigues trouxe o firme propósito de trabalhar para preencher ess i nefasta lacuna. E tendo tido a for
tuna dc ocupar dois postos para tal efei to privilegiados, o de lente de Histona do Brasil no curso de aperfeiçoamento do Instituto Rio Branco c o de Diretor
dc Obras Raras e Publicações da Biblio teca Nacional, com o encargo de onentar a elaboração dos Anais e
Históricos, prevaleceu-se de tal a D ira enriquecer as nossas letras com esta
flodução ..ctcdotógica à Histána^o Brasil, que 6 o livro capital agora ofe-
'1Í.'èle"por®«rrdos Jdose do; frrais proveitosos,nrais ruarrucSsic":1rrodS-o seguro do, ciassivv, I u;.tória e^ia manancial puestudrosos de
^^ter
ríssimo em que saciaiau a
os que investigam os fatos sociais e todos os Alunos das Faculdades de Filosofi^ Penso, por tudo isto. que interpretará
fielmente o sentimento e a opmido da
Academia, transmiündo ao ilustre autor de Teoria da História do Brasil nao só
o nosso agradecimento, como OS nossos
permanência junto aos centros da cul
parabéns e aplausos pelo insigne serviço
tura americana, que o autor acabou de se convencer da nossa indigência em ma-
à cultura brasileira."
GODOFREDO
RANGEL
seguintes palavras:
"Bastam o nome do autor e o título da obra para assegurar aos entendidos —
e a Academia está cheia dêles — que a
publicação foi um grande serviço à dig nidade e ao progresso de nossos estudos
O nosso colaborador Afonso Arinos de Melo Franco
históricos. O autor, José Honório Rodri
gues, é boje um especialista respeitado, no qual madrugam e cada dia se aper feiçoam todas as aptidões de um hi toriador. Há pouco mais de doze anos,
assim se externou, na Câmara dos Deputados, sobre o ^ saparecimentü de Godofredo Rangel, o autor de Vi a Ociosa":
"Quero aproveitar os parcos minutos
facultados às comqnicações, para não
deixar de con''tnr do registro da Casa uma notícia sobre o desaparecimento d©
Digesto EcoNÓ>nco
143
e bebidas, isentou várias mercadorias de consumo popular. Libertou os tamancos tributados pela Ditadura e sujeitou a imposto de consumo automóveis de luxo, que sempre escaparam ao fisco. Censura vivamente a discriminação de rendas da Constituição, mas não mostra,
nem poderia mostrar, que outro país houvesse resolvido o problema com me lhor acerto. Basta recordar a orgia de
incapacidade admini.strativa na aplicação
com efeito, quando ainda estudante de
téria de metodologia, da propedêutica,
da contribuição de mellioria, etc.
direito, recebeu desta Academia o 1.°
de sistcmatizaçâo histórica, e do muito
Prêmio dc Erudição com uma "Introdu
que esta falha empccilha o pleno rendi
Não
se poderá afirmar o mesmo acerca doj auxílios e despesas nacionais em proveito dos Estados e Municípios, fato inevitável na evolução do todo país do tipo federal, como o prova a crescente política de "granls-in-aid", nos Estados Unidos, Canadá e vários outros países. Um livro austero, meditado e bem
duais que os financistas americanos não cessam de profligar nos E. Unidos.
intencionado, mas triste e deseneorajador, que se pode equiparar ao "Retrato Sincero do Brasil" de Limeira Tejo: um
São justos, entretanto, seus reparos aos exageros na interpretação do princípio
e outro exageram tanto o pior que ncão têm olhos para o que já se fêz de bom neste país.
bitributações e de tributações interesta
constitucional de imunidade recíproca: a
i4d
Digesto EcoNÓ^uco
A. B.
ção ao estudo do período holandês de Maurício de Nassau", tendo merecido
caloroso elogio do competcntíssimo rela tor, o nosso querido Roqucte Pinto. O trabalho teve, c certo, a preciosa cola boração de Joaquim Ribeiro, que conti nua, com fulgor próprio, uma das mais belas tradiç-ões da inteligência e cultu ra brasileira.
