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DOMINGO, 12 DE JANEIRO DE 2020 • EDIÇÃO Nº5885
Hoje tem mutirão pelo Fora Bolsonaro em várias cidades do País Após o grande sucesso dos mutirões pela Liberdade de Lula no ano de 2019, responsáveis por agrupar centenas de pessoas por todo País em uma atividade prática, de contato com o povo nas ruas, o Partido da Causa Operária irá iniciar o ano de 2020 com a volta dos mutirões, defendendo a anulação dos processos contra o ex-presidente, mas principalmente, levando para todos os cantos do Brasil a palavra de ordem mais popular do momento: Fora Bolsonaro.
A esquerda pró-imperialista e a esquerda anti-imperialista Os acontecimentos relacionados à crise no Oriente Médio após o assassinato brutal pelo imperialismo norteamericano do general iraninano Qasem Soleimani trouxe à tona novamente o problema de qual a posição política correta da esquerda em relação aos conflitos entre o imperialismo e os países atrasados.
Universidade Marxista: inscreva-se para o curso sobre o fascismo
Mandato coletivo Psol-Rede: demagogia eleitoral e parlamentar Reportagem da Folha de S. Paulo de 6 de janeiro mostra como funciona os chamados mandatos coletivos, em particular o do Psol na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP). A iniciativa é do Psol: “Preciso lembrar que o mandato não é meu. Se, no limite, eu for cassada, não serei a única prejudicada. Tem mais sete comigo” (Folha de S. Paulo, 6/1/20). A afirmação é da deputada Mônica Seixas, do Psol.
Na era Bolsonaro, salário mínimo diminui a cada mês O salário mínimo em dezembro deveria ter sido de R$ 4.342,57, diz o Dieese. O salário ideal é calculado com base na cesta básica mais cara entre 17 capitais do Brasil. O Rio de Janeiro teve a cesta básica mais cara: R$ 516,91. A estimativa pelo salário mínimo ideal é do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) e foi divulgada nesta quinta-feria (09).
Imperialismo acusa Irã, mas é Israel quem aterroriza o Oriente Médio
Trabalhadores ocupam Casa da Moeda contra a privatização
Rifa do quadro de Lula está chegando ao fim, garanta sua participação
Cesare Battisti, sem direitos nas masmorras italianas
Ainda não viu a Análise Política da Semana? Assista agora!
Na última sexta-feira (10), uma grande manifestação tomou conta da Casa da Moeda, sediada em Brasília. A manifestação, que se avolumou e se transformou em uma verdadeira ocupação do prédio, teve início às 15h.
2 | OPINIÃO
POLÍTICA OPORTUNISTA
EDITORIAL
A esquerda pró-imperialista e a esquerda anti-imperialista
O
s acontecimentos relacionados à crise no Oriente Médio após o assassinato brutal pelo imperialismo norte-americano do general iraninano Qasem Soleimani trouxe à tona novamente o problema de qual a posição política correta da esquerda em relação aos conflitos entre o imperialismo e os países atrasados. O episódio traçou uma linha divisória e estabeleceu claramente que há uma luta na esquerda nacional entre um setor que pode ser chamado de pró-imperialista e outro que pode ser definido como anti-imperialista. Essa luta tem se desenvolvido já há algum tempo no Brasil e é também um reflexo da luta internacional. Setores da esquerda pequeno-burguesa, como o PSTU, a maior parte do Psol e outros, têm se colocado sistematicamente ao lado do imperialismo nas questões fundamentais. Já a essa altura, essa esquerda pró-imperialista acumula uma série de posições direitistas diante de vários episódios recentes. Foi assim em relação ao golpe no Egito, ao golpe na Ucrânia, à intervenção imperialista na Síria, à tentativa de golpe na Venezuela, aos ataques contra Cuba e Coreia do Norte, ao golpe no Brasil e finalmente agora a posição em relação ao Irã. Em todos esses casos a política desse setor da esquerda se colocou mais ou menos claramente alinhada ao imperrilismo. Não é apenas na política errada, a ideologia esboçada por esses grupos para justificar tal posição é uma reprodução da propaganda imperialista. A propaganda da imprensa internacional é reproduzida pela esquerda pequneo-burguesa quase que literalmente, em alguns casos com muito
pouca cobertura pseudo esquerdista. Nesse sentido, grupos como o PSTU, o MES (Movimento Esquerda Socialista) de Luciana Genro, a CST (Corrente Socialista dos Trabalhadores) do vereador psolista Babá, e indivíduos como Marcelo Freixo e Jean Wyllys reproduzem a ideia de que Nicolas Maduro e Bashar Al Asad são ditadores, de que as massas saíram nas ruas no Egito e na Ucrânia e que tanto Cuba como a Coreia do Norte não deveriam ser defendidas porque seriam regimes terríveis contra o povo. No caso do Irã foi a mesma coisa. Alguns, como o blogueiro da Folha de S. Paulo, Leonardo Sakamoto, defenderam uma neutralidade impossível aleganda que Estados Unidos e Irã são parte do mesmo sistema de opressão contra o povo do Iraque, outros, como o PSTU, procura esconder sua posição pró-imperialista denunciando o assassinato de Soleimani mas acusando o Irã – e o próprio general – de serem responsáveis pela repressão ao povo no Iraque e pela destruição da Síria. Posições como estas são mais do que uma defesa do imperialismo, são uma justificativa para a sua ação. É preciso dizer claramente que essa esquerda está do lado da máquina criminosa imperialista contra a população mundial. Diante de uma disputa entre qualquer país atrasado e o imperialismo a única posição possível é a defesa incondicional desses países. Uma esquerda que perdeu essa bússola política, que inclusive faz parte da tradição de luta da esquerda e dos setores progressistas da sociedade, está fadada a se colocar completamente a reboque do imperialismo. E é isso o que está acontecendo efetivamente.
