WWW.CAUSAOPERARIA.ORG.BR
SEXTA-FEIRA, 10 DE JANEIRO DE 2020 • EDIÇÃO Nº5883
São Paulo protesta contra aumento da passagem: há que lutar pelo Fora Doria! Aconteceu, nesta quinta-feira (09), mais um ato contra o aumento da passagem em São Paulo. Como da primeira manifestação, ocorrida na terça-feira (07), o ato agrupou centenas de pessoas que estão dispostas a derrotar o reajuste da passagem nas ruas. Antes de mais, é preciso conferir às manifestações contra os aumentos das passagens a real motivação do povo estar nas ruas: é um protesto contra o governo do PSDB, que, para variar, baixou a porrada nos manifestantes na atividade desta quinta.
Fora o imperialismo do Oriente Médio! Não é mais possível ocultar a enorme crise em que o imperialismo internacional, liderado pelos EUA, está mergulhado. A luta dos povos oprimidos nas mais diversas regiões do planeta em defesa da sua emancipação e liberdade, vem causando uma verdadeira rebelião contra a opressão imperialista, a força política, econômica e militar que impõe sua dominação aos povos através do terror e da ameaça.
Partido artificial: Censura ao Porta dos Fundos: os “limites” desfiliações da liberdade de expressão quadruplicam no PSL
O especial de natal do Porta dos Fundos que estreou no fim do ano passado pela Netflix sofre agora com a censura estatal. O grupo humorístico sofreu um atentado terrorista de uma facção integralista com dois coquetéis molotov no dia 24 de dezembro. O desembargador que proferiu o ato de censura disse estar agindo para acalmar os ânimos e que a liberdade de expressão tem “limites”.
Mulher é espancada por ser lésbica: é preciso reagir à extrema-direita De outubro de 2019 aos dias de hoje, o Partido Social Liberal (PSL) registrou ao menos 1.256 pedidos de desfiliação. Esse número é quase quatro vezes superior à quantidade de solicitações registradas nos 90 dias anteriores a outubro, quando foram registrados 363 pedidos.
Bolsonaro destrói a indústria e milhões de empregos da classe operária
Boeing prepara destruição da Embraer com demissões em suas fábricas
A Embraer decretou férias coletivas para todos os seus cerca de 16 mil trabalhadores entre os dias 6 e 20 de janeiro, visando, nesse período, reestruturar a empresa para preparar a fusão com a Boeing norte-americana.
2 | OPINIÃO EDITORIAL
Fora o imperialismo do Oriente Médio!
N
ão é mais possível ocultar a enorme crise em que o imperialismo internacional, liderado pelos EUA, está mergulhado. A luta dos povos oprimidos nas mais diversas regiões do planeta em defesa da sua emancipação e liberdade, vem causando uma verdadeira rebelião contra a opressão imperialista, a força política, econômica e militar que impõe sua dominação aos povos através do terror e da ameaça. Na conflagrada região do Oriente Médio, onde o imperialismo mantém uma presença maciça, com efetivos militares, soldados, equipamentos e armas de destruição em massa, cresce em todos os principais países o sentimento de oposição e rechaço à intervenção criminosa das forças imperialistas, reforçada pelas recentes derrotas impostas ao maior inimigo da humanidade. A reação das forças populares na Síria e agora mais recentemente no Iraque, onde o parlamento iraquiano votou pela retirada das tropas norte-americanas do País, no rastro da crise aberta com o atentado terrorista perpetrado pelo governo ianque, que assassinou o general iraniano Qassem Suleimani, é a demonstração cabal do aumento generalizado da repulsa às tropas e às bases militares imperialistas estacionadas no Golfo Pérsico. Os desdobramentos da crise aberta com a provocação dos EUA contra os iranianos, atingindo também o Iraque (o comandante militar iraniano foi assassinado em território iraquiano) potencializaram ao máximo todos os mais explosivos elementos de crise, aumentado exponencialmente o sentimento de revolta popular das massas árabes e de outras nacionalidades no sentido de expulsar o imperialismo da região. No Irã, durante as exéquias
COLUNA do general Suleimani, mais de 1 milhão de iranianos ocuparam as ruas da capital, Teerã, exigindo “vingança e morte ao imperialismo”. Em comunicado publicado em uma rede social, o chanceler iraniano, Javad Zarif declarou que “ele [Donald Trump] precisa perceber que foi alimentado com desinformação. Ele precisa acordar e pedir desculpa. Ele precisa pedir desculpa e mudar de rumo“, afirmando ainda que “os Estados Unidos deixou os iranianos enfurecidos ao iniciar um conflito bélico com o país” (Congresso em Foco, 09/01). “Os EUA têm que acordar para a realidade de que as pessoas dessa região estão engajadas, que as pessoas dessa região querem os Estados Unidos fora e que os Estados Unidos não podem ficar nessa região com as pessoas não querendo mais isso” (Idem, 09/01). O enfraquecimento das posições políticas e militares do imperialismo na região abre o flanco para que as massas populares dos diversos países e nacionalidades intervenham na crise e deflagrem um amplo movimento para expulsar em definitivo os EUA e seus aliados do Oriente Médio, o que poderá abrir uma etapa de lutas vitoriosas de todos os povos da região. A gigantesca crise do imperialismo – que em sua essência nada mais é do que a manifestação da crise histórica do capitalismo – e todas as suas consequências nefastas para o conjunto da humanidade, coloca na ordem do dia a necessidade da luta para sepultar em definitivo a força política e militar inimiga dos povos, da soberania, do desenvolvimento, da emancipação e da liberdade. A esquerda ao redor do mundo deve não só deixar de lado as considerações de natureza abstrata e secundárias sobre o caráter do regime iraniano e apoiar ativamente a luta de um país oprimido contra um país opressor. Os EUA possuem a maior máquina militar de guerra do planeta e as utiliza para impor seus interesses estratégicos, geopolíticos e econômicos ao redor do mundo. A luta de todas as nações e povos oprimidos e também do proletariado internacional deve estar voltada para a aniquilação e pela derrota política e militar do imperialismo
Extinguir o Parlamento e substituí-lo por Assembleia de Trabalhadores Por Nivaldo Orlandi
“O Estado e a Revolução”. Uma crítica verdadeiramente revolucionária aos parlamentos do Estado burguês A função do Parlamento é decidir periodicamente, (4 anos no Brasil), qual o membro da classe dominante que há de oprimir e esmagar o povo (no Legislativo), eis a essência do parlamento burguês, não somente nas monarquias parlamentares constitucionais, como também nas repúblicas mais democráticas. Nos parlamentos (Congresso Nacional, Assembléias Legislativas, Câmaras Municipais) só se faz tagarelar, com o único intuito de enganar a “plebe”. (Enganar o povão). O Parlamento é um moinho de palavras. São trechos da obra de Lênin, “O Estado e a Revolução”. Uma crítica verdadeiramente revolucionária aos parlamentos do mundo todo. A crítica dirigia-se ao Parlamento Russo, mas que também serve ao Congresso Nacional brasileiro, às Assembléias Legislativas nos estados, ou às Câmaras Municipais das cidades de todo o Brasil. A verdadeira tarefa “governamental” é feita por detrás dos bastidores. Nos ministérios, nas secretarias, onde a “tarefa governamental” acontece. Tanto isso é verdade que, mesmo na república burguesa democrática, (referia-se Lenin a recém instalada república russa, substituta da monarquia dos Tzares, colocada abaixo seis meses antes). Todos esses pecados do parlamento já se fazem sentir, antes mesmo que a república tenha conseguido criar um verdadeiro Parlamento. Revolucionário Lênin fazia essa fatídica constatação. Era a Rússia. O ano era 1917. Os bolcheviques, partidários de Lênin, não estavam no governo, resultado da revolução burguesa de fevereiro. No governo estavam os socialistas-revolucionários e os mencheviques. A eles a ácida crítica de Lênin era dirigida. Lênin, antevendo a revolução socialista, o primeiro governo operário na Rússia, escrevia o livro “O Estado e a Revolução”. Um manual dirigido aos revolucionários bolcheviques, instruindo-os, o que colocar no lugar, após a derrubada do estado capitalista russo.
Ao invés do Parlamento, “uma assembléia trabalhadora”. Substituindo o Parlamento, deve ser uma assembléia, “não parlamentar, mas trabalhadora”, ao mesmo tempo legislativa e executiva, a receita de Lênin, para substituir os parlamentos onde através de um ”moinho de palavras”, “só se faz tagarelar, com o único intuito de enganar a “plebe”. Pois, a verdadeira tarefa “governamental” é feita por detrás dos bastidores, nos ministérios, nas secretarias. Tanto isso é verdade que, mesmo na república burguesa democrática, continuava Lênin, todos esses pecados do parlamentarismo já se fazem sentir, antes mesmo que a república tenha conseguido criar um verdadeiro Parlamento. Parlamento, denunciava Lênin, é uma quadrilha governamental permanente, para reunir, por um lado, em volta do “bolo” dos empregos lucrativos e honoríficos, o maior número possível de socialistas-revolucionários e de mencheviques, e por outro lado, para “distrair” o povo, através daquele “moinho de palavras”, que “só se faz tagarelar, com o único intuito de enganar a “plebe”. Enquanto isso, a tarefa “governamental” vai-se fazendo nas secretarias, nos ministérios, nos estados-maiores.
Utilidade do voto em um governo operário “Em lugar de resolver qual o membro da classe dominante que deverá representar o povo no Parlamento, o sufrágio universal, o voto, deve servir ao povo constituído em comunas para recrutar, ao serviço público, operários, contramestres, guarda-livros. A nova Assembléia de um governo de operários, deve ser, legislativa e executiva. Será a assembléia de operários na comunidade a definir as regras, as leis. Será essa mesma assembléia a executar, a colocar em prática as regras, as leis por essa assembléia de operários definidas. O voto deve servir ao povo organizado nas comunidades, para recrutar, ao serviço público, operários, contramestres, guarda-livros, para colocar em prática as prioridades definidas em assembléias populares.
JUVENTUDE E NEGROS | 3
PM REPRIMIU MANIFESTANTES
SP protesta contra aumento da passagem: há que lutar pelo Fora Doria! É preciso conferir às manifestações um caráter político geral de luta, pelo fora Doria, fora Bolsonaro e fim da PM Aconteceu, nesta quinta-feira (09), mais um ato contra o aumento da passagem em São Paulo. Como da primeira manifestação, ocorrida na terça-feira (07), o ato agrupou centenas de pessoas que estão dispostas a derrotar o reajuste da passagem nas ruas. Antes de mais, é preciso conferir às manifestações contra os aumentos das passagens a real motivação do povo estar nas ruas: é um protesto contra o governo do PSDB, que, para variar, baixou a porrada nos manifestantes na atividade desta quinta. A repressão de Doria se organizou, pela Polícia Militar, para atirar bombas de gás de efeito moral contra os manifestantes, isso depois da PM simplesmente fechar o acesso ao metrô República, por decisão própria. O fato já havia ocorrido na manifestação de terça, a repressão impede que os manifestantes sigam para suas casas após o ato, fechando o metrô, o que gerou revolta dos que ali estavam, depois de caminhar da Praça da Sé até a República, em um ato que teve como
destaque a bateria Zumbi dos Palmares. Como em outras oportunidades, é preciso, em primeiro lugar, denunciar, nessas manifestações, os mentores dos ataques contra o povo. É preciso lutar pelo fora Doria, homem que nunca andou de transporte público, que, na verdade, é contra que exista transporte para o povo. É preciso que as organizações dos trabalhadores, sindicatos, partidos de esquerda, se somem à luta para derrotar os ataques da direita, de conjunto, e colocar em marcha, nacionalmente, um grande movimento pela derrubada de Bolsonaro, que é o instigador e financiador dos desmandos cometidos contra o patrimônio do povo. A PM cumpre o seu papel, de trucidar a população e suas mobilizações, assim, o movimento deve levar adiante a luta pela dissolução da PM, pelo fim da Polícia Militar, que, conforme já demonstrado, está usando o povo para treinar a corporação contra os levantes das massas.
