Edição Diário Causa Operária nº5659

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SEXTA-FEIRA, 31 DE MAIO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5659

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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Atos contra Bolsonaro foram enormes em todo o País

Atos contra Bolsonaro levam milhares às ruas de São Paulo Essa quinta-feira foi o segundo grande ato nacional de massas contra Bolsonaro, tomando como mote os ataques à educação mas exigindo não apenas o fim desses ataques, mas o fim do governo em si, após os grandes atos do dia 15 de maio, quando mais de um milhão de pessoas foram às ruas de todo o País.

HOJE, ÀS 14H , NA CAUSA OPERÁRIA TV

A hora é agora: derrubar Bolsonaro! Mais uma vez a juventude e os trabalhadores tomaram as ruas do país inteiro para protestar contra o governo golpista de Jair Bolsonaro. A palavra de ordem predominante é inequívoca: fora Bolsonaro! O governo que ataca a Educação também ataca a população por muitos outros flancos.

Imprensa golpista tenta esconder que os atos foram contra o governo e muito maiores que os do dia 26 Os atos de ontem (30) levaram mais de meio milhão de pessoas às ruas para protestar contra o governo de Jair Bolsonaro. Convocadas inicialmente pela União Nacional dos Estudantes (UNE), as manifestações contaram com a adesão de várias entidades, como sindicatos e partidos políticos, e empurraram o governo ilegítimo ainda mais para o abismo.


FRACASSO DOS ATOS COXINHAS

Não dizer que coxinha fracassaram e deram um vexame seria falsificar a realidade D

omingo (26) Bolsonaro tentou repetir a marcha sobre Roma de Mussolini. Convocou manifestações no país inteiro em uma tentativa de se contrapor aos protestos que tomaram o Brasil no dia 15 exigindo a queda de seu governo. Esses novos coxinhatos foram um fracasso, e apenas serviram para expor a fraqueza do governo e afundá-lo ainda mais. Do ponto de vista dos trabalhadores, é hora de aproveitar para intensificar a campanha pela queda de Bolsonaro, que está prestes a cair. Rapidamente, no entanto, a imprensa golpista, que a princípio não apoiava os atos bolsonaristas, passou a vender a ficção de que os atos teriam sido relativamente grandes e apoiariam as reformas de Bolsonaro, como a da previdência. Escondem o fracasso dos atos e os apresentam como uma defesa de reformas rejeitadas pela esmagadora maioria da população. Manipulam os coxinhatos de Bolsonaro co-

mo fizeram com todos os coxinhatos até hoje. Mudaram a abordagem relativa aos atos dias antes de eles acontecerem, percebendo que se fossem muito pequenos revelariam a ampla rejeição popular não apenas a Bolsonaro, mas a todas as suas reformas e ao seu programa neoliberal como um todo. Isso seria um desastre para os capitalistas, que trataram de tentar evitá-lo. É preciso desmenti-los e apontar os protestos coxinhas como eles foram de fato: um fiasco da extrema-direita. Embelezar os coxinhatos só ajuda a imprensa golpista Diante do fiasco bolsonarista surgiu logo quem procurasse mitigar a derrota da extrema-direita. Por um lado, seria um erro apontar que as manifestações foram pequenas. Por outro, seria um “erro” indicar que a extrema-direita é composta por histéricos desquali-

ficados. O problema é que tanto uma coisa quanto a outra são a única forma objetiva de se referir ao que aconteceu no dia 26. Os atos foram pequenos, e os direitistas que apareceram eram coxinhas ensandecidos da pequena burguesia direitista. Não apontar isso só ajudaria a imprensa golpista a confundir a situação. Para constatar que os atos foram pequenos basta olhar as imagens. Quanto ao caráter coxinha dos atos, basta dizer que os coxinhas simplesmente reivindicavam a reforma da Previdência de Paulo Guedes, além de parte expressiva deles defender que Bolsonaro feche o Congresso e se torne o Führer do Brasil. Procurar disfarçar isso é fazer coro com a Rede Globo. E a Rede Globo está fazendo isso porque defende o mesmo programa econômico de Bolsonaro. Para defender esse programa, nesse momento a burguesia tenta impedir a polarização política na so-

ciedade. Está ficando claro e delimitado que, de um lado, uma minoria coxinha de extrema-direita defende o governo, enquanto a esmagadora maioria rejeita o governo, seu programa e quer sua queda. A direita golpista precisa obscurecer esse fato para evitar que a polarização se torne mais intensa, e que dessa forma a esquerda cresça, organizando grandes atos contra o governo, até que os golpistas sejam derrotados e todo o programa da direita vá por água abaixo. É preciso trabalhar, portanto, para que justamente a polarização política se amplie, e a oposição popular ao governo fique cada vez mais clara, e as mobilizações se ampliem nesse sentido. E para isso não se pode confundir o que aconteceu no dia 26. Em primeiro lugar, foi um ato coxinha cheio de fascistas. Em segundo lugar, foi um fracasso total, mais uma derrota do governo Bolsonaro.


OPINIÃO E POLÊMICA| 3 EDITORIAL

A hora é agora: derrubar Bolsonaro! M

ais uma vez a juventude e os trabalhadores tomaram as ruas do país inteiro para protestar contra o governo golpista de Jair Bolsonaro. A palavra de ordem predominante é inequívoca: fora Bolsonaro! O governo que ataca a Educação também ataca a população por muitos outros flancos. É um governo que tem como programa esmagar os trabalhadores, aumentar a exploração e a miséria e entregar todas as riquezas do país para seus patrões estrangeiros. É esse programa destrutivo que está provocando a reação popular e levando a massivas manifestações pela queda do governo. Diante desse quadro, o movimento que se expressou ontem (30) levantou a reivindicação do fim desse governo golpista, continuando os atos do dia 15 e preparando a greve geral do próximo dia 14. Não adianta se contrapor a uma ou outra medida específica do governo, ou a um minis-

tro determinado. Toda a política do governo é de ataques às massas, que estão reagindo. Por isso é preciso aproveitar esse momento para levar essa reivindicação popular até a vitória. De um lado, amplas massas foram capazes de se mobilizar

em torno de uma política clara. O Fora Bolsonaro já é um clamor popular. De outro lado, o governo está em crise, atingido por disputas internas e sem conseguir se articular no Congresso. Dia 26, em um ato de desespero, a extrema-direita realizou atos para

apoiar o governo. Os atos foram um fracasso absoluto, que serviram para expor ainda mais a fragilidade de um governo que mal se mantém de pé. A imprensa tentou disfarçar esse fato, inflando os atos e apresentando o suposto apoio de uma parte da população às políticas do governo. Esse é outro sinal de desespero da direita golpista. Uma queda de Bolsonaro pode dificultar ainda mais as coisas para a direita golpista e para o imperialismo no Brasil. Todas essas circunstâncias devem ser aproveitadas agora, enquanto o momento é favorável à mobilização dos trabalhadores e de outros setores populares, como a juventude que está nas ruas contra as políticas de Bolsonaro. É hora de intensificar a mobilização em torno da derrubada de Bolsonaro. Para que haja mais atos, a toda a hora e em toda parte, exigindo o fim do governo Bolsonaro. Fora Bolsonaro!

