DIGESTO ECONÔMICO, número 82, setembro 1951

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DICESTO

ECON0MICO

QUANTO MAIS PETROLEO...

SOB OS flüspícios DO ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAÜLO E 00 FEDERAÇÃO DO COMERCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO

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zy/i^uiii

MAIOR INDUSTRIALIZAÇÃO

S l M A R I o Pág./

Intervenção do Estado „o domínio econômico - Instituto de Economia A narFJHT^ar.Orvillo — Glycon A participação no ? lucro das Derby emnrêsas — Aldode M.Paiva Azevedo

A regulamonlação do comércio Srno: Função bancária ou

9> 24^/

33/

O Eatado o a Ordem Econômica - Probi.maa de Técnica ^«/^ttocYes~CavaIca„tI 46^ Quanto mais pelroleo houver disponível,tanto Q^ maior será o número de máquinas que entrarão a produzir um volume ainda maior de mercado rias de que o país necessita, proporcionando-lhe condições de poder desfrutar vida melhor e mais

E MELHOR

DE VIDA!

Inierpretação socioiôgioa do probiema braaileiro da moriaiidado taianm -

abundante.

O vasto programa de construções da Standard

Oil Company of Brazil está concorrendo para este

nível

Íjackmn^do"'Fi''°''?"H° ^""nbnnei Pohi - José Honóiio RodnBues O nrobmi;4 d? campos-cerrados Alonso Pena Júnior Setzer Bancar^a^^^^_^ m.iea da inlervencão do Ealado —naJosé Organização

"rd^io^-fpuôirLy

crescente desenvolvimento das Industrias e, ain

da, para aumentar a produção agrícola, pois, à medida que maiores quantidades de petroleo se tomam mais facilmente disponíveis, os tratores e implementos mecanizados asseguram safras

maiores. E os lares passam a fruir de maior con forto e comodidade.

•o pefroleo contribui paro umo

vida nielMsr.

e

€SSO; STANDARD OIL COMPANY OF BRAZIL ^ — SETEMBRO DE 1951 — ANO VII

'5^ 80#^/


[VPIWJI I I J |I

o DIGESTO ECONÔMICO

Um ANÃO

ESTA A VENDA

nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço cie Cr$ 5,00. Os nossos agentes da relação ababco estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 50,00 anuais.

entre \

qIGANTES!

B

Agenie geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA

Avenida Presidaníe Vargas, 502. 13.o Eindcx Rio de Janeiro

Alagoas: Manoel Espíndola, Praça Pe dro II, 4S, Maceió.

Amazonas: Agência Freitas, Rua Joa quim Sarmento. 29, Manaus.

Bahia:

Alfredo J. de Souza & Cia.,

R. Saldanha da Gama, 6. Salvador.

Ceará: J. Alaor de Albuquerque & Cia. Praça do Ferreira, 621, Fortaleza.

Espírito Santo: Viuva Copolllo & Fi lhos, Rua Jerônimo Monteiro, 381, Vitória.

Goiás: João Manaiino, Rua Setenta A, Goiânia.

Paraná: J. Ghiagnone. Rua 15 de No vembro, 423, Curitiba. Pernambuco: Fernando Chlnaglia, Rua do Imperaaor, 221, 3.õ andar. Recife.

Piauí: Cláudio M. Tote, Teresina.

Elo de Janeiro: Fernando Chinaglía, Av. Presidente Vargas, 502, 19.o andar.

Rio Grapde do Norte: Luís RomSo, Avenida Tavares Lira. 48, Natal. Rio Grande do Sul: Sòmente para Por to Alegre: Octavio Sagebin, Rua

Maranhão: Livraria Universal, Rua João Lisboa, 114, São Luiz.

7 de Setembro. 789, Porto Alegre. Para locais fora de Pôrto Alegre:

Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro & Cia., Pça. da República, 20. Cuiabá.

Santa Catarina: Pedro Xavier & Cia.,

Minaa Gerais: Joaquim Moss Velloso,

Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.

Pará: Albano H. Martfhs & Cia., Tra

vessa Campos Sales, 85/89, Belém. Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba rão do Triunfo. 510-A. João Pessoa.

Fernando Chlnaglia. R. de Janeiro.

Rua Felipe Schmidt, 8, Florlanóp.

Eis como o gasto com a lubrifícação

figura entre os demais fatores que determinam o casto unitário da produção de sua fóbrica. Todavia, embora insignificante, proporciona a V.S. economias de grande vulto, pois aumenta a eficiência de suas máquinas, reduz as paradas forçadas para reparos e concorre para o Lubrificantes aumento de sua produção. Com o emprego dos lubrificantes Gargoyle — mundialmente reconhecidos pela excelência de sua qualidade — "fiC Nostos engenheiros especioUza* ficam plenamente assegurados todos estes dos em Lubrifícação Correta conhe benefícios, os quais se traduzem em vida mais cem os máquinas de sua fábrica e os lubrificantes exatamente adequados longa de suas máquinas... produção maior ò suo perfeita conservação a fundo., por custo mais baixo... e mais lucros para V.S.! nomento. Consulte-os.

São Paulo: A Intelectual, Ltda.. Via

duto Santa Efigênia, 281, S. Paulo. Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua João Pessoa, 137, Aracaju. Território do-Acre: Diógenos de'Oli veira, Rio Branco.

Concessí^.^ária:

Cia. Mate Laranjeira S.II. São Paulo - Rua Brigadeiro Tobias, 356 Santos

- Rua Amador Bueno, 144

Curitiba - Rua Cruz M-achado, 12

ix «rji-n


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o DIGESTO ECONÔMICO

Um ANÃO

ESTA A VENDA

nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço cie Cr$ 5,00. Os nossos agentes da relação ababco estão aptos a suprir qualquer encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 50,00 anuais.

entre \

qIGANTES!

B

Agenie geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA

Avenida Presidaníe Vargas, 502. 13.o Eindcx Rio de Janeiro

Alagoas: Manoel Espíndola, Praça Pe dro II, 4S, Maceió.

Amazonas: Agência Freitas, Rua Joa quim Sarmento. 29, Manaus.

Bahia:

Alfredo J. de Souza & Cia.,

R. Saldanha da Gama, 6. Salvador.

Ceará: J. Alaor de Albuquerque & Cia. Praça do Ferreira, 621, Fortaleza.

Espírito Santo: Viuva Copolllo & Fi lhos, Rua Jerônimo Monteiro, 381, Vitória.

Goiás: João Manaiino, Rua Setenta A, Goiânia.

Paraná: J. Ghiagnone. Rua 15 de No vembro, 423, Curitiba. Pernambuco: Fernando Chlnaglia, Rua do Imperaaor, 221, 3.õ andar. Recife.

Piauí: Cláudio M. Tote, Teresina.

Elo de Janeiro: Fernando Chinaglía, Av. Presidente Vargas, 502, 19.o andar.

Rio Grapde do Norte: Luís RomSo, Avenida Tavares Lira. 48, Natal. Rio Grande do Sul: Sòmente para Por to Alegre: Octavio Sagebin, Rua

Maranhão: Livraria Universal, Rua João Lisboa, 114, São Luiz.

7 de Setembro. 789, Porto Alegre. Para locais fora de Pôrto Alegre:

Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro & Cia., Pça. da República, 20. Cuiabá.

Santa Catarina: Pedro Xavier & Cia.,

Minaa Gerais: Joaquim Moss Velloso,

Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.

Pará: Albano H. Martfhs & Cia., Tra

vessa Campos Sales, 85/89, Belém. Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba rão do Triunfo. 510-A. João Pessoa.

Fernando Chlnaglia. R. de Janeiro.

Rua Felipe Schmidt, 8, Florlanóp.

Eis como o gasto com a lubrifícação

figura entre os demais fatores que determinam o casto unitário da produção de sua fóbrica. Todavia, embora insignificante, proporciona a V.S. economias de grande vulto, pois aumenta a eficiência de suas máquinas, reduz as paradas forçadas para reparos e concorre para o Lubrificantes aumento de sua produção. Com o emprego dos lubrificantes Gargoyle — mundialmente reconhecidos pela excelência de sua qualidade — "fiC Nostos engenheiros especioUza* ficam plenamente assegurados todos estes dos em Lubrifícação Correta conhe benefícios, os quais se traduzem em vida mais cem os máquinas de sua fábrica e os lubrificantes exatamente adequados longa de suas máquinas... produção maior ò suo perfeita conservação a fundo., por custo mais baixo... e mais lucros para V.S.! nomento. Consulte-os.

São Paulo: A Intelectual, Ltda.. Via

duto Santa Efigênia, 281, S. Paulo. Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua João Pessoa, 137, Aracaju. Território do-Acre: Diógenos de'Oli veira, Rio Branco.

Concessí^.^ária:

Cia. Mate Laranjeira S.II. São Paulo - Rua Brigadeiro Tobias, 356 Santos

- Rua Amador Bueno, 144

Curitiba - Rua Cruz M-achado, 12

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W

CAMPANA

S.

Indústrias de Artefatos de Borracha e Calçados NOSSAS ESPECIALIDADES: Artefatos para Calçados — Calçados em Geral Artefatos de Borracha em Geral

,> .-•■••Vi-

<1^ ^

V

' .' I '

tf

i.

QUANTO MAIS PETiíOLEO.,.*

y.

rabricanlQB dos Afamados Saltos de Borracha:

FABRICAS:

TELEFONES:

Rua Marajó, 136/158

Gerencia

R. Cesarlo Alvim. 297

Ccntadorla

ESCRITÓRIO:

Escritório

— —

9-3205 9-32D0

:'.íí^i£.v, li'

9-3230

Rua Marajó. 136/139

Endereço Telegráfico:

São Paulo

CAMPANA .MAKCA

REGISTRADA

&-t

MAI-.R INDUSTRíALIZaÇÃO

Dl SlGfl aconselha:

ifi petroleo houver disponível, tanto Qjjanto mais maioi' será número de máqui as que entrarão 1

produzir um volume alnüa maior de mercado

rias de que o país necessita, pr< porc:onando-lhe

condições de pôder desfrutar vida melhor e mais

E MELHOR

4

nível

abundante.

O vasto programa de constrv'ções da Standard

Oll Company o£ Brazll está concorrendo pai a este crcsccnle desenvolvimento dhs indu.^-ttias e, ain- •

da, para aumentar a produção agrida, pois, ã

DE VIDA!

medida qiie maiores quantidades de petroleo se

tornam mais íacllmenle disponíveis, os Iratore* o implementos m eca nlzcdo r, asseguram safras maior., s. E os lares passam a fruir de maior coní.nrto e comodidade.

*0 petroleo co tribul

BRASIL S. A.

para uma

«ndo wt«!har.

SUIDIRD ou COHPRHY OF BRAZIl


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Indústrias de Artefatos de Borracha e Calçados NOSSAS ESPECIALIDADES: Artefatos para Calçados — Calçados em Geral Artefatos de Borracha em Geral

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QUANTO MAIS PETiíOLEO.,.*

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FABRICAS:

TELEFONES:

Rua Marajó, 136/158

Gerencia

R. Cesarlo Alvim. 297

Ccntadorla

ESCRITÓRIO:

Escritório

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9-3205 9-32D0

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9-3230

Rua Marajó. 136/139

Endereço Telegráfico:

São Paulo

CAMPANA .MAKCA

REGISTRADA

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MAI-.R INDUSTRíALIZaÇÃO

Dl SlGfl aconselha:

ifi petroleo houver disponível, tanto Qjjanto mais maioi' será número de máqui as que entrarão 1

produzir um volume alnüa maior de mercado

rias de que o país necessita, pr< porc:onando-lhe

condições de pôder desfrutar vida melhor e mais

E MELHOR

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nível

abundante.

O vasto programa de constrv'ções da Standard

Oll Company o£ Brazll está concorrendo pai a este crcsccnle desenvolvimento dhs indu.^-ttias e, ain- •

da, para aumentar a produção agrida, pois, ã

DE VIDA!

medida qiie maiores quantidades de petroleo se

tornam mais íacllmenle disponíveis, os Iratore* o implementos m eca nlzcdo r, asseguram safras maior., s. E os lares passam a fruir de maior coní.nrto e comodidade.

*0 petroleo co tribul

BRASIL S. A.

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SUIDIRD ou COHPRHY OF BRAZIl


BANCO DO COMMERCIO E INDUSTRIA DE SÃO PAULO S/A. FUNDADO EM 20 DE DEZEMBRO DE 1889

CUIDADO

Endereço telegráfico para Matriz e Filiais: "INDUSCOMIO"

Capital realizado Fundo de Reserva

Cr$ 150.000.000,00 Cr$ 102.887.244,00

Fundo de Reserva Legal ... CrS 30.000.000,00 Outras Reservas Cr$ 14.254.489,80 MATRIZ

COM n

São Paulo

Rua 15 de Novembro, 289 Caixa Postal, 36 — Telefone: 2-3191 e ramais

CORROSÃO!

FILIAIS:

RIO DE JANEIRO SALVADOR

RECIFE CURITIBA

VITÓRIA

PORTO ALEGRE QUANDO O MOTOR ESFRIA* SANTOS

Americana, Amparo, Apucarana, Araraquara, Bauru, Bebedouro, Biriguy, Blumenau, Botucatú, Bragança Paulista, Cafelandia, Cam pinas, Catanduva, Franca, Garça, Jaboticabal, Lins, Londrina, Marilia, Olympla, Ourinhos, Paranaguá, Piracicaba, Poços de Caldas, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Salto, São Carlos, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, São Manoel, Soro caba, Tanabí, Taquaritinga, Taubaté, Tupã, Valinhos, Valparaizo

Ao mudar o óleo, mande encher o

dos pela combustão oondeasom-se nos

cortei com

paredes dos cülodros. Iniciasdo a corrosão do metoL Para evitar as ccmsas da corrosão, use SHELL X-100 MOTOR OIL

cujos aditivos neutralizam o ocão dos áddos da combustão e loaem o óleo

espaihar-se meibor,formando uma fina

8 Votuporanga.

camada que protege as portes metã-

SHELL

TTfilT

licas. Quondo seu cano para. SHELL

CORRESPONDENTES NO PAIZ E NO ESTRANGEIRO

X-ioo exerce a sua ação protetora con

DIRETORIA:

Numa de Oliveira — Diretor Presidente

PROTEJA O MOTOR DE SEU CARRO.

O vapor d'á9rua e os áddos produzi

tra a corrosão.

MOTOR OIL

1'-

Leonidas Garcia Rosa — Diretor Vice-Presidente José da Silva Gordo — Diretor Superintendente

Theodoro Quartim Barbosa e Roberto Ferreira Amaral

DETERGENTE - ESTÁVEL - PROTETOR

—• Diretores Gerentes.

•-^Uv


BANCO DO COMMERCIO E INDUSTRIA DE SÃO PAULO S/A. FUNDADO EM 20 DE DEZEMBRO DE 1889

CUIDADO

Endereço telegráfico para Matriz e Filiais: "INDUSCOMIO"

Capital realizado Fundo de Reserva

Cr$ 150.000.000,00 Cr$ 102.887.244,00

Fundo de Reserva Legal ... CrS 30.000.000,00 Outras Reservas Cr$ 14.254.489,80 MATRIZ

COM n

São Paulo

Rua 15 de Novembro, 289 Caixa Postal, 36 — Telefone: 2-3191 e ramais

CORROSÃO!

FILIAIS:

RIO DE JANEIRO SALVADOR

RECIFE CURITIBA

VITÓRIA

PORTO ALEGRE QUANDO O MOTOR ESFRIA* SANTOS

Americana, Amparo, Apucarana, Araraquara, Bauru, Bebedouro, Biriguy, Blumenau, Botucatú, Bragança Paulista, Cafelandia, Cam pinas, Catanduva, Franca, Garça, Jaboticabal, Lins, Londrina, Marilia, Olympla, Ourinhos, Paranaguá, Piracicaba, Poços de Caldas, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Salto, São Carlos, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, São Manoel, Soro caba, Tanabí, Taquaritinga, Taubaté, Tupã, Valinhos, Valparaizo

Ao mudar o óleo, mande encher o

dos pela combustão oondeasom-se nos

cortei com

paredes dos cülodros. Iniciasdo a corrosão do metoL Para evitar as ccmsas da corrosão, use SHELL X-100 MOTOR OIL

cujos aditivos neutralizam o ocão dos áddos da combustão e loaem o óleo

espaihar-se meibor,formando uma fina

8 Votuporanga.

camada que protege as portes metã-

SHELL

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licas. Quondo seu cano para. SHELL

CORRESPONDENTES NO PAIZ E NO ESTRANGEIRO

X-ioo exerce a sua ação protetora con

DIRETORIA:

Numa de Oliveira — Diretor Presidente

PROTEJA O MOTOR DE SEU CARRO.

O vapor d'á9rua e os áddos produzi

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MOTOR OIL

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Leonidas Garcia Rosa — Diretor Vice-Presidente José da Silva Gordo — Diretor Superintendente

Theodoro Quartim Barbosa e Roberto Ferreira Amaral

DETERGENTE - ESTÁVEL - PROTETOR

—• Diretores Gerentes.

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NA ESTATUARIA TANTO QUANTO A

:.Y:'^m '• .\a 1

#• •

... 88 Agénclaa do

feKf'

BANCO N^riONAI. IMOlIlUAltlO S.A.,

MICHCLANGELO figuro entre os escultores mois famosos. Conhecedor profundo do ono-

estão organizadas para

tomio humano,esculpiu seus môrmoros com uma

atenoer aos nossos clientes

técnico otó hoje nóo Iguolodo. Conto-se, que o próprio Michelongelo, arrebatado ante o noturo-

lài

em todas as operações bancárias, bem como nos

iidode de sou célebre Moysós,exclomou:"Poria I" Com iusliço, entre os criações dâsse grande artista do

demais serviços que fizeram do BNI uma instituição

ctnzeJ, essa, sobre tudo ..

para servir o pública A.Gi:NCIA PAULA SOUZA:

ftua Paula Sousa, 62 - Teiefone, 34-4952 AGÊNCIA PIN^^^^TROS:

Rua Teodoro Sampaio, 2347 - Tel. 8-1604 AGÊNCIA

ÁGUA TÔNICA DE QUININO da An-

m

Av. Rc"^gel Pestana, 2121 - Telefone, 9-7700

torctica, o refrigerante que diàriomente saboreo-

AGÊNCIA

mos, é um produto cui© inconfundível polodar nòo pode ser igualado e, sendo umo alta con-

Rua

Paraíso,

915

PABAISO:

Telefone, 31-3234

AGÊNCIA JABAQUARA

Av, Jabaquara, 812 — Telefone. 70-2932

quisto no campo dos refrigerontes, poro or

AGÊNCIA Sito JQSO

gulho do indústria nacional TflMaÍM

Avenida São João. 1183 - Telefone, 52-8327

Não ADMITE CONFRONTOS!

AGÊNCIA PENHA:

Rua da Penha, 371

Telefone. 9-0273

AO-^^^TCI^ NO 8

Avenida

ÃGtJA_

São João, 2176 — Tel. 52-7064

AGÊNCIA TATUAPSl Aveijiua «-..c-isu vjraic.a, 3760

Eakm:M'^onalI^hüiáHoS.À, "-r

(Filiado ao Sindicato dos Corretores de Imóveis)

ANTARCTICA

SEDE CENTRAL: Rua Alvares Penteado. 72 — Telefone: 33-2184 Arco-Artusl

V

1


NA ESTATUARIA TANTO QUANTO A

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... 88 Agénclaa do

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BANCO N^riONAI. IMOlIlUAltlO S.A.,

MICHCLANGELO figuro entre os escultores mois famosos. Conhecedor profundo do ono-

estão organizadas para

tomio humano,esculpiu seus môrmoros com uma

atenoer aos nossos clientes

técnico otó hoje nóo Iguolodo. Conto-se, que o próprio Michelongelo, arrebatado ante o noturo-

lài

em todas as operações bancárias, bem como nos

iidode de sou célebre Moysós,exclomou:"Poria I" Com iusliço, entre os criações dâsse grande artista do

demais serviços que fizeram do BNI uma instituição

ctnzeJ, essa, sobre tudo ..

para servir o pública A.Gi:NCIA PAULA SOUZA:

ftua Paula Sousa, 62 - Teiefone, 34-4952 AGÊNCIA PIN^^^^TROS:

Rua Teodoro Sampaio, 2347 - Tel. 8-1604 AGÊNCIA

ÁGUA TÔNICA DE QUININO da An-

m

Av. Rc"^gel Pestana, 2121 - Telefone, 9-7700

torctica, o refrigerante que diàriomente saboreo-

AGÊNCIA

mos, é um produto cui© inconfundível polodar nòo pode ser igualado e, sendo umo alta con-

Rua

Paraíso,

915

PABAISO:

Telefone, 31-3234

AGÊNCIA JABAQUARA

Av, Jabaquara, 812 — Telefone. 70-2932

quisto no campo dos refrigerontes, poro or

AGÊNCIA Sito JQSO

gulho do indústria nacional TflMaÍM

Avenida São João. 1183 - Telefone, 52-8327

Não ADMITE CONFRONTOS!

AGÊNCIA PENHA:

Rua da Penha, 371

Telefone. 9-0273

AO-^^^TCI^ NO 8

Avenida

ÃGtJA_

São João, 2176 — Tel. 52-7064

AGÊNCIA TATUAPSl Aveijiua «-..c-isu vjraic.a, 3760

Eakm:M'^onalI^hüiáHoS.À, "-r

(Filiado ao Sindicato dos Corretores de Imóveis)

ANTARCTICA

SEDE CENTRAL: Rua Alvares Penteado. 72 — Telefone: 33-2184 Arco-Artusl

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-. 1 li U

INTERVENÇÃO

Dism ECOiMIüO

domínio

9 HUHDQ BOS IEGOCÍOS WM MIIMW KIMl

DO

ESTADO

NO

econômico

•ubficedo sob os •aipMot dc

tSSOCiaC&O COMERCIfiLDE SlO PSIILB

A Presidente da República encaminhou ao Congresso nacional nos últimos dias do mês de maio último,

FEDERADO DO CDMÍRCIG 00 ESTADO DE SlO FIOLO

Direior superinlendenle: Martim Affonso Xavier da Silveira

três mensagens, acompanhadas dos respectivos projetos do lei, regulan do a intervenção do Estado no domí

O Digesto £)couóiti£t»o publicará no próximo número:

Diretor:

Q PROBLEMA DO PETRÓLEO ' Francisco Prestes Maia.

ras, é publicado mensalmente pela Editôra Comercial Ltda.

NOTAS SÔBRE O MERCADO NEGRO DO CÂMBIO — Mircea Buèscu.

A direção não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitús emitidos em artigos assi nados.

PERSPECTIVAS ECONÔMICAS - Ro berto Pinto de Sousa.

NOTAS SÔBRE PROBLEMAS ACULNa transcrição de artigos pede-se citar o nome do Digesio

TURATIVOS - Djacir Menezes.

Econômico.

NOVOS PLANOS (VI) _ Nelson Wer-

,• Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es

ASSINATURAS:

Cr$ 50,00

neck Sodré. ,

de preços e punir os crimes contra

conseqüente aumento das penalidades

a economia popular.

a êles correspondentes e prescrição

jeto dessas proposições legislativas

de normas processuais adequadas. Agora, em fins do junho último,

interessa de perto às classes produ toras do país, criadoras da riqueza

enviou uma nova mensagem e proje

nacional e representantes dos inte resses legítimos dos vários setores^ em que se divide a atividade econô

to de lei regulando o julgamento dos crimes contra a economia popular* e instituindo júris de zona, correspon dentes às zonas eleitorais, presididos

por juizes e integrados por vinte ju

Redação e Administração:

mica do Brasil.

Não podem as classes produtoras deixar de se manifestar, com absolu

ta isenção, sinceridade e espírito pú

respectiva zona eleitoral, cinco das quais constituirão o Conselho de Sen tença. De preferência serão incluí

blico, agentes que são dos interesses coletivos, sobre esse corpo de leis proposto ao Congresso Nacional, sob pena de se demitirem das superiores responsabilidades que lhes cabem de colaboradoras do Governo, em tudo

Os quatro projetos formam um to do indecompativel, tanto que dispo to dos outros. O conjunto dessas pro vidências legislativas objetiva a in

Rua Boa Vista, 51 — 9.o andar Telefone: 33-1112 — Ramal 19 Caixa Postal, 8240 São Paulo

A matéria ob

rados sorteados entre os eleitores da

Número do mês ...... CrS 5,00 Cr§ 8,00

.

pela fixação de um nível razoável

sições de uns sao repetidas no tex

Atrasado:

<

que o adotou uiuinimementc.

mais ampla concoituação dos deli

ÇrÇ 58.00

(registrado)

Federação das Associações Comerciais,

tos contra a economia popular, com o

lia e donas de casa.

: Digesto Econômico

'

missão Central de Pi-eços, e a uma

dos na lista de jurados pais de famí

trangeiras.

Ano (simples)

relativas ao abastecimento dos mer cados consumidores, à reorganização

tervenção direta do Poder Público no campo das relações econômicas,

■* •

do Estado dc Sõo Paulo, c levado pela delegação do comercio paulista d Meío Redonda, ora realizada no Rio pela

e ampliação das atribuições da Co

Anlonio Gozililo de Carvalho

O DIgesto Econômico, órgão de In formações econômicas e financei

nio econômico por meio de medidas

Eis o parecer vUiburado pelo Instituto de Ecoíiofíiííj da Associação Comercial da São Paulo c Federação do Comércio

o que diga respeito à organização- e funcionamento da ordem econômica. E as entidades de classe, como a As sociação Comercial de São Paulo, se

sentem no dever de assumir posição

a fim de assegurar a livre distribui

em face das proposições governa mentais, não só com a finalidade de

ção dos produtos nos mercados con

prestar ao Congi-esso a sua colabo

sumidores, combater a especulação e

ração como também com o objetivo

a ganância, baratear o custo de vida

de traduzir os interesses e as aspira-


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INTERVENÇÃO

Dism ECOiMIüO

domínio

9 HUHDQ BOS IEGOCÍOS WM MIIMW KIMl

DO

ESTADO

NO

econômico

•ubficedo sob os •aipMot dc

tSSOCiaC&O COMERCIfiLDE SlO PSIILB

A Presidente da República encaminhou ao Congresso nacional nos últimos dias do mês de maio último,

FEDERADO DO CDMÍRCIG 00 ESTADO DE SlO FIOLO

Direior superinlendenle: Martim Affonso Xavier da Silveira

três mensagens, acompanhadas dos respectivos projetos do lei, regulan do a intervenção do Estado no domí

O Digesto £)couóiti£t»o publicará no próximo número:

Diretor:

Q PROBLEMA DO PETRÓLEO ' Francisco Prestes Maia.

ras, é publicado mensalmente pela Editôra Comercial Ltda.

NOTAS SÔBRE O MERCADO NEGRO DO CÂMBIO — Mircea Buèscu.

A direção não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitús emitidos em artigos assi nados.

PERSPECTIVAS ECONÔMICAS - Ro berto Pinto de Sousa.

NOTAS SÔBRE PROBLEMAS ACULNa transcrição de artigos pede-se citar o nome do Digesio

TURATIVOS - Djacir Menezes.

Econômico.

NOVOS PLANOS (VI) _ Nelson Wer-

,• Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es

ASSINATURAS:

Cr$ 50,00

neck Sodré. ,

de preços e punir os crimes contra

conseqüente aumento das penalidades

a economia popular.

a êles correspondentes e prescrição

jeto dessas proposições legislativas

de normas processuais adequadas. Agora, em fins do junho último,

interessa de perto às classes produ toras do país, criadoras da riqueza

enviou uma nova mensagem e proje

nacional e representantes dos inte resses legítimos dos vários setores^ em que se divide a atividade econô

to de lei regulando o julgamento dos crimes contra a economia popular* e instituindo júris de zona, correspon dentes às zonas eleitorais, presididos

por juizes e integrados por vinte ju

Redação e Administração:

mica do Brasil.

Não podem as classes produtoras deixar de se manifestar, com absolu

ta isenção, sinceridade e espírito pú

respectiva zona eleitoral, cinco das quais constituirão o Conselho de Sen tença. De preferência serão incluí

blico, agentes que são dos interesses coletivos, sobre esse corpo de leis proposto ao Congresso Nacional, sob pena de se demitirem das superiores responsabilidades que lhes cabem de colaboradoras do Governo, em tudo

Os quatro projetos formam um to do indecompativel, tanto que dispo to dos outros. O conjunto dessas pro vidências legislativas objetiva a in

Rua Boa Vista, 51 — 9.o andar Telefone: 33-1112 — Ramal 19 Caixa Postal, 8240 São Paulo

A matéria ob

rados sorteados entre os eleitores da

Número do mês ...... CrS 5,00 Cr§ 8,00

.

pela fixação de um nível razoável

sições de uns sao repetidas no tex

Atrasado:

<

que o adotou uiuinimementc.

mais ampla concoituação dos deli

ÇrÇ 58.00

(registrado)

Federação das Associações Comerciais,

tos contra a economia popular, com o

lia e donas de casa.

: Digesto Econômico

'

missão Central de Pi-eços, e a uma

dos na lista de jurados pais de famí

trangeiras.

Ano (simples)

relativas ao abastecimento dos mer cados consumidores, à reorganização

tervenção direta do Poder Público no campo das relações econômicas,

■* •

do Estado dc Sõo Paulo, c levado pela delegação do comercio paulista d Meío Redonda, ora realizada no Rio pela

e ampliação das atribuições da Co

Anlonio Gozililo de Carvalho

O DIgesto Econômico, órgão de In formações econômicas e financei

nio econômico por meio de medidas

Eis o parecer vUiburado pelo Instituto de Ecoíiofíiííj da Associação Comercial da São Paulo c Federação do Comércio

o que diga respeito à organização- e funcionamento da ordem econômica. E as entidades de classe, como a As sociação Comercial de São Paulo, se

sentem no dever de assumir posição

a fim de assegurar a livre distribui

em face das proposições governa mentais, não só com a finalidade de

ção dos produtos nos mercados con

prestar ao Congi-esso a sua colabo

sumidores, combater a especulação e

ração como também com o objetivo

a ganância, baratear o custo de vida

de traduzir os interesses e as aspira-


'mmmm 10

Dicesto Econômico

Dicesto Econômico

ções das classes que legal e moral

veram ao lado do Poder Público na

no mercado comercial, através

mente representam. No caso do comércio as medidas em questão lhe dizem respeito direta

luta contra os fatores determinantes da anormalidade econômica e finan

criação da Superintendência do Abas no

As razões alegadas pelo Governo

ceira e em todas as circunstâncias

mente.

em que ele o exigiu, mesmo com o sa

tempo e no csimço, utilizando-se do

O Senhor Presidente da Re

pública, na mensagem que acompa nhou uma das proposições diz, tex tualmente, que a medida objetiva

tendo em vista o bem coletivo e as

• uma "forma de intervenção no co

As medidas, porém, propostas ao

crifício dos seus interesses legítimos, necessidades do país.

mércio" e declara que essa interven

Congresso e as razões com que fo

ção visa "remediar a situação angustiosa em que se encontram as gran

ram justificadas, criam uma mdis-

des massas trabalhadoras, privadas cada vez mais dos meios de subsis tência".

Vincula, portanto, o Governo, nesse

de privação por que passam as clas

na função distribuidora dos gêneros e, principalmente, dos gêneros de primeira necessidade, a qual, decla ra Sua Excelência, "se vem fazendo pressão das forças inspiradas por

organismo de que êles são florações

■ insaciável espírito de lucro". Embora atribuindo na Mensagem à . alta de preços a causa principal das dificuldades com que luta o povo, no

parasitárias. E' condição para a su perior missão exercida pelo comércio, de agente da circulação dos bens eco

da confiança popular, .«ob pena'de

lucro fácil e excessivo". Como base

cercearmos uma manifestação fun

na atividade dos especuladores, as quatro proposições sugerem ao Con gresso medidas de uma extensão e

um alcance incalculáveis, que impor tam numa intervenção decisiva do Poder Público, na ordem econômica

vigente, e sem limites configurados, quer no que se refere à duração das providências intervencionistas, quer

no campo preciso a ser abrangido pela intromissão governamental. As classes produtoras sempre esti

Ora, a intervenção do Estado no campo do comércio, da maneira como é proposta e sob os fundamentos com que é justificada, poderá criar um clima político desfavorável ao legíti

mo exercício dessa atividade, capaz de gerar conseqüências danosas para o próprio funcionamento normal da vida econômica do país.

Pretende o Governo introd\izir-se

ônus

tradicionais

que

sempre

crescente

do

custo

Desde o começo do 1951, por vá SC tem referido à necessidade de pôr ■ um paradeiro à elevação de preços, carnctorística dos últimos tempos.

Estudendo-so os índices de preços de atacado, verifica-se que o seu au mento

constitui

uma

constante

no

lo seu necessário e peculiar dinamis

sendo, portanto, fenômeno peculiar

mo.

aos nossos dias.

O seu agravamento,

porém, tem alarmado muito justa mente os poderes constituídos, pois

a inflação provoca pevtui-bações eco

ra julgar os crimes denunciados nes

nômicas. sociais e políticas altamente •

sas circunscrições, poderá paralela mente com a b-^n^fca criação de uma

indesejáveis.

gerar, também, um clima de insegu rança para toda a vida comercial, olhada pelo direto consumidor, tran-

l

alta

no quadro da economia nacional, não

exercício inescrupuloso do comércio,

• i

a

que é típica da esfera particular, pe

atmosfera de intimidação ao possível

damental de nossa atividade no do mínio da riqueza coletiva.

rias vêzcs, o noticiáiào da imprensa

funcionando em tantas regiões quan tas as zonas eleitorais existentes, pa

nômicos, que a sua função soja res peitada pelo Poder Público o cercada

mecanismo do comércio, embora de clare que visa combater a "avidez do

de volumes indiscviminíulos do produ tos e mercadorias que representam

E a criação de um júri especial,

tuem deformação de um sadio orga nismo econômico. Faz-se mister, en tretanto, que as medidas cio repressão a esses males não afetcju o próprio •

damento de vida.

acompanham os^a dilatação da esfe ra da ação púbMca, a uma atividade

As classes produtoras estão ao la do do Governo na luta contra a es peculação e a ganância, que consti

ao sabor das circunstâncias e sob

instrumento de desapropriação, que

é uma restrição excepcional ao direi to de proprio lado, para a aquisição

mercio, substituindn-se assim, c com

mentes que perturbam a vida econô

FinuIítnicíUo das ^fctlsa{'cns do Govâmo

como justificativas das mensagens enviadas ao Congresso têm como fun

03

mica do país e causador da situação ses menos favorecidas.

ilimitada

maioria das unidades ativas do co

comércio, transformando-o no respon sável principal pelos males mais pre

eituação de carência econômica das classes trabalhadoras e a alta dos

ação

o núcleo principal de atividade da

farçável atmosfera de hostilidade ao

trecho da Mensagem, a proclamada

preços, à livre atividade do comércio,

tecimento, com

da

Muitos analistas da inflação têm afirmado que uma estabilização ge ral dos preços, incHiindo-se aqui o custo, o salário, o juro, o lucro e a

renda, talvez pudesse deter seus efei

tos, uma vez que em curta duração,

formado cm juiz, como notencialmenle criminosa, e capaz de dar nasci mento não sô a iniustiças e danos particulares sem conta, que seria a

torna-se impossível provocar uma re-

Conseqüência menor, mas até mesmo

ços repousa na verificação da falta '

a eliminar as condições vitais de fun cionamento da máquina comercial,

de simultaneidade e de proporciona- ' lidade entre o aumento dos preços de custo, de atacado, de varejo e de custo de vida, entre os preços dos produtos de base e os dos produtos

que são a garantia e a confiança. A primeira ressalva, pois, a ser feita ao conjunto das mensagens pre

flaçãp e ser reconhecidamente peri goso proceder-se a uma brusca de

flação. A idéia de estab'1'zar os pre

sidenciais, diz respeito aos possíveis efeitos que resultariam da aplicação

transformados e entre os vários ren

das medidas nelas propostas, tendo

de produção; repousa ainda na bus ca de um justo preço o\i de um pre ço normal, Esta última idéia tem por fundamento a observação de que o

em vista as exigências essenciais que presidem ao regular funcionamento ■da vida comercial.

dimentos repartidos após o processo


'mmmm 10

Dicesto Econômico

Dicesto Econômico

ções das classes que legal e moral

veram ao lado do Poder Público na

no mercado comercial, através

mente representam. No caso do comércio as medidas em questão lhe dizem respeito direta

luta contra os fatores determinantes da anormalidade econômica e finan

criação da Superintendência do Abas no

As razões alegadas pelo Governo

ceira e em todas as circunstâncias

mente.

em que ele o exigiu, mesmo com o sa

tempo e no csimço, utilizando-se do

O Senhor Presidente da Re

pública, na mensagem que acompa nhou uma das proposições diz, tex tualmente, que a medida objetiva

tendo em vista o bem coletivo e as

• uma "forma de intervenção no co

As medidas, porém, propostas ao

crifício dos seus interesses legítimos, necessidades do país.

mércio" e declara que essa interven

Congresso e as razões com que fo

ção visa "remediar a situação angustiosa em que se encontram as gran

ram justificadas, criam uma mdis-

des massas trabalhadoras, privadas cada vez mais dos meios de subsis tência".

Vincula, portanto, o Governo, nesse

de privação por que passam as clas

na função distribuidora dos gêneros e, principalmente, dos gêneros de primeira necessidade, a qual, decla ra Sua Excelência, "se vem fazendo pressão das forças inspiradas por

organismo de que êles são florações

■ insaciável espírito de lucro". Embora atribuindo na Mensagem à . alta de preços a causa principal das dificuldades com que luta o povo, no

parasitárias. E' condição para a su perior missão exercida pelo comércio, de agente da circulação dos bens eco

da confiança popular, .«ob pena'de

lucro fácil e excessivo". Como base

cercearmos uma manifestação fun

na atividade dos especuladores, as quatro proposições sugerem ao Con gresso medidas de uma extensão e

um alcance incalculáveis, que impor tam numa intervenção decisiva do Poder Público, na ordem econômica

vigente, e sem limites configurados, quer no que se refere à duração das providências intervencionistas, quer

no campo preciso a ser abrangido pela intromissão governamental. As classes produtoras sempre esti

Ora, a intervenção do Estado no campo do comércio, da maneira como é proposta e sob os fundamentos com que é justificada, poderá criar um clima político desfavorável ao legíti

mo exercício dessa atividade, capaz de gerar conseqüências danosas para o próprio funcionamento normal da vida econômica do país.

Pretende o Governo introd\izir-se

ônus

tradicionais

que

sempre

crescente

do

custo

Desde o começo do 1951, por vá SC tem referido à necessidade de pôr ■ um paradeiro à elevação de preços, carnctorística dos últimos tempos.

Estudendo-so os índices de preços de atacado, verifica-se que o seu au mento

constitui

uma

constante

no

lo seu necessário e peculiar dinamis

sendo, portanto, fenômeno peculiar

mo.

aos nossos dias.

O seu agravamento,

porém, tem alarmado muito justa mente os poderes constituídos, pois

a inflação provoca pevtui-bações eco

ra julgar os crimes denunciados nes

nômicas. sociais e políticas altamente •

sas circunscrições, poderá paralela mente com a b-^n^fca criação de uma

indesejáveis.

gerar, também, um clima de insegu rança para toda a vida comercial, olhada pelo direto consumidor, tran-

l

alta

no quadro da economia nacional, não

exercício inescrupuloso do comércio,

• i

a

que é típica da esfera particular, pe

atmosfera de intimidação ao possível

damental de nossa atividade no do mínio da riqueza coletiva.

rias vêzcs, o noticiáiào da imprensa

funcionando em tantas regiões quan tas as zonas eleitorais existentes, pa

nômicos, que a sua função soja res peitada pelo Poder Público o cercada

mecanismo do comércio, embora de clare que visa combater a "avidez do

de volumes indiscviminíulos do produ tos e mercadorias que representam

E a criação de um júri especial,

tuem deformação de um sadio orga nismo econômico. Faz-se mister, en tretanto, que as medidas cio repressão a esses males não afetcju o próprio •

damento de vida.

acompanham os^a dilatação da esfe ra da ação púbMca, a uma atividade

As classes produtoras estão ao la do do Governo na luta contra a es peculação e a ganância, que consti

ao sabor das circunstâncias e sob

instrumento de desapropriação, que

é uma restrição excepcional ao direi to de proprio lado, para a aquisição

mercio, substituindn-se assim, c com

mentes que perturbam a vida econô

FinuIítnicíUo das ^fctlsa{'cns do Govâmo

como justificativas das mensagens enviadas ao Congresso têm como fun

03

mica do país e causador da situação ses menos favorecidas.

ilimitada

maioria das unidades ativas do co

comércio, transformando-o no respon sável principal pelos males mais pre

eituação de carência econômica das classes trabalhadoras e a alta dos

ação

o núcleo principal de atividade da

farçável atmosfera de hostilidade ao

trecho da Mensagem, a proclamada

preços, à livre atividade do comércio,

tecimento, com

da

Muitos analistas da inflação têm afirmado que uma estabilização ge ral dos preços, incHiindo-se aqui o custo, o salário, o juro, o lucro e a

renda, talvez pudesse deter seus efei

tos, uma vez que em curta duração,

formado cm juiz, como notencialmenle criminosa, e capaz de dar nasci mento não sô a iniustiças e danos particulares sem conta, que seria a

torna-se impossível provocar uma re-

Conseqüência menor, mas até mesmo

ços repousa na verificação da falta '

a eliminar as condições vitais de fun cionamento da máquina comercial,

de simultaneidade e de proporciona- ' lidade entre o aumento dos preços de custo, de atacado, de varejo e de custo de vida, entre os preços dos produtos de base e os dos produtos

que são a garantia e a confiança. A primeira ressalva, pois, a ser feita ao conjunto das mensagens pre

flaçãp e ser reconhecidamente peri goso proceder-se a uma brusca de

flação. A idéia de estab'1'zar os pre

sidenciais, diz respeito aos possíveis efeitos que resultariam da aplicação

transformados e entre os vários ren

das medidas nelas propostas, tendo

de produção; repousa ainda na bus ca de um justo preço o\i de um pre ço normal, Esta última idéia tem por fundamento a observação de que o

em vista as exigências essenciais que presidem ao regular funcionamento ■da vida comercial.

dimentos repartidos após o processo


* «fPI'

w II '"I '

Dicesto EcoNÓAaco.

12

mecanismo natural e espontâneo da

nobras provocadoras do altas de pre

formação dos preços só poderia exis tir em regime de concorrência per feita, Hoje, porém, predominando a concorrência imperfeita, não sendo raros os monopólios e os oligopólios, as permutas se operam dentro de

ços, indesejáveis e artificiais. Esta especulação teria fundas repercus sões sobre a produção e o consumo,

além de representar uma injustiça social para os comerciantes que se contentara em obter lucros razoáveis.

•'

V

Dicesto Econômico

membros serão designados pelo Mi

dicamentos.

nistro do Trabalho, Indústria e Co

Deverá ainda procurar

manter estoques dos referidos pro dutos e, se necessário, desapropriar, por interesse social, qualquer bem

nicipais. As atribuições da Comissão-

jorações nocivas, por contribuirem para a redução do nível de vida das

lucionar êste estado de coiisas, dois.. seriam de ação lenta: o aumento da

massas consumidoras; são permutas

produção e o seu escoamento normal

injustas porque acentuam os dese quilíbrios na distribuição dos rendi

por meio do transportes mais rápi

adquiridos pu desapropriados será pago em moeda corrente, do acordo com cotações vigentes nos locais de produção, aborta concorrência públi

dos, mais abundantes e mais baratos.

ca ou administrativa, sempre que

mentos.

Seria possível, no entanto, apelar

imediatamente para medidas de ação.

ras provocaram bruscas rupturas en

rápida, as quais seriam: 1) interven ção direta do Estado no mercado dis

tre a oferta e a procura, fazendo com que os consumidores, premidos pelas necessidades, se tornassem prê-

tribuidor de bens do consumo; 2) re pressão dos abusos que se vêm co

sa fácil de falta de escrú

metendo.

pulos dos que detêm em mãos as quantidades a oferecer. Êste é

o

Esta interven

ção direta 6 proposta com! base nos artigos 14G, 147, 148 da Constituição, bas tando uma lei especial (que ora se sugere) deter

fundamento

teórico no qual se apoiou o Presidente da Repúbli

mine sua amplitude. Con

ca, ao elaborar e encami

sistirá na criação de um

nhar os projetos de lei

4

dos preços. Com efeito, a mensagem presidencial que encaminhou os pro

jetos afirmou que múltiplas são as causas do encarecimento da vida que

organismo — a Superin tendência do Abastecimen

que visam a estabilização

to — que, em caráter permanente,' terá por principal objetivo a aquisi-. ção e distribuição de produtos essen ciais, pelo Govêrno. A repressão se

nos aflige. Dentre as principais de

ria exercida pela Comissão Central

veriam destacar-se: l.o) o crescimen

de Preços, apoiada na lei sobre cri

to da produção, menor que as necessi

mes contra a economia popular, cujo campo de aplicação se veria assim'

dades de consumo; 2.o) a iiTegularidade de abastecimento dos grandes centros urbanos, devido ao estado

alargado.

precário dos transportes; 3.o) as ma

mento teria por finalidades: comprar,"

A Superintendência do Abasteci

nobras de especuladores, levadas a

distribuir e vender gêneros alimen-'

efeito "por certos comerciantes, cujo

tícios de primeira necessidade; gado

objetivo seria o de obter lucros exor bitantes, seja pelo açambarcamento e

destinado ao talho; aves e peixes próprios para a alimentação huma

sonegação de mercadorias, por ma-

na; combustível de origem vegetal '

fiscalizador das transações, visto de saparecer a relativa autonomia das

Entre os remédios capazes de so

que as últimas crises e as duas guer

mércio, tudo isto implicando numa completa centralização do organismo

indispensável à realização dos obje tivos previstos. O preço dos produtos

uma economia de escassez e de ma

Devemos considerar ainda

missões regionais de preços, cujos

ou mineral para uso doméstico; te cidos e calçados do uso popular; me

possível. A Superintendência poderá realizar vendas diretas ao consumi

dor, caso em que o preço será de

terminado pelo custo, acrescido das despesas necessárias ã distribuição, ou então, poderá entregar as merca dorias a estabelecimentos públicos ou

privados que habitualmente se in cumbem desta atividade, caso em que

o preço será determinado pelo custo, despesas e mais um razoável lucro, a

comissões de preços estaduais e mu-, Central serão:

a) realizar inquéritos econômicos e pesquisar os custos de produção e distribuição dos gêneros e mercado rias, e de sua aquisição nos centros produtores ou na entrada dos mer

cados, a fim de orientar a política geral de preços;

b) verificar periodicamente os es toques de gêneros e mercadorias de* primeira necessidade;

^c) regular e disciplinar a circuldção e distribuição tanto dêstes, quan to das matérias-primas, incluindo-se -

aqui a eventual, fiscalização do seu

ser fixado em contrato, e revenda direta do consumidor.

emprêgo;

Não bastará, porém, intervir dire tamente; será necessária a repressão, 'declara a mensagem, mediante a Co*iiissão Central de Preços, a qual será ^®organizada. Passará a ser composta ^6 uma. Comissão, formada por Representantes do comércio, da in-

porte;

^õstria, da agricultura e da pecuária; ^ois representantes dos consumido res; representantes do Ministérios da Justiça, da Fazenda, da Agricul tura, da Viação e da Prefeitura do Distrito Federal; representantes das

d) estabelecer prioridades no trans

e) reduzir e fixar os preços, estabelecendo, quando necessário, pre ços máximos, seja dos gêneros do

primeira necessida'de, seja de outras

mercadorias, quando ficar provada a existência de lucro excessivo;

f) racionar produtos escassos; ' g) atender a cooperativas operá-: rias e populares em tudo que fôr pos-: sível, para que alcancem seus obje tivos;

h) superintender e fiscalizar tôdas

autarquias reguladoras da produção;

as medidas tomadas,

um representante das Forças Arma das e um representante da imprensa.

Esta fiscalização se exercerá me diante a nota ou caderno de venda e mediante o envio de balanços e

A Comissão contará.com um órgão executivo, localizado na capital da

República, e tambêni disporá de co

demonstração de lucros e perdas por ■ parte de emprêsas comerciais e in-.


* «fPI'

w II '"I '

Dicesto EcoNÓAaco.

12

mecanismo natural e espontâneo da

nobras provocadoras do altas de pre

formação dos preços só poderia exis tir em regime de concorrência per feita, Hoje, porém, predominando a concorrência imperfeita, não sendo raros os monopólios e os oligopólios, as permutas se operam dentro de

ços, indesejáveis e artificiais. Esta especulação teria fundas repercus sões sobre a produção e o consumo,

além de representar uma injustiça social para os comerciantes que se contentara em obter lucros razoáveis.

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V

Dicesto Econômico

membros serão designados pelo Mi

dicamentos.

nistro do Trabalho, Indústria e Co

Deverá ainda procurar

manter estoques dos referidos pro dutos e, se necessário, desapropriar, por interesse social, qualquer bem

nicipais. As atribuições da Comissão-

jorações nocivas, por contribuirem para a redução do nível de vida das

lucionar êste estado de coiisas, dois.. seriam de ação lenta: o aumento da

massas consumidoras; são permutas

produção e o seu escoamento normal

injustas porque acentuam os dese quilíbrios na distribuição dos rendi

por meio do transportes mais rápi

adquiridos pu desapropriados será pago em moeda corrente, do acordo com cotações vigentes nos locais de produção, aborta concorrência públi

dos, mais abundantes e mais baratos.

ca ou administrativa, sempre que

mentos.

Seria possível, no entanto, apelar

imediatamente para medidas de ação.

ras provocaram bruscas rupturas en

rápida, as quais seriam: 1) interven ção direta do Estado no mercado dis

tre a oferta e a procura, fazendo com que os consumidores, premidos pelas necessidades, se tornassem prê-

tribuidor de bens do consumo; 2) re pressão dos abusos que se vêm co

sa fácil de falta de escrú

metendo.

pulos dos que detêm em mãos as quantidades a oferecer. Êste é

o

Esta interven

ção direta 6 proposta com! base nos artigos 14G, 147, 148 da Constituição, bas tando uma lei especial (que ora se sugere) deter

fundamento

teórico no qual se apoiou o Presidente da Repúbli

mine sua amplitude. Con

ca, ao elaborar e encami

sistirá na criação de um

nhar os projetos de lei

4

dos preços. Com efeito, a mensagem presidencial que encaminhou os pro

jetos afirmou que múltiplas são as causas do encarecimento da vida que

organismo — a Superin tendência do Abastecimen

que visam a estabilização

to — que, em caráter permanente,' terá por principal objetivo a aquisi-. ção e distribuição de produtos essen ciais, pelo Govêrno. A repressão se

nos aflige. Dentre as principais de

ria exercida pela Comissão Central

veriam destacar-se: l.o) o crescimen

de Preços, apoiada na lei sobre cri

to da produção, menor que as necessi

mes contra a economia popular, cujo campo de aplicação se veria assim'

dades de consumo; 2.o) a iiTegularidade de abastecimento dos grandes centros urbanos, devido ao estado

alargado.

precário dos transportes; 3.o) as ma

mento teria por finalidades: comprar,"

A Superintendência do Abasteci

nobras de especuladores, levadas a

distribuir e vender gêneros alimen-'

efeito "por certos comerciantes, cujo

tícios de primeira necessidade; gado

objetivo seria o de obter lucros exor bitantes, seja pelo açambarcamento e

destinado ao talho; aves e peixes próprios para a alimentação huma

sonegação de mercadorias, por ma-

na; combustível de origem vegetal '

fiscalizador das transações, visto de saparecer a relativa autonomia das

Entre os remédios capazes de so

que as últimas crises e as duas guer

mércio, tudo isto implicando numa completa centralização do organismo

indispensável à realização dos obje tivos previstos. O preço dos produtos

uma economia de escassez e de ma

Devemos considerar ainda

missões regionais de preços, cujos

ou mineral para uso doméstico; te cidos e calçados do uso popular; me

possível. A Superintendência poderá realizar vendas diretas ao consumi

dor, caso em que o preço será de

terminado pelo custo, acrescido das despesas necessárias ã distribuição, ou então, poderá entregar as merca dorias a estabelecimentos públicos ou

privados que habitualmente se in cumbem desta atividade, caso em que

o preço será determinado pelo custo, despesas e mais um razoável lucro, a

comissões de preços estaduais e mu-, Central serão:

a) realizar inquéritos econômicos e pesquisar os custos de produção e distribuição dos gêneros e mercado rias, e de sua aquisição nos centros produtores ou na entrada dos mer

cados, a fim de orientar a política geral de preços;

b) verificar periodicamente os es toques de gêneros e mercadorias de* primeira necessidade;

^c) regular e disciplinar a circuldção e distribuição tanto dêstes, quan to das matérias-primas, incluindo-se -

aqui a eventual, fiscalização do seu

ser fixado em contrato, e revenda direta do consumidor.

emprêgo;

Não bastará, porém, intervir dire tamente; será necessária a repressão, 'declara a mensagem, mediante a Co*iiissão Central de Preços, a qual será ^®organizada. Passará a ser composta ^6 uma. Comissão, formada por Representantes do comércio, da in-

porte;

^õstria, da agricultura e da pecuária; ^ois representantes dos consumido res; representantes do Ministérios da Justiça, da Fazenda, da Agricul tura, da Viação e da Prefeitura do Distrito Federal; representantes das

d) estabelecer prioridades no trans

e) reduzir e fixar os preços, estabelecendo, quando necessário, pre ços máximos, seja dos gêneros do

primeira necessida'de, seja de outras

mercadorias, quando ficar provada a existência de lucro excessivo;

f) racionar produtos escassos; ' g) atender a cooperativas operá-: rias e populares em tudo que fôr pos-: sível, para que alcancem seus obje tivos;

h) superintender e fiscalizar tôdas

autarquias reguladoras da produção;

as medidas tomadas,

um representante das Forças Arma das e um representante da imprensa.

Esta fiscalização se exercerá me diante a nota ou caderno de venda e mediante o envio de balanços e

A Comissão contará.com um órgão executivo, localizado na capital da

República, e tambêni disporá de co

demonstração de lucros e perdas por ■ parte de emprêsas comerciais e in-.


I U II I IIIVI^I ll^i 14

Dicesto

Dicesto Econômico

EcoNüxaco

dustriais que até agora não tenham

pena privativa da liberdade por tempo

a obrigação legal de o fazer além da exercida "in loco" pelos agentes fiscais. As penalidades, no caso de infrações, consistirão em multas va riáveis de Cr.$ 500,00 a Cr.? ICO.000,00, na cassação de licenças

superior a um ano, quer isolada (juer alternada ou cumulativamente com a pena de multa e são consideradas con travenções nos outros casos.

í

Conjunto do proposições que, do ponto

de vista juríciico-constitucional, devefá ser apreciado englobadamontc, 3>ois diz respeito à intervenção do Estado no domínio econômico.

Inclucm-se nas contravenções re

Ir

Essa inter

nização, sendo esta também assegrurada em caso de guerra. A exceção surge da utilidade pública ou do interés.^c social, e, por isso mesmo, o uso da propriedride está condicionado "

venção já vem sendo feita ])clo Gover no através de leis que definem os

ao bem-estar social.

crimes contra a economia popular,

tre iitiliiliide pública e interesse so cial; muitos estatutos se referem b uma ou outra dessas expressões. Cabe ressaltar, porém, desde logo, que se a intervenção do domínio econômico

Não há, praticamente, distinção en

para comerciar até o prazo de 3 meses, tudo isto sem prejuízo de ação

lativas à economia popular as pre vistas na lei especial sobre locação de prédios ui*banos. O projeto esta

judicial, para repressão dos crimes

belece nos artigos 3."^ a 11..°, o pro

pelo diploma que estabilizou os alugueres e pelo ato quo instituiu o

contra a economia popular, sendo que

cesso de julgamento das contraven

controle de preços.

a apuração das infrações, pela C.C.P., se equiparará ao inquérito, para efei to de processo.

ções e no artigo 12.° o processo dos crimes. Tais artigos alteram o dis

tende é ampliar agora essa interven

tem por limite os direitos fundamen

Por tudo isto, se cogitou de alargar

digo de Processo Penal. Os artigos

ção, para poder penetrar no domínio privado e, assim, fazer uso da propriedade particular, a fim de lhe ser pos

tais assegurados na Constituição, a lei especial quo efetivar essa inter

cias da ação do poder público com o

Dessa forma, o que o Estado pre

posto nos artigos 531 a 537 do Có

o campo de ação das leis sobre cri

13, 14, 15, 16 c 17 estabelecem a

mes contra a economia popular, man

comnor^cão e a forma de funciona

sível — como declara a mensagem do

tendo-se os crimes e contravenções

mento do Júri destinado a julgar os

estabelecidos pelos decretos anterio res e cominando-se novas penas para

crimes e contravenções contra a eco nomia popular, determinando a in

er. Presidente da República — suprir as deficiências da iniciativa indivi

os atos de recusar prestação de servi

clusão, de preferência, no corpo dos

dual, coordenar os fatores da produ

ços essenciais à subsistência humana,

jurados, de pais de família e donas

ção de modo a evitar ou resolver os Beus conflitos, restabelecer o equilí

majorar os preços,favorecer ou prete

de casa. O artigo 18 fixa um impe dimento para o exercício da função

e impedir que o uso da lu opriedade se

de jurados, além dos casos de sus-

rir comprador em detrimento de ou tros, negar expedição de nota de ven da, fazer misturas e marcá-las i)elo preço de produtos de qualidade supe rior e transgredir, ou não afixar as

a intervenção no domínio econômico,

discórdia.

tuição de Júri em cada zona olelto-

tituem argumentos básicos de justi ficação dos projetos do Executivo,

r-^l.

lidade brasileira, ao reincidente na turalizado.

Por fim, o último projeto de lei, remetido em fins de junho último, regula o processo e o julgamento nas

infrações penais relativas à econo mia popular. As infrações penais re lativas à economia popular são consi deradas crimes, quando cominada a

Quando da discussão do artigo 140 da atual Constituição, que autorizava foi salientada a necessidade da mais

mento de júri, com pessoal, material

provisório do estabelecimento por 15 dias, ou mesmo a perda da ncieiona-

regime.

torne instrumento de opressão e de

tabelas expedidas pela C.C.P. As pe

meses a 10 anos, até ao fechamento

respeito aos princípios básicos que

integram o corpo de artigo 141 da Constituição Federal que constituem a carta dos direitos políticos do

peição e impedimento previstos por lei. Ò artigo 19 determina a consti

nalidades previstas em casos de cri me contra a economia popular, va

riam desde a multa de Cr.S 2.000,00 a Cr.? 100.000,00; à detenção de 6

brio conveniente ao bem estar social

venção terá que conciliar as exigên

Face a tais declarações, que cons

O arb>o 20 aplica o funciona

duas rotas se apresentam: ou a nega ção da realidade de situação como

e instalações destinados aos serviços eleitorais, e abre um Crédito especial de dois mi!hões de cruzeiros destina dos às despesas de pessoal e material para a execução da lei. n-^^te exercí cio, no Distrito Federal e Territórios. E o artigo 22 declara que a lei en trará em vigor 60 dias depois de sua publicação, aplicando-se aos proces

pretação sistemática do texto cons

combate aos planos do Governo; ou a

do Estado, não encontrasse limite

e a crítica aos objetivos que tais pla

senão no critério do legislador ordi

nos encerram.

nário, foi apresentada emenda no sen

A propriedade, segundo texto da Só por

exceção — em tempos de paz — dela

considerar dois aspectos complemen-

0 Estado pode fazer uso, mediante regular desapropriação e justa inde

tares, o jurídico e o econômico. A matéria neles contida representa uni

.mL

Temendo, porém, que a intervenção

aceitação, mesmo em tese, de tais Situações, para se permitir a análise

Constituição, é intangível.

Nesse conjunto de medidas há a

fundamentais, deixando que a inter titucional os estabelecesse.

exporemos.

O asjjecto jurídico dai medidas

po. O anteprojeto não fazia referên cia especial nesse artigo aos Emites da intervenção, que seriam os direitos

6s apontadas e, em conseqüência, o

Optamos clara e decididamente pela primeira atitude, pelas razões que

sos iniciados na sua vigência.

absoluta cautela nesse delicado cam

tido de, no próprio corpo do artigo, ser circunscrita a ação interveiícionista ao ambiente do respeito às garantias políticas asseguradas pelo regime.

O respeito aos direitos sociais po deria ir ao ponto de atentar contra

os direitos políticos, e suprimir-se-ia.


I U II I IIIVI^I ll^i 14

Dicesto

Dicesto Econômico

EcoNüxaco

dustriais que até agora não tenham

pena privativa da liberdade por tempo

a obrigação legal de o fazer além da exercida "in loco" pelos agentes fiscais. As penalidades, no caso de infrações, consistirão em multas va riáveis de Cr.$ 500,00 a Cr.? ICO.000,00, na cassação de licenças

superior a um ano, quer isolada (juer alternada ou cumulativamente com a pena de multa e são consideradas con travenções nos outros casos.

í

Conjunto do proposições que, do ponto

de vista juríciico-constitucional, devefá ser apreciado englobadamontc, 3>ois diz respeito à intervenção do Estado no domínio econômico.

Inclucm-se nas contravenções re

Ir

Essa inter

nização, sendo esta também assegrurada em caso de guerra. A exceção surge da utilidade pública ou do interés.^c social, e, por isso mesmo, o uso da propriedride está condicionado "

venção já vem sendo feita ])clo Gover no através de leis que definem os

ao bem-estar social.

crimes contra a economia popular,

tre iitiliiliide pública e interesse so cial; muitos estatutos se referem b uma ou outra dessas expressões. Cabe ressaltar, porém, desde logo, que se a intervenção do domínio econômico

Não há, praticamente, distinção en

para comerciar até o prazo de 3 meses, tudo isto sem prejuízo de ação

lativas à economia popular as pre vistas na lei especial sobre locação de prédios ui*banos. O projeto esta

judicial, para repressão dos crimes

belece nos artigos 3."^ a 11..°, o pro

pelo diploma que estabilizou os alugueres e pelo ato quo instituiu o

contra a economia popular, sendo que

cesso de julgamento das contraven

controle de preços.

a apuração das infrações, pela C.C.P., se equiparará ao inquérito, para efei to de processo.

ções e no artigo 12.° o processo dos crimes. Tais artigos alteram o dis

tende é ampliar agora essa interven

tem por limite os direitos fundamen

Por tudo isto, se cogitou de alargar

digo de Processo Penal. Os artigos

ção, para poder penetrar no domínio privado e, assim, fazer uso da propriedade particular, a fim de lhe ser pos

tais assegurados na Constituição, a lei especial quo efetivar essa inter

cias da ação do poder público com o

Dessa forma, o que o Estado pre

posto nos artigos 531 a 537 do Có

o campo de ação das leis sobre cri

13, 14, 15, 16 c 17 estabelecem a

mes contra a economia popular, man

comnor^cão e a forma de funciona

sível — como declara a mensagem do

tendo-se os crimes e contravenções

mento do Júri destinado a julgar os

estabelecidos pelos decretos anterio res e cominando-se novas penas para

crimes e contravenções contra a eco nomia popular, determinando a in

er. Presidente da República — suprir as deficiências da iniciativa indivi

os atos de recusar prestação de servi

clusão, de preferência, no corpo dos

dual, coordenar os fatores da produ

ços essenciais à subsistência humana,

jurados, de pais de família e donas

ção de modo a evitar ou resolver os Beus conflitos, restabelecer o equilí

majorar os preços,favorecer ou prete

de casa. O artigo 18 fixa um impe dimento para o exercício da função

e impedir que o uso da lu opriedade se

de jurados, além dos casos de sus-

rir comprador em detrimento de ou tros, negar expedição de nota de ven da, fazer misturas e marcá-las i)elo preço de produtos de qualidade supe rior e transgredir, ou não afixar as

a intervenção no domínio econômico,

discórdia.

tuição de Júri em cada zona olelto-

tituem argumentos básicos de justi ficação dos projetos do Executivo,

r-^l.

lidade brasileira, ao reincidente na turalizado.

Por fim, o último projeto de lei, remetido em fins de junho último, regula o processo e o julgamento nas

infrações penais relativas à econo mia popular. As infrações penais re lativas à economia popular são consi deradas crimes, quando cominada a

Quando da discussão do artigo 140 da atual Constituição, que autorizava foi salientada a necessidade da mais

mento de júri, com pessoal, material

provisório do estabelecimento por 15 dias, ou mesmo a perda da ncieiona-

regime.

torne instrumento de opressão e de

tabelas expedidas pela C.C.P. As pe

meses a 10 anos, até ao fechamento

respeito aos princípios básicos que

integram o corpo de artigo 141 da Constituição Federal que constituem a carta dos direitos políticos do

peição e impedimento previstos por lei. Ò artigo 19 determina a consti

nalidades previstas em casos de cri me contra a economia popular, va

riam desde a multa de Cr.S 2.000,00 a Cr.? 100.000,00; à detenção de 6

brio conveniente ao bem estar social

venção terá que conciliar as exigên

Face a tais declarações, que cons

O arb>o 20 aplica o funciona

duas rotas se apresentam: ou a nega ção da realidade de situação como

e instalações destinados aos serviços eleitorais, e abre um Crédito especial de dois mi!hões de cruzeiros destina dos às despesas de pessoal e material para a execução da lei. n-^^te exercí cio, no Distrito Federal e Territórios. E o artigo 22 declara que a lei en trará em vigor 60 dias depois de sua publicação, aplicando-se aos proces

pretação sistemática do texto cons

combate aos planos do Governo; ou a

do Estado, não encontrasse limite

e a crítica aos objetivos que tais pla

senão no critério do legislador ordi

nos encerram.

nário, foi apresentada emenda no sen

A propriedade, segundo texto da Só por

exceção — em tempos de paz — dela

considerar dois aspectos complemen-

0 Estado pode fazer uso, mediante regular desapropriação e justa inde

tares, o jurídico e o econômico. A matéria neles contida representa uni

.mL

Temendo, porém, que a intervenção

aceitação, mesmo em tese, de tais Situações, para se permitir a análise

Constituição, é intangível.

Nesse conjunto de medidas há a

fundamentais, deixando que a inter titucional os estabelecesse.

exporemos.

O asjjecto jurídico dai medidas

po. O anteprojeto não fazia referên cia especial nesse artigo aos Emites da intervenção, que seriam os direitos

6s apontadas e, em conseqüência, o

Optamos clara e decididamente pela primeira atitude, pelas razões que

sos iniciados na sua vigência.

absoluta cautela nesse delicado cam

tido de, no próprio corpo do artigo, ser circunscrita a ação interveiícionista ao ambiente do respeito às garantias políticas asseguradas pelo regime.

O respeito aos direitos sociais po deria ir ao ponto de atentar contra

os direitos políticos, e suprimir-se-ia.


Digesto Económig^tI^

10

então, a liberdade sob o pretexto de . defendê-la.

parecer respondendo a uma consulta sobre a constitucionalidade das me-

ou melhor, não atentam contra a letra

, didas de intervenção do Governo no

da Constituição, contra o disposto nos

mercado de preços, coloca, de inicio, a questão fundamental, que nos pare ce dever constituir o pressuposto bá sico para a apreciação das proposi

atentam contra o espírito da Consti

te o direito à propriedade, salvo ape'nas os casos de desapropriação por

tuição, contfa os princípios que con figuram o regime político que adota

das do Governo decorrem restrições permanentes ou prejuízos fundamen

tais ao exercício profissional ou

- atentado sistemático à proprie dade, então tais medidas serão incons

titucionais, pelos seus reais efeitos, ' embora aparentemente pretendam ser meras executoras dos dispositivos constitucionais que orientam a ativi dade econômica.

E aqui surge a primeira questão de natureza jurídico-constitucional que deverá merecer a atenção do Con gresso e que não poderá deixar de ser

focalizada por nós, sob pena de nos demitirmos da função que nos cabe de colaboradores do Governo em tudo o que se refere à oíganização da ordem econômica.

Dos quatro projetos enviados ao

Congresso, os três primeiros, isto é, o que determina a intervenção no comércio através da Superinten dência, do Abastecimento, o que reor ganiza a Comissão Central de Preços e o que altera a lei que configura os

17

crimes contra a economia popular, são aparentemente constitucionais,

Se a Constituição declara no seu artigo 141, parágrafo 14, que é livre o exercício de qualquer profissão, observadas as condições de capaci dade que a lei estabelecer, e se no parágrafo 16 do mesmo artigo garan

necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, cabe ao legisla dor ordinário, quando determinar a intervenção imposta pelo interesse, coletivo, proceder de tal forma que a intervenção não resulte flagrante atentado contra o livre exercício de uma profissão ou contra o direito le gítimo à propriedade. Se das medi

Dicesto EcoNó^^co

artigos e parágrafos do Título V, que regula a Ordem Econômica e Social.

Tentaremos

demonstrar

que

êles

mos, que é a democracia política. .0

ções governamentais.

do direito político em regime cons

um júri popular, êsse parece-nos fe rir de frente dispositivos constitucio

• tuiçãn é, de modo efetivo, e do ponto • de vista da normatividade jurídica,

titucional, a qual consiste, inquostionàvelmente, cm indagar se a Consti-

uma xmidade sistemática, com

um

' conteúdo próprio de sentido, deven

ficaremos.

O Capítulo da Ordem Econômica e Social da Carta Magna Brasileira realmente autoriza a União a inter vir, mediante lei especial, no domínio econômico e monopolizar determina

da indústria ou atividade. Vimos que

la Constituição de 1946.

"Quando, com efeito, a Assembléia ' Constituinte se propõe formular uma constituição do tipo da nossa, a sua intenção ou o seu propósito não é o

de regular as diversas matérias, t^-

"Trata-se, diz o eminente jurista, de enfrentar a questão fundamentai

último, porém, o que regula o proces so dos crimes contra a economia po pular, determinando a instituição de

nais de duas naturezas, como justi

caráter dos três primeiros projetos, frente à ordem política instituída pe

do ser referidas a êste as normas constitucionais particulares, a fim de •'86 determinar o seu alcance e o seu sentido."

E mais adiante: "Para responder

do em conta a natureza específica 4© " cada uma, tomada em separado. O seu propósito ó o de dar corpo a uma concepção de conjunto, ou de integrar,

de acordo com o plano preestabelecido, as matérias suscetíveis de regu lamentação constitucional cm uma

totalidade organizada, em que as par tes não subsistem por si mesmas, por força de seu pôso e da sua densida de, senão devido às articulações que as tornam entre si dependentes, se- •

ja por coordenação, quando entre elas existem apenas relações de afinida de, de analogia ou de simples contacto de sentido, seja por subordinação,

o próprio texto desse artigo, que é

à indagação da consulta cumpre exa-

o de n.o 147, na sua parte final, restringe essa intervenção, dando-lhe

'minar no seu conjunto o sistema constitucional brasileiro, não somente

no caso, mais comum, em que a efe

• as regras expressamente formuladas na Constituição, como os postulados, • os princípios, as normas fundamen• tais, embora não expressas, que in formam a estrutura do regime ou

nais depende da efetivação de ou

por base o interêsse público e por li mite os direitos fundamentais asse gurados pelo texto constitucional.

Se entendermos a Constituição co mo um conjunto de artigos autôno mos, a serem apreciados' isoladamenmente, nada a dizer contra as men sagens que realmente extraem

do

título V, o que a letra lhes autoriza a extrair. Mas se tomarmos a Cons tituição como um sistema, então te remos que concluir que as medidas

intervehcionalistas do Poder Público não podem apenas se referir às letras

dos dispositivos, mas ao espírito que os preside e os funde num todo, do tado de sentido e de estrutura.

O jurista Francisco Campos, num

constituem os eixos em torno dos

; quais se organiza e so articula a matéria constitucional, e conferem à

■- pluralidade de normas ou de regras

específicas, formuladas na Constitui ção, a unidade sitemática, o caráter de um cosmos político e jurídico, isto

é, um todo organizado em o qual se manifesta uma intencionalidade figu

rativa ao plástica." Vale a pena continuar a transcre ver certas afirmativas do ilustre ju rista brasileiro, pois elas revelam o

tivação de certas normas constitucio

tras, sendo estas, em relação àquelas, de caráter puramente instrumental ou operativo. As normas a que se acham subordinadas regem, eviden temente, o seu sentido, assim como a . sua normatividade constitucional scv

funda exclusivamente na normativi

dade das primeiras. Se, por exemplo, o leg-islador constituinte tem como propósito central o de instituir xim

determinado regime, ele, por isto mesmo, por fato deste propósito, rés-

tringe a sua liberdade de opção quan to à maioria das cláusulas constá-^

tucionais, que decorrerão, necessaria mente, grosso modo, dos termos em que o legislador constituinte haja de-


Digesto Económig^tI^

10

então, a liberdade sob o pretexto de . defendê-la.

parecer respondendo a uma consulta sobre a constitucionalidade das me-

ou melhor, não atentam contra a letra

, didas de intervenção do Governo no

da Constituição, contra o disposto nos

mercado de preços, coloca, de inicio, a questão fundamental, que nos pare ce dever constituir o pressuposto bá sico para a apreciação das proposi

atentam contra o espírito da Consti

te o direito à propriedade, salvo ape'nas os casos de desapropriação por

tuição, contfa os princípios que con figuram o regime político que adota

das do Governo decorrem restrições permanentes ou prejuízos fundamen

tais ao exercício profissional ou

- atentado sistemático à proprie dade, então tais medidas serão incons

titucionais, pelos seus reais efeitos, ' embora aparentemente pretendam ser meras executoras dos dispositivos constitucionais que orientam a ativi dade econômica.

E aqui surge a primeira questão de natureza jurídico-constitucional que deverá merecer a atenção do Con gresso e que não poderá deixar de ser

focalizada por nós, sob pena de nos demitirmos da função que nos cabe de colaboradores do Governo em tudo o que se refere à oíganização da ordem econômica.

Dos quatro projetos enviados ao

Congresso, os três primeiros, isto é, o que determina a intervenção no comércio através da Superinten dência, do Abastecimento, o que reor ganiza a Comissão Central de Preços e o que altera a lei que configura os

17

crimes contra a economia popular, são aparentemente constitucionais,

Se a Constituição declara no seu artigo 141, parágrafo 14, que é livre o exercício de qualquer profissão, observadas as condições de capaci dade que a lei estabelecer, e se no parágrafo 16 do mesmo artigo garan

necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, cabe ao legisla dor ordinário, quando determinar a intervenção imposta pelo interesse, coletivo, proceder de tal forma que a intervenção não resulte flagrante atentado contra o livre exercício de uma profissão ou contra o direito le gítimo à propriedade. Se das medi

Dicesto EcoNó^^co

artigos e parágrafos do Título V, que regula a Ordem Econômica e Social.

Tentaremos

demonstrar

que

êles

mos, que é a democracia política. .0

ções governamentais.

do direito político em regime cons

um júri popular, êsse parece-nos fe rir de frente dispositivos constitucio

• tuiçãn é, de modo efetivo, e do ponto • de vista da normatividade jurídica,

titucional, a qual consiste, inquostionàvelmente, cm indagar se a Consti-

uma xmidade sistemática, com

um

' conteúdo próprio de sentido, deven

ficaremos.

O Capítulo da Ordem Econômica e Social da Carta Magna Brasileira realmente autoriza a União a inter vir, mediante lei especial, no domínio econômico e monopolizar determina

da indústria ou atividade. Vimos que

la Constituição de 1946.

"Quando, com efeito, a Assembléia ' Constituinte se propõe formular uma constituição do tipo da nossa, a sua intenção ou o seu propósito não é o

de regular as diversas matérias, t^-

"Trata-se, diz o eminente jurista, de enfrentar a questão fundamentai

último, porém, o que regula o proces so dos crimes contra a economia po pular, determinando a instituição de

nais de duas naturezas, como justi

caráter dos três primeiros projetos, frente à ordem política instituída pe

do ser referidas a êste as normas constitucionais particulares, a fim de •'86 determinar o seu alcance e o seu sentido."

E mais adiante: "Para responder

do em conta a natureza específica 4© " cada uma, tomada em separado. O seu propósito ó o de dar corpo a uma concepção de conjunto, ou de integrar,

de acordo com o plano preestabelecido, as matérias suscetíveis de regu lamentação constitucional cm uma

totalidade organizada, em que as par tes não subsistem por si mesmas, por força de seu pôso e da sua densida de, senão devido às articulações que as tornam entre si dependentes, se- •

ja por coordenação, quando entre elas existem apenas relações de afinida de, de analogia ou de simples contacto de sentido, seja por subordinação,

o próprio texto desse artigo, que é

à indagação da consulta cumpre exa-

o de n.o 147, na sua parte final, restringe essa intervenção, dando-lhe

'minar no seu conjunto o sistema constitucional brasileiro, não somente

no caso, mais comum, em que a efe

• as regras expressamente formuladas na Constituição, como os postulados, • os princípios, as normas fundamen• tais, embora não expressas, que in formam a estrutura do regime ou

nais depende da efetivação de ou

por base o interêsse público e por li mite os direitos fundamentais asse gurados pelo texto constitucional.

Se entendermos a Constituição co mo um conjunto de artigos autôno mos, a serem apreciados' isoladamenmente, nada a dizer contra as men sagens que realmente extraem

do

título V, o que a letra lhes autoriza a extrair. Mas se tomarmos a Cons tituição como um sistema, então te remos que concluir que as medidas

intervehcionalistas do Poder Público não podem apenas se referir às letras

dos dispositivos, mas ao espírito que os preside e os funde num todo, do tado de sentido e de estrutura.

O jurista Francisco Campos, num

constituem os eixos em torno dos

; quais se organiza e so articula a matéria constitucional, e conferem à

■- pluralidade de normas ou de regras

específicas, formuladas na Constitui ção, a unidade sitemática, o caráter de um cosmos político e jurídico, isto

é, um todo organizado em o qual se manifesta uma intencionalidade figu

rativa ao plástica." Vale a pena continuar a transcre ver certas afirmativas do ilustre ju rista brasileiro, pois elas revelam o

tivação de certas normas constitucio

tras, sendo estas, em relação àquelas, de caráter puramente instrumental ou operativo. As normas a que se acham subordinadas regem, eviden temente, o seu sentido, assim como a . sua normatividade constitucional scv

funda exclusivamente na normativi

dade das primeiras. Se, por exemplo, o leg-islador constituinte tem como propósito central o de instituir xim

determinado regime, ele, por isto mesmo, por fato deste propósito, rés-

tringe a sua liberdade de opção quan to à maioria das cláusulas constá-^

tucionais, que decorrerão, necessaria mente, grosso modo, dos termos em que o legislador constituinte haja de-


Digesto Econónocc

finido o tipo ou os característicos do regime.

O que a experiência histórica nos indica é que nunca foi propósito de nenhuma

Assembléia

Constituinte

formular de maneira desconexa cer

to número de leis constitucionais,

tantas quantos os artigos de uma constituição. O propósito de uma Assembléia Constituinte foi sempre o de votar uma constituição, isto é, um todo mais ou menos homogêneo, ou um discurso coerente, em que há

vm pensamento..." E manifestando-se sobre o título

relativo à ordem Econômica, assim se exprime:

"Na definição do princípio regulativo de ordem econômica há três têr-

I de definição precisa: a liberdade de mos, um só dos quais é suscetível

iniciativa. Êste é o princípio da or dem econômica liberal, que considera a livre iniciativa do indivíduo como

o principal fator da promoção e do incremento da firmeza pública. E'

ção. Não há, neste ponto, qualquer

titui a ordem da liberdade pela ordem

tar-so. quando da discussão d.as três

ruptura da ordem econômica liberal,

autoritária, o dinamismo espontâneo

que reconhece ao trabalho o direito

do processo econômico pela sua ma

primeiras mensagens no Congresso, sob êsse duplo aspecto da relação dos

de participar justa ou adequadamen te nos resultados da produção. A Constituição manteve, portanto, tor nando apenas expressa, uma limita ção implícita, e já em pleno vigor no regime da economia burguesa ou

nipulação arbitrária, mediante leis, regulamentos, comandos o.i decisões

nal vigente no país e da relação das

Como, portanto, intervir e ao mes

Assim sendo, c de todo evidente

que o ponto do vista das liberdades

por ela postulada."

individuais

E ainda acrescenta:

controla

o

sentido

da

Constituição do 10IG, ou que na sua

"Quando, portanto, o artigo 140

•interpretação sistemática, e tôda in terpretação constitucional, por ser a Constituição um sistema, há ser.

fala em intervenção por lei especial, êle não podia ter em mente conferir

ao legislador a faculdade geral ou

indeterminada de intervenção no do mínio econômico. E' o que esclare ce, de modo inequívoco, o último pe

necossàviamente, sistemática, se deve

ríodo da disposição:

dos poderes c não tomar o curso do

partir das liberdades individuais para

"A intervenção terá por base o in

calada do compasso medir ou graduar

teresse público e por limite os direi tos fundamentais assegurados nesta constituição."

a escala das liberdades ou dos direi tos individuais.

a liberdade de iniciativa com a valo rização do trabalho humano. Como se nrofiira condicionar a liberdade

com a ressalva que se faz logo om seguida, do respeito ou da intangibilidade dos direitos fundamentais, ou, precisamente, os direitos em cujos

de iniciativa, com êle o legislador

sistemas se reflete a ordem econômi

manifestou antes a intenção de re

ca individualista ou liberal, de que. aquêles direitos constituem o qua dro de segurança, garantia ou pro teção ? direito

kio

domínio

de

vista das liberdades individuais de verá controlar, de modo efetivo, a

econômico

O Estado que se reserva o intervir indiscriminada

mente, ou de modo geral, na econo mia, não pde simultâneamente asse

gurar ao indivíduo as liberdades ou os direitos fundamentais que a cons tituição de 1916 assegura e garan te. A intervenção na economia subs-

O acento tônico na

Constituição de 1946, incide, à evi dência, sobre as liberdades individuais o, assim, necessariamente, o ponto de

Ora, como conciliar uma faculdade intervenção

constitucionais

referente

ã

ordem econômica com os demais dis

positivos que lhe são hierarquicamen te superiores, como a definição da

Ordem Econômica, que consagra a li berdade de iniciativa e o Artigo 141 que estabelece os direitos e garantias, Se assim não se fizer poderemos criar paralelamente ã democracia política e social vigente no Brasil, um totali

tarismo econômico, desfigurando o es

pirito do regime o compromentendo no terreno econômico certas conquistas que foram obtidas no terreno político.

determinar a extensão do poder, ou

poder, ou dos poderes, para pela es

go, a injustiça social deve conciliar

projetos com o sistema constitucio normas

mo tempo assegurar contra os inevitávois efeitos da intervenção?

mo fundamento da ordem econômica

plenária, indeterminada, ou geral de

duzir ao mínimo a limitação, do que de cercear de modo concreto e posi tivo aquela liberdade. O que a cons tituição determina em resumo, e tra duzida a frase em termos vulgares e concretos, é que no processo da dis tribuição do trabalho seja conte?np^ado com uma quota adequada ou justa, ou correspondente à parte por êle representada no processo de produ

de funcionários.

liberal, a liberdade da iniciativa co

verdade que, na linguagem do arti

resulta do fraseado, mediante o qual

Diubsto Econômico

(. -

Relativamente, porem, ao últimoprojeto que regula o processo doa crimes contra a economia popular, o legislador deverá examiná-lo cautelo samente pois nos parece que o mesmo

atenta de frente contra disposições constitucionais.

O Artigo 141, parágrafo 26 da Constituição Federal, declara:

"Não haverá fõro privilegiado nem

interpretação constitucional. Ora, a intervenção'do Estado na

juizes e tribunais de exceção."

economia, no sentido de conferir ao Estado o poder de substituir aos in

bunais de exceção? Como defini-los?

E* a natureza do crime que os carac

divíduos na avaliação dos seus pró

teriza, a natureza do réu ou da sua

prios interesses e na decisão quanto ao ponto de equilíbrio em que êle

forma de constituição e funcionamen

•leve se compor, pressupõe uma or dem constitucional autoritária ou n

princípio de que a fòrça de integ!*ação social não é a liberdade mas o poder. Tal intervenção é claramente

excluída pela constituição de 19-16". Em conseqüência, forçoso é aten-

O que se entende por juizes e tri

to? O que se entende por fõro pri vilegiado? E' aquele criado para julgar um determinado tipo de réu 7 Parece nos que, proibindo foros privilegiados e tribunais de exceção, visou a Constituição impedir que a justiça se realize fora dos quadros comuns estabelecidos no próprio tex-


Digesto Econónocc

finido o tipo ou os característicos do regime.

O que a experiência histórica nos indica é que nunca foi propósito de nenhuma

Assembléia

Constituinte

formular de maneira desconexa cer

to número de leis constitucionais,

tantas quantos os artigos de uma constituição. O propósito de uma Assembléia Constituinte foi sempre o de votar uma constituição, isto é, um todo mais ou menos homogêneo, ou um discurso coerente, em que há

vm pensamento..." E manifestando-se sobre o título

relativo à ordem Econômica, assim se exprime:

"Na definição do princípio regulativo de ordem econômica há três têr-

I de definição precisa: a liberdade de mos, um só dos quais é suscetível

iniciativa. Êste é o princípio da or dem econômica liberal, que considera a livre iniciativa do indivíduo como

o principal fator da promoção e do incremento da firmeza pública. E'

ção. Não há, neste ponto, qualquer

titui a ordem da liberdade pela ordem

tar-so. quando da discussão d.as três

ruptura da ordem econômica liberal,

autoritária, o dinamismo espontâneo

que reconhece ao trabalho o direito

do processo econômico pela sua ma

primeiras mensagens no Congresso, sob êsse duplo aspecto da relação dos

de participar justa ou adequadamen te nos resultados da produção. A Constituição manteve, portanto, tor nando apenas expressa, uma limita ção implícita, e já em pleno vigor no regime da economia burguesa ou

nipulação arbitrária, mediante leis, regulamentos, comandos o.i decisões

nal vigente no país e da relação das

Como, portanto, intervir e ao mes

Assim sendo, c de todo evidente

que o ponto do vista das liberdades

por ela postulada."

individuais

E ainda acrescenta:

controla

o

sentido

da

Constituição do 10IG, ou que na sua

"Quando, portanto, o artigo 140

•interpretação sistemática, e tôda in terpretação constitucional, por ser a Constituição um sistema, há ser.

fala em intervenção por lei especial, êle não podia ter em mente conferir

ao legislador a faculdade geral ou

indeterminada de intervenção no do mínio econômico. E' o que esclare ce, de modo inequívoco, o último pe

necossàviamente, sistemática, se deve

ríodo da disposição:

dos poderes c não tomar o curso do

partir das liberdades individuais para

"A intervenção terá por base o in

calada do compasso medir ou graduar

teresse público e por limite os direi tos fundamentais assegurados nesta constituição."

a escala das liberdades ou dos direi tos individuais.

a liberdade de iniciativa com a valo rização do trabalho humano. Como se nrofiira condicionar a liberdade

com a ressalva que se faz logo om seguida, do respeito ou da intangibilidade dos direitos fundamentais, ou, precisamente, os direitos em cujos

de iniciativa, com êle o legislador

sistemas se reflete a ordem econômi

manifestou antes a intenção de re

ca individualista ou liberal, de que. aquêles direitos constituem o qua dro de segurança, garantia ou pro teção ? direito

kio

domínio

de

vista das liberdades individuais de verá controlar, de modo efetivo, a

econômico

O Estado que se reserva o intervir indiscriminada

mente, ou de modo geral, na econo mia, não pde simultâneamente asse

gurar ao indivíduo as liberdades ou os direitos fundamentais que a cons tituição de 1916 assegura e garan te. A intervenção na economia subs-

O acento tônico na

Constituição de 1946, incide, à evi dência, sobre as liberdades individuais o, assim, necessariamente, o ponto de

Ora, como conciliar uma faculdade intervenção

constitucionais

referente

ã

ordem econômica com os demais dis

positivos que lhe são hierarquicamen te superiores, como a definição da

Ordem Econômica, que consagra a li berdade de iniciativa e o Artigo 141 que estabelece os direitos e garantias, Se assim não se fizer poderemos criar paralelamente ã democracia política e social vigente no Brasil, um totali

tarismo econômico, desfigurando o es

pirito do regime o compromentendo no terreno econômico certas conquistas que foram obtidas no terreno político.

determinar a extensão do poder, ou

poder, ou dos poderes, para pela es

go, a injustiça social deve conciliar

projetos com o sistema constitucio normas

mo tempo assegurar contra os inevitávois efeitos da intervenção?

mo fundamento da ordem econômica

plenária, indeterminada, ou geral de

duzir ao mínimo a limitação, do que de cercear de modo concreto e posi tivo aquela liberdade. O que a cons tituição determina em resumo, e tra duzida a frase em termos vulgares e concretos, é que no processo da dis tribuição do trabalho seja conte?np^ado com uma quota adequada ou justa, ou correspondente à parte por êle representada no processo de produ

de funcionários.

liberal, a liberdade da iniciativa co

verdade que, na linguagem do arti

resulta do fraseado, mediante o qual

Diubsto Econômico

(. -

Relativamente, porem, ao últimoprojeto que regula o processo doa crimes contra a economia popular, o legislador deverá examiná-lo cautelo samente pois nos parece que o mesmo

atenta de frente contra disposições constitucionais.

O Artigo 141, parágrafo 26 da Constituição Federal, declara:

"Não haverá fõro privilegiado nem

interpretação constitucional. Ora, a intervenção'do Estado na

juizes e tribunais de exceção."

economia, no sentido de conferir ao Estado o poder de substituir aos in

bunais de exceção? Como defini-los?

E* a natureza do crime que os carac

divíduos na avaliação dos seus pró

teriza, a natureza do réu ou da sua

prios interesses e na decisão quanto ao ponto de equilíbrio em que êle

forma de constituição e funcionamen

•leve se compor, pressupõe uma or dem constitucional autoritária ou n

princípio de que a fòrça de integ!*ação social não é a liberdade mas o poder. Tal intervenção é claramente

excluída pela constituição de 19-16". Em conseqüência, forçoso é aten-

O que se entende por juizes e tri

to? O que se entende por fõro pri vilegiado? E' aquele criado para julgar um determinado tipo de réu 7 Parece nos que, proibindo foros privilegiados e tribunais de exceção, visou a Constituição impedir que a justiça se realize fora dos quadros comuns estabelecidos no próprio tex-


Dicesto

20

Económkx) •

Dicesto EcoNó^^co

21 •

to constitucional caracterlzando-se a

evitar a conclusão de que tal tribu-'

teristicamente de exceção e por cons

excepcionalidade, quer pelo crime,

nal é de exceção. Se as caractcrísitcas de organização e composição é > que o definem,' então poderíamos criar um Tribunal de Segurança Na

tituir um júri que obrigatòriamonte

estabilização dos preços provam que.

não tem a competência de julgar os crimes dolosos contra a vida, atri

a sua fixação é sempre arbitrária. O que caracteriza a produção contem porânea é a complexidade e a mobi

quer- pelo réu, quer pela forma de constituição.

O Tribunal que agora se pretende criar objetiva julgar uma determina da classe, a dos comerciantes, nos cri mes e contravenções contra a econo

mia popular. O Tribunal se reveste das características da instituição do

cional, nos'moldes do júri, para jul->

buição prccípua dessa instituição.

. Mas há ainda outro aspecto que

gar crimes de natureza política, ilu

merece a atenção da Câmara.

dindo assim a expressa proibição

dá competência da União, diz o Ar tigo 5.® da Constituição Federal, le

constitucional.

Poder-se-ia argumentar com o júri de imprensa, criado

pelo

Decreto

E'

gislar sobre direito penal o direito

processual.

Os Estados, porém, or

júri, mantida pela Constituição no parágrafo 28 do artigo 141, quan-

24.776, de 14 de julho de 1934, no

ganizarão a .sua justiça, dentro dos

dó diz:

período ainda do Governo Provisó

cânones constitucionais. Cabe à União estabelecer em leis as normas

"Artigo 141...

Parágrafo 28 — E' mantida a ins

tituição do júri, com a organização que lhe der a lei, contanto que seja sempre ímpar o número de membros

e garantido o sigilo das votações, a plenitude da defesa do réu e a so

rio. Mas o júri de imprensa é, como . se vê pelo artigo 53 de referido Dc-!

de grande instabilidade psicológica, •

termina a criação do um órgão ju diciário, que passará a funcionar au-

otimistas exagerados, aos quais se seguem frustrações, fazendo com que^

tomàticamente, após o decurso dos

o trabalho ora produza muito, ora produza pouco, com os mesmos artí fices 0 a mesma direção. E ainda

ção do processo, como seu presiden te, com voto constituído de quatro

imprensa, entretanto, uma criação

"Serão obrigatoriamente da sua competência o julgamento de crimes

anterior à Constituição de 1934 nu-

dolosos contra a vida."

por um Governo provisório, com atri

não é possível, fere de frente o texto constitucional, criar um tribunal es

pecial, embora revestido das carac

terísticas de instituição de júri, para julgar exclusivamente crimes que não são obrigatoriamente contra a

vida, como é o caso do júri previsto no projeto, o qual terá como única

competência o julgamento de crimes contra a economia popular. , Por revestir-se das características

da instituição do júri, não se pode

G de rendimento oscilante. Os tem pos atuais são de incertezas, que criam estados de espírito geradores

direito que houver dirigido a instru

fo 28 assim reza:

o.julgamento de outros crimes, mas

organização; segundo, porque hoje. a mão-de-obra se apresenta instável

processuais. Ora, o projeto estabele

de júri de imprensa é feito de uma' geral de júri. Constituindo o júri da

vida,

tal técnico empregado c da própria,

ce normas dessa natureza, mas de

.0 Projeto obedece a esses requisi tos. Mas o final do citado parágra

dolosos contra a

manterão constantes, primeiro por que os progressos da tecnologia pro vocam a rápida obsolôncia do capi- •

júri comum, presidido pelo jui-i de

berania dos veredictos."

os crimes

lidade dos custos. E' hoje extrema- , mente difícil afirmar-se que estes se ^

creto, uma dependência do próprio!

cidadãos sorteados dentre os alista dos como jurados e o sorteio no caso

r Ora, poder-se-ia atribuir ao júri comum, que obrigatoriamente julga

substantivas e adjetivas, penais e

tudar os efeitos dos tabelamentos ©

60 dias da publicação da lei, som ne nhuma intervenção legislativa dos Estados-Membros na sua criação.

Êste aspecto nos parece importante e será preciso atentar, também, sobre

1Ô.398 de Novembro de 1930, res

êste possível conflito de competência legislativa e invasão da União em atribuições concedidas pela Consti tuição aos Estados-Membros da Fe deração.

taria examinar-se sua conciliação

O aspecto econômico das medidas

ma fase em que o Brasil era dirigido' buições estabelecidas no Decreto n.®

com os princípios da atual Consti tuição. E na Câmara Federal transi- • ta o projeto n.° 403, que regulamenta a liberdade de imprensa, repetindo

disposições da legislação vigente, in clusive as relativas ao júri de im

prensa, e os legisladores terão que examiná-la à luz das disposições cons

devemos ter em vista que uma gran de parte de nossas matérias-primas provém da agricultura e está sujeita a variações sazonais, as quais, fa-i

zendo oscilar o volume da produção,* alteram profunda e bruscamente o' custo. E por último, somos obriga-'

dos a reconhecer que nossa produção-depende de produtos importados e nao temos açao sobre os preços inter-'

Verificado o aspecto jurídico cons titucional cabe-nos examinar o seu

nacionais.

aspecto econômico, considerando pri meiro o problema dos princípios e, segundo, a realidade atual.

dade de um cálculo exato do custo,"

Em tese, a Associação Comercial

e a Federação do Comércio do Esta

titucionais em vigor.

do de São Paulo manifestam-se des

Relativamente, porém, ao tribunal popular, agora proposto pelo Gover no, parece-nos Indisfarçável a sua incoustitucionalidade, por ser carac-

crentes quanto ao êxito das medidas

apontadas, apoiando-se nos seguin tes argumentos:

Os autores que têm procurado es

Mesmo que se admita a possibili-' em determinado momento, e mesmo que se possa chegar a uma percentagem de lucro considerada satisfató ria, seria difícil garantir-se a inalterabilidade dos mesmos e a cons

tância das condições de trabalho. No caso do Brasil, cumpre ainda notar que a desvalorização crônica da moe

da gerou um problema novo; o das


Dicesto

20

Económkx) •

Dicesto EcoNó^^co

21 •

to constitucional caracterlzando-se a

evitar a conclusão de que tal tribu-'

teristicamente de exceção e por cons

excepcionalidade, quer pelo crime,

nal é de exceção. Se as caractcrísitcas de organização e composição é > que o definem,' então poderíamos criar um Tribunal de Segurança Na

tituir um júri que obrigatòriamonte

estabilização dos preços provam que.

não tem a competência de julgar os crimes dolosos contra a vida, atri

a sua fixação é sempre arbitrária. O que caracteriza a produção contem porânea é a complexidade e a mobi

quer- pelo réu, quer pela forma de constituição.

O Tribunal que agora se pretende criar objetiva julgar uma determina da classe, a dos comerciantes, nos cri mes e contravenções contra a econo

mia popular. O Tribunal se reveste das características da instituição do

cional, nos'moldes do júri, para jul->

buição prccípua dessa instituição.

. Mas há ainda outro aspecto que

gar crimes de natureza política, ilu

merece a atenção da Câmara.

dindo assim a expressa proibição

dá competência da União, diz o Ar tigo 5.® da Constituição Federal, le

constitucional.

Poder-se-ia argumentar com o júri de imprensa, criado

pelo

Decreto

E'

gislar sobre direito penal o direito

processual.

Os Estados, porém, or

júri, mantida pela Constituição no parágrafo 28 do artigo 141, quan-

24.776, de 14 de julho de 1934, no

ganizarão a .sua justiça, dentro dos

dó diz:

período ainda do Governo Provisó

cânones constitucionais. Cabe à União estabelecer em leis as normas

"Artigo 141...

Parágrafo 28 — E' mantida a ins

tituição do júri, com a organização que lhe der a lei, contanto que seja sempre ímpar o número de membros

e garantido o sigilo das votações, a plenitude da defesa do réu e a so

rio. Mas o júri de imprensa é, como . se vê pelo artigo 53 de referido Dc-!

de grande instabilidade psicológica, •

termina a criação do um órgão ju diciário, que passará a funcionar au-

otimistas exagerados, aos quais se seguem frustrações, fazendo com que^

tomàticamente, após o decurso dos

o trabalho ora produza muito, ora produza pouco, com os mesmos artí fices 0 a mesma direção. E ainda

ção do processo, como seu presiden te, com voto constituído de quatro

imprensa, entretanto, uma criação

"Serão obrigatoriamente da sua competência o julgamento de crimes

anterior à Constituição de 1934 nu-

dolosos contra a vida."

por um Governo provisório, com atri

não é possível, fere de frente o texto constitucional, criar um tribunal es

pecial, embora revestido das carac

terísticas de instituição de júri, para julgar exclusivamente crimes que não são obrigatoriamente contra a

vida, como é o caso do júri previsto no projeto, o qual terá como única

competência o julgamento de crimes contra a economia popular. , Por revestir-se das características

da instituição do júri, não se pode

G de rendimento oscilante. Os tem pos atuais são de incertezas, que criam estados de espírito geradores

direito que houver dirigido a instru

fo 28 assim reza:

o.julgamento de outros crimes, mas

organização; segundo, porque hoje. a mão-de-obra se apresenta instável

processuais. Ora, o projeto estabele

de júri de imprensa é feito de uma' geral de júri. Constituindo o júri da

vida,

tal técnico empregado c da própria,

ce normas dessa natureza, mas de

.0 Projeto obedece a esses requisi tos. Mas o final do citado parágra

dolosos contra a

manterão constantes, primeiro por que os progressos da tecnologia pro vocam a rápida obsolôncia do capi- •

júri comum, presidido pelo jui-i de

berania dos veredictos."

os crimes

lidade dos custos. E' hoje extrema- , mente difícil afirmar-se que estes se ^

creto, uma dependência do próprio!

cidadãos sorteados dentre os alista dos como jurados e o sorteio no caso

r Ora, poder-se-ia atribuir ao júri comum, que obrigatoriamente julga

substantivas e adjetivas, penais e

tudar os efeitos dos tabelamentos ©

60 dias da publicação da lei, som ne nhuma intervenção legislativa dos Estados-Membros na sua criação.

Êste aspecto nos parece importante e será preciso atentar, também, sobre

1Ô.398 de Novembro de 1930, res

êste possível conflito de competência legislativa e invasão da União em atribuições concedidas pela Consti tuição aos Estados-Membros da Fe deração.

taria examinar-se sua conciliação

O aspecto econômico das medidas

ma fase em que o Brasil era dirigido' buições estabelecidas no Decreto n.®

com os princípios da atual Consti tuição. E na Câmara Federal transi- • ta o projeto n.° 403, que regulamenta a liberdade de imprensa, repetindo

disposições da legislação vigente, in clusive as relativas ao júri de im

prensa, e os legisladores terão que examiná-la à luz das disposições cons

devemos ter em vista que uma gran de parte de nossas matérias-primas provém da agricultura e está sujeita a variações sazonais, as quais, fa-i

zendo oscilar o volume da produção,* alteram profunda e bruscamente o' custo. E por último, somos obriga-'

dos a reconhecer que nossa produção-depende de produtos importados e nao temos açao sobre os preços inter-'

Verificado o aspecto jurídico cons titucional cabe-nos examinar o seu

nacionais.

aspecto econômico, considerando pri meiro o problema dos princípios e, segundo, a realidade atual.

dade de um cálculo exato do custo,"

Em tese, a Associação Comercial

e a Federação do Comércio do Esta

titucionais em vigor.

do de São Paulo manifestam-se des

Relativamente, porém, ao tribunal popular, agora proposto pelo Gover no, parece-nos Indisfarçável a sua incoustitucionalidade, por ser carac-

crentes quanto ao êxito das medidas

apontadas, apoiando-se nos seguin tes argumentos:

Os autores que têm procurado es

Mesmo que se admita a possibili-' em determinado momento, e mesmo que se possa chegar a uma percentagem de lucro considerada satisfató ria, seria difícil garantir-se a inalterabilidade dos mesmos e a cons

tância das condições de trabalho. No caso do Brasil, cumpre ainda notar que a desvalorização crônica da moe

da gerou um problema novo; o das


.""IP.

Dicesto Econômico

reposições. Aqui, mais do que alhu

Estabilizados os preços, a econo

res, é válida a afirmação de Ferrara

mia nacional entraria numa fase de

de que, para a continuidade da em

equilíbrio estável, o nus eqüivale a

presa não importa o que a cousa

dizer-se que a produção tenderia a

custou no passado, mas sim o que

se paralisar ou cresceria muito len

(aistará no futuro.

tamente. Haveria, portanto, maior pressão da procura sobre a oferta,

O tabelamento apresenta ainda um vutro inconveniente crravo: ó que re

provocando duas conseqüências si

presenta uma política econômica ba

multâneas: 1 — o desmorecimento da

seada num único elemento do merca

qualidade dos produtos a fim de fugir às condições do tabelamento e permi

do: o preço unitário. Ora, as transa ções são conduzidas pelo binômio preço-qualidade e não é possível deixar mos dc considerar as ações das qu intidades oferecidas e procuradas, so bre o mecanismo da formação dos preços. Mesmo que se admitisse a possibilidade de estimar equitativamente custos e margens de lucro,

uma vez realizada" a estabilização, seria necessário prever as possíveis reações da quantidade. Cumpro con siderar que no Brasil o crescimento

^■1 ifmi

Digesto

PlPPmilPPi

Econômico

23

mais em termos dc moeda e sim em

ção ao aumento das necessidades a

termos de bem-ostar, visto como os que possuíssem maior poder de com

satisfazer.

pra em mãos poderiam arriscar-se à obtenção de melhor qualidade a pre

bial que impediu importações essen ciais de bens de capital, enquanto

nossas emprêsas produtoras depen dem vitalmente de produtos impor

vivessem

cias sociais c sim do procurar con

em

níveis

dc

rendimento

mais baixo con.sumiriani artigo.s in

feriores e em quantidade menor, pe

ciliações e tentar estabelecer a har monia, no convívio de todos os brasi

la sua escassez crescente, em rela

leiros.

tir maior aumento da oferta; 2 — a disposição dos consumidores, dota

dos de maior poder aquisitivo, do aceitarem preços fora da tabela, ge

rando se, então, o mercado ne«rro.

Num e noutro caso, o poder público ou se desmoralizaria ou ver-se-ia obrigado a tomar medidas fiscaliza-

doras cada vez mais enérgicas e, na maioria das vezes, contraproducen tes, por contar com a cumplicidade

e com êle as atrações da ilegalidade, Não temos dúvida que a rigidez de um controle geral de preços, e

agora em caráter permanente, im

plicaria na destruição dos princípios

tados. Por tudo isto, a situação atual

democráticos, por conduzir automà-

é a de uma procura insatisfeita, per mitindo elevação de preços que, não

ticaniente a uma restrição, cada vez

negamos, chegam algumas vezes ao

Criaria a discórdia social, acentuando

absurdo.

as desigualdades da fortuna, não

maior, das

liberdades

Não estamos na época de ge

rar antagonismos e aumentar distân

de ambas as partes, em presença da permuta. Note-se ainda que, em nos lento que o aumento de preços; que so caso particular, o funcionamento nosso país é um daqueles cujos índi • da Comissão de Preços tem mostra ces demográficos indicam acentuada do quão precários são os conhecimen tendência para o crescimento, prin cipalmente nas grandes cidades; que, tos a respeito dos custos reais da produção e quanto cies variam dc durante a guerra, não houve possibi região para região do país. Seria lidades de fazer crescer os empreen difícil realizar-se uma fiscalização dimentos de modo a que a oferta efetiva, sempre e cada vez mais oneacompanhasse o crescer da procura e não foi possível tambám no após ro.sa. O risco do negócio aumentaria, mento, em conseqüência da crise cam

lítica.

ços fora da tabela, enipianto os que

da produção tem sido muito mais

guerra recuperar o ritmo de cresci

Tal clima não nos parece o maià oportuno, na presente conjuntura po

individuais.

IMáii)iÍain''f'frii'TÍÍ'iíÉirfl


.""IP.

Dicesto Econômico

reposições. Aqui, mais do que alhu

Estabilizados os preços, a econo

res, é válida a afirmação de Ferrara

mia nacional entraria numa fase de

de que, para a continuidade da em

equilíbrio estável, o nus eqüivale a

presa não importa o que a cousa

dizer-se que a produção tenderia a

custou no passado, mas sim o que

se paralisar ou cresceria muito len

(aistará no futuro.

tamente. Haveria, portanto, maior pressão da procura sobre a oferta,

O tabelamento apresenta ainda um vutro inconveniente crravo: ó que re

provocando duas conseqüências si

presenta uma política econômica ba

multâneas: 1 — o desmorecimento da

seada num único elemento do merca

qualidade dos produtos a fim de fugir às condições do tabelamento e permi

do: o preço unitário. Ora, as transa ções são conduzidas pelo binômio preço-qualidade e não é possível deixar mos dc considerar as ações das qu intidades oferecidas e procuradas, so bre o mecanismo da formação dos preços. Mesmo que se admitisse a possibilidade de estimar equitativamente custos e margens de lucro,

uma vez realizada" a estabilização, seria necessário prever as possíveis reações da quantidade. Cumpro con siderar que no Brasil o crescimento

^■1 ifmi

Digesto

PlPPmilPPi

Econômico

23

mais em termos dc moeda e sim em

ção ao aumento das necessidades a

termos de bem-ostar, visto como os que possuíssem maior poder de com

satisfazer.

pra em mãos poderiam arriscar-se à obtenção de melhor qualidade a pre

bial que impediu importações essen ciais de bens de capital, enquanto

nossas emprêsas produtoras depen dem vitalmente de produtos impor

vivessem

cias sociais c sim do procurar con

em

níveis

dc

rendimento

mais baixo con.sumiriani artigo.s in

feriores e em quantidade menor, pe

ciliações e tentar estabelecer a har monia, no convívio de todos os brasi

la sua escassez crescente, em rela

leiros.

tir maior aumento da oferta; 2 — a disposição dos consumidores, dota

dos de maior poder aquisitivo, do aceitarem preços fora da tabela, ge

rando se, então, o mercado ne«rro.

Num e noutro caso, o poder público ou se desmoralizaria ou ver-se-ia obrigado a tomar medidas fiscaliza-

doras cada vez mais enérgicas e, na maioria das vezes, contraproducen tes, por contar com a cumplicidade

e com êle as atrações da ilegalidade, Não temos dúvida que a rigidez de um controle geral de preços, e

agora em caráter permanente, im

plicaria na destruição dos princípios

tados. Por tudo isto, a situação atual

democráticos, por conduzir automà-

é a de uma procura insatisfeita, per mitindo elevação de preços que, não

ticaniente a uma restrição, cada vez

negamos, chegam algumas vezes ao

Criaria a discórdia social, acentuando

absurdo.

as desigualdades da fortuna, não

maior, das

liberdades

Não estamos na época de ge

rar antagonismos e aumentar distân

de ambas as partes, em presença da permuta. Note-se ainda que, em nos lento que o aumento de preços; que so caso particular, o funcionamento nosso país é um daqueles cujos índi • da Comissão de Preços tem mostra ces demográficos indicam acentuada do quão precários são os conhecimen tendência para o crescimento, prin cipalmente nas grandes cidades; que, tos a respeito dos custos reais da produção e quanto cies variam dc durante a guerra, não houve possibi região para região do país. Seria lidades de fazer crescer os empreen difícil realizar-se uma fiscalização dimentos de modo a que a oferta efetiva, sempre e cada vez mais oneacompanhasse o crescer da procura e não foi possível tambám no após ro.sa. O risco do negócio aumentaria, mento, em conseqüência da crise cam

lítica.

ços fora da tabela, enipianto os que

da produção tem sido muito mais

guerra recuperar o ritmo de cresci

Tal clima não nos parece o maià oportuno, na presente conjuntura po

individuais.

IMáii)iÍain''f'frii'TÍÍ'iíÉirfl


Dicesto EcoNó^aco

A vida e a obra de Orville Derby

\

Gltcon de Paiva

Insigne de falar a Vossas Excelências sôbre a história ilustre de uma vida de 64 anos.

Começa a 23 de Julho de 1851, no sítio encantador do lago Cayuga, Estado de Nova York, e finda cm desespero, na manhã de 27 de Novembro de 1915, em

um quarto de hotel, nesta cidade. História dos traços marcantes de uma

Na comemoração do centenário de nas

cimento de Orville Derby, Ghjcon de Paiva proferiu a oração oficial em nome da

Academia

-inventiva e criadora, aventurosa e inquie ta, excelsa e proveitosa; existência de la bor incessante, ora ao ar livre, em um

ponto qualquer do Brasil afogado de luz tropical, ora à sombra acolhedora de um teto de laboratório ou de um gabinete de estudo ; \ída polimorfa e multifacetada, de sertanista, geógrafo, paleontó

logo, petrógrafo, historiador, economis ta, administrador e servidor público. Além disso, é a história de um celibatário comunicativo e bem

humorado,

amigo e comensal de vultos que ama mos, autores que foram de páginas sumarentas : Teodoro Sampaio, Eduardo Prado, João Pandiá Calógeras, Miguel Ribeiro Airojado Lisboa, Capistrano de

Brasileira

de

Ciências.

O "Digesto Econômico", reproduzindo-a, autorizado pelo autor, associa-se à fes tiva data, em reconhecimento aos inoloidáveis serviços que o cientista ame ricano, naturalizado brasileiro, prestou à nossa Terra.

vida opulenta de pensamento e de ação, * « « « ♦

« « « «

bases do Museu Paulista; e, finalmente,

Egrégio Colégio.

uma constelação que abrange mais de uma centena dc títulos, a quem a Lon-

don Geological Society concedeu a rara distinção do WoUaston Donation Fund, como antes o fizera aos mais augustos

nomes de geólogos do século XIX : Ale xandre Brogniart, Alcide Dcssalines D'Orbigny, Jean Louis Agassiz, Joan Batiste, Elie de Beaumont, Gabriel Augus Robert Darvvin o Edward Dana.

