Edição Diário Causa Operária nº5675

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DOMINGO, 16 DE JUNHO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5675

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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Moro, greve geral e muita polêmica: não comece a semana sem assistir à Analise Política com Rui Costa Pimenta EDITORIAL Depois da vitória da greve, como dar continuidade à mobilização? O dia de paralisação e mobilizações, “greve geral”, da ultima sexta, foi um enorme sucesso político, mostrando em vários aspectos uma significativa evolução da luta dos explorados contra o regime golpista

POLÍTICA Sérgio Moro não é exceção, é a regra Os recentes escândalos da operação Lava-Jato trouxeram à tona o problema da justiça brasileira.

Não existem “centrais sindicais”, só existe a CUT Desde o ato de primeiro de maio, as manifestações contra os ataques do governo Bolsonaro estão sendo convocadas pelo conjunto das chamadas “centrais sindicais”, na intenção de agrupar um maior número de trabalhadores.

Fazer aliança Bolsonaro anuncia que seu dono, Trump, aceitou o com o PSDB “pela Brasil como aliado extra-OTAN educação” é um Em discurso na noite desse sábado (15),em Santa Maria-RS, o presidente golpista Jair Bolsonaro anunciou que o Brasil foi aceito como “aliado extra” da OTAN escárnio contra (Organização do Tratado do Atlântico Norte). estudantes e professores Como já dito algumas semanas atrás, o documento assinado por ex-ministros em “defesa da educação” – diga-se de passagem a maioria representante da direita inimiga da educaçãonão demonstra de fato nenhuma garantia dos direitos dos estudantes e muito menos do professores.

STF torna “homofobia” crime: mais uma A sabotagem dos pelegos: Sindicato presidido por deputado lei para colocar bolsonarista barrou paralisação os pobres na cadeia

dos transportes em São Paulo

O SINDMOTORISTAS (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte rodoviário Urbano de São Paulo), não paralisou nesta última sextafeira durante a greve geral. Mesmo diante os fortes ataques que a população trabalhadora vem sofrendo, o presidente do sindicato, Valdevan Noventa, barrou a paralisação dos rodoviários.

Um intenso debate tem sido travado no interior da esquerda brasileira. Afinal, a criminalização da homofobia por parte do STF é uma medida progressista? Para a “democrática” Globo, sim.

Política da direita neoliberal: milhões ficam sem energia na Argentina e no Uruguai Neste domingo (16), a Edesur Argentina, empresa de distribuição de energia elétrica, anunciou que um apagão massivo atingiu a Argentina e o Uruguai. O problema começou por cerca das 7 horas e só voltou a funcionar na parte da tarde. O apagão durou cerca de 8 horas. Isto é, durante um terço do dia, o país ficou sem eletricidade.

“O Brasil para contra Bolsonaro”: saiu o novo Jornal Causa Operária com balanço da greve geral Análise Sindical: saiba como foi o programa da COTV um dia depois da greve geral Nesse dia 15 de junho (sábado) estreou para todo o público o programa da Causa OperariaTV, Análise Sindical.

Gostou da faixa que cobriu a Paulista? Contribua com a campanha “Fora Bolsonaro” e faça crescer essa palavra de ordem


2 | OPINIÃO EDITORIAL

Depois da vitória da greve, como dar continuidade à mobilização? O

dia de paralisação e mobilizações, “greve geral”, da ultima sexta, foi um enorme sucesso político, mostrando em vários aspectos uma significativa evolução da luta dos explorados contra o regime golpista e, particularmente, do seu pelotão mais combativo e decisivo, a classe operária que – depois de um longo período em “segundo plano”- assumiu uma posição destacada na luta da classe trabalhadora contra o governo Bolsonaro e seus ataques, com paralisações expressivas em fábricas, usinas, refinarias, no setor elétrico, nos transporte, nos correios etc. Com a paralisação realizada por dezenas de milhões de trabalhadores e atos em mais de 500 cidades, chegamos ao nível mais elevado, da onda de mobilizações iniciadas em 15 de julho, completando-se um mês em que os trabalhadores, a juventude e os explorados de todo o País realizaram gigantescas mobilizações depois de um longo período de defensiva diante da iniciativa da direita golpista. Ao mesmo tempo, vimos crescer, na última semana, a crise do governo ilegítimo de Bolsonaro, com os “vazamentos” da operação criminosa que é a Lava jato, as demissões de três generais do primeiro e segundo escalões do governo, o congresso golpista sendo forçado a aprovar quase R$ 250 bilhões de “créditos suplementares” (permissão para endividamento), entre outros episódios que mostram que

