SEXTA-FEIRA, 28 DE JUNHO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5687
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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Só as ruas libertam Lula: todos a Curitiba no dia 16 de agosto! O julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula pelo Supremo Tribunal Federal (STF) mostrou mais uma vez que não haverá liberdade de Lula sem a mobilização dos trabalhadores e da população explorada. Mesmo as mensagens divulgadas pelo The Intercept Brasil comprovando as ações criminosas da Lava Jato, escancarando a perseguição política realizada pelo ex-juiz e ministro da justiça Sérgio Moro e os procuradores da operação golpista, não foram suficientes para pressionar os ministros do STF a tomarem decisões minimamente democráticas.
Retaliação da direita: MPF pede aumento da pena de Lula na farsa do sítio de Atibaia
EDITORIAL
PCO lança campanha de filiação
O negócio é manter a audiência do circo. Com o avião presidencial do Bolsonaro traficando 39 quilos de cocaína para a Espanha e o Intercept jogando no ventilador as entranhas mais nojentas da Lava Jato, os procuradores federais amestrados de Moro, da república de Curitiba, esforçam-se em desviar a atenção dos fiéis com aquele assunto que rende e mantém a plateia salivando: Lula.
O julgamento do Habeas Corpus de Lula no STF comprovou que a burguesia continua unificada para manter o ex-presidente preso. esquerda nacional – o mais popular.
POLÍTICA Freixo: primeiro apoia o golpe, depois é contra saída de Bolsonaro e agora o defende
Traficante presidencial é do partido de Bolsonaro
Pela anulação de todos os processos contra Lula!
O governo ilegítimo de Bolsonaro passa por uma enorme crise e quase não consegue se sustentar. A rejeição ao governo Bolsonaro cresce cada vez mais e a população pede “fora Bolsonaro”
POLÍTICA
POLÍTICA
A realidade especial do PSTU Perseguição continua: Lava O PSTU é o partido da esquerda pequenoburguesa que ficou conhecido por apoiar golpes ou tentativa de golpes de Estado imperialista pelo mundo todo.
Jato determina bloqueio dos bens de Lula O novo juiz da “Vara para pegar o PT”, a 13ª da Justiça Federal da república de Curitiba, já chegou chegando. Luiz Antonio Bonat acaba de assumir em definitivo a cadeira daquele que se fazia passar por juiz, mas era chefe de uma conspiração contra o País, Sérgio Moro.
Partido da extrema-direita na Justiça se articula para defender Moro POLÍTICA
Aumentar a mobilização pelo cancelamento dos processos contra Lula!
Nada de mais: grande ídolo de Bolsonaro também era traficante A direita golpista conseguiu colocar uma figura grotesca na presidência da República. Depois de derrubar uma presidenta eleita e prender um candidato favorito nas eleições presidenciais, acabaram levando Jair Bolsonaro ao governo, porque nem assim o tucano Geraldo Alckmin conseguiu ficar com os votos.
2 | OPINIÃO EDITORIAL
PCO lança campanha de filiação A
direção nacional do Partido da Causa Operária (PCO) definiu em reunião, na última semana, uma campanha massiva de filiação. Diante do grande crescimento do partido e de sua campanha política contra o golpe, o PCO está colocando a filiação de novos militantes com a algo fundamental da sua atividade política. O Partido estará organizando diversas plenárias de filiação, para explicar sobre o partido: seu programa, sua luta política, seus objetivos e seus métodos. Para isso, as plenárias serão organizadas em mais de cem cidades, com diversas viagens dos militantes aptos para explicar o partido pelo país afora.
Trata-se de uma atividade fundamental do desenvolvimento da luta partidária, e portanto, da luta contra o golpe, a burguesia e pela revolução proletária. O crescimento do PCO expressa um crescimento da luta da classe operária pela sua independência política da burguesia e das direções pequeno-burgueses. Por isso, se você tem interesse em militar pelo PCO, entre em contato com a secretaria do partido – através do endereço pco.sorg@gmail.com ou pelo número (11) 96388-6198. Procure saber se plenárias estarão sendo organizadas em sua cidade, e participe delas para compreender o funcionamento do PCO.
Veja a edição dessa semana do Jornal Causa Operária Adquira já! Semanário operário e SocialiSta deSde 1979 • revolução, governo operário e comuniSmo • nº 1062 • de 22 a 28 de junho de 2019 • preço: r$ 2,00 www.causaoperaria.org.br
Ano 39 • Distribuição nacional
MoRo E LAvA JATo conspIRARAM conTRA o pAís
LIBERTAR LULA JÁ! É preciso derrubar o governo Bolsonaro e realizar eleições gerais imediatamente! Todos para Curitiba dia 16 de agosto!
Intercept revelou
Moro não queria investigação contra FHC nem “de mentirinha” pág.3 Protetor dos tucanos
Fora Bolsonaro
É preciso um plano geral de mobilização para derrubar o governo pág.4
Moro, o santo padroeiro do PsdB Nestor Cerveró, um dos ex-diretores da Petrobras que foram investigados pela força tarefa da operação Lava Jato, lá da República de Curitiba com suas próprias leis, afirmou tacitamente em sua delação, que tinha conhecimento de desvios de recursos da petroleira desde, pelo menos, 1975. pág.3
Editoriais
Dia 25, todos às ruas pela liberdade de Lula Burguesia quer sustentar o criminoso Sérgio Moro “Reformas” contra Bolsonaro: uma política inócua
aliança com o PsdB
direita do Pt namora com os Mães e pais do fascismo responsáveis pela ditadura Depois da vitória Quem pariu Jair Bolsonaro foi a Folha da greve, como policial em são Paulo pág.4
de S. Paulo e todos os golpistas pág.4 abaixo às provocações imperialistas!
não à agressão norte-americana ao irã! Quinta-feira (13) dois navios petroleiros foram atingidos por explosões no Golfo de Omã, entre Omã e o Irã. Imediatamente o governo criminoso dos EUA, sob o comando de Donald Trump, começou uma campanha para responsabilizar o Irã pelo ataque. pág.8
PolêMiCa
avanço da extrema-direita no campo
Justiça bolsonarista quer despejar acampamento do Mst com mais de 10 anos pág.6
lava-jatistas, golpistas de esquerda, mordem o próprio rabo Nessa edição, os casos da CST/Psol (Babá), Leandro Karnal e Sabrina Fernandes
dar continuidade à mobilização? MoviMEntos
Bolsonaro quer diminuir funcionalismo público pela metade pág.7
POLÍTICA | 3
HABEAS CORPUS
Só as ruas libertam Lula: todos a Curitiba no dia 16 de agosto! O
julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula pelo Supremo Tribunal Federal (STF) mostrou mais uma vez que não haverá liberdade de Lula sem a mobilização dos trabalhadores e da população explorada. Mesmo as mensagens divulgadas pelo The Intercept Brasil comprovando as ações criminosas da Lava Jato, escancarando a perseguição política realizada pelo ex-juiz e ministro da justiça Sérgio Moro e os procuradores da operação golpista, não foram suficientes para pressionar os ministros do STF a tomarem decisões minimamente democráticas. Mostraram sintonia com os generais e as alas mais reacionárias do golpe de Estado que querem ver Lula apodrecendo na cadeia. A situação revela, mais uma vez, o papel dos ministros do STF. O julgamento mostrou que os golpistas e a burguesia controlam o judiciário e a esquerda, os trabalhadores, a juventude e sua organizações de luta não podem ter ilusão nenhuma na justiça, no parlamento ou nas instituições do Estado. A única maneira de libertar Lula,
derrubar Bolsonaro e garantir novas eleições é criar um grande movimento e tomar as ruas. Não há dúvidas dos objetivos de destruição da economia nacional realizada pela operação e seu caráter golpista, orquestrada nos Estados Unidos. É preciso pedir a anulação de todos os processos fraudulentos e todas as prisões realizadas pela Lava Jato, não somente a prisão de Lula mas todos os presos dessa operação golpista. Para isso, não podemos deixar a situação esfriar e dar continuidade às três grandes mobilizações que ocorreram em maio e junho. É preciso organizar caravanas de todas as regiões do país para a carceragem onde Lula é preso político, em Curitiba, no dia 16 de agosto. Os trabalhadores e militantes devem pressionar suas organizações sindicais, partidárias e de movimentos sociais para disponibilizar recursos e organizar um grande ato pela Liberdade de Lula e anulação de todos os processos fraudulentos da Lava Jato. É preciso organizar uma ampla agi-
tação a favor dessa mobilização nos locais de trabalho, estudo e moradia. Reunir as centenas de comitês criados em todo o País em torno da luta contra o golpe, pela liberdade de Lula e organizar uma intensa campanha política, de coleta de assinatura e de fundos para financiar as caravanas de todo o País. Para isso devem ser realizadas todo tipo de atividade, festas, quermesses, atividades culturais etc.
para mobilizar os trabalhadores e a juventude. É hora de arregaçar as mangas e realizar uma grande mobilização, único caminho para tirar Lula das mãos dos criminosos que comandam o judiciário e o sistema prisional brasileiro. Liberdade para Lula já! E para todos os presos políticos do regime golpista. Anulação dos processos da criminosa operação Lava Jato.
PELA LIBERDADE DE LULA
Pela anulação de todos os processos contra Lula! A
s arbitrariedades contra o ex-presidente são denunciadas pela esquerda desde o vazamento de sua conversa com a ex-presidenta Dilma. Lula foi levado à depor à força, através de um mandato de busca e apreensão, mesmo tendo se prontificado a colaborar com os investigadores a todo momento. Seu julgamento não passou de um encenação roteirizada pela grande imprensa e pelo judiciário mandatado pelo imperialismo. Ficou evidente que o todas as instâncias do judiciário estão comprometidas com a prisão de Lula. Impedido de participar das eleições, preso sob acusações infundadas. A lista é longa se formos listar todas as atrocidades cometidas contra Lula. Os vazamentos do Intercept comprovaram o que vem sido gritado nas ruas a muito tempo: Lula é inocente, estamos em meio a um golpe.
