DIGESTO
ECONOMICO SOB OS auspícios oa ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO í oa federação 00 COMERCIO DO ESTADO DE SÃO PAULO sumario A j^dústria do petróleo - Frnncisco Prestes Maia -inação nos lucros fogueira Porto nnrtn comentário sôbre os Projetos do Lei do Participação Josó Luiz de c'? /^lue;^.. Ho Brasil — A obra do Carlos Frederico Hartt, fundador da Geologia Histo Paiva
'V
/
' 45 '
57^]
O conflito entro a vida de uma empresa o a taxação anual de ®°g®j.naid Pajiste O sovôrno comanda a Inflação — Moacyr Paixão
Befloxõos sôbre a ConslUuição — Afonso Arinos de A lula de Turgol conira a derrocada financeira Luís S O problema dos campos cerrados — (II) — José Setzoi^
inlerprelação sociológica do problema da morlalidado mf
i^ " — íll)
Gucrr rreiro
80-^ 88-^ 93-^ .
88 Ramos'
Breve história de uma colaboração — O Pacto 9""^"°^°^'gida°Nifgueiia Porto 'JA-^
Explicação sociológica da moeda — Dorival Teixeira
Deslocamento da população rural — Roberto Pinto de Sousa A ÜGmccracia Excculiva — Cândido Mota Filho^^ 'j A niarcha para lesio na recuperação das terras "velhas • J-
33«y
40^V
45-^
Testa
48y
plano Nacional do carvão — Mário da Silva Pinto Noves Pianos (VII) — Nelson Werneck Sodré
O equipamcnio industrial nos países subdesenvolvidos — I^acir
65
^ *
ft emissão do papcl-moeda _ _ QQjjineie Sinimbu — Pedro Moniz de Aragao A A habitabilidado dos trópicos Pimcntcl Gomes
N.o 83
OUTUBRO DE 1951
ANO VII
70* 75' 79-
o DIGESTO ECONÔMICO ESTA A VENDA
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de Cr$ 5,00.
Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer
encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 50,00 anuais.
SUPLEMENTO DO DIGESTO ECONOMICO S
Ano I — N." 1 — Oiitiibi-o de 1951
Tenho a salisfaçi"M) de apro-sentiir As classes produtoras, aos estudiosos
Agente geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
de nossa economia c ao público cm geral, o Boletim do Instituto de Eco-
muito tempo pensamos nfio ser justo que os trabalhos, pesquisas e estudos realizados pelo nosso Instituto permaneçam na penumbra, envelhe cendo nos arquivos c perdendo a atualiclade. quando ha tanta do conhecer os proldcmas da economia brasileira e debate-los a fim de
Avenida Presidenle Vargas. 502. 19.o andar Rio de Janeiro
Alagoas; Manoel Espíndola. Praça Pe. dro II. 49, Maceió.
Amazonas; Agência Freitas, Rua Joa quim Sarmento. 29. Manaus.
Bahia:
Alfredo J. de Souza & Cia
R. Saldanha da Gama, 6, Salvador! Ceará: J. Alaor de Albuquerque & Cia Praça do Ferreira, 621, Fortaleza.
Espírito Santo: Viuva Copolilo & Fi lhos. Rua Jerônlmo Monteiro. 381, Vitória.
Paraná; J. Ghlagnone. Rua 15 de No vembro, 423. Curitiba.
Pernambuco:
Fernando
Chinaglia.
Rua do Imperaaor, 221, 3.o andar!
Recife.
Rio de Janeiro: Fernando Chinaglia. Vargas, 502. io.o
andar.
Rio Grande do Norio: Luís RomSo. Avenida Tavares Lira. 48, Natal.
Maranhão:
Livraria Universal, Rua
João Lisboa, 114, São Luiz.
Elo Grande do Sul: Sômente para Por to Alegre: Octavio Sagebin. Rua 7 de Setembro. 789, Porto Alegre. Para locais fora de Pôrto Alegre:
Santa Catarina: Pedro Xavier & Cia., Rua Felipe Schmidt, 8, Florlanóp.
Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso,
Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.
P
sobreponham aos da coletividade. Dessa men-
lituto de Economia deliate os «juntos
D adota
conclusões com
inteiramente
voltado
do mis e sem quaisquer tlei-éssis de grupos ""
ampla libeida
.
paia
subordinações a
oéobómioas
snr»inÍQ
Fernando Chinaglia. R. de Janeiro.
Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro & Cia., Pça. da República, 20. Cuiabá
Assnclacno Comeroi.al
da Federa. (ic ão snasdorcsnonscibilidadcs Comércio do Eslado na ordem de São.social Paulo. e econoEssas lonscu b deliberações, que os interesses
mica do Brasil e de
Goiás: João Manarino, Rua Setenta A, Goiânia.
"funto T'
de de s°„ bao P t auiü ,u ó co
cuitKlado.s <st.m
Piauí: Cláudio M. Tote, Teresina. Av. Presidente
elementüL o informações que em outras fontes mio possam ser obUdos e .^Tiito menos ciue seja infalível cm seus prognósticos e sugestões. Mas. de qualquer modo. será útil divulgarmos osr dados que coletamos reiiminos ou aíLansamoa e l,oni aaai.n Iraaer.aoa a pubhco as coach.soas dos ostudoa e
São Paulo: A Intelectual. Ltda., Via duto Santa Efigônia, 281, S. Paulo.
Pará: Albano H. Martins & Cia., Tra vessa Campos Sales. 85/89, Belém.
Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua
Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba rão do Triunfo, 510-A. João Pessoa.
Território do Acre: Diógenes de OU-
João Pessoa, 137, Aracaju.
Por isso mesmo, suas conclusões se re vestem de um cunho de sinceridade e
•pendência que torna mais
'Si.
buição que traz para o estudo da conjun tiira
brasileira.
_
«-p
Éste Boletim, cuja P"blicaçao agora se
□jriffrairta
n^fomp
es-
n^-çiTOtra'
lios qCe serão úteis ao esclarecimento de
n^irmnip n^imirp
inicia, como suplemento
mico, se destina a divulgação de àaáos es tatísticos elementos informativos e t^aba
muitos problemas e proporcionarão, aos que se interessam pela nossa economia, bons elementos de estudo.
CARLOS DIAS PE CASTRO
Presidente do Instituto de Economia
.veira, Rio Branco.
Digesto n. 83, póg. 193.
□"-fliwiírn
-a—
o DIGESTO ECONÔMICO ESTA A VENDA
nos principais pontos de jornais no Brasil, ao preço de Cr$ 5,00.
Os nossos agentes da relação abaixo estão aptos a suprir qualquer
encomenda, bem como a receber pedidos de assinaturas, ao preço de Cr$ 50,00 anuais.
SUPLEMENTO DO DIGESTO ECONOMICO S
Ano I — N." 1 — Oiitiibi-o de 1951
Tenho a salisfaçi"M) de apro-sentiir As classes produtoras, aos estudiosos
Agente geral para o Brasil FERNANDO CHINAGLIA
de nossa economia c ao público cm geral, o Boletim do Instituto de Eco-
muito tempo pensamos nfio ser justo que os trabalhos, pesquisas e estudos realizados pelo nosso Instituto permaneçam na penumbra, envelhe cendo nos arquivos c perdendo a atualiclade. quando ha tanta do conhecer os proldcmas da economia brasileira e debate-los a fim de
Avenida Presidenle Vargas. 502. 19.o andar Rio de Janeiro
Alagoas; Manoel Espíndola. Praça Pe. dro II. 49, Maceió.
Amazonas; Agência Freitas, Rua Joa quim Sarmento. 29. Manaus.
Bahia:
Alfredo J. de Souza & Cia
R. Saldanha da Gama, 6, Salvador! Ceará: J. Alaor de Albuquerque & Cia Praça do Ferreira, 621, Fortaleza.
Espírito Santo: Viuva Copolilo & Fi lhos. Rua Jerônlmo Monteiro. 381, Vitória.
Paraná; J. Ghlagnone. Rua 15 de No vembro, 423. Curitiba.
Pernambuco:
Fernando
Chinaglia.
Rua do Imperaaor, 221, 3.o andar!
Recife.
Rio de Janeiro: Fernando Chinaglia. Vargas, 502. io.o
andar.
Rio Grande do Norio: Luís RomSo. Avenida Tavares Lira. 48, Natal.
Maranhão:
Livraria Universal, Rua
João Lisboa, 114, São Luiz.
Elo Grande do Sul: Sômente para Por to Alegre: Octavio Sagebin. Rua 7 de Setembro. 789, Porto Alegre. Para locais fora de Pôrto Alegre:
Santa Catarina: Pedro Xavier & Cia., Rua Felipe Schmidt, 8, Florlanóp.
Minas Gerais: Joaquim Moss Velloso,
Avenida dos Andradas, 330, Belo Horizonte.
P
sobreponham aos da coletividade. Dessa men-
lituto de Economia deliate os «juntos
D adota
conclusões com
inteiramente
voltado
do mis e sem quaisquer tlei-éssis de grupos ""
ampla libeida
.
paia
subordinações a
oéobómioas
snr»inÍQ
Fernando Chinaglia. R. de Janeiro.
Mato Grosso: Carvalho, Pinheiro & Cia., Pça. da República, 20. Cuiabá
Assnclacno Comeroi.al
da Federa. (ic ão snasdorcsnonscibilidadcs Comércio do Eslado na ordem de São.social Paulo. e econoEssas lonscu b deliberações, que os interesses
mica do Brasil e de
Goiás: João Manarino, Rua Setenta A, Goiânia.
"funto T'
de de s°„ bao P t auiü ,u ó co
cuitKlado.s <st.m
Piauí: Cláudio M. Tote, Teresina. Av. Presidente
elementüL o informações que em outras fontes mio possam ser obUdos e .^Tiito menos ciue seja infalível cm seus prognósticos e sugestões. Mas. de qualquer modo. será útil divulgarmos osr dados que coletamos reiiminos ou aíLansamoa e l,oni aaai.n Iraaer.aoa a pubhco as coach.soas dos ostudoa e
São Paulo: A Intelectual. Ltda., Via duto Santa Efigônia, 281, S. Paulo.
Pará: Albano H. Martins & Cia., Tra vessa Campos Sales. 85/89, Belém.
Sergipe: Livraria Regina Ltda., Rua
Paraíba: Loja das Revistas, Rua Ba rão do Triunfo, 510-A. João Pessoa.
Território do Acre: Diógenes de OU-
João Pessoa, 137, Aracaju.
Por isso mesmo, suas conclusões se re vestem de um cunho de sinceridade e
•pendência que torna mais
'Si.
buição que traz para o estudo da conjun tiira
brasileira.
_
«-p
Éste Boletim, cuja P"blicaçao agora se
□jriffrairta
n^fomp
es-
n^-çiTOtra'
lios qCe serão úteis ao esclarecimento de
n^irmnip n^imirp
inicia, como suplemento
mico, se destina a divulgação de àaáos es tatísticos elementos informativos e t^aba
muitos problemas e proporcionarão, aos que se interessam pela nossa economia, bons elementos de estudo.
CARLOS DIAS PE CASTRO
Presidente do Instituto de Economia
.veira, Rio Branco.
Digesto n. 83, póg. 193.
□"-fliwiírn
-a—
Transportes:
UM NOVO ÍNDICE DA CONJUNTUKA HKASIUKIKA
O quadro supro não ostô completo, por folto de dodos comparativos referentes o
icloçào ao ono possado.
O mesmo se oc.
1950, paro o Sorocobonü. Informações es porádicos, obtidas do fontes diversas, deíxom porém entrever que o movimento desso ferrovio aumentou ligniramcntc em 1951, en:
Wogiano ocuso uma diminuição do trófego. No conjunto dos quatro ferrovios, podemus
com o Noroeste e o Paulista.
Sòmente a
admitir que o movimento de vagões de cor-
go aumentou de 3,5%.
UTGEIRO AUMENTO DO TRÁFEGO FERRO\ lÁIÍK) AEROPORTO C:ONGONHAS
No esfrongeiro, os dados sôbre o selof
de tronsporte, um suposto fotor surpreso,
dos tronsportes ferroviários são considerodo»
que no realidade nÕo existe. A capocidode dos íerrovios é por demais conhecida, e se
básicos poro o inferprefoção do conjunturo econômica.
Em nosso país, até ogora. não
se dispensou a devido atenção ò observação
um observador se dá ao trabalho de exo* minor os estatísticos mês por mês, facilmen
do movimento ferroviário, como fator infor
te poderá verificar o marcho dos negócios,
mativo, de olconce imediato.
o movimentação dos sofras, em sumo, o ritmo
O grande público pode-se inteiror da situoção dos transportes somente através de
do conjuntura nacional. Confessamos o dificuldade de compilor dodos relativos o todo o Brosil. Mos pelo me
informações de "emergência". Quando, por
exemplo, os sofras do Norte do Paronó fi cam nos centros de produçõo ò espero de
conduçõo poro São Paulo ou poro os poitos, folo-se em colominode público. Há nessos descobertas "súbitas" do folto
Hà pelo menos um romo dc transporte poro o quol o termo "atraso não pode ser aplicado; 6 o tráfego aéreo-.
nos poro São Poulo os conseguimos, e assim
podemos opresentar, pelo primeiro vez nos onois do jornoiismo econômico, dados ATUAIS
sôbre o movimento de vagões corregodos por 4 grondes ferrovias paulistas.
MOVIMENTO DO AEflOPORTO DE SÃO PAULO 1951
Mercadorios (xx)
Passageiros
descarregadas
emborcados (x)
41,5
530
Fevereiro
39,8
535
Morço
43,6
758
Abril
39,0
703
Joneiro
carregadas 917 858
1 .203 1 .231
Moio
40,5
720
1.182
Junho
38,3
746
1 .224
Julho
-50,9
Ó85
Agôsto
41,0
744
1 .273 1 .256
NÍOVI.MENTO DE CARGA NAS FERROVIAS PAULISTAS x
(número de vogões carregados'
XX
1951 Joneiro
Mogiana
Paulista
Sorocobana
5.544
47.Ó63
21 .383
Noroeste
TOTAL
10.544
85.134
Fevereiro
4.Ó5I
43.641
19.392
10.912
78.596
Morço
4.267
50.310
21 .392
11 .511
87.480
5.317
41 .477
21 .797
10.636
79.227 98.231
Abril
.......
Maio
v...
6.420
55.934
23.544
12.333
Junho
5.962
51 .944
21.858
13.984
93.748
Julho
5.971
53.507
25.049
13.425
97.952
Agôsto ..
6.558
55.059
13.755
100.421(xxi
44.690
399.535
97.100
720.789
de 1950 63.224 X Faltam indicações
388.179
x
Em milhares Em toneladas
Em outras palavras, emborcam diàriamente em Congonhas, 1.366 passageiros e tonlos desembarcam neste aeroporto; -24 tonelada's de mercodorias são descarrego os e tcneiados são embarcadas.
Eis, em resumo, o movimento de um dos aeroportos mois dinâmicos do globo...
Joneiro-Agâsto de 1951
XX
22.433fxx)
Como faltam dados referentes a Agôsto (Sorocabana), calculamos o total aproxi mado, admitindo que o movimento da Sorocabana em Agôsto tenha sido'idêntico ao de Julho.
'' . - i
92.032
'
■ •• i.-
■'
Transportes:
UM NOVO ÍNDICE DA CONJUNTUKA HKASIUKIKA
O quadro supro não ostô completo, por folto de dodos comparativos referentes o
icloçào ao ono possado.
O mesmo se oc.
1950, paro o Sorocobonü. Informações es porádicos, obtidas do fontes diversas, deíxom porém entrever que o movimento desso ferrovio aumentou ligniramcntc em 1951, en:
Wogiano ocuso uma diminuição do trófego. No conjunto dos quatro ferrovios, podemus
com o Noroeste e o Paulista.
Sòmente a
admitir que o movimento de vagões de cor-
go aumentou de 3,5%.
UTGEIRO AUMENTO DO TRÁFEGO FERRO\ lÁIÍK) AEROPORTO C:ONGONHAS
No esfrongeiro, os dados sôbre o selof
de tronsporte, um suposto fotor surpreso,
dos tronsportes ferroviários são considerodo»
que no realidade nÕo existe. A capocidode dos íerrovios é por demais conhecida, e se
básicos poro o inferprefoção do conjunturo econômica.
Em nosso país, até ogora. não
se dispensou a devido atenção ò observação
um observador se dá ao trabalho de exo* minor os estatísticos mês por mês, facilmen
do movimento ferroviário, como fator infor
te poderá verificar o marcho dos negócios,
mativo, de olconce imediato.
o movimentação dos sofras, em sumo, o ritmo
O grande público pode-se inteiror da situoção dos transportes somente através de
do conjuntura nacional. Confessamos o dificuldade de compilor dodos relativos o todo o Brosil. Mos pelo me
informações de "emergência". Quando, por
exemplo, os sofras do Norte do Paronó fi cam nos centros de produçõo ò espero de
conduçõo poro São Paulo ou poro os poitos, folo-se em colominode público. Há nessos descobertas "súbitas" do folto
Hà pelo menos um romo dc transporte poro o quol o termo "atraso não pode ser aplicado; 6 o tráfego aéreo-.
nos poro São Poulo os conseguimos, e assim
podemos opresentar, pelo primeiro vez nos onois do jornoiismo econômico, dados ATUAIS
sôbre o movimento de vagões corregodos por 4 grondes ferrovias paulistas.
MOVIMENTO DO AEflOPORTO DE SÃO PAULO 1951
Mercadorios (xx)
Passageiros
descarregadas
emborcados (x)
41,5
530
Fevereiro
39,8
535
Morço
43,6
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Abril
39,0
703
Joneiro
carregadas 917 858
1 .203 1 .231
Moio
40,5
720
1.182
Junho
38,3
746
1 .224
Julho
-50,9
Ó85
Agôsto
41,0
744
1 .273 1 .256
NÍOVI.MENTO DE CARGA NAS FERROVIAS PAULISTAS x
(número de vogões carregados'
XX
1951 Joneiro
Mogiana
Paulista
Sorocobana
5.544
47.Ó63
21 .383
Noroeste
TOTAL
10.544
85.134
Fevereiro
4.Ó5I
43.641
19.392
10.912
78.596
Morço
4.267
50.310
21 .392
11 .511
87.480
5.317
41 .477
21 .797
10.636
79.227 98.231
Abril
.......
Maio
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6.420
55.934
23.544
12.333
Junho
5.962
51 .944
21.858
13.984
93.748
Julho
5.971
53.507
25.049
13.425
97.952
Agôsto ..
6.558
55.059
13.755
100.421(xxi
44.690
399.535
97.100
720.789
de 1950 63.224 X Faltam indicações
388.179
x
Em milhares Em toneladas
Em outras palavras, emborcam diàriamente em Congonhas, 1.366 passageiros e tonlos desembarcam neste aeroporto; -24 tonelada's de mercodorias são descarrego os e tcneiados são embarcadas.
Eis, em resumo, o movimento de um dos aeroportos mois dinâmicos do globo...
Joneiro-Agâsto de 1951
XX
22.433fxx)
Como faltam dados referentes a Agôsto (Sorocabana), calculamos o total aproxi mado, admitindo que o movimento da Sorocabana em Agôsto tenha sido'idêntico ao de Julho.
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92.032
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^
Sjinlos nii foco:
SANTOS NA VANCR'AUOA DO CO.\rf:RCIO EXTERNO A despeito dos congestionamentos periódi cos, Sontos participou nos oxportoções do pri
UM SURTO SEM KUIAI
— "Record" das exportações Renascem
movimentação de mercadorias pela Cio. Do>
meiro semestre com 45% do valor total ven
COS aumentou de 25%, em relação 00 ano anterior, o que explica um pouco as difi
dido pelo Brasil nos mercados externos.
culdades técnicos últimomente encontradas.
A
Pkexc"?
as compensações
CARGA MOVIMENTADA
NOS CAIS DE SANTOS
(Em milhares de toneladas)
o preço c o volume do café exportado
cc-mcrciol com Inglcrfcrrci, c|ue expirou cm
líos últimos 18 meses derom ao Brosil urncj
Jullio passado só pôde ser executado groços aos negócios vinculados; após o «sua proi bição. a Inglaterra se desinteressou do assi-
1950
385
375
Maio
te, especialmente, nas trocos com a zona
notura do novo cicórdo comercial com o nos
Fevereiro
401
499
Junho
do dólar.
so país.
Morço
412
589
Julho
536
611
478
560
Agôsto
463
621
folga cambio! que há muitos onos o nosso priís nõo cxperimentavo. A melhora se sen
O saldo do balança comcrciol,
que era de 134 milhões de dólares no pri meiro semestre de
A situação é semelhante para u
inciioriü dos outros países europeus.
correspondente do ano em curso.
Em razão dos maciços importações prove
'
Examinando o conjunto de nosso comércio
nientes dos EUA, o
Joneiro-Junho
408
553
449
594
cresceu de mês para mês, até atingir seu "climax" em Agôsto último.
i:)ESPROPORC.ÂO 1:3
o Brasil se coloca entro as maiores nações
Se o ritmo dos importações observado no
comerciantes do globo. Mas não deve haver
primeiro semestre de 1951 continuar no se-
margem para manifestações de euforismo. A dependência de um único produto é, aindo ogoro, tôo pronunciado, como hó duos ou
Importações Saldo 238 {-) 5 133 (.|_) ,34 290 (-f) 175
gundo, chegaremos o novos recordes no ano em
curso.
EXPORT. proporção ENTRE (2) (1 ® 2)
IMPORTAÇÕES
(em milhares de toneladas)
três décadas. (O café representou 59% do 3.694 4.352
1.505
2.45
1 .356
3.21
Jon.-Junho 1950
1.962
573
Jan,-Junho 1951
2.552
811
valor das exportações no primeiro semestre
1949 1950
de 1951;.
Isso explico o empenho do govcrnó fede
(1) Estatístico americano
ral em facilitar a defesa dos preços extel ioros do ccifé. Mas, nosso política comercial não devo sc limitar a essa tarefa defensiva.
O mesmo já não se pode dizer em rotciçõo oo intercâmbio com o velho Continente.
Os saídos dos anos anteriores se transformoram em "deficits" e o Banco do Brasil
Exportações Brasileiras
viu-se na contingência de utilizor os saldos
Jcineiro-Junho
em dólares a fim de cobrir a diferença da
em milhares de
boíonça comerciol com a Europa.
Toneladas
A razão da deterioraçõo, no posição das
em milhões do
1 .41 1
9.097
lia e Suíça, reside na recusa de nossos par
1951
2.221
15.299
frutas, sisol, nozes do Pará, cêra de carnaú
Precisamos desenvolver, no exterior, os ven das dos chamados produtos "críticos" e dos minérios, cujo comercialização se acha cindo
ba, oificicoi aos preços vigentes. O tratado
cm sua fase preliminar.
brosileiros
(madeiras,
ção de mercadorias entre os duos direções
íT-ltiiirirfiiriífâ-Mír"
1
de comercialização, não facilita o escoamen-
to rápido dos cais. Trens e caminhões pre cisam descer vazios para Santos, para bus car mercodorias importadas, cu'o volume ex cede três vêzes o dos exportações.
COMPRAS AMERICANAS NO BRASIL
(Janeiro-Junho de 1951)
(Valor em milhões de dólares)
Óleo de Mamono
7,4
Sisol
Café Cacau
Momona
.
É cloro
que a desproporção de 1:3, no movimenta
3.43 3.15
Cruzeiros
1950
ceiros europeus de adquirir os chamados
A relação entre o volume de Importações e exportações fornece um índice seguro so
bre o congestionamento do pôrto.
trocas com Inglaterra, França, Bélgica, Itá
críticos"
......
sa história. Mesmo na escala internacional,
(em USS 1.000.000) (Ij
"produtos
movimento de cargo
exterior, chegamos ò conclusão de que o sur to dos oxportoçõcs 6 sem iguol em tôdo- nos
Comércio brosilciro-omericano
1^'49 1950 1951
..
1951
1950
1950, (com os Estados
Onidosi. passou o 175 milhões, no pcricdi")
Exportações 238 267 465
Abril
1951
36,7 18,2
5,4
Cêra de cornáubo Minério de ferro
Manganês
10,2 3,3
0,8
x>
^
Sjinlos nii foco:
SANTOS NA VANCR'AUOA DO CO.\rf:RCIO EXTERNO A despeito dos congestionamentos periódi cos, Sontos participou nos oxportoções do pri
UM SURTO SEM KUIAI
— "Record" das exportações Renascem
movimentação de mercadorias pela Cio. Do>
meiro semestre com 45% do valor total ven
COS aumentou de 25%, em relação 00 ano anterior, o que explica um pouco as difi
dido pelo Brasil nos mercados externos.
culdades técnicos últimomente encontradas.
A
Pkexc"?
as compensações
CARGA MOVIMENTADA
NOS CAIS DE SANTOS
(Em milhares de toneladas)
o preço c o volume do café exportado
cc-mcrciol com Inglcrfcrrci, c|ue expirou cm
líos últimos 18 meses derom ao Brosil urncj
Jullio passado só pôde ser executado groços aos negócios vinculados; após o «sua proi bição. a Inglaterra se desinteressou do assi-
1950
385
375
Maio
te, especialmente, nas trocos com a zona
notura do novo cicórdo comercial com o nos
Fevereiro
401
499
Junho
do dólar.
so país.
Morço
412
589
Julho
536
611
478
560
Agôsto
463
621
folga cambio! que há muitos onos o nosso priís nõo cxperimentavo. A melhora se sen
O saldo do balança comcrciol,
que era de 134 milhões de dólares no pri meiro semestre de
A situação é semelhante para u
inciioriü dos outros países europeus.
correspondente do ano em curso.
Em razão dos maciços importações prove
'
Examinando o conjunto de nosso comércio
nientes dos EUA, o
Joneiro-Junho
408
553
449
594
cresceu de mês para mês, até atingir seu "climax" em Agôsto último.
i:)ESPROPORC.ÂO 1:3
o Brasil se coloca entro as maiores nações
Se o ritmo dos importações observado no
comerciantes do globo. Mas não deve haver
primeiro semestre de 1951 continuar no se-
margem para manifestações de euforismo. A dependência de um único produto é, aindo ogoro, tôo pronunciado, como hó duos ou
Importações Saldo 238 {-) 5 133 (.|_) ,34 290 (-f) 175
gundo, chegaremos o novos recordes no ano em
curso.
EXPORT. proporção ENTRE (2) (1 ® 2)
IMPORTAÇÕES
(em milhares de toneladas)
três décadas. (O café representou 59% do 3.694 4.352
1.505
2.45
1 .356
3.21
Jon.-Junho 1950
1.962
573
Jan,-Junho 1951
2.552
811
valor das exportações no primeiro semestre
1949 1950
de 1951;.
Isso explico o empenho do govcrnó fede
(1) Estatístico americano
ral em facilitar a defesa dos preços extel ioros do ccifé. Mas, nosso política comercial não devo sc limitar a essa tarefa defensiva.
O mesmo já não se pode dizer em rotciçõo oo intercâmbio com o velho Continente.
Os saídos dos anos anteriores se transformoram em "deficits" e o Banco do Brasil
Exportações Brasileiras
viu-se na contingência de utilizor os saldos
Jcineiro-Junho
em dólares a fim de cobrir a diferença da
em milhares de
boíonça comerciol com a Europa.
Toneladas
A razão da deterioraçõo, no posição das
em milhões do
1 .41 1
9.097
lia e Suíça, reside na recusa de nossos par
1951
2.221
15.299
frutas, sisol, nozes do Pará, cêra de carnaú
Precisamos desenvolver, no exterior, os ven das dos chamados produtos "críticos" e dos minérios, cujo comercialização se acha cindo
ba, oificicoi aos preços vigentes. O tratado
cm sua fase preliminar.
brosileiros
(madeiras,
ção de mercadorias entre os duos direções
íT-ltiiirirfiiriífâ-Mír"
1
de comercialização, não facilita o escoamen-
to rápido dos cais. Trens e caminhões pre cisam descer vazios para Santos, para bus car mercodorias importadas, cu'o volume ex cede três vêzes o dos exportações.
COMPRAS AMERICANAS NO BRASIL
(Janeiro-Junho de 1951)
(Valor em milhões de dólares)
Óleo de Mamono
7,4
Sisol
Café Cacau
Momona
.
É cloro
que a desproporção de 1:3, no movimenta
3.43 3.15
Cruzeiros
1950
ceiros europeus de adquirir os chamados
A relação entre o volume de Importações e exportações fornece um índice seguro so
bre o congestionamento do pôrto.
trocas com Inglaterra, França, Bélgica, Itá
críticos"
......
sa história. Mesmo na escala internacional,
(em USS 1.000.000) (Ij
"produtos
movimento de cargo
exterior, chegamos ò conclusão de que o sur to dos oxportoçõcs 6 sem iguol em tôdo- nos
Comércio brosilciro-omericano
1^'49 1950 1951
..
1951
1950
1950, (com os Estados
Onidosi. passou o 175 milhões, no pcricdi")
Exportações 238 267 465
Abril
1951
36,7 18,2
5,4
Cêra de cornáubo Minério de ferro
Manganês
10,2 3,3
0,8
x>
VI VN
Oe gronde influência sôbre o EQUAÇÃO
cruzeiros
no
periodo
correspondente
DAS TROCAS ("terms of trade"), é o cons tante aumento do preço médio por tonelada exportado; essa média passou de 6.445 cru
passou de 982 paro
zeiros em 1950 (Janeiro-Junho), poro 6.887
dois períodos observodos.
de
1951. O café é o principal responsável pelo melhora. O preço médio por soca exportado 1.210, cruzeiros nos
Leis em andamento Os problemas bancários têm um otratlvo enorme poro os nossos Icgislodores. Sem
debates realizodos naquele orgõo s6bre ossunto.
contar o mais importonte do todos os projé-
RENASCEM AS COMPENSAÇÕES ? Colocamos um ponto de interrogação no
fim do título, pois não há nada decidido sôbre o assunto... oficialmente. Observa-se
que trocas compensadas se odmitem "a tí
tulo excepcional", por enquanto. De um la
do, vendem-se 19.000 sacas de cacau para a Alemanha, em troca de máquinos tioogró-
ficQs. De outro, combina-se a compra de 6 navios joponêses contra o entrega de arroz
tos, que é o da crcaçâo do Banco Control
devendo contar com um preço de custo com sideròvelmente mais alto do que qualquer outro conhecido de estaleiros europeus. Yokohamo já perdeu os encomendas feitas
que, por sinal, ando meio esquecido e olguns de secundário importância, discute o
Congresso Nacionol, no momento, um projéto de autoria do deputado Herbort Levy dispondo sôbrc taxas dc juros bancários; um, apresentado polo Deputodo Lutcro Vor-
sôbre legislação do trabalho, transitam nes
ro o futuro há sàmente esperanço de en contrar um freguês que despreze o custo.
gos sôbrc nacionalização dos bancos de de
te momento pela Câmara e pelo Senodo.
pósito c outro da lavra do Deputado Car-
Um deles é o Código do Trabalho, sôbre
É o coso do Brasil, que também dificilmen
melo D'Ago5tino sôbre depósitos compulsó
o qual muito pouco se tem falado, mas que é do moior importância. Outros, dizem res
pelos omericanos, pelo mesmo motivo, e po
te poderó vender em regime normol o seu
rios.
O último destes negócios ainda não foi
arroz paro o exterior. Assim se troco arroz
efetivodo, se bem que o "lhe Journol cf Commerce" de Novo York já forneça det.i. lhes sóbre a transação. O mais difícil é acer
coro contra navios coros. É o principio odo-
O primeiro desses projélos determina que os juros bancários sejam congelados Iniciat-
todo hó tempos quando se trocava trigo
mcnte em 10% ao ano, taxa essa que so
argentino caríssimo por tecidos
frerá reduções periódicas até se fixor em
tar os preços.
não muito baratos...
brasileiro.
O arroz brosileiro tem um
preço interno que está 60% acima da coto-
çoo mundial, e os estaleiros do Império asió-
tico trobalhom em condições desfavoráveis,
A motórlQ trabalhisfo também oferece, "et
pour cause..." um inexgotovel manancial de inspiroçõo para os nossos deputados.
brasileiros
6% oo ano. Também os juros pagos aos de-
positantes sofrerão reduções e vários outras Resta saber se o princípio será estendido também aos produtos críticos, como madei ra, nozes e talvez mais torde, o milho.
Quosl mela centeno de projétos dispondo
peito o porticipação dos empregados nos lucros das empreses e são êles que polofizom cgoro o atenção-de estudiosos e interessa dos. O Instituto de Economia já debateu o assunto e o "Digesto" com o qual este "Bo letim" está sendo distribuído, público um
providências são previstas, todas elas ten
porecer elaborado sôbre o participação nos
dentes o fazer baixar o taxa de juros.
lucros o já submetido àquele orgõo.
O segundo projeto prevê que seja prohibldo aos bancos estrangeiros aceitarem de posito em Cruzeiros, a menos que o país
de origem do respectivo instituto de crédito concede aos bancos brasileiros o, direito de
receberem depósito em moeda local. Finalmente, o terceiro projeto viso a cria
ção de seções especiais de depósitos de pa gamento em todos os Bancos comerciais do
Püís cujo soldes são obrigotóriamente trans feridos poar o Banco do Brasil. Esse "depósitos de pagamento" rendem juros uniformes de 4% e suo instituição teria por fim facilitar oo grande publico o uso do cheque como meio de pagamento.
Além desses dois. os projétos que, se con
vertidos em lei, mais podem influir em nosso
economia, são o da constituição do fundo de indenização e o do semana nigrêsa compul
sório O primeiro já foi estudado pela Associoção Comercial e pela Federoçõo do Co mérdo de São Paulo, tendo o instituto de Econômia se pronunciado contra. Quanto oo
segundo, ainda está sendo objeto de estu dos, mas, certamente, nõo oferece o mesma gravidade dos demais.
Também os' problemas fiscais sõo motivo
de continuas preocupações do Poder Legis-
Indiscutivelmente todos essas sugestões merecem um estudo acurado e é o que está
letivo. Sôbre imposto de consumo muitos pro
fazendo no momento o Instituto de Economia.
tados, mas o Ministério do Fazendo está preparando um longo trabalho sôbre o a».
No proxlmo número daremos o resumo dos
jétos de modificações parciais foram apresen
VI VN
Oe gronde influência sôbre o EQUAÇÃO
cruzeiros
no
periodo
correspondente
DAS TROCAS ("terms of trade"), é o cons tante aumento do preço médio por tonelada exportado; essa média passou de 6.445 cru
passou de 982 paro
zeiros em 1950 (Janeiro-Junho), poro 6.887
dois períodos observodos.
de
1951. O café é o principal responsável pelo melhora. O preço médio por soca exportado 1.210, cruzeiros nos
Leis em andamento Os problemas bancários têm um otratlvo enorme poro os nossos Icgislodores. Sem
debates realizodos naquele orgõo s6bre ossunto.
contar o mais importonte do todos os projé-
RENASCEM AS COMPENSAÇÕES ? Colocamos um ponto de interrogação no
fim do título, pois não há nada decidido sôbre o assunto... oficialmente. Observa-se
que trocas compensadas se odmitem "a tí
tulo excepcional", por enquanto. De um la
do, vendem-se 19.000 sacas de cacau para a Alemanha, em troca de máquinos tioogró-
ficQs. De outro, combina-se a compra de 6 navios joponêses contra o entrega de arroz
tos, que é o da crcaçâo do Banco Control
devendo contar com um preço de custo com sideròvelmente mais alto do que qualquer outro conhecido de estaleiros europeus. Yokohamo já perdeu os encomendas feitas
que, por sinal, ando meio esquecido e olguns de secundário importância, discute o
Congresso Nacionol, no momento, um projéto de autoria do deputado Herbort Levy dispondo sôbrc taxas dc juros bancários; um, apresentado polo Deputodo Lutcro Vor-
sôbre legislação do trabalho, transitam nes
ro o futuro há sàmente esperanço de en contrar um freguês que despreze o custo.
gos sôbrc nacionalização dos bancos de de
te momento pela Câmara e pelo Senodo.
pósito c outro da lavra do Deputado Car-
Um deles é o Código do Trabalho, sôbre
É o coso do Brasil, que também dificilmen
melo D'Ago5tino sôbre depósitos compulsó
o qual muito pouco se tem falado, mas que é do moior importância. Outros, dizem res
pelos omericanos, pelo mesmo motivo, e po
te poderó vender em regime normol o seu
rios.
O último destes negócios ainda não foi
arroz paro o exterior. Assim se troco arroz
efetivodo, se bem que o "lhe Journol cf Commerce" de Novo York já forneça det.i. lhes sóbre a transação. O mais difícil é acer
coro contra navios coros. É o principio odo-
O primeiro desses projélos determina que os juros bancários sejam congelados Iniciat-
todo hó tempos quando se trocava trigo
mcnte em 10% ao ano, taxa essa que so
argentino caríssimo por tecidos
frerá reduções periódicas até se fixor em
tar os preços.
não muito baratos...
brasileiro.
O arroz brosileiro tem um
preço interno que está 60% acima da coto-
çoo mundial, e os estaleiros do Império asió-
tico trobalhom em condições desfavoráveis,
A motórlQ trabalhisfo também oferece, "et
pour cause..." um inexgotovel manancial de inspiroçõo para os nossos deputados.
brasileiros
6% oo ano. Também os juros pagos aos de-
positantes sofrerão reduções e vários outras Resta saber se o princípio será estendido também aos produtos críticos, como madei ra, nozes e talvez mais torde, o milho.
Quosl mela centeno de projétos dispondo
peito o porticipação dos empregados nos lucros das empreses e são êles que polofizom cgoro o atenção-de estudiosos e interessa dos. O Instituto de Economia já debateu o assunto e o "Digesto" com o qual este "Bo letim" está sendo distribuído, público um
providências são previstas, todas elas ten
porecer elaborado sôbre o participação nos
dentes o fazer baixar o taxa de juros.
lucros o já submetido àquele orgõo.
O segundo projeto prevê que seja prohibldo aos bancos estrangeiros aceitarem de posito em Cruzeiros, a menos que o país
de origem do respectivo instituto de crédito concede aos bancos brasileiros o, direito de
receberem depósito em moeda local. Finalmente, o terceiro projeto viso a cria
ção de seções especiais de depósitos de pa gamento em todos os Bancos comerciais do
Püís cujo soldes são obrigotóriamente trans feridos poar o Banco do Brasil. Esse "depósitos de pagamento" rendem juros uniformes de 4% e suo instituição teria por fim facilitar oo grande publico o uso do cheque como meio de pagamento.
Além desses dois. os projétos que, se con
vertidos em lei, mais podem influir em nosso
economia, são o da constituição do fundo de indenização e o do semana nigrêsa compul
sório O primeiro já foi estudado pela Associoção Comercial e pela Federoçõo do Co mérdo de São Paulo, tendo o instituto de Econômia se pronunciado contra. Quanto oo
segundo, ainda está sendo objeto de estu dos, mas, certamente, nõo oferece o mesma gravidade dos demais.
Também os' problemas fiscais sõo motivo
de continuas preocupações do Poder Legis-
Indiscutivelmente todos essas sugestões merecem um estudo acurado e é o que está
letivo. Sôbre imposto de consumo muitos pro
fazendo no momento o Instituto de Economia.
tados, mas o Ministério do Fazendo está preparando um longo trabalho sôbre o a».
No proxlmo número daremos o resumo dos
jétos de modificações parciais foram apresen
,Kii upi.
W.W
VMI
IX
sunto, para infroduzír na legislação vigen te substanciais alterações. Como seria de se esperar^ nesse trabalho é previsto um au
ta Catarina e do Rio Grande do Sul, exi girá o inversão de 735.000.000 Cruzeiros, no
mento de tributação que não será de menos
espaço de 5 onos. O projéto viso. em pri
de 25%. Com isso, mais onerado ficorá o consumidor brasileiro e mais subirá o custo
do vida, queiram ou nõo queiram os comis sões de preços, pois milagre não existe em
nização das instalações das Minas de San
meiro lugar, melhorar o obostecimento de carvão siderúrgico poro Volto Redonda, e em segundo, baratear os fornecimentos de
combustiveis para os ferroviaís nacionais.
A reportagem do mês ...E UM CRUZEIRO SÓ VALE 24 CENTAVOS
j
Meiamorfose monetária num país de inflação perpétua
economia. O imposto de renda está indo nas *
mesmas aguas. Com um brutal aumento no
ímpôsto descontado na fonte, de títulos particulares ao portador (de 15 para 30%). pretende-se acabar com o ononimafo das so
ciedades anônimas e, ao mesmo tempo, fa vorecer as inversões em títulos públicos. Es
tá previsto, também, uma progressão mois
*
*
Finalmente e para terminar esto rápido resenho, resta falar no legisloção sôbre cri
mes contra a economia popular. O projéto respetivo já está em vias de aprovação fi
nal e todos os argumentos, os mais fundomentados, os mais justos, os mais irrespondí
"Desvalorização", "Inflação" ou "emissões de popel-moeda", são termos técnicos de re duzida fôrço de expressão, poro o nosso
É peno pois, que o único índice econômi co popular de nosso pofs seja tão dificil
Juco Pato. Éle não dá muita Importância
da ONU, há três variedades nos cálculos. O
mente ocessível.
Sem falor das publicações
aos algarismos do ONU, do Ministério do
Serviço Federal de Estatística do Previdência
Trabalho ou
e Trabalho publica um com bastante atra
da
Prefeitura
de São Paulo.
acentuado do imposto complementar pro
veis, se quebraram onte os desejos do Go-
Paro êle o feijão o 4,50 cruzeiros por kg.,
so, e segundo critérios nem sempre compre
gressivo, mas, por outro lado. um projéfo foi
vêrno d© realizar uma político de preços que
em Junho passado, no lugar de 3 cruzeiros
ensíveis.
o experiências já demonstrou ser contrapro ducente e prejudicial ao desenvolvimento da
seis meses antes, é o mois impressionante
exemplo, está expresso que os gastos de
economia do país. A matéria já é bastante conhecida, mas os interessados poderão se infronhor melhor no assunto com a leitura do trabalho elaborado pelo instituto de Eco-
Êle reduz a linguagem econômico, tão
apresentado isentando os funcionários públi cos do ímpôsto sòbre a rendo... Há aindo
alguma coisa a dízer-se sôbre a participação dos fiscais nas muitos, mas fica poro o próximo número.
O Plano do Carvão, que prevê a moder
índice de encorecimento da vida.
última
comunicação, por
habitação òumenfarom de 109%, entre Jo-
abstroto e tão pouco acessível ao profano, à suo mais simples expressão.
Na sua
Os preços
dos gêneros alimentícios, do aluguel, da en
neíro de 1950 e Maio de 1951; mas, a me
nos que o método de calcular tenha sido modificado neste período, não há
proba
bilidade de que o índice reflita o realidade.
nômia e publicado no n. 82 do Digesto
trado no cinema ou de um por de sapatos,
Por esse índice, no período em questão, o
Econômico.
são os componentes de um cálculo simples,
custo do vida aumentou de 23%
mos certamente seguro, do brasileiro médio.
trito Federal.
O
dinheiro
nos
mãos
de
Juca
no Dis
Pato
circulo num raio estreitíssimo; não chega aos Bancos, não influi sobre a exportação ou im portação e não tem qualquer ligação com
a circulação fiduciária do país. Está, por assim dizer, desligado do gronde movimento dos negócios que empolga a noção,' e que confere ao Brasil essa febre de expansão, tão admirada pelo estrangeiro. O nosao cnncidadõo é um perfeito "homus
economicus", um Robinson Crusoe, que ra
ciocina em função de seu Individuur.orvirv "outrocler". Quando se pretende uma comuni
cação com êle, devem-se ter em mente essas
AUMENTOU NOS ÚLTIMOS SEIS MESES
(Preço por kg. em Cruzeiros) Janeiro
Junho
Café em pó
32,00
33,00
Feijão Macarrão Manteiga
3,00 6,20 40,00
4,50 7,80 44,00
8,30
12 00
Carne de vaca ....
O Boletim J., Prefeitura de São Paulo
particularidades, e é certo que um melhor
já é mais expressivo no
entendimento com Sua Majestade o anônimo
índice. Explica-se que uma família ae
só
pode
ser
conseguido
demonstrando-se
pessoas gastou, em
gêneros alimentícios,
os variações do ÍNDICE DO CUSTO DA
392 cruzeiros em Junho de 1939, e 1.781
VIDA;
cruzeiros 12 anos depois.
,Kii upi.
W.W
VMI
IX
sunto, para infroduzír na legislação vigen te substanciais alterações. Como seria de se esperar^ nesse trabalho é previsto um au
ta Catarina e do Rio Grande do Sul, exi girá o inversão de 735.000.000 Cruzeiros, no
mento de tributação que não será de menos
espaço de 5 onos. O projéto viso. em pri
de 25%. Com isso, mais onerado ficorá o consumidor brasileiro e mais subirá o custo
do vida, queiram ou nõo queiram os comis sões de preços, pois milagre não existe em
nização das instalações das Minas de San
meiro lugar, melhorar o obostecimento de carvão siderúrgico poro Volto Redonda, e em segundo, baratear os fornecimentos de
combustiveis para os ferroviaís nacionais.
A reportagem do mês ...E UM CRUZEIRO SÓ VALE 24 CENTAVOS
j
Meiamorfose monetária num país de inflação perpétua
economia. O imposto de renda está indo nas *
mesmas aguas. Com um brutal aumento no
ímpôsto descontado na fonte, de títulos particulares ao portador (de 15 para 30%). pretende-se acabar com o ononimafo das so
ciedades anônimas e, ao mesmo tempo, fa vorecer as inversões em títulos públicos. Es
tá previsto, também, uma progressão mois
*
*
Finalmente e para terminar esto rápido resenho, resta falar no legisloção sôbre cri
mes contra a economia popular. O projéto respetivo já está em vias de aprovação fi
nal e todos os argumentos, os mais fundomentados, os mais justos, os mais irrespondí
"Desvalorização", "Inflação" ou "emissões de popel-moeda", são termos técnicos de re duzida fôrço de expressão, poro o nosso
É peno pois, que o único índice econômi co popular de nosso pofs seja tão dificil
Juco Pato. Éle não dá muita Importância
da ONU, há três variedades nos cálculos. O
mente ocessível.
Sem falor das publicações
aos algarismos do ONU, do Ministério do
Serviço Federal de Estatística do Previdência
Trabalho ou
e Trabalho publica um com bastante atra
da
Prefeitura
de São Paulo.
acentuado do imposto complementar pro
veis, se quebraram onte os desejos do Go-
Paro êle o feijão o 4,50 cruzeiros por kg.,
so, e segundo critérios nem sempre compre
gressivo, mas, por outro lado. um projéfo foi
vêrno d© realizar uma político de preços que
em Junho passado, no lugar de 3 cruzeiros
ensíveis.
o experiências já demonstrou ser contrapro ducente e prejudicial ao desenvolvimento da
seis meses antes, é o mois impressionante
exemplo, está expresso que os gastos de
economia do país. A matéria já é bastante conhecida, mas os interessados poderão se infronhor melhor no assunto com a leitura do trabalho elaborado pelo instituto de Eco-
Êle reduz a linguagem econômico, tão
apresentado isentando os funcionários públi cos do ímpôsto sòbre a rendo... Há aindo
alguma coisa a dízer-se sôbre a participação dos fiscais nas muitos, mas fica poro o próximo número.
O Plano do Carvão, que prevê a moder
índice de encorecimento da vida.
última
comunicação, por
habitação òumenfarom de 109%, entre Jo-
abstroto e tão pouco acessível ao profano, à suo mais simples expressão.
Na sua
Os preços
dos gêneros alimentícios, do aluguel, da en
neíro de 1950 e Maio de 1951; mas, a me
nos que o método de calcular tenha sido modificado neste período, não há
proba
bilidade de que o índice reflita o realidade.
nômia e publicado no n. 82 do Digesto
trado no cinema ou de um por de sapatos,
Por esse índice, no período em questão, o
Econômico.
são os componentes de um cálculo simples,
custo do vida aumentou de 23%
mos certamente seguro, do brasileiro médio.
trito Federal.
O
dinheiro
nos
mãos
de
Juca
no Dis
Pato
circulo num raio estreitíssimo; não chega aos Bancos, não influi sobre a exportação ou im portação e não tem qualquer ligação com
a circulação fiduciária do país. Está, por assim dizer, desligado do gronde movimento dos negócios que empolga a noção,' e que confere ao Brasil essa febre de expansão, tão admirada pelo estrangeiro. O nosao cnncidadõo é um perfeito "homus
economicus", um Robinson Crusoe, que ra
ciocina em função de seu Individuur.orvirv "outrocler". Quando se pretende uma comuni
cação com êle, devem-se ter em mente essas
AUMENTOU NOS ÚLTIMOS SEIS MESES
(Preço por kg. em Cruzeiros) Janeiro
Junho
Café em pó
32,00
33,00
Feijão Macarrão Manteiga
3,00 6,20 40,00
4,50 7,80 44,00
8,30
12 00
Carne de vaca ....
O Boletim J., Prefeitura de São Paulo
particularidades, e é certo que um melhor
já é mais expressivo no
entendimento com Sua Majestade o anônimo
índice. Explica-se que uma família ae
só
pode
ser
conseguido
demonstrando-se
pessoas gastou, em
gêneros alimentícios,
os variações do ÍNDICE DO CUSTO DA
392 cruzeiros em Junho de 1939, e 1.781
VIDA;
cruzeiros 12 anos depois.
miBlii I .11.
■nviv I"
ifRi .>IUi iPlPifi Xí
na «imposição do índice geral deveriam ser
1 951
Mas não precisamos ir tão longe o evocar 1939. O oumento é contínuo, como se veri
fica pelos seguintes dados: ÍNDICE DO CUSTO DA VIDA Prefeitura de São Paulo (1939- 100) 1950
Janeiro Fevereiro
362,3 391,5
Morço
394,1
Abril
399,5
Maio
407,2
Junho
418,7
tomados em consideração principalmente fatôres como a alimentoção e o vestuário. A
A nosso ver, o índice estó um pouco fora Julho
377,6
Agôsto
381,5
do realidade, pois êle é composto de vórios tipos de gostos. A alimentação, por exem
Setembro
392,9
plo, chegou
Outubro Novembro
393,7 384,3
ção a 100 em 1939), o vestuário a 594, os móveis a 553, a asslstêncio médica a 419, e
Dezembro
377,3
sòmente os "diversos" a 228. Pensamos que
a
um
índice
473,
(em
revista
Econômica",
que
é bem mais lacônica. Comentando o evolução
expressões monetárias de 1939, para adap
até Junho passado, a revista da Fundaçõo
tá-los à
realidade
24
centavos.
PODER
DE
COMPRA
DA
70
24
MOEDA Utí
CRUZEIRO SC vale 24 CENTAVOS
28
30
60 36
50
200
40 50
30 lOO
20 50 (O
-I—SET-j- OUT-I—NOV-1—OEZ 1-' JUL—í—AGO I ,95o 1
JAN
FEV-I—MAR -■!- A8R-+-MAI-4 • JUN-i 1951
1
Metamorfose
Getúlio Vorgas escreve. "O índice dos pre
-6
260
1951.
ços de gêneros alimentícios no varejo vem
80
300
de
monetária de um poís de inflação perpétuo. O cruzeiro de antes da guerra só vale hoje
do custo de vida
3&0
QUATRO
Mas isso são detolhes. O leitor só se lem
rela
/339^I00
COM
bra que preciso multiplicar por 4 tôdas as
90
400
"Conjuntura
MULTIPLICAR
também calcula um Índice do custo do vida,
(00
índice
conservando firme tendência à cita." Linguogem clara, compreensível por todos...
[-H939-{-1941—[~ 1943-i- '915-j- oW-j-1949-[—195) 100
miBlii I .11.
■nviv I"
ifRi .>IUi iPlPifi Xí
na «imposição do índice geral deveriam ser
1 951
Mas não precisamos ir tão longe o evocar 1939. O oumento é contínuo, como se veri
fica pelos seguintes dados: ÍNDICE DO CUSTO DA VIDA Prefeitura de São Paulo (1939- 100) 1950
Janeiro Fevereiro
362,3 391,5
Morço
394,1
Abril
399,5
Maio
407,2
Junho
418,7
tomados em consideração principalmente fatôres como a alimentoção e o vestuário. A
A nosso ver, o índice estó um pouco fora Julho
377,6
Agôsto
381,5
do realidade, pois êle é composto de vórios tipos de gostos. A alimentação, por exem
Setembro
392,9
plo, chegou
Outubro Novembro
393,7 384,3
ção a 100 em 1939), o vestuário a 594, os móveis a 553, a asslstêncio médica a 419, e
Dezembro
377,3
sòmente os "diversos" a 228. Pensamos que
a
um
índice
473,
(em
revista
Econômica",
que
é bem mais lacônica. Comentando o evolução
expressões monetárias de 1939, para adap
até Junho passado, a revista da Fundaçõo
tá-los à
realidade
24
centavos.
PODER
DE
COMPRA
DA
70
24
MOEDA Utí
CRUZEIRO SC vale 24 CENTAVOS
28
30
60 36
50
200
40 50
30 lOO
20 50 (O
-I—SET-j- OUT-I—NOV-1—OEZ 1-' JUL—í—AGO I ,95o 1
JAN
FEV-I—MAR -■!- A8R-+-MAI-4 • JUN-i 1951
1
Metamorfose
Getúlio Vorgas escreve. "O índice dos pre
-6
260
1951.
ços de gêneros alimentícios no varejo vem
80
300
de
monetária de um poís de inflação perpétuo. O cruzeiro de antes da guerra só vale hoje
do custo de vida
3&0
QUATRO
Mas isso são detolhes. O leitor só se lem
rela
/339^I00
COM
bra que preciso multiplicar por 4 tôdas as
90
400
"Conjuntura
MULTIPLICAR
também calcula um Índice do custo do vida,
(00
índice
conservando firme tendência à cita." Linguogem clara, compreensível por todos...
[-H939-{-1941—[~ 1943-i- '915-j- oW-j-1949-[—195) 100
XII
«
^ Xiii
PODER DE COMPRA DE NOSSA MOEDA 1939 ~ 1
Em foce desses índices se compreende o
o INSTITUTO DE ECONOMIA TEM A PALAVRA
ollíssima taxo de juros no Brasil, se com preende a fugo para inversões em imóveis
Cruzeiro
e o dificuldade de se obter créditos, em
O resto é em Centovos...
Câmbio livre
condições normais.
1941
80
A inflação perpétua exige uma constante adaptação de todos os cálculos ò ininter
Participação nos lucros Financiamento das emprêsas de eletricidade
1943
61
rupto diminuição do valor de nosso cruzei
1945
38
ro. Se alguém, por exemplo, emprestosse
1947
30
dinheiro o 6% ao ono, não só não estaria
O Conselho Técnico do instituto de Economia é considerado como uma
1949
28
recebendo juro algum, como ainda tendo prejuízo, pois nestes 12 anos nossa moeda
espécie de "BRAIN TRUST" do co
1951
24
vem se depreciando em 6,33% oo ano.
*
indústria tIxtjl paulista Fusos em
Consumo de
atividade
algodão
CONSUMO DE
1.262.987 jon.-Junho de 1951: 1.313.492
43.013 45.019
mércio paulista e as suas delibe
mia são livres, e não pretendemos em nosso resumo, eliminar o antagonis mo das teses apresentadas. Nossa tarefo é o de comunicar oo
rações e debates representam um espeto novo na apreciação de as
grande público todos os espetos dos -
suntos que também são objeto de co-
assuntos
mentórlos da imprenso nacional.
sem no entanto apresentar teses fi
Os debates no instituto de Econo
Nas cidades de São Paulo, Sto. André, São Caetano e São Bernardo, em milhares
CÂMBIO
econômicos,
examiná-los,
nais.
i
Ln^RE
de Kwh.
(em toneladas) Julho-Dez. de 1950:
ELETRICIDADE
J
1951
O professor Dorival Teixeira Vieira opresento uma análise do projeto governomen-
Janeiro Fevereiro
141.633 129.230
Março
123.180
mercado cambio! livre.
Abril
138.760
que o projeto visa legalizar uma situaçõo
Maio
147.791
de fato — o existência do mercado negro
Junho .. .. *. .. ..
149.579
de câmbio. A idéia que se tem é que. permitindo legalmente que uma parcela de
A despeito do racionamento, observa-se li geiro aumento no consumo de energia elé
tol (n.o 1041/51) sôbre a criação de um Observa o autor,
capitais estrangeiros possa aqui penetrar poro fornecer os cambiais para operações
trica.
fiscal apontodo na exposição de motivos que i acompanho o projeto em questão.
" i
s
Nossa
paridade, declarado
Monetário
Internacional, é
oo
Fundo
artíciol; o seu
reojustamento dependerá porém de altera ções profundas na
nossa estrutura econò- "
mico e não de simples regulomentaçõo de operações de câmbio. Não há certeza que o jôgo de oferto e
e>cluídas do mercado oficial, far-se-á com que
procura do moeda nacional no setor cam
a oferta cresça
bial "liberado" favoreça a melhora da cotação do Cruzeiro. Ao contrário, existem Índices que deixam entrever uma considerá vel evasão de cambiais no coso do "libe
poucos o
taxo
e, em
conseqüência, aos
clandestina
se
reajuste
e
venha, no futuro, coincidir com o paridade. As alegações de que o mercado clan destino impede a boa aplicação de capitais estrangeiros não desaparecem pelo simples
foto de se oficializá-lo, uma vez que se permite
que os capitais
possam
oplicor-se
o operações livres, os quais, além do mais,
ração". Lembramos ainda
que no
merca
do livre o fenômeno de arbitragem cam bial funcionará e será possível que as nosso-s reservas de moedas fortes sejam indi retamente drenadas para outros países-
cidente sôbre as operações cambiais normais.
desta sorte, com o correr do tempo, aca baremos ficando com uma pletora de moe
Esta isenção é oliós contrária à finalidade
das fracas.
continuam a gozar da Isenção do taxo, in
•
XII
«
^ Xiii
PODER DE COMPRA DE NOSSA MOEDA 1939 ~ 1
Em foce desses índices se compreende o
o INSTITUTO DE ECONOMIA TEM A PALAVRA
ollíssima taxo de juros no Brasil, se com preende a fugo para inversões em imóveis
Cruzeiro
e o dificuldade de se obter créditos, em
O resto é em Centovos...
Câmbio livre
condições normais.
1941
80
A inflação perpétua exige uma constante adaptação de todos os cálculos ò ininter
Participação nos lucros Financiamento das emprêsas de eletricidade
1943
61
rupto diminuição do valor de nosso cruzei
1945
38
ro. Se alguém, por exemplo, emprestosse
1947
30
dinheiro o 6% ao ono, não só não estaria
O Conselho Técnico do instituto de Economia é considerado como uma
1949
28
recebendo juro algum, como ainda tendo prejuízo, pois nestes 12 anos nossa moeda
espécie de "BRAIN TRUST" do co
1951
24
vem se depreciando em 6,33% oo ano.
*
indústria tIxtjl paulista Fusos em
Consumo de
atividade
algodão
CONSUMO DE
1.262.987 jon.-Junho de 1951: 1.313.492
43.013 45.019
mércio paulista e as suas delibe
mia são livres, e não pretendemos em nosso resumo, eliminar o antagonis mo das teses apresentadas. Nossa tarefo é o de comunicar oo
rações e debates representam um espeto novo na apreciação de as
grande público todos os espetos dos -
suntos que também são objeto de co-
assuntos
mentórlos da imprenso nacional.
sem no entanto apresentar teses fi
Os debates no instituto de Econo
Nas cidades de São Paulo, Sto. André, São Caetano e São Bernardo, em milhares
CÂMBIO
econômicos,
examiná-los,
nais.
i
Ln^RE
de Kwh.
(em toneladas) Julho-Dez. de 1950:
ELETRICIDADE
J
1951
O professor Dorival Teixeira Vieira opresento uma análise do projeto governomen-
Janeiro Fevereiro
141.633 129.230
Março
123.180
mercado cambio! livre.
Abril
138.760
que o projeto visa legalizar uma situaçõo
Maio
147.791
de fato — o existência do mercado negro
Junho .. .. *. .. ..
149.579
de câmbio. A idéia que se tem é que. permitindo legalmente que uma parcela de
A despeito do racionamento, observa-se li geiro aumento no consumo de energia elé
tol (n.o 1041/51) sôbre a criação de um Observa o autor,
capitais estrangeiros possa aqui penetrar poro fornecer os cambiais para operações
trica.
fiscal apontodo na exposição de motivos que i acompanho o projeto em questão.
" i
s
Nossa
paridade, declarado
Monetário
Internacional, é
oo
Fundo
artíciol; o seu
reojustamento dependerá porém de altera ções profundas na
nossa estrutura econò- "
mico e não de simples regulomentaçõo de operações de câmbio. Não há certeza que o jôgo de oferto e
e>cluídas do mercado oficial, far-se-á com que
procura do moeda nacional no setor cam
a oferta cresça
bial "liberado" favoreça a melhora da cotação do Cruzeiro. Ao contrário, existem Índices que deixam entrever uma considerá vel evasão de cambiais no coso do "libe
poucos o
taxo
e, em
conseqüência, aos
clandestina
se
reajuste
e
venha, no futuro, coincidir com o paridade. As alegações de que o mercado clan destino impede a boa aplicação de capitais estrangeiros não desaparecem pelo simples
foto de se oficializá-lo, uma vez que se permite
que os capitais
possam
oplicor-se
o operações livres, os quais, além do mais,
ração". Lembramos ainda
que no
merca
do livre o fenômeno de arbitragem cam bial funcionará e será possível que as nosso-s reservas de moedas fortes sejam indi retamente drenadas para outros países-
cidente sôbre as operações cambiais normais.
desta sorte, com o correr do tempo, aca baremos ficando com uma pletora de moe
Esta isenção é oliós contrária à finalidade
das fracas.
continuam a gozar da Isenção do taxo, in
•
■ir-^ ^-.1 í •
V 'Mllfl ..
XV
XIV
Se
o
Brasil
pôde,
até
agora,
com
su
de
câmbio,
não
nos
parece
conveniente
cesso, opor-se a tôdas as pressões exterio
realizar o primeiro posso poro uma futura
res no sentido de quebror o seu padrão
desvolorizaçõo.
Lileratura econômica
CONDIÇÕES ECONÔMICAS NO BRASIL PARTICIPAÇÃO o instituto estudou um relatório do Dr.
5^ José Luiz de Almeida Nogueira Porto sôbre »
o debotído assunto. Esse trabalho estó pu-
NOS
LUCROS
blicodo no n. 83 do Digesfo Econômico, mo-
livo pelo qual nos abstemos de resumi-lo
aqui.
A SITUAÇÃO DAS EMPRÊSAS DE ELETRICIDADE Prosseguem no Instituto de Economia os es
J
Ésse trabalho foi editado pelo Conselho
interessante.
Seguindo o mesma orientação
Econômico o Social da ONU. Contém o me
dos documentos anteriormente editados polo
morando submetido ao organismo Internacio nal pela delegação brasileira e é oitamente
ONU, o relatório é objetivo e insiste sôbre o setor dos investimentos.
AS RELAÇÕES HUMANAS NA COOPERAÇÃO TÉCNICA DA AMÉRICA LATIN
respondente à diferença de juros, emprésti
tudos sôbre a situação económico-financeira
mos destinados à cobertura dessa diferença
das empresas de energia elétrica. É bem sa
e que só começariam a se vencer depois de pago o principal, foram os principais remé
Universidade de Boston, A publicação cons
tados por lei a 10% sôbre seu capital hístó rico, isto é, sôbre o preço de custo de suas instalações, não se levando em conto a re dução do poder de compra da moeda. Em
dios aconselhados. Depois de bem examinar a matéria e du ouvir a opinião de técnicos
titui um resumo do suas conferências nos tra
limito
dicionais debates
execução dos acordos concluídos no esquema
do reconhecida capacidade, como o Prof.^
fcrd, o onde os assuntos latino-americanos fo-
face de tal situação, não podem essas em
quer solução dessa ordem que fosse adota
presas obterem os financiomentos de que
do, só serviria para protelar a solução de-
necessitam paro sua conservação e expansõo, pois os bancos nõo emprestam a 4 ou 5% ao ano, que seria quanto elos pode
fiiiitivo
riam
bido que os lucros dessas emprèsas são limi
pagar
pelos
empréstimos
que
rece
bessem.
Para solucionar o problema, vários suges
tões foram apreciodas e debatidas pelo Ins tituto de Economia. Financiamento pelos caixos econômicas e instituições de previdência social, subsidio pelo Govèrno do Estodo cor
ii, í"
o autor, professor Heilperln, leciona no
na
Universidade
de
Stan-
ram particularmente postos em relêvo. No mencionado trabalho o professor Heilperin se a
enunciar
idéios-dlretrizes sôbre
a
do Plano IV.
Souza Dias, concluiu o Instituto que qual
e
mesmo
para
agravar a
situação
INDÚSTRIA TÊXTIL NA AMÉRICA LATINA Duas publicações da ONU sôbre o Brasil
so de nosso indústria têxtil em relação ò
merecem certo destaque. A primeira ó cons
dos países "mais adiantados". É, certomente,
tituída pelo relatório de uma comissão téc nica, encarregada de estudar as condições
interessante ler neste relatório, que o otraso
permitir o calculo do lucro, não sôbre o custo histórico, mas sôbre o volôr de repo
da indústria
dos emprêsos. Por isso concluiu que o Có digo de Águas deve ser modificado para se
sição, procedendo-se, paro êsse fim, à reovaliaçõo dos ativos das emprêsos elétricas. Realizado esse reajustomento, ficarão elos em condições de obter os financiamentos de que necessitam, sem que seja necessário re
correr-se a expedientes artificiais e onerosos.
é mais acentuado na porte de organização
latino-
das empresas do que no setor técnico. Em
americanos: Brasil, Peru, Chile e Equador. O resultado do Inquérito efetuado "in loco" (muitos industriais paulistas estarão lembra
outras palavras: o material humano é cindo
dos, certamente, da
dos técnicos es
com essas conclusões, mas não se pode negar
trangeiros) é uma brochura que oferece In
que há uma crítica parcialmente justificada
teressantes detalhes sôbre as razões do atra
nesse relatório da ONU.
têxtil
em
cinco
visita
países
mais deficiente que o maquinaria. Evidente
mente, não podemos nos declarar solidários
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V 'Mllfl ..
XV
XIV
Se
o
Brasil
pôde,
até
agora,
com
su
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câmbio,
não
nos
parece
conveniente
cesso, opor-se a tôdas as pressões exterio
realizar o primeiro posso poro uma futura
res no sentido de quebror o seu padrão
desvolorizaçõo.
Lileratura econômica
CONDIÇÕES ECONÔMICAS NO BRASIL PARTICIPAÇÃO o instituto estudou um relatório do Dr.
5^ José Luiz de Almeida Nogueira Porto sôbre »
o debotído assunto. Esse trabalho estó pu-
NOS
LUCROS
blicodo no n. 83 do Digesfo Econômico, mo-
livo pelo qual nos abstemos de resumi-lo
aqui.
A SITUAÇÃO DAS EMPRÊSAS DE ELETRICIDADE Prosseguem no Instituto de Economia os es
J
Ésse trabalho foi editado pelo Conselho
interessante.
Seguindo o mesma orientação
Econômico o Social da ONU. Contém o me
dos documentos anteriormente editados polo
morando submetido ao organismo Internacio nal pela delegação brasileira e é oitamente
ONU, o relatório é objetivo e insiste sôbre o setor dos investimentos.
AS RELAÇÕES HUMANAS NA COOPERAÇÃO TÉCNICA DA AMÉRICA LATIN
respondente à diferença de juros, emprésti
tudos sôbre a situação económico-financeira
mos destinados à cobertura dessa diferença
das empresas de energia elétrica. É bem sa
e que só começariam a se vencer depois de pago o principal, foram os principais remé
Universidade de Boston, A publicação cons
tados por lei a 10% sôbre seu capital hístó rico, isto é, sôbre o preço de custo de suas instalações, não se levando em conto a re dução do poder de compra da moeda. Em
dios aconselhados. Depois de bem examinar a matéria e du ouvir a opinião de técnicos
titui um resumo do suas conferências nos tra
limito
dicionais debates
execução dos acordos concluídos no esquema
do reconhecida capacidade, como o Prof.^
fcrd, o onde os assuntos latino-americanos fo-
face de tal situação, não podem essas em
quer solução dessa ordem que fosse adota
presas obterem os financiomentos de que
do, só serviria para protelar a solução de-
necessitam paro sua conservação e expansõo, pois os bancos nõo emprestam a 4 ou 5% ao ano, que seria quanto elos pode
fiiiitivo
riam
bido que os lucros dessas emprèsas são limi
pagar
pelos
empréstimos
que
rece
bessem.
Para solucionar o problema, vários suges
tões foram apreciodas e debatidas pelo Ins tituto de Economia. Financiamento pelos caixos econômicas e instituições de previdência social, subsidio pelo Govèrno do Estodo cor
ii, í"
o autor, professor Heilperln, leciona no
na
Universidade
de
Stan-
ram particularmente postos em relêvo. No mencionado trabalho o professor Heilperin se a
enunciar
idéios-dlretrizes sôbre
a
do Plano IV.
Souza Dias, concluiu o Instituto que qual
e
mesmo
para
agravar a
situação
INDÚSTRIA TÊXTIL NA AMÉRICA LATINA Duas publicações da ONU sôbre o Brasil
so de nosso indústria têxtil em relação ò
merecem certo destaque. A primeira ó cons
dos países "mais adiantados". É, certomente,
tituída pelo relatório de uma comissão téc nica, encarregada de estudar as condições
interessante ler neste relatório, que o otraso
permitir o calculo do lucro, não sôbre o custo histórico, mas sôbre o volôr de repo
da indústria
dos emprêsos. Por isso concluiu que o Có digo de Águas deve ser modificado para se
sição, procedendo-se, paro êsse fim, à reovaliaçõo dos ativos das emprêsos elétricas. Realizado esse reajustomento, ficarão elos em condições de obter os financiamentos de que necessitam, sem que seja necessário re
correr-se a expedientes artificiais e onerosos.
é mais acentuado na porte de organização
latino-
das empresas do que no setor técnico. Em
americanos: Brasil, Peru, Chile e Equador. O resultado do Inquérito efetuado "in loco" (muitos industriais paulistas estarão lembra
outras palavras: o material humano é cindo
dos, certamente, da
dos técnicos es
com essas conclusões, mas não se pode negar
trangeiros) é uma brochura que oferece In
que há uma crítica parcialmente justificada
teressantes detalhes sôbre as razões do atra
nesse relatório da ONU.
têxtil
em
cinco
visita
países
mais deficiente que o maquinaria. Evidente
mente, não podemos nos declarar solidários
XVII
Cheques Compensados
Finanças BOM SINAL; AUMENTA A RECEITA PÜBLICA
Aumenta o número de cheques emitidos, sem que tenha havido uma expansão corres pondente do valor médio.
o Impôsto de Vendas e Consignações é o eixo da receita estadual, e o seu vulto per
mite calcular o ritmo de expansão (ou retro cesso) dos negocies. Até Agosto do ano em curso, o evolução dos algarismos é a seguinte:
Janeiro-Agôsto:
SÃO PAULO
de 1951
3.587
1950
2.236
1949
1.880
Volôr
Quantidade
(em milhões de
Valor médio
(em
Cruzeiros)
Cruzeiros)
O aumento entre 1950 e 1951 (8 meses)
é de 60%. Mesmo admitindo que o alta
IMPÔSTO DE VENDAS E CONSIGNAÇÕES (Arrecadação no Estado de São Paulo) (em milhões de cruzeiros) Mês
Janeiro
Importância
378
Março ..
410
Maio ... Junho Julho
AgÔsto .,
Joneiro .
340.554
12.073
35.451
por um oumento de 27% e que o taxa do
Fevereiro
10.773
35.634
Morço
302.326 356.014
12.504
35.122
Abril
341.354
13.366
39.156
Impôsto passou de 272% em 1950 para 3% no ano em curso, é visível que boa porte do
Maio
382.993
15.465
40.379
acréscimo assinalado constitue um reflexo da
Junho
358.498
14.427
40.243
constante expansão do volume de negocios.
366
Fevereiro
Abril ...
dos preços neste período é a responsável
418 492
493 497 533
Julho
384.052
15.384
40.057
AgÔsto
393.469
14.828
37.685
357.408
13.603
37.966
FINANÇAS Receita do Estado de São Paulo
Médio mensal
AgÔsto de 1950-51 1951 (8 meses)
(em milhões de cruzeiros) 1950 1951 AUMENTO
473 665 41%
SANTOS
Quontídode 1951
Valor
(em
médio
Cruzeiros)
28.833
4.312
149.551
Fevereiro
25.865
3.877
149.894
Março
27.841
3.826
137.423
Abril
27.981
3.442
123.012
29.776
3.562
119.627
Junho
27.658
3.186
115.193
Julho
30.446
2.413
79.255
AgÔsto
32.653
4.335
132.760
28.882
3.619
125.841
Janeiro
.
Maio .1
Volor
(em milhões de Cruzeiros)
Média
•.
mensal
1951 (8 meses)
É interessante observar que o valor médio por cheque é 4 vezes maior em Santos do que em São Paulo.
XVII
Cheques Compensados
Finanças BOM SINAL; AUMENTA A RECEITA PÜBLICA
Aumenta o número de cheques emitidos, sem que tenha havido uma expansão corres pondente do valor médio.
o Impôsto de Vendas e Consignações é o eixo da receita estadual, e o seu vulto per
mite calcular o ritmo de expansão (ou retro cesso) dos negocies. Até Agosto do ano em curso, o evolução dos algarismos é a seguinte:
Janeiro-Agôsto:
SÃO PAULO
de 1951
3.587
1950
2.236
1949
1.880
Volôr
Quantidade
(em milhões de
Valor médio
(em
Cruzeiros)
Cruzeiros)
O aumento entre 1950 e 1951 (8 meses)
é de 60%. Mesmo admitindo que o alta
IMPÔSTO DE VENDAS E CONSIGNAÇÕES (Arrecadação no Estado de São Paulo) (em milhões de cruzeiros) Mês
Janeiro
Importância
378
Março ..
410
Maio ... Junho Julho
AgÔsto .,
Joneiro .
340.554
12.073
35.451
por um oumento de 27% e que o taxa do
Fevereiro
10.773
35.634
Morço
302.326 356.014
12.504
35.122
Abril
341.354
13.366
39.156
Impôsto passou de 272% em 1950 para 3% no ano em curso, é visível que boa porte do
Maio
382.993
15.465
40.379
acréscimo assinalado constitue um reflexo da
Junho
358.498
14.427
40.243
constante expansão do volume de negocios.
366
Fevereiro
Abril ...
dos preços neste período é a responsável
418 492
493 497 533
Julho
384.052
15.384
40.057
AgÔsto
393.469
14.828
37.685
357.408
13.603
37.966
FINANÇAS Receita do Estado de São Paulo
Médio mensal
AgÔsto de 1950-51 1951 (8 meses)
(em milhões de cruzeiros) 1950 1951 AUMENTO
473 665 41%
SANTOS
Quontídode 1951
Valor
(em
médio
Cruzeiros)
28.833
4.312
149.551
Fevereiro
25.865
3.877
149.894
Março
27.841
3.826
137.423
Abril
27.981
3.442
123.012
29.776
3.562
119.627
Junho
27.658
3.186
115.193
Julho
30.446
2.413
79.255
AgÔsto
32.653
4.335
132.760
28.882
3.619
125.841
Janeiro
.
Maio .1
Volor
(em milhões de Cruzeiros)
Média
•.
mensal
1951 (8 meses)
É interessante observar que o valor médio por cheque é 4 vezes maior em Santos do que em São Paulo.
, 'tu 'w- in ■.|i XIX
XVIIl
rlTULOS PROTESTADOS EM SAO PAULO (1)
Falências e Protestos
Número de títulos
FALÊNCIAS E CONCORDATAS
Valor
total
em
Voior médio por
milhares de
título
em
cruzeiros
FALfNCiAS
CONCORDATAS PREVENTIVAS
I Requeridas I !
Decretadas
Requeridos
Homologadas
1951
"m
!
951 Janeiro
1 .710
10.724
6.27
Fevcruiro
1 .552
12.481
8.042
Março
1.817
10.394
5.720
I Janeiro ..
35
13
i Fevereiro
29
7
Abril
1.600
9.724
6.077
1 Março ...
26
11
Maio
1 .653
' Abril .. . .
28 23 19
1 .486
5.655
10
Junho Julho
8.623 8.404
1 .630
9.796
6.010
Agôsto
1 .834
10.839
5.9 O
15
15
Setembro
1.653
11.285
6.827
.
30
10
Setembro
25
12
I Maio ... 1 Junho
..
i Julho
Agôsto
7 9
Média
Média mensol:
Jan.-Set.
10,4
2,1
mensal
949
1.779
1950
1 .825
4.880
1 .660
6.098
1951
25.5
5.216
(8 meses)
5.850
(1) incluí títulos protestados por falto de pagamento (78% do totoll, por falta de assinoturo (2%), ou por ambas as rozões (20%).
Mercado imobiliário
SURPREENDENTE DECLÍNIO Diminuição de 48% em Setembro
Julho
Agôsto Setembro
1951
Mês
Valor (em
milhões dí
Janeiro Fevereiro
155,2 114,7
Março
142,8
Abril
151,5
Mc-Io Junho
174,9 157,9
Cr$1
217,3
O quadro supra revela uma situação nor»
to no nível de 1949. Como, no espaço dos
mal. A média mensal dos títulos protestados em 1951 é sensivelmente inferior à dos dois
últimos dois anos, o volume dos negócios (vendas) cresceu de 34%, o vulto dos títulos
exercícios anteriores. O valor médio aumen
protestados é proporcionalmente menor, em
to em reloçõo o 1950, mas fica pràticamen-
1951, do que em 1949.
174,5
EMISSÕES DE CAPITAIS PARTICULARES
89,9
(Valor pelas sísas pagas)
A
extraordinária
se reflete
Evidentemente o espaço de um mês não
é um período suficientemente longo para permitir prognóstico sôbre o situação do mer cado Imobiliário. Mas hó em todo caso um
retraimento momentâneo das transações.
expansão
nos algarismos
dos
sôbre
o
negócios mês
de
Julho passado, quando as emissões de capi tais chegaram a do Cruzeiros. A
um total médio
de 527
mensal
milhões
dessas emis
sões no período.de Janeiro o Junho, foi de
270 milhões (1.623 milhões no total).
A estatística Inclui o aumento de capital « de Companhias existentes, e o fundação de novos emprêsas (sociedades anônimas).
, 'tu 'w- in ■.|i XIX
XVIIl
rlTULOS PROTESTADOS EM SAO PAULO (1)
Falências e Protestos
Número de títulos
FALÊNCIAS E CONCORDATAS
Valor
total
em
Voior médio por
milhares de
título
em
cruzeiros
FALfNCiAS
CONCORDATAS PREVENTIVAS
I Requeridas I !
Decretadas
Requeridos
Homologadas
1951
"m
!
951 Janeiro
1 .710
10.724
6.27
Fevcruiro
1 .552
12.481
8.042
Março
1.817
10.394
5.720
I Janeiro ..
35
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29
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1.600
9.724
6.077
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Maio
1 .653
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28 23 19
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5.655
10
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8.623 8.404
1 .630
9.796
6.010
Agôsto
1 .834
10.839
5.9 O
15
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Setembro
1.653
11.285
6.827
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30
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25
12
I Maio ... 1 Junho
..
i Julho
Agôsto
7 9
Média
Média mensol:
Jan.-Set.
10,4
2,1
mensal
949
1.779
1950
1 .825
4.880
1 .660
6.098
1951
25.5
5.216
(8 meses)
5.850
(1) incluí títulos protestados por falto de pagamento (78% do totoll, por falta de assinoturo (2%), ou por ambas as rozões (20%).
Mercado imobiliário
SURPREENDENTE DECLÍNIO Diminuição de 48% em Setembro
Julho
Agôsto Setembro
1951
Mês
Valor (em
milhões dí
Janeiro Fevereiro
155,2 114,7
Março
142,8
Abril
151,5
Mc-Io Junho
174,9 157,9
Cr$1
217,3
O quadro supra revela uma situação nor»
to no nível de 1949. Como, no espaço dos
mal. A média mensal dos títulos protestados em 1951 é sensivelmente inferior à dos dois
últimos dois anos, o volume dos negócios (vendas) cresceu de 34%, o vulto dos títulos
exercícios anteriores. O valor médio aumen
protestados é proporcionalmente menor, em
to em reloçõo o 1950, mas fica pràticamen-
1951, do que em 1949.
174,5
EMISSÕES DE CAPITAIS PARTICULARES
89,9
(Valor pelas sísas pagas)
A
extraordinária
se reflete
Evidentemente o espaço de um mês não
é um período suficientemente longo para permitir prognóstico sôbre o situação do mer cado Imobiliário. Mas hó em todo caso um
retraimento momentâneo das transações.
expansão
nos algarismos
dos
sôbre
o
negócios mês
de
Julho passado, quando as emissões de capi tais chegaram a do Cruzeiros. A
um total médio
de 527
mensal
milhões
dessas emis
sões no período.de Janeiro o Junho, foi de
270 milhões (1.623 milhões no total).
A estatística Inclui o aumento de capital « de Companhias existentes, e o fundação de novos emprêsas (sociedades anônimas).
r
XXI
Mercados Mundiais K\IM<:(: TATIN A Continuo picvalcccndo o Incolcza que curolcrizci os merecidos desde Mcirço último.
e óleos vegelois, apresentam poucas oscila
Os produtos cspccuicilivos (cstonho, borrcicho,
rados, nota-se uma certo crise no indústria
seda, lã c jutai evidenciam flutuações om
têxtil, cujos produtos nõo têm o mesmo ocet-
suas cotações; mcis flutuações essas com ten
laçõo do que nos meses de compros precipi tadas (Setembro de 1950 até Março de 1951).
ções. Na categoria dos produtos monufatu-
dência para ci baixa. Café cacau, cereais
MERCADOS
MUNDIAIS
COTACÁO DE LONDRES NOVA YORK 225
MILHO
200
í^.isrs^íi
175
JUTA
ESTANHO
AFE
00
BORRACHA
50
ALGOOAO
—JUN HO—
MARÇO —
JUNHO —T
CACAU
AGO.0
AG0.I5
—-1950 —
PRE-COlíEIA
POST-COREIA
POST-KAESONG
AG0.22- — AG0.29
r
XXI
Mercados Mundiais K\IM<:(: TATIN A Continuo picvalcccndo o Incolcza que curolcrizci os merecidos desde Mcirço último.
e óleos vegelois, apresentam poucas oscila
Os produtos cspccuicilivos (cstonho, borrcicho,
rados, nota-se uma certo crise no indústria
seda, lã c jutai evidenciam flutuações om
têxtil, cujos produtos nõo têm o mesmo ocet-
suas cotações; mcis flutuações essas com ten
laçõo do que nos meses de compros precipi tadas (Setembro de 1950 até Março de 1951).
ções. Na categoria dos produtos monufatu-
dência para ci baixa. Café cacau, cereais
MERCADOS
MUNDIAIS
COTACÁO DE LONDRES NOVA YORK 225
MILHO
200
í^.isrs^íi
175
JUTA
ESTANHO
AFE
00
BORRACHA
50
ALGOOAO
—JUN HO—
MARÇO —
JUNHO —T
CACAU
AGO.0
AG0.I5
—-1950 —
PRE-COlíEIA
POST-COREIA
POST-KAESONG
AG0.22- — AG0.29
Os outros artigos de consumo, e mesmo culofr.cveis, encontram reststêncío da porte do público. Dos Esfodos Unidos nos chegam in-
formoções sóbre a radicai transformoçõo do "seller 's morket" num "buyer 's morket".
A situoçõo, porém, dos produtos utilizados nt* produçõo bélica, contínua firme. Observase umo nítido diferença entre as motérias-
primos controladas pelos Estados
Unidos,
r.o, não contribuiu pura alterar a política
cidotada pelo governo federal c pelo proça Quanto ao ritmo assustodor do penetração de cafés coloniois no velho Continente, prevutece nos circuíos c-xportadoros dc Santos o'
opinião dc que há urgência em se reiniciar os demarcites no Béigico, a fim dc ser aber to umo Bòlso européia de café. Outro os-
e outras, sob o domínio do CITY. Washington
sunio que merece tòdci a atenção é- o com
procuro estabilizar os preços, a fim de impor
bate ao câmbio negro da rubiócca no Alemonha o quol impede que d onligo Reich
tar móis borato, enquanto que Londres não
O intervencionismo nos poísus produtores
é o fator predominante poro cs exportodo-
de Sontos.
res. O "Middíing" enconiroró, náo sómente
dições nõo mais pode cogitar de preço mínimo, pois o experiência da última quin-: zeno revelou que o govêrno federol nõo estó disposto o garantir as partidas de co
o apoio da CCC, "Commodíty Credit CorpofOlion" paro o gorontio do preço minV
cou que não puderem ser exportados para
tno, mas aindo uma subvenção poro os ex
Cl mercados externos.
portações.
De
Wosltington
informa-se
que
uiu crédito especíol de USS50.000.000 (um
bilhõo de cruzeiros' scró concedido pelo "Bank of Amc-rica" ao Japão, para' adcjuirii algodão americano. O govêrno do grande
Visivelmente o defeso do cofé não se es
tende ao cocou e, em Novo York, podemos, ler comentários sôbre o "realismo" do políti CO comercial brasileiro, onde ressalto que
nosso pois sabe fazer concessões aos con
^uer frear os cotações de lã, estanho e bor-
volte o constituir um dos maiores comprado
Repúblico do Norte, do outro lado, dispõe
rocho, a fim de manter a receita cdmbíol do
res do produto brasileiro. Sobe-se que O niercodo negro é olimentodo pelos vendos
de USS 100.000.000 através do Ex-Impôrt Bank, pora finonciar as exportações poro a
foto de a situação estatístico do produto
^ efetuados pelos tropas de ocupação e pelo contrabando orgonizado nos poises limítro
Alemonho 'USS25.000.000 , Itôlici Bélgica c
não justificar a "concessõo".
Fronça.
1951-52 não supera o precedente, e fico oin-
zcnQ. Até agora, tôdas as tentativas dí SC chegar a um acordo no seio da Confciência internacional do Matério-Primas, nõo fcrom coroados de êxito.
buição de tungstênio, o título de fornecedor. Nosso Pais se recusou, porém, o aceitar o preço-teto previsto ÍUSS65 por tonelada i, re-
scrvondo inteiro liberdade de açõo no cam
temente, nenhuma reloção com as condições
mercado de café.
dos mercados e são puramente nominais. Co
scifros africanas.
nho mois indicado paro diminuir o constonie
donte do "Cotfon Beit" americano. As coto-
çÕes do produto americono náo têm, eviden
mo, porém, o "Middíing" é um grande com petidor do algodão paulista, a jioispectiva
A 1,(; O 1) Ã o
nõo pode ser encarado com excessivo oti
c: .A F É
poro Agosto (de
259,40 cruzeiros por soco de 40 kg, em cóco, poro
lo desceram um pouco, em- reluçóo o Julho de
1950.
Depois de
298,10 cruzeiros-, refletindo a
PREÇO- PAGO AO AGRICULTOR
evolução das cotações da rubiáceo em Novo York. A esperança dos círculos importodores
omoriconos de que uma reduçóo sensível dos
(em CrS por orróbo de algodão em caroçO)
feita, e Isto em razão da defesa das cota
ções pelos poises produtores (na Çolômbio
pela Federocioni e da boa situação esíoApós um mês de compras reduzidas, o •mercado americano reiniciou os importações em iorgu escalo, e, mesmo a advertência do
três
meses de "greve" dos
ccmprodores externos, a Comissão de Comér cio de Cacau do Bahia iCCCB-, baixou su
preços de café se produzisse, não foi satis
tística do produto.
c: A c: A u
passado, e muito, comporodos com Agosto
Agosto de 1950
82,50
Julho de
1951'
79.Ó0
Agósto de 1951
7.7,50
A açõo dos exportadores
particulares é límitodo na zona de influêncio ingleso, pois os "Marketing Boords" tomam Integralmente conto do comerciolízaçõc. Na Bohia, a derrocado dos preços provo
mismo,
Os preços pagos no interior de Süo Pau
ligeiramente, de Julho
A sofro de
pressõo dos boixistos de Nova York sôbre o
Eis as condições criodos pela snfro obun
Fortalecer o mercado europeu é o corni-
po dos preços.
Os preços pagos no interior aumentaram
O mais curioso em tudo -fsso è, porém, o
da ligeiramente obaixo dos médios dos onos dc- pré-guerro. O controle comercial do pro duto é exercido pelo proça de Londres, que encominha poro os mercados mundiais os
fes do Alemonho.
• O Brasil assinou um acordo sóbre a distri
sumidores no momento oportuno.
cou um ligeiro pônico e, no inferior do Esfodo, os preços descem proporcionalmente mais depresso do que na Bôlsa de Nova York. Os lavradores não dispõem do resis ttncia financeiro poro liquidar os remanes centes do sofro-temporão e qualquer oferto do 115-120 cruzeiros por arrobo (contro 150
cessivamente o preço minimo de exportação
onteriormentel encontro oceiloção. Além dis
poro: USS0,35, depois USS0,32,5 e finalmen te paro USS0,26. É evidente que nessas con
so, o princípio do "preço mínimo", parece
M ERGA DO
abolado.
CAMBIAL
As oscilações dos preços, observados nos
primeiros meses do ano em curso i l4l cru zeiros
por
arróbo
em
Moio-, constituíram
vice-presidente do American Coffee Corpora-
apenas um fenômeno passageiro, cujo -iim foi determinado pela anunciado grande sa
tion a- respeito do futura competição ofrico-
fra
norte-americano.
A reunião do Fundo Monetário revelou os
dificuldades encontradas pelas Instituições de Bretton Woods em criar um ambiente favorá
vel à sua tarefa de estobilizoção monetário As teses defendidas pelos delegados ameri
canos e inglêses eram diametralmente opostos .'au-
fiinyfcf Wiii\riii'i*
e, visivelmente, a maioria dos países estava com o representante de Londres, quando êst^-
declarou que os princípios do Fundo nõo po deriam ser impostos aos países-membros, pois se chocariam com a realidade.
Ora, essa reolidode nõo é nada menos do
Os outros artigos de consumo, e mesmo culofr.cveis, encontram reststêncío da porte do público. Dos Esfodos Unidos nos chegam in-
formoções sóbre a radicai transformoçõo do "seller 's morket" num "buyer 's morket".
A situoçõo, porém, dos produtos utilizados nt* produçõo bélica, contínua firme. Observase umo nítido diferença entre as motérias-
primos controladas pelos Estados
Unidos,
r.o, não contribuiu pura alterar a política
cidotada pelo governo federal c pelo proça Quanto ao ritmo assustodor do penetração de cafés coloniois no velho Continente, prevutece nos circuíos c-xportadoros dc Santos o'
opinião dc que há urgência em se reiniciar os demarcites no Béigico, a fim dc ser aber to umo Bòlso européia de café. Outro os-
e outras, sob o domínio do CITY. Washington
sunio que merece tòdci a atenção é- o com
procuro estabilizar os preços, a fim de impor
bate ao câmbio negro da rubiócca no Alemonha o quol impede que d onligo Reich
tar móis borato, enquanto que Londres não
O intervencionismo nos poísus produtores
é o fator predominante poro cs exportodo-
de Sontos.
res. O "Middíing" enconiroró, náo sómente
dições nõo mais pode cogitar de preço mínimo, pois o experiência da última quin-: zeno revelou que o govêrno federol nõo estó disposto o garantir as partidas de co
o apoio da CCC, "Commodíty Credit CorpofOlion" paro o gorontio do preço minV
cou que não puderem ser exportados para
tno, mas aindo uma subvenção poro os ex
Cl mercados externos.
portações.
De
Wosltington
informa-se
que
uiu crédito especíol de USS50.000.000 (um
bilhõo de cruzeiros' scró concedido pelo "Bank of Amc-rica" ao Japão, para' adcjuirii algodão americano. O govêrno do grande
Visivelmente o defeso do cofé não se es
tende ao cocou e, em Novo York, podemos, ler comentários sôbre o "realismo" do políti CO comercial brasileiro, onde ressalto que
nosso pois sabe fazer concessões aos con
^uer frear os cotações de lã, estanho e bor-
volte o constituir um dos maiores comprado
Repúblico do Norte, do outro lado, dispõe
rocho, a fim de manter a receita cdmbíol do
res do produto brasileiro. Sobe-se que O niercodo negro é olimentodo pelos vendos
de USS 100.000.000 através do Ex-Impôrt Bank, pora finonciar as exportações poro a
foto de a situação estatístico do produto
^ efetuados pelos tropas de ocupação e pelo contrabando orgonizado nos poises limítro
Alemonho 'USS25.000.000 , Itôlici Bélgica c
não justificar a "concessõo".
Fronça.
1951-52 não supera o precedente, e fico oin-
zcnQ. Até agora, tôdas as tentativas dí SC chegar a um acordo no seio da Confciência internacional do Matério-Primas, nõo fcrom coroados de êxito.
buição de tungstênio, o título de fornecedor. Nosso Pais se recusou, porém, o aceitar o preço-teto previsto ÍUSS65 por tonelada i, re-
scrvondo inteiro liberdade de açõo no cam
temente, nenhuma reloção com as condições
mercado de café.
dos mercados e são puramente nominais. Co
scifros africanas.
nho mois indicado paro diminuir o constonie
donte do "Cotfon Beit" americano. As coto-
çÕes do produto americono náo têm, eviden
mo, porém, o "Middíing" é um grande com petidor do algodão paulista, a jioispectiva
A 1,(; O 1) Ã o
nõo pode ser encarado com excessivo oti
c: .A F É
poro Agosto (de
259,40 cruzeiros por soco de 40 kg, em cóco, poro
lo desceram um pouco, em- reluçóo o Julho de
1950.
Depois de
298,10 cruzeiros-, refletindo a
PREÇO- PAGO AO AGRICULTOR
evolução das cotações da rubiáceo em Novo York. A esperança dos círculos importodores
omoriconos de que uma reduçóo sensível dos
(em CrS por orróbo de algodão em caroçO)
feita, e Isto em razão da defesa das cota
ções pelos poises produtores (na Çolômbio
pela Federocioni e da boa situação esíoApós um mês de compras reduzidas, o •mercado americano reiniciou os importações em iorgu escalo, e, mesmo a advertência do
três
meses de "greve" dos
ccmprodores externos, a Comissão de Comér cio de Cacau do Bahia iCCCB-, baixou su
preços de café se produzisse, não foi satis
tística do produto.
c: A c: A u
passado, e muito, comporodos com Agosto
Agosto de 1950
82,50
Julho de
1951'
79.Ó0
Agósto de 1951
7.7,50
A açõo dos exportadores
particulares é límitodo na zona de influêncio ingleso, pois os "Marketing Boords" tomam Integralmente conto do comerciolízaçõc. Na Bohia, a derrocado dos preços provo
mismo,
Os preços pagos no interior de Süo Pau
ligeiramente, de Julho
A sofro de
pressõo dos boixistos de Nova York sôbre o
Eis as condições criodos pela snfro obun
Fortalecer o mercado europeu é o corni-
po dos preços.
Os preços pagos no interior aumentaram
O mais curioso em tudo -fsso è, porém, o
da ligeiramente obaixo dos médios dos onos dc- pré-guerro. O controle comercial do pro duto é exercido pelo proça de Londres, que encominha poro os mercados mundiais os
fes do Alemonho.
• O Brasil assinou um acordo sóbre a distri
sumidores no momento oportuno.
cou um ligeiro pônico e, no inferior do Esfodo, os preços descem proporcionalmente mais depresso do que na Bôlsa de Nova York. Os lavradores não dispõem do resis ttncia financeiro poro liquidar os remanes centes do sofro-temporão e qualquer oferto do 115-120 cruzeiros por arrobo (contro 150
cessivamente o preço minimo de exportação
onteriormentel encontro oceiloção. Além dis
poro: USS0,35, depois USS0,32,5 e finalmen te paro USS0,26. É evidente que nessas con
so, o princípio do "preço mínimo", parece
M ERGA DO
abolado.
CAMBIAL
As oscilações dos preços, observados nos
primeiros meses do ano em curso i l4l cru zeiros
por
arróbo
em
Moio-, constituíram
vice-presidente do American Coffee Corpora-
apenas um fenômeno passageiro, cujo -iim foi determinado pela anunciado grande sa
tion a- respeito do futura competição ofrico-
fra
norte-americano.
A reunião do Fundo Monetário revelou os
dificuldades encontradas pelas Instituições de Bretton Woods em criar um ambiente favorá
vel à sua tarefa de estobilizoção monetário As teses defendidas pelos delegados ameri
canos e inglêses eram diametralmente opostos .'au-
fiinyfcf Wiii\riii'i*
e, visivelmente, a maioria dos países estava com o representante de Londres, quando êst^-
declarou que os princípios do Fundo nõo po deriam ser impostos aos países-membros, pois se chocariam com a realidade.
Ora, essa reolidode nõo é nada menos do
MON»ANTO
CHCMICAI.
COMPANV
MflNSANTO
SAINT
COUtS.
MO.
—
U. S. A.
rüüE3>-KM<a
XXIV
que o novo crise do libra esterlino. A coto-
zocõo quo seria suficiente pora compensar
çõo no mercodo cinzento de Novo York des-
o "déficit" da balança comercial.
cfu em poucos díos de 2.78, — em relação ao dólar, o 2.48. As declarações pessimis-tas do Chefe do Tesouro britânico, de outro
lodo, nõo contribuem pora consolidar a posí-
çcio da moeda Inglesa. Todos estõo o por do crescente "déficit" do bolonço comercial e do contínua saída de dólores do zona da libra.
Os boatos sòbre a revalorizoçõo do L, que ainda aparecem nas revistas econômicos in-
glésos em Junho- passado, dão lugar o con siderações sóbre o proporção de desvalori-
PRODUTOS químicos PARA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA, DA
A posição do fronco francês também porece ameaçada. A taxo do dólar aumentou de 11% em poucos dias, e o público pori-
siunse procura adquirir
BORRACHA, ETC.
MATÉRIAS PLÁSTICAS — DROGAS EM GERAL
moedas-ouro, que
constituem um clóssico meio do enlesouromen-
to no Fronço. Ao contrcirio porém, do que sa passo na Inglalerro, o situaçõo comercial e
ONVX
uensEv c«Tv. N. J.
tNTC«>NATION*l.
*
o. s. *
mcnetóriü da Fronço não é mó. O que peso sóbre o mercodo monetcirio é o desfavoróvjl desenvolvimento
dos "terms
of
PRODUTOS
PARA
AMACIAMENTO
trade" do
DESENGORDURAMENTO — TINGIMENTO
Fronço, provocado pela alta dos preços de n-atéricis-primas importadas.
ACABAMENTO, ETC.
I IV
e
R
PRATTe t.N-SU«ÇA
5.
NAPHTANILIDS — BASES — SAIS — CORANTES RONAGENES — HIDROSSULFITOS
Súmula:
Transportes Santos em foco
Página
a
KUGÚCNtN
8.
«■iteiA
A.
_
•ufc»
H 'V
Leis em andamento
E um Cruzeiro só vale 24 Cruzeiros
OÚRANO
CORANTES AO CROMO E 'TNDXGOSOIS" PARA TINTURARIA E ESTAMPARIA
IX
O Instituto tem o palavra Literatura Econômica
Finanças
^
XVI
Cheques compensados
XVII
Falências
XVIII
Protestos
XIX
Mercados Mundiais
^Xl
REPRESENTAÇÕES PARA O BRASIL DE
RUA COfIS. SARAIVA. 16 • RIO OE JAHEIRO
F.CEL.M.BAHBETOI*DHCUR0,AQ6.CURITIBA j
MON»ANTO
CHCMICAI.
COMPANV
MflNSANTO
SAINT
COUtS.
MO.
—
U. S. A.
rüüE3>-KM<a
XXIV
que o novo crise do libra esterlino. A coto-
zocõo quo seria suficiente pora compensar
çõo no mercodo cinzento de Novo York des-
o "déficit" da balança comercial.
cfu em poucos díos de 2.78, — em relação ao dólar, o 2.48. As declarações pessimis-tas do Chefe do Tesouro britânico, de outro
lodo, nõo contribuem pora consolidar a posí-
çcio da moeda Inglesa. Todos estõo o por do crescente "déficit" do bolonço comercial e do contínua saída de dólores do zona da libra.
Os boatos sòbre a revalorizoçõo do L, que ainda aparecem nas revistas econômicos in-
glésos em Junho- passado, dão lugar o con siderações sóbre o proporção de desvalori-
PRODUTOS químicos PARA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA, DA
A posição do fronco francês também porece ameaçada. A taxo do dólar aumentou de 11% em poucos dias, e o público pori-
siunse procura adquirir
BORRACHA, ETC.
MATÉRIAS PLÁSTICAS — DROGAS EM GERAL
moedas-ouro, que
constituem um clóssico meio do enlesouromen-
to no Fronço. Ao contrcirio porém, do que sa passo na Inglalerro, o situaçõo comercial e
ONVX
uensEv c«Tv. N. J.
tNTC«>NATION*l.
*
o. s. *
mcnetóriü da Fronço não é mó. O que peso sóbre o mercodo monetcirio é o desfavoróvjl desenvolvimento
dos "terms
of
PRODUTOS
PARA
AMACIAMENTO
trade" do
DESENGORDURAMENTO — TINGIMENTO
Fronço, provocado pela alta dos preços de n-atéricis-primas importadas.
ACABAMENTO, ETC.
I IV
e
R
PRATTe t.N-SU«ÇA
5.
NAPHTANILIDS — BASES — SAIS — CORANTES RONAGENES — HIDROSSULFITOS
Súmula:
Transportes Santos em foco
Página
a
KUGÚCNtN
8.
«■iteiA
A.
_
•ufc»
H 'V
Leis em andamento
E um Cruzeiro só vale 24 Cruzeiros
OÚRANO
CORANTES AO CROMO E 'TNDXGOSOIS" PARA TINTURARIA E ESTAMPARIA
IX
O Instituto tem o palavra Literatura Econômica
Finanças
^
XVI
Cheques compensados
XVII
Falências
XVIII
Protestos
XIX
Mercados Mundiais
^Xl
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sultado dc 7*1 anos do expencncia e aperfeiçoamentos Alfa-Ln\al representa o mais alto padrão de qualidade cm dcsnatacieiras, No Ri asil, cerca de 8ü" u dos produtores dc leito usam Alía-l.aeai. porque rende mais c dura tôda a vida. Rm 4 tipo»; Itosi:.SO - JfNtOR - I.NUUSTRIAI.. Modrlon manuais e elotriros. ProüucHo do ta a &.000 litros dc lolto por hora. Alía-
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t «UitOO «os HCdCIOS lUM rillRkH KBIt
l'H.\NC:!SCO PlLESTES MAIA
^ubhfodn lab o* 9U(p(C<Of do
ISSOCIACtQ COMLRCIAL OE SlO PAULI
4^ ínlcrésse pelo petróleo renasceu, nos últimos tempos, entre nós, devido
FEDERAClO DD COMtRCID DO
às refinarias que elejícram sede neste
ES1ADD DE SiD PAULO
Diretor superintendente:
Estado: a ofieial de Cubatão, em início
O Digesto Eeouómlco
de Captiava, cpie sc- prepara para acom
publicará no prótrimo número:
panhá-la.
OHVILl.K IDERHY — J<'suín{) Kelicíssi-
O lançamento financeiro desta última, em moldes nacionais o populares, tem falado sobremodo ã imaginação do povo. Tomam-se, por isso, oportunas algumas
Martins Aifonso Xavier da Silveira Diretor:
Antonio Gontljo de Carvalho
nu) Júnior.
O Digesto Econômico, órgão de in formações econômicas e financei-
F^itAr mensalmente pela Editôra Comercial Ltda.
explicações elementares sobre o assunto. A INAUDITA FAÇANHA DE BARTOLOMEU FERNANDES DE FA
RIA — Afonso de Taunay.
pelos dados cujas fontes esteiam
NOTAS
ELEMENTARES
NOMIA
MONETÁRIA
DE
ECO
-
Djacir
a modalidade da nova indústria.
EcSómlco.""'"^
I>ise,íc
REFLEXÕES SÒBRE A CARTA ECO
da que ver com a pesquisa e extração do petróleo do subsolo, atividade que já proliferou no Sul do país alguns lustros atrás, em regra com insucesso e,
por vezes, com honestidade discutível.
vo indício reaníniador dos entusiasmos.
Menos ainda se fazia diferença entre um
encontro limitado de petróleo e uma ja
"lei estatística", tentativas muito nu
zida comercial.
merosas e um enorme capital.
vestigação prévia, científica c sistemá
peranças paulistas, o poço do Bofete, por exemplo, deu realmente petróleo a 365 m de profundidade; mas apenas
tica, tanto mais necessária quanto o nos so território não apresentava precedentes muito encorajadores, que permitissem
a "turfa", que se estudam-na química ginasial, foram responsáveis por muito
José Pedro Galvão dc Sousa.
Cr§ 50.00
■■ ■ ■■■ sri:ss q^ç 3
Havia,
a mais, um alheamcnto excessivo à in
esperar jorros fáceis e espetaculares, co muns nas histórias americanas.
No ardor dos negócios, os pareceres
Redação e Administração: —
notícia duma nova descoberta, dum no
gia para compensur-se, de acordo com a
Digesto Econômico
51
tro sob seus pés, o reservatório dágua do prédio. Dc longe em longe, nas vés peras dum apêlo aos acionistas, surgia à
Paixão.
A IGREJA E A QUESTÃO SOCIAL -
Atrasado
Atividade sujeita a grandes riscos, de
pendia duma probabilidade assaz peque
ria da Viação, tomamos por conta uni rabdomante que descobria filetes dágua e combustível a q"'lômetros de profun didade, mas que não ^.'irccbeu, um me
na dc sucesso cm cada perfuração, e exi
nacionais e es-
Ano (simples)
blemas nacionais.
NÔMICA DA AMAZÔNIA - Moacvr
intercâmbio com publí-
ASSINATURAS:
lilaia, um apaixonado dos grandes pro
Nova
avisados, aí perderam seus recursos. de artigos pede-se
ilustre cngcn/icíVo, Francisco Prestes
Não tem cia na
Numerosos pequenos acionistas, pouco
Mcikv.cs.
tróleo. O "Digesto Econômico", visaruío proporcionar ços scms leitores um escla recimento seguro o didático, publica neste número a magistral exposição do
Antes dc mais nada, convém precisar entre nós, está claro.
responsabiliza
devidamente citadas, nem pÍiS conceitos emitidos em artigosS
de construção, e a dc; iniciativa privada,
Os trabalhos cio Conselho Nacional do
Petróleo e a próxima instalação das grandes refinarias no Pais vieram re dobrar o inicrôsse pelo problema do pe
9.0 andar
Telefone: 33-1112 — Ramal 19 Caixa Postal. 8240 São Paulo
duas latas... O "gás dos pântanos" «
alarme patriótico, como o "vulcãozinho", que em mil novecentos e pouco ardèu por semanas no Macuco, em Santos, óü
técnicos eram contestados por palpites de
outro mais recente, do Recife.
amadores, e até por revelações mediúnioas o oníricas. Equívocos, indícios su
analogias, extensões e extrapolações geo lógicas, têm também animado .aventu ras petrolíferas. O "Pantanal" m^qgrossense, freqüentemente assimilado ad
perficiais eram tomados como afirma ções de jazidas. Certa vez, na Secreta-
""Ü
Uma das grandes es
Falsas
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gia para compensur-se, de acordo com a
Digesto Econômico
51
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Paixão.
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Uma das grandes es
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;i|. |||1 1 I m P Dicestc) LcoNÓNnco
Chaco boliviano, ó um caso desses. Glycon de Paiva mostrou, entretanto,
que nem o Pantanal c simétrico ao Cha co {zona desértica e .séca), ntfin o Cha co Boreal é petrolífero, mas sim o GranChaco da faixa sub-andina. Mostrou ainda, com palavras do próprio diretor
te, se as descobertas neste campo tive rem sucesso c o óleo mineral vier a jor rar dos nossos poços, tanto melhor para
de lucros das refiiiavias, além de certos
eficiência
exploração do solo, favore
cendo os produtos com o mínimo do per combustível nacional, mas o óleo bruto
natas de dióxído de fòrro, devidas ao alto
em geral, mercadoria existente no mer
teor em pirita dos calcáreos e xistos; quanto ao célebre morro "do Azeite", a
cado internacional. Maturipe, na Bahia, alimenta-se com óleo do Recôncavo, c
que êste provinha da antiga fabriqucta de óleo de peixe, e não de qualquer ocorrência de óleo mineral". À guisa de consolo diremos que nos Estados Uni
dos aconteceu muita coisa semelhante, no período heróico do petróleo, inclusi
ve, em 1906, o ca.so duma importante companhia, que embarcara nas líabili-
dades dum vídente-fotógrafo, só alijado depois de claramente desmascarado.
f) De acordo com i-.sipu-ina estabele
E estas, por sua vez, permitirão maior
região: a maioria das exsudações eram
nha o nome, a tradição local contando
ta.s indústrias s<-cimdária,s <• subprodutos ou de aplicações ;
cido pelo Cà)n.si'lli() Xaeioiuil. do excesso
leo, a falácia dos indícios alegados na
conclusão foi que "de azeite sòmcnte ti
lÜCO.N^MlCO
todos (■ para as refinarias em partícnlar.
das c transportes. Em (pialqucr ca,so, as refinarias não visam especialmente o
da Companhia Matogrossensc de Petró
DlCiliSTO
limites, metade reverterá para a investi
gação e prospeção do petróleo nacional, que désto nuido recebe uma contribui ção apreciável, iiulependenle da.s vieis.situdes políticas c orçamentárias da União; g) O caiuiulio liea até certo ponto
preparado para o encontro não só do óleo nacional, mas também para o po.ssível
ja e uma bela amostra. Não seria pos sível, entretanto, prender toda a indús
aproveitamento do ólc-o de outras ori gens, como os extraiveis dos xistos.
tria refinadora, no Brasil como em tan
instalaçã<i di: refinarias tem prece
tos outros paí.ses, à condição do óleo in dígena .
dente em todos os países civilizados, po
Pode-.se perguntar se, nestas condi ções, ainda apresenta a refinação muita vantagem. Indubitãvclmento, pelas ra zões seguintes, muitas de caráter nacio nal o não circunscritas iiKíramente à in dústria cm si :
a) Concede ao país muito maior in
tos derivados, resultando mais uma eco
finidos, de funcionamento bem conheci
nomia ;
do, alimentada por matéria-prima cor rente no mercado mundial, e, por isso mesmo, independente de explorações in certas. Não se trata, em nosso caso, de estabelecimentos destinados a tratar o petróleo nacional, que, salvo na Bahia
(e aí mesmo em quantidade limitada) atnda esta por descobrir. Evidentemen
d) o depósito e conservação do óleo
bruto é mais fácil e podo ser feito por maior prazo que o permitido i>elos deri vados ;
e) A nova indústria, além de contri
buir para criar uma "mentalidade do pe tróleo", concreta e não meramente dc-
magógíca, concorrerá para animar mui»
mento e aípiecimento prévio da pedra oin retorlas especiais. Monteiro Lobato dava uma explica
ção: "óleo de poço é como leite tirado da teta da vaca; óleo de .xisto, o (Ximo se recebêssemo.s o leite num monte de
correm aos xistos. Caso da Itália e Ale
rar de lá". Evidentemente há um "han-
dieap" econômico apreciável entre as duas situações. Por motivos militares e
manha . A SucWia possui até uma indus
li) Os eombustiveis lí(piidos e a maio ria dos produtos petrolíferos sendo arti gos básicos na economia moderna, o
cesso, e a Escócia outra, quase centená
obrigação precipna dos governos, o que
tria de objetivos e modalidades bem de
mineral comum, cwigindo o fraciona-
líferos já prontos ;
obtenção dos produtos, a partir do óleo bruto, ficará no país, constituindo uma economia considerável de divisas, de que
fácil, seguro o barato que o dos produ
regra, a exploração dos xistos petrolíferos ainda não pode concorrer com o óleo
\(j de importar todos os produtos petro
cesso nas perfurações. Por isso, a des
tria da "refinação". Esta é uma indús
tração cie c)leo das jazidas xislosas. Em
estratégicos, entretanto, muitos países da Europa, não produtores de petróleo, re
abastecimento de óleo eni torna-se nina
tanto neccssitaj-nos para <Hitros fins e
"refinação" de que tratamos, atividade autônoma, corrente e em grande escala, <• as refinaçxães médias vinculadas ã ex
cos grandes países (pie .se davam ao lu-
b) A importância correspondente à
para outras importações ; c) O transporte do óleo bruto é mais
do oleoduto passarão a servir no interior. Convém finalmente distinguir entre a
areia e depois ainda o tivéssemos de ti
dependência do que no caso dêsto ter do importar produtos petrolíferos, cada
coberta do petróleo foi ficando nas mãos das grandes empresas, senhoras de imen sos recursos e de completa organização técnica, oq na dos poderes púWicos. Diferentes- são as condições da indús
ro e rodoviários, que após a conclusão
bres de jazidas. É o ea.so de innitos paí .ses eiiropeii-s. entre os (piais, a França, Inglaterra, Itália. Alemanha, ele. Aqui nièsino, na América do Sul, há o caso do Uruguai . O Brasil era um dos pou
Além disso, na época, a prospeção geológica ainda não havia atingido tão alto grau de eficiência, como hoje, com o que tem subido a porcentagem de su
um de per si ;
Subsidiuriamente, haverá os tanques fer
constitui nina garantiu de continuidade - da indústria refinadora, mesmo nos pe ríodos difíceis. O governo brasileiro considerou êste assunto à vista da expe
riência passada nas duas guerras mun diais e resolveu constituir uma frota de vinte navios petroleiros, dos (piais os pri meiros já chegaram às nossas águas; i) Certa garantia e facilidade do transporte t(írrcstre é também necessária. No caso de Capnava essa condição é satisieita pelo oleoduto em construção, en tre o píirto de Santos e a Capital (Utinga). Dêle será derivado um ramal com três tubos para a refinaria da Companiiia União, situada a pequena distancia. ..-c
.
tria regular, (pie funciona com certo su
ria. Os próprios Estados Unidos, com longa antevisão, estudam a questão,
principalmente no Colorado, visando
uma fonte suplementar em caso de guer ra. Em (pialquer caso, os xistos pirobe-tiiminosos são reservas preciosas, máxiine se levarmos cm conta a grandeza das
jazidas já conhecidas, entre as cjuais não
é das menores a do Norte paulista, na bacia terciária do Paraíba. Esta imensa
e rica jazida, .sobre quo assentam Taubató e várias povoações, tem um come
ço de c.xploraçuü, a braços com as difi culdades que eram de esperar. Na maio ria dos casos só um franco auxílio oficial
tirará a questão do ponto morto. Voltemos todavia às "refinarias".
Ao interessado leigo toma-se necessá rio, antes
de mais nada, i..
definir
com
;i|. |||1 1 I m P Dicestc) LcoNÓNnco
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dades dum vídente-fotógrafo, só alijado depois de claramente desmascarado.
f) De acordo com i-.sipu-ina estabele
E estas, por sua vez, permitirão maior
região: a maioria das exsudações eram
nha o nome, a tradição local contando
ta.s indústrias s<-cimdária,s <• subprodutos ou de aplicações ;
cido pelo Cà)n.si'lli() Xaeioiuil. do excesso
leo, a falácia dos indícios alegados na
conclusão foi que "de azeite sòmcnte ti
lÜCO.N^MlCO
todos (■ para as refinarias em partícnlar.
das c transportes. Em (pialqucr ca,so, as refinarias não visam especialmente o
da Companhia Matogrossensc de Petró
DlCiliSTO
limites, metade reverterá para a investi
gação e prospeção do petróleo nacional, que désto nuido recebe uma contribui ção apreciável, iiulependenle da.s vieis.situdes políticas c orçamentárias da União; g) O caiuiulio liea até certo ponto
preparado para o encontro não só do óleo nacional, mas também para o po.ssível
ja e uma bela amostra. Não seria pos sível, entretanto, prender toda a indús
aproveitamento do ólc-o de outras ori gens, como os extraiveis dos xistos.
tria refinadora, no Brasil como em tan
instalaçã<i di: refinarias tem prece
tos outros paí.ses, à condição do óleo in dígena .
dente em todos os países civilizados, po
Pode-.se perguntar se, nestas condi ções, ainda apresenta a refinação muita vantagem. Indubitãvclmento, pelas ra zões seguintes, muitas de caráter nacio nal o não circunscritas iiKíramente à in dústria cm si :
a) Concede ao país muito maior in
tos derivados, resultando mais uma eco
finidos, de funcionamento bem conheci
nomia ;
do, alimentada por matéria-prima cor rente no mercado mundial, e, por isso mesmo, independente de explorações in certas. Não se trata, em nosso caso, de estabelecimentos destinados a tratar o petróleo nacional, que, salvo na Bahia
(e aí mesmo em quantidade limitada) atnda esta por descobrir. Evidentemen
d) o depósito e conservação do óleo
bruto é mais fácil e podo ser feito por maior prazo que o permitido i>elos deri vados ;
e) A nova indústria, além de contri
buir para criar uma "mentalidade do pe tróleo", concreta e não meramente dc-
magógíca, concorrerá para animar mui»
mento e aípiecimento prévio da pedra oin retorlas especiais. Monteiro Lobato dava uma explica
ção: "óleo de poço é como leite tirado da teta da vaca; óleo de .xisto, o (Ximo se recebêssemo.s o leite num monte de
correm aos xistos. Caso da Itália e Ale
rar de lá". Evidentemente há um "han-
dieap" econômico apreciável entre as duas situações. Por motivos militares e
manha . A SucWia possui até uma indus
li) Os eombustiveis lí(piidos e a maio ria dos produtos petrolíferos sendo arti gos básicos na economia moderna, o
cesso, e a Escócia outra, quase centená
obrigação precipna dos governos, o que
tria de objetivos e modalidades bem de
mineral comum, cwigindo o fraciona-
líferos já prontos ;
obtenção dos produtos, a partir do óleo bruto, ficará no país, constituindo uma economia considerável de divisas, de que
fácil, seguro o barato que o dos produ
regra, a exploração dos xistos petrolíferos ainda não pode concorrer com o óleo
\(j de importar todos os produtos petro
cesso nas perfurações. Por isso, a des
tria da "refinação". Esta é uma indús
tração cie c)leo das jazidas xislosas. Em
estratégicos, entretanto, muitos países da Europa, não produtores de petróleo, re
abastecimento de óleo eni torna-se nina
tanto neccssitaj-nos para <Hitros fins e
"refinação" de que tratamos, atividade autônoma, corrente e em grande escala, <• as refinaçxães médias vinculadas ã ex
cos grandes países (pie .se davam ao lu-
b) A importância correspondente à
para outras importações ; c) O transporte do óleo bruto é mais
do oleoduto passarão a servir no interior. Convém finalmente distinguir entre a
areia e depois ainda o tivéssemos de ti
dependência do que no caso dêsto ter do importar produtos petrolíferos, cada
coberta do petróleo foi ficando nas mãos das grandes empresas, senhoras de imen sos recursos e de completa organização técnica, oq na dos poderes púWicos. Diferentes- são as condições da indús
ro e rodoviários, que após a conclusão
bres de jazidas. É o ea.so de innitos paí .ses eiiropeii-s. entre os (piais, a França, Inglaterra, Itália. Alemanha, ele. Aqui nièsino, na América do Sul, há o caso do Uruguai . O Brasil era um dos pou
Além disso, na época, a prospeção geológica ainda não havia atingido tão alto grau de eficiência, como hoje, com o que tem subido a porcentagem de su
um de per si ;
Subsidiuriamente, haverá os tanques fer
constitui nina garantiu de continuidade - da indústria refinadora, mesmo nos pe ríodos difíceis. O governo brasileiro considerou êste assunto à vista da expe
riência passada nas duas guerras mun diais e resolveu constituir uma frota de vinte navios petroleiros, dos (piais os pri meiros já chegaram às nossas águas; i) Certa garantia e facilidade do transporte t(írrcstre é também necessária. No caso de Capnava essa condição é satisieita pelo oleoduto em construção, en tre o píirto de Santos e a Capital (Utinga). Dêle será derivado um ramal com três tubos para a refinaria da Companiiia União, situada a pequena distancia. ..-c
.
tria regular, (pie funciona com certo su
ria. Os próprios Estados Unidos, com longa antevisão, estudam a questão,
principalmente no Colorado, visando
uma fonte suplementar em caso de guer ra. Em (pialquer caso, os xistos pirobe-tiiminosos são reservas preciosas, máxiine se levarmos cm conta a grandeza das
jazidas já conhecidas, entre as cjuais não
é das menores a do Norte paulista, na bacia terciária do Paraíba. Esta imensa
e rica jazida, .sobre quo assentam Taubató e várias povoações, tem um come
ço de c.xploraçuü, a braços com as difi culdades que eram de esperar. Na maio ria dos casos só um franco auxílio oficial
tirará a questão do ponto morto. Voltemos todavia às "refinarias".
Ao interessado leigo toma-se necessá rio, antes
de mais nada, i..
definir
com
10
Dícksto Económíco
f
Digesto Econômico
11"
as refinarias nacionais
iiuiis de trinta anos; e Iodos os anos no-
raids,
privadas não estarão íibrigadas a certas
^"as de.scobertas ou novas técnicas vêm
produções especializadas onerosas, como
a de g.isolina de axiação, podendo con-
à luz, obrigando por xêzes à perda ou substituição de grandes aparellianicntos.
das operaç-õcs de cobertura, que culmi naram com a inva.são da Europa.
óleos crus ou brutos, separam os di\crsos
eenlrar-.si>, o cpiantu possíxel, na de mer
As <luas guerras mumliais, a segunda .so-
era, ainda mais épica, da energia atômi
produtos comerciais, modificam a pro-
cadorias dc mais fácil saída c maior ren
bretiulo. foram muito instrutivas a êste
ca. Todaxia, o pró.ximo conflito mundial
duti\'idade física e elementar dos óleos
tabilidade.
respeito.
ainda se desonxolverá, predominante
maior precisão êssc tênno. A "refina ção" ou "purifieação" ó, na realidade, apenas uma das muitas operações das
do atribuições,
refinarias modernas.
Estas destilam os
por tratamentos diversos c, finalmente,
apuram c aperfeiçoam os produtos finais, em número crescente.
Quais serão os imediatos fonieccdorcs da matéria bruta ?
O principal, naturalmente indicado, é a Venezuela. Outro, mais duvidoso em caso de conflito internacional, é o Orien
te Médio. Há ainda petróleo cm países limítrofes, como o Peru o a Bolívia. O transporte a partir do Peru (Ganzo
Azul) nas cabeceiras do Amazonas é porem problemático. Êssc combustível poderá oportunamente abastecer o Alto Amazonas. A Bolívia é mais acessívelnao devemos entretanto contar com êste petróleo normalmente, devido à distân
cia além da fraca capacidade transpor tadora da ferrovia Brasil-Bolívia( côrca de 3.500 barris por dia). A Argentina e um fornecedor potencial, porém, na turalmente cioso das próprias necessi dades, ainda não cobertas.
Uma g<yantia importante da indústria em questão é o consumo. No caso das
duas refinarias do São Paulo, verifica-se uma correspondência, e ainda com mar gem, entre a capacidade produtora total
e o consumo do "hinterland" que lhes e geográfica o naturabncnte tributário. Este compreende, além do próprio Es tado, o Norte do Paraná, o Sul de Mi nas e o Triângulo Mineiro, parte de Ma to Grosso e Goiás. O desenvolvimento
industrial paulista e as perspectivas agrí colas do Paraná e Goiás, a mecanização da lavoura, garantem um consumo cres cente e vanado,
Além disso, numa acertada repartição
Evid<'nlemente, o Conselho
Nacional não dci.xaria de atender a ne cessidades axiatórías e sobretudo aviató-
rio-mililares, mas isto está prexisto no programa das ndinarias oficiais. É o
caso da do Càihatão. A de Malarijie não considerou êste aspecto do problema de-
x ido à qualidade- do petróleo baiano, pre dominantemente parafínico e também desfax-orável à produção de bctumc ou asfalto.
O fato dc o goxêrno, diretamente ou
por meio de autarquias ou empresas de
Durante a guerra, a necessidade dc rnuis combnstíx-el, de maior número de
produtos, e de produtos cada x-ez mais perfeitos, apn-.s.saram a evolução. Quan do a indústria do petróleo começou, só se utilizava o petróleo para iluminação e
da elasticidade das manobras e
lá divisamos no horizonte uma nova
mente, ao cjue parece, sob o signo do petróleo.
Abaixando porém os olhos destas perspectivas para a preocupação do mo mento, que é a sorte das refinarias, conelui-sc pela necessidade de grande prexisão, pública e particular, referente à
algum lubrificante residual. Perdiam-se os gases, <{ue saiam juntos com o óleo
evolução c constante aperfeiçoamento
bruto, as <-ssências que doseonhecíam
emprêgo, e os resíduos capazes dos mais
excessiva preocupação dc preços de pro
numerosos e úteis artigos. O que não era
anual para ampliações e substituições
querosene es\ aia-se no ar, ou era quei
dessa indústria.
Não pode haver uma
duto babcos, justamente porque a reserva deve ser considerável, como em nenhu
economia mista, participar duma ativi
mado, (ni atirado nos cursos dágua, que
dade industrial, constitui também, até
empeslaxam, para dese.spêro dos mora
certo ponto, fator favoráx-cl às iniciatix as pri\'adas do mesmo rumo. Com efei
dores é ciiltixadores ribeirinhos. Logo,
Outra dificuldade, aliás perfeitamen
porém, a essência, o óleo eoinbustíxcí c
te xencível nas instalações e processos,
to, daí decorre um eonhecimcnto oficial
concreto e direto, não burocrático, das
o Diesel encontraram emprego nas cal deiras e motores de explosão inventados
cousas, a segurança duma boa compre
na Europa. G antomóxcl multiplieou-
mais elementar manda não confiar num
ensão das situaç-õcs, e corta garantia de
se. O avião, cujo maior problema era o motor de baixo pêso por cavalo, encon-
nas zonas de extração petrolífera, em
traxa a sua solução. Finalmente, a na
sua vizinhança imediata ou na extremi
providências gerais ex-enlualmonte ne cessárias. Até certo ponto, lemo-lo sen tido na siderurgia.
vegação comercial e logo as marinhas de
ma outra indústria.
é jx>der atender a diversos tipos de pe tróleo bruto,
visto que a previdência
único foniecedor. As refinarias situadas
dade de grandes oleodutos, podem visar
Mas uma indústria não jiode apresen
guerra, Inglaterra à frtmte, adotaram o
um único bruto, mas não as dependen
tar somente vantagens. E a das refina
niazoiit, com todas as suas x antagens do mamiseabilidadc e maior poder calorí-
tes de fomeeimcntos menos seguros. Ou
fico, o que lhes aumentou consideràvel-
utilização suficiente de todas as frações e resíduos do processo industrial. Caso semelhante ao da carne, onde a grande HiqxTiüridadc dos frigoríficos está no maior aproveitamento, nos subprodutos e no mercado externo, cujas chaves de pe
rias, não iazendo exceção, também ofe
rece algumas dificuldades. A maior, no caso, é o x iilto das instalações, ou me lhor, a grandeza dos recursos necessá rios. Segunda, o caráter de indústria
inente o raio de ação. Estaxa superada a era do caix ão de pedra, e a humani
dade entraxa na do petróleo, com todas as suas conscíjiiêneias técnicas, econômi
tra precaução importante é procurar uma
profundamente técnica, em profunda e rápid.a ex-olução. Ê.ssc caráter obriga-a
cas e políticas.
a manlcr-sc permanentemente a par do
Na última guerra, só o exército ame ricano usaxa (púnhcntos produto.s do pe
netração e transporte possuem.
tróleo e só um B29 nada menos de vinte.
tróleo bruto, ou, melhor, ligeiramente
E de qualidade cada cez melhor, como no caso das gasolinas dc aviação, de cem octanas que, mais que o.s próprios apiirclhos, foram a mola real dos grandes
tratado. As manifestações petrolíferas apresentam três formas: o gás natural, que pode sair só ou conjuntamente com o petróleo líquido; o petróleo líquido.
progresso
técnico
c científico, tanto
maior quanto impelida pela competição econômica, comercial c militar das gran des potências. Embora a indústria do
petróleo soja nova, o essencial dela. co mo hoje se apresenta, não remonta a
A matéria-prima das refinarias é o pe
10
Dícksto Económíco
f
Digesto Econômico
11"
as refinarias nacionais
iiuiis de trinta anos; e Iodos os anos no-
raids,
privadas não estarão íibrigadas a certas
^"as de.scobertas ou novas técnicas vêm
produções especializadas onerosas, como
a de g.isolina de axiação, podendo con-
à luz, obrigando por xêzes à perda ou substituição de grandes aparellianicntos.
das operaç-õcs de cobertura, que culmi naram com a inva.são da Europa.
óleos crus ou brutos, separam os di\crsos
eenlrar-.si>, o cpiantu possíxel, na de mer
As <luas guerras mumliais, a segunda .so-
era, ainda mais épica, da energia atômi
produtos comerciais, modificam a pro-
cadorias dc mais fácil saída c maior ren
bretiulo. foram muito instrutivas a êste
ca. Todaxia, o pró.ximo conflito mundial
duti\'idade física e elementar dos óleos
tabilidade.
respeito.
ainda se desonxolverá, predominante
maior precisão êssc tênno. A "refina ção" ou "purifieação" ó, na realidade, apenas uma das muitas operações das
do atribuições,
refinarias modernas.
Estas destilam os
por tratamentos diversos c, finalmente,
apuram c aperfeiçoam os produtos finais, em número crescente.
Quais serão os imediatos fonieccdorcs da matéria bruta ?
O principal, naturalmente indicado, é a Venezuela. Outro, mais duvidoso em caso de conflito internacional, é o Orien
te Médio. Há ainda petróleo cm países limítrofes, como o Peru o a Bolívia. O transporte a partir do Peru (Ganzo
Azul) nas cabeceiras do Amazonas é porem problemático. Êssc combustível poderá oportunamente abastecer o Alto Amazonas. A Bolívia é mais acessívelnao devemos entretanto contar com êste petróleo normalmente, devido à distân
cia além da fraca capacidade transpor tadora da ferrovia Brasil-Bolívia( côrca de 3.500 barris por dia). A Argentina e um fornecedor potencial, porém, na turalmente cioso das próprias necessi dades, ainda não cobertas.
Uma g<yantia importante da indústria em questão é o consumo. No caso das
duas refinarias do São Paulo, verifica-se uma correspondência, e ainda com mar gem, entre a capacidade produtora total
e o consumo do "hinterland" que lhes e geográfica o naturabncnte tributário. Este compreende, além do próprio Es tado, o Norte do Paraná, o Sul de Mi nas e o Triângulo Mineiro, parte de Ma to Grosso e Goiás. O desenvolvimento
industrial paulista e as perspectivas agrí colas do Paraná e Goiás, a mecanização da lavoura, garantem um consumo cres cente e vanado,
Além disso, numa acertada repartição
Evid<'nlemente, o Conselho
Nacional não dci.xaria de atender a ne cessidades axiatórías e sobretudo aviató-
rio-mililares, mas isto está prexisto no programa das ndinarias oficiais. É o
caso da do Càihatão. A de Malarijie não considerou êste aspecto do problema de-
x ido à qualidade- do petróleo baiano, pre dominantemente parafínico e também desfax-orável à produção de bctumc ou asfalto.
O fato dc o goxêrno, diretamente ou
por meio de autarquias ou empresas de
Durante a guerra, a necessidade dc rnuis combnstíx-el, de maior número de
produtos, e de produtos cada x-ez mais perfeitos, apn-.s.saram a evolução. Quan do a indústria do petróleo começou, só se utilizava o petróleo para iluminação e
da elasticidade das manobras e
lá divisamos no horizonte uma nova
mente, ao cjue parece, sob o signo do petróleo.
Abaixando porém os olhos destas perspectivas para a preocupação do mo mento, que é a sorte das refinarias, conelui-sc pela necessidade de grande prexisão, pública e particular, referente à
algum lubrificante residual. Perdiam-se os gases, <{ue saiam juntos com o óleo
evolução c constante aperfeiçoamento
bruto, as <-ssências que doseonhecíam
emprêgo, e os resíduos capazes dos mais
excessiva preocupação dc preços de pro
numerosos e úteis artigos. O que não era
anual para ampliações e substituições
querosene es\ aia-se no ar, ou era quei
dessa indústria.
Não pode haver uma
duto babcos, justamente porque a reserva deve ser considerável, como em nenhu
economia mista, participar duma ativi
mado, (ni atirado nos cursos dágua, que
dade industrial, constitui também, até
empeslaxam, para dese.spêro dos mora
certo ponto, fator favoráx-cl às iniciatix as pri\'adas do mesmo rumo. Com efei
dores é ciiltixadores ribeirinhos. Logo,
Outra dificuldade, aliás perfeitamen
porém, a essência, o óleo eoinbustíxcí c
te xencível nas instalações e processos,
to, daí decorre um eonhecimcnto oficial
concreto e direto, não burocrático, das
o Diesel encontraram emprego nas cal deiras e motores de explosão inventados
cousas, a segurança duma boa compre
na Europa. G antomóxcl multiplieou-
mais elementar manda não confiar num
ensão das situaç-õcs, e corta garantia de
se. O avião, cujo maior problema era o motor de baixo pêso por cavalo, encon-
nas zonas de extração petrolífera, em
traxa a sua solução. Finalmente, a na
sua vizinhança imediata ou na extremi
providências gerais ex-enlualmonte ne cessárias. Até certo ponto, lemo-lo sen tido na siderurgia.
vegação comercial e logo as marinhas de
ma outra indústria.
é jx>der atender a diversos tipos de pe tróleo bruto,
visto que a previdência
único foniecedor. As refinarias situadas
dade de grandes oleodutos, podem visar
Mas uma indústria não jiode apresen
guerra, Inglaterra à frtmte, adotaram o
um único bruto, mas não as dependen
tar somente vantagens. E a das refina
niazoiit, com todas as suas x antagens do mamiseabilidadc e maior poder calorí-
tes de fomeeimcntos menos seguros. Ou
fico, o que lhes aumentou consideràvel-
utilização suficiente de todas as frações e resíduos do processo industrial. Caso semelhante ao da carne, onde a grande HiqxTiüridadc dos frigoríficos está no maior aproveitamento, nos subprodutos e no mercado externo, cujas chaves de pe
rias, não iazendo exceção, também ofe
rece algumas dificuldades. A maior, no caso, é o x iilto das instalações, ou me lhor, a grandeza dos recursos necessá rios. Segunda, o caráter de indústria
inente o raio de ação. Estaxa superada a era do caix ão de pedra, e a humani
dade entraxa na do petróleo, com todas as suas conscíjiiêneias técnicas, econômi
tra precaução importante é procurar uma
profundamente técnica, em profunda e rápid.a ex-olução. Ê.ssc caráter obriga-a
cas e políticas.
a manlcr-sc permanentemente a par do
Na última guerra, só o exército ame ricano usaxa (púnhcntos produto.s do pe
netração e transporte possuem.
tróleo e só um B29 nada menos de vinte.
tróleo bruto, ou, melhor, ligeiramente
E de qualidade cada cez melhor, como no caso das gasolinas dc aviação, de cem octanas que, mais que o.s próprios apiirclhos, foram a mola real dos grandes
tratado. As manifestações petrolíferas apresentam três formas: o gás natural, que pode sair só ou conjuntamente com o petróleo líquido; o petróleo líquido.
progresso
técnico
c científico, tanto
maior quanto impelida pela competição econômica, comercial c militar das gran des potências. Embora a indústria do
petróleo soja nova, o essencial dela. co mo hoje se apresenta, não remonta a
A matéria-prima das refinarias é o pe
-Pt 1.1,31
12
13
Digesto Econômico
DiGESTO EcONÓlktICO
.\.s reservas de Trinidad estão jjróxir.ias do célebre lago dc Qioz. O cru é
petróieo comum, bruto ou nafta; (; as
pesados. Os refinadores limitaram-sc a
dos prjncip.iis campos petrolíferos do
formas pastosas, posteriores a oxida^tles
uma classificação prática: petróleos bru
geológicas oii à ílesaparição dos <'lenientos voláteis, ou seja, o hctunie. O h<--
tos ou crus (Ic ha.sc naítcnica, dc base
mundo. O.s óletis
muito
niislo c também asseiuelha-se aos cali-
jiaral itiica, de liasc asfáltica, e dc base
com a zona: 1'ensiKânia, Mid-Continent,
fornianos e xenczuclanos, Qiarccendo das mesmas eamaclas geológicas.
americanos
\ariam
Sul, Golfo, Galilónii.i, ele. (^s da Peu-
tuine misturado com substâncias mine
mista. Os primeiros sã»» muito leves c
rais é o asfalto. O gás natural, que an tigamente SC desperdiçava, hoje apro\eita-se: "desgasolina-se", isto é, tiram-sc
dão bons coml)iisti\eis para motores de
combustão interna. Os segundos, quan do lc\cs, fornecem lions cjueroscnes; al
ção; e. inicialmente, a xantagem da p<.>
gasolina, sendo do base intermédia ou
a
qucna pntiiimlíclade
tendente a naftènica.
i
dêle as "umidades ricas" c en\"ia-se "sè-
guns produzem bons lubrificantes, o os
to" seja às cidades e centros próxíiní)s
.são mistos pesados uu aroiiuUicos naftè-
mais pesados :i parafina. Os crus asfálticos costumam conter maior proporção
nicos, asfáltieos. pouco paratinicos. O Míd-Coutim-nl ( Kau.s.is. Oklahoma, par te do Texas) é cias maiores e mais ricas
de utilização, seja a longa distância, por tubulações {pipe-lincs).
O petróleo liquido, antes de entregue às refinarias, é libertado das impurezas, terra e água. O processo é a decantação. A água (no caso soluções salinas), não
cie cnxcdrc »• fa\'oieccui a produção dc asfaltos e combustí\'ci.s pesados. \'onluiin petróleo cucai\M-sc numa categoria pura, mas c gcralmenle misto, com uma base picdonúnantí-. Quando há certa
se mistura, como é sabido, com o petró leo, porém emulsiona-se com ôle em cer
cquí\alência dc bases, dizcm-sc petró-
ta quantidade c passa a constituir um companheiro incômodo e de difícil ex
O sistema de classificação exposto ê
k-os mistos.
v;.
silvânia tixfram a melhor fama e cola
Os da Califórnia
regiões encontradas, com alto teor digasolina e nafta. F- conhecido o as pecto da cidade de Oblaluuna, onde os "derricks" (torres dc perfuração) ocu
param as praça.s )uincipuis, mascarando ü próprio Capitólio. No Texas há dife
pulsão. Alem da ação da gravidade, já útil para o refinador, porque dá logo
renças seiisixeis: .1 L-csle os óleos crus são "doces" ísxveet). eom compostos sul-
citada, outros processos costumam cmpregur-.se: aquecimento, separação clétri-
dos produtos possí\eis e das dificulda
te, pela origem geológica diversa, há
tratamento (piímico, centrifugação e
des prová\-eís. Aperfeiçoamentos têm si
filtragem.
uma idéia dos tratamentos convenientes,
do tentados no sistema, por e.xcmplo, in
O petróleo não é uma substàneia qui-
troduzindo considerações numéricas ou
mícamente definida, mas uma mistura natural e variável de hidrocarbonetos
fina (\v:i\--bcaiing 011 wax-frec), aliá.s
(compostos de carbono e hidrogênio) com alguns compostos de enxofre, azôto,
oxigênio, etc., considerados "impurezas".
referentes ao conteúdo em cera ou para acusando a falácia dc conterem apenas os crus parafíníeos.
cèni
Os refinadores antigos nunca coiice-
Se o petróleo ou, melhor, os hidrocarbo
cleram muita atenção â natureza quími
netos, são de origem mineral ou orgâni ca, é ainda questão debatida; mas, prin cipalmente pelos argumentos geológicos, a hipótese "orgânica" prepondcra. O fa to não tom importância na indústria quí mica, mas ó interessante sob o aspecto
ca dos produtos. Hoje, a situação c di
geologico e da indústria extrativa. Sendo de composição e característicos
triais a uma maior consideração da quí
muito variados, .seriam do esperar clas sificações perfeitas do petróleo. Na rea
lidade, nenhuma é inteiramente satisfa tória. Antigamente, quase se limitava a
uma ordenação pela densidade ou pelo pêso específico: petróleos leves, médios,
versa, e as propriedades untidetonantes das gasolinas e as referentes à combustão
dos óleos Dicsid, c as possibilidades rceonliecidas de si- intervir na constitui
ção da matéria estão levando os,indus mica do petróleo. A representação da composição dos
petróleos crus por diagramas triangula res Ou mesmo poliédrícos é interessante, mas dc alcance limitado.
A título meramente ilustrativo, dare mos uma sumaríssíma idéia da natureza
furados inofeusixos, ao pa.ssü que a Oes
forte teor de parafina e compostos corrosi\'OS de enxofre. Nas Montanhas Rochosas (i. e., na área próxima) abun dam os "óleos negros" de alto teor cm enxofre. Na costa do Golfo, aos óleos
pesados, pobres em [gasolina, têm suce dido, com o aprofundamento das perfu rações, óleos lex-es mais ricos. No México, os primeiros poços nota
bilizaram-se pela forte pressão; muitas vêzes ficavam largo tempo descontrola
dos, jorrando cm pura perda. Notam-se aí pelo menos duas (Qualidades de óleo.
O óleo peruano apresenta alto teor de Ras.sindo ao vellio Continente, temos
em Qiriineira Qilana o.s óleos rumaicos, classificáveis geològieamente em Mcólico-plioeenos (wax bearing) e Dácicos (asfállieos, sem parafina). Tem caráter aromático, do que- resultou certa modali dade de refinação.
A Polônia aQ>rcsenla duas qualidades" de petróleo, conforme a provcniêiicia: . Scliüdwica ^parafínico-asfáltico) c Bondaw (xvax-bearing). As manifestações na .\lomanha, Fraii-
ça e Inglaterra têm pouca importância. : Nas fronteiras da Europa é inqDossi-
vel esquecer Baku e o Cásjíio, de óleos naftênicos. O málico é mais pròpríamenlc misto. Gs do NE do Guucaso
pareceín aQiroxiniar-sc dos tipos mexica nos.
Os do Oriente Médio, nem todos
bem divulgados, aQjrxxsentam certa uni
Mid-Contincnt.
O petróleo irânico tende ao QXirafínico.
sos a ponto de exigirem acQuccimenlo pa ra escorreu", eom en.xofre até .5%, pobres
No Norte da África pouquíssima pro dução existe: há o óleo egípcio, misto pesado, o o óleo marroquino, com ana logias eom o rumaico.
em gasolina e nafta. Enfim, material de baixa qualidade, para obtenção de "fucl"
jazidas dc Bornéu, de óleo j>osado, pou
e asfalto. E os do Sul, mais leves.
co asfállico, rico em
Os do Norte, pesados, asfáltieos, visco-
O venezuelano é frcíQuentcmcnte mis
to, pesado c negro.
Alguns asseme
lham-se aos da Califórnia. Mas há le ves, ricos em essência. Geralmente de
origem cretácea e terciáría.
1 %
formidade. Podem ser considerados mis- " (os. ou de base Qjarafínica ou asfáltica, ricos em e.ssência mas sulfurosos .n Al«nms a.ssemclliam-se uos americanos do
No Extremo Oriente são notáveis as
hidrocarbonetos
aromáticos. Outros geograficamente co
nexos, do arquipélago do Pacífico, são
igualmente aromáticos. O jajDonês é x-ariado, naftênico, favorá vel à jprodução de "fuel".
-Pt 1.1,31
12
13
Digesto Econômico
DiGESTO EcONÓlktICO
.\.s reservas de Trinidad estão jjróxir.ias do célebre lago dc Qioz. O cru é
petróieo comum, bruto ou nafta; (; as
pesados. Os refinadores limitaram-sc a
dos prjncip.iis campos petrolíferos do
formas pastosas, posteriores a oxida^tles
uma classificação prática: petróleos bru
geológicas oii à ílesaparição dos <'lenientos voláteis, ou seja, o hctunie. O h<--
tos ou crus (Ic ha.sc naítcnica, dc base
mundo. O.s óletis
muito
niislo c também asseiuelha-se aos cali-
jiaral itiica, de liasc asfáltica, e dc base
com a zona: 1'ensiKânia, Mid-Continent,
fornianos e xenczuclanos, Qiarccendo das mesmas eamaclas geológicas.
americanos
\ariam
Sul, Golfo, Galilónii.i, ele. (^s da Peu-
tuine misturado com substâncias mine
mista. Os primeiros sã»» muito leves c
rais é o asfalto. O gás natural, que an tigamente SC desperdiçava, hoje apro\eita-se: "desgasolina-se", isto é, tiram-sc
dão bons coml)iisti\eis para motores de
combustão interna. Os segundos, quan do lc\cs, fornecem lions cjueroscnes; al
ção; e. inicialmente, a xantagem da p<.>
gasolina, sendo do base intermédia ou
a
qucna pntiiimlíclade
tendente a naftènica.
i
dêle as "umidades ricas" c en\"ia-se "sè-
guns produzem bons lubrificantes, o os
to" seja às cidades e centros próxíiní)s
.são mistos pesados uu aroiiuUicos naftè-
mais pesados :i parafina. Os crus asfálticos costumam conter maior proporção
nicos, asfáltieos. pouco paratinicos. O Míd-Coutim-nl ( Kau.s.is. Oklahoma, par te do Texas) é cias maiores e mais ricas
de utilização, seja a longa distância, por tubulações {pipe-lincs).
O petróleo liquido, antes de entregue às refinarias, é libertado das impurezas, terra e água. O processo é a decantação. A água (no caso soluções salinas), não
cie cnxcdrc »• fa\'oieccui a produção dc asfaltos e combustí\'ci.s pesados. \'onluiin petróleo cucai\M-sc numa categoria pura, mas c gcralmenle misto, com uma base picdonúnantí-. Quando há certa
se mistura, como é sabido, com o petró leo, porém emulsiona-se com ôle em cer
cquí\alência dc bases, dizcm-sc petró-
ta quantidade c passa a constituir um companheiro incômodo e de difícil ex
O sistema de classificação exposto ê
k-os mistos.
v;.
silvânia tixfram a melhor fama e cola
Os da Califórnia
regiões encontradas, com alto teor digasolina e nafta. F- conhecido o as pecto da cidade de Oblaluuna, onde os "derricks" (torres dc perfuração) ocu
param as praça.s )uincipuis, mascarando ü próprio Capitólio. No Texas há dife
pulsão. Alem da ação da gravidade, já útil para o refinador, porque dá logo
renças seiisixeis: .1 L-csle os óleos crus são "doces" ísxveet). eom compostos sul-
citada, outros processos costumam cmpregur-.se: aquecimento, separação clétri-
dos produtos possí\eis e das dificulda
te, pela origem geológica diversa, há
tratamento (piímico, centrifugação e
des prová\-eís. Aperfeiçoamentos têm si
filtragem.
uma idéia dos tratamentos convenientes,
do tentados no sistema, por e.xcmplo, in
O petróleo não é uma substàneia qui-
troduzindo considerações numéricas ou
mícamente definida, mas uma mistura natural e variável de hidrocarbonetos
fina (\v:i\--bcaiing 011 wax-frec), aliá.s
(compostos de carbono e hidrogênio) com alguns compostos de enxofre, azôto,
oxigênio, etc., considerados "impurezas".
referentes ao conteúdo em cera ou para acusando a falácia dc conterem apenas os crus parafíníeos.
cèni
Os refinadores antigos nunca coiice-
Se o petróleo ou, melhor, os hidrocarbo
cleram muita atenção â natureza quími
netos, são de origem mineral ou orgâni ca, é ainda questão debatida; mas, prin cipalmente pelos argumentos geológicos, a hipótese "orgânica" prepondcra. O fa to não tom importância na indústria quí mica, mas ó interessante sob o aspecto
ca dos produtos. Hoje, a situação c di
geologico e da indústria extrativa. Sendo de composição e característicos
triais a uma maior consideração da quí
muito variados, .seriam do esperar clas sificações perfeitas do petróleo. Na rea
lidade, nenhuma é inteiramente satisfa tória. Antigamente, quase se limitava a
uma ordenação pela densidade ou pelo pêso específico: petróleos leves, médios,
versa, e as propriedades untidetonantes das gasolinas e as referentes à combustão
dos óleos Dicsid, c as possibilidades rceonliecidas de si- intervir na constitui
ção da matéria estão levando os,indus mica do petróleo. A representação da composição dos
petróleos crus por diagramas triangula res Ou mesmo poliédrícos é interessante, mas dc alcance limitado.
A título meramente ilustrativo, dare mos uma sumaríssíma idéia da natureza
furados inofeusixos, ao pa.ssü que a Oes
forte teor de parafina e compostos corrosi\'OS de enxofre. Nas Montanhas Rochosas (i. e., na área próxima) abun dam os "óleos negros" de alto teor cm enxofre. Na costa do Golfo, aos óleos
pesados, pobres em [gasolina, têm suce dido, com o aprofundamento das perfu rações, óleos lex-es mais ricos. No México, os primeiros poços nota
bilizaram-se pela forte pressão; muitas vêzes ficavam largo tempo descontrola
dos, jorrando cm pura perda. Notam-se aí pelo menos duas (Qualidades de óleo.
O óleo peruano apresenta alto teor de Ras.sindo ao vellio Continente, temos
em Qiriineira Qilana o.s óleos rumaicos, classificáveis geològieamente em Mcólico-plioeenos (wax bearing) e Dácicos (asfállieos, sem parafina). Tem caráter aromático, do que- resultou certa modali dade de refinação.
A Polônia aQ>rcsenla duas qualidades" de petróleo, conforme a provcniêiicia: . Scliüdwica ^parafínico-asfáltico) c Bondaw (xvax-bearing). As manifestações na .\lomanha, Fraii-
ça e Inglaterra têm pouca importância. : Nas fronteiras da Europa é inqDossi-
vel esquecer Baku e o Cásjíio, de óleos naftênicos. O málico é mais pròpríamenlc misto. Gs do NE do Guucaso
pareceín aQiroxiniar-sc dos tipos mexica nos.
Os do Oriente Médio, nem todos
bem divulgados, aQjrxxsentam certa uni
Mid-Contincnt.
O petróleo irânico tende ao QXirafínico.
sos a ponto de exigirem acQuccimenlo pa ra escorreu", eom en.xofre até .5%, pobres
No Norte da África pouquíssima pro dução existe: há o óleo egípcio, misto pesado, o o óleo marroquino, com ana logias eom o rumaico.
em gasolina e nafta. Enfim, material de baixa qualidade, para obtenção de "fucl"
jazidas dc Bornéu, de óleo j>osado, pou
e asfalto. E os do Sul, mais leves.
co asfállico, rico em
Os do Norte, pesados, asfáltieos, visco-
O venezuelano é frcíQuentcmcnte mis
to, pesado c negro.
Alguns asseme
lham-se aos da Califórnia. Mas há le ves, ricos em essência. Geralmente de
origem cretácea e terciáría.