CHAMA-SE FASCISMO
ATAQUE À POPULAÇÃO NEGRA
A volta da educação moral e cívica da ditadura militar
ES: Governo do PSB estabelece cotas abaixo de lei federal
O “Projeto Valores” significa a volta da educação moral e cívica da ditadura militar. É uma forma do governo Bolsonaro controlar a juventude e difundir as ideias da extrema-direita
Governador do Espírito Santo abre precedente perigoso ao sancionar lei que torna as cotas para negros em concursos públicos abaixo de 20%
As escolas militares do governo do fascista Jair Bolsonaro, um dos eixos centrais de sua política para a juventude, a educação e cultura, terão a volta da educação moral e cívica da época da ditadura militar. Intitulado de “Projeto Valores” pelo MEC, o projeto tem por objetivo difundir as concepções políticas e doutrinárias conservadoras do governo de extrema-direita. O Projeto deve fazer recomendação de valores que deverão ser desenvolvidos pelas escolas, como “respeito, solidariedade, responsabilidade, honestidade”. Ao longo de 2020 será desenvolvido o Projeto, que estará definido no Manual das Escolas Cívico-Militares, que será divulgado em breve pelo MEC. O governo Bolsonaro quer implementar uma política educacional e cultural conservadora, do tipo fascista, que impeça a juventude de ter acesso ao patrimônio científico, filosófico, político e cultural acumulado pela humanidade. Além disso, as escolas militares significam a imposição de uma ditadura sobre os alunos e professores, que ficam impedidos de discutir temas polêmicos, como política, religião e sexualidade e gênero e expressar livremente as suas opiniões e concepções no interior dos espaços escolares. Direitos democráticos fundamentais de liberdade de pensamento, expressão
e de cátedra são cassados pelo controle político e ideológico das Forças Armadas e as Polícias Militares que administram as escolas militarizadas. Essas escolas também cassam o direito de organização política de professores e alunos. O trabalho dos sindicatos de professores, os maiores e mais organizados do país, é banido e os grêmios escolares são mantidos sob estreito controle pelos militares. A ideia é impedir que professores e alunos possam se mobilizar para reivindicar direitos, melhorias nas escolas e intervir organizados nas decisões políticas do país. A volta da educação moral e cívica batizada de “Projeto Valores” é uma tentativa do governo de fascistas de controlar a juventude, de doutrinar os jovens na perspectiva da extrema-direita, nos valores de obediência e naturalização da opressão política e exploração. É uma escola totalmente funcional aos interesses da burguesia golpista. Bolsonaro trava uma luta incessante contra a cultura, com a ideia de que esta deve ser castrada, censurada, pois qualquer pensamento crítico é automaticamente rotulado como “marxismo cultural.” O presidente fascista quer banir a esquerda e as organizações sindicais e populares do regime político, e isso passa pela destruição da cultura.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), sancionou ontem (08) a lei 11904, que estipula que em concursos que ocorram nesse estado terão cotas de 17% para negros, algo abaixo até mesmo da lei 12990/2014, que estipula 20% de vagas destinadas para negros em concursos estaduais. Importante termos em mente que cerca de 57% da população capixaba é negra. O PSB é um dos componentes do famoso “centrão”, um daqueles partidos que apesar da política claramente direitista, é enxergado pela esquerda como algo próximo da esquerda, sendo até mesmo convidado para compor alianças acreditando receber seu apoio em momentos importantes. Foi o caso do golpe contra Dilma Roussef, quando o PSB foi capaz de até mesmo
emitir uma nota de apoio ao golpe de 2016 e três anos depois ser convidado pelo PSOL e PT para compor a Frente Ampla Parlamentar. Se tratando de Renato Casagrande, o problema se torna mais latente ainda. Nem mesmo o cínico apoio do PSB a Fernando Haddad no segundo turno das eleições de 2018 foi suficiente para o governador, de modo que na época o mesmo declarou-se “neutro” a respeito da disputa e meses depois afirmou estar satisfeito com a pasta econômica de Bolsonaro. Na verdade a política de Renato Casagrande como de muitos outros governadores, inclusive oriundos de partidos de esquerda, não cessa o ataque à população negra e pobre, tendo um verniz democrático que não se sustenta por muito tempo. Esta lei sancionada abre precedente para mais um direito da população negra ser espremido. O aprofundamento da política iniciada no golpe de 2016 e na farsa eleitoral de 2018 vem mostrado cada vez mais nitidamente os elementos intencionados com os ataques à população negra e pobre e assim evidenciado que a via parlamentar, adotada pela esquerda pequeno-burguesa, é na verdade um obstáculo, cabendo apenas a agitação das massas como meio de manter os direitos conquistados outrora e derrubar a o regime fraudulento.
4 | POLÍTICA
CRISE DO REGIME
Partido artificial: desfiliações quadruplicam no PSL Partido que mais cresceu em número de parlamentares eleitos nas eleições de 2018, o Partido Social Liberal (PSL) vem se desintegrando rapidamente De outubro de 2019 aos dias de hoje, o Partido Social Liberal (PSL) registrou ao menos 1.256 pedidos de desfiliação. Esse número é quase quatro vezes superior à quantidade de solicitações registradas nos 90 dias anteriores a outubro, quando foram registrados 363 pedidos. O evento que marcou o mês de outubro – e, portanto, o aumento nas desfiliações – foi a crise entre o presidente ilegítimo da República Jair Bolsonaro e o atual presidente nacional do PSL, Luciano Bivar. Naquele momento, Bolsonaro criticou publicamente Bivar, o que levou o partido a uma profunda crise e a uma inevitável divisão. Luciano Bivar reagiu expulsando Bolsonaro do PSL, enquanto Bolsonaro iniciou sua tentativa de fundar um novo partido.
Um partido artificial e improvisado gantesco e popular em torno da figura A saída acelerada de filiados do PSL nos últimos meses – isto é, ainda no início do governo Bolsonaro – revela a artificialidade da agremiação comandada por Luciano Bivar. O PSL, que participou de várias eleições desempenhando um papel extremamente secundário, rapidamente cresceu de tamanho e passou a assumir cargos importantes em todas as regiões do país após as eleições de 2018. Foi o PSL, inclusive, que forneceu abrigo para o fascista Jair Bolsonaro, que estava sem partido, mas se apresentava como uma alternativa à direita para a sucessão do governo golpista de Michel Temer. O inchaço que o Psol experimentou nada teve de natural – ao contrário do que buscou mostrar a imprensa burguesa, nunca houve um movimento gi-
NETFLIX DEVE RETIRAR PROGRAMA
Censura ao Porta dos Fundos: os “limites” da liberdade de expressão Desembargador bolsonarista censura especial de natal do Porta dos Fundos com a justificativa de que a liberdade de expressão tem limites e que faz isso para acalmar os ânimos O especial de natal do Porta dos Fundos que estreou no fim do ano passado pela Netflix sofre agora com a censura estatal. O grupo humorístico sofreu um atentado terrorista de uma facção integralista com dois coquetéis molotov no dia 24 de dezembro. O desembargador que proferiu o ato de censura disse estar agindo para acalmar os ânimos e que a liberdade de expressão tem “limites”. Após a poeira ter baixado um pouco, o judiciário brasileiro que é um dos principais sustentáculos do golpe de estado no Brasil resolveu apoiar novamente a extrema direita, censurando não só o especial de natal, mas também trailers e propagandas. Isso demonstra mais uma vez como o golpe de Estado não pode ser destruído pelas vias institucionais, pois elas apoiam a extrema direita em seus atos e as protege. Somente uma mobilização das massas vai ser capaz de impedir que o Brasil se aprofunde em uma ditadura fascista. Vários grupos religiosos e de extrema-direita pediram em abaixo-assinados e pedidos na justiça para que o especial fosse retirado do ar, em especial um grupo da extrema direita católica chamado de Centro Dom Bosco de Fé e Cultura, filiado à Igreja Católica, o que também desmente um dos grandes mitos da esquerda pequeno burguesa brasileira, o de que o problema do Brasil seriam os grupos evangélicos, quando o problema é
bem mais profundo do que a simples escolha religiosa. O desembargador Benedicto Abicair, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), é o mesmo que em 2017 absolveu Bolsonaro de acusações homofóbicas com a justificativa de que fazia isso para garantir a liberdade de expressão, se dizendo contra a censura. Aqui mais uma vez é preciso dizer que enquanto parte da esquerda pequeno burguesa também prega a necessidade de cercear a liberdade de expressão da direita, a direita está dentro dos tribunais e não julga os casos com base na lei, mas sim com base em questões que dizem respeito à luta política. Fica aqui desmentido que reformas na justiça garantiriam às populações oprimidas algum direito, já que quem determina isso na justiça são os direitistas apoiadores da burguesia e do fascismo. É preciso intensificar a luta pelo fora Bolsonaro para ontem, pois só uma derrota política desse nível da população contra a extrema direita e a burguesia é que poderemos garantir não só a liberdade de expressão, mas também os outros direitos que vêm sendo retirados por Jair Bolsonaro. Caso queira saber mais sobre o assunto, a reunião de pauta dessa quinta-feira tratou sobre o assunto, além de falar sobre a questão do Irã, as demissões que acontecerão na Embraer, os erros “imprecionantes” de escrita do ministro da educação de Bolsonaro e muito mais.
de Jair Bolsonaro. Seu crescimento foi todo impulsionado e orquestrado pela burguesia, de modo que, em poucos meses, ficou escancarado que o presidente ilegítimo não tinha apoio popular.
A extrema-direita se recompondo A necessidade de forjar um partido totalmente artificial demonstrou que o regime político se encontra completamente falido. A burguesia já não consegue mais governar por meio de seus partidos tradicionais – como o MDB e o PSDB -, que são reconhecidos por toda a população como representantes da política neoliberal. Essa crise, no entanto, embora abra brechas para que a esquerda intervenha na situação política, favorece também o crescimento
da extrema-direita, que avança na medida em que não é combatida. O esvaziamento do PSL, assim, acabou por favorecer que a extrema-direita nacional começasse a se reorganizar em um novo partido: o Aliança pelo Brasil, que seria um partido de extrema-direita “puro sangue” e que deverá ser mais fortemente controlado pelo fascista Jair Bolsonaro.
Mulher é espancada por ser lésbica: é preciso reagir à extrema-direita No último domingo, a fotógrafa Gabrielle Amato, junto a um grupo que totalizava cinco mulheres, sofreu agressões físicas e verbais provindas de três homens desconhecidos em um parque de diversões há 80 km de São Paulo, o chamado Hopi Hari de Vinhedo. As mulheres, como relatam nos vídeos lançados nas redes sociais, estavam aproveitando o dia entre três amigas e um casal lésbico, quando enquanto esperavam na fila de uma das atrações do parque, foram abordadas por um trio de pai e filho juntos a um amigo que, entoando dizeres a favor do presidente fascista, Jair Bolsonaro, declaravam o desejo de expulsa-las do local, culminando por fim em covardes agressões feitas pelo grupo contra as mulheres, onde por meio de socos e chutes, atingiram as visitantes. A fotógrafa em seus redes sociais denunciou o fato e escancarou os reais motivos da agressão: o fato de serem lésbicas. Gabrielle comenta além disso a surpresa com a situação pois, de acordo com a mesma, agressões desse tipo eram incomuns até então, pelo menos envolvendo sua pessoa. O aparecimento destes tipos de caso como de Gabrielle, cada vez mais frequentes entre mulheres e negros, é um reflexo do avanço da extrema-direita no Brasil. Se como diz a fotógrafa, tal situação se mostra diferente do que acontecia no passado, temos um forte exemplo prático de como passa a agir os fascistas quando sentem-se confortáveis de atuarem na política nacional. Junto a eventos pontuais de agressões, brutais assassinatos, etc, a extrema-direita já deu diversos sinais do seu desenvolvimento político e organizativo no país. Inicialmente como núcleo sólido das campanhas que geraram o golpe contra Dilma, hoje a extrema-direita passou a con-
centrar muitos das bases dos falidos partidos burgueses tradicionais, levando com que dois anos depois o presidente do país, eleito por meio da fraude eleitoral, fosse a maior representação fascista no continente. Contudo, no mesmo caminho de Jair Bolsonaro, outro grupo da extrema-direita, ainda mais firme ideologicamente e organizado, a Frente Integralista Brasileira (FIB) -organização que busca reestruturar o integralismo no país-, voltou a aparecer nos jornais burgueses como uma crescente força política, passando a ocupar cargos no governo Bolsonaro e a iniciar o projeto de criação de um partido fascista nacional. Para rebater o crescimento da extrema-direita por todo país, a esquerda brasileira necessita se organizar para tal função. Os fascistas estão novamente tirando a cabeça para fora e falta uma real resposta dos movimentos populares que possam esmaga-los enquanto a situação não piora muito mais. Com este intuito, a esquerda necessita abandonar a mera política eleitoreira de frente única com a dita “direita democrática”, setor este responsável pela estruturação do fascismo no país, e utilizar-se de meios reais e práticos uma política que derrote nas ruas os fascistas, além de garantir a defesa de seus militantes e possibilitar o fim dos ataques contra a população. Sendo assim, medidas imediatas como a formação de comitês de autodefesa, junto a uma política de rua que avance na luta contra os fascistas, sobretudo atingindo o que é o hoje sua coluna vertebral -o governo Bolsonaro -, exigindo o Fora Bolsonaro, novas eleições, etc, é de caráter fundamental para o momento em que vivemos. Com os fascistas não há conversa! Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
MOVIMENTO OPERÁRIO | 5
PRECISA SER DERRUBADO
Bolsonaro destrói a indústria e milhões de empregos da classe operária Produção industrial recua, grandes empresas dão férias coletivas… a subsistência da classe produtiva de nossa sociedade está ameaçada pelo governo ilegítimo Queda na balança comercial de 2019, com destaque para a redução na venda de produtos industriais em níveis cinco vezes superior ao da venda de matérias primas. Redução na produção industrial de 1,2% em novembro na comparação com outubro último. Um resultado que é o pior resultado desse mês desde o ano 2015. Em período próximo às festa de fim de ano, quando em geral ocorre aquecimento temporário da economia. De acordo com o IBGE, “houve redução na produção das quatro grandes categorias econômicas e em 16 das 26 atividades pesquisadas nessa comparação. A queda de 1,2% elimina parte da expansão de 2,2% acumulada no período agosto-outubro de 2019. Com esses resultados, o setor industrial se encontra 17,1% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011”. Ou seja um retrocesso geral em, pelo menos, 8 anos.
