QUARTA, 5 DE JUNHO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5664
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DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
Comitês de Luta Contra o Golpe convocam plenárias neste sábado em todo o país para organizar a greve geral
Por omissão da esquerda, burguesia tem toda Globo intensifica campanha pelo desarmamento do povo a iniciativa diante da crise do governo O governo Bolsonaro está em uma profunda crise desde o início. A essa altura, todo o espectro político nacional reconhece essa crise. O presidente golpista convocou atos para tentar se defender.
A ala direita do PT, e a esquerda pequeno-burguesa em geral, seguem no caminho aparentemente sem volta de dissociação cada vez maior de tudo o que diz respeito ao real interesse do povo.
“Colocar Bolsonaro na linha” ou colocá-lo para fora?
Fora do Fora Temer
No dia 3 de julho, o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) divulgou uma pesquisa sobre os três decretos sobre a flexibilização do porte de armas no Brasil.
Em vez de fazer campanha contra a licença para matar de Moro, ala direita do PT combate o armamento popular
Caso Neymar: diante dos novos fatos, tudo indica que seja uma armação
OPINIÃO
Festival Lula Livre: mais um grande ato político contra o governo
DIA DE HOJE
5 de junho de 1878: nasce Pancho Villa, revolucionário mexicano COTV
A quem interessa a despolitização Veja a programação das manifestações? completa da O jornal da direita golpista Estado de S. Paulo quer pautar as manifestações da esquerda e dos trabalhadores contra o governo Bolsonaro
COTV nesta quarta-feira
FRACASSO DOS ATOS COXINHAS
Não dizer que coxinha fracassaram e deram um vexame seria falsificar a realidade D
omingo (26) Bolsonaro tentou repetir a marcha sobre Roma de Mussolini. Convocou manifestações no país inteiro em uma tentativa de se contrapor aos protestos que tomaram o Brasil no dia 15 exigindo a queda de seu governo. Esses novos coxinhatos foram um fracasso, e apenas serviram para expor a fraqueza do governo e afundá-lo ainda mais. Do ponto de vista dos trabalhadores, é hora de aproveitar para intensificar a campanha pela queda de Bolsonaro, que está prestes a cair. Rapidamente, no entanto, a imprensa golpista, que a princípio não apoiava os atos bolsonaristas, passou a vender a ficção de que os atos teriam sido relativamente grandes e apoiariam as reformas de Bolsonaro, como a da previdência. Escondem o fracasso dos atos e os apresentam como uma defesa de reformas rejeitadas pela esmagadora maioria da população. Manipulam os coxinhatos de Bolsonaro co-
mo fizeram com todos os coxinhatos até hoje. Mudaram a abordagem relativa aos atos dias antes de eles acontecerem, percebendo que se fossem muito pequenos revelariam a ampla rejeição popular não apenas a Bolsonaro, mas a todas as suas reformas e ao seu programa neoliberal como um todo. Isso seria um desastre para os capitalistas, que trataram de tentar evitá-lo. É preciso desmenti-los e apontar os protestos coxinhas como eles foram de fato: um fiasco da extrema-direita. Embelezar os coxinhatos só ajuda a imprensa golpista Diante do fiasco bolsonarista surgiu logo quem procurasse mitigar a derrota da extrema-direita. Por um lado, seria um erro apontar que as manifestações foram pequenas. Por outro, seria um “erro” indicar que a extrema-direita é composta por histéricos desquali-
ficados. O problema é que tanto uma coisa quanto a outra são a única forma objetiva de se referir ao que aconteceu no dia 26. Os atos foram pequenos, e os direitistas que apareceram eram coxinhas ensandecidos da pequena burguesia direitista. Não apontar isso só ajudaria a imprensa golpista a confundir a situação. Para constatar que os atos foram pequenos basta olhar as imagens. Quanto ao caráter coxinha dos atos, basta dizer que os coxinhas simplesmente reivindicavam a reforma da Previdência de Paulo Guedes, além de parte expressiva deles defender que Bolsonaro feche o Congresso e se torne o Führer do Brasil. Procurar disfarçar isso é fazer coro com a Rede Globo. E a Rede Globo está fazendo isso porque defende o mesmo programa econômico de Bolsonaro. Para defender esse programa, nesse momento a burguesia tenta impedir a polarização política na so-
ciedade. Está ficando claro e delimitado que, de um lado, uma minoria coxinha de extrema-direita defende o governo, enquanto a esmagadora maioria rejeita o governo, seu programa e quer sua queda. A direita golpista precisa obscurecer esse fato para evitar que a polarização se torne mais intensa, e que dessa forma a esquerda cresça, organizando grandes atos contra o governo, até que os golpistas sejam derrotados e todo o programa da direita vá por água abaixo. É preciso trabalhar, portanto, para que justamente a polarização política se amplie, e a oposição popular ao governo fique cada vez mais clara, e as mobilizações se ampliem nesse sentido. E para isso não se pode confundir o que aconteceu no dia 26. Em primeiro lugar, foi um ato coxinha cheio de fascistas. Em segundo lugar, foi um fracasso total, mais uma derrota do governo Bolsonaro.
OPINIÃO E POLÊMICA| 3 EDITORIAL
Por omissão da esquerda, burguesia tem toda a iniciativa diante da crise do governo O
governo Bolsonaro está em uma profunda crise desde o início. A essa altura, todo o espectro político nacional reconhece essa crise. O presidente golpista convocou atos para tentar se defender. Mas não chegou nem perto de fazer frente aos atos contra o governo, que aconteceram nos últimos dias 15 e 30. Ao mesmo tempo, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, conspira abertamente para tomar o lugar de Bolsonaro na presidência. De fora do governo, outros setores da direita também comentam a crise e assim a alimentam. O presidente
da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), declarou recentemente que “sem reformas” o Brasil estaria à beira de um “colapso social”. Tasso Jereissati, em entrevista à revista Exame, afirmou que a “inexperiência” de Bolsonaro está levando a uma “crise institucional”. A direita já está se preparando para a eventualidade de ter que substituir Bolsonaro para contornar a crise política. Isso é um perigo para os trabalhadores, porque a direita poderia sair da crise consolidando o governo golpista, que está em crise desde 2016, no momento em que conseguir apaziguar
suas contradições internas. As intervenções da direita na crise mostram que a direita mantém a iniciativa diante da crise. E como a esquerda poderia tomar a iniciativa diante da crise do governo? A situação é favorável para a mobilização popular contra a direita golpista e contra o programa da direita. No entanto, a mobilização pode se dispersar e até fazer parte das manobras da burguesia em sua própria política. Para evitar isso, o movimento popular precisa colocar sua própria política e suas próprias palavras de ordem, de modo que seja capaz de se antecipar
aos capitalistas e suas manobras para resolver a crise por cima. Portanto, é preciso ter um conjunto de reivindicações que possam servir de eixo político para concentrar a luta contra o governo e para derrotar a direita golpista. E apresentar para o País uma saída para a crise política. Por isso é preciso exigir: Fora Bolsonaro! E, além disso, apresentar a saída para a crise: eleições gerais já! E, para que as eleições não sejam uma fraude novamente, que Lula esteja solto para poder participar das eleições e para que a população possa, dessa vez, votar em quem quiser.
