TERÇA-FEIRA, 25 DE JUNHO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5684
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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Hoje: em frente ao STF, mobilizar pela liberdade de Lula!
Pressionado pelas bombásticas revelações do sítio The Intercept Brasil, que vem desmontando por completo a farsa do golpe e da eleição do presidente fraudulento Jair Bolsonaro, o Supremo Tribunal Federal, a corte suprema do país, manobra neste momento para tentar evitar o naufrágio completo da golpista Operação Lava “vaza” Jato.
Presidente do Senado diz que se Moro fosse parlamentar estaria “preso ou cassado” e expressa crise do regime golpista
EDITORIAL Contra o novo golpe do STF: exigir a liberdade imediata de Lula e fim da operação Lava Jato!
DESTAQUES POLÊMICA Lava-jatistas, golpistas de esquerda, mordem o próprio rabo (parte 9): Caetano Veloso
Ala direita do PT quer se aliar com FHC, responsável pela morte de 300 crianças por dia, em 2001
Brasília amanhece com faixas pela liberdade de Lula e nem a Globo consegue esconder
Estamos na nona parta do nosso dossiê sobre os lava-jatistas de esquerda em alto mar.
Honduras: povo sai em massa nas ruas pela derrubada do regime golpista
Aliar-se com neoliberais contra “ultraliberais”? A ala direita do PT busca uma aliança com o PSDB. Isso tem sido demonstrado sistematicamente desde o golpe de Estado, mas de maneira mais evidente com a eleição de Bolsonaro.
Parada Gay: mais um ato marcado por gritos de “Fora Bolsonaro” e “Lula Livre”
Na final da última semana, milhares de pessoas saíram às ruas de Honduras protestar contra o governo golpista de Juan Orlando Hernández. Foram dias de intensos protestos, brutalmente reprimidos pelo exército, utilizado naturalmente pelo regime de extrema-direita hondurenho. Ao menos três pessoas morreram devido à repressão.
2 | OPINIÃO EDITORIAL
COLUNA
Contra o novo golpe do STF: exigir a liberdade imediata de Lula e fim da operação Lava Jato!
Na Lava Jato não existe juiz e promotor, existe gangue Por Juliano Lopes gangue substantivo feminino associação de malfeitores; bando, quadrilha.
O
E
m mais um acatamento das ordens dos militares, o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de sua Segunda Turma, presidida pela ministra Carmem Lúcia, decidiu, ontem, retirar da pauta de julgamentos um habeas corpus (HC) em que a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pede que seja declarada a suspeição do então juiz Sergio Moro no julgamento do caso do triplex no Guarujá (SP), previsto para hoje. Ainda no começo da tarde de ontem, a defesa de Lula pediu ao STF que a data do julgamento fosse mantida. Dentre outras alegações, a defesa afirmou que Lula está preso há 443 dias, que os processos envolvendo réus presos têm prioridade de julgamento e que o ex-presidente, com 73 anos, é idoso, motivos que seriam suficientes para lhe garantir a devida prioridade. Além, é claro da relevância nacional da questão. O pedido da defesa foi protocolado há sete meses, em novembro de 2018 Além da suspeição do ex-juiz, premiado com o cargo de “superministro”, pelo presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro, eleito graças à fraude iniciada com a condenação sem provas, prisão ilegal e cassação da candidatura de Lula, a defesa requer a nulidade de todos os atos praticados por ele na ação penal do tríplex, além de soltura do ex-presidente. Os últimos “vazamentos” das mensagens trocadas por Sérgio e membros do Ministério Público envolvidos na operação Lava Jato não deixam a menor dúvida sobre a parcialidade do juiz e o caráter criminoso de toda a operação que mantém Lula e outros adversários do regime golpista presos ou ameaçados de prisão, de forma totalmente ilegal. A presidenta da Segunda Turma, se quer se deu ao trabalho de apresentar uma desculpa plausível para a decisão que, no melhor dos casos, fará com o pedido seja apreciado apenas em agosto (sem data prevista), diante do recesso do STF que começa nesta semana. No andamento do processo, consta apenas a seguinte decisão. “De ordem, certificamos que o processo foi retirado do calendário de julgamento do dia 25.6.2019“.
O pedido começou a ser julgado pela Segunda Turma, em dezembro de 2018, com o relator ministro Edson Fachin e a ministra Cármen Lúcia – da ala mais pró-imperialista do STF – votando contra o pedido de suspeição. O julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes, que devolveu o HC para ser julgado nesta terça. Além de Gilmar Mendes, faltam os votos dos ministros Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. A decisão foi tomada poucos dias depois do general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, ter dado o seu “voto”, afirmando publicamente (em um café da manhã com jornalistas, ao lado de Bolsonaro, na sede do governo, na qual afirmou que Lula não só não deveria ter direito ao habeas corupus, como também deveria ser condenado à prisão perpétua, sentença inexistente na legislação brasileira. Não é primeira vez que o STF se curva à vontade expressa dos militares para negar os direitos constitucionais de Lula e de todos os brasileiros, conforme a Constituição, que cada vez tem menos valor nas decisões da Corte Suprema, que supostamente seria a sua “guardiã”. A manobra do adiamento, reafirma uma vez mais que a liberdade do ex-presidente, sob o império do regime nascido no golpe de Estado, não virá de decisões do judiciário golpista que já pisoteou inúmeras vezes a “Lei maior” para manter Lula preso e apoiar todo tipo de ataques contra os direitos democráticos do ex-presidente e de outros adversários do regime. O adiamento, em um momento de profunda crise da Lava Jato, do governo Bolsonaro e de todo o regime, busca preservar toda essa operação fraudulenta que é um dos pilares do regime golpista. Fica por demais evidente que as organizações de luta dos trabalhadores e de defesa dos interesses democráticos do povo precisam exigir, por meio de uma ampla mobilização, a imediata libertação do ex-presidente e de todos os presos políticos, bem como o fim da operação lava jato e a anulação de todos os processos fraudulentos por ela levados adiante.
s vazamentos das mensagens trocadas entre responsáveis pela prisão de Lula e da operação Lava Jato deram uma pequena amostra de como funciona o Poder Judiciário de conjunto. Embora a legislação e a Constituição Federal determinem uma série de procedimentos e princípios a serem seguidos pelos aplicadores da lei, os escândalos envolvendo as mensagens trocadas entre Sérgio Moro e Deltan Dallagnol mostram que não existe lei no Brasil, mas uma gangue que se associou para dar o golpe de Estado e prender Lula. Um dos últimos capítulos da novela envolve uma negociação para evitar que Sérgio Moro fosse atacado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tribunal que seria órgão originário de julgamento de vários políticos investigados pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, do qual Moro fazia parte. Era uma questão de foro privilegiado, também previsto em lei, que Sérgio Moro pretendia passar por cima para atingir os objetivos da golpista Lava Jato. Nessas mensagens vazadas, e que é apenas parte de toda negociação golpista, já foi denunciado que a prisão do ex-presidente Lula foi arquitetada, pensada pela gangue, para prender o líder máximo do PT sem provas e o mais rápido possível para que ele ficasse fora do pleito eleitoral de 2018. O método utilizado é o da comunicação da acusação com o órgão julgador, para se chegar a um acordo sobre como o acusado será condenado, independente da existência de provas
de crimes ou não. Também por isso o Brasil detém quase 800 mil pessoas presas nos depósitos humanos chamados de penitenciárias. É um método da ditadura, da inquisição. A isenção do juiz, determinada por lei, é totalmente destruída em favor dos interesses dos golpistas. Estes, por fim, e isso já faz algum tempo, se reuniram nos órgãos do Estado, especialmente no Poder Judiciário, onde ninguém recebeu nem um único voto de qualquer pessoa que seja. É o poder mais arbitrário que existe. Se for feita uma investigação séria, certamente irão descobrir que os mesmos métodos foram utilizados no processo-farsa do “Mensalão”, na deposição ilegal de Dilma Rousseff e em todos os demais processos encabeçados pelos golpistas. É tudo passível de anulação. Os processos, todos, precisam ser anulados. É óbvio que foram processos viciados, com um juiz interessado na condenação de seus acusados. Todos os presos da operação da Lava Jato deveriam ser colocados imediatamente em liberdade, especialmente o ex-presidente Lula. É dizer: os malfeitores estão no pólo errado da relação processual. Os malfeitores estão negociando e julgando os processos de gente inocente. O democrático, neste caso, não é aguardar as próximas eleições para resolver o problema, mas exigir nas ruas, liberdade para Lula, novas eleições gerais e Lula candidato, com a derrubada do governo golpista de Bolsonaro.