Grandes empresas, como a Embraer (“engolida” pela Boeing, com aval do governo golpista), se preparando para colocar milhares de operários em férias coletivas. Em uma etapa de agravamento da crise histórica do capitalismo, o que – inclusive – empurra o mundo cada vez mais, para uma profunda guerra comercial e para ameaça de guerras e agressões imperialistas, como se vê no Oriente Médio, o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro contribui – de modo decisivo – para empurrar o País ladeira abaixo, destruindo a economia nacional, favorecer diretamente os grandes monopólios internacionais, principalmente o norte-americano, de quem o governo ja evidenciou ser um serviçal, sem reservas. Esses primeiros sintomas, são apenas a “ponta de um iceberg”, de uma situação que caminha para um caos completo da economia nacional e
quem como maiores vítimas os milhões de operários demitidos e outros tantos com seu salários rebaixados. A luta contra o Governo Bolsonaro, pela sua derrubada, é cada vez mais uma questão de sobrevivência para a classe trabalhadora e todos os explorados do País. Por esse e muitos outros motivos, a politica de setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa de conciliar e até colaborar com o governo Bolsonaro e se recusar a lutar pela sua queda, é uma verdadeira traição ao setor mais importante e combativo da nossa sociedade, e precisa ultrapassada. É preciso levar pra as ruas a campanha contra o desemprego, pela redução da jornada de trabalho, que no Brasil uma das maiores do mundo. Reduzir a jornada para, no máximo, 35 horas semanais, sem redução dos salários, para gerar mais de 7 milhões
de novos empregos e defender a existência da classe produtiva da nossa sociedade. Junto com esta reivindicação urgente, levantar a luta pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, principalmente a partir dos locais de trabalho e bairros operários.
OCUPAR AS FÁBRICAS
Boeing prepara destruição da Embraer com demissões em suas fábricas Contra a política de destruição da Embraer e do desemprego em massa de trabalhadores só há uma saída: ocupar a empresa A Embraer decretou férias coletivas para todos os seus cerca de 16 mil trabalhadores entre os dias 6 e 20 de janeiro, visando, nesse período, reestruturar a empresa para preparar a fusão com a Boeing norte-americana. O acordo firmado entre a Boeing e a Embraer prevê a venda da divisão de aviação comercial da Embraer para a Boeing, que passa a controlar 80% do setor, com os outros 20% permanecendo com a empresa brasileira. Essa setor é o carro-chefe da Embraer respondendo por 70% do faturamento da empresa e mais de 80% do seu lucro. Pelo acordo, a Embraer permanecerá com o controle de 100% sobre a produção de jatos executivos e aeronaves para a segurança nacional. A fusão entre as duas empresas, na realidade a absorção da Embraer pela multinacional norte-americana é um negócio da China. Não para a Embraer, é claro. A Embraer é a terceira empresa na produção de aviões comerciais do mundo, sendo as duas primeiras a própria Boeing e a Airbus europeia. Como resultado da fusão, a nova empresa será a maior do mundo na área de aviação comercial. O que a primeira vista poderia parecer como um fator que impulsionasse a indústria de aviação no Brasil, como procurou apresentar o governo Bolsonaro e os golpistas que autorizaram o acordo comercial é, na realidade, a destruição de mais uma grande empresa brasileira em nome dos interesses dos grandes monopólios. A intenção da Boeing não é expandir o polo da indústria de aviação no Bra-
sil, mas o seu contrário. Eliminar. Excluir um concorrente do negócio e não ampliar o negócio, até porque a crise capitalista não permite a expansão do mercado em questão. No Brasil, mesmo, já ocorreu experiências nesse sentido com a nascente indústria automobilística nacional nos anos 70 do século passado, que foi adquirida pelas multinacionais do ramo e em seguida liquidadas. Todo o objetivo era evitar a concorrência. Um outro aspecto sobre os propósitos da empresa diz respeito a perspectiva de demissão em massa. Em dezembro passado mais de 300 trabalhadores já foram demitidos. a apreensão é a condição presente entre os trabalhadores que serão incorporados a Boeing como os que permanecerão na Embraer. A ausência de qualquer propaganda em torno a novos projetos
da Boeing e as férias coletivas determinadas unilateralmente pela empresa, sem uma mínima negociação com o sindicato, apontam para uma condição muito grave para os trabalhadores. A questão crucial que se coloca é qual deve ser a política dos trabalhadores diante de uma situação que caminha para demissões em massa. O sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos, ligado a CSP-Conlutas, chegou mesmo a denunciar o risco de que a Boeing simplesmente liquide com a Embraer. O problema é que não basta denunciar. Tem que haver uma política de mobilização e luta que aponte uma saída para os trabalhadores e o que o sindicato fez até o momento é muito pouco, para não dizer que não fez nada, diante da gravidade da situação que se avizinha.
Uma questão central que se coloca é a necessidade de uma imediata campanha em defesa da ocupação da empresa diante da política de demissões que a Boeing venha a adotar. Os trabalhadores não podem pagar pelos nefastos interesses dos monopólios em destruir uma empresa do porte da Embraer em nome dos seus lucros. Um outro aspecto central é envolver a própria comunidade, os familiares dos trabalhadores da Embraer, trabalhadores de outras categorias, fazer campanha nos bairros operários, vincular a luta contra a destruição da Embraer com a luta pelo Fora Bolsonaro. Enfim ter uma política de guerra contra aqueles que querem fazer a guerra contra os trabalhadores. Um problema chave para o sucesso de uma efetiva campanha contra a destruição da empresa é a capacidade que os setores mais conscientes tanto dos metalúrgicos como de outras categorias, sindicatos, partidos de esquerda que estejam engajados, de fato, na luta contra o golpe e o governo fascista, tenham em construir organismos que de fato sejam elementos de centralização e de mobilização do conjunto dos explorados, como comitês de base de metalúrgicos, comitês contra a privatização, comitês de organização da ocupação da empresa, comitês de mobilização junto à comunidade e outras categorias, ou seja, construir todos os instrumentos que se façam necessários para impulsionar uma luta contra a destruição de uma empresa que é um patrimônio do povo brasileiro e em defesa do emprego dos seus trabalhadores.
6 | MOVIMENTO OPERÁRIO
PRIVATIZAÇÃO DAS ESTATAIS
Governo quer demitir 500 trabalhadores e liquidar a Dataprev O governo golpista de Jair Bolsonaro vai demitir 500 trabalhadores para dar início à privatização da Dataprev O governo golpista de Jair Bolsonaro, com a política de desmonte das empresas nacionais e estatais: dessa vez é a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) que anunciou a demissão de 493 (15%), dos seus 3.360 trabalhadores e o encerramento das atividades em 20 estados. A privatização dessas estatais representa a abertura de dados sigilosos e estratégicos do país, de empresas e de milhões de brasileiros. O Serpro processa 90,5 milhões de impostos de renda anualmente tanto pessoa física como jurídica. De acordo com o site da CUT, todos os dados da Agência Brasileira de Inteligência, vão estar disponibilizados entre outros dados: do sistema de comércio exterior, das transações que passam pelos portos e aeroportos nacionais, do imposto de renda, emissão de passaportes, carteiras de motoristas, CPF, CNPJ e o pagamento do Bolsa
Família, entre outras informações sigilosas da vida dos brasileiros, da União, do Legislativo e do Judiciário. Esses dados vão ficar em mãos de empresas privatizadas, onde o governo não terá nenhum controle. As empresas que vão ter acesso à vida de milhões de pessoas e aos dados de transações realizadas no país, um perigo diplomático e estratégico. A privatização de estatais representa um ataque sem precedentes contra os trabalhadores dessas empresas, contra a população em geral e contra o próprio País. No caso em questão, são milhares de demissões e a vulnerabilidade de dados sigilosos. A direita golpista tenta jogar nas “costas” dos trabalhadores e da população, que a privatização será benéfica, mas todo mundo sabe que as estatais estão na mira dos neoliberais, capachos dos capitalistas estrangeiros, principalmente o norte-americano. Os trabalhadores e suas organizações devem ser opor de forma vee-
“REFORMA” DA PREVIDÊNCIA
mente às privatizações. É de fundamental importância que haja um movimento de conjunto de todos os trabalhadores das empresas que estão sendo privatizadas aliado a uma luta contra o “cabeça”de todo esse des-
monte, o governo federal representado pelo fascista Bolsonaro. Portanto, a luta contra as privatizações para ser efetivamente consequente deve estar vinculada a luta pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas.
ACIDENTE DE TRABALHO
Reforma dos golpistas na Previdência já Tragédia em plataforma de empresa atinge trabalhadores do BB privada que iria explorar o pré-sal Banco do Brasil anuncia ataque aos futuros aposentados do banco A “reforma” da Previdência aprovada pelos golpistas, medida essa que é o maior ataque já realizado contra a classe trabalhadora na história do país, faz as suas primeiras vítimas no Banco do Brasil. Os prepostos, do governo ilegítimo/ fascista Bolsonaro, à frente da direção do BB soltaram um comunicado aos seus funcionários no qual informam que o BB passou a aplicar a regra do INSS para aqueles trabalhadores que solicitarem a sua aposentadoria ao instituto de previdência pública e terão, automaticamente, rompido sumariamente o vínculo empregatício com o banco. Conforme o texto da “reforma” a norma não atinge aqueles que já estavam aposentados e continuam trabalhando no banco. Mais essa medida, de ataque aos trabalhadores, reflete bem a política de terra arrasada da direita golpista contra os trabalhadores, para beneficiar os banqueiros e capitalistas nacionais e internacionais com a transferência dos recursos dos trabalhadores para esses parasitas. Com o processo do golpe através da farsa do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, abriu-se as porteiras para liquidar com os direitos dos trabalhadores. Nos bancos públicos os ataques aos bancários são gigantescos: arrocho salarial, descomissionamento, aumento nos planos de saúde, inflação, etc., a cada dia que passa os bancários são levados ao desespero financeiro para manter, minimamente,
as suas já precária condições de vida. Os bancários dos bancos públicos, em especial os trabalhadores do Banco do Brasil que, após adquirir o seu direito de aposentar pelo INSS, na sua grande maioria ficavam obrigados a continuar trabalhando, não por prazer, lógico, mas para complementar os seus miseráveis rendimentos; com a aposentadoria, esses trabalhadores deixam de receber benefícios que ajudam a complementar os seus parcos rendimentos, tais como vale refeição, cesta alimentação, Participação nos Lucros e Resultados, adiantamento de férias, para os mais antigos conversão em espécie da licença prêmio, dentre outros. Agora, com a famigerada “reforma” da Previdência os trabalhadores estão obrigados, ou a se aposentar com a perda de vários benefícios, com os salários praticamente congelados (vide o que o transloucado Ministro da Economia, Paulo Guedes, fez com o reajuste do salário mínimo), ou continuar trabalhando até morrer. Com o golpe os capitalistas e banqueiros e seus governos partiram para uma gigantesca onda de ataques à classe trabalhadora e a população em geral, que só pode ser barrada por meio de uma mobilização geral dos trabalhadores, liderados pela classe operária e suas organizações de luta. Uma mobilização que coloque abaixo o regime dos ladrões do povo em favor dos bancos e grandes capitalistas internacionais: Fora Bolsonaro e todos os golpistas, Eleições Gerais já.
