QUARTA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5678
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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19 membros da quadrilha da Lava Jato no governo: Fora Bolsonaro!
EDITORIAL
OPINIÃO E POLÊMICA
Por um grande Lava-jatistas, golpistas ato nacional de esquerda, mordem pela liberdade o próprio rabo (parte 5): de Lula O movimento popular e operário começou a se mobilizar contra o governo no mês passado, com uma forte tendência de crescimento.
Sabrina Fernandes
Morsi e Lula: dois presos políticos após um golpe promovido pelo imperialismo A morte do ex-presidente do Egito, Mohamed Morsi, na última segunda-feira (17), serviu para escancarar a ditadura que vive o país árabe há seis anos.
Novas eleições, abaixo a fraude! Os vazamentos da Lava-Jato estão abrindo a caixa preta da operação criminosa, cujo objetivo era acabar com as empresas brasileiras que disputavam o mercado internacional, e dominar politicamente o país.
COLUNA
Ministro Bolsonarista do Meio Ambiente já tem a “fórmula” para abrir as terras indígenas para mineração
Quem pariu Jair Bolsonaro foi a Folha de S. Paulo e todos os golpistas El País quer que a esquerda troque o vermelho por roupas coxinhas para confundir o movimento
Imperialismo quer que Irã volte para antes da revolução de 1979
O El País, jornal de direita que se considera meio de esquerda publicou uma coluna assinada por Oliver Stuenkel sob o título “É preciso resgatar da extrema direita os símbolos nacionais”.
Em 1979, os trabalhadores junto com setores nacionalistas da burguesia, derrubaram a monarquia pró-imperialista do Xá Mohammed Reza Pahlevi. Desde então, a política nacionalista do país com a maior classe operária do Oriente Médio tem preocupado as potências imperialistas.
2 | OPINIÃO EDITORIAL
COLUNA
Por um grande ato nacional pela liberdade de Lula
Ministro Bolsonarista do Meio Ambiente já tem a “fórmula” para abrir as terras indígenas para mineração Por Renato Farac
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movimento popular e operário começou a se mobilizar contra o governo no mês passado, com uma forte tendência de crescimento. Nos dias 15 e 30 de maio, estudantes e trabalhadores ocuparam as ruas no país inteiro para se manifestar contra Bolsonaro. No último dia 14, a Greve Geral contou com 45 milhões de trabalhadores parados em todo o país. Em todas essas manifestações, a população em peso pedia Fora Bolsonaro, e amplos setores também pediam a liberdade para Lula. A liberdade de Lula é uma exigência que se opõe frontalmente à direita golpista. Durante toda a campanha golpista que levou à queda de Dilma Rousseff em 2016 e o processo da Lava Jato, este jornal denunciou que Lula estava sendo perseguido politicamente pela direita no Judiciário. Muitos dados indicavam a perseguição desde o começo, com Lula sendo conduzido coercitivamente antes de qualquer convite para depor, e com toda a campanha na imprensa contra o ex-presidente. Com as revelações do site Intercept, a perseguição ficou evidente diante do país inteiro, desencadeando imediatamente uma nova crise política do governo. E por todo esse tempo Lula foi um fator de polarização no país. De opo-
CHARGE
sição aos golpistas, ao entreguismo e à política da direita em geral. A defesa de Lula expressava uma oposição aos golpistas e às próprias instituições golpistas, que tramaram para prender Lula por fora da lei. Expressava, portanto, uma oposição ao próprio regime político novo que a direita está erguendo. Agora as palavras de ordem em defesa de Lula, que continuam expressando uma rejeição geral aos ataques aos trabalhadores sendo levados adiante pela direita, ganharão força. O país inteiro viu como a Lava Jato agiu nas sombras para fazer um preso político da direita. Portanto, é hora de convocar um grande ato nacional que seja inequivocamente em defesa de Lula. Embora a defesa de Lula tenha estado em todos os atos desde o dia 15 do mês passado, é preciso demonstrar com um ato específico o grande apoio que essa política tem por si própria. A exigência de liberdade para Lula está intimamente ligada a uma perspectiva de apresentar ao país uma saída para crise. A população exige: Fora Bolsonaro! Mas o que vem depois? É preciso exigir novas eleições, para anular a fraude de 2018. E nessas eleições Lula deve participar e estar livre para participar. Portanto, é preciso exigir: Liberdade para Lula!
este dia 14 de junho, o Ministro fascista do Meio Ambiente deu uma entrevista para à BBC News Brasil na qual, de maneira sútil, revela como o governo Bolsonaro vai conseguir abrir as terras indígenas para a mineração, exploração madeireira e para o agronegócio. A entrevista foi realizada para questionar as declarações de entregar a Amazônia para as empresas estrangeiras e no meio das perguntas, Salles apresenta a “fórmula” para a mineração em terras indígenas. Nas perguntas sobre a mineração em terras indígenas, a BBC News Brasil pergunta, “Mas a ideia é permitir esse tipo de atividade, a mineração, em terras indígenas também? O ministro fascista Salles responde de maneira curta e grossa: Já existe mineração ilegal em terra indígena. Essa afirmação é a maneira que a extrema direita vai viabilizar a aprovação da mineração em terras indígenas. Vão deixar o caos nas aldeias e estimular uma invasão de garimpeiros para justificar a exploração de grandes mineradoras. Não é por acaso que o ministério do meio ambiente sob a gestão de Ricardo Salles está acabando com a fiscalização dos órgãos ambientais, como Ibama e ICMBio, dentro das unidades de conservação. Há perseguição contra servidores e abertura de investigação em quem multar latifundiários e grandes empresas. Atuam em conjunto, pois a Fundação Nacional do Índio também está fechando as bases avançadas dentro das terras indígenas devido ao corte de recursos.
PAU NO COCO
Essa política de permitir a invasão das terras indígenas por garimpeiros está dando resultados e há denúncias de caciques da Terra Indígena Yanomami que mais de 20 mil garimpeiros atuam dentro da TI. Essa estratégia de deixar o caos se instalar é usada há um bom tempo pelos latifundiários e as grandes empresas internacionais. Essa mesma justificativa foi utilizada pela empresa do agronegócio, a Monsanto, e os latifundiários no caso dos transgênicos há 20 anos atrás. Havia um enorme repúdio a liberação da venda de sementes transgênicas no Brasil devido a falta de estudos sobre os impactos na saúde e no ambiente. A Monsanto e os latifundiários importavam de maneira ilegal sementes vindas do Paraguai e da Argentina até o ponto em que quase todas as plantações de soja fossem transgênicas e a liberação foi pautada em que já estava sendo plantada em grande escala no país. Essa fórmula está sendo aplicada novamente para a invasão das grandes mineradoras as terras indígenas. Deixar o caos se instalar dentro das terras indígenas, como a fome e a invasão de madeireiros e garimpeiros, para que a situação fique insustentável e os indígenas sejam forçados a abrir mão de suas terras. Nesse momento, o governo e as mineradoras estão se aproveitando da miséria da população e incentivando a entrada de garimpeiros nessas terras para causar conflitos com indígenas e devastação de suas terras. Barrar Bolsonaro e derrotar o seu governo é a única maneira de reverter essa situação.
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"GRANDES" PERSONALIDADES DE ESQUERDA
Lava-jatistas, golpistas de esquerda, mordem o próprio rabo (parte 5): Sabrina Fernandes D ando continuidade à série “Lava-jatistas, golpistas de esquerda, mordem o próprio rabo”, a polêmica da vez será com a vlogger/youtuber Sabrina Fernandes. Isso mesmo. Para aqueles que não costumam pesquisar o passado destas “grandes” personalidades de esquerda, vale a dica: procurem seus posicionamentos na época do golpe de estado. Este período é bastante esclarecedor sobre a qualidade destes “intelectuais” ou “lideranças” da esquerda pequeno-burguesa. Por isso, o artigo “The Cost of Saving Rousseff” da vlogueira Sabrina Fernandes, na revista Jacobin, é bastante esclarecedor. No texto, Fernandes acusa o PT e Dilma pelo Impeachment, isto é, pelo golpe de estado. Segundo ela, os petistas colheram o que plantaram. Logo no início do texto, a vlogger afirma que durante parte significativa do ano de 2015 o governo Dilma esteve envolvido em escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras e as grandes empreiteiras. Em seguida, adiciona que o escândalo (que hoje se revela totalmente fraudulento) deu coro para que a direita saísse às ruas para defender a Lava Jato contra o governo do PT. Qual conclusão que Sabrina Fernandes tira da situação? Que a direita armou um golpe contra o PT e mobili-
zou a extrema-direita em torno da “luta contra a corrupção” para este fim? Não, muito pelo contrário. Deixemos Sabrina falar por si mesma. Sobre os protestos da direita, a youtuber afirma “isso não significa que devemos sentir pena dela [Dilma]. Longe disso, pois isso foi algo que o PT trouxe para si mesmo”. Ou seja, não vamos lutar contra o golpe para defender o governo; a culpa é deles. Em seguida, para justificar seu apoio ao golpe, Sabrina Fernandes escreve um monte sobre a política de conciliação de classes histórica do PT, suas alianças com o PSDB, PMDB e etc. durante os anos. De fato, a política de conciliação do PT é criticável, mas na época isso não vinha ao caso. A conciliação estava sendo quebrada pela própria direita golpista, que se unificou em torno de derrubar o governo do PT e perseguir a esquerda. Na verdade, a crítica à conciliação, do jeito que foi feita por Sabrina Fernandes, era na realidade ela mesma uma conciliação com os golpistas. Em nome de uma luta abstrata contra a conciliação de classes, ao invés de estimular a luta contra os golpistas (com quem o PT havia conciliado), Sabrina decidiu justificar o golpe e colocá-lo na culpa do próprio PT.
