TERÇA-FEIRA, 28 DE MAIO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5656
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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Atos bolsonaristas: fracasso total OPINIÃO
Funcionária de Lemann, Tabata Amaral torce para que o governo Bolsonaro dê certo
INTERNACIONAL
Ao contrário do que está apresentando a imprensa burguesa, os atos dos bolsonaristas no dia 26 de maio foram um total fracasso. Na maioria das cidades foram realizados atos pequenos que nem chegaram a reunir 200 pessoas.
Não dizer que coxinha fracassaram e deram um vexame seria falsificar a realidade Domingo (26) Bolsonaro tentou repetir a marcha sobre Roma de Mussolini. Convocou manifestações no país inteiro em uma tentativa de se contrapor aos protestos que tomaram o Brasil no dia 15 exigindo a queda de seu governo.
Augusto Heleno teria comandado massacre das tropas da ONU no Haiti em 2005
Artistas de todos os estilos se unem no Festival Lula Livre no próximo domingo em São Paulo Eleições europeias: extrema-direita cresce e é segunda maior força no parlamento europeu
MOVIMENTO
Concursados do Banco do Brasil protestam por nomeação
As eleições demonstraram uma profunda crise do imperialismo, apesar da tentativa de esconder o fato pela imprensa capitalista.
Já são quase dois anos que os bancários do Banco do Brasil, que participaram de um concurso para a área de tecnologia do banco
2 | OPINIÃO E POLÊMICA
BOLSONARISTA
Funcionária de Lemann, Tabata Amaral torce para que o governo Bolsonaro dê certo “É muito perigoso se não der certo (o governo Bolsonaro) […] porque se não der certo, tenho medo que as pessoas questionem a própria democracia”. Essas foram algumas das palavras da deputada Tabata Amaral (PDT) no programa Conversa com Bial, da TV Globo, exibido no final da semana passada. Ou seja, se ela tem medo de que o governo Bolsonaro não dê certo, então ela torce para que ele dê certo. É uma repetição do “boa sorte” desejado por Fernando Haddad quando o fascista da barriga furada (?) venceu, de maneira fraudulenta, a disputa presidencial. Tabata Amaral quer que deem certo todos os ataques de Bolsonaro aos direitos mais elementares do povo brasileiro. Para ela, tem que dar certo o roubo da aposentadoria, a destruição das universidades públicas, o Escola Com Fascismo, a entrega da Petrobras e da Amazônia, as privatizações, os massacres contra os sem terra, os assassinatos da PM, o fim dos direitos das mulheres… Porque Bolsonaro foi imposto na presidência da República para realizar esses objetivos da burguesia fascista. De acordo com a correia de transmissão do abutre Ciro Gomes, se o governo Bolsonaro “não der certo”, as pessoas podem questionar a “democracia”. Com essa frase, ela ganhou mais um biscoito de seu dono, Jorge Paulo Lemann, segundo maior bilionário do Brasil (e homem mais rico da
Suíça, paraíso dos banqueiros sonegadores). A democracia de Tabata Amaral é a mesma democracia de Bolsonaro, que é a mesma democracia de Lemann, que financia Tabata Amaral. Essa democracia é o regime estabelecido no Brasil após o golpe de Estado que derrubou Dilma Rousseff, eleita com 54 milhões de votos. É a democracia que colocou Temer no poder, que aumentou exponencialmente a fome, a miséria, os assassinatos cometidos pela PM, que destruiu a CLT, que deu imenso poder aos militares, que estabeleceu uma ditadura do poder Judiciário. Essa democracia de Tabata Amaral é, em suma, o próprio governo Bolsonaro. Questionar “a própria democracia”, na verdade, é questionar tanto o governo Bolsonaro, como o regime golpista de conjunto, quanto o próprio regime burguês. Porque Bolsonaro nada mais é do que uma consequência do endurecimento da ditadura da burguesia sobre o povo. A “democracia” que Tabata tem medo que questionem já não é uma verdadeira democracia, uma democracia com o mínimo respeito aos direitos fundamentais do povo. Na fase em que o capitalismo se encontra, ainda mais em um país atrasado e oprimido pelo imperialismo como é o Brasil, a democracia já virou pó há muito tempo e o último resquício dela foi destruído com o golpe de 2016. Portanto, se o povo questiona essa “democracia”, está na verdade questio-
nando o brutal controle da burguesia e do imperialismo, está se colocando contra a total opressão sofrida pelas massas populares. Está, na verdade, exigindo uma verdadeira democracia, que leve as classes populares ao poder, garantindo seus direitos básicos de sobrevivência. Defender a “democracia” que é o Brasil hoje, é defender o golpe de Estado e o governo Bolsonaro. Tabata, colocada no Congresso para advogar os interesses dos grandes capitalistas como é o dono da Ambev, não quer que o povo entre em ação e se organize contra Bolsonaro e os golpistas. Porque isso seria ferir os interesses de Lemann e das fundações controladas por outros imperialistas que a promoveram através de sua bolsa de estudos em Harvard e em seus “movimentos” aos quais também participam mem-
bros do Partido Novo, o partido dos banqueiros. É justamente por isso que ela completou, mais adiante na entrevista: “Tenho muito medo da polarização.” A polarização significa exatamente que os trabalhadores percebem a direita como sua inimiga e estão cada vez mais dispostos a combatê-la. É o acirramento da luta de classes, em uma situação de crise da burguesia, na qual as camadas oprimidas têm a chance de se organizar para derrubar Bolsonaro, o golpe e, eventualmente, o próprio regime burguês. Novamente, Tabata Amaral enfatiza de que lado está. Um agente do imperialismo infiltrado em setores da esquerda, fingindo ser de esquerda mas que está justamente trabalhando contra a esquerda, os trabalhadores e a favor dos patrões capitalistas e do próprio governo Bolsonaro.