Tragédia em Plataforma para o pre-sal, comandada por empresa terceirizada, que está vindo para a bacia de Santos deixa pelo menos um morto, um cego e mais cinco intoxicados. No transporte da plataforma p 70 que está sendo trazida para o Brasil, mais precisamente para o Rio de Janeiro, houve um acidente onde um trabalhador brasileiro sofreu um acidente e morreu, um ficou cego e outros cinco ficaram em coma por intoxicação alimentar. (Sindipetro-NF – 09/01/2020) Segundo informações da imprensa, esta plataforma está vindo da China, saiu a poucos dias do estaleiro chinês rumo ao Brasil para operar no pré-sal. Sabe-se que, na hora do incidente, a plataforma navegava em águas internacionais, nas proximidades da África do Sul e fazendo um desvio na altura de Durban, para que as pessoas intoxicadas fossem atendidas por médicos que chegaram à embarcação de helicóptero. (idem)
O operário terceirizado e as péssimas condições de trabalho O transporte da P-70 está sendo feito pela holandesa Boskalis, que ainda não se pronunciou sobre o ocorrido na embarcação que traz a plataforma para o Brasil pelo sistema de dry tow (transporte seco). O que ocorreu com os trabalhadores da plataforma P-70 não é fato isolado na Petrobras, porem, com as medidas impostas pelo governo golpista do Fascista Jair Bolsonaro, quanto à extinção de todas as Normas Regulamentadoras (NRs) que regulamentam,
principalmente sobre as questões de segurança e saúde dos trabalhadores, colocam os operários em condições cada vez mais vulneráveis. Na realidade as NRs vieram para legitimar uma prática das empresas terceirizadas , que sempre ignoraram qualquer regra de proteção e segurança de seus trabalhadores. Uma coisa a mais a se ressaltar diante dessa tragédia é que, em relação ao governo golpista que já entregou parcela grande da Petrobrás e que vem operando uma verdadeira destruição do país, os acontecimentos são tratados de maneira absolutamente banal, ou seja, “mais um acidente”. São emitidas os comunicados formais de que a Petrobrás está prestando todo assistência necessária às vítimas ou as suas famílias, mas o que importa, acima de tudo, enfatiza a empresa, é que o acidente ocorrido na plataforma P-70 não vai afetar o cronograma de instalação da unidade.
MOVIMENTO OPERÁRIO | 7
NÃO À PRIVATIZAÇÃO DA ECT
Golpistas dos Correios querem vender o prédio da Pituba em Salvador Golpistas querem entregar a preço de banana dezenas de grandes imóveis construídos com dinheiro do povo brasileiro e com o suor dos trabalhadores dos Correios para os capitalistas Continuando o processo golpista de privatização da ECT, o governo do fascista Jair Bolsonaro anunciou no começo desta semana que os Correios estão colocando à venda através de leilões grandes imóveis da estatal em todo país. Em todo o Brasil, os golpistas entregarão a preço de banana 16 imóveis, em oito estados e no Distrito Federal. Os imóveis são os seguintes : Unidade da Pituba em Salvador (BA), duas unidades em Brasília, além de Manaus (AM), Fortaleza (CE), Curitiba (PR), Niterói e Itaboraí (RJ), Porto Alegre e Erechim (RS), Itajaí (SC), São José do Rio Preto e Botucatu (SP). Entre os maiores prédios dos Correios do país a empresa anunciou que está colocando à venda o edifício onde funcionava a tradicional agência Pituba, na Av. Paulo VI, em Salvador. Uma enorme construção com 17 andares e 44 mil metros quadrados de área construída, em um terreno de 35 mil metros quadrados localizado em cobiçada área capital baiana. Com a desculpa esfarrapada de que o prédio teve aberto o edital para li-
citação, por conta da necessidade de redução de custos, o que na verdade irá ocorrer será um enorme lucro dos capitalistas que abocanharem o edifício. A licitação para venda se dará por maior oferta de preço, com valor mínimo de R$ 248 milhões. Como ocorre em todos os leilões de privatização, vão efetuar a compra por valor pouco maior que o anunciado. Com um pequeno cálculo já é possível perceber o golpe, o imóvel tem 44 mil m² de área construída, além de mais um terreno com 35 mil metros quadrados. De acordo com valores de mercado, na região de Itaigara, onde se encontra a Pituba, o valor no m² construído está em cerca de R$ 5.000,00. Multiplicando-se pela área construída, temos um valor de cerca de R$ 248 milhões, no entanto ainda há uma enorme área livre que não entra na conta, ou seja, sob a desculpa de que os Correios dão prejuízo à nação, entregarão de graça dezenas de grandes imóveis da estatal. Isso é mais uma demonstração da política de rapina impulsionada por Bolso-
naro, para sucatear e destruir o país, a serviço de interesses estrangeiros, principalmente dos EUA. Os trabalhadores dos Correios, em seu último Congresso Nacional da categoria, aprovaram por ampla maioria para derrotar a política de privatizações e entrega do Correio Nacional a luta imediata pelo Fora Bol-
sonaro. É hora de imediatamente as direções da Fentect e dos sindicatos da categoria em todo país colocarem na rua o que foi decidido pelos milhares de representantes da categoria presentes ao Congresso e a assim derrotar o golpe contra os trabalhadores e o povo brasileiro.
TORNE-SE MEMBRO DA CAUSA OPERÁRIA TV! Apenas
R$7,99 Ajude a construir uma TV revolucionária 24h por dia. Além disso, você terá diversos benefícios, como a transmissão de programas exclusivos e a possibilidade de participação nos programas do canal.
www.youtube.com/causaoperariatv
8 | INTERNACIONAL
ATENTADOS CONTRA O IRÃ
Pra servir ao seu dono Trump, Bolsonaro coloca brasileiros em risco Bolsonaro dá mais uma prova de que a única saída progressista é colocá-lo para fora “Ninguém respeita quem adota uma posição de lacaio. Em vez de defender os interesses do país, defendem os interesses americanos. Assim, nenhum país pode ser respeitado”. A declaração acima não foi dada por nenhum líder esquerdista, mas por um diplomata do Itamaraty criticando o apoio do governo brasileiro ao atentado dos EUA contra políticos e militares do Irã e do Iraque no último dia 4 e no compromisso assumido, também, pelo governo brasileiro em sediar um encontro dos países apoiadores do EUA em sua política contra o Irã. O capachismo de Bolsonaro diante do governo Trump foi de tal envergadura, que mesmo políticos, diplomatas e militares abertamente alinhados aos
EUA e apoiadores de primeira hora do golpe de Estado no Brasil ficaram “assombrados” com tamanha quebra na tradição da política externa brasileira. O Brasil sempre procurou abrir canais de negociação com todos os países. Bolsonaro quer modificar essa política e quer colocar o brasil como suporte da política norte americana. Bolsonaro é um perigo pra o Brasil. Em apenas um ano de governo tentou jogar o País numa guerra contra a Venezuela. Guerra essa que levaria a morte milhares de brasileiros e que cumpriria um único papel de colocar o Brasil como “bucha de canhão” dos Estados Unidos. Em um outro momento, praticamente abriu as portas para uma intervenção estrangeira na ques-
tão da Amazônia e agora que envolver o País numa disputa do imperialismo norte-americano no seu projeto imperial de controlar o Oriente Médio. Aqui não se trata simplesmente de desmoralizar o Brasil perante o mundo com uma subserviência atroz diante dos EUA e nem das consequências econômicas para um País com a economia já absolutamente em crise. Bolsonaro no afã de ser o mais servil dos servos cria para o povo brasileiro uma situação muito perigosa. Transforma um País que nunca teve envolvimento com a política do imperialismo norte-americano com relação ao Oriente Médio em uma condição de alvo de atentados de grupos islâmicos. No final das contas, Bolsonaro conse-
guiu aprofundar a enorme tensão que já existe no regime político brasileiro. A esquerda que luta contra o golpe não deve esperar para ver o Brasil entrar de cabeça em um conflito que não diz respeito ao povo brasileiro. A mais nova declaração de capachismo ao governo Trump é um grande perigo para o povo e deve ser tratada como tal. Intensificar a mobilização e a luta pelo fora Bolsonaro é a única saída progressista para a esquerda. Desse ponto de vista, uma tarefa que está colocada para o próximo período é a de organizar uma campanha de mobilização contra a realização do encontro imperialismo norte-americano no Brasil com os seus lacaios espalhados pelo mundo.
GOLPISTA INICIAM A CAÇA A EVO.
Ditadura boliviana persegue 600 ex-membros do governo Morales A caça aos direitos políticos de Evo e seus aliados tem início com a farsa representada pela campanha contra a corrupção, na qual se empeenham os golpistas que tomaram o poder . A investigação de 592 pessoas ligadas à gestão do ex-presidente Evo Morales, por corrupção e desvio de dinheiro, é a nova manobra implementada pelos golpistas da Bolívia para impedir que Evo ganhe mais essa também. Mathías Kutschel, diretor-geral de Luta Contra a Corrupção na Bolívia, é o nome de quem foi incumbido de achacar a reputação do MAS, e seus integrantes, partido ao qual está ligado Evo Morales e, que, sem prova alguma, já está sendo acusado pelo famoso processo penal midiático além do próprio Morales, também o ex-vice-presidente Álvaro García Linera, os ex-ministros, ex-vice-ministros e ex-chefes de gabinete, que exerceram poder nos últimos 14 anos, e, é claro, alguns parentes do ex-chefe do governo boliviano. A bandeira da corrupção está sendo agitada por Kutschel com a desculpa de buscar recuperar fundos desviados dos cofres públicos, que, segundo informou, os acusados desviaram mais de 2 bilhões de bolivianos (o equivalente a cerca de R$ 1,2 bilhões) e cometeram delitos de corrupção e desvio de recursos públicos para outros países, onde, supostamente, estão refugiados. Em seu twitter, Evo Morales escreveu hoje: “O ministro da Justiça de fato viola a Constituição presumindo a culpa de 592 ex-funcionários do MAS [Movimento ao Socialismo, partido de Evo] e suas famílias. Ele se coloca acima dos juízes que ditam condenação, sem julgamento prévio. O regime de Jeanine Áñez (presidente interina), Mesa e Camacho [opositores], é violento, semeador de evidências falsas e difamatório”.
Evo Morales está asilado na Argentina desde 12 de dezembro do ano passado. É sempre bom lembrar, tratar-se de uma contradição em termos afirmar a existência de uma luta ou um combate contra a corrupção dentro do regime burguês, mergulhado no sistema capitalista. E isso porque, a corrupção é parte do próprio funcionamento do sistema, não havendo instituição pertencente ao Estado capitalista que possa se desincumbir de tal tarefa justamente porque ela faz parte desse funcionamento. De maneiro que, aquele que investiga é, na verdade, tão ou mais corrupto do que qualquer outro investigado. Assim, capitalismo e corrupção sempre andaram juntos . Mas existe um agravamento dos escândalos nos últimos vinte anos , porque o neoliberalismo elevou a prática da corrupção a níveis gigantescos. A desregulamentação e a privatização dos serviços criaram um cenário perfeito para as empresas que corrompem funcionários do Estado e políticos para abocanhar os milionários contratos públicos e desbancar seus rivais. Em países imperialistas, por exemplo, constantemente explodem escândalos de corrupção envolvendo milionários empresários, governantes e altos funcionários do Estado. Um bom exemplo disso pode ser tirado do seio do imperialismo estadunidense, quando, no final de 2001, no governo Bush, explodiu um dos maiores escândalos de corrupção. Nessa época, investigações revelaram corrupção por parte de grandes figuras do governo que facilitaram as fraudes contábeis bilionárias da empresa Enron, além de operações não registra-
das em sua contabilidade, que seus diretores haviam usado para ocultar suas dívidas e aumentar o lucro da empresa e seus próprios honorários. A empresa chegou a ser a sétima maior companhia dos Estados Unidos, e quebrou em dezembro de 2001. Foi a maior falência da história dos EUA, que causou o desaparecimento do valor das ações da companhia, calculado em US$ 68 bilhões de dólares, deixando seus milhares de empregados sem trabalho e sem aposentadoria. Kenneth Lay, fundador e ex-presidente da Enron, esteve ao lado de Bush desde o início de sua carreira política e o ajudou a se eleger governador do Texas. Como se isso não bastasse, centenas de executivos e empresários que estavam respondendo a processos criminais por corrupção financiaram a campanha pela reeleição de Bush. Segundo a revista norte-americana Time, 261 corruptos deram dinheiro à campanha de Bush ( entre eles , o presidente da Enron ) e 31 deles financiaram seu adversário, John Kerry, do Partido Democrata. No Brasil, só para citarmos exemplos mais próximo, temos, segundo a tese Pedro Campos, do livro Estranhas catedrais: as empreiteiras brasileiras e a ditadura civil-militar, 1964-1988, no qual, analisando a corrupção no Brasil, ele nos dá informações que nos garantem afirmar que a direita quando diz que a corrupção aumentou, principalmente no governo do PT, não é nada senão uma grande mentira pois, segundo ele “ O que a gente tem hoje é uma série de mecanismos de fiscalização que expõem mais, bem maior do que havia antes. Na ditadura, não havia muitos
mecanismos fiscalizadores, e o que havia era limitado“. Também conforme afirmou Campos, sobre os recentes escândalos de corrupção em que as empreiteiras foram protagonistas, por exemplo, diz ele que elas começaram a se nacionalizar e ganhar força política e econômica durante a ditadura militar, que eram regionais, chegaram em Brasília a partir de Juscelino, quando então começaram a organizar-se politicamente, tendo ajudado no planejamento da tomada do poder pelos militares e a pautar as políticas públicas do Brasil. Outro exemplo nosso digno de nota, porque demonstra os descaminhos da direita no Brasil, logo ela a grande guardiã da moral e da honestidade, no governo FHC, nos fez presenciar o processo que ficou conhecido como a “privataria tucana”, um grande esquema para beneficiar grandes empresas. A “quadrilha” movimentou cerca de US$ 2,5 bilhões. Há propinas comprovadas de 20 milhões de dólares, tudo fartamente demonstrado no livro de Amaury Ribeiro Júnior. Por tudo isso, não nos iludamos com essa mais do que desgastada manobra do imperialismo iniciada toda vez que levanta o estandarte da corrupção, cujo objetivo é, não só macular a imagem da esquerda com essa farsa, mas também iniciar um mecanismo de acumulação de riqueza com roubo, apropriação e transferência de recursos públicos. A luta contra a corrupção da burguesia Boliviana não diferente, é uma farsa. Os impulsionadores dessa “luta” são, certamente, os mais corruptos da Bolívia, e está usando essa a luta como fachada para derrubar Evo e seus aliados, seus inimigos políticos.