Mas isso não é tudo. Sabrina Fernandes não só defendeu o golpe na questão do impeachment fraudulento contra Dilma Rousseff, mas defendeu um dos principais pilares da operação golpista do imperialismo: a operação Lava Jato. Se no início do artigo, Sabrina Fernandes repetiu a campanha da imprensa golpista de que o PT estava liderando um escândalo de corrupção na Petrobras, em seguida, a vlogger decidiu defender a própria operação Lava Jato. No texto, Sabrina Fernandes diz: “Eventualmente, Cunha tornou-se alvo do juiz Sérgio Moro e sua investigação Lava Jato. Moro que foi, por um tempo, inimigo de todos os apoiadores do PT e ovacionado pelo novo movimento de direita, decidiu romper com essas linhas partidárias, investigando Cunha e outros fora do PT.” Ou seja, para ela, Sérgio Moro seria um juiz isento de interesses e partidos, um herói da luta contra a corrupção. Fica claro, então, que para a “analista marxista” (com ela se intitula) do YouTube, Moro não exerce uma política de perseguição política aos partidos, organizações e lideranças da esquerda e de grupos políticos da burguesia contrários aos interesses da Lava Jato
e do imperialismo norte-americano. Pelo contrário, o “super Moro” não se deixa influenciar pelos interesses políticos e econômicos, é um verdadeiro paladino da luta pela ética na política. O absurdo desta defesa da vlogger fica mais explícita agora, com o vazamento de informações da Lava Jato, mostrando a conspiração política entre os promotores e o juíz Moro para prender seus inimigos e deixar solto seus aliados, como Fernando Henrique Cardoso. Mas imagina… longe dela de acreditar que Moro prenderia, sem provas, em um julgamento totalmente absurdo, um importante representante da esquerda nacional, que liderava as pesquisas eleitorais, para assumir o governo que só foi eleito por conta deste ato. Nem pensar. Como disse Sabrina, Moro investiga tudo e a todos, assim como no filme favorito dos coxinhas “a lei é para todos”, que mostra a beleza do combate à corrupção no Brasil. No YouTube, Sabrina Fernandes prega unidade, inclusive sem medo de se misturar com o MBL pedindo para que os partidos abaixem suas bandeiras para não desagregar. Mas onde estava essa unidade na hora de lutar contra o golpe e denunciar a Lava Jato? Agora está fácil. Todos já sabem da farsa. A esquerda golpista, da qual faz parte a vlogger, procura esconder esse passado obscuro. Mas os fatos estão aí. Trata-se de mais uma lava-jatista que mordeu o próprio rabo.
IMPRENSA GOLPISTA
Quem pariu Jair Bolsonaro foi a Folha de S. Paulo e todos os golpistas J osias de Souza, comentarista de política da TV Gazeta e articulista do site UOL, portal de notícias pertencente ao Jornal Folha de S. Paulo, publicou em seu blog (Blog do Josias) na sexta-feira passada, dia 14 de junho, artigo onde tece considerações a respeito das declarações do ex-presidente Lula, ocasião em que o ex-chefe do executivo eleito por dois mandatos pelo Partido do Trabalhadores declarou, em entrevista, que “o país pariu essa coisa chamada Bolsonaro”. Em tom de indignação, o servil funcionário remunerado pela “família Frias”, proprietária do Jornal Folha de S. Paulo, insurge-se contra as declarações do ex-presidente. Josias de Souza tenta rebater as afirmações do petista dizendo que Lula está “acometido de amnésia”. Inicialmente senhor Josias de Souza, é bom que se diga que este acometimento, esta espécie de Alzheimer político, vem sofrendo o veículo de comunicação para o qual o senhor presta serviços, a golpista Folha de S. Paulo, que abandonou qualquer veleidade democrática e se associou ao que de pior passou a existir no universo jornalístico nacional, veiculando as mais escandalosas mentiras e inverdades desde quando se iniciou a insidiosa campanha de ataques contra o governo eleito em 2014. A “amnésia” imputada ao ex-presidente Lula, portanto, senhor Josias, é muito mais aguda
naqueles que parecem não se lembrar do papel vergonhoso que o conjunto do monopólio golpista da imprensa desempenhou na campanha de ataques e calúnias vis – os mais rebaixados, diga-se de passagem – contra o governo legitimamente eleito. “Ora, quem pariu Bolsonaro não foi o país. Deve-se a gravidez ao próprio Lula, que se autoconverteu no principal cabo eleitoral do capitão. O parto é obra do antipetismo, maior força política da sucessão”. Permita-nos esclarecer, senhor articulista. O “principal cabo eleitoral do Capitão” não foi o ex-presidente, como afirmado no malfadado artigo. O ex-capitão representante da extrema direita fascista, defensor da ditadura, dos assassinatos e das torturas perpetradas pelos militares golpistas de 64 teve como principal cabo eleitoral em sua campanha de 2018, não Lula e menos ainda o PT, mas todo o conjunto dos principais veículos da venal e apodrecida imprensa “nacional”, onde o jornal Folha de S. Paulo teve papel de destaque, atuando como porta voz de todas as engrenagens golpistas que entraram em funcionamento para viabilizar a mais escandalosa fraude que se tem notícia na história política recente do país. “O parto é obra do antipetismo, maior força politica da sucessão“. Mais uma vez somos obrigados a dizer não senhor
Josias de Souza. O que levou Bolsonaro à cadeira presidencial não foi o antipetismo. O antipetismo nunca foi um sentimento presente na consciência da maioria do eleitorado e da opinião pública nacional. O antipetismo – se em algum momento ele existiu – foi obra do trabalho sujo, podre, vil e fétido do consórcio golpista que se formou no país para atacar, caluniar, injuriar e difamar o ex-presidente Lula, desarticular o governo eleito da presidente Dilma Rousseff, criminalizar o Partido dos Trabalhadores, seus dirigentes e a esquerda nacional. Mais uma vez somos obrigados a dizer que a Folha de S. Paulo teve atuação destacada neste trabalho infame, abjeto, de favorecimento aberto às forças e aos setores que representam o que há de mais obscuro, direitista e reacionário no país. “Os meios de comunicação forneceram notícias, não pânico. O que horrorizou o brasileiro foi o rol de acontecimentos que Lula ajudou a levar às manchetes”. Sim, concordamos senhor articulista, os meios de comunicação forneceram notícias. “Esqueceu” apenas de dizer que as notícias eram todas, rigorosamente todas falsas, mentirosas, fabricadas, inverídicas e plantadas. Essa era a forma que os golpistas dos órgãos de imprensa encontraram para manter a opinião pública mobilizada contra Lula e o governo petista. Lula não ajudou a levar nada às man-
chetes, como sugere o servil blogueiro da Folha/UOL. As manchetes, senhor Josias, eram produzidas a partir do desejo da imprensa golpista em criar na opinião pública uma atmosfera antipetista, a partir de informações e notícias forjadas, vazadas pela não menos golpista “Operação Lava Jato”, comandada pelo ex-juiz e atual ministro do governo Bolsonaro, Sérgio Moro, juntamente com os Procuradores adestrados da “República de Curitiba”; ou seja, um verdadeiro conluio direitista/ golpista para levar adiante a farsa das acusações e posterior condenação do ex-presidente Lula. O que vem “horrorizando” uma enorme parcela dos brasileiros neste momento, senhor articulista, são as escandalosas revelações vindas à tona por conta da intimidade institucional promíscua de juízes, procuradores e ministros (Luiz Fux, STF), flagrados com a “boca na botija”, trocando mensagens conspirativas contra o ex-presidente Lula. Sobre este escândalo de magnitude gigantesca envolvendo o alto escalão do judiciário nacional não há uma só palavra em seu artigo. Mas talvez seja compreensível, seu patrões golpistas da FSP exigem que seu tempo esteja dedicado a dar continuidade à obra iniciada há cinco anos atrás: continuar veiculando mentiras, calúnias e ataques à maior liderança operária e popular do país, o ex-presidente Lula.
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DIREITISTA
El País quer que a esquerda troque o vermelho por roupas coxinhas para confundir o movimento O El País, jornal de direita que se considera meio de esquerda publicou uma coluna assinada por Oliver Stuenkel sob o título “É preciso resgatar da extrema direita os símbolos nacionais”. O autor argumenta que a esquerda não deveria deixar a extrema-direita “se apropriar” dos símbolos nacionais, pois isso permitiria à extrema-direita apresentar seus inimigos como inimigos do próprio país. De fato, a extrema-direita tem essa campanha demagógica, apresentando-se como patriota. No caso dos países atrasados a campanha ultrapassa os limites do ridículo, pois essa extrema-direita é entreguista e submissa aos interesses de potências imperialistas estrangeiras. Bolsonaro é um bom exemplo disso, entregando as riquezas nacionais e batendo continência para a bandeira dos EUA, enquanto alega ser patriota. No entanto, isso não passa de demagogia, e assim deve ser denunciada. E o campo que se opõe a essa política entreguista no Brasil é composto pelas organizações operárias e populares e pelos partidos de esquerda. Esses grupos tem uma cor tradicional, a cor da luta dos trabalhadores, que é o vermelho.
A bandeira vermelha expressa naturalmente uma oposição a esse programa entreguista da direita, e portanto uma oposição ao imperialismo. A cor vermelha é expressão de uma posição política, de defesa, em primeiro lugar, dos trabalhadores, mas também de defesa do país diante do imperialismo, ou seja, de defesa da soberania. Começar a usar símbolos dos coxinhas, como o texto do El País sugere, só
serviria para confundir nesse sentido. Troca-se o vermelho, e a expressão clara de uma oposição ao imperialismo e ao golpe, por uma ideia vaga de “nacionalismo” que ninguém sabe dizer bem o que significa. O único ganho seria para a direita, com a confusão gerada no movimento. Por exemplo, como a direita faria para se infiltrar em manifestações vermelhas como as dos dias 15 e 30 de maio?
Os símbolos nacionais, por outro lado, foram usados ativamente para confundir em junho de 2013, quando a direita montou toda uma operação para diluir as manifestações com pautas difusas, esvaziando os protestos de reivindicações sociais. Parte da manobra foi espalhar bandeiras do Brasil pelo protesto em São Paulo. Já não se podia dizer claramente se os protestos eram de esquerda ou de direita, e a direita tratou de expulsar a esquerda por meio da violência, até que os coxinhas tomaram conta e então o povo simplesmente abandonou os protestos naquele momento, que terminaram dando em nada. A proposta de tentar disputar os símbolos nacionais com os coxinhas só serve para alimentar a possibilidade de repetir esse tipo de confusão dentro do movimento. A esquerda, os operários, os camponeses, os estudantes e todos os setores populares devem usar a cor vermelha e as cores de seus movimentos. Esses símbolos em si expressam uma política, e mantêm a direita golpista bem longe. Assim devem ser as próximas manifestações pela queda de Bolsonaro e pela liberdade de Lula, um mar de gente de vermelho.
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GOVERNO ILEGÍTIMO
19 membros da quadrilha da Lava Jato no governo: Fora Bolsonaro!