OPINIÃO E POLÊMICA| 3
ESQUERDA PEQUENO-BURGUESA
Lava-jatistas, golpistas de esquerda, mordem o próprio rabo (parte 9): Caetano Veloso E
stamos na nona parta do nosso dossiê sobre os lava-jatistas de esquerda em alto mar. Depois dos vazamentos divulgados pelo Intercept Brasil a esquerda pequeno-burguesa logo pulou do barco e fazer de conta que nunca apoiou a operação. O lava-jatista da vez é ninguém menos que Caetano Veloso. O artista tem magoado muitos militantes que o viam como um representante da esquerda, pois desde antes do processo da prisão do ex-presidente vinha tecendo comentários à Lula dos mais direitistas, adjetivos do tipo “cafona”, “analfabeto” e “grosseiro”. Sua aproximação com a Globo tem gerados posicionamentos sempre a direita da situação política, claro que sempre camuflados com um ultramoralismo caracterizado como “ódio contra a corrupção”. O artista foi um entusiasta da Lava Jato, sobre tudo no Rio. Sua esposa,
Paula Lavigne, se mostrou ainda mais empolgada com a operação. Os dois receberam Deltan Dallgnol para jantar em casa. O jantar foi promovido pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), amigo do casal, e incluiu diversos procuradores da Lava Jato no Rio. O senador contou que “Não houve momento de discordância. Deltan ficou bem à vontade”. Procurador chegou depois da meia noite, quando todos partiram ficou até 3 da manhã conversando com os anfitriões da casa de maneira mais à vontade. No dia seguinte, juntou-se a juízes e outros artistas, como Thiago Lacerda, ferrenho defensor da Lava Jato, outro que recentemente fez “autocrítica” em um ato em defesa de Marcelo Bretas, o Moro do Rio de Janeiro, que na época se desentendia com Gilmar Mendes. Caetano escreveu um artigo no jornal da burguesia, O Globo, intitulado “Encontro cordial” no qual narra seu
jantar com o procurador. No texto, fica explícita sua posição sobre a operação: "Minha posição em relação à Lava-Jato não mudou em essência. Pelo timing de minhas respostas às entrevistas citadas vê-se que não fui um opositor da força-tarefa como os que só viam nela uma perseguição ao PT."
Agora que o barco está afundando, Caetano e os outros pularam fora, ressaltam suas críticas vazias feitas puramente de fachada para dizer que sempre foram críticos à operação. Sua defesa de Lula continua tão verdadeira quanto a luta da Lava Jato contra a corrupção.
ALA DIREITA DO PT
Aliar-se com neoliberais contra “ultraliberais”?
A
ala direita do PT busca uma aliança com o PSDB. Isso tem sido demonstrado sistematicamente desde o golpe de Estado, mas de maneira mais evidente com a eleição de Bolsonaro. Já no segundo turno, tentou-se uma frente única entre setores “progressistas” da direita e do PSDB para supostamente “derrotar o fascismo” representado pelo candidato da extrema-direita. Agora, durante o governo de devastação nacional capitaneado pelo ex-militar, novamente há uma tentativa de salvar o PSDB da ruína política em que foi jogado com a crise do regime. Ex-ministros petistas têm se reunido com ex-ministros tucanos em enganosos encontros que serviriam para apontar a uma “oposição democrática” a Bolsonaro.
No entanto, é preciso lembrar a todo o momento quem é o PSDB. Trata-se do partido por excelência do imperialismo no Brasil, responsável pela política de choque neoliberal igual à de Bolsonaro. Na verdade, o PSDB é o pai de Bolsonaro – esse partido e os outros partidos da burguesia “nacional”. A política implementada por Fernando Henrique Cardoso e pelos governos de São Paulo (há cerca de 25 anos comandados pelo PSDB) é orientada pelos mesmos “gurus” de Bolsonaro: os grandes banqueiros internacionais. Ambos sempre tentaram entregar o Brasil de bandeja ao imperialismo. Além disso, foi graças à política golpista e anticomunista do PSDB que o bolsonarismo ganhou força. Os primeiros coxinhatos eram formados pela base social do PSDB, que depois, com o agravamento da crise política,
foi se distanciando do partido para posições mais extremas, chegando finalmente ao apoio incondicional a Bolsonaro e ao fascismo. A diferença entre o PSDB e Bolsonaro é pequena. Tradicionalmente, o PSDB impunha uma política econômica neoliberal mesclada com uma política “cultural” moderadamente conservadora. Entretanto, com a polarização política, seu eleitorado foi jogado nos braços de Bolsonaro, o que obrigou o PSDB a se deslocar ainda mais para a direita, o que pode ser comprovado com a proeminência de João Doria entre as principais lideranças do partido atualmente. Os políticos do PT que tentam se aliar ao PSDB usam a desculpa de que os tucanos seriam o “menos pior”, porque sua política seria menos devastadora do que a de Bolsonaro. Embora
Bolsonaro seja um fascista e uma diferença para com os governos de FHC seja que ele esteja tentando destruir as organizações operárias e suprimir a esquerda (coisa que, na época de FHC, a conjuntura fez com que a burguesia não apostasse tanto nessa política fascista, apesar de poder fazer isso com o próprio FHC), a verdade é que a política econômica é a mesma. Chega a ser infantil se aliar com um neoliberal para combater um neoliberal que é 1% pior (um “ultraliberal”). A ala direita do PT, assim, trata o PSDB como se fosse um aliado contra Bolsonaro, escondendo o quão o PSDB é de direita e o quanto ele esteve envolvido na eleição de Bolsonaro e mesmo na sustentação de seu governo. Afinal, uma das principais medidas atrozes de Bolsonaro é a reforma da previdência (o roubo da aposentadoria dos trabalhadores), cujo secretário da Previdência é nada mais nada menos do que um político do PSDB, Rogério Marinho. Além disso, a política de repressão ao povo imposta pelos governos estaduais do PSDB (como em São Paulo) é a mesma de Bolsonaro, basta ver o que a PM paulista faz contra manifestantes nos atos populares. Portanto, é um mito e uma propaganda extremamente enganosa o discurso de aliança com o PSDB para combater Bolsonaro, apenas porque aquele representaria os “valores iluministas”, como disseram dirigentes conciliadores do PT recentemente. A direita jogou no chão e pisoteou há muito tempos os valores iluministas, o liberalismo e o respeito aos direitos democráticos. Não se pode fazer nenhum tipo de aliança com ela. A aliança da esquerda tem que ser com os movimentos populares e a classe operária, nas ruas.
4 | DESTAQUES
POLÍTICA NEOLIBERAL
Ala direita do PT quer se aliar com FHC, responsável pela morte de 300 crianças por dia, em 2001 C
orria o ano de 2001. O Brasil , assim como praticamente toda a América Latina, estava destruído como consequência da política neoliberal. Fernando Henrique Cardoso em seus oito anos (2001 foi o último) de governo havia promovido uma devastão do país em uma magnitude muito superior a que havia sido promovido pelos generais da ditadura militar. Segundo dados oficiais, a cada 5 minutos uma criança morria por desnutrição, eram 300 por dia e quase dez mil por mês. Existiam ainda mais de 30 milhões de brasileiros vivendo em condições verdadeiramente sub-humanas. Esse era o Brasil depois da hecatombe imposta pelo neoliberalismo e pelo seu serviçal-mor, Fernando Henrique Cardoso. Assim como agora, os vendilhões do País arrotavam que a entrega das riquezas do Brasil permitiria o desenvolvimento, criaria milhões de postos de trabalho, recursos para a educação e a saúde, entre outras verborragias mentirosas. Ao fim e ao cabo, entregaram as principais empresas do país: o parque metalúrgico nacional, o sistema Telebrás, abriram caminho para o controle da Petrobrás pelos agentes do capital financeiro, a maior parte da rede de transmissão de energia, os
bancos públicos estaduais, entre muitas outras empresas estatais. Em apenas uma dessas transações, o governo canalha de FHC entregou a empresa Vale do Rio Doce por apenas 1% do seu valor real, a mineradora com as maiores jazidas de minérios do mundo, em uma das operações mais escandalosas do planeta. Pois eis que em pleno golpe de Estado, a direita do PT procura a todo custo fazer uma aliança com o partido de Fernando Henrique Cardoso. A fim de justificar o injustificável, um dos engenhosos formuladores dessa política teve a desfaçatez de classificar o governo FHC como neoliberal e o governo de Bolsonaro como ultraneoliberal. Ou seja, “não estamos diante da mesma ofensiva reacionária”. “A era FHC não teria sido tão ruim assim”. Criaram uma distinção entre neoliberais e ultraneoliberais para poder se aliar ao PSDB contra o Bolsonaro. Uma aliança com a direita para derrotar a direita. Isso só fortalece a própria direita, e desloca o regime política em geral mais à direita. Estamos diante de uma farsa política. Primeiro, diante da entrega já feita do patrimônio nacional por FHC é difícil que o que sobrou seja superior ao que foi liquidado, mas o principal é
que Bolsonaro é uma cria do PSDB, o partido de FHC. O PSDB foi linha de frente no golpe de Estado de 2016, que tem, justamente, como objetivo central dar continuidade a política neoliberal do governo FHC: destruir toda rede de assistência social que existe no país, assassinar mais crianças, condenar a população a miséria absoluta ou quando muito a morrer trabalhando. A política da direita do PT é uma tentativa de resgatar o PSDB, que faliu assim como o conjunto dos partidos do regime, como consequência do golpe. Uma aliança com os responsáveis pelo golpe significa, na prática, uma tentativa de virar a página do golpe.
