Edição Diário Causa Operária nº5673

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SEXTA-FEIRA, 14 DE JUNHO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5673

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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Hoje é dia de parar tudo e sair às ruas

É preciso discutir a continuidade da luta contra Bolsonaro Com a paralisação nacional de hoje, completa-se um mês, em que os trabalhadores, a juventude e os explorados de todo o País realizaram gigantescas mobilizações contra o governo ilegítimo de Bolsonaro e seus ataques e mostrou que há uma enorme disposição de luta para derrotá-lo e por fim ao regime golpista, a qual está apenas iniciando o seu desenvolvimento.

PSOL faz de tudo para negar o Fora Bolsonaro O PSOL tem muitas correntes internas, e toda crítica feita ao partido pode ser rejeitada nesses termos: “não afirmamos nada disso, foi a corrente tal”. Muitas vezes é como debater com sombras. No entanto, na questão discutida nas linhas seguintes, a crítica é bastante abrangente relativamente ao PSOL como um todo.

Para que a luta popular quer o PSDB? A política neoliberal tem levado todos ps partidos da burguesia à falência. Em 2013, os governos estaduais do PSDB levaram a uma forte mobilização espontânea contra a repressão do Estado burguês. Em 2014, mesmo durante um processo de golpe de Estado, o PSDB perdeu as eleições presenciais pela quarta vez seguida.

Acrobacias para defender o conspirador Moro As reportagens do portal The Intercept Brasil revelando o esquema criminoso entre o ex-juiz Sergio Moro e o promotor Deltan Dallagnol desmascararam de vez a fraude montada contra o maior líder popular do país, o ex-presidente Lula.

Levante bem alto a sua bandeira nos atos de hoje Chegou a hora, hoje é dia de paralisar as atividades no País inteiro e de sair às ruas para protestar contra o governo golpista e ilegítimo de Jair Bolsonaro. Dia de combater a reforma da Previdência da direita golpista, que quer roubar as aposentadorias dos trabalhadores brasileiros.

Gritar “Fora Bolsonaro! Liberdade para Lula! Eleições gerais!” com todo o peso nas manifestações! As manifestações do dia 15 e 30 de maio em defesa da Educação agravaram ainda mais a crise dentro do governo ilegítimo de Bolsonaro. A duas enormes manifestações que chegaram a colocar mais de um milhão de pessoas nas ruas em todo o País revelaram uma enorme tendência de mobilização da população contra os ataques realizados pelo governo Bolsonaro.


2 | EDITORIAL EDITORIAL

COLUNA

É preciso discutir a Por que estamos em greve? continuidade da luta contra O Bolsonaro Por João Pimenta

C

om a paralisação nacional de hoje, completa-se um mês, em que os trabalhadores, a juventude e os explorados de todo o País realizaram gigantescas mobilizações contra o governo ilegítimo de Bolsonaro e seus ataques e mostrou que há uma enorme disposição de luta para derrotá-lo e por fim ao regime golpista, a qual está apenas iniciando o seu desenvolvimento. Esse 14 de junho, tem também o mérito fundamental de “colocar em campo”, de forma marcante, mas também embrionária, o setor mais combativo e decisivo da classe trabalhadora, a classe operária, das indústrias metalúrgicas, das montadora, siderúrgicas, do transporte, dos correios, do setor petroleiro, da construção civil etc. o que tende a impulsionar ainda mais a mobilização geral dos trabalhadores contra o governo, mas também trazer fôlego às mobilizações desses e muitos outros setores contra os ataques do governo, como a luta dos petroleiros e dos trabalhadores dos correios, contra as privatizações que os ameaçam, bem como a todo o povo brasileiro. A mobilização em curso, sem opõe na prática e pelo vértice, à política defendida e praticada por setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa de buscar uma via de conciliação e entendimento com o regime golpistas, dentre outras medidas, apoiando a “reforma” da Previdência (como fazem os governadores do Nordeste), buscando construir uma frente com golpistas do PSDB e outros (como fazem o PCdoB, a direita do PT, Boulos/PSOL etc.), desviando a atenção do ativismo para uma CPI fajuta no Congresso Nacional golpista, de onde não pode vir qualquer solução real para a crise que possa interessas aos trabalhadores e demais explorados, mas apenas “saídas” que preservem os interesses dos verdadeiros donos do golpe. Lo lado da direita, a crise se intensificou com o “vazamento” de novas denúncias que confirmam o caráter fraudulento e criminoso da lava jato e de toda a operação golpista e que mostram que não tem o menor sentido os trabalhadores e suas organizações buscarem um “entendimento”, uma “frente”com os golpistas que derrubaram a presidenta Dilma, aprovaram a “reforma trabalhista”, estão entregando nosso petróleo e toda a riqueza do País, querem roubar as aposentadorias, privatizar os correios…. enfim, destruir a economia nacional e impor uma política de terra arrasada, de fome, miséria e desemprego para a imensa maioria. Tudo isso em benefício de um punhado de banqueiros e outros tubarões capitalistas, principalmente norte-americanos. Caiu por terra o argumento de setores da esquerda, de que não se de-

via mobilizar pelo “fora Bolsonaro” porque o mesmo se trataria de um governo legítimo, eleito democraticamente. A fraude e a manipulação está, cada dia mais, escancarada. Não houve “eleições”, mas apenas um conluio entre setores do judiciário, do executivo, dos militares, da imprensa monopolista e dos “americanos” , segundo “confessam” involuntariamente os vazamentos. Os atos e a paralisação deste 14 de junho, mostram qual é o caminho para derrotar os golpistas. É nas ruas, nas grandes mobilizações, por meio da unidade dos explorados com seus métodos de luta, como a greve geral por tempo indeterminado, que vamos derrotar a direita e impor nossas reivindicações. É preciso dar continuidade à esse movimento, por meio do fortalecimento da organização de milhares de comitês de luta em todo o País, de uma ampla campanha nos locais de trabalho, estudo e moradia de uma greve geral por tempo indeterminado. É preciso superar a política de lutas parciais (testada e reprovada nos últimos anos) e fazer avançar a mobilização em torno de uma perspetiva de conjunto, uma alternativa própria dos trabalhadores e da juventude diante da crise atual tendo como reivindicações centrais o Fora Bolsonaro e todos os golpistas, a liberdade para Lula e a defesa de Eleições Gerais, com Lula candidato. Contra a proposta de entendimento e colaboração com os golpistas, avançar com um programa de defesa de uma verdadeira saída dos trabalhadores diante da crise. Para debater os próximos passos da luta, a Frente Brasil Popular, a CUT, partidos e demais setores que encabeçaram as mobilizações precisam realizar uma reunião imediata discutir a continuidade da luta, que precisa avançar diante da crise do governo e da tentativa dos golpistas de manter a ofensiva contra os explorados como se vê na tramitação da “reforma” da Previdência, nas privatizações e outros ataques que não podem ser barrados isoladamente.

s sindicalistas dirão que é contra os ataques aos sindicatos que eles vão à rua, os estudantes dirão que é contra os cortes na educação, alguns dirão que é contra a reforma da previdência, os movimentos dos sem terra dirão que é contra os massacres no campo, todos têm uma reivindicação, justa, contra este governo fascista. Mas se todos estão indo com suas bandeiras, suas reivindicações, o que nos une? Por quê estamos em greve? Estamos em greve para barrar a ofensiva dos golpistas, estamos em greve contra Bolsonaro, contra Mourão e toda a sua corja. Isso une os sindicalistas, os estudantes, os sem terra, os petroleiros, os metalúrgicos, os petistas, os comunistas, como nós do PCO, nenhum destes setores, nenhum destes verdadeiros delegados do povo brasileiro quer ver o governo

CHARGE

Bolsonaro no poder, o povo de conjunto não o quer lá. A luta pelo “Fora Bolsonaro” unifica os interesses de todas as categorias em greve hoje, mesmo que isso não esteja claro para as direções do movimento, apesar de já estar claro para cada vez mais amplos setores da base. A luta contra o governo unifica o interesse de todos: de parar os cortes, de parar com assassinatos no campo, de cessar com a perseguição brutal aos sindicatos, etc.. É preciso levantar esta palavra de ordem em alto e bom som em todos os atos, é preciso mostrar que na rua estão aqueles que são contra Bolsonaro e todos os golpistas. Mobilização derruba capitão! Greve Geral derruba derruba general! Fora Bolsonaro!


OPINIÃO E POLÊMICA | 3 OPINIÃO E POLÊMICA

PSOL faz de tudo para negar o Fora Bolsonaro O

PSOL tem muitas correntes internas, e toda crítica feita ao partido pode ser rejeitada nesses termos: “não afirmamos nada disso, foi a corrente tal”. Muitas vezes é como debater com sombras. No entanto, na questão discutida nas linhas seguintes, a crítica é bastante abrangente relativamente ao PSOL como um todo. Trata-se de um chamamento à Greve Geral feito pelo site Esquerda Online, da corrente outrora denominada MAIS, que rachou com o PSTU e entrou no PSOL. Sob o título “Uma semana decisiva para a luta em defesa da aposentadoria e pelo futuro da juventude”, o MAIS chama a população a empenhar seus esforços em lutas parciais contra o governo Bolsonaro. O problema é que, com sua política de evitar a exigência de que o governo deixe o

poder imediatamente, o MAIS (ou o Psol) ficou para trás em relação ao que as massas já exigem nas ruas. Enquanto o povo grita “fora Bolsonaro!”, o MAIS propõe à população o seguinte: “Precisamos intensificar as panfletagens e as banquinhas de recolhimento do abaixo-assinado contra a reforma da Previdência”. O problema é que os ataques do governo Bolsonaro são diários. Só esta semana acabaram com a fiscalização da tortura e com 14 normas de segurança do trabalho. E a cada semana muitos outros ataques são feitos. Outro exemplo é o asfixiamento financeiro dos sindicatos, que sequer se tornaram um assunto nacional. Mesmo que os cortes na educação ou a reforma da Previdência fossem derrotados, isso não acabaria com o governo e a pro-

porção de ataques contra a população já vai muito além disso. Ao mesmo tempo, há uma grande tendência de luta contra o governo. Isso será expresso na greve geral de hoje, que é uma continuação dos grandes atos nacionais dos dias 14 e 30 do ano passado. É um momento propício para exigir a saída do governo, juntando-se ao clamor popular. No entanto, o MAIS considera que: “Os trabalhadores e a juventude, nessa semana, devem conversar com a classe trabalhadora, para desmontar o discurso do governo, de que não há outra saída, senão a reforma. É possível conseguir recursos (…)”. É uma proposta de exigir do governo Bolsonaro uma mudança da política. No entanto, caso o governo Bolsonaro consiga contornar a crise e se consolidar, o que virão serão mais ataques. As lutas