Carlos Frederico Hartt, o fundador da

História, cm suma, da vida que Or ville Adelbert Dcrby ofereceu à Ciência

geologia histórica do Brasil, organizando

e ao Brasil, até o instante do esforço ex

as coleções de rochas, minerais e fósseis

tremo, ungido dc ilimitada dedicação, de cultura profunda, de irrestrito inte resse pelo país e suas cousas, de pere

grina capacidade de perscrutar, de com preender, de servir e também de esque cer, que é uma forma de perdoar. É íti

sões dc estudos orientados pelo Prof. " Hartt. Ao aceitar participação na pri-' meira delas, relembra John Casper Branncr, seu colega dc ttinna,

"decidiu ao

mesmo tempo da carreira e do rumo res tante da \ida".

Escreveu,

no

período,

dois

tra-'

balhos.

Cabe-nos a todos, neste instante, con-

vocando-o ale nós pela comunbão dc

pensamentos, a dosmesnrada tarefa dc uma impossível retribuição, mediante êslé morimcnto coletivo de reverência, de

gratidão, dc apreço c dc admiração pclo

Geólogo do Serviço Imperial — Em^ Dezembro dc 1875, com 24 anos feitos,'

Derby fixu residência no Rio de Janeiro,

conm funcionário do seniço público im perial, inicialmente como geólogo da-

muito que fêz por nós, sem que a nada fôssc obrigado. Talvez nos ensine, uma

Comissão Geológica c Mineralógica do Império do Brasil" cargo que exerceu" até fins de 1877. Pouco depois, foi'

.vez mais, ainda que morto, uma página

contratado Diretor da Seção de Geolo-'

nova dessa difícil o inaprondível lição

gia do Museu Nacional,

da vida,

ocupou ate 10 de Maio de 1890.

separam a vida e a obra de Derby em

to Nacional da Produção Mineral de nossos dias, Ministério de Minas e Ener gia de amanhã. História dc um cientista, cuja obra é

to Daubrée, Pierrc Annand Dufrenoy,

■i iiir -1

memória, uma sessão solene dêsto

gico do Brasil, esse mesmo Departamen

Sir Roderick Iinpey Murcbison, Charles

missão Geográfica e Geológica de São Paulo, o Instituto de hoje, e lançando as

Ihc

• Certas datas marcantes naturalmente

gren e Luís Felipe Gonzaga de Campos. Descreve, demais, esta história, a frutuosa carreira do discípulo amado de

blicando-as ; a seguir, fundando a Co

í

mais distintas figuras da administração c-da cultura deste país. para consagrnr-

criando o Serviço Geológico e Mincraló-

Abreu, Euclides da Cunha, Alberto Lof-

do Mestre desaparecido, redigindo-Ihe as memórias pelas notas de campo e pu

ceração, por cjuarenta anos a nosso ser

viço, aqui nos achamos conjugados, das

\TTüBunj-ME O Presidente da Academia Brasileira de Ciências, a honra

Nesta noite, exatamente um século do

nascimento dessa inteligência o dêsso

péríodos distintos :

Infância e adolescência — Derby era

Clerceiro filho de John C. Dcrby e Mal-

viha Lindsay Dcrby, modestos sitiantes de Kcllogsvillc, um lugarzinho adorável

no quadro maravilhoso de Finger Lakes, a'algumas dezenas de milhas ao sul do Lago Ontário, quase na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá.

Fêz o

cíirso primário onde nasceu e o ginasial na capital do Estado, Albany. Vida Universitária — Aos 18 anos, em

1869, ingressou Derby na Universidade db Comell, instituto fundado quatro anos

afités por um amigo de Morse, o inven tor do telégrafo, Ezrard Cornell, na ci

dade de Itbaca, na região onde nascera. Orientou-o nos meandros da paleontolo

posição que

O ano

de 1878, passou-o desempregado, por-' que extinta a Comissão, só a 23 de Maio

do 1879 foi nomeado para o Museu, en

tão localizixdo no Campo de Sant*Ana. • Abandona-o, para não mais voltar, aos 39 anos de idade.-

No período, e como funcionário do

Império, foi comissionado, em 1883, pa ra tratar, nos Estados Unidos, da obra

de Charles A. White, Contribuição d Paleontologia do Brasil. Pennaneceu em sua pátria a primeira metade do ano. Em 1890, voltou, outra vez, à terra on

de nascera.

Ao Brasil regressou no

mesmo ano, fazendo escala pela Inglaten-a. Em Agôsto de 1893, e pela últi ma vez, como Chefe da Comissão Geo

lógica do São Paulo, visitou os Estados-í

Unidos. Teodoro Sampaio e Alberto Lofgren, respectivamente, o substituíram

gia e da estratigrafia um professor de 29

durante as duas últimas ausências.

anbs, Charles Frederick Hartt. Em Cornéll, Derby- permaneceu até 1874 como aluno e como professor adjunto de geo logia e zoologia. 'Como aluno, visitou o Brasil pelas fé rias de verão, por duas vêzes, em excur

No período de 15 anos em que tém' sede no Rio, publica 42 trabalhos, dos quais três decorrentes de suas observa ções na Comissão Geológica e os res

tantes como geólogo do Museu. O mellvor de sua mocldade, dos 24 '


Dicesto EcoNó^aco

A vida e a obra de Orville Derby

\

Gltcon de Paiva

Insigne de falar a Vossas Excelências sôbre a história ilustre de uma vida de 64 anos.

Começa a 23 de Julho de 1851, no sítio encantador do lago Cayuga, Estado de Nova York, e finda cm desespero, na manhã de 27 de Novembro de 1915, em

um quarto de hotel, nesta cidade. História dos traços marcantes de uma

Na comemoração do centenário de nas

cimento de Orville Derby, Ghjcon de Paiva proferiu a oração oficial em nome da

Academia

-inventiva e criadora, aventurosa e inquie ta, excelsa e proveitosa; existência de la bor incessante, ora ao ar livre, em um

ponto qualquer do Brasil afogado de luz tropical, ora à sombra acolhedora de um teto de laboratório ou de um gabinete de estudo ; \ída polimorfa e multifacetada, de sertanista, geógrafo, paleontó

logo, petrógrafo, historiador, economis ta, administrador e servidor público. Além disso, é a história de um celibatário comunicativo e bem

humorado,

amigo e comensal de vultos que ama mos, autores que foram de páginas sumarentas : Teodoro Sampaio, Eduardo Prado, João Pandiá Calógeras, Miguel Ribeiro Airojado Lisboa, Capistrano de

Brasileira

de

Ciências.

O "Digesto Econômico", reproduzindo-a, autorizado pelo autor, associa-se à fes tiva data, em reconhecimento aos inoloidáveis serviços que o cientista ame ricano, naturalizado brasileiro, prestou à nossa Terra.

vida opulenta de pensamento e de ação, * « « « ♦

« « « «

bases do Museu Paulista; e, finalmente,

Egrégio Colégio.

uma constelação que abrange mais de uma centena dc títulos, a quem a Lon-

don Geological Society concedeu a rara distinção do WoUaston Donation Fund, como antes o fizera aos mais augustos

nomes de geólogos do século XIX : Ale xandre Brogniart, Alcide Dcssalines D'Orbigny, Jean Louis Agassiz, Joan Batiste, Elie de Beaumont, Gabriel Augus Robert Darvvin o Edward Dana.

Carlos Frederico Hartt, o fundador da

História, cm suma, da vida que Or ville Adelbert Dcrby ofereceu à Ciência

geologia histórica do Brasil, organizando

e ao Brasil, até o instante do esforço ex

as coleções de rochas, minerais e fósseis

tremo, ungido dc ilimitada dedicação, de cultura profunda, de irrestrito inte resse pelo país e suas cousas, de pere

grina capacidade de perscrutar, de com preender, de servir e também de esque cer, que é uma forma de perdoar. É íti

sões dc estudos orientados pelo Prof. " Hartt. Ao aceitar participação na pri-' meira delas, relembra John Casper Branncr, seu colega dc ttinna,

"decidiu ao

mesmo tempo da carreira e do rumo res tante da \ida".

Escreveu,

no

período,

dois

tra-'

balhos.

Cabe-nos a todos, neste instante, con-

vocando-o ale nós pela comunbão dc

pensamentos, a dosmesnrada tarefa dc uma impossível retribuição, mediante êslé morimcnto coletivo de reverência, de

gratidão, dc apreço c dc admiração pclo

Geólogo do Serviço Imperial — Em^ Dezembro dc 1875, com 24 anos feitos,'

Derby fixu residência no Rio de Janeiro,

conm funcionário do seniço público im perial, inicialmente como geólogo da-

muito que fêz por nós, sem que a nada fôssc obrigado. Talvez nos ensine, uma

Comissão Geológica c Mineralógica do Império do Brasil" cargo que exerceu" até fins de 1877. Pouco depois, foi'

.vez mais, ainda que morto, uma página

contratado Diretor da Seção de Geolo-'

nova dessa difícil o inaprondível lição

gia do Museu Nacional,

da vida,

ocupou ate 10 de Maio de 1890.

separam a vida e a obra de Derby em

to Nacional da Produção Mineral de nossos dias, Ministério de Minas e Ener gia de amanhã. História dc um cientista, cuja obra é

to Daubrée, Pierrc Annand Dufrenoy,

■i iiir -1

memória, uma sessão solene dêsto

gico do Brasil, esse mesmo Departamen

Sir Roderick Iinpey Murcbison, Charles

missão Geográfica e Geológica de São Paulo, o Instituto de hoje, e lançando as

Ihc

• Certas datas marcantes naturalmente

gren e Luís Felipe Gonzaga de Campos. Descreve, demais, esta história, a frutuosa carreira do discípulo amado de

blicando-as ; a seguir, fundando a Co

í

mais distintas figuras da administração c-da cultura deste país. para consagrnr-

criando o Serviço Geológico e Mincraló-

Abreu, Euclides da Cunha, Alberto Lof-

do Mestre desaparecido, redigindo-Ihe as memórias pelas notas de campo e pu

ceração, por cjuarenta anos a nosso ser

viço, aqui nos achamos conjugados, das

\TTüBunj-ME O Presidente da Academia Brasileira de Ciências, a honra

Nesta noite, exatamente um século do

nascimento dessa inteligência o dêsso

péríodos distintos :

Infância e adolescência — Derby era

Clerceiro filho de John C. Dcrby e Mal-

viha Lindsay Dcrby, modestos sitiantes de Kcllogsvillc, um lugarzinho adorável

no quadro maravilhoso de Finger Lakes, a'algumas dezenas de milhas ao sul do Lago Ontário, quase na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá.

Fêz o

cíirso primário onde nasceu e o ginasial na capital do Estado, Albany. Vida Universitária — Aos 18 anos, em

1869, ingressou Derby na Universidade db Comell, instituto fundado quatro anos

afités por um amigo de Morse, o inven tor do telégrafo, Ezrard Cornell, na ci

dade de Itbaca, na região onde nascera. Orientou-o nos meandros da paleontolo

posição que

O ano

de 1878, passou-o desempregado, por-' que extinta a Comissão, só a 23 de Maio

do 1879 foi nomeado para o Museu, en

tão localizixdo no Campo de Sant*Ana. • Abandona-o, para não mais voltar, aos 39 anos de idade.-

No período, e como funcionário do

Império, foi comissionado, em 1883, pa ra tratar, nos Estados Unidos, da obra

de Charles A. White, Contribuição d Paleontologia do Brasil. Pennaneceu em sua pátria a primeira metade do ano. Em 1890, voltou, outra vez, à terra on

de nascera.

Ao Brasil regressou no

mesmo ano, fazendo escala pela Inglaten-a. Em Agôsto de 1893, e pela últi ma vez, como Chefe da Comissão Geo

lógica do São Paulo, visitou os Estados-í

Unidos. Teodoro Sampaio e Alberto Lofgren, respectivamente, o substituíram

gia e da estratigrafia um professor de 29

durante as duas últimas ausências.

anbs, Charles Frederick Hartt. Em Cornéll, Derby- permaneceu até 1874 como aluno e como professor adjunto de geo logia e zoologia. 'Como aluno, visitou o Brasil pelas fé rias de verão, por duas vêzes, em excur

No período de 15 anos em que tém' sede no Rio, publica 42 trabalhos, dos quais três decorrentes de suas observa ções na Comissão Geológica e os res

tantes como geólogo do Museu. O mellvor de sua mocldade, dos 24 '


"Tt UlilM I.

DiGESTO

26

aos 39 anos, deu ao serviço de geologia

do Império do Brasil.

Geólogo da Província de São Paulo — O Cónselheiro João Alfredo Correia de Oliveira, presidente da Província de São Paulo, fundou a Comissão Geográfica e

Geológica de São Paulo a 27 de Março de 1886. Derby foi escolhido Chefe da Comissão a 7 de Abril do mesmo ano,

mas, so em 1890, se desligou definitiva mente do Museu, para daí por diante e até 24 de Janeiro de 1905, residir na ca

pital paulista. Dos 35 aos 54 anos, dezenove anos

/ dedicados à geologia, geografia, história

ECONÓ^DCO

COS: Baixo Amazonas, Paraná e Bccônca-

zonas seguindo o rio principal, faz tanto

vo Baiano.

idéia da bacia amazônica como uma for

ba-

nhou-sc, leu os jornais do dia, tomou café e vestiu-se. A seguir, armou-se e sacrificou-se.

É extensa, variada c não poucas vêzes profunda a obra científica de Derby. Observou, pesquisou e escreveu sobre

paleontologia, geologia econômica, petrografia, meteorologia, geografia, liist6ria o metalogêne.se. Produziu, ainda,

inúmeros artigos sobre assuntos gerais ou de divulgação. Valem menção alguns pontos altos.

Do seu período universitário, a sua tese de doutoramento "On the Carború-

ferous Brachiopoda of Itaituba, Rio Ta pajós, Province of Pará, Brasil é o estu do dos fósseis que colheu como estudan te em 1871. É grande a importância da caracteriziição dessa fauna pa-

« Serviço de Terras e Minas.

Viação e Obras Públicas do Go-

nista João Martins da Silva Cou-

▼êmo Afonso Pena, iniciado a

tinho, em 1863: Hartt, quando

15 de Novembro de 1906, indica

os viu em 1870, logo reconheceu

Diretor do Serviço Geológico e Mine

ralógico do Brasil — Aos 56 anos, Derby toma posse do derradeiro emprêgo. É reconduzido ao serviço público da União

que abandonara aos 39 anos de idade. Nos últimos 8 anos de vida que o des' tino lhe fêz mercê, vieram a lume uma \intcna de trabalhos. A 12 de Setembro de 1915 publica o

último dêles: Carvão Nacional. Na manhã de 27 de Novembro tudo te acaba; velho, só, ralado de desgostos.

lhões de quilòmelro.s fpiaclr;idos. O que anteriormente se sabia sòbre ;i giíologia

o parentesco dessa fauna com a do Coal measures americano.

Em verdade, nesse

momento, fundou a geologia lústórica do

Brasil, domesticando a selvagem geolo

gia brasileira e amarrando-a a uma co

tôriamcnte a geologia do Brasil, é preci so um reconhecimento de todo o país. O primeiro passo cm uma in\'cstigação ana tômica é formar uma idéia da estrutura

Calcáreo do Chester.

Do seu período como funcionário fe

deral, destacam-se três obras que são'

paradigmas de reconhecimentos geológi-

Mar, rcNvlada por Hartt e seus alunos. selho Nacional do Petróleo, nelas intro

palmente quanto á tctônica c ;\ natureza d;i bacia dc sedimentação, subsliluindo O csquc'm:i geo-sinclinal esboçado no últi

mo quartel do século XIX e consolidado .

geral do animal para, e só depois, cstu-

em expedições posteriores, especialmen te entre 1918 e 1930, pelo esquema do

dar-lhe

fossas transversais acervadas dc sedi

minuciosamente

as

diferentes

sou

mentos.

O reconhecimento geológico do Recônca\(> Baiano é da autoria exclusiva

chefe.

de Derby. Delineou, pela primeira vez,

No trabalho Contribuição para a gcoIngia da região do Baixo Amazonas. Der by aparece como relator das observações feitas pelos componentes das duas cxpe-diç-ões Morgnn, de 1870 e 1871, das pro movidas por Herbert Smilh o das obscrçôes próprias e de Francisco José dc Freitas, subdlrctor da seção dc geologia

a estratigrafia das formações cretáceas

do Museu.

Trata-se, som dúvida, do

grande rio. Complcta-sc, dessa feita, a estratigrafia do paleozólco do Amazonas

System do platô dos Alleghenys, caracte rizando o Carbonífero Superior e apro.\imando o calcáreo do Bom Jardim dt»

llior definir a bacia p:dco7Óica do Rio

duziram alterações substanciais, princi

de braquiópodos, 12 das quais, formas Prendeu, assim, definitivamente, a co luna geológica amazônica ao New York

no Bai.xo Amazonas orientaram todas as

posteriores pesquisas, que bu.scaram me-

te formulou o princípio: — "Antes de se poder estudar satisfa-

primeiro csbôço esclarecedor da geogra

norte-americanas.

nhar por uma candura do fuste." As concepções nascidas dessas viagens

Só mui recentemente as invesligaçõa» gcofsicas-, mandad.is proceder pelo Con

luna padrão universal. Nessa tese, Der

by rigorosamente classifica 27 espécies

miga de uma coluna corínlia, ao cami

do Brasil não forma\'a qriadro, pois não permitia correlação. Decidiu-se Ilartt não se perder em del;ilhcs e textualmen

"Derby executava o programa do

científica deu-a o notável serta-

Bahia publicou cerca de 15 trabalhos.

ma: esboçar os traços gerais da consti tuição geológica de um país de 9 mi

eram anteriormente conhecidos,

mas dêles, a primeira notícia

Nos dois anos que permaneceu na

Chefe da Comissão Geológica do Impé rio, esbarrou com iiin gigante co proble

leozóica. Os fósseis do Tapajós

Na Bahia permanece até que

neiro de 1907.

Hartt, ao cinpossur-se do cargo de

partes." No exercício desses reconhecimentos,

' Miguel Calmon, Ministro da

Derby para Diretor do Serviço Geológi co e Mineralógico do Brasil, recém-criado pelo decreto n. 6.323 de 10 de Ja

27

peu a rotina das primeiras horas:

mais de 60 trabalhos.

; du Pin e Almeida, Derby para 7 lá se transfere para reorganizar

Econômico

decidiu renunciar à vida. Não interrom

e cartografia de São Paulo, publicou Geólogo do Estado da Bahia — A con vite de um jovem Secretário da Agricul tura do Estado da Bahia, Miguel Calmon

Digesto

fia e da geologia da bacia inferior do com as descobertas do devoniano do Máe-Cuni e da fauna fóssil siluriana do rio Trombetas, na cachoeira do ViraMundo e no Outeiro do Cacliorro.

Êsse trabalho, pela revelação que en cerra, é uma demonstração do acerto da

crítica de Hartt à passagem rápida de Agassiz que navegara pelo canal dos grandes barcos: "Quem viaja pelo Ama

da Série Bahia, hoje perfuradas para pro dução de óleo mineral.

Em "A Geologia da Região Diamantí-

fcra da Província do Paraná",

Derby

corretamente distingue, pela primeira ycz, as grandes feições fisiográficas ©

geológicas "dessa parte da antiga capi

tania de São Paulo" para citá-lo'textual mente. Define a Série A'sunguí, e dis tingue o dc\ oniano do Paraná descober

ta por Lutero Wagner. Teve a correta intuição da idade triássíca para os are

nitos vermelhos da Série Botucatu e para

o derrame basáltico do sul do Brasil qu©

denominou de trap agatifenj. Pintou enfim, quadros geológicos em largos tra ços que até hoje permanecem expressi

vos e reais. O subsequente trabalho dos geólogos foi precisar o desenho an terior de Derby, preenchendo as malbaç da grande triangulada que lançou.


"Tt UlilM I.

DiGESTO

26

aos 39 anos, deu ao serviço de geologia

do Império do Brasil.

Geólogo da Província de São Paulo — O Cónselheiro João Alfredo Correia de Oliveira, presidente da Província de São Paulo, fundou a Comissão Geográfica e

Geológica de São Paulo a 27 de Março de 1886. Derby foi escolhido Chefe da Comissão a 7 de Abril do mesmo ano,

mas, so em 1890, se desligou definitiva mente do Museu, para daí por diante e até 24 de Janeiro de 1905, residir na ca

pital paulista. Dos 35 aos 54 anos, dezenove anos

/ dedicados à geologia, geografia, história

ECONÓ^DCO

COS: Baixo Amazonas, Paraná e Bccônca-

zonas seguindo o rio principal, faz tanto

vo Baiano.

idéia da bacia amazônica como uma for

ba-

nhou-sc, leu os jornais do dia, tomou café e vestiu-se. A seguir, armou-se e sacrificou-se.

É extensa, variada c não poucas vêzes profunda a obra científica de Derby. Observou, pesquisou e escreveu sobre

paleontologia, geologia econômica, petrografia, meteorologia, geografia, liist6ria o metalogêne.se. Produziu, ainda,

inúmeros artigos sobre assuntos gerais ou de divulgação. Valem menção alguns pontos altos.

Do seu período universitário, a sua tese de doutoramento "On the Carború-

ferous Brachiopoda of Itaituba, Rio Ta pajós, Province of Pará, Brasil é o estu do dos fósseis que colheu como estudan te em 1871. É grande a importância da caracteriziição dessa fauna pa-

« Serviço de Terras e Minas.

Viação e Obras Públicas do Go-

nista João Martins da Silva Cou-

▼êmo Afonso Pena, iniciado a

tinho, em 1863: Hartt, quando

15 de Novembro de 1906, indica

os viu em 1870, logo reconheceu

Diretor do Serviço Geológico e Mine

ralógico do Brasil — Aos 56 anos, Derby toma posse do derradeiro emprêgo. É reconduzido ao serviço público da União

que abandonara aos 39 anos de idade. Nos últimos 8 anos de vida que o des' tino lhe fêz mercê, vieram a lume uma \intcna de trabalhos. A 12 de Setembro de 1915 publica o

último dêles: Carvão Nacional. Na manhã de 27 de Novembro tudo te acaba; velho, só, ralado de desgostos.

lhões de quilòmelro.s fpiaclr;idos. O que anteriormente se sabia sòbre ;i giíologia

o parentesco dessa fauna com a do Coal measures americano.

Em verdade, nesse

momento, fundou a geologia lústórica do

Brasil, domesticando a selvagem geolo

gia brasileira e amarrando-a a uma co

tôriamcnte a geologia do Brasil, é preci so um reconhecimento de todo o país. O primeiro passo cm uma in\'cstigação ana tômica é formar uma idéia da estrutura

Calcáreo do Chester.

Do seu período como funcionário fe

deral, destacam-se três obras que são'

paradigmas de reconhecimentos geológi-

Mar, rcNvlada por Hartt e seus alunos. selho Nacional do Petróleo, nelas intro

palmente quanto á tctônica c ;\ natureza d;i bacia dc sedimentação, subsliluindo O csquc'm:i geo-sinclinal esboçado no últi

mo quartel do século XIX e consolidado .

geral do animal para, e só depois, cstu-

em expedições posteriores, especialmen te entre 1918 e 1930, pelo esquema do

dar-lhe

fossas transversais acervadas dc sedi

minuciosamente

as

diferentes

sou

mentos.

O reconhecimento geológico do Recônca\(> Baiano é da autoria exclusiva

chefe.

de Derby. Delineou, pela primeira vez,

No trabalho Contribuição para a gcoIngia da região do Baixo Amazonas. Der by aparece como relator das observações feitas pelos componentes das duas cxpe-diç-ões Morgnn, de 1870 e 1871, das pro movidas por Herbert Smilh o das obscrçôes próprias e de Francisco José dc Freitas, subdlrctor da seção dc geologia

a estratigrafia das formações cretáceas

do Museu.

Trata-se, som dúvida, do

grande rio. Complcta-sc, dessa feita, a estratigrafia do paleozólco do Amazonas

System do platô dos Alleghenys, caracte rizando o Carbonífero Superior e apro.\imando o calcáreo do Bom Jardim dt»

llior definir a bacia p:dco7Óica do Rio

duziram alterações substanciais, princi

de braquiópodos, 12 das quais, formas Prendeu, assim, definitivamente, a co luna geológica amazônica ao New York

no Bai.xo Amazonas orientaram todas as

posteriores pesquisas, que bu.scaram me-

te formulou o princípio: — "Antes de se poder estudar satisfa-

primeiro csbôço esclarecedor da geogra

norte-americanas.

nhar por uma candura do fuste." As concepções nascidas dessas viagens

Só mui recentemente as invesligaçõa» gcofsicas-, mandad.is proceder pelo Con

luna padrão universal. Nessa tese, Der

by rigorosamente classifica 27 espécies

miga de uma coluna corínlia, ao cami

do Brasil não forma\'a qriadro, pois não permitia correlação. Decidiu-se Ilartt não se perder em del;ilhcs e textualmen

"Derby executava o programa do

científica deu-a o notável serta-

Bahia publicou cerca de 15 trabalhos.

ma: esboçar os traços gerais da consti tuição geológica de um país de 9 mi

eram anteriormente conhecidos,

mas dêles, a primeira notícia

Nos dois anos que permaneceu na

Chefe da Comissão Geológica do Impé rio, esbarrou com iiin gigante co proble

leozóica. Os fósseis do Tapajós

Na Bahia permanece até que

neiro de 1907.

Hartt, ao cinpossur-se do cargo de

partes." No exercício desses reconhecimentos,

' Miguel Calmon, Ministro da

Derby para Diretor do Serviço Geológi co e Mineralógico do Brasil, recém-criado pelo decreto n. 6.323 de 10 de Ja

27

peu a rotina das primeiras horas:

mais de 60 trabalhos.

; du Pin e Almeida, Derby para 7 lá se transfere para reorganizar

Econômico

decidiu renunciar à vida. Não interrom

e cartografia de São Paulo, publicou Geólogo do Estado da Bahia — A con vite de um jovem Secretário da Agricul tura do Estado da Bahia, Miguel Calmon

Digesto

fia e da geologia da bacia inferior do com as descobertas do devoniano do Máe-Cuni e da fauna fóssil siluriana do rio Trombetas, na cachoeira do ViraMundo e no Outeiro do Cacliorro.

Êsse trabalho, pela revelação que en cerra, é uma demonstração do acerto da

crítica de Hartt à passagem rápida de Agassiz que navegara pelo canal dos grandes barcos: "Quem viaja pelo Ama

da Série Bahia, hoje perfuradas para pro dução de óleo mineral.

Em "A Geologia da Região Diamantí-

fcra da Província do Paraná",

Derby

corretamente distingue, pela primeira ycz, as grandes feições fisiográficas ©

geológicas "dessa parte da antiga capi

tania de São Paulo" para citá-lo'textual mente. Define a Série A'sunguí, e dis tingue o dc\ oniano do Paraná descober

ta por Lutero Wagner. Teve a correta intuição da idade triássíca para os are

nitos vermelhos da Série Botucatu e para

o derrame basáltico do sul do Brasil qu©

denominou de trap agatifenj. Pintou enfim, quadros geológicos em largos tra ços que até hoje permanecem expressi

vos e reais. O subsequente trabalho dos geólogos foi precisar o desenho an terior de Derby, preenchendo as malbaç da grande triangulada que lançou.


■isr Digesto

28

EcoNÓí^aco

Ainda como funcionário imperial, di

tema que o seduziu daí por diante.

retor agora, da 3.^ Seção do Museu, car go anteriormente ocupado por Frederico Leopoldo César de Burlamaqui e Gui-

João da Chapada, no distrito diamanti

'

-Iherme Schuch de Capanema,

Dcrby

.prossegue o programa de reconhecimen to geológico do país, lançado pelo seu .jovem mestre, desaparecido no Rio em 18 de Março de 1878.

O mais importante reconhecimento que fêz foi o do Rio São Francisco (1879). Visitou também Fernando No

no de Minas, identificou a massa branda das lavras do Barro e do Duro com a rocha matriz do diamante.

de Paulo Afonso, hoje em trabalhos de aproveitamento hidrelétrico, descobriu no lugar Moreira, não longe da estação

do Talhado, um mármore serpentinoso

.trabalho de equipe.

Além disso, preparou as coleções paleontológicas da extinta Comissão, para •posterior estudo nos Estados Unidos pe los paleontologistas, White e Clarke, au tores fundamentais da geologia histórica do Brasil. Sua viagem

Mais importantes foram os fósseis qué descobriu no calcáreo da lapa de Bom

a

fauna

que serviu de base à sua tese de douto ramento .

Derby adquire, para o Museu, a pri meira mesa para preparo de lâminas del gadas de rochas, importa o primeiro mi croscópico polarizador, cultivando, daí por diante, a petrografia entre nós. Seus trabalhos sôbre rochas nefelínicas e sôbre meteoritos são frutos da nova técni

ca que aprendeu, correspondendo-se com Rosenbusch, em Heidelberg e depois em contacto com Hussak. Êste aportara ao Brasil em 1888, acompanhando um alu no seu da Universidade de Viena: Jordano Machado. - Derby atraiu-o para o Museu Nacional.

Dessa época são também os estudos sôbre a gênese do diamante brasileiro,

forte

mente sugerem ter êle tomado, com essa

Eozon Canadense, pseudofóssil do cripto-

.decisão, a encruzilhada dc uma via sa cra: porque entre o estrangeiro que sc

Jesus, no Rio São Francisco, corais dos

encarrega da administração dc reparti ções públicas do país c os funcionários naturais da terra, estabclcce-se, aos pou

gêneros Favosites e Chaetetes, que esta

pes, c "cada vez mais intenso, um estado

de tensão insanável, fonte segura dos

beleceram data geológica pre

tas, na escala de um centímetro por qui lômetro que serão topográficas, itinerá ri as, geológicas e agrícolas." Assim txnneçou a administração do

Derby em São Paulo, por onde so infe re <iuc procurou roalizitr no âmbito pro vincial, acjuilo (pie seu Mestre não tinlia conscguidt) lc\ar a cabo no âmbito im perial.

Da antiga Comissão Geológica trouxe o nome para aplicá-lo cm S. Paulo, assim como os princípios de levantamentos -e

rcconliecimenlo estabelecidos por Hartt. ToclaN-ia, enquanto Hartt mal teve três

anos para estabelecer o seu programa, Derby dispôs de 19 para executar o que planejara.

Nesse prazo, realizou obra

duradoura, de extrema importância para

o posterior desenvoKimento do Estado, e portanto para a economia nacional.

Lotou a repartição com os geólogos

ciosa na parte central do país, o

rhaiores constrangimentos morais pixra o

gothlandiano, para o que hóje

chefe do serviço.

Gonzaga de Campos e Francisco de Pau la Oliveira, o Engenheiro Teodoro Sam

.. Eis um trecho esclarecedor dos inoti-

paio, o petrógrafo Eugênio Hussak, o

■ se denomina Série Bambuí.

,yos da criação da Comissão Geográfica de São Paulo, extraído da mensagem do

Nas suas várias campanhas no

do

Carbonífero Superior da Ama zônia, aproveitando as coletas de fósseis subsequentes àquela •

posteriores

famoso

aos Estados Unidos em 1883, descreve

Todavia, os fatos

com impressões que Dawson, de Mont

zóico.

•mesmo

lado, pelo Governo dc São Paulo, para

•donada. Daí por diante, a t)bra indivi dual dc Dcrbv perde profundidade para «ganhar latitude, mas começa a surgir, 'Süb sua orientação, poderoso e magnífico

Paraná.

prende-se a essas coleções. Êle

39

carreira adminislrati\a, nunca mais aban-

No reconhecimento do São Francisco,

depois de corretamente explicar a queda

real, identificou como sendo o

.

■ Digesto Econômico

participar do funcionalismo provincial, .como administrador dc uma rcq-uirtição científica cuja criação íuicutou. Mas, .por quatro anos mais, atcnd<' ao Musc-u. Aos 39 anos, ingn-ssa cf(.'li\ainctilc na

Desde a primeira vez que visitou S.

ronha em 1880, o Rio das Velhas em 1881 e São Paulo em 1884. Reconheceu

•igualmente o Rio Grande, tributário do

T

centro de Minas, Derby não es conde a sua admiração pelo fun dador da geologia do criptozóíco brasileiro, o autor de Pluto Brasiliensü

Presidente

da

Província,

Conselheiro

João Alfredo, à Assembléia Legislativa Provincial, cm 15 de Fevereiro de 1886:

e de Beitrage zur Gebirgeskund Bra-

"Uma das mais urgentes necessidades

siliens :

.da Província é o estudo do seu territó

"Ao tratar da geologia da parte cen tral da província de Minas, devo decla rar a bem da verdade, e em justiça a lun autor que não é tão conhecido no Brasà

rio. Inspirando-mc nesta idéia, convidei o Dr. Or\'ille Derby, diretor da seção

como merece ser, que no que vou expor

dos resultados das próprias observações

feitas por mim, muito pouco há que seja absolutamente novo ou que não fôssè

antecipado'pelo célebre geólogo alemão von Eschwege. O que resta a fazer ná geologia de Minas é, com uma ou outra

ligeira correção, estender e encher õ quadro, cujos traços gerais foram esb<H çados por tão habilitado mestre." * Aos 35 anos de idade, Derby é solici-

«

,de geologia do Museu Nacional, a vir a esta capital c encarreguei-o de formular .um plano naquele sentido." "O plano proposto pelo ilustrado Dr. Derby e que tenho a honra de recomen dar a vossa atenção, é essencialmente o

mesmo que organizara o malogrado Pro

fessor Hartt para os trabalhos da Comis são Geológica do Império e baseia-se nos

métodos desenvolvidos pela experiência

de muitos anos das comissões geográfi-pas e geológicas dos Estados Unidos."

"Contempla êle a organização de car-

botânico Alberto Lofgren e, por último, Horace Williams, principal responsável pela introdução no Brasil dos métodos

americanos de levantamento topográfico.

Guillierme Florence, químico, foi posterionnente admitido.

Em Setembro do ano da fundação £ói lançada a grande exploração do Parana-

panema, buscando ligar São Paulo, por água, ao sistema fluvial do Paraná, as

sim como colher elementos para plane

jar um caminho para Mato Grosso. Após dois anos de trabalho, a Comissão havia

levantado 13.162 quilômetros quadrados

e reconhecido 42.828. A necessidade de

bases geodésicas logo se impôs, assim

como de uma triangulação de 1.^ e dò 2. classe. Duas bases foram sucessiva

mente medidas: Campo Largo de Soro caba e Rio Claro, com 5.771,271m. uma; e 6.668,775, outra.

Em 1899, foram publicadas as duas


■isr Digesto

28

EcoNÓí^aco

Ainda como funcionário imperial, di

tema que o seduziu daí por diante.

retor agora, da 3.^ Seção do Museu, car go anteriormente ocupado por Frederico Leopoldo César de Burlamaqui e Gui-

João da Chapada, no distrito diamanti

'

-Iherme Schuch de Capanema,

Dcrby

.prossegue o programa de reconhecimen to geológico do país, lançado pelo seu .jovem mestre, desaparecido no Rio em 18 de Março de 1878.

O mais importante reconhecimento que fêz foi o do Rio São Francisco (1879). Visitou também Fernando No

no de Minas, identificou a massa branda das lavras do Barro e do Duro com a rocha matriz do diamante.

de Paulo Afonso, hoje em trabalhos de aproveitamento hidrelétrico, descobriu no lugar Moreira, não longe da estação

do Talhado, um mármore serpentinoso

.trabalho de equipe.

Além disso, preparou as coleções paleontológicas da extinta Comissão, para •posterior estudo nos Estados Unidos pe los paleontologistas, White e Clarke, au tores fundamentais da geologia histórica do Brasil. Sua viagem

Mais importantes foram os fósseis qué descobriu no calcáreo da lapa de Bom

a

fauna

que serviu de base à sua tese de douto ramento .

Derby adquire, para o Museu, a pri meira mesa para preparo de lâminas del gadas de rochas, importa o primeiro mi croscópico polarizador, cultivando, daí por diante, a petrografia entre nós. Seus trabalhos sôbre rochas nefelínicas e sôbre meteoritos são frutos da nova técni

ca que aprendeu, correspondendo-se com Rosenbusch, em Heidelberg e depois em contacto com Hussak. Êste aportara ao Brasil em 1888, acompanhando um alu no seu da Universidade de Viena: Jordano Machado. - Derby atraiu-o para o Museu Nacional.

Dessa época são também os estudos sôbre a gênese do diamante brasileiro,

forte

mente sugerem ter êle tomado, com essa

Eozon Canadense, pseudofóssil do cripto-

.decisão, a encruzilhada dc uma via sa cra: porque entre o estrangeiro que sc

Jesus, no Rio São Francisco, corais dos

encarrega da administração dc reparti ções públicas do país c os funcionários naturais da terra, estabclcce-se, aos pou

gêneros Favosites e Chaetetes, que esta

pes, c "cada vez mais intenso, um estado

de tensão insanável, fonte segura dos

beleceram data geológica pre

tas, na escala de um centímetro por qui lômetro que serão topográficas, itinerá ri as, geológicas e agrícolas." Assim txnneçou a administração do

Derby em São Paulo, por onde so infe re <iuc procurou roalizitr no âmbito pro vincial, acjuilo (pie seu Mestre não tinlia conscguidt) lc\ar a cabo no âmbito im perial.

Da antiga Comissão Geológica trouxe o nome para aplicá-lo cm S. Paulo, assim como os princípios de levantamentos -e

rcconliecimenlo estabelecidos por Hartt. ToclaN-ia, enquanto Hartt mal teve três

anos para estabelecer o seu programa, Derby dispôs de 19 para executar o que planejara.

Nesse prazo, realizou obra

duradoura, de extrema importância para

o posterior desenvoKimento do Estado, e portanto para a economia nacional.

Lotou a repartição com os geólogos

ciosa na parte central do país, o

rhaiores constrangimentos morais pixra o

gothlandiano, para o que hóje

chefe do serviço.

Gonzaga de Campos e Francisco de Pau la Oliveira, o Engenheiro Teodoro Sam

.. Eis um trecho esclarecedor dos inoti-

paio, o petrógrafo Eugênio Hussak, o

■ se denomina Série Bambuí.

,yos da criação da Comissão Geográfica de São Paulo, extraído da mensagem do

Nas suas várias campanhas no

do

Carbonífero Superior da Ama zônia, aproveitando as coletas de fósseis subsequentes àquela •

posteriores

famoso

aos Estados Unidos em 1883, descreve

Todavia, os fatos

com impressões que Dawson, de Mont

zóico.

•mesmo

lado, pelo Governo dc São Paulo, para

•donada. Daí por diante, a t)bra indivi dual dc Dcrbv perde profundidade para «ganhar latitude, mas começa a surgir, 'Süb sua orientação, poderoso e magnífico

Paraná.

prende-se a essas coleções. Êle

39

carreira adminislrati\a, nunca mais aban-

No reconhecimento do São Francisco,

depois de corretamente explicar a queda

real, identificou como sendo o

.

■ Digesto Econômico

participar do funcionalismo provincial, .como administrador dc uma rcq-uirtição científica cuja criação íuicutou. Mas, .por quatro anos mais, atcnd<' ao Musc-u. Aos 39 anos, ingn-ssa cf(.'li\ainctilc na

Desde a primeira vez que visitou S.

ronha em 1880, o Rio das Velhas em 1881 e São Paulo em 1884. Reconheceu

•igualmente o Rio Grande, tributário do

T

centro de Minas, Derby não es conde a sua admiração pelo fun dador da geologia do criptozóíco brasileiro, o autor de Pluto Brasiliensü

Presidente

da

Província,

Conselheiro

João Alfredo, à Assembléia Legislativa Provincial, cm 15 de Fevereiro de 1886:

e de Beitrage zur Gebirgeskund Bra-

"Uma das mais urgentes necessidades

siliens :

.da Província é o estudo do seu territó

"Ao tratar da geologia da parte cen tral da província de Minas, devo decla rar a bem da verdade, e em justiça a lun autor que não é tão conhecido no Brasà

rio. Inspirando-mc nesta idéia, convidei o Dr. Or\'ille Derby, diretor da seção

como merece ser, que no que vou expor

dos resultados das próprias observações

feitas por mim, muito pouco há que seja absolutamente novo ou que não fôssè

antecipado'pelo célebre geólogo alemão von Eschwege. O que resta a fazer ná geologia de Minas é, com uma ou outra

ligeira correção, estender e encher õ quadro, cujos traços gerais foram esb<H çados por tão habilitado mestre." * Aos 35 anos de idade, Derby é solici-

«

,de geologia do Museu Nacional, a vir a esta capital c encarreguei-o de formular .um plano naquele sentido." "O plano proposto pelo ilustrado Dr. Derby e que tenho a honra de recomen dar a vossa atenção, é essencialmente o

mesmo que organizara o malogrado Pro

fessor Hartt para os trabalhos da Comis são Geológica do Império e baseia-se nos

métodos desenvolvidos pela experiência

de muitos anos das comissões geográfi-pas e geológicas dos Estados Unidos."

"Contempla êle a organização de car-

botânico Alberto Lofgren e, por último, Horace Williams, principal responsável pela introdução no Brasil dos métodos

americanos de levantamento topográfico.

Guillierme Florence, químico, foi posterionnente admitido.

Em Setembro do ano da fundação £ói lançada a grande exploração do Parana-

panema, buscando ligar São Paulo, por água, ao sistema fluvial do Paraná, as

sim como colher elementos para plane

jar um caminho para Mato Grosso. Após dois anos de trabalho, a Comissão havia

levantado 13.162 quilômetros quadrados

e reconhecido 42.828. A necessidade de

bases geodésicas logo se impôs, assim

como de uma triangulação de 1.^ e dò 2. classe. Duas bases foram sucessiva

mente medidas: Campo Largo de Soro caba e Rio Claro, com 5.771,271m. uma; e 6.668,775, outra.

Em 1899, foram publicadas as duas


H. li ■ijRPpppgç

PIPIII^I -"H.PU 1'." "■

Digesto

ao

EcoNÓAa( a

primeiras fA^has lopoaráfica"? na escala

ramal dn Mogiam, .«•ítuação que ilio pro porcionou excelentes oportunidades de

Santoi} e sucessivamente as de A'ibaia,

exame de afloramentos arlificiai.s frescos,

de 1/100.000: Capital de São Paulo e CaTnp'rui3 e Jundiaí, etc.

Em 1901, es

sas folhas cobriam já 42.880 quilôme tros qii'>drados. isto é, a parte substan cial exigida pela economia do Estado, na época.

Es-a foi a grande contr buição de Derbv e da Comissão que dirigiu ao conhe

cimento

cartográfico de São Paulo e,

portanto, a todo o posterior desenvolvi mento econômico do E«tado.

O trato do problema de reoresentação

"topográfica do Estado de São Paulo trou xe a campo questões de limites com Mi

nas Gerais, quando os trabalhos atingi ram as fronteiras desse Estado.

Eis porque Derby fêz muitas pesqui sas históricas sobre as divisas entre São Paulo e Minas e escreveu vários traba-

•Ihos sobre o assunto, acabando por fir

que lhe permitiram lançar luz nova sAbre a gênese e natureza dessas rochas, tipos diversos c correlação dê.sscs tipos.

Sua preocupação por cias permane ceu ativa por mais de 15 anos, a partir

de 1880.

A profundidade de pensa

Em São Paulo, poIíu-se, de tal maneira,

31

®ÍdO de organizar c de tazer publicar, no boiutini üü Museu Paracii.se, hoje Museu

1908, início do go\êmo do Conselheiro

Afonso Pena, Calmon tomou posso do

de Machira e í ajuri, assim como subru o

e Obras Públicas. Dois meses depois es

rio Trombetas, dando cabal desempenho

tava criado o Scrciço Gco/dgico c Mine-

aos compromissos Marlt moribundo.

nilógico do Brasil, Derby como Diretor. Uma \'cz mais, o discípulo*aniado de

que

assumira

com

A partir do ano de 1902 eomi-çaram a surgir rgir críticas, nos meios técnicos de Suo

petrografica, do conceito de consangüi

nidade de rochas erupüvas, tendo em vista as rehtções microscópicas e de cam po que descobriu entre nefclina-sienitos, fonolitos, basaltos e jacupirangiiitos. Es ses estudos foram mencionados no rela lasíon, estabelecido em honra do desco

dução Mineral: a 15 de Novembro de

Corai.ssão Ilarlt, rclati\os a pesquisas na Ilha de Marajó, Ilio Mãe-Curu, Serras

trabalho On nepheUne rocks in Brazil publicado pelo Quarterhj Jotimal da Lnndon Geological Societtj. As conseqüências científicas dêsses es tudos foram grandes. Provàvelmenle a maior delas foi a introdução, na ciência

do aUial Departamento Nacional da Pro

tocldl, os restantes trabalhos inéditos da

mento que atingiu nesse setor ressalta no

tório que lhe concedeu o prêmio Wol-

mar-se autoridade nesse setor.

| 1 I|>PP

Digesto Econômico

Paulo, sòbrc os métodos de levantamen

to cartográfico aplicado.s pela Comissão Geográfica e Geológica, amplamente re futadas pelo seu Cíiefe. Todavia, o govômo estadual mostrou-se abalado.

Em

fins dc 1904 encorajou um movimento

de reestruturação da repartição à reve lia do Chefe, movimento que colimaN'a

entregar a direção a um nacional e atri buir a Derby a posição do pesquisador

cargo de Ministro de Estado da Viação

monstrou fidelidade ao Mcslro;

a nova

organização foi a mera ressurreição, trin

ta anos depoi.s, daquela mesma Comiisoo

Geológica c Mineralógica do Império. Foi a rep irtição lotada com ülguiis

técnicos da Comissão Geológica de São Paulo, que pressurosos ncudiram ao cham.imento de Derby: Eugênio Hussak 'e Luís Felipe Conzíiga dc Campos; cloia elementos do Museu Nacional:

Cícero

dc Campos c Carlos Moreira; além d© engenheiros da Comissão do Carvão de

e consultor na nova organizjição. A 20

I. C. Whltc:- Benedito José dos Santot

de Janeiro de 1905 Derby livrou-se do

c os dois Oliveiras, Francisco c Euzébio.

constrangimento com a seguinte carta a

essa facêta de sua cultura, que se verifi

bridor do paládio e do ródio, o químico

Carlos Botelho, Secrctilrio da Agricul

cou o curioso fato de um estrangeiro co

e fí.sico inglês William Hyde Wollaston,

tura :

mo Derbv dedicar-se a assuntos da his

morto em 1828.

"Cidadão.

Um jovem geólogo dc cultura francesa completou o staff: Alberto Betim Pais Leme.

Instalado no número 54 da Rua da

Tenho a honra de pedir-vos exonera

Quitanda, o Serviço reviveu, por algum

tita de Ipanema e de Jacupiranga. Em 1891 Derby alertava o Presidente

ção do cargo de chefe da Comissão Geo gráfica e Geológica. Saúde e fraternida de. Orvillc Derby."

tempo, os dias brilhantes da Comissão Imperial. O programa foi o mesmo: "re

to André.

do Estado de São Paulo, Américo Brasilien e de Almeida e Melo: "Há bem fun

foi contratado pela Secretaria de Agri

de Hartt.

- Derby escrevera certa vez serem des conhecidos, entre nós, vestígios autênti

dados motivos para se acreditar que as

cultura do Estado da Bahia, a cargo do

jazidas de Ipanema podem servir de ba

cos de vulcões extintos.

se a uma indústria que seria lucrativa

meida. Derby interrompeu assim, e por

para os empresários e de vantagens in calculáveis para a lavoura brasileira. Ho je, fertilizimtes fosfatados são corrente mente produzidos em quantidade indus

dois anos, a sua carreira administrativa

John Casper Branncr, colega de Der by em Comell e na Comissão, prestou serviços à nova organização, completan do o reconhecimento geológico da Bahia

tória local, inteiramente desafogados da

mais remota relação com os problemas

geográficos e geológicos. Um dos traba lhos históricos, por exemplo, teih por tí tulo: João Ramalho, Alcaide-mor de San

Suas observa

ções sobre rochas nefelínícas, desde a

viagem a Fernando Noronha, levaramno a retificar opinião e determinar-lhe o •subsequente interesse pela petrografia.

São conseqüências práticas dêsses es

tudos as jazidas de apatita e de magne»-

Essa ordem de idéias conduziu-O a inves

trial como matéria-prima proveniente dêsses depósitos."

alcalinas: Cabo Frio, Tinguá, Poços de

Antes de encerrar o relato dos princi pais episódios da longa e frutífera passa gem de Derby em São Paulo, importa

tigações sübrc outros centros de rochas Caldas, Ipanema e Jacupiranga.

Co

nheceu o centro vulcânico de Poços

de Caldas por ocasião da construção do

acentuar que, em 1897 e 1898, teve ocar-

Abandonando São Paulo para sempre,

Engenheiro Miguel Calmon du Pin e Al para servir a Bahia como geólogo. Vol tou ao campo com 54 anos dc idade, to mando como assistente Alfcu Diniz Gon

çalves. Estudou as lavras diamantinas,

o manganês de Nazaré e precisou o qua dro das formações geológicas do territó

conhecer geològicamente o país para de finir os músculos do gigante", na frasa

6 de Alagoas. Roderick Crandall foi seu assistente, assim como Horace Williama,

o topógrafo da Comissão Paulista que su cedeu a Teodoro Sampaio. Arrojado Lisboa, indicado para a Co missão Schnoor, que reconheceu o tra

rio baiano.

çado da E.

, Foi decisiva a ligação de Derby e Cal mon naquilo que concerne á fundação

primeiros geólogos mandados para o ex

F.

Noroeste, foi um dos

tremo ocidente do Brasil, escrevendo o


H. li ■ijRPpppgç

PIPIII^I -"H.PU 1'." "■

Digesto

ao

EcoNÓAa( a

primeiras fA^has lopoaráfica"? na escala

ramal dn Mogiam, .«•ítuação que ilio pro porcionou excelentes oportunidades de

Santoi} e sucessivamente as de A'ibaia,

exame de afloramentos arlificiai.s frescos,

de 1/100.000: Capital de São Paulo e CaTnp'rui3 e Jundiaí, etc.

Em 1901, es

sas folhas cobriam já 42.880 quilôme tros qii'>drados. isto é, a parte substan cial exigida pela economia do Estado, na época.

Es-a foi a grande contr buição de Derbv e da Comissão que dirigiu ao conhe

cimento

cartográfico de São Paulo e,

portanto, a todo o posterior desenvolvi mento econômico do E«tado.

O trato do problema de reoresentação

"topográfica do Estado de São Paulo trou xe a campo questões de limites com Mi

nas Gerais, quando os trabalhos atingi ram as fronteiras desse Estado.

Eis porque Derby fêz muitas pesqui sas históricas sobre as divisas entre São Paulo e Minas e escreveu vários traba-

•Ihos sobre o assunto, acabando por fir

que lhe permitiram lançar luz nova sAbre a gênese e natureza dessas rochas, tipos diversos c correlação dê.sscs tipos.

Sua preocupação por cias permane ceu ativa por mais de 15 anos, a partir

de 1880.

A profundidade de pensa

Em São Paulo, poIíu-se, de tal maneira,

31

®ÍdO de organizar c de tazer publicar, no boiutini üü Museu Paracii.se, hoje Museu

1908, início do go\êmo do Conselheiro

Afonso Pena, Calmon tomou posso do

de Machira e í ajuri, assim como subru o

e Obras Públicas. Dois meses depois es

rio Trombetas, dando cabal desempenho

tava criado o Scrciço Gco/dgico c Mine-

aos compromissos Marlt moribundo.

nilógico do Brasil, Derby como Diretor. Uma \'cz mais, o discípulo*aniado de

que

assumira

com

A partir do ano de 1902 eomi-çaram a surgir rgir críticas, nos meios técnicos de Suo

petrografica, do conceito de consangüi

nidade de rochas erupüvas, tendo em vista as rehtções microscópicas e de cam po que descobriu entre nefclina-sienitos, fonolitos, basaltos e jacupirangiiitos. Es ses estudos foram mencionados no rela lasíon, estabelecido em honra do desco

dução Mineral: a 15 de Novembro de

Corai.ssão Ilarlt, rclati\os a pesquisas na Ilha de Marajó, Ilio Mãe-Curu, Serras

trabalho On nepheUne rocks in Brazil publicado pelo Quarterhj Jotimal da Lnndon Geological Societtj. As conseqüências científicas dêsses es tudos foram grandes. Provàvelmenle a maior delas foi a introdução, na ciência

do aUial Departamento Nacional da Pro

tocldl, os restantes trabalhos inéditos da

mento que atingiu nesse setor ressalta no

tório que lhe concedeu o prêmio Wol-

mar-se autoridade nesse setor.

| 1 I|>PP

Digesto Econômico

Paulo, sòbrc os métodos de levantamen

to cartográfico aplicado.s pela Comissão Geográfica e Geológica, amplamente re futadas pelo seu Cíiefe. Todavia, o govômo estadual mostrou-se abalado.

Em

fins dc 1904 encorajou um movimento

de reestruturação da repartição à reve lia do Chefe, movimento que colimaN'a

entregar a direção a um nacional e atri buir a Derby a posição do pesquisador

cargo de Ministro de Estado da Viação

monstrou fidelidade ao Mcslro;

a nova

organização foi a mera ressurreição, trin

ta anos depoi.s, daquela mesma Comiisoo

Geológica c Mineralógica do Império. Foi a rep irtição lotada com ülguiis

técnicos da Comissão Geológica de São Paulo, que pressurosos ncudiram ao cham.imento de Derby: Eugênio Hussak 'e Luís Felipe Conzíiga dc Campos; cloia elementos do Museu Nacional:

Cícero

dc Campos c Carlos Moreira; além d© engenheiros da Comissão do Carvão de

e consultor na nova organizjição. A 20

I. C. Whltc:- Benedito José dos Santot

de Janeiro de 1905 Derby livrou-se do

c os dois Oliveiras, Francisco c Euzébio.

constrangimento com a seguinte carta a

essa facêta de sua cultura, que se verifi

bridor do paládio e do ródio, o químico

Carlos Botelho, Secrctilrio da Agricul

cou o curioso fato de um estrangeiro co

e fí.sico inglês William Hyde Wollaston,

tura :

mo Derbv dedicar-se a assuntos da his

morto em 1828.

"Cidadão.

Um jovem geólogo dc cultura francesa completou o staff: Alberto Betim Pais Leme.

Instalado no número 54 da Rua da

Tenho a honra de pedir-vos exonera

Quitanda, o Serviço reviveu, por algum

tita de Ipanema e de Jacupiranga. Em 1891 Derby alertava o Presidente

ção do cargo de chefe da Comissão Geo gráfica e Geológica. Saúde e fraternida de. Orvillc Derby."

tempo, os dias brilhantes da Comissão Imperial. O programa foi o mesmo: "re

to André.

do Estado de São Paulo, Américo Brasilien e de Almeida e Melo: "Há bem fun

foi contratado pela Secretaria de Agri

de Hartt.

- Derby escrevera certa vez serem des conhecidos, entre nós, vestígios autênti

dados motivos para se acreditar que as

cultura do Estado da Bahia, a cargo do

jazidas de Ipanema podem servir de ba

cos de vulcões extintos.

se a uma indústria que seria lucrativa

meida. Derby interrompeu assim, e por

para os empresários e de vantagens in calculáveis para a lavoura brasileira. Ho je, fertilizimtes fosfatados são corrente mente produzidos em quantidade indus

dois anos, a sua carreira administrativa

John Casper Branncr, colega de Der by em Comell e na Comissão, prestou serviços à nova organização, completan do o reconhecimento geológico da Bahia

tória local, inteiramente desafogados da

mais remota relação com os problemas

geográficos e geológicos. Um dos traba lhos históricos, por exemplo, teih por tí tulo: João Ramalho, Alcaide-mor de San

Suas observa

ções sobre rochas nefelínícas, desde a

viagem a Fernando Noronha, levaramno a retificar opinião e determinar-lhe o •subsequente interesse pela petrografia.

São conseqüências práticas dêsses es

tudos as jazidas de apatita e de magne»-

Essa ordem de idéias conduziu-O a inves

trial como matéria-prima proveniente dêsses depósitos."

alcalinas: Cabo Frio, Tinguá, Poços de

Antes de encerrar o relato dos princi pais episódios da longa e frutífera passa gem de Derby em São Paulo, importa

tigações sübrc outros centros de rochas Caldas, Ipanema e Jacupiranga.

Co

nheceu o centro vulcânico de Poços

de Caldas por ocasião da construção do

acentuar que, em 1897 e 1898, teve ocar-

Abandonando São Paulo para sempre,

Engenheiro Miguel Calmon du Pin e Al para servir a Bahia como geólogo. Vol tou ao campo com 54 anos dc idade, to mando como assistente Alfcu Diniz Gon

çalves. Estudou as lavras diamantinas,

o manganês de Nazaré e precisou o qua dro das formações geológicas do territó

conhecer geològicamente o país para de finir os músculos do gigante", na frasa

6 de Alagoas. Roderick Crandall foi seu assistente, assim como Horace Williama,

o topógrafo da Comissão Paulista que su cedeu a Teodoro Sampaio. Arrojado Lisboa, indicado para a Co missão Schnoor, que reconheceu o tra

rio baiano.

çado da E.

, Foi decisiva a ligação de Derby e Cal mon naquilo que concerne á fundação

primeiros geólogos mandados para o ex

F.

Noroeste, foi um dos

tremo ocidente do Brasil, escrevendo o


Dicesto Econômico

Digesto Econóndco

í

seu famoso relatório: Oeste de São Pau-

¥' Io e Sul de Mato Grosso, vazado nas

Pcrmilo-me breve

Vencido aquêle, dominou-o, sem dúvi

33

comentário

sôbro

dois pontos:

da, a ansiedade da última hora e desfila-'

O estado atual dos conhecimentos geo

ram-ilie pela memória, velozes c fugi

\

mesmas linhas dos grandes trabalhos de

X

Hartt e de Derby que caracterizam o ele-

dias, as cenas emocionantes da c.xistên-

lógicos do Brasil essencialmente resulta

'f

vtido padrão das obras sobre reconhecimento geológico entre nos, no ultimo

cia prestes a dei-var de ser, cavalgata de

da influência direta ou indireta, próxima

recordações, atropelando-sc na clarinada

ou remota, de três universidades: Frei-

do derradeiro instante: a fazenda pater na, Kellogsville, Albany, Cornell, Hartt: êle mesmo, jovem Derby, buscando fós

berg, para a geologia do centro do Mi nas; Cornell, para a geologia histórica

seis nas praias de Pernambuco; cortando

ção natural dos rumos assentados por

quartel do Século XIX;

^ Gonzaga de Campos empreendeu o V - estudo das jazidas de minério de ferro do Centro de Minas e preparou os relató rios básicos para a elaboração da famosa cbinunicaçáo de Derby ao Interruitional.

Geological Congress de Estocolmo, ém 1910, quando o mimdo, atônito, teve ciência de que o Brasil detinha a parte

• t: '

substancial da reserva mundial de miné rios dêsse metal.

'V

, A 12 de Agòsto de 1909, Dec. 7.501, O; Serviço Geológico foi transferido para

do Brasil; c Ouro Preto, como continua

as águas límpidas do Tapajós, tangido pelo pulso vigoroso do caboclo grudado no remo; forcejando com os índios para' remontar as montarias sobre as corredei

ras do Trombetas; varejando, de arrepio,

i A 20 de- Janeiro de 1915, em plena •guerra, que surpreende a economia bra sileira inteiramente despreparada para i, sobreviver sem o concurso de importa' ções, João Pandiá Calógeras, Ministro

O segundo ponto refere-se à atitude do nacional das áreas retardadas cm re

lação ao estrangeiro: encerra tanto ina-

da Chapada, ou assentando reviver a

dada ao contrôle do alienígena, quanto

ralógico do Brasil, sonho da juventude,

r

No limiar da fatalidade correram-lhe, por certo, grossas e mornas, pela face

pessoal e de verbas do Serviço Geoló'

cante.

Bahia, bateando cascalho nas grimpas'

y - da - Agricultura do Presidente Wenceslau, não pôde impedir que o decreto n. 11.488 determinasse severa redução de

Hartt,

universidades, este seria exemplo mar

leflcío o abandono de uma área retar

Comissão Geológica na fidalga mansão dos Calmon no Salvador; finalmente, inaugurando o Serviço Geológico e Mine-

o afastamento jacobino de seu concurso. É certo que as ruas brasileiras estão re pletas de xenófobos, mas quantos dentre ôles poderão se orgulhar de uma fòlha

realizado na idade madura.

ficou flutuando entre os destroços da

Cojnissão Geológica do Inípcrio. Quando Lucy Hartt, a viúva do fun dador da geologia histórica do Brasil, ta

tres dessa cultura. Sc necessário fôsso demonstrar a incrível fecundidadc das

teia à garupa, sob a copada dos pinhei ros do Paraná; êle mesmo, Derby, nome ^ o-Ministério da Agricultura. Foi suces- feito; em São Paulo, dirigindo, orientan-' ^ siyamente reorganizado, nesse Ministé-' do e animando aquêle punhado de gente^ rio, a 9. de Novembro de 1910 e a 18 que cartografou o território, ou discre-' j dp Dezembro de 1911. teando nos serões dos Prado; depois, na

sòbre acjuèlc pioneiro da geologia nacio nal e pretendo finalizá-la com as pala\Tas de uma mulher que, desesperada,

do subsolo brasileiro, significa a primei

Derby e Branner foram os canais mes

do léguas infindáveis, o martelo e a ba-'

me da AcxidcMiiia, com a alma rcclinada

achou-se de \oIta nos Estados Unidos,

técnica dc origem americana.

burro, as montanhas de Minas; montan-'

que foi lida ? Encerro esta oração, proferida cm no

aquelas fontes de cultura. A influencia capital de Cornell, na história do aproveitamento dos recursos

ra aplicação, no Brasil, dc assistência

o São Francisco; cruzando, a lombo de'

de scnàços ao próprio país, como essa

ao governo brasileiro escreveu uma car em

francês,

onde

E, assim, recaímos naquela mesma fa tal manhã de 27 de Novembro de 1915.

^

vesse êle se enamorado do Brasil.

Entretanto, encerra a missiva com um

ardente voto que formula, na ânsia do um consolo.

O pensamento voltado para a memó

ria do Orville Derby, fiel discípulo do marido dc Lucy Hartt, cabe-nos recitar, do fundo do coração, as mesmas pala vras de supremo desejo: "J cspòre que Tavenir du Brésil puisse devenir si bríllant que je puisse sen tir que tout sen travail et son amour pour lui etait bien et sagement placé."

Por quantas vêzes não terá circunva-

aninharem no canto da bôca para salgá- Ia, uma vez mais, como salgado lhe fôra, tantas vêzes, o pão na terra alheia. A vida de Derby desperta comentá

' ■' gado o olhar por aquêle quarto do Ho-

rios, encerra ensinamentos, provoca re- •

tel dos Estrangeiros, seu lar dos últimos

^

oito anos, para rever ainda, os livros, pa-

fléxões e implica cni diretrizes que im porta considerar para que o Brasil pros- *

Ç

péis, rochas e fósseis, enquanto, no íntimo, rugia a batalha entre o instinto de ficar e o impulso de partir ?

siga, inteligentemente aproveitando a própria experiência em busca de melhor trem de vida para o residente.

;

.'.•

cir

especulava sobre o seu futuro, não ti

giço. A 8 de Julho de 1915 toma posse" desfigurada, as derradeiras lágrimas, de o último Ministro da Agricultura sob o capitulação ante o desamparo, permean qual Derby. serviu por alguns meses: Jo do lentas entre os fios da barba, até se sé Rufino Bezerra Cavalcante.

reconstituía

cunstâncias da vida dc Charles Hartt e

ii.iitfVittfftAÉtfliteftwifciiinii

(inf- ' ■


Dicesto Econômico

Digesto Econóndco

í

seu famoso relatório: Oeste de São Pau-

¥' Io e Sul de Mato Grosso, vazado nas

Pcrmilo-me breve

Vencido aquêle, dominou-o, sem dúvi

33

comentário

sôbro

dois pontos:

da, a ansiedade da última hora e desfila-'

O estado atual dos conhecimentos geo

ram-ilie pela memória, velozes c fugi

\

mesmas linhas dos grandes trabalhos de

X

Hartt e de Derby que caracterizam o ele-

dias, as cenas emocionantes da c.xistên-

lógicos do Brasil essencialmente resulta

'f

vtido padrão das obras sobre reconhecimento geológico entre nos, no ultimo

cia prestes a dei-var de ser, cavalgata de

da influência direta ou indireta, próxima

recordações, atropelando-sc na clarinada

ou remota, de três universidades: Frei-

do derradeiro instante: a fazenda pater na, Kellogsville, Albany, Cornell, Hartt: êle mesmo, jovem Derby, buscando fós

berg, para a geologia do centro do Mi nas; Cornell, para a geologia histórica

seis nas praias de Pernambuco; cortando

ção natural dos rumos assentados por

quartel do Século XIX;

^ Gonzaga de Campos empreendeu o V - estudo das jazidas de minério de ferro do Centro de Minas e preparou os relató rios básicos para a elaboração da famosa cbinunicaçáo de Derby ao Interruitional.

Geological Congress de Estocolmo, ém 1910, quando o mimdo, atônito, teve ciência de que o Brasil detinha a parte

• t: '

substancial da reserva mundial de miné rios dêsse metal.

'V

, A 12 de Agòsto de 1909, Dec. 7.501, O; Serviço Geológico foi transferido para

do Brasil; c Ouro Preto, como continua

as águas límpidas do Tapajós, tangido pelo pulso vigoroso do caboclo grudado no remo; forcejando com os índios para' remontar as montarias sobre as corredei

ras do Trombetas; varejando, de arrepio,

i A 20 de- Janeiro de 1915, em plena •guerra, que surpreende a economia bra sileira inteiramente despreparada para i, sobreviver sem o concurso de importa' ções, João Pandiá Calógeras, Ministro

O segundo ponto refere-se à atitude do nacional das áreas retardadas cm re

lação ao estrangeiro: encerra tanto ina-

da Chapada, ou assentando reviver a

dada ao contrôle do alienígena, quanto

ralógico do Brasil, sonho da juventude,

r

No limiar da fatalidade correram-lhe, por certo, grossas e mornas, pela face

pessoal e de verbas do Serviço Geoló'

cante.

Bahia, bateando cascalho nas grimpas'

y - da - Agricultura do Presidente Wenceslau, não pôde impedir que o decreto n. 11.488 determinasse severa redução de

Hartt,

universidades, este seria exemplo mar

leflcío o abandono de uma área retar

Comissão Geológica na fidalga mansão dos Calmon no Salvador; finalmente, inaugurando o Serviço Geológico e Mine-

o afastamento jacobino de seu concurso. É certo que as ruas brasileiras estão re pletas de xenófobos, mas quantos dentre ôles poderão se orgulhar de uma fòlha

realizado na idade madura.

ficou flutuando entre os destroços da

Cojnissão Geológica do Inípcrio. Quando Lucy Hartt, a viúva do fun dador da geologia histórica do Brasil, ta

tres dessa cultura. Sc necessário fôsso demonstrar a incrível fecundidadc das

teia à garupa, sob a copada dos pinhei ros do Paraná; êle mesmo, Derby, nome ^ o-Ministério da Agricultura. Foi suces- feito; em São Paulo, dirigindo, orientan-' ^ siyamente reorganizado, nesse Ministé-' do e animando aquêle punhado de gente^ rio, a 9. de Novembro de 1910 e a 18 que cartografou o território, ou discre-' j dp Dezembro de 1911. teando nos serões dos Prado; depois, na

sòbre acjuèlc pioneiro da geologia nacio nal e pretendo finalizá-la com as pala\Tas de uma mulher que, desesperada,

do subsolo brasileiro, significa a primei

Derby e Branner foram os canais mes

do léguas infindáveis, o martelo e a ba-'

me da AcxidcMiiia, com a alma rcclinada

achou-se de \oIta nos Estados Unidos,

técnica dc origem americana.

burro, as montanhas de Minas; montan-'

que foi lida ? Encerro esta oração, proferida cm no

aquelas fontes de cultura. A influencia capital de Cornell, na história do aproveitamento dos recursos

ra aplicação, no Brasil, dc assistência

o São Francisco; cruzando, a lombo de'

de scnàços ao próprio país, como essa

ao governo brasileiro escreveu uma car em

francês,

onde

E, assim, recaímos naquela mesma fa tal manhã de 27 de Novembro de 1915.

^

vesse êle se enamorado do Brasil.

Entretanto, encerra a missiva com um

ardente voto que formula, na ânsia do um consolo.

O pensamento voltado para a memó

ria do Orville Derby, fiel discípulo do marido dc Lucy Hartt, cabe-nos recitar, do fundo do coração, as mesmas pala vras de supremo desejo: "J cspòre que Tavenir du Brésil puisse devenir si bríllant que je puisse sen tir que tout sen travail et son amour pour lui etait bien et sagement placé."

Por quantas vêzes não terá circunva-

aninharem no canto da bôca para salgá- Ia, uma vez mais, como salgado lhe fôra, tantas vêzes, o pão na terra alheia. A vida de Derby desperta comentá

' ■' gado o olhar por aquêle quarto do Ho-

rios, encerra ensinamentos, provoca re- •

tel dos Estrangeiros, seu lar dos últimos

^

oito anos, para rever ainda, os livros, pa-

fléxões e implica cni diretrizes que im porta considerar para que o Brasil pros- *

Ç

péis, rochas e fósseis, enquanto, no íntimo, rugia a batalha entre o instinto de ficar e o impulso de partir ?

siga, inteligentemente aproveitando a própria experiência em busca de melhor trem de vida para o residente.

;

.'.•

cir

especulava sobre o seu futuro, não ti

giço. A 8 de Julho de 1915 toma posse" desfigurada, as derradeiras lágrimas, de o último Ministro da Agricultura sob o capitulação ante o desamparo, permean qual Derby. serviu por alguns meses: Jo do lentas entre os fios da barba, até se sé Rufino Bezerra Cavalcante.

reconstituía

cunstâncias da vida dc Charles Hartt e

ii.iitfVittfftAÉtfliteftwifciiinii

(inf- ' ■


Dicesto Econômico

participação no lucro das empresas

f

Aldo M. Azevedo 'yákiS^i'^

A^s quinze gerações que historiam o passado do Brasil civilizado não conseguiram fixar uma tradi

los por hora; nesse tempo o tijolo

ção homogênea de amor ao trabalho.

media 25 cm x 12 cm x 6cm.

mente, o pedreiro com um servente

as

mais diversificadas formas

Atual

de aventuras dominando as ativida

não assenta mais do que 40 tijolos

des do homem brasileiro, coloridas segundo suas raízes hereditárias,

em uma hora de ti-abalho, e os tijo

aclimatadas às condições mesológi-

5 cm. .. Como explicar esse retro

cas e evoluídas ao ritmo do progres so técnico, de modo a oferecer ao

cesso ?

observador hodierno as mais esqui

sitas variações, como o vidro mágico de um caleidoscópio. Junte-se à com plexidade de origem e de tradição dessa massa humana, a amenidade do

clima, pouco propício à parcimônia; a quase ausência de calamidades te

lúricas e atmosféricas; para nada

dizer da imensa extensão territorial,

los medem somente 23 cm x 11 cm x

Há várias causas, algumas das quais ligadas ao problema educacio nal. Mas, do ponto de vista prático, poderíamos concentrar algumas das

principais causas em uma palavra: — desinteresse. Realmente, o tra balhador brasileiro perdeu nos últi

1

lhador direitos e regalias que antes

não possuíam ou que, na melhor das hipóteses, eram-lhe concedidos pelo

O problema educacional não se re solve em uma só geração. E' pre

uma contínua procura de mão-de-obra

ciso uma continuidade de três gera

e propiciou a formação de grandes empresas, cujos diretores ficam cada

ções, muita persistência e um am

vez mais afastados e desconhecidos dos obreiros; 3.o — a inflação crôni

formar um grande núcleo de homens

ca da moeda.

ponsabilidades sócias. Mas, por outro

Outras causas mais particulariza-

das poderiam ainda ser indicadas, como a falta de tradição profissional de pai para filho, as constantes mu

danças de emprego e o início da car

moral.

ou na cidade.

Havia então um "es-

Evidentemente nin

prit de corps" vivo, uma integração de esforços e de vontades, que asse

guém está em condi

ros povoadores — e teremos os fato

reu nos últimos vinte e cinco anos, a economia brasileira viu reduzir-se,

do cumprimento do dever. . . Enfim,

em todos os seus setores de produção,

nos tempos dos nossos avós todos

produção, ambos considerados fenô

tinham a exata noção da obrigação,

lar do Brasil, é possí

vel atenuar-lhe os maus efeitos, es

pecialmente aquêles que têm a ver com a eficiência do trabalho e da

suas

obrigações

e

res

dos trabalhadores nos lucros das em

presas, regalia que já consta da no va Constituição Bra

sileira e que depende apenas de regulamen tação. Nos

Estados

Uni

dos, nação cujas con

dições muito diferem das nossas não obs tante as grandes se

melhanças estruturais,

trabalhista que empol ga o mundo de hoje. Mas, no caso particu

da legislação trabalhista, o que ocor

Com a introdução de uma avança

de

lado, há um meio de alcançar fácil e rapidamente aquele "esprit de corps" perdido: — é a participação

ções de contrapor um obstáculo à corrente

to raramente precisavam ser fis cais. .. Os auxiliares, desde os mais graduados até os de postos ínfimos,

res explicativos da situação.

cônscios

tenra, antes da com

o prendia ao trabalho, seja na roça

des^ um estímulo contínuo. Os diri gentes eram apenas dirigentes e mui

biente de edificantes exemplos para

reira em idade muito

pleta formação física, fisiológica, mental e

guravam em quase todas as ativida

equiparar o padrão de vida de ambos os países.

que possibilita sempre uma daquelas

conquista e antigos hábitos predató rios aqui introduzidos pelos primei

está que o brasileiro tem maiores encargos e que, portanto, deveria ter mais elevada produtividade a fim de

rápida industrialização brasileira (es pecialmente cm São Paulo), que criou

rações, o interêsse que antigamente

mos tempos, digamos nas últimas ge

mantém- apenas 2,2 pessoas — claro

patronato espontaneamente; 2.o — a

famosas "marchas para o Oeste" des povoado e virgem; e o espírito de

foi organizada há al guns anos atrás uma associação intitulada

" Councíl of profit sharing indus tries", cujos objetivos, segundos os estatutos, são os seguintes:

"a) — Promover a introdução da Participação nos Lucros, como meio importante de preservar o sistema

Tanto

"faziam força" de verdade e não era

menos sociais que asseguram a ri

nos trabalhos agrícolas, como nas indústrias, nos transportes e nos ser

necessário estar empurrando a cada um, ou chamando freqüentemente a

drão de vida das respectivas popu

americano da livre empresa;

viços públicos, é visível a redução da

atenção para o serviço. . . Por que êsse desinterêsse e essa tão radical mudança de atitudes ?

lações. Se a distribuição da popula ção do Brasil, examinada por grupos

to e mútua confiança entre os em

de idades, mostra que cada indivíduo que trabalha tem de sustentar 3,3 pessoas — enquanto que nos Esta

pregadores e empregados, mediante o desenvolvimento e introdução dos

princípios da Participação nos Lu

dos Unidos cada homem produtivo

cros;

à produtividade específica.

produtividade. Entretanto, a despei to da evidência do fato, não possuí A

Três causas imediatas podem ser

■única informação mais positiva é

apontadas para o caso brasileiro: l.o

mos dados objetivos a respeito.

íi. ,-

a seguinte; — em 1925, um pedreiro com um servente assentava 100 tijo

— a legislação trabalhista, que ofe receu "repentinamente" ao traba

queza das nações e determinam o pa

b) — Promover o bom entendimen


Dicesto Econômico

participação no lucro das empresas

f

Aldo M. Azevedo 'yákiS^i'^

A^s quinze gerações que historiam o passado do Brasil civilizado não conseguiram fixar uma tradi

los por hora; nesse tempo o tijolo

ção homogênea de amor ao trabalho.

media 25 cm x 12 cm x 6cm.

mente, o pedreiro com um servente

as

mais diversificadas formas

Atual

de aventuras dominando as ativida

não assenta mais do que 40 tijolos

des do homem brasileiro, coloridas segundo suas raízes hereditárias,

em uma hora de ti-abalho, e os tijo

aclimatadas às condições mesológi-

5 cm. .. Como explicar esse retro

cas e evoluídas ao ritmo do progres so técnico, de modo a oferecer ao

cesso ?

observador hodierno as mais esqui

sitas variações, como o vidro mágico de um caleidoscópio. Junte-se à com plexidade de origem e de tradição dessa massa humana, a amenidade do

clima, pouco propício à parcimônia; a quase ausência de calamidades te

lúricas e atmosféricas; para nada

dizer da imensa extensão territorial,

los medem somente 23 cm x 11 cm x

Há várias causas, algumas das quais ligadas ao problema educacio nal. Mas, do ponto de vista prático, poderíamos concentrar algumas das

principais causas em uma palavra: — desinteresse. Realmente, o tra balhador brasileiro perdeu nos últi

1

lhador direitos e regalias que antes

não possuíam ou que, na melhor das hipóteses, eram-lhe concedidos pelo

O problema educacional não se re solve em uma só geração. E' pre

uma contínua procura de mão-de-obra

ciso uma continuidade de três gera

e propiciou a formação de grandes empresas, cujos diretores ficam cada

ções, muita persistência e um am

vez mais afastados e desconhecidos dos obreiros; 3.o — a inflação crôni

formar um grande núcleo de homens

ca da moeda.

ponsabilidades sócias. Mas, por outro

Outras causas mais particulariza-

das poderiam ainda ser indicadas, como a falta de tradição profissional de pai para filho, as constantes mu

danças de emprego e o início da car

moral.

ou na cidade.

Havia então um "es-

Evidentemente nin

prit de corps" vivo, uma integração de esforços e de vontades, que asse

guém está em condi

ros povoadores — e teremos os fato

reu nos últimos vinte e cinco anos, a economia brasileira viu reduzir-se,

do cumprimento do dever. . . Enfim,

em todos os seus setores de produção,

nos tempos dos nossos avós todos

produção, ambos considerados fenô

tinham a exata noção da obrigação,

lar do Brasil, é possí

vel atenuar-lhe os maus efeitos, es

pecialmente aquêles que têm a ver com a eficiência do trabalho e da

suas

obrigações

e

res

dos trabalhadores nos lucros das em

presas, regalia que já consta da no va Constituição Bra

sileira e que depende apenas de regulamen tação. Nos

Estados

Uni

dos, nação cujas con

dições muito diferem das nossas não obs tante as grandes se

melhanças estruturais,

trabalhista que empol ga o mundo de hoje. Mas, no caso particu

da legislação trabalhista, o que ocor

Com a introdução de uma avança

de

lado, há um meio de alcançar fácil e rapidamente aquele "esprit de corps" perdido: — é a participação

ções de contrapor um obstáculo à corrente

to raramente precisavam ser fis cais. .. Os auxiliares, desde os mais graduados até os de postos ínfimos,

res explicativos da situação.

cônscios

tenra, antes da com

o prendia ao trabalho, seja na roça

des^ um estímulo contínuo. Os diri gentes eram apenas dirigentes e mui

biente de edificantes exemplos para

reira em idade muito

pleta formação física, fisiológica, mental e

guravam em quase todas as ativida

equiparar o padrão de vida de ambos os países.

que possibilita sempre uma daquelas

conquista e antigos hábitos predató rios aqui introduzidos pelos primei

está que o brasileiro tem maiores encargos e que, portanto, deveria ter mais elevada produtividade a fim de

rápida industrialização brasileira (es pecialmente cm São Paulo), que criou

rações, o interêsse que antigamente

mos tempos, digamos nas últimas ge

mantém- apenas 2,2 pessoas — claro

patronato espontaneamente; 2.o — a

famosas "marchas para o Oeste" des povoado e virgem; e o espírito de

foi organizada há al guns anos atrás uma associação intitulada

" Councíl of profit sharing indus tries", cujos objetivos, segundos os estatutos, são os seguintes:

"a) — Promover a introdução da Participação nos Lucros, como meio importante de preservar o sistema

Tanto

"faziam força" de verdade e não era

menos sociais que asseguram a ri

nos trabalhos agrícolas, como nas indústrias, nos transportes e nos ser

necessário estar empurrando a cada um, ou chamando freqüentemente a

drão de vida das respectivas popu

americano da livre empresa;

viços públicos, é visível a redução da

atenção para o serviço. . . Por que êsse desinterêsse e essa tão radical mudança de atitudes ?

lações. Se a distribuição da popula ção do Brasil, examinada por grupos

to e mútua confiança entre os em

de idades, mostra que cada indivíduo que trabalha tem de sustentar 3,3 pessoas — enquanto que nos Esta

pregadores e empregados, mediante o desenvolvimento e introdução dos

princípios da Participação nos Lu

dos Unidos cada homem produtivo

cros;

à produtividade específica.

produtividade. Entretanto, a despei to da evidência do fato, não possuí A

Três causas imediatas podem ser

■única informação mais positiva é

apontadas para o caso brasileiro: l.o

mos dados objetivos a respeito.

íi. ,-

a seguinte; — em 1925, um pedreiro com um servente assentava 100 tijo

— a legislação trabalhista, que ofe receu "repentinamente" ao traba

queza das nações e determinam o pa

b) — Promover o bom entendimen


Be

Dicesto Econômico

c) — Reunir as pessoas que se interessam pela difusão da Partici

pação nos Lucros nas empresas; d) — Colher e distribuir informa

ções a respeito da Participação nos Lucros;

e) — Encorajar, organizar e di

rigir pesquisas nos campos de rela ções entre empregados e empregado

res, no que elas sejam afetadas pe cros;

f) - Promover os interesses mú tuos das industrias que adotam o sistema da Participação nos Lucros"

Não obstante o praso pequeno de sua existência, essa entidade já con sepiu notáveis resultados na disse" minaçao do sistema de PavH...^ -

m nos-Lucros das emprèís e^sua

W tisticas, especialmente quanto à ?re

quencia de greves, aumento de pro dutividade, melhoria de atitude dos

trabalhauores, sao um testemunho , irretorquivel. E' também digna de '■ consideração a "Declaração de Prin J cípios" do "Council of profit sharin^ ^ . industries":

j|,

®

l- — O "Gouncil define a Participaçao nos Lucros como qualquer

arranjo pelo qual o empregador paga a todos os empregados, em adição

aos salários e ordenados regulares fixados em bom nível, quantias es

peciais em moeda corrente ou em créditos, estas em função não somen te da atuação individual ou grupai, mas também da prosperidade do ne gócio como um todo.

I,

2. — O "Council" considera como

11

b fator essencial da vida econômi ca a pessoa humana. Uma econo-

J mia livre deve ser baseada na liberdade e na oportunidade de cada um

f

Dicesto Econômico 8. — O "Council"

mento pessoal.

37

é dedicado ao

dades da emprêsa, dos programas em

^• "T" C)_ "Council" sustenta que a Participação nos Lucros propicia aos trabalhadores os meios mais significantes para assegurar a oportunida de de participar na recompensa de sua cooperação com o capital e com

objetivo de estender a Participação

desenvolvimento,

nos Lucros por todos os meios práti cos. Ao mesmo tempo, êle não ofe rece a Participação nos Lucros como

hora por naram-se unidade. rio nada

a direção das empresas. 4. _ Não obstante sinta o "Coun-

ções Humanas na indústria podo ter

são ocultados — não ó humanamente

bom êxito, a não ser que seja bem

possível exigir dêle maior interesse

adaptado a cada caso e a não ser que, por trás dêle, exista o sincero desejo, por parte da direção das

o esforço do que aquele que normal e "desinteressadamente" pode dar.. .

empresas, de ser justa e de ter fé

há alguns anos atrás eu mesmo ali

na importância, na dignidade e na

mentei

los planos de Participação nos Lu

iSLs

jj|

alcançar o seu máximo desenvolvi

uma panacéia.

Nenhuma

política,

nem plano algum no campo das Rela

ticipação nos Lucros

esteja inteiramente justificada como um princípio por si mesma, êle con sidera que um sistema dc Partici

pação nos Lucros bem planejado é

da

boa

c

da

que ela está passando, tor em pouco tempo uma só Naturalmente, se o operá sabe a respeito da firma

em que trabalha, se os resultados lhes

Para ser franco, devo declarar que

grandes

dúvidas

quanto

à

o melhor meio para desenvolver a cooperação e a eficiência coletivas.

correspondência da pessoa huniana".

5, __ o "Council" sustenta que a difusão da Participação nos Lucros

orientação, que deveriam ser segui das pelas nossas indústrias, cujas em

auxiliará a estabilizar a economia. A flexibilidade na remuneração, como tambsm nos preços e nos lucros, ofe recem a melhor garantia de pronto reajustamento nas condições move diças, seja para cima seja para baixo. — O "Council" afirma que a prosperidade estabilizada pode ser mantida somente sob uma justa rela ção entre os preços, salários e lu

presas são mais receptivas a essas

siderá-la da mais alta justiça social. Entretanto, reconhecendo que a le

inovações. A grande preocupação que se nota em nosso meio pelo pro

gislação brasileira a respeito do Im posto de Renda evoluiu c hoje já

blema das Relações Humanas já é de nossa indústria para adotar logo

não pode haver mais discussões quan to ao lucro declarado no balanço das firmas, nem será necessário que os

o sistema da remuneração com Par

trabalhadores mandem levantar a es-

ticipação nos Lucros.

cinta da companhia em que colabo

Eis uma

sólida base

e

uma

um indício seguro do amadurecimento

Infelizmente,

existe no Brasil, nos meios patro nais, com reflexos nos representan

praticabilidade da

Participação noa

Lucros, não obstante eu fôssc favo rável á idéia em princípio, por con

ram por peritos de sua confiança,

cia à introdução dessa excelente me

estou certo de que poderemos intro duzir, sem conflitos e com grande vantagem para a paz social, a prá-

dida já adotada sabiamente na últi

trica da Participação nos Lucros das

ma Constituição Federal, resistência

empresas.

ta relação prevaleça. ~ O "Council" sustenta como de primacial importância o verda

que se prende principalmente à ale

gorosamente o lucro, resta estabele

deiro espírito de associação, que a Participação nos Lucros engendra.

cros auferidos e da autenticidade dos

Nesse ponto, o livro editado pelo

balanços oficialmente apresentados. Neste ponto, temos muito a caminhar.

"Council of profit sharing industries" é um precioso manancial de infor mações. (Vide "Profit sharing ma

cros. Êle crê que se nossa economia

tes legislativos, uma certa resistên

livre tem^ de sobreviver, a direção das^ empresas deve aceitar a respon sabilidade de assegurar que essa jus

A única solução para o mal-estar inindustrial é a generalização desse es

gada dificuldade de convencer aos

cer concretamente a legislação que

empregados da legitimidade dos lu

regulará a matéria.

pírito. O "Council" está convencido,

Não há melhor meio de integrar a massa trabalhadora na emprêsa do

através da experiência de seus mem

que trazê-la constantemente infor

bros, de que tal sentimento será cor respondido por grande parte dos tra

mada a respeito da situação dos ne

balhadores.

À

Definido e apurado ri

nual" — Council of Profit Sharing Industries, 15 East 16th Avenue, Co-

gócios. Tenho experiência conclu dente no assunto: — 400 operários,

lumbus 1, Ohio, Estados Unidos da América do Norte). Depois de uma excelente introdução, onde vêm ex

constantemente informados das ativi

postas com grande clareza as razões


Be

Dicesto Econômico

c) — Reunir as pessoas que se interessam pela difusão da Partici

pação nos Lucros nas empresas; d) — Colher e distribuir informa

ções a respeito da Participação nos Lucros;

e) — Encorajar, organizar e di

rigir pesquisas nos campos de rela ções entre empregados e empregado

res, no que elas sejam afetadas pe cros;

f) - Promover os interesses mú tuos das industrias que adotam o sistema da Participação nos Lucros"

Não obstante o praso pequeno de sua existência, essa entidade já con sepiu notáveis resultados na disse" minaçao do sistema de PavH...^ -

m nos-Lucros das emprèís e^sua

W tisticas, especialmente quanto à ?re

quencia de greves, aumento de pro dutividade, melhoria de atitude dos

trabalhauores, sao um testemunho , irretorquivel. E' também digna de '■ consideração a "Declaração de Prin J cípios" do "Council of profit sharin^ ^ . industries":

j|,

®

l- — O "Gouncil define a Participaçao nos Lucros como qualquer

arranjo pelo qual o empregador paga a todos os empregados, em adição

aos salários e ordenados regulares fixados em bom nível, quantias es

peciais em moeda corrente ou em créditos, estas em função não somen te da atuação individual ou grupai, mas também da prosperidade do ne gócio como um todo.

I,

2. — O "Council" considera como

11

b fator essencial da vida econômi ca a pessoa humana. Uma econo-

J mia livre deve ser baseada na liberdade e na oportunidade de cada um

f

Dicesto Econômico 8. — O "Council"

mento pessoal.

37

é dedicado ao

dades da emprêsa, dos programas em

^• "T" C)_ "Council" sustenta que a Participação nos Lucros propicia aos trabalhadores os meios mais significantes para assegurar a oportunida de de participar na recompensa de sua cooperação com o capital e com

objetivo de estender a Participação

desenvolvimento,

nos Lucros por todos os meios práti cos. Ao mesmo tempo, êle não ofe rece a Participação nos Lucros como

hora por naram-se unidade. rio nada

a direção das empresas. 4. _ Não obstante sinta o "Coun-

ções Humanas na indústria podo ter

são ocultados — não ó humanamente

bom êxito, a não ser que seja bem

possível exigir dêle maior interesse

adaptado a cada caso e a não ser que, por trás dêle, exista o sincero desejo, por parte da direção das

o esforço do que aquele que normal e "desinteressadamente" pode dar.. .

empresas, de ser justa e de ter fé

há alguns anos atrás eu mesmo ali

na importância, na dignidade e na

mentei

los planos de Participação nos Lu

iSLs

jj|

alcançar o seu máximo desenvolvi

uma panacéia.

Nenhuma

política,

nem plano algum no campo das Rela

ticipação nos Lucros

esteja inteiramente justificada como um princípio por si mesma, êle con sidera que um sistema dc Partici

pação nos Lucros bem planejado é

da

boa

c

da

que ela está passando, tor em pouco tempo uma só Naturalmente, se o operá sabe a respeito da firma

em que trabalha, se os resultados lhes

Para ser franco, devo declarar que

grandes

dúvidas

quanto

à

o melhor meio para desenvolver a cooperação e a eficiência coletivas.

correspondência da pessoa huniana".

5, __ o "Council" sustenta que a difusão da Participação nos Lucros

orientação, que deveriam ser segui das pelas nossas indústrias, cujas em

auxiliará a estabilizar a economia. A flexibilidade na remuneração, como tambsm nos preços e nos lucros, ofe recem a melhor garantia de pronto reajustamento nas condições move diças, seja para cima seja para baixo. — O "Council" afirma que a prosperidade estabilizada pode ser mantida somente sob uma justa rela ção entre os preços, salários e lu

presas são mais receptivas a essas

siderá-la da mais alta justiça social. Entretanto, reconhecendo que a le

inovações. A grande preocupação que se nota em nosso meio pelo pro

gislação brasileira a respeito do Im posto de Renda evoluiu c hoje já

blema das Relações Humanas já é de nossa indústria para adotar logo

não pode haver mais discussões quan to ao lucro declarado no balanço das firmas, nem será necessário que os

o sistema da remuneração com Par

trabalhadores mandem levantar a es-

ticipação nos Lucros.

cinta da companhia em que colabo

Eis uma

sólida base

e

uma

um indício seguro do amadurecimento

Infelizmente,

existe no Brasil, nos meios patro nais, com reflexos nos representan

praticabilidade da

Participação noa

Lucros, não obstante eu fôssc favo rável á idéia em princípio, por con

ram por peritos de sua confiança,

cia à introdução dessa excelente me

estou certo de que poderemos intro duzir, sem conflitos e com grande vantagem para a paz social, a prá-

dida já adotada sabiamente na últi

trica da Participação nos Lucros das

ma Constituição Federal, resistência

empresas.

ta relação prevaleça. ~ O "Council" sustenta como de primacial importância o verda

que se prende principalmente à ale

gorosamente o lucro, resta estabele

deiro espírito de associação, que a Participação nos Lucros engendra.

cros auferidos e da autenticidade dos

Nesse ponto, o livro editado pelo

balanços oficialmente apresentados. Neste ponto, temos muito a caminhar.

"Council of profit sharing industries" é um precioso manancial de infor mações. (Vide "Profit sharing ma

cros. Êle crê que se nossa economia

tes legislativos, uma certa resistên

livre tem^ de sobreviver, a direção das^ empresas deve aceitar a respon sabilidade de assegurar que essa jus

A única solução para o mal-estar inindustrial é a generalização desse es

gada dificuldade de convencer aos

cer concretamente a legislação que

empregados da legitimidade dos lu

regulará a matéria.

pírito. O "Council" está convencido,

Não há melhor meio de integrar a massa trabalhadora na emprêsa do

através da experiência de seus mem

que trazê-la constantemente infor

bros, de que tal sentimento será cor respondido por grande parte dos tra

mada a respeito da situação dos ne

balhadores.

À

Definido e apurado ri

nual" — Council of Profit Sharing Industries, 15 East 16th Avenue, Co-

gócios. Tenho experiência conclu dente no assunto: — 400 operários,

lumbus 1, Ohio, Estados Unidos da América do Norte). Depois de uma excelente introdução, onde vêm ex

constantemente informados das ativi

postas com grande clareza as razões


DicESTO Econômico

que aconselham a adotar o sistema da Participação nos Lucros, as seis-

coisa que poderia ser feito melhor — se desejais que a Participação nos

centas e tantas páginas do livro con

Lucros funcione. — deveis parar e

têm muitas dezenas de diferentes ca-

ouvir, e se não concordardes, tereis

pos de firmas que adotaram com .bom êxito tal ou qual modalidade. ^Estatísticas obtidas do relatório de

nominado "The Vandenberg-Herring Report", preparado para o Senado Americano em 1939, demonstram co

mo os trabalhadores são sensíveis à

Participação nos Lucros: — menos greves, maior freqüência ao traba

lho, maior espírito de cooperação, maior satisfação no trabalho...

Mesmo entre nós, muitas firmas industriais já adotam há muitos anos o sistema de oferecer aos seus auxi-

liares uma parcela dos lucros. Todas as companhias brasileiras que aplicaram essa forma de remuneração adicional, sem reduzir os ganhos nor mais dos operários, obtiveram os mais evidentes resultados favoráveis.

E' como declara o livro americano, uma forma de "democracia econômi ca" para a qual, porém, o patronato

A regulamentação do comércio externoB Função Bancária ou Econômica? HkUNAJU) Pajiste

(Profc.ssor universitário de Finanças Públicas.

• de realizar um belo trabalho de ven

Ànlino professor cia Universidade de Bueareste)

dedor para demonstrar que vossa mente está aberta às sugestões. De

veis ser bastante inteligente para

nomia não é o ideal. E' preciso, para

I - Introdução

tanto, possuir uma perspectiva geral

explicar o que esse- indivíduo omitiu no seu raciocínio, bem como a dife

rença existente entre o que êle su

punha e o que na realidade iria acon tecer.

Se a sugestão não é boa,

não podeis desprezá-la rispidamente.

Mesmo um patrão pode aprender a dar as respostas certas nessas oca siões. Uma vez que entreis no siste ma da Participação nos Lucros, te reis de ir com êle até o fim, e se

não fôrdes capaz de fazer isso, então não há uma resposta para a Partici pação nos Lucros das empresas". (Pág. 18). E' interessante observar que os téc

Os primeiros contactos do econo mista estrangeiro com os fonônicnos econômicos, financeiros o monetários brasileiros lhe provocam as mais di

de todo o campo econômico. E' essa

versas reflexões. Essas reflexões vão da crítica à admiração: crítica

lações existentes e desejáveis com rojerência à política econômica, fi

a única modalidade capaz de dar uma visão clara c, ao mesmo tempo, mais exata, que permita estabelecer as re

dos defeitos e fraquezas que chocam

nanceira e monetária do país. Masi

sua concepção corrente sobre a fenomenologia econômica geral; admira ção por projetos ousados, tcmerános, justificados pela imensidade de seu

o caráter deste estudo nos obriga a

território, suas riquezas

n — O problema da competência em

naturais,

seu potencial econômico latente, en fim, suas possibilidades extraordi nárias.

um esboço dos seus aspectos mais característicos.

matéria ile ct>mcrcio externo.

Muito se falou dos defeitos incon

nicos, depois de sinuosas elucubrações e experiências, segundo o velho

Para sintetizar suas conclusões, o economista deve vencer a primeira

testáveis que apresentava e ainda

sistema muito humano da "tentativa

mércio externo. Desenvolveu-se nes se sentido uma atividade não só lou

apresenta a regulamentação do co

e êrro", chegaram a conclusões de há

a fase, da investigação de todos esses processos. Pessoalmente, não posso

mão das prerrogativas até hoje re

muito insistentemente

ainda afirmar ter vencido essa pri

vável como também

servadas à direção das empresas. Tereis de abrir caminho por entre

pelos Sumos Pontífices da Igreja Ca

tória.

tólica, em suas memoráveis encícli-

meira etapa. Que me seja permiti do, no entanto, registar algumas ob

os preconceitos e quando o varredor

cas sobre as condições dos trabalha

servações. Apraz-me pensar que, co

precisa estar preparado 100% "Deveis estar preparados para abrir

, 'da fábrica fizer parar o presidente da Companhia para sugerir qualquer

preconizadas

dores e as empresas econômicas... "Nihil novi..."

bastante

meri-

Tal atividade constitui mes

meçando assim, minha intenção, que

mo um exemplo para os diversos es-, forços feitos em vários países para encontrar o verdadeiro caminho que

não é outra senão dar minha modes ta colaboração ao estudo dos diversos

grande interesse público.

problemas econômicos e financeiros

conduz à solução de tal problema, de

♦ '«

Estabelecendo as competências nor

atuais do Brasil, será interpretada

mais e as relações exatas entre os

apenas sob a luz de meu próprio pon

instrumentos e as instituições que in

to de vista, que é o da boa- fé e o

tervém na economia brasileix'a, a so

da sinceridade, únicos atributos que levam à melhoria das instituições no

quadro das quais os povos vivem. Apresso-me em dizer que estudar

lução de cada problema será muito facilitada. As soluções serão as con seqüências lógicas do papel determi nado e necessário que incumbe, nu

isoladamente os problemas da eco

ma economia controlada, a cada ins-


DicESTO Econômico

que aconselham a adotar o sistema da Participação nos Lucros, as seis-

coisa que poderia ser feito melhor — se desejais que a Participação nos

centas e tantas páginas do livro con

Lucros funcione. — deveis parar e

têm muitas dezenas de diferentes ca-

ouvir, e se não concordardes, tereis

pos de firmas que adotaram com .bom êxito tal ou qual modalidade. ^Estatísticas obtidas do relatório de

nominado "The Vandenberg-Herring Report", preparado para o Senado Americano em 1939, demonstram co

mo os trabalhadores são sensíveis à

Participação nos Lucros: — menos greves, maior freqüência ao traba

lho, maior espírito de cooperação, maior satisfação no trabalho...

Mesmo entre nós, muitas firmas industriais já adotam há muitos anos o sistema de oferecer aos seus auxi-

liares uma parcela dos lucros. Todas as companhias brasileiras que aplicaram essa forma de remuneração adicional, sem reduzir os ganhos nor mais dos operários, obtiveram os mais evidentes resultados favoráveis.

E' como declara o livro americano, uma forma de "democracia econômi ca" para a qual, porém, o patronato

A regulamentação do comércio externoB Função Bancária ou Econômica? HkUNAJU) Pajiste

(Profc.ssor universitário de Finanças Públicas.

• de realizar um belo trabalho de ven

Ànlino professor cia Universidade de Bueareste)

dedor para demonstrar que vossa mente está aberta às sugestões. De

veis ser bastante inteligente para

nomia não é o ideal. E' preciso, para

I - Introdução

tanto, possuir uma perspectiva geral

explicar o que esse- indivíduo omitiu no seu raciocínio, bem como a dife

rença existente entre o que êle su

punha e o que na realidade iria acon tecer.

Se a sugestão não é boa,

não podeis desprezá-la rispidamente.

Mesmo um patrão pode aprender a dar as respostas certas nessas oca siões. Uma vez que entreis no siste ma da Participação nos Lucros, te reis de ir com êle até o fim, e se

não fôrdes capaz de fazer isso, então não há uma resposta para a Partici pação nos Lucros das empresas". (Pág. 18). E' interessante observar que os téc

Os primeiros contactos do econo mista estrangeiro com os fonônicnos econômicos, financeiros o monetários brasileiros lhe provocam as mais di

de todo o campo econômico. E' essa

versas reflexões. Essas reflexões vão da crítica à admiração: crítica

lações existentes e desejáveis com rojerência à política econômica, fi

a única modalidade capaz de dar uma visão clara c, ao mesmo tempo, mais exata, que permita estabelecer as re

dos defeitos e fraquezas que chocam

nanceira e monetária do país. Masi

sua concepção corrente sobre a fenomenologia econômica geral; admira ção por projetos ousados, tcmerános, justificados pela imensidade de seu

o caráter deste estudo nos obriga a

território, suas riquezas

n — O problema da competência em

naturais,

seu potencial econômico latente, en fim, suas possibilidades extraordi nárias.

um esboço dos seus aspectos mais característicos.

matéria ile ct>mcrcio externo.

Muito se falou dos defeitos incon

nicos, depois de sinuosas elucubrações e experiências, segundo o velho

Para sintetizar suas conclusões, o economista deve vencer a primeira

testáveis que apresentava e ainda

sistema muito humano da "tentativa

mércio externo. Desenvolveu-se nes se sentido uma atividade não só lou

apresenta a regulamentação do co

e êrro", chegaram a conclusões de há

a fase, da investigação de todos esses processos. Pessoalmente, não posso

mão das prerrogativas até hoje re

muito insistentemente

ainda afirmar ter vencido essa pri

vável como também

servadas à direção das empresas. Tereis de abrir caminho por entre

pelos Sumos Pontífices da Igreja Ca

tória.

tólica, em suas memoráveis encícli-

meira etapa. Que me seja permiti do, no entanto, registar algumas ob

os preconceitos e quando o varredor

cas sobre as condições dos trabalha

servações. Apraz-me pensar que, co

precisa estar preparado 100% "Deveis estar preparados para abrir

, 'da fábrica fizer parar o presidente da Companhia para sugerir qualquer

preconizadas

dores e as empresas econômicas... "Nihil novi..."

bastante

meri-

Tal atividade constitui mes

meçando assim, minha intenção, que

mo um exemplo para os diversos es-, forços feitos em vários países para encontrar o verdadeiro caminho que

não é outra senão dar minha modes ta colaboração ao estudo dos diversos

grande interesse público.

problemas econômicos e financeiros

conduz à solução de tal problema, de

♦ '«

Estabelecendo as competências nor

atuais do Brasil, será interpretada

mais e as relações exatas entre os

apenas sob a luz de meu próprio pon

instrumentos e as instituições que in

to de vista, que é o da boa- fé e o

tervém na economia brasileix'a, a so

da sinceridade, únicos atributos que levam à melhoria das instituições no

quadro das quais os povos vivem. Apresso-me em dizer que estudar

lução de cada problema será muito facilitada. As soluções serão as con seqüências lógicas do papel determi nado e necessário que incumbe, nu

isoladamente os problemas da eco

ma economia controlada, a cada ins-


Dicesto Econónoco

40

Dicesto Econónuco

trumento do governo encarregado de dirigir os diversos setores econômi cos.

O problema da competência é, por tanto, essencial no caso tão atual,

festo da liberdade do comércio e da indústria.

Isto constitui uma homenagem à liberdade, se há acordo sobre tal ponto mas, da mesma forma, trata-se

de uma situação pouco comum se con

tão na ordem do dia, do problema da reforma do comércio externo. Ela

siderarmos os sistemas existentes na

exigirá um exame bastante aprofun

grande maioria dos países.

41

tência que deriva da natureza mesma das instituições econômicas. Um banco não pode fazer a política econômica de um país som correr o

ter mais importância do que o pro blema das divisas.

Se nos deixarmos tentar pela idéia, ou SC considerarmos o Banco do Bra

risco de ser testemunha de uma inter

sil como um verdadeiro Ministério da

ferência de atribuições que devem

Economia Nacional — fazendo a po lítica econômica do país e clcvandoso, pela compreensão e as qualidades

pertencer a diver.sas instituições de

de um

Direito Público. A centralização, numa

Ministério da Economia não significa, para o Brasil, uma falta de organiza

BÓ mão, de funções tão diferentes da

interferências de ordem política, eco nômica, monetária e financeira com

ção ou de dirigismo do Estado rela

atribuições bancárias, só pode dar a

mos a esta conseqüência: a realiza-r

as quais a referida reforma man

tivamente à sua política e econômica. Esta organização existe: é visível e

ilusão de uma direção única na vida

ção da função da política econômica

econômica de um país: na realidade,

pode-se mesmo tomar consciência dis

ela enfraquece o bom funcionamento

do país por um organismo impróprio e a impossibilidade de iDossuir uma^

dado antes que se recorra a novas

medidas de regulamentação, dadas as

tém não apenas contingências como também laços eminentemente estrei tos.

m — A interferência das competências e das atribuições do Banco do

Brasil, que acumula as funções de um Ministério da Economia.

A vida orgânica nos dá o exemplo mais comum da especialização dos órgãos, cada um dos quais tem suas próprias funções, que não podem ser modificadas nem substituídas, a não

ser excepcionalmente.

Mas, mesmo

em tal eventualidade, jamais se ob

têm os mesmos resultados que os

, conseguidos com os órgãos originais. As funções orgânicas são especia

lizadas no sentido de que não se po de conseguir um funcionamento certo e perfeito se um órgão estiver ausen

A inexistência

nominal

política econômica, bem como das

so fàcilmente: basta percorrer as

do Banco, ao mesmo tempo que deixa

verdadeira atividade e política ban-

colunas das várias publicações espe

as rédeas da economia a uma insti

cúrias.

cializadas que têm por tema o cami nho que deve seguir o regime do

tuição que, fatalmente, será influen ciada por suas pró

comércio externo.

prias

considerações

não concordaram em

Em princípio, a atribuição do Banco

conceder

de Emissão (Banco

para não falar dos estrangeiros todos estão interessados, de maneira

do Brasil no quadro da política econômica

ção pinvilcgiada, que

direta ou indireta, na instituição do regime mais satisfatório possível, que canalize e ajude a importação de pro dutos necessários e a exportação, nas melhores condições possíveis, da pro

do comércio externo,

lhe assegurasse um

não pode vencer as modalidades dos mei

equilíbrio teórico e um lugar distinto en

os estrangeiros de pagamento: as divi

tre

as

que

constituem

dução brasileira.

sas. Mas a verdadeira

instrumentos da vida

Nestas condições, e considerando a ausência de um organismo autônomo

política do comércio externo de uma na

econômica. O prin cípio da colaboração

de Estado, com a competência espe

ção é

cializada e exclusiva do comércio ex terno, a situação atual, isto é, a reali

por um grande núme

Economia

ro de considerações,

o Ministério das Fi

algumas das quais

considerado, interpretando

sas da

melhor

maneira

as

coi

possível,

como um indício evidente e mani

Um banco, mesmo um banco de Estado, tem suas atribuições e suas funções normais no que se refere à emissão, crédito e divisas. E no inte resse mesmo do país, êle deve pro curar não sair do quadro da compe-

do Brasil, quase um continente, com

imensas possibilidades de desenvol vimento, em vias de tornar-se, dentro de algumas dezenas de anos, um dos

países mais importantes do mundo.

Assim, por exemplo, os investimentos podem, durante alguns anos ainda, »

A

Banco

instituições os

entre o Ministério da

determinada

superiores mesmo, por sua significa ção, ao problema das divisas. É o caso

como anormal.

ao

Central), uma situa

zação, pelo Banco do Brasil, de uma

tria e do Comércio), poderia ser

sofri

bancárias.

Começando pelas pessoas que se

função que não lhe é própria, surge

da Economia Nacional ou da Indús

conseqüências

encontram na ponta da pirâmide soci al, até o mais modesto cidadão

outro.

O fato de o Brasil não possuir um

Êste estado de coisas conduz às

das pelos países que

te, porque êste ou aquele órgão não podem suprir as funções próprias de

Ministério da Economia (Ministério

de seus dirigentes, acima de proble ma estritamente bancário, chegare

- - —

Nacional,

nanças e o Bancp Central, leva a melhores resultados

quando essas três instituições exer cem suas próprias atribuições, cada qual separadamente, depois de sin cronizá-las, do que quando os encar gos e funções pertencentes a uma de las são absorvidos, mesmo parcial mente, por qualquer outra.

O problema da hierarquia

ape-


Dicesto Econónoco

40

Dicesto Econónuco

trumento do governo encarregado de dirigir os diversos setores econômi cos.

O problema da competência é, por tanto, essencial no caso tão atual,

festo da liberdade do comércio e da indústria.

Isto constitui uma homenagem à liberdade, se há acordo sobre tal ponto mas, da mesma forma, trata-se

de uma situação pouco comum se con

tão na ordem do dia, do problema da reforma do comércio externo. Ela

siderarmos os sistemas existentes na

exigirá um exame bastante aprofun

grande maioria dos países.

41

tência que deriva da natureza mesma das instituições econômicas. Um banco não pode fazer a política econômica de um país som correr o

ter mais importância do que o pro blema das divisas.

Se nos deixarmos tentar pela idéia, ou SC considerarmos o Banco do Bra

risco de ser testemunha de uma inter

sil como um verdadeiro Ministério da

ferência de atribuições que devem

Economia Nacional — fazendo a po lítica econômica do país e clcvandoso, pela compreensão e as qualidades

pertencer a diver.sas instituições de

de um

Direito Público. A centralização, numa

Ministério da Economia não significa, para o Brasil, uma falta de organiza

BÓ mão, de funções tão diferentes da

interferências de ordem política, eco nômica, monetária e financeira com

ção ou de dirigismo do Estado rela

atribuições bancárias, só pode dar a

mos a esta conseqüência: a realiza-r

as quais a referida reforma man

tivamente à sua política e econômica. Esta organização existe: é visível e

ilusão de uma direção única na vida

ção da função da política econômica

econômica de um país: na realidade,

pode-se mesmo tomar consciência dis

ela enfraquece o bom funcionamento

do país por um organismo impróprio e a impossibilidade de iDossuir uma^

dado antes que se recorra a novas

medidas de regulamentação, dadas as

tém não apenas contingências como também laços eminentemente estrei tos.

m — A interferência das competências e das atribuições do Banco do

Brasil, que acumula as funções de um Ministério da Economia.

A vida orgânica nos dá o exemplo mais comum da especialização dos órgãos, cada um dos quais tem suas próprias funções, que não podem ser modificadas nem substituídas, a não

ser excepcionalmente.

