Edição Diário Causa Operária nº5689

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DOMINGO, 30 DE JUNHO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5689

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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“Tabelinha”: Moro inocentava um para parecer que era tudo verdade Os últimos vazamentos da Lava Jato, divulgados pelo sítio The Intercept, revelaram aquilo que já era do conhecimento de toda a esquerda: a Lava Jato é uma operação parcial, com interesses políticos. Segundo os próprios promotores da Lava Jato, Moro “fez umas tabelinhas lá, absolvendo aqui para a gente recorrer ali, mas na investigação criminal – a única coisa que interessa -, opa, a dupla polícia/ juiz eh senhora”. Isto é, os procuradores da Lava Jato e Moro estabeleceram um esquema para fingir imparcialidade para a operação. Uma forma de criar uma ilusão – uma maneira de esconder a realidade persecutória dos lava-jatistas.

EDITORIAL

Por que contribuir com a campanha financeira do PCO O Partido da Causa Operária está inaugurando sua campanha financeira anual. O PCO, como todo partido revolucionário se sustenta a partir do esforço dos militantes e simpatizantes, do financiamento daqueles que são os reais interessados na construção de um partido operário.

POLÍTICA

Veja, Folha, El País, Reinaldo Azevedo: piores golpistas que Moro Moro é uma peça fundamental do golpe. Desde o impeachment de 2016 até a fraude eleitoral de 2018, a descarada pilantragem jurídica deste indivíduo foi crucial nos momentos mais críticos para os golpistas.

A destruição do futebol em nome do politicamente correto

Doria ataca o direito de greve, 58 demitidos no Metrô

Após a greve geral do dia 14 de junho contra a reforma da Previdência e os ataques aos trabalhadores realizados pelo governo Bolsonaro, a extrema direita bolsonarista Na última quinta-feira, a Conmebol (Confederação Sul- tratou de avançar ainda mais contra os direitos. americana de Futebol) multou a CBF em R$ 57 mil por que a torcido brasileira, no jogo de abertura da Copa América no Morumbi, teria supostamente entoado gritos “homofóbicos” contra a Seleção boliviana.

Fora Bolsonaro é febre do Twitter A palavra de ordem Fora Bolsonaro está na boca do povo brasileiro. Desde antes das eleições até os dias de hoje, o repúdio ao governo fraudulento está crescendo. Nas favelas do Rio de Janeiro, em bailes funks, iniciouse o grito “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*”. Grito este que se popularizou no carnaval.

“Fake news”: rumo à Para Rui Costa (PT), paz só será censura total na Internet alcançada com Justiça golpista No dia 27, dois governadores petistas do Nordeste, Rui Costa (BA) e Wellington Dias (PI), estiveram na carceragem da Polícia Federal em Curitiba para visitar o expresidente Luiz Inácio Lula da Silva.

44ª Universidade de férias: será uma experiência única Já está chegando o dia de começar mais uma Universidade de Férias do Partido da Causa Operária junto com o Acampamento da Aliança da Juventude Revolucionária, atividade que acontece duas vezes por ano, sempre em janeiro e julho, há 22 anos seguidos! O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM) irá ler, na semana que vem, o requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das “Fake News”, uma tentativa de intensificar a censura nas redes sociais.

A “mesquinharia” de Boulos: unidade com os golpistas contra o golpe


2 | OPINIÃO EDITORIAL

Por que contribuir com a campanha financeira do PCO O

Partido da Causa Operária está inaugurando sua campanha financeira anual. O PCO, como todo partido revolucionário se sustenta a partir do esforço dos militantes e simpatizantes, do financiamento daqueles que são os reais interessados na construção de um partido operário. Enquanto isso, os partidos burgueses recebem milhões dos capitalistas para que sirvam como instrumentos de seus interesses contra a maioria do povo. Os capitalistas têm o dinheiro à custa da exploração dos trabalhadores, mas a classe operária, infinitamente mais numerosa, é capaz, quando está

organizada, de fazer frente aos partidos da burguesia. Por isso, faz parte da educação dos trabalhadores a luta pela sustentação financeira de um partido da classe operária. Um partido verdadeiramente revolucionário tem no seu trabalho de finanças, sério e organizado, um dos seus pilares fundamentais. O PCO está colocando em marcha sua campanha financeira, convocando todos a colaborarem como pode com a construção do partido, mas mais do que isso, colaborar para a organização dessa campanha fundamental para a sobrevivência de qualquer organização independente.

A campanha ganha ainda mais importância no momento em que a direita golpista está cada vez mais apertando o cerco contra a esquerda e as organizações populares. Exemplo disso foi o ataque sofrido pelo PCO por parte do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que obrigou o partido a devolver, com um multa exorbitante, um dinheiro que havia sido recolhido por ele mesmo em 2006 e 2007. Uma arbitrariedade completa. Com a ajuda de todos os simpatizantes e militantes, o partido conseguiu superar esse ataque, que poderia colocar o partido na ilegalidade.

A partir deste mês de julho, a campanha financeira nacional do PCO estará nas ruas com força. Entre em contato com a Secretaria de Organização do partido para contribuir e para ajudar nesse trabalho de organização e agitação. Para fortalecer um partido operário, comunista e revolucionário, contamos com a ajuda dos poucos recursos dos milhares de trabalhadores que nos apoiam porque entendem que o PCO é o partido que luta contra a direita e o golpe de Estado e mais do que isso, que luta pelo poder dos trabalhadores.

COLUNA

Doria, do “democrata” PSDB, está impondo uma ditadura em São Paulo Por Henrique Áreas de Araújo

O

Partido da Causa Operária está inaugurando sua campanha financeira anual. O PCO, como todo partido revolucionário se sustenta a partir do esforço dos militantes e simpatizantes, do financiamento daqueles que são os reais interessados na construção de um partido operário. Enquanto isso, os partidos burgueses recebem milhões dos capitalistas para que sirvam como instrumentos de seus interesses contra a maioria do povo. Os capitalistas têm o dinheiro à custa da exploração dos trabalhadores, mas a classe operária, infinitamente mais numerosa, é capaz, quando está organizada, de fazer frente aos partidos da burguesia. Por isso, faz parte da educação dos trabalhadores a luta pela sustentação financeira de um partido da classe operária. Um partido verdadeiramente revolucionário tem no seu trabalho de finanças, sério e organizado, um dos seus pilares fundamentais. O PCO está colocando em marcha sua campanha financeira, convocando

todos a colaborarem como pode com a construção do partido, mas mais do que isso, colaborar para a organização dessa campanha fundamental para a sobrevivência de qualquer organização independente.

A campanha ganha ainda mais importância no momento em que a direita golpista está cada vez mais apertando o cerco contra a esquerda e as organizações populares. Exemplo disso foi o ataque sofrido pelo PCO

por parte do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que obrigou o partido a devolver, com um multa exorbitante, um dinheiro que havia sido recolhido por ele mesmo em 2006 e 2007. Uma arbitrariedade completa. Com a ajuda de todos os simpatizantes e militantes, o partido conseguiu superar esse ataque, que poderia colocar o partido na ilegalidade. A partir deste mês de julho, a campanha financeira nacional do PCO estará nas ruas com força. Entre em contato com a Secretaria de Organização do partido para contribuir e para ajudar nesse trabalho de organização e agitação. Para fortalecer um partido operário, comunista e revolucionário, contamos com a ajuda dos poucos recursos dos milhares de trabalhadores que nos apoiam porque entendem que o PCO é o partido que luta contra a direita e o golpe de Estado e mais do que isso, que luta pelo poder dos trabalhadores.


POLÍTICA | 3

“TABELINHA”

Moro inocentava um para parecer que era tudo verdade O s últimos vazamentos da Lava Jato, divulgados pelo sítio The Intercept, revelaram aquilo que já era do conhecimento de toda a esquerda: a Lava Jato é uma operação parcial, com interesses políticos. Segundo os próprios promotores da Lava Jato, Moro “fez umas tabelinhas lá, absolvendo aqui para a gente recorrer ali, mas na investigação criminal – a única coisa que interessa -, opa, a dupla polícia/ juiz eh senhora”. Isto é, os procuradores da Lava Jato e Moro estabeleceram um esquema para fingir imparcialidade para a operação. Uma forma de criar uma ilusão – uma maneira de esconder a realidade persecutória dos lava-jatistas.