Mandato coletivo Psol-Rede: demagogia eleitoral e parlamentar A esquerda pequeno-burguesa e suas fórmulas eleitorais em busca de cargos
Reportagem da Folha de S. Paulo de 6 de janeiro mostra como funciona os chamados mandatos coletivos, em particular o do Psol na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP). A iniciativa é do Psol: “Preciso lembrar que o mandato não é meu. Se, no limite, eu for cassada, não serei a única prejudicada. Tem mais sete comigo” (Folha de S. Paulo, 6/1/20). A afirmação é da deputada Mônica Seixas, do Psol. Novidade no Brasil, os mandatos coletivos constituem-se basicamente por um grupo de pessoas que dividem a cadeira de deputado. Isso, claro, teoricamente, pois o modelo legislativo brasileiro não permite esse modelo, conforme a própria matéria do jornal golpista explica. De qualquer modo, os “codeputados” seriam parte do mesmo mandato e portanto os projetos e decisões seriam de autoria de um debate coletivo. Por conta das regras do TSE, o nome de Mônica Seixas foi o escolhido para estar na urna e liderar o mandato. “Chamado pelos integrantes de experimentação democrática, o formato não é reconhecido pela Justiça eleitoral”, afirma ainda a matéria da Folha. A propaganda do grupo do Psol feita pelo jornal golpista afirma ainda que o mandato coletivo é formado também por um membro da Rede e que além do Psol, legendas como o PCdoB, o PDT e até o DEM tem grupos organizando iniciativas como esta. A própria matéria da Folha, elogiosa da iniciativa do Psol, e a constatação de que partidos burgueses e de direita, como o herdeiro da ditadura militar, mostram o real conteúdo desses mandatos coletivos. Na realidade, sob o pretexto de “mais democracia”, o que existe não é nada mais do que a velha política eleitoral do Psol e dos demais partidos burgueses. Outra ideia que a iniciativa do mandato coletivo diz combater é a do personalismo na política. Logicamente que a ideia de se fazer um mandato coletivo parece à primeira vista sair da política “personalista” que a burguesia
impõe justamente porque ela precisa de representantes que estejam no parlamento para defender os seus interesses econômicos. Os indivíduos são mais fáceis de serem corrompidos. Mas a questão central é saber se a iniciativa dos mandatos coletivos realmente são mais democráticos e até mesmo se realmente são coletivos. Sem uma política correta, tal iniciaitiva da esquerda pequeno-burguesa não é nada mais do que demagogia. Troca-se o indivíduo por um grupo de indivíduos que serão parte da política burguesa como qualquer político burguês. É esse precisamente o caso dos parlamentares do Psol, sejam eles coletivos os não. O que esses grupos estão defendendo não é nada mais nada menos do que a mesma política eleitoreira e parlamentar do Psol. É uma nova forma de apresentar tal política e por isso mesmo uma demagogia. O Psol, também boa parte da esquerda, acredita que a eleição e parlamento são o caminho e que bastaria uma receita inovadora para melhorar essa via. Essa ideia esconde o fundamental: que não importa a receita, o parlamento será sempre um terreno da burguesia. Por isso no mandato coletivo da ALESP está até mesmo uma representante da Rede, partido burguês. Bastaria portanto uma pequena reforma no parlamento para que o mundo fosse melhor. É o que acredita o Psol ou pelo menos é o que o Psol vende para sua base de eleitores de classe média esquerdista. No fundo, com mandato coletivo ou com parlamentares individuais o Psol continua sendo o mesmo partido de esquerda oportunista, demagógico e eleitoreiro. A iniciaitiva do mandato coletivo revela também que o Psol não é um partido de verdade. Se fosse, a política de seus parlamentares – coletivos ou não – estaria subordinada à decisões do partido. Nesse sentido, um partido centralizado já é um mandato coletivo por si só, já que seu representante está ali para defender o programa e os interesses do partido. Não é o que acontece com o Psol, até mesmo porque se trata de um partido de dezenas de tendências. Mas é preciso dizer que seus parlamentares não estão subordinados nem mesmo a essas tendências. Os deputados dos mandatos coletivos afirmam que essa iniciaitiva “incomoda”. Não é o que dá a entender a divulgação dada pela Folha golpista e nem a conclusão da matéria afirmando que até mesmo o DEM está atrás de seu mandato coletivo. Justamente por se tratar de uma demagogia parlamentar a burguesia está disposta a conviver com isso.
ATIVIDADES DO PCO | 3
POR TODO PAÍS, FORA BOLSONARO!
Hoje tem mutirão pelo Fora Bolsonaro em várias cidades do País Os mutirões voltam às ruas hoje por todo País levando consigo a campanha pelo Fora Bolsonaro, participe também em sua cidade e conheça mais a respeito Após o grande sucesso dos mutirões pela Liberdade de Lula no ano de 2019, responsáveis por agrupar centenas de pessoas por todo País em uma atividade prática, de contato com o povo nas ruas, o Partido da Causa Operária irá iniciar o ano de 2020 com a volta dos mutirões, defendendo a anulação dos processos contra o ex-presidente, mas principalmente, levando para todos os cantos do Brasil a palavra de ordem mais popular do momento: Fora Bolsonaro. Com o término do primeiro ano de governo do presidente fascista, eleito pela fraude eleitoral, a campanha pelo Fora Bolsonaro nada mais é que uma continuação da luta pela liberdade de Lula, pois o mesmo, candidato favorito ao pleito, fora retirado das eleições em 2018 de forma ilegal, permitindo que o fascista assumisse o poder. Os mutirões em si são atividades simples de serem realizadas por qualquer um, seja os militantes do PCO ou demais companheiros interessados na
luta. Organizados aos domingos, como um dia nacional da atividade, muitos se agrupam em diversos centros urbanos, locais populares e de grande circulação, com o intuito de fazer uma forte agitação e propaganda contra o governo bolsonarista. Inicialmente, os mutirões provaram seu grande valor por serem a base de convocação para os dois muito bem sucedidos atos pela Liberdade de Lula, onde os mutirões de todo país serviram para levar centenas e milhares de pessoas à Curitiba, assim como à Conferência de Luta Contra o Golpe e o Fascismo. Muitas cidades fazem parte da lista atual dos mutirões, de São Paulo à Brasília, de Brasília à Recife, assim como Curitiba, Blumenau, Rio de Janeiro, etc, em todas as regiões onde existe alguém interessado em fazê-los, lá eles estarão. E caso você não tenha notícias da atividade na sua cidade, entre em contato com o partido para passar a realizá-las, convide amigos,
familiares, conhecidos da luta política para levantar o Fora Bolsonaro em ainda mais lugares. Assim como dito anteriormente, o Fora Bolsonaro é a política do momento. Não podemos esperar 2022 quando o país em apenas um ano viu uma destruição de gigantesca magnitude. Esta é uma palavra de ordem que atrai amplos setores, desde aqueles que querem defender o meio-ambiente àqueles que entendem a necessidade
de combater a extrema-direita ou garantir os direitos trabalhistas. Enfim, os motivos são muitos para realizarmos a atividade, e os exemplos do último período demonstram com clareza que tais iniciativas em contato com a população são uma das maneiras mais eficazes de defender os direitos dos trabalhadores. Por isso, hoje eles tomarão as ruas de todo Brasil novamente, pelo Fora Bolsonaro!