Mas, mesmo

em tal eventualidade, jamais se ob

têm os mesmos resultados que os

, conseguidos com os órgãos originais. As funções orgânicas são especia

lizadas no sentido de que não se po de conseguir um funcionamento certo e perfeito se um órgão estiver ausen

A inexistência

nominal

política econômica, bem como das

so fàcilmente: basta percorrer as

do Banco, ao mesmo tempo que deixa

verdadeira atividade e política ban-

colunas das várias publicações espe

as rédeas da economia a uma insti

cúrias.

cializadas que têm por tema o cami nho que deve seguir o regime do

tuição que, fatalmente, será influen ciada por suas pró

comércio externo.

prias

considerações

não concordaram em

Em princípio, a atribuição do Banco

conceder

de Emissão (Banco

para não falar dos estrangeiros todos estão interessados, de maneira

do Brasil no quadro da política econômica

ção pinvilcgiada, que

direta ou indireta, na instituição do regime mais satisfatório possível, que canalize e ajude a importação de pro dutos necessários e a exportação, nas melhores condições possíveis, da pro

do comércio externo,

lhe assegurasse um

não pode vencer as modalidades dos mei

equilíbrio teórico e um lugar distinto en

os estrangeiros de pagamento: as divi

tre

as

que

constituem

dução brasileira.

sas. Mas a verdadeira

instrumentos da vida

Nestas condições, e considerando a ausência de um organismo autônomo

política do comércio externo de uma na

econômica. O prin cípio da colaboração

de Estado, com a competência espe

ção é

cializada e exclusiva do comércio ex terno, a situação atual, isto é, a reali

por um grande núme

Economia

ro de considerações,

o Ministério das Fi

algumas das quais

considerado, interpretando

sas da

melhor

maneira

as

coi

possível,

como um indício evidente e mani

Um banco, mesmo um banco de Estado, tem suas atribuições e suas funções normais no que se refere à emissão, crédito e divisas. E no inte resse mesmo do país, êle deve pro curar não sair do quadro da compe-

do Brasil, quase um continente, com

imensas possibilidades de desenvol vimento, em vias de tornar-se, dentro de algumas dezenas de anos, um dos

países mais importantes do mundo.

Assim, por exemplo, os investimentos podem, durante alguns anos ainda, »

A

Banco

instituições os

entre o Ministério da

determinada

superiores mesmo, por sua significa ção, ao problema das divisas. É o caso

como anormal.

ao

Central), uma situa

zação, pelo Banco do Brasil, de uma

tria e do Comércio), poderia ser

sofri

bancárias.

Começando pelas pessoas que se

função que não lhe é própria, surge

da Economia Nacional ou da Indús

conseqüências

encontram na ponta da pirâmide soci al, até o mais modesto cidadão

outro.

O fato de o Brasil não possuir um

Êste estado de coisas conduz às

das pelos países que

te, porque êste ou aquele órgão não podem suprir as funções próprias de

Ministério da Economia (Ministério

de seus dirigentes, acima de proble ma estritamente bancário, chegare

- - —

Nacional,

nanças e o Bancp Central, leva a melhores resultados

quando essas três instituições exer cem suas próprias atribuições, cada qual separadamente, depois de sin cronizá-las, do que quando os encar gos e funções pertencentes a uma de las são absorvidos, mesmo parcial mente, por qualquer outra.

O problema da hierarquia

ape-


>1

Djcesto Econômico

43

Digesto Econômico tem também a tarefa de realizar as

tária e, sobretudo, o curso oficial de

nas sob alguns aspectos — entre o Ministério dos Assuntos Econômicos, o Ministério das Finanças e o Ban

Relação desta interferência de atribuições com o I^Iinistério das

trocas comerciais, por intermédio de uma instituição bancária subordina

câmbio do cruzeiro.

Finanças.

da.

co Central, pode ter soluções diver sas. E' muito provável que não se encontre nenhum exemplo de bons resultados como conseqüência da in

O quadro geral da interferência de

terferência e da absorção das funções econômicas de um Estado por um banco ou de um controle sem limi tes de um dos Ministérios, seja das Finanças, seja da Economia, sobre a atividade do Banco de Estado. A subordinação completa do Banco de Estado, seja ao Ministério das Finan

ças, seja ao Ministério da Economia, facilita e abre caminho à inflação, e sabemos que os países autoritários

atribuições e funções acima mencio nada fará além disso, ressaltarem as fraquezas do sistema, se levarmos em

de facilitar a consecução das tare

te, pertencia a diversos beneficiários

das licenças de compensação. Duvi-damos de que tal medida, procedente

econômica é dirigida por uma insti

de um Instituto bancário, fosse toma

tuição bancária também submetida às diretivas gerais do Ministério das

da por um Ministério da Economia,

existir somente uma dependência li

Finanças. Tal é o quadro em que se prepara a nova regulamentação

tério fosse dono da direção da polí tica do comércio externo. O aspec

mitada entre o Banco de Estado e

do comércio externo.

to negativo dos preços do mercado in

consideração as relações existentes entre o organismo que realiza a polí tica do comércio externo e o Minis

tério das Finanças. Admite-se geralmente

que

deve

o Ministério das Finanças; a subordi nação do Banco de Estado ao Minis

tério das Finanças não pode, portan to, ser total.

econômica do país a não ser depois

ria em virtude das concepções pro vocadas pela situação política e fi

Esta subordinação va

^rito de independência do Banco de

nanceira de cada país em particular.

Estado.

Em princípio, embora o Banco de Es tado esteja subordinado ao Ministé rio das Finanças, jamais será assi milado a um serviço desse Ministério.

O isolamento aparente, a indepen-

'dêncía e a neutralidade do Banco de

Estado constituem as garantias ge ralmente consentidas pelo Estado

terno, superiores aos preços interna

se tal situação é favorável à me lhoria que se tenta levar a efeito

cionais no que se refere a alguns pro

no terreno do comércio externo, con

cepção de um Ministério da Econo

vém separar os problemas que se entrosam e examiná-los separada mente.

V - Disjunção dos problemas mone tários, financeiros e cconáinicos em função da separação das insti tuições do govôrno.

Êle aceita as diretivas gerais da po

para salvaguardar o princípio da li

lítica financeira do Conselho de Mi

Recentemente ainda, até o dia da

nistros ou do Ministério das Finan ças, mas deve ser o único possuidor

abolição das operações de compen sação (operações vinculadas), o câm-

dos

hio do cruzeiro variava do curso ofi

ganismo distinto e especializado para realizar sua política econômica; fa

zer com que essa política seja levada a efeito por uma instituição com fun ção diferente, em virtude de sua na tureza e de suas atribuições; e com

que, finalmente, a função bancária do Banco do Brasil sofra igualmente as influências negativas dessa interfe rência de atribuições.

meios

estritamente

bancários

quanto à execução dessas medidas. No caso especial do Brasil, o fato

na hipótese de que o referido Minis

Para melhor tomar consciência de

berdade econômica dos povos. Mas esta solução implica a existência de um Ministério distinto, encarregado de realizar a política econômica do país. O atual estado de coisas tem por

conseqüência privar o país de um or

mando em mãos um instrumento de

direção da moeda que, anteriormen

fas que incumbem aos três elementos essenciais do governo. A política

não conseguiram manter a direção de destruir completamente o espí-

Não se pode afirmar que tal mo dalidade represente a fórmula mais eficiente e mais simples no sentido

Eliminando o sistema de compen sação, o Banco do Brasil conseguiu fortalecer sua política monetária, to

cial praticado pelo Banco do Brasil

dutos, poderia, de acordo com a con

mia, prevalecer sobre os efeitos po sitivos obtidos pelo Banco do Bra

sil apôs a abolição da compensação. As experiências dos diversos países europeus mostram que tal política monetária consegue defender o valor

da moeda, impede-o de cair e, sobre tudo, freia sua baixa. Êste atributo

de dirigir o valor da moeda é, portan to, da competência do Banco, que o toma dos comerciantes, senão com

pletamente, ao menos num montante importante, estreitamente ligado ao

até o curso do mercado livre, fixando também os valores intermediários de

valor da exportação dos produtos qué compensação.

buições econômicas do governo, fa

terminados pelas diversas combina ções de compensação . O Banco do

zendo a política das importações e

Brasil não intervinha, em geral, nem

de que o Banco do Brasil assuma também parte das funções e das atri

pela Cexim. O Banco do Bi-asil, com seu regime de comércio externo, en

A política da moeda capaz de re mediar a inflação que caracteriza os períodos em que se instaura a eco nomia dirigida cabe ao Banco.de Es tado. Mas ela não representa a úni ca ação governamental para comba ter a inflação. Deve ser sincroniza da com uma série de medidas de

fraquecia sua própria política mone

ordem econômica e financeira.

das exportações, faz com que a vida

no que se refere ao curso do merca

econômica dos país seja dirigida, e de maneira direta, pelo Ministério das

valor do cruzeiro resultante da mecâ

Finanças.

nica das compensações autorizadas

A pessoa responsável pela política financeira do país e, portanto, igual mente, da recuperação orçamentária.

do livre nem no que diz respeito ao

i

atravessam a fronteira através dá

j


>1

Djcesto Econômico

43

Digesto Econômico tem também a tarefa de realizar as

tária e, sobretudo, o curso oficial de

nas sob alguns aspectos — entre o Ministério dos Assuntos Econômicos, o Ministério das Finanças e o Ban

Relação desta interferência de atribuições com o I^Iinistério das

trocas comerciais, por intermédio de uma instituição bancária subordina

câmbio do cruzeiro.

Finanças.

da.

co Central, pode ter soluções diver sas. E' muito provável que não se encontre nenhum exemplo de bons resultados como conseqüência da in

O quadro geral da interferência de

terferência e da absorção das funções econômicas de um Estado por um banco ou de um controle sem limi tes de um dos Ministérios, seja das Finanças, seja da Economia, sobre a atividade do Banco de Estado. A subordinação completa do Banco de Estado, seja ao Ministério das Finan

ças, seja ao Ministério da Economia, facilita e abre caminho à inflação, e sabemos que os países autoritários

atribuições e funções acima mencio nada fará além disso, ressaltarem as fraquezas do sistema, se levarmos em

de facilitar a consecução das tare

te, pertencia a diversos beneficiários

das licenças de compensação. Duvi-damos de que tal medida, procedente

econômica é dirigida por uma insti

de um Instituto bancário, fosse toma

tuição bancária também submetida às diretivas gerais do Ministério das

da por um Ministério da Economia,

existir somente uma dependência li

Finanças. Tal é o quadro em que se prepara a nova regulamentação

tério fosse dono da direção da polí tica do comércio externo. O aspec

mitada entre o Banco de Estado e

do comércio externo.

to negativo dos preços do mercado in

consideração as relações existentes entre o organismo que realiza a polí tica do comércio externo e o Minis

tério das Finanças. Admite-se geralmente

que

deve

o Ministério das Finanças; a subordi nação do Banco de Estado ao Minis

tério das Finanças não pode, portan to, ser total.

econômica do país a não ser depois

ria em virtude das concepções pro vocadas pela situação política e fi

Esta subordinação va

^rito de independência do Banco de

nanceira de cada país em particular.

Estado.

Em princípio, embora o Banco de Es tado esteja subordinado ao Ministé rio das Finanças, jamais será assi milado a um serviço desse Ministério.

O isolamento aparente, a indepen-

'dêncía e a neutralidade do Banco de

Estado constituem as garantias ge ralmente consentidas pelo Estado

terno, superiores aos preços interna

se tal situação é favorável à me lhoria que se tenta levar a efeito

cionais no que se refere a alguns pro

no terreno do comércio externo, con

cepção de um Ministério da Econo

vém separar os problemas que se entrosam e examiná-los separada mente.

V - Disjunção dos problemas mone tários, financeiros e cconáinicos em função da separação das insti tuições do govôrno.

Êle aceita as diretivas gerais da po

para salvaguardar o princípio da li

lítica financeira do Conselho de Mi

Recentemente ainda, até o dia da

nistros ou do Ministério das Finan ças, mas deve ser o único possuidor

abolição das operações de compen sação (operações vinculadas), o câm-

dos

hio do cruzeiro variava do curso ofi

ganismo distinto e especializado para realizar sua política econômica; fa

zer com que essa política seja levada a efeito por uma instituição com fun ção diferente, em virtude de sua na tureza e de suas atribuições; e com

que, finalmente, a função bancária do Banco do Brasil sofra igualmente as influências negativas dessa interfe rência de atribuições.

meios

estritamente

bancários

quanto à execução dessas medidas. No caso especial do Brasil, o fato

na hipótese de que o referido Minis

Para melhor tomar consciência de

berdade econômica dos povos. Mas esta solução implica a existência de um Ministério distinto, encarregado de realizar a política econômica do país. O atual estado de coisas tem por

conseqüência privar o país de um or

mando em mãos um instrumento de

direção da moeda que, anteriormen

fas que incumbem aos três elementos essenciais do governo. A política

não conseguiram manter a direção de destruir completamente o espí-

Não se pode afirmar que tal mo dalidade represente a fórmula mais eficiente e mais simples no sentido

Eliminando o sistema de compen sação, o Banco do Brasil conseguiu fortalecer sua política monetária, to

cial praticado pelo Banco do Brasil

dutos, poderia, de acordo com a con

mia, prevalecer sobre os efeitos po sitivos obtidos pelo Banco do Bra

sil apôs a abolição da compensação. As experiências dos diversos países europeus mostram que tal política monetária consegue defender o valor

da moeda, impede-o de cair e, sobre tudo, freia sua baixa. Êste atributo

de dirigir o valor da moeda é, portan to, da competência do Banco, que o toma dos comerciantes, senão com

pletamente, ao menos num montante importante, estreitamente ligado ao

até o curso do mercado livre, fixando também os valores intermediários de

valor da exportação dos produtos qué compensação.

buições econômicas do governo, fa

terminados pelas diversas combina ções de compensação . O Banco do

zendo a política das importações e

Brasil não intervinha, em geral, nem

de que o Banco do Brasil assuma também parte das funções e das atri

pela Cexim. O Banco do Bi-asil, com seu regime de comércio externo, en

A política da moeda capaz de re mediar a inflação que caracteriza os períodos em que se instaura a eco nomia dirigida cabe ao Banco.de Es tado. Mas ela não representa a úni ca ação governamental para comba ter a inflação. Deve ser sincroniza da com uma série de medidas de

fraquecia sua própria política mone

ordem econômica e financeira.

das exportações, faz com que a vida

no que se refere ao curso do merca

econômica dos país seja dirigida, e de maneira direta, pelo Ministério das

valor do cruzeiro resultante da mecâ

Finanças.

nica das compensações autorizadas

A pessoa responsável pela política financeira do país e, portanto, igual mente, da recuperação orçamentária.

do livre nem no que diz respeito ao

i

atravessam a fronteira através dá

j


EhcESTO Econômico

44

Dicesto EcoNÒNnco

45

E' ao Ministério âas Finanças que cabe a tarefa de fazer refluir para

acontecimentos, reclama também, im periosamente, a existência de um Mi

do não pode, de nenhuma maneira,

tado ou da colaboração dos poderes

conduzir ao bem-estar dos povos. Le

as caixas do Tesouro a parte mais

nistério da Economia Nacional (ou do Comércio e Indústria), que de

públicos.

vando ainda mais longe nossa com

importante possível da massa de cé dulas impressas por ordem do go

verá intei*vir para exprimir o ponto

guiram anular todos os efeitos da inflação apenas com medidas de eco

de vista econômico do pais e influen ciar mesmo a concepção exclusiva mente monetária do Instituto de

nomias orçamentárias.

Emissão.

verno.

Até agora jamais se conse

E' preciso

E com o mesmo rigor que se ob

paração, poder-se-á fazer um para lelo entre o conceito da planificação — que utiliza esses três instrumentos

serva o principio constitucional da separação dos poderes do Estado, de ve procurar-se criar instituições dis

distintos por sua natureza e função — e o princípio da unidade do Es

tintas e especializadas para dirigir a vida econômica do país.

recorrer a uma modalidade extraor

dinária, com o objetivo de completar

VI — Conclusões.

o circuito fechado que deve restituir ao

Estado a emissão inflaeionista.

O instrumento financeiro que pode fechar o circuito é o empréstimo ou o imposto extraordinário suplementar. E' papel do Ministério das Finanças

Na realidade, c-se obrigado a fa

zer frente a uma política global, da qual os três aspectos enunciados aci ma representam partes extremamen

utilizar, segundo as necessidades, o

te ligadas. Esta conclusão, que é ao

empréstimo, o imposto ou os dois

mesmo tempo uma observação das si tuações e das ações econômicas, fi nanceiras e monetárias combinadas, pode nos levar à idéia de um comando

meios ao mesmo tempo.

O terceiro instrumento deve agir no quadro dos problemas econômicos. Tomemos em consideração, por exem

plo, a questão dos preços, que cons titui um elemento muito discutido na

evolução econômica geral em luta

único, realizável através do planismo.

Assim, a política de produção, de investimento, de consumo, de restri

contra as tendências inflacionistas

ção, de importação e de exportação

provocadas pela política internacio

é da alçada de uma instituição es

Durante os períodos de crise

pecializada, revestida de toda a au

política internacional, como acontece hoje, a maioria dos países utiliza di

toridade necessária para fazer va

nal.

lidar seus pontos de vista e levar a

versos meios para controlar os pre

bom têrmo a vida econômica do país.

ços. Nem mesmo os Estados Unidos puderam fugir a essa regra. O con

Trata-se de atributos de um Ministé

trole dos preços pode ser efetuado, em princípio, de duas maneiras: 1 — Fixação dos preços pela Au toridade, meio muito difícil de em

pregar no Brasil; 2 — Influenciar os preços de ma

neira indireta; agir sobre os preços com ações monetárias, econômicas e financeiras.

rio da Economia. A política financei ra cabe ao Ministério das Finanças e o Banco de Estado fará a política monetária.

As três instituições devem ser es pecializadas: devem ter atribuições distintas. Fazendo uma comparação com o princípio da divisão dos poderes de Estado, pode afirmar-se que a interferência ou a delegação de

Esta última modalidade, que será

atribuições desses três instrumentos

imposta ao Brasil pela força dos

da política econômica de um Esta-

-i


EhcESTO Econômico

44

Dicesto EcoNÒNnco

45

E' ao Ministério âas Finanças que cabe a tarefa de fazer refluir para

acontecimentos, reclama também, im periosamente, a existência de um Mi

do não pode, de nenhuma maneira,

tado ou da colaboração dos poderes

conduzir ao bem-estar dos povos. Le

as caixas do Tesouro a parte mais

nistério da Economia Nacional (ou do Comércio e Indústria), que de

públicos.

vando ainda mais longe nossa com

importante possível da massa de cé dulas impressas por ordem do go

verá intei*vir para exprimir o ponto

guiram anular todos os efeitos da inflação apenas com medidas de eco

de vista econômico do pais e influen ciar mesmo a concepção exclusiva mente monetária do Instituto de

nomias orçamentárias.

Emissão.

verno.

Até agora jamais se conse

E' preciso

E com o mesmo rigor que se ob

paração, poder-se-á fazer um para lelo entre o conceito da planificação — que utiliza esses três instrumentos

serva o principio constitucional da separação dos poderes do Estado, de ve procurar-se criar instituições dis

distintos por sua natureza e função — e o princípio da unidade do Es

tintas e especializadas para dirigir a vida econômica do país.

recorrer a uma modalidade extraor

dinária, com o objetivo de completar

VI — Conclusões.

o circuito fechado que deve restituir ao

Estado a emissão inflaeionista.

O instrumento financeiro que pode fechar o circuito é o empréstimo ou o imposto extraordinário suplementar. E' papel do Ministério das Finanças

Na realidade, c-se obrigado a fa

zer frente a uma política global, da qual os três aspectos enunciados aci ma representam partes extremamen

utilizar, segundo as necessidades, o

te ligadas. Esta conclusão, que é ao

empréstimo, o imposto ou os dois

mesmo tempo uma observação das si tuações e das ações econômicas, fi nanceiras e monetárias combinadas, pode nos levar à idéia de um comando

meios ao mesmo tempo.

O terceiro instrumento deve agir no quadro dos problemas econômicos. Tomemos em consideração, por exem

plo, a questão dos preços, que cons titui um elemento muito discutido na

evolução econômica geral em luta

único, realizável através do planismo.

Assim, a política de produção, de investimento, de consumo, de restri

contra as tendências inflacionistas

ção, de importação e de exportação

provocadas pela política internacio

é da alçada de uma instituição es

Durante os períodos de crise

pecializada, revestida de toda a au

política internacional, como acontece hoje, a maioria dos países utiliza di

toridade necessária para fazer va

nal.

lidar seus pontos de vista e levar a

versos meios para controlar os pre

bom têrmo a vida econômica do país.

ços. Nem mesmo os Estados Unidos puderam fugir a essa regra. O con

Trata-se de atributos de um Ministé

trole dos preços pode ser efetuado, em princípio, de duas maneiras: 1 — Fixação dos preços pela Au toridade, meio muito difícil de em

pregar no Brasil; 2 — Influenciar os preços de ma

neira indireta; agir sobre os preços com ações monetárias, econômicas e financeiras.

rio da Economia. A política financei ra cabe ao Ministério das Finanças e o Banco de Estado fará a política monetária.

As três instituições devem ser es pecializadas: devem ter atribuições distintas. Fazendo uma comparação com o princípio da divisão dos poderes de Estado, pode afirmar-se que a interferência ou a delegação de

Esta última modalidade, que será

atribuições desses três instrumentos

imposta ao Brasil pela força dos

da política econômica de um Esta-

-i


Dicesto Econômico

ORDEM ECONÔMICA PROBLEMAS DE TÉCNICA LEGISLATIVA ESTADO

Conferência proferida a convite do Centro Acadêmico Horácio Berlinck na Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo no dia 13 de abril de 1951 Temístocles Cavalcanti

47

Um dos grandes fatos du participação do Estado nessa categoria de fenôme nos está na consagração constitucional em lôdas as modernas cartas políticas do sistema de colaboração c participação no terreno econômico, como função ativa, normal e, diremos ine.smo, necessária, do

O orador, qualquer que êle seja, poi mais humilde, cresce diante do auditó

ação mais dinâmica e de exceção, mas pelo menos do interesse que represen

tam essas categorias de fenômenos nas

blemas econômicos.

Escolhi, entre muitos, o seguinte te ma para disscrtar — o Estado e a or

sensibilidade; é um encontro que provo

do, o quadro da economia moderna em

ca sempre emoções.

bém, porque muito freqüente, a um cer

face do Estado; de outro, o sentido

to número de atividades, principalmente de natureza normativa, que podem ser exercidas, sem a substituição

A atenção sôbre êle se concentra; é

moderno.

E quando assim nos manifestamos, queremos nos referir cxpUcitamentc tam

pragmático desse problema no que diz

não só com os ouvintes, mas também

com a ação dinâmica dos órgãos estatais

com o tema escolhido, muitas vêzes se

dutor, sugestivo, que precisa ser domi

em face das conjunturas. Qual a posição do Estado diante dos

nado.

problemas econômicos ? Como deve o mesmo atuar na reali zação de sua tarefa ?

É que a intervenção em seu sentido próprio, técnico, rigoro

me impressiona, se o encontro convosco,

professores e alunos desta Escola de tão

grandes tradições e de tão elevado pa drão de cultura ou se o encontro com

o tema, o assunto que vamos abordar. É que os problemas de política, de economia, de direito, focalizam traços

tão profundos do homem, da coletivida de, do país, que o seu interesse terá de se transmitir aos que ouvem, chamados a colaborar ativamente no desenvolvi

mento do pensamento do orador. E por isso, o meu encontro convosco,

É óbvio que o ponto de vista consti tucional merecerá a nossa maior atenção,

fiel ao nosso empenho de não penetrar em seara alheia e aos fenômenos que transcendem do terreno pròpriamente ju

Ê bem verdade que, acima de tudo, dominando todas cs.sas atividades, situa-

Mas uma conferência é um encontro

Neste momento não sei o que mais

não atingir a essência do sistema liberal. São, jx)is, de um lado o intervencio

economia de nossos dias.

atividades comuns, normais, do Estado

uma provação que sempre atingirá a sua

poder de polícia bastante suave para

mente de intervenção, como fonna de

dem econômica — problemas da técnica legislativa. Há nesse tema dois aspectos: um mais teórico, outro prático — de um la

rio, mesmo quando da altitude intelec tual do que enfrento.

problemas, limitada a sua ação a um

problemas insolúveis do direito e da

Estado.

Não se tratará muitas vezes precisa

É

na

neutralidade do E.stado cm face desses-

nismo legislativo, normativo, mais ou menos profundo e, dc outro, a limitação da iniciativa privada pelo desenvolvi mento dos serviços pviblicos estatais, as duas técnicas intorvcncionistas de que se utiliza o Estado cm função dos pro

da Universidade do Brasií

sempre de emoção o momento em que tomo contacto com o público.

supremacia do sistema capitalista,

se a atividade política, que define os ru mos dos sistemas econômicos, que, êstes sim, são realizados por meio de proces sos técnicos cuja natureza, atixàdades e medida apreciaremos cm seguida. A concepção do von Mises de

dos particulares pelo Estado, sob

que só existem dois sistemas

o regime econômico vigente, pe

econômicos extremos — negando

lo menos no mundo ocidental.

as formas intermediárias e miti

so, só se realizará, somente se tomará

efetiva

nesse

terreno,

quando o exercício das atividades nor malmente entregues à exploração priva da fôr substituído pelos órgãos e servi

rídico.

ços estaduais.

É de evidência, e dispensa demons tração, que ao Estado interessa a ordem econômica, qualquer que seja o ângulo e o sentido pelos quais encaramos a sua posição em face do problema — como

É bem certo que, se o sistema norma tivo excedesse por tal forma que tirasse

gadas dc cada um, por imposi ção de contingências muito va riáveis, não parece estar confir mada pelos fatos. A própria idéia de que os regimes da propriedade individual e da proprieda de coletiva são os únicos admissíveis es

tá desmentida não só pelos fatos, mas também por uma natural evolução das doutrinas, cujas premissas tradicionais

aos indivíduos e emprêsas privadas a li

foram cm parle contrariadas pela expe

berdade de iniciativa e a livre concor

riência.

parte que é, ou ativa ou simplesmente

rência, poder-sc-ia considerar a existên cia de um regime de intervenção legis

Os sistemas econômicos têm 'pressu postos variáveis, como os que servem de

base âs ciências sociais: — cada época terá, assim, a sua filosofia de vida e pro

normativa na maioria das relações desta

lativa, caracterizado por uma disciplina

meus mestres e meus alunos, há de ser

ordem.

mais rígida das relações econômicas, que

mais intenso, não só pelo tema, mas também porque vamos procurar adivi

transcenderão da mera função de po

cessos peculiares de ajustamento dos in-

que, com isto, não queremos voltar à

lícia.

terêsses.

teoria da dupla personalidade do Esta do, mas apenas discriminar e distinguir as diversas posições que pode assumir

cionismo que preocupam e afligem hoje os. que ainda defendem os regimes eco

Não há lugar, pois, para um ortodoxísmo econômico e político que contrarie a realidade dos fatos e se insurja contra

nas relações em que intervém.

nômicos fundados na livre iniciativa, na

uma natural evolução das idéias em fun-

nhar nessas afinidades intelectuais, os

pontos de referência comuns e a angús tia que aflige a todos nós que enfren tamos no estudo e na vida prática, os

É preciso também tornar bem claro

São essas manifestações do interven


Dicesto Econômico

ORDEM ECONÔMICA PROBLEMAS DE TÉCNICA LEGISLATIVA ESTADO

Conferência proferida a convite do Centro Acadêmico Horácio Berlinck na Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo no dia 13 de abril de 1951 Temístocles Cavalcanti

47

Um dos grandes fatos du participação do Estado nessa categoria de fenôme nos está na consagração constitucional em lôdas as modernas cartas políticas do sistema de colaboração c participação no terreno econômico, como função ativa, normal e, diremos ine.smo, necessária, do

O orador, qualquer que êle seja, poi mais humilde, cresce diante do auditó

ação mais dinâmica e de exceção, mas pelo menos do interesse que represen

tam essas categorias de fenômenos nas

blemas econômicos.

Escolhi, entre muitos, o seguinte te ma para disscrtar — o Estado e a or

sensibilidade; é um encontro que provo

do, o quadro da economia moderna em

ca sempre emoções.

bém, porque muito freqüente, a um cer

face do Estado; de outro, o sentido

to número de atividades, principalmente de natureza normativa, que podem ser exercidas, sem a substituição

A atenção sôbre êle se concentra; é

moderno.

E quando assim nos manifestamos, queremos nos referir cxpUcitamentc tam

pragmático desse problema no que diz

não só com os ouvintes, mas também

com a ação dinâmica dos órgãos estatais

com o tema escolhido, muitas vêzes se

dutor, sugestivo, que precisa ser domi

em face das conjunturas. Qual a posição do Estado diante dos

nado.

problemas econômicos ? Como deve o mesmo atuar na reali zação de sua tarefa ?

É que a intervenção em seu sentido próprio, técnico, rigoro

me impressiona, se o encontro convosco,

professores e alunos desta Escola de tão

grandes tradições e de tão elevado pa drão de cultura ou se o encontro com

o tema, o assunto que vamos abordar. É que os problemas de política, de economia, de direito, focalizam traços

tão profundos do homem, da coletivida de, do país, que o seu interesse terá de se transmitir aos que ouvem, chamados a colaborar ativamente no desenvolvi

mento do pensamento do orador. E por isso, o meu encontro convosco,

É óbvio que o ponto de vista consti tucional merecerá a nossa maior atenção,

fiel ao nosso empenho de não penetrar em seara alheia e aos fenômenos que transcendem do terreno pròpriamente ju

Ê bem verdade que, acima de tudo, dominando todas cs.sas atividades, situa-

Mas uma conferência é um encontro

Neste momento não sei o que mais

não atingir a essência do sistema liberal. São, jx)is, de um lado o intervencio

economia de nossos dias.

atividades comuns, normais, do Estado

uma provação que sempre atingirá a sua

poder de polícia bastante suave para

mente de intervenção, como fonna de

dem econômica — problemas da técnica legislativa. Há nesse tema dois aspectos: um mais teórico, outro prático — de um la

rio, mesmo quando da altitude intelec tual do que enfrento.

problemas, limitada a sua ação a um

problemas insolúveis do direito e da

Estado.

Não se tratará muitas vezes precisa

É

na

neutralidade do E.stado cm face desses-

nismo legislativo, normativo, mais ou menos profundo e, dc outro, a limitação da iniciativa privada pelo desenvolvi mento dos serviços pviblicos estatais, as duas técnicas intorvcncionistas de que se utiliza o Estado cm função dos pro

da Universidade do Brasií

sempre de emoção o momento em que tomo contacto com o público.

supremacia do sistema capitalista,

se a atividade política, que define os ru mos dos sistemas econômicos, que, êstes sim, são realizados por meio de proces sos técnicos cuja natureza, atixàdades e medida apreciaremos cm seguida. A concepção do von Mises de

dos particulares pelo Estado, sob

que só existem dois sistemas

o regime econômico vigente, pe

econômicos extremos — negando

lo menos no mundo ocidental.

as formas intermediárias e miti

so, só se realizará, somente se tomará

efetiva

nesse

terreno,

quando o exercício das atividades nor malmente entregues à exploração priva da fôr substituído pelos órgãos e servi

rídico.

ços estaduais.

É de evidência, e dispensa demons tração, que ao Estado interessa a ordem econômica, qualquer que seja o ângulo e o sentido pelos quais encaramos a sua posição em face do problema — como

É bem certo que, se o sistema norma tivo excedesse por tal forma que tirasse

gadas dc cada um, por imposi ção de contingências muito va riáveis, não parece estar confir mada pelos fatos. A própria idéia de que os regimes da propriedade individual e da proprieda de coletiva são os únicos admissíveis es

tá desmentida não só pelos fatos, mas também por uma natural evolução das doutrinas, cujas premissas tradicionais

aos indivíduos e emprêsas privadas a li

foram cm parle contrariadas pela expe

berdade de iniciativa e a livre concor

riência.

parte que é, ou ativa ou simplesmente

rência, poder-sc-ia considerar a existên cia de um regime de intervenção legis

Os sistemas econômicos têm 'pressu postos variáveis, como os que servem de

base âs ciências sociais: — cada época terá, assim, a sua filosofia de vida e pro

normativa na maioria das relações desta

lativa, caracterizado por uma disciplina

meus mestres e meus alunos, há de ser

ordem.

mais rígida das relações econômicas, que

mais intenso, não só pelo tema, mas também porque vamos procurar adivi

transcenderão da mera função de po

cessos peculiares de ajustamento dos in-

que, com isto, não queremos voltar à

lícia.

terêsses.

teoria da dupla personalidade do Esta do, mas apenas discriminar e distinguir as diversas posições que pode assumir

cionismo que preocupam e afligem hoje os. que ainda defendem os regimes eco

Não há lugar, pois, para um ortodoxísmo econômico e político que contrarie a realidade dos fatos e se insurja contra

nas relações em que intervém.

nômicos fundados na livre iniciativa, na

uma natural evolução das idéias em fun-

nhar nessas afinidades intelectuais, os

pontos de referência comuns e a angús tia que aflige a todos nós que enfren tamos no estudo e na vida prática, os

É preciso também tornar bem claro

São essas manifestações do interven


/■

Dicesto

48

ção de condições de tempo, do clima, de

Econômico

Indispensável à vida da nação é aque

Dicesto

Econômico

49

entidades dc fins sociais o educacionais

la atividade cuja suspensão, mesmo tem porária, provocaria cm curto prazo, di reta ou indiretamente, a paralisação do vida do país. A empresa privada, mas nacionaliza

ã criação tia cmprêsa, assim como do

vivendo na mais íntima colaboração do Estado, embora som o sou auxilio finan

grau dc integração no aparelho o na or-

ceiro (serviço social da indústria c do

(sem temor de palavra) afirmou e ga

da, é o instrumento do capitalismo de Estado, concorrendo com o capitalismo

sileira de Assistência, etc.)

A técnica adotada pela nossa Consti tuição de 1946 não compromete o Estado em nenhum regime econômico de

rantiu a liberdade

privado, estabelecimento industrial ou

posição geográfica e de contingências humanas as mais diversas.

A nossa Constituição, como as dos paí

ses que pegnanecem no regime capita lista, com tímidas concessões ao sistema

de intervenção de tendência socialista, de iniciativa,

mas

abriu uma larga estrada não só para a intervenção efetiva e direta do Estado

como para restrições legislativas de toda ordem.

A nossa Constituição pressupõe o regi me da livre iniciativa individual, embora

faça uma ampla concessão à valorização do trabalho humano, como reconheci mento expresso de que existe um outro

fator na produção, digno de amparo e de proteção legal, que é o trabalho. Mas logo em seguida abre duas bre

chas profundas no sistema ortodoxo que muitos desejariam, admitindo:

1 — o regime da ampla intervenção do Estado (art. 146 - 1.® parte) 2 — o monopólio de indústrias ou ati vidades econômicas pelo Estado (art. 146 - 2.°- parte). Admite, assim, dois sistemas de ex

ploração, cujos limites cabem só ao le gislador regular. a) a empresa pública, com numero sas modalidades ;

b)

a empresa privada, também sob

um controle estatal mais ou menos cer rado.

Teoricamente, poderíamos distingui-las em suas características rígidas como o fez o Movimento Popular na França, considerando pública a exploração de ca

ráter industrial ou comercial pertencente ao Estado, funcionando sob um regime de monopólio ou semimonopólio de di reito ou de fato, exercendo uma ativida

de indispensável à vida da Nação e re

conhecida como tal pela lei.

comercial, pertencendo total ou parcial mente ao Estado, c que não se revestin

do das características do uma explora ção pública (como acima foi definida) deve ser considerada como parte do se tor de competição. Seria, portanto, tcòricamente, o mono

pólio de direito ou de fato, que denun ciaria a existência da cmprêsa pública. Mas o nosso sistema, como o da ge neralidade dos países, prevê ainda nu merosas divisões c subdivisões pelo de senvolvimento de emprêsas semipúblicas,

de economia mista, de e.xploração priva

da do Estado, que devem conviver cm um regime não necessàriamonte de mo

nopólio.

Dentro do quadro do intervencionis

mo estatal numerosos são os degraus dessa escala — entre a integração com pleta no organismo estatal até a ativida de puramente privada já os tenho men cionado freqüentemente — a saber: a) os órgãos estatais

b) as entidades públicas autárquicas c)

comercio, serviço nacional do aprondizii-

gem industrial c cuim-rcial, Legião bra De sorte rpic, ix>r um processo lógico o necessário dc descentralização ou como

prevêem outros, dc dcsconccnlração, as atividades cjupiadradas no sistema de serviços públicos ou semipáblicos fo ram SC distribuindo por um conjunto dc entidades, cnja estrutura e integração no Estado variam de acordo com o papel que lhe é destinado. É a preocupação de por em ordem as estatal irá diminuindo (pianlo menor fòr

a sua posição dc subordinação ao Estado. É lógico que não mencionamos aqui,

dc uma imlenização pré\ ia pode ser esta afetada pela política legislativa.

\ e do tóda a pi>lilica econômica, que poclorá evoluir através das contingências

de uma orientação dada pelo legislador. ^ Comp.irem-sc os textos constitucionais dc 1937 c tlc 1946: — ali sc estabeleciam

processos de nacionalização e de cstati-

zação rígidos que abrangiam o sistema bancário, os seguros, as minas, as quedas dágua, os serviços públicos etc.; aqui existo mera ,

pennissão, simples faculdade que o legislador poderá ou não utilizar.

mente na França, a preocupação

Mais flexível, mais sensível ás

vez mais a estrutura privada de certos

exigências de momento e às condições regionais, o novo texto foi, sem dúvida, mais sábio, porque só ve dou aquilo que feria a própria estrutura

serviços, embora ligados ao Estado, por

do sistema — o confisco sem indenização.

laços mais ou menos íntimos.

Fora daí — amplo é o sistema de intcirvenção direta ou simplesmente normativo-legislati\'o — não há barreiras a

ção financeira entro o Estado e

eficientemente pelos diversos setores.

controláveis, principalmente no setor da

êssc sistema, que pode evoluir de acor do com as contingências de momento, senão aquelas que dizem com a própria liberdade individual c garantias ineren tes ao direito de propriedade. Mesmo essa barreira pode ser trans

assistência médica e social.

posta pela prévia indenização em di

d)

os serviços concedidos

e)

as emprêsas privadas, mais ou

financeiramente essas entidades que se

menos sob o amparo estatal, ora gozando de favores (isenções, privilégios, etc.), ora de subven ção e de auxílio financeiro, ora sujeitas à disciplina legal.

multiplicam cm função dc exigências in-

Ê também a necessidade do auxiliar

Não é difícil também distinguir a ati vidade pública da privada: — dependerá, antes de tudo, da estrutura jurídica, dos pressupostos legais que serviram de base

»

Nesta encontrar-se-á, portanto, a cha- ]

Deve-se notar também, aqui, como no estrangeiro, notada-

ção, com o objetivo de preservar cada

í

trinas, saUo atpièles que desconhecem a propriedade privada, porcpie só através • "J

maior ou menor autonomia.

o particular

E entre estas últimas se categorizam certas fundações criadas por lei, certas

finido; antes, ela adotou uma forma de transação com Iodos os sistemas c dou-

sões, departamentos gozando de

É a preocupação do por cm ordem as atividades privadas, dentro de um pla nejamento que permita distribuí-las mais

as empresas mistas «de colabora

ganização do Estatlo.

para não complicar o estjucma, os numerosos órgãos, comis

de atribuir a entidades privadas, a execução de certos setores dc interven

:

nheiro .

É preciso bem compreender que a in tervenção do Estado, em todos os ter

renos de atividade privada, não é sem-


/■

Dicesto

48

ção de condições de tempo, do clima, de

Econômico

Indispensável à vida da nação é aque

Dicesto

Econômico

49

entidades dc fins sociais o educacionais

la atividade cuja suspensão, mesmo tem porária, provocaria cm curto prazo, di reta ou indiretamente, a paralisação do vida do país. A empresa privada, mas nacionaliza

ã criação tia cmprêsa, assim como do

vivendo na mais íntima colaboração do Estado, embora som o sou auxilio finan

grau dc integração no aparelho o na or-

ceiro (serviço social da indústria c do

(sem temor de palavra) afirmou e ga

da, é o instrumento do capitalismo de Estado, concorrendo com o capitalismo

sileira de Assistência, etc.)

A técnica adotada pela nossa Consti tuição de 1946 não compromete o Estado em nenhum regime econômico de

rantiu a liberdade

privado, estabelecimento industrial ou

posição geográfica e de contingências humanas as mais diversas.

A nossa Constituição, como as dos paí

ses que pegnanecem no regime capita lista, com tímidas concessões ao sistema

de intervenção de tendência socialista, de iniciativa,

mas

abriu uma larga estrada não só para a intervenção efetiva e direta do Estado

como para restrições legislativas de toda ordem.

A nossa Constituição pressupõe o regi me da livre iniciativa individual, embora

faça uma ampla concessão à valorização do trabalho humano, como reconheci mento expresso de que existe um outro

fator na produção, digno de amparo e de proteção legal, que é o trabalho. Mas logo em seguida abre duas bre

chas profundas no sistema ortodoxo que muitos desejariam, admitindo:

1 — o regime da ampla intervenção do Estado (art. 146 - 1.® parte) 2 — o monopólio de indústrias ou ati vidades econômicas pelo Estado (art. 146 - 2.°- parte). Admite, assim, dois sistemas de ex

ploração, cujos limites cabem só ao le gislador regular. a) a empresa pública, com numero sas modalidades ;

b)

a empresa privada, também sob

um controle estatal mais ou menos cer rado.

Teoricamente, poderíamos distingui-las em suas características rígidas como o fez o Movimento Popular na França, considerando pública a exploração de ca

ráter industrial ou comercial pertencente ao Estado, funcionando sob um regime de monopólio ou semimonopólio de di reito ou de fato, exercendo uma ativida

de indispensável à vida da Nação e re

conhecida como tal pela lei.

comercial, pertencendo total ou parcial mente ao Estado, c que não se revestin

do das características do uma explora ção pública (como acima foi definida) deve ser considerada como parte do se tor de competição. Seria, portanto, tcòricamente, o mono

pólio de direito ou de fato, que denun ciaria a existência da cmprêsa pública. Mas o nosso sistema, como o da ge neralidade dos países, prevê ainda nu merosas divisões c subdivisões pelo de senvolvimento de emprêsas semipúblicas,

de economia mista, de e.xploração priva

da do Estado, que devem conviver cm um regime não necessàriamonte de mo

nopólio.

Dentro do quadro do intervencionis

mo estatal numerosos são os degraus dessa escala — entre a integração com pleta no organismo estatal até a ativida de puramente privada já os tenho men cionado freqüentemente — a saber: a) os órgãos estatais

b) as entidades públicas autárquicas c)

comercio, serviço nacional do aprondizii-

gem industrial c cuim-rcial, Legião bra De sorte rpic, ix>r um processo lógico o necessário dc descentralização ou como

prevêem outros, dc dcsconccnlração, as atividades cjupiadradas no sistema de serviços públicos ou semipáblicos fo ram SC distribuindo por um conjunto dc entidades, cnja estrutura e integração no Estado variam de acordo com o papel que lhe é destinado. É a preocupação de por em ordem as estatal irá diminuindo (pianlo menor fòr

a sua posição dc subordinação ao Estado. É lógico que não mencionamos aqui,

dc uma imlenização pré\ ia pode ser esta afetada pela política legislativa.

\ e do tóda a pi>lilica econômica, que poclorá evoluir através das contingências

de uma orientação dada pelo legislador. ^ Comp.irem-sc os textos constitucionais dc 1937 c tlc 1946: — ali sc estabeleciam

processos de nacionalização e de cstati-

zação rígidos que abrangiam o sistema bancário, os seguros, as minas, as quedas dágua, os serviços públicos etc.; aqui existo mera ,

pennissão, simples faculdade que o legislador poderá ou não utilizar.

mente na França, a preocupação

Mais flexível, mais sensível ás

vez mais a estrutura privada de certos

exigências de momento e às condições regionais, o novo texto foi, sem dúvida, mais sábio, porque só ve dou aquilo que feria a própria estrutura

serviços, embora ligados ao Estado, por

do sistema — o confisco sem indenização.

laços mais ou menos íntimos.

Fora daí — amplo é o sistema de intcirvenção direta ou simplesmente normativo-legislati\'o — não há barreiras a

ção financeira entro o Estado e

eficientemente pelos diversos setores.

controláveis, principalmente no setor da

êssc sistema, que pode evoluir de acor do com as contingências de momento, senão aquelas que dizem com a própria liberdade individual c garantias ineren tes ao direito de propriedade. Mesmo essa barreira pode ser trans

assistência médica e social.

posta pela prévia indenização em di

d)

os serviços concedidos

e)

as emprêsas privadas, mais ou

financeiramente essas entidades que se

menos sob o amparo estatal, ora gozando de favores (isenções, privilégios, etc.), ora de subven ção e de auxílio financeiro, ora sujeitas à disciplina legal.

multiplicam cm função dc exigências in-

Ê também a necessidade do auxiliar

Não é difícil também distinguir a ati vidade pública da privada: — dependerá, antes de tudo, da estrutura jurídica, dos pressupostos legais que serviram de base

»

Nesta encontrar-se-á, portanto, a cha- ]

Deve-se notar também, aqui, como no estrangeiro, notada-

ção, com o objetivo de preservar cada

í

trinas, saUo atpièles que desconhecem a propriedade privada, porcpie só através • "J

maior ou menor autonomia.

o particular

E entre estas últimas se categorizam certas fundações criadas por lei, certas

finido; antes, ela adotou uma forma de transação com Iodos os sistemas c dou-

sões, departamentos gozando de

É a preocupação do por cm ordem as atividades privadas, dentro de um pla nejamento que permita distribuí-las mais

as empresas mistas «de colabora

ganização do Estatlo.

para não complicar o estjucma, os numerosos órgãos, comis

de atribuir a entidades privadas, a execução de certos setores dc interven

:

nheiro .

É preciso bem compreender que a in tervenção do Estado, em todos os ter

renos de atividade privada, não é sem-


Dicesto

pre decorrente de uma política perma nente, mas obedece freqüentemente a

contmgências de momento, principalmen te nos países que não conseguiram orga nizar a sua economia em período da his tória de maior estabilidade política e econômica.

O resultado tem sido a penetração do Estado em setores de atividades priva

Econômico

tituirá sempre obstáculo à execução des sas leis, o que sòmente poderá ser obti do pela diluição do poder normativo através de um conjunto dc normas complementarcs só possíveis cm um regime mais flexível.

O simples poder regulamentar do exe cutivo não basta — c uma atividade su

bordinada e restrita.

É preciso descentralizar o poder nor

das ainda não organizados, realizando investimentos indispensáveis, mas que

mativo c atribuir certa autonomia aos

não encontrariam mercado na iniciativa

órgãos técnicos de execução.

particular.

Queremos, entretanto, nos deter em dois aspectos que merecem o nosso maior interesse — o sistema normativo, que de

ve orientar a política legislativa em to dos os graus, e os órgãos de execução i dessa política.

Em primeiro lugar, como vimos, o Constituinte não quis dar a sua diretiva política; — afirmou princípios clássicos e inerentes ao sistema capitalista mas,

logo em seguida, abriu as portas para 'uma larga política de ajustamento às transformações sociais e econômicas, au torizando uma intervenção do poder es

tatal que poderá correr toda a escala das intervenções, desde a simples disci plina harmonizadora de interesses em choque, até o monopólio, que é a inte gração completa da atividade privada no aparelho do Estado, eliminando a concorrência particular. E no legislativo entregou o supremo poder de ditar a política mais conve

Mas SC a parte substantiva dos pro

autônoma do ser\"iço.

sua essência, a vida nonnal das atmda-

Os próprios termos do artigo 151 da Constituição, onde se estabelecem

as

bases do controle estatal sòbro o serviço,

mostram a profundidade dessa interven ção e a importância singular do preceito - que atinge a própria estrutura o con dições de exercício do serviço concedido. Não se verifica a substituição da ati

dcs individuais, suprimindo muitas vê zcs o regime de IhTC iniciativa, e im plantando o monopólio estatal ou scmiestatal.

Como a interv enção, o poder de polí cia vem se tomando também cada vez

mais penetrante, e a sua ação atinge

maiores profundidades, incide cada vez

cessos de intervenção encontra relativa

do, mas haverá sempre limitações muito

métodos c processos adequados para a

aos luero.s c demais elementos essenciais

Mas o poder dc polícia é antes de tudt) nonnativo. Se transcende do poder regulamentar é gerulmento no terreno da técnica e do exorcicio do poder co ercitivo, pelo uso dos meios de constran-' gimento jurídico, mas, repetimos, cm

grandes às condições de funcionamento,

Se a Constituição traçou os rumos e

às empresas privadas. Mas, nos Estados Unidos, a técnica

deu os meios para uma larga política

dessa intervenção normativa, através de

realização dos seus fins.

legislativa, esta ainda não se definiu en

uma disciplina mais intensa do

função de medidas mais de or

tre nós, por uma adequada orientação

dem nomiativa.

em que se encontre uma justa distribui

funcionamento do serviço, conduz também a conseqüências muito

ção da atividade normativa pelos órgãos

interessantes.

do também caráter administrati

políticos e técnicos.

Um aspecto, por exemplo, dos mais

Essas nonnas, entretanto, ten

É que, sendo tal disciplina dc caráter

administrativo,

ela

vo, devem ser descentralizadas

através dos órgãos incumbidos de

se

interessantes do intervencionismo regu

exerce por meio de orgãos pró

lamentar do Estado, encontra-se no ar tigo 151 da Constituição quando se re

prios, comissões especiais, com podcres

Tiveram a precedência desses estudos

também normativos, embora cm grau

entro nós Castro Nunes e Avelino Leal

secundário e quase judiciais, para resol É uma forma de polícia que se pode estender a serviços privados, mas cuja

— êste também no plano da prática ad ministrativa policial — com a responsa bilidade da execução de leis, cuja complementação e desdobramento se toma ram indispensáveis à sua própria efi

exploração é dominada pelo interesse

cácia .

do público. Não há, porém, nesses casos, senão

Dizia ele muito bem que o Chefe de Polícia "não pode estabelecer multas, firmar penalidades, embaraços ou criar entraves à liberdade, por sua própria

fere aos serviços de utilidade pública, isto é, aos chamados serviços concedidos.

Êsses serviços são de apropriação pri vada mas do interesse público; êles se exercem em benefício coletivo. São ser

viços originàriamente estatais, mas que

Por essas contingências, os serviços da

Ainda mais, a concentração do poder normativo no Congresso, o monopólio da atividade legislativa sem reservas, cons

indivíduos e da coletividade, enquanto que a chamada intervenção, embora dis ciplinadora muitas vêzcs, pressupõe uma limitação mais profunda que atinge, em

solução no texto Constitucional, defi cientes SC nos afiguram, entretanto, os

merosas normas disciplinadoras de ativi

cessária autoridade.

É um exemplo nuiilo típico, dc uma intensa e profunda intervenção normati va, sem atingir, entretanto, essa interven ção, o funcionamento e a administração

mais cm setores novos.

Mas a lei não basta, bem sabemos. Há leis nacionalizadoras, temos nu

dades privadas, mas inócuas por falta de órgãos de execução revestidos da ne

51

vidade privada pela iniciativa do Esta

se executam por delegação, transferin do-se, por isso, ao particular, todos os ônus que acarretam a prevalência e o privado do interesse público.

niente.

Dicesto Econôm ico

utilidade pública hão de estar submeti dos a uma disciplina normativa mais in

tensa e a um controle maior dos órgãos estatais, preservada, entretanto, a intei ra autonomia técnica e administrativa do seu funcionamento.

ver dúvidas c controvérsias pròpriamentc de execução.

uma intervenção legislativa, executada muitas vezes por órgãos prçprios, mas

sua execução.

que não atinge a autonomia da empresa

autoridade; mas pode regular sob o pon

em sua estrutura jurídica e financeira.

to de vista administrativo; desdobrar a

É preciso, portanto, não confundir in tervenção com o poder de polícia. Êste será a ação nonnal do Estado

como função disciplinadora dos interês.SC8 individuais em benefício dos próprios

lei, explicando-a, aclarando-lhe o círculo de ação potencial, ou, o que é o mes mo, dizer o que nela se contém implici tamente".

Primorosa definição do poder regula-


Dicesto

pre decorrente de uma política perma nente, mas obedece freqüentemente a

contmgências de momento, principalmen te nos países que não conseguiram orga nizar a sua economia em período da his tória de maior estabilidade política e econômica.

O resultado tem sido a penetração do Estado em setores de atividades priva

Econômico

tituirá sempre obstáculo à execução des sas leis, o que sòmente poderá ser obti do pela diluição do poder normativo através de um conjunto dc normas complementarcs só possíveis cm um regime mais flexível.

O simples poder regulamentar do exe cutivo não basta — c uma atividade su

bordinada e restrita.

É preciso descentralizar o poder nor

das ainda não organizados, realizando investimentos indispensáveis, mas que

mativo c atribuir certa autonomia aos

não encontrariam mercado na iniciativa

órgãos técnicos de execução.

particular.

Queremos, entretanto, nos deter em dois aspectos que merecem o nosso maior interesse — o sistema normativo, que de

ve orientar a política legislativa em to dos os graus, e os órgãos de execução i dessa política.

Em primeiro lugar, como vimos, o Constituinte não quis dar a sua diretiva política; — afirmou princípios clássicos e inerentes ao sistema capitalista mas,

logo em seguida, abriu as portas para 'uma larga política de ajustamento às transformações sociais e econômicas, au torizando uma intervenção do poder es

tatal que poderá correr toda a escala das intervenções, desde a simples disci plina harmonizadora de interesses em choque, até o monopólio, que é a inte gração completa da atividade privada no aparelho do Estado, eliminando a concorrência particular. E no legislativo entregou o supremo poder de ditar a política mais conve

Mas SC a parte substantiva dos pro

autônoma do ser\"iço.

sua essência, a vida nonnal das atmda-

Os próprios termos do artigo 151 da Constituição, onde se estabelecem

as

bases do controle estatal sòbro o serviço,

mostram a profundidade dessa interven ção e a importância singular do preceito - que atinge a própria estrutura o con dições de exercício do serviço concedido. Não se verifica a substituição da ati

dcs individuais, suprimindo muitas vê zcs o regime de IhTC iniciativa, e im plantando o monopólio estatal ou scmiestatal.

Como a interv enção, o poder de polí cia vem se tomando também cada vez

mais penetrante, e a sua ação atinge

maiores profundidades, incide cada vez

cessos de intervenção encontra relativa

do, mas haverá sempre limitações muito

métodos c processos adequados para a

aos luero.s c demais elementos essenciais

Mas o poder dc polícia é antes de tudt) nonnativo. Se transcende do poder regulamentar é gerulmento no terreno da técnica e do exorcicio do poder co ercitivo, pelo uso dos meios de constran-' gimento jurídico, mas, repetimos, cm

grandes às condições de funcionamento,

Se a Constituição traçou os rumos e

às empresas privadas. Mas, nos Estados Unidos, a técnica

deu os meios para uma larga política

dessa intervenção normativa, através de

realização dos seus fins.

legislativa, esta ainda não se definiu en

uma disciplina mais intensa do

função de medidas mais de or

tre nós, por uma adequada orientação

dem nomiativa.

em que se encontre uma justa distribui

funcionamento do serviço, conduz também a conseqüências muito

ção da atividade normativa pelos órgãos

interessantes.

do também caráter administrati

políticos e técnicos.

Um aspecto, por exemplo, dos mais

Essas nonnas, entretanto, ten

É que, sendo tal disciplina dc caráter

administrativo,

ela

vo, devem ser descentralizadas

através dos órgãos incumbidos de

se

interessantes do intervencionismo regu

exerce por meio de orgãos pró

lamentar do Estado, encontra-se no ar tigo 151 da Constituição quando se re

prios, comissões especiais, com podcres

Tiveram a precedência desses estudos

também normativos, embora cm grau

entro nós Castro Nunes e Avelino Leal

secundário e quase judiciais, para resol É uma forma de polícia que se pode estender a serviços privados, mas cuja

— êste também no plano da prática ad ministrativa policial — com a responsa bilidade da execução de leis, cuja complementação e desdobramento se toma ram indispensáveis à sua própria efi

exploração é dominada pelo interesse

cácia .

do público. Não há, porém, nesses casos, senão

Dizia ele muito bem que o Chefe de Polícia "não pode estabelecer multas, firmar penalidades, embaraços ou criar entraves à liberdade, por sua própria

fere aos serviços de utilidade pública, isto é, aos chamados serviços concedidos.

Êsses serviços são de apropriação pri vada mas do interesse público; êles se exercem em benefício coletivo. São ser

viços originàriamente estatais, mas que

Por essas contingências, os serviços da

Ainda mais, a concentração do poder normativo no Congresso, o monopólio da atividade legislativa sem reservas, cons

indivíduos e da coletividade, enquanto que a chamada intervenção, embora dis ciplinadora muitas vêzcs, pressupõe uma limitação mais profunda que atinge, em

solução no texto Constitucional, defi cientes SC nos afiguram, entretanto, os

merosas normas disciplinadoras de ativi

cessária autoridade.

É um exemplo nuiilo típico, dc uma intensa e profunda intervenção normati va, sem atingir, entretanto, essa interven ção, o funcionamento e a administração

mais cm setores novos.

Mas a lei não basta, bem sabemos. Há leis nacionalizadoras, temos nu

dades privadas, mas inócuas por falta de órgãos de execução revestidos da ne

51

vidade privada pela iniciativa do Esta

se executam por delegação, transferin do-se, por isso, ao particular, todos os ônus que acarretam a prevalência e o privado do interesse público.

niente.

Dicesto Econôm ico

utilidade pública hão de estar submeti dos a uma disciplina normativa mais in

tensa e a um controle maior dos órgãos estatais, preservada, entretanto, a intei ra autonomia técnica e administrativa do seu funcionamento.

ver dúvidas c controvérsias pròpriamentc de execução.

uma intervenção legislativa, executada muitas vezes por órgãos prçprios, mas

sua execução.

que não atinge a autonomia da empresa

autoridade; mas pode regular sob o pon

em sua estrutura jurídica e financeira.

to de vista administrativo; desdobrar a

É preciso, portanto, não confundir in tervenção com o poder de polícia. Êste será a ação nonnal do Estado

como função disciplinadora dos interês.SC8 individuais em benefício dos próprios

lei, explicando-a, aclarando-lhe o círculo de ação potencial, ou, o que é o mes mo, dizer o que nela se contém implici tamente".

Primorosa definição do poder regula-


.4,1,

52

Dicesto

mentar: dizer explicitamente o que está implícito na lei regulada, respeitar o pensamento e a ratio legis, mas desdo-

comissões

reguladoras

Econóaoco

independentes,

brando-a nos diversos graus e de acordo

gado pelo Congresso. Premissa vicnor — É essencial que al guns poderes sejam delegados a autori

que cada uma dessas autoridades se ex

dades administrativas c comissões inde

ceda, não só nos limites próprios de sua

pendentes.

posição hierárquica, mas também na es-

Conclusão — Logo, os poderes assim delegados não serão legislativos.

na medida dos poderes discricionários.

Não há como evitar-se na prática ad ministrativa o exercício de poderes dele

gados porque as normas, como ação dos órgãos de execução, dependem menos do

sis^ma geral do que dos casos concretos. E a realidade dos nossos dias.

nentemente política, mais do que formal,

pólio do poder normativo.

As diretrizes, a orientação política, as medidas disciplinadoras ou mesmo restri tivas da liberdade individual podem e devem ser da competência exclusiva das câmaras legislativas, mas o poder nor mativo em diferentes graus, dentro da quela hierarquia de normas de que nos falam Kelsen e Carré de Malbey, deve se diluir em graus diferentes, pelos ór gãos incumbidos de executá-las.

Os autores americanos que se têm apurado no estudo de tão relevante pro blema esbarraram naturalmente com ou tro, não menos difícil, de técnica cons

titucional, e que consiste na transferên

cia a um poder (no caso do executivo) de poder ou rnmpntôncia privativa do

outro (no caso do legislativo). Para contornar essa dificuldade, o pro fessor Cushman, em seu livro sobre as

A verdade c que, pela própria dele gação, o poder legislativo se exerce, des

de que expressa, a delegação e definidos os seus limites.

A competência -para clalmrar normas menores, por delegação legislati\a, não será, assim, unia função legislativa, mas uma função subordinada e limitada pelo

órgão que tem a totalidade do poder le gislativo — porque esta legislação não

bém o poder de delegar, êle terá exerci do o poder legislativo ao fixar os limi tes e condições dessa delegação. É que a função legislativa, sendo emi ter-se-a realizado plenamente ao fixar o

da política legislativa, mas não o mono

sistema.

tarão na própria delegação, para se tor narem administrativos 011 quase legisla tivos, porque se o Congresso tiver, ao lado da sua competência legislativa, tam

o Congresso deve exercer o monopólio

órgãos coletivos para realizarem essa ta

incompreensão do seu senüdo político do que mesmo pela >ignificação prática do

derão o caráter legislativo, que se esgo

Por isso é que sempre dissemos que

rem da ineficácia técnica de grandes

estarão subvertidos.

sica da separação dos poderes de Montesquieu, tão malsinada hoje. mais pel.\

E acrescentamos; — êsscs poderes per

será então contingente mas delegada.

O que é inclclcgávcl é a competência para determinar o contendo e os limites

da lei, fixar-lhe as dirctrizcs-basos, in

transponíveis para quem exerce a função delegada.

poder político, as diretrizes gerais dessa

Observa Harvcy Walker em um inte ressante trabalho sobre o processo legis

política, transferindo aos órgãos adequa dos a tarefa de ordem técnica, mais téc

lativo que a função política mais impor

nica do que política, que é a da natu reza mais propriamente normativa.

Não será demasiado acrescentar que, nesses têrmos, não haveria mesmo dele gação no sentido de transferência de

Outro problenin importante, nc.ssü terreno, é o pioccs.Sü, a técnica cie elabo ração da norma legal, principalmente

criação clc assessores técnicos pa

anos |ierantc a Comissão do Itamarati,

que elaborou o anteprojeto da Consti tuição de 1934.

Trala-so apenas de permitir a entida des científicas ou culturais maiores ela

borarem projetos de lei, principalment® de natureza técnica, para exame e apre ciação do Congrcs.so. Institutos, sociedades científicas, cul turais, corporações representativas de

tódas as categorias, classes e atividades sociais, podem trazer uma colaboração

la documentação, pela infonnação, pela nssisléncia Iccnicn.

É de singular importância esta proxi-

tlêncíii, dada a complexidade dos assun

paru evitar a deformação legislativa dos assuntos técnicos e especializados, terre

tos e a sua variedade.

no próprio para o exercício eficaz da

nizações têm procurado realizar essa ta

função delegada.

refa, principalmente a Biblioteca do

Três soluções se me afiguram aconse

lháveis para evitar os males que decor

Á.,ÊL..

2)

ra auxiliarem o poder legislativo. 3) delegação. A primeira já suscitara eu há muitos

ambiente apolítico muito favorável à perfeição de certos diplomas legais. E nesse quadro de instituições, papel relevante pode ficar reservado às Uni versidades e Faculdades Superiores. A outra medida consiste no aparelbamento técnico dos órgãos legislativos pe

ção das fronteiras entre os poderes e a determinação da zona comum em que se confunclem os poderes.

rogativas de cada poder: — quando n totalidade dos poderes de um departa mento é exercida por outro que tem em suas mãos a totalidade de outro poder.

ele.)

poder normativo na esfera administra E tem razão, porque aqui tcr-se-ão de

ta: (n.° 47} para salvaguardar as prer

eonhec-idas como tècnieamontc capazes (exemplo: organismos unixcrsitários, es colas, institutos, associações técnicas,

eficaz o insubstituível, dentro da compe

resolver problemas técnicos entro os quais o maior, sem dúvida, é a demarca

ceito de Marcos Macliscn iío Ecdumlís-

ampliação da iniciativa de pro

tência técnica e especializada c em um

competência, senão a complementação,

E seria o caso de procurar o conteúdo e a significação política e filosófica des sa função legislativa. O importante é não esquecer o con

1)

posições a serem examinadas pelo Con gresso. por entidades credenciadas e re-

tivo está na construção da doutrina do

por outros órgãos, da função normativa,

lativa.

refa, a saber:

tante no terreno cio direito administra

tiva.

nos termos e limites fixados pelo poder que tem o monopólio da função legis

53

OS princípios de uma con.stituição li\Te É, cm suma, a mesma doutrina clás

Premissa maior — O poder legislativo

com a hierarquia das autoridades incum bidas de sua execução.

coUía dos meios e das providências de ordem técnica impostas em cada caso. E o problema se impõe não só na es fera normativa, regulamentar, mas ainda

r

formulou o seguinte silogismo : não pode ser constítucionalmcntc dele

A dificuldade, porém, está em evitar

■WHIlliil I.

mm

Dicesto EcoNÓAnco

Nos Estados Unidos numerosas orga Congresso em Washington e as de ou tros Estados, mas é indubitável a neces-


.4,1,

52

Dicesto

mentar: dizer explicitamente o que está implícito na lei regulada, respeitar o pensamento e a ratio legis, mas desdo-

comissões

reguladoras

Econóaoco

independentes,

brando-a nos diversos graus e de acordo

gado pelo Congresso. Premissa vicnor — É essencial que al guns poderes sejam delegados a autori

que cada uma dessas autoridades se ex

dades administrativas c comissões inde

ceda, não só nos limites próprios de sua

pendentes.

posição hierárquica, mas também na es-

Conclusão — Logo, os poderes assim delegados não serão legislativos.

na medida dos poderes discricionários.

Não há como evitar-se na prática ad ministrativa o exercício de poderes dele

gados porque as normas, como ação dos órgãos de execução, dependem menos do

sis^ma geral do que dos casos concretos. E a realidade dos nossos dias.

nentemente política, mais do que formal,

pólio do poder normativo.

As diretrizes, a orientação política, as medidas disciplinadoras ou mesmo restri tivas da liberdade individual podem e devem ser da competência exclusiva das câmaras legislativas, mas o poder nor mativo em diferentes graus, dentro da quela hierarquia de normas de que nos falam Kelsen e Carré de Malbey, deve se diluir em graus diferentes, pelos ór gãos incumbidos de executá-las.

Os autores americanos que se têm apurado no estudo de tão relevante pro blema esbarraram naturalmente com ou tro, não menos difícil, de técnica cons

titucional, e que consiste na transferên

cia a um poder (no caso do executivo) de poder ou rnmpntôncia privativa do

outro (no caso do legislativo). Para contornar essa dificuldade, o pro fessor Cushman, em seu livro sobre as

A verdade c que, pela própria dele gação, o poder legislativo se exerce, des

de que expressa, a delegação e definidos os seus limites.

A competência -para clalmrar normas menores, por delegação legislati\a, não será, assim, unia função legislativa, mas uma função subordinada e limitada pelo

órgão que tem a totalidade do poder le gislativo — porque esta legislação não

bém o poder de delegar, êle terá exerci do o poder legislativo ao fixar os limi tes e condições dessa delegação. É que a função legislativa, sendo emi ter-se-a realizado plenamente ao fixar o

da política legislativa, mas não o mono

sistema.

tarão na própria delegação, para se tor narem administrativos 011 quase legisla tivos, porque se o Congresso tiver, ao lado da sua competência legislativa, tam

o Congresso deve exercer o monopólio

órgãos coletivos para realizarem essa ta

incompreensão do seu senüdo político do que mesmo pela >ignificação prática do

derão o caráter legislativo, que se esgo

Por isso é que sempre dissemos que

rem da ineficácia técnica de grandes

estarão subvertidos.

sica da separação dos poderes de Montesquieu, tão malsinada hoje. mais pel.\

E acrescentamos; — êsscs poderes per

será então contingente mas delegada.

O que é inclclcgávcl é a competência para determinar o contendo e os limites

da lei, fixar-lhe as dirctrizcs-basos, in

transponíveis para quem exerce a função delegada.

poder político, as diretrizes gerais dessa

Observa Harvcy Walker em um inte ressante trabalho sobre o processo legis

política, transferindo aos órgãos adequa dos a tarefa de ordem técnica, mais téc

lativo que a função política mais impor

nica do que política, que é a da natu reza mais propriamente normativa.

Não será demasiado acrescentar que, nesses têrmos, não haveria mesmo dele gação no sentido de transferência de

Outro problenin importante, nc.ssü terreno, é o pioccs.Sü, a técnica cie elabo ração da norma legal, principalmente

criação clc assessores técnicos pa

anos |ierantc a Comissão do Itamarati,

que elaborou o anteprojeto da Consti tuição de 1934.

Trala-so apenas de permitir a entida des científicas ou culturais maiores ela

borarem projetos de lei, principalment® de natureza técnica, para exame e apre ciação do Congrcs.so. Institutos, sociedades científicas, cul turais, corporações representativas de

tódas as categorias, classes e atividades sociais, podem trazer uma colaboração

la documentação, pela infonnação, pela nssisléncia Iccnicn.

É de singular importância esta proxi-

tlêncíii, dada a complexidade dos assun

paru evitar a deformação legislativa dos assuntos técnicos e especializados, terre

tos e a sua variedade.

no próprio para o exercício eficaz da

nizações têm procurado realizar essa ta

função delegada.

refa, principalmente a Biblioteca do

Três soluções se me afiguram aconse

lháveis para evitar os males que decor

Á.,ÊL..

2)

ra auxiliarem o poder legislativo. 3) delegação. A primeira já suscitara eu há muitos

ambiente apolítico muito favorável à perfeição de certos diplomas legais. E nesse quadro de instituições, papel relevante pode ficar reservado às Uni versidades e Faculdades Superiores. A outra medida consiste no aparelbamento técnico dos órgãos legislativos pe

ção das fronteiras entre os poderes e a determinação da zona comum em que se confunclem os poderes.

rogativas de cada poder: — quando n totalidade dos poderes de um departa mento é exercida por outro que tem em suas mãos a totalidade de outro poder.

ele.)

poder normativo na esfera administra E tem razão, porque aqui tcr-se-ão de

ta: (n.° 47} para salvaguardar as prer

eonhec-idas como tècnieamontc capazes (exemplo: organismos unixcrsitários, es colas, institutos, associações técnicas,

eficaz o insubstituível, dentro da compe

resolver problemas técnicos entro os quais o maior, sem dúvida, é a demarca

ceito de Marcos Macliscn iío Ecdumlís-

ampliação da iniciativa de pro

tência técnica e especializada c em um

competência, senão a complementação,

E seria o caso de procurar o conteúdo e a significação política e filosófica des sa função legislativa. O importante é não esquecer o con

1)

posições a serem examinadas pelo Con gresso. por entidades credenciadas e re-

tivo está na construção da doutrina do

por outros órgãos, da função normativa,

lativa.

refa, a saber:

tante no terreno cio direito administra

tiva.

nos termos e limites fixados pelo poder que tem o monopólio da função legis

53

OS princípios de uma con.stituição li\Te É, cm suma, a mesma doutrina clás

Premissa maior — O poder legislativo

com a hierarquia das autoridades incum bidas de sua execução.

coUía dos meios e das providências de ordem técnica impostas em cada caso. E o problema se impõe não só na es fera normativa, regulamentar, mas ainda

r

formulou o seguinte silogismo : não pode ser constítucionalmcntc dele

A dificuldade, porém, está em evitar

■WHIlliil I.

mm

Dicesto EcoNÓAnco

Nos Estados Unidos numerosas orga Congresso em Washington e as de ou tros Estados, mas é indubitável a neces-


Digesto Econômico

54

Dicesto Econômico

sidade de um serviço mais completo e não restrito à informação bibliográfica.

A última providência, esta mais am

pla e profunda, porque de estrutura, é a delegação legislativa, a que já nos re ferimos e que compreende um conjunto de problemas constitucionais e de técni ca legislativa. O mesmo fenômeno verificado em re

lação às atividades administrativas do Estado — congestionamento pela hiper trofia da sua inteivenção — também se

encontra na atividade legislativa.

Esta

agravada pela dificuldade de movimen tação e funcionamento de um órgão co letivo, de ação retardada por contingên cias políticas inerentes à sua própria existência.

Como os órgãos administrativos foram descentralizados, em benefício da boa técnica e eficiência dos serviços, também

á função normativa não poderá escapar a essa imposição dos fatos, pela infla ção natural e inevitável da matéria le gislativa.

O problema está aqui em resguardar a liberdade, proteger os direitos indivi duais, tarefa esta indelegável e absoluta, porque política e inerente ao poder le gislativo. Somos nesses terrenos defensores mui

to convictos da necessidade das legisla ções delegadas. Não há nessa atitude, que é também a dos mais eminentes constitucionalistas americanos, nenliuma

tendência

fortalecer em e.xcesso o poder adminis

despotismo, neniiuma burocracia totali tária porá em riscos as instituições de mocráticas.

Para isto seria de atender talvez à su

gestão de Harold Lasky no sentido de criar, no próprio Congresso, uma Comis são permanente para fiscalizar a execu ção das funções delegadas e o uso que delas possam fazer os órgãos a que se acham afetas essas funções.

O essencial, acrescenta, é que saiba o Parlamento como é utilizado o exercício

da delegação e possa coibir os excessos. A confecção da lista de venenos, mo

dificações- nas tarifas dos táxis de Lon

dres, não constituem, como bem obser va Lasky, ameaça aos direitos e liberda des individuais, c não devem tomar o tempo do Parlamento.

São apenas exemplos bem nítidos do que pode significar, na prática, o uso da delegação. Faz poucos dias, em aula inaugural da

ao funcionamento do próprio sistema

55

A carta de 1937 era tècnicamentc mais

Mas uma análise tuclíciilosa de suas

perfeita neste ponto ao declarar, em seu artigo 18, que, "independentemente de

atividades, inclusive orçunu-ntárias, dei-

autorização, podem o.s Estados legislar,

JUi ao legislativo um saldo fii\orá\cl, con siderando-se a complexidade! da má

no caso dc haver lei federal sôbrc a materia, para suprir-lhe as deficiências ou

quina.

atender às peculiaridades locais, desde que não dispensem ou discriminem as exigências da lei federal, ou, cm não ha

constitucional.

O lema sugere ainda outros aspectos de interesse, mesmo dentro do nosso sis tema eonslitncional.

-Rcfiro-inc ao artigo 6." da Constitui

vendo lei federal, até que esta o regule, sobre os seguintes assunto.s". .. (que

ção Federal que admite a legislação su pletiva ou complementar dos Estados,

enumerava em seguida).

mesmo sobre matéria eompreenclicla na

(lucstõcs, o que não acontece com o texto atual, permitindo numerosas dúvidas.

competência da União fixada em seu ar tigo 5.°.

É um caso típico cm que a legislação

Resolvia êste x^recoito a maioria das

Assim, a mais difícil e complexa é a

de saber o que sobra ao legislador com

SC desdobra atraxés de diversos diplo mas, dentro dc nmu hierarquia, já agora

plementar, o que fica cm branco, na e.xX^ressao de Pontes dc Miranda, ao poder

tle podcrcs dc jurisdição diferentes, c

subordinado.

mantida uma escala dc subordinação

Ê a mesma dificuldade que surge no .sistema dc delegação legislativa ou po der regulamentar e sempre que existe uma hierarquia nas normas a cargo de

bem nítida.

lução pela ação de Comissões próprias

Ê que lodo poder supletivo ou com plementar SC exerce na dependência do poder mais geral, a quem cabe a prima zia na fixação das normas básicas e fun

no exercício da função delegada, e cita

damentais.

mos como exemplo de empecilhos de correntes do sistema rígido em que vive mos, a confecção da lista de artigos de importação dependentes de norma legal,

O exercício, portanto, da ação supleti va, não é própria senão x^orque de ini ciativa de poder independente, mas con serva a subordinação, no tempo, pelo da

rias o que está implícito na legislação

que devem percorrer todos os tramites

íei federal e, no espaço, pelo seu pró prio conteúdo, que há de ser por esta

maior.

Universidade do Brasil, mostrávamos co

mo os problemas técnicos encontram so

complicados da elaboração legislativa.

Nada menos lógico do que tal mono pólio legislativo, que vem tirar ao Con

trativo, nem o intuito de retirar das Câ

gresso a oportunidade de construir a nossa política econômica, educacional,

também fixado.

A delegação para o Estado completar

mais de um poder ou autoridade, hieràrquicamcntc subordinados.

A primeira restrição está no próprio conteúdo da norma. O que está expres so não pode ser alterado, nem será pos sível revogar por outras nomias contrá

Qualquer conflito dá prevalência à norma principal. Mas o que não está ex presso nem implícito, afastada estará

é competência constitucional expressa, e

qualquer possibilidade de atrito, e ir restrita será então a competência suple tiva e complementar.

o texto federal é obrigatória, por isso que

maras a sua função política e específica,

sanitária, a braços com um exaustivo tra

há de ser exercida todas as vezes que o

mas apenas a imposição de exigências

balho de natureza regulamentar, em de

legislativo estadual achar de conveniên

técnicas que vêm permitir atender à in

trimento de suas altas funções políticas.

cia exercê-la.

tudo quanto não se achar expresso no

flação legislativa, assim como aprimorar

Com isto também é apontado o Con gresso à execração pública, como modelo de ineficiência, incapaz até de completar o quadro legislativo com normas complementares à Constituição, indispensáveis

Não é fácil saber quais os limites do poder federal e do x>oclcr estadual em face do artigo 6.

texto da lei federal, nem decorrer im

a técnica legal.

Reservado o monopólio político do Parlamento, que com isto também fixará

os limites da função delegada, nenhum

Poderá a União exaurir a matéria ou

deverá restringir-se ao plano federal ou às suas linhas mestras ?

Fica assim em branco para os Estados

plicitamente do que ali se acha expresso, para usar da terminologia precisa do ar tigo 18 da Constituição Federal ao fixar' a competência legislativa dos Estados em face da própria Constituição.


Digesto Econômico

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Dicesto Econômico

sidade de um serviço mais completo e não restrito à informação bibliográfica.

A última providência, esta mais am

pla e profunda, porque de estrutura, é a delegação legislativa, a que já nos re ferimos e que compreende um conjunto de problemas constitucionais e de técni ca legislativa. O mesmo fenômeno verificado em re

lação às atividades administrativas do Estado — congestionamento pela hiper trofia da sua inteivenção — também se

encontra na atividade legislativa.

Esta

agravada pela dificuldade de movimen tação e funcionamento de um órgão co letivo, de ação retardada por contingên cias políticas inerentes à sua própria existência.

Como os órgãos administrativos foram descentralizados, em benefício da boa técnica e eficiência dos serviços, também

á função normativa não poderá escapar a essa imposição dos fatos, pela infla ção natural e inevitável da matéria le gislativa.

O problema está aqui em resguardar a liberdade, proteger os direitos indivi duais, tarefa esta indelegável e absoluta, porque política e inerente ao poder le gislativo. Somos nesses terrenos defensores mui

to convictos da necessidade das legisla ções delegadas. Não há nessa atitude, que é também a dos mais eminentes constitucionalistas americanos, nenliuma

tendência

fortalecer em e.xcesso o poder adminis

despotismo, neniiuma burocracia totali tária porá em riscos as instituições de mocráticas.

Para isto seria de atender talvez à su

gestão de Harold Lasky no sentido de criar, no próprio Congresso, uma Comis são permanente para fiscalizar a execu ção das funções delegadas e o uso que delas possam fazer os órgãos a que se acham afetas essas funções.

O essencial, acrescenta, é que saiba o Parlamento como é utilizado o exercício

da delegação e possa coibir os excessos. A confecção da lista de venenos, mo

dificações- nas tarifas dos táxis de Lon

dres, não constituem, como bem obser va Lasky, ameaça aos direitos e liberda des individuais, c não devem tomar o tempo do Parlamento.

São apenas exemplos bem nítidos do que pode significar, na prática, o uso da delegação. Faz poucos dias, em aula inaugural da

ao funcionamento do próprio sistema

55

A carta de 1937 era tècnicamentc mais

Mas uma análise tuclíciilosa de suas

perfeita neste ponto ao declarar, em seu artigo 18, que, "independentemente de

atividades, inclusive orçunu-ntárias, dei-

autorização, podem o.s Estados legislar,

JUi ao legislativo um saldo fii\orá\cl, con siderando-se a complexidade! da má

no caso dc haver lei federal sôbrc a materia, para suprir-lhe as deficiências ou

quina.

atender às peculiaridades locais, desde que não dispensem ou discriminem as exigências da lei federal, ou, cm não ha

constitucional.

O lema sugere ainda outros aspectos de interesse, mesmo dentro do nosso sis tema eonslitncional.

-Rcfiro-inc ao artigo 6." da Constitui

vendo lei federal, até que esta o regule, sobre os seguintes assunto.s". .. (que

ção Federal que admite a legislação su pletiva ou complementar dos Estados,

enumerava em seguida).

mesmo sobre matéria eompreenclicla na

(lucstõcs, o que não acontece com o texto atual, permitindo numerosas dúvidas.

competência da União fixada em seu ar tigo 5.°.

É um caso típico cm que a legislação

Resolvia êste x^recoito a maioria das

Assim, a mais difícil e complexa é a

de saber o que sobra ao legislador com

SC desdobra atraxés de diversos diplo mas, dentro dc nmu hierarquia, já agora

plementar, o que fica cm branco, na e.xX^ressao de Pontes dc Miranda, ao poder

tle podcrcs dc jurisdição diferentes, c

subordinado.

mantida uma escala dc subordinação

Ê a mesma dificuldade que surge no .sistema dc delegação legislativa ou po der regulamentar e sempre que existe uma hierarquia nas normas a cargo de

bem nítida.

lução pela ação de Comissões próprias

Ê que lodo poder supletivo ou com plementar SC exerce na dependência do poder mais geral, a quem cabe a prima zia na fixação das normas básicas e fun

no exercício da função delegada, e cita

damentais.

mos como exemplo de empecilhos de correntes do sistema rígido em que vive mos, a confecção da lista de artigos de importação dependentes de norma legal,

O exercício, portanto, da ação supleti va, não é própria senão x^orque de ini ciativa de poder independente, mas con serva a subordinação, no tempo, pelo da

rias o que está implícito na legislação

que devem percorrer todos os tramites

íei federal e, no espaço, pelo seu pró prio conteúdo, que há de ser por esta

maior.

Universidade do Brasil, mostrávamos co

mo os problemas técnicos encontram so

complicados da elaboração legislativa.

Nada menos lógico do que tal mono pólio legislativo, que vem tirar ao Con

trativo, nem o intuito de retirar das Câ

gresso a oportunidade de construir a nossa política econômica, educacional,

também fixado.

A delegação para o Estado completar

mais de um poder ou autoridade, hieràrquicamcntc subordinados.

A primeira restrição está no próprio conteúdo da norma. O que está expres so não pode ser alterado, nem será pos sível revogar por outras nomias contrá

Qualquer conflito dá prevalência à norma principal. Mas o que não está ex presso nem implícito, afastada estará

é competência constitucional expressa, e

qualquer possibilidade de atrito, e ir restrita será então a competência suple tiva e complementar.

o texto federal é obrigatória, por isso que

maras a sua função política e específica,

sanitária, a braços com um exaustivo tra

há de ser exercida todas as vezes que o

mas apenas a imposição de exigências

balho de natureza regulamentar, em de

legislativo estadual achar de conveniên

técnicas que vêm permitir atender à in

trimento de suas altas funções políticas.

cia exercê-la.

tudo quanto não se achar expresso no

flação legislativa, assim como aprimorar

Com isto também é apontado o Con gresso à execração pública, como modelo de ineficiência, incapaz até de completar o quadro legislativo com normas complementares à Constituição, indispensáveis

Não é fácil saber quais os limites do poder federal e do x>oclcr estadual em face do artigo 6.

texto da lei federal, nem decorrer im

a técnica legal.

Reservado o monopólio político do Parlamento, que com isto também fixará

os limites da função delegada, nenhum

Poderá a União exaurir a matéria ou

deverá restringir-se ao plano federal ou às suas linhas mestras ?

Fica assim em branco para os Estados

plicitamente do que ali se acha expresso, para usar da terminologia precisa do ar tigo 18 da Constituição Federal ao fixar' a competência legislativa dos Estados em face da própria Constituição.


r

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E, em conseqüência, falece aos Esta dos o poder dc legislar sobre a matéria, em que a sua competência é supletiva, quando não haja lei federal a respeito. Será a legislação supletiva, então, me ro acessório da principal e ligada aos

seus preceitos numa relação de causa a

tiva dos Estados ainda estão sujeitas a exame, etc.

A culpa, a nosso \'cr, não ó do Con gresso, que não pode trabalhar sem ma duro exame, mas do sistema pouco fle xível da Constituição, que não pcrjiiite solução à inflação legislativa conseqüen

efeito.

te à complexidade dos problemas do in

O contrário ocorre com a legislação concorrente, quando mais livre c a ini

tervenção estatal.

ciativa do poder estadual, cuja compe

cação do processo legislativo, na melho ria do aparelhamcnto técnico dos legis ladores, na legislação delegada, feitas as

tência só se reduz quando atrita com a legislação federal, sempre preponderante.

Os mesmos princípios têm toda apli cação à legislação delegada. Esta não pode exceder os limites da

delegação.

Não somente o que estiver em branco

- no texto legislativo, mas também o que ^ a este não contrariar, poderá ser exerci do pelo poder delegado. Pois bem, estamos diante de fato con creto, depois de termos procurado fixar os limites dessa função delegada. Será materialmente possível ao Con gresso exercer totalmente o poder nor

mativo, provendo a todo o sistema legis. lativo federal consagrado na Consti tuição ?

Estará o Congresso tècnicamente apa relhado para esgotar a atividade norma

tiva nos setores político, jurídico, econô mico e social previstos na Constituição ? Teria a técnica legislativa progredido

ao ponto de atender a todas as obriga ções impostas pela Constituição, de ma neira a exaurir o Congresso a função normativa ?

O artigo 151 da Constituição não foi

ainda regulamentado, o sistema de pro

A solução estará, talvez, na simplifi

necessárias restrições e reservas quanto

ao seu processo, para evitar que o Con gresso abdique da sua função legislativa própria.

Não é juEto que se mantenhii o di vórcio entro a função normativa comple

mentar e os órgãos de execução. É pre ciso que estes também estabeleçam as

suas normas, que não se podem reduzir a mera função regulamentar, privativa do poder executivo. Quem e.xecuta, principalmente nos se

tores técnicos, precisa também fixar as normas de execução, limitadas apenas

pela política legislativa própria do Con gresso.

Devemos caminhar de olhos abertos

dentro da nossa realidade que é o desaparelhamento dos órgãos de execução e a falta de recursos eficazes para exercer a criação administrativa sob o controle

dos órgãos jurisdicionais, cuja simplifica ção e eficácia também se impõem.

Seria fácil citar exemplos. Profiro en tretanto, ficar na doutrina, pedindo a vossa atenção para que examineis em

plano alto e arejado os vossos proble

teção contra o abuso do poder econômi

mas, em um amplo debate que só pode

co não mereceu ainda solução, as bases

rá ser útil às instituições democráticas.

e diretrizes da educação nacional ainda

Mais uma vez, agradeço a honra que me foi concedida ocupando uma cáte dra tão nobre de tradições e de serviços

não foram traçadas, numerosas matérias

relacionadas no artigo 5 da Constitui ção e de que depende a legislação suple

à causa do ensino e do Brasil. V

fr

Notas sobre problemas aculturativos DjAcm MExicziia

(Prof. cat. da faculdade Nacional de Filosofia) antropólogos denominam cultura Os tudo que resuUa do esforço cria

plano espiritual. O fenômeno passou

dor humano. Assim, o cjuc não é um

dos chamados processos aculturativos. E de grande importância, na conside

produto da "natureza", é um produto da "cultura". Esta representa a totali dade das criações Immanas c exprimo orna conquista progressiva dc domínio sóbrc as coisas. Caraclcriz;! o próprio

modernamente a ser examinado dentro ração desses fenômenos, a análise do processo dc interação" como fundamen

tal às comunidade.s humanas. Os diver•sos tipos dc interação social foram clas

desenvolvimento histórico do homem,

sificados nas quatro formas típicas: co7n-

que se afirma elaborando técnicas dc vi

]}ctição, cotiflito, acomodação c assimi

da e formas de convivência. Ê a atmos

lação.

fera em que se expandem as qualidades ^lue o distinguem dos seres animais. Ao

^do de coisas realmente criadas, que re presentam a cultura material, há produ

tos espiritualmente elaborados, e repre sentam a cultura não-matcrial: crenças,

hábitos, técnicas dc fazer as coisas, re gras de agir. As duas formas são apenas

dois aspectos, que se não separam senão teòricamente, dada a sua interpcnetra-

O processo competitivo se manifesta

de preferência na ati\-idadc econômica, entre produtores que disputam o domí nio de mercados e de clientela. A com

petição pode levar a luta por "status", isto é, luta por posição mais elevada na sociedade. Na competição, os indiví duos podem não se achar em contacto e comunicação; no conflito, sempre entram em contacto conscieptc, evocando-se cer

prática na exteriorização da ativida

ta tensão de unimos, existentes nas ri

Cada homem procede dc detenninada

validades entre grupos, entre facções, en tre culturas. Na acomodação, o ajusta-

^'rltura, que c sua ambiencia e o explica. Quando a imigração africana começou a

rncnto é típico: a organização das rela ções e atitudes sociais visam reduzir ou

povoar as "fazendas" brasileiras, as cul-

turas transplantadas da África sofreram

prevenir o conflito, controlar a compe tição, assegurar a estabilidade de pes

o "impacto" do novo meio. Entraram

soas ou grupos divergentes.

de humana.

Ofn contacto com as culturas existentes,

Na acomodação, pessoas ou grupos se

aborígenes e a lusitana. Os resultados foram estudados em primeira mão por

intcrpcnetram, adquirindo atitudes co muns, partilhando de objetivos comuns,

Nina Rodrigues, nos começos do século. Depois, por métodos mais modernos de antropologia cultural, pelo prof. Artur Ramos. A herança africana, deformada pelas condições sociais, Nina denominou

de síncretismo — fusão de crenças origi nando "religiões mostiçadas": o que se dava no plano biológico se refletia no

incorporados na vida cultural da comu nidade. Mas os indivíduos só externa mente ajustam-se ao meio social:

seu

modo de julgar, de compreender as ati tudes dos demais sofre pouca influência. Internamente, sua V/elianschauttng, isto é, sua intuição e atitude das coisas, não mudou. Quando essa atitude íntima


r

Dicesto Econômico

56

E, em conseqüência, falece aos Esta dos o poder dc legislar sobre a matéria, em que a sua competência é supletiva, quando não haja lei federal a respeito. Será a legislação supletiva, então, me ro acessório da principal e ligada aos

seus preceitos numa relação de causa a

tiva dos Estados ainda estão sujeitas a exame, etc.

A culpa, a nosso \'cr, não ó do Con gresso, que não pode trabalhar sem ma duro exame, mas do sistema pouco fle xível da Constituição, que não pcrjiiite solução à inflação legislativa conseqüen

efeito.

te à complexidade dos problemas do in

O contrário ocorre com a legislação concorrente, quando mais livre c a ini

tervenção estatal.

ciativa do poder estadual, cuja compe

cação do processo legislativo, na melho ria do aparelhamcnto técnico dos legis ladores, na legislação delegada, feitas as

tência só se reduz quando atrita com a legislação federal, sempre preponderante.

Os mesmos princípios têm toda apli cação à legislação delegada. Esta não pode exceder os limites da

delegação.

Não somente o que estiver em branco

- no texto legislativo, mas também o que ^ a este não contrariar, poderá ser exerci do pelo poder delegado. Pois bem, estamos diante de fato con creto, depois de termos procurado fixar os limites dessa função delegada. Será materialmente possível ao Con gresso exercer totalmente o poder nor

mativo, provendo a todo o sistema legis. lativo federal consagrado na Consti tuição ?

Estará o Congresso tècnicamente apa relhado para esgotar a atividade norma

tiva nos setores político, jurídico, econô mico e social previstos na Constituição ? Teria a técnica legislativa progredido

ao ponto de atender a todas as obriga ções impostas pela Constituição, de ma neira a exaurir o Congresso a função normativa ?

O artigo 151 da Constituição não foi

ainda regulamentado, o sistema de pro

A solução estará, talvez, na simplifi

necessárias restrições e reservas quanto

ao seu processo, para evitar que o Con gresso abdique da sua função legislativa própria.

Não é juEto que se mantenhii o di vórcio entro a função normativa comple

mentar e os órgãos de execução. É pre ciso que estes também estabeleçam as

suas normas, que não se podem reduzir a mera função regulamentar, privativa do poder executivo. Quem e.xecuta, principalmente nos se

tores técnicos, precisa também fixar as normas de execução, limitadas apenas

pela política legislativa própria do Con gresso.

Devemos caminhar de olhos abertos

dentro da nossa realidade que é o desaparelhamento dos órgãos de execução e a falta de recursos eficazes para exercer a criação administrativa sob o controle

dos órgãos jurisdicionais, cuja simplifica ção e eficácia também se impõem.

Seria fácil citar exemplos. Profiro en tretanto, ficar na doutrina, pedindo a vossa atenção para que examineis em

plano alto e arejado os vossos proble

teção contra o abuso do poder econômi

mas, em um amplo debate que só pode

co não mereceu ainda solução, as bases

rá ser útil às instituições democráticas.

e diretrizes da educação nacional ainda

Mais uma vez, agradeço a honra que me foi concedida ocupando uma cáte dra tão nobre de tradições e de serviços

não foram traçadas, numerosas matérias

relacionadas no artigo 5 da Constitui ção e de que depende a legislação suple

à causa do ensino e do Brasil. V

fr

Notas sobre problemas aculturativos DjAcm MExicziia

(Prof. cat. da faculdade Nacional de Filosofia) antropólogos denominam cultura Os tudo que resuUa do esforço cria

plano espiritual. O fenômeno passou

dor humano. Assim, o cjuc não é um

dos chamados processos aculturativos. E de grande importância, na conside

produto da "natureza", é um produto da "cultura". Esta representa a totali dade das criações Immanas c exprimo orna conquista progressiva dc domínio sóbrc as coisas. Caraclcriz;! o próprio

modernamente a ser examinado dentro ração desses fenômenos, a análise do processo dc interação" como fundamen

tal às comunidade.s humanas. Os diver•sos tipos dc interação social foram clas

desenvolvimento histórico do homem,

sificados nas quatro formas típicas: co7n-

que se afirma elaborando técnicas dc vi

]}ctição, cotiflito, acomodação c assimi

da e formas de convivência. Ê a atmos

lação.

fera em que se expandem as qualidades ^lue o distinguem dos seres animais. Ao

^do de coisas realmente criadas, que re presentam a cultura material, há produ

tos espiritualmente elaborados, e repre sentam a cultura não-matcrial: crenças,

hábitos, técnicas dc fazer as coisas, re gras de agir. As duas formas são apenas

dois aspectos, que se não separam senão teòricamente, dada a sua interpcnetra-

O processo competitivo se manifesta

de preferência na ati\-idadc econômica, entre produtores que disputam o domí nio de mercados e de clientela. A com

petição pode levar a luta por "status", isto é, luta por posição mais elevada na sociedade. Na competição, os indiví duos podem não se achar em contacto e comunicação; no conflito, sempre entram em contacto conscieptc, evocando-se cer

prática na exteriorização da ativida

ta tensão de unimos, existentes nas ri

Cada homem procede dc detenninada

validades entre grupos, entre facções, en tre culturas. Na acomodação, o ajusta-

^'rltura, que c sua ambiencia e o explica. Quando a imigração africana começou a

rncnto é típico: a organização das rela ções e atitudes sociais visam reduzir ou

povoar as "fazendas" brasileiras, as cul-

turas transplantadas da África sofreram

prevenir o conflito, controlar a compe tição, assegurar a estabilidade de pes

o "impacto" do novo meio. Entraram

soas ou grupos divergentes.

de humana.

Ofn contacto com as culturas existentes,

Na acomodação, pessoas ou grupos se

aborígenes e a lusitana. Os resultados foram estudados em primeira mão por

intcrpcnetram, adquirindo atitudes co muns, partilhando de objetivos comuns,

Nina Rodrigues, nos começos do século. Depois, por métodos mais modernos de antropologia cultural, pelo prof. Artur Ramos. A herança africana, deformada pelas condições sociais, Nina denominou

de síncretismo — fusão de crenças origi nando "religiões mostiçadas": o que se dava no plano biológico se refletia no

incorporados na vida cultural da comu nidade. Mas os indivíduos só externa mente ajustam-se ao meio social:

seu

modo de julgar, de compreender as ati tudes dos demais sofre pouca influência. Internamente, sua V/elianschauttng, isto é, sua intuição e atitude das coisas, não mudou. Quando essa atitude íntima


Digesto Econômico

58

de julgamento, transfígurando-lhe a ex periência em função da nova situação,

ção foram examinados sob três aspectos: o da aceitação, o da adaptação c o da reação, segundo o grupo receptor aco

então o processo, atingindo sua psicolo

lha fàcilmente a ação cultural do grupo

também muda, dando-lhe novos cnterios

gia, chama-se assimilação.

T I

no excelente trabalho que é Técnica e Pesquisa em Sociologia. O primeiro c biológico.

Neste caso,

não SC distingue da amalgamação-, é a

*

pondem. \ colonização das Américas é

Judeus c negros oferccem-

São problemas (|iic se agra\am e exigem

movimentos

métodos antropológicos, paru encaminha

contra-aculturativos. *

técnicas e da ciência que llics corres nos ainda hoje exemplos d<' comunida des culturais cm situaçxães de conflito.

traços das duas culturas em presença,

A assimilação oferece três aspectos ge rais, conforme examina Donald Pierson

59

ilustrativa.

influente, ou derivo uma combinação dos ou, enfim, se manifestem

Dicesto Econômico

mento de soluções cientificas. Como dis

se Robert Park, que f{)i um grande es tudioso do problema, a consciência cres

*

De posse daquelas indicações teóri

cente dos problemas vem mostrando a

cas, o exame dos chamados "problemas

sua generalidade.

raciais" se resume, nos seus fundamen tos, ao estudo das relações entre raças..

culturas diferentes, que não se ajustem fàcilmente dentro dos processos normais de equilíbrio.

Como se distribuem cias em certo^ es

fusão de raças diferentes por meio do "interbreeding", isto é, da mestiçagem

paço ? Para responder, faz-se a análise

o do casamento.

A mistura de raças é

ecológica.

fenômeno' histórico: jamais houve raças "puras", mas grupos que, isolados em

biolÓ2Íco.

Eles emergcní onde

quer que se verificjuem contados entre

Como se miscigenaram ? Eis o estudo que abreviam cada \ez mais as distân

culturas

Entra-se no estu

cias físicas, as distâncias sociais, qtu; se

do

processo

exprimem nas relações entre culturas

aculturaiivo. Den tro deste, muitos

bistòricamentc atrasadas e avançadas,

diferen

se dentro de seus habitats.

O aspecto social é o que vem a se guir. Exprime a

Como se ajusta

do

Com a facilidade de comunicaçõe.s,

são o fator sério dc harmonização das comunidades humanas, principalmente

problemas sociais emergem: econô mico, político, re

se notamios que as culturas tendem a ser subordinadas às mais avançadas pe-

ligioso, moral, etc. Foi, incontestà-

'o sistema dc parasitismo econômico que

a transmissão de elementos cultu-

velmente, o processo de trocas mundial,

rais de um grupo a outro. Traduz o

acelerado com o desenvolvimento eco

Em face das perspectivas assinaladas,

aculturação, que é

conflito e a fusão de culturas, que se

inicia, como todo processo interativo,

pelo contacto: mudança de atitudes, de linguagem, de mores, etc. O terceiro aspecto é uma especializa

ção, para o estudo particular das popu lações americanas, dentro do capítulo da aculturação: é o da americanização. É a maneira por que se processa a parti

cipação do imigrante na vida americana, preparando-o para assumir atitudes, cri térios valorativos, ideais da cultura exis tente no continente. Ensinam Park e

Burgcss que os resultados da acultura-

pode estabelecer-se.

o citado sociólogo norte-americano inda

nômico, que determinou a multiplicida

gou: "como se poderá estabelecer e man

de de contactos entre povos os mais po

ter uma ordem

derosos do Globo. O que, habitual mente, alguns sociólogos e antropólogos

sideradas "inferiores" se desagregaram

em contacto com as "superiores", mais

adiantadas e capazes pelo domínio das

eficiente

num

industrializado e co.smopolita ?"

culturalistas denominaram de "europei

conflitos sempre existiram, observados por historiadores, por sociólogos, por psi cólogos e economistas. As culturas con

social

niundo quase completamente urbanizado,

zação" de regiões afastadas dos centros civilizados, constitui o mesmo fenômeno agora abordado. Os dcsajustamentos e

«'\-angélico.s, no regime imperial, no Bra sil. não podiam casar, porque só o ca samento religioso da igreja católica era \álido. Para celebrar o matrimônio, te riam de abandonar a sua crença. O "im

pedimento axiológico" interceptava a eontmmdade religiosa - diz um estudio so brasileiro.

Quando \>ma pessoa se acha a caminh() de assimilação em cultura diversa,

ixidera, cm certos momentos, oscilar, in decisa, entre a aceitação de estalõcs he que pauta a conduta. Isso envolve in

ram socialmente ?

modíficando-

culturas diferentes. Ex.: imigrantes

terogêneos na aferição dos valores por

certas áreas, durante certos períodos de tempo, elaboraram tes,

pcdimcnios axiológicos os conflitos re sultantes de avaliações feitas diversa- . nu-nlc, segundo padrões elaborados em

1

O "meltíng-pot" das raças é um ca dinho histórico onde se precipitam as correntes agitadas pelas guerras e modi ficações advindas do progresso científi co. Seus problemas passam ao primei

teressantes problemas de psicologia so

cial, ja estudados, com abundância dc

material, por cientistas como KymbaU V)ung, Parck, Ogburn. Stonequist e muitos mais. Os padrões aferidores, a cpie nos referimos, são constituídos por rcqyrcscntações

coletivas,

socialmente

transmitidas no processo educaüvo: são

valores sociais. Um objeto, uma idéia ou uma nonna oferecem valor porque, a

seu respeito, liá experiência capitalizada,

partilhada pelos membros do grupo, que

lhes dispensa aprovação. Toda cul^-a e etnocêntuca - isto é, considera-se ab

soluta o acima das outras, servindo aos seus parbcipantes de termo de compa

ração em frente às demais, como ponto medida de todas as coisas, se parafra

de referencia universal. Nela está a searmos Protágoras. Na base dos con flitos culturais está exatamente essa atítucle tundamental.

ro plano.

Dentro de cada cultura, pois, formamse padrões de julgamento pelos quais seus membros aferem o valor dos fatos •e das coisas. Znaniecki chamou de im-

*

*

Ao entrar no país, o imigrante proce de de outro meio. onde se formou: vai iniciar contacto com cultura diversa. A


Digesto Econômico

58

de julgamento, transfígurando-lhe a ex periência em função da nova situação,

ção foram examinados sob três aspectos: o da aceitação, o da adaptação c o da reação, segundo o grupo receptor aco

então o processo, atingindo sua psicolo

lha fàcilmente a ação cultural do grupo

também muda, dando-lhe novos cnterios

gia, chama-se assimilação.

T I

no excelente trabalho que é Técnica e Pesquisa em Sociologia. O primeiro c biológico.

Neste caso,

não SC distingue da amalgamação-, é a

*

pondem. \ colonização das Américas é

Judeus c negros oferccem-

São problemas (|iic se agra\am e exigem

movimentos

métodos antropológicos, paru encaminha

contra-aculturativos. *

técnicas e da ciência que llics corres nos ainda hoje exemplos d<' comunida des culturais cm situaçxães de conflito.

traços das duas culturas em presença,

A assimilação oferece três aspectos ge rais, conforme examina Donald Pierson

59

ilustrativa.

influente, ou derivo uma combinação dos ou, enfim, se manifestem

Dicesto Econômico

mento de soluções cientificas. Como dis

se Robert Park, que f{)i um grande es tudioso do problema, a consciência cres

*

De posse daquelas indicações teóri

cente dos problemas vem mostrando a

cas, o exame dos chamados "problemas

sua generalidade.

raciais" se resume, nos seus fundamen tos, ao estudo das relações entre raças..

culturas diferentes, que não se ajustem fàcilmente dentro dos processos normais de equilíbrio.

Como se distribuem cias em certo^ es

fusão de raças diferentes por meio do "interbreeding", isto é, da mestiçagem

paço ? Para responder, faz-se a análise

o do casamento.

A mistura de raças é

ecológica.

fenômeno' histórico: jamais houve raças "puras", mas grupos que, isolados em

biolÓ2Íco.

Eles emergcní onde

quer que se verificjuem contados entre

Como se miscigenaram ? Eis o estudo que abreviam cada \ez mais as distân

culturas

Entra-se no estu

cias físicas, as distâncias sociais, qtu; se

do

processo

exprimem nas relações entre culturas

aculturaiivo. Den tro deste, muitos

bistòricamentc atrasadas e avançadas,

diferen

se dentro de seus habitats.

O aspecto social é o que vem a se guir. Exprime a

Como se ajusta

do

Com a facilidade de comunicaçõe.s,

são o fator sério dc harmonização das comunidades humanas, principalmente

problemas sociais emergem: econô mico, político, re

se notamios que as culturas tendem a ser subordinadas às mais avançadas pe-

ligioso, moral, etc. Foi, incontestà-

'o sistema dc parasitismo econômico que

a transmissão de elementos cultu-

velmente, o processo de trocas mundial,

rais de um grupo a outro. Traduz o

acelerado com o desenvolvimento eco

Em face das perspectivas assinaladas,

aculturação, que é

conflito e a fusão de culturas, que se

inicia, como todo processo interativo,

pelo contacto: mudança de atitudes, de linguagem, de mores, etc. O terceiro aspecto é uma especializa

ção, para o estudo particular das popu lações americanas, dentro do capítulo da aculturação: é o da americanização. É a maneira por que se processa a parti

cipação do imigrante na vida americana, preparando-o para assumir atitudes, cri térios valorativos, ideais da cultura exis tente no continente. Ensinam Park e

Burgcss que os resultados da acultura-

pode estabelecer-se.

o citado sociólogo norte-americano inda

nômico, que determinou a multiplicida

gou: "como se poderá estabelecer e man

de de contactos entre povos os mais po

ter uma ordem

derosos do Globo. O que, habitual mente, alguns sociólogos e antropólogos

sideradas "inferiores" se desagregaram

em contacto com as "superiores", mais

adiantadas e capazes pelo domínio das

eficiente

num

industrializado e co.smopolita ?"

culturalistas denominaram de "europei

conflitos sempre existiram, observados por historiadores, por sociólogos, por psi cólogos e economistas. As culturas con

social

niundo quase completamente urbanizado,

zação" de regiões afastadas dos centros civilizados, constitui o mesmo fenômeno agora abordado. Os dcsajustamentos e

«'\-angélico.s, no regime imperial, no Bra sil. não podiam casar, porque só o ca samento religioso da igreja católica era \álido. Para celebrar o matrimônio, te riam de abandonar a sua crença. O "im

pedimento axiológico" interceptava a eontmmdade religiosa - diz um estudio so brasileiro.

Quando \>ma pessoa se acha a caminh() de assimilação em cultura diversa,

ixidera, cm certos momentos, oscilar, in decisa, entre a aceitação de estalõcs he que pauta a conduta. Isso envolve in

ram socialmente ?

modíficando-

culturas diferentes. Ex.: imigrantes

terogêneos na aferição dos valores por

certas áreas, durante certos períodos de tempo, elaboraram tes,

pcdimcnios axiológicos os conflitos re sultantes de avaliações feitas diversa- . nu-nlc, segundo padrões elaborados em

1

O "meltíng-pot" das raças é um ca dinho histórico onde se precipitam as correntes agitadas pelas guerras e modi ficações advindas do progresso científi co. Seus problemas passam ao primei

teressantes problemas de psicologia so

cial, ja estudados, com abundância dc

material, por cientistas como KymbaU V)ung, Parck, Ogburn. Stonequist e muitos mais. Os padrões aferidores, a cpie nos referimos, são constituídos por rcqyrcscntações

coletivas,

socialmente

transmitidas no processo educaüvo: são

valores sociais. Um objeto, uma idéia ou uma nonna oferecem valor porque, a

seu respeito, liá experiência capitalizada,

partilhada pelos membros do grupo, que

lhes dispensa aprovação. Toda cul^-a e etnocêntuca - isto é, considera-se ab

soluta o acima das outras, servindo aos seus parbcipantes de termo de compa

ração em frente às demais, como ponto medida de todas as coisas, se parafra

de referencia universal. Nela está a searmos Protágoras. Na base dos con flitos culturais está exatamente essa atítucle tundamental.

ro plano.

Dentro de cada cultura, pois, formamse padrões de julgamento pelos quais seus membros aferem o valor dos fatos •e das coisas. Znaniecki chamou de im-

*

*

Ao entrar no país, o imigrante proce de de outro meio. onde se formou: vai iniciar contacto com cultura diversa. A


r

"í 'VíWl

Dicesto Econômico Djcesto

60

aceitação de um estalão de valores cul

língua é o veículo mais importante no contacto cultural. Os filhos aprendem

resistência à assimilação, que se revela

ràpidamente os novos hábitos e inte gram-se no meio, as vêzes mesmo des

nos sentimentos de constante valorização

cultura, seu sistema valorali\o, som assi-

prezando a ascendência estrangeira, e

da cultura originária. Esforça-se o mar ginal para evitar contactos, aceitação de

provocando incompatibilidades na famí

hábitos nativos.

norte-americanos, apontando tais desa-

justamentos como erros da "escola li beral".

Acontece, porém, que muitas vezes ocorrem, na cultura que recebe o imi

grante, sinais de reação, exprimindo cer ta repulsa em relação ao ádvena. Essa inaceitação pelo meio revcstc-se de for mas variadas, que lhe incutem ressenti mentos contra o grupo dominante. Tal era a situação do mulato, em

certas

áreas do Brasil, a do anglo-indiano, na

índia, a do judeu, em alguns países da Europa.

"Como o mestiço parece estar na di visa de duas raças, não pertencendo realmente a nenhuma delas, o imigrante se encontra, durante a fase aguda do conflito mental, na divisa de duas cul

turas, sendo de fato alheio a ambas. Robert Park denominou esse tipo de "mar

ginal man", homem marginal. A mar ginalidade cultural é uma situação de conflito, e os sintomas típicos são os recalcamentos, os sentimentos de inferio li

I

tra a cultura onde estão situados, numa

turais determinados e o indivíduo que perdeu", com a mudança para no\a

lia, conforme observaram estudiosos

61

Econômico

n^ilar moralmente outro sistema. ês.sc outro sistema lhe produz .sentimentos de

dos Estados do Sul, cm núcleos alemães,

desconfiança, que difitadtam a sua assimilaçjio. Se o meio, como sucedia cm vurias cidades do Sul. cheio de iinigran-

servem de material de estudo. Quando o governo central deixou ampla liberda

alefnães, fortaleci- essas atitudes, o ^ue se dá não é mais a marginalidade

de a tais núcleos de colonização, vimos

■udividual, mas cultural: c todo um gru-

Inúmeros sintomas, nas populações

como se incentivou a formação de agru

pamentos pouco penncávcis as influên cias nacionais. Essa impcrmeabilidade era dificultada pela organização que to mavam tais imigrantes, com instituições educativas na própria língua c procu rando estabelecer estilos

de vida

moldes de sua pátria.

Cercados por

nos

cultura estranha, estão constantemente

vigilantes, o que lhes aguça uma espécie de "consciência racial", que os afasta sempre de melhores entendimentos com

o meio nacional, criando situações de

Po que rcvÍM-, dentro de outro país, íoncliçõe^ inteir:imente diversas, com "<na série grave de problemas de ordem e politiea. Foi

a isso que se denominou de quis-

Taciais. i\() fundo, não se tratava do

P^hlenias de "raça", mas de diferenças tuturais. que em certo momento, ti\cfatores políticos agravando-os. Os

^^ractcres "raciais", que diferençavam

métodos mais necessários para o tratami-nto da questão esta\ am ã mão do po der publico: escolas para ensino obriga tório da lingim nacional, de suas tradiçoe.s, de sua história aos descendentes,

não se admitindo segregação dos elemen tos nacionais. Foi o que depois se veio a fazer parcialmente. BIBLIOGRAFIA:

G. Mortnrn. Estudos Bro^lleiros de Demografia.

monografia n.o

ção O. V.nrgns. 11M6.

i, Funda

E. Wagciunnn, A Colonização alemã no

Espírito Santo, I. B. G. E,. Rio. 1946. A. Ramos. A Aculturação Negra no BraSíl. Brasiliana, S. Paulo. 1942.