Significa ainda, dar aval para a política de destruição do país, como se vê no apoio de governos estaduais do PT a reforma da Previdência e, no final das contas, fortalecer o regime golpista de direita contra os trabalhadores e a população explorada. Finalmente, resgatar FHC e toda a camarilha do PDSB é ir contra a luta popular que se avizinha no país e que tem como um dos eixos centrais a defesa da Liberdade de Lula, a anulação de todos os processos fraudulentos contra ele e a extinção da operação Lava-Jato, sabidamente carro-chefe do golpe de Estado e que, como se vê pelas denúncias do The Intercept Brasil, umbilicalmente ligada ao PSDB.
FORMAR COMITÊS
Contra a extrema-direita, LGBTs precisam formar comitês de autodefesa D
epois que Bolsonaro foi eleito, alguns setores da extrema-direita se sentiu mais à vontade para sair às ruas e atacar seus alvos tradicionais, mulheres LGBTs e negros, claro, todos sozinhos e sem ter como se defender como de práxis desses covardes. Talvez a parcela mais vulnerável dentre as citadas seja a comunidade LGBT. Tradicionalmente perseguidos pela extrema-direita, a comunidade LGBT começou a se firmar e se unir a relativo pouco tempo. Por serem uma minoria na população e muitas vezes se esconderem devido ao modo hostil como são vistos por uma parcela da sociedade, tornam-se um alvo fácil para a extrema-direita. Poder-se-ia crer que estamos progredindo em termos de políticas para a comunidade LGBT, afinal, muitos se iludem com a nova proibição da homofobia pelo STF. Tudo isso não passa de uma ludibriação, enquanto aparentemente o Estado cria políticas para defender a comunidade, a repressão aumenta e as condições de sobrevivência só pioram. A demagogia do STF logo veio a tona quando especificaram que nenhuma sanção seria empregada se a homofobia viesse das igrejas. Assim como
são insetos de impostos, estão livres para reprimir a sexualidade alheia, justamente eles que são os principais agentes das campanha homofóbicas na sociedade. A burguesia usa o público LGBT como massa de manobra, como expansão de mercado. No último domingo,
a Avenida Paulista foi palco da Parada Gay, ato político que acontece no mundo inteiro para reafirmar a luta que essa parcela da população protagoniza todos os dias. O evento reuniu centenas de milhares de pessoas. A avenida estava repleta de bandeiras com as cores do arco-íris (símbolo LGBT). Ban-
cos, lojas, prédio empresariais, até a FIESP estava vestindo as cores do movimento. Estaria burguesia adotando esta luta ? claro que não, pois bastou o dia se por para, como num filme de terror, chegar os agentes da repressão da prefeitura para expulsar todos das ruas. A Polícia Militar ia atrás de um cordão formado por funcionários da prefeitura vestidos de coletes laranjas que avançaram até a consolação espremendo e empurrando as pessoas. No fundo, os garis tiravam agilmente qualquer rastro do que havia passado por ali. Essa é a verdadeira política da burguesia para a comunidade LGBT. Diante tal cenário devemos entender que assim como todas as parcelas oprimidas da sociedade, o carrasco é a burguesia, e em tempos de crise sua principal arma é o fascismo. Esses cães raivoso fazem da comunidade arco-íris um de seus principais alvos depois dos trabalhadores. A única saída contra o fascismo são os comitês de autodefesa. Os LGBTs nada devem esperar das instituições burguesas, não será neles que encontraram sossego ou justiça, muito pelo contrário, encontrarão nelas seus algozes. Para se defender só podem contar com seus iguais e com parcelas igualmente oprimidas. trabalhadores, mulheres, negros e LGBTs devem formar seus comitês e assegurar sua defesa contra o fascismo, contra a opressão do Estado Burguês.
DESTAQUES | 5
HOJE
Em frente ao STF, mobilizar pela liberdade de Lula! P
ressionado pelas bombásticas revelações do sítio The Intercept Brasil, que vem desmontando por completo a farsa do golpe e da eleição do presidente fraudulento Jair Bolsonaro, o Supremo Tribunal Federal, a corte suprema do país, manobra neste momento para tentar evitar o naufrágio completo da golpista Operação Lava “vaza” Jato. Os ministros da segunda turma do STF deveriam estar julgando nesta terça-feira, dia 25, o pedido de suspeição do ex-juiz da décima terceira Vara de Curitiba e atual Ministro da Justiça do governo golpista de Jair Bolsonaro, Sérgio Moro, que julgou e condenou – sem provas e por pura perseguição – o ex-presidente Lula, impedindo-o de participar como candidato às eleições de 2018, que acabou elegendo o presidente postiço que ocupa ilegalmente a cadeira presidencial. Vale registrar que a ação impetrada pela defesa do ex-presidente diz respeito a suspeição de Sérgio Moro quando da sua nomeação para o cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública, quando aceitou o convite feito pelo presidente fake Bolsonaro, não tendo nenhuma relação com as recentes revelações expondo as muito comprometedoras mensagens trocadas por Moro e Dallagnol, trazidas a público pelo The Intercept Brasil. Obviamente que as devastadoras revelações do sítio agravam ainda mais as suspeitas sobre o ex-juiz golpista Sérgio Moro, emparedando o STF para declarar não só a suspeição de Moro em relação à
condução dos processos contra Lula, mas para anular as sentenças e os processos em que o ex-presidente já está condenado. O desdobramento imediato de toda esta situação, de todo este engodo, de toda esta enorme e grandiosa farsa, está claro, deveria ser a concessão do Habeas Corpus, com a expedição imediata do alvará de soltura para que se cumpra a decisão de colocar em liberdade o ex-presidente Lula. A manobra da presidente da segunda turma do STF, a ministra Carmen Lúcia, golpista alinhada com a ala reacionária-conservadora do Supremo Tribunal Federal, é clara no sentido de não colocar em pauta a discussão sobre a podridão que emergiu nos diálogos dos golpistas Moro e Dallagnol, que poderia ensejar a declaração do caráter suspeito da atuação de juízes e Procuradores nos processos da Lava-Jato. Os movimentos de luta em defesa da liberdade de Lula, no entanto, não podem e não devem se curvar às manobras sórdidas dos golpistas. Faz-se necessário, neste sentido, não só dar continuidade como ampliar as mobilizações e a pressão para exigir a anulação de todos os processos fraudulentos que correm na justiça contra o ex-presidente. O STF – isso está mais do que claro – age sob orientação e pressão dos militares, dos quartéis, como pôde ser visto nas declarações do ex-comandante do Exército, o General Villas Boas e do também General Augusto Heleno, que rosnaram contra a s evidências de
parcialidade e fraude processual do ex-juiz Moro, dos Procuradores e do Ministério Público contra Lula. O STF se converteu, agora abertamente, em um “puxadinho” dos quartéis, dos generais reacionários e das Forças Armadas, que nunca deixaram de tutelar as instituições “democráticas” do regime, pressionando-as para que desconheçam e violem até mesmo os dispositivos constitucionais previstos em lei. É preciso deixar claro que não qualquer disposição e menos ainda interesse da venal justiça brasileira (golpista e subserviente aos militares) em libertar Lula, ainda que para isso seja necessário estuprar a constituição. Os golpista têm plena consciência do potencial explosivo que pode emergir na delicada conjuntura política com a liberdade do ex-presidente, daí as manobras mais descaradas para impedir a concessão do Habeas Corpus pleitea-
do pela defesa de Lula. Dessa forma, ainda que seja confirmado o adiamento da sessão da segunda turma do STF, é necessário manter a mobilização, manter a pressão da luta popular para ampliar e fortalecer ainda mais as ações de luta para arrancar Lula da masmorra de Curitiba. Neste sentido, o PCO e os Comitês de Luta contra o Golpe e pela Liberdade de Lula dirigem um chamado a todas as organizações do movimento popular, estudantil, operário e sindical para ocupar as ruas e praças de todo o país, mas em particular na praça dos três poderes, em Brasília, pressionando o STF e seus ministros golpistas realizando atos e manifestações em defesa do ex-presidente, da anulação de todos os processos fraudulentos contra Lula e todos os demais perseguidos pela fraudulenta e golpista Operação Lava “vaza” Jato.