o governo sobrevive mas está cada vez mais em decomposição. Uma situação que recoloca, inclusive, a possibilidade – nunca totalmente afastada no último período – de um golpe militar (ou um “contragolpe”) ou da adoção de outra “saída” que sirva aos interesses das alas mais poderosas do regime golpista. A mobilização deixou para trás a orientação reacionária de dirigentes políticos e sindicais da esquerda que se opõem à política de enfrentamento com o governo e a direita golpista e defendem um entendimento e, até mesmo, um apoio às políticas reacionárias do governo, como os governadores do Nordeste que se colocaram a favor da “reforma” da Previdência. Se contrapôs também à política defendida e praticada por setores da esquerda que atuam para construir uma frente com golpistas do PSDB e outros e buscam desviar a atenção do ativismo para inúteis articulações parlamentares, como uma CPI fajuta no Congresso Nacional golpista para investigar a ação criminosa de Moro e Cia. A mobilização do dia 14, liderada e realizada pela esquerda e por suas organizações de luta – em primeiro lugar a CUT -, superou também a sabotagem dos pelegos e suas “centrais” destinadas à semearem divisão e confusão entre os trabalhadores e servirem aos patrões e mostraram que o caminho para derrotar os golpistas é nas ruas, nas grandes mobilizações, por meio

da unidade dos explorados e de suas organizações, com seus métodos de luta, como a greve geral por tempo indeterminado. É preciso dar continuidade à esse movimento, por meio do fortalecimento da organização de milhares de comitês de luta em todo o País, de uma ampla campanha nos locais de trabalho, estudo e moradia de uma greve geral por tempo indeterminado. Fica evidente de um amplo debate sobre os próximos passos da luta com os que realizaram a mobilização, como a Frente Brasil Popular, a CUT, partidos, CMP, MST e demais setores que encabeçaram as mobilizações, que fizeram a greve e não atuaram na sua sabotagem junto com a direita. É necessário reforçar a unidade desses

setores, na luta, realizar plenárias e reuniões, imediatamente, para discutir a continuidade da luta, que precisa avançar diante da crise do governo e da tentativa dos golpistas de manter a ofensiva contra os explorados como se vê na tramitação da “reforma” da Previdência, nas privatizações e outros ataques que não podem ser barrados isoladamente. É preciso superar a política de lutas parciais (testada e reprovada nos últimos anos) e fazer avançar a mobilização em torno de uma perspetiva de conjunto, uma alternativa própria dos trabalhadores e da juventude diante da crise atual tendo como reivindicações centrais o Fora Bolsonaro e todos os golpistas, a liberdade para Lula e a defesa de Eleições Gerais, com Lula candidato.

STF torna “homofobia” crime: mais uma lei para colocar os pobres na cadeia

U

m intenso debate tem sido travado no interior da esquerda brasileira. Afinal, a criminalização da homofobia por parte do STF é uma medida progressista? Para a “democrática” Globo, sim. Uma matéria publicada no sítio do G1, ligado à golpista Globo, mostrou, dentre muitas outras coisas grotescas, uma parte do voto da vampiresca ministra Carmem Lúcia. Ela afirmou que “(…) Todo preconceito é violência, toda discriminação é causa de sofrimento”. Como podemos explicar este súbito surto democrático por meio de um órgão que tem em seu extenso currículo o apoio ao golpe de 1964, ao golpe em Dilma em 2016 e à prisão de Lula ou até mesmo a recente entrega do pré-sal para os tubarões internacionais, só para ficar em poucos exemplos? Obviamente que essa manobra não passa da mais completa demagogia política. O STF é uma instituição composta por um punhado de juízes, que são filtrados e selecionados pela burguesia tendo um amplo cardápio de juízes e procuradores direitistas que se engalfinham por uma das poucas cadeiras. A ficha corrida do supremo deveria instigar uma total desconfiança da população com relação a ele, e com toda a razão. Não há como considerar que um órgão tão reacionário possa estar interessado nos direitos

da população ao legislar no lugar do congresso e criar a lei da criminalização da homofobia. Mais ainda, conhecendo como funciona o sistema político brasileiro, podemos afirmar que a lei vai pesar apenas para a esquerda e a população em geral, principalmente os mais pobres. Um exemplo que nos permite tirar essa conclusão é a própria lei Maria da Penha, supostamente destinada a combater a violência contra a mulher. Desde que foi instituída, a violência contra a mulher só aumentou, e vimos apenas pobres coitados sendo reprimidos por esta lei. Por outro lado, casos públicos de violência contra a mulher, como por exemplo os escândalos envolvendo Aécio Neves (PSDB) e Pedro Paulo (MDB) espancando suas respectivas esposas não levaram a nada. Como muito bem afirmou o companheiro Rui Costa Pimenta recentemente, se fizerem no Brasil uma lei que proíba ser rico, são os pobres quem vão parar na cadeia. Mas não pára por aí. Ao mesmo tempo em que criminaliza a homofobia para a população em geral, o STF abriu uma brecha para instituições religiosas continuarem praticando ataques aos LGBTs, contanto que seja em “nome de Deus”! Este aspecto em específico é um verdadeiro tapa na cara de todos, inclusive da esquerda que