COLUNA

Levar o fora Bolsonaro para a greve geral! Por João Pimenta

A

palavra de ordem de “Fora Bolsonaro” foi gritada em todos os cantos do País neste dia 30 de maio. Estudantes, professores, servidores, trabalhadores foram às ruas contra o governo golpista de Jair Bolsonaro e deram uma enorme demonstração de força, a segunda desde o dia 15. O governo Bolsonaro está muito pressionado pela força das mobilizações contra ele. A fato da palavra-de-ordem ter se alastrado por todo o País é sintomático, o povo quer a saída do governo. Um dos grandes entraves para o desenvolvimento desta luta são as direções do movimento. No caso da mobilização do dia 30, a UNE (União Nacional dos Estudantes), encabeçada pelo PCdoB, fez questão de dizer que as mobilizações não eram mobilizações contra o governo, apesar do fato de

TODOS OS DIAS ÀS 10H, NA CAUSA OPERÁRIA TV

que os manifestantes gritavam contra Bolsonaro. Existe no atual momento uma grande polêmica em torno da seguinte questão: chamar ou não chamar o “Fora Bolsonaro”? Não levantar essa palavra-de-ordem seria um erro crasso, o governo está enfraquecido, é um governo ilegítimo, eleito pela fraude, impopular, até as pesquisas burguesas comprovam sua impopularidade. O próximo palco desta disputa será a greve geral do dia 14 de junho. Nesta mobilização de massas é preciso colocar a questão às claras: não é apenas contra os cortes na educação, não é apenas contra a reforma da previdência, é contra todo o governo, é a única forma de ser bem-sucedido nesta luta, é preciso ir à raiz do problema, é preciso derrubar Jair Bolsonaro.


4 |POLÍTICA

DIA 30

Atos contra Bolsonaro levam milhares às ruas de São Paulo E

ssa quinta-feira foi o segundo grande ato nacional de massas contra Bolsonaro, tomando como mote os ataques à educação mas exigindo não apenas o fim desses ataques, mas o fim do governo em si, após os grandes atos do dia 15 de maio, quando mais de um milhão de pessoas foram às ruas de todo o País. Em São Paulo, milhares de pessoas (no mínimo, 10 mil) caminharam do Largo da Batata – onde começou o ato – até a Avenida Paulista, totalizando 4,7 quilômetros de marcha, que passou pela Avenida Brigadeiro Faria Lima e pela Avenida Rebouças, antes de chegar ao destino final. viu uma motociclista acenando com um “L” na mão, em referência à liberdade do ex-presidente. Perdeu? Assista a cobertura especial da COTV sobre os atos de ontem

Os organizadores do ato, como de costume, tentaram impedir que uma democracia operária fosse plenamente estabelecida, ou seja, que todos os que quisessem falar ao microfone realmente o fizessem, e tentaram mesmo (alguns) abafar o clamor popular pelo Fora Bolsonaro. No entanto, muitas das organizações participaram do coro “Fora Bolsonaro” durante o ato. Ficou claro que o ato em São Paulo – assim como na maior parte do País – foi bem maior do que os atos coxinhas do último domingo, que levaram muito menos gente, embora os organizadores tenham dado números aberrantes como 500 mil pessoas. O ato em São Paulo demonstrou que a tendência popular é a luta pelo Fora Bolsonaro e a esquerda precisa levantar essa palavra de ordem – que já está na boca do povo – para ir para cima do governo e derrubá-lo.

OS COXINHAS PERDERAM

Atos do dia 30 com 500 mil nas ruas tornaram o dia 26 irrelevante O

ntem (30) a população tomou novamente as ruas para exigir o fim do governo de Jair Bolsonaro. O dia de protestos já estava marcado antes, mas acabou servindo de resposta aos atos bolsonaristas de domingo (26). No entanto, mal se pode realmente comparar as duas coisas. Os atos do dia 26 já tinham sido muito menores do que os grandes protestos de massa do dia 15. Diante dos atos de ontem, mais uma vez os atos bolsonaristas ficaram pequenininhos. Enquanto no dia 30 a esquerda levou pelo menos 500 mil pessoas às ruas, e no dia 15 pelo menos 1 milhão, Bolsonaro não chegou nem 50 mil somando-se todos os protestos do dia 26. A imprensa golpista procura encobrir esse fato comparando o número de cidades em que houve protestos. Olhando esse número, pareceria que as duas coisas são comparáveis. No entanto, os únicos atos a favor de Bolsonaro que poderiam ser considerados grandes aconteceram em São Paulo e no Rio de Janeiro. Mesmo assim, os dois perderam tanto para o dia 26 quanto para o dia 30. E de muito longe. A dimensão das duas coisas é tão diferente que a comparação sequer faz sentido. A atitude da imprensa burguesa ao tentar encobrir essa diferença tão gritante demonstra o desespero da burguesia frente à mobilização popular. O problema para a direita é que seu programa é impopular. E esse governo está tendo sua impopularidade revelada diante do país inteiro de modo incontornável. O clamor popular é pelo Fora Bolsonaro, enquanto nos atos do dia 26 não apareceu ninguém. Em algumas cidades, em sentido literal. Enquanto em outras cidades houve

“atos” com uma única pessoa defendendo o governo. É na comparação mais geral entre as duas mobilizações a nível nacional que a diferença é ainda muito mais profunda. Nos dias 15 e 30 a esquerda realizou atos grandes em muitas capitais e cidades médias, e até em cidades pequenas. Os bolsonaristas só conseguiram encher, e re-

lativamente, duas cidades, em pleno domingo. O governo Bolsonaro está rapidamente se encaminhando para a mesma situação em que estava o governo Temer. Por isso chegou a hora de finalmente derrubar Bolsonaro e derrotar a direita golpista por meio da mobilização nas ruas. Para reverter

a destruição golpista contra os trabalhadores e o país. Para comparação: na foto primeira foto, a população protesta contra Bolsonaro dia 30 no Largo da Batata; na segunda, um punhado de coxinhas fracassa na defesa do moribundo governo de extrema-direita, em um amontado de gente cheio de lacunas e clarões.