INTERNACIONAL | 3
INTERNACIONAL
10/01/1920: entra em vigor o criminoso Tratado de Versalhes O Tratado de Versalhes encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial. Suas cláusulas impuseram uma grande humilhação à Alemanha, que foi responsabilizada pela guerra. O Tratado de Versalhes entrou em vigor no dia 10 de janeiro de 1920. A assinatura do Tratado de Versalhes, após meses de negociações em Paris, encerra a Primeira Guerra Mundial, que termina com derrota do bloco da Tríplice Aliança, liderado pela Alemanha e composto por Aústria-Hungria e Império Otomano. Os países imperialistas vencedores da Tríplice Entente, liderados pela Inglaterra e França e composto também por Estados Unidos (a Rússia revolucionária se retirara da guerra com a assinatura do Tratado de Brest-Litovsk) impuseram o Tratado de Versalhes sobre a Alemanha, como forma de saqueá-la e humilhá-la em virtude de sua derrota. O Tratado de Versalhes impunha duras penalidades e determinava que a Alemanha aceitasse sozinha todas as responsabilidades por causar a guerra, ocultando assim a política de rapina belicista e a disputa colonial de todos os demais países europeus e suas respectivas responsabilidades na
deflagração do conflito. Aquele país deveria, de acordo com as cláusulas do Tratado, reparar as nações da Tríplice Entente, especialmente a França, pelas despesas de guerra. Os termos do Tratado impunham a perda de parte do território da Alemanha, a perda de todas as suas colônias no continente africano, a restrição ao tamanho e à força militar de suas Forças Armadas e indenizações milionárias pelas despesas de guerra, da ordem de 33 milhões de dólares (valores da época). O país teve, ainda, de reconhecer a independência da Áustria. A imposição do Tratado de Versalhes e suas cláusulas punitivistas sobre a Alemanha, que reconfiguraram o mapa político europeu em função dos interesses dos países imperialistas vencedores, são frequentemente citadas como parte dos fatores que geraram condições propícias para a ascensão do Partido Nazista e Adolf Hitler e o estouro da Segunda Guerra Mundial.
POPULAÇÃO APOIA MOBILIZAÇÕES
ÍNDIA CONTRA O FASCISMO
Greve geral na França: crise do governo Macron se aprofunda
Greve geral na Índia: milhões de trabalhadores parados
Desde o início de dezembro, pelo menos 1,3 milhão de pessoas já foram às ruas contra a reforma da previdência francesa; população continua a apoiar greves e paralisações
Trabalhadores indianos respondem aos ataques do governo fascista com a maior greve da história do país
Quase 1,3 milhão de pessoas já aderiram às mobilizações na França desde o início das mobilizações contra o governo de Emmanuel Macron e sua política de sufocar a população em prol dos bancos, principalmente a destruição da previdência do país. As manifestações se iniciaram no dia 5 de dezembro de 2019 e não pararam nem mesmo para o natal e o ano novo, impondo uma gigantesca crise para o governo Macron, que já vinha muito desgastado com as mobilizações semanais dos coletes amarelos, que serviram não só como uma preparação para as mobilizações atuais, como fazem parte do movimento. Na última terça, uma refinaria foi fechada, já essa quinta foi novamente um dia de protesto, sendo a quarta greve geral chamada pelas centrais sindicais, em especial a CGT, no país, desde o começo das mobilizações. A atual mobilização da classe trabalhadora francesa já é considerada por muitos como a maior mobilização desde 1968, quando um movimento iniciado pelos estudantes universitários e que contagiou os trabalhadores quase levou a uma revolução operária. O setor que está à frente das greves e das mobilizações é o setor ferroviá-
rio, que é acompanhado por outros trabalhadores dos mais diferentes setores, como médicos, enfermeiros, advogados, professores, trabalhadores públicos, operários de diversos setores e muito mais, tendo inclusive proporcionado um momento histórico no final do ano passado, com a Ópera de Paris aderindo à greve pela primeira vez na história e proporcionando aos demais trabalhadores uma parte da apresentação de O Lago dos Cisnes em plena rua. Mesmo com o transporte público parando em muitos locais, e lugares históricos como a Torre Eiffel estando fechados, a população continua a dar apoio à mobilização, com cerca de 60% de pessoas se declarando a favor em uma pesquisa realizada, o que na verdade deve indicar um apoio maior, já que as pesquisas realizadas pela burguesia geralmente mascaram os resultados em seu favor.
Uma gigantesca greve tomou conta da Índia no último 08 de janeiro. A imprensa internacional reportou 250 milhões de trabalhadores, do campo e da cidade, além de estudantes unidos contra o governo fascista Narendra Modi, que a exemplo de Bolsonaro e outros menos escatológicos, tem promovido uma política de guerra econômica contra a classe trabalhadora por um lado e usado a violência policial para reprimir o descontentamento. Ainda seguindo o padrão fascista que se verifica também no Brasil, forças paramilitares tem sido usadas para espancamentos e calar opositores, como ocorrido contra estudantes no último dia 5 e que contou com o silêncio cúmplice da polícia.
Contra o governo Modi A Central Sindical Indiana (CITU na sigla em inglês) destaca que a greve geral não foi por pautas pontuais menores mas contra o governo de Narendra Modi. Sem confirmar o número total de grevistas, a central informou em uma nota que a greve foi especialmente grande entre os operários não teve precedentes e chegou a paralizar completamente os transportes no estado de Tripura, apesar das ameaças realizadas pelo partido Bharatiya Janata (do primeiro ministro Modi) para que os operários do transporte não aderissem. Muitos outros
serviços aderiram à greve, que também contou massivamente com a participação de estudantes e camponeses, estes atuaram principalmente promovendo bloqueios de rodovias em toda a Índia, além de grupos de mulheres e outros, num total de 200 organizações segundo a CITU. Interessante observar que mesmo em meio a neve, o vermelho dos manifestantes se destacava junto as bandeiras, que ainda eram ornamentadas com a foice e o martelo, o que aparentemente, não foi empecilho algum para que a força dos trabalhadores indianos fosse demonstrada de maneira tão grandiosa. Como a maioria dos países atrasados do mundo, a Índia tem sofrido com os ataques do neoliberalismo, doutrina econômica que constitui uma verdadeira política de guerra movida pelas burguesias das nações imperialistas para acalmar a situação interna dos seus próprios países, a custa do crescimento da superexploração dos trabalhadores da maior parte do planeta, do seu sofrimento e do seu sangue (aqui sem metáforas ou eufemismos, dado que o neoliberalismo em todos os países vem acompanhado pelo fascismo), enquanto promove um rastro de destruição ao redor de um mundo cada vez mais convulsionado pela acentuação da crise histórica do capitalismo.
10 | ATIVIDADES DO PCO E ECONOMIA
CAMPANHA NACIONAL
Preparando o Fora Bolsonaro: PCO convoca plenária nacional dia 26 A luta contra o governo Bolsonaro não é uma luta qualquer. Bolsonaro é o fascismo e com o fascismo não se brinca, não se transige. A fim de colocar na rua a campanha pelo Fora Bolsonaro, uma das principais deliberações da 2ª Conferência Aberta dos Comitês de Luta Contra o Golpe e o Fascismo, ocorrida em dezembro passado, o PCO está convocando toda sua militância para a plenária nacional do partido que ocorrerá no próximo dia 26 de janeiro em São Paulo. O objetivo central da Plenária é que os militantes saiam efetivamente preparados para levar para as ruas essa que tende a ser a luta política central do País neste ano de 2020. Aliás, não fosse a política recuada da esquerda, de capitulação, de se negar a defender o Fora Bolsonaro, uma palavra de ordem que expressa o sentimento am-
plamente majoritário entre as massas exploradas, como vimos desde o carnaval de 2019, muito provavelmente já estaríamos em um outro patamar da luta política no Brasil. É por isso que a Conferência em dezembro passado e agora a Plenária do PCO adquirem um papel fundamental, que é justamente o de buscar uma mobilização, em torno de uma grande campanha popular, que rompa com a barreira criada propositadamente pela esquerda a fim de evitar o choque direto entre as amplas massas e o governo fascista de fome e miséria de Bolsonaro. A luta contra o governo Bolsonaro não é uma luta qualquer. Não se trata de uma disputa eleitoral como
procura apresentar boa parte da esquerda. Na verdade, é uma luta de vida ou morte. Bolsonaro é o fascismo. Bolsonaro, como muito bem declarou em sua posse, é aquele que pretende acabar com o “socialismo” no Brasil. Leia-se “socialismo” como sinônimo das conquistas sociais e democráticas do povo brasileiro em suas lutas históricas. E Bolsonaro tem sido conseqüente com esse propósito: incentivando o terror policial (fascista) nas periferias das cidades, assassinatos em massa de indígenas e sem-terras, desemprego, reforma da previdência, reforma administrativa, liquidação da saúde e educação, enfim uma política de terra arrasada contra os explorados do Brasil.
A depender de Bolsonaro, os sindicatos, as organizações populares, os partidos de esquerda serão dizimados. Bolsonaro é o fascismo e com o fascismo não se brinca, não se transige. A única tarefa consequente para o momento é ganhar as ruas pelo fora Bolsonaro por todo o País. Preparar uma ampla campanha, uma campanha de guerra que não deixe nenhuma margem de dúvida sobre os seus propósitos para os explorados. Atos nacionais e locais, dezenas de milhões de panfletos, cartazes, adesivos, bótons, camisetas, uma campanha da exata dimensão do País: gigantesca, continental. Mãos à obra militantes do PCO!
“NADA PARA O POVO”
Guedes e Bolsonaro preparam novos ataques para 2020 Acabar com obrigatoriedade de investir em Saúde, Educação. Acabar com estabilidade de servidores. Reduzir impostos dos Ricos. Tudo vender em se tratando de estatais. Guedes e Bolsonaro preparam novos ataques para 2020, informa a imprensa capitalista, nesta quinta-feira, 07/01/2020. As principais medidas já em discussão no Senado são as relativas ao pacto federativo. São três propostas de emenda à Constituição (PECs): PEC do pacto federativo, PEC Emergencial e PEC dos fundos públicos.
Os Projetos de Emenda à Constituição visam destruir a “Constituição Cidadã” de 1988. Os Projetos de Emenda da Constituição, visam flexibilizar o orçamento público, isto é, dar total liberdade ao governo para que gaste os recursos da forma que quiser, Guedes acenou que quer acabar com os limites mínimos obrigatórios para gastos Educação e Saúde por exemplo. Isto sendo aprovado. A cada ano, o congresso vai dizer quanto se gastará em Saúde e em Educação pública. As conseqüências são previsíveis. Em um ano pode-se ter médicos e remédios e no ano seguinte, não, já que limites mínimos obrigatórios não mais vai haver. Reforma administrativa e funcionalismo Criar mecanismos permanentes e transitórios, em especial os relacionados à folha de pagamento do funcionalismo. Trata-se da proposta de Guedes de acabar com a estabilidade no emprego de servidores públicos. Outra medida, é autorizar redução de salários de servidores públicos e até a dispensa. A destruição da “Constituição Cidadã” de 1988, é disto que tratam os Projetos de Emendas à Constituição. Elas, as PECs, precisam ser aprovadas por
três quintos dos parlamentares em dois turnos, tanto no Senado quanto na Câmara, para entrar em vigor. Além dessas propostas, o governo deve enviar ao Congresso, também por meio de PEC, a reforma administrativa. Além da reforma administrativa, a expectativa é que o governo Bolsonaro envie a sua reforma tributária ao Congresso. Inicialmente, o Ministério da Economia pretendia mandar uma ampla PEC que reformularia de uma só vez todo o sistema tributário, unificando impostos, desonerando a folha de pagamentos e mexendo com o Imposto de Renda (IR). O novo secretário da Receita Federal, José Tostes, disse a jornal bandeirante que a idéia é dividir a reforma em quatro fases. A primeira é criar um imposto federal de valor agregado em troca da unificação do PIS e do Cofins. Depois, transformar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em um imposto seletivo, incidindo apenas sobre a produção de produtos como cigarros e bebidas. A terceira etapa inclui a desoneração da folha de pagamentos. A última, mudanças no Imposto de Renda (IR). No caso da folha, ainda não se sabe como o governo vai propor a desone-
ração total. Desonerar a folha de pagamento, é não mais cobrar das empresas, percentual de contribuição para a seguridade pública, calculados sobre a folha de pagamento, cujos recursos são destinados ao pagamento das aposentadorias e seguro de acidentes de trabalho, e ainda parte vai para a saúde pública. Esse ataque, coloca em risco, o pagamento de aposentadorias de quem já aposentado é, e os recursos para auxílio saúde, ou saúde publica como hospitais, unidades básicas de saúde, etc.