FRACASSO DOS ATOS COXINHAS
Não dizer que coxinha fracassaram e deram um vexame seria falsificar a realidade D
omingo (26) Bolsonaro tentou repetir a marcha sobre Roma de Mussolini. Convocou manifestações no país inteiro em uma tentativa de se contrapor aos protestos que tomaram o Brasil no dia 15 exigindo a queda de seu governo. Esses novos coxinhatos foram um fracasso, e apenas serviram para expor a fraqueza do governo e afundá-lo ainda mais. Do ponto de vista dos trabalhadores, é hora de aproveitar para intensificar a campanha pela queda de Bolsonaro, que está prestes a cair. Rapidamente, no entanto, a imprensa golpista, que a princípio não apoiava os atos bolsonaristas, passou a vender a ficção de que os atos teriam sido relativamente grandes e apoiariam as reformas de Bolsonaro, como a da previdência. Escondem o fracasso dos atos e os apresentam como uma defesa de reformas rejeitadas pela esmagadora maioria da população. Manipulam os coxinhatos de Bolsonaro co-
mo fizeram com todos os coxinhatos até hoje. Mudaram a abordagem relativa aos atos dias antes de eles acontecerem, percebendo que se fossem muito pequenos revelariam a ampla rejeição popular não apenas a Bolsonaro, mas a todas as suas reformas e ao seu programa neoliberal como um todo. Isso seria um desastre para os capitalistas, que trataram de tentar evitá-lo. É preciso desmenti-los e apontar os protestos coxinhas como eles foram de fato: um fiasco da extrema-direita. Embelezar os coxinhatos só ajuda a imprensa golpista Diante do fiasco bolsonarista surgiu logo quem procurasse mitigar a derrota da extrema-direita. Por um lado, seria um erro apontar que as manifestações foram pequenas. Por outro, seria um “erro” indicar que a extrema-direita é composta por histéricos desquali-
ficados. O problema é que tanto uma coisa quanto a outra são a única forma objetiva de se referir ao que aconteceu no dia 26. Os atos foram pequenos, e os direitistas que apareceram eram coxinhas ensandecidos da pequena burguesia direitista. Não apontar isso só ajudaria a imprensa golpista a confundir a situação. Para constatar que os atos foram pequenos basta olhar as imagens. Quanto ao caráter coxinha dos atos, basta dizer que os coxinhas simplesmente reivindicavam a reforma da Previdência de Paulo Guedes, além de parte expressiva deles defender que Bolsonaro feche o Congresso e se torne o Führer do Brasil. Procurar disfarçar isso é fazer coro com a Rede Globo. E a Rede Globo está fazendo isso porque defende o mesmo programa econômico de Bolsonaro. Para defender esse programa, nesse momento a burguesia tenta impedir a polarização política na so-
ciedade. Está ficando claro e delimitado que, de um lado, uma minoria coxinha de extrema-direita defende o governo, enquanto a esmagadora maioria rejeita o governo, seu programa e quer sua queda. A direita golpista precisa obscurecer esse fato para evitar que a polarização se torne mais intensa, e que dessa forma a esquerda cresça, organizando grandes atos contra o governo, até que os golpistas sejam derrotados e todo o programa da direita vá por água abaixo. É preciso trabalhar, portanto, para que justamente a polarização política se amplie, e a oposição popular ao governo fique cada vez mais clara, e as mobilizações se ampliem nesse sentido. E para isso não se pode confundir o que aconteceu no dia 26. Em primeiro lugar, foi um ato coxinha cheio de fascistas. Em segundo lugar, foi um fracasso total, mais uma derrota do governo Bolsonaro.
POLÍTICA| 3
COXINHATOS
Atos bolsonaristas: fracasso total A
o contrário do que está apresentando a imprensa burguesa, os atos dos bolsonaristas no dia 26 de maio foram um total fracasso. Na maioria das cidades foram realizados atos pequenos que nem chegaram a reunir 200 pessoas. Em determinadas capitais, nem ocorreram atos, ou se ocorreram foram nenhum pouco expressivos, reunindo meia dúzia de bolsonaristas raivosos. Bolsonaro convocou estes atos para dar uma base de apoio ao governo diante da intensa crise que está vivendo. As mobilizações gigantescas contra o governo, no dia 15 de maio, colocaram Bolsonaro e toda a direita contra a parede. Por isso, os atos no dia 26 foram chamados. Um total fracasso, que só revelou ainda mais a impopularidade de Bolsonaro e de todo o regime golpista. Em São Paulo, o ato foi um pouco maior, apesar de não chegar nem perto da mobilização dos trabalhadores no dia 15. Cerca de 5 mil pessoa foram reunidas na paulista. Entretanto, isso ocorreu de forma totalmente artificial, no velho esquema dos capitalistas que foi usado nos coxinhatos em defesa do impeachment: injeção de dinheiro para estrutura, diárias para os “manifestantes” e muita manipulação da imprensa capitalista.