POLÍTICA | 5

PRESÍDIOS

Genocídio estatal para encher o bolso dos capitalistas A

população carcerária no Brasil ultrapassa 750 mil pessoas, ou seja, as prisões estão quase 70% acima de sua capacidade. Quase 36% dos detentos não tiveram julgamento, ou seja mais de um terço dos presos no país não foi condenada em definitivo por supostos crimes praticados. Assim, o Brasil só perderia para os EUA e para a Índia em número de prisões provisórias. A previsão é de que até 2025, considerando a dinâmica atual, de criminalização da pobreza e com o predomínio de uma política de intensa repressão, o Brasil deve alcançar a marca de 1,5 milhões de presos. Se os números são aterradores, a realidade é ainda pior, pois os números não são capazes de nos fazer entender que a superlotação em presídios e cadeias implica aumento da violência e da dificuldade de gerir o próprio sistema. Se considerarmos o ultimo censo, chegamos a um números de sete cidadãos presos a cada 100 pessoas no país. Entre 2000 e 2014, a população carcerária aumentou 161%, com uma média de 7% ao ano. Estados Unidos, China e Russia diminuíram o número de presos entre 2008 e 2014, enquanto o Brasil aumentou em 33%. Sabemos que o crescimento no número de presos não se relaciona, ao menos exclusivamente, ao aumento da criminalidade, mas, acima de tudo, à consolidação de um estado de coisas dominado pela extrema-direita, patrocinadora da ideia de que punir mais é a única resposta para a criminalidade, ou seja, o único modo de combater a criminalidade é tornar crime novas condutas, e elevar quanto possível as penas previstas. Some-se a isso o aumento das possibilidades de detenções provisórias e a imposição de barreiras para a progressão de regime e para a concessão de livramento condicional. Sem entrar nas questões propriamente legais (Lei de Crimes Hediondos de 1990 ou Lei de Drogas de 2006) que nas ultimas décadas foram pavimentando essa intensificação do encarceramento em massa, temos no horizonte a questão da privatização dos

presídios. Para ficarmos com um caso gritante, essa semana foram mais de 55 mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), de Manaus, quase se igualando aos assassinatos ocorridos em 2017 no mesmo complexo penitenciário, com 56 mortes. A imprensa fala em mortes resultantes de rebeliões, mas há que se perguntar qual o papel da privatização nesses episódios. Sim, o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), de Manaus, é gerido pela empresa Umanizzare, cujo dono, Luiz Gastão Bittencourt, além de presidente da Federação do Comércio do Ceará, foi interventor no Sesc-Senac do Rio de Janeiro, administrando R$ 1 bilhão por ano, a despeito das muitas suspeitas sobre ele. Nas mãos da iniciativa privada, somente nesses dois eventos, as rebeliões totalizam mais de 100 mortes, mas a culpa pela precariedade das condições dos presos, a falta de segurança, a superlotação, tudo isso é esquecido e a culpa recai sobre os próprios presos. A política neoliberal de redução da interferência estatal que é apresentada como receita única para todos os problemas abrange a privatização de setores anteriormente impensáveis, sob argumentos de livre concorrência, de redução de custos, de otimização do gerenciamento etc. A lógica é a de acumulação de capital, motivo pelo qual critérios e objetivos sociais são substituídos por preceitos meramente mercantis. A privatização de presídios foi proposta e vem sendo implementada no país dentro dessa lógica. Sustentada em premissas economicistas, a crise do sistema carcerário passa a ser concebida em termos físicos e monetários apenas. Assim, sustenta-se que privatização do sistema levaria a custos menores, a serviços de melhor qualidade e ao aumento no nível de responsabilização. Supõem-se que as empresas privadas teriam mais interesse que o Governo em evitar falhas, já que essas contribuiriam para uma propaganda negativa. Além disso, a competição do meio privado levaria à otimização dos serviços com baixo custo.

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O que temos, no entanto, até o momento, é, na verdade, a concessão dos presídios se dá a partir de acordos políticos, o que envolve, inclusive financiamento de campanha. Assume-se a gestão de presídio mesmo sem expertise e ganham de acordo com a população carcerária, ou seja, há um interesse na superlotação. A população carcerária explodir é quase algo planejado. Devemos lembrar do caso do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, privatizado, que, em novembro de 2010, foi palco de uma rebelião que resultou em 18 presos mortos. Em 2013, foram cerca de 60 presos assassinados nas sete prisões do Complexo, e, em 2014, pelos menos outros 17 foram mortos. O caso de Manaus, por sua vez, é relevante porque os dados mostram que o custo por preso é super elevado. Dessa forma, a superlotação implica aumentar o faturamento. Mas, a coisa é mais complicada que isso, pois é comum que as empresas faturem absurdamente ao mesmo tempo em que acumulam dívidas fiscais e trabalhistas. Quando o passivo se torna insolúvel, fecha-se a empresa. Os ’empresários’, protegidos pelo Estado, abrem uma nova empresa e, não raro, assumem a gestão novamente, apesar das dívidas, porque os contratos políticos tem que ser mantidos. Ou seja, seres humanos são entregues a uma máquina de fazer dinheiro e de destruição de vidas. Diferente do que a propaganda diz, as práticas corruptas não desaparecem, a questão contratual não garante padrões de

desempenho elevados e nem sequer permitem aplicação de sanções a empresas que descumprem os contratos. E nem precisamos dizer que a defesa da privatização das prisões despreza problemas estruturais e reforça e legitima o papel da pena privativa de liberdade, quase como única forma de lidar com a desigualdade, com a pobreza (criminalizada). As mais de 100 mortes em Manaus são provavelmente resultado de uma adequação no próprio sistema, pois embora a superlotação seja desejada pelos capitalistas, pode ser necessário eliminar agentes que podem causar prejuízos ou serem capazes de fazer chegar à opinião publica denuncias sobre a realidade dos presídios privatizados. Se a expectativa é que o número atual de presos mais que dobre nos próximos sete anos, não há problemas em que morram os indesejáveis, os invisíveis, os miseráveis cujo nome desconhecemos, pois outros os substituirão e o faturamento não vai diminuir, assim como os investimentos nunca serão de fato realizados em conformidade com o contratado. Independente de se privatizam ou não, o mais importante é que não muda o fato de que as vidas humanas são o que menos importa para os capitalistas. A privatização dos presídios, na realidade, apenas revela que o Estado terceiriza, em parte, o genocídio que promove sistematicamente. Trata-se de dinheiro acima de tudo. Mais pobres serão presos, mais pobres morrerão, mais dinheiro será transferido para o bolso dos capitalistas.


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ATOS DIA 30

Imprensa golpista tenta esconder que os atos foram contra o governo e muito maiores que os do dia 26 O

s atos de ontem (30) levaram mais de meio milhão de pessoas às ruas para protestar contra o governo de Jair Bolsonaro. Convocadas inicialmente pela União Nacional dos Estudantes (UNE), as manifestações contaram com a adesão de várias entidades, como sindicatos e partidos políticos, e empurraram o governo ilegítimo ainda mais para o abismo. Apesar de as manifestações terem sido grandes e muito superiores aos atos bolsonaristas do dia 26 de maio, a imprensa burguesa procurou, como lhe é de costume, mostrar outra versão. Segundo a versão do portal G1, da Folha de S. Paulo e dos demais grandes órgãos da imprensa burguesa, os atos não foram direcionados contra o governo, mas sim a favor da Educação. Trata-se, obviamente, de uma grande mentira. O discurso de que os atos são apenas a favor da Educação foi reproduzido por vários setores da esquerda, principalmente pelas direções estudantis ligadas à esquerda pequeno-burguesa, nomeadamente o PCdoB e o Psol. No entanto, a maior parte dos manifestantes estava interessada em ir muito mais além do que simplesmente impedir que as universidades sofressem um corte de verbas: a vontade era de derrubar o governo. Os atos do dia 15 e do dia 30 de maio não constituíram nenhum “novo movimento”. São todos eles a continuidade de um mesmo movimento: o movimento de luta contra o golpe. As mesmas entidades que vêm comba-

tendo a direita desde o impeachment de Dilma Rousseff foram as entidades que estiveram à frente dos atos supostamente “pela Educação”. Além disso, experiências como a luta contra a prisão de Lula, a luta contra as “reformas” do governo Temer e a greve geral de 2017 são parte do aprendizado dos que participaram dos atos de ontem: é esperado, portanto, que os participantes estejam sendo movidos pelo interesse em combater a direita golpista que mantém Lula na cadeia e quer impor um verdadeiro massacre a toda a população.