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governo Bolsonaro é o governo da Lava Jato. Nada menos do que 19 elementos que integram os escalões da administração bolsonarista são oriundos da operação que devastou a economia nacional e foi responsável pela maior perseguição política do País desde a ditadura militar. O mais famoso da quadrilha é o “Mussolini de Maringá”, o inquisidor Sergio Moro, que prendeu Lula para eleger Bolsonaro presidente e se transformar em ministro da Justiça. Moro teve sua atuação enquanto juiz federal definitivamente desnudada com as recentes revelações do The Intercept, que mostraram que ele, ilegalmente, agiu em conluio com o procurador Deltan Dallagnol para prender Lula e mantê-lo encarcerado. E foi justamente esse funcionário do imperialismo que levou os outros 18 membros da Lava Jato para dentro do governo Bolsonaro, para exercerem cargos de confiança ligados do Ministério da Justiça. Isso evidencia a relação direta que existe entre a Lava Jato e o governo ilegítimo de Bolsonaro. Ela foi o mecanismo principal que o imperialismo e a direita utilizaram para dar o golpe de
2016 e prender o ex-presidente Lula. A Lava Jato foi responsável por mobilizar os coxinhas que se radicalizaram cada vez mais com um sentimento irracional de ódio pela esquerda (principalmente pelo PT) até se transformarem em fascistas acabados. Em outras palavras, a Lava Jato foi fundamental para a ascensão do fascismo no Brasil, que, finalmente, levou à eleição fraudulenta de Bolsonaro. A Lava Jato limpou o terreno para que Bolsonaro pudesse explorar. A campanha enganosa contra a corrupção serviu ao menos para três objetivos: 1) perseguir, prender e aniquilar a esquerda (particularmente a institucional); 2) destruir a economia nacional para favorecer o saque imperialista; 3) enquadrar ou mesmo derrotar qualquer resquício de burguesia nacional no cenário político, com a prisão de incontáveis dirigentes do chamado “centrão”. Tudo isso favoreceu diretamente o bolsonarismo e a extrema-direita, entreguistas e anticomunistas até a medula. Isto é, a Lava Jato – composta por membros do poder judiciário e de outros órgãos “autônomos” de perseguição e repressão, como o
MPF e a PF – é, ela mesma, uma operação fascista. Fascista e cria direta do imperialismo norte-americano. As conversas vazadas pelo Intercept não foram as primeiras provas da farsa e do envolvimento do imperialismo na operação e no golpe. O Wikileaks já havia revelado que diversos membros vinculados à Lava Jato, como o próprio Moro, foram simplesmente treinados pelas instituições governamentais dos EUA. A prisão de Lula pela Lava Jato (motivo principal pelo qual Bolsonaro se tornou presidente), a promoção dessa
operação pelo imperialismo e o fato de que seus elementos são todos de extrema-direita já eram motivos suficientes para ligá-la ao próprio governo Bolsonaro. Moro – símbolo maior dessa trama – ao ser nomeado ministro e ao levar outros 18 “companheiros” para o governo, escancarou essa ligação. É preciso exigir a anulação de todos os processos da Lava Jato, essa operação abertamente golpista e ilegal! E também o Fora Bolsonaro, que só está no poder graças ao golpismo e à ilegalidade da Lava Jato, que retirou Lula do processo eleitoral!
MORSI E LULA
Dois presos políticos após um golpe promovido pelo imperialismo A
morte do ex-presidente do Egito, Mohamed Morsi, na última segunda-feira (17), serviu para escancarar a ditadura que vive o país árabe há seis anos. Morsi sofreu um desmaio enquanto participava de uma audiência em um tribunal que o julgava e foi levado a um hospital mas não resistiu. Tinha 67 anos de idade. Ele enfrentava condições subumanas nas prisões egípcias. Segundo um grupo de parlamentares ingleses que o visitou em 2018, suas condições eram iguais à de tortura. Ele ficava 23 horas por dia em solitária e sofria de diabetes e problemas nos rins e no fígado, não sendo atendido pelas autoridades médicas da prisão. Morsi foi o primeiro presidente eleito conforme as regras da democracia burguesa na história do Egito. Após a chamada “Primavera Árabe” que derrubou o fantoche do imperialismo, o ditador Osni Mubarak, foi Morsi quem assumiu, sendo ele líder do maior partido politico do país – o Partido da Liberdade e da Justiça – e integrante da Irmandade Muçulmana, maior organização de massas do Egito e espalhada pela maioria dos países da região. Era um presidente que representava os interesses da burguesia nacional (que, como toda burguesia dos países atrasados, não consegue ser independente do imperialismo). Adotou um governo reformista. No entanto, foi derrubado e preso pelo golpe militar promovido pelo imperialismo em
2013. Ficou seis anos na prisão até sua morte, tendo contra ele uma série de julgamentos, totalizando uma condenação de 45 anos. O caso de Morsi é um tanto semelhante ao que ocorre com o ex-presidente Lula no Brasil. Aqui, também houve um golpe (não militar, mas com participação dos militares “por debaixo do pano”), em 2016. O partido no governo, o PT, é o maior e mais popular do país e o mesmo partido de Lula.
Este, o líder com o maior apoio entre a população. Lula sofreu uma feroz perseguição política até finalmente ser preso em abril de 2018 (atualmente, está condenado a 8 anos e 10 meses de prisão). Durante o golpe (que se aprofundou no governo Bolsonaro), membros do PT foram presos e outros perseguidos. A direita tenta colocar toda a esquerda na ilegalidade. O PT, a CUT e o MST só não foram ainda para a clandestinida-
de porque são muito mais organizados e com uma base operária e popular mais consistente do que a Irmandade Muçulmana e o partido de Morsi. Afinal, o Brasil é um país com uma indústria muito mais desenvolvida do que o Egito, o que tem uma ligação direta com o desenvolvimento da classe trabalhadora e sua consciência política. Já houve diversas denúncias de maus-tratos contra Lula, como, por exemplo, seu impedimento de ver familiares. O fato é que, se fosse pelos golpistas, Lula morreria na cadeia (basta lembrar declaração recente do general Augusto Heleno, que disse que Lula merecia prisão perpétua). Essa é a política do imperialismo: destruir países para sugar seus recursos econômicos e naturais. Mas, para isso, é preciso executar golpes de Estado e suprimir qualquer tipo de oposição, seja prendendo ou mesmo matando os que possam representar um obstáculo para sua dominação. Foi isso o que ocorreu com Slobodan Milosevic na Iugoslávia (derrubado e morto na prisão em Haia sob condições extremamente duvidosas), Saddam Hussein no Iraque (derrubado pela invasão norte-americana a enforcado) e Muamar Kadafi na Líbia (que teve seu país bombardeado e foi morto na rua por mercenários do imperialismo). Agora, Mohamed Morsi. Esse é mais um dos motivos para lutar pela libertação imediata de Lula, para que não morra nas mãos dos verdugos imperialistas.
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CASO MILTON GONÇALVES
Criminalização do racismo é uma arma da direita para atacar os explorados e a esquerda M atéria divulgada na última segunda-feira pelo Jornal Folha de São Paulo e reproduzida por diversos outros órgãos da imprensa burguesa, informa que o ator Paulo Betti acaba de ser processado pelos também atores Milton Gonçalves e Jorge Coutinho. A ação movida contra Betti está na 33a Vara Criminal do Rio de Janeiro e o processo é motivado por “racismo”. Um dos participantes de um grupo Whats APP, composto por apoiadores de uma chapa de oposição para concorrer às eleições do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro, do qual Milton Gonçalves é o atual presidente, teria vazado um texto de Betti, no qual ele faz algumas considerações banais sobre a atual diretoria do sindicato. Na ocasião, abril passado, Betti teria publicado a seguinte mensagem: “a atual diretoria do sindicato está lá há muito tempo e tem uma forte representação negra com Jorge Coutinho e o grande Milton Gonçalves, além do querido Cosme, isso complica bastan-
te a luta, pois pode confundir as coisas”. Essa é uma aberração produzida pela política de demagogia do Estado opressor e golpista, que em nome de supostamente defender determinados segmentos da sociedade como negros, mulheres e homessexuais, tem como propósito promover uma verdadeira caça às bruxas contra o direito a liberdade de expressão, um direito elementar do cidadão, uma ideal que remonta à luta dos filósofos iluministas contra o obscurantismo da idade média e que foi consagrado com a Revolução Francesa de 1789. O acontecimento em questão é muito grave em todos os sentidos. Sem sombra de dúvidas, trata-se de um processo por crime de opinião. Segundo, a mesma justiça que está a escamotear as gravíssimas denúncias do envolvimento do atual ministro Sérgio Moro e então juiz responsável por julgar réus da operação Lava-Jato, com com o Ministério Público e com o STF, para forjar a condenação de Lula, acata sem nenhuma parcimônia um
RN
Direita quer desestabilizar o governo do PT com greve de policiais
O
s governadores petistas do Nordeste têm se apresentado como uma espécie de conselheiros – como se isso fosse possível – para o governo Bolsonaro, apresentando modelos que seriam menos ruins de reforma da Previdência. Isso apenas para ficar em um exemplo. Nesse sentido, acabam apoiando o governo golpista e fraudulento de Bolsonaro. Uma excessão tem sido o governo de Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte. Por mais que se possa criticá-lo, fato é que o governo potiguar não está na ponta dessa política direitista. É nessa situação que surge a notícia da greve de policiais e bombeiros militares no estado, que começou na segunda-feira, dia 17. Fique claro que existe uma articulação direitista para desestabilizar o governo petista. Com raríssimas exceções, as greves de policiais militares são manipuladas pela direita, que é quem domina politicamente esse setor.