Lava-jatistas, golpistas de esquerda, mordem o próprio rabo (Parte 3): CST/PSOL É interessante que a esquerda pequeno burguesa em geral tanto no Brasil quanto no mundo procure constantemente “novidades” e “novas” formas de fazer política, e a qualquer custo busque “diferenciar-se”. Entretanto, na crise política brasileira, os agrupamentos morenistas ou ex-morenistas dentro do PSTU ou no PSOL mantém em geral o mesmo padrão político nos acontecimentos, mudando tão somente a ênfase. Assim, tanto o PSTU quanto os grupos que – hoje – habitam o PSOL como o MEs (da ex-deputada Luciana Genro) e a CST (do vereador do Rio, Bába) apoiaram a queda do governo Dilma e comemoraram as arbitrariedades da Operação Lava Jato, em especial a prisão do ex-presidente Lula. O desenvolvimento da crise política, com o aumento da polarização política e com desmascaramento da Operação Lava Jato, após a divulgação pelo The Intercep das mensagens trocadas entre o ex-juiz Sergio Moro e o procurador chefe da Força Tarefa da Lava Jato, Dallagnol levou aos defensores ardentes da “ campanha contra a corrupção” e da Lava Jato a escamotear as posições anteriores. Neste sentido, a CST/ PSOL que assim como PSTU e Luciana Genro, fez campanha aberta em favor da farsa jurídica montada pela burguesia para prender Lula, agora diante do desmascaramento da Lava Jato, repete o mesmo truque dos colegas morenistas, ou seja, declara que já sabia de tudo e que sempre “condenou” a Lava Jato. “Por isso sempre condenamos a seletividade da Lava Jato, do STJ e do STF que são morosos com relação ao PSDB, Alckmin, governadores, senadores e deputados da velha direita.” Note que, o padrão é mesmo, a CST não faz nenhum balanço sobre a sua adesão à farsa montada pela burguesia para incriminar sem prova e depois prender Lula, com nítido objetivo de impedir a sua candidatura presidencial nas eleições de 2018. Agora, uma vez desmoralizada a Lava Jato, perdendo sua “áurea” de defesa da “justiça” con-

tra os “corruptos”, afirma que “sempre condenamos a seletividade da Lava Jato, do STJ e do STF”. No entanto, como no caso do PSTU e Luciana Genro, quando garimpamos as declarações pretéritas da CST encontramos em abundância não “que sempre condenamos a Lava Jato”, mas exatamente o inverso, ou seja a CST de maneira constante, invariável e enfática condenava antecipadamente Lula e o PT, participando alegremente da campanha burguesa “contra a corrupção” e de ataques ao PT e ao governo Dilma. Como diz o ditado, “recordar é viver”, então vamos resgatar o que a CST realmente disse sobre a Lava Jato. É importante salientar, que a seita morenista abrigada no PSOL seguiu o padrão morenista de apoiar o golpe de Estado, fazendo frente única com os golpistas em praticamente em todas as questões essências (queda da Dilma, prisão de Lula etc.). Ainda antes do processo farsa do impeachment, a CSP cobra do judiciário golpista um “ maior rigor” e a necessidade de uma “ investigação” contra Dilma e Lula. Assim como os procuradores da República de Curitiba, não era preciso provas, evidencias , nada disso , uma vez sobrava “ convicções” entre morenistas bem como entre os procuradores da Lava Jato dos “ crimes” e da “ corrupção” de Dilma, Lula e do PT. “Chega a ser absurdo que Dilma, após exercer o cargo de Ministra de Minas e Energia e de Presidente da Republica, continue sem ser investigada. O mesmo podemos falar de Lula, pois seus principais colaboradores estão condenados e presos. E mais absurdo é que as velhas direções burocráticas da CUT, UNE, UBES, MST sigam defendendo esse governo de um suposto golpe.” Texto FORA TODOS! PRISÃO E CONFISCO DOS BENS DOS CORRUPTOS! 27/11/2015 Um outro aspecto relevante nas declarações da CST é a adesão moralista no estilo coxinha/udenista em relação à defesa abstrata da “luta contra a corrupção”. Não existe mais luta de classes, luta pelo programa e pelas

reivindicações, o importante para CST é “uma mobilização que exija prisão e confisco dos bens de todos os corruptos, que casse o mandato e torne inelegíveis os políticos envolvidos, que investigue pra valer Dilma e Lula, pondo fim a impunidade, e que não deixe livres os tucanos corruptos. “ De um modo geral, a CST faz uma espécie de tradução da política burguesa demagógica de “combate a corrupção” como um “valor” supra-humano para uma linguagem “classista”, ao gosto da pequeno burguesia “ combativa”. Nesse processo, até mesmo aspectos fundamentais do Estado de Direito Democrático, que a burguesia brasileira para dar o golpe atacou, a CSP também abandona como presunção de inocência e o direito à ampla defesa. No trecho citado “O mesmo podemos falar de Lula, pois seus principais colaboradores estão condenados e presos.” fica patente a adesão da CSP a noção tipicamente nazista de Estado de Exceção de presunção da culpa e da noção escabrosa do “ domínio do fato” usada na Ação Penal do Mensalão. Dessa forma, por essa lógica absurda, como os colaboradores de Lula estão condenados e presos, logo Lula também devia saber e portanto também é culpado, bem e a exigência de provas para condenação? Bem isso foi abolido pelo judiciário golpista e pelos seus parceiros morenistas da CSP. Nesse caso, agindo como verdadeiro advogado do diabo da operação Lava Jato, os que hoje afirmam que “sempre condenaram a Lava Jato”, afirmavam em 2018, no artigo Sobre os Processos da Lava Jato, que não houve nada contra as regras do jogo, e que Lula não sofria perseguição, e que não havia esse negócio de “ Estado de Exceção”, uma vez que os tramites legais da democracia burguesa estava sendo “obedecidos”. “A condenação de Lula e do PT, Diferente do que diz o PT, PCdoB e os lulistas de modo geral, não estamos num “estado de exceção”, sob “golpe da direita” ou ofensiva fascista. Lula foi condenado por corrupção, dentro das instituições da de-

parciais que o MAIS propõe, e muitos outros setores de esquerda junto com eles, acabam servindo para ajudar a sustentar o governo, inclusive levando a propostas de lutas institucionais. Neste momento, essa política é um perigo. A conclusão do MAIS é a seguinte: “Pois, a luta pelos direitos de trabalhar, estudar e se aposentar, apenas começou. Nesta semana, vamos dizer que não aceitamos pagar a conta, novamente. Vamos construir a greve geral, para derrotar o Governo Bolsonaro nas ruas.” Não fica claro o que quer dizer derrotar Bolsonaro. Significa expulsar o bolsonaro do governo? Tirá-lo do poder? Nada no texto sugere isso. Mas então só resta a conclusão de que seria obrigar Bolsonaro a aplicar outro programa político, o que simplesmente não vai acontecer, mesmo que um ou outro ataque pontual seja derrotado. É preciso aproveitar a disposição de luta contra o governo para exigir a saída imediata desse governo. mocracia burguesa que ele tanto defendeu. Perdeu a votação no STF, cuja composição é formada por uma maioria de ministros indicados pelos governos ditos “democráticos e populares”. Lembremos mais uma vez que a CST apoiou o golpe de Estado em 2016, utilizando como “justificativa”, a campanha “contra a corrupção” da burguesia. Os governantes deveriam perder seu mandato. “Os fatos mostram que Dilma e o PT não possuem nenhuma condição de seguir governando. Que Lula não possui moral para continuar dando as cartas no palácio do planalto. Dilma, Lula e o PT estão envolvidos em todos os escândalos de corrupção dos últimos anos, e foram os principais beneficiados pelo mensalão e o chamado petrolão.” Além do mais, a CST apontava que “A esquerda não pode defender Lula! Entendemos que é preciso uma posição que supera a polarização entre os “defensores de Lula” e os “defensores de Moro”. Essa terceira via entre os “defensores de Lula” e os “defensores de Moro” nunca poderia efetivamente existir, e que era importante era que as posições da CST/PSOL representaram uma frente única na prática com a direita golpista. De qualquer forma, é necessário sublinhar que de maneira envergonhada e diante das evidencias da farsa da Laja Jato, a CST afirmou que “por tudo isso entendemos que o julgamento de Lula deve ser anulado e que o ex-presidente deve aguardar um novo julgamento em liberdade.” O que é uma mudança em relação a defesa da prisão de Lula, mas ainda é limitada, na medida em que defende a anulação somente do julgamento, mas deveria ser a anulação de todos os processos contra Lula. Diante da falência política da Lava Jato com a comprovação da farsa jurídica, e dos claros objetivos golpistas do juiz Sergio Moro, a CST advoga a mesma solução do Estadão e de setores golpistas, o afastamento de Moro, para preservar o governo Bolsonaro em crise. Não por acaso, assim como o PSTU, que também defendeu o “Fora Todos!”, o que na pratica representava somente o Fora Dilma, pois era esse o governo que estava sendo derrubado, a CST/PSOL não defende o Fora Bolsonaro.


2 | OPINIÃO E POLÊMICA OPINIÃO E POLÊMICA

Para que a luta popular quer o PSDB?

A

política neoliberal tem levado todos ps partidos da burguesia à falência. Em 2013, os governos estaduais do PSDB levaram a uma forte mobilização espontânea contra a repressão do Estado burguês. Em 2014, mesmo durante um processo de golpe de Estado, o PSDB perdeu as eleições presenciais pela quarta vez seguida. Em 2018, o candidato do PSDB à presidência da República teve uma votação desprezível. A política neoliberal, por ser impopular e catastrófica do ponto de vista econômico, transformou o PSDB em um cadáver político. Se não fossem os inúmeros golpes aplicados nos últimos anos, certamente os tucanos não venceriam mais uma eleição sequer. Diante da sua falência, o PSDB tem tentado se apoiar, de maneira cínica e criminosa, nas organizações e das lutas populares. Mesmo tendo sido um dos principais articuladores do golpe de 2016, o PSDB não exitou em propor uma aliança com o PT e demais setores da esquerda nacional conforme lhe fosse conveniente.