CONFIRA UM ACERVO COMPLETO
Universidade Marxista: inscreva-se para o curso sobre o fascismo A Universidade Marxista será ainda mais expandida com o lançamento do curso sobre o fascismo, na 45ª Universidade de Férias; venha conferir novidades imperdíveis! Iniciará na próxima sexta-feira (17) a 45ª Universidade de Férias do Partido da Causa Operária. Este que é o maior evento de formação política da esquerda brasileira, tratará desta vez sobre o tema “Fascismo: o que é, e como combatê-lo”, uma continuação do tema que já foi tratado no início de 2019 e agora será expandido pelo companheiro Rui Costa Pimenta, que ministrará o curso. Porém, além de todas as atrações que existem no local, com um completo curso sobre o tema, o PCO estará dando continuidade ao projeto Universidade Marxista, iniciado com o curso sobre os 70 anos da revolução chinesa e que agora será responsável por incluir em seu acervo um material único e completo sobre o tema da Universidade de Férias, com textos, vídeos, etc. A Universidade Marxista veio com o intuito de fornecer um vasto conteúdo marxista sobre o mais diversos assuntos, formando um grande acervo responsável pela formação política dos militantes e interessados na luta revolucionária.
Livros traduzidos, dezenas de textos inéditos ao português e mais de 300 fotos acompanhadas de uma linha cronológica dos eventos Serão incluídos em seu sítio vídeos do curso anterior, assim como uma apostila completa, transmissão pelo Youtube junto com a participação com perguntas ao palestrante. Além disso,
o participante terá direito a um grupo de discussão especial para assinantes, 150 verbetes de enciclopédia, 40 textos traduzidos ao português, correspondendo a todos os tópicos das exposições. Os países estudados até então também se farão presentes acompanhados dos introduzidos na segunda parte do curso. Por isso, a linha cronológica contará com Itália, Alemanha, França, Portugal, Espanha, Japão, Brasil e Áustria, com vídeos e áudios, ligados ao material didático e questionários que corresponderão a todas as partes do curso.
Como faço para participar? Para participar é muito simples, o sítio da Universidade Marxista já está disponível na internet, bastando o cadastramento mediante o pagamento da assinatura, algo de valor ínfimo se comparado a todo o conteúdo presente, que além dos filmes, documentários e áudios, contará com um grande trabalho de tradução e difusão de centenas de textos e livros, possibilitando um contato extremamente raro com a teoria marxista que está diretamente ligado a
um material muito didático, possibilitando que todos tenham acesso ao conteúdo independente do grau de conhecimento sobre o tema. Quem se inscrever também terá direito ao material do curso da primeira Universidade Marxista, sobre a Revolução Chinesa, garantindo um desconto de 15% para os já assinantes da COTV, o canal do Partido da Causa Operária. Está interessado? Acesse o site universidademarxista.com.br e confira este e os demais cursos que virão! Faça parte da difusão do marxismo e participe das nossas atividades.
4 | ATIVIDADES DO PCO
ÚLTIMOS DIAS DA CAMPANHA!
Rifa do quadro de Lula está chegando ao fim, garanta sua participação São os últimos dias para garantir sua rifa e participar do sorteio do quadro do desenho de Lula por João Pinheiro e que foi autografado pelo ex-presidente O PCO foi o partido mais combativo pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso pelo processo fraudulento da Lava-Jato de Sérgio Moro e que fez parte do golpe de estado que vem sendo instalado no Brasil e que teve como resultado o governo do fascista Jair Bolsonaro. Em meio a essa campanha, o artista João Pinheiro fez uma arte com o rosto de Lula, que além de outras coisas, foi muito utilizada na campanha do dia 27 de outubro de 2019, no grande ato em Curitiba, incluindo aí uma bela camiseta. O desenho não é somente uma linda obra de arte, como também não é somente o autógrafo de Lula. Aqui está o desenho original do símbolo de uma luta histórica do povo brasileiro, autografado pelo próprio personagem histórico desse momento. Lula autografou o desenho que foi símbolo da luta de sua própria liberdade, o que faz com que a obra ganhe um valor ainda maior. Sendo assim, João Pinheiro doou a arte original do desenho ao PCO e
esse foi autografado pelo próprio Lula! O Partido da Causa Operária está realizando uma rifa na qual você pode participar do sorteio, por meio do link: https://www.rifatech.com/app/rifa. xhtml?numeroRifa=000183710001 Corra, pois são os últimos dias da campanha! Além de poder levar o desenho de um artista reconhecido, que realizou, dentre outras coisas, a biografia em quadrinhos de Carolina de Jesus, escritora de Quarto de Despejo, e o autógrafo do ex-presidente Lula, você também terá a oportunidade de contribuir com o PCO, de maneira a ajudar a dar continuidade na luta contra o governo Bolsonaro e também pela anulação de todos os processos contra o ex-presidente. Caso tenha mais interesse em conhecer o trabalho de João Pinheiro, assista à sua entrevista ao programa Uzwela, da COTV, imprensa operária e independente que luta pela emancipação da classe trabalhadora e a constituição de um governo dos operários
IRÃ E ELEIÇÕES 2020
Ainda não viu a Análise Política da Semana? Assista agora! O programa vai ao ar ao vivo todos os sábados às 11h30 na Causa Operária TV
A GLOBO
MENTE O DIÁRIO
Nesse sábado, o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, apresentou mais uma Análise Política da Semana, direto do Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP) e transmitida ao vivo pela Causa Operária TV. A Análise tratou principalmente da crise no Oriente Médio com os episódios envolvendo o Irã e o imperialismo norte-americano. Rui analisou o recuo
do governo Trump após os ataques contra bases norte-americanas no Iraque. Na política nacional, foram analisadas as movimentações para as eleições municipais de 2020 e o episódio de censura contra o canal Porta dos Fundos. Assista ao programa na íntegra, na Causa Operária TV.
DESMENTE
MOVIMENTO OPERÁRIO | 5
SALÁRIO MÍNIMO
Na era Bolsonaro, salário mínimo diminui a cada mês Salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 4.342,57, um valor 4,35 vezes o salário mínimo vigente O salário mínimo em dezembro deveria ter sido de R$ 4.342,57, diz o Dieese. O salário ideal é calculado com base na cesta básica mais cara entre 17 capitais do Brasil. O Rio de Janeiro teve a cesta básica mais cara: R$ 516,91. A estimativa pelo salário mínimo ideal é do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) e foi divulgada nesta quinta-feria (09). O salário mínimo deve, segundo a constituição do Brasil, atender às necessidades básicas do trabalhador e de sua família, para fazer frente aos gastos com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social. E para atender a esses mínimos gastos, o salário mínimo deveria ser R$ 4.342,57, segundo o Dieese, e não os R$ 1.039,00 pagos a partir do início do presente ano novo. O valor é 4,35 vezes o salário mínimo em vigor em 2019, de R$ 998,00.
A diferença sobe de mês a mês
A diferença entre o salário mínimo real e o necessário já havia subido de novembro para dezembro. Em novembro, o ideal era que o mínimo fosse de R$ 4.021,39 (4,03 vezes o salário mínimo em vigor à época).