Enquanto que os demais governadores do Nordeste estão procurando uma conciliação com a direita e portanto estão estabelecendo ligações mais estreias com setores tradicionais da direita, o governo do Rio Grande do Norte está em maior conflito. Mesmo porque, diferente da Bahia, Ceará, Piauí e Maranhão (PCdoB), Fátima Bezerra é a única que foi eleita contra um governo anterior da direita. Em todos os outros estados, os governadores foram reeleitos. Ou seja, Fátima herdou um governo com maiores contradições entre o PT e os setores tradicionais da burguesia. Nesse sentido, a greve de policiais precisa ser denunciada como uma armação da direita, mais ou menos ao estilo do que ocorreu em Minas Gerais, quando Fernando Pimentel era governador. Por mais que possamos discordar de seu governo, a direita golpista impôs uma política de desestabilização que resultou na vitória fraudulenta de Romeu Zema.
processo absolutamente ridículo por um suposto crime de rascismo por uma publicação em que uma pessoa adverte em grupo privado que “a atual diretoria do sindicato está lá há muito tempo e tem uma forte representação negra” e conclui que “isso pode confundir as coisas”. Sem querer interpretar Paulo Betti, mas é até obvio, que a sua colocação foi no sentido de que Milton Gonçalves, o presidente do Sindicato, é um direitista ferrenho, portanto, na linguagem popular do sindicalismo, um pelego, ou como bem expressou o também artista, José de Abreu, “Mil-
ton Gonçalves, mancomunado com outros atores, domina o Sindicato dos Artistas e Técnicos há anos [20 anos]. É uma máfia que agora usa a acusação de racismo para se perpetuar no poder. Pulhas!”. Como vem denunciando sistematicamente esta imprensa, o que temos aqui nada mais é do que um instrumento da justiça golpista para abrir caminho para a criminalizarão dos explorados e, particularmente dos supostos beneficiários das leis de exceção, e atacar, também, a esquerda, mesmo que muito moderado, como é o caso das posições políticas de Paulo Betti.
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CRESCE O DESESPERO DA DIREITA:
Falsificação contra Greenwald e pneus queimados E
evolução da crise do governo improvisado de Jair Bolsonaro, ante a aceleração da crise econômica, a crescente reação dos explorados e de suas organizações contra o governo e seus ataques – como se viu nas três grandes mobilizações dos dias 15 e 30 de maio e na greve geral de 14 de junho – e ainda, o vazamento parcial de conversas que comprovam o funcionamento criminoso da operação Lava Jato, um dos pilares do regime golpista, está deixando a direita em desespero. Esse desespero, por um lado, eleva às alturas a divisão e a crise interna do governo golpista, como se vê nas recentes quatro demissões, em apenas uma semana, de integrantes do primeiro e segundo escalões, incluindo três generais, também expuseram a erosão do governo da direita, , que uma “usina de crises’”, segundo o presidente golpista da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), u dos lideres do “centrão˜”. Por outro lado, intensificam-se os ataques da direita contra os que se mobilizam e agem, de uma forma ou outra, no sentido de desmascarar a direita e seu governo. Desmascarado uso de robôs no caso do ‘pavão misterioso’ Um dos principais alvos da direita, nos últimos dias, é justamente o jornalista Glenn Greenwald, fundador do Intercept Brasil, que divulgou as conversas que revelam parte das armações ilegais da Lava jato, envolvendo o ex-juiz e ministro da Justiça Sérgio Moro, com o procurador Deltan Martinazzo Dallagnol, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, parlamentares da direita como a atual senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), entre outros. Parte dessa ofensiva, esteve concentrada, nas redes sociais, em torno de um uma conta no Twitter, claramen-
te criada pela direita, chamada “pavão misterioso”, que passou a espalhar calúnias contra Greenwald e, logo em seguida, se transformou em um “mico” da direita. A conta “pavão misterioso” procurou se apresentar como um grupo de hackers que teria “descoberto”, entre outros absurdos que o jornalista Glenn Greenwald seria apoiador do nazismo, simplesmente porque ele supostamente teria posado para uma foto ao lado de um elemento citado (sem provas) como nazista e que seu marido e deputado federal pelo PSOL, David Miranda, teria “comprado” o mandato, por meio da renuncia do ex-deputado Jean Wyllys (também do PSOL), cujo abandono do cargo (por nós criticado em diversos momentos), diante de ameaças da direita foi de conhecimento público. A campanha foi desmascarada, entre outros, pelo jornalista Ivan Freitas desvendou que, “para fazer bombar a hashtag nas redes sociais, o grupo precisou contar com a ajuda de robôs“m, ficando evidente que se tratava de uma ação orquestrada nas redes sociais contra Greenwald, do Intercept, o que fez o caso vira piada nas redes sociais. O caso do “pavão misterioso”, que tentou derrubar a imagem do jornalista Glenn Greenwald, do Intercept Brasil, ganhou mais uma mancha. O jornalista Ivan Freitas desvendou que, para fazer bombar a hashtag nas redes sociais, o grupo precisou contar com a ajuda de robôs. Freitas analisou quantas postagens por segundo eram feitas com o termo que fazia referência à conta Pavão Misterioso e suas acusações fraudulentas contra Greenwald, constatando o suo de de robôs na divulgação da hashtag, que rapidamente foi alçada ao topo da lista dos assuntos mais comentados do Twitter.
A “pavão misterioso” se soma a outras iniciativas de tentar encobrir os graves crimes de Moro e Cia. expostos publicamente e seu ataque contra os direitos democráticos do ex-presidente Lula e de todo o povo brasileiro. Dentre elas, as “homenagens” prestadas a Moro, as declarações em favor da operação Lava Jato etc. Buscam “salvar a pele” de Moro, porque se trata de preservar toda a operação golpista que, cada dia, mais ameaça desabar. A fraude da morte por intoxicação por “pneus queimados” Outro sintoma desse desespero da direita foi a campanha na imprensa golpista em torno da morte de uma mulher de 53 anos,Mulher que inalou fumaça de pneus queimados por manifestantes morre em BH no último dia 14, em Belo Horizonte, que – supostamente – teria sido vítima de intoxicação provocada pela queima de pneus promovida por manifestantes, durante da greve geral. Isso quando a senhora deu entrada no Hospital Risoleta Neves com vida, sendo internada no CTI do Hospital. Tudo isso sem nenhuma evidência sequer de que outras pessoas, nas proximidades, tenham sequer passado mal nas imediações, incluindo os
próprios manifestantes que, obviamente, estiveram bem mais próximos da fumaça e do fogo. Evidenciando a fraude, o Hospital Risoleta Neves, emitiu Nota em que atesta que Edi Alves Guimarães não morreu por intoxicação por monóxido de carbono. “Em nota enviada à imprensa, a unidade de saúde afirmou que os exames não constataram intoxicação por inalação de fumaça tóxica da queima de pneus na manifestação de sexta-feira (14)“. A senhora mulher, de 53 anos, esteve internada de sexta até segunda-feira (17), quando foi constatada a morte encefálica. “O hospital lamentou a morte e informou que o óbito foi associado a doença cardíaca e neurológica”. É preciso denunciar todas essas falsificações, desmascarar a fraude da direita e intensificar a mobilização popular, única arma capaz de derrotar integralmente a ofensiva da direita e seu governo golpista. Dar continuidade à mobilização em torno dos eixos que servem para enfrentar e se opor de conjunto ao regime golpista e seus ataques: fora Bolsonaro e todos os golpistas; abaixo a criminosa operação Lava Jato, anulação de todos os processo contra Lula e demais presos políticos do regime, liberdade imediata de Lula; convocação de novas eleições gerais, com Lula candidato.
DELAÇÕES
Moro e Dallagnol tinham corruptos de estimação E
m uma das conversas entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol divulgadas pelo site The Intercept Brasil, o então juiz orienta o Procurador a selecionar os nomes que apareciam na lista das delações da Odebrecht. Na conversa, que teria acontecido em dezembro de 2016, ao relator que 30% dos nomes eram relacionados a crimes de corrupção, 30% a caixa dois e os 40% restante não se podia saber ainda, Moro orienta Dallagnol a escolher os “30% iniciais”. No caso, a lista das delações da Odebrecht não significam que os nomes são culpados de antemão. O que chama a atenção, no entanto, é que o Juiz do caso oriente a acusação sobre o procedimento a ser tomado. Além disso, mostra que Moro e Dallagnol tinham um procedimento seletivo, se
todos os nomes que apareciam na lista da empreiteira fossem realmente corruptos, poderíamos dizer que os “heróis brasileiros contra a corrupção” tinham corruptos de estimação. Dallagnol declarou, certa vez, que a corrupção no Brasil era fruto da formação do povo brasileiro (portugueses, negros e índios) que não era “cristã”, comparando à formação dos Estados Unidos. Uma dentre tantas imbecilidades e ignorâncias desses elementos desclassificados que fazem parte da operação. Mas Dallagnol provou na prática que é o contrário do que ele afirmou. Seu amor pelos Estados Unidos o transforma em um norte-americano, um norte-americano corrupto. Tudo isso deixa claro o que já era sabido: a Lava Jato é uma operação política. Uma articulação criminosa entre Judiciário e Ministério Público para acusar e incriminar os inimigos políticos.
8 | DESTAQUES
VAZA-JATO
Novas eleições, abaixo a fraude! O
s vazamentos da Lava-Jato estão abrindo a caixa preta da operação criminosa, cujo objetivo era acabar com as empresas brasileiras que disputavam o mercado internacional, e dominar politicamente o país. Todo o processo de julgamento do ex-presidente Lula foi feito de maneira ilegal, o objetivo era de mantê-lo longe da eleições. Mesmo estando preso Lula ainda poderia participar, então foi preciso ajuda do STF para triturar ainda mais a constituição. O ministro Fux, os militares, como Vilas Bôas, que ameaçou o STF pelo Twitter com divulgação em rede nacional durante um horário nobre, tem um enorme envolvimento com o processo eleitoral. Todo o Estado brasileiro dominado pelos golpistas esteve comprometido em passar por cima da lei para manter a esquerda o
mais longe possível da cadeira presidencial. A fraude eleitoral aconteceu em todas as instâncias, desde o judiciário, que impossibilitou a esquerda de fazer campanha de rua, proibindo e restringindo de maneira absurda os matérias de campanha e os locais que a campanha poderia ser feita, aos aparatos repressivos, que prenderam e reprimiram candidatos do PT. A conspiração para eleger Bolsonaro foi uma operação de grande envergadura. Sem sombra de de dúvida uma das eleições mais fraudulentas que o Brasil já conheceu. O simples fator de que o povo não tolera a política de Bolsonaro já seria o suficiente para pedir novas eleições, mas diante toda essa fraude, é essencial para a esquerda convocar o povo às ruas e pedir por eleições gerais já. Lula deve ser tirado da cadeia imediatamente diante as provas que comprovam a articulação para prendê-lo, e participar das novas eleições.