1 %
formidade. Podem ser considerados mis- " (os. ou de base Qjarafínica ou asfáltica, ricos em e.ssência mas sulfurosos .n Al«nms a.ssemclliam-se uos americanos do
No Extremo Oriente são notáveis as
hidrocarbonetos
aromáticos. Outros geograficamente co
nexos, do arquipélago do Pacífico, são
igualmente aromáticos. O jajDonês é x-ariado, naftênico, favorá vel à jprodução de "fuel".
IfPP
w
14
Dicesto Econ'ó>uco
\'í)Jtanclo, portMi), às taractcrísticas fí sicas do petróleo natural, repetiremos que a principal é o pèsíJ específico, \ariável entre larj^os limites. Ein geral entre 0.700 a 1.000, ha\endo poréiií qualidade russa com 0.650 e me.vicana .
mente dita, e da forma mais es<jucmá-
T
tica, pois o nosso objetivo não é uma exposição técnica, mas apenas um escla recimento aos leigos sòlire uma indústria
Como já foi dito, o que se chama "re
com 1.080.
Muitas propriedades físicas são inte ressantes, umas do ponto de vista cien
tífico, outras <]e acordo com os objeti-
múltiplo e complexo de separação de componentes (ou grupos de componen fícantc-s, citaremos a "\i.scosidade", <jiie, tes) de fabricação de certos produtos e entretanto, já não interessa às gasolinas finalmente, de refinação em sentido res c pouco (temperaturas muito baixas) ao trito. A base teíírica c fundamental de óleo Diesel. Os índices de refração óti todo o ]nocesso é simples: uma destílaca tèm importância na carac-terização das çao fracionada, (pu- conhecemos da fí "frações" do petróleo. O poder rotató sica elementar. Na realidade, porém o rio, exigido por qua.si» todos os óleos crus, processo multiplica-se, complica-se'e tem sobretudo interesse científico, c<)inpleta-se de muitas maneiras, consÜapoiando a teoria da origem orgânica do tinndo hoje técnica assa/, especializada petróleo. Como mistura que é o petróleo, de di A fltiore.scencia, estreitamente relacio versas substancias de diferentes tensões nada com a absorção uItra\ioleta, c<nno de Nupor ou diferentes pontos de ebuli sua recmissão \isível, v sobretudo pro ção. a aplicação contínua do calor irá nunciada nos compostos aromáticos, po produzindo unia evaporação separada e dendo .ser utilizada jíor exenqjlo no con progressiva para cada composto ou prà Mçao. .A. composição destas frações é limnogcKuzada e mais bem determinada
reza dos hidrocarbonetos.
por lima conveniente manipulação do
O calor la
tente de vaporização tem grande impor tância técnica e industrial, j>or interfe rir estreitamente com o projeto e cálculo das in.stalações de refinarias. Do mesmo modo, o calor específico, usado c:m to
dos eômputos 'de aquecimento ou res friamento dos produtos. E ainda os pon. tos críticos de temperatura, pre são e \'olumes, de\ido às práticas modernas de
refinação sob altas pressões e tempera turas. Para outros fins técnicos, eitaría-
jnos ainda os "flash and fire points", o "anilín point", a tendência à eletrifica
ção estática, o pêso molecular, etc.
Depois desta introdução preparatória, x'amí)s encarar a "refinação" própria-
O processo começa pelo aquecimento
(jue já falamos. São êstes os griqx)S . i funchnmntais do proces.so. De cima até ;
ou bruta (raw ou straight-run gasoline),
namente de numerosos "pra
tos" ou "bandejas" (trays).
que formam câmaras intercomunicantes verticalmente.
Estas íntercomunicações fa zem-se de dois modos: por tnbos-ladrões (tvoppleins ou ovcrfiow-pipcs) c por esca-
padouros com (bubblccaps).
cbapeletas Os primei
ros escoam o líquido exce dente da bandeja superior
na inferior; os .sogundo.s dão saída dos vapores da câma
Para isto os aparelhos, em que o proces so tem lugar, são providos de disposi ções adequadas. As diversas frações da inislura petrolífera extraem-se em pon
Ambos os disjXísitivo.s são de oclusão hi dráulica. A piirtc mais pesada do pe-
tos diversos do aparelho e recoDiem-se
triíleo acumiila-sc no fundo da torre,
separadamente. Trata-se das fraçpcs
donde é extraída. O resto, composto de
ra inferior para a superior.
maiores, principais, industriais, o não
vapor e suspensões lí([uidas, sobe, atra
ainda de toda a imensa e.sealu do produ tos cada vez mais .subdivididos e espe
vessa as câmaras e deixa em cada ban
deja uma porção mais condensável, ao
passo que a porção mais leve ascende até o topo, onde é captada para ser en viada a um conclensaclor.
rudimentar, é boje contínuo e objeto de aperfeiçoamento constantes.
A alturas determinadas no fuste da
Êstes re
ferem-se sobretudo à qualidade e varie dade dos produtos, e ao aproveitamento
Os vapores condensados, saídos pelo tiipo. dão a "ga.solina" virgem, imediata dc que parte é bombada de novo na t()rre.
Toclo.s os grupos retirados suo •
resfriados ou condensados, guardados em , reservatórios ou submetidos a novos pro- • cesses de mistura ou puri ficação.
Em cada bandeja a oclu são hidráulica não só separa
as conqxisi^^ões como, sobre- • tudo, facilita o contato dos
líquidos descendentes com os vapores ascendentes, fa zendo com que êstes se en
riqueçam
dos
elementos
mais voláteis e aqueles cap tem as umidades carregadas
pelos vapores. Após alguns minutos cie funcionamento o
equilíbrio das composições, trocas e temperatura, estabelecc-sc, e o procc.sso prossegue nor-
malmonte. Como o depósito inferior cíos- . luma reter cm suspensão produtos volá
teis, uma injeção de vapor liberta-os, e o resíduo restante pode ser retirado para' posterior tratamento e aproveitamento de asfalto, lubrificantes, combustível, tu
do conforme a natureza da matéria-piima e os objetivos industriais.
Esta separação, física e preliminar, cpie inicialmente só visava a gasolina por
torre bá geralmente dois ou três pontos
assim dizer preexistente no petróleo
intermediários de extração. A eles cor-
cru, facilmente rctirável, é o "topping", expressão comum na técnica da refma-
rc.spondein, de cima para baixo, o "que--- Ai.ii.-
realidade costumem ser a^x^nas amare
refinarias, cpie e a 'torre de tvaeionamento", "de horhnlliamento", ou "bnbbic tower". São os grandes cilindros metálicos, de dois a três metros de diâ rística. Não é um cilindro inteiramente ôco, mas gnarneeido inter
ciais, que se contam por centenas O proces.so, que já foi descontínuo e
ra baixo, são os "negros", embora na
tróleo para o apaivllio mais típico das
dão às refinarias a sua silluieta caracte
petróleo <• de seus produtos nascentes.
os (pierosenes, os produtos chamam-se ^ "brancos" ou "claros"; do "gas oil" pa- .
los ou pardos.
metro c trinta a quarenta de altura, que
tieamente. para cada fração da conipò-
ráveis com o tempo. O ponto do fusão é imi auxiliar útil na apreciação da pu
ro ene bruto", o "gus oil" c os "desti lados", afora o "resíduo" do fundo, de ,
to. Evitando nalnralmenle (piaUpier contato com as chamas. Daí passa o pe
finação" do petróleo não é uma refinação ou purificação simple.s. mas um processo
\os industriais. Na fabricação dos liil^ri-
trole dos óleos i.soladf)re.s, muito deterio-
do calor, antes grandemente perdido na di.spcrsão das operações.
do petróleo, (pie aliavcssa nina fornalha por dentro de uma serpentina de pe queno diâmetro mas grande comprimen
«• um negócio (pie, no momento, desper ta a curiosidade popular.
15
Digesto Econômico
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Dicesto Econ'ó>uco
\'í)Jtanclo, portMi), às taractcrísticas fí sicas do petróleo natural, repetiremos que a principal é o pèsíJ específico, \ariável entre larj^os limites. Ein geral entre 0.700 a 1.000, ha\endo poréiií qualidade russa com 0.650 e me.vicana .
mente dita, e da forma mais es<jucmá-
T
tica, pois o nosso objetivo não é uma exposição técnica, mas apenas um escla recimento aos leigos sòlire uma indústria
Como já foi dito, o que se chama "re
com 1.080.
Muitas propriedades físicas são inte ressantes, umas do ponto de vista cien
tífico, outras <]e acordo com os objeti-
múltiplo e complexo de separação de componentes (ou grupos de componen fícantc-s, citaremos a "\i.scosidade", <jiie, tes) de fabricação de certos produtos e entretanto, já não interessa às gasolinas finalmente, de refinação em sentido res c pouco (temperaturas muito baixas) ao trito. A base teíírica c fundamental de óleo Diesel. Os índices de refração óti todo o ]nocesso é simples: uma destílaca tèm importância na carac-terização das çao fracionada, (pu- conhecemos da fí "frações" do petróleo. O poder rotató sica elementar. Na realidade, porém o rio, exigido por qua.si» todos os óleos crus, processo multiplica-se, complica-se'e tem sobretudo interesse científico, c<)inpleta-se de muitas maneiras, consÜapoiando a teoria da origem orgânica do tinndo hoje técnica assa/, especializada petróleo. Como mistura que é o petróleo, de di A fltiore.scencia, estreitamente relacio versas substancias de diferentes tensões nada com a absorção uItra\ioleta, c<nno de Nupor ou diferentes pontos de ebuli sua recmissão \isível, v sobretudo pro ção. a aplicação contínua do calor irá nunciada nos compostos aromáticos, po produzindo unia evaporação separada e dendo .ser utilizada jíor exenqjlo no con progressiva para cada composto ou prà Mçao. .A. composição destas frações é limnogcKuzada e mais bem determinada
reza dos hidrocarbonetos.
por lima conveniente manipulação do
O calor la
tente de vaporização tem grande impor tância técnica e industrial, j>or interfe rir estreitamente com o projeto e cálculo das in.stalações de refinarias. Do mesmo modo, o calor específico, usado c:m to
dos eômputos 'de aquecimento ou res friamento dos produtos. E ainda os pon. tos críticos de temperatura, pre são e \'olumes, de\ido às práticas modernas de
refinação sob altas pressões e tempera turas. Para outros fins técnicos, eitaría-
jnos ainda os "flash and fire points", o "anilín point", a tendência à eletrifica
ção estática, o pêso molecular, etc.
Depois desta introdução preparatória, x'amí)s encarar a "refinação" própria-
O processo começa pelo aquecimento
(jue já falamos. São êstes os griqx)S . i funchnmntais do proces.so. De cima até ;
ou bruta (raw ou straight-run gasoline),
namente de numerosos "pra
tos" ou "bandejas" (trays).
que formam câmaras intercomunicantes verticalmente.
Estas íntercomunicações fa zem-se de dois modos: por tnbos-ladrões (tvoppleins ou ovcrfiow-pipcs) c por esca-
padouros com (bubblccaps).
cbapeletas Os primei
ros escoam o líquido exce dente da bandeja superior
na inferior; os .sogundo.s dão saída dos vapores da câma
Para isto os aparelhos, em que o proces so tem lugar, são providos de disposi ções adequadas. As diversas frações da inislura petrolífera extraem-se em pon
Ambos os disjXísitivo.s são de oclusão hi dráulica. A piirtc mais pesada do pe-
tos diversos do aparelho e recoDiem-se
triíleo acumiila-sc no fundo da torre,
separadamente. Trata-se das fraçpcs
donde é extraída. O resto, composto de
ra inferior para a superior.
maiores, principais, industriais, o não
vapor e suspensões lí([uidas, sobe, atra
ainda de toda a imensa e.sealu do produ tos cada vez mais .subdivididos e espe
vessa as câmaras e deixa em cada ban
deja uma porção mais condensável, ao
passo que a porção mais leve ascende até o topo, onde é captada para ser en viada a um conclensaclor.
rudimentar, é boje contínuo e objeto de aperfeiçoamento constantes.
A alturas determinadas no fuste da
Êstes re
ferem-se sobretudo à qualidade e varie dade dos produtos, e ao aproveitamento
Os vapores condensados, saídos pelo tiipo. dão a "ga.solina" virgem, imediata dc que parte é bombada de novo na t()rre.
Toclo.s os grupos retirados suo •
resfriados ou condensados, guardados em , reservatórios ou submetidos a novos pro- • cesses de mistura ou puri ficação.
Em cada bandeja a oclu são hidráulica não só separa
as conqxisi^^ões como, sobre- • tudo, facilita o contato dos
líquidos descendentes com os vapores ascendentes, fa zendo com que êstes se en
riqueçam
dos
elementos
mais voláteis e aqueles cap tem as umidades carregadas
pelos vapores. Após alguns minutos cie funcionamento o
equilíbrio das composições, trocas e temperatura, estabelecc-sc, e o procc.sso prossegue nor-
malmonte. Como o depósito inferior cíos- . luma reter cm suspensão produtos volá
teis, uma injeção de vapor liberta-os, e o resíduo restante pode ser retirado para' posterior tratamento e aproveitamento de asfalto, lubrificantes, combustível, tu
do conforme a natureza da matéria-piima e os objetivos industriais.
Esta separação, física e preliminar, cpie inicialmente só visava a gasolina por
torre bá geralmente dois ou três pontos
assim dizer preexistente no petróleo
intermediários de extração. A eles cor-
cru, facilmente rctirável, é o "topping", expressão comum na técnica da refma-
rc.spondein, de cima para baixo, o "que--- Ai.ii.-
realidade costumem ser a^x^nas amare
refinarias, cpie e a 'torre de tvaeionamento", "de horhnlliamento", ou "bnbbic tower". São os grandes cilindros metálicos, de dois a três metros de diâ rística. Não é um cilindro inteiramente ôco, mas gnarneeido inter
ciais, que se contam por centenas O proces.so, que já foi descontínuo e
ra baixo, são os "negros", embora na
tróleo para o apaivllio mais típico das
dão às refinarias a sua silluieta caracte
petróleo <• de seus produtos nascentes.
os (pierosenes, os produtos chamam-se ^ "brancos" ou "claros"; do "gas oil" pa- .
los ou pardos.
metro c trinta a quarenta de altura, que
tieamente. para cada fração da conipò-
ráveis com o tempo. O ponto do fusão é imi auxiliar útil na apreciação da pu
ro ene bruto", o "gus oil" c os "desti lados", afora o "resíduo" do fundo, de ,
to. Evitando nalnralmenle (piaUpier contato com as chamas. Daí passa o pe
finação" do petróleo não é uma refinação ou purificação simple.s. mas um processo
\os industriais. Na fabricação dos liil^ri-
trole dos óleos i.soladf)re.s, muito deterio-
do calor, antes grandemente perdido na di.spcrsão das operações.
do petróleo, (pie aliavcssa nina fornalha por dentro de uma serpentina de pe queno diâmetro mas grande comprimen
«• um negócio (pie, no momento, desper ta a curiosidade popular.
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Digesto Econômico
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16
Dicicsto Econónuco
(,ão; "topping", isto é, corte por cima, ciccotc, fracionamcnto. Uma instalação de topping on clostílaçao elementar do petróleo ptjde consistir mima só tôrre
' ou coluna, ou subdividir-se em três (cor respondentes, respectivamente, a gaso lina, querosene e gasóleo). As diversas retiradas ou extrações cliamarn-se "coupes" (fr.)., "taglí" (ital.) ou "cnts"
f
I , I' —'
ção elementarK a de "eracking" (obti
da neste processo especial, de que nín<ÍA falaremos), c a de aviação, de qiudidadcs especiais. O qucro.sem- é um tõnoo extenso, mas frecjuentemente rcsuine-se
ao óleo ou petróleo "lampant" dos franCí-.ses. o "petróleo" "loul court" de di versos pai.sc-s, o "azeite de eandiciro" dos
peninsnlarc-s.
o
"Leuehtol"
alemão.
íingl.), c nós chamaríamos "frações" ou "fatias". Na prática cada fração
sao sinônimos.
apresenta certa contaminação ou mistu
(• í')Ieo para fornallia .são cjuase sinôni
ra de produto vizinho.
mos; na realidade resíduo é térmo muito
Convém notar
l'iiel oi! . óleo comlmstível, inazout, R«%sídno (combustível)
em parêntese, a impíirtàncía da nomen clatura na indústria petrolífera. 15 ^ini
exl.-nso, c rmi aplicação frc-cpiente ao as
verdadeiro "jargon", ora cicntífieo, ora
Uá firialm. Tile a nc)t;ir ;is semellumças ou vizinliançus importantes: gasolinas, nafta.s. agnarrás (white-.spirit), benzinas
técnico, ora popular, nem sempre preci so e coerente. O leigo deve fazer disso
uma leve idéia, para prcxenir algumas " confusõe.s gro.ssciras c compreender as
.'exposições usuais em assunto já popular Topping, craclíing, reforming, oetana ee-
tana, etc. são palavrões (pie já ingrcs•sam na linguagem corrente. Devido ao predomínio técnico c econômico, a no menclatura americana é freqüentemente adotada ao menos paralelamente, nos li vros doutras nacionalidades.
mos. Por exemplo, na Inglaterra, "pctroleum" (petróleo) e "petrol" (gasoli Nem, em francês e in«^Ié.s "i.\-
ploralion" (exploração preliiuínar, re conhecimento) e (explotation ou cxploítatlon" (e.xploração comercial).
.solvc-ntc s; o gás oi! e o óleo Diosel; que rosene e óleo cie trator; c-te.
Voltando porc-m ao assunto, havíamos
atingido, no processo da refinação, à produção (]<)!• grupos c-s.seneiais. obtidos
no topping. Nao páni contudo aí a in
dústria moderna.
O topping. feito à
pressão atmosfc'Tk;i, não .s;iti.sfuz a tôdas as ncec!s.sida<les. Quando é for^-oso evi tar perdas no tratamento e manuseio de
É necessário nao confundir certos t«V-
na).
falto <• COCIIIC.
Nafta
muitas vêzcs é o simples petróleo líqui'-
do natural, ac<!pcão antiga; oulras vè-
Zes, é o produto l(jve preliminar, para lelo à gasolina, do topping. A gasolina nossa e americana em nmifo.s países <• conhecida por licn/ina; às vêzes "motor spírit" ou essência, embora êsto último
.térmo lenha maior extensão. A própria
produtos volátc-is. proenra-se oporar sob pressão, a fim de favorec-er a condensa
ção cie eompívstos lev es eomo a propana, biitana. pcnlana, etc. É a chamada "es
tabilização" da gasolina. N;, rnc.sma or dem cic- idéias há os processos denomi nados dc "clcxstilação arootrópiea" « "cxtraliva".
Dos novos procc.s.sos, cc)uipU.„,entareS
da destilação, o mais imjx)rtante ,6 o "eracking" — outro tc-nno eorrcnite de
ipu' muitos ignoram a significação. Se t) eracking na rc-;ilidade c conhecido há noventa anos, só nos últimos luslros as
sumiu a tremenda importância, que hoje
.gasolina apresenta diversas variedades-' tem . (iontani cjiic a sua descoberta pro a natural (aproveitada dos gases muito veio da falta dum operário, que preci
volátei.s); a "straight-rnn" (da destila-
sando au.scntar-se por momentos do serííÁMiaLS,
1
«
/I
Dicesto Econóaíico
viço, antes de s;ur ;itiv()u o fogo duma de.slilacáo. Ao voltar verificou que re sultar:! um produto melhor. A historie ta p:irece pura invenção. p;\ra fazer
"penclant" com a do célebre- menino inglc'.s, qiie por preguiça inventara o autoinalismo chi mácjniiia a v;ipor.
O (|ue c.iraetcriza o eracking cm rc--
17
das essências de elevado número de octa-
nas foi decisiva para a aviação, o que quer dizer, p;ira a vitória. O processo do eracking.
aplicado o aperfeiçoado
com rapidez, enfrentou o problema e salvou a situação. Êlc aumentou a pro dução dc essência por tonelada de pe tróleo cru em mais de cinqüenta por
laç:'io ao topping i- ;i ação sobre a estru
cento.
tura intinai da inaléria, modificando ou
O cnicking produz gases ;!provcitávcis, ora pani compostos úteis, ora para liquchição .sob pressõe.s moderadas. Ê o ca so do supcrgás argentino, mistura de propano c butano, hojc^ muito divulgado
roínpenclo ;i sua coustitnição molecular, transformando produtos de grande pèso molecular c-m oulro.s de menor peso e dc
mais b:iixo ponto dc- ebulição. Cracking
(|ner dizer niplur;i; os espanhóis pro põem "cia(]uc-o". A destilação 6 um processo puramc-nte físico, "conservativo"; o cracking c- já ciuimico, "destruti
para uso domiciliar. Tomos até :igora falado da operação cpie uliliz:! scmiente a temperatura e a
prcs.são. É o chamado "cracking térmi Mas há ainda nutra espécie im portantíssima: o "cracking cutalítico",
vo". As suas condições principais são aU:is temperaturas e altas pressões. Por
co".
isso diz-sc cjue c'- uma pirogenação ou
inva-ntado ou, melhor, aperfeiçoado por
uma pirocísão.
A (le.stilação c-lement:ir do pc-tróleo não
pode elevar clc-mais suas tempcnaturas. justamente- porcpie. a partir dc- certo pon to. além chi separação física começa a notar-se um princípio cie decomposição molecular. Istct já a 350" C. A maté
ria-prima pani a cracking são não somen te os derivados pcsado.s do pctrólc-o, gás oil. ((ueroscne, fucl oil, como as naftas
pc.sacias. Resulta uma maior proporção
Hodrv, muito recentemente.
Aí sur-
gcjn elementos catalisadore.s, que melho ram ou intensificam as reações c dispen sam a.s temperaturas o pressões exce.ssivas. São gcialmente pós terrosos de sílica-alumina, aluinina-magnésia, silicato de alumínio, clorato de alumínio, óxido dc ferro, etc.
Há diversas maneiras de aplicar o ca talisador c daí os diversos processos: re
de gasolina, gasolinas leves e gasolinas
vestimento e.stático (fixed beds), leito móvel, cracking suspensóide, catálise
dc alto número dc- oelanas.
fluida, etc. No sistema Perco Cyclovcr-
A obtenção de g;isolin:i de alto Índico do oct:ina.s a partir da giisolina straightnin, c mais pròpriameiili- o "reforming".
;i]!ontado ao :icas() — o tratamento pode
sion da Phillips Pctroleum Co. — um utilizar, com pouca :!dapt:íção, ;i mes
ma instalação de desulfuração c dc re
Nesta operação atenuam-sc :i.s perdas e a produção dc gases pelo "cpienching",
forming, c o cat:!li.sador usual ê a
isto é, um reslriamcntcí hnisc-o pela in
h;uixit;i
jeção de matéria rcíormancla fria.
A.s rcfinari:is dc Mataripc- c do Cuhatáo aplicarão o cracking térmico; a de Capimva adotou preferencialmente o cracking catalítico.
Isto, a partir da primeira guerra mun dial, atendi:! às necessidades prementes
das potênehis em luta, tanto para o.s usos civis c industriais, como para a íinerra.
No segundo conflito a cjuestão
Processos complementarcs do cracking e. do reforming são a polinit-rização, a
■■■' .
16
Dicicsto Econónuco
(,ão; "topping", isto é, corte por cima, ciccotc, fracionamcnto. Uma instalação de topping on clostílaçao elementar do petróleo ptjde consistir mima só tôrre
' ou coluna, ou subdividir-se em três (cor respondentes, respectivamente, a gaso lina, querosene e gasóleo). As diversas retiradas ou extrações cliamarn-se "coupes" (fr.)., "taglí" (ital.) ou "cnts"
f
I , I' —'
ção elementarK a de "eracking" (obti
da neste processo especial, de que nín<ÍA falaremos), c a de aviação, de qiudidadcs especiais. O qucro.sem- é um tõnoo extenso, mas frecjuentemente rcsuine-se
ao óleo ou petróleo "lampant" dos franCí-.ses. o "petróleo" "loul court" de di versos pai.sc-s, o "azeite de eandiciro" dos
peninsnlarc-s.
o
"Leuehtol"
alemão.
íingl.), c nós chamaríamos "frações" ou "fatias". Na prática cada fração
sao sinônimos.
apresenta certa contaminação ou mistu
(• í')Ieo para fornallia .são cjuase sinôni
ra de produto vizinho.
mos; na realidade resíduo é térmo muito
Convém notar
l'iiel oi! . óleo comlmstível, inazout, R«%sídno (combustível)
em parêntese, a impíirtàncía da nomen clatura na indústria petrolífera. 15 ^ini
exl.-nso, c rmi aplicação frc-cpiente ao as
verdadeiro "jargon", ora cicntífieo, ora
Uá firialm. Tile a nc)t;ir ;is semellumças ou vizinliançus importantes: gasolinas, nafta.s. agnarrás (white-.spirit), benzinas
técnico, ora popular, nem sempre preci so e coerente. O leigo deve fazer disso
uma leve idéia, para prcxenir algumas " confusõe.s gro.ssciras c compreender as
.'exposições usuais em assunto já popular Topping, craclíing, reforming, oetana ee-
tana, etc. são palavrões (pie já ingrcs•sam na linguagem corrente. Devido ao predomínio técnico c econômico, a no menclatura americana é freqüentemente adotada ao menos paralelamente, nos li vros doutras nacionalidades.
mos. Por exemplo, na Inglaterra, "pctroleum" (petróleo) e "petrol" (gasoli Nem, em francês e in«^Ié.s "i.\-
ploralion" (exploração preliiuínar, re conhecimento) e (explotation ou cxploítatlon" (e.xploração comercial).
.solvc-ntc s; o gás oi! e o óleo Diosel; que rosene e óleo cie trator; c-te.
Voltando porc-m ao assunto, havíamos
atingido, no processo da refinação, à produção (]<)!• grupos c-s.seneiais. obtidos
no topping. Nao páni contudo aí a in
dústria moderna.
O topping. feito à
pressão atmosfc'Tk;i, não .s;iti.sfuz a tôdas as ncec!s.sida<les. Quando é for^-oso evi tar perdas no tratamento e manuseio de
É necessário nao confundir certos t«V-
na).
falto <• COCIIIC.
Nafta
muitas vêzcs é o simples petróleo líqui'-
do natural, ac<!pcão antiga; oulras vè-
Zes, é o produto l(jve preliminar, para lelo à gasolina, do topping. A gasolina nossa e americana em nmifo.s países <• conhecida por licn/ina; às vêzes "motor spírit" ou essência, embora êsto último
.térmo lenha maior extensão. A própria
produtos volátc-is. proenra-se oporar sob pressão, a fim de favorec-er a condensa
ção cie eompívstos lev es eomo a propana, biitana. pcnlana, etc. É a chamada "es
tabilização" da gasolina. N;, rnc.sma or dem cic- idéias há os processos denomi nados dc "clcxstilação arootrópiea" « "cxtraliva".
Dos novos procc.s.sos, cc)uipU.„,entareS
da destilação, o mais imjx)rtante ,6 o "eracking" — outro tc-nno eorrcnite de
ipu' muitos ignoram a significação. Se t) eracking na rc-;ilidade c conhecido há noventa anos, só nos últimos luslros as
sumiu a tremenda importância, que hoje
.gasolina apresenta diversas variedades-' tem . (iontani cjiic a sua descoberta pro a natural (aproveitada dos gases muito veio da falta dum operário, que preci
volátei.s); a "straight-rnn" (da destila-
sando au.scntar-se por momentos do serííÁMiaLS,
1
«
/I
Dicesto Econóaíico
viço, antes de s;ur ;itiv()u o fogo duma de.slilacáo. Ao voltar verificou que re sultar:! um produto melhor. A historie ta p:irece pura invenção. p;\ra fazer
"penclant" com a do célebre- menino inglc'.s, qiie por preguiça inventara o autoinalismo chi mácjniiia a v;ipor.
O (|ue c.iraetcriza o eracking cm rc--
17
das essências de elevado número de octa-
nas foi decisiva para a aviação, o que quer dizer, p;ira a vitória. O processo do eracking.
aplicado o aperfeiçoado
com rapidez, enfrentou o problema e salvou a situação. Êlc aumentou a pro dução dc essência por tonelada de pe tróleo cru em mais de cinqüenta por
laç:'io ao topping i- ;i ação sobre a estru
cento.
tura intinai da inaléria, modificando ou
O cnicking produz gases ;!provcitávcis, ora pani compostos úteis, ora para liquchição .sob pressõe.s moderadas. Ê o ca so do supcrgás argentino, mistura de propano c butano, hojc^ muito divulgado
roínpenclo ;i sua coustitnição molecular, transformando produtos de grande pèso molecular c-m oulro.s de menor peso e dc
mais b:iixo ponto dc- ebulição. Cracking
(|ner dizer niplur;i; os espanhóis pro põem "cia(]uc-o". A destilação 6 um processo puramc-nte físico, "conservativo"; o cracking c- já ciuimico, "destruti
para uso domiciliar. Tomos até :igora falado da operação cpie uliliz:! scmiente a temperatura e a
prcs.são. É o chamado "cracking térmi Mas há ainda nutra espécie im portantíssima: o "cracking cutalítico",
vo". As suas condições principais são aU:is temperaturas e altas pressões. Por
co".
isso diz-sc cjue c'- uma pirogenação ou
inva-ntado ou, melhor, aperfeiçoado por
uma pirocísão.
A (le.stilação c-lement:ir do pc-tróleo não
pode elevar clc-mais suas tempcnaturas. justamente- porcpie. a partir dc- certo pon to. além chi separação física começa a notar-se um princípio cie decomposição molecular. Istct já a 350" C. A maté
ria-prima pani a cracking são não somen te os derivados pcsado.s do pctrólc-o, gás oil. ((ueroscne, fucl oil, como as naftas
pc.sacias. Resulta uma maior proporção
Hodrv, muito recentemente.
Aí sur-
gcjn elementos catalisadore.s, que melho ram ou intensificam as reações c dispen sam a.s temperaturas o pressões exce.ssivas. São gcialmente pós terrosos de sílica-alumina, aluinina-magnésia, silicato de alumínio, clorato de alumínio, óxido dc ferro, etc.
Há diversas maneiras de aplicar o ca talisador c daí os diversos processos: re
de gasolina, gasolinas leves e gasolinas
vestimento e.stático (fixed beds), leito móvel, cracking suspensóide, catálise
dc alto número dc- oelanas.
fluida, etc. No sistema Perco Cyclovcr-
A obtenção de g;isolin:i de alto Índico do oct:ina.s a partir da giisolina straightnin, c mais pròpriameiili- o "reforming".
;i]!ontado ao :icas() — o tratamento pode
sion da Phillips Pctroleum Co. — um utilizar, com pouca :!dapt:íção, ;i mes
ma instalação de desulfuração c dc re
Nesta operação atenuam-sc :i.s perdas e a produção dc gases pelo "cpienching",
forming, c o cat:!li.sador usual ê a
isto é, um reslriamcntcí hnisc-o pela in
h;uixit;i
jeção de matéria rcíormancla fria.
A.s rcfinari:is dc Mataripc- c do Cuhatáo aplicarão o cracking térmico; a de Capimva adotou preferencialmente o cracking catalítico.
Isto, a partir da primeira guerra mun dial, atendi:! às necessidades prementes
das potênehis em luta, tanto para o.s usos civis c industriais, como para a íinerra.
No segundo conflito a cjuestão
Processos complementarcs do cracking e. do reforming são a polinit-rização, a
'mmm
m Digesto
18
Eco^•ó^aco
alquilação c a hidrogcnação. Som apro
encomenda" e soI>rcludo por niistura dc
fundar, diremos apenas que o primeiro
substâncias profundamente elaboradas.
procura, mantendo a composição quali tativa, formar corpos líquidos leves de pesos moleculares duplos. A matériaprima costuma ser o gás natural ou o gás de cracking. Os resultantes são ga
A composição completa compreende; a) a essência básica, (base stoek) provinda da destilação, hoje, preb rivelmentc
solinas comerciais e de alto índiee de
eficienti.ssiino nos momentos críticos do
do cracking; b) produtos aromálicos, eni
e.special o "c umeno" (isopropil benzcna)
DiCESTO
Econômico
19
ameaçam a compo.sição v a duração do
com ácido sulfúríco, e ncutraliza-se cm
produto; outras prejuilicain o jicrfeilo desempenho dos seus ol)jeti\'os, eomo as
.seguida com soda.
gomas e resinas; os eompostos do enxo
anidrido sulfnroso.
fre são em geral lorrosixos.
Em Cubatão será
usado o processo Edeieano, mediante o
Algumas
As essências do cracking requerem
impurezas são reais, outras são apenas potenciais, formam-se nas reações ou nos reservatórios, mas não menos indesejá"vei.s. Ilá finainu-nte ainda o ela-iro. qua
tratamentos mais complicados, e ainda mais os óleos lubrificantes: a base cos
tuma ser a ação do ácido sulfúríco e de
octanas. Pode-se distinguir entre poli-
motor; c) produtos Isoparafínicos divor-
merização limitada, que não ultrapassa
.sos; d) o chumbo fetiaétilo. fator anti-
se sempre motivado pelo e-nxofri', mer-
a greda adsorvonte.
determinado aumento molecular dentro
detonantc precioso, eiija pnqxirção re gula apenas um ceiilinielro cúbico por litro. Têm efc-ito unalogo o fcírro car-
captanos,
aromátic(Xs,
gem a extração das parafinas, o que se
Um tratado não !)ast:iria p:íra \ersar
podo fazer, por exemplo, mediante abai-xamcnto de temperatura, centrifugação ou prensagem da impurozi» solidificada.
da configuração básica, e poiimerização que pode ser repetida muitas vezes, com a formação de complexos de altos pesos
lúdrocarbonelos
ele., e a côr.
pois lavagem ein soda ou contato com Outros óleos exi
bonila, o aniol, o álcool clílico. O cbuni-
osta (jiiestáo r os inúmeros proeessos usa
é
bo-tetraêtilo exige ciúclaclm de emprego
•As parafinas bnitas obtidas por sua vez
exemplificável pela ísobutilena que, cm certas condições, dá lugar a complexos
l^or ser venenoso c por certas peciiliari-
dos de apur;ição, constantemente modifi cados ou aperfeiçoados. Estes s.ão quí micos, físicos ou de inihição.
se comerciais.
moleculares.
O
acréscimo
linear
do tipo "borracha". A butadiena é im
dades químicas, como a possibilidade de depósito do metal nas paredes do cilin
Nas essências tis compostos inc()n\'c-
portante por conduzir à borracha sin
dro. Êstc mal corrige-se por inn ncu-
nientes são os sulfurosos e os hídrocar
tética.
tralizante ou. mellior, uma substância, como o dibroinoetano, que combinando
bonetos instáveis, como as diolefinas, responsá\'eí.s por aparições gomosas no-
mentos conhecidos; a temperatura o a
com o clmmbo liberado, dá um produto
ci\a.s ao funcionamento
pressão. Mas o processo térmico é com
volátil, oxpelí\'el.
Nos lubrificantes são indc.scjáveis os as faltes, os eonstituintcs instáveis e as pa
As operações fazem-se com os instru
plexo e mal controlável. Daí a voga da poiimerização catalítica, que emprega,
Esta fabricação já constitui um ramo especializado c aliás caro. Por i.sso uma
conforme a matéria, ácido siilfúrlco c
das dificuldades da última guerra foi
dos
motores.
retinam-se tx)m ácido c terra e tomam-
Como vemos, o ácido
sulfúrico ê ainda um agente predomi nante. embora haja levemente dccrcsci-
do o seu emprego por muito bmtal o por ocasionar perdas sensíveis. Por isto nalguns casos usam-se os "solventes sele-
ti\os" (p. cx. clorex, furgurol, fenol,
rafinas.
duosol, etc.) Técnica iniciada em na Runiània e recentemente eslendma.
Os processos físicos da refinação tendein a cspalhar-sc por serem mais controla\ cis c econômicos, havendo menos per
fosfórico, o.xígênio e peróxidos, alumina,
obter que a indústria se dedicasse a es
As gasolinas diretas Ia\ am-sc com áci do sulfúríco, que dá vt;açõcs complexas
greda de pisoeiro, ffullor's earth), etc. Fato é que êstc processo abre à indús tria um vasto campo de ação, que inclui resinas, plásticos, aparcllios, lubrifican tes, bases para perfumes, etc.
sa produção recente c onerosa.
e variadas, conforme o hidrocarboncto.
Da refinação termos mostrado os dois grupos dc processos fundamentais; a
Contra as gomas preferc-.'-e usar anti-oxi-
das e melhor reciqxTaçáo de resíduos.
dantes (; inibidor«'s, isto ê, produtos que
ll:les di.stribuern-se em três categorias: a
impedem de antemão a formação incon
adsorção, a solução seletiva e a precipi tação .
trolífera compreende ainda mn terceiro
veniente em \'i'z de destrní-Ia. A eva cuação do jnalma resultante do trata
mento constitui às vezes sério problema
talítica especial de hídrocarbonetos, pa rafinas com oleifinas, resultando gasoli
grupo de processos: os relativos à "re
lação ou filtração é antiga.
finação" propriamente dita, isto é, à pu
para os industriais.
usou-sc o carvão animal; depois a greda
na de alto núinero de octanas.
impurezas e dc certos característicos in
Na alquilação, em vez de soldar mo
léculas, procura-se uma combinação ca
Vê-se do exposto a preocupação de al cançar combustíveis de alta qualidade para a aviação. É uma expressão justa dizer que a essência de cem octanas é que na guerra "deu ao falcão as po.ssibilidades da águia".
'^ Não se trata, entretanto, de uma subs tancia simples apenas aperfeiçoada. Peo contrário, é um produto feito "sob
destilação c o cracking, com outros pro cessos complemcntares. A indústria pe rificação do produto, á eliminação das convenientes.
Proce.ssos por assim di
zer "de acabamento".
Alguns produtos dispcnisam purifica ção, ou satisfazem-se com uma suniaris-
sima: é o caso dos gas-oils e fuej-oils.
As frações tratadas
filtrain-.se depois em leitos de terra ati va, (pie neutralizam o ácido e absorvem as substancias coloridas.
üu ncutrali-
zam-se por lavagem em solução de soda
A refinação mediante contato, perco
Primeiro
dc pisoeiro ou análogas, cuja divulgação começou em 1893 na Flórida. A "sílica
gel" é outro agente poderoso, principal mente para enxofre e colorantes. Parece
cáustica c depois em água. C liidrogêniü sulfurado e os mcrcapta-
síveis, mesmo ao ultramicroscópio. A
nos conferem odor ocre (som ) caracte rístico às essências. O remédio antigo
licosa, talvez proveniente da desintegra
pó de quartzo, mas seus poros são invi greda de pisoeiro é uma argila muito si-
A maioria, porem, exige a eliminação dos componentes instáveis, dos oxidá\'eis,
o usual é o tratamento pela chamada
ção dc augites e hornblendes. A ativi
dos rcsino.sos, dos compostos sulfurosos,
"doctors soliition".
dade dessas substancias filia-se ao fenô
das gomas.
Umas destas impurezas
O querosene do iluminação cpura-sc
• ■ililililüiif ■ -
meno chamado "adsorção" (não confim-
'mmm
m Digesto
18
Eco^•ó^aco
alquilação c a hidrogcnação. Som apro
encomenda" e soI>rcludo por niistura dc
fundar, diremos apenas que o primeiro
substâncias profundamente elaboradas.
procura, mantendo a composição quali tativa, formar corpos líquidos leves de pesos moleculares duplos. A matériaprima costuma ser o gás natural ou o gás de cracking. Os resultantes são ga
A composição completa compreende; a) a essência básica, (base stoek) provinda da destilação, hoje, preb rivelmentc
solinas comerciais e de alto índiee de
eficienti.ssiino nos momentos críticos do
do cracking; b) produtos aromálicos, eni
e.special o "c umeno" (isopropil benzcna)
DiCESTO
Econômico
19
ameaçam a compo.sição v a duração do
com ácido sulfúríco, e ncutraliza-se cm
produto; outras prejuilicain o jicrfeilo desempenho dos seus ol)jeti\'os, eomo as
.seguida com soda.
gomas e resinas; os eompostos do enxo
anidrido sulfnroso.
fre são em geral lorrosixos.
Em Cubatão será
usado o processo Edeieano, mediante o
Algumas
As essências do cracking requerem
impurezas são reais, outras são apenas potenciais, formam-se nas reações ou nos reservatórios, mas não menos indesejá"vei.s. Ilá finainu-nte ainda o ela-iro. qua
tratamentos mais complicados, e ainda mais os óleos lubrificantes: a base cos
tuma ser a ação do ácido sulfúríco e de
octanas. Pode-se distinguir entre poli-
motor; c) produtos Isoparafínicos divor-
merização limitada, que não ultrapassa
.sos; d) o chumbo fetiaétilo. fator anti-
se sempre motivado pelo e-nxofri', mer-
a greda adsorvonte.
determinado aumento molecular dentro
detonantc precioso, eiija pnqxirção re gula apenas um ceiilinielro cúbico por litro. Têm efc-ito unalogo o fcírro car-
captanos,
aromátic(Xs,
gem a extração das parafinas, o que se
Um tratado não !)ast:iria p:íra \ersar
podo fazer, por exemplo, mediante abai-xamcnto de temperatura, centrifugação ou prensagem da impurozi» solidificada.
da configuração básica, e poiimerização que pode ser repetida muitas vezes, com a formação de complexos de altos pesos
lúdrocarbonelos
ele., e a côr.
pois lavagem ein soda ou contato com Outros óleos exi
bonila, o aniol, o álcool clílico. O cbuni-
osta (jiiestáo r os inúmeros proeessos usa
é
bo-tetraêtilo exige ciúclaclm de emprego
•As parafinas bnitas obtidas por sua vez
exemplificável pela ísobutilena que, cm certas condições, dá lugar a complexos
l^or ser venenoso c por certas peciiliari-
dos de apur;ição, constantemente modifi cados ou aperfeiçoados. Estes s.ão quí micos, físicos ou de inihição.
se comerciais.
moleculares.
O
acréscimo
linear
do tipo "borracha". A butadiena é im
dades químicas, como a possibilidade de depósito do metal nas paredes do cilin
Nas essências tis compostos inc()n\'c-
portante por conduzir à borracha sin
dro. Êstc mal corrige-se por inn ncu-
nientes são os sulfurosos e os hídrocar
tética.
tralizante ou. mellior, uma substância, como o dibroinoetano, que combinando
bonetos instáveis, como as diolefinas, responsá\'eí.s por aparições gomosas no-
mentos conhecidos; a temperatura o a
com o clmmbo liberado, dá um produto
ci\a.s ao funcionamento
pressão. Mas o processo térmico é com
volátil, oxpelí\'el.
Nos lubrificantes são indc.scjáveis os as faltes, os eonstituintcs instáveis e as pa
As operações fazem-se com os instru
plexo e mal controlável. Daí a voga da poiimerização catalítica, que emprega,
Esta fabricação já constitui um ramo especializado c aliás caro. Por i.sso uma
conforme a matéria, ácido siilfúrlco c
das dificuldades da última guerra foi
dos
motores.
retinam-se tx)m ácido c terra e tomam-
Como vemos, o ácido
sulfúrico ê ainda um agente predomi nante. embora haja levemente dccrcsci-
do o seu emprego por muito bmtal o por ocasionar perdas sensíveis. Por isto nalguns casos usam-se os "solventes sele-
ti\os" (p. cx. clorex, furgurol, fenol,
rafinas.
duosol, etc.) Técnica iniciada em na Runiània e recentemente eslendma.
Os processos físicos da refinação tendein a cspalhar-sc por serem mais controla\ cis c econômicos, havendo menos per
fosfórico, o.xígênio e peróxidos, alumina,
obter que a indústria se dedicasse a es
As gasolinas diretas Ia\ am-sc com áci do sulfúríco, que dá vt;açõcs complexas
greda de pisoeiro, ffullor's earth), etc. Fato é que êstc processo abre à indús tria um vasto campo de ação, que inclui resinas, plásticos, aparcllios, lubrifican tes, bases para perfumes, etc.
sa produção recente c onerosa.
e variadas, conforme o hidrocarboncto.
Da refinação termos mostrado os dois grupos dc processos fundamentais; a
Contra as gomas preferc-.'-e usar anti-oxi-
das e melhor reciqxTaçáo de resíduos.
dantes (; inibidor«'s, isto ê, produtos que
ll:les di.stribuern-se em três categorias: a
impedem de antemão a formação incon
adsorção, a solução seletiva e a precipi tação .
trolífera compreende ainda mn terceiro
veniente em \'i'z de destrní-Ia. A eva cuação do jnalma resultante do trata
mento constitui às vezes sério problema
talítica especial de hídrocarbonetos, pa rafinas com oleifinas, resultando gasoli
grupo de processos: os relativos à "re
lação ou filtração é antiga.
finação" propriamente dita, isto é, à pu
para os industriais.
usou-sc o carvão animal; depois a greda
na de alto núinero de octanas.
impurezas e dc certos característicos in
Na alquilação, em vez de soldar mo
léculas, procura-se uma combinação ca
Vê-se do exposto a preocupação de al cançar combustíveis de alta qualidade para a aviação. É uma expressão justa dizer que a essência de cem octanas é que na guerra "deu ao falcão as po.ssibilidades da águia".
'^ Não se trata, entretanto, de uma subs tancia simples apenas aperfeiçoada. Peo contrário, é um produto feito "sob
destilação c o cracking, com outros pro cessos complemcntares. A indústria pe rificação do produto, á eliminação das convenientes.
Proce.ssos por assim di
zer "de acabamento".
Alguns produtos dispcnisam purifica ção, ou satisfazem-se com uma suniaris-
sima: é o caso dos gas-oils e fuej-oils.
As frações tratadas
filtrain-.se depois em leitos de terra ati va, (pie neutralizam o ácido e absorvem as substancias coloridas.
üu ncutrali-
zam-se por lavagem em solução de soda
A refinação mediante contato, perco
Primeiro
dc pisoeiro ou análogas, cuja divulgação começou em 1893 na Flórida. A "sílica
gel" é outro agente poderoso, principal mente para enxofre e colorantes. Parece
cáustica c depois em água. C liidrogêniü sulfurado e os mcrcapta-
síveis, mesmo ao ultramicroscópio. A
nos conferem odor ocre (som ) caracte rístico às essências. O remédio antigo
licosa, talvez proveniente da desintegra
pó de quartzo, mas seus poros são invi greda de pisoeiro é uma argila muito si-
A maioria, porem, exige a eliminação dos componentes instáveis, dos oxidá\'eis,
o usual é o tratamento pela chamada
ção dc augites e hornblendes. A ativi
dos rcsino.sos, dos compostos sulfurosos,
"doctors soliition".
dade dessas substancias filia-se ao fenô
das gomas.
Umas destas impurezas
O querosene do iluminação cpura-sc
• ■ililililüiif ■ -
meno chamado "adsorção" (não confim-
Dicesto Econômico
20
Êste fenômeno
nas inisltiras das duas siibslàucias, pro-
repousa na tendência já prevista por
tlir com "absorção").
Dicesto Econômico
casa dc máípiiniis, bomiias, água de uso domiciliar e de refrigeração); c) opera
duma solução, conforme as mudanças da
porcionaimenle à porcentagem dos com[Minenlcs. Quando há um coml)ustívcl tpialcpier c-iijo indice de detonação se deseja eonluaer, Í)asta <-omp.irá-lo, num
tensão sinx-rficial da solução (rrn expc-
aparelho "standard", com a mistura ca
operações compleineutares, purificação); d) depósito ( reserx atórios. manobras fi
riôncia.
Sc a tensão diminui, o soluto
paz do inesino eleito. O in<liee e.vpri-
nais, expedição); e área di- reserva.
concentra-se na superfície; se a tensão aumenta, a concentração tem lugar na
me-s;e i'in porei-ntagem da octana na
WílJard Gibl)s, dc um soluto alterar a
sua concentração na película superficial
iiiistiira, isto é, em "número dc octanas",
duma substancia, como «) car\Tio ativa
"octana" signii ieando nesta i-xprcssão apenas nina unidade de meiiida, como
do, dc imensa superfície, pode provocar
o metro, o galão ou o grau térmico.
uma sensível deslocação do soluto, a ade
Usualmente a mediila
são deste à superfície do sólido e a sua
•'C:. F.R .
remoção. É sobretudo muito aparente
adotado pela ('ooperati\ a
a deseoloração, atribuível à ação sobre
CJoinmitlee .
niassa da solução.
Assim, a introdução
cí)nstituintes asfáltieos e resinosos. Essa ação vai até a um verdadeiro fraeiona-
mento, de acordo com a gravidade espe cífica e a viscosidadc.
Nas páginas anteriores terá notado í) leitor frequentes referências a um caba-
lístíco "número dc octanas". E.xpllqucmo-lo em poucas palavras. Os combus
tíveis dc motor têm uma propriíidade muito importante, (^ue é a sua tendência
à "detonação" (knocking), Um com
bustível muito dctonante é mau pelo mcnor rendimento causar.
pelo dano que p<jde
Quando o combustível, sujeito
a compressão no cilindro, c muito detc-
riante, entra cm combu.stão pelo só efeito
do calor gerado, sem esperar a ignição da vela.
Essa combustão antecipada
surpreende o pistão antes do fim do .sen
curso e força-o a voltar antes do tempo
esperado pela regulagem do distribuidor. Resulta um elioque, com perda dc ener gia ou rendinrento e risco de dano ao motor.
ou
conferência
faz-se no aparèlho-padrão Research
Analogamente, as qualidades ígnitivas dos óleos Diesel exprimem-se em "ccta-
nas". Aqui a escala lefere-se à mistu ra \anavel de composto parafínico de alto ponto dc combustão (eotuna, n-hexadccana) e di- uma substância aromá-
tica dc baixo ponto
t metilnaftalena).
O índice ixprime-se em por centos da cetana. Do m<'smo modo, como o nú
mero de octanas tluma gasolina pode crescer pela acljunção de compostos co mo a anilina ou o chamado tetraétüo, também o índice cetànieo dum óleo
Diesel pode ser melhorado por meio de substâncias apropriadas.
O exposto até acpii confirma a grande za e a complexidade da indústria moder na da refinaria. Ela caractcriza-se tam
bém pelo encadoamento "em cascata"
das operações o pela recuperação e apro veitamento máximo dos produtos o do calor utilizado.
Conforme a matéria-
prima e os objetixos visados, cia adapta o sen es<piema geral dc trabalho.
Paia estabelecer uma escala, tomam-sc
duas substâncias: a iso-octana, pouco dctonante, que recebe convencionalmen
te o índice 100, e a hcptana normal, muito detonanle, que recebe o índice 0.
A característica de detonação vai variar
ção (aqueeinuínto [irévio. fracionaincn-
as x-ezes sci fonn:i scibrc as instalações, .í
lo ou deslilaçãu. eiueking, rcforining e
•igraxa o perigo. Além dos recintos de sastres, usa-se cxjrrentemento um sistennx J
Os res<'r\ali')rjos das refinarias são goralment<' metálicos, ile formas diversas,
pintados de alumínio claro, o <pic reduz a absorção <lo c alor e as perdas por e\a-
poração • Ds reserxatórios comerciais são cm regra aiericlos com muita preci
são (gauge).
No pt.TÍodo luT(')ie(i (Io petróleo e, ain da depois, nas e\-entualidadcs da extra ção, usaram-se reser\'atórios cm terra.
Quando as perfurações jorravam inespe rada c xiolentainente, sem eontròlc rápi
do possíxcl, improx isa\am-se às pressas reservatórios cjue não passaxam de pe quenos açudes. Cirandes eram as perdas por infiltração e evaponição, máximo no caso de petrólcos pesados e asfáltieos co mo os da Clalifórnia. Logo foram me lhorados esses depósitos, mediante rex'cstimento do solo e eoliertma contra o sol
prevenlixo baseado no emprego das es- 'j pumas cpiimicas. Na impossibilidade de-^ usar água, ineficaz no caso, a substáncta á
(|uíinica, despejada por encanamentos,': de emergência, forma um rccobrimcnto de espuma ou grumo capaz dc abafar fogo. Um reticulado metálico do isola mento, espécie do gaiola de Faraday, reduz os riscos.
Finalmente o cuidacio
nas fonialhas, nas máquinas e aparelhos suscetíveis dc faíscas, a substituição do^ ar carregado de vapores perigosos por,
gases neutros (azôto ou gases de esca--l pamento de motores de explosão), o isolamento dos fios elétricos em dutos ou a .
segregação dalguns aparelhos elétricos ^ em caixas fechadas, completam as precauções. ,^ Re.sta-nos falar, da alimcnti\ção das re- -k finarias.
Os seus rescrx-atórios enchem,--'
se de petróleo cni cliegado em barcaças,
na\'ios-tancpie, caminhões ou vagões-tan- J que, donde é homhado. Ou chega, o" cjue é ideal, por oleodutos (pipc-lines).'
cilindricos, achatados ou esféricos. Nas
Sc investigarmos onde realmente co-j meçaram certas grandes invenções con-^
refinarias e nos grandes campos (tank farms) cada unidade é reeintada por um muro de terra, capaz de conter todo
o lícjuido ((uc cscorrcjr num caso dc aci
sideradas modernas, chegamos a uma! ctmcliisão curiosa: foi na vellia Cliina.
O Coronel Drake, cpie perfurou c fesííí
dentei ou inctmdio. Há campos enormes. O de Copan (C^klahoma) contava tre
jorrar o primeiro poço moderno na Pen-"^.^ silxània, ein 1839, apenas estax'a repetin
zentos reserx-atcirios. A cx'aporação re-
do uma manobra dos cliins da mais re
(luz-se por tampas flutuantes ou oclusão hidráulica.
As formas esférica e cie
gota, priiicijJalmcnte para gases c para produtos rcfinaclo.s, tiram o maior pro-
nistração (escritório, portaria, pessoal, socorro, laboratório, oficina, garage, al-
tivo.s dc preocupação nos grandes depó
moxarifadü); b) serviço.s au.xiliares (usi
terra já aludidos, (pie delimitam os de-
e as chuvas. J-ãtialmente organizaramse os reservatórios modernos, alguns, no inicio, de macieira, a maioria metálica,
Uma refinaria dispõe suas instalações em pelo menos cinco seções: a) aáni-
na geradora ou transformadora do fôrçn,
por faíscas elétricas nas tempestades. .K '{ atmosfera de vapores combustí\'Ois. que-é
xcito das chapas. Um dos grandes ino-
sitos c refinarias, é o fogo. Origina-se por acidente e descuidos, mas sobretudo
mota antigüidade, em busca do sal.t
Aliás, a busca do sal entrava tambén> iji por muito na alixidadc- dos pioneiros americanos. A mesma surpresa nos ofe rece a história dos oleodutos. A primei ra linha, quase experimental (2" do diànietio o 100 pés de comprimento), fob. lançada na Pensilvánia em 1862, e a •'
"íS! j.-L-
t i ^'"1--
Dicesto Econômico
20
Êste fenômeno
nas inisltiras das duas siibslàucias, pro-
repousa na tendência já prevista por
tlir com "absorção").
Dicesto Econômico
casa dc máípiiniis, bomiias, água de uso domiciliar e de refrigeração); c) opera
duma solução, conforme as mudanças da
porcionaimenle à porcentagem dos com[Minenlcs. Quando há um coml)ustívcl tpialcpier c-iijo indice de detonação se deseja eonluaer, Í)asta <-omp.irá-lo, num
tensão sinx-rficial da solução (rrn expc-
aparelho "standard", com a mistura ca
operações compleineutares, purificação); d) depósito ( reserx atórios. manobras fi
riôncia.
Sc a tensão diminui, o soluto
paz do inesino eleito. O in<liee e.vpri-
nais, expedição); e área di- reserva.
concentra-se na superfície; se a tensão aumenta, a concentração tem lugar na
me-s;e i'in porei-ntagem da octana na
WílJard Gibl)s, dc um soluto alterar a
sua concentração na película superficial
iiiistiira, isto é, em "número dc octanas",
duma substancia, como «) car\Tio ativa
"octana" signii ieando nesta i-xprcssão apenas nina unidade de meiiida, como
do, dc imensa superfície, pode provocar
o metro, o galão ou o grau térmico.
uma sensível deslocação do soluto, a ade
Usualmente a mediila
são deste à superfície do sólido e a sua
•'C:. F.R .
remoção. É sobretudo muito aparente
adotado pela ('ooperati\ a
a deseoloração, atribuível à ação sobre
CJoinmitlee .
niassa da solução.
Assim, a introdução
cí)nstituintes asfáltieos e resinosos. Essa ação vai até a um verdadeiro fraeiona-
mento, de acordo com a gravidade espe cífica e a viscosidadc.
Nas páginas anteriores terá notado í) leitor frequentes referências a um caba-
lístíco "número dc octanas". E.xpllqucmo-lo em poucas palavras. Os combus
tíveis dc motor têm uma propriíidade muito importante, (^ue é a sua tendência
à "detonação" (knocking), Um com
bustível muito dctonante é mau pelo mcnor rendimento causar.
pelo dano que p<jde
Quando o combustível, sujeito
a compressão no cilindro, c muito detc-
riante, entra cm combu.stão pelo só efeito
do calor gerado, sem esperar a ignição da vela.
Essa combustão antecipada
surpreende o pistão antes do fim do .sen
curso e força-o a voltar antes do tempo
esperado pela regulagem do distribuidor. Resulta um elioque, com perda dc ener gia ou rendinrento e risco de dano ao motor.
ou
conferência
faz-se no aparèlho-padrão Research
Analogamente, as qualidades ígnitivas dos óleos Diesel exprimem-se em "ccta-
nas". Aqui a escala lefere-se à mistu ra \anavel de composto parafínico de alto ponto dc combustão (eotuna, n-hexadccana) e di- uma substância aromá-
tica dc baixo ponto
t metilnaftalena).
O índice ixprime-se em por centos da cetana. Do m<'smo modo, como o nú
mero de octanas tluma gasolina pode crescer pela acljunção de compostos co mo a anilina ou o chamado tetraétüo, também o índice cetànieo dum óleo
Diesel pode ser melhorado por meio de substâncias apropriadas.
O exposto até acpii confirma a grande za e a complexidade da indústria moder na da refinaria. Ela caractcriza-se tam
bém pelo encadoamento "em cascata"
das operações o pela recuperação e apro veitamento máximo dos produtos o do calor utilizado.
Conforme a matéria-
prima e os objetixos visados, cia adapta o sen es<piema geral dc trabalho.
Paia estabelecer uma escala, tomam-sc
duas substâncias: a iso-octana, pouco dctonante, que recebe convencionalmen
te o índice 100, e a hcptana normal, muito detonanle, que recebe o índice 0.
A característica de detonação vai variar
ção (aqueeinuínto [irévio. fracionaincn-
as x-ezes sci fonn:i scibrc as instalações, .í
lo ou deslilaçãu. eiueking, rcforining e
•igraxa o perigo. Além dos recintos de sastres, usa-se cxjrrentemento um sistennx J
Os res<'r\ali')rjos das refinarias são goralment<' metálicos, ile formas diversas,
pintados de alumínio claro, o <pic reduz a absorção <lo c alor e as perdas por e\a-
poração • Ds reserxatórios comerciais são cm regra aiericlos com muita preci
são (gauge).
No pt.TÍodo luT(')ie(i (Io petróleo e, ain da depois, nas e\-entualidadcs da extra ção, usaram-se reser\'atórios cm terra.
Quando as perfurações jorravam inespe rada c xiolentainente, sem eontròlc rápi
do possíxcl, improx isa\am-se às pressas reservatórios cjue não passaxam de pe quenos açudes. Cirandes eram as perdas por infiltração e evaponição, máximo no caso de petrólcos pesados e asfáltieos co mo os da Clalifórnia. Logo foram me lhorados esses depósitos, mediante rex'cstimento do solo e eoliertma contra o sol
prevenlixo baseado no emprego das es- 'j pumas cpiimicas. Na impossibilidade de-^ usar água, ineficaz no caso, a substáncta á
(|uíinica, despejada por encanamentos,': de emergência, forma um rccobrimcnto de espuma ou grumo capaz dc abafar fogo. Um reticulado metálico do isola mento, espécie do gaiola de Faraday, reduz os riscos.
Finalmente o cuidacio
nas fonialhas, nas máquinas e aparelhos suscetíveis dc faíscas, a substituição do^ ar carregado de vapores perigosos por,
gases neutros (azôto ou gases de esca--l pamento de motores de explosão), o isolamento dos fios elétricos em dutos ou a .
segregação dalguns aparelhos elétricos ^ em caixas fechadas, completam as precauções. ,^ Re.sta-nos falar, da alimcnti\ção das re- -k finarias.
Os seus rescrx-atórios enchem,--'
se de petróleo cni cliegado em barcaças,
na\'ios-tancpie, caminhões ou vagões-tan- J que, donde é homhado. Ou chega, o" cjue é ideal, por oleodutos (pipc-lines).'
cilindricos, achatados ou esféricos. Nas
Sc investigarmos onde realmente co-j meçaram certas grandes invenções con-^
refinarias e nos grandes campos (tank farms) cada unidade é reeintada por um muro de terra, capaz de conter todo
o lícjuido ((uc cscorrcjr num caso dc aci
sideradas modernas, chegamos a uma! ctmcliisão curiosa: foi na vellia Cliina.
O Coronel Drake, cpie perfurou c fesííí
dentei ou inctmdio. Há campos enormes. O de Copan (C^klahoma) contava tre
jorrar o primeiro poço moderno na Pen-"^.^ silxània, ein 1839, apenas estax'a repetin
zentos reserx-atcirios. A cx'aporação re-
do uma manobra dos cliins da mais re
(luz-se por tampas flutuantes ou oclusão hidráulica.
As formas esférica e cie
gota, priiicijJalmcnte para gases c para produtos rcfinaclo.s, tiram o maior pro-
nistração (escritório, portaria, pessoal, socorro, laboratório, oficina, garage, al-
tivo.s dc preocupação nos grandes depó
moxarifadü); b) serviço.s au.xiliares (usi
terra já aludidos, (pie delimitam os de-
e as chuvas. J-ãtialmente organizaramse os reservatórios modernos, alguns, no inicio, de macieira, a maioria metálica,
Uma refinaria dispõe suas instalações em pelo menos cinco seções: a) aáni-
na geradora ou transformadora do fôrçn,
por faíscas elétricas nas tempestades. .K '{ atmosfera de vapores combustí\'Ois. que-é
xcito das chapas. Um dos grandes ino-
sitos c refinarias, é o fogo. Origina-se por acidente e descuidos, mas sobretudo
mota antigüidade, em busca do sal.t
Aliás, a busca do sal entrava tambén> iji por muito na alixidadc- dos pioneiros americanos. A mesma surpresa nos ofe rece a história dos oleodutos. A primei ra linha, quase experimental (2" do diànietio o 100 pés de comprimento), fob. lançada na Pensilvánia em 1862, e a •'
"íS! j.-L-
t i ^'"1--
. II iiinii li
'[?C 0-7
Digesto Econômico
■
; f
e 5 milhas), no mesmo Estado, em 1865.
.São Paulo foi perfeitamente natural. A pa\ imentação de rodovias, a extensão do
Pois bem, os amarelos, há dois mil anos,
"binterland", a mecanização da lavour.a
já levavam os gases naturais para uso combustível, através de longas tubulaçõ(-s de bambu, até os palácios dos seus
e o de.sc-n\()Ivimcnto
primeira \erdadeiraiTientc comercial (2"
reis ou de seus mandarins. ..
Hoje, os Estados Unidos tem 300.000
<luilômetros de oleodutos, que vão do Colfo ao Mid-Continent, do Texas e do Michigan a Nova York, atravessando o país. As primeiras linhas tinham as me
didas que vimos; durante a últüna guer ra eonstruírain-se, vencendo todas as di-
ficuldades, o Big Inch (24" = 61 cm,
1.341 milhas) e o Little Big Inclí
(20' == 51 cm, 2.750 km). Aquele é - usado hoje para gás.
O ultimo grande empreendimento do Onente iVíédio foi o pipe line trans-arabiano, de Abadan (Golfo Pérsico) a Haiía (Mediterrâneo) de 86 a 91 cms. A H-
; nha americana da Transarabian Pipeline - CfK (donde o nome Tapline) mede • 1. /20 quilômetros de comprimento e 7.5
I'cm de diâmetro entre Abkaik e a mesma
Haifa. Na Venezuela, a Creola Petro-
leum Co. fez uma linha de 26 polega
das e 235 quilômetros. O México a Argentina, o Peru, a Colômbia, etc., to
dos já tem extensos sistema.s do pipe-li. nes, oleodutos e gasdutos. O Brasil esta-
:
realmente atrasado nesse campo, o
que é entretanto justificável, se obserJarmos que não tínhamos centros produto res do petróleo nem grandes canais ou funis geográficos de passagem. Nestas
pre\cr (jue o crescimento do consumo
seja o mais rápido do pais.
México, etc.
industrial fazem
punha os necessitados nas mãos dos pos suidores do transporte. Como sói suce
der. a regulamentação oficial aos poucuseorrigiu a situação; o serviço passou a
importância. O oleoduto duplo de San-
nos ca.sos de retomada de serviço, (puni
los-São Pauk), além de tôdu a regiãJ,
do fica óleo na tubulação. Os canos são
ser considerado dc utilidade pública, com tarifas aprovadas c obrigação de siTv ir sem discriminação (Hcpburn Act
.ser\irá particularmente às refinarias de
de aço soldados. Picam na .superfície
Cubatão c Capiia\a, por pcfiuenos ra mais. Por memória, consigne-se qu-í entre Alemoa e Bariuibé a Cumpanhia Docas já mantinha uin pe(|ucno pipe-h'ne submarino, de dois cjuiíômctros. O
ou enterrados a pcíjuena profundidade. A inclinação e instabilidade superfi cial da escaqia luarítima, num dos pon
dc 1906 e Interstate Commerce Com-
tos mais chuvosos do mundo e onde há desmoronamentos e esconcgamentos fre
maneira como funcionam os pipe-lines.
primeiro pedido de concessão em São Ikiulo foi de Da\id Hutcbison cm 1933.
Preliminarmente c necessário que o ser
Propunha-se estender Irès linhas (gaso lina, fuel e Diesel); pretendia então ex
qüentes, c a dificuldade de dispor uma plataforma para instalaçíães e fundação,
viço seja compensado por um volume suficiente de mercadoria. Os óleos cru
foram os principais argimicnlos contra
e combu.stível uliliziun uma tubulação;
uma sub-cstução a meia encosta, ou se
os produtos chamados claros, outra. Ca
clusividade cm todo o Estado, tarifa mí
ja contra a divisão da subida em secções.
da "partida", "lote" ou "carga" (batch) tem seu deslocamento controlado de pos
nima de 60 rs/lt entre Santos e a Capi tal, contribuição de 5% do lucro bruto para o Estado, c reversão para o Estado Uü fim dc 30 anos.
üs pipe-lines dividcni-se geralmente
cm ramais de distribuição e coleta (gathering) e troncos, em linhas paru pe
A eletricidade parasita e a ação química
mission).
É razoável a curiosidade acvírca da
do .solo são sérios conspiradorcs contra
tos especiais (dispatcbing).
a vida dos oleodutos, devido à corrosão.
(pie se succedem imediatamente apre
As tubulações para produtos claros tam bém são muito sujeitas à corrosão inter
sentam, no ponto de contato, uma "con
na, provocada pelo liquido.
centagem de cada um. Habitualmente"
Os remé
Qs lotes
taminação" que afeta uma ínfima por
dios usados são os vernizes e esmaltes
assinala-se a diferença por meio dum
tróleo bruto e linhas para produtos re finados. Em São Paulo acham-sc em
a qu(;nte, revestimento betuminoso, pa
eolorante, ou concretiz;v-se i separação
construção dois tubos, de 10" e 18", re.spectivanicnte para produtos claros e para o óleo bruto e combustível. O re
fibrosüs (jula, amianto, etc.).
cebimento, cm Santos, faz-se na Ilha
Barnabé (claros) e na Alamoa (escu ros); da Alamoa a Cubatão, que é a raiz
responde a tais condições, porque o con
vel são vencidos em cpiatro quilômetros
SG.6%. Portanto a primazia conferida a
muitas vèzes eram dos produtores. Iss<T^ criava discriminação entre os clientes e
obriga a prever a<jiiecimeiUo, a fim de
Lógico, embora de pequena
Cubatão.
nor. Santos representou em 1949 41 5%
A viscosidade do fucl oib
No primeiro jx;ríodo americano os pi
pe-lines não eram regulamentados, e
reduzir as resistências do atrito, máximc
A União fé/, ainda o oleoduto de Ma-
taripe.
bem determinado e um grande "hinterland" consumidor. Me.smo o Rio não
da importação brasileira e o Rio apenas
ferir um único lance, com duas linhas, dc
10 o 18 polegadas. As prcsscães atingidas são muito altas, embora com precudcntcvs nas Montanhas Rochosas, na cidade do Lago Salgado,
da serra, estendem-sc cjuatro linhas, das condições, só havia a linha de penetra (piais duas mais c.specialmcnte para a ção Santos-Sao Paulo, com um pôrto refinaria federal, (pie ficará também cm
sumo fluminense e mineiro é muito me
Digesto EcoNÓ^^co
De Cubatão ao quilômetro
16, já no planalto, 725 metros dc desní Ivorizontais. Era dc esperar que este trecho fosso subdividido èm dois ou três,
para reduzir a pressão. Estudos acura dos c comparativos todavia fizeram pre-
rafina, cimento, envolvinumto em tecidos
por uma espécie de bucha ou embolo,
a elctrólisc recorre-se a correntes ncutra-
que acompanha a carga. Uma praga dos oleodutos, enibíjra de
lizadoras, ou melhor, liga-se o pipe-line a dinamos que lhe assegurem um poten
bos em grande estilo, como os praticados
Contra
cial negativo cm relação à terra. O orçamento do oleoduto Santos-São Paulo é dc 141 .460 mil cruzeiros, in-
clu.sivc estações e ramais dc Utinga. A
concessão foi dada à Estrada Santos-Jundíaí; o estudo básico é do técnico ame
ricano Mcltzcl; o projeto de William Brothers & Co. dc Nova York; a construção, da firma ítalo-intcrnacional Techint; a
direção e fi.sca]ização, da Comissão es pecial chefiada pelo Coronel Arthur Lcvv.
peciueno efeito, são os roubos. Há rou
pelos proprios manobristas. Numa em presa americana do transporte um tal
chegou a esvaziar todo o petróleo dum reservatório duma comnanhí.. ^ _.... ^ompanhia c a revcndê-lo à mesma.
■ . o 1hidrao j - ni.Mo, quo regiões existe
desertas
os tubos, chupa o necessário para en
cher um caminhão, o foge com facili-
É difícil cotejar num só quadro os custos de transporte por oleoduto, por
agua e por estrada de feno. porque os
. II iiinii li
'[?C 0-7
Digesto Econômico
■
; f
e 5 milhas), no mesmo Estado, em 1865.
.São Paulo foi perfeitamente natural. A pa\ imentação de rodovias, a extensão do
Pois bem, os amarelos, há dois mil anos,
"binterland", a mecanização da lavour.a
já levavam os gases naturais para uso combustível, através de longas tubulaçõ(-s de bambu, até os palácios dos seus
e o de.sc-n\()Ivimcnto
primeira \erdadeiraiTientc comercial (2"
reis ou de seus mandarins. ..
Hoje, os Estados Unidos tem 300.000
<luilômetros de oleodutos, que vão do Colfo ao Mid-Continent, do Texas e do Michigan a Nova York, atravessando o país. As primeiras linhas tinham as me
didas que vimos; durante a últüna guer ra eonstruírain-se, vencendo todas as di-
ficuldades, o Big Inch (24" = 61 cm,
1.341 milhas) e o Little Big Inclí
(20' == 51 cm, 2.750 km). Aquele é - usado hoje para gás.
O ultimo grande empreendimento do Onente iVíédio foi o pipe line trans-arabiano, de Abadan (Golfo Pérsico) a Haiía (Mediterrâneo) de 86 a 91 cms. A H-
; nha americana da Transarabian Pipeline - CfK (donde o nome Tapline) mede • 1. /20 quilômetros de comprimento e 7.5
I'cm de diâmetro entre Abkaik e a mesma
Haifa. Na Venezuela, a Creola Petro-
leum Co. fez uma linha de 26 polega
das e 235 quilômetros. O México a Argentina, o Peru, a Colômbia, etc., to
dos já tem extensos sistema.s do pipe-li. nes, oleodutos e gasdutos. O Brasil esta-
:
realmente atrasado nesse campo, o
que é entretanto justificável, se obserJarmos que não tínhamos centros produto res do petróleo nem grandes canais ou funis geográficos de passagem. Nestas
pre\cr (jue o crescimento do consumo
seja o mais rápido do pais.
México, etc.
industrial fazem
punha os necessitados nas mãos dos pos suidores do transporte. Como sói suce
der. a regulamentação oficial aos poucuseorrigiu a situação; o serviço passou a
importância. O oleoduto duplo de San-
nos ca.sos de retomada de serviço, (puni
los-São Pauk), além de tôdu a regiãJ,
do fica óleo na tubulação. Os canos são
ser considerado dc utilidade pública, com tarifas aprovadas c obrigação de siTv ir sem discriminação (Hcpburn Act
.ser\irá particularmente às refinarias de
de aço soldados. Picam na .superfície
Cubatão c Capiia\a, por pcfiuenos ra mais. Por memória, consigne-se qu-í entre Alemoa e Bariuibé a Cumpanhia Docas já mantinha uin pe(|ucno pipe-h'ne submarino, de dois cjuiíômctros. O
ou enterrados a pcíjuena profundidade. A inclinação e instabilidade superfi cial da escaqia luarítima, num dos pon
dc 1906 e Interstate Commerce Com-
tos mais chuvosos do mundo e onde há desmoronamentos e esconcgamentos fre
maneira como funcionam os pipe-lines.
primeiro pedido de concessão em São Ikiulo foi de Da\id Hutcbison cm 1933.
Preliminarmente c necessário que o ser
Propunha-se estender Irès linhas (gaso lina, fuel e Diesel); pretendia então ex
qüentes, c a dificuldade de dispor uma plataforma para instalaçíães e fundação,
viço seja compensado por um volume suficiente de mercadoria. Os óleos cru
foram os principais argimicnlos contra
e combu.stível uliliziun uma tubulação;
uma sub-cstução a meia encosta, ou se
os produtos chamados claros, outra. Ca
clusividade cm todo o Estado, tarifa mí
ja contra a divisão da subida em secções.
da "partida", "lote" ou "carga" (batch) tem seu deslocamento controlado de pos
nima de 60 rs/lt entre Santos e a Capi tal, contribuição de 5% do lucro bruto para o Estado, c reversão para o Estado Uü fim dc 30 anos.
üs pipe-lines dividcni-se geralmente
cm ramais de distribuição e coleta (gathering) e troncos, em linhas paru pe
A eletricidade parasita e a ação química
mission).
É razoável a curiosidade acvírca da
do .solo são sérios conspiradorcs contra
tos especiais (dispatcbing).
a vida dos oleodutos, devido à corrosão.
(pie se succedem imediatamente apre
As tubulações para produtos claros tam bém são muito sujeitas à corrosão inter
sentam, no ponto de contato, uma "con
na, provocada pelo liquido.
centagem de cada um. Habitualmente"
Os remé
Qs lotes
taminação" que afeta uma ínfima por
dios usados são os vernizes e esmaltes
assinala-se a diferença por meio dum
tróleo bruto e linhas para produtos re finados. Em São Paulo acham-sc em
a qu(;nte, revestimento betuminoso, pa
eolorante, ou concretiz;v-se i separação
construção dois tubos, de 10" e 18", re.spectivanicnte para produtos claros e para o óleo bruto e combustível. O re
fibrosüs (jula, amianto, etc.).
cebimento, cm Santos, faz-se na Ilha
Barnabé (claros) e na Alamoa (escu ros); da Alamoa a Cubatão, que é a raiz
responde a tais condições, porque o con
vel são vencidos em cpiatro quilômetros
SG.6%. Portanto a primazia conferida a
muitas vèzes eram dos produtores. Iss<T^ criava discriminação entre os clientes e
obriga a prever a<jiiecimeiUo, a fim de
Lógico, embora de pequena
Cubatão.
nor. Santos representou em 1949 41 5%
A viscosidade do fucl oib
No primeiro jx;ríodo americano os pi
pe-lines não eram regulamentados, e
reduzir as resistências do atrito, máximc
A União fé/, ainda o oleoduto de Ma-
taripe.
bem determinado e um grande "hinterland" consumidor. Me.smo o Rio não
da importação brasileira e o Rio apenas
ferir um único lance, com duas linhas, dc
10 o 18 polegadas. As prcsscães atingidas são muito altas, embora com precudcntcvs nas Montanhas Rochosas, na cidade do Lago Salgado,
da serra, estendem-sc cjuatro linhas, das condições, só havia a linha de penetra (piais duas mais c.specialmcnte para a ção Santos-Sao Paulo, com um pôrto refinaria federal, (pie ficará também cm
sumo fluminense e mineiro é muito me
Digesto EcoNÓ^^co
De Cubatão ao quilômetro
16, já no planalto, 725 metros dc desní Ivorizontais. Era dc esperar que este trecho fosso subdividido èm dois ou três,
para reduzir a pressão. Estudos acura dos c comparativos todavia fizeram pre-
rafina, cimento, envolvinumto em tecidos
por uma espécie de bucha ou embolo,
a elctrólisc recorre-se a correntes ncutra-
que acompanha a carga. Uma praga dos oleodutos, enibíjra de
lizadoras, ou melhor, liga-se o pipe-line a dinamos que lhe assegurem um poten
bos em grande estilo, como os praticados
Contra
cial negativo cm relação à terra. O orçamento do oleoduto Santos-São Paulo é dc 141 .460 mil cruzeiros, in-
clu.sivc estações e ramais dc Utinga. A
concessão foi dada à Estrada Santos-Jundíaí; o estudo básico é do técnico ame
ricano Mcltzcl; o projeto de William Brothers & Co. dc Nova York; a construção, da firma ítalo-intcrnacional Techint; a
direção e fi.sca]ização, da Comissão es pecial chefiada pelo Coronel Arthur Lcvv.
peciueno efeito, são os roubos. Há rou
pelos proprios manobristas. Numa em presa americana do transporte um tal
chegou a esvaziar todo o petróleo dum reservatório duma comnanhí.. ^ _.... ^ompanhia c a revcndê-lo à mesma.
■ . o 1hidrao j - ni.Mo, quo regiões existe
desertas
os tubos, chupa o necessário para en
cher um caminhão, o foge com facili-
É difícil cotejar num só quadro os custos de transporte por oleoduto, por
agua e por estrada de feno. porque os
24
Digesto Econômico
Dicesto Econômico
trajetos nem sempre são conipará\cis.
necessária no sc-ii gênero de atividade.
eaiiaínte.
A título excmplífícativo, entretanto, di'remos que, em certa época, o transporte , do cru <*ntre o Mid-Contin(?nt e a costa oriental dos Estados Unidos estava para as três hipóteses enunciadas, na relação
.Mesmo a forma ;uitár<}iiicu ou :i de cniprêsa de eeonomi;i mista, stib as fómuilas eoimms, não satisfay.<'m; o govêrno
ealdanl»', lan todo o mundo, do ponto de vista jiolílieo e econômico. C)omo
aproxiinativa 1.0:1.2:2.0,
tendi) \-olo predominante, a política in flui, e as organizações tornam-se eabídcs de ineonipct«-nt<'S. \'iinos em São Paulo
O transporte por mar jrode ser mais
no ea.so malfadado da OMTCl, (jíic c so-
f barato que por pipe-line, o (jne é fácil
cicdculc aitòniitui, um go\«Tnudur nomear
* c-onceber, pois os navios petroleiros não são mais (jue grandes e simples reserva
por carta um diretor, (lue eliegon a com
tórios flutuantes, e suas manobras de
carga e descarga, por bomba, são tam
bém simplíssimas. No transporte inaríti-
rno merece especial cuidado a f)peração nus portos.
Nessas ocasiões os barcos
,desfraldam a bandeira xcnnelha de "pe rigo" e um circuito de flutuadorcs deve
f .íonnar um scplo em redor, capay. de circunscrever os vaziunentos e os incên
dios. O ideal, porém, é uma bacia es pecial.
parecer para tomar jios.se. .. Si-rá neces
sário, etii tais casos, aperfeiçoar a fórmu la de constituição c- o reginie tle funcioiiamenlo, de modo que entidades idô neas tenham um pajK l e jxissain contra
balançar a irresjionsaljilicladc oficial, c tornar efetivas as responsainlidades. A frota custou .563 milhões de cruzeiros e ainda não está tòda enlregm-. Como consetjiièrieia: a) o eitslo de tran.sporte dos crus torna-se mais barato (jue o do.s produtos refinados, b) os tran.sportcs são
.\o momento o assunto é es-
embaixadas do goz;idoros— então esture-
.\õcs s<' inlronu-tem. a serenidadí- não reina nas diseussões.
derrotistas.
O ponto l)ásieo ê a ojiosição entre "na cionalização" r "{•nlreguisino", entre "iniciativa jirisarla" e "«'statismo". Em
bora |X).ssam os paises,
em diferentes
époeas ou situações, tender para um ou outro lado, induhilàvelmente a solução natural é a "nacionalização", no sentido
do evitar o j)ri'doinini<), tècnicamente muito efieieiile, social e econümicamcnt<'
Ouvem-se vèz.i-.s protestos da for ma: "Que vale o nosso petróleo, se não .saí da torra, lu-m vivifica a no.ssa econo
mia ?" O argunuaito é justo: não a con
tuna maior i- mais eficiente iniciativa da
permanente duma nova guerra mundial
corresponrlentc permanece na nossa eco nomia e poiipuin-se divisas, d) há maior ,garantiu e elastieiclade do serviço cm fa
. teciinento dos centros consumidores, o fornecimento às refinarias e o escoanriento das zonas produtoras. E assim adquiriu 22 unidades, 12 oceânicas e 10 costeiras para cabotagem. As primeiras 5ão: duas de 20.000 toneladas (deadweight) e dez de 16.300 toneladas, en
para guerra ou propriedade de (rust.s.
Para darmos uma idéia dos trajetos de importação (1949), diremos (jue as ín
se pode também ignorar a sua espcciali-
xico, Peru, Inglaterra) eom 6Ít eonjuntu-
glaterra. As .segundas são de 2.000 tone ladas, compradas no Japão, e uma dc J.200, sueca. Se o órgão que as irá
ção refere-.se a derivados (3.400.000 to neladas), sendo apenas de 62.000 a to-
^,ta^ do govêrno, verbas, aprovações, etc.,
realmente grandes, mas não invencíveis. O mal nestas (pieslões é, por um ufanis mo infantil, extremar para o lado oposto, afirmando qtte essas dificuldades não existem. Ninguém ignora o custo vulto-
li)%, Venezuela c-om 14V, Trinidad eom
comendadas na Holanda, .Suécia e In
t?4irar-]he-iam a liberdade e a iniciativa
Os embaraços devido à escas
sez de recutrsos financeiros o técnicos são
.sissimo das (^xploraçAes extrati\'as c das
iv.ente. A {piu.se totalidade da importa
^ movimentar tiver suficiente autonomia c começar <-m boas mãos, ficará garantido um dos setores mais importantes da nosi-ía economia. Toda dependência imedia-
Nação.
A
dias Ocidentais Holandesas figuram c-om 10% e os restantes (ísslados Unidos, Mé
neiagem de petróleo hnilo. A proporção dos derivados é a seguinte (1950): ga solina comum 2.074 milhões de litros,
fuel oil 1.824, Diescl 676, (pierosene 321, ga.soIina de aviação 207, óleos lubri ficantes 123.
4'enjos considerado o petróleo tècni-, ...
VÓAvi
re e.spontãneo do seio da terra, nem que
o e.strangeiro venha extraí-lo pelos nos sos liclos olhos. E a prova aí está, que eom algum esfôrç<i já obtivenios, na
Bahia, uma apreciável resultado. E, se o
pfrí<-^'tainente que o início das ativida-
vor dos interesses nacionais, do (jue do caso de navios estrangeiros, requisitávcis
ra verificado.s, insucessos lógicos porque
quem não investiga e não perfura, não {Xido esperar que o precioso líquido jor
resultado não melhorar.
solução não s<Tá o "entrcguismo", mas
* básicas. Uma era a constituição duma frota petroleira, a fim de garantir o abas-
Outro êrro é romanceiU' o
pctrólcx) e as potências ocultas, para atri buir-lhes a culpa dos insucessos até ago
das fôrças estrangeiras.
seqüência <[ue se procura insinuar.
; exigiam algumas medidas preliminares
mos dando tôdas as anuas c razzíes aos
pouco nli!. {• jiolilieamenle incômodo,
menos perigosos, e. logo, incnore.s as
U des petrolífera.s no país e a expectativa
zação, continuarmos a custear inúteis -
.sempre tpu- int<Tès.s«'S. ideologias c pai-
despc-sas de seguro, e"| :i importância
O govêrno Ijrasileiro compreendeu
\ i.sas em artigos dc lu.xo, c, em vez de enviar pam fora técnicos pixra e.speciaÜ- •'
instalações indn.striais tio petróleo. Não Z4ição técnica e contínua evtrlução.
O
papel das nações modernas não é. toda via, de.sanimar, mas encarar ct)ncreta,
fria e metõdicamenlt; o problema, c mo bilizar recursos, que tantos por aí .se:
d(í.spcrdiçam, recorrer aos técnicos de fo ra e especializar os nossos. É evidente {jue se continuarmos a nos jactar de que qualquer caboclo analfabeto vale dez es pecialistas estrangeiros, que o nosso solo p por força o mais rico do mundo, e por nutro lado, se continuarmos a gastar di-
também não
haja espanto ou acusação, porque a nos sa geologia, se não é hostil, também nân é lá das mais faxorávcis, É engano su
por que tôdas as fonnaçõcs scdimcntares
capazes de petróleo necessàriamcute j
de\aiu contê-lo. Já possui o país um" Í
enorme escudo cristalino
dcsfaxorável. '
por serem as suas fonnaçõcs azóicas, an- ;
tcriores as manifestações de \ida que , ; originaram os carvões e os petróleos. E)as camadas restantes, "capazes de pe tróleo" num corto sentido, muitas não
apresentam probabilidade.s, como as for mações terrígonas o eólias, O que resta é relativamente pouco, embora ainda
muito em relação ao que até agora se \ in\estigou. .v
Hoje as atenç^ões voltam-se para a' 1
Amazônia, costa nordestina, e uma faixa * da bacia do Paraná. Parte já tom sido •
prospectada com resultados comercial
mente negativos. Do fato doutros países possuírem petróleo, não se deduz que aqui êlo seja forçoso, porque também muitos países não o possuem ou pos
suem-no escasso : Inglaterra, França Alemanha, península Ibérica, Itália, Uruguai, etc. O argumento de os países
vizinhos haverem-no encontrado (argxt. ..
24
Digesto Econômico
Dicesto Econômico
trajetos nem sempre são conipará\cis.
necessária no sc-ii gênero de atividade.
eaiiaínte.
A título excmplífícativo, entretanto, di'remos que, em certa época, o transporte , do cru <*ntre o Mid-Contin(?nt e a costa oriental dos Estados Unidos estava para as três hipóteses enunciadas, na relação
.Mesmo a forma ;uitár<}iiicu ou :i de cniprêsa de eeonomi;i mista, stib as fómuilas eoimms, não satisfay.<'m; o govêrno
ealdanl»', lan todo o mundo, do ponto de vista jiolílieo e econômico. C)omo
aproxiinativa 1.0:1.2:2.0,
tendi) \-olo predominante, a política in flui, e as organizações tornam-se eabídcs de ineonipct«-nt<'S. \'iinos em São Paulo
O transporte por mar jrode ser mais
no ea.so malfadado da OMTCl, (jíic c so-
f barato que por pipe-line, o (jne é fácil
cicdculc aitòniitui, um go\«Tnudur nomear
* c-onceber, pois os navios petroleiros não são mais (jue grandes e simples reserva
por carta um diretor, (lue eliegon a com
tórios flutuantes, e suas manobras de
carga e descarga, por bomba, são tam
bém simplíssimas. No transporte inaríti-
rno merece especial cuidado a f)peração nus portos.
Nessas ocasiões os barcos
,desfraldam a bandeira xcnnelha de "pe rigo" e um circuito de flutuadorcs deve
f .íonnar um scplo em redor, capay. de circunscrever os vaziunentos e os incên
dios. O ideal, porém, é uma bacia es pecial.
parecer para tomar jios.se. .. Si-rá neces
sário, etii tais casos, aperfeiçoar a fórmu la de constituição c- o reginie tle funcioiiamenlo, de modo que entidades idô neas tenham um pajK l e jxissain contra
balançar a irresjionsaljilicladc oficial, c tornar efetivas as responsainlidades. A frota custou .563 milhões de cruzeiros e ainda não está tòda enlregm-. Como consetjiièrieia: a) o eitslo de tran.sporte dos crus torna-se mais barato (jue o do.s produtos refinados, b) os tran.sportcs são
.\o momento o assunto é es-
embaixadas do goz;idoros— então esture-
.\õcs s<' inlronu-tem. a serenidadí- não reina nas diseussões.
derrotistas.
O ponto l)ásieo ê a ojiosição entre "na cionalização" r "{•nlreguisino", entre "iniciativa jirisarla" e "«'statismo". Em
bora |X).ssam os paises,
em diferentes
époeas ou situações, tender para um ou outro lado, induhilàvelmente a solução natural é a "nacionalização", no sentido
do evitar o j)ri'doinini<), tècnicamente muito efieieiile, social e econümicamcnt<'
Ouvem-se vèz.i-.s protestos da for ma: "Que vale o nosso petróleo, se não .saí da torra, lu-m vivifica a no.ssa econo
mia ?" O argunuaito é justo: não a con
tuna maior i- mais eficiente iniciativa da
permanente duma nova guerra mundial
corresponrlentc permanece na nossa eco nomia e poiipuin-se divisas, d) há maior ,garantiu e elastieiclade do serviço cm fa
. teciinento dos centros consumidores, o fornecimento às refinarias e o escoanriento das zonas produtoras. E assim adquiriu 22 unidades, 12 oceânicas e 10 costeiras para cabotagem. As primeiras 5ão: duas de 20.000 toneladas (deadweight) e dez de 16.300 toneladas, en
para guerra ou propriedade de (rust.s.
Para darmos uma idéia dos trajetos de importação (1949), diremos (jue as ín
se pode também ignorar a sua espcciali-
xico, Peru, Inglaterra) eom 6Ít eonjuntu-
glaterra. As .segundas são de 2.000 tone ladas, compradas no Japão, e uma dc J.200, sueca. Se o órgão que as irá
ção refere-.se a derivados (3.400.000 to neladas), sendo apenas de 62.000 a to-
^,ta^ do govêrno, verbas, aprovações, etc.,
realmente grandes, mas não invencíveis. O mal nestas (pieslões é, por um ufanis mo infantil, extremar para o lado oposto, afirmando qtte essas dificuldades não existem. Ninguém ignora o custo vulto-
li)%, Venezuela c-om 14V, Trinidad eom
comendadas na Holanda, .Suécia e In
t?4irar-]he-iam a liberdade e a iniciativa
Os embaraços devido à escas
sez de recutrsos financeiros o técnicos são
.sissimo das (^xploraçAes extrati\'as c das
iv.ente. A {piu.se totalidade da importa
^ movimentar tiver suficiente autonomia c começar <-m boas mãos, ficará garantido um dos setores mais importantes da nosi-ía economia. Toda dependência imedia-
Nação.
A
dias Ocidentais Holandesas figuram c-om 10% e os restantes (ísslados Unidos, Mé
neiagem de petróleo hnilo. A proporção dos derivados é a seguinte (1950): ga solina comum 2.074 milhões de litros,
fuel oil 1.824, Diescl 676, (pierosene 321, ga.soIina de aviação 207, óleos lubri ficantes 123.
4'enjos considerado o petróleo tècni-, ...
VÓAvi
re e.spontãneo do seio da terra, nem que
o e.strangeiro venha extraí-lo pelos nos sos liclos olhos. E a prova aí está, que eom algum esfôrç<i já obtivenios, na
Bahia, uma apreciável resultado. E, se o
pfrí<-^'tainente que o início das ativida-
vor dos interesses nacionais, do (jue do caso de navios estrangeiros, requisitávcis
ra verificado.s, insucessos lógicos porque
quem não investiga e não perfura, não {Xido esperar que o precioso líquido jor
resultado não melhorar.
solução não s<Tá o "entrcguismo", mas
* básicas. Uma era a constituição duma frota petroleira, a fim de garantir o abas-
Outro êrro é romanceiU' o
pctrólcx) e as potências ocultas, para atri buir-lhes a culpa dos insucessos até ago
das fôrças estrangeiras.
seqüência <[ue se procura insinuar.
; exigiam algumas medidas preliminares
mos dando tôdas as anuas c razzíes aos
pouco nli!. {• jiolilieamenle incômodo,
menos perigosos, e. logo, incnore.s as
U des petrolífera.s no país e a expectativa
zação, continuarmos a custear inúteis -
.sempre tpu- int<Tès.s«'S. ideologias c pai-
despc-sas de seguro, e"| :i importância
O govêrno Ijrasileiro compreendeu
\ i.sas em artigos dc lu.xo, c, em vez de enviar pam fora técnicos pixra e.speciaÜ- •'
instalações indn.striais tio petróleo. Não Z4ição técnica e contínua evtrlução.
O
papel das nações modernas não é. toda via, de.sanimar, mas encarar ct)ncreta,
fria e metõdicamenlt; o problema, c mo bilizar recursos, que tantos por aí .se:
d(í.spcrdiçam, recorrer aos técnicos de fo ra e especializar os nossos. É evidente {jue se continuarmos a nos jactar de que qualquer caboclo analfabeto vale dez es pecialistas estrangeiros, que o nosso solo p por força o mais rico do mundo, e por nutro lado, se continuarmos a gastar di-
também não
haja espanto ou acusação, porque a nos sa geologia, se não é hostil, também nân é lá das mais faxorávcis, É engano su
por que tôdas as fonnaçõcs scdimcntares
capazes de petróleo necessàriamcute j
de\aiu contê-lo. Já possui o país um" Í
enorme escudo cristalino
dcsfaxorável. '
por serem as suas fonnaçõcs azóicas, an- ;
tcriores as manifestações de \ida que , ; originaram os carvões e os petróleos. E)as camadas restantes, "capazes de pe tróleo" num corto sentido, muitas não
apresentam probabilidade.s, como as for mações terrígonas o eólias, O que resta é relativamente pouco, embora ainda
muito em relação ao que até agora se \ in\estigou. .v
Hoje as atenç^ões voltam-se para a' 1
Amazônia, costa nordestina, e uma faixa * da bacia do Paraná. Parte já tom sido •
prospectada com resultados comercial
mente negativos. Do fato doutros países possuírem petróleo, não se deduz que aqui êlo seja forçoso, porque também muitos países não o possuem ou pos
suem-no escasso : Inglaterra, França Alemanha, península Ibérica, Itália, Uruguai, etc. O argumento de os países
vizinhos haverem-no encontrado (argxt. ..
«JIUIIJ «11IL
mm ■
saento do "anel") é inoperante, pois as
Dicesto
Digesto Econômico
26
Ecoixo.mico
veriam poi- bom regime aclmini.strativo c
A 2'íarticipação c.strangcira, que pode ser valío.sa tecnicamente, .sem interferên
iiseal.
gumento "do anel" contrapõe-se o "da ilha"; uma área rodeada dágua de to
cia no controle c na propriedade dos negócios, não co.stuma trazer grandes
iincíalmeiile na encampação, m;is a isso
decreto oxpropriatório, as cifras dos pro
foi in.sensi\-e[mente, coiulnzido,
dutos m;ús importantes mostram o de
dos os lados só pode ser água. Conclu
coinpcnsaçõe.s ao.s países que a conce
ponto de (pie não podi.i mais recuar. O
são: não haveria ilhas...
dem. É tolice esperar (pie tais negócios pos.sam levar o pais à euforia e permitir
Na América do Sul, como na do Nor
te, muitas regiões petrolíferas encostamse às grandes cadeias de montanhas, que não estão no nosso território o de que
que ninguém mais tralíaliie, custeando
tudo só com o lucro do petróleo. Ne nhum negócio no mundo pcriniti-lo-ia,
não possuímos equivalentes.
muito menos por longo prazo.
O grande alinhamento petrolífero sulamericano corre da Patagônia a Trinidad, atravessando Argentina, Bolívia, Pe-
onde nao há impostos, ou naigum outro indico.
Sc o petróleo "for no.sso", igualmente não cabe exagerar tais esperanças, ópio
A nos.sa obrigação será compensar os
fatores adversos por um maior esforço ' técnico e científico.
Referindo-se à Rússia, conta Haldane: . "Lenin saw that his country could not \ be industrialized without a full knowledge of its gcology. The Sovict Govcm-
ment rapidly built up the \vorld's greatest gcological survcy. By 1940 it em-
, ploycd two thousand fully trained geo- logists, besidcs about eight thousand assistants, and cost a thousand míllion rou-
bles a year (£ 25.000.000)." Isso tor nou possível o desenvolvimento da in
dústria russa, o seu deslocamento para 9S Urais o para a Sibéria, e a resistência aos e.xércitos alemães. Conclui o sábio ingle.s: "But socialism would not have
' been enough without science". E con
cluímos nós: "também a nacionalização
. não adiantará, sem uma grande pesqui sa científica".
O desligamento da propriedade das ja
20..=599.009
7.200.000
193S 1939 1949
IS.599.009
5.200.000 5.000.000 4.000.000
IS.390.900 S.999.900
O maior inolixo imediato da «-ncam-
pação fóra o conflito dc salários, pois as preten.sócs sindicais luix iam sido espo.sadas pelo tribunal tralialhista c pelo go-
3.400.000
1.300.000" 800.000 500.000
médio (le ia lucha constante y sin tregne; se dice que pase Io que pase, el proletariado Io único que puede perder son sus eadenas. Esta tcsis os inaplica- , l)le en ia industria pctrolcra nacionaliza- ■ da... La atmosfera social cre;ida alde-
so do México. Num patriótico e louvá
los dircctorcs dc Ias nucvas instilucíoncs
redor de Ia implantacion dc Ias cláusu- .
vel impulso, nacionaliziiram o petróleo.
cometioran cl error dc ofrccci- a los tra-
ias dei laudo por una parte, y por Ia otra ,
Mas nem o país sc preparara comercial e tecnicamente para as.sumír o encargo,
bajadores que ei laudo seria jinesto poco
Ia ineomprensión de los hondos câmbios
a poeo on \igor.
El error se explica
realizados cn Ia industria a partir dcl ;
ponpic se (piiso demostrar eon toda buena fe (pie era posihh" realiz.;ir Io (juc Ias
Sindicato de Trabajadores cn una actitud •:
companias afirmalian que era imposiblé.
dc lucha fronte a Ias inslitucioncs pctro ieras, en perjuício a tales instituciones, I
nós que o dizemos, mas Horzog, enge nheiro, esquerdista, propagandista da nacionalização c um dos primeiros dire
A niKxstro jiiicio fué un error, porcjue cl laudo se dictó para resohev im conflito on un momento dado entro Ias empresa.s
supremo intcrés dc Ia naeión".
pctroieras que operaban en México y sus
tores do serviço nacionalizado. Os em
Irabajadores, empresas imperialistas que
A pimenta passava a arder no próprio olho, mas não era fácil convencer o ope- •
baraços técnicos, comerciais e adminis trativos foram imensos c as cifras caí
jamás tnvieran cn México más propósi to que obtener Ias más altas gananeias
rariado com tais argumentos. "Alguns dirigentes sindicales Iian co-'
ram . Foi errada a nacionalização ? Não.
sín interesarles el progresso social y eco nômico de Ia naeión. Al expropiai-se los bienes, al naeionalizarse el petróleo
nem o povo ou, melhor, os sindicatos,
viam as perspectivas doutro modo que um regabofe do altos salários o um as salto a empregos e chefias. Não somos
Precipitada foi a maneira de fazê-la. Herzog narra pormenorizadamente os
1<S de março de 1938, han mantenido al
para^ los núsmos trab;ijadores y para él ]
metido el grave error de creer que una ,
edificantes acontecimentos e a sua desi
y cpiedar su explotaeión en manos de
dc .sus obligaeioncs consiste en defen- der a sus compancros aún cuando no sean eficientes ni honrados. Los casos
lusão, que felizmente não lhe fêz fra
quejar o idealismo. Quanto aos outros
inslitiiciones ofieíales, ciiyo lin no es el lucro sino servir al pais, Ias condiciones
ciertos cargos son más numerosos de Io
motivos alegados da medida,
SC modificaron radicalmente, sin excluir
que a primcra vista pudicra pcnsarse".
por siipiiesto Ias que debian servir de
Estes fatos são instrutivos, por mostrarem a necessidade do preparo prévio na solução dos grandes problemas públicos.
salvo a
geiras, atraídas à aventura em que joga
trabalhistas, etc. Na realidade se resol-
dos especuladores e das empresas estran
19:37
Asfalto
vémo. Encampadas as empresas, diz Horzog; "Al consmiKirsc l;i cxpropiucióii
vam com grande superioridade de armas.
acertada medida, embora não a gôsto
f
Clüsolina
dc iniciativas. Êste foi um pouco O ca
doutrina e o ponto de vístu superior da Nação, em grande parte eram secundá rios o banais nas grandes empresas, pe trolíferas ou não, estrangeiras ou nacio nais: abusos de concessão, sonegaçÕes fiscais, polícias particulares, conflitos
zidas e da propriedade do solo, com res peito às situações existentes, foi uma
clínio :
-.1
pequeno protetorado feudal, asiático ou
dino oriental.
até o
< )/(•
Isso só sucedo na ilhota de Bahreín,
rx\, Colômbia e Venezuela, no sopé an
O próprio govèrno não pensava
setor mais prejudicado foi o da refina ção. Sendo do 18 de março de 1938 o
formações geológicas diferem. Ao ar
norma a Ias relaciones entre obrcros y
patronos. . . La tesis que sirvc de funda-
hÉtou
de ineapacidad notoria para dcsempeãar
rníento a Ia acción política dei sindica-
O interê.s.se do caso, todavia, fêz-nos
li.smo revolucionário, consiste en Ia afir-
perder um pouco o fio da exposição. Es
mación de que Io (juc hay que hacer es
távamos no ponto cm que insistíamos nc
clc-sorganizar el régimcn capitalista por
incon*s'eniente dc extravasar e fantasiar
«JIUIIJ «11IL
mm ■
saento do "anel") é inoperante, pois as
Dicesto
Digesto Econômico
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Ecoixo.mico
veriam poi- bom regime aclmini.strativo c
A 2'íarticipação c.strangcira, que pode ser valío.sa tecnicamente, .sem interferên
iiseal.
gumento "do anel" contrapõe-se o "da ilha"; uma área rodeada dágua de to
cia no controle c na propriedade dos negócios, não co.stuma trazer grandes
iincíalmeiile na encampação, m;is a isso
decreto oxpropriatório, as cifras dos pro
foi in.sensi\-e[mente, coiulnzido,
dutos m;ús importantes mostram o de
dos os lados só pode ser água. Conclu
coinpcnsaçõe.s ao.s países que a conce
ponto de (pie não podi.i mais recuar. O
são: não haveria ilhas...
dem. É tolice esperar (pie tais negócios pos.sam levar o pais à euforia e permitir
Na América do Sul, como na do Nor
te, muitas regiões petrolíferas encostamse às grandes cadeias de montanhas, que não estão no nosso território o de que
que ninguém mais tralíaliie, custeando
tudo só com o lucro do petróleo. Ne nhum negócio no mundo pcriniti-lo-ia,
não possuímos equivalentes.
muito menos por longo prazo.
O grande alinhamento petrolífero sulamericano corre da Patagônia a Trinidad, atravessando Argentina, Bolívia, Pe-
onde nao há impostos, ou naigum outro indico.
Sc o petróleo "for no.sso", igualmente não cabe exagerar tais esperanças, ópio
A nos.sa obrigação será compensar os
fatores adversos por um maior esforço ' técnico e científico.
Referindo-se à Rússia, conta Haldane: . "Lenin saw that his country could not \ be industrialized without a full knowledge of its gcology. The Sovict Govcm-
ment rapidly built up the \vorld's greatest gcological survcy. By 1940 it em-
, ploycd two thousand fully trained geo- logists, besidcs about eight thousand assistants, and cost a thousand míllion rou-
bles a year (£ 25.000.000)." Isso tor nou possível o desenvolvimento da in
dústria russa, o seu deslocamento para 9S Urais o para a Sibéria, e a resistência aos e.xércitos alemães. Conclui o sábio ingle.s: "But socialism would not have
' been enough without science". E con
cluímos nós: "também a nacionalização
. não adiantará, sem uma grande pesqui sa científica".
O desligamento da propriedade das ja
20..=599.009
7.200.000
193S 1939 1949
IS.599.009
5.200.000 5.000.000 4.000.000
IS.390.900 S.999.900
O maior inolixo imediato da «-ncam-
pação fóra o conflito dc salários, pois as preten.sócs sindicais luix iam sido espo.sadas pelo tribunal tralialhista c pelo go-
3.400.000
1.300.000" 800.000 500.000
médio (le ia lucha constante y sin tregne; se dice que pase Io que pase, el proletariado Io único que puede perder son sus eadenas. Esta tcsis os inaplica- , l)le en ia industria pctrolcra nacionaliza- ■ da... La atmosfera social cre;ida alde-
so do México. Num patriótico e louvá
los dircctorcs dc Ias nucvas instilucíoncs
redor de Ia implantacion dc Ias cláusu- .
vel impulso, nacionaliziiram o petróleo.
cometioran cl error dc ofrccci- a los tra-
ias dei laudo por una parte, y por Ia otra ,
Mas nem o país sc preparara comercial e tecnicamente para as.sumír o encargo,
bajadores que ei laudo seria jinesto poco
Ia ineomprensión de los hondos câmbios
a poeo on \igor.
El error se explica
realizados cn Ia industria a partir dcl ;
ponpic se (piiso demostrar eon toda buena fe (pie era posihh" realiz.;ir Io (juc Ias
Sindicato de Trabajadores cn una actitud •:
companias afirmalian que era imposiblé.
dc lucha fronte a Ias inslitucioncs pctro ieras, en perjuício a tales instituciones, I
nós que o dizemos, mas Horzog, enge nheiro, esquerdista, propagandista da nacionalização c um dos primeiros dire
A niKxstro jiiicio fué un error, porcjue cl laudo se dictó para resohev im conflito on un momento dado entro Ias empresa.s
supremo intcrés dc Ia naeión".
pctroieras que operaban en México y sus
tores do serviço nacionalizado. Os em
Irabajadores, empresas imperialistas que
A pimenta passava a arder no próprio olho, mas não era fácil convencer o ope- •
baraços técnicos, comerciais e adminis trativos foram imensos c as cifras caí
jamás tnvieran cn México más propósi to que obtener Ias más altas gananeias
rariado com tais argumentos. "Alguns dirigentes sindicales Iian co-'
ram . Foi errada a nacionalização ? Não.
sín interesarles el progresso social y eco nômico de Ia naeión. Al expropiai-se los bienes, al naeionalizarse el petróleo
nem o povo ou, melhor, os sindicatos,
viam as perspectivas doutro modo que um regabofe do altos salários o um as salto a empregos e chefias. Não somos
Precipitada foi a maneira de fazê-la. Herzog narra pormenorizadamente os
1<S de março de 1938, han mantenido al
para^ los núsmos trab;ijadores y para él ]
metido el grave error de creer que una ,
edificantes acontecimentos e a sua desi
y cpiedar su explotaeión en manos de
dc .sus obligaeioncs consiste en defen- der a sus compancros aún cuando no sean eficientes ni honrados. Los casos
lusão, que felizmente não lhe fêz fra
quejar o idealismo. Quanto aos outros
inslitiiciones ofieíales, ciiyo lin no es el lucro sino servir al pais, Ias condiciones
ciertos cargos son más numerosos de Io
motivos alegados da medida,
SC modificaron radicalmente, sin excluir
que a primcra vista pudicra pcnsarse".
por siipiiesto Ias que debian servir de
Estes fatos são instrutivos, por mostrarem a necessidade do preparo prévio na solução dos grandes problemas públicos.
salvo a
geiras, atraídas à aventura em que joga
trabalhistas, etc. Na realidade se resol-
dos especuladores e das empresas estran
19:37
Asfalto
vémo. Encampadas as empresas, diz Horzog; "Al consmiKirsc l;i cxpropiucióii
vam com grande superioridade de armas.
acertada medida, embora não a gôsto
f
Clüsolina
dc iniciativas. Êste foi um pouco O ca
doutrina e o ponto de vístu superior da Nação, em grande parte eram secundá rios o banais nas grandes empresas, pe trolíferas ou não, estrangeiras ou nacio nais: abusos de concessão, sonegaçÕes fiscais, polícias particulares, conflitos
zidas e da propriedade do solo, com res peito às situações existentes, foi uma
clínio :
-.1
pequeno protetorado feudal, asiático ou
dino oriental.
até o
< )/(•
Isso só sucedo na ilhota de Bahreín,
rx\, Colômbia e Venezuela, no sopé an
O próprio govèrno não pensava
setor mais prejudicado foi o da refina ção. Sendo do 18 de março de 1938 o
formações geológicas diferem. Ao ar
norma a Ias relaciones entre obrcros y
patronos. . . La tesis que sirvc de funda-
hÉtou
de ineapacidad notoria para dcsempeãar
rníento a Ia acción política dei sindica-
O interê.s.se do caso, todavia, fêz-nos
li.smo revolucionário, consiste en Ia afir-
perder um pouco o fio da exposição. Es
mación de que Io (juc hay que hacer es
távamos no ponto cm que insistíamos nc
clc-sorganizar el régimcn capitalista por
incon*s'eniente dc extravasar e fantasiar
DiGIvSTO
íi'
fciu campos tão concrcttis c precisos co
mo o técnico e o econômico, onde a po-
{y. lítica e o cntwsiasmo trocam intcrjeiçõcs 5, por argumentos. Dizíamos, -mais partiv. ciilarmcntc, da nossa possibilidade de encarar nacionalisticamentc o problema
infelicidade de antigas empresas, duma época falha em controle ]n'iblico. Os
•f.'idéias, não exageremos as perspectivas.
recursos do poder piíl)]ieo são também
Co.stuma-se dizer que há no país duas
maiores do que se supõe; o mal é cjue a política e as administrações os desper diçam mima burocracia crescente e inú
5,Ç ceira a média, (juc admite uma eolabof. ravão muito controlada do capital e da
>1. técnica estrangeira.
A primeira c a
tendência simplista dalguns, e maliciosa
dos pretendentes de fora. A segunda é representada pelo general Juarez Távo: ra. A terceira, pelo general Horta Bar-
^ • bosa. Sem adotar incondicionalmente a
Pesta, parcce-nos que a solução brasileira
estara entre as duas últimas menciona das, e mais próxima da do general HorV > to, cujas e.xplanações têm sido dum enV tusíasmo contagiantc.
; . Evidentemente, todas as hipóteses de' 1' vem ser encaradas com frieza, com abs• tração dos interesses particulares, das
•
til, e cm iniciativas fanta.sistas, demagó gicas ou puramente política.s. Um governo firme poderá reunir re cursos, sem maiores encargos tributários,
para financiar imcnso.s empreendimen tos econômicos, como este do pc-lrólco.
Em ponto grande o quo. cm pequeno, tez-se na Prefeitura de São Patilo no pe ríodo 1938-1945, quando, som aumento
de impo.stos, sem despedida de funcionário.s, sem empréstimos ou cmi.ssõcs, foi IJossívcl fazer e pagar uma grande re modelação urbana, ípic ortodoxamente
podia ter dado lugar a operações de cré
dito a longo prazo. Se tal é possível relativamente obras não reprodutivas ;. vaidades, e de intuitos políticos sub-rep (ao menos emacerto sentido), que dire tícios, mas transparentes, que n<ão per- mos do empreendimentos caracterlstica, deiTi as oportunidades, muito menos uma táo boa como esta.
O valor da técnica e dos poderosos re cursos estrangeiros e indiscutível. Não
decorre porém necessariamente que isso ' tenha de fazer-se mediante interferência e controle nos negócios. A técnica es trangeira, embora muito ligada, não está tôda ligada aos trusts, e contratos in. suspeitos podem ser feitos facilmente com ela. Além dos técnicos americanos os da Europa, onde existe uma notá
vel atividade, principalmente ná especialidade química. Quanto aos recursos financeiros, é de
• > ■ notar que no país há uma regular dis-
i
Dessa dis^xinibilidadc parte- é arisca, e parte imprudente. Uma boa orientação oficial e particular aí encontrará um campo de ação ra/.oá\el, embora um pouco prejudicado pela leviandade ou
j; do petróleo, desde que nessa ordem de 'ttmdèncias: a entreguista e a nacionalisNa realidade há três, sendo a ter-
.
EcO^*Ó^tJCO
mente industriais e do economia funda mental ? Por outro lado, não devemos exagerar as cifras necessárias, porque a nossa construção econômica precisa ser rápida, mas não instantânea. A refina ria de Mataripe custou 130 milhões de
cruzeiros;
ora, numerosos prédios era
São Paulo e no Rio são dêsse valor ou mais caros.
Uma restrição verdadeira na importa ção de automóveis e objetos de luxo proporcionaria divisas para grandes ins talações.
Há, para a maquinaria, a possibilida de de empréstimo externo (de prazo mé dio, à vista da rentabilidade da indús
ponibilidade, que apenas cabe mobilizar. tria) e, no mercado interno, como já dU-
Dicesto Econômico
29
semos, jx)S.sil)iliclacU-s cit- mobiliziiçáo. cjuando não por einis.são de títulos pxiblico.s de baixo juro, ao nu-nos por sub.s-
derao inelhorá-lu por auxílios puramente
criç-ão de ações iuduslriais mais atraentes.
intromissão comercial dos mesmos.
Uma eonsideração <im' a corrente mé
dia tem utilizado para aconselhar maior participação estrangeira-, c a dcpondênfia política e i-tonóiiúea dti país no ce
técnicHxs e financeiros, sem recorrer aos
trusl.s ou.
pelo incnos", sem forçar a A
prevenção da opinião e dos podercs pú blicos
americanos
relativamente
aos
trusts tem sido crescente, consubstan
ciada em abundante legislação, ações ju
nário interiiaeional. e. sobretudo, o re
diciais ruidosas c finalmente na atitude
ceio de pressões diante tie perspectivas de guerra ou, cpn- jxide ser pior, dian te da própria guerra. Não é jXDSsíxel
dr Delano Rooscvoll. Relaç-õos de índole <lifeiente, portanto, das que hoje ainda
ignorar êstc risco, tanto mais cpic as
Havendo de ambas as partes claras manife.«taç-ões prévias neste sentido, é
piessões não precisarão assumir forma violenta. Um pais cuja vida depende de nuiílos produtos e de combustíveis es trangeiros, e cuja principal c.xportução depende do mercado c das cotações ame
nmitos supõem.
de crer que os "perigos" entrevistos pe lo general Juarez Távora c outros se dissipem, deixando-no.s maior liberdade
para a solução dos problemas. Eviden
ricanas, oferece- ííanco vulnerável a pres-
temente, além de certos limites a velei
.sões comerciais e econômicas.
Não são estas, de sube.stimar. Nem por isso de\<-mos assumir uma atitude
dade íle independência, num mundo {[ue, por tòda sorte de conexões e apro•ximações, é "um mundo só", poderá
flexívtíj, antes (jue se vcríliquem situa ções concretas. Se por um lado o pe
submissão inconsciente a interêsses opos
tróleo, a partir do segundo conflito inundiid, tornou-se o nervo essencial da guer
assumir, inversamente, o caráter dmna
tos, que cs há, grandes, hábeis e ousa
dos. E tão transparentes nos métodos,
ra, c se as grandes ix)tc'ncias, reconhe-
nos nomes e nos objetivos, que dispen
cendo-o, entrosaram-se mais com as for
sam comcntilrio.
tes empresas, consideradas auxiliares xíteis, por outro a situação e a mentali dade política dos povos também evoluí
ração que tem levado alguns vultos emi
É talvez esta conside
nentes, especialmente técnicos preocupa
' bem no mimdo de hoje, e as relações dos
dos com resultados rápidos c concretos, a preferirem o decisivo auxilio estrangei ro, e temer o atraso provocado pela po lítica e por comple.xos de inferioridade.
governos com as grandes emprêsas-ins-
Parece o caso do Prof. Froes de Abreu.
ram muito nos últimos anos. As atitu des violentas de antanho dificilmente ca-
trumcntos assumem um aspecto pecu
liar, diferente do antigo protecionismo
cego. De modo que se os Estados Uniclos encontrarem, num caso de guerra,
suficiente boa vontade dum país aliado, que explore eficiente embora nacionalisticamcnte, o petróleo, eles não terão mo tivo para impor esses desagradáveis agentes: as companhias e os trusts. Se a exploração nacionalística se re velar imperfeita, os Estados Unidos po-
■'íéIÍiié'
Os adeptos desta corrente alarmam-se com o fato de até agora não havermos
descoberto mais que uma zona petrolí fera comercial, no Recôncavo Baiano, e esta mesTOo de limitada capacidade, pois não atenderá a mais de ano e pouco de consumo nacional.
O Estatuto do Petróleo, bom em linhas
gerais, entreabriu as portas, um pouco mais do que era preciso, à interferência estrangeira, nos casos de exportação e
DiGIvSTO
íi'
fciu campos tão concrcttis c precisos co
mo o técnico e o econômico, onde a po-
{y. lítica e o cntwsiasmo trocam intcrjeiçõcs 5, por argumentos. Dizíamos, -mais partiv. ciilarmcntc, da nossa possibilidade de encarar nacionalisticamentc o problema
infelicidade de antigas empresas, duma época falha em controle ]n'iblico. Os
•f.'idéias, não exageremos as perspectivas.
recursos do poder piíl)]ieo são também
Co.stuma-se dizer que há no país duas
maiores do que se supõe; o mal é cjue a política e as administrações os desper diçam mima burocracia crescente e inú
5,Ç ceira a média, (juc admite uma eolabof. ravão muito controlada do capital e da
>1. técnica estrangeira.
A primeira c a
tendência simplista dalguns, e maliciosa
dos pretendentes de fora. A segunda é representada pelo general Juarez Távo: ra. A terceira, pelo general Horta Bar-
^ • bosa. Sem adotar incondicionalmente a
Pesta, parcce-nos que a solução brasileira
estara entre as duas últimas menciona das, e mais próxima da do general HorV > to, cujas e.xplanações têm sido dum enV tusíasmo contagiantc.
; . Evidentemente, todas as hipóteses de' 1' vem ser encaradas com frieza, com abs• tração dos interesses particulares, das
•
til, e cm iniciativas fanta.sistas, demagó gicas ou puramente política.s. Um governo firme poderá reunir re cursos, sem maiores encargos tributários,
para financiar imcnso.s empreendimen tos econômicos, como este do pc-lrólco.
Em ponto grande o quo. cm pequeno, tez-se na Prefeitura de São Patilo no pe ríodo 1938-1945, quando, som aumento
de impo.stos, sem despedida de funcionário.s, sem empréstimos ou cmi.ssõcs, foi IJossívcl fazer e pagar uma grande re modelação urbana, ípic ortodoxamente
podia ter dado lugar a operações de cré
dito a longo prazo. Se tal é possível relativamente obras não reprodutivas ;. vaidades, e de intuitos políticos sub-rep (ao menos emacerto sentido), que dire tícios, mas transparentes, que n<ão per- mos do empreendimentos caracterlstica, deiTi as oportunidades, muito menos uma táo boa como esta.
O valor da técnica e dos poderosos re cursos estrangeiros e indiscutível. Não
decorre porém necessariamente que isso ' tenha de fazer-se mediante interferência e controle nos negócios. A técnica es trangeira, embora muito ligada, não está tôda ligada aos trusts, e contratos in. suspeitos podem ser feitos facilmente com ela. Além dos técnicos americanos os da Europa, onde existe uma notá
vel atividade, principalmente ná especialidade química. Quanto aos recursos financeiros, é de
• > ■ notar que no país há uma regular dis-
i
Dessa dis^xinibilidadc parte- é arisca, e parte imprudente. Uma boa orientação oficial e particular aí encontrará um campo de ação ra/.oá\el, embora um pouco prejudicado pela leviandade ou
j; do petróleo, desde que nessa ordem de 'ttmdèncias: a entreguista e a nacionalisNa realidade há três, sendo a ter-
.
EcO^*Ó^tJCO
mente industriais e do economia funda mental ? Por outro lado, não devemos exagerar as cifras necessárias, porque a nossa construção econômica precisa ser rápida, mas não instantânea. A refina ria de Mataripe custou 130 milhões de
cruzeiros;
ora, numerosos prédios era
São Paulo e no Rio são dêsse valor ou mais caros.
Uma restrição verdadeira na importa ção de automóveis e objetos de luxo proporcionaria divisas para grandes ins talações.
Há, para a maquinaria, a possibilida de de empréstimo externo (de prazo mé dio, à vista da rentabilidade da indús
ponibilidade, que apenas cabe mobilizar. tria) e, no mercado interno, como já dU-
Dicesto Econômico
29
semos, jx)S.sil)iliclacU-s cit- mobiliziiçáo. cjuando não por einis.são de títulos pxiblico.s de baixo juro, ao nu-nos por sub.s-
derao inelhorá-lu por auxílios puramente
criç-ão de ações iuduslriais mais atraentes.
intromissão comercial dos mesmos.
Uma eonsideração <im' a corrente mé
dia tem utilizado para aconselhar maior participação estrangeira-, c a dcpondênfia política e i-tonóiiúea dti país no ce
técnicHxs e financeiros, sem recorrer aos
trusl.s ou.
pelo incnos", sem forçar a A
prevenção da opinião e dos podercs pú blicos
americanos
relativamente
aos
trusts tem sido crescente, consubstan
ciada em abundante legislação, ações ju
nário interiiaeional. e. sobretudo, o re
diciais ruidosas c finalmente na atitude
ceio de pressões diante tie perspectivas de guerra ou, cpn- jxide ser pior, dian te da própria guerra. Não é jXDSsíxel
dr Delano Rooscvoll. Relaç-õos de índole <lifeiente, portanto, das que hoje ainda
ignorar êstc risco, tanto mais cpic as
Havendo de ambas as partes claras manife.«taç-ões prévias neste sentido, é
piessões não precisarão assumir forma violenta. Um pais cuja vida depende de nuiílos produtos e de combustíveis es trangeiros, e cuja principal c.xportução depende do mercado c das cotações ame
nmitos supõem.
de crer que os "perigos" entrevistos pe lo general Juarez Távora c outros se dissipem, deixando-no.s maior liberdade
para a solução dos problemas. Eviden
ricanas, oferece- ííanco vulnerável a pres-
temente, além de certos limites a velei
.sões comerciais e econômicas.
Não são estas, de sube.stimar. Nem por isso de\<-mos assumir uma atitude
dade íle independência, num mundo {[ue, por tòda sorte de conexões e apro•ximações, é "um mundo só", poderá
flexívtíj, antes (jue se vcríliquem situa ções concretas. Se por um lado o pe
submissão inconsciente a interêsses opos
tróleo, a partir do segundo conflito inundiid, tornou-se o nervo essencial da guer
assumir, inversamente, o caráter dmna
tos, que cs há, grandes, hábeis e ousa
dos. E tão transparentes nos métodos,
ra, c se as grandes ix)tc'ncias, reconhe-
nos nomes e nos objetivos, que dispen
cendo-o, entrosaram-se mais com as for
sam comcntilrio.
tes empresas, consideradas auxiliares xíteis, por outro a situação e a mentali dade política dos povos também evoluí
ração que tem levado alguns vultos emi
É talvez esta conside
nentes, especialmente técnicos preocupa
' bem no mimdo de hoje, e as relações dos
dos com resultados rápidos c concretos, a preferirem o decisivo auxilio estrangei ro, e temer o atraso provocado pela po lítica e por comple.xos de inferioridade.
governos com as grandes emprêsas-ins-
Parece o caso do Prof. Froes de Abreu.
ram muito nos últimos anos. As atitu des violentas de antanho dificilmente ca-
trumcntos assumem um aspecto pecu
liar, diferente do antigo protecionismo
cego. De modo que se os Estados Uniclos encontrarem, num caso de guerra,
suficiente boa vontade dum país aliado, que explore eficiente embora nacionalisticamcnte, o petróleo, eles não terão mo tivo para impor esses desagradáveis agentes: as companhias e os trusts. Se a exploração nacionalística se re velar imperfeita, os Estados Unidos po-
■'íéIÍiié'
Os adeptos desta corrente alarmam-se com o fato de até agora não havermos
descoberto mais que uma zona petrolí fera comercial, no Recôncavo Baiano, e esta mesTOo de limitada capacidade, pois não atenderá a mais de ano e pouco de consumo nacional.
O Estatuto do Petróleo, bom em linhas
gerais, entreabriu as portas, um pouco mais do que era preciso, à interferência estrangeira, nos casos de exportação e
fl WM Dicesto
Dicesto Econômico
Econümico
de empresas industriais que hajam satis
o fsfòrçi) alemão e aclimatam ;i desco
feito as necessidades internas.
investigação jJreliminar. Aproximandose, portanto, da função estatal, (|ue deve
trabalhosa do que seria nos Estados
berta em -siia terra, para o qiu- der c \i<'r.
surgir prineijialmente nos eajos de con
No período final, ou para serviços complemcntarc.s, com prazos menores, há
A preocupação de «-xportar óleo bnito,
Para ser com|ileto. eitaremos ain-
ciliação e nos de insuíieiència privada.
bre o assunto, tem um peso relativo.
(1.1 a possibilidade cie óleo combustível, gás, Diescl, eofjue, etc., tirados do ba
Mais do fjuc no caso dos minérios de
baçu (p. e\. jiroeesso Vi\acqua Fillio).
ferente, porcjiie se tral;i de alivid;ide cor rente e fàeilmeiite controlável, em que aliiis a iniciativa privada já alcançou óti
acentuada em muitas manifestações so
ferro, são as reservas petrolíferas bastan
Mas ('-ste eòco é matéria de muito (.-oquc
te limitadas. O cálculo da sua exaustão,
e pouco óleo, objeto de coleta e,sparsrt, e tem habitai longíiKiuo. Ser\irá melhor
nos diversos países, costuma-sc fazer em ^ dezenas de anos, ao passo que, no caso p. cx. do carvão, faz-se por séculos.
No caso da indústria refinadora é di
para uso rucliinenlar no sertão. Por isso
mos resull;idos. A própria concorrência, embora atenuada pela constituição de
outros, como AKaro de 01i\eira Macha
trusls, tem sido útil ao extraordinário
Além disso, o óleo cru c mercadoria <le
do, \-oltam-llie as costas e preferem as
baixo preço, exportaçfio usual dos países
apcrfeiçoaiiieulo técnico dos processos.
sementes oleaginosas, mediante dcstila-
atrasados, e a decorrente economia cm
ção pirogenada.
divisas seria pequena. \'ns períodos de
guerra as obrigações de colaboração in ternacional podem exigir exportação bru ta ilimitada; normalmente, porém, inte ressa mais ao país (pelo menos antes da
descoberta de grandes lençóis) poupar até certo ponto as re,ser\a.s petrolíferas, cm vez de atirá-las por baixo preço nes.se saco sem fundo que é o consumo mun
dial. Interessa mais refiná-lo c assim
exportá-lo, obtendo di\i.sas e proporcio nando mais trabalho aos braços na cionais.
Havendo reserva subterrânea, será fá
cil cm caso de emergência multiplicar os "derricks" o intcn.sificar a extração. A única sombra a ê.ste raciocínio seria a
índu.»triah'zação da energia atômica, isto é, um aperfeiçoamento tal nos processos de lib<Ttá-la e utilizií-la, que pudesse economicamente destronar o petróleo. Ora, esta hipótese, não obstante as de
clarações otimistas de Broglie e outros, ainda nao se efetivará nos próximos de cênios, nem sem longa transição.
A .síntese do petróleo a partir do car vão e, para a indústria de exploração um risco também longínquo, devido ao custo. Tecnicamente, êste processo não
oferece dúvida, e mesmo foi êle que fa^ cilítou à Alemanha a sua desesperada resistência. Os americanos investigaram
A única dificuldade seria o vulto dos recurscís financeiros necessários. Mas a
Ihna tendc"-iu-ia n.ieionalisla Inteligen te é assim a melhor solução para o pais. A outra donlriiui, do estatismo, que costuma ser paralelamente desenvolvida,
resposta é análoga à (pie demos no pro blema geral.
Não se pode esperar, nem é desejável
também o é, porém, com restriçõc.s. A iniciativa i.- o recurso privado estão na
essência d(; nosso regime político, ccoruanico e social.
N.lo será incoerência
Unido,^.
ainda o recurso a operações junto a ban cos V instituições financeiras ou autárqui cas. Nos Estados Unidos, diversos ban
cos espeeializ;irain-se neste campo, como o Chase Nalional c o National City Uank de Nov;i York, o Mellon de Pitts-
burgh, e diversos de cidades menores, como Los Angeles, São Francisco, Houslon, Tulsa, Oklahoina, etc. A repartição do campo entre o Estado e a inieiativa privada, alivia aquele e dá cortas garantias a esta. Alguns doutrinadores pretendem uma distinção essencial entre o cuso do petróleo, riqueza exauri-
que as refinarias caiam financeiramente
vcl e dc maior interêsse geral, como fon
em poucas mãos. Preferível é que se so cializem num certo sentido, por meio das
vidades, e o caso doutros serviços públi
organizações anônimas ou por ações.
cos, cm que a iniciativa privada e até a
te dc energia necessária a inúmeras ati
adotar um regime ch; Estado rígido nos
Técnica c administrativamente é vantajo
estrangeira costuma ser admitida: eletri
países .socialistas, ou melhor, socializa
so um grupo diretor homogêneo; mas fi
cidade, telégrafos, estradas de ferro, etc.
nanceiramente, o vulto dos empreendi mentos torna improvável encontrar gru
Na realidade as diferenças são de tradi
dos; mas sc-lo-á num regime eapilalisla e individualista. N'olo-se (jue não se con frontam as vantagens dum e doutro re gime; afirma-se apenas que quem tem
pos pcípienos para assumirem totalmen
ção e de grau, de acordo com a modaBdade comercial ou técnica, ou com as
te o encargo, nem isso permitiria interes
possibilidades de contrôle.
os ônus duma situação, deve também ter
sar maior (piocicntc popular tanto na
Ja c.xistiam no Brasil três pequenas re finarias: uma cm São Paulo (Matarazzo) e duas no Rio Grande do Sul (Destila
as vantagens. Ora, nestg regime, a van
tagem é justamente poder aproveitar a
aplicação dc economias, doutro modo fragmentadas ou improdutivas, como na
iniciativa individual, u.s modalidades in
formação duma "mentalidade do pe
teressantes e flexíveis do comércio e da
tróleo".
ria Riograndensc e Sociedade Ipiranga), que atenderam em 1949 a 1,7% do con
O campo ficará sob a ação oficial, mas
eficiência que a burocracia babitualmcn-
suplcincntarmcnte franqueado também à
sumo nacional. Era São Paulo, no Ja guaré, também houve, por volta de 1938,
te amortece.
iniciativa privada, com que aquele se
uma instalação da "Standard OU" (2.000 bb), que o Conselho Nacional do Petróleo impediu dc funcionar. Se
indiistria, os rcjcnrsos particularc.s c a O assunto compreende duas subdivi.sões: a exploração (pro.speção e extra ção) e a industrialização (separação (ie produto.s o refinação). Na primeira a
alivia.
No lançamento das emprêsas deste gê nero, constituído o núcleo inicial, recorre-sc a uma subscrição piiblica. Como
gundo os relatos do Conselho, tratar-se-
ação estatal é aconselhável porque, de
hoje faz a Companhia União, concessio
vido ao caráter aleatório das tentativas,
nária dc Capuava. Nas bolsas america
ia duma pequena, má e improvisada re finaria, sem ouL-o intuito que criar direi tos e pôr a política nacional do petróleo
a lei dos grandes números .só concederá compensações às grandes emprêsas, que
nas avultam a.s aplicações "in the oils".
diante de fato consumado,
possam empatar enormes recursos c or
mento tão grande é inédito, evidente
naria oficial nò Cubatão, em execução
ganizar perfeitos e científicos serviços de
mente a operação será mais demorada e
(45.000 barris por dia), outra em Ma-
ÀAiQIiÍIx
No Brasil, país pobre e onde um lança
■■ ..í-
..4
O plano atual compreende uma refi
fl WM Dicesto
Dicesto Econômico
Econümico
de empresas industriais que hajam satis
o fsfòrçi) alemão e aclimatam ;i desco
feito as necessidades internas.
investigação jJreliminar. Aproximandose, portanto, da função estatal, (|ue deve
trabalhosa do que seria nos Estados
berta em -siia terra, para o qiu- der c \i<'r.
surgir prineijialmente nos eajos de con
No período final, ou para serviços complemcntarc.s, com prazos menores, há
A preocupação de «-xportar óleo bnito,
Para ser com|ileto. eitaremos ain-
ciliação e nos de insuíieiència privada.
bre o assunto, tem um peso relativo.
(1.1 a possibilidade cie óleo combustível, gás, Diescl, eofjue, etc., tirados do ba
Mais do fjuc no caso dos minérios de
baçu (p. e\. jiroeesso Vi\acqua Fillio).
ferente, porcjiie se tral;i de alivid;ide cor rente e fàeilmeiite controlável, em que aliiis a iniciativa privada já alcançou óti
acentuada em muitas manifestações so
ferro, são as reservas petrolíferas bastan
Mas ('-ste eòco é matéria de muito (.-oquc
te limitadas. O cálculo da sua exaustão,
e pouco óleo, objeto de coleta e,sparsrt, e tem habitai longíiKiuo. Ser\irá melhor
nos diversos países, costuma-sc fazer em ^ dezenas de anos, ao passo que, no caso p. cx. do carvão, faz-se por séculos.
No caso da indústria refinadora é di
para uso rucliinenlar no sertão. Por isso
mos resull;idos. A própria concorrência, embora atenuada pela constituição de
outros, como AKaro de 01i\eira Macha
trusls, tem sido útil ao extraordinário
Além disso, o óleo cru c mercadoria <le
do, \-oltam-llie as costas e preferem as
baixo preço, exportaçfio usual dos países
apcrfeiçoaiiieulo técnico dos processos.
sementes oleaginosas, mediante dcstila-
atrasados, e a decorrente economia cm
ção pirogenada.
divisas seria pequena. \'ns períodos de
guerra as obrigações de colaboração in ternacional podem exigir exportação bru ta ilimitada; normalmente, porém, inte ressa mais ao país (pelo menos antes da
descoberta de grandes lençóis) poupar até certo ponto as re,ser\a.s petrolíferas, cm vez de atirá-las por baixo preço nes.se saco sem fundo que é o consumo mun
dial. Interessa mais refiná-lo c assim
exportá-lo, obtendo di\i.sas e proporcio nando mais trabalho aos braços na cionais.
Havendo reserva subterrânea, será fá
cil cm caso de emergência multiplicar os "derricks" o intcn.sificar a extração. A única sombra a ê.ste raciocínio seria a
índu.»triah'zação da energia atômica, isto é, um aperfeiçoamento tal nos processos de lib<Ttá-la e utilizií-la, que pudesse economicamente destronar o petróleo. Ora, esta hipótese, não obstante as de
clarações otimistas de Broglie e outros, ainda nao se efetivará nos próximos de cênios, nem sem longa transição.
A .síntese do petróleo a partir do car vão e, para a indústria de exploração um risco também longínquo, devido ao custo. Tecnicamente, êste processo não
oferece dúvida, e mesmo foi êle que fa^ cilítou à Alemanha a sua desesperada resistência. Os americanos investigaram
A única dificuldade seria o vulto dos recurscís financeiros necessários. Mas a
Ihna tendc"-iu-ia n.ieionalisla Inteligen te é assim a melhor solução para o pais. A outra donlriiui, do estatismo, que costuma ser paralelamente desenvolvida,
resposta é análoga à (pie demos no pro blema geral.
Não se pode esperar, nem é desejável
também o é, porém, com restriçõc.s. A iniciativa i.- o recurso privado estão na
essência d(; nosso regime político, ccoruanico e social.
N.lo será incoerência
Unido,^.
ainda o recurso a operações junto a ban cos V instituições financeiras ou autárqui cas. Nos Estados Unidos, diversos ban
cos espeeializ;irain-se neste campo, como o Chase Nalional c o National City Uank de Nov;i York, o Mellon de Pitts-
burgh, e diversos de cidades menores, como Los Angeles, São Francisco, Houslon, Tulsa, Oklahoina, etc. A repartição do campo entre o Estado e a inieiativa privada, alivia aquele e dá cortas garantias a esta. Alguns doutrinadores pretendem uma distinção essencial entre o cuso do petróleo, riqueza exauri-
que as refinarias caiam financeiramente
vcl e dc maior interêsse geral, como fon
em poucas mãos. Preferível é que se so cializem num certo sentido, por meio das
vidades, e o caso doutros serviços públi
organizações anônimas ou por ações.
cos, cm que a iniciativa privada e até a
te dc energia necessária a inúmeras ati
adotar um regime ch; Estado rígido nos
Técnica c administrativamente é vantajo
estrangeira costuma ser admitida: eletri
países .socialistas, ou melhor, socializa
so um grupo diretor homogêneo; mas fi
cidade, telégrafos, estradas de ferro, etc.
nanceiramente, o vulto dos empreendi mentos torna improvável encontrar gru
Na realidade as diferenças são de tradi
dos; mas sc-lo-á num regime eapilalisla e individualista. N'olo-se (jue não se con frontam as vantagens dum e doutro re gime; afirma-se apenas que quem tem
pos pcípienos para assumirem totalmen
ção e de grau, de acordo com a modaBdade comercial ou técnica, ou com as
te o encargo, nem isso permitiria interes
possibilidades de contrôle.
os ônus duma situação, deve também ter
sar maior (piocicntc popular tanto na
Ja c.xistiam no Brasil três pequenas re finarias: uma cm São Paulo (Matarazzo) e duas no Rio Grande do Sul (Destila
as vantagens. Ora, nestg regime, a van
tagem é justamente poder aproveitar a
aplicação dc economias, doutro modo fragmentadas ou improdutivas, como na
iniciativa individual, u.s modalidades in
formação duma "mentalidade do pe
teressantes e flexíveis do comércio e da
tróleo".
ria Riograndensc e Sociedade Ipiranga), que atenderam em 1949 a 1,7% do con
O campo ficará sob a ação oficial, mas
eficiência que a burocracia babitualmcn-
suplcincntarmcnte franqueado também à
sumo nacional. Era São Paulo, no Ja guaré, também houve, por volta de 1938,
te amortece.
iniciativa privada, com que aquele se
uma instalação da "Standard OU" (2.000 bb), que o Conselho Nacional do Petróleo impediu dc funcionar. Se
indiistria, os rcjcnrsos particularc.s c a O assunto compreende duas subdivi.sões: a exploração (pro.speção e extra ção) e a industrialização (separação (ie produto.s o refinação). Na primeira a
alivia.
No lançamento das emprêsas deste gê nero, constituído o núcleo inicial, recorre-sc a uma subscrição piiblica. Como
gundo os relatos do Conselho, tratar-se-
ação estatal é aconselhável porque, de
hoje faz a Companhia União, concessio
vido ao caráter aleatório das tentativas,
nária dc Capuava. Nas bolsas america
ia duma pequena, má e improvisada re finaria, sem ouL-o intuito que criar direi tos e pôr a política nacional do petróleo
a lei dos grandes números .só concederá compensações às grandes emprêsas, que
nas avultam a.s aplicações "in the oils".
diante de fato consumado,
possam empatar enormes recursos c or
mento tão grande é inédito, evidente
naria oficial nò Cubatão, em execução
ganizar perfeitos e científicos serviços de
mente a operação será mais demorada e
(45.000 barris por dia), outra em Ma-
ÀAiQIiÍIx
No Brasil, país pobre e onde um lança
■■ ..í-
..4
O plano atual compreende uma refi
Dicestí» Econômico 32
33
Dicesto Econômico
óleo combustível .são a.s iiiaiuies frações, Uiripc, em pleno funcionamento (2.500 barris, a elevar para o dobro), outra no Norte, em projeto. E mais as particula res concedidas após concorrência públi ca aberta cm 30 de outubro de 1945.
Duas concessões foram adj'udicadas em 5 de setembro de 1946, respectivamen te aos grupos Soares Sampaio-Ccrreia c OJastro, Refinaria e Exploração de Petró
e sua procura é o qiu* melhor orienta a
tuação pre.senle destas é a seguinte, no
como n«'gócio, entre i-xtrair e refina''*
atividade industrial. Os métodos mo(lemos (]«• transformaeáo amiuaitam o
que se refere ao Sul. .Área mais ou me
pt)is muna época de "rush" c entusias^' mo, preferiu .a segunda fórmula, inícif> da .sua formidável fortuna. Uma díi'*
rendimento cia produção e reduzem os subprodutos menos valiosos. Nos Esta-
nos pe.sqnisada: a faixa inéxlia N-S, de cem :i duzentos (jiiilòmelros dc largura, que se estende do rio Grande (divisa
desvantagens das refinarias é a necessi
do.s Unidos, o Burean of Mli)e.s observa
São Panlo-Minas) ao Rio Grande do
dade de contínua renovação e ampliação
os mercados e sugc-re os i-stjucmas anuais para as refinarias; repartições estaduais
Sul, faixa essa que compreendo os aflo ramentos pennocarbonífcros c triássícos, e margeia o território cristalino. Áreas
.São Paulo, o Drault Emany-Eleezer Ma galhães, Refinaria de Petróleo do Distri
c, no no.sso caso, certo período inicial de "mise-au-poinl", cm que funcionarão com eficiência reduzida até alcançarem o ritmo normal. O.s estudos e projetos básicos das nossas refinarias têm sido
to Federal S. A. (10.000 barris).
elaborados pela N. W. Kcdlog Co. e po-
Um dos aspectos mais interessantes da atual política nacional do petróleo c a conexão entre o lucro das refinarias, con-
la líydroearbon Rescarch Ine.
leo União S. A. (20.000 barris) em
.sideradas cm geral bom negócio, e as pesquisas no país. Uma parte dos lu cros além de certo limite .será reservada para esses serviços, reduzindo o encar
go federal. O governo, além da obriga ção teórica geral, passa a ter interesse mais direto na estabilidade dessa indús
tria fundamental, de que aliás também - participa por suas refinarias.
A.S refinarias são con.sideradas muito
lucrativas, por diversos motivos: a) mer cadoria dc primeira necessidade; b) fa bricação e consumo simples c regularcs; c) economia de transporte e .seguro; d) economia de direitos aduaneiros; e) ins
talação moderna e eficiente. Em regra o tributo de entrada supera o valor CIF da gasolina.
Grosso modo, do custo da gasolina ao consumidor um terço é o, custo original, um têrço corresponde aos impostos c outro terço às despesas de distribuidor, importador e retalhista
Quanto a lucros, citam-se cifras extra-
ordínária-s, mas muitas vezes sujeitas a interpretação. Por exemplo: que a refi
naria oficial uruguaia (ANCAP) pagouso eni pouco mais de um ano. Mataripe calcula-se que se amortize entre 5 e 8 anos. Fato é que já o velho Rockfeller
tudo as pesquisas mais próximas. A si
apreendera à primeira vista a difcrenÇ*i-
.\s refinarias procuram localizar-se oos centros distribuidores, e, melhor ainda,
procuram, em conscciuência, ratear cquitativamente a j)rodnção nos diferentes
por pesíjuisar: a) a restante faixa sedi-
campos.
incntária da bacia do Paraná, entre o
A evolução na procnr.i de cada produ to .sofreu cm meio século uma alteração
extraordinária. Eis as proporçõi*s porcentuais tiradas dum mesmo volume dc bruto, nos Estados Unidos;
nos de distribuição c consumo. É mais Querosene
refinados. Os pipe-Iines favorecem essa
Gasolina
tendência dc localização.
Óleo combustível
A liberdade
mento de brutos dc diversas fontes, pos sibilita as preferências e misturas, e au menta a vida útil da instalação. Mata ripe, próximo da extração, c também cen
tro distribuidor, e corre.spondc ao consu mo do Estado. Cubatão é distribuidor
para o interior e para o Sul. Capuava 6
IH99
Í945
69% 13% 18%
4,5% 41,7% 42,3%
A refinaria do Cubatão terá ainda um
complemento valioso; u usina dc ferti lizantes, que dos gases residuais aprovei tará amoníaco e ácido iiítrico, útil êstc
também na indústria dc guerra. Em caso de guerra será evidente o in-
caso venha a extrair mais petróleo que a capacidade de Mataripe, ter do romctê-lo para ser refinado no Sul, no Rio
marítimo. Pontos de abastecimento co mo a Bahia e o Nordeste tornam-.se as
ou em São Paulo. Entretanto, nada mais
sim altamente; estratégicos. A Europa ocidental boje consome imenso petróleo do Oriente Médio; ora, sendo êste fácil
Recentemente, representantes nortis tas protestaram contra o fato de a Bahia,
natural, em virtude do principio técnico e.xposto. Tratando-se, a mais, duma eco
nomia nacional única, não cabem pre
prôsa dos russos e .satélites, num confli
ocupações regionalistas no caso.
to aquele abastecimento teria de ser em
A indústria do petróleo apresenta cer ca de 1.400 produtos; uma iinica refi
naria, com anexos, poderá fazer algumas centenas; mas os principais e básicos re sumem-se a cinco: gasolina, querosene, gás oil, lubrificantes e fuel. Gasolina e
bacia do Ribeira (São Paulo) e ao lon .\ leste da linha de afloramento se-
dimcntárío, isto é, na área
cristalíno-
metamé)rfica, é cscu.sado pesquisar (sal vo i>ara os xistos pirobctúmicos tcrciá-
rios do Paraíba), porque estas forma
terêsse dos Estados Unidos pela produ ção brasileira. Além do alívio à própria produção (que não é tanta, pois já im portam petróleo bruto), visariam sobre tudo alívio aos seus meios dc transporte
centro distribuidor o consumidor.
eampisla (Estado do Rio), em frente à
go da co.sla gaiicha.
fácil transportar c guardar petróleo cru do que volume; equivalente de produtos do localização facilita também o recebi
Hio Grande do Sul c Goiás, com largu ra dc trezentos a nowcentos quilômetros; b) pequenas tiras litorâneas na baixada
grande parto remediado pelos Estados Unidos e pela América. A indústria da refinação vai contribuir
flaanceiramente para a investigação do pe^óleo no país. Interessam-nos sobre
ções antecederam as manifc.staç-óes vi tais — origem última do óleo o do car
vão — ou foram geològicamente tão mal
tratadas pelas pressões e temperaturas, que os vestígios orgânicos desapare ceram .
A linha divisória, de que temos fala do, corre por Casa Branca, Moji-Mirim, Campinas, Indaiatubu, Itu, Sorocaba, Itapetininga, Itararé — ampla curva dê' eoncavidado voltada para noroeste. A leste os terrenos são primitivos, monta"
nhosos, com as formas de "meias-laran^
jas" típicas de decomposição cristalina,
com ocorrências de granito, gneiss, quar-
tzito, filitos, etc., produtores dos solos massapé e .samourão. A leste são as formações quase horizontais, suavemen
te onduladas, com ocorrências de areni tos e folhelhos, produtoras de solo.s are nosos vermelhos ou brancos. Como acidente de enorme importância tanto geológica,.como geogriífica e econômica.
Dicestí» Econômico 32
33
Dicesto Econômico
óleo combustível .são a.s iiiaiuies frações, Uiripc, em pleno funcionamento (2.500 barris, a elevar para o dobro), outra no Norte, em projeto. E mais as particula res concedidas após concorrência públi ca aberta cm 30 de outubro de 1945.
Duas concessões foram adj'udicadas em 5 de setembro de 1946, respectivamen te aos grupos Soares Sampaio-Ccrreia c OJastro, Refinaria e Exploração de Petró
e sua procura é o qiu* melhor orienta a
tuação pre.senle destas é a seguinte, no
como n«'gócio, entre i-xtrair e refina''*
atividade industrial. Os métodos mo(lemos (]«• transformaeáo amiuaitam o
que se refere ao Sul. .Área mais ou me
pt)is muna época de "rush" c entusias^' mo, preferiu .a segunda fórmula, inícif> da .sua formidável fortuna. Uma díi'*
rendimento cia produção e reduzem os subprodutos menos valiosos. Nos Esta-
nos pe.sqnisada: a faixa inéxlia N-S, de cem :i duzentos (jiiilòmelros dc largura, que se estende do rio Grande (divisa
desvantagens das refinarias é a necessi
do.s Unidos, o Burean of Mli)e.s observa
São Panlo-Minas) ao Rio Grande do
dade de contínua renovação e ampliação
os mercados e sugc-re os i-stjucmas anuais para as refinarias; repartições estaduais
Sul, faixa essa que compreendo os aflo ramentos pennocarbonífcros c triássícos, e margeia o território cristalino. Áreas
.São Paulo, o Drault Emany-Eleezer Ma galhães, Refinaria de Petróleo do Distri
c, no no.sso caso, certo período inicial de "mise-au-poinl", cm que funcionarão com eficiência reduzida até alcançarem o ritmo normal. O.s estudos e projetos básicos das nossas refinarias têm sido
to Federal S. A. (10.000 barris).
elaborados pela N. W. Kcdlog Co. e po-
Um dos aspectos mais interessantes da atual política nacional do petróleo c a conexão entre o lucro das refinarias, con-
la líydroearbon Rescarch Ine.
leo União S. A. (20.000 barris) em
.sideradas cm geral bom negócio, e as pesquisas no país. Uma parte dos lu cros além de certo limite .será reservada para esses serviços, reduzindo o encar
go federal. O governo, além da obriga ção teórica geral, passa a ter interesse mais direto na estabilidade dessa indús
tria fundamental, de que aliás também - participa por suas refinarias.
A.S refinarias são con.sideradas muito
lucrativas, por diversos motivos: a) mer cadoria dc primeira necessidade; b) fa bricação e consumo simples c regularcs; c) economia de transporte e .seguro; d) economia de direitos aduaneiros; e) ins
talação moderna e eficiente. Em regra o tributo de entrada supera o valor CIF da gasolina.
Grosso modo, do custo da gasolina ao consumidor um terço é o, custo original, um têrço corresponde aos impostos c outro terço às despesas de distribuidor, importador e retalhista
Quanto a lucros, citam-se cifras extra-
ordínária-s, mas muitas vezes sujeitas a interpretação. Por exemplo: que a refi
naria oficial uruguaia (ANCAP) pagouso eni pouco mais de um ano. Mataripe calcula-se que se amortize entre 5 e 8 anos. Fato é que já o velho Rockfeller
tudo as pesquisas mais próximas. A si
apreendera à primeira vista a difcrenÇ*i-
.\s refinarias procuram localizar-se oos centros distribuidores, e, melhor ainda,
procuram, em conscciuência, ratear cquitativamente a j)rodnção nos diferentes
por pesíjuisar: a) a restante faixa sedi-
campos.
incntária da bacia do Paraná, entre o
A evolução na procnr.i de cada produ to .sofreu cm meio século uma alteração
extraordinária. Eis as proporçõi*s porcentuais tiradas dum mesmo volume dc bruto, nos Estados Unidos;
nos de distribuição c consumo. É mais Querosene
refinados. Os pipe-Iines favorecem essa
Gasolina
tendência dc localização.