Outra canalhice da imprensa burguesa em sua cobertura dos atos de ontem foi a de equipará-los aos atos bolsonaristas do dia 26 de maio. Os atos bolsonaristas, que, na verdade, foram um fiasco bancado pela burguesia, não conseguiram reunir sequer 10% da quantidade de pessoas que estiveram nos atos de ontem. Dizer que houve atos em defesa do governo Bolsonaro, assim como houve atos em defesa da Educação, é uma distorção completa. Portais como o UOL, pertencente à Folha de S. Paulo, chegaram a afirmar que os atos de ontem comprovaram que a

oposição ao governo Bolsonaro estaria perdendo força. A justificativa seria a de que os atos tiveram uma quantidade menor de pessoas presentes do que nos atos do dia 15 de maio. Essa justificativa, no entanto, não faz o menor sentido. O que deve ser levado em consideração é que, entre os dias 15 de maio e 14 de junho foram marcados três grandes atos nacionais contra o governo Bolsonaro – duas greves da Educação e uma greve geral. Isso é um indicativo de que o governo está perdendo cada vez mais o controle, pois a tendência à mobilização permanece intensa.


POLÍTICA | 7

FOTOS E VÍDEOS

Em todo o Brasil, o povo pediu o Fora Bolsonaro O

s atos por todo o País nessa quinta-feira (30) ficaram marcados, assim como já havia ocorrido no dia 15, pela exigência popular pelo Fora Bolsonaro. Em todas as regiões do Brasil, mais de meio milhão de estudantes e trabalhadores saíram às ruas de cerca de 200 cidades em claros protestos diretamente contra o governo de extrema-direita, não somente contra as medidas para destruir a educação. Logo pela manhã, os manifestantes de Teresina (PI) levaram uma faixa “Fora Bolsonaro” para a Praça da Liberdade, no centro da cidade, demonstrando qual seria a exigência central desse dia nacional de lutas. Ainda pela manhã, na Bahia os manifestantes também levaram para as ruas o lema “Fora Bolsonaro”. Em Salvador, os militantes do PCO estiveram presentes com a grande faixa “Liberdade Para Lula, Fora Bolsonaro”.

Também em Salvador, muita gente colheu e distribuiu os cartazes dos Comitês de Luta Contra o Golpe que estampam as frases “Liberdade para Lula e Fora Bolsonaro”, bem como os adesivos “Fora Bolsonaro”.

Ainda na capital baiana, os ativistas da AMES, FENET e Movimento Correnteza também abriram uma grande bandeira com o rosto de Bolsonaro “proibido” e com as inscrições: “Você quer fechar nossa escola? Então fecharemos seu governo”.

Em Porto Seguro, também na Bahia, da mesma forma estava presenta a faixa “Liberdade para Lula e Fora Bolsonaro”, levantada pelos companheiros do PCO, dos Comitês de Luta Contra e Golpe e demais militantes de esquerda.


8 |POLÍTICA Nessa mesma cidade, os manifestantes “avulsos” também levaram cartazes pedindo o Fora Bolsonaro

Já na região Sul, em Santa Catarina, a assembleia de servidores municipais de Florianópolis também teve protestos diretamente contra o governo de extrema-direita, com gritos de “Fora Bolsonaro” Por sua vez, em Brasília, manifestantes se reuniram desde a manhã de ontem para protestar contra o governo. Temendo o povo, o Ministério da Justiça autorizou o uso da Força Nacional de Segurança para reprimir os manifestantes que se aproximassem do Ministério da Educação. Mas o povo não se intimidou e simplesmente queimou um boneco do presidente fascista justamente em frente ao MEC, e logo depois os presentes gritaram o tradicional “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*”. A extrema-direita, logicamente, ficou magoada e iniciou uma campanha chamando os manifestantes de “baderneiros”. Na cidade de Barbalha, no Ceará, houve a presença de uma nova faixa pelo “Fora Bolsonaro”, feita pela própria população da cidade, uma grande faixa que demonstra novamente a vontade popular de derrubar o governo.

Em Goiânia (GO), muitos estudantes e trabalhadores estavam nas ruas em uma grande manifestação. Também esteve presenta a palavra de ordem “Fora Bozo” em cartazes nas mãos da juventude e da “velha guarda”. Além disso, assim como em Brasília, teve a queima de um boneco do fascista ilegítimo.

Em Belo Horizonte, uma grande manifestação com milhares de pessoas também contou com a presença de grandes faixas pelo “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”.

Em Maceió (AL), manifestantes avulsos também levaram cartazes com palavra de ordem no mesmo sentido: “Fora Bozo”.

Já em São Paulo, capital, dentre as cerca de 10 mil pessoas no ato que foi do Largo da Batata à Avenida Paulista, estava a faixa do PCO, de “Fora Bolsonaro”, além de muitos gritos pela derrubada do presidente fascista.


POLÍTICA | 9

FORA BOLSONARO

Atos contra Bolsonaro foram enormes em todo o País A

tos gigantescos, em sua maioria estudantes, ocuparam as ruas de todas as regiões do País Até o começo da noite dessa noite de quinta (dia 30), o nada confiável jornal golpista das organizações golpistas Globo, contabilizava atos em 25 Estados e no Distrito Federal. A União Nacional dos Estudantes (UNE), contabilizava manifestações em quase 200 cidades, na segunda grande jornada de luta contra o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro e seus ataques contra os trabalhadores e a juventude. Os atos se iniciaram pela manhã, em Brasília, Resultado de imagem para Atos Brasília 30 de Maioem importantes capitais do Nordeste, como Salvador – que teve mais de 20 mil presentes – e por cidades do interior de São Paulo e de diversas regiões do País e se espalharam ao longo do dia, terminando com os maiores atos de São Paulo e do Rio de Janeiro, que reuniram dezenas de milhares de participantes. Nas capitais e no interior, mais uma vez um grito forte se destacou da animada cantoria e palavras-de-ordem levantadas pelos estudantes, universitários e secundaristas, com apoio dos trabalhadores da Educação e de diversas categorias que participavam das manifestações, o “Fora Bolsonaro”que, como sempre, assumia diversas formas. Em segundo lugar, nos gritos-de-guerra, nas faixas e camisetas vinha a defesa da liberdade de Lula, o já tradicional “Lula livre”. As manifestações superaram, de longe, os mirrados atos coxinhas, do último domingo (26), de apoio a Bolsonaro, evidenciando que a polarização política está sendo puxada pela evolu-