Embora a aliança do PSDB com a esquerda possa dar uma sobrevida aos tucanos, esse tipo de política não leva a nenhuma vitória da luta popular. O PSDB é um partido golpista, um partido com ampla tradição vigarista. Não é possível qualquer aliança real com os tucanos: na primeira oportunidade, submeterão toda a luta dos trabalhadores aos interesses dos capitalistas. O PSDB é um partido de tradição vigarista porque é composto fundamentalmente de representantes da burguesia, principalmente dos setores mais abertamente pró-imperialistas da burguesia. E para o imperialismo, não há o menor interesse em fazer a luta dos trabalhadores progredir: seu único interesse é criar as condições necessárias para saquear as riquezas de todos os povos. A luta popular não tem nada a ganhar com uma aliança com o PSDB. É preciso, na verdade, levar adiante uma política que contribua para esfacelar de vez os partidos dos patrões: é preciso levar adiante a mobilização pelo “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”.


POLÍTICA | 5

Hoje é dia de parar tudo e sair às ruas

H

oje, sexta-feira, 14 de junho, é o dia da classe operária brasileira. Dia de greve geral. Dia de parar toda a produção e sair às ruas do País inteiro, em uma grande mobilização de massas, colocando como eixo central o Fora Bolsonaro, a liberdade para o ex-presidente Lula e a convocação de eleições gerais! De acordo com levantamento divulgado pela CUT ontem (13), já estão confirmados atos em mais de 170 cidades de todos os 26 estados (veja a lista no final da matéria). O portal da Central Única dos Trabalhadores também informa que, dentre as categorias que já aprovaram a adesão à greve estão professores, metalúrgicos, trabalhadores da Educação, da saúde, de água e esgoto, dos Correios, da Justiça Federal, químicos, rurais, portuários, agricultores familiares, motoristas, cobradores, metroviários, ferroviários, caminhoneiros, eletricitários, urbanitários, vigilantes, servidores públicos federais, estaduais e municipais, petroleiros, enfermeiros e previdenciários. O governo Bolsonaro foi imposto em eleições fraudulentas para suprimir todos os direitos dos trabalhadores, e está fazendo isso. Tal fato se deu graças à retirada fraudulenta de Lula das eleições, por um processo farsesco completamente desnudado esta semana por revelações do sítio The Intercept. O golpe está escancarado e os trabalhadores são a força vital para que ele seja derrotado. Por isso, a greve geral deve ter um eixo político claro e não deve se limitar a esta sexta-feira. É preciso que a esquerda e o movimento sindical e popular articule também a continuidade da luta contra Bolsonaro. Abaixo, os atos desta sexta, do balanço de ontem da CUT (Espírito Santo e Paraíba ainda não havia local e horário confirmados até o término deste artigo): Alagoas Maceió – 15h – Praça do Centenário Amapá 8h – início da paralisação Macapá – 15h – Praça da Bandeira,

com ato “Lula Livre”

Barreira – 8h30, Praça dos Taxistas

Servidores Municipais

Amazonas Manaus – 15h – Praça da Saudade

Beberibe – 8h, Câmara dos Vereadores

Quixadá – 8h, Praça da Catedral

Bahia Salvador – 14h – Rótula do Abacaxi

Canindé – 7h, Posto Estrela

Senador Pompeu – 8h, Praça da Juventude

Cascavel – 8h, Praça de São Francisco

Sobral – 8h, Praça de Cuba

Caucaia – 8h, Praça da Matriz

Tabuleiro do Norte – 8h, Igreja Matriz

Chorozinho – 9h, Praça da Escola Padre Enemias

Tauá – 8h, EEM Liceu Lili Feitosa

Também terá mobilização em outros municípios: Paulo Afonso Juazeiro Senhor do Bonfim Serrinha Conceição do Coité Alagoinhas Catu Pojuca São Sebastião do Passé Candeias Santo Amaro Camaçari Feira de Santana Jacobina Ipirá Cruz das Almas Santo Antonio de Jesus Valença Vitória da Conquista Ilhéus Itabuna Guanambi Urandi Jiquié Itapetinga Barreiras São Desidério Oliveira dos Brejinhos Eunápolis Porto Seguro Itamaraju Teixeira de Freitas Mucuri Distrito Federal Brasília – 10h – Ceará Fortaleza – 10h30 – Praça da Bandeira Outros municípios

Crateús – 7h, Praça da Matriz Horizonte – 7h, Estádio Domingão Icó – 8h30, Sede do Sindicato dos Servidores Municipais Iguatu – 8h, Praça da Caixa Econômica Federal

Trairi – 8h, Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SISPUMT) Goiás Goiânia – 10h – Coreto da Praça Cívica Cidade de Goiás – 8h, ato na Praça do João Francisco Formosa – 8h, na praça Anísio Lobo;

Jucás – 8h, Praça Getúlio Vargas

Silvânia – 8h, na Feira Coberta Central;

Iracema -7h, Praça Casimiro Costa Moraes (Mangueira)

Itapuranga – 8h, Centro Cultural Cora Coralina;

Itapipoca – 8h, Praça do Cafita

Jataí – 09h – Concentração Sintego de Jataí

Jaguaribara – 7h, Escola Estadual Liceu Juazeiro do Norte – 7h30, CREDE (Rua São Pedro com Rua Rui Barbosa) 8h Russas Secretaria da Saúde Limoeiro do Norte – 8h, INSS (Ao lado da Honda) Madalena – 8h, Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STTR)

Mato Grosso Cuiabá – 14h – Praça Ipiranga Mato Grosso do Sul Campo Grande – 9h – Praça da Rádio Clube Minas Gerais Belo Horizonte – 11h – Praça Afonso Arinos

Maracanaú – 8h, Praça da Estação de Maracanaú

João Monlevade – 14h – Praça Domingos Silvério (Praça dos Aposentados)

Milhã – 8h30, Sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais

Pará Belém – 10h – Praça da República

Monsenhor – 8h, Tabosa – Sindicato dos Servidores Públicos

Paraná Curitiba – 11h – em frente ao Palácio Iguaçu

Altaneira – 09h, Calçadão

Nova Russas – 8h, Praça da Macavi

Aquiraz – 7h30, Rodoviária

Pacujá – 8h, Sede do Sindicato dos

Pernambuco Recife – 14h – cruzamento da Rua do


6 | POLÍTICA Sol com a Rua Guararapes Piauí Teresina – 8h – INSS, próximo à Praça Rio Branco Rio de Janeiro Rio de Janeiro – 15h – Candelária Subsede do SinproRio às 00:01h Centro do Rio às 05h no INTO Volta Redonda às 5h da manhã, na porta da CSN Arco da Reduc às 07h Angra dos Reis às 05h em frente a ampla sindical

unificada na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do RN (Sinte/RN) Fernando Pedrosa – em frente ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais Outros municípios também prometem atos, como em Caraúbas, Pau dos Ferros, Apodi, Canguaretama, São Paulo do Potengi. Rio Grande do Sul Porto Alegre – 17h – Esquina Democrática Alegrete 9h30 – Concentração na Praça Nova, seguida de caminhada até o Centro.

Barra do Piraí às 9h no Largo

Caxias do Sul 16h30 – Ato público na Praça Dante.

Cachoeiras de Macacu às 09h na Rodoviária

Cruz Alta -9h30 – Concentração na Praça da Matriz.

Barra Mansa a partir de 9h na Praça da Matriz

Erechim 14h – Concentração na Praça dos Bombeiros, seguida de caminhada até a frente do INSS.

Arraial do Cabo às 9h na Praça do Guarani. Mendes terá aula Pública às 9:00 – na Praça Dr. João Nery elaborada pelos professores da rede estadual e às 10:30 – Ato e passeata no entorno do centro da cidade. Vale ressaltar que a rede municipal de Eng. Paulo de Frontin participa das atividades em Mendes Rio das Ostras às 10h na Praça José Pereira Câmara no centro Duque Caxias às 10h na Praça do Relógio Petrópolis às 17h na Praça da Inconfidência (com caminhada) Sulfluminense fará ato às 17 horas na Praça Juarez Antunes em VR Niterói concentração nas barcas às 14h para ir juntxs para o ato unificada da capital Itaperuna 15h30 na Pracinha da Rodoviária Campos dos Goytacazes ato público às 15h no Pelourinho, em frente à Caixa Econômica Centro. Região dos Lagos concentração às 15h na Praça Porto Rocha Macaé em frente à antiga Câmara Municipal com show político cultural Valença ato às 17h na Rua dos Minérios. Rio Grande do Norte Natal – 15h – calçada do Midway

Farroupilha 10h – Concentração na Praça Central. Frederico Westphalen 14h – Concentração na Praça da Matriz. Ijuí - 9h – Concentração praça da República Lajeado 8h30 – Ato na Avenida Piraí, no bairro São Cristóvão, seguido de caminhada até o centro. Osório 8h – Concentração no Instituto Federal, seguida de caminhada até o Largo dos Estudantes, onde durante todo o dia haverá atos e manifestações.

Três de maio 9h30 – Concentração na Praça da matriz, seguida de caminhada e ato público da Praça da Bandeira Rondônia Porto Velho – 8h – Praça das 3 Caixas D’água Roraima Boa Vista – 15h – Praça do Centro Cívico

Santos 17h – Ato em frente à Estação Cidadania Ubatuba 14h – Ato na Praça Bip – Feira de hortifrut Bragança Paulista 10h – Ato na Praça Raul Leme, no centro

Santa Catarina Florianópolis – 14h – local no centro a definir

Sorocaba 8h – Ato com concentração em frente à Apeoesp (Rua Maranhão, 130 – Santa Terezinha)

Blumenau – 10h, na Praça do Teatro Carlos Gomes

10h – Ato na Praça Coronel Fernando Prestes

Joinville – 9h, na Praça da Bandeira

Vale do Ribeira 6h – Ato em frente à Mosaic Fertilizantes, em Cajati

Caçador – 14h, na Praça Nossa Senhora Aparecida Criciúma – 14h, na Praça da Chaminé Itapema – 15h, na Praça da Paz Rio do Sul – 9h, concentração em frente à Rodoviária Itajaí – 13h, na Praça Arno Bauer Chapecó – 9h, na Praça Coronel Bertaso Pinhalzinho – 9h, na Praça Central Dionísio Cerqueira – A partir das 9h, no Salão Paroquial São Carlos – 10h30, na Praça Matriz Faxinal dos Guedes – 13h30, na Praça Municipal Maravilha – 8h, na Praça Matriz Xanxerê – 13h30, na Praça Tiradentes Santiago do Sul – 16h, na Praça Municipal

Registro 16h – Ato na Praça Joya Presidente Prudente 8h – Concentração na Rotatória Museu com caminhada iniciando na Av. Manoel Goulart Mirante do Paranapanema 8h – Praça Sebastião Farias São Carlos 11h – Ato na Praça do Mercado Municipal Araraquara 16h – Ato/passeata com concentração na Praça Santa Cruz Matão 9h – Ato/passeata com concentração na Praça Dr. Leonidas Caligola Bastilha (em frente à Igreja Matriz) Bauru 9h – Ato em frente à Câmara Municipal

Xaxim – 8h, na Praça Frei Bruno

Ribeirão Preto 11h – Ato em frente à Câmara Municipal (Av. Jerônimo Gonçalves, 1200)

Rio grande 17h – Ato no Largo Dr. Pio.