Golpe congela aumentos reais e aumenta o fosso Já é o terceiro ano seguido que salário mínimo está congelado à variação da inflação. O congelamento dos aumentos reais feitos por Bolsonaro tira, todo mês, R$ 17,00 dos que recebem o salário mínimo no Brasil, incluindo cerca de 25 milhões de aposentados e pensionistas. No ano passado, Bolsonaro retirou R$ 6,00 do salário mínimo aprovado pelo congresso nacional. Ao invés de R$ 1.004,00, Bolsonaro em seu primeiro ano de governo, rebaixou para R$ 998,00. Se a política de aumento do salário mínimo seguisse a política anterior ao golpe, o salário do presente ano seria de R$ 1.056,00, ao invés de 1.039,00 a partir do presente mês.
Na política de reajuste do mínimo anterior ao golpe, além da inflação do ano, um aumento real era acrescido, calculados pela média do crescimento econômico dos últimos dois anos. A política de reajuste do salário mínimo introduzida nos governos de Lula e Dilma fez com que o salário mínimo tivesse aumento real acima da inflação em torno de 70%, mesmo que também tenha sido insuficiente para atender de verdade às demandas da maior parte da população, se consideradas as estimativas do Dieese.
Reajuste do mínimo perde para reajuste das demais aposentadorias Pelo segundo ano do governo Bolsonaro, quem ganha mais que o mínimo de novo terá o índice de reajuste nas aposentadorias maior do que os que recebem apenas o mínimo. Para aposentadorias e pensões acima de um salário mínimo, o reajuste ficou em 4,48%, segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acu-
mulado em 2019, divulgado nessa sexta-feira (10) pelo IBGE. O reajuste do mínimo para aposentados foi de apenas 4,1%, o que não é uma novidade no Brasil do Golpe. Em 2017, o reajuste para aposentadorias acima do salário mínimo foi de 6,58% contra 6,48% do mínimo. Em 2018 aconteceu o mesmo. Os dados do Dieese mostram não apenas uma diferença brutal entre o salário mínimo real e o salário mínimo necessário para suprir as necessidades básicas do trabalhador. Outros dados mostram ainda que a inflação dos que ganham salário mínimo, no primeiro ano de Bolsonaro, foi maior do que os que têm ganhos superiores. Quem mais ganha, maior reajuste tem, e ainda é beneficiado com inflação menor. O contrário acontece com os que apenas o mínimo ganham. Seu reajuste congelado é menor, e ainda é surrado com maior inflação. Governo do Golpe como proclamou em Washington no ano passado: Bolsonaro “veio para fazer nada pelo nosso povo”.
FORA BOLSONARO!
“REFORMA” DA PREVIDÊNCIA
Trabalhadores ocupam Casa da Moeda contra a privatização
Professores se mobilizam contra reforma da Previdência no Mato Grosso
Diante da ofensiva neoliberal do governo Bolsonaro, os trabalhadores da Casa da Moeda ocuparam o prédio em que trabalham na última sexta-feira (10)
Os servidores do Mato Grosso fizeram um ato para evitar a aprovação da “reforma” da Previdência na Assembleia Legislativa
Na última sexta-feira (10), uma grande manifestação tomou conta da Casa da Moeda, sediada em Brasília. A manifestação, que se avolumou e se transformou em uma verdadeira ocupação do prédio, teve início às 15h. Os diretores da Casa da Moeda se trancaram em suas salas e chamaram a polícia, que não conseguiu retirar os manifestantes no primeiro momento. Até o fechamento desta edição, nenhum relato sobre o desfecho da situação havia sido publicado. O estopim para que os trabalhadores da Casa da Moeda, que já vinham sendo castigados como todos os trabalhadores do país desde o golpe de 2016, ocupassem o prédio em que trabalham foram as declarações do diretor da instituição, Fábio Rito, que alegou, cinicamente, que seria necessário promover cortes para “tornar a empresa competitiva”. Os “cortes” aos quais o diretor Fábio Rito se refere são os já conhecidos cortes da política neoliberal: verdadeiros ataques contra os direitos dos trabalhadores para enriquecer ainda mais os bolsos dos patrões. Uma série de ataques, no entanto, já havia sido operada contra
Na última quinta-feira (09), os professores do Mato Grosso fizeram um ato na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), a partir das 14 horas. O objetivo era impedir o roubo da previdência. A famigerada “reforma” da Previdência que coloca em xeque todos os direitos adquiridos a mais de um século pela classe operária mundial. A proposta segue a mesma que foi aprovada pelo governo golpista de Jair Bolsonaro e agora os estados estão tentando aprovar no âmbito estadual. De acordo com o Sintep MT, “o aumento da alíquota previdenciária de 11% para 14% reduz mais uma vez os salários dos servidores, que já foram impactados com o calote na Revisão Geral Anual, de 2018 e 2019, e o não cumprimento da Lei 510/2013, que
os trabalhadores da Casa da Moeda, o que mostra a capacidade infinda dos patrões de sugarem toda a riqueza de seus empregados: • Retirada da insalubridade em cima do piso da casa; • Retirada do vale alimentação; • Retirada do cartão remédio; • Aumento do plano de saúde em 75% para os dependentes; • Retirada das creches A ofensiva do governo Bolsonaro contra os trabalhadores da Casa da Moeda, contudo, pretende ser muito mais profunda. Sem o menor disfarce, o presidente ilegítimo, junto com seu ministro da Economia, o igualmente fascista Paulo Guedes, já declarou que irá privatizar a Casa da Moeda. Trata-se de mais um plano nefasto de entrega total do patrimônio nacional aos capitalistas – capitalistas esses que derrubaram a presidenta Dilma Rousseff, prenderam o ex-presidente Lula e dão sustentação para o governo Bolsonaro. Para impedir a liquidação do patrimônio nacional, é preciso seguir o exemplo dos trabalhadores da Casa da Moeda. É preciso intensificar a mobilização contra o governo Bolsonaro e enfrentar, pelos meios que forem necessários, a direita golpista.
assegura o poder de compra dos salários dos profissionais da Educação estadual”. O objetivo dos golpistas é destruir a escola pública e mandar embora milhões de funcionários dos diversos setores, como saúde, educação, entre outros. Com a “reforma” do golpista Jair Bolsonaro, o funcionalismo ficou à cargo dos estados e municípios, os governos parceiros do executivo federal, estão seguindo o exemplo, destruir as aposentadorias e jogar uma massa da população na miséria e no subemprego. Os professores e os demais servidores públicos do Mato Grosso e de diversos estados devem iniciar uma mobilização permanente, pois os golpistas estão em uma escalada de aprovação do roubo da Previdência.
