Edição Diário Causa Operária nº5691

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TERÇA-FEIRA, 2 DE JULHO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5691

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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Delação premiada: tortura e corrupção A nova revelação das conversas no grupo do Telegram entre membros da Lava Jato, publicada na Folha de S. Paulo no último domingo, mostrou definitivamente que as “provas” contra Lula foram forjadas por Léo Pinheiro e os agentes da operação, justamente para incriminar o ex-presidente e prendê-lo. De fato, a condenação de Lula, preso desde o ano passado em Curitiba, é pelas mentirosas reformas no triplex do Guarujá, feitas pela OAS para receber benefícios em negócios com a Petrobras – segundo a versão fabricada por Pinheiro sob pressão da Lava Jato.

Bolsonaro soma-se ilegalmente ao bloqueio genocida dos EUA contra Cuba

EDITORIAL

Vitória do PCO contra o TSE

A Anvisa não atendeu ao pedido de renovação do registro da marca Cohiba no Brasil e, portanto, o famoso charuto não poderá mais ser vendido no País. O indeferimento ocorreu em 23 de maio e já no final de junho o produto foi retirado dos locais de venda. A informação é do jornalista coxinha Lauro Jardim.

Após três semanas de campanha financeira, o Partido da Causa Operária finalmente conseguiu vencer a ditadura do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que havia imposto sobre o partido um multa de mais de 80 mil reais, por conta de um dinheiro arrecadado pelos militantes.

COLUNA

STF da ditadura militar é o mesmo STF de hoje O Supremo Tribunal Federal (STF) é quem, hoje, pode libertar Lula da cadeia, se formos considerar apenas as alternativas institucionais. É por isso que “sentaram em cima” do habeas corpus de Lula, e, agora, ameaçam nem julgar esse processo em 2019.

OPINIÃO

Marcelo Freixo : “nem esquerda nem direita”, uma ode ao PSDB

Assessor de Bolsonaro defende milícias paramilitares do RJ Marcelo Antonio Siqueira, cargo comissionado, auxiliar parlamentar pleno do gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PSL), em grupo de WhatsApp de assessores do Senado, enalteceu as atividades das milícias do Rio de Janeiro.

Marcha da fraude demonstra encolhimento da direita

Nem Obrador se salva dos ataques da direita No último domingo (30), ocorreu, na cidade do México, uma manifestação contra o atual presidente, Andrés Manuel López Obrador. Segundo a imprensa burguesa, os manifestantes estavam supostamente protestando contra a “corrupção” e a “violência”.


2 | OPINIÃO EDITORIAL

COLUNA

Vitória do PCO contra o TSE

STF da ditadura militar é o mesmo STF de hoje

A

pós três semanas de campanha financeira, o Partido da Causa Operária finalmente conseguiu vencer a ditadura do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que havia imposto sobre o partido um multa de mais de 80 mil reais, por conta de um dinheiro arrecadado pelos militantes. A ditadura consiste na burocracia do TSE que, enquanto ajuda os partidos da burguesia, profissionais da lavagem de dinheiro, ataca os partidos pequenos por meio de leis sem sentido. Durante eleições anteriores, os militantes do PCO arrecadaram uma determinada quantia de dinheiro para arcar com os custos de impressão de materiais, financiamento de propagandas e assim por diante. Um valor minúsculo, que não ultrapassou os R$ 100 mil – algo que nem chega a ser esmola perto do dinheiro dos partidos tradicionais do regime burguês. As arrecadações foram feitas através de campanha financeira, pedindo contribuições pequenas para os simpatizantes do partido. Por isso, alguma delas acabaram sendo depositadas sem identificação. Isso serviu para o TSE, através de suas leis burocráticas, como pretexto para atacar o PCO. Foi imposto para o

Por Juliano Lopes

O

partido de pagar um multa de mais ou menos R$ 80 mil por um dinheiro que era seu. Diante disso, o PCO iniciou uma intensa campanha financeira com todos seus simpatizantes e militantes com o intuito de arrecadar o dinheiro exigido pelo Tribunal. Caso contrário, a legenda do partido poderia ser cassada. Um processo antidemocrático totalmente absurdo. Após três semanas de intensa campanha, o PCO conseguiu pagar a multa. E por isso, o partido agradece todos aqueles que contribuíram, demonstrando um apoio ao partido, a seu programa e a sua política. O partido a agradece todos aqueles que, acreditando na política revolucionária, ajudaram a arrecadar fundos e vencer a ditadura do TSE.