São Domingos – 8h30, na Praça Central

Piracicaba 6h30 – Terminal Central de Integração

Santa cruz do sul 8h – Concentração da Praça Getúlio Vagas.

Passos Maia – 8h, na Praça Municipal

Americana 10h – Praça Basílio Rangel

Santa rosa 8h30 – Ato na Praça da Independência.

São Paulo São Paulo – 14h – MASP

Pelotas 14h – Concentração no Mercado Público, seguida de atos e manifestações.

17h – Aula Pública na Praça da Bandeira, seguida de marcha Luminosa.

Açu – 7h30 ao lado do INSS

Santo Ângelo 9h30 – Concentração da Praça da Catedral;

Angicos – 15h, em frente a Rodoviária

11h – Caminhada até a agência do INSS;

Caicó – 7h30 na Praça da Alimentação, no centro.

15h – Mateada da Cidadania junto à Catedral, com apresentações culturais;

Mossoró – 7h, Assembleia

19h30 – Aula Pública na URI

Irati – 13h, na Praça Municipal

Joaçaba – 8h30, na praça da Prefeitura

Itapeva 14h – Ato com concentração na Praça Anchieta Campinas 17h – Ato no Largo do Rosário – Marielle Franco Limeira 8h – Concentração em frente ao INSS (Rua Pres. Prudente, 150) para caminhada Osasco 9h – Ato no Largo de Osasco, próximo à estação da CPTM

Salto 7h – Ato em frente à Apeoesp Jundiaí 9h – Ato na Praça Nossa Senhora do Desterro Bragança Paulista 10h – Praça Raul Leme Itapevi 9h – Praça Carlos de Castro Sergipe Aracaju – 15h – Praça General Valadão Tocantins Palmas – 8h – Avenida JK – próximo ao Colégio São Francisco


POLÍTICA | 7

GOLPISTA

Acrobacias para defender o conspirador Moro A

s reportagens do portal The Intercept Brasil revelando o esquema criminoso entre o ex-juiz Sergio Moro e o promotor Deltan Dallagnol desmascararam de vez a fraude montada contra o maior líder popular do país, o ex-presidente Lula. A direita armou um golpe para impedir que Lula fosse candidato nas eleições de 2018 e para tentar diminuir sua influência na situação política. O crime realizado no caso de Lula é justamente a perseguição feita contra ele: não há qualquer prova de que Lula tenha praticado algum delito. Lula não precisa provar sua inocência ou ser “inocentado”. As conversas vazadas entre Moro e Dallagnol apontam para a necessidade de anular completamente o processo contra o ex-presidente. Se o Brasil fosse um país em que os direitos democráticos fossem minimamente respeitados, seria o Ministério Público e a imprensa burguesa que deveriam comprovar a “culpa” de Lula, não sua defesa que deveria provar sua inocência. A tese de que Lula deveria ser “inocentado” é, portanto, uma defesa cretina de Sergio Moro, o títere corrompido pelo imperialismo. A única defesa

verdadeiramente democrática em torno do caso de Lula é a defesa do fim da Lava Jato e das perseguições políticas. O que foi revelado pelos vazamentos não foi um problema técnico, um

problema ético ou alguma questão que leve burocraticamente à liberdade de Lula. É a prova contundente e irrefutável de uma conspiração e deve levar à destruição de todo o esquema crimino-

so que jamais deveria ter iniciado. Pela liberdade imediata do ex-presidente Lula! Pelo fim da Lava Jato e das perseguições políticas! Fora Bolsonaro e todos os golpistas!

IMPRENSA GOLPISTA

Globo tenta desesperadamente ocultar a conspiração de Moro contra Lula A

Rede Globo está num confronte direto com Glenn Greenwald e com a realidade. Ao estilo da escola Goebbels, estão subvertendo a verdade de maneira veemente para ver se conseguem confundir o cidadão brasileiro: diante todo esses escândalos, apresentam Moro com vítima. A demora para emitir uma nota sobre os acontecimentos foi dada a dificuldade de conseguir encobrir tamanho escândalo. A Globo obviamente está envolvida até o pescoço nesse ninho de mafagafos, por isso está desesperada para salvar o navio de uma perda total. Desde de o início, a Globo tem sido o principal meio de comunicação da Lava-Jato, veio dela a matéria usada para incriminar Lula e também foi dado a ela os áudios ilegais de Lula e Dilma, concedidos pelo próprio juiz Moro.

Os ataques a Glenn e a tentativa de enfaixar os escândalos são pífios. A tentativa de sustentar essa operação podre começou quando divulgaram semana passada que o celular de Sérgio Moro havia sido hackeado. Logo após as matérias com os vazamentos, criou-se uma encenação para apontá-los como ilegais, mas ao contrário dos áudios providos pelo juiz à Rede Globo, o Intercept não feriu nenhuma lei em divulgar os áudios que chegaram até o jornal. Apontar a atual crise da Lava-Jata e do MP como uma conspiração contra Moro, é uma ação desesperada para salvar o “herói” nacional que eles se empenharam tanto em construir durante todo o processo do impeachment, da prisão de Lula e das eleições. Deixar Moro cair sem defendê-lo seria correr o risco de ter que libertar Lula e anular as eleições.


8 | POLÍTICA

FARSA A JATO

Militares ameaçam novamente o País em defesa da fraude da Lava Jato I

merso em um certo silêncio durante o último período, tentando manter uma certa distância e também um certo alheamento ao convulsionado e instável cenário político do país, a caserna voltou a rosnar essa semana diante das escandalosas e graves denúncias que aos poucos estão sendo apresentadas pelo site The Intercept, onde são revelados diálogos e trocas de mensagens dos integrantes da Força Tarefa da Lava Jato com o atual Ministro da Justiça, Sérgio Moro, à época o “todo poderoso e insuspeito” (para os incautos, obviamente) juiz da décima terceira Vara de Curitiba, responsável pela condução dos interrogatórios inquisitoriais e pelas sentenças condenatórias fraudulentas contra os impotentes réus. O teor dos diálogos revelados pelo citado site trouxeram também, na quinta-feira, dia 13 de junho, relatos de conversas trocadas entre o Ministro Sérgio Moro, o Procurador Deltan Dallagnol e o Ministro do STF, Luiz Fux, onde ali se pode perceber claramente o grau de compromisso das instituições jurídicas do país com a conspiração golpista iniciada logo após a posse do governo eleito em 2014, culminando com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff em 2016. O envolvimento direto de personalidades de “alta patente” do Estado nos diálogos e conversas revelados, não só torna ainda mais frágil o delicado equilíbrio das forças políticas que gravitam ao redor do movediço governo Bolsonaro, como é neste momento um fator de excepcional enfraquecimento do próprio regime político, evidenciando

o esgotamento precoce do plano que a burguesia golpista colocou em marcha para fechar a conta da operação golpista de 2016. Diante do que vem sendo declarado pelos autores das explosivas denúncias, asseverando que há ainda um farto e volumoso material a ser tornado público, tudo faz crer que o cenário futuro é ainda mais sombrio, para eles, com desdobramentos imprevisíveis, que podem até mesmo precipitar a queda do moribundo governo Bolsonaro. Todo esse cenário de profunda instabilidade sócio-política que atravessa o país evidencia, de forma clara e inequívoca, que o Governo Bolsonaro é uma frágil embarcação em mar revolto, sendo conduzida rapidamente ao precipício. Esta é a motivação principal da ruptura do silêncio aparentemente

reinante nas hostes militares entre os segmentos da ativa e também da reserva, onde os últimos sempre se manifestam em temas que envolvem a conjuntura política, em particular os militares agrupados no golpista Clube Militar, instituição de onde saem as declarações de cunho mais direitista e abertamente fascista das Forças Armadas. Seguindo esta linha, o ex-comandante do Exército e atual assessor do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), general Villas Boas, declarou nesta semana que o país vive um “momento preocupante”. O general – de vocação inequivocamente golpista – disse ainda que o país vive um momento que dá margem “a que a insensatez e o oportunismo tentem esvaziar” a Operação Lava Jato. (G1, 11/06).

Indo um pouco mais além na própria insensatez e nas ameaças golpistas, o general que que colocou a faca no pescoço da nação ameaçando os ministros do STF – quando do julgamento de uma ação impetrada pela defesa do ex-presidente Lula – complementou dizendo que a “operação, que revelou um grande esquema de corrupção envolvendo a Petrobras, empreiteiras e políticos, é a “esperança” para garantir que as relações institucionais no Brasil transcorram em um “ambiente marcado pela ética e pelo respeito ao interesse público” (idem, 11/06). Não sabemos muito bem o que o vetusto general entende por “ética e respeito ao interesse público”. Mas podemos assegurar que nos é muito familiar o vocabulário em tom ameaçador e golpista do ex-comandante do Exército e de seus oficiais ex-comandados, sempre a postos e dispostos a abandonarem os quartéis e intervir na vida política do País para favorecer os interesses dos poderosos, dos que sempre se colocam no terreno alheio e oposto ao “interesse público”. Sempre que a instabilidade se acentua e a temperatura política do País se eleva, abrem-se também as portas do golpismo e das ameaças da caserna. As declarações do general Eduardo Villas Boas, hipotecando apoio, solidariedade e respeito ao juiz golpista e conspirador Sérgio Moro, Ministro de Estado da Justiça do governo ilegítimo de Bolsonaro, é um claro recado e, obviamente, uma ameaça ao País e à sociedade, deixando claro que os “éticos” militares estão de prontidão para garantir a “lei e a ordem”, ainda que para isso tenham que sair às ruas com tanques e fuzis para esmagar a população e, mais uma vez, pisotear a própria Lei, com em sendo feito – de forma escancarada – desde o golpe de Estado.

MOBILIZAÇÃO

Não à proibição das greves: pelo direito de greve! A

submissa e impotente burguesia nacional, literalmente incapaz de se opor minimamente à impiedosa opressão a que imperialismo submete o País, reage desesperadamente quando se vê ameaçada pela pressão social vinda das ruas, dos movimentos de luta dos trabalhadores, da reação das massas populares nos momentos em que estas se levantam contra o brutal ataque impostos pelo grande capital. Valendo-se da justiça brasileira, absolutamente integrada ao golpe, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo obteve liminares na segunda, 10, e na quarta, 12, para tentar barrar a paralisação de metroviários e ferroviários, respectivamente, na greve geral dessa sexta-feira. A decisão de um juizinho de plantão escalado para atender essa demanda é um verdadeiro acinte contra o direito de greve e livre manifestação dos trabalhadores.