Óleo combustível
A liberdade
mento de brutos dc diversas fontes, pos sibilita as preferências e misturas, e au menta a vida útil da instalação. Mata ripe, próximo da extração, c também cen
tro distribuidor, e corre.spondc ao consu mo do Estado. Cubatão é distribuidor
para o interior e para o Sul. Capuava 6
IH99
Í945
69% 13% 18%
4,5% 41,7% 42,3%
A refinaria do Cubatão terá ainda um
complemento valioso; u usina dc ferti lizantes, que dos gases residuais aprovei tará amoníaco e ácido iiítrico, útil êstc
também na indústria dc guerra. Em caso de guerra será evidente o in-
caso venha a extrair mais petróleo que a capacidade de Mataripe, ter do romctê-lo para ser refinado no Sul, no Rio
marítimo. Pontos de abastecimento co mo a Bahia e o Nordeste tornam-.se as
ou em São Paulo. Entretanto, nada mais
sim altamente; estratégicos. A Europa ocidental boje consome imenso petróleo do Oriente Médio; ora, sendo êste fácil
Recentemente, representantes nortis tas protestaram contra o fato de a Bahia,
natural, em virtude do principio técnico e.xposto. Tratando-se, a mais, duma eco
nomia nacional única, não cabem pre
prôsa dos russos e .satélites, num confli
ocupações regionalistas no caso.
to aquele abastecimento teria de ser em
A indústria do petróleo apresenta cer ca de 1.400 produtos; uma iinica refi
naria, com anexos, poderá fazer algumas centenas; mas os principais e básicos re sumem-se a cinco: gasolina, querosene, gás oil, lubrificantes e fuel. Gasolina e
bacia do Ribeira (São Paulo) e ao lon .\ leste da linha de afloramento se-
dimcntárío, isto é, na área
cristalíno-
metamé)rfica, é cscu.sado pesquisar (sal vo i>ara os xistos pirobctúmicos tcrciá-
rios do Paraíba), porque estas forma
terêsse dos Estados Unidos pela produ ção brasileira. Além do alívio à própria produção (que não é tanta, pois já im portam petróleo bruto), visariam sobre tudo alívio aos seus meios dc transporte
centro distribuidor o consumidor.
eampisla (Estado do Rio), em frente à
go da co.sla gaiicha.
fácil transportar c guardar petróleo cru do que volume; equivalente de produtos do localização facilita também o recebi
Hio Grande do Sul c Goiás, com largu ra dc trezentos a nowcentos quilômetros; b) pequenas tiras litorâneas na baixada
grande parto remediado pelos Estados Unidos e pela América. A indústria da refinação vai contribuir
flaanceiramente para a investigação do pe^óleo no país. Interessam-nos sobre
ções antecederam as manifc.staç-óes vi tais — origem última do óleo o do car
vão — ou foram geològicamente tão mal
tratadas pelas pressões e temperaturas, que os vestígios orgânicos desapare ceram .
A linha divisória, de que temos fala do, corre por Casa Branca, Moji-Mirim, Campinas, Indaiatubu, Itu, Sorocaba, Itapetininga, Itararé — ampla curva dê' eoncavidado voltada para noroeste. A leste os terrenos são primitivos, monta"
nhosos, com as formas de "meias-laran^
jas" típicas de decomposição cristalina,
com ocorrências de granito, gneiss, quar-
tzito, filitos, etc., produtores dos solos massapé e .samourão. A leste são as formações quase horizontais, suavemen
te onduladas, com ocorrências de areni tos e folhelhos, produtoras de solo.s are nosos vermelhos ou brancos. Como acidente de enorme importância tanto geológica,.como geogriífica e econômica.
DiCESTO EcONÓNtíC*'
34
7
recobrem essas áreas vastos derrames e
mas outro nuiitíssíino anterior. Eorn"'***'
lençóis eruptivos diabásícos, que regu
ras roxas" e suas variedades (apurada,
ção con.sislontc cin scdinu-iitos lacustT*^^ ou fluviais, de .ircnilo coni mostras tílilo lipico, c raros calhaus, nunca réin sob a forma das "morenas" clás^i' cas. ICsla forniaçãíi é importante "O
cncaroçada, arenosa, sangue de tatu,
caso, por compreender arenitos poroso-'^'
etc.).
separados por argila, capazes const*' tuircm reser\'atórios de pelrólcQ Todo o território do Estado. saKo a cncosti* marítima <• í) \ali- do Paraíba, inclinava*"
laram a declividade dos rios, motivaram
as "cuestas" e "cusciiseiros", c produ ziram por decomposição as famosas "ter
Na área sedimentária, de "possibili dades petrolíferas", precisa-se entretan to averiguar as formações realmente "fa voráveis".
Uma segunda e mais apertada sele ção, portanto.
Cabe aqui, para melhor compreensão, explicar cm rápidas palavras a consti tuição do stib.solo paulista na área cm apreço.
A partir da linha divisória descrita sucedem-se, cm direção do sertão, fai xas paralelas de terrenos, cosn largura desde algumas dezenas ato algumas cen tenas de quilômetros, representando ca da faixa o afloramento duma camada geológica. Elas se superpõem, cobrem ou parecem cobrir todo o Noroeste do
Estado, mergulhando levemente nesta
magnífico c clássico relatório, foi o pri
ções, cmboni, segundo as regras cientí
meiro a sistematizar a estratigrafia des ta porção do país. e batizou as fonna-
ficas, devam prevalecer as primeiras
Por seu lado, os
aplicadas. Naiguns casos a tradução é incerta, porque também a correspondên cia geológica é insegura. É o caso da série mclamórfica paulista "de São Ro
geólogos federais batizaram formações
que", igual à paranaense de "Assungui",
de Minas, Baliia, etc. com nomes nem
por uns assimilada à "de Minas", por
todos correspondentes aos de São Paulo.
outros à "dc Bambuí".
çõcs com nome.s tirados dos outros Es
tados. Os geólogos paulistas batizaramnas diferentemente.
Daí essa duplicidade de denomina
para O, escorriam as geleiras, cujas naSíperímetro atual do Estado. Façamos arpii uma pequena retifica
ção. Na realidade a série de Itararé não é a primeira sõhre a crosta metamórfica, mas sim a devoniana. Não a ba\'íamos nieneionado, porcjuo ela niío aparece cm lodo o contorno sedimentério, mas apenas em pequeno trecho no Sul, junto à divisa paranaense. É no
vizinho Estado do Paraná que o sen
afloramento 6 franco. Esta formação é da mais alta importância, porque, de acordo com sua estrutura, com indícios
com analogias relativamente à formação
encontrados no Glacial e no Tatui 'e correspondente boliviana, pode ter sido uma das "matrizes" do petróleo. As amostras de petróleo encontrados
tratiçafica com as de outras partes do no Glacial não são do tipo do criginamundo oferece sempre algumas dúvidas, db no Irati, sobreposto, e parece indicar porque os materiais componentes e os
fatores cosmicos das formações não wam os mesmos nos mesmos períodos.
Os elementos mais esclarecedores costu mam ser os fósseis, além de certas aproxunaçoes estruturais.
uma fonte inferior.
É provável que
exista folbelho escuro devoniano, ou car-
bonífero por baixo da Série Glacial, nas partes centrais da bacia do Paraná. O devoniano aparente em São Paulo
Passemos em revista essas camadas. .AlTr imediatamente assentada sôbre o complexo" ou "escudo cristabno e a formação Itararé ou Glacial
é o devoniano inferior, arenito de Fa
nao c o recente da Europa quaternária,
profundo do carvão nacional, para que
reveladora dum período glaeiário que
Estabeleçamo.s a coluna geológica.
ccntcs esta\:im do lado oposto, além de
direção, sempre com declive um pouco A sua correspondência histórica e es-
85
se para NO; no mesmo sentido, ou
mais forte que o da superfície. Estas camadas correspondem aos diferentes períodos da história da terra.
Djcesto Econômico
xina ou das Furnas.
Em parênteses esclareçamos que a nossa nomenclatura estratigráfica é du
pla.
White, autor do primeiro estudo
veio em
missão em
1907, deixando
SHf.Cr.ETcw Tt»*s
'7' ^
"■
'
-vAf^c T
^
"
DiCESTO EcONÓNtíC*'
34
7
recobrem essas áreas vastos derrames e
mas outro nuiitíssíino anterior. Eorn"'***'
lençóis eruptivos diabásícos, que regu
ras roxas" e suas variedades (apurada,
ção con.sislontc cin scdinu-iitos lacustT*^^ ou fluviais, de .ircnilo coni mostras tílilo lipico, c raros calhaus, nunca réin sob a forma das "morenas" clás^i' cas. ICsla forniaçãíi é importante "O
cncaroçada, arenosa, sangue de tatu,
caso, por compreender arenitos poroso-'^'
etc.).
separados por argila, capazes const*' tuircm reser\'atórios de pelrólcQ Todo o território do Estado. saKo a cncosti* marítima <• í) \ali- do Paraíba, inclinava*"
laram a declividade dos rios, motivaram
as "cuestas" e "cusciiseiros", c produ ziram por decomposição as famosas "ter
Na área sedimentária, de "possibili dades petrolíferas", precisa-se entretan to averiguar as formações realmente "fa voráveis".
Uma segunda e mais apertada sele ção, portanto.
Cabe aqui, para melhor compreensão, explicar cm rápidas palavras a consti tuição do stib.solo paulista na área cm apreço.
A partir da linha divisória descrita sucedem-se, cm direção do sertão, fai xas paralelas de terrenos, cosn largura desde algumas dezenas ato algumas cen tenas de quilômetros, representando ca da faixa o afloramento duma camada geológica. Elas se superpõem, cobrem ou parecem cobrir todo o Noroeste do
Estado, mergulhando levemente nesta
magnífico c clássico relatório, foi o pri
ções, cmboni, segundo as regras cientí
meiro a sistematizar a estratigrafia des ta porção do país. e batizou as fonna-
ficas, devam prevalecer as primeiras
Por seu lado, os
aplicadas. Naiguns casos a tradução é incerta, porque também a correspondên cia geológica é insegura. É o caso da série mclamórfica paulista "de São Ro
geólogos federais batizaram formações
que", igual à paranaense de "Assungui",
de Minas, Baliia, etc. com nomes nem
por uns assimilada à "de Minas", por
todos correspondentes aos de São Paulo.
outros à "dc Bambuí".
çõcs com nome.s tirados dos outros Es
tados. Os geólogos paulistas batizaramnas diferentemente.
Daí essa duplicidade de denomina
para O, escorriam as geleiras, cujas naSíperímetro atual do Estado. Façamos arpii uma pequena retifica
ção. Na realidade a série de Itararé não é a primeira sõhre a crosta metamórfica, mas sim a devoniana. Não a ba\'íamos nieneionado, porcjuo ela niío aparece cm lodo o contorno sedimentério, mas apenas em pequeno trecho no Sul, junto à divisa paranaense. É no
vizinho Estado do Paraná que o sen
afloramento 6 franco. Esta formação é da mais alta importância, porque, de acordo com sua estrutura, com indícios
com analogias relativamente à formação
encontrados no Glacial e no Tatui 'e correspondente boliviana, pode ter sido uma das "matrizes" do petróleo. As amostras de petróleo encontrados
tratiçafica com as de outras partes do no Glacial não são do tipo do criginamundo oferece sempre algumas dúvidas, db no Irati, sobreposto, e parece indicar porque os materiais componentes e os
fatores cosmicos das formações não wam os mesmos nos mesmos períodos.
Os elementos mais esclarecedores costu mam ser os fósseis, além de certas aproxunaçoes estruturais.
uma fonte inferior.
É provável que
exista folbelho escuro devoniano, ou car-
bonífero por baixo da Série Glacial, nas partes centrais da bacia do Paraná. O devoniano aparente em São Paulo
Passemos em revista essas camadas. .AlTr imediatamente assentada sôbre o complexo" ou "escudo cristabno e a formação Itararé ou Glacial
é o devoniano inferior, arenito de Fa
nao c o recente da Europa quaternária,
profundo do carvão nacional, para que
reveladora dum período glaeiário que
Estabeleçamo.s a coluna geológica.
ccntcs esta\:im do lado oposto, além de
direção, sempre com declive um pouco A sua correspondência histórica e es-
85
se para NO; no mesmo sentido, ou
mais forte que o da superfície. Estas camadas correspondem aos diferentes períodos da história da terra.
Djcesto Econômico
xina ou das Furnas.
Em parênteses esclareçamos que a nossa nomenclatura estratigráfica é du
pla.
White, autor do primeiro estudo
veio em
missão em
1907, deixando
SHf.Cr.ETcw Tt»*s
'7' ^
"■
'
-vAf^c T
^
"
Digusto Eco.nónjico
•36
Otilrty.s Ksttulos
São Paulo
Arenito das Furnas. Série dos Cam]>os
1) Arenito de Faxina
Dicesto Econômico ciicontra-si' a sua
oriental.
37
extrema
ocorrência
Por inolixos estruturais, c dc-
dc lava e recortados por diques, que se riam perturbadores do óleo.
E acima
fluído do <pie se tem suposto, não seria
das lavas, a areia sôlta e porosa da Cainá é dcsfaxorável para guardar ou reter qualquer petróleo inferior, que mi
com a seguinte, constituir o "antra-
entretanto iinpossíxcl uma pequena in
grasse.
coHtíco" ou "pcrmocarbonífcrc".
filtração tli-scendenli'.
Gerais. (Parami), Série da Chapada
(devoniano inferior).
(Mato Grosso). 2) Carbonífcra
Superior.
Costuma,
5Ínter<-ssanl<; como ri-ser\atório dc pe tróleo.
Se o óleo cio Irati, fòr mais
Quanto à fonnação Bauru,
coberta
3) Série de Itararé ou Glacíal (Pcrniiano Inferior. Era Puloozóica).
A íormaç.ãu Irati eompõi'-.se de folhe-
delgada sòbre os altos dixisores, (opina
Ihos escuros betnniinosos, com camadas
4) Série de Tatní (Permiano Inferior)
finas de silex e ealcári'Os, e é pobre em arenitos. Os silex são pretos e cheiram
ainda Washbume), conquanto contenha camadas de argila, seria retentor ine
Série de 'iãibarão (Sta. Gatarina), em
especial a .sua cli\'isão inferior. Grupo Bonito, de While.
.1 petróleo.
.-V formação é eon.sidcrada-
depósito de águas saiobras ou mesmo al 5) Fonnação Irati (Base do Conim-
tamente salinas.
elassiücá-la penuiana é a presença dum
bataí).
6) Formação Coruinbatai (Era Mcso-
zóica. Permiano Superior). 7) Corumbataí Superior (Triássico Su
peíliieno réptil, o Mesosauro, cnconlraSérit; Passa Dois (Sla. Catarina),
São Bento. Série do Bio de Basto (Sta. Catarina).
perior).
8) Pirambóia (Andar inferior do Bo tucatii).
9) Formação de Botueatu (Era Mesozoiea. Triássico Superior, Bélico) coberta pelos lençóis basálticos rcticos ou jurássico.s.
A principal base para
'
10) Formação Caíiiá (arenito eólio) (Jurássica ou Rético). 11) Formação de Bauru
(cretáceo. Era Mesozóica). 12) Formação de Taubaté
(Era Terciária. Plioceno). Vale do niraiba e Tietê Superior, seixos es-
São Bento.
diço na "Wliite-Band" (Ia Série Dxv)'ka,
da .•\lrica, cuja identificação geológica é conxincente. O petróleo desta forma ção Irccpiiailemenle aparece oxidado (Albertita), parecendo carvão, c às ve zes eofiue natural por efeito do calor das laxas.
São Bento (Na Europa as luanifvsluçõcs magmálicas foram insignifican
tes. O jurássico não está identifica do no Brasil).
Sta. Tecla (Bio Grande)-
Série da Bahia (Maraii, Becònca\o, etc). Série de jatobá (Pernambuco), Barreiras c Tabuleiros (Nordeste).
paisos em divisores.
13) l^rmaçõe., Quaternárias, pleistocê-
nias e liolocenias. (Areias psoudo-
Devido aos seus indícios de
petróleo constitui sempre um liom hori zonte dc- referência.
ter earvao mineral em extensas cama-
do
petróleo
devoniano
(formação .aluís um pouco hipotética) é nos arenitos inferiores do Glacial, c a do iratiano c no Commbataí.
As matrizes citadas são as formações marinhas ou laeustres da série sulina.
Conforme dissemos, nestes meios é que
se forma\'am os pelrólcos, provenientes duma transfonnação dos sapropéis, es pécie de borra orgânica depositada nos fundos abissais ou laeustres, sujeita a nina ação microbiana especial.
No Oeste paulista o paranaense abim-
azulada ou mais clara a còr da substan cia betuminosa. Por oxidação dá solos
dam os derrames basálticos, às vêzes
com centenas de metros de espessura.
xermc-llios, ([ue imitam a torra ro.\a. A Corumbataí é outra formação inte ressante para nós, por constiluir-so de
Os poços aí localizados terão assim de atravessar essas duras camadas.
sedimentos marinhos.
Assenta sobre o
"rocha matriz" e "rocha reservatório",
Irati, com camadas delgadas -de sílex
entre a que gera e a que armazena.
interpostas, e ó mais clara.
As suas
Como se vê, há uma distinção entre
Quanto aos folhelhos ou xistos supostos
areias inferiores são dc grã muito fina,
tcrciários (Vale do Paraíba),
às vêzcs com cimento calcáreo, e em
impregnações valiosas, mas não propor
eamaclas não muito espessas. É toda\ia, rc.servatórip possível para receber o
cionam óleo sôlto, óleo do poço, exigin
óleo do Irati.
tortas.
Na parte superior, as
ein Porto Martins, Bofete, etc., o as ca
A formação Tatu! é notável por con
Em resumo, « probabilidade dc armozcuamcnto
A exposic;ão prolongada ao ar torna
areias mostram-se saturadas de asfalto
camada'®™'" " '""cterização de cada
ficaz.
contêm
do dcstilação da pedra molda, em reÉ um problema diferente.
O
Engenheiro Ildeu Lima defende, para o problema brasileiro do petróleo, o apro
madas impermeabilizadas superiormente
veitamento dos folhelhos do Paraíba, os
das, que vão do Bio Grande do Sul até
pelos folhellios de Pirambóia, são mais
do Irati, etc. propondo quatro usinas
as vizinhanças de Campinas. Começa em São Jerônimo; em Jacuba, Bebouças, a cinco metros de profundidad«,
Acima do
no país (métodos suecos Kvamtorp e
Pirambóia os arenitos de Botueatu são
Ljungstrom) para 45.000 barris diários, visando simultaneamente gasolinas, en-
espessas c mais favoráveis.
reputados desinteressantes, por cobertos
Digusto Eco.nónjico
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Otilrty.s Ksttulos
São Paulo
Arenito das Furnas. Série dos Cam]>os
1) Arenito de Faxina
Dicesto Econômico ciicontra-si' a sua
oriental.
37
extrema
ocorrência
Por inolixos estruturais, c dc-
dc lava e recortados por diques, que se riam perturbadores do óleo.
E acima
fluído do <pie se tem suposto, não seria
das lavas, a areia sôlta e porosa da Cainá é dcsfaxorável para guardar ou reter qualquer petróleo inferior, que mi
com a seguinte, constituir o "antra-
entretanto iinpossíxcl uma pequena in
grasse.
coHtíco" ou "pcrmocarbonífcrc".
filtração tli-scendenli'.
Gerais. (Parami), Série da Chapada
(devoniano inferior).
(Mato Grosso). 2) Carbonífcra
Superior.
Costuma,
5Ínter<-ssanl<; como ri-ser\atório dc pe tróleo.
Se o óleo cio Irati, fòr mais
Quanto à fonnação Bauru,
coberta
3) Série de Itararé ou Glacíal (Pcrniiano Inferior. Era Puloozóica).
A íormaç.ãu Irati eompõi'-.se de folhe-
delgada sòbre os altos dixisores, (opina
Ihos escuros betnniinosos, com camadas
4) Série de Tatní (Permiano Inferior)
finas de silex e ealcári'Os, e é pobre em arenitos. Os silex são pretos e cheiram
ainda Washbume), conquanto contenha camadas de argila, seria retentor ine
Série de 'iãibarão (Sta. Gatarina), em
especial a .sua cli\'isão inferior. Grupo Bonito, de While.
.1 petróleo.
.-V formação é eon.sidcrada-
depósito de águas saiobras ou mesmo al 5) Fonnação Irati (Base do Conim-
tamente salinas.
elassiücá-la penuiana é a presença dum
bataí).
6) Formação Coruinbatai (Era Mcso-
zóica. Permiano Superior). 7) Corumbataí Superior (Triássico Su
peíliieno réptil, o Mesosauro, cnconlraSérit; Passa Dois (Sla. Catarina),
São Bento. Série do Bio de Basto (Sta. Catarina).
perior).
8) Pirambóia (Andar inferior do Bo tucatii).
9) Formação de Botueatu (Era Mesozoiea. Triássico Superior, Bélico) coberta pelos lençóis basálticos rcticos ou jurássico.s.
A principal base para
'
10) Formação Caíiiá (arenito eólio) (Jurássica ou Rético). 11) Formação de Bauru
(cretáceo. Era Mesozóica). 12) Formação de Taubaté
(Era Terciária. Plioceno). Vale do niraiba e Tietê Superior, seixos es-
São Bento.
diço na "Wliite-Band" (Ia Série Dxv)'ka,
da .•\lrica, cuja identificação geológica é conxincente. O petróleo desta forma ção Irccpiiailemenle aparece oxidado (Albertita), parecendo carvão, c às ve zes eofiue natural por efeito do calor das laxas.
São Bento (Na Europa as luanifvsluçõcs magmálicas foram insignifican
tes. O jurássico não está identifica do no Brasil).
Sta. Tecla (Bio Grande)-
Série da Bahia (Maraii, Becònca\o, etc). Série de jatobá (Pernambuco), Barreiras c Tabuleiros (Nordeste).
paisos em divisores.
13) l^rmaçõe., Quaternárias, pleistocê-
nias e liolocenias. (Areias psoudo-
Devido aos seus indícios de
petróleo constitui sempre um liom hori zonte dc- referência.
ter earvao mineral em extensas cama-
do
petróleo
devoniano
(formação .aluís um pouco hipotética) é nos arenitos inferiores do Glacial, c a do iratiano c no Commbataí.
As matrizes citadas são as formações marinhas ou laeustres da série sulina.
Conforme dissemos, nestes meios é que
se forma\'am os pelrólcos, provenientes duma transfonnação dos sapropéis, es pécie de borra orgânica depositada nos fundos abissais ou laeustres, sujeita a nina ação microbiana especial.
No Oeste paulista o paranaense abim-
azulada ou mais clara a còr da substan cia betuminosa. Por oxidação dá solos
dam os derrames basálticos, às vêzes
com centenas de metros de espessura.
xermc-llios, ([ue imitam a torra ro.\a. A Corumbataí é outra formação inte ressante para nós, por constiluir-so de
Os poços aí localizados terão assim de atravessar essas duras camadas.
sedimentos marinhos.
Assenta sobre o
"rocha matriz" e "rocha reservatório",
Irati, com camadas delgadas -de sílex
entre a que gera e a que armazena.
interpostas, e ó mais clara.
As suas
Como se vê, há uma distinção entre
Quanto aos folhelhos ou xistos supostos
areias inferiores são dc grã muito fina,
tcrciários (Vale do Paraíba),
às vêzcs com cimento calcáreo, e em
impregnações valiosas, mas não propor
eamaclas não muito espessas. É toda\ia, rc.servatórip possível para receber o
cionam óleo sôlto, óleo do poço, exigin
óleo do Irati.
tortas.
Na parte superior, as
ein Porto Martins, Bofete, etc., o as ca
A formação Tatu! é notável por con
Em resumo, « probabilidade dc armozcuamcnto
A exposic;ão prolongada ao ar torna
areias mostram-se saturadas de asfalto
camada'®™'" " '""cterização de cada
ficaz.
contêm
do dcstilação da pedra molda, em reÉ um problema diferente.
O
Engenheiro Ildeu Lima defende, para o problema brasileiro do petróleo, o apro
madas impermeabilizadas superiormente
veitamento dos folhelhos do Paraíba, os
das, que vão do Bio Grande do Sul até
pelos folhellios de Pirambóia, são mais
do Irati, etc. propondo quatro usinas
as vizinhanças de Campinas. Começa em São Jerônimo; em Jacuba, Bebouças, a cinco metros de profundidad«,
Acima do
no país (métodos suecos Kvamtorp e
Pirambóia os arenitos de Botueatu são
Ljungstrom) para 45.000 barris diários, visando simultaneamente gasolinas, en-
espessas c mais favoráveis.
reputados desinteressantes, por cobertos
Dicesto
38
xofre, nitratos, etc. A solução evitará a
dependência do fornecimento estrangei ro e não exigirá mais perda de tempo. Não parece provado que a solução seja econômica e, para atender à eventuali
dade de guerra, o preço sobrecarregaria entretanto a indústria
e as
atividades
nacionais dum modo permanente.
Se
fôsse econômica, mesmo os países que
Ecoxónuco
Dicesto Econômico
39
bum viu maiorc.s probabilidades do lado do rio Paraná, c em especial em Guaíra.
Mas lemos de procurar a localização mais precisa dos depósitos. Surge aqui
Não só este c o lado baixo, como, pelas
a outra teoria, \'clha de noventa anos,
constatações conhecidas (Paraná),
mas ainda básica, dos antielinais. Cha
aí
parece certa a existência da formação devonianu. Grande olijcção a tais con clusões era o \ tilcaíiismo da região, isto é o fato de ler sido não só percorrida por lençóis incandescentes, como recor
ma-se "unlielinal". em geologia, a dis
posição das camadas con\cxamcnte, em forma do aból);Kla cilíndrica, cúpola ou domo. A di. posição inversa, chama-sc "sinclinar'.
Quando coincide ser im
tem petróleo de poço já estariam e.x-
tada por diques numerosos, que teriam
plorando os xistos, o que não se dá,
pois as instalações existentes são antes
subvertido o solo, pcrlurlmdo os escoa mentos, queimado os óleos, deixado
experimentais ou dc emergências, ou em países de situação estratégica extrema
apenas asfaltes ou resíduos. Era a teo
permeável a cobertura do anticlinal, (argila, trap, t!tc.) ele torna-se próprio para reservatório dc substâncias fluidas, vindas por encaminhamento inferior ou
ria antiga, a que também se filiava Whi-
ascensão.
mente diferente.
tc.
(freqüentemente salgada), petróleo e gás, dispostas nesta ordem ascendente,
A medida imediata
brasileira ainda terá de ser, por enquan to, para os xistos pirobetuminosos, uma grande usina-pilôto. O dano às terras
de cultura vizinha, sobre que chama atenção o Engenheiro Ildeu de Lima,
merece uma atenção prévia. A propos ta parece otimista quando espera, com os lucros, ajudar o desenvolvimento da indústria e as pesquisas do óleo natural.
Chegados a estas conclusões, temos
de observar que, para o fim de pesqui sas, a indicação das camadas prováveis é utilíssima e fundamental, mas não é
tudo. É preciso, em seguimento, loca lizar os pontos favoráveis, visto não ser pratícável sondar quase metade do Es tado. Como fazer essa delimitação?
Recorrendo à estrutura geológica, apu linhas de mais provável acumulação
rando, na área possível, os pontos ou Surge aqui a teoria da migração subter^ rânea do oleo, por gravidade ou levado pelas águas, evidentemente no sentido
Washburne, mais otimista, conser
vou as esperanças, c<jmo já vimos, res salvando o devoniano. Depois veio
Victor Oppenhcim e nioslrou-se pessi mista. Hoje, principalmente depois do conhecimento cias condições do México e do Texas, onde o vulcanísmo e as
erupç-ões não chegaram a impedir ricos depósitos petrolíferos, as idéias muda ram. E, se as conclusões não são total
mente opostas, permitem todavia maior otimismo, ao menos sob esto angulo.
dobnímento
argentino
ram empuxos na direção NNE e pregas na bacia brasileira do Paraná, paralelas
às argentinas. Elas deram lugar às Se te Quedas (que aliás são 22), a Urubupungá e talvez Marimbondo (Patos). Marimbondo é de medíocre interesse no
caso, por se achar no lado alto da re gião c longo de fonnações petrolígenas. Entre os antielinais encontrados no
Estado mencionaremos Pitanga, no Glacial, a Oeste de Limeira, com cem qui lômetros quadrados; Boa Esperança
(Corumbataí), a SO do Porto João Al
em função das suas densidades. Quando
fredo, no rio Piracicaba; Serrote, a SO dc Piracicaba; Pedra Branca (arenito
se perfura o solo, o material que pri meiro sai é aquele da camada atingida
zinho (Paraná), no Corumbataí ou Rio
pela sonda: os poços bem centrados no anticlinal recolhem gás, os da zona anu lar imediata captam petróleo, os mais afastados só encontram água. Se a pres-
.são é grande, o poço funciona como ar tesiano c o liquido jorra com força; se
é pequena, emprcgam-sc bombas de re
dc Botucatu) ao Sul de Piraju; Jacarè-
do Rasto, etc. As quedas dágua podem conduzir a descobertas promissoras. Co mo no Oeste do nosso peneplano, as la vas comandam o perfil dos afluentes do Paraná, as quedas anunciam mudanças de camada (degraus), falhas e dobras leves, sendo êstes últimos os acidentes mais interessantes.
pode prejudicar toda uma região. Po dendo proporcionar passagens c consti tuir septos retentores, os diques e lavas
gerais, todo o mecanismo da extração.
restadas, permite entrever certas estru
Além dos antielinais, os pontos pro váveis de acumulação podem ser pro
turas. Em seguida a prospeção desce à
podem mesmo, em muitos casos, ser fa tores favoráveis aos depósitos.
vocados por falhas, que abrem caminho ao líquido, quando o não deitam a perder.
quando se percebem mergulhos em di reção oposta ao mergulho geral), os exames gravimétrico, magnético, elétrico
tem efeito limitado em distancia, o não
Escusa aludir às grandes falhas e rup turas verticais, porque são raras e mes
quinhas no interior do Estado.
Consi
deráveis só há as da encosta marítima
À vista do exposto, o serviço de pros-
pcção deve metodizar a procura dos an tielinais e domos.
Uma das considera
Hoje a aviação, com áreas não flo terra: 0 exame das camadas (máxima
e sísmico.
Depois os poços rasos de sondagem, e finalmente os poços pro
fundos decisivos.
ções tendentes a isso é a das grandes
Para terminar, vejamos ràpidamente a situação da indústria petrolífera no
dobras geológicas, filiáveis a grandes fe
mundo, neste momento.
nômenos tectônicos. Na região sulina entram neita categoria as dobras refle
meiro poço moderno, do Cel. Draíce.
do Brasil. Por exemplo, o petróleo nor
xas do enrugainento das serras argenti nas, do Tandil e da Ventana, próximas
Rockfeller preferiu dedicar-se à destilação o à venda comercial antes que à pes
destino encontra-se nas camadas cretá
a Baia Blanca, ocorrido nos fins do
ceas, que aqui são desfavoráveis.
permiano ou mais
quisa e extração; com habilidade e sem escrúpulo, numa época em que o assun-
do declivc geral do planalto, que é para Noroeste. Teoria defendida por Washburne, Munn, Shaw e Rich. O que mais interessa nesta migração é o local
ráveis nos Estados sulinos não se aplica
de obstáculos se opõem ao escoamento. O lado baixo é o NO, e por isso Wash-
O.
calque, ou artifícios como a reintrodução do próprio gás. Ê este, em linhas
Na realidade, o calor das intrusões
o do Vale do Paraíba, do lado oposto ao sentido do escorrimcnto hidráulico ge
de parada e concentração; e êstes locais serão naturalmente os mais baixos e on
Estas substâncias são água
triássico.
obedece à direção SEE-KOO. Resulta
ral, portanto não influentes. A discriminação das formações favo
a outros pontos do globo, nem mesmo
ii i«yrii
provàvelmente
no
Ela nasceu na Pensilvânia com o pri
Dicesto
38
xofre, nitratos, etc. A solução evitará a
dependência do fornecimento estrangei ro e não exigirá mais perda de tempo. Não parece provado que a solução seja econômica e, para atender à eventuali
dade de guerra, o preço sobrecarregaria entretanto a indústria
e as
atividades
nacionais dum modo permanente.
Se
fôsse econômica, mesmo os países que
Ecoxónuco
Dicesto Econômico
39
bum viu maiorc.s probabilidades do lado do rio Paraná, c em especial em Guaíra.
Mas lemos de procurar a localização mais precisa dos depósitos. Surge aqui
Não só este c o lado baixo, como, pelas
a outra teoria, \'clha de noventa anos,
constatações conhecidas (Paraná),
mas ainda básica, dos antielinais. Cha
aí
parece certa a existência da formação devonianu. Grande olijcção a tais con clusões era o \ tilcaíiismo da região, isto é o fato de ler sido não só percorrida por lençóis incandescentes, como recor
ma-se "unlielinal". em geologia, a dis
posição das camadas con\cxamcnte, em forma do aból);Kla cilíndrica, cúpola ou domo. A di. posição inversa, chama-sc "sinclinar'.
Quando coincide ser im
tem petróleo de poço já estariam e.x-
tada por diques numerosos, que teriam
plorando os xistos, o que não se dá,
pois as instalações existentes são antes
subvertido o solo, pcrlurlmdo os escoa mentos, queimado os óleos, deixado
experimentais ou dc emergências, ou em países de situação estratégica extrema
apenas asfaltes ou resíduos. Era a teo
permeável a cobertura do anticlinal, (argila, trap, t!tc.) ele torna-se próprio para reservatório dc substâncias fluidas, vindas por encaminhamento inferior ou
ria antiga, a que também se filiava Whi-
ascensão.
mente diferente.
tc.
(freqüentemente salgada), petróleo e gás, dispostas nesta ordem ascendente,
A medida imediata
brasileira ainda terá de ser, por enquan to, para os xistos pirobetuminosos, uma grande usina-pilôto. O dano às terras
de cultura vizinha, sobre que chama atenção o Engenheiro Ildeu de Lima,
merece uma atenção prévia. A propos ta parece otimista quando espera, com os lucros, ajudar o desenvolvimento da indústria e as pesquisas do óleo natural.
Chegados a estas conclusões, temos
de observar que, para o fim de pesqui sas, a indicação das camadas prováveis é utilíssima e fundamental, mas não é
tudo. É preciso, em seguimento, loca lizar os pontos favoráveis, visto não ser pratícável sondar quase metade do Es tado. Como fazer essa delimitação?
Recorrendo à estrutura geológica, apu linhas de mais provável acumulação
rando, na área possível, os pontos ou Surge aqui a teoria da migração subter^ rânea do oleo, por gravidade ou levado pelas águas, evidentemente no sentido
Washburne, mais otimista, conser
vou as esperanças, c<jmo já vimos, res salvando o devoniano. Depois veio
Victor Oppenhcim e nioslrou-se pessi mista. Hoje, principalmente depois do conhecimento cias condições do México e do Texas, onde o vulcanísmo e as
erupç-ões não chegaram a impedir ricos depósitos petrolíferos, as idéias muda ram. E, se as conclusões não são total
mente opostas, permitem todavia maior otimismo, ao menos sob esto angulo.
dobnímento
argentino
ram empuxos na direção NNE e pregas na bacia brasileira do Paraná, paralelas
às argentinas. Elas deram lugar às Se te Quedas (que aliás são 22), a Urubupungá e talvez Marimbondo (Patos). Marimbondo é de medíocre interesse no
caso, por se achar no lado alto da re gião c longo de fonnações petrolígenas. Entre os antielinais encontrados no
Estado mencionaremos Pitanga, no Glacial, a Oeste de Limeira, com cem qui lômetros quadrados; Boa Esperança
(Corumbataí), a SO do Porto João Al
em função das suas densidades. Quando
fredo, no rio Piracicaba; Serrote, a SO dc Piracicaba; Pedra Branca (arenito
se perfura o solo, o material que pri meiro sai é aquele da camada atingida
zinho (Paraná), no Corumbataí ou Rio
pela sonda: os poços bem centrados no anticlinal recolhem gás, os da zona anu lar imediata captam petróleo, os mais afastados só encontram água. Se a pres-
.são é grande, o poço funciona como ar tesiano c o liquido jorra com força; se
é pequena, emprcgam-sc bombas de re
dc Botucatu) ao Sul de Piraju; Jacarè-
do Rasto, etc. As quedas dágua podem conduzir a descobertas promissoras. Co mo no Oeste do nosso peneplano, as la vas comandam o perfil dos afluentes do Paraná, as quedas anunciam mudanças de camada (degraus), falhas e dobras leves, sendo êstes últimos os acidentes mais interessantes.
pode prejudicar toda uma região. Po dendo proporcionar passagens c consti tuir septos retentores, os diques e lavas
gerais, todo o mecanismo da extração.
restadas, permite entrever certas estru
Além dos antielinais, os pontos pro váveis de acumulação podem ser pro
turas. Em seguida a prospeção desce à
podem mesmo, em muitos casos, ser fa tores favoráveis aos depósitos.
vocados por falhas, que abrem caminho ao líquido, quando o não deitam a perder.
quando se percebem mergulhos em di reção oposta ao mergulho geral), os exames gravimétrico, magnético, elétrico
tem efeito limitado em distancia, o não
Escusa aludir às grandes falhas e rup turas verticais, porque são raras e mes
quinhas no interior do Estado.
Consi
deráveis só há as da encosta marítima
À vista do exposto, o serviço de pros-
pcção deve metodizar a procura dos an tielinais e domos.
Uma das considera
Hoje a aviação, com áreas não flo terra: 0 exame das camadas (máxima
e sísmico.
Depois os poços rasos de sondagem, e finalmente os poços pro
fundos decisivos.
ções tendentes a isso é a das grandes
Para terminar, vejamos ràpidamente a situação da indústria petrolífera no
dobras geológicas, filiáveis a grandes fe
mundo, neste momento.
nômenos tectônicos. Na região sulina entram neita categoria as dobras refle
meiro poço moderno, do Cel. Draíce.
do Brasil. Por exemplo, o petróleo nor
xas do enrugainento das serras argenti nas, do Tandil e da Ventana, próximas
Rockfeller preferiu dedicar-se à destilação o à venda comercial antes que à pes
destino encontra-se nas camadas cretá
a Baia Blanca, ocorrido nos fins do
ceas, que aqui são desfavoráveis.
permiano ou mais
quisa e extração; com habilidade e sem escrúpulo, numa época em que o assun-
do declivc geral do planalto, que é para Noroeste. Teoria defendida por Washburne, Munn, Shaw e Rich. O que mais interessa nesta migração é o local
ráveis nos Estados sulinos não se aplica
de obstáculos se opõem ao escoamento. O lado baixo é o NO, e por isso Wash-
O.
calque, ou artifícios como a reintrodução do próprio gás. Ê este, em linhas
Na realidade, o calor das intrusões
o do Vale do Paraíba, do lado oposto ao sentido do escorrimcnto hidráulico ge
de parada e concentração; e êstes locais serão naturalmente os mais baixos e on
Estas substâncias são água
triássico.
obedece à direção SEE-KOO. Resulta
ral, portanto não influentes. A discriminação das formações favo
a outros pontos do globo, nem mesmo
ii i«yrii
provàvelmente
no
Ela nasceu na Pensilvânia com o pri
.11 'mja
40
Diciísto Econômico
to não estava regulainentaclo, alcançou
suas obras filantrópica.s, como ;i purgar
rápido sucesso.
os .seus pecados. .\o velho contiiu-nle e im Orii*ule, nes.se ínterim, surgiam <• criavam forças as rivais com que a ".Standard" ainda sc
Mé.xico, na Trinidacl. pt)r fim, dc.snor-
filho, o emir Feyçal, proclamou-se rei
leantemcntc,
depararia: a .Anglo-Iranian <• a HoyalDiitcli-SIicll. A primeira teve origem
da Síria. Na Conf(írência da Paz, Mos sul foi subtraída à França, mas em São
ft-ller.
no,
combinava
Por ameaça ou subor tarifas
preferenciais
clandestinas com as estradas de ferro e,
assim armado, fazia pressão sobre os
adversários, que eram esmagados ou en golidos um a um. Logo controlou Rock-
feller noventa por cento do petróleo
Dioesto
Econòxuco
no
União í-strelada.
nas concessões (jm- um e:igenheiro aus
próprio
41
território da
pcs(jueiro
dc Rock-
Remo (1920), esta foi compensada por
Declarado o ct)nflilo de 1914, entre
uma participação nos pctróleos a desco
tanto, as duas organi/.a(,'ões harmoniza
brir. Recebendo pouco dcipois O man dato .s()bre a Síria, a França iria deter
dominar o mercado; Rockfeller, median
traliano obtivera em i9()Í na Pérsia. Quando èsle país retomou o :iome Irã. a Anglo-IVrsiaii passou a ehamar-.se An
te um "dumping", expulsou-os.
glo-Iranian Cy. A vida corrcii-lhc prós
ram-se I,' corresponderam ao (pie os alia dos delas esperavam. Clemenceau rosnnúu o papel do óleo negro na guerra, no seu patético ajx-lo dc 15 de dezem
no, insuflado pela Rússia, aboliu os pri
bro de 1917: "Mandai-nos depressa pe tróleo, ponpie cada gota \alc uma gota
pela aliada Inglaterra. As manobras c
de sangue !"
pre a posse do petróleo, até «lue pck
Após o armistício as companhias rctoinívam suas atividades pacíficas, ora competindo entre si. ora unidas contra
M'orking Agreenient do 1928 o cobiça
advers-irios comuns. l'oi o caso, por cxempk), do jx^lróleo nisso, contra o
lial da Duteh-Shcli), 23,75%, França,
americano.
Na Europa, os rumaicos pretenderam Mas,
como naturalmente não podia perder, recuperou o prejuízo por um aumento
de preço nos Estados Unidos. Depois imaginou o consumo imenso que as po pulações da Ásia e da África llie pode riam proporcionar.
Mas, como eram
pobres, conservadores e não sentiam ne
cessidades, Rockfeller resolveu o proble ma, criando o hábito, distribuindo gra tuitamente 500 mil candíeíros.
Como é usual nessas circunstâncias, aos poucos elaborou-se uma legislação - para reprimir os abusos, cspccificada-
mente os trusts (Shemian Act, 1911) E Theodoro Roosevelt, iniciando sua campanha eleitoral, precisava de um te ma popular: adotou a "guerra aos tni.sts .
A "Standard Oil". fundada por Roek- leJler, to: em conseqüência arrastada em
jum) diversas vêzes; obrigada por fim pouco depois, até
■''■ogunda \ez o Tribu nal1 j de Chicago determinou a sua extin ção. A "Standard" desagregou-se en
tão cm companhia.s menores, mas estas mantiveram-se unidas, sob a chefia da ma-s conspíeua. a "Standard Oil" de
Nova Jcrsey. Na ação, o velho Jolm foi multado em 2S millmrs de dólares (cêrca de 1 bilião de cruzeiros), que alias
nunca pagou.
Um pouco melancólico,
mas consolado pela maior fortuna pes soal do mundo, cx^meçou nessa época as
pera e fácil até 1925. cpiando o .sobera vilégios de estrangeiros e tííiuou-lhes as propriedades. A diplomacia inglesa in terveio, os brios nacionais julgarani-sc desagravados e tudo acabou voltando à .situação primitiva. Apenas a Companhia teve dc aumentar a contribuição ao Es tado . . . ^
tnist soviético Azncft.
A terceira organização citada, de. in
ingiêscs ai estavam metidos por antigas aípiisições feitas a Emanuel Nobcl, so-
fluência mundial, re.sultava da reunião da Royai-Dutch, originada no Extremo Oriente (ilhas de Sonda) pelo batavo Kessler e desenvolvida por seu sucessor e patrício Deterding. "o Napoleão do petróleo", c-om a Shell Transport and
a
concessão iraniana,
do Ira(pu'. Na mesma zona Icvantina houve ainda luta na Turquia.
liavia percebido que só imenso.s recur
A Shell obtivera, em 1912, sob Ab-
sos ou um grande apoio político podiam
dul-Hamld,
projetá-lo no caminlio da fortuna, má ximo num campo dominado pelos ame ricanos. Nossa altura a Inglaterra, aler
participação
em
Mossul:
25% para ela, 25% para o Deutsche Bank e 50% para o Banco Nacional da Tur
tada pelo almirante Fislicr, convcnccra-
sc de que a substituição do carvão pelo
França alcançou a sua ambicionada par ticipação.
No
México,
ingleses
(Pearson)
e
americanos (Dolieny) foram os primei ros concessionários.
Pearson colocou-se
depois sob as ordens de Deterding e fundou a Mexican Eagle, com proteção de Porfirio Diaz. Os americanos, guer que dernibou Diaz em 1911. Mas Ma
protetorado dc Mossul, a seco. Na mes ma época o famoso Gel. Lawrencc, pa ra assegurar a hegemonia inglesa no 4
polilico-cconómica no campo petrolífero, e em particular, da maneira como a
da (piota germânica. A França, que em
tânica .
Deterding avançou mão na Rumânia, no
cimento dos processos e da intermixão
rearam-no com bandos armados e au
\'erclim salvara o.s aliados,
Deterding o apoio sonhado. Estava constituído o grupo rival da "Standard".
Para
acalmar a Tur(juia, sacrificaram-lhe a
quia. Em 1914 a Inglaterra conseguiu a cessão da C{uota turca, e a Shell a cessão
petróleo era indispensável á marinha bri E a Grã-Bretanha concedeu a
Near East Corp. (Standard c Vaecum Oil do Taxas) 5%. A partici pação francesa fez-se por meio duma companhia suscitada pelo govèmo, que
Estes fatos são instrutivos para conhe
ram-se as vantagens no Ir.ã, em troca da participação americana nos pctróleos
se. Mas Deterding enxergava longe e
23,75%,
Armênia.
mas, diante do protesto inglês, reparti
quena frota. Completavam-se, e uniram-
do licpiido f(ti repartido entro os aliados: Anglü-lraniun, 23,75%, Anglo-Saxon (fi
ria, concessionário no Irã, zona de in nieramente com
possuía uma pe
conflitos prolongarani-.se, visando sem
sòhre ela exerce certo controle.
A Standard conseguiu ficar, aliás, efê-
quer, negociava can conchas calcáreas
Mediterrâneo. Por isso teve de comba
ter Feyçal, paradoxalmente municiado
brinlio do célebre inventor da dinamite, c a iim aventureiro georgiano Klioehtafluência russa.
Trading Cy. Aquela explorava petró leo; esta, fundada por um Samuel qual (donde o seu nome)
Americanos e
também o "caminlio" entre Mossul e o
recebeu
o
xiliaram o levante do general Madrero, drero possuía minas de prata e cobre, e tanto bastou para que os americanos (firma Guggenlieim) entrassem em con
flito com êle e insuflass.em o seu adver
Oriente Médio, levantava os árabes con
sário Huerta. Madrero acabou assassi
tra os turcos o prometia os domínios da lua minguante ao sberif de Meca, cujo
nado e a Mcxican Eagle subiu de novo.
Prossegúindo o jogo de gangorra, Woo-
.11 'mja
40
Diciísto Econômico
to não estava regulainentaclo, alcançou
suas obras filantrópica.s, como ;i purgar
rápido sucesso.
os .seus pecados. .\o velho contiiu-nle e im Orii*ule, nes.se ínterim, surgiam <• criavam forças as rivais com que a ".Standard" ainda sc
Mé.xico, na Trinidacl. pt)r fim, dc.snor-
filho, o emir Feyçal, proclamou-se rei
leantemcntc,
depararia: a .Anglo-Iranian <• a HoyalDiitcli-SIicll. A primeira teve origem
da Síria. Na Conf(írência da Paz, Mos sul foi subtraída à França, mas em São
ft-ller.
no,
combinava
Por ameaça ou subor tarifas
preferenciais
clandestinas com as estradas de ferro e,
assim armado, fazia pressão sobre os
adversários, que eram esmagados ou en golidos um a um. Logo controlou Rock-
feller noventa por cento do petróleo
Dioesto
Econòxuco
no
União í-strelada.
nas concessões (jm- um e:igenheiro aus
próprio
41
território da
pcs(jueiro
dc Rock-
Remo (1920), esta foi compensada por
Declarado o ct)nflilo de 1914, entre
uma participação nos pctróleos a desco
tanto, as duas organi/.a(,'ões harmoniza
brir. Recebendo pouco dcipois O man dato .s()bre a Síria, a França iria deter
dominar o mercado; Rockfeller, median
traliano obtivera em i9()Í na Pérsia. Quando èsle país retomou o :iome Irã. a Anglo-IVrsiaii passou a ehamar-.se An
te um "dumping", expulsou-os.
glo-Iranian Cy. A vida corrcii-lhc prós
ram-se I,' corresponderam ao (pie os alia dos delas esperavam. Clemenceau rosnnúu o papel do óleo negro na guerra, no seu patético ajx-lo dc 15 de dezem
no, insuflado pela Rússia, aboliu os pri
bro de 1917: "Mandai-nos depressa pe tróleo, ponpie cada gota \alc uma gota
pela aliada Inglaterra. As manobras c
de sangue !"
pre a posse do petróleo, até «lue pck
Após o armistício as companhias rctoinívam suas atividades pacíficas, ora competindo entre si. ora unidas contra
M'orking Agreenient do 1928 o cobiça
advers-irios comuns. l'oi o caso, por cxempk), do jx^lróleo nisso, contra o
lial da Duteh-Shcli), 23,75%, França,
americano.
Na Europa, os rumaicos pretenderam Mas,
como naturalmente não podia perder, recuperou o prejuízo por um aumento
de preço nos Estados Unidos. Depois imaginou o consumo imenso que as po pulações da Ásia e da África llie pode riam proporcionar.
Mas, como eram
pobres, conservadores e não sentiam ne
cessidades, Rockfeller resolveu o proble ma, criando o hábito, distribuindo gra tuitamente 500 mil candíeíros.
Como é usual nessas circunstâncias, aos poucos elaborou-se uma legislação - para reprimir os abusos, cspccificada-
mente os trusts (Shemian Act, 1911) E Theodoro Roosevelt, iniciando sua campanha eleitoral, precisava de um te ma popular: adotou a "guerra aos tni.sts .
A "Standard Oil". fundada por Roek- leJler, to: em conseqüência arrastada em
jum) diversas vêzes; obrigada por fim pouco depois, até
■''■ogunda \ez o Tribu nal1 j de Chicago determinou a sua extin ção. A "Standard" desagregou-se en
tão cm companhia.s menores, mas estas mantiveram-se unidas, sob a chefia da ma-s conspíeua. a "Standard Oil" de
Nova Jcrsey. Na ação, o velho Jolm foi multado em 2S millmrs de dólares (cêrca de 1 bilião de cruzeiros), que alias
nunca pagou.
Um pouco melancólico,
mas consolado pela maior fortuna pes soal do mundo, cx^meçou nessa época as
pera e fácil até 1925. cpiando o .sobera vilégios de estrangeiros e tííiuou-lhes as propriedades. A diplomacia inglesa in terveio, os brios nacionais julgarani-sc desagravados e tudo acabou voltando à .situação primitiva. Apenas a Companhia teve dc aumentar a contribuição ao Es tado . . . ^
tnist soviético Azncft.
A terceira organização citada, de. in
ingiêscs ai estavam metidos por antigas aípiisições feitas a Emanuel Nobcl, so-
fluência mundial, re.sultava da reunião da Royai-Dutch, originada no Extremo Oriente (ilhas de Sonda) pelo batavo Kessler e desenvolvida por seu sucessor e patrício Deterding. "o Napoleão do petróleo", c-om a Shell Transport and
a
concessão iraniana,
do Ira(pu'. Na mesma zona Icvantina houve ainda luta na Turquia.
liavia percebido que só imenso.s recur
A Shell obtivera, em 1912, sob Ab-
sos ou um grande apoio político podiam
dul-Hamld,
projetá-lo no caminlio da fortuna, má ximo num campo dominado pelos ame ricanos. Nossa altura a Inglaterra, aler
participação
em
Mossul:
25% para ela, 25% para o Deutsche Bank e 50% para o Banco Nacional da Tur
tada pelo almirante Fislicr, convcnccra-
sc de que a substituição do carvão pelo
França alcançou a sua ambicionada par ticipação.
No
México,
ingleses
(Pearson)
e
americanos (Dolieny) foram os primei ros concessionários.
Pearson colocou-se
depois sob as ordens de Deterding e fundou a Mexican Eagle, com proteção de Porfirio Diaz. Os americanos, guer que dernibou Diaz em 1911. Mas Ma
protetorado dc Mossul, a seco. Na mes ma época o famoso Gel. Lawrencc, pa ra assegurar a hegemonia inglesa no 4
polilico-cconómica no campo petrolífero, e em particular, da maneira como a
da (piota germânica. A França, que em
tânica .
Deterding avançou mão na Rumânia, no
cimento dos processos e da intermixão
rearam-no com bandos armados e au
\'erclim salvara o.s aliados,
Deterding o apoio sonhado. Estava constituído o grupo rival da "Standard".
Para
acalmar a Tur(juia, sacrificaram-lhe a
quia. Em 1914 a Inglaterra conseguiu a cessão da C{uota turca, e a Shell a cessão
petróleo era indispensável á marinha bri E a Grã-Bretanha concedeu a
Near East Corp. (Standard c Vaecum Oil do Taxas) 5%. A partici pação francesa fez-se por meio duma companhia suscitada pelo govèmo, que
Estes fatos são instrutivos para conhe
ram-se as vantagens no Ir.ã, em troca da participação americana nos pctróleos
se. Mas Deterding enxergava longe e
23,75%,
Armênia.
mas, diante do protesto inglês, reparti
quena frota. Completavam-se, e uniram-
do licpiido f(ti repartido entro os aliados: Anglü-lraniun, 23,75%, Anglo-Saxon (fi
ria, concessionário no Irã, zona de in nieramente com
possuía uma pe
conflitos prolongarani-.se, visando sem
sòhre ela exerce certo controle.
A Standard conseguiu ficar, aliás, efê-
quer, negociava can conchas calcáreas
Mediterrâneo. Por isso teve de comba
ter Feyçal, paradoxalmente municiado
brinlio do célebre inventor da dinamite, c a iim aventureiro georgiano Klioehtafluência russa.
Trading Cy. Aquela explorava petró leo; esta, fundada por um Samuel qual (donde o seu nome)
Americanos e
também o "caminlio" entre Mossul e o
recebeu
o
xiliaram o levante do general Madrero, drero possuía minas de prata e cobre, e tanto bastou para que os americanos (firma Guggenlieim) entrassem em con
flito com êle e insuflass.em o seu adver
Oriente Médio, levantava os árabes con
sário Huerta. Madrero acabou assassi
tra os turcos o prometia os domínios da lua minguante ao sberif de Meca, cujo
nado e a Mcxican Eagle subiu de novo.
Prossegúindo o jogo de gangorra, Woo-
. I llpli
mm Dicesto EcoNó^nco
42
Dicesto
Ec<)n6mk:o
43
drow Wilson, por interêsse na ordem,
atribuindo-as inteiranientc ás empresas
tonelagem dí)S navios pctr«)leiros (de
iinediatainento expostos ao inimigo, paí
como dizia, ou no petróleo, como di ziam, sob um pretexto qualquer, man
estrangeiras. A acusação é muitas vèzes
1.000 a 20.000 o 30.000 ton.), o as
ses de economia subdcsen\'olvida e afas
apenas demagógica c, por outro lado,
respectivas \elüc-idades.
tados do campo provável da luta.
dou ocupar Vera Cruz, dando com
bom hábito latino-americano é esse das
Huerta em terra — conflito terminado
Estado o as atividades petrolíferas de
com a inter\enção do ABC (Argentina-
revoluções. Muitos países sem petróleo, ou antes deles, não fugiam à regra. Mas
Brasil-Chilc).
é cnádcnte que aipièlos interesses não
A grandeza dos recursos financeiros exigidos é lugar comum, que não se de ve ignorar, mas (pie não justifica desànimos. Há pouco, por exemplo, a co
deixavam dc aproveitar as oportunida
nhecida revista londrina "Tiie Econo-
nanciado por Doheny. Êste, apenas al
des, acirrando os ânimos e auxiliando os
mist" (15-5-48) aludia a três compa
çado ao poder, ingrata e inesperadamen te decretou a propriedade nacional do subsolo. Doheny auxilia o seu adversá rio, o general Pelaez, e Carranza é ven
seus parciais.
nhias estrangeiras (juc, mediante boas condições e garantias, estariam dispos
dio montai c político, c a própria evo
tas a inverter no nosso petróleo, só pa
lução mundial já dificulta tais inlcr\*en-
ra começar, 50 milhões de dólares cada
cido e assassinado. Sucede-lhe o gene
ções ou influencias.
uma. R('almentc é caso dc melancolia
Substituiu-o o general Carranza, fi
ral Obregon, que mantém a nacionaliza
ção. Pearson vende a Mexican Eagle a Deterding, que forma uma companhia nova; a Comp. Mexicana de Pelrolco al
Aquila. Nesta altura, Doheny, envolvi do num ércàndalo, também de petróleo, nos Estados Unidos, escândalo ao que parece ligado à eleição do presidente Harding, que acabava de falecer, foi preso e seus bens no México passaram à Standard. Em 1928, conforme já refc-t
rimos noutro ponto, deu-se a encampa ção final de todas as jazidas e instala ções pelo general Cardenas.
Na Venezuela, ingleses e americanos comjfetiram rijamente e estes, invocan
do a doutrina de Monroe e os interes ses americanos no canal do Panamá,
Alguns países parecem
haver ultrapassado ésl(í lastimável está
Mantcnhamo-nos por isso cm vigilân
cia, mas sem alarmisinos excessivos, pre judiciais à harmonia interna. A evolução técnica e econômica tem
feito ressaltar os característicos funda
mentais da indústria petrolífera. São principalmente, a grandeza dos em
preendimentos, o \TiUo dos' capitais, a
especialização técnica, a evolução rápi da, o cncadeamento dos processos, cer ta tendência monopolística, o caráter de serviço scmipnblico e o interesse cres cente do Estado.
A grandeza das instalações e dos es
quemas visa aumentar-lhes a eficiência econômica, tendo cm vista a concorrên
pensar que toda a nossa prospcçao ofi cial não gastou ainda 25 milliõcs. Nos Estados Unidos, cm 1936, lKi\'ía
640 refinarias produzindo 600.000 ton/
A modalidade das relações entre o
pende ainda das circunstâncias e tra dições.
O pensamento liberal norte-america no é profundo, mas não tem excluído um intervencionismo
crescente.
Êste
tem visado a coordenação econômica, a
eficiência técnica e a justiça social, di ferente da tendência comodista dalguns po\'os, inclinados á burocracia, ou im
pedidos por um desenvolvimento insu ficiente.
Há uma tendência estatal ou
socialista lógica diante da evolução uni
versal, e há outra que é apenas uma
dia; em 1948 aqiK^lo número csta\a re duzido a 378, mas a produção subia a
onivoracidade do Estado, entretanto in
870.000 ton/dia.
Os americanos têm tirado o má.ximo pro
A tendência à concentração dos negó
capaz de posterior digestão da matéria. veito da iniciativa individual, c esta tem
cios 6 compreensível no caso devido aos resistido, por sua voz, às interferências caracteres gerais da industria: grandeza; oficiais menos necessárias. Isso está especialização; homogeneidade; enca- ilustrado na indústria do petróleo, pois dcamento
entre
extração, refinação,
transporte e distribuição; necessidade de reservas emergentes; modalidade de competição; etc.
Nos Estados Unidos, em certa época
durante a guerra o govêrno limitou-se a reclamar produção cada vez maior, mais
diversificada e perfeita, apenas coorde nando e garantindo encomendas, e dou tro lado, pela violenta reação verificada quando o govêmo pretendeu chamar di
Abadan, a
(1948), a extração do petróleo eslava concentrada 60% em mãos do 20 empre sas. A concentração era ainda maior na refinação (85%) e no transporte por
retamente a si os oleodutos do Oriento
México descia do terceiro lugar, como
célebre refinaria recentemente nacionali zada pelo Irã, situada no Chat-al-Arab, sessenta quilômetros a montante do Gol
prodi/tor mundial, ao sétimo, a Vene
fo Pérsico, cobre dois quilômetros qua
oleodutos (90% nas mãos de 14 socieda
drados e produz 80.000 toneladas ou 480.000 barris por dia, perfazendo uma sério enorme de produtos, inclusive al
des).
colaboracionismo eficiente, embora mui to vigilante e mesmo desconfiado, de parte a parte. A receita não é'ministrá-
acabaram vencendo. Ao passo que o zuela ascendia ao terceiro. As empre sas, prudentemente, instalaram as duas
maiores refinarias, só excedidas por Abadan, nas ilhas holandesas próximas, de Aruba e Curaçao, no mar de Caribe.
No centro da América Meridional, os
interesses petrolíferos estrangeiros pa recem ter participado ativamente do úl
timo conflito boliviano-paraguaio. Por certo há exagero quando se nar
ram todas estas subversões políticas.
cia das grandes refinarias.
gumas substâncias químicas auxiliarcs. Qualquer instalação abaixo dc 2.500
Subsiste entretanto uma certa
competição, devido ao número de usi nas ou grupos, e ha sobretudo a com petição do petróleo com o carvão, o gás e a eletricidade.
Médio. Corrigidos os abusos do período heróico, hoje a atitude americana é dum
vel a todos os povos, mas precisa ser dosada, aplicada sob medida ou c-xperimentalmente em cada caso, com plena
O entrosamento da indústria em aprêço com o Estado é uma conseqüência
consciência.
econòmicamcnte, o ideal parecendo mes mo de 10.000 para cima. Do mesmo modo, aumentam os diâmetros dos pi-
inevitável do papel que o petróleo as
pe-lines (de 10 a 90 cms.), os seus
casos de guerra. Evidentemente, há di ferença entre grandes potências e países
sil por ainda não dísporem de grandes recursos petrolíferos próprios, está a França. Mal dotada pela natureza como, aliás, todos os seus vizinhos, ela preocu-
barris por dia dificilmente será viável
comprimentos (de 2 a 2.750 kms.), a
sumiu em tôda a vida moderna e nos
Entre os países semelhantes ao Bra
.J
. I llpli
mm Dicesto EcoNó^nco
42
Dicesto
Ec<)n6mk:o
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drow Wilson, por interêsse na ordem,
atribuindo-as inteiranientc ás empresas
tonelagem dí)S navios pctr«)leiros (de
iinediatainento expostos ao inimigo, paí
como dizia, ou no petróleo, como di ziam, sob um pretexto qualquer, man
estrangeiras. A acusação é muitas vèzes
1.000 a 20.000 o 30.000 ton.), o as
ses de economia subdcsen\'olvida e afas
apenas demagógica c, por outro lado,
respectivas \elüc-idades.
tados do campo provável da luta.
dou ocupar Vera Cruz, dando com
bom hábito latino-americano é esse das
Huerta em terra — conflito terminado
Estado o as atividades petrolíferas de
com a inter\enção do ABC (Argentina-
revoluções. Muitos países sem petróleo, ou antes deles, não fugiam à regra. Mas
Brasil-Chilc).
é cnádcnte que aipièlos interesses não
A grandeza dos recursos financeiros exigidos é lugar comum, que não se de ve ignorar, mas (pie não justifica desànimos. Há pouco, por exemplo, a co
deixavam dc aproveitar as oportunida
nhecida revista londrina "Tiie Econo-
nanciado por Doheny. Êste, apenas al
des, acirrando os ânimos e auxiliando os
mist" (15-5-48) aludia a três compa
çado ao poder, ingrata e inesperadamen te decretou a propriedade nacional do subsolo. Doheny auxilia o seu adversá rio, o general Pelaez, e Carranza é ven
seus parciais.
nhias estrangeiras (juc, mediante boas condições e garantias, estariam dispos
dio montai c político, c a própria evo
tas a inverter no nosso petróleo, só pa
lução mundial já dificulta tais inlcr\*en-
ra começar, 50 milhões de dólares cada
cido e assassinado. Sucede-lhe o gene
ções ou influencias.
uma. R('almentc é caso dc melancolia
Substituiu-o o general Carranza, fi
ral Obregon, que mantém a nacionaliza
ção. Pearson vende a Mexican Eagle a Deterding, que forma uma companhia nova; a Comp. Mexicana de Pelrolco al
Aquila. Nesta altura, Doheny, envolvi do num ércàndalo, também de petróleo, nos Estados Unidos, escândalo ao que parece ligado à eleição do presidente Harding, que acabava de falecer, foi preso e seus bens no México passaram à Standard. Em 1928, conforme já refc-t
rimos noutro ponto, deu-se a encampa ção final de todas as jazidas e instala ções pelo general Cardenas.
Na Venezuela, ingleses e americanos comjfetiram rijamente e estes, invocan
do a doutrina de Monroe e os interes ses americanos no canal do Panamá,
Alguns países parecem
haver ultrapassado ésl(í lastimável está
Mantcnhamo-nos por isso cm vigilân
cia, mas sem alarmisinos excessivos, pre judiciais à harmonia interna. A evolução técnica e econômica tem
feito ressaltar os característicos funda
mentais da indústria petrolífera. São principalmente, a grandeza dos em
preendimentos, o \TiUo dos' capitais, a
especialização técnica, a evolução rápi da, o cncadeamento dos processos, cer ta tendência monopolística, o caráter de serviço scmipnblico e o interesse cres cente do Estado.
A grandeza das instalações e dos es
quemas visa aumentar-lhes a eficiência econômica, tendo cm vista a concorrên
pensar que toda a nossa prospcçao ofi cial não gastou ainda 25 milliõcs. Nos Estados Unidos, cm 1936, lKi\'ía
640 refinarias produzindo 600.000 ton/
A modalidade das relações entre o
pende ainda das circunstâncias e tra dições.
O pensamento liberal norte-america no é profundo, mas não tem excluído um intervencionismo
crescente.
Êste
tem visado a coordenação econômica, a
eficiência técnica e a justiça social, di ferente da tendência comodista dalguns po\'os, inclinados á burocracia, ou im
pedidos por um desenvolvimento insu ficiente.
Há uma tendência estatal ou
socialista lógica diante da evolução uni
versal, e há outra que é apenas uma
dia; em 1948 aqiK^lo número csta\a re duzido a 378, mas a produção subia a
onivoracidade do Estado, entretanto in
870.000 ton/dia.
Os americanos têm tirado o má.ximo pro
A tendência à concentração dos negó
capaz de posterior digestão da matéria. veito da iniciativa individual, c esta tem
cios 6 compreensível no caso devido aos resistido, por sua voz, às interferências caracteres gerais da industria: grandeza; oficiais menos necessárias. Isso está especialização; homogeneidade; enca- ilustrado na indústria do petróleo, pois dcamento
entre
extração, refinação,
transporte e distribuição; necessidade de reservas emergentes; modalidade de competição; etc.
Nos Estados Unidos, em certa época
durante a guerra o govêrno limitou-se a reclamar produção cada vez maior, mais
diversificada e perfeita, apenas coorde nando e garantindo encomendas, e dou tro lado, pela violenta reação verificada quando o govêmo pretendeu chamar di
Abadan, a
(1948), a extração do petróleo eslava concentrada 60% em mãos do 20 empre sas. A concentração era ainda maior na refinação (85%) e no transporte por
retamente a si os oleodutos do Oriento
México descia do terceiro lugar, como
célebre refinaria recentemente nacionali zada pelo Irã, situada no Chat-al-Arab, sessenta quilômetros a montante do Gol
prodi/tor mundial, ao sétimo, a Vene
fo Pérsico, cobre dois quilômetros qua
oleodutos (90% nas mãos de 14 socieda
drados e produz 80.000 toneladas ou 480.000 barris por dia, perfazendo uma sério enorme de produtos, inclusive al
des).
colaboracionismo eficiente, embora mui to vigilante e mesmo desconfiado, de parte a parte. A receita não é'ministrá-
acabaram vencendo. Ao passo que o zuela ascendia ao terceiro. As empre sas, prudentemente, instalaram as duas
maiores refinarias, só excedidas por Abadan, nas ilhas holandesas próximas, de Aruba e Curaçao, no mar de Caribe.
No centro da América Meridional, os
interesses petrolíferos estrangeiros pa recem ter participado ativamente do úl
timo conflito boliviano-paraguaio. Por certo há exagero quando se nar
ram todas estas subversões políticas.
cia das grandes refinarias.
gumas substâncias químicas auxiliarcs. Qualquer instalação abaixo dc 2.500
Subsiste entretanto uma certa
competição, devido ao número de usi nas ou grupos, e ha sobretudo a com petição do petróleo com o carvão, o gás e a eletricidade.
Médio. Corrigidos os abusos do período heróico, hoje a atitude americana é dum
vel a todos os povos, mas precisa ser dosada, aplicada sob medida ou c-xperimentalmente em cada caso, com plena
O entrosamento da indústria em aprêço com o Estado é uma conseqüência
consciência.
econòmicamcnte, o ideal parecendo mes mo de 10.000 para cima. Do mesmo modo, aumentam os diâmetros dos pi-
inevitável do papel que o petróleo as
pe-lines (de 10 a 90 cms.), os seus
casos de guerra. Evidentemente, há di ferença entre grandes potências e países
sil por ainda não dísporem de grandes recursos petrolíferos próprios, está a França. Mal dotada pela natureza como, aliás, todos os seus vizinhos, ela preocu-
barris por dia dificilmente será viável
comprimentos (de 2 a 2.750 kms.), a
sumiu em tôda a vida moderna e nos
Entre os países semelhantes ao Bra
.J
'mir
DiCESTO ECONÓNflCO
44
pou-se com o abastecimento bruto e vol ta-se francamente para a indústria da refinação. Favorecc-a, neste programa,
a sua situação geográfica — "carrefonr" da Europa Ocidental — o número de bons portos sobre dois mares, e a alta
capacidade consumidora do pais. Confiada primitivamente na Riimània,
a guerra de 1914 desfez-lhe as cspcTanças. Hoje, dispondo duma participação
refinarla.s, feitas com recursos nacion.us e de fonieeedorvs interessados. O Esta-
<lo intervém nos prc-ç«»s. .\pós o armi>tíeio foi criado um "gronpc-incuit (P.Ach.it cies Ciarbiiranls", que eompra e revendo por preços unitormi/ados, agindo som
inlerésse. eomo eaixa de compensação.
COMENTÁRIO SOBRE OS PROJETOS DE
LEI DE PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS l.cr/. UK .Ai.mkioa Xt>uuiuuA Pouro
das tòclas as (lespes.is de compra, car
i>iu)ni.i-.MA da participação dos empregados nos lucros das em presas, se bem que há mais do um sé
pelas entidades das classes patronaiii e operárias e mesmo por instituições
Os j)r<-ços fixam-se "pelo euslo", toclui-
téria, não só pelos legisladores, como
ga, transj>orle. direitos, trauslormação.
culo tenha sido levantado, só nos últi
e pessoas desligadas de qualquer vín*^
regular no Oriente Médio, de onde, a
luero dos iiiterme(li;trios necessários, per
mos cinco anos vem agitando as clas
culo direto de interesse.
título de dividendos, recebe petróleo por
das. segun». inspeção, crédito, etc. O frete- é uma pare«-la nmilo ponderável e
ses patronais e opé)-arios do Brasil, em vitude da disi)osição constitucional
mestras, cuidavam de solucionar o
intermédio da sociedade oficiosa suces
sora do Deiitsch Dank, a França procu ra assegurar-se ainda fontes americanas,
os tri])utos (aduaneiros e outros) uiu.i ]>areela eonsi<lerá\'el, eérea de trés vèze.s
especialmente venezuelana e mexicana,
o pr<-ço (dl' e dois terços do pre(,-o ao
de bruto. Antiga cliente de produtos
eonsiunidor.
refinados dos Estados Unidos, hoje com pra-lhes apenas insignificante quantid:»de. Teve, porém, de impor-se um es quema completo de ação, para animar a Instalação e funcionamento das refina
rias.
Antes, consumia luilhas e impor
tava uma quantidade suplementar, que hoje a Inglaterra não mais produz, que a Polônia desorganizada, de trás da cor
tina de ferro, não lhe pode expedir, e que os Estados Unidos lhe cobrariam muito caro. Polo preço e pelas vanta gens dc manuseio, adotou o óleo. Só dum golpe, a S.N.C.F. transformou 600 locomotivas de carvão, muitas cen
trais térmicas, fomos Martín, etc. para uso do fuel.
O movimento começou por medidas administrativa.s e legislativas: garantia (]e abastecimento do petróleo do Iraque, transporte marítimo, e.statuto da impor tação e da refinação, encorajamento à
prospeção, facilidades aduaneiras (leis
de 1928) e reajustamento das mesmas, sob forma percentual "ad valorem" em 1945, participação privada.
O resultado foi rápido: quinze novas
\a .*\igeiiliiia, a história do petróleo começa realmente em 1907, em Como
doro Rivadavia. Apt)s longa niodorra igual àfjiK-la das nossas autarquias, o engenlieint geiu-ral Moseoni ( 1922) im
primiu iiosos rumos e grande impulso. O petróleo está nacionalizado, sob a ju risdição do Y.F.F. (Yacimientos Petro-
lifcros Fiscales), ([iie a Bo!í\iu imitou
cm 1937, após as desavenças que leve com a "Standard üii". O Y.P.F. or
ganizou, inelusi\ c, a rède dc \ cntlas em lodo o país. Os ga.ses naturais apro\'eitum-s<- cm Buenos Aires e La Plala. A
destilaria de Puerto La Plata duta de
que a estatuiu de foi nia direta e em caráter obrigatório. E manda a ver dade que SC reconheça que até hoje não se aventou fórmula capaz de con ciliar o mandamento constitucional, já não digo com os interesses nacionais e das classes interessadas, mas com o mais comezinlio bom-senso, isso
porque tôdas as tentativas têm sido orientadas no sentido de se dai- exe
cução ao preceito constitucional atra vés de lei geral, aplicável indistinta mente a tôdas as empresas, de todos os ramos de atividade c de quaisquer proporções.
As situações que se apresentam no campo do empreendimento privado,
porém, são de tal modo diversas que
Todos os projetos, em suas linhas problema fixando bases percentuais de participação nos lucros e modos e formas de pagamento e procurando
atender a uma ou outi-a situação es pecial. As variantes foram muitas, mas o tema central sempre foi a fixação
da percentagem de participação, o que constituía o vício fundamental de tôdas as sugestões apresentadas. Fixada a percentagem, o regime dei xa de ter a plasticidade necessária
para se amoldar a tôdas as situações. O arcabouço torna-se demasiado rí
gido e incapaz de resistir ao embate dos casos especiais e, por isso mesmo,
quebradiço e fadado ao insucesso. Dentre os projetos elaborados me
não podem se conter dentro dos limi
recem destaque os de autoria dos de
destilarias íimeionam em diversos pon
tes de
putados Berto Condé, Segadas Viana,
tos do território. A produção das conipanliias privadas é importante, superan
ordem.
Daniel Faraco, João Amazonas e Paulo Sarazate, este último encerran
do, nalguns aspectos, a da einprésa ofi
Logo após a promulgação da Cons tituição de 194() vários projetos de
cial. Total: 20 destilarias, tratando cin
lei reguladores da participação nos
mentação da participação nos lucros.
co milhões dc metros ciibiços por ano.
lucros foram apresentados. Nenhum
Embora as opiniões não sejam iinànimos
c a produção não ultrapasse sessenta por
dêles, porém, resistia à crítica, mes mo perfuntória, e em breve eram re
conto do consumo nacional, o Y.P.F.
pudiados por seus próprios aut<bes.
já constitui uma boa base dc desenvoh vimento e um e.vemplo digno de estudo.
Tiveram, contudo, o mérito de aler tar a opinião pública sobre as difi
192.5 e eompletou-se em 1929. Outras
uma
regulamentação
dessa
culdades da empreitada e de forçar o aprofundamento do estudo da ma-
do a primeira ofensiva para regula Na atual legislatura a solução do problema que havia desafiado a ar
gúcia da Câmara anterior, voltou a ser objeto da preocupação de muitos parlamentares e o assunto foi nova
mente pôsto em debate com o pro jeto apresentado pelos deputados Ar-
thur Audrá e Lutero Vargas e, pos-
'mir
DiCESTO ECONÓNflCO
44
pou-se com o abastecimento bruto e vol ta-se francamente para a indústria da refinação. Favorecc-a, neste programa,
a sua situação geográfica — "carrefonr" da Europa Ocidental — o número de bons portos sobre dois mares, e a alta
capacidade consumidora do pais. Confiada primitivamente na Riimània,
a guerra de 1914 desfez-lhe as cspcTanças. Hoje, dispondo duma participação
refinarla.s, feitas com recursos nacion.us e de fonieeedorvs interessados. O Esta-
<lo intervém nos prc-ç«»s. .\pós o armi>tíeio foi criado um "gronpc-incuit (P.Ach.it cies Ciarbiiranls", que eompra e revendo por preços unitormi/ados, agindo som
inlerésse. eomo eaixa de compensação.
COMENTÁRIO SOBRE OS PROJETOS DE
LEI DE PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS l.cr/. UK .Ai.mkioa Xt>uuiuuA Pouro
das tòclas as (lespes.is de compra, car
i>iu)ni.i-.MA da participação dos empregados nos lucros das em presas, se bem que há mais do um sé
pelas entidades das classes patronaiii e operárias e mesmo por instituições
Os j)r<-ços fixam-se "pelo euslo", toclui-
téria, não só pelos legisladores, como
ga, transj>orle. direitos, trauslormação.
culo tenha sido levantado, só nos últi
e pessoas desligadas de qualquer vín*^
regular no Oriente Médio, de onde, a
luero dos iiiterme(li;trios necessários, per
mos cinco anos vem agitando as clas
culo direto de interesse.
título de dividendos, recebe petróleo por
das. segun». inspeção, crédito, etc. O frete- é uma pare«-la nmilo ponderável e
ses patronais e opé)-arios do Brasil, em vitude da disi)osição constitucional
mestras, cuidavam de solucionar o
intermédio da sociedade oficiosa suces
sora do Deiitsch Dank, a França procu ra assegurar-se ainda fontes americanas,
os tri])utos (aduaneiros e outros) uiu.i ]>areela eonsi<lerá\'el, eérea de trés vèze.s
especialmente venezuelana e mexicana,
o pr<-ço (dl' e dois terços do pre(,-o ao
de bruto. Antiga cliente de produtos
eonsiunidor.
refinados dos Estados Unidos, hoje com pra-lhes apenas insignificante quantid:»de. Teve, porém, de impor-se um es quema completo de ação, para animar a Instalação e funcionamento das refina
rias.
Antes, consumia luilhas e impor
tava uma quantidade suplementar, que hoje a Inglaterra não mais produz, que a Polônia desorganizada, de trás da cor
tina de ferro, não lhe pode expedir, e que os Estados Unidos lhe cobrariam muito caro. Polo preço e pelas vanta gens dc manuseio, adotou o óleo. Só dum golpe, a S.N.C.F. transformou 600 locomotivas de carvão, muitas cen
trais térmicas, fomos Martín, etc. para uso do fuel.
O movimento começou por medidas administrativa.s e legislativas: garantia (]e abastecimento do petróleo do Iraque, transporte marítimo, e.statuto da impor tação e da refinação, encorajamento à
prospeção, facilidades aduaneiras (leis
de 1928) e reajustamento das mesmas, sob forma percentual "ad valorem" em 1945, participação privada.
O resultado foi rápido: quinze novas
\a .*\igeiiliiia, a história do petróleo começa realmente em 1907, em Como
doro Rivadavia. Apt)s longa niodorra igual àfjiK-la das nossas autarquias, o engenlieint geiu-ral Moseoni ( 1922) im
primiu iiosos rumos e grande impulso. O petróleo está nacionalizado, sob a ju risdição do Y.F.F. (Yacimientos Petro-
lifcros Fiscales), ([iie a Bo!í\iu imitou
cm 1937, após as desavenças que leve com a "Standard üii". O Y.P.F. or
ganizou, inelusi\ c, a rède dc \ cntlas em lodo o país. Os ga.ses naturais apro\'eitum-s<- cm Buenos Aires e La Plala. A
destilaria de Puerto La Plata duta de
que a estatuiu de foi nia direta e em caráter obrigatório. E manda a ver dade que SC reconheça que até hoje não se aventou fórmula capaz de con ciliar o mandamento constitucional, já não digo com os interesses nacionais e das classes interessadas, mas com o mais comezinlio bom-senso, isso
porque tôdas as tentativas têm sido orientadas no sentido de se dai- exe
cução ao preceito constitucional atra vés de lei geral, aplicável indistinta mente a tôdas as empresas, de todos os ramos de atividade c de quaisquer proporções.
As situações que se apresentam no campo do empreendimento privado,
porém, são de tal modo diversas que
Todos os projetos, em suas linhas problema fixando bases percentuais de participação nos lucros e modos e formas de pagamento e procurando
atender a uma ou outi-a situação es pecial. As variantes foram muitas, mas o tema central sempre foi a fixação
da percentagem de participação, o que constituía o vício fundamental de tôdas as sugestões apresentadas. Fixada a percentagem, o regime dei xa de ter a plasticidade necessária
para se amoldar a tôdas as situações. O arcabouço torna-se demasiado rí
gido e incapaz de resistir ao embate dos casos especiais e, por isso mesmo,
quebradiço e fadado ao insucesso. Dentre os projetos elaborados me
não podem se conter dentro dos limi
recem destaque os de autoria dos de
destilarias íimeionam em diversos pon
tes de
putados Berto Condé, Segadas Viana,
tos do território. A produção das conipanliias privadas é importante, superan
ordem.
Daniel Faraco, João Amazonas e Paulo Sarazate, este último encerran
do, nalguns aspectos, a da einprésa ofi
Logo após a promulgação da Cons tituição de 194() vários projetos de
cial. Total: 20 destilarias, tratando cin
lei reguladores da participação nos
mentação da participação nos lucros.
co milhões dc metros ciibiços por ano.
lucros foram apresentados. Nenhum
Embora as opiniões não sejam iinànimos
c a produção não ultrapasse sessenta por
dêles, porém, resistia à crítica, mes mo perfuntória, e em breve eram re
conto do consumo nacional, o Y.P.F.
pudiados por seus próprios aut<bes.
já constitui uma boa base dc desenvoh vimento e um e.vemplo digno de estudo.
Tiveram, contudo, o mérito de aler tar a opinião pública sobre as difi
192.5 e eompletou-se em 1929. Outras
uma
regulamentação
dessa
culdades da empreitada e de forçar o aprofundamento do estudo da ma-
do a primeira ofensiva para regula Na atual legislatura a solução do problema que havia desafiado a ar
gúcia da Câmara anterior, voltou a ser objeto da preocupação de muitos parlamentares e o assunto foi nova
mente pôsto em debate com o pro jeto apresentado pelos deputados Ar-
thur Audrá e Lutero Vargas e, pos-
' 46
Dicesto Econóídco
teriormente, com os de autoria do. de putado Celso Peçanha e do senador
João Vilasboas.
; .
/
Em paracer de 23 de Novembro de
Dantas) Boletim Informativo da Con
Os projetos Vilasboas c Celso Peçanha
• l.o de Março de 1950;
'" • j
tuía todos os anteriores e de pro
larial nos Lucros das Empresas";
execução. Do mesmo modo, e com irrefutáveis ar^mentos, concluiu a
"mesa redonda da participação nos
lucros", convocada pela Confederação Nacional do Comércio e realizada em Janeiro de 1950.
Nesse debate ficou demonstrado, não só que o projeto da autoria do deputado Paulo Sarazate não resistia à critica, como que a ela não resis
tiria qualquer outro plano que não
I
permitisse que o regime da participa ção se amoldasse às condições pecu liares a cada empresa.
Na primeira fase da luta pela re gulamentação da participação nos lucros e, principalmente, por oca siao da realização da "Mesa Redon da , muitos trabalhos de valor foram apresentados sôbre o assunto e lulgo oportuno citar alguns mais expres sivos e cujos conceitos e críticas con
tribuíram para melhor esclarecimen-
—
de um critério uniforme de participa
"A
Participação no lucro das Emprêsas" ("Digesto Econômico" do Maio de 1949");
— Roland Corbisier — "Salário
e Participação no lucro das Emprê Agosto de 1949);
— "O projeto de Participação dos
Trabalhadores nos lucros das Empre
atentar para a extrema variabilidade
das condições das emprêsas. Representam, do um modo geral, variações — para iiior — do projeto
fosse atribuir a uma datilografa de escritório ou a um "office-boy", trin
guir:
jeto consagra sem escapatórias esse
tagem a ser distribuída.
"Ob
Os projetos Vilasboas e
servações a Respeito da Participação dos Empregado.s nos Lucros das Em
Celso Peçanha prevêem uma distribuição de trin
prêsas";
ta por cento do lucro lí
— Minuano de Moura — "Partici
econômico já foram analisados. E todos êsses estudos e trabalhos mos
traram de forma iniludivel que o pro blema, pela forma com que foi colo cado, não encontra solução. Esta de verá ser buscada em fórmulas dife
rentes que' partam do pressuposto da impossibilidade de se regerem si
ta por cento nos lucros que forem
obtidos graças ao trabalho pessoal do empregador. Entretanto, o pro
nos lucros das emprêsas, é o da fixação da percen-
das Emprêsas";
aspectos, filosófico, social, jurídico e
Seria inteiramente absurdo que se
severas críticas, como se verá a se
problemas que dccorrom da partici pação dos empregados
lho e José Pinheiro Cortez — "Parti cipação dos Trabalhadores nos lucros
A matéria acha-se, portanto, devi Todos os seus
ções, a capacidade e o esfôrço do re presentante, do corretor, do conta
Um dos graves e quase insolúveis
— Luciano Vasconcellos de Carva
damente estudada.
te, as qualidades pessoais, as rela
dor.
A base do participação
1950;
^ ~ Discursos na "Mesa Redonda íf Daudt d Oliveira, Jogé Luiz de(João Al
também o capital que determina o lucro, e sim, quase que exclusivamen
absurdo.
sas" — Artigo de redação — "Estu dos Econômicos n.o 2" — Junho de
— Estanislau Fischiowitz
balho dos empregados, como não é
ção dos empregados nos lucros, sem
de autoria do Deputado Paulo Sara zate e, mais do que este, merecem
sas" — "Digesto Econômico" de
pação nos Lucros".
Boucinhas, Rubens Requião, Francis co Vera, João Baylongne e Santiago
Peçanha incidem no mesmo êrro dos anteriores, do pi-etcnderem a adoção
— Nélio Reis — "Participação Sa
to da matéria. São êles:
meida Nogueira Porto, Luiz Dodsworth Martins, Minuano de Moura Theotônio Monteiro de Barros Filho' Antonio França Filho, Osório da Ro cha Diniz, Washington Albino, João Melo, Francisco Malta Cardoso An tônio^ Osmar Gomes, José da Costa
Os projetos de autoria do Senador João Vilasboas e do Deputado Celso
presas";
— Clóvis Leite Ribeiro
os casos de escritórios de representa
ções, de corretagem, de contabilidade, etc. Nessas atividades, não é o tra
— A. J. Renncr — "Participação dos Empregado.s nos Lucros das Em
47
Econômico
federação Nacional do Comércio de
1949, tive ocasião de analisar o pro jeto do deputado Paulo Sarazate que, aparentemente, consolidava e substi curar mostrar a inviabilidade de sua
Digesto
I I iipyipiii|iipi!wipw^^
quido entre os empre gados. Nenhum dos dois, porém, procura
f
atender à diversidade dos fatores
que influem na formação do lucro, para fixar bases de participação mais ou menos elevadas, de acordo com
a influência que o trabalho do empre gado tenha nessa formação. Se é verdade que em determinados tipos de atividade a produção e, por con seqüência, o lucro, são em grande parte fruto do trabalho do emprega
tuações heterogêneas por método uni
do, o mesmo não sucede em outros.
forme.
Para não ir mais longe, basta citar
O mesmo sucede quando se trata
de emprêsas em que o lucro resulta principalmente do capital investido
como é o caso dos cinemas, por exem plo.
A participação dos
empregados é mínima e
estaria em inteira despro porção com a parte de lucros que seria atribuí
da. Como no projeto do Senador João Vilasboas
não se permite a dedução
do juro do capital empa tado, em muitos casos os poucos empregados de um cinema
iriam perceber mais do que os pró prios donos da empresa.
Também não pode passar sem uma
observação o exagero da taxa de par ticipação prevista. Para acentuá-lo,
basta notar que, no Chile, a partici pação é de 10 e 207o até o limite de
três salários; na Colômbia, varia de
57o, quando o lucro da empresa seja de 12 e 157o do capital, a 207o quan do o lucro seja superior a 357c' no Equador, de 7%; na Venezuela varia
' 46
Dicesto Econóídco
teriormente, com os de autoria do. de putado Celso Peçanha e do senador
João Vilasboas.
; .
/
Em paracer de 23 de Novembro de
Dantas) Boletim Informativo da Con
Os projetos Vilasboas c Celso Peçanha
• l.o de Março de 1950;
'" • j
tuía todos os anteriores e de pro
larial nos Lucros das Empresas";
execução. Do mesmo modo, e com irrefutáveis ar^mentos, concluiu a
"mesa redonda da participação nos
lucros", convocada pela Confederação Nacional do Comércio e realizada em Janeiro de 1950.
Nesse debate ficou demonstrado, não só que o projeto da autoria do deputado Paulo Sarazate não resistia à critica, como que a ela não resis
tiria qualquer outro plano que não
I
permitisse que o regime da participa ção se amoldasse às condições pecu liares a cada empresa.
Na primeira fase da luta pela re gulamentação da participação nos lucros e, principalmente, por oca siao da realização da "Mesa Redon da , muitos trabalhos de valor foram apresentados sôbre o assunto e lulgo oportuno citar alguns mais expres sivos e cujos conceitos e críticas con
tribuíram para melhor esclarecimen-
—
de um critério uniforme de participa
"A
Participação no lucro das Emprêsas" ("Digesto Econômico" do Maio de 1949");
— Roland Corbisier — "Salário
e Participação no lucro das Emprê Agosto de 1949);
— "O projeto de Participação dos
Trabalhadores nos lucros das Empre
atentar para a extrema variabilidade
das condições das emprêsas. Representam, do um modo geral, variações — para iiior — do projeto
fosse atribuir a uma datilografa de escritório ou a um "office-boy", trin
guir:
jeto consagra sem escapatórias esse
tagem a ser distribuída.
"Ob
Os projetos Vilasboas e
servações a Respeito da Participação dos Empregado.s nos Lucros das Em
Celso Peçanha prevêem uma distribuição de trin
prêsas";
ta por cento do lucro lí
— Minuano de Moura — "Partici
econômico já foram analisados. E todos êsses estudos e trabalhos mos
traram de forma iniludivel que o pro blema, pela forma com que foi colo cado, não encontra solução. Esta de verá ser buscada em fórmulas dife
rentes que' partam do pressuposto da impossibilidade de se regerem si
ta por cento nos lucros que forem
obtidos graças ao trabalho pessoal do empregador. Entretanto, o pro
nos lucros das emprêsas, é o da fixação da percen-
das Emprêsas";
aspectos, filosófico, social, jurídico e
Seria inteiramente absurdo que se
severas críticas, como se verá a se
problemas que dccorrom da partici pação dos empregados
lho e José Pinheiro Cortez — "Parti cipação dos Trabalhadores nos lucros
A matéria acha-se, portanto, devi Todos os seus
ções, a capacidade e o esfôrço do re presentante, do corretor, do conta
Um dos graves e quase insolúveis
— Luciano Vasconcellos de Carva
damente estudada.
te, as qualidades pessoais, as rela
dor.
A base do participação
1950;
^ ~ Discursos na "Mesa Redonda íf Daudt d Oliveira, Jogé Luiz de(João Al
também o capital que determina o lucro, e sim, quase que exclusivamen
absurdo.
sas" — Artigo de redação — "Estu dos Econômicos n.o 2" — Junho de
— Estanislau Fischiowitz
balho dos empregados, como não é
ção dos empregados nos lucros, sem
de autoria do Deputado Paulo Sara zate e, mais do que este, merecem
sas" — "Digesto Econômico" de
pação nos Lucros".
Boucinhas, Rubens Requião, Francis co Vera, João Baylongne e Santiago
Peçanha incidem no mesmo êrro dos anteriores, do pi-etcnderem a adoção
— Nélio Reis — "Participação Sa
to da matéria. São êles:
meida Nogueira Porto, Luiz Dodsworth Martins, Minuano de Moura Theotônio Monteiro de Barros Filho' Antonio França Filho, Osório da Ro cha Diniz, Washington Albino, João Melo, Francisco Malta Cardoso An tônio^ Osmar Gomes, José da Costa
Os projetos de autoria do Senador João Vilasboas e do Deputado Celso
presas";
— Clóvis Leite Ribeiro
os casos de escritórios de representa
ções, de corretagem, de contabilidade, etc. Nessas atividades, não é o tra
— A. J. Renncr — "Participação dos Empregado.s nos Lucros das Em
47
Econômico
federação Nacional do Comércio de
1949, tive ocasião de analisar o pro jeto do deputado Paulo Sarazate que, aparentemente, consolidava e substi curar mostrar a inviabilidade de sua
Digesto
I I iipyipiii|iipi!wipw^^
quido entre os empre gados. Nenhum dos dois, porém, procura
f
atender à diversidade dos fatores
que influem na formação do lucro, para fixar bases de participação mais ou menos elevadas, de acordo com
a influência que o trabalho do empre gado tenha nessa formação. Se é verdade que em determinados tipos de atividade a produção e, por con seqüência, o lucro, são em grande parte fruto do trabalho do emprega
tuações heterogêneas por método uni
do, o mesmo não sucede em outros.
forme.
Para não ir mais longe, basta citar
O mesmo sucede quando se trata
de emprêsas em que o lucro resulta principalmente do capital investido
como é o caso dos cinemas, por exem plo.
A participação dos
empregados é mínima e
estaria em inteira despro porção com a parte de lucros que seria atribuí
da. Como no projeto do Senador João Vilasboas
não se permite a dedução
do juro do capital empa tado, em muitos casos os poucos empregados de um cinema
iriam perceber mais do que os pró prios donos da empresa.
Também não pode passar sem uma
observação o exagero da taxa de par ticipação prevista. Para acentuá-lo,
basta notar que, no Chile, a partici pação é de 10 e 207o até o limite de
três salários; na Colômbia, varia de
57o, quando o lucro da empresa seja de 12 e 157o do capital, a 207o quan do o lucro seja superior a 357c' no Equador, de 7%; na Venezuela varia
. í»" /
4S
Dica;sní
Kconónoco
de 2,05 a 12,45; na Bolívia é estipu
e competência do empregado, com»
lado um mês de salái-io como partici
no caso do.s trabalhos manuais ar
pação; na Tchecoslováquia, sob regi
tísticos.
me comunista, a participação é indi reta e na base de lO^ sôbi-e os lu cros; na Espanha, quando condicio
nada aos lucros, a participação não excede de IO*;.-. Em resumo: a não
ser no Peru, onde a participação é calculada também na base de 00'/
em nenhum outro país foi estipulada' porcentagem tão elevada quanto a constante dos projetos em estudo.
Mais razoável seria que os proje tos classificassem as atividades em grupos, atribuindo a cada um dêles
uma determinada percentagem de participação dos empregados nos lu cros respectivos, percentagom essa que seria tanto maior quanto maior
fosse a importância do fator traba-
lucro formação do Digo que isso seria mais razoável mas nao acredito que se consegüisse
organ.zar uma tabela de participação que atendesse a tõdas as situações
Isso porque não só o gênero de ati'
wtm r"™"sua P™P0-Ç5es lecimento, localização doe cstabèvários
outros fatores devem ser levados em conta na partilha dos lucros. E nem mesmo a simples fixação de dois li mites, um máximo e um mínimo, tor naria possível a participação dentro
de um critério objetivo e justo. O hmite mínimo nunca seria tão míni mo que permitisse uma participação
.lusta nos casos de empresas em que
predominam os fatores trabalho do empreendedor ou capital e o limite máximo não poderia ser tão eleva do que atendesse a determinados em preendimentos em que o lucro resul
ta quase exclusivamente do esforço
O conceito de lucro
O projeto Celso Peçanha, com mais
acerto do que o do Senador Vilasboas, permite a dedução do juro do capital empregado na atividade, da parcela
do lucro sôbre a qual o empregado tem participação.
K digo que com
muito acerto essa dedução é permi
tida, porque o juro do capital, longe de constituir um lucro, representa um ônus da empresa. Basta figurarmos a hipótese de ser ela organizada com
capitais obtidos por empréstimos pa ra .se ter certeza dessa afirmativa.
Ora, por que motivo, se o juro do capital obtido por empréstimo consti
Oíc;est<j
Kc<)NÒMtc:()
49
Pondero (lue em ciuasc todos o.s países em que existe o regime de par ticipação nos lucros é prevista a de dução do juro do capital investido. Assim, no Chile deduz-se do lucro partilhável, 8C' sôbre o capital; na
emprêsa, de juros de empréstimos ativos, de lucros e dividendos aufe
Colômbia, 12%; no Peru, 10%; na Venezuela,6% e mais 10';; para cons tituição do fundo de reservas; na ín
zos do empregador, pois que sua par
empreendimento e aos lucros prove
nientes de aluguéis de imóveis da
ridos de outras fontes, etc. Não se cogita, é claro, de fazer os
empregados participarem dos prejuí ticipação dentro da sistemática do
dia, os acordos coletivos e as decisões
nosso direito deve ser considerada sa
dos tribunais do trabalho sempre re
larial e não social. Mas, nem por isso, e muito pelo contrário, devem
servaram uma parcela não partilhá vel do lucro para remuneração do ca pital da einprêsa; no Equador, quan do a participação é condicionada ao lucro, também se prevê o limite per
centual de lucro abaixo do qual não há pai*ticipação: nos E.stados Unidos, a generalidade das empresas que ado tam planos de participação dos em
êles se eximir dos ônus que represen ta a cobertura dos riscos que a em presa corre.
Nesta hipótese, nosso argumento é paralelo ao que desenvolvemos ao tratar da remuneração do capital. O risco é despesa e, como tal, de ve ser deduzido do lucro.
Para nos
tui uma despesa, não há de participar da mesma natuieza pelo fato de per
pregados nos lucros, reservam deter
capacitarmos
minada quantia para remuneração do
participação
tencer aos sócios? Do ponto de vista
afirmativa, bastà que figuremos a hipótese de uma emprêsa que resol
apenas sôbre o excedente. Isso, pela razão muito simples de que, assim como o salário é remune
seguros, todos os seus bens contra
ração do trabalho, o juro o ó de ca pital. A empresa, composta dos dois
ria um prêmio e prêmio elevado, e não há como negar-se que êsse pa
dêstes, pode haver lucro, mas do pon to de vista da empresa, considerada
como entidade autônoma, é claro que o juro representa despesa.
O êrro do pjojeto Celso Peçanha está em adotar como base de juro do capital uma taxa de 6'/ ao ano, quan do é sabido que a remuneração dos capitais no Brasil, mesmo os inves tidos nos empi-eendimentos os mais
capital, concedendo
a
se houver sobra, é que se poderá fa lar em lucro.
O projeto Vilasboas, portanto, é
que o projeto deveria ter permitido a dedução de outras parcelas sôbre
elevado interesse, se há de conside
as quais não se justifica a partici pação, ou por constituírem despesas,
rar que a remuneração justa do.capi
ou por não serem resultado do es
tal investido em atividades reprodu
forço e do trabalho dos empregados.
tivas seja de apenas 6% ?
Refiro-me à cobertura do risco do
tíMjsáí
todos os riscos.
Nesse caso, paga
gamento constituiria "uma despesa.
tir a dedução do juro do capital em pregado, do lucro a ser partilhado com os empregados. Pondero, ainda,
tíeia, títulos públicos e outras inver
vesse segurar em uma companhia de
Pois, da mesma forma, se o detentor
o
ferior a 12'/r ao ano.
sões da mesma natureza, rendem 12%. Por que motivo, se o mercado de capitais no Brasil proporciona tão
dessa
trabalho.
remunerou
passível de censura por não permi
Empréstimos
veracidade
Claro está que deverá remunerar também o capital. Só depois disso,
fatores, já
seguros e isentos de risco, ào é in com garantia hipotecária ou pignora-
da
do capital chama a si êsse risco, deve .ser compensado com um prêmio que tanto é despesa quanto o pago à companhia de seguros. Aliás, a em prêsa já paga direta ou indiretamen te, o prêmio do risco que correm os seus empregados, quer pelo seguro
obiigatório contra acidentes, quer através das contribuições de seguro social. Se paga o prêmio do i-isco do
fator trabalho, deve também pagar o prêmio do fator capital. Certamente é muito difícil calcularse atuarialmente a quanto monta o risco do empreendimento. Êle varia
. í»" /
4S
Dica;sní
Kconónoco
de 2,05 a 12,45; na Bolívia é estipu
e competência do empregado, com»
lado um mês de salái-io como partici
no caso do.s trabalhos manuais ar
pação; na Tchecoslováquia, sob regi
tísticos.
me comunista, a participação é indi reta e na base de lO^ sôbi-e os lu cros; na Espanha, quando condicio
nada aos lucros, a participação não excede de IO*;.-. Em resumo: a não
ser no Peru, onde a participação é calculada também na base de 00'/
em nenhum outro país foi estipulada' porcentagem tão elevada quanto a constante dos projetos em estudo.
Mais razoável seria que os proje tos classificassem as atividades em grupos, atribuindo a cada um dêles
uma determinada percentagem de participação dos empregados nos lu cros respectivos, percentagom essa que seria tanto maior quanto maior
fosse a importância do fator traba-
lucro formação do Digo que isso seria mais razoável mas nao acredito que se consegüisse
organ.zar uma tabela de participação que atendesse a tõdas as situações
Isso porque não só o gênero de ati'
wtm r"™"sua P™P0-Ç5es lecimento, localização doe cstabèvários
outros fatores devem ser levados em conta na partilha dos lucros. E nem mesmo a simples fixação de dois li mites, um máximo e um mínimo, tor naria possível a participação dentro
de um critério objetivo e justo. O hmite mínimo nunca seria tão míni mo que permitisse uma participação
.lusta nos casos de empresas em que
predominam os fatores trabalho do empreendedor ou capital e o limite máximo não poderia ser tão eleva do que atendesse a determinados em preendimentos em que o lucro resul
ta quase exclusivamente do esforço
O conceito de lucro
O projeto Celso Peçanha, com mais
acerto do que o do Senador Vilasboas, permite a dedução do juro do capital empregado na atividade, da parcela
do lucro sôbre a qual o empregado tem participação.
K digo que com
muito acerto essa dedução é permi
tida, porque o juro do capital, longe de constituir um lucro, representa um ônus da empresa. Basta figurarmos a hipótese de ser ela organizada com
capitais obtidos por empréstimos pa ra .se ter certeza dessa afirmativa.
Ora, por que motivo, se o juro do capital obtido por empréstimo consti
Oíc;est<j
Kc<)NÒMtc:()
49
Pondero (lue em ciuasc todos o.s países em que existe o regime de par ticipação nos lucros é prevista a de dução do juro do capital investido. Assim, no Chile deduz-se do lucro partilhável, 8C' sôbre o capital; na
emprêsa, de juros de empréstimos ativos, de lucros e dividendos aufe
Colômbia, 12%; no Peru, 10%; na Venezuela,6% e mais 10';; para cons tituição do fundo de reservas; na ín
zos do empregador, pois que sua par
empreendimento e aos lucros prove
nientes de aluguéis de imóveis da
ridos de outras fontes, etc. Não se cogita, é claro, de fazer os
empregados participarem dos prejuí ticipação dentro da sistemática do
dia, os acordos coletivos e as decisões
nosso direito deve ser considerada sa
dos tribunais do trabalho sempre re
larial e não social. Mas, nem por isso, e muito pelo contrário, devem
servaram uma parcela não partilhá vel do lucro para remuneração do ca pital da einprêsa; no Equador, quan do a participação é condicionada ao lucro, também se prevê o limite per
centual de lucro abaixo do qual não há pai*ticipação: nos E.stados Unidos, a generalidade das empresas que ado tam planos de participação dos em
êles se eximir dos ônus que represen ta a cobertura dos riscos que a em presa corre.
Nesta hipótese, nosso argumento é paralelo ao que desenvolvemos ao tratar da remuneração do capital. O risco é despesa e, como tal, de ve ser deduzido do lucro.
Para nos
tui uma despesa, não há de participar da mesma natuieza pelo fato de per
pregados nos lucros, reservam deter
capacitarmos
minada quantia para remuneração do
participação
tencer aos sócios? Do ponto de vista
afirmativa, bastà que figuremos a hipótese de uma emprêsa que resol
apenas sôbre o excedente. Isso, pela razão muito simples de que, assim como o salário é remune
seguros, todos os seus bens contra
ração do trabalho, o juro o ó de ca pital. A empresa, composta dos dois
ria um prêmio e prêmio elevado, e não há como negar-se que êsse pa
dêstes, pode haver lucro, mas do pon to de vista da empresa, considerada
como entidade autônoma, é claro que o juro representa despesa.
O êrro do pjojeto Celso Peçanha está em adotar como base de juro do capital uma taxa de 6'/ ao ano, quan do é sabido que a remuneração dos capitais no Brasil, mesmo os inves tidos nos empi-eendimentos os mais
capital, concedendo
a
se houver sobra, é que se poderá fa lar em lucro.
O projeto Vilasboas, portanto, é
que o projeto deveria ter permitido a dedução de outras parcelas sôbre
elevado interesse, se há de conside
as quais não se justifica a partici pação, ou por constituírem despesas,
rar que a remuneração justa do.capi
ou por não serem resultado do es
tal investido em atividades reprodu
forço e do trabalho dos empregados.
tivas seja de apenas 6% ?
Refiro-me à cobertura do risco do
tíMjsáí
todos os riscos.
Nesse caso, paga
gamento constituiria "uma despesa.
tir a dedução do juro do capital em pregado, do lucro a ser partilhado com os empregados. Pondero, ainda,
tíeia, títulos públicos e outras inver
vesse segurar em uma companhia de
Pois, da mesma forma, se o detentor
o
ferior a 12'/r ao ano.
sões da mesma natureza, rendem 12%. Por que motivo, se o mercado de capitais no Brasil proporciona tão
dessa
trabalho.
remunerou
passível de censura por não permi
Empréstimos
veracidade
Claro está que deverá remunerar também o capital. Só depois disso,
fatores, já
seguros e isentos de risco, ào é in com garantia hipotecária ou pignora-
da
do capital chama a si êsse risco, deve .ser compensado com um prêmio que tanto é despesa quanto o pago à companhia de seguros. Aliás, a em prêsa já paga direta ou indiretamen te, o prêmio do risco que correm os seus empregados, quer pelo seguro
obiigatório contra acidentes, quer através das contribuições de seguro social. Se paga o prêmio do i-isco do
fator trabalho, deve também pagar o prêmio do fator capital. Certamente é muito difícil calcularse atuarialmente a quanto monta o risco do empreendimento. Êle varia
Dicesto Econômicx)
50
OicESTO Econômico
de época para época, de atividade pa
missível que dêle participe. Essa par ticipação, porém, não tom justifica
tema de se dividir a vida da emprêsa em exercícios de um ano que dá a
concessão não obrigá-lo a restituir
ra atividade e de einprêsa para em
presa.
Nossa legislação, porém, já
tiva alguma, quanto aos lucros que
ilusão do lucro, mas, se o exercício
oferece uma sugestão sobre o "quan-
resultem apenas do fator "capital",
tum" do prêmio para cobertura do risco, avaliando-o em 10% sobre o
fosse de cinco ou do dez anos, ne nhum ganho teria aparecido.
recebidos pela emprêsa, dos juros dos
do em exercícios seguintes se verifi car prejuízo. Finalmente, cumpre lembrar que a Constituição assegurou a partici
capital. E' o que se deduz de nossa antiga Lei de Lucros Extraordiná rios que, ao fixar em 25% admitido
como
o lucro
normal, considerou
que a remuneração do empreendedor
que é o caso dos aluguéi.s porventura
títulos públicos ou particulares de que seja possuidora, dos dividendos ou lucros que aufira como sócia ou
mcntos estanques.
acionista de outra sociedade, etc. Caso os projetos em estudo tives
operações e só na liquidação é que se pode apurar se ela proporcionou
sem previsto todas essas deduções,
ou não lucros.
deve ser de 7,5%, o juro do capital de outros, 7,5% e a cobertura do risco de 10% (Veja-se, a propósito, o meu "Lucros Extraordinários — Teoria e Prática"). Portanto, e exatamente
então sim, o remanescente poderia efetivamente ser considerado como lucro para efeitos de partilha.
porque o empregado não participa
Compensação de prejuízos com
dos prejuízos, nada mais justo e mais
lucros
de acordo com os princípios técnicos «)J.
I
do que permitir-se que, do lucro li quido apurado e depois de deduzido o juro do capital, seja descontado o
"prêmio" do seguro pelo risco do empreendimento que, no caso, é su
portado exclusivamente pelo empre
Ora, a vida econômica da emprêsa não pode ser dividida em comparti-
Ainda com relação ao lucro a ser partilhado com os empregados, tenho
a ponderar que, nos dois projetos, se comete o grave êrro de não se
permitir a compensação dos lucros de um exercício com as perdas ante riormente sofridas pela emprêsa. Uma emprêsa pode ter tido con sideráveis prejuízos durante anos se
Ela representa
uma continuidade, uma seqüência de
a parte dos lucros que recebeu, quan
pação nos lucros, mas não se referiu aos lucros anuais. E só se pode fa lar em lucro quando todos os pre juízos estejam cobertos. A partilha do lucro
E' claro que não vou ao ponto de
pretender que a participação dos em pregados nos lucros só tenha lugar por ocasião da liquidação da emprêsa,
Pelo projeto Celso Peçanha a dis tribuição da parte de lucros que toca
mas nem por isso se pode admitir que, antes de partilhar seus lucros com os
êles, por meio de quotas de partici
aos empregados será efetuada, entre
empregados, não possa o empregador compensar os prejuízos anteriores e
pação, com base nos seguintes ele mentos: salário, antigüidade, encar gos de família, assiduidade e eficiên
mais o juro do capital, concedendo
cia.
a participação apenas sõbre o lucro remanescente, que ó o único real.
não caiba ao empregador discutir os
Haverá quem objete que o empre
Muito embora aparentemente
processos pelos quais se deva fazer
a partilha da parte dos empregados
gado nada tem a ver com prejuízos passados, que podem ser fruto de má
nos lucros, êsse interesse existe pela cuja colaboração mais proveitosa te
que saem totalmente do capital. Em
administração ou mesmo da deficiên cia do trabalho dos empregados ante riores. Mas, se o empregado goza das vantagens proporcionadas por uma boa administração, lucra com o
um exercício, porem, essa emprêsa
desenvolvimento que os antigos em
possam ter contribuído para êsse lu
dá lucro. Lucro pequeno, que não basta de modo algum para compensar
pregados deram ao empreendimento,
cro devem ser levados em conta.
e cobrir os prejuízos anteriormente
te, sofra as conseqüências de erros
tem exatamente por finalidade asse
verificados, mas, em todo caso, um
passados.
gurar a integridade do capital da
lucro.
emprêsa.
não arcou com o prejuízo anterior,
tende é integrar o empregado na vida
vai participar dêsse lucro aparente
da emprêsa e se os lucros e os pre
gador.
Quanto a essa dedução quero pon derar que uma base de 10% sobre o capital, a título de cobertura de ris co, me parece realmente excessiva
bastando ver que a legislação chilena prevê apenas 2% a êsse título. O razoável seria que se excluísse da participação, como fazem certas
legislações, o fundo de reserva que
Outra dedução a que me referi é. a
guidos, sem que, como é natui^al, o empregado participe dessas perdas,
Pois bem: o empregado, que
nada mais razoável que, inversamen
Por outro lado, se o que se pre
de lucros que resultem exclusivamen
que figura na contabilidade de um só
juízos, os anos bons e os anos maus,
te do capital, sem que o empregado
exercício.
são contingências do empreendimen to, fazendo parte de sua vida, en
tenha tido qualquer interferência em
Isso está errado.
E está errado
sua formação. Sempre que o traba
porque não houve lucro algum, mas
tão o empregado deve passar pelos
lho do empregado tenha sido um fa
a simples reposição de parte do capi tal anteriormente perdido. E' o sis-
mesmos altos e baixos por que passa o empregador, já sendo uma grande
tor para a formação do lucro, é ad-
necessidade de se premiai^em aquêles nha sido.
Ora, se o motivo da participação é a contribuição do empregado na for
mação do lucro, só os elementos que Mas, na enumeração constante do
projeto, dois dos fatores incluídos na da têm a ver com a produtividade do trabalhador.
Trata-se da antigüidade e dos en
cargos de família. Com relação ao primeiro, poder-se-á objetar que a lon ga permanência de um empregado a serviço da mesma emprêsa revela uma contribuição maior de sua parte no desenvolvimento e no progresso da mesma. A isso, porém, pode-se res-
Dicesto Econômicx)
50
OicESTO Econômico
de época para época, de atividade pa
missível que dêle participe. Essa par ticipação, porém, não tom justifica
tema de se dividir a vida da emprêsa em exercícios de um ano que dá a
concessão não obrigá-lo a restituir
ra atividade e de einprêsa para em
presa.
Nossa legislação, porém, já
tiva alguma, quanto aos lucros que
ilusão do lucro, mas, se o exercício
oferece uma sugestão sobre o "quan-
resultem apenas do fator "capital",
tum" do prêmio para cobertura do risco, avaliando-o em 10% sobre o
fosse de cinco ou do dez anos, ne nhum ganho teria aparecido.
recebidos pela emprêsa, dos juros dos
do em exercícios seguintes se verifi car prejuízo. Finalmente, cumpre lembrar que a Constituição assegurou a partici
capital. E' o que se deduz de nossa antiga Lei de Lucros Extraordiná rios que, ao fixar em 25% admitido
como
o lucro
normal, considerou
que a remuneração do empreendedor
que é o caso dos aluguéi.s porventura
títulos públicos ou particulares de que seja possuidora, dos dividendos ou lucros que aufira como sócia ou
mcntos estanques.
acionista de outra sociedade, etc. Caso os projetos em estudo tives
operações e só na liquidação é que se pode apurar se ela proporcionou
sem previsto todas essas deduções,
ou não lucros.
deve ser de 7,5%, o juro do capital de outros, 7,5% e a cobertura do risco de 10% (Veja-se, a propósito, o meu "Lucros Extraordinários — Teoria e Prática"). Portanto, e exatamente
então sim, o remanescente poderia efetivamente ser considerado como lucro para efeitos de partilha.
porque o empregado não participa
Compensação de prejuízos com
dos prejuízos, nada mais justo e mais
lucros
de acordo com os princípios técnicos «)J.
I
do que permitir-se que, do lucro li quido apurado e depois de deduzido o juro do capital, seja descontado o
"prêmio" do seguro pelo risco do empreendimento que, no caso, é su
portado exclusivamente pelo empre
Ora, a vida econômica da emprêsa não pode ser dividida em comparti-
Ainda com relação ao lucro a ser partilhado com os empregados, tenho
a ponderar que, nos dois projetos, se comete o grave êrro de não se
permitir a compensação dos lucros de um exercício com as perdas ante riormente sofridas pela emprêsa. Uma emprêsa pode ter tido con sideráveis prejuízos durante anos se
Ela representa
uma continuidade, uma seqüência de
a parte dos lucros que recebeu, quan
pação nos lucros, mas não se referiu aos lucros anuais. E só se pode fa lar em lucro quando todos os pre juízos estejam cobertos. A partilha do lucro
E' claro que não vou ao ponto de
pretender que a participação dos em pregados nos lucros só tenha lugar por ocasião da liquidação da emprêsa,
Pelo projeto Celso Peçanha a dis tribuição da parte de lucros que toca
mas nem por isso se pode admitir que, antes de partilhar seus lucros com os
êles, por meio de quotas de partici
aos empregados será efetuada, entre
empregados, não possa o empregador compensar os prejuízos anteriores e
pação, com base nos seguintes ele mentos: salário, antigüidade, encar gos de família, assiduidade e eficiên
mais o juro do capital, concedendo
cia.
a participação apenas sõbre o lucro remanescente, que ó o único real.
não caiba ao empregador discutir os
Haverá quem objete que o empre
Muito embora aparentemente
processos pelos quais se deva fazer
a partilha da parte dos empregados
gado nada tem a ver com prejuízos passados, que podem ser fruto de má
nos lucros, êsse interesse existe pela cuja colaboração mais proveitosa te
que saem totalmente do capital. Em
administração ou mesmo da deficiên cia do trabalho dos empregados ante riores. Mas, se o empregado goza das vantagens proporcionadas por uma boa administração, lucra com o
um exercício, porem, essa emprêsa
desenvolvimento que os antigos em
possam ter contribuído para êsse lu
dá lucro. Lucro pequeno, que não basta de modo algum para compensar
pregados deram ao empreendimento,
cro devem ser levados em conta.
e cobrir os prejuízos anteriormente
te, sofra as conseqüências de erros
tem exatamente por finalidade asse
verificados, mas, em todo caso, um
passados.
gurar a integridade do capital da
lucro.
emprêsa.
não arcou com o prejuízo anterior,
tende é integrar o empregado na vida
vai participar dêsse lucro aparente
da emprêsa e se os lucros e os pre
gador.
Quanto a essa dedução quero pon derar que uma base de 10% sobre o capital, a título de cobertura de ris co, me parece realmente excessiva
bastando ver que a legislação chilena prevê apenas 2% a êsse título. O razoável seria que se excluísse da participação, como fazem certas
legislações, o fundo de reserva que
Outra dedução a que me referi é. a
guidos, sem que, como é natui^al, o empregado participe dessas perdas,
Pois bem: o empregado, que
nada mais razoável que, inversamen
Por outro lado, se o que se pre
de lucros que resultem exclusivamen
que figura na contabilidade de um só
juízos, os anos bons e os anos maus,
te do capital, sem que o empregado
exercício.
são contingências do empreendimen to, fazendo parte de sua vida, en
tenha tido qualquer interferência em
Isso está errado.
E está errado
sua formação. Sempre que o traba
porque não houve lucro algum, mas
tão o empregado deve passar pelos
lho do empregado tenha sido um fa
a simples reposição de parte do capi tal anteriormente perdido. E' o sis-
mesmos altos e baixos por que passa o empregador, já sendo uma grande
tor para a formação do lucro, é ad-
necessidade de se premiai^em aquêles nha sido.
Ora, se o motivo da participação é a contribuição do empregado na for
mação do lucro, só os elementos que Mas, na enumeração constante do
projeto, dois dos fatores incluídos na da têm a ver com a produtividade do trabalhador.
Trata-se da antigüidade e dos en
cargos de família. Com relação ao primeiro, poder-se-á objetar que a lon ga permanência de um empregado a serviço da mesma emprêsa revela uma contribuição maior de sua parte no desenvolvimento e no progresso da mesma. A isso, porém, pode-se res-
52
Dtoesto
ponder — quando a lei estivei* há
muito vigorando, — que durante to da a sua permanência terá êsse em pregado participado dos sucessivos lucros verificados e que, assim sendo, sua antigüidade no serviço já foi de vidamente recompensada, mesmo sem
EcoNÓ.vnco
Nesse ponto, o projeto Vilasboas
-se mostra mai.s perfeito, pois só pre vê três fatores: salário, produção e tempo de serviço para o efeito do
cálculo de parcela cjuc toca a cada empregado no lucro a ser distribuído.
levar em conta os benefícios que
A retroatividadc da parlicipaçào
a legislação do trabalho lhes assegu ra por essa mesma circunstância.
O projeto Vilasboas contém uma
justifica
que influam na participação que o empregado tenha nos lucros, pois tal
compreendido entre a data da data
circunstância em nada contribui para
da Constituição e a da prítmulgaeão
aumentar sua produtividade. E' sem
da lei.
nenhum
princípio
técnico
dúvida simpática a idéia, mas para atender a essa necessidade social de amparo à família do trabalhador, já prevê a Constituição o "Salário faníília'
que possivelmente será em breve
a participação nos lucros no período
A Constituição Federal não é, nes sa
parte, auto-aplicável, contraria
e o único cuja fixação cabe ao empre gador.
Muitas vezes o salário do empregado é baixo, a sua assiduidade não
é das mais perfeitas, não é antigo na Ca.sa e não tem encargos de família.
Sua atuação, entretanto, poderá ter contribuído, e em muito, para a ob tenção de lucro e só ao empregador cabe dizer em que grau essa contri buição deve ser recompensada. Daí a necessidade de se atribuir maior peso" ao fator eficiência e de se eliminarem aqueles fatores estraMhos à produção.
O sentimentalismo é, muitas vêzes, incompatível com a técnica.
Sobre ser inconveniente, o Conselhc
proposto pelo deputado Celso Peça nha é desnecessário, pois as reparti
tias correspondentes à participação
ções fiscais incumbidas da fiscaliza
em seis exercício.s e a do |)i*óprio ano
ção do imposto de renda estão mais bem aparelhadas para verificar a exa
Suponhamos que uma certa empre sa tenha auferido lucros uniformes
desde 194(> até 1952 e que nesse ano entro em vigor a jei da ]"»articipação tal como consta do pi-ojeto \*ilasboas. Então, em 1952, a leferida empre
sa pagaria óO''.? de seus lucros a ti tulo de participação retroativa e ínais 30% relativos à participação do pró
tidão dos dados do balanço do que os
próprios empregados da emprêsa. Ninguém ignora que os empregado res, em grande parte, não vêm conr
bons olhos a participação tal como se pretende regulamentá-la. Não tan
to por não quererem partilhar seus lucros com os empregados — o que está demonstrado com o fato de pre
com relação ao capitulo dos direitos e
renda de 15% .
garantias individuais. Realmente, pa
tuição, a participação indireta — co
mo que fôssG realizado cm dinheiro, o que na prática não acontece, seria
cargo não trará proveito social alguiíi
insuficiente para atender a tais en
e contribuirá para perturbar o desen
tem um caráter "programático" ao fixar as normas a serem obedecidas pela legislação do trabalho, como se
transferidas para o fator eficiência,
de atritos entre empregadores e enípregados, perturbadores da boa hai*monia que deve reinar na emprêsa.
conizarem, mesmo antes da Consti
áentam
que é justamente aquele que mais contribui para a formação do lucro
gência ao preceito constitucional. A ofensa ao pati*imônio das empi*êsas, que se pretende consumar com a disposição projetada, teria por efei to somar em um só exercício as quan
prio exercício, além do imposto de
ra usar uma expressão do deputado
muito bem ser
pregados, pois que só a lei dará vi
mente ao que sucede, por exemplo,
regulamentado: Por outro lado, as quotas que êsses dois fatores reprepoderiam
Ecx^númico
em que começasse a vigorar a lei.
disposição que merece severa critica. Trata-se da retroatividadc do direita
Quanto aos encargos de família,
D10E.STO
Gustavo Capanema, a Constituição
evidencia pela leitura do "caput" do artigo: "Art. 157 — A legislação do trabalho e da previdência social obedecerão aos seguintes preceitos,
Todo seu lucro, mes
cargos.
Os conselhos de empresa
mo por verificarem que o novo en
volvimento da economia do país. Nãc
convém agravar em demasiado a si tuação com a criação de órgãos fiscalizadores compostos de empregados,
O projeto Celso Peçanha prevê ain da a constituição de um Conselho de
capazes de constituírem fonte de atri to com a direção da emprêsa e que.
Empresa composto de três membros
em certos casos, poderiam usar seus
além de outros que visam à melhoria das condições dos trabalhadores...
eleitos dentre os empregados que não
poderes como arma de represália e
exerçam cargos em comissão ou de
hostilidade.
Portanto, o preceito só começa a vigorar a partir da data em que a
confiança e que tem por função fis calizar as contas apresentadas pela
muito acerto não contém nenhuma
lei deu vida e eficácia ao programa
direção da emprêsa para os efeitos da participação.
disposição equiparável a essa.
traçado na Constituição Federal.
A retroatividade que se pretende emprestar à lei, constitui inequívoco atentado ao direito dos empregadores e, pela sua natureza, pode ser equi
deres pai-a examinar toda a escritu ração comercial da emprêsa e devas
parada à retroatividade da lei tribu
sar seus arquivos sem nem ao menos
tária.
um compromisso de guardar sigilo sobre segredos comerciais. Não há
Evidentemente, para desempenhar suas funções, terá êsse Conselho po-
O projeto do senador Vilasboas coiv.
A descapitalização das empresas Resta abordar o mais grave dos
problemas que poderiam resultar da participação dos empregados nos lu. cros: o da descapitalização das eni-
prêsaè, cujas conseqüências tão fu,
O fato de a participação estar pre vista na Constituição não atribui, des
dúvida que as atividades de tal órgão
nestas podem ser para nossa econo-
de logo, quaisquer direitos aos em
fiscalizador serão uma fonte contínua
mia.
52
Dtoesto
ponder — quando a lei estivei* há
muito vigorando, — que durante to da a sua permanência terá êsse em pregado participado dos sucessivos lucros verificados e que, assim sendo, sua antigüidade no serviço já foi de vidamente recompensada, mesmo sem
EcoNÓ.vnco
Nesse ponto, o projeto Vilasboas
-se mostra mai.s perfeito, pois só pre vê três fatores: salário, produção e tempo de serviço para o efeito do
cálculo de parcela cjuc toca a cada empregado no lucro a ser distribuído.
levar em conta os benefícios que
A retroatividadc da parlicipaçào
a legislação do trabalho lhes assegu ra por essa mesma circunstância.
O projeto Vilasboas contém uma
justifica
que influam na participação que o empregado tenha nos lucros, pois tal
compreendido entre a data da data
circunstância em nada contribui para
da Constituição e a da prítmulgaeão
aumentar sua produtividade. E' sem
da lei.
nenhum
princípio
técnico
dúvida simpática a idéia, mas para atender a essa necessidade social de amparo à família do trabalhador, já prevê a Constituição o "Salário faníília'
que possivelmente será em breve
a participação nos lucros no período
A Constituição Federal não é, nes sa
parte, auto-aplicável, contraria
e o único cuja fixação cabe ao empre gador.
Muitas vezes o salário do empregado é baixo, a sua assiduidade não
é das mais perfeitas, não é antigo na Ca.sa e não tem encargos de família.
Sua atuação, entretanto, poderá ter contribuído, e em muito, para a ob tenção de lucro e só ao empregador cabe dizer em que grau essa contri buição deve ser recompensada. Daí a necessidade de se atribuir maior peso" ao fator eficiência e de se eliminarem aqueles fatores estraMhos à produção.
O sentimentalismo é, muitas vêzes, incompatível com a técnica.
Sobre ser inconveniente, o Conselhc
proposto pelo deputado Celso Peça nha é desnecessário, pois as reparti
tias correspondentes à participação
ções fiscais incumbidas da fiscaliza
em seis exercício.s e a do |)i*óprio ano
ção do imposto de renda estão mais bem aparelhadas para verificar a exa
Suponhamos que uma certa empre sa tenha auferido lucros uniformes
desde 194(> até 1952 e que nesse ano entro em vigor a jei da ]"»articipação tal como consta do pi-ojeto \*ilasboas. Então, em 1952, a leferida empre
sa pagaria óO''.? de seus lucros a ti tulo de participação retroativa e ínais 30% relativos à participação do pró
tidão dos dados do balanço do que os
próprios empregados da emprêsa. Ninguém ignora que os empregado res, em grande parte, não vêm conr
bons olhos a participação tal como se pretende regulamentá-la. Não tan
to por não quererem partilhar seus lucros com os empregados — o que está demonstrado com o fato de pre
com relação ao capitulo dos direitos e
renda de 15% .
garantias individuais. Realmente, pa
tuição, a participação indireta — co
mo que fôssG realizado cm dinheiro, o que na prática não acontece, seria
cargo não trará proveito social alguiíi
insuficiente para atender a tais en
e contribuirá para perturbar o desen
tem um caráter "programático" ao fixar as normas a serem obedecidas pela legislação do trabalho, como se
transferidas para o fator eficiência,
de atritos entre empregadores e enípregados, perturbadores da boa hai*monia que deve reinar na emprêsa.
conizarem, mesmo antes da Consti
áentam
que é justamente aquele que mais contribui para a formação do lucro
gência ao preceito constitucional. A ofensa ao pati*imônio das empi*êsas, que se pretende consumar com a disposição projetada, teria por efei to somar em um só exercício as quan
prio exercício, além do imposto de
ra usar uma expressão do deputado
muito bem ser
pregados, pois que só a lei dará vi
mente ao que sucede, por exemplo,
regulamentado: Por outro lado, as quotas que êsses dois fatores reprepoderiam
Ecx^númico
em que começasse a vigorar a lei.
disposição que merece severa critica. Trata-se da retroatividadc do direita
Quanto aos encargos de família,
D10E.STO
Gustavo Capanema, a Constituição
evidencia pela leitura do "caput" do artigo: "Art. 157 — A legislação do trabalho e da previdência social obedecerão aos seguintes preceitos,
Todo seu lucro, mes
cargos.
Os conselhos de empresa
mo por verificarem que o novo en
volvimento da economia do país. Nãc
convém agravar em demasiado a si tuação com a criação de órgãos fiscalizadores compostos de empregados,
O projeto Celso Peçanha prevê ain da a constituição de um Conselho de
capazes de constituírem fonte de atri to com a direção da emprêsa e que.
Empresa composto de três membros
em certos casos, poderiam usar seus
além de outros que visam à melhoria das condições dos trabalhadores...
eleitos dentre os empregados que não
poderes como arma de represália e
exerçam cargos em comissão ou de
hostilidade.
Portanto, o preceito só começa a vigorar a partir da data em que a
confiança e que tem por função fis calizar as contas apresentadas pela
muito acerto não contém nenhuma
lei deu vida e eficácia ao programa
direção da emprêsa para os efeitos da participação.
disposição equiparável a essa.
traçado na Constituição Federal.
A retroatividade que se pretende emprestar à lei, constitui inequívoco atentado ao direito dos empregadores e, pela sua natureza, pode ser equi
deres pai-a examinar toda a escritu ração comercial da emprêsa e devas
parada à retroatividade da lei tribu
sar seus arquivos sem nem ao menos
tária.
um compromisso de guardar sigilo sobre segredos comerciais. Não há
Evidentemente, para desempenhar suas funções, terá êsse Conselho po-
O projeto do senador Vilasboas coiv.
A descapitalização das empresas Resta abordar o mais grave dos
problemas que poderiam resultar da participação dos empregados nos lu. cros: o da descapitalização das eni-
prêsaè, cujas conseqüências tão fu,
O fato de a participação estar pre vista na Constituição não atribui, des
dúvida que as atividades de tal órgão
nestas podem ser para nossa econo-
de logo, quaisquer direitos aos em
fiscalizador serão uma fonte contínua
mia.
Diciísto
Todo aquele que esteja afeito ao trato dos negócios da produção e do comércio, sabe que o lucro das empre sas nunca é obtido em dinheiro. São estoQues aue se avolumam, são crédi
Econômico
verdade sediça ijue o Brasil necessi
çoamento e ampliação da emprêsa. E
ta urgentemente de capitais para prosseguir om seu desenvolvimento.
prãticamente não sobraria nada para ser capitalizado, pois que a peque
das
atividades
reprodutivas
para
atender a tais encargos. Essa é uma riqueza que nunca mais volta ao cir
verificado.
veitos apreciáveis para a economia do
cuito da produção, pelo menos como Está destinada a se esfare-
lar, a se diluir no consumo, sem pro país. (*)
Por outro lado, as emprêsas, com
nheiro.
55
mos concluir que a maior parto do lu
capital.
Só uma parcela percen-
Econômico
cro da empresa tem de ser desviada
tos que se formam, são instalações que se ampliam, são máquinas que se substituem, que representam o lucro tualmente pequena é apurada em di
Dicesto
que os dividendos distribuídos re
na margem restante seria totalmente absorvida pelos encargos de juros e
presentam 10,8';r sôbre o capital re
outros decorrentes da necessidade da
gistrado o monos do 6,3';;- sôbre capi
realização dessa parte do lucro em di nheiro, o que obrigaria as emprêsas
Pelos
dados citados
tal mais reservas.
se
constata
Dessas percenta-
gens deve ainda ser deduzido o im
a levarem a efeito onerosas opera
posto de renda atualmente devido de
ções de crédito ou liquidação de esto
pelidas a realizar em dinheiro mais
15%, quando .se trata dc ações ao
ques e outras manobras ruinosas para
cros na própria atividade, que conti nuamente reabsoive os próprios fru tos, é altamente conveniente para a
de metade de seu lucro líquido, se rão, em muitos casos, forçadas à pra tica de operações ruinosas, a liquidar
portador, como geralmente sucede.
sua economia.
do, fica ^-eduzido, vespcctivamento, a
trariamente ao que sucede nos pro
economia do pais.
estoques, a dificultar créditos, a lan
9,2% e 5735%.
jetos em exame, não escapou ao de
Essa constante reinvei-são dos lu
E' através desse
processo que se desenvolve o capital, o mais escasso entre nós, de todos os
fatores da produção e, portanto, tudo quanto perturbe êsse processo deve ser combatido.
E' indispensável insistir-se nesse ponto. O único meio de se obterem capitais — sem contar com sua vin da do exterior — é formá-los. Só se formam capitais com a acumula ção das sobras, isto é, dos lucros. Não
sendo possível essa acumulação os capitais não se formam, e a produ ção, por falta de um dos seus elemen tos essenciais, não se desenvolve. Isso, que dá a impressão de raciocí nio teórico, ao gosto de economistas
çar empréstimos, pondo em perigo sua própria situação econômica, e,
Portanto, o lucro realmente distribuí
Não é,possível, portanto, restrin
gir mais os dividendos pagos aos acionistas, pois que eles já alcançam
possivelmente, a alheia. (*) Não podemos nos esquecer, tam
limite inferior ao de qualquer outro
bém, de que transita pelo Congresso Nacional um projeto de lei que eleva
tipo de investimento, por mais garan tido que seja. Ninguém ignora que
para 30% o imposto de renda sobre ações ao portador, o que coloca as emprêsas em situação bastante crí
no Brasil os títulos públicos rendem
mais dc 10'/r ao ano. Os empréstimos
A gravidade dêsse problema, con
putado Paulo Sarazate, tanto assim
que procurou resolvê-lo, determinan
do o congelamento cm poder da pró pria emprêsa, da parcela de partici pação do empregado nos lucros, que exceda da metade do respectivo salá rio anual. A solução é inteligente e a única possível. (*)
O mesmo projeto, porém, ao enu
hipotecários, 12%. As casas de alu guel, quando reajustado o locativo,
merar os casos em que o empregado
O número de Abril último da "Con juntura Econômica" contém um estu
de 9 a 12%.
recer-se aos acionistas de sociedades
pode levantar o depósito que tiver em poder do empregador, incluía en
do sobre lucros e perdas de oitocen-
anônimas c sócios de outros tipos de
tre êles os de falta ou deficiência
tos e trinta e quatro sociedades anô nimas brasileiras no exercício de 1950.
sociedades menos de 5,35'%, sôbre seu
tica.
Nossas condições, ofe
incentivo à fuga de capitais das ati
na participação em lucros' nos exercí cios seguintes. Ora, essa faculdade quase anula os méritos do sistema
vidades reprodutivas para outros ti
e isso porque, justamente nos anos em
de gabinete, representa a mais pal
naquele ano, 56,1% do total dos lu
cros verificados permanecem em po
pos de investimentos mais seguros,
pável realidade.
der das sociedades, contribuindo, por
Ora, o lucro das empresas já sofre uma apreciável dedução de 15% pelo imposto de renda, sem contar, quan
tanto, para sua ampliação e aperfei
mais lucrativos e menos trabalhosos, embora de menor interêsso para o desenvolvimento da economia nacio
que a situação da emprêsa for mais precária, justamente quando ela não tiver tido lucros ou os tiver insignifi cantes, ou mesmo quando tenha so
nal.
frido vultosos prejuízos, é que teria
do se trate de sociedade anônima,
Por êsse trabalho se verifica que,
çoamento. Mais de metade dos lucroe foi reinvertida e êsse processo de ca pitalização interna em alto grau be
capital, constitui um absurdo e um
Isso significa que, no caso de vi
tos a que nos referimos, a totalida de do novo encargo, 45%7 (30% da
ticipação em lucros. (*)
15% de desconto na fonte. Se so marmos a êsse desfalque os 30% de participação nos lucros, previstos nos
neficia a economia do país, pois é
projetos em estudos, e mais uma par
(') Ésses comentários, como outros que constam do presente artigo, já haviam sido feitos em parecer que dei sôbre o assunto e que foi distribuído mimeogra-
joração do imposto de renda descon tado na fonte) terá de sair da par
fado em 23-11-1949.
cela de lucros destinada ao aperfei
cela de lucro que é forçoso distribuir entre os sócios ou acionistas, pode
de desembolsar elevadas quantias pa ra atender aos saques feitos pelos empregados de suas contas de par
rem a se converter em lei os proje
participação nos lucros e 15% da ma
(•) Êsses comentários, como outros que constam do presente artigo, foram repro duzidos do parecer que dei sôbre o as sunto em 23-11-1949 e que foi distribuído Io em cópias mimeografadas.
V
Diciísto
Todo aquele que esteja afeito ao trato dos negócios da produção e do comércio, sabe que o lucro das empre sas nunca é obtido em dinheiro. São estoQues aue se avolumam, são crédi
Econômico
verdade sediça ijue o Brasil necessi
çoamento e ampliação da emprêsa. E
ta urgentemente de capitais para prosseguir om seu desenvolvimento.
prãticamente não sobraria nada para ser capitalizado, pois que a peque
das
atividades
reprodutivas
para
atender a tais encargos. Essa é uma riqueza que nunca mais volta ao cir
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veitos apreciáveis para a economia do
cuito da produção, pelo menos como Está destinada a se esfare-
lar, a se diluir no consumo, sem pro país. (*)
Por outro lado, as emprêsas, com
nheiro.
55
mos concluir que a maior parto do lu
capital.
Só uma parcela percen-
Econômico
cro da empresa tem de ser desviada
tos que se formam, são instalações que se ampliam, são máquinas que se substituem, que representam o lucro tualmente pequena é apurada em di
Dicesto
que os dividendos distribuídos re
na margem restante seria totalmente absorvida pelos encargos de juros e
presentam 10,8';r sôbre o capital re
outros decorrentes da necessidade da
gistrado o monos do 6,3';;- sôbre capi
realização dessa parte do lucro em di nheiro, o que obrigaria as emprêsas
Pelos
dados citados
tal mais reservas.
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constata
Dessas percenta-
gens deve ainda ser deduzido o im
a levarem a efeito onerosas opera
posto de renda atualmente devido de
ções de crédito ou liquidação de esto
pelidas a realizar em dinheiro mais
15%, quando .se trata dc ações ao
ques e outras manobras ruinosas para
cros na própria atividade, que conti nuamente reabsoive os próprios fru tos, é altamente conveniente para a
de metade de seu lucro líquido, se rão, em muitos casos, forçadas à pra tica de operações ruinosas, a liquidar
portador, como geralmente sucede.
sua economia.
do, fica ^-eduzido, vespcctivamento, a
trariamente ao que sucede nos pro
economia do pais.
estoques, a dificultar créditos, a lan
9,2% e 5735%.
jetos em exame, não escapou ao de
Essa constante reinvei-são dos lu
E' através desse
processo que se desenvolve o capital, o mais escasso entre nós, de todos os
fatores da produção e, portanto, tudo quanto perturbe êsse processo deve ser combatido.
E' indispensável insistir-se nesse ponto. O único meio de se obterem capitais — sem contar com sua vin da do exterior — é formá-los. Só se formam capitais com a acumula ção das sobras, isto é, dos lucros. Não
sendo possível essa acumulação os capitais não se formam, e a produ ção, por falta de um dos seus elemen tos essenciais, não se desenvolve. Isso, que dá a impressão de raciocí nio teórico, ao gosto de economistas
çar empréstimos, pondo em perigo sua própria situação econômica, e,
Portanto, o lucro realmente distribuí
Não é,possível, portanto, restrin
gir mais os dividendos pagos aos acionistas, pois que eles já alcançam
possivelmente, a alheia. (*) Não podemos nos esquecer, tam
limite inferior ao de qualquer outro
bém, de que transita pelo Congresso Nacional um projeto de lei que eleva
tipo de investimento, por mais garan tido que seja. Ninguém ignora que
para 30% o imposto de renda sobre ações ao portador, o que coloca as emprêsas em situação bastante crí
no Brasil os títulos públicos rendem
mais dc 10'/r ao ano. Os empréstimos
A gravidade dêsse problema, con
putado Paulo Sarazate, tanto assim
que procurou resolvê-lo, determinan
do o congelamento cm poder da pró pria emprêsa, da parcela de partici pação do empregado nos lucros, que exceda da metade do respectivo salá rio anual. A solução é inteligente e a única possível. (*)
O mesmo projeto, porém, ao enu
hipotecários, 12%. As casas de alu guel, quando reajustado o locativo,
merar os casos em que o empregado
O número de Abril último da "Con juntura Econômica" contém um estu
de 9 a 12%.
recer-se aos acionistas de sociedades
pode levantar o depósito que tiver em poder do empregador, incluía en
do sobre lucros e perdas de oitocen-
anônimas c sócios de outros tipos de
tre êles os de falta ou deficiência
tos e trinta e quatro sociedades anô nimas brasileiras no exercício de 1950.
sociedades menos de 5,35'%, sôbre seu
tica.
Nossas condições, ofe
incentivo à fuga de capitais das ati
na participação em lucros' nos exercí cios seguintes. Ora, essa faculdade quase anula os méritos do sistema
vidades reprodutivas para outros ti
e isso porque, justamente nos anos em
de gabinete, representa a mais pal
naquele ano, 56,1% do total dos lu
cros verificados permanecem em po
pos de investimentos mais seguros,
pável realidade.
der das sociedades, contribuindo, por
Ora, o lucro das empresas já sofre uma apreciável dedução de 15% pelo imposto de renda, sem contar, quan
tanto, para sua ampliação e aperfei
mais lucrativos e menos trabalhosos, embora de menor interêsso para o desenvolvimento da economia nacio
que a situação da emprêsa for mais precária, justamente quando ela não tiver tido lucros ou os tiver insignifi cantes, ou mesmo quando tenha so
nal.
frido vultosos prejuízos, é que teria
do se trate de sociedade anônima,
Por êsse trabalho se verifica que,
çoamento. Mais de metade dos lucroe foi reinvertida e êsse processo de ca pitalização interna em alto grau be
capital, constitui um absurdo e um
Isso significa que, no caso de vi
tos a que nos referimos, a totalida de do novo encargo, 45%7 (30% da
ticipação em lucros. (*)
15% de desconto na fonte. Se so marmos a êsse desfalque os 30% de participação nos lucros, previstos nos
neficia a economia do país, pois é
projetos em estudos, e mais uma par
(') Ésses comentários, como outros que constam do presente artigo, já haviam sido feitos em parecer que dei sôbre o assunto e que foi distribuído mimeogra-
joração do imposto de renda descon tado na fonte) terá de sair da par
fado em 23-11-1949.
cela de lucros destinada ao aperfei
cela de lucro que é forçoso distribuir entre os sócios ou acionistas, pode
de desembolsar elevadas quantias pa ra atender aos saques feitos pelos empregados de suas contas de par
rem a se converter em lei os proje
participação nos lucros e 15% da ma
(•) Êsses comentários, como outros que constam do presente artigo, foram repro duzidos do parecer que dei sôbre o as sunto em 23-11-1949 e que foi distribuído Io em cópias mimeografadas.
V
•J*«l
Dioesto
36
M:
Os projetos em estudo dispõem so bre o assunto de maneira diversa.
O
de autoria do deputado Celso Peçanha manda que, nos casos em que
Kconómico
nheiro, o que em raiissimas hipóte ses se verifica.
DO BRASIL
ma comportam
salário, seja a quantia depositada em
maior, que será dado no trabalho mais geral que estou pi-epaiando sôbre o
lermina que IbVc do lucro que caiba a cada trabalhador lhe seja entre-
assunto. Sôbre éles, porém, é conve niente que .se fixe a atenção dos estu
ifue diretamente e o restante deposi tado em seu nome em uma institui
ticipação nos lucros cjue não atenda
ção de previdência social.
às possibilidades da economia brasi
põe-se a formação do lucro em di-
(Ò.VroN I>K P.MV.V
um desenvolvimento
diosos e interessados, pois que as conseqüências de um regime de par
Nos dois casos, portanto, pressu
fundador da GEOLOGIA HISTÓRICA
Os aspectos econômicos do proble
a participação excede meio ano de estabelecimento oficial de crédito. O de autoria do Senador Vilasboas de-
A OBRA DE CARLOS FREDERICO HARTT,
leira, são de extrema gravidade para o país.
(Oração oficial })roiniiiciac{a atn uome da Academia Brasileira de Ciências,
em sessão solene comemorativa do ccnteiuírio do nascimento de Hartt) pi'.ssoas lèin mo perguntado
24 anos, quando aqui aportou, até a de
pedras preciosas nas minhas explorações. logo para descobrir ouro. Qualquer mi neiro ignorante, ipu' leiilia um pouco de
3K anos, quando faleccni, ne.sta cidade cio Kio de janeiro. Hartt era um prospeetor da Naturez<i. cpte pratiea\a sua profissão no sentido amplo, cogitando do reconhecimento dos
Nada disso aeliei, ikmii \ im para desco
brir essas eoisas. Não é preciso ser geó-
prática e saiba la\ rar, pode achar ouro
recursos tlc uma região nova, fòsscm èles
ou diamante. Vim eomo simples homem
animais, mincrai.s ou vegetais.
de ciência para (.'Stiidav a estrutura geo
lógica e as prochiçVies do Amazonas, ocupando-me especialineiilo com aipièlcs es
Esboçarei, dcmtro ein pouco, a obra de Hartt nu reino minorai, investigando a natureza brasileira, pois que inc apresso
tudos (pie precisasam de um conheci
cm apontar o .segundo terço da obra de
mento dc- ciência, porem nada despre
zando, (pic- fòssi- de interêsse do país. O
explorador cientíííeo estuda tudo e não pergunta inicialmente se o resultado terá
importância imediata. C) pioneiro nada desproz-a. Um fato hoje insignificante \ il'
•: >
\ eu em no.ssu Pátria, desde a idade de
se lí-nlio aciiaclo ouro, prata ou
sua vicia, como professor dc geologia. Os grandes resultacJos que conseguiu como geólogo clc\'em-so ã habilidade que tinha em fazer discípulos e orientá-los para o trabalho de ccjuipe. Hartt é responsável
acêrca da estrutura duma serra, cia dis
por Or\ille Derby, Richard Ratlibun, Hcrbert Sinith, e alguns outros homens
posição dumas camadas de [X^dra, de nin
de ciência, intimamente ligados à histó
bicho, duma planta, da lingua ou du ar te duma tribo indígena, amaniiã pode tc-r valor prático. Segundo o critério cíc-ntííieo, a descoberta dos fósseis de
ria dos nossos conhecimentos geológicos.
Itaituba e Monte Alegre tem mais valor
do que a deseoberla do onro." "Não tenho achado nem ouro nem dia
mante, porém, creio ler feito U7n serviço jnais importante para a Província." Assim escreveu Charles Fredcrick Hartt, naturalista americano nascido no
Canadá, cm um de seus trabalhos, onde
procurou definir o sentido da imensa obra dc homem do ciência que dcscnvol-
A e.\pedição Morgan de 1870, incluía nove estudantes da Universidade de Cornell.
Julgou-sc bem pago o Mestre por ter revelado novos naturalistas nesse grupo de nove, proclamando: "Sc a descoberta
dc uma nova £aima carbonifera compen sa uma viagem ao Brasil, de que impor tância n:,o e a descoberta de um novo
nmurahsta f ■ Quo produzisse a expedi
ção como resultado, juntar apenas qua tro nomes novos à ciência, julgaria cimo mmto bem gasto o tempo e o dinheiro." b malmente,mutro aspeto relevante A
atuaçao de Hartt foi a fundaç.ào do pri-
•J*«l
Dioesto
36
M:
Os projetos em estudo dispõem so bre o assunto de maneira diversa.
O
de autoria do deputado Celso Peçanha manda que, nos casos em que
Kconómico
nheiro, o que em raiissimas hipóte ses se verifica.
DO BRASIL
ma comportam
salário, seja a quantia depositada em
maior, que será dado no trabalho mais geral que estou pi-epaiando sôbre o
lermina que IbVc do lucro que caiba a cada trabalhador lhe seja entre-
assunto. Sôbre éles, porém, é conve niente que .se fixe a atenção dos estu
ifue diretamente e o restante deposi tado em seu nome em uma institui
ticipação nos lucros cjue não atenda
ção de previdência social.
às possibilidades da economia brasi
põe-se a formação do lucro em di-
(Ò.VroN I>K P.MV.V
um desenvolvimento
diosos e interessados, pois que as conseqüências de um regime de par
Nos dois casos, portanto, pressu
fundador da GEOLOGIA HISTÓRICA
Os aspectos econômicos do proble
a participação excede meio ano de estabelecimento oficial de crédito. O de autoria do Senador Vilasboas de-
A OBRA DE CARLOS FREDERICO HARTT,
leira, são de extrema gravidade para o país.
(Oração oficial })roiniiiciac{a atn uome da Academia Brasileira de Ciências,
em sessão solene comemorativa do ccnteiuírio do nascimento de Hartt) pi'.ssoas lèin mo perguntado
24 anos, quando aqui aportou, até a de
pedras preciosas nas minhas explorações. logo para descobrir ouro. Qualquer mi neiro ignorante, ipu' leiilia um pouco de
3K anos, quando faleccni, ne.sta cidade cio Kio de janeiro. Hartt era um prospeetor da Naturez<i. cpte pratiea\a sua profissão no sentido amplo, cogitando do reconhecimento dos
Nada disso aeliei, ikmii \ im para desco
brir essas eoisas. Não é preciso ser geó-
prática e saiba la\ rar, pode achar ouro
recursos tlc uma região nova, fòsscm èles
ou diamante. Vim eomo simples homem
animais, mincrai.s ou vegetais.
de ciência para (.'Stiidav a estrutura geo
lógica e as prochiçVies do Amazonas, ocupando-me especialineiilo com aipièlcs es
Esboçarei, dcmtro ein pouco, a obra de Hartt nu reino minorai, investigando a natureza brasileira, pois que inc apresso
tudos (pie precisasam de um conheci
cm apontar o .segundo terço da obra de
mento dc- ciência, porem nada despre
zando, (pic- fòssi- de interêsse do país. O
explorador cientíííeo estuda tudo e não pergunta inicialmente se o resultado terá
importância imediata. C) pioneiro nada desproz-a. Um fato hoje insignificante \ il'
•: >
\ eu em no.ssu Pátria, desde a idade de
se lí-nlio aciiaclo ouro, prata ou
sua vicia, como professor dc geologia. Os grandes resultacJos que conseguiu como geólogo clc\'em-so ã habilidade que tinha em fazer discípulos e orientá-los para o trabalho de ccjuipe. Hartt é responsável
acêrca da estrutura duma serra, cia dis
por Or\ille Derby, Richard Ratlibun, Hcrbert Sinith, e alguns outros homens
posição dumas camadas de [X^dra, de nin
de ciência, intimamente ligados à histó
bicho, duma planta, da lingua ou du ar te duma tribo indígena, amaniiã pode tc-r valor prático. Segundo o critério cíc-ntííieo, a descoberta dos fósseis de
ria dos nossos conhecimentos geológicos.