Moro e Dallagnol são casos comuns da justiça brasileira, serviçais do grande capital, entreguistas e verdadeiros mafiosos. Foi essas justiça que soterrou Lula de processos não o deixará
sair a menos que o custo de mantê-lo preso fique muito alto, ou seja, que o nível de mobilização popular tenha capacidade de abalar completamente as velhas estruturas das instituições
brasileiras. Várias ocasiões surgiram, escândalos atrás de escândalos expuseram as injustiças vividas pelo ex-presidente, mesmo assim o STF não soltou Lula. O que a experiência empírica demonstrou para as massas é que seus anseios não serão respondidos pela burguesia. Não há nada que possa ser negociado com aqueles que deram o golpe, não existe meio termo. O capitalismo entrou num momento de crise, onde figuras como Lula, representantes dos interesses nacionais de um país atrasado, não podem mais ser tolerados. A fraude está mais que escancarada. Lula deve ser inocentado de todos os processos. Nunca ficou tão evidente a manipulação e os interesses políticos de um julgamento. Porém, a verdadeiras justiça: a realização dos interesses populares, só será alcançada quando o povo lotar as ruas e pedir incansavelmente Liberdade para Lula
4 | POLÊMICA
FREIXO
Primeiro apoia o golpe, depois é contra saída de Bolsonaro e agora o defende O governo ilegítimo de Bolsonaro passa por uma enorme crise e quase não consegue se sustentar. A rejeição ao governo Bolsonaro cresce cada vez mais e a população pede “fora Bolsonaro” e outras frases mais pesadas como “ei Bolsonaro vai t…” A rejeição é tão grande que o governo é motivo de chacota, e após um avião da Força Aérea Brasileira da comitiva do presidente estar com 39kg de cocaína, cujo piloto é apoiador de Bolsonaro e filiado a seu partido, o PSL, as piadas e acusações cresceram de maneira exponencial. Tudo fruto do descontentamento dos trabalhadores. Nessa situação de mais desmoralização da extrema direita, o que chama a atenção é as declarações do deputado psolista, Marcelo Freixo. O deputado saiu correndo para defender Bolsonaro da situação. Em seu twitter, Freixo afirmou que “Nós não podemos ser levianos. O episódio é muito grave e precisa ser esclarecido, mas pode ser um caso isolado e não é possível responsabilizar o presidente”.
A defesa de Bolsonaro por Freixo no caso do tráfico de drogas no avião não é nenhuma novidade. O histórico de Freixo de defesa dos golpistas desde o golpe é extenso. Freixo era um defensor da “luta contra a corrupção” realizada pelo judiciário golpista. Fazia parte de um seleto grupo no Rio de Janeiro, junto com Caetano Veloso, que apoiava as ações
do Juiz golpista Marcelo Bretas, conhecido como Sérgio Moro carioca e que liderava a Lava-Jato do RJ. Em vez de denunciar a operação criminosa do Juiz Bretas, Freixo defendia e dizia que a operação mostrava o que o Psol vinha denunciando. Sempre tratou o ex-juiz e atual Ministro Sérgio Moro como uma pessoa séria e tinha suspiros pela operação
criminosa da Lava-jato. Entregou o relatório das milícias cariocas nas mãos de Sérgio Moro e nunca apontou o caráter criminoso do pacote anticrime do ministro golpista – e ainda disse: “estamos abertos para dialogar e fazer um debate sério sobre Segurança Pública”. Ainda na sua campanha eleitoral à prefeitura do Rio de Janeiro, Freixo rejeitou campanha com Lula para derrotar a direita e com isso obteve apoio da maior articuladora do golpe, a Rede Globo, em sua campanha eleitoral. Ainda declarou na luta contra o golpe que a luta pela liberdade de Lula “não unifica”. Marcelo Freixo está poupando Bolsonaro e sustentando o seu governo de extrema direita em vez de afundar ainda mais e derrubar o governo pela vontade dos trabalhadores. Sempre trata personagens da direita golpista e fascista como parceiros e não denuncia os golpistas que somente chegaram ao poder através das eleições fraudulentas. Na verdade, assim como o Psol, Freixo quer fazer uma oposição parlamentar e de fachada para ver se consegue algumas migalhas nas próximas eleições.
Para o PSTU, não houve golpe porque Dilma e Lula fizeram uma política de conciliação de classes, durante os governos do PT continuaram os assassinatos na periferia, Dilma fez o ajuste fiscal e portanto, vejam que genial, “não foi por menos que os banqueiros e o sistema financeiro resistiram até o último momento ao impeachment. (…) A fração majoritária da elite não tramou sua queda, mas a segurou até onde pôde.” Segundo o PTU, então, os banqueiros não queriam derrubar o governo do PT. Só não está explicado na matéria por que então a FIESP a rede Globo e toda a imprensa capitalista queriam. Será que os banqueiros romperam com a rede Globo e não sequer ficamos sabendo? Ou será que de acordo com a “realidade” do PSTU a FIESP e a imprensa capitalista também não eram a favor de derrubar Dilma? Faltou explicar essa “fábula” para o leitor. Dessa “realidade especial” de que não houve golpe porque a “elite” estava com Dilma, o PSTU parte para outra dimensão: a de que o impeachment era apoiado pelo povo e que portanto não houve e não há polarização política. Diz o artigo: “não existiram manifesta-
ções de massas contra o impeachment de Dilma, simplesmente porque 70% da população apoiavam a sua saída. (…) a maioria da população, inclusive os mais pobres, estivessem a favor da saída da presidente.” Exatamente como dizia os órgãos da imprensa capitalista na época, Dilma seria tão impopular que foi o povo que a derrubou e que não teriam existido manifestações de massa para defender o governo do PT. Mas aí falta mais uma explicação para a “fábula” do PSTU. O povo seria então aqueles verde-amarelos que saiam nas ruas pedindo o impeachment, a morte da esquerda etc? Esses que, agora se apresentam como a base de Bolsonaro, seriam o povo? Os 70% que queria derrubar Dilma? As manifestações da esquerda contra a queda de Dilma seriam o que exatamente? A burguesia? O PSTU não explica porque precisa sustentar a sua realidade especial. Criada para justificar uma política que se coloca a reboque da direita e do imperialismo e que agora, com o desenvolvimento da situação política, tende a ficar a reboque da extrema direita, que segundo eles, é o “povo”.
ESQUERDA PEQUENO-BURGUESA
A realidade especial do PSTU O
PSTU é o partido da esquerda pequeno-burguesa que ficou conhecido por apoiar golpes ou tentativa de golpes de Estado imperialista pelo mundo todo. No Egito, na Ucrânia, na Síria, na Venezuela, no Brasil e outros. Com isso, o partido não tem desperdiçado as chances de se colocar em aliança com a direita nesses países e com o imperialismo de um modo geral. De um modo geral, o que justifica essa política do PSTU é a ideia de que os setores da direita pró-imperialista são iguais aos governos golpeados, de um modo geral partidos nacionalistas de esquerda burguesa. Essa política semi-anarquista do PSTU, que desconsidera a luta de classes entre diferentes setores sociais, inclusive dentro da própria burguesia, serve apenas como uma justificativa moral para no final das contas apoiar a direita pró-imperialista. Aqui no Brasil, por exemplo, fica muito claro que a política do PSTU durante o impeachment de Dilma Rousseff de “fora todos” e “PT é igual a Temer e PSDB” só poderia servir para justificar o governo Bolsonaro. Se Dilma e Lula são iguais a Temer, e Bolsonaro é uma continuidade de Temer, logo, Bolsonaro e seu governo seriam exatamente como os governos do PT e portanto nos restaria esperar para, quem sabe, o PSTU ganhasse as próximas eleições. Logicamente que essa realidade especial do PSTU não suporta a lógica. Eles mesmos, diante da iminente vitória de Bolsonaro nas eleições fraudadas, correram para apoiar Fernando Haddad do PT no segundo turno. O desenvolvimento da situação po-
lítica no Brasil desmente a política do PSTU. O governo golpista, desde Temer até agora com Bolsonaro, vem colocando em prática uma política de devastação nacional e dos direitos do povo. Seria até difícil enumerar todos os ataques que os golpistas já realizaram e os que eles estão prestes a realizar caso não sejam freados por uma mobilização popular. Segundo o PSTU, o PT é igual a Temer, inclusive por ter colocado em prática políticas de ataques ao povo, mas fica difícil esconder que nesses cerca de três anos de golpe, as medidas anti-povo são infinitamente mais profundas e numerosos do que durante os 14 anos de governos do PT. A realidade se impõe. O próprio PSTU tem dificuldade hoje de apresentar tal política, que parece absurda até para os mais inexperientes. Mas graças ao documentário “Democracia em Vertigem”, dirigido por Petra Costa, tivemos a oportunidade de rever as posições direitistas do PSTU sobre o golpe. Para criticar o filme, o PSTU publicou artigo intitulado “A realidade em vertigem” que retoma toda a política golpista do PSTU desde os anos do impeachment. Pelo título da matéria, a tese do filme, de que a democracia brasileira teria sido atacada pelo golpe, é absurda e quem pensa assim, estaria fora da realidade. Segundo a matéria, não houve golpe no País. A ideia de golpe é uma “fábula do PT” e a cineasta, assim como faz o PT, teria inclusive “ajustado” os fatos para justificar sua tese. Nenhuma coincidência com o que diz a direita sobre a “tese do golpe” do PT.