Para o Sindicato dos Metroviários foi estabelecida uma multa de R$ 200 mil por dia, caso não seja atendida a demanda de funcionamento do metrô em 80% nos horários de pico e 60 % nos demais horários. Já com relação aos trabalhadores da CPTM, a liminar foi concedida por uma instância superior, uma desembargadora teve a cara de pau de exigir o funcionamento de 100% do efetivo da categoria e ainda a proibição da liberação de catracas, sob pena de multa diária ao sindicato da ordem de R$ 1 milhão. A fim de “embasar” a sua decisão a desembargadora do TRT 2, Sônia Mascaro, acusou a paralisação de “evidente abusividade do movimento”, por se tratar de uma greve política, que não é passível de ser solucionada pela via negocial. Isso é uma aberração. Em primeiro lugar, toda greve, se é realmente uma greve, tem sempre um lado político presente, pois estão em lados opos-

tos o patrão e o trabalhador, ou seja, a greve é uma expressão da luta de classes. A greve geral, obviamente, tem um caráter muito mais amplo do que uma greve em uma categoria específica, pois a sua realização significa na prática a luta do conjunto dos trabalhadores contra a burguesia e seu Estado. A tentativa da “justiça” nada mais é do que fazer valer a lei de greve que o Estado impôs pouco a pouco diante do refluxo do movimento operário no Brasil nas últimas décadas. Assim como no final da década de 70, mesmo sob a ditadura, sob a Lei de Segurança Nacional, a classe operária se levantou e impôs a derrota do regime político vigente à época, nessa nova etapa que se abre, não será diferente. As grandes mobilizações de maio foram o preâmbulo para entrada em cena da poderosa classe operária brasileira. Que a burguesia, o seu Estado e a sua justiça tremam. Como bem disse o coordenador-geral do Sindicato dos

Metroviários, Wagner Fajardo, “Nós decidimos fazer greve e não podemos mudar uma decisão que a categoria já tomou. Liminar sempre tem. Estamos acostumados”. Não à proibição do direito de greve: pelo direito de greve! E isso só se conquista com os trabalhadores mobilizados, nas ruas, nas greves!


POLÍTICA | 9

SUPREMO TRIBUNAL

Fux: a conspiração já aparece no STF C

om o Supremo, como tudo”. A famosa frase lapidar do então senador Romero Jucá vai tomando, a cada nova revelação do Intercept, total dimensão. Do diálogo espúrio entre suposto juiz e acusação, inicialmente divulgado no último domingo, que manchou de nulidade todos os processos decididos pela Operação Lava Jato, novos trechos vieram a público demonstrando cabalmente que a sujeira impregnava até o último andar. Leia com atenção a reprodução do diálogo abaixo. No dia 22 de abril de 2016, Dallagnol enviou a mensagem aos demais procuradores: Deltan Dallagnol:: Caros, conversei com Fux mais uma vez hoje.Reservado, é claro. O ministro Fux disse quase espontaneamente que Teori fez queda de braço com o Moro e viu que se queimou e que o tom da resposta do Moro depois foi ótimo. Fux disse para contarmos com ele para o que precisarmos, mais uma vez, só faltou como bom carioca chamar-me para ir a casa dele. Rss. Mas os sinais foram ótimos, falei da importância de nos protegermos como instituições, em especial no novo governo. Então Dallagnol retransmite o mesmo texto para o juiz Sérgio Moro, que responde: Moro: Excelente, in Fux we trust. Percebeu o grau de intimidade entre o procurador federal e o ministro do Supremo? E a recorrência da colaboração explicitada no “mais uma vez” duas vezes? Ao arrematar a conversa com “no Fux nós confiamos”, na língua das verdinhas que tanto ama, Moro não deixa dúvida de que são parceiros de uma quadrilha de criminosos, de agentes do Estado em prevaricação total de seus cargos, exercendo ilegalmente o poder do Judiciário em todas as instâncias com objetivos políticos, com uma agenda de interferência no governo. Não se tratava do trabalho específico do cargo que ocupavam, não era uma conversa abstrata sobre processos, embora mesmo que fosse, também seria ilegal, pois essas autoridades, exceto em encontros eventuais em ambientes sociais e públicos, devem se comunicar nos autos dos processos e se ater a eles. Era uma trama, uma conspiração, papo de gangsters. O “novo governo” revelado pelo procurador conspirador, seria o do golpista Temer? Note que a mensagem é datada de 22 de abril de 2016. Dilma tinha sido afastada, temporariamente, por 180 dias, pelos golpistas liderados pelo criminoso Eduardo Cunha, desde o dia 17 de abril, um fatídico domingo à noite. Fazia 5 dias. Não era definitivo ainda. Ou já estaria contando com a assunção de sua excelência, seu líder na quadrilha, ao posto de Ministro da Justiça, como recompensa por tudo? Como o afastamento só seria definitivo depois que o Senado se pronunciou no dia 31 de agosto daquele

mesmo ano, teoricamente, ainda era o governo dela com o vice decorativo autor da carta-desabafo alçado à titularidade transitória. Por falar em teoricamente, a menção do procurador conspirador a respeito do Teori “que se queimou”, deu um tom macabro premeditório ao diálogo. Teori Zavascki era também ministro do SFT, como Fux. A treta entre Teori e Moro era antiga. No dia 18 de maio de 2014, Teori analisou um pedido de habeas corpus feito pela defesa de Paulo Roberto Costa e assinou um mandado em que se mostra convencido de que a Lava Jato era uma operação ilegal. Determinou que a Lava Jato fosse enviada para o Supremo e os presos pela operação fossem colocados em liberdade. Na decisão de Teori, o processo deveria ter saído das mãos de Moro em 2006, pois havia um deputado federal, José Janene, envolvido na suposta prática de crime e o Supremo Tribunal Federal é o único tribunal competente para julgar autoridades com prerrogativa de foro. Mas Sérgio Moro reteve a investigação e ainda passou a omitir o inquérito do Ministério Público Federal. Alegando sempre urgência nas decisões, Moro autoriza todas as quebras de sigilo solicitadas pela PF e toma suas decisões sem ouvir a procuradora que atuava em Curitiba. Algumas vezes, dá ciência posterior e, em pelo menos um caso, não atende às determinações do Ministério Público Federal. As primeiras prisões e denúncias só aconteceram oito anos depois. Pela decisão de Teori, não seria o fim da Lava Jato, mas a investigação seria destinada ao que, pela lei, é defi-

nido como juiz natural dos casos. Isso impede a Justiça de se tornar instrumento de perseguição. Moro soltou Paulo Roberto, mas mandou um ofício a Teori Zavascki perguntando se Teori queria mesmo soltar todos os presos, pois, alertou o juiz de Curitiba, entre eles estava o traficante Reni Pereira da Silva. A Veja online publicou a reportagem com o título: “STF manda soltar acusado de tráfico internacional de drogas”. A repercussão foi grande. No dia seguinte, o Jornal Nacional, da Rede Globo, noticiou que Teori havia voltado atrás. “O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki voltou atrás e decidiu manter na cadeia onze presos da Operação Lava Jato”, disse Patrícia Poeta, na abertura do JN. Quando Moro grampeou telefonemas entre Dilma e Lula e divulgou os diálogos na Globo, Teori condenou e advertiu o juiz de primeira instância. Moro enviou “escusas” a Teori. O único avião que caiu no Brasil em 2017 foi o que tinha Teori Zavascki a bordo, matando seus ocupantes. O delegado da PF que investigava a morte de Teori foi assassinado, em Florianópolis, por um frequentador do Clube de Tiro .38, o mesmo clube que os Bolsonaro frequentam. Adélio, autor da “facada”, foi a este mesmo clube no mesmo dia que Carlos Bolsonaro também estava lá. Adélio estava desempregado, mas teve dinheiro para pagar 600 reais por uma hora no Club, ficar hospedado por vários dias em Florianópolis, viajar para Juiz de Fora e também pagar 400 reais em dinheiro vivo para se hospedar numa pensão. Carlos Bolsonaro também foi para Juiz de Fora acompanhar uma passeata do pai, coisa que ele nunca fazia. Uma semana depois da “facada”,

a dona da pensão morreu e também um outro antigo hóspede foi encontrado morto. O Assassino de Marielle Franco é vizinho de Bolsonaro, na Barra. Os filhos de Bolsonaro já prestaram inúmeras homenagens a policiais milicianos, condenados pela Justiça, acusados de matarem a Juíza Patrícia Acioli, em São Gonçalo, que era rigorosa com a milícia. A família Bolsonaro contratou vários desses milicianos e seus familiares como assessores. Moro prendeu Lula em segunda instância, em acordo com os desembargadores do TRF4, em tempo recorde e sem provas, inviabilizando a sua candidatura. A prisão foi ilegal, mas Moro atropelou a Constituição e fez valer o interesse político. O outro parça da quadrilha, Fux, foi o ministro que barrou, no STF, a entrevista que o ex-presidente Lula concederia antes das eleições de 2018. A seis dias do segundo turno das eleições, Moro ainda divulgou o conteúdo de parte da delação de Palocci, que havia sido desprezada pelo MP por falta de consistência e provas, com acusações contra Lula, interferindo “mais uma vez” no andamento da eleições, para que obtivesse o resultado almejado: impedir o PT de voltar e eleger o seu candidato da extrema-direita. Moro tornou-se Ministro do governo ilegítimo de Bolsonaro, com promessa de indicação ao STF assim que houver vaga, e passa a ficar de olho gordo no cargo da Raquel Dodge para seu parça Deltan Dallagnol futuramente. As revelações do Intercept esta semana, mostram que aquele “tudo” de que falou o Jucá não são apenas suspeitas. O tudo é monstruoso. É tudo mesmo.