defende essa criminalização, uma vez que a lei que supostamente vai conter esse tipo de preconceito permite que o principal pólo de formação política e ideológica das práticas homofóbicas, as igrejas católica e evangélica continue com as suas pregações morais contra a homossexualidade. Além de tudo o que foi elencado até aqui também devemos levantar o problema da liberdade de expressão, um dos direitos fundamentais do cidadão. Não há como a esquerda progredir se defende a restrição ao direito de livre pensamento, uma vez que inevitavelmente o sufocamento desta liberdade vai se virar contra a própria esquerda. Os exemplos nesse sentido também são muito abundantes. Seriam motivos mais do que suficientes para fazer qualquer indivíduo ou grupo político que pretende lutar contra o esmagamento dos setores oprimidos ao menos questionar este lampejo “democrático” do Supremo. No entanto, esta criminalização surtiu um efeito na esquerda, sobretudo na sua ala pequeno burguesa. É um setor que pela própria posição social que ocupa, não tem quase nenhuma noção dos problemas concretos que são enfrentados pela classe operária. Para os que têm um mínimo de conhecimento sobre o tema, seja pela experiência concreta ou de terceiros, a

prisão brasileira é um verdadeiro campo de concentração, uma máquina de moer pobre que opera em escala industrial. Os que defendem cadeia poderiam ser enquadrados em três categorias: os que não conhecem, os que conhecem mas que têm a ganhar muito com este sistema e os tontos. É grotesco, mas existe no Brasil um setor de esquerda “chave de cadeia”. O tema desperta a irracionalidade e debates extensos com a esquerda que atualmente convencionou-se chamar de identitária. No entanto, devemos dizer claramente: a esquerda não pode ajudar os bolsonaristas a colocar ainda mais pobres nas cadeias brasileiras sob qualquer pretexto que seja, ao contrário, deve lutar para destruir essa engrenagem sanguinária que são os presídios brasileiros e as leis repressivas que servem para lotar cada vez mais essas verdadeiras masmorras.


POLÍTICA | 3

ANÁLISE

Moro, greve geral e muita polêmica: não comece a semana sem assistir à Analise Política com Rui Costa Pimenta A

Análise Política da Semana é uma atividade de orientação política marxista promovida há quase uma década pelo Partido da Causa Operária. Apresentada pelo companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, a Análise ganhou uma abrangência cada vez maior desde que começou a ser transmitida ao vivo pelo YouTube no canal Causa Operária TV. Rui Costa Pimenta é considerado por muitos o melhor analista político. Isso porque as análises são feitas baseadas na realidade e tendo como guia o método científico que é o marxismo. Por isso, quem acompanha a Análise Política da Semana sabe que os prognósticos e avaliações sobre os acontecimentos da política nacional e internacional são muito precisos, ten-

do sido o PCO, por exemplo, quem pela primeira vez, ainda em 2012, alertou para o desenvolvimento de um golpe de Estado no Brasil. A Análise acontece todo sábado, às 11h30, no Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP), que fica na rua Serranos, 90 perto do metrô Saúde em São Paulo e é aberta a todos que queiram assistir. Para quem está fora de São Paulo, ela é transmitida ao vivo pela Causa Operária TV. Se você ainda não assistiu à Análise de ontem, não perca tempo! Devido à grande movimentação política da semana que passou, com os atos da greve geral e os vazamentos da Lava Jato, a Análise teve um dos maiores públicos dos últimos meses ao vivo e já está com 18 mil visualizações no Youtube.