COLUNA
Fora do Fora Temer Por Vitor Teixeira
L
embram quando a esquerda usava brinco com Fora Temer, tatuava Fora Temer, fazia Fora Temer humano no gramado do campus da facul, escrevia Fora Temer no copo do Starbucks, fazia brigadeiro Fora Temer, consolo Fora Temer, bucha de chá Fora Temer, peteca de farinha Fora Temer? Acho que deve até existir alguma banda Fora Temer. Algum uspiano psolista deve ter batizado um filho como Fora Temer. Era “cool” ser Fora Temer. Era “hype” ser Fora Temer, e pedir Diretas Já no Largo da Batata, junto com o Caetano, o Boulos e o Capilé. Lembram? Os Fora Temer vivam na zona sul do Rio, nos bairros nobres das capitais,
na Vila Madalena, em Pinheiros, nas casas coletivas, nos centros acadêmicos, nos bares, cafés e baladas neo-hippies descolados da esquerda. Era fácil identificá-los. Eles sempre falavam seu chavão de sempre, antes de puxar o Raça Negra no karaokê: “Primeiramente, Fora Temer!” Já o povão, olhava pra tudo isso estupefato, anestesiado, talvez ainda sem entender o que tinha acontecido com Dilma, Cunha, o impeachment, junho, os paneleiros, os patos, os verde-amarelos, aquela doidêra toda. O povo acabou que ficou de fora do Fora Temer. Toda vez que a turma Fora Temer falava “Primeiramente Fora
Temer” num ambiente menos aburguesado, a galera se entreolhava meio curiosa. Daí acabou o governo Temer e com ele o Fora Temer, e um tal capitão ganhou a eleição. Cinco meses se passaram e o povo já não aguenta mais o capitão. O povo, que não teve chance de votar em quem queria votar, explodiu em manifestações de rua por todo o Brasil, e em todo e qualquer ato que você vá, se pode escutar um ruído por debaixo das camadas médias das massas: o Fora Bolsonaro. É Fora Bolsonaro em adesivo, Fora Bolsonaro em faixa, Fora Bolsonaro em cartaz, o povo canta Fora Bolsonaro, grita Fora
Bolsonaro, Fora Bolsonaro no sertão, Fora Bolsonaro no litoral, Fora Bolsonaro na favela, Fora Bolsonaro velho, Fora Bolsonaro jovem. Mas por algum motivo, a esquerda não gosta do Fora Bolsonaro. Quando ela vê um Fora Bolsonaro, desvia o olhar, se faz de surda. Fora Bolsonaro não é cool. Fora Bolsonaro não é hype. Fora Bolsonaro não pega bem. Não tem brinco, nem tatuagem, nem intervenção, nem copo do Starbucks, nem brigadeiro, nem consolo, nem bucha de chá, nem peteca de farinha, nem banda, nem batizado, nem nada. Pra esquerda, pra essa esquerda, o povo não sabe o que diz.
4 | POLÍTICA
PELO FORA BOLSONARO
Comitês de Luta Contra o Golpe convocam plenárias neste sábado em todo o país para organizar a greve geral O
s Comitês de Luta Contra o Golpe convocam todos para as plenárias de organização da greve geral que ocorrerão neste sábado (8). A plenárias discutirão o plano de ação para a mobilização do ato, assim como a atuação no mesmo. Os atos do dia 14 de junho são um importante passo na luta contra o golpe. As manifestações que tomaram o País nos dia 15 e 30 de maio deixaram o governo fragilizado, por isso organizar as intervenções no próximo dia 14 de junho é de suma importância. As direções da esquerda pequeno-burguesa estão inseguras quanto ao chamado pelo “Fora Bolsonaro” e por eleições gerais com Lula livre e concorrendo às eleições. Por isso os Comitês devem se organizar e levar um amplo material de convocação, assim como
preparar um material extenso com as principais palavras de ordem do movimento: fora Bolsonaro, liberdade para Lula eleições Gerais. Faixas gigantes, cartazes, pirulitos, adesivos, declarações, drones e uma cobertura de todos os atos realizada pela COTV serão importantes ferramentas no dia 14. O momento é decisivo e podemos começar o processo de reversão das mazelas do golpe. Não existe espaço vazio na política, se as direções estão em dúvida na hora de levantar as palavras de ordem da população, os manifestantes devem levantá-las com ainda mais energia. O governo está numa crise sem igual. Essa crise é generalizada no mundo capitalista. A esquerda revolucionária deve tomar a dianteira da luta
política e botar em movimento a vanguarda do movimento operário. Compareçam às plenárias abertas no próximo sábado em várias cidades
do País e venham organizar a intervenção da esquerda na greve geral. Trabalhadores e estudantes devem se unir para derrubar o governo.
ESQUERDA PEQUENO-BURGUESA
Ato em São Paulo deve ser no centro da cidade e não na Vila Madalena A
s primeiras informações sobre o ato do dia 14 de junho em São Paulo dão conta de que ele será realizado novamente no Largo da Batata. A esquerda pequeno-burguesa gosta de “inovar” e “inventar”. Como se o movimento político fosse algum tipo de tendência da moda. O que ela não percebe é que as suas “inovações” e “invenções” na verdade são velhas fórmulas que nunca deram certo. Como se os métodos de luta do movimento social fossem produto da ideia de algum gênio e não de uma força coletiva que através da experiência encontrou seus meios de luta. É assim com a ideia de que existem alternativas à greve e ao piquete, é assim quando dizem que não se pode ter carro de som no ato, de que não se pode levar bandeira e muitas outras extravagâncias típicas da classe média que se pretende “cool“. Nesse momento, a mais nova velha genialidade e invencionice é tentar descobrir um local alternativo para se fazer o ato político. Isso acontece em todos os lugares, mas em São Paulo, particularmente, chama a atenção que a esquerda pequeno-burguesa insista em chamar atos para o Largo da Batata, na região Oeste da cidade. O movimento de luta tradicional em São Paulo costuma ocorrer historicamente no centro da cidade, em primeiro lugar na Avenida Paulista, ou na Praça da Sé, ou Praça da República ou no Vale do Anhangabaú. Regiões centrais que por motivos que deveriam ser óbvios, ou seja, justamente por serem centrais, facilitam a presença das pessoas. Afinal, se um companheiro mora no extremo da Zona Leste, é obvio que a di-
ficuldade de chegar até a Zona Oeste ou à zona Sul será maior, o mesmo valendo para o caminho oposto. Quando o ato é na região central, por mais distante que seja determinado bairro de periferia é mais fácil chegar no Centro do que num bairro extremo oposto. Outra coisa que é preciso levar em consideração é que o centro da cidade costuma ser a passagem dos trabalhadores que estão se deslocando do trabalho para casa ou de casa para o trabalho. Justamente por ser o Centro da cidade, é uma via comum da maioria da população. Deveria ser óbvio, mas a vontade de “inovar” da classe média a impede de enxergar a realidade. Voltemos ao Largo da Batata. O percursor da ideia de que se deve chamar atos para essa região de Pinheiros é o líder da Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos (PSOL). Até onde sabemos, a explicação oficial dada por ele e seus seguidores é a de que é “preciso ser diferente”, só não sabemos exatamente o porquê. A explicação real, no entanto, reside – literalmente nesse caso – no fato de que grande parte dos apoiadores do PSOL e da esquerda pequeno-burguesa em geral são moradores ou frequentadores dos bairros das imediações de Pinheiros. Bairros de classe média, próximos da USP, que fica no Butantã e principalmente da Vila Madalena, bairro boêmio preferido da classe média de esquerda da cidade de São Paulo. E por falar em ser alternativo e “cool“, o Largo da Batata é uma espécie de extensão dos bares da Vila Madalena e de Pinheiros, frequentados pela base
social de classe média dessa esquerda pequeno-burguesa. Eis a explicação de tanto esforço para ser diferente. É preciso parar a Paulista e a região central da cidade, chamar a atenção do povo sobre o que está acontecendo e não se deixar intimidar pela ideologia da burguesia de que os “atos atrapalham a população”. Sabemos que outra característica da esquerda pequeno-burguesa é a adaptação e capitulação diante da campanha da direita. É preciso ter claro que isso é pura propaganda de quem está com medo da mobilização popular e procura leva-la de acordo com seus interesses. Não à toa, a prefeitura de São Paulo,
ainda na época de João Doria, tenta impedir a realização de manifestações na Avenida Paulista. Para os trabalhadores, no entanto, a vida não se resume a três bairros. Por isso, é preciso convocar seriamente os atos para a Avenida Paulista, reduto dos grandes movimentos políticos não só de São Paulo mas de todo o País. Há ainda um agravante. Se a moda Vila Madalena pega, a esquerda corre um risco de deixar a Avenida Paulista para a direita, o que seria um crime contra o movimento de luta dos trabalhadores. Mais do que nunca é importante ocupar a Paulista e impor de uma vez por todas a expulsão dos coxinhas das ruas!