Alguns dias antes dos atos, vendo que o fracasso completo das manifestações levaria a uma desmoralização de todo o regime golpista e de sua política, alguns capitalistas (Riachuelo, Havan, Bahamas etc.) se reuniram para organizar o ato. Por isso, em São Paulo, foi maior que nos outros lugares. Os capitalistas paulistas arrumaram um esquema para esconder a impopularidade da política de ataques que querem realizar – reforma da previdência, privatizações, aumento da repressão (pacote anti-crime) e assim por diante. Não fosse isto, o ato em São Paulo seria ainda menor. Tiveram de reunir os bolsonaristas do Vale do Paraíba
(que iriam realizar atos minúsculos) e enviá-los para a capital; montar palanques e showmícios na avenida, distribuir material de graça e coagir funcionários para participar dos atos. Mas mesmo com toda essa injeção de dinheiro e manobras, o ato foi pequeno. Ao contrário do dia 15 de maio, que reuniu mais de um milhão de pessoas em mais de 200 cidades, os atos bolsonaristas não chegaram a reunir nem 15 mil pessoas, e tirando São Paulo, os atos foram pífios sem nenhuma importância. Os velhos truques foram usados para favorecer a manipulação da imprensa. O ato em São Paulo foi disper-
so em diversos quarteirões com vários caminhões de som, o que permitiu a imprensa a dizer que sete quarteirões foram ocupados pela manifestação. É verdade, foram sete quarteirões, mas se aglomerasse todo mundo, não chegaria nem a lotar um quarteirão da Paulista. A imprensa está fazendo um grande esforço para esconder o fracasso das manifestações. Isto porque temem que isso deixe explícito a impopularidade do programa de destruição e repressão que querem implantar no país. A impopularidade de Bolsonaro mostraria uma impopularidade de todo o regime golpista, algo extremamente perigoso para a direita – por mais que não queiram mais Bolsonaro na presidência. Desta forma, é preciso denunciar as manobras, não só na imprensa operária e de esquerda, mas nas ruas, multiplicando as manifestações contra o governo e intensificando a luta pela derrubada do governo, a realização de novas eleições e a liberdade de Lula. Por isso, na quinta-feira (30) é fundamental que todas as organizações participem do ato convocado pela UNE, o PCO, a CUT e centenas de outras organizações de trabalhadores. Serão atos em todo o país contra o governo, que fortalecerão a organização da Greve Geral contra Bolsonaro no dia 14 de junho. Todos às ruas contra Bolsonaro!
LULA LIVRE
Artistas de todos os estilos se unem no Festival Lula Livre no próximo domingo em São Paulo N
o próximo domingo, dia 2 de junho, em São Paulo, está sendo convocado mais um Festival Lula Livre. Com a presença de mais de uma dezenas de artistas entre músicos, atores, poetas, escritores e artistas plásticos, o festival é mais uma iniciativa para a mobilização contra os golpistas e pela liberdade de Lula. Essa deve ser a principal preocupação dos artistas e de todos os ativistas presentes nesse festival-ato político. Todas as iniciativas que sirvam para uma mobilização efetiva do povo é bem vinda. É preciso apenas ter como central a necessidade de se travar uma luta política real pela liberdade de Lula. O festival, em si só, não será capaz de tirar Lula da cadeira, mas pode servir como um instrumento importante de mobilização. Essa deve ser a função política da arte. A propaganda e a agitação que esteja a serviço de uma política verdadeiramente combativa. Entre os nomes confirmados para a apresentação no domingo estão dos cantores e compositores Chico César, Arnaldo Antunes, Zeca Baleiro, Otto, Fernanda Takai, Tulipa Ruiz, entre outros. Bandas como Dead Fish e Baiana System e muitas outras atrações. Veja na arte do festival. O Festival Lula livre acontece na
Praça da República, a partir das 14 horas. Veja maiores informações aqui: https://www.facebook.com/ events/285792775656655/ Hoje, no histórico Teatro Oficina, ha-
verá uma atividade chamada “Esquenta do Festival Lula Livre” também com a presença de vários artistas. A partir das 18 horas. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/
events/2222082174770153/ É preciso intensificar a mobilização pela derrubada do governo, Fora Bolsonaro, liberdade para Lula e eleições gerais.