LAVA-JATO

GROSSOMODO

Sérgio Moro não é exceção, é a regra

O

s recentes escândalos da operação Lava-Jato trouxeram à tona o problema da justiça brasileira. A justiça sendo um instrumento poderoso do Estado serve aqueles que o controlam, por isso no Brasil os tribunais estão diretamente envolvidos com a política de encarceramento em massas, perseguição aos negros e ao partidos de esquerda. As trocas de mensagens entre Moro e Dallagnol são um nítido retrato de como funciona um dos órgãos mais importantes para a burguesia na luta de classes. Contra Lula, os esforços e a vontade do juiz ultrapassavam a do próprio procurador, que muitas vezes hesitou e duvidou da capacidade de levar adiante um processo sem nenhum resíduo de provas. O acordo pode ser tanto entre juiz-promotor, como também de juiz-advogado de defesa. Se lembrarmos casos como o de Aécio, que está em

liberdade mesmo tendo toneladas de provas que o incriminam, entenderemos que tudo depende da vítima e não dos fatos em si. A capacidade de vigiar e controlar a vida dos indivíduos são proporcionais à necessidade que tem a burguesia de dominar a população para permanecer como classe dominante. Para entender melhor a situação, basta lembrar que o Estado brasileiro é composto em grande medida pelos mesmos integrantes ou integrantes pertencentes às castas que comandavam o país durante a ditadura militar. Embora o regime tenha sido aberto para outros partidos, muitos políticos permaneceram em Brasília e a mudança no judiciário é praticamente nula. O juiz está sempre protegido pela lei, por isso, aqueles que permitiram atrocidades durante a ditadura, hoje ajudam o imperialismo americano passando por cima da constituição.


4 | POLÍTICA

GREVE GERAL DO DIA 14

Não existem “centrais sindicais”, só existe a CUT D

esde o ato de primeiro de maio, as manifestações contra os ataques do governo Bolsonaro estão sendo convocadas pelo conjunto das chamadas “centrais sindicais”, na intenção de agrupar um maior número de trabalhadores. Porém o que o demonstrou o fraco ato do dia do trabalhador, foi que a maioria das “centrais” na realidade está contendo o desenvolvimento da luta. A greve geral do dia 14, apesar de convocada por todas as “centrais sindicais”, foi feita basicamente pelos sindicatos da CUT, que são os que estiveram em maior atividade nas últimas manifestações. Setores sob a direção de outras centrais acabaram por suspender a participação na greve, como os condutores de ônibus em São Paulo. Esse acontecimento se dá pela forma como essas centrais foram criadas. A Central Única dos Trabalhadores teve sua base nos sindicatos que participaram das grandes greves contra a ditadura, em especial as metalúrgicas, e foi lançada em 1983 contra os pe-

legos ligados à ditadura, que deram origem à UGT e Força Sindical. Outras centrais menores surgiram depois, mas a maioria com a intenção apenas de abocanhar parte das verbas destinadas aos sindicatos.

Os atos não são de interesse das centrais sindicais pelegas, que não levam militantes para compor as manifestações, pois são na verdade fictícias, ligadas a partidos ou iniciativas patronais, como a FIESP. O temor desses setores

é de que, conforme as manifestações ganhem força, o controle passe para a mão da CUT, única central que pode realmente dar uma orientação política centralizada aos trabalhadores. Com a capitulação e desmobilização demonstradas pelas outras centrais sindicais, fica claro que essas organizações não têm um papel decisivo na luta dos trabalhadores e nem força para convocar uma greve geral, motivo essencial para sua existência. Uma organização desse porte cumpre um papel decisivo de unificar a luta dos trabalhadores e convocar manifestações como a do dia 14, caso contrário apenas enfraquecem o movimento. Dadas essas experiências, fica claro que a CUT deve se desvencilhar das outras centrais que nada agregam e acabam levando o movimento a lutar por pautas parciais ou discussões parlamentares. Os trabalhadores, apesar dos sindicatos pelegos, demonstraram grande disposição de mobilização e devem ser agrupados sob direções dispostas a impulsionar uma verdadeira luta contra o governo golpista de Bolsonaro.

A SABOTAGEM DOS PELEGOS

Sindicato presidido por deputado bolsonarista barrou paralisação dos transportes em São Paulo O SINDMOTORISTAS (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte rodoviário Urbano de São Paulo), não paralisou nesta última sexta-feira durante a greve geral. Mesmo diante os fortes ataques que a população trabalhadora vem sofrendo, o presidente do sindicato, Valdevan Noventa, barrou a paralisação dos rodoviários. Valdevan é deputado federal de São Paulo pelo direitista PSC (Partido Social Cristão), partido que foi de Bolsonaro antes do PSL e que ainda faz parte da base do governo golpista. O SINDMOTORISTAS pertence à UGT (União Geral dos Trabalhadores), uma central sindical patronal ao estilo da Força Sindical. Sendo simplesmente uma organização que conta apenas com um aparato burocrático, essas chamadas “centrais” não possuem militantes de