Mas quando, cm 1940, foi publicado na série
da Brasiliana, volume 180,
com o título "Civilização Holandesa no
Brasil", o próprio Joaquim Ribeiro, em
elegante e generoso prefácio, desfaz essa sua contribuição, exaltando a de seu jo
vem companheiro, a quem qualifica de
'REVUE DE SCIENCE ET DE LEGISLATION FINANCIÈRES" — Dirig. pelos profs. Jèze e Laufenburger (Paris, vol. 43, fase. 2P. — abriljunho 1951) Sumário de doutrina: KRIZ: O resta
belecimento do equilíbrio internacional e as exigências do rearmamento; FUSS: Considerações sobre o financiamento da segurança social dos assalariados (na Bélgica); ALBERGO: A Economia Fi
nanceira tradicional e a teoria Keynesia-
iia; A. BALEEIRO: Tributação das valo rizações imobiliárias no Brasil; GIRAU-
DEAU: Teoria ricardiana do impôsto; LAUFENBURGER: A propósito da Parafiscalidadc; as demais secções costu meiras sobre legislação, jurisprudência e bibliografia financeiras.
TEORIA DA HISTÓRIA DO BRASIL JOSÉ HONÓRIO RODRIGUES
Apresentondo à Academia Brasileira de Letras "Teoria
da História do Brasil" do nosso antigo colaborador José Honório Rodrigues, o sr. Afonso Pena Júnior proferiu as
lídimo historiador, cuja personalidade in telectual se filia a dois mestres da liistória nacional, Capistrano de Abreu e
João Ribeiro. Tendo surgido com tanto vigor e preparo, José Honório Rodrigues, estimulado, talvez, com o prêmio da Academia, conquista, pouco depois, uma
Bôlsa de Pesquisa da Fundação Rockefeller, tendo feito um estágio cultural de um ano nos Estados Unidos, estágio al tamente proveitoso, ao qual devemos, além de outros estudos valio os, a notá vel Historiografia e Bibliografia do Do mínio Holandês no Brasil, que é um mo numento de erudição. Foi durante essa
mento dc tantas vocações de pesquisa
dores do passado, que entre nós não fal tam.
Por isto, de regresso ao Brasil,
José Honório Rodrigues trouxe o firme propósito de trabalhar para preencher ess i nefasta lacuna. E tendo tido a for
tuna dc ocupar dois postos para tal efei to privilegiados, o de lente de Histona do Brasil no curso de aperfeiçoamento do Instituto Rio Branco c o de Diretor
dc Obras Raras e Publicações da Biblio teca Nacional, com o encargo de onentar a elaboração dos Anais e
Históricos, prevaleceu-se de tal a D ira enriquecer as nossas letras com esta
flodução ..ctcdotógica à Histána^o Brasil, que 6 o livro capital agora ofe-
'1Í.'èle"por®«rrdos Jdose do; frrais proveitosos,nrais ruarrucSsic":1rrodS-o seguro do, ciassivv, I u;.tória e^ia manancial puestudrosos de
^^ter
ríssimo em que saciaiau a
os que investigam os fatos sociais e todos os Alunos das Faculdades de Filosofi^ Penso, por tudo isto. que interpretará
fielmente o sentimento e a opmido da
Academia, transmiündo ao ilustre autor de Teoria da História do Brasil nao só
o nosso agradecimento, como OS nossos
permanência junto aos centros da cul
parabéns e aplausos pelo insigne serviço
tura americana, que o autor acabou de se convencer da nossa indigência em ma-
à cultura brasileira."
GODOFREDO
RANGEL
seguintes palavras:
"Bastam o nome do autor e o título da obra para assegurar aos entendidos —
e a Academia está cheia dêles — que a
publicação foi um grande serviço à dig nidade e ao progresso de nossos estudos
O nosso colaborador Afonso Arinos de Melo Franco
históricos. O autor, José Honório Rodri
gues, é boje um especialista respeitado, no qual madrugam e cada dia se aper feiçoam todas as aptidões de um hi toriador. Há pouco mais de doze anos,
assim se externou, na Câmara dos Deputados, sobre o ^ saparecimentü de Godofredo Rangel, o autor de Vi a Ociosa":
"Quero aproveitar os parcos minutos
facultados às comqnicações, para não
deixar de con''tnr do registro da Casa uma notícia sobre o desaparecimento d©
It'
Dicesto EIconómico
\ Godofredo Rangel, grande escritor brasi-
nesa à nmneira de certa fase do poeta
Jeiro, ontem falecido em Minas Gerais.