6 | MOVIMENTO OPERÁRIO E MULHERES
ENTREGA DAS ESTATAIS
Direção bolsonarista da Petrobrás quer fechar unidade de Sergipe O golpista Bento Albuquerque, ministro das Minas e Energia, do governo ilegítimo do fascista Bolsonaro, quer mudar a sede da Petrobrás de Aracajú; estão preparando o desmonte O desmonte da Petrobrás está sendo realizado a todo o vapor, porém as medidas estão sendo feitas por debaixo do pano. Um artigo de quinta-feira (09) da Federação Única do Petroleiros diz que a Petrobrás pretende fechar, até março, a sede localizada na rua Acre, em Aracajú, capital do estado de Sergipe, transferindo-a para Carmópolis, conforme informações do ministro das Minas e Energia, o golpista Bento Albuquerque, um dos pares do fascista Bolsonaro. Bento, ao ser indagado se a petrolífera está saindo de Sergipe, disse cinicamente que, no momento, tal tema “não está em discussão”. Se utilizando de manobras para esconder o interesse de entregar todas as unidades da Petrobrás, o ministro golpista, através da direção da Petrobrás, respondendo à indagação de um deputado federal sergipano, vem com o discurso de que “a otimização de custos em processos e atividades, um esforço das equipes de trabalho que atendem diretamente aquela unidade em um único ambiente, para melhor alcance de resultados, buscando maior eficiência, racionalidade e sustentabilidade do negócio”. A farsa é desmontada a partir do momento em que, em balanço da Pe-
trobrás referente aos nove meses do ano de 2019, o lucro líquido foi de R$ 32 bilhões, mais de R$ 8 bilhões acima do valor auferido no mesmo período de 2018, que teve um lucro de R$ 23,7 bilhões.
A luta contra a entrega de todo o patrimônio do povo brasileiro tem que se intensificar No final do ano 2019, os petroleiros realizaram uma paralisação contra a entrega empresa, principalmente das refinarias, pois os golpistas do governo e o fascista Bolsonaro, capacho do imperialismo, principalmente o norte-americano, querem entregar toda a Petrobrás, dar de graça para esses abutres imperialistas, para, posteriormente, comprar de volta o produto refinado, tanto a gasolina, o óleo diesel, bem como o gás a preço de ouro. O ilegítimo e fraudulento Bolsonaro se pronunciou diante da entrega das refinarias, que será no início deste ano, principalmente às do nordeste e Sergipe é um polo considerado de referência em exploração e produção de petróleo em águas profundas e ultraprofundas inclusive, com grandes reservas de gás natural.
O deputado do PDT disse não concordar com a redução das atividades no Estado, falou em conversar com os deputados de Sergipe, cuja sua grande maioria é golpista, estes mesmos golpistas que já entregaram a TransPetro. É necessário, no entanto a mobilização do conjunto dos trabalhadores, da Federação Única dos Petroleiros (FUP), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), das direções de trabalhadores de
todas as demais estatais do país, pois o objetivo do lambe-botas do imperialismo norte-americano, o fascista Bolsonaro e sua equipe de lacaios, é de entregar, não só a Petrobrás, mas os bancos estatais, inclusive o Banco Central, a Casa da Moeda, os Correios e muito mais. É preciso, inclusive, mobilizar o conjunto da população para a retirada de Bolsonaro, cancelar todos os processos de Lula e chamar eleições gerais.
MULHER CUSTA MENOS
Médicas ganham 40 mil libras por ano a menos que médicos na Inglaterra A falsa emancipação: o sistema britânico ao tratar de forma distinta os direitos de homens e mulheres , incentiva a discrepância salarial entre os sexos Em matéria publicada no britânico The Independent, foi destacada a diferença salarial entre trabalhadores médicos do sexo feminino e masculino no serviço de saúde britânico. A matéria evidencia que os ganhos das mulheres são 35% menores que os dos homens, sendo assim a maior diferença salarial do Reino Unido. Chris Thomas, pesquisador do IPPR (Institute for Public Policy Research) e principal autor do estudo, disse: “A diferença salarial é uma acusação chocante da desigualdade na medicina e na sociedade mais amplamente. Tal como está, a diferença salarial é o equivalente a trabalhar de graça entre o final de semana do feriado de agosto e o Natal.” Entre os fatores que provocam a desigualdade de rendimentos, é colocado pelo autor a diferença salarial entre os médicos contratados pelo sistema de saúde e aqueles apenas associados. O estudo traz à tona o fato de que 80% dos médicos associados são do sexo masculino enquanto que no sistema público equivalem a 50%. A existência de mais mulheres no sistema público decorreria dos incentivos governamentais para as mulheres com filhos . Por exemplo a possi-
bilidade de trabalhar meio período, além das licenças maternidade bem superiores às licenças paternidade , o que atrairia mais as mulheres para o serviço público em detrimento do sexo masculino. A diferença de remuneração entre os sexos é amplamente denunciada principalmente entre as militantes do movimento de mulheres. É preciso lutar pela igualdade de remuneração em todos os setores laborais por uma questão de justiça social, democrática. A ascensão profissional da mulher é fato consumado, em algumas profissões, em especialmente na saúde no Brasil, as mulheres já ocupam 90% dos postos de trabalho. Mesmo assim algumas profissões ainda são dominadas pelo sexo masculino em decorrência da estrutura de histórica opressão das mulheres, que tem continuidade no capitalismo. Porém é necessário destacar os fatores que levam as mulheres a procurarem certos gêneros de trabalhos em detrimento de outros. No caso dos médicos britânicos, fica evidente que a procura pelo serviço com maior flexibilidade de horários e facilidades para a mulher trabalhadora que apesar
de ocupar amplamente os espaços na economia capitalista, ainda não se libertou da responsabilidade do cuidado da casa e da família, algo extremamente opressor. A independência feminina e a emancipação da mulher não passam exclusivamente pela equivalência salarial com o sexo masculino (embora essa seja uma das lutas mais importantes do movimento feminino) ou simplesmente mudança de valores morais que em tese determinariam as atribuições do homem e da mulher em relação ao cuidado da família e as funções na sociedade. Ela necessariamente depende da criação de condições para que a sociedade tenha a possibilidade de distribuir as tarefas do lar libertando a mulher do estigma de cuidadora da prole. As licenças maternidade e paternidade por exemplo poderiam ser idênticas para que a responsabilidade do cuidado do recém-nascido fosse a mesma como modo de reformar essa questão. Mas o que seria de fundamental importância é a criação de ambientes comuns para o cuidado das crianças pela própria comunidade, assim como outras tarefas domésticas, por exem-
plo a lavagem de roupas e de louças, o que possibilitaria à mulher uma integração maior com a sociedade e o compartilhamento do trabalho com suas camaradas e com os seus camaradas homens. A quantidade de creches disponíveis para que as mulheres pudessem assumir com tranquilidade os postos de trabalho também deveria ser ampliada. As remunerações tanto do homem quanto da mulher de forma digna , permitindo a qualidade de vida das pessoas. As diferenças salariais decorrem da situação de aprisionamento da mulher à prole e ao lar as impedindo de assumir responsabilidades mais amplas fora do ambiente doméstico e da falta de meios para que as famílias modifiquem as rotinas às quais estão submetidas. A sociedade capitalista ao explorar o trabalhador submete a mulher a uma falsa emancipação que só será superada com a verdadeira justiça social que jamais será alcançada no sistema vigente. Essas mudanças, de importância decisiva no caminho para a libertação da mulher, só podem ser atingidas em uma sociedade superior, a sociedade socialista.