Itaituba e Monte Alegre tem mais valor
do que a deseoberla do onro." "Não tenho achado nem ouro nem dia
mante, porém, creio ler feito U7n serviço jnais importante para a Província." Assim escreveu Charles Fredcrick Hartt, naturalista americano nascido no
Canadá, cm um de seus trabalhos, onde
procurou definir o sentido da imensa obra dc homem do ciência que dcscnvol-
A e.\pedição Morgan de 1870, incluía nove estudantes da Universidade de Cornell.
Julgou-sc bem pago o Mestre por ter revelado novos naturalistas nesse grupo de nove, proclamando: "Sc a descoberta
dc uma nova £aima carbonifera compen sa uma viagem ao Brasil, de que impor tância n:,o e a descoberta de um novo
nmurahsta f ■ Quo produzisse a expedi
ção como resultado, juntar apenas qua tro nomes novos à ciência, julgaria cimo mmto bem gasto o tempo e o dinheiro." b malmente,mutro aspeto relevante A
atuaçao de Hartt foi a fundaç.ào do pri-
Dicesto
58
Econókoco
59
Dicesto Econômico
mciro serviço oficial de geologia entre nós, sob o nome de "Comissão Geológi
nas, das (jiiais J300 estranhas pròpria-
respeito ao seu Criador, mas para poder
nar-lhes a rotina é converter; e criar um
mente ditas à geologia ou geografia. A
viver dc acordo com elas, o tornar-se
ca e Mineralógica do Império do Brasil."
falta de outro critério, podc-sc estimar
mais capaz dc amar e servir ao seu Se
Ser\TÇ"0 Geológico é fundar uma congre gação. Assim sendo, Hartt foi, como na
Esteve a novel instituição plantada em
qjjc sou pensamento proporcionalmente
nhor."
turalista, um santo, um São Francisco
zo tão curto, floriu e maravilhosamente
se voltou mais para etnografia c filologia indígenas, do que para geologia e geo
frutifícou; pisada, logo depois, pela bru
grafia.
terra fértil dois anos apenas c, nesse pra
talidade das cousas e a falta de visão dos
Com isso quero dizer (pie Hartt foi
homens, feneceu. Rebrotou sob os cui
tanto ou mais atraído pelo índio brasi
dados de Derby, em 1907, para crescer
leiro atual e pretérito, sua vida, sua arte e sua língua, do que para n geografia e
e fortalecer-se.
Daí o triplo sentido da obra de Hartt: fessor de geologia de campo, fundador e
geologia do Brasil. O que o interessava ora a Natureza cm conjunto, a cpicin compreendeu com
diretor do primeiro Serviço Geológico do
ardor panteísta, concepção filosófica q\ie
Brasil.
esposava, a julgar pelo fjue insinua um
prospector da natureza brasileira, pro
Acrescente-se, para bem compreender a obra de Hartt, que detinha êle o co nhecimento de várias línguas, inclusive algumas faladas pelos índios c, acima de tudo, devotava amor panteísta à Nature za. Complete-se o esboço com o
tipo do homem: moço, robusto,
de seus escritos inéditos, conservado nos arquivos do Serviço Geológico. Aí de
parei a seguinte página de Hartt, que apenas traduzi: "A Ciência tem nos introduzido, o ca
da vez mais profundamente, no
^
conhecimento da obra do Deus. Ela tomou o homem insatisfeito com o apressado conceito mosai co da origem das cousas, e rove-
enérgico, com grandes qualidades de execução, empreendedor e escravo de severa disciplina de cientista probo e honesto.
"Tinha apreensão rápida e di versificada. Era uma persona
lidade capaz de inspirar vivas simpatias, de espírito alegre e cordial, que o torna va querido de todos aquêles que com êle entravam em contacto", testemunha A. S. Packard, em 1878.
"Era um homem afável, disse Dawson, célebre geólogo canadense, criador do "Eozon canadense", exemplar, benevo lente e cristão."
Pode-se perguntar em que proporção Hartt se dedicava à geologia. É possí vel noção neste sentido, na base da di versidade dos assuntos que publicou, e quanto de cada um publicou. Sôbre as
duas expedições Morgan de 70 e 71, por exemplo, Hartt se propunha escrever cin
co trabalhos, em um total de 1800 pági
lou-llie uma história, alcançando tão profundamente o seu comê-
ço, que o homem desejou conhe cê-la por inteiro."
"Parece-me que a missão da Ciência tem sido erguer o homem do reino da
"Tudo que ventos ao redor dc ntís lui Natureza é a expressão do pensamento
das selvas amazônicas, falimdo às pe dras, aos fósseis, às plantas e aos índios
c com êles comungando. É o padroeiro
da geologia brasileira. E como remate
divitio em /ingur/gcni material."
de santidade muito sofreu nesta antiga Esta xiltimu si-ntença, sublinhada pelo
próprio Marlt, é definição do panteísmo, "sistema filosófico que pretende que Deus c a sub.stància única c universal, e
os sêrcs ajxtnas modos dessa substância." O pantüismo de Hartt não é tanto o panteísmo naturalista dos cstóicos, que
còrtc dc D. Pedro II. Voltemos ao sentido da sua obra como
geólogo, assim como à sua ação como diretor da Comissão Geológica. Em 1S77, Hartt esboça para o Gover
no Imperial o quadro geológico brasi leiro antes de 1865.
Trata-se de oficio
consideravam Deus como a- coleção dos
inédito, com a letra do seu autor, arqui
seres que constituem o universo visível; senão a concepção de Spinoza, doutrina de que o universo, concebido em con das que SC manifestam no universo vi
vada no Serviço Geológico 1 "Antes dc 1865, a geologia do pais não tinha sido sistematicamente explora da, e existiam sòmente algumas memó rias de Lund, o venerá\ el explorador das caxcrnas de Lagoa Santa, dc Eschwege,
sível.
Claussen, Casteinau, Burmeister, Pissis,
junto, é Deus; doutrina de que Deus não e.xistc, senão forças o leis combina i
y. Martius, Helmreichen e Capanema, naturalista e outro nnstico. O alicerce encontrando-se nas obras do Príncipe do sistema é o conceito de que uma Slib- ' Maximiliano de New Wied, de Saint-Histància infinita pode ser representada por laire e dos outros viajantes, que escreve existências finitas, que são modos dc ram sôbre o Brasil, material mais ou me pensamento c dc extensão. Deus passa a nos exato sobre a estrutura geológica do ser o equivalente de Natureza (Deus si- país. Não obstante tudo isto, era im A filosofia do Spinoza tem um lado
ve Natura). Só uma necessidade existe, a da na tureza divina. Neste conceito, não se
possível fazer-se uma idéia da geologia do Brasil. Além dos fósseis post-terciáduma meia dúzia de fósseis cretáceos de
cobre, é uma nova revelação de Deus ao
considera o particular, mas o universal. Olham-se as cousas não sob forma finita
Homem. Não devemos esquecer que tôda verdade, tanto é verdade para Deus
c temporal, mas sub quadam specie ae-
cobertos pelo Sr. Allport, não havia ba
fé para o reino do conhecimento positi vo.
Deus revela-se a nós na Ciência.
Cada nova lei da natureza que se des
como para nós, e assim igualmente va liosa."
"A Ciência é a segunda revelação do próprio Deus."
ternitates.
Se a Natureza 6 Deus, ir ao campo é
também ir à Igreja, lugar aonde se fala
rios de Lagoa Santa, descritos por Lund, Monserrat e Plataforma (Salvador), des se para a determinação exata das forma ções geológicas brasileiras."
Enquanto nos outros países civiliza dos, corpos de geólogos estudavam com o maior cuidado e minuciosidade a sua
"Parece-me ser uma parte dos deveres do homem o educar-se a si mesmo, para
com Deus; colliêr fósseis, medir mergu lhos, empilhar sedimentos, galgar serras, investigar leis o desvendar segredos é re zar; escrever relatórios e descrições de
familiarizar-se com as leis de Deus e com o mundo circundante, não só como
observações de campo é repetir ave-marias; buscar discípulos, treiná-los, ensi
geológica de enormes áreas da superfície da terra com uma exatidão comparável
geologia, e já se conhecia a estrutura
a da anatomia dc um animal, e a hi.s'"n-
Dicesto
58
Econókoco
59
Dicesto Econômico
mciro serviço oficial de geologia entre nós, sob o nome de "Comissão Geológi
nas, das (jiiais J300 estranhas pròpria-
respeito ao seu Criador, mas para poder
nar-lhes a rotina é converter; e criar um
mente ditas à geologia ou geografia. A
viver dc acordo com elas, o tornar-se
ca e Mineralógica do Império do Brasil."
falta de outro critério, podc-sc estimar
mais capaz dc amar e servir ao seu Se
Ser\TÇ"0 Geológico é fundar uma congre gação. Assim sendo, Hartt foi, como na
Esteve a novel instituição plantada em
qjjc sou pensamento proporcionalmente
nhor."
turalista, um santo, um São Francisco
zo tão curto, floriu e maravilhosamente
se voltou mais para etnografia c filologia indígenas, do que para geologia e geo
frutifícou; pisada, logo depois, pela bru
grafia.
terra fértil dois anos apenas c, nesse pra
talidade das cousas e a falta de visão dos
Com isso quero dizer (pie Hartt foi
homens, feneceu. Rebrotou sob os cui
tanto ou mais atraído pelo índio brasi
dados de Derby, em 1907, para crescer
leiro atual e pretérito, sua vida, sua arte e sua língua, do que para n geografia e
e fortalecer-se.
Daí o triplo sentido da obra de Hartt: fessor de geologia de campo, fundador e
geologia do Brasil. O que o interessava ora a Natureza cm conjunto, a cpicin compreendeu com
diretor do primeiro Serviço Geológico do
ardor panteísta, concepção filosófica q\ie
Brasil.
esposava, a julgar pelo fjue insinua um
prospector da natureza brasileira, pro
Acrescente-se, para bem compreender a obra de Hartt, que detinha êle o co nhecimento de várias línguas, inclusive algumas faladas pelos índios c, acima de tudo, devotava amor panteísta à Nature za. Complete-se o esboço com o
tipo do homem: moço, robusto,
de seus escritos inéditos, conservado nos arquivos do Serviço Geológico. Aí de
parei a seguinte página de Hartt, que apenas traduzi: "A Ciência tem nos introduzido, o ca
da vez mais profundamente, no
^
conhecimento da obra do Deus. Ela tomou o homem insatisfeito com o apressado conceito mosai co da origem das cousas, e rove-
enérgico, com grandes qualidades de execução, empreendedor e escravo de severa disciplina de cientista probo e honesto.
"Tinha apreensão rápida e di versificada. Era uma persona
lidade capaz de inspirar vivas simpatias, de espírito alegre e cordial, que o torna va querido de todos aquêles que com êle entravam em contacto", testemunha A. S. Packard, em 1878.
"Era um homem afável, disse Dawson, célebre geólogo canadense, criador do "Eozon canadense", exemplar, benevo lente e cristão."
Pode-se perguntar em que proporção Hartt se dedicava à geologia. É possí vel noção neste sentido, na base da di versidade dos assuntos que publicou, e quanto de cada um publicou. Sôbre as
duas expedições Morgan de 70 e 71, por exemplo, Hartt se propunha escrever cin
co trabalhos, em um total de 1800 pági
lou-llie uma história, alcançando tão profundamente o seu comê-
ço, que o homem desejou conhe cê-la por inteiro."
"Parece-me que a missão da Ciência tem sido erguer o homem do reino da
"Tudo que ventos ao redor dc ntís lui Natureza é a expressão do pensamento
das selvas amazônicas, falimdo às pe dras, aos fósseis, às plantas e aos índios
c com êles comungando. É o padroeiro
da geologia brasileira. E como remate
divitio em /ingur/gcni material."
de santidade muito sofreu nesta antiga Esta xiltimu si-ntença, sublinhada pelo
próprio Marlt, é definição do panteísmo, "sistema filosófico que pretende que Deus c a sub.stància única c universal, e
os sêrcs ajxtnas modos dessa substância." O pantüismo de Hartt não é tanto o panteísmo naturalista dos cstóicos, que
còrtc dc D. Pedro II. Voltemos ao sentido da sua obra como
geólogo, assim como à sua ação como diretor da Comissão Geológica. Em 1S77, Hartt esboça para o Gover
no Imperial o quadro geológico brasi leiro antes de 1865.
Trata-se de oficio
consideravam Deus como a- coleção dos
inédito, com a letra do seu autor, arqui
seres que constituem o universo visível; senão a concepção de Spinoza, doutrina de que o universo, concebido em con das que SC manifestam no universo vi
vada no Serviço Geológico 1 "Antes dc 1865, a geologia do pais não tinha sido sistematicamente explora da, e existiam sòmente algumas memó rias de Lund, o venerá\ el explorador das caxcrnas de Lagoa Santa, dc Eschwege,
sível.
Claussen, Casteinau, Burmeister, Pissis,
junto, é Deus; doutrina de que Deus não e.xistc, senão forças o leis combina i
y. Martius, Helmreichen e Capanema, naturalista e outro nnstico. O alicerce encontrando-se nas obras do Príncipe do sistema é o conceito de que uma Slib- ' Maximiliano de New Wied, de Saint-Histància infinita pode ser representada por laire e dos outros viajantes, que escreve existências finitas, que são modos dc ram sôbre o Brasil, material mais ou me pensamento c dc extensão. Deus passa a nos exato sobre a estrutura geológica do ser o equivalente de Natureza (Deus si- país. Não obstante tudo isto, era im A filosofia do Spinoza tem um lado
ve Natura). Só uma necessidade existe, a da na tureza divina. Neste conceito, não se
possível fazer-se uma idéia da geologia do Brasil. Além dos fósseis post-terciáduma meia dúzia de fósseis cretáceos de
cobre, é uma nova revelação de Deus ao
considera o particular, mas o universal. Olham-se as cousas não sob forma finita
Homem. Não devemos esquecer que tôda verdade, tanto é verdade para Deus
c temporal, mas sub quadam specie ae-
cobertos pelo Sr. Allport, não havia ba
fé para o reino do conhecimento positi vo.
Deus revela-se a nós na Ciência.
Cada nova lei da natureza que se des
como para nós, e assim igualmente va liosa."
"A Ciência é a segunda revelação do próprio Deus."
ternitates.
Se a Natureza 6 Deus, ir ao campo é
também ir à Igreja, lugar aonde se fala
rios de Lagoa Santa, descritos por Lund, Monserrat e Plataforma (Salvador), des se para a determinação exata das forma ções geológicas brasileiras."
Enquanto nos outros países civiliza dos, corpos de geólogos estudavam com o maior cuidado e minuciosidade a sua
"Parece-me ser uma parte dos deveres do homem o educar-se a si mesmo, para
com Deus; colliêr fósseis, medir mergu lhos, empilhar sedimentos, galgar serras, investigar leis o desvendar segredos é re zar; escrever relatórios e descrições de
familiarizar-se com as leis de Deus e com o mundo circundante, não só como
observações de campo é repetir ave-marias; buscar discípulos, treiná-los, ensi
geológica de enormes áreas da superfície da terra com uma exatidão comparável
geologia, e já se conhecia a estrutura
a da anatomia dc um animal, e a hi.s'"n-
mm
mm
mmm Dicksto
«o
Econômico
ei
DlCrlSTO Ec:{>NÓM1CO
tudo da geologia do Bra.sií, c, como nas
demonstram os passos sucessivos do dc-
limitada às duas primeiras viagens, de
to feliz na identificação paleontológica
Uma associação faunistica importante já havia observado ele no Sergipe, na se gunda vi:ígem ao Bra.sil, entre Estância
rnsolvimento de um embrião, e tradu2Ía-se cada vez mais claramente a his !Óri tória dos animais e plantas que sucessi\amente habitaram o país, chcgando-se,
186Õ c 1868, pois só visitou regiões não
<le outras formaçcãcs, além da cretácea,
e .Maroim.
íossilíferus, ã exceção clc reduzidos tcrreno.s cretáceos, sem importância na es tratigrafía geral do país.
adotei a idéia de explorar o baixo .Ama
zonas, procurando achar especialmente
sociação sem o caráter c.spccífico de fau na paleozóica. Faltou-lhe então, um
Jinalmentc, à presente ordem das cousas, o Brasil ficava esquecido e a sua geolo-
De fato, durante a cxjX'dição dc; Agassiz estudou a zona ar<|iicana dos Estados
nhança cla.s cachoeiras, nos rios tributá rios cio Amazonas em ambos os lados.
termo fácil dc comparação c. ainda mais, a coluna geológica do Sergipe não se prestava a uma es^tigrafia de grande
gia era um caos. O motivo do caos a que se refere
do Rio c Espírito Santo c sul da Bahia.
Com êste fim orgaiiizei a primeira "Mor-
\'ulto com caráter nacional brasileiro.
Visitou Abrolho-s c investigou o cretá ceo da Bahia. Dc regresso aos E. U.
gan Expeclitiou", em 18j()."
No dia em que Hartt escreveu que as camadas dc calcárco do Rio Tapajós de
ria da usolução geológica destes paises era demonstrada como na embriologia se sen\
Hartt prendia-se a uma questão filosófi-
_ o predomínio do critério litológico
na correlação das formações, que foi vi
gente entre nós durante os cincocnta anos anteriores a Hartt. A tendência de
então era atribuir a mesma idade a are-
nito.s, cjuartzitos ou gnaisscs, litològicamcnte semelhantes.
Êste estado de cousas sempre ocorre
em regiões infossilíferas, onde não se po de apelar para o critério paleonlológico de correlação por carên cia de substância. Ora o ouro, o diamante e o ferro, atraindo os primeiros geólogos e homens da ciência para o centro de Minas Gerais, região inteiramente sem
Deste prcculço não escaparia o pró
prio Hartt SC sua ação no Brasil ficasse
tocou em Pernambuco e i-in Belém.
províncias costeiras não linha sido mui
as formações antigas expostas na vizi
"Saí dos Estados Unidos acompanhado
Tratavu-.sc, todavia, dc as
pelo meu colega, o Prof. A. N. Prentiss o
viam ser consideradas do idade carboní-
nove estudantes. Fiz. uma viagem até às
brasileira, prossegue Ilarlt, no citado ofi cio, que, no ano .seguinte, quase ã mi
primeiras cachoeiras do Tocantins. De
fcra, ponpic entre os 27 braquiópodes fósseis que já ha\ ia descoberto, 12 eram
pois subi o .Amazonas, entrei no Xingu,
eonheeido.s nos Estados Unidos e cara-
nha própria custa, voltei ao Brasil para
e.xplorei o paraná mirim do Iquicpii, \'isi-
lerizavam o earbonifcro do New York
continuar as minlias pesquisas.
u região de Abrolhos o examinei diversos
tcí os principais portos até Santarém o subi o Tapajós até a primeira cachoeira."
System daquele pais, neste dia fundou, cm sólidas bnse.s, a geologia histórica do
pontos da costa na vizinhança de Cara velas, Canaviciras, Rio dc Contas, Ilhéus,
cm prol da geologia do Brasil.
"Tanto interesse senti pela geologia
Visitei
Só ai começa a ação fecunda de Hartt
Brasil.
Hartt
e seus
assistentes trouxeram,
pois, paru o Brasil, o mais puro critério
te da Baía de Todos os Santos; percorri a pé a maior parto da
Teve, com efeito, o grande mérito de abandonar o eixo do Amazonas, o cami nho dos escritores c naturalistas apressa
Estrada do ferro da Bahia e São
dos, c procedeu às primeiras secções
determinação da idade geológica de uma
Francisco até Piranhas, e estudei
transversais da bacia.
dada formação. Svia obra é imorrcdoura porque ó exata.
e Camamu. Examinei uma par
Tal é o motivo essencial por que as
os depósitos tcrciários c os reci
observações dc Agassiz sobre a geologia
paleontológico para a subdivisão das for mações, o único critério infalível para
Physiccd Geographij of Brazil" é o pri
entretanto, no Amazonas, para que sua
Podc-.se repetir a mesma cousa para a fauna que descobriu c encontrou no Erere e que equiparou àquela do Devoniano médio do New York System. Èsse fato adquirido passou a ser fundamental no edifício da geologia brasileira como pe dra angular irremovível o imutável. É esse o principal sentido da obra geoló
meiro tratado sobre a geologia de nosso país, infelizmente escrito de aeòrdo com
vida resultasse na eficiência que depois
gica dc Ilartt;
e outros eram puramente geognósticas e
mineralógicas. A estratigrafía destes au
se verificou, c o seu nome sobrelcvasse
o método itinerário, dislríbuido o assunto
a ponto dc fazê-lo fundador da geologia
Fêz a primeira correlação científica dos nossos terrenos com a coluna geoló
por províncias políticas. Não é a obra mais importante dc Hartt. "Depois destas duas viagens, c como os
histórica brasileira. Encontrou Hartt no extremo norte do
resultados não o satisfizessem, resolveu
idênticas às que conhecera e se habitua
fósseis, não facultou a determi
nação precisa de uma coluna geológica inicial. Além de infossilifera, a região é metamórfiea e muito dobrada, dificul tando singularmente o empilbamento dos terrenos.
Por outras palavras, as primeiras in vestigações de Eschwegc, Martins, Pissis
tores carecia de paleontologia, seja por- que não havia fósseis, ou se tinham esco lhido áreas impróprias para se ter uma idéia da idade das formações. Por isso a
geologia histórica destes antigos autores necessitou de reparos e foi alterada no que se refere à posição das formações na sucessão cronogeológica mundial.
fes dc coral dc Maceió."
Em 1870, Hartt escreveu o re
latório da expedição Agas.siz, onde inclui o que também observara na expedição
amazônica têm valor muito pequeno. Ao contrário, Ilartt, com as suas secções no
de Abrolhos, e tudo o mais o (pio consta
Tapajós c Tocantins, concebo exatamente a estrutura geológica da bacia e sua gê
va da literatura geológica brasileira pre
nese.
existente.
Êssc relatório: Gcology and
Outras circunstâncias se conjugaram,
Brasil, associações
faunisticas
fósseis
retomar o problema do construir a co
ra a ver no início dc sua carreira profis
luna geológica do Brasil:
sional, na região cm torno de Cornell, no Estado de Nova York, onde pro
"Resolvi, continua Hartt no oficio iné dito, dedicar-me sistemàticamente ao es
fessara.
itiilÃif 1
gica universal. Domeslicou a então sel
vagem geologia brasileira, amarrando-a a uma coluna-padrão ecumênica sòlidamente plantada.
Tal foi o grande mérito de Hartt e seus discípulos. Não eram topógrafos, nem fisiografistas, nem geomorfologistas. Como estratigrafistas e geógrafos eram
mm
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Econômico
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DlCrlSTO Ec:{>NÓM1CO
tudo da geologia do Bra.sií, c, como nas
demonstram os passos sucessivos do dc-
limitada às duas primeiras viagens, de
to feliz na identificação paleontológica
Uma associação faunistica importante já havia observado ele no Sergipe, na se gunda vi:ígem ao Bra.sil, entre Estância
rnsolvimento de um embrião, e tradu2Ía-se cada vez mais claramente a his !Óri tória dos animais e plantas que sucessi\amente habitaram o país, chcgando-se,
186Õ c 1868, pois só visitou regiões não
<le outras formaçcãcs, além da cretácea,
e .Maroim.
íossilíferus, ã exceção clc reduzidos tcrreno.s cretáceos, sem importância na es tratigrafía geral do país.
adotei a idéia de explorar o baixo .Ama
zonas, procurando achar especialmente
sociação sem o caráter c.spccífico de fau na paleozóica. Faltou-lhe então, um
Jinalmentc, à presente ordem das cousas, o Brasil ficava esquecido e a sua geolo-
De fato, durante a cxjX'dição dc; Agassiz estudou a zona ar<|iicana dos Estados
nhança cla.s cachoeiras, nos rios tributá rios cio Amazonas em ambos os lados.
termo fácil dc comparação c. ainda mais, a coluna geológica do Sergipe não se prestava a uma es^tigrafia de grande
gia era um caos. O motivo do caos a que se refere
do Rio c Espírito Santo c sul da Bahia.
Com êste fim orgaiiizei a primeira "Mor-
\'ulto com caráter nacional brasileiro.
Visitou Abrolho-s c investigou o cretá ceo da Bahia. Dc regresso aos E. U.
gan Expeclitiou", em 18j()."
No dia em que Hartt escreveu que as camadas dc calcárco do Rio Tapajós de
ria da usolução geológica destes paises era demonstrada como na embriologia se sen\
Hartt prendia-se a uma questão filosófi-
_ o predomínio do critério litológico
na correlação das formações, que foi vi
gente entre nós durante os cincocnta anos anteriores a Hartt. A tendência de
então era atribuir a mesma idade a are-
nito.s, cjuartzitos ou gnaisscs, litològicamcnte semelhantes.
Êste estado de cousas sempre ocorre
em regiões infossilíferas, onde não se po de apelar para o critério paleonlológico de correlação por carên cia de substância. Ora o ouro, o diamante e o ferro, atraindo os primeiros geólogos e homens da ciência para o centro de Minas Gerais, região inteiramente sem
Deste prcculço não escaparia o pró
prio Hartt SC sua ação no Brasil ficasse
tocou em Pernambuco e i-in Belém.
províncias costeiras não linha sido mui
as formações antigas expostas na vizi
"Saí dos Estados Unidos acompanhado
Tratavu-.sc, todavia, dc as
pelo meu colega, o Prof. A. N. Prentiss o
viam ser consideradas do idade carboní-
nove estudantes. Fiz. uma viagem até às
brasileira, prossegue Ilarlt, no citado ofi cio, que, no ano .seguinte, quase ã mi
primeiras cachoeiras do Tocantins. De
fcra, ponpic entre os 27 braquiópodes fósseis que já ha\ ia descoberto, 12 eram
pois subi o .Amazonas, entrei no Xingu,
eonheeido.s nos Estados Unidos e cara-
nha própria custa, voltei ao Brasil para
e.xplorei o paraná mirim do Iquicpii, \'isi-
lerizavam o earbonifcro do New York
continuar as minlias pesquisas.
u região de Abrolhos o examinei diversos
tcí os principais portos até Santarém o subi o Tapajós até a primeira cachoeira."
System daquele pais, neste dia fundou, cm sólidas bnse.s, a geologia histórica do
pontos da costa na vizinhança de Cara velas, Canaviciras, Rio dc Contas, Ilhéus,
cm prol da geologia do Brasil.
"Tanto interesse senti pela geologia
Visitei
Só ai começa a ação fecunda de Hartt
Brasil.
Hartt
e seus
assistentes trouxeram,
pois, paru o Brasil, o mais puro critério
te da Baía de Todos os Santos; percorri a pé a maior parto da
Teve, com efeito, o grande mérito de abandonar o eixo do Amazonas, o cami nho dos escritores c naturalistas apressa
Estrada do ferro da Bahia e São
dos, c procedeu às primeiras secções
determinação da idade geológica de uma
Francisco até Piranhas, e estudei
transversais da bacia.
dada formação. Svia obra é imorrcdoura porque ó exata.
e Camamu. Examinei uma par
Tal é o motivo essencial por que as
os depósitos tcrciários c os reci
observações dc Agassiz sobre a geologia
paleontológico para a subdivisão das for mações, o único critério infalível para
Physiccd Geographij of Brazil" é o pri
entretanto, no Amazonas, para que sua
Podc-.se repetir a mesma cousa para a fauna que descobriu c encontrou no Erere e que equiparou àquela do Devoniano médio do New York System. Èsse fato adquirido passou a ser fundamental no edifício da geologia brasileira como pe dra angular irremovível o imutável. É esse o principal sentido da obra geoló
meiro tratado sobre a geologia de nosso país, infelizmente escrito de aeòrdo com
vida resultasse na eficiência que depois
gica dc Ilartt;
e outros eram puramente geognósticas e
mineralógicas. A estratigrafía destes au
se verificou, c o seu nome sobrelcvasse
o método itinerário, dislríbuido o assunto
a ponto dc fazê-lo fundador da geologia
Fêz a primeira correlação científica dos nossos terrenos com a coluna geoló
por províncias políticas. Não é a obra mais importante dc Hartt. "Depois destas duas viagens, c como os
histórica brasileira. Encontrou Hartt no extremo norte do
resultados não o satisfizessem, resolveu
idênticas às que conhecera e se habitua
fósseis, não facultou a determi
nação precisa de uma coluna geológica inicial. Além de infossilifera, a região é metamórfiea e muito dobrada, dificul tando singularmente o empilbamento dos terrenos.
Por outras palavras, as primeiras in vestigações de Eschwegc, Martins, Pissis
tores carecia de paleontologia, seja por- que não havia fósseis, ou se tinham esco lhido áreas impróprias para se ter uma idéia da idade das formações. Por isso a
geologia histórica destes antigos autores necessitou de reparos e foi alterada no que se refere à posição das formações na sucessão cronogeológica mundial.
fes dc coral dc Maceió."
Em 1870, Hartt escreveu o re
latório da expedição Agas.siz, onde inclui o que também observara na expedição
amazônica têm valor muito pequeno. Ao contrário, Ilartt, com as suas secções no
de Abrolhos, e tudo o mais o (pio consta
Tapajós c Tocantins, concebo exatamente a estrutura geológica da bacia e sua gê
va da literatura geológica brasileira pre
nese.
existente.
Êssc relatório: Gcology and
Outras circunstâncias se conjugaram,
Brasil, associações
faunisticas
fósseis
retomar o problema do construir a co
ra a ver no início dc sua carreira profis
luna geológica do Brasil:
sional, na região cm torno de Cornell, no Estado de Nova York, onde pro
"Resolvi, continua Hartt no oficio iné dito, dedicar-me sistemàticamente ao es
fessara.
itiilÃif 1
gica universal. Domeslicou a então sel
vagem geologia brasileira, amarrando-a a uma coluna-padrão ecumênica sòlidamente plantada.
Tal foi o grande mérito de Hartt e seus discípulos. Não eram topógrafos, nem fisiografistas, nem geomorfologistas. Como estratigrafistas e geógrafos eram
Dicesto
02
muito discretos. Como litologistas e sedimentacionistas, antes precários. Ti
nham, todavia, um apurado conhecimen
to do paralelismo dos estágios diversos da evolução na série animal com a su
cessão de empilhamento da coluna sedi
Econômico
A obra dc Euzébio de Oliveira como
diretor do Serviço Geológico foi comple tar com o pessoal dèssc Instituto o roconliecimejuo geológico do Brasil inicia do por J larlt. "Tendo determinado dcdicar-se ao es
Dicesto EcoNÓNnco
CO, Bahia, Santa Catarina, fvlinas Gerais.
Paraná, Alagoa.s c São Paulo. A coleção dc aniostra.s de rochas e fós-' seis da Comis.são di'\-ia conter dc 50.000
a 60.000 exemplares, a julgar pelo tama nho habitual das amostras, as dimensões
das gavetas e o número delas, que era
mentaria, e souberam como ninguém, an tes dèlcs, investigar-lhes a correlação,
tudo da geologia do Brasil, continua Hartt, tinha diaiiie dc mim um problema
do 1.200.
pautando-a por uma medida conhecida.
semeinante .lo que se apresenta aos ana
Não se sabe bem o cpic se passou de pois. Parece que o Ministro atendeu cm
"Em 1871 voltei "ao Amazonas com o
tomistas quando principiam o estudo de
mereceu a calorosa simpatia dc André
te de suas obras e foi fiel à memória do
geral do animal e depois estudiu: minu
Rebouças, em carta datada dc 25 de fc-
ciosamente suas diferentes partes. O Bra
.-ereiro dc 1878 :
Mestre e, como êle, morreu longos anoi depois ralado do desgostos.
primeiro passo em uma investigação ana
nianas do Ererê, e estendi os meus es
tudos a leste de Monte Alegre, até a
"Em 1874 tive a honra de receber de
nandes da Costa Pereira, um pe dido não oficial de fazer uma pro posta relativa à exploração siste
mática da Geologia do Império, e fui ao Rio de Janeiro no fim do ano, submetendo logo ao Gover no Imperial um plano para êsse
fim. Em l.<> de maio de 1875, fui nomeado chefe da Comissão, sen
do nomeado ajudante o Engenhei ro Dr. Elias Fausto Pacheco Jor dão, geólogos auxiliares os Srs. Orville
A. Derby, e Richard Rathbun, e prati cante o Sr. Dr. Francisco José de Frei tas. Tendo o Governo me dado o direi to de contratar um fotógrafo, escolhi o Sr. Marc Ferrez, da Corte."
Explana também um programa de ação para a Comissão Geológica do Bra
sil. Menciono-o porque foi o paradigma seguido por Euzébio de Oliveira 45 anos
posta."
tômica é formar uma idéia da estrutura
dito, examinei de novo as camadas carboníferas do Baixo Tapajós e as devo-
S. Exa., o Conselheiro José Fer
Sua reputação científica está muito acima desses ataques. Não lhes dê res Hartt faleceu 20 dias depois, e Derby, o discípulo amado, publicou grande par
um animal inteiramente desconliccido. O
serra do Paranaquara, a qual consegui
: "Vi, com o maior dcsgô.sto, a injustiça do que foi vítima. "Esteja, porém, certo que há muitos brasileiros a fazer justiça a seus traba lhos e incessantes esforços pelo Brasil.
parte ao apelo de Hartt. Em parte ape nas, porque algo ocorreu de injusto, que
Sr. Derby, prossegue Hartt no ofício iné
subir.
Meu caro Professor e Amico Charles Hartt.
sil ó um organismo composto de rochas de diferentes idades, dispostas em ordem e sistema comparáveis aos dos músculos
de um animal. Na mor parte do país, estas formações cscão de
senvolvidas em escala enorme, e
grandes regiões apresentam uma estrutura monótona como, por
exemplo, a zona gnéissica, que borda quase tòda a costa leste do
Império. Os músculos do gigan te, tem, às vezes, centenas de lé
guas de comprimento."
O ofício de que citei longos trechos, Hartt fizera-o tendo ein
vista o ato do Governo sobrestando os
trabalhos da Comissão Geológica do Im pério, depois de dois anos de funciona mento apenas.
Dada conta ao Governo do que havia, feito, e embora aceitando os argumentos de economia que ditavam a ordem, pe dia, "em nome da Ciência", que lhe fos se facultado o tempo indispensável para
depois, quando diretor do "Serviço Geo
estudar suas coleções e escrever as me mórias relativas, salvando assim do es
lógico". Adotou Oliveira um princípio
quecimento um trabalho que religiosa
fundamental lançado por Hartt: "antes
mente amara, peregrinando com seus dis
de estudar satisfatoriamente a geologia
cípulos.
do Brasil e preciso um reconhecimento de todo n país."
\ersando a geologia do Pará. Pemambn-
Tratava-se de concluir 33 memórias
T_T TT.)
Dicesto
02
muito discretos. Como litologistas e sedimentacionistas, antes precários. Ti
nham, todavia, um apurado conhecimen
to do paralelismo dos estágios diversos da evolução na série animal com a su
cessão de empilhamento da coluna sedi
Econômico
A obra dc Euzébio de Oliveira como
diretor do Serviço Geológico foi comple tar com o pessoal dèssc Instituto o roconliecimejuo geológico do Brasil inicia do por J larlt. "Tendo determinado dcdicar-se ao es
Dicesto EcoNÓNnco
CO, Bahia, Santa Catarina, fvlinas Gerais.
Paraná, Alagoa.s c São Paulo. A coleção dc aniostra.s de rochas e fós-' seis da Comis.são di'\-ia conter dc 50.000
a 60.000 exemplares, a julgar pelo tama nho habitual das amostras, as dimensões
das gavetas e o número delas, que era
mentaria, e souberam como ninguém, an tes dèlcs, investigar-lhes a correlação,
tudo da geologia do Brasil, continua Hartt, tinha diaiiie dc mim um problema
do 1.200.
pautando-a por uma medida conhecida.
semeinante .lo que se apresenta aos ana
Não se sabe bem o cpic se passou de pois. Parece que o Ministro atendeu cm
"Em 1871 voltei "ao Amazonas com o
tomistas quando principiam o estudo de
mereceu a calorosa simpatia dc André
te de suas obras e foi fiel à memória do
geral do animal e depois estudiu: minu
Rebouças, em carta datada dc 25 de fc-
ciosamente suas diferentes partes. O Bra
.-ereiro dc 1878 :
Mestre e, como êle, morreu longos anoi depois ralado do desgostos.
primeiro passo em uma investigação ana
nianas do Ererê, e estendi os meus es
tudos a leste de Monte Alegre, até a
"Em 1874 tive a honra de receber de
nandes da Costa Pereira, um pe dido não oficial de fazer uma pro posta relativa à exploração siste
mática da Geologia do Império, e fui ao Rio de Janeiro no fim do ano, submetendo logo ao Gover no Imperial um plano para êsse
fim. Em l.<> de maio de 1875, fui nomeado chefe da Comissão, sen
do nomeado ajudante o Engenhei ro Dr. Elias Fausto Pacheco Jor dão, geólogos auxiliares os Srs. Orville
A. Derby, e Richard Rathbun, e prati cante o Sr. Dr. Francisco José de Frei tas. Tendo o Governo me dado o direi to de contratar um fotógrafo, escolhi o Sr. Marc Ferrez, da Corte."
Explana também um programa de ação para a Comissão Geológica do Bra
sil. Menciono-o porque foi o paradigma seguido por Euzébio de Oliveira 45 anos
posta."
tômica é formar uma idéia da estrutura
dito, examinei de novo as camadas carboníferas do Baixo Tapajós e as devo-
S. Exa., o Conselheiro José Fer
Sua reputação científica está muito acima desses ataques. Não lhes dê res Hartt faleceu 20 dias depois, e Derby, o discípulo amado, publicou grande par
um animal inteiramente desconliccido. O
serra do Paranaquara, a qual consegui
: "Vi, com o maior dcsgô.sto, a injustiça do que foi vítima. "Esteja, porém, certo que há muitos brasileiros a fazer justiça a seus traba lhos e incessantes esforços pelo Brasil.
parte ao apelo de Hartt. Em parte ape nas, porque algo ocorreu de injusto, que
Sr. Derby, prossegue Hartt no ofício iné
subir.
Meu caro Professor e Amico Charles Hartt.
sil ó um organismo composto de rochas de diferentes idades, dispostas em ordem e sistema comparáveis aos dos músculos
de um animal. Na mor parte do país, estas formações cscão de
senvolvidas em escala enorme, e
grandes regiões apresentam uma estrutura monótona como, por
exemplo, a zona gnéissica, que borda quase tòda a costa leste do
Império. Os músculos do gigan te, tem, às vezes, centenas de lé
guas de comprimento."
O ofício de que citei longos trechos, Hartt fizera-o tendo ein
vista o ato do Governo sobrestando os
trabalhos da Comissão Geológica do Im pério, depois de dois anos de funciona mento apenas.
Dada conta ao Governo do que havia, feito, e embora aceitando os argumentos de economia que ditavam a ordem, pe dia, "em nome da Ciência", que lhe fos se facultado o tempo indispensável para
depois, quando diretor do "Serviço Geo
estudar suas coleções e escrever as me mórias relativas, salvando assim do es
lógico". Adotou Oliveira um princípio
quecimento um trabalho que religiosa
fundamental lançado por Hartt: "antes
mente amara, peregrinando com seus dis
de estudar satisfatoriamente a geologia
cípulos.
do Brasil e preciso um reconhecimento de todo n país."
\ersando a geologia do Pará. Pemambn-
Tratava-se de concluir 33 memórias
T_T TT.)
Dic ESTO Económic:(>
O conflito entre a vida de uma emprêsa
i
e a taxação anual de seus lucros
de toda economia em (lue os bens
go fiscal concreto de uma emprêsa
e instrumentos de
comercial ou industrial.
produção foram
socializado.s.
lÍKHNAHt) PaJI.VIK
(Professor Universitário de Finanças Públicas: Antiíío Professor da Universidade dc Bucareste)
A socialização dos bens e instru mentos de iiroduçào oferece prova velmente a solução mais radical ao
I — Observações preliminares com re ferências ao título A simples leitura do título do as
sunto escolhido pelo Comitê da Inter-
Por outro lado, parece (juc o es
pírito belicioso de nossa óiioca conduz
Em outros
termos: não consideramos o instru
mento fiscal à
maneira
marxista,
isto ó, como o mecanismo que deve abrir as portas para a evolução so-
problema fiscal mas, a que picço!
cializante e facilitar assim a revolu
Seria preciso perder total o comple
ção social.
Dificilmente estamos de acordo com
a efeitos dos mais inesperados: che
tamente todas as lilierdades indivi
ga até a influenciar o vocabulário
duais e coletivas pai-a acabar, teòricamente, com a luta entre o fisco e o
consideram o impòsto como um dos
contribuinte, da qual nosso problema
instrumentos para uma política so cial evolucionista. E' preciso, por
das obras científicas e infiltra-se
êstes teoricistas e praticistas que
national Fiscal Association, de Haia,
mesmo — fato não excepcional — na
Holanda, para o prêmio de 1951 "Mitchell B. Carroll" poderia facilmente
linguagem das mais altas autorida des científicas, a menos que isto acon
cial.
E mesmo nesse caso, a técnica
tanto, evitar que o estudo das rela
teça por inadvertência.
da arrecadação dc imposto continua a ser um problema aberto.
ções entre o Estado (que deve har
fazer surgirem duas idéias errôneas, as quais, sem dúvida, são totalmente
estranhas às intenções do Comitê da Associação.
No quadro normal e geral das re lações necessárias entre o Estado e
os Contribuintes, ressalta um aspecto mais restrito, mais limitado: o das
relações entre o fisco e as emprêsas comerciais e industriais para a taxaçao anual de seus lucros.
Mas, em lugar de insistir sôbi^ os elementos deficientes que, infeliz mente, abundam na aplicação anual do imposto sobre as rendas comer
ciais e industriais, e isto poderia ser facilmente considerado como o tema indicado pelo título escolhido pela IFA, desejamos seguir um caminho mais positivo. Tentaremos encontrar os elementos de ligação, as modali dades de uma aproximação judíciosa dos dois pólos do problema: o fisco e a emprêsa.
O título põe em evidência o aspec to negativo das relações, enquanto que, na nossa opinião, deveria acen
Com efeito, entre a vida de uma
emprêsa e a taxação anual de seus
lucros, não existe propriamente um conflito.
Quando muito, há discor-
dâncias, contradições que estão na própria natureza da fenomenologia social. E a tarefa do financista con siste precisamente em estabelecer as relações necessárias, em harmonia com as concepções gerais da época. Em resumo, o problema se cifra eni
encontrar a melhor técnica, variá
vel segundo o local e o momento, que permita determinar as modalidades
mais adequadas da fixação da repar tição do imposto, levando em conta os múltiplos aspectos da vida das
emprêsas, aspectos diversos que são
a conseqüência das condições espe cíficas do meio social em que se de senvolvem.
II — Refutnção da solução que deriva dc uma mudança de estrutura.
Desde já queremos acentuar que
tuar seus elementos positivos. Mas, repetimo-lo, não duvidamos que tal
contrar sua aplicação na economia
é também a intenção dos redatores.
capitalista privada, com a exclusão
a solução possível visada só pode en
apre.senta um aspecto i-eduzido e par
Consideramos, portanto, que o me
canismo procurado durante êste e.studo se limita às jiossibilidados (pie jiodcrão ter sua aplicação na economia
capitalista, que institui a tributação, respeitando a propriedade privada.
monizar e enquadrar todos os elemen
tos c todas as células que convergem para lhe dai sua unidade) e a vida privada de cada unidade considera
da do ponto de vista fiscal, nos leve à política de estrutura.
Nesse estudo, será voluntàriamente
considerando que a técnica socialista
omitido o problema político e se pro curará apenas considerar o aspecto técnico fiscal. Tentar-se-á, portan
nada inventou o apela ainda aos an
to, determinar qual é a melhor mo
Uma vez feita esta reserva — essen
cial, para não dizer capital — c, tigos métodos fiscais, achamos que a pesquisa científica, que tem como único objetivo chegar à verdade, po
derá aplicar o resultado de seus tra balhos mesmo às empresas perten centes ao Estado. Isto, bem enten
dido, com a condição, condição de princípio, de que a economia visada
esteja, em linhas gerais, dentro do
e.spírito do capitalista privado.
dalidade que o Estado deve utilizar, em uma situação concreta, quando busca a obtenção de seus direitos, direitos esses devidos pelas emprêsas comerciais e industriais.
v
Eis as diversas considerações que refletem o ponto de vista da Admi nistração;
1 __ Anualidade, no sentido de con-
sidemr as taxações dos lucros no qua dro do orçamento de Estado
111 — Os dois pólos do problema: a) O Fisco.
Para melhor ainda delimitar o qua
2 - Fazer coincidir os exercícios contábeis e orçamentários
_3 — Ritmos das receitas em fun
dro de nosso estudo, faremos uma
ção das necessidades do Tesom-n
abstração dos aspectos gerais da polí
Simplificação da técnica do estabelecimento da repartição fiscal
tica fiscal nacional apenas para con•siderar os elementos que se relacio
e ut.hzaçao do menor número possi-
nam com o estabelecimento do encar
vel de luncionarios.
Dic ESTO Económic:(>
O conflito entre a vida de uma emprêsa
i
e a taxação anual de seus lucros
de toda economia em (lue os bens
go fiscal concreto de uma emprêsa
e instrumentos de
comercial ou industrial.
produção foram
socializado.s.
lÍKHNAHt) PaJI.VIK
(Professor Universitário de Finanças Públicas: Antiíío Professor da Universidade dc Bucareste)
A socialização dos bens e instru mentos de iiroduçào oferece prova velmente a solução mais radical ao
I — Observações preliminares com re ferências ao título A simples leitura do título do as
sunto escolhido pelo Comitê da Inter-
Por outro lado, parece (juc o es
pírito belicioso de nossa óiioca conduz
Em outros
termos: não consideramos o instru
mento fiscal à
maneira
marxista,
isto ó, como o mecanismo que deve abrir as portas para a evolução so-
problema fiscal mas, a que picço!
cializante e facilitar assim a revolu
Seria preciso perder total o comple
ção social.
Dificilmente estamos de acordo com
a efeitos dos mais inesperados: che
tamente todas as lilierdades indivi
ga até a influenciar o vocabulário
duais e coletivas pai-a acabar, teòricamente, com a luta entre o fisco e o
consideram o impòsto como um dos
contribuinte, da qual nosso problema
instrumentos para uma política so cial evolucionista. E' preciso, por
das obras científicas e infiltra-se
êstes teoricistas e praticistas que
national Fiscal Association, de Haia,
mesmo — fato não excepcional — na
Holanda, para o prêmio de 1951 "Mitchell B. Carroll" poderia facilmente
linguagem das mais altas autorida des científicas, a menos que isto acon
cial.
E mesmo nesse caso, a técnica
tanto, evitar que o estudo das rela
teça por inadvertência.
da arrecadação dc imposto continua a ser um problema aberto.
ções entre o Estado (que deve har
fazer surgirem duas idéias errôneas, as quais, sem dúvida, são totalmente
estranhas às intenções do Comitê da Associação.
No quadro normal e geral das re lações necessárias entre o Estado e
os Contribuintes, ressalta um aspecto mais restrito, mais limitado: o das
relações entre o fisco e as emprêsas comerciais e industriais para a taxaçao anual de seus lucros.
Mas, em lugar de insistir sôbi^ os elementos deficientes que, infeliz mente, abundam na aplicação anual do imposto sobre as rendas comer
ciais e industriais, e isto poderia ser facilmente considerado como o tema indicado pelo título escolhido pela IFA, desejamos seguir um caminho mais positivo. Tentaremos encontrar os elementos de ligação, as modali dades de uma aproximação judíciosa dos dois pólos do problema: o fisco e a emprêsa.
O título põe em evidência o aspec to negativo das relações, enquanto que, na nossa opinião, deveria acen
Com efeito, entre a vida de uma
emprêsa e a taxação anual de seus
lucros, não existe propriamente um conflito.
Quando muito, há discor-
dâncias, contradições que estão na própria natureza da fenomenologia social. E a tarefa do financista con siste precisamente em estabelecer as relações necessárias, em harmonia com as concepções gerais da época. Em resumo, o problema se cifra eni
encontrar a melhor técnica, variá
vel segundo o local e o momento, que permita determinar as modalidades
mais adequadas da fixação da repar tição do imposto, levando em conta os múltiplos aspectos da vida das
emprêsas, aspectos diversos que são
a conseqüência das condições espe cíficas do meio social em que se de senvolvem.
II — Refutnção da solução que deriva dc uma mudança de estrutura.
Desde já queremos acentuar que
tuar seus elementos positivos. Mas, repetimo-lo, não duvidamos que tal
contrar sua aplicação na economia
é também a intenção dos redatores.
capitalista privada, com a exclusão
a solução possível visada só pode en
apre.senta um aspecto i-eduzido e par
Consideramos, portanto, que o me
canismo procurado durante êste e.studo se limita às jiossibilidados (pie jiodcrão ter sua aplicação na economia
capitalista, que institui a tributação, respeitando a propriedade privada.
monizar e enquadrar todos os elemen
tos c todas as células que convergem para lhe dai sua unidade) e a vida privada de cada unidade considera
da do ponto de vista fiscal, nos leve à política de estrutura.
Nesse estudo, será voluntàriamente
considerando que a técnica socialista
omitido o problema político e se pro curará apenas considerar o aspecto técnico fiscal. Tentar-se-á, portan
nada inventou o apela ainda aos an
to, determinar qual é a melhor mo
Uma vez feita esta reserva — essen
cial, para não dizer capital — c, tigos métodos fiscais, achamos que a pesquisa científica, que tem como único objetivo chegar à verdade, po
derá aplicar o resultado de seus tra balhos mesmo às empresas perten centes ao Estado. Isto, bem enten
dido, com a condição, condição de princípio, de que a economia visada
esteja, em linhas gerais, dentro do
e.spírito do capitalista privado.
dalidade que o Estado deve utilizar, em uma situação concreta, quando busca a obtenção de seus direitos, direitos esses devidos pelas emprêsas comerciais e industriais.
v
Eis as diversas considerações que refletem o ponto de vista da Admi nistração;
1 __ Anualidade, no sentido de con-
sidemr as taxações dos lucros no qua dro do orçamento de Estado
111 — Os dois pólos do problema: a) O Fisco.
Para melhor ainda delimitar o qua
2 - Fazer coincidir os exercícios contábeis e orçamentários
_3 — Ritmos das receitas em fun
dro de nosso estudo, faremos uma
ção das necessidades do Tesom-n
abstração dos aspectos gerais da polí
Simplificação da técnica do estabelecimento da repartição fiscal
tica fiscal nacional apenas para con•siderar os elementos que se relacio
e ut.hzaçao do menor número possi-
nam com o estabelecimento do encar
vel de luncionarios.
p |i|
l>inESTO
66
},) _ A emprêsa
Enquanto que a noção de Estado está ligada à idéia de permanência, a empresa é considerada como tempo rária, mesmo considerando as cmpiê-
exemplo, com o cálculo venal dos fun
simples, a fim de pôr têrmo a tan
dos de comércio ou de indústria, in
tas discorduncias.
senta uma condição essencial em ma
clusive o inventário das mercadorias
téria de tributação.
que o comerciante possui em deter
IV — Coiusidcraçõcs (jtKinlo ao asjwclo
regra, em geral constitucional de qua se todos os Estados, da anualidade
de fundação, seus estatutos prevêem
4 — Os períodos de disponibilida des monetárias nem sempre corres
intcntacinnal do jyroblama.
pondem aos períodos dos vencimentos
vontades humanas, o próprio ser hu mano e as instalações que, com o tem
hscais.
po e com o uso, são postos fora de serviço, apresentam um campo parti
ções cíclicas das emprêsas, que par tem da idéia de que a taxação anual
relação à perenidade do Estado. Além disso, a unidade rígida do ano — calendário em
do, nem sempre repre
um intervalo mais lon
senta, longe disso, o
go, não fazem
cientemente imperativo, como tam bém em conseqüência das necessida
Em lugar de sincronizar dois ele mentos que já não se correspondem
des administrativas, que estão na na
mais, o ano contábil e o ano fiscal
poderão, cada um separadamente, ser
cial, tanto do ponto de vista do Esta do, como do ponto de vista da em
vistos de maneira diferente. O núme
prêsa.
tureza mesma da fenomenologia so
A regra da taxação anual, que re presenta, portanto, um principio fis
três e mesmo a quatro.
coisa, na realidade, do
tempo normal em que
nunciar a essa regra, não apenas
ro das deficiências passará, assim, a
outra
do orçamento. A Administração não poderá re- ,
em virtude do princípio da constitucionalidade, princípio por si só sufi
tuação se complica ainda mais.
de uma emprêsa e que ampliam o horizonte fiscal, substituindo por es
Êle deriva da
Examinando o caso de uma emin*è-
des, balcões, etc., vemos que a si
não coincide com a vida econômica
0 princípio du anualidade repre
sa que realiza operaçõe,s em vários
países por intermédio de filiais, se
5 — Mesmo as teorias das tributa
te período fiscal anual
face da vida do Esta
\' — Cl principio da anualidade.
zar tantos pontos do vista divergen tes, encontrar uma modalidade mais
minada época.
cularmente movediço, considerado em
Kf:oNÓMic:o
lações estipulam modalidades muito complicadas. Acontece isso, por
sas tradicionais! seus instrumentos as modalidades de sua dissolução, de sua morte. As decisões efêmeras das
DiCFSTO
Econômico
Uma imagem econômica roai e ho
cal básico, não pode, de nenhum mo
se pode enquadrar o
que • complicar o, pro
lucro de todas as em
blema. Com efeito, ao
mogênea de uma emprêsa se torna
presas.
invés de encerrar defi
então mais difícil de ser feita e o fisco se verá a braços com grandes dificuldades quando quiser estabele cer o lucro exato para determinado período.
caradas para evitar a aplicação da
Como o orçamento e as leis fiscais representam os elementos que mobili
rior à taxação.
nitivamente a situação fiscal da emprêsa de
Outras considerações governam, portanto, os
interêsses fiscais das empresas. En tre elas, salientaremos as seguintes: 1 — A natureza específica da evo
lução econômica, a antigüidade das emprêsas, a maneira de determinar
o lucro em função do balanço contábil e o prazo necessário para exe
cutar as formalidades previstas pelos códigos comerciais provocam
uma
discordância entre o econômico e o fiscal.
2 í— Uma segunda contradição
pois de 12 meses de
atividade o provisório se prolonga
mais. Ora, na realidade, as emprê sas têm necessidade de trabalhar cont
os dados mais exatos possíveis, esta belecidos num lapso mínimo de tempo-
profundos da nação, é do temer que,
6 — As regras da anualidade dos orçamentos e o fenômeno do aumento
a despeito das tentativas de enten dimento
das despesas públicas provocam, na maioria dos Estados, modificações vas infundem, junto à grande maio
ria dos contribuintes, o desejo bas tante compreensível de que se simpli fique o mecanismo hoje tão comple
rior.
xo da distribuição do imposto e de sua arrecadação.
baseadas
em
esporádicas
convenções internacionais que têm em mira evitar a dupla tributação, não se consiga solucionar tão facil mente os aspectos internacionais do
incessantes na vida fiscal. O calei doscópio das instruções administrati
surge quando se sabe que a maior parte das legislações prevê a taxa ção segundo os lucros do ano ante
3 — Para fixação da repartição que pode ser tributada, as diversas legis-
zam os interêsses específicos mais
problema.
1
dades que podem, portanto, ser en regra em toda a sua rigidez, serão as seguintes:
1 — Tributação anual segundo o lucro determinado para o ano ante 2 — Tributação anual segundo o lucro médio de alguns anos anteriores à taxação. 3 — Tributação para alguns anos ao mesmo tempo, para o período cí
clico. Êsse método oferece a rigidez do princípio da anualidade, o corre tivo que permite ressaltar a distri--
buição econômica real de uma em prêsa.
põe a esta dificuldade: a das inci
4 — E, finalmente, a divisão do período anual em semestres, trimes
dências jurídicas que se superpõem
tres e meses. Ou ainda, consideran
Existe outra razão que se inter
E' preciso, portanto, para harmoni-
do, ser afastada. As únicas modali
às relações entre o econômico e o
do os fatos e atos tributáveis, ta
fiscal.
xação no momento mesmo da realiza-
p |i|
l>inESTO
66
},) _ A emprêsa
Enquanto que a noção de Estado está ligada à idéia de permanência, a empresa é considerada como tempo rária, mesmo considerando as cmpiê-
exemplo, com o cálculo venal dos fun
simples, a fim de pôr têrmo a tan
dos de comércio ou de indústria, in
tas discorduncias.
senta uma condição essencial em ma
clusive o inventário das mercadorias
téria de tributação.
que o comerciante possui em deter
IV — Coiusidcraçõcs (jtKinlo ao asjwclo
regra, em geral constitucional de qua se todos os Estados, da anualidade
de fundação, seus estatutos prevêem
4 — Os períodos de disponibilida des monetárias nem sempre corres
intcntacinnal do jyroblama.
pondem aos períodos dos vencimentos
vontades humanas, o próprio ser hu mano e as instalações que, com o tem
hscais.
po e com o uso, são postos fora de serviço, apresentam um campo parti
ções cíclicas das emprêsas, que par tem da idéia de que a taxação anual
relação à perenidade do Estado. Além disso, a unidade rígida do ano — calendário em
do, nem sempre repre
um intervalo mais lon
senta, longe disso, o
go, não fazem
cientemente imperativo, como tam bém em conseqüência das necessida
Em lugar de sincronizar dois ele mentos que já não se correspondem
des administrativas, que estão na na
mais, o ano contábil e o ano fiscal
poderão, cada um separadamente, ser
cial, tanto do ponto de vista do Esta do, como do ponto de vista da em
vistos de maneira diferente. O núme
prêsa.
tureza mesma da fenomenologia so
A regra da taxação anual, que re presenta, portanto, um principio fis
três e mesmo a quatro.
coisa, na realidade, do
tempo normal em que
nunciar a essa regra, não apenas
ro das deficiências passará, assim, a
outra
do orçamento. A Administração não poderá re- ,
em virtude do princípio da constitucionalidade, princípio por si só sufi
tuação se complica ainda mais.
de uma emprêsa e que ampliam o horizonte fiscal, substituindo por es
Êle deriva da
Examinando o caso de uma emin*è-
des, balcões, etc., vemos que a si
não coincide com a vida econômica
0 princípio du anualidade repre
sa que realiza operaçõe,s em vários
países por intermédio de filiais, se
5 — Mesmo as teorias das tributa
te período fiscal anual
face da vida do Esta
\' — Cl principio da anualidade.
zar tantos pontos do vista divergen tes, encontrar uma modalidade mais
minada época.
cularmente movediço, considerado em
Kf:oNÓMic:o
lações estipulam modalidades muito complicadas. Acontece isso, por
sas tradicionais! seus instrumentos as modalidades de sua dissolução, de sua morte. As decisões efêmeras das
DiCFSTO
Econômico
Uma imagem econômica roai e ho
cal básico, não pode, de nenhum mo
se pode enquadrar o
que • complicar o, pro
lucro de todas as em
blema. Com efeito, ao
mogênea de uma emprêsa se torna
presas.
invés de encerrar defi
então mais difícil de ser feita e o fisco se verá a braços com grandes dificuldades quando quiser estabele cer o lucro exato para determinado período.
caradas para evitar a aplicação da
Como o orçamento e as leis fiscais representam os elementos que mobili
rior à taxação.
nitivamente a situação fiscal da emprêsa de
Outras considerações governam, portanto, os
interêsses fiscais das empresas. En tre elas, salientaremos as seguintes: 1 — A natureza específica da evo
lução econômica, a antigüidade das emprêsas, a maneira de determinar
o lucro em função do balanço contábil e o prazo necessário para exe
cutar as formalidades previstas pelos códigos comerciais provocam
uma
discordância entre o econômico e o fiscal.
2 í— Uma segunda contradição
pois de 12 meses de
atividade o provisório se prolonga
mais. Ora, na realidade, as emprê sas têm necessidade de trabalhar cont
os dados mais exatos possíveis, esta belecidos num lapso mínimo de tempo-
profundos da nação, é do temer que,
6 — As regras da anualidade dos orçamentos e o fenômeno do aumento
a despeito das tentativas de enten dimento
das despesas públicas provocam, na maioria dos Estados, modificações vas infundem, junto à grande maio
ria dos contribuintes, o desejo bas tante compreensível de que se simpli fique o mecanismo hoje tão comple
rior.
xo da distribuição do imposto e de sua arrecadação.
baseadas
em
esporádicas
convenções internacionais que têm em mira evitar a dupla tributação, não se consiga solucionar tão facil mente os aspectos internacionais do
incessantes na vida fiscal. O calei doscópio das instruções administrati
surge quando se sabe que a maior parte das legislações prevê a taxa ção segundo os lucros do ano ante
3 — Para fixação da repartição que pode ser tributada, as diversas legis-
zam os interêsses específicos mais
problema.
1
dades que podem, portanto, ser en regra em toda a sua rigidez, serão as seguintes:
1 — Tributação anual segundo o lucro determinado para o ano ante 2 — Tributação anual segundo o lucro médio de alguns anos anteriores à taxação. 3 — Tributação para alguns anos ao mesmo tempo, para o período cí
clico. Êsse método oferece a rigidez do princípio da anualidade, o corre tivo que permite ressaltar a distri--
buição econômica real de uma em prêsa.
põe a esta dificuldade: a das inci
4 — E, finalmente, a divisão do período anual em semestres, trimes
dências jurídicas que se superpõem
tres e meses. Ou ainda, consideran
Existe outra razão que se inter
E' preciso, portanto, para harmoni-
do, ser afastada. As únicas modali
às relações entre o econômico e o
do os fatos e atos tributáveis, ta
fiscal.
xação no momento mesmo da realiza-
OrcKSTí) Er.oNÓNJico
68
EcoN('>NrTCO
69
a técnica fiscal baseada na tradução
primeiras modalidades acima descri
econômicos,
tas, em virtude de suas deficiências.
taxação anual não poderá ser perfei
O recurso ao balanço contábil ou ao balanço fiscal representa o mé todo clássico para estabelecer o lucro tributável. Êle representa, realmen te, o sistema mais exato até o mo mento, mas é justamente essa técni
Escolheremos a última, pelas so^^uin-
tamente
ca de cálculo do.s luero.s das emprê-
tes razões.
sas que provoca as contradições que
A idéia mestra de nosso raciocínio
através de taxações semesti-ais, tri mestrais ou mensais, i)orque as divi
também fôr estabelecido segundo os dados extraídos do balanço — (os coeficientes de rentabilidade de que
queremos evitar.
se falará mais adiante têm sua ori
é que convém coordenar a regra da
sões arbitrárias do ano civil são to
anualidade e a vida econômica i*eal
talmente estranlias à
de vários balanços do mesmo ramo de
da empresa. Quanto mais se fizer coincidir esses dois elementos, mais perfeito será o sistema.
empresa.
portanto,
Reconhecendo o balanço como o instrumento meliior indicado para medir os resultados de uma empresa
apreender o fenômeno econômico no
e constatando ao mesmo tempo seu
te o ch-cuito anual da vida econômi
tinuar a considerai- o ano fiscal atra vés de suas divisões convencionais e
ca da empresa.
arbitrárias do ano civil.
ção dos referidos fatos e atos duran Eliminamos imediatamente as três
E' preciso
apreender diretamente os fenôlnenos lOm
outros tôi-mos: a
realizada .se
isso fòr feito
vida real da
E' necessário,
fiscal das realizações fôr confirma da pelo balanço, poder-se-á concluir que nos encontramos no bom cami
nho. Além do mais, se o mecanismo
gem na medida resultante do exame
caráter rígido, devemos recorrer à
negócios) — ter-se-á ainda um ele mento suplementar que concorrerá para o desaparecimento das contradi
O fiscalismo deve transformar-se
seguinte técnica: o balanço será re
ções.
a.ssim num instrumento de equilibrio da economia, numa espécie de con
servado somente para os fins de veri
ficação.
seqüência automática, num mecanis
ta precisamente de eliminar. Assim,
um método diferente será aplicado.
mo diferente, mas provocado automà-
portanto, recusamo-nos a aceitar co
ticamente pelo fenômeno económicc
mo método válido a taxação anual
O papel do balanço será a verifica ção da função contábil de outro ins
segundo o lucro determinado para
que se produz na vida da cmprôsa. Só debaixo dessa condição é que
o ano anterior ou anos anteriores.
se poderá sair da dificuldade atual.
Considerar de modo abstrato a íenomenologia concreta da vida econô
mica das empresas só servirá para aumentar as contradições que se tra
A taxação para períodos cíclicos re presenta, teoricamente, um incontes
tável progresso no sentido de fazer coincidir os dados da taxação anual
próprio momento de sua realização.
VI — Elcnicnios
com os resultados econômicos defini
%-
DionsTo
iiulispcn.síívcis
para
indesejável que se encontra nos ou tros métodos examinados: ela se ba seia nos dados econômicos pertencen tes ao passado.
A concordância do princípio da anualidade e dos fatos e atos econô micos não pode ser eficiente se se consideram os elementos anuais dos diversos exercícios. E' preciso encon trar a técnica que sincronize os dois elementos no mesmo ano.
trumento mais malcávcl o, portanto, muito indicado para enfraquecer, pa ra diminuir as contradições entro os
dois pólos do problema do que nos ocupamos: o fisco e a empresa, e es
checar a unui solução accUdvcl:
tabelecer um "modus vivendi" acei
as realizações da empresei e a re
tável.
ma da anualidade.
de grande utilidade para estabelecer
tivamente estabelecidos para um cer
to período. Porém, esta taxação cí clica contém em si própria o germe
Quanto à taxação anual,
Além disso, o balanço será
os coeficientes de rentabilidade, as Para examinar a técnica fiscal de
nossa solução, parece-nos indispensá vel
insistir
sôbre
dois
princípios
essenciais:
1) A Administração não poderá jamais renunciar a regra da anuali dade e das taxações.
2) A situação econômica da empre sa deve ser traduzida em linguagem fiscal à medida que fôr evoluindo. O princípio da anualidade fiscal foi examinado mais acima.
Resta-
pecto que será
desenvolvido
mais
abaixo.
^'11 — Críliea dos sistemas baseados cm outros critérios.
A renúncia à regra da anualidade
das taxações e o recurso a outros sistemas não deram resultados posi
tivos nem no que se refere ao fisco nem no que diz respeito ao contri
buinte em favor do qual foram feitas as modificações. O critério denominado "profissio
nal" representa muito longinquamen te a idéia mais original e caracteriza os diversos sistemas que buscaram
estabelecer uma prática fiscal mais aceitável.
A taxação dos lucros deve ser rea
Infelizmente, as
várias
tentativas baseadas no critério pro
lizada à medida que eles surgirem e não com efeito retroativo, ou pelo menos assim considerado, na base do
fissional levaram apenas à destrui
balanço feito posteriormente sôbre
taxação.
as operações efetviadas. E' possível apreender o lucro das empresas na ocasião e na medida das
fissionais não pode impor o regime
ção da unidade fiscal, estreitamente
ligada ao princípio da anualidade da A divex'sidade das atividades pro
diversas realizações, isto é, das ven
geral da fiscalização e é mesmo o contrário que se verifica na prática
das dos bens ou dos serviços.
fiscal.
Não pode conceber-se esta
Esta precisão suplementar é ainda
nos precisar a possibilidade de encon trar a técnica fiscal que realizará a
mico que devemos traduzir em lin
insuficiente. Não se conseguirá uma
.sincronização, em termos fiscais, da
guagem fiscal para eliminar ao má
cípio
sincronização satisfatória se se con-
vida eçonômica da empresa.
ximo as contradições possíveis.
anual. O elemento profissional não
E', portanto, este elemento econô
Se
última sem sua coluna vertebral, sem
sua base, que repousa sôbre o prin fundamental
do
orçamento
OrcKSTí) Er.oNÓNJico
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a técnica fiscal baseada na tradução
primeiras modalidades acima descri
econômicos,
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taxação anual não poderá ser perfei
O recurso ao balanço contábil ou ao balanço fiscal representa o mé todo clássico para estabelecer o lucro tributável. Êle representa, realmen te, o sistema mais exato até o mo mento, mas é justamente essa técni
Escolheremos a última, pelas so^^uin-
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A idéia mestra de nosso raciocínio
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também fôr estabelecido segundo os dados extraídos do balanço — (os coeficientes de rentabilidade de que
queremos evitar.
se falará mais adiante têm sua ori
é que convém coordenar a regra da
sões arbitrárias do ano civil são to
anualidade e a vida econômica i*eal
talmente estranlias à
de vários balanços do mesmo ramo de
da empresa. Quanto mais se fizer coincidir esses dois elementos, mais perfeito será o sistema.
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Reconhecendo o balanço como o instrumento meliior indicado para medir os resultados de uma empresa
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te o ch-cuito anual da vida econômi
tinuar a considerai- o ano fiscal atra vés de suas divisões convencionais e
ca da empresa.
arbitrárias do ano civil.
ção dos referidos fatos e atos duran Eliminamos imediatamente as três
E' preciso
apreender diretamente os fenôlnenos lOm
outros tôi-mos: a
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isso fòr feito
vida real da
E' necessário,
fiscal das realizações fôr confirma da pelo balanço, poder-se-á concluir que nos encontramos no bom cami
nho. Além do mais, se o mecanismo
gem na medida resultante do exame
caráter rígido, devemos recorrer à
negócios) — ter-se-á ainda um ele mento suplementar que concorrerá para o desaparecimento das contradi
O fiscalismo deve transformar-se
seguinte técnica: o balanço será re
ções.
a.ssim num instrumento de equilibrio da economia, numa espécie de con
servado somente para os fins de veri
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ta precisamente de eliminar. Assim,
um método diferente será aplicado.
mo diferente, mas provocado automà-
portanto, recusamo-nos a aceitar co
ticamente pelo fenômeno económicc
mo método válido a taxação anual
O papel do balanço será a verifica ção da função contábil de outro ins
segundo o lucro determinado para
que se produz na vida da cmprôsa. Só debaixo dessa condição é que
o ano anterior ou anos anteriores.
se poderá sair da dificuldade atual.
Considerar de modo abstrato a íenomenologia concreta da vida econô
mica das empresas só servirá para aumentar as contradições que se tra
A taxação para períodos cíclicos re presenta, teoricamente, um incontes
tável progresso no sentido de fazer coincidir os dados da taxação anual
próprio momento de sua realização.
VI — Elcnicnios
com os resultados econômicos defini
%-
DionsTo
iiulispcn.síívcis
para
indesejável que se encontra nos ou tros métodos examinados: ela se ba seia nos dados econômicos pertencen tes ao passado.
A concordância do princípio da anualidade e dos fatos e atos econô micos não pode ser eficiente se se consideram os elementos anuais dos diversos exercícios. E' preciso encon trar a técnica que sincronize os dois elementos no mesmo ano.
trumento mais malcávcl o, portanto, muito indicado para enfraquecer, pa ra diminuir as contradições entro os
dois pólos do problema do que nos ocupamos: o fisco e a empresa, e es
checar a unui solução accUdvcl:
tabelecer um "modus vivendi" acei
as realizações da empresei e a re
tável.
ma da anualidade.
de grande utilidade para estabelecer
tivamente estabelecidos para um cer
to período. Porém, esta taxação cí clica contém em si própria o germe
Quanto à taxação anual,
Além disso, o balanço será
os coeficientes de rentabilidade, as Para examinar a técnica fiscal de
nossa solução, parece-nos indispensá vel
insistir
sôbre
dois
princípios
essenciais:
1) A Administração não poderá jamais renunciar a regra da anuali dade e das taxações.
2) A situação econômica da empre sa deve ser traduzida em linguagem fiscal à medida que fôr evoluindo. O princípio da anualidade fiscal foi examinado mais acima.
Resta-
pecto que será
desenvolvido
mais
abaixo.
^'11 — Críliea dos sistemas baseados cm outros critérios.
A renúncia à regra da anualidade
das taxações e o recurso a outros sistemas não deram resultados posi
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buinte em favor do qual foram feitas as modificações. O critério denominado "profissio
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A taxação dos lucros deve ser rea
Infelizmente, as
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lizada à medida que eles surgirem e não com efeito retroativo, ou pelo menos assim considerado, na base do
fissional levaram apenas à destrui
balanço feito posteriormente sôbre
taxação.
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ção da unidade fiscal, estreitamente
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Não pode conceber-se esta
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E', portanto, este elemento econô
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sua base, que repousa sôbre o prin fundamental
do
orçamento
-rnr
Dicicsro
Eccíx6micc>
DiCESTO
EcoNOMtCU
pital, número de operários, grau de
pode engendrar outros' efeitos fiscais senão aqueles de levar em considera ção a diversidade das atividades eco nômicas; as conseqüências fiscais quanto à aplicação desse elemento
u uma idéia abstrata, <juc .se utiliza rá por uma razão (jue decorre de outra idéia abstrata, mas unãniine-
mente aprofundada (jue leva em con ta as condições mais o.spcciais, mes
industrialização, etc.) e seus balan
mo no quadro dos diverso.s ramos
ços contábeis.
mente aceita: a do Estado.
econômicos. Por exemplo: as empre
Devendo o Estado ser administra
sas de um mesmo ramo podem ser
não devem ir além das condições es
do, a medida convencional do ano ci
pecíficas das empresas, que se mani festam por sua diferente rentabili
vil, única compatível com sua evolu ção, impõe-sc também um relação
dade.
às unidades econômicas que integram
divididas em diversas categorias, se gundo a Importância do seu capital, o número de seus operário.s, o grau de sua mecanização, o ompi-ôgo da força motriz, etc.
alçada da Direção das Gontribuições Diretas do Ministério das Finanças. Esta consultará os agrupamentos profissionais, dos economistas, dos fiscalizadores e dos -contábeis, a fim
Para as atividades de estação, por
sua existência.
Os aspectos negati
Já que o problema a resolver con
Êsse trabalho é da
de estabelecer um coeficiente médio
de rentabilidade por grupo de em prêsas comerciais ou industriais. A fim de fixar o coeficiente médio
exemplo, uma solução aceitável já foi
vos e positivos destas diversas ati
admitida. Consiste no princípio ado
vidades econômicas devem, portanto,
siste em determinai' o luci-o-da em
presa segundo os dados que os ór gãos do fisco podem apreender no
representantes dos interessados e os
momento
especialistas podem constituir-se em
tado pelas diversas legislações de
incidir sobre a única medida de tem
fazer coincidir a época da arrecada
po admissível, que se torna, por con
ção dos direitos fiscais com o perío
seguinte, a medida fiscal.
do das realizações da empresa.
Considerando que os períodos cícli
em
«lue
aparecem, toma
remos como ponto de partida as rea
A regra segundo a qual as unida des agrícolas pagam seus impostos
cos repercutem em vários anos, se o
lizações das empresas, isto é, o mon
mecanismo fiscal da taxação . anual
na ocasião da venda das colheitas
ó mantido durante os períodos de prosperidade e de depressão, uma
tante bruto das vendas dos bens de sei'viços.
poderia fàeilmente ter sua aplicação — ampliada e mais generalizada — no comércio e na indústria. Mas isto
representa apenas um aspecto se cundário do problema — o da recu peração fiscal. Não toca o fundo do
problema, que consiste em fazer coin cidir o mecanismo da taxação com as diversas fases da atividade econô mica das empresas.
O resultado das empresas não é uma conseqüência fatal de sua inte
compensação fiscal
dos lucros não
sentam um elemento fácil de esta
taxados e das perdas taxadas deverá surgir, uma vez terminado o ciclo.
empresa centralize e totalize o mon
Esta conclusão, que é válida para
do comerciante e de cem outros ele mentos que determinam a diversida
de do campo econômico capitalista. Adaptar a mecânica fiscal nesses
belecer. Em princípio, basta que cada tante de todas as suas operaçõe.s de
as empresas que exercem sua ativi
vendas uma vez por mês.
dade durante tôda a duração do ci
momento, a técnica fiscal segue de
clo, não pode justificar o abandono
Até èsse
perto as operações contábeis da em presa e se confunde mesmo com elas.
da regra da anualidade da taxação pelo fato de que a compensação cí clica não é aplicável ao conjunto do
Deixamos de lado os detalhes re lativos à determinação da cifra de
campo econômico das empresas.
negócios, aspecto que apenas esboça
gração num ramo determinado, isto é, do princípio profissional. Êle de pende da organização das unidades econômicas, das qualidades pessoais
As realizações das empresas repre
VIII -
Iinpòaíd (Urdo sòhre <i cifra da nt'g()cio.9: iécixica da tributação n:i vicclida das realizações, d base dos coeficientes de reniahilidade.
A conclusão a tirar das considera
ções açima expostas é que é prefe
Os coeficientes de rentabilidade de
ra aprofundar essa questão.
rios anos anteriores.
Uma vez estabelecida a cifra de
negócios realizada durante o mês re
período de tempo.
mos precisar.
,
ria à qual pertence.
de emprêsas semelhantes organiza das durante o ano anterior ou há vá
corre-se aos diversos coeficientes de
mite uma individualização extrema-
ministração possa, sem dificuldade, enquadrar cada emprêsa na catego
auase automática e concomitante dos lucros. Mas carecemos de espaço pa
rentabilidade, noção fiscal que deve
E' pz'eciso, portanto, recorrer
será definido com bastante precisão, de modo que o representante da Ad
antes do inicio do ano fiscal. Êles têm como base os balanços contábeis
mico e do fiscal durante um mesmo
dos.
Assim, portanto, cada categoria de emprêsas criada no quadro dos ramos existentes terá seu próprio coeficien te de rentabilidade. O número das categorias criadas será suficiente mente grande e cada agrupamento
gir na ocasião dessa iirimoira ope ração, que nos deve levar à taxação
rível cogitar das relações do econô
Admitimos, por outro lado, que o critério de atividade profissional per
cialidade das decisões.
vem ser estabelecidos e difundidos
momentos diversos seria uma quime dinâmica que não permite paralisar sua atividade móvel para, num mo mento dado, extrair dela os resulta
Comissão, a qual será presidida por um alto magistrado, por exemplo,cujo papel será assegurar a impar
mos. Várias dificuldades podem sur
ra.
De fato, as empresas têm uma
de rentabilidade, a Administração, os
Os coeficientes de rentabilidade» re
sultam de um estudo que liga os ele mentos específicos das emprêsas (ca
A multiplicação da cifra de negó cios de um mês pelo coeficiente de rentabilidade da categoria de aue faz parte a emprêsa interessada, indica rá o montante de imposto sobre o lucro presumível durante èsse mês. Mas, para fazer coincidir mais com pletamente ainda o econômico e o
-rnr
Dicicsro
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DiCESTO
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pital, número de operários, grau de
pode engendrar outros' efeitos fiscais senão aqueles de levar em considera ção a diversidade das atividades eco nômicas; as conseqüências fiscais quanto à aplicação desse elemento
u uma idéia abstrata, <juc .se utiliza rá por uma razão (jue decorre de outra idéia abstrata, mas unãniine-
mente aprofundada (jue leva em con ta as condições mais o.spcciais, mes
industrialização, etc.) e seus balan
mo no quadro dos diverso.s ramos
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mente aceita: a do Estado.
econômicos. Por exemplo: as empre
Devendo o Estado ser administra
sas de um mesmo ramo podem ser
não devem ir além das condições es
do, a medida convencional do ano ci
pecíficas das empresas, que se mani festam por sua diferente rentabili
vil, única compatível com sua evolu ção, impõe-sc também um relação
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às unidades econômicas que integram
divididas em diversas categorias, se gundo a Importância do seu capital, o número de seus operário.s, o grau de sua mecanização, o ompi-ôgo da força motriz, etc.
alçada da Direção das Gontribuições Diretas do Ministério das Finanças. Esta consultará os agrupamentos profissionais, dos economistas, dos fiscalizadores e dos -contábeis, a fim
Para as atividades de estação, por
sua existência.
Os aspectos negati
Já que o problema a resolver con
Êsse trabalho é da
de estabelecer um coeficiente médio
de rentabilidade por grupo de em prêsas comerciais ou industriais. A fim de fixar o coeficiente médio
exemplo, uma solução aceitável já foi
vos e positivos destas diversas ati
admitida. Consiste no princípio ado
vidades econômicas devem, portanto,
siste em determinai' o luci-o-da em
presa segundo os dados que os ór gãos do fisco podem apreender no
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especialistas podem constituir-se em
tado pelas diversas legislações de
incidir sobre a única medida de tem
fazer coincidir a época da arrecada
po admissível, que se torna, por con
ção dos direitos fiscais com o perío
seguinte, a medida fiscal.
do das realizações da empresa.
Considerando que os períodos cícli
em
«lue
aparecem, toma
remos como ponto de partida as rea
A regra segundo a qual as unida des agrícolas pagam seus impostos
cos repercutem em vários anos, se o
lizações das empresas, isto é, o mon
mecanismo fiscal da taxação . anual
na ocasião da venda das colheitas
ó mantido durante os períodos de prosperidade e de depressão, uma
tante bruto das vendas dos bens de sei'viços.
poderia fàeilmente ter sua aplicação — ampliada e mais generalizada — no comércio e na indústria. Mas isto
representa apenas um aspecto se cundário do problema — o da recu peração fiscal. Não toca o fundo do
problema, que consiste em fazer coin cidir o mecanismo da taxação com as diversas fases da atividade econô mica das empresas.
O resultado das empresas não é uma conseqüência fatal de sua inte
compensação fiscal
dos lucros não
sentam um elemento fácil de esta
taxados e das perdas taxadas deverá surgir, uma vez terminado o ciclo.
empresa centralize e totalize o mon
Esta conclusão, que é válida para
do comerciante e de cem outros ele mentos que determinam a diversida
de do campo econômico capitalista. Adaptar a mecânica fiscal nesses
belecer. Em princípio, basta que cada tante de todas as suas operaçõe.s de
as empresas que exercem sua ativi
vendas uma vez por mês.
dade durante tôda a duração do ci
momento, a técnica fiscal segue de
clo, não pode justificar o abandono
Até èsse
perto as operações contábeis da em presa e se confunde mesmo com elas.
da regra da anualidade da taxação pelo fato de que a compensação cí clica não é aplicável ao conjunto do
Deixamos de lado os detalhes re lativos à determinação da cifra de
campo econômico das empresas.
negócios, aspecto que apenas esboça
gração num ramo determinado, isto é, do princípio profissional. Êle de pende da organização das unidades econômicas, das qualidades pessoais
As realizações das empresas repre
VIII -
Iinpòaíd (Urdo sòhre <i cifra da nt'g()cio.9: iécixica da tributação n:i vicclida das realizações, d base dos coeficientes de reniahilidade.
A conclusão a tirar das considera
ções açima expostas é que é prefe
Os coeficientes de rentabilidade de
ra aprofundar essa questão.
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Uma vez estabelecida a cifra de
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de emprêsas semelhantes organiza das durante o ano anterior ou há vá
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antes do inicio do ano fiscal. Êles têm como base os balanços contábeis
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rível cogitar das relações do econô
Admitimos, por outro lado, que o critério de atividade profissional per
cialidade das decisões.
vem ser estabelecidos e difundidos
momentos diversos seria uma quime dinâmica que não permite paralisar sua atividade móvel para, num mo mento dado, extrair dela os resulta
Comissão, a qual será presidida por um alto magistrado, por exemplo,cujo papel será assegurar a impar
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De fato, as empresas têm uma
de rentabilidade, a Administração, os
Os coeficientes de rentabilidade» re
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A multiplicação da cifra de negó cios de um mês pelo coeficiente de rentabilidade da categoria de aue faz parte a emprêsa interessada, indica rá o montante de imposto sobre o lucro presumível durante èsse mês. Mas, para fazer coincidir mais com pletamente ainda o econômico e o
VIIWII
Dxcesto
fiscal, basta apenas limitar-se a coor denar os elementos cifra de negó cios e coeficiente uma vez por mês. E' interessante fazê-lo na ocasião de
cada realização (entrada de dinheiro em caixa) da empresa.
Os direitos
fiscais poderão mesmo ser estabele cidos em cada fatura emitida pela
empresa, por ocasião da venda de mercadorias ou da prestação de ser
viços.
Bastará aplicar o coeficiente
de rentabilidade ao montante total da
fatura. Os impostos sobre os lucros das empresas se transformam, assim, numa espécie de taxa, e as tributa ções quase em taxações.
^*9
Econômico
conto fiscal por ciclos ou por perío dos de prosperidade ou do depressão.
X — Contencioso fiscal.
O contencioso fiscal permite aos contribuintes
discutirem
conti-aditò-
.1 1 pi
Dinp-STO
de a esta exigênciíi ]>ara cada em-
de vista da conclusão das conven
tegoria de eminésas com o objetivo
a dupla tributação.
de verificar a atualidade dos coefi
cientes médios de rentabilidade para
rantir a imparcialidade das soluções
cada grupo existente, tomando como
Nada impede que o aju.stamento ou
base os resultados efetivos obtidos no
fim de cada ano ou de cada ciclo.
fim dos períodos anuais ou cíclicos A taxação decorrente do mecanis
mo fiscal que lança mão das noções de cifra de negócios e de coeficientes
de rentabilidade tem como principal defeito levai' a lucros presumíveis. Mesmo que os coeficientes de renta bilidade sejam estabelecidos de ma
neira bastante exata, o fato, por si só, de que representem uma média, só pode dar resultados aproximativos. Os dados mensais coligidos nó fim do ano, no momento do estabeleci mento do balanço poderão ser com parados aos resultados definitivos da empresa. Nesse momento, será pos sível operar um desconto fiscal de que será devedora a empresa quando o lucro real ultrapassar o benefício
anual presumível e já taxado, e cre dora aquela que terá pago mais do
que na realidade devia, excedente que jioderá ser considerado como um adiantamento sobre seus futuros im postos.
Para os partidários da tax*ação cíclica, é preferível recorrer ao des-
ções internacionais, a fim de evitar B. Efeitos monetários,
1 — Efeito deflacionista provo cado pela obrigação do pagamento mais rápido dos impostos diretos.
2 — Pagamento dos impostos na
anuais ou cíclicos sejam submetidos
Portanto, a fixação dos coeficien tes de rentabilidade prosseguem
às mesmas regras existentes hoje nos diversos países que aplicam a taxa
anualmente e sua exatidão é verifi
C. Efeitos econômicos.
cada segundo os dados particulares
1 — A concordância do aspecto
o desconto fiscal no fim dos períodos
ção anual sem recorrer ao mecanis
mo da taxação concomitante das rea
validados pelas emprêsas que recor reram ao contencioso fiscal.
O contencioso fiscal poderá tam bém funcionar na fase do estabele cimento dos coeficientes de rentabi lidade se o recurso dos interessados junto à Comissão Central, presidida por um alto magistrado, fôr assegu rado por um dispositivo categórico
medida das realizações das emprêsas.
fiscal e da vida das emprêsas repre
senta um reforço da economia dos
países onde o sistema é aplicado.
lizações das emprêsa.s.
IX — Ajustamento e desconto fiscal nt)
() — Facilidade relativa do ponto
prêsa separadamente, porém, a ope ração deve também ser feita por ca
riamente sua situação fiscal e ga por intermédio do poder judiciário.
73
EctJ.NÓxfico
XII — Defeitos do sistema. 1
cionais, as taxações evidenciam a função exata dos impostos a elas
Pode sustentar-se que o re
ligadas.-
mível.
2
2 — No que toca às trocas interna
Estabelece um lucro presu
curso à noção da cifra de negócios e aos coeficientes de rentabilidade
•^IV — Conclusões.
da lei.
complica mais ainda o sistema atual da taxação anual, em virtude dos di
O mecanismo fiscal da taxação dos lucros resultantes da aplicação de
Quanto às divergências possíveis sobre o montante da cifra de negó
versos trabalhos de estatísticas eco nômicas, fiscais e contábeis, bem co
um coeficiente de rentabilidade à ci
cios dos contribuintes, a única moda
mo do desdobramento das operações
fra de negócios das emprêsas representá uma modesta contribuição no
lidade compatível com o automatis-
de taxação que exige.
sentido de reduzir o número das con
mo de sua taxação consistirá em con testar a função fiscal estabelecida
na base de uma cifra de negócios errônea.
XI — Correção anual ou cíclica dos coe
ficientes de rentabilidade. Como os coeficientes de rentabili
dade são calculados segundo a média
dos lucros de algumas emprêsas de um mesmo ramo, é preciso, para con
seguir os melhores resultados pos síveis, atentar para a evolução desses coeficientes em face dos lucros reais
das emprêsas.
O ajustamento e o desconto fiscal no fim do ano ou do ciclo correspon-
tradições e de aplainar as asperezas XIII — Efeitos po.sitiv-os. A. Efeitos fiscais. 1 Automatismo e concomitân
cia da taxação e da atividade econô mica da empresa.
2 — Economia de pessoal fiscal,
já que a taxação dos lucros se trans forma numa operação muito simples. 3 — Ritmo acelerado de entradas
fiscais, sendo os débitos estabeleci dos por mês ou por operação. 4 — Simplificação das operações fiscais, mesmo para o contribuinte.
5 — O princípio da taxação anual,
que prejudicam as relações necessá
rias entre a Administração e as em prêsas comerciais e industriais.
Esta técnica não inova a tal ponto que seja preciso modificar o sistema atualijiente em vigor na grande maio ria dos países; tem o mérito de ser o
ponto culminante dos esforços feitos no sentido de melhorar as relações existentes entre o econômico e o fis
cal, situação desejada tanto pela Ad ministração como pelas emprêsas. O tema, e talvez, a solução, repre
sentam contribuições para c progres
caro à Administração, torna-se acei
so da jovem ciência da Economia Fi
tável para o contribuinte.
nanceira.
VIIWII
Dxcesto
fiscal, basta apenas limitar-se a coor denar os elementos cifra de negó cios e coeficiente uma vez por mês. E' interessante fazê-lo na ocasião de
cada realização (entrada de dinheiro em caixa) da empresa.
Os direitos
fiscais poderão mesmo ser estabele cidos em cada fatura emitida pela
empresa, por ocasião da venda de mercadorias ou da prestação de ser
viços.
Bastará aplicar o coeficiente
de rentabilidade ao montante total da
fatura. Os impostos sobre os lucros das empresas se transformam, assim, numa espécie de taxa, e as tributa ções quase em taxações.
^*9
Econômico
conto fiscal por ciclos ou por perío dos de prosperidade ou do depressão.
X — Contencioso fiscal.
O contencioso fiscal permite aos contribuintes
discutirem
conti-aditò-
.1 1 pi
Dinp-STO
de a esta exigênciíi ]>ara cada em-
de vista da conclusão das conven
tegoria de eminésas com o objetivo
a dupla tributação.
de verificar a atualidade dos coefi
cientes médios de rentabilidade para
rantir a imparcialidade das soluções
cada grupo existente, tomando como
Nada impede que o aju.stamento ou
base os resultados efetivos obtidos no
fim de cada ano ou de cada ciclo.
fim dos períodos anuais ou cíclicos A taxação decorrente do mecanis
mo fiscal que lança mão das noções de cifra de negócios e de coeficientes
de rentabilidade tem como principal defeito levai' a lucros presumíveis. Mesmo que os coeficientes de renta bilidade sejam estabelecidos de ma
neira bastante exata, o fato, por si só, de que representem uma média, só pode dar resultados aproximativos. Os dados mensais coligidos nó fim do ano, no momento do estabeleci mento do balanço poderão ser com parados aos resultados definitivos da empresa. Nesse momento, será pos sível operar um desconto fiscal de que será devedora a empresa quando o lucro real ultrapassar o benefício
anual presumível e já taxado, e cre dora aquela que terá pago mais do
que na realidade devia, excedente que jioderá ser considerado como um adiantamento sobre seus futuros im postos.
Para os partidários da tax*ação cíclica, é preferível recorrer ao des-
ções internacionais, a fim de evitar B. Efeitos monetários,
1 — Efeito deflacionista provo cado pela obrigação do pagamento mais rápido dos impostos diretos.
2 — Pagamento dos impostos na
anuais ou cíclicos sejam submetidos
Portanto, a fixação dos coeficien tes de rentabilidade prosseguem
às mesmas regras existentes hoje nos diversos países que aplicam a taxa
anualmente e sua exatidão é verifi
C. Efeitos econômicos.
cada segundo os dados particulares
1 — A concordância do aspecto
o desconto fiscal no fim dos períodos
ção anual sem recorrer ao mecanis
mo da taxação concomitante das rea
validados pelas emprêsas que recor reram ao contencioso fiscal.
O contencioso fiscal poderá tam bém funcionar na fase do estabele cimento dos coeficientes de rentabi lidade se o recurso dos interessados junto à Comissão Central, presidida por um alto magistrado, fôr assegu rado por um dispositivo categórico
medida das realizações das emprêsas.
fiscal e da vida das emprêsas repre
senta um reforço da economia dos
países onde o sistema é aplicado.
lizações das emprêsa.s.
IX — Ajustamento e desconto fiscal nt)
() — Facilidade relativa do ponto
prêsa separadamente, porém, a ope ração deve também ser feita por ca
riamente sua situação fiscal e ga por intermédio do poder judiciário.
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EctJ.NÓxfico
XII — Defeitos do sistema. 1
cionais, as taxações evidenciam a função exata dos impostos a elas
Pode sustentar-se que o re
ligadas.-
mível.
2
2 — No que toca às trocas interna
Estabelece um lucro presu
curso à noção da cifra de negócios e aos coeficientes de rentabilidade
•^IV — Conclusões.
da lei.
complica mais ainda o sistema atual da taxação anual, em virtude dos di
O mecanismo fiscal da taxação dos lucros resultantes da aplicação de
Quanto às divergências possíveis sobre o montante da cifra de negó
versos trabalhos de estatísticas eco nômicas, fiscais e contábeis, bem co
um coeficiente de rentabilidade à ci
cios dos contribuintes, a única moda
mo do desdobramento das operações
fra de negócios das emprêsas representá uma modesta contribuição no
lidade compatível com o automatis-
de taxação que exige.
sentido de reduzir o número das con
mo de sua taxação consistirá em con testar a função fiscal estabelecida
na base de uma cifra de negócios errônea.
XI — Correção anual ou cíclica dos coe
ficientes de rentabilidade. Como os coeficientes de rentabili
dade são calculados segundo a média
dos lucros de algumas emprêsas de um mesmo ramo, é preciso, para con
seguir os melhores resultados pos síveis, atentar para a evolução desses coeficientes em face dos lucros reais
das emprêsas.
O ajustamento e o desconto fiscal no fim do ano ou do ciclo correspon-
tradições e de aplainar as asperezas XIII — Efeitos po.sitiv-os. A. Efeitos fiscais. 1 Automatismo e concomitân
cia da taxação e da atividade econô mica da empresa.
2 — Economia de pessoal fiscal,
já que a taxação dos lucros se trans forma numa operação muito simples. 3 — Ritmo acelerado de entradas
fiscais, sendo os débitos estabeleci dos por mês ou por operação. 4 — Simplificação das operações fiscais, mesmo para o contribuinte.
5 — O princípio da taxação anual,
que prejudicam as relações necessá
rias entre a Administração e as em prêsas comerciais e industriais.
Esta técnica não inova a tal ponto que seja preciso modificar o sistema atualijiente em vigor na grande maio ria dos países; tem o mérito de ser o
ponto culminante dos esforços feitos no sentido de melhorar as relações existentes entre o econômico e o fis
cal, situação desejada tanto pela Ad ministração como pelas emprêsas. O tema, e talvez, a solução, repre
sentam contribuições para c progres
caro à Administração, torna-se acei
so da jovem ciência da Economia Fi
tável para o contribuinte.
nanceira.
Dk;iíst() Ec:<)N(').MictJ
o GOVÊRNO COMANDA A INFLAÇÃO Moacyh Paixão
O
processo inflacionista no Brasil
tempo (lue as de moeda escriturai
não fofreu, até agora, solução de
aumentaram de 41,.3 bilhões para 54,9
meios de pagamento em circulação (papel-moeda e moeda escidtural, me nos moeda metálica), apresentou o seguinte quadro: Meios de pagamento
(milhões crs.) 1940 1943
1946 1949 1950
11.569 28.437
46.657 60.498
80.011
Raros países, no mundo, salvo a
China de antes da Revolução e alguns dos mais diretamente afetados pela guerra, como a França ou a Itália, chegaram a situação semelhante. Em cada ano, ondas de papel-moeda
foram sendo lançadas à circulação, acarretando a expansão dos depó sitos e dos empréstimos ba^cário.s e afinal desequilibrando a relação na tural entre o volume dos meios do pa gamento e o da produção nacional.
O salto emissionista mais impres sionante, aliás um recorde em tôda
a história orçamentária do país, ve rificou-se em 1950, quando as quan
(bilhões crs.) 16,0
(bilhões crs.) 5,9
renda nacional (%%)
13,5 41,5 80,0
33,7
79,3
156,5
35 40
52 61
Os defensores da inflação, quando
ta a acentuação do processo inflacio-
não levantam a tese estúpida dc que as emissões conduzem ti foi-maçno
nário. Realmente, em 1931, os meios
me o papel de substituta das merca dorias e exprime o seu valor de tro
de capitais, costumam argumentar que não houve ampliação excepcional dos meios de pagamento, so tomamos em conta o desenvolvimento parale lo dos diversos setores da economia nacional. E discutem que o volume
da renda
A Relação Moeda-Mercadoria
de 1940 a 1950 — o aumento dos
1950
Meios de
pagamento s/
das mãos do comprador para as do vendedor. Quer dizer, a moeda assu
bilhões.
das as suas características, particu larmente o aumento do potencial mo netário e a subida dos preços das Em 10 anos — o período que vai
1931 1940 1945
Meios de
pagamento
Não somente os meios de pagamen to são demasiados, como se consta
continuidade. Prosseguem acesas to
utilidades e serviços.
Anos
Renda nacional
da moeda em curso no jiaís está num plano de equilíbrio com a produção e o ritmo das trocas.
Na quase generalidade dos países,
de pagamento representavam 35% nacional encontrada nos
ca.
Nem por isso a quantidade de moe
cálculos da Missão Niemeyer. Dc lá em diante essa pcrccntagcm veio crescendo até 52% da renda nacional,
da dependerá essencial ou exclusiva mente da quantidade de mercadorias
em 1945 (cálculos da renda nacional de uma equipe da Fundação "Getúlio
pidez de seu curso; sendo mais rá pido o curso da mercadoria (merca-
em circulação, mas sobretudo da ra
doria-moeda-mercadoria) em nienor
Vargas").
Mas, apesar do fato à vista, vez por outra nega-se a ocorrência de um
quantidade a moeda será chamada a intervir no processo das trocas. No Brasil, com uma
distúrbio na venda de
sobretudo na Europa, em épocas nor
mercadorias e nos pre
economia de desenvolvi
mais o meio circulante raramente vai
além da metade do total das despe
ços, sob a máscara de que até aqui não foi pos
mento capitalista retar dado, é certo que a cir
sas públicos, ou a 20% da renda na
sível medir com preci
cional. Já no Brasil a situação é ou tra, o montante da nossa despesa pública anual nem sequer ultrapassa
são a quantidade nor
o valor global dos meios de pagamen as despesas da União, dos Estado.s e
tória do país. Não temos moeda em exagero ? Qual então o
Municípios, das próprias autarquias
limite dos meios de pa
e órgãos de economia mista doveni andar pela casa dos 50 bilhões do cruzeiros, os meios de pagamento so
da economia nacional?
de cruzeiros de papel-
A resposta se coloca num plano rigorosamente teórico, mas
moeda 0 os 65 bilhões de
to em circulação.
Assim, enquanto
bem a 80 bilhões.
O quadro se repete se tomamos inn
outro barômetro também freqüente mente usado para medir o equilíbrio da moeda no conjunto da economia do
país, ou sejam, os meios de pagamen
culação , da mercadoria se faz vagarosamente. A expansão das vendas
mal de moeda necessá
a crédito, a ação dos ne
ria à economia circula
gócios bancários na circiilação, são fenômenos recentes e ainda acanha
dos. Contudo, os 31 (ho
je já mais de 32) bilhões
gamento nas condições
admite um argumento liminar.
A
moeda escriturai, que as estatísticas
oficiais acusam, evidentemente supe
circulação de mercadorias está liga da inseparàvelmente à circulação da moeda, qualquer que seja sua natu reza (ouro, papel-moeda, títulos ban
ram de muito os montantes normais
do potencial monetário exigido no pais.
E' necessário considerar o seguin--
tidades de papel-moeda em circula
to postos em relação à renda nacional
cários etc.). Assim, quando uma mer
te: nosso papel-moeda é inconversí-
ção aumentaram de 24,0 bilhões de
produzida.
cadoria passa das mãos do vendedor
cruzeiros para 31,2 bilhões, ao mesmo
guinte;
vel, quer dizer, não tem o conteúdo da moeda-ouro para manter um auto-
Então, veremos o se-
para as do comprador, a moeda sai
Dk;iíst() Ec:<)N(').MictJ
o GOVÊRNO COMANDA A INFLAÇÃO Moacyh Paixão
O
processo inflacionista no Brasil
tempo (lue as de moeda escriturai
não fofreu, até agora, solução de
aumentaram de 41,.3 bilhões para 54,9
meios de pagamento em circulação (papel-moeda e moeda escidtural, me nos moeda metálica), apresentou o seguinte quadro: Meios de pagamento
(milhões crs.) 1940 1943
1946 1949 1950
11.569 28.437
46.657 60.498
80.011
Raros países, no mundo, salvo a
China de antes da Revolução e alguns dos mais diretamente afetados pela guerra, como a França ou a Itália, chegaram a situação semelhante. Em cada ano, ondas de papel-moeda
foram sendo lançadas à circulação, acarretando a expansão dos depó sitos e dos empréstimos ba^cário.s e afinal desequilibrando a relação na tural entre o volume dos meios do pa gamento e o da produção nacional.
O salto emissionista mais impres sionante, aliás um recorde em tôda
a história orçamentária do país, ve rificou-se em 1950, quando as quan
(bilhões crs.) 16,0
(bilhões crs.) 5,9
renda nacional (%%)
13,5 41,5 80,0
33,7
79,3
156,5
35 40
52 61
Os defensores da inflação, quando
ta a acentuação do processo inflacio-
não levantam a tese estúpida dc que as emissões conduzem ti foi-maçno
nário. Realmente, em 1931, os meios
me o papel de substituta das merca dorias e exprime o seu valor de tro
de capitais, costumam argumentar que não houve ampliação excepcional dos meios de pagamento, so tomamos em conta o desenvolvimento parale lo dos diversos setores da economia nacional. E discutem que o volume
da renda
A Relação Moeda-Mercadoria
de 1940 a 1950 — o aumento dos
1950
Meios de
pagamento s/
das mãos do comprador para as do vendedor. Quer dizer, a moeda assu
bilhões.
das as suas características, particu larmente o aumento do potencial mo netário e a subida dos preços das Em 10 anos — o período que vai
1931 1940 1945
Meios de
pagamento
Não somente os meios de pagamen to são demasiados, como se consta
continuidade. Prosseguem acesas to
utilidades e serviços.
Anos
Renda nacional
da moeda em curso no jiaís está num plano de equilíbrio com a produção e o ritmo das trocas.
Na quase generalidade dos países,
de pagamento representavam 35% nacional encontrada nos
ca.
Nem por isso a quantidade de moe
cálculos da Missão Niemeyer. Dc lá em diante essa pcrccntagcm veio crescendo até 52% da renda nacional,
da dependerá essencial ou exclusiva mente da quantidade de mercadorias
em 1945 (cálculos da renda nacional de uma equipe da Fundação "Getúlio
pidez de seu curso; sendo mais rá pido o curso da mercadoria (merca-
em circulação, mas sobretudo da ra
doria-moeda-mercadoria) em nienor
Vargas").
Mas, apesar do fato à vista, vez por outra nega-se a ocorrência de um
quantidade a moeda será chamada a intervir no processo das trocas. No Brasil, com uma
distúrbio na venda de
sobretudo na Europa, em épocas nor
mercadorias e nos pre
economia de desenvolvi
mais o meio circulante raramente vai
além da metade do total das despe
ços, sob a máscara de que até aqui não foi pos
mento capitalista retar dado, é certo que a cir
sas públicos, ou a 20% da renda na
sível medir com preci
cional. Já no Brasil a situação é ou tra, o montante da nossa despesa pública anual nem sequer ultrapassa
são a quantidade nor
o valor global dos meios de pagamen as despesas da União, dos Estado.s e
tória do país. Não temos moeda em exagero ? Qual então o
Municípios, das próprias autarquias
limite dos meios de pa
e órgãos de economia mista doveni andar pela casa dos 50 bilhões do cruzeiros, os meios de pagamento so
da economia nacional?
de cruzeiros de papel-
A resposta se coloca num plano rigorosamente teórico, mas
moeda 0 os 65 bilhões de
to em circulação.
Assim, enquanto
bem a 80 bilhões.
O quadro se repete se tomamos inn
outro barômetro também freqüente mente usado para medir o equilíbrio da moeda no conjunto da economia do
país, ou sejam, os meios de pagamen
culação , da mercadoria se faz vagarosamente. A expansão das vendas
mal de moeda necessá
a crédito, a ação dos ne
ria à economia circula
gócios bancários na circiilação, são fenômenos recentes e ainda acanha
dos. Contudo, os 31 (ho
je já mais de 32) bilhões
gamento nas condições
admite um argumento liminar.
A
moeda escriturai, que as estatísticas
oficiais acusam, evidentemente supe
circulação de mercadorias está liga da inseparàvelmente à circulação da moeda, qualquer que seja sua natu reza (ouro, papel-moeda, títulos ban
ram de muito os montantes normais
do potencial monetário exigido no pais.
E' necessário considerar o seguin--
tidades de papel-moeda em circula
to postos em relação à renda nacional
cários etc.). Assim, quando uma mer
te: nosso papel-moeda é inconversí-
ção aumentaram de 24,0 bilhões de
produzida.
cadoria passa das mãos do vendedor
cruzeiros para 31,2 bilhões, ao mesmo
guinte;
vel, quer dizer, não tem o conteúdo da moeda-ouro para manter um auto-
Então, veremos o se-
para as do comprador, a moeda sai
1 ,1 11
}.
76
Dicesto
Econü.nuco
Afinal, a cadeia emissionista termina em um ato do Govêrno mandando fazer-se um encontro de contas: as emissões da Carteira de Redcscontos são encampadas pelo Tesouro Na-
teiva de Redescontos, em diversas datas, no total de 9 bilhões de cruzeiros, determinando igualmente os .demais encontros de contas. O argumento é o mesmo usado noutras ocasiões: "um
cional, êste se exonera dos pagifmen-
recolhimento dessa enorme massa de
sões de papel-moeda, autorizadas pe
tos devidos ao Banco, que de sua parte encerra suas dívidas na Carteira de Redescontos. No fim. ninguém deve nada a ninguém (as Letras do Tesouro voltam canceladas às mitos do Govêrno), embora milhões e milhões
papel-moeda representaria deflação condenável" (Mensagem). Um argumento abbsolutamente desacreditado, que define bem as novas tendências da política monetária do Govêrno. Novas Perspectivas
lo Governo.
de cruzeiros, jogados à circulação
O atual Governo, quando se insta-
quase exclusivamente sob a forma de capital dc movimento, continuem au-
lou, recebeu uma pesada carga de compromissos financeiros para aten-
mentando a fogueira da inflação. Agora mesmo o atual Govêrno acaba de encaminhar à Câmara uma Mensagem com anteprojeto de lei, autorizando o Tesouro Nacional a encampar emissões solicitadas pela Car-
der, sem as devidas fontes de receita. A situação, dizia o Ministro da Fazenda em relatório ao Chefe da Nação (março de 1951), é séria e grave, apvesentando-se nos termos seguintes:
equilíbrio com as mercadorias em cir
letras com vencimentos fixos. O Ban
culação. Se o nível de equilíbrio na
co, contudo, nem sempre tem recursos próprios disponíveis, tornando-se im
tural entre mercadorias e serviços, de um lado, e de outro a moeda, fosse — digamos — de 20 bilhões de cru
zeiros, o aparecimento cumulativo de novas quantidades de dinheiro atea
ria o fogo da inflação e toda a moeda se depreciaria.
Os governos, lançando à circulação anualmente novas somas de meios de
pagamento, num ritmo mais rápido
que o do aumento das forças produti vas e dos bens e serviços levados ao
mercado, gerou a inflação em todos os seus aspectos.
Sobreveio movi
mento altista no custo da vida o a desvalorização da moeda.
possível atender aos adiantamentos
solicitados sem antes reforçar seu en caixe, e então ap'ela para a Carteira
de Redescontos; do contrário, preci saria reduzir ao mínimo os emprés timos regulares ao comércio, à lavou ra ou à indústria. Por sua vez a Car teira de Redescontos recorre às emis
Em 1950, o movimento de emissões para a Carteira de Redescontos su
biu a 7,2 bilhões de cruzeiros, sendo
de 6,5 bilhões os empréstimos ao Ban co do Brasil, inclusive 2 bilhões rela
A Cadeia Emissionista
Como funcionou o aparelho emlssmmsta? Que papel ocupou o Govêr-
no no desenvolvimento da inflação? Ss das no simples estudo dasi-espondirelações entre o Tesouro Nacional, de um lado e o Banco do Brasil, do outro.
Dic;is'iíi Econú.mico
tivos à emissão de Letras do Tesou ro, dinheiro esse direta ou indireta mente endereçado à cobertura das ne cessidades financeiras do Govêrno.
Em crs.
Geralmente, o Govêrno alega que as emissões em causa não conduzem
à inflação, porque se fazem contra
1. 2.
"efeitos liquidáveis a curto prazo"
3.
Déficit orçamentário Créditos transferidos
2.318.021.431 183.210.451
Créditos adicionais especiais autorizados e não abertos no exercício anterior
2.135.397.656
Sempre que se encontra diante de escassez de numerário para atender
(Letras, duplicatas etc.), e à medida que êles se vençam o numerário emi
a qualquer necessidade financeifa — seja a cobertura de deficits orçamen
ção.
5. Pagamentos obrigatórios não incluídos no orça
Ora, em primeiro lugar a existên cia de garantias liquidáveis, cobrindo as emissões, não detém o processo
6. Pagamentos obrigatórios insuficientemente in
tários, a daçao de créditos novos, ou o financiamento da produção ou do comercio — o Governo usa a "linha
de menor resistência", conforme o atual Presidente do Banco do Brasil no último relatório dêsse órgão de' finiu a manobra emissionista. Quer dizer, o Governo convoca o Banco do Brasil e mais diretamente a Carteira de Redescontos para financiar suas despesas.
A manobra se processa assim; o Tesouro Nacional pede numerário ao Banco do Brasil, contra garantia de
tido irá sendo retirado da circula
4.
Novos encargos votados, sem receita correspon
dente, cujas despesas se efetuarão no. corrente exercício mento
cluídos no orçamento
cumulativo da inflação. Isso é ABC em teoria monetária. Além do mais,
o que habitualmente acontece é que 03 "efeitos" se vencem mas a moeda
emitida permanece em circulação. O Govêrno determina a incorporação ao meio circulante do papel-moeda emi
tido pela Carteira de Redescontos, alegando que o recolhimento dêsse nu
merário à Caixa de Amortização, quer
dizer, a sua retirada da circulação, seria deflação condenável.
1.923.220.732 151.032.698
107.580.400 6.818.463.368
Somados a êstes, outros encargos do Tesouro da União ainda existem
por satisfazer, inclusive 6 milhões de cruzeiros, aproximadamente, devidos aos Institutos ,de Previdência e 9 biIhões ao Banco do Brasil. Diante dêsse estado de cousas, do descalabro financeiro que o atordoa, declara o Govêrno na Mensagem com
que encaminhou ao Congresso a Proposta Orçamentária para o exercíci<
o 1952: "... Uma tal situação impu nha ao meu Govêrno a obrigação d< imediatamente pôr em execução unn política de saneamento das finança: nacionais, como medida indispensáve para reduzir ou, pelo menos, estabili zar o custo da vida, fazendo' voltar i
N
--'l
1 ,1 11
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76
Dicesto
Econü.nuco
Afinal, a cadeia emissionista termina em um ato do Govêrno mandando fazer-se um encontro de contas: as emissões da Carteira de Redcscontos são encampadas pelo Tesouro Na-
teiva de Redescontos, em diversas datas, no total de 9 bilhões de cruzeiros, determinando igualmente os .demais encontros de contas. O argumento é o mesmo usado noutras ocasiões: "um
cional, êste se exonera dos pagifmen-
recolhimento dessa enorme massa de
sões de papel-moeda, autorizadas pe
tos devidos ao Banco, que de sua parte encerra suas dívidas na Carteira de Redescontos. No fim. ninguém deve nada a ninguém (as Letras do Tesouro voltam canceladas às mitos do Govêrno), embora milhões e milhões
papel-moeda representaria deflação condenável" (Mensagem). Um argumento abbsolutamente desacreditado, que define bem as novas tendências da política monetária do Govêrno. Novas Perspectivas
lo Governo.
de cruzeiros, jogados à circulação
O atual Governo, quando se insta-
quase exclusivamente sob a forma de capital dc movimento, continuem au-
lou, recebeu uma pesada carga de compromissos financeiros para aten-
mentando a fogueira da inflação. Agora mesmo o atual Govêrno acaba de encaminhar à Câmara uma Mensagem com anteprojeto de lei, autorizando o Tesouro Nacional a encampar emissões solicitadas pela Car-
der, sem as devidas fontes de receita. A situação, dizia o Ministro da Fazenda em relatório ao Chefe da Nação (março de 1951), é séria e grave, apvesentando-se nos termos seguintes:
equilíbrio com as mercadorias em cir
letras com vencimentos fixos. O Ban
culação. Se o nível de equilíbrio na
co, contudo, nem sempre tem recursos próprios disponíveis, tornando-se im
tural entre mercadorias e serviços, de um lado, e de outro a moeda, fosse — digamos — de 20 bilhões de cru
zeiros, o aparecimento cumulativo de novas quantidades de dinheiro atea
ria o fogo da inflação e toda a moeda se depreciaria.
Os governos, lançando à circulação anualmente novas somas de meios de
pagamento, num ritmo mais rápido
que o do aumento das forças produti vas e dos bens e serviços levados ao
mercado, gerou a inflação em todos os seus aspectos.
Sobreveio movi
mento altista no custo da vida o a desvalorização da moeda.
possível atender aos adiantamentos
solicitados sem antes reforçar seu en caixe, e então ap'ela para a Carteira
de Redescontos; do contrário, preci saria reduzir ao mínimo os emprés timos regulares ao comércio, à lavou ra ou à indústria. Por sua vez a Car teira de Redescontos recorre às emis
Em 1950, o movimento de emissões para a Carteira de Redescontos su
biu a 7,2 bilhões de cruzeiros, sendo
de 6,5 bilhões os empréstimos ao Ban co do Brasil, inclusive 2 bilhões rela
A Cadeia Emissionista
Como funcionou o aparelho emlssmmsta? Que papel ocupou o Govêr-
no no desenvolvimento da inflação? Ss das no simples estudo dasi-espondirelações entre o Tesouro Nacional, de um lado e o Banco do Brasil, do outro.
Dic;is'iíi Econú.mico
tivos à emissão de Letras do Tesou ro, dinheiro esse direta ou indireta mente endereçado à cobertura das ne cessidades financeiras do Govêrno.
Em crs.
Geralmente, o Govêrno alega que as emissões em causa não conduzem
à inflação, porque se fazem contra
1. 2.
"efeitos liquidáveis a curto prazo"
3.
Déficit orçamentário Créditos transferidos
2.318.021.431 183.210.451
Créditos adicionais especiais autorizados e não abertos no exercício anterior
2.135.397.656
Sempre que se encontra diante de escassez de numerário para atender
(Letras, duplicatas etc.), e à medida que êles se vençam o numerário emi
a qualquer necessidade financeifa — seja a cobertura de deficits orçamen
ção.
5. Pagamentos obrigatórios não incluídos no orça
Ora, em primeiro lugar a existên cia de garantias liquidáveis, cobrindo as emissões, não detém o processo
6. Pagamentos obrigatórios insuficientemente in
tários, a daçao de créditos novos, ou o financiamento da produção ou do comercio — o Governo usa a "linha
de menor resistência", conforme o atual Presidente do Banco do Brasil no último relatório dêsse órgão de' finiu a manobra emissionista. Quer dizer, o Governo convoca o Banco do Brasil e mais diretamente a Carteira de Redescontos para financiar suas despesas.
A manobra se processa assim; o Tesouro Nacional pede numerário ao Banco do Brasil, contra garantia de
tido irá sendo retirado da circula
4.
Novos encargos votados, sem receita correspon
dente, cujas despesas se efetuarão no. corrente exercício mento
cluídos no orçamento
cumulativo da inflação. Isso é ABC em teoria monetária. Além do mais,
o que habitualmente acontece é que 03 "efeitos" se vencem mas a moeda
emitida permanece em circulação. O Govêrno determina a incorporação ao meio circulante do papel-moeda emi
tido pela Carteira de Redescontos, alegando que o recolhimento dêsse nu
merário à Caixa de Amortização, quer
dizer, a sua retirada da circulação, seria deflação condenável.
1.923.220.732 151.032.698
107.580.400 6.818.463.368
Somados a êstes, outros encargos do Tesouro da União ainda existem
por satisfazer, inclusive 6 milhões de cruzeiros, aproximadamente, devidos aos Institutos ,de Previdência e 9 biIhões ao Banco do Brasil. Diante dêsse estado de cousas, do descalabro financeiro que o atordoa, declara o Govêrno na Mensagem com
que encaminhou ao Congresso a Proposta Orçamentária para o exercíci<
o 1952: "... Uma tal situação impu nha ao meu Govêrno a obrigação d< imediatamente pôr em execução unn política de saneamento das finança: nacionais, como medida indispensáve para reduzir ou, pelo menos, estabili zar o custo da vida, fazendo' voltar i
N
--'l
78
tranqüilidade a família brasileira e livrando-a da angústia pei*manente
da inflação." Embora o Ministro da Fazenda ve
OuíEsio Econónuco
do os velhos caminhos que levam ao
poder aquisitivo da» grande» cama
agravamento da inflação o desvir tuam o desenvolvimento da economia
das da população o, portanto de limi
dutos industriais aumentam de preço com maior velocidade que os agríco
tação do mercado interno.
las, isso significa que o poder de com
nacional.
a situação dos trabalhadores da cida
des gastos públicos, que aliás atin
Caem Os S.alários Reais E O .Mercacado Interno
gem preferentemente verbas de obras
e sei-viços, isso não significa que a política financeira do atual Governo
conduza à paralisação do processo cumulativo da inflação. O que veri ficamos é que, em lugar daquela "in
versão nos têrmos da despesa" pre
conizada como corretivo da inflação pelo sr. Horácio Lafer, numa confe
rência no Estado Maior do Exér
cito (ainda antes de ser Ministro), o Governo nada faz de novo nos qua dros da economia e das finanças na cionais, em relação ao passado. Ve
ja-se, por exemplo, a proposta orça
mentária para o exercício de 1952 o segundo ano de governo — onde os - gastos com pessoal e serviços sem ca
ráter reprodutivo continuam absor vendo quase a totalidade das rendas
estatais. O Banco do Brasil, por ou tro lado, no semestre janeiro-junho seguiu também o caminho da inflação' ao movimentar grandes quantias em operações financeiras, sobretudo para governos estaduais, desfalcando seu
encaixe com que deveria atender aos empréstimos econômicos para servi ços reprodutivos na indústria ou na agricultura.
Além disso, começaram as emissões
Quase um bilhão de cruzeiros em papel-moeda emitiu o Governo até ju nho, sob o pretexto de permitir a maior elasticidade do crédito. Na verdade, trata-se de desenvolver o crédito comercial e não os investimen tos. Estamos, não ha dúvida, corren-
E' dura
de, mas se consideramos que os pro
nha mandando aplicar medidas seve
ras, em certo sentido, de compressão
Dicestí) Economico
Amplas camadas do nosso povo so frem pesadamente os impactos da in flação, especificamente os trabalha
dores da indústria e da lavoura, os comerciários, pequenos servidores pú
blicos (inclusive militares) e artesãos, cujas rendas expressas em moeda, embora aumentem, esse aumento se
faz mais lentamente que o dos preços das mercadorias e serviços. Dentro da inflação, caem os salá
rios reai.s das massas da população que vivem do aluguel de sua força de trabalho. Para os donos dos meios
de produção, contudo, a situação é diversa; na indústria, a baixa do sa
lário real dos trabalhadores implica na redução dos custos de produção e a diferença entre os preços dos bens e seu valor se apresenta mais elástica e tudo isso aumenta a taxa de lucros das empresas.
Diz a propósito o Professor Eugê nio Gudin, nos seus Princípios de Economia Monetária:
"Como o processo da inflação re dunda, sempre, em benefício dos ho mens de negócios, êles não veem ou não querem ver que esse benefício não é representado por uma nova
criação de riqueza e sim pela trans ferência, para êles, do produto da privação, da economia forçada das outras classes sociais."
Essa economia forçada deve ser en tendida como o regime de maior es poliação, de privações, de baixa do
pra dos milhões de camponeses é ho je extraordinariamente baixo.
78
tranqüilidade a família brasileira e livrando-a da angústia pei*manente
da inflação." Embora o Ministro da Fazenda ve
OuíEsio Econónuco
do os velhos caminhos que levam ao
poder aquisitivo da» grande» cama
agravamento da inflação o desvir tuam o desenvolvimento da economia
das da população o, portanto de limi
dutos industriais aumentam de preço com maior velocidade que os agríco
tação do mercado interno.
las, isso significa que o poder de com
nacional.
a situação dos trabalhadores da cida
des gastos públicos, que aliás atin
Caem Os S.alários Reais E O .Mercacado Interno
gem preferentemente verbas de obras
e sei-viços, isso não significa que a política financeira do atual Governo
conduza à paralisação do processo cumulativo da inflação. O que veri ficamos é que, em lugar daquela "in
versão nos têrmos da despesa" pre
conizada como corretivo da inflação pelo sr. Horácio Lafer, numa confe
rência no Estado Maior do Exér
cito (ainda antes de ser Ministro), o Governo nada faz de novo nos qua dros da economia e das finanças na cionais, em relação ao passado. Ve
ja-se, por exemplo, a proposta orça
mentária para o exercício de 1952 o segundo ano de governo — onde os - gastos com pessoal e serviços sem ca
ráter reprodutivo continuam absor vendo quase a totalidade das rendas
estatais. O Banco do Brasil, por ou tro lado, no semestre janeiro-junho seguiu também o caminho da inflação' ao movimentar grandes quantias em operações financeiras, sobretudo para governos estaduais, desfalcando seu
encaixe com que deveria atender aos empréstimos econômicos para servi ços reprodutivos na indústria ou na agricultura.
Além disso, começaram as emissões
Quase um bilhão de cruzeiros em papel-moeda emitiu o Governo até ju nho, sob o pretexto de permitir a maior elasticidade do crédito. Na verdade, trata-se de desenvolver o crédito comercial e não os investimen tos. Estamos, não ha dúvida, corren-
E' dura
de, mas se consideramos que os pro
nha mandando aplicar medidas seve
ras, em certo sentido, de compressão
Dicestí) Economico
Amplas camadas do nosso povo so frem pesadamente os impactos da in flação, especificamente os trabalha
dores da indústria e da lavoura, os comerciários, pequenos servidores pú
blicos (inclusive militares) e artesãos, cujas rendas expressas em moeda, embora aumentem, esse aumento se
faz mais lentamente que o dos preços das mercadorias e serviços. Dentro da inflação, caem os salá
rios reai.s das massas da população que vivem do aluguel de sua força de trabalho. Para os donos dos meios
de produção, contudo, a situação é diversa; na indústria, a baixa do sa
lário real dos trabalhadores implica na redução dos custos de produção e a diferença entre os preços dos bens e seu valor se apresenta mais elástica e tudo isso aumenta a taxa de lucros das empresas.
Diz a propósito o Professor Eugê nio Gudin, nos seus Princípios de Economia Monetária:
"Como o processo da inflação re dunda, sempre, em benefício dos ho mens de negócios, êles não veem ou não querem ver que esse benefício não é representado por uma nova
criação de riqueza e sim pela trans ferência, para êles, do produto da privação, da economia forçada das outras classes sociais."
Essa economia forçada deve ser en tendida como o regime de maior es poliação, de privações, de baixa do
pra dos milhões de camponeses é ho je extraordinariamente baixo.
Dicivsro
REFLEXÕES SòBRE A CONSTITUIÇÃO Afovso Aiunos j>1'; Mklo Thancxt
A
Constituição Democrática de 1946, em solenidade que deve servir de exemplo educativo para o culto da
Constituição em todo o país — suge re algumas reflexões que valham pa ra a nossa classe dirigente, como au tocrítica, diante dos agitados anos que acabamos de viver, e como toma
mais importantes, diz respeito à na
tureza mesma da Constituição. Que é 3á indagava em
se podem organizar para uma ação inteligível — uma ação que não seja
simples agitação — quando obede çam a certas determinantes teóricas.
Autor, o "Dif^eslo Econômico" publica a bela lição de Direito Ptihlico Consti
sentido.
Tomemos a Constituição —
vida pública, o homem que não tem
tucional (jue Afonso Arinos proferiu na
e aqui utilizo a palavra que, no caso, c final, porque reúne a diversidade
um sistema pelo menos coerente de
Câmara dos Deputados, entrecortada de
Na vida privada, e principalmente na idéias, mesmo as mais simples, um
aplausos. A nossa Revista, entretanto, não deixa de fazer restrições a al<^umns idéias sustentadas com tanto brilho pelo
dos aspectos — tal como ela é; um
homem que, para empregar a expres
texto formal, de conteúdo histórico.
são justa do povo, "não sabe o que
Apreciarei sintòticamento essas três
quer", não vive, vegeta, não é ser,
ibistrc Parlamentar.
caudais que vem desaguar no estuá
é objeto usável e transportável.
rio histórico da Constituição; o Direi
um povo composto de indivíduos desse
to, a Política e a Sociologia.
talvez atormentado que nos aguarda.
Entre as reflexões que nos impõe a data de hoje a primeira, que é das
memos a Constituição tal como ela
tal de verdadeira organização pai-a a ação pública, pois as fôrças que so arregimentam dentro do Estado só
periência sociológica, empregadas es tas expressões no mais compreensivo
Em hoinciuifien} t) ConslUniçâo c ao
da de consciência, em face do futuro
O que é uma Constituição
parciais do uma complexa realidade seriam fatalmente doformadoras. To
é, um texto formal cujo conteúdo material se integra de técnica jurí dica, de pensamento político e de ex
PASSAGEM do primeiro lustro da
— cujo transcurso a Câmara festeja
EcoNÓMif^o
E
E o
tipo é a massa plástica ideal para as
ki, vêm submetendo a matéria cons titucional à mais penetrante e abran gente das análises. Nós nos perderíamos fatalmente neste tesouro inoxaurível de pensa
farei diante desta alta Assembléia, sem receio de ser tido por doutrina-
aventuras dos que gostam de pensar e querer por todos, isto é, acima de
dor desligado da realidade; crítica
todos.
mentos o
conflito.
ansiosos pela solução pronta e satis
Seríamos como um nauta em pleno
fatória dos seus problemas concre
de
opiniões em
que pode com justiça ocorrer na mas sa dos representados, naturalmente
A técnica jurídica
A Constituição é antes de tudo um
estatuto jurídico.
i
Das numerosas
j
1862, Ferdmand Lassale, na sua fa
mar, que dispusesse de numerosas
tos, mas que não seria justa nem per
doutrinas sobre o conteúdo jurídico
mosa conferência aos democratas de
cartas, roteiros e portulanos, mas ao qual faltasse o auxílio da bússola. Diante dos livros, a nossa bússola
tinente no reduzido grupo dos repre
das Constituições, duas me parecem ^
Berlim,
Muitas podem ser, e muitas têm
sido as respostas que o Direito, a Política e a Sociologia vêm oferecen do a angustiosa pergunta do grande socialista alemão, nestes longos sé culos de sucessos e desastres alter
nados em que o homem, cumprindo a sua dolorida experiência, se esforça por um equilíbrio mais feliz entre os
interesses sociais, dentro da moldura do Estado.
Inútil seria procurarmos uma solu ção global e satisfatória para a dúvi da, confiados na leitura desprevenida
das centenas de obras-primas que, da Antigüidade ao Mundo contemporâ neo, desde Aristóteles até Harold Las-
sentantes a quem falo, os quais sa
especialmente úteis ao pensamento ,i|
jurídico dos dias atuais, a da insti- .
é o fio condutor ao raciocínio crítico
bem muito bem que não existe pos sibilidade de solução de múltiplos pro
e finalístico, isto é, aquele raciocínio
blemas concretos sem uma posição
do de direito.
que seleciona o material em função
teórica anterior de quem os deva re solver, pois já passou a liig-ar-comum dizer-se, em política, que a teoria ou
A idéia de que o Estado é uma das instituições sociais, e não tôda a so- . i
do objetivo que deseja atingir.
Na
treva das nossas dúvidas, a leitura por si só não é uma luz; são cami nhos a escolher. A luz trazemo-la
sistemática, dedutiva, da experiência
nós mesmos no nosso pensamento, e
concreta.
Jesus já disse no Evangelho que lou co é aquôle que, em voz de levantar bem alta a lanterna que lhe ilumine os passos, prefere escondê-la debai xo do leito.
tra coisa não é senão a generalização
Uma das demonstrações mais denunciadoras da queda da mentalida
tucionalização do poder e a do Esta-
'\
ciedade, ainda que tenha recebido bri-
tadistas de Teoria do Estado nao é, i em si mesma, uma aquisição recente.
Ela já se encontra expressa no afo- ;
de política em um país é esta espécie
rismo amirável com que Jesus mos trou para sempre, que o homem é
de desprezo proclamado pela teoria.
mais do que o cidadão, e que acima
E' uma atitude que denota, no terre
dos valores temporais que caem em
no das idéias, um alheamento primá
número cada vez maior sob o contro
riamente, no Direito, na Política e na
rio dos conceitos elementares, e o
le do Estado, pairarão, sempre, os «
Sociologia, conceitos dissociados de
que é muito mais grave, no plano das realizações, uma incapacidade to
valores espirituais, a crença, a opi nião, os sentimentosvprofundos, o gôs- ,
Não procuremos, poi.s, fragmentà-
Constituição, pois que tais
visões
»
lhantes contribuições de recentes tva- >
..
J
Dicivsro
REFLEXÕES SòBRE A CONSTITUIÇÃO Afovso Aiunos j>1'; Mklo Thancxt
A
Constituição Democrática de 1946, em solenidade que deve servir de exemplo educativo para o culto da
Constituição em todo o país — suge re algumas reflexões que valham pa ra a nossa classe dirigente, como au tocrítica, diante dos agitados anos que acabamos de viver, e como toma
mais importantes, diz respeito à na
tureza mesma da Constituição. Que é 3á indagava em
se podem organizar para uma ação inteligível — uma ação que não seja
simples agitação — quando obede çam a certas determinantes teóricas.
Autor, o "Dif^eslo Econômico" publica a bela lição de Direito Ptihlico Consti
sentido.
Tomemos a Constituição —
vida pública, o homem que não tem
tucional (jue Afonso Arinos proferiu na
e aqui utilizo a palavra que, no caso, c final, porque reúne a diversidade
um sistema pelo menos coerente de
Câmara dos Deputados, entrecortada de
Na vida privada, e principalmente na idéias, mesmo as mais simples, um
aplausos. A nossa Revista, entretanto, não deixa de fazer restrições a al<^umns idéias sustentadas com tanto brilho pelo
dos aspectos — tal como ela é; um
homem que, para empregar a expres
texto formal, de conteúdo histórico.
são justa do povo, "não sabe o que
Apreciarei sintòticamento essas três
quer", não vive, vegeta, não é ser,
ibistrc Parlamentar.
caudais que vem desaguar no estuá
é objeto usável e transportável.
rio histórico da Constituição; o Direi
um povo composto de indivíduos desse
to, a Política e a Sociologia.
talvez atormentado que nos aguarda.
Entre as reflexões que nos impõe a data de hoje a primeira, que é das
memos a Constituição tal como ela
tal de verdadeira organização pai-a a ação pública, pois as fôrças que so arregimentam dentro do Estado só
periência sociológica, empregadas es tas expressões no mais compreensivo
Em hoinciuifien} t) ConslUniçâo c ao
da de consciência, em face do futuro
O que é uma Constituição
parciais do uma complexa realidade seriam fatalmente doformadoras. To
é, um texto formal cujo conteúdo material se integra de técnica jurí dica, de pensamento político e de ex
PASSAGEM do primeiro lustro da
— cujo transcurso a Câmara festeja
EcoNÓMif^o
E
E o
tipo é a massa plástica ideal para as
ki, vêm submetendo a matéria cons titucional à mais penetrante e abran gente das análises. Nós nos perderíamos fatalmente neste tesouro inoxaurível de pensa
farei diante desta alta Assembléia, sem receio de ser tido por doutrina-
aventuras dos que gostam de pensar e querer por todos, isto é, acima de
dor desligado da realidade; crítica
todos.
mentos o
conflito.
ansiosos pela solução pronta e satis
Seríamos como um nauta em pleno
fatória dos seus problemas concre
de
opiniões em
que pode com justiça ocorrer na mas sa dos representados, naturalmente
A técnica jurídica
A Constituição é antes de tudo um
estatuto jurídico.
i
Das numerosas
j
1862, Ferdmand Lassale, na sua fa
mar, que dispusesse de numerosas
tos, mas que não seria justa nem per
doutrinas sobre o conteúdo jurídico
mosa conferência aos democratas de
cartas, roteiros e portulanos, mas ao qual faltasse o auxílio da bússola. Diante dos livros, a nossa bússola
tinente no reduzido grupo dos repre
das Constituições, duas me parecem ^
Berlim,
Muitas podem ser, e muitas têm
sido as respostas que o Direito, a Política e a Sociologia vêm oferecen do a angustiosa pergunta do grande socialista alemão, nestes longos sé culos de sucessos e desastres alter
nados em que o homem, cumprindo a sua dolorida experiência, se esforça por um equilíbrio mais feliz entre os
interesses sociais, dentro da moldura do Estado.
Inútil seria procurarmos uma solu ção global e satisfatória para a dúvi da, confiados na leitura desprevenida
das centenas de obras-primas que, da Antigüidade ao Mundo contemporâ neo, desde Aristóteles até Harold Las-
sentantes a quem falo, os quais sa
especialmente úteis ao pensamento ,i|
jurídico dos dias atuais, a da insti- .
é o fio condutor ao raciocínio crítico
bem muito bem que não existe pos sibilidade de solução de múltiplos pro
e finalístico, isto é, aquele raciocínio
blemas concretos sem uma posição
do de direito.
que seleciona o material em função
teórica anterior de quem os deva re solver, pois já passou a liig-ar-comum dizer-se, em política, que a teoria ou
A idéia de que o Estado é uma das instituições sociais, e não tôda a so- . i
do objetivo que deseja atingir.
Na
treva das nossas dúvidas, a leitura por si só não é uma luz; são cami nhos a escolher. A luz trazemo-la
sistemática, dedutiva, da experiência
nós mesmos no nosso pensamento, e
concreta.
Jesus já disse no Evangelho que lou co é aquôle que, em voz de levantar bem alta a lanterna que lhe ilumine os passos, prefere escondê-la debai xo do leito.
tra coisa não é senão a generalização
Uma das demonstrações mais denunciadoras da queda da mentalida
tucionalização do poder e a do Esta-
'\
ciedade, ainda que tenha recebido bri-
tadistas de Teoria do Estado nao é, i em si mesma, uma aquisição recente.
Ela já se encontra expressa no afo- ;
de política em um país é esta espécie
rismo amirável com que Jesus mos trou para sempre, que o homem é
de desprezo proclamado pela teoria.
mais do que o cidadão, e que acima
E' uma atitude que denota, no terre
dos valores temporais que caem em
no das idéias, um alheamento primá
número cada vez maior sob o contro
riamente, no Direito, na Política e na
rio dos conceitos elementares, e o
le do Estado, pairarão, sempre, os «
Sociologia, conceitos dissociados de
que é muito mais grave, no plano das realizações, uma incapacidade to
valores espirituais, a crença, a opi nião, os sentimentosvprofundos, o gôs- ,
Não procuremos, poi.s, fragmentà-
Constituição, pois que tais
visões
»
lhantes contribuições de recentes tva- >
..
J
DiCFSTO
KcONÓNfíCX>
to, que são insuscetíveis dc redução ou enquadramento pela ação do po der político. Êste é sem sombra de dúvida, o sentido da palavra divina:
como de traçar i*egras à organização alheia. Em outras palavras, a única capaz do poder de império ou de so
"Dai a César o que é de César e
Esta concepção jurídica que vê no Estado o poder in.stitucionalizado e na Constituição o estatuto jurídico
dai a Deus o que é de Deus". Quem der a César o que é de Deus, quem entregar ao Estado o que constitui
berania.
da grande instituição me parece im
a essência do ser humano, escraviza o
portante, porque dá a um só tempo
que só pode existir quando livre, e,
a noção dos limites o da supremacia
por isto mesmo, mata uma parte de
do Estado na órbita social.
si, a mais alta parte de si. E' a tre
Pondo de parte, como cumpre, o reino espiritual, aquilo que chama mos de essência humana e que, como já se viu, é insuscetível de apropria
menda escravidão totalitária, que não
é nova, que vem do fundo da escuri dão dos tempos, mas que nunca tal vez tenha assumido as monstruosas
proporções de hoje. Sou dos que pen sam que melhor será morrermos na luta do que a ela nos subme termos. E' preferível matar o corpo na luta para salvar o
espírito, do que fazer o contrá rio.
Voltando à tese de que o Estado
é uma das instituições sociais, embo ra a mais poderosa, mas coexistindo com outras, chegamos a compreender
o caráter estatuário da Constituição. A Constituição é o estatuto jurídico da instituição do Estado, tal como as regras de conduta de quaisquer outras instituições públicas ou privadas se
rão as suas respectivas constituições ou seus respectivos estatutos jurídi cos. Porque há um direito constitu cional de qualquer instituição como há o Direito Constitucional do Estado. Um grêmio literário, um clube de fu tebol, uma sociedade anônima são
ção pelo Estado, a teoria constitu
cional da instituição que já existia Jatente, mas que foi melhormente de lineada por Maurice Hauriou e a sua escola, vem nos mostrar que, mesmo no reino do tem
poral 6 do social, o homem não
pertence somente à instituição do Estado, mas também
a todas
ÜICJESIO
KCONÓMICI)
83
quadramento e terrorização do tra
duzida de uma norma inicial e ob
^jara 'conduzi-la à propaganda dc ódios; que não vê na* família um
jetiva, como sustentam os racionalistas; ou se o direito se subordina ao primado de um conjunto de regras
grupo natiu'al mas um aglomcí-ado económico-sexual c por isto lança )>ais contra filhos e irmãos contra irmãos, na ânsia dc destruir o que existo para reagrupar a sociedade em novas e misteriosas bases o foianações. O Estado totalitário, o Estado ins
tituição temporal, única que submeto todas as ações humanas ao exclusivo
vez existente, se impõe ao Estado.
A tragédia em que se engolfou o mundo neste século provém, em gran
de parte, da execução das teorias que
franquista, peronista, c uma triste loucura. E' muito pior do que o an tigo Estado absolutista, porque, ao tempo dêsto, o cliamado poder abso luto, sendo integral no seu âmbito de ação, o possuía contudo muito mais restrito, visto que, pelo próprio ca ráter da economia daquela época, ha via uma enorme parte da atividade
que não podia deixar de ser individual c livre.
tence ao seu ou aos seus grupos dis tintos: o grêmio cultural, o clube esportivo, o sindicato, a igreja, a fa
de influência
formidàvelmente e, portanto, o totali
mília. Ser cidadão livre num Es tado constitucional é mover-se no seio
tarismo do poder atual é de fato muito maior que o absolutismo de
dos seus grupos e admitir para eles
Luís XIV.
a regência normativa e geral das leis do Estado.* A teoria constitucional
não deve ser esquecida nos dias que
instituições que têm os seus estatu
de direito, aceitemos que êle, uma
Estado fascista, nazista, comunista,
tural inclinação. O homem livre per
democrática repele, por isto mesmo,
éticas preexistentes, provindas da própria natureza humana ou da re velação divina, como acreditam os jus-naturalistas. O essencial é que, qualquer que seja a nossa concepção
interêsse do seu desenvolvimento, o
aquelas outras a que adira por na
de forma irremissível, a pretensão do Estado totalitário, isto é, do Estado que totaliza em si as funções de to dos os grupos, de todas as institui ções sociais. O Estado que só admite
rarquia de normas logicamente de
balhador; que se infiltra na religião
Nos nossos dias dc ostan-
dardlzação e planificação, o campo do
Estado
aumentou
Outra doutrina constitucional que correm ó a do Estado de direito, ou da subordinação do Estado à regra
colocavam o Estado acima do direito.
E ficou demonstrado cabalmente que a força do Estado, abandonada a &i mesma, é uma coisa bestial e terrível, o que nunca se chega a conseguir
uma força capaz de submeter a to
das as outras reunidas. O sangue de milhões de vítimas inocentes deve ser argumento bastante para aquêlo.s
poucos homens de quem dependem os destinos do mundo. O Estado de
direito é o fundamento único da paz internacional. No campo interno, o Estado de direito se traduz pela sub missão do Governo à Constituição. O pensamento político
^ Ademais de ser um estatuto jurí dico a Constituição é a mais política
das leis. Êste caráter lhe é forçado
fica que tenhamos sobre as relações do direito com o Estado, pouco in
pela função mesma que ela desempenha no organismo social. Sendo a mais política de todas as leis, não pode dispensar um grande poder de adaptação. Não quero dizer com isto constitucional; seria uma atitude cí
jurídica.
Pouco importa a concepção filosó
tos jurídicos: as suas Constituições.
arte e literatura interessadas na pro
Todas elas, é claro, subordinadas às
paganda dos seus fins; que faz da
normas ditadas pela instituição social líder, que é o Estado, a única capaz
teressa aqui indagar se o direito de corre da lei estatal, limitando-se o
cultura física um meio de arregimen-
Estado voluntariamente pela norma
nica e arriscada, mas devemos acei
tação policial e militar; que trans
não só do poder de auto-organização,
forma o sindicato em órgão de en
que traça como querem os positivis tas jurídicos; se o direito é uma hie
tar que o pensamento político admite que tôdas as interpretações que sejam
que tudo pode caber na interpretação
DiCFSTO
KcONÓNfíCX>
to, que são insuscetíveis dc redução ou enquadramento pela ação do po der político. Êste é sem sombra de dúvida, o sentido da palavra divina:
como de traçar i*egras à organização alheia. Em outras palavras, a única capaz do poder de império ou de so
"Dai a César o que é de César e
Esta concepção jurídica que vê no Estado o poder in.stitucionalizado e na Constituição o estatuto jurídico
dai a Deus o que é de Deus". Quem der a César o que é de Deus, quem entregar ao Estado o que constitui
berania.
da grande instituição me parece im
a essência do ser humano, escraviza o
portante, porque dá a um só tempo
que só pode existir quando livre, e,
a noção dos limites o da supremacia
por isto mesmo, mata uma parte de
do Estado na órbita social.
si, a mais alta parte de si. E' a tre
Pondo de parte, como cumpre, o reino espiritual, aquilo que chama mos de essência humana e que, como já se viu, é insuscetível de apropria
menda escravidão totalitária, que não
é nova, que vem do fundo da escuri dão dos tempos, mas que nunca tal vez tenha assumido as monstruosas
proporções de hoje. Sou dos que pen sam que melhor será morrermos na luta do que a ela nos subme termos. E' preferível matar o corpo na luta para salvar o
espírito, do que fazer o contrá rio.
Voltando à tese de que o Estado
é uma das instituições sociais, embo ra a mais poderosa, mas coexistindo com outras, chegamos a compreender
o caráter estatuário da Constituição. A Constituição é o estatuto jurídico da instituição do Estado, tal como as regras de conduta de quaisquer outras instituições públicas ou privadas se
rão as suas respectivas constituições ou seus respectivos estatutos jurídi cos. Porque há um direito constitu cional de qualquer instituição como há o Direito Constitucional do Estado. Um grêmio literário, um clube de fu tebol, uma sociedade anônima são
ção pelo Estado, a teoria constitu
cional da instituição que já existia Jatente, mas que foi melhormente de lineada por Maurice Hauriou e a sua escola, vem nos mostrar que, mesmo no reino do tem
poral 6 do social, o homem não
pertence somente à instituição do Estado, mas também
a todas
ÜICJESIO
KCONÓMICI)
83
quadramento e terrorização do tra
duzida de uma norma inicial e ob
^jara 'conduzi-la à propaganda dc ódios; que não vê na* família um
jetiva, como sustentam os racionalistas; ou se o direito se subordina ao primado de um conjunto de regras
grupo natiu'al mas um aglomcí-ado económico-sexual c por isto lança )>ais contra filhos e irmãos contra irmãos, na ânsia dc destruir o que existo para reagrupar a sociedade em novas e misteriosas bases o foianações. O Estado totalitário, o Estado ins
tituição temporal, única que submeto todas as ações humanas ao exclusivo
vez existente, se impõe ao Estado.
A tragédia em que se engolfou o mundo neste século provém, em gran
de parte, da execução das teorias que
franquista, peronista, c uma triste loucura. E' muito pior do que o an tigo Estado absolutista, porque, ao tempo dêsto, o cliamado poder abso luto, sendo integral no seu âmbito de ação, o possuía contudo muito mais restrito, visto que, pelo próprio ca ráter da economia daquela época, ha via uma enorme parte da atividade
que não podia deixar de ser individual c livre.
tence ao seu ou aos seus grupos dis tintos: o grêmio cultural, o clube esportivo, o sindicato, a igreja, a fa
de influência
formidàvelmente e, portanto, o totali
mília. Ser cidadão livre num Es tado constitucional é mover-se no seio
tarismo do poder atual é de fato muito maior que o absolutismo de
dos seus grupos e admitir para eles
Luís XIV.
a regência normativa e geral das leis do Estado.* A teoria constitucional
não deve ser esquecida nos dias que
instituições que têm os seus estatu
de direito, aceitemos que êle, uma
Estado fascista, nazista, comunista,
tural inclinação. O homem livre per
democrática repele, por isto mesmo,
éticas preexistentes, provindas da própria natureza humana ou da re velação divina, como acreditam os jus-naturalistas. O essencial é que, qualquer que seja a nossa concepção
interêsse do seu desenvolvimento, o
aquelas outras a que adira por na
de forma irremissível, a pretensão do Estado totalitário, isto é, do Estado que totaliza em si as funções de to dos os grupos, de todas as institui ções sociais. O Estado que só admite
rarquia de normas logicamente de
balhador; que se infiltra na religião
Nos nossos dias dc ostan-
dardlzação e planificação, o campo do
Estado
aumentou
Outra doutrina constitucional que correm ó a do Estado de direito, ou da subordinação do Estado à regra
colocavam o Estado acima do direito.
E ficou demonstrado cabalmente que a força do Estado, abandonada a &i mesma, é uma coisa bestial e terrível, o que nunca se chega a conseguir
uma força capaz de submeter a to
das as outras reunidas. O sangue de milhões de vítimas inocentes deve ser argumento bastante para aquêlo.s
poucos homens de quem dependem os destinos do mundo. O Estado de
direito é o fundamento único da paz internacional. No campo interno, o Estado de direito se traduz pela sub missão do Governo à Constituição. O pensamento político
^ Ademais de ser um estatuto jurí dico a Constituição é a mais política
das leis. Êste caráter lhe é forçado
fica que tenhamos sobre as relações do direito com o Estado, pouco in
pela função mesma que ela desempenha no organismo social. Sendo a mais política de todas as leis, não pode dispensar um grande poder de adaptação. Não quero dizer com isto constitucional; seria uma atitude cí
jurídica.
Pouco importa a concepção filosó
tos jurídicos: as suas Constituições.
arte e literatura interessadas na pro
Todas elas, é claro, subordinadas às
paganda dos seus fins; que faz da
normas ditadas pela instituição social líder, que é o Estado, a única capaz
teressa aqui indagar se o direito de corre da lei estatal, limitando-se o
cultura física um meio de arregimen-
Estado voluntariamente pela norma
nica e arriscada, mas devemos acei
tação policial e militar; que trans
não só do poder de auto-organização,
forma o sindicato em órgão de en
que traça como querem os positivis tas jurídicos; se o direito é uma hie
tar que o pensamento político admite que tôdas as interpretações que sejam
que tudo pode caber na interpretação
mmm
mnmfmm
mm Dick-stc) Eco.nómico
84
contrariem os princípios gerais de
salta como uma iiutuietação simiesca, levando-nos à fúria de mudar antes
justiça, nem sacrifiquem os valove»
de experimentar, de refazer antes de
humanos reinantes no momento dado,
acabar a construção. Sobra-nos esta
devem caber dentro da Constituição.
agitação histérica que, como já tenho
O conteúdo político das Constituições só é vigoroso quando capaz de evoluir, quando corresponde a êste requisito
dito em escritos anteriores, nos leva
a fugir constantemente dos trabalhos difíceis, sob pretexto da mudança dos
mínimo da Constituição que é a du
métodos de
historicamente desejáveis, c que não
ração. Nós, povos latinos, cuja his tória constitucional é feita de revo
trabalhar.
Ainda neste ponto da jjolítica cons titucional há certas coi.sas a distin-
Dir.Ksio
Ei:í>nó.mico
85
pies grã-finagem social. Dai o acei tar-se que o perjúrio, a traição, a ladroagem pública em beneficio de organizações politicas sejam im posições naturais, sejam atitudes
mais conformes com as precisões his tóricas, digamos logo a palavra, ati
tudes mais populares. O homem que se conduziu no Governo segundo uma linha invariável de honestidade pes soal e política é chamado de inerte,
ral é uma das formas da detestada
superioridade social
O êxito desta
obra insensata será simplesmente o
naufrágio de tudo e de todos, numa República encalhada como uma bar ca apodrecida, num baixio de lodo
o de sangue.
Temos assim, nos grupos dirigen tes, de elevar o nível político da vida constitucional. E' dever de todos Linirmo-nos neste inadiável mister.
luções sucessivas às quais se seguem
guii-, e há riscos a denunciar às eli
é considerado um fracassado, e só
cada vez novas construções, nos con
Temos de adaptar politicamente a
tes intelectuais o às camadas diri gentes do Brasil.
não é proclamado um idiota total por um resto de pudor o de respeito
Constituição à realidade, temos de
aos valores tradicionais. Enquanto isto o que traiu, o que mentiu, o que
der reformá-la, temos de restaurar os
enriqueceu no poder, o que oprimiu, é galardoado com os mais tonitruantes epítetos e seguido pelos rebanhos
lugar de denegri-los, elevando como símbolos vitoriosos os exemplos mais
de adeptos mais entusiastas.
públicos.
sideramos muito políticos, quando, na verdade, os grandes povos políticos do
mundo são os saxões e escandinavos, nos quais a história constitucional é
feita de evolução continua e não de revoluções espasmódicas.