10 | POLÍTICA

FORA BOLSONARO

Levante bem alto a sua bandeira nos atos de hoje C

hegou a hora, hoje é dia de paralisar as atividades no País inteiro e de sair às ruas para protestar contra o governo golpista e ilegítimo de Jair Bolsonaro. Dia de combater a reforma da Previdência da direita golpista, que quer roubar as aposentadorias dos trabalhadores brasileiros. Mas além disso, o movimento não se restringe a um único problema do governo. Muitos ataques do governo à população serão contestados hoje, por diversas organizações populares, operárias e partidárias de esquerda. Muitas pautas serão levadas às ruas, por muitas organizações diferentes. E uma palavra de ordem expressa a luta por todas essas pautas ao mesmo tempo: fora Bolsonaro! Durante o começo dos atos contra Bolsonaro, nas semanas que antecederam a explosão contra o governo no dia 15 de maio, quando os trabalhadores e juventude tomaram as ruas, ressucitou-se a campanha contra par-

tidos e bandeiras. Uma campanha que a direita usou em 2013 para anular a oposição à polícia de Alckmin e para forjar um movimento artificial contra Dilma Rousseff.

Sob argumentos como que só deveriam levantar suas bandeiras aqueles que participaram da “construção” do movimento, ou de que deveria ser respeitada a “autonomia” de determi-

nados movimentos. Argumentos que servem de pretexto para a direita tentar tirar as bandeiras de esquerda da rua, já que a direita não tem condições de levar bandeiras em protestos com conteúdo social de verdade e com reivindicações populares. Agora o objetivo é impedir o governo de continuar atacando as condições de vida dos trabalhadores. Um objetivo concreto. E para isso quanto mais gente melhor, para lotar as ruas contra o governo em um dia de greve geral. É dia do povo tomar as ruas, pelas lutas que atendem os interesses da maioria da população. Dia de luta democrática, com os métodos da classe trabalhadora. Por isso, todo apoio é bem vindo. Leve para rua sua reivindicação, e sua bandeira partidária, seja qual for o partido em que você se organiza. É hora das amplas massas derrubarem Bolsonaro, em um grande movimento democrático de trabalhadores e de suas organizações.

ÀS RUAS

Gritar “Fora Bolsonaro! Liberdade para Lula! Eleições gerais!” com todo o peso nas manifestações! A

s manifestações do dia 15 e 30 de maio em defesa da Educação agravaram ainda mais a crise dentro do governo ilegítimo de Bolsonaro. A duas enormes manifestações que chegaram a colocar mais de um milhão de pessoas nas ruas em todo o País revelaram uma enorme tendência de mobilização da população contra os ataques realizados pelo governo Bolsonaro. Uma característica em comum destes dois atos foi o grito de fora Bolsonaro em praticamente todos os atos, apesar de convocados em defesa da educação. Na greve geral não deve ser diferente. Os vazamentos divulgados comprovando a farsa do julgamento de Lula e a evidente perseguição política agravou ainda mais essa situação e comprovaram a grande fraude eleitoral para colocar o fascista Bolsonaro na presidência. Ficou evidente de que não há apoio entre a grande maioria da população

ao governo e que a greve geral desse dia 14 de junho pode ser muito grande e ser um ensaio geral para uma greve geral da classe trabalhadora por tempo indeterminado até a derrubada de Bolsonaro. O grito fora Bolsonaro é uma forma de unificar todas as reivindicações de setores da sociedade como indígenas, sem-terra, trabalhadores da cidade, estudantes, aposentados e a população pobre em geral contra os ataques realizados pela extrema direita que governa o país contra todos. Hoje lutamos pela Previdência, amanhã pela Educação, depois contra a privatização e por assim vai. As grandes manifestações recentes mostraram que o que unificou foi o Fora Bolsonaro contra todos esses ataques. Por isso, é preciso estimular e acentuar o desenvolvimento do Fora Bolsonaro nas manifestações e entre os trabalhadores. A farsa da prisão de Lula

TODOS OS DIAS ÀS 3H, NA CAUSA OPERÁRIA TV

revelada nos áudios do golpista Sérgio Moro deve acirrar ainda mais o movimento pela liberdade de Lula e novas eleições.

Por isso, o grito nas manifestações deve ser “Fora Bolsonaro! Liberdade para Lula! Eleições gerais! Lula candidato”


POLÍTICA | 11

ATAQUE AOS TRABALHADORES

Não à repressão policial aos piquetes! M

atéria da Folha de S. Paulo desse dia 13 de junho anuncia que o Tribunal Superior do trabalho (TST) autorizou os banqueiros a utilizarem a força policial ou agentes de segurança privada contra piquetes ou ocupações de agências bancárias durante greves. O Tribunal considera que seria legal que os bancos tomem medidas para garantir que os pelegos e fura greves possam entrar para trabalhar. Ainda segundo o TST, em decisão recente, bancos que recorreram à Justiça para evitar os piquetes em uma greve de 2007 não teriam cometido abuso nem praticado conduta antissindical. A imprensa golpista e toda a direita comemoram a decisão e já avisam que a decisão pode se estender a metroviários e motoristas. Na realidade, a decisão abre precedente para toda e qualquer categoria. Na prática, o TST está mais do que passando por cima do direito de greve para favorecer os patrões mas está legalizando a repressão contra a greve. Uma decisão gravíssima que deve ser denunciada

como mais um avanço da ditadura golpista no País, sempre com o aval dos Tribunais. As liminares contra a greve já são frequentes há um bom tempo no País. Decisões absurdas como obrigar que uma categoria esteja em greve com 100% de trabalhadores operando ou coisas desse gênero tem sido comum por parte dos tribunais há mais de uma década. Essa situação piorou com o golpe de Estado. Para a greve geral de hoje, diante da legítima decisão de metroviários, ferroviários da CPTM e dos condutores de São Paulo de aderirem à paralisação, a Justiça acatou liminar para impedir a greve sob pena de multa. Essa prática aconteceu em várias cidades do País. É um ataque a direito de greve, que na prática acabou. A decisão sobre a legitimidade do uso da repressão contra os grevistas reforça que não há mais direito de greve. Os piquetes são instrumentos legítimos dos trabalhadores e apenas fazem cumprir a decisão da maioria

da categoria que aprovou a greve em assembleia. As alegações dos patrões contra os piquetes são puro cinismo. Sem piquete, o trabalhador está vulnerável às pressões dos patrões contra a greve. Os piquetes garantem que a decisão da maioria seja cumprida sem

a interferência econômica do patrão. O direito de greve deve ser irrestrito. Os instrumentos de luta do trabalhador devem ser uma decisão dos próprios trabalhadores. A intervenção dos tribunais é na realidade uma intervenção dos patrões na greve.

VAZA-JATO

Bolsonaro defende Sergio Moro, mesmo após vazamentos contra a Lava Jato E

ssa semana criou-se uma expectativa sobre a manifestação do presidente Bolsonaro em relação ao caso da “Vaza Jato”, protagonizado pelo Ministro da Justiça Sérgio Moro e seu comparsa Deltan Dallagnol, promotor de Justiça. Mas, diferente do que muitos achavam, que Bolsonaro demitiria Moro, ele, em vez disso o elogiou e deu o seu aval. Disse ele: “O que ele (Moro) fez não tem preço. Ele realmente botou para fora, mostrou as vísceras do poder, a promiscuidade do poder no tocante à corrupção”. Essa confusão veio à tona quando, no dia 9 passado, o site de notícias The Intercept Brasil trechos de mensagem atribuídas à Moro e a membros da força-tarefa da Lava Jato. Mas, para Bolsonaro como para Moro não houve nenhum problema revelado. Dizem, inclusive, que é comum a conversa entre membros da magistratura e do ministério público. Ao contrário do que afirmou o site de “colaboração criminosa”, tanto Bolsonaro quanto Moro afirmam que o problema está no hackeamento das mensagens, e não no conteúdo delas. Em conversas com os jornalistas, Bolsonaro respondeu que: “normal é conversa com doleiro, com bandidos, com corruptos, isso é normal? Nós temos nos unido do lado de cá. Ninguém forjou provas nessa questão da condenação do [ex-presidente] Lula”, ao falar sobre o processo julgado por Moro na primeira instância da Lava Jato, em Curitiba.

Dessa vez, Bolsonaro avaliza Moro, que, raspando o lero-lero do crime de hackeamento, não evita vir à tona, e de forma bombástica, a verdade sobre a Lava Jato ser uma mecanismo utilizado pelo Imperialismo, através do Judiciário, que favoreceu Bolsonaro nas eleições de 2018. Um esquema criminoso, que, não só foi responsável pela perseguição política e prisão de José Dirceu e Lula, e ao golpe que derrubou a presidenta Dilma, como também preparou terreno para a fraude que foram as eleições que colocaram a extrema direita no poder ao lado de Bolsonaro. Elogiar Moro e a Lava Jato, é uma política de auto defesa de Bolsonaro,

uma vez que seu governo em crise, se v6e diretamente atingido pelo vazamento. É claro que isso significa o mesmo rasgar ainda mais a já esfarrapada Constituição Federal, onde se estabeleceu que o sistema acusatório no processo penal, no qual as figuras do acusador e do julgador não podem se misturar. Nesse modelo, cabe ao juiz analisar de maneira imparcial as alegações de acusação e defesa, sem interesse em qual será o resultado do processo. Mas as conversas entre Moro e Dallagnol demonstram que o atual ministro se intrometeu no trabalho do Ministério Público – o que é proibido – e foi bem recebido, atuando informalmente como um auxiliar da acusação.

A atuação coordenada entre o juiz e o Ministério Público por fora de audiências e autos (ou seja, das reuniões e documentos oficiais que compõem um processo) fere o princípio de imparcialidade previsto na Constituição e no Código de Ética da Magistratura, além de desmentir a farsa dos atores da Lava Jato de que a operação tratou acusadores e acusados com igualdade. Moro e Dallagnol sempre foram acusados de operarem juntos na Lava Jato, mas não havia provas explícitas dessa atuação conjunta – até agora. Agora, ,além da convicção e das inúmeras evidências, há provas irrefutáveis da armação golpista.


12 | INTERNACIONAL

IMPERIALISMO

EUA irão enviar militares à Polônia N

a última quarta-feira (12), o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que deslocará para a Polônia mais de mil soldados que estão atualmente em bases norte-americanas na Alemanha. Esses militares se juntariam aos 4.500 efetivos norte-americanos que já estão em território polonês desde 2016 servindo como membros de uma missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Os soldados seriam alocados em estruturas totalmente financiadas pelo governo polonês. A Polônia também deverá adquirir 32 caças F-35 e drones de reconhecimento MQ-9. Isso foi visto como uma ameaça pela Rússia, vizinha da Polônia. O vice-ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Riabkov, denunciou que essa medida tem um “caráter desestabilizador” contra Moscou. “Vemos isso como um indício de preparação para

posteriores envios em grande escala”, completou. O governo polonês de Andrzej Duda (no poder desde 2015) é uma ditadura mascarada. Trata-se de um regime de extrema-direita, abertamente anticomunista e antirrusso, do qual os católicos conservadores são parte muito influente. Esses acordos, dentre outros, demonstram a total subserviência ao imperialismo por parte da Polônia que, desde a queda da União Soviética, tem sido um dos pilares de domínio imperialista e ameaça contra a Rússia, sendo o país membro da OTAN e estando em atritos constantes com Moscou. A OTAN, controlada pelos EUA, vem se expandindo cada vez mais desde a década de 1990. Atualmente, suas forças militares praticamente cercam a Rússia por toda a Europa Oriental, constituindo uma ameaça clara à soberania dos russos.