CIDADES E MORADIA E TERRA | 7
CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM!
Golpista Ibaneis aumenta preço da passagem em 10% no DF O aumento nas tarifas de ônibus e do metrô não vem acompanhado de melhora nos serviços, mas serve apenas para engordar o bolso dos empresários Em sintonia com os governos direitistas de outros estados – e até dos esquerdistas no Nordeste -, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) aumentou a tarifa do transporte público em 10%. Os valores do ônibus e metrô que são de R$ 2,50, R$ 3,50 e R$ 5,00, passarão a custar R$ 2,75, R$ 3,85, e R$ 5,50, respectivamente, a partir de segunda-feira (13). A medida assinada pelo governador em exercício, Paco Britto, foi publicada no Diário Oficial do DF na última sexta-feira (10). O secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Valter Casimiro, declarou que a medida visa equiparar o custo do sistema e, ainda, diminuir a dívida que o governo teria com as empresas de ônibus, de R$ 247 milhões. Além disso, ele afirmou que o governo estaria negociando, com as empresas, a aquisição de pelo menos 80 novos veículos para atender a população. No entanto, as declarações não passam de desculpas e promessas para iludir o povo. O aumento nas tarifas de ônibus e metrô não vem acompanhado de melhora nos serviços. An-
tes, servem apenas para aumentar os lucros das empresas que operam no transporte público, promovendo uma verdadeira transferência de renda dos trabalhadores para a burguesia. Além disso, é de conhecimento da população o caráter entreguista e lacaio do governo Ibaneis que já promoveu um ataque ao passe livre estudantil no início de 2019 e vem tentando privatizar o metrô do DF, por meio da ofensiva dirigida aos funcionários. Ambos os ataques, até o momento, foram frustrados devido à mobilização da juventude que saiu às ruas pela manutenção do direito ao passe livre e por parte dos metroviários que fizeram greve por 77 dias em 2019 por reajuste nos salários e manutenção dos acordos coletivos. Vale destacar que o aumento da passagem do transporte público é feito numa situação de crise social e econômica. Essa crise afeta a grande maioria da população brasileira que sofre com a retirada de direitos trabalhistas, acompanhado da desvalorização dos salários – isso no caso dos
trabalhadores que têm a carteira assinada – e recorde de trabalhadores na informalidade. A alta da inflação piora ainda mais essa situação de crise. Diante desse cenário, assim como tem feito nas diversas capitais do
país, a juventude deve sair às ruas com os trabalhadores contra o aumento abusivo da passagem e pelo fim do governo golpista de Ibaneis e do presidente eleito pela fraude, Jair Bolsonaro.
POLÍCIA E FUNAI FORAM AVISADAS
AM: Conflito em Coari resulta no assassinato de três indígenas Conflito provocado pela extração de castanhas no interior do território Cajuhiri Atravessado (AM) termina com execução de 3 familiares Três indígenas Miranha foram assassinados entre a noite de segunda-feira (6) e a manhã de terça (7) na terra indígena Cajuhiri Atravessado, no município amazonense de Coari, localizado a 363 quilômetros da capital Manaus. Joab Marins da Cruz, Marcos Marins da Cruz e Francisco Martins da Cruz foram as mais recentes vítimas de um conflito amplamente conhecido pela burocracia estatal na região, mas ignorado, como é comum de norte a sul do país quando a luta pela terra é desfavorável a indígenas, quilombolas e demais trabalhadores rurais explorados. Francisco Alves da Silva, presidente
Associação de Comunidades Indígenas de Coari (ACIC) informou ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi) que a aldeia Cajuhiri Atravessado é habitada por não indígenas (como os que mataram os três Miranhas) e que os choques são antigos mas seguem sendo ignorados pelo Estado. O último, que resultou na morte dos três membros da família Martins da Cruz, também é de longa data e tem origem nas disputas causadas pela extração de castanhas na região. O presidente da ACIC informa ainda que o conflito com os não indígenas já tinha gerado notificações oficiais jun-
to à delegacia do município de Coari e com a Funai sem que qualquer medida tivesse sido tomada por nenhum dos órgãos do Estado. Na opinião de Silva, os conflitos continuarão ocorrendo enquanto as terras, que deveriam ser dos indígenas, estiverem sob livre ocupação de grupos interessados na expropriação de seu território, uma obviedade tão grande que mesmo o comando da PM, órgão máximo da repressão estatal, reconhece a impossibilidade de evitar mais derramamento de sangue diante da convivência forçada entre indígenas e não indígenas. É bom sempre lembrar, inclusive, que
a PM é um dos responsáveis pela repressão no campo a serviço dos latifundiários e contra os sem terra, indígenas e demais populações que vivem da terra. Diante da absoluta defesa por parte do Estado dos interesses contrários aos indígenas, o povo Miranha não tem alternativa exceto se organizar em grupos de autodefesa e proteger a integridade de seu território à força, unindo-se aos demais explorados do campo e recebendo o apoio dos explorados da cidade. De outro modo, não haverá paz para os indígenas mas tão somente submissão.
8 | INTERNACIONAL
PERSEGUIÇÃO POLÍTICA
Cesare Battisti, sem direitos nas masmorras italianas Um ano de prisão ilegal de Cesare Battisti, militante de esquerda perseguido pela extrema-direita O militante político Cesare Battisti, perseguido político da extrema-direita e da direita italiana, completou um ano de prisão arbitrária. Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália, segue encarcerado em um presídio de segurança máxima na ilha da Sardenha. Seu advogado tenta utilizar os anos em que ele cumpriu pena na Itália, entre 1979 e 1981 e os cerca de quatro anos que passou detido no Brasil, para daqui a dois ou três anos pedir progressão da pena, já que nesse caso é necessário cumprir 10 anos da condenação para poder progredir. O judiciário Italiano, no entanto, dominado pela direita, é pouco inclinado para a concessão deste direito. Mesmo o pedido feito pela defesa para autorizar um encontro com o filho brasileiro por Skype não foi atendido e aguarda deliberação. O ex-militante político encontra-se, após os seis primeiros meses de solitária, isolado
na prisão, que é dedicada a prisioneiros supostamente pertencentes à máfia que são separados de acordo com o grupo pertencente. Cesare foi acusado e condenado pela justiça Italiana por supostamente ter participado de três assassinatos, todos de elementos pertencentes a grupos fascistas, na década de 1970. Os assassinatos ou justiçamentos foram supostamente promovidos por uma organização a qual Battisti pertencia, porém nunca foi provada sua participação individual nos acontecimentos. Após breve prisão na Itália, Cesare Battisti conseguiu fugir para o México e, posteriormente, para França e Brasil, tendo recebido asilo político em 2007 concedido pelo ex-presidente Lula. Battisti tornou-se um dos militantes da esquerda mais perseguidos do mundo, encontrando hostilidade até mesmo no interior da esquerda, devido à campanha da direita internacional.