4 | INTERNACIONAL
ELEIÇÕES EUROPEIAS
Extrema-direita cresce e é segunda maior força no parlamento europeu A
s eleições demonstraram uma profunda crise do imperialismo, apesar da tentativa de esconder o fato pela imprensa capitalista. O jornal Le Monde, tradicional do imperialismo francês, divulgou o resultado das eleições para o parlamento europeu, em que dividiu os assentos conforme a congruência ideológica. Segundo os dados do Le Monde, os conservadores – grupo formado pelos partidos tradicionais da direita imperialista – teria ganhado as eleições, conquistando 175 cadeiras; seguidos pelos sociais-democratas, com 148 cadeiras, a extrema-direita, com 115 cadeiras, o centro-liberal com 109 cadeiras, os ecologistas com 77 cadeiras, a direita “nacionalista” com 58 cadeiras, a esquerda “radical” com 41 cadeiras e independentes com 28 cadeiras. O truque, entretanto, para disfarçar a ascensão e quase vitória dos fascistas no parlamento se dá no seguinte: segundo o Le Monde, haveria uma diferença entre o grupo “extrema-direita”
e “direita nacionalista”. Na realidade, trata-se de dois grupos de extrema-direita. Os principais componentes deste segundo grupo são o Fidesz húngaro, de Viktor Orban, que saiu dos conservadores pelo seu alinhamento com a extrema-direita, e o partido fascista polonês Direito e Justiça. Desta forma, no espectro político, a extrema-direita teria, juntando os dois, 173 assentos, isto é, quase um empate com os conservadores, que obtiveram 175 assentos no parlamento. Assim, a extrema-direita tem um poder significativo no parlamento europeu, apesar de todas as manobras da direita para impedir que isso acontecesse. Enquanto a extrema-direita cresceu no Parlamento, os partidos tradicionais do imperialismo europeu, representados principalmente nos conservadores e sociais-democratas, diminuíram significativamente. Os conservadores, liderados pelo democratas-cristãos de Angela Merkel, perderam 42 assentos e os so-
FRACASSO
ciais-democratas, 38 – totalizando, no total, 80 assentos. Para tentar driblar o esvaziamento político de seus partidos tradicionais, o imperialismo teve de usar como recurso partidos políticos secundários e criados artificialmente, que estão representados nos Verdes e no Centro-Liberal, que juntos ganharam 66 assentos (25 e 41, respectivamente). É marcante também a diminuição dos assentos da suposta Esquerda Radical, que por falta de um programa revolucionário, isto é, baseado nos interesses da classe operária, não conseguiram apresentar uma solução para a crise capitalista e aos fascistas, perdendo 11 assentos no Parlamento Europeu. A vitória da extrema-direita em países fundamentais, como a França, o Reino Unido e a Itália, além de seu crescimento na maioria dos países, revela uma profunda crise de dominação política do imperialismo na Europa. Setores da burguesia estão
optando pela saída fascistas e a base eleitoral dos tradicionais partidos conservadores está se transferindo para a extrema-direita. Assim, fica claro a decadência política do todo o regime político europeu atual. Se a esquerda não apresentar uma solução revolucionária para a crise política, a tendência é que os partidos de extrema-direita dominem todo a estrutura política europeia, estimulando a extrema-direita de todos os outros países no mundo afora.
HAITI
Partido Socialista da França quase Augusto Heleno teria comandado ficou de fora do Parlamento Europeu massacre das tropas da ONU no
D
omingo (26) encerraram-se as eleições para o Parlamento Europeu, depois de quatro dias de votação por todos os países da União Europeia (UE), incluindo o Reino Unido, que ainda não deixou o bloco. A participação nas eleições europeias foi excepcionalmente alta dessa vez comparando-se com eleições anteriores, com 50% de comparecimento às urnas. Na França, a participação também foi de 50%, com Marine Le Pen, de extrema-direita, derrotando Macron, atualmente no governo, por uma pequena margem (23,31% dos votos contra 22,41%, e uma diferença de 200 mil votos). Longe dessas votações expressivas, em sexto lugar, ficou o Partido Socialista (PS), que antes de Emmanuel Macron estava governando, durante a presidência de François Hollande. Junto com Os Republicanos (que ficaram em quarto lugar nessas eleições, com 8,4% dos votos), o PS era um dos principais pilares do regime burguês na França. Agora, o PS comemora seus 6,19% dos votos, que ultrapassaram por pouco a cláusula de barreira e possibilitaram a continuação do PS no Parlamento Europeu, agora com apenas seis deputados. Como isso aconteceu? A degradação eleitoral do PS corresponde a uma desagregação do próprio regime político. O PS serviu de mecanismo para substituir a direita tradicional do regime e continuar apli-
cando uma política econômica neoliberal, com cortes de gastos públicos e ataques aos direitos trabalhistas. A reforma trabalhista levada adiante por Hollande, liderada por Manuel Valls, levou o PS a um confronto com a classe trabalhadora. Além disso, posteriormente, com o partido já completamente desmoralizado diante das massas, o PS apoiou Macron nas eleições contra Le Pen no segundo turno das eleições presidenciais de 2017. Em 2017, o PS já viveu um fiasco eleitoral completo nas eleições presidenciais, seu candidato a presidente, Benoît Hamon, ficou apenas em quinto lugar. Todas essas políticas direitistas e apoios a políticos de direita acabaram destruindo a influência eleitoral que o partido tinha. Crise se repete em toda a Europa O caso da França mostra uma etapa avançada desse processo. Os partidos tradicionais do regime desmoronaram, e diante disso, enquanto a esquerda não apresenta uma política alternativa ao regime, a extrema-direita prospera à sombra dessa crise política. A saída encontrada pelos capitalistas franceses para manter a estabilidade do regime foi uma manobra eleitoral, com Emmanuel Macron, que saiu do nada para vencer as eleições, com base na chantagem eleitoral. Essa saída indica que, apesar de continuar funcionando por enquanto, também acabará se desgastando.