fato e precisam contratar figurantes para encher os comícios e as manifestações. Portanto, não é de interesses participar de um ato como o do dia 14, primeiro pelo fato de não possuírem militantes, fato que fica evidente em atos políticos onde a participação dos partidos de esquerda e da CUT é preponderante, segundo porque funcionam como um fator de confusão na luta de classes. O apoio que dão às greves é falso, quando “organizam” greves em seus setores, estas são propositalmente despolitizadas e altamente controladas. A contradição entre ser um sindicato e ter um presidente do PSC, partido de direita por onde passou Bolsonaro, se dá na existências desses sindicatos patronais cujo maior exemplo é a Força Sindical. Que até pouco tempo

atrás fazia o 1º de Maio com financiamento de bancos e da FIESP. O presidente, Paulinho da Força, deputado federal pelo Solidariedade fez uma forte campanha pelo impeachment da Dilma junto aos seus aliados da FIESP.

Alianças entre a CUT e esses sindicatos só servem para frear as mobilizações e despolitizar o movimento, como fizeram na sexta (14), onde tentavam ocultar as manifestações pela liberdade de Lula e pelo fora Bolsonaro.


POLÍTICA | 5

"DEFESA DA EDUCAÇÃO"

Fazer aliança com o PSDB “pela educação” é um escárnio contra estudantes e professores C

omo já dito algumas semanas atrás, o documento assinado por ex-ministros em “defesa da educação” – diga-se de passagem a maioria representante da direita inimiga da educação- não demonstra de fato nenhuma garantia dos direitos dos estudantes e muito menos do professores. Setores do PT que compõem a bancada que assinou o documento, como Fernando Haddad, deixam clara a capitulação diante de toda a política de massacre perpetrada pelo governo do PSDB. Fazer aliança com o PSDB nesse momento não apenas representa uma afronta à luta dos estudantes e professores contra ataques do governo tucano, mas principalmente um verdadeiro escárnio contra um setor incessantemente atacado pelos tucanos. É notório que em todas as gestões do PSDB e até o presente momento, os estudantes tiveram que se colocar

na dianteira da luta contra o governo, sendo um dos setores mais atacados pelas políticas nefastas. Vale lembrar da grande mobilização dos estudantes contra a destruição do ensino secundário no Estado de São Paulo, diante de inúmeras ocupações, que por fim acabaram se propagando por todo o País, em suma os estudantes estavam lutando contra esse governo instalado à força no Estado de São Paulo. A política colocada de Doria até Beto Richa no Paraná, seguem a linha antipopular e de massacre da população em geral, não é à toa a enorme repressão engendrada pelo governo tucano através da PM nas manifestações realizadas, o exemplo mais atual está no ato da última sexta-feira (14) dia da greve geral, onde houve enorme truculência e repressão por parte da Polícia Militar teleguiada pelo PSDB, Nesse sentido, é preciso ser dito

com muito clareza, fazer aliança com a direita golpista que é a inimiga número um da educação e dos trabalhado-

res de conjunto, é fazer coro e chancelar a política de massacre à juventude e a categoria dos professores.

"DEFESA DA EDUCAÇÃO"

Gostou da faixa que cobriu a Paulista? Contribua com a campanha “Fora Bolsonaro” e faça crescer essa palavra de ordem N

o ato que ocorreu na Avenida Paulista em apoio ao dia de paralisação pela greve geral, dentre os muitos cartazes, faixas, bandeiras que continham diversas reivindicações dos trabalhadores, o destaque ficou por conta da imensa faixa feita pelos militantes do PCO, que junto aos manifestantes tomou a principal avenida da cidade de São Paulo. Faixas gigantes também foram feitas no Rio de Janeiro, Salvador e outras cidades. A faixa gigante de 50 metros com os dizeres de “Fora Bolsonaro”, agitada durante todo o ato, é uma importante manifestação da vontade popular presente nas vozes de tantos manifestantes que exigem, aos gritos, o fim do governo golpista, mas que as direções da esquerda pequeno-burguesa evitam levantar. Estampando as palavras de ordem de Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula, também foram distribuídos os cartazes dos Comitês de Luta Contra o

Golpe e os famosos “pirulitos”, placas com os cartazes já colados, que ajudaram a impulsionar a manifestação geral contra os golpistas e a dar a vazão à vontade do povo. Além da faixa gigante e dos cartazes, os tradicionais adesivos não poderiam faltar. A barraca do PCO já se tornou ponto de referência nos atos, pois nela e com os militantes, os presentes adquirem os tão disputados adesivos, sempre presentes nas manifestações. A grande aceitação dos materiais produzidos pelo PCO e pelo Comitês demonstra a importância da continuidade da produção e distribuição destes. Para isso a colaboração financeira dos que apoiam a campanha do Partido da Causa Operária é crucial para que mais dessas intervenções sejam realizadas. Em um momento de agitação pela continuidade da luta, os materiais são essenciais para levar à diante as políticas defendidas pelo partido e seus apoiadores.