POLÍTICA | 5
RETALIAÇÃO DA DIREITA
MPF pede aumento da pena de Lula na farsa do sítio de Atibaia O negócio é manter a audiência do circo. Com o avião presidencial do Bolsonaro traficando 39 quilos de cocaína para a Espanha e o Intercept jogando no ventilador as entranhas mais nojentas da Lava Jato, os procuradores federais amestrados de Moro, da república de Curitiba, esforçam-se em desviar a atenção dos fiéis com aquele assunto que rende e mantém a plateia salivando: Lula. A última pirotecnia foi pedir ao TRF4, aquele tribunal do Sul cujos três desembargadores, todos comparsas da conspiração do Moro, têm leitura supersônica, capazes de ler 250 páginas da sentença do Moro em questão de minutos e elogiar como “irretocável”,
que aumente a pena preconizada pela juíza copia-e-cola Gabriella Hardt, na sentença do caso do sítio de Atibaia. Os procuradores acham que 12 anos e 11 meses é pouco, já que Lula vai viver até os 150 e pode ainda voltar ao poder, que é o que a extrema-direita, que impregna todo o Judiciário, se borra de medo. Ainda não há data marcada para o julgamento dos recursos de segunda instância acerca do sítio. A perseguição a Lula não tem fim. As instituições estão todas no golpe contra o País, “com o Supremo, com tudo, com apoio dos militares”, disse um já célebre profeta do caos. O único jeito é combater as instituições nas ruas.
PERSEGUIÇÃO CONTINUA
Lava Jato determina bloqueio dos bens de Lula O novo juiz da “Vara para pegar o PT”, a 13ª da Justiça Federal da república de Curitiba, já chegou chegando. Luiz Antonio Bonat acaba de assumir em definitivo a cadeira daquele que se fazia passar por juiz, mas era chefe de uma conspiração contra o País, Sérgio Moro. Bonat não é um substituto temporário, como a infame juíza Gabriela Hardt, aquela do CTRL+C, CTRL+V, que não mudou nem a localização do Guarujá para a sentença referente ao sítio de Atibaia. Bonat assumiu a Vara e já disparou um disparate, para mostrar que é tão infame quanto e entrou para a quadrilha por merecimento. Com uma única caneta como arma, ele determinou que R$ 77,9 milhões do ex-presidente Lula estão bloqueados por essa tal de “justiça”. Nem 77 nem 78, mas 77 vírgula 9. Sendo que qualquer das três opções seria impossível de ser realizado. Somente algum demente bolsonarista antipetista delirante (quanto pleonasmo aqui) pode acreditar que o ex-presidente tem essa fortuna em algum lugar que ainda não tenha sido vasculhado em mais de cinco anos: não tem contas na Suíça, como o Serra, nem contas em Liechtenstein como
o Aécio, nem malas de dinheiro como o Geddel, nada debaixo do colchão, nenhum dólar, nada de cocaína como o helicóptero do Perrella ou o avião presidencial de Bolsonaro, nada. Bonat surgiu para toda a glória, amém, atendendo a um pedido dos procuradores federais amestrados do Moro, em um processo em que Lula é acusado de supostamente tem recebido R$ 12,4 milhões em propinas da Odebrecht por meio de dois imóveis: a cobertura vizinha à de Lula em São Bernardo do Campo e um terreno onde seria construído uma nova sede para o Instituto Lula. Tanto sobre um imóvel quanto em relação ao outro, quem acompanha o calvário do Lula se lembra de ele apresentar a improcedência da acusação. Ele mostrou recibos de locação da referida cobertura vizinha, o que ampliava o seu apartamento e resguardava a sua privacidade, evitando ter um vizinho que se incomodasse com o trança-trança político no andar ou fazendo “selfie” de tudo. O tal terreno para a nova sede do Instituto nunca existiu. Da mesma forma que o tríplex do Guarujá ou o sítio de Atibaia, é mais uma invenção, sem escritura ou qualquer documentação que implique Lula, o
Instituto ou Paulo Okamoto, presidente da LILS. Embora não sendo do Lula, tanto o apartamento quanto o terreno estão lá, mas nunca atingiriam os alegados R$ 12, 4 milhões e muito menos o delírio de R$ 77,9 milhões. Os procuradores e o juiz pensam que Lula é membro do Judiciário, que compra até dois apartamentos do programa MinhaCasaMinhaVida para investimento, como o Dallagnol? Mais um absurdo. Leia abaixo a nota da assessoria do ex-presidente a respeito: O ex-presidente Lula não tem e nunca teve patrimônio sequer aproximado da quantia de R$ 78 milhões que o juiz da 13a. Vara Federal de Curitiba determinou bloquear. A Lava Jato sabe muito bem que se trata de grosseira falsidade, pois seus procuradores e a Receita Federal fizeram uma devassa arbitrária e ilegal nas contas de Lula, de sua família, da empresa LILS Palestras e até do Instituto Lula, sem encontrar 1 centavo obtido ilicitamente. Lula sequer foi acusado de receber tais valores. A decisão do juiz é ilegal e abusiva. Seu único resultado é produzir manchetes enganosas, associando o nome de Lula
a uma quantia astronômica, como fez a Lava Jato em outros episódios. O ex-presidente já teve seus bens bloqueados em valores muito acima do definidos pelo STJ. O bloqueio sem fundamentação jurídica é mais uma medida de perseguição política para inviabilizar o sustento de Lula, sua família e sua defesa. A defesa irá recorrer de mais essa violência. Assessoria do ex-presidente Lula
6 | POLÍTICA
"HOMEM DE BEM"
Traficante presidencial é do partido de Bolsonaro O presidente fake, postiço e fraudulento Jair Bolsonaro raramente perde a oportunidade para se colocar como “homem de bem”. O ocupante clandestino da cadeira presidencial diz ser também o “escolhido de Deus” para o cargo de presidente “para cumprir uma missão”; Bolsonaro se apresenta também como portador de uma sublime e elevada moral, frequentando cultos evangélicos, estando neste momento casado com uma evangélica de “sólida formação cristã”, portadora de “íntegros valores e princípios morais”. Toda esta “superior moralidade”, sustentada em discursos, frases de efeito, declarações e “tuitadas”, no entanto, vem se desmanchando no ar, como bolhas de sabão ao vento, diante dos fatos e acontecimentos que vem se sucedendo desde a sua posse, em janeiro. O presidente de extrema-direita, fascista, que presta homenagem a torturadores, defensor da ditadura militar assassina de 1964, amigo dos generais golpistas; que aparece em fotografias ao lado de policiais milicianos que integram grupos de extermínio; defensor da pena de morte (inclusive para traficantes!!!), parece estar neste momento diversificando e ampliando seus contatos e suas relações com a rede de malfeitores, de quem sempre se disse opositor e “inimigo”. De malas prontas para uma viagem ao Japão, onde participará da reunião do chamado G20, Bolsonaro constituiu sua comitiva oficial com seus colaboradores mais próximos, aqueles a quem o presidente acredita serem seus “homens de confiança”; aquelas pessoas que no dia-a-dia lhe prestam – ou deveriam prestar – todos os bons serviços, incluindo a garantia da sua própria segurança. Tudo pronto, com tudo em ordem, todos os itens de segurança checados, aeronave presidencial levanta voo, partiu Japão, com primeira escala em território espanhol, na cidade de Sevilha. Opa! Será mesmo que todos os itens de segurança
foram checados? Todas as bagagens da comitiva foram averiguadas, foram revistadas? Ou não haveria a necessidade de tanto rigor assim na revista de bagagens, considerando tratar-se de uma insuspeita comitiva presidencial que voaria na aeronave oficial da Presidência da República? Mas, deixando de lado o que deveria ser e o que realmente foi, o fato objetivo é que na comitiva presidencial estava presente um traficante, ocupante do cargo de Segundo-sargento da Aeronáutica, identificado como Manoel Silva Rodrigues, bolsonarista de primeira hora, acompanhante do presidente Jair Bolsonaro em outras viagens; ou seja, gente da intimidade e do convívio presidencial. O militar eleitor bolsonarista, ao passar pela revista no aeroporto de Sevilha, Espanha, foi interceptado e em sua bagem foram encontrados 37 pacotes de cocaína, onde se constatou haver 39 quilos da droga, cujo destino, de acordo com informações da imprensa, seria a própria Espanha. Rapidamente, os esforços para abafar/minimizar mais um escândalo (agora internacional) envolvendo gente muito próxima ao presidente foram colocados em prática. Na verdade, o escândalo é do próprio governo Bolsonaro, protagonizado por um militar bolsonarista, que viaja de forma frequente com Bolsonaro nos deslocamentos internos e ao exterior do pre-
sidente. O truculento, reacionário e direitista General Augusto Heleno, Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), para não perder o costume, entrou de cabeça no assunto, com declarações típicas de um “soldado raso”, bem ao seu estilo. “Podia não ter acontecido, né? Foi uma falta de sorte acontecer exatamente na hora de um evento mundial e acaba tendo uma repercussão mundial que poderia não ter tido. Foi um fato muito desagradável para todo mundo” (FSP, 27/06). Pode parecer meio difícil de acreditar, mas foram exatamente essas as palavras do General Heleno: “falta de sorte”. Aconteceu um caso de tráfico internacional de drogas com cocaína sendo transportada na aeronave da comitiva presidencial e o responsável pelo Gabinete de Segurança Institucional do governo declara que, em outras palavras, nada demais aconteceu, foi apenas uma “falta de sorte”, um “fato desagradável”. É possível imaginar o que poderia ter acontecido se esta “falta de sorte”, este “fato desagradável” tivesse ocorrido em uma viagem internacional do ex-presidente Lula, onde fossem encontrados – não 39 quilos de cocaína – mas somente uma ou duas trouxinhas de maconha na bagagem de algum integrante da comitiva? É possível imaginar quantas “edições extras” do Jornal Nacional haveriam acontecido dando contra do monumental “escândalo”?