14 DE JUNHO DE 1982

Cessam as hostilidades entre Argentina e Inglaterra na Guerra das Malvinas H

á 37 anos, Inglaterra e Argentina acordaram o cessar-fogo que pôs fim ao conflito entre as duas nações pelo controle das Ilhas Malvinas, na plataforma continental da Patagônia – território Argentino – no Oceano Atlântico. Mais de 900 pessoas – 750 argentinos e 273 britânicos – perderam a vida nos quase dois meses e meio de combate, desde que a Argentina investira na tomada do território dos ingleses na chamada Operação Rosário. São duas ilhas – cada uma pouco maior que nosso Distrito Federal – a menos de 500 quilômetros da costa Argentina cuja importância principal se deve à sua localização estratégica não apenas como apoio a embarcações que cruzam o Cabo Horn – extremo sul do continente americano – como também como base e entreposto para expedições de colonização na Antártida. Constantes em cartas européias desde 1502, as Malvinas foram descobertas pelo português Fernão de Magalhães em 1520, na primeira viagem de circunavegação do globo. Somente em 1690, o inglês John Strong passaria por entre elas, no Canal de San Carlos. Sua colonização começou com a expedição do francês Louis Antoine de Bougainville em 1764, tendo passado dois anos depois ao domínio da Espanha e em seguida ao Reino Unido em 1771 – que as batizara de Ilhas Falklands. Após a independência argentina, a nova nação passou a reivindicar a posse das ilhas em sucessivas disputas ao longo da primeira metade do século 19. As ilhas foram o palco de uma batalha naval entre ingleses e alemães em 1914, na Primeira Grande Guerra, tendo servido de apoio à marinha da

Grã Bretanha também em 1939, após outra batalha com a Alemanha no Rio da Prata, durante a Segunda Guerra. Na segunda metade do século 20, a questão da posse das Malvinas ressurgiu com a ascensão do regime nacionalista burguês de Juan Perón. A partir de 1966, argentinos retomaram negociações com ingleses nesse sentido – chegando a construir uma base aérea nas ilhas – mas as negociações encerraram-se sem sucesso em 1981. Em meio à crise do capitalismo, a burguesia endurecia seus regimes tanto na Inglaterra comandada pela ultraconservadora Margaret Thatcher

quanto na Argentina sob o jugo da ditadura militar, então chefiada pelo general Leopoldo Fortunato Galtieri. Os movimentos de luta do operariado desestabilizavam ambos os governos – extremamente impopulares. Em busca de restabelecer sua popularidade em torno a uma questão de soberania territorial, o regime argentino julgou que a Grã Bretanha não se envolveria numa guerra em mares tão distantes – ainda mais por terras que já estivera em vias de ceder. De fato, numa guerra contra uma potência central do imperialismo, mesmo os setores mais radicais da oposição

ao regime – então representados pelo Partido Obrero – apoiaram a ocupação das ilhas, embora defendesse a adoção de um programa revolucionário pelos trabalhadores a serem ali instalados. A crise de popularidade do regime thatcherista porém a levou a bancar a aposta, enviando uma força expedicionária que chegaria ao local no final de maio, retomando as Malvinas e submetendo os argentinos ao acordo de cessar fogo em 14 de junho. A ditadura argentina, assim como a brasileira, sucumbiria nos anos seguintes com o aprofundamento de sua impopularidade agravado pela derrota militar. Já Thatcher seria reeleita em 1983, permanecendo no poder até 1990. É curioso no conflito verificar o apoio do governo civil peruano aos argentinos, frente ao apoio da ditadura chilena de Pinochet aos ingleses – enquanto o Brasil do general Figueiredo limitou-se a prestar apoio logístico secreto ao país vizinho, permanecendo oficialmente neutro no conflito. Com cerca de 2 mil habitantes descendentes de escoceses e galeses, hoje as ilhas têm no turismo, incrementado após a guerra, parte significativa de sua receita. Recorrentemente, o governo inglês busca reforçar seu direito às Malvinas, por meio de plebiscitos obviamente favoráveis junto à escassa mas anglófona população local. Trata-se evidentemente de uma farsa. O direito ao território pertence à Argentina, e a ocupação estrangeira persiste como um desafio aos povos latino-americanos de conjunto, que certamente hão de recuperá-las tão logo derrotem as sucessivas correntes golpistas promovidas pelo Imperialismo.


INTERNACIONAL | 13

PROTESTOS

Imperialismo promove coxinhatos em Hong Kong para provocar a China D

esde o último final de semana têm ocorrido protestos em Hong Kong contra um projeto de lei do parlamento da região autônoma que permitiria extradições para a China. Sem fazer qualquer juízo a respeito da lei, sobre esse tipo de iniciativa de um governo de um país oprimido (como a China) é preciso dizer que sempre é algo defensivo contra a opressão imperialista. A China, desde a Revolução de 1949, e mesmo após ter se transformado em um grande local para o empreendimento dos monopólios capitalistas, sempre foi atacada pelas grandes potências imperialistas. Suas medidas constantemente consideradas ditatoriais são apenas uma defesa de sua relativa soberania. Assim, diante desse projeto de lei, de acordo com a imprensa internacional milhares de pessoas saíram às ruas de Hong Kong para protestar contra ele. Mas não eram protestos populares. Na verdade, podem ser caracterizados mais como os famigerados coxinhatos da direita brasileira na época do impeachment.

Isso porque os empresários de Hong Kong estão apoiando abertamente os protestos, inclusive coagindo seus funcionários a participarem. “Estamos preocupados de que estas emendas possam prejudicar o clima de negócios em Hong Kong”, disse Morgan Ortagus, porta-voz do Depar-

tamento de Estado dos EUA. Essa é a preocupação dos grandes capitalistas e de seus representantes na região chinesa. Essa declaração da empregada da Casa Branca não é o único indício de interferência do imperialismo nesses eventos. A direita de Hong Kong rea-

lizou recentemente reuniões com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, e com a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi. “Nos opomos fortemente a qualquer força estrangeira que intervenha nos assuntos legislativos de Hong Kong”, afirmou Geng Shuang, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China. Fica um tanto evidente que isso é mais uma tentativa de “Revolução Colorida” promovida pelo imperialismo contra a China. Em 2014, um movimento semelhante já havia ocorrido em Hong Kong, quando manifestantes saíram às ruas na chamada “Revolução dos Guarda-chuvas”. A China atualmente é alvo de uma intensa pressão por parte do imperialismo, particularmente o norte-americano, com uma guerra comercial promovida pelo governo de Donald Trump. Insere-se nesse âmbito a perseguição à empresa Huawei, que ameaça, minimamente, o domínio dos grandes monopólios norte-americanos da informação, como a Apple.

CERCO CRESCENTE

Tensão entre Irã e Arábia Saudita: dois navios são atingidos por explosões no Golfo de Omã E

m meio ao cerco crescente contra o Irã imposto pelo imperialismo norte-americano, um episódio veio a aumentar a tensão no Oriente Médio na manhã de ontem (13). Dois navios petroleiros foram atingidos no Golfo de Omã, um petroleiro panamenho e outro norueguês. O incidente aconteceu exatamente no momento em que o Irã recebe a visita do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe. A notícia levou a um aumento do preço do petróleo no mercado internacional. O Golfo de Omã fica entre o Irã e Omã, e fica próximo da Arábia Saudita. Os EUA acusaram o próprio Irã de ser responsável pelos ataques, indicando que se trata de mais uma provocação imperialista. O governo Trump rompeu

o acordo nuclear com o Irã, e iniciou um cerco econômico ao Irã impondo sanções econômicas. Ao mesmo tempo, os EUA participam da guerra por procuração entre o Irã e a Arábia Saudita no Iêmen, apoiando os aliados dos sauditas contra os Houthis, apoiados pelo Irã. Os navios podem ter sido atingidos por torpedos. Enquanto os EUA acusam o Irã de atacar navios em sua costa no meio de uma visita importante, são os próprios EUA que mantêm navios de guerra navegando pela região. O cerco econômico é acompanhado por um cerco militar. Até as sanções econômicas dos EUA entrarem em vigor, o Japão era um dos principais compradores de petróleo iraniano.

SEXTA-FEIRA ÀS 14H, NA CAUSA OPERÁRIA TV


14 | PCO | COTV

INTERVENÇÃO POLÍTICA

PCO e GARI apresentam bateria no ato de hoje em São Paulo O

s militantes do PCO, que integram o Grupo por uma Arte Revolucionária e Independente (GARI), estão iniciando uma bateria que vai fazer sua primeira aparição teste no ato de hoje na Avenida Paulista. Para participar é muito fácil. Todos os sábados, em São Paulo, o Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP) apresenta uma programação especial. A partir das 11h30, o público pode assistir presencialmente a Análise Política da Semana com o companheiro Rui Costa Pimenta no auditório Friedrich Engels. Após a Análise, o CCBP fica aberto com atividades durante todo o dia. Durante a tarde, o GARI, que é composto por artistas militantes e simpatizantes do PCO, organiza sua reunião, aberta a todos os interessados. Para os companheiros que estão em outras

cidades e têm interesse em participar, basta entrar em contato pelos telefones 11-984272254, 11-964991922 ou 11-949996537 e participar por vídeo conferência. O GARI é responsável pelas intervenções políticas, culturais e artísticas. Os integrantes da banda Revolução Permanente, por exemplo, fazem parte do Grupo. A novidade agora é a bateria do PCO. A partir desse sábado, quem tiver interesse em ingressar na bateria basta entrar em contato nos telefones acima ou ir até o CCBP para se inscrever. Uma primeira apresentação inicial da bateria será feita no ato de hoje da Greve Geral na Avenida Paulista. Procure a bateria e a barraca do PCO se você tem interesse em fazer uma batucada revolucionária.

COTV

Programação especial de cobertura da Greve Geral H

oje é dia de greve geral. A Causa Operária TV preparou uma cobertura especial. Nossa programação começa com o programa Reunião de Pauta um pouco mais tarde, às 10 horas, já com vários detalhes dos preparativos para o ato, primeiro balanço das paralisações e

imagens de várias partes do País. Logo depois o Plantão de Notícias inicia até o final do dia, sem perder nada. Para isso, a COTV conta com a sua ajuda enviando materiais, informações, vídeos e imagens. Todos às ruas pelo Fora Bolsonaro e pela Liberdade para Lula!