ção à esquerda de amplas massas que vão concluindo, claramente, que a alternativa diante dos ataques do governo ilegítimo de Bolsonaro e de todo o regime golpista, é colocar para correr o atual governo e abrir caminho para uma alternativa dos explorados diante da crise. Os atos mostraram a fragilidade da operação de “salvação” ou sobrevida para o governo Bolsonaro que os diversos setores golpistas procuram colocar em marcha, desde o começo da semana, em torno do anunciado “pacto”, envolvendo os chefes dos poderes do moribundo Executivo (dividido entre suas diversas alas), do reacionário e corrupto Legislativo (dominado pelo “centrão”) e do golpista e imperial Judiciário (claramente tutelado pelos militares). Também mostraram a fragilidade da política reacionária de setores da esquerda burguesa e pequeno-burguesa que, mesmo com milhões mostrando que querem colocar abaixo o atual governo, atuam no sentido de uma política de conciliação e entendimento com o regime golpista, como se viu nessa semana quando dirigentes da ala direitista do PT (Haddad e outros) e do PCdoB (Flávio Dino) se reuniram com o chefe histórico dos tucanos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para debater a “frente ampla” com a qual buscam uma “saída” para a crise que não passe pela derrubada do governo pela mobilização popular e que aponta no sentido de colaborar com a reforma da Previdência e esperar pelas próximas eleições. E que se danem os estudantes, os trabalhadores e todo o povo que estão sofrendo pesadamente os resultados da ofensiva

do regime golpista contra a economia nacional e contra todo o povo. Mais uma vez, não foi nessa direção que a imensa maioria dos manifestantes apontou, muitas das vezes desconsiderando a tentativa das direções dos atos de aceitar a orientação política da Globo e de toda a direita de que os protestos deveriam se ater à questão da Educação. Manifestantes lotam a Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio. Estudantes, professores e profissionais da educação voltaram à s ruas de todo o país nesta quinta-feira, 30 de maio, em manifestações em defesa da educação e contra a reforma da Previdência Foto: Marcelo Regua / Agência O GloboNão foi para isso que centenas de milhares de pessoas foram às ruas. Foi para lutar pela derrubada do governo. Para dar um basta ao regime que está destruindo o País e fazendo as condições de vida e trabalho da imensa maioria retroceder como nunca em toda a história do País. Os grandes atos desse dia 30, jun-

tamente com os do dia 15 – e ante o fracasso das manifestações da direita – impulsionam a continuidade Ato no Largo da Batata contra o corte de verba para educação. Foto: Edilson Dantas / Agencia O Globoda luta que tem como próximo eixo de mobilização o dia nacional de paralisação, a greve geral, do dia 14 de junho. Que precisa ser um primeiro passo para uma greve geral de verdade, por tempo indeterminado, até a derrota cabal dos ataques do governo Bolsonaro e sua queda. A tarefa é impulsionar uma grande mobilização nos locais de trabalho, estudo e moradia, para parar todo o País, reforçar a unidade dos trabalhadores e da juventude, enterrar a perspectiva fracassada de conciliação com os golpistas e fortalecer a luta por uma alternativa dos explorados e de suas organizações de luta: a derrubada do governo Bolsonaro e de todos os golpistas, a conquista da liberdade de Lula e de eleições gerais, com Lula candidato.

FRACASSO TOTAL

Bolsonaro cria recessão no 1º trimestre N

a época do golpe de Estado, uma das maiores campanhas da direita imperialista contra o governo petista de Dilma Rousseff era de que ele supostamente teria colocado o país na maior crise econômica da “história do país”. Esse argumento, que já era um absurdo na época, tendo em vista os governos da Ditadura Militar, de José Sarney, Collor e FHC, revelou-se ainda pior com a chegada dos golpistas ao poder. Muito daquilo que atribuíam à Dilma, na época, já era consequência do avanço do golpe de Estado, como o desemprego causado pela Operação Lava Jato (com sua perseguição política às empresas nacionais) e também a condição de ingovernabilidade que colocaram os petistas, após as eleições de 2014. Agora, percebe-se que de fato a recessão econômica é culpa do golpe. A política dos golpistas, de devastação da economia nacional, gerou, da

época de Temer até esses primeiros meses de Bolsonaro, os piores resultados econômicos desde o PSDB. Dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o PIB brasileiro caiu 0,2% no primeiro trimestre deste ano (em comparação com 1º do ano passado), realizando a primeira queda do PIB desde o 4º trimestre de 2016.

Nesse sentido, Bolsonaro, que está dando continuidade ao governo Temer, está conseguindo ser pior que o anterior, pois pelo menos os golpistas antes estavam conseguindo manter uma certa estabilidade – mesmo com um crescimento quase inexistente do PIB (em um país atrasado, como o Brasil, significa que há uma recessão econômica). A imprensa burguesa já anuncia que a tendência é um ciclo de recessão.

“Além de representar uma interrupção da trajetória de recuperação, que já vinha em ritmo lento, o PIB negativo no 1º trimestre traz novamente o risco de volta da recessão (caracterizada, tecnicamente, por dois trimestres seguidos de queda).” (G1) Ou seja, estão dando a cantada de que Bolsonaro não conseguirá resolver o problema econômico do Brasil. E de fato, este é o único motivo, somando-se ao fato de que o não consegue aprovar a “reforma” da previdência (que é um artifício da burguesia para a recuperação econômica), pelo qual a principal ala dos golpistas está em confronto com o atual governo. Os golpistas estão levando o país ao fundo do poço. A crise interna da burguesia, entretanto, é um bom momento para aproveitar isso e ir para cima do regime fraudulento vigente. As grandes mobilizações contra o governo são fundamentais no sentido de impulsionar a luta pela derrubada do governo, com a convocação de novas eleições.


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ATO

“Liberdade para Lula” esteve em todas as manifestações A

s ruas, praças e avenidas de todo o País foram novamente ocupadas neste dia 30 por centenas de milhares de manifestantes que, a exemplo, do dia 15 de maio, deixaram suas casas, locais de trabalho e estudo para dizerem ao governo fraudulento e golpista do ex-capitão Jair Bolsonaro e seu ministério patético e reacionário, que os trabalhadores, estudantes, aposentados, desempregados e todos os demais segmentos de explorados e indignados do País não mais estão dispostos a carregar nas costas o ônus da crise dos capitalistas falidos e dos empresários e banqueiros exploradores. Por esses e por dezenas de outros motivos (fraude eleitoral, destruição do ensino, da saúde, do meio ambiente, enfim, um ataque em regra contra a economia nacional e os interesses do povo trabalhador e do País) os milhões que ocuparam as ruas neste dia 30 exigem e disseram alto e em bom tom: FORA BOLSONARO e seu governo direitista, reacionário e obscurantista, de ataques à educação, ao conhecimento e à ciência. Novamente não foram somente os estudantes, professores e funcionários das universidades que ocuparam as ruas e nem tampouco as reivindicações estavam limitadas às pautas educacionais, de defesa das instituições de ensino superior (pautas muito importantes, obviamente), mas o clamor popular se dirige muito mais ampla e claramente a uma luta contra o governo Bolsonaro, contra os ataques dos golpistas às condições de vida do conjunto da população, contra a carestia, contra o desemprego, contra a violência policial, contra a reforma da previdência.