Quer dizer, os próprios promotores declararam a parcialidade da investigação. Em outros momentos do vazamento, nas conversas, os promotores declaram que Moro “viola as leis” e atua de forma inquisitória. Isso revela a conivência de toda a Lava Jato com os crimes de Sérgio Moro. Foram necessários vazamentos para que os descontentamentos dos promotores viessem à tona. Nunca denunciaram publicamente, mesmo sabendo de todas as violações. Isso reforça o fato de que Lula foi vítima de uma conspiração política geral, em que toda a Lava Jato atuou para encarcerar o ex-presidente e mantê-lo aprisionado.

NA BOCA DO POVO

“FAKE NEWS”

Fora Bolsonaro é febre do Twitter

Rumo à censura total na Internet

A

palavra de ordem Fora Bolsonaro está na boca do povo brasileiro. Desde antes das eleições até os dias de hoje, o repúdio ao governo fraudulento está crescendo. Nas favelas do Rio de Janeiro, em bailes funks, iniciou-se o grito “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*”. Grito este que se popularizou no carnaval. Em todos os locais, com o mínimo de aglomeração popular, como nos estádios e nos festivais de música, esta palavra de ordem aparece, ecoada por uma multidão. Os adesivos com a palavra de ordem Fora Bolsonaro são distribuídos que nem água. Agora, segundo informações do Sputnik Brasil, a palavra de ordem tomou conta das redes sociais.”O tema ‘Fora Bolsonaro’, que surge no sexto mês de governo do novo presidente, está ganhando milhares de

tweets, e pelo visto só vai continuar crescendo com enxurrada de memes”. Segundo eles, na terça-feira (25), quando apareceu o escândalo ligando o presidente ao tráfico de drogas internacional, “em poucas horas, o tema “Fora Bolsonaro” já reuniu mais de 45 mil tweets, com pessoas se mostrando surpresas com a aparição da ideia e fazendo questão de mostrar todo o apoio”. Ou seja, o Fora Bolsonaro tomou conta do Twitter. O que mostra a popularidade da palavra de ordem. Desta forma, a esquerda que se nega em levantar essa política, está se colocando totalmente contra as reivindicações do povo brasileiro. Já ficou muito claro, a população não quer Bolsonaro, quer a derrubada do governo.

O

presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM) irá ler, na semana que vem, o requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das “Fake News”, uma tentativa de intensificar a censura nas redes sociais. Como já foi dito diversas vezes por este jornal, a luta contra as chamadas “Fake News” é, na verdade, uma luta em defesa da censura. Com base no argumento de impedir a divulgação de notícias falsas, a burguesia procura criar um sistema policial que vigie o que está sendo publicado nas redes sociais, decidindo o que pode ou não ser publicado nas redes sociais. Obviamente, quem definirá o que é ou não “Fake News” são as instituições golpistas, os juízes, promotores, policiais e assim por diante – todos esses que atuaram de forma conjunta para prender o ex-presidente Lula de forma ilegal e revelaram-se uma base fundamental da extrema-direita fascista. Portanto, acreditar no combate à divulgação de notícias falsas por meio dos golpistas, é como acreditar em Papai Noel. A burguesia, que controla a máquina do Estado, utilizará o fortalecimento da lei repressiva para aumentar a censura nas redes sociais, permitindo o que for favorável a seus interesses, e censurando o que acharem necessário. A Rede Globo, por exemplo, que é a maior divulgadora de notícias falsas do país, continuará tendo monopólio dos meios de comunicação tradicionais (Rádio, Televisão, etc.). Por outro lado, a internet, que é um meio de comunicação muito mais popular, será censurada. O pretexto da CPMI dos congressistas é contra Bolsonaro, que durante a campanha eleitoral fez uma intensa campanha com base nas ditas “Fake News”. Porém, a realidade é que isso vai atingir a esquerda, principalmente. Vale ressaltar, assim como no caso do “combate à corrupção”, setores da

burguesia serão atingidos, se isto for do interesse de um grupo capitalista mais forte, mas a esquerda será o principal prejudicado. A censura não deve ser apoiada em nenhuma condição. A calúnia deve ser combatida, não através do aparato repressivo do Estado, mas através do esclarecimento e da explicação, provas e assim por diante. Caso contrário, permite-se a censura dos capitalistas, neste caso, nas redes sociais. A esquerda que defende o “combate às Fake News”, como Haddad, Humberto Costa, Boulos e Manuela D’ávila, é profundamente reacionária. Querem censurar em nome da moralidade, dando corda para a política arbitrária da direita. A luta contra as “Fake News” deve ser denunciada com uma forma de ampliar a censura à esquerda, aos trabalhadores, e a grupos independentes que denunciam a política da direita nas redes sociais – é para isso que vai servir, assim como a Lei Ficha Limpa serviu para impedir Lula de se candidatar. Bolsonaro é apenas uma desculpa para permitir isso. A liberdade de expressão, mesmo que seja para divulgar mentiras, deve ser defendida em todo momento.


4 | POLÊMICA

GOLPISTAS

Veja, Folha, El País, Reinaldo Azevedo: piores golpistas que Moro M oro é uma peça fundamental do golpe. Desde o impeachment de 2016 até a fraude eleitoral de 2018, a descarada pilantragem jurídica deste indivíduo foi crucial nos momentos mais críticos para os golpistas. Até mesmo agora, sua presença no poder é crucial para compor o pouco que resta da muito precária aparência de seriedade de um governo de malucos, como bem definiu o ex-presidente Lula. Aparência aos olhos dos direitistas fanáticos, bem entendido. Fascistas produzidos pela burguesia nestes últimos anos, que insistem ainda hoje em inflar bonecos com a cara do Moro em praças públicas, e que se prestam a dar a residual sustentação popular que Bolsonaro ainda possui. Mas a questão é que, se Moro é apenas uma peça, a imprensa burguesa representa o próprio motor da máquina golpista. A grande impulsionadora e mobilizadora da extrema-direita brasileira. Quem não se lembra das capas de Veja condenando Lula e Dilma como protagonistas de macabras histórias de corrupção na Petrobras? Um verdadeiro folhetim semanal desfiando um verdadeiro roteiro de novela, que nem mesmo toda a máquina acusatória da República Fascista de Curitiba foi capaz de levantar uma única prova minimamente convincente? A mesma revista que vinha às bancas dar um “Tchau Querida” após o impeachment golpista, literalmente “vendendo” a ideia de que a absurda queda da Presidenta abriria ao Brasil uma “chance histórica de fazer uma limpeza inédita na vida pública”. E a Folha? O esquisito jornal “esquerdista” da burguesia, era mestre em acusar Lula com manchetes dignas de figurarem em peças de uma ação penal. Na verdade, “denúncias” mais bem feitas do que as do próprio Ministério Público. Com gráficos, esquemas e toda uma história feita sob medida para destruir qualquer opinião pública “bem pensante” de classe média em favor do ex-presidente.

Ótimas matérias de propaganda (burguesa), à parte o fato de serem obras da mais descarada ficção, hoje esquecida, que nem mesmo a inquisição encabeçada pelo Mussolini Moro conseguiu comprovar. Isto sem esquecer do autor do infame “País dos Petralhas”, Reinaldo Azevedo, que nos idos de 2015, por exemplo, tinha a cara de pau de acusar o PT de querer instituir uma ditadura golpista ao estilo do Vargas de 1937! Vejam só. A muito bem paga loucura de Reinaldo Azevedo foi capaz de inventar que o PT estava por trás de um novo “Plano Cohen”, aquele em que Vargas denunciava um plano comunista de mentira para instituir o Estado Novo. “Assim como Getúlio tinha propósitos golpistas ao dar curso àquela farsa, os petistas têm propósitos golpistas ao dar curso a esta”. Existe coisa mais tipicamente direitista do que o cinismo farsesco de acusar as vítimas de cometerem os próprios crimes de que são alvo? E para quem não se lembra, vai aqui mais um trecho do nosso Reinaldo Azevedo, a verve golpista no seu grau mais puro: “Como? O PT sempre combateu a corrupção? Inclusive nos 12 anos em que a quadrilha operou na Petrobras? A propósito: além do Reinaldo Azevedo, quem mais está querendo privatizar a estatal? Estou enganado, ou os petistas estão tentando arrastar os trabalhadores da Petrobras em sua pantomima?”