VAZA-JATO
Fraudador Moro é convidado de honra para a “Marcha para Jesus” N
esta quinta-feira, 20 de junho, as ruas de São Paulo receberão um evento inusitado: a “Marcha para Jesus com Moro”. A “Marcha para Jesus” é realizada todo ano. É o maior evento evangélico do Brasil. Segundo os organizadores, no ano passado, a caminhada pelas ruas da cidade reuniu 1,5 milhão de pessoas – número totalmente impossível, mas vamos lá. A novidade, desta vez, é que o superministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, ex-juiz da farsa da Lava Jato, é o convidado de honra, talvez mais que o próprio Jesus. Quem o convidou foi o pastor e deputado Marco Feliciano (Podemos-SP) e Moro já confirmou presença, afinal, ele anda precisando de holofotes amigos, do Bial, do Ratinho. Cai bem uma bajulação em nome do Senhor tam-
TODOS OS DIAS ÀS 10H, NA CAUSA OPERÁRIA TV
bém. Como se não bastasse, os organizadores da marcha disseram que também o presidente ilegítimo Bolsonaro estará no desfile. Se isso se confirmar, será a “Marcha para Jesus com Bolsonaro e Moro”. Consta que a tal bancada evangélica tem feito pressão para que Marco Feliciano seja indicado para a secretaria-geral da Presidência. O deputado federal tem a seu favor que é próximo da família Bolsonaro e é amigo do Olavo de Carvalho, que é o mentor da Escola Sem Partido e padrinho de pelo menos três ministros, além de pessoal de outros escalões. Feliciano também é amigo da pastora Damares Alves, também superministra dos Direitos Humanos, da Igualdade Racial e das Mulheres. Ela entende de muita coisa, até de Bob Esponja.
Por outro lado, o pastor-deputado tem aquele processo de acusação de estupro contra a jornalista Patrícia Lélis, “ex-militante da juventude” do PSC, em 2016, que foi arquivado pela justiça. Patrícia, que dizia que Damares sabia de tudo, acabou se tornando ré no processo, acusada de mentir e extorquir dinheiro de Talma de Oliveira Bauer, assessor de Feliciano, embora a polícia civil de São Paulo tenha divulgado um vídeo em que, supostamente, Talma oferece R$ 10 mil para Patrícia e pergunta se é o suficiente “para ela se resolver”. Moro está abrigado em boa companhia. Fica evidente que ele foi acolhido e está apoiado pela extrema-direita, da qual sempre foi um representante. Ele é do governo fascista de Bolsonaro até o pescoço.
E setores evangélicos andam de braços dados com os fascistas, intolerantes, preconceituosos, opressores e violentos em nome de Cristo. Parece uma contradição. Em um exercício de imaginação, a marcha inusitada desta quinta teria paralelo se o próprio Imperador Romano e Pilatos, opressores imperialistas, saíssem a marchar por um tal de Jesus, que dizem que era um pacifista, amoroso, gentil, fraterno, curandeiro, que pregava abandonar as posses e riquezas materiais e distribuir aos pobres. Contradição por contradição, se a dupla Jair e Sérgio esticar o “findi” na capital paulista, domingo tem outra, a “marcha LGBTS”, conhecida popularmente como Passeata Gay, que será uma boa chance de fazer vídeos e depois postar no Twitter para manter a distração do seu público.
INTERNACIONAL | 9
ORIENTE MÉDIO
Imperialismo quer que Irã volte para antes da revolução de 1979 E m 1979, os trabalhadores junto com setores nacionalistas da burguesia, derrubaram a monarquia pró-imperialista do Xá Mohammed Reza Pahlevi. Desde então, a política nacionalista do país com a maior classe operária do Oriente Médio tem preocupado as potências imperialistas. O governo iraniano, por mais que não seja um governo revolucionário, controlado pelos trabalhadores, adotou desde essa época, políticas em defesa da soberania do país. Desenvolveu a economia do país e sua indústria bélica, e financiou movimentos árabes anti-imperialistas por todo o Oriente Médio. A aliança que se formou entre o nacionalismo burguês no mundo árabe foi tão preocupante, que à partir dos anos 2000, diversos desses governos tiveram de ser derrubados pelo imperialismo, como na Líbia de Muammar al-Gadaffi. A força do Irã, entretanto, fez com que o país resistisse a esta ofensiva. Os ataques contra a Líbia, a Síria e outros governos do tipo teriam como objetivo, para o imperialismo, derrubar seu maior inimigo na região: o governo Iraniano. Entretanto, desde a derrota dos EUA na Síria, esta ofensiva tem diminuído. A crise do imperialismo é muito grande e por isso não estão dando conta de tantas guerras, sobretudo após sucessivas derrotas. No início desta semana, o governo iraniano, que desde a ascensão de Trump, tem entrado em diversos
conflitos com os norte-americanos, anunciou que sairá do acordo nuclear firmado pelo imperialismo para impedir o país árabe de desenvolver suas usinas nucleares, e portanto, sua economia. O acordo em si já era algo ruim. O imperialismo conseguiu impor um limite para o desenvolvimento do Irã, uma coisa que ataca profundamente a independência política do país. O Irã enquanto país soberano deveria ter o direito de realizar suas ações sem a interferência de potências estrangeiras. A aceitação do acordo revelou o caráter capitulador da burocracia nacionalista do país. Porém, quando Trump decidiu sair do acordo (contra a vontade da ala majoritária do imperialismo mundial) e passou a atacar o país, o governo começou a se sentir ameaçado pela política dos norte-americanos. De forma correta, os iranianos decidiram sair do acordo, quebrando todos os limites para a produção de urânio enriquecido (matéria fundamental de suas usinas nucleares). Por conta disso, Trump declarou que quer uma guerra contra o país. Segundo ele, seria uma medida de proteção contra a aquisição de armas nucleares pelo país. A burocracia iraniana, de forma defensiva, declarou que o urânio que eles produzem serve para as usinas mas não para fabricar armas nucleares. Mas de forma correta o Ministro de Relações Exteriores, Javad Tariff, declarou que o país irá se
defender contra qualquer agressão. É preciso ressaltar porém que não interessa que o país queira ou não produzir armas nucleares. Qual direito os EUA, único país que já utilizou armas nucleares contra a população humana, e que detém um enorme estoque dessas armas (o maior do mundo), tem de agredir outros países por produzirem esse tipo de arma. Para os países atrasados, deve se fazer a defesa de que se tenha armas nucleares, justamente para se defender dos países que tem, que são os países mais violentos do mundo, principalmente os EUA, que financiam golpes e guerras em diversos países. Ter armas nucleares é um questão de sobrevivência para o Irã e qualquer país atrasado. Os EUA já estão indo para cima do país, atacando o governo de ter reali-
zado ações contra eles, mobilizando tropas para o Oriente Médio e assim por diante. Recentemente, o imperialismo norte-americano impôs sanções contra o setor petroquímico do país árabe. Está provocando o país. É preciso defender o Irã contra qualquer tentativa imperialista e esclarecer que, pouco importa qual pretexto os norte-americanos irão utilizar, o que eles realmente querem é colocar o país na condição em que estavam antes da revolução de 1979, quando um monarca aliado dos norte-americanos, fazia tudo o que as grandes potências mandavam. Entregava o país, facilitava a exploração econômica de empresas estrangeiras e mantinha o atraso tanto na população como na economia e na política. Derrotar os Estados Unidos é um questão fundamental para manter a independência do país.
MORTE DE MORSI
Consequência da ditadura instaurada no Egito após o golpe militar M
orreu na última segunda-feira (17) o ex-presidente do Egito, Mohamed Morsi, após desmaiar em uma sessão no tribunal em que estava sendo julgado por supostos crimes de repressão enquanto era dirigente do país. Ele foi levado ao hospital mas não resistiu. Sua morte nessas condições levantou suspeitas até mesmo entre os círculos de direita internacionais. Morsi foi o primeiro presidente após a queda da ditadura de Hosni Mubarak pela chamada “Primavera Árabe”, em 2011. Eleito em eleições consideradas “livres” pela comunidade internacional, ele era o líder do maior partido do Egito, o Partido da Liberdade e da Justiça. Sua base de apoio era uma base popular e ele recebia suporte da Irmandade Muçulmana, a maior entidade política e social do país e com ramificações por praticamente todas as nações do Oriente Médio. Em 2013, o imperialismo promoveu um golpe de Estado para derrubar Morsi. O golpe foi dado pelos militares que prenderam o então presidente em 4 de julho. Em seguida, inúmeros membros da Irmandade Muçulmana também foram presos e a organização foi colocada na clandestinidade.
O Egito voltou a ser uma ditadura militar, sob a liderança de Abdel Fattah al-Sisi (ex-ministro da Defesa de Morsi). O ex-presidente foi julgado em vários processos, dentre os quais o que foi acusado de espionagem a favor do Irã e do Hamas, a maioria com muitos indícios de fraude. Chegou a ser condenado à morte mas essa condenação foi anulada e em 2015 recebeu
20 anos de prisão. No total, sua pena chegou a 45 anos anos de prisão. Ele tinha 67 anos quando faleceu. Houve diversas denúncias de maus-tratos que ele teria sofrido na prisão. Deputados britânicos visitaram a prisão onde Morsi estava isolado em 2018 e constaram que ele passava 23 horas por dia na solitária, que suas condições eram iguais às de tortura e
que isso poderia levá-lo à morte. Ainda segundo essas denúncias, ele não recebia tratamento médico, embora fosse diabético e tivesse problemas no fígado e nos rins. Chama a atenção o apoio de uma parcela da esquerda, dentre ela a brasileira, ao golpe militar que derrubou Morsi e instaurou uma ditadura no Egito. Em 2013, o PSTU e setores do PSOL chegaram a afirmar, influenciados pela propaganda da imprensa imperialista, que o que ocorria no país árabe era uma revolução. A BBC, órgão central de informação do imperialismo mundial, falsificou totalmente a realidade ao ponto de “noticiar” a presença de 17 milhões de manifestantes em um único ato no Cairo durante o golpe. Obviamente, não havia milhões de manifestantes defendendo um golpe militar imperialista. Essa é a mesma esquerda que apoiou a “revolução” na Ucrânia, que levou a extrema-direita ao poder, totalmente financiada pelo imperialismo. Grupos fascistas também estão hoje nos principais órgãos do Estado ucraniano, que se transformou em um protetorado dos EUA e da União Europeia.