Seu processo foi totalmente fraudado, ilegal, seus direitos totalmente pisoteados na Itália, com o golpe de Estado no Brasil, País que sob um governo de esquerda e a duras penas lhe concedeu o princípio democrático do asilo a um perseguido. Mesmo esse princípio fundamental do chamado Estado Democrático de Direito sucumbiu totalmente à ânsia da extrema-direita e da direita de condenar alguém que lutou contra os fascistas. A extrema-direita utiliza este caso como elemento de propaganda terrorista e de repressão geral contra a esquerda. Este caso não é mera condenação de um indivíduo, está atravessado pela luta de classes, trata-se da punição exemplar da direita contra a esquerda e a tentativa de sua desmoralização. Battisti, que neste ano e em condições escusas (possivelmente tortura física ou psicológica) confessou sua participação nos assassinatos os quais a direita lhe atribui, também
publicou uma carta condenando a luta armada dos 1960/70 na Itália, um período conturbado e de acirramento da luta de classes entre a classe operária e a extrema-direita fascista que resultou em enfrentamento direto. O que é condenado pela direita no caso Battisti não é o fato de ter participado do assassinato dos três fascistas, mas o fato de a esquerda ter levantado-se de armas em punho contra o fascismo. Querem mostrar às novas gerações que o caminho que ele e muitos outros seguiram não deve ser trilhado. Cesare é um perseguido político e vítima de uma fraude judicial, demonstrada por diversos estudiosos do caso, que suprimiu seus direitos democráticos mais fundamentais, por expressar a luta dos oprimidos contra os opressores e por isso deve ser defendido incondicionalmente contra a direita e a extrema-direita. Liberdade para Cesare Battisti!
CINISMO
Imperialismo acusa Irã, mas é Israel quem aterroriza o Oriente Médio A campanha cínica do imperialismo de que o Irã seria uma ameaça à humanidade serve para encobrir as atrocidades do imperialismo A década de 2020 começou com um um dos eventos mais dramáticos para a política mundial: o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani em um ataque ordenado pelo presidente norte-americano Donald Trump, um verdadeiro crime contra todos os povos do Oriente Médio. A imprensa burguesa em todo o mundo, no entanto, tratou o acontecimento como uma mera operação administrativa dos Estados Unidos – quando não defenderam abertamente o ataque norte-americano, procuraram mostrar que o governo iraniano seria uma grande ameaça para o planeta. A caracterização do Estado iraniano como “terrorista” e “opressor” não passa, obviamente, do mais puro cinismo do imperialismo. Afinal, não existe terror maior que o praticado pelos Estados Unidos, França, Inglaterra e todos os países imperialistas, tampouco opressão maior do que a que esses países exercem sobre os países atrasados. Os ataques que o povo iraniano, o povo sírio e outros povos do Oriente Médio sofrem de seus governos são ataques de muito menos intensidade do que os ataques provocados pelos países imperialistas, pois a burguesia desses países é muito mais fraca e menos organizada. A burguesia do Irã, como a de seus vizinhos (Síria, Iraque, Líbano, etc.), é sufocada pelo imperialismo, de modo que suas contradições com países como os Estados Unidos são inevitáveis. E são justamente essas contradições que levaram muitos
países do Oriente Médio, da África e da América Latina a estabelecerem governos nacionalistas burgueses, que combinam interesses da burguesia nacional com maiores condições para que a classe operária intervenha na situação política. Um dos maiores exemplos de como o imperialismo procura desmantelar os governos nacionalistas para impor a política neoliberal goela abaixo é a criação do criminoso e artificial Estado de Israel. Formado em 1948, Israel é um Estado criado pelos países imperialistas no meio do Oriente Médio – em uma região, inclusive, que já era habitada por outros povos. Controlado ferrenhamente pelo imperialismo,
Israel é um enclave colocado estrategicamente para que a burguesia mundial pudesse interferir diretamente – e, inclusive, belicamente – em suas investidas contra os povos palestino, persa, turco e árabe, a fim de sugar todas as suas riquezas, particularmente o petróleo. Na madrugada da última sexta-feira (10), uma série de ataques aéreos assassinou pelo menos 8 membros das Forças de Mobilização Popular do Iraque. Os ataques aconteceram na fronteira da Síria com o Iraque e foram denunciados pelo governo sírio e pelas Forças de Mobilização Popular como uma investida que só poderia ter sido ordenada pelos Estados Unidos ou
por Israel – a imprensa libanesa afirmou que foi Tel Aviv quem disparou os mísseis. Os ataques promovidos pelos Estados Unidos e pelo seu país-satélite, o Estado de Israel, são frequentes o ano inteiro. É uma constante declaração de guerra aos povos do Oriente Médio, uma espécie de “recado” para que os governos nacionalistas se dobrem às exigências do imperialismo. Fica claro, portanto, que toda e qualquer ação por parte do Irã ou de seus países vizinhos contra os Estados Unidos e contra o imperialismo em geral não passa de uma reação, uma ação defensiva diante do massacre diário ao qual são submetidos.
ECONOMIA | 3
BOLSONARO AUMENTA A POBREZA!