Ou seja, nestes poucos exemplos vemos com nitidez todo o intragável discurso direitista que dominou a classe média golpista brasileira no último período. Toda a propaganda que preparou e alimentou a aventura golpista da burguesia, e que acabou desaguando no esgoto a céu aberto que é essa fraude de Bolsonaro no poder, tudo foi levado avante como um grande empreendimento capitalista da imprensa burguesa. eja, Folha, Isto é, Estadão, Globo, Reinaldo Azevedo, Merval Pereira etc são os grandes responsáveis por moldar nos mínimos detalhes, com todo o lixo golpista que vomitaram por anos a fio, as mentes histéricas da classe média brasileira contra a esquerda. Este foi o processo que, ao final, deu à luz ao monstrengo abjeto e viscoso que vemos hoje transformar a comitiva presidencial em uma mula de tráfico de cocaína. A questão central é que não existe absolutamente nada que não se mova motivado por algum tipo de interesse. Nem pessoas comuns nem as grandes empresas, nem mesmo os grandes movimentos do povo oprimido, ninguém age sem ter interesses em vista. Em resumo, imprensa nunca é imparcial. Pode até ser cínica, mas imparcial jamais. Se é imprensa burguesa, ela defende o capitalismo, sistema brutal de opressão e exploração de milhões de pes-

soas. É inevitável: esta imprensa sempre estará “do lado de lá” da luta de classes. É e será sempre território inimigo. Neste contexto, o que toda a classe trabalhadora tem que ter em mente – militância, movimentos sociais, partidos de esquerda – é que, apesar de todas as inúmeras vantagens para a luta popular das revelações de Gleen Greenwald, que de fato colocam em xeque a operação Lava-Jato, o Intercept em si também é um empreendimento capitalista, ainda que de porte infinitamente menor do que as empresas da imprensa francamente golpista. Colocar as provas de toda sujeira dos bastidores da Lava Jato nas mãos de golpistas, ainda que indiretamente, por meio de acordos editoriais, pode ser um erro fatal. Gera uma daquelas contradições insolúveis: num mesmo campo estarão os interesses inconciliáveis da classe opressora e da classe oprimida. E nestas condições, normalmente quem perde é o povo. É Óbvio. Não vamos derrotar o golpe nos aliando com golpistas. Não vamos derrubar uma peça golpista – Sérgio Moro e a Lava Jato – nos utilizando do motor da máquina do golpe, a imprensa burguesa. Seria de uma inocência criminosa pensar – ainda que por um segundo – que do prelo da Veja, Folha, El País, ou da voz errática e contraditória, mas sempre interesseira e mentirosa de tipos como Reinaldo Azevedo, virão as informações, orientações ou mesmo provas que nos ajudem a derrotar o golpe. Nem mesmo vitórias pontuais seguirão estas vias tortas. No jogo de interesses que necessariamente forma a sociedade humana, a classe operária tem que ter sua própria voz, sua própria força, sua própria organização. Só a imprensa operária tem condições reais de ser a expressão verdadeira da luta contra o golpe burguês, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo. Aliar-se com golpistas – somente porque hoje eles se mostram fortes – é o caminho certo para o esgoto da história, destino inevitável da burguesia e toda a sua corja de bandidos.


POLÊMICA | 5

ABUTRE

A “mesquinharia” de Boulos: unidade com os golpistas contra o golpe E m entrevista ao programa Faixa Livre, programa da golpista Rádio Bandeirantes, o ex-candidato do PSOL à presidência, Guilherme Boulos, disse que “é muita mesquinharia, você não construir unidade, não ter pontes entre aqueles que defendem a democracia, os direitos sociais e a soberania nacional”. A declaração foi dada ao se referir à carta conjunta assinada por ele, Fernando Haddad (PT), Flávio Dino (PCdoB), Roberto Requião (MDB) e Ricardo Coutinho (PSB). Tal carta foi publicada após os vazamentos da Lava Jato e basicamente é uma defesa da “Justiça” e da democracia burguesa e até mesmo da farsa da luta contra a corrupção. O problema não seria todo o regime golpista que se estabeleceu desde antes da queda de Dilma Rousseff, mas os “excessos” de Sérgio Moro. O problema não seriam os fins da Lava Jato – uma perseguição política escondida de trás da farsesca luta contra a corrupção – mas os meios de Sergio Moro e procuradores. No final das contas, uma defesa da Justiça golpista e mais uma vez a cren-

ça de que seria possível conviver com essas instituições “democráticas” do regime golpista. Tudo seria apenas um problema de “meios”. É baseado nessa política que Guilherme Boulos defende a unidade contra um “governo de destruição nacional”, segundo suas palavras. Seria preciso “maturidade política para estar estar todo mundo junto”. Para

Boulos esse “todo mundo” seriam os que defendem a “democracia” contra o governo de extrema-direita. Mas quem são eles? A julgar pela política de frente ampla que Boulos, Haddad e outros setores da esquerda vêm defendendo esse “todo mundo” pode e deve ser também o PSDB golpista, principal responsável pelo bolsonarismo. O PSDB dos

governos fascistas de São Paulo e outros. O PSDB de João Doria. O “todo mundo” de Boulos também poderia ser Ciro Gomes, o político direitista que foi infiltrado na esquerda para confundir a luta contra o golpe. Boulos lamenta na entrevista que Ciro Gomes tenha preferido “se colocar numa raia à parte”. Como se Ciro realmente fosse um grande democrata, esquerdista e progressista. Fica claro que por trás do discurso vazio de “unidade” e entre uma vociferação e outra de aparência radical, Guilherme Boulos quer uma frente ampla com “todo mundo” para fazer uma “oposição” eleitoral a Bolsonaro e, quem sabe, conseguir alguns votos na próxima eleição. Política esta que só pode ser na prática uma sustentação do governo e de todo o regime golpista. Enquanto o povo, que é quem mais sofre com a política bolsonarista, pede a derrubada do governo, essa esquerda quer sustentar o regime para quem sabe conseguir algum cargo em meio à destruição nacional. Resta saber se até mesmo esses cargos estarão lá.

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6 | ESPORTES ESPORTES

A destruição do futebol em nome do politicamente correto N

a última quinta-feira, a Conmebol (Confederação Sul-americana de Futebol) multou a CBF em R$ 57 mil por que a torcido brasileira, no jogo de abertura da Copa América no Morumbi, teria supostamente entoado gritos “homofóbicos” contra a Seleção boliviana. Segundo a Conmebol, a grito de “bicha” contra o goleiro adversário seria um perigoso crime por parte da torcida brasileira e merecedor, portanto, da multa. Esse tipo de multa vem sendo aplicada em todos os campeonatos na Europa e na América Latina. Os clubes e as federações teriam responsabilidade sobre o que gritam seus torcedores no estádio. Por exemplo, a CBF teria que impor uma espécie de censura aos

torcedores, teria, não se sabe como, controlar o que cada um das dezenas de milhares de torcedores presentes no estádio irá falar. A mesma coisa vale para os clubes. Outra questão importante é: quem decidirá o que será ou não será “ofensa”. Será que o grito de “bicha” seria ofensivo para um alemão que não faz a menor ideia do que significa tal palavra? Como definir o que é ou não “ofensivo”. É o tal do politicamente correto sendo usado para atacar o futebol, mais uma forma daqueles que dominam o futebol controlarem os jogos. Se não se consegue determinado resultado em campo, basta acusar determinado clube ou federação de algum torcedor ter sido “ofensivo”. Quem poderá con-

trolar isso? Ninguém. Estamos à mercê dos dirigentes das federações que estão sempre prontos a arranjarem resultados, a punir determinado time ou jogador de acordo com seus interesses.

