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SÁBADO, 11 DE JANEIRO DE 2020 • EDIÇÃO Nº5884
Agressão ao Irã faz povos da região se unirem contra o imperialismo O assassinato do general iraniano Qassem Soleimani no último dia 3 desencadeou um rechaço popular em várias partes do Oriente Médio. A reação ao ato bárbaro do imperialismo poderá levar a uma unidade maior na região no combate à presença do imperialismo. Do ponto de vista do regime político iraniano, a intenção de expulsar os EUA do Oriente Médio foi reiterada nas palavras do próprio líder da República Islâmica, Ali Khamenei: “a presença corrupta dos Estados Unidos nesta região tem que terminar”.
Liberdade de expressão com limites não é liberdade de expressão Crise no Irã, luta no Brasil: hoje tem Análise Política da Semana
Primeiro-ministro do Iraque denuncia emboscada para matar Soleimani O primeiro-ministro do Iraque desmentiu as declarações da Casa Branca sobre o motivo do assassinato de Qasem Soleimani. Segundo o chefe de Estado, os EUA haviam pedido para que o mandatário do Iraque chamasse Soleimani para uma reunião, em que o líder popular iraniano iria levar uma mensagem para a Arábia Saudita na tentativa de diminuir as tensões na região. Para o primeiro-ministro iraquiano: “Trump me pediu para mediar com o Irã e depois assassinou meu convidado”.
Após uma semana cheia de reviravoltas na política, principalmente a internacional, a Análise Política da Semana, o programa base e mais popular da COTV, está indo ao ar hoje.
Irã denuncia farsa imperialista em caso de queda de avião
Falta uma semana para a Universidade de Férias do PCO
2 | OPINIÃO EDITORIAL
Liberdade de expressão com limites não é liberdade de expressão
A
novela da censura ao programa Porta dos Fundos, inacreditavelmente, continua. Setores de extrema-direita estão empenhados em calar o grupo e impedir a transmissão de um programa de humor que contraria suas crenças. Dessa vez, a católica Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura conseguiu que um desembargador proibisse o programa do Porta dos Fundos, um especial de Natal que insinua uma relação homossexual de Jesus. Quarta-feira, 8, o desembargador Benedicto Abicair, da 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, determinou que a Netflix retirasse o programa do ar. A decisão foi revertida depois por uma decisão do ministro do Supremo Dias Toffoli. Apesar do desfecho favorável à liberdade de expressão nesse caso es-
pecífico, pelo menos por enquanto, chama atenção o fato de o Judiciário esteja cheio de censores como o desembargador Benedicto Abicair. O argumento das organizações de religiosos fanáticos que querem decidir o que você pode assistir ou não é de que o programa teria “ofendido” a fé cristã. Um critério subjetivo que pode servir para censurar qualquer obra de arte, entretenimento ou publicação. Basta que alguém alegue ter se sentido ofendido. O limite da liberdade de expressão seria alguém se sentir ofendido. E quem exerce o poder de determinar se uma obra deve ou não ser censurada com base nesse limite é um juiz. Quase sempre, um juiz de direita. Portanto, sob o argumento de que deve haver um limite para a liberda-
de de expressão, acaba ficando nas mãos da direita decidir o que se pode ou não dizer. Na prática, esse “limite” significa não existir liberdade de expressão nenhuma. Setores de esquerda também reproduzem esse argumento, e, sem que percebam, com o mesmo efeito, ao argumentar que deveria haver um limite para que não se ofenda minorias nem se reproduza o chamado “discurso de ódio”. A armadilha nesse caso é a mesma. Sob o argumento de que as pessoas não podem ser ofendidas, fica nas mãos de um juiz decidir o que pode ou não ser dito. Esse argumento, no final das contas, também fortalece a direita. Também fortalece a ideia de que instituições dominadas pela direita devem regular quando a expressão é legítima ou
quando é um abuso. Esse argumento deve ser completamente rejeitado, em qualquer caso. Qualquer limite que se coloque a liberdade de expressão, inclusive os previstos nas leis atuais, na prática coloca em xeque a liberdade de expressão em geral. Qualquer coisa que seja dita pode motivar perseguição por parte do Estado, especialmente neste momento de aparelhamento do Estado pela extrema-direita, com nazistas, integralistas e fanáticos religiosos ocupando postos de juiz e desembargador por todo o País. Só existe liberdade de expressão se não houver nenhum limite, se essa liberdade for absoluta, e nenhum desses juízes puder abusar de seu poder para calar a sociedade sob o pretexto de defesa dos ofendidos.
COLUNA
O endividamento da população e o golpe de Estado Por Expedito Mendonça
O golpe de Estado perpetrado contra o governo eleito pelo voto popular em 2014 agudizou todos os principais elementos de crise já presentes em um sociedade marcada por profundas contradições e desigualdades sociais históricas. O desfecho mais trágico e socialmente impactante da conspiração golpista, do ponto de vista do ataque à população pobre e explorada, foi a eleição, através de um processo de manipulação e fraude, do presidente fascista Jair Bolsonaro, que vem realizando um governo de liquidação dos direitos e conquistas da população, sem precedentes na história recente do País. Um dos resultados mais perversos e tirânicos da política econômica que vem sendo implementada pelo ministro neoliberal e entreguista Paulo Guedes (da escola de Chicago) é a destruição da economia nacional, o que vem provocando falências em série de pequenos empreendedores, resultando em um aumento vertiginoso do desemprego, tendo como desdobramento um endividamento gigantesco de um expressivo contingente de brasileiros. Para se ter uma ideia do significado desta política catastrófica, desastrosa para o País, o endividamento bateu recorde, com quase 66% da população pendurada em dívidas. Os números revelam que “em dezembro, por exemplo, 12,4% dos brasileiros estavam “muito endividados”; hoje são 14,5%. Em 2018, 40% dos brasileiros responderam que não tinham dívidas; hoje apenas 34% deram a mesma resposta”. (sítio O Cafezinho, 09/01).