PARADA GAY
Mais um ato marcado por gritos de “Fora Bolsonaro” e “Lula Livre” D
ia 23 de junho foi o dia da parada gay em São Paulo. Neste ano, o tema da marcha, que ocorre todos os anos, foi em homenagem aos 50 anos da rebelião de Stonewall contra a repressão policial à comunidade LGBT no bar Stonewall Inn, em Nova Iorque. O bar era um reduto de LGBTs marginalizados, pobres, travestis, e a polícia aproveitava a situação para roubar os bares e reprimir a população gay que frequentava. Nos anos 60, a situação foi ficando tão complicada e caótica, a violência gratuita e furtos dos policiais tão frequentes que no Stonewall Inn a situação saiu fora do controle. Uma multidão se revoltou contra os policiais. A rebelião foi um marco na luta dos LGBT por seus direitos políticos. O bairro, Greenwich Village, que já era politizado, tornou-se então uma local de aglomeração de ativistas pelos direitos dos homossexuais. Porém, apesar do tema da parada gay deste ano, mais uma vez, as empresas capitalistas aproveitaram fazer demagogia com a comunidade LGBT. Grandes empresas e associações golpistas, como a FIESP, decidiram fingir
um apoio à luta dos homossexuais – sempre como uma forma de conter a mobilização política. É por conta desta característica que a despolitização dos atos vinha crescendo. Porém nos últimos anos, e principalmente, na última parada gay, essa situação foi diferente. Gritos de “Lula livre!”, “Fora Bolsonaro” e “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*” eram ouvidos em todos os momentos. Milhares de pessoas passavam com adesivos “Fora Bolsonaro” e “liberdade para Lula”, revelando mais uma vez o clima quente da situação política. Em todo lugar onde se aglomera um grande contingente de pessoas, a luta contra o golpe é expressa. Foi assim no Carnaval, nos festivais de música grandes, na marcha da Maconha, assim com nos Estádios de futebol. As manifestações contra a direita estão cada vez maiores. Por outro lado, a demagogia dos capitalistas também está maior. Como foi dito, as empresas financiaram uma grande estrutura para os atos. Porém, isso não impediu que os seguranças de João Doria (PSDB) e dos fascistas chegassem ao final do horário mar-
cado para o fim da manifestação para expulsar de forma agressiva os manifestantes na Av.paulista. Uma senhora, militante do PCO, que carregava um pirulito exigindo a liberdade de Lula e a derrubada de Bolsonaro teve seus pertences roubados e o pirulito arrancado, de forma que sua palma da mão começou a sangrar. Além disso, um casal lésbico que estava se beijando na calçada também foi agredido pelos brutamontes. Uma
das mulheres, que decidiu enfrentar os funcionários de Doria, foi empurrada por um homem de duas vezes sua altura, além de diversas outras pessoas que foram agredidas. Desta forma, a parada gay também expressou o clima da polarização política. De um lado, manifestantes, exigindo a liberdade de Lula e denunciando o governo Bolsonaro, exigindo seu fim; de outro, a direita aumentando a repressão para conter a situação.
6 | DESTAQUES
DESCULPA, TONTOS
Moro reconhece mas tenta disfarçar que mensagens vazadas da Lava Jato são reais A
cada reportagem do portal The Intercept Brasil sobre as conversas entre o ministro bolsonarista Sergio Moro e o procurador fascista Deltan Dallagnol, a farsa operada para prender o ex-presidente Lula e cassar seus direitos políticos se torna ainda mais escancarada. As eleições de 2018 foram uma fraude e a Operação Lava Jato é um instrumento do imperialismo para estabelecer um regime político ainda mais arbitrário no Brasil. Em um dos vazamentos recentes, Sergio Moro aparece chamando os integrantes do Movimento Brasil Livre – MBL – de “tontos” por terem convocado um ato em frente à casa do en-
tão ministro do STF Teori Zavascki. Por esse mensagem ter vindo à tona, Moro decidiu se desculpar de seus colegas direitistas, que ajudaram a eleger Jair Bolsonaro. Esse pedido de desculpas, portanto, reforça a veracidade dos vazamentos: se fossem falsos, Moro não se daria ao trabalho de pedir desculpas. O curioso é que Moro não reconheceu as mensagens vazadas da Lava Jato, o que torna o pedido de desculpas ao MBL ainda mais bizarro. O fato é que todo mundo sabe que as mensagens pertencem, de fato, ao ministro golpista, e nem mesmo os setores mais ignorantes da direita acreditam quan-
do Sergio Moro fala que as mensagens são falsas. Por isso, a necessidade de se desculpar com o movimento que impulsionou a carreira de Sergio Moro como herói dos coxinhas. A farsa da Lava Jato não se sustenta nem mesmo mais entre os direitistas que a promoveram em seu início. Por isso, é hora de a esquerda e os setores democráticos irem para cima da direita e exigir a dissolução da Lava Jato e de todas as perseguições políticas do regime golpista. É hora de aproveitar a crise intensa do governo Bolsonaro para exigir a liberdade de Lula e a derrubada de todos os golpistas, com a convocação de eleições gerais.
MAIS UMA PROVA DO CONLUIO
LAVA - JATO
Procuradores buscaram proteger Moro contra o STF U
Em meio a escândalo, Moro e Dallagnol viajam para EUA consultar seus mandantes
ma nova reportagem do The Intercept Brasil aprofundou a compreensão sobre como os procuradores da Lava Jato e o juiz Sérgio Moro agiam de forma coordenada e política diante dos acontecimentos. Na primeira reportagem em parceria com a Folha de S. Paulo, o sítio trouxe conversas em que os procuradores da Lava Jato tentam proteger Moro de uma tensão com o Supremo Tribunal Federal (STF). A reportagem mostra que, quando a Polícia Federal divulgou para a imprensa documentos da Odebrecht antes que Moro colocasse tudo sob sigilo novamente, apareceram vários nomes de pessoas com foro especial por prerrogativa de função sendo investigadas por Moro. O juiz de primeira instância deveria ter remetido esses documentos ao STF. A PF tinha divulgado os documentos dia 22 de março de 2016, o que Moro chamou de “bola nas costas”. Ele tinha acabado de ser repreendido pelo STF pelo vazamento de uma conversa entre Dilma Rousseff, então presidenta, e o ex-presidente Lula. Pelo Telegram, Moro disse a Deltan Dallagnol, chefe da Lava Jato em Curitiba, que iria “parecer afronta ao STF”. Deltan respondeu: “Saiba não só que
a imensa maioria da sociedade está com Vc, mas que nós faremos tudo o que for necessário para defender Vc de injustas acusações.” Ou seja, não só os procuradores da Lava Jato agiam em conluio com Sergio Moro para condenar Lula em processo sem direito a defesa. Eles também agiam para se proteger mutuamente diante dos percalços surgidos de suas ações questionáveis. Uma gangue dentro do Judiciário agindo politicamente de forma ilícita, usando a justiça para perseguir politicamente lideranças de esquerda, como Lula. No caminho, alguns políticos de direita, o que poderíamos chamar de “passar recado de imparcialidade”, para citar outra conversa privada de Dallagnol. Essa é mais uma prova de que os procuradores da Lava Jato e Sergio Moro agiam em conluio, como um bloco único. Ou seja, jamais existiu um julgamento em que Lula fosse julgado imparcialmente por um juiz equidistante das partes (a defesa representada pelos advogados e a acusação representada pelos procuradores). Essa é mais uma razão para reforçar uma reivindicação levantada desde antes de Lula ser preso arbitrariamente: liberdade para Lula!