Volta da CPMF Governo acena que voltaria a cobrar CPMF. Para o Imposto de Renda, a intenção é aumentar a faixa de isenção de pessoas físicas. Os ricos que já pagam pouco imposto, a idéia e que ricos paguem menos imposto de renda ainda. Pobre, sequer renda tem. A esses, Guedes e Bolsonaro não acenaram com nenhum benefício. Reduzir a alíquota máxima cobrada pelas empresas, é outra idéia de Bolsonaro. Reduzir cobrança de imposto de renda de empresas, é legalizar o não pagamento do imposto de renda por essas mesmas empresas. Uma espécie de legalizar a sonegação de impostos. Lembrando que Imposto de Renda de Empresas, é cobrada somente sobre o montante de lucros que as empresas tiverem. Se lucro nenhum a empresa tiver. O Imposto de Renda da empresa será zero. Outra medida que o governo deve enviar ao Congresso no próximo ano é um “fast track” para as privatizações. “Fast track, mecanismo específico do Congresso norte-americano que permite a votação de uma proposta de lei sem possibilidade de alterações no
texto pelo Legislativo. Trata-se de uma espécie de carta branca para o governo acelerar a entrega das empresas estatais sem qualquer interferência do poder legislativo. A União tem 46 empresas em vias de privatização. Dezessete já estão na mira da privatização, e o número pode aumentar. Com carta branca pra entrega de estatais ao capital privado ou não. Independentemente da aprovação ou não do fast track, Bolsonaro já colocou para vender cinco estatais em 2020: ABGF; Casa da Moeda; Ceagesp; Ceasaminas; e Emgea. O número pode crescer se o Congresso aprovar de forma rápida o projeto que autoriza a privatização da Eletrobrás. Mesmo as empresas estatais, fruto do suor e poupança do povo brasileiro, governo do golpe quer, na bacia das almas, entregar as empresas do Brasil. Golpe já entregou Embraer à Boeing americana, BR distribuidora aos capitalistas do império, Banco do Brasil, Guedes acenou que quer entregar ao Bank for América, ainda quer privatizar Caixa, Correios, etc. Como se vê, medidas todas de Guedes e Bolsonaro é para entregar o País, garantir o lucro às custas de uma expropriação sem limites da classe trabalhadora. Nada para o povo trabalhador. Como disse Bolsoraro em Washington no começo de 2018, em palestra com a extrema direita americana, “Meu governo não veio para construir nada para o nosso povo”. Finalizou arrematando que governo Bolsonaro, “tem muito a desconstruir”, Bolsonaro veio para destruir. Como se vê, não dá para aguentar mais três anos de destruição. Urge colocar como providência inadiável o “fora Bolsonaro”.
MORADIA E TERRA | 11
FARSA
Mais uma fraude: PF diz que assassinato de Guajajara não foi emboscada Laudo fraudulento da Polícia Federal aponta que indigenas assassinados no Maranhão não foi oriundo dos conflitos agrários. O inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar o assassinato de Paulo Paulino Guajajara no dia 1º de novembro de 2019, no interior da Terra Indígena (TI) Arariboia, próximo da aldeia Lagoa Comprida, no município de Amarante, estado do Maranhão. O indígena sofreu uma emboscada e foi morto a tiros por madeireiros que estavam no local e outro indígena Laércio Sousa Silva também foi ferido no braço, mas conseguiu fugir. As investigações da Polícia Federal comandadas pelo golpista, ex-juiz da Operação Lava Jato e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, dizem que não houve nenhuma emboscada e o assassinato foi uma fatalidade motivada pela posse da moto pelos indígenas e foram surpreendidos pelos Guardiões da Floresta e houve troca de tiros. A PF informou, na nota, que “foi possível afastar as hipóteses relacionadas a conflitos étnicos ou mesmo por emboscada de madeireiros a indígenas, tudo convergindo para a conclusão de que o lamentável episódio se originou da troca de tiros motivada pela posse de uma das motocicletas utilizadas pelos não indígenas”.
No mês passado, o jovem Erisvan Soares Guajajara, de apenas 15 anos, foi brutalmente assassinado e esquartejado no dia 13 de dezembro. Se corpo tinha um tiro na nuca, pescoço com marcas de degola e facadas na face. Rapidamente, o comandante do 34o. Batalhão da Polícia Militar de Amarante do Maranhão, tenente-coronel Jorge Araújo Junior, afirmou que as suspeitas eram de tráfico de drogas e roubos na região. As afirmações da Polícia Militar, assim como da Polícia Federal, vão em sentido contrário das denuncias dos indígenas e das provas com ameaças de mortes e histórico de assassinatos e invasões de terra nas áreas indígenas. As forças policiais ignoram (de maneira intencional) os conflitos na região. No mesmo mês (07/12) foram assassinados dois caciques na rodovia BR-226 no trecho próximo à Terra Indígena Cana Brava, no município de Jenipapo dos Vieiras, no oeste do Maranhão: Raimundo Benício Guajajara e Firmino Prexede Guajajara e outros dois indígenas ficaram feridos. O delegado da Polícia Civil chegou a afirmar que a mo-
tivação poderia ser fruto de constantes roubos que ocorrem na região. A posição da Polícia Federal no caso dos Guajajara é o mesmo que deu no mês de agosto do ano passado no laudo final sobre o assassinato do cacique Emyrá Wajãpi, dentro da Terra Indígena Waiãpi, no Estado do Amapá, afirmando que “apesar das informações iniciais darem conta de invasão de garimpeiros na terra indígena e sugerirem possível confronto com os índios, que teria ocasionado a morte da liderança indígena, o laudo necroscópico não apontou tais circunstâncias”, disse o laudo da PF.
Dissimular os crimes para esconder os mandantes Esconder os mandantes dos crimes, alterar cenas do crime, inventar provas e prender inocentes é o modus operandi das forças policiais. Podemos observar isso todos os dias no país inteiro, seja nas favelas ou periferias, ou no campo dentro dos acampamentos, assentamentos, terras indígenas e quilombolas.
No caso da reforma agrária e da luta pela terra, como a luta pela demarcação das terras indígenas e garantir que as terras demarcadas não sejam invadidas pelos latifundiários, é uma constante, pois frequentemente as forças policiais são contratadas ou atuam em defesa dos interesses dos latifundiários. Apontar motivação desses crimes que não seja em decorrência de conflitos agrários é uma maneira pensada pelas forças policiais em conluio com latifundiários, parlamentares e judiciário para esconder e proteger os verdadeiros mandantes desses crimes. Esses mandantes são bem conhecidos, como os latifundiários, grileiros de terras, madeireiros e mineradoras. É também por esse motivo que não há como ter proteção desses povos indígenas e suas terras através das forças policiais. A única saída é a formação de grupos de autodefesa cada vez mais organizados e treinados para enfrentar essa situação, principalmente no governo Bolsonaro que dá aval para que a ofensiva no campo seja extremamente violenta.
PARQUES NACIONAIS
Entreguista Ricado Salles privatiza mais duas unidades de conservação Ministro fascista dá continuidade ao projeto de entrega de 9% do território brasileiro em áreas de conservação para a iniciativa privada destruir e lucrar à custa da população Em sua conta do Twitter, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciou, nessa quarta-feira (08), a abertura de audiência pública para a privatização dos Parques Nacionais de Aparados da Serra e Serra Geral, na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul. A desculpa para entregar o patrimônio público para grandes empresários é a da melhoria do serviço de turismo para a população. Mas o trabalho sujo de Salles é transferir tudo para mineradoras, latifundiários, especuladores imobiliários e empresários do turismo lucrarem ao máximo. São 334 áreas de conservação, milhões de hectares, perto de um décimo da área do país, que estão em jogo nessa usurpação e destruição das riquezas da população. Em comparação com a licitação dos dois parques desta matéria, há que se lembrar de que a implementação do projeto está de vento em popa com a assinatura, no começo de dezembro passado, do chefe de Salles, o também fascista Jair Bolsonaro, de documento que conclui a concessão para a iniciativa privada de áreas que correspondem a quase doze vezes à do Aparados e Serra Geral. O passado recente do ministro permite vasculhar sua trajetória fascista. É dos fundadores do movimento de
extrema-direita Endireita Brasil e foi candidato pelo partido Novo dando a entender que meteria bala na esquerda e no MST. Quando fala em fiscalização de crimes contra o meio ambiente, na verdade, aloca não só funcionários do IBAMA, mas propõe até a PM para compor milícias de latifundiários. É tão rejeitado pela população que uma de suas marcas é a fama de fujão de eventos públicos. Por falar em sua relação com a população, Salles montou todo um aparato para dar impressão de aprovação
geral à cerimônia de entrega do Parque Nacional do Paul Brasil (Bahia), enquanto o povo nela estava proibido de participar no início de março do ano passado. Mesmo povo que, não muito longe dali, e na mesma ocasião, clamava pelos recursos do Ministério do Meio Ambiente para conter incêndio que duraria semanas no Parque Nacional do Monte Pascoal, área que ele também pretende deixar nas mãos dos empresários. A destruição do meio ambiente é uma das maneiras de as forças produ-
tivas do capitalismo, em sua crise histórica, se voltarem contra a sociedade. E, tendência mundial, essa destruição se faz sob a ação da extrema-direita no mundo inteiro. Mas não adianta pedir, no caso do Brasil, pela saída do ministro Ricardo Salles. O fascista Bolsonaro vai colocar provavelmente outro fascista igual ou pior a ele no lugar. Por isso, pela organização e mobilização do povo pelo Fora Bolsonaro e pela luta contra o imperialismo, sócio maior no desmantelamento dos países capitalistas atrasados!
12 | MORADIA E TERRA E CIDADES
MINISTRO DA DEVASTAÇÃO
Para defender latifundiários, Ricardo Salles ataca população Ao invés de cuidar da limpeza das praias, Ricardo Salles joga a culpa sobre a população e tenta inocentar os latifundiários O ministro Ricardo Salles ficará conhecido pelo descaso ao meio ambiente. Em investigação da Rede Brasil Atual, sua atuação neste primeiro ano foi retratada como um verdadeiro fiasco. O único programa em atividade do Ministério do Meio Ambiente se tratou mais de uma apropriação e promoção propagandística de mutirões de limpeza que ja aconteciam no litoral brasileiro. Entretanto, segundo participantes, “nada realmente importante foi feito,” e o orçamento só foi liberado em Novembro. Este plano foi chamado, de maneira oportunista, de Plano de Combate ao Lixo no Mar, muito embora não tenha tocado em problemas relevantes como as manchas de óleo no litoral nordestino, ou a falta de saneamento básico na maioria das cidades litorâneas do Brasil. Por outro lado, na entrada de 2020, Ricardo Salles faz o que os Bolsonaris-
tas gostam de fazer: atacar a população. Em sua rede social oficial, compartilhou uma foto da sujeira deixada na praia após a festa de Reveillon, com os dizeres “E ainda jogam a culpa dos problemas ambientais no agronegócio”. Sim, o agronegócio, ou melhor, latifúdnio, sob a gestão de Salles, bateu recorde em provocação de incêndios e desmatamento. Bateu recorde na promoção da violência contra os pequenos produtores e comunidades rurais. Bateu recorde em prática de trabalho escravo. Bateu recorde no uso de agrotóxicos. Trata-se de uma verdadeira máquina de exploração parasitária dos recursos naturais. Importa lembrar que qualquer empresa contrata funcionários para limpar os ambientes após festejos. E no caso de locais públicos, este gerenciamento cabe ao Estado. O ministro fas-
CORTES SOCIAIS
cista tenta, assim, fugir da responsabilidade da limpeza das praias. No lugar de fazer o que seria o seu trabalho (mas cujo trabalho, na verdade, é beneficiar as madeireiras e mine-
radoras), Ricardo Salles fez o que os direitistas fazem: culpar a população e desmoralizar as festas populares – já que a direita odeia quando o povo sai na rua.