INTERNACIONAL| 5
"RESSUCITADOS"
Coreia do Norte, o país onde os mortos ressuscitam M
ais um alto oficial assassinado pela ditadura cruel e sanguinária de Kim Jong Un ressuscitou na obscura Coreia do Norte. Desta vez, o diplomata Kim Hyok Chol, que havia sido executado conforme notícias do dia 31, voltou à vida apenas dois dias depois! Chol é um dos líderes norte-coreanos dos diálogos estabelecidos com o governo dos Estados Unidos, que culminaram com a cúpula em Hanói (Vietnã) em fevereiro. O jornal sul-coreano Chosun Ilbo havia “informado” da execução do norte-coreano que teria ocorrido em março, citando, como sempre, fontes não identificadas ou de mínima reputação. Logo em seguida, também como sempre, a imprensa capitalista internacional repercutiu a informação como se fosse verdadeira, sem nenhum tipo de ceticismo. No entanto, diante da bizarrice (mais uma) do caso, a CNN foi obrigada a desmentir o ocorrido. Outro negociador norte-coreano da cúpula com os EUA, Kim Yong Chol, que teria sido expurgado também porque o governo de Pyongyang estaria insatisfeito com as conversas, apareceu no último domingo (02) em um evento artístico, com o próprio Kim Jong Un. As “informações” do suposto expurgo também foram veiculadas primeiramente pelo Chosun Ilbo. Esse é mais um caso de milagre de Kim Jong Un, o qual muitos fiéis mundo afora já veem como possível novo santo, a ser canonizado pelo papa quando morrer (caso não ressuscite também). Veja alguns outros casos de ressurreição na Coreia do Norte, esta terra que, apesar de muitos acreditarem que a religião é proibida, tem cristãos, budistas e outros religiosos. E que é o lugar do mundo onde mais se
TODOS OS DIAS ÀS 10H, NA CAUSA OPERÁRIA TV
realiza o milagre da ressurreição. Fantasma de ex de Kim em Seul? O mesmo Chosun Ilbo divulgou, em 2013, a suposta execução de Hyon Song Wil, artista norte-coreana que teria sido ex-namorada de Kim Jong Un. Por ter vendido vídeos pornográficos junto com outras artistas, ela teria sido executada publicamente por um pelotão de fuzilamento, por ordens do próprio presidente norte-coreano (sim, ele é presidente!). No entanto, pouco depois, ela apareceu “vivinha da Silva” em Seul (na própria Coreia do Sul), por dois dias. Ou será que era um fantasma? Além disso, ela também apareceu na TV norte-coreana. Ministro fuzilado por uma bateria antiaérea Em 2015, o ministro da Defesa da Coreia do Norte, Hyon Yong Chol, cochilou durante um evento oficial de Kim Jong Un. A punição? Fuzilamento por uma bateria antiaérea! Afinal, Kim ficou furioso pela falta de respeito… O que é mais ridículo, o motivo da punição ou a própria punição? Mas a imprensa internacional, novamente propagando o que foi divulgado pelos sul-coreanos, não questionou minimamente a bizarrice da notícia e o caso foi veiculado até mesmo no Jornal Nacional. Só que, mais uma vez, o ocorrido foi completamente desmentido pouco tempo depois, quando o ministro apareceu na TV estatal norte-coreana. Titio aos cães? A Bíblia diz que Daniel foi jogado na cova dos leões. Como a Coreia do Norte é um local onde passagens do
“texto sagrado” costumam, aparentemente, se tornar realidade, algo parecido ocorreu com um outro oficial. Jang Song Thaek, tio de Kim Jong Un, foi jogado a um bando de cães para ser morto em 2013. Seria a Coreia do Norte um local sagrado, escolhido por Deus para ser o cenário real das passagens da Bíblia? Ou seriam os agentes da inteligência sul-coreana um tanto criativos? Porque essa história foi, justamente, disseminada pela inteligência da Coreia do Sul – país que está em guerra, de fato, até hoje com o Norte. Mas a própria imprensa internacional, que havia noticiado o caso na época, hoje percebe o ridículo e reconhece que a versão é falsificada. General executado aparece em congresso do partido Em fevereiro de 2016, o chefe do Estado-Maior do exército, general Ri Yong Gil, foi dado como morto, executado por “proselitismo, abuso de autoridade e corrupção”. A “notícia”, como
sempre, foi gerada a partir de “informações” de “especialistas”. No caso, uma declaração de um oficial do governo sul-coreano, fornecida de maneira anônima, para a CNN. Entretanto, em maio, ele foi destaque na imprensa norte-coreana, após a conclusão do congresso do Partido do Trabalho da Coreia. No jornal oficial do partido, o Rodong Sinmun, Ri apareceu na lista atualizada de membros do Birô Político do Comitê Central do PTC. Enfim, esses tipos de “notícias” sobre a Coreia do Norte seriam vistos com total incredulidade se o alvo fosse algum país cujo governo não está em contradição com o imperialismo. Quem “informasse” sobre esse tipo de execuções em Israel, Colômbia ou na Espanha seria totalmente ridicularizado. Mas como a Coreia do Norte é uma “ditadura”, um regime completamente “fechado”, “isolado” do mundo – segundo a propaganda imperialista – esse tipo de propaganda é facilmente veiculada e os jornais não têm vergonha de reproduzir mentiras desse tipo.
6 | INTERNACIONAL
REINO UNIDO
Britânicos protestam contra Trump em visita do presidente americano ao Reino Unido A
ssim como já haviam feito na primeira visita de Donald Trump ao Reino Unido, no ano passado, os britânicos voltaram a levar um boneco gigante do presidente americano em protestos de rua que realizam desde a sua chegada para uma nova visita, na segunda-feira (03). Centenas de manifestantes protestaram em Londres nessa terça-feira contra Trump, por todas as suas posturas e medidas de extrema-direita, como, por exemplo, no que tange à Grã-Bretanha, ter se posicionado a favor do líder de extrema-direita Nigel Farage e do ex-ministro de Relações Exteriores Boris Johnson. Por sua vez, a esquerda institucional repudiou a visita de Trump e se recusou a se reunir com ele. O prefeito de Londres, Sadiq Khan (primeiro muçulmano a assumir tal cargo), trocou farpas com o presidente norte-americano, embora, como uma esquerda pe-
queno-burguesa, suas críticas tenham um caráter mais moral do que de denúncia da política semifascista e imperialista do governo dos EUA. O deputado Jeremy Corbyn, secretário-geral do Partido Trabalhista (o mesmo de Khan), se recusou, junto a outros opositores, a participar de uma cerimônia oficial com Trump. O líder imperialista se reuniu também com a primeira-ministra britânica, Theresa May, e com a rainha Elizabeth II, para comemorar os 75 anos do desembarque na Normandia e fazer acordos comerciais aproveitando o processo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit). EUA e Reino Unido são dois países imperialistas, mas nas últimas décadas, especialmente desde o final da Segunda Guerra Mundial, os britânicos têm se enfraquecido sobremaneira e, ao contrário, os norte-americanos vinham de fortalecendo. Isso fez com que, com a
Europa devastada (incluindo a Grã-Bretanha), os EUA ganhassem com a recuperação econômica do continente. Além disso, seguiu-se à guerra o processo de independência de diversas colônias britânicas, o que ajudou no rompimen-
to do poderio britânico. Há décadas o império britânico decadente atua como um auxiliar do domínio norte-americano sobre os países oprimidos, como foi o caso da invasão do Iraque e das atuais ameaças contra o Irã.