A
dupla de agentes dos EUA Moro-Dallagnol está no país de seus chefes para ouvir conselhos a respeito de como atuar em meio ao grande escândalo envolvendo os dois, cujo conluio para prender Lula foi divulgado recentemente pelo Intercept. O ministro fascista da Justiça viajou em comitiva com o diretor-geral da Polícia Federal, Mauricio Valeixo, no último sábado (22). Na agenda? Uma reunião com o FBI, além de visita a outros órgãos de inteligência e espionagem norte-americanos, para trazer para o Brasil as “práticas” dessas instituições. Moro voltará de seu país (afinal, é mais norte-americano do que brasileiro) somente na quinta-feira. Assim, não comparecerá à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para prestar depoimentos explicando sua atuação na Lava Jato. O “Mussolini de Maringá” vai aos EUA justamente quando a coisa esquenta para ele, justamente por causa de seus serviços prestados a Washington. Já haviam sido vazados documentos do Departamento de Justiça pela Wikileaks que mostram que ele foi treinado pelo governo norte-americano para as operações de “combate à corrupção”
STF
Manobra dos golpistas para manter Lula preso de forma ilegal: Carmen Lúcia adia julgamento de HC
P
residente da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia decidiu adiar o julgamento do Habeas Corpus pela liberdade de Lula que ocorreria nesta terça-feira (25). Trata-se da segun-
da vez que adiam o julgamento do pedido. Isso demonstra a crise dos golpistas, que se encontram em uma encruzilhada para julgar o caso. Como se trata da última sessão da
turma antes do recesso de Julho, o caso só poderá ser julgado em Agosto. Isto é, até lá, dá tempo de os golpistas deixarem o clima esfriar e pensarem em uma nova manobra para manter Lula preso.
no Brasil. Depois disso, diversos outros indícios foram sendo revelados sobre o servilismo de Moro. Agora, um encontro com seus chefes em meio à crise em que está envolvido. O mesmo vale para Deltan Dallagnol. Ele também se encontra nos Estados Unidos. Supostamente, para ministrar palestras. Mas sabe-se que a Lava Jato (da qual o procurador é um dos principais agentes) foi criada e promovido pelos EUA. “Que baita coincidência Moro e Dallagnol ao mesmo tempo nos Estados Unidos num momento em que eles não podem se encontrar no Brasil…”, ironizou o deputado petista Paulo Pimenta. Será mesmo coincidência que os dois estejam no país imperialista justamente quando desmorona a grande fraude que é a Lava Jato, a prisão de Lula e o regime golpista? Que é cada vez mais nítida a interferência do imperialismo no golpe de 2016 e em toda a política nacional, para que seus monopólios suguem a economia brasileira através de artifícios como a Lava Jato? Será que estariam articulando alguma coisa com os americanos?
PCO | 7
MANIFESTAÇÕES
Participe! Em todo o país, PCO realizará multirões pela liberdade de Lula nos domingos A
s reportagens do portal The Intercept Brasil contendo mensagens vazadas da Operação Lava Jato escancararam o esquema fraudulento que foi montado para que o maior líder popular do país, o ex-presidente Lula, fosse encarcerado e tivesse seus direitos políticos cassados. O juiz da Operação Lava Jato – o hoje ministro Sergio Moro – e o procurador do caso – Deltan Dallagnol – conspiraram para que Lula fosse sabotado de todas as maneiras pelo regime político golpista. Diante desse escândalo, que comprova a farsa da Operação Lava Jato, é necessário que a esquerda e os setores democráticos partam para a ação. É preciso aproveitar a crise do governo Bolsonaro e a completa desmoralização das instituições burguesas para empurrar os golpistas para o precipício.
Por mais que o momento seja favorável para a mobilização, Lula só será solto e a população só conseguirá obter alguma vitória contra o governo Bolsonaro se houver uma ação efetiva. Esperar que a própria burguesia liberte Lula ou derrube Bolsonaro é um erro colossal da esquerda. Por isso, o Partido da Causa Operária decidiu organizar mutirões pela liberdade de Lula aos domingos em todo o país. Os mutirões, além de denunciar a farsa da Operação Lava Jato, irá coletar assinaturas para a anulação de todos os processos contra o ex-presidente Lula. Nos mutirões, os militantes do PCO também irão convocar toda a população a participar de um grande ato em Curitiba pela liberdade de Lula. O ato, que ocorrerá no início de agosto, reunirá caravanas de todo o país pela liberdade de Lula.
ANÁLISE
ACAMPAMENTO
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44ª Universidade de Férias do PCO será entre os dias 15 e 22 de julho: garanta sua inscrição
N
a transmissão do último sábado, Rui Costa Pimenta disse, durante sua tradicional Análise Política da Semana, que a Operação Lava Jato, o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rous-
seff, a prisão do ex-presidente Lula, o impedimento para que ele concorresse às eleições de 2018, a destruição da economia do Brasil e a própria eleição do Bolsonaro são obra do PSDB.
A
Universidade de Férias do PCO e Acampamento da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) são atividades tradicionais da esquerda brasileira. Há mais de 20 anos, ocorrendo duas vezes por ano – em janeiro e julho – nos próximos dias 15 e 22 de julho acontecerá a 44ª edição da atividade. Com o tema “O programa para a revolução socialista dos dias de hoje – o Programa de Transição da IV Internacional”, a Universidade de Férias ocorrerá na cidade de Ibiúna, região de Sorocaba, a cerca de 70 km de São Paulo. A Universidade de Férias traz uma discussão completa e aprofundada sobre vários temas da política e do marxismo. O PCO preza pela discussão teórica pois sabe que a luta política prática só pode ser coerente se está fundamentada sobre a teoria científica do materialismo histórico.
A orientação teórica é essencial para uma militância revolucionária, “sem teoria revolucionária não existe movimento revolucionário”, nos ensinou Lênin. A teoria deve estar aliada à experiência e à militância cotidiana. Por isso, nas universidades de férias, além dos cursos, os participantes também tem uma experiência de trabalho coletivo e estudo. Nesse mais de 20 anos de atividade, foram os mais diversos temas abordados, como “O capital de Karl Marx”, “Lênin, vida e obra”, Trótski, vida e obra”, “Materialismo histórico” e o mais recente “Fascismo, o que é e como combatê-lo”. O Programa de Transição da IV Internacional já foi tema de Universidade de Férias em 2017, na 39ª Universidade, e será aprofundado nessa 44ª edição. Confira as aulas da 39ª edição na Causa Operária TV e se prepare para a próxima: Trótski, vida e obra: O programa de transição
8 | POLÍTICA
REGIME GOLPISTA
Presidente do Senado diz que se Moro fosse parlamentar estaria “preso ou cassado” e expressa crise do regime golpista D avi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado, denunciou o juiz Sérgio Moro. Segundo ele, se Moro fosse parlamentar estaria “preso ou cassado”. Disse isso ao mencionar que as trocas de mensagens entre o, então, juiz de 1ª instância e os procuradores da Lava Jato é um fator “muito grave”. Ainda mais, Alcolumbre decidiu entrar em conflito com uma ala dos militares no governo que defendem Sérgio Moro, como é o caso de Augusto Heleno, que havia declarado que os parlamentares da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que
participaram de audiência pública com Moro, agiram como “inquisidores” ao questionar o juiz sobre o assunto. Segundo o senador, Heleno “falou besteira”. Esse conflito entre os setores de burguesia expressa uma grande crise do regime golpista. Após o golpe contra Dilma, as contradições entre os diversos interesses da burguesia nacional e internacional aumentaram. Setores do “centrão”, que representam a parcela mais significante da burguesia brasileira, não estão conseguindo se unificar com o bolsonarismo e o partido da Lava Jato.
GLENN GREENWALD DO THE INTERCEPT
“A máscara de Moro vai cair, temos mais material” F
undador do sítio The Intercept, Glenn Greenwald, que recentemente divulgou informações vazadas da Lava Jato que comprovaram uma conspiração entre o juiz Sérgio Moro (hoje, ministro de Bolsonaro) e o procurador Deltan Dallagnol para prender Lula sem provas, anunciou que a “a máscara de Moro vai cair”. Além disso, Greenwald anunciou que “temos mais material que não divulgamos ainda e que já está em um processo de discussão editorial. Não me surpreende a posição do Bolsonaro com isso, porque sabemos que ele tem conexões com corruptos, milicianos, então por que surpreenderia? A questão é o que vai ser revelado sobre o Moro, a máscara dele será derrubada”.