Bolsonaro corta 1 milhão de Bolsa Família em meio a aumento da pobreza A pobreza extrema, que se planejava reduzir com programas como o Bolsa Família, agora, congelados pelo Governo Bolsonaro, volta a crescer para a desgraça do povo de baixa renda Em 9 de janeiro de 2004, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 10.836/2004, que criou o Bolsa Família – maior programa de transferência de renda do mundo. O programa foi o resultado de debates com sociedade civil, ativistas e especialistas, a partir da experiência do programa Fome Zero. Hoje presenciamos exatamente o inverso, ou seja, a expulsão, pelo governo de Jair Bolsonaro, de 14,3 milhões de famílias do programa Bolsa Família, e meio a um cenário coincidente com uma situação econômica do país que vai mal, com desemprego crescente, o dobro do que era há 9 anos, com a intensificação da exploração do trabalho, alastrando a desgraça social por todo o país. Esse é o panorama em que milhões de famílias, que se enquadram nos requisitos do programa, estão fora mas tentam entrar, alimentando a ilusão de um dia serem atendidas pelo programa que está sendo congelado. Aliás, as mudanças anunciadas quarta-feira (08), mostram que o governo pretende é aumentar a exclusão de famílias, que, cada vez mais empobrecidas, sem trabalho, e sem comida, encontraram um triste e desolador destino neste governo. Com o Programa Bolsa Família, até o final de 2014, foram atendidas 14 milhões de famílias, o que permitiu reti-
rar da miséria 36 milhões de pessoas. Em 2014, foram inseridos no mercado de trabalho 75% dos beneficiados, e 1,69 milhão de famílias procuraram voluntariamente os centros de referência em assistência social para abrir mão do benefício, pois já teriam elevado sua renda. Dados divulgados pela Síntese de Indicadores Sociais (SIS) no IBGE, em novembro último, revelam que, em 2018, o país tinha 13,5 milhões pessoas na extrema pobreza, assim enquadradas pelo Banco Mundial, que segundo critério que adotou para essa classificação , essas pessoas recebem como renda mensal per capita menos do que R$ 145,00, ou 1,90 dólar por dia. Esse número, diga-se de passagem, é equivalente à população de países como Bolívia, Bélgica, Cuba, Grécia e Portugal. Embora o percentual tenha ficado estável em relação a 2017, subiu de 5,8%, em 2012, para 6,5% em 2018, um recorde em sete anos. O gerente do estudo do SIS, André Simões, ressalta que são necessárias políticas públicas para combater a extrema pobreza, pois ela atinge um grupo mais vulnerável e com menos condições de ingressar no mercado de trabalho. A Síntese de Indicadores Sociais também apontou que, embora um milhão de pessoas tenham deixado a linha de
pobreza – rendimento diário inferior a US$ 5,5, medida adotada pelo Banco Mundial para identificar a pobreza em países em desenvolvimento como o Brasil – um quarto da população brasileira, ou 52,5 milhões de pessoas, ainda vivia com menos de R$ 420 per capita por mês. O índice caiu de 26,5%, em 2017, para 25,3% em 2018, porém o percentual está longe do alcançado em 2014, o melhor ano da série, que registrou 22,8% (antes do golpe). O Estado burguês, principalmente na época do neoliberalismo, passa a apenas instituir regras a serviço dos capitalistas e fiscalizá-las para garantir a acumulação da riqueza, deixando o indivíduo à qualquer sorte que o “mercado” determina para ele. Nesse Estado, prega a direita, não existe mais o desempregado, e sim o cidadão, que, por não ser um empreendedor, não se esforçar honestamente, e conquistar espaço por seu próprio empenho e mérito, não consegue uma renda para a sua mantença e de sua família. A figura do empregado dá lugar, na propaganda capitalista, ao empreendedor individual e ao colaborador das empresas. O trabalhador concorre com o trabalhador, e a garantia do seu esforço é dada por um exército de desempregados lutando por um salário de fome, com a promessa de um dia poder virar patrão e um grande em-
preendedor e empresário de sucesso. Nessa mesma linha de raciocínio, esses neoliberais entendem que todos os direitos adquiridos pelos trabalhadores sindicalizados não passam de benefícios destes às expensas de outros, que eventualmente aceitariam trabalhar com menos regalias. E que os sindicatos seriam o monopólio da oferta de empregos muitas vezes, interferindo na lei natural de mercado competitivo, e prejudicando os mais pobres ou independentes. Na realidade, o que presenciamos com o governo Bolsonaro, e o neoliberalismo de Paulo Guedes, é exatamente essa caminhada para acabar com essas “regalias” segundo apregoam, e que traduzindo, seria acabar com todos os direitos alcançados por muitos anos de lutas da classe trabalhadora contra a exploração desmedida do capital, e que, nesses tempos de Bolsonaro, estamos vendo cair por terra e se perder sem um confronto por parte das direções da esquerda que coloque em xeque esta política. Anos de lutas perdidos em um ano de governo empenhado em destruir uma CLT, garantias constitucionais de trabalho e seguridade social. Sem uma política a ponha fim a esse programa, sem a luta pelo Fora Bolsonaro, o legado desse governo ao trabalhador já se desenha com o desemprego, fome e morte.
TROCA DE FAVORES
Bolsonaro vai baixar a conta de luz… das grandes igrejas Para a ciência brasileira se desenvolver, a juventude estudar e o trabalhador se aposentar não existe dinheiro; para o bolsonarismo nas igrejas evangélicas está sobrando, e a rodo Além da já conhecida imunidade tributária concedida a entidades religiosas, prevista inclusive na constituição, o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro pretende conceder subsídios nas contas de luz para templos religiosos de grande porte. Como já sabemos, a medida foi adotada intencionalmente para beneficiar as igrejas evangélicas, que não por coincidência são o setor religioso onde está contida a maior influência da direita, portanto, o maior número de apoiadores deste governo golpista. Enquanto a educação, a cultura, o desenvolvimento científico e a previdência social são os principais alvos de cortes e sucateamento de Bolsonaro e seu ministro de estimação Paulo Guedes, as grandes igrejas poderão contar com esta dádiva durante os horários em que habitualmente acontecem os cultos, das 18h às 23h. Não por coincidência, este é o intervalo do dia que as distribuidoras de energia cobram mais caro por ser o pico de utilização, conhecido como “horário de ponta”.
Esta não é a primeira adulação que Bolsonaro concede aos evangélicos em troca de apoio ao golpe. No ano passado ele chegou a prometer o cargo de presidente do STF a alguém que deveria ser “terrivelmente evangélico”, que “o estado é laico mas nós somos cristãos”, enaltecendo a sua máxima fascista de “o Brasil está acima de tudo e Deus acima de todos”. Vale lembrar que o número de evangélicos cresce vertiginosamente e deve ultrapassar o
de católicos em 2040, segundo dados do IBGE. Se a esquerda como um todo não se posicionar diante da situação sobre a base operária dessas igrejas, isso significa que a extrema-direita crescerá imensamente no Brasil junto com o número de fiéis evangélicos. São cerca de 300 mil igrejas em todo o Brasil, como afirma o líder da bancada evangélica na Câmara. Segundo ele, esse subsídio teria um “impacto mínimo” nas contas do governo. Como
a medida beneficia os grandes templos religiosos – em especial os evangélicos, nós já temos uma ideia do tamanho da arrecadação interna que templos colossais da Igreja Universal como o de “Salomão” em São Paulo e o “Templo Maior” em Belo Horizonte possuem. Não podemos esquecer que catedrais católicas de grande relevância também se beneficiam disso, como o Santuário Nacional de Aparecida, em Aparecida do Norte (SP). Ou seja, falta verba para a cultura e a ciência brasileira se desenvolverem, para a juventude estudar e para o trabalhador se aposentar, mas não para a formação das “milícias celestes” do bolsonarismo, estas que fazem frente com as polícias militares e suas políticas repressivas e assassinas da população pobre. Quando se trata de perseguir, prender e matar a juventude, o trabalhador que mora nas periferias, o povo negro e a sua cultura – os que de longe mais sofrem com estes ataques golpistas, existe incentivo financeiro à rodo.
Não leia o que eles querem que você leia. Saiba o que realmente está acontecendo
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