10 | INTERNACIONAL
APAGÃO NA ARGENTINA
A política neoliberal de Macri em pleno funcionamento O
relógio marcava 7h07 da manhã de domingo, dia 16, justamente no dia de eleição para governador em quatro estados (Formosa, San Luis, Santa Fé e Terra do Fogo) e também “dia dos pais” na Argentina, quando a energia elétrica acabou em toda a Argentina, Uruguai, setores do sul do Brasil, e partes do Chile. O apagão deixou cerca de 50 milhões de pessoas sem energia. A luz foi voltando ao longo do domingo, mas apenas às 20h15 próximos de 98% estavam restabelecidos. Buenos Aires amanheceu sob intensa chuva e o mesmo ocorreu em boa parte do país. As duas companhias elétricas responsáveis pelo abastecimento de energia na região (Edesur e Edenor) disseram, pelo Twitter, ser uma “uma falha maciça no sistema de interconexão elétrica”. Também pela internet, algumas pessoas disseram que também faltou energia elétrica em partes do Paraguai e da Bolívia. Autoridades argentinas falaram em
apagão “inédito” na região, um apagão “nunca visto na história argentina”, e apelaram para que os que argentinos não saíssem de casa porque o apagão afetou semáforos e outras sinalizações de trânsito. O serviço de trem e metrô em Buenos Aires foi suspenso. A companhia de abastecimento de água local pediu aos argentinos o uso “racional” do serviço para evitar o desabastecimento que poderia ocorrer devido ao efeito causado pelo apagão. A Secretaria de Energia da Argentina emitiu um comunicado confirmando o apagão em toda Argentina e Uruguai. Segundo o comunicado “as causas estão sendo investigadas e ainda não foram determinadas”. Posteriormente, um segundo comunicado afirmava que o apagão não foi causado por “intervenção humana” e sim por uma “falha no sistema de transporte”. Com certeza, um enorme constrangimento para Maurício Macri. Lembra os apagões do FHC no Brasil, privatizações, sucateamento das coisas públicas, escravização para o FMI.
É mais um sucesso no neoliberalismo. Com direito a inflação de 50%, 3 milhões na pobreza, peso desvalorizado, saques em mercados e tarifas de luz, gás, água, transporte muito caras. É o desastre social e econômico na
Argentina com Macri, reflexo da polícia neoliberal. As causas exatas do gigantesco apagão, o governo argentino ainda admite mais essa incompetência, levarão duas semanas em investigações para serem determinadas.
MOVIMENTO OPERÁRIO | CIDADES| 11
MANIFESTAÇÕES
Escolas particulares também aderiram à greve geral N
o último dia quatorze de junho,além das escolas estaduais e municipais, universidades, cerca de 32 escolas particulares de São Paulo aderiram á greve geral contra o fim das aposentadorias. De acordo com o Sindicato das escolas particulares Sinpro-SP, 32 paralisaram suas atividades no dia 14 de junho, são elas:colégios Alecrim, Arco, Aretê, Arraial das Cores, Bakhita, Casa de Aprendizagens, Criarte, Equipe, Espaço Brincar, Fazendo Arte, Garcia Yago, Giordano Bruno, Gracinha, Hugo Sarmento, Invenções, Ítaca, Maria Boscovitch, Micael Waldorf, Ofélia Fonseca, Oswald de Andrade, Politeia, Pré-escola Quintal do João Menino,
Santi, São Domingos, Viva e Waldorf São Francisco. Outros colégios particulares paralisaram de forma parcial suas atividades, isso mostra como há um aprofundamento da crise e uma ameaça constante de demissão nas escolas públicas e privadas, a “escola com fascismo” e o desemprego crescente no mercado de trabalho. As manifestações vem aquecendo o movimento de massas e enfraquecendo o governo golpista. É a hora de aprovar uma greve geral por tempo indeterminado para derrubar o regime político dos golpistas. Agora, é preciso tomar às ruas e unificar a luta com estudantes, pro-
fessores, sindicatos, trabalhadores em geral, pelo “Fora Bolsonaro” e eleições gerais. Não é hora de vacilação como tem ocorrido com a política de diversas direções vacilantes e oportunistas que
ficam pensando nas eleições de 2020 e 2022 e por acordos com a burguesia. A esquerda e os movimentos sociais devem abandonar ilusões e pedir a deposição de Jair Bolsonaro-Mourão, novas eleições e Lula Candidato.
ECT
REVOLUÇÃO CUBANA
Direção golpista dos Correios reune chefes para anunciar privatização de Bolsonaro
Em Santos, PCO participará de convenção em defesa de Cuba, nos dias 20, 21, 22 O
Partido da Causa Operária irá participar da XXIV Convenção Nacional em Solidariedade a Cuba, realizada na cidade de Santos, litoral de São Paulo. A atividade acontece a cada dois anos e é organizada pela Associação Cultural José Martí – Baixada santista. O tema deste ano será “Revolução Cubana-60 anos: conquistas e desafios”. A atividade contará com a participação de lideranças políticas cubanas, como Yenisey Cruz, deputada pela Assembleia Nacional e Segunda Secretária da Juventude Comunista Cubana, Rolando Gomez Gonzáles, embaixador de Cuba no Brasil, o venezuelano Yhonny Gárcia Calles, coordenador do Movimento de Amizade e Solidarieda-
N
a segunda-feira (17-06) a direção golpista da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) reuniu os chefes dos Correios para anunciar oficialmente que o governo ilegal e fraudulento de Jair Bolsonaro prometeu para os grandes capitalistas entregar a maior empresa de Correios da América Latina. Desta vez não foi a imprensa golpista que comunicou aos trabalhadores a intenção dos golpistas de destruir a ECT, mas a própria direção dos Correios, como se não fosse um golpe contra os ecetistas e a população brasileira.
Além do documento estar repleto de mentiras, como a de que os Correios dá prejuízo, os lesa-pátria dos Correios ainda propõe aos trabalhadores aceitar calados s sua destruição dizendo que a privatização é uma promessa de campanha de Bolsonaro. É preciso que os trabalhadores reajam agressivamente contra esse ataque dos golpistas as condições de vida dos ecetistas, como também ao roubo do patrimônio nacional. Contra a privatização dos Correios, pelo Fora Bolsonaro e todos golpistas. Liberdade para Lula, eleições gerais já!
de a Cuba da Venezuela, também participará dos debates. O PCO também estará presente na atividade demonstrando seu apoio a Revolução Cubana. O evento ocorre em uma época em que se intensificam os ataques dos países imperialistas, especialmente os EUA, contra os povos oprimidos de todo mundo. Na América Latina, a sequência de golpes de estado ocorridos no último período revelam tal fato. As pressões e os ataques contra Cuba se intensificaram no último período com novas sanções impostas pelos norte-americanos ao país da América Central. A Conferência irá ocorrerá até o dia 21 de junho deste mês
12 | CIDADES | NEGROS
PIB
Com Bolsonaro, a cada semana, cai mais: previsão de crescimento do PIB fica abaixo de 1% P
ela 16ª semana seguida, um conjunto de analistas consultados pelo banco central na formulação do seu boletim econômico FOCUS, jogaram para baixo as previsões do crescimento do PIB. Saindo dos astronômicos 2,5% em ainda em janeiro, agora em junho de 2019 a previsão já alcança a barreira do 1%, fechando o mês com 0,93% e com viés de queda. É importante lembrar que durante o governo da Ex-Presidenta Dilma, a grande mídia bradava a plenos pulmões que era um absurdo que, uma economia como a Brasileira, ter um PIB na casa dos 2,5%. Foi apelidado de maneira pejorativa como “PIBinho”. Mas não se vê mais todo o entusiasmo da época de Michel Temer, quando se dizia que: “É só tirar a Dilma, que
o PIB dobra” . Também não se concretizaram as previsões otimistas dos evangelistas do “Mercado”, que diziam em editoriais que Bolsonaro seria sinônimo de otimismo. Contra os números não há espaço para contestação. Bolsonaro enterra cada vez mais a economia, já combalida, enfraquecida ainda durante o governo Temer, com suas medidas de retração econômica e com seus ataques aos trabalhadores. Mesmo agora que os agentes do mercado estão percebendo a canoa furada onde estão metidos, permanecem amarrados ao “Capitão” nesse naufrágio, a espera da ilha da reforma da previdência. Resta saber se chegaram a praia, querendo usar as economias da classe trabalhadora como salva-vidas, mas a depender das ruas, se afogarão.
MARANHÃO
91% dos homicídios são contra pessoas negras O Brasil é um país de maioria negra. No entanto, esta maioria é esmagada sistematicamente pelos aparatos repressivos do Estado, como por exemplo as polícias e as Forças Armadas. De acordo com os dados apresentados pelo sítio O Imparcial, que foram extraídos do Atlas da Violência 2019, a cada 100 vítimas de assassinatos no Maranhão, 91 são negras! Este percentual refere-se a 2017, último ano analisado pelo Atlas. Neste ano foram assassinadas 181 pessoas não-negras, categoria que inclui brancos, amarelos e indígenas, enquanto que 1968 negros, pretos e pardos tiveram o mesmo destino. Com relação ao número de negros mortos tendo como parâmetro a própria população negra do Maranhão, temos que para cada 100 mil habitantes negros no estado, 35 foram assassinados. São dados muito alarmantes. A mesma pesquisa mostra que no período que vai de 2014 até 2017, o número total de assassinatos no Maranhão caiu de 2385 para 2149, no entanto, o percentual de negros mortos manteve-se estável em 91%, visto que em 2014 foram 2179 negros vítimas de homicídio. Ao observamos, entretanto, por um período de 10 anos, isto é, de 2007 até 2017, vemos que o número de homicídios de negros no estado mais do que dobrou, mostrando um aumento de 104,6%, enquanto que o de não-negros subiu em 15,3%. Embora seja um resultado catastrófico, não é o bastante para que o Maranhão entre no hall dos estados que possuem as maiores taxas de assassinatos de negros do país. A lista dos 5 estados que tem os piores índices de assassinatos de negros são, respecti-
vamente, o Rio grande do Norte, com 87 mortos a cada 100 mil negros; o Ceará, que acumula 75,6 em 100 mil; Pernambuco, 73,2; Sergipe, 68,8 e finalmente Alagoas, com 67,9. Em todos os casos contamos o total de negros mortos a cada 100 mil habitantes negros. Com seus 35 homicídios a cada 100 mil negros o Maranhão fica próximo do Rio Grande do Sul, que apresenta um índice de 36,7. São dados que mostram claramente a situação real vivida pelo negro na sociedade brasileira, de norte a sul do país, uma condição de esmagamento permanente. Portanto, não podemos acreditar que se trata de uma peculiaridade do Maranhão, uma vez que o
estado inclusive sequer consta entre os estados onde mais negros são assassinados estatisticamente. A esquerda pequeno-burguesa costuma discutir o problema do negro na sociedade de formas muito estranhas. Apelam para conceitos confusos, como o tal do lugar de fala, que determina que somente aqueles que sofrem um determinado preconceito na própria pele podem opinar sobre ele ou ainda a representatividade, ideia individualista que leva os negros a acreditarem que o melhor que podem fazer é comemorar a ascensão individual de alguns poucos negros na sociedade, tal como Joaquim Barbosa, por exemplo, ou até mesmo o Fernando Holli-
day. Isso quando não vemos um setor do movimento negro que se coloca na posição de “chave de cadeia”, propondo a prisão pra todo mundo, ao invés de ter uma posição contrária ao encarceramento. A questão do negro na sociedade brasileira tem que ser enfrentada muito concretamente. Sendo maioria da nossa população, principalmente na classe operária, os negros devem seguir o exemplo dado pelos Panteras Negras e organizar a sua própria autodefesa, independente da polícia e dos outros órgãos do Estado, até porquê finalmente são estes mesmos elementos os responsáveis pelo massacre sistemático da população negra.