Haiti em 2005 D
e acordo com reportagem da golpista Folha de S. Paulo, 440 militares dessa força internacional liderada por Heleno invadiram a favela de Cité Soleil na Operação Punho de Aço, com a desculpa de capturar chefes de uma gangue. Os soldados bloquearam os acessos à comunidade e iniciaram tiroteios que duraram sete horas realizando 22 mil disparos, segundo dados da Minustah. O saldo foi de cinco supostos criminosos mortos, incluindo o líder da gangue, Emmanuel Wilmer. ONGs haitianas e internacionais denunciaram, no entanto, que pode ter chegado a 60 o número de civis mortos pela operação. Os próprios dirigentes da Minustah reconheceram a repressão. O chefe civil da missão, o chileno Juan Valdés, escreveu em seu relatório sobre o caso que 27 civis, dentre os quais crianças, poderiam ter sido feridos, enquanto que a embaixada dos EUA contou 26, conforme dados de um hospital de Porto Príncipe. A missão da ONU no Haiti, com o pretexto de estabilizar o país, foi na verdade uma invasão militar para o imperialismo tomar o controle total da nação mais pobre da América Latina e do Caribe, após ter patrocinado um golpe de Estado. As tropas da ONU, comandadas sob a fachada do Brasil (mas, na verdade, controladas pelo imperialismo norte-americano)
barbarizaram com a população indefesa. Até hoje, o Haiti continua um país miserável e a intervenção militar serviu apenas para piorar a situação do país. Além de Augusto Heleno, outros integrantes do governo Bolsonaro também participaram da ocupação criminosa do Haiti: o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro-chefe da Secretaria de Governo; o general Floriano Peixoto Vieira Neto, ministro-chefe da Secretaria-Geral; general Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa; general Edson Pujol, comandante do Exército; e Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura.
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FORA BOLSONARO
Comitês de Luta Contra o Golpe devem forrar as ruas do País com um milhão de cartazes Fora Bolsonaro A
s lutas centrais, nesse momento, dos comitês de luta contra o golpe são o “fora Bolsonaro” e a campanha pela liberdade de Lula. Está na ordem do dia intensificar a luta pela derrubada do governo. As ruas mostraram que Bolsonaro é impopular e que o regime golpista de conjunto precisa ser derrubado para frear os ataques de destruição das riquezas nacionais. É preciso que os trabalhadores e o movimento de luta do povo tomem a iniciativa na derrubada do governo. A burguesia, cada vez que Bolsonaro se mostra mais fraco, já se prepara para a ocasião de uma saída “por cima” para a crise política. Por isso as organizações populares devem estar à frente do amplo movimento que está pedindo não apenas a queda de Bolsonaro, mas a derrubada de todo o regime golpista que está destruindo o País.
Por isso, os comitês de luta contra o golpe estão publicando nesta semana um milhão de jornais “A luta contra o golpe”, com a manchete pedindo o “Fora Bolsonaro”, a “Liberdade para Lula” e a convocação de eleições gerais. Além do jornal, os comitês também vão distribuir um milhão de cartazes e adesivos. É preciso que esses materiais estejam em cada cidade do País, mobilizando todo o povo contra o governo golpista e fraudulento. É preciso convocar os militantes, simpatizantes e todos os trabalhadores a se juntarem nos comitês de luta contra o golpe. A mobilização é para agora! A derrubada do governo está colocada na ordem do dia! No próximo grande ato, dia 30, quinta-feira, e no dia 14 de junho, centenas de milhares de materiais serão distribuídos chamando o povo a agir.