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Uma outra reivindicação que esteve presente de forma muito contundente neste dia 30 foram os apelos dos manifestantes pela liberdade do ex-presidente Lula. Lula foi encarcerado pelo regime golpista em abril de 2018, com um propósito muito claro, impedir a vitória da maior liderança popular do País nas eleições passadas, eleições fraudadas pela burguesia, o imperialismo e os golpistas para impedir a vitória de Lula. O resultado da manobra (que nós já denunciávamos nas eleições) foi a eleição de um governo improvisado, sem qualquer popularidade, produto da fraude e da grotesca manipulação da imprensa golpista, com o inestimável serviço prestado pelos tribunais de exceção em que foram transformadas as instituições jurídicas do país (TSE, TRF’s, STF, 13ª Vara de Curitiba, juízes e procuradores). Em todo o país o que se viu foram centenas de milhares de manifestantes vestindo camisetas com a estampa do ex-presidente, com as frases “LULA LIVRE”, “LIBERDADE PARA LULA”, “LULA PRESIDENTE”. Muitas bandeiras e faixas também traziam o rosto do ex-presidente, com as mesmas reivindicações que apontam na direção da necessidade de se ampliar a luta pela imediata liberdade de Lula. Muitas das intervenções também extrapolaram as críticas aos cortes no orçamento das universidades e ganharam um claro contorno de enfrentamento contra o regime político burguês golpista, com os manifestantes aplaudindo as intervenções que pediam o FORA BOLSONARO. Todas estas manifestações de radicalização que os atos nacionais estão assumindo, indicam uma clara tendência de luta do conjunto da popula-

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ção no sentido de chocar-se contra o governo e não somente a luta por reivindicações setorizadas, por mais importantes que elas sejam e que de fato são. No entanto, desde quando tomou posse, os usurpadores golpistas que estão no comando do país vêm cada vez mais perdendo o pequeno apoio e a artificial popularidade que detinham quando das eleições. A dura realidade do povo trabalhador e explorado deixou exposta a ferida do regime de exploração e miséria, representado do neste momento pelo governo Bolsonaro, que já não se sustenta nem mesmo entre os seus próprios apoiadores de outrora. Bolsonaro é hoje um cadáver insepulto que apodrece à luz do dia ante os olhos da população. A lurta pela derrubada do governo fraudulento deve não somente ser intensificada como ampliada, incorporando outras reivindicações que estão entre as aspirações mais imediatas das grandes massas. Uma delas, que vem ficando explícita e muito claramente colocada é a luta pela liberdade do ex-presidente Lula, preso há quase 14 mneses pelos tribunais golpistas.

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É necessário intensificar a campanha para exigir a liberdade de Lula e de todos os presos políticos do regime de exceção, dos tribunais compostos por juízes direitistas, reacionários e bolsonaristas. A GREVE GERAL marcada para o dia 14 de junho deve, neste sentido, assumir claramente um caráter de luta e enfrentamento contra Bolsonaro e todo o edifício podre e golpista que lhe dá sustentação. Todas as energias e esforços devem estar centrados na luta para fazer deste o dia mais importante no enfrentamento contra o governo Bolsonaro e suas medidas antipovo, de ataque à soberania nacional, contra os ataques às condições de vida da população. Todas as entidades locais, regionais e nacionais devem estar com seus esforços direcionados para mobilizar os trabalhadores, os estudantes, os camponeses, os aposentados, os negros, as mulheres, os indígenas e todas as demais camadas exploradas da sociedade que neste momento sofrem na pele o resultado da política criminosa dos golpistas, da burguesia e do imperialismo.

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POLÍTICA| 11

GOLPISTAS

Tio miliciano, vizinho miliciano, assessor miliciano: o presidente e o crime organizado O

tio da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o 1º sargento reformado da PM, João Batista Firmo Ferreira, foi preso na quarta-feira (29) no Distrito Federal junto com seis outros militares por fazerem parte de uma milícia que atuava em Ceilândia, na região do Sol Nascente, onde mora a família da esposa do presidente ilegítimo da República. A mãe dela, Maria das Graças, é irmã do miliciano preso. A prisão dos militares foi consequência da Operação Horus, do Ministério Público do Distrito Federal, que investiga PMs por crimes de loteamento irregular do solo, extorsão e homicídio, relacionados à grilagem de terras. Os sete militares presos são todos sargentos que já atuaram ou estão atualmente lotados no 8º e no 10º Batalhão da Polícia Militar, que são os responsáveis pelo policiamento ostensivo lá onde mora a família da Michelle Bolsonaro. As investigações começaram em 2011 e ganharam força com a colaboração de um ex-integrante da quadrilha para receber o benefício de redução da pena. Esse colaborador detalhou o funcionamento da organização criminosa. Com autorização judicial, ligações telefônicas foram interceptadas e as conversas revelaram como ocorria a grilagem das terras do Sol

Nascente pelos policiais militares. Através da quebra do sigilo fiscal, autorizada pela justiça, se verificou transferências bancárias do tio de Michelle para outro integrante da quadrilha de milicianos, que totalizaram R$ 8 mil. Ele é aposentado desde 2017 e recebe mensalmente cerca de R$ 8,2 mil mais benefícios. Puxando da memória recente, tornou-se público que o vizinho dos Bolsonaro, no condomínio de luxo localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, também é miliciano e pai de uma ex-namorada de um dos filhos do presidente fascista. Esse vizinho, também ex-sargento, Ronnie Lessa, está preso acusado de ser o matador da vereadora Marielle Franco. Com um salário líquido de menos de R$ 7.500,00, o sargento reformado tem casa no luxuoso condomínio Portogalo, em Angra dos Reis, e andava em um automóvel importado e blindado, que custa mais de R$ 100 mil. Ronnie Lessa, o vizinho dos Bolsonaro, integrava a quadrilha de Adriano Magalhães da Nóbrega, que está foragido depois que foi descoberto um arsenal de 117 fuzis desmontados, exclusivos dos fuzileiros navais dos Estados Unidos, em um imóvel na Meyer, Zona Norte da capital fluminense, cujo contrato de locação está em nome dele.

O filho 01, Flávio Bolsonaro, agora senador, empregou em seu gabinete, quando era deputado estadual no Rio, a esposa e a mãe do miliciano Adriano Nóbrega e, inclusive, o homenageou, da tribuna da Assembleia, duas vezes, em 2003 e 2005. Na segunda ocasião, Adriano recebeu, de Flávio Bolsonaro, a mais alta condecoração do Rio de Janeiro, a medalha Tiradentes, quando estava preso, suspeito de homicídio. O próprio presidente ilegítimo da República, em 2005, quando era deputado federal, fez um discurso na Câmara em homenagem a Nóbrega, codinome Urso Polar, na época condenado por homicídio, se referindo a ele como um “brilhante oficial”. O “bri-

lhante Urso” é quase Brilhante Ustra, o torturador (condenado em 2008 por seus crimes durante a ditadura militar) e que é outra devoção já afirmada e reafirmada por Jair Bolsonaro. Milícias são quadrilhas do crime organizado. O vizinho de Jair Bolsonaro é miliciano e acusado de ser o assassino da Marielle. Os Bolsonaro são amigos e aliados de milicianos e seus familiares. Agora, vem a público que o tio da esposa do presidente era um militar integrante de uma dessas quadrilhas. Como a vida imita a arte, uma antiga letra de música caipira, com uma ligeira adaptação, parece sintetizar a situação: o vizinho é porco, o amigo é porco, o tio é porco, é porco pra todo lado, então é tudo uma porcaria.