Supremo Tribunal Federal (STF) é quem, hoje, pode libertar Lula da cadeia, se formos considerar apenas as alternativas institucionais. É por isso que “sentaram em cima” do habeas corpus de Lula, e, agora, ameaçam nem julgar esse processo em 2019. É o que foi apontado em uma matéria publicada no site da Folha de S. Paulo, onde o ministro pau-mandado de general, Dias Toffoli, acenou com a proposta de não votar o HC de Lula em 2019, pois a pauta do 2º semestre do tribunal já está publicada. É uma desculpa formal para atender os interesses dos golpistas, que estão encastelados dentro de todo Estado, especialmente do Poder Judiciário. É um recado de que, se depender do STF, Lula não será solto de forma alguma. Apesar da abertura democrática do País, é preciso dizer que o Supremo, assim como outras organizações, como a Polícia Militar, não sofreu qualquer alteração significativa com relação aos anos de chumbo no qual tomou parte e foi advogado dos mi-

litares golpistas. São basicamente os mesmos ditadores de toga que, apesar de trocar de nomes, levam adiante os planos da direita, dos golpistas. Toffoli fala abertamente que não vai ou não quer julgar o HC de Lula, do ex-presidente, que está preso como resultado de um processo publicamente fraudado. Ele fala isso e não acontece nada, especialmente por se tratar de um HC, no qual, em tese, o direito à liberdade ameaçado deveria se sobrepor a qualquer pauta já publicada. São ditadores de toga, que não foram eleitos por ninguém. Qualquer pessoa do Poder Legislativo, por mais escandalosa que tenha sido a eleição e a pessoa, tem mais legitimidade dentro do regime que os intocáveis do STF e do Poder Judiciário, que não receberam votos de ninguém e fazem o que querem. Lutar contra o golpe de Estado e pela liberdade de Lula é lutar pelo fim da ditadura do Judiciário, pelo fim dos ditadores de toga. Esse também deve ser o programa colocado nas ruas por todos aqueles que querem a liberdade do ex-presidente.


POLÍTICA | 3

GOLPE

Delação premiada: tortura e corrupção A

nova revelação das conversas no grupo do Telegram entre membros da Lava Jato, publicada na Folha de S. Paulo no último domingo, mostrou definitivamente que as “provas” contra Lula foram forjadas por Léo Pinheiro e os agentes da operação, justamente para incriminar o ex-presidente e prendê-lo. De fato, a condenação de Lula, preso desde o ano passado em Curitiba, é pelas mentirosas reformas no triplex do Guarujá, feitas pela OAS para receber benefícios em negócios com a Petrobras – segundo a versão fabricada por Pinheiro sob pressão da Lava Jato. Essa fabricação da versão de Pinheiro constitui um crime de tortura psicológica e corrupção, em última instância. O empresário mudou sua história diversas vezes para que pudesse se

encaixar na versão que os procuradores e promotores queriam que fosse, com Lula culpado. Este diário denuncia há anos o esquema de delação premiada como tortura psicológica e corrupção legalizada. Trata-se de chantagear um preso para que ele faça a delação conforme os objetivos dos agentes. Isto é, oferece-se um prêmio, que costuma ser o desbloqueio de parte dos bens ou a diminuição da pena, para que ele delate alguém. E essa delação é feita em conformidade com as expectativas dos agentes: eles queriam culpabilizar Lula, então fizeram de tudo para dar crédito e aceitar as delações de Pinheiro somente quando este finalmente mudou sua versão (após mais de um ano), colocando Lula na história como o grande vilão.

Ou seja, uma corrupção: comprou-se a delação de Pinheiro. Muitas vezes, isso significa também que o preso por suposta corrupção possa manter uma parte do dinheiro ilícito. E a tortura psicológica consiste em pressionar o preso, fazendo terrorismo ao ameaçar aumentar ou pelo menos a não diminuir sua pena. É por isso também que os juízes como Sérgio Moro condenam os envolvidos a penas absurdas, para os atemorizarem de que, se não colaborarem, ficarão todo esse tempo na prisão e lá poderão até perecer. A delação premiada é uma fraude, uma inconstitucionalidade. É um dos principais instrumentos de perseguição política e precisa ser extinta, assim como toda a Operação Lava Jato. É preciso exigir o fim da Lava Jato e a

anulação de todos os processos contra Lula, porque as revelações do Intercept demonstram de uma vez por todas seu caráter golpista.

IMPERIALISMO

Bolsonaro soma-se ilegalmente ao bloqueio genocida dos EUA contra Cuba

A

Anvisa não atendeu ao pedido de renovação do registro da marca Cohiba no Brasil e, portanto, o famoso charuto não poderá mais ser vendido no País. O indeferimento ocorreu em 23 de maio e já no final de junho o produto foi retirado dos locais de venda. A informação é do jornalista coxinha Lauro Jardim. A desculpa foi um motivo técnico, mas obviamente trata-se de uma medida de caráter político do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro. O presidente golpista, desde antes de ser eleito de maneira fraudulenta, tem atacado retórica ou efetivamente a ilha de Cuba. Basta lembrar do anúncio da expulsão dos médicos cubanos do Brasil,

pondo fim ao programa Mais Médicos. Em novembro, diante de tais ameaças à sua própria soberania, o governo cubano retirou seus profissionais médicos do País. Durante a campanha eleitoral e após ela, Bolsonaro fez fortes ataques a Cuba e Venezuela, inclusive com ameaças de expulsar seus diplomatas e de implementar sanções econômicas. De fato, as relações diplomáticas, políticas e comerciais entre o Brasil e Cuba simplesmente não existem mais. O governo Temer já havia diminuído exponencialmente os laços com a ilha e Bolsonaro praticamente os cortou. Essa não é uma medida soberana do Brasil, ao contrário do que alguém