VAR, o destruidor da emoção do futebol A

Copa América de futebol que está sendo disputada no Brasil já deixou claro e evidente que o VAR (árbitro de vídeo) tem que ser exterminado do futebol. Se não bastasse a retranca que o tal futebol “moderno” criou para estragar essa arte, a tal duas linhas de quatro, ainda temos o VAR, verdadeiro “empata a foda”. Foram mais de 15 gols anulados na Copa América, um tal árbitro de vídeo, que por ser contra o futebol, fica em uma cabine buscando acabar com o momento mais emocionante do futebol, o gol. No jogo Brasil e Venezuela foram anulados 4 gols do Brasil, no jogo Uruguai contra o Peru, o VAR anulou 3 gols da celeste, ambos os jogos terminaram zero a zero, que de maneira

nenhuma demonstra o que foi o jogo. É um verdadeiro estupro ao futebol, o jogador ofensivo que tem no gol

sua realização, o clímax desse esporte, é interrompido, oprimido, podado quando marca o gol.

Mais uma vez, em nome de uma moralidade alheia ao esporte, que no final das contas é definida sabe-se lá por quem, estão destruindo o futebol e a festa dos torcedores. ários jogadores já disseram que comparam a emoção de fazer um gol, ao orgasmo, no entanto, depois de soltar o grito de gol, esfalecer em comemoração, tem seu êxito repudiado pelo VAR, que sem cerimônias, mostra que o vídeo não considera gol a pintura da jogada, porque a bola triscou a unha do dedo mindinho do atacante ou sua unha do pé estava a 0,000001 cm à frente do zagueiro. O VAR é contra o futebol. inimigo do gol, se existisse na época de Pelé, com certeza o rei jamais teria passados mil gols, esse maldito VAR teria anulado mais de 500 gols do maior jogador de todos os tempos. Quem é amante desse esporte, tem que encarar o VAR como inimigo, e se engajar junto ao PCO numa campanha nacional e internacional pelo Fora VAR. não deixe a tecnologia, controlada pelos capitalistas controladores do futebol acabar com o maior espetáculo da terra, o futebol.

TODOS OS DOMINGOS ÀS 20H30, NA CAUSA OPERÁRIA TV


INTERNACIONAL | 7

LAVA JATO PERUANA

Imperialismo forma cerco contra Odebrecht A

s investidas do imperialismo e seu modus operandi não se limitam ao território nacional. O nível da crise capitalista exige, portanto, o desenvolvimento do golpe em praticamente todos os países em que o imperialismo puder exercer pressão. No Peru, o golpe também segue o mesmo método; é através do judiciário – o aparelho mais reacionário que a burguesia golpista domina, se infiltra no Estado e avança no domínio do poder, como tem acontecido em diversos países da América do Sul. Temos, assim, diante de nós mais uma etapa da Lava Jato; agora, porém, na parte voltada para o pacífico. O enredo se repete, muda-se somente o elenco. No caso peruano, a nova fase do golpe inclui pagamentos ilegais na construção de um gasoduto durante o governo de Ollanta Humala, por parte da Odebrecht, e que se somam à denúncia de um procurador contra um colega por supostamente ter facilitado a fuga do país do ex-man-

datário Alejandro Toledo. Após as novas denúncias, a resposta dada pela construtora revela o quão ingerente o imperialismo estadunidense se coloca nos meandros da operação. “Todos os documentos e depoimentos sobre fatos ocorridos no passado (…) estão há três anos nas mãos do Ministério

CAÇAS DOS EUA NO QATAR

Público do Brasil e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, ou seja, estão disponíveis para os países que celebraram acordos de leniência com a Odebrecht e os homologaram”, afirma a construtora. A situação se agrava, por um lado pela denúncia de um procurador con-

tra um colega por ter supostamente facilitado a fuga do ex-presidente Alejandro Toledo (2001-2006), e por outro pelos pagamentos ilegais na construção de um gasoduto. Devido ao suposto recebimento de propina, o ex-presidente Humala e sua esposa passaram nove meses em prisão preventiva, acusados de receber dinheiro durante a campanha eleitoral. Na caçada judiciária em busca dos interesses imperialistas, Pérez é o membro mais proeminente da Procuradoria que no que compete a investigação da construtora brasileira. Diante da escalada golpista que se estende à praticamente todos os países da América Latina, é de se esperar, a cada momento, uma novidade em torno de supostos casos envolvendo empresas que se colocam como obstáculo para o domínio do imperialismo nos países menos desenvolvidos. É nesse sentido, portanto, que toda a operação orquestrada e, claramente dirigida pelos EUA, como vimos aqui, deve ser rechaçada e anulada juntamente com todos os processos consumados.

G20

Abaixo a ameaça imperialista no Termina encontro que confirma Oriente Médio crise do imperialismo A A

s investidas do imperialismo e seu modus operandi não se limitam ao território nacional. O nível da crise capitalista exige, portanto, o desenvolvimento do golpe em praticamente todos os países em que o imperialismo puder exercer pressão. No Peru, o golpe também segue o mesmo método; é através do judiciário – o aparelho mais reacionário que a burguesia golpista domina, se infiltra no Estado e avança no domínio do poder, como tem acontecido em diversos países da América do Sul. Temos, assim, diante de nós mais uma etapa da Lava Jato; agora, porém, na parte voltada para o pacífico. O enredo se repete, muda-se somente o elenco. No caso peruano, a nova fase do golpe inclui pagamentos ilegais na construção de um gasoduto durante o governo de Ollanta Humala, por parte da Odebrecht, e que se somam à denúncia de um procurador contra um colega por supostamente ter facilitado a fuga do país do ex-mandatário Alejandro Toledo. Após as novas denúncias, a resposta dada pela construtora revela o quão ingerente o imperialismo estadunidense se coloca nos meandros da operação. “Todos os documentos e depoimentos sobre fatos ocorridos no passado (…) estão há três anos nas mãos do Ministério Público do Brasil e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, ou seja, estão disponíveis para os países que celebraram acordos de leniência com a Odebrecht e os homologaram”, afirma a construtora. A situação se agrava, por um lado pela denúncia de um procurador con-

tra um colega por ter supostamente facilitado a fuga do ex-presidente Alejandro Toledo (2001-2006), e por outro pelos pagamentos ilegais na construção de um gasoduto. Devido ao suposto recebimento de propina, o ex-presidente Humala e sua esposa passaram nove meses em prisão preventiva, acusados de receber dinheiro durante a campanha eleitoral. Na caçada judiciária em busca dos interesses imperialistas, Pérez é o membro mais proeminente da Procuradoria que no que compete a investigação da construtora brasileira. Diante da escalada golpista que se estende à praticamente todos os países da América Latina, é de se esperar, a cada momento, uma novidade em torno de supostos casos envolvendo empresas que se colocam como obstáculo para o domínio do imperialismo nos países menos desenvolvidos. É nesse sentido, portanto, que toda a operação orquestrada e, claramente dirigida pelos EUA, como vimos aqui, deve ser rechaçada e anulada juntamente com todos os processos consumados.

decadência do imperialismo pode ser vista de várias formas: as malogradas tentativas de desestabilizar o governo venezuelano, a derrota na guerra da Síria, como também, pela reorganização dos acordos econômicos dos países avançados, para segurar a catástrofe iminente do sistema capitalista. Neste sábado (29), os países do G20 ratificaram o acordo de livre-comércio, demonstrando o nível da crise em que se encontram os países imperialistas. No final do evento foi publicado o seguinte texto: “Nós, os líderes do G20, nos reunimos em Osaka, no Japão, em 28 e 29 de junho de 2019, para fazer esforços conjuntos para enfrentar os principais desafios econômicos globais. Trabalharemos juntos para promover o crescimento econômico global, ao mesmo tempo em que aproveitaremos o poder da inovação tecnológica, em particular a digitalização, e sua aplicação para o benefício de todos”. Fica exposto, portanto, o discurso demagógico, onde a acessibilidade e o desenvolvimento tecnológico e material das condições materiais de cada país se dá de forma planificada e não desigual, o que garante o predomínio dos países mais avançados.