Enquanto na França, na Espanha, na América Latina, as Constituições duram muito menos do que os Códigos de Di
reito Privado, a Consti tuição dos Estados Uni
dos orientou a trans
formação de uma pe quena Confederação de províncias agrícolas no mais poderoso Estado industrial da História
universal; e a Constituição da In
glaterra não é estorvo à mudança da mais democrática e conservado
Falemos claro.
A adaptação po
lítica das Constituioções às sucessivas realizações da evolução histórica, coi sa essencial, como vimos, não pode
fazer esquecer que a política é uma arte que não dispensa a moralidade nos processos e que só tem o bem
Podemos terminar êste exame da
matéria política com uma referência
dade para indicar o mais grave sintoma do desagregação social do
espetaculares
Brasil de
hoje, diria
Mas estou seguro de que, no dia em
que tal sintoma é esta
que a convicção de que a moral é ini
Se eu tivesse autori
resultados
eleitorais.
incrível confusão que o
miga do sucesso se espalhar de fato
povo está começando
pela maioria esmagadora do nosso povo, no dia em que as classes ar
a fazer entre superio ridade moral e superioridade social. Explico-me melhor. Graças à imun
da corrupção de certa proiiaganda, graças ao atraso e à crença mila-
madas forem contaminadas por tal es
pírito cloacal e demissionista, então
greira do nosso povo bom e indefe
so, vai se infiltrando, aos poucos, no
tente no mundo democrático.
possível viver neste país. Falava-se
subconsciente das massas, esta im
muito, antigamente, no "Brasil, país
pressão perigosa de que a honestida de, a pureza de intenções e de proces
perdido".
sos, a dignidade da vida, a resistência ante as seduções do dinheiro ou dos
estados de corrupção de grupos limi tados. Hoje, as elites procuram cor
cargos, são outras tantas vantagens dos bem nascidos, dos ricos; são me
romper o povo, incutindo-lhe a opi nião de que a moral é um luxo de grã-finos, de que a superioridade mo-
falta e que urge cultivar entre nós.
Falta-nos esta capacidade de adap tação transformadora, que faça a es trutura do poder conforme com a
evolução da História, sem precisar desta diátese reformista que nos as-
degradantes na conduta dos homens
de tal descalabro é porque êle se circunscreve à loucura de alguns fa náticos e à inconsciência de alguns vendidos, embora dêle se originem
comum como fim.
campo de experiência para a mais ousada concepção de Estado exis
Aí está o gênio político que nos
valores morais da vida política, em
Se ainda temos salvação em face
deveremos clamar por que Deus man de sobre nós o fogo sagrado que des truiu Nínive, porque não será mais
ra das Monarquias européias em
procurar praticá-la antes de preten
ros luxos de quem não precisa, sim-
Era uma frase retórica,
mas só )0 era
porque
denunciava
a situação das classes militares. Nós, democratas, seremos sempre gratos a elas pela forma com que souberam
restaurar, no Brasil, as instituições livres. Confiamos na sua vigilância patriótica e quaisquer que sejam as divergências de opiniões surgidas no seu seio, sobre os problemas nacio
nais, só nos cumpre trabalhar sem desfalecinientos pela união das clas ses armadas, em torno da bandeira da Constituição.
A experiência sociológica Uma Constituição moderna não contém somente técnica jurídica e pensamento político. Isto se dava nas
épocas do liberalismo econômico, quando a doutrina constitucional que ria o Estado abstencionista em face das fiôrças privadas decisivamente atuantes. Verdade é que tal doutrina nunca se aplicou completamente fora
mmm
mnmfmm
mm Dick-stc) Eco.nómico
84
contrariem os princípios gerais de
salta como uma iiutuietação simiesca, levando-nos à fúria de mudar antes
justiça, nem sacrifiquem os valove»
de experimentar, de refazer antes de
humanos reinantes no momento dado,
acabar a construção. Sobra-nos esta
devem caber dentro da Constituição.
agitação histérica que, como já tenho
O conteúdo político das Constituições só é vigoroso quando capaz de evoluir, quando corresponde a êste requisito
dito em escritos anteriores, nos leva
a fugir constantemente dos trabalhos difíceis, sob pretexto da mudança dos
mínimo da Constituição que é a du
métodos de
historicamente desejáveis, c que não
ração. Nós, povos latinos, cuja his tória constitucional é feita de revo
trabalhar.
Ainda neste ponto da jjolítica cons titucional há certas coi.sas a distin-
Dir.Ksio
Ei:í>nó.mico
85
pies grã-finagem social. Dai o acei tar-se que o perjúrio, a traição, a ladroagem pública em beneficio de organizações politicas sejam im posições naturais, sejam atitudes
mais conformes com as precisões his tóricas, digamos logo a palavra, ati
tudes mais populares. O homem que se conduziu no Governo segundo uma linha invariável de honestidade pes soal e política é chamado de inerte,
ral é uma das formas da detestada
superioridade social
O êxito desta
obra insensata será simplesmente o
naufrágio de tudo e de todos, numa República encalhada como uma bar ca apodrecida, num baixio de lodo
o de sangue.
Temos assim, nos grupos dirigen tes, de elevar o nível político da vida constitucional. E' dever de todos Linirmo-nos neste inadiável mister.
luções sucessivas às quais se seguem
guii-, e há riscos a denunciar às eli
é considerado um fracassado, e só
cada vez novas construções, nos con
Temos de adaptar politicamente a
tes intelectuais o às camadas diri gentes do Brasil.
não é proclamado um idiota total por um resto de pudor o de respeito
Constituição à realidade, temos de
aos valores tradicionais. Enquanto isto o que traiu, o que mentiu, o que
der reformá-la, temos de restaurar os
enriqueceu no poder, o que oprimiu, é galardoado com os mais tonitruantes epítetos e seguido pelos rebanhos
lugar de denegri-los, elevando como símbolos vitoriosos os exemplos mais
de adeptos mais entusiastas.
públicos.
sideramos muito políticos, quando, na verdade, os grandes povos políticos do
mundo são os saxões e escandinavos, nos quais a história constitucional é
feita de evolução continua e não de revoluções espasmódicas.
Enquanto na França, na Espanha, na América Latina, as Constituições duram muito menos do que os Códigos de Di
reito Privado, a Consti tuição dos Estados Uni
dos orientou a trans
formação de uma pe quena Confederação de províncias agrícolas no mais poderoso Estado industrial da História
universal; e a Constituição da In
glaterra não é estorvo à mudança da mais democrática e conservado
Falemos claro.
A adaptação po
lítica das Constituioções às sucessivas realizações da evolução histórica, coi sa essencial, como vimos, não pode
fazer esquecer que a política é uma arte que não dispensa a moralidade nos processos e que só tem o bem
Podemos terminar êste exame da
matéria política com uma referência
dade para indicar o mais grave sintoma do desagregação social do
espetaculares
Brasil de
hoje, diria
Mas estou seguro de que, no dia em
que tal sintoma é esta
que a convicção de que a moral é ini
Se eu tivesse autori
resultados
eleitorais.
incrível confusão que o
miga do sucesso se espalhar de fato
povo está começando
pela maioria esmagadora do nosso povo, no dia em que as classes ar
a fazer entre superio ridade moral e superioridade social. Explico-me melhor. Graças à imun
da corrupção de certa proiiaganda, graças ao atraso e à crença mila-
madas forem contaminadas por tal es
pírito cloacal e demissionista, então
greira do nosso povo bom e indefe
so, vai se infiltrando, aos poucos, no
tente no mundo democrático.
possível viver neste país. Falava-se
subconsciente das massas, esta im
muito, antigamente, no "Brasil, país
pressão perigosa de que a honestida de, a pureza de intenções e de proces
perdido".
sos, a dignidade da vida, a resistência ante as seduções do dinheiro ou dos
estados de corrupção de grupos limi tados. Hoje, as elites procuram cor
cargos, são outras tantas vantagens dos bem nascidos, dos ricos; são me
romper o povo, incutindo-lhe a opi nião de que a moral é um luxo de grã-finos, de que a superioridade mo-
falta e que urge cultivar entre nós.
Falta-nos esta capacidade de adap tação transformadora, que faça a es trutura do poder conforme com a
evolução da História, sem precisar desta diátese reformista que nos as-
degradantes na conduta dos homens
de tal descalabro é porque êle se circunscreve à loucura de alguns fa náticos e à inconsciência de alguns vendidos, embora dêle se originem
comum como fim.
campo de experiência para a mais ousada concepção de Estado exis
Aí está o gênio político que nos
valores morais da vida política, em
Se ainda temos salvação em face
deveremos clamar por que Deus man de sobre nós o fogo sagrado que des truiu Nínive, porque não será mais
ra das Monarquias européias em
procurar praticá-la antes de preten
ros luxos de quem não precisa, sim-
Era uma frase retórica,
mas só )0 era
porque
denunciava
a situação das classes militares. Nós, democratas, seremos sempre gratos a elas pela forma com que souberam
restaurar, no Brasil, as instituições livres. Confiamos na sua vigilância patriótica e quaisquer que sejam as divergências de opiniões surgidas no seu seio, sobre os problemas nacio
nais, só nos cumpre trabalhar sem desfalecinientos pela união das clas ses armadas, em torno da bandeira da Constituição.
A experiência sociológica Uma Constituição moderna não contém somente técnica jurídica e pensamento político. Isto se dava nas
épocas do liberalismo econômico, quando a doutrina constitucional que ria o Estado abstencionista em face das fiôrças privadas decisivamente atuantes. Verdade é que tal doutrina nunca se aplicou completamente fora
Di(:i;.si() Económicíi
interveio, mais ou menos veladamen-
samente por enquanto, a instalação dos requisitos mínimos da igualdade,
te, no campo das atividades privadas. Hoje, a intervenção do Estado é acei
indispensável à vida dêlc.
vale o funcionamento da técnica ju
ta não só como inevitável, mas tam
rídica e do pensamento político da Constituição, sc não forem tais fa
dos livros, pois que o Estado sempre
bém como indispensável, porque se
verificou que não há liberdade sem garantias mínimas de igualdade, e
que a igualdade jurídica, tal como a moral, consiste precisamente em^ pro teger os fracos contra os fortes, isto é, em tratar desigualmente os seres desiguais. Por outro lado, a doutri na política chegava à conclusão do
De nada
tores acompanhados das ])i ovidências exigidas pela experiência sociológica. O Direito e a Política têm por fim. afinal, o bem comum, c êste não pode ser atingido sem uma larga ação de fraternidade humana.
Só os mais cegos e imjienitentes
que o liberalismo não é uma condição
reacionários podem acusar de dema gogos os que assim pensam. Eu mes
inseparável da democracia e que pode
mo tenho sofrido muitas acusações
perfeitamente existir um regime do
deste gênero nos últimos tempos, e o que nelas mais me inquieta é a in
mais lídimo caráter democrático, no qual o intervencionismo estatal se
amplie até os limites da necessidade geral.
Foi esta experiência sociológica, no mais amplo sentido, abrangendo' os vastos campos da economia e do tra
balho, que incorporou às novas Cons tituições capítulos considerados ma téria estranha ao Direito Constitu cional clássico.
A Constituição brasileira de 1946 é este respeito, plenamente saTisfa-
tória e se situa entre as mais perfei tas do Mundo de hoje.
Mas é preciso que ela seja aplica da, e corajosamente aplicada, tanto nos preceitos de valorização do tra
balho quanto nos de nacionalização da economia. As garantias da liberda
de, que são tão valiosas para d ho mem de certa cultura, pouco repre sentam para um povo como o brasi
leiro. De forma que — falemos claro
mais uma vez — assim como nós, dirigentes, exigimos a preservação
compreensão daqueles que as for mulam.
Considerar demagogia revolucioná ria a exigência do cumprimento da parte social e econômica da Consti
tuição é que representa, precisamente, um serviço à causa revolucionária.
Porque facilitar a evolução é impe dir a revolução, ao passo que repri mir o curso natural do progresso é preparar a explosão inevitável das mais justas revoltas.
Neste particular é urgente que po
nhamos em funcionamento a expe riência sociológica fixada no texto constitucional.
Nada explica, nada justifica que o Governo e o Congresso não tenham tomado posição, por exemplo, em fa
ce do problema da distribuição do.s
Dicksto EcoNÓMtro
ligência política. Daíjui, em nome d<»
Deputados, em palavras talvez dema
meu partido, lanço n maioria um apôlo e um convite para que colaboremos
siadas, algumas reflexões que, em no
logo nesta tarefa. Questões como a de uma mais justa
douta consideração, nesta solenidade em que festejamos a grande Consti
incidência do imposto de renda, do controle cias ações ao poi-tador, da na cionalização das riquezas do subsolo
tuição democrática de 1946. Devemos
e das fontes de energia, da direção
como nomes simbólicos, os de Nereu
pública das autarquias enti'egues à
Ramos e Costa Neto, pela maioida, e
escuridão das gestões privadas, acham-se ligadas a êste capítulo bem
pela oposição.
como outras, como a libertação dos sindicatos da escravidão oficial, que
me do meu partido, submeto à vossa
orgulhar-nos dela e dos constituintes que a elaboraram, dos quais citarei,
Otávio Mangabeira e Prado Kelly, Para cultuar a Constituição, é pre
até na Itália, que nos serviu de mo-
ciso conhecê-la, para conhecê-la é ne cessário aplicá-la, para aplicá-la é
dêlo, já desapareceu.
indispensável não temê-la.
Não podemos esquecer a existência de capítulos inteiros da Constituição
sob a alegação de que aplicá-los é impedir o desenvolvimento do pais,
o enriquecimento do povo, tudo isso de envolta com raciocínios complica dos e afirmações eruditas e enigmá
ticas.
Esta é a opinião e a ciência
de alguns poucos, sendo de se notar
que tais atitudes pretensamente cien tíficas se ajustam como luvas aos
mais visíveis interesses dos que as
emitem. A Constituição pensa de ou tra forma, dispõe coisas diversas. E o que cumpre a nós, legisladores, é obedecer à Constituição e não ficar mos ouvindo cursos suspeitos de es tatística terrorista ou de economia
política catastrófica. Palavras finais
Aí tendes, Sr. Presidente e Srs.
Membro de um partido de oposição, de um partido consciente das altas responsabilidades que incumbem à oposição, é com redobrada sincerida de que vos dirijo, Senhores Deputa dos e Senhores Constituintes, em no
me da União Democrática Nacional, os mais calorosos votos pela data de
hoje, e reitero nosso firme empenho de colaborar no trabalho de cons
trução constitucional que nos de fronta.
Rivarol dizia que a lei é como o
escudo: pesa mas protege. A Cons tituição não é só um escudo, e um lar. E' o lar democrático em que todos nós nos acolhemos para viver com
dignidade e liberdade a fascinante existência política: esta luta em prol do reinado da legalidade para o po der e da conquista da maior felici dade para todo o povo.
lucros das emprêsas, claramente co
locado. Dizer-se que êle é inaplicável é apenas uma mentira. E' uma forma disfarçada de se lhe negar
da liberdade, indispensável à nossa
aplicação. Pode-se perfeitamente dar cumprimento ao texto constitucional,
vida, o povo exige, ainda que confu-
desde que tenhamos para tanto inte '
•• •
Di(:i;.si() Económicíi
interveio, mais ou menos veladamen-
samente por enquanto, a instalação dos requisitos mínimos da igualdade,
te, no campo das atividades privadas. Hoje, a intervenção do Estado é acei
indispensável à vida dêlc.
vale o funcionamento da técnica ju
ta não só como inevitável, mas tam
rídica e do pensamento político da Constituição, sc não forem tais fa
dos livros, pois que o Estado sempre
bém como indispensável, porque se
verificou que não há liberdade sem garantias mínimas de igualdade, e
que a igualdade jurídica, tal como a moral, consiste precisamente em^ pro teger os fracos contra os fortes, isto é, em tratar desigualmente os seres desiguais. Por outro lado, a doutri na política chegava à conclusão do
De nada
tores acompanhados das ])i ovidências exigidas pela experiência sociológica. O Direito e a Política têm por fim. afinal, o bem comum, c êste não pode ser atingido sem uma larga ação de fraternidade humana.
Só os mais cegos e imjienitentes
que o liberalismo não é uma condição
reacionários podem acusar de dema gogos os que assim pensam. Eu mes
inseparável da democracia e que pode
mo tenho sofrido muitas acusações
perfeitamente existir um regime do
deste gênero nos últimos tempos, e o que nelas mais me inquieta é a in
mais lídimo caráter democrático, no qual o intervencionismo estatal se
amplie até os limites da necessidade geral.
Foi esta experiência sociológica, no mais amplo sentido, abrangendo' os vastos campos da economia e do tra
balho, que incorporou às novas Cons tituições capítulos considerados ma téria estranha ao Direito Constitu cional clássico.
A Constituição brasileira de 1946 é este respeito, plenamente saTisfa-
tória e se situa entre as mais perfei tas do Mundo de hoje.
Mas é preciso que ela seja aplica da, e corajosamente aplicada, tanto nos preceitos de valorização do tra
balho quanto nos de nacionalização da economia. As garantias da liberda
de, que são tão valiosas para d ho mem de certa cultura, pouco repre sentam para um povo como o brasi
leiro. De forma que — falemos claro
mais uma vez — assim como nós, dirigentes, exigimos a preservação
compreensão daqueles que as for mulam.
Considerar demagogia revolucioná ria a exigência do cumprimento da parte social e econômica da Consti
tuição é que representa, precisamente, um serviço à causa revolucionária.
Porque facilitar a evolução é impe dir a revolução, ao passo que repri mir o curso natural do progresso é preparar a explosão inevitável das mais justas revoltas.
Neste particular é urgente que po
nhamos em funcionamento a expe riência sociológica fixada no texto constitucional.
Nada explica, nada justifica que o Governo e o Congresso não tenham tomado posição, por exemplo, em fa
ce do problema da distribuição do.s
Dicksto EcoNÓMtro
ligência política. Daíjui, em nome d<»
Deputados, em palavras talvez dema
meu partido, lanço n maioria um apôlo e um convite para que colaboremos
siadas, algumas reflexões que, em no
logo nesta tarefa. Questões como a de uma mais justa
douta consideração, nesta solenidade em que festejamos a grande Consti
incidência do imposto de renda, do controle cias ações ao poi-tador, da na cionalização das riquezas do subsolo
tuição democrática de 1946. Devemos
e das fontes de energia, da direção
como nomes simbólicos, os de Nereu
pública das autarquias enti'egues à
Ramos e Costa Neto, pela maioida, e
escuridão das gestões privadas, acham-se ligadas a êste capítulo bem
pela oposição.
como outras, como a libertação dos sindicatos da escravidão oficial, que
me do meu partido, submeto à vossa
orgulhar-nos dela e dos constituintes que a elaboraram, dos quais citarei,
Otávio Mangabeira e Prado Kelly, Para cultuar a Constituição, é pre
até na Itália, que nos serviu de mo-
ciso conhecê-la, para conhecê-la é ne cessário aplicá-la, para aplicá-la é
dêlo, já desapareceu.
indispensável não temê-la.
Não podemos esquecer a existência de capítulos inteiros da Constituição
sob a alegação de que aplicá-los é impedir o desenvolvimento do pais,
o enriquecimento do povo, tudo isso de envolta com raciocínios complica dos e afirmações eruditas e enigmá
ticas.
Esta é a opinião e a ciência
de alguns poucos, sendo de se notar
que tais atitudes pretensamente cien tíficas se ajustam como luvas aos
mais visíveis interesses dos que as
emitem. A Constituição pensa de ou tra forma, dispõe coisas diversas. E o que cumpre a nós, legisladores, é obedecer à Constituição e não ficar mos ouvindo cursos suspeitos de es tatística terrorista ou de economia
política catastrófica. Palavras finais
Aí tendes, Sr. Presidente e Srs.
Membro de um partido de oposição, de um partido consciente das altas responsabilidades que incumbem à oposição, é com redobrada sincerida de que vos dirijo, Senhores Deputa dos e Senhores Constituintes, em no
me da União Democrática Nacional, os mais calorosos votos pela data de
hoje, e reitero nosso firme empenho de colaborar no trabalho de cons
trução constitucional que nos de fronta.
Rivarol dizia que a lei é como o
escudo: pesa mas protege. A Cons tituição não é só um escudo, e um lar. E' o lar democrático em que todos nós nos acolhemos para viver com
dignidade e liberdade a fascinante existência política: esta luta em prol do reinado da legalidade para o po der e da conquista da maior felici dade para todo o povo.
lucros das emprêsas, claramente co
locado. Dizer-se que êle é inaplicável é apenas uma mentira. E' uma forma disfarçada de se lhe negar
da liberdade, indispensável à nossa
aplicação. Pode-se perfeitamente dar cumprimento ao texto constitucional,
vida, o povo exige, ainda que confu-
desde que tenhamos para tanto inte '
•• •
mmm Digesto
89
Econômico
disse, do tempo de Luís XV, cujos
A LUTA DE TÜRGOT CONTRA A DERROCADA FINANCEIRA
"contrôleurs des finances" eram escolhidos entro membros da alta
nobreza, e apena.s por isso.
indispensáveis
pnEOcuPAçÃo absorvente dos gover-
ao erário real o.s recursos de que
nos honestos foi sempre o déficit orçamentário. Modernas teorias ten tam subestimar a gravidade do défi cit que a História assinala como o
êste carecia para custear os excessi vos gastos da côrte, a folha de bene
estopim que em muitos casos defla
no estrangeiro.
grou revoluções.
Se não podemos
fícios ao clero, os privilégios da no
breza o as representações custosas
aventuras galantes, pelo fausto de uma vida aparatosa a que não con
dizia a situação econômica do Reino.
Dominado por influências malsãs, que conduziam a França de guerra em guerra, ao desprestígio e às di ficuldades orçamentárias, criou êle a
atmosfera hostil à monarquia, e prepaiou poi isso o clima revolucionário onde floresceu e desabrochou o espí
meio,
desejando
Casa da Rainha, cargo que foiu extinto por Luís XV. Como titular dessa elevada função, Maurepas foi-
Estados Gerais, o bispo do Nancy,
mulou um vasto programa político,
pesas
econômico e social, condizente com
seu discurso de elogios ao rei e, alu
Luís XV alheava-se do governo, absoijido pelos gozos pessoais, pelas
seu
agradar os reis, e jn-oporcionar-lhes recursos para os seus loucos desper dícios,. de que compartilhavam, for javam teorias as mais absurdas,
Hábil, insinuante, embora super
ficial e frívolo, Maurepas ganhou a confiança de Maria Antonieta, sua igual na frivolidade, e dela obteve a nomeação de Superintendente íi
para com elas coonestar o sou con
ção Francesa a desordem financei ra nos governos de Luís XV e Luís
acontecimentos, que constituem um marco miliário da história o Mundo.
do
E
tro de Estado e Presidente do Conse lho.
luio com os reais senhores nas des
Monsenhor de Ia Fare, pontilhou o
dem como uma das causas diretas, predisponentes daqueles trágicos
homens
conhecimentos.
Luís XVI fê-lo retornar à côrte, já setuagenário, c nomeou-o Minis
Na abertura dos
apontar como causa única da Revolu
XVI, visto ter ela raízes mais pro fundas e complexas, não podemos também deixar de encarar tal desor
Raros
eram os que tinham de finanças os
Luiz Souza Gomi-:s
rnmm
dindo ao regime fiscal, tratou os exatores de "miseráveis, que exer cem atos de barbárie".
Ante tão se
nababescas empreendidas a
custa do
povo.
os desejos da rainha.
Luís XV teve vários ministros do Tesouro.
Podem-se imaginar os passes de
Justificando as despesas exigidas para a execução dêsse programa, o Supei-intendente assim expunha os
vero ataque ao fisco, as "comunas", representadas na solenidade, aplau
mágica desses maus financistas para
seus diferentes as-
diram
atender
fos e os angloma-
que
"frenèticamente".
assim
É justo
o fizessem: constituíam
elas os contribuintes, aquêles que pagam os impostos, e que mais uma vez manifestavam a sua ojeriza aos
poderes fiscais. gindo-se em
Mas o bispo, insur-
sua
oração contra a
com
so
licitude bajulatória aos gastos de uma côrte perdulária, e encher de favores as Pompadour, as X)u Barry e seus
barbárie dos "miseráveis exatores",
vorazes
atentava, sem o querer, conti*a os
além de dissipar em festas, bailes e es
interesses do clero, que recebia os seus subsídios através dos orçamen tos do Estado, alimentado, por sua
vez, pelas
receitas
dos impostos.
Os rendimentos da coroa não basta
comparsas,
petáculos uma gran de parte das rendas públicas. Um
desses
corte-
petos: "Os filóso níacos
ameaçam
n
alegria francesa: mantenhamos o &ôsto pelas reuniões delicadas e leves, ou teremos em breve a-
penas "clubs"; em preguemos o "vaudeville" para fazer
a guerra aos escri tos filosóficos e aos
tratados políticos. O rei é sisudo, é sério. Se seu mi nistro o fôr, crer-se-
vam, evidentemente, para distribuir
sãos sem escrúpulos
rito de 1789.
benefícios à igreja. E assim, se fos
foi o Conde de Mau-
Três décadas antes de findar o século XVIII, e após a morte de Luís XV, seu neto e sucessor Luís XVI encontrara o país em péssimas
se posta a seco a fonte dos tributos, pereceria o Segundo Estado, abebe-
repas, Jean Frederic Phélipeau. Cí nico, versátil e leviano, Maurepas
-á que entramos já na ruína. As fi nanças não se restabelecem pelo fa
rado nas "taxas" com que o povo
atingira, no reinado de Luís XV, os
contribuía até o esgotamento para o
mais altos postos da administração e das finanças. Ministro da Mari
to de que os cidadãos venham ajudar o rei a fazer cálculos." "É preciso
condições financeiras.
O desequilí
brio das contas públicas era de vul tosas proporções, e a situação ecoriómica, caraterizada por uma produção medíocre, não permitia dar
real erário.
Apesar da fúria com que os exa
tores arrecadavam, o déficit do oi'çamento público aumentava alavmantemente.
Êle vinha já, como se
moderar o luxo mas não desencora
nha e depois Ministro de Estado,
já-lo; se êle leva aos embaraços,
fora afinal corrido de Versalhes e
cria também recursos.
exilado, por causas pouco lisonjeiras
não atingem o ouro que se esconde;
para a sua honorabilidade.
o fisco não saberá descobri-lo senão
As finanças
mmm Digesto
89
Econômico
disse, do tempo de Luís XV, cujos
A LUTA DE TÜRGOT CONTRA A DERROCADA FINANCEIRA
"contrôleurs des finances" eram escolhidos entro membros da alta
nobreza, e apena.s por isso.
indispensáveis
pnEOcuPAçÃo absorvente dos gover-
ao erário real o.s recursos de que
nos honestos foi sempre o déficit orçamentário. Modernas teorias ten tam subestimar a gravidade do défi cit que a História assinala como o
êste carecia para custear os excessi vos gastos da côrte, a folha de bene
estopim que em muitos casos defla
no estrangeiro.
grou revoluções.
Se não podemos
fícios ao clero, os privilégios da no
breza o as representações custosas
aventuras galantes, pelo fausto de uma vida aparatosa a que não con
dizia a situação econômica do Reino.
Dominado por influências malsãs, que conduziam a França de guerra em guerra, ao desprestígio e às di ficuldades orçamentárias, criou êle a
atmosfera hostil à monarquia, e prepaiou poi isso o clima revolucionário onde floresceu e desabrochou o espí
meio,
desejando
Casa da Rainha, cargo que foiu extinto por Luís XV. Como titular dessa elevada função, Maurepas foi-
Estados Gerais, o bispo do Nancy,
mulou um vasto programa político,
pesas
econômico e social, condizente com
seu discurso de elogios ao rei e, alu
Luís XV alheava-se do governo, absoijido pelos gozos pessoais, pelas
seu
agradar os reis, e jn-oporcionar-lhes recursos para os seus loucos desper dícios,. de que compartilhavam, for javam teorias as mais absurdas,
Hábil, insinuante, embora super
ficial e frívolo, Maurepas ganhou a confiança de Maria Antonieta, sua igual na frivolidade, e dela obteve a nomeação de Superintendente íi
para com elas coonestar o sou con
ção Francesa a desordem financei ra nos governos de Luís XV e Luís
acontecimentos, que constituem um marco miliário da história o Mundo.
do
E
tro de Estado e Presidente do Conse lho.
luio com os reais senhores nas des
Monsenhor de Ia Fare, pontilhou o
dem como uma das causas diretas, predisponentes daqueles trágicos
homens
conhecimentos.
Luís XVI fê-lo retornar à côrte, já setuagenário, c nomeou-o Minis
Na abertura dos
apontar como causa única da Revolu
XVI, visto ter ela raízes mais pro fundas e complexas, não podemos também deixar de encarar tal desor
Raros
eram os que tinham de finanças os
Luiz Souza Gomi-:s
rnmm
dindo ao regime fiscal, tratou os exatores de "miseráveis, que exer cem atos de barbárie".
Ante tão se
nababescas empreendidas a
custa do
povo.
os desejos da rainha.
Luís XV teve vários ministros do Tesouro.
Podem-se imaginar os passes de
Justificando as despesas exigidas para a execução dêsse programa, o Supei-intendente assim expunha os
vero ataque ao fisco, as "comunas", representadas na solenidade, aplau
mágica desses maus financistas para
seus diferentes as-
diram
atender
fos e os angloma-
que
"frenèticamente".
assim
É justo
o fizessem: constituíam
elas os contribuintes, aquêles que pagam os impostos, e que mais uma vez manifestavam a sua ojeriza aos
poderes fiscais. gindo-se em
Mas o bispo, insur-
sua
oração contra a
com
so
licitude bajulatória aos gastos de uma côrte perdulária, e encher de favores as Pompadour, as X)u Barry e seus
barbárie dos "miseráveis exatores",
vorazes
atentava, sem o querer, conti*a os
além de dissipar em festas, bailes e es
interesses do clero, que recebia os seus subsídios através dos orçamen tos do Estado, alimentado, por sua
vez, pelas
receitas
dos impostos.
Os rendimentos da coroa não basta
comparsas,
petáculos uma gran de parte das rendas públicas. Um
desses
corte-
petos: "Os filóso níacos
ameaçam
n
alegria francesa: mantenhamos o &ôsto pelas reuniões delicadas e leves, ou teremos em breve a-
penas "clubs"; em preguemos o "vaudeville" para fazer
a guerra aos escri tos filosóficos e aos
tratados políticos. O rei é sisudo, é sério. Se seu mi nistro o fôr, crer-se-
vam, evidentemente, para distribuir
sãos sem escrúpulos
rito de 1789.
benefícios à igreja. E assim, se fos
foi o Conde de Mau-
Três décadas antes de findar o século XVIII, e após a morte de Luís XV, seu neto e sucessor Luís XVI encontrara o país em péssimas
se posta a seco a fonte dos tributos, pereceria o Segundo Estado, abebe-
repas, Jean Frederic Phélipeau. Cí nico, versátil e leviano, Maurepas
-á que entramos já na ruína. As fi nanças não se restabelecem pelo fa
rado nas "taxas" com que o povo
atingira, no reinado de Luís XV, os
contribuía até o esgotamento para o
mais altos postos da administração e das finanças. Ministro da Mari
to de que os cidadãos venham ajudar o rei a fazer cálculos." "É preciso
condições financeiras.
O desequilí
brio das contas públicas era de vul tosas proporções, e a situação ecoriómica, caraterizada por uma produção medíocre, não permitia dar
real erário.
Apesar da fúria com que os exa
tores arrecadavam, o déficit do oi'çamento público aumentava alavmantemente.
Êle vinha já, como se
moderar o luxo mas não desencora
nha e depois Ministro de Estado,
já-lo; se êle leva aos embaraços,
fora afinal corrido de Versalhes e
cria também recursos.
exilado, por causas pouco lisonjeiras
não atingem o ouro que se esconde;
para a sua honorabilidade.
o fisco não saberá descobri-lo senão
As finanças
JfíJtW' -W "I
Dicesk) Econômico
no meio da mais ativa circulação.
Percebi, no tempo do Cardeal de Pleury, que as economias feitas pe lo governo podem ter seus excessos.
nho do seu desejo do acertar, e con firmava a .sua
resistência, embora
débil, às libcralidades da rainha e de
^
JHminn)
OiCKSTf) lòCONÓMICO
to de impostos om tiabalho; as "mustrias" .significavam o trabalho e.scravo. Tais eram, porém, os intcrêsse.s
Calonne prestava-se admiràvelmente ao papel de coveiro da realeza. Era, como disse Leroy, "um liberti no sem princípios, sem religião, sem
É necessário ser-se como êle, cal mo, sagaz e flexível; mas não esta mos mais no tempo de imitar sua
seu "entourage". A política do Trinnon era porém invencível: ali ponti ficavam os amigos íntimos c conse lheiros da rainha — o.s Vei niond, os
feridos por êsses atos que corajosa mente suprimiam privilégios do clero e da nolíreza, (lue Turgot teve de abandonar o seu i>ôsto, exonerado pe
Polignac, a princesa do Lamballe, os
lo rei, mas contra a vontade dêste,
dissipações da côrte; dêle só se po
parcimônia."
condes do Artois e de Provence, ir mãos do rei, as tias dG.sle, o outros cortesãos que se sobrepunham à au toridade real, e trabalhavam insen satamente pela ruína da França.
e com grande alegria da rainha e de
deria obter o alargamento do déficit
Turgot, imbuído dos novos princí pios econômicos e financeiro.s, e su
o déficit orçamentário, suprimindo
Maria Antonieta, diz o historiador
Leroy, podia, mediante essas pala vras, despender, aumentar o déficit
das finanças, encher os seus favo.ritos de benefícios escandalosos: ja mais Mr. de Maurepas levantaria o mais leve protesto.
É que o Conde de Maurepas cria ra uma filosofia do déficit, justa posta ao seu caráter de cortesão a-
pondo-se forte no apoio do rei, em
seu séquito.
O ciue ficou da política de Turgot, foram ensinamentos (lUe até hoje .se
podenr aproveitar. Procurando evitaios impostos do circulação entre as
províncias do reino, ofereceu o gran de ministro provas robustas da sua larga visão da ciência econômica. Turgot teve como sucessores pri
mais frementes desejos de uma rai
preendeu reformas que encontraram a maior hostilidade por parte da mi nha e dos seus sequazos. A luta do
nha,8 de uma corte para as quais não tinham valor as coisas sensatas,
Turgot era contra o déficit, quo Maria Antonieta teimava em alargar,
austeras e razoáveis.
pelo que lhe apelidaram Madame Dé
meiro Malesherbe.s e depois Charles Alexandre de Calonne. Êste, segun do Funck-Brentano, era um espiri
ficit.
to frívolo, fecundo om intrigas e char-
máyel e gozador, e afeiçoado aos
Caindo Maurepas no desagrado da rainha, substituiu-o nas funções de Superintendente das finanças, Jacques Anne Robert Turgot, Barão de Aulne pertencente à plêiade de pen sadores que criaram a escola fisiocratica. Com Quesnay, Mercier de Ia Riviere, Dupont de Nemours e outros, Turgot fizera-se moda na cor te de Versalhes, que se interessou pelas novas idéias cuja aplicação prá tica foi tentada pelos soberanos de vários Estados. Pizera-se notar Tur
got sobretudo pelo talento com que expunha o sistema que a nova esco la do "laissez fairè" desejava im plantar. e pela severidade e inteli gência com que administrara as circunscrições de Limoges. Chamando-o
a desempenhar as elevadas funções de "contrôleur des finances", Luís XVI dava ao povo mais um testemu
Tentava êle reformar a Casa
orçamentário, o qual, na sua gestão dos dinheiros públicos alcançou tre
mendas proporções. Não imaginava o louco perdulário que os seus atos precipitavam a queda do trono, e o suplício dos reis. Bastavam-lhe as
simpatias e as zumbaias dos fúteis cortesãos, a quem Calonne lisonjeava com o seu espírito fino, a sua conver
sação pontilhada de anedotas e ditos chistosos, suas maneiras cativantes e desembaraçadas.
Calonne granjeou, por tudo isso, a confiança da "cotêrie" que acompa nhava a inexperiente e crédula rai nha. Todos porfiavam em tê-lo como o salvador das finanças públicas; to
do Rei, dimimündo-lhe as despesas,
latanices.
suprimindo funcionalismo improduti vo, restringindo os abusos de tôda a ordem, quo impatriòticamente di
confiantes, elevando cliàriamente o déficit. Costumava responder aos
lapidavam a fortuna pública. Espírito refletido e reto, Tiu-got
feito; se fÔr impossível, far-se-á."
o déficit, dando ao país uma era de prosperidade e paz. Mas o contrô
Os inimigos da rainha divulgaram o
leur" não se preocupava em extin
seguinte refrão, inspirado em preten
guir o déficit. Reconhecia que o es tado das finanças era deplorável; mas, lisonjeiro emérito, crivava de
defendia apaixonadamente o bem pú blico, e para isso afrontava a impo pularidade, ao cassar os privilégios ruinosos e enfrentar a onda de inte
resses contrariados. Graças a essa política, o déficit financeiro diminuiu sensivelmente, foi suprimida a corvéia, e atenuadas as pesadas e múl tiplas tributações; a agricultura se viu encorajada, a indústria mereceu cuidados especiais. Foram de Tur got as três grandes inovações da li
Deslumbrava as pessoas
moralidade". Versátil, dissipador, leviano — dêle não se poderia espe rar senão a conivência com as loucas
postulantes: "Se fôr possível, será
sos amores de Maria Antonieta com Calonne:
"C est par Calonne que j' aime; C est r or qu' il n' épargne pas". A rainha, entretanto, longe de amar Calonne, tinha por êle verdadeira
dos acreditavam que êle extinguiria
ironias o seu antecessor Turgot, a
que acusava de realizar sórdidas e mesquinhas economias. Mau contro lador das suas próprias finanças,
aversão. Ignoravam os inimigos do
perdulário incorrigível, confessou ao
trono ou fingiam ignorar o sentimen
rei oue devia duzentas mil libras, e
to de repulsa por ela manifestado;
que podia, graças às suas funções,
negando-o, serviam melhor aos pro
desobrigar-se dessa dívida; mas que nerosidade do soberano.
abolição da "corvéia" e das "mto-
pósitos que tinham em vista: os de degradar os soberanos perante a opi nião pública, atá-los ao pelourinho
trias". A "corvéia" ei-a o pagamen
da mais feroz execração.
mo, ficou por momentos interdito —
berdade do comércio de grãos, da
.*hê.u>êAI»^L,'ÍJií
preferia contar, para isso, com a ge Luís XVI,
mudo de estupor diante de tal cinis
JfíJtW' -W "I
Dicesk) Econômico
no meio da mais ativa circulação.
Percebi, no tempo do Cardeal de Pleury, que as economias feitas pe lo governo podem ter seus excessos.
nho do seu desejo do acertar, e con firmava a .sua
resistência, embora
débil, às libcralidades da rainha e de
^
JHminn)
OiCKSTf) lòCONÓMICO
to de impostos om tiabalho; as "mustrias" .significavam o trabalho e.scravo. Tais eram, porém, os intcrêsse.s
Calonne prestava-se admiràvelmente ao papel de coveiro da realeza. Era, como disse Leroy, "um liberti no sem princípios, sem religião, sem
É necessário ser-se como êle, cal mo, sagaz e flexível; mas não esta mos mais no tempo de imitar sua
seu "entourage". A política do Trinnon era porém invencível: ali ponti ficavam os amigos íntimos c conse lheiros da rainha — o.s Vei niond, os
feridos por êsses atos que corajosa mente suprimiam privilégios do clero e da nolíreza, (lue Turgot teve de abandonar o seu i>ôsto, exonerado pe
Polignac, a princesa do Lamballe, os
lo rei, mas contra a vontade dêste,
dissipações da côrte; dêle só se po
parcimônia."
condes do Artois e de Provence, ir mãos do rei, as tias dG.sle, o outros cortesãos que se sobrepunham à au toridade real, e trabalhavam insen satamente pela ruína da França.
e com grande alegria da rainha e de
deria obter o alargamento do déficit
Turgot, imbuído dos novos princí pios econômicos e financeiro.s, e su
o déficit orçamentário, suprimindo
Maria Antonieta, diz o historiador
Leroy, podia, mediante essas pala vras, despender, aumentar o déficit
das finanças, encher os seus favo.ritos de benefícios escandalosos: ja mais Mr. de Maurepas levantaria o mais leve protesto.
É que o Conde de Maurepas cria ra uma filosofia do déficit, justa posta ao seu caráter de cortesão a-
pondo-se forte no apoio do rei, em
seu séquito.
O ciue ficou da política de Turgot, foram ensinamentos (lUe até hoje .se
podenr aproveitar. Procurando evitaios impostos do circulação entre as
províncias do reino, ofereceu o gran de ministro provas robustas da sua larga visão da ciência econômica. Turgot teve como sucessores pri
mais frementes desejos de uma rai
preendeu reformas que encontraram a maior hostilidade por parte da mi nha e dos seus sequazos. A luta do
nha,8 de uma corte para as quais não tinham valor as coisas sensatas,
Turgot era contra o déficit, quo Maria Antonieta teimava em alargar,
austeras e razoáveis.
pelo que lhe apelidaram Madame Dé
meiro Malesherbe.s e depois Charles Alexandre de Calonne. Êste, segun do Funck-Brentano, era um espiri
ficit.
to frívolo, fecundo om intrigas e char-
máyel e gozador, e afeiçoado aos
Caindo Maurepas no desagrado da rainha, substituiu-o nas funções de Superintendente das finanças, Jacques Anne Robert Turgot, Barão de Aulne pertencente à plêiade de pen sadores que criaram a escola fisiocratica. Com Quesnay, Mercier de Ia Riviere, Dupont de Nemours e outros, Turgot fizera-se moda na cor te de Versalhes, que se interessou pelas novas idéias cuja aplicação prá tica foi tentada pelos soberanos de vários Estados. Pizera-se notar Tur
got sobretudo pelo talento com que expunha o sistema que a nova esco la do "laissez fairè" desejava im plantar. e pela severidade e inteli gência com que administrara as circunscrições de Limoges. Chamando-o
a desempenhar as elevadas funções de "contrôleur des finances", Luís XVI dava ao povo mais um testemu
Tentava êle reformar a Casa
orçamentário, o qual, na sua gestão dos dinheiros públicos alcançou tre
mendas proporções. Não imaginava o louco perdulário que os seus atos precipitavam a queda do trono, e o suplício dos reis. Bastavam-lhe as
simpatias e as zumbaias dos fúteis cortesãos, a quem Calonne lisonjeava com o seu espírito fino, a sua conver
sação pontilhada de anedotas e ditos chistosos, suas maneiras cativantes e desembaraçadas.
Calonne granjeou, por tudo isso, a confiança da "cotêrie" que acompa nhava a inexperiente e crédula rai nha. Todos porfiavam em tê-lo como o salvador das finanças públicas; to
do Rei, dimimündo-lhe as despesas,
latanices.
suprimindo funcionalismo improduti vo, restringindo os abusos de tôda a ordem, quo impatriòticamente di
confiantes, elevando cliàriamente o déficit. Costumava responder aos
lapidavam a fortuna pública. Espírito refletido e reto, Tiu-got
feito; se fÔr impossível, far-se-á."
o déficit, dando ao país uma era de prosperidade e paz. Mas o contrô
Os inimigos da rainha divulgaram o
leur" não se preocupava em extin
seguinte refrão, inspirado em preten
guir o déficit. Reconhecia que o es tado das finanças era deplorável; mas, lisonjeiro emérito, crivava de
defendia apaixonadamente o bem pú blico, e para isso afrontava a impo pularidade, ao cassar os privilégios ruinosos e enfrentar a onda de inte
resses contrariados. Graças a essa política, o déficit financeiro diminuiu sensivelmente, foi suprimida a corvéia, e atenuadas as pesadas e múl tiplas tributações; a agricultura se viu encorajada, a indústria mereceu cuidados especiais. Foram de Tur got as três grandes inovações da li
Deslumbrava as pessoas
moralidade". Versátil, dissipador, leviano — dêle não se poderia espe rar senão a conivência com as loucas
postulantes: "Se fôr possível, será
sos amores de Maria Antonieta com Calonne:
"C est par Calonne que j' aime; C est r or qu' il n' épargne pas". A rainha, entretanto, longe de amar Calonne, tinha por êle verdadeira
dos acreditavam que êle extinguiria
ironias o seu antecessor Turgot, a
que acusava de realizar sórdidas e mesquinhas economias. Mau contro lador das suas próprias finanças,
aversão. Ignoravam os inimigos do
perdulário incorrigível, confessou ao
trono ou fingiam ignorar o sentimen
rei oue devia duzentas mil libras, e
to de repulsa por ela manifestado;
que podia, graças às suas funções,
negando-o, serviam melhor aos pro
desobrigar-se dessa dívida; mas que nerosidade do soberano.
abolição da "corvéia" e das "mto-
pósitos que tinham em vista: os de degradar os soberanos perante a opi nião pública, atá-los ao pelourinho
trias". A "corvéia" ei-a o pagamen
da mais feroz execração.
mo, ficou por momentos interdito —
berdade do comércio de grãos, da
.*hê.u>êAI»^L,'ÍJií
preferia contar, para isso, com a ge Luís XVI,
mudo de estupor diante de tal cinis
«iVPiPPPPVIilPP DirrsTn
02
mas acabou ti'azendo-lhe a soma po dida, que Calonne embolsou calma mente...
Calonne, pi-ecursor de certa esco
la moderna, que preconiza o déficit a qualquer preço, queria encorajar o
luxo, as festas, os espetáculos, tor nar a vida alegre e prazerosa — à
custa do Estado. "Longe de proibir as despesas suntuárias, êle as acon selhava, vendo nelas um meio de au
mentar os recursos do Tesouro, de
favorecer o comércio e a indústria, de manter a hegemonia da França num
domínio onde esta sempre brilhara de maneira singular." O resultado de tão monstruosa política não se fêz
esperar. O déficit elevava-se a um
bühão e duzentos e cinqüenta mi lhões.
Calonne o confessou perante a As sembléia dos Notáveis, em 1787 Para tapar esse rombo no orçamento, propos ele quatro remédios: Io) no vos empréstimos; 2.) multiplicar os impostos; 3.o) sacar sobre o futuro
(o que eqüivalia a aumentar o défi
EroN*<')>nro
cit); 4.o) economizar. Projiunha os remédios clássicos às doença.s das fi nanças públicas, l emédios que até ho je se propõem, quando as loucuras orçamentárias conduzem as nações ao
o PROBLEMA DOS CAMPOS CERRADOS n
José Setzeii
esgotamento.
Não soube, porém, realizar a última
/^s resultados do análises físicas e
das prosci ições, e nada adiantaria se o fizesse, tão gravemente atingido estava o organismo da nação, pelo desgaste continuado de uma corte dissipadora, em conivência com minis tros irresponsáveis. A revolução encontrou um povo fa
químicas dos solos paulistas de "campo cerrado" indicam que a úni
esta fuga dos elementos químicos ces
preceitos modernos de conservação do
sa: o eucalipto apanha-os na pro
solo é liptos.
reflorestando-os com
euca
Estas árvores são as únicas capa
de-se li.xiviação ulterior. E a volta
minto e desesperado, pronto a todas as violências para extirpar os culpa
zes de tolerar os inúmeros e graves
dos por tão nefandos crimes. Pena é
defeitos de tais terras, aproveitan
que houvesse envolvido em sua fúria
do bem a única virtude, que é a sua
A Cia. Paulista de Estradas de
do destruição muitos inocentes, inclu sive o próprio rei, que embora fraco
extraordinária profundidade. \*erificou-se que os eucaliptos, com qual
Ferro já reflorestou campos cerrados com eucaliptos, tendo verificado que
e irresoluto era austero, pavcimonio-
quer idade, procuram manter o com
no décimo ano de crescimento o solo
so, modesto e bom. Êle e outras figu ras foram envolvidas pelo "mare-mag-
primento das suas raízes duas vezes
recebe num ano 36 toneladas de ma
maior que a altura da parte aérea.
téria orgânica por alqueire (15 t/ha
num" da decomposição social, onde
Isto só não se verifica, quando o solo
ou IV2 lcg/m2).
Assim como os eucaliptos enrique cem as terras pobres e profundas,
Nos solos de grande
é realizada sob a melhor forma pos
sível: a forma orgânica.
mergulharam as raízes de uma como
não permite.
ção intestina que iria mudar a face
I^ermeabilidade e
do mundo.
eucaliptos podem enraizar-se profu
são capazes de empobrecer as ricas
samente, atingindo
e rasas. Quando as raízes não podem
profundidade, os as suas raízes
solo.
Deste modo, utilizando enorme vo
aprofundar-se, seja por encontrarem rocha mal decomposta, seja por não
poderem vencer camadas argilosas impermeáveis, espalham-se horizon
lume de solo, o eucalipto consegue
talmente no escasso volume do solo
extrair notável quantidade de nutri-
superficial, esgotando-o a tal ponto que nos lotes vizinhos, numa distân
mento químico, mesmo em solos ex tremamente pobres. E deposita tôda essa riqueza na superfície, por inter médio da folhagem que cai, e portan to em forma a mais propícia: todos
os elementos químicos ligados à ma téria orgânica.
Realiza-se assim inversão do pro cesso que empobreceu o solo. A lixi-
viação levou para baixo a riqueza química. E' verdade que grande par Viiiiilf
fundidade e os repõe na superfície. Volta o que já foi lixiviado e impe
vezes maior que a altura acima do
■,
o mar. Mas, plantado o eucaliptal,
ca maneira do aproveitá-los sob os
principais um comprimento até 2',^
...i
to foi di'enada pelo lençol freático para os cursos dágua, e destes para
cia de 20 e mesmo 30 metros do euca
liptal, qualquer cultura apresenta crescimento deficiente. As plantas de um milharal de 2V2 metros de al tura reduzem-se nas proximidades
do eucaliptal a 1 metro apenas, não chegando a dar espiga, mesmo que não sejam apanhadas pela sombra dos eucaliptos.
Visto que a formação de eucalip-
«iVPiPPPPVIilPP DirrsTn
02
mas acabou ti'azendo-lhe a soma po dida, que Calonne embolsou calma mente...
Calonne, pi-ecursor de certa esco
la moderna, que preconiza o déficit a qualquer preço, queria encorajar o
luxo, as festas, os espetáculos, tor nar a vida alegre e prazerosa — à
custa do Estado. "Longe de proibir as despesas suntuárias, êle as acon selhava, vendo nelas um meio de au
mentar os recursos do Tesouro, de
favorecer o comércio e a indústria, de manter a hegemonia da França num
domínio onde esta sempre brilhara de maneira singular." O resultado de tão monstruosa política não se fêz
esperar. O déficit elevava-se a um
bühão e duzentos e cinqüenta mi lhões.
Calonne o confessou perante a As sembléia dos Notáveis, em 1787 Para tapar esse rombo no orçamento, propos ele quatro remédios: Io) no vos empréstimos; 2.) multiplicar os impostos; 3.o) sacar sobre o futuro
(o que eqüivalia a aumentar o défi
EroN*<')>nro
cit); 4.o) economizar. Projiunha os remédios clássicos às doença.s das fi nanças públicas, l emédios que até ho je se propõem, quando as loucuras orçamentárias conduzem as nações ao
o PROBLEMA DOS CAMPOS CERRADOS n
José Setzeii
esgotamento.
Não soube, porém, realizar a última
/^s resultados do análises físicas e
das prosci ições, e nada adiantaria se o fizesse, tão gravemente atingido estava o organismo da nação, pelo desgaste continuado de uma corte dissipadora, em conivência com minis tros irresponsáveis. A revolução encontrou um povo fa
químicas dos solos paulistas de "campo cerrado" indicam que a úni
esta fuga dos elementos químicos ces
preceitos modernos de conservação do
sa: o eucalipto apanha-os na pro
solo é liptos.
reflorestando-os com
euca
Estas árvores são as únicas capa
de-se li.xiviação ulterior. E a volta
minto e desesperado, pronto a todas as violências para extirpar os culpa
zes de tolerar os inúmeros e graves
dos por tão nefandos crimes. Pena é
defeitos de tais terras, aproveitan
que houvesse envolvido em sua fúria
do bem a única virtude, que é a sua
A Cia. Paulista de Estradas de
do destruição muitos inocentes, inclu sive o próprio rei, que embora fraco
extraordinária profundidade. \*erificou-se que os eucaliptos, com qual
Ferro já reflorestou campos cerrados com eucaliptos, tendo verificado que
e irresoluto era austero, pavcimonio-
quer idade, procuram manter o com
no décimo ano de crescimento o solo
so, modesto e bom. Êle e outras figu ras foram envolvidas pelo "mare-mag-
primento das suas raízes duas vezes
recebe num ano 36 toneladas de ma
maior que a altura da parte aérea.
téria orgânica por alqueire (15 t/ha
num" da decomposição social, onde
Isto só não se verifica, quando o solo
ou IV2 lcg/m2).
Assim como os eucaliptos enrique cem as terras pobres e profundas,
Nos solos de grande
é realizada sob a melhor forma pos
sível: a forma orgânica.
mergulharam as raízes de uma como
não permite.
ção intestina que iria mudar a face
I^ermeabilidade e
do mundo.
eucaliptos podem enraizar-se profu
são capazes de empobrecer as ricas
samente, atingindo
e rasas. Quando as raízes não podem
profundidade, os as suas raízes
solo.
Deste modo, utilizando enorme vo
aprofundar-se, seja por encontrarem rocha mal decomposta, seja por não
poderem vencer camadas argilosas impermeáveis, espalham-se horizon
lume de solo, o eucalipto consegue
talmente no escasso volume do solo
extrair notável quantidade de nutri-
superficial, esgotando-o a tal ponto que nos lotes vizinhos, numa distân
mento químico, mesmo em solos ex tremamente pobres. E deposita tôda essa riqueza na superfície, por inter médio da folhagem que cai, e portan to em forma a mais propícia: todos
os elementos químicos ligados à ma téria orgânica.
Realiza-se assim inversão do pro cesso que empobreceu o solo. A lixi-
viação levou para baixo a riqueza química. E' verdade que grande par Viiiiilf
fundidade e os repõe na superfície. Volta o que já foi lixiviado e impe
vezes maior que a altura acima do
■,
o mar. Mas, plantado o eucaliptal,
ca maneira do aproveitá-los sob os
principais um comprimento até 2',^
...i
to foi di'enada pelo lençol freático para os cursos dágua, e destes para
cia de 20 e mesmo 30 metros do euca
liptal, qualquer cultura apresenta crescimento deficiente. As plantas de um milharal de 2V2 metros de al tura reduzem-se nas proximidades
do eucaliptal a 1 metro apenas, não chegando a dar espiga, mesmo que não sejam apanhadas pela sombra dos eucaliptos.
Visto que a formação de eucalip-
1>*.
Digesto
tal custa mais que 12.000 cruzeiros por alqueire, muitos agricultores pre ferem plantá-lo em terras ricas, achando que não convém arriscar tanto dinheiro fazendo economia no
preço da terra.
Dêste modo conse
Ecokómioo
c constituído de árvores diretas que poderão servir para postes e dormentes, uso .êste muito mais nobre e lu
pode ver à direita da ferrovia exten so eucaliptal mal sucedido em campo
A pi-ofundidado do solo disponível à planta é uma das principais carac
ceiTado típico. Devemos esclarecer que diversos
terísticas físicas das terras.
improdutivas terras agrícolas por de
à falta e profundidade do solo, do
uma planta capaz de utilizar bem grande cubagem de solo, pode i-esultar rica uma torra arenosa inca paz de produzir milho. Os nossos agricultores, acostumados à visão bi dimensional da terra, que os faz es
que a qualquer outro defeito físico ou
quecerem que a dimensão vertical é
químico das terras. Acontece que quando o solo é demasiadamente raso, esta sua característica apresenta enorme variabilídade de ponto a pon to. Assim, algumas das árvores en
contram muito menor dificuldade que outras. O crescimento é desigual des
de o primeiro ano. As árvores que se atrasam, estão perdidas, pois não podem crescer na sombra de outras.
No quinto ano o eucaliptal apresenta metade das árvores de porte e diâ metro muito inferiores à outra me
tade. Alta percentagem não passa de 2 ou 3 metros de altura e diâme tro de 2 ou 3 centímetros. E os eu caliptos mais grossos e altos resul tam tortos, esgalham-se e seus ga lhos são partidos pelo vento. E' re gra geral que, por questão de esta bilidade, as plantas arbóreas baixas
e copadas possuem raízes superfi
ciais e espalhadas, enquanto as altas e esguias se caracterizam por en raizamento vertical e profundo.
Quando o solo é t)em permeável e profundo, todas as ái*vores se apro fundam com igual velocidade, suas copas levantam-se simultâneamente, recebem a mesma quantidade de luz e calor, e temos eucaliptal sem falhas
de tais iniciativas. Quem viaja pela Paulista de Itirapina a São Carlos
crativo do fiue jKira lenha.
guem acumular vários erros: tornam
zenas de anos, deixam de melhorar terras estéreis, e obtêm mau eucaliptal. O eucalipto é planta mais sensível
Digesto Econômico
Para
muito importante, não raro se mos
tram incapazes de compreender o va lor prático da profundida do solo dis
ponível ao enraizamento da planta. A permeabilidade enoi nie das ter-
ra.s arenosas e sôcas dos campos cer rados, causadora da lixiviação do so lo, as chuvas que se encarregam de
efetivar a lixíviação, o o calor que promove o xerofctismo e faz os paus tortos se revestirem de 2 cm de cor-
tiça, são fatores adversos que podem ser postos a trabalhar a favor do solo e do homem. O eucalipto é planta providencial neste sentido. Usa a água e a riqueza química do subsolo
profundo, perdido para a agricultu ra, e com o concurso do calor solar
coloca todos os elementos químicos na superfície em forma orgânica, restituindo ao solo o que dezenas ou mesmo centenas de queimadas lhe roubaram, e isto além de produzir
armazenamento de energia, que é a lenha, produto de consumo obrigató rio, e já bem caro hoje em dia. Há pessoas que não acreditam na
possibilidade de plantar eucaliptais em solos excessivamente arenosos e
erros têm sido geralmente cometidos nos casos de insucesso que conhece mos. Sabemos que a Cia. Paulista for mou belos eucaliptais em campos cer
rados, nem sempre tendo evitado to dos os erros que vamos citar.
O pior êrro ó a formação de mu das em caixas rasas, de apenas 10
cm de profundidade, e o plantio des tas mudas quando já possuem a altu ra de 30 e mesmo 50 cm. Com êste tamanho as raízes quase atingem um metro de comprimento. Possuindo ca da caixa, de uns 50 x 30 cm, cêrca de meia centena de mudas, pode-se
me e crescimento rápido, suas semen tes miúdas e numerosíssimas são di ficilmente fecundadas em conseqüên cia de conformação peculiar da corola e do cálice das flores. Geralmente
cêrca de 90% úas sementes são cho-
chas, estéreis. Ao invés de separarbem as sementinhas férteis, pesa
das, por meio de peneiramento, ven
tilação ou turbilhonamento em cilin dros com água, em condições ade
quadas a cada variedade de eucalipto, lançam-se nas citadas caixas rasas
punhados de sementes mal selecio nadas ou sem seleção alguma, de mo
do que aparecem plantas entrelaça das desde a germinação. O certo é depositar, uma a uma,
sementes férteis e escolhidas, em ca nudos individuais de placas finas do madeira, como as que se usam para caixas de fósforos, on
imaginar o entrelaça
mesmo em canudos feitos enrolando cm
mento de raízes que ocorre nessa camada
exígua de 10 cm. Bas
^ //
ta retirar o fundo pa
'ÍL-^tL/í
ra constatar um ver
celada de cola, retira-se o pau, e corta-
zes. Não é possível tirar da caixa mu
se o canudo pelo meio,
da alguma sem lhe
obtendo-se
Em
resultado, só se plantam mudas de feituosas. Os defeitos repercutem no
crescimento das árvores. Muitas se atrasam, outras crescem tortas ou
se esgalham.
E' uma trágica cor
rida de aleijados.
5 cm de diâmetro. Passa-se no fim pin-
dadeiro colchão de raí
dilacerar a raiz.
folha de jornal gran-
Basta um mês
tubo
de
uns 35 cm de altura. Num canto de terreiro encostam-se milhares de tais
canudos em pé e joga-se terriço às pàzadas até enchê-los completamen te. Depositam-se 2 ou 3 .sementes férteis' em cada tubo.
Nascidas as
sem chuva na estiagem próxima pa
plantas, deixa-se crescer a mais alta
ra que mesmo as árvores de mudas
cortando com pequena tesoura as de
menos mutiladas sejam gravemente
mais abaixo da superfície da terra. Quando as mudas atingem uns 15 cm de altura, plantam-se nas covas definitivas sem tirar do canudo, que
prejudicadas. Outro êrro decorre da falta de se
pobres de campo cerrado, pois são
leção de sementes.
conhecidos vários casos de fracasso
çom muitas plantas de porte enor
Como acontece
apodrece fàcilmente.
1>*.
Digesto
tal custa mais que 12.000 cruzeiros por alqueire, muitos agricultores pre ferem plantá-lo em terras ricas, achando que não convém arriscar tanto dinheiro fazendo economia no
preço da terra.
Dêste modo conse
Ecokómioo
c constituído de árvores diretas que poderão servir para postes e dormentes, uso .êste muito mais nobre e lu
pode ver à direita da ferrovia exten so eucaliptal mal sucedido em campo
A pi-ofundidado do solo disponível à planta é uma das principais carac
ceiTado típico. Devemos esclarecer que diversos
terísticas físicas das terras.
improdutivas terras agrícolas por de
à falta e profundidade do solo, do
uma planta capaz de utilizar bem grande cubagem de solo, pode i-esultar rica uma torra arenosa inca paz de produzir milho. Os nossos agricultores, acostumados à visão bi dimensional da terra, que os faz es
que a qualquer outro defeito físico ou
quecerem que a dimensão vertical é
químico das terras. Acontece que quando o solo é demasiadamente raso, esta sua característica apresenta enorme variabilídade de ponto a pon to. Assim, algumas das árvores en
contram muito menor dificuldade que outras. O crescimento é desigual des
de o primeiro ano. As árvores que se atrasam, estão perdidas, pois não podem crescer na sombra de outras.
No quinto ano o eucaliptal apresenta metade das árvores de porte e diâ metro muito inferiores à outra me
tade. Alta percentagem não passa de 2 ou 3 metros de altura e diâme tro de 2 ou 3 centímetros. E os eu caliptos mais grossos e altos resul tam tortos, esgalham-se e seus ga lhos são partidos pelo vento. E' re gra geral que, por questão de esta bilidade, as plantas arbóreas baixas
e copadas possuem raízes superfi
ciais e espalhadas, enquanto as altas e esguias se caracterizam por en raizamento vertical e profundo.
Quando o solo é t)em permeável e profundo, todas as ái*vores se apro fundam com igual velocidade, suas copas levantam-se simultâneamente, recebem a mesma quantidade de luz e calor, e temos eucaliptal sem falhas
de tais iniciativas. Quem viaja pela Paulista de Itirapina a São Carlos
crativo do fiue jKira lenha.
guem acumular vários erros: tornam
zenas de anos, deixam de melhorar terras estéreis, e obtêm mau eucaliptal. O eucalipto é planta mais sensível
Digesto Econômico
Para
muito importante, não raro se mos
tram incapazes de compreender o va lor prático da profundida do solo dis
ponível ao enraizamento da planta. A permeabilidade enoi nie das ter-
ra.s arenosas e sôcas dos campos cer rados, causadora da lixiviação do so lo, as chuvas que se encarregam de
efetivar a lixíviação, o o calor que promove o xerofctismo e faz os paus tortos se revestirem de 2 cm de cor-
tiça, são fatores adversos que podem ser postos a trabalhar a favor do solo e do homem. O eucalipto é planta providencial neste sentido. Usa a água e a riqueza química do subsolo
profundo, perdido para a agricultu ra, e com o concurso do calor solar
coloca todos os elementos químicos na superfície em forma orgânica, restituindo ao solo o que dezenas ou mesmo centenas de queimadas lhe roubaram, e isto além de produzir
armazenamento de energia, que é a lenha, produto de consumo obrigató rio, e já bem caro hoje em dia. Há pessoas que não acreditam na
possibilidade de plantar eucaliptais em solos excessivamente arenosos e
erros têm sido geralmente cometidos nos casos de insucesso que conhece mos. Sabemos que a Cia. Paulista for mou belos eucaliptais em campos cer
rados, nem sempre tendo evitado to dos os erros que vamos citar.
O pior êrro ó a formação de mu das em caixas rasas, de apenas 10
cm de profundidade, e o plantio des tas mudas quando já possuem a altu ra de 30 e mesmo 50 cm. Com êste tamanho as raízes quase atingem um metro de comprimento. Possuindo ca da caixa, de uns 50 x 30 cm, cêrca de meia centena de mudas, pode-se
me e crescimento rápido, suas semen tes miúdas e numerosíssimas são di ficilmente fecundadas em conseqüên cia de conformação peculiar da corola e do cálice das flores. Geralmente
cêrca de 90% úas sementes são cho-
chas, estéreis. Ao invés de separarbem as sementinhas férteis, pesa
das, por meio de peneiramento, ven
tilação ou turbilhonamento em cilin dros com água, em condições ade
quadas a cada variedade de eucalipto, lançam-se nas citadas caixas rasas
punhados de sementes mal selecio nadas ou sem seleção alguma, de mo
do que aparecem plantas entrelaça das desde a germinação. O certo é depositar, uma a uma,
sementes férteis e escolhidas, em ca nudos individuais de placas finas do madeira, como as que se usam para caixas de fósforos, on
imaginar o entrelaça
mesmo em canudos feitos enrolando cm
mento de raízes que ocorre nessa camada
exígua de 10 cm. Bas
^ //
ta retirar o fundo pa
'ÍL-^tL/í
ra constatar um ver
celada de cola, retira-se o pau, e corta-
zes. Não é possível tirar da caixa mu
se o canudo pelo meio,
da alguma sem lhe
obtendo-se
Em
resultado, só se plantam mudas de feituosas. Os defeitos repercutem no
crescimento das árvores. Muitas se atrasam, outras crescem tortas ou
se esgalham.
E' uma trágica cor
rida de aleijados.
5 cm de diâmetro. Passa-se no fim pin-
dadeiro colchão de raí
dilacerar a raiz.
folha de jornal gran-
Basta um mês
tubo
de
uns 35 cm de altura. Num canto de terreiro encostam-se milhares de tais
canudos em pé e joga-se terriço às pàzadas até enchê-los completamen te. Depositam-se 2 ou 3 .sementes férteis' em cada tubo.
Nascidas as
sem chuva na estiagem próxima pa
plantas, deixa-se crescer a mais alta
ra que mesmo as árvores de mudas
cortando com pequena tesoura as de
menos mutiladas sejam gravemente
mais abaixo da superfície da terra. Quando as mudas atingem uns 15 cm de altura, plantam-se nas covas definitivas sem tirar do canudo, que
prejudicadas. Outro êrro decorre da falta de se
pobres de campo cerrado, pois são
leção de sementes.
conhecidos vários casos de fracasso
çom muitas plantas de porte enor
Como acontece
apodrece fàcilmente.
Dir.Esro
Dêste modo, em solos profundos campo cerrado, levanta-se um eu-
caliptal uniforme e sem falhas.
As
Ec<inômic*í
Dk;esj'() Econômico
de área é a menor possível eni agri
97
liptais de grande extensão, achamos que tal fauna e flora, própria dos campos cerrados de hoje, apresenta
cultura.
Mas há (luuni discoi-de quanto à
criou artificialmente em conseqüên cia de dezenas de anos de queimadas impiedosas. Convém lembrar o insu
ax-vores crescem todas sadias e di-
espécie do árvoi e a plantar, argumen
X'eitas, podendo produzi!' postes e
utilidade tão escassa, o em vias de
cesso dos plantadores de pinheiros,
tando que o eucalipto é árvore estran
agravação da sua nocividade, que an
esquecidos do fato que, se nas anti
geira e ([ue dentio de extenso euca-
tes faria preferh-mos o seu desapa recimento. Ao conti'ário, os eucalip-
XTiesmo madeira de construção.
O
t^xescimento é algo mais lento do que Gxn terras meno.s sécas, mas obtóm-se xxiadeira mais dura e pesada. Outros erros são: matança imi)ei'-
íeita de formigas, falta de um pouco do estéreo ou composto para mis turar na terra da cova por ocasião
do plantio, descuido no acei)'o paj-a
evitar que a costumeira queimada
dos campos cerrados atinja o eucaiptal, escolha de variedades não
apropriadas à terra sêca e pobie. r , Qdando eucaliptal plantado em se
tembro encontra estiagem excepcio nalmente forte e longa a partir de abnl próximo, os defeitos de plantio apontados podem aniquilar grande
parte das árvores. Parece-nos, po• tém, indubitável que, evitados iodos os erros citados, não há estiagem, entre as possíveis nesta parte do
Pais, que possa impedir formação
e bom eucaliptal. E as estiagens
lijital não há vida, pois a uniformi dade da e.spécie restringe as condi-
plantas liei'báceas.
tui a melhor, senão a única maneira, para salvarmos essas terras da ruim
completa e da desertificação. E' o melhor aproveitamento das chuvas e do calor. Produz-se combustível e - inesmo madeira de construção, mateiiais estes que estão escasseando o
encarecendo em desacordo com o nos
so clima que é de mata. A exigên cia de braços por unidade de tempo o
Para i*eflorestar os nossos campos cerrados devemos procurar árvores
zem pieferii- o eucalipto são, porém de pê.so excepcional. Xonhiima outra árvoio toloiaria os defeitos das ter-
lução do problema justamente pelo fato de ser árvore estrairgeira, pois as nacionais não podem ser adequa
bem estrangeiras. Quem sabe, tal
las íle camjio ceiuado enraizando-se até às camadas umedocidas pelo len çol freático. Nenhuma demonstrou ci cscimonto tão l ápldo e tamanha resistência às pragas. E o trabalho de plantar é feito uma só vez em '25 e mesmo .'iü anos, pois o eucalipto torna a brotar depois do corte. O primeiro coi'to deveria ser feito no 12.o ou 13.o ano, a fim de pi-oduzh*
das às condições duras que o homem
ta do globo terrestre, da Austrália?
casos de 4 cortes praticamente sem
amento dos campos cerrados consti
Talvez o eucalipto i-epresente so
Os argumentos principais que fa-
xesistirem galhardamente ao contra
Todos concordam que o leflores-
profundidade de 25 ou 35 cm.
Enfim,
o mal dos ceri-ados é tão grave, que
reve.stido de folhas sôcas impedem o ci'e.scimento de outras árvores e
colheita de postes. Os cortes sucessi vos, para lenha, seriam de 6 em G ou
tempo.
dadeira tábua de salvação.
de mel e cera do abelhas.
cies de caça, pássaros e insetos, eníiiianto a sombra completa e o ohno
posteriores já encontrarão as árvo
res bastante bem enraizadas para
não é o caso de discutir pornienores secundários, uma vez enconti-ada vei'-
tais permitiriam verdadeira indústria
çõe.s l>iológicas a muito poucas espé
gas matas havia muitas destas árvo
res, hoje elas evidentemente não po dem crescer mais no mesmo lugar, pois o solo sofi'eu enorme alteração: foi simplesmente decapitado. Hoje aflora a camada ácida e pobre de húmus que antigamente estava na
de 7 em 7 anos.
vez o eucalipto não servisse .se não
proviesse de tão longe, da face opos
Já se conhecem
diminuição da pi'odução de lenha por unidade de área.
E' verdade que o eucalipto tem o grave defeito de ser árvore estran geira, irritando os nobres sentimen tos de todo bom ufanista, mas, sendo o único meio de resolver o grave pro blema de 50.000 l<m2 de campos cerdos do Estado de S. Paulo, achamos que esta árvore inocente talvez possa ser perdoada.
Quanto à falta de in
setos, plantas herbáceas, roedores, cobras e
gaviões dentro dos euca-
.o
M.
Dir.Esro
Dêste modo, em solos profundos campo cerrado, levanta-se um eu-
caliptal uniforme e sem falhas.
As
Ec<inômic*í
Dk;esj'() Econômico
de área é a menor possível eni agri
97
liptais de grande extensão, achamos que tal fauna e flora, própria dos campos cerrados de hoje, apresenta
cultura.
Mas há (luuni discoi-de quanto à
criou artificialmente em conseqüên cia de dezenas de anos de queimadas impiedosas. Convém lembrar o insu
ax-vores crescem todas sadias e di-
espécie do árvoi e a plantar, argumen
X'eitas, podendo produzi!' postes e
utilidade tão escassa, o em vias de
cesso dos plantadores de pinheiros,
tando que o eucalipto é árvore estran
agravação da sua nocividade, que an
esquecidos do fato que, se nas anti
geira e ([ue dentio de extenso euca-
tes faria preferh-mos o seu desapa recimento. Ao conti'ário, os eucalip-
XTiesmo madeira de construção.
O
t^xescimento é algo mais lento do que Gxn terras meno.s sécas, mas obtóm-se xxiadeira mais dura e pesada. Outros erros são: matança imi)ei'-
íeita de formigas, falta de um pouco do estéreo ou composto para mis turar na terra da cova por ocasião
do plantio, descuido no acei)'o paj-a
evitar que a costumeira queimada
dos campos cerrados atinja o eucaiptal, escolha de variedades não
apropriadas à terra sêca e pobie. r , Qdando eucaliptal plantado em se
tembro encontra estiagem excepcio nalmente forte e longa a partir de abnl próximo, os defeitos de plantio apontados podem aniquilar grande
parte das árvores. Parece-nos, po• tém, indubitável que, evitados iodos os erros citados, não há estiagem, entre as possíveis nesta parte do
Pais, que possa impedir formação
e bom eucaliptal. E as estiagens
lijital não há vida, pois a uniformi dade da e.spécie restringe as condi-
plantas liei'báceas.
tui a melhor, senão a única maneira, para salvarmos essas terras da ruim
completa e da desertificação. E' o melhor aproveitamento das chuvas e do calor. Produz-se combustível e - inesmo madeira de construção, mateiiais estes que estão escasseando o
encarecendo em desacordo com o nos
so clima que é de mata. A exigên cia de braços por unidade de tempo o
Para i*eflorestar os nossos campos cerrados devemos procurar árvores
zem pieferii- o eucalipto são, porém de pê.so excepcional. Xonhiima outra árvoio toloiaria os defeitos das ter-
lução do problema justamente pelo fato de ser árvore estrairgeira, pois as nacionais não podem ser adequa
bem estrangeiras. Quem sabe, tal
las íle camjio ceiuado enraizando-se até às camadas umedocidas pelo len çol freático. Nenhuma demonstrou ci cscimonto tão l ápldo e tamanha resistência às pragas. E o trabalho de plantar é feito uma só vez em '25 e mesmo .'iü anos, pois o eucalipto torna a brotar depois do corte. O primeiro coi'to deveria ser feito no 12.o ou 13.o ano, a fim de pi-oduzh*
das às condições duras que o homem
ta do globo terrestre, da Austrália?
casos de 4 cortes praticamente sem
amento dos campos cerrados consti
Talvez o eucalipto i-epresente so
Os argumentos principais que fa-
xesistirem galhardamente ao contra
Todos concordam que o leflores-
profundidade de 25 ou 35 cm.
Enfim,
o mal dos ceri-ados é tão grave, que
reve.stido de folhas sôcas impedem o ci'e.scimento de outras árvores e
colheita de postes. Os cortes sucessi vos, para lenha, seriam de 6 em G ou
tempo.
dadeira tábua de salvação.
de mel e cera do abelhas.
cies de caça, pássaros e insetos, eníiiianto a sombra completa e o ohno
posteriores já encontrarão as árvo
res bastante bem enraizadas para
não é o caso de discutir pornienores secundários, uma vez enconti-ada vei'-
tais permitiriam verdadeira indústria
çõe.s l>iológicas a muito poucas espé
gas matas havia muitas destas árvo
res, hoje elas evidentemente não po dem crescer mais no mesmo lugar, pois o solo sofi'eu enorme alteração: foi simplesmente decapitado. Hoje aflora a camada ácida e pobre de húmus que antigamente estava na
de 7 em 7 anos.
vez o eucalipto não servisse .se não
proviesse de tão longe, da face opos
Já se conhecem
diminuição da pi'odução de lenha por unidade de área.
E' verdade que o eucalipto tem o grave defeito de ser árvore estran geira, irritando os nobres sentimen tos de todo bom ufanista, mas, sendo o único meio de resolver o grave pro blema de 50.000 l<m2 de campos cerdos do Estado de S. Paulo, achamos que esta árvore inocente talvez possa ser perdoada.
Quanto à falta de in
setos, plantas herbáceas, roedores, cobras e
gaviões dentro dos euca-
.o
M.
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OiCESTo EcoyóNfiro
1''ECUNJ:)IÜADE da .mãe proletária paraense E MORTALIDADE DOS SEUS FILHOS
INTERPRETAÇÃO SOCIOLÓGICA DO PROBLEMA DA MORTALIDADE INFANTIL GUKimKlIK) Hamos
4 - MorUilichtde
InfuiUil
e
Eairulttra
Econótnico
\ nossa alta mortalidadu infantil é um fenômeno condicionado pela estru tura econômica e social do país. De um
modo grosseiro, poderá dizcr-sc que so mente através da
ele\'ação
do
poder
aquisitivo das massas c da universaliza rão da cultural social é possível conse
guir uma diminuição significativa do nú mero de mortes de menores de um ano.
Tôda medida que tenha em vista di
minuir a nossa alta mortalidade que não
contribua para a dcsconcentração do po
der aquisitivo c para a universalização da cultura social, que, em .suma, não contribua para a transformação estrutural da economia e da organização social é
supérflua e carecenle de real eficácia. Nossa alta mortalidade infantil é um
fenômeno perfeitamente normal e inevi tável, nas atuais condições de vida do
país. Ela se explica como o que Radhakamal Mukcrjee chama de "ajustamento
A." dc f(i-
N." de fi
1
lhos
Total dc
nülias
sarem a capacidade dc suprimento dc 1
0
Quanto às
"O liouicm substitui os
mccauismos reguladores automáticos de
multiplicação animal, por fatòres sócioIJ.sicológicos, coslnmcs c tradições. ÊsIcs fatòres .se integram em níveis de vi da, mas Irecjüeutcmenl*' deixam o ho mem sem indicações (piaulo ao contròk!
(Io miiucao.
Assim acontece freqücnte-
menle ao homem aumentar a população acima da densidade cjue permita a frui ção satisfatória da \ida. da liberdade e
da ri<iueza. Quando èsle dosecjuilíbrio é iiltrapassacio, produz-se um ajustamen to (teológico das taxas dc natalidade e dc- i iiortaliclacle pelo decréscimo da pri meira ou um crescimento da segunda, ou ainda por ambas as coisas, e o povoa mento Inimano, reencontra o equilíbrio ecológico" {Op. cíl.). Para Mukerjec, a natureza deflagra estes mecanismos
1 1
1 2
comunidades humanas, afirma Radhaka-
nial Mukcrjcí-:
30
.*>
1
O
4 5 6 7
13 14 15 16
15
;
25
1
20
;
n
1
12
i • 1
12 11 8 9 5 2 1
18 20
1
Totui.s
1
250
Ê.stc fenômeno c uni\ersal.
1
Em In
para pre\enir uma "ecological calanii-
population". Congrès Int. de Ia Pop.
Iv". Siu-cde aciui o cpie sc tem apurado cm í-iinilias dc pequena renda. As mais
oficial de 1917
proliferas são as cpie aprescntuin maior
Família foram os seguintes: famílias com
Paris. 1938).
É uma espécie de meca
nismo regulador por meio do qual a po pulação equilibra os seus recursos com
número de óbitos de crianças. A manu
as suas necessidades. Tais recursos, per
tenção dos filhos vivos agra\ a ainda mais
manecendo os mesmos, o decréscimo dc
o já baixo padrão dc \ ida da família operária brasileira, re.slríngindo a quali
nossa mortalidade infantil equisalcria a uma ameaça à .subsistência dessa popu lação.
Algiunas pesquisas foram reali
zadas cm populações experimentais dc
plantas c animais que mostraram que há um limite imposto por todo ambiente, de
recursos limitados, ao processo vital de crescimento da população. Pearl obser vou que certas inôscas restringem a pro dução de o\ os,. muito antes de ultrapas
dade e a (luanlidade de .sua alimentação, dí- sua habitação, dc sua vestimenta, do
seu tr.msporte, de sua educação, de seu divertimento, etc. Um estudo realizado
no Pará pelo Dr. Pedro Borges atesta o q\ic SC diz (Diretoria Municipal dc Alimentação, projeto dc organização. Be lém, Pará, 1940). Dele, transcrevo o quadro abaixo :
glaterra o Gales,
conforme publicação os coeficientes dc mor
talidade infantil, segundo o tamanho da um filho — 122; com dois filhos — 140;
íom três filiios — 162; com quatro filhos — 17G; com cinco fillios — 189; com sei.s filhos — 199; com sete filhos — 206; com oito filhos — 214; com nove filhos — 225; com (Icz filhos — 246; com onze
filhos — 267; com doze filhos — 300;
com Ircízc filhos — 3-31; com quatorze fiIho.s — 364; com quinze filhos — 394.
Os países cuja baixa mortalidade in-
rantil nos deixa do água na boca já resoRcram pràticamentc o problema do
26,6
i
28
í
37
^
^
37
48
41 56
47,8
758
subconsunio.
20
40,6
12 18
1.489
21,4
12 28 37 39
64 69 87 82 93 •53 24 12
IIO 132 104 126 75 32 17 18 20
1
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0 9 12
IDO 96 77 96 117 120
1
8
9 10 11 12
0 42 60 45 100
b 42
("The ecological control of
ecológico".
%
mortos '
alimentação cio meio, com o acréscimo
da densidade dc população.
Filhos
filhos
42,7 53,3 62,7
65,9 78,7
-
70,6 70 75
70,5 66,6 90
52,8
Os próprios serviços mé
dicos de assistência à infância só passa ram a ser custeados pelo Estado, em lar ga escala, nesses países, numa etapa pos terior à resolução do problema do sub consunio. É evidente, pois, que, num sistema econômico precário, a aplicação 'dos recursos do Estado deve orientar-se
no sentido das necessidades mais urgenlc.s e cni busca de rendimento social efe tivo.
É impossível uma baixa mortalidade infantil "dentro de um sistema econômi co incipiente como ainda o é o sistema econômico brasileiro e de um sistema de
mográfico - sanitário estruturado ainda
subrc estômagos s azios ,c educação pre-
4 ■ «>■«<
,. m
OiCESTo EcoyóNfiro
1''ECUNJ:)IÜADE da .mãe proletária paraense E MORTALIDADE DOS SEUS FILHOS
INTERPRETAÇÃO SOCIOLÓGICA DO PROBLEMA DA MORTALIDADE INFANTIL GUKimKlIK) Hamos
4 - MorUilichtde
InfuiUil
e
Eairulttra
Econótnico
\ nossa alta mortalidadu infantil é um fenômeno condicionado pela estru tura econômica e social do país. De um
modo grosseiro, poderá dizcr-sc que so mente através da
ele\'ação
do
poder
aquisitivo das massas c da universaliza rão da cultural social é possível conse
guir uma diminuição significativa do nú mero de mortes de menores de um ano.
Tôda medida que tenha em vista di
minuir a nossa alta mortalidade que não
contribua para a dcsconcentração do po
der aquisitivo c para a universalização da cultura social, que, em .suma, não contribua para a transformação estrutural da economia e da organização social é
supérflua e carecenle de real eficácia. Nossa alta mortalidade infantil é um
fenômeno perfeitamente normal e inevi tável, nas atuais condições de vida do
país. Ela se explica como o que Radhakamal Mukcrjee chama de "ajustamento
A." dc f(i-
N." de fi
1
lhos
Total dc
nülias
sarem a capacidade dc suprimento dc 1
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Quanto às
"O liouicm substitui os
mccauismos reguladores automáticos de
multiplicação animal, por fatòres sócioIJ.sicológicos, coslnmcs c tradições. ÊsIcs fatòres .se integram em níveis de vi da, mas Irecjüeutcmenl*' deixam o ho mem sem indicações (piaulo ao contròk!
(Io miiucao.
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menle ao homem aumentar a população acima da densidade cjue permita a frui ção satisfatória da \ida. da liberdade e
da ri<iueza. Quando èsle dosecjuilíbrio é iiltrapassacio, produz-se um ajustamen to (teológico das taxas dc natalidade e dc- i iiortaliclacle pelo decréscimo da pri meira ou um crescimento da segunda, ou ainda por ambas as coisas, e o povoa mento Inimano, reencontra o equilíbrio ecológico" {Op. cíl.). Para Mukerjec, a natureza deflagra estes mecanismos
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comunidades humanas, afirma Radhaka-
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oficial de 1917
proliferas são as cpie aprescntuin maior
Família foram os seguintes: famílias com
Paris. 1938).
É uma espécie de meca
nismo regulador por meio do qual a po pulação equilibra os seus recursos com
número de óbitos de crianças. A manu
as suas necessidades. Tais recursos, per
tenção dos filhos vivos agra\ a ainda mais
manecendo os mesmos, o decréscimo dc
o já baixo padrão dc \ ida da família operária brasileira, re.slríngindo a quali
nossa mortalidade infantil equisalcria a uma ameaça à .subsistência dessa popu lação.
Algiunas pesquisas foram reali
zadas cm populações experimentais dc
plantas c animais que mostraram que há um limite imposto por todo ambiente, de
recursos limitados, ao processo vital de crescimento da população. Pearl obser vou que certas inôscas restringem a pro dução de o\ os,. muito antes de ultrapas
dade e a (luanlidade de .sua alimentação, dí- sua habitação, dc sua vestimenta, do
seu tr.msporte, de sua educação, de seu divertimento, etc. Um estudo realizado
no Pará pelo Dr. Pedro Borges atesta o q\ic SC diz (Diretoria Municipal dc Alimentação, projeto dc organização. Be lém, Pará, 1940). Dele, transcrevo o quadro abaixo :
glaterra o Gales,
conforme publicação os coeficientes dc mor
talidade infantil, segundo o tamanho da um filho — 122; com dois filhos — 140;
íom três filiios — 162; com quatro filhos — 17G; com cinco fillios — 189; com sei.s filhos — 199; com sete filhos — 206; com oito filhos — 214; com nove filhos — 225; com (Icz filhos — 246; com onze
filhos — 267; com doze filhos — 300;
com Ircízc filhos — 3-31; com quatorze fiIho.s — 364; com quinze filhos — 394.
Os países cuja baixa mortalidade in-
rantil nos deixa do água na boca já resoRcram pràticamentc o problema do
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alimentação cio meio, com o acréscimo
da densidade dc população.
Filhos
filhos
42,7 53,3 62,7
65,9 78,7
-
70,6 70 75
70,5 66,6 90
52,8
Os próprios serviços mé
dicos de assistência à infância só passa ram a ser custeados pelo Estado, em lar ga escala, nesses países, numa etapa pos terior à resolução do problema do sub consunio. É evidente, pois, que, num sistema econômico precário, a aplicação 'dos recursos do Estado deve orientar-se
no sentido das necessidades mais urgenlc.s e cni busca de rendimento social efe tivo.
É impossível uma baixa mortalidade infantil "dentro de um sistema econômi co incipiente como ainda o é o sistema econômico brasileiro e de um sistema de
mográfico - sanitário estruturado ainda
subrc estômagos s azios ,c educação pre-
IPÜI
TV Dir.KSTO
100
cáríii" (23). Nossa alta morlalitlacle in fantil — diria o lúcido economista João
Lyra Madeira - é parte inegrantc do sistema econômico brasileiro, ao cpial es tá indissoliivelmentc ligada.
Só poderemos fazer baixar ofctÍ\amente estes índices através da transfor
mação radical do sistema econômico na
cional o que (picr dizer, através do aper
EcoNÓMiaí
í;3.09 (pulos dc car\ão minerai c (>2,4 kwli (Ic energia elétrica, empianto o con
sumo re.specti\() da Suécia é dc 1.0.58 (piilos e 1 .174 kwh; o da Noruega, dc fí2C-) (ptilos e 2.779 kwh; o da Suíça, dc •5r3 (piilos e l.fiHO kwii; o da Holanda, 1 .4.34 (piilos c 320 kwh; o dos Estados Unidos (1947), 3.741 kls e 1.070 kwh.
O baixo consumo dc energia de ori
feiçoamento dos métodos de exploração
gem nã()-niuscul;ir é com eleito um sím
dos recursos disponíscis; da olc\ação da
bolo de atraso econômico, ou seja, dc sistemas agrícolas c industriais baseados
capacidade produtiva do homem brasilei ro e de uma racional distribuição "dos resultados dos esforços de cada homem
entre os que cooperam no processo da
produção" (24). Quando queremos ressal
cm ext(.*nsa ulilizaç.ão dc inão-dc-ohra.
É o (pic ocorre, por exemplo, no Brasil, na índia ir na Ghina, paises em fpic o hoincni lula com a natureza com (expe
dientes nidiineiitarcs cujo
tar a calamitosidade dos nossos coeficientes de mor
manejo exige comparativa
talidade infantil, compara-
cular.
JTio-los freqüentemente aos da Suécia, Noruega, Aus
diário produzido em Kilo-
trália, Suíça, Estados Uni
mente grande eshirço mus Assim, o trabalho
watts-hora por habitante, .segundo cálculos realizados
dos, Inglaterra, França, Alemanha. E.sta compara ção é feita em geral para
em dezembro de 1944 pe
encarecer a necessidade de
0,36; na China, 0,34. Por
custear
medidas
diretas.
Falta-lhe, porém, conexão.
lo Sr. Glycon dc Paiva, é, no Brasil, 0,47; na índia, outro
lado,
nos
Estados
Unidos, éslc índice é 10,02;
O' que se devia comparar
no Canadá, 10,00; na No-
seriam os padrões de vida desses países. Ora, o padrão de vida
ra, 5,00;
de uma população — sugere com acerto
o brilhante economista e geólogo patrí cio, Glycon de Paiva (2.5) — pode ser e.xpresso pela taxa anual "per capita" de consumo do energia, ou seja, um alto
consumo ou uso adequado das principais categorias de bens e artigos de luxo — é incompatível com consumo inadequado de energia.
À luz deste critério, e segundo cálcu los realizados, para o ano de 1948, o pa drão de vida do brasileiro caracteriza-se
pelo .seu consumo anual "per capita" do
riiífga, 5,75; .na Inglater
Dice-sto
EcoNí^xnro
clá, 2,40%; nos Estados Unido.s, 2,40%.
sistema econômico. Investimentos como
A propósito, escre\eu T. Lvnn Smith (Sistemas Agrícolas. Separata da Re\'ista Brasileira de Geografia. N." 2. Ano IX. 1947): "O Brasil sempre e ainda
os que o govèrno tem feito em Volta
boje continua sendo quase que exclusi
dicos dc assistência direta. Populações
vamente rural.
inteiras se reabilitam mediante a realiza
Não s()mcntc é bastante
biente rural, mas o grau de ruralidado,
ples instalação de lâmpadas elétricas em moradias precárias constitui-se, como
isto é, a falta do traços e influências ur banas nas comunidades nirais, é também
flagrador de mudanças em mhssa, de ati
Assim, en-
(pumto no Brasil a energia muscular rcpre.scnta 51,00% da energia total, na Aus trália ô.stc percentual é 9,40%; na Fran ça, 7,6-5%; na Suíça, 7,40%-; na Suécia, 7,30%; na Alemanha, 5,30%; na Inglater ra, 4,40%; na Noruega, 4,50%; no Cana-
A sim
ocorreu no Vaio do Tennessee, num de
muito elevado. Tanto do ponto dc \'ista quantitativo como qualitativo, o Brasil
tudes humanas.
c uma das naç(")es mais rurais do mundo.
5 — A alta mortalidade infantil do Bra
Daí não constituir uma surpresa tão
grande o fato de que as dernibadas c queimada.s, e as costas do homem ou da mulher (às vezes auxiliadas pelo animal cie carga ou pelo carro de boi) ainda re presentam os elementos básicos da pro dução e do transporto rural, na maior
sil é um problema ? Quando consideramos nossa mortalida
de infantil como um problema social, es tamos, na verdade, importando uma de finição ou uma idealização de países mais adiantados do que o nosso, estamos
parte do território brasileiro".
procedendo á transplantaçâo de um tra
Êstes dados configuram a situação na cional de pauperisino. Mas é preciso lembrar que paupcrismo não implica tão
ço cultural, sem termos ainda condições para adotá-lo.
somente baixo poder aquisitivo cias mas
De fato, nos países em que não há paupcrismo, considera-se oprobrioso todo
sas; implica um repertório dc hábitos so-
coeficiente dc mortaüdade infantil, supe
ciai.s, hábitos típicos da pobreza cuja in
rior a 100. Os paises mais adiantados
fluência negativa síàbre a vitalidade hu mana se soma á do baixo poder aquisiti
do mundo apresentam, com efeito, co
que diminuem a vitalidade do homem
tual da energia muscular.
mortalidade infantil do que serviços mé ção dc tais empreendimentos.
4,95; na Suécia, 3,36; na Suíça, 3,37; na i'"rança, 3,25; na Aus trália, 2,80.
mente, pelo cotejo da utilização percen
muito mais efetivos no tratamento da
passa a sua \'ida exclusiwimcnte no am
vo. Não é só a subnutrição, a má ve.sti-
A disparidade de lascs econémhcas en
Bcdonda c no Vale do São Francisco são
grande a porcentagem da população que
na Alemanha,
tre o Brasil e os países do baixa morta lidade infantil percebe-se mais clara
101
menta, a má liabitação, cm si mesmas,
eficientes abaixo deste numero. Em 1945
era 30, o da Suécia; 36, o da Noruega; 38, o dos Estados Unidos; 41, o da Suí ça; 48, o da Inglaterra; 48, o da Dina
brasileiro, ma.s também os hábitos que
marca; 51, o do Canadá; 63, o da Fin
elas condicionam. O pauperismo é um complexo econômico, cultural e psicoló gico. Pode ser que não se morra de
lândia; GS, o da Irlanda; 80, o da Ho landa; 83, o da França (26).
fome no Brasil, como proclamam alguns ufanístas, mas se morre de hábitos de
vida típicos da pobreza. O decréscimo da alta mortalidade in
Qual o coeficiente de mortalidade in fantil do nosso país ? Só os levianos res pondem prontamente a esta pergunta. Na verdade, o coeficiente de mortalida de infantil do Brasil ainda é um misté
fantil do país, bem como de seus índi
rio. Pode dizer-se que todos os cálculos
ces de mortalidade geral e de morbidade
elaborados até agora com base nos da dos do registro civil não representam a realidade. Em primeiro lugar, porque os
deverá resultar substancialmente da su
peração efetiva da atual fase de nosso
w-Ày Éiy..
IPÜI
TV Dir.KSTO
100
cáríii" (23). Nossa alta morlalitlacle in fantil — diria o lúcido economista João
Lyra Madeira - é parte inegrantc do sistema econômico brasileiro, ao cpial es tá indissoliivelmentc ligada.
Só poderemos fazer baixar ofctÍ\amente estes índices através da transfor
mação radical do sistema econômico na
cional o que (picr dizer, através do aper
EcoNÓMiaí
í;3.09 (pulos dc car\ão minerai c (>2,4 kwli (Ic energia elétrica, empianto o con
sumo re.specti\() da Suécia é dc 1.0.58 (piilos e 1 .174 kwh; o da Noruega, dc fí2C-) (ptilos e 2.779 kwh; o da Suíça, dc •5r3 (piilos e l.fiHO kwii; o da Holanda, 1 .4.34 (piilos c 320 kwh; o dos Estados Unidos (1947), 3.741 kls e 1.070 kwh.
O baixo consumo dc energia de ori
feiçoamento dos métodos de exploração
gem nã()-niuscul;ir é com eleito um sím
dos recursos disponíscis; da olc\ação da
bolo de atraso econômico, ou seja, dc sistemas agrícolas c industriais baseados
capacidade produtiva do homem brasilei ro e de uma racional distribuição "dos resultados dos esforços de cada homem
entre os que cooperam no processo da
produção" (24). Quando queremos ressal
cm ext(.*nsa ulilizaç.ão dc inão-dc-ohra.
É o (pic ocorre, por exemplo, no Brasil, na índia ir na Ghina, paises em fpic o hoincni lula com a natureza com (expe
dientes nidiineiitarcs cujo
tar a calamitosidade dos nossos coeficientes de mor
manejo exige comparativa
talidade infantil, compara-
cular.
JTio-los freqüentemente aos da Suécia, Noruega, Aus
diário produzido em Kilo-
trália, Suíça, Estados Uni
mente grande eshirço mus Assim, o trabalho
watts-hora por habitante, .segundo cálculos realizados
dos, Inglaterra, França, Alemanha. E.sta compara ção é feita em geral para
em dezembro de 1944 pe
encarecer a necessidade de
0,36; na China, 0,34. Por
custear
medidas
diretas.
Falta-lhe, porém, conexão.
lo Sr. Glycon dc Paiva, é, no Brasil, 0,47; na índia, outro
lado,
nos
Estados
Unidos, éslc índice é 10,02;
O' que se devia comparar
no Canadá, 10,00; na No-
seriam os padrões de vida desses países. Ora, o padrão de vida
ra, 5,00;
de uma população — sugere com acerto
o brilhante economista e geólogo patrí cio, Glycon de Paiva (2.5) — pode ser e.xpresso pela taxa anual "per capita" de consumo do energia, ou seja, um alto
consumo ou uso adequado das principais categorias de bens e artigos de luxo — é incompatível com consumo inadequado de energia.
À luz deste critério, e segundo cálcu los realizados, para o ano de 1948, o pa drão de vida do brasileiro caracteriza-se
pelo .seu consumo anual "per capita" do
riiífga, 5,75; .na Inglater
Dice-sto
EcoNí^xnro
clá, 2,40%; nos Estados Unido.s, 2,40%.
sistema econômico. Investimentos como
A propósito, escre\eu T. Lvnn Smith (Sistemas Agrícolas. Separata da Re\'ista Brasileira de Geografia. N." 2. Ano IX. 1947): "O Brasil sempre e ainda
os que o govèrno tem feito em Volta
boje continua sendo quase que exclusi
dicos dc assistência direta. Populações
vamente rural.
inteiras se reabilitam mediante a realiza
Não s()mcntc é bastante
biente rural, mas o grau de ruralidado,
ples instalação de lâmpadas elétricas em moradias precárias constitui-se, como
isto é, a falta do traços e influências ur banas nas comunidades nirais, é também
flagrador de mudanças em mhssa, de ati
Assim, en-
(pumto no Brasil a energia muscular rcpre.scnta 51,00% da energia total, na Aus trália ô.stc percentual é 9,40%; na Fran ça, 7,6-5%; na Suíça, 7,40%-; na Suécia, 7,30%; na Alemanha, 5,30%; na Inglater ra, 4,40%; na Noruega, 4,50%; no Cana-
A sim
ocorreu no Vaio do Tennessee, num de
muito elevado. Tanto do ponto dc \'ista quantitativo como qualitativo, o Brasil
tudes humanas.
c uma das naç(")es mais rurais do mundo.
5 — A alta mortalidade infantil do Bra
Daí não constituir uma surpresa tão
grande o fato de que as dernibadas c queimada.s, e as costas do homem ou da mulher (às vezes auxiliadas pelo animal cie carga ou pelo carro de boi) ainda re presentam os elementos básicos da pro dução e do transporto rural, na maior
sil é um problema ? Quando consideramos nossa mortalida
de infantil como um problema social, es tamos, na verdade, importando uma de finição ou uma idealização de países mais adiantados do que o nosso, estamos
parte do território brasileiro".
procedendo á transplantaçâo de um tra
Êstes dados configuram a situação na cional de pauperisino. Mas é preciso lembrar que paupcrismo não implica tão
ço cultural, sem termos ainda condições para adotá-lo.
somente baixo poder aquisitivo cias mas
De fato, nos países em que não há paupcrismo, considera-se oprobrioso todo
sas; implica um repertório dc hábitos so-
coeficiente dc mortaüdade infantil, supe
ciai.s, hábitos típicos da pobreza cuja in
rior a 100. Os paises mais adiantados
fluência negativa síàbre a vitalidade hu mana se soma á do baixo poder aquisiti
do mundo apresentam, com efeito, co
que diminuem a vitalidade do homem
tual da energia muscular.
mortalidade infantil do que serviços mé ção dc tais empreendimentos.
4,95; na Suécia, 3,36; na Suíça, 3,37; na i'"rança, 3,25; na Aus trália, 2,80.
mente, pelo cotejo da utilização percen
muito mais efetivos no tratamento da
passa a sua \'ida exclusiwimcnte no am
vo. Não é só a subnutrição, a má ve.sti-
A disparidade de lascs econémhcas en
Bcdonda c no Vale do São Francisco são
grande a porcentagem da população que
na Alemanha,
tre o Brasil e os países do baixa morta lidade infantil percebe-se mais clara
101
menta, a má liabitação, cm si mesmas,
eficientes abaixo deste numero. Em 1945
era 30, o da Suécia; 36, o da Noruega; 38, o dos Estados Unidos; 41, o da Suí ça; 48, o da Inglaterra; 48, o da Dina
brasileiro, ma.s também os hábitos que
marca; 51, o do Canadá; 63, o da Fin
elas condicionam. O pauperismo é um complexo econômico, cultural e psicoló gico. Pode ser que não se morra de
lândia; GS, o da Irlanda; 80, o da Ho landa; 83, o da França (26).
fome no Brasil, como proclamam alguns ufanístas, mas se morre de hábitos de
vida típicos da pobreza. O decréscimo da alta mortalidade in
Qual o coeficiente de mortalidade in fantil do nosso país ? Só os levianos res pondem prontamente a esta pergunta. Na verdade, o coeficiente de mortalida de infantil do Brasil ainda é um misté
fantil do país, bem como de seus índi
rio. Pode dizer-se que todos os cálculos
ces de mortalidade geral e de morbidade
elaborados até agora com base nos da dos do registro civil não representam a realidade. Em primeiro lugar, porque os
deverá resultar substancialmente da su
peração efetiva da atual fase de nosso
w-Ày Éiy..
Dicksto EconóaHíW
Dicesto Econômico
próprios cartórios, sobretudo os do in terior do país, estão mal organízíidos e
poderem distrair do seu orçamento u iaiportància noces.sári;! pura a realiz;tção
deixam de fornecer informações aos ór
cièsse ato.
gãos de estatística. Em segundo lugar, porque muitos são os pais cpic dei.xajn de registrar os seus filhos no primeiro
rificpte uma grande evasão nas estatísti
É compreensível, portanto, que se vecas do registro ei\il no Brasil. Pode-se obter lima perspeetiwi da importância desta e\'aNão. no quadro seguinte elabo rado pelo Sr. Heitor Braeet, ("O Regis
ano de x-ida e até mesmo em idades mais
avançadas, umas vézes, por ignorar a
existência do registro civil;
outras, por
deliberação, pois receiam que os seus fi lhos sejam incomodados pela obrigação
f-islu Braaileirti de líataiislicd. Abnl-Se-
do serviço militar; outras, ainda, por não
lembro, 1917. Pg. 367) :
tro Civil das Pes.sous Naturais", in Rc-
MENORES DE 1 ANO REGISTRADOS E RECENSEADOS EM 1940 Regtslrados
Recenseados
até 30 de
UNIDADES DA FEDERAÇÃO
em
setembro (1) Acro
Pará
Maranhão Piauí Ceará
í 1
Paraíba Pernambuco
Alagoas
i;l *■
Sergipe ,
14 375 32
Espírito Santo Leste — Minas Gerais
Rio do Janeiro Distrito Federal
42 613
4 2 6 5 1
30 85 30 53 86 28
148 17 15 40
010 158 686 673 512
18 113 27 216 62 40
006 270 544 552 852 823
3 701
519 581 102 515 031 912 864 849 892 909 483 920
do Registro Civil
98,67 97,67 89,91
94,44 96,55 95,20
92,83 87,50 93,40 94,77 89,36
93,81 69,37 68,85 69,66 36,89
819 725 294 805
35,67
13 139 30 106
85,57 87,50
367 953
71,89
230 45 46 115
477 429 4.57 279
1 895
Mato Grosso Centro-Oeste — Goiás
179
2 366
2 7 8 67 18 25
Bahia
São Paulo Paraná Sul — Santa Catarina R. G. do Sul
3 321
1 051
Nordeste — R. G. do Norte V' '
setembro
44 334 3 246
Norte — Amazonas
de
Deficiência
61,88 66,61
65,21
11
Foram excluídos dêste quadro 2.577 menores de 1 ano recenseados no territó rio litigioso entre os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Contagem de eventos comunicados ao Serv. de Estat., Demografia, Moral e Política.
Nota
1)
384 525
103
\'áo é (!<• e.slranliaf, portanto, que se tenha apurado em 1935, numa capital do \urli' (.Io país, um número de óbitos
de menores de um ano maior do que o de nascidos \ ivos. \<T. os mais
Por serem, a nosso
lidedignos, utilizitrcmos
aqui os cálculos do Prof. Ciorgio Morlara, baseados no cens-o demográfico de 1940. Segundo o Prof. Ciorgio Mortara, os coeficientes de mortalidade infan
til, no tri(Miio 1938-1940, teriam .sido os seguintes, nas seguintes cidades: Recife.
267,03; SaKador, 201,40; Pòrlo Alegre, 187,4C; Belém, 159,67; Rio de janeiro, 159,24; Belo Horizonte, 157,87; Paulo, 135,21 (27).
São
Em matéria de mortalidade infantil,
portanto, o nosso paí.s se (mcontra na
faixa do oprobrioso. É necessário ob servar, porém, que o tipo de mortalida
de infantil verificada em nosso país é uma das muitas manifestações de uma fase da evolução econômica c social em que se encontravam, lia cerca de cin-
coenta anos, com as suas peculiaridades, os países atuais de baixa mortalidade in
fantil c em que se encontram ainda quaS(í todos o.s países da América Latina, Portugal, Ceilão, Japão, China c outros. Com efeito, no qüinqüênio 1898-1902, os países que hoje são considerados co mo lêrmo,s de comparação apresentavam
coeficientes da grandeza dos que atualnicnto SC computam cm nossas capitais. Tais, a Suécia com o coeficiente de 98;
1940); Chile, 217; Equador, 158; Co lômbia,. 140; Venezuela, 122; México, 126; Portugal, 126; Ceilão. 149: índia
Britânica (ano de 1942), 163. (29)
É forçoso concluir daí que a diminui ção da mortalidade infantil é uma natu
ral conseqüência cie uma transformação faseológica, de caráter total, dos comple xos econômicos e sociais dos países. Ê inútil pretender baixar decisivamente a mortalidade infantil dc países como o Brasil e os da América Latina por meio de providências diretas ou que não for cem a tran.formação de suas estruturas .econômicas e sociais.
Seria uma ano
malia, do ponto de rista sociológico, que
ôsscs paíse.s, na atual fase de sua evolu ção, apresentassem índices de saúde co mo os dos Estados Unidos, da Suécia,
cia Noruega, da Inglaterra, etc.
Acresce, ainda, que a nossa atual mor talidade infantil é, como todos sabem,
mais baixa do que a de cincoenta anos atrá.s e muito mais do que a de um sécu lo antes.
A mortalidade infantil, entre
nós, nos séculos passados, sempre foi, segundo os cronistas, altíssima. As péssimas condições de saúde da população brasileira na época colonial e imperial tem sido assinaladas quase una nimemente pelos eitudiosos.
A niortali-
clade nas idades moças seria alarmante, na perspectiva atual. Entretanto, afora uma ou outra voz de personalidades de destaque, a ocorrência parecia natural à
a Noruega, com o de 91; a Suíça, com o de 142; a Inglaterra, com o de 152;
mentalidade reinante naqueles tempos e
a Dinamarca, com o de 131; a Finlân
halo dê poesia.
dia, com o de 138; a Holanda, com o
de 148; a França, com o de 154; os Estado.s Unidos, com n coeficiente de 159
•
BRASIL
<3
(ano dc 1900) (28).
mais que isto, era até cercada de certo
Infelizmente, os dados de que se dis
põe, com referência a esta época, não
podem ser convertidos aos atuais coefi
cientes, de vez que não precisam o pe
Quanto aos países que atualmente são econômica e socialmente comparáveis ao
ríodo etário dentro do qual ocorrem óbitos, mas indicam uma elevadíssima
Brasil, seus coeficientes de mortalidade
mortalidade infantil.
infantil assim sc discriminam (ano de
os
Baseando-se no número de batizado.s ntiiiWfn
Dicksto EconóaHíW
Dicesto Econômico
próprios cartórios, sobretudo os do in terior do país, estão mal organízíidos e
poderem distrair do seu orçamento u iaiportància noces.sári;! pura a realiz;tção
deixam de fornecer informações aos ór
cièsse ato.
gãos de estatística. Em segundo lugar, porque muitos são os pais cpic dei.xajn de registrar os seus filhos no primeiro
rificpte uma grande evasão nas estatísti
É compreensível, portanto, que se vecas do registro ei\il no Brasil. Pode-se obter lima perspeetiwi da importância desta e\'aNão. no quadro seguinte elabo rado pelo Sr. Heitor Braeet, ("O Regis
ano de x-ida e até mesmo em idades mais
avançadas, umas vézes, por ignorar a
existência do registro civil;
outras, por
deliberação, pois receiam que os seus fi lhos sejam incomodados pela obrigação
f-islu Braaileirti de líataiislicd. Abnl-Se-
do serviço militar; outras, ainda, por não
lembro, 1917. Pg. 367) :
tro Civil das Pes.sous Naturais", in Rc-
MENORES DE 1 ANO REGISTRADOS E RECENSEADOS EM 1940 Regtslrados
Recenseados
até 30 de
UNIDADES DA FEDERAÇÃO
em
setembro (1) Acro
Pará
Maranhão Piauí Ceará
í 1
Paraíba Pernambuco
Alagoas
i;l *■
Sergipe ,
14 375 32
Espírito Santo Leste — Minas Gerais
Rio do Janeiro Distrito Federal
42 613
4 2 6 5 1
30 85 30 53 86 28
148 17 15 40
010 158 686 673 512
18 113 27 216 62 40
006 270 544 552 852 823
3 701
519 581 102 515 031 912 864 849 892 909 483 920
do Registro Civil
98,67 97,67 89,91
94,44 96,55 95,20
92,83 87,50 93,40 94,77 89,36
93,81 69,37 68,85 69,66 36,89
819 725 294 805
35,67
13 139 30 106
85,57 87,50
367 953
71,89
230 45 46 115
477 429 4.57 279
1 895
Mato Grosso Centro-Oeste — Goiás
179
2 366
2 7 8 67 18 25
Bahia
São Paulo Paraná Sul — Santa Catarina R. G. do Sul
3 321
1 051
Nordeste — R. G. do Norte V' '
setembro
44 334 3 246
Norte — Amazonas
de
Deficiência
61,88 66,61
65,21
11
Foram excluídos dêste quadro 2.577 menores de 1 ano recenseados no territó rio litigioso entre os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Contagem de eventos comunicados ao Serv. de Estat., Demografia, Moral e Política.
Nota
1)
384 525
103
\'áo é (!<• e.slranliaf, portanto, que se tenha apurado em 1935, numa capital do \urli' (.Io país, um número de óbitos
de menores de um ano maior do que o de nascidos \ ivos. \<T. os mais
Por serem, a nosso
lidedignos, utilizitrcmos
aqui os cálculos do Prof. Ciorgio Morlara, baseados no cens-o demográfico de 1940. Segundo o Prof. Ciorgio Mortara, os coeficientes de mortalidade infan
til, no tri(Miio 1938-1940, teriam .sido os seguintes, nas seguintes cidades: Recife.
267,03; SaKador, 201,40; Pòrlo Alegre, 187,4C; Belém, 159,67; Rio de janeiro, 159,24; Belo Horizonte, 157,87; Paulo, 135,21 (27).
São
Em matéria de mortalidade infantil,
portanto, o nosso paí.s se (mcontra na
faixa do oprobrioso. É necessário ob servar, porém, que o tipo de mortalida
de infantil verificada em nosso país é uma das muitas manifestações de uma fase da evolução econômica c social em que se encontravam, lia cerca de cin-
coenta anos, com as suas peculiaridades, os países atuais de baixa mortalidade in
fantil c em que se encontram ainda quaS(í todos o.s países da América Latina, Portugal, Ceilão, Japão, China c outros. Com efeito, no qüinqüênio 1898-1902, os países que hoje são considerados co mo lêrmo,s de comparação apresentavam
coeficientes da grandeza dos que atualnicnto SC computam cm nossas capitais. Tais, a Suécia com o coeficiente de 98;
1940); Chile, 217; Equador, 158; Co lômbia,. 140; Venezuela, 122; México, 126; Portugal, 126; Ceilão. 149: índia
Britânica (ano de 1942), 163. (29)
É forçoso concluir daí que a diminui ção da mortalidade infantil é uma natu
ral conseqüência cie uma transformação faseológica, de caráter total, dos comple xos econômicos e sociais dos países. Ê inútil pretender baixar decisivamente a mortalidade infantil dc países como o Brasil e os da América Latina por meio de providências diretas ou que não for cem a tran.formação de suas estruturas .econômicas e sociais.
Seria uma ano
malia, do ponto de rista sociológico, que
ôsscs paíse.s, na atual fase de sua evolu ção, apresentassem índices de saúde co mo os dos Estados Unidos, da Suécia,
cia Noruega, da Inglaterra, etc.
Acresce, ainda, que a nossa atual mor talidade infantil é, como todos sabem,
mais baixa do que a de cincoenta anos atrá.s e muito mais do que a de um sécu lo antes.
A mortalidade infantil, entre
nós, nos séculos passados, sempre foi, segundo os cronistas, altíssima. As péssimas condições de saúde da população brasileira na época colonial e imperial tem sido assinaladas quase una nimemente pelos eitudiosos.
A niortali-
clade nas idades moças seria alarmante, na perspectiva atual. Entretanto, afora uma ou outra voz de personalidades de destaque, a ocorrência parecia natural à
a Noruega, com o de 91; a Suíça, com o de 142; a Inglaterra, com o de 152;
mentalidade reinante naqueles tempos e
a Dinamarca, com o de 131; a Finlân
halo dê poesia.
dia, com o de 138; a Holanda, com o
de 148; a França, com o de 154; os Estado.s Unidos, com n coeficiente de 159
•
BRASIL
<3
(ano dc 1900) (28).
mais que isto, era até cercada de certo
Infelizmente, os dados de que se dis
põe, com referência a esta época, não
podem ser convertidos aos atuais coefi
cientes, de vez que não precisam o pe
Quanto aos países que atualmente são econômica e socialmente comparáveis ao
ríodo etário dentro do qual ocorrem óbitos, mas indicam uma elevadíssima
Brasil, seus coeficientes de mortalidade
mortalidade infantil.
infantil assim sc discriminam (ano de
os
Baseando-se no número de batizado.s ntiiiWfn
Dicesto Econômico
;o4
Dicksto Econômico
e de óbitos de inocentes, ocorridos cm
uma alta niorlalidado infantil (In Po-
Iras apenas cm nascidas, sem serem ba tizadas."
1799 na paróquia da rua do Passo cm
vnaniento da Cidade do Salvador. Publi
Salvador, Thalcs de Azevedo elaborou o
carão da Prefeitura Municipal do Sal
seguinte quadro, cm que se configura
vador. 1ÍM9. Pág. IfiT):
O povo, entretanto, não se alarmava com estes altos índices de mortalidade.
Ao contrário, racionalizava o fato em Cor
Brancos
Cabras e pardos Pretos e crioulos
de nascimentos
Coeficiente
íihitos
mortalidade
termos místicos c poéticos. Nossas eli tes governantes, superfetadas c sofisti
flores, e na cabeça tinha-se-Uie posto
5
172,4/1.000
cadas, c (pic estão tentando transmitir ao povo, scr\'indo-se mesmo da propa
9
250,0 75,0
ganda, um sentimento depressivo do fe nômeno, num procedimento megaloma níaco ou, por assim dizer, dc caráter psicótico. Gilberto Frcyrc informa (Casa Gran
isso então èle às vèzes pedia a seu pai
3
Não indicados .
3 20
105
Maria Graham, em seu "Journal of a (editado em Londres em 1924) infor
ma que menos de metade dos negros nascidos no engenho de Matta Paciên cia chegava à idade de dez anos. Se gundo conhecida estatística de Eschwege, em Minas Gerais, entre os mulatos escravos, em 105 nasciam 4, em 100
morriam 6; entre os escravos negros, em 103 nasciam 3, em 102 morriam 7- en
190,4/1.000
zes as falas dc seu filho assim lhe disse
"A idealiz.i\ção dc que foram objeto os meninos filhos dc índios nos primei
tu morras, seja feita a sua vontade. Em
gros li\rcs, cm 84 nasciam 4, cm 93 morriam 5.
Schmidt Editor.
Rio.
ros tempos da catequosc e da coloniza ção — época, precisamente, de
um dia: Meu filho, se Deus quiser que ouvindo as palavras de seu pai assim disse-lhe a criança: Está bem,
elevada mortalidade infantil, co
meu pai, eu vou morrer agora".
mo se depreende das próprias
Foi' deitar-se na cama e sem -
crônicas jesuítas — tomou muitas
dos sòbrc mortalidade infantil, cm Per
vezes caráter meio mórbido; re
nambuco :
sultado, talvez, da identificação
autor de Causas da Mortalidade
da criança com o anjo católico. A morte da criança passou a ser
(1887) diz ter ouvido, com fre
pardos
recebida quase com alegria; pe 197
pretos 239
223
256 276 271 294
209 234 178
103
124 135
pardos
61 49
53 70 60
pretos
87 95 87 119 125
das Crianças no Rio de Janeiro
qüência dos pais, estas expres
atitude subsiste a influência em nossos
crianças". E Luccock ouviu a mãe de
costumes: ainda hoje entre matutos e sertanejos, e mesmo entre a gente pobre
como sou feliz! Como sou feliz! Mor
dos enterros dc gente grande. "Nos tempos da catequese, os jesuítas, talvez para atenuar entre os' índios o mau efeito do aumento da mortalidade
infantil que se seguiu ao contacto ou in-
Referindo-se à mortalidade infantil nos primeiros séculos de colonização, es creve Fernandes Gama (Memórias His
"dois terços destes morriam pouco de
tercurso cm condições disgênicas, entre
pois de nascidos".
as duas raças, tudo fizeram para enfei
tóricas de Pernambuco. Recife. 1844) que "as mulheres Portuguesas a princí
dre jesuíta Montoya — não era duradou ra; morriam muito facilmente; algumas
mas um anjo inocente que Nosso Se
pio criaram mui poucos filhos" e que
morrem até no ventre de suas mães, ou-
nhor chamava para junto de si. A his
A vida das crianças — escreve o pst-
O Dr. José Maria Teixeira,
sões: "é uma felicidade a morte das
se diz, contrasta com a sombria tristeza 108 115
doença alguma morreu."
De semelhante
lo menos som horror.
cinha, ou de "anjo" como geralmente
mortos
h\
chão. O pai, tendo ouvido muitas ve
Gilberto Frcyrc expõe cm Casa Gran de ôc Senzala (op. cit.) os seguintes da
221 192
1826
tinha visto e ficava todo estendido no
1938. Págs. 101 c 102);
294 281
1825
para morrer, dizendo-lhe: deixa-me mor
rer ó meu pai e se punha como o corpo de seu companheiro falecido, que ele
NTOS, cm 99 nasciam 4, em 108 morriam 4; entre os mulatos livres, em 108 nas ciam 4, cm 109 morriam 3; entre os ne
Brancos 279 279
Brancos
uma coroa de flores as mais bonitas. Por
de & Senzala.
das cidades do Norte, o enterro da crian 1822 1823 1824
me o costume estava todo enfeitado de
tre os brancos livres, em 99 nasciam 4. cm 106 morriam 3; entre os índios li-
nascidos 1822 1823 1824 1825 1826
cessiva idealização da criança: um me nino, filho de um irmão do Rosário, te ve inveja quando viu o enterro de um seu companheiro; "o corpo dele confor
N." dc
29 30 40
Voijage to Brazil and Residences there during^ the Years 1821, 1822. 1823"
tória que refere Montoya c típica desse ambiente mórbido que se criou pela ex
tar ou embelezar a morte da criança.
Não era nenhum pecador que morria,
um menino morto dizer o seguinte: "Oh, reu-me o último filho! Como sou feliz 1
Agora quando eu morrer e for para o céu não deixarei de entrar: lá estarão meus cinco filhinhos para me arrastarem para dentro, agirrrados às minhas saias-
"Entra mãe ! Entra !" (Notes on Rio de Janeiro and the Southern Parts of Braril
London. 1820). Richard p/Burt^
(The Explorations of the Highhnds of the Brazil. London
1869) confirma:
"an anjinho or "innocente", a very
young child dies unre-retted because its future happiness Is certain".
Esta superstição da "insaciabilidade"
Dicesto Econômico
;o4
Dicksto Econômico
e de óbitos de inocentes, ocorridos cm
uma alta niorlalidado infantil (In Po-
Iras apenas cm nascidas, sem serem ba tizadas."
1799 na paróquia da rua do Passo cm
vnaniento da Cidade do Salvador. Publi
Salvador, Thalcs de Azevedo elaborou o
carão da Prefeitura Municipal do Sal
seguinte quadro, cm que se configura
vador. 1ÍM9. Pág. IfiT):
O povo, entretanto, não se alarmava com estes altos índices de mortalidade.
Ao contrário, racionalizava o fato em Cor
Brancos
Cabras e pardos Pretos e crioulos
de nascimentos
Coeficiente
íihitos
mortalidade
termos místicos c poéticos. Nossas eli tes governantes, superfetadas c sofisti
flores, e na cabeça tinha-se-Uie posto
5
172,4/1.000
cadas, c (pic estão tentando transmitir ao povo, scr\'indo-se mesmo da propa
9
250,0 75,0
ganda, um sentimento depressivo do fe nômeno, num procedimento megaloma níaco ou, por assim dizer, dc caráter psicótico. Gilberto Frcyrc informa (Casa Gran
isso então èle às vèzes pedia a seu pai
3
Não indicados .
3 20
105
Maria Graham, em seu "Journal of a (editado em Londres em 1924) infor
ma que menos de metade dos negros nascidos no engenho de Matta Paciên cia chegava à idade de dez anos. Se gundo conhecida estatística de Eschwege, em Minas Gerais, entre os mulatos escravos, em 105 nasciam 4, em 100
morriam 6; entre os escravos negros, em 103 nasciam 3, em 102 morriam 7- en
190,4/1.000
zes as falas dc seu filho assim lhe disse
"A idealiz.i\ção dc que foram objeto os meninos filhos dc índios nos primei
tu morras, seja feita a sua vontade. Em
gros li\rcs, cm 84 nasciam 4, cm 93 morriam 5.
Schmidt Editor.
Rio.
ros tempos da catequosc e da coloniza ção — época, precisamente, de
um dia: Meu filho, se Deus quiser que ouvindo as palavras de seu pai assim disse-lhe a criança: Está bem,
elevada mortalidade infantil, co
meu pai, eu vou morrer agora".
mo se depreende das próprias
Foi' deitar-se na cama e sem -
crônicas jesuítas — tomou muitas
dos sòbrc mortalidade infantil, cm Per
vezes caráter meio mórbido; re
nambuco :
sultado, talvez, da identificação
autor de Causas da Mortalidade
da criança com o anjo católico. A morte da criança passou a ser
(1887) diz ter ouvido, com fre
pardos
recebida quase com alegria; pe 197
pretos 239
223
256 276 271 294
209 234 178
103
124 135
pardos
61 49
53 70 60
pretos
87 95 87 119 125
das Crianças no Rio de Janeiro
qüência dos pais, estas expres
atitude subsiste a influência em nossos
crianças". E Luccock ouviu a mãe de
costumes: ainda hoje entre matutos e sertanejos, e mesmo entre a gente pobre
como sou feliz! Como sou feliz! Mor
dos enterros dc gente grande. "Nos tempos da catequese, os jesuítas, talvez para atenuar entre os' índios o mau efeito do aumento da mortalidade
infantil que se seguiu ao contacto ou in-
Referindo-se à mortalidade infantil nos primeiros séculos de colonização, es creve Fernandes Gama (Memórias His
"dois terços destes morriam pouco de
tercurso cm condições disgênicas, entre
pois de nascidos".
as duas raças, tudo fizeram para enfei
tóricas de Pernambuco. Recife. 1844) que "as mulheres Portuguesas a princí
dre jesuíta Montoya — não era duradou ra; morriam muito facilmente; algumas
mas um anjo inocente que Nosso Se
pio criaram mui poucos filhos" e que
morrem até no ventre de suas mães, ou-
nhor chamava para junto de si. A his
A vida das crianças — escreve o pst-
O Dr. José Maria Teixeira,
sões: "é uma felicidade a morte das
se diz, contrasta com a sombria tristeza 108 115
doença alguma morreu."
De semelhante
lo menos som horror.
cinha, ou de "anjo" como geralmente
mortos
h\
chão. O pai, tendo ouvido muitas ve
Gilberto Frcyrc expõe cm Casa Gran de ôc Senzala (op. cit.) os seguintes da
221 192
1826
tinha visto e ficava todo estendido no
1938. Págs. 101 c 102);
294 281
1825
para morrer, dizendo-lhe: deixa-me mor
rer ó meu pai e se punha como o corpo de seu companheiro falecido, que ele
NTOS, cm 99 nasciam 4, em 108 morriam 4; entre os mulatos livres, em 108 nas ciam 4, cm 109 morriam 3; entre os ne
Brancos 279 279
Brancos
uma coroa de flores as mais bonitas. Por
de & Senzala.
das cidades do Norte, o enterro da crian 1822 1823 1824
me o costume estava todo enfeitado de
tre os brancos livres, em 99 nasciam 4. cm 106 morriam 3; entre os índios li-
nascidos 1822 1823 1824 1825 1826
cessiva idealização da criança: um me nino, filho de um irmão do Rosário, te ve inveja quando viu o enterro de um seu companheiro; "o corpo dele confor
N." dc
29 30 40
Voijage to Brazil and Residences there during^ the Years 1821, 1822. 1823"
tória que refere Montoya c típica desse ambiente mórbido que se criou pela ex
tar ou embelezar a morte da criança.
Não era nenhum pecador que morria,
um menino morto dizer o seguinte: "Oh, reu-me o último filho! Como sou feliz 1
Agora quando eu morrer e for para o céu não deixarei de entrar: lá estarão meus cinco filhinhos para me arrastarem para dentro, agirrrados às minhas saias-
"Entra mãe ! Entra !" (Notes on Rio de Janeiro and the Southern Parts of Braril
London. 1820). Richard p/Burt^
(The Explorations of the Highhnds of the Brazil. London
1869) confirma:
"an anjinho or "innocente", a very
young child dies unre-retted because its future happiness Is certain".
Esta superstição da "insaciabilidade"
Dicesto EcoNÓinco Dioeskí
Econômico
107
tle Nosso Senhor cin eercar-sc clc anjos",
na.scido: (liuu.a-s<-, lu-bc-so pela felidJ.i-
na insinuação de Gilberto Fr(n're, é pro vável que SC tenha derivado do seguin
<!<• fiel r/íigf7i7(» cii cl ciclo.
te:
só é uni juoblciiia, à luz de um estado tic espírito iiiijiorlado. Delineia-se, ai-
MUis Moléstias c Tratamento (Rio. 1843)
siin, um ver<Iach iro conflito cultural en tre a "urbanidade" dos adniinistra(iorf>
Negros (Rio. 1839).
diante
do
número
alarmante
de
crianças índias que a morte le\QU n<j
Século XVI os jesuítas espalharam, para consòlo das mães e no interesse da cate-
A iiiortalid.Klc infantil no Brasil rural
quese, que era "uma felicidade": os pe-
<■ o mundo rural, em (juc a alta niortali*
queninos iarii para o Céu. Aliás, neste
da<le infantil é, por assim dizer, do {Xin*
particular, os jesuítas estavam continuan
do uma tradição católica. São Bernardo, que não era jesuíta, dc.sconfiava da boa
-saúde de seus monges, porque acha\a que comprometia a salvação da alma. O
protestantismo é que parece ter tido um
grande papel na formação dos conceitos modernos de saúde e de morbidade.
Retomando o tema em seu livro So-
hrados e Mucamhos, Gilberto Freyre olj-
serva que a referida idealização do "an10 e outras "idealizações de morte" —
Jdeahzação da morte do " filho rapaz,
icleahzaçao da morte da filha virgem -
que tmha direito ã capela de flor de laranja, veu de noiva, bouquet de cra vos, caixão azul ou branco" — teriam pervertido o gosto da vida, o sentido'da saúde, no Brasil.
Se a "perda de tanto valor social" ufi-
guraya-sc alguma vez àquelas épocas um
problema social, a maneira de tr itá Io era supernaturalista. "mais ou menos
teológica , animada pelos padres e pe la Igreja", de voz que "não tinham nem meios técnicos, nem independência eco
nômica para enfrentar as causas sociais de tanta morte".
Aliás, ainda hoje tais idealizações se encontram plenamente vigentes no inte
rior do país (29a) e, até nas capitais entre figuras de elite, como comprova o famoso poema do poeta paulista, Vicente de Carvalho, sobre o pequenino morto.
Nos países da América Latina se regis tra este mesmo complexo.
No México
faz-se festa quando morre um recém-
fo de \ista místico, um fa\or dc Deu.«:
do ponto <!«• \ isla prático, uma providèiifia, exjiedienli- atuarial, pelo qual os parcos recursos c as restritas comodida
des da jiopiilação se ajustam às soas no-
eessídatlc-s
fundamentais,
permitindo-
lhes a .subsistência.
Terão, porém, mesmo nas cidades, as classes desfavorecidas atingido à sensibi
lidade moral da.s nossas elites, no par
Guia Medico das Mães dc FamilUi ou a
Castro, o Dr. Pedro Borge."?, o Dr. Josué
Infância C.onsidcrada na s-im Higiene,
de Castro.
e Manual do Fazendeiro ou Tratamento
Doméstico .sòhrr as Enfermidades dos
crianças nos seus primeiros anos dc uída; a prática da amamentação por escra
vas, com pouco cscriipido escolhidas,
fòrça do Decreto-lei n. 2.204 de 17 de
poderá ser considerada como uma das principais ? quais as moléstias mais fre qüentes nas crianças?
mento Nacional da Criança, atualmente
seguinte tema: 1) a que causa se deve
atribuir
tão
grande
mortalidade
nas
O Barão de Laxradio, também médi co, escreve em 1847, sob o título "Al
gumas considerações sobre as causas da mortandade da.s crianças no Rio de Ja
refinamento, um luxo, na acepção spcngleriana do lérmo, que não mo parece tural. Tudo indica haver, em nosso pais.
neiro e moléstias mais freqüentes nos seis 011 sete primeiros meses de idade", uma sério de artigos, numa publicação da Imperial Academia.
duas definições sociais contraditórias da mortalidade infantil: uma dos ruralistas
no dizer de Gilberto Freyre, se publica
c do proletariado em geral e outra das elites dominantes, ou "marginais", co
cm 1887: Cau.sas da Moríalidade das crianças no Rio de Janeiro, do autoria do
mo as cluima Oliveira Viana.
Dr. José Maria Teixeira (30).
a — Mortalidade infantil c serviços «lé-
Com exceção do último citado, todos estes estudiosos não enxergam mais do
dicos
até certo ponto, "inventaram" o proble ma da mortalidade infantil.
"Inventa
ram", na acepção de que criaram uina consciência nacional da gravidade do fenômeno em nosso país.
Um dos primeiros médicos que se pre ocuparam com o problema foi o Dr. Dcrnardino
Antônio
Gomes,
no
Século
XVIII. ' Seguem-se-lhc no Século XIX. Sigaud, Paula Cândido e J. A. Imbert, autor
de
Um estudo "verdadeiramente notável",
que os fatôres imediatos da mortalidade
Foram os médicos que descobriram on.
dois
trabalhos
interessantes,
recer no plano federal e no estadual os
serviços de proteção a infância. Orga nizados por Fernandes Figueira, apare cem os primeiros serviços públicos de higiene pré-natal e infantil em 1921, os quais foram ampliados em 1932. Surge em 1937 a Divisão de Amparo à Mater nidade c à Infância que, em 1940, por
Em 18 de junho dc 1846. reúne-se a .•\cadcinia de Medicina para debater o
ticular da mortalidade infantil ? Parea'me du\'idoso. Tal sensibilidade é uni
ao alcance dc massas dc baixo nível cul
Quando o alarme dado pelos médicos comoveu o governo, começaram a apa
infantil. Em essência, procediam do mesmo modo como procedem atualmente as chamadas "autoridades no assunto", ao tratarem do problema em questão. Todavia, o Dr. José Maria Teixeira
adota um "approach" sociológico e atri
bui a alta mortalidade infantil do país naquela época ao sistema econômico da escravidão c aos costumes sociais dela
decorrentes. Ele é, assim, uma espécie de precursor da orientação seguida por alguns médicos contemporâneos, como o Dr. Pedro de Alcântara, o Dr. Almir de
fe%'erciro, foi transfonnada no Departa
um mecanismo administratixo que pos sui delegacias, cm número do sete, e que atuam cm todo o território.
Além
disto interferem direta ou indiretamente,
no tratamento do problema, a Legião Brasileira de Assistência, o Serviço de Assistência a Menores, o Conselho Na
cional do Serxàço Social, o Serxaço So cial da Indústria, o Serviço Social do Comércio, os Institutos e Cai.xas de Apo sentadorias e Pensões e, em quase todos O'' Estados, repartições especializadas em que.stõcs de maternidade e infância, muitas das quais com o nome de De-
p.irtamentos Estaduais da Criança. Todo êste vasto mecanismo se edifi-
cou, porem, sobre um falso pressuposto: o de que o problema da mortalidade in
fantil comporta uma solução médica. Era natural que isto acontecesse. O mé dico, no exercício de sua profissão, ve
rificava que podia salvar a criança doen
te aplicando-lhc os remédios adequados Conseqüentemente lhe parecia lógico
que SC se possibilitassem remédios ou as
sistência medica a tôdas as crianças doentes, poderia ser salva a sua quase
totalidade. Portanto, como dizia o Dr
Oscar Clark, "em cada município, em
cada aldeia, ao lado da igreja e 'da es
cola, devem ser constniídas clínicas de
Dicesto EcoNÓinco Dioeskí
Econômico
107
tle Nosso Senhor cin eercar-sc clc anjos",
na.scido: (liuu.a-s<-, lu-bc-so pela felidJ.i-
na insinuação de Gilberto Fr(n're, é pro vável que SC tenha derivado do seguin
<!<• fiel r/íigf7i7(» cii cl ciclo.
te:
só é uni juoblciiia, à luz de um estado tic espírito iiiijiorlado. Delineia-se, ai-
MUis Moléstias c Tratamento (Rio. 1843)
siin, um ver<Iach iro conflito cultural en tre a "urbanidade" dos adniinistra(iorf>
Negros (Rio. 1839).
diante
do
número
alarmante
de
crianças índias que a morte le\QU n<j
Século XVI os jesuítas espalharam, para consòlo das mães e no interesse da cate-
A iiiortalid.Klc infantil no Brasil rural
quese, que era "uma felicidade": os pe-
<■ o mundo rural, em (juc a alta niortali*
queninos iarii para o Céu. Aliás, neste
da<le infantil é, por assim dizer, do {Xin*
particular, os jesuítas estavam continuan
do uma tradição católica. São Bernardo, que não era jesuíta, dc.sconfiava da boa
-saúde de seus monges, porque acha\a que comprometia a salvação da alma. O
protestantismo é que parece ter tido um
grande papel na formação dos conceitos modernos de saúde e de morbidade.
Retomando o tema em seu livro So-
hrados e Mucamhos, Gilberto Freyre olj-
serva que a referida idealização do "an10 e outras "idealizações de morte" —
Jdeahzação da morte do " filho rapaz,
icleahzaçao da morte da filha virgem -
que tmha direito ã capela de flor de laranja, veu de noiva, bouquet de cra vos, caixão azul ou branco" — teriam pervertido o gosto da vida, o sentido'da saúde, no Brasil.
Se a "perda de tanto valor social" ufi-
guraya-sc alguma vez àquelas épocas um
problema social, a maneira de tr itá Io era supernaturalista. "mais ou menos
teológica , animada pelos padres e pe la Igreja", de voz que "não tinham nem meios técnicos, nem independência eco
nômica para enfrentar as causas sociais de tanta morte".
Aliás, ainda hoje tais idealizações se encontram plenamente vigentes no inte
rior do país (29a) e, até nas capitais entre figuras de elite, como comprova o famoso poema do poeta paulista, Vicente de Carvalho, sobre o pequenino morto.
Nos países da América Latina se regis tra este mesmo complexo.
No México
faz-se festa quando morre um recém-
fo de \ista místico, um fa\or dc Deu.«:
do ponto <!«• \ isla prático, uma providèiifia, exjiedienli- atuarial, pelo qual os parcos recursos c as restritas comodida
des da jiopiilação se ajustam às soas no-
eessídatlc-s
fundamentais,
permitindo-
lhes a .subsistência.
Terão, porém, mesmo nas cidades, as classes desfavorecidas atingido à sensibi
lidade moral da.s nossas elites, no par
Guia Medico das Mães dc FamilUi ou a
Castro, o Dr. Pedro Borge."?, o Dr. Josué
Infância C.onsidcrada na s-im Higiene,
de Castro.
e Manual do Fazendeiro ou Tratamento
Doméstico .sòhrr as Enfermidades dos
crianças nos seus primeiros anos dc uída; a prática da amamentação por escra
vas, com pouco cscriipido escolhidas,
fòrça do Decreto-lei n. 2.204 de 17 de
poderá ser considerada como uma das principais ? quais as moléstias mais fre qüentes nas crianças?
mento Nacional da Criança, atualmente
seguinte tema: 1) a que causa se deve
atribuir
tão
grande
mortalidade
nas
O Barão de Laxradio, também médi co, escreve em 1847, sob o título "Al
gumas considerações sobre as causas da mortandade da.s crianças no Rio de Ja
refinamento, um luxo, na acepção spcngleriana do lérmo, que não mo parece tural. Tudo indica haver, em nosso pais.
neiro e moléstias mais freqüentes nos seis 011 sete primeiros meses de idade", uma sério de artigos, numa publicação da Imperial Academia.
duas definições sociais contraditórias da mortalidade infantil: uma dos ruralistas
no dizer de Gilberto Freyre, se publica
c do proletariado em geral e outra das elites dominantes, ou "marginais", co
cm 1887: Cau.sas da Moríalidade das crianças no Rio de Janeiro, do autoria do
mo as cluima Oliveira Viana.
Dr. José Maria Teixeira (30).
a — Mortalidade infantil c serviços «lé-
Com exceção do último citado, todos estes estudiosos não enxergam mais do
dicos
até certo ponto, "inventaram" o proble ma da mortalidade infantil.
"Inventa
ram", na acepção de que criaram uina consciência nacional da gravidade do fenômeno em nosso país.
Um dos primeiros médicos que se pre ocuparam com o problema foi o Dr. Dcrnardino
Antônio
Gomes,
no
Século
XVIII. ' Seguem-se-lhc no Século XIX. Sigaud, Paula Cândido e J. A. Imbert, autor
de
Um estudo "verdadeiramente notável",
que os fatôres imediatos da mortalidade
Foram os médicos que descobriram on.
dois
trabalhos
interessantes,
recer no plano federal e no estadual os
serviços de proteção a infância. Orga nizados por Fernandes Figueira, apare cem os primeiros serviços públicos de higiene pré-natal e infantil em 1921, os quais foram ampliados em 1932. Surge em 1937 a Divisão de Amparo à Mater nidade c à Infância que, em 1940, por
Em 18 de junho dc 1846. reúne-se a .•\cadcinia de Medicina para debater o
ticular da mortalidade infantil ? Parea'me du\'idoso. Tal sensibilidade é uni
ao alcance dc massas dc baixo nível cul
Quando o alarme dado pelos médicos comoveu o governo, começaram a apa
infantil. Em essência, procediam do mesmo modo como procedem atualmente as chamadas "autoridades no assunto", ao tratarem do problema em questão. Todavia, o Dr. José Maria Teixeira
adota um "approach" sociológico e atri
bui a alta mortalidade infantil do país naquela época ao sistema econômico da escravidão c aos costumes sociais dela
decorrentes. Ele é, assim, uma espécie de precursor da orientação seguida por alguns médicos contemporâneos, como o Dr. Pedro de Alcântara, o Dr. Almir de
fe%'erciro, foi transfonnada no Departa
um mecanismo administratixo que pos sui delegacias, cm número do sete, e que atuam cm todo o território.
Além
disto interferem direta ou indiretamente,
no tratamento do problema, a Legião Brasileira de Assistência, o Serviço de Assistência a Menores, o Conselho Na
cional do Serxàço Social, o Serxaço So cial da Indústria, o Serviço Social do Comércio, os Institutos e Cai.xas de Apo sentadorias e Pensões e, em quase todos O'' Estados, repartições especializadas em que.stõcs de maternidade e infância, muitas das quais com o nome de De-
p.irtamentos Estaduais da Criança. Todo êste vasto mecanismo se edifi-
cou, porem, sobre um falso pressuposto: o de que o problema da mortalidade in
fantil comporta uma solução médica. Era natural que isto acontecesse. O mé dico, no exercício de sua profissão, ve
rificava que podia salvar a criança doen
te aplicando-lhc os remédios adequados Conseqüentemente lhe parecia lógico
que SC se possibilitassem remédios ou as
sistência medica a tôdas as crianças doentes, poderia ser salva a sua quase
totalidade. Portanto, como dizia o Dr
Oscar Clark, "em cada município, em
cada aldeia, ao lado da igreja e 'da es
cola, devem ser constniídas clínicas de
II Mm
saúde, isto é, "creches" e obras pcri-cscolares (escolas-hospitais c clínicas es colares) para a sal\'ação dos nossos fi
princípio de tentar curar as pessoas fjiiando doentes. <-omo os nossos constru tores cons(Tta\ am os canos quando èles
lhos". Todo o orçamento da União não
rcbenta\;mi dcrpois de grandes frios, a
seria suficiente para instalar c manter
nossa indústria da\'a uma esmola quan
tais unidades de assistência.
do os operários se desempregavam e a nossa defesa naeional aprontava-se quan do uma guerra eomeça\a. É evidente, porém, cpie a planificação científica e a planificação dos recursos nacionais po dem fazer desapareci-r muitas das nossas
Em última análise, os órgãos nacio nais e estaduais de proteção à infância
vivem deste ideal e se justificam por es ta falsa eoncepção, tão bem representa da pelo livro do Dr. Oscar Clark, O
Século da Criança, que obteve grande voga, há cerca de dez anos.
Todavia, tratar uma população, massas de indivíduos doentes, deixa de ser um
da indireta, implicam uma impressionan
probleima médico _ é um problema sose
. . e. sociologica, problema social, sua solução isto é, ■—" ^ implica me
nos uma distribuição de cornselhos, de remedios ou de alimentos, do que a transformação de todo um complexo ins titucional.
O vício fundamental do nosso sistenvi administrativo de proteção à infância (alias de todo nosso sistema sanitário) consiste em que êle aplica no tratamento de um problema de massa os mesmos processos da medicina individual. Os di rigentes dêste sistema não perceberam a transmutação que sofre o problema da morte do menor de um ano ou do me
nor em geral, quando se passa da pers pectiva do indivíduo para a perspectiva Em resumo, eles não assi
milaram ainda a idéia de planificação.
Referindo-se a este atraso ("lag") da organização médico-sanitária, escreveu o
Prof. A. V. Hill (A Ciência e a Ordem Mundial. Lisboa. 1943 — pág. 18): "Sob
o velho regime de laissez faire, que dese jamos ver substituído por uma utilização adequada da ciência no govêmo, os nossos serviços de saúde pública esta vam organizados iJrincipalmente sob o
de providências governamentais, acura damente planejadas.
podemos obtê-las numerosas e inequí
lizam nenhuma planificação. O fato dc existirem címu) existem (com poucas ou
muitas verbas) é meramente aleatório ou
easiial; decorre, frecpieiftemente, do grau
de pre.stigio pessoal deste ou daquele di rigente. No caso da proteção à infân cia, há copiosos indicio.s de cpic o vulto atual das verbas destinadas a este fim é,
em parte, fruto cie argumentos sentimen tais. Argumentos como éstc: "é uma \ergonha cpie o Brasil se apresento no
cm quase nada alteram as causas da Tais medidas são,
É necessário, portanto, rever esto me canismo à luz da idéia de planificação.
O atual sistema de proteção à infância,
como aliás toda a estrutura sanitária do
cc.ssária tôcla uma mudança de estilo.
Quero dizer, é necessário adestrar os ad-
O Brasil não tem base econômica para
suportar os gastos orçamentários atuais E\'identemente, ninguém insinua itféwni'
(sic!) no Século XX. São as perturba ções de nutrição (gastro-enteritc dos antigos), conseqüentes da ignorância das mães, a causa principal da morte das crianças.
O meio de corrigir a situação ,
mortalidade infantil, parque não dispo
mos de hospitais (pág. 38)" — "A ciên cia ensina que, no século da criança, em cada município, em cada aldeia, ao lado da igreja e da escola, devem ser construí das clinicas de saúde, isto é, "creches" e
obras peri-escolares (escolas-hospitais e clinicas escolares) para a salvação e a boa educação de nossos filhos (pág. 39)".
ministradorc.s numa nova maneira dc pensar. Reeducá-los. Um outro aspecto a considerar em
selha, como remédio decisivo dc nosso
fância, é o idealismo utópico nela implí
trações escolares" e opina que "assim
Um grande pediatra brasileiro acon problema da mortalidade infantil, a ins
nossa política nacional de proteção à in
talação, no ambiente rural, de "concen
cito, ..segundo o cjual o chamado proble
como muito justamente mantemos forças armadas na expectativa de batalhas pos síveis, porque não armamos forças para
ma da criança, poderia ser resolvido me diante simples operações administrativas
com medidas de assistência médico-sani
titui o orgulho da medicina preventiva
(Págs. 36-37. Edição de 1940) — "Até a hora presente não reduzimos a nossa
e entre: numa fase dc planificação, é ne-
micas.
Dizia
dc tomar o seu pôsto dc trabalho social"
Para que nossa administração pública ultrapasse a presente fase do laissez faire
social na aplicação desses recursos é mui to mais necessário cm países do pequena renda nacional, como o Brasil, que pre cisa de organizar as suas forças econô
nomicas da mortalidade infantil.
clc: ". . . a redução da mortalidade cons
de gêneros alimentieio.s, muito embora o
mortalidade infantil do que unidades de
O critério de eficiência
Dr. Oscar Clark, O Scctdo da Criança. O autor dc O Século do Criança negli genciava completamente as causas eco-,
zem o serviço militar obrigatório antes
por capita
assistência médica.
a aplicação mais produtiva dos recursos
Ê bem representativo dêssc estado de espirito, mais uma vez, o famoso livro do
pressiona mais do ([ue, por c^xcmplo, o
possa ser mn corretivo mais efetivo da
balho governamental, tendo por objetivo
vocas .
clescreseimo da produção
custeio de providências ([ue objetivam o incremento desta produção na medida das necessidades da população nacional
país, constituiu-se .sob a inspiração do pensamento inventivo ou do que o prof. 11. V. riill caracterizou como regime do laissez faire. Atualmente, porém, as crescentes res ponsabilidades que o Estado vem assu mindo impõem-Ihe a planificação do tra
As ilustrações dêstc idealismo utópico
dentemeiile a morte de erianeinhas im
eficiente de moitalidacle infantil". Evi-
dutivo .
atos do heroísmo c dc renúncia das clas-t
é o mais simples possível: consiste em obrigar iíkla moça a fazer um curso prá tico de puericultura, como os rapazes fa
mundo entre as nações de mais alto co
por assim dizer, um investimento impro
tária.
ses favorecidas.
os outros de assistência médica) não rea
te dilapidação de recursos, porque dis traem apreciável parte da receita orça mentária para o custeio de medidas que
orçamcntário.s.
de ctilocá-las no lugar ajustado cpic de-
de proteção à infância (como de todos
cia, tanto da administração direta como
mortalidade infantil.
etc.) ou mediante atos dc vontade ou
Na verdade, as atividades dos órgãos
de proteção à infân
(criação de repartições, cargos, verbas, ^
cessidade de inti'grá-Uis numa política de desen\"olviinento econômico do pais,
\'eni ocupar, luuna escala de prioridade
A luz da idéia de planificação, os
atuais .ser\'iços
109
Econó.nuco
a supressão dessas medidas, mas a ne
preocupações."
Não há dúvida de que tratar uma criança doente é um problema médico.
da massa.
Dicksto
Di(;i-:hic) Ecünó.mu;o
108
II Mm
saúde, isto é, "creches" e obras pcri-cscolares (escolas-hospitais c clínicas es colares) para a sal\'ação dos nossos fi
princípio de tentar curar as pessoas fjiiando doentes. <-omo os nossos constru tores cons(Tta\ am os canos quando èles
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rcbenta\;mi dcrpois de grandes frios, a
seria suficiente para instalar c manter
nossa indústria da\'a uma esmola quan
tais unidades de assistência.
do os operários se desempregavam e a nossa defesa naeional aprontava-se quan do uma guerra eomeça\a. É evidente, porém, cpie a planificação científica e a planificação dos recursos nacionais po dem fazer desapareci-r muitas das nossas
Em última análise, os órgãos nacio nais e estaduais de proteção à infância
vivem deste ideal e se justificam por es ta falsa eoncepção, tão bem representa da pelo livro do Dr. Oscar Clark, O
Século da Criança, que obteve grande voga, há cerca de dez anos.
Todavia, tratar uma população, massas de indivíduos doentes, deixa de ser um
da indireta, implicam uma impressionan
probleima médico _ é um problema sose
. . e. sociologica, problema social, sua solução isto é, ■—" ^ implica me
nos uma distribuição de cornselhos, de remedios ou de alimentos, do que a transformação de todo um complexo ins titucional.
O vício fundamental do nosso sistenvi administrativo de proteção à infância (alias de todo nosso sistema sanitário) consiste em que êle aplica no tratamento de um problema de massa os mesmos processos da medicina individual. Os di rigentes dêste sistema não perceberam a transmutação que sofre o problema da morte do menor de um ano ou do me
nor em geral, quando se passa da pers pectiva do indivíduo para a perspectiva Em resumo, eles não assi
milaram ainda a idéia de planificação.
Referindo-se a este atraso ("lag") da organização médico-sanitária, escreveu o
Prof. A. V. Hill (A Ciência e a Ordem Mundial. Lisboa. 1943 — pág. 18): "Sob
o velho regime de laissez faire, que dese jamos ver substituído por uma utilização adequada da ciência no govêmo, os nossos serviços de saúde pública esta vam organizados iJrincipalmente sob o
de providências governamentais, acura damente planejadas.
podemos obtê-las numerosas e inequí
lizam nenhuma planificação. O fato dc existirem címu) existem (com poucas ou
muitas verbas) é meramente aleatório ou
easiial; decorre, frecpieiftemente, do grau
de pre.stigio pessoal deste ou daquele di rigente. No caso da proteção à infân cia, há copiosos indicio.s de cpic o vulto atual das verbas destinadas a este fim é,
em parte, fruto cie argumentos sentimen tais. Argumentos como éstc: "é uma \ergonha cpie o Brasil se apresento no
cm quase nada alteram as causas da Tais medidas são,
É necessário, portanto, rever esto me canismo à luz da idéia de planificação.