TODOS OS DIAS ÀS 9H30, NA CAUSA OPERÁRIA TV
Já o ministro da Defesa, General Azevedo e Silva declarou que o militar infrator será julgado sem “nenhuma condescendência” e que o acontecido foi um “fato isolado”. Queremos refrescar a memória do senhor General dizendo que o fato não é tão isolado assim, pois há outros precedentes de envolvimento de militares com o tráfico de drogas, como a apreensão de 3 toneladas de maconha encontradas na carroceria de um caminhão do Exército, em uma rodovia paulista, na região de Campinas, em agosto de 2016, já sob o “governo” do golpista Michel Temer, endossado e sustentando na cadeira presidencial pelas Forças Armadas, não obstante as inúmeras acusações de corrupção protagonizadas pelo vice usurpador. Uma indagação precisa ser feita agora diretamente ao “enérgico e moralizador” presidente, quando um brasileiro, Marcelo Archer, foi preso e condenado à morte na Indonésia. Bolsonaro, em 2006, ainda como deputado federal, parabenizou a execução do brasileiro pego com 13 quilos de cocaína, enviando congratulações ao presidente indonésio pela execução. O procedimento será o mesmo para com o seu amigo militar da Aeronáutica, bolsonarista e que transportava o triplo da quantidade? E agora presidente? A sua postura intransigente de defesa da “moralidade”, do “cidadão de bem”, sua luta contra os malfeitores, contra o crime, contra o tráfico irá fazer com que você proceda de que forma? O fato é que a folha de parreira da moralidade golpista mal dá para encobrir até os mais comezinhos desatinos de um governo que não passa de um cadáver insepulto, amplamente repudiado por setores cada vez maiores da sociedade, com a popularidade em queda, sustentado unicamente na tutela militar e nos golpes cotidianos do judiciário, que vem violando sistematicamente a carta magna do país, não só atropelando dispositivos constitucionais como a prisão em segunda instância, como mantendo preso, sem provas, a maior liderança operária e popular do país, o ex-presidente Lula.
POLÍTICA | 7
NADA DE MAIS
Grande ídolo de Bolsonaro também era traficante A
direita golpista conseguiu colocar uma figura grotesca na presidência da República. Depois de derrubar uma presidenta eleita e prender um candidato favorito nas eleições presidenciais, acabaram levando Jair Bolsonaro ao governo, porque nem assim o tucano Geraldo Alckmin conseguiu ficar com os votos. Agora esse governo esdrúxulo está produzindo episódios vergonhosos verdadeiramente capazes de expressar seu caráter bizarro e direitista. Na última quarta-feira (26), um militar da comitiva de Bolsonaro, às vésperas do encontro do G20 no Japão, foi apanhado em uma escala no aeroporto de Sevilha, na Espanha, com 39Kg de cocaína. O cocaleiro de Sevilha, sargento Manoel Silva Rodrigues, viajou no mesmo avião que Bolsonaro pelo menos uma vez, em 27 de fevereiro. O incidente na cidade espanhola fez o presidente golpista mudar sua escala no caminho para o Japão, parando não em Sevilha, mas em Lisboa. O escândalo em que Bolsonaro se
vê metido agora, envolvendo o tráfico internacional de drogas em aviões da FAB (Força Aérea Brasileira), não deixa de apresentar uma determinada coerência com a trajetória do “mito”. Essa figura aberrante colocada no governo tem seus ídolos. Assassinos em massa, torturadores e ditadores são obje-
CONVOCAÇÃO
to de admiração de nosso presidente golpista. É o caso, por exemplo, de Brilhante Ustra, coronel que torturava os dissidentes políticos durante a ditadura militar brasileira, ou de Augusto Pinochet, que comandava a ditadura militar no Chile, responsável por pelo 30 mil mortes.
E é este último que dá coerência à história de Bolsonaro acrescida desse último acontecimento espetacular: 39Kg de cocaína flagrados em um avião de sua comitiva. Assim como o traficante de Sevilha, Pinochet também era um militar envolvido em esquemas para exportar drogas para a Europa. Em 2000, o jornalista Hugh O’Shaughnessy revelou em uma reportagem para o Guardian que Pinochet usou o próprio Estado para organizar o tráfico para a Europa e os EUA. Pinochet organizou até a própria produção, e utilizou aviões militares e os serviços de informações para colocar o produto em embaixadas no país no exterior. Seja qual for a participação de Bolsonaro no caso do traficante de Sevilha, que talvez jamais se esclareça, pelo menos um de seus inspiradores deixou como legado, além da tortura e do assassinato em massa, da mentira sistemática e da censura generalizada, uma lição de como organizar o tráfico de drogas em escala industrial usando o aparato militar. Ironicamente, no Brasil, coxinhas faziam a propaganda de que os militares, se dessem um golpe, colocariam ordem no país e acabariam com a corrupção.
IMPRENSA GOLPISTA
Aumentar a mobilização pelo cancelamento Folha de S. Paulo é vaiada em evento dos processos contra Lula! organizado por ela mesma
O
julgamento da última terça-feira (25) do habeas corpus de Lula mostrou, pela enésima vez, que o STF e nenhuma instituição farão algo para libertar o ex-presidente. Esse julgamento, que terminou 3 a 2 contra o HC, escancarou da maneira mais clara possível como o Judiciário suprimiu qualquer premissa legal e constitucional. Se houvesse a mínima normalidade democrática no Brasil, seria concedido o habeas corpus pedido pela defesa do líder petista. Caso o Brasil fosse hoje um país que respeitasse minimamente os direitos democráticos fundamentais do ser humano, Lula estaria solto, visto que não há nenhuma prova de algum crime que tenha cometido. Todos os processos contra ele, ainda mais após as revelações da fraude que é a Operação Lava Jato, já estariam sendo anulados. Porque Lula é um preso político, não há mais como esconder. Mas o Brasil não é um país democrático e desde o golpe que derrubou Dilma Rousseff e prendeu Lula os golpistas simplesmente instauraram uma ditadura. Uma verdadeira ditadura, que se aprofundou com a eleição fraudulenta de Jair Bolsonaro. Como, mais uma vez, o Judiciário provou que não tem a mínima intenção de libertar Lula, a única possibilidade de tirar o ex-presidente das masmorras de Curitiba é mobilizar o povo nas ruas. Os trabalhadores, esses sim, estão dispostos a libertar Lula. E já demonstraram isso inúmeras vezes, inclusive em atos espontâneos sem o chamado das direções petistas, costumeiramente paralisadas quando se trata de mo-
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a última segunda-feira, dia 24, foi a estreia oficial do filme documentário “Democracia em vertigem” da cineasta Petra Costa na Casa do Baixo Augusta, em São Paulo. No evento, organizado entre outras pelo jornal golpista Folha de S. Paulo, ocorreu um debate sobre o gfilme e claro sobre a situação política do País, tema do documentário em questão. O jornalista da Folha convidado para participar, Fábio Zanini, cumpriu bem seu papel de representante da
bilizar suas bases em ações concretas, nas ruas. Nesse sentido, aproveitando a indignação popular com a prisão ilegal de Lula, elevada pelas revelações do Intercept, a esquerda e os movimentos populares devem ampliar as mobilizações pelo cancelamento de todos os processos contra o ex-presidente. Porque todos eles são fraudulentos, uma vez que a Lava Jato é uma operação de perseguição política, como comprovou-se. O PCO convoca a todos para um grande ato nacional em Curitiba no dia 16 de agosto, para que os movimentos sociais organizem caravanas vindas de todo o Brasil que levem milhares de pessoas à capital paranaense para exigirem a liberdade de Lula e a anulação dos processos.
imprensa golpista, que foi agente fundamental do golpe de Estado. O jornalista atacou o PT e disse, entre outras coisas, que a culpa era da esquerda que não fazia “autocrítica”. O jornalista foi vaiado e, não fosse pela intervenção de Marcelo Rubens Paiva que mediava o debate e cumpriu o papel da turma do “deixa disso”, poderia ter sido escorraçado do evento. eja os vídeos no Diário Causa Operária
8 | POLÍTICA
GOLPE
Partido da extrema-direita na Justiça se articula para defender Moro
A
s revelações do site The Intercept Brasil demonstraram a parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro em sua perseguição contra o ex-presidente Lula. O país inteiro conheceu nas mensagens privadas entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol a forma como o juiz, que deveria julgar o caso imparcialmente, articulava-se com uma das partes, a acusação, contra o réu. Diante desses acontecimentos, um grupo de 30 juízes federais pediu a expulsão de Sérgio Moro da AJUFE (Associação dos Juízes Federais do Brasil). No entanto, esse pedido foi negado. E não parou por aí a reação a favor de Moro. Um grupo de 270 juízes publicou um abaixo-assinado para defender o ministro da Justiça. É uma grande quantidade de juízes que se reuniram para afirmar o seguinte, no texto do abaixo-assinado, sobre as mensagens trocadas por Moro: “entendemos que seu conteúdo até agora divulgado, ainda que seja autêntico e não tenha sido editado, não ofende o princípio da imparcialidade que rege a conduta de um magistrado”.
Ou seja, pelo menos 270 juízes federais acharam conveniente explicitar publicamente que, para eles, não há nada demais em um juiz orientar a procuradoria em relação a como seguir determinada pista, ou como compor a equipe da acusação. Também não acharam nada de estranho no fato de Moro referir-se à defesa no dia da primeira audiência como “showzinho”. Lula já estava condenado desde antes daquele dia, e os argumentos da defesa não passavam de um “showzinho” para seu inquisidor. Para esses 270 juízes, esse comportamento inquisitorial deve ser caracterizado como “diálogo interinstitucional republicano rotineiro em todos os fóruns do país“. Também consideram normal que Moro exigisse de Dallagnol alguma ação para apresentar à imprensa e manter a Lava Jato em pauta. Ou ainda que os dois discutissem entre si o racha provocado no STF pela Lava Jato, conversa que Moro coroou com a frase “in Fux we trust”. Tudo isso seria normal, segundo a nota assinada por esses 270 juízes.