5 DE JUNHO DE 1878
Nasce Pancho Villa, revolucionário mexicano N
ascido em San Juan del Río, no norte do México, José Doroteo Arango Arámbula, o comandante Pancho Villa, foi um dos mais célebres líderes da Revolução Mexicana do início do século 20. Pela revolução ou dentro da revolução, sua luta permanente seria contra os grupos aristocráticos que insistiam em tomar o poder. Iniciado em 1910, o levante pôs fim ao governo bonapartista de Porfírio Díaz, iniciado 34 anos antes. Foi provavelmente o maior movimento revolucionário de toda a América Latina, ocorrido na esteira das mesmas crises econômicas que haviam motivado, por exemplo, a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa. No caso do México – um país então predominantemente agrário com uma incipiente exploração petrolífera ainda nas mãos da imperialista Standard Oil – o desequilíbrio agravou-se por uma seca 1908 e 1909, que afetaria fortemente a produção de milho, a base da alimentação tradicional do país. No fim de 1910, o aristocrata Francisco Madero iniciou um movimento contra a reeleição de Díaz, aglutinando movimentos sociais da classe operária e dos povos indígenas, na etapa revolucionária que ficaria conhecida como Revolução Maderista. Nascido camponês, Villa comandava um grupo de rebeldes locais no estado fronteiriço de Chihuahua desde a virada do século, acumulando vasta experiência no comando de tropas acostumadas a dar combate às forças de repressão, aderindo quase que imediatamente ao movimento revolucionário – muito em função de operar numa região pobre próxima aos Estados Unidos. As habilidades militares
do comandante então começaram a fazer fama sobretudo por sua audácia e capacidade de organização. Numa batalha tem Tecolote, por exemplo, induziu as forças inimigas a bater em retirada ao prender chapéus a estacas, simulando ter um contingente maior. Seu exército tomou importantes enclaves como Ciudad Juárez, Chihuahua e Durango, incorporando-se às tropas de Victoriano Huerta, que inseguro com a excessiva independência de Villa, mandou prendê-lo. O revolucionário fugiria do cárce-
re, exilando-se em El Paso, Texas, a tempo de escapar do golpe militar perpetrado pelo próprio Huerta, que mandaria executar Madero e seu gabinete em 1913. Villa retornaria ao México então para tomar o estado de Chihuahua e assumir seu governo provisório, juntando-se a outros rebeldes que acabariam por depor Huerta no ano seguinte. Junto a seu aliado Emiliano Zapata, Villa tomaria a Cidade do México. Ambos seriam as pontas de lança da pressão popular pela reforma agrária no contexto revolucionário, so-
bretudo a partir do chamado Pacto de Xochimilco firmado em dezembro de 1914, agora com vistas a lutar contra os novos líderes da direita do governo revolucionário, Venustiano Carranza e Álvaro Obregón. Derrotado numa batalha em Agua Prieta, Pancho Villa recuou a Chihuahua, onde atacaria a cidade de Columbus, nos Estados Unidos, em represália pelo reconhecimento daquele país ao governo de Carranza, resultando na morte de 18 engenheiros funcionários de uma mineradora imperialista. Os estadunidenses, organizariam uma malograda Expedição punitiva em 1916, com vistas a neutralizar Villa e suas tropas. Villa retornaria à guerrilha, permanecendo ativo até 1920, quando Obregón assumiu a presidência do México e concedeu indulto e terras ao valoroso combatente. Iniciava-se ali um período de estabilidade no país, firmando-se um governo de tipo nacionalista. O temor de um novo levante porém levou o general Plutarco Elías Calles a ordenar o assassinato brutal de Villa com nada menos que 150 disparos feitos por oito atiradores quando dirigia seu carro nas imediações da cidade de Parral, quando ele contava com apenas 45 anos. Por seu destacado papel como combatente pelos setores oprimidos na população, Villa tornou-se um verdadeiro mito mundial, sinônimo da rebeldia popular que transforma a insatisfação em luta. Pancho Villa deu seu nome a ruas, estádios de futebol, tema de canções, poemas e livros. Há 141 anos, em 5 de junho, nascia Pancho Villa.
POLÍTICA| 3
DIREITA GOLPISTA
A quem interessa a despolitização das manifestações? O
jornal da direita golpista Estado de S. Paulo quer pautar as manifestações da esquerda e dos trabalhadores contra o governo Bolsonaro, um governo que este jornal apoia, assim como apoiou o golpe de 1964 e a ditadura militar. Segundo esses inimigos dos trabalhadores e do Brasil, em editorial do dia 1º de junho intitulado A quem interessa a polarização, o PT teria tentado “sequestrar, para seus propósitos deletérios, o legítimo movimento dos estudantes e professores” ao levar para as ruas outras palavras de ordem, como a rejeição ao roubo das aposentadorias que a imprensa capitalista chama de “reforma da Previdência”. Ou seja, o Estado de S. Paulo, que apoiou o golpe de 1964, apoia o roubo das aposentadorias e que não tem nada a ver com os setores que estão indo às ruas protestar contra a direita golpista, quer determinar qual deve ser a pauta das manifestações. É uma operação para tentar tornar as manifestações inócuas na luta contra
a direita golpista. Isto serve de alerta para setores da esquerda que querem ceder a pressão da imprensa coxinha: o protesto apenas “pela educação” é o programa dos coxinhas para os protestos, porque a direita quer apagar o conteúdo político dos protestos, que exigem o fim do governo Bolsonaro. O problema para a imprensa burguesa é que ela defende o governo Bolsonaro para manter alguma estabilidade no regime golpista. A polarização coloca o próprio regime golpista em uma situação difícil. O país está polarizado porque os trabalhadores rejeitam repetidamente o programa direitista que jornais como o Estado apoiam. Rejeitaram esse programa com Temer, e o rejeitam novamente com Bolsonaro. Assim como rejeitavam na época de FHC. Sempre é necessário fazer manobras, ou simplesmente partir para o golpe de Estado, para conseguir colocar governos que implementem esse programa. É aos defensores desse programa da direita (roubo das aposentadorias,
perda de direitos trabalhistas, perseguição a sindicatos e partidos, privatizações etc.) que interessa agora desviar o foco das manifestações, que exigem o fim do governo nas ruas de todo o país, para desviá-las para alguma pauta que leve à dispersão das
manifestações, até que o governo possa se estabilizar, ou pelo menos continuar. A população rejeita esse programa e tem uma palavra de ordem que expressa essa rejeição claramente, colocando o problema do poder e de derrubar Bolsonaro: fora Bolsonaro!
FORA BOLSONARO
“Colocar Bolsonaro na linha” ou colocá-lo para fora? U
ma das características positivas de todo movimento popular e de massas é a criatividade em transformar em músicas ou gritos de guerra determinadas palavras de ordem, que expressam o sentimento do povo contra um governo ou uma determinada política. Uma delas, em particular, “ei, Bolsonaro, vai tomar no c*!”, explodiu em pleno o carnaval brasileiro, sintetizando de uma forma acachapante o profundo repúdio popular ao fascista Bolsonaro, isso quando seu governo não tinha mais do que dois meses, e se transformou em um dos gritos de guerra mais presentes em todas as manifestações ocorridas a partir do carnaval. Como uma contraposição a esse grito de guerra que se traduz pelo “Fora Bolsonaro” foi introduzido um outro, artificial, com interesses escusos, pela direção da UNE, que na aparência é contra Bolsonaro, mas que pelo seu conteúdo é absolutamente moderado e um tanto capitulador e vai na contramão da luta por derrubar Bolsonaro, que é “Bolsonaro, seu fascistinha! Os estudantes vão botar você na linha!” Uma primeira questão que salta aos olhos é que as mobilizações como vêm se configurando são nitidamente um movimento para pôr abaixo o governo e não para, de alguma maneira, pro-
curar enquadrá-lo, como se apresenta na musiquinha. Por outro lado, enquadrar Bolsonaro exatamente como? Se seus próprios pares no governo pouco ou nada têm sido bem sucedidos nesse intento? Veja-se o caso dos generais, que tão ou mais fascistas que o próprio Bolsonaro, estão atrás de esconder a sujeira produzida cotidianamente pelo capitão presidente. Se os militares, os braços armados do golpe, não conseguem conter o presidente, será o movimento estudantil que conseguirá essa proeza? Evidentemente, que não.