TODOS OS DIAS ÀS 3H, NA CAUSA OPERÁRIA TV
POLÍTICA | ECONOMIA | 9
"LULA LIVRE"
A HORA DO PESADELO 17
Brasília amanhece com faixas pela liberdade de Lula e nem a Globo consegue esconder E
Projeção de crescimento do PIB cai de novo e chega a 0,87% O
m um dia em que o Supremo Tribunal Federal poderá julgar o Habeas Corpus pela liberdade de Lula, Brasília já amanheceu com diversas atividades pela liberdade de Lula.
Nem a Globo conseguiu esconder. Em pleno Bom Dia Brasil, o coletivo Alvorada abriu a já famosa imensa faixa “Lula Livre” amarela e preta que apareceu aos fundos da jornalista que estava apresentando o programa.
relatório da revista Focus para a projeção de crescimento do PIB de 2019 foi novamente revisto passando agora de 0,97% para 0,87% nesta segunda-feira, 24. Há quatro semanas, a projeção era de 1,23%. Para 2020, inclusive, a projeção de crescimento do PIB passou de 2,50% para 2,25% de quatro semanas atrás para hoje. Apesar da tendência de queda na economia brasileira, o governo mantem a taxa Selic em baixa, apostando na aprovação da Reforma da Previdência para pagar os rentistas especuladores da crise. Essa queda é um reflexo dos diversos índices econômicos negativos apresentados no governo golpista de Jair Bolsonaro. No dia 14, por exemplo, o Banco Central (BC) indicou queda de 0,47% do Índice de Atividade (IBC-Br) de abril em relação ao mês anterior e queda de 0,67% quando comparado a abril de 2018. O IBC-Br é o indicador do BC que leva em conta trajetória de variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos três setores da economia brasileira (indústria, agropecuária e serviços). No caso da conta corrente, a previsão contida no Focus para 2019 seguiu em déficit de US$ 23,00 bilhões, ante US$ 25,00 bilhões do mês anterior. Para 2020, a projeção de rombo permaneceu em US$ 32,80 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 35,30 bilhões. O BC projeta déficit em conta de US$ 30,8 bilhões em 2019. O BC afirmou, no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que os índices recentes de atividade “indicam interrupção do processo de recuperação da economia brasileira nos últimos trimestres”. Em contradição com cenário invariável de queda econômica, o qual deveria acionar a elevação da taxa base de juros, a taxa selic, a previsão anual para a taxa selic só cai – passando de 6,75% para 5,75%. Na última quarta-feira, 19, Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou a manutenção, pela décima vez consecutiva, da Selic em 6,50% ao ano. O governo justifica a queda da taxa selic com os números da inflação supostamente controlados, girando em torno de 3,57% e no
Índice nacional de preços ao consumidor amplo (IPCA), calculado em 3,80%. O fato é que, a inflação se mantém baixa artificialmente, com base no desaquecimento da economia brasileira com o alto índice de desemprego, segundo indicado na queda de 0,67% IBC-Br. Na realidade, a grande aposta dos acionistas junto ao governo golpista é a aprovação da reforma da previdência, que deverá compensar a redução dos lucros associados a taxa base de juros. Segundo Dev Ashish, porta-voz de um importante grupo de banqueiros, o Société Générale, “à medida que aumentar o consenso no mercado de aprovação da reforma da Previdência mais cedo, deve crescer ainda mais a visão de juros menores no Brasil”. Ele prevê que aval final do Senado às medidas que alteram a aposentadoria deve ocorrer no terceiro trimestre, com a Câmara fazendo a primeira votação no plenário em julho. Ele ressalta que o próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vem dando declarações que apoiam a visão de que a votação deve mesmo ocorrer no plenário da casa até meados de julho. A manutenção da taxa selic em baixa, nesse sentido, é uma forma de reduzir o impacto direto para a população em relação a crise econômica crescente, como uma manobra do governo para conter a crise política. A taxa base de juros influencia diretamente o preço dos produtos no mercado, assim, mantendo-a forçadamente em baixa, o governo segura os preços e estimula a politica de créditos. Conforme a população brasileira, contudo, tende a esquerda e intensifica a luta contra o governo golpista, o pagamento aos acionistas com a previdência dos brasileiros não se consolida. Com isso, tendência é que haja a elevação da pressão dos investidores internacionais sobre a economia brasileira em decadência, e a baixa taxa selic, associada a decadência da produtividade real do país façam estourar a crise econômica no país. Com a aposta alta perdida, portanto, o Brasil do golpe deverá cair numa recessão econômica profunda no próximo período.
10 | INTERNACIONAL
HONDURAS
Povo sai em massa nas ruas pela derrubada do regime golpista N
a final da última semana, milhares de pessoas saíram às ruas de Honduras protestar contra o governo golpista de Juan Orlando Hernández. Foram dias de intensos protestos, brutalmente reprimidos pelo exército, utilizado naturalmente pelo regime de extrema-direita hondurenho. Ao menos três pessoas morreram devido à repressão. Esses protestos se inserem em uma jornada que já vem de semanas de manifestações esporádicas, mas que ganham cada vez mais tensão. Primeiro, foram os trabalhadores da saúde e da educação que se posicionaram contra os cortes neoliberais de Hernández, denunciando que isso levaria à privatização do setor. Porém, com a agudização dos protestos, agora já há uma maior amplitude tanto nas categorias em revolta como na pauta das reivindicações. Pedem a derrubada de JOH. Na semana passada, houve saques de supermercados e comércios, bloqueios de estradas e barricadas, principalmente na capital Tegucigalpa.
Mesmo com a repressão (além dos mortos, dezenas ficaram feridos nos protestos), até setores policiais têm aderido à revolta. Na semana passada, houve um chamado de paralisação da Polícia Nacional, levando a uma grande crise do regime. Desde maio trabalhadores da saúde e da educação têm estado mobilizados, e ganharam apoio dos setores dos transportes. As aulas em diversas instituições de ensino também estão suspensas. A burguesia hondurenha tem mantido seu apoio ao governo. Os empresários têm criticado os protestos porque estão causando perdas milionárias a seus negócios. JOH é um fantoche dos Estados Unidos. “Eleito” em 2017 por uma gigantesca fraude eleitoral – paralisou a contagem de votos quando perdia, e voltou quando, milagrosamente, já estava na frente -, ele deu continuidade ao golpe de 2009 em um segundo mandato. Nessas eleições, venceu o candidato de Manuel Zelaya, o presidente derrubado pelo golpe imperia-
lista de 2009, e se manteve no poder por meio de uma grande repressão. Sua política é um choque neoliberal, com privatizações e entrega do país aos EUA. Honduras, hoje, não passa de um satélite do imperialismo. Essa política tem causado fome e miséria ao povo hondurenho, tanto é que grande parte dos emigrantes que atravessam a América Central para chegar aos EUA é proveniente desse país. JOH é aliado de Bolsonaro. Os dois têm a mesma política de capacho do imperialismo e brutal repressão con-
tra o povo, que se rebela contra a fome e a miséria. Os hondurenhos sofreram um golpe há 10 anos e a esquerda reformista buscou derrotá-lo pelas instituições. Não conseguiu, porque elas estão totalmente controladas pelos golpistas. Agora, mais uma vez, o povo tenta passar por cima dessa política ilusória e derrubar o governo nas ruas. A tendência, como vemos no Brasil, é a mesma em toda a América Latina: crise gigantesca dos regimes golpistas, e a única solução é a derrubada do golpe nas ruas, pelo povo.