RIO DE JANEIRO
Doria corta R$ 1 bilhão do orçamento Casos de leichmaniose sobem para habitação 253% no Rio O corte causará um aumento dos despejos, da violência, das mortes de pessoas que vivem em situação de risco ou na rua, e agrava o problema das enchentes
Na Lei Orçamentária de 2020, o governo do Estado de São Paulo, sob o comando de João Doria (PSDB), previu quase R$ 1 bilhão a menos para investimentos na área da habitação. Ano passado foram estimados R$ 1,68 bilhão contra R$ 732 deste ano, o que foi repudiado pela União dos Movimentos de Moradia de São Paulo (UMM-SP). Em nota divulgada no dia 04/01, a organização considerou que o corte no orçamento causará um aumento dos conflitos por terra urbana, dos despejos, da violência, das mortes de pessoas que vivem em situação de risco ou na rua, além de impactar no problema das enchentes em função da deficiência infraestrutural urbana. Em síntese, a medida somente gera “Tragédia, caos e barbárie!”, segundo o movimento.
Isto sem contar que, conforme denunciado, nem mesmo as políticas de moradia, promovidas por meio de parcerias público-privadas, como o programa Nossa Casa, estão sendo devidamente cumpridas pelo governo estadual. Representantes da Central de Movimentos Populares (CMP) defendem a realização de protestos por parte das entidades de habitação, na tentativa de ao menos recuperar o valor subtraído do orçamento. Este é mais um ataque dos direitistas contra os direitos básicos da população. Enquanto a área da habitação e moradia é esquecida, o orçamento destinado às políticas de Segurança Pública, que servem para reprimir o povo pobre e explorado, mantém-se no patamar de quase R$ 240 bilhões.
Entre 2018 e 2019, os casos e leichmaniose em cães tiveram alta de 253% na cidade do Rio de Janeiro. No Estado, a alta foi de 164%. A notificação de casos de leichmaniose visceral em cães apresentou alta de 253% na cidade do Rio de Janeiro em 2019 em comparação com o ano de 2018. Há dois anos foram notificados 38 casos, que subiram para 119 no ano passado. No Estado, a alta foi de 164%, com a elevação de 199 para 525 casos. O retorno de diversas doenças nas cidades do país, dentre elas a leichmaniose, demonstra o absoluto descaso com a gestão da saúde pública e com a infraestrutura das cidades. O golpe de Estado de 2016 e os sucessivos cortes de recursos e as políticas de austeridade fiscal implementadas pelos governos golpistas nas esferas federal, estadual e municipal estão levando o Estado do Rio de Janeiro e seus municípios à beira do colapso. O governador fascista Wilson Witzel (PSC) e o prefeito bolsonarista Marcelo Crivella (PRB) são diretamente responsáveis pela situação catastrófica da
saúde pública e da infraestrutura do Rio de Janeiro. Witzel, ao invés de se preocupar com os graves problemas que afetam a população, estimula e promove o assassinato da população pobre nas favelas pela Polícia Militar. Já o prefeito Crivella se destaca na repressão aos vendedores ambulantes, que vivem aterrorizados com a perspectiva de terem suas mercadorias, sua única fonte de subsistência, apreendidas pelos agentes da prefeitura e da polícia. É bastante claro que para os dois políticos de extrema-direita, a existência de doenças que se espalham pela cidade não é objeto de qualquer preocupação. O presidente fascista Jair Bolsonaro é igualmente responsável pela situação do Rio, Estado pelo qual foi deputado por diversos mandatos. Bolsonaro promove cortes seguidos na política de saúde pública e ataques seguidos aos direitos dos servidores públicos, bem como promove um sucateamento da infraestrutura.
CIDADES | 13
POLÍTICA NEOLIBERAL NO RN
RN: falta dinheiro para a Previdência, sobra para a repressão Cedendo à pressão da direta, o governo do RN ataca os trabalhadores duplamente com Reforma da previdência estadual e investimento em repressão policial. O governo do Rio Grande do Norte, de Fátima Bezerra (PT), tem cedido à pressão da burguesia e da extrema-direita, tomando medidas que se aproximam da política neoliberal do governo federal. Como por exemplo no início de dezembro último quanto a proposta de reforma previdenciária para os servidores estaduais foi enviada pelo executivo à Assembleia Estadual, aumentando e criando alíquotas de contribuição, que podem chegar até a 18% e dificultando o acesso à aposentadoria integral. Proposta nos mesmos moldes da aprovada pelo Congresso Federal em Outubro. O argumento utilizado foi o famoso “déficit da previdência”, tendo sido apresentado o número de R$ 50,5 bilhões, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE), no patrimônio dos servidores administrado pelo Instituo de Previdência dos Servidores Públicos Estaduais do RN (IPERN). Perdas que como sempre caem “na cabeça” dos trabalhadores que, mesmo não sendo responsáveis por gerir o patrimônio para o qual contribuem, são os responsáveis na hora de assumir os supostos problemas econômicos do sistema. Por outro lado, vê-se investimentos na área da repressão social. Foi apresentado pelo governo estadual o programa de formação dos novos policiais, aprovados no último concurso de 2019. O curso, custará “meros” 10 milhões de reais, segundo a Secretaria de Estado e Administração. Será oferecido aos quase mil candidatos
aprovados, terá carga horária de 1.430 horas, em dois turnos (manhã e tarde), com duração de 8 meses, envolvendo aulas teóricas, aulas práticas, treinamento físico e de laboratório em 37 disciplinas. Investimento que não se vê na educação pública da mesma forma. Na verdade, os custos totais com o treinamento não foram divulgados, pois este montante envolve somente o custo com o auxílio dos policiais em treinamento, cerca de R$ 1.039,00 por aluno. É importante destacar que a demagogia que circunda a implantação da política neoliberal sempre vem acompanhada de argumentos fajutos e superficiais, como ficou escancarado no caso da Reforma da Previdência federal, para a qual foi montado um forte esquema de propaganda pelo governo e pelos meios de comunicação da burguesia (Telejornais, programas de TV, jornais impressos etc) para mentir sobre a real situação da Previdência Social, que nunca foi deficitária. Do mesmo modo acontece no âmbito dos Estados que estão um a um, inclusive aqueles que possuem governadores de esquerda, aprovando reformas iguais ou piores à de Bolsonaro. Nenhum deles apresenta a situação real, não só das contas da Previdência, mas das contas do Estado como um todo. As justificativas são somente de, descarregar um dito prejuízo no bolso dos trabalhadores, sem qualquer explicação, como se estes tivessem criado o dito déficit. Assim como outros governos pelo Nordeste, o governo de Fátima Be-
zerra, tem sofrido grande pressão da direita para implementar a política de ataques à população. Setores ligados às forças de repressão também têm feito grande pressão, inclusive com ameaças constantes de greves e intervenções pelos militares das Forças Armadas. E tem conseguido avançar, como mostram as medidas acima, que demonstram uma política de adaptação à política neoliberal da direita, o que é um grave erro político e que vai custar caro, pois não há solução por estas vias. Ceder às pressões da direita visando alianças eleitorais ou para enfrentar a extrema direita bolsonarista são “um beco sem saída” pois a extrema direita é produto do desmoronamento do centro do regime político, o chamado centrão, e se agarrar à política direitista tradicional somente leva ao
fortalecimento da extrema direita, e não o contrário. O caminho deve ser uma política de atendimento às demandas da população, como geração de emprego, investimento em programas sociais e em educação pública, por exemplo. As duas medidas, citadas acima, cortes de direitos para os servidores e investimento na repressão policial, são medidas que só beneficiam a burguesia e aumentam a espoliação da população. Os servidores do Rio Grande do Norte devem se manifestar imediatamente, quebrando a paralisia de setores que querem deixar as mobilizações pra Março ou para as eleições, contra as medidas de ataques aos seus direitos e escancarar a política demagógica que vem sendo tocada pelo governo do Estado.
RIO DE JANEIRO
Um milhão de pessoas recebem água suja em suas torneiras no Rio Água suja é o que tem saído das torneiras para mais de um milhão de pessoas na cidade do Rio de Janeiro. Isto comprova o descaso dos governos de direita com a população. Na cidade do Rio de Janeiro, mais de um milhão de pessoas estão bebendo água imprópria para o consumo humano. Moradores relatavam que quando abrem a torneira, se deparam com água barrenta, escura ou amarelada. Quem tem condições financeiras compra água mineral. Porém, quem não pode comprar, tem tido que ferver a água antes de beber. Há relatos de meninas que ficaram doentes depois de beber a água e sofreram de dores de barriga e febre. O problema atinge, com maior gravidade, os bairros Ricardo de Albuquerque, Campo Grande, Santa Cruz, Pedra de Guaratiba, Deodoro, Anchieta, Costa Barros, Jacarepaguá, Paciência, Brás de Pina e Piedade. De acordo com dados do IBGE, esses bairros juntos somam mais de um milhão de pessoas. O problema da água expressa o descaso dos governos de direita em relação às necessidades mais básicas do
povo. O governador do Estado, Wilson Witzel (PSC), está mais preocupado em promover o assassinato de crianças e jovens nas favelas da cidade do Rio de Janeiro por meio da Polícia Militar. Inclusive, ele embarca em helicópteros para assistir aos massacres. Quanto ao problema da água, um dos mais fundamentais para a mínima qualidade de vida da população, passa longe do seu horizonte. Já o governo municipal de Marcelo Crivella (PRB), preocupa-se em reprimir os vendedores ambulantes e implementar uma política de terror nas ruas contra estes. Crivella ainda deixou de repassar recursos para a rede básica de saúde, o que causou paralisia em metade das unidades. Assim como para o governador, para Crivella a questão da água não é um problema urgente para a população que deveria ser alvo das preocupações da Prefeitura.
14 | CIDADES
PRIVILÉGIOS DE MILICIANOS!