Uma regra elementar da política aprendida com as experiências fascistas e nazistas dos anos 30 é que com o fascismo não há acordo, não há conciliação. Ou o movimento esmaga o fascismo ou por ele será esmagado. Aliás, a função histórica do fascismo é a de justamente esmagar o movimento operário a começar pelas suas organizações (partidos, sindicatos e também as organizações estudantis). O que quer então o PCdoB, que controla a direção da UNE, com essa política? Simples: conciliar com o golpe de Estado, para evitar uma saída independente das massas com relação ao
regime imposto pelo golpe, portanto conciliar com o próprio Bolsonaro, canalizando o descontentamento popular para o campo institucional, parlamentar e eleitoral. Só há duas saídas políticas para o Brasil: “Fora Bolsonaro” ou “Fica Bolsonaro”. A primeira saída já foi escolhida pelo explorados brasileiros e só não atingiu um grau maior de radicalidade justamente porque do outro lado há partidos da esquerda pequeno-burguesa, que são verdadeiras barreiras de contenção na evolução do movimento. A segunda saída é absolutamente ilusória do ponto de vista dos interesses das amplas massas. Caso Bolsonaro não seja derrubado, teremos a vitória do golpe, que por conveniência ou mesmo diante da evolução da crise política, pode manter o próprio Bolsonaro ou produzir um governo bolsonarista sem Bolsonaro. Ao contrário do que espera essa esquerda pequeno-burguesa, que também é iludida com a sua própria “esperteza”, e nesse aspecto tem seus olhos voltados para 2020 e 2022, não existe vácuo em política. Caso os trabalhadores e os explorados não ocupem a cena política, o golpe de Estado vai se recompor e levar à frente a ferro e fogo sua política de destruição do país.
8 | POLÍTICA
ALA DIREITA DO PT
Em vez de fazer campanha contra a licença para matar de Moro, ala direita do PT combate o armamento popular A
ala direita do PT, e a esquerda pequeno-burguesa em geral, seguem no caminho aparentemente sem volta de dissociação cada vez maior de tudo o que diz respeito ao real interesse do povo. Para esta turma de oportunistas, o horror não é ver o grande capital armando suas milícias – oficiais e clandestinas – até os dentes, e ainda por cima agraciar este exército de bandidos da burguesia com um verdadeiro habeas corpus preventivo dando direito total de matar indiscriminadamente seus alvos preferenciais – negros, pobres, jovens – sem a mínima preocupação com a mais longínqua possibilidade de punição. Para eles, o horror é ver o povo pobre com armas em punho, com o poder real de se defender daquela corja de assassinos fardados, que sobe os nossos morros todos os dias para matar quem aparecer na sua frente. Esta esquerda sequer tem conhecimento do massacre que vive o povo brasileiro, do campo e da cidade, na unha da polícia e das milícias da burguesia. E se tem algum conhecimento, não liga a mínima. Se ligasse, um pouco que fosse, estaria em campanha feroz contra o pacote assassino do fascista Sérgio Moro, notório agente imperialista, um traidor no comando do Ministério da Justiça, para quem basta que o policial alegue “forte emoção” e já estará tudo certo. Para Moro é assim: é policial? Pode matar.
Mas para esta ala do PT isto importa? Não. O que importa é fazer demagogia com o sangue alheio – desde que seja o sangue proletário – dando uma de pacifista para a classe média, a fim de tentar, lá na frente, amarrar esta conversa mole com uma propaganda eleitoral murcha de “livros na mão”, no sonho de arco-íris de tentar eleger o “Prof. Haddad”, o porta-voz deste petismo direitista, conservador, reacionário, como um Presidente da República adaptado ao golpe que mandou Lula para a cadeia. Ou seja, este falso PT é tudo o que a verdadeira militância petista abomina, mesmo sem se dar conta de quem é quem dentro do partido. Neste cenário, é natural que esta ala de adaptados petistas não queira mesmo combater o pacote homicida do Moro, ao mesmo tempo que faça
propaganda para que o povo mantenha-se totalmente desarmado, de modo a facilitar o trabalho da polícia fascista quando já tiver salvo conduto legal para matar. E note-se: não é só contra o pacote do Moro que eles deixam de lutar. Eles não lutam essencialmente contra nada do governo Bolsonaro. Esse PT verde-amarelado acha que “fritando” o Bolsonaro, ou seja, permitindo-se que ele aniquile o nosso país e o nosso povo por longos quatro anos, haverá então munição de propaganda suficiente para conseguir ganhar novamente a Presidência da República. Não entra na conta desta ala direita do PT a quantidade de gente que terá de morrer nas mãos dos fascistas para que o “jogo democrático” que eles defendem possa mudar para um placar mais em sintonia com o seu oportunismo.
Não é de hoje que este Diário busca alertar à esquerda em geral, e aos companheiros militantes petistas em particular, que há uma enorme campanha para “endireitar” o PT, tornando-o mais um bastião defensor da política burguesa, de modo a garantir os cargos e salários daqueles que usam a estrela petista como trampolim, mesmo em um regime fascista como é este que lentamente está sendo implantado no Brasil desde o golpe. O problema que esta jogatina eleitoral não percebe é que um PT capaz deste nível de traição ao nosso povo certamente não encontrará nada mais em 2022 do que uma enorme e justa desconfiança e repulsa por parte da população ao Partido dos Trabalhadores. Principalmente a mais pobre, setor que, inclusive, apoia o armamento e que votou em Bolsonaro achando que ele realmente defendia a ideia de povo com arma na mão, o que, certamente este vigarista que se diz nosso presidente não vai deixar acontecer. É preciso que não só o PT, mas a esquerda em geral, deixem o oportunismo direitista de lado e passem definitivamente a lutar pelo nosso povo, pois se em tempos minimamente democráticos ninguém poderia impedir uma pessoa de defender-se a si mesma, em tempos de fascismo em implantação, esta deveria ser uma palavra de ordem alardeada por todas as direções, como imperativo urgente de defesa da população.
IMPRENSA GOLPISTA
Globo intensifica campanha pelo desarmamento do povo N
o dia 3 de julho, o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) divulgou uma pesquisa sobre os três decretos sobre a flexibilização do porte de armas no Brasil. A pesquisa realizada em março deste ano no período de aprovação dos decretos. A pesquisa do Ibope aponta que 73% dos entrevistados são contrários à flexibilização de porte para cidadãos comuns e 26% são favoráveis. As informações da pesquisa são que foram ouvidas 2.002 pessoas em 143 municípios. Após a divulgação encabeçada pela Rede Globo e outros setores da imprensa golpista tratou de propagandear a pesquisa em todos os meios de comunicação. No jornal O Globo, no noticiário Bom Dia Brasil e no Jornal Nacional foram amplamente divulgados e apoiado pela Rede Globo a questão do desarmamento. E essa campanha vem desde o anuncio do decreto de Bolsonaro no inicio do ano. As pesquisas realizadas por esses institutos são sempre falsificadas pela burguesia e realizadas logo após uma ampla campanha da imprensa para manipular a opinião pública e a farsa
não ficar tão evidente. Nesse momento está sendo manipulada para evitar o armamento da população. O que chama a atenção é o vigor da campanha da imprensa golpista querendo afirmar que a população não apoia os decretos de flexibilização das armas e a opinião que a população é contrária ao armamento da população. O decreto de Bolsonaro apesar de ser muito tímido na questão de liberação das armas assustou a burguesia no momento em que está sendo planejado amplos ataques aos direitos da população trabalhadores e ao patrimônio público nacional, principalmente na questão do campo, onde poderia ser aberta uma brecha para o armamento dos trabalhadores sem-terra. A dedicação em que a imprensa golpista, principalmente a Rede Globo, está dando para tentar mostrar que a população é contra o armamento da população revela que a campanha pelo desarmamento é encabeçada pela burguesia imperialista. A imprensa golpista está fazendo uma dura campanha contra os decre-
tos de Bolsonaro e na possibilidade de armamento da população. Sabem que arma nas mãos dos trabalhadores pode ser um entrave nos ataques que estão sendo colocados em marcha pela burguesia e no avanço do fascismo no país. Essa campanha está servindo também para que setores da esquerda também estão entrando na onda da burguesia e apoiando amplamente o desarmamento. A esquerda está caindo como um patinho no discurso da Rede Globo e deixando os trabalhado-
res confusos diante dessa campanha direitista. Tem que ficar claro que o desarmamento é uma campanha da burguesia para manter o monopólio da repressão nas mãos do Estado e da burguesia para evitar a defesa da população trabalhadora diante dos ataques. Os trabalhadores não podem aceitar que somente a burguesia e seus aparato repressivo possa se armar, principalmente diante do avanço do fascismo e dos ataques aos direitos da população.