6 | INTERNACIONAL

POLÍTICA DA DIREITA NEOLIBERAL

Milhões ficam sem energia na Argentina e no Uruguai N

este domingo (16), a Edesur Argentina, empresa de distribuição de energia elétrica, anunciou que um apagão massivo atingiu a Argentina e o Uruguai. O problema começou por cerca das 7 horas e só voltou a funcionar na parte da tarde. O apagão durou cerca de 8 horas. Isto é, durante um terço do dia, o país ficou sem eletricidade. No Uruguai, a estatal EFE de Administração Nacional de Usinas e Transmissões Elétricas (UTE) afirmou que o apagão atingiu boa parte do país, sendo um país muito pequeno, colado com a Argentina. A capital Uruguaia, Montevidéu, foi

uma das cidades afetadas. Milhões de trabalhadores foram afetados. A economia, nem se fala. Com a política de sucateamento dos neoliberais, cujo presidente da Argentina, Mauricio Macri é uma das principais figuras, esse tipo de ocorrido tende a acontecer mais vezes. Vale lembrar dos apagões no Brasil durante a época de Fernando Henrique Cardoso. O neoliberalismo é projeto de destruição dos países. Acaba com a indústria, com a eletricidade, aumenta a miséria, as doenças e assim por diante. Essa é a política dos golpistas da América Latina – Macri, Bolsonaro, Moreno etc.

VENEZUELA

Bolsonaro anuncia que seu dono, Trump, aceitou o Brasil como aliado extra-OTAN E m discurso na noite desse sábado (15),em Santa Maria-RS, o presidente golpista Jair Bolsonaro anunciou que o Brasil foi aceito como “aliado extra” da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). “Com muito orgulho, anuncio que há pouco colhemos um dos frutos da nossa viagem aos Estados Unidos, ao sermos aceitos pelo presidente Donald Trump como aliado extra-Otan”, disse Bolsonaro (Agência Brasil, 16/6/19). O “orgulho” de Bolsonaro deve ser realmente sincero, já que ele é conhecido por bater continência para a bandeira dos EUA e fazer papelão nas visitas com Donald Trump. Segundo Bolsonaro, a aceitação do Brasil vai significar melhorias no equipamento militar brasileiro. Na realidade, tudo isso não passa de uma enorme fantasia e uma enganação dos poucos cidadãos brasileiros que ainda acreditam em Bolsonaro.

A aliança com a OTAN é nada mais do que mais uma demonstração vergonhosa de subserviência do governo golpista brasileiro diante do imperialismo. O Brasil se junta a Países como

TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, 14H00

Israel e Argentina que também são aliados extra-OTAN. A OTAN foi uma organização criada pelo imperialismo para garantir o domínio militar sobre os países prin-

cipalmente no hemisfério norte. O Brasil serve como um aliado político daqueles que roubam o mundo todo e promovem o assassinato de milhões de pessoas para garantir esse roubo. Incluindo aí, logicamente, o roubo dos brasileiros. Existe um acordo de proteção mútua entre os membros da OTAN, mas o status de aliado extra-OTAN não garante sequer essa proteção por parte do outros países membros. Na prática, se o Brasil for agredido, os Estados Unidos não precisam fazer nada, já se os Estados Unidos exigirem a presença do Brasil em determinado conflito, podemos esperar pelo capachismo de Bolsonaro abanando o rabinho para defender seu dono. Sem contar outras exigências que fazem parte dos desejos norte-americanos no Brasil, como por exemplo a Base de Alcântara no Maranhão.

TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30


CIDADES |7

SANTO ANDRÉ

Governo tucano e fascistas atacam servidores e impõem 1.100 demissões F

oi aprovado pela direita da Câmara Municipal da cidade de Santo André, com a organização de um grande golpe contra os servidores, na noite de terça-feira dia 11 de junho, o PL 20/2019, de autoria do prefeito tucano Paulo Serra (PSDB), que prevê a venda do Semasa para a Sabesp e a demissão de todos os 1,1 mil trabalhadores da autarquia. A autarquia Semasa oferece ao povo andreense um modelo referência de saneamento ambiental integrado onde a oferta de água, a coleta de esgoto, a drenagem urbana, a gestão dos resíduos sólidos, a gestão ambiental e a gestão de riscos ambientais através da defesa civil estão integrados, além de serem certificados por órgãos de controle como o certificado NBR ISO 9001. No entanto para aprovar o projeto, o governo fez campanha e publicidade que o órgão era deficitário e acumulava milhões em prejuízos, para justificar a entrega do órgão para o governo

tucano de João Doria, demitindo 1.100 servidores. Em uma sessão tensa com muito protesto dos servidores que foram impedidos de “adentrar a casa do povo andreense”, além de agressões provocadas pela direita, que convocaram

funcionários comissionados (cargos de confiança) para estarem no plenário da Câmara e darem sustentação aos golpistas municipais, juntamente com fascistas brutamontes que não foram reconhecidos como funcionários, mas que ali estavam na verdade com a fun-