O ano de 2019, que acaba de findar, registrou em dezembro o maior percentual de famílias com dívidas, “alcançando 65,6% e chegando ao maior patamar da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) desde janeiro de 2010″. “O resultado é maior do que os 65,1% observados em novembro e superior aos 59,8% aferidos em dezembro de 2018” (idem, 09/01). O fato é que não há no cenário imediato e nem mesmo a médio e longo prazo qualquer expectativa de recuperação, por mínima que seja, da economia nacional; ao contrário, os indicadores e as perspectivas anunciadas apontam para um aprofundamento ainda maior da crise, com aumento do número de empresas em situação de falência, pedidos de recuperação judicial (concordata) e desemprego em alta. Bolsonaro e Paulo Guedes representam o caos, a tragédia social, a destruição, a hecatombe, o desalento e o desespero. A única alternativa progressista neste cenário trágico para a maioria da nação é a intervenção independente das massas sofridas e exploradas, levantando a bandeira do “Fora Bolsonaro” e todo o seu ministério reacionário e obscurantista; por novas eleições gerais, com a anulação de todos os processos contra o ex-presidente Lula, restituindo ao petista todos os seus direitos de cidadão, incluindo o direito de se candidatar à presidência.
A direita prospera na ignorância. Ajude-nos a trazer informação de verdade
OPINIÃO | 3 COLUNA
Desemprego dispara; Inflação supera salário… É Bolsonaro ou o povo Por Antônio Carlos
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (DIEESE)), o valor do salário mínimo serve de referência para 49 milhões de pessoas, o que equivale a mais de 40% da população economicamente ativa do País e a mais de 20% da população total brasileira. Graças ao golpe de Estado, pelo terceiro ano consecutivo, o reajuste do salário mínimo não teve ganho ganho real para o trabalhador. Pior do que isso, no primeiro reajuste estabelecido pelo governo do presidente ilegítimo, eleito com base na fraude que retirou o principal candidato (que a maioria do povo queria votar da disputa), o reajuste do salário mínimo ficou abaixo da inflação, ou seja, teve perda real. O salário mínimo de R$ 1.039 fixado pelo governo federal para este ano não repõe a inflação do ano passado. Como o mínimo do ano passado de R$ 998 aumentou em 4,1%, o ajuste para 2020 ficou abaixo do Índice Nacional de Preços ao Mercado (INPC) de 2019, de 4,48%, divulgado no dia de ontem (dia 10). Para “economizar” com os trabalhadores e poder garantir o sustento dos banqueiros e outros parasitas do Estado o miserável valor fixado ficou abaixo até mesmo dos R$ 1.040 que o governo havia proposto em abril no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Essa operação de roubo é um dos aspectos fundamentais daquilo que o governo e a venal imprensa burguesa anunciam, falsamente, como “êxito econômico” do ministro Paulo Guedes e de Jair Bolsonaro. Uma política de Robin Hood às avessas: roubar de quem não tem para dar a quem tem, e muito. E esse não foi, o único roubo dos salários. A inflação ganhou novo impulso, com produtos de primeira necessidade (nem sempre atendidas), como a carne chegando a aumentar 32% no período. No geral o item alimentação e Bebidas, subiu 6,37% e saúde e cuidados pessoais 5,41%, só para citar dois exemplos. É claro que a tradicional manipulação do cálculo inflacionário apresentou um peso maior do que esses e outros ítens têm no bolso de quem gasta quase todo o seu salário com alimentação e outras despesas super básicas. O ano de 2019 foi marcado ainda pelo gigantesco roubo da Previdência que, apresentado sob os rótulos de “reforma” e “economia”, consistiu em decretar – com o apoio de quase todos os partidos do Congresso Nacional, uma expropriação de mais de R$ 850 bilhões, que sairão dos trabalhadores para os cofres do Estado capitalista e para os banqueiros, principalmente.
Venha discutir
A LUTA
DO
POVO NEGRO Reunião do Coletivo de Negros João Cândido
A “oposição” a esse que foi possivelmente o maior roubo desfechado de uma única vez e que atinge dezenas de milhões de trabalhadores, não foi além de figuração, como fica evidente não fato de que governos de partidos de esquerda (PT, PCdoB, PSB) , cujos parlamentares (parcialmente) votaram contra a proposta de Bolsonaro, não mobilizaram contra a medida, sabotaram a mobilização e agora, está aprovando a mesma política nos Estados para roubar mais R$ 350 bilhões dos servidores estaduais de todo o País junto com os governos da direita golpista. Os ataques do Governo Bolsonaro não pararam por aí. Milhões de trabalhadores continuaram a perder seus empregos e, apenas parte dos milhões de desempregados foram contratados de forma precária, sem carteira assinada, sem direito a nada, em uma situação cada vez mais próxima do regime de escravidão de nossos antepassados. E essa situação só tende a se gravar no próximo período com a intensificação da crise econômica e como resultado direito da política de destruição da economia nacional praticada pelo governo com a qual só ganham os banqueiros e o grande capita imperialista. Como se vê no caso da Embraer, “engolida” pela Boeing, com aval do governo golpista, que anunciou que vai colocar de férias coletivas mais de 13 mil operários, preparando demissões em massa, que o governo anunciou que não aconteceria. A cada dia fica mais evidente que, para a classe operária e demais setores explorados, não ha outra saída diante da crise que não seja se mobilizar, nas ruas, com seus próprios métodos de luta, contra os ataques do governo e pela sua liquidação. Trata-se de uma questão de vida ou morte. Ou sobrevive o governo Bolsonaro e sua política de fome e miséria ou triunfam os trabalhadores, derrubando o governo e abrindo caminho para uma nova etapa de lutas e superação do caos que a direita está impondo ao País.