POLÍTICA E ESPORTES | 9
FESTIVAL LULA LIVRE
Mais um grande ato político contra o governo C
omo 80 mil pessoas reunidas no centro de São Paulo junto com artistas da envergadura de Arnaldo Antunes, Chico César, Fernanda Takai, Zeca Baleiro, Emicida, Criolo e Odair José cantando e gritando “Lula Livre”, empunhando faixas e cartazes somem do nada? Se o seu parente coxinha ficou sintonizado na imprensa burguesa desde o último domingo, só ouvindo rádio e vendo televisão, lendo os jornais golpistas ou mesmo surfando na internet em blogs e sítios da direita, tudo isso que está nas fotos aqui foi escondido dele. Você precisa ajudá-lo a sair dessa alienação: mostre para ele como foi o Festival Lula Livre na Praça da República no dia 2 de junho, que começou no início da tarde e entrou pela noite. Foram 30 espetáculos naquele palco, debaixo de chuva, e o povão lá firme, cantando e dançando, até o Suplicy, beirando os 80, contagiou com sua empolgação. Além dos músicos já citados, também foram voluntários e fizeram sua parte no ato: Rael, Baiana System, Aíla, Dead Fish, Filipe Catto, Mombojó, Otto, Thaíde, Junu, Everson Pessoa, Unidos do Swing, Francisco El Hombre, Slam das Minas, Bia Ferreira, Doralyce Soledad, Lirinha, Ilú Oba de Min, André Frateschi e banda, Márcia Castro, Isaar, Junio Barreto, MC Poneis, Tulipa, Chico Chico e Duda Brack, Mistura Popular, Triz, Anelis Assumpção e Drik Barbosa.
Todos os artistas gravaram vídeos com mensagens pela liberdade do Lula e em defesa da democracia, que têm sido espalhados pelas redes sociais, mas, de novo, talvez não cheguem no seu parente coxinha. Ajude ele a ser menos ignorante. Lula também esteve presente. Representado pelo seu neto, Thiago Trindade Lula da Silva, que leu no palco uma carta enviada pelo avô para o público presente: 02 de junho de 2019 Agradeço de coração a cada uma e a cada um de vocês, artistas e público, que nesse 2 de junho fazem da praça da República a Praça da Democracia. Embora tenha o nome de “Festival Lula Livre”, sei que esse é muito mais que um ato de solidariedade a um preso político. O que vocês exigem é muito mais que a liberdade do Lula. É a liberdade de um povo que não aceita mais ser prisioneiro do ódio, da ganância e do obscurantismo. Esse ato é na verdade um grito de liberdade que estava preso em nossas gargantas. Mais que um grito, um canto de liberdade. O canto dos trabalhadores que não aceitam mais o desemprego e a perda de seus direitos. O cantos dos estudantes, que não aceitam nenhum retrocesso na educação. O canto das mulheres, que não aceitam abrir mão de nenhuma conquista histórica. O canto da juventude, que não aceita que lhe
roubem os sonhos, e da juventude negra em particular, que não aceita mais ser exterminada. O canto dos que ousam sonhar, e transformam sonhos em realidade. Boa parte de vocês que aí estão, artistas e público, felizmente não viveram os horrores da ditadura civil e militar instalada em 1964, essa que alguns querem implantar de novo no Brasil. Foi um tempo em que a luta contra a censura podia ser traduzida em canções que diziam assim: “Você corta um verso, eu escrevo outro”. Foi com muita luta que conseguimos acabar com a censura neste país. E não
vamos aceitar essa outra forma de censura, que é a tentativa de acabar com as fontes de financiamento da arte e da cultura. Que não vamos aceitar a tentativa de censurar o pensamento crítico, estrangulando as universidades. Se eles arrancam nossas faixas, nós escrevemos e botamos outras no lugar. E vamos continuar ocupando as ruas em defesa da educação, da saúde, públicas e de qualidade; das oportunidades para todas e todos; contra todas as formas de desigualdade e de retrocesso. Nossos adversários querem mais armas e menos livros, menos música, menos dança, menos teatro e menos cinema. E nós insistimos em ler, escrever, cantar e dançar, insistimos em ir ao teatro e fazer cinema. Nada mais perigoso para nossos adversários que um povo que canta e é feliz. Que faz da arte e da cultura instrumentos de resistência. Vamos então à luta, sem medo de sermos felizes, com a certeza que o amor sempre vence. Um abraço, com muita saudade e a vontade imensa de estar aí, Lula Esse ato do último domingo mostra mais uma vez a tendência popular de lutar contra o governo Bolsonaro, e exigir a liberdade de luta é uma pauta mobilizadora em oposição a esse governo. Foi mais uma vitória da mobilização popular. Veja as fotos e vídeos.
ESPORTES
Caso Neymar: diante dos novos fatos, tudo indica que seja uma armação
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esde quando as grandes corporações, as grandes marcas e também os grandes investidores capitalistas que atuam no mundo esportivo – mas principalmente no futebol – decidiram por atacar pesadamente, colocando seus múltiplos tentáculos para dominar completamente e em toda a sua extensão o esporte de maior apelo popular do mundo, o que se pode ver é a total desfiguração e descaracterização de uma das mais importantes manifestações da cultura popular de massas, representada pelo futebol. Sob a égide e o controle do grande capital e seus enormes interesses ao redor do mundo, as competições internacionais envolvendo o futebol se tornaram alvo cada vez maior de todas as investidas e pressões, particularmente aquelas mais rentáveis e que despertam a atenção e o interesse do grande público como a Copa do Mundo, a Champions League, a Eurocopa e neste momento, a Copa América, o principal torneio de seleções do continente e um dos mais importantes eventos do calendário futebolístico mundial. Nesta edição de 2019, a competição será disputada no Brasil, com os jogos ocorrendo no período de 14 de junho a 07 de julho, envolvendo 12 seleções do continente. Obviamente que o se-
lecionado nacional é o franco favorito, não somente pela superioridade técnica em relação aos demais adversários e o ótimo momento atravessado pela equipe, mas também por estar jogando em casa, diante da torcida brasileira, que sempre demonstrou, em todos os momentos, um enorme carinho e apoio à seleção, sempre prestigiando o time nacional. Não é fortuito, portanto, que às vésperas do início de mais uma participação do time brasileiro em uma importante competição de repercussão mundial, volte a figurar nas páginas da imprensa esportiva internacional notícias dando conta de mais um “escândalo” envolvendo o principal jogador do nosso time, o atacante Neymar, que atua no futebol francês, defendendo o Paris Saint Germain. Obviamente que não é objeto deste DCO explorar os meandros do caso, até porque as informações que nos chegam e que já são de amplo domínio público apontam na direção de mais um caso “fabricado”, de “cenário montado” para ser convenientemente explorado para atacar não somente a pessoa, não somente o futebolista Neymar, mas principalmente para dirigir um ataque contra o nosso futebol, contra a seleção brasileira e a posição
que ocupa o futebol brasileiro no cenário e no ranking mundial do futebol. Não se trata de especular aqui sobre a suposta culpabilidade ou inocência do atacante brasileiro diante das desencontradas e confusas informações que já foram geradas sobre o caso, mas ressaltar e chamar a atenção para a escandalosa campanha dos inimigos e adversários do futebol brasileiro, que buscam, de forma clara e insofismável, explorar o caso com a finalidade de atingir não só o futebol pentacampeão do mundo, mas o próprio país e o povo brasileiro, que desde o golpe de Estado de 2016 está sob o fogo cruzado do grande capital e do imperialismo mundial. Um aspecto que chama a atenção no caso – pelo conteúdo demagógico, cínico e de desfaçatez – é a “preocupação” demonstrada para com a “vítima” por aqueles que nunca tiveram qualquer sensibilidade ou preocupação com a condição da mulher no Brasil, com a violência cotidiana perpetrada contra as mulheres, com os inúmeros casos de ataques, agressões, estupros e assassinatos que vitimam centenas de mulheres todos os anos no país. Por que neste momento agora, repentinamente, aqueles que nunca se preocuparam ou mesmo os que sem-
pre impuseram à mulher a condição de inferioridade social estão agora “sensibilizados” com os “maus tratos” que a mocinha de classe média supostamente sofreu por parte do jogador Neymar? Descaramento maior não poderia haver. Portanto, a despeito de todas os desdobramentos que o caso possa vir a ter, o que se pode perceber claramente é que os inimigos do futebol brasileiro estão novamente no ataque. Incapazes de derrotar o melhor futebol do mundo dentro das quatro linhas, os enormes e gigantescos interesses que permeiam atualmente o esporte mais popular do planeta buscam se servir de quaisquer outros meios para atingir seus objetivos, que não é outro senão o de desacreditar, enfraquecer e desmoralizar o multicampeão e vitorioso futebol do Brasil.