Esse fato revela duas coisas importantes politicamente. Primeiro, existe um partido de extrema-direita dentro do Estado atuando no Judiciário, esmagando os direitos de toda a população e perseguindo seus adversários políticos. Esse partido saiu agora em defesa de Sérgio Moro. Segundo, a prática de juízes e promotores se juntarem para esmagar réus em processos, su-
primindo qualquer direito de defesa digno desse nome, é tão generalizada que 270 juízes federais nem ficaram vermelhos de vergonha assinando um abaixo-assinado hediondo como esse. Esse é mais um exemplo de que a luta pela liberdade de Lula é uma luta pelos direitos da população como um todo, contra as arbitrariedades do Judiciário cometidas contra a população em geral.
UM SERVIÇO NEFASTO
Apresentar Reinaldo Azevedo como democrata F
az algum tempo que o jornalista Reinaldo Azevedo tem se apresentado como uma espécie de voz liberal em meio ao avanço da direita conservadora e da extrema-direita de viés fascista. Têm criticado a operação Lava Jato e seus integrantes e, mais recentemente, tornou-se um dos parceiros do The Intercept na análise e publicação do material denominado VazaJato, ironizando os vazamentos da Lava Jato. A esquerda pequeno-burguesa, como tem se tornado habitual, têm tratado o jornalista como uma referência, um democrata, um verdadeiro liberal, que, em meio ao caos da injustiça e da mentira, defende a justiça e a verdade, mesmo quando isso se choca com suas convicções. É incrível petistas, para ficar com uma parte significativa e importante da esquerda, incensem agora o criador da expressão ‘petralhas‘, que considerem correto um sujeito que foi linha de frente do golpe, na Veja e alhures. Reinaldo Azevedo foi voz do PSDB na imprensa, com seu estilo próprio, e seus ataques impiedosos e sistemáticos à esquerda são responsáveis, em grande medida, pelo fortalecimento da extrema-direita no país. O ex-articulista da Veja foi impla-
cável na perseguição ao Partido dos Trabalhadores, a seus parlamentares, a Lula e a Dilma. Chamar militantes de esquerda de burros, apedeutas, ignorantes, foi o mínimo que fez. Ele sustentou a ideia de que o PT se corrompeu e usou incansavelmente o termo Petrolão para chicotear o PT, dando munição ao MP e ao ex-juiz Sérgio Moro contra o partido, contra Dilma e contra Lula, que agora ele diz ter sido vítima de um processo ilegal e ilegitimo, conduzido pela Lava Jato. Sempre que pode comparou Lula a Fernando Henrique Cardoso, depreciando o primeiro e exaltando o tucano. Para ele, o ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva é tosco, rustico, cínico e utiliza uma ‘violência retórica’
que o torna inadequado com chefe de governo, por reduziu a política a um confronto de gangues. FHC, ao contrário, deve ser um verdadeiro estadista, além de ser um lorde, ou um príncipe. Na pena de Azevedo, Lula seria apenas símbolo de uma ‘farsa moral e ética’. Detona toda a esquerda latino-americana como se fossem cães sarnentos, brutos, incompetentes que só conseguiram governar diversos países no continente por causa da incompetência, momentânea e contornável, da direita. Mostra seu pavor a Chavez, Correa, Evo Morales, aos Kirchners, a Maduro, e considera Cuba um engodo, uma mentira. Ou seja, Reinaldo Azevedo seria a voz dos bolsonaristas hoje. Aliás, muitos apoiadores de Bolsonaro
são ou foram fãs do inimigo número 1 do PT na imprensa (pelo menos o mais ativo por anos a fio). Não há motivo para exaltar Reinaldo Azevedo, que continua sendo aquele que melhor representa a aliança da imprensa com o PSDB. O fato de ele bater hoje em Jair Bolsonaro et caterva, de se colocar como crítico da extrema-direita, é que esta tomou o lugar que, para ele, deveria ser da direita, mais especificamente do tucanato, do PSDB. Está claro para ele que sem derrotar a extrema-direita, o PSDB não tem a menor chance de se apresentar como alternativa para o país, não tão cedo. Sem ilusões. Os adversários de ontem continuam sendo os mesmos, Reinado Azevedo não mudou, ele ainda é a voz da direita (para ele, a direita esclarecida) e continuará implacável com a esquerda (para ele, ignorante e perigosa para o país). Então, vamos colocar as coisas no devido lugar. Inúmeras vezes, Azevedo indicou a necessidade de conter a esquerda, o PT em particular. Fez acusações sem fundamento, formulou as bases do antipetismo, transformou petistas em petralhas (os mesmos que Bolsonaro disse que seriam metralhados), ele não é democrata. Democracia, para o ex-articulista da Veja, só faz sentido com o PSDB no governo, nada mais serve.
CIDADES | 9
BRUMADINHO
Vale assassina realizou explosões próximo à barragem no dia do seu rompimento C
inco meses após o rompimento da Barragem da Mina do Córrego do Feijão em Brumadinho, começam a aparecer indícios de que a responsabilidade da Vale vai muito além das faltas de manutenção da Barragem e de instrumentos que garantissem a segurança dos funcionários e da comunidade como um todo. Em si, essa responsabilidade já seria suficiente para estabelecer a culpabilidade criminosa da companhia na tragédia, mas, agora, trata-se de novos fatos que apontam no sentido de uma ação deliberda da companhia que teria levado ao rompimento da barragem. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislatativa de Minas Gerais, instalada para investigar a tragédia, dois funcionários da empresa declararam que no dia do rompimento a Vale havia executado a detonação de explosivos a cerca de 1 km da barragem. Só depois que os depoimentos vieram à tona é que a Vale admitiu a detonação de explosivos, mas para encobrir o seu crime, alega que o fato ocorreu
depois do rompimento da barragem e como medida de segurança. É muita hipocrisia. Segurança de quê? Para minorar ou deter o tsunami de 12,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos que arrasavam com a região? Existe, ainda, fotos que comprovam (confirmadas pelos depoimentos), da existência de placas no Córrego do Feijão colocados pela Vale informando que estavam previstas detonações entre 11h e 12 h, sendo que o rompimento ocorreu às 12:28 do mesmo dia 25 de janeiro. Durante a mesma sessão que colheu os depoimentos dos dois funcionários, o deputado André Quintão (PT) denunciou que a Vale tinha laudos técnicos elaborados pela Tuv Sud, empresa contratada pela própria Vale, que recomendavam que não fosse feito detonação próximo à estrutura. A Vale agiu de caso pensado. Assumiu o risco. Cometeu um crime de proporções hediondas. Desde pelo menos 2017 a empresa tinha relatórios técnicos que apontavam o risco de rompimento da barragem. Os novos fatos sobre a tragédia de Brumadinho atestam a absoluta ação
criminosa. São 246 pessoas mortas, 24 ainda desaparecidas, a destruição de comunidades inteiras, a morte do Rio Paraopeba, que destruiu com a vida de milhares de pessoas que viviam da agricultura e da pesca nas regiões ribeirinhas, a falta de água tratada, adoecimentos físicos por contaminação por metais pesados. Esses são apenas parte do resultado da sanha destruidora de uma empresa bilionária, que não mede esforços para atender os lucros dos seus acionistas. Já muito foi falado sobre a privatização da Vale do Rio Doce, atual Vale. Vendida por 3,3 bilhões de reais, apenas 1% do seu valor real, provavelmente foi a operação mais escandalosa em toda a história.
A fim de minorar os profundos danos ambientais, a responsabilidade pela morte e desaparecimento de 300 pessoas e o adoecimento e miséria de outras milhares, só há uma saída, que é a estatização da Vale. Não adianta querer condenar esse ou aquele funcionário por um crime que é de responsabilidade dos verdadeiros donos da Vale, que são os grandes monopólios escondidos por traz do mercado financeiro. Por uma Vale estatizada e sob o controle dos trabalhadores como única forma de reparar esse e outros crimes como o de Mariana e colocar a empresa verdadeiramente a serviço do desenvolvimento do País e de sua população.
PORTO ALEGRE
Polícia invade condomínio de madrugada com 40 viaturas, 170 homens, helicóptero… E
m operação realizada pela Polícia Civil, na madrugada desta quarta feira (26), realizou-se a invasão do Condomínio Princesa Isabel, no bairro Azenha na área central de Porto Alegre. Com suas usuais nomenclaturas americanas, neste caso “House of Pain” (Casa da Dor), a operação conforme alegam os policiais visava desarticular uma quadrilha que praticava assaltos em coletivos da capital. Detiveram oito pessoas que não tiveram seus nomes divulgados. Onde pelo menos uma dupla de moradores foi presa por “desacato”. A operação se deu com o arrombamento do portão principal do condomínio mostrando claramente o abuso de poder e sua invasão por mais de 170 policiais civis paramentados em vestimentas de guerra, helicóptero, holofotes, viaturas, um verdadeiro espetáculo para a imprensa local. Um adolescente de 16 anos foi detido em trajes escolares e algemado com a mochila ainda nas costas enquanto sua mãe bradava: “Ele não é bandido. Pra quê levar ele pra delegacia?” Portanto, fica claro que a invasão de um condomínio com mais de 30 blocos e 480 apartamentos, e mais de um mil moradores no meio da madrugada
para efetuar a prisão de oito pessoas dentre as quais as únicas duas identificadas foram presas por desacato, trata-se não só de uma desproporcionalidade patente do uso da força estatal, de malversação do dinheiro público, mas de um ataque direto aos moradores do condomínio como um todo. Uma operação efetuada na madrugada de dia útil, com o emprego de 170 policiais, viaturas, helicóptero, com o claro intuito de produzir imagens para os veículos televisivos que acompanhavam em primeira mão a invasão das áreas comuns do condomínio, convertendo a prática de incursão em morros num hábito banal facilmente replicável em qualquer cidade brasileira. “Eles desacataram os policiais. Nessas operações têm muita gente que caminha no meio e faz de conta que é trabalhador. Se ele não parou pra
mostrar identidade e ainda xingou é desobediência. Não gostaríamos de ter de deter, mas é nosso dever. E é direito dele achar ruim e protestar”, avaliou o delegado da DRTC. Alegações feitas sem base em qualquer arcabouço jurídico. Não há previsão legal de obrigação de se identificar, quanto mais do direito positivo de “achar ruim e protestar” contra uma prisão ilegal e o abuso de poder por autoridade policial. Compreendemos que enquanto cidadãos devemos conhecer as leis para que no caso de um policial subvertê-las saibamos nos opor, neste caso o adolescente foi preso com base em lei ficta e reafirmada pelo delegado da polícia civil a veículo da imprensa porto-alegrense que não apenas não contesta, mas reporta e reafirma a ilegalidade estatal. O Condomínio Princesa Isabel já foi palco de mais de uma dezena de ope-
rações policiais desde sua habitação, por se tratar de um residencial popular, encrostado em área de alto valor imobiliário e coincidentemente ao lado do “Palácio da Polícia”, resta claro que esses abusos tendem a continuar e a se intensificar, dada a degradação econômica promovida pelo atual regime, que também incumbe as forças de segurança no papel repressivo de expulsar os trabalhadores para as periferias, assim como na revogação tácita de qualquer direito à cidadania efetuada pela classificação econômico-social do cidadão enquanto pertencente à classe trabalhadora. Cabe à imprensa operária denunciar tais práticas, não permitindo a asepsia linguística que transforma invasão policial e violência coletiva em “operação contra assaltos” “Operação House of Pain” e outros disparates, assim como de incentivar a organização de coletivos de autodefesa comunitários como forma de impedir essa forma continuada de violência e intimidação contra toda uma população. É preciso dissolver a PM e substituí-la por milícias formadas pela população, que atualmente é alvo do governo de extrema-direita que através de uma fraude eleitoral se apossou do poder no País e tem todo o aparato militar e policial ao seu favor contra o povo.