O encontro também abordou a crise da União Europeia (UE) com os EUA, dando enfase à indisposição do presidente Donald Trump para com as metas do Acordo de Paris – o que todos do G20 fizeram. As metas quanto a redução do aquecimento global foram discutidas e limitadas em menos de 2ºC. De acordo com o texto, a economia deve ter um crescimento baixo e, mesmo assim, só no final do ano ou em 2020. Podemos concluir, portanto, que no encontro do G20 foi tratado, principalmente, o tema do livre-comércio. É através do livre-comércio que os países mais avançados, cujo cambio é favorável, onde o desenvolvimento das forças produtivas (indústria, tecnologia) é preponderante diante do resto do mundo, que os sanguessugas da economia global se reorganizarão para espoliar os países mais debilitados e atrasados economicamente. Trata-se de uma pura demonstração de fraqueza da economia dos países imperialistas, que procuram sanar suas crises através do aumento da exploração econômica dos países menos desenvolvidos e da superexploração da força de trabalho.


8 | CIDADES

ATAQUES

Doria ataca o direito de greve, 58 demitidos no Metrô A

pós a greve geral do dia 14 de junho contra a reforma da Previdência e os ataques aos trabalhadores realizados pelo governo Bolsonaro, a extrema direita bolsonarista tratou de avançar ainda mais contra os direitos. O governador playboy e fascista João Doria atacou o direito de greve através da demissão de 58 funcionários do Metrô paulista. A greve do Metrô paulista assustou o tucano Joao Doria, que coloca em marcha um plano de privatização desse serviço de transporte. A demissão é na prática a proibição do direito democrático fundamental dos trabalhadores. Doria e a imprensa burguesa justificaram as demissões porque a greve possuiu “motivação política”. Nada mais farsante, primeiro porque no final das contas toda greve é política, nesse caso inclusive a greve tinha uma motivação política de ir contra a reforma da Previdência e de outros direitos dos trabalhadores. Mas a luta contra a destruição da previdência é obviamente uma luta também econômica.

Mas há algo ainda mais grave. De onde esses juízes, que agem a serviço de Doria, tiraram que na Constituição federal não está permitido fazer “greve política”. Não existe essa restrição, que por sinal é extremamente arbitrária, na lei. Mais uma vez está claro que tanto Doria como os juízes agem ilegalmente contra um direito fundamental. É importante reforçar que até a chamada imprensa “democrática” como a Folha de S. Paulo saiu em defesa das demissões e contra a greve. O que reforça que esse órgão de imprensa é extremamente golpista e dá um ar democrático para uma política fascistóide como acabar com o direito de greve. Houve todo um conluio do governo e da justiça para que não houvesse greve. A justiça ameaçou os sindicatos com multas elevadíssimas, mesmo assim não conseguiu acabar com a greve. Então, entra em cena o fascista Doria para reprimir os grevistas. E as demissões não devem parar por aí. Em apenas duas semanas fo-

ram 58 demissões no metrô e esse número tende a aumentar conforme sejam identificados novos grevistas. A perseguição vai aumentar conforme os golpistas coloquem em ação sua política fascista. O direito de greve é fundamental para a redução da exploração dos trabalhadores, melhoria do ambiente de

trabalho e para a adequada da prestação dos serviços a população. É preciso organizar novas paralisações em defesa dos grevistas demitidos, pois é a proibição do direito de greve num momento em que estão retirando os direitos dos trabalhadores e há um plano para a privatização do metrô.

GOLPE

Para Rui Costa (PT), paz só será alcançada com Justiça golpista N

o dia 27, dois governadores petistas do Nordeste, Rui Costa (BA) e Wellington Dias (PI), estiveram na carceragem da Polícia Federal em Curitiba para visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após as visitas, os governadores participaram com os integrantes da vigília Lula Livre e deram seus depoimentos sobre a situação de Lula e a situação atual. Segundo Rui Costa, “este é o momento da Justiça brasileira fortalecer sua imagem” e “gritamos por paz, que só será alcançada com justiça” Já Wellington Dias afirma que “seguimos acreditando no povo e no Brasil. Nosso compromisso é seguir na luta. O amor vencerá. Estaremos juntos, em breve, recebendo Lula aqui fora (…) O amor vencerá”. Os dois governadores petistas insistem em acreditar nas instituições que são claramente golpistas e que ficou

ainda mais evidente com a divulgação dos áudios do The Intercept e após o STF negar dois habeas corpus a Lula. Em nenhum momento colocam a posição de derrotar os golpistas e organizar a classe trabalhadora para realizar uma grande campanha para libertar Lula. Se esquecem que o golpe foi dado por essa própria justiça e que ainda insistem em invocar para respeitar as leis e a constituição. Pedem para as instituições que deram o golpe libertarem e falam em paz e amor, pois há um interesse em manter um acordo com os golpistas, realizar as chamadas “reformas” e ficar de olho nas próximas eleições. Dessa maneira, Lula não será solto e muito menos serão derrotadas as políticas de entreguistas e de terra arrasada do governo Bolsonaro. É preciso mobilizar a população e os trabalhadores para libertar Lula e pedir o fora Bolsonaro imediatamente, não esperar até 2022.


MOVIMENTO OPERÁRIO | 9

ECT

Direção dos Correios transfere carteiros arbitrariamente usando o DDA

O

s carteiros da região de Campinas estão sendo transferidos de suas unidades de origem, para cidades afastadas, de modo que a transferência está sendo feita sem o acordo com o trabalhador, nem mesmo sem consultá-lo antes, se ele aceita essa mudança radical de ambiente de trabalho. Carteiros com mais de 30 anos em uma única unidade estão recebendo a informação pela chefia imediata de que o mesmo deverá se apresentar em uma nova unidade de trabalho dos Correios em outra cidade. Essas transferências estão sendo feitas sem permuta, além do problema que está causando ao trabalhador transferido. Também têm reflexos no dia a dia da unidade que está perdendo um trabalhador experiente naquela unidade, o que logicamente

irá sobrecarregar os demais carteiros. A ECT está alegando que o serviço diminuiu e que por isso não é preciso manter o mesmo número de trabalhadores dos Correios para a quantidade de entrega diária. Com a introdução do DDA (Distribuição Domiciliar Alternada) a direção golpista da ECT, além de deixar de entregar cartas diariamente nos bairros pobres, O DDA promoveu um enxugamento das unidades, diminuindo dos CDD’s o número de distristo. Os trabalhadores precisam se opor ao desmonte da ECT, que acontece em pequenas coisas como a transferência desses trabalhadores, através de uma campanha nacional contra a privatização dos Correios, por Fora Bolsonaro e todos os golpistas, pela Liberdade para Lula e Eleições gerais Já com Lula candidato.

IND´USTRIA DE CANES DERIVADOS E FRIOS

Sindicato dos frios participará de mutirão pela liberdade de Lula N

este domingo o sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carne Derivados e do Frio no Estado de São Paulo participará de mutirão na avenida Paulista. A atividade tem como objetivo discutir com os transeuntes sobre a situação da prisão do ex-presidente da república que está preso há mais de um ano, vítima do golpe de estado orquestrado pelos governos do PMDB, PSDB, DEM, Supremo Tribunal Federal (STF), bem como a polícia federal, tendo como principal juiz o chamado Mussolini de Maringá (Sérgio Moro). A farsa orquestrada pelos golpistas, está sendo desmascarada a cada dia. Nas últimas semanas de maio, a máscara do Mussolini de Maringá foi desfeita com o vazamento de conversas

entre ele e o Dallagnol, deixando claro o objetivo da prisão política do Lula e toda a manobra de levar à presidência da república através de fraude escancarada o ilegítimo Jair Bolsonaro. É hora de tirar o Lula da prisão e para isso é necessário toda uma mobilização da classe operária e da população explorada e, para que isso ocorra é necessário a organizar desses setores. Neste dia de domingo será recolhidas assinaturas dos trabalhadores de diversas categorias e da população em geral, para levarmos o maior número possível de trabalhadores até Curitiba no dia 16 de agosto, sendo mais uma atividade de aglutinação dos trabalhadores, dando continuidade às mobilizações ocorridas nos dias 15, 30 de maio e 14 de junho.