10 | CIDADES
POLÍTICA DE EXTERMÍNIO
40% dos presos em massacre de Manaus eram provisórios: não ao encarceramento em massa! Dos 55 presos assassinados no interior dos presídios de Manaus, nos últimos dias 26 e 27 de maio, 22 eram presos provisórios. Ou seja, 40% do número total de mortos. Os dados revelam que quase a metade dos presos que foram mortos no interior dos presídios eram inocentes, uma vez que o processo não havia ainda sido julgado em todas as instâncias. Os números indicam, portanto, quais são as consequências da política da direita e da extrema-direita no país de encarceramento em massa da população pobre e negra. Em menos de três anos, este é o segundo massacre ocorrido nos presídios do estado do Amazonas. Em 2017, depois de 17 horas de rebelião, foram 65 mortos dentro Complexo Penitenciário Anísio Jobim.
Os massacres deixam clara a situação desumana, de verdadeiro infernos na terra, dos presídios brasileiros. O Brasil possui a terceira maior população carcerária do país, a política de encarceramento em massa é uma verdadeira política de extermínio do povo pobre e negro no país. Este fato revela também o caráter profundamente reacionário da política da esquerda pequeno burguesa, de defender a prisão de determinadas pessoas, somente por expressarem alguma opinião, a política de mais cadeia, mais penas e mais leis somente irá reforçar ainda mais o caráter extremamente repressivo do estado contra a população pobre brasileira. É necessário se colocar contra a política de encarceramento em massa, exigir também a libertação de todos os presos.
SANTA CATARINA
Servidores municipais de Blumenau entram em greve N
essa terça-feira(04) os servidores municipais de Blumenau iniciaram sua greve aprovada em assembleia no dia 30 de maio com a participação de 1.1000 trabalhadores. Os servidores blumenauenses rejeitaram mais uma vez a proposta apresentada pelo governo, que propõe pagar a reposição integral do INPC dos últimos 12 meses (5,07% – IBGE) somente na folha de janeiro de 2020. No estado de Santa Catarina, Blumenau, Florianópolis e Joinville (as três maiores cidades do estado), os servidores rejeitaram a proposta de miséria dos governos da direita. Além de Blumenau, Florianópolis no último dia 30 aprovou em assembleia pelo estado de greve com nova assembleia para o dia 11 onde será votado se a cate-
goria entrará em greve. Em Joinville no último dia 29 os servidores rejeitaram a proposta do governo e decretaram paralisação no dia 14. Este é um importante indicativo da crise política e econômica em que passa o Brasil, é necessário impulsionar estas greves e dar uma linha política a elas, lutas parciais como o reajuste salarial não resolverão o problema dos trabalhadores, são reivindicações limitadas. Portanto, é necessário que nestas greves, seja impulsionada uma ampla mobilização em torno da Greve Geral com a política de Fora Bolsonaro e todos os Golpistas, Liberdade para Lula e Eleições Gerais. Somente com a derrota desse regime os trabalhadores sairão vitoriosos dessa situação imposta pelos golpistas.
MOVIMENTO OPERÁRIO | 11
DEMISSÕES
Contra as demissões e fechamento de agências do Itaú, Sindicato dos Bancários realiza atos em Brasília O
s banqueiros golpistas do banco Itaú, para engordar cada vez mais os seus bolsos às custas da superexploração dos seus trabalhadores estão desenvolvendo uma política de terra arrasada contra os seus funcionários. Em consequência dessa política já foram colocados no olho da rua centenas de trabalhadores com o fechamento, em todo o País, de 77 dependências bancárias, e, segundo a própria direção do banco, outras 57 serão fechadas até junho próximo. Em Bra-
sília há a previsão do banco em fechar nos próximos dias mais duas agências. Contra toda essa ofensiva dos banqueiros o Sindicato dos Bancários de Brasília realizou, na última quarta-feira (29), atividades nas agências, localizadas nas cidades do entorno de Brasília, Taguatinga e Ceilândia, como parte da organização em nível nacional da Semana Nacional de Luta contra os ataques dos banqueiros e seus governos para barrar a ofensiva dos banqueiros contra os trabalhadores.
SUCATEAMENTO
SANTOS
Escolas funcionam sem água e energia elétrica
Trabalhadores do Porto de Santos entram em greve
as escolas públicas do Estado de São Paulo nos dias que faltam energia elétrica por algum motivo de força externa ao ambiente escolar, os alunos são obrigados a estudar na escuridão. A escola pública é um lugar abandonado e obsoleto, nesses dias percebemos mais claramente como as instituições de ensino são um depósito de gente. Com a falta de energia na maioria das escolas, falta também água, com a falta d’água, é impossível fazer a merenda escolar, entre outras coisas. Na verdade falta de tudo na escola pública paulista, imagina uma secretaria escolar sem papel sulfite ou tonner de impressora, muitas vezes não tem impressora e computadores são insuficientes. Nos últimos anos, a cobrança por resultados positivos nas avaliações externas tem aumentado, porém os recursos para manter a escola tem diminuído paulatinamente. No passado eram recebidas verbas per capita, atualmente é um calculo que ninguém sabe qual a base de cálculo para os recursos cada vez mais escassos que chegam nas unidades. Estamos vivendo um ambiente cada vez mais insalubre nas escolas públicas paulistas, o papel higiênico e o
s portuários no Porto de São Sebastião, em Santos, entraram em greve, na manhã desta terça-feira (4). Segundo o Sindicato, a paralisação dos serviços ocorre desde às 7h dessa terça-feira. Em comunicado, o Sindaport explica que o movimento grevista acontece porque “a Companhia Docas de São Sebastião não cumpriu com a aplicação do reajuste referente à data-base de 2018 e ainda não apresentou resposta a pauta de reivindicações referente à data-base de 2019”. Este é um indicativo da crise política e econômica que os golpistas impuse-
N
papel toalha para enxugar as mãos são artigos raros e de luxo na maioria das unidades da capital e interior. Estudar em um lugar que não oferece nem o mínimo de recursos para o bom desempenho dos docentes e estudantes, e um crime contra os filhos dos trabalhadores que somente têm esse canal para estudar e se desenvolver um uma sociedade cada vez mais tecnológica. A escola há muito tempo vem sendo sucateada pelos governos do PSDB que estão há muitos anos em São Paulo, mas com o golpe de 2016, ganhou dimensões gigantescas, pois a intenção dos golpistas é privatizar e entregar todos os lucros aos bancos.
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ram aos trabalhadores, é necessário impulsionar estas greves e dar uma linha política a elas, lutas parciais como o reajuste salarial não resolverão o problema dos trabalhadores. É necessário que nestas greves, além das pautas da categoria, seja impulsionada uma ampla mobilização em torno da greve geral com a política de Fora Bolsonaro e todos os golpistas, liberdade para Lula e eleições gerais, somente com a derrota do governo de extrema-direita os trabalhadores sairão vitoriosos dessa situação imposta pelos golpistas.