IMPERIALISMO
Depois de ameaçar com bombardeio, Trump impõe mais sanções econômicas ao Irã N
esta segunda-feira (24), o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou mais sanções econômicas contra o Irã. Dessa vez o atingido é o próprio líder do país, aiatalá Ali Khamenei (que Trump confundiu durante seu anúncio com o aiatolá Khomeini, morto em 1989). Essa penalização vem depois de um recuo desmoralizante para o império norte-americano: na sexta-feira (21) Trump chegou a anunciar um bombardeio, mas voltou atrás no último momento. O motivo alegado foi um drone dos EUA derrubado pelos iranianos perto do território do país. As sanções econômicas vêm sendo usadas por Trump contra o Irã desde o ano passado. Os EUA estão obrigando os outros países a pararem de importar petróleo iraniano, para asfixiar a economia do país. As sanções começaram depois de uma ruptura com o
acordo nuclear firmado com o Irã pelo governo de Barack Obama. Os maiores compradores do Irã são a China e a Índia. Outros compradores importantes eram Taiwan, Itália e Grécia, que cortaram a importação ainda em novembro, quando Trump iniciou as sanções. Japão, Coreia do Sul e Turquia são outros compradores importantes que foram pressionados a parar de importar petróleo dos iranianos, sob pena de sofrerem sanções econômicas. A ameaça de bombardeio de Trump e as novas sanções econômicas são desdobramentos de um novo período de pressão do imperialismo contra o Irã. No dia 12 de junho, dois petroleiros foram atingidos por explosões no Golfo de Omã, região estratégica para o transporte do petróleo. Um navio era norueguês e outro japonês. Os EUA acusaram o Irã de ter promovido
TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, 14H00
ataques a esses navios. O Irã estava recebendo a visita oficial do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe. Um momento especialmente inoportuno para o suposto ataque iraniano, e muito conveniente para o imperialismo.
A agressividade do imperialismo contra o Irã demonstra a crise do domínio dos EUA sobre o Oriente Médio no último período. A ameaça contra os iranianos poderia deflagrar um conflito generalizado em todo o Oriente Médio.
TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30
MOVIMENTO OPERÁRIO | 11
BIG BOI
Para Associação Brasileira de Frigoríficos, mesmo com irregularidades produção não pode parar N
o dia 02 de abril de 2019, em Maringá, município do estado do Paraná, o abate de bois do frigorífico Big Boi foi interrompido por irregularidades. No dia 03 de abril a associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) emitiu nota através de seu presidente Péricles Salazar repudiando a atitude do fiscal. "Disse na nota: o abate foi interrompido pelo fiscal na terça-feira, dois, numa “ação intempestiva”. Os fiscais federais agropecuários estão “exorbitando suas funções, preocupados única e exclusivamente em punir as empresas ao ponto de inviabilizar economicamente as atividades de muitas delas”. “Ao invés de termos um órgão público nos auxiliando e orientando, temos uma fiscalização nas indústrias que atua somente como rival dos empreendedores”. Ele informou, ainda, que levou o problema à ministra
da Agricultura, Tereza Cristina. “Estão travando a atividade empresarial com abuso de autoridade”. “Não existe qualquer tipo de atitude proativa por parte deles. Preocupam-se unicamente em prejudicar a atividade econômica e até mesmo inviabilizá-la.” Recentemente, no frigorífico Frigoli de Caçapava, só faltou assassinar o fiscal por ele ter autuado e impedido um carregamento de produtos porque não foi possível de verificar a nota fiscal desses produtos e outras irregularidades lá existentes. Conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a presença de fiscalização federal é obrigatória, portanto é proibida a realização do abate de animais sem a presença deste. O que os patrões dos frigoríficos querem é receber o quanto antes o investimento feito aos golpistas do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, ao qual a ministra Tereza Cristina é
integrante, além de latifundiária e parte interessada na extinção dos fiscais, ou seja, esse setor industrial deve agir como bem entenderem em relação às fiscalizações, isto é, extinção completa de toda e qualquer fiscalização, aprofundando a escravi-
zação de seus funcionários inclusive, levando-os à morte ou se tornarem inválidos. Tudo da forma que a Abrafrigo (Associação dos Exploradores dos Trabalhadores) bem como seus associados, ou não, querem, o lucro acima de tudo.
BOLSONARO
SÃO PAULO
Representante da Amazon para acabar com a ECT
Servidores municipais “condenados” a trabalharem nas férias
A
E
ssa semana a imprensa golpista do Brasil anunciou que a empresa norte-americana Amazon e a chinesa Alibaba, grandes coorporações do mercado de encomendas, estão disputando quem vai ganhar do governo golpista e fraudulento de Jair Bolsonaro a “galinha dos ovos de ouro” do mercado postal do Brasil, a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). Com o surgimento da internet, a venda de mercadorias via online cresceu exponencialmente no mundo todo, a ponto dessas duas empresas se transformarem em grandes impérios do mercado de encomenda, e 90% dessas encomendas vendidas no Brasil por essas empresas serem entregues pelos Correios. Nesse sentido, a Amazon e a Alibaba, como demais empresas que vendem mercadorias pela internet, dependem dos Correios brasileiro para vender suas mercadorias. Mas como todo império, não basta prestar o serviço, é necessário dominar todo o processo lucrativo do negócio. É por isso, que essas duas empresas querem tomar conta da maior em-
presa de logística da América Latina, a ECT, e com isso ter também o lucro da operação da entrega. Bolsonaro, o presidente capacho dos Estados Unidos, eleito de forma fraudulenta no Brasil, devido a prisão ilegal de Lula, quer entregar de mãos beijadas a ECT, que é um verdadeiro tesouro para a Amazon, uma empresa norte-americana. Inclusive, a briga de Bolsonaro com o anterior presidente da ECT, Juarez Almeida de Paula Cunha, tem haver com o destino do capitalista que os golpistas querem entregar a ECT. Juarez queria a privatização pela transformação da ECT em Sociedade Anônima, com a venda das ações nas bolsas de valores, já Bolsonaro, como capacho dos EUA, sonha em entregar o patrimônio do povo brasileiro direto para o Império Norte-Americano. É preciso que os trabalhadores dos Correios botem o pé na porta, comecem a se mobilizar para impedir a entrega dessa empresa, com uma paralização de 100% da categoria, com ocupação dos prédios dos Correios. Isso tudo por tempo indeterminado.
lém de rebaixar os salários, com o aumento do desconto para a Previdência através da reforma da previdência de São Paulo (Sampaprev), os quais já estão “congelados” há vários anos, o governo de Bruno Covas (PSDB) impôs – com a capitulação da diretoria (pró-Dória) do Simpeem, uma reposição de aulas da última greve, que vai deixar milhares de trabalhadores da Educação com poucos ou nenhum dia de férias no mês de julho. Trata-se de uma medida de perseguição aos grevistas, um verdadeiro regime de escravidão que visa aumentar a fadiga e o stress da categoria para o segundo semestre, transformar a vida dos professores e funcionários em um verdadeiro inferno. Essa medida mostra o caráter ditatorial do governo e a necessidade de enfrentá-lo com uma mobilização unitária, uma greve geral dos traba-
lhadores da Educação do Estado e dos Municípios, como parte da luta geral que está se travando em todo o País, contra o governo golpista de Bolsonaro e todos os golpistas. O governo Bolsonaro, com os seus comparsas do PSDB, desde o início, foi marcado por uma ofensiva generalizada contra praticamente todos os direitos conquistados pelos trabalhadores. Desde o direito à aposentadoria, passando pelo controle das riquezas naturais até o direito à educação e à saúde públicas. O trabalho nas férias cria uma situação insustentável nas Escolas, sendo um ataque também aos alunos e pais das escolas municipais. Além de lutar pela direito às férias e ao descanso, também em julho, para educadores e alunos, é preciso se colocar contra a política de bônus e exigir 100% de reposição das perdas salariais para toda a categoria.
12 | CIDADES | NEGROS | MULHERES
BH
3 mil vendedores de balas são proibidos nas portas das escolas M
ais uma vez os baleiros de Belo Horizonte estão tendo seu ganha-pão ameaçado pelo poder público, com um decreto estadual que proíbe a venda de alimentos calóricos e industrializados aos alunos das escolas públicas e particulares. Um decreto que deveria apenas tratar dos alimentos oferecidos dentro das escolas, tem por objetivo expulsar os vendedores de guloseimas, que há anos trabalham na porta das escolas da capital mineira. O prazo de adequação ao decreto 47.557, de 2018, termina nesta segunda-feira (24), afetando cerca de 3.500 vendedores que não sabem se poderão continuar a trabalhar em seus pontos próximos a escolas. A justificativa seria um incentivo à melhora nos hábitos alimentares dos alunos proibindo que tivessem acesso a produtos pouco saudáveis, como se esses alimentos não pudessem ser adquiri-
dos em qualquer estabelecimento nos arredores das escolas. De fato a alimentação da maioria dos brasileiros é precária, a falta de tempo e dinheiro faz com que a população opte por alimentos mais calóricos e com poucos nutrientes, porém a proibição da venda não muda essa situação nem a saúde precária do povo, que é resultado da desigualdade social. O efeito prático da proibição é aumentar ainda mais o número de desempregados no país, e findar a fonte de sustento de muitas famílias, pois o decreto pode atingir até 14 mil pessoas que dependem da renda desses vendedores. Os beneficiados por essas proibições são apenas os empresários de grandes redes, que vão continuar lucrando com a má alimentação do povo porém dentro de um estabelecimento. Na atual situação do país, com alto índice de desemprego, muitos desempregados acabam por trabalhar como
NEGROS
vendedores ambulantes, que além de ser totalmente precarizado, sem qualquer garantia trabalhista, ainda sofrem constante repressão da polícia
por causa de leis como essa de BH que os coloca na ilegalidade, quando apenas estão tentando garantir o mínimo para sobreviver.