E. Willom.s,

Assimilação

Marginais Paulo.

no

Brasil.

o

Populações

Brasiliana,

S.

1940.

D. Pior.son, Técnica o Pesquisa em So ciologia, Sao Paulo. Como. Melhora mentos.

s'd.

R. Pnrk and E. Burgoss. Introduction Io

1042

Sociology.

Chicago.

C. Wlsslcr. An Introduction to Social .\n-

grupos humanos dos nuti\os, scr-

thrcpology, Henry Holt & C.o, N.Y..

apenas para o reconhecimento rá-

K. Young. Handbook oí Social Psycholo-

conflito indesejáveis. O reduto de ale-

Fdo, a fim de facilitar a discriminação.

manidade, que orgulhou Ernst Wagemann, no Espírito Santo, como "magni ficência e esplendor das criações do es pirito alemão", resulta, como ele mesmo

eram acidentais no exame do pro-

gy. Routledce London,

& Kegan Paul Ltd

1948.

^"essü. No fundo, o problema era ape-

Max Loclerc, Cartas do Brasil, Brasilia

um problema de aculturação. E os

Anuário Estatístico do Brasil, IBGE

na. S. Paulo, 1942.

Rio.

.

apontou, de descaso do poder público e

da ignorância do povo.

ridade com suas compensações, as psi coses, os crimes e os suicídios (Willems).

ííí

*

Formam-se, objetivamente, as condi

A marginalidade constitui exceção. Exprime, psicologicamente, uma crise de

personalidade.

*

Verifica-se quando o

indivíduo interioriza o conflito entre cul-

, turas, subjetiviza-o em caso pessoal. Tem

ções culturais de conflito, que têm sua

incubação histórica; sua inieriorização é

o aspecto subjetivo, observável nos fenô menos de crise da personalidade. Êsse drama, que se realiza na mente indivi

suas raízes afetivas, e o ressentimento é

dual, em conexão com as relações so

a expressão mais característica do pro

ciais, se exprime na chamada atitude de ambivalência, que é a manifestação de atração e repulsa, de aprovação o desa

cesso que se desenvolve na sua mente, onde se refletem os desajnstamentos ir rompidos na ordem cultural. Manifesta.se como despeito, reação, rivalidade con-

provação, pelo mesmo fato ou pessoa.

Todo comportamento humano implica na

.''j


r

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Dicesto Econômico Djcesto

60

aceitação de um estalão de valores cul

língua é o veículo mais importante no contacto cultural. Os filhos aprendem

resistência à assimilação, que se revela

ràpidamente os novos hábitos e inte gram-se no meio, as vêzes mesmo des

nos sentimentos de constante valorização

cultura, seu sistema valorali\o, som assi-

prezando a ascendência estrangeira, e

da cultura originária. Esforça-se o mar ginal para evitar contactos, aceitação de

provocando incompatibilidades na famí

hábitos nativos.

norte-americanos, apontando tais desa-

justamentos como erros da "escola li beral".

Acontece, porém, que muitas vezes ocorrem, na cultura que recebe o imi

grante, sinais de reação, exprimindo cer ta repulsa em relação ao ádvena. Essa inaceitação pelo meio revcstc-se de for mas variadas, que lhe incutem ressenti mentos contra o grupo dominante. Tal era a situação do mulato, em

certas

áreas do Brasil, a do anglo-indiano, na

índia, a do judeu, em alguns países da Europa.

"Como o mestiço parece estar na di visa de duas raças, não pertencendo realmente a nenhuma delas, o imigrante se encontra, durante a fase aguda do conflito mental, na divisa de duas cul

turas, sendo de fato alheio a ambas. Robert Park denominou esse tipo de "mar

ginal man", homem marginal. A mar ginalidade cultural é uma situação de conflito, e os sintomas típicos são os recalcamentos, os sentimentos de inferio li

I

tra a cultura onde estão situados, numa

turais determinados e o indivíduo que perdeu", com a mudança para no\a

lia, conforme observaram estudiosos

61

Econômico

n^ilar moralmente outro sistema. ês.sc outro sistema lhe produz .sentimentos de

dos Estados do Sul, cm núcleos alemães,

desconfiança, que difitadtam a sua assimilaçjio. Se o meio, como sucedia cm vurias cidades do Sul. cheio de iinigran-

servem de material de estudo. Quando o governo central deixou ampla liberda

alefnães, fortaleci- essas atitudes, o ^ue se dá não é mais a marginalidade

de a tais núcleos de colonização, vimos

■udividual, mas cultural: c todo um gru-

Inúmeros sintomas, nas populações

como se incentivou a formação de agru

pamentos pouco penncávcis as influên cias nacionais. Essa impcrmeabilidade era dificultada pela organização que to mavam tais imigrantes, com instituições educativas na própria língua c procu rando estabelecer estilos

de vida

moldes de sua pátria.

Cercados por

nos

cultura estranha, estão constantemente

vigilantes, o que lhes aguça uma espécie de "consciência racial", que os afasta sempre de melhores entendimentos com

o meio nacional, criando situações de

Po que rcvÍM-, dentro de outro país, íoncliçõe^ inteir:imente diversas, com "<na série grave de problemas de ordem e politiea. Foi

a isso que se denominou de quis-

Taciais. i\() fundo, não se tratava do

P^hlenias de "raça", mas de diferenças tuturais. que em certo momento, ti\cfatores políticos agravando-os. Os

^^ractcres "raciais", que diferençavam

métodos mais necessários para o tratami-nto da questão esta\ am ã mão do po der publico: escolas para ensino obriga tório da lingim nacional, de suas tradiçoe.s, de sua história aos descendentes,

não se admitindo segregação dos elemen tos nacionais. Foi o que depois se veio a fazer parcialmente. BIBLIOGRAFIA:

G. Mortnrn. Estudos Bro^lleiros de Demografia.

monografia n.o

ção O. V.nrgns. 11M6.

i, Funda

E. Wagciunnn, A Colonização alemã no

Espírito Santo, I. B. G. E,. Rio. 1946. A. Ramos. A Aculturação Negra no BraSíl. Brasiliana, S. Paulo. 1942.

E. Willom.s,

Assimilação

Marginais Paulo.

no

Brasil.

o

Populações

Brasiliana,

S.

1940.

D. Pior.son, Técnica o Pesquisa em So ciologia, Sao Paulo. Como. Melhora mentos.

s'd.

R. Pnrk and E. Burgoss. Introduction Io

1042

Sociology.

Chicago.

C. Wlsslcr. An Introduction to Social .\n-

grupos humanos dos nuti\os, scr-

thrcpology, Henry Holt & C.o, N.Y..

apenas para o reconhecimento rá-

K. Young. Handbook oí Social Psycholo-

conflito indesejáveis. O reduto de ale-

Fdo, a fim de facilitar a discriminação.

manidade, que orgulhou Ernst Wagemann, no Espírito Santo, como "magni ficência e esplendor das criações do es pirito alemão", resulta, como ele mesmo

eram acidentais no exame do pro-

gy. Routledce London,

& Kegan Paul Ltd

1948.

^"essü. No fundo, o problema era ape-

Max Loclerc, Cartas do Brasil, Brasilia

um problema de aculturação. E os

Anuário Estatístico do Brasil, IBGE

na. S. Paulo, 1942.

Rio.

.

apontou, de descaso do poder público e

da ignorância do povo.

ridade com suas compensações, as psi coses, os crimes e os suicídios (Willems).

ííí

*

Formam-se, objetivamente, as condi

A marginalidade constitui exceção. Exprime, psicologicamente, uma crise de

personalidade.

*

Verifica-se quando o

indivíduo interioriza o conflito entre cul-

, turas, subjetiviza-o em caso pessoal. Tem

ções culturais de conflito, que têm sua

incubação histórica; sua inieriorização é

o aspecto subjetivo, observável nos fenô menos de crise da personalidade. Êsse drama, que se realiza na mente indivi

suas raízes afetivas, e o ressentimento é

dual, em conexão com as relações so

a expressão mais característica do pro

ciais, se exprime na chamada atitude de ambivalência, que é a manifestação de atração e repulsa, de aprovação o desa

cesso que se desenvolve na sua mente, onde se refletem os desajnstamentos ir rompidos na ordem cultural. Manifesta.se como despeito, reação, rivalidade con-

provação, pelo mesmo fato ou pessoa.

Todo comportamento humano implica na

.''j


úlCEiSTO

Econômico 63

Na segunda metade do século XVII e

TEORIA MONETÁRIA DE SIMIAND Dorival Teixeira Vieera

As idéias de Simiand sôbre a moeda encontram-se sintetizadas na memó

ria que apresentou ao Institut Français de Sociologíe: "La monnaie, réalité SOciale", publicada pelos Annales Sociologiques — Série D — Fascículo I. Nesse

o cuidado dc manter sua moeda inteira

mente reprcscntiitiva, com uma cobertu ra total, achando que o ouro é útil não

só para incentivar a exploração das mi nas, como para atender aos casos de in

monetárias, facilitando enormementc nos

suficiência do crédito, principalmente por ocasião de guerras. Alguns autores atuais chegam mesmo a negar a necessi

sa tarefa; sua base encontra-se, principal

dade do ouro como ba.sc doff sistemas

trabalho, mostra as origens de suas idéias mente, no livro "Lc salaire, Tévolutíon sociale et Ia monnaie" e subsidiàriamen-

te na dupla série de conferências reali

monetários; mas, na verdade, até hoje

tomou-se impossivcl passar sem êle. É curioso, entretanto, que não se te

zadas na "Ecole des Hautes Etudes", em

nha dado da moeda uma explicação s.i-

1932/33 e 1933/34; não pudemos obter

ti.sfatória, pois que a reflexão econômi

êste último trabalho, mas, para comple

ca nasceu e se desenvolveu a partir cia

tamente, conseguimos um outro, "Les

análise do fato monetário, unia vez qu<-

fluctuations économiques à longue pé-

a ação dos governos e das potências eco

ríode et Ia crise mondiale".

nômicas, em tôda a vida econômica c mesmo política, se exerceu, se exerce t

Simiand começa por afirmar que o fe nômeno da moeda, até hoje, não teve

uma explicação satisfatória. Do ponto de vista doutrinário não há obras completas conscienciosamente fei tas, que dêem do fenômeno uma expli cação suficiente; do ponto de vista da

arte econômica, tôdas as soluções que se têm tentado para resolver o problema

tentará ainda e.\ercer-se sôbre ou ps a moeda.

Para que se possa compreender o pc"^ que desse divórcio convém estudar o que ocorreu no campo monetário, economia européia ocidental de tipo mo demo, abandonando a Antigüidade e a Idade-Média.

monetário, não são racionais, nem mes

Até o século XVI não se pôs em dis

mo razoáveis e, por isto, fracassam. As

cussão o valor da moeda, nem se cogi

sim foi que os ingleses, por exemplo, muito embora ■ tenham admitido ser pos

tou dele.

sível conceber u'a moeda sã,

do descobrimento da América e do Bra

mesmo

Mas, naquela época, uma

grande revolução de preços, resultante sil e do afluxo do ouro e prata, devido

comèvo do século XVIII, novas altera

ções violentas de preços, mais uma vez, chamaram a atenção dos hommis para o problema monetário; ma.s, desta \ez, não se passai-a apenas a considerar o va

cluindo aí também a.s matemáticas, diz

vido às dificuldades da troca "in natu-

Simiand, foram as que mais complica

ra". E os economistas dc então admi

tiram que os liomcns, graças a uma con venção c por coinodicladc, ha\iam dc-

llhcradamcnto cscolliido o ouro o a pra ta como moedas.

Segundo Simiand, não só hou\'o êrro grave cm se considerar o fenômeno monetário como

ram o problema e mais se afastaram do

uma explicação razoáscl, criando uma

linguagem esotérica e complicações inú teis que nada explicam, ou, pior ainda, (pic duo uma aparência do explicação apenas mara\'ilbüsa para o leigo, por ser-l!ic incompreensível. Em sociologia monetária, como na sociologia religio sa, os homens, partindo da

ção entre homens,

como

ainda não se definiu qual a verdadeira riqueza ; e, quando chegaram a uma definição desta, não expli

crença pura c simples na existência da moeda, vão,

ern uma segunda etapa,

por incompreensão, negá-

caram o seu fundamento.

la, proclamando a sua rea

A fisiocracia, negando

lidade aparente. Na tercei-

ao homem o poder de criar riqueza e en tregando-o imícamcnte a Deus, aproxi mou-se mais da verdade, porque, real

moeda como uma realidade social, do

mente, o homem isolado não cria rique

religioso.

za; mas, não é preciso — diz Simiand —

apelar para um poder sobrenatural; bas te entregá-lo á sociedade, pois esta tem poder de criar riqueza. Adam Smith aproximou-se

mais da

verdade, quando afinnou ser o trabalho

de uma nação o produtor de sua rique

embora, mais recentemente, afirmassem

como conseqüência, de passar-se de um

saldas", considerando unicamente a tro

a idéia de que os Bancos, pelo uso do crédito, pela circulação do cheque, po

absoluto a um relativo, no tocante aiT valor do metal, reconhecendo e com

papel da moeda na formação da rique

dem criar moeda — neste caso inteira

preendendo a fôrça efetiva do mesmo

■•.qáhKJi.

Quanto as escolas p.sicológicas, in

resultante dc uma conven

sôbre o valor da moeda. Estas tiveram,

duráveis, na economia de um povo.

tilidade da moeda, não puderam expli

za. Apenas facilitam a.s transações, de

nivela, em relação à sua paridade, muito

mente separada de uma cobertura me

Marx e os marxistas, desprezando o fcnoniimo monetário, declarando a inu car o progre.sso econômico e menos ain da a "sòbre-valia".

à política mercantilista, levou a duvidas

tálica, — no entretanto, tiveram sempre

nação.

lor relativo do melai; ia-.sc mais longe, dizendo que ouro e prata são o signo da riqueza, mas não a i crdadcira rique

quando a relação entre a emissão e sua cobertura quebra-se e o câmbio se des-

em provocar transformações profundas e

rcconht^x.'r que a quantidade de moeda

contribui para o progresso econômico da

za, muito embora não a definisse.

J. B. Say, ao elaborar a sua "lei das ca de produtos por produtos, eliminou o za, o que constituiu uma verdadeira in-

volução na marcha para a constituição de uma teoria monetária, pois é forçoso

fase, que ora se inicia, aceita-se a

mesmo modo que se aceita o fenômeno

O homem não escolhe arbitràriamente

pára metal monetário, aquilo que quer; o ouro e a prata foram os únicos que se impuseram à aceitação universal.

Embora os economistas clássicos te-

nhani e.xplicado estas preferências pelas qualidades inlrínseca.s destes

metais

(inaltcrabilidade, divisibilidade, qualida de de uso), acha Simiand que nenhuma dessas pretendidas qualidades existe que não se apresente, em grau comparativo ou até mesmo superior, noutro metal ou

qualquer outro corpo; além disso, não explicam a causa da existência de moe das não-metalicas, sem valor intrínseco


úlCEiSTO

Econômico 63

Na segunda metade do século XVII e

TEORIA MONETÁRIA DE SIMIAND Dorival Teixeira Vieera

As idéias de Simiand sôbre a moeda encontram-se sintetizadas na memó

ria que apresentou ao Institut Français de Sociologíe: "La monnaie, réalité SOciale", publicada pelos Annales Sociologiques — Série D — Fascículo I. Nesse

o cuidado dc manter sua moeda inteira

mente reprcscntiitiva, com uma cobertu ra total, achando que o ouro é útil não

só para incentivar a exploração das mi nas, como para atender aos casos de in

monetárias, facilitando enormementc nos

suficiência do crédito, principalmente por ocasião de guerras. Alguns autores atuais chegam mesmo a negar a necessi

sa tarefa; sua base encontra-se, principal

dade do ouro como ba.sc doff sistemas

trabalho, mostra as origens de suas idéias mente, no livro "Lc salaire, Tévolutíon sociale et Ia monnaie" e subsidiàriamen-

te na dupla série de conferências reali

monetários; mas, na verdade, até hoje

tomou-se impossivcl passar sem êle. É curioso, entretanto, que não se te

zadas na "Ecole des Hautes Etudes", em

nha dado da moeda uma explicação s.i-

1932/33 e 1933/34; não pudemos obter

ti.sfatória, pois que a reflexão econômi

êste último trabalho, mas, para comple

ca nasceu e se desenvolveu a partir cia

tamente, conseguimos um outro, "Les

análise do fato monetário, unia vez qu<-

fluctuations économiques à longue pé-

a ação dos governos e das potências eco

ríode et Ia crise mondiale".

nômicas, em tôda a vida econômica c mesmo política, se exerceu, se exerce t

Simiand começa por afirmar que o fe nômeno da moeda, até hoje, não teve

uma explicação satisfatória. Do ponto de vista doutrinário não há obras completas conscienciosamente fei tas, que dêem do fenômeno uma expli cação suficiente; do ponto de vista da

arte econômica, tôdas as soluções que se têm tentado para resolver o problema

tentará ainda e.\ercer-se sôbre ou ps a moeda.

Para que se possa compreender o pc"^ que desse divórcio convém estudar o que ocorreu no campo monetário, economia européia ocidental de tipo mo demo, abandonando a Antigüidade e a Idade-Média.

monetário, não são racionais, nem mes

Até o século XVI não se pôs em dis

mo razoáveis e, por isto, fracassam. As

cussão o valor da moeda, nem se cogi

sim foi que os ingleses, por exemplo, muito embora ■ tenham admitido ser pos

tou dele.

sível conceber u'a moeda sã,

do descobrimento da América e do Bra

mesmo

Mas, naquela época, uma

grande revolução de preços, resultante sil e do afluxo do ouro e prata, devido

comèvo do século XVIII, novas altera

ções violentas de preços, mais uma vez, chamaram a atenção dos hommis para o problema monetário; ma.s, desta \ez, não se passai-a apenas a considerar o va

cluindo aí também a.s matemáticas, diz

vido às dificuldades da troca "in natu-

Simiand, foram as que mais complica

ra". E os economistas dc então admi

tiram que os liomcns, graças a uma con venção c por coinodicladc, ha\iam dc-

llhcradamcnto cscolliido o ouro o a pra ta como moedas.

Segundo Simiand, não só hou\'o êrro grave cm se considerar o fenômeno monetário como

ram o problema e mais se afastaram do

uma explicação razoáscl, criando uma

linguagem esotérica e complicações inú teis que nada explicam, ou, pior ainda, (pic duo uma aparência do explicação apenas mara\'ilbüsa para o leigo, por ser-l!ic incompreensível. Em sociologia monetária, como na sociologia religio sa, os homens, partindo da

ção entre homens,

como

ainda não se definiu qual a verdadeira riqueza ; e, quando chegaram a uma definição desta, não expli

crença pura c simples na existência da moeda, vão,

ern uma segunda etapa,

por incompreensão, negá-

caram o seu fundamento.

la, proclamando a sua rea

A fisiocracia, negando

lidade aparente. Na tercei-

ao homem o poder de criar riqueza e en tregando-o imícamcnte a Deus, aproxi mou-se mais da verdade, porque, real

moeda como uma realidade social, do

mente, o homem isolado não cria rique

religioso.

za; mas, não é preciso — diz Simiand —

apelar para um poder sobrenatural; bas te entregá-lo á sociedade, pois esta tem poder de criar riqueza. Adam Smith aproximou-se

mais da

verdade, quando afinnou ser o trabalho

de uma nação o produtor de sua rique

embora, mais recentemente, afirmassem

como conseqüência, de passar-se de um

saldas", considerando unicamente a tro

a idéia de que os Bancos, pelo uso do crédito, pela circulação do cheque, po

absoluto a um relativo, no tocante aiT valor do metal, reconhecendo e com

papel da moeda na formação da rique

dem criar moeda — neste caso inteira

preendendo a fôrça efetiva do mesmo

■•.qáhKJi.

Quanto as escolas p.sicológicas, in

resultante dc uma conven

sôbre o valor da moeda. Estas tiveram,

duráveis, na economia de um povo.

tilidade da moeda, não puderam expli

za. Apenas facilitam a.s transações, de

nivela, em relação à sua paridade, muito

mente separada de uma cobertura me

Marx e os marxistas, desprezando o fcnoniimo monetário, declarando a inu car o progre.sso econômico e menos ain da a "sòbre-valia".

à política mercantilista, levou a duvidas

tálica, — no entretanto, tiveram sempre

nação.

lor relativo do melai; ia-.sc mais longe, dizendo que ouro e prata são o signo da riqueza, mas não a i crdadcira rique

quando a relação entre a emissão e sua cobertura quebra-se e o câmbio se des-

em provocar transformações profundas e

rcconht^x.'r que a quantidade de moeda

contribui para o progresso econômico da

za, muito embora não a definisse.

J. B. Say, ao elaborar a sua "lei das ca de produtos por produtos, eliminou o za, o que constituiu uma verdadeira in-

volução na marcha para a constituição de uma teoria monetária, pois é forçoso

fase, que ora se inicia, aceita-se a

mesmo modo que se aceita o fenômeno

O homem não escolhe arbitràriamente

pára metal monetário, aquilo que quer; o ouro e a prata foram os únicos que se impuseram à aceitação universal.

Embora os economistas clássicos te-

nhani e.xplicado estas preferências pelas qualidades inlrínseca.s destes

metais

(inaltcrabilidade, divisibilidade, qualida de de uso), acha Simiand que nenhuma dessas pretendidas qualidades existe que não se apresente, em grau comparativo ou até mesmo superior, noutro metal ou

qualquer outro corpo; além disso, não explicam a causa da existência de moe das não-metalicas, sem valor intrínseco


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Dicesíto Econômico

64

e sem as pretendidas qualidades do ou ro e da prata.

Se os metais preciosos, principalmente

nomia futura na qual não existisse moe da ? Responde ainda que não. Mesmo quando sc concebe o mecanis

da circulação dêste papel-moeda, uma

vez que íntrin.si;c-amcnlo nada o ga rante?

o ouro, têm sido aceitos como moeda,

mo dc trocas, independentemente da

devemos buscar-lhe as razões em outro

moeda procurando a determinação do

setor, concluindo Simiand que o que

equilíbrio econômico pelo jôgo das vá

dores têm, dc um lado, uo órgão emis

falta aos outros metais, e que o ouro

rias relações de troca dc produtos c ser

possui, são virtudes de origem e signifi cação sociais. Tudo o que tem servido

viços, ao armar as equações para a de terminação do sistema de preços, verifi

sor e, de outro, principalmente, no es tado presente c futuro da economia da Nação; ser portador do uma nota dc

de moeda fora ou é ainda aceito como

ca-se que a existência da moeda é in

banco (ou do Tesouro) significa a pos

ornamento, sendo, portanto, social; cm

dispensável para que se possa chegar a

sibilidade de, no presente ou no futuro, adquirir bens c serviços; é jn.stamenlc a indeterminação do emprego da moeda,

certas tribos, a mesma palavra que de signa moeda, designa também oferenda

ser determinado com uma condição ma

aos deuses, aos feiticeiros e aos chefes, o que prova mais uma vez a origem so-

nifesta: é que uma das mercadorias se ja de um valor econômico relativamente independente e tomada como padrão,

, ciai da moeda; certas tribos dos Estados

j

Unidos usam como moeda objetos que ^

ao mesmo tempo servem de ornamento

f

qualquer resultado: "O sistema só pode

e de meios de comemorar grandes acon-

^ tecimentos. No Peru e no México, os

W incas e aztecas consideravam sagrados o

W ouro e a prata e a própria profissão de ourives, muito embora não os usassem

como moeda. (1)

Na Antiga China,

usava-se colocar pedaços de ouro (e não , moedas) na boca dos defuntos, porque

O valor des.sa moeda repousa, c.sscncialmcntc, na confiança (pie .seus porta

devida ao fato dc não ser também uma

'mercadoria, que lhe confere o valor; se os homens vêem no presente uma eco

quer dizer, receba a qualidade e a fun

nomia próspera c a possibilidade dc tro-

ção de moeda;" (2) mais adiante acres

'car a moeda que possuem por bens c serviços, ou sc confiam no progresso da

centa: "Conclui-se, deste modo, que ab solutamente não é por ser um metal-pa-

economia nacional, crendo que, no fu

desempenha esta função com a condi

merecerá seu valor cairá.

ção de ser distinta, independente do con

Segue-se pois que, no caso do papcl'moeda, a confiança (ou a desconfiança) 'ò a base de sua existência c função, a base dc seu valor: fundamento social,

tação universal dos metais preciosos ;

í

se a moeda é uma aparência, se a ver-

'jV

dadeira riqueza existe indcpendentemen-

te dela, seria possível conceber uma eco-

cie, diante de tôdas as outras, valendo

pois chamá-la de outro modo". (4). A moeda não é unicamente mercado

cipalmente no caso do curso forçado, em que o papel-moeda circula indepen dentemente de qualquer garantia.

Pergunta, então: — Qual será a base (2) — Simiand, F. — La monnale, réalité sociale — in Annales Sociologiques,

Série D. Fase. 1, — Paris 1934. pg. 28. (3) — Idem, pg. 30.

(1) — Talvez mesmo pelo fato de con siderá-los sagrados.

É difícil determinar-se o volume dos

necessidades humanas, provocando a multiplicação dos bens c serviços, toma impossível esta fixação, como ainda dos empregos futuros, uma vez que a acei

basear-se ? Simiand afirma que não e a prova disso é a circulação da nota, prin

dispensável o uso da moeda ?

nada (5).

zará mais. Em caso contrário, -sc des

do seu valor é o mesmo: — crença social.

Simiand responde que não; 2.°) Mas,

me da moeda, prcjprianicnte dita, e o volume de seus empregos possíveis. Es sa relação teórica encontra, na prática, dificuldades enormes para ser determi

penha a função de moeda, visto como

ria, cabendo então perguntar se deverá ser apenas de metal precioso, ou nêle

^

Neste ca.so o valor da moeda me

economia, o aumento cada vez maior das

superior, fonte de desejos de posse do

'í

lida .

tálica resultaria da relação entre o volu

do seu valor ou, às vezes, ate se valori

Mesmo de metal precioso ela não é uma

Existe uma economia mais avançada na

lor monetário, fixado por lei). Omitamos, de inicio, que a explicação (quantitativa do valor da moeda seja vá

que necessitam, a moeda conservara to

mercadoria ou melhor, é única na espé

V

do ao metal (o \'alür da venda ou o va

turo, poderão adquirir tudo aí^uilo de

contra a decom'posição.

compreender-lhe a origem e a função, podemos colocar dois problemas: J..°)

o custo de produção e o valor empresta

drão monetário, uma mercadoria no sen

junto de tôdas as mercadorias" (3).

Estudando a essência da moeda, para

nieos de extração e benefieiamento, ve rificaremos (|ue não há uma relação entre

tido usual, em seus empregos não mone tários, e enquanto fôr isso, que desem

acreditavam em sua virtude de garantir

ouro.

.lenlu, o que equixale a dizer, sem gran de trabalho, sem grande cu.slo. Mesmo considerando a parcela de ouro obtida em consetjuència de melhoramentos tóc-

empregos possíveis da moeda, não só dos aluais, pois a complexidade crescente da

^ Daí se conclui, diz Simiand, que são, ' portanto, qualidades suprafísicas, poder mágico curativo, repousando em crença social, que fundam o valor especial e ^

65

Dicesto Econónuco

(4-j _ Simiand, F. — Les íluctuatiqns économiques à longue periode et Ia crise mondiale — Paris, 1932, pg. 112.

portanto.

Passando da moeda não conversível, à

de metal precioso, vemos que a origem

Em parte, já vimos o porquê da acei mas, admitindo que este único funda mento, não econômico, não baste para explicar o valor monetário do metal, per

gunta Simiand: Qual será o seu funda mento "leigo", isto é, econômico ?

tação da moeda se deve, em grande par te, à previsão de aquisições posteriores.

Embora monos difícil, é também pou co pro\'ávcl a detemiinação do volum©

da moeda, porque está fortemente con dicionada pela existência de um estoque metálico monetário à disposição do ho mem; além disso, não se pode conside-;

rar este apenas numa determinada épo ca, sendo necessário conhecer a quanti dade acumulada anualmente. Como são

muitos os possíveis empregos do ouro, torna-se quase impossível fixar seu vo lume.

Ainda que admitíssemos a possibili-

O valor dos metais monetários não de

pende estritamente do custo de produ ção, cm primeiro lugar porque a maior parte do ouro c prata existentes no mun do foram resultantes de conquista vio-

(Õ) — Não nos esqueçamos que Simiand afirma que só (devemos aceitar como váli(3o o que puder ser objetivamente com provado; vai então negar a objetividade da fórmula para refutá-la.


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Dicesíto Econômico

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e sem as pretendidas qualidades do ou ro e da prata.

Se os metais preciosos, principalmente

nomia futura na qual não existisse moe da ? Responde ainda que não. Mesmo quando sc concebe o mecanis

da circulação dêste papel-moeda, uma

vez que íntrin.si;c-amcnlo nada o ga rante?

o ouro, têm sido aceitos como moeda,

mo dc trocas, independentemente da

devemos buscar-lhe as razões em outro

moeda procurando a determinação do

setor, concluindo Simiand que o que

equilíbrio econômico pelo jôgo das vá

dores têm, dc um lado, uo órgão emis

falta aos outros metais, e que o ouro

rias relações de troca dc produtos c ser

possui, são virtudes de origem e signifi cação sociais. Tudo o que tem servido

viços, ao armar as equações para a de terminação do sistema de preços, verifi

sor e, de outro, principalmente, no es tado presente c futuro da economia da Nação; ser portador do uma nota dc

de moeda fora ou é ainda aceito como

ca-se que a existência da moeda é in

banco (ou do Tesouro) significa a pos

ornamento, sendo, portanto, social; cm

dispensável para que se possa chegar a

sibilidade de, no presente ou no futuro, adquirir bens c serviços; é jn.stamenlc a indeterminação do emprego da moeda,

certas tribos, a mesma palavra que de signa moeda, designa também oferenda

ser determinado com uma condição ma

aos deuses, aos feiticeiros e aos chefes, o que prova mais uma vez a origem so-

nifesta: é que uma das mercadorias se ja de um valor econômico relativamente independente e tomada como padrão,

, ciai da moeda; certas tribos dos Estados

j

Unidos usam como moeda objetos que ^

ao mesmo tempo servem de ornamento

f

qualquer resultado: "O sistema só pode

e de meios de comemorar grandes acon-

^ tecimentos. No Peru e no México, os

W incas e aztecas consideravam sagrados o

W ouro e a prata e a própria profissão de ourives, muito embora não os usassem

como moeda. (1)

Na Antiga China,

usava-se colocar pedaços de ouro (e não , moedas) na boca dos defuntos, porque

O valor des.sa moeda repousa, c.sscncialmcntc, na confiança (pie .seus porta

devida ao fato dc não ser também uma

'mercadoria, que lhe confere o valor; se os homens vêem no presente uma eco

quer dizer, receba a qualidade e a fun

nomia próspera c a possibilidade dc tro-

ção de moeda;" (2) mais adiante acres

'car a moeda que possuem por bens c serviços, ou sc confiam no progresso da

centa: "Conclui-se, deste modo, que ab solutamente não é por ser um metal-pa-

economia nacional, crendo que, no fu

desempenha esta função com a condi

merecerá seu valor cairá.

ção de ser distinta, independente do con

Segue-se pois que, no caso do papcl'moeda, a confiança (ou a desconfiança) 'ò a base de sua existência c função, a base dc seu valor: fundamento social,

tação universal dos metais preciosos ;

í

se a moeda é uma aparência, se a ver-

'jV

dadeira riqueza existe indcpendentemen-

te dela, seria possível conceber uma eco-

cie, diante de tôdas as outras, valendo

pois chamá-la de outro modo". (4). A moeda não é unicamente mercado

cipalmente no caso do curso forçado, em que o papel-moeda circula indepen dentemente de qualquer garantia.

Pergunta, então: — Qual será a base (2) — Simiand, F. — La monnale, réalité sociale — in Annales Sociologiques,

Série D. Fase. 1, — Paris 1934. pg. 28. (3) — Idem, pg. 30.

(1) — Talvez mesmo pelo fato de con siderá-los sagrados.

É difícil determinar-se o volume dos

necessidades humanas, provocando a multiplicação dos bens c serviços, toma impossível esta fixação, como ainda dos empregos futuros, uma vez que a acei

basear-se ? Simiand afirma que não e a prova disso é a circulação da nota, prin

dispensável o uso da moeda ?

nada (5).

zará mais. Em caso contrário, -sc des

do seu valor é o mesmo: — crença social.

Simiand responde que não; 2.°) Mas,

me da moeda, prcjprianicnte dita, e o volume de seus empregos possíveis. Es sa relação teórica encontra, na prática, dificuldades enormes para ser determi

penha a função de moeda, visto como

ria, cabendo então perguntar se deverá ser apenas de metal precioso, ou nêle

^

Neste ca.so o valor da moeda me

economia, o aumento cada vez maior das

superior, fonte de desejos de posse do

'í

lida .

tálica resultaria da relação entre o volu

do seu valor ou, às vezes, ate se valori

Mesmo de metal precioso ela não é uma

Existe uma economia mais avançada na

lor monetário, fixado por lei). Omitamos, de inicio, que a explicação (quantitativa do valor da moeda seja vá

que necessitam, a moeda conservara to

mercadoria ou melhor, é única na espé

V

do ao metal (o \'alür da venda ou o va

turo, poderão adquirir tudo aí^uilo de

contra a decom'posição.

compreender-lhe a origem e a função, podemos colocar dois problemas: J..°)

o custo de produção e o valor empresta

drão monetário, uma mercadoria no sen

junto de tôdas as mercadorias" (3).

Estudando a essência da moeda, para

nieos de extração e benefieiamento, ve rificaremos (|ue não há uma relação entre

tido usual, em seus empregos não mone tários, e enquanto fôr isso, que desem

acreditavam em sua virtude de garantir

ouro.

.lenlu, o que equixale a dizer, sem gran de trabalho, sem grande cu.slo. Mesmo considerando a parcela de ouro obtida em consetjuència de melhoramentos tóc-

empregos possíveis da moeda, não só dos aluais, pois a complexidade crescente da

^ Daí se conclui, diz Simiand, que são, ' portanto, qualidades suprafísicas, poder mágico curativo, repousando em crença social, que fundam o valor especial e ^

65

Dicesto Econónuco

(4-j _ Simiand, F. — Les íluctuatiqns économiques à longue periode et Ia crise mondiale — Paris, 1932, pg. 112.

portanto.

Passando da moeda não conversível, à

de metal precioso, vemos que a origem

Em parte, já vimos o porquê da acei mas, admitindo que este único funda mento, não econômico, não baste para explicar o valor monetário do metal, per

gunta Simiand: Qual será o seu funda mento "leigo", isto é, econômico ?

tação da moeda se deve, em grande par te, à previsão de aquisições posteriores.

Embora monos difícil, é também pou co pro\'ávcl a detemiinação do volum©

da moeda, porque está fortemente con dicionada pela existência de um estoque metálico monetário à disposição do ho mem; além disso, não se pode conside-;

rar este apenas numa determinada épo ca, sendo necessário conhecer a quanti dade acumulada anualmente. Como são

muitos os possíveis empregos do ouro, torna-se quase impossível fixar seu vo lume.

Ainda que admitíssemos a possibili-

O valor dos metais monetários não de

pende estritamente do custo de produ ção, cm primeiro lugar porque a maior parte do ouro c prata existentes no mun do foram resultantes de conquista vio-

(Õ) — Não nos esqueçamos que Simiand afirma que só (devemos aceitar como váli(3o o que puder ser objetivamente com provado; vai então negar a objetividade da fórmula para refutá-la.


m

j<M"w Digesto Econômico

66

mite comprar adiantadamcntc tudo o

67

A estabilidade do poder de compra da moeda implicaria numa economia es-

partíssemos da fórmula :

processos, o dc ser o meio de antecipai os valores futuros, de realizar, a partii do presente, adiantamentos de valores

mento do volume dos produtos" (lü). A

tacionária c rvpre..onta apenas uma aspi

Poder do em-

ainda não cobertos, mas de cobertura

elevação dc preços, resultante do aumen

ração dos jX)SSuidoros pa.ssivos. "Por is

prevista, pelos bens que scr.ão produzi' dos; eliminar este meio 6 querer conti nuar a usar a alavanca do progresso, su

to do meio circulante, serse dc estimu

to, sem duvida, percebemos como o fi-

lo ao progresso econômico, pois permite

nalismo de certas doutrinas, ou de vá

a quem comprou no passado a preços baixos a revenda com um lucro, o (jiml, por sua vez, podc SLT empregado em no vos empreendimentos aumentando as sim a própria produção. E verdade que

rias práticas tentadas, visando uma estaliilidadc permanente dos preços c um sistema monetário que a realize, é Utíl

dade material de fixar esta quantidade e Emprego da moeda

prego da moeda = Metal monetário

verificaríamos não haver paralelismo en tre o crescimento do numerador e o do denominador; êstc tende a crescer mui

primindo antes o seu ponto de apoio" (7). E Simi.and vai concluir que "tô-

da a niocdil 6 fiduciáriã; o ouro, liojc, é

afirmarão de uma tendência constante

a primeira das moedas fíduciúrias, nada mais nada menos que isso". (8). "O

para uma redução cre:cente do poder do

que nos importa aqui é que, tendo as

emprego da moeda, o que nem sempre

sim reconhecido essas diferenças entro as espécies dc moeda que a experiência passada ou presente nos permite estu

to mais que aquôle, o que nos levaria à

é verdade, negando-se, portanto, a teoria quantitativa.

Se examinarmos mais de perto o fenô meno, verificaremos que o fundamento do valor da moeda metálica é exatamen

te igual ao do valor do papel-moeda. É

a percepção de que a sua posse permite no presente, e permitirá no futuro, agir sobre as coisas e sobre os homens. "Por

sua virtude extra-económica, no tempo em que tinham grande aceitação, os me tais preciosos agiram sôbre os homens e sobre as coisas, no próprio plano econô

mico.

Êste poder, progressivamente,

transpôs-se, concentrou-se neste plano :

poder de obter serviços, consas, em tro ca deste ouro ou prata" (0). A base, portanto, de toda moeda, seja ela de metal ou não, é uma crença so cial, é uma fé. "Tal como se consti tuiu, no desenvolvimento de uma econo

mia progressiva, o papel fundamental da moeda não é sòmente, nem sobretudo, o de padrão de valores, de meio de tro cas; 6 muito mais, e cada vez mais, na

complexidade e no alongamento dos seus

se, por um laclo, há beneficiários nesto mecanismo, por outro há os piojuclieados; isto, entretanto, não importa para o resultado, poLs, a produção com isto

postulado perigoso, que não p.irecc con forme com os ensinamentos da experiên cia econômica ou, melhor ainda, que sedirige para uma economia sem pro gresso" (11). E Simiand conclui: "No fundo, êste fato monetário com sua diversidade ou

dar de fato, e reconhecidas também a razão e a importância duráveis dessas

Em certo momento, porém, sc retarda o aumento ou mesmo sc paralisa o cres

variações correspondentes ás divcrsida-

diferenças, veremos, no entretanto, que

cimento do volume da circulação, en

ciais (12), exprime a confiança coletiva

moeda dc uma ou do outra espécie, ten

quanto continua • o aumento da produ

que cada um dêstcs conjuntos, nestes di

do funcionado, tem seu valor e função O mesmo fundamento: o de uma crença o fé social que é realidade social" (9). Esta natureza social da moeda podo

ção, resultante do estímulo trazido pela anterior hipertrofia do meio circulante.

futuro (e subsidiáriamente a que os ou

des e ás variações dòslcs conjuntos so versos graus, tem em si mesmo, em seu

Há, pois, uma tendência á queda do preços contra a qual os produtores lu tam, quer procurando limitar a produ ção que já não encontra consumo sufi

tros lhe alribiie:n), o na escala das es

que é. uma realidade social" (13).

quantitativa da moeda, os aumentos da emissão têm um efeito benéfico no de

ciente, quer tentando bai.xar o preço dc custo pela redução direta das dospes.as com os seus elementos, tentativas que

rivado, resultando da auto-apreciação de

senvolvimento da vida econômica dos povos. "Os novos meios monetários, en

concorrência entre produtores e, por ou

ser melhor percebida quando encaramos o seu papel no progresro econômico.

Contrariamente ao que afirma a teoria

trando nos canais da circulação, princi palmente para emprego na produção,

fracassam, por um lado pela inevitável tro lado, pela resistência dos traballiadorcs à baixa do salário.

servem para aumentar os meios de pro

Êsse antagonismo (preços que baixam

dução, as produções; e isto porque a

e rendimentos relativamente mantidos)

moeda aqui funciona como um antecípador destes valores futuros que serão produzidos e como rcalizixdor antecipa do destes valores, antecipação que per-

por fim SC resolve numa conciliação, por efeito do um aumento da produção, de

vido em parte à técnica, mus também e principalmente a um aumento da produ São, pois, as os cilações de preços, ou seu inverso — as

timativas de cada um sobre as coisas o

os homens, cm seu quadro social.' A moeda é o que é, c age deste modo por O valor da moeda seria, portanto, de

cada grupo, ou nação, bem como do con ceito de que gozem diante dos demais. Seria, então, um verdadeiro espelho, a

refletir o valor da própria sociedade que criou a moeda o a utiliza.

Como vimos, suas idéias constituem

uma das mais originais e brilhantes de fesas do emissicnismo. Resta saber até

que ponto poderão ser aceitáveis.

tividade do trabalho. (7) — Slmiand, F. — Les íluctuationa écouumiq,^c;í> e» xongue période et Ia crise mondiale r— Paris 1D32, pg. 113.

(8) — Slmiand. F. — La monnaie, réa(6) — Slmiand, F. — La monnale. réalité sociale — in Annales Sociologíques. Sé rie D, £asc. 1. Paris, pg. 44,

que é necessário para chegar a ô.stc au

SC beneficia.

medida em que a economia progride em

l''.

Digesto Econômico

lité sociale — in Annales Sociologiques, Série D — Fase. I, Paris, 1934 — pg. 49. (9) — Idem. pág. 48.

variações do poder de compra da moe da — ora num, ora noutro sentido, a cau

sa do dinamismo, de que resulta o pro gresso econômico.

(11) — Simiand, F. — La monnaie, réalité sociale — In Annales Sociologiquea — Série D — Fase. I — Paris, 1934, pg. 57. (12) — Simiand refere-se aqui a um

grupo, uma classe, uma nação ou a conse à humanidade.

(13j — Simiand, F. — Idem nota (11) (10) — Idem( pág. 51.

^

juntos ainda mais amplos, chegando qua — pág. 58.

1


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j<M"w Digesto Econômico

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mite comprar adiantadamcntc tudo o

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A estabilidade do poder de compra da moeda implicaria numa economia es-

partíssemos da fórmula :

processos, o dc ser o meio de antecipai os valores futuros, de realizar, a partii do presente, adiantamentos de valores

mento do volume dos produtos" (lü). A

tacionária c rvpre..onta apenas uma aspi

Poder do em-

ainda não cobertos, mas de cobertura

elevação dc preços, resultante do aumen

ração dos jX)SSuidoros pa.ssivos. "Por is

prevista, pelos bens que scr.ão produzi' dos; eliminar este meio 6 querer conti nuar a usar a alavanca do progresso, su

to do meio circulante, serse dc estimu

to, sem duvida, percebemos como o fi-

lo ao progresso econômico, pois permite

nalismo de certas doutrinas, ou de vá

a quem comprou no passado a preços baixos a revenda com um lucro, o (jiml, por sua vez, podc SLT empregado em no vos empreendimentos aumentando as sim a própria produção. E verdade que

rias práticas tentadas, visando uma estaliilidadc permanente dos preços c um sistema monetário que a realize, é Utíl

dade material de fixar esta quantidade e Emprego da moeda

prego da moeda = Metal monetário

verificaríamos não haver paralelismo en tre o crescimento do numerador e o do denominador; êstc tende a crescer mui

primindo antes o seu ponto de apoio" (7). E Simi.and vai concluir que "tô-

da a niocdil 6 fiduciáriã; o ouro, liojc, é

afirmarão de uma tendência constante

a primeira das moedas fíduciúrias, nada mais nada menos que isso". (8). "O

para uma redução cre:cente do poder do

que nos importa aqui é que, tendo as

emprego da moeda, o que nem sempre

sim reconhecido essas diferenças entro as espécies dc moeda que a experiência passada ou presente nos permite estu

to mais que aquôle, o que nos levaria à

é verdade, negando-se, portanto, a teoria quantitativa.

Se examinarmos mais de perto o fenô meno, verificaremos que o fundamento do valor da moeda metálica é exatamen

te igual ao do valor do papel-moeda. É

a percepção de que a sua posse permite no presente, e permitirá no futuro, agir sobre as coisas e sobre os homens. "Por

sua virtude extra-económica, no tempo em que tinham grande aceitação, os me tais preciosos agiram sôbre os homens e sobre as coisas, no próprio plano econô

mico.

Êste poder, progressivamente,

transpôs-se, concentrou-se neste plano :

poder de obter serviços, consas, em tro ca deste ouro ou prata" (0). A base, portanto, de toda moeda, seja ela de metal ou não, é uma crença so cial, é uma fé. "Tal como se consti tuiu, no desenvolvimento de uma econo

mia progressiva, o papel fundamental da moeda não é sòmente, nem sobretudo, o de padrão de valores, de meio de tro cas; 6 muito mais, e cada vez mais, na

complexidade e no alongamento dos seus

se, por um laclo, há beneficiários nesto mecanismo, por outro há os piojuclieados; isto, entretanto, não importa para o resultado, poLs, a produção com isto

postulado perigoso, que não p.irecc con forme com os ensinamentos da experiên cia econômica ou, melhor ainda, que sedirige para uma economia sem pro gresso" (11). E Simiand conclui: "No fundo, êste fato monetário com sua diversidade ou

dar de fato, e reconhecidas também a razão e a importância duráveis dessas

Em certo momento, porém, sc retarda o aumento ou mesmo sc paralisa o cres

variações correspondentes ás divcrsida-

diferenças, veremos, no entretanto, que

cimento do volume da circulação, en

ciais (12), exprime a confiança coletiva

moeda dc uma ou do outra espécie, ten

quanto continua • o aumento da produ

que cada um dêstcs conjuntos, nestes di

do funcionado, tem seu valor e função O mesmo fundamento: o de uma crença o fé social que é realidade social" (9). Esta natureza social da moeda podo

ção, resultante do estímulo trazido pela anterior hipertrofia do meio circulante.

futuro (e subsidiáriamente a que os ou

des e ás variações dòslcs conjuntos so versos graus, tem em si mesmo, em seu

Há, pois, uma tendência á queda do preços contra a qual os produtores lu tam, quer procurando limitar a produ ção que já não encontra consumo sufi

tros lhe alribiie:n), o na escala das es

que é. uma realidade social" (13).

quantitativa da moeda, os aumentos da emissão têm um efeito benéfico no de

ciente, quer tentando bai.xar o preço dc custo pela redução direta das dospes.as com os seus elementos, tentativas que

rivado, resultando da auto-apreciação de

senvolvimento da vida econômica dos povos. "Os novos meios monetários, en

concorrência entre produtores e, por ou

ser melhor percebida quando encaramos o seu papel no progresro econômico.

Contrariamente ao que afirma a teoria

trando nos canais da circulação, princi palmente para emprego na produção,

fracassam, por um lado pela inevitável tro lado, pela resistência dos traballiadorcs à baixa do salário.

servem para aumentar os meios de pro

Êsse antagonismo (preços que baixam

dução, as produções; e isto porque a

e rendimentos relativamente mantidos)

moeda aqui funciona como um antecípador destes valores futuros que serão produzidos e como rcalizixdor antecipa do destes valores, antecipação que per-

por fim SC resolve numa conciliação, por efeito do um aumento da produção, de

vido em parte à técnica, mus também e principalmente a um aumento da produ São, pois, as os cilações de preços, ou seu inverso — as

timativas de cada um sobre as coisas o

os homens, cm seu quadro social.' A moeda é o que é, c age deste modo por O valor da moeda seria, portanto, de

cada grupo, ou nação, bem como do con ceito de que gozem diante dos demais. Seria, então, um verdadeiro espelho, a

refletir o valor da própria sociedade que criou a moeda o a utiliza.

Como vimos, suas idéias constituem

uma das mais originais e brilhantes de fesas do emissicnismo. Resta saber até

que ponto poderão ser aceitáveis.

tividade do trabalho. (7) — Slmiand, F. — Les íluctuationa écouumiq,^c;í> e» xongue période et Ia crise mondiale r— Paris 1D32, pg. 113.

(8) — Slmiand. F. — La monnaie, réa(6) — Slmiand, F. — La monnale. réalité sociale — in Annales Sociologíques. Sé rie D, £asc. 1. Paris, pg. 44,

que é necessário para chegar a ô.stc au

SC beneficia.

medida em que a economia progride em

l''.

Digesto Econômico

lité sociale — in Annales Sociologiques, Série D — Fase. I, Paris, 1934 — pg. 49. (9) — Idem. pág. 48.

variações do poder de compra da moe da — ora num, ora noutro sentido, a cau

sa do dinamismo, de que resulta o pro gresso econômico.

(11) — Simiand, F. — La monnaie, réalité sociale — In Annales Sociologiquea — Série D — Fase. I — Paris, 1934, pg. 57. (12) — Simiand refere-se aqui a um

grupo, uma classe, uma nação ou a conse à humanidade.

(13j — Simiand, F. — Idem nota (11) (10) — Idem( pág. 51.

^

juntos ainda mais amplos, chegando qua — pág. 58.

1


DíC£sto Econômico

Notícia sobre JoséJohann Emmanuel Pohl Honório Rodricues

69

ve com minúcia, baseado sobretudo na

2. Exjxjsiliü anatômica organi audilus per classes animalium. Viena, 1819.

."Memória" do Cònego Luís .•Vntònio da

3. Plaularuin Brasiliac.

na antiga Vila Boa, cuja luslória descre Silva e Süusu, a (juetn eunlu-ce pessoal mente. (1)

A Vido

Johann Kmmanuel Pohl, naturalista austríaco, nasceu em Kamnitz, na Boê mia, aos 22 de fevereiro de 1782.

For

mado em medicina, devotou-se com sin

gular paixão à botânica, tornando-se professor desta disciplina na Universida

A -propósito da próxima edição da Viagem de Johann Emmanuel Pohl, feita pelo Instituto Nacional do Livro, o co nhecido historiador, José Honório Ro

'servaç-ões pessoais.

drigues, escreveu êsle prefácio que, por

'várias excursões pel<js arredores da ci

esta Viagem, seu maior titulo, que é hoje apresentada aos estudiosos brasilei

Príncipe herdeiro de Portugal, Algarves e Brasil, com a Arquiduquesa Carollna

Josefa Leopoldina, proporcionou o ense jo para a realização daquele projeto.

Coube a direção suprema do em preendimento, como relata o próprio Pohl, no prefácio desta obra, ao Senhor Príncipe Metternich-Winneburg; e ao Senhor Conselheiro Rittcr von Schreiters, diretor do Museu de História Natural, a

organização efetiva das várias secções.

J. E. Pohl ficou encarregado da parte de mineralügia, a que se acrescentou, depois, a de botânica.

Juntamente com o pintor de plantas Buchberger, Pohl viajou, na comitiva da Princesa, de Viena a Liorne, onde em-

agòslo; a 15 dc abril do ano seguinte partia Pohl para a Real Mina tio Galena

chegando ao Rio no dia 4 dc novembro

Era pensamento do Imperador Maxiniiliano organizar uma expedição cientí

assinatura, em 1817, do contrato de ca

Tctômo a Vila Boa se inicia a 27 de

barcou no navio de guerra S. Sebastião, gastara 82 dias, fazendo obsor\'açÕcs e dívertínclo-se a bordo, com as festas co muns ou oficiais. Depois dc breve de

samento de D. Pedro de Alcântara,

a percorrer a parte setentrional claípiela capitania e o Hio loeanlhis, ale o Porto Real, onde chegava u 23 de agosto. O

de 1817. IDe Liorne ao Rio dc Janeiro

esse fim nomeara uma comissão de sá bios naturalistas, entre os quais estavam Martius e Spix. Dificuldades inespera das obrigaram-no a adiar a execução. A

Pold inicia, então,

dade e aos 22 dc abril de 1819 começa

primeira mão.

ros, em português.

fica à América do Sul c, cm 1815, para

crita tendo à mão a obra do Cémego Silva c Sousa, reeheacla, porém, di; ob-

uma gentileza do autor, publicamos em

de do Praga. A expedição científica ao Brasil, cm 1817, vai oforccer-llie oportu nidade excepcional de alargar seus co. nhecimentos naturalísticos e de escrever

• A sétima Secção dèsle liv ro é, portan to, a história da Capitania dc Goiás, es

de Abacté; daí avança pelo Rio das Ve lhas, descreve as Minas Novas, parte se tentrional da coinarea da Serra do Frio,

viaja pelo Rio Jequitinhonha, segue para Vila Rica, cuja de crição é real

mora no Rio c da decisão dc se não fa

zer excursão conjunta, mas viagens iso

mente das mais curiosas c regressa ao

ladas, resolveu Pohl empreender uma expedição por terra a Angra dos Reis, via Santa Cruz e São João Marcos, re gressando, \ia Mangaratiba, ao Rio de

Rio dc Janeiro, onde chega aos 28 de

Sccncs ct

des-

criptiones haetenus ineditae. \'indobonae, 1827-1831, 2 vols. 4. Reise ün Iiineru \on Brasilicn. Viena,

A. Slr.iuss s Sei. Witwc, j. B. Wallíshauser. 1832-37, 2 vols.

5. Beilrago zur Gebirgskundo Brasilions, ncbst aufziiiilung aller eingesammeiten, und im K. K. BrasiÜaner Mnsfuiu in Vien aufbewahrtcn, cin-

faelu n und zusanmicngo-clzlcn Fossilieii. Besonderer Abdruek aos desson Reise iin Inncru von BxMSilicn.

Er.ste Ablhcilung. Mit einer iithographiorten geognostischen Aussicht. \'íi'aa, A. Strauss's Sei. Vítwe, 1832.

("). Brasiiiens xorzüglich Uistige In;;ccten von... Besonder Abdruek aus des Reise im Inncru von Brasilicn von

Dr. Polil.

Mit einer ausgemalten

Kuplertafel. \'iena, 1832. (Em co laboração com V. Kollar).

fevereiro de 1821.

A viagem de Pohl dura ao todo quatro

Significação de sua obra

anos e meio e, neste período, quase sem

Janeiro.

repouso, êlc anota no seu Diário as ob

Pendo voltado para a Europa o Pro

O rápido exame da bibhografia de

fessor Mikan, de Praga, a fim de acom panhar a Viena o transporte dos espéci-

servações científicas ou sociais que ainda

Pohl faz deixar dc lado outras obras —

hoje valem muito para o estudioso da

mens colhidos durante a estada da mis

Regressa à Europa e, passado um mês, é, então, nomeado conservador do Ga binete Imperial dc História Natural de •Viena, onde falece aos 22 de maio de 1834, sem ver editado o segundo volume

Tcntamen, Expositio e Plantarum Bra siliac (estampas e descrições de plantas do Brasil até lioje inéditas) — os dois

história brasileira.

são no Rio de Janeiro, teve Pohl de subs tituí-lo na clicfia da Sccção de Botânica.

Ê a partir dêslc momento que Polil empreende a grande jornada pelo inte

rior do Brasil, atravessando as capitanias

de sua Viagem.

do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.

primeiros trabalhos reabzados antes d6 sua missão e o último de caráter estri

tamente botânico, para se deter na Via gem no Interior do Brasil, agora feliz mente traduzida para o Português, por iniciativa do Instituto Nacional do Li

Parte do Rio a 8-de setembro de 1818, viu Barbacena, para a Vila de São João d El-Reí, onde chega a 13 dc outubro.

Bibliografia I. Tenlamcn Florac Bohemiae, Praga,

Dali segue a 21, com destino a Paracatu do Príncipe, e depois em direção à ca pitai de Goiás, que alcança a 23 do ja

1814, 2 vols. (1) A "Memória" íôra publicada no Pa

neiro de 1819. Demora-se até 22 de abril

triota (nOs. 4, 5 e G) e em 1849 na Rev. do

Inst. Hisl. e Geogr. Bras.. t. 12, pág. 429. Mu

vro. Os trabalhos registados sob os n.°s 5 o 6 da Bibliografia (Subsídios para a orogrofia do Brasil, juntamente com a enumeração de todos os fósseis simples e compostos, colecionados e conservados no Imperial e Real Museu Brasileiro de

Viena e os principais insetos nocivos do


DíC£sto Econômico

Notícia sobre JoséJohann Emmanuel Pohl Honório Rodricues

69

ve com minúcia, baseado sobretudo na

2. Exjxjsiliü anatômica organi audilus per classes animalium. Viena, 1819.

."Memória" do Cònego Luís .•Vntònio da

3. Plaularuin Brasiliac.

na antiga Vila Boa, cuja luslória descre Silva e Süusu, a (juetn eunlu-ce pessoal mente. (1)

A Vido

Johann Kmmanuel Pohl, naturalista austríaco, nasceu em Kamnitz, na Boê mia, aos 22 de fevereiro de 1782.

For

mado em medicina, devotou-se com sin

gular paixão à botânica, tornando-se professor desta disciplina na Universida

A -propósito da próxima edição da Viagem de Johann Emmanuel Pohl, feita pelo Instituto Nacional do Livro, o co nhecido historiador, José Honório Ro

'servaç-ões pessoais.

drigues, escreveu êsle prefácio que, por

'várias excursões pel<js arredores da ci

esta Viagem, seu maior titulo, que é hoje apresentada aos estudiosos brasilei

Príncipe herdeiro de Portugal, Algarves e Brasil, com a Arquiduquesa Carollna

Josefa Leopoldina, proporcionou o ense jo para a realização daquele projeto.

Coube a direção suprema do em preendimento, como relata o próprio Pohl, no prefácio desta obra, ao Senhor Príncipe Metternich-Winneburg; e ao Senhor Conselheiro Rittcr von Schreiters, diretor do Museu de História Natural, a

organização efetiva das várias secções.

J. E. Pohl ficou encarregado da parte de mineralügia, a que se acrescentou, depois, a de botânica.

Juntamente com o pintor de plantas Buchberger, Pohl viajou, na comitiva da Princesa, de Viena a Liorne, onde em-

agòslo; a 15 dc abril do ano seguinte partia Pohl para a Real Mina tio Galena

chegando ao Rio no dia 4 dc novembro

Era pensamento do Imperador Maxiniiliano organizar uma expedição cientí

assinatura, em 1817, do contrato de ca

Tctômo a Vila Boa se inicia a 27 de

barcou no navio de guerra S. Sebastião, gastara 82 dias, fazendo obsor\'açÕcs e dívertínclo-se a bordo, com as festas co muns ou oficiais. Depois dc breve de

samento de D. Pedro de Alcântara,

a percorrer a parte setentrional claípiela capitania e o Hio loeanlhis, ale o Porto Real, onde chegava u 23 de agosto. O

de 1817. IDe Liorne ao Rio dc Janeiro

esse fim nomeara uma comissão de sá bios naturalistas, entre os quais estavam Martius e Spix. Dificuldades inespera das obrigaram-no a adiar a execução. A

Pold inicia, então,

dade e aos 22 dc abril de 1819 começa

primeira mão.

ros, em português.

fica à América do Sul c, cm 1815, para

crita tendo à mão a obra do Cémego Silva c Sousa, reeheacla, porém, di; ob-

uma gentileza do autor, publicamos em

de do Praga. A expedição científica ao Brasil, cm 1817, vai oforccer-llie oportu nidade excepcional de alargar seus co. nhecimentos naturalísticos e de escrever

• A sétima Secção dèsle liv ro é, portan to, a história da Capitania dc Goiás, es

de Abacté; daí avança pelo Rio das Ve lhas, descreve as Minas Novas, parte se tentrional da coinarea da Serra do Frio,

viaja pelo Rio Jequitinhonha, segue para Vila Rica, cuja de crição é real

mora no Rio c da decisão dc se não fa

zer excursão conjunta, mas viagens iso

mente das mais curiosas c regressa ao

ladas, resolveu Pohl empreender uma expedição por terra a Angra dos Reis, via Santa Cruz e São João Marcos, re gressando, \ia Mangaratiba, ao Rio de

Rio dc Janeiro, onde chega aos 28 de

Sccncs ct

des-

criptiones haetenus ineditae. \'indobonae, 1827-1831, 2 vols. 4. Reise ün Iiineru \on Brasilicn. Viena,

A. Slr.iuss s Sei. Witwc, j. B. Wallíshauser. 1832-37, 2 vols.

5. Beilrago zur Gebirgskundo Brasilions, ncbst aufziiiilung aller eingesammeiten, und im K. K. BrasiÜaner Mnsfuiu in Vien aufbewahrtcn, cin-

faelu n und zusanmicngo-clzlcn Fossilieii. Besonderer Abdruek aos desson Reise iin Inncru von BxMSilicn.

Er.ste Ablhcilung. Mit einer iithographiorten geognostischen Aussicht. \'íi'aa, A. Strauss's Sei. Vítwe, 1832.

("). Brasiiiens xorzüglich Uistige In;;ccten von... Besonder Abdruek aus des Reise im Inncru von Brasilicn von

Dr. Polil.

Mit einer ausgemalten

Kuplertafel. \'iena, 1832. (Em co laboração com V. Kollar).

fevereiro de 1821.

A viagem de Pohl dura ao todo quatro

Significação de sua obra

anos e meio e, neste período, quase sem

Janeiro.

repouso, êlc anota no seu Diário as ob

Pendo voltado para a Europa o Pro

O rápido exame da bibhografia de

fessor Mikan, de Praga, a fim de acom panhar a Viena o transporte dos espéci-

servações científicas ou sociais que ainda

Pohl faz deixar dc lado outras obras —

hoje valem muito para o estudioso da

mens colhidos durante a estada da mis

Regressa à Europa e, passado um mês, é, então, nomeado conservador do Ga binete Imperial dc História Natural de •Viena, onde falece aos 22 de maio de 1834, sem ver editado o segundo volume

Tcntamen, Expositio e Plantarum Bra siliac (estampas e descrições de plantas do Brasil até lioje inéditas) — os dois

história brasileira.

são no Rio de Janeiro, teve Pohl de subs tituí-lo na clicfia da Sccção de Botânica.

Ê a partir dêslc momento que Polil empreende a grande jornada pelo inte

rior do Brasil, atravessando as capitanias

de sua Viagem.

do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.

primeiros trabalhos reabzados antes d6 sua missão e o último de caráter estri

tamente botânico, para se deter na Via gem no Interior do Brasil, agora feliz mente traduzida para o Português, por iniciativa do Instituto Nacional do Li

Parte do Rio a 8-de setembro de 1818, viu Barbacena, para a Vila de São João d El-Reí, onde chega a 13 dc outubro.

Bibliografia I. Tenlamcn Florac Bohemiae, Praga,

Dali segue a 21, com destino a Paracatu do Príncipe, e depois em direção à ca pitai de Goiás, que alcança a 23 do ja

1814, 2 vols. (1) A "Memória" íôra publicada no Pa

neiro de 1819. Demora-se até 22 de abril

triota (nOs. 4, 5 e G) e em 1849 na Rev. do

Inst. Hisl. e Geogr. Bras.. t. 12, pág. 429. Mu

vro. Os trabalhos registados sob os n.°s 5 o 6 da Bibliografia (Subsídios para a orogrofia do Brasil, juntamente com a enumeração de todos os fósseis simples e compostos, colecionados e conservados no Imperial e Real Museu Brasileiro de

Viena e os principais insetos nocivos do


-*1

EhcESTO Econômico

70

Brasil)

I,

são

extratos

da

relação

podemos c devemos confiar.

do

T

Aliás, a

leitura de seus dois alentados volumes, ora monótonos, ora dclicio.samcntc vivos,

Viagem. Convém lembrar aos leitores que o

71

Dicesto Econômico

(5), foram unânimes na recomendação.

tas do povo c da religião; sâo os fatos

A única voz dis.sonanlc é a do Alfredo

econômicos, s.ilários, preços, carcslia o trabalho, que Pohl descreve c relata. A

de Carvalho, ao declarar que "não obs tante a duração c a extensão de suas

próprio Pohl considera sua relação co mo um "diário", no qual anotou dia a

como na descrição das festas palacianas

dia, cuidadosamente, tudo o que lhe pa

petência como a seriedade c fidelidade

viagens, por distritos quase inexplora dos, a narrativa que tlêles nos legou

receu digno de registo".

do observador. Ê corto que várias vôzcs, ou melhor, muitas \'czcs, Pohl se

Pohl é duma aridez deso-peradora, sen

do considerada pelos competentes como a menos feliz de suas obras". (6)

parte rigorosamente científica. Os re sumos botânicos e as coletas mineralógi-

deixa impressionar pelo primeiro senti mento falso, pelo que ouviu de pessoas parciais, sem a devida idoneidade. Mas

cas, especialmente de caráter geognósti-

na maioria dos casos faz fé o que viu o

co, são apresentados em apêndices.

se representou aos seus olhos. As contri

de Ouro Prêto, confirma não só a com

Destinando-o

á todas as classes de leitores, decidiu se

parar a narração de interesse geral da

buições

Para compensar a insipidcz do texto

como as descrições

que maior proveito

aparece sob novos aspectos, vista por •

homem de grande capacidade de obser vação c dc inteligência atilada. Munido de passaporte assinado por Tomás Antônio de Vila Nova Portugal, Ministro dos Negócios da Guerra e Es

louva Alfredo de Carvalho as estampas

trangeiros, Pohl foi sempre bem recebi

do Atlas, abertas cm cobre pelos céle

do pelas autoridades provinciais, muni cipais c pelas figuras dc projeção. Em

bres gravadores Axmann c Passini, c.co lhidos pelo Príncipe Mctternich-Winnc-

objetivas,

É, portanto, o Oiário do viajante

atualidade brasileira de 1817 a 1821

Angra dos Reis, encontra-se com João

de primeira mão das

burg, dentre os desenhos originais do paisagista Thomas Endcr. Robert Smith,

Manso Pereira, hábil químico e metalúr gico, protegido dc D. Rodrigo de Sousa

autoridade de reconhecida competência,

Coutinho, envolvido na Inconfidência

oferece ao leitor ge

condições o

ral. Todas as rela

mes da sua época

já enalteceu a gravura panorâmica do

Mineira, precursor da fábrica de ferro

ções de caráter pu

tornam

Rio de Janeiro e a vista dc Ouro Prô-

dc Sorocaba e autor da Memória sobre

seu

costu Diário

ramente informativo,'

uma fonte primor

escritas durante

dial para a hi.tória

ou

pouco após a ocor

social dos primeiros

rência

decênios do século

dos

fatos,

são de regra consi deradas

como

XIX.

di

Os motivos da re

gnas de crédito pelo historiador ou es

dação de sua obra, a relação c corres

tudioso.

pondência com os autores de sua época,

Os livros de viagem, porém,

tal como os Diários, constituem uma ex

ceção.

Êles são olhados com certa re

serva, pelos tratadistas de metodologia histórica. É necessário, para remover -essa desconfiança inicial, que o Autor seja considerado um observador compe tente, honesto e fiel.

a Rcfomm dos Alambiqucs (8) e da 1 ,4 Náo nos parece justa a observação de Alfredo de Carvallio. Como em todos os livros de viajantes, especialmente os de naturalistas, há trechos tão insipidos, monótonos o cansativos, como insipidos,

Por isso, os Diá

examinados pela crítica histórica sob o mesmo prisma que os livros de viagem.

monótonos e cansativos eram os cami

nhos percorridos e os lugares visitados.

"Achei o SenJior Manso um homem mui

Pohl é um observador muito alerta,

dos vários membros da e.xpedição cien tífica — feita com toda simpatia por um

mica informações e dados preciosos. Èle

mo um entendido, sobre o sistema mine

regista sempre os costumes, os habites,

ral de Werncr e Karsten."

Imperador amigo e amante da ciência,

as formas sociais do centro e centro-

É assim também que, em Goiás, con

valorizam o livro do viajante. Os estudiosos brasileiros que ana

norte, diferentes das européias. Ê a vi

versa e aprende a história goiana com O'

da pública, nas suas manitcstações cole

Cônego Luís Antônio da Silva e Sousa, vigário geral da prelatura e autor da Memória sobrç o descobrimento, gover~

tivas, nos seus serviços e funcionamento;

Garcia

(4),

Melo

é o tipo de alimentação, as doenças que afligem as populações, os tratamentos e

Leitão

a matéria médica populares; são as fes-

Muita cautela, muita prudência, exame (2) Francisco

Adolfo de

Varnhagen,

Melhoramentos, s. d., 3.® ed. int., t. 5,

(3) Rodolfo Garcia, "Historia das expe dições cientificas", Diccionario Histórico

científica, pelo critério de sua escolha e

e Geograohico Brasileiro, Rio de Janei

t Jl'.» . »

Sâo Paulo, Cia. Èditôra ^Jacicnal, 1937, pág. 137.

(d) Alfredo

ro, 1922, t. 1, pág. 887, (4) Visconde dè Taunay. Estrangeiros ilustres o prestimosos no Brasil, IBOO-

da seleção dos demais companheiros de expedição, pelos trabalhos publicados, que se trata de um viajante em quem ..

de

Carvalho, Biblioteca

de João Procoplo

Corrêa e Silva. 1797, 55 págs.

cional. 1-27, 29, 8.

(9) Lisboa, Oficina de Simão Thaddeo Ferreira. 1797, 28 págs. (10) Rev. do Insi. Hisl. e Geog. Bxas.. t. 12, 1849, pág. 429 C ss.

1892, São Paulo, Cia. Melhoramentos, s.d..

pág. 29.

61, n.o 351.

L

(8) Lisboa, Oficina

Exótica Brasileira, Mss. da Biblioteca Na (7) Cf. Manual Bibliográfico de Estu dos Brasileiros, Rio de Janeiro, 1949, pág.

.1. .

tania de Goiás (10). Em Ouro Preto, suas credenciais e a

(51 Melo Leitão. A Biologia no BrasU.

pág. 264.

Quanto a Pohl, sabemos precisamente, pelos antecedentes de sua formação

no, população e cousas notáveis da capi

amizade de Eschwege abreni-Ilie as por-

História Geral do Brasil, São Paulo. Cia.

Autor são necessários.

to instruído, que conhecia as melhores obras alemãs sobre química e falava, co

que traz para a história social e econô

Rodolfo

rigoroso da seriedade e da cultura do

no Brasil (9). João Manso Pereira, que

era professor régio emérito no Rio do Janeiro c encarrc^gado dos exames do história nat\iral, impressionou Pohl.

sua posição no mundo científico, o ca ráter do seleção que presidiu a escolha

lisaram sua obra, como Varnhagen (2), o Visconde de Taunay (3),

rios — é o caso do livro de Pohl — são

Memória sobre o método economico de

trotusjwríar para Portugal e aguardente


-*1

EhcESTO Econômico

70

Brasil)

I,

são

extratos

da

relação

podemos c devemos confiar.

do

T

Aliás, a

leitura de seus dois alentados volumes, ora monótonos, ora dclicio.samcntc vivos,

Viagem. Convém lembrar aos leitores que o

71

Dicesto Econômico

(5), foram unânimes na recomendação.

tas do povo c da religião; sâo os fatos

A única voz dis.sonanlc é a do Alfredo

econômicos, s.ilários, preços, carcslia o trabalho, que Pohl descreve c relata. A

de Carvalho, ao declarar que "não obs tante a duração c a extensão de suas

próprio Pohl considera sua relação co mo um "diário", no qual anotou dia a

como na descrição das festas palacianas

dia, cuidadosamente, tudo o que lhe pa

petência como a seriedade c fidelidade

viagens, por distritos quase inexplora dos, a narrativa que tlêles nos legou

receu digno de registo".

do observador. Ê corto que várias vôzcs, ou melhor, muitas \'czcs, Pohl se

Pohl é duma aridez deso-peradora, sen

do considerada pelos competentes como a menos feliz de suas obras". (6)

parte rigorosamente científica. Os re sumos botânicos e as coletas mineralógi-

deixa impressionar pelo primeiro senti mento falso, pelo que ouviu de pessoas parciais, sem a devida idoneidade. Mas

cas, especialmente de caráter geognósti-

na maioria dos casos faz fé o que viu o

co, são apresentados em apêndices.

se representou aos seus olhos. As contri

de Ouro Prêto, confirma não só a com

Destinando-o

á todas as classes de leitores, decidiu se

parar a narração de interesse geral da

buições

Para compensar a insipidcz do texto

como as descrições

que maior proveito

aparece sob novos aspectos, vista por •

homem de grande capacidade de obser vação c dc inteligência atilada. Munido de passaporte assinado por Tomás Antônio de Vila Nova Portugal, Ministro dos Negócios da Guerra e Es

louva Alfredo de Carvalho as estampas

trangeiros, Pohl foi sempre bem recebi

do Atlas, abertas cm cobre pelos céle

do pelas autoridades provinciais, muni cipais c pelas figuras dc projeção. Em

bres gravadores Axmann c Passini, c.co lhidos pelo Príncipe Mctternich-Winnc-

objetivas,

É, portanto, o Oiário do viajante

atualidade brasileira de 1817 a 1821

Angra dos Reis, encontra-se com João

de primeira mão das

burg, dentre os desenhos originais do paisagista Thomas Endcr. Robert Smith,

Manso Pereira, hábil químico e metalúr gico, protegido dc D. Rodrigo de Sousa

autoridade de reconhecida competência,

Coutinho, envolvido na Inconfidência

oferece ao leitor ge

condições o

ral. Todas as rela

mes da sua época

já enalteceu a gravura panorâmica do

Mineira, precursor da fábrica de ferro

ções de caráter pu

tornam

Rio de Janeiro e a vista dc Ouro Prô-

dc Sorocaba e autor da Memória sobre

seu

costu Diário

ramente informativo,'

uma fonte primor

escritas durante

dial para a hi.tória

ou

pouco após a ocor

social dos primeiros

rência

decênios do século

dos

fatos,

são de regra consi deradas

como

XIX.

di

Os motivos da re

gnas de crédito pelo historiador ou es

dação de sua obra, a relação c corres

tudioso.

pondência com os autores de sua época,

Os livros de viagem, porém,

tal como os Diários, constituem uma ex

ceção.

Êles são olhados com certa re

serva, pelos tratadistas de metodologia histórica. É necessário, para remover -essa desconfiança inicial, que o Autor seja considerado um observador compe tente, honesto e fiel.

a Rcfomm dos Alambiqucs (8) e da 1 ,4 Náo nos parece justa a observação de Alfredo de Carvallio. Como em todos os livros de viajantes, especialmente os de naturalistas, há trechos tão insipidos, monótonos o cansativos, como insipidos,

Por isso, os Diá

examinados pela crítica histórica sob o mesmo prisma que os livros de viagem.

monótonos e cansativos eram os cami

nhos percorridos e os lugares visitados.

"Achei o SenJior Manso um homem mui

Pohl é um observador muito alerta,

dos vários membros da e.xpedição cien tífica — feita com toda simpatia por um

mica informações e dados preciosos. Èle

mo um entendido, sobre o sistema mine

regista sempre os costumes, os habites,

ral de Werncr e Karsten."

Imperador amigo e amante da ciência,

as formas sociais do centro e centro-

É assim também que, em Goiás, con

valorizam o livro do viajante. Os estudiosos brasileiros que ana

norte, diferentes das européias. Ê a vi

versa e aprende a história goiana com O'

da pública, nas suas manitcstações cole

Cônego Luís Antônio da Silva e Sousa, vigário geral da prelatura e autor da Memória sobrç o descobrimento, gover~

tivas, nos seus serviços e funcionamento;

Garcia

(4),

Melo

é o tipo de alimentação, as doenças que afligem as populações, os tratamentos e

Leitão

a matéria médica populares; são as fes-

Muita cautela, muita prudência, exame (2) Francisco

Adolfo de

Varnhagen,

Melhoramentos, s. d., 3.® ed. int., t. 5,

(3) Rodolfo Garcia, "Historia das expe dições cientificas", Diccionario Histórico

científica, pelo critério de sua escolha e

e Geograohico Brasileiro, Rio de Janei

t Jl'.» . »

Sâo Paulo, Cia. Èditôra ^Jacicnal, 1937, pág. 137.

(d) Alfredo

ro, 1922, t. 1, pág. 887, (4) Visconde dè Taunay. Estrangeiros ilustres o prestimosos no Brasil, IBOO-

da seleção dos demais companheiros de expedição, pelos trabalhos publicados, que se trata de um viajante em quem ..

de

Carvalho, Biblioteca

de João Procoplo

Corrêa e Silva. 1797, 55 págs.

cional. 1-27, 29, 8.

(9) Lisboa, Oficina de Simão Thaddeo Ferreira. 1797, 28 págs. (10) Rev. do Insi. Hisl. e Geog. Bxas.. t. 12, 1849, pág. 429 C ss.

1892, São Paulo, Cia. Melhoramentos, s.d..

pág. 29.

61, n.o 351.

L

(8) Lisboa, Oficina

Exótica Brasileira, Mss. da Biblioteca Na (7) Cf. Manual Bibliográfico de Estu dos Brasileiros, Rio de Janeiro, 1949, pág.

.1. .

tania de Goiás (10). Em Ouro Preto, suas credenciais e a

(51 Melo Leitão. A Biologia no BrasU.

pág. 264.

Quanto a Pohl, sabemos precisamente, pelos antecedentes de sua formação

no, população e cousas notáveis da capi

amizade de Eschwege abreni-Ilie as por-

História Geral do Brasil, São Paulo. Cia.

Autor são necessários.

to instruído, que conhecia as melhores obras alemãs sobre química e falava, co

que traz para a história social e econô

Rodolfo

rigoroso da seriedade e da cultura do

no Brasil (9). João Manso Pereira, que

era professor régio emérito no Rio do Janeiro c encarrc^gado dos exames do história nat\iral, impressionou Pohl.

sua posição no mundo científico, o ca ráter do seleção que presidiu a escolha

lisaram sua obra, como Varnhagen (2), o Visconde de Taunay (3),

rios — é o caso do livro de Pohl — são

Memória sobre o método economico de

trotusjwríar para Portugal e aguardente


^nffSISiMPPS^KiPlPii^ 12

tas do Palácio, onde o Governador D.

Manuel Francisco Zacarias Portugal e Castro o recebe fidalgamente, convídando-o a almoçar todos os domingos à sua

mesa. D. Manuel possuía uma exce lente biblioteca e promovia reuniões so ciais freqüentadas pelos principais da ci dade. Uma das melhores páginas de Pohl é a que descreve as reuniões sociais de palácio e dos dignitários da cidade ■ de Vila Rica.

Não só as festas sociais das classes do minantes encontram na Viagem de Pohl

o seu lugar; os festejos populares, as ce rimônias religiosas, festas de brancos, negros e índios, e representações teatrais

são descritas com bastante compreensão.

A comedia de Carlos Magno, repre• sentada ao ar livre na capital de Goiás, a farsa denominada serração da veüia, indicadora de que já passou metade da quaresma, organizada pelos soldados, a

festa indígena quebra-cabeça, represen tada pelos índios caiapós da aldeia de

nr^Tv

1 1'-^

Dicesto EcoNÓ^^co

Aires do Casal, que na sua Corografta registou uma inexistente igreja matriz de N. S. do Bom Sucesso do Arraial da Barra do Rio das Velhas. Com a Co-

rografia c;m punho, assinala\a os equí\ocos, afirmando (jiie ela está cheia de falsas indicações.

que, às vê/.es, eliegiun da Fairopa eoin o p:(]pá:-ito de fazi-r forínua, trabalhando. ,Contagia-u.s a preguiça geral e em breve

Sóbrc costnnu s aliiucntarcs obser\'a

Pohl cjnc no Brasil não .sc sabia fabricar manteiga e os portugueses tinbani-lho

avri-ão. di/cndo que ela pro\i>cava vô mitos (\-ol. 2. págs. 11)3 e 429). A car ne de \ilela era considerada nociva à

saúde (\oI. 2. pág. 106).

Mallerv e Hichard Anclric (II), mostra

samento com uma mulata rica, ociosos

Do ponto de \isla econômico c inte

a ausência dc significação simbólica e o

abastados, preferem \i\er necessitados c íniserà%'elmentc para gozarem o bmnaventuradü far nicutc" (vol. 1, pág.s.

ressante o importante constatar a intro dução tio aratlo no arraial de Meia Pon

262 e 263). "O ócio é a máxima felici

({ue o uso do arado pela la\"t»ura paulisIvi foi leito pelo Goxvrnador Anlt.ínio

nenhum

valor documental

das

inscri

ções indígenas. Os desenhos (juc en controu no córrego da Prata, na viagem pelo Jequitinhonha, "devem ser consi

derados como simples tentativa de imi tação, desenhos primitivos como, mes mo entre as nações ci\alizadas, se ex

dade dessa gente" (\ol. I, págs. 329 e 3.30. Vide também págs. 299 e 335).

A pobreza era geral. Pobreza, "esta

pressam as crianças" (vol. 2, pág. 333).

é uma expressão (pie, aqui no país, se

Ainda para os estudos etnográficos merecem destaque suas anotações sobre os quilombos de negros escravos fugidos

•qucLxa" (vol. 2, pág. 97). Em Belmon

de São Paulo e que erigiram perto de Caldas Novas, em Goiás, um arraial for págs. 235 e ss. ).

Traíras, revelam a curiosidade do via

Mas o que nos pareceu dc extraordi nária importância neste livro, ainda pou

(vol. 2,

co conhecido do grande número de es tudiosos brasileiros, é a matéria econô mica. Preços, salários, carestia de gêne

Deste- modo ruío me parece acertada

ros, classes sociais, profissões, a pobreza

censura de Alfredo de Carvalho. Es-

'fas narrações, além do seu alto valor pa-

generalizada do interior, as tentativas da Real Fábrica de Ferro, estão anotados,

Ja a história social, amenizam a leitura. Mas Pohl contribui, também, com

se tem dito o escrito sobre o papel re

As vêzps retifica erros, como o do Padre

dc curar, cm cirurgiões Je cursos não concluídos.

Então, Se não podem tornar-se. pelo ca

tificado com pontes e fogos

ra os estudos etnográficos. Êle anota costumes e práticas indígenas dos caia pós, acroás, javaós, carajás, xavantes, críxás, apinagés, macamecrãs, poramecrãs, craôs, xcrcntes, acroás-mirim, maxacalis, etc. E para a geografia não são meno res os subsídios colhidos em sua Viagem.

preguiçosos e consideram uma vergonha üu de:unru que um br.inco ou li\ rc trabal:ic, lacsiiio um poueo. Esta preguiça transinitc-sc aos próprios portugueses,

trabalham tão pouco (jnanlo o.s naturais.

São João dc Mossàmedes, a festa de San

suas descrições das tribos pouco conhe cidas, especialmente as do grupo gê, pa

73

Precedendo os estudos arqueológicos e epigráficos dc Koch Grünberg, Garrick

ta Ifigênia, celebrada pelos negros de jante e a capacidade do observador so cial. Pohl descreve em seus pormenores quase todas as solenidades que viu pelo interior do Brasil.

7

fV Dicesto EcoNó^^co

com extremo interesse e cuidado.

presentado pela ociosidade na história

ouve cm lòdas as bôcas mesmo ipian-

do,..., as aparências contradizem a te encontrou Polil um juiz cpje não tinha

as principais peças do \ e.stuario e anda va de pés de.scalços (vol. 2, pág. 329). Parece-iius que esta última informação merece pouca fé. Para Pohl a culpa dêsles males provi

nha em parte da escravidão (vol. 1, pág. 330). Os trajes de algodão grosseiro, os vestidos de chita usados vário.s anos ates

tavam a pobreza geral da população goiana (vol. 1, págs. 334 c 335). Pohl regista também a alimentação usual, nas cidades c nos lugarejos do interior c co mo rnédico atenta para as doenças co

muns, as epidemias, a higiene e a assis

te. num engenho tle açúcar.

Sabe-se

Manuel de Melo Castro e Mendonça por x'olla de ISOO ( 13). .V téeniea iio\ a pro vocou um rebuliço na la\'ouva paulista na; da goiana pouco sabemos, já que Pohl regista apenas a chegada do novo inslnimento.

A descrição de sua visita à Real Fá brica de Ferro do Morro do Pilar, diri gida pelo Intendente Câmara, contribui certunu;nte jrara o esclarecimento de vá

rios pontos duvidosos. Pohl encontrou a fábrica já cm decadência, só se con servando graças á diligência do mestre tumlidor Schweneinann, que mandara \ir de Hessen. Schwonemann era "um bra\o e probo alemão, bem armado do conhecimentos no seu ramo, que sozinho

dirigia o í-stabeleeimento" (\ol. 2, págs 369-372). As tentali\as do restauração falluiram, acrescenta Pohl, "dev ido á toi-

mtísia dt; Câmara e dos ignorantes que o cerc av am, os quais não davam ouvidos

da nossa formação econômica. Pohl vem

tência médica. Em relação a esta últi

mais uma vez confirmar, como fonte, a

às instruçtães do mestre fundidor" (vol

ma, os habitantes do Goiás eram dignos

2, pág. 371).

tese sustentada. (12) "São todos muito

de lástima. "Vixcm quase inteiramente

A parte geognóstioa e miueralógica

sem medicamento. Em toda a capitania,

atualmente não tem boa acolhida cientí-

mesmo na capital, faltam casas de saú (11) Cf. José Honórlo Rodrigues, Teo ria da História do Brasil, São Paulo, Ins

tituto Progresso Editorial, 1940, pág. 148. (12) Cf. Jcs6 Honórlo Rodrigues. Notí cia de Vária História, Livraria São José.

1951, pág. 35.

de e os doentes são abandonados ao seu destino."

Dominavam os remédios ba

seados na superstição e os médicos eram ou empíricos que compravam o direito

(13) José Honório Rodrigues, "Agricul tura e Economia Açucareiras no século

XVni". Brasil Açucareiro. out. 1945 pág


^nffSISiMPPS^KiPlPii^ 12

tas do Palácio, onde o Governador D.

Manuel Francisco Zacarias Portugal e Castro o recebe fidalgamente, convídando-o a almoçar todos os domingos à sua

mesa. D. Manuel possuía uma exce lente biblioteca e promovia reuniões so ciais freqüentadas pelos principais da ci dade. Uma das melhores páginas de Pohl é a que descreve as reuniões sociais de palácio e dos dignitários da cidade ■ de Vila Rica.

Não só as festas sociais das classes do minantes encontram na Viagem de Pohl

o seu lugar; os festejos populares, as ce rimônias religiosas, festas de brancos, negros e índios, e representações teatrais

são descritas com bastante compreensão.

A comedia de Carlos Magno, repre• sentada ao ar livre na capital de Goiás, a farsa denominada serração da veüia, indicadora de que já passou metade da quaresma, organizada pelos soldados, a

festa indígena quebra-cabeça, represen tada pelos índios caiapós da aldeia de

nr^Tv

1 1'-^

Dicesto EcoNÓ^^co

Aires do Casal, que na sua Corografta registou uma inexistente igreja matriz de N. S. do Bom Sucesso do Arraial da Barra do Rio das Velhas. Com a Co-

rografia c;m punho, assinala\a os equí\ocos, afirmando (jiie ela está cheia de falsas indicações.

que, às vê/.es, eliegiun da Fairopa eoin o p:(]pá:-ito de fazi-r forínua, trabalhando. ,Contagia-u.s a preguiça geral e em breve

Sóbrc costnnu s aliiucntarcs obser\'a

Pohl cjnc no Brasil não .sc sabia fabricar manteiga e os portugueses tinbani-lho

avri-ão. di/cndo que ela pro\i>cava vô mitos (\-ol. 2. págs. 11)3 e 429). A car ne de \ilela era considerada nociva à

saúde (\oI. 2. pág. 106).

Mallerv e Hichard Anclric (II), mostra

samento com uma mulata rica, ociosos

Do ponto de \isla econômico c inte

a ausência dc significação simbólica e o

abastados, preferem \i\er necessitados c íniserà%'elmentc para gozarem o bmnaventuradü far nicutc" (vol. 1, pág.s.

ressante o importante constatar a intro dução tio aratlo no arraial de Meia Pon

262 e 263). "O ócio é a máxima felici

({ue o uso do arado pela la\"t»ura paulisIvi foi leito pelo Goxvrnador Anlt.ínio

nenhum

valor documental

das

inscri

ções indígenas. Os desenhos (juc en controu no córrego da Prata, na viagem pelo Jequitinhonha, "devem ser consi

derados como simples tentativa de imi tação, desenhos primitivos como, mes mo entre as nações ci\alizadas, se ex

dade dessa gente" (\ol. I, págs. 329 e 3.30. Vide também págs. 299 e 335).

A pobreza era geral. Pobreza, "esta

pressam as crianças" (vol. 2, pág. 333).

é uma expressão (pie, aqui no país, se

Ainda para os estudos etnográficos merecem destaque suas anotações sobre os quilombos de negros escravos fugidos

•qucLxa" (vol. 2, pág. 97). Em Belmon

de São Paulo e que erigiram perto de Caldas Novas, em Goiás, um arraial for págs. 235 e ss. ).

Traíras, revelam a curiosidade do via

Mas o que nos pareceu dc extraordi nária importância neste livro, ainda pou

(vol. 2,

co conhecido do grande número de es tudiosos brasileiros, é a matéria econô mica. Preços, salários, carestia de gêne

Deste- modo ruío me parece acertada

ros, classes sociais, profissões, a pobreza

censura de Alfredo de Carvalho. Es-

'fas narrações, além do seu alto valor pa-

generalizada do interior, as tentativas da Real Fábrica de Ferro, estão anotados,

Ja a história social, amenizam a leitura. Mas Pohl contribui, também, com

se tem dito o escrito sobre o papel re

As vêzps retifica erros, como o do Padre

dc curar, cm cirurgiões Je cursos não concluídos.

Então, Se não podem tornar-se. pelo ca

tificado com pontes e fogos

ra os estudos etnográficos. Êle anota costumes e práticas indígenas dos caia pós, acroás, javaós, carajás, xavantes, críxás, apinagés, macamecrãs, poramecrãs, craôs, xcrcntes, acroás-mirim, maxacalis, etc. E para a geografia não são meno res os subsídios colhidos em sua Viagem.

preguiçosos e consideram uma vergonha üu de:unru que um br.inco ou li\ rc trabal:ic, lacsiiio um poueo. Esta preguiça transinitc-sc aos próprios portugueses,

trabalham tão pouco (jnanlo o.s naturais.

São João dc Mossàmedes, a festa de San

suas descrições das tribos pouco conhe cidas, especialmente as do grupo gê, pa

73

Precedendo os estudos arqueológicos e epigráficos dc Koch Grünberg, Garrick

ta Ifigênia, celebrada pelos negros de jante e a capacidade do observador so cial. Pohl descreve em seus pormenores quase todas as solenidades que viu pelo interior do Brasil.

7

fV Dicesto EcoNó^^co

com extremo interesse e cuidado.

presentado pela ociosidade na história

ouve cm lòdas as bôcas mesmo ipian-

do,..., as aparências contradizem a te encontrou Polil um juiz cpje não tinha

as principais peças do \ e.stuario e anda va de pés de.scalços (vol. 2, pág. 329). Parece-iius que esta última informação merece pouca fé. Para Pohl a culpa dêsles males provi

nha em parte da escravidão (vol. 1, pág. 330). Os trajes de algodão grosseiro, os vestidos de chita usados vário.s anos ates

tavam a pobreza geral da população goiana (vol. 1, págs. 334 c 335). Pohl regista também a alimentação usual, nas cidades c nos lugarejos do interior c co mo rnédico atenta para as doenças co

muns, as epidemias, a higiene e a assis

te. num engenho tle açúcar.

Sabe-se

Manuel de Melo Castro e Mendonça por x'olla de ISOO ( 13). .V téeniea iio\ a pro vocou um rebuliço na la\'ouva paulista na; da goiana pouco sabemos, já que Pohl regista apenas a chegada do novo inslnimento.

A descrição de sua visita à Real Fá brica de Ferro do Morro do Pilar, diri gida pelo Intendente Câmara, contribui certunu;nte jrara o esclarecimento de vá

rios pontos duvidosos. Pohl encontrou a fábrica já cm decadência, só se con servando graças á diligência do mestre tumlidor Schweneinann, que mandara \ir de Hessen. Schwonemann era "um bra\o e probo alemão, bem armado do conhecimentos no seu ramo, que sozinho

dirigia o í-stabeleeimento" (\ol. 2, págs 369-372). As tentali\as do restauração falluiram, acrescenta Pohl, "dev ido á toi-

mtísia dt; Câmara e dos ignorantes que o cerc av am, os quais não davam ouvidos

da nossa formação econômica. Pohl vem

tência médica. Em relação a esta últi

mais uma vez confirmar, como fonte, a

às instruçtães do mestre fundidor" (vol

ma, os habitantes do Goiás eram dignos

2, pág. 371).

tese sustentada. (12) "São todos muito

de lástima. "Vixcm quase inteiramente

A parte geognóstioa e miueralógica

sem medicamento. Em toda a capitania,

atualmente não tem boa acolhida cientí-

mesmo na capital, faltam casas de saú (11) Cf. José Honórlo Rodrigues, Teo ria da História do Brasil, São Paulo, Ins

tituto Progresso Editorial, 1940, pág. 148. (12) Cf. Jcs6 Honórlo Rodrigues. Notí cia de Vária História, Livraria São José.

1951, pág. 35.

de e os doentes são abandonados ao seu destino."

Dominavam os remédios ba

seados na superstição e os médicos eram ou empíricos que compravam o direito

(13) José Honório Rodrigues, "Agricul tura e Economia Açucareiras no século

XVni". Brasil Açucareiro. out. 1945 pág


V»t'WVT"'

Dicesto Econômico

74

fica. Hartt não a considera importan te (14).

teratura exótica relativa ao Brasil,, uma obra de raro entendimento, que olha as

Capistrano de Abreu anota que as in correções nos nomes do país do segundo

parícs c o todo, apesar de ccr.a ingenui dade alemã, que o fazia crer fàcilmcn-

volume devem ser atribuídas à revisão

te nos ditos que ouvia.

feita por pessoa estranha. ^

Toda a literatura estrangeira sôbrc o

JACKSON Afonso Pena FIGUEIREDO JÚNion T^ustão de Athaydr, nosso ilustre o ouerido Presidente, pediu-me —

Pohl apreciou muito varias cidades,

Brasil deveria ser traduzida, para que

como São João d'El Rei e a antiga Fa-

pudéssemos ver como nos julgam ou nos

perdão — ordenou-mc para hoje al

nado ou N. S. do Bom Sucesso do Ara-

apreciam os que aqui con\ivcram co

gumas linhas de rcminiscência jack-

çuaí (vol. 1, págs. 202-205 e vol. 2,

nosco, provenientes de outras terras,

Boncanas.

pág. 299) e sobre o Rio de Janeiro fêz

afeitos a outros costumes c maneiras.

"Tudo o que haja do mais simples,

uma profecia que merece ser aqui des tacada: "Se algum ponto do Novo Mun

traduzir a literatura alemã, já que ft

algumas passagens de seu convív.o,

do merece, pela sua situação e condições

francesa c a inglesa estão ao alcance do

com o nosso querido c inosquecivcl

naturais, tornar-se um dia teatro do

público estudioso.

Jackson."

grandes acontecimentos, um foco de ci

Neste sentido, o primeiro passo seria

Todos os que acompanham com inte

— disse-mc êlo.

Conte-nos, apenas,

Parece fácil a tarefa; e ó, para

vilização e cultura, um empório do co-

resse a tentativa de conhecimento do

mim, das mais difíceis. Fui sempre

' mércio mundial, é, ao meu ver, o Rio do

passado brasileiro pela divulgação do

üm péssimo narrador, pela tendência a guardar as impressões extraídas

Janeiro" (vol. 1, pág. 74).

A Viagem de Pohl representa, na li(14) Ch. F. Hartt, Geologia o geografia física do Brasil. São Paulo, Cia. Editora Nacional 1641, pág. 534.

obras raras e valiosas, inacessíveis pelo preço ou pela língua, hão de louvar com

O "Digcsto Econômico" não 'poderia deixar de inserir cm suas colunas o perfil de ]ackson de Figueiredo, a

grande líder católico, fornalUia, publi cista c cpistológrafo dos ínuiorcí. Certa

vez, no Centro Dom Vitid, Afonso Pena Júnior o retratou com mão de mestre.

Eis a bala página, de encantadora sim plicidade, acentuado sabor clássico e

rara emotividade, do grande cicriíor que é Afonso Pena Jiínior

dos fatos c lançar a estes no olvido.

justiça mais êste empreendimento, do

A impressão é, por assim dizer, o

do doutrinário seguro, convicto, in

manifesto proveito, do Instituto Nacional

edifício; e os fatos são os andaimes

flexível e austero, em cujos conceitos

do Livro.

da obra. Levantado aquele, para que conservar os andaimes?

idéias à guerra e pelejar bvavamonto

A*esta inibição de ordem geral, para toda narrativa, resultante da fu gacidade dos acontecimentos em mi nha memória, acresce a intrincada multiplicidade da pessoa de Jackson, impeditiva, de anotações o fixações mcnmônicas.

Moralmente uno — de uma inve

jável unidade — era êle, entretanto,

por sua fé; c a do companheiro in

gênuo o bom, do uma tolerância sem par, movediço, como as ondas, cheio do inesperado o de pitoresco,

O primeiro Jackson, o homem da inteligência e da fé, aquêle que ad miramos e seguimos, se desenha em poucos traços — retilíneos e firmes. Mas o outro Jackson, o do nosso con

nhado em pintar (como diria Mon-

vívio de cada dia, aquele que parti cularmente amamos, quem poderia descrevê-lo e contá-lo bem, na di versidade infinita, caprichosa, qua se delirante, das linhas do seu per

taigne), não o ser, mas a passagem,

fil singular?

poderia apanhar fielmente sua irre quieta c pitoresca convivência.

com êle, durante anos, no seio do

por temperamento, do tal arte vário e transitivo — digamos logo — boê mio no curso ordinário da vida,

que só um pincel cineniático empe

Foi sempre para mim um árduo

problema de psicologia a coexistência em Jackson, desses dois aspectos, tão profundamente diferenciados: a .Tt V

não se via frincha, capaz de levar as

Tive a honra e ventura de privar uma amizade sem nuvens, cujas re cordações são um refrigério para mi nha alma.

Mas repito que seria incapaz de


V»t'WVT"'

Dicesto Econômico

74

fica. Hartt não a considera importan te (14).

teratura exótica relativa ao Brasil,, uma obra de raro entendimento, que olha as

Capistrano de Abreu anota que as in correções nos nomes do país do segundo

parícs c o todo, apesar de ccr.a ingenui dade alemã, que o fazia crer fàcilmcn-

volume devem ser atribuídas à revisão

te nos ditos que ouvia.

feita por pessoa estranha. ^

Toda a literatura estrangeira sôbrc o

JACKSON Afonso Pena FIGUEIREDO JÚNion T^ustão de Athaydr, nosso ilustre o ouerido Presidente, pediu-me —

Pohl apreciou muito varias cidades,

Brasil deveria ser traduzida, para que

como São João d'El Rei e a antiga Fa-

pudéssemos ver como nos julgam ou nos

perdão — ordenou-mc para hoje al

nado ou N. S. do Bom Sucesso do Ara-

apreciam os que aqui con\ivcram co

gumas linhas de rcminiscência jack-

çuaí (vol. 1, págs. 202-205 e vol. 2,

nosco, provenientes de outras terras,

Boncanas.

pág. 299) e sobre o Rio de Janeiro fêz

afeitos a outros costumes c maneiras.

"Tudo o que haja do mais simples,

uma profecia que merece ser aqui des tacada: "Se algum ponto do Novo Mun

traduzir a literatura alemã, já que ft

algumas passagens de seu convív.o,

do merece, pela sua situação e condições

francesa c a inglesa estão ao alcance do

com o nosso querido c inosquecivcl

naturais, tornar-se um dia teatro do

público estudioso.

Jackson."

grandes acontecimentos, um foco de ci

Neste sentido, o primeiro passo seria

Todos os que acompanham com inte

— disse-mc êlo.

Conte-nos, apenas,

Parece fácil a tarefa; e ó, para

vilização e cultura, um empório do co-

resse a tentativa de conhecimento do

mim, das mais difíceis. Fui sempre

' mércio mundial, é, ao meu ver, o Rio do

passado brasileiro pela divulgação do

üm péssimo narrador, pela tendência a guardar as impressões extraídas

Janeiro" (vol. 1, pág. 74).

A Viagem de Pohl representa, na li(14) Ch. F. Hartt, Geologia o geografia física do Brasil. São Paulo, Cia. Editora Nacional 1641, pág. 534.

obras raras e valiosas, inacessíveis pelo preço ou pela língua, hão de louvar com

O "Digcsto Econômico" não 'poderia deixar de inserir cm suas colunas o perfil de ]ackson de Figueiredo, a

grande líder católico, fornalUia, publi cista c cpistológrafo dos ínuiorcí. Certa

vez, no Centro Dom Vitid, Afonso Pena Júnior o retratou com mão de mestre.

Eis a bala página, de encantadora sim plicidade, acentuado sabor clássico e

rara emotividade, do grande cicriíor que é Afonso Pena Jiínior

dos fatos c lançar a estes no olvido.

justiça mais êste empreendimento, do

A impressão é, por assim dizer, o

do doutrinário seguro, convicto, in

manifesto proveito, do Instituto Nacional

edifício; e os fatos são os andaimes

flexível e austero, em cujos conceitos

do Livro.

da obra. Levantado aquele, para que conservar os andaimes?

idéias à guerra e pelejar bvavamonto

A*esta inibição de ordem geral, para toda narrativa, resultante da fu gacidade dos acontecimentos em mi nha memória, acresce a intrincada multiplicidade da pessoa de Jackson, impeditiva, de anotações o fixações mcnmônicas.

Moralmente uno — de uma inve

jável unidade — era êle, entretanto,

por sua fé; c a do companheiro in

gênuo o bom, do uma tolerância sem par, movediço, como as ondas, cheio do inesperado o de pitoresco,

O primeiro Jackson, o homem da inteligência e da fé, aquêle que ad miramos e seguimos, se desenha em poucos traços — retilíneos e firmes. Mas o outro Jackson, o do nosso con

nhado em pintar (como diria Mon-

vívio de cada dia, aquele que parti cularmente amamos, quem poderia descrevê-lo e contá-lo bem, na di versidade infinita, caprichosa, qua se delirante, das linhas do seu per

taigne), não o ser, mas a passagem,

fil singular?

poderia apanhar fielmente sua irre quieta c pitoresca convivência.

com êle, durante anos, no seio do

por temperamento, do tal arte vário e transitivo — digamos logo — boê mio no curso ordinário da vida,

que só um pincel cineniático empe

Foi sempre para mim um árduo

problema de psicologia a coexistência em Jackson, desses dois aspectos, tão profundamente diferenciados: a .Tt V

não se via frincha, capaz de levar as

Tive a honra e ventura de privar uma amizade sem nuvens, cujas re cordações são um refrigério para mi nha alma.

Mas repito que seria incapaz de


''U 'f->>

Dicesto Econômico

76

reproduzir, ao vivo, os lances variadíssimos e sempre instrutivos dêsse incomparável convívio. Posso, entretanto, reviver para í s

companheiros do Centro Dom Vital as duas horas extremas desse conví vio: a do primeiro encontro, em que

ressado, escrevi a Jackson uma car ta de caloroso aplauso. Por mais incrível que isto pare cia de Jackson de Figueiredo e nem sabia quem ele era.

nossa amizade se selou, indestrutível,

è a da última despedida, depois da qual o novo encontro se acha entre

compensação da rapidez e facilidade

gue à infinita misericórdia de Deus.

com que vozes estranlias ao nosso

Foi, se bem me lembro, em começos de 1922. Pelejava-se, ao tempo, uma dessas selvagens campanhas

meio e ao nosso passado atingem ao litoral brasileiro. Mas aquela voz, vinda da orla marítima, possuía o

presidenciais, diante de cujos horro

timbre de brasilidade, sempre grato

res a antropofagia chega a parecer

a ouvidos sertanejos; e dir-se-ia, até,

piedosa...

provir de pleno sertão, inspirada e

E ocupava eu a pasta do Interior do governo estadual, acompanhando de perto, com real interesse, as peripé

avigorada nas melhores virtudes da

Lendo, necessàriamente, os artigos mente, se aciri-ara a

dissidência política, co mecei

a

crescente

notar,

com

admiração,

alguns estudos de Jackson de Figueiredo, nos

~

vasse que foi por ironia que a minha se chamou "Pena", tal a birra que nela se consagra a este instrumento de escrever cartas...

Mas Jackson, muito ao contrário,

era, por excelência, um escrevedor do cartas. Nelas tinha êle o melhor recurso de doutrinamento e persua

são; a tal ponto, que não terá idéia exata de sua força apostólica quem desconheça a sua ação nesse terreno. Já por ser aí "os seus gerais", já

espécie de homem seria, realmente, o escri tor? Compreenderia êle bem os motivos supe riores de meu aplauso ou

veria

neste

detrimento dêstc.

já houve quem maldosamente obser

duvidar do acêrto de meu gesto. Que -

admirava e benqueria.

é cousa superior às minhas forças e, como o mal c um pouco de família,

Escrita, porém, a carta, entrei a

devido à sua benevolência sem par, cada linha de meu punho recebia em

inten

paga uma esplêndida missiva, de um só jato, na qual se vazava inteira aquela "mais patética das almas",

ções subalternas ?

Durou pouco essa dú

quais a nota da convic ção e da sinceridade era, realmente, impressionante. Há cousas que não enganam. Em meio

eu a resposta, na qual a perfeita compreensão (aquela inconfundível e

divina.

de tanta pena mercenária, que espo

humaníssima compreensão de Jack

sava a causa, por amor do provei

son), era de uma evidência solar.

cida a rubro essa deliciosa amizade à distância, veio-me o aviso de sua

to, aquela se destacava por um amor

vida. Quase pela vol ta do correio, recebia

com todos os selos da sua feitura

Até que um dia, quando já aque

Que grande pena não tenha eu à

Confesso, porém,

pessoa física foi, para

mim, inteiramente diversa da que eu imaginara, a intelectual c moral não

desfez, antes reforçou a ótima im pressão já existente. Logo de iní

cio, senti uma ponta de inveja, pois me tinha na conta de ser o mais

entranhadamente brasileiro, digamos mesmo o mais caipira do entre os

honiens de estudo e surgia-me, pela frente, encharcado da melhor cultu ra e intelectual acabado, um serta

nejo genuíno, brasileiro, até à me dula, evocativo, até, de figuras da cangaceiros.

Oh! estas horas inesquecíveis do palestra descosida, de omiH rc scibili em que a voz amiga se ouve pela primeira vez e se fixa, para sem pre, na memória do coração, como se ouvida e amada desde todo o sem

pre! Estou ainda a vê-lo, abaixo e acima, em minha longa biblioteca perlustrando e comentando obras* semeando, a trancos e bai-rancos' observações deliciosas, pontilhando a prosa de exclamações de acento nor destino, dando-lhe, assim, o sabor e encanto de uma conversa de ran cheiros, ao pé do fogo.

Quando nos separamos nossa ami zade se forjara, em bronze, superior a tudo e a todos, sobranceira a quais quer vicissitudes. E é com indizível contentamento e orgulho que posso dizer, em público, que, desde então nem êle jamais me faltou, nem eu a êle. Se cabem na amizade contas

mão, para doutrina e encanto de to

com o fito exclusivo de me ver e

gando doutrina o desdobrando pro

dos nós, esse primeiro documento da

conversar.

grama, onde outras pregavam dis

nossa amizade, deixado em meus ar quivos de Belo Horizonte!

encontro.

Parece-me, ainda, de ontem êsse Estou a vê-lo irromper

Era uma carta admirável — como

por meu escritório, com a natural

profundo e nítido, que, num ímpeto

só êle, o maior dos nossos epistológrafos, poderia escrever — na qual

de entusiasmo, inteiramente desinte

os horizontes sociais e políticos da

efusâo de uma amizade, velhíssima, conhecendo-me, a mim, melhor do que eu mesmo e falando-me sem rebuços

i

que, se n

próxima viagem a Belo Horizonte,

sincero e raciocinado da causa, pre

córdia e semeavam ódios. Em um desses artigos, o traço de impessoa lidade e de elevação moral foi tão

e a coração aberto, como só se fala a nmigo de eleição. E' sempre um passo difícil este

truía; e, a cada uma delas, mais o

pondência. Os quo nio conhecem bom sabem que entreter correspondência

raça. E foi por isto que ela me aba lou, de modo tão estranho.

77

para as amizades criadas de longe, pois aí se defrontam o ente imagi nado o o ente real, c, não rai-o, em

Nâo direi que entretivemos corres

ao planalto central — providencial

e polêmicas da impren

sa, na qual, mas bravia-

nacionalidade eram detidamente exa

minados, com argúcia quaso divina tória e acendrada paixão patriótica. A esta se seguiram muitas o mui tas outras; e em tôdas ou me ins

ça, a verdade é que eu nada conhe

E' sempre com dificuldade e lenti dão que as vozes do litoral atingem

cias da luta.

Dicesto Econômico


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reproduzir, ao vivo, os lances variadíssimos e sempre instrutivos dêsse incomparável convívio. Posso, entretanto, reviver para í s

companheiros do Centro Dom Vital as duas horas extremas desse conví vio: a do primeiro encontro, em que

ressado, escrevi a Jackson uma car ta de caloroso aplauso. Por mais incrível que isto pare cia de Jackson de Figueiredo e nem sabia quem ele era.

nossa amizade se selou, indestrutível,

è a da última despedida, depois da qual o novo encontro se acha entre

compensação da rapidez e facilidade

gue à infinita misericórdia de Deus.

com que vozes estranlias ao nosso

Foi, se bem me lembro, em começos de 1922. Pelejava-se, ao tempo, uma dessas selvagens campanhas

meio e ao nosso passado atingem ao litoral brasileiro. Mas aquela voz, vinda da orla marítima, possuía o

presidenciais, diante de cujos horro

timbre de brasilidade, sempre grato

res a antropofagia chega a parecer

a ouvidos sertanejos; e dir-se-ia, até,

piedosa...

provir de pleno sertão, inspirada e

E ocupava eu a pasta do Interior do governo estadual, acompanhando de perto, com real interesse, as peripé

avigorada nas melhores virtudes da

Lendo, necessàriamente, os artigos mente, se aciri-ara a

dissidência política, co mecei

a

crescente

notar,

com

admiração,

alguns estudos de Jackson de Figueiredo, nos

~

vasse que foi por ironia que a minha se chamou "Pena", tal a birra que nela se consagra a este instrumento de escrever cartas...

Mas Jackson, muito ao contrário,

era, por excelência, um escrevedor do cartas. Nelas tinha êle o melhor recurso de doutrinamento e persua

são; a tal ponto, que não terá idéia exata de sua força apostólica quem desconheça a sua ação nesse terreno. Já por ser aí "os seus gerais", já

espécie de homem seria, realmente, o escri tor? Compreenderia êle bem os motivos supe riores de meu aplauso ou

veria

neste

detrimento dêstc.

já houve quem maldosamente obser

duvidar do acêrto de meu gesto. Que -

admirava e benqueria.