12 | ATIVIDADES DO PCO, JUVENTUDE E COTV
CENTRO CULTURAL
Conheça o Centro Cultural Benjamin Perét em Santa Catarina O
Partido da Causa Operária vem em um franco crescimento no ultimo período, um dos indicativos materiais deste crescimento é a expansão dos Centros Culturais Benjamin Perét em diversas regiões do país, espaço esse que serve para formação, cultura e lazer além da realização de reuniões, oficinas e mutirões. Em Santa Catarina o PCO abriu seu primeiro CCBP em novembro do último ano, só neste ano já foram realizados dois cursos de formação teórica marxista sendo o primeiro em Março com o tema Manifesto do Partido Comunista, já no mês de abril o tema abordado foi Fascismo o que é e como combatê-lo, atividades culturais acontecem semanalmente. No Sábado as portas do Centro Cultural abrem as 11h para a apresentação da maior e mais tradicional Analise Política da Semana com o companheiro Rui Costa Pimenta, as 15h ocorre a
reunião do comitê de luta contra o golpe de Blumenau onde são organizadas atividades como panfletagens, colagens de cartaz e organização de caravanas, já as 16h os coletivos partidários como negros, mulheres, sindical e juventude se reunem a nível nacional e os presentes no CCBP podem participar sendo ou não filiados ao PCO e o sábado se encerrará as 19h com o Sábado Subversivo, bandas como Rafael BN com seu projeto @apenasumrapaz – música latino-americana, Ariel Teske com o projeto Lado C – Bailinho de vinil, entre outros além de oficinas como a de serigrafia e stencil onde foram fabricadas camisetas e cartazes com as palavras de ordem Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula e transmissão de filmes como o do ultimo dia 25 onde apresentamos o filme Eles não usam Black Tie. É importante ressaltar que assim como o PCO os Centros Culturais são
PERNAMBUCO
mantidos de uma forma militante, com a organização de atividades, campanhas financeiras, venda de produtos em SC por exemplo é produzida a Cerveja Artesanal Liberdade para Lula para sustentar e ampliar as atividades. O CCBP – SC esta aberto de segunda a sexta das 11h as 19h e sábado das 11h às 23h e fica situado na rua João
Pessoa no numero 707 no bairro Velha em Blumenau (foto). Participe de nossas atividades e ajude a consolidar e ampliar este importante espaço de formação e organização dos trabalhadores, curta a nossa página e fique sabendo de todas as nossas atividades e contribua em nossa vakinha.
COTV
Governo do PSB está destruindo Veja a programação completa o programa Passe Livre da COTV nesta quarta-feira Fique ligado na programação da Causa Operária TV desta quarta-feira, dia 5 de junho: 10 horas – Reunião de Pauta 11 horas – Panorama Brasil 15 horas – Jornal das 3 16 horas – Programa de Índio 17 horas – Universidade Marxista 19 horas – COTV Entrevista 20h30 – Resumo do Dia
O
governador de Pernambuco, Paulo Câmara do PSB (Partido Socialista Brasileiro) está deixando de depositar o dinheiro do passe livre dos estudantes, enquanto mantém em dia o pagamento dos juros da dívida do governo do Estado com os parasitas banqueiros. Os estudantes secudaristas do Estado de Pernambuco estão a ponto de irem para as ruas contra o ataque que o governador do PSB está fazendo à educação em Pernambuco, um ataque que tem o mesmo caráter agressivo aos estudantes, como o ataque que está sendo feito pelo governo golpista de Jair Bolsonaro que cortou 30% das verbas públicas na educação do Brasil. Esse diário já havia alertado que os governadores do Nordeste, eleitos nas eleição de 2018, apesar de terem sido eleitos com o símbolo de esquerdistas, eles vêm realizando a mesma política de ataques aos direitos fundamentais da população desses estados. No caso de Pernambuco, Paulo Câmara ainda teve o apoio declarado do
PT, que sequer lançou candidatura própria nas eleições de governador de Pernambuco em 2018, para justamente entregar sua base eleitoral para o candidato do PSB. O PSB, em sua maioria, apoiou o golpe de Estado de 2016 que retirou do governo o PT para impor os golpistas que culminou nas eleições de Bolsoanro, também vem sendo importante aliado do PSDB em São Paulo, no entanto, organizações da esquerda pequeno burguesa no Brasil insiste em apontar o PSB como alinhado com a esquerda nacional, um contrabando explícito. O PSB é um partido que funciona como uma sublegenda de partidos burgueses como o PSDB, além de agrupar diversos políticos oportunistas e picaretas da política burguesa, como Paulo Câmara, que nesse momento está alinhado à máfia do transporte público de Pernambuco, contra os estudantes e a população usuária do serviço de transporte público.
MORADIA E TERRA| 13
DESMATAMENTO
Ministro fascista Ricardo Salles quer monitoramento da Amazônia nas mãos do imperialismo A
tualizando sua vocação neocolonial, o governo Bolsonaro avança na entrega das riquezas naturais do país a metrópole, ou seja, ao capital imperialista. Um caso grave e notório é a política desenvolvida pelo Ministério do Meio Ambiente. O ministro, Ricardo Salles, pretende agora, dentre muitas outras políticas nefastas, e pondo em risco a soberania nacional, terceirizar o monitoramento do desmatamento da Amazônia. Salles pretende contratar a empresa de geoprocessamento Santiago & Cintra para realizar o monitoramento. Essa empresa, contudo é controlada pela Blackbridge Network Ltd., uma empresa situada no Canadá. O governo pretende permitir que uma empresa atrelada ao capital imperialista possa monitorar, coletando assim dados sobre a riqueza mineral e a biodiversidade da Amazônia. Também a empresa, responsável por gerar alertas de desmatamento, ficará responsável em certa medida pelo filtro de quem pode ou não desmatar impunemente, já que as punições são resultados diretos do alerta gerado pelo monitoramento, o que abre um grande espaço de negociação da empresa com os
grileiros, latifundiários e com as empresas internacionais que exploram a região, e claro tudo isso sendo pago pelo governo. Outro elemento que chama a atenção é que o monitoramento é hoje realizado pela Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, que faz um trabalho eficiente e, portanto não havendo nenhuma justificativa técnica para a troca. Por meio de um sistema dos mais modernos, altamente eficiente e nacional denominado Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real (Deter-B), capaz de detectar até mesmo desmatamento a partir de 1 hectar afetado. O Inpe gerou entre o início do ano e 15 de maio 3.860 alertas de desmatamento ilegal, ou seja 28,6/dia, contudo, o governo, que também é uma espécie de representante dos grileiros e latifundiários, aplicou apenas 850 multas. O governo tem mesmo uma política de combate à fiscalização. O Inpe deixaria então de realizar esse serviço, caso a contratação se concretizar, em favor da empresa de capital internacional, fica mais ou menos
evidente o fundo da questão: trata-se de beneficiar o imperialismo, que reunirão todas as informações necessárias ao projeto de exploração que venham e que estão desenvolvendo, abrindo espaço inclusive para que esta empresa venha vender informações sobre a fauna, a flora, bem como os recursos naturais disponíveis e sua localização a outras empresas. De outro lado, a contrapartida para que os latifundiários da região permitam tal es-
tado de coisa, é dar a estes mais possibilidades de desmatamento ilegal e grilagem de terras. Essa é a política de Bolsonaro, uma política anti-nacional, criminosa, de lesa Pátria, um governo a serviço dos interesses internacionais contra o povo Brasileiro. É necessário derrubar esse governo fantoche do imperialismo para abrir caminho, com novas eleições, para que a vontade popular possa se expressar de maneira mais democrática.
JUSTIÇA DO LATIFÚNDIO
Indígenas vão a juri popular por se defender de pistoleiros no MS U m caso ocorrido no início desta semana serve para demonstrar o verdadeiro caráter do Estado e da Justiça golpista. Seis índios da etnia Guarani Kaiowá foram condenados por suposta tentativa de homicídio contra pistoleiros que tentaram invadir a aldeia Passo Piraju, localizada no Mato grosso do Sul. Os pistoleiros chegaram atirando contra os índios, todos encapuzados. O caso ocorreu em 2006. Os índios então procuram se defender contra a violência dos jagunços. Vale destacar ainda que a região onde se localiza a aldeia
era e é ameaçada constantemente pelos pistoleiros, trata-se de uma região de domínio dos ruralistas. O caso mostra, no entanto, como a Justiça atua a favor dos poderosos. Os índios, que foram alvos da violência, acabaram sendo condenados pela Justiça, enquanto que os pistoleiros, os jagunços, e os próprios fazendeiros saíram impunes. É preciso desde já defender a liberdade dos índios condenados no processo. Exigir também o direito de autodefesa contra a investida dos latifundiários e pistoleiros.