Guerra Junciuoiro, Codofrcdo Rangel
Godofredo Rangel fêz parte de uma geração que era, ao mesmo tempo, o
tentava uma experiência de intimidade na técnica do romance, qualquer coisa
que poderíamos chamar de "escola intimista", que precedeu às tentativas pos
epílogo da época dos parnasianos, tanto da prosa como da poesia — parnasianos de prosa, como Coelho Neto, ou da poesia, como Bilac — e iniciadora ou pre
ram constituir uma das bases do novo
cursora do movimento de renovação es
romance brasileiro.
teriores de análise psicológica, que vie
tética que se veio a realizar no país, no
Êle foi um puro homem de letras. A
fim do primeiro quarto dêite século. Companheiro de casa e da vida, em
sua dedicação à nobre profissão literá ria nimca se perturbou c nunca se ma
São Paulo, de Monteiro Lobato, de José
culou coni <pia'sr]ucr outras paixões ou
Antônio Nogueira, de Ricardo Gonçalves
e de outros escritores da mesma época,
Godofredo Rangel, dêles entretanto^
muito se diferençava pelo temperamen^,to e pela obra que realizou. Enquanto Lobato trazia para a literatura brasileira uma adaptação da técni ca — chamemo-la "maupassaniana'" do conto para a expressão das realida
des da vida bucólica; enquanto José An tônio Nogueira, influenciado talvez mais pela literatura dos românticos alemães tentava criar obra ao mesmo passo mís tica e patriótica; enquanto Ricardo Gon
çalves fazia ensaios de poesia campo-
ambições da \ida terrena.
É, por conseqüência, com a esperan ça de cjuc os dias tumultuosos que pas sam não sejam de moldo a fazer com que todos os brasileiros esqueçam essa pura alma de eleição, esse tipo admirá
vel dc esteta c dc escritor que foi Go
Õm
dofredo Rangel, que mo sirvo desta oportunidade para, aproveitando a to lerância de V. Excia., sr. Presidente, fazer com que figure nos nossos Anais o registro de profunda saudade e, sem
dúvida alguma, da homenagem com que a Câmara se inclina, em face de sua me mória".
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\ Godofredo Rangel, grande escritor brasi-
nesa à nmneira de certa fase do poeta
Jeiro, ontem falecido em Minas Gerais.
Guerra Junciuoiro, Codofrcdo Rangel
Godofredo Rangel fêz parte de uma geração que era, ao mesmo tempo, o
tentava uma experiência de intimidade na técnica do romance, qualquer coisa
que poderíamos chamar de "escola intimista", que precedeu às tentativas pos
epílogo da época dos parnasianos, tanto da prosa como da poesia — parnasianos de prosa, como Coelho Neto, ou da poesia, como Bilac — e iniciadora ou pre
ram constituir uma das bases do novo
cursora do movimento de renovação es
romance brasileiro.
teriores de análise psicológica, que vie
tética que se veio a realizar no país, no
Êle foi um puro homem de letras. A
fim do primeiro quarto dêite século. Companheiro de casa e da vida, em
sua dedicação à nobre profissão literá ria nimca se perturbou c nunca se ma
São Paulo, de Monteiro Lobato, de José
culou coni <pia'sr]ucr outras paixões ou
Antônio Nogueira, de Ricardo Gonçalves
e de outros escritores da mesma época,
Godofredo Rangel, dêles entretanto^
muito se diferençava pelo temperamen^,to e pela obra que realizou. Enquanto Lobato trazia para a literatura brasileira uma adaptação da técni ca — chamemo-la "maupassaniana'" do conto para a expressão das realida
des da vida bucólica; enquanto José An tônio Nogueira, influenciado talvez mais pela literatura dos românticos alemães tentava criar obra ao mesmo passo mís tica e patriótica; enquanto Ricardo Gon
çalves fazia ensaios de poesia campo-
ambições da \ida terrena.
É, por conseqüência, com a esperan ça de cjuc os dias tumultuosos que pas sam não sejam de moldo a fazer com que todos os brasileiros esqueçam essa pura alma de eleição, esse tipo admirá
vel dc esteta c dc escritor que foi Go
Õm
dofredo Rangel, que mo sirvo desta oportunidade para, aproveitando a to lerância de V. Excia., sr. Presidente, fazer com que figure nos nossos Anais o registro de profunda saudade e, sem
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