MULHERES
Grávidas com suposta Consequência da opressão capitalista: 60% dos jovens que se propensão a abortar devem ser presas, segundo MBL suicidam são negros O
U
ma pesquisa de 2016 divulgada pelo Ministério da Saúde esta semana serviu para demonstrar a opressão sofrida pela juventude negra no Brasil. Apesar da direita golpista, por meio de sua imprensa vendida, fazer a campanha de que não há racismo no Brasil, ou de que tal problema seria “vitimização” dos negros, os dados apontaram justamente o contrário. De acordo com a pesquisa, de cada 10 jovens que cometem suicídio no Brasil, 6 são negros. Ou seja, 60% dos jovens que tiram a própria vida no país são negros. Os números trazem à tona a verdadeira opressão vivida pela juventude negra na sociedade capitalista. Uma sociedade profundamente desigual, onde os negro são um dos setores
mais afetados. Além da discriminação, os negros sofrem com os piores salários, os piores empregos, a falta de qualquer acesso aos direitos básicos, como educação, saúde, isso sem falar na violência por parte do estado capitalista, um verdadeiro genocídio institucional organizada contra os negros, principalmente contra a juventude negra. O esmagamento social vivenciado todos os dias pelos negros reflete, logicamente, nas condições psicológicas deste setor social. A juventude negra, mais vulnerável ainda a essa opressão acaba sendo a principal vítima. Somente a luta contra esse verdadeiro regime de guerra contra o povo negro poderá libertar de uma vez por todas os negros desse massacre cotidiano.
deputado direitista, capitão do mato, Fernando Holliday do DEM e do MBL de São Paulo, propôs um projeto de lei que permite que mulheres com “propensão ao aborto ilegal” sejam internadas em clínicas psiquiátricas. Trata-se de mais uma ofensiva da extrema-direita fascista contra as mulheres. De acordo com a lei, as mulheres poderiam ser presas e internadas somente por estarem propensas a praticarem o aborto. É a imposição do arbitrário do domínio do fato, da prisão sob suspeita, sobre as mulheres. A lei não fala, no entanto, quem irá determinar que tal e qual mulher tem propensão a fazer o aborto. É claro que na prática esta tarefa ficará a cargo das instituições do estado burguês e cada vez mais dominado pela extrema-direita fascista. Ou seja, quem irá determinar se uma mulher tem certa propensão ao aborto são os policiais militares, verdadeiros cachorros loucos, ou, como
vem ocorrendo no país nos últimos tempos, os juízes, como Sérgio Moro, Bretas, ou promotores, como Dallagnol, verdadeiros carrascos de todos os direitos da população, fascistas de carteirinha e inimigos das mulheres e de todo o povo brasileiro. O projeto de lei retira na prática qualquer liberdade das mulheres, estas ficarão sob o controle completo do estado, dominado pela extrema-direita. A medida soma-se a proposta que visa tornar crime o aborto em todos os casos, inclusive em casos de estupro. Esta é a política da extrema-direita de esmagamento por completo das mulheres, de toda a classe trabalhadora. Contra ele é preciso opor uma gigantesca mobilização. É necessário mobilizar todos os setores explorados em defesa dos direitos das mulheres e de toda a população. É necessário colocar abaixo o regime golpista que se impõe sobre o país, e botar para correr todos os fascistas e golpistas.
JUVENTUDE | MORADIA E TERRA | 13
AJR
Juventude do PCO inicia campanha para Congresso da UNE e 44ª Universidade de Férias A
Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), juventude do Partido da Causa Operária (PCO), está iniciando sua campanha preparatória para o 57º Congresso da União Nacional dos Estuantes (CONUNE) e também para a 44ª Universidade de Férias do PCO, na qual todos os anos a AJR realiza um acampamento para a juventude. Os militantes da juventude do PCO estão elaborando panfletos e outros materiais de agitação política no CONUNE. Estão indo para o Congresso, em bloco, para defender a luta contra o governo Bolsonaro e os golpistas, e pela liberdade de Lula. Estão levando para o CONUNE o “Fora Bolsonaro“, além da reivindicações de novas eleições. Para isso, a AJR está arrecadando fundos para levar os militantes para
Brasília e custear a produção de materiais, além de sua alimentação em Brasília.(Inclusive, quem quiser contribuir, pode entrar em contato com o número 11 99926-9142). Para a arrecadação, além da contribuição de simpatizantes, os militantes estão produzindo camisetas e rifas para serem vendidas antes, durante e depois do Congresso. Em seguida, logo após o evento da UNE, os militantes da AJR se dirigirão de Brasília direto para o estado de São Paulo, para organizar o acampamento da 44ª Universidade de Férias do PCO. No evento do partido, que ocorre 2 vezes por ano com temas diferentes, os jovens irão estudar com o conjunto do partido o Programa de Transição da IV Internacional, de Leon Trotsky. Texto de importância fundamental para o marxismo atualmente.
DESENLACE DO GOLPE
Mais de 200 terras indígenas aguardam demarcação: golpistas não irão realizar O desenlace do golpe iniciado na derrubada da presidenta Dilma Rousseff, em 2016, encontra, nas condições atuais, o aparato repressivo mais apto à pôr em prática os venais interesses dos principais setores responsáveis e, sobretudo, os mais atuantes da direita golpista. Os latifundiários deleitam-se com as arbitrariedades no campo, com as inúmeras execuções ligadas à luta no campo; e, certamente, não poderia ser diferente para todos que lutam pelo direito à terra. Quando se trata de reconhecer o direito das populações autóctones, o governo golpista de Jair Bolsonaro reafirma o compromisso manifestado durante a campanha eleitoral – Não haverá a demarcação de um centímetro sequer – dizia o capitão boçal. “A iniciativa de mudar [uma medida provisória] é privativa nossa. A questão de reserva indígena quem decide, na ponta da linha, sou eu. Sou eu quem assina o decreto demarcatório e eu não vou assinar nenhuma nova reserva indígena no Brasil”, afirmou Bolsonaro.
Na última quarta-feira (19), Bolsonaro editou mais uma medida provisória. Desta vez, a competência pela demarcação de terras indígenas deixa de ser da Funai (Fundação Nacional do Índio) e passa a ser tarefa do Ministério da
Contribua com a campanha pagar pagar multas que a justiça golpista impôs ao PCO: AG: 4093-2 CC: 29000-9 Banco do Brasil CNPJ: 01.307.059/0001-90 Partido da Causa Operária
Agricultura, o bastião de um dos setores mais retrógrados e reacionários do país, os latifundiários. Segundo levantamento da Funai, atualmente há 118 territórios no país em distintos estágios do processo demarcatório. Desse
montante, 74 já se encontram em estágio avançado, portanto, autorizados para serem demarcados, aguardando apenas homologação por meio do decreto presidencial. Além desses territórios, outros 116 estão em estudo à espera de análise e aguardam uma posição da Funai; sendo que a maior parte encontra-se na Amazônia Legal. De acordo com dados coletados em 21 de junho deste ano no sítio da Funai, 436 é o número de terras indígenas legalizadas no Brasil. Vale ressaltar, todavia, que a questão do reconhecimento e regularização, por parte do Poder Executivo Federal, das terras indígenas no Brasil, foi estabelecido em 1996, durante o governo do grão-mestre do neoliberalismo brasileiro, Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Bolsonaro, por sua vez, segue como epígono do tucano. Essa ação arbitrária de Bolsonaro reafirma o compromisso do governo golpista com as figuras mais reacionárias da política brasileira. Trata-se de um governo dos latifundiários. Os indígenas não terão nenhuma vitória com esse governo. Nesse sentido, torna-se, cada vez mais candente, a necessidade de uma ampla mobilização popular para derrubar Bolsonaro e seus asseclas golpistas.