Todos os sábados às 16h
Centro Cultural Benjamin Perét R. Serranos nº 90, próximo ao metrô Saúde - SP
4 | INTERNACIONAL
PRIVATARIA ENTREGUISTA
Agressão ao Irã faz povos da região se unirem contra o imperialismo Do Irã ao Iêmen, passando por Iraque, Síria e Palestina, em todas as partes do Oriente Médio se expressa o rechaço à presença dos EUA O assassinato do general iraniano Qassem Soleimani no último dia 3 desencadeou um rechaço popular em várias partes do Oriente Médio. A reação ao ato bárbaro do imperialismo poderá levar a uma unidade maior na região no combate à presença do imperialismo. Do ponto de vista do regime político iraniano, a intenção de expulsar os EUA do Oriente Médio foi reiterada nas palavras do próprio líder da República Islâmica, Ali Khamenei: “a presença corrupta dos Estados Unidos nesta região tem que terminar”. No Iraque, houve reação parecida. O clérigo Muqtada Al-Sader reativou as milícias Mahdi no mesmo dia do assassinato, dia 3. O anúncio foi feito por redes sociais. Além dessa reação prática, houve também uma resposta dentro do parlamento iraquiano. No dia 5, um domingo, os parlamentares decidiram em uma sessão extraordinária que os militares norte-americanos teriam que deixar o país. Atualmente, os EUA mantêm cerca de 5 mil tropas em bases espalhadas pelo país. No Iêmen, um líder do Supremo Conselho Político, Mohammed al-Bukhaiti,
afirmou em entrevista a um sítio libanês na segunda-feira (6) que “a frente de resistência se unirá do Irã à Palestina diante do crime de assassinar o General Soleimani. As decisões temerárias de Trump apenas aumentaram a determinação e a firmeza do eixo de resistência para lutar contra todas as formas de ocupação norte-americana e sionista”. O Iêmen atualmente sofre um cerco criminoso da Arábia Saudita apoiado pelos EUA, e é um elemento de desestabilização do domínio dos EUA no Oriente Médio. Também na segunda-feira, o substituto de Soleimani, Esmail Ghaani, encontrou-se com o líder do Hamas, Ismail Haniyeh. Tanto o palestino Hamas quanto o libanês Hezbollah fizeram declarações contra o assassinato de Soleimani. Além disso, governos também prestaram solidariedade ao regime iraniano, como no caso da Síria. O governo de Bachar Al Assad declarou solidariedade absoluta ao Irã diante do ataque criminoso dos EUA. À parte as reações de organizações e governos, a população também reagiu por todo o Oriente Médio com grandes protestos de rua. No Irã, 3 milhões
de pessoas teriam usado o metrô no dia do funeral de Qasem Soleimani. Em outras cidades do Oriente Médio, no Iraque, na Síria, no Iêmen e em diversos países, também houve protestos por ocasião do funeral. Todos esses dados e reações indicam que haverá uma reação em toda a região contra a presença dos EUA.
Esse é um desenvolvimento da crise da dominação imperialista no Oriente Médio. O recuo de Trump, depois de uma jogada mal calculada, deverá abalar ainda mais a autoridade dos EUA, expondo sua tropas coloniais em todo o mundo e especialmente no Oriente Médio, onde se desenha uma reação regional à ocupação imperialista.
FIM DO DESCONTO EM FOLHA
Irã denuncia farsa imperialista em caso de queda de avião Governo iraniano responde a propaganda imperialista sobre a queda do avião ucraniano. Estados Unidos e Canadá fazem forte campanha contra o país persa, anunciando sua culpa Após a resposta do Irã ao ataque assassino do imperialismo norte-americano que matou importantes nomes da política iraniana, como o general Soleimani, o imperialismo voltou a propagar uma campanha de provocação contra o país. Com a morte do general, um clamor popular por uma resposta surgiu em todo país, e assim bases dos Estados Unidos no Iraque foram atacadas utilizando-se de dezenas de misseis. Contudo, pouco tempo antes, um avião que saía de Teerã, capital do Irã, em direção a Kiev, capital ucraniana, de repente caiu, levando à morte de 176 pessoas, sendo a maioria delas do país persa. O caso envolvendo o Boeing 737 da Ukraine Airlines, está tomando grandes proporções na imprensa imperialista. A caixa preta do avião foi encontrada danificada, mas antes mesmo de serem feitas quaisquer analises, jornais como The New York Times já divulgam que a derrubada do avião seria de autoria iraniana. O presidente Donald Trump, assim como o criminoso serviço de inteligência norte-americano, contando com o apoio de países como Canada e Reino Unido, corresponderam de acordo com esta propaganda, anunciando que o avião teria sido derrubado pelo sistema anti-míssil do Irã. Tal acusação, que surge sem quais-
quer provas, é uma afronta completa ao governo iraniano. De acordo com os mesmos, esta nada mais é que uma propaganda imperialista, e que a derrubada do avião pelo sistema de defe-
sa iraniano é “cientificamente impossível”. Além disso, o país rebate as acusações criminosas do imperialismo e declara um completo absurdo achar que
o Irã iria derrubar um avião onde na sua maioria comportava passageiros do próprio país. Na realidade, toda esta campanha presente na imprensa imperialista de muito lembra as tipicas farsas montadas no passado que serviram como justificativa para um completo ataque. Acusações deste teor, sem quaisquer provas, levantam a suspeita de que na verdade o próprio imperialismo poça estar envolvido com a queda do avião, que após decolar teria perdido completamente o contato com a torre. Atualmente uma série de investigações estão sendo feitas, principalmente com a presença de entidades imperialistas, já figuras como Donald Trump e Trudeau -primeiro-ministro canadense- não cessam suas “embasadas” especulações, sobretudo após determinadas imagens que “comprovariam” as causas das mortes terem sido lançadas na internet. Vale lembrar que assim se desenvolve mais uma campanha contra um país oprimido. Hoje o Irã, atacado de todos os lados pelo imperialismo está sofrendo uma de uma duríssima propaganda em todos os jornais burgueses. Analisar quaisquer fatos deste conflito sem esta perspectiva é se guiar por uma mera campanha de desinformação, da qual forma as bases para uma política real de intervenção imperialista.