10 | INTERNACIONAL
VENEZUELA
Governo da Venezuela revela planos da direita para assassinar Maduro e empossar general golpista O
ministro de Comunicação da Venezuela, Jorge Rodríguez, revelou na quarta-feira (26) novos planos da oposição golpista para derrubar Nicolás Maduro e colocar um representante da direita e do imperialismo no poder para suprimir a organização dos trabalhadores e entregar os recursos nacionais do país aos grandes monopólios. São 56 horas de conversas interceptadas pelos serviços de inteligência venezuelanos, que mostram uma trama para assassinar o presidente legítimo e da primeira-dama, Cilia Flores (bombardeando o Palácio de Miraflores), e resgatar da prisão o general Raúl Baduel, detido em 2009, para declará-lo novo presidente da República. As ações seriam realizadas nos dias 23 e 24 de junho e contavam também com o assassinato do presidente da Assembleia Nacional Constituinte, um dos principais líderes chavistas, Diosdado Cabello. As autoridades bolivarianas apreenderam 140 mil cartuchos de metralhadoras junto com todos os
golpistas envolvidos na conspiração, que foi desarticulada pela Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e pelos serviços de inteligência. De acordo com a denúncia de Rodríguez, vários dos grupos de combate que participariam da insurreição são formados por agentes israelenses. A partir disso, muitos jornalistas e mili-
tantes denunciaram o papel de Israel no golpe na Venezuela. Além disso, o ministro também acusou os governos de Iván Duque (Colômbia) e Sebastián Piñera (Chile), além do próprio governo norte-americano, de terem participado dessa tentativa. Os protagonistas dos vídeos revelados por Rodríguez são militares
retirados, policiais aposentados e alguns militares da ativa, junto com um grupo de políticos da direita. O dirigente bolivariano afirmou que os responsáveis pela gravação e vazamento do vídeo “arriscaram a vida” no trabalho de inteligência. “São mais de 56 horas entre as de vídeo, conferências, em diferentes pontos da cidade de Caracas e arredores e as confissões voluntárias da maioria dos capturados”, disse. Ele ainda revelou que os agentes do Estado venezuelanos vinham acompanhando essa conspiração há 14 meses, infiltrados em todas as reuniões. Dirigentes do movimento popular, médicos cubanos e a esmagadora maioria dos generais da FANB também estavam na mira de assassinato dos golpistas, segundo as revelações. Ainda conforme as revelações, o líder golpista Juan Guaidó pagou centenas de milhares de dólares a um agente conspirador chamado Manuel Cristofer Figuera para tirar da prisão Iván Simonovis e Leopoldo López.
PONTO CULMINANTE
Imperialismo em divergência com política de Trump de atacar o Irã O
s EUA, sob o governo de Donald Trump, vêm ampliando o cerco militar e econômico contra o Irã desde o ano passado. A crise chegou ao seu ponto culminante na semana passada, quando Trump foi ao ponto de dizer que atacaria o Irã, mas desistiu na última hora. A tensão continua, e um problema para o imperialismo norte-americano até agora tem sido a falta de apoio para empreender uma agressão contra os iranianos. O único apoio vem de seus aliados locais, como Arábia Saudita e outros estados menores. Além da falta de apoio, há uma aberta oposição a um ataque contra o Irã da parte dos europeus. Governos da Europa intervieram na crise entre EUA e o Irã no começo do mês, quan-
do o governo norte-americano acusou o Irão pelas explosões que atingiram dois petroleiros no Golfo de Omã, dizendo que os norte-americanos não apresentaram provas. Em entrevista ao canal russo RT, o ex-ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, afirmou que ele não acredita que os EUA vão atacar o Irã sem o respaldo da União Europeia. “Eu acho que a América não consegue fazer isso [quando] tem a posição contrária de toda a União Europeia e eu gostaria de adicionar que a OTAN será fortemente contra [isso, também]”, afirmou o ex-ministro. Frattini estava no governo Berlusconi quando a Itália apoiou a invasão dos EUA no Iraque, contra outros membros
TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, 14H00
da União Europeia. Agora, o diplomata acredita que os EUA têm dificuldades para levar adiante um ataque ao Irã. “Os EUA precisam da Europa porque a Europa tem uma longa tradição de presença política em todo o Oriente Médio […] a presença da União Europeia e dos países-membros sempre foram vistos de uma maneira melhor do que a América, exportando a democracia, invadindo o Iraque e assim por diante.” Essas declarações expressam a crise do domínio imperialista sobre os países atrasados, especialmente depois da crise econômica de 2008. Refletem uma desagregação do bloco imperialista, que está perdendo o controle, e por isso mesmo apresenta, por outro lado, o perigo de partir para ações extremamente agressivas.
TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30
INTERNACIONAL | 11
CRISE
Após crise com chanceler alemã, Macron cancela reunião com Bolsonaro A
pós a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, anunciar que se preocupava com as ações de Bolsonaro sobre desmatamento no Brasil, o presidente da França, Emmanuel Macron, decidiu cancelar reunião que estava marcada com o brasileiro. O francês disse que não irá assinar nenhum acordo econômico com Bolsonaro caso este saia do acordo climático de Paris.
Bolsonaro já havia dito, na ocasião de responder a Merkel, que não tomaria “pito” de ninguém. Obviamente, não se trata de um problema climático, mas de uma profunda crise que vive a burguesia internacional. Trata-se de uma crise do imperialismo norte-americano, do qual Bolsonaro é um capacho, com o imperialismo europeu, que preferiu se desvincular do governo brasileiro que se encontra em gigantescos escândalos.
10 ANOS DO GOLPE EM HONDURAS
Em 28 de junho de 2009 Manuel Zelaya é derrubado em um golpe militar
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data de 28 de junho, há 10 anos atrás, marcou o ponto culminante do golpe imperialista em Honduras, com a prisão do então presidente Manuel Zelaya, resultado de um mandado da Suprema Corte do país. Zelaya foi deportado para a Costa Rica e uma suposta carta sua de renúncia foi lida pelo Congresso, que votou por sua destituição da presidência. O golpe militar ocorreu nesta data pois, nesse mesmo dia, Zelaya pretendia fazer uma consulta à população sobre a realização de um referendo sobre a reformulação da Constituição hondurenha, durante as eleições gerais. O Poder Judiciário, não por acaso, teve um papel importante em mais esse golpe na América Latina, considerando a consulta popular de Zelaya ilegal, proibindo-o explicitamente por violar norma constitucional, o que levou à ordem de prisão. Apesar de tentar se apoiar na constituição do país para impedir um presidente eleito de reescrever a constituição do país com apoio do povo, fazendo uso político da justiça, o imperialismo fez abertamente uso das forças
militares para dar um golpe e colocar o Poder Executivo sob seu controle, como ficou comprovado posteriormente por correspondências entre o Governo norte-americano e a embaixada estadunidense em Honduras, liberados pelo site Wikileaks. Ao expulsar Zelaya do País, sem sequer ter passado por qualquer jul-
gamento, o novo governo de Honduras, encabeçado por Roberto Micheletti, nomeado pelo Congresso, foi considerado antidemocrático pelas entidades internacionais como ONU, OEA e União Europeia. Sanções foram impostas e embaixadores retirados, porém a situação golpista continuou, levando o país a uma gra-
TODOS OS DIAS ÀS 3H, NA CAUSA OPERÁRIA TV
ve crise que perdura pelos últimos 10 anos. Após o golpe imperialista, a miséria se instalou no país, chegando ao ápice no ano de 2018, com uma fuga em massa de hondurenhos causada pela extrema violência do estado policial que o país se tornou. Milhares de pessoas deixaram Honduras para se juntarem a marcha de refugiados da América Central, que caminhou até a fronteira do México com os EUA em busca de abrigo, graças à ação do próprio imperialismo norte-americano. Honduras é mais um dos muitos países vítimas da política imperialista para exercer controle sobre a região, assim como Equador, Paraguai e Brasil e é o futuro que almejam para Venezuela, devido à crise capitalista de 2008, que levou a burguesia à esmagar cada vez mais o povo para manter seus lucros, principalmente nos países mais atrasados, que estão sendo saqueados e amargando grandes crises políticas e econômicas, assim como vivenciando o avanço da extrema-direita contra os direitos democráticos da população.