10 | MOVIMENTO OPERÁRIO

GOLPISTA

STF cassa desconto em folha para estrangular sindicatos N

este dia 27 de junho, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, suspendeu qualquer acordo coletivo que autorizava sindicato a descontar a contribuição diretamente da folha de pagamento. Segundo o golpista Barroso o acordo coletivo não pode ser entendido como manifestação da vontade individual do trabalhador. A decisão do STF vai de encontro com a política de Bolsonaro de ataques às entidades sindicais através da Medida Provisória (MP) 873/2019 que proíbe o desconto sindical automático e cria uma série de dificuldades para que o trabalhador possa contribuir com o sindicato. Os argumentos fazem coro com a extrema direita que quer os trabalhadores sem nenhuma proteção de leis traba-

lhistas ou de defesa sindical. No ano passado, o STF já havia se colocado contra a contribuição sindical automática e agora, após a fraude eleitoral que colocou Bolsonaro na presidência, está cada vez mais defendendo os patrões e o golpe. É mais uma decisão para facilitar a imposição da retirada dos direitos dos trabalhadores e da privatização das empresas estatais através do enfraquecimento das entidades sindicais, responsáveis pela organização dos trabalhadores. Evidencia ainda mais que o STF não só foi omisso no golpe em 2016, como atuou e ainda atua em favor da extrema direita e na perseguição aos representantes dos trabalhadores, como o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula.

COTV

Veja como foi o programa Análise sindical O

mais novo programa da Causa Operária é o “Análise Sindical” que ocorre todos os sábados às 18h, com uma série de notícias e análises sobre os problemas e a luta da classe operária nos sindicatos, bairros, locais de trabalho, partidos, centrais sindicais etc. O programa, que é apresentado pelos companheiros Lilian Miranda e Augusto Rolim, é recheado de vídeos, imagens, declarações etc dos membros da corrente sindical Causa Operária, além dos que assistem a

Causa Operária TV e mandam suas sugestões, vídeos, denúncias etc. O programa do dia 29 foi especial e contou com a participação de Benedito Barbosa da Central de Movimentos Populares (CMP) que foi entrevistado e falou sobre a escalada repressiva por parte do Estado controlado pelos golpistas, que levou a prisão de 5 companheiros membros de movimentos de luta pela moradia. As prisão ocorreram, como ocorre numa frequência cada vez maior , sem qualquer base

jurídica e num simples ato de perseguição política. Além disso, o programa comentou as demissões nas fábricas da Toyota de Sorocaba (SP) e Porto Feliz (SP) e luta dos trabalhadores pela readmissão. Também falou sobre a decisão dos professores da UEL (Universidade Estadual de Londrina) de entrar em greve no dia 2 de julho. Um professor da prefeitura de São Paulo também enviou uma denúncia sobre a precariedade da dita inclusão dos alunos com necessidades

especiais, que acabam sendo “despejados” nas salas de aula sob a responsabilidade dos professores. O programa teve ainda a participação do companheiro Renam Arruda, dirigente da Corrente Sindical Causa Operária, que fez uma análise sobre a política de um setor da esquerda de aceitar a reforma da previdência através de negociações no Congresso golpista e também do ato convocado pelas centrais sindicais para o dia 12 de julho.


MORADIA E TERRA | 11

INDÍGENAS

Povo Yanomami repudia militar indicado para Distrito de Saúde em RR

A

Associação dos Povos Yanomami do Estado de Roraima emitiu nota de repúdio a indicação do Major do Exército do Rio de Janeiro, Francisco Dias Nascimento Filho, como o novo coordenador do DSEI – Distrito Sanitário Especial Indígena – para o estado de Roraima. A nomeação foi dada pela indígena bolsonarista Silvia Waiãpi apresentada como um um avanço, mas é uma espécie de “capitão-do-mato” dos indígenas. Silvia foi colocada na Secretária Especial de Saúde Indígena (SESAI) com a intenção de destruir a Sesai, pois essa é a vontade de Bolsonaro e do atual ministro da Saúde, o representante dos latifundiários, Luiz Eduardo Mandetta. Veja abaixo a nota de repúdio do povo Yanomami:

NOTA DE REPUDIO Nós Yanomami fomos surpreendido pela indicação da Secretária Especial de Saúde Indígena – SESAI, Silvia Waiãpi que indicou o Major do exército do Rio de janeiro, Francisco Dias Nascimento Filho, para o cargo de Coordenado Distrital de Saúde – DSEI YANOMAMI, que já tramita pelo sistema SEI. Sabemos que se de tratar de um cargo de livre nomeação e exoneração atribuída ao chefe do poder executivo. O povo Yanomami não foi consultado sobre a sua possível indicação, e não houve nenhum respeito pela parte dela e do governo com a população Yanomami, apesar dela ser indígena. Domingo retrasado 16/06/2019 no fantástico passou a reportagem que relatava sobre saúde indígena, o Mi-

DESPEJADA

nistro de Saúde Luíz Henrique Mandetta deu uma entrevista falando “Não temos intenção nenhuma de fazer mudanças sem a participação de nenhum deles”, mas na pratica não houve o diálogo com a população Yanomami. Lembrando que no mês de Maio todas associações em conjunto fizemos

uma carta convidando a Sr Silvia para dialogar sobre a Saúde Yanomami, mas não tivemos nenhuma resposta. Por isso não aceitamos a indicação dela. Portando povo Yanomami decidiu continuar com o atual Coordenador do DSEI YANOMAMI (Rousicler de Jesus Oliveira)

PERSEGUIÇÃO

Ocupação do MST sofre terceiro Antes de Lula ser preso, Sérgio despejo no Baixo Sul da Bahia Moro já perseguia os sem-terra F A

oi despejada, nessa quinta-feira (27), mais uma ocupação do Movimento Sem Terra (MST) no Baixo Sul da Bahia, no acampamento Belo Monte, antiga fazenda Bom Prazer. A ação se baseou na decisão do juiz Álvares de Souza Nascimento, da Comarca do Município de Gandu, Baixo Sul da Bahia. Esse já é o terceiro despejo seguido de acampamentos localizados no latifúndio de Hugo Barreto. A ocupação já existia a dez anos, com estrutura produtiva consolida-

da a ponto de ser responsável por boa parte do abastecimento das cidades da região. O fortalecimento das posições direitistas da bancada ruralista dentro do governo golpista, contudo, resultam num maior número de ações arbitrárias desse tipo, aumentando toda a ofensiva dos latifundiário contra os posseiros. Fica patente, portanto, a necessidade de lutar contra o golpe de conjunto a fim de obter ganhos na luta pela terra.

CONDUTA Servidores do Ibama denunciam “assédio moral” de ministro bolsonarista

A

s associações de servidores do Ibama de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Pará, Mato Grosso, Distrito Federal e Tocantins enviaram ao Ministério Público pedido de apuração da conduta do ministro do Meio Ambiente – Ricardo Salles. Os servidores acusam o ministro de adotar práticas de assédio moral coletivo, além de adotar políticas de retrocesso ambiental e criar entrave ao bom funcionamento dos orgãos. Dentre práticas, estão a de abrir processos administrativos ou até exonerar funcionários a partir de justificativas descabidas. Os funcionários do Ibama e outros institutos acusam a centralização do Ministério, que os impede de comunicações sem se submeterem ao ministro. Só neste ano, três diretores do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade pediram exoneração. O Ministério Público mencionou “preocupação” com a queda na atividade fiscalizatória do Ibama, e a omissão do Ministério quanto à falta de

pessoal e à baixa qualificação dos novos diretores. Infelizmente, sabemos que se trata de uma instituição aparelhada pelo Estado e que não colocará barreiras nos planos de devastação completa dos nossos recursos naturais. O caso foi enviado, naturalmente, à procuradora-geral, Raquel Dodge, que é um mero fantoche do golpe. As populações rurais, camponeses, indígenas, quilombolas, sem-terra e os funcionários não devem aguardar passivamente às pseudo-investigações da Justiça golpista. É preciso mobilizar-se para fazer frente ao ataque golpista às nossas florestas.