O atual sistema de proteção à infância,
como aliás toda a estrutura sanitária do
cc.ssária tôcla uma mudança de estilo.
Quero dizer, é necessário adestrar os ad-
O Brasil não tem base econômica para
suportar os gastos orçamentários atuais E\'identemente, ninguém insinua itféwni'
(sic!) no Século XX. São as perturba ções de nutrição (gastro-enteritc dos antigos), conseqüentes da ignorância das mães, a causa principal da morte das crianças.
O meio de corrigir a situação ,
mortalidade infantil, parque não dispo
mos de hospitais (pág. 38)" — "A ciên cia ensina que, no século da criança, em cada município, em cada aldeia, ao lado da igreja e da escola, devem ser construí das clinicas de saúde, isto é, "creches" e
obras peri-escolares (escolas-hospitais e clinicas escolares) para a salvação e a boa educação de nossos filhos (pág. 39)".
ministradorc.s numa nova maneira dc pensar. Reeducá-los. Um outro aspecto a considerar em
selha, como remédio decisivo dc nosso
fância, é o idealismo utópico nela implí
trações escolares" e opina que "assim
Um grande pediatra brasileiro acon problema da mortalidade infantil, a ins
nossa política nacional de proteção à in
talação, no ambiente rural, de "concen
cito, ..segundo o cjual o chamado proble
como muito justamente mantemos forças armadas na expectativa de batalhas pos síveis, porque não armamos forças para
ma da criança, poderia ser resolvido me diante simples operações administrativas
com medidas de assistência médico-sani
titui o orgulho da medicina preventiva
(Págs. 36-37. Edição de 1940) — "Até a hora presente não reduzimos a nossa
e entre: numa fase dc planificação, é ne-
micas.
Dizia
dc tomar o seu pôsto dc trabalho social"
Para que nossa administração pública ultrapasse a presente fase do laissez faire
social na aplicação desses recursos é mui to mais necessário cm países do pequena renda nacional, como o Brasil, que pre cisa de organizar as suas forças econô
nomicas da mortalidade infantil.
clc: ". . . a redução da mortalidade cons
de gêneros alimentieio.s, muito embora o
mortalidade infantil do que unidades de
O critério de eficiência
Dr. Oscar Clark, O Scctdo da Criança. O autor dc O Século do Criança negli genciava completamente as causas eco-,
zem o serviço militar obrigatório antes
por capita
assistência médica.
a aplicação mais produtiva dos recursos
Ê bem representativo dêssc estado de espirito, mais uma vez, o famoso livro do
pressiona mais do ([ue, por c^xcmplo, o
possa ser mn corretivo mais efetivo da
balho governamental, tendo por objetivo
vocas .
clescreseimo da produção
custeio de providências ([ue objetivam o incremento desta produção na medida das necessidades da população nacional
país, constituiu-se .sob a inspiração do pensamento inventivo ou do que o prof. 11. V. riill caracterizou como regime do laissez faire. Atualmente, porém, as crescentes res ponsabilidades que o Estado vem assu mindo impõem-Ihe a planificação do tra
As ilustrações dêstc idealismo utópico
dentemeiile a morte de erianeinhas im
eficiente de moitalidacle infantil". Evi-
dutivo .
atos do heroísmo c dc renúncia das clas-t
é o mais simples possível: consiste em obrigar iíkla moça a fazer um curso prá tico de puericultura, como os rapazes fa
mundo entre as nações de mais alto co
por assim dizer, um investimento impro
tária.
ses favorecidas.
os outros de assistência médica) não rea
te dilapidação de recursos, porque dis traem apreciável parte da receita orça mentária para o custeio de medidas que
orçamcntário.s.
de ctilocá-las no lugar ajustado cpic de-
de proteção à infância (como de todos
cia, tanto da administração direta como
mortalidade infantil.
etc.) ou mediante atos dc vontade ou
Na verdade, as atividades dos órgãos
de proteção à infân
(criação de repartições, cargos, verbas, ^
cessidade de inti'grá-Uis numa política de desen\"olviinento econômico do pais,
\'eni ocupar, luuna escala de prioridade
A luz da idéia de planificação, os
atuais .ser\'iços
109
Econó.nuco
a supressão dessas medidas, mas a ne
preocupações."
Não há dúvida de que tratar uma criança doente é um problema médico.
da massa.
Dicksto
Di(;i-:hic) Ecünó.mu;o
108
*1"
DiciuSto
111
Econômico
Dioii&io Kconü.uicü Nos l'!stados Ihiidos, entretanto, o po
a batalha real, permanente e dizimado-
ra que c a Batalha da Criança ?!" Um outro pediatra brasileiro, aconseIba\a como medida para resolver o pro blema de mortalidade infantil a criação de um corpo de instrutores destinados a doutrinar os leiteiros. Os instrutores de veriam convencer os leiteiros a não co
locarem água no leite, mostrando-lhe as conseqüências nefastas dêste ato. O eminentíssimo pediatra, Dr. Olinto de Oliveira, que foi, ao que tudo indica
o inspirador da organização do Departa mento Nacional da Criança, depois de ter viajado em 1937, pela Europa, ob servando serviços de proteção à infân cia, escreve no relatório que apresentou
ao Ministro da Educação e Saúde: "A causa predominante da elevada mortali
Idade infantil é, por toda parto, na Eu
ropa como aqui, a incompetência das
maes em matéria de puericultura". £ mais: "Para que se possa obter uma mo dificação sensível nas cifras de mortali dade infantil, é necessário que o núme
ro dos postos de puericultura correspon
da a um para cada grupo dc oito a dez mil habitantes. É a cifra média nos países visitados" (31).
Por outro lado, até hoje estamos rea
lizando, como programa oficial, campa
nhas, cruzadas, batalhas em prol da
criança, que se mantêm às cu.stas de doa ções de pessoas generosas.
O nosso sistema federal de uc órgãos orgaos de de
^ proteção a infancia continua, ainda, do
ponto de vi.sta fisiológico, Í4UUUI numa empa etapa
j.
lilantropjca e utópica do tratamento do
problema da mortalidade infantil, muito embora exista em seus quadro.s uma re
serva de médicos puericultores competentíssimos, muitos de- mentalidade socio socio'
lógica e dos quais é lícito esperar, no futuro, a "revolução necessária".
A própria estrutura econômica e social
do Brasil não peimite que do funciona-
nicntu de tais órgãos resulte um lucro social positÍNo. pois êles supõem uma pojnilação dc elevado nível cultural. Os eonsiiltóríos, «> pósto cie i>uericultura e outras uniflacles s;uiitária.s só .se fixam
efieienleineote (juanclo as populações já estão sufieieiileniente esclarecidas, pos suem hábitos de \ ida superior c já gozain de poder iujoisitivo para se manterem
vo ('• (pie se <lirigtí às entidades assisten-
A maioria das crianças cpie são levadas
aos poslos de puericiiltnra apresentam,
.■\lmir de Castro, diretor do Serviço Na
Pais e
cional de Pc.sle. delegado do Brasil à
proícssòres eiulereçam-llies cartas. As publicações ordinàriamenle si) são dis tribuídas a peditlo, e fre(]iient<-mentc sob pagamento. Muitas publicações oficiais são populares. Por exemplo, até 1938,
Conferência de Saúde da O.N.U., rcfc-
viais solieitauílo esel.ireeimenlo.
cêrca de di'/. inilbõi'S de InfcnU Carc fo ram dislribuidos nos ICstados Unidos. Na verdade, as instituições adminis
iiom iií\el de \i(la mínimo.
tres reprc.scnlante.s desta'corrente, Dr.
trativas não lèm nenhum ix)der mágico ou imanente de resolver os problemas. Elas só rendem em função umas das ou-
rindo-sc aos .serviços dc saúde do país, disse em entrevista a um Jornal: — "ê forçoso reconhecer que as ativi dades do sistema têm sido mais ou me
nos inúteis, o que se torna evidente pelo exame dos principais índices sanitários, (pie se mantêm inalterados.
De fato,
não há modificação significantc nos co eficientes dc mortaliiiade infantil,
dc
rêlho digertisí). doenças de pobreza. Aí
Ir.is e do meio nacional onde atnani. E
receheni medicamentos e leite.
inócuo transplantá-las de um país para
mortalidade geral, do mortalidade pela tuberculose, etc. Vimos seguindo um plano desadaptado à realidade econômi
outro de eondiçoes radicalmente dife
ca e social do Brasil e continuamos a in
rentes.
sistir em querer resolver por medidas de
segundo as eslatístic-as, doenças do apg. Dêste
modo, é certo cjue algumas delas não morrem no ])rimeiro ano de vida. Mas, SC os fatores sociais da doença permane
cem intocados, que significação efetiva terá êste tipo de assistência ?
Um diretor de hospital infantil con tou ao autor serem frecjücntes ocorrên
Os organizadores de nosso sistema dc a^sistência
médiet)-sanitária
não
com-
pre«nderam cpie os modelos norte-umorieanos só teriam eficácia cm nosso país se a sua estrutura ceonomica c social ti
cias como esta: O hospital recebia uma
vesse atingido uma fase mais adiantada
criança doente. Internada por algum tempo cLirava-.se c era restituída aos pais.
de desenvolvimento.
Meses dc-pois xoltava afetada das mes
mas doenças (cpiase sempre do aparêlho digestivo). Médico.s sanilaristas têm percorrido o interior do país a fim de distribuir me dicamentos e instruir os seus habitantes oin noções úteis dc higiene. Na região amazcmiea, por exemplo, certo .sanitaris-
Ealtoii-lbcs a ne
cessária preparação sociológica para per ceber que a reforma administrativa que implantaram agravou, entre nós, o pano rama do cjue W. Pinclcr chamaria., dc contemporancidade do não-coetáneo.
A experiência dos ontros países deve, .sem dúvida, .ser computada. Sua utiliziição, jx)rém, deve ocorrer segundo os
princípios do que se chamou aqui dc
saúde pública, problemas cujas origens residem em causas que cm nada poderão ser afetadas por aquelas medidas" (32). O Sr. Almir de Castro não hesita mes
mo em confessar, como um dos respon sáveis pela direção da organização médico-sunitária do país: "Erramos todos em bloco". E in.siste: "a crise é de mé todos".
Esta renovação de métodos, cuja ur gência ê reconhecida pelos melhores ele mentos das carreiras técnicas dos servi
ços do a.ssistência médica, esbarra com situações cristalizadas e interesses inves-^
lidos, que impedem a sua efetivação. Tudo indica existir, atualmente, na"
fora o conteúdo das caixas e tubos dc
aculturação das instituições administrati vas. No <iue se refere ao nosso sistema
remédios para enfeitar as casas ou para
de assistência médico-sanitária não se
uma compenetração de interesses públi
precedeu a esta aculturação, mas se transplantaram, de maneira bisonha, nor mas e práticas cujos efeitos so poderiam
cos e particulares muito conscientes de
mesmos c dispostos a esmagar iniplacàvelmentc quem quer que ouse con
fixar-sc cm outro ambiente cultural eco nômico, diverso do brasileiro.
trariá-los .
ta verificou cjue muitas famílias jogavam guardar objetos como agulhas, alfinête.s, etc.
Tais fatos revelam quão pcrfuntorios são os serviços médicos, entre nós. Não
se pode deixar de notar a ironia que con.stitui, entre nós, a complexidade bu rocrática dos nossos serxiços de saúde,
em face da persistência dos altos indice.s
de morhidudc c de mortalidade, apesar de tais ser\'iças.
Felizmente, no seio dos próprios médlGOS está formando-se uma corrente de
organização médico-sanitária do pais,
Apreciada a organização administrati
va de pioteçao à infância em nosso país, à luz da faseologia sociológica, toma-sc
idéias orientada no sentido de uma re
ocioso discutir questões de detalhe, co
modelação completa da estrutura médi co-sanitária do país. Um dos mais ilus
mo por exemplo, a de saber se se deve extinguir a Legião Brasileira de Assis-
*1"
DiciuSto
111
Econômico
Dioii&io Kconü.uicü Nos l'!stados Ihiidos, entretanto, o po
a batalha real, permanente e dizimado-
ra que c a Batalha da Criança ?!" Um outro pediatra brasileiro, aconseIba\a como medida para resolver o pro blema de mortalidade infantil a criação de um corpo de instrutores destinados a doutrinar os leiteiros. Os instrutores de veriam convencer os leiteiros a não co
locarem água no leite, mostrando-lhe as conseqüências nefastas dêste ato. O eminentíssimo pediatra, Dr. Olinto de Oliveira, que foi, ao que tudo indica
o inspirador da organização do Departa mento Nacional da Criança, depois de ter viajado em 1937, pela Europa, ob servando serviços de proteção à infân cia, escreve no relatório que apresentou
ao Ministro da Educação e Saúde: "A causa predominante da elevada mortali
Idade infantil é, por toda parto, na Eu
ropa como aqui, a incompetência das
maes em matéria de puericultura". £ mais: "Para que se possa obter uma mo dificação sensível nas cifras de mortali dade infantil, é necessário que o núme
ro dos postos de puericultura correspon
da a um para cada grupo dc oito a dez mil habitantes. É a cifra média nos países visitados" (31).
Por outro lado, até hoje estamos rea
lizando, como programa oficial, campa
nhas, cruzadas, batalhas em prol da
criança, que se mantêm às cu.stas de doa ções de pessoas generosas.
O nosso sistema federal de uc órgãos orgaos de de
^ proteção a infancia continua, ainda, do
ponto de vi.sta fisiológico, Í4UUUI numa empa etapa
j.
lilantropjca e utópica do tratamento do
problema da mortalidade infantil, muito embora exista em seus quadro.s uma re
serva de médicos puericultores competentíssimos, muitos de- mentalidade socio socio'
lógica e dos quais é lícito esperar, no futuro, a "revolução necessária".
A própria estrutura econômica e social
do Brasil não peimite que do funciona-
nicntu de tais órgãos resulte um lucro social positÍNo. pois êles supõem uma pojnilação dc elevado nível cultural. Os eonsiiltóríos, «> pósto cie i>uericultura e outras uniflacles s;uiitária.s só .se fixam
efieienleineote (juanclo as populações já estão sufieieiileniente esclarecidas, pos suem hábitos de \ ida superior c já gozain de poder iujoisitivo para se manterem
vo ('• (pie se <lirigtí às entidades assisten-
A maioria das crianças cpie são levadas
aos poslos de puericiiltnra apresentam,
.■\lmir de Castro, diretor do Serviço Na
Pais e
cional de Pc.sle. delegado do Brasil à
proícssòres eiulereçam-llies cartas. As publicações ordinàriamenle si) são dis tribuídas a peditlo, e fre(]iient<-mentc sob pagamento. Muitas publicações oficiais são populares. Por exemplo, até 1938,
Conferência de Saúde da O.N.U., rcfc-
viais solieitauílo esel.ireeimenlo.
cêrca de di'/. inilbõi'S de InfcnU Carc fo ram dislribuidos nos ICstados Unidos. Na verdade, as instituições adminis
iiom iií\el de \i(la mínimo.
tres reprc.scnlante.s desta'corrente, Dr.
trativas não lèm nenhum ix)der mágico ou imanente de resolver os problemas. Elas só rendem em função umas das ou-
rindo-sc aos .serviços dc saúde do país, disse em entrevista a um Jornal: — "ê forçoso reconhecer que as ativi dades do sistema têm sido mais ou me
nos inúteis, o que se torna evidente pelo exame dos principais índices sanitários, (pie se mantêm inalterados.
De fato,
não há modificação significantc nos co eficientes dc mortaliiiade infantil,
dc
rêlho digertisí). doenças de pobreza. Aí
Ir.is e do meio nacional onde atnani. E
receheni medicamentos e leite.
inócuo transplantá-las de um país para
mortalidade geral, do mortalidade pela tuberculose, etc. Vimos seguindo um plano desadaptado à realidade econômi
outro de eondiçoes radicalmente dife
ca e social do Brasil e continuamos a in
rentes.
sistir em querer resolver por medidas de
segundo as eslatístic-as, doenças do apg. Dêste
modo, é certo cjue algumas delas não morrem no ])rimeiro ano de vida. Mas, SC os fatores sociais da doença permane
cem intocados, que significação efetiva terá êste tipo de assistência ?
Um diretor de hospital infantil con tou ao autor serem frecjücntes ocorrên
Os organizadores de nosso sistema dc a^sistência
médiet)-sanitária
não
com-
pre«nderam cpie os modelos norte-umorieanos só teriam eficácia cm nosso país se a sua estrutura ceonomica c social ti
cias como esta: O hospital recebia uma
vesse atingido uma fase mais adiantada
criança doente. Internada por algum tempo cLirava-.se c era restituída aos pais.
de desenvolvimento.
Meses dc-pois xoltava afetada das mes
mas doenças (cpiase sempre do aparêlho digestivo). Médico.s sanilaristas têm percorrido o interior do país a fim de distribuir me dicamentos e instruir os seus habitantes oin noções úteis dc higiene. Na região amazcmiea, por exemplo, certo .sanitaris-
Ealtoii-lbcs a ne
cessária preparação sociológica para per ceber que a reforma administrativa que implantaram agravou, entre nós, o pano rama do cjue W. Pinclcr chamaria., dc contemporancidade do não-coetáneo.
A experiência dos ontros países deve, .sem dúvida, .ser computada. Sua utiliziição, jx)rém, deve ocorrer segundo os
princípios do que se chamou aqui dc
saúde pública, problemas cujas origens residem em causas que cm nada poderão ser afetadas por aquelas medidas" (32). O Sr. Almir de Castro não hesita mes
mo em confessar, como um dos respon sáveis pela direção da organização médico-sunitária do país: "Erramos todos em bloco". E in.siste: "a crise é de mé todos".
Esta renovação de métodos, cuja ur gência ê reconhecida pelos melhores ele mentos das carreiras técnicas dos servi
ços do a.ssistência médica, esbarra com situações cristalizadas e interesses inves-^
lidos, que impedem a sua efetivação. Tudo indica existir, atualmente, na"
fora o conteúdo das caixas e tubos dc
aculturação das instituições administrati vas. No <iue se refere ao nosso sistema
remédios para enfeitar as casas ou para
de assistência médico-sanitária não se
uma compenetração de interesses públi
precedeu a esta aculturação, mas se transplantaram, de maneira bisonha, nor mas e práticas cujos efeitos so poderiam
cos e particulares muito conscientes de
mesmos c dispostos a esmagar iniplacàvelmentc quem quer que ouse con
fixar-sc cm outro ambiente cultural eco nômico, diverso do brasileiro.
trariá-los .
ta verificou cjue muitas famílias jogavam guardar objetos como agulhas, alfinête.s, etc.
Tais fatos revelam quão pcrfuntorios são os serviços médicos, entre nós. Não
se pode deixar de notar a ironia que con.stitui, entre nós, a complexidade bu rocrática dos nossos serxiços de saúde,
em face da persistência dos altos indice.s
de morhidudc c de mortalidade, apesar de tais ser\'iças.
Felizmente, no seio dos próprios médlGOS está formando-se uma corrente de
organização médico-sanitária do pais,
Apreciada a organização administrati
va de pioteçao à infância em nosso país, à luz da faseologia sociológica, toma-sc
idéias orientada no sentido de uma re
ocioso discutir questões de detalhe, co
modelação completa da estrutura médi co-sanitária do país. Um dos mais ilus
mo por exemplo, a de saber se se deve extinguir a Legião Brasileira de Assis-
DiOESTO
EcONÓNflCO
Dif:icsTí) Kc;üN'ómic{)
lèiicia, restriiinír oii ampliar o D<-parla-
<|u<' ('(iiidit'i<iiiai)i os altos i'Oefieientes de
pobrc.s pai.s. jubilosos enlro lágrimas: ic-
mento Nacional da Criança.
iiiortalida<l(- Infantil do brasil.
ferve o samba turbulento; vibram nos ares. forte.s a.s copias dos desafio.;; en quanto. a uma banda, entre duas velas
Neste estudo, não têm oporlunídadt; cpiestões de detallie. O cpie se in<!ica é que todo o sistema federal de proteção a infância apresenta um \ício de ])ase, que só poderá .s<.t corrigido por meit> di'
medidas radicais, cpie implicam uma mu dança de estilo mental e uma reestrutu ração admínistratix a.
O que fizemos foi, por assim dizer, um
estudo do caso, çni cjuc parece ler fica do patente que, em boa parte, os vícios
do sistema administrativo de proteção à infância são os \icios de toda a nossa adniinistração federal. O x c rdadeiro problema é, por conseguinte, o da reor ganização do aparelho governamental
E necessário submeter o aparelho inteiro a uma critica sociológica, trabalho que
naturalmente exigirá esforços eoniugados
de muitos especialistas.
7 — Conclusões
A analise precedente, apesar de su mária, autoriza-nos a formular as se guintes concJusões, de caráter prático: I - Nossa alta mortalidade infantil é um fenômeno condicionado pela estrutiira econômica e social do país, inevitáxel c normal, nas atuais condições de vida
do povo brasileiro. É uma espécie de mecanismo ecológico, por meio do qual a população equilibra os seus recursos
•'com as suas necessidades, sendo legítimo presumir que as populações rurais c q proletariado não participam da convicção .de que ela .seja um "problema social". II — A atuação dos órgãos governa mentais de proteção à infância, manifes tando um propósito eminentemente cura
tivo antes que preventivo, implica uma
falsa concepção dos problema.s que pre tendem resolver, isto é, uma concepção segundo a qual são fatores biológicos, mais do que fatores econômicos e sociais,
líl — A mortali<la<h' infantil, eni nos
so jiaís. sendo um problema econóinict»
de carnaúba, coroado dc :lorc.s, o anji
nho exposlo espelha, no último sorriso
e social, ii.a» admit<-. senão subsidíària-
parali.sado
mente, mn.i solução médica. Só poderá
ta para os céus. jjarn a felicidade eterna — que é a j^rcocupação dominadora da quelas almas ingênuas n primitivas." (Os Sertões. 12.a Edição. Livraria Francióco Alve.S. Rio. 1933. Pãg, 143).
ser resoKido mediante a realização de
políticas econômicas e sociais (jue promí>xatn. sem sacrifieio <lo proces.so de capitalizaçâíi. a mellu»ria real das condi ções de \ida das populaçõ<>s brasileiras.
a
relicidadc sui)rema da vml-
11:3 (301 As informações sòbrc mortalidade
infantil no período colonial e imperial fo ram colhidas em Casa Grande 8e Senzala
(SchmidtnEditor. Rio. 1938). de
(31) Pvof. Olinto de Oliveira, A Prote ção à Infância em Alguns Países da Eu ropa. Serviço Gráfico do Ministério da Educatíão e Saúde. Rio, 1940. (32) "Decepcionados os autores e exe cutores do plano de Saúde". In "O Jor nal", de 24 de Setembro dc 1948.
IV — .A distribuição dos recursos or
çamentários de\c sc-T l<'ita segundo a priíiridade dos problemas brasileiros e c-omo iii\-ersões de ca)')ital com objetivo de rendimento económicí) c- social, res
tringidas as d<'.sj>esas com obras de fi
lantropia a um inínitiií) ine\itá\'el. Se gundo esta diretriz, faz-sc- mister rever"
os planos e a organi/nção dos serviços
médicos de prot«'ção à infância, a fim de con\'ertè-lc)s ao interesse coletivo do desenvolvimento da economia nacional.
V — f£ convicção do autor que as pre cedentes conclusões são também válidas
para o.s países da América Latina. (23) João Lyra Madeira, "O Brasil e a Previdência Social" In Industriários, órHão oficial do I.A.P.I.. n.® 3. Junho. 1948, (24) Idem.
(25) Glycon dc Paiva, Planificação do>
Espaços de Ocupação Industrial no Bra sil.
Departamento Nacional da Produção
Mineral. Rio. 1945. (2G) Cf, Monlhly Bulleiin of Statifltics. vol. II. n.o 4. Abril de 1948. Statistics Office of the Unitod States. Lako Success. (27)
Cf,
Allierto
Guerreiro
Ramos
e
Evaldo da Silva Garcia. Problemas Eco nômicos e Sociais do Brasil. Rio. ig4(). (28) Com exceção do referente .aos Es
tados Unidos, êstes dados foram coUiidos em Warren S. Thompson, Populatton Problems, cap. XII, McGraw-Hill. New York. 1935. O coeficiente dos Estados Uni
dos foi colhido em T. Lynn Smith, Pepulaíion Analysis. McGraw Hill. New York. 1948. (29) A. Guerreiro Ramos e E. S. Gar
cia. op. cit.
(29a) Em época relativamente recente, Euclides da Cunha registrou; "O faleci mento de uma criança é um dia de fes ta.
Ressoam
as
violas
na
cabana
autoria
de Gilberto Fjeyre.
dos
I I I iiinnriÉÉiiii ir
DiOESTO
EcONÓNflCO
Dif:icsTí) Kc;üN'ómic{)
lèiicia, restriiinír oii ampliar o D<-parla-
<|u<' ('(iiidit'i<iiiai)i os altos i'Oefieientes de
pobrc.s pai.s. jubilosos enlro lágrimas: ic-
mento Nacional da Criança.
iiiortalida<l(- Infantil do brasil.
ferve o samba turbulento; vibram nos ares. forte.s a.s copias dos desafio.;; en quanto. a uma banda, entre duas velas
Neste estudo, não têm oporlunídadt; cpiestões de detallie. O cpie se in<!ica é que todo o sistema federal de proteção a infância apresenta um \ício de ])ase, que só poderá .s<.t corrigido por meit> di'
medidas radicais, cpie implicam uma mu dança de estilo mental e uma reestrutu ração admínistratix a.
O que fizemos foi, por assim dizer, um
estudo do caso, çni cjuc parece ler fica do patente que, em boa parte, os vícios
do sistema administrativo de proteção à infância são os \icios de toda a nossa adniinistração federal. O x c rdadeiro problema é, por conseguinte, o da reor ganização do aparelho governamental
E necessário submeter o aparelho inteiro a uma critica sociológica, trabalho que
naturalmente exigirá esforços eoniugados
de muitos especialistas.
7 — Conclusões
A analise precedente, apesar de su mária, autoriza-nos a formular as se guintes concJusões, de caráter prático: I - Nossa alta mortalidade infantil é um fenômeno condicionado pela estrutiira econômica e social do país, inevitáxel c normal, nas atuais condições de vida
do povo brasileiro. É uma espécie de mecanismo ecológico, por meio do qual a população equilibra os seus recursos
•'com as suas necessidades, sendo legítimo presumir que as populações rurais c q proletariado não participam da convicção .de que ela .seja um "problema social". II — A atuação dos órgãos governa mentais de proteção à infância, manifes tando um propósito eminentemente cura
tivo antes que preventivo, implica uma
falsa concepção dos problema.s que pre tendem resolver, isto é, uma concepção segundo a qual são fatores biológicos, mais do que fatores econômicos e sociais,
líl — A mortali<la<h' infantil, eni nos
so jiaís. sendo um problema econóinict»
de carnaúba, coroado dc :lorc.s, o anji
nho exposlo espelha, no último sorriso
e social, ii.a» admit<-. senão subsidíària-
parali.sado
mente, mn.i solução médica. Só poderá
ta para os céus. jjarn a felicidade eterna — que é a j^rcocupação dominadora da quelas almas ingênuas n primitivas." (Os Sertões. 12.a Edição. Livraria Francióco Alve.S. Rio. 1933. Pãg, 143).
ser resoKido mediante a realização de
políticas econômicas e sociais (jue promí>xatn. sem sacrifieio <lo proces.so de capitalizaçâíi. a mellu»ria real das condi ções de \ida das populaçõ<>s brasileiras.
a
relicidadc sui)rema da vml-
11:3 (301 As informações sòbrc mortalidade
infantil no período colonial e imperial fo ram colhidas em Casa Grande 8e Senzala
(SchmidtnEditor. Rio. 1938). de
(31) Pvof. Olinto de Oliveira, A Prote ção à Infância em Alguns Países da Eu ropa. Serviço Gráfico do Ministério da Educatíão e Saúde. Rio, 1940. (32) "Decepcionados os autores e exe cutores do plano de Saúde". In "O Jor nal", de 24 de Setembro dc 1948.
IV — .A distribuição dos recursos or
çamentários de\c sc-T l<'ita segundo a priíiridade dos problemas brasileiros e c-omo iii\-ersões de ca)')ital com objetivo de rendimento económicí) c- social, res
tringidas as d<'.sj>esas com obras de fi
lantropia a um inínitiií) ine\itá\'el. Se gundo esta diretriz, faz-sc- mister rever"
os planos e a organi/nção dos serviços
médicos de prot«'ção à infância, a fim de con\'ertè-lc)s ao interesse coletivo do desenvolvimento da economia nacional.
V — f£ convicção do autor que as pre cedentes conclusões são também válidas
para o.s países da América Latina. (23) João Lyra Madeira, "O Brasil e a Previdência Social" In Industriários, órHão oficial do I.A.P.I.. n.® 3. Junho. 1948, (24) Idem.
(25) Glycon dc Paiva, Planificação do>
Espaços de Ocupação Industrial no Bra sil.
Departamento Nacional da Produção
Mineral. Rio. 1945. (2G) Cf, Monlhly Bulleiin of Statifltics. vol. II. n.o 4. Abril de 1948. Statistics Office of the Unitod States. Lako Success. (27)
Cf,
Allierto
Guerreiro
Ramos
e
Evaldo da Silva Garcia. Problemas Eco nômicos e Sociais do Brasil. Rio. ig4(). (28) Com exceção do referente .aos Es
tados Unidos, êstes dados foram coUiidos em Warren S. Thompson, Populatton Problems, cap. XII, McGraw-Hill. New York. 1935. O coeficiente dos Estados Uni
dos foi colhido em T. Lynn Smith, Pepulaíion Analysis. McGraw Hill. New York. 1948. (29) A. Guerreiro Ramos e E. S. Gar
cia. op. cit.
(29a) Em época relativamente recente, Euclides da Cunha registrou; "O faleci mento de uma criança é um dia de fes ta.
Ressoam
as
violas
na
cabana
autoria
de Gilberto Fjeyre.
dos
I I I iiinnriÉÉiiii ir
Dita-:.si<) Econômico
115
T
Breve história de uma colaboração
tos. material refratário a interpx-eta-
manha — saciada, pelo menos tempo
o Pacto germano-soviético de 1939
ções e à propaganda. Limita seus co mentários à necessidade de dar uni
rariamente, no Ocidente — voltar sua atenção para a Rússia, constituía a
dade e seqüência lógica à enorme L. UK A. N'(}f;UKIHA r(>HT(>
mais séria preocupação dos dirigentes
documentação que reuniu. Dá-se, as
do partido: "A Polônia, em estado de legítima defesa, deve desconfiar
sim, ao luxo de provar sua tese com a própria palavra escrita dos comu
tempo, que pode muito, trabalha pelos totalitários. Depois de 10
Com o presente (rohalho, o sr. Luiz de
nistas.
anos já se vai esbatendo na memória dos povos a lembrança dos aconte
Almeida Nofiucira Porto inicia prestigio sa colaboração no "Dioestn Econômico ■
E essa tese é simples; seu enuncia do não constitui novidade: as fra ções do Partido que atuam nos vá rios 'países com um rótulo nacional
cimentos que precederam e sucederam imediatamente ao início da 2.a Guer
ra mundial, desencadeada pela Ale manha nazista, com a cumplicidade da Rússia .soviética. Na névoa do tempo vão perdendo os contornos e como que a própria realidade os acon
O autor, fpic c diplomata, teve ocasião dc assistir dc perto, no pcríoí/o imedia tamente posterior à g' uerra, na Itália, Alemanha a nos Bálcãs, às aticidaáes dos comunistas, revcstindo-sc assim seus
comentários dc firandc autoridade.
estão sempre prontas a sacrificar os
interesses das nações que dizem re presentar em favor de uma crua ex pansão imperialista: — a da Rússia
soviética. Isso, aliás, não é mais que
tecimentos daquela quadra: as atro cidades dos campos de concentra ção; as agressões nazistas e fascis tas; o Pacto antikomintern; as hu
frustrar essa obra da propaganda aliada ao tempo. Propôs-se a revi
milhações impostas pelos japonê.ses
jornais e panfletos, de reeditar dis
aos ocidentais na Ásia e, especialmen
O membro do Partido não reconhece nenhum dever de lealdade, nenhuma obrigação de obediência, nenhum em
ver as páginas amai'eladas desses
a simples definição do aspecto polí tico da empresa totalitária stalinista.
cursos, cartas, dcclai*ações públicas,
te, os acordos germano-soviéticos de
penho em bem servir que. não seja
documentos de tôda sorte, já meio so
24 de agosto de 1939 e o período de
aos dirigentes de Moscou.
terrados sob a poeira dos arquivos e
colaboração que se seguiu a êles, pe lo espaço de quase dois anos, entre o comunismo e o nacional-socialismo.
Os comunistas, posteriormente, em penharam os melhores esforços de sua propaganda para dar uma inter
pretação deturpada dessa proveitosa colaboração, já que não lhes era pos sível destruir os vestígios materiais
a avalanche dos acontecimentos re
menos impressionante e revelador que acaba de ser editado em Paris por
dela nos documentos apreendidos após
Les
a derrota da Alemanha, nos jornais
français pendant Ia drôle de guerre."
e proclamações da época editadas pe
lies d'Or: "Les
communistes
Rossi não perde seu tempo em ata
Até às vésperas do Pacto germanosoviético, o partido comunista fran
da Alemanha de desencadeá-la sem
auxiliado na tarefa de "fazer esque
doutrinárias tão úteis, quase sempre,
reno, algo a criticar, era a insufi
à propaganda stalinista. Sobretudo,
ciência delas. (L'Humanité de 25/11/
não perde nunca a serenidade, o que
1988, 23/6 e 1.0/8/1939). A imprensa do partido não cessava de instigar a Polônia a resistir. O
Há, porém, um homem que, dispon
a tudo o que escreve. Aliás, êle argu
menta com fatos, com transcrição de
cumentação, dedicou-se à tarefa de
textos, com fotografias de documen-
proveitos esta pudesse colher no fi
do do governo na resistência aos pla nos de expansão da Alemanha na zista. Assim, as garantias ofereci das pela França à Polônia — sõbre a qual recaíam então ameaças imi nentes de agressão — encontraram inteiro apoio da parte dos comunis
cer" esse episódio tão revelador dos
do de boa memória e abundante do
das potências ocidentais — o cami
cês tomara lugar proeminente ao la
tas franceses. Se tinham, nesse ter
. contribui para dar maior autoridade
agressão do Oriente e facilitar — pe la instigação à resistência por parte
nal. Mas outro perigo existe de que essa guerra não se declare: o receio
ques pessoais nem em contestações
verdadeiros propósitos e métodos da
tulação a propósito de Dantzig, como declara Jacques Duelos num discur so em Montreuil, teria terríveis con seqüências". O objetivo moscovita é duplo: des viar as atenções de Hitler de uma
manha; uma guerra distante das fronteiras da U. R. S. S. e cujos
lo Partido. O passar dos anos os tem
política da URSS.
via G. Peri sob o título "A militari-
zação de Dantzig é o começo da agres são" em L'Humanité de 5/7/1939. A "linha justa", então, consiste em dar todo o apoio aos governos dispos tos a conter o passo à Alemanha triunfante, porque "uma nova capi
nho da guerra entre elas e a Ale
centes, cuja violência e di*amaticidade dêles tem desviado a atenção do pú blico. Trata-se de A. Rossi, autor da "Fisiologia do partido comunista francês", de "Dois anos de aliança germano-soviética" e de um livro não
dos conselhos dos falsos amigos que lhe sugiram a transigir" — escre
perigo de uma transigência, de um novo Munique que permitisse à Ale-
uma garantia adequada à sua fron teira oriental.
E* necessário tran
qüilizar Hitler por êsse lado; dar-
lhe a segurança de que a Alemanha não terá de lutar em duas frentes.
E' difícil saber desde quando a idéia de uma aproximação com a Alema nha nazista tenha entrado nos cál culos da política soviética. Entretan to, segundo as confidencias do vice-
comissário do povo para os negócios estrangeiros, Vladimir Potemkine, ao
embaixador da Itália em Moscou, Augusto Rosso, uma 4.a partilha da
Dita-:.si<) Econômico
115
T
Breve história de uma colaboração
tos. material refratário a interpx-eta-
manha — saciada, pelo menos tempo
o Pacto germano-soviético de 1939
ções e à propaganda. Limita seus co mentários à necessidade de dar uni
rariamente, no Ocidente — voltar sua atenção para a Rússia, constituía a
dade e seqüência lógica à enorme L. UK A. N'(}f;UKIHA r(>HT(>
mais séria preocupação dos dirigentes
documentação que reuniu. Dá-se, as
do partido: "A Polônia, em estado de legítima defesa, deve desconfiar
sim, ao luxo de provar sua tese com a própria palavra escrita dos comu
tempo, que pode muito, trabalha pelos totalitários. Depois de 10
Com o presente (rohalho, o sr. Luiz de
nistas.
anos já se vai esbatendo na memória dos povos a lembrança dos aconte
Almeida Nofiucira Porto inicia prestigio sa colaboração no "Dioestn Econômico ■
E essa tese é simples; seu enuncia do não constitui novidade: as fra ções do Partido que atuam nos vá rios 'países com um rótulo nacional
cimentos que precederam e sucederam imediatamente ao início da 2.a Guer
ra mundial, desencadeada pela Ale manha nazista, com a cumplicidade da Rússia .soviética. Na névoa do tempo vão perdendo os contornos e como que a própria realidade os acon
O autor, fpic c diplomata, teve ocasião dc assistir dc perto, no pcríoí/o imedia tamente posterior à g' uerra, na Itália, Alemanha a nos Bálcãs, às aticidaáes dos comunistas, revcstindo-sc assim seus
comentários dc firandc autoridade.
estão sempre prontas a sacrificar os
interesses das nações que dizem re presentar em favor de uma crua ex pansão imperialista: — a da Rússia
soviética. Isso, aliás, não é mais que
tecimentos daquela quadra: as atro cidades dos campos de concentra ção; as agressões nazistas e fascis tas; o Pacto antikomintern; as hu
frustrar essa obra da propaganda aliada ao tempo. Propôs-se a revi
milhações impostas pelos japonê.ses
jornais e panfletos, de reeditar dis
aos ocidentais na Ásia e, especialmen
O membro do Partido não reconhece nenhum dever de lealdade, nenhuma obrigação de obediência, nenhum em
ver as páginas amai'eladas desses
a simples definição do aspecto polí tico da empresa totalitária stalinista.
cursos, cartas, dcclai*ações públicas,
te, os acordos germano-soviéticos de
penho em bem servir que. não seja
documentos de tôda sorte, já meio so
24 de agosto de 1939 e o período de
aos dirigentes de Moscou.
terrados sob a poeira dos arquivos e
colaboração que se seguiu a êles, pe lo espaço de quase dois anos, entre o comunismo e o nacional-socialismo.
Os comunistas, posteriormente, em penharam os melhores esforços de sua propaganda para dar uma inter
pretação deturpada dessa proveitosa colaboração, já que não lhes era pos sível destruir os vestígios materiais
a avalanche dos acontecimentos re
menos impressionante e revelador que acaba de ser editado em Paris por
dela nos documentos apreendidos após
Les
a derrota da Alemanha, nos jornais
français pendant Ia drôle de guerre."
e proclamações da época editadas pe
lies d'Or: "Les
communistes
Rossi não perde seu tempo em ata
Até às vésperas do Pacto germanosoviético, o partido comunista fran
da Alemanha de desencadeá-la sem
auxiliado na tarefa de "fazer esque
doutrinárias tão úteis, quase sempre,
reno, algo a criticar, era a insufi
à propaganda stalinista. Sobretudo,
ciência delas. (L'Humanité de 25/11/
não perde nunca a serenidade, o que
1988, 23/6 e 1.0/8/1939). A imprensa do partido não cessava de instigar a Polônia a resistir. O
Há, porém, um homem que, dispon
a tudo o que escreve. Aliás, êle argu
menta com fatos, com transcrição de
cumentação, dedicou-se à tarefa de
textos, com fotografias de documen-
proveitos esta pudesse colher no fi
do do governo na resistência aos pla nos de expansão da Alemanha na zista. Assim, as garantias ofereci das pela França à Polônia — sõbre a qual recaíam então ameaças imi nentes de agressão — encontraram inteiro apoio da parte dos comunis
cer" esse episódio tão revelador dos
do de boa memória e abundante do
das potências ocidentais — o cami
cês tomara lugar proeminente ao la
tas franceses. Se tinham, nesse ter
. contribui para dar maior autoridade
agressão do Oriente e facilitar — pe la instigação à resistência por parte
nal. Mas outro perigo existe de que essa guerra não se declare: o receio
ques pessoais nem em contestações
verdadeiros propósitos e métodos da
tulação a propósito de Dantzig, como declara Jacques Duelos num discur so em Montreuil, teria terríveis con seqüências". O objetivo moscovita é duplo: des viar as atenções de Hitler de uma
manha; uma guerra distante das fronteiras da U. R. S. S. e cujos
lo Partido. O passar dos anos os tem
política da URSS.
via G. Peri sob o título "A militari-
zação de Dantzig é o começo da agres são" em L'Humanité de 5/7/1939. A "linha justa", então, consiste em dar todo o apoio aos governos dispos tos a conter o passo à Alemanha triunfante, porque "uma nova capi
nho da guerra entre elas e a Ale
centes, cuja violência e di*amaticidade dêles tem desviado a atenção do pú blico. Trata-se de A. Rossi, autor da "Fisiologia do partido comunista francês", de "Dois anos de aliança germano-soviética" e de um livro não
dos conselhos dos falsos amigos que lhe sugiram a transigir" — escre
perigo de uma transigência, de um novo Munique que permitisse à Ale-
uma garantia adequada à sua fron teira oriental.
E* necessário tran
qüilizar Hitler por êsse lado; dar-
lhe a segurança de que a Alemanha não terá de lutar em duas frentes.
E' difícil saber desde quando a idéia de uma aproximação com a Alema nha nazista tenha entrado nos cál culos da política soviética. Entretan to, segundo as confidencias do vice-
comissário do povo para os negócios estrangeiros, Vladimir Potemkine, ao
embaixador da Itália em Moscou, Augusto Rosso, uma 4.a partilha da
Dk:kstc>
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Kco.nómicü
DiGiisTo
Econômico
117
Polônia já era entrevista pelos di rigentes soviéticos em outubro de
ja tranqüilizada com relação à sua
o seu Fuehrer; eis porque tenho a
fronteira
satisfação de beber ã sua saúde."
cia com relação à Polônia. Libera-o da ameaça a leste, que o obcecava,
1938 (1). No caminho da aproxima
romper pela fòrça aquela resistên
Molotov, erguendo a taça, lembra que
e que podia freá-lo ainda."
ção, porém, o primeiro ato público
cia.
todo o mérito daquele sucesso se de
é o discurso de Stalin de 10 de mar
Stalin alimenta as esperanças de uma
ve a Stalin que, pelo seu discurso do
ço de 1939, perante o XVIII Congres
das partes, em Moscou, negocia com
so do partido comunista russo, no qual declara "que não está disposto a tirar as castanhas do fogo", em be nefício dos aliados ocidentais, numa
a outra em Berlim. Simultaneamente
mês de março, "discurso que foi bom compreendido na Alemanha, realizou
tranqüiliza os receios de ambas e in
a transformação das relações políti
funde confiança a cada uma. Realizada essa etapa inicial, está
cas entre os dois países".
aventura anti-hitlerista.
preparado o terreno.
Não há mais
do, a notícia da assinatura do pacto
Considerada a tensão das relações russo-germânicas nessa data, a
empecilhos para o começo da 2.a.
"abertura" é prontamente compre endida em Berlim. Hitler, porém,
Assim é que, a 23 de agosto, os
provoca o mesmo pasmo entre co munistas e não-comunistas no mundo inteiro. Para os comunistas france
aguarda outro gesto mais conclusi
vo, o que, aliás, não se faz esperar; em 17 de- abril de 1939, dois dias depois da iniciativa inglesa de convepações tripartites entre os aliados ocidentais e a Rússia, para fazer face à ameaça nazista, o embaixador soviótivo em Berlim manifesta à Wilhemstrasse
os dejesos
da U. R. S. S. "de
"
oriental
para
que
Por isso, ao mesmo tempo que
guerra mundial.
jornais publicam, transmitido de Ber lim, o seguinte comunicado soviético;
"depois da conclusão do tratado de comércio e crédito soviético-alemao,
surgiu a questão da melhora das re lações políticas entre a Alemanha e a U. R. S. S. A troca de vistas rea
lizada entre os governos alemão o soviético mostrou a existência do de sejo de ambas as jiartes de atenuar
melhorar cada vez
a
mais"
relações
suas
rela
ções com a manha (2).
Ale
possa
de
tensão
de suas
políticas,
eliminar a
ameaça de guerra
As outras etapas
e
dessa aproxima, ção sucedem-se rá pida e sigilosamente; porque o segrê-
do
concluir um
pacto de não-agressão.
Em
conse
qüência, o Sr. von
Ilibbentrop, minis Negócios estrangeiros da
Como o segredo fora bem guarda
ses, especialmente, teve o efeito de
Daquela data, até o fim do ano, 22 parlamentares comunistas (21 depu tados e 1 senador) rompem ostensiva o dramaticamente com o partido. Fora dêle, a condenação do pacto se
manifesta em todas as organizações
políticas e nas grandes associações: "í A Federação republicana, a dos de mocratas populares, a Liga dos Anti
gos Combatentes, e a Liga dos Di reitos do Homem.
x
O movimento ganha também os
um golpe de malho na cabeça.
meios intelectuais "até então súcubos
Impossibilitados de receber instru ções de Moscou, conta A. Rossi, re
da mística soviética".
correm à embaixada soviética, que
A União dos
Intelectuais franceses publica, a 29
de agosto, uma declaração reprovan do tôda duplicidade nas relações in
não lhes pode prestar mais escla recimentos além dos que constam na nota oficial. Pela primeira vez estão
ternacionais; ela exprime "sua estu
entregues a si próprios, forçados a
ximou os dirigentes da U. R. S.S. dos
tomar atitude, a decidir em assunto
dirigentes nazistas no momento mes mo em que estes ameaçam não só a Polônia, mas a independência de to dos os povos livres". E essa declara-
de tal importância sem conhecer pre viamente a orientação a seguir. Sen tem-se desamparados; em estado de verdadeiro pânico.
pefação ante a reviravolta que apro- |i||
^
ção traz, entre outras, as assinatu- -, ras de Irene e de Frédéric Joliot-
A situação privilegiada de que o partido desfrutou, até então, está a pique de desmoronar. A ameaça
nião pública que ergue, ameaçadora,
mais grave surge na C. G. T. (Con-
contra o partido, o clamor de "trai-
Curie. (4) Por outro lado, é a opi- .n
fédération Générale du Travail) on de a maioria, chefiada por Leon
Para os chefes comunistas france
Jouhaux e René Belin, por 18 votos
ses é essencial desviar êsses golpes
do é a chave do êxito dessa políti ca. A menor indiscrição poderá com prometer-lhe o objetivo, que é o de
tro dos
tornar inevitável a guerra. Para isso é necessário: (a) que os ocidentais conservem o ânimo de resistir e os
aos entendimentos respectivos."
Às primeiras horas de 24 de agos
Populaire de 31 de agosto, escreve;
to, escreve Rossi, o pacto é assina
"não, não é possível defender este
continuidade da política da U. R. s'. S.
partidos comunistas respectivos a isso
do no Kremlim com euforia de am
os encorajem, enquanto a Rússia, por
bas as delegações: espouca a cham
ato diplomático. Êle compromete pe rigosamente a paz porque a Rússia
e a coerência de sua atitude. ' , A empresa seria desesperada para ' qualquer outra equipe dirigente e ^
Moscou nos
contra 8 e 2 abstenções, condena o
salvar o prestígio soviético perante
próximos dias para dar andamento
pacto; e no seio do próprio partido: Jean Zyromshi num artigo no Le
a nação, e, sobretudo, perante os pró- ' prios camaradas do partido. E' pre ciso demonstrar, a todo o custo a
Alemanha, chegará
a
seu lado, recebe os seus enviados em
panha; inicia-se a longa série dos
Moscou e dá início às conversações
brindes: E' Stalin que lhe dá imcio: "Sei quanto a nação alemã ama
tripartites e (b) que a Alemanha se-
soviética não mais se alinha nas fi leiras dos Estados antifascistas. Êle
para qualquer outra clientela — es-
encoraja Hitler na sua intransigên
creve Rossi.
'
Entretanto, o partido ,4
Dk:kstc>
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Polônia já era entrevista pelos di rigentes soviéticos em outubro de
ja tranqüilizada com relação à sua
o seu Fuehrer; eis porque tenho a
fronteira
satisfação de beber ã sua saúde."
cia com relação à Polônia. Libera-o da ameaça a leste, que o obcecava,
1938 (1). No caminho da aproxima
romper pela fòrça aquela resistên
Molotov, erguendo a taça, lembra que
e que podia freá-lo ainda."
ção, porém, o primeiro ato público
cia.
todo o mérito daquele sucesso se de
é o discurso de Stalin de 10 de mar
Stalin alimenta as esperanças de uma
ve a Stalin que, pelo seu discurso do
ço de 1939, perante o XVIII Congres
das partes, em Moscou, negocia com
so do partido comunista russo, no qual declara "que não está disposto a tirar as castanhas do fogo", em be nefício dos aliados ocidentais, numa
a outra em Berlim. Simultaneamente
mês de março, "discurso que foi bom compreendido na Alemanha, realizou
tranqüiliza os receios de ambas e in
a transformação das relações políti
funde confiança a cada uma. Realizada essa etapa inicial, está
cas entre os dois países".
aventura anti-hitlerista.
preparado o terreno.
Não há mais
do, a notícia da assinatura do pacto
Considerada a tensão das relações russo-germânicas nessa data, a
empecilhos para o começo da 2.a.
"abertura" é prontamente compre endida em Berlim. Hitler, porém,
Assim é que, a 23 de agosto, os
provoca o mesmo pasmo entre co munistas e não-comunistas no mundo inteiro. Para os comunistas france
aguarda outro gesto mais conclusi
vo, o que, aliás, não se faz esperar; em 17 de- abril de 1939, dois dias depois da iniciativa inglesa de convepações tripartites entre os aliados ocidentais e a Rússia, para fazer face à ameaça nazista, o embaixador soviótivo em Berlim manifesta à Wilhemstrasse
os dejesos
da U. R. S. S. "de
"
oriental
para
que
Por isso, ao mesmo tempo que
guerra mundial.
jornais publicam, transmitido de Ber lim, o seguinte comunicado soviético;
"depois da conclusão do tratado de comércio e crédito soviético-alemao,
surgiu a questão da melhora das re lações políticas entre a Alemanha e a U. R. S. S. A troca de vistas rea
lizada entre os governos alemão o soviético mostrou a existência do de sejo de ambas as jiartes de atenuar
melhorar cada vez
a
mais"
relações
suas
rela
ções com a manha (2).
Ale
possa
de
tensão
de suas
políticas,
eliminar a
ameaça de guerra
As outras etapas
e
dessa aproxima, ção sucedem-se rá pida e sigilosamente; porque o segrê-
do
concluir um
pacto de não-agressão.
Em
conse
qüência, o Sr. von
Ilibbentrop, minis Negócios estrangeiros da
Como o segredo fora bem guarda
ses, especialmente, teve o efeito de
Daquela data, até o fim do ano, 22 parlamentares comunistas (21 depu tados e 1 senador) rompem ostensiva o dramaticamente com o partido. Fora dêle, a condenação do pacto se
manifesta em todas as organizações
políticas e nas grandes associações: "í A Federação republicana, a dos de mocratas populares, a Liga dos Anti
gos Combatentes, e a Liga dos Di reitos do Homem.
x
O movimento ganha também os
um golpe de malho na cabeça.
meios intelectuais "até então súcubos
Impossibilitados de receber instru ções de Moscou, conta A. Rossi, re
da mística soviética".
correm à embaixada soviética, que
A União dos
Intelectuais franceses publica, a 29
de agosto, uma declaração reprovan do tôda duplicidade nas relações in
não lhes pode prestar mais escla recimentos além dos que constam na nota oficial. Pela primeira vez estão
ternacionais; ela exprime "sua estu
entregues a si próprios, forçados a
ximou os dirigentes da U. R. S.S. dos
tomar atitude, a decidir em assunto
dirigentes nazistas no momento mes mo em que estes ameaçam não só a Polônia, mas a independência de to dos os povos livres". E essa declara-
de tal importância sem conhecer pre viamente a orientação a seguir. Sen tem-se desamparados; em estado de verdadeiro pânico.
pefação ante a reviravolta que apro- |i||
^
ção traz, entre outras, as assinatu- -, ras de Irene e de Frédéric Joliot-
A situação privilegiada de que o partido desfrutou, até então, está a pique de desmoronar. A ameaça
nião pública que ergue, ameaçadora,
mais grave surge na C. G. T. (Con-
contra o partido, o clamor de "trai-
Curie. (4) Por outro lado, é a opi- .n
fédération Générale du Travail) on de a maioria, chefiada por Leon
Para os chefes comunistas france
Jouhaux e René Belin, por 18 votos
ses é essencial desviar êsses golpes
do é a chave do êxito dessa políti ca. A menor indiscrição poderá com prometer-lhe o objetivo, que é o de
tro dos
tornar inevitável a guerra. Para isso é necessário: (a) que os ocidentais conservem o ânimo de resistir e os
aos entendimentos respectivos."
Às primeiras horas de 24 de agos
Populaire de 31 de agosto, escreve;
to, escreve Rossi, o pacto é assina
"não, não é possível defender este
continuidade da política da U. R. s'. S.
partidos comunistas respectivos a isso
do no Kremlim com euforia de am
os encorajem, enquanto a Rússia, por
bas as delegações: espouca a cham
ato diplomático. Êle compromete pe rigosamente a paz porque a Rússia
e a coerência de sua atitude. ' , A empresa seria desesperada para ' qualquer outra equipe dirigente e ^
Moscou nos
contra 8 e 2 abstenções, condena o
salvar o prestígio soviético perante
próximos dias para dar andamento
pacto; e no seio do próprio partido: Jean Zyromshi num artigo no Le
a nação, e, sobretudo, perante os pró- ' prios camaradas do partido. E' pre ciso demonstrar, a todo o custo a
Alemanha, chegará
a
seu lado, recebe os seus enviados em
panha; inicia-se a longa série dos
Moscou e dá início às conversações
brindes: E' Stalin que lhe dá imcio: "Sei quanto a nação alemã ama
tripartites e (b) que a Alemanha se-
soviética não mais se alinha nas fi leiras dos Estados antifascistas. Êle
para qualquer outra clientela — es-
encoraja Hitler na sua intransigên
creve Rossi.
'
Entretanto, o partido ,4
DtCRSTO F.roNÓ.MlflO Dickski
118
ííalhardamente vai sobreviver à crise, transpor os dias cruciais de sua existência. Porque, de uma coisa ape nas estão certos os chefes comunis tas fi*anceses: sua fé inabalável nos
homens de Moscou; a convicção de
que, malgrado todas as aparências, a
Ec:<)NÓ.mj(;o
ra defender a segurança do país. Na da fará abandonar essa atitude às centenas de milhares de operários
franceses que estão ao nosso lado.
fascistas, "MussoHni a sempre ragione". E nisso êles não se enga
a unidade francesa tão indispensá
nam: a coerência e a continuidade da
Dois dias ante.s, o diário comunis
a verdadeira natureza delas não pode
ser revelada ao mundo, nem sequer aos próprios comunistas.
Assim, a primeira reação do parti
do, em França, é exaltar a Rússia, -0 proclamar a assinatura do pacto como uma grande vitória soviética;
uma vitória em prol da paz: "Vive La Paix" é o título do artigo de Aragon, em "Ce Soir", de 27/8/39.
E quanto à "traição" — não foi
a Rússia que traiu: foi a Alemanha,
vel à defesa do país."
sofre moificações: "E' preciso que a França esteja nas melhores condi ções possíveis para manter uma ati
tude de firmeza e sustentar seus com
promissos em face da nação polonesa ameaçada" (L'Hunianité 25/8/39). Em carta a Leon Blum, de 27/8/39, o comunista Mareei Cachin escreve:
"Camarada Blum, nesta hora grave o partido comunista afirma sua po
imperialistas" anglo-franceses de te rem feito a mesma coisa, tornou-se
xarera-no com as mãos livres na Po lônia.
Essas manobras de paz colocam os dirigentes soviéticos numa expec
manifesta quando, terminada a guer ra, foram reveladas as cláusulas do
a.Hsistência recíproca. Isso quer di zer que, se a Polônia fôr vítima de
acordo secreto firmado naquela mes
uma agressão, a França deve vir em
rios.
seu auxílio. E todo bom francês que
partilha da Polônia fora por êles es
não queira ver repetida a vergonha
aliança com a Alemanha hitlerista
tipulada com antecedência nos acor
de Munique e o abandono dos nossos
dos de Moscou, o que explica o em
que Stalin solicitou e concluiu" (8).
aliados da Tchecoslováquia, desejará,
penho da Rússia em tornar inevitável
como nós, que a França honre seus compromissos internacionais."
a guen-a entre a Alemanha e as po tências ocidentais, pois só assim po deria tirar o proveito que lhe fôra
ma data entre os associados totalitá
Na Câmara os Deputados reúne-
komintern: a Itália, a Hungria, o
lônia e à resistência ao nazismo não
existência do Império britânico" e mesmo a "colocar o poderio do Reich à sua disposição" em troca de dei-
a França e a Polônia um tratado de
nista.
clamada até a véspera. Por isso. enquanto não chegam as instruções de Moscou, a "linha" do partido francês com relação à defesa da Po
nha, estar disposto "a garantir a
A coerência da atitude comunista incitando a Polônia a resistência até
ta Ce Soir declarava: "existe entre
se, a 25, o grupo parlamentar comu
Entretanto, não é possível renegar da noite para o dia a orientação pro
SC o ataque à Polônia fòssc desen cadeado (7). Hitler, tenta por todos os meios evitar que isso aconteça. Chega a declarar a Sir Nevile Henderson, embaixador da Grã-Breta
Ia défcnse nationale" (6).
a véspera da assinatura do pacto germano-soviético de 24 de agosto e acusando, poucos dias depois, "os
Êles não farão nenhum gesto contra
que traiu seus aliados do pacto antiJapão...
en tout cas: les communistes frunçais collaboréront sans réticence à
os comunistas na primeira linha, pa
Rússia é que está certa, Stalin é quem tem razão. Também, para os
política do Kremlim existem; apenas
missão de negócios e.strangciros da Càmai'a: " il fait de son mieux, sans grande convictíon, en concluant que,
sição clara e lealmente. Rie afirma que, se Hitler declarar a guerra, terá pela frente o povo de França unido,
Ignorava-se, até então, que a
assegurado nas cláusulas secretas. A intransigência da Polônia em
Maurice Thorez é encarrega-
0 do relatório. Terminado este, á votada por unanimidade uma resolu ção na qual o grupo toma uma posi ção clara: "Se Hitler, apesar de tudo, desencadear a guerra, que saiba que
encontrará o povo de França unido, os comunistas na primeira linha para
defender a segurança do país, a li berdade e independência dos povos. Eis porque nosso partido comunista aprova as medidas tomadas pelo go
verno para garantir nossas frontei
mos ligados por um tratado de alian
gradável enquanto a espinha dorsal completamente esmagada pela Wehr
nistas franceses fazem-lhe advertên
cias contra os "falsos amigos" que poderiam aconselhá-la à transigên cia. A demora das nova^ instruções de Moscou tem o mesmo propósito: é de tôda conveniência que essa ati tude seja mantida até que a invasão da Polônia se consume.
macht e (b) "não perder a face", — como observa A. Rossi, perante a própria clientela comunista, com uma invasão precipitada, que poderia asse
melhar-se a um golpe de oportunis
mo imperialista.
Retardando por
alguns dias o momento de sentar-se
à mesa do banquete, lucrava a pro paganda comunista com um argu mento valioso: a invasão soviética da Polônia, quando as vanguardas
ordens em contrário. Nesse dia. fôra
alemas ]a iam a meio caminho, país
assinado o pacto anglo-polonês de assistência mútua, cujos termos não
a dentro, visava conter a onda nazis ta avassaladora; proteger as fronteiras da Rússia, senão "salvar" o que restava da Polônia... Conside-
da Inglaterra de participar da guerra
ri defende a tese comunista na Co-
MsákIL
A 3 de setembro, Ribbentrop con vida o govêrno soviético a participar do botim. Êste prefere aguardar, prudentemente, alguns dias mais. Essa atitude visa dois objetivos; (a) evitar alguma surpresa militar desa
"corredor" era condição essencial para essa guerra. Por isso, os comu
deixavam dúvida quanto à decisão
Quase simultaneamente Gabriel Fe
terra" de recusar uma amizade e
da resistência polonesa não estivesse
de agosto, mas, na véspera, Hitler dá
ça." (5)
em virtude da firme atitude da Ingla
ceder à pressão de Hitler quanto ao
A Wehrmacht devia atacar a 26
ras e fornecer, em caso de necessida de, o auxílio necessário à nação que poderia ser agredida e à qual esta
tativa angustiosa: estão a pique de tudo perder ou de ganhar tudo. O "suspensa" dura, afinal, poucos dias;
..4
DtCRSTO F.roNÓ.MlflO Dickski
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ííalhardamente vai sobreviver à crise, transpor os dias cruciais de sua existência. Porque, de uma coisa ape nas estão certos os chefes comunis tas fi*anceses: sua fé inabalável nos
homens de Moscou; a convicção de
que, malgrado todas as aparências, a
Ec:<)NÓ.mj(;o
ra defender a segurança do país. Na da fará abandonar essa atitude às centenas de milhares de operários
franceses que estão ao nosso lado.
fascistas, "MussoHni a sempre ragione". E nisso êles não se enga
a unidade francesa tão indispensá
nam: a coerência e a continuidade da
Dois dias ante.s, o diário comunis
a verdadeira natureza delas não pode
ser revelada ao mundo, nem sequer aos próprios comunistas.
Assim, a primeira reação do parti
do, em França, é exaltar a Rússia, -0 proclamar a assinatura do pacto como uma grande vitória soviética;
uma vitória em prol da paz: "Vive La Paix" é o título do artigo de Aragon, em "Ce Soir", de 27/8/39.
E quanto à "traição" — não foi
a Rússia que traiu: foi a Alemanha,
vel à defesa do país."
sofre moificações: "E' preciso que a França esteja nas melhores condi ções possíveis para manter uma ati
tude de firmeza e sustentar seus com
promissos em face da nação polonesa ameaçada" (L'Hunianité 25/8/39). Em carta a Leon Blum, de 27/8/39, o comunista Mareei Cachin escreve:
"Camarada Blum, nesta hora grave o partido comunista afirma sua po
imperialistas" anglo-franceses de te rem feito a mesma coisa, tornou-se
xarera-no com as mãos livres na Po lônia.
Essas manobras de paz colocam os dirigentes soviéticos numa expec
manifesta quando, terminada a guer ra, foram reveladas as cláusulas do
a.Hsistência recíproca. Isso quer di zer que, se a Polônia fôr vítima de
acordo secreto firmado naquela mes
uma agressão, a França deve vir em
rios.
seu auxílio. E todo bom francês que
partilha da Polônia fora por êles es
não queira ver repetida a vergonha
aliança com a Alemanha hitlerista
tipulada com antecedência nos acor
de Munique e o abandono dos nossos
dos de Moscou, o que explica o em
que Stalin solicitou e concluiu" (8).
aliados da Tchecoslováquia, desejará,
penho da Rússia em tornar inevitável
como nós, que a França honre seus compromissos internacionais."
a guen-a entre a Alemanha e as po tências ocidentais, pois só assim po deria tirar o proveito que lhe fôra
ma data entre os associados totalitá
Na Câmara os Deputados reúne-
komintern: a Itália, a Hungria, o
lônia e à resistência ao nazismo não
existência do Império britânico" e mesmo a "colocar o poderio do Reich à sua disposição" em troca de dei-
a França e a Polônia um tratado de
nista.
clamada até a véspera. Por isso. enquanto não chegam as instruções de Moscou, a "linha" do partido francês com relação à defesa da Po
nha, estar disposto "a garantir a
A coerência da atitude comunista incitando a Polônia a resistência até
ta Ce Soir declarava: "existe entre
se, a 25, o grupo parlamentar comu
Entretanto, não é possível renegar da noite para o dia a orientação pro
SC o ataque à Polônia fòssc desen cadeado (7). Hitler, tenta por todos os meios evitar que isso aconteça. Chega a declarar a Sir Nevile Henderson, embaixador da Grã-Breta
Ia défcnse nationale" (6).
a véspera da assinatura do pacto germano-soviético de 24 de agosto e acusando, poucos dias depois, "os
Êles não farão nenhum gesto contra
que traiu seus aliados do pacto antiJapão...
en tout cas: les communistes frunçais collaboréront sans réticence à
os comunistas na primeira linha, pa
Rússia é que está certa, Stalin é quem tem razão. Também, para os
política do Kremlim existem; apenas
missão de negócios e.strangciros da Càmai'a: " il fait de son mieux, sans grande convictíon, en concluant que,
sição clara e lealmente. Rie afirma que, se Hitler declarar a guerra, terá pela frente o povo de França unido,
Ignorava-se, até então, que a
assegurado nas cláusulas secretas. A intransigência da Polônia em
Maurice Thorez é encarrega-
0 do relatório. Terminado este, á votada por unanimidade uma resolu ção na qual o grupo toma uma posi ção clara: "Se Hitler, apesar de tudo, desencadear a guerra, que saiba que
encontrará o povo de França unido, os comunistas na primeira linha para
defender a segurança do país, a li berdade e independência dos povos. Eis porque nosso partido comunista aprova as medidas tomadas pelo go
verno para garantir nossas frontei
mos ligados por um tratado de alian
gradável enquanto a espinha dorsal completamente esmagada pela Wehr
nistas franceses fazem-lhe advertên
cias contra os "falsos amigos" que poderiam aconselhá-la à transigên cia. A demora das nova^ instruções de Moscou tem o mesmo propósito: é de tôda conveniência que essa ati tude seja mantida até que a invasão da Polônia se consume.
macht e (b) "não perder a face", — como observa A. Rossi, perante a própria clientela comunista, com uma invasão precipitada, que poderia asse
melhar-se a um golpe de oportunis
mo imperialista.
Retardando por
alguns dias o momento de sentar-se
à mesa do banquete, lucrava a pro paganda comunista com um argu mento valioso: a invasão soviética da Polônia, quando as vanguardas
ordens em contrário. Nesse dia. fôra
alemas ]a iam a meio caminho, país
assinado o pacto anglo-polonês de assistência mútua, cujos termos não
a dentro, visava conter a onda nazis ta avassaladora; proteger as fronteiras da Rússia, senão "salvar" o que restava da Polônia... Conside-
da Inglaterra de participar da guerra
ri defende a tese comunista na Co-
MsákIL
A 3 de setembro, Ribbentrop con vida o govêrno soviético a participar do botim. Êste prefere aguardar, prudentemente, alguns dias mais. Essa atitude visa dois objetivos; (a) evitar alguma surpresa militar desa
"corredor" era condição essencial para essa guerra. Por isso, os comu
deixavam dúvida quanto à decisão
Quase simultaneamente Gabriel Fe
terra" de recusar uma amizade e
da resistência polonesa não estivesse
de agosto, mas, na véspera, Hitler dá
ça." (5)
em virtude da firme atitude da Ingla
ceder à pressão de Hitler quanto ao
A Wehrmacht devia atacar a 26
ras e fornecer, em caso de necessida de, o auxílio necessário à nação que poderia ser agredida e à qual esta
tativa angustiosa: estão a pique de tudo perder ou de ganhar tudo. O "suspensa" dura, afinal, poucos dias;
..4
'' J..
"mm. DrcESTO
Dicf-sto EcoNÓxnco
120
EcoNÓ^^co
121
rando-se c[ue, na época, não era co nhecida a existência do protocolo se creto de 24 de agosto, no qual a par tilha desta última fôra prevista, o
gam as instruções de Moscou espera das com tanta ansiedade. Raymond Guyot é o portador delas (10). A
acordo amigável relativo ao corredor de Dantzig."
atitude do partido será moldada nos
argumento tinha valor considerável
termos da declaração pública (fir
França para com aquele país, André Marty assim se manifesta na sua
e, difundido discretamente (erri vis
mada por Ribbentrop e Molotov a 28 do mesmo mês) cujo parágrafo
Com relação aos compromissos da
"Carta aberta a Léon Blum: on com-
rência nêle não exclui o crente da
prend bien que pour cette Pologne
comunidade; ao contrário, como que
final declara; "se, todavia, os es
réactionnaire Mr. Daladier et vous
forços dos dois governos não tive
teniez à remplir vos engagemcnls,
o prende ainda mais intimamente a ela não só pelo reconhecimento da
ta do tratado de não-agressão germano-soviético) pelas fontes comunistas, produziu os resultados que dêle eram esperados.
rem êxito, será constatado o fato de
mais jusiement pour celle-là Ia classe ouvrière française n*a rien à faire."
Assim o Exército vermelho cruza a
fronteira a 17 de setembro e vai ocupar, não obstante episódios herói
cos , mas esporádicos de resistência, a linha de demarcação fixada nos
acordos de Moscou. Mais tarde, Molotov e Stalin se empenharão em afirmar o caráter real de sua inter venção militar, «eja para fazer o elo
gio do Exército vei-melho, seja para recordar a Hitier que êsse Exército também pagou o seu tributo. Molotov, em discurso de 31 de outubro
de 1939, perante o Conselho Supremo, assinala que bastou, para o desmo ronamento da Polônia, que ela rece besse "um golpe curto, primeiro do Exército alemão; depois do Exército soviético" e que, no curso de seu
avanço,^as unidades do Exército ver melho tiveram por vezes sérios en contros com as tropas polonesas, em virtude dos quais perdas foram re gistradas". Por seu lado, Stalin, res pondendo em dezembro do mesmo ano a um telegrama de felicitações de Rlbbentrop por seu aniversário,
tem o efeito da confissão para o cató lico. E' a redenção do pecado, o ex purgo das faltas próprias à condi ção humana. Porque o pecado é nor mal e, portanto, previsível, a incor-
que a Inglaterra e a França são res ponsáveis pela continuação da guerra, bío caso dessa continuação, os gover
No apêlo do partido "Ao povo de França", em fins de fevereiro de 1940, lê-se: "A 25 de agosto a In glaterra assinou um pacto de assis
nos da Alemanha e da União Sovié
tica se consultariam reciprocamente
tência mútua com a Polônia fascista e reacionária: de concerto com a
sobre as medidas a tomar".
Comentando essa
declaração, es
França imperialista, ela
creve o Pravda: "a situação é clara. Depende unicamente dos governos inglês e francês que continue a guer ra começada contra o desejo dos po
vos, guerra que ameaça o mundo in teiro de novo morticínio.
incitou a
forços dos governos da U.R.S.S. e da
mente a tinha forçado a recusar qual
nunca foi posta em dúvida.
quer ajuda soviética em caso de agressão. Os governos de Paris c
do, não é possível fazer sobre êles o silêncio. Ao contrário, é essencial
redor de Dantzig.
França, seus governos e classes do minantes, são responsáveis pela guer ra." (11) A Internacional comunista e todos
os seus partidos são mobilizados ati
Moscou, estão quase tão ansiosos em conceder "o perdão" aos comunistas franceses quanto êstes em reconhe cer os seus pecados. Mormente quan do sua. fidelidade a Stalin e à UÍISS
diram a Polônia de concluir com a Alemanha um acordo relativo ao cor
Alemanha forem infrutíferos, fica estabelecido que a Inglaterra e a
mente, da verdade doutrinária) como pela confissão, pelo mea culpa", pela autocrítica, enfim. Os chefes supremos do partido, em
Polônia à resistência, coriro anterior
Londres que haviam constrangido a Tchecoslováquia a ceder tudo, impe
Se os es
própria falta (e, portanto, indireta
Contu
mostrar aos demais comunistas e ao
mundo que êles erraram e a^pontar êsses erros para que o pai*tido não
perca a face; para sustentar aquela-
A intransigência
coerência e aquela unidade tão cavas
imposta à Polônia e à entrada das tropas alemãs nesse país deveria re presentar, desta vez, o tiro de revól ver de Serajevo."
aos comunistas, mas cuja verdadeira
Para que a nova "linha" seja bem marcada e não deixe dúvidas de que
natureza seus chefes nem sempre lhes ousam revelar.
Um editorial dos "Cahiers dii bol-
chevisme" (número de janeiro de
1940) espera que "a autocrítica per
vamente para o êxito da manobi*a diplomática de Hitier. A guerra das
é a correta no espírito dos camaradas
potências ocidentais contra o Eixo é
0 companheiros de viagem, é preciso
rotulada de "imperialista".
provar agora que a antiga estava errada; isto é, que os comunistas franceses estavam errados, uma vez
rior do partido (francês) fraquezas e tendências oportunistas cuja expres são, acentuada nos momentos decisi vos, causou grave dano à ação do
A nova
linha está traçada e os comunistas
mitirá verificar na atividade ante
declarou que "a amizade dos povos
franceses põem ativamente mãos à
da Alemanha e da União Soviética,
obra.
que Moscou é necessàriamente infá-
partido".
A declaração que o deputado comu nista Bonté tenta ler na Câmara, a 30 de novembro, e que marca o começo
livel.
Os chefes franceses são acusados de ter falhado na vigilância dos cul
cimentada pelo sangue, tem toda ra
zão para ser durável e sólida" (9). Aquele período de incertezas e atordoamento para os comunistas
da campanha derrotista, acusa os
franceses termina bruscamente quan
"imperialistas" franco-inglêses de ter
do, por volta de 20 de setembro, che
incitado
a Polônia "a
recusar um
Essa manobra não oferece di
ficuldades maiores; o Partido dispõe '
da solução adequada para casos aná logos e usará dela ainda esta vez: — a autocrítica.
Para o religionário comunista ela
«
pados de tendências legalistas e par lamentares . Porém, a falta capitalo pecado mais grave, foi o de terem votado, em 2 de setembro de 1939
M
'' J..
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EcoNÓ^^co
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rando-se c[ue, na época, não era co nhecida a existência do protocolo se creto de 24 de agosto, no qual a par tilha desta última fôra prevista, o
gam as instruções de Moscou espera das com tanta ansiedade. Raymond Guyot é o portador delas (10). A
acordo amigável relativo ao corredor de Dantzig."
atitude do partido será moldada nos
argumento tinha valor considerável
termos da declaração pública (fir
França para com aquele país, André Marty assim se manifesta na sua
e, difundido discretamente (erri vis
mada por Ribbentrop e Molotov a 28 do mesmo mês) cujo parágrafo
Com relação aos compromissos da
"Carta aberta a Léon Blum: on com-
rência nêle não exclui o crente da
prend bien que pour cette Pologne
comunidade; ao contrário, como que
final declara; "se, todavia, os es
réactionnaire Mr. Daladier et vous
forços dos dois governos não tive
teniez à remplir vos engagemcnls,
o prende ainda mais intimamente a ela não só pelo reconhecimento da
ta do tratado de não-agressão germano-soviético) pelas fontes comunistas, produziu os resultados que dêle eram esperados.
rem êxito, será constatado o fato de
mais jusiement pour celle-là Ia classe ouvrière française n*a rien à faire."
Assim o Exército vermelho cruza a
fronteira a 17 de setembro e vai ocupar, não obstante episódios herói
cos , mas esporádicos de resistência, a linha de demarcação fixada nos
acordos de Moscou. Mais tarde, Molotov e Stalin se empenharão em afirmar o caráter real de sua inter venção militar, «eja para fazer o elo
gio do Exército vei-melho, seja para recordar a Hitier que êsse Exército também pagou o seu tributo. Molotov, em discurso de 31 de outubro
de 1939, perante o Conselho Supremo, assinala que bastou, para o desmo ronamento da Polônia, que ela rece besse "um golpe curto, primeiro do Exército alemão; depois do Exército soviético" e que, no curso de seu
avanço,^as unidades do Exército ver melho tiveram por vezes sérios en contros com as tropas polonesas, em virtude dos quais perdas foram re gistradas". Por seu lado, Stalin, res pondendo em dezembro do mesmo ano a um telegrama de felicitações de Rlbbentrop por seu aniversário,
tem o efeito da confissão para o cató lico. E' a redenção do pecado, o ex purgo das faltas próprias à condi ção humana. Porque o pecado é nor mal e, portanto, previsível, a incor-
que a Inglaterra e a França são res ponsáveis pela continuação da guerra, bío caso dessa continuação, os gover
No apêlo do partido "Ao povo de França", em fins de fevereiro de 1940, lê-se: "A 25 de agosto a In glaterra assinou um pacto de assis
nos da Alemanha e da União Sovié
tica se consultariam reciprocamente
tência mútua com a Polônia fascista e reacionária: de concerto com a
sobre as medidas a tomar".
Comentando essa
declaração, es
França imperialista, ela
creve o Pravda: "a situação é clara. Depende unicamente dos governos inglês e francês que continue a guer ra começada contra o desejo dos po
vos, guerra que ameaça o mundo in teiro de novo morticínio.
incitou a
forços dos governos da U.R.S.S. e da
mente a tinha forçado a recusar qual
nunca foi posta em dúvida.
quer ajuda soviética em caso de agressão. Os governos de Paris c
do, não é possível fazer sobre êles o silêncio. Ao contrário, é essencial
redor de Dantzig.
França, seus governos e classes do minantes, são responsáveis pela guer ra." (11) A Internacional comunista e todos
os seus partidos são mobilizados ati
Moscou, estão quase tão ansiosos em conceder "o perdão" aos comunistas franceses quanto êstes em reconhe cer os seus pecados. Mormente quan do sua. fidelidade a Stalin e à UÍISS
diram a Polônia de concluir com a Alemanha um acordo relativo ao cor
Alemanha forem infrutíferos, fica estabelecido que a Inglaterra e a
mente, da verdade doutrinária) como pela confissão, pelo mea culpa", pela autocrítica, enfim. Os chefes supremos do partido, em
Polônia à resistência, coriro anterior
Londres que haviam constrangido a Tchecoslováquia a ceder tudo, impe
Se os es
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mostrar aos demais comunistas e ao
mundo que êles erraram e a^pontar êsses erros para que o pai*tido não
perca a face; para sustentar aquela-
A intransigência
coerência e aquela unidade tão cavas
imposta à Polônia e à entrada das tropas alemãs nesse país deveria re presentar, desta vez, o tiro de revól ver de Serajevo."
aos comunistas, mas cuja verdadeira
Para que a nova "linha" seja bem marcada e não deixe dúvidas de que
natureza seus chefes nem sempre lhes ousam revelar.
Um editorial dos "Cahiers dii bol-
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1940) espera que "a autocrítica per
vamente para o êxito da manobi*a diplomática de Hitier. A guerra das
é a correta no espírito dos camaradas
potências ocidentais contra o Eixo é
0 companheiros de viagem, é preciso
rotulada de "imperialista".
provar agora que a antiga estava errada; isto é, que os comunistas franceses estavam errados, uma vez
rior do partido (francês) fraquezas e tendências oportunistas cuja expres são, acentuada nos momentos decisi vos, causou grave dano à ação do
A nova
linha está traçada e os comunistas
mitirá verificar na atividade ante
declarou que "a amizade dos povos
franceses põem ativamente mãos à
da Alemanha e da União Soviética,
obra.
que Moscou é necessàriamente infá-
partido".
A declaração que o deputado comu nista Bonté tenta ler na Câmara, a 30 de novembro, e que marca o começo
livel.
Os chefes franceses são acusados de ter falhado na vigilância dos cul
cimentada pelo sangue, tem toda ra
zão para ser durável e sólida" (9). Aquele período de incertezas e atordoamento para os comunistas
da campanha derrotista, acusa os
franceses termina bruscamente quan
"imperialistas" franco-inglêses de ter
do, por volta de 20 de setembro, che
incitado
a Polônia "a
recusar um
Essa manobra não oferece di
ficuldades maiores; o Partido dispõe '
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pados de tendências legalistas e par lamentares . Porém, a falta capitalo pecado mais grave, foi o de terem votado, em 2 de setembro de 1939
M
mm*!' DrcESTO Econômico Dk;e.sto
os ci*éditos militares reclamados pe lo grovêrno francês. Sôbrc essa fal ta capital, porém, tão exprobada na
quadra de 1939-1940, que correspon do ao período mais eufórico da ami zade nazi-soviética, faz-se silêncio após a Libertação. E' que, em 1944, uma nova mudan ça de atitude se impõe para iden tificar o partido com a vitória e com aqueles que combateram o nazismo desde cs primeiros dias e sem so
lução de continuidade.
a injunção de Moscou, dGsaprovai'am com os demais dii-igcntes comunistas — com exceção de alguns "renega
do mencionar (iiie, desde o fim de
zer esquecer não chega a ser tão
setembro, empi-egaram tôda as ener gias em sabotar a guerra para a qual,
intenso quanto a fome secular do ter
"num momento de fraqueza e pertur bação", tinham, no começo daquele mesmo mês, votado os créditos. A nova "linha" do partido tam
ção do caso do macaco aprisionado
bém é coerente, como as antoriox-es; e conseqüência da ruptura do pacto,
vale dar a palavra a Rossi: "o que,
do ataque de Hitler à "Mãe Pátria" .soviética, motivada pela divisão dos despojos, caso clássico do todas as
munistas franceses reintegrados no
f abominação, serve agora para* dou rar o brasão "patriótico" do partido. Depois de ter, pelos fins de 1939 recitado a mea culpa e confessa do publicamente o crime cometido em 2 de setembro, os chefes do partido desde 1944 fazem o mais absoluto silêncio sôbre aquela renegação e ga bam-se do patriotismo de que deram provas na sessão da Câmara (a 2 de
setembro) em que a guerra foi de cidida. Em julho de 1946, na Assem bléia Nacional, o deputado comunis
ta Etienne Fajon lembra a seus pa res que "em 2 de setembro de 1939
deputados comunistas votaram 90 X os biliões de créditos para a defesa na cional". Posteriormente, num outro .debate na Câmara, é Florimond Bonté quem se ergue para exibir de novo
essas credenciais "patrióticas"; os
comunistas votaram os créditos, "fi zeram o seu dever".
Mas ambos, como observa Rossi, guardam-se bem de dizer a seus co legas que, algumas semanas depois da votação daqueles créditos, e sob .-t
rante a ju.stiça; enquanto que o ou tro, não só conserva o espólio da
firma como participa do tribunal que
Para descre-
i bom caminho era, em 1939-1940, uma
o capital: a Wehrmacht — saiu que brado, foi a falência, compareceu pe
dos" — o voto dado de forma tão inconsiderada. E deixaram também
. ver esse novo episódio, porém, mais
para Moscou e para os dirigentes co
sociedades formadas para explorar aventuras do conquista dessa natu reza,
Mas a guerra "imiierialista" termi na com a URSS formando ao lado dos vencedores.
A Rússia terá em breve
seu assento reservado entre os juizes
do Nuremberg que irão julgai:, os criminosos de guerra; é, pois, neces sário a todo transe, fazer esquecer aquela sociedade incômoda com Hi
ra que obceca a Rússia. E' a reedi
ao barril por não querer soltar as avelãs que retém na mão enfiada pelo buraco.
Por isso, a Rússia so
realizado o armistício que êles pró prios aconselhavam, 10 meses antes, quando a França mantinha ainda intactos os seus exércitos (13).
A empresa não é fácil, porque os proveitos daqueles dois anos de so ciedade não entram na liquidação fi
nal de contas da empresa. Um sócio — justamente aquele que entrou com ^ .1
NOTAS
(I) A. Rosso ••Obiettivi e mctodi política cstoia soviética". Firenze {2) A. Rossi "Deux ans d alliance
Citado por Rossi. nota 3 mano-sovictique". p. l*!-
d^ia 1946. p--. Ger
. . _ íran-
i3) A, Rossi "Les communistes fran ça.is pcndant ia drôle de guerre . (4) A. Rossi. Obra cit. P- 31 e nota ■ ^
12 ao cap. V.
iqiq-
tS) "L'Ordie" de 26 de agosto de 1939. "Lc Temps" de 27.
tido torna conhecida essa declaraçao po
tório que lhe tocou na partillia, nem a independência aos Estados Bálti-
cos que incorporou para melhor ga rantir...
Em Nuremberg, já ronheoidas as cláusulas secretas dos acoraos de
Estando ja suspen
sa a publicação de "L'Humanitc . o pa
meio de folhetos sob o titulo: r^ecl^ação de Maurice Thorez" e a seção
nista do XX "arrondissement" com o titu lo: "Comunicado de Imprensa do Grupo Parlamentar comunista".
(6) A. Rossi, ob. citada, pag. 25. (7) Id. Id., pág. 43.
(8) Id. Id. pág. 44.
v,„hHra-
(9) O texto dêsse discurso
do nos "Cahiers du bolchevisme , nüm^
Moscou, o mundo vai assistir a um
ro de janeiro de 1940.
espetáculo ainda inédito na escabrosa
VII de A. Rossi, obr. citada.
história dos povos: um dos sócios da
16 ao Cap. VII.
empresa vai para o banco dos réus, o outro para a poltrona dos juizes. Essa situação é que permite a Ribbentrop, quando acusado naquele tri bunal de ter preparado e levado a
soviéticos: "já que se fala de agres são, os dois países são culpados." (14)
por ter este
tuição daquele tribunal.
viética, terminada a guerra, não res-
maradas franceses passam da cola ção com o inimigo. E serão esses mesmos camaradas que, em breve, estarão postados na primeira fila dos
tuar a espantosa anomalia da consti
titui à Polônia a metade de seu terri
efeito a agressão à Polônia, dizer,
boração com o governo à colabora
que "duas injustiças não criavam um direito" — servia, contudo, para acen
irá julgá-lo: porque o desejo de fa
tler; a colaboração com o nazismo, em 1939-40, quando os penitentes ca
acusadores de Pétain
12$
Econômico
referindo-se aos seus colaboradores
Essa verdade, se não reduzia em
nada a responsabilidade do acusado, como retrucou o procurador inglês Sir Hartley Shawcross, declarando
Nota 10 ao cap.
(10) A. Rossi. Obr. cit., pág. 47 e nota ,
(II) Editorial reproduzido na revista
comunista "Le Monde", n.o 4 úe 7 de ou tubro de 193S (Nota 7 ao cap. VIII de A. Rossi, obr. cit.).
. .
(12) Assembléia Nacional Constituinte, sessão de 5 de julho de 1946.
Journal
Oíficiel, debats. pg. 2621, (Nota n.o 4 ao cap. X ob. cit.).
(13) Carta dirigida pelos deputados A. Romette e Florimond Bonté; em nome dos Parlamentares comunistas, ao Presi dente Herriot
transcrita por A. Rossi,
ob, cit.. pág. 60.
(14) "Processo dos grandes criminosos de guerra perante o tribunal militar in ternacional de Nuremberg". Ed. france sa, Nuremberg. 1947. vol. X, pág. 327.
(Nota 44 ao cap. Vn de A. Rossi, ob. cit).
mm*!' DrcESTO Econômico Dk;e.sto
os ci*éditos militares reclamados pe lo grovêrno francês. Sôbrc essa fal ta capital, porém, tão exprobada na
quadra de 1939-1940, que correspon do ao período mais eufórico da ami zade nazi-soviética, faz-se silêncio após a Libertação. E' que, em 1944, uma nova mudan ça de atitude se impõe para iden tificar o partido com a vitória e com aqueles que combateram o nazismo desde cs primeiros dias e sem so
lução de continuidade.
a injunção de Moscou, dGsaprovai'am com os demais dii-igcntes comunistas — com exceção de alguns "renega
do mencionar (iiie, desde o fim de
zer esquecer não chega a ser tão
setembro, empi-egaram tôda as ener gias em sabotar a guerra para a qual,
intenso quanto a fome secular do ter
"num momento de fraqueza e pertur bação", tinham, no começo daquele mesmo mês, votado os créditos. A nova "linha" do partido tam
ção do caso do macaco aprisionado
bém é coerente, como as antoriox-es; e conseqüência da ruptura do pacto,
vale dar a palavra a Rossi: "o que,
do ataque de Hitler à "Mãe Pátria" .soviética, motivada pela divisão dos despojos, caso clássico do todas as
munistas franceses reintegrados no
f abominação, serve agora para* dou rar o brasão "patriótico" do partido. Depois de ter, pelos fins de 1939 recitado a mea culpa e confessa do publicamente o crime cometido em 2 de setembro, os chefes do partido desde 1944 fazem o mais absoluto silêncio sôbre aquela renegação e ga bam-se do patriotismo de que deram provas na sessão da Câmara (a 2 de
setembro) em que a guerra foi de cidida. Em julho de 1946, na Assem bléia Nacional, o deputado comunis
ta Etienne Fajon lembra a seus pa res que "em 2 de setembro de 1939
deputados comunistas votaram 90 X os biliões de créditos para a defesa na cional". Posteriormente, num outro .debate na Câmara, é Florimond Bonté quem se ergue para exibir de novo
essas credenciais "patrióticas"; os
comunistas votaram os créditos, "fi zeram o seu dever".
Mas ambos, como observa Rossi, guardam-se bem de dizer a seus co legas que, algumas semanas depois da votação daqueles créditos, e sob .-t
rante a ju.stiça; enquanto que o ou tro, não só conserva o espólio da
firma como participa do tribunal que
Para descre-
i bom caminho era, em 1939-1940, uma
o capital: a Wehrmacht — saiu que brado, foi a falência, compareceu pe
dos" — o voto dado de forma tão inconsiderada. E deixaram também
. ver esse novo episódio, porém, mais
para Moscou e para os dirigentes co
sociedades formadas para explorar aventuras do conquista dessa natu reza,
Mas a guerra "imiierialista" termi na com a URSS formando ao lado dos vencedores.
A Rússia terá em breve
seu assento reservado entre os juizes
do Nuremberg que irão julgai:, os criminosos de guerra; é, pois, neces sário a todo transe, fazer esquecer aquela sociedade incômoda com Hi
ra que obceca a Rússia. E' a reedi
ao barril por não querer soltar as avelãs que retém na mão enfiada pelo buraco.
Por isso, a Rússia so
realizado o armistício que êles pró prios aconselhavam, 10 meses antes, quando a França mantinha ainda intactos os seus exércitos (13).
A empresa não é fácil, porque os proveitos daqueles dois anos de so ciedade não entram na liquidação fi
nal de contas da empresa. Um sócio — justamente aquele que entrou com ^ .1
NOTAS
(I) A. Rosso ••Obiettivi e mctodi política cstoia soviética". Firenze {2) A. Rossi "Deux ans d alliance
Citado por Rossi. nota 3 mano-sovictique". p. l*!-
d^ia 1946. p--. Ger
. . _ íran-
i3) A, Rossi "Les communistes fran ça.is pcndant ia drôle de guerre . (4) A. Rossi. Obra cit. P- 31 e nota ■ ^
12 ao cap. V.
iqiq-
tS) "L'Ordie" de 26 de agosto de 1939. "Lc Temps" de 27.
tido torna conhecida essa declaraçao po
tório que lhe tocou na partillia, nem a independência aos Estados Bálti-
cos que incorporou para melhor ga rantir...
Em Nuremberg, já ronheoidas as cláusulas secretas dos acoraos de
Estando ja suspen
sa a publicação de "L'Humanitc . o pa
meio de folhetos sob o titulo: r^ecl^ação de Maurice Thorez" e a seção
nista do XX "arrondissement" com o titu lo: "Comunicado de Imprensa do Grupo Parlamentar comunista".
(6) A. Rossi, ob. citada, pag. 25. (7) Id. Id., pág. 43.
(8) Id. Id. pág. 44.
v,„hHra-
(9) O texto dêsse discurso
do nos "Cahiers du bolchevisme , nüm^
Moscou, o mundo vai assistir a um
ro de janeiro de 1940.
espetáculo ainda inédito na escabrosa
VII de A. Rossi, obr. citada.
história dos povos: um dos sócios da
16 ao Cap. VII.
empresa vai para o banco dos réus, o outro para a poltrona dos juizes. Essa situação é que permite a Ribbentrop, quando acusado naquele tri bunal de ter preparado e levado a
soviéticos: "já que se fala de agres são, os dois países são culpados." (14)
por ter este
tuição daquele tribunal.
viética, terminada a guerra, não res-
maradas franceses passam da cola ção com o inimigo. E serão esses mesmos camaradas que, em breve, estarão postados na primeira fila dos
tuar a espantosa anomalia da consti
titui à Polônia a metade de seu terri
efeito a agressão à Polônia, dizer,
boração com o governo à colabora
que "duas injustiças não criavam um direito" — servia, contudo, para acen
irá julgá-lo: porque o desejo de fa
tler; a colaboração com o nazismo, em 1939-40, quando os penitentes ca
acusadores de Pétain
12$
Econômico
referindo-se aos seus colaboradores
Essa verdade, se não reduzia em
nada a responsabilidade do acusado, como retrucou o procurador inglês Sir Hartley Shawcross, declarando
Nota 10 ao cap.
(10) A. Rossi. Obr. cit., pág. 47 e nota ,
(II) Editorial reproduzido na revista
comunista "Le Monde", n.o 4 úe 7 de ou tubro de 193S (Nota 7 ao cap. VIII de A. Rossi, obr. cit.).
. .
(12) Assembléia Nacional Constituinte, sessão de 5 de julho de 1946.
Journal
Oíficiel, debats. pg. 2621, (Nota n.o 4 ao cap. X ob. cit.).
(13) Carta dirigida pelos deputados A. Romette e Florimond Bonté; em nome dos Parlamentares comunistas, ao Presi dente Herriot
transcrita por A. Rossi,
ob, cit.. pág. 60.
(14) "Processo dos grandes criminosos de guerra perante o tribunal militar in ternacional de Nuremberg". Ed. france sa, Nuremberg. 1947. vol. X, pág. 327.
(Nota 44 ao cap. Vn de A. Rossi, ob. cit).
Diokstc) Econômico
EXPLICAÇÃO SOeiGLÓGlCA DA MOEDA Doiuvai. Tkixkiha \'ii:iha
ciue valia no período anterior, tere
valor de troca, o que eqüivale a di-
mas os preços dobrarão e assim a
zoi-, maior preço. E' justamente a escassez que determina a elevação do valor monetário, mas é antônimo
unidade de A passará a valer CrS fÁ tivemos ocasião de apontar a contribuição de Simiand para o
esclarecimento da origem e função social da moeda (1).
Razão lhe as
realidade econômica não apenas apa rente mas sim o fundamento próprio e intelígivel como tal (2).
Ninguém nega a realidade da moe
sistia ao afirmar que aumentos fortes
da como instrumento de troca, mas
de emissão podem agir temporaria
não é possível concober-se o valor
mente como verdadeiros estimulantes
monetário das coisas como a expres são real da riqueza, muito embora o valor da troca de bens por servi ços ou serviços por serviços, nas economias complexas de tipo progres sivo, onde as trocas multllaterais são
da produção econômica em todos os seus ramos.
Os homens, reagindo
contra a redução de seu rendimento, nos momentos de depressão econômi
ca, prolongam o surto de progresso e promovem a melhoria da produção,
de sorte que as crises, embora ine vitáveis, se apresentam produtivas
também. Profunda é a observação
de que normalmente agimos antes em função do rendimento monetário do que dos ganhos reais em termos de bens e serviços, eqüivalendo a dizerse que dificilmente percebemos a di
ferença entre o salário real e o no minal, o que determina maior ape go a este que àquele.
Tais contribuições, entretanto, a nosso ver, estão à margem do proble ma central: uma explicação socioló-
• gica da moeda. Embora aquele autor salientasse, com justa razão, o fato dos homens se prenderem ao valor
nominal dos bens e serviços, exage rou ao afirmar: "a teoria quantita tiva da moeda e as teorias afins afir
mam, explicita ou. implicitamente, que a expressão monetária dos valo
res econômicos é puramente exterior a verdadeira realidade", é nominal. Parece-nos, ao contrário, que ela é a (1) Ver no "Digesto" anterior o arti go "A Teoria Monetária de Francois Si miand".
4,00, a do B Cr$ 2,00 e, no entanto, continuará a ser o valor de uma o dôbro da outra.
Sabemos que Simiand responderia a este raciocínio dizendo que o mesmo c mera lúpótese, pura dedução que pode não encontrar sua e.xpressão na vida real. Tal objeção, entretanto, não procede, pois temos exemplos do que sucede com os preços nos perío
dos do inflação, isto é, de aumento de
des em presença que exprime real
volume da moeda sem corresponden te aumento do volume da iirodução. O aumento atual, no Brasil, e um exemplo bem frísante dêsto fenô
mente o valoi' da troca das mercado
meno.
a regra, seja expresso pelos preços,
em moeda; é a relação das quantida
rias, podendo manter-se inalteradOi embora o seu preço, expresso em moe
dade do objeto e lhe empresta maior
mos as relações de troca invariáveis,
Tomando o valor monetário como
uma expressão real de riqueza, Si
do riqueza, porque esta eqüivale a dizer maior quantidade de bens e ser viços, aptos a satisfazer as necessi dades humanas, e quanto maior abun dância menos o homem se apega ao
dinheiro, porque menor valor mo netário passam a ter todas as coisas. Percebe-se, também assim, a sim
plicidade da origem do valor econô mico que têm o ouro e a prata"! não
é preciso apelar para virtudes niágico-curativas, para a crença, para um elemento a bem dizer sobrenatural dos
metais preciosos; seu valor de uso varia de grupo para grupo, não res
ta dúvida, mas o seu alto valor de troca é devido à sua raridade; a sua
aceitação como moeda resulta, em grande parte, de suas qualidades fí-
da, aumente ou diminua. Num es quema explicativo, podemos supor que num determinado mercado, em certo momento, exista, na operação
percebendo que na realidade se opõem.
de permuta, uma certa quantidade de mercadoria A a ser trocada pelo
e matemática, pois se assim não o fizesse perceberia que a base do va
tário e riqueza junta-se uma .segun
dobro da quantidade da marcadoria B. E' claro que a cada unidade de A corresponderão duas unidades de B
lor da troca encontra-se justamente
Nota-se logo no começo do trabalhe de Simiand "La monnaie, réalité so
ou, inversamente, a cada unidade de,
tidade de bens aptos a satisfazer com
B, meia unidade de A. Admitindose um pi*eço em moeda, digamos por
pletamente as necessidades humanas.
idéias que a seu respeito os homens
Assim é que a água em nosso meio tem grande valor de uso o peque níssimo valor de troca (que é o valor econômico), enquanto num deserto, conservando todo seu valor de uso,
formam. As partes do trabalho em
passa a ter grande valor de troca.
nor intensidade para a obtenção da série inumerável de bens aptos à sa tisfação de suas necessidades; êsse
ceu e se desenvolveu a partir do fato monetário, são exemplos frisantes desta confusão. Ela é mais nítida ainda em uma das passagens do seu livro "Le salaire", quando diz: "Parece-nos ser um grande fato,
maior obstáculo dita a maior rari
por demais manifesto e muito pouco
exemiilo, que cada unidade de A possa valer Cr$ 2,00, nesse caso, a
unidade de B valerá Cr$ 1,00. Su pondo-se num determinado momento, que se mantenham constantes as quantidades de A e de B, mas que a moeda se desvalorize, passando cada unidade monetaj-ia a valer metade do (2) Simiand, F. — "Le salaire, Tévolution sociale et Ia monnaie". Paris, 1932, Vol. II — pg. 470.
miand confunde ambas as noções, não E' de lamentar que tenha tratado com
tão pouco caso as escolas psicológica
na maior ou menor raridade de bens,
quer dizei-, na maior ou menor quan
Ora, o homem frente à natureza en contra obstáculos de maior ou me
.
mL' iUm
sico-químicas inegáveis. A esta confusão entre valor mone da.
ciale" a falta de distinção entre as ocorrências materiais, objetivas, e as
que êle procura mostrar que o fe nômeno da moeda até hoje não teve
explicação e quando se esforça por demonstrar que a vida econômica nas
ir'iT*i 'i i
Diokstc) Econômico
EXPLICAÇÃO SOeiGLÓGlCA DA MOEDA Doiuvai. Tkixkiha \'ii:iha
ciue valia no período anterior, tere
valor de troca, o que eqüivale a di-
mas os preços dobrarão e assim a
zoi-, maior preço. E' justamente a escassez que determina a elevação do valor monetário, mas é antônimo
unidade de A passará a valer CrS fÁ tivemos ocasião de apontar a contribuição de Simiand para o
esclarecimento da origem e função social da moeda (1).
Razão lhe as
realidade econômica não apenas apa rente mas sim o fundamento próprio e intelígivel como tal (2).
Ninguém nega a realidade da moe
sistia ao afirmar que aumentos fortes
da como instrumento de troca, mas
de emissão podem agir temporaria
não é possível concober-se o valor
mente como verdadeiros estimulantes
monetário das coisas como a expres são real da riqueza, muito embora o valor da troca de bens por servi ços ou serviços por serviços, nas economias complexas de tipo progres sivo, onde as trocas multllaterais são
da produção econômica em todos os seus ramos.
Os homens, reagindo
contra a redução de seu rendimento, nos momentos de depressão econômi
ca, prolongam o surto de progresso e promovem a melhoria da produção,
de sorte que as crises, embora ine vitáveis, se apresentam produtivas
também. Profunda é a observação
de que normalmente agimos antes em função do rendimento monetário do que dos ganhos reais em termos de bens e serviços, eqüivalendo a dizerse que dificilmente percebemos a di
ferença entre o salário real e o no minal, o que determina maior ape go a este que àquele.
Tais contribuições, entretanto, a nosso ver, estão à margem do proble ma central: uma explicação socioló-
• gica da moeda. Embora aquele autor salientasse, com justa razão, o fato dos homens se prenderem ao valor
nominal dos bens e serviços, exage rou ao afirmar: "a teoria quantita tiva da moeda e as teorias afins afir
mam, explicita ou. implicitamente, que a expressão monetária dos valo
res econômicos é puramente exterior a verdadeira realidade", é nominal. Parece-nos, ao contrário, que ela é a (1) Ver no "Digesto" anterior o arti go "A Teoria Monetária de Francois Si miand".
4,00, a do B Cr$ 2,00 e, no entanto, continuará a ser o valor de uma o dôbro da outra.
Sabemos que Simiand responderia a este raciocínio dizendo que o mesmo c mera lúpótese, pura dedução que pode não encontrar sua e.xpressão na vida real. Tal objeção, entretanto, não procede, pois temos exemplos do que sucede com os preços nos perío
dos do inflação, isto é, de aumento de
des em presença que exprime real
volume da moeda sem corresponden te aumento do volume da iirodução. O aumento atual, no Brasil, e um exemplo bem frísante dêsto fenô
mente o valoi' da troca das mercado
meno.
a regra, seja expresso pelos preços,
em moeda; é a relação das quantida
rias, podendo manter-se inalteradOi embora o seu preço, expresso em moe
dade do objeto e lhe empresta maior
mos as relações de troca invariáveis,
Tomando o valor monetário como
uma expressão real de riqueza, Si
do riqueza, porque esta eqüivale a dizer maior quantidade de bens e ser viços, aptos a satisfazer as necessi dades humanas, e quanto maior abun dância menos o homem se apega ao
dinheiro, porque menor valor mo netário passam a ter todas as coisas. Percebe-se, também assim, a sim
plicidade da origem do valor econô mico que têm o ouro e a prata"! não
é preciso apelar para virtudes niágico-curativas, para a crença, para um elemento a bem dizer sobrenatural dos
metais preciosos; seu valor de uso varia de grupo para grupo, não res
ta dúvida, mas o seu alto valor de troca é devido à sua raridade; a sua
aceitação como moeda resulta, em grande parte, de suas qualidades fí-
da, aumente ou diminua. Num es quema explicativo, podemos supor que num determinado mercado, em certo momento, exista, na operação
percebendo que na realidade se opõem.
de permuta, uma certa quantidade de mercadoria A a ser trocada pelo
e matemática, pois se assim não o fizesse perceberia que a base do va
tário e riqueza junta-se uma .segun
dobro da quantidade da marcadoria B. E' claro que a cada unidade de A corresponderão duas unidades de B
lor da troca encontra-se justamente
Nota-se logo no começo do trabalhe de Simiand "La monnaie, réalité so
ou, inversamente, a cada unidade de,
tidade de bens aptos a satisfazer com
B, meia unidade de A. Admitindose um pi*eço em moeda, digamos por
pletamente as necessidades humanas.
idéias que a seu respeito os homens
Assim é que a água em nosso meio tem grande valor de uso o peque níssimo valor de troca (que é o valor econômico), enquanto num deserto, conservando todo seu valor de uso,
formam. As partes do trabalho em
passa a ter grande valor de troca.
nor intensidade para a obtenção da série inumerável de bens aptos à sa tisfação de suas necessidades; êsse
ceu e se desenvolveu a partir do fato monetário, são exemplos frisantes desta confusão. Ela é mais nítida ainda em uma das passagens do seu livro "Le salaire", quando diz: "Parece-nos ser um grande fato,
maior obstáculo dita a maior rari
por demais manifesto e muito pouco
exemiilo, que cada unidade de A possa valer Cr$ 2,00, nesse caso, a
unidade de B valerá Cr$ 1,00. Su pondo-se num determinado momento, que se mantenham constantes as quantidades de A e de B, mas que a moeda se desvalorize, passando cada unidade monetaj-ia a valer metade do (2) Simiand, F. — "Le salaire, Tévolution sociale et Ia monnaie". Paris, 1932, Vol. II — pg. 470.
miand confunde ambas as noções, não E' de lamentar que tenha tratado com
tão pouco caso as escolas psicológica
na maior ou menor raridade de bens,
quer dizei-, na maior ou menor quan
Ora, o homem frente à natureza en contra obstáculos de maior ou me
.
mL' iUm
sico-químicas inegáveis. A esta confusão entre valor mone da.
ciale" a falta de distinção entre as ocorrências materiais, objetivas, e as
que êle procura mostrar que o fe nômeno da moeda até hoje não teve
explicação e quando se esforça por demonstrar que a vida econômica nas
ir'iT*i 'i i
Dir.r.sTO
126
Econóis
contestável, c econômico pròpriamente dito, dotado de uma existência bem
mos encontrar uma vida econômica ainda mais intensa. O fato de se des
distinta e de caracteres bem diferen
locarem facilita a sua função de íntermediário.s de trocas e, como quase todos são pastores, aos poucos, liga dos à atividade de pastoreio, vão
ciados e, como tal, um fato relativa mente recente nas sociedades huma
nas, diversamente de outras catego
DJGESTO
EC0NÓNtK:O
127
No tocante aos povos primitivos o que se nega é que haja uma reflexão humana a respeito desta realidade, podendo-se negar também que quan do ela já existe, como existia na An tigüidade greco-romana ou na Ida
rias de fenômenos sociais que, ao con trário, se apresentam em tôda sua ple nitude, desde as sociedades primiti vas, ou mesmo sobretudo nelas". (3) Ora, o qvxe é recente c um pensa mento econômico independente, pois que a vida econômica existe sempre,
uma vida econômica bastante impor tante, onde se juntam a manufatura, a agricultura, o comércio c já apa
desde que haja divisão de trabalho,
rece
armazenamento.
Ora, justamente devido a confundir
por rudimentar que seja, e trocas
Há especialização do trabalho dentro
fato e idéia é que Simiand admitiu
intra e intergrupais. Mesmo nos po vos coletores, onde a organização so
cial e econômica é das mais pobre.s, já encontramos uma divisão de tra
balho social por sexos; o homem caça e pesca, enquanto a mulher arran
ca raízes e colhe frutos; o homem
combate, fabrica objetos de couro, procura animais, deixando para a mulher o trabalho de ma'nufaturar tecidos, de cozinhar e conservar os alimentos ob
tidos.
Esta divisão de traba
lho é ainda mais especializada mesmo entre os homens; assim vamos encon
trar pelo menos três especializações: o fabricante de flechas e arcos, o guerreiro e caçador, o médico-feiti-
ceiro.^ Entre estes mesmos coletores
surgindo certas indústrias, como a fabricação de queijos, a conservação de carnes, etc.
Por fim, nos grupa
mentos já tornado.s sedentários, há
até
mesmo
o
o que em nossa troca dêles diferem, e que ali se_ mostram, entretanto,
essenciais; e a confirmação disso é
e central na vida econômica própria
entre grupos. Nas nossas tribos, por
exemplo, cada uma era senhora de um. artigo. Assim, os Bacalri fabri
simplesmente, o estudo das trocas o. da moeda nas sociedades ditas pri
cavam colares com pedaços brancos
mitivas e que mesmo desprezou, em
e retangulares de conchas e missan-
seu estudo "La monnaie, réalité so
gas de concha, urucu, fios de algodão
ciale", os fatos monetários da Anti
o
güidade e da Idade Média; "gran des eruditos — diz êle —e interes santíssimos estudos que recentemente
mostraram plenos conjuntos de fatos, reunidos sob a rubrica "Formas pri
de fabricar ma
luído, trazem pouca luz sobre tudo
homens fazem e da explicação que lhes procuram dar.
a recência do fato econômico e, em
e Suiá além
res da ti'oca econômica no sentido
de nossa vida econômica de tipo evo
que os homólogos encontrados nesses fatos, nas nossas sociedades moder
conseqüência, pôs à margem, pura e
redes; os Nanhuquá produziam cuias e colares especiais com pedaços vermelhos de concha e pérolas de tucum; os Tumai
não apresentam nenhum dos caracte
distinguir sempre os fatos econômi cos do juízo que a respeito dêles os
do grupo e há especialização e troca
nas, não desempenham papel notável dessas sociedades e não são propria mente, ou pelo menos exclusivamen te, fatos econômicos. (4)
Simiand, desprezando as explica
ções que os economistas, a partir dos clássicos, têm dado sobre a moeda,
viu-se impossibilitado de chegar à solução para seu problema. Êle mesmo reconheceu a dificulda
de das lisando graças mostra
trocas diretas, quando, ana a deteimiinação dos preços, a um sistema de equações, que as mei-cadorÍas, tomadas
duas a duas, não permitem uma com
chados de pedra e tratarem o
mitivas de trocas" — e tanto pela
paração total dos valores, sendo ne
fumo, produziam o sal de bambu. Êstes artigos, peculiares um a cada
importância da matéria quanto pelo
cessário admitir-se a moeda como um
valor do estudo, não podemos encon
termo comum, que entre no sistema, determinando o valor das várias in
tribo, permitiam a existência de um
trar melhor prova — nos parecem
verdadeiro comércio.
ilustrar e corroborar estas conside
cógnitas.
rações. Notemos que a palavra tro
recer justamente, quando os grupos sociais se avolumam, as funções so
E' verdade que este trabalho, pro
já há uma especialização de traba
dução e trocas, estavam penetrados
lho tribal. Cei'tas tribos, próximas às regiões piscosas, se especializam em pescaria e conservação do peixe, indo trocar seu produto por peles,
por elementos mágicos e por práticas
extra-económicas, mas isto não impe de que se i-econheça uma vida econô
raízes e caças de outras tribos.
nenhum nega a existência de uma
Entre as tribos nômades, mas que
de Média, tenha sido independente; é necessário porém, que saibamos
se nitidamente que tais fatos quase
cas não é propriedade exclusiva da
linguagem econômica e, mesmo no domínio econômico, não está forçosa mente reservada a aceitação de que se reveste conforme a análise pró
mica peculiar a esses gi'upos. Autor
vida econômica, em certos aspectos
já passaram do estágio coletor, va-
muito interessante, durante a Idade Média e, no entretanto, não se pode
(3) Simiancl. F. — "Le salaire, Tévolution sociale et Ia monnaie". Paris 1932
negar que esta vida econômica esteja profundamente impregnada de reli
— Vol, II — pg. 582.
giosidade.
f
pria comportada pela economia mo derna.
Prendamo-nos pois, aqui, ao
que as coisas são. Ora, se se estabe leceu, como melhor veremos adiante, que os fatos descobertos e analisados nestes estudos são os que, nas so
ciedades ditas primitivas, mais se aproximam da nossa troca, percebe■ Ii.
Tal dificuldade vai apa
ciais e econômicas se dividem e a pro dução cresce e se diversifica. E' esta
dificuldade que explica a aparição de "mercadorias — moeda", origem da moeda propriamente dita.
A mercadoria-moeda, que apare ce nos grupos sociais mais desenvol
vidos é sempre um bem de consumo geral e de conservação fácil, aceita
por todos os indivíduos do grupo, mes mo que não tenham idéia de se uti(4) — Simiand, F. — Op. cit.
pg. 584.
Dir.r.sTO
126
Econóis
contestável, c econômico pròpriamente dito, dotado de uma existência bem
mos encontrar uma vida econômica ainda mais intensa. O fato de se des
distinta e de caracteres bem diferen
locarem facilita a sua função de íntermediário.s de trocas e, como quase todos são pastores, aos poucos, liga dos à atividade de pastoreio, vão
ciados e, como tal, um fato relativa mente recente nas sociedades huma
nas, diversamente de outras catego
DJGESTO
EC0NÓNtK:O
127
No tocante aos povos primitivos o que se nega é que haja uma reflexão humana a respeito desta realidade, podendo-se negar também que quan do ela já existe, como existia na An tigüidade greco-romana ou na Ida
rias de fenômenos sociais que, ao con trário, se apresentam em tôda sua ple nitude, desde as sociedades primiti vas, ou mesmo sobretudo nelas". (3) Ora, o qvxe é recente c um pensa mento econômico independente, pois que a vida econômica existe sempre,
uma vida econômica bastante impor tante, onde se juntam a manufatura, a agricultura, o comércio c já apa
desde que haja divisão de trabalho,
rece
armazenamento.
Ora, justamente devido a confundir
por rudimentar que seja, e trocas
Há especialização do trabalho dentro
fato e idéia é que Simiand admitiu
intra e intergrupais. Mesmo nos po vos coletores, onde a organização so
cial e econômica é das mais pobre.s, já encontramos uma divisão de tra
balho social por sexos; o homem caça e pesca, enquanto a mulher arran
ca raízes e colhe frutos; o homem
combate, fabrica objetos de couro, procura animais, deixando para a mulher o trabalho de ma'nufaturar tecidos, de cozinhar e conservar os alimentos ob
tidos.
Esta divisão de traba
lho é ainda mais especializada mesmo entre os homens; assim vamos encon
trar pelo menos três especializações: o fabricante de flechas e arcos, o guerreiro e caçador, o médico-feiti-
ceiro.^ Entre estes mesmos coletores
surgindo certas indústrias, como a fabricação de queijos, a conservação de carnes, etc.
Por fim, nos grupa
mentos já tornado.s sedentários, há
até
mesmo
o
o que em nossa troca dêles diferem, e que ali se_ mostram, entretanto,
essenciais; e a confirmação disso é
e central na vida econômica própria
entre grupos. Nas nossas tribos, por
exemplo, cada uma era senhora de um. artigo. Assim, os Bacalri fabri
simplesmente, o estudo das trocas o. da moeda nas sociedades ditas pri
cavam colares com pedaços brancos
mitivas e que mesmo desprezou, em
e retangulares de conchas e missan-
seu estudo "La monnaie, réalité so
gas de concha, urucu, fios de algodão
ciale", os fatos monetários da Anti
o
güidade e da Idade Média; "gran des eruditos — diz êle —e interes santíssimos estudos que recentemente
mostraram plenos conjuntos de fatos, reunidos sob a rubrica "Formas pri
de fabricar ma
luído, trazem pouca luz sobre tudo
homens fazem e da explicação que lhes procuram dar.
a recência do fato econômico e, em
e Suiá além
res da ti'oca econômica no sentido
de nossa vida econômica de tipo evo
que os homólogos encontrados nesses fatos, nas nossas sociedades moder
conseqüência, pôs à margem, pura e
redes; os Nanhuquá produziam cuias e colares especiais com pedaços vermelhos de concha e pérolas de tucum; os Tumai
não apresentam nenhum dos caracte
distinguir sempre os fatos econômi cos do juízo que a respeito dêles os
do grupo e há especialização e troca
nas, não desempenham papel notável dessas sociedades e não são propria mente, ou pelo menos exclusivamen te, fatos econômicos. (4)
Simiand, desprezando as explica
ções que os economistas, a partir dos clássicos, têm dado sobre a moeda,
viu-se impossibilitado de chegar à solução para seu problema. Êle mesmo reconheceu a dificulda
de das lisando graças mostra
trocas diretas, quando, ana a deteimiinação dos preços, a um sistema de equações, que as mei-cadorÍas, tomadas
duas a duas, não permitem uma com
chados de pedra e tratarem o
mitivas de trocas" — e tanto pela
paração total dos valores, sendo ne
fumo, produziam o sal de bambu. Êstes artigos, peculiares um a cada
importância da matéria quanto pelo
cessário admitir-se a moeda como um
valor do estudo, não podemos encon
termo comum, que entre no sistema, determinando o valor das várias in
tribo, permitiam a existência de um
trar melhor prova — nos parecem
verdadeiro comércio.
ilustrar e corroborar estas conside
cógnitas.
rações. Notemos que a palavra tro
recer justamente, quando os grupos sociais se avolumam, as funções so
E' verdade que este trabalho, pro
já há uma especialização de traba
dução e trocas, estavam penetrados
lho tribal. Cei'tas tribos, próximas às regiões piscosas, se especializam em pescaria e conservação do peixe, indo trocar seu produto por peles,
por elementos mágicos e por práticas
extra-económicas, mas isto não impe de que se i-econheça uma vida econô
raízes e caças de outras tribos.
nenhum nega a existência de uma
Entre as tribos nômades, mas que
de Média, tenha sido independente; é necessário porém, que saibamos
se nitidamente que tais fatos quase
cas não é propriedade exclusiva da
linguagem econômica e, mesmo no domínio econômico, não está forçosa mente reservada a aceitação de que se reveste conforme a análise pró
mica peculiar a esses gi'upos. Autor
vida econômica, em certos aspectos
já passaram do estágio coletor, va-
muito interessante, durante a Idade Média e, no entretanto, não se pode
(3) Simiancl. F. — "Le salaire, Tévolution sociale et Ia monnaie". Paris 1932
negar que esta vida econômica esteja profundamente impregnada de reli
— Vol, II — pg. 582.
giosidade.
f
pria comportada pela economia mo derna.
Prendamo-nos pois, aqui, ao
que as coisas são. Ora, se se estabe leceu, como melhor veremos adiante, que os fatos descobertos e analisados nestes estudos são os que, nas so
ciedades ditas primitivas, mais se aproximam da nossa troca, percebe■ Ii.
Tal dificuldade vai apa
ciais e econômicas se dividem e a pro dução cresce e se diversifica. E' esta
dificuldade que explica a aparição de "mercadorias — moeda", origem da moeda propriamente dita.
A mercadoria-moeda, que apare ce nos grupos sociais mais desenvol
vidos é sempre um bem de consumo geral e de conservação fácil, aceita
por todos os indivíduos do grupo, mes mo que não tenham idéia de se uti(4) — Simiand, F. — Op. cit.
pg. 584.
II»". '•
Dicksic) Econômico
128
instru
moeda escriturai. Quando afirma que a base da circulação da moeda de pa
mento que sirva para aquisição futu
pel c principalmente do papel-moeda
ra de outras mercadorias, ou serviços.
é a confiança, não há de que nos
A passagem das mercadorias de fácil deterioração ou de dificil divisibili-
admirarmo.s; mas, e.sta foi produto de uma lenta transformação econômica
dade para os metais, e destes para
o social.
lizar
diretamente
dêste
bem
mercadoria e sim como um
como
o ouro e para a prata, não se faz realmente por convenção ou por uma comodidade conscientemente perce bida, mas não se pode negar que, apesar disso, aos poucos as prefe rências foram se dirigindo para estes metais.
Dizer que o ouro tira o seu valor
de qualidades suprafísicas, ou dizer
que a mercadoria-moeda foi a prin cípio escolhida por ser objeto de or namento, em nada invalida a afirma
ção de que é a de aceitação geral, na qual todos os indivíduos do grupo x-econhecem um valor. Não se pode negar que o ouro seja mercadoria-
moeda a bem dizer ideal, visto ser menos sujeita às variações intrínse
cas de valor, principalmente porque a determinação de seus preços depen de unicamente de sua oferta e pro cura, uma vez que não é bem comple mentar.
Se Simiand atendesse mais à evo
lução histórica da moeda, teria per cebido que um fato constante é a
A. principal função da moeda não é V. de sei vir como instrumento de pa gamentos diferidos — como (jueria
Simiand — c sim a de avaliação, pois não fôssc esta c aquela não poderia ser desempenhada. O estudo da evo lução monetária implicaria em ana
lisar a evolução econômica geral e, deste modo, Simiand poderia perce ber que a dissociação entre os dois momentos de troca — o da presta ção e o da contraprestação — só se
faz lentamente. operações
E' sabido que as
comerciais
dos
grandes
mercados, nas sociedades de tipo oci
dental, a ampliação do comércio, foi um fenômeno lento. (6) Nos grupa mentos primitivos, ou mesmo nas fel inas, as trocas face a face fazem com
que não haja diferimento no processo
do trocas. O indivíduo que leva um bem para permutar, entrega-o ao comprador e, a bem dizer, imediata
mente recebe a contraprestação em
bens e serviços. A moeda aí, quan do funciona, apenas facilita o proces
DiCESTO
■'
'
' '*«
129
Económjco
chega à feira com o boi e sai dela,
pouco tempo deimis, com o cesto cheio de mercadorais.
Ora, justamente quando o comércio se complica e sc desenvolvem primei ro as trocas inter-regionais c depois as internacionais, quando, sobretu
do, a produção se desenvolve cm grande escala e sc prolonga no tem
po, quando o comércio não se faz sob encomenda, como no caso das
corporações medievais, e sim diante
de um consumo anônimo, surgindo a necessidade de acumulação de esto
tinha por fundamento uma crença so
cial, Simiand realizou uma tentati va de explicação econômica e não sociológica da moeda. Esta última crítica é a mais gra ve de todas. Não basta afirmar-se
que a moeda é uma realidade social, cuie age nas sociedades de economia complexa de tipo evolutivo, que re
pousa numa crença e fé sociais, para que se possa afirmar ser esta uma explicação sociológica da moeda. Economista algum jamais negou a realidade social da vida econômica,
ques é que, aos poucos, os dois mo
em qualquer de seus aspectos e a
mentos da troca — prestação e con
siderada por todos como uma das,
traprestação — se afastam, o que dá à moeda a sua grande importância
como instrumento do pagamento.s di feridos.
Logo, a função aparece, na
evolução econômica, somente quando começa a se processar a dissociação entre os dois momentos da troca, o
Economia Política sempre foi con
ciências sociais, havendo mesmo au
tores, como Carey, que propuseram a
mudança da denominação para Eco
nomia Social, têrmo reconhecidamen te impróprio.
Tôda explicação de Simiand é pura
que eqüivale a dizer-se que se colo
mente econômica.
ca depois das de instrumento de tro cas e padrão de valores e resulta des tas duas; tanto assim é que se êste
discutir as várias doutrinas mone
tárias, analisa a teoria quantitativa e a critica, acabando por negá-la;
co, quer dizer, se a moeda vier a so
da aceitação da moeda de papel, ex
padrão de valores fôr muito elásti
frer desvalorizações e revalorizações
repetidas e violentas, a função de pa gamentos diferidos fica sensivelmen te prejudicada. Haverá então, uma
Èle começa poi
procurando a razão da persistência e-,
plica a função econômica da moeda,
analisa-lhe o papel como agente do
progresso econômico, e de sociologico
só tem esta frase: "A moeda é uma
crescente desmaterialização da moeda. Tendo pôsto de lado a Antigüidade e a Idade Média, não pôde perceber a passagem da moeda pesada à moeda
so de divtsibilidade, do fracionamento de mercadorias, principalmente no ca- • so das de dificil divisibilidade eco
tendência a voltar-se à troca direta ■ e imediata, como no caso da infla
biam a retribuição dos seus serviços
logia.
se introduzir no fenômeno monetá rio a confiança, e nao percebeu tam
nômica; assim, o camponês que leva um boi u feira para permutar por ovos, trigo e tecido, vai utilizar-se da moeda unicamente como um meio
e corriam a adquirir outros bens,
Fazer repousar tôda a explicação da moeda como realidade social em uma crença e fé sociais, é nos dar
contada, primeiro grande passo para
bém a passagem posterior da moeda
contada (primeiro particular e de pois pública) à moeda de papel, onde a confiança mais se intensificou, e desta, por fim, ao próprio cheque,
de dividir o valor dêste boi; mas as trocas são a bem dizer, imediatas; (5) Ver dados em
a êste respeito interessantes Halbwachs. M. — "Morpholo-
gíe Sociale" — Paris. 1938.
..uai
ção alemã, em que os indivíduos rece quer dizer, volta-se àquele mecanis mo de feira. Procurando explicar a realidade da moeda e a sua natureza social, ape
lando para o fato de servir a mesma como instrumento de pagamentos di feridos e mostrando que essa função
realidade social, porque repousa nu ma crença e fé sociais , a menos que se identifiquem economia e socio
unia razão muito frágil, que não re siste a uma análise mais profunda. Esta fragilidade se percebe bem, ao estudarmos certas peculiaridades da moeda, no mercado interno.
II»". '•
Dicksic) Econômico
128
instru
moeda escriturai. Quando afirma que a base da circulação da moeda de pa
mento que sirva para aquisição futu
pel c principalmente do papel-moeda
ra de outras mercadorias, ou serviços.
é a confiança, não há de que nos
A passagem das mercadorias de fácil deterioração ou de dificil divisibili-
admirarmo.s; mas, e.sta foi produto de uma lenta transformação econômica
dade para os metais, e destes para
o social.
lizar
diretamente
dêste
bem
mercadoria e sim como um
como
o ouro e para a prata, não se faz realmente por convenção ou por uma comodidade conscientemente perce bida, mas não se pode negar que, apesar disso, aos poucos as prefe rências foram se dirigindo para estes metais.
Dizer que o ouro tira o seu valor
de qualidades suprafísicas, ou dizer
que a mercadoria-moeda foi a prin cípio escolhida por ser objeto de or namento, em nada invalida a afirma
ção de que é a de aceitação geral, na qual todos os indivíduos do grupo x-econhecem um valor. Não se pode negar que o ouro seja mercadoria-
moeda a bem dizer ideal, visto ser menos sujeita às variações intrínse
cas de valor, principalmente porque a determinação de seus preços depen de unicamente de sua oferta e pro cura, uma vez que não é bem comple mentar.
Se Simiand atendesse mais à evo
lução histórica da moeda, teria per cebido que um fato constante é a
A. principal função da moeda não é V. de sei vir como instrumento de pa gamentos diferidos — como (jueria
Simiand — c sim a de avaliação, pois não fôssc esta c aquela não poderia ser desempenhada. O estudo da evo lução monetária implicaria em ana
lisar a evolução econômica geral e, deste modo, Simiand poderia perce ber que a dissociação entre os dois momentos de troca — o da presta ção e o da contraprestação — só se
faz lentamente. operações
E' sabido que as
comerciais
dos
grandes
mercados, nas sociedades de tipo oci
dental, a ampliação do comércio, foi um fenômeno lento. (6) Nos grupa mentos primitivos, ou mesmo nas fel inas, as trocas face a face fazem com
que não haja diferimento no processo
do trocas. O indivíduo que leva um bem para permutar, entrega-o ao comprador e, a bem dizer, imediata
mente recebe a contraprestação em
bens e serviços. A moeda aí, quan do funciona, apenas facilita o proces
DiCESTO
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Económjco
chega à feira com o boi e sai dela,
pouco tempo deimis, com o cesto cheio de mercadorais.
Ora, justamente quando o comércio se complica e sc desenvolvem primei ro as trocas inter-regionais c depois as internacionais, quando, sobretu
do, a produção se desenvolve cm grande escala e sc prolonga no tem
po, quando o comércio não se faz sob encomenda, como no caso das
corporações medievais, e sim diante
de um consumo anônimo, surgindo a necessidade de acumulação de esto
tinha por fundamento uma crença so
cial, Simiand realizou uma tentati va de explicação econômica e não sociológica da moeda. Esta última crítica é a mais gra ve de todas. Não basta afirmar-se
que a moeda é uma realidade social, cuie age nas sociedades de economia complexa de tipo evolutivo, que re
pousa numa crença e fé sociais, para que se possa afirmar ser esta uma explicação sociológica da moeda. Economista algum jamais negou a realidade social da vida econômica,
ques é que, aos poucos, os dois mo
em qualquer de seus aspectos e a
mentos da troca — prestação e con
siderada por todos como uma das,
traprestação — se afastam, o que dá à moeda a sua grande importância
como instrumento do pagamento.s di feridos.
Logo, a função aparece, na
evolução econômica, somente quando começa a se processar a dissociação entre os dois momentos da troca, o
Economia Política sempre foi con
ciências sociais, havendo mesmo au
tores, como Carey, que propuseram a
mudança da denominação para Eco
nomia Social, têrmo reconhecidamen te impróprio.
Tôda explicação de Simiand é pura
que eqüivale a dizer-se que se colo
mente econômica.
ca depois das de instrumento de tro cas e padrão de valores e resulta des tas duas; tanto assim é que se êste
discutir as várias doutrinas mone
tárias, analisa a teoria quantitativa e a critica, acabando por negá-la;
co, quer dizer, se a moeda vier a so
da aceitação da moeda de papel, ex
padrão de valores fôr muito elásti
frer desvalorizações e revalorizações
repetidas e violentas, a função de pa gamentos diferidos fica sensivelmen te prejudicada. Haverá então, uma
Èle começa poi
procurando a razão da persistência e-,
plica a função econômica da moeda,
analisa-lhe o papel como agente do
progresso econômico, e de sociologico
só tem esta frase: "A moeda é uma
crescente desmaterialização da moeda. Tendo pôsto de lado a Antigüidade e a Idade Média, não pôde perceber a passagem da moeda pesada à moeda
so de divtsibilidade, do fracionamento de mercadorias, principalmente no ca- • so das de dificil divisibilidade eco
tendência a voltar-se à troca direta ■ e imediata, como no caso da infla
biam a retribuição dos seus serviços
logia.
se introduzir no fenômeno monetá rio a confiança, e nao percebeu tam
nômica; assim, o camponês que leva um boi u feira para permutar por ovos, trigo e tecido, vai utilizar-se da moeda unicamente como um meio
e corriam a adquirir outros bens,
Fazer repousar tôda a explicação da moeda como realidade social em uma crença e fé sociais, é nos dar
contada, primeiro grande passo para
bém a passagem posterior da moeda
contada (primeiro particular e de pois pública) à moeda de papel, onde a confiança mais se intensificou, e desta, por fim, ao próprio cheque,
de dividir o valor dêste boi; mas as trocas são a bem dizer, imediatas; (5) Ver dados em
a êste respeito interessantes Halbwachs. M. — "Morpholo-
gíe Sociale" — Paris. 1938.
..uai
ção alemã, em que os indivíduos rece quer dizer, volta-se àquele mecanis mo de feira. Procurando explicar a realidade da moeda e a sua natureza social, ape
lando para o fato de servir a mesma como instrumento de pagamentos di feridos e mostrando que essa função
realidade social, porque repousa nu ma crença e fé sociais , a menos que se identifiquem economia e socio
unia razão muito frágil, que não re siste a uma análise mais profunda. Esta fragilidade se percebe bem, ao estudarmos certas peculiaridades da moeda, no mercado interno.
130
Dicesto Econónuco
Simiand, recordamos, faz repousar o valor que os homens emprestam à moeda na confiança que depositam
nos vários elementos do seu prupo social, ao que êle chama conjuntos sociais. Mas, dêste modo, se torna impotente para explicar o funciona
mento da lei de Gresham, quando co existem duas moedas, principalmente quando emitidas pelo mesmo poder público. Se nega que o valor do ouro resulta primariamente do fato de ser êle uma mercadoria, para fazê-lo re
cair numa crença, não poderá expli car fatos como os ocorridos na His
tória da Moeda Brasileira, durante o período Brasil-Reino; coexistiam, nes sa ocasião, duas moedas de ouro as peças coloniais e as peças nacio
nais — com o mesmo valor nominal, mas com quantidades de ouro fino
dominantes do grupo, uma das suas
fabricação, mesmo assim, ligu-se es
necessidades fundamentais, soja a de
treitamente à mercadoria-mooda, por
desconfiança simultâneas, de um mes
que quando seu portador tem neces
mo indivíduo, nos mesmos conjuntos
se agasalhar. Um exemplo de moeda estreitamen
sociais.
te ligada à necessidade social do orna
Na Abíssinia, porém, os valores cul
Julgamos, entretanto, que é pos sível dar-se da moeda uma explicação sociológica. Para isto, tomos de par tir da aceitação do fato de que a moeda é um instrumento de trocas
mentação' é o da grande circulação
turais dominantes têm mudado e cada
que permite a determinação de uma
colonial. Não se pode admitir, prin
Assim encarada, a moeda se apré
tomando a circulação simultânea das notas do Tesouro e das da Caixa de
Conversão; ambas eram emitidas pe lo poder público e, no entretanto, uma conservava o seu valor e, por isso mesmo, sumia da circulação — a da
Caixa de Conversão — enquanto a outra era menos valorizada e se man
mo, porém, sempre ficam vestígios
à moeda-ornamento seu valor.
As
África, nas Ilhas Malclivas, quo se encontram até na América do Norte, representadas pelas conchas Donta-
lium são ornamentais, e note-se que, mesmo as moedas de nossa civiliza
ção, quando transplantadas para u)na cultura onde o ornamento é altamen te valorizado, como no caso de cer
uso desvirtuado e passa a ser eni}>re-
tos gi*upos sociais dos Bálcãs e da
gada como parte da ornamentação de ouropéis (6)
O uso de sal na Abissínia, como moeda divisionária', se explica poi'-
lhor ainda, de acordo com os valores sociais predominantes em cada cul tura, sendo possível, desta forma
qué é imediatamente conversível em coisas de consumo; embora já apa
explicar-se o uso de conchas péro las, dentes ou missangas, como moe
reça em caráter de moeda propria mente dita, pois só é considerada boa
da, nos agx-upamentos em que um
quando os tabletes têm uma certa for
dos valores dominantes seja a orna
ma e obedecem a uma determinada
mentação; o uso de gêneros alimen tícios, onde a necessidade de alimen tação, aliada a raridade de certos
alimentos, impõe a aceitação geral dos mesmos. O uso de peles ou teci dos, quando uma das preocupações
ta do europeu e o sal é, em parte, substituído por outra moeda, os car tuchos de fuzil; e, como moeda subdivisionária, abaixo dos cartuchos, usam-se os culotes de cartucho; co de um valor cultural anterior, que
pendentemente de sua localizado no A mercadoria-moeda varia de acor
vez mais vem surgindo a preocupa
ção de defesa, principalmente após a penetração e tentativa de conquis
para os individuais, o que empre.^ta
índia, esta moeda ocidental tem seu
do com a cultura do grupo ou, me
sidade de sal, comc-o diretamente.
mentos sociais c não as que servem
mitivo e poderia compreender todo e qualquer grupamento social, inde
rio é valor real, que um mesmo in divíduo possa alimentar, ao mesmo tempo, confiança e desconfiança nos
mãos. Poderemos repetir o exemplo
grupo; é justamente a aceitação como moeda, de mercadorias que servem
conchas que circulam como moeda na
tempo e no espaço.
me o tipo de moeda que tem cm
tivas, a ornamentação individual da social, da geral, aplicável a todo o
social e onde as trocas já são suficien temente intensas e múltiplas, tornan do-se impossíveis as trocas diretas
cipalmente se aceitarmos como Si miand aceitou, que O valor monetá
conjuntos sociais onde vive, confor
ta Herbcrt Baldus, nas tribos primi
como matéria-prima para os orna
ria as sociedades de tipo dito pri
povo retinha a moeda nacional, fa zendo circular ünicamente a moeda
de conchas como moedas, cumprindo aqui distinguir, como muito bom no
escala de valores, entre os vários bens e serviços (valorímetro, portan to), e que surge em grupos sociais mais desenvolvidos, onde há uma diversificação do trabalho econômico e
conjuntos sociais.
No entretanto, o
131
petir-se p fenômeno da confiança e
e serviam exatamente aos mesmos
público — o governo português —
Econômico
tinha em circulação; vemos assim re
senta como um traço cultural pecu liar a cada grupo e variável de grupo para grupo. Sua natureza, forma e função vão ser a expressão cultural do meio. Tal explicação não exclui
diversas; ambas as moedas eram, en tretanto, emitidas pelo mesmo poder
Dícesto
(6) Veja-se a êste respeito: Montandem, G. — "Traité d'EtlinologIe CycloCulturcllo" — Paris, 1934; Forde, C. Da-
ryll — "Habitat, Economy and Society"
pode deixar de ser dominante, mas
que não desaparece completamente,
constatamos que uma parte daqueles
objetos é cortada e transformada em pequenos ornamentos de cobre. co rnos. neste exemplo, não so a moeda ser um traço cultural, como variar
em função da vanaçao dos vaíoie.s dominantes da cultura.
Esta explicação histórico-cultural para a moeda permitirá, mesmo, exnlicar a existência de moedas aparentemente desligadas da cultura atual do grupo, quer por uma sobre vivência, como no caso das buchas de canhão de bronze para os Daiaqiies de Bornéu, quer por uma transplantação e conseqüente integração do tra ço cultural no novo grupo, como no caso das travessas e pratos chineses dos Insulares de Mindanao ou as pe quenas pedras polidas dos naturais das Ilhas Piau, resultantes da in fluência árabe.
Esta seria realmente uma explica ção social pelo social; permitiria a Simiand compreender toda desmate-
— N. York, 1934; Lowie, R. H. — "An
rialização da moeda e compreender
introduclion to cultural anthvopology" —
também como hoje, realmente, a ton-
Nova York, 1944 — entre outros.
130
Dicesto Econónuco
Simiand, recordamos, faz repousar o valor que os homens emprestam à moeda na confiança que depositam
nos vários elementos do seu prupo social, ao que êle chama conjuntos sociais. Mas, dêste modo, se torna impotente para explicar o funciona
mento da lei de Gresham, quando co existem duas moedas, principalmente quando emitidas pelo mesmo poder público. Se nega que o valor do ouro resulta primariamente do fato de ser êle uma mercadoria, para fazê-lo re
cair numa crença, não poderá expli car fatos como os ocorridos na His
tória da Moeda Brasileira, durante o período Brasil-Reino; coexistiam, nes sa ocasião, duas moedas de ouro as peças coloniais e as peças nacio
nais — com o mesmo valor nominal, mas com quantidades de ouro fino
dominantes do grupo, uma das suas
fabricação, mesmo assim, ligu-se es
necessidades fundamentais, soja a de
treitamente à mercadoria-mooda, por
desconfiança simultâneas, de um mes
que quando seu portador tem neces
mo indivíduo, nos mesmos conjuntos
se agasalhar. Um exemplo de moeda estreitamen
sociais.
te ligada à necessidade social do orna
Na Abíssinia, porém, os valores cul
Julgamos, entretanto, que é pos sível dar-se da moeda uma explicação sociológica. Para isto, tomos de par tir da aceitação do fato de que a moeda é um instrumento de trocas
mentação' é o da grande circulação
turais dominantes têm mudado e cada
que permite a determinação de uma
colonial. Não se pode admitir, prin
Assim encarada, a moeda se apré
tomando a circulação simultânea das notas do Tesouro e das da Caixa de
Conversão; ambas eram emitidas pe lo poder público e, no entretanto, uma conservava o seu valor e, por isso mesmo, sumia da circulação — a da
Caixa de Conversão — enquanto a outra era menos valorizada e se man
mo, porém, sempre ficam vestígios
à moeda-ornamento seu valor.
As
África, nas Ilhas Malclivas, quo se encontram até na América do Norte, representadas pelas conchas Donta-
lium são ornamentais, e note-se que, mesmo as moedas de nossa civiliza
ção, quando transplantadas para u)na cultura onde o ornamento é altamen te valorizado, como no caso de cer
uso desvirtuado e passa a ser eni}>re-
tos gi*upos sociais dos Bálcãs e da
gada como parte da ornamentação de ouropéis (6)
O uso de sal na Abissínia, como moeda divisionária', se explica poi'-
lhor ainda, de acordo com os valores sociais predominantes em cada cul tura, sendo possível, desta forma
qué é imediatamente conversível em coisas de consumo; embora já apa
explicar-se o uso de conchas péro las, dentes ou missangas, como moe
reça em caráter de moeda propria mente dita, pois só é considerada boa
da, nos agx-upamentos em que um
quando os tabletes têm uma certa for
dos valores dominantes seja a orna
ma e obedecem a uma determinada
mentação; o uso de gêneros alimen tícios, onde a necessidade de alimen tação, aliada a raridade de certos
alimentos, impõe a aceitação geral dos mesmos. O uso de peles ou teci dos, quando uma das preocupações
ta do europeu e o sal é, em parte, substituído por outra moeda, os car tuchos de fuzil; e, como moeda subdivisionária, abaixo dos cartuchos, usam-se os culotes de cartucho; co de um valor cultural anterior, que
pendentemente de sua localizado no A mercadoria-moeda varia de acor
vez mais vem surgindo a preocupa
ção de defesa, principalmente após a penetração e tentativa de conquis
para os individuais, o que empre.^ta
índia, esta moeda ocidental tem seu
do com a cultura do grupo ou, me
sidade de sal, comc-o diretamente.
mentos sociais c não as que servem
mitivo e poderia compreender todo e qualquer grupamento social, inde
rio é valor real, que um mesmo in divíduo possa alimentar, ao mesmo tempo, confiança e desconfiança nos
mãos. Poderemos repetir o exemplo
grupo; é justamente a aceitação como moeda, de mercadorias que servem
conchas que circulam como moeda na
tempo e no espaço.
me o tipo de moeda que tem cm
tivas, a ornamentação individual da social, da geral, aplicável a todo o
social e onde as trocas já são suficien temente intensas e múltiplas, tornan do-se impossíveis as trocas diretas
cipalmente se aceitarmos como Si miand aceitou, que O valor monetá
conjuntos sociais onde vive, confor
ta Herbcrt Baldus, nas tribos primi
como matéria-prima para os orna
ria as sociedades de tipo dito pri
povo retinha a moeda nacional, fa zendo circular ünicamente a moeda
de conchas como moedas, cumprindo aqui distinguir, como muito bom no
escala de valores, entre os vários bens e serviços (valorímetro, portan to), e que surge em grupos sociais mais desenvolvidos, onde há uma diversificação do trabalho econômico e
conjuntos sociais.
No entretanto, o
131
petir-se p fenômeno da confiança e
e serviam exatamente aos mesmos
público — o governo português —
Econômico
tinha em circulação; vemos assim re
senta como um traço cultural pecu liar a cada grupo e variável de grupo para grupo. Sua natureza, forma e função vão ser a expressão cultural do meio. Tal explicação não exclui
diversas; ambas as moedas eram, en tretanto, emitidas pelo mesmo poder
Dícesto
(6) Veja-se a êste respeito: Montandem, G. — "Traité d'EtlinologIe CycloCulturcllo" — Paris, 1934; Forde, C. Da-
ryll — "Habitat, Economy and Society"
pode deixar de ser dominante, mas
que não desaparece completamente,
constatamos que uma parte daqueles
objetos é cortada e transformada em pequenos ornamentos de cobre. co rnos. neste exemplo, não so a moeda ser um traço cultural, como variar
em função da vanaçao dos vaíoie.s dominantes da cultura.
Esta explicação histórico-cultural para a moeda permitirá, mesmo, exnlicar a existência de moedas aparentemente desligadas da cultura atual do grupo, quer por uma sobre vivência, como no caso das buchas de canhão de bronze para os Daiaqiies de Bornéu, quer por uma transplantação e conseqüente integração do tra ço cultural no novo grupo, como no caso das travessas e pratos chineses dos Insulares de Mindanao ou as pe quenas pedras polidas dos naturais das Ilhas Piau, resultantes da in fluência árabe.
Esta seria realmente uma explica ção social pelo social; permitiria a Simiand compreender toda desmate-
— N. York, 1934; Lowie, R. H. — "An
rialização da moeda e compreender
introduclion to cultural anthvopology" —
também como hoje, realmente, a ton-
Nova York, 1944 — entre outros.
m
Di(;i;si<»
132
fiança (ou a desconfiança) se encon
Ec;<)NÓMia)
tra na base, não só dos fenômenos monetários, mas de todos os fenôme
Assim se explicará, por exemple, porque normalmente os homens e :s grupos tendem a aceitar o rendimen
nos da vida econômica, principalmen
to
te se considerarmos a grande indús
mas nos momentos de grande desva lorização monetária se dêem conta de que o valor nominal (monetário; das coisas não importa e sim impoidn o valor real, quer dizer a riqueza efe tivamente possuída, o conjunto de
tria, o comércio em geral e ns opei'ações bancárias em particular: con
fiança dos operários nos patrões, tra balhando hoje para receber num fu turo próximo; confiança dos indus
triais em seus clientes ou nas possi
bilidades de consumo geral, quando trabalham no primeiro caso stib en
comenda e, no segundo, na oganiza-
ção de estoques; confiança do comer ciante nas vendas a crédito o nas tro
cas internacionais. O traço, portan to, e cultural, comum a grande nú mero de fatos, aparecendo acentua-
damente no funcionamento da moeda,
em obediência aos valores sociais ni edominantes.
monetário como
uma
Deslocamento da população rural (Confcihichi prouuncidda cm Marília)
realidade,
Roberto
T^Ão
realizamos,
neste
Pinto
momento,
apenas obra de cultura: reveren ciamos a memória de um varão que
de
Souza
plo pai*a todos nós e as gerações futuras.
Em nenhuma fase de nossa história
engrandeceu com o seu trabalho e
houve tanta premência de se ele
bens c serviços efetivamente adqui
entusiasmo
var o nível cultural de nosso povo
ridos; nestes momentos, abala-se a confiança não apenas no valor da moeda, mas em todos os valoi-es so
Estado.
ciais.
a
economia
nacional
o
dignificou com a sua dedicação e ex periência a administração de nosso Bento
de
Abreu
Sampaio
Vidal
lima realidade social, não poique re
possuía todas as nobres virtudes da gente de São Paulo e foram homens
Em resumo, a moeda é roiilnientf pouse em uma crença e fé soclai.i o
como êle que legaram à nação a fi
sim porque é um traço cultui-al, que
gura épica do paulista — desbrava
varia em função da cultura onde es
dor do sertão, plantador de café, fun
tá integrada e retira seu valor dos
dador de cidades e semeador de co nhecimentos e técnicas de trabalho, recuando a barbárie pará dar lugar à civilização planaltina, orgulho do
valores sociais dominantes no grupo.
Brasil.
E' sempre com a mais viva alegria
ríodo de extrema inquietação e muta
ções, quer no domínio ideológico e político, quer no terreno econômico. Daí a necessidade de se esclarece
rem as consciências, para evitar as
sendas tortuosas da demagogia, e de se melhorarem a técnica de produção
e as condições de trabalho, para li
vrar a economia brasileira da crise em que se encontra.
Não podemos deixar de reconhecer
que parte considerável do atual des-
norteamento cabe, de um lado, ao baixo nível cultural e técnico da po
que os estudiosos acolhem a inau guração de bibliotecas, centros de
pulação do País e, de outro, aos seus deslocamentos desmedidos das
estudo e meditação, onde se formam as inteligências dos jovens e se enri
urbanas.
quece a cultura da nação. Esta sala de leitura, como outras semelhantes
que foram generosamente doadas por ■ar
como na presente. Atravessamos pe
cidadãos esclarecidos e carinhosamen
te organizadas pelo diretor do Insti tuto Brasileiro de Estatística do Es tado de São Paulo, dr. Roberto Paiva
Meira, e instalada pelo Centro de Estudos da Sociedade Brasileira de Estatística, está fadada a desempe nhar função de alta relevância na imensa
exerceu
.
-
j
Encontramo-nos em situaçao deli cada — a estrutura industrial brasi leira está operando sensível alarga mento de suas atividades, sem ser acompanhada por igual modificação do nível cultural do elemento huma no e técnico da produção agrícola. A experiência tem mostrado que o desenvolvimento industrial foi prece
dido da elevação do nível de educa
ção das populações, especialmente da
se
dos habitantes da zona rural, e da
no Brasil, em que Abreu Sampaio Vidal
agrícola, pois, à medida que o nível
tarefa
empreende Bento de
zonas rurais para as aglomerações
papel
educacional,
dignificante,
que
exem
melhoria
do
sistema
de
produção
da cultura e da produtividade do tra-
m
Di(;i;si<»
132
fiança (ou a desconfiança) se encon
Ec;<)NÓMia)
tra na base, não só dos fenômenos monetários, mas de todos os fenôme
Assim se explicará, por exemple, porque normalmente os homens e :s grupos tendem a aceitar o rendimen
nos da vida econômica, principalmen
to
te se considerarmos a grande indús
mas nos momentos de grande desva lorização monetária se dêem conta de que o valor nominal (monetário; das coisas não importa e sim impoidn o valor real, quer dizer a riqueza efe tivamente possuída, o conjunto de
tria, o comércio em geral e ns opei'ações bancárias em particular: con
fiança dos operários nos patrões, tra balhando hoje para receber num fu turo próximo; confiança dos indus
triais em seus clientes ou nas possi
bilidades de consumo geral, quando trabalham no primeiro caso stib en
comenda e, no segundo, na oganiza-
ção de estoques; confiança do comer ciante nas vendas a crédito o nas tro
cas internacionais. O traço, portan to, e cultural, comum a grande nú mero de fatos, aparecendo acentua-
damente no funcionamento da moeda,
em obediência aos valores sociais ni edominantes.
monetário como
uma
Deslocamento da população rural (Confcihichi prouuncidda cm Marília)
realidade,
Roberto
T^Ão
realizamos,
neste
Pinto
momento,
apenas obra de cultura: reveren ciamos a memória de um varão que
de
Souza
plo pai*a todos nós e as gerações futuras.
Em nenhuma fase de nossa história
engrandeceu com o seu trabalho e
houve tanta premência de se ele
bens c serviços efetivamente adqui
entusiasmo
var o nível cultural de nosso povo
ridos; nestes momentos, abala-se a confiança não apenas no valor da moeda, mas em todos os valoi-es so
Estado.
ciais.
a
economia
nacional
o
dignificou com a sua dedicação e ex periência a administração de nosso Bento
de
Abreu
Sampaio
Vidal
lima realidade social, não poique re
possuía todas as nobres virtudes da gente de São Paulo e foram homens
Em resumo, a moeda é roiilnientf pouse em uma crença e fé soclai.i o
como êle que legaram à nação a fi
sim porque é um traço cultui-al, que
gura épica do paulista — desbrava
varia em função da cultura onde es
dor do sertão, plantador de café, fun
tá integrada e retira seu valor dos
dador de cidades e semeador de co nhecimentos e técnicas de trabalho, recuando a barbárie pará dar lugar à civilização planaltina, orgulho do
valores sociais dominantes no grupo.
Brasil.
E' sempre com a mais viva alegria
ríodo de extrema inquietação e muta
ções, quer no domínio ideológico e político, quer no terreno econômico. Daí a necessidade de se esclarece
rem as consciências, para evitar as
sendas tortuosas da demagogia, e de se melhorarem a técnica de produção
e as condições de trabalho, para li
vrar a economia brasileira da crise em que se encontra.