RUI COSTA PIMENTA
“Bolsonaro é impopular” E
m todos os sábados, às 11h30, com transmissão direto do auditório do Centro Cultural Benjamin Péret em São Paulo, o Partido da Causa Operária abre as suas portas para o público em geral, com um programa apresentado pelo seu presidente nacional, Rui Costa Pimenta, e intitulado de Análise Política da Semana, objetivando lançar um olhar sobre os acontecimentos da semana, se utilizando de um método com base no materialismo histórico e dialético, de Karl Marx, e que tem, por isso mesmo, como protagonismo a luta de classe travada no cenário político e social no Brasil, levando, inclusive, em consideração, o cenário político mundial dessa luta. A seguir, foi publicado um momento da análise que fez no sábado do dia 18 de maio de 2019, e que nos elucida a precipitação em queda do governo Bolsonaro. Vejamos: (…) A mobilização ela meio que colocou na pauta, colocou na ordem do dia, o problema do fim do governo bolsonaro, é um governo liquidado, o que não significa que ele será liquidado formalmente, não estou dizendo isso, mas ele é um governo, para todos os efeitos, um governo liquidado. Uma outra coisa que aconteceu esses dias agora, não é? Recentemente. E que mostra que o governo é um governo em liquidação, é o fato de que o Congresso apresentou um outro projeto de reforma da previdência. Meio que assim: o Congresso desautoriza o presidente da república. Em um certo sentido, tirou dele a capacidade de governar. A própria carta fala que ele não fez nada, que ele não conseguiu fazer nada, que ele tentou mas não conse-
guiu fazer nada. Quer dizer que é meio que uma declaração de impotência do governo Bolsonaro. Qual é a relação da mobilização com essa situação que se criou? Porque, logicamente, quem acompanha a situação política pela imprensa, nunca vê a ligação, as coisas são sempre desconectadas, não é? Mobilização; o governo; a economia; o imperialismo; a situação internacional; isso é tudo… são compartimentos estanques, que não têm nenhuma via de comunicação. Não é assim! O grande problema do governo Bolsonaro não é a relação dele com o Congresso. Não é nada disso. O grande problema é a falta de apoio popular desde o primeiro momento. Porque se esse governo tivesse apoio popular como falaram, o Congresso e os outros se acomodariam mais à situação. Mas eles rapidamente perceberam que o governo não tem tudo isso. Ele não tem presença dentro do aparelho do Estado, e ele também não tem apoio popular. Não é?! As coisas foram se revelando aos poucos… o carnaval… porque a esquerda não tirar conclusões, mas a burguesia tira as conclusões. Porque para a burguesia é uma questão de tirar dinheiro, de manter o poder, há verdadeiros interesses em jogo quando eles analisam as coisas. Então eles olharam o negócio do carnaval e falaram: esse governo não tem apoio, como é que ele vai se levantar? Depois eles falaram: nós não precisamos aturar as extravagâncias do bolsonarismo porque ele não está com todo esse cacife para nos impor essas barbaridades. Já o Mourão tomou a iniciativa de desmantelar parcialmente o governo. Tudo isso tem como ponto principal,
como base principal, a falta de apoio do governo. Um governo que tem apoio resiste melhor a isso daí. O pessoal não vai desafiar toda opinião de gente que acabou de eleger o governo com uma sabotagem tão organizada, tão articulada, e tão intensa como fizeram com o governo Bolsonaro. Bom, o que é que acontece não é? Eu estava… porque… Eu, em um debate no 247 estava considerando o seguinte que eu queria repetir aqui. Isso foi na terça-feira, antes da mobilização. É … a consideração era a seguinte: que o governo Bolsonaro, ele se mantém e ele não é derrubado pela burguesia, porque, de todos os setores da burguesia, ele é o único que tem uma base social que dá sustentação ao governo. Essa base social, não é, nós destacamos sempre, ela não é ampla, mas ela existe, ela é uma realidade. Não é?! E os outros não têm nada para se apoiar. Partidos como os partidos do Centrão, eles perderam uma parte da base social, se dispersou, não é?! Eles incentivaram a classe média aquela classe média moralista e politicamente atrasada a embarcar de cabeça na luta contra a corrupção, e no meio da luta contra a corrupção, os líderes da luta contra a corrupção se revelaram todos, como já era de se prever, não é, uns corruptos enormes. Isso aí cria um desalento no pessoal que eles conseguiram agrupar. Nós temos que lembrar, que quando foi feita a luta contra a corrupção, esses partidos estavam todos em retrocesso. Eles procuraram se recuperar com a luta contra a corrupção, mas eles acabaram, não é, sendo engolidos pela própria campanha que eles fizeram. Uma parte mais radical da base do Centrão, foi para o bolsonarismo, que é a base social do bolsonarismo atual, e uma outra parte
provavelmente até foi para a esquerda, foi para a oposição, porque não aguenta mais a situação de crise, a situação de impasse e o beco sem saída que o país está. Não é?! Então, esses partidos não têm mais condição de criar uma base social para governar no lugar do Bolsonaro. Mas, diante disso, nós fizemos um consideração que era a seguinte: se o movimento de oposição ao Bolsonaro se transforma explicitamente, quer dizer, nas ruas, ativamente em um movimento amplo, já não tem importância do tamanho da pequena base social do Bolsonaro, porque a maior parte do Brasil vai estar contra ele. E foi isso que as ruas demonstraram na quarta-feira. Quer dizer que, em um certo sentido, qual é a base social do Bolsonaro é uma coisa um tanto quanto irrelevante para a situação política. O que nós temos agora é um governo que está confrontado à uma parcela ativa , enorme da população. Ou seja, o que nós temos agora não é um governo com ou sem base social, é um governo que se demonstrou na prática altamente impopular.”