MOVIMENTO OPERÁRIO | 5
CRISE ENTRE EUA E IRÃ
Primeiro-ministro do Iraque denuncia emboscada para matar Soleimani Soleimani ia ao Iraque para levar carta a ser entregue aos líderes da Arábia Saudita, como tentativa de diminuir as tensões na região do Oriente Médio, segundo líder iraquiano O primeiro-ministro do Iraque desmentiu as declarações da Casa Branca sobre o motivo do assassinato de Qasem Soleimani. Segundo o chefe de Estado, os EUA haviam pedido para que o mandatário do Iraque chamasse Soleimani para uma reunião, em que o líder popular iraniano iria levar uma mensagem para a Arábia Saudita na tentativa de diminuir as tensões na região. Para o primeiro-ministro iraquiano: “Trump me pediu para mediar com o Irã e depois assassinou meu convidado”. Sendo assim, a desculpa de que os EUA haviam assassinado Soleimani para impedir ataques terroristas contra norte-americanos na região caem por terra (se é que alguém chegou a acreditar em alguma das palavras de Donald Trump). A propaganda imperialista é cínica e visa somente seus próprios interesses, não se importando em matar quem quer que seja para continuar ou au-
mentar sua dominação sobre os países menos desenvolvidos. Assim foi no Vietnã, no Iraque, na Síria, Coréia do Norte, em Cuba, no Irã, nos países do leste europeu e em todos os lugares do planeta sobre os quais eles tenham dominação. Dentro disso tudo, o Brasil acaba tendo uma vergonhosa posição. O capacho do imperialismo, Jair Bolsonaro, que não cansa de demonstrar de qualquer forma que ama Trump (seja batendo continência, seja dizendo “i love you” ou seja assistindo à entrevista de Trump na TV), soltou nota oficial por meio do Itamaraty para dizer que o terrorismo devia ser combatido, em clara posição favorável à morte do líder iraniano. Agora, com as próprias palavras do líder Iraquiano afirmando que Soleimani ia tentar apaziguar o Oriente Médio, Bolsonaro se coloca mais uma vez ao lado de uma mentira descarada, só para puxar o saco de seus patrões.
PALESTINO RESPONDE BOLSONARO
PALESTINO RESPONDE BOLSONARO
No Iêmen, cresce a mobilização anti- Venezuela vai apoiar Irã na luta imperialista após ataque ao Irã contra o imperialismo A agressão dos EUA contra o Irã está fortalecendo a resistência anti-imperialista em todo o Oriente Médio
Sobre os ataques de Donald Trump que matou o general iraniano Soleimani, Muhammad Al-Bakhiti, membro do conselho político do Iêmen, afirmou que o sangue derramado do general só fortaleceu o eixo de resistência, que se unirá do Irã ao Líbano e à Palestina, contra as ofensivas do imperialismo americano. Al-Bakhiti relembrou os interesses dos Estados Unidos na consolidação da hegemonia sobre o Iraque. Além dele, o Ministro da Informação iemenita, Dhaifallah al-Shami, também já havia prestado solidariedade e companheirismo ao Soleimani. Segundo ele, o general “teve um grande papel na luta contra o terrorismo global”, e o sangue que os americanos derramaram nas nações que querem colonizar se transformará em milhares de militantes; além de mais revolta para acabar com a presença dos EUA na região. Conforme disse Jaber Awad, governador da província de Saada, também no Iêmen, o que eles fizeram “não
merece outra resposta senão arrancar sua presença maligna e expulsar as forças americanas do Iraque e da região”. Vale lembrar que vários movimentos, nesses últimos dias, confirmam a marca da revolta causada pelo imperialismo. Assim foi no último dia 06, segunda-feira, numa cerimônia fúnebre em Saada, em homenagem ao general assassinado; tal como em Sanaã, para condenar sua morte e lamentar sua perda. No dia 07, houve ainda outras cerimônias fúnebres, nas cidades de Hajjah e Dhamar. Cantaram cantigas anti-americanas, relembraram os antigos generais mortos e pisaram nas bandeiras americana e israelense como símbolo de rejeição e repúdio. Nesta sexta-feira, dia 10, houve ainda protestos em Banglades, também com faixas e cantigas contra o assassinato de Soleimani, condenando e denunciando os diversos outros ataques estadunidenses e israelenses.