Não podemos deixar de reconhecer
que parte considerável do atual des-
norteamento cabe, de um lado, ao baixo nível cultural e técnico da po
que os estudiosos acolhem a inau guração de bibliotecas, centros de
pulação do País e, de outro, aos seus deslocamentos desmedidos das
estudo e meditação, onde se formam as inteligências dos jovens e se enri
urbanas.
quece a cultura da nação. Esta sala de leitura, como outras semelhantes
que foram generosamente doadas por ■ar
como na presente. Atravessamos pe
cidadãos esclarecidos e carinhosamen
te organizadas pelo diretor do Insti tuto Brasileiro de Estatística do Es tado de São Paulo, dr. Roberto Paiva
Meira, e instalada pelo Centro de Estudos da Sociedade Brasileira de Estatística, está fadada a desempe nhar função de alta relevância na imensa
exerceu
.
-
j
Encontramo-nos em situaçao deli cada — a estrutura industrial brasi leira está operando sensível alarga mento de suas atividades, sem ser acompanhada por igual modificação do nível cultural do elemento huma no e técnico da produção agrícola. A experiência tem mostrado que o desenvolvimento industrial foi prece
dido da elevação do nível de educa
ção das populações, especialmente da
se
dos habitantes da zona rural, e da
no Brasil, em que Abreu Sampaio Vidal
agrícola, pois, à medida que o nível
tarefa
empreende Bento de
zonas rurais para as aglomerações
papel
educacional,
dignificante,
que
exem
melhoria
do
sistema
de
produção
da cultura e da produtividade do tra-
J:34
Econômico
155
Digesto Econômico
deíjuada de mão-de-obra, segundo se leção criteriosa dos traballiadores, c orientação profissional dos mesmos e,
de idades econòmicamente produti
O recenseamento de 1940 revelou
vas. E' preciso não esquecer que me
O proçresso da indústria c das outras atividades, que se realizou "pari
de outro, colocação satisfatória da
tade, aproximadamente, da popula
mão-de-obra simples e da profissio
ção, em idade econômica, é do sexo
pass'u" com a transformação do tra
nalmente c|ualificada e tècnicameiite
feminino e que só uma proporção pe
balho do campo, absorveu e tornou economicamente produtivo o exceden
educada. Envolve jiortanto, maior e melhor rendimento do trabalho, de
dados interessantes sobre o primeiro. Acusou 779 mil habitantes originá rios de Minas Gerais, 432 mil do Rio de Janeiro, 340 mil da Babia, 245 mil de Pernambuco, 206 mil do
halhador campesino aumentou, criouse uma sobra de potencial human') desnecessái*io
ao
amanho
te de mão-de-obra.
da
torra.
Desse modo, a
melhoria das condições da vida cam-
pestre, o aperfeiçoamento da produ ção agrícola, o desenvolvimento in
dustrial e a expansão urbana cons
tituíram aspectos do mesmo proble ma — o progresso econômico.
As
nações européias e os Estados Uni
corrente do aproveitamento máximo
do fator humano disponível. Não encontramos êsse aspecto na economia brasileira. Em face da ca
rência de braços, os empreendedores
população
se a composição por idade da popu trializadas. Exemplo edificante apre sentam os Estados Unidos — 70%
que nos atingem.
cia de educação técnica e seleção pro
triais se faz não pela melho
Essas deficiências da
nacional se evidenciam observando-
apresentam, sem indagar das capa cidades técnicas e do ajustamento ao serviço que deverão executar.
pulação rural para os centros indus
aos afazeres domésticos. Nenhuma alteração substancial parece ter ocor rido daquela data aos dias de hoje.
assalariam os primeiros que se lhes
dos conheceram êsso fenômeno em larga proporção, daí não terem sofriao a mesma ordem de perturbações
Entre nós, o deslocamento da po
quena de mulheres exerce atividades produtivas, dedicando-se a maioria
Nem
poderia ser de outro modo, na ausên fissional.
Alia-se ao deficiente preparo dos trabalhadores a prejudicial distribui
ção por idade da população
ria da produtividade e do ní vel de vida do homem do
brasileira.
Tal fato decorre
lação das nações altamente indus
posta de adultos — o que permite não só maior índice de produtivida de "per capita" como disponibilida de mais farta de trabalhadores.
(42-44 nascimentos por mil
pela atração exercida pelos salários fabris, aparentemente mais
(22-24 falecimentos por mil
Isso e possível devido ao pequeno
triais, que obriga a utilização de grande numero de operários. Criouse dai uma situação fictícia de pleno
peculiar de real importância do ponto do vista econômico.
O recenseamento de 1940 revelou,
de
atividade
econômica
Minas Gerais, 196 mil e Goiás, l55 mil. (1) Não conhecemos os resultados do
na produção — a mão-de-obra é com
os grupos de idades econômica e não econômica incentiva a utilização do trabalho infantil, com prejuízo da saúde, da instrução, do preparo téc nico dos trabalhadores e da produ ção em geral.
capital de nossas empresas indus
os
mais intensa: São Paulo, 726 mil. Distrito Federal, 634 mil, Paraná, 214 mil, Rio de Janeiro, 203 mil,
a crer, no entanto, que, de 1940 para cá, tenha havido paralisação ou re
da elevada taxa de natalidade
habitantes), conferindo à distribui ção, segundo a idade, característico
foram
recenseamento de 1950.
campo, mas pela necessidade crescente de trabalhadores por parte das manufaturas e
compensadores.
Os Estados que receberam maior contingente dessa migração interna
têm mais de 18 anos. Semelhante distribuição exerce papel acentuado
No Brasil, a desproporção entre
habitantes) ao lado de não menor taxa de mortalidade
Ceará, 159 mil da Paraíba e 131 mil de Alagoas.
Anunciamos que dois fatõres con
tribuíram
para
o
desregi-amento
atual. Examinamos o primeiro, — a
Nada leva
trocesso nesse deslocamento demo
gráfico; ao contrário, o inverso deve ter ocorrido. Os
números transcritos
revelam
que os contingentes maiores dessa migração interna pertencem aos Es tados de economia menos desenvol
vida, de nível de vida mais baixo e de técnica mais atrasada.
Perfa
zem o total de 2.292 mil. A metade, aproximadamente, deve ser formada de trabalhadores diligentes, mas sem
preparo, subnutridos e não raro doentes. Como suprem a carênca
sob êsse ponto, dados concludentes.
baixa qualidade da mão-de-obra —.
Apresentava a população, naquela época, as seguintes proporções: 53'/r
Vejamos o segundo — o despovoamento da zona rural.
emprego, devido ao baixo rendimento
entre O a 19 anos; 23% no grupo de
O movimento interno da população
do trabalho.
20 a 39 anos; 13% na classe de 40
se realiza em dois sentidos — primei ro, deslocamento amplo e geral de
produção.
habitantes dos Estados do Norte e do Centro para os do Sul; segundo,
to, - ocorrido no território de cada Estado — vamos nos limitar ao exa-
emprego, em virtude da elevada pro cura de mao-de-obra, e real de sub-
^ De fato, o pleno emprego no Brasil e apenas numérico e não econômico.
A noção econômica pressupõe, de um lado, melhor repartição da popu lação por idade, distribuição mais a-
a 59 anos e 4% de 60 anos para ci ma.
Havia elevadas percentagens
de habitantes em idades infantis e
adolescentes, e diminutas nas idades
concentração da população rural do
maduras e senis, o que indica propor
interior de cada Estado nas cidades
ção relativamente baixa nos grupos
do mesmo, piincipalmente nas ca pitais.
da mão-de-obra reinante nos gran des centros produtores, o baixíssi
mo rendimento do seu trabalho afeta sobremaneira o processo geral da No que toca ao segundo movimen
(!•) Aproveitamento cias
Censo Demográfico de 1940 para f de° terminação das Correntes de mío,--. Interior. I.B.G.E. Rio, 194I ^'firação
J:34
Econômico
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Digesto Econômico
deíjuada de mão-de-obra, segundo se leção criteriosa dos traballiadores, c orientação profissional dos mesmos e,
de idades econòmicamente produti
O recenseamento de 1940 revelou
vas. E' preciso não esquecer que me
O proçresso da indústria c das outras atividades, que se realizou "pari
de outro, colocação satisfatória da
tade, aproximadamente, da popula
mão-de-obra simples e da profissio
ção, em idade econômica, é do sexo
pass'u" com a transformação do tra
nalmente c|ualificada e tècnicameiite
feminino e que só uma proporção pe
balho do campo, absorveu e tornou economicamente produtivo o exceden
educada. Envolve jiortanto, maior e melhor rendimento do trabalho, de
dados interessantes sobre o primeiro. Acusou 779 mil habitantes originá rios de Minas Gerais, 432 mil do Rio de Janeiro, 340 mil da Babia, 245 mil de Pernambuco, 206 mil do
halhador campesino aumentou, criouse uma sobra de potencial human') desnecessái*io
ao
amanho
te de mão-de-obra.
da
torra.
Desse modo, a
melhoria das condições da vida cam-
pestre, o aperfeiçoamento da produ ção agrícola, o desenvolvimento in
dustrial e a expansão urbana cons
tituíram aspectos do mesmo proble ma — o progresso econômico.
As
nações européias e os Estados Uni
corrente do aproveitamento máximo
do fator humano disponível. Não encontramos êsse aspecto na economia brasileira. Em face da ca
rência de braços, os empreendedores
população
se a composição por idade da popu trializadas. Exemplo edificante apre sentam os Estados Unidos — 70%
que nos atingem.
cia de educação técnica e seleção pro
triais se faz não pela melho
Essas deficiências da
nacional se evidenciam observando-
apresentam, sem indagar das capa cidades técnicas e do ajustamento ao serviço que deverão executar.
pulação rural para os centros indus
aos afazeres domésticos. Nenhuma alteração substancial parece ter ocor rido daquela data aos dias de hoje.
assalariam os primeiros que se lhes
dos conheceram êsso fenômeno em larga proporção, daí não terem sofriao a mesma ordem de perturbações
Entre nós, o deslocamento da po
quena de mulheres exerce atividades produtivas, dedicando-se a maioria
Nem
poderia ser de outro modo, na ausên fissional.
Alia-se ao deficiente preparo dos trabalhadores a prejudicial distribui
ção por idade da população
ria da produtividade e do ní vel de vida do homem do
brasileira.
Tal fato decorre
lação das nações altamente indus
posta de adultos — o que permite não só maior índice de produtivida de "per capita" como disponibilida de mais farta de trabalhadores.
(42-44 nascimentos por mil
pela atração exercida pelos salários fabris, aparentemente mais
(22-24 falecimentos por mil
Isso e possível devido ao pequeno
triais, que obriga a utilização de grande numero de operários. Criouse dai uma situação fictícia de pleno
peculiar de real importância do ponto do vista econômico.
O recenseamento de 1940 revelou,
de
atividade
econômica
Minas Gerais, 196 mil e Goiás, l55 mil. (1) Não conhecemos os resultados do
na produção — a mão-de-obra é com
os grupos de idades econômica e não econômica incentiva a utilização do trabalho infantil, com prejuízo da saúde, da instrução, do preparo téc nico dos trabalhadores e da produ ção em geral.
capital de nossas empresas indus
os
mais intensa: São Paulo, 726 mil. Distrito Federal, 634 mil, Paraná, 214 mil, Rio de Janeiro, 203 mil,
a crer, no entanto, que, de 1940 para cá, tenha havido paralisação ou re
da elevada taxa de natalidade
habitantes), conferindo à distribui ção, segundo a idade, característico
foram
recenseamento de 1950.
campo, mas pela necessidade crescente de trabalhadores por parte das manufaturas e
compensadores.
Os Estados que receberam maior contingente dessa migração interna
têm mais de 18 anos. Semelhante distribuição exerce papel acentuado
No Brasil, a desproporção entre
habitantes) ao lado de não menor taxa de mortalidade
Ceará, 159 mil da Paraíba e 131 mil de Alagoas.
Anunciamos que dois fatõres con
tribuíram
para
o
desregi-amento
atual. Examinamos o primeiro, — a
Nada leva
trocesso nesse deslocamento demo
gráfico; ao contrário, o inverso deve ter ocorrido. Os
números transcritos
revelam
que os contingentes maiores dessa migração interna pertencem aos Es tados de economia menos desenvol
vida, de nível de vida mais baixo e de técnica mais atrasada.
Perfa
zem o total de 2.292 mil. A metade, aproximadamente, deve ser formada de trabalhadores diligentes, mas sem
preparo, subnutridos e não raro doentes. Como suprem a carênca
sob êsse ponto, dados concludentes.
baixa qualidade da mão-de-obra —.
Apresentava a população, naquela época, as seguintes proporções: 53'/r
Vejamos o segundo — o despovoamento da zona rural.
emprego, devido ao baixo rendimento
entre O a 19 anos; 23% no grupo de
O movimento interno da população
do trabalho.
20 a 39 anos; 13% na classe de 40
se realiza em dois sentidos — primei ro, deslocamento amplo e geral de
produção.
habitantes dos Estados do Norte e do Centro para os do Sul; segundo,
to, - ocorrido no território de cada Estado — vamos nos limitar ao exa-
emprego, em virtude da elevada pro cura de mao-de-obra, e real de sub-
^ De fato, o pleno emprego no Brasil e apenas numérico e não econômico.
A noção econômica pressupõe, de um lado, melhor repartição da popu lação por idade, distribuição mais a-
a 59 anos e 4% de 60 anos para ci ma.
Havia elevadas percentagens
de habitantes em idades infantis e
adolescentes, e diminutas nas idades
concentração da população rural do
maduras e senis, o que indica propor
interior de cada Estado nas cidades
ção relativamente baixa nos grupos
do mesmo, piincipalmente nas ca pitais.
da mão-de-obra reinante nos gran des centros produtores, o baixíssi
mo rendimento do seu trabalho afeta sobremaneira o processo geral da No que toca ao segundo movimen
(!•) Aproveitamento cias
Censo Demográfico de 1940 para f de° terminação das Correntes de mío,--. Interior. I.B.G.E. Rio, 194I ^'firação
•.Js
4.
fvi.
r
Dkjksto Dicehto
me das alterações
São Paulo.
verificadas em
Os resultados pi-elimi-
nares do recenseamento do 19õU nos
permitem averiguar as transforma
Prudente, Araçatuba, no
setor de
ítapetininga e no de São José do Rio Prêto.
Semelhante
corte
no
Economico
Econômico
número de
Só atualmente, ou melhor, de al
78 mil almas, um total de 37 mil to
guns anos pav:i cá, .so processa algu
neladas.
ma alteração na estrutura agrope cuária brasileira, principalmente no Estado do São Paulo, onde a persis
No setor de Iguape, Registro, Jaoupiranga e El Dorado, os resulta 60.500 habitantes produziram 54.500
dos não foram diversos: em 1934/35,
ções da população nos diferentes mu
habitante.s da.s zonas rurai.s não po
nicípios.
tência das novas condições decorren
deria deixar de influir acentuadanien-
tes da guerra ativa a remodelação
toneladas; em 1947/48, 52.200 habi
te na produção agrícola, devido ao
das bases produtivas.
tantes obtiveram 27.300 toneladas.
Três fatos gerais caracte
rizam a migração interna paulista — aumento da população urbana, êxodo rural em certas regiões cen
trais e "marcha para o oeste". (2) O aumento da população citadin.i
foi o traço dominante.
Basta dizer
baixo
nível
técnico
do
cultivo da
De fato, a crise de 1929 apressou
torra.
o parcelamento das grandes proprie
A "Estrutuia da Economia Agro pecuária", publicada pelo IBGE, es
que, em 1934, se compunha de
timou o valor da produção agrope
2.245.000 habitantes e atualmente
cuária, em 1948, em 40 bilhões de
de 4.6.32,000. Em igual período a população rural se conserva estacio-
cruzeiros, aproximadamente. Se é pequena a produção total, deve ser
nária, pois em 1934 era de 4.188 000 e, em 1950, de 4.632.000. Assim
fraco o índice de produtividade por hectare e "per capita", principalmen
para o aumento de 2.387.000 habi
te quando sabemos que 67%r da po
tantes, nas zonas urbanas^ houve uma elevação de apenas 422.000 ha bitantes no meio rural. Em outras palavras, para um aumento de 43'// da população do Estado coube 6'/^ à zona campestre e 37% aos centros
pulação brasileira se dedica a ativi
urbanos. E' preciso notar que dos 37% a capital contribuiu com 23% restando somente 13% para as demais cidades do interior. (3) Se é geral a elevação do número de habitantes da cidade, a da zona
paralela com a transformação bem
dades agropecuárias, o que evidencia
não nos termos distanciado da feição primitiva da exploração da terra. De
fato, utilizamos o mesmo processo agrícola que os nossos antepassados
implantaram e difundiram nos pri meiros séculos da colonização.
dades, ao mesmo tempo que determi nou a procura de outras culturas pa ra substituir as que se achavam em dificuldades, a fim de manter a esta bilidade econômica. A policultuva entrou a conjugar-se com a monocul tura cafeeira e algodoeira. Mas, in felizmente, essa alteração não correu
rísticos centenários — exploração ex tensiva.
se faz entre nós em extensão e não em intensidade, isto é, com a pre
Contrastando esse fato, alguns mu
mentar a produção através da me canização e da adubação da lavoura. Isto se deu nos municípios do setor como nos de Monte Azul, Colina, Ca-
de novas culturas é exemplo bem
ponderância do trabalho braçal, en
típico da permanência do atraso da
contramos no próprio Estado de São
nica.
técnica.
Paulo, comparando os dados da pro
Os bangüês, a roda-dágua,
dução de arroz, feijão, milho e bata ta nos anos de 1934/35 e 1947/48 nos municípios que sofreram, nesse pe
ríodo, redução nas populações ru
.3. 1951. (3) Id«m.
plo, uma vez que se tornou produtor de leite.
jobi, Jabuticabal, Pirangi, Monte Al to, Bebedouro, situados em zonas geo gráficas adequadas à cultura mecâ
queima das matas para a instalação
Outra prova da deficiência do sis tema produtivo campesino reside no diminuto número de arados existen
(2) A Agricultura ern São Paulo. n.°
êste grupo não serve bem como exem
de Ribeirão Prêto e Bebedouro, bem
dos muitos que se podem apontar.
raçununga, Ribeirão Preto e no setor de Taubaté, compreendendo os mu nicípios do Vale do Paraíba e litoral norte. Por outro lado, elevou-se no oeste, como em Marília, Presidente
de 50.100 toneladas produzidas
passaram a 18.700. E' verdade que
rurais decresceram, conseguiram au
sentando sensível declínio em umas e aumento em outras. Assim, caiu
ro, Campinas, Jaú, Piracicaba, Pi-
e
trabalho, que apresentam, em suas linhas gerais, os mesmos caracte
o pilão, o monjolo, os moinhos rudi
nas regiões centrais do Estado como
72.400 habitantes, passaram a 63.300
nicípios, em zonas cujas populações
agrícola se revela irregular, apre
Arai^quara, Avaré, Bauru, Bebedou
pava, São Bento do Sapucai e Sta. Branca, a queda foi a seguinte: de
acentuada na técnica e no regime de
A prova de que o cultivo da terra
A
Nos municípios de Jacareí, São José dos Campos, Jambeiro, Caça-
mentares, são outros tantos exemplos,
tes na zona rural.
Em 1940, para
rais. (4)
O grupo constituído por Nazaré Paulista, Atibaia, Piracaia e Bragan
Novo exemplo de que a produtivi dade agrícola, entre nós, se prende ao número de braços disponíveis, re side no deslocamento da produção de algodão da antiga zona central 4o Estado para os setores de Marília,
Presidente Prudente, Araçatuba e Rio Prêto, por haver decvescido a
um total de quase dois milhões de estabelecimentos agrários existiam
ça, que possuía em 1934/35 92 mil . população daquela e aumentado a
apenas 501 mil arados, dos quais
a produção de 82 mil toneladas dos
223 mil no Rio Grande do Sul e 168
E' verdade que velhas regiões, co
cereais apontados, enquanto em 1947/ 48, para uma população redu2Íida a
mo o vale do Paraíba e o setor de
mil em São Paulo, e somente 3.380
habitantes, apresentou, naquele ano,
tratores; destes, 1.410 se encontra
Campinas, se renovam com uma
agropecuária em melhores condições
vam em São Paulo e 1.104 no Rio
Grande do Sul.
dêstes últimos.
J
(4) Êstes dados foram tirados da "A Agricultura em São Paulo", n.o 4, 1951.
técnicas, e novas áreas surgem com
•.Js
4.
fvi.
r
Dkjksto Dicehto
me das alterações
São Paulo.
verificadas em
Os resultados pi-elimi-
nares do recenseamento do 19õU nos
permitem averiguar as transforma
Prudente, Araçatuba, no
setor de
ítapetininga e no de São José do Rio Prêto.
Semelhante
corte
no
Economico
Econômico
número de
Só atualmente, ou melhor, de al
78 mil almas, um total de 37 mil to
guns anos pav:i cá, .so processa algu
neladas.
ma alteração na estrutura agrope cuária brasileira, principalmente no Estado do São Paulo, onde a persis
No setor de Iguape, Registro, Jaoupiranga e El Dorado, os resulta 60.500 habitantes produziram 54.500
dos não foram diversos: em 1934/35,
ções da população nos diferentes mu
habitante.s da.s zonas rurai.s não po
nicípios.
tência das novas condições decorren
deria deixar de influir acentuadanien-
tes da guerra ativa a remodelação
toneladas; em 1947/48, 52.200 habi
te na produção agrícola, devido ao
das bases produtivas.
tantes obtiveram 27.300 toneladas.
Três fatos gerais caracte
rizam a migração interna paulista — aumento da população urbana, êxodo rural em certas regiões cen
trais e "marcha para o oeste". (2) O aumento da população citadin.i
foi o traço dominante.
Basta dizer
baixo
nível
técnico
do
cultivo da
De fato, a crise de 1929 apressou
torra.
o parcelamento das grandes proprie
A "Estrutuia da Economia Agro pecuária", publicada pelo IBGE, es
que, em 1934, se compunha de
timou o valor da produção agrope
2.245.000 habitantes e atualmente
cuária, em 1948, em 40 bilhões de
de 4.6.32,000. Em igual período a população rural se conserva estacio-
cruzeiros, aproximadamente. Se é pequena a produção total, deve ser
nária, pois em 1934 era de 4.188 000 e, em 1950, de 4.632.000. Assim
fraco o índice de produtividade por hectare e "per capita", principalmen
para o aumento de 2.387.000 habi
te quando sabemos que 67%r da po
tantes, nas zonas urbanas^ houve uma elevação de apenas 422.000 ha bitantes no meio rural. Em outras palavras, para um aumento de 43'// da população do Estado coube 6'/^ à zona campestre e 37% aos centros
pulação brasileira se dedica a ativi
urbanos. E' preciso notar que dos 37% a capital contribuiu com 23% restando somente 13% para as demais cidades do interior. (3) Se é geral a elevação do número de habitantes da cidade, a da zona
paralela com a transformação bem
dades agropecuárias, o que evidencia
não nos termos distanciado da feição primitiva da exploração da terra. De
fato, utilizamos o mesmo processo agrícola que os nossos antepassados
implantaram e difundiram nos pri meiros séculos da colonização.
dades, ao mesmo tempo que determi nou a procura de outras culturas pa ra substituir as que se achavam em dificuldades, a fim de manter a esta bilidade econômica. A policultuva entrou a conjugar-se com a monocul tura cafeeira e algodoeira. Mas, in felizmente, essa alteração não correu
rísticos centenários — exploração ex tensiva.
se faz entre nós em extensão e não em intensidade, isto é, com a pre
Contrastando esse fato, alguns mu
mentar a produção através da me canização e da adubação da lavoura. Isto se deu nos municípios do setor como nos de Monte Azul, Colina, Ca-
de novas culturas é exemplo bem
ponderância do trabalho braçal, en
típico da permanência do atraso da
contramos no próprio Estado de São
nica.
técnica.
Paulo, comparando os dados da pro
Os bangüês, a roda-dágua,
dução de arroz, feijão, milho e bata ta nos anos de 1934/35 e 1947/48 nos municípios que sofreram, nesse pe
ríodo, redução nas populações ru
.3. 1951. (3) Id«m.
plo, uma vez que se tornou produtor de leite.
jobi, Jabuticabal, Pirangi, Monte Al to, Bebedouro, situados em zonas geo gráficas adequadas à cultura mecâ
queima das matas para a instalação
Outra prova da deficiência do sis tema produtivo campesino reside no diminuto número de arados existen
(2) A Agricultura ern São Paulo. n.°
êste grupo não serve bem como exem
de Ribeirão Prêto e Bebedouro, bem
dos muitos que se podem apontar.
raçununga, Ribeirão Preto e no setor de Taubaté, compreendendo os mu nicípios do Vale do Paraíba e litoral norte. Por outro lado, elevou-se no oeste, como em Marília, Presidente
de 50.100 toneladas produzidas
passaram a 18.700. E' verdade que
rurais decresceram, conseguiram au
sentando sensível declínio em umas e aumento em outras. Assim, caiu
ro, Campinas, Jaú, Piracicaba, Pi-
e
trabalho, que apresentam, em suas linhas gerais, os mesmos caracte
o pilão, o monjolo, os moinhos rudi
nas regiões centrais do Estado como
72.400 habitantes, passaram a 63.300
nicípios, em zonas cujas populações
agrícola se revela irregular, apre
Arai^quara, Avaré, Bauru, Bebedou
pava, São Bento do Sapucai e Sta. Branca, a queda foi a seguinte: de
acentuada na técnica e no regime de
A prova de que o cultivo da terra
A
Nos municípios de Jacareí, São José dos Campos, Jambeiro, Caça-
mentares, são outros tantos exemplos,
tes na zona rural.
Em 1940, para
rais. (4)
O grupo constituído por Nazaré Paulista, Atibaia, Piracaia e Bragan
Novo exemplo de que a produtivi dade agrícola, entre nós, se prende ao número de braços disponíveis, re side no deslocamento da produção de algodão da antiga zona central 4o Estado para os setores de Marília,
Presidente Prudente, Araçatuba e Rio Prêto, por haver decvescido a
um total de quase dois milhões de estabelecimentos agrários existiam
ça, que possuía em 1934/35 92 mil . população daquela e aumentado a
apenas 501 mil arados, dos quais
a produção de 82 mil toneladas dos
223 mil no Rio Grande do Sul e 168
E' verdade que velhas regiões, co
cereais apontados, enquanto em 1947/ 48, para uma população redu2Íida a
mo o vale do Paraíba e o setor de
mil em São Paulo, e somente 3.380
habitantes, apresentou, naquele ano,
tratores; destes, 1.410 se encontra
Campinas, se renovam com uma
agropecuária em melhores condições
vam em São Paulo e 1.104 no Rio
Grande do Sul.
dêstes últimos.
J
(4) Êstes dados foram tirados da "A Agricultura em São Paulo", n.o 4, 1951.
técnicas, e novas áreas surgem com
138
Dk.ivmo
Eí^ünümiC'^
Duiiisro
139
Econômico
a "mise-en-valeur" de terras até en
o que dá margem à formação de uni
tão não cultivadas — as zonas pio neiras do Estado de São Paulo —, que refletem bem a passaííem do
clima propício à ventilação de idéia? subvoj-sivas, de antagonismo entre
^leíra favoreceu, de um lado, a expor
as classes e de permanente estado de
tação dos produtos agrícolas e de ou
ria de técnica e se traduz em aumen
tro, propiciou o desenvolvimento da
to da produtividade e em elevação do
produção industrial, devido ao alto
salário real.
ciclo colonial — latifúndio, cultura
em extensão, ati*aso de técnica ~ pa
ra o novo ciclo de estrutura capita lista mais avançada. As chamadas zonas pioneiras sur gem com um aspecto pouco diverso
da velha çrganização agrícola colo nial; nelas, as relações homem-terra não revestem forma tão bárbara de
utilização do solo como a que levou
no passado, à destruição das rique
descontentamento.
Por êsse motivo, o problema do
que a depreciação da moeda brasi-
momento não é ideológico, mas eco
preço dos artigos manufaturados pro
nômico. Os líderes políticos já reco
duzidos no exterior.
nheceram êsse fato, até mesmo os
dos partidos da esquerda. A reforma econômica só pode ser realizada com a elevação do nível
físico, cultural e técnico da popula ção brasileira, pois sistema atrasado
Não devemos
esquecer também o bafejo das pro teções alfandegárias. A dificuldade na obtenção de ca
pitais forçou os empreendedores a
da economia brasileira tornar a pro
dução intensiva, o que implica melho
Para tanto é necessária lenta e
custosa transformação dos atuais pro
cessos de produção, através da Intro dução de métodos modernos de me canização, adubação científica e ra cionalização das culturas, na agricul
utilizarem técnicas inferiores de pro
tura, e de técnica avançada, preparo
dução e, portanto, de fraca produti
da mão-de-obra e racionalização do
vidade, ao mesmo tempo que a situa
trabalho, na indústria.
cializada, mal distribuída e desnu
ção cambial, favorável ao produtor
sistema de propriedade, a pequena, de pohcultura. O colono imigrante
trida, não podem dar eficiência ao trabalho, impossibilitando o aumento
se perpetuasse. Quando as condições
que amealhou as suas economias e agora as transforma em sítios, em
— melhoria de salários e padrão de
A tarefa é imensa, porém, não desoladora. A inauguração de biblio tecas, como a presente, em centros de dinamismo e prosperidade como o de Marilia, retempera os ânimos,
zas naturais brasileiras.
Nessas regiões se inaugura um
fazendolas, aparece numa organização camponesa de pequenos proprietários
Mas a técnica não a transformou. E' quase a mesma que aprendeu, nas (grandes fazendas cafeeiras, prêsa de resto aos níveis baixos da indus
de produção e mão-de-obra não espe
da produtividade e sua conseqüência vida.
Daí não ter sido possível a forma
ção de mercado interno capaz de elevar e absorver a produção nacio nal, pois os salários reais não conse
guiram se elevar e os preços se re
trialização do País.
duzir. Êsse aspecto foi ainda agra
Dessa forma, a produção agi^ícola conservando-se em nível pré-caplta-
vado pela predominância da produção
lista, decai, enquanto as manufatu
para a exportação. E' que nesta as
inversões acompanham a expansão
ras, por seu turno, recebendo massa
do mercado externo e elevam as ren
de trabalhadores de má qualidade,
das dos produtores de mercadorias
mantém baixa produtividade o alto
exportáveis, isto é, matérias-primas e alguns produtos agrícolas, sem dis
preço de custo.
O número crescente de operários que percebem remuneração mais ele
vada, aumentando a procura de bens de consumo, sem correspondente elevação da oferta, cria, por si só, pressao mflacionária, que, aliada às vul tosas emissões do Governo Federal, determina a situação angustiosa da alta contínua dos preços, encarecendo extraordinàriamehte o custo de vida,
tribuir maiores salários aos trabalha dores. Já o mesmo não ocorre numa economia alicerçada no mercado in terno. Nesta, as inversões se tra
duzem em aumento de poder aquisi tivo, e, portanto, de consumo, o que leva ao desenvolvimento intensivo da
produção.
Entre nós, a expansão econômica só pôde verificar-se através das cri ses cambiais por que passamos. E'
nacional, fêz com que essa técnica se alteram e põem os produtores em
posição desvantajosa o govôvno inter vém, criando ficticiamente novas pos sibilidades de lucro. E' evidente que êsse estado de coisas não pode con
tinuar; dai ser o problema essencial
pois revela a existência de número crescente de idealistas o de arroja
dos empreendedores, trabalhando pe la grandeza do Pais.
138
Dk.ivmo
Eí^ünümiC'^
Duiiisro
139
Econômico
a "mise-en-valeur" de terras até en
o que dá margem à formação de uni
tão não cultivadas — as zonas pio neiras do Estado de São Paulo —, que refletem bem a passaííem do
clima propício à ventilação de idéia? subvoj-sivas, de antagonismo entre
^leíra favoreceu, de um lado, a expor
as classes e de permanente estado de
tação dos produtos agrícolas e de ou
ria de técnica e se traduz em aumen
tro, propiciou o desenvolvimento da
to da produtividade e em elevação do
produção industrial, devido ao alto
salário real.
ciclo colonial — latifúndio, cultura
em extensão, ati*aso de técnica ~ pa
ra o novo ciclo de estrutura capita lista mais avançada. As chamadas zonas pioneiras sur gem com um aspecto pouco diverso
da velha çrganização agrícola colo nial; nelas, as relações homem-terra não revestem forma tão bárbara de
utilização do solo como a que levou
no passado, à destruição das rique
descontentamento.
Por êsse motivo, o problema do
que a depreciação da moeda brasi-
momento não é ideológico, mas eco
preço dos artigos manufaturados pro
nômico. Os líderes políticos já reco
duzidos no exterior.
nheceram êsse fato, até mesmo os
dos partidos da esquerda. A reforma econômica só pode ser realizada com a elevação do nível
físico, cultural e técnico da popula ção brasileira, pois sistema atrasado
Não devemos
esquecer também o bafejo das pro teções alfandegárias. A dificuldade na obtenção de ca
pitais forçou os empreendedores a
da economia brasileira tornar a pro
dução intensiva, o que implica melho
Para tanto é necessária lenta e
custosa transformação dos atuais pro
cessos de produção, através da Intro dução de métodos modernos de me canização, adubação científica e ra cionalização das culturas, na agricul
utilizarem técnicas inferiores de pro
tura, e de técnica avançada, preparo
dução e, portanto, de fraca produti
da mão-de-obra e racionalização do
vidade, ao mesmo tempo que a situa
trabalho, na indústria.
cializada, mal distribuída e desnu
ção cambial, favorável ao produtor
sistema de propriedade, a pequena, de pohcultura. O colono imigrante
trida, não podem dar eficiência ao trabalho, impossibilitando o aumento
se perpetuasse. Quando as condições
que amealhou as suas economias e agora as transforma em sítios, em
— melhoria de salários e padrão de
A tarefa é imensa, porém, não desoladora. A inauguração de biblio tecas, como a presente, em centros de dinamismo e prosperidade como o de Marilia, retempera os ânimos,
zas naturais brasileiras.
Nessas regiões se inaugura um
fazendolas, aparece numa organização camponesa de pequenos proprietários
Mas a técnica não a transformou. E' quase a mesma que aprendeu, nas (grandes fazendas cafeeiras, prêsa de resto aos níveis baixos da indus
de produção e mão-de-obra não espe
da produtividade e sua conseqüência vida.
Daí não ter sido possível a forma
ção de mercado interno capaz de elevar e absorver a produção nacio nal, pois os salários reais não conse
guiram se elevar e os preços se re
trialização do País.
duzir. Êsse aspecto foi ainda agra
Dessa forma, a produção agi^ícola conservando-se em nível pré-caplta-
vado pela predominância da produção
lista, decai, enquanto as manufatu
para a exportação. E' que nesta as
inversões acompanham a expansão
ras, por seu turno, recebendo massa
do mercado externo e elevam as ren
de trabalhadores de má qualidade,
das dos produtores de mercadorias
mantém baixa produtividade o alto
exportáveis, isto é, matérias-primas e alguns produtos agrícolas, sem dis
preço de custo.
O número crescente de operários que percebem remuneração mais ele
vada, aumentando a procura de bens de consumo, sem correspondente elevação da oferta, cria, por si só, pressao mflacionária, que, aliada às vul tosas emissões do Governo Federal, determina a situação angustiosa da alta contínua dos preços, encarecendo extraordinàriamehte o custo de vida,
tribuir maiores salários aos trabalha dores. Já o mesmo não ocorre numa economia alicerçada no mercado in terno. Nesta, as inversões se tra
duzem em aumento de poder aquisi tivo, e, portanto, de consumo, o que leva ao desenvolvimento intensivo da
produção.
Entre nós, a expansão econômica só pôde verificar-se através das cri ses cambiais por que passamos. E'
nacional, fêz com que essa técnica se alteram e põem os produtores em
posição desvantajosa o govôvno inter vém, criando ficticiamente novas pos sibilidades de lucro. E' evidente que êsse estado de coisas não pode con
tinuar; dai ser o problema essencial
pois revela a existência de número crescente de idealistas o de arroja
dos empreendedores, trabalhando pe la grandeza do Pais.
IPI, I9^ ,J Jil
Ijgp. jiii ll^l MM IJM 141 Dioestcj Economicd
A DEMOCRACIA EXECUTIVA Cani)iw> Motia
(Profemor da Faculdade dc Direito de S. Pauloi
primeiras tentativas dc planificação, dentro das liberdades democráticas, trouxeram, eomo era natural, certa des
confiança. Provinham elas de fontes suspeitas e da\ani, dc certo modo, razão às revoluções totalitárias. A democraeia era, nas suas melhores aspirações a po
lítica do "laissez faire", a livre iniciativa em sua plenitude, a máxima liberdade e 0 mínimo de governo. Mas não foi a
aZ.T em 1950, quando a cndizaçao se viu minada por duas guerras dc universal amplitude A 01 dem social, cm conseqüência dc incon táveis fatores, estava modificada em sua própria estrutura e exigia, para os 20\-omos, nova técnica de atuação.
Verificou-se que a situação foi se agra vando com o decorrer dos tempos, ao in vés do melhorar. Modificou-.se, em pro fundidade, a relação entre os homens A interdependência social foi se tornan do cada vez mais exigente, como uma
et
Ci\ili.satiori",
Lewis .Munford
ao
e>tudar o gòsto biimano pela \elocidadc. atra\és dos tempos, lembra os primeiros in\entüs para isso, como o carro à vela, empregado em 1598, pelo príncipe Mau rício de Orange, como a bicicleta, inven tada pelo barão \-on Drais, em 1817, o automó\el de Giirnay, a máquina volan
As ditaduras, ü uso c o abuso dos deeretos-lei, a proclamada hipertrofia \iaje, porque faz tudo isso pelo cinema, pelo rádio, pela televisão. A viagem Poder Executivo foram o resultado da insuficiência de uma velha técnica po|não é mais um acontecimento dc propor tica, que não podia corresponder as vi ções de uma aventura, como era no sécu gências de um novo processo e lo dezessete. Tornou-se uma banalida social. A solução seria. Portanto decxar de. Por sua vez, os negócios, como ex se de Iodos, mesmo que o indivíduo não
pressão mais visível dos interesses, per deram a cor local e sc condicionaram às exigências iiitiTiiaeionais. Nessa densidade social, o indivíduo,
comprometido pelas circunstâncias, não pode ter o comportamento anterior c
cia a \apor de Chiirch, eni 1830.
nove .
Para Lewis Munford, a máquina não se explica só pela necessidade de conlorto, pelo desejo de maior rendimento da. produção do trabalho luimano, como prineipalmeiile pela fascinação que a ve locidade produz no liomcin. Assim, de pois da (pieda do Império Romano, a preocupação pelo tempo está incluída entro as ordens dos mosteiros. Uma bula
do Papa Sabíniano, no século VII, de cretou cjue os sinos dos mosteiros soariam .s<'te vèzcs por vinte e quatro lioras. No
em no-vso.s dias, o aproveitamento da ve
locidade supersônica e é assim que ela e um dos dados que .se contam para a e.xpheaçao das grandes acumulações ur
po e a Eternidade cessava progressiva mente de ser a medida c o ponto de con vergência das ações humanas. Daí a afir
mativa de Lewis dc que a máquina-chave da idade industrial moderna não é a maquina a vapor, mas o relógio. Hoje, além dos relógios de torre e de jiraça pública, há os relógios de bulso e o • rei(')gi()s (!<• ]')ul.s(). presidindo uma ati-
\ idade M'111 distâncias. O relógio mostra {[ue, cm pouco teiiipo. num pulo de
banas c, con,se(|uentemente, do império
a\ião, o iioim-m \'encc distancias enor
dás massas.
a eór local e se uui\ersalizam.
No seu intere.ssante livro "Techniquc
mes. E, com isso, os interesses perdem Paris,
Londres, Roma, Ncw York estão na pos-
e dc coísoqucncias imprerasive.s. As for
"loLuaru diante L cucontranrm. A -r-hgene.^é porque os interêsse.s são mundiais. Há capazque de compreenda ^ Hoje, todas as guerras são mundiais,
cem anos não sc podia pensar numa
guerra na Coréia, capaz dc ser uma fórímila disfarçada e ardilosa dc uma guer
ra mundial I Assim, a política recebe di retamente o influxo dessa civiliz,ação de máquinas. Sem que nos apercebamos, \ amos nos distanciando cada vez mais dos nossos antepassados. Como justa mente assevera Mannhoim, a nossa épo
ca, como nova época, inicia no\'as defini
lei E essas definições são realmente ne cessárias. A linguagem de iioje nada tem a ver com a dc ontem. Estamos, diz es
alem dos cálculos de Julcs Romain. A pr(ss:i douMuante o enervante alcançou,
cih ummomLto delicado de exp—
„,as cousaúadas pelo passado .arnda nao
\'ida urbana. Com êlcs se media o tem
Mas Ôsse furor foi muito
j.r,
\qvemüs, por isso. um momento ditl-
ser reguladas a maneira do século deze
les que se referem ao trânsito humano lia mais de dez anos que Jules Romain
so tempo.
plano.
te dc Ilenson e Strinfellow ou a diligên
ções de termos fundamentais como Es tado, soberania, propriedade, autoridade,
se prooeupin-a, em longo ensaio, com o
opiniões divergentes, por um gox
lação. que provoca reações
imposição crescente dos modernos pro
probloma da velocidade, mostrando que ela constituía o verdadeiro furor do nos-
, ,
suas relações deixam naturalmente de
século XIII surge então o relógio mecâ nico. Os relógios das torres dirigem a
cessos do s ida e, principalmente, daque
"a democracia de emoção por ^ mocracia exccuti\ a". deixar o
se autor — um dos que estavam dispos tos a solucionar o assunto — centralizan do os podcrcs e recursos do Estado e destruindo os últimos restos da autono mia (self-government), as últimas oca siões de resistência dentro das fronteiras nacionais.
Z:noL -nsikidade urundo estranho qne a "f'"" — pnnre.Eohontenrsesentejm e trágico dnahsmo, en
,
ra os orcblcmas e um correspondente
tici-mo em relação às soluções. O indivíduo não é mais o inesmc, por
que, antes, era êle a fôrça »^c.oiratoa Ls problemas. Hoje, e uma dificrddade. Ontem era êle a liberdade, a liberdade
de iniciativa, a liberdade de negocos. a liberdade de crença, a liberdade de cntica. Por isso mesmo, era o poder ou a razão cio poder. Hoje, êle é xisto como um obstáculo, que oprime a liberdade. O Estado tomou o seu lugar. E a me lhor solução aventada foi então a de to mar de empréstimo certas técnicas do Estado novo, quer da esquerda,
quer da direita, e aplicá-las a ser viço da democracia. Não sc trata
só dc se apreciar a modificação
IPI, I9^ ,J Jil
Ijgp. jiii ll^l MM IJM 141 Dioestcj Economicd
A DEMOCRACIA EXECUTIVA Cani)iw> Motia
(Profemor da Faculdade dc Direito de S. Pauloi
primeiras tentativas dc planificação, dentro das liberdades democráticas, trouxeram, eomo era natural, certa des
confiança. Provinham elas de fontes suspeitas e da\ani, dc certo modo, razão às revoluções totalitárias. A democraeia era, nas suas melhores aspirações a po
lítica do "laissez faire", a livre iniciativa em sua plenitude, a máxima liberdade e 0 mínimo de governo. Mas não foi a
aZ.T em 1950, quando a cndizaçao se viu minada por duas guerras dc universal amplitude A 01 dem social, cm conseqüência dc incon táveis fatores, estava modificada em sua própria estrutura e exigia, para os 20\-omos, nova técnica de atuação.
Verificou-se que a situação foi se agra vando com o decorrer dos tempos, ao in vés do melhorar. Modificou-.se, em pro fundidade, a relação entre os homens A interdependência social foi se tornan do cada vez mais exigente, como uma
et
Ci\ili.satiori",
Lewis .Munford
ao
e>tudar o gòsto biimano pela \elocidadc. atra\és dos tempos, lembra os primeiros in\entüs para isso, como o carro à vela, empregado em 1598, pelo príncipe Mau rício de Orange, como a bicicleta, inven tada pelo barão \-on Drais, em 1817, o automó\el de Giirnay, a máquina volan
As ditaduras, ü uso c o abuso dos deeretos-lei, a proclamada hipertrofia \iaje, porque faz tudo isso pelo cinema, pelo rádio, pela televisão. A viagem Poder Executivo foram o resultado da insuficiência de uma velha técnica po|não é mais um acontecimento dc propor tica, que não podia corresponder as vi ções de uma aventura, como era no sécu gências de um novo processo e lo dezessete. Tornou-se uma banalida social. A solução seria. Portanto decxar de. Por sua vez, os negócios, como ex se de Iodos, mesmo que o indivíduo não
pressão mais visível dos interesses, per deram a cor local e sc condicionaram às exigências iiitiTiiaeionais. Nessa densidade social, o indivíduo,
comprometido pelas circunstâncias, não pode ter o comportamento anterior c
cia a \apor de Chiirch, eni 1830.
nove .
Para Lewis Munford, a máquina não se explica só pela necessidade de conlorto, pelo desejo de maior rendimento da. produção do trabalho luimano, como prineipalmeiile pela fascinação que a ve locidade produz no liomcin. Assim, de pois da (pieda do Império Romano, a preocupação pelo tempo está incluída entro as ordens dos mosteiros. Uma bula
do Papa Sabíniano, no século VII, de cretou cjue os sinos dos mosteiros soariam .s<'te vèzcs por vinte e quatro lioras. No
em no-vso.s dias, o aproveitamento da ve
locidade supersônica e é assim que ela e um dos dados que .se contam para a e.xpheaçao das grandes acumulações ur
po e a Eternidade cessava progressiva mente de ser a medida c o ponto de con vergência das ações humanas. Daí a afir
mativa de Lewis dc que a máquina-chave da idade industrial moderna não é a maquina a vapor, mas o relógio. Hoje, além dos relógios de torre e de jiraça pública, há os relógios de bulso e o • rei(')gi()s (!<• ]')ul.s(). presidindo uma ati-
\ idade M'111 distâncias. O relógio mostra {[ue, cm pouco teiiipo. num pulo de
banas c, con,se(|uentemente, do império
a\ião, o iioim-m \'encc distancias enor
dás massas.
a eór local e se uui\ersalizam.
No seu intere.ssante livro "Techniquc
mes. E, com isso, os interesses perdem Paris,
Londres, Roma, Ncw York estão na pos-
e dc coísoqucncias imprerasive.s. As for
"loLuaru diante L cucontranrm. A -r-hgene.^é porque os interêsse.s são mundiais. Há capazque de compreenda ^ Hoje, todas as guerras são mundiais,
cem anos não sc podia pensar numa
guerra na Coréia, capaz dc ser uma fórímila disfarçada e ardilosa dc uma guer
ra mundial I Assim, a política recebe di retamente o influxo dessa civiliz,ação de máquinas. Sem que nos apercebamos, \ amos nos distanciando cada vez mais dos nossos antepassados. Como justa mente assevera Mannhoim, a nossa épo
ca, como nova época, inicia no\'as defini
lei E essas definições são realmente ne cessárias. A linguagem de iioje nada tem a ver com a dc ontem. Estamos, diz es
alem dos cálculos de Julcs Romain. A pr(ss:i douMuante o enervante alcançou,
cih ummomLto delicado de exp—
„,as cousaúadas pelo passado .arnda nao
\'ida urbana. Com êlcs se media o tem
Mas Ôsse furor foi muito
j.r,
\qvemüs, por isso. um momento ditl-
ser reguladas a maneira do século deze
les que se referem ao trânsito humano lia mais de dez anos que Jules Romain
so tempo.
plano.
te dc Ilenson e Strinfellow ou a diligên
ções de termos fundamentais como Es tado, soberania, propriedade, autoridade,
se prooeupin-a, em longo ensaio, com o
opiniões divergentes, por um gox
lação. que provoca reações
imposição crescente dos modernos pro
probloma da velocidade, mostrando que ela constituía o verdadeiro furor do nos-
, ,
suas relações deixam naturalmente de
século XIII surge então o relógio mecâ nico. Os relógios das torres dirigem a
cessos do s ida e, principalmente, daque
"a democracia de emoção por ^ mocracia exccuti\ a". deixar o
se autor — um dos que estavam dispos tos a solucionar o assunto — centralizan do os podcrcs e recursos do Estado e destruindo os últimos restos da autono mia (self-government), as últimas oca siões de resistência dentro das fronteiras nacionais.
Z:noL -nsikidade urundo estranho qne a "f'"" — pnnre.Eohontenrsesentejm e trágico dnahsmo, en
,
ra os orcblcmas e um correspondente
tici-mo em relação às soluções. O indivíduo não é mais o inesmc, por
que, antes, era êle a fôrça »^c.oiratoa Ls problemas. Hoje, e uma dificrddade. Ontem era êle a liberdade, a liberdade
de iniciativa, a liberdade de negocos. a liberdade de crença, a liberdade de cntica. Por isso mesmo, era o poder ou a razão cio poder. Hoje, êle é xisto como um obstáculo, que oprime a liberdade. O Estado tomou o seu lugar. E a me lhor solução aventada foi então a de to mar de empréstimo certas técnicas do Estado novo, quer da esquerda,
quer da direita, e aplicá-las a ser viço da democracia. Não sc trata
só dc se apreciar a modificação
142
Dioí-:st() EcoNóxaco
as dificuldades criadas pelas novas re lações humanas.
O Conde Keisserling, no seu 1í%to "O mundo cpie nasce", diz com iiin certo
desconsolo aristocrático, que o chofer é
o homem represcnlatívo de nosso tempo.
De fato, o político de hoje, como homem de governo, não é mais o político conce
bido por Maquiavel, como aquele que é absorvido pela ambição do poder c do mando. Os maquiavélicos dos tempos atuais, como os configura Jamcs Burliam
(The Machiavellians), tém outras car icteristicas, porque, como êle mesmo diz
dispõem não só de fatos históricos nu.ilo mais consideráveis, como ainda \ivcm numa ora específica dos organizadores
dade de uma vida mais tranqüila. Lind' ,say socorre-? c do exemplo da tática no
jogo de "riigby", onde há uma equipo dirigida p ira um delerinínado fim, conio prova vi\a de maior ausência de ecoísmo na cooperação. Seja como fòr, a úl
tima guerra, com o seu imenso poder destruidor, exigiu uma política de re
Dicesto
Washington era freqüentada pelas "be
uma Inglaterra ferida profundamente pe
las mcntalidadcs", por "profundos pen
la última guerra e por uma Commonwcaltli atacada por seus próprios compo nentes. A transformação em uma demo
sadores" das Ihúveisidadcs do llarvard
e de Yale, de Princeton e, sobretudo, de
Columbia, com os seu.s diagramas e suas
equações. E em .seguida surgiam os pla nos, di:tinguindü-se, entre êlo.s, o do aproveitamento do vale do Tonnessee
construção ceonóiníca urgente c inadiá
(T. V. A.)
vel, que obriga a existência do uma dcmocr.icia executiva, soh pena de perecer
Estados Unidos, cm plena marcha, a de
a democracia.
Acontece porém, que essa planificaçâo
democrática, de um cmtío modo já exer citada nas cidades americanas, exige um prévio conhecimento dos problemas, das
143
Econômico
Dentro em pouco, de fato, estava nos
cracia executiva tem suas Unhas domi
nantes na consagração da legislação de legada, com o famoso "Denoughmore Rcport."
A França, que passou, com a última
guerra, um dos períodos mais terríveis do sua história, muito embora teime em
mocracia executiva, com a N. R. A. e
proclamar sua fidelidade ao liberaUsmo
o Ncw Deal. O Estado era então uma
c aos ideais da revolução de 1789, é
grande usina ou uma grande organização de negócios. O governo, uma poderosa gerência. Para realizar planos era pre
mocracia executiva. Daí resultou o Fla
obrigada a voltar-se também para a de no Monct, esforço de milhares de técni
isto e de homens capazc.s de diri-ir a
condições sociais, econômicas e psicoló
sociedade, de controlar a grand-, de industriacapazes contemporânea, a fórc^
gicas do país onde se aplica.
giam comissões e subcomissões destina
cos, que visa'compensar o imenso des falque ocasionado pelos desastres 'da
das a eliminá-los. A oposição aguçava a
guerra.
O dirigismo russo, traçado dentro do comunismo de guerra cm plena ditadura
sua crítica. Roosevelt não passava de um
Trata-se dc uma expressão da demo
ditador disfarçado o o Ncw Deal podia ser considerado, como se dizia, um "fes tival de desastres". Mas, como não ha-
cracia instrumental. Como diz o seu au
niassa trabalhadora c a forma supema cional da organização política.
'
E é nesse ponto que a crise „vais se
do Partido bolclicvista, apesar de tôdas as facilidades que llie dava o puder dis
acentua. A conccituação de uma demo-
cricionário, encontrou dificuldades de
cracia executiva é semelhante, na sm
técnica, à usada na administração dos negócios Ha, com isso, um sentido de
direção obediente a um rigor normativo da liberdade. Um csíudioso dos problc
que se incompatibilíza com as exigências
mas políticos, como Lindsay, no seu li vro sobre o Estado democrático moderno, ao estudar o significado instrumental dL "i ■ o poder de ^ indústria mo derna di.mnm improvisação c aumenta o de organização. É ncees-
monta, provocou inúmeros ensaios que fracassaram, porque era uma novidade num país feudal. Produziu reações ines
peradas, novos problemas e exigiu sacri fícios imensos.
Os primeiros planos democráticos so
freram também as conseqüências do "en saio c érro". Nos Estados Unidos, as di
retrizes do governo Roosevelt, como govêrno de técnicos e de professores, fo ram perturbadas não só pelos seus ad versários como também pelo contacto dos projetos à realidade. O Presidente Roo
nula aida um .segundo sua capacida de. Para isso a democracia deverá criar uma dasso clirc-lora abmrvento. ,,uc n"
sevelt inaugurava, de fato, na política
da tem de representativa.
Em seu discurso inaugural, Roosevelt,
Mas, apesar das desconfianç-as e das re.sist<'ncjas, a democracia executiva vai SC impondo, como uni iniperaíi\o de sal vação. Se aumenta o terreno de sacrifíCIO aumenta, por outro lado, a possibili
americana, um novo período destinado a
pôr em prática a democracia executiva. depois de se referir à formidável crise
f[iie tinha de enfrentar, prometia um go verno de ação constante e, para isso, so licitava poderes especiais ao Congresso. Um terrível adversário de Roosevelt di
zia que, pouco depois desse discurso.
ciso vencer obstáculos poderosos. Sur
\ia outra solução, continuaram os Esta
dos Unidos pelos novos caminhos. O mesmo aconteceu com a Inglaterra. A velha estrutura feudal, abalada em suas raízes, foi envolvida por essa de
tor, o Sr. Jenn Monet é êle um instru mento dc ação coletiva. Assim, pelo de creto dc 3 de janeiro dc 1946, o Comis sariado do Plano ficava com a incumbên cia de propor ao govôrno um programa de recuperação nacional e os meios in
dispensáveis para garantir-lhe a exe
mocracia diretorial. Depois da guerra de 1914, cresce de tal modo a máquina
cução.
administrativa, que so fala na existência de um novo despotismo. Com a vitória
vitalizadora das virtudes da comunidade social. Ela não é só um sistema do ga rantias. É também um tema de ação.
do trabalhismo em 1945, com a luta con tra o "frec entcrprise", a única democra cia conccbível é a democracia executiva,
A democracia é hoje uma ordem re-
apoiada nos técnicos saídos da "London
Ela não visa restringir a atividade social do indivíduo, mas completar suas insu ficiências. Seu maior empenho deve ser
School of Economics". O parlamentaris
o dc reativar a capacidade produtora da
mo-perde grande parte de sua autorida-. de com o regime dos decretos-lei, vinico
comunidade e dar o maior cunho bené fico uo rendimento social. "Em nossa
possível, no dizer de Laski, numa de mocracia moderna.
Os planos, já meditados pelos conser vadores, com os trabalhos e críticas de Sir William Beveridge e Lord Keyne,
assumem, com o trabalhismo, como que
um compromisso inadiável, diante dc
época, escreve judiciosamente Lewis
Munford, as considerações políticas de vem ter em apreço a justiça, a seguran
ça, a saúde biológica e a cooperação so cial." Tudo isso, para êle, é fundamen
tal, dentro de um plano para o restabe lecimento do equilíbrio perdido.
142
Dioí-:st() EcoNóxaco
as dificuldades criadas pelas novas re lações humanas.
O Conde Keisserling, no seu 1í%to "O mundo cpie nasce", diz com iiin certo
desconsolo aristocrático, que o chofer é
o homem represcnlatívo de nosso tempo.
De fato, o político de hoje, como homem de governo, não é mais o político conce
bido por Maquiavel, como aquele que é absorvido pela ambição do poder c do mando. Os maquiavélicos dos tempos atuais, como os configura Jamcs Burliam
(The Machiavellians), tém outras car icteristicas, porque, como êle mesmo diz
dispõem não só de fatos históricos nu.ilo mais consideráveis, como ainda \ivcm numa ora específica dos organizadores
dade de uma vida mais tranqüila. Lind' ,say socorre-? c do exemplo da tática no
jogo de "riigby", onde há uma equipo dirigida p ira um delerinínado fim, conio prova vi\a de maior ausência de ecoísmo na cooperação. Seja como fòr, a úl
tima guerra, com o seu imenso poder destruidor, exigiu uma política de re
Dicesto
Washington era freqüentada pelas "be
uma Inglaterra ferida profundamente pe
las mcntalidadcs", por "profundos pen
la última guerra e por uma Commonwcaltli atacada por seus próprios compo nentes. A transformação em uma demo
sadores" das Ihúveisidadcs do llarvard
e de Yale, de Princeton e, sobretudo, de
Columbia, com os seu.s diagramas e suas
equações. E em .seguida surgiam os pla nos, di:tinguindü-se, entre êlo.s, o do aproveitamento do vale do Tonnessee
construção ceonóiníca urgente c inadiá
(T. V. A.)
vel, que obriga a existência do uma dcmocr.icia executiva, soh pena de perecer
Estados Unidos, cm plena marcha, a de
a democracia.
Acontece porém, que essa planificaçâo
democrática, de um cmtío modo já exer citada nas cidades americanas, exige um prévio conhecimento dos problemas, das
143
Econômico
Dentro em pouco, de fato, estava nos
cracia executiva tem suas Unhas domi
nantes na consagração da legislação de legada, com o famoso "Denoughmore Rcport."
A França, que passou, com a última
guerra, um dos períodos mais terríveis do sua história, muito embora teime em
mocracia executiva, com a N. R. A. e
proclamar sua fidelidade ao liberaUsmo
o Ncw Deal. O Estado era então uma
c aos ideais da revolução de 1789, é
grande usina ou uma grande organização de negócios. O governo, uma poderosa gerência. Para realizar planos era pre
mocracia executiva. Daí resultou o Fla
obrigada a voltar-se também para a de no Monct, esforço de milhares de técni
isto e de homens capazc.s de diri-ir a
condições sociais, econômicas e psicoló
sociedade, de controlar a grand-, de industriacapazes contemporânea, a fórc^
gicas do país onde se aplica.
giam comissões e subcomissões destina
cos, que visa'compensar o imenso des falque ocasionado pelos desastres 'da
das a eliminá-los. A oposição aguçava a
guerra.
O dirigismo russo, traçado dentro do comunismo de guerra cm plena ditadura
sua crítica. Roosevelt não passava de um
Trata-se dc uma expressão da demo
ditador disfarçado o o Ncw Deal podia ser considerado, como se dizia, um "fes tival de desastres". Mas, como não ha-
cracia instrumental. Como diz o seu au
niassa trabalhadora c a forma supema cional da organização política.
'
E é nesse ponto que a crise „vais se
do Partido bolclicvista, apesar de tôdas as facilidades que llie dava o puder dis
acentua. A conccituação de uma demo-
cricionário, encontrou dificuldades de
cracia executiva é semelhante, na sm
técnica, à usada na administração dos negócios Ha, com isso, um sentido de
direção obediente a um rigor normativo da liberdade. Um csíudioso dos problc
que se incompatibilíza com as exigências
mas políticos, como Lindsay, no seu li vro sobre o Estado democrático moderno, ao estudar o significado instrumental dL "i ■ o poder de ^ indústria mo derna di.mnm improvisação c aumenta o de organização. É ncees-
monta, provocou inúmeros ensaios que fracassaram, porque era uma novidade num país feudal. Produziu reações ines
peradas, novos problemas e exigiu sacri fícios imensos.
Os primeiros planos democráticos so
freram também as conseqüências do "en saio c érro". Nos Estados Unidos, as di
retrizes do governo Roosevelt, como govêrno de técnicos e de professores, fo ram perturbadas não só pelos seus ad versários como também pelo contacto dos projetos à realidade. O Presidente Roo
nula aida um .segundo sua capacida de. Para isso a democracia deverá criar uma dasso clirc-lora abmrvento. ,,uc n"
sevelt inaugurava, de fato, na política
da tem de representativa.
Em seu discurso inaugural, Roosevelt,
Mas, apesar das desconfianç-as e das re.sist<'ncjas, a democracia executiva vai SC impondo, como uni iniperaíi\o de sal vação. Se aumenta o terreno de sacrifíCIO aumenta, por outro lado, a possibili
americana, um novo período destinado a
pôr em prática a democracia executiva. depois de se referir à formidável crise
f[iie tinha de enfrentar, prometia um go verno de ação constante e, para isso, so licitava poderes especiais ao Congresso. Um terrível adversário de Roosevelt di
zia que, pouco depois desse discurso.
ciso vencer obstáculos poderosos. Sur
\ia outra solução, continuaram os Esta
dos Unidos pelos novos caminhos. O mesmo aconteceu com a Inglaterra. A velha estrutura feudal, abalada em suas raízes, foi envolvida por essa de
tor, o Sr. Jenn Monet é êle um instru mento dc ação coletiva. Assim, pelo de creto dc 3 de janeiro dc 1946, o Comis sariado do Plano ficava com a incumbên cia de propor ao govôrno um programa de recuperação nacional e os meios in
dispensáveis para garantir-lhe a exe
mocracia diretorial. Depois da guerra de 1914, cresce de tal modo a máquina
cução.
administrativa, que so fala na existência de um novo despotismo. Com a vitória
vitalizadora das virtudes da comunidade social. Ela não é só um sistema do ga rantias. É também um tema de ação.
do trabalhismo em 1945, com a luta con tra o "frec entcrprise", a única democra cia conccbível é a democracia executiva,
A democracia é hoje uma ordem re-
apoiada nos técnicos saídos da "London
Ela não visa restringir a atividade social do indivíduo, mas completar suas insu ficiências. Seu maior empenho deve ser
School of Economics". O parlamentaris
o dc reativar a capacidade produtora da
mo-perde grande parte de sua autorida-. de com o regime dos decretos-lei, vinico
comunidade e dar o maior cunho bené fico uo rendimento social. "Em nossa
possível, no dizer de Laski, numa de mocracia moderna.
Os planos, já meditados pelos conser vadores, com os trabalhos e críticas de Sir William Beveridge e Lord Keyne,
assumem, com o trabalhismo, como que
um compromisso inadiável, diante dc
época, escreve judiciosamente Lewis
Munford, as considerações políticas de vem ter em apreço a justiça, a seguran
ça, a saúde biológica e a cooperação so cial." Tudo isso, para êle, é fundamen
tal, dentro de um plano para o restabe lecimento do equilíbrio perdido.
JM
Tivemos nossii primeira tcntati\a com o Plano Salte. Êlc paroccn a muitos jncxequível. Eu mesmo ti\c oportuniclaclc
I)if;Ksic) E<.<)NÓMrro
ainda: — (arl. 198) dispô.s que na exe
de críticá-lo em xários pontos. Ser\iu.
cução do plano da defesa contra o.s efei tos da denominada sèca do Nordeste, a União despenderá, anualmente, com as
entretanto, como iim c.studo crítico con
obras e os scrsiços de assistência econô
junto da .situarão nacional mormente no
mica e social, (|uantia mmca inferior a frès por cento da sua renda tributária. .\ós, que lemos (jiic enfrentar as nos
setor da saúde pública, onde se \-erificou o trágico desperdício do material huma no cm nosso país c, consequentemente, a elevada mortalidade geral, infantil o
sas dificuldades e iiisiil icièncias gcográ-
marcha para leste na recuperação das terras "velhas" Josú Tesi a {Da SupcríntendèncUi do Café)
l^ia-ois do imenso ni^li do pioncirismo
dios, dos metais e pedras raras, subimos os grandes rios "garimpando" a borra-
iieas, os reclamos da án-a amazônica, do
brasileiro, (jue durou (piatro séculos, e levou as fronteiras da pátria até o For
Nordeste, da zona abrangida pela sèca.
te "Príncipe da Beira", as nascentes do
[;ivari e às serranias dc Paracaima, nova
lè.metros, dc leste para oeste, desde o
leumao numa só seção, "Da organização
democracia executiva, quando propôs a financt.ra , dc tódas as normas básicas
nm problema de .saúde e dc alimentação,
mentalidade começa a formar-se no país. Não terá ela, possnelmcntc, o clau da primeira época: são menores a asperczix do ambiente e as distancias a percorrer;
\ale do Paraíba até o do rio Dourados,
tentou amparar constiti.cionalmente uma
da bacia do São 1'Vancisco. do Planalto Cà'nlral; nós, (jiie j)ossníinos zonas dc aproveitamento, zonas dc exploração, zo
de transporte i- de habitação; nós, que
não mais e.xiste o brilho da aventura ro
dn admm.stmçáo. Assim, o relator dcssn
lemos o problema da mâo-dc-obra espe cializada, de deficiência de maquinaria, dc combustíveis c dc ensino papular e
mântica,,a pcrhistrar desconhecidas c re motas regiões; a fortuna, agora, não po derá vir da noite para o dia, com o en contro de uma pepita ou de uma pedra
niaternal.
Aliás, na Constituinte, quando da elaboracaí) do projeto de Con.stítuição, a subcomissão de discriminação de rendas
«ibcom.ssao diz: - "Acreditou a subco-
imsstio que o aparelho tributário pode ser u,sado eficazmente como instrumento de reforma social, dispensando o apêlo à viokmcia, e a outras medidas drásticas
A Const,tu,ção de 46 não recusou prò-
priaincntc acolhimento a essa concepgão, tanto que, entre outros dispositivos, csabcleeeu íArt 156) q„e a lei facilita ra a fixaçao do homem no campo, esta belecendo planos de colonização e de aprox-eitamento das terras públicas. E
nas dc saneamento; nós. {jue possuímos
técnico — não podemos nos furtar ao im
ch;i; e, concomitantemente, nos último.s doi.s séculos, andamos mai.s dc mil qui-
em Mgto Grosso, "e.xplorando o filão e.s<pü\o do húmus", no dizer de um dos nossos agrônomos.
A primeira conseqüência dessa mar cha rápida para o oeste, sem um apro
veitamento racional c permanente da terra, contando apenas com a reserva de húmus acumulada pela natureza, sem
perativo dc nosso tempo e temos com sacrifício, de efetivar uma democracia capaz dc reconstruir, sem afetar a liber dade humana, sem esquecer o aviso de Lewis: — "Para .salvar nossa ciência de\einos antes dc tudo salvar o boniom." E
lho c nem é menos importante, para a
é só na defesa dos direitos primordiais do liomem (jue se podo justificar a nova
sas regiões ultrapassadas pelo de.sbrava-
de matas, ao alcance da mão; em segun
dor sei.sccntista ou novecentista e aban
do não havia ainda o conhecimento do
democracia, mesmo com seus riscos e
donadas como cousa gasta, a que falta
perigos.
ria a nata ou o bafo do sertão. Que é viável a consecução dessa me
descomunal.
Todavia, não é menor a
e.xigéncia de um duro c obstinado traba nacionalidade, o objetivo \ isado.
Trata-.se, nada mais, nada menos, que redescubrir e recolonizar férteis c imen
tratar dc restaurá-la, foi que todo o ter
ritório conquistado se tomou paulatina mente imprestável à agricultura. Na oca sião, isso não importava, por várias ra zões: om primeiro lugar, havia imensas reservas dc terra bruta e fértil, coberta
ta, sabc-sc hoje, graças ao trabalho de nma legião desses novos pioneiros, que,
assunto que hoje temos, tanto dos male.s do desgaste como dos processos de evitá-lo; depois, ainda que se pudesse avaliar o mal, não se supunha fosse êle tão rápido; finalmente, havia, então, co
parecendo antigos, .são moderníssimos, e aplicaram ao inverso o famoso ".slogan"
aqueles que raciocinam de modo imedia-
da marcha para oeste. e
e
«
mo ainda hoje, e como haverá sempre,
lisla, que tratam apenas de si e do pre sente, sem se importar com o futuro.
o
A principio, arranhamos o litoral, co
mo caranguejos, segundo o expressivo conceito do escritor seiscentista. Depois,
passamos ao excesso oposto, e no.s deixa mos levar por verdadeira fúria desbrava dora . Abandonando a correria atrás dos ín
Como primeiro resultado dessa agri cultura predatória, existem, lioje, em tôda a orla do Atlântico — e como orla
entendemos aqui uma faixa que vai, em cerlos lugares, a cerca de mil quilòme-.
tros — grandes tratos de terra quase estcrci.s.
Não temos, ainda, desertos, co
mo os do Saara, ou da Mcsopotàmia, ou
ii
JM
Tivemos nossii primeira tcntati\a com o Plano Salte. Êlc paroccn a muitos jncxequível. Eu mesmo ti\c oportuniclaclc
I)if;Ksic) E<.<)NÓMrro
ainda: — (arl. 198) dispô.s que na exe
de críticá-lo em xários pontos. Ser\iu.
cução do plano da defesa contra o.s efei tos da denominada sèca do Nordeste, a União despenderá, anualmente, com as
entretanto, como iim c.studo crítico con
obras e os scrsiços de assistência econô
junto da .situarão nacional mormente no
mica e social, (|uantia mmca inferior a frès por cento da sua renda tributária. .\ós, que lemos (jiic enfrentar as nos
setor da saúde pública, onde se \-erificou o trágico desperdício do material huma no cm nosso país c, consequentemente, a elevada mortalidade geral, infantil o
sas dificuldades e iiisiil icièncias gcográ-
marcha para leste na recuperação das terras "velhas" Josú Tesi a {Da SupcríntendèncUi do Café)
l^ia-ois do imenso ni^li do pioncirismo
dios, dos metais e pedras raras, subimos os grandes rios "garimpando" a borra-
iieas, os reclamos da án-a amazônica, do
brasileiro, (jue durou (piatro séculos, e levou as fronteiras da pátria até o For
Nordeste, da zona abrangida pela sèca.
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[;ivari e às serranias dc Paracaima, nova
lè.metros, dc leste para oeste, desde o
leumao numa só seção, "Da organização
democracia executiva, quando propôs a financt.ra , dc tódas as normas básicas
nm problema de .saúde e dc alimentação,
mentalidade começa a formar-se no país. Não terá ela, possnelmcntc, o clau da primeira época: são menores a asperczix do ambiente e as distancias a percorrer;
\ale do Paraíba até o do rio Dourados,
tentou amparar constiti.cionalmente uma
da bacia do São 1'Vancisco. do Planalto Cà'nlral; nós, (jiie j)ossníinos zonas dc aproveitamento, zonas dc exploração, zo
de transporte i- de habitação; nós, que
não mais e.xiste o brilho da aventura ro
dn admm.stmçáo. Assim, o relator dcssn
lemos o problema da mâo-dc-obra espe cializada, de deficiência de maquinaria, dc combustíveis c dc ensino papular e
mântica,,a pcrhistrar desconhecidas c re motas regiões; a fortuna, agora, não po derá vir da noite para o dia, com o en contro de uma pepita ou de uma pedra
niaternal.
Aliás, na Constituinte, quando da elaboracaí) do projeto de Con.stítuição, a subcomissão de discriminação de rendas
«ibcom.ssao diz: - "Acreditou a subco-
imsstio que o aparelho tributário pode ser u,sado eficazmente como instrumento de reforma social, dispensando o apêlo à viokmcia, e a outras medidas drásticas
A Const,tu,ção de 46 não recusou prò-
priaincntc acolhimento a essa concepgão, tanto que, entre outros dispositivos, csabcleeeu íArt 156) q„e a lei facilita ra a fixaçao do homem no campo, esta belecendo planos de colonização e de aprox-eitamento das terras públicas. E
nas dc saneamento; nós. {jue possuímos
técnico — não podemos nos furtar ao im
ch;i; e, concomitantemente, nos último.s doi.s séculos, andamos mai.s dc mil qui-
em Mgto Grosso, "e.xplorando o filão e.s<pü\o do húmus", no dizer de um dos nossos agrônomos.
A primeira conseqüência dessa mar cha rápida para o oeste, sem um apro
veitamento racional c permanente da terra, contando apenas com a reserva de húmus acumulada pela natureza, sem
perativo dc nosso tempo e temos com sacrifício, de efetivar uma democracia capaz dc reconstruir, sem afetar a liber dade humana, sem esquecer o aviso de Lewis: — "Para .salvar nossa ciência de\einos antes dc tudo salvar o boniom." E
lho c nem é menos importante, para a
é só na defesa dos direitos primordiais do liomem (jue se podo justificar a nova
sas regiões ultrapassadas pelo de.sbrava-
de matas, ao alcance da mão; em segun
dor sei.sccntista ou novecentista e aban
do não havia ainda o conhecimento do
democracia, mesmo com seus riscos e
donadas como cousa gasta, a que falta
perigos.
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descomunal.
Todavia, não é menor a
e.xigéncia de um duro c obstinado traba nacionalidade, o objetivo \ isado.
Trata-.se, nada mais, nada menos, que redescubrir e recolonizar férteis c imen
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ritório conquistado se tomou paulatina mente imprestável à agricultura. Na oca sião, isso não importava, por várias ra zões: om primeiro lugar, havia imensas reservas dc terra bruta e fértil, coberta
ta, sabc-sc hoje, graças ao trabalho de nma legião desses novos pioneiros, que,
assunto que hoje temos, tanto dos male.s do desgaste como dos processos de evitá-lo; depois, ainda que se pudesse avaliar o mal, não se supunha fosse êle tão rápido; finalmente, havia, então, co
parecendo antigos, .são moderníssimos, e aplicaram ao inverso o famoso ".slogan"
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mo ainda hoje, e como haverá sempre,
lisla, que tratam apenas de si e do pre sente, sem se importar com o futuro.
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A principio, arranhamos o litoral, co
mo caranguejos, segundo o expressivo conceito do escritor seiscentista. Depois,
passamos ao excesso oposto, e no.s deixa mos levar por verdadeira fúria desbrava dora . Abandonando a correria atrás dos ín
Como primeiro resultado dessa agri cultura predatória, existem, lioje, em tôda a orla do Atlântico — e como orla
entendemos aqui uma faixa que vai, em cerlos lugares, a cerca de mil quilòme-.
tros — grandes tratos de terra quase estcrci.s.
Não temos, ainda, desertos, co
mo os do Saara, ou da Mcsopotàmia, ou
ii
I «nv»
]46
Di(;Ksr<) l£coNÔ>nc'>
tic Gobi, porque aiiicJa não tivemos tem
inadüs, por ab^oIuta im|X)ssibilidade de
po de os criar, principalmente devido ao
transporte, em tempo útil c cm condi
fato de termos- passado adiante, deixando
ções econômicas.
a terra em repouso, com "barba do bo
E\'idcntemcnte, uma agricultura dessa ordem não poderia continuar. Mas, aS
de" ou capoeiras ralas, que impediram a concretização definitiva do deserto.
Mas, em certos treclios, caminhamos pa ra êsse "objetivo". Nas regiões de ter ra arenosa, especialmente, retirada a ma
ta nativa e devastado o terreno pelas ero sões, a areia, que está quase à flor da ' terra, aparece logo...
Nos Estados Unidos, onde uma agri
E, além de ser mais fácil o processo,
• tro-oeste, rigorosas medidas de recupera ção estão sendo tomadas.
E com os
modernos processos de arborização em zonas arenosas, com plantas ade
cm qualquer hipótese, pois havia, e há ainda, o tabu do "l)afo do sertão", a -
tabelecer o dogma de cjiie o cafeeiro sòmente medra bem na vizinhança das
quadas e processos racionais, o
grandes matas virgens.
deserto será dominado, não te mos dúvida. Os gastos, todavia,
preferem
É evidente que os cafèzais
polo fato dc ainda encontrarem,
teceria se não se houvesse che
cm zonas tais, solo muito rico. Mas, o bafo do sertão, vai sendo
gado a tal extremo. grave como a primeira, é uma sua resul
tante.^ De fato, esgotada a região leste do país, onde se encontravam os centros urbanos, necessário se tomou ir buscar a produção cada vez mais longe, no oes te. Como resultante, alongaram-se des medidamente as vias de comunicação, que passaram a percorrer terrenos sem
densidade econômica ou demográfica correspondentes àquela extensão. Donde as dificuldades de abastecimento e o alto preço dos artigos produzidos, ainda os
habitat, pela
maior frocura do ambiente e
serão imensos, o que não acon
A segunda conseqüência, tão
esse
cada vez mais difícil, pelo siml^lcs fato dc que o sertão não mais existe.
nho: não há mais índios ou onças a com
o máximo em pouco tempo, ou para re-
bater; os grandes madeiros já foram der rubados; os alagadiços e os cipoaís estão rodo\ia, o médico, a farmácia, o arma
ignorância cm nossa atitude, pois existe, muit<) gcncraliz;Kla, a convicção de que
zém, ficam todos próximos.
mais velha.
Numa terra trabalhada há
muito tempo, os defeitos já foram corri gidos; os tocos foram erradicados, as pe .
mais praticáveis; a estrada de ferro, a
cia ou desleixo. Há muito, também, de
tanto, um pouquinho mais dc leitura ou, principalmente, dc observação, nos ensi naria qne a terra é tanto melhor quanto
cie feijão.
menos áspera que a do pioneiro de anta-
Qucrenio-lo somente para que produza
a terra ciwclhccc, fica causada. . . Entre
fronte para formar, nem sempre uma cultura nobre, mas à.s vczi-s simples roça a restauração do solo não seria tentada,
147
vendé-lo com lucro. E o mau trate que llie damos não é apenas fruto dc ganân
fácil c barato era cortar a mula ali de
criar uma região scmidesértica no ccn-
Econômico
Para nós, o solo é apenas mercadoria.
cousas só chegam no devido (empo. Dc nada adiantaria fazer campanhas pela regcncr.ação do s(j1o, o que demandaria técnica e dinheiro, quando muito mais
cultura semelhante, e ainda mais de\as-
tadora, porque mais dinâmica, chegou a
Digesto
dras retiradas, as pragas dominadas; já SC lhe corrigiu a acidcz, já so tornou ma cia, fofa, quase disciplinada. A erosão, SC existia, pôde ser dominada. Chega mos a comprecndè-la, com o tempo. Ê isso o que sempre fizeram e fazem os
camponeses da Normandia ou do vale do Pó; o que faziam os incas e ainda fazern os chineses. 9
0
0
Nós teremos que aprender a amar a nossa terra. Não poeticamente, à ma
Mas, o inimigo agora é outro: é a dú vida, é a descrença, c a rotina. O pio
neiro do hoje não mais precisa de baca marte, mas das fórmulas de adubos e de
compostos, de máquinas, de técnicos, de dinheiro, de paciência... A luta mudou apenas de aspecto. Raposo Tavares transformou-se em Liebig; o espingardão
de pederneira foi substituído pela retorta; Borba Gato ou Femão Dias são hoje
Joaquim de Barros Alcântara ou Assis Chatcaubriand.
As nossas vanguardas continuam a ba ter o sertão, porém muito distanciadas do grosso do exército, que ficou acam pado em S. Paulo ou Rio, em Recife ou SaUador, em Santos ou Porto Alegre,
com alguns postos avançados, separados por muitos quilômetros de barba de bo
neira dc Afonso Celso ou de Casemiro
de", em Ribeirão Preto ou Uberlândia,
dc Abreu, mas praticamente, tratando-a,
em Loncírina ou Belo Horizixnte. Urge
rccuperando-a, rcjuvenescendo-a. Já existem alguns pioneiros- de nova espé cie, que o vêm fazendo. Ao passo que
(jue êsse e.xército, um exército de técni
dendo-o, adubando-o, c nêle plantando,
muitos prosseguem — e isso tem também
não por 50 ou 100 anos, mas eterna
o seu mérito — no dcsbravamento dos
tôda a vasta região que compreende o velho Estado do Rio, o vale do Paraíba,
E então? Vamos abandonar a cafeicul-
tura ? Vamos abandonar a própria la voura de cereais ou a cotonicultura ? Ou
resólvemo-nos a fazer como se faz nos
velhos países, restaurando o solo, defenmente ?
cos, de agronomos, de lavradores escla recidos, ocupe, estável e definitivamente,'
sertões do oeste, no norte do Paraná, no
as zonas velhas da mojiana, o oeste e o"
sul do Mato Grosso, no Brasil Central,
outros preferem fazer com que a civili zação refloresça nos vcllios planaltos on de- ela já se havia estabelecido, onde ela
zais e reedificado as casas grandes e as
crarem as empresas transportadoras ou
Para os antigos romanos e para os chi neses, o solo era sagrado. Passava dos pais aos filhos, aos netos, e assim suces
sul de Minas, as planícies de Porto Fe liz, de Tietê, de Laranjal... Quando ês
os produtores.
sivamente. Sobre êie ardia eternamente
rodas dágua, os terreiros, as estradas, os
extrativos, e isso a despeito de pouco lu
As distancias se tornaram tão grandes que mesmo os produtos extrativos, como
a madeira por exemplo, na mor parte das vezes, devem ser abandonados, ou quei-
0
o
o
o fogo do sacrifício, o Deus familiar. Nêle sepultavam os seus mortos. Dele retiravam as suas colheitas.
O solo era-
Ihes alimento, tradição e religião. Me recia-lhes respeito e homenagens.
já havia construído as casas grandes, as pomares, as velhas senzalas, as antigas estradas dc ferro coleantes, em procura menos do café que da subvenção quilo métrica . . .
E.s.sa obra será, talvez, fisicamente.
se exército houver replantado os cafè
tulhas em tôda essa região e, posterior mente, nas outras zonas velhas do país, então as vanguardas, que operam no ser tão, terão pontos de apoio demográfica o econòmicamente sólidos, e não tão dis
tantes. Só então estaremos, realmente, conquistando o Brasil.
I «nv»
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Di(;Ksr<) l£coNÔ>nc'>
tic Gobi, porque aiiicJa não tivemos tem
inadüs, por ab^oIuta im|X)ssibilidade de
po de os criar, principalmente devido ao
transporte, em tempo útil c cm condi
fato de termos- passado adiante, deixando
ções econômicas.
a terra em repouso, com "barba do bo
E\'idcntemcnte, uma agricultura dessa ordem não poderia continuar. Mas, aS
de" ou capoeiras ralas, que impediram a concretização definitiva do deserto.
Mas, em certos treclios, caminhamos pa ra êsse "objetivo". Nas regiões de ter ra arenosa, especialmente, retirada a ma
ta nativa e devastado o terreno pelas ero sões, a areia, que está quase à flor da ' terra, aparece logo...
Nos Estados Unidos, onde uma agri
E, além de ser mais fácil o processo,
• tro-oeste, rigorosas medidas de recupera ção estão sendo tomadas.
E com os
modernos processos de arborização em zonas arenosas, com plantas ade
cm qualquer hipótese, pois havia, e há ainda, o tabu do "l)afo do sertão", a -
tabelecer o dogma de cjiie o cafeeiro sòmente medra bem na vizinhança das
quadas e processos racionais, o
grandes matas virgens.
deserto será dominado, não te mos dúvida. Os gastos, todavia,
preferem
É evidente que os cafèzais
polo fato dc ainda encontrarem,
teceria se não se houvesse che
cm zonas tais, solo muito rico. Mas, o bafo do sertão, vai sendo
gado a tal extremo. grave como a primeira, é uma sua resul
tante.^ De fato, esgotada a região leste do país, onde se encontravam os centros urbanos, necessário se tomou ir buscar a produção cada vez mais longe, no oes te. Como resultante, alongaram-se des medidamente as vias de comunicação, que passaram a percorrer terrenos sem
densidade econômica ou demográfica correspondentes àquela extensão. Donde as dificuldades de abastecimento e o alto preço dos artigos produzidos, ainda os
habitat, pela
maior frocura do ambiente e
serão imensos, o que não acon
A segunda conseqüência, tão
esse
cada vez mais difícil, pelo siml^lcs fato dc que o sertão não mais existe.
nho: não há mais índios ou onças a com
o máximo em pouco tempo, ou para re-
bater; os grandes madeiros já foram der rubados; os alagadiços e os cipoaís estão rodo\ia, o médico, a farmácia, o arma
ignorância cm nossa atitude, pois existe, muit<) gcncraliz;Kla, a convicção de que
zém, ficam todos próximos.
mais velha.
Numa terra trabalhada há
muito tempo, os defeitos já foram corri gidos; os tocos foram erradicados, as pe .
mais praticáveis; a estrada de ferro, a
cia ou desleixo. Há muito, também, de
tanto, um pouquinho mais dc leitura ou, principalmente, dc observação, nos ensi naria qne a terra é tanto melhor quanto
cie feijão.
menos áspera que a do pioneiro de anta-
Qucrenio-lo somente para que produza
a terra ciwclhccc, fica causada. . . Entre
fronte para formar, nem sempre uma cultura nobre, mas à.s vczi-s simples roça a restauração do solo não seria tentada,
147
vendé-lo com lucro. E o mau trate que llie damos não é apenas fruto dc ganân
fácil c barato era cortar a mula ali de
criar uma região scmidesértica no ccn-
Econômico
Para nós, o solo é apenas mercadoria.
cousas só chegam no devido (empo. Dc nada adiantaria fazer campanhas pela regcncr.ação do s(j1o, o que demandaria técnica e dinheiro, quando muito mais
cultura semelhante, e ainda mais de\as-
tadora, porque mais dinâmica, chegou a
Digesto
dras retiradas, as pragas dominadas; já SC lhe corrigiu a acidcz, já so tornou ma cia, fofa, quase disciplinada. A erosão, SC existia, pôde ser dominada. Chega mos a comprecndè-la, com o tempo. Ê isso o que sempre fizeram e fazem os
camponeses da Normandia ou do vale do Pó; o que faziam os incas e ainda fazern os chineses. 9
0
0
Nós teremos que aprender a amar a nossa terra. Não poeticamente, à ma
Mas, o inimigo agora é outro: é a dú vida, é a descrença, c a rotina. O pio
neiro do hoje não mais precisa de baca marte, mas das fórmulas de adubos e de
compostos, de máquinas, de técnicos, de dinheiro, de paciência... A luta mudou apenas de aspecto. Raposo Tavares transformou-se em Liebig; o espingardão
de pederneira foi substituído pela retorta; Borba Gato ou Femão Dias são hoje
Joaquim de Barros Alcântara ou Assis Chatcaubriand.
As nossas vanguardas continuam a ba ter o sertão, porém muito distanciadas do grosso do exército, que ficou acam pado em S. Paulo ou Rio, em Recife ou SaUador, em Santos ou Porto Alegre,
com alguns postos avançados, separados por muitos quilômetros de barba de bo
neira dc Afonso Celso ou de Casemiro
de", em Ribeirão Preto ou Uberlândia,
dc Abreu, mas praticamente, tratando-a,
em Loncírina ou Belo Horizixnte. Urge
rccuperando-a, rcjuvenescendo-a. Já existem alguns pioneiros- de nova espé cie, que o vêm fazendo. Ao passo que
(jue êsse e.xército, um exército de técni
dendo-o, adubando-o, c nêle plantando,
muitos prosseguem — e isso tem também
não por 50 ou 100 anos, mas eterna
o seu mérito — no dcsbravamento dos
tôda a vasta região que compreende o velho Estado do Rio, o vale do Paraíba,
E então? Vamos abandonar a cafeicul-
tura ? Vamos abandonar a própria la voura de cereais ou a cotonicultura ? Ou
resólvemo-nos a fazer como se faz nos
velhos países, restaurando o solo, defenmente ?
cos, de agronomos, de lavradores escla recidos, ocupe, estável e definitivamente,'
sertões do oeste, no norte do Paraná, no
as zonas velhas da mojiana, o oeste e o"
sul do Mato Grosso, no Brasil Central,
outros preferem fazer com que a civili zação refloresça nos vcllios planaltos on de- ela já se havia estabelecido, onde ela
zais e reedificado as casas grandes e as
crarem as empresas transportadoras ou
Para os antigos romanos e para os chi neses, o solo era sagrado. Passava dos pais aos filhos, aos netos, e assim suces
sul de Minas, as planícies de Porto Fe liz, de Tietê, de Laranjal... Quando ês
os produtores.
sivamente. Sobre êie ardia eternamente
rodas dágua, os terreiros, as estradas, os
extrativos, e isso a despeito de pouco lu
As distancias se tornaram tão grandes que mesmo os produtos extrativos, como
a madeira por exemplo, na mor parte das vezes, devem ser abandonados, ou quei-
0
o
o
o fogo do sacrifício, o Deus familiar. Nêle sepultavam os seus mortos. Dele retiravam as suas colheitas.
O solo era-
Ihes alimento, tradição e religião. Me recia-lhes respeito e homenagens.
já havia construído as casas grandes, as pomares, as velhas senzalas, as antigas estradas dc ferro coleantes, em procura menos do café que da subvenção quilo métrica . . .
E.s.sa obra será, talvez, fisicamente.
se exército houver replantado os cafè
tulhas em tôda essa região e, posterior mente, nas outras zonas velhas do país, então as vanguardas, que operam no ser tão, terão pontos de apoio demográfica o econòmicamente sólidos, e não tão dis
tantes. Só então estaremos, realmente, conquistando o Brasil.
Dir.E-STo
PLANO NACIONAL DO CARVAO (Engenlicirü-'I'i--cnologisla do Dejiartauu-nliJ Nacional da l^rodu(,ão Mineral e membro do Conseilio Nacional de 1'escjuisas)
Py realmente um privilégio dirigir-me E é
também um privilégio ter recebido um convite do Centro Morais Régo. Fui amigo dès:e grande brasileiro,
desse
grande técnico e tivemos, em certo tem
Estão agora o Plano e o projeto de lei
vézes confusão em relação ao carvão
em mãos do Presidente Getiilio Vargas,
vendável, porque o nosso ccmbuslívol, depois dc e.xtraído, sofre escolha o heneficianicnlo, de modo que a uma piodu-
para uma rev isão final e o envio de Men sagem ao Congresso. Feita esta pequena
MÁIUO DA SlI.NA l'lNT()
a uma assembléia tão ilustre.
Econômico
('■oiifcrchwid pronunciiiilo mü InsiHuto dc Eti^enharhi dc São Paulo c promocido })clí> Centro "Muraiíi Hcgo" da Escoh Politécnica de São Paulo
descrição, é interessante darmos um ba
ção dc dois milhões de toneladas, vai
lanço nu situação do carvão para ver quais foram os princípios em que nos
corresponder uma quantidade vendável
baseamos para a organização desse tra
toneladas.
balho de planejamento.
produção da ordem de 600 milhõe-s tlu
A situação brasileira do carvão em
matéria dc rc.servas é a seguinte: o car vão ocorre no Brasil principalmente em
po, juntas as mesas de trabalho e dai
Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Pa
tima grande convivência; encontrei nele,
raná que são as principais regiões pro
realmente, uma poderosa inteligência e um grande talento para os problemas de . geologia, matemática e mineração. Foi uma das personalidades mais interessan
tes que conheci na minha vida. Ê, pois, realmente uma honra, repito, um privi, légio, fular numa assembléia de trabalho sob a égide de tão grande nome.
Antes de iniciar, devo também agra decer as generosas palavras do chefe dos debates, Dr. Tarcísio de Souza Santos
e de\() também uma pequena explicação à assembléia. Ainda no momento, exerço os cargos de Diretor Geral dõ Depar tamento Nacional da Produção Mineral
e de membro do Conselho de Minas, os (juais devo deixar dentro do dois dias, m.is como o convite foi recebido ainda
guando exercia essas funções, não podia me furtar ao compromisso assumido, ape sar de estar prestes a me apartar delas. A situação da indústria de carvão no
Brasil, ne.stc após-guerra, agravou-se de tal forma que foi necessário um estudo da situação em duas
Mesas Redondas
que SC realizaram no Conselho de Minas,
ivs, todos, cm suma acorreram ao cha
mado do Conscliio para debater lealincíntc, com absoluta franqueza, os gra\'es problemas da indústria carvoeira. Desses debates, que levaram quase 30 dias em Abril e Maio de 1949, surgiram 36 conclusões que realmente poderiam nortear, de ceçta forma, uma política ra cional do carvão. Infelizmente, como acontece aos resultados da maioria dos
dutoras do carvão no Brasil.
O nosso
carvão é um carvão pcrmiano, ligado a fenômenos do degelo c ã flora glossoptéris ou gangamoptéris; essa flora medrou
principalmente no Sul, era dc vegetais raquíticos e caracteriza um carvão de
cicntíficas, estas magníficas conclusões
em cerca de 500 milhões de toneladas
ficaram dormindo nas gavetas. O Minis
de carvão. Dessas reservas, 60 milhões
tro Daniel de Carvalho, num dos últimos
de toneladas estão no Rio Grande do
atos de sua gestão, propôs ao Presidente
Sul, 30 milhões no Paraná e 400 milhões
Dutra retomar a questão, designando S. Excia. um representante direto da Presi
em Santa Catarina.
dência da República para retomar as conclusões da Mesa Redonda e traçar um
diais, basta lembrar o seguinte: que a
plano nacional do carvão. Dessa missão
toneladas segundo os números aceitos
fui eu encarregado, em Junho de 1950, afastando-me durante 6 meses do cargo dc Diretor Geral, investido na função de
pelo Congresso Internacional de Geolo gia de 1913; tal reserva é, pois, cerca de
representante
a do Canadá c cerca de 2.500 vezes
em L9-Í7 e 1949. Os trabalhos de 1949
ao Presidente Enrico Dutra o resultado
ti\eram a concorrência dos técnicos de
das minlias ob.ser\'açõcs, num plano que
pontos mais distantes do País; economis[as, inincradores, compradores de carvão, ferroviários, metalurgistas, transportado-
foi depois submetido à apreciação do onde
morecíni quase que integral aprovação.
cinza.
Quadro I DISTRIBUIÇÃO DA RESERVA MUNDIAL DE CARVÃO
Estados Unidos Canadá China .\Iemanha Rússia
3.839 B T 1.234
Grã-Bretanha Austrália índia
996
477 233 190 160 70
reesrva americana é dc 4 mil bilhões de
8 mil vêzcs maior do que a do Brasil e
maior. E até a índia, que tem um car
No fim dc 6 meses, pude apresentar
Cíonselhn Nacional de Economia,
Para comparar com os recursos mun
vão semelhante ao do Brasil, possui uma reserva cerca dc 140 vezes maior do que
PRODUÇÃO MUNDIAL DE CAR\ ÃO
Estados Unidos Alemanha Grã-Bretanha
França Rússia
a do Brasil. (Quadro I). É preciso chamar a atenção da assem
bléia sobre o fato de que, quando se fala em produção de carvão no Brasil, há às
1
leira. Em relação á qualidade, sabemos que o melhor carvão brasileiro que su consegue após bcneficiamento ent Santa Catarina, apresenta ainda 16 a 17H. du
Infelizmente, a natureza não foi dadi-
vosa para com o Brasil em matéria de
dehat< s, congressos ou reuniões técnico-
República.
Os Estados Unidos têm tuna
toneladas, portanto cêrca de 400 \ôze.s mais do que a produção vendável brasi
inedíocrc ou má qualidade.
carvão, dentro do que se conhece até agora. As nossas reservas são estimadas
direto do Presidente da
da ordem de um milhão e trezentas mil
M T = 106 toneladas
B T = -Í09 toneladas
600 M T 370
250 45 122
i
Dir.E-STo
PLANO NACIONAL DO CARVAO (Engenlicirü-'I'i--cnologisla do Dejiartauu-nliJ Nacional da l^rodu(,ão Mineral e membro do Conseilio Nacional de 1'escjuisas)
Py realmente um privilégio dirigir-me E é
também um privilégio ter recebido um convite do Centro Morais Régo. Fui amigo dès:e grande brasileiro,
desse
grande técnico e tivemos, em certo tem
Estão agora o Plano e o projeto de lei
vézes confusão em relação ao carvão
em mãos do Presidente Getiilio Vargas,
vendável, porque o nosso ccmbuslívol, depois dc e.xtraído, sofre escolha o heneficianicnlo, de modo que a uma piodu-
para uma rev isão final e o envio de Men sagem ao Congresso. Feita esta pequena
MÁIUO DA SlI.NA l'lNT()
a uma assembléia tão ilustre.
Econômico
('■oiifcrchwid pronunciiiilo mü InsiHuto dc Eti^enharhi dc São Paulo c promocido })clí> Centro "Muraiíi Hcgo" da Escoh Politécnica de São Paulo
descrição, é interessante darmos um ba
ção dc dois milhões de toneladas, vai
lanço nu situação do carvão para ver quais foram os princípios em que nos
corresponder uma quantidade vendável
baseamos para a organização desse tra
toneladas.
balho de planejamento.
produção da ordem de 600 milhõe-s tlu
A situação brasileira do carvão em
matéria dc rc.servas é a seguinte: o car vão ocorre no Brasil principalmente em
po, juntas as mesas de trabalho e dai
Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Pa
tima grande convivência; encontrei nele,
raná que são as principais regiões pro
realmente, uma poderosa inteligência e um grande talento para os problemas de . geologia, matemática e mineração. Foi uma das personalidades mais interessan
tes que conheci na minha vida. Ê, pois, realmente uma honra, repito, um privi, légio, fular numa assembléia de trabalho sob a égide de tão grande nome.
Antes de iniciar, devo também agra decer as generosas palavras do chefe dos debates, Dr. Tarcísio de Souza Santos
e de\() também uma pequena explicação à assembléia. Ainda no momento, exerço os cargos de Diretor Geral dõ Depar tamento Nacional da Produção Mineral
e de membro do Conselho de Minas, os (juais devo deixar dentro do dois dias, m.is como o convite foi recebido ainda
guando exercia essas funções, não podia me furtar ao compromisso assumido, ape sar de estar prestes a me apartar delas. A situação da indústria de carvão no
Brasil, ne.stc após-guerra, agravou-se de tal forma que foi necessário um estudo da situação em duas
Mesas Redondas
que SC realizaram no Conselho de Minas,
ivs, todos, cm suma acorreram ao cha
mado do Conscliio para debater lealincíntc, com absoluta franqueza, os gra\'es problemas da indústria carvoeira. Desses debates, que levaram quase 30 dias em Abril e Maio de 1949, surgiram 36 conclusões que realmente poderiam nortear, de ceçta forma, uma política ra cional do carvão. Infelizmente, como acontece aos resultados da maioria dos
dutoras do carvão no Brasil.
O nosso
carvão é um carvão pcrmiano, ligado a fenômenos do degelo c ã flora glossoptéris ou gangamoptéris; essa flora medrou
principalmente no Sul, era dc vegetais raquíticos e caracteriza um carvão de
cicntíficas, estas magníficas conclusões
em cerca de 500 milhões de toneladas
ficaram dormindo nas gavetas. O Minis
de carvão. Dessas reservas, 60 milhões
tro Daniel de Carvalho, num dos últimos
de toneladas estão no Rio Grande do
atos de sua gestão, propôs ao Presidente
Sul, 30 milhões no Paraná e 400 milhões
Dutra retomar a questão, designando S. Excia. um representante direto da Presi
em Santa Catarina.
dência da República para retomar as conclusões da Mesa Redonda e traçar um
diais, basta lembrar o seguinte: que a
plano nacional do carvão. Dessa missão
toneladas segundo os números aceitos
fui eu encarregado, em Junho de 1950, afastando-me durante 6 meses do cargo dc Diretor Geral, investido na função de
pelo Congresso Internacional de Geolo gia de 1913; tal reserva é, pois, cerca de
representante
a do Canadá c cerca de 2.500 vezes
em L9-Í7 e 1949. Os trabalhos de 1949
ao Presidente Enrico Dutra o resultado
ti\eram a concorrência dos técnicos de
das minlias ob.ser\'açõcs, num plano que
pontos mais distantes do País; economis[as, inincradores, compradores de carvão, ferroviários, metalurgistas, transportado-
foi depois submetido à apreciação do onde
morecíni quase que integral aprovação.
cinza.
Quadro I DISTRIBUIÇÃO DA RESERVA MUNDIAL DE CARVÃO
Estados Unidos Canadá China .\Iemanha Rússia
3.839 B T 1.234
Grã-Bretanha Austrália índia
996
477 233 190 160 70
reesrva americana é dc 4 mil bilhões de
8 mil vêzcs maior do que a do Brasil e
maior. E até a índia, que tem um car
No fim dc 6 meses, pude apresentar
Cíonselhn Nacional de Economia,
Para comparar com os recursos mun
vão semelhante ao do Brasil, possui uma reserva cerca dc 140 vezes maior do que
PRODUÇÃO MUNDIAL DE CAR\ ÃO
Estados Unidos Alemanha Grã-Bretanha
França Rússia
a do Brasil. (Quadro I). É preciso chamar a atenção da assem
bléia sobre o fato de que, quando se fala em produção de carvão no Brasil, há às
1
leira. Em relação á qualidade, sabemos que o melhor carvão brasileiro que su consegue após bcneficiamento ent Santa Catarina, apresenta ainda 16 a 17H. du
Infelizmente, a natureza não foi dadi-
vosa para com o Brasil em matéria de
dehat< s, congressos ou reuniões técnico-
República.
Os Estados Unidos têm tuna
toneladas, portanto cêrca de 400 \ôze.s mais do que a produção vendável brasi
inedíocrc ou má qualidade.
carvão, dentro do que se conhece até agora. As nossas reservas são estimadas
direto do Presidente da
da ordem de um milhão e trezentas mil
M T = 106 toneladas
B T = -Í09 toneladas
600 M T 370
250 45 122
i
);iC:KST(i
Digesto
Econômico
Visitei as minas do Chiíe, de Lotta e
admitem classificação mais e.xata devido
cia <lo Xingu, uo Uio Fresco, nas fron
tencem ao Departamento .lutônonio do j
teiras (.li- Xiato Grosso com o Pará. Fo ram depósitos clc carvão mencionados
Carvão Mineral, organização estatal cria- .j da pam fornecer combustível à Viação-
pela primeira vez pelo Dr. .'\vclino Iná
Férrea.
Scliwager, onde se extrai carvão com 4 %
ao atraso cm cjuc estão ali os estudo.s
de cinza e em que se rejeitam anualmen
geológíco-cslratlgráficos.
te perto de 130 a 150 mil toneladas de carvão fino com 8 íG de cinzii, devido a
Desde que se faça prospeeção adequa da em Santa Catarina, há possibilidade dí; incorporação a essas reser\ as, das ca
lizar os primeiros estudos químicos c pe-
mimos carvão com 35% de cinza, como é o caso da Viação-Férrea do R. G. do
madas mais antigas.
mais (Ic 1.2{)() (piilòmetros de qualquer
Sul.
ladas, é. pois, repele-.se, conservadora c provisória e os trabalhos futuros podem
dificuldades de colocação; aqui consu
Esta estimativa de 500 milhões de to
neladas para o carvão dos três Estados
Sulinos, pode sofrer, na realidade, au
mentos bruscos e ponderáveis, porque tem havido, de quando em vez, incre mentos consideráveis, como é o caso do
Consórcio CADEM. que cslá terminando uma prospecção ern tôrno de São
Jerommo em Xarqueada, pela qual se verificou haver uma área de 50 quilôme
tros quadrados com uma camada carbo-
nifera de perto de dois metros de espes sura. Também no Rio Grande do Sul, em tomo de Bagé, na zona de Candiota foi feita uma prospecção pelo Departamento
Autonomo do Carvão, que revelou perto de 100 milhões de toneladas de carvão, mas, que, infelizmente, só pode ter con
sumo local, pois não só tem êle bem mais que 40% de cinzas, como não ad mite beneficiamento devido à sua cons tituição.
Assim, o número de 500 milhões de toneladas é uma estimativa conservadora, mas que já sofreu algumas modifica-
ço^ desde a época em que foi lançado. O carvão sulino ocorre no chamado
is(^a de Santa Catarina; esse sistema, estudado pelo grande White, encerra 5 camadas de carvão do chamado Condwana. As reservas mencionadas são re
ferentes especialmente às camadas Barro
Branco, única que tem significação no Rio Grande c Santa Catarina. Em al gumas minas em Santa Catarina, há cer tas camadas que alguns pensam ser a
írapiia o outros a Bonito, mas que não
A estimativa do 500 milliões de tone
realmeute aumentá-la bastante. A pers pectiva não é, porém, de (jue o aumento seja de forma a nos tornar realmente um
país carvoeiro, verdadeiramente impor tante. Além disso, as camadas de carvão
no Brasil são finas c. cm alguns casos des
contínuas, de modo que certos proble mas de mineração são aí de resolução aigo difícil.
As outras possibilidades de carvão que* podem ser apresentadas estão nas for mações de idade permocarljonifera do país. Estudos estão sendo feitos no mo mento no Piauí, cm Tcrcsina, que foram
cio de Oliveira c eni fiuc me coube rea Irográficos.
É um carvão antracitoso, a
|X>nto navegável, ma.s do qual parecem existir grandes reservas. As camadas de carvão do sul estão em
geral próximas à supcrficie, permitindo, muitas ve/.es, o trabalho em galerias do encosta e também, embora mais ramim nle, o trabalho a <'éu aberto.
No Rio Grande do Sul, na bacia do
jaeuí, elas estão mais profundas, a 130
metros de profundidade e cm Xarquea
Em Santa Catarina, a mineração é fei
ta por 24 companhias, com perto de 80 minas ou mais. Cerca de 80% do car
vão é entregue à Companhia Siderúrgica c o resto sai como carvão escolhido para venda direta. Exceção feita dos traba lhos de céu aberto e de subsolo da Com
panhia Siderúrgica Nacional, as minas de Santa Catarina trabalham, em geral, em condições deficientes de técnica.
Aléjn dis.so, certa parte das minas está KÚocada em posição desfavorável em re lação à E. F. Teresa Cristina. Algumas minas estão a 18 e 20 quilômetros da
da, as camadas estão a 300 metros de
ferrovia, que c atingida por estradas cio .
profundidade.
rodagem carroçáveis.
No Paraná preparou-se
um projeto para atingir carvão a 130 metro.s.
As condições de cobertura das
nossas minas são boas e até agora não têm elas apresentado perigo de grisu; o
A maior parte .do carvão ex-tmído em ^ Santa Catarina é depois escolhida e em seguida transportada e lavada nas insta lações da Companhia Siderúrgica Nacio nal; aí, uma tonelada fornece 230 Kg de carvão metalúrgico (com 17% de cin
racteriza as hulheiras do liemisfério nor
trabalho não é, em geral, insalubre. No Rio Grande do Sul, predominam cni quase 90 % da produção do Estado, as duas minas de Butiá e de São Jerô-
te, o carvão do Ruhi-, o da Inglaterra c
nimo, do Consórcio CADEM. As demais
de carvão vapor fino (com 27 a 28% de
o da Pciisilvània.
minar que existem na zona de Butíá per
cinza) c 330 quilos de refugo.
prov ocados jjor uma sondagem para água em que apareceram fósseis vegetais da
clianiada flora esfenoptéris; essa flora ca
O Departamento Nacional da Produ ção Mineral está continuando os estudo.s nesta zona, os quais, no momento, estão
entregues à orientação do Professor Wi-
Ihelm Kegel, da Universidade de Berlim, e ex-diretor do I/istituto CcoIógico da Prússia. A dificuldade de pesquisa ali, c que não há afloramentos. Não se pode progredir
rapidamente, nem
investir
grandes somas de dinheiro porque a re construção da.s condições paleogeográficas é lenta; é um estudo de paciência em r^ue não se pode avançar com a ra pidez desejada. Uma possibilidade de carvão no Bra
sil a salientar, é aquela do can'5o da ba-
zas); 320 quilos de carvão vapor grosso
(com 25 a 26% de cinza); 110 quilos .
Quadro II LAVAGEM DO CARVÃO DE SANTA CATARINA PELA COM PANHIA SIDERtJRGICA NACIONAL 1 Tonelada de carvão Lavador Inicial
230 320 110 10 330
kg kg kg kg l:g
Carvão Metalúrgico Carvão Vapor Grosso Carvão Vapor fino Carvão para uso local na Usina Têrmo-Elétrica Refugo Piritoso
Os tipos produzidos pela Siderúrgica são uniformes e prestam-se à utilização
,
sendo juntada essa moinha ao carvão va por grosso.
industrial, exceção feita do carvão-fino.
No Paraná, as minas da bacia do Rio
Para obviar essa forma de mercade está
do Peixe, são a Cambuí, a Rio do Peixe ...O-
);iC:KST(i
Digesto
Econômico
Visitei as minas do Chiíe, de Lotta e
admitem classificação mais e.xata devido
cia <lo Xingu, uo Uio Fresco, nas fron
tencem ao Departamento .lutônonio do j
teiras (.li- Xiato Grosso com o Pará. Fo ram depósitos clc carvão mencionados
Carvão Mineral, organização estatal cria- .j da pam fornecer combustível à Viação-
pela primeira vez pelo Dr. .'\vclino Iná
Férrea.
Scliwager, onde se extrai carvão com 4 %
ao atraso cm cjuc estão ali os estudo.s
de cinza e em que se rejeitam anualmen
geológíco-cslratlgráficos.
te perto de 130 a 150 mil toneladas de carvão fino com 8 íG de cinzii, devido a
Desde que se faça prospeeção adequa da em Santa Catarina, há possibilidade dí; incorporação a essas reser\ as, das ca
lizar os primeiros estudos químicos c pe-
mimos carvão com 35% de cinza, como é o caso da Viação-Férrea do R. G. do
madas mais antigas.
mais (Ic 1.2{)() (piilòmetros de qualquer
Sul.
ladas, é. pois, repele-.se, conservadora c provisória e os trabalhos futuros podem
dificuldades de colocação; aqui consu
Esta estimativa de 500 milhões de to
neladas para o carvão dos três Estados
Sulinos, pode sofrer, na realidade, au
mentos bruscos e ponderáveis, porque tem havido, de quando em vez, incre mentos consideráveis, como é o caso do
Consórcio CADEM. que cslá terminando uma prospecção ern tôrno de São
Jerommo em Xarqueada, pela qual se verificou haver uma área de 50 quilôme
tros quadrados com uma camada carbo-
nifera de perto de dois metros de espes sura. Também no Rio Grande do Sul, em tomo de Bagé, na zona de Candiota foi feita uma prospecção pelo Departamento
Autonomo do Carvão, que revelou perto de 100 milhões de toneladas de carvão, mas, que, infelizmente, só pode ter con
sumo local, pois não só tem êle bem mais que 40% de cinzas, como não ad mite beneficiamento devido à sua cons tituição.
Assim, o número de 500 milhões de toneladas é uma estimativa conservadora, mas que já sofreu algumas modifica-
ço^ desde a época em que foi lançado. O carvão sulino ocorre no chamado
is(^a de Santa Catarina; esse sistema, estudado pelo grande White, encerra 5 camadas de carvão do chamado Condwana. As reservas mencionadas são re
ferentes especialmente às camadas Barro
Branco, única que tem significação no Rio Grande c Santa Catarina. Em al gumas minas em Santa Catarina, há cer tas camadas que alguns pensam ser a
írapiia o outros a Bonito, mas que não
A estimativa do 500 milliões de tone
realmeute aumentá-la bastante. A pers pectiva não é, porém, de (jue o aumento seja de forma a nos tornar realmente um
país carvoeiro, verdadeiramente impor tante. Além disso, as camadas de carvão
no Brasil são finas c. cm alguns casos des
contínuas, de modo que certos proble mas de mineração são aí de resolução aigo difícil.
As outras possibilidades de carvão que* podem ser apresentadas estão nas for mações de idade permocarljonifera do país. Estudos estão sendo feitos no mo mento no Piauí, cm Tcrcsina, que foram
cio de Oliveira c eni fiuc me coube rea Irográficos.
É um carvão antracitoso, a
|X>nto navegável, ma.s do qual parecem existir grandes reservas. As camadas de carvão do sul estão em
geral próximas à supcrficie, permitindo, muitas ve/.es, o trabalho em galerias do encosta e também, embora mais ramim nle, o trabalho a <'éu aberto.
No Rio Grande do Sul, na bacia do
jaeuí, elas estão mais profundas, a 130
metros de profundidade e cm Xarquea
Em Santa Catarina, a mineração é fei
ta por 24 companhias, com perto de 80 minas ou mais. Cerca de 80% do car
vão é entregue à Companhia Siderúrgica c o resto sai como carvão escolhido para venda direta. Exceção feita dos traba lhos de céu aberto e de subsolo da Com
panhia Siderúrgica Nacional, as minas de Santa Catarina trabalham, em geral, em condições deficientes de técnica.
Aléjn dis.so, certa parte das minas está KÚocada em posição desfavorável em re lação à E. F. Teresa Cristina. Algumas minas estão a 18 e 20 quilômetros da
da, as camadas estão a 300 metros de
ferrovia, que c atingida por estradas cio .
profundidade.
rodagem carroçáveis.
No Paraná preparou-se
um projeto para atingir carvão a 130 metro.s.
As condições de cobertura das
nossas minas são boas e até agora não têm elas apresentado perigo de grisu; o
A maior parte .do carvão ex-tmído em ^ Santa Catarina é depois escolhida e em seguida transportada e lavada nas insta lações da Companhia Siderúrgica Nacio nal; aí, uma tonelada fornece 230 Kg de carvão metalúrgico (com 17% de cin
racteriza as hulheiras do liemisfério nor
trabalho não é, em geral, insalubre. No Rio Grande do Sul, predominam cni quase 90 % da produção do Estado, as duas minas de Butiá e de São Jerô-
te, o carvão do Ruhi-, o da Inglaterra c
nimo, do Consórcio CADEM. As demais
de carvão vapor fino (com 27 a 28% de
o da Pciisilvània.
minar que existem na zona de Butíá per
cinza) c 330 quilos de refugo.
prov ocados jjor uma sondagem para água em que apareceram fósseis vegetais da
clianiada flora esfenoptéris; essa flora ca
O Departamento Nacional da Produ ção Mineral está continuando os estudo.s nesta zona, os quais, no momento, estão
entregues à orientação do Professor Wi-
Ihelm Kegel, da Universidade de Berlim, e ex-diretor do I/istituto CcoIógico da Prússia. A dificuldade de pesquisa ali, c que não há afloramentos. Não se pode progredir
rapidamente, nem
investir
grandes somas de dinheiro porque a re construção da.s condições paleogeográficas é lenta; é um estudo de paciência em r^ue não se pode avançar com a ra pidez desejada. Uma possibilidade de carvão no Bra
sil a salientar, é aquela do can'5o da ba-
zas); 320 quilos de carvão vapor grosso
(com 25 a 26% de cinza); 110 quilos .
Quadro II LAVAGEM DO CARVÃO DE SANTA CATARINA PELA COM PANHIA SIDERtJRGICA NACIONAL 1 Tonelada de carvão Lavador Inicial
230 320 110 10 330
kg kg kg kg l:g
Carvão Metalúrgico Carvão Vapor Grosso Carvão Vapor fino Carvão para uso local na Usina Têrmo-Elétrica Refugo Piritoso
Os tipos produzidos pela Siderúrgica são uniformes e prestam-se à utilização
,
sendo juntada essa moinha ao carvão va por grosso.
industrial, exceção feita do carvão-fino.
No Paraná, as minas da bacia do Rio
Para obviar essa forma de mercade está
do Peixe, são a Cambuí, a Rio do Peixe ...O-
ni(.i-i.s'ií>
ir>2
c a Carbonif»'j;i Brasileira, sendo que a segunda é uma mina cativa da Estrada d<; Ferro Sorocabana.
F *;semos, agora a fazer uma análise dcj atual mecanismo do consumi).
E(:onómk:o
dial. CJoui fieito, \è-.s<-, joor c.vcniplo, o M guint<.': nos Estados Uiúdo.s, (pic c o j>.[is do motor di; esplosão o de combus l)iiiu da seguinte; forimi: carvão 40%; pe
viio foi verificar como se distribuía o
do mundo, o car\'ão contribui com 67%
con'-"umo no Brasil. As nossas indagações c<>cstam do quadro III c^ue traduz a dis
<• o óleo sòmeute com 18%. Apesar da
tribuição do carvão em 1949 e que não sil importou, de car\ão estrangeiro, cer
mento do coml)uslí\el sólido pelo combustixcl licpúdo, ainda há um lugar de destac|iu: ])ar;i o ear\'ão. Seria também
ca de 1 milhão de toneladas c está pro
interessante chamar a atenção p;ira a
se tem alterado essencialmente.
O Bra
duzindo de carvão vendável cerca de 1.400.000 toneladas. O consumo se dis
tribui essencialmente, pelos canais da
melalurgia, navegação, estradas de ferro, pio.iução de gás, usinas termo-elétricas c
indf-.strias diversas, de acordo com as se gui,ites cifras: para a siderurgia de Volta Recenda, 16%; para navegação, de 12%pari estradas de ferro, 49% (pratica mente metade); para produção de gás, 10 íí; para usinas termo-elétricas, 10%; pari indústrias diversas, 3% (produção de vapor para processamento e produção de energia em algumas poucas usinas do
Rio Grande do Sul). Essa distribuição dif(ie completamente da distribuição mundial do carvão: aquecimento doméftico, 20%; para indústrias diversas,
60 íá; para estradas de ferro, 15%; para centrais elétricas, 8 %; para mineração, para metalurgia, 16%; para produ
ção de gás, 6%. Podem ser percebidas, assim, as peculiaridades do mercado bra
sileiro em relação à média mundial.
Um outro ponto para o qual convém chamar a atenção é o seguinte: há em geral, no Brasil, uma hipertrofia de eonceiíos, desprezando-sc em demasia o
combustível solido. É c\'idente que se está assistindo a um progressivo aumen to do consumo de óleo, mas o carvão ainda tem uma grande importância mim-
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tão iiilerna, :iltam<-nte mecanizado, o eonsunio de enc-rgi;i, em 1947, se dislri-
Uma das cousas que deram mais trabalJio na org.iaizíição do Plano do Car-
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tróleo e gás 45%; lenha 9%. No resto
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energia em 1949: lenha, 67%; petróleo
33
e deri\ados, 20%; carvão nacional, 7%; carvão estrangeiro 4,.5%; outros combus
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tíveis 2 %.
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Daí a frase muito justa de
Silvio Frocs Abreu, de cpic o Brasil ain
I
da vivü a etapa da civilização da lenha. Ê o cpie mostra o Quadro IV.
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Q o
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Uma análise do quadro III mostrará tjue não c possível esperar drásticos c rápidos aumentos de consumo do com
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bustível mineral .sólido no Brasil.
p c/3
Razões de ordem técnica em face dos
;z:
<-'C|uipamentos industriais ora utilizados, indicam que não sc pode esperar um deslocamento de carvão estrangeiro supe rior a 250 mil toneladas. Cite-se, por exemplo, que em Volta Redonda os téc
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nas de gás não podem, também, devido aos aparolhanicntos que possuem, se
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adaptar ao uso de 100 % de carvão na <ü
Departamento de Iluminação a Gás per mitem prever que se chegue apenas a mistura.s de 2 partes de carvão estran
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Rio Grande do Sul). Essa distribuição dif(ie completamente da distribuição mundial do carvão: aquecimento doméftico, 20%; para indústrias diversas,
60 íá; para estradas de ferro, 15%; para centrais elétricas, 8 %; para mineração, para metalurgia, 16%; para produ
ção de gás, 6%. Podem ser percebidas, assim, as peculiaridades do mercado bra
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154
Econômico
155
Econômico
éle ri-pre.seiilou alé agora um castigo ao
Quadro A-'
c on.sumidor. CONSUMO MUNDIAL DE ENERGIA 1
1913
1929
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1935
1944
,
1949, 1 milhão de K-calorias custaria ao
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industrial que consumisse óleo combuST
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CONSUMO DE ENERGIA EM 1947
Outros Países
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Petróleo-Gás
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Energia hidráulica e lenha
tí\t'l, 40 cruzeiros; ao .que consumisse
diferentes etapas dessa indústria. No grá
consumisse carvão nacional, 66 cruzeiros.
fico I figuram perfis do carvão do Rio Negro, do car\ão de São Jerônimo, do
Acresce u isso que quanto ao rendimento térmico, o aproveitamento do carvão na cional é muito menor do que o dc óleo ou de carvão estrangeiro. Daí essas lu
67 %
45 %
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1 9 %
15 %
um
vão do Paraná há, ainda, menos homo
geneidade na forma ção do que nós carvões do Rio Grande
paz todo inundo se
do Sul e Santa Ca
esquece dos tempos perigosos. Ninguém quer pagar pelo car
de do Sul, quase o
tarina.
No Rio Grande do
Sul, o rendimento do trabalho de sub solo é de uma tone
lada por homem-dia.
dôbro do que deveria pagar, se a indús
Petróleo e Derivados Carvão Nacional
| [
Carvão Estrangeiro
!
Outros Combustíveis ...
:
as estradas de ferro não po-
dem substituir o carvão estrangeiro pc-
Io nacional, nos trechos de tráfego peP; sado, que necessitem de uma grande taxa de vaporização; em tais Estradas, há,
até, a tendência violenta para o emprcf'-
go das Diesel-elétricas. Todo esse con
junto de circunstâncias mostra que não
67.0 %
20.0 % 7.0 % 4.5 % 2.0 %
ro branco". No car
seguro
SETOR COMBUSTÍVEL
I
vel das camadas serem separadas por uma parte c.stéril que se chama "bar
contra a guerra c na
DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL
Vê-se, para
êste último, que há aí o fato desagradá
encarado, até hoje,
vão nacional, como no caso da ViaçãoEérrca do Rio Gran
Lenha
carvão de Santa Catarina.
o carvão tem .sido como
46 %
Procedamos agora, a uma análise das
carvão estrangeiro, 45 cruzeiros e ao que
tas a que se assiste entre consumidores f produtores. Ê que
1
EE. ÜU.
Carvões
O (juadro V apresenta uma compara ção entre os preços dc I milhão de Kcalorias para os vário.s combustíveis. Em
tccnico-económicos justifica o ditado. "Casa onde não tem pão, todo mundo grita e ninguém tem razão". Foi esse caos econômico que levou o Governo a mandar estudar o caso, paru tentar darlhe solução, que parece existir, felizmen te, simples e racional.
tria se tivesse organizado. Verifica-se
até que a fonte do déficit da ViaçãoFérrea provém e.vatamente do alto pre ço do carvão rio-grandense. O que fazem então os consumidores do car\'ão nacional? Consomem o carvão
c não o pagam, ou quando o fazem, é com prolongados atrasados. A situação é de tal ordem que os produtores de carvão chegam, por vezes, a ter em mãos das autarquias mais- de 150 mi
se pode esperar uma substituição que seja aceita de bom grado, mesmo que os
lhões dc cruzeiros.
preços venham a ser comparáveis, aci
lativamentc pobre, não se pode transfor
ma de 250 mil toneladas de carvão im
Uma indústria i'e-
Se levarmos em conta o trabalho de su
perfície, esse rendimento baixa para per to dc 650 quilos por homem-dia. Em Santa Catarina, os números são
mais bai.xos ainda, como é óbvio, em fa
ce da de.scontinuidade e menor espes sura das camadas. E ainda se conside rarmos que o rendimento deve ser ex presso sobre a produção de carvão ven dável, c se levarmos em conta o traba lho despendido no beneficiamento dêsse carvão, iremos \-er que êsses números
vão ser da ordem de 450 quilos por ho mem-dia ou talvez ainda menos cerca
mar em financiadora do próprio Gover
de 350 a 400 Kg.
portado.
no c das próprias autarquias e não deve
Além disso, u preço do car\'ãü nacio nal, devido à completa desorganização do sistema produtor, é de tal ordem, que
continuar nessa situação.
A produtividade média americana é da ordem de 6 toneladas, isto é, de 10 a 15 \'êzes mais; o niimero inglês é da
Todo esse
conjunto de circun.stàncias e de erros
I
^
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Econômico
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Petróleo e Gá.s natural
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Energia hidráulica incluindo lenhal
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CONSUMO DE ENERGIA EM 1947
Outros Países
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Petróleo-Gás
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Energia hidráulica e lenha
tí\t'l, 40 cruzeiros; ao .que consumisse
diferentes etapas dessa indústria. No grá
consumisse carvão nacional, 66 cruzeiros.
fico I figuram perfis do carvão do Rio Negro, do car\ão de São Jerônimo, do
Acresce u isso que quanto ao rendimento térmico, o aproveitamento do carvão na cional é muito menor do que o dc óleo ou de carvão estrangeiro. Daí essas lu
67 %
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vão do Paraná há, ainda, menos homo
geneidade na forma ção do que nós carvões do Rio Grande
paz todo inundo se
do Sul e Santa Ca
esquece dos tempos perigosos. Ninguém quer pagar pelo car
de do Sul, quase o
tarina.
No Rio Grande do
Sul, o rendimento do trabalho de sub solo é de uma tone
lada por homem-dia.
dôbro do que deveria pagar, se a indús
Petróleo e Derivados Carvão Nacional
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Carvão Estrangeiro
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Outros Combustíveis ...
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dem substituir o carvão estrangeiro pc-
Io nacional, nos trechos de tráfego peP; sado, que necessitem de uma grande taxa de vaporização; em tais Estradas, há,
até, a tendência violenta para o emprcf'-
go das Diesel-elétricas. Todo esse con
junto de circunstâncias mostra que não
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20.0 % 7.0 % 4.5 % 2.0 %
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DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL
Vê-se, para
êste último, que há aí o fato desagradá
encarado, até hoje,
vão nacional, como no caso da ViaçãoEérrca do Rio Gran
Lenha
carvão de Santa Catarina.
o carvão tem .sido como
46 %
Procedamos agora, a uma análise das
carvão estrangeiro, 45 cruzeiros e ao que
tas a que se assiste entre consumidores f produtores. Ê que
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Carvões
O (juadro V apresenta uma compara ção entre os preços dc I milhão de Kcalorias para os vário.s combustíveis. Em
tccnico-económicos justifica o ditado. "Casa onde não tem pão, todo mundo grita e ninguém tem razão". Foi esse caos econômico que levou o Governo a mandar estudar o caso, paru tentar darlhe solução, que parece existir, felizmen te, simples e racional.
tria se tivesse organizado. Verifica-se
até que a fonte do déficit da ViaçãoFérrea provém e.vatamente do alto pre ço do carvão rio-grandense. O que fazem então os consumidores do car\'ão nacional? Consomem o carvão
c não o pagam, ou quando o fazem, é com prolongados atrasados. A situação é de tal ordem que os produtores de carvão chegam, por vezes, a ter em mãos das autarquias mais- de 150 mi
se pode esperar uma substituição que seja aceita de bom grado, mesmo que os
lhões dc cruzeiros.
preços venham a ser comparáveis, aci
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Uma indústria i'e-
Se levarmos em conta o trabalho de su
perfície, esse rendimento baixa para per to dc 650 quilos por homem-dia. Em Santa Catarina, os números são
mais bai.xos ainda, como é óbvio, em fa
ce da de.scontinuidade e menor espes sura das camadas. E ainda se conside rarmos que o rendimento deve ser ex presso sobre a produção de carvão ven dável, c se levarmos em conta o traba lho despendido no beneficiamento dêsse carvão, iremos \-er que êsses números
vão ser da ordem de 450 quilos por ho mem-dia ou talvez ainda menos cerca
mar em financiadora do próprio Gover
de 350 a 400 Kg.
portado.
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Além disso, u preço do car\'ãü nacio nal, devido à completa desorganização do sistema produtor, é de tal ordem, que
continuar nessa situação.
A produtividade média americana é da ordem de 6 toneladas, isto é, de 10 a 15 \'êzes mais; o niimero inglês é da
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Quadro V
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157
Econômico
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Em 1949
Com o avanço da
técnica apareceram, principalmente de
Cr$/ Kc X 106
pois da guerra, ferramentas especiais a
carbureto do tungslònio, de tal forma du Ólei) Combustível
CrS 40,00
ras e tenazes que podem cortar o carvão
Cai\'ão Estrangeiro
CrS 45.00
brasileiro sem desgaste apreciável. Koi o (pie eomprcenderam muito bem
Carvão nacional
CrS 66.00
Irès companhias brasileiras, que ti\'cram
espirito técnico e dc pionoirismo. Estas companhias (no Rio Grande do Sul, o PREÇOS INTERNOS DE COMIU^STÍVEIS
Consórcio CADEM c cm Santa Catarina,
1949
a Companhia Siderúrgica Nacional e a Mineração Geral do Brasil) foram tòclas
(Orientadas por três engenheiros dc mi Ólei) Combustível
P.C:. 10 000 cal
nas:
Cr$ 360,00:
P.C.
8 000 cal
CADEM), Sebastião Toledo Santos (da Siderúrgica) e Estêvão Pinto (da Mine
CrS 430,00;
P.C.
6 000 cal
Cr§ 400,00;
Carvão Estrangeiro
Fernando
Lacourt
(Consórcio
ração Geral do Brasil). As administra Carvão nacional
ordem
de I tonelada c meia, mas há
rninns nos E.stado.s Unidos cm que a produtbidadc unitária é de 2 a 3 vezes
maior que a média geral do paí.s, de 6 t/
1
mento mecânico adequado para o des monte subterrâneo.
O desmonte do carvão se faz nus mi
ções dessas companhias, através dos seus dirigentes especializados, Drs. Roberto Jafet, Elias Amaral Souza e Coronel Pin to da Veiga, encarregaram aqueles enge nheiros de experimentar, investigar e \'erificar o desgaste dos "bits", para ver se
nas do alto rendimento, provocando, cm
essas cortadeiras poderiam ser adaptadas ao desmonte do nosso carvão; os resul
Por aí .se \ è que deve liaver uma grande possibilidade de aumento no rendim<;nto da mineração de earvão bra.si-
geral, uma solução do continuidade na camada. Em Santa Catarina esse rasgo se faz cm geral, à picareta, o mais re centemente, a ar comprimido, enquanto
leiro. E pode-se, também, perguntar cm
o minerador americano iitilizii uma cor-
te.se contrária: há alguma dificuldade es-
tadcira elétrica. Essas cortadeiras já
pecjflca que, tenha impedido até hoje a mincradores l)rasilciros apre.sentarem um rencimento semelhante ou aproximado à
eram conhecidas dos industriais brasilei
miniTaçáo americana ou mesmo euro
Lago experimentou-as e, em 1928, Luís
a ar comprimido, levaria pelo monos dc
Bctim Pais Leme tentou o mesmo nas
minas de S. Jerônimo, no Rio Grande do
3 a 4 dias. Não se trata, frisa-sc, dêsses modernos métodos revolucionários dc
Sul, infelizmente com absoluto insucesso.
miixcração contínua
Iiom(!m-dia.
péia ■ — Se nao houver motivo, estar-seá diante, mais tima vez na decantada ín(;a[>acidade do brasileiro ? Não.
O mnti\'o não c intrínseco ao
produtor brasileiro, mas proveio das dificultlades oferecidas pelo nosso carvão, que ó lun material duro e piritoso c pa ra o qual não lia\ía, até agora, equipa
ros, que tentaram utilizá-las; com efeito, <'m 1916, cm Santa Catarina, Henrique
A cortadeira é um tipo do serra circu lar com dentes (pie seecionam o carvão,
mas o eoinbustí\cl brasileiro dcsga.stava os deulos ou "bits" das cortadeiras de tal
forma que mal tralralha\'am elas umas
:jíÊâ
tados ato agora obtidos s5o absolutamen te satisfatórios. Vi experiências de cor te no carvão \iacional, fazendo uma "ra fa", que é o rasgo horizontal, iniciante
do desmonte de 12 metros por 1,70 de profundidade, em cerca de 25 minutos. Isso é trabalho que, à picai"eta, levaria 1 mês e se fosse feito com as cortadeiras
("continuous mi-
ning") o sim de cortadeiras elétricas,
eoin eniêneia de obter o mesmo sem dís-
pêndio de divisa.s, pois temos as maté rias-primas para sua fabricação, apelei para o I.P.T., para a sua Divisão de Metalurgia, para estudar a questão dc
seu preparo no Brasil. Tudo faz crer que. com o advento e emprego dessas cortadeiras, o rendimento passe a ser da ordem dc 2 a 3 toneladas ou taU ez mais.
Cabe, agora, an;ilisar o sistema de transporte.
Em Santa Catarina, a E. F. Teresa Cri.stina leva o carcão bruto a Tubarão, onde é beneficiado c depois a Imbitu-
ba ou Laguna, onde é embarcado. Ê um transporte razoável, mas que sofre um primeiro obstáculo e que é o se^inte: essa estrada tem porto de 700 vagões de carga. Como os dois pontos intermediá rios quase não têm pátio a silos para ar mazenamento, nem o fluxo de navegação é constante, acontece o seguinte: coM-
tantemente perto de 550 de seus vagões
ficam imobilizados, utilizados como si los. Há momentos, até, como aconteceu
cm 1950, em que só estão trafegando 50 vagões.
Nos dois portos de Laguna e de Imbituba, o Go\êino Federal já despendeu cêrcà dc 150 milhões de cruzeiros e nau SC conseguiu até hoje garantir acesso, em
Laguna, a navios com calado de maLs,
cie 4 metros e pouco.
Laguna é iim
pôito que tabez em breve figure nos compêndios, a exemplo do de Ceará, co mo um exemplo de rebelião da natureza ás previsões dos engenheiros hidráulicos. Por outro lado, o pôrto de Imbituba é um pòvlo do mar aberto, traiçoeiro, em
cpic não podem atracar navios dc calado superior a 6 metros.
30 ou 40 anos e que só agora se podem aplicar no Brasil com o aparecimento
Com certo pitoresco dizia alguém que, em Santa Catarina, o transporte de carvão c feito quase que cm chávcna
desse moderno ferramental a carbureto
de chá.
que já existem na indústria há mais dc
do timgstênio já referido. Em face da
Saindo dc Laguna ou Imbituba esse
Di(;i:si() l\(:c>NÓMtro
]ÕG
Quadro V
Dic.i;si(i
157
Econômico
puiieas lioras; apesar do einprègo de aço extvaduro, houve impossibilidade de uti
l'HEÇOS UXITÁHIOS DE COMlJL-STÍ\ EIS \() BHASII.
lizar o ferramental.
Em 1949
Com o avanço da
técnica apareceram, principalmente de
Cr$/ Kc X 106
pois da guerra, ferramentas especiais a
carbureto do tungslònio, de tal forma du Ólei) Combustível
CrS 40,00
ras e tenazes que podem cortar o carvão
Cai\'ão Estrangeiro
CrS 45.00
brasileiro sem desgaste apreciável. Koi o (pie eomprcenderam muito bem
Carvão nacional
CrS 66.00
Irès companhias brasileiras, que ti\'cram
espirito técnico e dc pionoirismo. Estas companhias (no Rio Grande do Sul, o PREÇOS INTERNOS DE COMIU^STÍVEIS
Consórcio CADEM c cm Santa Catarina,
1949
a Companhia Siderúrgica Nacional e a Mineração Geral do Brasil) foram tòclas
(Orientadas por três engenheiros dc mi Ólei) Combustível
P.C:. 10 000 cal
nas:
Cr$ 360,00:
P.C.
8 000 cal
CADEM), Sebastião Toledo Santos (da Siderúrgica) e Estêvão Pinto (da Mine
CrS 430,00;
P.C.
6 000 cal
Cr§ 400,00;
Carvão Estrangeiro
Fernando
Lacourt
(Consórcio
ração Geral do Brasil). As administra Carvão nacional
ordem
de I tonelada c meia, mas há
rninns nos E.stado.s Unidos cm que a produtbidadc unitária é de 2 a 3 vezes
maior que a média geral do paí.s, de 6 t/
1
mento mecânico adequado para o des monte subterrâneo.
O desmonte do carvão se faz nus mi
ções dessas companhias, através dos seus dirigentes especializados, Drs. Roberto Jafet, Elias Amaral Souza e Coronel Pin to da Veiga, encarregaram aqueles enge nheiros de experimentar, investigar e \'erificar o desgaste dos "bits", para ver se
nas do alto rendimento, provocando, cm
essas cortadeiras poderiam ser adaptadas ao desmonte do nosso carvão; os resul
Por aí .se \ è que deve liaver uma grande possibilidade de aumento no rendim<;nto da mineração de earvão bra.si-
geral, uma solução do continuidade na camada. Em Santa Catarina esse rasgo se faz cm geral, à picareta, o mais re centemente, a ar comprimido, enquanto
leiro. E pode-se, também, perguntar cm
o minerador americano iitilizii uma cor-
te.se contrária: há alguma dificuldade es-
tadcira elétrica. Essas cortadeiras já
pecjflca que, tenha impedido até hoje a mincradores l)rasilciros apre.sentarem um rencimento semelhante ou aproximado à
eram conhecidas dos industriais brasilei
miniTaçáo americana ou mesmo euro
Lago experimentou-as e, em 1928, Luís
a ar comprimido, levaria pelo monos dc
Bctim Pais Leme tentou o mesmo nas
minas de S. Jerônimo, no Rio Grande do
3 a 4 dias. Não se trata, frisa-sc, dêsses modernos métodos revolucionários dc
Sul, infelizmente com absoluto insucesso.
miixcração contínua
Iiom(!m-dia.
péia ■ — Se nao houver motivo, estar-seá diante, mais tima vez na decantada ín(;a[>acidade do brasileiro ? Não.
O mnti\'o não c intrínseco ao
produtor brasileiro, mas proveio das dificultlades oferecidas pelo nosso carvão, que ó lun material duro e piritoso c pa ra o qual não lia\ía, até agora, equipa
ros, que tentaram utilizá-las; com efeito, <'m 1916, cm Santa Catarina, Henrique
A cortadeira é um tipo do serra circu lar com dentes (pie seecionam o carvão,
mas o eoinbustí\cl brasileiro dcsga.stava os deulos ou "bits" das cortadeiras de tal
forma que mal tralralha\'am elas umas
:jíÊâ
tados ato agora obtidos s5o absolutamen te satisfatórios. Vi experiências de cor te no carvão \iacional, fazendo uma "ra fa", que é o rasgo horizontal, iniciante
do desmonte de 12 metros por 1,70 de profundidade, em cerca de 25 minutos. Isso é trabalho que, à picai"eta, levaria 1 mês e se fosse feito com as cortadeiras
("continuous mi-
ning") o sim de cortadeiras elétricas,
eoin eniêneia de obter o mesmo sem dís-
pêndio de divisa.s, pois temos as maté rias-primas para sua fabricação, apelei para o I.P.T., para a sua Divisão de Metalurgia, para estudar a questão dc
seu preparo no Brasil. Tudo faz crer que. com o advento e emprego dessas cortadeiras, o rendimento passe a ser da ordem dc 2 a 3 toneladas ou taU ez mais.
Cabe, agora, an;ilisar o sistema de transporte.
Em Santa Catarina, a E. F. Teresa Cri.stina leva o carcão bruto a Tubarão, onde é beneficiado c depois a Imbitu-
ba ou Laguna, onde é embarcado. Ê um transporte razoável, mas que sofre um primeiro obstáculo e que é o se^inte: essa estrada tem porto de 700 vagões de carga. Como os dois pontos intermediá rios quase não têm pátio a silos para ar mazenamento, nem o fluxo de navegação é constante, acontece o seguinte: coM-
tantemente perto de 550 de seus vagões
ficam imobilizados, utilizados como si los. Há momentos, até, como aconteceu
cm 1950, em que só estão trafegando 50 vagões.
Nos dois portos de Laguna e de Imbituba, o Go\êino Federal já despendeu cêrcà dc 150 milhões de cruzeiros e nau SC conseguiu até hoje garantir acesso, em
Laguna, a navios com calado de maLs,
cie 4 metros e pouco.
Laguna é iim
pôito que tabez em breve figure nos compêndios, a exemplo do de Ceará, co mo um exemplo de rebelião da natureza ás previsões dos engenheiros hidráulicos. Por outro lado, o pôrto de Imbituba é um pòvlo do mar aberto, traiçoeiro, em
cpic não podem atracar navios dc calado superior a 6 metros.
30 ou 40 anos e que só agora se podem aplicar no Brasil com o aparecimento
Com certo pitoresco dizia alguém que, em Santa Catarina, o transporte de carvão c feito quase que cm chávcna
desse moderno ferramental a carbureto
de chá.
que já existem na indústria há mais dc
do timgstênio já referido. Em face da
Saindo dc Laguna ou Imbituba esse
DicESTo
carvão vai para o Hío de Janeiro e ai. em geral, é vitima de outro congestiona mento. Não se conseguiu durante mui to tempo que a Estrada de Ferro Central
o batclão c \ cm o outro. Acontece o .se
guinte: com tráfego fliis ial tão de.sordcnadu, as larifa.s coliradas pelo Consórcio
transporte da retirada do car\'ão do cais
CADE.M são deficitárias e a Empresa, p.iiM combater cs.sc prejuízo dc alguma forma, descarrega-o no cur\ão que é
para o interior. Resultado; os navios fi
icrnccido à \'iação-Férrea. Não temos
cam nuiis de 40 dias no porto, aguardan do vaga ou ocasião propicia. Quando um
r;'ceio cm afirm.ir (jnc o carvão trans portado por \ia flinial dá prejuízo di
navio esta\'a prestes a descarregar, ora não havia espaço, ora outro navio tinha
reto da ordem dc 30 a 40 cruzeiros por
do Brasil assegurasse a regularidade de
que sair para o outro atracar devido à impossibilidade de misturar carvões de vários tipos o consignatários. Resultado:
o frete de 140 a 150 cruzeiros, de Imhi-
tuba ao Rio do Janeiro, que daria para enriquecer qualquer armador, passou até
tonelada, que é rociijx-iado na contabi lidade geral. Acontece ainda o seguinte nosso se
Econômico
lhante ao
mencionado.
159
Êstes dados
constam dc documentos oficiais apresen tados ao Conselho dc Minas.
Êsse car\-ão lavador suporta depois 10 cruzeiros dc frete das minas até Tuba
rão, onde se apuram só 2/3 e 1/3 é re-
fugo. O preço passa, pois, a 240 cruzei ros. O custo de lavagem pròpriamente
dito orça em 20 a 25 cruzeiros; há de pois o frete de Tubarão até um dos por tos, que ó dc mais 10 cruzeiros. Já es tamos aí cm 275 cruzeiros; com as taxas
tor: a eslradinlia de ferro federal que ali
portuárias atinge-se a 295 cruzeiros, aos
e-asLe e transporta o carvão dc Butiá e
quais SC somam 150 cruzeiros de frete.
Lc.io, a Estrada de Ferro Jacuí, é admi nistrada pela Víação-FiTrca c apresenta
Daí surge o preço de 440 cruzeiros CIF
dc cruzeiros. Tal déficit é pago pela
Rio dc Janeiro ou Santos. Como se pode remediar êsse alto ní vel de preço do carvão nacional e bai
pesa de um navio parado dos tipos usa União c como o transporte é de cerca de dos e de quase 10 mil cruzeiros por dia. 300 mi! toneladas, resulta que há uma
dos próprios elementos fornecidos pelos
a causar prejuízo. Os navios em vez de
fazerem 2 viagens e meia cada mês co mo programado, mal faziam loa des
No Rio Grande do Sul, a situação não e nada satisfatória. O carvão produzido na zona de Butia e de S. Jerônimo é le vado por duas cstradinhas de ferro da or-
dern de 30 quilômetros, que apresentam as condições as mais precárias possíveis. Chegando o carvão da zona de Butíá ao
pôrto fluvial do Conde, uma parte é des carregada nas chatas e outra parte atra
um déficit anual da ordem de 7 milhões
subvenção indireta, não prevista pelo le
xá-lo con\'enientemente ? Com o auxílio
A análise é, pois, que a produção é cara, o transporte é caro e a colocação defeituosa. atual.
Êste é o resumo da situação
O que se deve fazer para sair dessas dificuldades ? A Mesa Redonda do Car
vão, em 1949, assentou algumas diretri
zes, entre as quais a necessidade de man ter a indústria em atividade e de que o carvão nacional não deve ser consumido
alem de Vitória, último pôrto a que deve ser levado.
As economias previstas na mineração,
segundo os estudos feitos independen temente pela Mineração Geral do Bra sil, Siderúrgica Nacional e Consórcio CADEM, mostram que, com a mecani
zação, o custo do carvão não ultrapas sará 100 cruzeiros.
A Marinha Mercante, no seu estudo,
gislador federal, da ordem dc 20 a 25 cruzeiros por tonelada de carvão escoa
mincradorcs verifica-se, felizmente, que há tal possibilidade. A análise da situa
verificou que o custo do transporte en
ção da venda é interessante:
tre Imbituba e Rio, se for feito em 30
do pulo porto de Conde.
nacional é considerado de tal forma um
riagens redondas por ano, em navios
ônus, que há muitos consumidores que
apropriados de 10.000 toneladas, pode
Estudemos, agora, a composição de
o carvão
não SC incomodam em receber um car
baixar de 150 cruzeiros para 45 cru
tível produzido em Santa Catarina é en
vão heterogêneo ou de péssima qualida
zeiros.
tregue á Siderúrgica a 150 cruzeiros por
de e o compram de mineradores inescni-
preços do carvão brasileiro. O combus
dizer que e.ssc preço é considerado por
pulosos com 40 ou 50% de cinzas. Há pouco tempo, tivemos ocasião de mandar analisar estoques de mineradores de San ta Catarina e verificamos que a média
uma grande parte da indústria dc Santa
de seu carvão escolhido não era nem a
tonelada. Para se ver como a indústria
Para o cálculo do custo do carvão de
Santa Catarina os elementos seriam, en
tão, os seguintes: caivão bruto — lOQ cruzeiros; transporte até Tubarão — 10
vessa o rio no cabo aéreo, até a estação do Silo, onde ganha a Viação-Férrea. O carvão da zona de S. Jerônimo vai cm
car\oeira está desorganizada e ainda não
Catarina como injusto o insuficiente- no
do carvão lavador, pois apresentava mais
frete marítimo — 45 cnizeiros. O total
te para Pôrto Alegre e outra para a La
entanto, uma organização particular, tra
seria de 246 cruzeiros, enquanto o preço
balhando pelos mesmos processos, con
dc 40% dc cinzas; no entanto, emprêsas de serviços públicos não diferenciam en
segue produzir carvão igual, a 100 cru
tre o produto beneficiado, o bruto ou o
estrada de ferro até o pôrto de Xarqueada, desce pela via fluvial, indo uma par
goa dos Patos, em busca de Rio Grande e Pelotas.
Infelizmente, em nenhum desses pon tos mencionados há regularidade nos transportes e nem elasticidade nos nós c
entroncamentos. Qiega uma composi ção com um carvão de determinado tipo e a chata que está encostada está car
regada com outro. Desatraca-se, então.
possui uma mentalidade técnica, basta
zeiros por tonelada. Uma série grande
de simples escolha. É que se considera
de industriais deseja que suas minera
o carvão nacional um ônus tão grave e
ções sejam consideradas como uma in
injusto que por um pouco mais ou um
cruzeiros; recuperação de 2/3; lavagem — 25 cruzeiros; embarque — 20 cruzeiros; atual varia de 430 a 490 cruzeiros.
Ês.ses dados, repete-se, provêm de de clarações das companhias mineradoras que estão fazendo as experiências de me
pouco menos, ninguém se incomoda com
canização, dos técnicos do Departamento
desse
ele, porque geralmente não se paga o
de Portos e dos da Marinha Mercante.
modo, não procuraram aparelhar e não
fornecimento feito, a não ser com exces siva demora... Tal mentalidade deve
dústria essencial, de caráter patriótico cm que o custo pouco importe:
puderam ou não quiseram se preparar para produzir o carvão por preço seme-
desaparecer, em benefício conjunto do produtor c do consumidor.
São dados, portanto, em que cada espe cialista, cada entidade, foi responsável pelo seu próprio setor. O quadro VI re-
sume os valores e custos.
DicESTo
carvão vai para o Hío de Janeiro e ai. em geral, é vitima de outro congestiona mento. Não se conseguiu durante mui to tempo que a Estrada de Ferro Central
o batclão c \ cm o outro. Acontece o .se
guinte: com tráfego fliis ial tão de.sordcnadu, as larifa.s coliradas pelo Consórcio
transporte da retirada do car\'ão do cais
CADE.M são deficitárias e a Empresa, p.iiM combater cs.sc prejuízo dc alguma forma, descarrega-o no cur\ão que é
para o interior. Resultado; os navios fi
icrnccido à \'iação-Férrea. Não temos
cam nuiis de 40 dias no porto, aguardan do vaga ou ocasião propicia. Quando um
r;'ceio cm afirm.ir (jnc o carvão trans portado por \ia flinial dá prejuízo di
navio esta\'a prestes a descarregar, ora não havia espaço, ora outro navio tinha
reto da ordem dc 30 a 40 cruzeiros por
do Brasil assegurasse a regularidade de
que sair para o outro atracar devido à impossibilidade de misturar carvões de vários tipos o consignatários. Resultado:
o frete de 140 a 150 cruzeiros, de Imhi-
tuba ao Rio do Janeiro, que daria para enriquecer qualquer armador, passou até
tonelada, que é rociijx-iado na contabi lidade geral. Acontece ainda o seguinte nosso se
Econômico
lhante ao
mencionado.
159
Êstes dados
constam dc documentos oficiais apresen tados ao Conselho dc Minas.
Êsse car\-ão lavador suporta depois 10 cruzeiros dc frete das minas até Tuba
rão, onde se apuram só 2/3 e 1/3 é re-
fugo. O preço passa, pois, a 240 cruzei ros. O custo de lavagem pròpriamente
dito orça em 20 a 25 cruzeiros; há de pois o frete de Tubarão até um dos por tos, que ó dc mais 10 cruzeiros. Já es tamos aí cm 275 cruzeiros; com as taxas
tor: a eslradinlia de ferro federal que ali
portuárias atinge-se a 295 cruzeiros, aos
e-asLe e transporta o carvão dc Butiá e
quais SC somam 150 cruzeiros de frete.
Lc.io, a Estrada de Ferro Jacuí, é admi nistrada pela Víação-FiTrca c apresenta
Daí surge o preço de 440 cruzeiros CIF
dc cruzeiros. Tal déficit é pago pela
Rio dc Janeiro ou Santos. Como se pode remediar êsse alto ní vel de preço do carvão nacional e bai
pesa de um navio parado dos tipos usa União c como o transporte é de cerca de dos e de quase 10 mil cruzeiros por dia. 300 mi! toneladas, resulta que há uma
dos próprios elementos fornecidos pelos
a causar prejuízo. Os navios em vez de
fazerem 2 viagens e meia cada mês co mo programado, mal faziam loa des
No Rio Grande do Sul, a situação não e nada satisfatória. O carvão produzido na zona de Butia e de S. Jerônimo é le vado por duas cstradinhas de ferro da or-
dern de 30 quilômetros, que apresentam as condições as mais precárias possíveis. Chegando o carvão da zona de Butíá ao
pôrto fluvial do Conde, uma parte é des carregada nas chatas e outra parte atra
um déficit anual da ordem de 7 milhões
subvenção indireta, não prevista pelo le
xá-lo con\'enientemente ? Com o auxílio
A análise é, pois, que a produção é cara, o transporte é caro e a colocação defeituosa. atual.