CULTURA | MULHERES | 13
CULTURA
Diretor de Museu Judaico de Berlim renuncia após ser pressionado pela direita por supostamente “defender a Palestina” A pós ser alvo de críticas, o diretor do Museu Judaico, Peter Schäfer renunciou na sexta-feira (14). Segundo Schäfer, a renúncia foi para evitar mais desgastes para a instituição. O museu recebe anualmente certa de 700 mil visitantes e tem como foco um espaço de reflexão a respeito da cultura judaica alemã. Os ataques começaram por causa da exposição temporária “Bem-vindo à Jerusalém” que aborda o cotidiano religioso e político da cidade santa. O que aconteceu com Schäfer foi uma tentativa de censura e a pressão fez com que ele renunciasse. Grupos a favor do estado de Israel acusaram a exposição de tendenciosa a favor do povo palestino. A pressão ficou ainda maior quando foi publicado no twitter do museu uma matéria em que acadêmicos israelenses condenam uma
resolução do parlamento alemão que classifica o movimento pró-palestino de “antissemita”. Esse movimento pró-Palestina promove boicote econômico, cultural e acadêmico de Israel para que o país mude sua política em relação aos palestinos. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu já havia exigido o encerramento da exposição desde dezembro de 2017. Netanyahu acusou o diretor do museu e Monika Grütters (comissária do governo alemão para a cultura e a mídia) de realizar uma exposição com “visão palestino-muçulmana”. Em entrevista, Schäfer disse que o twitter foi apenas uma “contribuição para a discussão”. O diretor do museu disse em entrevista que a exposição não produziu um discurso antissemita ou pró-Palestina, mas continuou defendendo a importância da exposição.
MULHERES
Jovem é estuprada em viatura da PM: desarmar a polícia, armar os trabalhadores! N a quarta-feira (12), um jovem de 19 anos foi estuprada por dois policiais na Praia Grande, litoral de São Paulo. Em entrevista ao site G1, ela contou que, ao retornar de uma festa na casa de uma amiga, viu a viatura da polícia militar e parou para pedir informações a respeito de onde ficava o ponto de ônibus mais próximo. Os policiais ofereceram uma carona até o Terminal Rodoviário. “Eu aceitei. Nunca esperei que uma pessoa que deveria garantir a minha segurança poderia fazer isso comigo”, afirma. Durante o trajeto, o policial, que estava sentado ao seu lado na parte de trás da viatura, puxou os seus cabelos e forçou um beijo. “Ele abriu as calças, com a arma na cintura, e forçou a minha cabeça para que eu fizesse sexo oral nele. Depois me jogou no banco e me violentou sexualmente, sem camisinha. Eu falava que não queria e ele continuava. Senti muito medo e fiquei sem reação”. A jovem ressalta que as pessoas não acreditam em seu relato por se tratar de um policial. Ela afirma que, como se nada tivesse acontecido, foi deixada na rodoviária. Em estado de choque, ela saiu da viatura e esqueceu o celular no banco. Após o ocorrido, a Polícia Militar foi acionada. “Quando fui na delegacia prestar depoimento, ele ainda teve coragem de olhar para mim, com os braços cruzados, e riu ironicamente”, afirma a jovem. Ela foi encaminhada ao Hospital Municipal São Vicente para a realização de exames. A viatura foi levada para a perícia.
TVMULHERES TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 19H00 Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que há uma investigação em andamento na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e na Corregedoria da Polícia Militar, responsável por instaurar o inquérito. “Os policiais envolvidos na ocorrência foram afastados. Laudos periciais foram solicitados. Todas as circunstâncias relativas aos fatos são apuradas”, conclui a nota. Casos como esses, evidenciam a importância do fim da polícia militar bem como de todo o aparato repressivo. Braço armado do Estado, esta organização criminosa foi criada para defender os interesses da burguesia e exterminar as pessoas negras e pobres. Com a dissolução da PM, é necessária a criação de comitês populares de segurança e autodefesa controlados e eleitos pelo próprio povo que não dependam da burguesia e nem do Estado.
14 | JUVENTUDE
UFRN
Estudantes da UFRN ocupam reitoria contra ataques dos golpistas A
radicalização política em torno da luta contra os golpistas está crescendo. Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte ocuparam a reitoria da universidade e publicaram uma carta de deflagração. Leia na íntegra: Carta de deflagração Ao povo em luta, aos estudantes.
Desde o Golpe parlamentar-midiático-burguês, iniciado com o impeachment de Dilma Rousseff, diversas medidas arbitrárias vêm sendo tomadas contra a população. “Reformas” como a trabalhista e do teto de gastos, aprovadas no Governo Temer, compõem parte do cenário que se agrava na atual conjuntura com a proposta da assassina “Reforma” da Previdência, além de diversas outras medidas demolidoras das conquistas da classe trabalhadora. Um desses ataques desferidos ao povo brasileiro pelo atual governo é o corte de verbas em Instituições de Ensino que englobam o ensino básico e, sobretudo, o ensino superior. Estes cortes inviabilizam as condições de funcionários e estudantes destas instituições e tornam insustentável a manutenção das atividades, em muitos casos a partir do mês de setembro. Porém não nos iludimos que tais cortes estão sendo usados como chantagem para a aprovação da reforma previdenciária (que reporta apenas ao trabalhador o dever de sustentar sua Seguridade Social), tornando ainda maior a vulnerabilidade social hoje já existente. Obrigando ao povo trabalhador comum, a contribuir por mais tempo e ter um retorno de aposentadoria menor, isto é: trabalhar mais para ganhar menos. Além que a alternativa governamental de Títulos de Capitalização não nos parece uma alternativa, por mercantilizar o que é um direito, ampliando a exploração do capital internacional em cima do/das trabalhador/ras. Por isso reiteramos, nosso entendimento é o de que este é um ataque único, mas com várias frentes, enfaticamente sobre a educação e a previdência. A resposta dos setores populares veio em boa medida com a realização de grandes mobilizações de rua. No entanto, o governo não tardou em articular respostas e diante de cada iniciativa popular, procuraram formas de retaliar. A exemplo: a proibição de
propagandear, propor, ou mesmo participar, de atos políticos em dias de semana, pelo Ministro Abraham Weintraub. O financiamento privado à participação em atos pró-governo, muitos destes sendo efetuados pelas mesmas empresas que financiaram os “pacotões de fake News” na última eleição de 2018. O impedimento de nomearmos nossos Reitores e Diretores de Departamentos, também pelo Sr. Weintraub, o pedido dos dados pessoais dos estudantes das Instituições de Ensino Federais/ IFES (pedido este inconstitucional), pelo Presidente do Inep, dentre outros. Portanto, a cada ato, uma medida burocrática a mais. Os atos de rua cumprem uma função crucial na manutenção do processo democrático, pois mostram a insatisfação de grandes setores perante a tais medidas. Porém, entendendo algumas vulnerabilidades para a manutenção da luta em defesa da educação e contra a reforma da previdência, acreditamos que o movimento deve inovar em suas táticas. A adoção de outras formas de atuação política não substituem a necessidade e poder dos atos de rua, mas, servem como seu combustível, e também como potencial articulador dos mesmos. A conquista de 1Bi para a educação através de uma negociação na aprovação da CMO (Comissão Mista de Orçamentos), no último dia 11/06, é importante no sentido de “garantir” o funcionamento das IFES até o fim do ano. No entanto, nos parece uma pequena vitória do Movimento Popular, fruto das lutas já travadas até aqui. Contudo, se apresenta ainda, como um perigo para a organização da luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade, pois este cenário pode levar a um arrefecimento das forças mais passivas, iludidas.. Esta conquista representa uma parcela mínima ante os cortes como um todo. É também ínfima em relação à ameaça que este bloqueio de investimentos representam, como “barganha” de algo ainda pior: a reforma da previdência. Conclamamos à luta e à mobilização os setores combativos do Movimento Estudantil, que entende as ameaças recorrentes do Sr. Presidente. Esse Movimento, que em 2016, no contexto de combate à PEC 241 (PEC do Fim do Mundo) lançou mão da tática de ação direta, no formato de ocupação (protagonizadas principalmente pelos secundaristas), alastrando-se por mais
Contribua com a campanha pagar pagar multas que a justiça golpista impôs ao PCO: AG: 4093-2 CC: 29000-9 Banco do Brasil CNPJ: 01.307.059/0001-90 Partido da Causa Operária
de 1200 espaços de ensino, resultando num ganho e acúmulo político inegável àqueles que o viveram, não deve ser descartado. Pelo contrário! Deve ser respeitado e buscado, para ampliarmos nossa força e amadurecermos novas táticas coletivas. Pensando assim, recorremos a essa tática mais uma vez, e nesse 14/06, dia de ensejo de Greve Geral em todo Brasil (compondo um conjunto de táticas que, no RN se iniciou, loga nas primeiras horas da manhã, com o bloqueio de diversas vias por todo o estado e um grande ato de rua em Natal e outras cidades), ocupamos a Reitoria da UFRN. O fizemos como proposta de crescimento e manutenção das atividades de luta em resposta às políticas austeras do Governo atual. Acreditamos que de pontos de concentração do debate político/cultural como estes, podemos aprimorar e ampliar a discussão junto a outros setores da sociedade. A atual ocupação da Reitoria da UFRN, é fruto de um debate dentro do Movimento Estudantil da mesma universidade, que vislumbrou desde o início dos atos de rua a possibilidade deles serem tragados diante da conjuntura, diminuindo seu potencial de produzir mudanças. Bem como que lutas com a atual dimensão tendem a acabar em uma grande caravana para Brasília (como as centrais sindicais vêm apontando). Já após o grande ato do dia 15 de maio e tendo em vista o dia de Greve Geral no 14 de junho, percebemos a necessidade da adoção de tal tática no intuito de, mesmo com o pe-
ríodo de férias que se aproxima, alimentarmos a luta, gerando uma pressão no meio educacional para a adoção de uma greve (paralisação por tempo indeterminado das atividades) visto que nossa instituição educacional não tem condições de dar prosseguimento às suas atividades regulares e que essa greve possa se irradiar para outros setores da sociedade e com isso darmos maior efetividade a essa luta. Assim como, maior coesão à caravana até Brasília. O processo foi mantido em sigilo por precaução e para o bom andamento de sua execução inicialmente, mas já começou!. Portanto, convocamos a todas/os as interessadas/ os a somar conosco nessa luta contra a atual política ultraliberal do Governo Bolsonaro: independentemente de organizações, ou partidos. Para que juntos possamos estar discutindo meios de intensificarmos nossa força e organização popular. Nossos objetivos por tanto são: Greve geral de todos os servidores da UFRN, a ser convocada pela ADURN/SINTEST. NÃO! Ao roubo dos cofres públicos da Educação. NÃO! À assassina reforma da previdência e à política de austeridade. Indicativo que outras IFES adotem a mesma tática para que assim possamos efetivar uma rede de comunicação e apoio mútuo entre todos que querem construir esse combate. Natal, madrugada chuvosa de 15 de junho de 2019.