é cousa superior às minhas forças e, como o mal c um pouco de família,

Escrita, porém, a carta, entrei a

devido à sua benevolência sem par, cada linha de meu punho recebia em

inten

paga uma esplêndida missiva, de um só jato, na qual se vazava inteira aquela "mais patética das almas",

ções subalternas ?

Durou pouco essa dú

quais a nota da convic ção e da sinceridade era, realmente, impressionante. Há cousas que não enganam. Em meio

eu a resposta, na qual a perfeita compreensão (aquela inconfundível e

divina.

de tanta pena mercenária, que espo

humaníssima compreensão de Jack

sava a causa, por amor do provei

son), era de uma evidência solar.

cida a rubro essa deliciosa amizade à distância, veio-me o aviso de sua

to, aquela se destacava por um amor

vida. Quase pela vol ta do correio, recebia

com todos os selos da sua feitura

Até que um dia, quando já aque

Que grande pena não tenha eu à

Confesso, porém,

pessoa física foi, para

mim, inteiramente diversa da que eu imaginara, a intelectual c moral não

desfez, antes reforçou a ótima im pressão já existente. Logo de iní

cio, senti uma ponta de inveja, pois me tinha na conta de ser o mais

entranhadamente brasileiro, digamos mesmo o mais caipira do entre os

honiens de estudo e surgia-me, pela frente, encharcado da melhor cultu ra e intelectual acabado, um serta

nejo genuíno, brasileiro, até à me dula, evocativo, até, de figuras da cangaceiros.

Oh! estas horas inesquecíveis do palestra descosida, de omiH rc scibili em que a voz amiga se ouve pela primeira vez e se fixa, para sem pre, na memória do coração, como se ouvida e amada desde todo o sem

pre! Estou ainda a vê-lo, abaixo e acima, em minha longa biblioteca perlustrando e comentando obras* semeando, a trancos e bai-rancos' observações deliciosas, pontilhando a prosa de exclamações de acento nor destino, dando-lhe, assim, o sabor e encanto de uma conversa de ran cheiros, ao pé do fogo.

Quando nos separamos nossa ami zade se forjara, em bronze, superior a tudo e a todos, sobranceira a quais quer vicissitudes. E é com indizível contentamento e orgulho que posso dizer, em público, que, desde então nem êle jamais me faltou, nem eu a êle. Se cabem na amizade contas

mão, para doutrina e encanto de to

com o fito exclusivo de me ver e

gando doutrina o desdobrando pro

dos nós, esse primeiro documento da

conversar.

grama, onde outras pregavam dis

nossa amizade, deixado em meus ar quivos de Belo Horizonte!

encontro.

Parece-me, ainda, de ontem êsse Estou a vê-lo irromper

Era uma carta admirável — como

por meu escritório, com a natural

profundo e nítido, que, num ímpeto

só êle, o maior dos nossos epistológrafos, poderia escrever — na qual

de entusiasmo, inteiramente desinte

os horizontes sociais e políticos da

efusâo de uma amizade, velhíssima, conhecendo-me, a mim, melhor do que eu mesmo e falando-me sem rebuços

i

que, se n

próxima viagem a Belo Horizonte,

sincero e raciocinado da causa, pre

córdia e semeavam ódios. Em um desses artigos, o traço de impessoa lidade e de elevação moral foi tão

e a coração aberto, como só se fala a nmigo de eleição. E' sempre um passo difícil este

truía; e, a cada uma delas, mais o

pondência. Os quo nio conhecem bom sabem que entreter correspondência

raça. E foi por isto que ela me aba lou, de modo tão estranho.

77

para as amizades criadas de longe, pois aí se defrontam o ente imagi nado o o ente real, c, não rai-o, em

Nâo direi que entretivemos corres

ao planalto central — providencial

e polêmicas da impren

sa, na qual, mas bravia-

nacionalidade eram detidamente exa

minados, com argúcia quaso divina tória e acendrada paixão patriótica. A esta se seguiram muitas o mui tas outras; e em tôdas ou me ins

ça, a verdade é que eu nada conhe

E' sempre com dificuldade e lenti dão que as vozes do litoral atingem

cias da luta.

Dicesto Econômico


78

Dicesto Econômico

correntes, o saldo da nossa é em

Sua estupenda intuição, nesse mis

favor dele. e muito avultado. Uma BÓ das verbas de seu crédito supera

ter, trazia-me sempre h lembrança a obscura força de afinidade com

a todas as do meu.

que o azougue extrai do minério im puro a menor parcela do ouro, nêlo

Ê e não cheprou a ver a minha volta à prática dos sacramentos. Mas sempre a previu e confiou nela. Tal vez porque sabia com que boa mão

de semear tinha lançado em meu espírito e coracão a semente bendita

destinada ao "fructnm centuplum". Pois haverá benefício que a este se comnare, benefício otio a êie devo, como instrumento que foi da craca do Deus?

Permiti que eu transcreva aqui o

trocho de uma carta minha a Perilo, dois meses depois da morte de Jacksom no oual eu falava de sua mara

vilhosa faculdade de fazer e conser var amieros:

"No Brasil — onde, por motivos vários, a verdadeira amizade, a dos am'ao3 comorientes, é tão rara

não

existente.

Nascido em zona de mineração, as

sistia sempre com admiração ao fe nômeno de amalgamação. Pois encan tamento bem parecido sentia eu sem pre ao ver o "tratamento" das almas

pelo nosso Jackson.

Pepita, que aí houvesse, por mais escondida que estivesse, era corto vir

loeo à luz, com grande alegria e gra

tidão do a'ma "pesquisada", e maior alegria, ainda, desse estranho con-

a descrever.

Foi- a 3 de outubro de 1928, um

mês justo antes da tremenda catástroíe.

Partia eu para a Europa, o Jack son, no cais, estêvc todo o tempo ta citurno, de olhar fito no chão, sem uma palavra, sem um gesto, um ou tro Jackson, um Jackson que eu ja mais vira.

Até o momento cm que o navio sus

não

volta

desta

viagem.

Eu

não

torno a ver o Pena."

Desvendava-se, com êste presságio, o segredo da sua imensa desconsolação. Dcsventurado o querido Amigo! Contra todas as provisões, contra a

ordem natural, foste o primeiro a empreender a grande viagem. Deixaste, porém, comigo, dcixaste com

todos os que te amaram, pela força

da tua pregação e do teu exemplo, a consolação da crença, para a dor da separação, que sabemos transi

ma estranha atitude, como que pe

bondades. Uai, a original coortc de amie-os —

trificado por um grande sentimento.

Não te apartaste, para sempre, de nós. Estugaste apenas o passo e cn-

Durante a travessia, comentei muitas

contrar-tc-emos muito em breve na

vezes com os meus a sua dolorosa

virada do caminho.

gente de todas as classes e condições,

do todos os temperamentos, de todos os credos e vocações — capaz, quem

ética de amizade.

que se visse tôda junta... Mas êle e só êle — era o denominador

"A ruindade completa ou desenganada — observou Geoge Dílmt — é

comum, sem cálculos ou propósitos

cousa muitíssimo rara, pois mesmo

nma milagrosa e comovedora intui

no caráter do pior dos homens, mes mo aí, se encontra, invariàvelmente,

imantaçâo ou polarização moral, de

subalternos, por força, apenas, de

ção anímica, de uma inigualável uma incoercível tendência altruísta e simpatizante.

Eu bem lhes pi'eveni. meus ami

intolerante (como se a amizade pu

gos, que não tendo embocadura de

desse vicejar no terreno da into

narrador.

lerância...) — ninguém mais do que êlo se guiava por essa grande e con-

Como vêem, quase nada contei, e deixei, logo, de contar, para dar uma

soladora verdade.

impressão.

Escafandrista do

Aqui, verdadeiramente, não há na da a narrar, mas um simples quadro

Soube, mais tarde, que, ao deixar o cais, êle dissera a Ernesto Cerqucira: "Estou certo de que o Pena

dos, andava à busca de virtudes o

sabe? de travar batalha no dia em

— a quem houve quem tachasse de

radeira voz.

pendeu ferros, estive da amurada a contemplá-lo e êle, em baixo, na mes

creio tenha havido quem pci^nísse

algum traço redentor (some redeming^

amaríssima cm que o vi pela der

fessor leigo, que, em vez dn peca

e praticasse mais finamente tôda a

trait). Ninguém mais que o Jackson

79

Dicesto Econômico

coração humano, êle aí mergulhava,

Confesso, porém, que a longa di

à procura do "traço de redenção"

gressão visou, inconscientemente em

e raramente deixava de trazê-lo à

bora, retardar o cumprimento de mi

tona e de escravizar-se a mais uma

nha promessa e a narrativa do últi

alma, escravizando a esta também.

mo encontro com Jackson, da hora

figura, que nos cortara o coração o o encheu de pressentimentos.

tória.

Assim o há de permitir a infinita misericórdia de Deus.


78

Dicesto Econômico

correntes, o saldo da nossa é em

Sua estupenda intuição, nesse mis

favor dele. e muito avultado. Uma BÓ das verbas de seu crédito supera

ter, trazia-me sempre h lembrança a obscura força de afinidade com

a todas as do meu.

que o azougue extrai do minério im puro a menor parcela do ouro, nêlo

Ê e não cheprou a ver a minha volta à prática dos sacramentos. Mas sempre a previu e confiou nela. Tal vez porque sabia com que boa mão

de semear tinha lançado em meu espírito e coracão a semente bendita

destinada ao "fructnm centuplum". Pois haverá benefício que a este se comnare, benefício otio a êie devo, como instrumento que foi da craca do Deus?

Permiti que eu transcreva aqui o

trocho de uma carta minha a Perilo, dois meses depois da morte de Jacksom no oual eu falava de sua mara

vilhosa faculdade de fazer e conser var amieros:

"No Brasil — onde, por motivos vários, a verdadeira amizade, a dos am'ao3 comorientes, é tão rara

não

existente.

Nascido em zona de mineração, as

sistia sempre com admiração ao fe nômeno de amalgamação. Pois encan tamento bem parecido sentia eu sem pre ao ver o "tratamento" das almas

pelo nosso Jackson.

Pepita, que aí houvesse, por mais escondida que estivesse, era corto vir

loeo à luz, com grande alegria e gra

tidão do a'ma "pesquisada", e maior alegria, ainda, desse estranho con-

a descrever.

Foi- a 3 de outubro de 1928, um

mês justo antes da tremenda catástroíe.

Partia eu para a Europa, o Jack son, no cais, estêvc todo o tempo ta citurno, de olhar fito no chão, sem uma palavra, sem um gesto, um ou tro Jackson, um Jackson que eu ja mais vira.

Até o momento cm que o navio sus

não

volta

desta

viagem.

Eu

não

torno a ver o Pena."

Desvendava-se, com êste presságio, o segredo da sua imensa desconsolação. Dcsventurado o querido Amigo! Contra todas as provisões, contra a

ordem natural, foste o primeiro a empreender a grande viagem. Deixaste, porém, comigo, dcixaste com

todos os que te amaram, pela força

da tua pregação e do teu exemplo, a consolação da crença, para a dor da separação, que sabemos transi

ma estranha atitude, como que pe

bondades. Uai, a original coortc de amie-os —

trificado por um grande sentimento.

Não te apartaste, para sempre, de nós. Estugaste apenas o passo e cn-

Durante a travessia, comentei muitas

contrar-tc-emos muito em breve na

vezes com os meus a sua dolorosa

virada do caminho.

gente de todas as classes e condições,

do todos os temperamentos, de todos os credos e vocações — capaz, quem

ética de amizade.

que se visse tôda junta... Mas êle e só êle — era o denominador

"A ruindade completa ou desenganada — observou Geoge Dílmt — é

comum, sem cálculos ou propósitos

cousa muitíssimo rara, pois mesmo

nma milagrosa e comovedora intui

no caráter do pior dos homens, mes mo aí, se encontra, invariàvelmente,

imantaçâo ou polarização moral, de

subalternos, por força, apenas, de

ção anímica, de uma inigualável uma incoercível tendência altruísta e simpatizante.

Eu bem lhes pi'eveni. meus ami

intolerante (como se a amizade pu

gos, que não tendo embocadura de

desse vicejar no terreno da into

narrador.

lerância...) — ninguém mais do que êlo se guiava por essa grande e con-

Como vêem, quase nada contei, e deixei, logo, de contar, para dar uma

soladora verdade.

impressão.

Escafandrista do

Aqui, verdadeiramente, não há na da a narrar, mas um simples quadro

Soube, mais tarde, que, ao deixar o cais, êle dissera a Ernesto Cerqucira: "Estou certo de que o Pena

dos, andava à busca de virtudes o

sabe? de travar batalha no dia em

— a quem houve quem tachasse de

radeira voz.

pendeu ferros, estive da amurada a contemplá-lo e êle, em baixo, na mes

creio tenha havido quem pci^nísse

algum traço redentor (some redeming^

amaríssima cm que o vi pela der

fessor leigo, que, em vez dn peca

e praticasse mais finamente tôda a

trait). Ninguém mais que o Jackson

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Dicesto Econômico

coração humano, êle aí mergulhava,

Confesso, porém, que a longa di

à procura do "traço de redenção"

gressão visou, inconscientemente em

e raramente deixava de trazê-lo à

bora, retardar o cumprimento de mi

tona e de escravizar-se a mais uma

nha promessa e a narrativa do últi

alma, escravizando a esta também.

mo encontro com Jackson, da hora

figura, que nos cortara o coração o o encheu de pressentimentos.

tória.

Assim o há de permitir a infinita misericórdia de Deus.


m S.':f

i

Dicesto Econômico

A resistência à sêca à realiz;ida por processos muito diícrt uti-s, que ihislrani os meios variados c. eiigi-uhosos (juo usa a natureza para conseguir a mesma fi nalidade. ilá plantas, de creseiuK-nto lento, protegidas contra a e\ apor.ição por

O PROBLEMA DOS CAMPOS CERRADOS José Setzer .

"campo cerrado" ou simplesmente "cerrado" é um tipo de vegetação

chuva, os melhores de tais campos cer

Mineiro e os do centro e nordeste mato-

rados realmente produzem colheita de arroz capaz de pagar {) trabalho e a des pesa, deixando algum lucro. A vegetação dos caiiqxjs cerrados é

grossense apresentam comumente o cam

inconfundível.

muito comum

no

Brasil

Central.

Os

chapadões goianos, alguns do Triângulo

po cerrado. O Estado de S. Paulo pos sui cerca de 50.000 km2 de tal vegeta ção. Aqui ela apresenta, evidentemen te, algumas particularidades diferentes do tipo do Brasil Central. O solo aqui não contém camadas de seixos à peque

na profundidade de um ou dois palmos, como ocorre nos chapadões goianos, on

de tais camadas atingem até um metro de espessura e freqüentemente estão ci

mentadas com óxido de ferro, apresen tando ainda concreções deste material. É claro que os campos cerrados paulis. tas ostentam flora diferente.

Mas não

deixam de constituir uma paisagem desoladora para o agricultor. Qualquer caboclo sabe que o "cerrado" não pode ser cultivado, e deve ser queimado an

tes do início da estação chuvosa para que a brotação fresca renove a pasta gem. Daí o fato de aparecerem cs cam pos cerrados nas estatísticas geralmente como "pastagens", quando absolutamen te não merecem este nome e mal susten

tam 10 cabeças de gado rústico em 20Q e mesmo 300 alqueires.

Hoje, pela escassez de terra, que já começa a se esboçar, alguns dos campos cerrados do terras ro.xas de campo, are nosas e secas, são arados para o plantio

verniz nas folhas carnudas v duras, en

quanto o tronco se apresenta revestido por espessa camada de cortiça, rcfratária ao calor. Outras plantas possuem no subsolo verdadeiro vcservatório dc água.

As árvores c.sparsus são baixas (2-3 metros), de casca grossa,

cortiçosa,

muitas

vezes

81

tronco ou raiz, apto

cliamuscada,

a receber umidade

última iiiiáliso, de planta que em pleno "cerrado" consegue \i\cT como se fos se à beira de brejo. \'t) fim do si'u período vcgolativo de um ano, de agôslo a agosto, que o liomem lhe impôs, apresenta o campo corr.ido um a.specto de vegetação velha que ilá idéia errônea de dezi-nas de anos de

aeomodação lenta em face do solo o do

elima. (3s "cerrados" que às x'ézes es capam à tiucimada anual ou que apa nham fogo rasteiro, tocado pelo vento, dc modo que os ar

tronco tortuoso, muito flexível, poucas

durante

folhas, muitas vèzes grandes e grossas, como que cnvernizadas p.ira se prote gerem contra a evaporação. São apeli

chuvosa, mas impe roubo dc volta na

"paus tortos" resul tam apenas lo\"e-

dadas pelo nome geral de "pau torto". É bastante comum o barbatimão, que é logumino.sa de folhinhas miúdas, pro fundamente enraizada. Nos campos cer

estiagem. Tal dispo sitivo permite a es

ou de todo incólu

rados piores existe a famosa "indaiá", palmeira acaule, cujas folhas nascem di

a

estação

k

bustos

dir que o solo lha

ralos

c

os

mcnte chamuscados,

tas plantas evapora rem boas quantida des de água, po dendo, graças a es

mes,

enquanto

a

passagem rápida das chamas,

destruindo

a barba-de-bodc, sò-

retamente do chão e o tronco subterrâ

te fato, apresentar

mente amarelcee as

neo não passa de reservatório dágua, que

crescimento

pontas das folhas da

a planta acumula na estação chuvosa e usa com parcimônia durante a estiagem.

vamente rápido.

Esta palmeira é tida pelo caboclo, c com toda razão, como o padrão das -piores terras do Estado. O capim mais comum é o famigerado "bnrba-de-boclc", não comestível, cujas folhas estão enroladas

surpreendem

relati

hidaiá, tais "cerra

Outras plantas

dos" tôm mesmo en

pelas

ganado muitos estu diosos dc fracos conhecimeutos botâni

suas folhinhas ten

rar que SC tratava dc vegetação primá

defesa contra a evaporação e permitem

ras, próprias de ma ta ámida, evaporan do água generosamente, e som que es tejam munidas dc .saco subterrâneo com água. Os cientLstas do Departamento de

a planta afrontar meses de estiagem

Botânica da nossa Faculdade de Filoso

aelia selecit)nada de acôrdo com o re

com o solo excessivamente ressequido. O campo cerrado não passa de asso

fia, a quem devemos o.s melhores estu

sultado final de longa acomodação em

dos do campo cerrado, verificaram que os raízes de tais plantas podem atingir profundidades de 15 e mesmo 20 me tros, onde o su])solo não chega a secar graça.s à proximidade de camada imper meável represadora de águas, ou do len

face

cm canudos finíssimos, que constituem

de arroz, que é a nossa cultura mais

ciação de vegetais capazes de resistir â sêca, tolerar solo extremamente pobre, lavado c ácido, o, o que ó essencial, re nascer das suas cinzas ainda que o fogo lhes destrua quase toda a parte visível

frugal, pois não exige terra rica quando conta com ótima pluviosidade. De fato,

acima do solo. São plantas capazes de lançar brotos novos às vezes diretamen

quando de novembro a março chove

te do rizoma como se isto fôsse seu ciclo

bem, e sem que passe uma semana sem

normal de vida.

çol freático situado a uma cota pouco superior à do nível dágua do ribeirão .mais próximo, o qual pode estar a 2 ou 3 quilômetros de distância. Trata-se, em

1.

cos, faz.cndo-os ju ria, isto é, de "clímax" natural, nas con-

díçõe.s \irgens, nas quais a vegetação se ao

ambiente

e

à

concorrência

mútua.

Hoje já ficou esclarecido que a vege tação primária dese ter sido de mata sêca, bastante alta, muito densa, cheia

de cipós, com árvores finas e muitas pal meiras csguias, mata que mantinha o so lo rico de húmus, era muito pouco e.xigentc em matéria de nutrimento quími co do solo, mas muito mais suscetível ao


m S.':f

i

Dicesto Econômico

A resistência à sêca à realiz;ida por processos muito diícrt uti-s, que ihislrani os meios variados c. eiigi-uhosos (juo usa a natureza para conseguir a mesma fi nalidade. ilá plantas, de creseiuK-nto lento, protegidas contra a e\ apor.ição por

O PROBLEMA DOS CAMPOS CERRADOS José Setzer .

"campo cerrado" ou simplesmente "cerrado" é um tipo de vegetação

chuva, os melhores de tais campos cer

Mineiro e os do centro e nordeste mato-

rados realmente produzem colheita de arroz capaz de pagar {) trabalho e a des pesa, deixando algum lucro. A vegetação dos caiiqxjs cerrados é

grossense apresentam comumente o cam

inconfundível.

muito comum

no

Brasil

Central.

Os

chapadões goianos, alguns do Triângulo

po cerrado. O Estado de S. Paulo pos sui cerca de 50.000 km2 de tal vegeta ção. Aqui ela apresenta, evidentemen te, algumas particularidades diferentes do tipo do Brasil Central. O solo aqui não contém camadas de seixos à peque

na profundidade de um ou dois palmos, como ocorre nos chapadões goianos, on

de tais camadas atingem até um metro de espessura e freqüentemente estão ci

mentadas com óxido de ferro, apresen tando ainda concreções deste material. É claro que os campos cerrados paulis. tas ostentam flora diferente.

Mas não

deixam de constituir uma paisagem desoladora para o agricultor. Qualquer caboclo sabe que o "cerrado" não pode ser cultivado, e deve ser queimado an

tes do início da estação chuvosa para que a brotação fresca renove a pasta gem. Daí o fato de aparecerem cs cam pos cerrados nas estatísticas geralmente como "pastagens", quando absolutamen te não merecem este nome e mal susten

tam 10 cabeças de gado rústico em 20Q e mesmo 300 alqueires.

Hoje, pela escassez de terra, que já começa a se esboçar, alguns dos campos cerrados do terras ro.xas de campo, are nosas e secas, são arados para o plantio

verniz nas folhas carnudas v duras, en

quanto o tronco se apresenta revestido por espessa camada de cortiça, rcfratária ao calor. Outras plantas possuem no subsolo verdadeiro vcservatório dc água.

As árvores c.sparsus são baixas (2-3 metros), de casca grossa,

cortiçosa,

muitas

vezes

81

tronco ou raiz, apto

cliamuscada,

a receber umidade

última iiiiáliso, de planta que em pleno "cerrado" consegue \i\cT como se fos se à beira de brejo. \'t) fim do si'u período vcgolativo de um ano, de agôslo a agosto, que o liomem lhe impôs, apresenta o campo corr.ido um a.specto de vegetação velha que ilá idéia errônea de dezi-nas de anos de

aeomodação lenta em face do solo o do

elima. (3s "cerrados" que às x'ézes es capam à tiucimada anual ou que apa nham fogo rasteiro, tocado pelo vento, dc modo que os ar

tronco tortuoso, muito flexível, poucas

durante

folhas, muitas vèzes grandes e grossas, como que cnvernizadas p.ira se prote gerem contra a evaporação. São apeli

chuvosa, mas impe roubo dc volta na

"paus tortos" resul tam apenas lo\"e-

dadas pelo nome geral de "pau torto". É bastante comum o barbatimão, que é logumino.sa de folhinhas miúdas, pro fundamente enraizada. Nos campos cer

estiagem. Tal dispo sitivo permite a es

ou de todo incólu

rados piores existe a famosa "indaiá", palmeira acaule, cujas folhas nascem di

a

estação

k

bustos

dir que o solo lha

ralos

c

os

mcnte chamuscados,

tas plantas evapora rem boas quantida des de água, po dendo, graças a es

mes,

enquanto

a

passagem rápida das chamas,

destruindo

a barba-de-bodc, sò-

retamente do chão e o tronco subterrâ

te fato, apresentar

mente amarelcee as

neo não passa de reservatório dágua, que

crescimento

pontas das folhas da

a planta acumula na estação chuvosa e usa com parcimônia durante a estiagem.

vamente rápido.

Esta palmeira é tida pelo caboclo, c com toda razão, como o padrão das -piores terras do Estado. O capim mais comum é o famigerado "bnrba-de-boclc", não comestível, cujas folhas estão enroladas

surpreendem

relati

hidaiá, tais "cerra

Outras plantas

dos" tôm mesmo en

pelas

ganado muitos estu diosos dc fracos conhecimeutos botâni

suas folhinhas ten

rar que SC tratava dc vegetação primá

defesa contra a evaporação e permitem

ras, próprias de ma ta ámida, evaporan do água generosamente, e som que es tejam munidas dc .saco subterrâneo com água. Os cientLstas do Departamento de

a planta afrontar meses de estiagem

Botânica da nossa Faculdade de Filoso

aelia selecit)nada de acôrdo com o re

com o solo excessivamente ressequido. O campo cerrado não passa de asso

fia, a quem devemos o.s melhores estu

sultado final de longa acomodação em

dos do campo cerrado, verificaram que os raízes de tais plantas podem atingir profundidades de 15 e mesmo 20 me tros, onde o su])solo não chega a secar graça.s à proximidade de camada imper meável represadora de águas, ou do len

face

cm canudos finíssimos, que constituem

de arroz, que é a nossa cultura mais

ciação de vegetais capazes de resistir â sêca, tolerar solo extremamente pobre, lavado c ácido, o, o que ó essencial, re nascer das suas cinzas ainda que o fogo lhes destrua quase toda a parte visível

frugal, pois não exige terra rica quando conta com ótima pluviosidade. De fato,

acima do solo. São plantas capazes de lançar brotos novos às vezes diretamen

quando de novembro a março chove

te do rizoma como se isto fôsse seu ciclo

bem, e sem que passe uma semana sem

normal de vida.

çol freático situado a uma cota pouco superior à do nível dágua do ribeirão .mais próximo, o qual pode estar a 2 ou 3 quilômetros de distância. Trata-se, em

1.

cos, faz.cndo-os ju ria, isto é, de "clímax" natural, nas con-

díçõe.s \irgens, nas quais a vegetação se ao

ambiente

e

à

concorrência

mútua.

Hoje já ficou esclarecido que a vege tação primária dese ter sido de mata sêca, bastante alta, muito densa, cheia

de cipós, com árvores finas e muitas pal meiras csguias, mata que mantinha o so lo rico de húmus, era muito pouco e.xigentc em matéria de nutrimento quími co do solo, mas muito mais suscetível ao


?■

I.

i in.i I i iiiyiji i|iy DrcESTo

82

Econômico

^CESTO Econômico

83

tem e cm outros não podem existir ? A

^nia vez que o teor do argila 6 baixíssi

Io:nbada, pois o fundo está sempre no

das regiões serranas. Parece que já nos tempos pré-colombianos os índios ti nham devastado a fogo grandes exten

resposta bascia-sc no fator geológico da

mo c cLi ficou acidificada ao extremo.

nível do conlacto das duas fonnaç-ôes geológicas.

sões dessas matas secas. Para isto houve

São sedimentos de areia, de dezenas do

motivos fortes: cercar caça, atacar os inimigos ou melhorar a defesa da pró

metros de espessura, com pouquíssima argila, nuo o clima úmido, caracterizado

pria tribo cercando-a de campo limpo,

por precipitáção atmosférica maior quo a evaporação, lavou ao ponto de deixar

eram retidas pelo solo, hoje o atravc.ssam r^àpidamenlc, levando ao Ictiçol freático migalhas de nutrimonlo quiniico das Cíinzas. O solo empobreceu ao extremo. Suas análises têm fornecido os mais bai xos teores dc cálcio c ootá sio jamais x is-

a areia estéril.

Toda a parte mineral que pude ser hidratada, decomposta e lixiviada, foi eliminada pelas águas atra vessando o solo de cima p^ira baixo, so brando apenas resíduo do areia lavada. Mas o clima troi>ical fornece às plan tas a substância primordial que é a água, e as altas temperaturas fazem esta água realizar o máximo de trabalho. Quando

tos na literatura mundial do assunto. Vi

o clima era seco, mais de um milhão

evaporar água, a areia dc protegida

fogo do que as nossas matas hidrófilas

no qual a aproximação dos adversários

podia ser percebida à distancia. Mais tarde, quando a repetição da queimada começou a selecionar vegetais resistentes ao fogo, capazes de brotar dos rizomas, a queima era praticada também

nas estiagens mais fortes, pois os brotos novos das plantas profundamente enrai

zadas ou possuidoras de saco dágua no subsolo, atraíam a caça herbívora, fa minta pela duração excessiva da estia gem.

Enfim, havia muitos motivos para pra

ticar queimadas e nenhum para evitálas. Esta situação perdura, afinal, até hoje, pois o único motivo para evitar queimadas, que é a conservação do solo, sòmente hoje começa a ser compreendi do, e apenas por certa gente que não

possui campos cerrados, não os queima e nem pode impedir que sejam queima dos.

O caboclo de hoje queima mais

que os índios antigamente, pois acende o fogo com mais facilidade, faz isto em tôda parte, e procura queimar o mais que

puder, pois a necessidade o espicaça e a consciência da sua fraqueza o tortura, fazendo com que êle procure arrancar do solo o máximo benefício, o mais de

pressa possível, e com o mínimo de tra balho.

E, como o índio, o caboclo não

teme devastar a terra em que se acha,

formação de solos. Trata-se, antes do tudo, do camadas espessas de arenitos.

de anos atrás, as areias oram quimicamente ricas.

Com o aumento de umi

dade do clima, aumentou a densidade e

o porte da vegetação. O solo foi se tomando quimicamente cada vez mais pobre, mas orgânicamente mais rico. A mata seca atrás mencionada já cor respondia a um solo muito pobre e áci do, mas rico de matéria orgânica até a profundidade de um metro. Esta maté ria orgânica comunicava ao solo notável capacidade de retenção dágua, e a ma ta seca não continha necessariamente

plantas com saco dágua no subsolo ou com enraizamento que atingisse o lençol Entrando em cena o fogo, o porte e a

densidade da vegetação diminuíram. A matéria orgânica foi consumida pelos A vegetação do cam

tâncias grandes à procura de novas fa

po cerrado não pode fornecer húmus à terra, pois o fogo consome a massa vege tal que seria destinada normalmente ao

cilidades .

solo em forma de detritos anuais.

pois com facilidade se locomove a dis Mas, afinal, como se formaram solos

próprios para uma vegetação de campo cerrado ? Por que cin certos Jugares exis

rando de chofrc um balde com água so

bre o solo, constatamos infiltração ins tantânea.

Poucos dias depois, abrindo

uma cova no ponto assim irrigado, en contraremos a areia completanu-nto seca. Termômetro deitado no chão c apenas

coberto por película de terra acusa no verão 60 e mesmo 65°C: não podendo

aquecc-sc livremente sob os raios solares.

Visto que sob a camada de arenito, tenha ela 10 ou 100 metros de espessu ra, existe outro sedimento, argiloso, ou

Os

elementos químicos das cinzas não são

mai.s retidos pelo solo que perdeu a sua atividade coloidal ao perder o húmus,

Testemunhos fidedignos dc c\qdoradores, naturalistas c geógrafos, datando do apenas uma centena de anos atrás não citam tais \alcs de erosão de paredes abruptas, onde hoje elos abundam o ameaçam tragar cidades ii^toiras. Ê quo naqueles tempos o número c a freqüên cia das queimadas não tinham ainda que brado o mínimo de capacidade retontix a do solo para que aparecessem voçorocas.

Pela classificação agrogcológica dos .solos paulistas cm 22 grupos, os piores solos arenosas próprios dc campo cer rado pertencem aos grupos 11 e 7. Os grupos 3, 8, 12 c 18 apresentam condi ções semelhantes algo atenuadas, mas estão fadados ao mesmo futuro, se con

Jaje de rocha maciça, as águas da cstaçao

tinuarem submetidos ao fogo. Conhecemos diversos campos cerrados

chuvosa, não mais retidas pelo solo, al cançam a camada impermeável c sôbrc ela fluem por menor que seja a dcclividadc. Fomiam-se cursos dágua subter

dos por esta fatídica palmeira que signi fica a condenação do terreno ao triste

destes solos que 13 anos atrás não con tinham indaiá, mas hoje já estão povoa

râneos que drenam o lençol freático e

estado dos campos cerrados dos grupos

vão sair nos ribeirões onde aflora o con-

7 e 11.

tacto das duas formações geológicas. À montante deste ponto a areia inconsis

O problema da salvação destes 50.000 km2, a quinta parte do território paulis

tente, desprovida dc coesão, começa a

ta, ó grave, mas não insolúx-el. Di\'crsas

desmoronar. O fenômeno progride atra

circunstâncias favorá\'eis podem ser apro\'citadas. Certos fatores de destruição podem ser guiados no sentido dc traba

vés do campo cerrado, formando-se "vo-

freático.

microorganismos.

As águas dc chuva que antigamente

çoroca" ou "itambé", cuja profundidade aumenta com a aproximação do alto da

lharem a favor do solo.


?■

I.

i in.i I i iiiyiji i|iy DrcESTo

82

Econômico

^CESTO Econômico

83

tem e cm outros não podem existir ? A

^nia vez que o teor do argila 6 baixíssi

Io:nbada, pois o fundo está sempre no

das regiões serranas. Parece que já nos tempos pré-colombianos os índios ti nham devastado a fogo grandes exten

resposta bascia-sc no fator geológico da

mo c cLi ficou acidificada ao extremo.

nível do conlacto das duas fonnaç-ôes geológicas.

sões dessas matas secas. Para isto houve

São sedimentos de areia, de dezenas do

motivos fortes: cercar caça, atacar os inimigos ou melhorar a defesa da pró

metros de espessura, com pouquíssima argila, nuo o clima úmido, caracterizado

pria tribo cercando-a de campo limpo,

por precipitáção atmosférica maior quo a evaporação, lavou ao ponto de deixar

eram retidas pelo solo, hoje o atravc.ssam r^àpidamenlc, levando ao Ictiçol freático migalhas de nutrimonlo quiniico das Cíinzas. O solo empobreceu ao extremo. Suas análises têm fornecido os mais bai xos teores dc cálcio c ootá sio jamais x is-

a areia estéril.

Toda a parte mineral que pude ser hidratada, decomposta e lixiviada, foi eliminada pelas águas atra vessando o solo de cima p^ira baixo, so brando apenas resíduo do areia lavada. Mas o clima troi>ical fornece às plan tas a substância primordial que é a água, e as altas temperaturas fazem esta água realizar o máximo de trabalho. Quando

tos na literatura mundial do assunto. Vi

o clima era seco, mais de um milhão

evaporar água, a areia dc protegida

fogo do que as nossas matas hidrófilas

no qual a aproximação dos adversários

podia ser percebida à distancia. Mais tarde, quando a repetição da queimada começou a selecionar vegetais resistentes ao fogo, capazes de brotar dos rizomas, a queima era praticada também

nas estiagens mais fortes, pois os brotos novos das plantas profundamente enrai

zadas ou possuidoras de saco dágua no subsolo, atraíam a caça herbívora, fa minta pela duração excessiva da estia gem.

Enfim, havia muitos motivos para pra

ticar queimadas e nenhum para evitálas. Esta situação perdura, afinal, até hoje, pois o único motivo para evitar queimadas, que é a conservação do solo, sòmente hoje começa a ser compreendi do, e apenas por certa gente que não

possui campos cerrados, não os queima e nem pode impedir que sejam queima dos.

O caboclo de hoje queima mais

que os índios antigamente, pois acende o fogo com mais facilidade, faz isto em tôda parte, e procura queimar o mais que

puder, pois a necessidade o espicaça e a consciência da sua fraqueza o tortura, fazendo com que êle procure arrancar do solo o máximo benefício, o mais de

pressa possível, e com o mínimo de tra balho.

E, como o índio, o caboclo não

teme devastar a terra em que se acha,

formação de solos. Trata-se, antes do tudo, do camadas espessas de arenitos.

de anos atrás, as areias oram quimicamente ricas.

Com o aumento de umi

dade do clima, aumentou a densidade e

o porte da vegetação. O solo foi se tomando quimicamente cada vez mais pobre, mas orgânicamente mais rico. A mata seca atrás mencionada já cor respondia a um solo muito pobre e áci do, mas rico de matéria orgânica até a profundidade de um metro. Esta maté ria orgânica comunicava ao solo notável capacidade de retenção dágua, e a ma ta seca não continha necessariamente

plantas com saco dágua no subsolo ou com enraizamento que atingisse o lençol Entrando em cena o fogo, o porte e a

densidade da vegetação diminuíram. A matéria orgânica foi consumida pelos A vegetação do cam

tâncias grandes à procura de novas fa

po cerrado não pode fornecer húmus à terra, pois o fogo consome a massa vege tal que seria destinada normalmente ao

cilidades .

solo em forma de detritos anuais.

pois com facilidade se locomove a dis Mas, afinal, como se formaram solos

próprios para uma vegetação de campo cerrado ? Por que cin certos Jugares exis

rando de chofrc um balde com água so

bre o solo, constatamos infiltração ins tantânea.

Poucos dias depois, abrindo

uma cova no ponto assim irrigado, en contraremos a areia completanu-nto seca. Termômetro deitado no chão c apenas

coberto por película de terra acusa no verão 60 e mesmo 65°C: não podendo

aquecc-sc livremente sob os raios solares.

Visto que sob a camada de arenito, tenha ela 10 ou 100 metros de espessu ra, existe outro sedimento, argiloso, ou

Os

elementos químicos das cinzas não são

mai.s retidos pelo solo que perdeu a sua atividade coloidal ao perder o húmus,

Testemunhos fidedignos dc c\qdoradores, naturalistas c geógrafos, datando do apenas uma centena de anos atrás não citam tais \alcs de erosão de paredes abruptas, onde hoje elos abundam o ameaçam tragar cidades ii^toiras. Ê quo naqueles tempos o número c a freqüên cia das queimadas não tinham ainda que brado o mínimo de capacidade retontix a do solo para que aparecessem voçorocas.

Pela classificação agrogcológica dos .solos paulistas cm 22 grupos, os piores solos arenosas próprios dc campo cer rado pertencem aos grupos 11 e 7. Os grupos 3, 8, 12 c 18 apresentam condi ções semelhantes algo atenuadas, mas estão fadados ao mesmo futuro, se con

Jaje de rocha maciça, as águas da cstaçao

tinuarem submetidos ao fogo. Conhecemos diversos campos cerrados

chuvosa, não mais retidas pelo solo, al cançam a camada impermeável c sôbrc ela fluem por menor que seja a dcclividadc. Fomiam-se cursos dágua subter

dos por esta fatídica palmeira que signi fica a condenação do terreno ao triste

destes solos que 13 anos atrás não con tinham indaiá, mas hoje já estão povoa

râneos que drenam o lençol freático e

estado dos campos cerrados dos grupos

vão sair nos ribeirões onde aflora o con-

7 e 11.

tacto das duas formações geológicas. À montante deste ponto a areia inconsis

O problema da salvação destes 50.000 km2, a quinta parte do território paulis

tente, desprovida dc coesão, começa a

ta, ó grave, mas não insolúx-el. Di\'crsas

desmoronar. O fenômeno progride atra

circunstâncias favorá\'eis podem ser apro\'citadas. Certos fatores de destruição podem ser guiados no sentido dc traba

vés do campo cerrado, formando-se "vo-

freático.

microorganismos.

As águas dc chuva que antigamente

çoroca" ou "itambé", cuja profundidade aumenta com a aproximação do alto da

lharem a favor do solo.


III. I |IL IV'.'

Dicesto EcoNÓNaco

LIMITES DA INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ORGANIZAÇÃO BANCARIA ROBE31TO Pinto de Souza

prescindir do crédito. Nas economias

83

fugir à imposição das condições moder

acanliadas, de trocas reduzidas, todos os

nas da vitla econômica.

permuladtircs se conhceem »• sabem das

xa dt)S preços de custo e aiiincnto da

necc5';i(ladts dc cada um. Dai a produ ção e troca sc fazi-rcm por solicilações

produtividade, necessita modificar a téc nica dc trabalho, aperfeiçoar o trato das

do consumidor.

Nas economias hodicr-

Para obter bai

eiiUura.s e o preparo da terra, recorrendo à mei-ani/ação da lavoura. Isto signifi

¥ TÁ no momento uma tendência acentuada de o Estado intcn^ir no do

conveniência de c.studar os limites da

intervenção, particularmente no que toca

nas, devido i\ grande c.vpansão da pro dução e o vasto nújncro dc indivíduos

mínio econômico. Ê que as condições cm que se desenvolvem as atividades

a determinados setores.

no mercado, a produção e o comércio se

terreno bancário, por ser o qtie mais

realizíim com \islas a uma procura anô

econômicas são por demais complexas, determinando repercussões qvu; afetam

tem ação sobre o conjunto das atividades econômicas, uma \'vz que manobra o

nima. Por esse motivo, o comércio as

ca emprego do capitais cm gratule esca la, portanto, nso de erédito. Qiuan diz erédito, diz moeda. Há, realmente, uma conjugação necessária

sume feições diwrsas, caraclcri/.ando-sc

ímtre a <piantidade de moeda existente

subrtancialmentc a vida social. Por esse

elemento fundamental das mesmas — o

no mercado, a velocidade de sua circu

motivo, o Estado não pôde manter-se

pela formação dc i'stoqucs, pi-lo arma

crédito.

zenamento de bens, pela criação dc ser

indiferente ao desenrolar das forças eco

De fato, à medida que a produção so desenvolve c se torna complexa c os em preendimentos se imiltiplicani o as em

viços c sou oferecimento ao grande pu blico, não havendo, uo início pelo me nos, nem mesmo a certeza de cpie volu

lação c o manejo do credito, pois êste em parte se acha condicionado às disponi-

presas se concentram cm grandes unida

me de mercadorias ou

nômicas — o Estado-gendarme, como

pregavam os clássicos — e teve que se "imiscuir nas ati\adades da produção, da

distribuição, da repartição e do consu mo. A interferência gerou excessos como o dos Estados Totalitários. A êsses abu sos contrapuseram os juristas e econo mistas os princípios e os limites da in tervenção, criando uma nova teoria —

o neoliberalismo — que procurou acomo dar a necessidade da ação disciplinadora dos poderos públicos com a indispensá vel liberdade dc iniciativa e a livre dis

posição da propriedade, alicerces funda mentais da ordem liberal.

' Entre nós, muito já se discutiu sôbre

o tema e já se firmaram idéias precisas com relação ao assunto.

Contudo, as

Escolhemos o

des, mais necessário se faz o emprego do crédito como elemento indispensável

serviços o mercado pode

à propulsão das atividades econômicas. Por esse motivo, não é possível conce

essa contingência foi pre ciso criar a propaganda,

ber-se hoje a produção em larga escala sem o auxilio' direto o imediato do cré dito, em tôdas as suas formas.

rá absorver. Para fugir a

que SC toma cada dia mais necessária c dispen

-Na indústria, ó êlo que permito a

diosa, pois a grande con centração industrial e o

montagem e o funcionamento inicial, até

semimonopólio dela de

que a venda dos artigos manufaturados proporcione à nova empresa os primeiros

correntes obrigam o co

resultados do trabalho. São despesas de instalaçao, seja dos locais seja da ma quinaria. São as primeiras aquisições

de matérias-primas o os primeiros salá

contingências do momento estão forçan

rios dos operários durante o processo ini

do o Estado a tomar certas medidas ten

mércio a lutar contra a

indeterminação da curva da procura,

síveis consumidores, o que força o co

mércio, para se desenvolver, para con seguir o alargamento do mercado, quer

tado nas atividades econômicas. Daí a

passado se poderia con ceber como inteiramente distintos, hoje se apre

sentam com um grau de interdependência extra

ordinário- Os bancos de depósito e de

emissores, pois o cheque desempenha quase tôdas as funções da moeda, em

que todo o capital da emprêsa. O cré dito ó, portanto, o fator indispensável na criação, no funcionamento e na expan são dos empreendimentos manufatuO comércio, por sua vez, adquirindo as características modernas, não pode

necedores de moeda e outros de crédito, que no

cio cm grande escala sem auxílio da pro

ção dos preços dos produtos de exporta ção e, de outro, aumentar a produtivi dade e elevar o nível de vida da popu

reiros.

tinção entre bancos for

funcionam como verdadeiros bancos

gastos, que cm geral representam mais

lação. Em suma, a situação requer uma

para citar apenas duas largas divisões. A dis

mo. Pode dizcr-sc que não há comér

evitar, de um lado, os malefícios da in

atitude planejadora por parte das auto ridades, que envolve a ingerência do Es

crédito são os bancos de emissão ou comerciais,

desconto, pelo uso de cheques e pela

flação, da crise de divisas e da distor

dentes a modificarem a marcha dos

Quem maneja o dinheiro e facilitado

- quebrando a resistência do consumidor e impondo-lhe certos hábitos de consu

cial dc transformação. É o pagamento da energia e de tôdas as operações de transformação. É a preparação para a venda e colocação no mercado, exigindo

acontecimentos econômicos, a fim de se

Ijílidatlcs daquela.

paganda. Acresce ainda notar que mui tos produtos modernos são de preço de venda relativamente elevado em relação

ao poder de compra da maioria dos pos

interno quer externo, a recorrer às ven

das a prazo, aos pagamentos parcelados, • que representam nova forma de expan são de crédito.

A agricultura, por seu lado, não pode

criação do mecanismo de compensação

bora de natureza diversa. Desse modo,

o simples controle do banco emissor que, pelo fomccimcnto ou restrição do volu me dc moeda aos bancos creditícios, po dia, no passado, permitir um ajustamen

to das atividades produtoras à situação particular do mercado, não pode reali zar-se mais com eficiência, porque, pelo

uso do cheque, é possível a um banco dotado de regular depósito e algum fun do de reserva fornecer créditos snperio-


III. I |IL IV'.'

Dicesto EcoNÓNaco

LIMITES DA INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ORGANIZAÇÃO BANCARIA ROBE31TO Pinto de Souza

prescindir do crédito. Nas economias

83

fugir à imposição das condições moder

acanliadas, de trocas reduzidas, todos os

nas da vitla econômica.

permuladtircs se conhceem »• sabem das

xa dt)S preços de custo e aiiincnto da

necc5';i(ladts dc cada um. Dai a produ ção e troca sc fazi-rcm por solicilações

produtividade, necessita modificar a téc nica dc trabalho, aperfeiçoar o trato das

do consumidor.

Nas economias hodicr-

Para obter bai

eiiUura.s e o preparo da terra, recorrendo à mei-ani/ação da lavoura. Isto signifi

¥ TÁ no momento uma tendência acentuada de o Estado intcn^ir no do

conveniência de c.studar os limites da

intervenção, particularmente no que toca

nas, devido i\ grande c.vpansão da pro dução e o vasto nújncro dc indivíduos

mínio econômico. Ê que as condições cm que se desenvolvem as atividades

a determinados setores.

no mercado, a produção e o comércio se

terreno bancário, por ser o qtie mais

realizíim com \islas a uma procura anô

econômicas são por demais complexas, determinando repercussões qvu; afetam

tem ação sobre o conjunto das atividades econômicas, uma \'vz que manobra o

nima. Por esse motivo, o comércio as

ca emprego do capitais cm gratule esca la, portanto, nso de erédito. Qiuan diz erédito, diz moeda. Há, realmente, uma conjugação necessária

sume feições diwrsas, caraclcri/.ando-sc

ímtre a <piantidade de moeda existente

subrtancialmentc a vida social. Por esse

elemento fundamental das mesmas — o

no mercado, a velocidade de sua circu

motivo, o Estado não pôde manter-se

pela formação dc i'stoqucs, pi-lo arma

crédito.

zenamento de bens, pela criação dc ser

indiferente ao desenrolar das forças eco

De fato, à medida que a produção so desenvolve c se torna complexa c os em preendimentos se imiltiplicani o as em

viços c sou oferecimento ao grande pu blico, não havendo, uo início pelo me nos, nem mesmo a certeza de cpie volu

lação c o manejo do credito, pois êste em parte se acha condicionado às disponi-

presas se concentram cm grandes unida

me de mercadorias ou

nômicas — o Estado-gendarme, como

pregavam os clássicos — e teve que se "imiscuir nas ati\adades da produção, da

distribuição, da repartição e do consu mo. A interferência gerou excessos como o dos Estados Totalitários. A êsses abu sos contrapuseram os juristas e econo mistas os princípios e os limites da in tervenção, criando uma nova teoria —

o neoliberalismo — que procurou acomo dar a necessidade da ação disciplinadora dos poderos públicos com a indispensá vel liberdade dc iniciativa e a livre dis

posição da propriedade, alicerces funda mentais da ordem liberal.

' Entre nós, muito já se discutiu sôbre

o tema e já se firmaram idéias precisas com relação ao assunto.

Contudo, as

Escolhemos o

des, mais necessário se faz o emprego do crédito como elemento indispensável

serviços o mercado pode

à propulsão das atividades econômicas. Por esse motivo, não é possível conce

essa contingência foi pre ciso criar a propaganda,

ber-se hoje a produção em larga escala sem o auxilio' direto o imediato do cré dito, em tôdas as suas formas.

rá absorver. Para fugir a

que SC toma cada dia mais necessária c dispen

-Na indústria, ó êlo que permito a

diosa, pois a grande con centração industrial e o

montagem e o funcionamento inicial, até

semimonopólio dela de

que a venda dos artigos manufaturados proporcione à nova empresa os primeiros

correntes obrigam o co

resultados do trabalho. São despesas de instalaçao, seja dos locais seja da ma quinaria. São as primeiras aquisições

de matérias-primas o os primeiros salá

contingências do momento estão forçan

rios dos operários durante o processo ini

do o Estado a tomar certas medidas ten

mércio a lutar contra a

indeterminação da curva da procura,

síveis consumidores, o que força o co

mércio, para se desenvolver, para con seguir o alargamento do mercado, quer

tado nas atividades econômicas. Daí a

passado se poderia con ceber como inteiramente distintos, hoje se apre

sentam com um grau de interdependência extra

ordinário- Os bancos de depósito e de

emissores, pois o cheque desempenha quase tôdas as funções da moeda, em

que todo o capital da emprêsa. O cré dito ó, portanto, o fator indispensável na criação, no funcionamento e na expan são dos empreendimentos manufatuO comércio, por sua vez, adquirindo as características modernas, não pode

necedores de moeda e outros de crédito, que no

cio cm grande escala sem auxílio da pro

ção dos preços dos produtos de exporta ção e, de outro, aumentar a produtivi dade e elevar o nível de vida da popu

reiros.

tinção entre bancos for

funcionam como verdadeiros bancos

gastos, que cm geral representam mais

lação. Em suma, a situação requer uma

para citar apenas duas largas divisões. A dis

mo. Pode dizcr-sc que não há comér

evitar, de um lado, os malefícios da in

atitude planejadora por parte das auto ridades, que envolve a ingerência do Es

crédito são os bancos de emissão ou comerciais,

desconto, pelo uso de cheques e pela

flação, da crise de divisas e da distor

dentes a modificarem a marcha dos

Quem maneja o dinheiro e facilitado

- quebrando a resistência do consumidor e impondo-lhe certos hábitos de consu

cial dc transformação. É o pagamento da energia e de tôdas as operações de transformação. É a preparação para a venda e colocação no mercado, exigindo

acontecimentos econômicos, a fim de se

Ijílidatlcs daquela.

paganda. Acresce ainda notar que mui tos produtos modernos são de preço de venda relativamente elevado em relação

ao poder de compra da maioria dos pos

interno quer externo, a recorrer às ven

das a prazo, aos pagamentos parcelados, • que representam nova forma de expan são de crédito.

A agricultura, por seu lado, não pode

criação do mecanismo de compensação

bora de natureza diversa. Desse modo,

o simples controle do banco emissor que, pelo fomccimcnto ou restrição do volu me dc moeda aos bancos creditícios, po dia, no passado, permitir um ajustamen

to das atividades produtoras à situação particular do mercado, não pode reali zar-se mais com eficiência, porque, pelo

uso do cheque, é possível a um banco dotado de regular depósito e algum fun do de reserva fornecer créditos snperio-


"W Digesto EcoNó^aco

bem por ser recente. Começamos por considerar privativa da União a emissão

7^

Dicesto Econômico

87

sia o crédito, concedendo udiantainentos

não esquecer que, pela própria nature

muito superiores às suas disponibilida des. Nos períodos de depr<'Ssão, ao contrário, restringindo o crédito por fal

za, os banco.s funcionam como centros

ta de confiança nos empreendimentos econômicos, dada a conlímia (pieda dc

gredos da produção, principalmente os segredos de negócios, são do conheci

preços e os prejuízos daí provenientes,

mento dos bancos. Tanto isto é v-erdade

o de crédito é de tal natureza que hoje

numerário pelos demais bancos. Alem disso, a Gamara de Compensação, ou melhor, a rede de Câmaras de Compen sações, se acha centralizada no Banco

criam sérios embaraços às ati\ idades eco

cpio uma das condições impostas a um

em dia se verificou a necessidade de sc

do Braril c suas filiais.

calizador das atividades creditícías de

o ritmo dc produção, desempregando inúmeros operários c fatàrcs de produ

culdade dc realizar diretamente opera

sistema bancário c de orientador e fis-

pela Carteira de Mobilização Bancária, pela Carteira de Redesconto o pela Câ mara de Compensação, pode o Banco do

nômicas, forçando muitas delas a desa parecerem ou a restringir sensivelmente

banco central c não ter incluso em seus

criar um organismo supervisor das ativi

Brasil controlar indiretamente todas as

um país. É o Banco Central que se ins

ção. Mas, não é só na expansão c con

operações bancárias do pais. O estado

titui.

tração do crédito que aluam sòbrc os

atual dc inflação monetária c de credito

acontecimentos econômicos.

rcs às suas disponibilidades, pois os cré ditos concedidos serão cobertos pela

emissão de cheques que, compensados, se traduzem em jôgo de escrita sem cir

culação de grande massa de dinheiro. A interdependência e a identidade do funcionamento entre o banco emissor o

dades bancárias, espécie de cúpola do

Êste será o único com o direito

de emissão, distribuindo o dinheiro pe las várias organizações de emissão, de acordo com as necessidades de cada uma e as conveniências do mercado e é

• também quem determina as taxas de ju ros e redesconto, que por sua vez, indi retamente, permitirão maior ou menor

elasticidade para os descontos bancários. Além disso, o Banco Central institui serviços especiais de observação econô mica e financeira e pode sentir melhor o mercado, o que lhe permite criar uma

organização de conselho e orientação pa ra os demais bancos.

Nos casos em que o Banco Central

de notas, mas demos a um banco, o do Brasil, a faculdade da distribuição do

Dèssc modo,

fez coní que o govêrno criasse um ór gão especial dc controle — a Superin tendência da moeda e do credito. For

mou-se, dêssc modo, um organismo híbri do, misto de controle indireto e de in

tervenção direta do Estado na vida dos bancos.

A intervenção do Estado na rêdc ban

A crise de

1929-30 mostrou como os bancos, prin

cipalmente os que fornecem ercclitos à especulação ou empréstimos além dc suas posses, criam dcsajustamentos graves, pois, não podendo resistir à derrubada dos preços e à corrida bancária que sempre se verificam ncsas ocasiões, abrem falência.

Esta falência atingirá

cária apareceu o se desenvolveu, como apontamos, depois que se verificou a

a todos os empreendimentos a êlcs liga dos, além dc causar perdas sérias nas

grande influência dos bancos na vida

poupanças dos particulares confiadas ao

econômica. Influência que se pode tor nar benéfica ou maléfica nos períodos de prosperidade ou depressão, como

banco falido e que foram malb.iratadas. Se a preocupação da política monetá

ocorreu na crise de 1929-30, que, sendo

não existe, o controle direto ou indireto

na sua origem eminentemente financeira

das operações bancárias tem lugar seja por um organismo especial de fiscaliza

e bancária, trouxe no entanto prejuízos

ção do Estado, mediante a criação de

to nacional como internacional, do bens

observadores seus junto a cada organi zação de crédito, seja ainda pela parti cipação direta do Estado no capital do

e serviços.

enormes à produção c à circulação, tan

Realmente, ss toda a produção depen de de modo vital do crédito, isto c, da

banco, o que lhe permite colocar dire

maior ou menor facilidade na sua con

tores seus.

cessão e no volume permitido, os ban

ria hodierna é antes dc tudo diminuir a intensidade das oscilações cíclicas c res

tringir os prejuízos econômicos e sociais daá crises, a intervenção do Estado na organização bancária sc impõe, nas épo cas de prosperidade, como medida pre ventiva e, nas épocas de crise, como me dida curativa.

Se é verdade que a intervenção do

rar como função privativa de um deter

cos, como fornecedores de moeda e de

minado banco ou do próprio Estado a

crédito, poderão acelerar ou retardar o

emissão e a compensação e, desse modo,

Estado na organização bancária consti tui um imperativo decorrente da pró pria organização, não é menos verdade que deve tal intervenção estar contida

ritmo da atividade econômica. Nos mo

dentro de certos limites.

Pode ainda o Estado decla

controlar ao mesmo tempo o volume mo

mentos de expansão podem êles, até cer

netário e a circulação de cheques.

to ponto, exacerbar a elevação de preços,

Entre nós existe um sistema misto,

cujos resultados ainda não se conhecem 'a f.

■ / I- ■■ ..

quando fornecem capital vultoso para es peculações ou quando alargam em demay

De um modo

geral, poderíamos dizer que estes limi tes são os mesmos que se impõem a to

da Q qualquer intervenção de Estado no setor econômico. Contudo, é preciso

do informação econômica importante.

Pode-se dizer mesmo que todos os se

propósitos a finalidade de lucro e a fa ções dc crédito a empresas particulares. Num país onde vigore o respeito a pro

priedade privada dos meios dc produção o o respeito à atividade dc cada cida dão, uma intervenção acentuada do Es tudo na atividade dos bancos poderia de

terminar uma verdadeira devassa em tôdas as atividades econômicas, desaparo-

ccndo a confiança dos empreendedores no banco de que se servissem e poderia também gerar o perigo dc uma inter venção direta do Estado no empreendi mento, matando-o ou reslringindo-o em demasia. Não haveria, pelo menos, ga

rantia de que o grupo político dominan

te não pudesse fazer da intervenção ofi cial, acentuada, uma fonte de negocia tas. O exemplo é a intervenção do Es tado ná rêde bancária alemã, permitin do realizar desapropriações e lucros ilí citos.

De um modo geral, poder-se-ia dizer que as limitações impostas à intervenção bancária são as determinadas pela liber dade de iniciativa privada e pelo res peito à propriedade. Toda e qualquer intervenção que iniba ou impeça a li berdade de iniciativa estará contribuin

do para sufocar o desenvolvimento eco

nômico da nação, por reduzir a produ tividade e por tornar cada vez mais aca nhado o. âmbito das possibilidades de novas iniciativas. A intervenção do Es tado na rêde bancária, a nosso ver, só

pode ser defendida como medida acau-


"W Digesto EcoNó^aco

bem por ser recente. Começamos por considerar privativa da União a emissão

7^

Dicesto Econômico

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sia o crédito, concedendo udiantainentos

não esquecer que, pela própria nature

muito superiores às suas disponibilida des. Nos períodos de depr<'Ssão, ao contrário, restringindo o crédito por fal

za, os banco.s funcionam como centros

ta de confiança nos empreendimentos econômicos, dada a conlímia (pieda dc

gredos da produção, principalmente os segredos de negócios, são do conheci

preços e os prejuízos daí provenientes,

mento dos bancos. Tanto isto é v-erdade

o de crédito é de tal natureza que hoje

numerário pelos demais bancos. Alem disso, a Gamara de Compensação, ou melhor, a rede de Câmaras de Compen sações, se acha centralizada no Banco

criam sérios embaraços às ati\ idades eco

cpio uma das condições impostas a um

em dia se verificou a necessidade de sc

do Braril c suas filiais.

calizador das atividades creditícías de

o ritmo dc produção, desempregando inúmeros operários c fatàrcs de produ

culdade dc realizar diretamente opera

sistema bancário c de orientador e fis-

pela Carteira de Mobilização Bancária, pela Carteira de Redesconto o pela Câ mara de Compensação, pode o Banco do

nômicas, forçando muitas delas a desa parecerem ou a restringir sensivelmente

banco central c não ter incluso em seus

criar um organismo supervisor das ativi

Brasil controlar indiretamente todas as

um país. É o Banco Central que se ins

ção. Mas, não é só na expansão c con

operações bancárias do pais. O estado

titui.

tração do crédito que aluam sòbrc os

atual dc inflação monetária c de credito

acontecimentos econômicos.

rcs às suas disponibilidades, pois os cré ditos concedidos serão cobertos pela

emissão de cheques que, compensados, se traduzem em jôgo de escrita sem cir

culação de grande massa de dinheiro. A interdependência e a identidade do funcionamento entre o banco emissor o

dades bancárias, espécie de cúpola do

Êste será o único com o direito

de emissão, distribuindo o dinheiro pe las várias organizações de emissão, de acordo com as necessidades de cada uma e as conveniências do mercado e é

• também quem determina as taxas de ju ros e redesconto, que por sua vez, indi retamente, permitirão maior ou menor

elasticidade para os descontos bancários. Além disso, o Banco Central institui serviços especiais de observação econô mica e financeira e pode sentir melhor o mercado, o que lhe permite criar uma

organização de conselho e orientação pa ra os demais bancos.

Nos casos em que o Banco Central

de notas, mas demos a um banco, o do Brasil, a faculdade da distribuição do

Dèssc modo,

fez coní que o govêrno criasse um ór gão especial dc controle — a Superin tendência da moeda e do credito. For

mou-se, dêssc modo, um organismo híbri do, misto de controle indireto e de in

tervenção direta do Estado na vida dos bancos.

A intervenção do Estado na rêdc ban

A crise de

1929-30 mostrou como os bancos, prin

cipalmente os que fornecem ercclitos à especulação ou empréstimos além dc suas posses, criam dcsajustamentos graves, pois, não podendo resistir à derrubada dos preços e à corrida bancária que sempre se verificam ncsas ocasiões, abrem falência.

Esta falência atingirá

cária apareceu o se desenvolveu, como apontamos, depois que se verificou a

a todos os empreendimentos a êlcs liga dos, além dc causar perdas sérias nas

grande influência dos bancos na vida

poupanças dos particulares confiadas ao

econômica. Influência que se pode tor nar benéfica ou maléfica nos períodos de prosperidade ou depressão, como

banco falido e que foram malb.iratadas. Se a preocupação da política monetá

ocorreu na crise de 1929-30, que, sendo

não existe, o controle direto ou indireto

na sua origem eminentemente financeira

das operações bancárias tem lugar seja por um organismo especial de fiscaliza

e bancária, trouxe no entanto prejuízos

ção do Estado, mediante a criação de

to nacional como internacional, do bens

observadores seus junto a cada organi zação de crédito, seja ainda pela parti cipação direta do Estado no capital do

e serviços.

enormes à produção c à circulação, tan

Realmente, ss toda a produção depen de de modo vital do crédito, isto c, da

banco, o que lhe permite colocar dire

maior ou menor facilidade na sua con

tores seus.

cessão e no volume permitido, os ban

ria hodierna é antes dc tudo diminuir a intensidade das oscilações cíclicas c res

tringir os prejuízos econômicos e sociais daá crises, a intervenção do Estado na organização bancária sc impõe, nas épo cas de prosperidade, como medida pre ventiva e, nas épocas de crise, como me dida curativa.

Se é verdade que a intervenção do

rar como função privativa de um deter

cos, como fornecedores de moeda e de

minado banco ou do próprio Estado a

crédito, poderão acelerar ou retardar o

emissão e a compensação e, desse modo,

Estado na organização bancária consti tui um imperativo decorrente da pró pria organização, não é menos verdade que deve tal intervenção estar contida

ritmo da atividade econômica. Nos mo

dentro de certos limites.

Pode ainda o Estado decla

controlar ao mesmo tempo o volume mo

mentos de expansão podem êles, até cer

netário e a circulação de cheques.

to ponto, exacerbar a elevação de preços,

Entre nós existe um sistema misto,

cujos resultados ainda não se conhecem 'a f.

■ / I- ■■ ..

quando fornecem capital vultoso para es peculações ou quando alargam em demay

De um modo

geral, poderíamos dizer que estes limi tes são os mesmos que se impõem a to

da Q qualquer intervenção de Estado no setor econômico. Contudo, é preciso

do informação econômica importante.

Pode-se dizer mesmo que todos os se

propósitos a finalidade de lucro e a fa ções dc crédito a empresas particulares. Num país onde vigore o respeito a pro

priedade privada dos meios dc produção o o respeito à atividade dc cada cida dão, uma intervenção acentuada do Es tudo na atividade dos bancos poderia de

terminar uma verdadeira devassa em tôdas as atividades econômicas, desaparo-

ccndo a confiança dos empreendedores no banco de que se servissem e poderia também gerar o perigo dc uma inter venção direta do Estado no empreendi mento, matando-o ou reslringindo-o em demasia. Não haveria, pelo menos, ga

rantia de que o grupo político dominan

te não pudesse fazer da intervenção ofi cial, acentuada, uma fonte de negocia tas. O exemplo é a intervenção do Es tado ná rêde bancária alemã, permitin do realizar desapropriações e lucros ilí citos.

De um modo geral, poder-se-ia dizer que as limitações impostas à intervenção bancária são as determinadas pela liber dade de iniciativa privada e pelo res peito à propriedade. Toda e qualquer intervenção que iniba ou impeça a li berdade de iniciativa estará contribuin

do para sufocar o desenvolvimento eco

nômico da nação, por reduzir a produ tividade e por tornar cada vez mais aca nhado o. âmbito das possibilidades de novas iniciativas. A intervenção do Es tado na rêde bancária, a nosso ver, só

pode ser defendida como medida acau-


mtmm

Dicesto EcoNÓ>nco

68

telaclora dos interêsses das várias clas

ses produtoras da nação e, portanto, do povo em geral, e como medida de orien tação e auxílio aos próprios bancos, a fim de melhor dirigirem as aplicações de

Interpretação

crédito e de permitir um socorro ime diato e seguro à vida econômica por oca

sociológica

brasileiro da

sião das crises. Tòda intervenção que ultrapassar estes limites só poderá ser

do

problema

mortalidade infantil

(Capítulo de "Soriologüi du Mortalidade Infantil no Brasil e nos países stibdesenool-

nociva.

vidos", a sair no México) Gui:iuu:ino Ramos

"

(Nota preliminar)

'.

O niitor eslA convicto de que as conclusões desta inter pretação" são vAlidas para o problema da mortalidade in fantil em todos os países da América Latina. Embora te nha utilizado, predominantemente, dados brasileiros, sua convicção se estiiba no fato da semelhança de forntação histórica c de estrutura demográfica, econômica e social. entre o Brasil o aquelas outras nações, semelhança que az da América Latina uma grande área de alta mortalidade

infantil, equiparávcl à africana, à chinesa e à h n u. ^ I,

..

;

5

A idéia central dêstc estudo pode ser assim i a .

estrutura econômica e social condiciona seu correspondente tipo específico de mortalidade infantil (alto, médio ou r e só na med da em que ela se transforma é possível uma transformação tipolôgica da morta i a ^ fantil." Êste "approach", pensa ainda o autor, po aplicado no estudo de outros problemas de saúde, co exemplo, entre outros, o da tuberculose e o da s É geralmente conhecido que as estatísticas

_ .

latino-americanos, por suas falhas, deixam mu o a O autor usou-as, mas cumpre o dever de menc onar aqu reservas que elas lhe inspiram. Os informes es a s bre consumo (muitos dos quais calculados, a pe i o o

. a s au

tor, pela Departamento Econômico da Confederação Nacio nal da Indústria) não incluem aquela parte da produção de bens consumida diretamente pelo produtor e de certas zo nas restritas do interior do país, que vivem em regime de

economia natural ou segregadas do mercado. Convém, fi nalmente, registrar que esta segunda parte deste livro foi ultimada em novembro de 1950.

"Muitas pessoas — especialmente os funcionários públicos — supõem que o cien-tísta é um simples consultor da administração. Êlc é titil porque, ocasionalmente, surgem problemas — em geral jjroblcmas técnicos triviais — para os quais não é possível obter uma solução satisfatória sem consultar o cientista que sabe desta ou daquela técnica. Pcdc-se-llie então o seu conselho, ôle dá-o, e o administrador, utilizando ou ignorando esse conselho, modela a sua política e põe-na em execução. Êstc mclodo já faliu e está sendo substituído por outro, no qual a ciência estende a sua ação por toda a máquina governamental. Há, em particular, duas funções do Covêrno que estão sondo cada vez mais peimeabilizadas pela ciência. Uma é a de decidir quanto à orientação da política a seguir, a outra é a da execução dessa política (Prof. J. D. Bernal, "A Função do Cientista na Política Governa tiva e na Administração", in A Ciência e a Ordem Mundial prfg. 21 Lisboa 1943.)


mtmm

Dicesto EcoNÓ>nco

68

telaclora dos interêsses das várias clas

ses produtoras da nação e, portanto, do povo em geral, e como medida de orien tação e auxílio aos próprios bancos, a fim de melhor dirigirem as aplicações de

Interpretação

crédito e de permitir um socorro ime diato e seguro à vida econômica por oca

sociológica

brasileiro da

sião das crises. Tòda intervenção que ultrapassar estes limites só poderá ser

do

problema

mortalidade infantil

(Capítulo de "Soriologüi du Mortalidade Infantil no Brasil e nos países stibdesenool-

nociva.

vidos", a sair no México) Gui:iuu:ino Ramos

"

(Nota preliminar)

'.

O niitor eslA convicto de que as conclusões desta inter pretação" são vAlidas para o problema da mortalidade in fantil em todos os países da América Latina. Embora te nha utilizado, predominantemente, dados brasileiros, sua convicção se estiiba no fato da semelhança de forntação histórica c de estrutura demográfica, econômica e social. entre o Brasil o aquelas outras nações, semelhança que az da América Latina uma grande área de alta mortalidade

infantil, equiparávcl à africana, à chinesa e à h n u. ^ I,

..

;

5

A idéia central dêstc estudo pode ser assim i a .

estrutura econômica e social condiciona seu correspondente tipo específico de mortalidade infantil (alto, médio ou r e só na med da em que ela se transforma é possível uma transformação tipolôgica da morta i a ^ fantil." Êste "approach", pensa ainda o autor, po aplicado no estudo de outros problemas de saúde, co exemplo, entre outros, o da tuberculose e o da s É geralmente conhecido que as estatísticas

_ .

latino-americanos, por suas falhas, deixam mu o a O autor usou-as, mas cumpre o dever de menc onar aqu reservas que elas lhe inspiram. Os informes es a s bre consumo (muitos dos quais calculados, a pe i o o

. a s au

tor, pela Departamento Econômico da Confederação Nacio nal da Indústria) não incluem aquela parte da produção de bens consumida diretamente pelo produtor e de certas zo nas restritas do interior do país, que vivem em regime de

economia natural ou segregadas do mercado. Convém, fi nalmente, registrar que esta segunda parte deste livro foi ultimada em novembro de 1950.

"Muitas pessoas — especialmente os funcionários públicos — supõem que o cien-tísta é um simples consultor da administração. Êlc é titil porque, ocasionalmente, surgem problemas — em geral jjroblcmas técnicos triviais — para os quais não é possível obter uma solução satisfatória sem consultar o cientista que sabe desta ou daquela técnica. Pcdc-se-llie então o seu conselho, ôle dá-o, e o administrador, utilizando ou ignorando esse conselho, modela a sua política e põe-na em execução. Êstc mclodo já faliu e está sendo substituído por outro, no qual a ciência estende a sua ação por toda a máquina governamental. Há, em particular, duas funções do Covêrno que estão sondo cada vez mais peimeabilizadas pela ciência. Uma é a de decidir quanto à orientação da política a seguir, a outra é a da execução dessa política (Prof. J. D. Bernal, "A Função do Cientista na Política Governa tiva e na Administração", in A Ciência e a Ordem Mundial prfg. 21 Lisboa 1943.)


DiGEs-ro

CO

l^o Brasil, a-administração precedeu a sociedade.

Éramos, no início do

século XVI, um território sobre o qual

viviam alguns povos organizados rudi mentarmente, sob a forma tribal.

A

Econômico

T

Dicesto Econômico

Q1

as ferramentas que tinham roubado, na esperança de que, casas e móveis bro tassem màgicaincnte da terra. Quando importamos sistemas legais ou

taelo (2), ou a indus'riaH-/.;íção das áreas

conjuntura econômica e social, um con

rurais como estudariam a difusão dc um

junto dc órgãos e regulamentos. É, por

traq-o — de uma área cultural para outra. É esta orientação que no.s parece útil

tanto. uma tarefa para cuja execução 6

instituições burocráticas de outros países,

seguir na crítica e na reforma da orga

ciológico com a técnica de administração. -

Não é possível examinar cm globo o problema da reorganização administra

partir de 1530, data em que se funda

procedemos, dc certa forma, como os

nização administrativa do países como

São Vicente, começam a ser transplan

nativos dc Taiti.

o Brasil c os da América Latina.

Esperamos que êles

Nos-^a

tadas para o nosso país, pré-fabricadas, por assim dizer, as instituições adminis

aqui realizem os mesmos efeitos que lá, sem atentarmos para as diferenças estru

trativas de Portugal, de uma das mais desenvolvidas nações do mundo, naquela

turais entre a sociedade brasileira c as

administração pública vem formando-se à cu;ta dc transplantaç-ões c atualmente O pais dispõe dc um organismo adminis

sociedades que procuramos imitar.

trativo afetado dc um agudo Ihbridismo

época.

O reconhecimento de que a eficácia das instituições não lhes é inerente, mas

em que se registram descoordenação, duplicid.rclc, paralelismo, conflitos de com petência c, numa palavra, um defeito

Em 1549, já aqui funcionavam meca

nismos administrativos que, na Europa, tinham sido elaborados demorada c len

tamente no decorrer de vários séculos.

A sociedade brasileira, por força de sua fonnação. ncão teve a oportunidade de elaborar lentamente, por ensaios e erros, as soluções dos seus problemas. Êstes, uma vez pressentidos, eram trata dos pelos métodos experimentados ou em

depende das estruturas na qual elas se integram, está suscitando o desenvolvi mento de uma sociologia e de uma an tropologia aplicadas. Os ingleses, por

e.xemplo, estão pondo ambas cm uso na administração de suas colônias na África. Por outro lado, as chamadas sociedades

uso na metrópole.

primitivas estão sendo tratadas, cm toda parte do mundo, particularmente pelas nações ímperialistas do Ocidente, me

Quando o país se tomou independente de Portugal, já o vício de adotar para os

cas e antropológicas.

seus problemas soluções prontas tinha deitado raízes profundas.

Os modelos

deixaram de vir de Portugal e passaram

a ser importados da França, da Ingla terra, dos Estados Unidos, principal mente.

Nesses países, os sistemas que impor távamos tinham sido fixados pela seleção natural, por tentativas e erros, eram cris talizações de experiências. Aqui êles passavam a ser administrados delibera-

diante o emprego de técnicas sociológi As transplantações de traços das socie

dades ocidentais para as sociedades pri mitivas vêm sendo procedidas em obe diência ao que se poderia chamar princí pio de limites, ou seja, atcndendo-se às peculiaridades estruturais dessas últimas.

Para ficar apenas numa ilustração, lem bramos que a industrialização das áreas subdesenvolvidas obedece atualmente a

técnicas sociológicas e antropológicas de

Ocorria assim e ainda ocorre em nosso

aculturação (1). Mas, para os objetivos que temos em mira, é especialmente importante assi

país algo semelhante ao que aconteceu

nalar os recentes trabalhos de sociologia

nas ilhas Taiti.

e antropologia aplicadas na transplanta-

damcnte.

Os nativos da ilha hos

pedaram, durante algum tempo, o caitão Cook e sua comitiva.

Assistiram

oqiiiabertos aos viajantes construírem

ção de traços culturais dentro das pró prias sociedades pertinentes ao presente estádio da civilização ocidental. Antro

necessária a aliança do conhecimento so

tiva.

Êste exame terá de ser feito por

partes. Nosso objetivo, neste estudo, é a crítica de um segmento da administra ção federal, no Brasil, daqueles órgãos incumbidos de rcalizirr a proteção à in fância. ou mais precisamente, de tratar o problema da mortalidade infantil. Te

estrutural: o dc seu desajustamcnto à

mos a pretensão de rcaliz.ir um estudo

realidade econômica o .social do pais. Daí o problema da reorganização de

do caso da administração federal brasi

nossa administração pública como um

fallias que apontamos nada m:us sao do

todo, tarefa predominantemente socio lógica. Nenhuma instituição burocrática, ne

nhum esquema dc organização tem qua lidades imancntcs. Sua eficácia depende

leira, pois acreditamos que os defeitos e

que aspectos particulares do dcsajustamento de tôda a máquina govomamenlal à realidade social e econômica do pais.

das estruturas sociais e econômicas onde

fitle estudo se dividirá nos seguintes eanítulos- D Sociologia da mortalidade

SC encaixam.

infantil; 2) MortaUdadc

Um dotcrminado sistema

de órgãos dc assistência médica pode dar excelentes resultados, digamos, nos Estados Unidos.

Por outro lado, trans

plantado literalmente para outro pais de estrutura econômica o social diferente,

pode ser inócuo o contraproducente. Certas instituições, uma vez transplanta das, não encontram na sociedade re

ceptora elementos fixadores ou condi ções que possibilitem o rendimento que elas apresentam nas sociedades doadoras. Muitas vêzes são reinterpretadas, a fim de exercerem alguma função na nova estrutura social.

A reorganização de uma administra ção pública não é uma pura tarefa do

que comumente se chama dc técnica de administração. Mas envolve indagações de caráter sociológico, principalmente.

nacional; 3) Níveis dc Nida no Brasil, 4) Mortalidade infantil e cstmtura eco-

nLica; 5) A alta mortalidade mfan d

do Brasil é um problema?; 6) Mortali dade infantil e serviços médicos; 7) Con clusões.

I — Sociologia da Mortalidade Infantil A morte, cm si mesma, não é um pro blema social.

Pode ser um problema

filosófico e a êste propósito muitos fo ram os que dêle trataram, como por

exemplo, Paul Landsberg. Ela não é, em si mesma, um problema social por que é um fenômeno inevitável como o dia e a noite.

Do ponto de vista social, a morto pode tornar-se um problema quanto ao

casas e móveis para seu conforto duran

pólogos, atualmente, estudam a própria

te a estada nas ilhas. Quando os hós

sociedade urbana, como se esta fôssc um

pedes se retiraram, os nativos plantaram

Ela é atualmente entendida como uma

momento de sua ocórrência na vida do

mosaico de culturas diferentes em con-

tarefa dc tomar efetivo, dentro de uma

indivíduo.

Se numa sociedade unaa


DiGEs-ro

CO

l^o Brasil, a-administração precedeu a sociedade.

Éramos, no início do

século XVI, um território sobre o qual

viviam alguns povos organizados rudi mentarmente, sob a forma tribal.

A

Econômico

T

Dicesto Econômico

Q1

as ferramentas que tinham roubado, na esperança de que, casas e móveis bro tassem màgicaincnte da terra. Quando importamos sistemas legais ou

taelo (2), ou a indus'riaH-/.;íção das áreas

conjuntura econômica e social, um con

rurais como estudariam a difusão dc um

junto dc órgãos e regulamentos. É, por

traq-o — de uma área cultural para outra. É esta orientação que no.s parece útil

tanto. uma tarefa para cuja execução 6

instituições burocráticas de outros países,

seguir na crítica e na reforma da orga

ciológico com a técnica de administração. -

Não é possível examinar cm globo o problema da reorganização administra

partir de 1530, data em que se funda

procedemos, dc certa forma, como os

nização administrativa do países como

São Vicente, começam a ser transplan

nativos dc Taiti.

o Brasil c os da América Latina.

Esperamos que êles

Nos-^a

tadas para o nosso país, pré-fabricadas, por assim dizer, as instituições adminis

aqui realizem os mesmos efeitos que lá, sem atentarmos para as diferenças estru

trativas de Portugal, de uma das mais desenvolvidas nações do mundo, naquela

turais entre a sociedade brasileira c as

administração pública vem formando-se à cu;ta dc transplantaç-ões c atualmente O pais dispõe dc um organismo adminis

sociedades que procuramos imitar.

trativo afetado dc um agudo Ihbridismo

época.

O reconhecimento de que a eficácia das instituições não lhes é inerente, mas

em que se registram descoordenação, duplicid.rclc, paralelismo, conflitos de com petência c, numa palavra, um defeito

Em 1549, já aqui funcionavam meca

nismos administrativos que, na Europa, tinham sido elaborados demorada c len

tamente no decorrer de vários séculos.

A sociedade brasileira, por força de sua fonnação. ncão teve a oportunidade de elaborar lentamente, por ensaios e erros, as soluções dos seus problemas. Êstes, uma vez pressentidos, eram trata dos pelos métodos experimentados ou em

depende das estruturas na qual elas se integram, está suscitando o desenvolvi mento de uma sociologia e de uma an tropologia aplicadas. Os ingleses, por

e.xemplo, estão pondo ambas cm uso na administração de suas colônias na África. Por outro lado, as chamadas sociedades

uso na metrópole.

primitivas estão sendo tratadas, cm toda parte do mundo, particularmente pelas nações ímperialistas do Ocidente, me

Quando o país se tomou independente de Portugal, já o vício de adotar para os

cas e antropológicas.

seus problemas soluções prontas tinha deitado raízes profundas.

Os modelos

deixaram de vir de Portugal e passaram

a ser importados da França, da Ingla terra, dos Estados Unidos, principal mente.

Nesses países, os sistemas que impor távamos tinham sido fixados pela seleção natural, por tentativas e erros, eram cris talizações de experiências. Aqui êles passavam a ser administrados delibera-

diante o emprego de técnicas sociológi As transplantações de traços das socie

dades ocidentais para as sociedades pri mitivas vêm sendo procedidas em obe diência ao que se poderia chamar princí pio de limites, ou seja, atcndendo-se às peculiaridades estruturais dessas últimas.

Para ficar apenas numa ilustração, lem bramos que a industrialização das áreas subdesenvolvidas obedece atualmente a

técnicas sociológicas e antropológicas de

Ocorria assim e ainda ocorre em nosso

aculturação (1). Mas, para os objetivos que temos em mira, é especialmente importante assi

país algo semelhante ao que aconteceu

nalar os recentes trabalhos de sociologia

nas ilhas Taiti.

e antropologia aplicadas na transplanta-

damcnte.

Os nativos da ilha hos

pedaram, durante algum tempo, o caitão Cook e sua comitiva.

Assistiram

oqiiiabertos aos viajantes construírem

ção de traços culturais dentro das pró prias sociedades pertinentes ao presente estádio da civilização ocidental. Antro

necessária a aliança do conhecimento so

tiva.

Êste exame terá de ser feito por

partes. Nosso objetivo, neste estudo, é a crítica de um segmento da administra ção federal, no Brasil, daqueles órgãos incumbidos de rcalizirr a proteção à in fância. ou mais precisamente, de tratar o problema da mortalidade infantil. Te

estrutural: o dc seu desajustamcnto à

mos a pretensão de rcaliz.ir um estudo

realidade econômica o .social do pais. Daí o problema da reorganização de

do caso da administração federal brasi

nossa administração pública como um

fallias que apontamos nada m:us sao do

todo, tarefa predominantemente socio lógica. Nenhuma instituição burocrática, ne

nhum esquema dc organização tem qua lidades imancntcs. Sua eficácia depende

leira, pois acreditamos que os defeitos e

que aspectos particulares do dcsajustamento de tôda a máquina govomamenlal à realidade social e econômica do pais.

das estruturas sociais e econômicas onde

fitle estudo se dividirá nos seguintes eanítulos- D Sociologia da mortalidade

SC encaixam.

infantil; 2) MortaUdadc

Um dotcrminado sistema

de órgãos dc assistência médica pode dar excelentes resultados, digamos, nos Estados Unidos.

Por outro lado, trans

plantado literalmente para outro pais de estrutura econômica o social diferente,

pode ser inócuo o contraproducente. Certas instituições, uma vez transplanta das, não encontram na sociedade re

ceptora elementos fixadores ou condi ções que possibilitem o rendimento que elas apresentam nas sociedades doadoras. Muitas vêzes são reinterpretadas, a fim de exercerem alguma função na nova estrutura social.

A reorganização de uma administra ção pública não é uma pura tarefa do

que comumente se chama dc técnica de administração. Mas envolve indagações de caráter sociológico, principalmente.

nacional; 3) Níveis dc Nida no Brasil, 4) Mortalidade infantil e cstmtura eco-

nLica; 5) A alta mortalidade mfan d

do Brasil é um problema?; 6) Mortali dade infantil e serviços médicos; 7) Con clusões.

I — Sociologia da Mortalidade Infantil A morte, cm si mesma, não é um pro blema social.

Pode ser um problema

filosófico e a êste propósito muitos fo ram os que dêle trataram, como por

exemplo, Paul Landsberg. Ela não é, em si mesma, um problema social por que é um fenômeno inevitável como o dia e a noite.

Do ponto de vista social, a morto pode tornar-se um problema quanto ao

casas e móveis para seu conforto duran

pólogos, atualmente, estudam a própria

te a estada nas ilhas. Quando os hós

sociedade urbana, como se esta fôssc um

pedes se retiraram, os nativos plantaram

Ela é atualmente entendida como uma

momento de sua ocórrência na vida do

mosaico de culturas diferentes em con-

tarefa dc tomar efetivo, dentro de uma

indivíduo.

Se numa sociedade unaa


Dicesto' Econômico

grande percentagem de sua população não aünge o primeiro ano de \'ida ou falece em idades moças, então surge o problema social e econômico da mortali dade.

O desaparecimento prematuro de uma grande parte dos membros de uma so ciedade representa uma perturbação ■ameaçadora da transmissão e do desen volvimento da herança cultural, bem as

sim como um desgaste econômico, pois a vida de cada indivíduo envolve um in

cia, muito embora a má constituição ou

lesão possam ser remotamente resultan tes de condições sociais.

Por outro lado,

a participação dos fatores históricos na morte de um indÍ\'ídiio também pode ser

e, em princípio, Jiiaior do que nas ou

tras idades. No primeiro caso,o fato de corre

quanto

.Liebmann

com

naturais

e

dq

do caso, do natural des

' '/F

gaste vital da máquina humana. Ainda pelo mes

(3)

mo moli\o, c certo que

que tôda taxa geral dc mortalidade

imaturidade

recém-nascid(j; no segun

acerto,

Hersch

da

debilidade

possível a influência ne gativa do ambiente sobre Obser\'a,

há, para cada uma das

correspon

classes

dente a uma população 6

de

idade,

uma

probabilidade dc morte

a soma de duas parccias: uma inevitável, irredutí vel, invariável, constituí

^

rclati\amente

específica,

fenômeno êste cjue mani festa, por assim dizer, a estnitura biológica da es pécie humana.

da pelo "mínimo" a nue pode baixar a mortalida de; a outra é uma variá

d;ide infantil, coube mesmo a dois mé dicos, o Dr. Olinto de Oliveira e o Dr. Pedro d«- .Alcântara (5), cada um a seu

vigor físico c da i-scassa caj)acidade lieredilária" dos indiv íduos. Segundo csla

são residual, isto é, em

o organismo humano.

No que diz respeit<i, por exemplo, â

É, portanto, da comljínação ("paltem") dos fatores naturais e históricos que de dade dc morte dos menores dc um ano

tanto

Evidentemente, não insinuo que todos os médicos pensem deste modo. No que

sociais V econômicos, mas da "fall.i de

pende a taxa geral cie mortalidade. Por fcjrça dos fatores naturais, a probabili

A circunstância

liistó-

ços médieo.s de proteção à infância. Por outro lado, pudi- registrar até um soció-

hereditária e o estoíjue dos délieis e dos fracos, entre os f|iiais a morte faz. dc preferência, a sua colheita. O proble ma resultaria, assim, dc uma dili-rença

biológica f[uaÍilali\a entre os membros dii .sociedade. Cousi^qiicmlemenlc, ou por dever filantrópico, ou p.ira re.solvélo efelivanicntc por proces.sos cugcnicos, seriuin necessários serviços médicos dc

vária natureza: pòsto dc pucriculluru, Ir.ctário. liospltal infantil c outros. A so-

luç-ru) é médica.

É perfeitamente lógi

co o raciocínio (4).

Tal modo dc ver configura o (juo se poderá chamar, com precisão, dc ideolo gia medica, a qual aliás encontra um reprc-sentanlc de projeção mundial, na

figura do aufor do hcsf-scUcr. L'lIom-

Uma das

"A repartição da população do um país

finalidades das políticas sociais do Es tado é, precisamente, criar condições ambientais propiciadoras da redução de

em diferentes classes não é o efeito do

A morte dos indivíduos de uma popu

tais probabilidades.

res naturais e de fatores históricos.

Vale registrar, porém, c]uc esta con cepção sociológica da mortalidade pare

A

participação do que se chama aqui fa

me, ccl inconnu. Dr. Alcxis Garrei, de

quem transcrevo as seguintes palavras: acaso, nem dc convenções sociais. Ela

tem uma base biológica profunda, pois . depende das propriedades físicas o men tais dos indivíduos. Nos países livres, como os Estados Unidos e a França, ca

da um teve, no passado, a liberdade de

tores naturais na morte de um indivíduo

ce não estar sondo acolhida pela nossa

é fácil de ser percebida no caso do falecimento de uma pessoa nascida com

administração federal. Porque se o con trário acontecesse, outra de\'cria ser a

elevar-se à posição c|uc foi capaz de conquiitar. Os que hoje são proletúrios

um.defeito de constituição, uma lesão

sua conduta, em face dos problemas de saúde do país.

rios de seus corpos c de seus espíritos."

fisiológica clíminuiclora de sua resistên

cial do problema. A jovci\i geração brasileir.i de médico.s pucricultorcs o sani-

indivíduos pcrliiienlcs a doi.s estoques biológicos clifereneiados: o estoque dos que .são possuidores di' boa eapaeidadc

?no ante o progresso crescente das civi

lação resulta de uma interação de fatô-

inoilu, re.-sallar. no Brasil, o aspecto so

taristas p;irece, pelas manifestações de (jue lenho sido testemunha, desencanta

rica não pode eliminar essas probabilida des, mas pode reduzi-las ao sou limite

lizações contemporâneas.

ccneerne à própria questão da mortali-

concepção, haveria em tód.i sociedade

vel liistôrica, a qual oscila de acordo com as condições do meio, e cuja tendência é diminuir sempre, ou desaparecer mes-

mínimo, torná-las residuais.

tíQ

É uma concepção médica ou cvigênica que dá forma à estrutura dos serviços sa nitários do nos.so país.

que morre de penúria ou por um aci

e dos maiores dc quarenta c cinco anos

eliminar

dente de trabaliio.

fácilmente percebida no caso de alguém

é esperada pela sociedade. Decorre daí o interesse de reduzir o

Dicesto Económjcò

mortalidade infantil. <-slá imu vigência, entre nós, uma concepção sogiuulo a qual ela decorreria não tanto de fatores

vestimento de capital, cuja compensação

coeficiente de mortalidade à sua expres

T

devem sua situação a defeitos hereditá

JÈÊÊáÊCé.

da com t)S resultado.s sociais dos servi

logt) na lista d<5S partidários da ideolo gia médica ou bioiogista. Trata-se de Í->:ink II. llankin.s p.ira quem a alta mor talidade c morbidadc entre os pobres

não é principalmente devida a fatores

ambientais, isto é, a condições precárias dc vida c de trabalho, mas ao caráter selflivo dc nossa ordem social que resul ta na concentração dos menos biològi-

camentc ajustados nas classes inferiores, Estas seriam Inferiores no duplo sentido,

biológico c social. Para Hankins — in-

fornui Bcrnhard J. Stcrn, cm sua obra Soc/c/f/ <nul Mcclicdl Prog,ress — sob as condições atuais, devc-sc atribuir uma

importância .seletiva à mortalidade in

fantil ; a pobreza dos pais, que é evidenlementt: a causa ambiental mais impor tante — é ela mesma, devida à infcrioridatle física e intelectual. Em resumo,

portanto, o (pie se afirma nesta ideologia é (pie, g;í>,wo modo, a mortalidade in-

lantil, con\() um todo, é biológica e soeialincntc seletiva.

Assim, a ideologia médica da mortali dade infantil mostra a sua verdadeira fisionomia: ela c uma das formas do ra cismo, cuja prccaríssima base científica

foi largamente demonstrada pela antro pologia cultural, pela demografia e pela sociologia modernas.

Ela confunde o

imediato com o mediato. o determinado


Dicesto' Econômico

grande percentagem de sua população não aünge o primeiro ano de \'ida ou falece em idades moças, então surge o problema social e econômico da mortali dade.

O desaparecimento prematuro de uma grande parte dos membros de uma so ciedade representa uma perturbação ■ameaçadora da transmissão e do desen volvimento da herança cultural, bem as

sim como um desgaste econômico, pois a vida de cada indivíduo envolve um in

cia, muito embora a má constituição ou

lesão possam ser remotamente resultan tes de condições sociais.

Por outro lado,

a participação dos fatores históricos na morte de um indÍ\'ídiio também pode ser

e, em princípio, Jiiaior do que nas ou

tras idades. No primeiro caso,o fato de corre

quanto

.Liebmann

com

naturais

e

dq

do caso, do natural des

' '/F

gaste vital da máquina humana. Ainda pelo mes

(3)

mo moli\o, c certo que

que tôda taxa geral dc mortalidade

imaturidade

recém-nascid(j; no segun

acerto,

Hersch

da

debilidade

possível a influência ne gativa do ambiente sobre Obser\'a,

há, para cada uma das

correspon

classes

dente a uma população 6

de

idade,

uma

probabilidade dc morte

a soma de duas parccias: uma inevitável, irredutí vel, invariável, constituí

^

rclati\amente

específica,

fenômeno êste cjue mani festa, por assim dizer, a estnitura biológica da es pécie humana.

da pelo "mínimo" a nue pode baixar a mortalida de; a outra é uma variá

d;ide infantil, coube mesmo a dois mé dicos, o Dr. Olinto de Oliveira e o Dr. Pedro d«- .Alcântara (5), cada um a seu

vigor físico c da i-scassa caj)acidade lieredilária" dos indiv íduos. Segundo csla

são residual, isto é, em

o organismo humano.

No que diz respeit<i, por exemplo, â

É, portanto, da comljínação ("paltem") dos fatores naturais e históricos que de dade dc morte dos menores dc um ano

tanto

Evidentemente, não insinuo que todos os médicos pensem deste modo. No que

sociais V econômicos, mas da "fall.i de

pende a taxa geral cie mortalidade. Por fcjrça dos fatores naturais, a probabili

A circunstância

liistó-

ços médieo.s de proteção à infância. Por outro lado, pudi- registrar até um soció-

hereditária e o estoíjue dos délieis e dos fracos, entre os f|iiais a morte faz. dc preferência, a sua colheita. O proble ma resultaria, assim, dc uma dili-rença

biológica f[uaÍilali\a entre os membros dii .sociedade. Cousi^qiicmlemenlc, ou por dever filantrópico, ou p.ira re.solvélo efelivanicntc por proces.sos cugcnicos, seriuin necessários serviços médicos dc

vária natureza: pòsto dc pucriculluru, Ir.ctário. liospltal infantil c outros. A so-

luç-ru) é médica.

É perfeitamente lógi

co o raciocínio (4).

Tal modo dc ver configura o (juo se poderá chamar, com precisão, dc ideolo gia medica, a qual aliás encontra um reprc-sentanlc de projeção mundial, na

figura do aufor do hcsf-scUcr. L'lIom-

Uma das

"A repartição da população do um país

finalidades das políticas sociais do Es tado é, precisamente, criar condições ambientais propiciadoras da redução de

em diferentes classes não é o efeito do

A morte dos indivíduos de uma popu

tais probabilidades.

res naturais e de fatores históricos.

Vale registrar, porém, c]uc esta con cepção sociológica da mortalidade pare

A

participação do que se chama aqui fa

me, ccl inconnu. Dr. Alcxis Garrei, de

quem transcrevo as seguintes palavras: acaso, nem dc convenções sociais. Ela

tem uma base biológica profunda, pois . depende das propriedades físicas o men tais dos indivíduos. Nos países livres, como os Estados Unidos e a França, ca

da um teve, no passado, a liberdade de

tores naturais na morte de um indivíduo

ce não estar sondo acolhida pela nossa

é fácil de ser percebida no caso do falecimento de uma pessoa nascida com

administração federal. Porque se o con trário acontecesse, outra de\'cria ser a

elevar-se à posição c|uc foi capaz de conquiitar. Os que hoje são proletúrios

um.defeito de constituição, uma lesão

sua conduta, em face dos problemas de saúde do país.

rios de seus corpos c de seus espíritos."

fisiológica clíminuiclora de sua resistên

cial do problema. A jovci\i geração brasileir.i de médico.s pucricultorcs o sani-

indivíduos pcrliiienlcs a doi.s estoques biológicos clifereneiados: o estoque dos que .são possuidores di' boa eapaeidadc

?no ante o progresso crescente das civi

lação resulta de uma interação de fatô-

inoilu, re.-sallar. no Brasil, o aspecto so

taristas p;irece, pelas manifestações de (jue lenho sido testemunha, desencanta

rica não pode eliminar essas probabilida des, mas pode reduzi-las ao sou limite

lizações contemporâneas.

ccneerne à própria questão da mortali-

concepção, haveria em tód.i sociedade

vel liistôrica, a qual oscila de acordo com as condições do meio, e cuja tendência é diminuir sempre, ou desaparecer mes-

mínimo, torná-las residuais.

tíQ

É uma concepção médica ou cvigênica que dá forma à estrutura dos serviços sa nitários do nos.so país.

que morre de penúria ou por um aci

e dos maiores dc quarenta c cinco anos

eliminar

dente de trabaliio.

fácilmente percebida no caso de alguém

é esperada pela sociedade. Decorre daí o interesse de reduzir o

Dicesto Económjcò

mortalidade infantil. <-slá imu vigência, entre nós, uma concepção sogiuulo a qual ela decorreria não tanto de fatores

vestimento de capital, cuja compensação

coeficiente de mortalidade à sua expres

T

devem sua situação a defeitos hereditá

JÈÊÊáÊCé.

da com t)S resultado.s sociais dos servi

logt) na lista d<5S partidários da ideolo gia médica ou bioiogista. Trata-se de Í->:ink II. llankin.s p.ira quem a alta mor talidade c morbidadc entre os pobres

não é principalmente devida a fatores

ambientais, isto é, a condições precárias dc vida c de trabalho, mas ao caráter selflivo dc nossa ordem social que resul ta na concentração dos menos biològi-

camentc ajustados nas classes inferiores, Estas seriam Inferiores no duplo sentido,

biológico c social. Para Hankins — in-

fornui Bcrnhard J. Stcrn, cm sua obra Soc/c/f/ <nul Mcclicdl Prog,ress — sob as condições atuais, devc-sc atribuir uma

importância .seletiva à mortalidade in

fantil ; a pobreza dos pais, que é evidenlementt: a causa ambiental mais impor tante — é ela mesma, devida à infcrioridatle física e intelectual. Em resumo,

portanto, o (pie se afirma nesta ideologia é (pie, g;í>,wo modo, a mortalidade in-

lantil, con\() um todo, é biológica e soeialincntc seletiva.

Assim, a ideologia médica da mortali dade infantil mostra a sua verdadeira fisionomia: ela c uma das formas do ra cismo, cuja prccaríssima base científica

foi largamente demonstrada pela antro pologia cultural, pela demografia e pela sociologia modernas.

Ela confunde o

imediato com o mediato. o determinado


^vnr*"

94

Dicesto Econômico

com o determinante,

o efeito com a

causa.

Aos partidários dessa ideologia falta o

dro Borges (0)»

ou ocasional cuja.s raízes possam ser en

desenvolvimento orgânico comprometido

contradas cm acontocimcutos recentes ; mas ao contrário, representa lógico e inevitável acidente numa ordem de cousas estabelecida muito remotamente e

lidade social na sociedade capitalista,

ciais.

Há, na sociedade capitalista, uma inin terrupta mobilidade social vertical em que numerosos indivíduos mudam efeti

vamente de classe ou superam intelec tualmente a condição de sua classe eco

93

nor do que proclamam. Ordinuriamenlo por precárias condições econômicas e so

lei da inércia histórica.

DicfSTO Econónuco

a criança nasce débíl porque teve o seu

conhecimento dos mecanismos de mobi

bem como, do que se pode chamar de

T

Na verdade, o indivíduo é atin

gido pelos fatores sociais desde a fase utcrina de sua existência.

Desde então,

êlc sofre as conseqüências do poder aqui sitivo c da edwcação dc seus pais. Desde então, pode ser exposto a agressões que diminuam a sua capacidade fisiológica de resistência á morte e, após o nasci

fenômeno fortuito

que até hoje ainda persiste. Ela é, ao mesmo tempo, umu herança que rece bemos da formação do cupilali.smo bra

cursos ein uma direção o viverão cín-

coenla mil dc seus membros que, de ou tra maneira, teriam morrido.

Pode cn-

caminliá-los cm outra direção e morre

rão cincocnta mil do seus membros que, de outro modo, teriam vivido.

Ainda

que nenhum indivíduo, por muito quo se esforcH', pode acrescentar uma polegada à sua altura, uma nação que so

assinalado a intervenção do Estado na

preocupe em fazê-lo pode acrescentar uma polegada à altura de alguns grupos .

vida econômica e social do país. Existe uma sociologia da mortalidade

(Cf. La Igualdad. Fondo de Cultura

sileiro e da ineficiência secular que tem

de seus filhos e um quilo ao seu peso *

nômica. Percy E. Davidson e H. Dewey Andcrson (Occupational mobiUty in American community, Stanford Universi-

continua precário tanto menor será sua

Infantil que localiza as suas raízes no

ty Press. Stanford. 1937) utilizando em

probabilidade dc sobrevivência. Numero

sos estudos, pesquisas e relatórios o con

sistema de classes longamente elaborado

Econômica. México, 1945). No Brasil, um dos mais importantes

pela nossa fonnação histórica e cm todo

fatores do precário nível de saúde de

1930, uma amostra de 1242 pc:soas (re presentando 7 % da população operária de San José da Califórnia) registraram filhos de operários não

qualificados conseguiram status econô micos superiores aos de seus pais: 16.5% tornaram-se operários semi-espccializa-

dos ; 13.7 % tornaram-se operários espe

cializados ; 13.7 % tornaram-se emprega dos de escritório ;

10.3 % tomaram-se

proprietários e 4.10% abraçaram profis sões liberais.

Êste fenômeno de mobilidade vertical

se observa em todas as sociedades capi talistas atuais apesar das barreuas que as classes mais favorecidas opõem aos arrivistas.

Acresce, ainda, que a oportunidade de pasrar de uma para outra classe su

mento, se o meio cm que passa a vivei

firmam. O reconhecimento

um complexo institucional vigente em da influência dos

fatures sociais na ctiologia das doenças

a conseqüentemente na mortalidade tem promovido, entre a classe médica, um recente movimento de integração da so

ciologia na medicina. O.livro dc Hcnry E. Sigcrist, Diseascs cind cMlizíition, —

nossa sociedade.

2 - Mortalidade Infantil e Renda Nacional

Com efeito, a saúde não é um dom definitivo concedido pelos deuses ou pe la natureza aos indivíduos. Desta ma

cia. Muitos dados são aí expostos sobre

neira não há populações inatamente sa dias e populações inatamente enfênnas,

a determinação econômica c social da

como insinua a ideologia médica. É a

é um dos pontos marcantes desta tendên

suas populações é a pequenez e a extre ma concentração de sua renda nacional de que resulta o pauperismo das massas. O Brasil é, sem dúvida, um pais potcncialmente rico, embora muito menos

do que proclamam os ufanistas. Toda via. a maior parte de sua riqueza está inexplorada, assim que, efetivamente, ôie é um país pobre — o que se traduz por uma renda nacional comparativamente

enfermidade. O Dr. René Sand, da Uni

maneira como se distribuem o poder

versidade de Bruxelas, cm sua obra,

aquisitivo e a cultura social (a p.xlavra

baixa. Estima-se que nossa renda na- cional "per capita" (ano de 1940) é cer ca de dez vezes menor do que a da Suí

Health and Iluman Progress (título da

cultura entendida aqui em sua acepção

sociológica, como um repertório de ajus tamentos do indivíduo ao universo) que

ça, cerca de oito vezes menor do que a

edição americana) apresenta, com abun dância de ilustrações, toda uma doutri na sobre a medicina sociológica que, em sua definição, seria a "arte da preven

condiciona decisivamente cs índices de

saúde de uma população.

do Canadá, cêrca de sete vezes menor

do que a da Suécia, cerca de quatro ve zes menor do que a da Inglaterra e Co lônias, em conjunto; cêrca de tres vezes menor do que a da Argentina e, ainda,

perior não se oferece a um indivíduo tão

ção e da cura, considerada cm sua ba.sc científica e em suas aplicações indivi

se conserva ou se adquire, na razão di

logo ele revele qualidades biológicas o

duais e coletivas, do ponto de vista das

reta da cultura social e do poder aqui

espirituais superiores. As situações, uma

relações recíprocas que ligam a suúdo

te dividida pelas famílias brasileiras, su

vez formadas, tendem a permanecer o freqüentemente o mais forte biológica o espiritualmente perde para o mais fra

do homem às suas condições de vida".

sitivo de cada um. É um bem cuja dis tribuição em massa poderia ser realiza da (7), mediante políticas sociais ade quadas. "A saúde — escreve R. H. Tauney — é uma mercadoria que se pode adquirir e que a comunidade pode pos suir, dentro de certos limites, tanto ou

séria generalizada.

co, mercê da inércia, da resistência à

mudança que opõem as situações consti tuídas.

A função da hereditariedade na mor talidade infantil é, portanto, muito me

O problema da mortalidade infantil, que até hoje tem sido considerado sob o ângulo estritamente médico, encaminhase atualmente para uma colocação so ciológica. A luz deste ponto .de vista, ver-se-á claramente que nossa alta mor talidade infantil não é, como diria Pe

A saúde é, grosso modo, um bem que

menor do que a do México. Se esta renda nacional fosse igualmen pondo, em bons motivos, cinco o número dc membros de nossa família média, a

parte que caberia a cada uma delas não

seria suficiente para a sua subsistência física. Por êste processo, teríamos a mi

tão pouco quanto tenha iiiterèsse ein pa

Acresce ainda que o Brasil não é um

gar por ela. Pode encaminhar seus re

país econòmicamente (aliás culturalmen-


^vnr*"

94

Dicesto Econômico

com o determinante,

o efeito com a

causa.

Aos partidários dessa ideologia falta o

dro Borges (0)»

ou ocasional cuja.s raízes possam ser en

desenvolvimento orgânico comprometido

contradas cm acontocimcutos recentes ; mas ao contrário, representa lógico e inevitável acidente numa ordem de cousas estabelecida muito remotamente e

lidade social na sociedade capitalista,

ciais.

Há, na sociedade capitalista, uma inin terrupta mobilidade social vertical em que numerosos indivíduos mudam efeti

vamente de classe ou superam intelec tualmente a condição de sua classe eco

93

nor do que proclamam. Ordinuriamenlo por precárias condições econômicas e so

lei da inércia histórica.

DicfSTO Econónuco

a criança nasce débíl porque teve o seu

conhecimento dos mecanismos de mobi

bem como, do que se pode chamar de

T

Na verdade, o indivíduo é atin

gido pelos fatores sociais desde a fase utcrina de sua existência.

Desde então,

êlc sofre as conseqüências do poder aqui sitivo c da edwcação dc seus pais. Desde então, pode ser exposto a agressões que diminuam a sua capacidade fisiológica de resistência á morte e, após o nasci

fenômeno fortuito

que até hoje ainda persiste. Ela é, ao mesmo tempo, umu herança que rece bemos da formação do cupilali.smo bra

cursos ein uma direção o viverão cín-

coenla mil dc seus membros que, de ou tra maneira, teriam morrido.

Pode cn-

caminliá-los cm outra direção e morre

rão cincocnta mil do seus membros que, de outro modo, teriam vivido.

Ainda

que nenhum indivíduo, por muito quo se esforcH', pode acrescentar uma polegada à sua altura, uma nação que so

assinalado a intervenção do Estado na

preocupe em fazê-lo pode acrescentar uma polegada à altura de alguns grupos .

vida econômica e social do país. Existe uma sociologia da mortalidade

(Cf. La Igualdad. Fondo de Cultura

sileiro e da ineficiência secular que tem

de seus filhos e um quilo ao seu peso *

nômica. Percy E. Davidson e H. Dewey Andcrson (Occupational mobiUty in American community, Stanford Universi-

continua precário tanto menor será sua

Infantil que localiza as suas raízes no

ty Press. Stanford. 1937) utilizando em

probabilidade dc sobrevivência. Numero

sos estudos, pesquisas e relatórios o con

sistema de classes longamente elaborado

Econômica. México, 1945). No Brasil, um dos mais importantes

pela nossa fonnação histórica e cm todo

fatores do precário nível de saúde de

1930, uma amostra de 1242 pc:soas (re presentando 7 % da população operária de San José da Califórnia) registraram filhos de operários não

qualificados conseguiram status econô micos superiores aos de seus pais: 16.5% tornaram-se operários semi-espccializa-

dos ; 13.7 % tornaram-se operários espe

cializados ; 13.7 % tornaram-se emprega dos de escritório ;

10.3 % tomaram-se

proprietários e 4.10% abraçaram profis sões liberais.

Êste fenômeno de mobilidade vertical

se observa em todas as sociedades capi talistas atuais apesar das barreuas que as classes mais favorecidas opõem aos arrivistas.

Acresce, ainda, que a oportunidade de pasrar de uma para outra classe su

mento, se o meio cm que passa a vivei

firmam. O reconhecimento

um complexo institucional vigente em da influência dos

fatures sociais na ctiologia das doenças

a conseqüentemente na mortalidade tem promovido, entre a classe médica, um recente movimento de integração da so

ciologia na medicina. O.livro dc Hcnry E. Sigcrist, Diseascs cind cMlizíition, —

nossa sociedade.

2 - Mortalidade Infantil e Renda Nacional

Com efeito, a saúde não é um dom definitivo concedido pelos deuses ou pe la natureza aos indivíduos. Desta ma

cia. Muitos dados são aí expostos sobre

neira não há populações inatamente sa dias e populações inatamente enfênnas,

a determinação econômica c social da

como insinua a ideologia médica. É a

é um dos pontos marcantes desta tendên

suas populações é a pequenez e a extre ma concentração de sua renda nacional de que resulta o pauperismo das massas. O Brasil é, sem dúvida, um pais potcncialmente rico, embora muito menos

do que proclamam os ufanistas. Toda via. a maior parte de sua riqueza está inexplorada, assim que, efetivamente, ôie é um país pobre — o que se traduz por uma renda nacional comparativamente

enfermidade. O Dr. René Sand, da Uni

maneira como se distribuem o poder

versidade de Bruxelas, cm sua obra,

aquisitivo e a cultura social (a p.xlavra

baixa. Estima-se que nossa renda na- cional "per capita" (ano de 1940) é cer ca de dez vezes menor do que a da Suí

Health and Iluman Progress (título da

cultura entendida aqui em sua acepção

sociológica, como um repertório de ajus tamentos do indivíduo ao universo) que

ça, cerca de oito vezes menor do que a

edição americana) apresenta, com abun dância de ilustrações, toda uma doutri na sobre a medicina sociológica que, em sua definição, seria a "arte da preven

condiciona decisivamente cs índices de

saúde de uma população.

do Canadá, cêrca de sete vezes menor

do que a da Suécia, cerca de quatro ve zes menor do que a da Inglaterra e Co lônias, em conjunto; cêrca de tres vezes menor do que a da Argentina e, ainda,

perior não se oferece a um indivíduo tão

ção e da cura, considerada cm sua ba.sc científica e em suas aplicações indivi

se conserva ou se adquire, na razão di

logo ele revele qualidades biológicas o

duais e coletivas, do ponto de vista das

reta da cultura social e do poder aqui

espirituais superiores. As situações, uma

relações recíprocas que ligam a suúdo

te dividida pelas famílias brasileiras, su

vez formadas, tendem a permanecer o freqüentemente o mais forte biológica o espiritualmente perde para o mais fra

do homem às suas condições de vida".

sitivo de cada um. É um bem cuja dis tribuição em massa poderia ser realiza da (7), mediante políticas sociais ade quadas. "A saúde — escreve R. H. Tauney — é uma mercadoria que se pode adquirir e que a comunidade pode pos suir, dentro de certos limites, tanto ou

séria generalizada.

co, mercê da inércia, da resistência à

mudança que opõem as situações consti tuídas.