s mais novas matérias do The Intercept Brasil, vazando conversas entre os integrantes da Lava-Jato, expuseram as opiniões dos procuradores sobre as atitudes do ex-juiz Moro que atropelam as regras do processo. Mas as atitudes persecutórias de Sérgio Moro não são uma novidade em sua carreira, como deixou claro uma das mensagens enviadas pela procuradora Monique Cheker, desde 2008 Moro já cultiva a fama de inquisidor. Um caso que exemplifica é um de 2013, quando era juiz federal no Paraná, Moro foi responsável pela prisão ilegal de três agricultores por 48 dias na cidade de Irati. Os agricultores foram acusados de desviar recursos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que trata da compra e venda de produtos da agricultura familiar. A ação foi resultado da Operação Agro-Fantasma, da Polícia Federal, investigava irregularidades na entrega dos alimentos aos estabelecimentos conveniados que estariam recebendo muito menos do que o plano do programa. A defesa demonstrou que a diferença na entrega dos produtos se dava pela variação da safra dos alimentos produzidos pelas famílias. Os agricultores foram presos e acusados de diversos crimes inclusive associação criminosa, e a prisão trouxe

prejuízos financeiros às famílias dos trabalhadores e para as entidades envolvidas. As ações arbitrárias da justiça com a desculpa da luta contra corrupção já eram usadas, como declarou Dellagnol, pela questão simbólica para a propaganda contra o PT e movimentos sem-terra. Mas diferentemente do que aconteceu com Lula, a juíza Gabriela Hardt, que no caso do sítio de Atibaia simplesmente copiou a decisão de Moro no caso triplex, inocentou os produtores acusados, absolvendo os réus pela falta de justa causa. A Câmara Municipal de Irati proporcionou um ato de absolvição pública dos três trabalhadores rurais, na tentativa de reparar os danos da prisão arbitrária. Prisões preventivas e conduções coercitivas viraram rotina nas operações da Lava-Jato, usadas principalmente para forçar delações premiadas. Moro já agia contra a esquerda muito antes de se juntar a trama do golpe, atacando famílias do MST juntamente com os programas sociais desenvolvidos no governo Lula. Sérgio Moro há muito tempo vem usando de seu cargo para perseguir a esquerda e foi vital na concretização do golpe no país, portanto tem que ser derrubado juntamente com Bolsonaro, seus processos anulados e Lula libertado.


12 | MULHERES

VÍDEO DENUNCIA

PM estrupou mulher em viatura N

o último dia 12, dois agentes da Polícia Militar foram denunciados pelo estupro de uma garota de 19 anos em Praia Grande. Nesse sábado (29), foi divulgado um vídeo de câmeras de segurança confirmando que um dos policiais militares realmente entrou no banco de trás da viatura com a vítima. Isso contraria a versão dos dois policiais de que teriam viajado ambos no banco da frente. As imagens servem como prova para a versão da jovem. Segundo o seu relato, o estupro ocorreu no veículo da PM. O laudo pericial também aponta evidências de violência sexual, inclusive na viatura. A garota informou, no dia 12 de junho, voltava de uma festa de uma amiga e pediu ajuda aos policias para

encontrar o ponto de ônibus. Os policias ofereceram carona até o terminal rodoviário, onde haveria ônibus para São Vicente, onde mora. Quando entrou na viatura, um dos policias sentou-se ao seu lado e, com o carro já em movimento, puxou seu cabelo para que a ela o beijasse. Pouco depois, ele a estuprou. Os dois policias foram presos preventivamente e o caso segue sob investigação da Delegacia da Mulher de Praia Grande. À imprensa, a ouvidoria da polícia se mostra perplexa, tratando o fato como caso isolado. A Polícia Militar, tão protegida pela imprensa burguesa, ao contrário de ser composta por protetores da população, é uma instituição repleta de estupradores e de assassinos.

Lutar para acabar com a violência sexual significa lutar também pela dissolução dessa corporação de extermínio do povo e enfrentar os seus defensores. Essa reivindicação deve ser resultado de uma ampla mobilização

em torno desses problemas resultantes da repressão estatal. Trata-se de uma medida democrática para reduzir os danos causados pelo Estado contra as mulheres, os negros e os trabalhadores.

PM

Policiais estupram jovem em viatura – Pela dissolução da PM já! P

oliciais militares que estupraram a jovem de 19 anos em viatura mentiram em depoimento à Polícia Civil, dizendo que os dois haviam ido nos bancos da frente da viatura. Porém, imagens das câmeras de segurança mostraram o policial entrando no banco de traz junto com a jovem. O crime aconteceu em Praia Grande/ SP no dia 12 de junho, quando a jovem pediu ajuda aos policiais para chegar até o terminal rodoviário. “Eu pensei que estaria mais segura indo com eles do que ficar no ponto sozinha de noite, esperando o ônibus passar.” Disse a jovem. Crimes bárbaros como este realizados pela PM tem ocorrido com frequência. Há um número elevados de casos semelhantes por todo o país e, no início deste ano, foram relatado uma série de abusos e estupros de meninas cometidos pela polícia na intervenção militar no Rio de Janeiro.

A mesma autoridade que os policiais usam para julgar e matar sumariamente jovens considerados “bandidos” lhes dá condições para estuprar quem acharem que deve. Importante lembrar que, sob o âmbito da Lei 13.491/17, que alterou o Código Penal Militar, há a real possibilidade destes e outros policiais estupradores – bem como os genocidas – serem julgados por seus próprios pares nos famigerados “tribunais militares”. Tudo isso prova que a polícia do Estado burguês serve como agente político da própria burguesia para manter a população subjugada e não para “levar segurança para a população. Dessa forma, é preciso lutar pela dissolução da polícia burguesa, passando o cuidado da segurança para as mãos da classe e das pessoas que devem ser defendidas. Ou seja, criando grupos de autodefesa locais, as milícias populares.


ATIVIDADES DO PCO E CULTURA | 13

CONTRIBUA

PCO lança campanha financeira nacional E

stá aberta a campanha financeira do Partido da Causa Operária (PCO) para o ano de 2019. Como parte da política de um partido operário, o PCO desenvolve suas atividades por meio de campanhas junto à classe trabalhadora – um partido que depende da burguesia para funcionar é um partido que apenas servirá de capacho para os patrões. O PCO, desde 2016, é conhecido como o partido da luta contra o golpe. Esse titulo, no entanto, não é à toa: o PCO mostrou, na prática, sua disposição a travar uma luta concreta contra a direita golpista e com características fascistas que estabeleceu o regime político ditatorial em que o Brasil está imerso. Para essa campanha ir para frente, é preciso que todos os companheiros que reconheçam o PCO como uma organização legítima de luta dos traba-

lhadores financiem suas atividades. Participe da campanha financeira nacional do PCO e ajude a desenvolver a luta contra o golpe! O PCO já está organizando carava-

nas em todas as regiões do país para o ato em Curitiba pela liberdade de Lula. E essas não serão as primeiras: o PCO já realizou diversas caravanas para Curitiba, Brasília Porto Alegre e São

Paulo para defender o ex-presidente Lula e lutar contra a ofensiva golpista. O PCO também está lutando para estabelecer uma TV que funcione 24 horas por dia, com uma programação que discuta as questões mais importantes para a classe trabalhadora. Seu jornal, o mais antigo do País, é impresso semanalmente e distribuído em quase todos os Estados brasileiros. O PCO também tem se destacado pela quantidade de materiais que tem colocado nas ruas para impulsionar as campanhas “Liberdade para Lula” e “Fora Bolsonaro”. Já foram dezenas de milhares de adesivos e cartazes e centenas de milhares de panfletos espalhados por todo o país. Não fique de fora da campanha financeira do Partido da Causa Operária! Entre em contato conosco e ajude a financiar a luta dos trabalhadores!

FORA BOLSONARO

Apenas a luta contra Bolsonaro pode acabar a censura às obras de arte A

extrema-direita fascista é historicamente inimiga da cultura e das artes. Em todos os regimes políticos fascistas da Europa (fascismo na Itália, Nazismo na Alemanha, Franquismo na Espanha, Salazarismo em Portugal) e nas ditaduras militares de extrema-direita que existiram nas Américas, o que se verifica é uma censura generalizada às liberdades democráticas, entre elas, a liberdade de expressão e criação artística. A censura e a opressão à cultura e a perseguição aos artistas e à intelectualidade são marcas indeléveis da extrema-direita. Nos regimes fascistas e nas ditaduras militares, havia listas

TODOS OS DIAS ÀS 9H30, NA CAUSA OPERÁRIA TV

de obras de arte e livros proibidos, inclusiva a cremação de algumas obras literárias. A expressão artística era rigidamente controlada pelos censores, de forma a expropriar a arte de todo o conteúdo político e crítico. Somente a luta de massas contra o governo fascista de Jair Bolsonaro (PSL) pode acabar com as tentativas de censura às liberdades de expressão e criação artística. A derrota dos fascistas pela mobilização operária é a única garantia real da vigência dos direitos democráticos. As manobras política da burguesia de criminalização da opinião por meio do STF, nada mais visam do que a supressão total da liberdade de expressão e, por consequência, da criação artística. O objetivo é a implementação de uma ditadura sobre a classe trabalhadora.