O governo venezuelano expressou seu apoio ao Irã contra a investida do imperialismo americano. Todos os povos do Oriente Médio devem se unir na luta contra o imperialismo mundial. Em uma chamada telefônica na última quarta-feira (8), o Ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, expressou o apoio em nome do governo Nicolás Maduro, da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e seus comandantes e do povo venezuelano ao Irã na luta contra o imperialismo norte-americano. O assassinato do general Qasem Soleimani foi severamente condenado e classificado como um ato terrorista dos Estados Unidos. Neste mesmo dia, altos funcionários do governo da Venezuela participaram de um ato na sede diplomática do Irã em Caracas para expressar seu pesar pelo assassinato do general iraniano. Por sua parte, o Ministro da Defesa do Irã, o general de brigada Amir Hatami, agradeceu o apoio do presidente Nicolás Maduro e sua postura valente em frente às sistemáticas ameaças dos Estados Unidos. Hatami afirmou que, onde quer que a presença americana esteja, invariavelmente significa saque de recursos, assassinatos e crimes contra os povos oprimidos. A postura do governo venezuelano é muito importante, uma vez que acompanha a luta dos países atrasados e a luta dos povos do Oriente Médio pela libertação da dominação imperialista. É essencial a união de todos os povos e dos governos nacionalistas contra as investidas do imperialismo mundial.
Os Estados Unidos, em especial, possuem centenas de bases militares espalhadas por todo o Oriente Médio. Inclusive, há dezenas de bases americanas nas fronteiras terrestres com o Irã e nas águas do Golfo Pérsico. A presença imperialista tem por objetivo garantir o acesso ao petróleo e demais recursos naturais e garantir o controle político sobre os governos dos países da região.
6 | ATIVIDADES DO PCO
NA CAUSA OPERÁRIA TV
Crise no Irã, luta no Brasil: hoje tem Análise Política da Semana Está sendo lançada hoje mais uma Análise Política na COTV, trazendo a tona importantes assuntos como a crise no irã, os protestos no Brasil e as políticas para o momento. Após uma semana cheia de reviravoltas na política, principalmente a internacional, a Análise Política da Semana, o programa base e mais popular da COTV, está indo ao ar hoje. Com uma completa análise feita pelo presidente do PCO, o companheiro Rui Costa Pimenta, a análise política é um programa que busca discutir todos os acontecimentos da semana sob uma perspectiva revolucionária, sendo aberta ao debate e contando com uma transmissão ao vivo pelo canal no youtube. Nesta nova análise política será discutido fundamentalmente a relação entre Irã e Estados Unidos, neste conflito que vem escalando em magnitude a cada dia, evidenciando a política do imperialismo contra os países oprimidos e o enfraquecimento do mesmo, que com o posicionamento de Trump,
recuou em relação a sua ofensiva contra o Irã. Além disso, a política nacional também receberá destaque, pois por todo país a extrema-direita vem se organizando e como forma de organizar quadros e combater este crescimento fascista, a universidade de férias do PCO tratará do tema “Fascismo, o que é e como combatê-lo”, a segunda parte de um importante curso nacional. Como não bastasse o crescimento do fascismo, Jair Bolsonaro deu declarações em prol do imperialismo no conflito contra o Irã, abrindo as portas para um maior envolvimento do Brasil em uma guerra de rapina de países como os EUA contra um país oprimido, representando pelo Irã. A propaganda da imprensa burguesa vai a mil nesses tempos, a luta contra o imperialismo e pelo Fo-
ra Bolsonaro tornam-se ainda mais fundamentais de serem debatidas e executadas, por isso não perca a análise política deste sábado, um dos mais completos programas da esquerda brasileira, responsável por orientar todo Partido da Causa Operária, representando uma resposta da imprensa operária contra a propaganda imperialista. Desenvolvendo temas que vão deste o acirramento da luta interna no Brasil, evidenciado pelos atos contra o aumento das passagens logos nos primeiros dias de 2020, enquanto muitos estão de férias, e a crise do imperialismo, a análise política vai ao ar hoje, sendo tradicionalmente lançada todo sábado as 11:30, com transmissão na Causa Operária TV, o canal da imprensa operária com programações diárias em todos os períodos.
45ª UNIVERSIDADE DE FÉRIAS
Falta uma semana para a Universidade de Férias do PCO No dia 17 de janeiro, começará a próxima Universidade de Férias, o maior curso de formação marxista da esquerda brasileira No dia 17 de janeiro, terá início o mais tradicional evento de formação marxista do Brasil: a Universidade de Férias do PCO, junto com o Acampamento da AJR (Aliança da Juventude Revolucionária). Em sua 25ª edição, o curso terá como tema “Fascismo: O que é como combatê-lo, parte 2”. Será uma continuação direta do curso dado na 43ª Universidade de Férias, realizada em janeiro do ano passado. As aulas serão ministradas pelo companheiro Rui Costa Pimenta. Além de um curso completo e profundo sobre um dos temas políticos mais importantes da atualidade, os participantes da Universidade também terão momentos de estudo, trabalho e de lazer; com piscina, partidas de futebol, palestras culturais e apresentações musicais. Usufruindo, assim, de uma verdadeira convivência socialista com valiosos companheiros
de luta. A Universidade de Férias é um evento já realizado pelo PCO há mais de 20 anos e é de suma importância para todos os militantes e simpatizantes do partido, além dos apoiadores da luta política da classe operária e setores oprimidos de um modo geral. Não existe nada semelhante na esquerda brasileira e é uma oportunidade não só para aprimorar a formação política, mas também para entrar em contato com representantes dos setores mais avançados e combativos da sociedade. O curso terá a duração de oito dias, começando no dia 17 de janeiro e terminando no dia 25. As inscrições estarão abertas em breve pela página www. universidademarxista.com.br. Poderão ser feitas também entrando em contato com os militantes do PCO. Não perca!