ção de serem Bate paus do governo contra os trabalhadores que serão demitidos, contra o sindicato da categoria e os parlamentares que estavam contra esse crime. A seguir foto denunciando os funcionários comissionados (com seta vermelha) e os fascistas sentados antes das agressões à direita da foto, enquanto os trabalhadores eram impedidos de adentrar o plenário. A vitória do governo tucano foi possível mediante uma escabrosa manobra regimental que alterou o quórum mínimo de 2/3, equivalente a 14 votos, para maioria simples. Segundo o sindicato a decisão será questionada na justiça por afrontar a Lei Orgânica do Município. É necessário a imediata aprovação da greve por tempo indeterminado de toda a categoria do Semasa e a organização de comitês de auto-defesa dos trabalhadores, para defender os empregos e o não sucateamento dos serviços à população.

SÃO PAULO

Em mutirão na Paulista, militantes do PCO distribuem materiais e o novo Causa Operária S

e você é de São Paulo e está passeando pela Paulista ou ainda pretende passar por lá, não deixe de visitar a barraca do PCO. Dois dias depois do grande ato da greve geral, os militantes do PCO voltam para a Avenida Paulista para uma atividade de agitação política. Milhares de adesivos e panfletos estão sendo distribuídos. Além disso, você pode também participar do abaixo-assinado pela Liberdade de Lula. Basta chegar até a banca do PCO, que está no quarteirão seguinte ao MASP, sentido Consolação.

Além dos materiais, lá você pode adquirir também o jornal Causa Operária, que nessa edição, número 1061, traz um balanço completo dos atos do dia 14: “O Brasil para contra Bolsonaro”. O mutirão de venda de jornal e distribuição de materiais ocorre regularmente na Avenida Paulista. Você pode participar dessa campanha de agitação política entrando em contato conosco pelo telefone (11) 96388-6198 (Vivo e WhatsApp). O mutirão está ocorrendo em outras cidades do País. É preciso manter a mobilização contra o governo!


8 | POLÍTICA E CIDADES

CRISE CHEGA AO MINISTÉRIO DA ECONOMIA

Joaquim Levy pede demissão do BNDES N

esse domingo, o presidente do BNDES, Joaquim Levy, enviou carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, pedindo demissão do cargo. Segundo a imprensa burguesa, o pedido de renúncia teria sido motivado pela declaração do golpista Jair Bolsonaro ameaçando demitir Levy caso ele não demitisse Marcos Barbosa Pinto, que havia sido recém nomeado por Levy como diretor de Mercado de Capitais. “Eu já estou por aqui com o Levy. Falei pra ele demitir esse cara na segunda-feira ou eu demito você, sem passar pelo Paulo Guedes”, afirmou Bolsonaro na tarde de sábado. Antes da carta de Levy, o próprio Barbosa Pinto enviou carta de renúncia no sábado. Tudo indica que o descontentamento de Jair Bolsonaro com

a nomeação de Barbosa Pinto venha do fato de que ele foi assessor do BNDES durante o governo do PT. O que evidencia que na realidade o ataque contra Barbosa Pinto era endereçado mesmo ao próprio Joaquim Levy que

muito mais do que um simples cargo foi ministro da Fazenda de Dilma Rousseff. Ao contrário do que as declarações de Bolsonaro insinuam, Levy e sua turma não são parte da esquerda, nem

mesmo têm ligações reais com o PT. Eles são representantes diretos do banqueiros que procuram impor ao país a devastação neoliberal, por isso Levy era um nome de confiança do neoliberal Paulo Guedes. Levy foi diretor do Banco Mundial, do FMI e do Bradesco. A queda de Levy é a primeira baixa no Ministério da Economia, o que revela que a crise pode estar tomando proporções que podem sair do controle da burguesia. A economia é talvez o único setor que unifique a burguesia. Essa unidade é necessária para implementar os ataques contra o povo como a reforma da Previdência, que encontra muitas dificuldades para ser aprovada. Se a crise se aprofundar no Ministério da Economia, será um sinal ainda maior do enfraquecimento do governo Bolsonaro.