JUVENTUDE | MORADIA E TERRA | 15
CULTURA
MP manda soltar adolescentes presos por Witzel: não é centro de recuperação, é presídio A
pedido da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, o STF concedeu medida para soltar, das unidades do Departamento Geral de Ações Sócio Educativas (Degase), cerca de 400 jovens por motivos de superlotação nos estabelecimentos. A decisão de Edson Fachin estabelece que as unidades não podem ultrapassar 119% da capacidade planejada. Os jovens liberados para regime domiciliar serão escolhidos entre os que tiverem amparo familiar do lado de fora e foram presos por crimes menores
como furto e tráfico sem armas. Porém os adolescentes ainda permaneceram sob vigilância mesmo depois de soltos, sendo monitorados pelo telefone e até nas redes sociais por funcionários do juizado de menores. Apesar da campanha dos bolsonaristas para diminuição da maioridade penal, na prática o encarceramento de jovens já acontece nas chamadas instituições de ressocialização. Como destaca a juíza Lucia Glioche, da Vara de Execuções de Medidas Socioeducativas da capital ca-
rioca, a ressocialização permanece somente no nome, pois o estabelecimento que acolhe os jovens é um verdadeiro presídio para menores, além das péssimas instalações e da superlotação, não oferece qualquer atendimento educacional ou de preparação profissional para os jovens em plena idade escolar. O governador Wilson Witzel afirmou que as escolas não poderão receber esses jovens soltos, e nem as famílias terão condições de cuidar deles, logo sem opção alguma, os adolescentes
serão empurrados novamente para o encarceramento, desta vez nos presídios dos adultos. A solução dada pelo governador fascista foi a construção de mais unidades para aprisionamento dos jovens em maior número e cada vez mais cedo, apenas para livrar-se do problema de lidar com a violência consequente da miséria da população. Todos os jovens deveriam ser soltos desses estabelecimentos que funcionam como salas de tortura, assim como os presídios e cadeias do país.
RICARDO SALLES
ATAQUES
Ministro bolsonarista do meio ambiente quer entregar a Amazônia para as empresas internacionais
Prefeito da extrema direita recomenda que latifundiários receba equipe da Funai “à bala” A
O
ministro fascista do Meio Ambiente, Ricardo Salles, concedeu uma entrevista para BBC News Brasil neste dia 14/06 e revelou, mais uma vez, os planos para a exploração da Amazônia: entregar tudo para o imperialismo. Na entrevista o ministro fujão, apelido dado pelos ambientalistas porque não pode ir em nenhum evento público que recebe uma chuva de vaias e manifestações, afirmou que pretende atrair investimentos dos Estados Unidos da América e de países europeus para a Amazônia. “Não se trata só (de investimentos) do governo americano, mas de investimento privado de maneira geral de vários países, inclusive da Noruega”, afirmou Salles. Em visita aos Estados Unidos, Bolsonaro afirmou que deseja explorar a Amazônia em parceira com o país imperialista. As declarações reiteram o desejo dos bolsonaristas em entregar todo o patrimônio e as riquezas da Amazônia para as empresas estrangeiras obterem lucros exorbitantes. Esse é o verdadeiro motivo de atacar as terras indígenas e as unidades de conservação, que são um entrave para a entrega e exploração dessas enormes áreas para os latifundiários, empresas do agronegócio, madeireiras e mineradoras internacionais.
O governo está incentivando a invasão das terras indígenas e unidades de conservação por madeireiros e garimpeiros através de cortes no orçamento dos órgãos de fiscalização, perseguição a servidores, fechamento de bases avançadas, e depois justificando que a exploração ilegal já existe e é preciso regularizá-la. Na entrevista, o fujão Ricardo Salles deixa escapar quando é questionado. A BBC pergunta se “a ideia é permitir esse tipo de atividade, a mineração, em terras indígenas também?” e o ministro prontamente responde: “Já existe mineração ilegal em terra indígena”. Bolsonaro está sendo um dos governos mais capachos dos EUA e entreguistas da história do Brasil. O que está se vendo de entrega do patrimônio nacional, neste caso a imensa Amazônia, é como se o Brasil perdesse o mínimo de soberania que possui e se tornasse novamente em uma colônia de países imperialistas. Se Bolsonaro e os golpistas não forem derrubados do governo vão entregar a Amazônia para os EUA e não vai sobrar nenhuma riqueza e unidades de conservação, nenhum indígena ou ribeirinho. Por isso, Bolsonaro não pode ter sossego no governo e é necessário atos e greves até a derrubada de Bolsonaro e todos os golpistas.
s notícias relacionadas à questão da luta no campo tem sido recorrentes nos últimos anos. Depois que Bolsonaro assumiu a presidência – através de uma gigantesca fraude eleitoral – os casos se repetem com muito mais frequência. Os indivíduos mais ignóbeis da extrema-direita, os pistoleiros sanguinários e os latifundiários sedentos por terras encontraram, por sua vez, o suporte necessário para avançar com a política de guerra contra a população do campo. Desta vez, o prefeito de Itaituba (PA), Valmir Climaco, recomendou aos latifundiários que recebessem a equipe de técnicos da Funai à tiros. Diante do fato, a Procuradoria da República em Itaituba abriu investigação para apurar o fato, e determinou o envio de cópia das denúncias à Procuradoria Regional da República na 1ª Região, em Brasília (DF). A incitação foi feita no último dia 7, durante reunião na sede da prefeitura de Itaituba. Estavam presentes latifundiários a serem afetados pelas demarcações e, sobretudo, os técnicos responsáveis pelos estudos fundiários e cartoriais relativos à delimitação de Terras Indígenas Sawre Bap’in (Apompu) e Sawre Jaybu (Munduruku). “PARA NOSSA SURPRESA, O PREFEITO RESSALTOU QUE ESTAMOS
INVADINDO AS PROPRIEDADES PARTICULARES, CUJA ENTRADA SÓ SERIA POSSÍVEL COM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, E RECOMENDOU AOS MORADORES QUE RECEBAM A EQUIPE ‘À BALA’, SENDO ESSA POSTURA QUE ELE TERIA EM SEU IMÓVEL, QUE ESTÁ INSERIDO NA ÁREA DE ESTUDO, E ENCERROU A REUNIÃO”, DETALHA O OFICIO RECEBIDO PELO MPF. Ademais, ainda de segundo o documento, o público presente no auditório na prefeitura, formado por membros da associação Igarapé Preto e região, ovacionou e apoiou a fala do prefeito, causando temor nos servidores. Diante do risco de morte, a equipe teve que suspender os levantamentos, e solicitou ao MPF e à Polícia Federal escolta policial para que o trabalho tenha condições de ser desenvolvidos. Essa situação revela o caráter sanguinário e autoritário do regime político de conjunto. Não basta lutar por questões isoladas, o governo inteiro deve ser derrubado. Nessas condições, revela-se, mais uma vez, a necessidade de se constituir comitês de autodefesa, bem como a manutenção das palavras de ordem: Fora Bolsonaro! Liberdade para Lula! Eleições Gerais com Lula candidato.
16 | ESPORTES ESPORTES
Briga pelo controle do futebol leva Platini a ser detido na França O ex jogador de futebol da França, Michel Platini, foi detido em Paris, pela polícia francesa nesta terça-feira (18-06), sob a acusação sem provas, de que Platini teria vendido para os representantes do Catar o direito desse pais sediar a Copa do Mundo de 2022. Platini foi presidente da UEFA (União Europeia de Futebol) de 2007 a 2015 e estava se preparando para disputar a presidência da FIFA, quando o Imperialismo dos Estados Unidos resolveu intervir com sua polícia para dominar a FIFA. Nessa operação golpista, os policiais americanos prenderam os dirigentes do futebol latino americano e suspenderam os dirigentes europeus. Um deles era justamente o francês Platini, que foi suspenso do futebol por quatro anos, acusado de receber da FIFA pagamento de um milhão e oi-
tocentos mil euros por serviços prestados em quatro anos. Tanto o primeiro processo contra Platini, que lhe rendeu a suspensão, como o segundo, que o acusa de vender o direito de sediar a Copa, tem o mesmo modus operandis da operação golpista no Brasil, conhecida por Lava Jato. Na acusação atual, a polícia francesa acusa Platini de receber dinheiro dos representantes do Catar para que eles fossem os anfitriões da Copa. A “Lava Jato” francesa usa como “prova” de suas acusações contra Platini o fato fo ex- jogador ter participado de um jantar com o presidente da França, Sarkozy e os representantes do Catar. Para os arapongas franceses basta participar de uma ireunião para acusar de ladrão um inimigo dos que estão hoje controlando o futebol.
Platini está a quatro meses do término de sua suspensão e com isso poderia voltar ao futebol, concorrendo para ser presidente da FIFA , a nova
acusação visa impedir que Platini volte e interrompa o controle da entidade e do futebol mundial pelos interventores da Polícia dos Estados Unidos.
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