A GLOBO
MENTE O DIÁRIO
DESMENTE
MOVIMENTO OPERÁRIO, JUVENTUDE E ESPORTES | 7
BANCO VOTORANTIM
Mais uma subsidiária do Banco do Brasil na mira dos golpistas Banco do Brasil irá vendar mais uma subsidiária em favor dos banqueiros privados e dar mais uma passo na privatização do banco. Na esteira da venda das subsidiárias dos banco públicos, como forma de preparação para as privatizações e, com a venda, favorecer os banqueiros privados nacionais e internacionais, conforme divulgado pela imprensa capitalista, o governo ilegítimo e seus prepostos à frente da direção do Banco do Brasil anunciaram a venda de mais um ativo do banco. Desta vez é o Banco Votorantim, banco esse que foi recuperado, financeiramente, pelo BB quando da crise financeira de 2008 adquirindo, naquela época, 49,99% do capital votante do banco privado, por R$ 4,2 bilhões. Hoje o banco registra lucros anuais de mais de R$ 1 bilhão. A transação financeira envolvendo as subsidiárias dos bancos públicos vai ao encontro da política do transloucado ministro da economia, Paulo Guedes, e seus asseclas, que defendem a privatização de todas as estatais. Recentemente a direção da Caixa Econômica Federal anunciou, através da mesma oferta pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) a formação e contratação
de sindicato de bancos para avaliar o potencial oferta pública de ações da Caixa Seguridade, entregando para os banco privados, nacionais e internacionais um patrimônio que gera um lucro líquido anual cerca de R$ 2 bilhões. A negociata da direção golpista do Banco do Brasil em relação ao BV vai no mesmo sentido, “os coordenadores globais do IPO do BV, além do próprio Banco do Brasil, conta o JP Morgan, que fez o trabalho de preparação do banco para a oferta, e ainda o Goldman Sachs. Também fazem parte do grupo Morgan Stanley e Itaú BBA”. (Estadão 07/01/2020) Em setembro do ano passado, a direção do banco já havia fechado um memorando de entendimento com o grupo UBS, empresa de serviços financeiros com sede em Zurique, na Suíça, uma das principais empresas globais de gestão de fortunas, banco de investimento, gestão e corretagem de valores mobiliários investimentos, que entregou, de mão beijada, uma das principais subsidiárias, na área de investimento e corretagem de valores
mobiliários do BB, e agora mais essa. A única forma eficaz de luta neste momento para impedir os ataques e a entrega das estatais ao capital estrangeiro, ao imperialismo, é a intensificação das mobilizações e organizar uma greve geral das empresas estatais. A vitória dos trabalhadores somente po-
derá estar assegurada se houver uma radicalização da luta através das ocupações das empresas, como medida de força para impedir as privatizações das estatais e barrar a entrega do patrimônio do povo brasileiro pelo governo golpista, capacho dos banqueiros e capitalistas estrangeiros.
FORA DORIA!
ATAQUE AO FUTEBOL
Contra o aumento da passagem: próximo ato será dia 16 em São Paulo
Imprensa golpista faz campanha pelo clube-empresa
O próximo ato contra o aumento da passagem será na quintafeira (16). A mobilização pelo Fora Doria e Fora Bruno Covas é fundamental para barrar o avanço da direita em SP.
Diante do protesto de torcedores acerca do escudo do Bragantino, imprensa busca dourar a pílula do modelo de clube empresa.
Na próxima quinta-feira (16), vai acontecer o terceiro ato contra o aumento da passagem de ônibus na cidade de São Paulo. A concentração será na região central da cidade. A passagem aumentou de R$ 4,30 para R$ 4,40 a partir de 1º de Janeiro de 2020. O governador João Doria e o prefeito Bruno Covas, ambos do PSDB e que expressam os interesses dos grandes capitalistas que atuam no setor de transporte público, anunciaram o aumento de 10 centavos na tarifa unitária e 17 centavos na integração. Os dois políticos tucanos atuam em conjunto e colocam todo o aparelho estatal para esmagar a população de SP. Nas manifestações anteriores contra o aumento da passagem, houve forte repressão da Polícia Militar, que lançou bombas de gás lacrimogêneo e utilizaram spray de pimenta contra os manifestantes. Diversos manifestantes foram detidos pela polícia e leva-
dos ao 78º Distrito Policial dos Jardins. Mais uma vez, o que se verifica em São Paulo é a implantação de uma ditadura policial pelo PSDB e a tentativa de impedir qualquer tipo de manifestação que reivindique a ampliação de direitos para o povo. João Doria, um fascista que promove repressão aos bailes funks nas favelas e que apoiou a ação criminosa da PM no Massacre de Paraisópolis, tem avançado na implantação de uma legislação antidemocrática que amplia o poder discricionário da PM e as possibilidades de restrição ou mesmo a cassação de direitos democráticos garantidos na Constituição. É urgente mobilizar a juventude, os partidos de esquerda, as organizações estudantis e os sindicatos pelo Fora Doria e Fora Bruno Covas, políticos tucanos que têm a oferecer para a população repressão policial, encarceramento, arbitrariedades, cassação de direitos democráticos, exploração e miséria.