A função da hereditariedade na mor talidade infantil é, portanto, muito me

O problema da mortalidade infantil, que até hoje tem sido considerado sob o ângulo estritamente médico, encaminhase atualmente para uma colocação so ciológica. A luz deste ponto .de vista, ver-se-á claramente que nossa alta mor talidade infantil não é, como diria Pe

A saúde é, grosso modo, um bem que

menor do que a do México. Se esta renda nacional fosse igualmen pondo, em bons motivos, cinco o número dc membros de nossa família média, a

parte que caberia a cada uma delas não

seria suficiente para a sua subsistência física. Por êste processo, teríamos a mi

tão pouco quanto tenha iiiterèsse ein pa

Acresce ainda que o Brasil não é um

gar por ela. Pode encaminhar seus re

país econòmicamente (aliás culturalmen-


DiceSto Econónoco

«6

te também) homogêneo. Foi estimado cjue 65 % da renda nacional são produ•zidos pelo Estado de São Paulo e pelo

do mau funcionamento das rep.arlições arrecadadoras e a um pos ívcl grande

Distrito Federal.

rtaida, não dei.xam de ser impressionan

Os restantes 35% re

presentam a quota de 19 Estados e de 4 Territórios (9). Isto quer dizer que

a renda "per capita" do país, excetuan do São Paulo e o Distrito Federal, é sen sivelmente inferior a cifra de 1.008 cru zeiros.

número de fraudulentas declarações do tes.

Mas outras estatísticas induzem à

conclusão da c.xtrema concentração da renda no Brasil. Em um trabalho do

cscnipuloso deinógrafo, .Sr. Evaldo da Silva Garcia, foi apurado <|uc o pessoal pennancnt<' dos criabcli-cimentos agrope

Examinando-se as economias estaduais

cuários rccenscados em 1940, distribuia-

isoladamente, verificar-se-à um panora ma de acentuado pauperismo na maio ria delas. 43,50% da produção indus-trial do Brasil representavam, em 1947, a contribuição do Estado de São Paulo;

so nas seguintes categorias, considerando o coniunto das propriedades: 7.82% eram grandes c médios proprietários; 15.0í %

19 %, a contribuição do Distrito Federal.

vam o contingente de pequenos proprie tários (situação pouco melhor do que a

Conseqüentemente, apenas 37,50 % de nossa produção industrial representavam a quota das restantes unidades fcderartívas (10).

Mas c necessário considerar também •a concentração social da renda nacional.

Ela é uma pista inestimável para se apreciar o nível de bem-estar social da população. Uma forte concentração so cial da renda de um país tem conse qüências sociais, políticas e econômicas.

É índice de baixo nível cultural das po pulações, de regimes políticos de patronagem e de pauperismo. Não temos notícia da existência de nenhum estudo

sobre este assunto no Brasil. Entretanto, o exame de alguns dados disponíveis nos autoriza a afirmar, com segurança, que nossa renda nacional se distribui de mo

do acentuadamente irregular. No Dis trito Federal, apenas 3.728% de seus habitantes em idado ativa (18 anos e mais) tinham, cm 1944, uma renda lí

quida superior a Cr$12.000,00; enquanto

eram membros das famílias dos grandes

e médios proprietários; 26.60% forma do assalariado) e saias famílias; c 47.51% eram constituídos de trabalhadores assa

lariados e parceiros. Em data mais recente (1945), os In

quéritos Econômicos do I.B.G.E. apu

raram que o pessoal ocupado nos esta belecimentos industriais no conjunto de

capitais brasileiros distribuia-sc, em nú meros percentuais, nas seguintes catego

rias: proprietários — 2.85%; pessoal téc nico c administrativo — 10.48%; operá

rios — 76.20%; pessoal dc transportes — 3.32%; serviços braçaís — 4.92%; xiajantes — 0.53%; caixeiros e vendedo res — 1.70%.

Esta desigualdade na distribuição da renda nacional restringe a mobilidade de classe para classe e, nas palavras de

Bcrnhard J. Stem, "estabelece a estru tura ("framcwork") crucial da saiide do

um povo". No Brasil, as profundas de sigualdades de poder aqutsiti\'o não pa

recem passageiras. Ao contrário, apre-

em São Paulo este índice era 0.924%;

.'cntam todo.s os indícios dc cjue se têm

. no Rio Grande do Sul, 0.677 %; o em

mantido e se manterão estáveis durante

Minas Gerais, 0.209%. Embora estes cálculos devam ser usa dos com extremas reservas, em virtude

muito tempo. São muito fortes as ra zões deste fato. A principal delas con siste em que o capitalismo brasileiro es-

r

III

Dicesto Econóndco

97

tá numa fase incipiente. Somos um país

eeoncinia nos gasto.s são os requisitos ne

de pequena renda c de cap;tais insufi cientes para descmoUer a economia na

cessários para a manutenção dêste nível o para evitar desastres econômicos. Uma

cional na medida das necessidades da

grande emergência lo\a, freqüentemen

população brasileira. í" ingênuo pensar

te, os indb íduos ao debito.

num dislributismo avançado. Por muito

Sem dú\ id.i ê à população dêste nível

tempo, o desenvolvimento do país terá de ser obtido á custa do pauperismo ou

que se aplica a famos.i teoria do "ciclo çla pol)reza" formulada por B. S. Ro\vntrce, segundo a qual o operário passa

de salários de fome.

por três períodos de pobreza c por dois 3 - N/üCw de vida no Bra.iil

peviodos de relativa fartura.

A menos

que.seu pai seja um operário qualifica Por outro lado, a avaliação dos níveis

do, êle provavelmente permanece em es

de vida da população brasileira, á luz da sociologia do orçamento familiar, ofe rece uma oportunidade de verificar-se o

infância, quando a sua constituição está

condicionamento econômico c social dos

tado de pobreza durante sua primeira

cm elaboração. Esta situação perdura até que êlc e seus innãos ou irmãs co

problemas de saúde do país. Tal ava liação, porém, pressupõe o conhecimento de algumas "normas dc vida" que se passam a expor (remeto o leitor interes

meçam a ganhar dinheiro c elevam a renda familiar a nma condição de rela tiva fartura. Esta prosperidade dura até

sado no estudo destas questões, para o

meu livro "Sociologia cio Orçamento Fa

filhos. Então o operário caíra novamen te abaixo da linha da pobreza, em sua

miliar". D.A.S.P. Rio. 1950).

idade madura, quando deveria estar na

Uma das mais lúcidas classificações dos níveis de vida é de autoria de C. S.

Wyand, que os diversifica em quatro modalidades; o nível de pobreza, o nível mínimo de subsistência, o nível mínimo de saúde e clecência e o nível de confôrto.

O nível de pobreza — diz Comish — permite apenas manter juntos o corpo e a alma. Nêle nem a mais prudente uti lização da renda disponível permite sa

que êlc se case e adquira dois ou três

melhor situação. Êste segundo permdo

dc pobreza contínua ate que seus fihios

crescem e começam a ganhar dinheiro. Então* começa o segundo penedo de re lativa fartura, durável ate que seus fi lhos deixam o lar e sobrevém a velhice,

quando êle volta à pobreza pela terceira

e última vez.

Uma pesquisa realizada, no Distrito Federal, entre comevciários, (Cf. L. A. Coita Pinto, "Estudo sobre padrão de

tisfazer as necessidades da família mé

vida", in Digesto Econômico, Junho do

dia. A menor emergência e.xpõe os in divíduos à caridade pública ou à de pendência.

1949), oferece material ilustrativo do que B. S. Rowntree chama de "ciclo da

O nível mínimo de subsistência per

pobreza". Neste trabalho se apurou que "os orç.imentos de famílias até 3 mem

mite manter satisfatòriamente a vida fí

bros —- que totalizam 106 unidades —

sica, embora seja insuficiente para per mitir a satisfação das necessidades so ciais. Implica, ainda, uma condição precária de existência. Extrema pru

são todos deficitários; nelas, por contin

dência na seleção dos bens e cuidadosa

escala ascendente do número de mem-

gência de sua própria estrutura, predo minam, em mais dc 50 %, as famílias em

que só há um elemento ativo (3). Na


DiceSto Econónoco

«6

te também) homogêneo. Foi estimado cjue 65 % da renda nacional são produ•zidos pelo Estado de São Paulo e pelo

do mau funcionamento das rep.arlições arrecadadoras e a um pos ívcl grande

Distrito Federal.

rtaida, não dei.xam de ser impressionan

Os restantes 35% re

presentam a quota de 19 Estados e de 4 Territórios (9). Isto quer dizer que

a renda "per capita" do país, excetuan do São Paulo e o Distrito Federal, é sen sivelmente inferior a cifra de 1.008 cru zeiros.

número de fraudulentas declarações do tes.

Mas outras estatísticas induzem à

conclusão da c.xtrema concentração da renda no Brasil. Em um trabalho do

cscnipuloso deinógrafo, .Sr. Evaldo da Silva Garcia, foi apurado <|uc o pessoal pennancnt<' dos criabcli-cimentos agrope

Examinando-se as economias estaduais

cuários rccenscados em 1940, distribuia-

isoladamente, verificar-se-à um panora ma de acentuado pauperismo na maio ria delas. 43,50% da produção indus-trial do Brasil representavam, em 1947, a contribuição do Estado de São Paulo;

so nas seguintes categorias, considerando o coniunto das propriedades: 7.82% eram grandes c médios proprietários; 15.0í %

19 %, a contribuição do Distrito Federal.

vam o contingente de pequenos proprie tários (situação pouco melhor do que a

Conseqüentemente, apenas 37,50 % de nossa produção industrial representavam a quota das restantes unidades fcderartívas (10).

Mas c necessário considerar também •a concentração social da renda nacional.

Ela é uma pista inestimável para se apreciar o nível de bem-estar social da população. Uma forte concentração so cial da renda de um país tem conse qüências sociais, políticas e econômicas.

É índice de baixo nível cultural das po pulações, de regimes políticos de patronagem e de pauperismo. Não temos notícia da existência de nenhum estudo

sobre este assunto no Brasil. Entretanto, o exame de alguns dados disponíveis nos autoriza a afirmar, com segurança, que nossa renda nacional se distribui de mo

do acentuadamente irregular. No Dis trito Federal, apenas 3.728% de seus habitantes em idado ativa (18 anos e mais) tinham, cm 1944, uma renda lí

quida superior a Cr$12.000,00; enquanto

eram membros das famílias dos grandes

e médios proprietários; 26.60% forma do assalariado) e saias famílias; c 47.51% eram constituídos de trabalhadores assa

lariados e parceiros. Em data mais recente (1945), os In

quéritos Econômicos do I.B.G.E. apu

raram que o pessoal ocupado nos esta belecimentos industriais no conjunto de

capitais brasileiros distribuia-sc, em nú meros percentuais, nas seguintes catego

rias: proprietários — 2.85%; pessoal téc nico c administrativo — 10.48%; operá

rios — 76.20%; pessoal dc transportes — 3.32%; serviços braçaís — 4.92%; xiajantes — 0.53%; caixeiros e vendedo res — 1.70%.

Esta desigualdade na distribuição da renda nacional restringe a mobilidade de classe para classe e, nas palavras de

Bcrnhard J. Stem, "estabelece a estru tura ("framcwork") crucial da saiide do

um povo". No Brasil, as profundas de sigualdades de poder aqutsiti\'o não pa

recem passageiras. Ao contrário, apre-

em São Paulo este índice era 0.924%;

.'cntam todo.s os indícios dc cjue se têm

. no Rio Grande do Sul, 0.677 %; o em

mantido e se manterão estáveis durante

Minas Gerais, 0.209%. Embora estes cálculos devam ser usa dos com extremas reservas, em virtude

muito tempo. São muito fortes as ra zões deste fato. A principal delas con siste em que o capitalismo brasileiro es-

r

III

Dicesto Econóndco

97

tá numa fase incipiente. Somos um país

eeoncinia nos gasto.s são os requisitos ne

de pequena renda c de cap;tais insufi cientes para descmoUer a economia na

cessários para a manutenção dêste nível o para evitar desastres econômicos. Uma

cional na medida das necessidades da

grande emergência lo\a, freqüentemen

população brasileira. í" ingênuo pensar

te, os indb íduos ao debito.

num dislributismo avançado. Por muito

Sem dú\ id.i ê à população dêste nível

tempo, o desenvolvimento do país terá de ser obtido á custa do pauperismo ou

que se aplica a famos.i teoria do "ciclo çla pol)reza" formulada por B. S. Ro\vntrce, segundo a qual o operário passa

de salários de fome.

por três períodos de pobreza c por dois 3 - N/üCw de vida no Bra.iil

peviodos de relativa fartura.

A menos

que.seu pai seja um operário qualifica Por outro lado, a avaliação dos níveis

do, êle provavelmente permanece em es

de vida da população brasileira, á luz da sociologia do orçamento familiar, ofe rece uma oportunidade de verificar-se o

infância, quando a sua constituição está

condicionamento econômico c social dos

tado de pobreza durante sua primeira

cm elaboração. Esta situação perdura até que êlc e seus innãos ou irmãs co

problemas de saúde do país. Tal ava liação, porém, pressupõe o conhecimento de algumas "normas dc vida" que se passam a expor (remeto o leitor interes

meçam a ganhar dinheiro c elevam a renda familiar a nma condição de rela tiva fartura. Esta prosperidade dura até

sado no estudo destas questões, para o

meu livro "Sociologia cio Orçamento Fa

filhos. Então o operário caíra novamen te abaixo da linha da pobreza, em sua

miliar". D.A.S.P. Rio. 1950).

idade madura, quando deveria estar na

Uma das mais lúcidas classificações dos níveis de vida é de autoria de C. S.

Wyand, que os diversifica em quatro modalidades; o nível de pobreza, o nível mínimo de subsistência, o nível mínimo de saúde e clecência e o nível de confôrto.

O nível de pobreza — diz Comish — permite apenas manter juntos o corpo e a alma. Nêle nem a mais prudente uti lização da renda disponível permite sa

que êlc se case e adquira dois ou três

melhor situação. Êste segundo permdo

dc pobreza contínua ate que seus fihios

crescem e começam a ganhar dinheiro. Então* começa o segundo penedo de re lativa fartura, durável ate que seus fi lhos deixam o lar e sobrevém a velhice,

quando êle volta à pobreza pela terceira

e última vez.

Uma pesquisa realizada, no Distrito Federal, entre comevciários, (Cf. L. A. Coita Pinto, "Estudo sobre padrão de

tisfazer as necessidades da família mé

vida", in Digesto Econômico, Junho do

dia. A menor emergência e.xpõe os in divíduos à caridade pública ou à de pendência.

1949), oferece material ilustrativo do que B. S. Rowntree chama de "ciclo da

O nível mínimo de subsistência per

pobreza". Neste trabalho se apurou que "os orç.imentos de famílias até 3 mem

mite manter satisfatòriamente a vida fí

bros —- que totalizam 106 unidades —

sica, embora seja insuficiente para per mitir a satisfação das necessidades so ciais. Implica, ainda, uma condição precária de existência. Extrema pru

são todos deficitários; nelas, por contin

dência na seleção dos bens e cuidadosa

escala ascendente do número de mem-

gência de sua própria estrutura, predo minam, em mais dc 50 %, as famílias em

que só há um elemento ativo (3). Na


wm 98

Dicesto Econóndco

Dice-sto

Econômico

99

bros das famílias, o primeiro orçamento

buem percentuahnonte do seguinte mo

médio em que se encontra a receita

çQ.

do ; alimentação — 44,4 vestimenta — 16,9%; habitação — 1.3,0%; combuitíve) c iluminação — 4,4 % ; diversos — 21,3%. O National Indu.strial Confercncc Board

controu entre os operários da Limpeza

bairro paulista Jardim América, habita do por elementos de diferentes classes

Pública de São Paulo, uma família de

sociais.

4,98 componentes, abrangendo, cm ge

propôs, para o ano de 1921, o seguinte

menos de 7 ano.s, um em idade c.scolar c

foi de 4,45 membros. Em 194S, no Morro de São C;u-los. Distrito Federal, cnconlrou-sc uma família de 4,4S mem

maior do que a despesa é o das famí

lias compostas de 4 membros dos quais nenhum é dependente. — Orçamentos em que as receitas ultrapassam as despe sas começam a aparecer com mais fre

qüência a partir do grupo de famílias compostas de 6 membros.

Estas, com

1, 2 e 3 dependentes, ainda têm superá vit; com 4 e 5 dependentes voltam a apresentar déficit. O mesmo ocorre com as unidades de 7 e mais de 7 mem

bros, onde os orçamentos deficitários tendem a diminuir e os deficits encon trados tendem a se reduzir. Assim, nas

famihas de volume menor predominam os orçamentos deficitários, enquanto que nas famílias de volume maior a tendên cia é inversa".

O nível_ mínimo de saúde e decência permite nao só atingir o bem-estar físi co, como a satisfação das necessidades sociais elementares. Neste nível, a luta

pela sobrevivência não é aguda. A ves

um quinto membro de 11 a 17 anos ou

bros. Ainda, no Distrito Federal, foi en

co pessoas: alimentação — 43,1%; ves timenta — 13,2%; habitação — 17,7%; combustível e iluminação — 5,6%; di

de mais de 65 anos de idade.

contrada na população de conicrciáríos,

versos — 20,4 %.

educação são comparativamente conside ráveis.

Êste é o nível das classes de

maiores rendimentos.

Para uma avaliação dos níveis de vida

da população brasileira, podem-se utili zar estas referências, especialmente os orçamentos modelos propostos pelo Na tional War Labor Board e pelo National Industrial Conference Board. Ambos

lações de assalariados e famílias médias

No Brasil várias pesquisas apuraram que é cerca de 5 (cinco) o número mé

necessidades elementares.

dio de componentes da família.

-mais dos gastos com os vários itens da despesa familiar. • O National War Labor Board, em um

■Memorandum on the mininwm wage and increased cost of living (1918), propôs um orçamento mínimo para uma família

de cinco membros, cujos itens se distri

A situação dos níveis do vida no Bra sil relrata-sc no seguinte quadro :

Neste nível, a alimentação, a vestimenta, a habitação são satisfatórias e variadas, e os gastos com recreação, transporte,

sem nenhuma ameaça ao orçamento das

:ção, estimar quais as percentagens nor-

uma família média de 5,54 componentes.

da em 1942, pelos Srs. Dácio de Almei da Cristóvão o Ilaroldo D. Chope no

versas excedam a 25 % da ronda total.

de cinco pessoas.

niente e prático, para fins de compara-

cálculo foi baseado em pesquisa realiza

O nível de conforto começa quando o

nomizar.

Seria possível calcular em moeda o orçamento básico de uma família dêste nível. Contudo, dadas as variações do valor real da moeda, parece mais conve

Outro

orçamento permite que as despesas di

foram elaborados tendo em vista popu

nada à recreação e às atividades sociais,

ral, um homem, sua c.spôsa. um filho do

A familia média aí encontrada

orçamento básico de uma família de cin

timenta, por exemplo, pode ser não só agasalhadora, como respeitável, no sen tido de que é própria e razoavelmente dentro da moda. Toma-se possível eco Uma pequena soma é desti

Em 1936, Samuel II. Lowrie, en

O Gabinete Técnico do Serviço Na cional de Recenseamento calculou o nú

mero médio de componentes da famí

lia rural brasileira em 5,10, tomando por base os resultados do cen.so demográfico de 1940, por amostra numerosa corres pondente a 340 municípios brasileiros, de população não superior a 20.000 ha bitantes, pertencentes a 16 Unidades Fe derais e representativas de zonas eviden temente rurais.

Quanto à família média urbana,

são

vários os cálculos que merecem confian^ u.'^ÁiMiÊlÍÊÊÊÊÊÊt


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Dicesto Econóndco

Dice-sto

Econômico

99

bros das famílias, o primeiro orçamento

buem percentuahnonte do seguinte mo

médio em que se encontra a receita

çQ.

do ; alimentação — 44,4 vestimenta — 16,9%; habitação — 1.3,0%; combuitíve) c iluminação — 4,4 % ; diversos — 21,3%. O National Indu.strial Confercncc Board

controu entre os operários da Limpeza

bairro paulista Jardim América, habita do por elementos de diferentes classes

Pública de São Paulo, uma família de

sociais.

4,98 componentes, abrangendo, cm ge

propôs, para o ano de 1921, o seguinte

menos de 7 ano.s, um em idade c.scolar c

foi de 4,45 membros. Em 194S, no Morro de São C;u-los. Distrito Federal, cnconlrou-sc uma família de 4,4S mem

maior do que a despesa é o das famí

lias compostas de 4 membros dos quais nenhum é dependente. — Orçamentos em que as receitas ultrapassam as despe sas começam a aparecer com mais fre

qüência a partir do grupo de famílias compostas de 6 membros.

Estas, com

1, 2 e 3 dependentes, ainda têm superá vit; com 4 e 5 dependentes voltam a apresentar déficit. O mesmo ocorre com as unidades de 7 e mais de 7 mem

bros, onde os orçamentos deficitários tendem a diminuir e os deficits encon trados tendem a se reduzir. Assim, nas

famihas de volume menor predominam os orçamentos deficitários, enquanto que nas famílias de volume maior a tendên cia é inversa".

O nível_ mínimo de saúde e decência permite nao só atingir o bem-estar físi co, como a satisfação das necessidades sociais elementares. Neste nível, a luta

pela sobrevivência não é aguda. A ves

um quinto membro de 11 a 17 anos ou

bros. Ainda, no Distrito Federal, foi en

co pessoas: alimentação — 43,1%; ves timenta — 13,2%; habitação — 17,7%; combustível e iluminação — 5,6%; di

de mais de 65 anos de idade.

contrada na população de conicrciáríos,

versos — 20,4 %.

educação são comparativamente conside ráveis.

Êste é o nível das classes de

maiores rendimentos.

Para uma avaliação dos níveis de vida

da população brasileira, podem-se utili zar estas referências, especialmente os orçamentos modelos propostos pelo Na tional War Labor Board e pelo National Industrial Conference Board. Ambos

lações de assalariados e famílias médias

No Brasil várias pesquisas apuraram que é cerca de 5 (cinco) o número mé

necessidades elementares.

dio de componentes da família.

-mais dos gastos com os vários itens da despesa familiar. • O National War Labor Board, em um

■Memorandum on the mininwm wage and increased cost of living (1918), propôs um orçamento mínimo para uma família

de cinco membros, cujos itens se distri

A situação dos níveis do vida no Bra sil relrata-sc no seguinte quadro :

Neste nível, a alimentação, a vestimenta, a habitação são satisfatórias e variadas, e os gastos com recreação, transporte,

sem nenhuma ameaça ao orçamento das

:ção, estimar quais as percentagens nor-

uma família média de 5,54 componentes.

da em 1942, pelos Srs. Dácio de Almei da Cristóvão o Ilaroldo D. Chope no

versas excedam a 25 % da ronda total.

de cinco pessoas.

niente e prático, para fins de compara-

cálculo foi baseado em pesquisa realiza

O nível de conforto começa quando o

nomizar.

Seria possível calcular em moeda o orçamento básico de uma família dêste nível. Contudo, dadas as variações do valor real da moeda, parece mais conve

Outro

orçamento permite que as despesas di

foram elaborados tendo em vista popu

nada à recreação e às atividades sociais,

ral, um homem, sua c.spôsa. um filho do

A familia média aí encontrada

orçamento básico de uma família de cin

timenta, por exemplo, pode ser não só agasalhadora, como respeitável, no sen tido de que é própria e razoavelmente dentro da moda. Toma-se possível eco Uma pequena soma é desti

Em 1936, Samuel II. Lowrie, en

O Gabinete Técnico do Serviço Na cional de Recenseamento calculou o nú

mero médio de componentes da famí

lia rural brasileira em 5,10, tomando por base os resultados do cen.so demográfico de 1940, por amostra numerosa corres pondente a 340 municípios brasileiros, de população não superior a 20.000 ha bitantes, pertencentes a 16 Unidades Fe derais e representativas de zonas eviden temente rurais.

Quanto à família média urbana,

são

vários os cálculos que merecem confian^ u.'^ÁiMiÊlÍÊÊÊÊÊÊt


■ -

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Dicesto EcoNÓ^^co

100

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j

OlCESTO EcONÓ^aCO Nenhum cJèstes orçamentos familiares

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PLesiqut—ãoalPCmveíai-nrlbTRuhrado (.4319.)

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de Famillcs de Salarics dc Ia Région

France. Supplémcnl Avril-Juin. 1948). Nos dois orçamentos familiares de tra dcvc-sc

observar

a

miliar que deve ser examinado. O nível de vida pressuposto pelas percentagens mencionadas agrava-se ainda mais quan do se sabe que o teor da dieta e a qua

— no

a ^■ Oi o ^ — - S c® „ o "c a rt i« C ^ ■tt cx O) í2 o u CX 'rt o <g> S

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C 3 c Bp

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1^1 í z>ua3

« ÇX o.^ rt i *-■

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ção animal c vegetal, no país, demons

trada pelos últimos levantamentos esta

de canac que era, segundo cálculos de Pedro Borges, dc 55 quilos, ' per capi

ta" há de7.es:ete anos passados, baixou

para 23 quilos em 1939. e para 13 qui

los em 1942 (18). Em 1948. o consu-

mo "per capita" de carne foi 20,/3 qui los.

O consumo de leite segue a rnes-

ma progressão decrescente. O brasilei

ro consmno eérca de 57,3 litros de leite por ano; cniiuanto o argentino 130 u-

iros; o dinamarquês, 164 htros; o holan dês. 136 litros; o inglês, 9o

°

te-amcricano, 159; o suíço 263 htros (19). Segundo estimativa mais recente

(1947), o consumo médio diário de leite em espécie é 52 gramas. Pôrto A egre

e São Paulo são as cidades do Brasil on de se registram os maiores consumos

lidade da habitação e da vestimenta são

"per capita", a saber, 170 e 150 gramas respectivamente. Êste mesmo consumo

também babcos apesar do que represen tam orçamcntàriamente (16a).

no uno de 1939 era em Boston, 882 grs.; em Nova York, 622 grs.; em Buenos Ai

res, 334 grs.; cm Montevidéu, 241 grs. Nossa produção agrícola "per capita**

por exemplo, estimou-se, em 1942, que, do ponto de vista calórico, a população

manifesta nítida tendência para decres^ cer. Em 1938, atingiu a 0,45 tonela das, variando nos anos seguintes, como segue: 1939 - 0,44; 1940 - 0,40; 1941

brasileira consome apenas 60 % do mí

- 0,43; 1942 - 0,41; 1943 - 0,42; 1944

nimo que necessita (16b), tomando por

~ 0,39 (20).

base o critério de 3.000 calorias brutas

consumo anual "per capita" de gêneros alimentícios foi 10 % menor do que o

vo brasileiro.

CO

tb

apenas 72,8 % da despesa total da famí lia operária na França (Cf. "Budgets

balhadores rurais,

Êsto subconsumo mais se agrava em.

tísticos. A média brasileira de consumo

bra para a satisfação das outras neces

familiares podem ser considerados como representativos da grande maioria do po

ã -U O z

das receitas, deixando uma pequena so

Tudo leva a crer que estes orçamentos

u

H

face da crescente diminuição da produ

instrução são pràticamcntc insignifican tes. Não é, porém, apenas o aspecto percentual dos itens do orçamento fa

oo c-l

SpVQ DSlíl^^d^ •'

O

foi cerca de 40%.

das famílias é aplicada na aquisição de alimentos. As despesas com alimenta

porcentagem relativamente alta corres pondente a excitantes. As despesas com

(ST) í'86J-

leite e derivados ; 39 % o de canaes e

<^m todos elos mais da metade da renda

letin de Ia StatUtique Génónde de ía

oijSDQ 7 csinbsa^

gg £«

Em 1948, o déficit de consumo de carne

Com efeito,

Parisienne cn Novembro 1946", ín Bul-

J=Q

So

peixes; 38%, o dc graxas e óleos (17).

vel de saúde c decência.

sidades. Êstes mesmos gastos absor\-cm

O

CO Íh

rna do que pode ser considerado um ní

em todos eles, absorvem cêrca de 85 %

olnviy vsinbsdj

s

sumo de legumes e frutas: 37,5%, o de

ção, habitação, vestimenta e combustível, OI CO

o^noj oos

CO

Também dc 39 % foi o déficit de con

registrados na população cie trabalhado res nirais c urbanos do Brasil sc aproxi-

No setor da alimentação,

por adulto do sexo masculino. No mes mo ano, o consumo de pão e cereais da população brasileira era de cêrca de 39 % menor do que o mínimo necessário.

Em 1946, o nível de

de 1933.

A vestimenta e os panos de casa,con sumidos pela grande maioria da popula-


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para 23 quilos em 1939. e para 13 qui

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O consumo de leite segue a rnes-

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ro consmno eérca de 57,3 litros de leite por ano; cniiuanto o argentino 130 u-

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(1947), o consumo médio diário de leite em espécie é 52 gramas. Pôrto A egre

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lidade da habitação e da vestimenta são

"per capita", a saber, 170 e 150 gramas respectivamente. Êste mesmo consumo

também babcos apesar do que represen tam orçamcntàriamente (16a).

no uno de 1939 era em Boston, 882 grs.; em Nova York, 622 grs.; em Buenos Ai

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por exemplo, estimou-se, em 1942, que, do ponto de vista calórico, a população

manifesta nítida tendência para decres^ cer. Em 1938, atingiu a 0,45 tonela das, variando nos anos seguintes, como segue: 1939 - 0,44; 1940 - 0,40; 1941

brasileira consome apenas 60 % do mí

- 0,43; 1942 - 0,41; 1943 - 0,42; 1944

nimo que necessita (16b), tomando por

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base o critério de 3.000 calorias brutas

consumo anual "per capita" de gêneros alimentícios foi 10 % menor do que o

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apenas 72,8 % da despesa total da famí lia operária na França (Cf. "Budgets

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Êsto subconsumo mais se agrava em.

tísticos. A média brasileira de consumo

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foi cerca de 40%.

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Em 1948, o déficit de consumo de carne

Com efeito,

Parisienne cn Novembro 1946", ín Bul-

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em todos eles, absorvem cêrca de 85 %

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sumo de legumes e frutas: 37,5%, o de

ção, habitação, vestimenta e combustível, OI CO

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Também dc 39 % foi o déficit de con

registrados na população cie trabalhado res nirais c urbanos do Brasil sc aproxi-

No setor da alimentação,

por adulto do sexo masculino. No mes mo ano, o consumo de pão e cereais da população brasileira era de cêrca de 39 % menor do que o mínimo necessário.

Em 1946, o nível de

de 1933.

A vestimenta e os panos de casa,con sumidos pela grande maioria da popula-


W*". m Dicesto EcoNÓNnco

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1

Dicesto EcoNÔAncò

entrou a cultura ocidental. Tipos mais

pública, êle não entenderá bem o sen tido de nossa pergunta. Pouco se inco

mo "per capita" de tecidos de algodão

antigos de civilização url/ana lhe cedem lugar c este fato se exprime pela substi

modarão com o no.sso conselho de curar

palavras do Prof. Giorgio Mortara ela se

foi calculado cm 18 metros, 3,4 vezes

tuição de bairros antigos, com .sua ar

ou e\'itar a anquilostomiasc. Embora

enuncia

menor do que o verificado em 1929 nos

quitetura multissecular, por uma espécie de edificação urbana altamente estandardizacla. Êsse fenômeno .se processa, de maneira semelhante, nas metrópoles sulamericanas, niLS cidades medievais da

falem português não parece fácil enten

ção brasileira é predominantemente do tecido de algodão. Em 1949, o consu

Estados Unidos.

O consumo de lã nó

Brasil (0,29 metros "per capita" em

1949) é, do ponto de vista do conjunto da população, insignificante. Estima-se que o consumo nacional de tecidos é cerca de 5 vêzcs menor do que o con sumo geral dos Estados Unidos (21). . No que concerne à moradia, a Fun

dação da Casa Popular estimou em 1946 que havia uma superlotação de 14 mi

lhões de pessoas no Brasil, o que quer

dizer que cerca de 30% de sua popula ção habitavam cm más condições. Es timou ainda este órgão que 50 % das ha bitações do país nao atendiam às condi

Europa e nas antigas cidades asiáticas. — Acompaniiando a reta, depara-se com um tipo de cultural niral estreitamente ligado à cidade: e.vtr.ida.s atravessam-na, seus homens trabalham e produzem pa

O

Brasil é um mosaico de culturas, já ob servou Lynn Smith. O "gradient" que Robert Redfield e outros sociólogos re gistraram no México pode ser observado também em nosso país. Da orla do Atlântico para o interior do Brasil, assi nalam-se numerosos graus culturais, des

cujfuralmente muito heterogêneos. Nuipa extrerriidade está a metrópole moder na representando um tipo de civilização urbaqa qu^j rapidamente difund.ihdQj-erpi^t^díyij.ííft

da Terra onde

"Entre

as

mortalidade, assegura-se, apenas, a

so

Nos municípios das capitais, 71,1 % das pessoas de 10 anos c mais sabiam ler e escrever, enquanto nos municípios do in terior apenas 36.9% das pessoas do 10

constitucionalmcnte inferiores, salvos dà

anos e mais aí residentes sabiam ler e

se caso representam para a sociedade um

brevivência de indivíduos constitucionalmentc inferiores" — "Êsses indivíduos

eliminação na primeira infância, ou não conseguem chegar à idade adulta, e nes ônus econômico maior, a que não se con

dimento escasso ou nulo. e," blològicainen-

dentes nos municípios do interior sabiam

te pela sua participação na reprodução,

quahpier motivo, que, às vèzcs, escapa à compreensão de>scs produtores rústi

ler e escrever.

(Cf

cos, os mercados deixam de absorver sua

cia material depende de troca monetária c lucro. — Prosseguindo pela reta en

contram-se, já bem mais distante do pon to de partida, populações caboclas cuja vida parece decorrer cm um mundo di ferente do nosso.

Pouco ou nada as li

ga ao mercado urbano. Não dependem

dele e o uso que fazem do dinheiro é muito restrito.

uma série de agrupamentos humanos

modo:

sabiam ler c escrever e 37.8% dos resi

ou do algodão não as atingem, porque não plantam esses produtos ou se os plantam, a produção se destina apenas ao consumo pessoal. Geralmente se ó impiedoso com essas populações; aplicam-se-lhes epítetos como "atrasados", "indolentes" e outros, menos lisonjeiro.s ainda. Vivem de uma maneira julgada indigna e desprezível. Acha-se que de viam trabalhar e produzir mais e melhor,

sense, encontra-se, ladeando essa linha,

seguinte

ganizixda de maneira a satisfazer as ne cessidades desses mercados. Se, por

tura de folk". Sobre este "gradient", escreve Emílio Willems, em O -problema

ceiras do Xingu, no planalto matogros-

do

crianças que nascem há sempre uma fra ção de constitucionalmcnte impróprias para a existência; mas a moiTalidade in.fantil. onde fôr deixada agir llvrcment« elimina cm breve essa fração de incapa zes; logo. conseguindo-se diminuir essa

ra mercados c toda a sua vida está or-

de a "civilização" até a chamada "cul

rural brasileiro do ponto de vista antro pológico (São Paulo, 1944): "Se for traçada uma reta, no mapa do Brasil, li gando a cidade de São Paulo às cabe

Em 1940, apenas 43 % dos brasileiros de 10 anos c mais subiam k-r e c,scrc\'cr.

por

escrever. No Acre, 42.6% das pessoas de 10 anos c mais residentes na capital

ções mínimas de higiene e conforto (22). produção ou lhes diminuem a compen Os problemas resultantes da desigual sação monetária, a sua vida se torna ex dade econômica do Brasil são agravados tremamente difíeil, pois a sua subsistên pela sua hctcrogeneidade cultural.

der-se com êles."

(4) A Ideologia blologística tem.

outro lado. uma variante que se exprime cm tôrmos pessimistas (darwinistas). Nas

Altas ou baixas do café

que deviam adubar suas roças, usar sa

bão, escola, parteira, farmácia e médico. Se se perguntar a um de seu.s indivíduos se conhece o nome do Presideuite da Re

No Amazonas, os núme

ros correspondentes eram respectivamen te 67,3% e 32.6%.

No Pará, 75,1% e

24,8%. No Maranhão, 67,9% e 20,2%. No Piauí. 38.6% e 20,3%. No Ceará,

trapõe nenhum benefício; ou ficam adul

tos. e nesse caso se tornam prejudiciais à sociedade, cconòmícamento. polo seu ren

através da qual perpetuam as suas taras"

Estudos Brasileiros do Demografia.

Monografia n.° 2. Fundação Getulio Var

gas. Outubro 1946). (5) Cf. Pedro de Alcântara. Causas o

Remédios Sociais da Mortalidade Infantil.

São Paulo. 1945.

64,5% e 26,2 %. No Rio Grande do Nor te, 61.5% e 27,8%. Na Bahia, 70.9%

(6) Cf. Pedro Borges, "Como fomentar a produção e o consumo dos nossos ali

c 23.0%; Em Minas Gerais, 81.8% e 50.8%. Em Goiás, 40.6% e 25.6%.

leira de Medicina PubUca. Julho-Agos-

mentos de real valor", m Revista Brasi

to. 1946.

(7) O estudo sistemático destas questões 6 o cue René Sand chama de Economia (1) Neste particular devem ser destaca

dos os trabalhos do Instituto of Worjd Affaírs da New School íor Social Research, principalmente os de Wilbert E. Moorc, entre os quais, Primitive and Peatants In Indusirv o Theoreíical Aspecla

o£ Industrialization, ambos editados pelo referido Instituto.

(2) Os mais significativos trabalhos desta orientação são cs patrocinados pelo "Comittee on Human Relations in Indus-

Huma*na Cf. René Sand, L'Economio Humaine. Presses Universitaires de France. Paris. 1948.

(8)Fontes: Doe. E/PC/T/180 — das Nações Unidas. A respeito da renda na cional. ainda se fazem, em geral, as pri meiras estimativas. No Brasil, os estudos da matéria ainda se encontram em fase de levantamentos preliminares, realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística e pela Fundação Getúlio Var

try", dirigido por W. Lloyd Warner e

gas, em

Burleigh B. Gardner.

algumas estimativas da mais larga apro

Cf. ainda. X)eep

Soulh (Universidade de Chicago. 194D) de

autoria de Alison Davis,

Burioigh B.

Gardner e Mary R. Gardner (vide tam

bém: Mário Lins. "EI principio de limites en ia Problemática Sociologia". Revista

colaboração.

Têm sido feitas

ximação, quanto ao Brasil, entre as quais as de Roberto Simonsen, Rômulo de Al meida Richard Lewinsohn. Marcelo Boldrini (Cf. Conceito e determinação da

renda nacional, "in" Digesto Econômico,

Mexicana de Sociologia. Septiembre-De-

n.o 37, dezembro de 1947. São Paulo) e

ciembre. 1945).

J. B. D. Derkssen (Cf. Preliminary me-

' (3) Cf. L. Hersch, "D^une formule géiiérale de Ia baisse de Ia mortalité dans

ícs divers pays de TEurope Occidentale". Théorie Genérale de Ia population. Con-

grès International de Ia Population. Hermann et Cie.. Editeurs. Paris. 1938.

morandum on the measurement of natio>

nal income of Brazil. Statistical Oífice of the Unitcd Nations. Lake Sucess. N.

Y. Agosto de 1948).

(9) Cf. Sérgio Nunes Magalhães Júnior, 'O Distrito Federal e o Brasil". Folheto


W*". m Dicesto EcoNÓNnco

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Dicesto EcoNÔAncò

entrou a cultura ocidental. Tipos mais

pública, êle não entenderá bem o sen tido de nossa pergunta. Pouco se inco

mo "per capita" de tecidos de algodão

antigos de civilização url/ana lhe cedem lugar c este fato se exprime pela substi

modarão com o no.sso conselho de curar

palavras do Prof. Giorgio Mortara ela se

foi calculado cm 18 metros, 3,4 vezes

tuição de bairros antigos, com .sua ar

ou e\'itar a anquilostomiasc. Embora

enuncia

menor do que o verificado em 1929 nos

quitetura multissecular, por uma espécie de edificação urbana altamente estandardizacla. Êsse fenômeno .se processa, de maneira semelhante, nas metrópoles sulamericanas, niLS cidades medievais da

falem português não parece fácil enten

ção brasileira é predominantemente do tecido de algodão. Em 1949, o consu

Estados Unidos.

O consumo de lã nó

Brasil (0,29 metros "per capita" em

1949) é, do ponto de vista do conjunto da população, insignificante. Estima-se que o consumo nacional de tecidos é cerca de 5 vêzcs menor do que o con sumo geral dos Estados Unidos (21). . No que concerne à moradia, a Fun

dação da Casa Popular estimou em 1946 que havia uma superlotação de 14 mi

lhões de pessoas no Brasil, o que quer

dizer que cerca de 30% de sua popula ção habitavam cm más condições. Es timou ainda este órgão que 50 % das ha bitações do país nao atendiam às condi

Europa e nas antigas cidades asiáticas. — Acompaniiando a reta, depara-se com um tipo de cultural niral estreitamente ligado à cidade: e.vtr.ida.s atravessam-na, seus homens trabalham e produzem pa

O

Brasil é um mosaico de culturas, já ob servou Lynn Smith. O "gradient" que Robert Redfield e outros sociólogos re gistraram no México pode ser observado também em nosso país. Da orla do Atlântico para o interior do Brasil, assi nalam-se numerosos graus culturais, des

cujfuralmente muito heterogêneos. Nuipa extrerriidade está a metrópole moder na representando um tipo de civilização urbaqa qu^j rapidamente difund.ihdQj-erpi^t^díyij.ííft

da Terra onde

"Entre

as

mortalidade, assegura-se, apenas, a

so

Nos municípios das capitais, 71,1 % das pessoas de 10 anos c mais sabiam ler e escrever, enquanto nos municípios do in terior apenas 36.9% das pessoas do 10

constitucionalmcnte inferiores, salvos dà

anos e mais aí residentes sabiam ler e

se caso representam para a sociedade um

brevivência de indivíduos constitucionalmentc inferiores" — "Êsses indivíduos

eliminação na primeira infância, ou não conseguem chegar à idade adulta, e nes ônus econômico maior, a que não se con

dimento escasso ou nulo. e," blològicainen-

dentes nos municípios do interior sabiam

te pela sua participação na reprodução,

quahpier motivo, que, às vèzcs, escapa à compreensão de>scs produtores rústi

ler e escrever.

(Cf

cos, os mercados deixam de absorver sua

cia material depende de troca monetária c lucro. — Prosseguindo pela reta en

contram-se, já bem mais distante do pon to de partida, populações caboclas cuja vida parece decorrer cm um mundo di ferente do nosso.

Pouco ou nada as li

ga ao mercado urbano. Não dependem

dele e o uso que fazem do dinheiro é muito restrito.

uma série de agrupamentos humanos

modo:

sabiam ler c escrever e 37.8% dos resi

ou do algodão não as atingem, porque não plantam esses produtos ou se os plantam, a produção se destina apenas ao consumo pessoal. Geralmente se ó impiedoso com essas populações; aplicam-se-lhes epítetos como "atrasados", "indolentes" e outros, menos lisonjeiro.s ainda. Vivem de uma maneira julgada indigna e desprezível. Acha-se que de viam trabalhar e produzir mais e melhor,

sense, encontra-se, ladeando essa linha,

seguinte

ganizixda de maneira a satisfazer as ne cessidades desses mercados. Se, por

tura de folk". Sobre este "gradient", escreve Emílio Willems, em O -problema

ceiras do Xingu, no planalto matogros-

do

crianças que nascem há sempre uma fra ção de constitucionalmcnte impróprias para a existência; mas a moiTalidade in.fantil. onde fôr deixada agir llvrcment« elimina cm breve essa fração de incapa zes; logo. conseguindo-se diminuir essa

ra mercados c toda a sua vida está or-

de a "civilização" até a chamada "cul

rural brasileiro do ponto de vista antro pológico (São Paulo, 1944): "Se for traçada uma reta, no mapa do Brasil, li gando a cidade de São Paulo às cabe

Em 1940, apenas 43 % dos brasileiros de 10 anos c mais subiam k-r e c,scrc\'cr.

por

escrever. No Acre, 42.6% das pessoas de 10 anos c mais residentes na capital

ções mínimas de higiene e conforto (22). produção ou lhes diminuem a compen Os problemas resultantes da desigual sação monetária, a sua vida se torna ex dade econômica do Brasil são agravados tremamente difíeil, pois a sua subsistên pela sua hctcrogeneidade cultural.

der-se com êles."

(4) A Ideologia blologística tem.

outro lado. uma variante que se exprime cm tôrmos pessimistas (darwinistas). Nas

Altas ou baixas do café

que deviam adubar suas roças, usar sa

bão, escola, parteira, farmácia e médico. Se se perguntar a um de seu.s indivíduos se conhece o nome do Presideuite da Re

No Amazonas, os núme

ros correspondentes eram respectivamen te 67,3% e 32.6%.

No Pará, 75,1% e

24,8%. No Maranhão, 67,9% e 20,2%. No Piauí. 38.6% e 20,3%. No Ceará,

trapõe nenhum benefício; ou ficam adul

tos. e nesse caso se tornam prejudiciais à sociedade, cconòmícamento. polo seu ren

através da qual perpetuam as suas taras"

Estudos Brasileiros do Demografia.

Monografia n.° 2. Fundação Getulio Var

gas. Outubro 1946). (5) Cf. Pedro de Alcântara. Causas o

Remédios Sociais da Mortalidade Infantil.

São Paulo. 1945.

64,5% e 26,2 %. No Rio Grande do Nor te, 61.5% e 27,8%. Na Bahia, 70.9%

(6) Cf. Pedro Borges, "Como fomentar a produção e o consumo dos nossos ali

c 23.0%; Em Minas Gerais, 81.8% e 50.8%. Em Goiás, 40.6% e 25.6%.

leira de Medicina PubUca. Julho-Agos-

mentos de real valor", m Revista Brasi

to. 1946.

(7) O estudo sistemático destas questões 6 o cue René Sand chama de Economia (1) Neste particular devem ser destaca

dos os trabalhos do Instituto of Worjd Affaírs da New School íor Social Research, principalmente os de Wilbert E. Moorc, entre os quais, Primitive and Peatants In Indusirv o Theoreíical Aspecla

o£ Industrialization, ambos editados pelo referido Instituto.

(2) Os mais significativos trabalhos desta orientação são cs patrocinados pelo "Comittee on Human Relations in Indus-

Huma*na Cf. René Sand, L'Economio Humaine. Presses Universitaires de France. Paris. 1948.

(8)Fontes: Doe. E/PC/T/180 — das Nações Unidas. A respeito da renda na cional. ainda se fazem, em geral, as pri meiras estimativas. No Brasil, os estudos da matéria ainda se encontram em fase de levantamentos preliminares, realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística e pela Fundação Getúlio Var

try", dirigido por W. Lloyd Warner e

gas, em

Burleigh B. Gardner.

algumas estimativas da mais larga apro

Cf. ainda. X)eep

Soulh (Universidade de Chicago. 194D) de

autoria de Alison Davis,

Burioigh B.

Gardner e Mary R. Gardner (vide tam

bém: Mário Lins. "EI principio de limites en ia Problemática Sociologia". Revista

colaboração.

Têm sido feitas

ximação, quanto ao Brasil, entre as quais as de Roberto Simonsen, Rômulo de Al meida Richard Lewinsohn. Marcelo Boldrini (Cf. Conceito e determinação da

renda nacional, "in" Digesto Econômico,

Mexicana de Sociologia. Septiembre-De-

n.o 37, dezembro de 1947. São Paulo) e

ciembre. 1945).

J. B. D. Derkssen (Cf. Preliminary me-

' (3) Cf. L. Hersch, "D^une formule géiiérale de Ia baisse de Ia mortalité dans

ícs divers pays de TEurope Occidentale". Théorie Genérale de Ia population. Con-

grès International de Ia Population. Hermann et Cie.. Editeurs. Paris. 1938.

morandum on the measurement of natio>

nal income of Brazil. Statistical Oífice of the Unitcd Nations. Lake Sucess. N.

Y. Agosto de 1948).

(9) Cf. Sérgio Nunes Magalhães Júnior, 'O Distrito Federal e o Brasil". Folheto


rr

DI(3EST0 Eco.nó.mico

104

n.o 4, do De;)artamento de Geograf^ e Estatística do Distrito Federal. Vambem do mesmo autor: "Os Ciclos Econômicos .

Serviço Gráfico do I.B.G.E. itio. 1948. (10) Cf. "Estimativa do Valor da Pro dução Industrial".

Estudos Economicos.

Departamento Econômico da Confedera ção Nacional da Indústria. Ano I n.o 1.

• (11) Evaristo Leitão, Ròmulo Cavina e João Soares Palmeira, O Trabalhador ru

ral brasileiro. Departamento de Estatísti ca e Publicidade. Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Kio. 1987. (12) H. B. Davis, Padrão de Vida dos Operários da Cidade de Sáo Paulo. "Kc-

vista do Arquivo Municipal". Vol. XIII. São Paulo.

(12a) Josué de Castro, Alimentação e Raça, Civilização Brasileira S. A. Üto. 1936. Pág. 95.

(13) Samuel H. Lowrle. Pescruisa de

padrao de vida das famillas dos operários da Lixr^eza Pública da Municioalidade de

Ano^" sa

4$300, soma 16S000: rcstão-lhe quatro nül

(17) (?í. "Sugestões para uma Política

Ainda: Tiialt-s tíe Azovõtí'j.'Padrão • Ali-

reis para sustentar-se nos dias santos, nas moleatias, e para vestir-se. etc. o que é impossível para o homem que quizer hi

Ecdnónilca Panamcricana". Con.sciho Económico'-do 'Confcídcração Nacional da'In-'

meniaY da População da Cidade do Sal vador. Departamento'dc Saúde.-Secrciaria da Educação c Saúde. Bahia. 1947. (20) Cf. Trabalho citado cm a nota 17.

giênica e honradamente viver; mas sendo

notório que o pobre também vive com honra

Arquivo" Municipal. Egídio Araúio, Uma Pesqul-

Psdrao ae Vida. Suplemento ao Vo

lume LXXX da Revista do Arquivo Mu nicipal". São Paulo.

(15) F. Pomneo do Amaral,

PoVtJca

Alimentar. Editora Brasiliense. São Pau lo. 1945.

(16) Relatório Anual da Divisão Regio nal do S.E.S.I., Rio. Março de 194/ a março de 1948.

(16a) Na primeira metade do séc-lo XIX, rezava um documento do Conselho Geral de Salubridade Publica da Piuvia-

cia de Pernambuco: "O mal nue prrvpm a saúde pública, pela destruição das mat-

tas, pela faita oe cuidaao na cons^rivovao

convém

saber

como isto se faz.

A ca/ne seca. o peixe sevo o salgado, e as

Março de 1950.

mais

das vezes

seni goma, má casa, a dutos que diminuição

arruinado, a farinha

a má comida, a má dormida, a fazenda arruinada, são os pro consumem o pobre; além da que 6 obri.gauo a fazer para

Com deixará

de sofrer, sua

mas de Alimentação no Brasil. Rio. 1D46.

(2'') Idem. Vide também: O problema da Habitação Pcpular no Brasil. Funda

ção da Casa Pcpalar. Rio. 19-17.

.J-

i,; ■sa

fraco e covarde; o marinheiro é sensível e sem intrepidcz; as croadas e amas que se vão encarregar dc casas e íillios dos abastados são mais por sua organização e

educação" (Cf. Gilberto Freyrc, NOR DESTE, Livraria José Olympio. Editòra. Rio. 1937. Págs. 237-238). (16b) Esta estimativa é do Departamen to Econômico da Confederação Nacional da Indústria. No número do setembro de

1950, Conjuntura Econômica estima em 130 calorias diárias "por capita" o déficit de nutrição do pais, ou em menos de 6 do necessário, admitindo (como o íaz Conjuntura Econômica) que, em média, as necessidades diárias da população bra sileira são de 2,430 calorias "per capita" — considerando como base 3,9i)0 caiorias

para adultos, e 600 a 2.250 calorias para crianças e "íovens de 13 anos. A discre pância entre as duas estimativas (40% e 6%) é, como se vê, muito aguda, o que dá idéia da nrecariedadc das estatísticas nacionais. Todavia, as pesquisas monográficas scbre a dieta alimentar de famí

co da C.N.I.

lativamente pequeno déficit estimado por

'de tôda a produção. O jornal médio de um homem é 640 rs.: o homem social

Conjuntura Econômica, pois ela baseouse nas estatísticas de produção de gêne

Comorende-se. aliás, o re

mente considerado, é a reunião de t^-^z

ros alimentícios que indicam uma cifra

pessoas marido, mulher e filho; e o pri meiro é quem suporta o máximo do tra

evidentemente superior à

do consumo.

Convém salientar! ainda, que o padrão

de 3.000 calorias talvez seja razoável pa ra população de países plenamente de senvolvidos, em que é mínima a contri

300 rs.; se aiuntarmos 80 rs. de farinha, e 20 rs. de lenha, teremos que o homem

buição da fôrça liumana no potencial energético total. Em países subdesenvol vidos como os da América Latina, em que o esforço muscular representa mais de

gasta em comida 400 rs. por dia, e que

50% da energia total (nos Estados Unidos

em

esta cifra é cêrca de 2,4%; na Noruega.

um mez faz 12S00Ü; e como a casa

Proble

será sua prole; dcJa nascerá c soldado

subsequente e geral, proveniente da falta

dez patacas a arroba, em carne^ gastará

(19) Cf. Agostinho Monteiro.

(21) Idcm.

terá o completo desenvolvimento, sua quantidade de trabalho será menor, e má

nutrição, "entre ôsses grupos, da ordem do apurado pelo Departamento Econômi

Supondo que cada um coma uma libra

teriormente.

organização não

lias de operários acusam um déficit de

de carne por dia, não passando esta de

(18) Dados utilizados om 1946 pelo Sr. Pedro Borges. Trabalho inc-neionado an

taes condições esta família não

déstias, não se limita a sua transmissão e destruição momentânea, estende-se mesíno a produzir uma alteraçao orgânica,

dos vae suprir.

dústria. s/d.

acomodar-se.

"ãos animais e do tratamento de suas mo

balho, o trabalho de permuta que a to

105

Dicesto Econónuco

consome pouco mais ou menos um terço

4,5%; na Inglaterra

do que se come, e que no caso suposto é

3.000 calorias parece muito baL^o.

4.4%) o padrão de

\


rr

DI(3EST0 Eco.nó.mico

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n.o 4, do De;)artamento de Geograf^ e Estatística do Distrito Federal. Vambem do mesmo autor: "Os Ciclos Econômicos .

Serviço Gráfico do I.B.G.E. itio. 1948. (10) Cf. "Estimativa do Valor da Pro dução Industrial".

Estudos Economicos.

Departamento Econômico da Confedera ção Nacional da Indústria. Ano I n.o 1.

• (11) Evaristo Leitão, Ròmulo Cavina e João Soares Palmeira, O Trabalhador ru

ral brasileiro. Departamento de Estatísti ca e Publicidade. Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Kio. 1987. (12) H. B. Davis, Padrão de Vida dos Operários da Cidade de Sáo Paulo. "Kc-

vista do Arquivo Municipal". Vol. XIII. São Paulo.

(12a) Josué de Castro, Alimentação e Raça, Civilização Brasileira S. A. Üto. 1936. Pág. 95.

(13) Samuel H. Lowrle. Pescruisa de

padrao de vida das famillas dos operários da Lixr^eza Pública da Municioalidade de

Ano^" sa

4$300, soma 16S000: rcstão-lhe quatro nül

(17) (?í. "Sugestões para uma Política

Ainda: Tiialt-s tíe Azovõtí'j.'Padrão • Ali-

reis para sustentar-se nos dias santos, nas moleatias, e para vestir-se. etc. o que é impossível para o homem que quizer hi

Ecdnónilca Panamcricana". Con.sciho Económico'-do 'Confcídcração Nacional da'In-'

meniaY da População da Cidade do Sal vador. Departamento'dc Saúde.-Secrciaria da Educação c Saúde. Bahia. 1947. (20) Cf. Trabalho citado cm a nota 17.

giênica e honradamente viver; mas sendo

notório que o pobre também vive com honra

Arquivo" Municipal. Egídio Araúio, Uma Pesqul-

Psdrao ae Vida. Suplemento ao Vo

lume LXXX da Revista do Arquivo Mu nicipal". São Paulo.

(15) F. Pomneo do Amaral,

PoVtJca

Alimentar. Editora Brasiliense. São Pau lo. 1945.

(16) Relatório Anual da Divisão Regio nal do S.E.S.I., Rio. Março de 194/ a março de 1948.

(16a) Na primeira metade do séc-lo XIX, rezava um documento do Conselho Geral de Salubridade Publica da Piuvia-

cia de Pernambuco: "O mal nue prrvpm a saúde pública, pela destruição das mat-

tas, pela faita oe cuidaao na cons^rivovao

convém

saber

como isto se faz.

A ca/ne seca. o peixe sevo o salgado, e as

Março de 1950.

mais

das vezes

seni goma, má casa, a dutos que diminuição

arruinado, a farinha

a má comida, a má dormida, a fazenda arruinada, são os pro consumem o pobre; além da que 6 obri.gauo a fazer para

Com deixará

de sofrer, sua

mas de Alimentação no Brasil. Rio. 1D46.

(2'') Idem. Vide também: O problema da Habitação Pcpular no Brasil. Funda

ção da Casa Pcpalar. Rio. 19-17.

.J-

i,; ■sa

fraco e covarde; o marinheiro é sensível e sem intrepidcz; as croadas e amas que se vão encarregar dc casas e íillios dos abastados são mais por sua organização e

educação" (Cf. Gilberto Freyrc, NOR DESTE, Livraria José Olympio. Editòra. Rio. 1937. Págs. 237-238). (16b) Esta estimativa é do Departamen to Econômico da Confederação Nacional da Indústria. No número do setembro de

1950, Conjuntura Econômica estima em 130 calorias diárias "por capita" o déficit de nutrição do pais, ou em menos de 6 do necessário, admitindo (como o íaz Conjuntura Econômica) que, em média, as necessidades diárias da população bra sileira são de 2,430 calorias "per capita" — considerando como base 3,9i)0 caiorias

para adultos, e 600 a 2.250 calorias para crianças e "íovens de 13 anos. A discre pância entre as duas estimativas (40% e 6%) é, como se vê, muito aguda, o que dá idéia da nrecariedadc das estatísticas nacionais. Todavia, as pesquisas monográficas scbre a dieta alimentar de famí

co da C.N.I.

lativamente pequeno déficit estimado por

'de tôda a produção. O jornal médio de um homem é 640 rs.: o homem social

Conjuntura Econômica, pois ela baseouse nas estatísticas de produção de gêne

Comorende-se. aliás, o re

mente considerado, é a reunião de t^-^z

ros alimentícios que indicam uma cifra

pessoas marido, mulher e filho; e o pri meiro é quem suporta o máximo do tra

evidentemente superior à

do consumo.

Convém salientar! ainda, que o padrão

de 3.000 calorias talvez seja razoável pa ra população de países plenamente de senvolvidos, em que é mínima a contri

300 rs.; se aiuntarmos 80 rs. de farinha, e 20 rs. de lenha, teremos que o homem

buição da fôrça liumana no potencial energético total. Em países subdesenvol vidos como os da América Latina, em que o esforço muscular representa mais de

gasta em comida 400 rs. por dia, e que

50% da energia total (nos Estados Unidos

em

esta cifra é cêrca de 2,4%; na Noruega.

um mez faz 12S00Ü; e como a casa

Proble

será sua prole; dcJa nascerá c soldado

subsequente e geral, proveniente da falta

dez patacas a arroba, em carne^ gastará

(19) Cf. Agostinho Monteiro.

(21) Idcm.

terá o completo desenvolvimento, sua quantidade de trabalho será menor, e má

nutrição, "entre ôsses grupos, da ordem do apurado pelo Departamento Econômi

Supondo que cada um coma uma libra

teriormente.

organização não

lias de operários acusam um déficit de

de carne por dia, não passando esta de

(18) Dados utilizados om 1946 pelo Sr. Pedro Borges. Trabalho inc-neionado an

taes condições esta família não

déstias, não se limita a sua transmissão e destruição momentânea, estende-se mesíno a produzir uma alteraçao orgânica,

dos vae suprir.

dústria. s/d.

acomodar-se.

"ãos animais e do tratamento de suas mo

balho, o trabalho de permuta que a to

105

Dicesto Econónuco

consome pouco mais ou menos um terço

4,5%; na Inglaterra

do que se come, e que no caso suposto é

3.000 calorias parece muito baL^o.

4.4%) o padrão de

\


.m* Digesto Econômico

IMPÔSTO SÔBRE A RENDA José Tomaz Nabuco (relator) A

Comissão de Legislação tributá-

I — Título ao portador

Sr- Presidente da Federação das As

sociações Comerciais do Brasil, reu nida para examinar o projeto n.®

364 B, de 1951, da Câmara dos Depu tados, relativo a alterações no Re

gulamento do Imposto de Renda,

Parece, sobretudo, injusto que aos

taxação elevada paru êsses títulos,

grandes possuidores se assegurem essas facilidades, ao passo que se

porque seria chegar a idêntico re sultado por meios indiretos g mais

obrigue aos pequenos a se .submeter

odiosos.

à inconveniência de comparecer ã se de das sociedades, a fim de assinar

II — Ucndimcntoa dc residentes no ex

termos de transferência de reduzida

ria, nomeada em plenário, pelo O aumento da tributação sôbre di

videndos de ações ao portador, de 15 para 30%, pareceu aos membros da Comissão assumir um caráter proibi tivo quanto à continuação da existên cia e da circulação desses títulos. A

O parecer da Comissão de Finanças

necessidades essenciais da vida, som

da Câmara dos Deputados sustenta

tornar pública a operação realizada pela avcrbação a ser feita c que c

termos moderados que não importem

exigida quando as ações revestem a forma de títulos nominativos.

em afugentar capitais de que a nação carece para o desenvolvimento de sua

grande maioria deles se encontra em

poder de contribuintes sujeitos a uma

de sua parte o pensamento unânime de o.ue o aumento da receita deve ser

assinalada a inconveniência do au

taxação inferior, pelo progressivo, à citada taxa de 30%, o que fará com que todos esses procurem converter suas ações ao portador cm ações no

mento do impôsto sôbre juros de debêntures, que passará de 15 a 20%,

' das taxas do tributo, já muito apre ciáveis, especialmente se se atender a que o imposto sôbre a renda não ó o único elemento de receita do or çamento federal, mas apenas um dos vários grandes impostos que pesam sôbre a produção e a vida econômica do pais.

A Comissão se demorou na apre ciação de alguns pontos em que lhe parecia possível melhorar a fiscali zação da arrecadação, mas concluiu que sôbre êsse aspecto do assunto compete ao Tesouro e não a ela indi car as medidas que poderiam ser tomadas.

Assinalou-se que o aumento das taxas de imposto, sem a melhoria da

arrecadação, é profundamente injus to, porque vai onerar apenas os bens contribuintes, que já pagam o tribu

to, permitindo que os demais conti nuem a gozar da sua franquia de fato.

minativas, na medida do possível. As sim, o gôzo das vantagens e como

didades dos títulos ao portador se

Não pode deixar do ser também

tornando mais difícil a obtenção de

recursos por êsse meio. A verdadeira taxa pela qual se de ve* tributar a ação ao portador há

de ser aquela que reflita uma justa

tornará, com êsse aumento de tribu

média entre as taxas a que ficam

tação, privilégio sòmente dos contri buintes cujas rendas líquidas, depois

sujeitos os contribuintes maiores e

de deduzidos todos os encargos, seja

da ordem de Cr$ 900.000,00 em cada exercício.

as taxas a que ficam sujeitos os me nores. Essa média ideal só poderia

ser fixada pela Delegacia do Impos to de Renda mediante cálculos feitos

Essa situação fará com que o Te

com os elementos todos de que dis

souro Nacional possivelmente venha a receber menor arrecadação da tri

põe. Mas, num país onde o máximo do impôsto progressivo 6 de 50%

butação das ações ao portador, com

essa média não seria nunca a pre

a elevação das taxas, do que aquilo

tendida pelo projeto e fixada em 30%, senão, com muito maior probabilida de, a de 15% já existente.

que atualmente está auferindo, con

sideração, porém, que melhor parti ria do fisco do que desta Federação. Ela só teria a lamentar o desapa recimento quase certo do mercado na cional dos papéis ao portador que tanta comodidade proporcionam às transmissões rápidas de ações, às cauções confidenciais em estabeleci mentos bancários e a outros atos da vida comercial e civil.

Por êsse motivo, a Comissão con clui e indica que se não altere a ta

xa a que estão sujeitos os títulos ao portador, já suficientemente alta na base atual.

As mesmas razões que levaram a Câmara dos Deputados a rejeitar o

projeto de extinção das ações ao por tador conduzem à rejeição de uma

íÍUéí

terior

número de ações e de não poder uti lizá-las como penhor, para garantir

abordou os aspectos principais das modificações sugeridas, notando-se

procurado numa boa fiscalização do imposto de preferência a um aumento

107

que "a reforma deve ser feita em

economia".

A Comissão é de parecer que efeti vamente a aplicação de capitais es trangeiros no Brasil é muito conve niente o vantajosa. Num país onde as taxas de juros bancários, as de

hipotecas, as do crédito das unidades da Federação, senão da própiãa União Federal, andam na altura dc 10 a 127o ao ano, quando não mais, a fal ta e a deficiência de capitais c óbvia e o que se puder fazer para ampliálos, sejam êles fornecidos de fonte nacional, sejam de fonte estrangeira, devo merecer o inteiro apoio desta Federação.

A taxação dos rendimentos de re sidentes no exterior, até aqui manti da na base de lõT?» pelo projeto é subitamente elevada a mais do dôbrô

daquilo que era antes, indo a 35% e criando para o país uma situação profundamente desvantajosa na com petição mundial pela aplicação de capitais. Nos Estados Unidos da América

do Norte, país padrão em matéria de impôsto de renda, já que quase tôda a sua receita é produzida por êste tributo,,os residentes no exterior são


.m* Digesto Econômico

IMPÔSTO SÔBRE A RENDA José Tomaz Nabuco (relator) A

Comissão de Legislação tributá-

I — Título ao portador

Sr- Presidente da Federação das As

sociações Comerciais do Brasil, reu nida para examinar o projeto n.®

364 B, de 1951, da Câmara dos Depu tados, relativo a alterações no Re

gulamento do Imposto de Renda,

Parece, sobretudo, injusto que aos

taxação elevada paru êsses títulos,

grandes possuidores se assegurem essas facilidades, ao passo que se

porque seria chegar a idêntico re sultado por meios indiretos g mais

obrigue aos pequenos a se .submeter

odiosos.

à inconveniência de comparecer ã se de das sociedades, a fim de assinar

II — Ucndimcntoa dc residentes no ex

termos de transferência de reduzida

ria, nomeada em plenário, pelo O aumento da tributação sôbre di

videndos de ações ao portador, de 15 para 30%, pareceu aos membros da Comissão assumir um caráter proibi tivo quanto à continuação da existên cia e da circulação desses títulos. A

O parecer da Comissão de Finanças

necessidades essenciais da vida, som

da Câmara dos Deputados sustenta

tornar pública a operação realizada pela avcrbação a ser feita c que c

termos moderados que não importem

exigida quando as ações revestem a forma de títulos nominativos.

em afugentar capitais de que a nação carece para o desenvolvimento de sua

grande maioria deles se encontra em

poder de contribuintes sujeitos a uma

de sua parte o pensamento unânime de o.ue o aumento da receita deve ser

assinalada a inconveniência do au

taxação inferior, pelo progressivo, à citada taxa de 30%, o que fará com que todos esses procurem converter suas ações ao portador cm ações no

mento do impôsto sôbre juros de debêntures, que passará de 15 a 20%,

' das taxas do tributo, já muito apre ciáveis, especialmente se se atender a que o imposto sôbre a renda não ó o único elemento de receita do or çamento federal, mas apenas um dos vários grandes impostos que pesam sôbre a produção e a vida econômica do pais.

A Comissão se demorou na apre ciação de alguns pontos em que lhe parecia possível melhorar a fiscali zação da arrecadação, mas concluiu que sôbre êsse aspecto do assunto compete ao Tesouro e não a ela indi car as medidas que poderiam ser tomadas.

Assinalou-se que o aumento das taxas de imposto, sem a melhoria da

arrecadação, é profundamente injus to, porque vai onerar apenas os bens contribuintes, que já pagam o tribu

to, permitindo que os demais conti nuem a gozar da sua franquia de fato.

minativas, na medida do possível. As sim, o gôzo das vantagens e como

didades dos títulos ao portador se

Não pode deixar do ser também

tornando mais difícil a obtenção de

recursos por êsse meio. A verdadeira taxa pela qual se de ve* tributar a ação ao portador há

de ser aquela que reflita uma justa

tornará, com êsse aumento de tribu

média entre as taxas a que ficam

tação, privilégio sòmente dos contri buintes cujas rendas líquidas, depois

sujeitos os contribuintes maiores e

de deduzidos todos os encargos, seja

da ordem de Cr$ 900.000,00 em cada exercício.

as taxas a que ficam sujeitos os me nores. Essa média ideal só poderia

ser fixada pela Delegacia do Impos to de Renda mediante cálculos feitos

Essa situação fará com que o Te

com os elementos todos de que dis

souro Nacional possivelmente venha a receber menor arrecadação da tri

põe. Mas, num país onde o máximo do impôsto progressivo 6 de 50%

butação das ações ao portador, com

essa média não seria nunca a pre

a elevação das taxas, do que aquilo

tendida pelo projeto e fixada em 30%, senão, com muito maior probabilida de, a de 15% já existente.

que atualmente está auferindo, con

sideração, porém, que melhor parti ria do fisco do que desta Federação. Ela só teria a lamentar o desapa recimento quase certo do mercado na cional dos papéis ao portador que tanta comodidade proporcionam às transmissões rápidas de ações, às cauções confidenciais em estabeleci mentos bancários e a outros atos da vida comercial e civil.

Por êsse motivo, a Comissão con clui e indica que se não altere a ta

xa a que estão sujeitos os títulos ao portador, já suficientemente alta na base atual.

As mesmas razões que levaram a Câmara dos Deputados a rejeitar o

projeto de extinção das ações ao por tador conduzem à rejeição de uma

íÍUéí

terior

número de ações e de não poder uti lizá-las como penhor, para garantir

abordou os aspectos principais das modificações sugeridas, notando-se

procurado numa boa fiscalização do imposto de preferência a um aumento

107

que "a reforma deve ser feita em

economia".

A Comissão é de parecer que efeti vamente a aplicação de capitais es trangeiros no Brasil é muito conve niente o vantajosa. Num país onde as taxas de juros bancários, as de

hipotecas, as do crédito das unidades da Federação, senão da própiãa União Federal, andam na altura dc 10 a 127o ao ano, quando não mais, a fal ta e a deficiência de capitais c óbvia e o que se puder fazer para ampliálos, sejam êles fornecidos de fonte nacional, sejam de fonte estrangeira, devo merecer o inteiro apoio desta Federação.

A taxação dos rendimentos de re sidentes no exterior, até aqui manti da na base de lõT?» pelo projeto é subitamente elevada a mais do dôbrô

daquilo que era antes, indo a 35% e criando para o país uma situação profundamente desvantajosa na com petição mundial pela aplicação de capitais. Nos Estados Unidos da América

do Norte, país padrão em matéria de impôsto de renda, já que quase tôda a sua receita é produzida por êste tributo,,os residentes no exterior são


Dicesto

i08

taxados na base de 30%, taxa infe

rior á que se pretende adotar para o Brasil.

No Canadá a tributação dos rendi mentos de residentes no exterior é feita na base de 15% e na Argentina

Econóncco

reúne uma comissão mista, brasileiro-americana, para estudar novas aplicações de capital estrangeiro no nosso país. A mesma razão de equilíbrio entre

109

Dicesto Econômico

mento que taxa como renda ■ aquilo

que na realidade 6 capital, porque,

proporcionaria ao Govêrno uma ren

se alterou e continua a ser sempre

da com que êle hoje não pode contar o não impediria o indispensável

a mesma.

a taxa é de 6%.

O Brasil, adotando uma taxa ele vada, não pode senão contribuir, trl-

to da fixação da taxa de 15% para as ações ao portador, milita tambám

trário do que se faz em outros paí ses, como os Estados Unidos, consi dera lucro aquela diferença, sujeitan

butàriamente, para desviar, para es ses e outros países, elementos de pro dução e de engrandecimento que, de

nesse caso e da mesma forma a favor dos residentes no exterior. No Bra

do-a ao ônus do tributo sobre a pes

sil sempre se manteve uma paridade

componentes.

outra forma, se poderiam encaminhar

nessa tributação puramente propor

para a nossa Terra.

cional (e não progressiva) dos ren

sil já estão sujeitas a uma tributação de 27,75%, pois as filiais aqui pa gam o imposto normal de pessoa jurídica de 15% e o remanescente so fre nova tributação, de 15%, a título de constituir rendimentos da matriz

dimentos dessas duas espécies c esta

comissão é também de parecer que a taxação imposta aos residentes no exterior não deve ser alterada.

vem

assinalando

soa jurídica o também sobre seus

Em conseqüência disso, pequena tem sido a arrecadação do Tesouro

Nacional, decorrente da reavaliação de ativos c os balanços publicados

pelas empresas, de ano em ano, vêm seu ativo muito inferiores às reais.

A desvalorização da moeda que se

residente no exterior. Pelo novo regime, se acaso prevalecesse, a

Mas, o nosso Regulamento, ao con

sempre apresentando cifras para o

III — Reavaliação do ativo

nos

sobre o rhonjtante das Reavaliações,

com o correr dos anos, a fábrica não

os mais aquinhoados pela sorte e os menos, mencionada como fundamen

Deve-se assinalar que as socieda des estrangeiras operando no Bra

posto exigívef do acionista ou sócio,

acerto dos balanços.

Na oportunidade dessa reforma do imposto sobre a renda, deve ser ins tituída uma taxa mais reduzida para a incorporação das reservas ao ca

pital das emprêsas. E' preciso estabelecer distinção en tre as quantias retiradas da empre

sa pelos sócios para seus gastos pes soais, daquelas importâncias corres

pondentes a lucros que ficam reti dos na empresa e nela são investidos,

em caráter definitivo, pela sua con versão em capital.

O investimento dos lucros na em

Uma atitude conciliadora por par

presa, fortifica a posição desta, con

te do Tesouro Nacional em relação

correndo, assim, para o maior equi líbrio da economia nacional.

às emprêsas, (quando se não queira chegar ao que seria realmente jus

sil tem feito com que o capital de quase to

completa do imposto), poderia ser

E' razoável que se estimule o for talecimento das emprêsas, pela inver são de capitais que aumentarao a

das as sociedades co mercias esteja em

a de se permitirem as reavaliações na

sua produtividade. Êsse estimulo jus

de 45%; quase metade

base de um tributo pequeno, que não

dos lucros auferidos no

desproporção completa

as impossibilitasse e cujo pagamento correspondesse às vantagens para o

tifica a criação de uma taxa consideràvelmente inferior à atual que se tem provado proibitiva.

contribuinte do reajustamento êle desejado.

IV — Resumindo

taxação

total

últimos lustros no Bra

dessas

sociedades iria a mais

país seria assim absor vida pelo fisco em ta xação direta (para não

Lr

com o seu valor real e atual. Prédios e fá

bricas, adquiridos em

to e razoável, que seria a isenção

por

falar nas múltiplas taxações indire

anos passados, por preços então ra

tas) e isso poderia levá-las à conclu

zoáveis, representam, na moeda atual,

Essa reavaliação tornaria conheci do do Governo e do público em geral

são de que mais vantajoso seria pro

quantias muito superiores àquelas

o valor real das empresas e o total

duzir as mercadorias nos seus pró prios países e vendê-las ao Brasil,

que foram escrituradas nos livros na

da rioueza econômica do país, co nhecimentos esses de grande utilida de à boa orientação de ação tribu

sem esse ônus, a procurar aqui mon

tar suas fábricas e instalações indus triais.

Essa

orientação é especialmente

surpreendente num momento em que o governo cogita de modificar a nos sa política cambial a fim de animar a vinda de capitais e que aqui se

ocasião de sua aquisição e que até hoje continuam na mesma base. A causa principal da falta de atua lização desses valores tom sido o dis

positivo do regulamento do Imposto

tária.

A Comissão é de parecer que uma

taxa única de 5%, incluindo o im

A Comissão indica que os dirigen tes da Federação das Associações Comerciais do Brasil levem ao co

nhecimento das Câmaras Legislativas

e dos dirigentes da Nação os pontos do vista acima assentados como con

tribuição à boa orientação da legis lação tributária do Pais.

de Renda, que tributa, como se ren

da fosse, a diferença de cifras apura

da na reavaliação. Disposição es púria, pode-se dizer, essa do Regula-

lOTi

O


Dicesto

i08

taxados na base de 30%, taxa infe

rior á que se pretende adotar para o Brasil.

No Canadá a tributação dos rendi mentos de residentes no exterior é feita na base de 15% e na Argentina

Econóncco

reúne uma comissão mista, brasileiro-americana, para estudar novas aplicações de capital estrangeiro no nosso país. A mesma razão de equilíbrio entre

109

Dicesto Econômico

mento que taxa como renda ■ aquilo

que na realidade 6 capital, porque,

proporcionaria ao Govêrno uma ren

se alterou e continua a ser sempre

da com que êle hoje não pode contar o não impediria o indispensável

a mesma.

a taxa é de 6%.

O Brasil, adotando uma taxa ele vada, não pode senão contribuir, trl-

to da fixação da taxa de 15% para as ações ao portador, milita tambám

trário do que se faz em outros paí ses, como os Estados Unidos, consi dera lucro aquela diferença, sujeitan

butàriamente, para desviar, para es ses e outros países, elementos de pro dução e de engrandecimento que, de

nesse caso e da mesma forma a favor dos residentes no exterior. No Bra

do-a ao ônus do tributo sobre a pes

sil sempre se manteve uma paridade

componentes.

outra forma, se poderiam encaminhar

nessa tributação puramente propor

para a nossa Terra.

cional (e não progressiva) dos ren

sil já estão sujeitas a uma tributação de 27,75%, pois as filiais aqui pa gam o imposto normal de pessoa jurídica de 15% e o remanescente so fre nova tributação, de 15%, a título de constituir rendimentos da matriz

dimentos dessas duas espécies c esta

comissão é também de parecer que a taxação imposta aos residentes no exterior não deve ser alterada.

vem

assinalando

soa jurídica o também sobre seus

Em conseqüência disso, pequena tem sido a arrecadação do Tesouro

Nacional, decorrente da reavaliação de ativos c os balanços publicados

pelas empresas, de ano em ano, vêm seu ativo muito inferiores às reais.

A desvalorização da moeda que se

residente no exterior. Pelo novo regime, se acaso prevalecesse, a

Mas, o nosso Regulamento, ao con

sempre apresentando cifras para o

III — Reavaliação do ativo

nos

sobre o rhonjtante das Reavaliações,

com o correr dos anos, a fábrica não

os mais aquinhoados pela sorte e os menos, mencionada como fundamen

Deve-se assinalar que as socieda des estrangeiras operando no Bra

posto exigívef do acionista ou sócio,

acerto dos balanços.

Na oportunidade dessa reforma do imposto sobre a renda, deve ser ins tituída uma taxa mais reduzida para a incorporação das reservas ao ca

pital das emprêsas. E' preciso estabelecer distinção en tre as quantias retiradas da empre

sa pelos sócios para seus gastos pes soais, daquelas importâncias corres

pondentes a lucros que ficam reti dos na empresa e nela são investidos,

em caráter definitivo, pela sua con versão em capital.

O investimento dos lucros na em

Uma atitude conciliadora por par

presa, fortifica a posição desta, con

te do Tesouro Nacional em relação

correndo, assim, para o maior equi líbrio da economia nacional.

às emprêsas, (quando se não queira chegar ao que seria realmente jus

sil tem feito com que o capital de quase to

completa do imposto), poderia ser

E' razoável que se estimule o for talecimento das emprêsas, pela inver são de capitais que aumentarao a

das as sociedades co mercias esteja em

a de se permitirem as reavaliações na

sua produtividade. Êsse estimulo jus

de 45%; quase metade

base de um tributo pequeno, que não

dos lucros auferidos no

desproporção completa

as impossibilitasse e cujo pagamento correspondesse às vantagens para o

tifica a criação de uma taxa consideràvelmente inferior à atual que se tem provado proibitiva.

contribuinte do reajustamento êle desejado.

IV — Resumindo

taxação

total

últimos lustros no Bra

dessas

sociedades iria a mais

país seria assim absor vida pelo fisco em ta xação direta (para não

Lr

com o seu valor real e atual. Prédios e fá

bricas, adquiridos em

to e razoável, que seria a isenção

por

falar nas múltiplas taxações indire

anos passados, por preços então ra

tas) e isso poderia levá-las à conclu

zoáveis, representam, na moeda atual,

Essa reavaliação tornaria conheci do do Governo e do público em geral

são de que mais vantajoso seria pro

quantias muito superiores àquelas

o valor real das empresas e o total

duzir as mercadorias nos seus pró prios países e vendê-las ao Brasil,

que foram escrituradas nos livros na

da rioueza econômica do país, co nhecimentos esses de grande utilida de à boa orientação de ação tribu

sem esse ônus, a procurar aqui mon

tar suas fábricas e instalações indus triais.

Essa

orientação é especialmente

surpreendente num momento em que o governo cogita de modificar a nos sa política cambial a fim de animar a vinda de capitais e que aqui se

ocasião de sua aquisição e que até hoje continuam na mesma base. A causa principal da falta de atua lização desses valores tom sido o dis

positivo do regulamento do Imposto

tária.

A Comissão é de parecer que uma

taxa única de 5%, incluindo o im

A Comissão indica que os dirigen tes da Federação das Associações Comerciais do Brasil levem ao co

nhecimento das Câmaras Legislativas

e dos dirigentes da Nação os pontos do vista acima assentados como con

tribuição à boa orientação da legis lação tributária do Pais.

de Renda, que tributa, como se ren

da fosse, a diferença de cifras apura

da na reavaliação. Disposição es púria, pode-se dizer, essa do Regula-

lOTi

O


TfSrr-.

111

Dicesto Econômico

CULTO DO SEGURO Conferência pronunciada no Sindicato das Emprêsas de Seguros Privados e Capitalização. David Campista Filho

PsTAVA em Poços de Caldas, pôsto

ma comunhão de vistas do sentido continental e solidariedade de com

mo, à "avalanche" das socializações. Resistência feita pela doutrina, fortalecida pelas demonstrações per-

preensão no espírito internacional,

suasivas tiradas da experiência de

resultando na sustentação da preo-

tantos povos, no intuito e na espe rança do evitar legislações apressa

tam-se cm seus aspectos diversos nu-

^

minência do seguro privado polo al cance de seus objetivos na vida das

cm sossego, procurando colher das suas afamadas fontes a virtude que pudesse emprestar tonalidade mais amável ao crepúsculo da exis

considera o autor das Meditações SulAmericanas, — é que o estiolamento da ordem emocional acarreta forço

nações. Assim, buscando iluminar o recesso dos problemas, apelam as

samente a dcsumanização de que os regimes totalitários nos fornecem

clima de compreensiva liberdade onde

tência, quando me surpreende um

eloqüentes exemplos que nos estar

guro privado, difundindo, pois, o es pírito de previdência que implica em propagar os meios do defesa de que

telegrama de Odilon Beauclair que me vinha participar da resolução da Diretoria deste Sindicato de convi dar-me para uma palestra comemo

rativa do dia Continental do Seguro.

Todos que convivemos com Beauclair" conhecemos o irresistível imperativo que há na suavidade de suas pala vras, e desvanecido polo convite aqui estou receando, todavia, que a mo déstia de minha contribuição sacri fique o brilho da celebração que os seguradores do Brasil desejam im primir à data do 14 de maio.

Instituir o dia Continental do Se guro resultou da eclosão do senti mento de culto e, portanto, de defe

sa do seguro privado, não signifi cando, por isso, o registro de uma data meramente comemorativa.

Se a idéia fecundou-se ao calor

das terras de Espanha, a primeira nação que traçou ao seguro diretri zes jurídicas nas Ordenanças de suas maiores cidades, teve magnífica flo

recem, ao sabermos que os adorado

res do Estado, sob a mística dos dita

dores, fazem com que os filhos de nunciem os pais, os amigos se es

pionem mutuamente, os esposos sus peitem um do outro, implantando dêste modo o domínio da inquieta ção, êsse novo mal do século na ex pressão do Daniel — Rops.

A ordem emocional foi, som dúvi

da, destacado fator de inspiração do culto ao seguro, expresso no dia Continental do Seguro; despertou assim o devotamento dos Segurado res Sul-Americanos e dos cultores da

Conferências Hemisféricas para um

se desenvolvam as atividades de se

carece a vida econômica dos povos. Ünicamente o regime do livre em

preendimento poderá produzir frutos

seguro, sem lhe sentir o alcance da função protetora e de equilíbrio na economia nacional, de restabeleci

mento e renovação dc valores, a f^ de permitir e promover que a vida da riqueza pública continue.

E' a missão de nobre e elevada sig

benfazejos, prerrogativa

nificação que se come

em luminosa evidência

tem às celebrações do dia Continental do Se

na experiência de países

guro, porque lhe insti

diversos.

Entretanto, a incom

tui o culto que continuadamente se oficia atra vés das Conferências Hemisféricas, estrutu rando e vivificando a,

preensão e contradição do tempo atual põem o

seguro privado sob ameaça de socialização

doutrina, desenvolvendo

ou nacionalização, ex

ciência assecuratória, dentro os quais

pressões com que se apresenta o es-

ressalta no Chile a figura de D. Gui

tatismo.

lherme Dei Pedregal, um dos fixa dores da data de 14 do maio, mês de mansuetude luminosa no clima

— a expropriação das emprêsas pri vadas, a substituição do impulso cria

Seria, então, de acontecer

Sul-Americano.

dor da iniciativa particular pelo remanso da burocracia, a troca da res

Daí, vem irradiando perenemente a força animadora das Conferências

si próprio, pelo pavor de responsa

Hemisféricas naquele sublime ideal

das que, impulsionadas pela ansie dade das expropriaçücs, no delírio do assalto ao patrimônio c reservas das emprêsas privadas, sejam impro visadas sem penetrar no âmago do

ponsabilidade dequele que vale por

a técnica e enriquecendo a teoria. Instituições, homens, pensamentos e valores, tudo enfim, que exista, so mente encontrará permanência e eter-

nidado por meio do culto que lhes rendam o amor e veneração dos ho mens.

Viver não é apenas ter existência

bilidade de que nos falou Faguet. Seria o Estado industrial movendo-se

real, objetiva, porém permanecer em gerações futuras — é o prestigio e

emocional do que fala Keyserling, ao

tisas, o fogo sagrado em proteção das instituições romanas e da gran

penosamente na imensidade do funcionarismo, em lugar da atividade

milagre dos cultos.

considerar que é a alma que faz do

deza latina.

muitos, sincronizada no ritmo esti mulado pelo gênio mercantil. Faz-se, portanto, mister opor re-

tole France, no qual sustenta a tese

Bistência à onda invasora do estatis-

imaginação existem com, mais fia-

rescência na América latina, porque aí

encontrou

ambiência

na

ordem

homem um homem, não o homo sa-

picns de Lineu, porém o homem o pri meiro animal que sente. Por isso, —

que o Templo de Vesta celebrava ao manter, na pureza de suas sacerdo

Dessas reuniões que se têm reali

zado em Washington, no México, no Chile, os temas do seguro apresen-

privada subdividida em trabalhos de

espírito na memória e lembrança das

Desta

concepção

chegaremos

ao.

paradoxo de um dos contos de Anade que os personagens criados pela


TfSrr-.

111

Dicesto Econômico

CULTO DO SEGURO Conferência pronunciada no Sindicato das Emprêsas de Seguros Privados e Capitalização. David Campista Filho

PsTAVA em Poços de Caldas, pôsto

ma comunhão de vistas do sentido continental e solidariedade de com

mo, à "avalanche" das socializações. Resistência feita pela doutrina, fortalecida pelas demonstrações per-

preensão no espírito internacional,

suasivas tiradas da experiência de

resultando na sustentação da preo-

tantos povos, no intuito e na espe rança do evitar legislações apressa

tam-se cm seus aspectos diversos nu-

^

minência do seguro privado polo al cance de seus objetivos na vida das

cm sossego, procurando colher das suas afamadas fontes a virtude que pudesse emprestar tonalidade mais amável ao crepúsculo da exis

considera o autor das Meditações SulAmericanas, — é que o estiolamento da ordem emocional acarreta forço

nações. Assim, buscando iluminar o recesso dos problemas, apelam as

samente a dcsumanização de que os regimes totalitários nos fornecem

clima de compreensiva liberdade onde

tência, quando me surpreende um

eloqüentes exemplos que nos estar

guro privado, difundindo, pois, o es pírito de previdência que implica em propagar os meios do defesa de que

telegrama de Odilon Beauclair que me vinha participar da resolução da Diretoria deste Sindicato de convi dar-me para uma palestra comemo

rativa do dia Continental do Seguro.

Todos que convivemos com Beauclair" conhecemos o irresistível imperativo que há na suavidade de suas pala vras, e desvanecido polo convite aqui estou receando, todavia, que a mo déstia de minha contribuição sacri fique o brilho da celebração que os seguradores do Brasil desejam im primir à data do 14 de maio.

Instituir o dia Continental do Se guro resultou da eclosão do senti mento de culto e, portanto, de defe

sa do seguro privado, não signifi cando, por isso, o registro de uma data meramente comemorativa.

Se a idéia fecundou-se ao calor

das terras de Espanha, a primeira nação que traçou ao seguro diretri zes jurídicas nas Ordenanças de suas maiores cidades, teve magnífica flo

recem, ao sabermos que os adorado

res do Estado, sob a mística dos dita

dores, fazem com que os filhos de nunciem os pais, os amigos se es

pionem mutuamente, os esposos sus peitem um do outro, implantando dêste modo o domínio da inquieta ção, êsse novo mal do século na ex pressão do Daniel — Rops.

A ordem emocional foi, som dúvi

da, destacado fator de inspiração do culto ao seguro, expresso no dia Continental do Seguro; despertou assim o devotamento dos Segurado res Sul-Americanos e dos cultores da

Conferências Hemisféricas para um

se desenvolvam as atividades de se

carece a vida econômica dos povos. Ünicamente o regime do livre em

preendimento poderá produzir frutos

seguro, sem lhe sentir o alcance da função protetora e de equilíbrio na economia nacional, de restabeleci

mento e renovação dc valores, a f^ de permitir e promover que a vida da riqueza pública continue.

E' a missão de nobre e elevada sig

benfazejos, prerrogativa

nificação que se come

em luminosa evidência

tem às celebrações do dia Continental do Se

na experiência de países

guro, porque lhe insti

diversos.

Entretanto, a incom

tui o culto que continuadamente se oficia atra vés das Conferências Hemisféricas, estrutu rando e vivificando a,

preensão e contradição do tempo atual põem o

seguro privado sob ameaça de socialização

doutrina, desenvolvendo

ou nacionalização, ex

ciência assecuratória, dentro os quais

pressões com que se apresenta o es-

ressalta no Chile a figura de D. Gui

tatismo.

lherme Dei Pedregal, um dos fixa dores da data de 14 do maio, mês de mansuetude luminosa no clima

— a expropriação das emprêsas pri vadas, a substituição do impulso cria

Seria, então, de acontecer

Sul-Americano.

dor da iniciativa particular pelo remanso da burocracia, a troca da res

Daí, vem irradiando perenemente a força animadora das Conferências

si próprio, pelo pavor de responsa

Hemisféricas naquele sublime ideal

das que, impulsionadas pela ansie dade das expropriaçücs, no delírio do assalto ao patrimônio c reservas das emprêsas privadas, sejam impro visadas sem penetrar no âmago do

ponsabilidade dequele que vale por

a técnica e enriquecendo a teoria. Instituições, homens, pensamentos e valores, tudo enfim, que exista, so mente encontrará permanência e eter-

nidado por meio do culto que lhes rendam o amor e veneração dos ho mens.

Viver não é apenas ter existência

bilidade de que nos falou Faguet. Seria o Estado industrial movendo-se

real, objetiva, porém permanecer em gerações futuras — é o prestigio e

emocional do que fala Keyserling, ao

tisas, o fogo sagrado em proteção das instituições romanas e da gran

penosamente na imensidade do funcionarismo, em lugar da atividade

milagre dos cultos.

considerar que é a alma que faz do

deza latina.

muitos, sincronizada no ritmo esti mulado pelo gênio mercantil. Faz-se, portanto, mister opor re-

tole France, no qual sustenta a tese

Bistência à onda invasora do estatis-

imaginação existem com, mais fia-

rescência na América latina, porque aí

encontrou

ambiência

na

ordem

homem um homem, não o homo sa-

picns de Lineu, porém o homem o pri meiro animal que sente. Por isso, —

que o Templo de Vesta celebrava ao manter, na pureza de suas sacerdo

Dessas reuniões que se têm reali

zado em Washington, no México, no Chile, os temas do seguro apresen-

privada subdividida em trabalhos de

espírito na memória e lembrança das

Desta

concepção

chegaremos

ao.

paradoxo de um dos contos de Anade que os personagens criados pela


I

Dicesto Econômico

Çrante influência e realidade do que os entes objetivamente vivos. Assim,

acontece mediante fé criadora, pela invocação contínua de pensamentos

idéias e entidades humanas que des te modo permanecem entre os vivos como inspiradores de seus atos e decisores de seus pi-oblemas.

da civilização, as cidades lacustres onde pudesse, protegido contra in finitos perigos, prover a necessidade fundamental da vida — a alimenta

ção. E essa segurança traz-lhe atual mente o seguro em tudo de quanto necessite de gai-antia.

Dicesto Econó.nucü

113

do seguro, surgindo assim da espon taneidade do homem em busca de

segurança, do sentimento de precau ção e de defesa dos bens adquiridos contra os perigos onvolvontes que ofe

Esboçava-se, assim, pelo instinto de defesa, o princípio de divisão do risco e da mutualidade, que viria consti tuir as bases sobro que se assentar a técnica do seguro.

Urgia, pois, estruturar, organizai

rece a natureza.

O homem dotado dc instintos in

e aprimorar a velha idéia dos mer

A vida em suma, escreve Keyser-

seguros, — c ainda Keyserling quem

cadores orientais.

O culto transfigura, consagra e

Img, é essencialmente uma aventura;

perpetua. Foi o que aconteceu com a serena figura de Jesus de Nazaré , que, ao tempo em que fôra condenado

a cada instante é necessário tomar precauções o assumir riscos; e a cada

considera — não possui nem a força do leão, nem a armadura do croco

Os primeiros desastres que feriram a imaginação no mais fremente ape

dilo, nem a velocidade, do cervo, nem

lo ã proteção das riquezas, desafian do os engenhos humanos, foram os

por Poncius Pilatos, não passava de um jovem taumaturgo que, falando

de amor e de perdão, lançou as bases

instante o resultado final é imprevisí vel; portanto, o lado risco é definiti vamente predominante.

a organização técnica que a aranha traz em suas vísceras; não atinge ao equilíbrio no conjunto da nature

de uma doutrina, mais do que nenhu ma outra capaz de mitigar a dor

riscos: "Desenvolve-se a civilização

za, apanágio nativo de todos os ani mais, senão no momento em que sua

e o sofrimento e de conduzir para o bem as aspirações dos homens. O cul

material, escrevo Ripert, exigindo co

inteligência consegue suprir as im

mo resgate o sacrifício de vidas hu

perfeições congênitas.

to crescendo em fervor pelos séculos

em fora, divinizou o doce Nazareno, tornando-o maior e semnre presente às civilizações cristãs. E assim, Je sus, mais do que nunca, vive entre os

que sofrem e que podem fazér por suas palavras com que os homens se

compreendam e, por se confpreenderem, amem e perdoem.

Platão é mais assíduo ao convívio

dos sábios do que ao temoo em que dizia, nos jardins de Acâdemus, das faculdades da alma e das teorias do amor e da beleza.

Também Aristóteles, como Machia-

vel, continuam os inspiradores da po lítica e de suas intrincadas conjun turas.

Tudo isso é a florescência do culto

que, aplicado à instituição do seguro, permitirá que se perpetue, evoluindo em todas as suas aspirações. A primeira necessidade do homem, disse certo escritor, é a segurança, por isso, o homem primitivo procurou as cavernas e, mais tarde, ao raiar

O progresso c um semeador de

Chega, pois

manas ou a mutilação de corpos. As

a idade da técnica que, pela primeira

estatísticas afirmam o quanto custam de acidentes um quilômetro de ex ploração de vias férreas, um ano de

vez, vem dando ao homem sua posi ção normal. A era da técnica repre

circulação de automóveis, a exti*ação

o primeiro periodo de maturidade vi tal. o que basta para explicar o im pulso que conduz todo ser humano

de tantas toneladas de carvão."

Em tudo pululam riscos, tanto maia eomplexòs e maiores, quanto mais complexas as atividades das explora

senta, então, para o animal homem,

para a tecnização, e a fôrça animal, então, se desprende para alimentar

Ora, o seguro é a ciência do risco, ciência da defesa contra o risco, por

ésse impulso. Já vinha florescendo a era da téc nica quando mais premente se ma

ções.

neutralizar suas conseqüências, res

nifestava a ansiedade de proteção à

taurar riquezas feridas, ressuscitar

riqueza pública; sob a incerteza do

valores perecidos.

acaso, corriam perigos bens e valo res. Entretanto, ensinava remota

naufrágios e o fogo.

Um navio chegar a salvamento no

porto do destino, significava o su

rigos e surpresas da fortuna do mar. Aconteceu então que por grande

cesso de uma aventura, tantos os pe

desenvolvimento passaram Amster-

dam, Gênova, Trieste, Veneza, Bur gos, Barcelona, Sevilha e outras cida des da E'iropa. no transcorrer dos séculos XIV e XV, tornando-se pra

ças apreciáveis de comércio. Porem, as atividades chegavam à fase de

plena saturação e, necessitadas de expansão, estariam condenadas fatal mente à decadência, diante da inse gurança dos transportes que torna vam incerto e perigoso o intercâm bio de negócios. Fazia-se, portanto, mister pôr a salvo as utilidades acu muladas, como garanti-las nos trans portes cheios de perigos. Assim, de

Revela-se aí o imenso alcance da função do seguro na economia das

tradição que mercadores persas, assí

tentativa em tentativa, na ansiedade

nações, ao qual o progresso suscita

rios,

atravessarem

de encontrar uma forma de garantia

imnrescindível expansão, internacionalizando-se, e onde haure vitalida de para suas garantias, em vez de

com suas caravanas, carregadas de

que não se estruturasse no domínio do

estagnar-se na burocracia das esta-

tizações, e enfraquecer nas tentati vas das socializações.

Brotou, pois, do instinto de defesa na solidariedade humana de coopera ção de sacrifícios, o espírito criador ■.A;- <->

babilônicos,

ao

ricas mercadorias, extensos desertos, premuniam-se contra infinitos peri gos, convencionando dividirem entre

m^uitos o sinistro que recaísse em um deles. Dêste modo, pela cooperação

de sacrifícios suportáveis, atenuariam as conseqüências do desastre, que se ria fatal aquele sobre o qual recaísse.

aleatório,

construia-se

sobre

certo

empirismo o seguro marítimo no seu

aspecto primário de dinheiro dado a risco, contrato de risco, mais tarde

proibido por seu caráter de especula ção e jogo.

Impunha-se, desde logo, o seguro

que, embora de precárias garantias,


I

Dicesto Econômico

Çrante influência e realidade do que os entes objetivamente vivos. Assim,

acontece mediante fé criadora, pela invocação contínua de pensamentos

idéias e entidades humanas que des te modo permanecem entre os vivos como inspiradores de seus atos e decisores de seus pi-oblemas.

da civilização, as cidades lacustres onde pudesse, protegido contra in finitos perigos, prover a necessidade fundamental da vida — a alimenta

ção. E essa segurança traz-lhe atual mente o seguro em tudo de quanto necessite de gai-antia.

Dicesto Econó.nucü

113

do seguro, surgindo assim da espon taneidade do homem em busca de

segurança, do sentimento de precau ção e de defesa dos bens adquiridos contra os perigos onvolvontes que ofe

Esboçava-se, assim, pelo instinto de defesa, o princípio de divisão do risco e da mutualidade, que viria consti tuir as bases sobro que se assentar a técnica do seguro.

Urgia, pois, estruturar, organizai

rece a natureza.

O homem dotado dc instintos in

e aprimorar a velha idéia dos mer

A vida em suma, escreve Keyser-

seguros, — c ainda Keyserling quem

cadores orientais.

O culto transfigura, consagra e

Img, é essencialmente uma aventura;

perpetua. Foi o que aconteceu com a serena figura de Jesus de Nazaré , que, ao tempo em que fôra condenado

a cada instante é necessário tomar precauções o assumir riscos; e a cada

considera — não possui nem a força do leão, nem a armadura do croco

Os primeiros desastres que feriram a imaginação no mais fremente ape

dilo, nem a velocidade, do cervo, nem

lo ã proteção das riquezas, desafian do os engenhos humanos, foram os

por Poncius Pilatos, não passava de um jovem taumaturgo que, falando

de amor e de perdão, lançou as bases

instante o resultado final é imprevisí vel; portanto, o lado risco é definiti vamente predominante.

a organização técnica que a aranha traz em suas vísceras; não atinge ao equilíbrio no conjunto da nature

de uma doutrina, mais do que nenhu ma outra capaz de mitigar a dor

riscos: "Desenvolve-se a civilização

za, apanágio nativo de todos os ani mais, senão no momento em que sua

e o sofrimento e de conduzir para o bem as aspirações dos homens. O cul

material, escrevo Ripert, exigindo co

inteligência consegue suprir as im

mo resgate o sacrifício de vidas hu

perfeições congênitas.

to crescendo em fervor pelos séculos

em fora, divinizou o doce Nazareno, tornando-o maior e semnre presente às civilizações cristãs. E assim, Je sus, mais do que nunca, vive entre os

que sofrem e que podem fazér por suas palavras com que os homens se

compreendam e, por se confpreenderem, amem e perdoem.

Platão é mais assíduo ao convívio

dos sábios do que ao temoo em que dizia, nos jardins de Acâdemus, das faculdades da alma e das teorias do amor e da beleza.

Também Aristóteles, como Machia-

vel, continuam os inspiradores da po lítica e de suas intrincadas conjun turas.

Tudo isso é a florescência do culto

que, aplicado à instituição do seguro, permitirá que se perpetue, evoluindo em todas as suas aspirações. A primeira necessidade do homem, disse certo escritor, é a segurança, por isso, o homem primitivo procurou as cavernas e, mais tarde, ao raiar

O progresso c um semeador de

Chega, pois

manas ou a mutilação de corpos. As

a idade da técnica que, pela primeira

estatísticas afirmam o quanto custam de acidentes um quilômetro de ex ploração de vias férreas, um ano de

vez, vem dando ao homem sua posi ção normal. A era da técnica repre

circulação de automóveis, a exti*ação

o primeiro periodo de maturidade vi tal. o que basta para explicar o im pulso que conduz todo ser humano

de tantas toneladas de carvão."

Em tudo pululam riscos, tanto maia eomplexòs e maiores, quanto mais complexas as atividades das explora

senta, então, para o animal homem,

para a tecnização, e a fôrça animal, então, se desprende para alimentar

Ora, o seguro é a ciência do risco, ciência da defesa contra o risco, por

ésse impulso. Já vinha florescendo a era da téc nica quando mais premente se ma

ções.

neutralizar suas conseqüências, res

nifestava a ansiedade de proteção à

taurar riquezas feridas, ressuscitar

riqueza pública; sob a incerteza do

valores perecidos.

acaso, corriam perigos bens e valo res. Entretanto, ensinava remota

naufrágios e o fogo.

Um navio chegar a salvamento no

porto do destino, significava o su

rigos e surpresas da fortuna do mar. Aconteceu então que por grande

cesso de uma aventura, tantos os pe

desenvolvimento passaram Amster-

dam, Gênova, Trieste, Veneza, Bur gos, Barcelona, Sevilha e outras cida des da E'iropa. no transcorrer dos séculos XIV e XV, tornando-se pra

ças apreciáveis de comércio. Porem, as atividades chegavam à fase de

plena saturação e, necessitadas de expansão, estariam condenadas fatal mente à decadência, diante da inse gurança dos transportes que torna vam incerto e perigoso o intercâm bio de negócios. Fazia-se, portanto, mister pôr a salvo as utilidades acu muladas, como garanti-las nos trans portes cheios de perigos. Assim, de

Revela-se aí o imenso alcance da função do seguro na economia das

tradição que mercadores persas, assí

tentativa em tentativa, na ansiedade

nações, ao qual o progresso suscita

rios,

atravessarem

de encontrar uma forma de garantia

imnrescindível expansão, internacionalizando-se, e onde haure vitalida de para suas garantias, em vez de

com suas caravanas, carregadas de

que não se estruturasse no domínio do

estagnar-se na burocracia das esta-

tizações, e enfraquecer nas tentati vas das socializações.

Brotou, pois, do instinto de defesa na solidariedade humana de coopera ção de sacrifícios, o espírito criador ■.A;- <->

babilônicos,

ao

ricas mercadorias, extensos desertos, premuniam-se contra infinitos peri gos, convencionando dividirem entre

m^uitos o sinistro que recaísse em um deles. Dêste modo, pela cooperação

de sacrifícios suportáveis, atenuariam as conseqüências do desastre, que se ria fatal aquele sobre o qual recaísse.

aleatório,

construia-se

sobre

certo

empirismo o seguro marítimo no seu

aspecto primário de dinheiro dado a risco, contrato de risco, mais tarde

proibido por seu caráter de especula ção e jogo.

Impunha-se, desde logo, o seguro

que, embora de precárias garantias,


■ ■' , •;•• • • Dici::sto fêz

imediatamente

sentir

que

uma

nova força viera estimular o inter câmbio de negócios; desenvolveramse os centros comerciais e outras pra

ças apareceram pelo considerável pro gresso da navegação que trouxera

Econóaoco

adágio romano — cx fato jt4s oritur.

Dicesto

".^1 PPWip

EcoNÓNnco

primeira hipótese começou a reali

115

der a i*elação harmoniosa existente entre o texto da lei e o fato somen

Intensificou-se, daí, a evolução do

zar-se no Brasil pelo último diretor

seguro que, dia a dia, consignava progressos marcantes, e os grossos e graves riscos dos transportes ma

do Departamento Nacional do Segu ros Privados e Capitalização, imbuí do que esteve da convicção sincera de que a verdadeira finalidade do

te poderá enveredar por caminho er rado na procura da solução. Atra

rítimos

ficaram

paralelos

a

riscos

vessamos uma fase em que predo

mina o irahalhismo, que significa re

o comércio internacional à sua reali

mais sutis dos seguros de responsa

contròle do Estado seria o fortaleci

gime das massas, por isso, incom

dade.

bilidade civil, de fidelidade, do cré

mento da instituição do seguro priva do, e que a defesa devida aos segu rados seria a defesa da economia pri

patível com o espírito de iniciativa. Isto porque a política das massas, sondo politica de proteção ao traba lhador, desenvolve sua ação proteto

Propaga-se por toda a Europa uma

dito e da oscilação cambial em vias

febre de negócios; as Ordenanças de França e das cidades de Espanha,

de formação.

o Guidon de Ia mcr, as apólices de Ve

uma nova ciência, a estatística, veio oferecer elementos de certeza para estabelecer, outrossim, a ciência do seguro, até então no domínio do empirismo e do puro aleatório. Chega va assim o seguro à idade de ouro

neza e de Gênova, a atividade dos

lombardos, tudo isso ia traçando re gras ao contrato de seguros, estru turando a técnica da operação e im

pregnando a convenção de caráter jurídico.

Os lombardos, emigrando para a Inglaterra, fundavam bancos e segu ros, deram seu nome a uma rua de

Londres na qual se estabeleciam, on de existiu o café de David Lloyd, transformado mais tarde em centro

de reunião de negócios marítimos, nos Lloyds de Londres, grande insti

tuição, famosa por sua organização consentânea com a índole e espírito do seguro e celebrada pela potencia lidade que oferece, como pela exati dão e respeito às responsabilidades que assume.

Na Inglaterra, sob o influxo ani mador da rainha Elizabeth, a nave

gação tanto havia se desenvolvido

que constituia motivo de orgulho na cional. Em conseqüência, os negó-

Surgida cm fins do século passado,

de que nos fala Hemard, depois de passar pelos tormentos da especula ção que o equipararam ao jogo e apostas.

Lutava o seguro legítimo

contra o seguro artificioso.

O jogo, observa Vivante, sempre acompanhou o seguro como uma som bra inquietante. Ante

tão

imensa

e

incontestável

utilidade, imprescindível à economia dos povos como a própria existência de riquezas e a atração sinistra do abismo

das

aventuras

e

especula

ções, sentiram os Governos a necessi dade indeclinável de intervir nas em-

prêsas para estabelecer o controle das operações. O sistema da intervenção do Es

tica progressão, e como esses negó

tado varia segundo a índole de cada povo; se liberal, como na Inglaterra, mais rígido e policial existe entre outras nações e, enti*e ambos, o re

cios firmam-se, concertava-se e dis

gime misto, como o nosso.

' cios marítimos cresceram em idên

cutia-se no estabelecimento de David

O

controle

do

Estado

produzirá

Lloyd; os preceitos de direito sur

bons frutos, que fortalecerão a ins

giam dos usos e costumes daquela

tituição do seguro, ou produzirá es-

praça, na mais pura e espontânea

tiolamento pela incompreensão e pe

legitimidade, para confirmar o velho

las impertinências da burocracia. A

vada c da previdência nacional, por tanto defesa do interesso supremo do Estado — o de prover ao bem-estar

ra sem considerar o valor do operá

social e à paz econômica.

dade profissional; porém, pretende

Desempenhava, então, o agente do Poder público, uma função que dêste modo se tornara elevada e importan te à luz de sua jovem inteligência, amadurecida na cultura de um apai xonado do seguro c não como um

fanático inconsciente da lei, à manei

ra do policial Javert da obra de Vítor Hugo; entretanto não foi compreen dido.

O supremo ideal no controle do Estado seria a faculdade de com

preensão. Todo ato de compreensão é um ato pessoal e criador ao mesmo tempo, disse o autor das Meditações Sul-Americanas. Aquele que lê um livro sem acrescentar sua compreen são, não verá senão papel e tinta de

imprimir; assim como aquele que de

sempenha o contròle sem compreen

rio, seus atributos pessoais e quali desenvolver sua ação, levando somen te om consideração a massa traba

lhadora, operários estandardizados, confundindo e amalgamando o habil o o inábil, o bom e o mau. E como

o trabalhador torna-se impessoal na massa, porque não se lhe reconhecem valor e qualidades, será por isso in capaz de qualquer iniciativa criado ra. Consequentemente, a iniciativa particular é imprópria ao regime das massas.

Destarte, inquietante sombra paira sobre o destino da livre empresa, por

tanto sobre o seguro privado, e oxa

lá possamos, no culto que hoje ce lebramos, formular à clarividência do legislador brasileiro os apelos do seguro privado, esperando que êle os receba na serenidade de uma com

preensão luminosa e criadora.