MANTER AS MANIFESTAÇÕES

Levar o fora Bolsonaro para a greve geral! A

palavra de ordem de “Fora Bolsonaro” foi gritada em todos os cantos do País neste dia 30 de maio. Estudantes, professores, servidores, trabalhadores foram às ruas contra o governo golpista de Jair Bolsonaro e deram uma enorme demonstração de força, a segunda desde o dia 15. O governo Bolsonaro está muito pressionado pela força das mobilizações contra ele. A fato da palavra-de-ordem ter se alastrado por todo o País é sintomático, o povo quer a saída do governo. Um dos grandes entraves para o desenvolvimento desta luta são as direções do movimento. No caso da mobilização do dia 30, a UNE (União Nacio-

nal dos Estudantes), encabeçada pelo PCdoB, fez questão de dizer que as mobilizações não eram mobilizações

contra o governo, apesar do fato de que os manifestantes gritavam contra Bolsonaro.

Existe no atual momento uma grande polêmica em torno da seguinte questão: chamar ou não chamar o “Fora Bolsonaro”? Não levantar essa palavra-de-ordem seria um erro crasso, o governo está enfraquecido, é um governo ilegítimo, eleito pela fraude, impopular, até as pesquisas burguesas comprovam sua impopularidade. O próximo palco desta disputa será a greve geral do dia 14 de junho. Nesta mobilização de massas é preciso colocar a questão às claras: não é apenas contra os cortes na educação, não é apenas contra a reforma da previdência, é contra todo o governo, é a única forma de ser bem-sucedido nesta luta, é preciso ir à raiz do problema, é preciso derrubar Jair Bolsonaro.


12 | INTERNACIONAL

FORA MACRI

Argentina em greve contra a destruição neoliberal U ma greve geral contra a política econômica do presidente golpista Maurício Macri deixou as ruas vazias em Buenos Aires e várias cidades da Argentina, nessa quarta-feira, dia 29. A paralisação de um dia, segundo alguns jornais da própria burguesia, foi uma das maiores dos últimos tempos. Todos os setores de transporte pararam: trens, aeroportos, ônibus e metrô. A paralisação contou com a adesão dos trabalhadores bancários, professores e até mesmos os hospitais atenderam apenas emergências, segundo informações do El País. Fato é que esta foi mais uma manifestação contrária ao governo golpista de Macri. Essa pressão das ruas se junta à queda vertiginosa dos índices de popularidade – que como no Brasil são dados controlados pela burguesia – às vésperas das eleições presidenciais argentinas. A greve foi convocada pelos sindicatos, movimentos populares e a esquerda do País e tinha como principal mote a política econômica do fantoche norte-americano. Na realidade, assim como no Brasil, a política das massas, cada vez mais mobilizadas, é a derru-

bada do governo, coisa que as direções dos movimentos e organizações se recusam a falar e insistem em canalizar a luta para questões econômicas. O Fora Macri é palavra de ordem que deveria ser o centro da política para as massas nesse momento. A greve geral na Argentina é mais sintoma da enorme crise que toma conta do País. O golpe de Estado que colocou Macri no poder através das eleições manipuladas e fraudadas pela direita está levando o País à catástrofe social. Esse é um resultado da política econômica neoliberal que o representante do imperialismo tenta impor à maioria do povo. É o anúncio do que deve acontecer no Brasil e, em grande medida, já está acontecendo: basta uma análise dos últimos dois gigantescos atos contra o governo Bolsonaro. Macri foi colocado no poder em 2015, portanto antes do golpe no Brasil, para impor a política neoliberal de destruição do País. A mesma política para a qual Dilma Rousseff foi derrubada, Michel Temer assumiu e agora tem sua continuidade em Jair Bolsonaro. A crise do governo Macri revela al-

go importante sobre o Brasil. Diferente de Bolsonaro, que aparece como um ser grotesco e extravagante de extrema-direita, Macri era o representante “oficial” e direto da burguesia pró-imperialista argentina. Macri seria assim como Aécio Neves fora nas eleições de 2014 ou até a consolidação do golpe e como foi Geraldo Alckmin nas eleições de 2018. A burguesia argentina conseguiu emplacar com maior facilidade seu “plano A”, o que não aconteceu no Brasil. O “plano B” Bolsonaro acabou unificando toda a burguesia na medida em que o candidato oficial, Geraldo Alckmin mostrou um completo fracasso eleitoral até mesmo nas eleições extremamente fraudadas. Essa caracterização é importante para revelar que a crise política do governo Bolsonaro não tem nada a ver com alguma característica individual dele, mas um resultado da política econômica neoliberal que tanto Macri como Bolsonaro, ou ainda Aécio Neves, Geral do Alckmin e Cia. procuram implementar. Portanto, a substituição de Bolsonaro por outro golpista, seja ele Mourão ou qualquer elemento do chamado

“centrão” não resolverá o problema da crise política. A Argentina mais uma vez prenuncia o que pode acontecer no Brasil. No próximo dia 14 de junho, está marcada a greve geral no Brasil, que tende a ser uma enorme mobilização já que foi preparada por dois gigantescos atos no dia 15 e 30 de maio. Assim como Macri, Bolsonaro e todos os golpistas estão na corda bamba. Assim como no Brasil, se a oposição e a esquerda na Argentina continuarem se recusando a exigir o Fora Macri e a derrubada do governo, poderão deixar passar novamente o golpe e levar o povo a uma derrota e ao aprofundamento da política de destruição nacional.

reita nas eleições europeias da Itália mas também em geral mostra que o que temos aqui é esse segundo caso. A esquerda social-democrata europeia de uma forma geral tem muitos vínculos com o imperialismo europeu e relações que vêm de longa data. E a esquerda que se pretende revolucionária também não apresenta o seu próprio programa. Embora não seja a opção preferencial da burguesia em condições normais, a extrema-direita neste caso conta com o apoio do imperialismo. Diante da dissolução das lideranças tradicionais do último período, como é o caso de Angela Merkel e principalmente Macron mais recentemente, um setor da imprensa internacional já alça Salvini à qualidade de

mais nova grande liderança na Europa. Devemos avisar que pelo próprio histórico, a vida política dos que procuram implementar políticas neoliberais, do ponto de vista do apoio popular, tende a ser bem curta. Finalmente, para aumentar a profundidade da crise, a extrema-direita no governo ou parlamento costuma aprofundá-la ainda mais, como também temos sido testemunhas oculares nos governos Temer e Bolsonaro. Do ponto de vista da burguesia isso pode ter resultados desastrosos, como vimos no caso dos coletes amarelos na França ou, ainda pior, com o desenvolvimento de um partido revolucionário que consiga atrair atrás de si amplos setores das massas nestes países.