Desde a virada do ano, quando o Bragantino revelou seu novo escudo, nada mais do que uma logomarca da empresa Red Bull com o detalhe de estar escrito Bragantino, as críticas de torcedores e simpatizantes do clube têm se avolumado nas redes sociais. Para muitos as tradições do clube foram totalmente desrespeitadas, além disso, o próprio público assimila essa mudança como um sintoma da modernização do futebol, que traz consigo ingressos mais caros e “arenas” padronizadas. Por vezes, a imprensa reacionária busca encontrar contra-argumentos baseados em números ilusórios para suavizar esse problema. Uma das justificativas é a de que o público do clube triplicou desde a submissão do clube à empresa. Ou seja, por onde andavam esses torcedores nos tempos de vacas magras do clube? Não seria apenas um momento de curtição temporária com o clube e que em breve será esquecido por muitos deles? O próprio acesso à série A, algo usado como argumento para relativizar as mudanças, é colocado como uma novidade. Mas afinal, o Bragantino na década de 1990, mesmo com muito menos recursos e projeção chegou a ser campeão paulista e vice campeão brasileiro – ou seja, na prática não fizeram algo inédito na história do fu-
tebol. Aliás, clubes do interior paulista surpreendendo os grandes é algo corriqueiro. Outra argumentação muito comum da imprensa burguesa para romantizar o clube-empresa seria o fato de os jogadores terem elogiado que a organização do Red Bull Bragantino desde a adesão ao modelo de gestão. Uma estrutura que porém pode se desmanchar no mesmo momento em que os empresários decidirem não investir mais – basta lembrarmos do extinto Grêmio Barueri na década de 2000. O caso do Bragantino é um dos muitos possíveis casos de descaracterização dos clubes diante da sua torcida. Os capitalistas, como é de se esperar, visam apenas ao lucro fácil, um clube de relativa projeção nacional, no fim ficam apenas os torcedores invariavelmente. A imprensa capitalista tem buscado a todo custo apresentar contra argumentos, evidenciando seu papel e interesses.
8 | CULTURA
INIMIGO DA CULTURA
Bolsonarista demite e persegue funcionários de Casa de Rui Barbosa Nova presidente da fundação, afilhada de Marco Feliciano, exonerou nomes importantes da pesquisa brasileira Nesta quarta-feira (8), foram exonerados cinco funcionários-chave da Casa de Rui Barbosa, instituição de pesquisa, acervo e fomento cultural. A exoneração se dá como o primeiro ato de Letícia Dornelles, presidente da fundação. A nova chefe é afilhada política do pastor Marco Feliciano. Segundo coluna do jornalista Lauro Jardim, foram demitidos o cientista político Charles Gomes, a jornalista Jöelle Rouchou, a ensaísta Flora Sussekind, vencedora de um Prêmio Jabuti e o sociólogo e escritor José Almino de Alencar, também ganhador do Prêmio. Além destes, o diretor do departamento, Antonio Lopes, também foi exonerado pela bolsonarista.
Estes ataques fazem parte da política do governo de Jair Bolsonaro de desmonte à cultura. Apesar das acusações à esquerda de “aparelhamento”, vê-se que, na realidade, o aparelhamento se dá pela direita, que envia seus funcionários para destruir os serviços públicos, a cultura etc. Diante deste cenário, a única alternativa à destruição da cultura e da pesquisa promovida pelo governo é a luta pela derrubada do governo, sob a palavra de ordem de “Fora Bolsonaro”. Os partidos de esquerda e todas as organizações democráticas devem se unir em torno desta demanda para impedir o desmonte do País.
FORA BOLSONARO!
Salvador: Comitê realiza Bloco Fora Bolsonaro na Lavagem do Bonfim Bloco Fora Bolsonaro anuncia atividade política para colocar abaixo o governo golpista na Lavagem do Bonfim, festa religiosa popular baiana. Fora Bolsonaro! O Comitê de Luta contra o Golpe e o Fascismo da Bahia e o Partido da Causa Operária (PCO) divulgaram ontem (10) no perfil do Partido da Causa Operária – BA no Facebook o chamado para o Bloco Fora Bolsonaro na Lavagem do Bonfim, na capital Salvador, na próxima sexta-feira (16), com concentração que partirá do Elevador Lacerda, às 8 horas. A Lavagem do Bonfim é uma das maiores festas religiosas populares do país, constituindo parte tanto do calendário de celebrações da Igreja Católica quanto do candomblé. Seu núcleo é uma caminhada de 8 quilômetros da Igreja da Conceição da Barra, no bairro do Comércio, até a Igreja do Bonfim, onde baianas tipicamente caracterizadas realizam a lavagem do adro e da escadaria do templo. A festa atrai de devotos religiosos a políticos, grupos artísticos e movimentos sociais, tendo se tornado um importante espaço de manifestações da população baiana. Na celebração do ano passado, foi registrado o abraço vergonhoso entre o prefeito direitista e golpista de Salvador ACM Neto (DEM-BA) e o governador Rui Costa. O PCO esteve lá e não deixou de aproveitar a oportunidade para levantar uma enorme faixa em que continha os dizeres: Fora Bolsonaro/Liberdade para Lula. A notícia do evento na Lavagem do Bonfim vem na esteira de uma centralização maior da luta contra o golpe no Fora Bolsonaro aprovada na II Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe e o Fascismo em dezembro de 2019 e da divulgação do lançamento, no dia 23 deste mês, do
Comitê Popular Fora Bolsonaro, no Distrito Federal. Esse comitê é formado por representantes de movimentos do campo e da cidade, populares, estudantil, sindical, de negros, mulheres e outros segmentos da população. O ano de 2020 vem mostrando que a vanguarda do movimento contra o golpe já está aprofundando sua organização e propondo ações públicas bem antes do Carnaval. E a festa que, ano passado, mostrou a enorme repulsa popular em relação ao presidente fascista que nos espere preparados para gritarmos o “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*” com ainda mais determinação! Para maiores informações sobre o evento da Lavagem do Bonfim, basta entrar em contato através dos números (71) 99104-7441 ou (71) 98110-4289.