'


■ ■' , •;•• • • Dici::sto fêz

imediatamente

sentir

que

uma

nova força viera estimular o inter câmbio de negócios; desenvolveramse os centros comerciais e outras pra

ças apareceram pelo considerável pro gresso da navegação que trouxera

Econóaoco

adágio romano — cx fato jt4s oritur.

Dicesto

".^1 PPWip

EcoNÓNnco

primeira hipótese começou a reali

115

der a i*elação harmoniosa existente entre o texto da lei e o fato somen

Intensificou-se, daí, a evolução do

zar-se no Brasil pelo último diretor

seguro que, dia a dia, consignava progressos marcantes, e os grossos e graves riscos dos transportes ma

do Departamento Nacional do Segu ros Privados e Capitalização, imbuí do que esteve da convicção sincera de que a verdadeira finalidade do

te poderá enveredar por caminho er rado na procura da solução. Atra

rítimos

ficaram

paralelos

a

riscos

vessamos uma fase em que predo

mina o irahalhismo, que significa re

o comércio internacional à sua reali

mais sutis dos seguros de responsa

contròle do Estado seria o fortaleci

gime das massas, por isso, incom

dade.

bilidade civil, de fidelidade, do cré

mento da instituição do seguro priva do, e que a defesa devida aos segu rados seria a defesa da economia pri

patível com o espírito de iniciativa. Isto porque a política das massas, sondo politica de proteção ao traba lhador, desenvolve sua ação proteto

Propaga-se por toda a Europa uma

dito e da oscilação cambial em vias

febre de negócios; as Ordenanças de França e das cidades de Espanha,

de formação.

o Guidon de Ia mcr, as apólices de Ve

uma nova ciência, a estatística, veio oferecer elementos de certeza para estabelecer, outrossim, a ciência do seguro, até então no domínio do empirismo e do puro aleatório. Chega va assim o seguro à idade de ouro

neza e de Gênova, a atividade dos

lombardos, tudo isso ia traçando re gras ao contrato de seguros, estru turando a técnica da operação e im

pregnando a convenção de caráter jurídico.

Os lombardos, emigrando para a Inglaterra, fundavam bancos e segu ros, deram seu nome a uma rua de

Londres na qual se estabeleciam, on de existiu o café de David Lloyd, transformado mais tarde em centro

de reunião de negócios marítimos, nos Lloyds de Londres, grande insti

tuição, famosa por sua organização consentânea com a índole e espírito do seguro e celebrada pela potencia lidade que oferece, como pela exati dão e respeito às responsabilidades que assume.

Na Inglaterra, sob o influxo ani mador da rainha Elizabeth, a nave

gação tanto havia se desenvolvido

que constituia motivo de orgulho na cional. Em conseqüência, os negó-

Surgida cm fins do século passado,

de que nos fala Hemard, depois de passar pelos tormentos da especula ção que o equipararam ao jogo e apostas.

Lutava o seguro legítimo

contra o seguro artificioso.

O jogo, observa Vivante, sempre acompanhou o seguro como uma som bra inquietante. Ante

tão

imensa

e

incontestável

utilidade, imprescindível à economia dos povos como a própria existência de riquezas e a atração sinistra do abismo

das

aventuras

e

especula

ções, sentiram os Governos a necessi dade indeclinável de intervir nas em-

prêsas para estabelecer o controle das operações. O sistema da intervenção do Es

tica progressão, e como esses negó

tado varia segundo a índole de cada povo; se liberal, como na Inglaterra, mais rígido e policial existe entre outras nações e, enti*e ambos, o re

cios firmam-se, concertava-se e dis

gime misto, como o nosso.

' cios marítimos cresceram em idên

cutia-se no estabelecimento de David

O

controle

do

Estado

produzirá

Lloyd; os preceitos de direito sur

bons frutos, que fortalecerão a ins

giam dos usos e costumes daquela

tituição do seguro, ou produzirá es-

praça, na mais pura e espontânea

tiolamento pela incompreensão e pe

legitimidade, para confirmar o velho

las impertinências da burocracia. A

vada c da previdência nacional, por tanto defesa do interesso supremo do Estado — o de prover ao bem-estar

ra sem considerar o valor do operá

social e à paz econômica.

dade profissional; porém, pretende

Desempenhava, então, o agente do Poder público, uma função que dêste modo se tornara elevada e importan te à luz de sua jovem inteligência, amadurecida na cultura de um apai xonado do seguro c não como um

fanático inconsciente da lei, à manei

ra do policial Javert da obra de Vítor Hugo; entretanto não foi compreen dido.

O supremo ideal no controle do Estado seria a faculdade de com

preensão. Todo ato de compreensão é um ato pessoal e criador ao mesmo tempo, disse o autor das Meditações Sul-Americanas. Aquele que lê um livro sem acrescentar sua compreen são, não verá senão papel e tinta de

imprimir; assim como aquele que de

sempenha o contròle sem compreen

rio, seus atributos pessoais e quali desenvolver sua ação, levando somen te om consideração a massa traba

lhadora, operários estandardizados, confundindo e amalgamando o habil o o inábil, o bom e o mau. E como

o trabalhador torna-se impessoal na massa, porque não se lhe reconhecem valor e qualidades, será por isso in capaz de qualquer iniciativa criado ra. Consequentemente, a iniciativa particular é imprópria ao regime das massas.

Destarte, inquietante sombra paira sobre o destino da livre empresa, por

tanto sobre o seguro privado, e oxa

lá possamos, no culto que hoje ce lebramos, formular à clarividência do legislador brasileiro os apelos do seguro privado, esperando que êle os receba na serenidade de uma com

preensão luminosa e criadora.

'


"11"

iiiii.wtlipmvminiimil

117 A

Dicesto Econômico

NOVOS PLANOS NejuSON Weiweck Sodré

Após o fim da ^erra, quando as necessidades do período de luta militar puseram a nu as deficiências alastradas e profundas do sistema brasileiro de transportes, vários ele mentos, entidades e associações vol taram as suas vistas para o proble

e para o seu conseqüente planejamen to, perdendo -se os pretensos especia listas em considerações de segunda importância, enquanto as de evidente

ma. Sua gravidade saltava aos olhos.

portes. Temos estudado, na realida de, o problema das comunicações, e

de so'ucionar a questão, sem encon

trar uma fórmula salvadora, que en caminhasse a sua marcha normal.

Assim, o Ministério da Viação ela borou um novo Plano Geral de Via ção Nacional, uma vez que a revisão do plano antigo correspondia, na ver dade, ao estabelecimento de outro plano; elementos especializados do

DASP trataram de dar-lhe um lugar de destaque, no conjunto do Plano

SALTE, a ser submetido ao Legisla tivo; e a Câmara Federal trabalhou

rio arbitrário, o seu afastamento da

tante com a realidade brasileira, fi

realidade.

guram como elaborações intelectuais

VI

Puseram-se todos a estudar os meios

Apreciadas iBoladamente, entretanto, sem conjugação sistemática e cons

relevo ficavam obscurecidas. Em pri

vimento da produção nacional deram

real, muito interessantes para a lei

causa à situação que apresentam os

tura, mas incipientes, quando postas

transportes, entre nós, e qualquer

na fase de transição para a reali

planejamento, na situação atual, de

dade. O estudo do meio nacional tem

ve considerá-las:

uma importância de j-rimeira ordem, na apreciação e no planejamento de

áreas de produção.

um sistema de transportes porque tal sistema deve cingir-sc- às exigências

distinguir entre comunicações e trans

dêsse meio o satisfazei as imposições

Conselho Nacional de Geografia, cuja

revista acolheu e publicou trabalhos

Duas características do desenvol

destituídas de qualquer importância

meiro lugar, como sempre, havia que

temos esquecido, quase sistematica mente, as peculiaridades do problema dos transportes, entre as quais a mais importante, sem dúvida, é a que so prende às características, tendências e possibilidades da produção nacional. Comunicações é um tema de teor geo gráfico evidente e por isso tem sido objeto de atenção por parte de enti dades geográficas, em particular o

logo. as suas deficiências, o seu crité

a

dispersão

geográfica

das

ca finalidade fundamental de

ções de ordem geográfica, apenas,

produzir para mercados externos. A primeira, quê tem sido uma cons tante histórica, mostra-nos o afa_stamento de umas áreas em relação

pois estas, quando muito, condicio

a outras, dispersas na imensidade

oue êle contém. Mas não são imposi

nam, e nos limites que a técnica

geográfica brasileira. Essa caracte

moderna lhes confere, as que impor tam de maneira particular. E' indis cutível a prepon-

rística foi permanente, mas variou

encarar

mudamos

o

produto básico e mudamos as áreas do cultivo. Um exame na balança

blema teórico das comunicações, pa se

existência do Bra sil:

derância, quando se esquece o pro

ra

em aspectos, nas diversas fases da

o

problema concreto

de comércio exter

dos

no, no

transportes,

momento,

meritórios a esse respeito. Êsses tra

das características

indicando uma pre

balhos mostram, quase como regra,

da produção nacio

ponderância acen

nal. Estas são de terminantes, sem

tuada da zona cen tro • su^, m o s t c a,

intensamente, embora sem diretriz, na elaboração de um plano de reaparelhamento da rede ferroviária, plano

teúdo geográfico do problema, e en

a preocupação permanente com o con

vultoso, quer pelos investimentos a

tram fundamente na análise dos as

que deveria obrigar, quer pela quan tidade de material que se prometia

pectos naturais, da fisiografia bra

sileira, com grande cópia de detalhes

fornecer.

e com alarde de conhecimentos, as li

to ó de comunicações, em

devida situação do problema. ^0 que

nhas de menor resistência, os aspec tos interessantes, como aquêle que

critérios geográficos assumem re levo singular, o que estimula as cons

colonial e que constitui, sem dúvida,

so assistiu, entretanto, foi ao .desen

se representa na barreira da serra do

truções teóricas

volvimento da confusão em que sem,--

O momento era, pois, propício à

. dúvida, e obrigam o estudo e o pla nejamento a gravitar em torno de suas imposições. Enquanto o aspec

muito

que os

grandes e

por outro lado, a existência de outras áreas de produção, de importâncias variáveis, distantes daquela zona.

A segunda, que vem do passado um dos fundamentos do estadn semi-

Mar, ou o que mostra as imensas

muito atraentes, tudo vai bem. Quan

colonial de nossa esti*utura de produ ção, mostra como os mercados exter

pre foi colocado. Os diferentes as-- . possibilidades de Viação natural e in terna representadas pelos nossos rios. pectos sob que se apresenta ficarani

do so trata de transformar esse as

nos têm um papel capital no consu

pecto, pelo aparecimento do fator

mo, e portanto no escoamento, da

baralhados, e

produção, que muda o problema de

quilo que produzimos. Não nos dis tinguimos muito, ainda hoje, da gran de fazenda tropical, fornecedora de

a

confusão

derivou

São faces curiosas, sem dúvida al

principalmente da ausência de um

guma, do problema das comunicações,

comunicações em problema de trans

critério objetivo para o seu estudo

e mostram as possibilidades viatórias.

portes, aquelas construções indicara

l".

átáillÉii


"11"

iiiii.wtlipmvminiimil

117 A

Dicesto Econômico

NOVOS PLANOS NejuSON Weiweck Sodré

Após o fim da ^erra, quando as necessidades do período de luta militar puseram a nu as deficiências alastradas e profundas do sistema brasileiro de transportes, vários ele mentos, entidades e associações vol taram as suas vistas para o proble

e para o seu conseqüente planejamen to, perdendo -se os pretensos especia listas em considerações de segunda importância, enquanto as de evidente

ma. Sua gravidade saltava aos olhos.

portes. Temos estudado, na realida de, o problema das comunicações, e

de so'ucionar a questão, sem encon

trar uma fórmula salvadora, que en caminhasse a sua marcha normal.

Assim, o Ministério da Viação ela borou um novo Plano Geral de Via ção Nacional, uma vez que a revisão do plano antigo correspondia, na ver dade, ao estabelecimento de outro plano; elementos especializados do

DASP trataram de dar-lhe um lugar de destaque, no conjunto do Plano

SALTE, a ser submetido ao Legisla tivo; e a Câmara Federal trabalhou

rio arbitrário, o seu afastamento da

tante com a realidade brasileira, fi

realidade.

guram como elaborações intelectuais

VI

Puseram-se todos a estudar os meios

Apreciadas iBoladamente, entretanto, sem conjugação sistemática e cons

relevo ficavam obscurecidas. Em pri

vimento da produção nacional deram

real, muito interessantes para a lei

causa à situação que apresentam os

tura, mas incipientes, quando postas

transportes, entre nós, e qualquer

na fase de transição para a reali

planejamento, na situação atual, de

dade. O estudo do meio nacional tem

ve considerá-las:

uma importância de j-rimeira ordem, na apreciação e no planejamento de

áreas de produção.

um sistema de transportes porque tal sistema deve cingir-sc- às exigências

distinguir entre comunicações e trans

dêsse meio o satisfazei as imposições

Conselho Nacional de Geografia, cuja

revista acolheu e publicou trabalhos

Duas características do desenvol

destituídas de qualquer importância

meiro lugar, como sempre, havia que

temos esquecido, quase sistematica mente, as peculiaridades do problema dos transportes, entre as quais a mais importante, sem dúvida, é a que so prende às características, tendências e possibilidades da produção nacional. Comunicações é um tema de teor geo gráfico evidente e por isso tem sido objeto de atenção por parte de enti dades geográficas, em particular o

logo. as suas deficiências, o seu crité

a

dispersão

geográfica

das

ca finalidade fundamental de

ções de ordem geográfica, apenas,

produzir para mercados externos. A primeira, quê tem sido uma cons tante histórica, mostra-nos o afa_stamento de umas áreas em relação

pois estas, quando muito, condicio

a outras, dispersas na imensidade

oue êle contém. Mas não são imposi

nam, e nos limites que a técnica

geográfica brasileira. Essa caracte

moderna lhes confere, as que impor tam de maneira particular. E' indis cutível a prepon-

rística foi permanente, mas variou

encarar

mudamos

o

produto básico e mudamos as áreas do cultivo. Um exame na balança

blema teórico das comunicações, pa se

existência do Bra sil:

derância, quando se esquece o pro

ra

em aspectos, nas diversas fases da

o

problema concreto

de comércio exter

dos

no, no

transportes,

momento,

meritórios a esse respeito. Êsses tra

das características

indicando uma pre

balhos mostram, quase como regra,

da produção nacio

ponderância acen

nal. Estas são de terminantes, sem

tuada da zona cen tro • su^, m o s t c a,

intensamente, embora sem diretriz, na elaboração de um plano de reaparelhamento da rede ferroviária, plano

teúdo geográfico do problema, e en

a preocupação permanente com o con

vultoso, quer pelos investimentos a

tram fundamente na análise dos as

que deveria obrigar, quer pela quan tidade de material que se prometia

pectos naturais, da fisiografia bra

sileira, com grande cópia de detalhes

fornecer.

e com alarde de conhecimentos, as li

to ó de comunicações, em

devida situação do problema. ^0 que

nhas de menor resistência, os aspec tos interessantes, como aquêle que

critérios geográficos assumem re levo singular, o que estimula as cons

colonial e que constitui, sem dúvida,

so assistiu, entretanto, foi ao .desen

se representa na barreira da serra do

truções teóricas

volvimento da confusão em que sem,--

O momento era, pois, propício à

. dúvida, e obrigam o estudo e o pla nejamento a gravitar em torno de suas imposições. Enquanto o aspec

muito

que os

grandes e

por outro lado, a existência de outras áreas de produção, de importâncias variáveis, distantes daquela zona.

A segunda, que vem do passado um dos fundamentos do estadn semi-

Mar, ou o que mostra as imensas

muito atraentes, tudo vai bem. Quan

colonial de nossa esti*utura de produ ção, mostra como os mercados exter

pre foi colocado. Os diferentes as-- . possibilidades de Viação natural e in terna representadas pelos nossos rios. pectos sob que se apresenta ficarani

do so trata de transformar esse as

nos têm um papel capital no consu

pecto, pelo aparecimento do fator

mo, e portanto no escoamento, da

baralhados, e

produção, que muda o problema de

quilo que produzimos. Não nos dis tinguimos muito, ainda hoje, da gran de fazenda tropical, fornecedora de

a

confusão

derivou

São faces curiosas, sem dúvida al

principalmente da ausência de um

guma, do problema das comunicações,

comunicações em problema de trans

critério objetivo para o seu estudo

e mostram as possibilidades viatórias.

portes, aquelas construções indicara

l".

átáillÉii


■-fw*!

118

Dicksto EcoNÓNnco

mercados distantes e extracontinen-

tais, que fomos durante séculos. Essa dependência dos mercados externos

importa, sem dúvida, no reconheci

mento das influências externas sôl>re

consumidores

externos.

Dessa forma, há duas etapas bem distintas, no sistema de distribuição da produção nacional:

X19

exploração. Enquanto a ferrovia con

subordina aos fretes impostos pelas

cedia dividendos, muito bom.

organizações transportadoras estx*an-

Quando

passava a tornar-se onerosa, cm vir

próprias

geiras que fazem, em sistema de qua se monopólio, a navegação oceânica.

deficiências técnicas da construção,

Tais portos, por outro lado, também

tude, quase sempre, das

Quais os reflexos dessas duas ca racterísticas no estabelecimento do

— a primeira — da área de pro dução ao porto de embarque. — a segunda — do porto de em barque ao mercado consumidor. Enquanto a construção ferroviária, que foi a única no passado, desde

cemos, porque o nosso tempo os vem

insuficientes por preços altos e pe

debatendo, êles são atuais;

sistema existente e lhe deram a fisio

que a produção começou a inteimarse, se manteve om condições razoá veis, accessível a capitais relativa

trução, que passaram a pesar decisi

a qual todo planejamento teó

mente pequenos, o encontrando legis lação interna receptiva, nas piores

sam, assim, nos índices econômicos do uma produção já onerada, no tre cho terrestre de seu escoamento. O

as oscilações da produção nacional, os seus preços, o seu financianion-

to, as suas crises.

sistema brasileiro de transportes? E' fácil verificar que elas impuseram o

nomia dispersa que hoje apresenta e -

mercados

Dicesto Econóaíico

rico tem sido inútil.

A dispersão

geográfica das áreas de produção

acarretou a dispersão dos sistemas ransporte, e vimos o aparecimen

to, sucessivo ou por vezes simultâneo, das redes de ferrovias, no nordeste,

no leste, no centro-sul e no sul, de sarticuladas umas das outras. E' por isso que tem aparecido, nos plane jamentos atuais, a tendência para a interligação dêsses sistemas disper sos, na ânsia de unificar as redes

esparsas em que se reparte o parque ferroviário brasileiro, elaborado sob condições difíceis e padecendo de one rosas deficiências.

O imperativo de produzir para ex portar, por outro lado, conferiu a

esses sistemas isolados de transpor tes um denominador comum: todos

condições para o nosso povo, houve

não também onerados por concessões

sionais sôbre a produção a ser es coada, congestionamentos de tráfego,

do construção similares as das ferro vias, o mais deficiente, movimentam

e outros problemas que bem conhe

pequenas cargas, prestam serviços

— deficiências

técnicas

de

cons

vamente na capacidade de transporte, no rendimento do tráfego, nas despe sas de manutenção. A ausência de

empreendimento.s ferroviários, e êles

fiscalização nas construções, a preca riedade das exigências contratuais do

se

sucederam,

com

identidades

de

origem, em regra o capital particular

exploração conduziam a que as ferro

o estrangeiro, e com identidades de processos de aplicação: ausência de

vias fossem construídas sob condições técnicas deficientes que as tornariam,

segurança, de nossa parte, garantias

com o passar dos tempos, verdadeiros trambolhos ferroviários cuja explo ração seria progressivamente anti

de juros, concessões de toda ordem, ou alfandegárias, para o material im portado, ou de terras, pelo privilé

gio de faixas laterai.s, ou de lucros, pela possibilidade de exportá-los. Quando a construção ferroviária começou a encarecer, pelo desenvol-

mento das técnicas metalúrgicas, tais capitais encontraram menos interes

econômica; ~ emprego sistemático de duas es

pécies de combustível, ou a lenha, que conduz a uma intensa desmata-

Çâo, ou o carvão estrangeiro, que im põe um consumo ascensional

produto e

pesa

dêsse

negativamente

na

se nos investimentos ferroviários que

balança comercial em valores cres

passaram a depender, entro nós, da

centes.

3-Çáo governamental, que só se pode externos, acudissem no foi-talecimen-

seriam embarcadas para mercados

to de suas precárias possibilidades. O

consumidores externos. Apareceram, assim, no Brasil, sucessivamente, as

parque ferroviário brasileiro, assim,

matérias-primas, traziam-nas a um porto, para daí serem distribuídas aos

sob regime de exploração, quando

ços contínuos, carga de fretes ascen-

atração natural de capitais para os

foram levantados para transportar mercadorias do interior para o litoral, para um porto accessível, donde

penetrantes ferroviárias, que iam em busca dos produtos tropicais ou daa

tentativas de encampação, de servi

ria efetivar quando recursos extraor dinários, como os dos empréstimos

ficou com as deficiências com que hoje se apresenta: — concessões nocivas ao interêsse

brasileiro, pelas garantias de juros, privilégios de faixa, monopólios de

— paralisação de quaisquer obras de melhoramento.s, estiolando-se um

sistema ferroviário e, muitas vêzes, com êle, zonas inteiras, asfixiadas pe la precariedade dos transportes.

A segunda etapa do problema da distribuição da produção que se des tina aos mercados externos não ofe

rece melhores perpectivas: posta nos

portos de embarque, a produção se

congestionamento constante dos por tos principais acaba por acarretar a alta dos fretes, imposta pelas or

ganizações estrangeiras, a cujos in terêsses, em última análise, devemos submeter, de forma vexatória, os pre ços e valores de uma produção cons tantemente sobrecarregada. Todas as dificuldades são impostas às ten

tativas de organização de um sistema nacional para a navegação oceânica, que possibilitasse, em bases menos onerosas, êsse escoamento obrigató

rio para o exterior, e que ficasse

menos subordinada aos interesses extranacionais que influem nos seus

preços e que acabam por impor as suas condições a um aparelhamento produtor deficiente, precário e, de tal forma obsoleto, que tem ainda na mão-de-obra barata um dos poucos

recursos em que se alicerça quando, nos grandes momentos de crise dos concorrentes, como os das guerras mundiais, podemos penetrar em mer

cados que êles habitualmente domi nam.

Se tais são as cores do quadro ge

ral, enquanto a produção brasileira gravita

quase

exclusivamente

para

os mercados externos, permanecendo


■-fw*!

118

Dicksto EcoNÓNnco

mercados distantes e extracontinen-

tais, que fomos durante séculos. Essa dependência dos mercados externos

importa, sem dúvida, no reconheci

mento das influências externas sôl>re

consumidores

externos.

Dessa forma, há duas etapas bem distintas, no sistema de distribuição da produção nacional:

X19

exploração. Enquanto a ferrovia con

subordina aos fretes impostos pelas

cedia dividendos, muito bom.

organizações transportadoras estx*an-

Quando

passava a tornar-se onerosa, cm vir

próprias

geiras que fazem, em sistema de qua se monopólio, a navegação oceânica.

deficiências técnicas da construção,

Tais portos, por outro lado, também

tude, quase sempre, das

Quais os reflexos dessas duas ca racterísticas no estabelecimento do

— a primeira — da área de pro dução ao porto de embarque. — a segunda — do porto de em barque ao mercado consumidor. Enquanto a construção ferroviária, que foi a única no passado, desde

cemos, porque o nosso tempo os vem

insuficientes por preços altos e pe

debatendo, êles são atuais;

sistema existente e lhe deram a fisio

que a produção começou a inteimarse, se manteve om condições razoá veis, accessível a capitais relativa

trução, que passaram a pesar decisi

a qual todo planejamento teó

mente pequenos, o encontrando legis lação interna receptiva, nas piores

sam, assim, nos índices econômicos do uma produção já onerada, no tre cho terrestre de seu escoamento. O

as oscilações da produção nacional, os seus preços, o seu financianion-

to, as suas crises.

sistema brasileiro de transportes? E' fácil verificar que elas impuseram o

nomia dispersa que hoje apresenta e -

mercados

Dicesto Econóaíico

rico tem sido inútil.

A dispersão

geográfica das áreas de produção

acarretou a dispersão dos sistemas ransporte, e vimos o aparecimen

to, sucessivo ou por vezes simultâneo, das redes de ferrovias, no nordeste,

no leste, no centro-sul e no sul, de sarticuladas umas das outras. E' por isso que tem aparecido, nos plane jamentos atuais, a tendência para a interligação dêsses sistemas disper sos, na ânsia de unificar as redes

esparsas em que se reparte o parque ferroviário brasileiro, elaborado sob condições difíceis e padecendo de one rosas deficiências.

O imperativo de produzir para ex portar, por outro lado, conferiu a

esses sistemas isolados de transpor tes um denominador comum: todos

condições para o nosso povo, houve

não também onerados por concessões

sionais sôbre a produção a ser es coada, congestionamentos de tráfego,

do construção similares as das ferro vias, o mais deficiente, movimentam

e outros problemas que bem conhe

pequenas cargas, prestam serviços

— deficiências

técnicas

de

cons

vamente na capacidade de transporte, no rendimento do tráfego, nas despe sas de manutenção. A ausência de

empreendimento.s ferroviários, e êles

fiscalização nas construções, a preca riedade das exigências contratuais do

se

sucederam,

com

identidades

de

origem, em regra o capital particular

exploração conduziam a que as ferro

o estrangeiro, e com identidades de processos de aplicação: ausência de

vias fossem construídas sob condições técnicas deficientes que as tornariam,

segurança, de nossa parte, garantias

com o passar dos tempos, verdadeiros trambolhos ferroviários cuja explo ração seria progressivamente anti

de juros, concessões de toda ordem, ou alfandegárias, para o material im portado, ou de terras, pelo privilé

gio de faixas laterai.s, ou de lucros, pela possibilidade de exportá-los. Quando a construção ferroviária começou a encarecer, pelo desenvol-

mento das técnicas metalúrgicas, tais capitais encontraram menos interes

econômica; ~ emprego sistemático de duas es

pécies de combustível, ou a lenha, que conduz a uma intensa desmata-

Çâo, ou o carvão estrangeiro, que im põe um consumo ascensional

produto e

pesa

dêsse

negativamente

na

se nos investimentos ferroviários que

balança comercial em valores cres

passaram a depender, entro nós, da

centes.

3-Çáo governamental, que só se pode externos, acudissem no foi-talecimen-

seriam embarcadas para mercados

to de suas precárias possibilidades. O

consumidores externos. Apareceram, assim, no Brasil, sucessivamente, as

parque ferroviário brasileiro, assim,

matérias-primas, traziam-nas a um porto, para daí serem distribuídas aos

sob regime de exploração, quando

ços contínuos, carga de fretes ascen-

atração natural de capitais para os

foram levantados para transportar mercadorias do interior para o litoral, para um porto accessível, donde

penetrantes ferroviárias, que iam em busca dos produtos tropicais ou daa

tentativas de encampação, de servi

ria efetivar quando recursos extraor dinários, como os dos empréstimos

ficou com as deficiências com que hoje se apresenta: — concessões nocivas ao interêsse

brasileiro, pelas garantias de juros, privilégios de faixa, monopólios de

— paralisação de quaisquer obras de melhoramento.s, estiolando-se um

sistema ferroviário e, muitas vêzes, com êle, zonas inteiras, asfixiadas pe la precariedade dos transportes.

A segunda etapa do problema da distribuição da produção que se des tina aos mercados externos não ofe

rece melhores perpectivas: posta nos

portos de embarque, a produção se

congestionamento constante dos por tos principais acaba por acarretar a alta dos fretes, imposta pelas or

ganizações estrangeiras, a cujos in terêsses, em última análise, devemos submeter, de forma vexatória, os pre ços e valores de uma produção cons tantemente sobrecarregada. Todas as dificuldades são impostas às ten

tativas de organização de um sistema nacional para a navegação oceânica, que possibilitasse, em bases menos onerosas, êsse escoamento obrigató

rio para o exterior, e que ficasse

menos subordinada aos interesses extranacionais que influem nos seus

preços e que acabam por impor as suas condições a um aparelhamento produtor deficiente, precário e, de tal forma obsoleto, que tem ainda na mão-de-obra barata um dos poucos

recursos em que se alicerça quando, nos grandes momentos de crise dos concorrentes, como os das guerras mundiais, podemos penetrar em mer

cados que êles habitualmente domi nam.

Se tais são as cores do quadro ge

ral, enquanto a produção brasileira gravita

quase

exclusivamente

para

os mercados externos, permanecendo


DicEsix) Econômico

120

o oceano como a grande área dc cir

a sua fisionomia antiga, particular

culação, e o sistema terrestre de transportes sob a característica de penetrantes que buscam matérias-

mente no centro-sul, o Brasil come

primas e produtos tropicais para tra-

INAUDITO EPISÓDIO

ça a delinear o quadro de uma cir culação interna que afetará natural mente a distribuição dos produtos.

Afonso de E. Taunay

AconnEü em 1710, ao que parece,

zê-los aos portos de embarque, —

Embora permaneça ainda um produ

extraordinário fato nos anais do

coméi*cio do sal brasileiro, incidente

não são melhores, nem menos des

tor de matérias-primas c alimentí

favoráveis quando se esboça, entre

cias principalmente, e dostinando-as

nós, um mercado interno que consti

ao mercado externo, que permanece

tui a grande e substancial alteração

preponderante, — vamos estimulando uma produção para mercados nacio nais, que logo defronta as maiores di ficuldades, pelo baixo poder aquisiti

da

estrutura

econômica

do

país.

Tendo alcançado, através das grandes dificuldades oriundas de uma econo

mia semicolonial, a acumulação, em algumas zonas, de riqueza que alterou

vo do nosso povo é pela px-ecariedade do sistema de transportes.

Comenta

Machado

de

Oliveix-a

ímpar em nossa história colonial,

{Quadro histórico, pág. 126): "Ura

provocado pela extorsão dos monopo

fato clamoroso se deu a propósito da

lenta e justíssima x'eação dos extorquidos. A esse movimento encabeçou

proeza de Bartolomeu de Faria que, ao rigor da história não pode passar desapercebido, e que revela o pengo

Bartolomeu Fernandes Faria paulista de velha estirpe.

duos de índole e costumes rudes, que

listas, causadores da inespei*ada, vio

Filho e neto de indivíduos que ti

nham 03 mesmos patronímicos, diz Azevedo Marques, pertencia a uma

progênie de homens extraordinaria mente violentos.

Nos anais das câmaras de Iguape e de São Paulo aparecem-nos fre

qüentemente os seus nomes lembra

dos por atos de indisciplina, rebeldia o violência.

do riquezas acumuladas em indiví as têm como potência ap a para

coonestar desmandos e justificarmos devaneios arbitrários da von ^

te levantada dentro do seu estabe lecimento rural de Jacarei, a noite

defendida por numerosa escravatura de índios, tomados nos sertões a fe^ ro e fogo, De dia vivia o gentio territorial. Tinha o potentado trato

tes Bartolomeus, por volta de 1640,

brando só com homens que, com o

em Iguape, autor de homicídios e

título de "agregados", moravam era

prepotências. Parece ter sido o mes

seu apanágio. Êstes às vezes, quando lhes minguaram os recursos, fruíam

mo que foi o provedor da Casa da Moeda de S. Paulo por volta de 1650. Em fins do século XVII era o se

gundo, ou terceiro, Bartolomeu Fer nandes de Faria administrador das minas de São Paulo. Contava

n

Sentia-se Bartolomeu Fernandes de Faria, seguro no abrigo de casa-for-

ocupado na lavra do imenso dommio

Assim, Young descobriu um des

rm

intermédio de um seu carijó, alcunha do o judeu.

seus

setenta

anos, em

1710, quando, em mês e dia ignora dos, realizou a inaudida façanha de que largamente se ocupou Pedro Taques.

Êste, aliás, lhe chama "terror da vila de Jacareí em cujo têi^mo foi morador muitos anos" e o acusa de mandante de muitos assassinatos, por

os do senhorio, que os largueava de bom-grado pela esperada compensa ção da sujeição aos seus alvcdrioa do senhor de baraço e cutelo. "E se era assim o seu trato, diver so o que ostentava eni presença da autoridade, desprezando insolentemente os seus mandados.

Nada reprimia a consumação doa atentados em que vivia atolado: e ai daqueles que queriam suster-lhe a mão criminosa, e o seu contínuo desvairamento denunciavam.

A questão do açambarcamento ^


DicEsix) Econômico

120

o oceano como a grande área dc cir

a sua fisionomia antiga, particular

culação, e o sistema terrestre de transportes sob a característica de penetrantes que buscam matérias-

mente no centro-sul, o Brasil come

primas e produtos tropicais para tra-

INAUDITO EPISÓDIO

ça a delinear o quadro de uma cir culação interna que afetará natural mente a distribuição dos produtos.

Afonso de E. Taunay

AconnEü em 1710, ao que parece,

zê-los aos portos de embarque, —

Embora permaneça ainda um produ

extraordinário fato nos anais do

coméi*cio do sal brasileiro, incidente

não são melhores, nem menos des

tor de matérias-primas c alimentí

favoráveis quando se esboça, entre

cias principalmente, e dostinando-as

nós, um mercado interno que consti

ao mercado externo, que permanece

tui a grande e substancial alteração

preponderante, — vamos estimulando uma produção para mercados nacio nais, que logo defronta as maiores di ficuldades, pelo baixo poder aquisiti

da

estrutura

econômica

do

país.

Tendo alcançado, através das grandes dificuldades oriundas de uma econo

mia semicolonial, a acumulação, em algumas zonas, de riqueza que alterou

vo do nosso povo é pela px-ecariedade do sistema de transportes.

Comenta

Machado

de

Oliveix-a

ímpar em nossa história colonial,

{Quadro histórico, pág. 126): "Ura

provocado pela extorsão dos monopo

fato clamoroso se deu a propósito da

lenta e justíssima x'eação dos extorquidos. A esse movimento encabeçou

proeza de Bartolomeu de Faria que, ao rigor da história não pode passar desapercebido, e que revela o pengo

Bartolomeu Fernandes Faria paulista de velha estirpe.

duos de índole e costumes rudes, que

listas, causadores da inespei*ada, vio

Filho e neto de indivíduos que ti

nham 03 mesmos patronímicos, diz Azevedo Marques, pertencia a uma

progênie de homens extraordinaria mente violentos.

Nos anais das câmaras de Iguape e de São Paulo aparecem-nos fre

qüentemente os seus nomes lembra

dos por atos de indisciplina, rebeldia o violência.

do riquezas acumuladas em indiví as têm como potência ap a para

coonestar desmandos e justificarmos devaneios arbitrários da von ^

te levantada dentro do seu estabe lecimento rural de Jacarei, a noite

defendida por numerosa escravatura de índios, tomados nos sertões a fe^ ro e fogo, De dia vivia o gentio territorial. Tinha o potentado trato

tes Bartolomeus, por volta de 1640,

brando só com homens que, com o

em Iguape, autor de homicídios e

título de "agregados", moravam era

prepotências. Parece ter sido o mes

seu apanágio. Êstes às vezes, quando lhes minguaram os recursos, fruíam

mo que foi o provedor da Casa da Moeda de S. Paulo por volta de 1650. Em fins do século XVII era o se

gundo, ou terceiro, Bartolomeu Fer nandes de Faria administrador das minas de São Paulo. Contava

n

Sentia-se Bartolomeu Fernandes de Faria, seguro no abrigo de casa-for-

ocupado na lavra do imenso dommio

Assim, Young descobriu um des

rm

intermédio de um seu carijó, alcunha do o judeu.

seus

setenta

anos, em

1710, quando, em mês e dia ignora dos, realizou a inaudida façanha de que largamente se ocupou Pedro Taques.

Êste, aliás, lhe chama "terror da vila de Jacareí em cujo têi^mo foi morador muitos anos" e o acusa de mandante de muitos assassinatos, por

os do senhorio, que os largueava de bom-grado pela esperada compensa ção da sujeição aos seus alvcdrioa do senhor de baraço e cutelo. "E se era assim o seu trato, diver so o que ostentava eni presença da autoridade, desprezando insolentemente os seus mandados.

Nada reprimia a consumação doa atentados em que vivia atolado: e ai daqueles que queriam suster-lhe a mão criminosa, e o seu contínuo desvairamento denunciavam.

A questão do açambarcamento ^


••• '-"^v ;:;í*

«

DlCliSTO EcONÓ.NUCO

123

I

DiGfôTO

Econômico

123

des que tudo era dissimulação do contratador — que, protegido dos magnatas de Santos, estava pratican do com liberdade tal despropósito de baixo dos seguros de lhe não ser cas tigada a culpa, tantas vezes reque

havia Bartolomeu Fernandes do Fa

deram para Santos sem mais ação,

ria disposto uma multidão de Carijós a cujas co.stas se conduziu todo o sal, e cavalos de cargas, que para o mesmo fim trouxera do planalto. Tal o vulto do troço de sua gente

que haverem intentado o despiquo por

e pitorescamente:

rida pelos da república de São Paulo

"Bartolomeu Fernandes de Faria, terror da vila de Jacareí, em cujo ter mo foi morador muitos anos; pôs

— formou um corpo de armas, e

armada, que tomou como que um ar de pé de exército, como jamais vira

com êle baixou a Santos.

praça tão pequena; cujos moradores,

carestia do sal, dia a dia exasperava

mais os paulistas c levou Bartolomeu Fernandes a um fato absolutamente

singrular nos fastos de São Paulo e do Brasil.

Narra-o Pedro Taques, abundante

aos

moradores

da

vila

de

Santos

cheios de temor pânico, quando bai

sem terem ocasião de verem cava

de Bartolomeu Fernandes quer quan

quele rocio, vacilavam entre o temor e a admiração.

do de sua irrupção na vila e nos ar

homem de bem de lhe não fazer mí

fortalezas ao mestre de campo José Monteiro de Matos."

Posto em marcha chegou à vila de São Vicente e por ela se introduziu, por terra, em distância de duas lé guas com o seu troço, valendo cada

sejo dc ver e onde há referências positivas a combates entre elementos da guarnição dc Santos e a gente

los, que ainda então os não liavia na

nima ofensa. Só carecia da sua pre sença, e da de seus caixeiros, para

dio fortificado de quatro companhias de infantaria paga, e ter naquela oca sião por governador da praça e suas

mos dc patentes de oficiais de linha o dc ordenanças que tivemos o en

Chegado, tomou logo os armazéns

gente armada sem lhe embaraçar a

cutou, o ser a vila de Santos presí

Contra esta afirmação do linhagis-

ta há porém o que afirmam os têr-

do sal; e mandou chamar o contra tador "com o seguro da palavra de

xou àquela vila com um troço de sesolução, que ia executar, como exe

desaforo."

Executado

este lance .sem

qualquer incidente

violento

outro

destes

mazéns, quer quando batia em retira da com o sal apreendido.

"Sossegados os ânimos do primei- ^

à Fazenda Real 400 réis de uma con

ria pelo mesmo caminho do terra do

ro susto e horror, que causou a liberdadc de Bartolomeu Fernandes, \ houve ação de graça por ficarem os moradores livres de um potentado, de

signação prometida pelos povos de

São Vicente.

quem recearam hostilidade, roubos e

ver a extração do sal, e receber de cada alqueire o preço taxado de 1|280, porque desta quantia cabiam

São Paulo e suas vilas como subsí

dio da infantaria da praça. Mandou ao mesmo tempo aviso ao provedor da fazenda regia Timóteo Corrês de Góes a fim de que fizesse concorrer

que costuma obrar qualquer colu na de- soldados do despotismo, reti rou-se Bartolomeu Fernandes de Fa

E como nesta estrada

existisse

uma ponte chamada de São Jorge tanto que teve em torno de si tôda a

outras insolências, que costuma pra

ticar qualquer corpo tu multuoso, e sem discipli na

regular, continua

o

soa gente de armas, e de

pitoresco relato de Pedro

soldado, na estimação do seu coman

aos postos dos armazéns o fiel rece-

cargas e bestas, atraves

Taques.

dante, por muitos dos que na praça ti nham o sôldo do rei.

bedor dos 400 réis de cada alqueire. Tudo assim disposto, com grande

sada tal ponte agiu como soldado esperto. Mandou

"Foi a ação de graças celebrada na igreja do co

Deu motivo esta briosa, posto que indiscreta ação, o vexame que so

tranqüilidade de espírito, ocupou Bar

deitá-la abaixo, acautelan-

légio dos padres jesuítas

tolomeu Fernandes a rua onde exis

do-se assim para passar a

da praça de Santos, e hou

tiam os rmazéns cujas portas fêz . abrir, e fêz extrair e evacuar o sal,

noite em sossêgo, se na sua retaguarda tocasse alar

ve no fira do Te-Deum um sermão, que se dedi

friam, sem remédio, os moradores de

serra acima, por que a ambição ti nha convertido em negócio particular

que entendia necessário ao forneci

ma a infanteria da pra

a venda do sal que por estanco con

mento dos povos de serra acima. Ha

forme se dignara conceder a "real

teiro Matos", que entre parênteses,

piedade do sr. rei D. João V", tinha

via meses suportavam estes a bar baridade da ambição do contratador.

ça para ó atacar dentro de São Vi cente, em marcha para São Paulo ate o sítio do Cubatão.

deve ter ficado sobremodo aborrecido

ò preço taxado em 1$280 por alquei

Foi escrupulosamente pago (dentro

re, em virtude da súplica dos morado

dos mesmos armazéns), o sal que

res de serra acima por intermédio

para fora se tirava, e mais os 400

da câmara de São Paulo. Chegava o contratador ao excesso de pedir por cada alqueire 20$000, sob o pretexto de que do reino lhe tinha faltado o

réis

suprimento anual do gênero. Constando a Bartolomeu Fernan

de

cada

alqueire

recebidos

pelo fiel da fazenda real. Assim, es ta

e o contratador não receberam

prejuízo de um só real.

Para a condução do gênero causa

dor desta "liberdade e despotismo".

. 'áMHil Mb

"Não foi esta advertência de pe

quena conseqüência, escreve Pedro Taques porque, resolvendo-se os da praça a seguirem a Bartolomeu Fer

nandes para castigarem a ousadia, chegando as tropas ao passo de São Jorge, o acharam sem ponte, a qual BB não podia fabricar em breves ho

ras e por êste impedimento retroce

cou, para o pi-elo ao mes

tre de campo governador José Mon

c(im a ineficência da sua reação.

"Nós tivemos o gosto de ver êste papel; porém, como nos falta a li

ção para têrmos voto de o aplaudir ou criticar, só fizemos conceito que saindo ao mundo pela publicidade da imp;rensa, não faltaria quem reputas se primeira sátira, que sermão adornad'> de textos sagrados, por uma


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I

DiGfôTO

Econômico

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des que tudo era dissimulação do contratador — que, protegido dos magnatas de Santos, estava pratican do com liberdade tal despropósito de baixo dos seguros de lhe não ser cas tigada a culpa, tantas vezes reque

havia Bartolomeu Fernandes do Fa

deram para Santos sem mais ação,

ria disposto uma multidão de Carijós a cujas co.stas se conduziu todo o sal, e cavalos de cargas, que para o mesmo fim trouxera do planalto. Tal o vulto do troço de sua gente

que haverem intentado o despiquo por

e pitorescamente:

rida pelos da república de São Paulo

"Bartolomeu Fernandes de Faria, terror da vila de Jacareí, em cujo ter mo foi morador muitos anos; pôs

— formou um corpo de armas, e

armada, que tomou como que um ar de pé de exército, como jamais vira

com êle baixou a Santos.

praça tão pequena; cujos moradores,

carestia do sal, dia a dia exasperava

mais os paulistas c levou Bartolomeu Fernandes a um fato absolutamente

singrular nos fastos de São Paulo e do Brasil.

Narra-o Pedro Taques, abundante

aos

moradores

da

vila

de

Santos

cheios de temor pânico, quando bai

sem terem ocasião de verem cava

de Bartolomeu Fernandes quer quan

quele rocio, vacilavam entre o temor e a admiração.

do de sua irrupção na vila e nos ar

homem de bem de lhe não fazer mí

fortalezas ao mestre de campo José Monteiro de Matos."

Posto em marcha chegou à vila de São Vicente e por ela se introduziu, por terra, em distância de duas lé guas com o seu troço, valendo cada

sejo dc ver e onde há referências positivas a combates entre elementos da guarnição dc Santos e a gente

los, que ainda então os não liavia na

nima ofensa. Só carecia da sua pre sença, e da de seus caixeiros, para

dio fortificado de quatro companhias de infantaria paga, e ter naquela oca sião por governador da praça e suas

mos dc patentes de oficiais de linha o dc ordenanças que tivemos o en

Chegado, tomou logo os armazéns

gente armada sem lhe embaraçar a

cutou, o ser a vila de Santos presí

Contra esta afirmação do linhagis-

ta há porém o que afirmam os têr-

do sal; e mandou chamar o contra tador "com o seguro da palavra de

xou àquela vila com um troço de sesolução, que ia executar, como exe

desaforo."

Executado

este lance .sem

qualquer incidente

violento

outro

destes

mazéns, quer quando batia em retira da com o sal apreendido.

"Sossegados os ânimos do primei- ^

à Fazenda Real 400 réis de uma con

ria pelo mesmo caminho do terra do

ro susto e horror, que causou a liberdadc de Bartolomeu Fernandes, \ houve ação de graça por ficarem os moradores livres de um potentado, de

signação prometida pelos povos de

São Vicente.

quem recearam hostilidade, roubos e

ver a extração do sal, e receber de cada alqueire o preço taxado de 1|280, porque desta quantia cabiam

São Paulo e suas vilas como subsí

dio da infantaria da praça. Mandou ao mesmo tempo aviso ao provedor da fazenda regia Timóteo Corrês de Góes a fim de que fizesse concorrer

que costuma obrar qualquer colu na de- soldados do despotismo, reti rou-se Bartolomeu Fernandes de Fa

E como nesta estrada

existisse

uma ponte chamada de São Jorge tanto que teve em torno de si tôda a

outras insolências, que costuma pra

ticar qualquer corpo tu multuoso, e sem discipli na

regular, continua

o

soa gente de armas, e de

pitoresco relato de Pedro

soldado, na estimação do seu coman

aos postos dos armazéns o fiel rece-

cargas e bestas, atraves

Taques.

dante, por muitos dos que na praça ti nham o sôldo do rei.

bedor dos 400 réis de cada alqueire. Tudo assim disposto, com grande

sada tal ponte agiu como soldado esperto. Mandou

"Foi a ação de graças celebrada na igreja do co

Deu motivo esta briosa, posto que indiscreta ação, o vexame que so

tranqüilidade de espírito, ocupou Bar

deitá-la abaixo, acautelan-

légio dos padres jesuítas

tolomeu Fernandes a rua onde exis

do-se assim para passar a

da praça de Santos, e hou

tiam os rmazéns cujas portas fêz . abrir, e fêz extrair e evacuar o sal,

noite em sossêgo, se na sua retaguarda tocasse alar

ve no fira do Te-Deum um sermão, que se dedi

friam, sem remédio, os moradores de

serra acima, por que a ambição ti nha convertido em negócio particular

que entendia necessário ao forneci

ma a infanteria da pra

a venda do sal que por estanco con

mento dos povos de serra acima. Ha

forme se dignara conceder a "real

teiro Matos", que entre parênteses,

piedade do sr. rei D. João V", tinha

via meses suportavam estes a bar baridade da ambição do contratador.

ça para ó atacar dentro de São Vi cente, em marcha para São Paulo ate o sítio do Cubatão.

deve ter ficado sobremodo aborrecido

ò preço taxado em 1$280 por alquei

Foi escrupulosamente pago (dentro

re, em virtude da súplica dos morado

dos mesmos armazéns), o sal que

res de serra acima por intermédio

para fora se tirava, e mais os 400

da câmara de São Paulo. Chegava o contratador ao excesso de pedir por cada alqueire 20$000, sob o pretexto de que do reino lhe tinha faltado o

réis

suprimento anual do gênero. Constando a Bartolomeu Fernan

de

cada

alqueire

recebidos

pelo fiel da fazenda real. Assim, es ta

e o contratador não receberam

prejuízo de um só real.

Para a condução do gênero causa

dor desta "liberdade e despotismo".

. 'áMHil Mb

"Não foi esta advertência de pe

quena conseqüência, escreve Pedro Taques porque, resolvendo-se os da praça a seguirem a Bartolomeu Fer

nandes para castigarem a ousadia, chegando as tropas ao passo de São Jorge, o acharam sem ponte, a qual BB não podia fabricar em breves ho

ras e por êste impedimento retroce

cou, para o pi-elo ao mes

tre de campo governador José Mon

c(im a ineficência da sua reação.

"Nós tivemos o gosto de ver êste papel; porém, como nos falta a li

ção para têrmos voto de o aplaudir ou criticar, só fizemos conceito que saindo ao mundo pela publicidade da imp;rensa, não faltaria quem reputas se primeira sátira, que sermão adornad'> de textos sagrados, por uma


EhGESTO Econômico

Dicesto Econômic»)

125

neiro em data igual (D. Int. 49, 24). A respeito desta façanha insólita do régulo jacareienso redigiu Antô

alqueire de Sal,.cujo preço normal era

ação que mais acusava o terror pâni co dos moradores de Santos, que a

a irrupção de Bartolomeu Femandes

força das armas do despótico Bar-

que ocorreu em 1710.

tolomeu Fernandes de Faria".

A carta de D. João V ao capitãomor da Vila de Santos ordenando o

nio de Toledo Piza uns tantos con

Representaria isto hoje .«eguram^nte

ceitos em que há cousas exatas e

uns dois contos, o que daria o litro

seu castigo é de 28 de Abril de 1711. Por ela se vê que o denunciante do

outras menos verídicas.

de sal grosso a cento e cincoenta

caso à Coroa fora o Desembargador

nandes era violento mas lionesto, cou

Antônio da Cunha Souto Maior.

sa totalmente contestável.

Facinoroso como era, pai*ece que ao seu triunfo fez Bartolomeu acom

panhar de muitos homicídios.

Pelo

menos diz Pedro Taques:

"Deixou nesta ação estampada, o seu nome. que em todo o tempo seria recomendável se o não manchara com

a nota indiscutível de tantas mortes, que se executaram por seu auxílio

em Santos, mas não há dúvida de

"O Desembargador Sendicante An tônio da Cunha Soto Mayor me deu conta, em 2 de Novembro do anno passado, dos inormes delictos em que

e consentimento."

estava culpado Bertholameu Fernan

Contràriamente ao que pensa Ma chado de Oliveira, o ato de Bartolo

des de Faria, da Villa de Jacarehy,

meu causou verdadeiro desabafo aos

paulistas, o que era tudo quanto po dia haver de mais justo e natural. Isto ao ponto de levar o leal vas salo autor da "Nobiliarchia" a co mentar:

"Deixou nesta ação estampado o

não só pella asuada que deu nessa Villa de que lhe mandei devaçar, mas também pella que havia dado na Villa de Mogi em cujo termo se acha-: va em

hum

citio feito forte com

200 criminozos e escravos seus.

E que para o prenderem havia

seu nome que em todo o tempo se

toda a deligencia. Me pareceo ordenarvos que com toda efficacia lhe

ria recomendável!"

deis toda a ajuda e favor para que

Diversamente pensa o Brigadeiro Machado desse explodir de sentimenr tos conculcados pela tirania dos mo-

se consiga a sua prizão, ainda que seja à custa de algua despeza da

nonohstas do sal.

Enós, a seu modo de ver, preferi mos o do cronista, conhecendo o que era a extensão dos abusos dos regedores da gabela: "Seria plausível este proceder se

consistisse virtualmente em reprimir a chatinagem desses detestáveis egoístas que traficam com a miséria pública, mas o múnus social reclama

seus direitos como ofendido pela vio lência aplicada nessa repressão." Tão pavoroso atentado contra a

fazenda real para se evitar por este caminho, as enquietações que a malignidade deste homem pode cauzar nessas terras."

No mesmo dia ordenava o Rei a

Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho desse tôda a ajuda e favor

ao Desembargador Souto Maior que prometera prender e castigar o re belde.

Para tanto também não du

vidasse gastar alguma cousa da fa zenda real. O que era indispensável vinha a ser o castigo exemplar deste

homem perverso. (Arq. de Minas Ge

autoridade dos propostos régios não poderia deixar de provocar imediata

rais cd. 3;4,12).

reação.

ca ao caso que a mesma ordem rei

Não sabemos em que data ocorreu

Tanta importância ligava o monar terava ao Governador do Rio de Ja

Assim afirma que B.artolomou Fer Vivia o

de 1280 riisi-chegou a ser vendido

em São Paulo por vinte mil réis.

cruzeiros.

Jamais vimos documento algum re ferente a tão despropositada anoma

tiranete, desde muito, a provocar

lia, mas a probidade do linhagista

reclamações reiteradas da Câmara de

temo-la em tal conta que não duvi damos em admitir-lhe a asserção, nascida de informe que ignoramos qual haja sido. .

São Paulo pelos múltiplos abusos conietidos em detrimento do fisco munlcinal.

Subscrevemos-lho porém ê.stes tó

"O govêiTio colonial, em sua ga nância. punha em hasta pública, para arrematação por quem maior lanço oierecesse. o imnosto do sal que. pe

lo porto de Santos, entrava na Capi tania de São Paulo, para o consumo

dos seus habitantes o suprimento do sertão,

Os arrematantes, em regra, eram

homens

"Bartolomeu Fernandes de Faria;

que também sofria as conseqüências

picos:

ambiciosos,

desalmados

e

cruéis, que faziam tal monopólio do Bal, que o seu preço so tornava ex

deste vergonhoso monopolio e que

dispunha de vastos recursos e de mui ta gente, armou-se com muitos ca pangas e boa tropa de índios e esceu a Santos, onde apanhou os arre matantes de surpresa; forçou-os a

abrirem os seus armazéns e deles re tirou todo o sal que podia conduzir; mediu esse sal; pagou-o por seu jus

to valor, dando margens paia lúcios razoáveis; carregou a sua tropa de

nteira necessidade acima do alcance

índios e partiu para serra acima, des truindo as pontes e fechando o ca minho para que as autoridades san-

da massa geral da população. Re presentações e queixas de todas as

tistas não pudessem vir em seu en calço com as fôrças que às pressas

Bortes, motivadas pelo sofrimento do

tinham reunido."

cessivo. ficando este gêneno do uri-

povo, não eram atendidas pelo gover no português, que só tinha em vista

Não temos grande confiança nesta

os lucros que tais monopólios lhe

apregoada retidão de Bartolomeu Fernandes, homem acostumado a tô

rendiam,"

da as arbitrariedades e mandante de

Afirma Piza, como Taques, que o

vários homicídios, repetimo-lo.


EhGESTO Econômico

Dicesto Econômic»)

125

neiro em data igual (D. Int. 49, 24). A respeito desta façanha insólita do régulo jacareienso redigiu Antô

alqueire de Sal,.cujo preço normal era

ação que mais acusava o terror pâni co dos moradores de Santos, que a

a irrupção de Bartolomeu Femandes

força das armas do despótico Bar-

que ocorreu em 1710.

tolomeu Fernandes de Faria".

A carta de D. João V ao capitãomor da Vila de Santos ordenando o

nio de Toledo Piza uns tantos con

Representaria isto hoje .«eguram^nte

ceitos em que há cousas exatas e

uns dois contos, o que daria o litro

seu castigo é de 28 de Abril de 1711. Por ela se vê que o denunciante do

outras menos verídicas.

de sal grosso a cento e cincoenta

caso à Coroa fora o Desembargador

nandes era violento mas lionesto, cou

Antônio da Cunha Souto Maior.

sa totalmente contestável.

Facinoroso como era, pai*ece que ao seu triunfo fez Bartolomeu acom

panhar de muitos homicídios.

Pelo

menos diz Pedro Taques:

"Deixou nesta ação estampada, o seu nome. que em todo o tempo seria recomendável se o não manchara com

a nota indiscutível de tantas mortes, que se executaram por seu auxílio

em Santos, mas não há dúvida de

"O Desembargador Sendicante An tônio da Cunha Soto Mayor me deu conta, em 2 de Novembro do anno passado, dos inormes delictos em que

e consentimento."

estava culpado Bertholameu Fernan

Contràriamente ao que pensa Ma chado de Oliveira, o ato de Bartolo

des de Faria, da Villa de Jacarehy,

meu causou verdadeiro desabafo aos

paulistas, o que era tudo quanto po dia haver de mais justo e natural. Isto ao ponto de levar o leal vas salo autor da "Nobiliarchia" a co mentar:

"Deixou nesta ação estampado o

não só pella asuada que deu nessa Villa de que lhe mandei devaçar, mas também pella que havia dado na Villa de Mogi em cujo termo se acha-: va em

hum

citio feito forte com

200 criminozos e escravos seus.

E que para o prenderem havia

seu nome que em todo o tempo se

toda a deligencia. Me pareceo ordenarvos que com toda efficacia lhe

ria recomendável!"

deis toda a ajuda e favor para que

Diversamente pensa o Brigadeiro Machado desse explodir de sentimenr tos conculcados pela tirania dos mo-

se consiga a sua prizão, ainda que seja à custa de algua despeza da

nonohstas do sal.

Enós, a seu modo de ver, preferi mos o do cronista, conhecendo o que era a extensão dos abusos dos regedores da gabela: "Seria plausível este proceder se

consistisse virtualmente em reprimir a chatinagem desses detestáveis egoístas que traficam com a miséria pública, mas o múnus social reclama

seus direitos como ofendido pela vio lência aplicada nessa repressão." Tão pavoroso atentado contra a

fazenda real para se evitar por este caminho, as enquietações que a malignidade deste homem pode cauzar nessas terras."

No mesmo dia ordenava o Rei a

Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho desse tôda a ajuda e favor

ao Desembargador Souto Maior que prometera prender e castigar o re belde.

Para tanto também não du

vidasse gastar alguma cousa da fa zenda real. O que era indispensável vinha a ser o castigo exemplar deste

homem perverso. (Arq. de Minas Ge

autoridade dos propostos régios não poderia deixar de provocar imediata

rais cd. 3;4,12).

reação.

ca ao caso que a mesma ordem rei

Não sabemos em que data ocorreu

Tanta importância ligava o monar terava ao Governador do Rio de Ja

Assim afirma que B.artolomou Fer Vivia o

de 1280 riisi-chegou a ser vendido

em São Paulo por vinte mil réis.

cruzeiros.

Jamais vimos documento algum re ferente a tão despropositada anoma

tiranete, desde muito, a provocar

lia, mas a probidade do linhagista

reclamações reiteradas da Câmara de

temo-la em tal conta que não duvi damos em admitir-lhe a asserção, nascida de informe que ignoramos qual haja sido. .

São Paulo pelos múltiplos abusos conietidos em detrimento do fisco munlcinal.

Subscrevemos-lho porém ê.stes tó

"O govêiTio colonial, em sua ga nância. punha em hasta pública, para arrematação por quem maior lanço oierecesse. o imnosto do sal que. pe

lo porto de Santos, entrava na Capi tania de São Paulo, para o consumo

dos seus habitantes o suprimento do sertão,

Os arrematantes, em regra, eram

homens

"Bartolomeu Fernandes de Faria;

que também sofria as conseqüências

picos:

ambiciosos,

desalmados

e

cruéis, que faziam tal monopólio do Bal, que o seu preço so tornava ex

deste vergonhoso monopolio e que

dispunha de vastos recursos e de mui ta gente, armou-se com muitos ca pangas e boa tropa de índios e esceu a Santos, onde apanhou os arre matantes de surpresa; forçou-os a

abrirem os seus armazéns e deles re tirou todo o sal que podia conduzir; mediu esse sal; pagou-o por seu jus

to valor, dando margens paia lúcios razoáveis; carregou a sua tropa de

nteira necessidade acima do alcance

índios e partiu para serra acima, des truindo as pontes e fechando o ca minho para que as autoridades san-

da massa geral da população. Re presentações e queixas de todas as

tistas não pudessem vir em seu en calço com as fôrças que às pressas

Bortes, motivadas pelo sofrimento do

tinham reunido."

cessivo. ficando este gêneno do uri-

povo, não eram atendidas pelo gover no português, que só tinha em vista

Não temos grande confiança nesta

os lucros que tais monopólios lhe

apregoada retidão de Bartolomeu Fernandes, homem acostumado a tô

rendiam,"

da as arbitrariedades e mandante de

Afirma Piza, como Taques, que o

vários homicídios, repetimo-lo.


7^ Dícesto Econômico

Visão econômica de Luís Tarquínio

X27

a qualquer intcrfcrcucia do Poder na esfera particular, c o socialismo estatal, firmado na concepção do Estado onímodo, do Estado onipre.sente. Vè-sc, pelo

cònciúto: t^ada mais prcftidicial ao pros perar de uma nação do que supor-se quo ^ o Govenxo „ é .. a ciância . em ação, quando

ção econômica do Brasil, embora não

de certos fenômenos sociais c econômi

obra, na Boa Viagem, tcnlia sido uma

êle não passa de uma sábia direção do força. O opúsculo de Luís Tarquínio é de 1001, precisamente há cinqüenta anos, e no entanto estas palavras so apli cam perfeitamente ao momento que pas

tenha sido ele, como se sabe, economista

cos, a respeito dos quais escreveu pensa mentos certos, fruto da observação, da

afirmação da mais avançada consciência

sa, uma vez que está tomando corpo a

Deoljntx) Amouim

descnvoKimcnto de suas idéias, nome de Luís Tarquínío associa-se

triais, apesar de absorventes,

naturalmente a uma fase da evolu

prejudicaram a compreensão bem nítida

ou, pelo menos, versado cm matéria fi nanceira. Lia muito, procurava estar sempre bem informado, mas não tinha

pròpriamentc estudos especializados de Economia c Finanças, o que é facilmen te compreensível na vida de um homem

empreendedor, um industrial ativo e in

teligente, sem tempo disponível para de morados estudos de gabinete. Assinalese de passagem que no tempo de Luís

Tarquínio eram relativamente poucos os homens que, fora dos habituais "deve ras do ofício", se dedicavam a estudos de Economia e, muito menos, de Finan

ças, especialidade preferida apenas pe los que, por força de certos encargos ou compromissos profissionais, se viam obri gados a cultivar esta seara. Fora das Faculdades de Direito, onde se davam as

noções básicas de Economia Política, o estudo de Economia, como o de Finan

ças, Estatística, por exemplo, a não ser no. curso de Engenharia, muito se res

sentia da falta de formação regular, por que não havia interesse por tais discipli nas, hoje indispensáveis à vida moderna. • Tão necessário é atualmente o conheci mento da ciência econômica, como o de

outras ciências que lhe são afins, que a Economia já se tornou matéria obrigató

não lhe

que

Luís Tarquínio não era apologista do so cialismo de Estado, conquanto u sua

meditação c do conliecimento direto da

social para o seu tempo. Se, por êste motivo, pelas realizações sociais que dei

realidade, ajwiado sôlme o lastro de baa

xou na Bahia, quisermos chamá-lo so

suposição dc que o Estado deve e pode

cultura geral.

cialista, certamente o .socialismo de Luís

absorver a esfera das atividades privadas. Não era Luís Tarquínio, portanto, partid lírio do socialismo de Estado. Ninguém

Já se cscrc\'cu, eni di\'crsas oportuni dades, sòbrc a obra dc Luís Tarquínio, principalmente porque a sua organiza ção indu.strial pa.ssou a ser citada como

Tarquínio não 6 o do tipo estatal, mas

foi mais humanitário, mais propenso a

o tipo modelar de uma empresa capaz de, muito antes das atuais reivindica

atraso e a fraqueza de um povo do que a persuasão, a crença de que o poder pú blico é providencial e só dêle deoe-se esperar iodos os hens, tudo quanto pode tornar feliz o cida

ções sociais, oferecer o melhor exemplo

de hannonia entre o capital e o traba lho, entro empregador e empregado.

Quem escreve isto

reformas sociais do que êle, como chefe

sabe muito bem enxergar as balizas que

dc grande indústria, som cair na d^a-

separam o domínio do Estado c a liber

gogia, sem recorrer a cxtremismos. Coe

dade individual: í^ada denuticia rtiais o

rente com os seus pontos de vista, re cusou uma subvenção estadual, propos ta na Assembléia Legislativa da Bama

de feitio diferente.

Neste particular, sem a menor dúvida, foi Luís Tarquínio autêntico reforma

dão. (Sic). Não há, é bem de

dor.

-vcr-se, originalidade nem sapiên

Como industrial, c dos de maior

projeção no país, tanto assim que lhe

cia nestas palavras, mas o que é

deram o título de "Mauá baiano", Luís

verdade é que elas exprimem um pensamento equilibrado, um princípio pelo qual se verifica, tanto na teoria co mo na prática, que a iniciativa indivi dual, fundamento dos regimes livres, 'lunca deve abrir mão de suas prerroga

Tarquínio lançou os fundamentos de

uma ordem social baseada na coopera ção e na confiança, sem hegemonia de classes, sem necessidade, portanto, de apelo a qualquer forma de extremismo. A Vila Operária de Luís Tarquínio po de ser apresentada, sem exagêro, como antecipação dos modernos planos de as sistência tanto no âmbito oficial como no

tivas naturais em benefício da tutela do

pelo deputado Aménco Baweto,

por entender que as arividades

particulares devem surgir e de-

scnvolver-sc fora do angulo de

supervisão oficial. Argumentava êle e muito bem, que o auxilio oficial dá direito à interferência do Estado em obras que devem ser es

timuladas pelo esforço e pela capacida de particulares.

Assim pensava, e as

sim procedeu quando se lhe deparou a ocasião de pôr em prática as suas opi niões, nascidas da experiência, do estu

Estado. Luís Tarquínio tinha idéias próprias sobre este assunto. A síntese

do c do trato contínuo com o elemento

de seu pensamento está nos artigos que

sas: escola do povo e para o povo — dizia êle — mantida com a mais ampla

humano. Fê-lo sob alegações pondero-

Entre

publicou, durante muito tempo, no jor

tanto, não se fêz ainda um trabalho com

nal O Operário, por êle fundado c orien

independência, a aceitação dc qualquer

pleto sobre a ação de Luís Tarquínio co

tado na Bahia, há mais de meio século,

favor oficial importaria tàcitamcnte rxa eliminação dessa liberdade de ação, sem

campo da iniciativa particular.

ria em diversos cursos, inclusive nas Fa

mo homem realizador, como renovador

mais tarde reunidos, em parte no opús-

culdades de Filosofia.

de costumes e, ainda, como homem do

culo intitulado Preceitos morais e cívicos,

idéias. Suas idéias, por exemplo, a res peito das relações entre o indivíduo e o

com o intuito dc orientar o operariado.

Conquanto não possuísse créditos cultu

Tarquínio, através destas palavras, um

rais de sociólogo ou economista, sobra va-lho acentuada vocação dc orientador

individualista intransigente, um espírito

tar-se que Luís Tarquínio tinha muita

Estado, revelam grande equilíbrio entre duas concepções cm choque: o indivi

visão econômica.

dualismo absoluto, radicalmente oposto

doutrinário, Veja-se, por exemplo, êste

liberal, cujos princípios muito influíram

A geração de

Luís Tarquínio, educada sob a influên cia de outro ciclo cultural, não conhe ceu êste fenômeno. Todavia, é de no As atividades indus

a qual seria sacrificado o seu fim prin cipal. É provável que se veja em Luís

fechado no círculo da velha economia


7^ Dícesto Econômico

Visão econômica de Luís Tarquínio

X27

a qualquer intcrfcrcucia do Poder na esfera particular, c o socialismo estatal, firmado na concepção do Estado onímodo, do Estado onipre.sente. Vè-sc, pelo

cònciúto: t^ada mais prcftidicial ao pros perar de uma nação do que supor-se quo ^ o Govenxo „ é .. a ciância . em ação, quando

ção econômica do Brasil, embora não

de certos fenômenos sociais c econômi

obra, na Boa Viagem, tcnlia sido uma

êle não passa de uma sábia direção do força. O opúsculo de Luís Tarquínio é de 1001, precisamente há cinqüenta anos, e no entanto estas palavras so apli cam perfeitamente ao momento que pas

tenha sido ele, como se sabe, economista

cos, a respeito dos quais escreveu pensa mentos certos, fruto da observação, da

afirmação da mais avançada consciência

sa, uma vez que está tomando corpo a

Deoljntx) Amouim

descnvoKimcnto de suas idéias, nome de Luís Tarquínío associa-se

triais, apesar de absorventes,

naturalmente a uma fase da evolu

prejudicaram a compreensão bem nítida

ou, pelo menos, versado cm matéria fi nanceira. Lia muito, procurava estar sempre bem informado, mas não tinha

pròpriamentc estudos especializados de Economia c Finanças, o que é facilmen te compreensível na vida de um homem

empreendedor, um industrial ativo e in

teligente, sem tempo disponível para de morados estudos de gabinete. Assinalese de passagem que no tempo de Luís

Tarquínio eram relativamente poucos os homens que, fora dos habituais "deve ras do ofício", se dedicavam a estudos de Economia e, muito menos, de Finan

ças, especialidade preferida apenas pe los que, por força de certos encargos ou compromissos profissionais, se viam obri gados a cultivar esta seara. Fora das Faculdades de Direito, onde se davam as

noções básicas de Economia Política, o estudo de Economia, como o de Finan

ças, Estatística, por exemplo, a não ser no. curso de Engenharia, muito se res

sentia da falta de formação regular, por que não havia interesse por tais discipli nas, hoje indispensáveis à vida moderna. • Tão necessário é atualmente o conheci mento da ciência econômica, como o de

outras ciências que lhe são afins, que a Economia já se tornou matéria obrigató

não lhe

que

Luís Tarquínio não era apologista do so cialismo de Estado, conquanto u sua

meditação c do conliecimento direto da

social para o seu tempo. Se, por êste motivo, pelas realizações sociais que dei

realidade, ajwiado sôlme o lastro de baa

xou na Bahia, quisermos chamá-lo so

suposição dc que o Estado deve e pode

cultura geral.

cialista, certamente o .socialismo de Luís

absorver a esfera das atividades privadas. Não era Luís Tarquínio, portanto, partid lírio do socialismo de Estado. Ninguém

Já se cscrc\'cu, eni di\'crsas oportuni dades, sòbrc a obra dc Luís Tarquínio, principalmente porque a sua organiza ção indu.strial pa.ssou a ser citada como

Tarquínio não 6 o do tipo estatal, mas

foi mais humanitário, mais propenso a

o tipo modelar de uma empresa capaz de, muito antes das atuais reivindica

atraso e a fraqueza de um povo do que a persuasão, a crença de que o poder pú blico é providencial e só dêle deoe-se esperar iodos os hens, tudo quanto pode tornar feliz o cida

ções sociais, oferecer o melhor exemplo

de hannonia entre o capital e o traba lho, entro empregador e empregado.

Quem escreve isto

reformas sociais do que êle, como chefe

sabe muito bem enxergar as balizas que

dc grande indústria, som cair na d^a-

separam o domínio do Estado c a liber

gogia, sem recorrer a cxtremismos. Coe

dade individual: í^ada denuticia rtiais o

rente com os seus pontos de vista, re cusou uma subvenção estadual, propos ta na Assembléia Legislativa da Bama

de feitio diferente.

Neste particular, sem a menor dúvida, foi Luís Tarquínio autêntico reforma

dão. (Sic). Não há, é bem de

dor.

-vcr-se, originalidade nem sapiên

Como industrial, c dos de maior

projeção no país, tanto assim que lhe

cia nestas palavras, mas o que é

deram o título de "Mauá baiano", Luís

verdade é que elas exprimem um pensamento equilibrado, um princípio pelo qual se verifica, tanto na teoria co mo na prática, que a iniciativa indivi dual, fundamento dos regimes livres, 'lunca deve abrir mão de suas prerroga

Tarquínio lançou os fundamentos de

uma ordem social baseada na coopera ção e na confiança, sem hegemonia de classes, sem necessidade, portanto, de apelo a qualquer forma de extremismo. A Vila Operária de Luís Tarquínio po de ser apresentada, sem exagêro, como antecipação dos modernos planos de as sistência tanto no âmbito oficial como no

tivas naturais em benefício da tutela do

pelo deputado Aménco Baweto,

por entender que as arividades

particulares devem surgir e de-

scnvolver-sc fora do angulo de

supervisão oficial. Argumentava êle e muito bem, que o auxilio oficial dá direito à interferência do Estado em obras que devem ser es

timuladas pelo esforço e pela capacida de particulares.

Assim pensava, e as

sim procedeu quando se lhe deparou a ocasião de pôr em prática as suas opi niões, nascidas da experiência, do estu

Estado. Luís Tarquínio tinha idéias próprias sobre este assunto. A síntese

do c do trato contínuo com o elemento

de seu pensamento está nos artigos que

sas: escola do povo e para o povo — dizia êle — mantida com a mais ampla

humano. Fê-lo sob alegações pondero-

Entre

publicou, durante muito tempo, no jor

tanto, não se fêz ainda um trabalho com

nal O Operário, por êle fundado c orien

independência, a aceitação dc qualquer

pleto sobre a ação de Luís Tarquínio co

tado na Bahia, há mais de meio século,

favor oficial importaria tàcitamcnte rxa eliminação dessa liberdade de ação, sem

campo da iniciativa particular.

ria em diversos cursos, inclusive nas Fa

mo homem realizador, como renovador

mais tarde reunidos, em parte no opús-

culdades de Filosofia.

de costumes e, ainda, como homem do

culo intitulado Preceitos morais e cívicos,

idéias. Suas idéias, por exemplo, a res peito das relações entre o indivíduo e o

com o intuito dc orientar o operariado.

Conquanto não possuísse créditos cultu

Tarquínio, através destas palavras, um

rais de sociólogo ou economista, sobra va-lho acentuada vocação dc orientador

individualista intransigente, um espírito

tar-se que Luís Tarquínio tinha muita

Estado, revelam grande equilíbrio entre duas concepções cm choque: o indivi

visão econômica.

dualismo absoluto, radicalmente oposto

doutrinário, Veja-se, por exemplo, êste

liberal, cujos princípios muito influíram

A geração de

Luís Tarquínio, educada sob a influên cia de outro ciclo cultural, não conhe ceu êste fenômeno. Todavia, é de no As atividades indus

a qual seria sacrificado o seu fim prin cipal. É provável que se veja em Luís

fechado no círculo da velha economia


128

Dicesto Econômico

129

Dicesto Econóauco

na formação dos homens de seu tempo.

cário, em harmonia, sem dúvida, com o

Bastos emprega a axpressão: nascida na

pensamento de alguns financistas reno vadores, assim como pre\iu o fenômeno industrial que se seguiria à I Grande Guerra, no campo social, em que se re velou um espirito profundamente revo lucionário, e no melhor sentido, pôs em prática iniciativas imiilo axançadas em relação às condições do padrão operário do século XIX e começo de nosso século. Bastaria citar a recreação operária, pra ticada na organização industrial de Luís Tarquínio muito antes de haver a má quina estatal se \okado para êste pro blema. Pode-se dizer <pie inaugurou, na Bahia, uma política social de coope ração e equilíbrio entre o capital e o

triais são frutos da chamada "febre in-

Os tatüs provam justamente o contTiirio. Basta apontar um argumento: se não foi O primeiro, foi um dos primeiros liomens

flacionista" de 1890.

eclosão cio 1691, no que, sem dúvida, anda muito bem, porque, dc fato, a fá brica de Luís Tarquínio nasceu na eclo

trabalho, corporificada em realizações e princípios objetivos, como a melhoria da habitação dos operários, o aperfeiçoa mento da instrução popuhir, o desenvol

timulada pelas facilidades bancárias,

oe n^-gocjos, no brasii, u cogitar da par ticipação de lucros, pelos operários, no balanço anual das indústrias. Quem diz é Miguel Calmon Sobrinho, em confe rência pronunciada no Instituto Geográ

fico e Histórico da Bahia, em 22 de ju lho de 1944, a propó.ito do centenário do nascimento de Luís Tarquínio. Tão amigo de seus operários, que chegou a compor, êle próprio, o Hino operário, em homenagem ao trabalho e ao labor daqueles que viviam da atividade fabril.

Èsse homem, que realizou, sem auxílio

oficial, uma das maiores obras sociais,

de iniciativa particular, no século pas

sado, que teve sob a sua direção um dos mais numerosos contingentes operários neste país, nunca foi demagogo, nunca esperou a ação do Estado, e no entanto

demonstrou que, sob o regime de eco nomia privada, é possível harmonizar os interêsses do capital com os do trabalho.

vimento da vida social entre os operá

Como a de Luís

Tarquínio, outras empresas se inaugura ram durante o pequeno mas agitado ci clo do encilhamento: União Fabril, Fa bril dos Fiães, Industrial da Estância etc.

Entretanto, o plano industrial de Luís Tarquínio era anterior à inflação. Hou ve, de fato, coincidência, e não se pode mesmo dei.var dc levar cm consideração

o ambiente favorável a negócios e aven turas criado com a inflação monetária,

o que é comum em todos os períodos de grandes emissões financeiras. Nuo se pode dizer, todavia, que a entrada de Luís Tarquínio para o campo industrial tenha sido uma aventura comercial es

abertas no coniêço do regime republica

no. Tal hipótese, ainda que fosse aven tada, seria logo afastada pelos próprios antecedentes comerciais

rios, assistência moral e material.

do notável industrial baiano. A

Homem de espírito prático, com escla recida vocação da coisa pública, Luís Tarquínio tinha a intuição-dos proble-

organização da Companhia, que viria a ser, depois, um dos mar

são dc 91, mas, em relação à sua elabo

ração, a seus propósitos, não é filha da eclosão emissionista. Tinha origens na

própria concepção do fenômeno indus trial anterior à gestão de Ruy na pasta da Fazenda. Observa, a propósito, e

com tôda propriedade. Miguel Calmon Sobrinho: l'odc parecer aos vienos avi

sados que houve certa iuflueucia do pe

ríodo iuílaciouista do enciUiamenIo na

reaUzação da emprêsa, ri?""""T efeüvou cm 1891. Venficando-se, po-

7é^n o plano executado, eompreende-sa que tudo aquilo só poderia ^cr prod^o

de uma idéia há longo ''o^Po omfure

cida e que as ilusórias ^ca pouca ou nenhuma tiveram (Conferência no Instim

4

to Geognífico e Histonco da

A *"revoluç5o de Ruy Barb<^ sa", cujo grande ménto na di reção das finanças já está sendo reconhecido pela posteridade, deu margem a improvisações inevitáveis no comércio e na indústria, fenômeno a que nenhum governo, em situações anor

mático da administração pública, tendo embora acidentalmente: serviu à primeira admi nistração republicana como Intendente

niíis gerais. De sua cooperação, das lu

cos do progresso industrial do Brasil, obedecia a um pLino an

zes do sua experiência o sinceridade não prescindiu Ruy Barbosa quando Minis tro da Fazenda, no início da vida repu

terrompido precisamente quando Luís Tarquínio aconselhara a extinção de

(Prefeito) da Capital da Bahia, no go

blicana. Não foi, aliás, Luís Tarquínio

uma sociedade industrial de que fazia

o único homem de negócios de quem o primeiro titular da Fazenda na Repú blica SC aproximou durante a sua gestão financeira. O conselheiro Mairink, o conde de Figueiredo e outros, por exem plo, tiveram participação nos conselhos privados da administração de Ruy. Pre

parte, por lhe faltarem, na ocasião, as

cisamente nessa fase de transição da or

var que não houve a gananciosa pre

muito adiantadas para o seu tempo. Ve jamos, em linhas gerais, a extensão de seu plano social, quando ainda nem se

dem financeira, quando surgiu a famosa "montante de negócios", Luís Tarquínio fundou a Companhia Empório Indus trial, a cuja origem se atribui a influên

ocupação de, como era costume na épo ca, aproveitar a ocasião ou arriscar um

falava em "política trabalhista" entre

cia do encilhamento, o que, de certo

advento do surto industrial.

as relações de Ruy com o industrial

nós: enquanto, no campo econômico, propôs a reforma de nosso sistema ban

modo, não está fora dc propósito, porque

Quando se refere à emprêsa de Luís Tarquínio, em livro recente, Humberto

baiano provinham de afeição pessoal e, ao mesmo tempo, de certa afinidade nó

Não era, entretanto, um adversário siste

mesmo exercido cargo oficial,

verno Manuel Vitoríno, tendo-se afasta

do logo depois, por incompatibilidade com as lutas políticas.

Quando se diz que Luís Tarquínio era ■ homem de grande visão econômica, não

se repete um lugar-comum, uma expres são de panegíríco, porque realmente o operoso industrial baiano tinha idéias

realmente muitas organizações indus-

teriormente interrompido, e in

probabilidades de ê.xito. Coincidiu, pois, a fundação da Companhia com o auge das emissões, circunstancia que, em seus efeitos gerais, à hiz do mais ele mentar bom-scnso, não deixou de favo recer a iniciativa. Cabe, porém, ressal

negócio de grandes proporções. Luís Tarquínio tinha idéias seguras sobre o

mais, poderia escapar, tanto mais que a

tendência inflacionista vinha do Impcno, notadamente a partir do momento em

que o Gabinete Ouro Prêto se decidiu

a conjurar a crise econômica provocada pela abolição da escravatura. O úlümo Gabinete da Monarquia também se quei

xara de aventuras comerciais, do opor tunismo de certos homens arrojados em

matéria de negócios. Luís Tarquínio privou, de fato, com o Ministro da Fa zenda do Covêmo Provisorio de 89, mas


128

Dicesto Econômico

129

Dicesto Econóauco

na formação dos homens de seu tempo.

cário, em harmonia, sem dúvida, com o

Bastos emprega a axpressão: nascida na

pensamento de alguns financistas reno vadores, assim como pre\iu o fenômeno industrial que se seguiria à I Grande Guerra, no campo social, em que se re velou um espirito profundamente revo lucionário, e no melhor sentido, pôs em prática iniciativas imiilo axançadas em relação às condições do padrão operário do século XIX e começo de nosso século. Bastaria citar a recreação operária, pra ticada na organização industrial de Luís Tarquínio muito antes de haver a má quina estatal se \okado para êste pro blema. Pode-se dizer <pie inaugurou, na Bahia, uma política social de coope ração e equilíbrio entre o capital e o

triais são frutos da chamada "febre in-

Os tatüs provam justamente o contTiirio. Basta apontar um argumento: se não foi O primeiro, foi um dos primeiros liomens

flacionista" de 1890.

eclosão cio 1691, no que, sem dúvida, anda muito bem, porque, dc fato, a fá brica de Luís Tarquínio nasceu na eclo

trabalho, corporificada em realizações e princípios objetivos, como a melhoria da habitação dos operários, o aperfeiçoa mento da instrução popuhir, o desenvol

timulada pelas facilidades bancárias,

oe n^-gocjos, no brasii, u cogitar da par ticipação de lucros, pelos operários, no balanço anual das indústrias. Quem diz é Miguel Calmon Sobrinho, em confe rência pronunciada no Instituto Geográ

fico e Histórico da Bahia, em 22 de ju lho de 1944, a propó.ito do centenário do nascimento de Luís Tarquínio. Tão amigo de seus operários, que chegou a compor, êle próprio, o Hino operário, em homenagem ao trabalho e ao labor daqueles que viviam da atividade fabril.

Èsse homem, que realizou, sem auxílio

oficial, uma das maiores obras sociais,

de iniciativa particular, no século pas

sado, que teve sob a sua direção um dos mais numerosos contingentes operários neste país, nunca foi demagogo, nunca esperou a ação do Estado, e no entanto

demonstrou que, sob o regime de eco nomia privada, é possível harmonizar os interêsses do capital com os do trabalho.

vimento da vida social entre os operá

Como a de Luís

Tarquínio, outras empresas se inaugura ram durante o pequeno mas agitado ci clo do encilhamento: União Fabril, Fa bril dos Fiães, Industrial da Estância etc.

Entretanto, o plano industrial de Luís Tarquínio era anterior à inflação. Hou ve, de fato, coincidência, e não se pode mesmo dei.var dc levar cm consideração

o ambiente favorável a negócios e aven turas criado com a inflação monetária,

o que é comum em todos os períodos de grandes emissões financeiras. Nuo se pode dizer, todavia, que a entrada de Luís Tarquínio para o campo industrial tenha sido uma aventura comercial es

abertas no coniêço do regime republica

no. Tal hipótese, ainda que fosse aven tada, seria logo afastada pelos próprios antecedentes comerciais

rios, assistência moral e material.

do notável industrial baiano. A

Homem de espírito prático, com escla recida vocação da coisa pública, Luís Tarquínio tinha a intuição-dos proble-

organização da Companhia, que viria a ser, depois, um dos mar

são dc 91, mas, em relação à sua elabo

ração, a seus propósitos, não é filha da eclosão emissionista. Tinha origens na

própria concepção do fenômeno indus trial anterior à gestão de Ruy na pasta da Fazenda. Observa, a propósito, e

com tôda propriedade. Miguel Calmon Sobrinho: l'odc parecer aos vienos avi

sados que houve certa iuflueucia do pe

ríodo iuílaciouista do enciUiamenIo na

reaUzação da emprêsa, ri?""""T efeüvou cm 1891. Venficando-se, po-

7é^n o plano executado, eompreende-sa que tudo aquilo só poderia ^cr prod^o

de uma idéia há longo ''o^Po omfure

cida e que as ilusórias ^ca pouca ou nenhuma tiveram (Conferência no Instim

4

to Geognífico e Histonco da

A *"revoluç5o de Ruy Barb<^ sa", cujo grande ménto na di reção das finanças já está sendo reconhecido pela posteridade, deu margem a improvisações inevitáveis no comércio e na indústria, fenômeno a que nenhum governo, em situações anor

mático da administração pública, tendo embora acidentalmente: serviu à primeira admi nistração republicana como Intendente

niíis gerais. De sua cooperação, das lu

cos do progresso industrial do Brasil, obedecia a um pLino an

zes do sua experiência o sinceridade não prescindiu Ruy Barbosa quando Minis tro da Fazenda, no início da vida repu

terrompido precisamente quando Luís Tarquínio aconselhara a extinção de

(Prefeito) da Capital da Bahia, no go

blicana. Não foi, aliás, Luís Tarquínio

uma sociedade industrial de que fazia

o único homem de negócios de quem o primeiro titular da Fazenda na Repú blica SC aproximou durante a sua gestão financeira. O conselheiro Mairink, o conde de Figueiredo e outros, por exem plo, tiveram participação nos conselhos privados da administração de Ruy. Pre

parte, por lhe faltarem, na ocasião, as

cisamente nessa fase de transição da or

var que não houve a gananciosa pre

muito adiantadas para o seu tempo. Ve jamos, em linhas gerais, a extensão de seu plano social, quando ainda nem se

dem financeira, quando surgiu a famosa "montante de negócios", Luís Tarquínio fundou a Companhia Empório Indus trial, a cuja origem se atribui a influên

ocupação de, como era costume na épo ca, aproveitar a ocasião ou arriscar um

falava em "política trabalhista" entre

cia do encilhamento, o que, de certo

advento do surto industrial.

as relações de Ruy com o industrial

nós: enquanto, no campo econômico, propôs a reforma de nosso sistema ban

modo, não está fora dc propósito, porque

Quando se refere à emprêsa de Luís Tarquínio, em livro recente, Humberto

baiano provinham de afeição pessoal e, ao mesmo tempo, de certa afinidade nó

Não era, entretanto, um adversário siste

mesmo exercido cargo oficial,

verno Manuel Vitoríno, tendo-se afasta

do logo depois, por incompatibilidade com as lutas políticas.

Quando se diz que Luís Tarquínio era ■ homem de grande visão econômica, não

se repete um lugar-comum, uma expres são de panegíríco, porque realmente o operoso industrial baiano tinha idéias

realmente muitas organizações indus-

teriormente interrompido, e in

probabilidades de ê.xito. Coincidiu, pois, a fundação da Companhia com o auge das emissões, circunstancia que, em seus efeitos gerais, à hiz do mais ele mentar bom-scnso, não deixou de favo recer a iniciativa. Cabe, porém, ressal

negócio de grandes proporções. Luís Tarquínio tinha idéias seguras sobre o

mais, poderia escapar, tanto mais que a

tendência inflacionista vinha do Impcno, notadamente a partir do momento em

que o Gabinete Ouro Prêto se decidiu

a conjurar a crise econômica provocada pela abolição da escravatura. O úlümo Gabinete da Monarquia também se quei

xara de aventuras comerciais, do opor tunismo de certos homens arrojados em

matéria de negócios. Luís Tarquínio privou, de fato, com o Ministro da Fa zenda do Covêmo Provisorio de 89, mas


128

Dicesto Econômico

129

Dicesto Econóauco

na formação dos homens de seu tempo.

cário, em harmonia, sem dúvida, com o

Bastos emprega a axpressão: nascida na

pensamento de alguns financistas reno vadores, assim como pre\iu o fenômeno industrial que se seguiria à I Grande Guerra, no campo social, em que se re velou um espirito profundamente revo lucionário, e no melhor sentido, pôs em prática iniciativas imiilo axançadas em relação às condições do padrão operário do século XIX e começo de nosso século. Bastaria citar a recreação operária, pra ticada na organização industrial de Luís Tarquínio muito antes de haver a má quina estatal se \okado para êste pro blema. Pode-se dizer <pie inaugurou, na Bahia, uma política social de coope ração e equilíbrio entre o capital e o

triais são frutos da chamada "febre in-

Os tatüs provam justamente o contTiirio. Basta apontar um argumento: se não foi O primeiro, foi um dos primeiros liomens

flacionista" de 1890.

eclosão cio 1691, no que, sem dúvida, anda muito bem, porque, dc fato, a fá brica de Luís Tarquínio nasceu na eclo

trabalho, corporificada em realizações e princípios objetivos, como a melhoria da habitação dos operários, o aperfeiçoa mento da instrução popuhir, o desenvol

timulada pelas facilidades bancárias,

oe n^-gocjos, no brasii, u cogitar da par ticipação de lucros, pelos operários, no balanço anual das indústrias. Quem diz é Miguel Calmon Sobrinho, em confe rência pronunciada no Instituto Geográ

fico e Histórico da Bahia, em 22 de ju lho de 1944, a propó.ito do centenário do nascimento de Luís Tarquínio. Tão amigo de seus operários, que chegou a compor, êle próprio, o Hino operário, em homenagem ao trabalho e ao labor daqueles que viviam da atividade fabril.

Èsse homem, que realizou, sem auxílio

oficial, uma das maiores obras sociais,

de iniciativa particular, no século pas

sado, que teve sob a sua direção um dos mais numerosos contingentes operários neste país, nunca foi demagogo, nunca esperou a ação do Estado, e no entanto

demonstrou que, sob o regime de eco nomia privada, é possível harmonizar os interêsses do capital com os do trabalho.

vimento da vida social entre os operá

Como a de Luís

Tarquínio, outras empresas se inaugura ram durante o pequeno mas agitado ci clo do encilhamento: União Fabril, Fa bril dos Fiães, Industrial da Estância etc.

Entretanto, o plano industrial de Luís Tarquínio era anterior à inflação. Hou ve, de fato, coincidência, e não se pode mesmo dei.var dc levar cm consideração

o ambiente favorável a negócios e aven turas criado com a inflação monetária,

o que é comum em todos os períodos de grandes emissões financeiras. Nuo se pode dizer, todavia, que a entrada de Luís Tarquínio para o campo industrial tenha sido uma aventura comercial es

abertas no coniêço do regime republica

no. Tal hipótese, ainda que fosse aven tada, seria logo afastada pelos próprios antecedentes comerciais

rios, assistência moral e material.

do notável industrial baiano. A

Homem de espírito prático, com escla recida vocação da coisa pública, Luís Tarquínio tinha a intuição-dos proble-

organização da Companhia, que viria a ser, depois, um dos mar

são dc 91, mas, em relação à sua elabo

ração, a seus propósitos, não é filha da eclosão emissionista. Tinha origens na

própria concepção do fenômeno indus trial anterior à gestão de Ruy na pasta da Fazenda. Observa, a propósito, e

com tôda propriedade. Miguel Calmon Sobrinho: l'odc parecer aos vienos avi

sados que houve certa iuflueucia do pe

ríodo iuílaciouista do enciUiamenIo na

reaUzação da emprêsa, ri?""""T efeüvou cm 1891. Venficando-se, po-

7é^n o plano executado, eompreende-sa que tudo aquilo só poderia ^cr prod^o

de uma idéia há longo ''o^Po omfure

cida e que as ilusórias ^ca pouca ou nenhuma tiveram (Conferência no Instim

4

to Geognífico e Histonco da

A *"revoluç5o de Ruy Barb<^ sa", cujo grande ménto na di reção das finanças já está sendo reconhecido pela posteridade, deu margem a improvisações inevitáveis no comércio e na indústria, fenômeno a que nenhum governo, em situações anor

mático da administração pública, tendo embora acidentalmente: serviu à primeira admi nistração republicana como Intendente

niíis gerais. De sua cooperação, das lu

cos do progresso industrial do Brasil, obedecia a um pLino an

zes do sua experiência o sinceridade não prescindiu Ruy Barbosa quando Minis tro da Fazenda, no início da vida repu

terrompido precisamente quando Luís Tarquínio aconselhara a extinção de

(Prefeito) da Capital da Bahia, no go

blicana. Não foi, aliás, Luís Tarquínio

uma sociedade industrial de que fazia

o único homem de negócios de quem o primeiro titular da Fazenda na Repú blica SC aproximou durante a sua gestão financeira. O conselheiro Mairink, o conde de Figueiredo e outros, por exem plo, tiveram participação nos conselhos privados da administração de Ruy. Pre

parte, por lhe faltarem, na ocasião, as

cisamente nessa fase de transição da or

var que não houve a gananciosa pre

muito adiantadas para o seu tempo. Ve jamos, em linhas gerais, a extensão de seu plano social, quando ainda nem se

dem financeira, quando surgiu a famosa "montante de negócios", Luís Tarquínio fundou a Companhia Empório Indus trial, a cuja origem se atribui a influên

ocupação de, como era costume na épo ca, aproveitar a ocasião ou arriscar um

falava em "política trabalhista" entre

cia do encilhamento, o que, de certo

advento do surto industrial.

as relações de Ruy com o industrial

nós: enquanto, no campo econômico, propôs a reforma de nosso sistema ban

modo, não está fora dc propósito, porque

Quando se refere à emprêsa de Luís Tarquínio, em livro recente, Humberto

baiano provinham de afeição pessoal e, ao mesmo tempo, de certa afinidade nó

Não era, entretanto, um adversário siste

mesmo exercido cargo oficial,

verno Manuel Vitoríno, tendo-se afasta

do logo depois, por incompatibilidade com as lutas políticas.

Quando se diz que Luís Tarquínio era ■ homem de grande visão econômica, não

se repete um lugar-comum, uma expres são de panegíríco, porque realmente o operoso industrial baiano tinha idéias

realmente muitas organizações indus-

teriormente interrompido, e in

probabilidades de ê.xito. Coincidiu, pois, a fundação da Companhia com o auge das emissões, circunstancia que, em seus efeitos gerais, à hiz do mais ele mentar bom-scnso, não deixou de favo recer a iniciativa. Cabe, porém, ressal

negócio de grandes proporções. Luís Tarquínio tinha idéias seguras sobre o

mais, poderia escapar, tanto mais que a

tendência inflacionista vinha do Impcno, notadamente a partir do momento em

que o Gabinete Ouro Prêto se decidiu

a conjurar a crise econômica provocada pela abolição da escravatura. O úlümo Gabinete da Monarquia também se quei

xara de aventuras comerciais, do opor tunismo de certos homens arrojados em

matéria de negócios. Luís Tarquínio privou, de fato, com o Ministro da Fa zenda do Covêmo Provisorio de 89, mas


130

Dicesto Econóxqco

modo de ver algumas questões econômi

homens da Bahia,

cas. Ambos tinham pensamento idêntico sobre determinados assuntos de nature

conhecimento das idéias de Luís Tarquí nio, apesar de, no período da campanha

za objetiva. Ordínàriamente os adminis

abolicionista, não se encontrarem os dois

tradores bem intencionados, quando não têm muita experiência a respeito deste

na mesma linha de ação: Ruy via o pro blema abolicionista pelo lado social e

ou daquele ramo da administração pú

não tivesse tomado

ta o aspecto social do problema, isto é, o dcs.ajustainenlo dos antigos escravos; do outro lado, cru mister c-riar meios que

pudessem pôr os fa/.c-ncleiros a salvo do

ção, mas por princípio. Eis aqui alguns dos seus conceitos: O meio, pois, de sairmos dc dificuldades, quando os nos sos recursos não csficerctn cm propor

ção com os preços dos gêneros que nos

são precisos, não é pedir ao gocârno que venha cm nosso auxílio, porque ólc na

mens práticos. Era o caso de Ruy na

do, porém, havia um tema comum: as

cisamente, o cjue aconteceu. Faltou or

da poderá fazer, sendo, como é, a enti

gestão das finanças. Em virtude desta

conseqüências econômicas da Abolição.

ganização à campanha abolicionisla, ape

dade mais nobre que existe. Tudo o quo êle nos der terá 'de tirá-lo de nós mes

circunstancia, chegou-se a dizer que o

É verdade que Luís Tarquínio não foi,

empreendimento industrial de Luís Tar-

a rigor, um abolicionista doutrinário.

cia das emissões de 90/91 se fêz sentir

^ de modo geral, porque o momento era realmente propício a negócios. Não é

j\ possível, todavia, confundir um homem

Fôra-o, porém, antes dos primeiros sin tomas da Abolição, por princípio, pela convicção de que o sistema servil teria de cair, como caíram outras instituições à medida que se tornaram obsoletas.

Luís Tarquínio foi um dos primeiros ho mens -a prever o desequilíbrio causado

pela Abolição. Queria a Abolição, é cla 0^ de vi^o, um espírito equilibrado como ro, mas pedia, antes de tudo, boa orga Lujs Tarquínio, com um negociante de

última hora, com um dêsses homens que têm apenas coragem para o risco de qualquer negócio, ainda que não tenham lastro ou não disponham de crédito su ficiente. Suas idéias sobre problemas econômicos provam que, apesar de não ser economista, Luís Tarquínio tinha concepções seguras, prudentes e claras

nização social para evitar o desastre eco

nômico. As previsões confirmaram-se. Havia duas categorias de abolicionistas: os idealistas e românticos; os homens de espirito prático, que pensavam nas con

seqüências que poderiam advir da Abt>-

liçao, uma vez que o Brasil não havia cuidado da organização social do ele

mento servil. O escravo liberto não ti ^ sobre problemas que seriam, mais tarde, nha ambiente nem preparo para viver objeto de preocupações de Ruy como ti

como homem livre. Sob êste ponto de tular da Fazenda: a organização social, vista, o pensamento de Luís larquínio o apoio à iniciativa privada, o incremen estava em harmonia com o próprio pen to da industria. Daí, provavelmente, a samento do Govêrno, quando o conse

■ aproximação dos dois grandes homens.

Ruy, sobretudo, era homem de idéias;

em Luís Tarquínio, sem dúvida alguma,

- • Ruy encontrou outro homem de idéias, V como já foi dito linhas atrás, conquanto •

ta; o) instituição do imposto de renda. De um lado, não se podia perder dc vis

inevitável colapso econômico. Foi, pre

quínio, por fôrça de suas relações com Ruy, nascera da inflação monetária, co mo nasceram muitas emprêsas momen tâneas, quando na realidade a influên

;

131

Dicesto Econômico

humano; Luís Tarquínio encarava o pro blema pelo prisma econômico. No fun

blica, procuram a colaboraç-ão de ho

;

T

lheiro Dantas, ao fazer a apresentação cio Ministério de 6 de junho de 1884, sintetizou o problema na seguinte fór mula: nem parar, nem retroceder, riem

precipitar. Luís Tarquínio propôs pro

vidências que bem llie denunciam a agu

tivesse aquele a cultura e a erudi ção deste ultimo. Antes da proclamação da República, já Luís Tarquínio ha-

da visão econômica: a) um sistema do

, via afirmado a segurança de suas idéias »- a" propósito do problema abolicionista, j-;;; Não é possível que Ruy, conhecedor dos

aumento da taxa de importação de obje tos de luxo para fazer face às despesas do Govêrno com a compensação propos-

compensação pelo escravo liberto; b) o

t- --..i

sar do nobre c sadio idealismo que lhe

deu impulso até à vitória de 88. Discu tíveis ou não, sujeitas ou não a reparos,

as idéias de Luís Tarquínio tinham con sistência. Por não terem tido assistência,

por não ter havido organização, mas sim plesmente ardor e scntimentalismo na campanha abolicionista, os ex-escravos caíram bem cedo na "degradação e na miséria".

Vemos, neste caso, a critica

de um sociólogo ilustre — Oliveira Via

na — dar perfeita razão às obser\'ações de Luís Tarquínio. Ao estudar as cau sas que concorreram para agravar a po

sição do Trono, cada vez mais instável.

mos, c por isso melhor será que o dis pensemos do trabalho de gastar por nós. É verdade que, hoje, não se entende mais o Estado absolutamente separado,

inteiramente à margem do indivíduo,

porque a concepção moderna de coope

ração destruiu, até certo ponto. barreiras que se haviam fonnado entre o Poder e a iniciativa privada. ^ época' do individualismo ilimitado, nos m^oldes da Economia Liberal do século XVIII: mas, em substituição ^que p de individualismo, que )a está fora de época, veio o Estado intcr^'enc.onlsta o

escravos, cuja transição do regime de

Estado onipresente, o Esmdo que nao respeita as fronteiras da iniciativa par ticular. São dois e.xtremos, portanto, A

senzala para a sociedade livre devera ter sido preparada por um processo de

que o Estado deve dirigir tudo, deve pe

Oliveira Viana cn.xergou bem a falta de

organização em que ficaram os antigos

adaptação capaz de evitar as perturba ções que se seguiram à Lei Áurea. Se, em concordância com os princípios hauridos no liberalismo econômico, de

fendia a propriedade privada, Luís Tar quínio seguiu naturalmente uma ordem

suposição, aliás errônea e pengosa, de netrar em tudo, deve ter, unicamente êle a faculdade de pensar, de ter ideias

e planos, está abrindo caminho para a ;

anulação da capacidade privada, que ó , um dos pontos de apoio do regime de- ,

mocrático. Já se vê que Luís Tarquínio . tinha razão. Quando se transfere para

de idéias com a qual foi coerente nos atos e nas palavras. Ainda que se lhe

o domínio do Estado aquilo que é da

caso do elemento servil, não se lhe po

lar, fatalmente se abre facilidade para o

pudesse fazer crítica por ter defendido o princípio da propriedade, mesmo no deria negar uma qualidade positiva: a coerência com as suas idéias.

Fiel aos

alçada particular, aquilo, enfim, que de- ve sei;. prerrogativa da vontade particutotalitarismo, porque se atribui ao Esta do o direito de absorção de todas as ini

princípios que sempre defendeu, pregou

ciativas, a paternidade das idéias e dos

a iniciativa privada contra a interven ção do Estado nas atividades particula res. Não o fêz por espírito de oposi

isto, senão o melhor ambiente para a

meios de ação. Que vem a ser tudo formação dos regimes totalitários ? Quan- '


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Dicesto Econóxqco

modo de ver algumas questões econômi

homens da Bahia,

cas. Ambos tinham pensamento idêntico sobre determinados assuntos de nature

conhecimento das idéias de Luís Tarquí nio, apesar de, no período da campanha

za objetiva. Ordínàriamente os adminis

abolicionista, não se encontrarem os dois

tradores bem intencionados, quando não têm muita experiência a respeito deste

na mesma linha de ação: Ruy via o pro blema abolicionista pelo lado social e

ou daquele ramo da administração pú

não tivesse tomado

ta o aspecto social do problema, isto é, o dcs.ajustainenlo dos antigos escravos; do outro lado, cru mister c-riar meios que

pudessem pôr os fa/.c-ncleiros a salvo do

ção, mas por princípio. Eis aqui alguns dos seus conceitos: O meio, pois, de sairmos dc dificuldades, quando os nos sos recursos não csficerctn cm propor

ção com os preços dos gêneros que nos

são precisos, não é pedir ao gocârno que venha cm nosso auxílio, porque ólc na

mens práticos. Era o caso de Ruy na

do, porém, havia um tema comum: as

cisamente, o cjue aconteceu. Faltou or

da poderá fazer, sendo, como é, a enti

gestão das finanças. Em virtude desta

conseqüências econômicas da Abolição.

ganização à campanha abolicionisla, ape

dade mais nobre que existe. Tudo o quo êle nos der terá 'de tirá-lo de nós mes

circunstancia, chegou-se a dizer que o

É verdade que Luís Tarquínio não foi,

empreendimento industrial de Luís Tar-

a rigor, um abolicionista doutrinário.

cia das emissões de 90/91 se fêz sentir

^ de modo geral, porque o momento era realmente propício a negócios. Não é

j\ possível, todavia, confundir um homem

Fôra-o, porém, antes dos primeiros sin tomas da Abolição, por princípio, pela convicção de que o sistema servil teria de cair, como caíram outras instituições à medida que se tornaram obsoletas.

Luís Tarquínio foi um dos primeiros ho mens -a prever o desequilíbrio causado

pela Abolição. Queria a Abolição, é cla 0^ de vi^o, um espírito equilibrado como ro, mas pedia, antes de tudo, boa orga Lujs Tarquínio, com um negociante de

última hora, com um dêsses homens que têm apenas coragem para o risco de qualquer negócio, ainda que não tenham lastro ou não disponham de crédito su ficiente. Suas idéias sobre problemas econômicos provam que, apesar de não ser economista, Luís Tarquínio tinha concepções seguras, prudentes e claras

nização social para evitar o desastre eco

nômico. As previsões confirmaram-se. Havia duas categorias de abolicionistas: os idealistas e românticos; os homens de espirito prático, que pensavam nas con

seqüências que poderiam advir da Abt>-

liçao, uma vez que o Brasil não havia cuidado da organização social do ele

mento servil. O escravo liberto não ti ^ sobre problemas que seriam, mais tarde, nha ambiente nem preparo para viver objeto de preocupações de Ruy como ti

como homem livre. Sob êste ponto de tular da Fazenda: a organização social, vista, o pensamento de Luís larquínio o apoio à iniciativa privada, o incremen estava em harmonia com o próprio pen to da industria. Daí, provavelmente, a samento do Govêrno, quando o conse

■ aproximação dos dois grandes homens.

Ruy, sobretudo, era homem de idéias;

em Luís Tarquínio, sem dúvida alguma,

- • Ruy encontrou outro homem de idéias, V como já foi dito linhas atrás, conquanto •

ta; o) instituição do imposto de renda. De um lado, não se podia perder dc vis

inevitável colapso econômico. Foi, pre

quínio, por fôrça de suas relações com Ruy, nascera da inflação monetária, co mo nasceram muitas emprêsas momen tâneas, quando na realidade a influên

;

131

Dicesto Econômico

humano; Luís Tarquínio encarava o pro blema pelo prisma econômico. No fun

blica, procuram a colaboraç-ão de ho

;

T

lheiro Dantas, ao fazer a apresentação cio Ministério de 6 de junho de 1884, sintetizou o problema na seguinte fór mula: nem parar, nem retroceder, riem

precipitar. Luís Tarquínio propôs pro

vidências que bem llie denunciam a agu

tivesse aquele a cultura e a erudi ção deste ultimo. Antes da proclamação da República, já Luís Tarquínio ha-

da visão econômica: a) um sistema do

, via afirmado a segurança de suas idéias »- a" propósito do problema abolicionista, j-;;; Não é possível que Ruy, conhecedor dos

aumento da taxa de importação de obje tos de luxo para fazer face às despesas do Govêrno com a compensação propos-

compensação pelo escravo liberto; b) o

t- --..i

sar do nobre c sadio idealismo que lhe

deu impulso até à vitória de 88. Discu tíveis ou não, sujeitas ou não a reparos,

as idéias de Luís Tarquínio tinham con sistência. Por não terem tido assistência,

por não ter havido organização, mas sim plesmente ardor e scntimentalismo na campanha abolicionista, os ex-escravos caíram bem cedo na "degradação e na miséria".

Vemos, neste caso, a critica

de um sociólogo ilustre — Oliveira Via

na — dar perfeita razão às obser\'ações de Luís Tarquínio. Ao estudar as cau sas que concorreram para agravar a po

sição do Trono, cada vez mais instável.

mos, c por isso melhor será que o dis pensemos do trabalho de gastar por nós. É verdade que, hoje, não se entende mais o Estado absolutamente separado,

inteiramente à margem do indivíduo,

porque a concepção moderna de coope

ração destruiu, até certo ponto. barreiras que se haviam fonnado entre o Poder e a iniciativa privada. ^ época' do individualismo ilimitado, nos m^oldes da Economia Liberal do século XVIII: mas, em substituição ^que p de individualismo, que )a está fora de época, veio o Estado intcr^'enc.onlsta o

escravos, cuja transição do regime de

Estado onipresente, o Esmdo que nao respeita as fronteiras da iniciativa par ticular. São dois e.xtremos, portanto, A

senzala para a sociedade livre devera ter sido preparada por um processo de

que o Estado deve dirigir tudo, deve pe

Oliveira Viana cn.xergou bem a falta de

organização em que ficaram os antigos

adaptação capaz de evitar as perturba ções que se seguiram à Lei Áurea. Se, em concordância com os princípios hauridos no liberalismo econômico, de

fendia a propriedade privada, Luís Tar quínio seguiu naturalmente uma ordem

suposição, aliás errônea e pengosa, de netrar em tudo, deve ter, unicamente êle a faculdade de pensar, de ter ideias

e planos, está abrindo caminho para a ;

anulação da capacidade privada, que ó , um dos pontos de apoio do regime de- ,

mocrático. Já se vê que Luís Tarquínio . tinha razão. Quando se transfere para

de idéias com a qual foi coerente nos atos e nas palavras. Ainda que se lhe

o domínio do Estado aquilo que é da

caso do elemento servil, não se lhe po

lar, fatalmente se abre facilidade para o

pudesse fazer crítica por ter defendido o princípio da propriedade, mesmo no deria negar uma qualidade positiva: a coerência com as suas idéias.

Fiel aos

alçada particular, aquilo, enfim, que de- ve sei;. prerrogativa da vontade particutotalitarismo, porque se atribui ao Esta do o direito de absorção de todas as ini

princípios que sempre defendeu, pregou

ciativas, a paternidade das idéias e dos

a iniciativa privada contra a interven ção do Estado nas atividades particula res. Não o fêz por espírito de oposi

isto, senão o melhor ambiente para a

meios de ação. Que vem a ser tudo formação dos regimes totalitários ? Quan- '


■ > PIIJWI DlCESTO EcONÓNaCO

132

do Luís Tarquínio escreveu sôbre as re lações do indivíduo com o Estado, não se conhecia ainda a desastrosa experiên

cia dos chamados Estados fortes, apoia dos sôbre os regimes totalitários. Hoje, portanto, as idéias de Luís Tarquínio teriam todo cabimento, depois de uma

experiência bem amarga, bem negativa em matéria de intervenção estatal na vi

da privada. O ideal das relações entre

o indivíduo e o Estado está na coopera

ção e não, como parece, na intervenção, na abdicação das faculdades inerentes ò

SUA MAJESTADE, A RUA

iniciativa particular.

Cakotdo Motta Fn.iio

(Professor da Faculdade de Direito de São Paulo) Ittdlcaçfip bibliográfica:

Luís Tarquínio -

Preceitos

r|s estudiosos de sociologia vêm, beças que está fazendo tremer ot

morais •

cívicos

Humberto Bastos — H«'y. Mlnisl*-© da Independência econômica do Brasil.

Revista do Instituto G-êográiico e Histó rico de Bahia — vol. 72, 1045. Oliveira Viana — O ocaso do Império.