ELEIÇÕES EUROPEIAS

Vitória da extrema-direita italiana U m dos resultados que mais chamaram atenção nas eleições europeias foi a ampla vitória do candidato da extrema-direita italiana Matteo Salvini, do partido Liga do Norte. Por um lado, este resultado mostra a tendência ao desenvolvimento da extrema-direita em toda a Europa mas também em todo o mundo, e por outro revela também o atual estágio de desagregação do regime capitalista europeu, que é fundamental para o funcionamento do capitalismo em escala mundial. É fundamental destacar o caráter internacional deste avanço, uma vez que a esquerda pequeno-burguesa, tanto a brasileira quanto as estrangeiras têm uma tendência de caracterizar os fenômenos políticos como “jabuticabas”, eventos que se desenvolveram em solo nacional e que não possuem relação com o que acontece no resto do mundo. De uma maneira geral, as eleições europeias mostraram também um enfraquecimento do setor conservador, que seria uma espécie de centro político na União Europeia, quer dizer, uma ala que, embora seja reacionária até a medula, procura se

apresentar como imparcial, e em alguns sentidos até “progressista”, mas que nos temas fundamentais segue a orientação do imperialismo. Algo parecido com o que temos visto aqui no Brasil com Ciro Gomes e Tabata Amaral, ambos do PDT. Quando a conjuntura política evolui e a polarização em uma determinada sociedade se amplifica, um dos efeitos mais visíveis é o derretimento do centro político, que normalmente serve para garantir a estabilidade do regime. É um fenômeno que nós brasileiros temos observado cotidianamente no Brasil do golpe. Diante dessa situação, por um lado há uma tendência ao desenvolvimento da extrema-direita, que é invariavelmente estimulada e financiada pelos capitalistas nos momentos em que estes julgam ser conveniente. Por outro, a reação popular vai depender dos partidos e movimentos de esquerda. Caso a esquerda, através dos seus partidos, não seja capaz de apresentar um programa que atenda aos interesses do povo, é até inevitável que o terreno seja dominado pela extrema-direita. A vitória de Salvini e da extrema-di-


POLÍTICA E COTV 13

DERROTAR BOLSONARO

“Isolar o fascismo”? N

esta semana, o sociólogo Marcelo Zero, no portal de informações Viomundo, apresentou que a tarefa fundamental dos setores que possuem compromisso com a democracia é “isolar o fascismo“. A tese tem afirmações acertadas, mas a conclusão é incorreta e vamos apresentar abaixo o porquê. Um primeiro ponto que divergimos da análise é sobre o tamanho das manifestações pró-Bolsonaro. O texto afirma que foram de “tamanho modesto”. Na verdade, as manifestações foram um fiasco, um total fracasso. Outra divergência é qual seria o significado de “isolar o fascismo?”. A afirmação deixa muitas dúvidas sobre qual medida tomar contra os fascistas. Seria trancar Bolsonaro no gabinete? Deixar Bolsonaro no poder sem apoio nenhum até as eleições de 2022? Essa política não faz nenhum sentido, porque ele continuaria no governo impondo a destruição do País. A política de “isolar o fascismo” é um equívoco político ou formulação absurda que apenas serve para justificar a “frente ampla por direitos” apresentada por partidos golpistas, como o PSDB, PDT e cia (ou CIA?), com partidos de esquerda. Frente que está sendo proposta com partidos que apoiaram o golpe contra a presiden-

te Dilma Rousseff e, em muitos casos, estiveram junto com os bolsonaristas nos ataques à população. Na verdade, essa política seria uma maneira de manter Bolsonaro no poder de maneira controlada e sem capacidade de governar, sem vampirizar os recursos públicos e colocar em prática sua política de perseguição da esquerda e dos direitos conquistados. Querem apenas controlar Bolsonaro para permitir os acordos eleitoreiros dos partidos da burguesia e da esquerda oportunista. Toda essa formulação política é uma maneira velada de evitar o Fora Bolsonaro e a derrubada do governo ilegítimo e golpista. A proposta absurda é querer isolar Bolsonaro no campo institucional, como se o fascismo respeitasse as instituições ou possuísse atuação somente no campo institucional. O próprio texto afirma isso ao dizer que “seria um erro crasso menosprezar seu potencial destrutivo” e lembrar da subida de Hitler ao poder em quatro anos, saindo de 3% dos votos para aproximadamente um terço dos votos. Os exemplos que o sociólogo apresentou já demonstram que a política de isolar Bolsonaro seria um erro, contradizendo sua conclusão. A política fascista de Bolsonaro não se apoia

na população e sim na burguesia que está financiando esse movimento e o deixa como uma medida necessária para realizar os ataques aos trabalhadores. O fascismo precisa ser derrotado nas ruas. A burguesia controla as instituições do Estado e manipula ao seu favor. À medida em que a crise se aprofunda e a população se coloca contrária às políticas de privatização e de cortes no orçamento, a burguesia pode se unificar em torno de Bolsonaro e aplicar as medidas fascistas como Hitler e Mussolini. O fascismo se apoia principalmente em suas milícias e na violência contra a esquerda e suas organiza-

ções. Ignorar ou “isolar” Bolsonaro apenas vai permitir que o fascismo se desenvolva, assim como na Europa nos anos anteriores à Segunda Guerra Mundial. Nesse momento é preciso derrotar Bolsonaro antes que a burguesia se unifique em torno dele, e quem tem que derrubar o governo são os trabalhadores e não setores da direita brasileira. É preciso que os trabalhadores derrotem o governo ilegítimo de Bolsonaro para impor medo na burguesia numa clara demonstração de que a população não vai aceitar a destruição de seus direitos e a transformação do Brasil em uma colônia dos países imperialistas.

ANÁLISE

Neste sábado, não perca a Análise Política da Semana, com Rui Costa Pimenta N

este sábado (01) o companheiro Rui Costa Pimenta apresentará a tradicional Análise Política da Semana – o mais importante programa de análise política da esquerda brasileira. Na atual cenário de crise, a Análise é fundamental para ajudar a orientar

toda a militância dentro de uma perspectiva marxista e revolucionária. Desde o golpe, aprofunda-se a radicalização política. As últimas semanas estão sendo marcadas pelo acirramento da briga entre o governo, orientado ao imperialismo internacional, os setores

burgueses nacionais, e a classe trabalhadora. Fatores como a briga entre os bolsonaristas e o Congresso, e as lutas dos movimentos populares tomando um novo impulso, motivados pelos cortes de gastos no Ensino Superior e pedindo o Fora Bolsonaro, serão deci-

sivos para estabelecer a correlação de forças das próximas etapas da luta. Além de assistir, ajuda a impulsionar este importante programa revolucionário, compartilhando-o em suas redes sociais. A Análise Política da Semana é transmitida ao vivo todos os sábados, às 11:30.



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