GREVE GERAL

165 cidades do Nordeste registraram paralisações e atos da greve geral A

greve geral foi mais uma enorme manifestação contra os ataques do governo Bolsonaro. A região Nordeste registrou atos em 165 cidades nos nove Estados e em todas as capitais. Foram greves, fechamento de rodovias e atos importantes que envolveram trabalhadores da cidade e do campo, estudantes e movimentos sociais. Segundos os dados apresentados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Bahia registrou atos em 47 cidades, Sergipe foram 2 cidades, Alagoas 3 cidades, Pernambuco 21 cidades, Paraíba 12cidades, Rio Grande do Norte 16 cidades, Ceará 57 cidades, Piauí 2 cidades e Maranhão 5 cidades. A greve paralisou setores importantes como professores, trabalhadores do transporte, bancários, petroleiros

e metalúrgicos nas principais regiões. Os metroviários de Salvador e Recife paralisaram as atividades, assim como o Polo Petroquímico da Bahia, Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco e do Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco. Universidades como Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) também tiveram protestos e paralisação de atividades. A participação dos trabalhadores do campo também foi grande. O Movimento dos Trabalhadores Rurais (MST) participou em todos os Estados, fechando rodovias e se incorporando nos atos. O que foi visto nos atos, além da luta

contra a destruição do sistema previdenciário foi as palavras de ordem Fora Bolsonaro e Pela Liberdade de Lula. Havia cartazes, camisetas, faixas e “pirulitos” com essas palavras de ordem.

TODOS OS DIAS ÀS 10H, NA CAUSA OPERÁRIA TV

É preciso intensificar o trabalho nas categorias operárias e na população pobre e explorada para derrubada do governo Bolsonaro, pela liberdade de Lula e com eleições gerais.


MOVIMENTO OPERÁRIO E JORNAL CAUSA OPERÁRIA | 9

ANÁLISE SINDICAL

Saiba como foi o programa da COTV um dia depois da greve geral N

esse dia 15 de junho (sábado) estreou para todo o público o programa da Causa OperariaTV, Análise Sindical. O programa será transmitido todo sábado às 18 horas e contará com a participação dos companheiros do Corrente Sindical Causa Operária do PCO. O programa teve como pauta principal a Greve Geral que aconteceu no dia 14 de junho em mais de 350 cidades. Do sul ao norte, o PCO esteve

presente na maioria dos atos fazendo uma grande cobertura e distribuindo materiais pela Liberdade de Lula e pelo Fora Bolsonaro. Foram também relatadas as tentativas de impedimento da greve pela burguesia e os casos de violência policial nos atos, a exemplo de São Paulo onde a PM prendeu alguns manifestantes e reprimiu intensamente a manifestação com bombas e balas de borracha.

“O BRASIL PARA CONTRA BOLSONARO” BRASÍLIA

Saiu o novo Jornal Causa Operária Militantes do PCO fazem agitação com balanço da greve geral com jornal Causa Operária J E á está nas ruas a nova edição do jornal Causa Operária, o semanário socialista e operária que traz em suas páginas temas sempre do interesse da luta dos trabalhadores. Nessa edição, de número 1061, o leitor encontra um balanço completo da greve geral e dos atos que ocorreram na última sexta-feira, dia 14. Com a manchete “O Brasil para contra Bol-

sonaro”, a foto de capa é a maravilhosa faixa de 50 metros de comprimento levada pelo PCO ao ato na Avenida Paulista. é o jornal mais antigo em circulação da esquerda brasileira, com 40 anos de existência. Não deixe de adquirir, ler e contribuir com essa imprensa revolucionária, feita pelos próprios trabalhadores.

m várias cidades do País os militantes do PCO estão organizando, nesse domingo, mutirÕes de agitação para a venda do Jornal Causa Operária. Com a manchete “Mobilização derruba capitão, greve geral derruba general”. essa edição do jornal foi amplamente vendida em todo o País nos atos da última sexta-feira (14), da gre-

ve geral. Os companheiros de Brasília estão reunidos na Feira do Livro na Biblioteca Nacional vendendo o jornal e distribuindo outros materiais de agitação política. A agitação política pelo fora Bolsonaro e pela liberdade para Lula não pode parar. É preciso uma mobilização permanente até a derrota do governo golpista!

Contribua com a campanha pagar pagar multas que a justiça golpista impôs ao PCO: AG: 4093-2 CC: 29000-9 Banco do Brasil CNPJ: 01.307.059/0001-90 Partido da Causa Operária


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