Êste é o resumo da situação
O que se deve fazer para sair dessas dificuldades ? A Mesa Redonda do Car
vão, em 1949, assentou algumas diretri
zes, entre as quais a necessidade de man ter a indústria em atividade e de que o carvão nacional não deve ser consumido
alem de Vitória, último pôrto a que deve ser levado.
As economias previstas na mineração,
segundo os estudos feitos independen temente pela Mineração Geral do Bra sil, Siderúrgica Nacional e Consórcio CADEM, mostram que, com a mecani
zação, o custo do carvão não ultrapas sará 100 cruzeiros.
A Marinha Mercante, no seu estudo,
gislador federal, da ordem dc 20 a 25 cruzeiros por tonelada de carvão escoa
mincradorcs verifica-se, felizmente, que há tal possibilidade. A análise da situa
verificou que o custo do transporte en
ção da venda é interessante:
tre Imbituba e Rio, se for feito em 30
do pulo porto de Conde.
nacional é considerado de tal forma um
riagens redondas por ano, em navios
ônus, que há muitos consumidores que
apropriados de 10.000 toneladas, pode
Estudemos, agora, a composição de
o carvão
não SC incomodam em receber um car
baixar de 150 cruzeiros para 45 cru
tível produzido em Santa Catarina é en
vão heterogêneo ou de péssima qualida
zeiros.
tregue á Siderúrgica a 150 cruzeiros por
de e o compram de mineradores inescni-
preços do carvão brasileiro. O combus
dizer que e.ssc preço é considerado por
pulosos com 40 ou 50% de cinzas. Há pouco tempo, tivemos ocasião de mandar analisar estoques de mineradores de San ta Catarina e verificamos que a média
uma grande parte da indústria dc Santa
de seu carvão escolhido não era nem a
tonelada. Para se ver como a indústria
Para o cálculo do custo do carvão de
Santa Catarina os elementos seriam, en
tão, os seguintes: caivão bruto — lOQ cruzeiros; transporte até Tubarão — 10
vessa o rio no cabo aéreo, até a estação do Silo, onde ganha a Viação-Férrea. O carvão da zona de S. Jerônimo vai cm
car\oeira está desorganizada e ainda não
Catarina como injusto o insuficiente- no
do carvão lavador, pois apresentava mais
frete marítimo — 45 cnizeiros. O total
te para Pôrto Alegre e outra para a La
entanto, uma organização particular, tra
seria de 246 cruzeiros, enquanto o preço
balhando pelos mesmos processos, con
dc 40% dc cinzas; no entanto, emprêsas de serviços públicos não diferenciam en
segue produzir carvão igual, a 100 cru
tre o produto beneficiado, o bruto ou o
estrada de ferro até o pôrto de Xarqueada, desce pela via fluvial, indo uma par
goa dos Patos, em busca de Rio Grande e Pelotas.
Infelizmente, em nenhum desses pon tos mencionados há regularidade nos transportes e nem elasticidade nos nós c
entroncamentos. Qiega uma composi ção com um carvão de determinado tipo e a chata que está encostada está car
regada com outro. Desatraca-se, então.
possui uma mentalidade técnica, basta
zeiros por tonelada. Uma série grande
de simples escolha. É que se considera
de industriais deseja que suas minera
o carvão nacional um ônus tão grave e
ções sejam consideradas como uma in
injusto que por um pouco mais ou um
cruzeiros; recuperação de 2/3; lavagem — 25 cruzeiros; embarque — 20 cruzeiros; atual varia de 430 a 490 cruzeiros.
Ês.ses dados, repete-se, provêm de de clarações das companhias mineradoras que estão fazendo as experiências de me
pouco menos, ninguém se incomoda com
canização, dos técnicos do Departamento
desse
ele, porque geralmente não se paga o
de Portos e dos da Marinha Mercante.
modo, não procuraram aparelhar e não
fornecimento feito, a não ser com exces siva demora... Tal mentalidade deve
dústria essencial, de caráter patriótico cm que o custo pouco importe:
puderam ou não quiseram se preparar para produzir o carvão por preço seme-
desaparecer, em benefício conjunto do produtor c do consumidor.
São dados, portanto, em que cada espe cialista, cada entidade, foi responsável pelo seu próprio setor. O quadro VI re-
sume os valores e custos.
Dickrto Econò.xiico Dn ;i-.s I (1
len
161
EroNÓMico
outro lado, não podemos produzir mais Quadro VI
Preço futuro do rarvâit
Preço fuluro do carvão
P.wolliido j>
laivadi) (Ic Saula Catarina
.\//,VAS
CIF RIO
CARVÃO RECUPERADO LAVAGEM
via férrea
CrS l lfí.OO 25,00
EMBAHQU1-;
20,00
FRETE
45,00
Carvão Rni(o
C;r$
ll(),0()'l()n
2:10,00
PREÇO ATUAL a
CrS
430,00/ton
l'HEÇO ATUAL. Cli" ESTAÇÃO
CrS
490,00
DE SILO
CrS
20B,0ü/ton
No Rio Grande do Sul, verificou-se
ção provável de lOU cruzeiros por tone
p..ra o caso especial do carvão local que
lada, com o <[ue se baixariam as despe
o transporte fluvial em rio assoreado, co
sas de cu.steio da lerrovia em perto de
mo o Jaeui, será mais caro do (jue o
45 milhões de cruzeiros.
ferroviário.
Como liá no Plano Salte
A racionalização da indústria de car
mfnç.áo à estrada reclamada pelo Estado Maior que vai de Pelotas a Passo Fun do e fiuc atrav(?ssa o Rio Jaciií, exata
o atual déficit da Viação-Férrea.
mente na /on.i das minas, o T. M. 8,
ria o mercado para o carvão nacional,
surgiu a idéia de ligar as minas à Via-
(luaiido èle fòsse barateado, porque é
vãü-Férrea. Disse-nos o antigo diretor-ge-
imprudente fazi-r-se um certo investi
ral do Departamento Nacional de Estra
mento sem (jiu' automàticamenlc haja uma estimativa da eülocaçá<j do produto.
vão riü-grandense poderá, até, eliminar
Procurou-se, também, estudar (pial .se
IhcT o menor número entre os dois rc-
mistura, pode-se chegar até 90 mil tone-
ladas; na própria frota do carvão podcremos \itilizar cerca de 70 mil toneladas
Irias siderúrgicas que quc-iram utilizar
de carvão.
c
<le carvão brasileiro; é esse o caso
sil, cerca de 70 % de suas locomotn-as a vapor podem utilizar^ carvão nacional. Desde que êsso carvão barateie para a Central, ela poderá substituir, sem du-
vão nas grandes indústrias que precisam de combustíveis como fonte de energia. É o caso da fabricação de álcalis, qiuniidc. u^ar indifcn-ntcmentc o combusti-
No raio dc ação da hulha de Santa Catarina, é realmente difícil traçar linha dc equilíbrio entre ela, a lenha e o óleo Dic-sel, mas o consumo de lenha que po-
qnciinar carvão medioçre. O problema r. . i Tomninhia Na-
1 milhão de metros cúbicos, A usina termo-eletnca da Cm. Side-
, . 1 Outío ponto ciue se procurou estudai 1 i-i 1 clc 1 utilizar .-ir,..r e a possibilidade nosso car-
™„7!ír'viS. qu;imr'at estão rórglca Nacional já estó começando a
estará consumindo cèrca de 60 a 70 mil
\ão nacional fòv entregue cm C.aho l-rio
im.iki w
por preço da ordem dc 230 cruzeiros, c toneladas de carvao. Quadro VTJ
da, as necessidades da Companhia Si-
Carvão
existisse ligação das minas à Viavão-Férrea, o custo de transporte até Pôrto Ale
Carvão Vapor Grosso :
gre seria de 20 cruzeiros, quando no
denirgica, segundo declarações oficiais, atingirão cèrca de 360 mil toneladas por ; no. Se a proporção da mistura com car
si;tema atual e do mais de 50 cruzeirfís.
vão estrangeiro fõr de 50 '.í, èssc consu
, Navegação
mo atingirá a 450 mil toneladas anuais,
E. F. C. Brasil
190 mil toneladas.
Grande do Sid passaria a custar, no má ximo, 100 cruzeiros FOB Minas, quando
A produção dc carvão em Santa Cata rina tem 2 fatores limitantcs e miniman-
atualmente custa 106 cruzeiros CIF Es-
tes. Não podemos produzir cconòmicainentc mais carvão metalúrgico do que o carvão de vapor correspondente que pos
L:-,áo do Silo. Tlá, então, uma diminui
sa encontrar consimui no Brasil e, de
de ser deslocado nos principais trechos das ferrorias ja citadas e da ordem de
ató o exame "iombustmnCabo ^^.teeiing , tlue vcn icou o ■ Frio
expansão programada para Volta Redon
rea; com tal ponte, o cabo aéreo seria eliminado e, nesse caso, o carvão do Rio
vida cèrca dc 100 mil toneladas de carvr,. vão estrangeiro pelo =• c _ nacional.
'el sólido ou o liqniclo para a produção d.--sanor A instalação sendo fixa. pode
car em 20 c(aitavüs. Se assim for, e se
ra ligar a zona carbonífcra à Viação-Fér-
Na estrada dc Ferro Central do Bra
da Mineração Geral do Brasil, que prctende instalar altos fornos a coque em Moji das Cruzes, possivelmente ntilizando energia elétrica.
AUMENTOS PREVISTOS PARA ^
Para o carvão de Santa Catarina, com a
em contrapartida ao número atual de
Surge, pois, uma possibilidade de con.sumo dc 150 mil tonolada.s. Nas fabricas dc gás. aumentando a
siülados. Além dc Volta Redonda, podem surgir outras iniciativas de indús-
das de Ferro, Dr. Artur Castilho, que a lonclada-quilònietro, numa zona plana, como a da várzea do Jacuí, [wdcria fi
É necessário, pois, construir uma pon te rodo-fcrrov iária .sòbre o Rio Jacuí pa
indiferente utilizar o carvão ou o óleo.
c-arvão do vapor do que o carvão metalúrgico <|iic venha encontrar emprego na metalurgia naei(mal. Temo.s que osco-
CARVÃO DE
SANTA CATARINA
—íT—:
""TTrT!' ]
265.0ÕÕ~W
|
•'• ■í
Ferrovias
1j
130.000 ton
1^
|
100.000 ton
>.
j
. 200.000 ton
G, N. Álcalis
150.000 ton
C;^rvão fino uso local
.■
^ .
Total
1 ■
■.
ilÉli
45.000 ton 890.000 ton
Dickrto Econò.xiico Dn ;i-.s I (1
len
161
EroNÓMico
outro lado, não podemos produzir mais Quadro VI
Preço futuro do rarvâit
Preço fuluro do carvão
P.wolliido j>
laivadi) (Ic Saula Catarina
.\//,VAS
CIF RIO
CARVÃO RECUPERADO LAVAGEM
via férrea
CrS l lfí.OO 25,00
EMBAHQU1-;
20,00
FRETE
45,00
Carvão Rni(o
C;r$
ll(),0()'l()n
2:10,00
PREÇO ATUAL a
CrS
430,00/ton
l'HEÇO ATUAL. Cli" ESTAÇÃO
CrS
490,00
DE SILO
CrS
20B,0ü/ton
No Rio Grande do Sul, verificou-se
ção provável de lOU cruzeiros por tone
p..ra o caso especial do carvão local que
lada, com o <[ue se baixariam as despe
o transporte fluvial em rio assoreado, co
sas de cu.steio da lerrovia em perto de
mo o Jaeui, será mais caro do (jue o
45 milhões de cruzeiros.
ferroviário.
Como liá no Plano Salte
A racionalização da indústria de car
mfnç.áo à estrada reclamada pelo Estado Maior que vai de Pelotas a Passo Fun do e fiuc atrav(?ssa o Rio Jaciií, exata
o atual déficit da Viação-Férrea.
mente na /on.i das minas, o T. M. 8,
ria o mercado para o carvão nacional,
surgiu a idéia de ligar as minas à Via-
(luaiido èle fòsse barateado, porque é
vãü-Férrea. Disse-nos o antigo diretor-ge-
imprudente fazi-r-se um certo investi
ral do Departamento Nacional de Estra
mento sem (jiu' automàticamenlc haja uma estimativa da eülocaçá<j do produto.
vão riü-grandense poderá, até, eliminar
Procurou-se, também, estudar (pial .se
IhcT o menor número entre os dois rc-
mistura, pode-se chegar até 90 mil tone-
ladas; na própria frota do carvão podcremos \itilizar cerca de 70 mil toneladas
Irias siderúrgicas que quc-iram utilizar
de carvão.
c
<le carvão brasileiro; é esse o caso
sil, cerca de 70 % de suas locomotn-as a vapor podem utilizar^ carvão nacional. Desde que êsso carvão barateie para a Central, ela poderá substituir, sem du-
vão nas grandes indústrias que precisam de combustíveis como fonte de energia. É o caso da fabricação de álcalis, qiuniidc. u^ar indifcn-ntcmentc o combusti-
No raio dc ação da hulha de Santa Catarina, é realmente difícil traçar linha dc equilíbrio entre ela, a lenha e o óleo Dic-sel, mas o consumo de lenha que po-
qnciinar carvão medioçre. O problema r. . i Tomninhia Na-
1 milhão de metros cúbicos, A usina termo-eletnca da Cm. Side-
, . 1 Outío ponto ciue se procurou estudai 1 i-i 1 clc 1 utilizar .-ir,..r e a possibilidade nosso car-
™„7!ír'viS. qu;imr'at estão rórglca Nacional já estó começando a
estará consumindo cèrca de 60 a 70 mil
\ão nacional fòv entregue cm C.aho l-rio
im.iki w
por preço da ordem dc 230 cruzeiros, c toneladas de carvao. Quadro VTJ
da, as necessidades da Companhia Si-
Carvão
existisse ligação das minas à Viavão-Férrea, o custo de transporte até Pôrto Ale
Carvão Vapor Grosso :
gre seria de 20 cruzeiros, quando no
denirgica, segundo declarações oficiais, atingirão cèrca de 360 mil toneladas por ; no. Se a proporção da mistura com car
si;tema atual e do mais de 50 cruzeirfís.
vão estrangeiro fõr de 50 '.í, èssc consu
, Navegação
mo atingirá a 450 mil toneladas anuais,
E. F. C. Brasil
190 mil toneladas.
Grande do Sid passaria a custar, no má ximo, 100 cruzeiros FOB Minas, quando
A produção dc carvão em Santa Cata rina tem 2 fatores limitantcs e miniman-
atualmente custa 106 cruzeiros CIF Es-
tes. Não podemos produzir cconòmicainentc mais carvão metalúrgico do que o carvão de vapor correspondente que pos
L:-,áo do Silo. Tlá, então, uma diminui
sa encontrar consimui no Brasil e, de
de ser deslocado nos principais trechos das ferrorias ja citadas e da ordem de
ató o exame "iombustmnCabo ^^.teeiing , tlue vcn icou o ■ Frio
expansão programada para Volta Redon
rea; com tal ponte, o cabo aéreo seria eliminado e, nesse caso, o carvão do Rio
vida cèrca dc 100 mil toneladas de carvr,. vão estrangeiro pelo =• c _ nacional.
'el sólido ou o liqniclo para a produção d.--sanor A instalação sendo fixa. pode
car em 20 c(aitavüs. Se assim for, e se
ra ligar a zona carbonífcra à Viação-Fér-
Na estrada dc Ferro Central do Bra
da Mineração Geral do Brasil, que prctende instalar altos fornos a coque em Moji das Cruzes, possivelmente ntilizando energia elétrica.
AUMENTOS PREVISTOS PARA ^
Para o carvão de Santa Catarina, com a
em contrapartida ao número atual de
Surge, pois, uma possibilidade de con.sumo dc 150 mil tonolada.s. Nas fabricas dc gás. aumentando a
siülados. Além dc Volta Redonda, podem surgir outras iniciativas de indús-
das de Ferro, Dr. Artur Castilho, que a lonclada-quilònietro, numa zona plana, como a da várzea do Jacuí, [wdcria fi
É necessário, pois, construir uma pon te rodo-fcrrov iária .sòbre o Rio Jacuí pa
indiferente utilizar o carvão ou o óleo.
c-arvão do vapor do que o carvão metalúrgico <|iic venha encontrar emprego na metalurgia naei(mal. Temo.s que osco-
CARVÃO DE
SANTA CATARINA
—íT—:
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265.0ÕÕ~W
|
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Ferrovias
1j
130.000 ton
1^
|
100.000 ton
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G, N. Álcalis
150.000 ton
C;^rvão fino uso local
.■
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Total
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45.000 ton 890.000 ton
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pppvipippfWW fM > 162
É possível, pois, que o carvão de San toneladas, quando atualmente só se es
consumido cm São Jcrònimo; um pro duto com 25 % dc cinzas que pode via jar e um nfiigo (pic ficaria para apro veitamento da pirita. Prcvcmos que esta
tão vendendo cérea de 600 mil toneladas.
Urina consumirá mai.s di- 100 mil tone
ta Catarina tenha uma margem de acrés cimo de consumo, da ordem do 900 mil
Ê o que traduz o Quadro VII. Quando ao car\ão do Rio Grande do
Sul, deve-se chamar a atenção para o seguinte: até hoje a \'íação-Férrca no Rio Grand(í do Sul e\ itou consumir car
vão beneficiado, preferindo o produto quase bruto que é levado para longe, com largo transporte de estéril. Parece
isso, 'à primeira vista, um contrassenso,
que pagar ao mincrador o car\ ão de se
gunda, que não encontrava mercado, com conseqüente aumento de preço mui
to desproporeionado às vantagens do cínprègo de um carvão mais puro. Daí
a Viaçao-Férrea preferir o carvão sem
benefieiamento, apesar de suas inferioridacles de toda u ordem.
1.300.000 toneladas, o Rio Grande do
ipicbra-niar, um cais de 300 m, silos pa
Sul de l.000.000 dc toneladas c o Pa raná de 300 mil toneladas.
ra 50 mil toneladas c instalação mecâni
ca de carga o descarga. Será, no futuro,
tarina. Ilá diferenças enormes entre a.s earacleríslieas das duas camadas. O ear
vão do fòrro é um earvão que apresenta
trica do Rio Còancle do Sul é mais mo
uma maior recuperação, c mais fácil pa co é de mais duvidoso tratamento para fins metalúrgicos. Ninguém pode pensar
devem custar cada um 25 milhões de cruzeiros, de acordo com as estimativas
em mecanizar a extração do carvão de
dos técnicos especializados.
A outra possibilidadi' de consumo é a
Santa Catarina e depois levar para fora
fábrica de cimento fjue está se instalan
da mina, por grandes distancias, o car vão bruto, com sua carga dc estéril. Sc
pretende utilizar earvão local desde que
êstü carvão, no caso de mecanização,
for extraído o levado para fora e for
No Paraná, a Rede Paraná-Santa Ca
transportado a grandes distancias,
tarina vai até o centro dc gravidade da zona carvoi-ira. Até hoje, devido a er
vai
èlc ser onerado cada vez mais com o transporte.
ros profundos de mincradorcs e erros
talvez mais profundos ainda, por parte
Pensa-sc; que as minas deverão extrair carvão do fòrro c levá-lo pgra benefieia
não .se conseguiu chegar a um esquema de cfinsiuno na Réde Paraná-S. Catarina e nem a um esquema dc transporte. A Réd(í consome ccrca de 2 milhões de metros cúbicos dc lenha que poderiam
mento cm Tubarão, onde esse carvão se
do principal consumidor, até hoje, digo
rá moído a 3/lG" de polegada. O carvão do banco será beneficiado cm instala
ções locais para produção do carvão-va-
por com 25% de cinzas.
As atuais 80
Agora, porém, se está montando em
São Jeronimo uma usina com uma pri
pelo earvão.
solidadas cm 6 a 8 companhias; ter-se-ão
meira unidade de 10.000 Kvv, iiavendo
Ê muito difícil ser juiz nessa questão para saber de que lado estão os maiores
6 a 8 postos de embarque, em vez das 30 ou 40 caixas às quais vai a ferrovia.
não quiseram baratear o carvão, ou se
diminuirá
erros; se dos min<'raclores, (|ue até hoje
mo-elétrica, há possibilidade paru a pro
da Estrada, que não (|uis eriabelecer um mercado firme, para um consumo certo de modo que os industriais pudessem se
carvao beneficiado de primeira, que se
aparelhar. A meu ver, éste entendimen
e exatamente o caso da nova usina ter-
dução de quantidades consideráx eis de
ria consumido pda Viação-Férrea.
Pensa-se o seguinte: esse carvão, tal como é minerado, com 43% de cinzas, dará um produto secundário ("míddling"), com 40% de cinzas, que será
custará perto de 140 milhões de cruzei ros, segundo a estimativa orçamentária.
sim, sempre, a plena carga.
minas e 24 companhias deverão ser con
der consumir o carvão de segunda, que
dos melhores portos do país com uma \'elocidudo dc carga de 2.000 t/hora e
Quanto aos navios para transporte, se
ra beneficiar, enquanto o cai"vão do ban
total ou parcialmente, ser substituídos
pre\isão de outra unidade igual Nosso pensamento é o seguinte: se alguém pu
um pàrto para 10 metros de calado, um
é tal cjue a nossa impressão é que ela vai funcionar não como usina pronta e
o preço deste seja acessível.
de do Sul para o carvão de segunda
163
benefieiaim-nlo do carvão de Santa Ca
desta, mas a fome de energia no Estado
dade, outro de segunda e um refugo. quem comprasse carN ão do primeira teria
Econômico
Uiii p:>ult} a reclamar atenção sòbrc o
A idéia d;i Comissão de Energia Elé
do nos arredores de Pòrto Alegro c que
Como nao existia consumo no Rio Gran
«>1
ladas de carvão de 2.'' (jualidacle.
mas é justificado, pois ninguém pode beneficiar um carsão sem que resulte,
sempre, um produto de primeira quali
Dicesto
Dicesto Econômico
Com essa solução, a Teresa Cristina
toneladas-quilômetros
a
transportar cm cêrca de 1/3, de modo a suportar o incremento da produção com quase o mesmo material rodante e de tração.
to é que falta ato hoje para possi
Vejamos, agora, os demais setores do
bilitar o desenvolviiiicnto da mineração
tarnsporte.
do Paraná.
Chega-se à conclusão, assim, de que Santa Catarina tem uma possibilidade
global de mercado,
as
mais imediata, de .1
rão quatro, de 10 mil toneladas, os quais
O conjunto de investimentos relati vos ao plano do carvão, em cruzeiros e
em dólares, consta do quadro VIII. Davc-se também chamar atenção para a questão do enxofre. O Brasil está so
frendo agudamente da escassez de enxo fre c as reservas de pirita são ínfimas. Até agora, a única fonte de enxofre e de sulfureto com que podemos contar são os rejeitos piritosos do carvão do Sul; tais piritas são um ônus, mas ao mesmo
tempo podem constituir uma riqueza.
Há dois caminhos: aproveitar essas pin tas diretamente, purlficando-as para abastecer a indústria de ácido sulfúrico
com matéria-prima apropriada, ou provo- • car a cisão da molécula para obtenção do enxofre.
Já há processos para a obtenção do enxofre das piritas, tais como o do Con
sórcio Lurgi ou o da usina de Trail; co
mo ambos exigem, porém, o emprego do coque para redução do gás sulfuroso, o enxofre sairia para nós demasiado caro e incapaz de resistir à competição dos tempos normais. Por êste motivo, o La
boratório da Produção Mineral procurou
A remodelação do porto de Imbituba foi estudada pelo Departamento Nacio
estudar um novo processo, com o qual
nal de Portos; foi projetado um grande
na questão.
temos esperança de chegar a bom termo
. - ■Ml ppK|^^WW«^P|l^|Pp||P||K
pppvipippfWW fM > 162
É possível, pois, que o carvão de San toneladas, quando atualmente só se es
consumido cm São Jcrònimo; um pro duto com 25 % dc cinzas que pode via jar e um nfiigo (pic ficaria para apro veitamento da pirita. Prcvcmos que esta
tão vendendo cérea de 600 mil toneladas.
Urina consumirá mai.s di- 100 mil tone
ta Catarina tenha uma margem de acrés cimo de consumo, da ordem do 900 mil
Ê o que traduz o Quadro VII. Quando ao car\ão do Rio Grande do
Sul, deve-se chamar a atenção para o seguinte: até hoje a \'íação-Férrca no Rio Grand(í do Sul e\ itou consumir car
vão beneficiado, preferindo o produto quase bruto que é levado para longe, com largo transporte de estéril. Parece
isso, 'à primeira vista, um contrassenso,
que pagar ao mincrador o car\ ão de se
gunda, que não encontrava mercado, com conseqüente aumento de preço mui
to desproporeionado às vantagens do cínprègo de um carvão mais puro. Daí
a Viaçao-Férrea preferir o carvão sem
benefieiamento, apesar de suas inferioridacles de toda u ordem.
1.300.000 toneladas, o Rio Grande do
ipicbra-niar, um cais de 300 m, silos pa
Sul de l.000.000 dc toneladas c o Pa raná de 300 mil toneladas.
ra 50 mil toneladas c instalação mecâni
ca de carga o descarga. Será, no futuro,
tarina. Ilá diferenças enormes entre a.s earacleríslieas das duas camadas. O ear
vão do fòrro é um earvão que apresenta
trica do Rio Còancle do Sul é mais mo
uma maior recuperação, c mais fácil pa co é de mais duvidoso tratamento para fins metalúrgicos. Ninguém pode pensar
devem custar cada um 25 milhões de cruzeiros, de acordo com as estimativas
em mecanizar a extração do carvão de
dos técnicos especializados.
A outra possibilidadi' de consumo é a
Santa Catarina e depois levar para fora
fábrica de cimento fjue está se instalan
da mina, por grandes distancias, o car vão bruto, com sua carga dc estéril. Sc
pretende utilizar earvão local desde que
êstü carvão, no caso de mecanização,
for extraído o levado para fora e for
No Paraná, a Rede Paraná-Santa Ca
transportado a grandes distancias,
tarina vai até o centro dc gravidade da zona carvoi-ira. Até hoje, devido a er
vai
èlc ser onerado cada vez mais com o transporte.
ros profundos de mincradorcs e erros
talvez mais profundos ainda, por parte
Pensa-sc; que as minas deverão extrair carvão do fòrro c levá-lo pgra benefieia
não .se conseguiu chegar a um esquema de cfinsiuno na Réde Paraná-S. Catarina e nem a um esquema dc transporte. A Réd(í consome ccrca de 2 milhões de metros cúbicos dc lenha que poderiam
mento cm Tubarão, onde esse carvão se
do principal consumidor, até hoje, digo
rá moído a 3/lG" de polegada. O carvão do banco será beneficiado cm instala
ções locais para produção do carvão-va-
por com 25% de cinzas.
As atuais 80
Agora, porém, se está montando em
São Jeronimo uma usina com uma pri
pelo earvão.
solidadas cm 6 a 8 companhias; ter-se-ão
meira unidade de 10.000 Kvv, iiavendo
Ê muito difícil ser juiz nessa questão para saber de que lado estão os maiores
6 a 8 postos de embarque, em vez das 30 ou 40 caixas às quais vai a ferrovia.
não quiseram baratear o carvão, ou se
diminuirá
erros; se dos min<'raclores, (|ue até hoje
mo-elétrica, há possibilidade paru a pro
da Estrada, que não (|uis eriabelecer um mercado firme, para um consumo certo de modo que os industriais pudessem se
carvao beneficiado de primeira, que se
aparelhar. A meu ver, éste entendimen
e exatamente o caso da nova usina ter-
dução de quantidades consideráx eis de
ria consumido pda Viação-Férrea.
Pensa-se o seguinte: esse carvão, tal como é minerado, com 43% de cinzas, dará um produto secundário ("míddling"), com 40% de cinzas, que será
custará perto de 140 milhões de cruzei ros, segundo a estimativa orçamentária.
sim, sempre, a plena carga.
minas e 24 companhias deverão ser con
der consumir o carvão de segunda, que
dos melhores portos do país com uma \'elocidudo dc carga de 2.000 t/hora e
Quanto aos navios para transporte, se
ra beneficiar, enquanto o cai"vão do ban
total ou parcialmente, ser substituídos
pre\isão de outra unidade igual Nosso pensamento é o seguinte: se alguém pu
um pàrto para 10 metros de calado, um
é tal cjue a nossa impressão é que ela vai funcionar não como usina pronta e
o preço deste seja acessível.
de do Sul para o carvão de segunda
163
benefieiaim-nlo do carvão de Santa Ca
desta, mas a fome de energia no Estado
dade, outro de segunda e um refugo. quem comprasse carN ão do primeira teria
Econômico
Uiii p:>ult} a reclamar atenção sòbrc o
A idéia d;i Comissão de Energia Elé
do nos arredores de Pòrto Alegro c que
Como nao existia consumo no Rio Gran
«>1
ladas de carvão de 2.'' (jualidacle.
mas é justificado, pois ninguém pode beneficiar um carsão sem que resulte,
sempre, um produto de primeira quali
Dicesto
Dicesto Econômico
Com essa solução, a Teresa Cristina
toneladas-quilômetros
a
transportar cm cêrca de 1/3, de modo a suportar o incremento da produção com quase o mesmo material rodante e de tração.
to é que falta ato hoje para possi
Vejamos, agora, os demais setores do
bilitar o desenvolviiiicnto da mineração
tarnsporte.
do Paraná.
Chega-se à conclusão, assim, de que Santa Catarina tem uma possibilidade
global de mercado,
as
mais imediata, de .1
rão quatro, de 10 mil toneladas, os quais
O conjunto de investimentos relati vos ao plano do carvão, em cruzeiros e
em dólares, consta do quadro VIII. Davc-se também chamar atenção para a questão do enxofre. O Brasil está so
frendo agudamente da escassez de enxo fre c as reservas de pirita são ínfimas. Até agora, a única fonte de enxofre e de sulfureto com que podemos contar são os rejeitos piritosos do carvão do Sul; tais piritas são um ônus, mas ao mesmo
tempo podem constituir uma riqueza.
Há dois caminhos: aproveitar essas pin tas diretamente, purlficando-as para abastecer a indústria de ácido sulfúrico
com matéria-prima apropriada, ou provo- • car a cisão da molécula para obtenção do enxofre.
Já há processos para a obtenção do enxofre das piritas, tais como o do Con
sórcio Lurgi ou o da usina de Trail; co
mo ambos exigem, porém, o emprego do coque para redução do gás sulfuroso, o enxofre sairia para nós demasiado caro e incapaz de resistir à competição dos tempos normais. Por êste motivo, o La
boratório da Produção Mineral procurou
A remodelação do porto de Imbituba foi estudada pelo Departamento Nacio
estudar um novo processo, com o qual
nal de Portos; foi projetado um grande
na questão.
temos esperança de chegar a bom termo
Dkíbsto
F!{:()nómic.o
Oiuidro VIII
NOVOS PLANOS
INVESTIMENTOS DO PLANO DO CARVÃO Cr$
Desapropriação da concessão Ajnpliação í? reconslniçâo do porto ....
Imbi- ( tdba
20.()()(). 000 j10.000.000
US$
VII
1 ..500.000
Nelson Werneck Sodré
0.000.000
Frota Carvocira
Ramais férreos ao R. G. do Sul
Pátio Car\0(.'iro em Porto .Alegre Carvocira de Japeri Pátio de car\ão no Porto do R. do Janeiro,
8.000.()(){)
100.000
O.OOO.OOO 8.000.000
200.000
1.5.000.000 ■ 10.000.000
Mecanização das Minas Indústrias correlatas ao car\'ão
,
Pesqtiisas de car\-ã(j Assistência Social F.ventuais
20.000.000 20.000.000 30.000.000 .2.5.000.000
problema da circulação de mercadorias no interior do país iden
100.000 .500.000
tifica-se com o das mercadorias de
7.000.000 1 ..500.000
exportação uma vez que, ainda no seu caso, é o oceano o espaço principal de circulação. Os mercados consumidores ficam distantes, quase sempre, das
I .OOO.OiH)
.000.000
zonas produtoras,'e a construção fer Total
322.000.000
Em t()das as pre\isões de cii.síos foi
sempre considerada não só a parte de remuneração de investimentos, como a
roviária, que os poderia ligar, esta belecendo as relações econômicas por
18.900.000
nliarain o.s pÍDiiciros e tal como a soniiinn
vias internas, importa em dispêndios
muitos minoradores de boa-fé.
cada vez mais vultosos.
Até certo
fjoe está a élcs diretamente ligada atra
ponto, e com as deficiências que lhe são próprias, para as grandes distân cias e mercadorias de grande volume e peso, as ligações rodoviárias vêm suprindo tais lacunas. O fundamen tal, porém, está ainda na navegação
15 ou 20 anos.
vés do esiòrço e do capital dos indus
de cabotagem.
A indústria de carvão, .se receber esta injeção de recursos, esta verdadeira
triais paulistas, como nas outras zonas
acoberta, até certo ponto, a circula
curbonífcias do país, p(jrquc não se po--
transfusão de sangue, poderá ser orga
derá fazer essa racionalização sem o con
ção de mercadorias no âmbito do país dos gravames impostos pelo
sua amortização. Só em dois caso.s não
são os investimentos recuperados direta
mente: os destinados a novas pesquisas e à assistência social.
Todo o restante
está programado para ser recuperado cm
nizada definitivamente. Poderá, a meu
ver, dispensar qualquer nova proteção e competira li\rcniente com o carvão es
Penso também (juc os engeniieiros dc .São Paulo, principalmente seus engenhei ros de minas, terão oportunidades muito grandes de colaborar na c.xecução dêsse
plano, não só na mineração do Paraná,
Seu caráter nacional
curso da técnica. Da mesma forma qno a re\oIução desse planejamento foi tra zida por técnicos, sua e.vccução não po*
transporte oceânico de bandeiras es
trangeiras. Embora o aparelhamento da cabotagem seja precário, e só pos
país nos últimos lustres e às altera ções no seu sistema produtor. E quando os planejamentos para a viaçào, — não para os transportes, ■ embalara-se na grandeza dos proje tos e encaram, desde logo, o estabe lecimento de uma circulação terres
tre capaz de cobrir o território na cional, esquecendo os preparativos econômicos e sem levar em considera ção as possibilidades das zonas pro dutoras e consumidoras, nem mesmo as suas características.
O sentido dos planejamentos tem sido essencialmente político: ligar os
Estados, ligar as capitais, pôr o inte
rior longínquo em contacto com o li toral, para quebrar a desuniformidade do progresso brasileiro, fornecer elementos à unidade histórica e man
ter a grandeza geográfica que, de motivo de ufanismo vesgo, passou a
ser encarada como considerável gra-
vame. Tais planejamentos têm assen
tado, via de regra, em verdadeiras
derá dispensar o concurso dos engenhei
sa ser feito através de fornecedores
época de estabilidade, ter-se-á uma con
ros.
Assim sendo, lenho a certeza dc'
extranacionais, êle constitui, sem dú
concepções visionárias, e não aten
juntura de dignidade c não essa época de aperturas, de insegurança, de falta de pagamento, de manobras nem sempre
(pie muitos dos atuais engenheiros, es tudiosos e estudantes de São Paulo, colrt-
vida, um passo à frente e vemos co
dem, de forma alguma, aos motivos oriundos da realidade, nem se confor
louváveis.
do car%ão para maior glória e pios])ori-
mo a movimentação das cargas atra vés das linhas de cabotagem cresce
progressivamente, tornando esse se
cução, naturalmente precárias, de um
tor da distribuição uma das vigas do sistema nacional. A fisionomia que o Brasil apre senta, quanto aos transportes, nesta
cos recursos orçamentários, a neces sidades enormes e diferentes. Nessa
trangeiro.
Então, assistir-se-á a uma
Resultará
uma
verdadeira
transformação, \nna situação como a so-
i)orarão na racionalização da inclústria
dade do país.
jâ
Id-'.j
mam com as possibilidades de exe Tesouro que deve atender, com par
fase, deriva de condições oriundas de
transição para a realidade é que tais planejamentos se perdem, estiolam-
períodos anteriores e não se adapta, portanto, às novas condições, vincula
singulares, mas sem qualquer alcan
das ao desenvolvimento material do
ce e repercussão efetiva.
.
se, permanecendo como curiosidades
Dkíbsto
F!{:()nómic.o
Oiuidro VIII
NOVOS PLANOS
INVESTIMENTOS DO PLANO DO CARVÃO Cr$
Desapropriação da concessão Ajnpliação í? reconslniçâo do porto ....
Imbi- ( tdba
20.()()(). 000 j10.000.000
US$
VII
1 ..500.000
Nelson Werneck Sodré
0.000.000
Frota Carvocira
Ramais férreos ao R. G. do Sul
Pátio Car\0(.'iro em Porto .Alegre Carvocira de Japeri Pátio de car\ão no Porto do R. do Janeiro,
8.000.()(){)
100.000
O.OOO.OOO 8.000.000
200.000
1.5.000.000 ■ 10.000.000
Mecanização das Minas Indústrias correlatas ao car\'ão
,
Pesqtiisas de car\-ã(j Assistência Social F.ventuais
20.000.000 20.000.000 30.000.000 .2.5.000.000
problema da circulação de mercadorias no interior do país iden
100.000 .500.000
tifica-se com o das mercadorias de
7.000.000 1 ..500.000
exportação uma vez que, ainda no seu caso, é o oceano o espaço principal de circulação. Os mercados consumidores ficam distantes, quase sempre, das
I .OOO.OiH)
.000.000
zonas produtoras,'e a construção fer Total
322.000.000
Em t()das as pre\isões de cii.síos foi
sempre considerada não só a parte de remuneração de investimentos, como a
roviária, que os poderia ligar, esta belecendo as relações econômicas por
18.900.000
nliarain o.s pÍDiiciros e tal como a soniiinn
vias internas, importa em dispêndios
muitos minoradores de boa-fé.
cada vez mais vultosos.
Até certo
fjoe está a élcs diretamente ligada atra
ponto, e com as deficiências que lhe são próprias, para as grandes distân cias e mercadorias de grande volume e peso, as ligações rodoviárias vêm suprindo tais lacunas. O fundamen tal, porém, está ainda na navegação
15 ou 20 anos.
vés do esiòrço e do capital dos indus
de cabotagem.
A indústria de carvão, .se receber esta injeção de recursos, esta verdadeira
triais paulistas, como nas outras zonas
acoberta, até certo ponto, a circula
curbonífcias do país, p(jrquc não se po--
transfusão de sangue, poderá ser orga
derá fazer essa racionalização sem o con
ção de mercadorias no âmbito do país dos gravames impostos pelo
sua amortização. Só em dois caso.s não
são os investimentos recuperados direta
mente: os destinados a novas pesquisas e à assistência social.
Todo o restante
está programado para ser recuperado cm
nizada definitivamente. Poderá, a meu
ver, dispensar qualquer nova proteção e competira li\rcniente com o carvão es
Penso também (juc os engeniieiros dc .São Paulo, principalmente seus engenhei ros de minas, terão oportunidades muito grandes de colaborar na c.xecução dêsse
plano, não só na mineração do Paraná,
Seu caráter nacional
curso da técnica. Da mesma forma qno a re\oIução desse planejamento foi tra zida por técnicos, sua e.vccução não po*
transporte oceânico de bandeiras es
trangeiras. Embora o aparelhamento da cabotagem seja precário, e só pos
país nos últimos lustres e às altera ções no seu sistema produtor. E quando os planejamentos para a viaçào, — não para os transportes, ■ embalara-se na grandeza dos proje tos e encaram, desde logo, o estabe lecimento de uma circulação terres
tre capaz de cobrir o território na cional, esquecendo os preparativos econômicos e sem levar em considera ção as possibilidades das zonas pro dutoras e consumidoras, nem mesmo as suas características.
O sentido dos planejamentos tem sido essencialmente político: ligar os
Estados, ligar as capitais, pôr o inte
rior longínquo em contacto com o li toral, para quebrar a desuniformidade do progresso brasileiro, fornecer elementos à unidade histórica e man
ter a grandeza geográfica que, de motivo de ufanismo vesgo, passou a
ser encarada como considerável gra-
vame. Tais planejamentos têm assen
tado, via de regra, em verdadeiras
derá dispensar o concurso dos engenhei
sa ser feito através de fornecedores
época de estabilidade, ter-se-á uma con
ros.
Assim sendo, lenho a certeza dc'
extranacionais, êle constitui, sem dú
concepções visionárias, e não aten
juntura de dignidade c não essa época de aperturas, de insegurança, de falta de pagamento, de manobras nem sempre
(pie muitos dos atuais engenheiros, es tudiosos e estudantes de São Paulo, colrt-
vida, um passo à frente e vemos co
dem, de forma alguma, aos motivos oriundos da realidade, nem se confor
louváveis.
do car%ão para maior glória e pios])ori-
mo a movimentação das cargas atra vés das linhas de cabotagem cresce
progressivamente, tornando esse se
cução, naturalmente precárias, de um
tor da distribuição uma das vigas do sistema nacional. A fisionomia que o Brasil apre senta, quanto aos transportes, nesta
cos recursos orçamentários, a neces sidades enormes e diferentes. Nessa
trangeiro.
Então, assistir-se-á a uma
Resultará
uma
verdadeira
transformação, \nna situação como a so-
i)orarão na racionalização da inclústria
dade do país.
jâ
Id-'.j
mam com as possibilidades de exe Tesouro que deve atender, com par
fase, deriva de condições oriundas de
transição para a realidade é que tais planejamentos se perdem, estiolam-
períodos anteriores e não se adapta, portanto, às novas condições, vincula
singulares, mas sem qualquer alcan
das ao desenvolvimento material do
ce e repercussão efetiva.
.
se, permanecendo como curiosidades
JliGi-aio
166
DlGF.STO
EcoNÓMia.
Se considei'armos apenas como curiosidades históricas as primeiras
tes.
tudo corria ao sabor de circunstân
tão José Américo de Almeida no Mi
idéias de estabelecimento de um sis
cias as mais variadas, o nada pre
tema de circulação interna, inicial mente com o simples sentido de via-
nunciava a
nistério da Viação, constituiu-se uma comissão para estudo e planejamento de um sistema nacional de viação. Essa comissão, que trabalhou son pi-ejuízo das funções normais de seus inembios e que se demorou, por is.so
ção, isto é, de pôr em contacto reííiõcs
diversas e distantes, mais tarde já com alíjum sentido de transportes,
isto c, de possibilitar a distiibuição da produção, vamos, apesar de tudo, encontrar muito cedo, as primeiriis idéias para estabelecimento de medi
das de conjunto nesse sentido.
Ro-
bouças, sempre preocupado com o .seu
país e com as condições do vida do
seu povo, é dos iniciadores. Seu pl-i nejamento foi de sentido político es-
sencial e assentou numa concepção
geométrica, pelo traçado de grandes
paralelas ferroviárias que, dos por tos litorâneos, demandassem o inte rior mais afastado. Ramos de Quei roz, em 1874; Bicalho, em 1881; Bu lhões, em 1882, apresentaram pianos de viação, uns exclusivamente ferro
viários, outros abrangendo também a navegação fluvial, todos preponde
rantemente entregues à ilusão das
grandes construções que a máquina a vapor impunha para o estabeleci mento da circulação terrestre.
Todos se mantinham dentro do cri tério político. Todos se preocupavam fundamente com o estabelecimento do contacto mais íntimo entre as divei-sas frações em que se repartia o pais. O advento da República mar cou um novo instante. Seus primei ros tempos foram propícios às gran des ideias reformadoras, e foi nomea da uma comissão para elaborar um
plano de conjunto para a viação bra sileira, comissão que trabalhou so
bre os projetos anteriores e que manteve os critérios então dominan-
No terreno da.execução, porém,
ECONÓNnCO
a.ssim que, em 1934, quando da ges
realização do conjunto
circulatório capaz de afetar qualquer do.s a.siK'ctos do {iroblema, nem mes mo o político. Atravessada a conturliada fase dos primeiros lustres reluiblicanos, já iiuando o café, ba-sc econômica em que imssaram a assen
tar todos os nosso.s emprcondimontos, e ciue influiu poderosamente no esta belecimento de uma rêde terrestre de
transportes, para t/iazê-lo aos portos
167
setor transportes, de que aquêle é mero complemento. Apesar de cui
dadosamente estudado, pois, o plano de 1934 em que afetaria a realidade
do problema ? Em muito pouco, real mente, pois em onze anos, da data de sua elaboração até 1945, dos 22.121
quilômetros de vias terrestres que in
mesmo, na execução de seu trabalho, forneceu o primeiro plano de conjun
quanto fora do plano, no mesmo es
to para o sistema brasileiro de avia ção, plano assente ainda no critério
quilômetros. Da fascinação das inter
dicara, foram construídos 1.356, en paço de tempo, construíram-se 421
político, preocupado com o problema
ligações, que deveriam transformar
da unidade, mas atendendo a fatores
os sistemas separados num conjunto
de embarque, produto de exportação
mistos, e em que a navegação fluvial
que era, — apareceram novos proje
encontrava lugar de relativa impor
tos, parciais ou globais, entre eles o
lhos iniciados e jamais completados,
tância.
em todos os recantos do país, desde
dc José Luís Batista, o de Paulo de Frontin e o de Souza Bandeira, de
Nunca, como então, houve um clima
interdependente, restariam os traba
que não houvera, como era indispen
preponderância ferroviária, enquanto
tão propício para passar da concep ção à execução. Por
começavam
mais deficiente que
idéias de articulação rodoviária, es
ria
o
quecida, quase sempre, a navegação
damento em condi
antigos, o problema da unidade,
de Viação tivesse sido, constituía uma base de trabalho. Se não subordinara as suas propostas as necessidades eco nômicas e se não enfrentara mesmo
transporte
uma progressiva desuniformidade no
o problema elementar das possibili
prementes.
a surgir as primeiras
fluvial. Nem eram tais projetos mais objetivos, nem houve para êles me
lhores perspectivas de execução. Per manecendo assentes nos critérios po
líticos e buscando resolver, como os
Plano
ritmo de desenvolvimento das diver
dades de sua própria execução, cons
tituía, entretanto, um conjunto, a que
lizações que não estávamos em condi ções de enfrentar e esqueciam as im
se subordinaria, em tese, todo em
posições econômicas mais elementa
O advento da revolução de 1930 e
preendimento viatório.
f
tema que só pode
Nacional
sas zonas do país, propunham rea
res.
sável, um'sistema de prioridades, sis
A comissão que elaborara o plano
era composta de engenheiros, sig
encontrar fun
ções econômicas, de vendo ser atacadas, de preferência e em
primeira
urgência,
aquelas obras que as necessidades de
indicassem
como
mais
A guerra nos surpreendeu nas con
dições precárias a que já nos refe rimos. A ameaça concretizou-se so
bre a grande e principal área de cir
culação da produção, o espaço oceâ nico, e feriu fundo a cabotagem na
a efervescência das idéias novas e o
rava apenas um lado da questão, des de que a ausência de economistas, ou a falta de assistência técnica dêles,
cional, contribuindo para agravar, de forma considerável, o problema bra sileiro de transportes. Perderíamos trinta navios, com uma tonelagem to
impulso que os problemas brasileiros
impoi tava em divorciar da realidade
tal que alcançaria a casa de 131.512,
passaram a tomar, por fôrça de um
econômica tudo aquilo que se plane
amadurecimento acentuado dos estu
jasse. Importava mais em manter o problema no setor das comunicações
num valor superior a seiscentos e cincoenta milhões de cruzeiros, corres
as repercussões que a crise cafeeira
trouxera ao organismo nacional, com
dos sobre o nosso país, trouxe ao ce nário, novamente, o problema. E foi"
nificando que o planejamento enca
esquecendo, de forma lamentável, o
pondendo os desfalques a quase 20% do número de navios em tráfego e
JliGi-aio
166
DlGF.STO
EcoNÓMia.
Se considei'armos apenas como curiosidades históricas as primeiras
tes.
tudo corria ao sabor de circunstân
tão José Américo de Almeida no Mi
idéias de estabelecimento de um sis
cias as mais variadas, o nada pre
tema de circulação interna, inicial mente com o simples sentido de via-
nunciava a
nistério da Viação, constituiu-se uma comissão para estudo e planejamento de um sistema nacional de viação. Essa comissão, que trabalhou son pi-ejuízo das funções normais de seus inembios e que se demorou, por is.so
ção, isto é, de pôr em contacto reííiõcs
diversas e distantes, mais tarde já com alíjum sentido de transportes,
isto c, de possibilitar a distiibuição da produção, vamos, apesar de tudo, encontrar muito cedo, as primeiriis idéias para estabelecimento de medi
das de conjunto nesse sentido.
Ro-
bouças, sempre preocupado com o .seu
país e com as condições do vida do
seu povo, é dos iniciadores. Seu pl-i nejamento foi de sentido político es-
sencial e assentou numa concepção
geométrica, pelo traçado de grandes
paralelas ferroviárias que, dos por tos litorâneos, demandassem o inte rior mais afastado. Ramos de Quei roz, em 1874; Bicalho, em 1881; Bu lhões, em 1882, apresentaram pianos de viação, uns exclusivamente ferro
viários, outros abrangendo também a navegação fluvial, todos preponde
rantemente entregues à ilusão das
grandes construções que a máquina a vapor impunha para o estabeleci mento da circulação terrestre.
Todos se mantinham dentro do cri tério político. Todos se preocupavam fundamente com o estabelecimento do contacto mais íntimo entre as divei-sas frações em que se repartia o pais. O advento da República mar cou um novo instante. Seus primei ros tempos foram propícios às gran des ideias reformadoras, e foi nomea da uma comissão para elaborar um
plano de conjunto para a viação bra sileira, comissão que trabalhou so
bre os projetos anteriores e que manteve os critérios então dominan-
No terreno da.execução, porém,
ECONÓNnCO
a.ssim que, em 1934, quando da ges
realização do conjunto
circulatório capaz de afetar qualquer do.s a.siK'ctos do {iroblema, nem mes mo o político. Atravessada a conturliada fase dos primeiros lustres reluiblicanos, já iiuando o café, ba-sc econômica em que imssaram a assen
tar todos os nosso.s emprcondimontos, e ciue influiu poderosamente no esta belecimento de uma rêde terrestre de
transportes, para t/iazê-lo aos portos
167
setor transportes, de que aquêle é mero complemento. Apesar de cui
dadosamente estudado, pois, o plano de 1934 em que afetaria a realidade
do problema ? Em muito pouco, real mente, pois em onze anos, da data de sua elaboração até 1945, dos 22.121
quilômetros de vias terrestres que in
mesmo, na execução de seu trabalho, forneceu o primeiro plano de conjun
quanto fora do plano, no mesmo es
to para o sistema brasileiro de avia ção, plano assente ainda no critério
quilômetros. Da fascinação das inter
dicara, foram construídos 1.356, en paço de tempo, construíram-se 421
político, preocupado com o problema
ligações, que deveriam transformar
da unidade, mas atendendo a fatores
os sistemas separados num conjunto
de embarque, produto de exportação
mistos, e em que a navegação fluvial
que era, — apareceram novos proje
encontrava lugar de relativa impor
tos, parciais ou globais, entre eles o
lhos iniciados e jamais completados,
tância.
em todos os recantos do país, desde
dc José Luís Batista, o de Paulo de Frontin e o de Souza Bandeira, de
Nunca, como então, houve um clima
interdependente, restariam os traba
que não houvera, como era indispen
preponderância ferroviária, enquanto
tão propício para passar da concep ção à execução. Por
começavam
mais deficiente que
idéias de articulação rodoviária, es
ria
o
quecida, quase sempre, a navegação
damento em condi
antigos, o problema da unidade,
de Viação tivesse sido, constituía uma base de trabalho. Se não subordinara as suas propostas as necessidades eco nômicas e se não enfrentara mesmo
transporte
uma progressiva desuniformidade no
o problema elementar das possibili
prementes.
a surgir as primeiras
fluvial. Nem eram tais projetos mais objetivos, nem houve para êles me
lhores perspectivas de execução. Per manecendo assentes nos critérios po
líticos e buscando resolver, como os
Plano
ritmo de desenvolvimento das diver
dades de sua própria execução, cons
tituía, entretanto, um conjunto, a que
lizações que não estávamos em condi ções de enfrentar e esqueciam as im
se subordinaria, em tese, todo em
posições econômicas mais elementa
O advento da revolução de 1930 e
preendimento viatório.
f
tema que só pode
Nacional
sas zonas do país, propunham rea
res.
sável, um'sistema de prioridades, sis
A comissão que elaborara o plano
era composta de engenheiros, sig
encontrar fun
ções econômicas, de vendo ser atacadas, de preferência e em
primeira
urgência,
aquelas obras que as necessidades de
indicassem
como
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A guerra nos surpreendeu nas con
dições precárias a que já nos refe rimos. A ameaça concretizou-se so
bre a grande e principal área de cir
culação da produção, o espaço oceâ nico, e feriu fundo a cabotagem na
a efervescência das idéias novas e o
rava apenas um lado da questão, des de que a ausência de economistas, ou a falta de assistência técnica dêles,
cional, contribuindo para agravar, de forma considerável, o problema bra sileiro de transportes. Perderíamos trinta navios, com uma tonelagem to
impulso que os problemas brasileiros
impoi tava em divorciar da realidade
tal que alcançaria a casa de 131.512,
passaram a tomar, por fôrça de um
econômica tudo aquilo que se plane
amadurecimento acentuado dos estu
jasse. Importava mais em manter o problema no setor das comunicações
num valor superior a seiscentos e cincoenta milhões de cruzeiros, corres
as repercussões que a crise cafeeira
trouxera ao organismo nacional, com
dos sobre o nosso país, trouxe ao ce nário, novamente, o problema. E foi"
nificando que o planejamento enca
esquecendo, de forma lamentável, o
pondendo os desfalques a quase 20% do número de navios em tráfego e
Digesto ■ Econômico
168
a mais de 27% da tonelagem em uso. Enquanto isso, desapai'elhadas, as ferrovias entravam, de maneira de
cisiva, a constituir esse parque de descalabro já bem conhecido, ao pas so que as rodovias, sofiendo uma so
brecarga de tráfego, apresentavamse de tal forma desgastadas que a principal delas, a Rio-S. Paulo, teria de sofrer interrupção total de circu
no legislativo, pretendendo entregar, indiscriminadamente, sem conheci mento das condições sob as quais são exploradas, a todas as principais fer rovias, dinheiro e material, o que correspondia, nas condições em que se encontrava o parque brasileiro, a
A derrocada do sistema de trans portes seria, assim, um aspecto par cial do descalabro de uma estrutura econômica incapaz de resistir ao tre mendo impacto da guerra, mostrando, em todos os seus desvãos, o fundo semicolonial em que repousava, ori
em particular da energia elétrica, 7ia qual está, em parte, o futuro fer
mas jamais chegará a concretizar al guma cousa de ponderável, de útil e
roviário do Brasil, no que diz respeito à tração, o do desenvolvimento indus
de fecundo. Pelo menos para nós, os
Brasil, o maior empreendimento fer roviário do nosso tempo, mas que se estiolaria num desconjuntamento de medidas, sem articulação com as ne cessidades reais do parque brasileiro
de transportes, e sem atender, pelo sistema de prioridades, às vias que mais necessitassem, e com mais premência, dos recursos em pauta. O Plano SALTE, alterado e podado, nos
debates parlamentares, seria, no fim talhos, sem qualquer ligação com o
porção em que as dificuldades de vi
cular no poder aquisitivo de nossa
quadro real, conduzindo a uma dis persão de meios que a precariedade econômica do momento não poderia
gente, essa estrutura econômica vi
de maneira alguma justificar.
cia, que o encerramento das hostili dades e o quadro internacional da economia vinham apresentando.
Tratava-se, agora, de planejar no vamente um sistema de comunica
ções, esquecendo os princípios impera tivos de que, sem a indispensável ba se econômica, nenhum planejamento
brasileiros.
mento das obras de remodelação do
dos os seus males. Na mesma pro
mentos, pelas condições de concorrên
Confina, realmente, com problemas tria do aço, o das fontes de energia,
de contas, uma espécie de colcha de re
nha a ser ameaçada, em seus funda
partes, e no qual desempenhem a sua função distribuidora e coletora essen
gio econômico superior.
De outra parte, elaBora-
gem significativa e iniludível de to
da conduziam a uma queda espeta
confecção, traz a marca de um está
trial. Faz parte, finalmente, de um conjunto, que deve ser submetido, sem dúvida, a um planejamento, de que os transportes sejam uma das
tinguível.
ramal de S. Paulo da E. F. Central do
mente dramáticos.
matérias-primas, por baixos preços, o a consumir tudo aquilo que, na sua
cial, fora do que poderá chegar a constituir-se em matéria para debate de interesse meramente acadêmico,
fretes, perturbando a circulação da produção e contribuindo fortemente
vida do povo, que outros fatores liaviam levado já a níveis verdadeira
povo africano, destinado a fornecer
de importância capital, o da indús
entravam na desabalada corrida dos
para o acentuado encarecimento da
169
Econóxuco
jogar numerário numa fogueira inexva-se o Plano SALTE, cujos detalhes não examinaremos, e que continha, realmente, algumas propostas exce-. lentes, em matéria de transportes, em particular a urgência no acaba
lação, na época das chuvas. Por ou tro lado, incapazes de manter servi ços em bases econômicas, as ferrovias
Di(;i:sro
O problema dos transportes con
fina, sem dúvida, com alguns outros, dè importância considerável, e repre senta, em suma, apenas um dos as
pectos da situação da estrutura eco nômica brasileira posta, neste mo
mento, numa encruzilhada singular: ou organizar-se, em bases firmes, fu gindo às servidões coloniais e semicoloniais que detêm a sua expansão,
pode ter vida efetiva. Ante o desca
ou dissolver-se, de uma vez, atirando-
labro ferroviário, surgiriam projetos,
nos, em definitivo, às condições de
rrjnu
í i
Digesto ■ Econômico
168
a mais de 27% da tonelagem em uso. Enquanto isso, desapai'elhadas, as ferrovias entravam, de maneira de
cisiva, a constituir esse parque de descalabro já bem conhecido, ao pas so que as rodovias, sofiendo uma so
brecarga de tráfego, apresentavamse de tal forma desgastadas que a principal delas, a Rio-S. Paulo, teria de sofrer interrupção total de circu
no legislativo, pretendendo entregar, indiscriminadamente, sem conheci mento das condições sob as quais são exploradas, a todas as principais fer rovias, dinheiro e material, o que correspondia, nas condições em que se encontrava o parque brasileiro, a
A derrocada do sistema de trans portes seria, assim, um aspecto par cial do descalabro de uma estrutura econômica incapaz de resistir ao tre mendo impacto da guerra, mostrando, em todos os seus desvãos, o fundo semicolonial em que repousava, ori
em particular da energia elétrica, 7ia qual está, em parte, o futuro fer
mas jamais chegará a concretizar al guma cousa de ponderável, de útil e
roviário do Brasil, no que diz respeito à tração, o do desenvolvimento indus
de fecundo. Pelo menos para nós, os
Brasil, o maior empreendimento fer roviário do nosso tempo, mas que se estiolaria num desconjuntamento de medidas, sem articulação com as ne cessidades reais do parque brasileiro
de transportes, e sem atender, pelo sistema de prioridades, às vias que mais necessitassem, e com mais premência, dos recursos em pauta. O Plano SALTE, alterado e podado, nos
debates parlamentares, seria, no fim talhos, sem qualquer ligação com o
porção em que as dificuldades de vi
cular no poder aquisitivo de nossa
quadro real, conduzindo a uma dis persão de meios que a precariedade econômica do momento não poderia
gente, essa estrutura econômica vi
de maneira alguma justificar.
cia, que o encerramento das hostili dades e o quadro internacional da economia vinham apresentando.
Tratava-se, agora, de planejar no vamente um sistema de comunica
ções, esquecendo os princípios impera tivos de que, sem a indispensável ba se econômica, nenhum planejamento
brasileiros.
mento das obras de remodelação do
dos os seus males. Na mesma pro
mentos, pelas condições de concorrên
Confina, realmente, com problemas tria do aço, o das fontes de energia,
de contas, uma espécie de colcha de re
nha a ser ameaçada, em seus funda
partes, e no qual desempenhem a sua função distribuidora e coletora essen
gio econômico superior.
De outra parte, elaBora-
gem significativa e iniludível de to
da conduziam a uma queda espeta
confecção, traz a marca de um está
trial. Faz parte, finalmente, de um conjunto, que deve ser submetido, sem dúvida, a um planejamento, de que os transportes sejam uma das
tinguível.
ramal de S. Paulo da E. F. Central do
mente dramáticos.
matérias-primas, por baixos preços, o a consumir tudo aquilo que, na sua
cial, fora do que poderá chegar a constituir-se em matéria para debate de interesse meramente acadêmico,
fretes, perturbando a circulação da produção e contribuindo fortemente
vida do povo, que outros fatores liaviam levado já a níveis verdadeira
povo africano, destinado a fornecer
de importância capital, o da indús
entravam na desabalada corrida dos
para o acentuado encarecimento da
169
Econóxuco
jogar numerário numa fogueira inexva-se o Plano SALTE, cujos detalhes não examinaremos, e que continha, realmente, algumas propostas exce-. lentes, em matéria de transportes, em particular a urgência no acaba
lação, na época das chuvas. Por ou tro lado, incapazes de manter servi ços em bases econômicas, as ferrovias
Di(;i:sro
O problema dos transportes con
fina, sem dúvida, com alguns outros, dè importância considerável, e repre senta, em suma, apenas um dos as
pectos da situação da estrutura eco nômica brasileira posta, neste mo
mento, numa encruzilhada singular: ou organizar-se, em bases firmes, fu gindo às servidões coloniais e semicoloniais que detêm a sua expansão,
pode ter vida efetiva. Ante o desca
ou dissolver-se, de uma vez, atirando-
labro ferroviário, surgiriam projetos,
nos, em definitivo, às condições de
rrjnu
í i
Tf'
iM.iji >! m .1.1 1
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Digksto
O EQUIPAMENTO INDUSTRIAL NOS PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS Díaciu Mf,nk7J'Us
(Prof. cat. cia P'atiilcla(U* Nacional cie I*'ilos()fja)
análise sociológica já mostrou cjue a técnica é apenas uni elemento par ticipante do conjunto das relações so ciais, cjue não surgiu de improviso, mas
resultou de longo e laborioso processo de desenvolvimento. Por isso, os instru
mentos de trabalho ser\cm para caracte rizar as sociedades desaparecidas, assim como as ossadas fósseis permitem estu
dar os animais pré-históricos. Aqueles instrumentos revelam o modo como os
homens trabalhavam; isto é, a forma por
que esta\am associados entre si para realizar a ação econômica.
Para conhecer o impacto que as in venções técnicas realizaram scibre as re
ações humanas bastaria lembrar o acon tecimento que foi a descoberta da má quina a vapor, no limiar da idade con
temporânea. Não era possível persistir
dentro dos velhos quadros sociais com os novos meios de produção, que expri miam maior concentração de capitais e exigiam concentração de braços em lo cais determinados de trabalho. Assim
se decompuseram as instituições artesanais. A 7nanufatura, que preparou a fabnca, com a empresa moderna, tornouse o cosmos social de problemas impor tantes, agravados no curso do nosso tem
po. Através das condições técnicas, tra tamos na verdade, com realidades es
sencialmente humanas, que são o objeto verdadeiro da economia Política. O Ôrro de muitos teóricos está em ver as ossa
das da tecnologia e esquecer a quente camação das relações sociais e de seus órgãos, onde se concentra a vitalidade
dos séres empenhados no processo cria
dor.
é neles f|uc pidpitam as raízes
\i\as do problema.
Partindo dèssc postulado — o de que não há separação entre o.s aperfeiçoa mentos técnicos e o desenvolvimento so
cial — o prof. Raul Prcbish iniciou uma investigação na América Latina que ofe rece alto intcrèssc tcihico c prático, e estcue entre nós para eolhér opiniões c ininlos de \ ista sòhre o assunto. Pôs o
problema, em rc.sumo, nos termos que formulamos a seguir. O dcfiajustamcnto industrial nos países subdesenvolvidos.
mais ou menos nos termos que seguem:
cessado de aumentar.
dada a relativa escassez de capital e re-
Crescendo tam
bém a renda per capita, as capacidades
htiva abundância de poteticiol humano,
dc absorção dos mercados internos e as
qual a densidade ótima de capital a ser adotada nos países subdesenvolvidos?
possibilidades dc poupança, — o proces so dc capitalização, fortalecido, asseguiti, gradualmente, novos acréscimos à densidade do capital, e, consequente mente, novos progressos. Há, como se \c', uma ligação íntima com o meio,
conslituindo-sc um bahincement orgflnícpte entre o avanço das técnicas empre gadas c a criação de poupança para in vestimento. O prof. Pre-
Evidentemente, partindo das premis sas assentadas, os países subdesenvolvi dos não teriam condições internas capa
zes dc garantirem, no seu metabolismo econômico, a manutenção de indústrias
que exigem acúmulo de riquezas "mobiliz;i\'eis e suas respectivas instituições so ciais e econômicas em funcionamento ati-
.i.
..
SC distribuem de tal modo que o incre mento de capital por homem empregado dc a mesma produtividade cm cada ra mo da atividade econômica: nesse ponto dc equilíbrio, a produção .será máxima c a densidade de capital por trabalha dor será ótima.
to a máquina, exigiu capitais vultosos, enquanto dispensava braços humanos.
Êsse fenômeno, conhecido de longa da ta na história econômica, foi que Hichs classificou dc labor saving inventions c capital saving inventions, isto é, inven ções que poupam trabalho c invenções O aperfeiçoa
mento dos meios de produção inclina-se
num sentido ou noutro; mas pode não resultar qualquer efeito sòbre poupança de esforço ou de capitais. Neste caso,
das as dccalagens e desajustamentos, manifes tados nas perturbações
capital", será preciso
sociais
variadas,
aquela "densidade de encontrar "densidade" mais baixa. Traduzido
que
culminam nas crises pe
isso em palavras corren
riódicas dc que padece
tes, tais países devem ter máquinas mais ba
sistema
econômico.
ratas, mais atrasadas, as
Nos grandes centros industriais, a den.-Av
quais são mais compatí
Que se observa nos
países
subdesenvolvi
veis com o estado em
que se encontram suas
dos ?
forças produtivas e as
Que eles tem mãode-obra
abundante
relações
e
sociais
adve-
capitais escassos. As po
nientes do estado das
pulações são atrasadas,
mesmas forças.
vi\'em nalgumas áreas <uies a labores agrícolas primitivos, na sua maioria. Existem zonas de profun da decadência, e fome endêmica. Im
Nestes
termos
sim
ples, a solução do pro blema poderia conduzir a uma esperteza comercial. Tratar-se-ia então de vender
portar para tais países equipamentos mo
aos países da América Latina máquinas inferiores porque seu desenvolvimento
dernos determinaria:
social não lhes permitiria aquisição de
a) poupança de mão-de-obra ; b) exigência de altos rendimentos per capita, para assegurar o pro cesso intenso de capitalizaçcão.
equipamentos adiantados para uma in dustrialização rápida. Por que ? Por que a industrialização rápida acarretarIhes-ia agitações e dcsajustamentos so ciais, modificando-lhes a estrutura das
Que fazer ? — Eis a pergunta do prof. Prebish. Como solucionar o impasse ? ~ per
Hicks fala de neutral inventions.
lhes
sendo possível manter
cm dura miséria, entre-
O progresso técnico, encarecendo mui
vo. Então, não
bisb deixa de lado tô-
Ma.s prossigamos.
senta no principio dc que as poupanças
que poupam capitais.
171
Econômico
sidade de capital por homem não tem
o
O raciocínio do ilustre economista as
li
gunta o professor. E fixa a questão
populações. Mas a indústria modificou-as cm tò-
da parte do mundo onde se desenvolveu — e foi por isso mesmo que o capital se
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(Prof. cat. cia P'atiilcla(U* Nacional cie I*'ilos()fja)
análise sociológica já mostrou cjue a técnica é apenas uni elemento par ticipante do conjunto das relações so ciais, cjue não surgiu de improviso, mas
resultou de longo e laborioso processo de desenvolvimento. Por isso, os instru
mentos de trabalho ser\cm para caracte rizar as sociedades desaparecidas, assim como as ossadas fósseis permitem estu
dar os animais pré-históricos. Aqueles instrumentos revelam o modo como os
homens trabalhavam; isto é, a forma por
que esta\am associados entre si para realizar a ação econômica.
Para conhecer o impacto que as in venções técnicas realizaram scibre as re
ações humanas bastaria lembrar o acon tecimento que foi a descoberta da má quina a vapor, no limiar da idade con
temporânea. Não era possível persistir
dentro dos velhos quadros sociais com os novos meios de produção, que expri miam maior concentração de capitais e exigiam concentração de braços em lo cais determinados de trabalho. Assim
se decompuseram as instituições artesanais. A 7nanufatura, que preparou a fabnca, com a empresa moderna, tornouse o cosmos social de problemas impor tantes, agravados no curso do nosso tem
po. Através das condições técnicas, tra tamos na verdade, com realidades es
sencialmente humanas, que são o objeto verdadeiro da economia Política. O Ôrro de muitos teóricos está em ver as ossa
das da tecnologia e esquecer a quente camação das relações sociais e de seus órgãos, onde se concentra a vitalidade
dos séres empenhados no processo cria
dor.
é neles f|uc pidpitam as raízes
\i\as do problema.
Partindo dèssc postulado — o de que não há separação entre o.s aperfeiçoa mentos técnicos e o desenvolvimento so
cial — o prof. Raul Prcbish iniciou uma investigação na América Latina que ofe rece alto intcrèssc tcihico c prático, e estcue entre nós para eolhér opiniões c ininlos de \ ista sòhre o assunto. Pôs o
problema, em rc.sumo, nos termos que formulamos a seguir. O dcfiajustamcnto industrial nos países subdesenvolvidos.
mais ou menos nos termos que seguem:
cessado de aumentar.
dada a relativa escassez de capital e re-
Crescendo tam
bém a renda per capita, as capacidades
htiva abundância de poteticiol humano,
dc absorção dos mercados internos e as
qual a densidade ótima de capital a ser adotada nos países subdesenvolvidos?
possibilidades dc poupança, — o proces so dc capitalização, fortalecido, asseguiti, gradualmente, novos acréscimos à densidade do capital, e, consequente mente, novos progressos. Há, como se \c', uma ligação íntima com o meio,
conslituindo-sc um bahincement orgflnícpte entre o avanço das técnicas empre gadas c a criação de poupança para in vestimento. O prof. Pre-
Evidentemente, partindo das premis sas assentadas, os países subdesenvolvi dos não teriam condições internas capa
zes dc garantirem, no seu metabolismo econômico, a manutenção de indústrias
que exigem acúmulo de riquezas "mobiliz;i\'eis e suas respectivas instituições so ciais e econômicas em funcionamento ati-
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SC distribuem de tal modo que o incre mento de capital por homem empregado dc a mesma produtividade cm cada ra mo da atividade econômica: nesse ponto dc equilíbrio, a produção .será máxima c a densidade de capital por trabalha dor será ótima.
to a máquina, exigiu capitais vultosos, enquanto dispensava braços humanos.
Êsse fenômeno, conhecido de longa da ta na história econômica, foi que Hichs classificou dc labor saving inventions c capital saving inventions, isto é, inven ções que poupam trabalho c invenções O aperfeiçoa
mento dos meios de produção inclina-se
num sentido ou noutro; mas pode não resultar qualquer efeito sòbre poupança de esforço ou de capitais. Neste caso,
das as dccalagens e desajustamentos, manifes tados nas perturbações
capital", será preciso
sociais
variadas,
aquela "densidade de encontrar "densidade" mais baixa. Traduzido
que
culminam nas crises pe
isso em palavras corren
riódicas dc que padece
tes, tais países devem ter máquinas mais ba
sistema
econômico.
ratas, mais atrasadas, as
Nos grandes centros industriais, a den.-Av
quais são mais compatí
Que se observa nos
países
subdesenvolvi
veis com o estado em
que se encontram suas
dos ?
forças produtivas e as
Que eles tem mãode-obra
abundante
relações
e
sociais
adve-
capitais escassos. As po
nientes do estado das
pulações são atrasadas,
mesmas forças.
vi\'em nalgumas áreas <uies a labores agrícolas primitivos, na sua maioria. Existem zonas de profun da decadência, e fome endêmica. Im
Nestes
termos
sim
ples, a solução do pro blema poderia conduzir a uma esperteza comercial. Tratar-se-ia então de vender
portar para tais países equipamentos mo
aos países da América Latina máquinas inferiores porque seu desenvolvimento
dernos determinaria:
social não lhes permitiria aquisição de
a) poupança de mão-de-obra ; b) exigência de altos rendimentos per capita, para assegurar o pro cesso intenso de capitalizaçcão.
equipamentos adiantados para uma in dustrialização rápida. Por que ? Por que a industrialização rápida acarretarIhes-ia agitações e dcsajustamentos so ciais, modificando-lhes a estrutura das
Que fazer ? — Eis a pergunta do prof. Prebish. Como solucionar o impasse ? ~ per
Hicks fala de neutral inventions.
lhes
sendo possível manter
cm dura miséria, entre-
O progresso técnico, encarecendo mui
vo. Então, não
bisb deixa de lado tô-
Ma.s prossigamos.
senta no principio dc que as poupanças
que poupam capitais.
171
Econômico
sidade de capital por homem não tem
o
O raciocínio do ilustre economista as
li
gunta o professor. E fixa a questão
populações. Mas a indústria modificou-as cm tò-
da parte do mundo onde se desenvolveu — e foi por isso mesmo que o capital se
«VI yv" - t
\12
D1GE.ST0
concentrou e abriu horizontes largos ao progresso humano e científico.
V
Com a
experiência acumulada, o que cumpriria aos países subdesenvolvidos seria estudar
os meios de adequação dos equipamentos avançados as suas estruturas atrasadas, a
fim de emanciparem cconòmicamente suas agriculturas retardafárias bem como
os demais ramos industriais dependentes de indústrias de base.
Esse é que constitui o verdadeiro pro blema a ser proposto à América Latina.
Os dois caminhos são ihwdrío.s ; só há um caminho.
^ Assim, para responder à questão, te. riamos que aceitar dois caminhos: o pri meiro, que seria o de comprar equipa mentos mais atrasados, a fim de evUar
qualquer sobrosso na estrutura mais ou inenos agrária dos países subdesenvolv" dos; o segundo, importar equipamentos adiantados, tal qual se adota nos cen^os industriais mais progredidos, e tratar de resolver os impactos resultantes £eríor retardada e em nível inNo primeiro caso, temos uma teoria acomodaticia, que facilitaria a venda de maquinas inferiores ou obsoletas, tor
nando cada vez maior a distância entre os centros de grande indústria e os cen
tros subdesenvolvidos. Na prática, essa
teoria ampararia muitos negócios de oportunidades duvidosas e afastaria a
competição nos mercados internacionais
por parte das regiões condenadas a mar ear passo, em bom recuo, e cada vez mais dependentes.
O segundo caso é que representa o caminho a seguir. Le\antam-se obieçoes que são realmente sérias: como é
po-snel manter a densidade do capital
por homem empregado nesses países de economia débil ? Ncão será maior sua pro-
EcoNÓNnco
Diciisni
173
Ec;onó.\ik;o
dutividade com menos dispêndio de con centração de capital cm equipamento e
que \cio cliainar os países interessados
por causa da agricultura, mas por outras
ao debate.
causas. Agricultura não é sinônimo de
maior apro\eitamento da fòrça de tra
Diante da tese que lhe opõe o prof. \uner, dcclaramo-nos ao lado do prof. Prebish. È.ste sempre reconhece as pos
ca Latina, embora, ao que parece, inclí-
atraso, não se deve identificar dogmàti-eamcnte atraso com agricultura — dis corre elegantemente o conferencista. As tentativas de comprovação liístórica da tese são insuficientes, porque nada pro
examinar a ação das condições monetá
nando-se para uma industrialização em
varam . Custa a crer que, com sua res
rias dentro cIíj processo. Era o que
doses liomeopáticas, verificando-se, dia a <lía, a febre do doente, para que não su-
ponsabilidade científica, tenha feito afir
balho ?
Nesse problema da produtividade, con\ iria distinguir a produtividade técni ca da produtividade financeira, a fim de
acentuava há dias, em tese notável, o prof. Otá\io Gouveia de Bulhões.
Deve-se levar cm conta que o sacrifí cio feito no momento, com aquele des perdício aparente (c que de\'erá ser cxaniínado rigorosamente pelos técnicos), forçará o avanço em direção ao nivela mento com os grandes centros. O im pacto que a máquina faz sobre as rela
ções humanas, abre espaço à modifica ção daquelas relações, onde o processo tecnológico se insere como um-de seus
elementos, numa composição orgânica e ativa. Os distúrbios são compensadores, provocarão a marcha para a frente; e tu
do isso é muito mais preferível do que uma tranqüilidade; bem assegurada, que manteria os países subdesenvolvidos na
rotina do mesmo subdesenvol\'imcnto, às
sibilidades de industrialização da Améri
cuinl)a do remédio,
O prof. Viner é de lodo hostil às industrializaçõe.s. Começa por não desco brir como conceituar o que é um "país subdcsenvobido."
Com sólida modés
tia, bem compreensível cm homem ha bituado ao trato dos problemas científi
cos, declara que não sabe o que é país subdesenvolvido. Indaga : I) será país de espaços econòmicamente vazios ?
II) ou será um país de capitais es
mações tão levianas. Onde residem en
tão as causas que fizeram dos países de estrutura agrária e pouco desenvolvi mento industrial os explorados nas tro cas internacionais ? Por que 14 dias de trabalho rural passam a corresponder a 1 dia de trabalho fabril ?
Simofwen viu a questão com mais seriedade.
O grande espírito de Roberto Simonsen viu a questão com mais seriedade científica — e planteou-a em uma famo sa conferência sobre a "Equidade nas
cassos ?
III) ou acjuêle em que é inferior a
trocas internacionais." Era pensamento
relação entre a produção indus trial e a produção total ? IV) ou o país jovem ?
las diretivas em uma bandeira doutriná
do saudoso economista transformar aque
ria para congregar, em tômo dela, as nações latino-americanas — e sugeriu que
voltas com os mesmos problemas agrá
estudássemos melhor o modus faciendi.
rios e somi-industriais.
A respeito de país jovem, examina com ironia a juventude do país. Impos
Onde aparece o sr. Jacob Viner,
sibilitado de. obter o certificado de re
ponto final nos estudos que iam ser fei
grande economista norte-americano
gistro civil histórico, suscita a idéia de que talvez se deva considerar o grau de
tos sob sua inspiração e orientação.
É nessa altura da discussão teórica do
desenvolvimento econômico. Isto é, de
problema que emerge o grande econo
maturidade capitalista.
mista Jacob Viner.
Em uma série de
flete êle, os Estados Unidos seriam mais
seis palestias realizadas sob patrocínio
\ elho.s do que a China. Enfim, adota um critério: aquele que oferece boas pers
da Faculdade Nacional de Ciências Eco
nômicas e publicadas pela Fundação Getúlio Varga.s, o insigne mestre norteamericano versou muitos assuntos liga do; ao comércio internacional com a
Neste caso, re
pectivas potenciais de elevar suas ren das per capita.
Nesta altura é que começam as difi
Infelizmente, seu desaparecimento pôs
Pois o fato positivo da desigualdade repousa primàriamente sobre a estrutura agrária e subdesenvolvida de certas na ções em relação com estruturas indus triais e bem desenvolvidas de nações lí
deres. Na opinião do sr. Viner, a ques tão e.stá apresentada em têrmos falsos. As nações afeitas à produção agrícola devem continuar como tais, pois são os celeiros naturais das outras, as lidcran-
competência que o universo lhe reco
culdades. Para vencê-las, o grande profes.snr toma uma decisão que nos pare
nhece. E não deixou de abordar tam
ceu superiormente infeliz: a de provar
harmonia deverá nascer do entendiraeu-
que as nações agrárias não são atrasadas
to recíproco entre as duas ordens ov.
bém a tese levantada por Raul Prebish.
tcs do processo econômico mundial. A
«VI yv" - t
\12
D1GE.ST0
concentrou e abriu horizontes largos ao progresso humano e científico.
V
Com a
experiência acumulada, o que cumpriria aos países subdesenvolvidos seria estudar
os meios de adequação dos equipamentos avançados as suas estruturas atrasadas, a
fim de emanciparem cconòmicamente suas agriculturas retardafárias bem como
os demais ramos industriais dependentes de indústrias de base.
Esse é que constitui o verdadeiro pro blema a ser proposto à América Latina.
Os dois caminhos são ihwdrío.s ; só há um caminho.
^ Assim, para responder à questão, te. riamos que aceitar dois caminhos: o pri meiro, que seria o de comprar equipa mentos mais atrasados, a fim de evUar
qualquer sobrosso na estrutura mais ou inenos agrária dos países subdesenvolv" dos; o segundo, importar equipamentos adiantados, tal qual se adota nos cen^os industriais mais progredidos, e tratar de resolver os impactos resultantes £eríor retardada e em nível inNo primeiro caso, temos uma teoria acomodaticia, que facilitaria a venda de maquinas inferiores ou obsoletas, tor
nando cada vez maior a distância entre os centros de grande indústria e os cen
tros subdesenvolvidos. Na prática, essa
teoria ampararia muitos negócios de oportunidades duvidosas e afastaria a
competição nos mercados internacionais
por parte das regiões condenadas a mar ear passo, em bom recuo, e cada vez mais dependentes.
O segundo caso é que representa o caminho a seguir. Le\antam-se obieçoes que são realmente sérias: como é
po-snel manter a densidade do capital
por homem empregado nesses países de economia débil ? Ncão será maior sua pro-
EcoNÓNnco
Diciisni
173
Ec;onó.\ik;o
dutividade com menos dispêndio de con centração de capital cm equipamento e
que \cio cliainar os países interessados
por causa da agricultura, mas por outras
ao debate.
causas. Agricultura não é sinônimo de
maior apro\eitamento da fòrça de tra
Diante da tese que lhe opõe o prof. \uner, dcclaramo-nos ao lado do prof. Prebish. È.ste sempre reconhece as pos
ca Latina, embora, ao que parece, inclí-
atraso, não se deve identificar dogmàti-eamcnte atraso com agricultura — dis corre elegantemente o conferencista. As tentativas de comprovação liístórica da tese são insuficientes, porque nada pro
examinar a ação das condições monetá
nando-se para uma industrialização em
varam . Custa a crer que, com sua res
rias dentro cIíj processo. Era o que
doses liomeopáticas, verificando-se, dia a <lía, a febre do doente, para que não su-
ponsabilidade científica, tenha feito afir
balho ?
Nesse problema da produtividade, con\ iria distinguir a produtividade técni ca da produtividade financeira, a fim de
acentuava há dias, em tese notável, o prof. Otá\io Gouveia de Bulhões.
Deve-se levar cm conta que o sacrifí cio feito no momento, com aquele des perdício aparente (c que de\'erá ser cxaniínado rigorosamente pelos técnicos), forçará o avanço em direção ao nivela mento com os grandes centros. O im pacto que a máquina faz sobre as rela
ções humanas, abre espaço à modifica ção daquelas relações, onde o processo tecnológico se insere como um-de seus
elementos, numa composição orgânica e ativa. Os distúrbios são compensadores, provocarão a marcha para a frente; e tu
do isso é muito mais preferível do que uma tranqüilidade; bem assegurada, que manteria os países subdesenvolvidos na
rotina do mesmo subdesenvol\'imcnto, às
sibilidades de industrialização da Améri
cuinl)a do remédio,
O prof. Viner é de lodo hostil às industrializaçõe.s. Começa por não desco brir como conceituar o que é um "país subdcsenvobido."
Com sólida modés
tia, bem compreensível cm homem ha bituado ao trato dos problemas científi
cos, declara que não sabe o que é país subdesenvolvido. Indaga : I) será país de espaços econòmicamente vazios ?
II) ou será um país de capitais es
mações tão levianas. Onde residem en
tão as causas que fizeram dos países de estrutura agrária e pouco desenvolvi mento industrial os explorados nas tro cas internacionais ? Por que 14 dias de trabalho rural passam a corresponder a 1 dia de trabalho fabril ?
Simofwen viu a questão com mais seriedade.
O grande espírito de Roberto Simonsen viu a questão com mais seriedade científica — e planteou-a em uma famo sa conferência sobre a "Equidade nas
cassos ?
III) ou acjuêle em que é inferior a
trocas internacionais." Era pensamento
relação entre a produção indus trial e a produção total ? IV) ou o país jovem ?
las diretivas em uma bandeira doutriná
do saudoso economista transformar aque
ria para congregar, em tômo dela, as nações latino-americanas — e sugeriu que
voltas com os mesmos problemas agrá
estudássemos melhor o modus faciendi.
rios e somi-industriais.
A respeito de país jovem, examina com ironia a juventude do país. Impos
Onde aparece o sr. Jacob Viner,
sibilitado de. obter o certificado de re
ponto final nos estudos que iam ser fei
grande economista norte-americano
gistro civil histórico, suscita a idéia de que talvez se deva considerar o grau de
tos sob sua inspiração e orientação.
É nessa altura da discussão teórica do
desenvolvimento econômico. Isto é, de
problema que emerge o grande econo
maturidade capitalista.
mista Jacob Viner.
Em uma série de
flete êle, os Estados Unidos seriam mais
seis palestias realizadas sob patrocínio
\ elho.s do que a China. Enfim, adota um critério: aquele que oferece boas pers
da Faculdade Nacional de Ciências Eco
nômicas e publicadas pela Fundação Getúlio Varga.s, o insigne mestre norteamericano versou muitos assuntos liga do; ao comércio internacional com a
Neste caso, re
pectivas potenciais de elevar suas ren das per capita.
Nesta altura é que começam as difi
Infelizmente, seu desaparecimento pôs
Pois o fato positivo da desigualdade repousa primàriamente sobre a estrutura agrária e subdesenvolvida de certas na ções em relação com estruturas indus triais e bem desenvolvidas de nações lí
deres. Na opinião do sr. Viner, a ques tão e.stá apresentada em têrmos falsos. As nações afeitas à produção agrícola devem continuar como tais, pois são os celeiros naturais das outras, as lidcran-
competência que o universo lhe reco
culdades. Para vencê-las, o grande profes.snr toma uma decisão que nos pare
nhece. E não deixou de abordar tam
ceu superiormente infeliz: a de provar
harmonia deverá nascer do entendiraeu-
que as nações agrárias não são atrasadas
to recíproco entre as duas ordens ov.
bém a tese levantada por Raul Prebish.
tcs do processo econômico mundial. A
174
classes de nações. Também queremos um entendimento recíproco entre as naÇ"ões, mas de modo que permita o de senvolvimento industrial das nações suIjdesenvolvidas. Só com uma boa indús
tria lhes será possível aumentar sua pro
dução agrícola, mecanizando-a, ampliando-a, envigorando os mercados internos, acelerando os meios de comunicação e
Dicesto Eco.nóníico
lou uma espécie de soritcs: maior popu lação, maior tendência para c.vportar, pior terms of trnde. O perigo c o crescinicnlo da população. Enquanto isso, nós reclamamos mais contingentes humanos — italianos, alemães, portugueses, japo neses — para po\oar o território enorme.
É \erdade (pie se estiolam populações
A EMISSÃO DE PAPEL-MOEDA E O GABINETE SINIMBU 1'uDiiü Moniz mi An.xcÂo
DnEMiüo por grave crise financeira, oriunda, sobretudo, da sêca de
nati\'as, na miséria dos campos, c agora mesmo o cpiadro doloroso da sèca confrange (js corações. E que recomenda o grande economista
1877, que flagelou algumas provín
cessidades nacionais.
universitário ? Refrear a taxa de cresci
ei*am dirigidos, e esgotados todos os
Era o que pregava Simonsen - e dis so estão convencidos muitos brasileiros.
mento da população, porque a "ta.\a de
meios ao seu alcance, para conjurar
crescimento é um obstáculo ao desenvol
as dificuldades, não teve outro recur so senão o de utilizar-se da emissão
transportes. A indústria é hoje, para o Brasil, a chave mestra de seu futuro eco
nômico — e todo pensamento que dissentir dessa orientação não atende às ne
A bandeira do maUhustanismo.
A tese levantada pelo prof. Viner é tao fraca que o vigor de sua cultura
vimento (•conómico"( ® )
Está de pé, portanto, a velha e em-
cias do norte, notadamente a do Ceará, o gabinete Sinimbu, não po dendo eximir-se aos apelos que lhe
de papel-moeda, medida alvitrada por
quando ocupou, inteiramente, a pasta \ da Fazenda, eram estas as palayràs i de Sinimbu no Senado: "... todas j as operações... se efetuaram em bi lhetes do Tesouro. Não havia em cai xa senão 1.000 e tantos contos, e nas últimas remessas que quis efe tuar para Londres, já os tomadores de bilhetes me impunham condições,
não só de juros, mas também de
poeirada bandeira do malthusianismo.
Silveira Martins ministro da Fazen
Não sabemos como encher cs "espaços
da, muito embora fosse ela, no con ceito de Sinimbu, "o pior de todos os
prazo.
expedientes" (1), e à mesma prefe
com o prazo de dous meses... uma
dívida flutuante de 40.000:000$, que
Nazios".
Circula também a teoria do
imensa e especializada, não pôde lhe en-'
emprego pleno, (pie dá toda a nossa mão-de-obra como ocupada, provocando
car as causas do atraso das nações agráfoi encontrá-las, simplistamente, na ndancia de suas populações. Formu
a alta dos salários. Mas liá alguma coisa
risse "um empréstimo, mediante a emissão de apólices, a juro razoá
errada cm tudo isso, não lhes parece ?
vel..." (2)
xertar forças. Tanto assim que, ao bus
Reportando-se ao período de ja neiro e parte de fevereiro de 1878,
(HO
Todas as citações são da Revista
Brasileira de Economia, n.^ 5. jun.ho. 95i.
A situação, porém, de verdadeiro pânico,
justificava
plenamente
o
abandono de quaisquer pontos de vis ta doutrinários.
De tudo se lançava mão na ânsia
Vi-me obrigado a aceitar bilhetes está sujeita às eventualidades das operações da praça e das exigências dos capitalistas, coloca o governo em
situação muito precária.'(4) Não era menos sombria a lingua
gem de Silveira Martins na reuniãa da secção de Fazenda do Conselho
à fome 0 à miséria.
de Estado, convidada a pronunciar-se sôbre a matéria, reunião realizada
Exauriam-se os cofres públicos, cuidadosamente vasculhados, a fim
sua presidência, e com a presença
de socorrer as populações, reduzidas
no dia 12 de março de 1878, sob a
de que fosse enviado às vítimas da
do visconde do Rio Branco e de Jerè-
terrível calamidade o dinheiro indis
nimo José Teixeira Júnior, futuro visconde do Cruzeiro.
pensável para fazer frente à remessa de alimentos, medicamentos, etc. Até uma taxa do fundo de emanci
pação, criada pela lei de 28 de Se tembro de 1871, "como uma gota
Na exposição com que antecedeu a abertura da conferência. Silveira Martins, desassoinbrado como sem pre, confessou, sem rebuços nem sub
dágua que se lançasse no oceano" (3), foi majorada e desviada de seus
terfúgios, a quase insolvência do país.
objetivos para cobrir as despesas de
janeiro-fevereiro, (ieveria alcançar a
Enquanto a despesa, no bimestre
um déficit, que se avolumava dia a
soma de* 56.488:267§533, a receita,
dia.
no espaço de tempo, era orçada em
174
classes de nações. Também queremos um entendimento recíproco entre as naÇ"ões, mas de modo que permita o de senvolvimento industrial das nações suIjdesenvolvidas. Só com uma boa indús
tria lhes será possível aumentar sua pro
dução agrícola, mecanizando-a, ampliando-a, envigorando os mercados internos, acelerando os meios de comunicação e
Dicesto Eco.nóníico
lou uma espécie de soritcs: maior popu lação, maior tendência para c.vportar, pior terms of trnde. O perigo c o crescinicnlo da população. Enquanto isso, nós reclamamos mais contingentes humanos — italianos, alemães, portugueses, japo neses — para po\oar o território enorme.
É \erdade (pie se estiolam populações
A EMISSÃO DE PAPEL-MOEDA E O GABINETE SINIMBU 1'uDiiü Moniz mi An.xcÂo
DnEMiüo por grave crise financeira, oriunda, sobretudo, da sêca de
nati\'as, na miséria dos campos, c agora mesmo o cpiadro doloroso da sèca confrange (js corações. E que recomenda o grande economista
1877, que flagelou algumas provín
cessidades nacionais.
universitário ? Refrear a taxa de cresci
ei*am dirigidos, e esgotados todos os
Era o que pregava Simonsen - e dis so estão convencidos muitos brasileiros.
mento da população, porque a "ta.\a de
meios ao seu alcance, para conjurar
crescimento é um obstáculo ao desenvol
as dificuldades, não teve outro recur so senão o de utilizar-se da emissão
transportes. A indústria é hoje, para o Brasil, a chave mestra de seu futuro eco
nômico — e todo pensamento que dissentir dessa orientação não atende às ne
A bandeira do maUhustanismo.
A tese levantada pelo prof. Viner é tao fraca que o vigor de sua cultura
vimento (•conómico"( ® )
Está de pé, portanto, a velha e em-
cias do norte, notadamente a do Ceará, o gabinete Sinimbu, não po dendo eximir-se aos apelos que lhe
de papel-moeda, medida alvitrada por
quando ocupou, inteiramente, a pasta \ da Fazenda, eram estas as palayràs i de Sinimbu no Senado: "... todas j as operações... se efetuaram em bi lhetes do Tesouro. Não havia em cai xa senão 1.000 e tantos contos, e nas últimas remessas que quis efe tuar para Londres, já os tomadores de bilhetes me impunham condições,
não só de juros, mas também de
poeirada bandeira do malthusianismo.
Silveira Martins ministro da Fazen
Não sabemos como encher cs "espaços
da, muito embora fosse ela, no con ceito de Sinimbu, "o pior de todos os
prazo.
expedientes" (1), e à mesma prefe
com o prazo de dous meses... uma
dívida flutuante de 40.000:000$, que
Nazios".
Circula também a teoria do
imensa e especializada, não pôde lhe en-'
emprego pleno, (pie dá toda a nossa mão-de-obra como ocupada, provocando
car as causas do atraso das nações agráfoi encontrá-las, simplistamente, na ndancia de suas populações. Formu
a alta dos salários. Mas liá alguma coisa
risse "um empréstimo, mediante a emissão de apólices, a juro razoá
errada cm tudo isso, não lhes parece ?
vel..." (2)
xertar forças. Tanto assim que, ao bus
Reportando-se ao período de ja neiro e parte de fevereiro de 1878,
(HO
Todas as citações são da Revista
Brasileira de Economia, n.^ 5. jun.ho. 95i.
A situação, porém, de verdadeiro pânico,
justificava
plenamente
o
abandono de quaisquer pontos de vis ta doutrinários.
De tudo se lançava mão na ânsia
Vi-me obrigado a aceitar bilhetes está sujeita às eventualidades das operações da praça e das exigências dos capitalistas, coloca o governo em
situação muito precária.'(4) Não era menos sombria a lingua
gem de Silveira Martins na reuniãa da secção de Fazenda do Conselho
à fome 0 à miséria.
de Estado, convidada a pronunciar-se sôbre a matéria, reunião realizada
Exauriam-se os cofres públicos, cuidadosamente vasculhados, a fim
sua presidência, e com a presença
de socorrer as populações, reduzidas
no dia 12 de março de 1878, sob a
de que fosse enviado às vítimas da
do visconde do Rio Branco e de Jerè-
terrível calamidade o dinheiro indis
nimo José Teixeira Júnior, futuro visconde do Cruzeiro.
pensável para fazer frente à remessa de alimentos, medicamentos, etc. Até uma taxa do fundo de emanci
pação, criada pela lei de 28 de Se tembro de 1871, "como uma gota
Na exposição com que antecedeu a abertura da conferência. Silveira Martins, desassoinbrado como sem pre, confessou, sem rebuços nem sub
dágua que se lançasse no oceano" (3), foi majorada e desviada de seus
terfúgios, a quase insolvência do país.
objetivos para cobrir as despesas de
janeiro-fevereiro, (ieveria alcançar a
Enquanto a despesa, no bimestre
um déficit, que se avolumava dia a
soma de* 56.488:267§533, a receita,
dia.
no espaço de tempo, era orçada em
176
31,531:257$333, determinando, conseguinte, um déficit de
Dtf.Ksrci
por
24.956:275$351, que teria a sua im
portância ampliada para 70,972:875$371, com a adição de uma dívida flutuante, em bilhetes do Te souro, até Março, no valor de 46.016:600$.
Deveriam ser ainda computadas naquele déficit, em virtude de não
haver dinheiro para pagá-las, diver
tes
do comérclu:
Fí"<>NÓ.\tico
mormente sendo
mal de aplicar-se uma certa quota da renda do Estado, por exemplo, a
suas fontes de produção, e sustenta,
da estrada de ferro D. Pedro II, no jirogre.ssivo resgate da nova emis.são ".
Terminada a exposição de Silveira Martins, o jirimeiro consellieiro a usar da palavra foi Rio Branco, cujo voto se revestia da maior autoridade, uma vez que era êle um dos chefes
varam a alguns milhares de contos
mais acatados do partido conserva dor e, mais ainda, professor da Es
de réis.
cola Politécnica.
tuando que o ministério
não apresentava suges tões, acedeu, todavia, em expender a sua opi nião pessoal.
Infenso a um emprés timo externo, que deter minaria, pelo pagamen to dos juros e das amoi--
tizações anuais, um au mento de despesa, tam
bém se mostrava refratário à emissão e apólices da dívida interna, opera ção que reputava igualmente onerosa e nociva ao comércio.
A única solução, a seu ver, se ba seava na emissão de papel-moeda, desde que não excedesse ao montan
te do déficit verificado e do que se previsse para o futuro, em face das estimativas calculadas.
Fixando em_ 80.000:000!5 o máxi mo da emissão, observava Silveira Martins "que o indicado aumento do meio ciiculante não depreciaria a moeda fiduciária, antes é providên cia reclamada por pessoas competen
177
o empréstimo externo traz capital real ao país, que vem alimentar as
da Agricultura, cujas cifras se ele
Interrogado, pelo visconde do Rio-
KcxíNÓNÍICO
acompanhada com compromisso for
sas contas liquidadas do ministério
Branco, acerca do modo de pensar do gabinete. Silveira Martins, acen
DI(;Hs I O
Formulando, de início, algumãs objeções quanto aos elementos apre sentados pelo Tesouro, relativamente à receita e à despesa
do exercício subseqüente,
quando não eleva o curso do câmbio: estas vantagens compensariam o en cargo das despesas anuais, desde que as condições do contrato não fossem
muito pesadas. E se por êsse meio sc pudesse evi
aquém de nossas necessidades, fato que atenuaria de muito os malefí cios da inflação... Como prova de sua escassez, lembrava Rio Branco
que eram pouco comuns "uma ele
ponto, porque contribuiriam muito para t) crédito do Estado, e melhor regime de sua circulação monetária."
pressão constante no câmbio".
Curvando-se, todavia, às contin
gências do momento, que só poderiam ser obviadas pela prática da inflação,
Rio Branco alongou-se em conside rações a respeito do papel-moeda, que sempre nos havia sido de grande
se nos ensinamentos dos mais cate
computar-se
gorizados
dívida
No caso particular do Brasil, não lhe parecia que houvesse entre nós superabundãncia de meio circulante; julgava-o, pelo contrário, muito
tar o recurso extremo do papel-moe da, aquelas vantagens subiriam de
o que procurou demons trar pelo exame da arrecadação de várias repartições, ressaltou que lhe parecia um erro a
não possuir o valor intrínseco da moe da metálica.
utilidade, e do qual não poderíamos pre-scindír por muito tempo.
vação geral dos preços, e uma" de Concordando com uma nova emis
são, que limitava em cinqüenta ou sessenta mil contos, julgava conve
niente, como medida acauteladora de possíveis explorações, que o gover
no se entendesse com os agentes do Brasil em Londres, ou por algum outro meio ao seu alcance, para neu
tralizar a ação das causas artificiais que tendessem a deprimir o curso do
Por experiência própria, louvandotratadistas, classificou-o
câmbio.
Ao concluir o seu voto, voto de ver dadeiro mestre, acentuou Rio Branco
flutuante à conta do dé
como" ... o melhor de todos os agen
que "o uso de medida tão excepcio
ficit.
tes monetários para as transações internas; porque preenche as mesmas
nal não seria justificável, se não fôsse determinado por necessidades
funções da moeda real, com mais co modidade e rapidez, ao mesmo tempo
reais, bem verificadas e urgentes, tais como "o resgate de uma parte
auxiliares, e por isso não despreza
que poupa ao Estado o considerável
da dívida flutuante; os socorros às
va, assim se manifestou com refe rência ao empréstimo externo e à emissão de papel-moeda:
capital que de outro modo teria de ser empregado em metal precioso pa
províncias flageladas pela sêca, pres tados do modo mais produtivd; as
Como fosse insuficien
te a emissão de bilhetes e de apóli ces, que admitia como providências
ra servir de veículo e intermediário ao movimento e troca do valores.
construções de estradas de ferro do
"Entre os dous expedientes prefe riria sem hesitar o primeiro, o em
Só não possui a qualidade econômi
cimento dágua à capital do Império".
préstimo externo, se fosse possível
ca da moeda universal".
O parecer de Teixeira Júnior, um dos mais completos homens públicos
em condições honrosas para o crédi to nacional e não muito onerosas.
Preferiria ainda que os títulos da nova emissão não pudessem ser nego ciados a uma cotação inferior à do último empréstimo (96 1/2), uma vez que a diferença não fôsse grande.
Estado, já começadas; e o abaste
Não contestava, porém, que as van tagens do papel-moeda eram os seus
do segundo reinado, foi a ratificação
principas defeitos, pois facilitava aos
quase que integral das palavras de
governos êsse meio baratíssimo de
Rio Branco.
obter dinheiro, depreciando a moeda, desde que esta se vê privada da sua
Reconhecia, da mesma forma, as vantagens e desvantagens do papelmoeda, cujo emprego não se pode
condição de raridade, em virtude de .....
176
31,531:257$333, determinando, conseguinte, um déficit de
Dtf.Ksrci
por
24.956:275$351, que teria a sua im
portância ampliada para 70,972:875$371, com a adição de uma dívida flutuante, em bilhetes do Te souro, até Março, no valor de 46.016:600$.
Deveriam ser ainda computadas naquele déficit, em virtude de não
haver dinheiro para pagá-las, diver
tes
do comérclu:
Fí"<>NÓ.\tico
mormente sendo
mal de aplicar-se uma certa quota da renda do Estado, por exemplo, a
suas fontes de produção, e sustenta,
da estrada de ferro D. Pedro II, no jirogre.ssivo resgate da nova emis.são ".
Terminada a exposição de Silveira Martins, o jirimeiro consellieiro a usar da palavra foi Rio Branco, cujo voto se revestia da maior autoridade, uma vez que era êle um dos chefes
varam a alguns milhares de contos
mais acatados do partido conserva dor e, mais ainda, professor da Es
de réis.
cola Politécnica.
tuando que o ministério
não apresentava suges tões, acedeu, todavia, em expender a sua opi nião pessoal.
Infenso a um emprés timo externo, que deter minaria, pelo pagamen to dos juros e das amoi--
tizações anuais, um au mento de despesa, tam
bém se mostrava refratário à emissão e apólices da dívida interna, opera ção que reputava igualmente onerosa e nociva ao comércio.
A única solução, a seu ver, se ba seava na emissão de papel-moeda, desde que não excedesse ao montan
te do déficit verificado e do que se previsse para o futuro, em face das estimativas calculadas.
Fixando em_ 80.000:000!5 o máxi mo da emissão, observava Silveira Martins "que o indicado aumento do meio ciiculante não depreciaria a moeda fiduciária, antes é providên cia reclamada por pessoas competen
177
o empréstimo externo traz capital real ao país, que vem alimentar as
da Agricultura, cujas cifras se ele
Interrogado, pelo visconde do Rio-
KcxíNÓNÍICO
acompanhada com compromisso for
sas contas liquidadas do ministério
Branco, acerca do modo de pensar do gabinete. Silveira Martins, acen
DI(;Hs I O
Formulando, de início, algumãs objeções quanto aos elementos apre sentados pelo Tesouro, relativamente à receita e à despesa
do exercício subseqüente,
quando não eleva o curso do câmbio: estas vantagens compensariam o en cargo das despesas anuais, desde que as condições do contrato não fossem
muito pesadas. E se por êsse meio sc pudesse evi
aquém de nossas necessidades, fato que atenuaria de muito os malefí cios da inflação... Como prova de sua escassez, lembrava Rio Branco
que eram pouco comuns "uma ele
ponto, porque contribuiriam muito para t) crédito do Estado, e melhor regime de sua circulação monetária."
pressão constante no câmbio".
Curvando-se, todavia, às contin
gências do momento, que só poderiam ser obviadas pela prática da inflação,
Rio Branco alongou-se em conside rações a respeito do papel-moeda, que sempre nos havia sido de grande
se nos ensinamentos dos mais cate
computar-se
gorizados
dívida
No caso particular do Brasil, não lhe parecia que houvesse entre nós superabundãncia de meio circulante; julgava-o, pelo contrário, muito
tar o recurso extremo do papel-moe da, aquelas vantagens subiriam de
o que procurou demons trar pelo exame da arrecadação de várias repartições, ressaltou que lhe parecia um erro a
não possuir o valor intrínseco da moe da metálica.
utilidade, e do qual não poderíamos pre-scindír por muito tempo.
vação geral dos preços, e uma" de Concordando com uma nova emis
são, que limitava em cinqüenta ou sessenta mil contos, julgava conve
niente, como medida acauteladora de possíveis explorações, que o gover
no se entendesse com os agentes do Brasil em Londres, ou por algum outro meio ao seu alcance, para neu
tralizar a ação das causas artificiais que tendessem a deprimir o curso do
Por experiência própria, louvandotratadistas, classificou-o
câmbio.
Ao concluir o seu voto, voto de ver dadeiro mestre, acentuou Rio Branco
flutuante à conta do dé
como" ... o melhor de todos os agen
que "o uso de medida tão excepcio
ficit.
tes monetários para as transações internas; porque preenche as mesmas
nal não seria justificável, se não fôsse determinado por necessidades
funções da moeda real, com mais co modidade e rapidez, ao mesmo tempo
reais, bem verificadas e urgentes, tais como "o resgate de uma parte
auxiliares, e por isso não despreza
que poupa ao Estado o considerável
da dívida flutuante; os socorros às
va, assim se manifestou com refe rência ao empréstimo externo e à emissão de papel-moeda:
capital que de outro modo teria de ser empregado em metal precioso pa
províncias flageladas pela sêca, pres tados do modo mais produtivd; as
Como fosse insuficien
te a emissão de bilhetes e de apóli ces, que admitia como providências
ra servir de veículo e intermediário ao movimento e troca do valores.
construções de estradas de ferro do
"Entre os dous expedientes prefe riria sem hesitar o primeiro, o em
Só não possui a qualidade econômi
cimento dágua à capital do Império".
préstimo externo, se fosse possível
ca da moeda universal".
O parecer de Teixeira Júnior, um dos mais completos homens públicos
em condições honrosas para o crédi to nacional e não muito onerosas.
Preferiria ainda que os títulos da nova emissão não pudessem ser nego ciados a uma cotação inferior à do último empréstimo (96 1/2), uma vez que a diferença não fôsse grande.
Estado, já começadas; e o abaste
Não contestava, porém, que as van tagens do papel-moeda eram os seus
do segundo reinado, foi a ratificação
principas defeitos, pois facilitava aos
quase que integral das palavras de
governos êsse meio baratíssimo de
Rio Branco.
obter dinheiro, depreciando a moeda, desde que esta se vê privada da sua
Reconhecia, da mesma forma, as vantagens e desvantagens do papelmoeda, cujo emprego não se pode
condição de raridade, em virtude de .....
w Du;i-:í>'io
178
condenar, quando c uma necessidade para facilitar o movimento e as tran
sações, e a sua quantidade não exce de às exigências do comercio.
Achava, no entanto, que o recur
so da inflação, único compatível com o momento, não deveria ser repeti do tão cedo, pelo menos enquanto
Kconomico
desprezasse, caso as circunstâhcias permitissem, a realização de amor tizações extras.
Adotadas
essas
A HABITABILIDADE DOS TRÓPICOS
providências, e
PiMENTEL Gomes
também a de resgatar a emissão den
X
tro de prazo determinado, coínpro-
misso assumido pelo governo, não ti nha escrúpulos em dar seu voto fa
^NCEiinEMOs esta série de artigos
Um mestre purtuguàs
Em conjuntura tão delicada, qual
dizendo algo sobre alguns mes tres europeus. Negar a competência de muitos não é meu desejo. Parece-
da como "meio ordinário do ocorrer
fôsse o apelo ã inflação, o Impera dor não se restringiu apenas a ouvir
à despesa pública".
a secçâo de Fazenda.
dante aceitar todas as opiniões que
O Sr. Antônio G. Matoso tem, em Portugal, o monopólio dos dios de geografia e história paia násios, colégios e uns tantos cuisos
nos chegam de além-mar, num ver
técnicos. Como seus livros,
dadeiro eumiquismo mental. Infeliz
maus, são os únicos addtados o icia mente, não tem tido nenhum cui a o
não estivesse resgatada a emissão do que se cogitava, pois aquela pro vidência não poderia ser considera
Contrariamente a Rio Branco, que reputava desnecessária a aplicação
de uma verba especial para resgate da emissão, considerando bastante uma quota da renda geral do Estado,
Teixeira Júnior, endossando o ponto de vista de Silveira Martins, não via nenhuma mais adequada para aque le fim do que a receita da Estrada
de Ferro D. Pedro 11, sem que se
vorável.
Quis ouvir também o Conselho de
me, porém, verdadeiramente degra
Estado pleno, integrado pelos maio
mente, muitos dos pretensos mestres
res estadistas da época, encanecidos
do Velho Continente cometem enga
em atualizá-los.
no estudo das grandes questões polí ticas, financeiras e econômicas, de
nos tão grandes e tão freqüentes que
"A Província de Angola'% jornal mm-^
mais parecem erros, e erros graves.
to bem feito que se publica em oan
cujo pronunciamento trataremos eni
E tal não acontece apenas com os
da, capital de Angola, queixava-se
mais ou menos anônimos.
amargamente da última e içao e uma geografia de Antônio G. a oso. Embora editada em 1950, o homem ainda cuidava, muito a sério, o udoeste Alemão, desaparecido com o tratado de Versalhes! Trinta e tantos
artigo posterior.
Os gran
des, os maiores, os professores de 1/2) Scssüo de 4 de Julho de 1879. 3) Joaquim Nabuco. •"Discursos ParlBmentarc.s". pág. 93.
universidades verdadeiros
escrevem, às absurdos.
vezes,
Observa-os
quem quer que leia atentamente suas obras sem abdicar do direito de crí
tica. Enfim, não somos uma colônia política nem intelectual. Atingimos a maturidade. Nossos institutos, nos sas universidades não são inferiores
Há alguns meses,
anos depois, o feliz geógrafo oficial do governo português ainda desconhe cia o fato!
. .
Matoso é o responsável principal
pelo desconhecimento que Poitugal
aos europeus. Temos um número considerável e rapidamente crescente de grandes escritores, jornalistas, pintores, escultores, arquitetos, téc
tem do Brasil. Em sua "Geografia Geral", dedica ao nosso país cinco
nicos e cientistas. Os brasileiros tam
tografias do tempo em que o diabo
páginas e meia entremeadas de fo
bém já estão fazendo algo de muito
era cadete novo.
interessante pelo desenvolvimento das
ditem, são do começo do século! Mos
artes e da ciência. Não estamos mais
em condições de aceitar tudo o que
tram um Brasil quase pré-histórico, dada a - rapidez de nossa evolução.
nos chega de fora até mesmo quando
São Paulo é um amontoado de casas
pejado de erros flagrantes. Se' por aqui erramos, também alhures se
baixas, dominadas pelas tôrres das igrejas. O Rio de Janeiro é visto' do alto do Corcovado quando ainda
erra e se erra muito.
Talvez até se
Embora não acre
erre mais do que aqui porque ainda
não existia a estátua de Cristo Re
se atribuem uma superioridade que não mais possuem.
dentor.
As outras fotografias não
destoam das primeiras.
Tem-se a
w Du;i-:í>'io
178
condenar, quando c uma necessidade para facilitar o movimento e as tran
sações, e a sua quantidade não exce de às exigências do comercio.
Achava, no entanto, que o recur
so da inflação, único compatível com o momento, não deveria ser repeti do tão cedo, pelo menos enquanto
Kconomico
desprezasse, caso as circunstâhcias permitissem, a realização de amor tizações extras.
Adotadas
essas
A HABITABILIDADE DOS TRÓPICOS
providências, e
PiMENTEL Gomes
também a de resgatar a emissão den
X
tro de prazo determinado, coínpro-
misso assumido pelo governo, não ti nha escrúpulos em dar seu voto fa
^NCEiinEMOs esta série de artigos
Um mestre purtuguàs
Em conjuntura tão delicada, qual
dizendo algo sobre alguns mes tres europeus. Negar a competência de muitos não é meu desejo. Parece-
da como "meio ordinário do ocorrer
fôsse o apelo ã inflação, o Impera dor não se restringiu apenas a ouvir
à despesa pública".
a secçâo de Fazenda.
dante aceitar todas as opiniões que
O Sr. Antônio G. Matoso tem, em Portugal, o monopólio dos dios de geografia e história paia násios, colégios e uns tantos cuisos
nos chegam de além-mar, num ver
técnicos. Como seus livros,
dadeiro eumiquismo mental. Infeliz
maus, são os únicos addtados o icia mente, não tem tido nenhum cui a o
não estivesse resgatada a emissão do que se cogitava, pois aquela pro vidência não poderia ser considera
Contrariamente a Rio Branco, que reputava desnecessária a aplicação
de uma verba especial para resgate da emissão, considerando bastante uma quota da renda geral do Estado,
Teixeira Júnior, endossando o ponto de vista de Silveira Martins, não via nenhuma mais adequada para aque le fim do que a receita da Estrada
de Ferro D. Pedro 11, sem que se
vorável.
Quis ouvir também o Conselho de
me, porém, verdadeiramente degra
Estado pleno, integrado pelos maio
mente, muitos dos pretensos mestres
res estadistas da época, encanecidos
do Velho Continente cometem enga
em atualizá-los.
no estudo das grandes questões polí ticas, financeiras e econômicas, de
nos tão grandes e tão freqüentes que
"A Província de Angola'% jornal mm-^
mais parecem erros, e erros graves.
to bem feito que se publica em oan
cujo pronunciamento trataremos eni
E tal não acontece apenas com os
da, capital de Angola, queixava-se
mais ou menos anônimos.
amargamente da última e içao e uma geografia de Antônio G. a oso. Embora editada em 1950, o homem ainda cuidava, muito a sério, o udoeste Alemão, desaparecido com o tratado de Versalhes! Trinta e tantos
artigo posterior.
Os gran
des, os maiores, os professores de 1/2) Scssüo de 4 de Julho de 1879. 3) Joaquim Nabuco. •"Discursos ParlBmentarc.s". pág. 93.
universidades verdadeiros
escrevem, às absurdos.
vezes,
Observa-os
quem quer que leia atentamente suas obras sem abdicar do direito de crí
tica. Enfim, não somos uma colônia política nem intelectual. Atingimos a maturidade. Nossos institutos, nos sas universidades não são inferiores
Há alguns meses,
anos depois, o feliz geógrafo oficial do governo português ainda desconhe cia o fato!
. .
Matoso é o responsável principal
pelo desconhecimento que Poitugal
aos europeus. Temos um número considerável e rapidamente crescente de grandes escritores, jornalistas, pintores, escultores, arquitetos, téc
tem do Brasil. Em sua "Geografia Geral", dedica ao nosso país cinco
nicos e cientistas. Os brasileiros tam
tografias do tempo em que o diabo
páginas e meia entremeadas de fo
bém já estão fazendo algo de muito
era cadete novo.
interessante pelo desenvolvimento das
ditem, são do começo do século! Mos
artes e da ciência. Não estamos mais
em condições de aceitar tudo o que
tram um Brasil quase pré-histórico, dada a - rapidez de nossa evolução.
nos chega de fora até mesmo quando
São Paulo é um amontoado de casas
pejado de erros flagrantes. Se' por aqui erramos, também alhures se
baixas, dominadas pelas tôrres das igrejas. O Rio de Janeiro é visto' do alto do Corcovado quando ainda
erra e se erra muito.
Talvez até se
Embora não acre
erre mais do que aqui porque ainda
não existia a estátua de Cristo Re
se atribuem uma superioridade que não mais possuem.
dentor.
As outras fotografias não
destoam das primeiras.
Tem-se a
Digesio Ec:onómic()
180
impressão que Antônio G. Matoso far. questão de mostrar, aos nossos ami gos portugueses, um Brasil muito
quilômetros.
inferior ao que é em verdade. Pare
errado. O do Paraíba do Sul, tam bém. Desconhece, om absoluto, a existência de rios como o Pax-aná, o
ce que o progresso brasileiro lhe é ofensivo.
O primeiro dado errado é a área
do país — 8.485.824 quilômetros quadrados. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística regista, ofi cialmente, 8.516.037 quilômetros qua drados.
Dedica uma" página ao relevo. Não se conhecem • as três únicas serras
matogrossenses que o geógrafo por
tuguês menciona — Gaiapó, Maubaí
e Maracuju. Atrapalha o maciço de Itatiaia com o pico das Agulhas Ne gras que, cometendo mais um erro,
T
Cita ainda seis rios
nização do Ministério da Agricultura está errada. Diz que o Brasil tem 49 milhões de hectares de florestas!
te. O comprimento do Parnaiba está
Paraguai, o Uruguai o Tocantins e Cita duas baías.
Uma delas é a
181 j
EcONÓNtICtl
ve uma série do bobagens. A oi-ga-
brasileiros, dos quais dois erradamen
afluentes.
DinKSTO
Possuímos quase dez vezes mais.
Entre os produtores de café, lem •t
bra o Ceará, mas esquece o Paraná, Goiás, Bahia e Pernambuco! Os esta dos de S. Paulo, M. Gex-ais, Bahia e
do Rio de Janeiro, que desconhece
outros não cultivariam cana-de-açú-
mos. Há muitíssimos anos só a cha
car. Paraíba, Pernambuco e Ceará não teriam algodão. A borracha não
mamos de Guanabai'a. Conhece ape nas duas ilhas na baía do Guanabai'a
e das menos impoítantes.
Manaus
fica para êle na confluência do rio Negro com o Amazonas, mas, em
verdade está muitos quilômetros aci ma, em pleno rio Negro. Quanto ao clima, há idéias intei*es-
mil latas de suco de tomate por dia dui'ante vários meses do
Há outras cousas curiosíssimas. A indústria brasileira, conforme Ma
toso, vai em progresso. Já ocupa 275 mil operários, emprega 2 milhões de contos e produz utilidades no valor de 7 milhões! E' de amargar! Nossos altos-fornos estariam em Ri beirão Preto e Juiz de Fora. As usinas de açúcar, apenas em Pernam buco e Campos. Já fabricaríamos,
seria de seringueira, mas de man-
anualmente 60 milhões de cigaiTOS
gabeira e maniçoba. Em maté ria de pecuária, os bovinos esta
um por brasileiro! E o resto não destoa do que fica escrito. E é assim que, em 1951, se ensina oficialmente geografia do Brasil em Portugal. E
riam no Rio Grande do Sul. Sâo'Pau-
lo G Minas Gerais teriam cavalos e porcos. A Bahia e Pernambuco,
caprinos. E fica nisto, louvado seja Deus! Imaginem só se o geógrafo oficial resolvesse continuar. E há,
os livros de Matoso são, repitamos,
os únicos publicados em Poi"tugal, os
diz ser o mais alto do Brasil. Tem meia página sôbre os rios
santíssimas.
brasileiros. Em tão poucas linhas,
sunto, consegue dizer que "as i*e-
ainda, êste pedacinho de ouro: "As
únicos que a quase totalidade do po
giões ao sul de São Paulo dispõem de clima temperado apto à vida dos
culturas hortícolas espalham-se pe
vo lusitano pode consultar e em que
los estados de clima temperado."
pode ler algo sôbre o nosso país.
europeus". São Paulo não é apto pa ra europeus! Não são, portanto, eu ropeus os portugueses que se insta
Ora, diz Cândido de Figueiredo — cito um dicionarista lusitano, muito
Será apenas ignorância?
consegue
errar feio
várias
vezes.
Atribui 5.400 quilômetros de curso ao Amazonas, embora se admita que êste rio tenha mais de 6 mil quilô metros das nascentes ao mar.
Cita
Entre outras cousas,
nas poucas linhas que dedica ao as
únicos adotados nos estabelecimentos de ensino secundái"io e técnico, os
apenas sete afluentes do Amazonas,
laram em quantidade superior a um
dè indxástria — que hortícola é "re lativo a horta", e que horta "é terre
dois dos quais não existem — Kingu e lapura. Diz que o grande rio é
milhão ao norte de São Paulo. Nada
no plantado de legumes e hortali
sabe, ao que parece, da classificação
ças". Por aí se verifica que Antônio
fpncamente navegável em 1.000 qui
de Kõppen, nem do que se passa no
G. Matoso
lômetros de seu curso. Apenas no Brasil, é francamente navegável em
Brasil, na Austrália e até mefemo nas colônias portuguesas! Erra ortogràficamente ao escrevei"
Portugal, em nome do
outras obras de muitos
governo português, que só ao sul de São Paulo
historiadores e geógra fos de além-mar. Carlos
mais de 3.000. Não faz nenhuma i*e-
ferência ao fato de haver milhares de
rios navegáveis na Amazônia, apenas em território brasileiro.
os nomes dos estados.
Continuamos
apenas com o território do Acre!
Êste geógrafo perigoso, inimigo de
O São Francisco tem, para Matoso, 2.500 quilômetros de curso, dos quais
obra igualmente notável, de adoção,
200 navegáveis. Se êle lesse as obras
em Portugal, também obxigatória
dos geógrafos brasileiros, saberia que o São Francisco tem 3.161 qui lômetros de curso, dos quais são na
"Geografia Econômica".
vegáveis 2.456, conforme Zarur. Os tributários são navegáveis em 3.498
Angola e
Moçambique, tem
outra
Dedica ao
nosso país, nove páginas, texto e fo
tografias, todas, menos uma, dignas de museu histórico. Logo de início, sôbre a agricultura brasileira, escre-
ó
possível
ensina em
Seria possível escrever grossos vo lumes reunindo erros que parecem pouco justificáveis em
a
Pereyra já o notara e
pimentão, o
cita alguns casos em seu
tomate, o repolho, a cebola. E eu que vi tan tos portugueses plantan
livro "La Obra de Espa-
couve, o
cultivar
Otitros mestres
do hortaliças na Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba e Pará! E' até uma das especialida
na en América".
Do afamado historia
dor francês Seignobos, escreve Carlos Pereyra: "El compendiador Seignobos, oráculo de Ia Uni-
des dos imigrantes lusitanos e das
versidad Francesa, habla de Améri
mais apreciadas... E Pesqueira, em
ca em uno de sus libres de texto, y
Pernambuco, que fabrica mais de cem
Io hace con tal acierto que un compa-
Digesio Ec:onómic()
180
impressão que Antônio G. Matoso far. questão de mostrar, aos nossos ami gos portugueses, um Brasil muito
quilômetros.
inferior ao que é em verdade. Pare
errado. O do Paraíba do Sul, tam bém. Desconhece, om absoluto, a existência de rios como o Pax-aná, o
ce que o progresso brasileiro lhe é ofensivo.
O primeiro dado errado é a área
do país — 8.485.824 quilômetros quadrados. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística regista, ofi cialmente, 8.516.037 quilômetros qua drados.
Dedica uma" página ao relevo. Não se conhecem • as três únicas serras
matogrossenses que o geógrafo por
tuguês menciona — Gaiapó, Maubaí
e Maracuju. Atrapalha o maciço de Itatiaia com o pico das Agulhas Ne gras que, cometendo mais um erro,
T
Cita ainda seis rios
nização do Ministério da Agricultura está errada. Diz que o Brasil tem 49 milhões de hectares de florestas!
te. O comprimento do Parnaiba está
Paraguai, o Uruguai o Tocantins e Cita duas baías.
Uma delas é a
181 j
EcONÓNtICtl
ve uma série do bobagens. A oi-ga-
brasileiros, dos quais dois erradamen
afluentes.
DinKSTO
Possuímos quase dez vezes mais.
Entre os produtores de café, lem •t
bra o Ceará, mas esquece o Paraná, Goiás, Bahia e Pernambuco! Os esta dos de S. Paulo, M. Gex-ais, Bahia e
do Rio de Janeiro, que desconhece
outros não cultivariam cana-de-açú-
mos. Há muitíssimos anos só a cha
car. Paraíba, Pernambuco e Ceará não teriam algodão. A borracha não
mamos de Guanabai'a. Conhece ape nas duas ilhas na baía do Guanabai'a
e das menos impoítantes.
Manaus
fica para êle na confluência do rio Negro com o Amazonas, mas, em
verdade está muitos quilômetros aci ma, em pleno rio Negro. Quanto ao clima, há idéias intei*es-
mil latas de suco de tomate por dia dui'ante vários meses do
Há outras cousas curiosíssimas. A indústria brasileira, conforme Ma
toso, vai em progresso. Já ocupa 275 mil operários, emprega 2 milhões de contos e produz utilidades no valor de 7 milhões! E' de amargar! Nossos altos-fornos estariam em Ri beirão Preto e Juiz de Fora. As usinas de açúcar, apenas em Pernam buco e Campos. Já fabricaríamos,
seria de seringueira, mas de man-
anualmente 60 milhões de cigaiTOS
gabeira e maniçoba. Em maté ria de pecuária, os bovinos esta
um por brasileiro! E o resto não destoa do que fica escrito. E é assim que, em 1951, se ensina oficialmente geografia do Brasil em Portugal. E
riam no Rio Grande do Sul. Sâo'Pau-
lo G Minas Gerais teriam cavalos e porcos. A Bahia e Pernambuco,
caprinos. E fica nisto, louvado seja Deus! Imaginem só se o geógrafo oficial resolvesse continuar. E há,
os livros de Matoso são, repitamos,
os únicos publicados em Poi"tugal, os
diz ser o mais alto do Brasil. Tem meia página sôbre os rios
santíssimas.
brasileiros. Em tão poucas linhas,
sunto, consegue dizer que "as i*e-
ainda, êste pedacinho de ouro: "As
únicos que a quase totalidade do po
giões ao sul de São Paulo dispõem de clima temperado apto à vida dos
culturas hortícolas espalham-se pe
vo lusitano pode consultar e em que
los estados de clima temperado."
pode ler algo sôbre o nosso país.
europeus". São Paulo não é apto pa ra europeus! Não são, portanto, eu ropeus os portugueses que se insta
Ora, diz Cândido de Figueiredo — cito um dicionarista lusitano, muito
Será apenas ignorância?
consegue
errar feio
várias
vezes.
Atribui 5.400 quilômetros de curso ao Amazonas, embora se admita que êste rio tenha mais de 6 mil quilô metros das nascentes ao mar.
Cita
Entre outras cousas,
nas poucas linhas que dedica ao as
únicos adotados nos estabelecimentos de ensino secundái"io e técnico, os
apenas sete afluentes do Amazonas,
laram em quantidade superior a um
dè indxástria — que hortícola é "re lativo a horta", e que horta "é terre
dois dos quais não existem — Kingu e lapura. Diz que o grande rio é
milhão ao norte de São Paulo. Nada
no plantado de legumes e hortali
sabe, ao que parece, da classificação
ças". Por aí se verifica que Antônio
fpncamente navegável em 1.000 qui
de Kõppen, nem do que se passa no
G. Matoso
lômetros de seu curso. Apenas no Brasil, é francamente navegável em
Brasil, na Austrália e até mefemo nas colônias portuguesas! Erra ortogràficamente ao escrevei"
Portugal, em nome do
outras obras de muitos
governo português, que só ao sul de São Paulo
historiadores e geógra fos de além-mar. Carlos
mais de 3.000. Não faz nenhuma i*e-
ferência ao fato de haver milhares de
rios navegáveis na Amazônia, apenas em território brasileiro.
os nomes dos estados.
Continuamos
apenas com o território do Acre!
Êste geógrafo perigoso, inimigo de
O São Francisco tem, para Matoso, 2.500 quilômetros de curso, dos quais
obra igualmente notável, de adoção,
200 navegáveis. Se êle lesse as obras
em Portugal, também obxigatória
dos geógrafos brasileiros, saberia que o São Francisco tem 3.161 qui lômetros de curso, dos quais são na
"Geografia Econômica".
vegáveis 2.456, conforme Zarur. Os tributários são navegáveis em 3.498
Angola e
Moçambique, tem
outra
Dedica ao
nosso país, nove páginas, texto e fo
tografias, todas, menos uma, dignas de museu histórico. Logo de início, sôbre a agricultura brasileira, escre-
ó
possível
ensina em
Seria possível escrever grossos vo lumes reunindo erros que parecem pouco justificáveis em
a
Pereyra já o notara e
pimentão, o
cita alguns casos em seu
tomate, o repolho, a cebola. E eu que vi tan tos portugueses plantan
livro "La Obra de Espa-
couve, o
cultivar
Otitros mestres
do hortaliças na Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba e Pará! E' até uma das especialida
na en América".
Do afamado historia
dor francês Seignobos, escreve Carlos Pereyra: "El compendiador Seignobos, oráculo de Ia Uni-
des dos imigrantes lusitanos e das
versidad Francesa, habla de Améri
mais apreciadas... E Pesqueira, em
ca em uno de sus libres de texto, y
Pernambuco, que fabrica mais de cem
Io hace con tal acierto que un compa-
.iifV
^«Ii.«lf
Dic:kst4) 1£c:(>n6mi(:()
i82
triota suyo y amigo dei autor
do
estas líneas, el americanista M. Marius André, conto cincuenta y tantos errores en menos de média docena de
páginas. Y los errores de Seignolíos no son unicamente los comunes y corrientes de nombres, fechas y lu gares, sino muchos y muy profundos de concepto." Ainda conformo Car
los Pereyra, as obi-as de
Launay,
outro historiador francês, e dos maio
res, estão cheias de erros graves. Feyel, professor de geografia do uma universidade francesa, em obra
adotada oficialmente na França, in forma que Caracas, capital da Ve
nezuela, situada sobre a cordilheira dos Andes, é porto de mar!
Du.i:si() Kconómicx)
188
sor francês escreveu sobre petróleo
í'o, que não c deserto contínuo e sim
vinos e outros gados pudessem viver
brasileiro com a segurança o o de
intermitente, com sxxas terríveis se
pastando exclusivamente entx-e espi-
sembaraço de quem, ensinando na Sorbone, vê esta humanidade por ci ma do ombro: "La prospcction a
cas que se prolongam por vários anos, as linicas regiões de cultura que se
nheii-os e pedregulhos. Antigamente os rebanhos pastavam qixase livres.
constituíram
I)orté sur les lisières du massif bré-
pa.storil do sertão, são a sei*ra de Ba-
total ou parcialmente cercadas.
silien et sur les fosses intérieuves
turitó e a chapada do Araripe. Essix.« ilhotas só a custo se protegem do
agricultura não se limita às serras. A cultura canavieira do Nordeste é
du massif, dans Ia végion de Pernam buco (État de Bahia): gisements de
exn
meio à rude vida
A
gado; os grandes rebanhos, quase
a maior do Brasil e uma das maiores
livres, que pastam entre espinheiros
do mundo e está na baixada em sua
Ilha de Joanes, de Caudcias, d' Aratu, de Jaciupe, de l'ile d'Itaparica, et dans Ia région de Goyaz (Alagoas)."
e
Tudo perfeitamente errado. Notem bem: Pernambuco fica na Bahia e Goiás, nas Alagoas! Onde o sábio francês escreve Caudcias deve-se ler
construii" em derredor dessas sei'ras uma vala guarnecida de cerca com-
Candeias. Jaciupe deve ser Jacuipe. Há outras bobagens. Seria possível
Hoje as fazendas têm suas terras
pedrogulhos, tentam
com
muita
freqüência penetrar na zona mais verde da montanha; foi necessário
quase totalidade. As culturas de al godão e maniona, que se destacam entre as maiores do mundo, são feitas nas planícies semi-áx*idas, que tam
bém produzem, em gi-ande escala, mi
^jacta de plantas espinescentes, ver dadeira muralha chinesa encarregada
lho, feijão e mandioca. Infelizmente ainda não se lembrou de abrir uma
Deffontaines, que tanto qxxer ensinar,
Uma editora parisiense está publi
continuar. Francamente, podo-se to
da defesa da cultura montanhesa con tra a criação da planície".
cando, agora, uma geografia econô
mar a sério Piorre George e a pró
É inxátil dizer que há, no trecho ci
mica e social sob a direção e respon sabilidade intelectual de A, Cholley, professor da Sorbone e diretor dó
pria Sorbone que tem ixrofessôres
tado, verdadeiro amontoado de san
dêste naipe ? E onde fica a x-esponsa-
dices.
bilidade intelectual do outro cientis
nordestinas não se prolongam vários
aprêço, cita Euclides da Cunha, em |
Instituto de Geografia da Universi dade de Paris. A obra é em vários volumes. Cada um dêles é assinado por um dos maiores geógrafos fran ceses da atualidade. "Geographie de l'Energie" foi escrita por Pierve George, professor de geografia da
ta da Sorbone — A. Cholley?
anos nem
Se fosse
"Os Sertões", livro escrito há quase
como Deffontaines diz não seria pos sível 'manter os grandes rebanhos existentes. Se êle antes de querer
meio século. Ademais, Euclides da Cunha conheceu uma parte mínima da região semi-árida e um dos tre chos piores.
Raymond Furon 6 outro cientista fi-ancêa.
Em "Le Sol, Ia Forêt,
l'Eau", folheto de quarenta e poucas páginas, de pura divulgação, publi
Em primeiro lugar, as secas . são absolutas.
ensinar resolvesse estudar, verifica
obra sobre estatística da produção brasileira. Tal ainda não lhe passou pelo cérebro mais de romancista que de sábio. Deffontaines, no caso em
cado sob os auspícios da Unesco, o
ria, consultando dados meteorológi
professor escreve sobre os solos de
cos, que há enormes faixas isentas
Sorbone, um dos luminares da ciên
São Paulo: "Les terres rouges qui
às secas e que mesmo nas regiões
cia francesa contemporânea.
toda uma série de enganos muito pa
sont exploitées deviennent stériles après cinq années de culture." E o
irregular, nas secas maiores. Não há
Arbert Demolon é um dos grandes mestres da ágronomia francesa. Es creveu vários livros científicos. Em "Croissance des Vegetaux", no ca pítulo "Confx-ontation de Ia formule
recidos com erros graves.
engraçado é que êle acredita nisto!
apenas duas serras de clima ximido,
logarithmique avec 1'expérience" a
Agora a gente também passa a ter
pena da Unesco que aceita como co
i-ecebendo uma pluviosidade igual ou maior qxxe a do interior do Estado
laboradores semelhantes "sábios".
de São Paulo.
Tem Infeliz
mente, não posso citar todos os que, na minha ignorância, pude verificar sem grandes dificuldades, a tal ponto chegoxx a cultura de alguns profes sores franceses. À página 79, tratan do de carvão de pedra, o admirável sábio gaulês tem este pedacinho de
Deffontaines,
outro
luminar
da
ciência francesa e que é, atualmente, diretor do Instituto Francês de Bar
semi-áridas chove, embora de modo
Além de Araripe e
Baturité há, em condições semelhan tes,* muitas outras serras, como Meruoca, Ibiapaba, Maranguape, Uru-
celona, tem escrito coisas absurdas
buretama e Luís Gomes. Só há valo
ouro: "Un gisement nouveau a été
sobre o nosso país, onde, aliás, resi
num trecho da chapada do Araripe.
decouvert pendant Ia seconde guerre mondiale dans l'État de Para, au sud
diu algum tempo. Em "Ensaio de Geographía Humana da Montanha",
de Recife." À página 148, o profes
encontro isto: "No Nordeste brasilei-
Não há cêrcas de espinheiros envol vendo as serras. Não se poderia ad mitir que grandes rebanhos de bo
propósito de experiências no campo cita Joret e seus trabalhos. Ora o ' agrônomo Frederico Pimentel Gom'es professor da Escola Superior de Agri' cultura "Luís de Queiroz", de Pira cicaba, mostrou em "Aspectos Ma temáticos e Estatísticos da Lei do
Mitscherlich", que o trabalho de Jo ret, em qiie se apóia Demolon, está errado. Nao prova o que pretende Ademais, no caso, a citação de De'
.iifV
^«Ii.«lf
Dic:kst4) 1£c:(>n6mi(:()
i82
triota suyo y amigo dei autor
do
estas líneas, el americanista M. Marius André, conto cincuenta y tantos errores en menos de média docena de
páginas. Y los errores de Seignolíos no son unicamente los comunes y corrientes de nombres, fechas y lu gares, sino muchos y muy profundos de concepto." Ainda conformo Car
los Pereyra, as obi-as de
Launay,
outro historiador francês, e dos maio
res, estão cheias de erros graves. Feyel, professor de geografia do uma universidade francesa, em obra
adotada oficialmente na França, in forma que Caracas, capital da Ve
nezuela, situada sobre a cordilheira dos Andes, é porto de mar!
Du.i:si() Kconómicx)
188
sor francês escreveu sobre petróleo
í'o, que não c deserto contínuo e sim
vinos e outros gados pudessem viver
brasileiro com a segurança o o de
intermitente, com sxxas terríveis se
pastando exclusivamente entx-e espi-
sembaraço de quem, ensinando na Sorbone, vê esta humanidade por ci ma do ombro: "La prospcction a
cas que se prolongam por vários anos, as linicas regiões de cultura que se
nheii-os e pedregulhos. Antigamente os rebanhos pastavam qixase livres.
constituíram
I)orté sur les lisières du massif bré-
pa.storil do sertão, são a sei*ra de Ba-
total ou parcialmente cercadas.
silien et sur les fosses intérieuves
turitó e a chapada do Araripe. Essix.« ilhotas só a custo se protegem do
agricultura não se limita às serras. A cultura canavieira do Nordeste é
du massif, dans Ia végion de Pernam buco (État de Bahia): gisements de
exn
meio à rude vida
A
gado; os grandes rebanhos, quase
a maior do Brasil e uma das maiores
livres, que pastam entre espinheiros
do mundo e está na baixada em sua
Ilha de Joanes, de Caudcias, d' Aratu, de Jaciupe, de l'ile d'Itaparica, et dans Ia région de Goyaz (Alagoas)."
e
Tudo perfeitamente errado. Notem bem: Pernambuco fica na Bahia e Goiás, nas Alagoas! Onde o sábio francês escreve Caudcias deve-se ler
construii" em derredor dessas sei'ras uma vala guarnecida de cerca com-
Candeias. Jaciupe deve ser Jacuipe. Há outras bobagens. Seria possível
Hoje as fazendas têm suas terras
pedrogulhos, tentam
com
muita
freqüência penetrar na zona mais verde da montanha; foi necessário
quase totalidade. As culturas de al godão e maniona, que se destacam entre as maiores do mundo, são feitas nas planícies semi-áx*idas, que tam
bém produzem, em gi-ande escala, mi
^jacta de plantas espinescentes, ver dadeira muralha chinesa encarregada
lho, feijão e mandioca. Infelizmente ainda não se lembrou de abrir uma
Deffontaines, que tanto qxxer ensinar,
Uma editora parisiense está publi
continuar. Francamente, podo-se to
da defesa da cultura montanhesa con tra a criação da planície".
cando, agora, uma geografia econô
mar a sério Piorre George e a pró
É inxátil dizer que há, no trecho ci
mica e social sob a direção e respon sabilidade intelectual de A, Cholley, professor da Sorbone e diretor dó
pria Sorbone que tem ixrofessôres
tado, verdadeiro amontoado de san
dêste naipe ? E onde fica a x-esponsa-
dices.
bilidade intelectual do outro cientis
nordestinas não se prolongam vários
aprêço, cita Euclides da Cunha, em |
Instituto de Geografia da Universi dade de Paris. A obra é em vários volumes. Cada um dêles é assinado por um dos maiores geógrafos fran ceses da atualidade. "Geographie de l'Energie" foi escrita por Pierve George, professor de geografia da
ta da Sorbone — A. Cholley?
anos nem
Se fosse
"Os Sertões", livro escrito há quase
como Deffontaines diz não seria pos sível 'manter os grandes rebanhos existentes. Se êle antes de querer
meio século. Ademais, Euclides da Cunha conheceu uma parte mínima da região semi-árida e um dos tre chos piores.
Raymond Furon 6 outro cientista fi-ancêa.
Em "Le Sol, Ia Forêt,
l'Eau", folheto de quarenta e poucas páginas, de pura divulgação, publi
Em primeiro lugar, as secas . são absolutas.
ensinar resolvesse estudar, verifica
obra sobre estatística da produção brasileira. Tal ainda não lhe passou pelo cérebro mais de romancista que de sábio. Deffontaines, no caso em
cado sob os auspícios da Unesco, o
ria, consultando dados meteorológi
professor escreve sobre os solos de
cos, que há enormes faixas isentas
Sorbone, um dos luminares da ciên
São Paulo: "Les terres rouges qui
às secas e que mesmo nas regiões
cia francesa contemporânea.
toda uma série de enganos muito pa
sont exploitées deviennent stériles après cinq années de culture." E o
irregular, nas secas maiores. Não há
Arbert Demolon é um dos grandes mestres da ágronomia francesa. Es creveu vários livros científicos. Em "Croissance des Vegetaux", no ca pítulo "Confx-ontation de Ia formule
recidos com erros graves.
engraçado é que êle acredita nisto!
apenas duas serras de clima ximido,
logarithmique avec 1'expérience" a
Agora a gente também passa a ter
pena da Unesco que aceita como co
i-ecebendo uma pluviosidade igual ou maior qxxe a do interior do Estado
laboradores semelhantes "sábios".
de São Paulo.
Tem Infeliz
mente, não posso citar todos os que, na minha ignorância, pude verificar sem grandes dificuldades, a tal ponto chegoxx a cultura de alguns profes sores franceses. À página 79, tratan do de carvão de pedra, o admirável sábio gaulês tem este pedacinho de
Deffontaines,
outro
luminar
da
ciência francesa e que é, atualmente, diretor do Instituto Francês de Bar
semi-áridas chove, embora de modo
Além de Araripe e
Baturité há, em condições semelhan tes,* muitas outras serras, como Meruoca, Ibiapaba, Maranguape, Uru-
celona, tem escrito coisas absurdas
buretama e Luís Gomes. Só há valo
ouro: "Un gisement nouveau a été
sobre o nosso país, onde, aliás, resi
num trecho da chapada do Araripe.
decouvert pendant Ia seconde guerre mondiale dans l'État de Para, au sud
diu algum tempo. Em "Ensaio de Geographía Humana da Montanha",
de Recife." À página 148, o profes
encontro isto: "No Nordeste brasilei-
Não há cêrcas de espinheiros envol vendo as serras. Não se poderia ad mitir que grandes rebanhos de bo
propósito de experiências no campo cita Joret e seus trabalhos. Ora o ' agrônomo Frederico Pimentel Gom'es professor da Escola Superior de Agri' cultura "Luís de Queiroz", de Pira cicaba, mostrou em "Aspectos Ma temáticos e Estatísticos da Lei do
Mitscherlich", que o trabalho de Jo ret, em qiie se apóia Demolon, está errado. Nao prova o que pretende Ademais, no caso, a citação de De'
Duíks-io EroNÓMicí,
184
molon também está errada, pois se baseia no teor de azôto do solo, que não é fixo como o agrônomo fran
cês pretende. O agrônomo Verdade, do Instituto Agronômico de Campi nas, provou experimentalmente que o teor de azôto varia num solo paulis ta, num ano, entre 20 e 420 quilos
mento.-í de bom-humor, quando ^uer Fiquemos por aqui.
Não quis, de
modo algum, negar a existência de
grandes mestres europeus. Existem. Alguns merecem o título. Não são mais, porém, de um modo geral, su
Não são, infelizmente, apenas nos
periores aos brasileiros. Muitos dos nossos cientistas têm, em congres sos mundiais recentes, conseguido
setores citados perfuntòriamente que
a aprovação de trabalhos que vão
se nota a derrocada de muitos mes
ao arrepio das idéias dos cientistas
tres franceses. Os livros de texto sobre Análise Algébrica, publicados na França, são absolutamente arcai-
europeus de maior e mais merecido
por hectare.
COS. Em matéria de Estatística mo derna aplicada nada há de autor fran cês. Os livros de medicina deixam
mmto a desejar. Ainda se publica na França, reproduzindo-se eàicno^ de há 30 anos (!) uma célebre
cyclopédie Agricole". São obras pas sadistas, arcaicas.
Ensinam uma
agi-onomia do começo do século, hoje ultrapassada de muito em todos os setores. São livros perigosos pelas suas insuficiências e pelos seus erros. O professor Melo Morais, diretor da Escola Superior de Agricultura de Piracicaba e um dos pontos culminan tes da agronomia brasileira, costuma citar a "Encyclopédie" em seus mo-
V
fazer espírito.
renome.
Quanto aos médios e aos
medíocres, como Gourou, ao lado de alguma coisa interessante há, no que escrevem, não raro, muitos enganos e erros de palmatória. Nós por aqui também erramos. De um ihodo ge
na próteção
de produtos químicos e
farmacêuticos
ral, porém, os nossos cientistas são
menos audaciosos e, em conseqüên cia, mais seguros.
0
Tomar como verdade incontestá
vel tudo que nos chega de além-mar, numa atitude de colono que contempla e adora o povo de senhores, é o que me parece detestável. Façamos nos sas críticas. Tenhamos nossa própria opinião. Consultemos os nossos cien
tistas e os nossos técnicos que co nhecem mais os fatos brasileiros que os autores estrangeiros.
IfíSi Os produtos químicos, medicinais e rarmacSutícos - assím como bebidas de
tôdas as categorias - podem oferecer ao consumidor uma embalagem mais
moderna e higiênica, quando protegida por cápsula de alumínio. Cápsula de alumínio • para todos os ítns comerciais e industriais, em diversos tamanhos, nas côres as mais
variadas e nos modelos exigidos pelos fabricantes.
ALUmiNIO DO BRAS1L,S. A. Caixa Postal, 8059 - S. Paulo
Duíks-io EroNÓMicí,
184
molon também está errada, pois se baseia no teor de azôto do solo, que não é fixo como o agrônomo fran
cês pretende. O agrônomo Verdade, do Instituto Agronômico de Campi nas, provou experimentalmente que o teor de azôto varia num solo paulis ta, num ano, entre 20 e 420 quilos
mento.-í de bom-humor, quando ^uer Fiquemos por aqui.
Não quis, de
modo algum, negar a existência de
grandes mestres europeus. Existem. Alguns merecem o título. Não são mais, porém, de um modo geral, su
Não são, infelizmente, apenas nos
periores aos brasileiros. Muitos dos nossos cientistas têm, em congres sos mundiais recentes, conseguido
setores citados perfuntòriamente que
a aprovação de trabalhos que vão
se nota a derrocada de muitos mes
ao arrepio das idéias dos cientistas
tres franceses. Os livros de texto sobre Análise Algébrica, publicados na França, são absolutamente arcai-
europeus de maior e mais merecido
por hectare.
COS. Em matéria de Estatística mo derna aplicada nada há de autor fran cês. Os livros de medicina deixam
mmto a desejar. Ainda se publica na França, reproduzindo-se eàicno^ de há 30 anos (!) uma célebre
cyclopédie Agricole". São obras pas sadistas, arcaicas.
Ensinam uma
agi-onomia do começo do século, hoje ultrapassada de muito em todos os setores. São livros perigosos pelas suas insuficiências e pelos seus erros. O professor Melo Morais, diretor da Escola Superior de Agricultura de Piracicaba e um dos pontos culminan tes da agronomia brasileira, costuma citar a "Encyclopédie" em seus mo-
V
fazer espírito.
renome.
Quanto aos médios e aos
medíocres, como Gourou, ao lado de alguma coisa interessante há, no que escrevem, não raro, muitos enganos e erros de palmatória. Nós por aqui também erramos. De um ihodo ge
na próteção
de produtos químicos e
farmacêuticos
ral, porém, os nossos cientistas são
menos audaciosos e, em conseqüên cia, mais seguros.
0
Tomar como verdade incontestá
vel tudo que nos chega de além-mar, numa atitude de colono que contempla e adora o povo de senhores, é o que me parece detestável. Façamos nos sas críticas. Tenhamos nossa própria opinião. Consultemos os nossos cien
tistas e os nossos técnicos que co nhecem mais os fatos brasileiros que os autores estrangeiros.
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BANCO NACIONAL IMOBILIÁRIO S. A., estão organizadas para
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Telefone,
Jabaquara,
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AGÊNCIA N.o 8
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Tel.
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AGÊNCIA TATUAPÊ Avenida Celso Garcia, 3760
5ABAO
ESPUMANTE
Banco Nàeionàl Inióbüiário SJAl
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(Filiado ao Sindicato dos Corretores de Imóveis)
MOINHO SANTISTA INDÚSTRIAS GERAIS
SEDE CENTRAL: Rua Álvares Penteado, 72 — Telefone: 33-2184 Arco-Artusi
3418
largo do Colé. 11 • SÃO PAULO
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Banco de Minas Geraes S. A. (Único distribuidor do ouro das minas de Morro Velho e Passagem)
Empresa de Transpcrtes Minas Gerais Ltda. Serviços de Transportes entre
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Matriz — Belo Horizonte — Rua Espirito Santo n.° 527
RIO — S. PAULO ~ BELO HORIZONTE — JUIZ DE FÓRA — SANTOS — NITERÓI,
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Rua Buenos Àires n.° 48
Av. Graça Aranha, 296-A Rua Visconde de Pirajá n.° 581 Filial em São Paulo — Rua Alvares Penteado, n.° 177 - Fone 3-3839
FONE: 2-7347
NITERÓI: TRAVESSA LUIZ PAULINO, 29 * FONE: 2-1355 SANTOS; RUA VISCONDE DO RIO BRANCO. 12 ★ FONE: 6-535
Capital
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CrS
50.000.000,00
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CrS
41.000.000,00
Depósitos
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CrS 2.765.000.000,00
DESCONTOS, CAUÇÃO, COBRANÇAS
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de Janeiro e no Distrito Federal.
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Todos sabem que a economia representa pecúlio, mas o que nem todos sabem é que guardar dinheiro em casa é um perigo. Assim, aconselha a prudência, aos que tiverem economias
guardadas em casa, depositá-las no Banco de sua confiança.
(Estado de Minas Gerais)
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Manoel Ferreira Guimarães — Diretor Vice-Presidente
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técnica otó hoje não igualado. Conta-se, que o próprio Michelangolo, orrobotodo ante a naturalidode de seu célobre Moysôs,exclamou-"Parlai"
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"TT ÁGUA TÔNICA DE QUININO da Antorctica, o refrigerante que diàriamonte soboreomos^ é um produto cu|o ínconfundivet polodor não pode ser igualado e, sendo uma alta con quisto no campo dos refrigerantes, para or
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