12 | MOVIMENTO OPERÁRIO
BLUMENAU
A crise na indústria têxtil revela a crise econômica que vive o Brasil C
om o golpe de estado no Brasil efetuado contra o governo do Partido dos Trabalhadores em 2016 a crise na indústria nacional vem se aprofundando junto a crise política que domina o cenário e a cada dia toma novas proporções. Em Blumenau, operários da indústria têxtil revelam a magnitude desta crise. Relatos de trabalhadores da Cia. Hering umas das mais tradicionais empresas da região dão conta de que em média, em um mês normal, são processados 700 toneladas de malha a cada quinze dias, neste mês de Junho. Seis meses após tomar posse o candidato da burguesia para as eleições presidências, o numero caiu para a marca de 40 toneladas por quinzena, ou seja, 5% da produção normal. Em comparação, os trabalhadores relatam que a atividade produtiva se assemelha ao período eleitoral de 2018, momento em que a atividade produtiva foi lá em baixo devido ao impasse que se criou entre os capitalistas com a candidatura de Lula. Outros buscam em suas memórias momentos ainda mais instáveis da produção nacional e remetem a greve dos caminheiros, período em que obras, industrias, serviços, amplos setores da economia tiveram suas estruturas abaladas, tendo inclusive que dar fé-
rias aos seu funcionários até que tudo se normalizasse. Para contribuir com estes argumentos a Cia. Hering decretou férias coletiva em suas fábricas do dia 30 de Junho a 14 de Julho, ou seja, a produção de uma das principais industrias têxteis de Santa Catarina terá sua produção paralisada por 15 dias no meio do ano. O problema se agrava com a noticia que saiu na própria imprensa burguesa esta semana, terça-feira (25): a empresa comunicou seus trabalhadores do fichamento da unidade na cidade de Indaial, a Cia. Hering também disse que as atividades de Indaial, que eram basicamente de confecção, serão absorvidas por outras unidades produtivas, “dando maior agilidade à operação”, e que está fazendo esforços para “realocar os colaboradores, na medida da disponibilidade interna e interesse individual”. Na região, restaram apenas as duas plantas de Blumenau, nos bairros Bom Retiro e Velha. De acordo com os próprios trabalhadores, segundo seus cálculos com o fechamento desta unidade e as demissões nas duas outras unidades, só este mês se somarão mais de 200 trabalhadores na rua, e denunciam que nas unidades ativas os trabalhadores que estão sendo demitidos são os com maior tempo de casa, 10, 15, 20 anos e
isso faz parte de um plano dos patrões para reduzir a média salarial que hoje gira em torno de 11,30/h caindo para 9,50/h. É importante ressaltar que este problema não é exclusivo a Hering e se estende a outras empresas e setores, a exemplo da Teka empesa do ramo de Cama e Banho concorrente nacional da Santista que vem pagando seus funcionários em 3 parcelas mensais. Portanto, é necessário que os operários destas empresas e de outros
setores estejam ciente que o causador disso tudo em primeiro lugar é a crise do capitalismo e em segundo o golpe de estado imposto pelo imperialismo em nosso país. Para derrotar este golpe e apresentar uma solução ao conjunto de todos os nossos problemas é necessário se mobilizar pela derrubada de Bolsonaro, a liberdade do ex-presidente Lula e a convocação de eleições Gerais para que os trabalhadores possam escolher o programa que querem para o seu país.
BANCÁRIOS
Superintendência regional de Brasília, do Banco do Brasil, descomissiona trabalhadores que tem ação na justiça contra o banco
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s trabalhadores do Banco do Brasil vêm comendo o pão que o diabo amaçou desde o início do golpe. A política dos golpistas neoliberais, dentre eles os que se encontram à frente da direção do Banco do Brasil, é de implementação de uma política de terra arrasada contra os trabalhadores e o banco estatal, com um objetivo claro de privatização. Fechamento de centenas de agências, demissão em massa, através dos famigerados Planos de Demissões “Voluntária” (PDV), ataque os planos de saúdes dos trabalhadores, remanejamento de funcionários, descomissionamentos são apenas alguns exemplos dos ataques desferidos pela direção golpista do BB aos seus funcionários. Em mais uma dessas investidas, a Superintendência Regional de Brasília está pressionando as dependências do banco destitua o funcionário da sua função comissionada se o mesmo tiver ação na justiça contra o banco em relação ao pagamento das 7ª e 8ª horas, dos funcionários, trabalhadas e não pagas pela instituição (a jornada de trabalho do bancário é de 30h semanais, o banco vinha sistematicamente descumprindo a lei o que gerou um enorme passivo trabalhista).
Há denúncias dos trabalhadores, de dependências do banco, em Brasília, (por motivo de segurança contra novas retaliações não iremos revelar de onde vieram as denúncias) de descomissionamentos de funcionários, pelas gerências, por pleitearem na justiça o seu direito de receber essas horas trabalhadas e não pagas. Vigora dentro da empresa uma verdadeira ditadura que visa aumentar os ataques aos bancários.
As ameaças e descomissionamentos, feita pelos privatistas que se instalaram na direção do banco com o golpe de estado, têm como principal fundamento eliminar o gigantesco passivo trabalhista e abre o caminho para a entrega desse patrimônio, que é do povo brasileiro, nas mãos dos banqueiros privados que querem abocanhar, de qualquer jeito, uma empresa com mais de R$ 1,4 trilhão em ativos.
MOVIMENTO OPERÁRIO | 13
FRIGORÍFICOS
Os altos lucros dos frigoríficos são feitos com sangue, morte e incapacidade física e mental dos trabalhadores B
alanços financeiros mostram que o crescimento no lucro dos frigoríficos está se elevando cada ano que passa. O grupo JBS/Friboi teve lucro líquido de cerca de R$ 1,1 bilhão no primeiro trimestre, mais que o dobro do desempenho registrado um ano antes. A companhia apurou uma geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 3,19 bilhões entre janeiro e março, um crescimento de 14,4% sobre o mesmo período do ano passado. O Grupo Marfrig, no primeiro trimestre teve lucro de R$ 4,3 milhões. Ao mesmo tempo em que o lucro aumenta, também aumentam as condições sub-humanas impostas pelos patrões aos trabalhadores. São incontáveis os números de acidentes e doenças relacionados às pés-
simas condições de trabalho de uma gama de operários que são destituídos do mercado de trabalho por se tornarem inválidos, uma parcela também é morta vítima das atrocidades dentro da linha de produção. São maquinários sem proteção, ma-
nutenção, ritmo acelerado de trabalho, falta de equipamentos de proteção, tanto individual, quanto coletivo, falta de pausas, intervalos térmicos aos trabalhadores das câmaras frias, no entanto, os patrões não fornecem comunicado de Acidentes do trabalho
(CAT), há também a pressão exercida pelos gerentes, encarregados e o departamento de recursos humanos, etc., ou seja, desconhecem e escondem tudo que possa vir a afetar os vultosos lucros. As condições de trabalho nesse setor industrial são de calamidade pública, o próprio ministério público, neste ano, reconheceu o que já se sabia há muito tempo, o frigoríficos estão em primeiro lugar entre todos os demais, em acidentes doenças e mortes do trabalho. As contas bancárias superlotadas de dinheiro, como se vê nos balanços apresentados com galhardia por esses criminosos, estão manchados com muito sangue, muitas mortes, e muitos trabalhadores mutilados. Afinal de contas, o que importa para os patrões a vida de seus funcionários? Não é mesmo!
A MENTIRA DO PREJUÍZO NOS CORREIOS
23 milhões de objetos entregues por dia Q
uando os golpistas começaram a tomar conta dos Correios, depois do golpe de 2016 contra o governo do PT, iniciou-se uma campanha absurda de que a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) era uma empresa que dava prejuízo e que estava a ponto de falir. A mentira foi criada em cima de uma mágica contábil, aonde os golpistas incluíram nas contas da ECT, futuros passivos contábeis, que ainda sequer haviam sido disponibilizados, para que o faturamento dos Correios fosse negativo… um caso inédito na empresa. Na sequência, os cínicos, entreguistas e golpistas acusaram os governos do PT de terem roubado os Correios, para justamente propor a privatização, que isso sim é um verdadeiro roubo ao patrimônio nacional. O que o PT fez nos Correios foi o que todos os governos anteriores fizeram, ou seja, usaram a lucratividade da ECT para pagar contas do governo,
aumentar o superávit fiscal, comprovando que os Correios, não só não é deficitário, como sempre produziu recursos paras os governos de plantão pagarem suas contas. Mas, o mais absurdo do argumento sobre os Correios, é o de que a empresa precisaria demitir trabalhadores, fechar agências, vender pré-
dios, mudar seus negócios através da privatização para poder competir com os concorrentes no mercado postal. Uma verdadeira mentira, pois a ECT é uma empresa eficiente, sendo a maior empresa de logística da América Latina, a ponto de entregar por dia cerca de 23 bilhões de objetos postais.
Ou seja, se cada objeto postal custasse R$ 1,00 (um real), em um ano de trabalho, com cinco dias por semana, a ECT faturaria quase 6 bilhões de reais por ano (250 dias). Acontece que a postagem dos objetos dos Correios custam muito mais do que um real, chegando acima de R$ 100,00 (cem reais), uma verdadeira fortuna, que está muito acima do que os Correios divulga como faturamento. Diante disso, é preciso denunciar o roubo que os golpistas estão fazendo ao propor a entrega dessa empresa, um valioso patrimônio do povo brasileiro. É preciso juntar a luta contra a privatização da ECT com a campanha pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, liberdade para Lula, eleições gerais já, com Lula presidente. Sem derrubar os golpistas, a privatização caminhará a fogo e ferro por esse governo, já que o golpe foi dado no Brasil, com a derrubada do PT e a prisão de Lula para que justamente o Imperialismo venha colocar as mãos em todas as nossas riquezas.