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ANÁLISE
É necessário unificar todos os setores da população O
presidente nacional do Partido da Causa Operária, Rui Costa Pimenta, apresenta o programa Análise Política da Semana, que vai ao ar todos os sábados às 11h30 e é transmitido pela Causa Operária TV no Youtube e pela Rádio Causa Operária. No programa, Rui apresenta uma análise marxista dos principais acontecimentos políticos da semana. Na Análise Política apresentada no dia 25 de maio, Rui apontou que é necessário unificar todos os setores da população em torno de uma perspectiva de luta contra o governo Bolsonaro. Em suas palavras: “Como dar continuidade ao que está acontecendo? Primeiramente, é necessário um plano de lutas. É necessário unificar todos os setores da população em torno de uma determinada perspectiva, por exemplo, há muitos setores que querem entrar em luta. Dentro dos petroleiros tem uma efervescência muito grande, eles poderiam até ter entrado em greve junto com a educação. Mas, como as direções não conseguem dar um passo pra frente, não fizeram. Mas isso está colocado. Nos correios, as direções são até piores, mas os Correios estão ameaçados de privatização. Também poderiam entrar em luta com uma certa facilidade; assim há muitos setores, por exemplo, um setor que não foi marcante, não dá
para dizer qual foi a participação dele nas manifestações, mas não foi marcante, foi o MST. Os militantes do MST estão sendo assassinados em todos os lugares do país, quer dizer, a necessidade de sair às ruas, de protestar contra o governo, é enorme, não haveria por que ficar em casa, não haveria por que ficar parado. Em grande medida, é uma falta de iniciativa da própria direção do MST, que deveria ter chamado a se juntar a essa manifestação. Há uma tendência também de crise nos próprios condutores, que o governo, com paliativos, conteve, mas poderia ter uma greve de condutores. Quer dizer, o país é, num certo sentido, e essa manifestação colocou isso muito claramente, um barril de pólvora. O que falta é alguém aparecer lá com um palito de fósforo e explodir essa pólvora. A manifestação da educação aconteceu porque ela se configurou na situação política de uma maneira clara. As direções dos professores e dos estudantes foram obrigados a reagir diante da situação que foi se criando nas universidades, que não é um caso isolado, como foi dito, mas é simplesmente um ponto de toda essa crise, de toda essa situação que se criou com o governo Bolsonaro. Aí, a hora que chamaram uma manifestação, ela foi enorme. Então é necessário um plano de continuidade e é necessário um plano de unificação de todos os setores populares
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que estão contra o governo. Não dá mais para dizer que não há uma tendência à mobilização. Esse argumento foi destruído pelas mobilizações de quarta-feira. A tendência à mobilização é enorme, comprova, inclusive, o que nós analisamos no primeiro de Maio, que foi um fracasso devido a essas táticas brilhantes das direções sindicais. Juntaram alhos e bugalhos, contrataram uma cantora sertaneja furreca para atrair o
público…você vê, o povo brasileiro não está interessado em sair às ruas para se mobilizar, só um milhão de pessoas. Por que que não chamaram o sertanejo na quarta-feira? Deviam chamar a dupla sertaneja, um negócio totalmente idiota. Ao invés de mobilizar o povo, eles ficam com essas coisas sem pé nem cabeça. O ato do primeiro de Maio foi um fiasco, porque o povo não quer sair às ruas para ver dupla sertaneja.”
CIDADES E MOVIMENTOS| 7
DESTRUIÇÃO NACIONAL
Após cortes no orçamento, casos de dengue crescem 5 vezes no Brasil e governo suspende divulgação de dados P
rovando mais uma vez que seu governo segue na linha da destruição nacional, Bolsonaro está proporcionando aos brasileiros índices altíssimos dos casos de dengue já nos primeiros meses de sua gestão. A crise está levando até a formação de hospitais de campanha para tentar atender o grande número de casos. Um levantamento do Ministério da Saúde divulgado no mês de abril indicava que cerca de mil cidades brasileiras poderiam ter surto de dengue, zika e chicungunha. O último informe confirmou o aumento dos casos de dengue no país, cinco vezes mais que o índice do mesmo período no ano passado. O crescimento descontrolado dos casos de dengue no país é, ao contrário do que afirma a imprensa burguesa, consequência direta da política de cortes e contingenciamentos aplicada pelo governo Bolsonaro. Desde a PEC do teto dos gastos do governo Temer, “PEC do fim do mundo” como foi chamada, o SUS vem sofrendo sucessivos cortes em seu orçamento, e os surtos
dessas doenças cresceram exponencialmente desde a crise do golpe. Com os cortes, o trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti fica comprometido, como em Brasília onde as aplicações do fumacê foram suspensas devido a validade vencida do produto e Santa Catarina que ficou sem os estoque do inseticida que eliminam o vetor. Como o mosquito se reproduz em água parada, o abandono da manutenção de prédios e espaços públicos, por exemplo, acumulando poças e tomados pelo mato, também são motivo de proliferação de animais nocivos à população. Os famigerados especialistas, que aparecem nas matérias da imprensa burguesa, afirmam que se trataria de uma doença cíclica com surtos anuais normais e que as condições ambientais estariam propícias para a reprodução do mosquito, portanto não haveria uma situação de epidemia. A realidade é que o governo, assim como em outras áreas, está suspendendo as pesquisas e divulgação de dados, já com três semanas de atraso, impedin-
do que se possa ter uma noção mais realista da situação caótica do país. A população está sentindo na pele as consequências das políticas neoliberais, por mais que o governo tente esconder os efeitos. Com o desmantelamento dos serviços públicos fica gritante a queda na qualidade de
vida dos brasileiros, principalmente os mais pobres que dependem diretamente dos auxílios do governo. O povo não pode aguentar situações como essa durante quatro anos, é preciso unificar o repúdio popular nas manifestações e avançar contra Bolsonaro para derrubá-lo.