MORADIA E TERRA | JUVENTUDE|15

BAHIA

Após 8 anos produzindo, sem-terra são despejados na Chapada Diamantina O

Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) denunciou em seu sítio que na terça-feira (11) cerca de 80 famílias sofreram despejo. Elas estavam acampadas no acampamento Mãe Terra, localizado no município baiano Boa Vista do Tupim, na chapada da diamantina. Oito anos após da ocupação das terras, que iniciou em 2011, as famílias perderam toda sua produção. Segundo o MST, “As famílias perderam toda a produção que girava em torno de mandioca, milho, abobora, amendoim, palma, mamona e quiabo, além de galinhas, porcos e cabras,Toda a produção alimentava também a cidade de Boa Vista do Tupim e os trabalhadores e trabalhadoras do campo lamentaram a forma desonrosa e mesquinha com a qual foram despejados”. O ataque contra as famílias do acampamento Mãe Terra começou em Fevereiro deste ano, um mês após

a posse do fascista Jair Bolsonaro, quando os latifundiários se juntaram à polícia para intimidar os sem terra, com a prisão ilegal de dois militantes da organização. Com o governo Bolsonaro, esse tipo de medida só tende a aumentar. Mesmo com o governo fraco, os golpistas não perdem tempo. Principalmente no campo, onde a luta política é mais dispersa. Vale lembrar que, como muito parecido no Brasil, a ofensiva fascista na Itália, que levou Mussolini ao poder, também começou nas áreas rurais, de forma que aos poucos, destruindo os mais fracos, os fascistas conseguiram derrotar a classe operária – por conta da vacilação das direções. Por isso, é preciso sair às ruas e colocar os fascistas e jagunços de volta para o esgoto de onde vieram. Isso começa pela derrubada do governo Bolsonaro e a derrota dos golpistas.

PSTU

Em assembleia na USP, PSTU faz de tudo contra a aprovação da “liberdade de Lula” para o dia 14 E

m Assembleia estudantil na USP, que ocorreu na terça-feira (11), foi aprovado pelos estudantes a palavra de ordem “Liberdade para Lula”, como uma das pautas da greve geral e da mobilização estudantil do dia 14 de junho. Porém, a esquerda golpista fez de tudo para impedir que isso acontecesse. Quando a Aliança da Juventude Revolucionária (PCO – AJR) colocou a proposta, junto com o grupo do PSOL, Socialismo ou Barbárie, de aprovar, para o dia 14, as palavras de ordem; Fora Bolsonaro, Moro e Mourão; Eleições Gerais já; liberdade para Lula; e contra os cortes na educação, os grupos da esquerda pequeno-burguesa saíram do túmulo para derrotar a votação. O DCE, controlado por PT e PCdoB, mantiveram a liberdade de Lula, mas procuraram derrotar a palavra de ordem “Fora Bolsonaro, eleições gerais” através do “Fora Moro e Fora Weintraub”, que em si é um erro pois do que adianta derrubar um ministro sem derrotar todo o governo? No máximo, um outro ministro da justiça, tão ruim quanto Moro, entrará em seu lugar. O PT, que votou junto ao MES-PSOL, argumentaram que Bolsonaro ainda tem apoio popular – algo totalmente fora da realidade. Porém, isso é o menos importante, pois pelo menos, a liberdade de Lula foi aprovada. O interessante foi ver, mesmo após o escândalo da Lava Jato, mostrando a conspiração para prender Lula de forma ilegal, os grupos da esquerda golpistas tentando impedir

os estudantes da aprovarem a luta pela liberdade de Lula. O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU), procurou junto com o Território Livre, grupo que recentemente escreveu um editorial com o título “Fora Moro! Lula na prisão!”, argumentar de que a palavra de ordem “liberdade para Lula”, e todas

suas variantes, “não unificam”. Obviamente, como ficou claro com a defesa do golpe contra a Dilma Rousseff (PT), a unificação que buscam estes setores não é com os trabalhadores e suas organizações, mas com os golpistas e o imperialismo. Eles ficaram na defensiva de afirmar, frente a todos da Assembleia, que de-

fendem a prisão totalmente ilegal de Lula, a principal liderança (gostemos ou não) da esquerda pelo imperialismo e a extrema-direita. Estes grupos, que estão na defensiva por ter apoiado o golpe em todas as ocasiões, agora procuram justificar seu golpismo com argumentos fajutos. O bom foi que perderam na Assembleia.


16 | ESPORTES ESPORTES

“Se ferrou! Vai cair!”: torcida “ovaciona” Moro no Mané Garrincha A

imprensa burguesa, a mídia golpista, ainda continua tentando blindar Bolsonaro. Apesar do escândalo, conhecido por todos, mas só agora revelado por meio de documentos entregues ao site Intercept, jornais têm sido brandos e evitam expor o, agora, ministro Sérgio Moro e que os maus feitos do ministro respinguem no governo Bolsonaro. Na quarta (dia 12), em Brasília, durante o jogo entre Flamengo e CSA, um grupo encabeçado por Jair Bolsonaro e que incluía Sérgio Moro, foi hostilizado, em particular o ex-juiz de Curitiba. No entanto, o que tem feito a imprensa golpista? o mesmo que fizeram ontem, e sempre, ‘ignoraram’ as manifestações contra o governo e contra Sérgio Moro. Havia, faixas sobre a greve do dia 14 de junho, de grupos anti-fascistas, mas nada disso foi destacado, claro. Alguns jornais chegaram a dizer que Sérgio Moro teria sido ‘ovacionado’, mas esconderam cenas de hostilização ao ex-magistrado. Um grupo gritou para Moro: ‘vai cair!’, ‘se ferrou!’, ‘sua casa tá caindo, hein Moro’.

Escondem, assim, o fato de o governo e seus membros terem perdido o pouco de respeito que talvez tivessem, ou o fato de que a população já não tem mais nenhum medo de dizer o que pensam dos golpistas que tomaram o poder. Apesar de a Globo estar praticamente sozinha na defesa de Sérgio Moro e Lava Jato, pois isso implica defender a si mesma, que foi peça fundamental na coordenação do golpe de 2016, no qual a Lava-Jato teve um papel importante, não podemos nos enganar sobre o conjunto da imprensa burguesa. Somente vão entrar pra valer no jogo, contra os membros da Lava Jato, se seus interesses estiverem ainda mais ameaçados e precisarem ser preservados, se o custo disso lhe for conveniente. Por enquanto, com a “reforma” da Previdência em pauta e o governo promovendo retrocessos em todas as áreas consideradas sensíveis para os capitalistas, continuarão com a blindagem. Mas a pressão das ruas também vai continuar e a pouca sustentação do governo não vai dar conta de conter e esconder o fim do governo.

Como terminou a 9ª rodada do Brasileirão: VAR foi o principal jogador em campo A

9ª rodada do brasileirão terminou com algumas polêmicas. Na quarta-feira (12), o VAR apitou um gol irregular para o Internacional contra o Bahia. Já nos jogos de quinta-feira (13), o VAR realizou 3 gols, um para o Fluminense de pênalti, um para o Goiás e um claramente irregular para o Atlético Mineiro contra o São Paulo. No jogo do Fluminense contra a Chapecoense, o VAR parece ter aparecido para “aparecer na foto”. De fato, houve pênalti, o zagueiro do time catarinense meteu o braço na bola. Porém, para fazer propaganda da “justiça” no futebol, o VAR teve de aparecer para confirmar o pênalti. O jogo acabou empatando, por conta do gol que a Chapecoense realizou logo no primeiro lance do 1º tempo, com um gol de cabeça de Everaldo. Já no jogo do Atlético-MG contra o São Paulo, o VAR roubou de forma escancarada. Os três jogadores mais adiantados do time mineiro estavam excessivamente à frente da linha do último jogador do São Paulo. O impedimento era claro, não dava brecha para nenhum tipo de dúvida. Mesmo assim, com a realização do gol de Alerrandro, o VAR apareceu para confirmar o gol irregular. A imprensa golpista, defensora do VAR, tentou justificar com o argumento de que a bola teria tocado em um jogador do São Paulo antes de chegar em Alerrandro. Porém, uma análise mais cuidadosa da jogada mostra que nem isso ocorreu. Finalmente, o jogador Alexandre Pato aproveitou um passe de Nenê e rea-

fácil de regularizar a fraude no futebol, como este jornal vem denunciando há tempo. O gol contra o São Paulo é comprovação disso. Veja os resultados da 9ª rodada Botafogo 0 x 1 Grêmio Fortaleza 2 x 1 Cruzeiro Internacional 3 x 1 Bahia CSA 0 x 2 Flamengo Santos 1 x 0 Corinthians Vasco da Gama 1 x 0 Ceará Chapecoense 1 x 1 Fluminense Palmeiras 2 x 0 Avaí Atlético-MG 1 x 1 São Paulo Goiás 2 x 1 Atlético-PR Classificação

lizou o gol do São Paulo – totalizando um placar de 1×1 ao final do jogo. O Goiás, que jogou contra o Atlético-PR, ganhou de 2×1. Desta vez, o VAR parou o jogo por mais de 3 minutos para dar o 2º gol ao Goiás, que no final acabou fazendo um gol contra. O jogo terminou 2×1. Já o Palmeira, que se mantém líder do campeonato, ganhou de 2×0 do Avaí. O primeiro gol de Deyverson foi

produto de um furo extraordinário do zagueiro do Avaí. Já o Vasco e o Ceará jogaram um jogo para e chato. O time carioca atacou mais e chutou mais, mas errou muito gol. No final, conseguiram fazer um gol, adquirindo mais 3 pontos, e saindo da zona de rebaixamento. A 9ª rodada do brasileirão foi marcada pelo VAR, o nova forma de controle do futebol. Com o VAR, fica mais

1º – Palmeiras (25) 2º – Santos (20) 3º – Flamengo (17) 4º – Internacional (16) 5º – Atlético-MG (16) 6º – Goiás (15) 7º – Botafogo (15) 8º – Bahia (14) 9º – São Paulo (14) 10º – Corinthians (12) 11º – Grêmio (11) 12º – Atlético-PR (10) 13º – Ceará (10) 14º – Fortaleza (10) 15º – Vasco da Gama (9) 16º – Fluminense (8) 17º – Chapecoense (8) 18º – Cruzeiro (8) 19º – CSA (6) 20º – Avaí (4)


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