CULTURA E MORADIA E TERRA | 3
UM GRANDE CRONISTA BRASILEIRO
11/1/1923: nasce Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta Há 97 anos atrás, no dia 11 de janeiro, nascia Sérgio Marcus Rangel Porto, dono de reconhecida erudição Há 97 anos, no dia 11 de janeiro, nascia Sérgio Marcus Rangel Porto, dono de reconhecida erudição. Natural do Rio de Janeiro, para ser mais preciso, em Copacabana, Sérgio Porto – conhecido pelo pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta – trabalhara como escritor, cronista, humorista, teatrólogo, jornalista, radialista, comentarista e compositor. Ficou famoso por possuir um senso de humor refinado e pela crítica aos costumes nos livros Tia Zulmira e Eu e o Febeapá – Festival de Besteiras que Assola o País. Foi através do Febeapá, criado logo após o golpe militar de 1964, que o então Stanislaw escrevera de forma implícita sua desaprovação ao regime militar. Nesse ínterim, Stanislaw noticiava e comentava – utilizando-se de seu estilo cáustico – as estupidezas das novas autoridades. Com isso, todavia, o autor conseguiu um público até então indiferente às suas
tiradas. Suas aventuras o levaram a publicar três livros, além de centenas de crônicas. Seu ritmo de trabalho era incessante, com uma intensa jornada de trabalho. Além de se dedicar aos próprios livros, Sérgio Porto escrevia para
revistas, rádio, TV e, principalmente, jornais. Sérgio era famoso por sua diligência na elaboração dos textos e pela precisão das informações que passava. Dentre uma de suas façanhas, podemos destacar o ocorrido em
1956, quando o jornalista e profundo amante da música popular brasileira, ao passar por um lavatório de carros, reconhecesse nada mais nada menos que Cartola – um dos maiores nomes do samba brasileiro. Cartola estava com problemas e longe do samba quando foi reconhecido por Sérgio Porto. Além de um extenso trabalho nas diversas áreas que se propusera a desenvolver, Sérgio ainda compôs a música “Samba do Crioulo Doido” e, também, criador e produtor do concurso de beleza As Certinhas do Lalau. Sérgio Porto morreu em sua cidade natal, vítima de um ataque do coração aos 45 anos no dia 30 de setembro de 1968. Seu jeito boêmio e bem-humorado marcou muito os que trabalharam consigo, e, dedicado à sua memória, um grupo de jornalistas e intelectuais fundou, em 1969, o semanário O Pasquim.
MARANHÃO
Após mortes, comunidade quilombola do Maranhão recebe nova ameaça No domingo (5), os camponeses Celino Fernandes e Wanderson de Jesus foram assassinados na comunidade do Cedro. Desde então, as perseguições continuam por parte de grileiros. No último domingo (5), dois camponeses foram assassinados no Maranhão. Celino Fernandes e Wanderson de Jesus Rodrigues Fernandes, pai e filho, tiveram sua moradia invadida por pistoleiros encapuzados. A execução aconteceu na frente de suas esposas, filhos e netos. O caso ocorreu na comunidade do Cedro, localizada no município de Arari, 170 km da capital São Luís. De acordo com relatos, homens encapuzados vestindo coletes da Polícia Civil foram à comunidade e declararam estar cumprindo mandados de prisão. Era um disfarce para se proceder à execução. Segundo nota da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Celino e Wanderson eram lideranças da associação quilombola do Cedro e denunciavam a ação de grileiros, que cercam – até mesmo com cercas elétricas – terras públicas do Estado para a criação de búfalos. As famílias camponesas tiram seu sustento do trabalho com as terras públicas, de uso comum, por meio da pesca e criação de animais. Os campos inundáveis da Baixada Maranhense são considerados legalmente como terras públicas de uso comum do povo
e Área de Proteção Ambiental, segundo o Decreto nº 11.900 de 11 de junho de 1991 do Governo do Estado do Maranhão. A CPT ainda informa que desde que as famílias camponesas começaram a se organizar para reivindicar o direito de de acesso aos campos, começaram as perseguições. Há uma política deliberada de perseguição e criminalização aos camponeses por parte dos latifundiários e grileiros em parceria com a polícia e o Judiciário maranhenses. Estes últimos utilizam todos os recursos do Estado para perseguir e intimidar as lideranças da luta pela terra, como a abertura de inquéritos policiais, denúncias, representações criminais, decisões judiciais favoráveis ao latifúndio. Os pistoleiros agem impunemente contra as famílias camponesas, na certeza de que serão acobertados pelos governos e as autoridades policiais e judiciárias. A questão central é a luta pela terra. A direita implementa uma política de barbárie, de verdadeiro terrorismo político contra as famílias camponesas, recorrendo às intimidações, ameaças e assassinatos contra suas lideranças. Os camponeses devem criar comitês
de auto-defesa para resistir às ofensivas da extrema-direita fascista e seus pistoleiros. A violência no campo é parte do programa político da extrema-direita bolsonarista. Em diversas ocasiões, ao realizarem atentados contra os camponeses, os pistoleiros afirmaram que Bolsonaro é quem está no poder. Isso demonstra plena consciência de que o governo Bolsonaro e todo o bloco golpista estimulam os ataques e garantem absoluta impunidade para os
pistoleiros a serviço dos latifundiários e grileiros. Trata-se de garantir o controle sobre a terra de uma minoria, em detrimento dos interesses da esmagadora maioria da população. A derrubada do governo fascista de Jair Bolsonaro é a tarefa de todo o movimento popular e democrático no país. Não será possível impedir o assassinato de camponeses e lideranças sem-terra, indígena e quilombola sem a derrubada de Jair Bolsonaro. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
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