Prefeitura de Belfort Roxo tem milicano em cargo comissionado Milícias são a marca registrada do governo fascista de extrema direita, cujo rastro sempre deixa impunes e um rastro de sangue de muitos Amarildos e Mariellens. Se alguém ainda tem dúvidas como funciona um governo golpista de milicianos, aqui vai uma contribuição para a sua compreensão. Temos em Belford Roxo um exemplo interessante. E isso porque, de acordo com a decisão da juíza Cristina de Araújo Góes de Lajchter, da Vara de Execuções Penais (VEP) de Belford Roxo, o miliciano Juracy Alves Prudêncio, o Jura, ex-sargento da PM entre 2010 e 2014, obteve permissão para trabalhar fora do cárcere, como Diretor do Departamento de Ordem Pública da prefeitura de Belford Roxo, três meses depois de já ter conseguido a progressão do regime fechado para o semiaberto. A prefeitura que nomeou o miliciano, o fez mesmo sabendo que estava ele cumprindo pena de 26 anos de prisão pelos crimes de associação criminosa e homicídio. Procurada, a Prefeitura de Belford Roxo alegou que Jura, apesar de ter sido nomeado, “nunca tomou posse, ficando assim a sua nomeação sem efeito”. O município também afirmou que “nunca pagou salários a Juracy”. O ex-PM não foi encontrado. Jura estava preso desde 2009, quando foi o principal alvo da Operação Descarrilamento, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), que levou para trás das grades nove PMs acusados de integrar o Bonde do Jura. Segundo investigações, a milícia além de ser responsável por uma série de homicídios na Baixada Fluminense, de extorquir moradores e comerciantes, e de ter monopólio da exploração de TV, gás e transporte alternativo em áreas de quatro cidades da Baixada, também tinha pretensões eleitorais. Em 2008, Jura foi candidato a vereador de Nova Iguaçu pelo Partido Republicano Progressista (PRP). Com 9.335 votos, ele não conseguiu se eleger. De acordo com a investigação, o ex-PM usou a estrutura da milícia para fazer sua campanha. Na sua ficha, o miliciano tem uma condenação em 2010 – 4 anos e 8 meses de prisão pelo crime de associação criminosa, crimes que levaram-no à perda da função pública e expulsão da PM; e outra em 2014 – desta vez a 22 anos de prisão, pelo assassinato de um desafeto da milícia: Paulo Ricardo Soares da Silva, de 16 anos. Jura também foi citado no relatório final da CPI das Milícias. O documento já apontava que o bando liderado pelo ex-PM “era formado por 70 pessoas, incluindo policiais militares”. Ameaças feitas pela milícia levaram à transferência de seis policiais e até do delegado da 56ª DP (Comendador Soares), que investigava o bando. Uma policial foi afastada do trabalho após ser diagnosticada com síndrome do pânico. Veja que, como característica, as milícias dominam um território, vendem serviços de segurança (claro que contra eles próprios em primeiro lugar),
exploram atividades econômicas (a maioria ilícitas) , como se fossem um grupo empresarial de segurança diversificando sua participação no mercado de capitais local, mas também extremamente violentos. Entretanto, quando caracterizamos as milícias dessa forma, não conseguimos diferenciá-los dos demais grupos armados e que praticam atividades ilícitas, como são, por exemplo, os narcotraficantes, igualando-os, e, é claro, deixamos passar o que é essencial. Em 2008, o sociólogo Ignácio Cano apresentou à CPI das milícias no Rio de Janeiro, uma pesquisa realizada a partir de matérias jornalísticas dos jornais locais, entre janeiro de 2005 e setembro de 2007, que continham a palavra ―milícia ou polícia mineira, e os registros do Disque-Denúncia entre janeiro de 2006 e abril de 2008. Ao promover a análise qualitativa dos dados estudados, Ignácio Cano procurou responder algumas perguntas-chave. A primeira delas é: o que são as milícias? Cano define milícia em relação a cinco eixos que devem acontecer simultaneamente:1. controle de um território e da população que nele habita por parte de um grupo armado irregular; 2. o caráter coativo desse controle; 3. o ânimo de lucro individual como motivação central; 4. um discurso de legitimação referido à proteção dos moradores e à instauração de uma ordem; 5. a participação ativa e reconhecida dos agentes do Estado. Note-se, que, se só fossem considerados os três primeiros eixos: controle territorial, coação e lucro, certamente Cano estaria identificando as milícias com grupos armados do narcotráfico, ou máfias locais, para citar alguns dos grupos armados mais conhecidos,
e cometendo os mesmos erros que apontamos acima, e deixando passar algo mais. Contudo, os outros dois últimos eixos: discurso de legitimação e a participação dos agentes públicos, demonstram os exatos diferenciais que não poderíamos deixar de analisar, e denunciam o papel do Estado e a sua influência nas milícias. O discurso de legitimação relativo à proteção dos habitantes é um ponto central da milícia. Ela se apresenta como proteção contra a ameaça do crime, contra a desordem e, em última instância, contra o mal, simbolizado na figura do narcotraficante. Diferentemente do tráfico, que não precisa de legitimação, o que se justifica pela simples violência, a milícia não pode se apresentar como um grupo a mais do crime organizado. Tem que se apresentar como alternativa ao narcotráfico. Tenta assim se legitimar pelo seu oposto, como um ―mal menor. O último dos cinco pontos é a participação de agentes do Estado. Essa participação precisa ser divulgada localmente para que todos saibam que os milicianos são policiais, bombeiros etc. Essa divulgação é importante porque traz o diferencial das milícias em relação às quadrilhas de traficantes. Essa publicidade das milícias, e do seu papel “público” cumpre várias funções que vão desde divulgar um serviço prestado pelas milícias que se opõe à criminalidade, já que compostas por profissionais da segurança pública, até igualá-los à pacificadores que preservam a comunidade do jugo dos traficantes, como foi o que presenciamos no Rio, com as Unidades Pacificadoras, nas favelas principalmente. E se a essa pesquisa, somarmos o
direcionamento político que nos permita identificar as intenções de um regime de governo fascista, e porque de disseminar essa ideias que deixam os milicianos mais à vontade para agir, ficará fácil o entendimento e o controle que esse regime político busca ter, principalmente quando, na cabeça pensante e controle de tudo, se colocam o Exército e a extrema-direita. Vem sendo, através do controle das milícias diretamente, mas também dos demais grupos armados, indiretamente, que o Estado Fascista de Bolsonaro, mas também de Dória e Witzel, por um lado articula a bandeira da segurança pública, erguida como um estandarte que os permitam adquirir créditos juntos aos incautos, a maior parte da população, com a apresentação de números demonstrativos do controle de assassinatos e roubos de pouco impacto contra a propriedade privada, e somar com isso popularidade diante dos eleitores. E por outro lado, esconder que se impõe por uma dura repressão, marcada pela extorsão e violência, com tortura e assassinato, além de exploração de um mercado que se apresenta como o mais rentável no mundo: tráfico de entorpecente, mulheres, prostituição, e armas, e tudo isso com a aparência de legalidade. É claro que tem muito mais, e que há muito que falar e explicar sobre as artimanhas do Estado fascista. Na verdade, o Brasil, para falar só do nosso país, está cheio de “Belford Roxos”. Exemplos como esse se somam ao de Marielles e de Amarildos por todos os lados, deixando um rastro de sangue emblemático de um regime fascista, da extrema-direita, como é o do golpista e ilegítimo presidente Bolsonaro.
MULHERES E ESPORTES |15
O OBSCURANTISMO MIRA OS JOVENS
Campanha ‘Eu escolhi esperar’ é idelizada por Pastor evangélico O Obscurantismo moral da direita, coloca em risco a saúde dos jovens. A adolescência é a camada onde mais cresce os casos de HIV no Brasil. Em consonância com o discurso dos ministros da ala Gospel do governo fascista, está sendo idealizada a introdução de livros didáticos que tentam direcionar os jovens brasileiros à iniciação sexual em idade mais tardia. Os livros didáticos que estão sendo geridos, são idealizados pelo pastor Nelson Júnior. Escritor e palestrante idealizador do movimento EEE ( Eu Escolhi Esperar) em 2011. Com o poder nas mãos do “ecumênico” Bolsonaro, o movimento ganha força e é promovido à elaborador de livros que serão distribuídos pelo governo nas escolas públicas. Nelson Júnior, assim como os demais do círculo Bolsonarista , é conhecido por sua idéias conservadoras e alinhadas com a extrema direita. ” Eu Escolhi Esperar é uma campa-
nha de preservação sexual, ou seja, acreditamos que o sexo é uma bênção de Deus que só deve ser vivenciado dentro de uma aliança de casamento. A outra área que trabalhamos é com o que chamamos de saúde emocional, cremos que Deus tem um plano para todas as áreas da nossa vida, inclusive para nossa vida amorosa.” Em 2018 o pastor foi alvo de um artigo intitulado “Uma farsa chamada Eu escolhi esperar” onde o ministério é acusado de usar a teologia do conto de fadas para ganhar dinheiro através da marca EEE. Dados do Ministério da Saúde mostram que os casos de gravidez na adolescência (até 19 anos) segundo a Organização Mundial de Saúde,seguem em alta, principalmente nas camadas mais pobres da população. O último
relatório da ONU , demonstra que o Brasil registra 62 jovens gestantes a cada mil jovens entre 15 e 19 anos, enquanto a taxa média mundial é de 44 a cada mil. Outra questão também de grande relevância e talvez de maior complexidade e risco , é o alto índice de doenças sexualmente transmissíveis que atingem esta faixa etária. Especialistas na área afirmam que a causa seria o baixo uso de preservativos pela população jovem. Dados da ONU indicam que o Brasil apresentou aumento de 21% no número de novos casos de infecções por HIV de 2010 a 2018, o que vai na contramão mundial, já que, no mesmo período, a queda foi de 16% no planeta. A Adolescência é a camada em que mais crescem os casos de Aids no Brasil.
Resultado que em nada surpreende pois desde o golpe de 2016 , as campanhas de prevenção das DST( doenças sexualmente transmissíveis) foram praticamente banidas dos meios de comunicação, e das escolas em consonância com os valores morais da direita brasileira. Não se trata em estimular ou adiar a iniciação sexual na população jovem , e sim de utilizar abordagens realistas . É fato que no mundo todo a vida sexual inicia em torno do 16 anos. Ignorar isto é colocar um véu sobre a verdade e abordar o tema sexualidade na adolescência com teorias morais mostra-se como um desconhecimento total do desenvolvimento físico e social do ser humano. É o obscurantismo mirando a educação dos jovens no Brasil.
INVASÃO ESTRANGEIRA NO FUTEBOL
TRANSFERÊNCIAS PRECOCES
Ataque ao futebol brasileiro: recorde de técnicos estrangeiros no País
Jovens jogadores brasileiros são alvo dos capitalistas europeus
Campanha internacional contra o futebol brasileiro tem gerado uma invasão de técnicos estrangeiros no país do futebol!
Assédio dos europeus sobre o futebol brasileiro evidencia
Sob intensa campanha depreciativa por parte da imprensa golpista, o futebol brasileiro vai ter no ano de 2020 uma quantidade recorde de técnicos gringos. Até o momento estão confirmados cinco nomes, quatro na série A (veja relação abaixo) e um da série B. Flamengo – Jorge Jesus, português, ex-técnico do Al-Hilal (Ara. Saudita), Benfica, Sporting, Braga, etc. Atlético Mineiro – Rafael Dudamel, venezuelano, ex-técnico da seleção venezuelana e Deportivo Lara; Internacional – Eduardo Coudet, argentino, ex-técnico do Rosário Central, Racing e Tihuana (México); Santos – Jesualdo Ferreira, português, ex-técnico de Al-Sadd (Qatar) e Sporting, Porto, Braga, Benfica, Málaga etc; Avaí – Augusto Inácio, português, ex-técnico de Aves, Moreirense, Sporting etc. Além destes confirmados há outros times ainda em busca de técnicos e podem contratar mais estrangeiros, cedendo à propaganda da grande imprensa contra o futebol nacional. Com esse número os dois principais campeonatos do país, séria A e B, apresentarão mais técnicos estrangeiros do que ligas europeias, como a espanhola e a italiana, com 3 técnicos estrangeiros, e a portuguesa com apenas 1. O futebol brasileiro, que é o mais vitorioso e continua reconhecido mundialmente, dando o país a alcunha de país do futebol e de que “cada brasileiro é um técnico de futebol”, estranhamente, de uns tempos pra cá, parece ter desaprendido como fazer seus jo-
gadores formarem bons times ou ainda que, seus técnicos estão desatualizados e precisam de reciclagem, se atualizar, estão ultrapassados. O que não é verdade obviamente, mas pode enganar os torcedores desavisados. Na verdade, esses argumentos fajutos fazem parte de uma intensa campanha contra o futebol brasileiro que visa depreciar os jogadores, técnicos e os times nacionais visando fins comerciais, para aumento da exploração pelos capitalistas que atuam neste mercado multimilionário, do qual o Brasil é uma fonte constante de bons jogadores. Por outro lado, está a propaganda massificada a favor do futebol europeu, que seria o futebol moderno, organizado, aonde o público sabe apreciar o esporte, aonde há os melhores técnicos, gestores etc. Um engodo completo, pois o futebol europeu expressa a exploração econômica que os burguesia imperialista impõe aos países de capitalismo atrasado. Basta ver a quantidade de atletas estrangeiros nas ligas europeias, tomadas por sul-americanos e africanos principalmente. Entretanto, estes jogadores são os mesmos formados pelos ditos técnicos ultrapassados do futebol nacional, uma contradição inexplicável. É preciso denunciar, se manifestar e defender o futebol brasileiro desta campanha internacional, a qual tem ganhado reforço com a política da extrema direita de repressão policial aos torcedores, proibindo torcidas organizadas e a livre manifestação nos estádios. Tudo isso faz parte do mesmo pacote.
que nossos futebolistas ainda são os mais temidos a despeito da imprensa imperialista A possível transferência de Reinier do Flamengo para o Real Madri é mais um episódio de aliciamento precoce do futebol europeu sobre o futebol brasileiro. Tal prática gera dois problemas, por um lado a dificuldade de formar uma liga ainda mais competitiva do que já é, por outro a falta de estrutura e até mesmo marketing dos nossos jogadores quando chegam à Europa. Vamos começar explicando sobre o valor agregado do atleta. Muitos jogadores brasileiros de talento notório costumam sair daqui antes mesmo de gerarem uma certa identificação com os torcedores brasileiros, algo que poderia valorizar seus passes e até mesmo gerar uma maior receita aos clubes. Além disso, diferentemente de estrelas europeias questionáveis que ganham notoriedade apenas por terem jogado em algum clube grande da Europa, nossos futebolistas são vendidos e se promovem exclusivamente pelo seu futebol. É o caso em que certa vez o ex-lateral Cicinho relatou sobre Ronaldo Fenômeno, mesmo no auge, ser alvo de críticas e sugestões da imprensa espanhola para que fosse reserva de Raul, um atacante que na época era muito mais limitado. Diferentemente da imprensa brasileira, acostumada a ser sabujo do imperialismo mesmo em assuntos esportivos, na Europa valoriza-se o atleta nacional mesmo quando a inferioridade de um nativo a um estrangeiro é lógica. Ou seja, Reinier,
assim como Ronaldo Fenômeno e tantos outros tem a seu favor apenas o talento e pior, tendo ainda apenas 17 anos, uma responsabilidade enorme que não recai sobre os europeus. O outro problema apresentado é a competitividade da liga, um talento como Reinier, que embora tenha sido pouco visto no ano de 2019, nas 14 partidas em que participou do Campeonato Brasileiro fez 6 gols e duas assistências, seria um concorrente e até mesmo inspiração para os atletas brasileiros, afinal é jogando contra os melhores que se desenvolvem os atletas. Apesar disso, o futebol brasileiro, mesmo sob constante assédio financeiro ou mesmo desvalorização da imprensa, permanece sendo um polo de formação de grandes futebolistas. O assédio imperialista ao nosso futebol precisa ser detido.
Não leia o que eles querem que você leia. Saiba o que realmente está acontecendo
SEMANÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA O jornal Causa Operária é o mais tradicional jornal da esquerda nacional, um semanário operário, socialista que contém notícias e análise de interesse para as lutas operárias, populares e democráticas. Adquira o seu com um militante do partido por apenas R$2,00 ou entre em contato pelo telefone: 11 96388-6198 e peça já o seu exemplar