^ nestes últimos tempos, se preo

alicerces da civilização.

cupando com o problema da rua, cuja influência, em todos os sentidos Bociais, se faz cada vez mais acentua

estão desaparecendo, os velhos^ sola res tradicionais, as grandes chácaras

da. Cuidando do problema da delin

qüência infantil eu mesmo já tive a oportunidade de estudar a rua como fator de deseducação, pela incom

preensão dominante de seu significa do. Realmente, a rua aparece, hoje

em dia, como um fator nativo e peri goso para a educação. Antigamente, o lar era a sede da vida familiar, o lar do fidalgo e o lar do burguês. Na antigüidade, o lar era tudo. Era mesmo um pequeno Estado. Fustel de Coulanges, ao examiná-lo, diz que o lar romano era, ao mesmo tempo, uma igreja e uma fortaleza. Porém,

hoje em dia, rompida essa forta leza, estabelecida a vida pública, o contacto de todos com todos, o lar tem, como adversário, a rua. Esta é, antes de tudo, a revolução perma nente, o foco incendiário do incon-

no recato e discrição. A

.

derna, com o pretexto de reve

o sol, portador de luz e saúde, lev^ rencia a rua, entrega-se a e suas amplas janelas, com

des de vidro, com os seus interioies

expostos, para a renúncia, sem es cândalo, da vida privada. Assim, nas cidades modernas e nos bairros ele gantes ou proletários, as ruas pene-

tam nos jardins particulares e es tes dentro de casa, para que tudo possa ser visto de fora!

O que vale numa cidade é o seu sistema de arruamentos. O urbanis

mo chega a ser mesmo a ciência da disposição e da compreensão das ruas. Um americano que, pela primeira vez>

péias, percorre as estreitas ruelas de num mundo estranho, de incompreen-

desce numa das velhas cidades euro Nápoles ou de Nuhrenberg, sente-se-

figurado dentro de uma determinada

BÕes e de misérias e não pode des

ordem moral, se apresenta como o úl

cobrir como a vida humana suporta

praças. São elas conquistas do po vo, o clima terrível das massas, as formadoras dêsse monstro de mil ca

j

encopadas, destinadas a deixar a ca^

Beu ambiente, destinado a um deter minado sistema de hierarquia, con

la cada vez mais, estão as ruas e

'J^iíUÊk

que enfeitavam as cidades. Desapa recem os velhos muros, longos e tnstes, os parques antigos, de

formismo social pertencente ao povo e das reviravoltas da plebe. A casa de moradia é a última residência. O

timo reduto da família. Em torno dela, envolvendo-a, tentando dominá-

••

Por isso mesmo as velhas casas

va essa situação mesquinha e deformante. Para êle, que representa o homem comum, o homem habituado às larguezas da Quinta Avenida, em Nova York, às cidades modernas de ruas amplas e arejadas, — a rua ê


■ > PIIJWI DlCESTO EcONÓNaCO

132

do Luís Tarquínio escreveu sôbre as re lações do indivíduo com o Estado, não se conhecia ainda a desastrosa experiên

cia dos chamados Estados fortes, apoia dos sôbre os regimes totalitários. Hoje, portanto, as idéias de Luís Tarquínio teriam todo cabimento, depois de uma

experiência bem amarga, bem negativa em matéria de intervenção estatal na vi

da privada. O ideal das relações entre

o indivíduo e o Estado está na coopera

ção e não, como parece, na intervenção, na abdicação das faculdades inerentes ò

SUA MAJESTADE, A RUA

iniciativa particular.

Cakotdo Motta Fn.iio

(Professor da Faculdade de Direito de São Paulo) Ittdlcaçfip bibliográfica:

Luís Tarquínio -

Preceitos

r|s estudiosos de sociologia vêm, beças que está fazendo tremer ot

morais •

cívicos

Humberto Bastos — H«'y. Mlnisl*-© da Independência econômica do Brasil.

Revista do Instituto G-êográiico e Histó rico de Bahia — vol. 72, 1045. Oliveira Viana — O ocaso do Império.

^ nestes últimos tempos, se preo

alicerces da civilização.

cupando com o problema da rua, cuja influência, em todos os sentidos Bociais, se faz cada vez mais acentua

estão desaparecendo, os velhos^ sola res tradicionais, as grandes chácaras

da. Cuidando do problema da delin

qüência infantil eu mesmo já tive a oportunidade de estudar a rua como fator de deseducação, pela incom

preensão dominante de seu significa do. Realmente, a rua aparece, hoje

em dia, como um fator nativo e peri goso para a educação. Antigamente, o lar era a sede da vida familiar, o lar do fidalgo e o lar do burguês. Na antigüidade, o lar era tudo. Era mesmo um pequeno Estado. Fustel de Coulanges, ao examiná-lo, diz que o lar romano era, ao mesmo tempo, uma igreja e uma fortaleza. Porém,

hoje em dia, rompida essa forta leza, estabelecida a vida pública, o contacto de todos com todos, o lar tem, como adversário, a rua. Esta é, antes de tudo, a revolução perma nente, o foco incendiário do incon-

no recato e discrição. A

.

derna, com o pretexto de reve

o sol, portador de luz e saúde, lev^ rencia a rua, entrega-se a e suas amplas janelas, com

des de vidro, com os seus interioies

expostos, para a renúncia, sem es cândalo, da vida privada. Assim, nas cidades modernas e nos bairros ele gantes ou proletários, as ruas pene-

tam nos jardins particulares e es tes dentro de casa, para que tudo possa ser visto de fora!

O que vale numa cidade é o seu sistema de arruamentos. O urbanis

mo chega a ser mesmo a ciência da disposição e da compreensão das ruas. Um americano que, pela primeira vez>

péias, percorre as estreitas ruelas de num mundo estranho, de incompreen-

desce numa das velhas cidades euro Nápoles ou de Nuhrenberg, sente-se-

figurado dentro de uma determinada

BÕes e de misérias e não pode des

ordem moral, se apresenta como o úl

cobrir como a vida humana suporta

praças. São elas conquistas do po vo, o clima terrível das massas, as formadoras dêsse monstro de mil ca

j

encopadas, destinadas a deixar a ca^

Beu ambiente, destinado a um deter minado sistema de hierarquia, con

la cada vez mais, estão as ruas e

'J^iíUÊk

que enfeitavam as cidades. Desapa recem os velhos muros, longos e tnstes, os parques antigos, de

formismo social pertencente ao povo e das reviravoltas da plebe. A casa de moradia é a última residência. O

timo reduto da família. Em torno dela, envolvendo-a, tentando dominá-

••

Por isso mesmo as velhas casas

va essa situação mesquinha e deformante. Para êle, que representa o homem comum, o homem habituado às larguezas da Quinta Avenida, em Nova York, às cidades modernas de ruas amplas e arejadas, — a rua ê


DicESTO

135

Dicesto Econômico

realmente a liberdade, uma das maio

vo um de seus biógrafos, "as famí

do que o prudente era sair-se com

sas. Mas o fenômeno já estava, por

res conquistas do espírito coletivo de cooperação e de eficiência.

lias paulistas no recesso dos lares,

um escravo, levando uma luz de azei

êsse tempo, generalizado.

guardavam a tradição portuguêsa de grande rigor aos costumes... Ca-

te de peixe que alumiasse o caminho,

volta de 1630, notava um memoria-

Quando contemplamos o panorama urbano de uma cidade como São

a rua esburacada, o beco sujo."

Já por

lista espanhol a mudança em Paris, "com muita gente pelas ruas e pra

minhava-se à noite, às escuras, ura

Só no meado do século XIX, que

Paulo, que é tipicamente uma cidade

escravo levando a lanterna. As luzes,

esse aspecto desaparece. "A partir

'moderna, sempre em transformação,

acendidas pelos presos de dois a dois,

dos princípios do século XIX, para

com os andaimes permanentemente

eram vagas e espaçadas". "Colocados

Gilberto Freire, a rua foi deixando

lítico.

de ser o escoadouro das águas ser

autor de uma "Lettre d'un Sicilien à l'un de ses amis contenant une

por toda parte, vemos que, realmente,

de longe em longe, e só nas ruas

é a rua um dos poderes mais podero

principais, — escreve um outro co

vidas dos sobrados, por onde o pé

sos do mundo moderno! Antigamente, as cidades mergulhavam na noite,

nhecedor de nossa história, — a luz desses lampiões, alimentada com azeite de peixe, difundia uma claridade

bem calçado do burguês tinha de

porque a rua estava a serviço da casa, — um meio pelo qual se vai de uma casa a outra, de uma residência

a outra residência.

Na pequena ci

dade colonial, descrita por Alcântara

Machado, a vida era um tugúrio. As reuniões em praça pública eram um aconteciipento. Mesmo mais tar

de, com a presença de estudantes, em virtude da instalação dos cursos jurídicos, as ruas eram caminhos ainda. "O povo saía à rua, diz um cronista, para ver o que acontecia ou o que estava acontecendo." Mes mo em 1851, quando o Conselheiro

Furtado foi nomeado delegado de

polícia de São Paulo, as preocupa

Giovanni Paolo Marana^ é

açréab^e critique de Paris et des

mortiça, que só alumiava um pequeno

lhava todo, para ganhar em digni dade e importância social. De noi

cipalmente a partir dos fins do s^

espaço, projetando longas sombras

te, foi deixando de ser o corredor es

movediças, quando o vento baloiçava 03 lampiões." "No século XIX, escre

curo que os particulares atravessa vam, com um escravo na frente, de

ve agora Gilberto Freire, em seu li

vro "Sobrados e Mocambos", Sao

lanterna na mão, para ir se ilumi nando a lampião de azeite de peixe,

Paulo já a capital de certa importân

suspensos por correntes de postes

cia, com alguns sobrados, sucursal do Banco do Brasil, teatro, boas chá caras, lojas tão bem sortidas quanto

altos."

E acrescenta, marcando a

certa amargura, não encontrar se

evolução: — "Os princípioa da ilu minação pública. Os primeiros bri lhos de dignidade da rua, outrora tão subalterna que era preciso que a luz das casas particulares e dos nichos dos santos a iluminasse pelas mãos dos escravos ou pela piedade

as da Corte, — suas senhoras não apareciam às visitas." Muito menos

à rua, a não ser por obrigação. De íato, Saint — Hilaire nota, com nhoras nas casas de São Paulo e em

dos devotos."

Nas ruas, a polícia tomava conta das

to Freire nota, na citada obra que,

E é pela rua que se vai modifi cando, que a democracia vai surgin do. O que aconteceu no Velho Mun

tempo de Alvares de Azevedo, eacre-

a rua se tornara um argumento po

andar com jeito senão se emporca

suas ruas. Daí a razão porque Gilber

a cidade colonial, de ruas estreitas e ru*i^s, era vazia e silenciosa, com seus extensos muros de taipa. No

ças". Bayle dizia, mais tarde, que

Français", onde assinalava os novos

ções de ordem pública eram outras.

casas, impedia os abusos, zelava pe<lo respeito às determinações legais. A não ser as missas e as procissões,

'noite dades século tura.

escura, sair de casa, nas ci brasileiras dos princípios do XIX, tinha seu quê de aven Tudo escuro; becos estreitos;

poças de lama; "tigres" estourados no meio da rua; bicho morto. 'Na

Bahia, em Vila Rica, em Olinda, la deiras

w

Econômico

por onde o pé

do se reiiete no Novo. O que aconte ceu nas grandes cidades européias,

depois do Renascimento e principal mente com o industrialism'), aqui acontece em escala menor. "A pra

ça é do povo, como o cíu é do con-

escorregasse em alguma

dor", declama Castro Alves. E a história começa a ser escrita nas

casca de fruta podre, s

ruas, como recinto incomparável dos

pessoa corria o risco do

acontecimentos coletivos.

aspectos da rua. Há, de fato, prin

culo XVII, uma vontade dominante do sair de casa, de ver c de ser vis

to pelas ruas. Em Hannover, por

Isso, se modifica o aspecto da cida de, oue se assemelha mais a um mer cado! Florenca. que já fizera, nos

tempos dos Medicis, das ruas um ar gumento político, tem suas ruas cheias de povo. Paulo Hazard nos lembra que, por essa época, as cida des célebres conquistam um tra a-

mento especial por parte dos cronis tas e surgem então para os visitantes e passeantes o "Guida de Forastien curiosi di vedere ed intendere le cosô

le pifi notabili delia regai città di Napoli" e outras publicações seme lhantes. E' tal a mudança, em 1637,

que Thomasius. em seu livro "Discur so sobre a imitação dos franceses",

diz que se seus e^ifoTiossad'^'* voH-^ccsem não mais tinham o que reco nhecer!"

1

Porém é em 1900, quando se inicia, o século XX, que a rua conquista de finitivamente o seu reino.

Surge, com início do século XX,

ir espapaçar-se nas pe

Goethe visitou a Itália, notou, entre

dras e até perder-se em deax>enhadeiros. De mo-

as singularidades do italiano, a de

a era das grandes cidades, o que eqüivale dizer, a era das ruas. A exposição universal, em Paris, foi

viver mais nas ruas do que nas ca

uma grande comemoração nesse sen-

Quando


DicESTO

135

Dicesto Econômico

realmente a liberdade, uma das maio

vo um de seus biógrafos, "as famí

do que o prudente era sair-se com

sas. Mas o fenômeno já estava, por

res conquistas do espírito coletivo de cooperação e de eficiência.

lias paulistas no recesso dos lares,

um escravo, levando uma luz de azei

êsse tempo, generalizado.

guardavam a tradição portuguêsa de grande rigor aos costumes... Ca-

te de peixe que alumiasse o caminho,

volta de 1630, notava um memoria-

Quando contemplamos o panorama urbano de uma cidade como São

a rua esburacada, o beco sujo."

Já por

lista espanhol a mudança em Paris, "com muita gente pelas ruas e pra

minhava-se à noite, às escuras, ura

Só no meado do século XIX, que

Paulo, que é tipicamente uma cidade

escravo levando a lanterna. As luzes,

esse aspecto desaparece. "A partir

'moderna, sempre em transformação,

acendidas pelos presos de dois a dois,

dos princípios do século XIX, para

com os andaimes permanentemente

eram vagas e espaçadas". "Colocados

Gilberto Freire, a rua foi deixando

lítico.

de ser o escoadouro das águas ser

autor de uma "Lettre d'un Sicilien à l'un de ses amis contenant une

por toda parte, vemos que, realmente,

de longe em longe, e só nas ruas

é a rua um dos poderes mais podero

principais, — escreve um outro co

vidas dos sobrados, por onde o pé

sos do mundo moderno! Antigamente, as cidades mergulhavam na noite,

nhecedor de nossa história, — a luz desses lampiões, alimentada com azeite de peixe, difundia uma claridade

bem calçado do burguês tinha de

porque a rua estava a serviço da casa, — um meio pelo qual se vai de uma casa a outra, de uma residência

a outra residência.

Na pequena ci

dade colonial, descrita por Alcântara

Machado, a vida era um tugúrio. As reuniões em praça pública eram um aconteciipento. Mesmo mais tar

de, com a presença de estudantes, em virtude da instalação dos cursos jurídicos, as ruas eram caminhos ainda. "O povo saía à rua, diz um cronista, para ver o que acontecia ou o que estava acontecendo." Mes mo em 1851, quando o Conselheiro

Furtado foi nomeado delegado de

polícia de São Paulo, as preocupa

Giovanni Paolo Marana^ é

açréab^e critique de Paris et des

mortiça, que só alumiava um pequeno

lhava todo, para ganhar em digni dade e importância social. De noi

cipalmente a partir dos fins do s^

espaço, projetando longas sombras

te, foi deixando de ser o corredor es

movediças, quando o vento baloiçava 03 lampiões." "No século XIX, escre

curo que os particulares atravessa vam, com um escravo na frente, de

ve agora Gilberto Freire, em seu li

vro "Sobrados e Mocambos", Sao

lanterna na mão, para ir se ilumi nando a lampião de azeite de peixe,

Paulo já a capital de certa importân

suspensos por correntes de postes

cia, com alguns sobrados, sucursal do Banco do Brasil, teatro, boas chá caras, lojas tão bem sortidas quanto

altos."

E acrescenta, marcando a

certa amargura, não encontrar se

evolução: — "Os princípioa da ilu minação pública. Os primeiros bri lhos de dignidade da rua, outrora tão subalterna que era preciso que a luz das casas particulares e dos nichos dos santos a iluminasse pelas mãos dos escravos ou pela piedade

as da Corte, — suas senhoras não apareciam às visitas." Muito menos

à rua, a não ser por obrigação. De íato, Saint — Hilaire nota, com nhoras nas casas de São Paulo e em

dos devotos."

Nas ruas, a polícia tomava conta das

to Freire nota, na citada obra que,

E é pela rua que se vai modifi cando, que a democracia vai surgin do. O que aconteceu no Velho Mun

tempo de Alvares de Azevedo, eacre-

a rua se tornara um argumento po

andar com jeito senão se emporca

suas ruas. Daí a razão porque Gilber

a cidade colonial, de ruas estreitas e ru*i^s, era vazia e silenciosa, com seus extensos muros de taipa. No

ças". Bayle dizia, mais tarde, que

Français", onde assinalava os novos

ções de ordem pública eram outras.

casas, impedia os abusos, zelava pe<lo respeito às determinações legais. A não ser as missas e as procissões,

'noite dades século tura.

escura, sair de casa, nas ci brasileiras dos princípios do XIX, tinha seu quê de aven Tudo escuro; becos estreitos;

poças de lama; "tigres" estourados no meio da rua; bicho morto. 'Na

Bahia, em Vila Rica, em Olinda, la deiras

w

Econômico

por onde o pé

do se reiiete no Novo. O que aconte ceu nas grandes cidades européias,

depois do Renascimento e principal mente com o industrialism'), aqui acontece em escala menor. "A pra

ça é do povo, como o cíu é do con-

escorregasse em alguma

dor", declama Castro Alves. E a história começa a ser escrita nas

casca de fruta podre, s

ruas, como recinto incomparável dos

pessoa corria o risco do

acontecimentos coletivos.

aspectos da rua. Há, de fato, prin

culo XVII, uma vontade dominante do sair de casa, de ver c de ser vis

to pelas ruas. Em Hannover, por

Isso, se modifica o aspecto da cida de, oue se assemelha mais a um mer cado! Florenca. que já fizera, nos

tempos dos Medicis, das ruas um ar gumento político, tem suas ruas cheias de povo. Paulo Hazard nos lembra que, por essa época, as cida des célebres conquistam um tra a-

mento especial por parte dos cronis tas e surgem então para os visitantes e passeantes o "Guida de Forastien curiosi di vedere ed intendere le cosô

le pifi notabili delia regai città di Napoli" e outras publicações seme lhantes. E' tal a mudança, em 1637,

que Thomasius. em seu livro "Discur so sobre a imitação dos franceses",

diz que se seus e^ifoTiossad'^'* voH-^ccsem não mais tinham o que reco nhecer!"

1

Porém é em 1900, quando se inicia, o século XX, que a rua conquista de finitivamente o seu reino.

Surge, com início do século XX,

ir espapaçar-se nas pe

Goethe visitou a Itália, notou, entre

dras e até perder-se em deax>enhadeiros. De mo-

as singularidades do italiano, a de

a era das grandes cidades, o que eqüivale dizer, a era das ruas. A exposição universal, em Paris, foi

viver mais nas ruas do que nas ca

uma grande comemoração nesse sen-

Quando


130

tido.

DiCESTO £CONÓ^QCO

tas, seus inventos, suas ciências, sua

O mundo trazia suas conquis

as igrejas estão cheias, as confeita rias e restaurantes estão cheios, os

artes para as ruas.

hospitais estão cheios e tudo isso por

Desde

então, começa

realmente

tima nova era social e, consequente mente, uma nova era política. Os

grovcmos não são mais pela graça de Deus mas pela aclamação dos povos, isto é, das ruas. Quem quiser en

A HABITABILIDADE BOS TRÓPICOS PiMENTEL Gomes

que é a rua o caminho de um novo sistema de convivência, de um novo

IX

sistema de sensibilidade e de com

preensão da vida, porque reúne, no mesmo recinto, indivíduos de todas

I Tltimemos esta série de artigos em

as raças, das civilizações as mais di

^ que procuramos mostrar as verda

contrar, materialmente, como força visível e poderosa, o Estado moderno,

versas, das culturas as mais contra

deiras finalidades de Les Paijs Tropicaux

ditórias.

Na rua, não há partidos,

e as generalizações apressadas c os erros

examine uma grande metrópole com

nem nacionalismos, nem classes, nem cafetas, nem religiões. Há o homem indiferenciado da rua, que circula da

de Pierrc Gouroux, professor do "Colle-

francês não perturba os especialistas. Hã,

qui para ali para a satisfação de seus apetites e curiosidades. Há o império amorfo e movediço do transeunte, o

não têm, sôbrd o assunto, grandes conhe cimentos c não querem olhar em tomo

suas ruas. O destino do mundo, de pois de 1914, procura se revelar pe las ^as de Paris, de Londres, de Berlim, de Moscou, de Nova York!

O populismo, que se alastra aqui e ali, é fruto das ruas, como o aris-

tocratismo foi um fruto dos caste los. Por isso, já não bastam as de cisões das casas de parlamento. E' pecessário o povo em comício, o povo que aclama e destrói a Hitler e a Mussolini. Ortega y Gasset com o seu pensamento aristocrático, impres sionou-se deveras com o fenômeno das aglomerações e, por êle, com o império das massas. Para o pensador espanhol o indivíduo vai desaparecen do na coletividade "como Ia gota en ,el nube viajera". Como foi possível êsse fenômeno da aglomeração? Pela. rua, evidentemente.

Os teatros

estão cheios, os cinemas estão cheios,

reino inverossímel do João-Ninguém. E' só olhá-la no panorama noturno de São Paulo-

A cidade se ilumina

ge de Franco". O livro do professor porém, a grande massa dos que lêem e e pensar por conta própria. Os brancos nos trópicos

para êle. Os anúncios luminosos tra çam, entre aa

massas escuras doa

grandes prédios, desenhos estranhos e multicores e o ruído dos cinemas,

dos teatros, dos automóveis que vêm e que vão, orquestram a música dessa

vida nova, que a civilização desper tou.

Essa vida anônima continua

depois, mais intensa, mais rumorosa

durante o dia.' E é para ela que se volta a curiosidade da criança, a vaidade feminina e o interesse do ho

mem. E a rua parece dizer ao polí

As cercas .são de pedra. As casas, cober tas de telha, mesmo as mais pobres. Há

400 a 000 açudes por município. Enfii» criou uma economia sólida num dos tre

chos mais ingratos do Brasil. Durante a última guerra, desprovido de técnicos, descobriu minas dc cassite-

rita, tungstênio, columbita, làntalo e be rilo. Passou a explorá-las. Mais tarde chegaram engenheiros do Departamento Nacional da Produção Mineral e uns tan

tos engenheiros ianques. Mas a iniciati va coubera ao seridocnse. Em po"c<)S mcscs ,, ,

após varias tentativas infrutite-

conseguiram montar fomos para O

Quem conhece o Brasil da Amazônia ao pampa e das falcsias polícromas do

rus,

cabo Branco às florestas atravessadas pe

ta cassiterita para ser beneficiada nos

los rios c igarapés acreanos, sabe que o branco pode viver vitoriosamente nos

beneficiameuto da cassiterita, multiphcando os lucros. A Bolívia ainda expor

fomos do Texas c da Grã-Bretanha. Também são brancos em sua grande trópicos. Encontrará brancos brasileiros, maioria os que criam gado nas caatingas alguns com tipos nórdicos fazendo todas nordestinas, plantam café nas serras e as espécies de serviço cm todas as lati tudes e altitudes. Vê-lo-á, por e.xemplo, no esturricado Scridó, no pólo seco do

país, vivendo vitoriosamente. Construiu milhares de açudes. Dedica-se à cultura

tico moderno: — "ou tu me decifras

do algodoeiro mocó, à pecuária, à pisci

ou eu te devoro!"

cultura. Enraizou-se na terra semi-árida.

Venceu. Cada fazenda produz milhares de arrôbas do melhor algodão brasileiro.

Ergue fábricas para beneficiá-lo. Cria gado para corte e leite. Faz queijos e manteiga. Amparado pelo Serviço de

Piscicultura do Departamento Nacional de Obra.s Contra as Secas, dedica-se tam

bém à piscicultura. Costuma, anualmen te, apurar, na venda do peixe, o valor do próprio açude, graças à extraordiná ria riqueza de plâncton de suas águas.

planaltos; tripulam as jangadas e os bar cos de pesca que as estão substituindo ; cxoloraram e povoaram a Amazônia; ins talaram indústrias em Manaus, Belém, São Luís, Fortaleza, Natal, João PesEoa, Recife, Maceió e Aracaju. Alem dos brancos de velha cepa há dezenas de mi lhares de brancos europeus e seus filhos. Muitos deles trabalham cm cargos hu mildes, como hortelões, operários de fá bricas de tecidos, mecânicos... Milhares estão inteiramente radicados. Não se observa um sistemático dimi

nuir de atividades com a aproximação do

equador. Pernambuco, por exemplo, por motivos vários, é mais adiantado que a Bahia ou o Espírito Santo. Belém e Ma-


130

tido.

DiCESTO £CONÓ^QCO

tas, seus inventos, suas ciências, sua

O mundo trazia suas conquis

as igrejas estão cheias, as confeita rias e restaurantes estão cheios, os

artes para as ruas.

hospitais estão cheios e tudo isso por

Desde

então, começa

realmente

tima nova era social e, consequente mente, uma nova era política. Os

grovcmos não são mais pela graça de Deus mas pela aclamação dos povos, isto é, das ruas. Quem quiser en

A HABITABILIDADE BOS TRÓPICOS PiMENTEL Gomes

que é a rua o caminho de um novo sistema de convivência, de um novo

IX

sistema de sensibilidade e de com

preensão da vida, porque reúne, no mesmo recinto, indivíduos de todas

I Tltimemos esta série de artigos em

as raças, das civilizações as mais di

^ que procuramos mostrar as verda

contrar, materialmente, como força visível e poderosa, o Estado moderno,

versas, das culturas as mais contra

deiras finalidades de Les Paijs Tropicaux

ditórias.

Na rua, não há partidos,

e as generalizações apressadas c os erros

examine uma grande metrópole com

nem nacionalismos, nem classes, nem cafetas, nem religiões. Há o homem indiferenciado da rua, que circula da

de Pierrc Gouroux, professor do "Colle-

francês não perturba os especialistas. Hã,

qui para ali para a satisfação de seus apetites e curiosidades. Há o império amorfo e movediço do transeunte, o

não têm, sôbrd o assunto, grandes conhe cimentos c não querem olhar em tomo

suas ruas. O destino do mundo, de pois de 1914, procura se revelar pe las ^as de Paris, de Londres, de Berlim, de Moscou, de Nova York!

O populismo, que se alastra aqui e ali, é fruto das ruas, como o aris-

tocratismo foi um fruto dos caste los. Por isso, já não bastam as de cisões das casas de parlamento. E' pecessário o povo em comício, o povo que aclama e destrói a Hitler e a Mussolini. Ortega y Gasset com o seu pensamento aristocrático, impres sionou-se deveras com o fenômeno das aglomerações e, por êle, com o império das massas. Para o pensador espanhol o indivíduo vai desaparecen do na coletividade "como Ia gota en ,el nube viajera". Como foi possível êsse fenômeno da aglomeração? Pela. rua, evidentemente.

Os teatros

estão cheios, os cinemas estão cheios,

reino inverossímel do João-Ninguém. E' só olhá-la no panorama noturno de São Paulo-

A cidade se ilumina

ge de Franco". O livro do professor porém, a grande massa dos que lêem e e pensar por conta própria. Os brancos nos trópicos

para êle. Os anúncios luminosos tra çam, entre aa

massas escuras doa

grandes prédios, desenhos estranhos e multicores e o ruído dos cinemas,

dos teatros, dos automóveis que vêm e que vão, orquestram a música dessa

vida nova, que a civilização desper tou.

Essa vida anônima continua

depois, mais intensa, mais rumorosa

durante o dia.' E é para ela que se volta a curiosidade da criança, a vaidade feminina e o interesse do ho

mem. E a rua parece dizer ao polí

As cercas .são de pedra. As casas, cober tas de telha, mesmo as mais pobres. Há

400 a 000 açudes por município. Enfii» criou uma economia sólida num dos tre

chos mais ingratos do Brasil. Durante a última guerra, desprovido de técnicos, descobriu minas dc cassite-

rita, tungstênio, columbita, làntalo e be rilo. Passou a explorá-las. Mais tarde chegaram engenheiros do Departamento Nacional da Produção Mineral e uns tan

tos engenheiros ianques. Mas a iniciati va coubera ao seridocnse. Em po"c<)S mcscs ,, ,

após varias tentativas infrutite-

conseguiram montar fomos para O

Quem conhece o Brasil da Amazônia ao pampa e das falcsias polícromas do

rus,

cabo Branco às florestas atravessadas pe

ta cassiterita para ser beneficiada nos

los rios c igarapés acreanos, sabe que o branco pode viver vitoriosamente nos

beneficiameuto da cassiterita, multiphcando os lucros. A Bolívia ainda expor

fomos do Texas c da Grã-Bretanha. Também são brancos em sua grande trópicos. Encontrará brancos brasileiros, maioria os que criam gado nas caatingas alguns com tipos nórdicos fazendo todas nordestinas, plantam café nas serras e as espécies de serviço cm todas as lati tudes e altitudes. Vê-lo-á, por e.xemplo, no esturricado Scridó, no pólo seco do

país, vivendo vitoriosamente. Construiu milhares de açudes. Dedica-se à cultura

tico moderno: — "ou tu me decifras

do algodoeiro mocó, à pecuária, à pisci

ou eu te devoro!"

cultura. Enraizou-se na terra semi-árida.

Venceu. Cada fazenda produz milhares de arrôbas do melhor algodão brasileiro.

Ergue fábricas para beneficiá-lo. Cria gado para corte e leite. Faz queijos e manteiga. Amparado pelo Serviço de

Piscicultura do Departamento Nacional de Obra.s Contra as Secas, dedica-se tam

bém à piscicultura. Costuma, anualmen te, apurar, na venda do peixe, o valor do próprio açude, graças à extraordiná ria riqueza de plâncton de suas águas.

planaltos; tripulam as jangadas e os bar cos de pesca que as estão substituindo ; cxoloraram e povoaram a Amazônia; ins talaram indústrias em Manaus, Belém, São Luís, Fortaleza, Natal, João PesEoa, Recife, Maceió e Aracaju. Alem dos brancos de velha cepa há dezenas de mi lhares de brancos europeus e seus filhos. Muitos deles trabalham cm cargos hu mildes, como hortelões, operários de fá bricas de tecidos, mecânicos... Milhares estão inteiramente radicados. Não se observa um sistemático dimi

nuir de atividades com a aproximação do

equador. Pernambuco, por exemplo, por motivos vários, é mais adiantado que a Bahia ou o Espírito Santo. Belém e Ma-


>NÓ2.{100 Dicesto Econó&uoo

138

naus têm mais progresso que São Luís, Terezina, Natal, Aracaju, Vitória, Floria

guardadas as devidas proporções, razoá

nópolis ou Cuiabá. A receita da prefei tura de Campina Grande, na Paraíba, —•

quase ccin anos. Conta com bons colé

uns 20 milhões de cruzeiros — não en

vergonharia à de muitas cidades de igual tamanho situadas nas áreas brasi leiras de clima temperado. Campina Grande, pelo seu progre.sso> pelo seu de'senvolvimento, pelo seu dinamismo, pode comparar-se aos mais progressistas -mu

nicípios de Minas Gerais, São Paulo ou

Rio Grande do Sul. Embora sob o pa ralelo 7 e sem gozar as vantagens de ca pital de província, tem modsrnissimos

serviços de água encanada e esgotos e um dos melhores hotéis brasileiros exis

tentes em cidades da mesma população.

Está quase totalmente calçada a paralelepipedo. Possui várias fábricas. Cer tamente terá muito mais

vel centro intelectual. Possui jornais há

gios, bibliotecas e livrarias. Os açudes vizinhos perniítem-lhe ler muito pesca do, milho c feijão verdes de janeiro a de zembro e muita banana.

carne e leite. Quando dispuser de ener gia barata, fatalmente será um grande Depois da guerra comcçou-se a pen sar em imigração européia dirigida para os estados do Leste

Nordeste.

cnTe 720 e I.OOO metros. Os re

dico, o Acaraú, que será perenizado com

a conclusão de obras programadas e par cialmente prontas. E uma das cidades mais quentes do Brasil. Os verões são íquase tão quentes quanto os de Sevilha, na Espanha. Não dispõe de luz e ener gia elétricas baratas. Tem sido mal ad ministrada, o que não sucede com Cam pina Grande. Cre:;ce rapidamente. Ê

plantações de raini nesta região. Como operários agrícolas, começou a empre gar colonos suíços. As primeira famí lias se deram tão bem cpic providenciou

mos o númem de imigrantes, estimável em 2.500 a 3.000 almas, com a popula

n vinda de muitas outras. Em face do

cisa, com uma oix:raçao ur.tmética: No

que está verificando pràticamentc, julga o clima perfeitamente adaplá\'el ao imi grante suíço. Em sua opinião, tndo de

meado da década dos oitenta, o número dc colonos foi avaliado em 5 a 6 mil.

pende da alimentação. Sc o curopen sc suficicnlcmenle,

aclimata-se

com facilidade. A imigração é custeada

pelo industrial. Suas hnouras deverão cobrir 2.500 hectares.

Sobro o comporUmiento dos alemães nas colônias agrícolas in; taladas r.o Es

pirito Santo, ainda no reinado dc d. Pe dro II, há um estudo muito interessante — "Dic Dautschcn Kolonistcn in Brasilianischen Staatc Espirito Santo pu

ção tcutu que ascende a 17 ou 18 mil cabeças.

Uma demonstração mais pre

Com uma taxa dc crescimento de 4^

cm 30 anos, a população teria dc se clcr var dc 16.2.17 a 19.460 almas, o que

concorda com a minha avaliação. Não. creio seja suscetível de acontecer, em

muitos lugares da Terra, cousa similar; pretendo, até, admitir ser esse o umco ca.so autêntico de tão favoráveis cifras demográficas.

"Uma taxa de nascimento dc 50 por

mil e mesmo superior não constitui ra ridade nenhuma. Encontra-se, por e.xem-

jos.

embora em pequenas levas.

clusões são tão favoráveis á habitabilidadc dos trópicos por nórdicos que que

ras não permitem atendéOs curopeiis conti nuam, porém, a chegar, Agora estão articulando # instalação

de danubianos

de raça alemã. O dr. Magnacca, técnico dc uma cooperativa dos

Auruzos, esta procurando transferir mi lhares de italianos para a Bahia, Pernam buco e Paraíba. O Dr. Magnacca tam bém está tentando localizar alguns mh Ihares na baixada fluminense, onde, aliás, há um número grande e crescente

de europeus se dedicando à lavoura e á indústria.

139

blicado por Ernst Wagcmann, cm 1915, plo, em Ja\-a, em muitas partes da Rús em Lcipzig. Tem a meliculosidadc ger sia e da índia; mas, cm regra, é acom panhada de alta mortalidade. O o}^>tuámânica. É um trabalho dc cientista ale rlo reduz-se, normalmente, nos países de mão, escrito para alcmaes. Suas con

los à medida de seus dese

Sob o paralelo 4 e a bai xa altitude, cresceu Sobral,

semi-árido, à margem de um rio perió

Na Bahia, instalaram-se, em

sultados c.xcedcm à e.Npectativa. Há miliiarcs de italianos desejando transferirse para a Bahia. Dificuldades financei

Paulo Afonso.

outro exemplo que me pa

Setentrional e do

colônias agrícolas, italianos, poloneses, iugoslavos c alemães, em altitudes que

energia farta e barata de

INCESTO Econômico

alimenta

centro indiislrial.

depois de janeiro de 1953, quando por lá chegará a

rece interessante. Encontra-se em trecho

Há bastante

I

Meses atrás viritei uma fá

higiene pública e privada muito desen

volvida, como nos europeus ocidentais-

ro restringir-mc a citações. Quero lem brar, porém, qvic parte dos colonos está

Segundo as estatísticas mais recentes, a mortalidade é, presentemente, mais bai

na zona montanhosa, mas a pequena al titude. A temperatura média não é in ferior a 21 graus centigrados. Parte lo

xa, na Holanda. Ai, em 1912, importou,

em 15,6 por mil. Nesses pa'ses, o núme

calizou-se na planície, com temperatu ra média de uns 25 graus, pelos dados de

23 e 30 por mil. Em 1912, na Alema

Ern:t Wagemann. Vamos às citações. Escreveu sobre o crescimento demo

ainda, cm 12,3 por mil ; na Alemanlia,

ro de nascimentos costuma fixar-ss entre nha, ascendeu a 28,3 por mil, de modo

que se verificou um crescimento deinor

gráfico: "Fato importante: cm 1912, no Espírito Santo, entre mil alemães evan

gráfico de 1,3%. Uma taxa de cresciimento de 9. % iá é para se considerar al go extraordinário. A gente tendo a ba»-

mã) nasceram 48,5 c morreram 7,8. Em

ii»r p.oa o mundo das lendas uma taxa

gélicos (são brasileiros de origem ale

brica italiana transferida para os arredo res do Rio de Janeiro, com seus técni cos e seus operários especializados. Há

cada terceira ou quarta família ocorreu um nascimento e cm cada vigésima se

fortável. Instalou várias fábricas. Tem

dias, conversei, no gabinete do ministro da Agricultura, com um industrial suíço-

servas. Uma conclusão, porém, se evi

grande movimento comercial. Foi uma das primeiras cidades brasileiras a esten

cimentos para as mortes é de 6:1 e a

Estava transferindo duas fábricas dc te

taxa dc crescimento anual de 4 %.

dencia : as comunidades da região bai xa, Santa Joana e Santa Cruz, ostentam os números mais altos, mesmo quando consideramos a população como o produ-

parcialmente calçada. Grande parte do casario é moderno e razoãvelmente con

gunda, um óbito. A proporção de nas

cidos que trabalharão com raml. Uma

"São números inauditos 1 A gente ten

der trilhos para uma linha de bondes. A

delas ficará em São Paulo. A outra, na

iniciativa foi inteiramente sobralense. É,

baixada

de a duvidar dc sua exatidão; mas acha mo-los confirmados, quando confronta

fluminense.

Iniciou

enormes

de 4%." Junta uns dados númericos e acrescenta : "Parece-me demasiadamente audacioso utilizar esses números sem re


>NÓ2.{100 Dicesto Econó&uoo

138

naus têm mais progresso que São Luís, Terezina, Natal, Aracaju, Vitória, Floria

guardadas as devidas proporções, razoá

nópolis ou Cuiabá. A receita da prefei tura de Campina Grande, na Paraíba, —•

quase ccin anos. Conta com bons colé

uns 20 milhões de cruzeiros — não en

vergonharia à de muitas cidades de igual tamanho situadas nas áreas brasi leiras de clima temperado. Campina Grande, pelo seu progre.sso> pelo seu de'senvolvimento, pelo seu dinamismo, pode comparar-se aos mais progressistas -mu

nicípios de Minas Gerais, São Paulo ou

Rio Grande do Sul. Embora sob o pa ralelo 7 e sem gozar as vantagens de ca pital de província, tem modsrnissimos

serviços de água encanada e esgotos e um dos melhores hotéis brasileiros exis

tentes em cidades da mesma população.

Está quase totalmente calçada a paralelepipedo. Possui várias fábricas. Cer tamente terá muito mais

vel centro intelectual. Possui jornais há

gios, bibliotecas e livrarias. Os açudes vizinhos perniítem-lhe ler muito pesca do, milho c feijão verdes de janeiro a de zembro e muita banana.

carne e leite. Quando dispuser de ener gia barata, fatalmente será um grande Depois da guerra comcçou-se a pen sar em imigração européia dirigida para os estados do Leste

Nordeste.

cnTe 720 e I.OOO metros. Os re

dico, o Acaraú, que será perenizado com

a conclusão de obras programadas e par cialmente prontas. E uma das cidades mais quentes do Brasil. Os verões são íquase tão quentes quanto os de Sevilha, na Espanha. Não dispõe de luz e ener gia elétricas baratas. Tem sido mal ad ministrada, o que não sucede com Cam pina Grande. Cre:;ce rapidamente. Ê

plantações de raini nesta região. Como operários agrícolas, começou a empre gar colonos suíços. As primeira famí lias se deram tão bem cpic providenciou

mos o númem de imigrantes, estimável em 2.500 a 3.000 almas, com a popula

n vinda de muitas outras. Em face do

cisa, com uma oix:raçao ur.tmética: No

que está verificando pràticamentc, julga o clima perfeitamente adaplá\'el ao imi grante suíço. Em sua opinião, tndo de

meado da década dos oitenta, o número dc colonos foi avaliado em 5 a 6 mil.

pende da alimentação. Sc o curopen sc suficicnlcmenle,

aclimata-se

com facilidade. A imigração é custeada

pelo industrial. Suas hnouras deverão cobrir 2.500 hectares.

Sobro o comporUmiento dos alemães nas colônias agrícolas in; taladas r.o Es

pirito Santo, ainda no reinado dc d. Pe dro II, há um estudo muito interessante — "Dic Dautschcn Kolonistcn in Brasilianischen Staatc Espirito Santo pu

ção tcutu que ascende a 17 ou 18 mil cabeças.

Uma demonstração mais pre

Com uma taxa dc crescimento de 4^

cm 30 anos, a população teria dc se clcr var dc 16.2.17 a 19.460 almas, o que

concorda com a minha avaliação. Não. creio seja suscetível de acontecer, em

muitos lugares da Terra, cousa similar; pretendo, até, admitir ser esse o umco ca.so autêntico de tão favoráveis cifras demográficas.

"Uma taxa de nascimento dc 50 por

mil e mesmo superior não constitui ra ridade nenhuma. Encontra-se, por e.xem-

jos.

embora em pequenas levas.

clusões são tão favoráveis á habitabilidadc dos trópicos por nórdicos que que

ras não permitem atendéOs curopeiis conti nuam, porém, a chegar, Agora estão articulando # instalação

de danubianos

de raça alemã. O dr. Magnacca, técnico dc uma cooperativa dos

Auruzos, esta procurando transferir mi lhares de italianos para a Bahia, Pernam buco e Paraíba. O Dr. Magnacca tam bém está tentando localizar alguns mh Ihares na baixada fluminense, onde, aliás, há um número grande e crescente

de europeus se dedicando à lavoura e á indústria.

139

blicado por Ernst Wagcmann, cm 1915, plo, em Ja\-a, em muitas partes da Rús em Lcipzig. Tem a meliculosidadc ger sia e da índia; mas, cm regra, é acom panhada de alta mortalidade. O o}^>tuámânica. É um trabalho dc cientista ale rlo reduz-se, normalmente, nos países de mão, escrito para alcmaes. Suas con

los à medida de seus dese

Sob o paralelo 4 e a bai xa altitude, cresceu Sobral,

semi-árido, à margem de um rio perió

Na Bahia, instalaram-se, em

sultados c.xcedcm à e.Npectativa. Há miliiarcs de italianos desejando transferirse para a Bahia. Dificuldades financei

Paulo Afonso.

outro exemplo que me pa

Setentrional e do

colônias agrícolas, italianos, poloneses, iugoslavos c alemães, em altitudes que

energia farta e barata de

INCESTO Econômico

alimenta

centro indiislrial.

depois de janeiro de 1953, quando por lá chegará a

rece interessante. Encontra-se em trecho

Há bastante

I

Meses atrás viritei uma fá

higiene pública e privada muito desen

volvida, como nos europeus ocidentais-

ro restringir-mc a citações. Quero lem brar, porém, qvic parte dos colonos está

Segundo as estatísticas mais recentes, a mortalidade é, presentemente, mais bai

na zona montanhosa, mas a pequena al titude. A temperatura média não é in ferior a 21 graus centigrados. Parte lo

xa, na Holanda. Ai, em 1912, importou,

em 15,6 por mil. Nesses pa'ses, o núme

calizou-se na planície, com temperatu ra média de uns 25 graus, pelos dados de

23 e 30 por mil. Em 1912, na Alema

Ern:t Wagemann. Vamos às citações. Escreveu sobre o crescimento demo

ainda, cm 12,3 por mil ; na Alemanlia,

ro de nascimentos costuma fixar-ss entre nha, ascendeu a 28,3 por mil, de modo

que se verificou um crescimento deinor

gráfico: "Fato importante: cm 1912, no Espírito Santo, entre mil alemães evan

gráfico de 1,3%. Uma taxa de cresciimento de 9. % iá é para se considerar al go extraordinário. A gente tendo a ba»-

mã) nasceram 48,5 c morreram 7,8. Em

ii»r p.oa o mundo das lendas uma taxa

gélicos (são brasileiros de origem ale

brica italiana transferida para os arredo res do Rio de Janeiro, com seus técni cos e seus operários especializados. Há

cada terceira ou quarta família ocorreu um nascimento e cm cada vigésima se

fortável. Instalou várias fábricas. Tem

dias, conversei, no gabinete do ministro da Agricultura, com um industrial suíço-

servas. Uma conclusão, porém, se evi

grande movimento comercial. Foi uma das primeiras cidades brasileiras a esten

cimentos para as mortes é de 6:1 e a

Estava transferindo duas fábricas dc te

taxa dc crescimento anual de 4 %.

dencia : as comunidades da região bai xa, Santa Joana e Santa Cruz, ostentam os números mais altos, mesmo quando consideramos a população como o produ-

parcialmente calçada. Grande parte do casario é moderno e razoãvelmente con

gunda, um óbito. A proporção de nas

cidos que trabalharão com raml. Uma

"São números inauditos 1 A gente ten

der trilhos para uma linha de bondes. A

delas ficará em São Paulo. A outra, na

iniciativa foi inteiramente sobralense. É,

baixada

de a duvidar dc sua exatidão; mas acha mo-los confirmados, quando confronta

fluminense.

Iniciou

enormes

de 4%." Junta uns dados númericos e acrescenta : "Parece-me demasiadamente audacioso utilizar esses números sem re


ri

Dicesto Econômico

140

to da multiplicação do número de famí lias por 0 (nesse caso, a taxa de natali dade e a de mortalidade estão acrescen

tadas acima, entre parênteses) em lugar de por 5."

i. i i

guindo os princípios indicados por um módico c-spccialista, alimentando-se bem,

atuam benfazejas, compensando as se manas abafadas do verão.

acliinala-se inteiramente, como milhões

"O aspecto do> habitantes atesta a be-

de exemplos o mostram inLofismávcl-

nignídade do clima."

141

Dicesto Econômico

em grande parte, por uma raça quo êle julga inferior, não deixa de reconhecer que os brancos se aclimataram completa mente nas Antilhas, onde vivem e se re

desinteria e a opilação grassavam entre

filhos de nossos camponeses, nada têm

os colonos.

do doentio."

versitário ianque, cm "Industrial Ccography". Diz êlc sôbrc o nosso clima:

produzem há séculos. A resistência ao clima dependeria principalmente da ali mentação: "Expcrienccs now teache conchi.si\ely that rcsistance to the arduous conclitions dcpends on careful li

"Os homens, no porte, no tamanho e na expressão fisionômica, tendem a um

"Ali of the country lies south of the annual thermal equator. In addition to

te "crcole" familics have main^ained

abrasllciramento. Laniberg não reproduz

the elevation of inucli of tlic land, the

thcir hold even longcr in the wholly tro

o tipo do colono tcuto no Espírito San to, quando fala dos ossos de mamute dos

of watcr surface made by stcams hclp

Sobre a salubridade, escreve: "Outro-

ra, a malária, a febre amarela, o tifo, a Muitas mulheres morriam

de sobreparto. Picadas de cobra e desas tres durante a derrubada ocasionavam mortes.

"Ccntrlbuiram para modificar, favoràvelmente, a proporção entre nascimentos e mortes, vários fatôres: as condições econômicas melhoraram, atenuaram-se as

carências, suavizou-se o trabalho, tornouse menos úmido o clima cm virtude do

afastamento das matas, os mosquitos e outros transmissores foram desaparecen

do progressivamente. Demais, a adap tação gradual ao clima e a outras con dições terá desempenhado, no caso um papel efetivo: os que nasceram na re gião, como é de supor, são menos sensí veis a certas influências prejudiciais. A propósito, basta lembrar quão difícil foi para o primeiro colono acostumar-se com o prato brasileiro, feijão e farinha de mandioca.

"Hoje, as condições demográficas na parte montanhosa do território das colô nias representam algo extraordinário. Em que parte do mundo, os nascimentos es

tão para os óbitos numa proporção de 6:1, como lá sé verifica; em que parto

"Os garotos são vivazes e bem desen

to tcmpcr the climate."

pomcranos que lá encontrou. Os colo

No último capítulo — "A future great

region ?" — escreve : "It would seem that, given time, the region between

musculosas e possantes. É duvidoso que

ving and good focd . Diz ainda: Wni-

pical West índios, and proved their worlh in the professions and business, as well as in sport."

Sübre a habitabilidade dos trópicos

úmidos por brancos nórdicos há uns es tudos muito interessantes feitos no norte

ca ao consumo de aguardente e ao vício

do Queensland, onde a latitude nao é corrigida pela alülude. A falta de es- ^ paço não me permite citar mais que tr^ H variety of climate and topography, nia- chos esparsos de um trabalho do prof.

northern Minas Gerais, or jxissibly Natal,

sua eficiência seja menor que a dos an tepassados. Diversas pessoas na região

and Buenos Ayres will becomc one of indüstry and population. Thcre is great

procuram atribuir essa modificação físi

Grenfcll Price, C.M.G.,

de fumar, difundidos entre os rapazes.

king possible the production of many

Com mais razão, talvez, ver-se-ia nesse

diffcrcnt agricultural products and the

fenômeno uma decorrência da adaptação

likelihood of finding many mineral resources. The cntire arca is relatively

Austrália deseja ser povoada apenas por povos brancos e de preferência por nór

closc to the coast, which, in spite of the

dicos. O estudo do professor australia

à terra, no trabalho na floresta, à ali mentação diferente." "As moças não adquiriram nada da graça e faceirice indolente das brasilei ras, o que me parece uma conseqüência

difficulty of constructing railways across tlie escarpment of the plateau, is an important commercial advantage. Although coal ii scarce, it may be imported, and

de trabalharem, pesadamente, no campo, ao lado do homem. Permaneceram, pelo menos, tão robustas e fortes quanto eram suas mães e avós."

Escreve um pouco adiante: "Na re-

cimentos é de 48 por mil ?"

diminuiu."

Escreve sobre a influência do clima:

long coast lino and lhe large amount

nos são magros e csguios, talvez meno res que seus pais, mas possuem foniias

trapassa de 8 por mil, quando a de nas

"Poucas regiões da terra serão tão propí cias à saúde humana como a parte alta,

Para ultimar a parte referente no Bra sil, citemos London, um professor uni

volvidos. Suas faces, talvez um pouco amorcnadas e menos roscas que as dos

gião alta, não se percebe a menor ação enfraquecedora do clima. Já vimos, atnís, quo a capacidade de trabalho não

do universo, a razão dos óbitos não ul

mente.

'

grosseiros, como a cultura integral da ca

located water power. Alinost ali of the

na-de-açúcar."

region is suited to wliite people. The climate is not as changeablc and thereforc not as stimulating as that of North América or Europe, although it seems to

O prof. Grenfeld visitou Costa Bica, Jamaica, onde vive uma população de origem alemã, e a pequena ilha Suba, há 250 anos parcialmente povoada por

be an invigorating type." Como se ca

descendentes de holandeses.

minhou do tempo dos gregos e romanos

que os brancos podem viver nos trópicos úmidos, desde que controlem as niolés.! tias — o que já se faz — e evitem "the

até agora I Como se caminhará até 19601

clima sobre o sistema nervoso central."

melancólico sòbre a colonização inglèsa nas Antilhas — "Warning froin lhe West Indics". Tratando de saúde, apesar de 'todo o seu preconceito de inglês que es tava de passagem numa terra haljitada,

de Freitas, médico sanitarista, a aclima

do e predominam as noites amenas; no inverno, os períodos frescos de chuvas

ção do branco nos trópicos é apenas uma questão de modo de existência. Se

Aliás, na opinião do Dr. Carlos Vieira

no concluí pela possibilidade du comple ta aclimação dos nórdicos nos trópicos úmidos, "onde poderão e já estão fazen do todos os trabalhos, desde os mais

there is an immense wealih of favorably

"Não se observa entre os colonos, sob nenhum aspecto, uma atuação nociva do

coberta de matas do Esoíri'o S>nto. Aí o calor do dia não é excessivamente úmi

G S da Universidade de Adelaide. A

W. M. Macmillan escreveu um livro

Conclui

presença of colored races". Grenfeld te-

me os baixos salários que os homens de côr têm na Ásia e na África. E acres centa: "I will simply say that the evi,

dence shows that wliite men can live and


ri

Dicesto Econômico

140

to da multiplicação do número de famí lias por 0 (nesse caso, a taxa de natali dade e a de mortalidade estão acrescen

tadas acima, entre parênteses) em lugar de por 5."

i. i i

guindo os princípios indicados por um módico c-spccialista, alimentando-se bem,

atuam benfazejas, compensando as se manas abafadas do verão.

acliinala-se inteiramente, como milhões

"O aspecto do> habitantes atesta a be-

de exemplos o mostram inLofismávcl-

nignídade do clima."

141

Dicesto Econômico

em grande parte, por uma raça quo êle julga inferior, não deixa de reconhecer que os brancos se aclimataram completa mente nas Antilhas, onde vivem e se re

desinteria e a opilação grassavam entre

filhos de nossos camponeses, nada têm

os colonos.

do doentio."

versitário ianque, cm "Industrial Ccography". Diz êlc sôbrc o nosso clima:

produzem há séculos. A resistência ao clima dependeria principalmente da ali mentação: "Expcrienccs now teache conchi.si\ely that rcsistance to the arduous conclitions dcpends on careful li

"Os homens, no porte, no tamanho e na expressão fisionômica, tendem a um

"Ali of the country lies south of the annual thermal equator. In addition to

te "crcole" familics have main^ained

abrasllciramento. Laniberg não reproduz

the elevation of inucli of tlic land, the

thcir hold even longcr in the wholly tro

o tipo do colono tcuto no Espírito San to, quando fala dos ossos de mamute dos

of watcr surface made by stcams hclp

Sobre a salubridade, escreve: "Outro-

ra, a malária, a febre amarela, o tifo, a Muitas mulheres morriam

de sobreparto. Picadas de cobra e desas tres durante a derrubada ocasionavam mortes.

"Ccntrlbuiram para modificar, favoràvelmente, a proporção entre nascimentos e mortes, vários fatôres: as condições econômicas melhoraram, atenuaram-se as

carências, suavizou-se o trabalho, tornouse menos úmido o clima cm virtude do

afastamento das matas, os mosquitos e outros transmissores foram desaparecen

do progressivamente. Demais, a adap tação gradual ao clima e a outras con dições terá desempenhado, no caso um papel efetivo: os que nasceram na re gião, como é de supor, são menos sensí veis a certas influências prejudiciais. A propósito, basta lembrar quão difícil foi para o primeiro colono acostumar-se com o prato brasileiro, feijão e farinha de mandioca.

"Hoje, as condições demográficas na parte montanhosa do território das colô nias representam algo extraordinário. Em que parte do mundo, os nascimentos es

tão para os óbitos numa proporção de 6:1, como lá sé verifica; em que parto

"Os garotos são vivazes e bem desen

to tcmpcr the climate."

pomcranos que lá encontrou. Os colo

No último capítulo — "A future great

region ?" — escreve : "It would seem that, given time, the region between

musculosas e possantes. É duvidoso que

ving and good focd . Diz ainda: Wni-

pical West índios, and proved their worlh in the professions and business, as well as in sport."

Sübre a habitabilidade dos trópicos

úmidos por brancos nórdicos há uns es tudos muito interessantes feitos no norte

ca ao consumo de aguardente e ao vício

do Queensland, onde a latitude nao é corrigida pela alülude. A falta de es- ^ paço não me permite citar mais que tr^ H variety of climate and topography, nia- chos esparsos de um trabalho do prof.

northern Minas Gerais, or jxissibly Natal,

sua eficiência seja menor que a dos an tepassados. Diversas pessoas na região

and Buenos Ayres will becomc one of indüstry and population. Thcre is great

procuram atribuir essa modificação físi

Grenfcll Price, C.M.G.,

de fumar, difundidos entre os rapazes.

king possible the production of many

Com mais razão, talvez, ver-se-ia nesse

diffcrcnt agricultural products and the

fenômeno uma decorrência da adaptação

likelihood of finding many mineral resources. The cntire arca is relatively

Austrália deseja ser povoada apenas por povos brancos e de preferência por nór

closc to the coast, which, in spite of the

dicos. O estudo do professor australia

à terra, no trabalho na floresta, à ali mentação diferente." "As moças não adquiriram nada da graça e faceirice indolente das brasilei ras, o que me parece uma conseqüência

difficulty of constructing railways across tlie escarpment of the plateau, is an important commercial advantage. Although coal ii scarce, it may be imported, and

de trabalharem, pesadamente, no campo, ao lado do homem. Permaneceram, pelo menos, tão robustas e fortes quanto eram suas mães e avós."

Escreve um pouco adiante: "Na re-

cimentos é de 48 por mil ?"

diminuiu."

Escreve sobre a influência do clima:

long coast lino and lhe large amount

nos são magros e csguios, talvez meno res que seus pais, mas possuem foniias

trapassa de 8 por mil, quando a de nas

"Poucas regiões da terra serão tão propí cias à saúde humana como a parte alta,

Para ultimar a parte referente no Bra sil, citemos London, um professor uni

volvidos. Suas faces, talvez um pouco amorcnadas e menos roscas que as dos

gião alta, não se percebe a menor ação enfraquecedora do clima. Já vimos, atnís, quo a capacidade de trabalho não

do universo, a razão dos óbitos não ul

mente.

'

grosseiros, como a cultura integral da ca

located water power. Alinost ali of the

na-de-açúcar."

region is suited to wliite people. The climate is not as changeablc and thereforc not as stimulating as that of North América or Europe, although it seems to

O prof. Grenfeld visitou Costa Bica, Jamaica, onde vive uma população de origem alemã, e a pequena ilha Suba, há 250 anos parcialmente povoada por

be an invigorating type." Como se ca

descendentes de holandeses.

minhou do tempo dos gregos e romanos

que os brancos podem viver nos trópicos úmidos, desde que controlem as niolés.! tias — o que já se faz — e evitem "the

até agora I Como se caminhará até 19601

clima sobre o sistema nervoso central."

melancólico sòbre a colonização inglèsa nas Antilhas — "Warning froin lhe West Indics". Tratando de saúde, apesar de 'todo o seu preconceito de inglês que es tava de passagem numa terra haljitada,

de Freitas, médico sanitarista, a aclima

do e predominam as noites amenas; no inverno, os períodos frescos de chuvas

ção do branco nos trópicos é apenas uma questão de modo de existência. Se

Aliás, na opinião do Dr. Carlos Vieira

no concluí pela possibilidade du comple ta aclimação dos nórdicos nos trópicos úmidos, "onde poderão e já estão fazen do todos os trabalhos, desde os mais

there is an immense wealih of favorably

"Não se observa entre os colonos, sob nenhum aspecto, uma atuação nociva do

coberta de matas do Esoíri'o S>nto. Aí o calor do dia não é excessivamente úmi

G S da Universidade de Adelaide. A

W. M. Macmillan escreveu um livro

Conclui

presença of colored races". Grenfeld te-

me os baixos salários que os homens de côr têm na Ásia e na África. E acres centa: "I will simply say that the evi,

dence shows that wliite men can live and


II I I !|pw|,l|l|LJl.L 142

Dicesto Econômico

work for generatíons, in the more favou-

effectively as the American conlrols the

rable tropics. .." É ainda possível ter tanta saúde nos trópicos úmidos quanto

winter temperaturc by central hcating.

nos climas temperados: ".. . the Amc-

social habits and food and drink."

ricans showed that it was possible to secure a lower dcath rate" — (na Zona do Canal do Panamá) — "than in the most

healthy cool temperate countries, and the white death rate to-day is lower than even that of Austrália or Ncw Zea-

land. I spent some three wecks with American scíentists in Panama, and saw

white Americans who, with very few vacations in the Unitod States, *had car-

ried out lhe hardcst physical labour in

the workshops for nearly thirty years.

One also saw white of the second gene'-

ration who were doing the hard work

perfectly well. As for the tropics iniu-

^ in 19c.O showed that white examination children in

Thcn again, thcrc is tlic importancc of

Muitos dos fracassos britânicos no po voamento dos trópicos úmidos dcvcm-so

a dietas in^próprias c ao uso de bebidas

alcoólicas: "Manv failurcs in t!ic tropics, particulariy British failurcs, Iiavc been

partiy duo to ridiciilous clothing, lieavy un:;uilable diets, and alcoholic e.xccss.

Again and again whcn a young man died

of drink in the VVest índios, Ihs parents

wcre charitably informed that he dicd of

fever, and that good old wliipping post — the tropical climatc — took the blame."

A Austrália está provando, em grande escala, que os nórdicos podem fazer, sem prejuízo de sua saúde e de modo perma

Panama were, on the average and richt • up to the end of their high school díTvs of higher standard than similar white children in the United States. The same thing is going on in Southem Florida, where white fruitgrowers are working in

nente, os serviços mais grosseiros: "Whi te Australians of British extraction have

sams type of evidence is now coming

labour countries. In this respsct, mecha-

shown that they can do all the hea\'y la

Dicesto

143

Econômico

most healthy people were those who did hard manual work."

Leio em "Austrália", publicação do

govèrno australiano, editada cm 1945, referências muito otimistas à habitabili-

dado integral dos trópicos úmidos por brancos nórdicos. Na área tropical do Queensland, verificou-se que a popula ção está aumentando mais rapidamente do que nos trechos temperados: "The

tropical arca of Queensland represents 54 per cent of the total area of the Slate and contaíns 25 per cent of the po-

pulatíon.

In Queensland thcrc has

been a greater proportional incrcasc in the population of lhe tropical portions than in the non-tropical arcas, including

the developnient of a numbcr of largo towns."

"The Ccnsiis of

1933

showed

that

there were in the tropics 45.1 children

under 5 years for cvcry 100 women of child-bearing age against 36.6 children

bour in sugar and othcr industries, and

for the rest of Austrália. The incrcasc of

the costs of sugar production down to-

amelioration of pioncering conditions.

a climate that is truly tropical — and the

wards the cost of production in coloured

from

nical improvements will be of vast im-

95.4 per cent. of the population of tro pical Austrália belong to European

the white sugar growers on the

Queensland coast, who are actually

doing work that the Americans think no white man can possibly perform. We could, however, copy much from the Americans at Panama, for theT control

of disease, hygienc, and sanitation, and their methods of housing, clothing, and difct are unoqualled anywhere in tropi cal world. Our figures in Queensland would be even better if we would follow some of their ideas."

O prof. Grenfeld julga muito impor tante o problema da casa, aliás já resol vido; "Very soon the white man in the

tropics may be abie to control the temperature of his dwelling as easily and

bcfore the depression they were bringing

pórtance."

Contrariando as antigas teorias, inves tigações científicas provaram que bran cos nórdicos,

na terceira geração,

nos

trópicos iimidos, conservavam-se fortes e sadios e as mulheres muito prolíficas. Ademais, os nórdicos mais sadios eram justamente os que se dedicavam a traba lhos mais rudes: "In 1924 a scientific

■WW

marriuge is also marked, showing an

races."

"The chief occupation in the Queens though

land tropics is sugargrowing,

dairying, fruit-growing, and other indus tries are also dcvcloped." A habitabilidadc dos trópicos úmidos

por brancos nordicos é problema que na .Austrália se considera resolvido e resol vido favoràvelmente.

E dão as condi

ções julgadas indispensáveis: "(1) The

succcssful instítution of adoquate mea-

surcs of preventivo medicine, (2) tho cxclusion of races with lower standards

üf life, higher rales of reproduction and incidence of disease, and (3) the steady incrcasc of locally-bom inhabitants who

rcgard life in such arcas as normal

Na Amazônia, a nossa zona mais ciiti-

cil, desapareceram o berlbéri c a febro amarcía. O impaludismo está caindo

verticalmente. Infonnou-me o agrônomo Feli/berto Camargo, diretor do Instituto .

Agronômico do Norte, que n mortel.da- . do infantil é menor em Fordland.a e

Bciterra. no Tapajós, do que nos Es ados Unidos. Õ censo de 1950 conforme

"Conjuntura Econômica , colocou o Bra

sil na posição de pais"Odecrccunento maior c demento vegetatixo.

nrucil nos (1•

27,67 % que se verificou no Bras

últimos dez anos só foi obserxado nos.

^

Estados Unidos. em época anterior a

1870, quando a cota correspondente as

correntes imigratórias pesava muito no

aumento. Não se conhecem crescimen tos semelhantes em qualquer cpoca e em

qualquer país da Europa. Nenhum dos países tidos como de rápido crescimen to - Egito, índia. Indonésia e^Filipinaa

alcançou média tao elevada. O maior aumento verificou-se na região CentroOeste - 41,4%. Seguiram-se o Sul, com 33,1%, e o Norte, com 27,8%. O Nor deste aumentou de 26,9 % e o Leste de

22,6%. A população do território do Amapá cresceu de 78,0 % e a do Guaporé, de 76,2 % 1 Tirem as conclusões.

investigation of ccrtain Queensland towns disclosed remarkable phenomcna. Contrary to ali previous beliefs, white residents, even of the second and third

generations, seemed to be healthy and strong. Tropical-bom women averaTed Inrger families than immigrant woinen trom the cool temperate zone, and the K-icdk..:.)..--


II I I !|pw|,l|l|LJl.L 142

Dicesto Econômico

work for generatíons, in the more favou-

effectively as the American conlrols the

rable tropics. .." É ainda possível ter tanta saúde nos trópicos úmidos quanto

winter temperaturc by central hcating.

nos climas temperados: ".. . the Amc-

social habits and food and drink."

ricans showed that it was possible to secure a lower dcath rate" — (na Zona do Canal do Panamá) — "than in the most

healthy cool temperate countries, and the white death rate to-day is lower than even that of Austrália or Ncw Zea-

land. I spent some three wecks with American scíentists in Panama, and saw

white Americans who, with very few vacations in the Unitod States, *had car-

ried out lhe hardcst physical labour in

the workshops for nearly thirty years.

One also saw white of the second gene'-

ration who were doing the hard work

perfectly well. As for the tropics iniu-

^ in 19c.O showed that white examination children in

Thcn again, thcrc is tlic importancc of

Muitos dos fracassos britânicos no po voamento dos trópicos úmidos dcvcm-so

a dietas in^próprias c ao uso de bebidas

alcoólicas: "Manv failurcs in t!ic tropics, particulariy British failurcs, Iiavc been

partiy duo to ridiciilous clothing, lieavy un:;uilable diets, and alcoholic e.xccss.

Again and again whcn a young man died

of drink in the VVest índios, Ihs parents

wcre charitably informed that he dicd of

fever, and that good old wliipping post — the tropical climatc — took the blame."

A Austrália está provando, em grande escala, que os nórdicos podem fazer, sem prejuízo de sua saúde e de modo perma

Panama were, on the average and richt • up to the end of their high school díTvs of higher standard than similar white children in the United States. The same thing is going on in Southem Florida, where white fruitgrowers are working in

nente, os serviços mais grosseiros: "Whi te Australians of British extraction have

sams type of evidence is now coming

labour countries. In this respsct, mecha-

shown that they can do all the hea\'y la

Dicesto

143

Econômico

most healthy people were those who did hard manual work."

Leio em "Austrália", publicação do

govèrno australiano, editada cm 1945, referências muito otimistas à habitabili-

dado integral dos trópicos úmidos por brancos nórdicos. Na área tropical do Queensland, verificou-se que a popula ção está aumentando mais rapidamente do que nos trechos temperados: "The

tropical arca of Queensland represents 54 per cent of the total area of the Slate and contaíns 25 per cent of the po-

pulatíon.

In Queensland thcrc has

been a greater proportional incrcasc in the population of lhe tropical portions than in the non-tropical arcas, including

the developnient of a numbcr of largo towns."

"The Ccnsiis of

1933

showed

that

there were in the tropics 45.1 children

under 5 years for cvcry 100 women of child-bearing age against 36.6 children

bour in sugar and othcr industries, and

for the rest of Austrália. The incrcasc of

the costs of sugar production down to-

amelioration of pioncering conditions.

a climate that is truly tropical — and the

wards the cost of production in coloured

from

nical improvements will be of vast im-

95.4 per cent. of the population of tro pical Austrália belong to European

the white sugar growers on the

Queensland coast, who are actually

doing work that the Americans think no white man can possibly perform. We could, however, copy much from the Americans at Panama, for theT control

of disease, hygienc, and sanitation, and their methods of housing, clothing, and difct are unoqualled anywhere in tropi cal world. Our figures in Queensland would be even better if we would follow some of their ideas."

O prof. Grenfeld julga muito impor tante o problema da casa, aliás já resol vido; "Very soon the white man in the

tropics may be abie to control the temperature of his dwelling as easily and

bcfore the depression they were bringing

pórtance."

Contrariando as antigas teorias, inves tigações científicas provaram que bran cos nórdicos,

na terceira geração,

nos

trópicos iimidos, conservavam-se fortes e sadios e as mulheres muito prolíficas. Ademais, os nórdicos mais sadios eram justamente os que se dedicavam a traba lhos mais rudes: "In 1924 a scientific

■WW

marriuge is also marked, showing an

races."

"The chief occupation in the Queens though

land tropics is sugargrowing,

dairying, fruit-growing, and other indus tries are also dcvcloped." A habitabilidadc dos trópicos úmidos

por brancos nordicos é problema que na .Austrália se considera resolvido e resol vido favoràvelmente.

E dão as condi

ções julgadas indispensáveis: "(1) The

succcssful instítution of adoquate mea-

surcs of preventivo medicine, (2) tho cxclusion of races with lower standards

üf life, higher rales of reproduction and incidence of disease, and (3) the steady incrcasc of locally-bom inhabitants who

rcgard life in such arcas as normal

Na Amazônia, a nossa zona mais ciiti-

cil, desapareceram o berlbéri c a febro amarcía. O impaludismo está caindo

verticalmente. Infonnou-me o agrônomo Feli/berto Camargo, diretor do Instituto .

Agronômico do Norte, que n mortel.da- . do infantil é menor em Fordland.a e

Bciterra. no Tapajós, do que nos Es ados Unidos. Õ censo de 1950 conforme

"Conjuntura Econômica , colocou o Bra

sil na posição de pais"Odecrccunento maior c demento vegetatixo.

nrucil nos (1•

27,67 % que se verificou no Bras

últimos dez anos só foi obserxado nos.

^

Estados Unidos. em época anterior a

1870, quando a cota correspondente as

correntes imigratórias pesava muito no

aumento. Não se conhecem crescimen tos semelhantes em qualquer cpoca e em

qualquer país da Europa. Nenhum dos países tidos como de rápido crescimen to - Egito, índia. Indonésia e^Filipinaa

alcançou média tao elevada. O maior aumento verificou-se na região CentroOeste - 41,4%. Seguiram-se o Sul, com 33,1%, e o Norte, com 27,8%. O Nor deste aumentou de 26,9 % e o Leste de

22,6%. A população do território do Amapá cresceu de 78,0 % e a do Guaporé, de 76,2 % 1 Tirem as conclusões.

investigation of ccrtain Queensland towns disclosed remarkable phenomcna. Contrary to ali previous beliefs, white residents, even of the second and third

generations, seemed to be healthy and strong. Tropical-bom women averaTed Inrger families than immigrant woinen trom the cool temperate zone, and the K-icdk..:.)..--


Siwpipmpipiip 145

Dicesto EcoKÓ>aco

lar sôbrc direito financeiro, a importân

AUTORES & LIVROS & REVISTAS RUBENS GOMES DE SOUZA: "Estudos de Di

cia dessa disciplina subiu de vulto cm

que noticiamos aqui, representam servi ço inestimável à cultura jurídica do país.

nosso país e está a merecer a maior aten A, B.

ção dos juristas. Trabalhos, c*omo esse

reito Tributário", (Ed. Saraiva, S. Paulo, 1950, 318 pgs.) O eminente professor de Direito Tri butário, sem dúvida uma das maiores

competências brasileiras no assunto, reu niu em volume quinze ensaios sobre

alguns problemas palpitantes de nature za fiscal: — o imposto de renda das so

ciedades estrangeiras; coisa julgada no campo tributário; imposto de consumo; crítica á reforma do imposto de renda; reavaliações de ativo; crítica á lei de

SEGUNDO LINARES QUINTANA:"El Mer Impositivo y Ia Libertad Individual (Ed. Alfa,

gurança, que, nesse assunto, não atingi ram, até agora, os doutos comentadores.

Outro a-^peclo impressionante da obra do prof. R. G. Souza é o domínio firma

Bs. Aires, 1951, 320 pgs.)

do direito positivo e da doutrina dos vários países, de sorte que distingue bem

constitucional em Buenos Aires e La

sempre, livrando-se de inadequadas in vocações de direito comparado, quando

Plata, é conhecido no Brasil pelas suas obras sôbre os partidos políticos, apa

O prof. Quintana, que ensina direito

ocupa grande espaço, nem mesmo de pois da deformação peronista de 1949, que nada de substancial troux^ ou mu dou cm matéria financeira. Dai a im

portância da construção jurisprudencial,

contribuição de melhoria; o "fato gera dor" no impôsto de renda; reforma da

abismos separam as características da le gislação estrangeira e da nossa sòbre certos impostos ou sobre princípios ge

justiça fiscal; método indiclário no im

rais como o da anualidade, introduzido

mente democrático.

pelo art. 141 § 34 do Estatuto de 1946

Agora surge, sob sua a.ssinatura, uma alentada monografia de direito consti

tribnti%a, imunidade recíproca, progres

tucional fiscal, tendo como subtítulo: "La causa constitucional dcl impuesto en cl derecho fiscal constitucional argenti

Em contraste com Adrogué, que s© funda muito na jurisprudência amenca-

pôsto de renda; revisão de lançamentos; maltratado na sua primeira aplica natureza jurídica das .isenções; majora eçãotãojurisprudencial.

ção posterior à autorização tributária; retificação das declarações de renda* ó

princípio documental no impôsto de selo. Espírito profundamente universitário por vocação, o Autor escapa à mácula

mais comum dos que tratam de impos tos no Brasil: tomar partido pró ou con tra o Fisco. Objetivo, científico, frio, o livro do prof. Rubens Gomes de Souza mantém a linha da análise serena, sem

digressões extrajurídicas. Não se pense, entretanto, que os "estudos" são cogita ções eruditas e fragmentárias sobre uns

tantos problemas convulsi

O prof. Laufenburger criticou essa obra com grande simpatia, no último

número da "Revue de Science et Legislation Financière", acentuando que "M. Gomes de Souza connaít admfrablement

les systèmes fiscaux de TEurope, que lui inspirent des leçons fort utiles".

O A., pouca gente sabe disso — publi cou na "Rev. de Estudos Fiscais", de

S. Paulo, todo um curso de direito fiscal, única obra dc caráter orgânico, nesse ra mo jurídico, em nosso país. O apareci mento dos "Estudos" cria, para R. C.

vos da fiscalidade: — o li

vro aflora inúmeros pontos controvertidos e, na apa rente dispersão dos as.>i;n-

. a.

função do direito fiscal, à procura do conceito de causa, como outrora Diógenes em busca dc um liomem. Prescin

dindo dôsse aspecto polemístico, Quinta

na segue o rumo já traçado por Bielsa:

da qual extrai os princípios fiscais fun

ce fácil do público, aquele

damentais e infere as re;pectivas limi

curso, de cuja falta se res

tações, à semelhança dos livros clássicos de Cooley e de Gray, sôbre o mesmo tema, nos Estados Unidos.

"b", atribuiu ao Congres so competência para legis

matéria fiscal, com uma se

reabre o tormentoso e insolúvel debate entre causalistas e anticausalistas em

e pôr em volume, ao alcan

Depois que a Constitui ção de 1946, no art. 5, XV,

são da Carta de 1946, em

no comparado, y especialmente a través de Ia jurisprudência de Ia Corte Suprema de Justicia de Ia Nación". Não se suponha, entretanto, que o A.

— a causa do tributo é a Constituição,

rense.

de orgânica do pens.ur.eiito, envolvendo a compreen

mais estimadas cm nosso país quanto

deixam transparecer espírito profunda

Souza, o dever de atualizar

sente tanto a prática fo

tos, oferece a maior unida

recidos no fim da Grande Guerra e tanto

A Constituição argentina, como se

que o A. expõe exaustivamente fixando. vários princípios, como o dc redaçao dos

tributos confiscatórios, capacidade consividade, etc.

na, Quintana prefere os

da

Còrte de Buenos Aires e deles fêz co lheita abundante.

A propósito dos sistemas tributámos nos países federais, que estuda com carinho e minúcia, o Autor refere-se nos seguintes tênnos à solução da Constitui-, ção brasileira de 1946: "Como puede comprobarse, Ia Gonstitucion brasilefia cs una de Ias constituciones que con

mayor claridad y precision delimita Ias

esferas impositivas de los poderes cen

tral y locales, y no deja mucho campo para Ia duda o Ia confusion, como otras Icyos fundamcntalcs." O livro de Quintana revela que sua estréia no campo tributário está à altura dos seus precedentes trabalhos na área do direito político e da ciência política. Coube-lhe o prêmio Terry, concedido

sabe, segue mais fielmente o modelo americano, que in'-pÍrou Alberdi, de que

pela Academia de Ciências Sociais.

a nossa. A discriminação de rendas não

A. B.


Siwpipmpipiip 145

Dicesto EcoKÓ>aco

lar sôbrc direito financeiro, a importân

AUTORES & LIVROS & REVISTAS RUBENS GOMES DE SOUZA: "Estudos de Di

cia dessa disciplina subiu de vulto cm

que noticiamos aqui, representam servi ço inestimável à cultura jurídica do país.

nosso país e está a merecer a maior aten A, B.

ção dos juristas. Trabalhos, c*omo esse

reito Tributário", (Ed. Saraiva, S. Paulo, 1950, 318 pgs.) O eminente professor de Direito Tri butário, sem dúvida uma das maiores

competências brasileiras no assunto, reu niu em volume quinze ensaios sobre

alguns problemas palpitantes de nature za fiscal: — o imposto de renda das so

ciedades estrangeiras; coisa julgada no campo tributário; imposto de consumo; crítica á reforma do imposto de renda; reavaliações de ativo; crítica á lei de

SEGUNDO LINARES QUINTANA:"El Mer Impositivo y Ia Libertad Individual (Ed. Alfa,

gurança, que, nesse assunto, não atingi ram, até agora, os doutos comentadores.

Outro a-^peclo impressionante da obra do prof. R. G. Souza é o domínio firma

Bs. Aires, 1951, 320 pgs.)

do direito positivo e da doutrina dos vários países, de sorte que distingue bem

constitucional em Buenos Aires e La

sempre, livrando-se de inadequadas in vocações de direito comparado, quando

Plata, é conhecido no Brasil pelas suas obras sôbre os partidos políticos, apa

O prof. Quintana, que ensina direito

ocupa grande espaço, nem mesmo de pois da deformação peronista de 1949, que nada de substancial troux^ ou mu dou cm matéria financeira. Dai a im

portância da construção jurisprudencial,

contribuição de melhoria; o "fato gera dor" no impôsto de renda; reforma da

abismos separam as características da le gislação estrangeira e da nossa sòbre certos impostos ou sobre princípios ge

justiça fiscal; método indiclário no im

rais como o da anualidade, introduzido

mente democrático.

pelo art. 141 § 34 do Estatuto de 1946

Agora surge, sob sua a.ssinatura, uma alentada monografia de direito consti

tribnti%a, imunidade recíproca, progres

tucional fiscal, tendo como subtítulo: "La causa constitucional dcl impuesto en cl derecho fiscal constitucional argenti

Em contraste com Adrogué, que s© funda muito na jurisprudência amenca-

pôsto de renda; revisão de lançamentos; maltratado na sua primeira aplica natureza jurídica das .isenções; majora eçãotãojurisprudencial.

ção posterior à autorização tributária; retificação das declarações de renda* ó

princípio documental no impôsto de selo. Espírito profundamente universitário por vocação, o Autor escapa à mácula

mais comum dos que tratam de impos tos no Brasil: tomar partido pró ou con tra o Fisco. Objetivo, científico, frio, o livro do prof. Rubens Gomes de Souza mantém a linha da análise serena, sem

digressões extrajurídicas. Não se pense, entretanto, que os "estudos" são cogita ções eruditas e fragmentárias sobre uns

tantos problemas convulsi

O prof. Laufenburger criticou essa obra com grande simpatia, no último

número da "Revue de Science et Legislation Financière", acentuando que "M. Gomes de Souza connaít admfrablement

les systèmes fiscaux de TEurope, que lui inspirent des leçons fort utiles".

O A., pouca gente sabe disso — publi cou na "Rev. de Estudos Fiscais", de

S. Paulo, todo um curso de direito fiscal, única obra dc caráter orgânico, nesse ra mo jurídico, em nosso país. O apareci mento dos "Estudos" cria, para R. C.

vos da fiscalidade: — o li

vro aflora inúmeros pontos controvertidos e, na apa rente dispersão dos as.>i;n-

. a.

função do direito fiscal, à procura do conceito de causa, como outrora Diógenes em busca dc um liomem. Prescin

dindo dôsse aspecto polemístico, Quinta

na segue o rumo já traçado por Bielsa:

da qual extrai os princípios fiscais fun

ce fácil do público, aquele

damentais e infere as re;pectivas limi

curso, de cuja falta se res

tações, à semelhança dos livros clássicos de Cooley e de Gray, sôbre o mesmo tema, nos Estados Unidos.

"b", atribuiu ao Congres so competência para legis

matéria fiscal, com uma se

reabre o tormentoso e insolúvel debate entre causalistas e anticausalistas em

e pôr em volume, ao alcan

Depois que a Constitui ção de 1946, no art. 5, XV,

são da Carta de 1946, em

no comparado, y especialmente a través de Ia jurisprudência de Ia Corte Suprema de Justicia de Ia Nación". Não se suponha, entretanto, que o A.

— a causa do tributo é a Constituição,

rense.

de orgânica do pens.ur.eiito, envolvendo a compreen

mais estimadas cm nosso país quanto

deixam transparecer espírito profunda

Souza, o dever de atualizar

sente tanto a prática fo

tos, oferece a maior unida

recidos no fim da Grande Guerra e tanto

A Constituição argentina, como se

que o A. expõe exaustivamente fixando. vários princípios, como o dc redaçao dos

tributos confiscatórios, capacidade consividade, etc.

na, Quintana prefere os

da

Còrte de Buenos Aires e deles fêz co lheita abundante.

A propósito dos sistemas tributámos nos países federais, que estuda com carinho e minúcia, o Autor refere-se nos seguintes tênnos à solução da Constitui-, ção brasileira de 1946: "Como puede comprobarse, Ia Gonstitucion brasilefia cs una de Ias constituciones que con

mayor claridad y precision delimita Ias

esferas impositivas de los poderes cen

tral y locales, y no deja mucho campo para Ia duda o Ia confusion, como otras Icyos fundamcntalcs." O livro de Quintana revela que sua estréia no campo tributário está à altura dos seus precedentes trabalhos na área do direito político e da ciência política. Coube-lhe o prêmio Terry, concedido

sabe, segue mais fielmente o modelo americano, que in'-pÍrou Alberdi, de que

pela Academia de Ciências Sociais.

a nossa. A discriminação de rendas não

A. B.


Dicesto Ecí^nómkx»

146

R. W. LINDHOLM: "Public Finance and Fiscal

Policy" (N. Y., 1950 — Pitman Co. — 732 pgs.) Neste alentado volume, o professor de

Michigan, inicialmente, faz um estudo de Finanças Públicas em correlação com

as empresas privadas. Ocupa-se, depois, da moderna política fiscal, contrastando a concepção clássica com a de Keynes e aplicações ao pleno emprêgo e à redis-

tribuição da renda nacional. Uma parte tôda é dedicada á pcditica geral de des pesas. Oiilra, ás despesas de bem-estar com estudo do seguro jocial. Segue-se

o estudo da política tributária e, fíoalmente, o do orçamento.

SLADE KENDRICK: "Public Finance — Principies and Problems" (N. Y., 1951, — Houghton Mifflin Co. — 706 pgs.) Um novo livro de finanças por um

professor da Comell University acaba de aparecer. É visível a ênfase dada aos aspectos econômicos dos fenômenos

financeiros por efeitos das idéias dos úl timos quinze anos.

quase 90% do livro.

F. Burkinski, acaba de publicar um livro

tração municipal. O pouco que existe em nosso pais sobre o assunto — as obras de Washington Azedo, Orlando Carva

lho, T. Lira, Océlio Medeiros e algo mais — está esgotado e, em parte, su perado pelas modificações constitucio nais. Em contraste, é riquíssima a lite

ratura americana sôbre esses problemas, que, em algumas Universidades, como a de Santa Fé (Litoral) constitui maté

ria de cátedra especial, ali entregue à competência notória do prof. Alcides

a Constituição de 1940.

E necessário

riência norte-americana, que expõe com

Isso llics ensina F. Burkinski.

clareza c segurança. O último capitulo é dedicado à a^si-stência social por parte dos Municípios. O livro de Burkinski c imprescindível

breve o, com êsses votos, juntamos os

a todos os prc'feitü.s, vorcadortís c funcio nários categorizados ilos numicipios do

(juc lhe não mereceu devido apreço --

É de prevcr-se nova edição dentro em

de que, cm tal oportunidade, o A. re serve algumas páginas a um problema

interior, onde a divulgação da técnica da administração jnunicipal ainda não lo

o da "municipalizaçâo dos serviços pú blicos", tão bem estudado na Argentina,

grou êxito. Não basta que os Municípios disponham de mais autonomia c maio

cebeu oncòmics dc Bielsa.

por N. Muratti, cm monografia que re A. B.

res receitas, como uma c outras lhes deu

JOÃO LIRA FILHO - "Angústia Social - Problemas Brasileiros de Reconstrução Econômica

Financeira - (Rio, 1951, Pongetti. 256 pgs.)

Quase nada £e lê

nele sobre orçamento ou crédito pú

BURKINSKI: "A Administração Mu nicipal 6 seus Serviços Fundamentais" (Rio, 1951, Ed. Coelho Branco, 191 pgs.)

oportuno, útil e honesto scbre a adminis

^ue saibam usar dessas novas forças e

sua maior atenção à receita, que ocupa

FRANCISCO

Direito de Goiás e consultor do Dasp,

antagonismo com o custo de reprodução. Nesse sentido, passa cm revista a expe

Todavia, Kcndrick dedica apenas 30 e poucas páginas á despesa, reservando

blico.

Um jovem professor da Faculdade de

Dxcesto Econômico

Greca, autor de um tratado, cm quatro volumes, sôbre o direito e a adminis-

rtação municipal. Na sua monografia, F. Burkinski de pois de recordar a história das institui ções municipais e sua.s atribuições no

Brasil, examina detidamente o aspecto financeiro, batendo-se, com razão, pela progressividade do imposto territorial ur bano. Estuda, em seguida as concessões

"Não desço ao desânimo —: clevo-mo

à esperança" — declara o autor, no pór tico do livro, que, todavia, destila amar gura e desencanto até a iiltíma página. Quem o lê, admira o espírito de análise de João Lira Filho e sento que o obser

Muitas das suas observações sao incon-

tcstÚNcis. Outras são passíveis de vigo

rosa correção, por quem possa dispor de ânimo polcmistico e de maior espaço, jiara uma crítica minuciosa.

Apenas a título de exemplo e o mais

vador é homem admiràvelmento informa

sumàriamcnte possível, vejamos, ao aca

do sôbre as coisas do sou tempo, no país e fora dele. Mas, por isso, que não se trata de marujo do primeira viagem, cm nave

so, um ou outro ponto de seu nutrido

gação costeira, ocorre, logo, a objeção; — o longo ros.irio de malogros, inépcias, ironias políticas e administrativas, apon tados na monografia, é uma peculiarida de brasileira ou um quadro geral do

mundo, inclusive das nações de primeira Linha? São problemas brasileiros ou

liliclo.

Denuncia o caráter regressivo da polí tica fiscal do pais, já que as maiores re

ceitas procedem do imposto de consumo c de vendas, ambos indiretos. É rigoro samente exato. Sempre foi assim e ate mesmo pior. Entretanto, a Constituição de 1946, nos arts. 202; 15 § 1.°; 19 § IV in fine e § 1."^, estabelece princípios

programáticos que mitigam a carga das classes pobres e recomendam ao rigor

dos serviços públicos municipais, a re gulamentação dos serviços de utilidade pública e o problema das tarifas, inclusi

problemas hum mos c universais? João Lira Filho evita submeter-se a essa pergunta fundamental. Desanca o país pelos seus erros políticos, econômi

ve a tormentosa controvérsia em tomo do critério do custo histórico. O A. não

cos e financeiros, parecendo ter especial predileção em tomar o Congresso para

do imposto de consumo, como as várias

esconde as suas simpatias por éste, em

cabeça de turco.

massa, e se tolerou agravações no fumo

fiscal os indivíduos de maior capacidade contributiva. O Congresso, nesse senti do, absteve-se de contínuas majorações de 1930 a 1946 scbre coisas de uso da


Dicesto Ecí^nómkx»

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R. W. LINDHOLM: "Public Finance and Fiscal

Policy" (N. Y., 1950 — Pitman Co. — 732 pgs.) Neste alentado volume, o professor de

Michigan, inicialmente, faz um estudo de Finanças Públicas em correlação com

as empresas privadas. Ocupa-se, depois, da moderna política fiscal, contrastando a concepção clássica com a de Keynes e aplicações ao pleno emprêgo e à redis-

tribuição da renda nacional. Uma parte tôda é dedicada á pcditica geral de des pesas. Oiilra, ás despesas de bem-estar com estudo do seguro jocial. Segue-se

o estudo da política tributária e, fíoalmente, o do orçamento.

SLADE KENDRICK: "Public Finance — Principies and Problems" (N. Y., 1951, — Houghton Mifflin Co. — 706 pgs.) Um novo livro de finanças por um

professor da Comell University acaba de aparecer. É visível a ênfase dada aos aspectos econômicos dos fenômenos

financeiros por efeitos das idéias dos úl timos quinze anos.

quase 90% do livro.

F. Burkinski, acaba de publicar um livro

tração municipal. O pouco que existe em nosso pais sobre o assunto — as obras de Washington Azedo, Orlando Carva

lho, T. Lira, Océlio Medeiros e algo mais — está esgotado e, em parte, su perado pelas modificações constitucio nais. Em contraste, é riquíssima a lite

ratura americana sôbre esses problemas, que, em algumas Universidades, como a de Santa Fé (Litoral) constitui maté

ria de cátedra especial, ali entregue à competência notória do prof. Alcides

a Constituição de 1940.

E necessário

riência norte-americana, que expõe com

Isso llics ensina F. Burkinski.

clareza c segurança. O último capitulo é dedicado à a^si-stência social por parte dos Municípios. O livro de Burkinski c imprescindível

breve o, com êsses votos, juntamos os

a todos os prc'feitü.s, vorcadortís c funcio nários categorizados ilos numicipios do

(juc lhe não mereceu devido apreço --

É de prevcr-se nova edição dentro em

de que, cm tal oportunidade, o A. re serve algumas páginas a um problema

interior, onde a divulgação da técnica da administração jnunicipal ainda não lo

o da "municipalizaçâo dos serviços pú blicos", tão bem estudado na Argentina,

grou êxito. Não basta que os Municípios disponham de mais autonomia c maio

cebeu oncòmics dc Bielsa.

por N. Muratti, cm monografia que re A. B.

res receitas, como uma c outras lhes deu

JOÃO LIRA FILHO - "Angústia Social - Problemas Brasileiros de Reconstrução Econômica

Financeira - (Rio, 1951, Pongetti. 256 pgs.)

Quase nada £e lê

nele sobre orçamento ou crédito pú

BURKINSKI: "A Administração Mu nicipal 6 seus Serviços Fundamentais" (Rio, 1951, Ed. Coelho Branco, 191 pgs.)

oportuno, útil e honesto scbre a adminis

^ue saibam usar dessas novas forças e

sua maior atenção à receita, que ocupa

FRANCISCO

Direito de Goiás e consultor do Dasp,

antagonismo com o custo de reprodução. Nesse sentido, passa cm revista a expe

Todavia, Kcndrick dedica apenas 30 e poucas páginas á despesa, reservando

blico.

Um jovem professor da Faculdade de

Dxcesto Econômico

Greca, autor de um tratado, cm quatro volumes, sôbre o direito e a adminis-

rtação municipal. Na sua monografia, F. Burkinski de pois de recordar a história das institui ções municipais e sua.s atribuições no

Brasil, examina detidamente o aspecto financeiro, batendo-se, com razão, pela progressividade do imposto territorial ur bano. Estuda, em seguida as concessões

"Não desço ao desânimo —: clevo-mo

à esperança" — declara o autor, no pór tico do livro, que, todavia, destila amar gura e desencanto até a iiltíma página. Quem o lê, admira o espírito de análise de João Lira Filho e sento que o obser

Muitas das suas observações sao incon-

tcstÚNcis. Outras são passíveis de vigo

rosa correção, por quem possa dispor de ânimo polcmistico e de maior espaço, jiara uma crítica minuciosa.

Apenas a título de exemplo e o mais

vador é homem admiràvelmento informa

sumàriamcnte possível, vejamos, ao aca

do sôbre as coisas do sou tempo, no país e fora dele. Mas, por isso, que não se trata de marujo do primeira viagem, cm nave

so, um ou outro ponto de seu nutrido

gação costeira, ocorre, logo, a objeção; — o longo ros.irio de malogros, inépcias, ironias políticas e administrativas, apon tados na monografia, é uma peculiarida de brasileira ou um quadro geral do

mundo, inclusive das nações de primeira Linha? São problemas brasileiros ou

liliclo.

Denuncia o caráter regressivo da polí tica fiscal do pais, já que as maiores re

ceitas procedem do imposto de consumo c de vendas, ambos indiretos. É rigoro samente exato. Sempre foi assim e ate mesmo pior. Entretanto, a Constituição de 1946, nos arts. 202; 15 § 1.°; 19 § IV in fine e § 1."^, estabelece princípios

programáticos que mitigam a carga das classes pobres e recomendam ao rigor

dos serviços públicos municipais, a re gulamentação dos serviços de utilidade pública e o problema das tarifas, inclusi

problemas hum mos c universais? João Lira Filho evita submeter-se a essa pergunta fundamental. Desanca o país pelos seus erros políticos, econômi

ve a tormentosa controvérsia em tomo do critério do custo histórico. O A. não

cos e financeiros, parecendo ter especial predileção em tomar o Congresso para

do imposto de consumo, como as várias

esconde as suas simpatias por éste, em

cabeça de turco.

massa, e se tolerou agravações no fumo

fiscal os indivíduos de maior capacidade contributiva. O Congresso, nesse senti do, absteve-se de contínuas majorações de 1930 a 1946 scbre coisas de uso da


Digesto EcoNÓ>nco

143

e bebidas, isentou várias mercadorias de consumo popular. Libertou os tamancos tributados pela Ditadura e sujeitou a imposto de consumo automóveis de luxo, que sempre escaparam ao fisco. Censura vivamente a discriminação de rendas da Constituição, mas não mostra,

nem poderia mostrar, que outro país houvesse resolvido o problema com me lhor acerto. Basta recordar a orgia de

incapacidade admini.strativa na aplicação

com efeito, quando ainda estudante de

téria de metodologia, da propedêutica,

da contribuição de mellioria, etc.

direito, recebeu desta Academia o 1.°

de sistcmatizaçâo histórica, e do muito

Prêmio dc Erudição com uma "Introdu

que esta falha empccilha o pleno rendi

Não

se poderá afirmar o mesmo acerca doj auxílios e despesas nacionais em proveito dos Estados e Municípios, fato inevitável na evolução do todo país do tipo federal, como o prova a crescente política de "granls-in-aid", nos Estados Unidos, Canadá e vários outros países. Um livro austero, meditado e bem

duais que os financistas americanos não cessam de profligar nos E. Unidos.

intencionado, mas triste e deseneorajador, que se pode equiparar ao "Retrato Sincero do Brasil" de Limeira Tejo: um

São justos, entretanto, seus reparos aos exageros na interpretação do princípio

e outro exageram tanto o pior que ncão têm olhos para o que já se fêz de bom neste país.

bitributações e de tributações interesta

constitucional de imunidade recíproca: a

i4d

Digesto EcoNÓ^uco

A. B.

ção ao estudo do período holandês de Maurício de Nassau", tendo merecido

caloroso elogio do competcntíssimo rela tor, o nosso querido Roqucte Pinto. O trabalho teve, c certo, a preciosa cola boração de Joaquim Ribeiro, que conti nua, com fulgor próprio, uma das mais belas tradiç-ões da inteligência e cultu ra brasileira.

Mas quando, cm 1940, foi publicado na série

da Brasiliana, volume 180,

com o título "Civilização Holandesa no

Brasil", o próprio Joaquim Ribeiro, em

elegante e generoso prefácio, desfaz essa sua contribuição, exaltando a de seu jo

vem companheiro, a quem qualifica de

'REVUE DE SCIENCE ET DE LEGISLATION FINANCIÈRES" — Dirig. pelos profs. Jèze e Laufenburger (Paris, vol. 43, fase. 2P. — abriljunho 1951) Sumário de doutrina: KRIZ: O resta

belecimento do equilíbrio internacional e as exigências do rearmamento; FUSS: Considerações sobre o financiamento da segurança social dos assalariados (na Bélgica); ALBERGO: A Economia Fi

nanceira tradicional e a teoria Keynesia-

iia; A. BALEEIRO: Tributação das valo rizações imobiliárias no Brasil; GIRAU-

DEAU: Teoria ricardiana do impôsto; LAUFENBURGER: A propósito da Parafiscalidadc; as demais secções costu meiras sobre legislação, jurisprudência e bibliografia financeiras.

TEORIA DA HISTÓRIA DO BRASIL JOSÉ HONÓRIO RODRIGUES

Apresentondo à Academia Brasileira de Letras "Teoria

da História do Brasil" do nosso antigo colaborador José Honório Rodrigues, o sr. Afonso Pena Júnior proferiu as

lídimo historiador, cuja personalidade in telectual se filia a dois mestres da liistória nacional, Capistrano de Abreu e

João Ribeiro. Tendo surgido com tanto vigor e preparo, José Honório Rodrigues, estimulado, talvez, com o prêmio da Academia, conquista, pouco depois, uma

Bôlsa de Pesquisa da Fundação Rockefeller, tendo feito um estágio cultural de um ano nos Estados Unidos, estágio al tamente proveitoso, ao qual devemos, além de outros estudos valio os, a notá vel Historiografia e Bibliografia do Do mínio Holandês no Brasil, que é um mo numento de erudição. Foi durante essa

mento dc tantas vocações de pesquisa

dores do passado, que entre nós não fal tam.

Por isto, de regresso ao Brasil,

José Honório Rodrigues trouxe o firme propósito de trabalhar para preencher ess i nefasta lacuna. E tendo tido a for

tuna dc ocupar dois postos para tal efei to privilegiados, o de lente de Histona do Brasil no curso de aperfeiçoamento do Instituto Rio Branco c o de Diretor

dc Obras Raras e Publicações da Biblio teca Nacional, com o encargo de onentar a elaboração dos Anais e

Históricos, prevaleceu-se de tal a D ira enriquecer as nossas letras com esta

flodução ..ctcdotógica à Histána^o Brasil, que 6 o livro capital agora ofe-

'1Í.'èle"por®«rrdos Jdose do; frrais proveitosos,nrais ruarrucSsic":1rrodS-o seguro do, ciassivv, I u;.tória e^ia manancial puestudrosos de

^^ter

ríssimo em que saciaiau a

os que investigam os fatos sociais e todos os Alunos das Faculdades de Filosofi^ Penso, por tudo isto. que interpretará

fielmente o sentimento e a opmido da

Academia, transmiündo ao ilustre autor de Teoria da História do Brasil nao só

o nosso agradecimento, como OS nossos

permanência junto aos centros da cul

parabéns e aplausos pelo insigne serviço

tura americana, que o autor acabou de se convencer da nossa indigência em ma-

à cultura brasileira."

GODOFREDO

RANGEL

seguintes palavras:

"Bastam o nome do autor e o título da obra para assegurar aos entendidos —

e a Academia está cheia dêles — que a

publicação foi um grande serviço à dig nidade e ao progresso de nossos estudos

O nosso colaborador Afonso Arinos de Melo Franco

históricos. O autor, José Honório Rodri

gues, é boje um especialista respeitado, no qual madrugam e cada dia se aper feiçoam todas as aptidões de um hi toriador. Há pouco mais de doze anos,

assim se externou, na Câmara dos Deputados, sobre o ^ saparecimentü de Godofredo Rangel, o autor de Vi a Ociosa":

"Quero aproveitar os parcos minutos

facultados às comqnicações, para não

deixar de con''tnr do registro da Casa uma notícia sobre o desaparecimento d©


Digesto EcoNÓ>nco

143

e bebidas, isentou várias mercadorias de consumo popular. Libertou os tamancos tributados pela Ditadura e sujeitou a imposto de consumo automóveis de luxo, que sempre escaparam ao fisco. Censura vivamente a discriminação de rendas da Constituição, mas não mostra,

nem poderia mostrar, que outro país houvesse resolvido o problema com me lhor acerto. Basta recordar a orgia de

incapacidade admini.strativa na aplicação

com efeito, quando ainda estudante de

téria de metodologia, da propedêutica,

da contribuição de mellioria, etc.

direito, recebeu desta Academia o 1.°

de sistcmatizaçâo histórica, e do muito

Prêmio dc Erudição com uma "Introdu

que esta falha empccilha o pleno rendi

Não

se poderá afirmar o mesmo acerca doj auxílios e despesas nacionais em proveito dos Estados e Municípios, fato inevitável na evolução do todo país do tipo federal, como o prova a crescente política de "granls-in-aid", nos Estados Unidos, Canadá e vários outros países. Um livro austero, meditado e bem

duais que os financistas americanos não cessam de profligar nos E. Unidos.

intencionado, mas triste e deseneorajador, que se pode equiparar ao "Retrato Sincero do Brasil" de Limeira Tejo: um

São justos, entretanto, seus reparos aos exageros na interpretação do princípio

e outro exageram tanto o pior que ncão têm olhos para o que já se fêz de bom neste país.

bitributações e de tributações interesta

constitucional de imunidade recíproca: a

i4d

Digesto EcoNÓ^uco

A. B.

ção ao estudo do período holandês de Maurício de Nassau", tendo merecido

caloroso elogio do competcntíssimo rela tor, o nosso querido Roqucte Pinto. O trabalho teve, c certo, a preciosa cola boração de Joaquim Ribeiro, que conti nua, com fulgor próprio, uma das mais belas tradiç-ões da inteligência e cultu ra brasileira.

Mas quando, cm 1940, foi publicado na série

da Brasiliana, volume 180,

com o título "Civilização Holandesa no

Brasil", o próprio Joaquim Ribeiro, em

elegante e generoso prefácio, desfaz essa sua contribuição, exaltando a de seu jo

vem companheiro, a quem qualifica de

'REVUE DE SCIENCE ET DE LEGISLATION FINANCIÈRES" — Dirig. pelos profs. Jèze e Laufenburger (Paris, vol. 43, fase. 2P. — abriljunho 1951) Sumário de doutrina: KRIZ: O resta

belecimento do equilíbrio internacional e as exigências do rearmamento; FUSS: Considerações sobre o financiamento da segurança social dos assalariados (na Bélgica); ALBERGO: A Economia Fi

nanceira tradicional e a teoria Keynesia-

iia; A. BALEEIRO: Tributação das valo rizações imobiliárias no Brasil; GIRAU-

DEAU: Teoria ricardiana do impôsto; LAUFENBURGER: A propósito da Parafiscalidadc; as demais secções costu meiras sobre legislação, jurisprudência e bibliografia financeiras.

TEORIA DA HISTÓRIA DO BRASIL JOSÉ HONÓRIO RODRIGUES

Apresentondo à Academia Brasileira de Letras "Teoria

da História do Brasil" do nosso antigo colaborador José Honório Rodrigues, o sr. Afonso Pena Júnior proferiu as

lídimo historiador, cuja personalidade in telectual se filia a dois mestres da liistória nacional, Capistrano de Abreu e

João Ribeiro. Tendo surgido com tanto vigor e preparo, José Honório Rodrigues, estimulado, talvez, com o prêmio da Academia, conquista, pouco depois, uma

Bôlsa de Pesquisa da Fundação Rockefeller, tendo feito um estágio cultural de um ano nos Estados Unidos, estágio al tamente proveitoso, ao qual devemos, além de outros estudos valio os, a notá vel Historiografia e Bibliografia do Do mínio Holandês no Brasil, que é um mo numento de erudição. Foi durante essa

mento dc tantas vocações de pesquisa

dores do passado, que entre nós não fal tam.

Por isto, de regresso ao Brasil,

José Honório Rodrigues trouxe o firme propósito de trabalhar para preencher ess i nefasta lacuna. E tendo tido a for

tuna dc ocupar dois postos para tal efei to privilegiados, o de lente de Histona do Brasil no curso de aperfeiçoamento do Instituto Rio Branco c o de Diretor

dc Obras Raras e Publicações da Biblio teca Nacional, com o encargo de onentar a elaboração dos Anais e

Históricos, prevaleceu-se de tal a D ira enriquecer as nossas letras com esta

flodução ..ctcdotógica à Histána^o Brasil, que 6 o livro capital agora ofe-

'1Í.'èle"por®«rrdos Jdose do; frrais proveitosos,nrais ruarrucSsic":1rrodS-o seguro do, ciassivv, I u;.tória e^ia manancial puestudrosos de

^^ter

ríssimo em que saciaiau a

os que investigam os fatos sociais e todos os Alunos das Faculdades de Filosofi^ Penso, por tudo isto. que interpretará

fielmente o sentimento e a opmido da

Academia, transmiündo ao ilustre autor de Teoria da História do Brasil nao só

o nosso agradecimento, como OS nossos

permanência junto aos centros da cul

parabéns e aplausos pelo insigne serviço

tura americana, que o autor acabou de se convencer da nossa indigência em ma-

à cultura brasileira."

GODOFREDO

RANGEL

seguintes palavras:

"Bastam o nome do autor e o título da obra para assegurar aos entendidos —

e a Academia está cheia dêles — que a

publicação foi um grande serviço à dig nidade e ao progresso de nossos estudos

O nosso colaborador Afonso Arinos de Melo Franco

históricos. O autor, José Honório Rodri

gues, é boje um especialista respeitado, no qual madrugam e cada dia se aper feiçoam todas as aptidões de um hi toriador. Há pouco mais de doze anos,

assim se externou, na Câmara dos Deputados, sobre o ^ saparecimentü de Godofredo Rangel, o autor de Vi a Ociosa":

"Quero aproveitar os parcos minutos

facultados às comqnicações, para não

deixar de con''tnr do registro da Casa uma notícia sobre o desaparecimento d©


It'

Dicesto EIconómico

\ Godofredo Rangel, grande escritor brasi-

nesa à nmneira de certa fase do poeta

Jeiro, ontem falecido em Minas Gerais.

Guerra Junciuoiro, Codofrcdo Rangel

Godofredo Rangel fêz parte de uma geração que era, ao mesmo tempo, o

tentava uma experiência de intimidade na técnica do romance, qualquer coisa

que poderíamos chamar de "escola intimista", que precedeu às tentativas pos

epílogo da época dos parnasianos, tanto da prosa como da poesia — parnasianos de prosa, como Coelho Neto, ou da poesia, como Bilac — e iniciadora ou pre

ram constituir uma das bases do novo

cursora do movimento de renovação es

romance brasileiro.

teriores de análise psicológica, que vie

tética que se veio a realizar no país, no

Êle foi um puro homem de letras. A

fim do primeiro quarto dêite século. Companheiro de casa e da vida, em

sua dedicação à nobre profissão literá ria nimca se perturbou c nunca se ma

São Paulo, de Monteiro Lobato, de José

culou coni <pia'sr]ucr outras paixões ou

Antônio Nogueira, de Ricardo Gonçalves

e de outros escritores da mesma época,

Godofredo Rangel, dêles entretanto^

muito se diferençava pelo temperamen^,to e pela obra que realizou. Enquanto Lobato trazia para a literatura brasileira uma adaptação da técni ca — chamemo-la "maupassaniana'" do conto para a expressão das realida

des da vida bucólica; enquanto José An tônio Nogueira, influenciado talvez mais pela literatura dos românticos alemães tentava criar obra ao mesmo passo mís tica e patriótica; enquanto Ricardo Gon

çalves fazia ensaios de poesia campo-

ambições da \ida terrena.

É, por conseqüência, com a esperan ça de cjuc os dias tumultuosos que pas sam não sejam de moldo a fazer com que todos os brasileiros esqueçam essa pura alma de eleição, esse tipo admirá

vel dc esteta c dc escritor que foi Go

Õm

dofredo Rangel, que mo sirvo desta oportunidade para, aproveitando a to lerância de V. Excia., sr. Presidente, fazer com que figure nos nossos Anais o registro de profunda saudade e, sem

dúvida alguma, da homenagem com que a Câmara se inclina, em face de sua me mória".

Servindo o Brasil com^o Serviço Ford! Onde quer que o senhor esteja — na cidade ou no

sertão — há sempre perto um Revendedor Ford às suas ordens, pronto a prestar-lhe assistência, era caso de necessidade. O seu trabalho, ajudando a conservar

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\ Godofredo Rangel, grande escritor brasi-

nesa à nmneira de certa fase do poeta

Jeiro, ontem falecido em Minas Gerais.

Guerra Junciuoiro, Codofrcdo Rangel

Godofredo Rangel fêz parte de uma geração que era, ao mesmo tempo, o

tentava uma experiência de intimidade na técnica do romance, qualquer coisa

que poderíamos chamar de "escola intimista", que precedeu às tentativas pos

epílogo da época dos parnasianos, tanto da prosa como da poesia — parnasianos de prosa, como Coelho Neto, ou da poesia, como Bilac — e iniciadora ou pre

ram constituir uma das bases do novo

cursora do movimento de renovação es

romance brasileiro.

teriores de análise psicológica, que vie

tética que se veio a realizar no país, no

Êle foi um puro homem de letras. A

fim do primeiro quarto dêite século. Companheiro de casa e da vida, em

sua dedicação à nobre profissão literá ria nimca se perturbou c nunca se ma

São Paulo, de Monteiro Lobato, de José

culou coni <pia'sr]ucr outras paixões ou

Antônio Nogueira, de Ricardo Gonçalves

e de outros escritores da mesma época,

Godofredo Rangel, dêles entretanto^

muito se diferençava pelo temperamen^,to e pela obra que realizou. Enquanto Lobato trazia para a literatura brasileira uma adaptação da técni ca — chamemo-la "maupassaniana'" do conto para a expressão das realida

des da vida bucólica; enquanto José An tônio Nogueira, influenciado talvez mais pela literatura dos românticos alemães tentava criar obra ao mesmo passo mís tica e patriótica; enquanto Ricardo Gon

çalves fazia ensaios de poesia campo-

ambições da \ida terrena.

É, por conseqüência, com a esperan ça de cjuc os dias tumultuosos que pas sam não sejam de moldo a fazer com que todos os brasileiros esqueçam essa pura alma de eleição, esse tipo admirá

vel dc esteta c dc escritor que foi Go

Õm

dofredo Rangel, que mo sirvo desta oportunidade para, aproveitando a to lerância de V. Excia., sr. Presidente, fazer com que figure nos nossos Anais o registro de profunda saudade e, sem

dúvida alguma, da homenagem com que a Câmara se inclina, em face de sua me mória".

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