FRIGORÍFICO
BANCÁRIOS
Trabalhadores de frigorifico em Guarantã/SP correm risco de demissão por irregularidades e péssimas condições de trabalho
Concursados do Banco do Brasil protestam por nomeação
N
a última quinta-feira (23), no município de Guarantã, interior de São Paulo, 350 trabalhadores do frigorifico Frango Nordeste fecharam a Rodovia Prefeito Américo Augusto Pereira (SP-333), próxima da cidade. O protesto foi realizado após um mês da interdição pelo Ministério da Agricultura, por irregularidades diversas. Os trabalhadores temem o calote dos patrões quanto aos salários, uma vez que o abatedouro não está produzindo, mais ainda, que venham a ser demitidos por conta do sucateamento, tanto de seus produtos quanto das péssimas condições de trabalho, coi-
sa que a imprensa local, sempre e em defesa dos patrões procura ocultar sobre o principal motivo da paralisação. Guarantã tem mais de seis mil e seiscentos habitantes e não tem muita opção de emprego. O frango Nordeste, um dos principais polos industriais que, tem 300 funcionários diretos, que incluindo seus familiares chega a cerca de 1.200. São 18,2% do total de habitantes dependentes deste frigorifico. Esta é a prática corriqueira dos patrões, ou seja, quem tem que pagar por suas irresponsabilidades são os trabalhadores e seus familiares.
J
á são quase dois anos que os bancários do Banco do Brasil, que participaram de um concurso para a área de tecnologia do banco, esperam para serem chamados para ocupar os seus cargos. Esses trabalhadores, ao invés de estarem trabalhando na área na qual eles são formados, estão ocupando cargos nas agências bancárias suprindo a deficiência de pessoal nessas dependências, já que a política da direção golpista do banco é de trabalhar com o quadro de pessoal deficitário aumentando a superexploração dos seus funcionários quando o banco vem a cada dia diminuindo o número de funcionários. A não convocação desses trabalhadores é parte da política da Diretoria de Tecnologia (Ditec) que visa sucatear o setor com o objetivo de entregar esse filão do banco para empresas terceirizadas assumirem o controle
(50% da Ditec hoje já é composta por trabalhadores terceirizados). Sempre é bom lembrar que recentemente a empresa Falconi Consultores e Resultados, empresa do Sr. Pedro Moreira Salles que nada menos é o presidente do conselho de administração do maior banco privado do país o Itaú/ Unibanco, realizou uma auditoria na tecnologia para a reestruturação no setor, que, logicamente, tem como finalidade entregar de vez toda a tecnologia para o capital privado. A luta dos concursados na Ditec é a luta de todos os bancários do Banco do Brasil, que vêm sofrendo com a política privatista do ilegítimo governo Bolsonaro, e de todos os trabalhadores das empresas estatais que estão na mira dos golpistas para a privatização e entregar todo o patrimônio nacional nas mãos de meia dúzia de parasitas banqueiros e capitalistas.
8 | CULTURA
BACURAU
Filme brasileiro vence prêmio no festival de Cannes, mesmo com a destruição do cinema do Bolsonaro O
filme brasileiro “Bacurau”, dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, ganhou o Prêmio do Juri no Festival de Cannes, neste último sábado (25). É a primeira vez que um filme brasileiro ganha na categoria, a terceira mais importante competição oficial do evento francês. Segundo Kleber, Bacurau “É um filme sobre o Nordeste, um filme sobre o Brasil, é um filme sobre educação, sobre História” . Já Dornelles apontou a necessidade de “cuidar mais uns dos outros e respeitar a cultura, a educação, a ciência e o conhecimento”. O golpe de Estado de 2016, ocorrido com o impeachment ilegal e fraudulento da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), deu passos largos no sentido da destruição do cinema brasileiro, assim como a destruição da arte e da cultura em geral. O governo Jair Bolsonaro (PSL) vem aprofundando essa destruição, iniciada no governo golpista de Michel Temer (MDB), que, como um dos primeiros atos de seu governo, extinguiu o Ministério da Cultura. Bolsonaro avança com fechamento de salas, cortes de recursos para a cultura, perseguição aos artistas. Mesmo nestas difíceis condições, o filme Bacurau ganhou, o que mostra o potencial do cinema brasileiro e sua contribuição importante para as artes e a cultura nacional e internacional.
TODAS ÀS QUARTAS-FEIRAS, 16H00