14 | MORADIA E TERRA
ATAQUES
Bolsonaro quer tirar a Sesai do controle dos indígenas A
partir de julho, os brasileiros perderão centenas de conselhos populares, comitês, juntas, grupos, fóruns e demais instâncias de participação direta da população na gestão do Estado. Com o Decreto 9.759 deste ano, Bolsonaro torna extintas essas instâncias, num ataque frontal aos poucos recursos democráticos disponíveis. O Decreto aumenta a centralização sobre a União, Estados e Municípios, diminuindo a parcela de poder político nas mãos do povo. Um dos setores prejudicados pelo decreto, será a saúde indígena, já em situação extremamente precária. Pois o decreto extingue o FPCondisi – Fó-
rum dos Presidentes dos Conselhos Distritais de Saúde Indígena, espaço de participação das comunidades indígenas na Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Desde janeiro, o Ministério da Saúde não repassa verbas aos departamentos responsáveis pela saúde indígena, resultando em cortes e atrasos de salário. Em Março, o ministro Henrique Mandetta (DEM-MS) promoveu um ataque direto aos indígenas tentando extinguir a Sesai. Com a pressão popular, recuou. Mas na impossibilidade de acabar com o órgão, procura enfraquecê-lo como pode, cortando (“contingenciando”) seus recursos e tornando-o subordinado aos municípios.
ABAIXO-ASSINADO PELA LIBERDADE DE LULA
Marília e Assis vão realizar mutirão aos domingos E
m Assis e Marília, interior de São Paulo, e também em várias cidades do país, militantes do PCO e dos Comitês de luta contra o golpe, irão sair às ruas neste domingo, em um mutirão, para coletar assinaturas na Ação Popular pela anulação dos processos contra o ex-presidente Lula. Os mutirões serão para coletar assinaturas pela anulação dos processos contra Lula, a movimentação e mobilização feita pelos comitês de luta contra o golpe. Os mesmos que tem como objetivo de organizar e mobilizar a classe trabalhadora, estudantes, sindicatos e a esquerda para que desperte a luta contra o golpe e pela derrubada de Bolsonaro. O golpe se encaminha para seu aprofundamento, agora mais que nunca é o momento para a intensificação dos comitês já existentes e a criação de novos nos demais estados que ainda não o possui. A atividade principal dos comitês no momento são os mutirões pela anulação do da prisão arbitraria de Lula,
realizada todos os domingos em várias cidades do país. Na atividade, militantes reúnem-se em locais de grande concentração para falar com a população sobre o golpe de Estado, fazer a agitação política e coletar assinaturas pela libertação do Lula. A atividade em Assis e Marília será em feiras populares ao domingo. Assim como os Comitês, que com força e orientação política se tornam no momento a única resistência contra o golpe no Brasil. Portanto, não deixe de organizar o mutirão na sua cidade, convoque a todos dispostos a lutarem contra o golpe e a investida da direita e amplie a adesão pelo Fora Bolsonaro e Liberdade Pra Lula. Se ainda não há um comitê de luta na sua cidade, bairro ou local de trabalho, entre em contato e forme seu comitê. Venha lutar contra o golpe, os militares e toda a burguesia, em defesa da classe operária e do povo trabalhador.
CULTURA E ESPORTES | 15
LIBERDADE DE LULA
Chico Buarque e artistas pedem liberdade de Lula em teatro de Paris C
erca de 30 artistas brasileiros e franceses, com destaque para o cantor Chico Buarque, lotaram o Teatro Monfort em Paris esta semana em campanha pela liberdade do ex-presidente Lula. A manifestação ocorria enquanto o STF – num conluio o golpe – adiava o julgamento do Habeas Corpus, ganhando alguns meses enquanto lava as suas mãos para a prisão completamente ilegal do principal líder popular brasileiro. Durante a cerimônia, foram lidas dezenas de cartas, enviadas pela população ao presidente, que já amarga quase 450 dias de prisão. As cartas faziam menção aos programas sociais como Fome Zero, ProUni, Bolsa Família, PAC, Ciência sem Fronteiras, Mais Médicos entre outros, que foram arrasados pelos golpistas nos últimos anos.
Esta campanha é importante na mobilização da comunidade internacional em torno da liberdade de Lula. Além dos artistas europeus presentes e Chico Buarque, estavam também Marieta Severo, Renata Sorrah, Camila Pitanga entre outros, que têm projeção na Europa, e ajudam a alertar o público estrangeiro para os ataques contra os direitos democráticos mais fundamentais que vêm ocorrendo no Brasil. E não se trata de um movimento único, mas parte de uma mobilização crescente da comunidade internacional, que está levando estrangeiros e brasileiros residentes no Exterior a realizarem, também esta semana, uma Caravana Lula Livre, passando por França, Bélgica e Suíça – onde entregaram um manifesto às autoridades das Nações Unidas.
ESPORTES
Brasil mostra superioridade, vence Paraguai e se classifica para semi-final M ais uma vez, a seleção brasileira mostrou sua superioridade futebolística. Muitos irão criticar pois o Brasil ganhou nos pênaltis contra o Paraguai. Porém, durante todo o jogo, o Brasil demonstrou um futebol muito acima de seu adversário. O Paraguai jogou o jogo todo na retranca, enquanto o Brasil trabalhava a posse de bola, procurando um espaço na barreira defensiva. Os únicos ataques ofensivos do Paraguai foram aproveitamentos de contra-ataques. Tanto é assim, que enquanto o time hispânico aumentava o número de zagueiros, o time canarinho praticamente adiantou todos seus jogadores, substituindo laterais por jogadores mais ofensivos. E assim se manteve até o final. A retranca do Paraguaia a alta qualidade técnica de seu goleiro, dificultaram o caminho para os brasileiros.
A arbitragem, claramente, jogou contra a seleção verde-e-amarela. Um pênalti claro em cima de Gabriel Jesus não foi dado. E durante toda a partido, o Paraguai jogou com se estivesse em um ringue de UFC. Diversas faltas contra o Brasil não foram dadas, assim com uma série de cartões. A situação ficou tão absurda que tiveram de expulsar um jogador paraguaio – o que fez o time aumentar o esquema de retranca. Além disso, o volante brasileiro, Arthur, obteve um cartão amarelo, em cima de um lance que não merecia. Neste momento, o VAR interveio no jogo para dar a falta para o time paraguaio, fazendo o tempo do jogo passar, e dando um lance perigoso no final do segundo tempo. Uma manobra que poderia ter tirado o Brasil da Copa América. Ao final, os times foram para os pênaltis e a defesa do goleiro brasileiro Alisson Becker logo no primeiro chute da disputa, classificando a melhor seleção do mundo para as semi-finais.
16 | MULHERES E JUVENTUDE
EUA
Extrema-direita do Missouri nega licença para única clinica de aborto do Estado O governo estadual do Missouri, ao não renovar a licença de funcionamento da última clínica de aborto que ainda funciona em seu território, está próximo de transformar seu estado no único em que não há o acesso ao aborto legal e seguro nos EUA. A decisão ainda precisa ser validada por um tribunal, porém o ataque ao direito de acesso ao aborto é nítido por parte das autoridades do Departamento de Saúde do Missouri. A legalização do aborto em todo o território norte-americano ocorreu no ano 1973, após uma decisão da suprema corte, desde então diversos estados aprovaram regulamentações para restringir o acesso ao aborto, como por exemplo a diminuição do tempo
limite de gestação para ter acesso ao procedimento, ou proibição do aborto no caso de detecção batimento cardíaco do feto. Assim como no Brasil, onde a direita procura dificultar de todas as formas o acesso ao aborto legal garantido por lei, nos EUA também a burocracia estatal é usada para impor barreiras aos estabelecimentos que oferecem o procedimento, além da enorme propaganda reacionária que impede que mulheres tenham acesso à informação sobre seus direitos ou sejam tratada de forma degradante pelos profissionais que deveriam acolhê-las. Como a criminalização do aborto não diminui a incidência do processo, o objetivo dessas legislações é apenas
impedir a possibilidade das mulheres decidirem sobre o próprio corpo e sobre suas vidas, obrigando-as a seguirem com uma gravidez indesejada, muitas vezes fruto de uma violência como o estupro, ou as empurra para morte em clínicas clandestinas. O que fica claro na prática é que
independente do país ter legalizado o aborto ou não, ainda é necessária uma luta diária para que o acesso à esse direito seja garantido, e com o crescimento da extrema-direita, principalmente dentro das instituições, a ameaça à vida das mulheres aumenta a cada dia.
GOLPISTA
Direita quer obrigar estudantes a fazerem exame toxicológico para realizarem matrícula A direita golpista nacional além de tentar impor um regime de total perseguição contra a população brasileira, revela-se todos os dias o cárater cínico e hipócrita de suas ações. Um exemplo disso é o projeto de lei proposto pelo deputado federal Diego Andrade do PSD de Minas Gerais. A proposta prevê exames toxicológicos para os estudantes que forem se matricular nas universidades públicas do país. A lei propõe que 90 dias antes da matricula nos cursos superiores, os estudantes serão obrigados a fazerem os exames. Caso os resultados forem positivos, os alunos não poderão efetuar a matrícula. O projeto prevê ainda que os exames continuem ocorrendo
ao longo do curso. Além da clara perseguição aos estudantes, a notícia do suposto “combate às drogas” nas universidades pela direita é divulgada um dia depois que fora descoberto 39 Kg de cocaína no avião oficial da presidência da república. Ou seja pura demagogia, cinismo e hipocrisia por parte da direita golpista, que procura usar o pretexto das drogas para impor a ditadura nas universidades. É preciso combater as perseguições da direita golpista contra as universidades e a juventude por meio da mobilização popular. É preciso botar para correr todos os golpistas que tomaram o poder de assalto no país.