14 | CULTURA

CHICO BUARQUE

Caravanas de Lula na Europa são ‘de imensa relevância’

O

cantor e compositor Chico Buarque, notável artista de esquerda com experiência na luta pelos direitos democráticos, esteve presente num evento em Paris pela liberdade de Lula junto com outros artistas brasileiros estrangeiros e gravou um vídeo declarando a importância das caravanas Lula Livre pela Europa que ocorrerão entre os dias 25 a 28 de Julho. Chico Buarque durante o evento Abril-Abril em Paris fala da “imensa relevância” desse tipo de mobilização para o momento e deseja boa sorte as caravanas Lula Livre Europa.

O artista das célebres músicas contra a ditadura militar, fortemente censurado e exilado do País durante os “anos de chumbo”, fez campanha contra o Golpe de 2016 e continua apoiando a mobilização pela liberdade de Lula. Chico Buarque tem participado de inúmeros eventos pela liberdade do ex-presidente, recentemente em uma dessas ocasiões fez a seguinte declaração: “A defesa da libertação do presidente Lula é a defesa da democracia, as duas coisas se confundem. Enquanto tiver Lula como preso político, que é o

caso, nós não somos uma legítima democracia”. Chico Buarque é reconhecido no exterior, principalmente na Europa, o seu apoio a campanha pela liberdade de Lula é muito importante para mobilização popular contra a prisão arbitrária do ex-presidente e a derrota do golpe no Brasil. São esses tipos de apoio chamando a população a se mobilizar em caravanas e atos contra a prisão de Lula que poderão surgir efeito e tirá-lo das masmorras do judiciário golpista a serviço do imperialismo no nosso país.

APARTHEID

Roger Waters pede a Milton Nascimento cancelar show em Israel R

oger Waters, vocalista da banda Pink Floyd, pediu em carta para Milton Nascimento cancelar seu show em Israel, marcado para o dia de hoje, 30 de junho. Como não obteve resposta, Roger enviou uma carta para o movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) sobre o furo do artista brasileiro ao piquete internacional de boicote a Israel em solidariedade ao povo palestino. Milton também foi questionado pelo seu público em show realizado em Portugal. Os manifestantes endossaram a posição progressista de Waters, pedindo que Milton cancelasse o show em Tel Aviv. Israel é um Estado formado artificialmente pelo imperialismo com a finalidade de fortalecer as posições do imperialismo no Oriente Médio. Para tanto, Israel, auxiliado pelos Estados Unidos, principalmente, ampliou o seu território através de guerras imperialistas, isolando o povo palestino a cerca de um décimo do seu território original. É dessa situação, inclusive, em que se originam as imagens chocantes de uma população armada apenas de

pedras, sendo atacada por exércitos com armamento pesado. É claro, portanto, a importância de repudiar Israel, defendendo a política de piquete levada pelo BDS. Abaixo, a carta de Roger Water ao BDS 27 de junho de 2019 Quando estive no Brasil no ano passado, fui apresentado ao lendário músico brasileiro Milton Nascimento, e bebemos algumas belas cachaças juntos. Quando li que ele estava planejando cruzar a linha de piquete do movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), para se apresentar em Tel Aviv, fiquei chocado. Eu escrevi para Milton pedindo uma oportunidade de falar com ele. Nem ele nem ninguém de sua equipe me respondeu. Estou com peso no coração. Eu queria falar com Milton sobre amor, morte e música. Amor por todos os nossos irmãos e irmãs em todo o mundo, independentemente de sua religião, ou etnia, ou nacionalidade, mas particularmente pelos palestinos e palestinas que buscaram artistas em todo o mundo para pedir ajuda, através de sua recusa em lavar a imagem do Es-

tado de apartheid israelense, não se apresentando por lá. Eu queria falar com Milton sobre morte. Eu queria perguntar a ele se ele tem filhos, e como ele se sentiria enterrando um deles após um abate casual perpetrado por um exército de ocupação. Eu queria falar com ele sobre música, e sua profunda obrigação

moral como eminente músico de evitar que sua música seja utilizada para lavar o apartheid com arte. Milton escolheu caminhar pelo outro lado, ignorando o que Angela Davis chama de indivisibilidade da justiça. Que pena. Com amor, Roger Waters


JUVENTUDE | 15

MOVIMENTO ESTUDANTIL

Congresso da UNE em plena recessão: uma sabotagem da UJS O

movimento estudantil, em sua toda a trajetória de luta se deparou com aquelas organizações que geralmente estão a frente dos grandes órgãos de representação dos estudantes, e é fato que as mesmas tentam dar o tom político que desejam para o movimento logicamente. Além disso, também enfrenta o maior problema que é o de travar a luta política além do calendário acadêmico; quando não se discute a situação política no sentido do cenário nacional as lutas ficam setorizadas e levam a confusões políticas dentro de um movimento que tem grande importância na disputa política. O congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE) que está marcado para as próximas semanas, reflete que não está sendo colocado o devido peso político que deveria ser colocado

em uma atividade desse tipo. Chamar uma atividade dessa magnitude em meio ao recesso demonstra uma completa sabotagem à atividade que deve ter um grande impacto e principalmente encaminhar a luta política dos estudantes para um rumo mais combativo. De fato, isso deixa clara a manobra política feita pelas direções como da União da Juventude Socialista (UJS) que visam direcionar a luta do movimento estudantil para o caráter unicamente acadêmico e identitário e assim dificultando a luta política. O momento que está colocado é de completo acirramento contra a política impetrada pelos golpistas, os estudantes estão inclinados a luta e com medidas mais incisivas, é uma clara sabotagem quando se coloca uma atividade como essas em um momento de recessão.

44ª UNIVERSIDADE DE FÉRIAS

Será uma experiência única J

á está chegando o dia de começar mais uma Universidade de Férias do Partido da Causa Operária junto com o Acampamento da Aliança da Juventude Revolucionária, atividade que acontece duas vezes por ano, sempre em janeiro e julho, há 22 anos seguidos! Essa 44ª edição da universidade, que é um curso de formação teórica marxista, terá como tema “O Programa para a Revolução Socialista dos Dias de Hoje – O Programa de Transição da IV Internacional”. A Universidade de Férias traz uma discussão completa e aprofundada sobre vários temas da política e do marxismo. O PCO preza pela discussão teórica pois sabe que a luta política prática só pode ser coerente se está fundamentada sobre a teoria científica do materialismo histórico. A orientação teórica é essencial para uma militância revolucionária, “sem teoria revolucionária não existe movimento revolucionário”, nos ensinou Lênin. A teoria deve estar aliada à ex-

periência e à militância cotidiana. Por isso, nas universidades de férias, além dos cursos, os participantes também tem uma experiência de trabalho coletivo e estudo. Dessa vez, a estrutura do curso será um pouco diferente do que foram os dois últimos, pelo menos: em vez de um único auditório, haverá salas de aula com ministradores diferentes por segmento. A atividade começa no dia 15 de julho e se estende até o dia 22 e, como sempre, será em um local campestre próximo da capital paulista, provido de muitos equipamentos de esporte e lazer. Desta vez, será na cidade de Ibiúna, região de Sorocaba, a cerca de 70 km de São Paulo. Quem ainda não foi a nenhuma Universidade de Férias do PCO e acampamento da AJR, precisa vivenciar essa experiência única de uma convivência socialista com pessoas de todo o Brasil, com trabalho coletivo, estudo, discussões, debates, brincadeiras, jogos,

exibição de filmes, comida boa e boa companhia. Quem já foi, não perde uma e vai sempre. As crianças também adoram. Inscreva-se agora mesmo preenchendo o formulário em: https://pco.

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