pode pensar. É imposta pelo imperialismo norte-americano, uma vez que Bolsonaro não passa de um interventor dos EUA para sugar as riquezas e a economia do País. Assim, o Brasil soma-se, definitivamente, mesmo que não seja de modo oficial, ao bloqueio genocida que Washington impõe a Cuba desde 1962. Esse bloqueio tem causado as consequências mais nefastas que algum país pode sofrer por peitar o imperialismo, bem debaixo de suas barbas, como fez Cuba em 1959. As regras do bloqueio impedem que Cuba faça comércio normal e regular com a maioria dos países. Os bancos

norte-americanos bloqueiam transações que tenham a ilha como destino ou partida de ativos financeiros. Um produto que tenha qualquer um de seus componentes fabricados nos EUA já não pode ser vendido para Cuba, sob pena de sanções para a empresa que o fizer. Isso gera transtornos em diversos âmbitos da sociedade cubana. Os hospitais, muitas vezes, se veem sem equipamentos de cirurgia que só podem ser importados. Remédios também podem faltar, que não sejam produzidos em Cuba. Foi por isso também que o país investiu na saúde pública, tanto porque um Estado Operário sempre teve como política a atenção médica gratuita e universal, como porque Cuba não conseguiria contar com grande ajuda estrangeira para atender à sua população. Fertilizantes e sementes para a produção também têm seus preços muito elevados e Cuba não os pode comprar no mercado norte-americano, tendo que aumentar os custos de importação por comprá-los de mercados mais distantes. O bloqueio afeta também o desenvolvimento científico, tecnológico, industrial e mesmo turístico da ilha. Esse bloqueio se intensificou com o aprimoramento da Lei Helms-Burton, uma lei dos EUA que sanciona quem fizer acordos comerciais com empresas que eram propriedade de capitalistas norte-americanos e foram nacionalizadas e estatizadas pelos revolucionários cubanos. É uma política criminosa do imperialismo que é rechaçada há décadas pelos movimentos de solidariedade com Cuba. Esse movimento deve ser fortalecido e devem ser realizadas ações concretas no Brasil e em toda a América Latina para denunciar e colocar um fim nessa política imperialista. Abaixo o bloqueio criminoso dos EUA contra Cuba! Fora o imperialismo da América Latina!


4 | POLÊMICA

MARCELO FREIXO

“Nem esquerda nem direita”, uma ode ao PSDB

não explica, nem fala quem são. Segundo ele, no entanto, todos esses que ele considera democrata poderiam estar juntos contra a barbárie desse governo. Será que o PSDB esta-

ria entre os democratas segundo Freixo? Sim, os tucanos, principais responsáveis pelo golpe de Estado e portanto principais responsáveis pelo próprio Bolsonaro estariam dentro desses nobres democratas. Por isso, Marcelo Freixo é um dos principais defensores da frente ampla, que conta com elementos do PSDB e outros partidos burgueses. Em quem são os mais interessados em dizer que não existe nem esquerda nem direita? A própria direita, é claro, que precisa esconder sua política anti-povo. Foi assim, inclusive, que começou a política golpista: “meu partido é meu País”, “sem partido”, “o PT e a esquerda dividem o País”. Freixo não apenas procura de maneira ensaboada defender a ideia de que o PSDB precisa estar entre os “democratas” como também traz de volta a ideologia reacionária do nem esquerda nem direita. Tudo isso para justificar uma política oportunista, eleitoreira e que na prática serve para sustentar o governo Bolsonaro e ressuscitar o PSDB como grandes democratas.

se mesmo uma conspiração e, com certeza, Lula iria ser beneficiado. Por conta dessas indicações”, garante Cavalcanti Filho. O problema dessa “refutação” é que ela não refuta coisa nenhuma. Os juízes podem, sim, participar de uma conspiração contra Lula mesmo tendo sido nomeados por Lula e Dilma. Além disso, os vazamentos do The Intercept Brasil formalizaram a denúncia dessa conspiração. Já nem é possível negá-la a essa altura. O raciocínio é errado em geral, e também está em desacordo com os dados que acabam de aparecer. As informações que apareceram até agora implicam inclusive o próprio STF na atuação clandestina em favor da Lava Jato. Como na conversa em que Sérgio Moro diz “in Fux we trust” (“em [Luiz] Fux nós confiamos”, parafraseando a nota de dólar). Luiz Fux,

aliás, nomeado para o STF por Dilma. A lógica da burguesia Com esse tipo de “lógica” a burguesia condenou Lula no tribunal e em sua imprensa. Como se vê, é impossível escapar de uma condenação política desse gênero, porque tudo vira argumento para mantê-lo preso arbitrariamente, até mesmo a própria ausência de provas concretas. Essa mesma lógica rege todos os julgamentos de Lula sob as instituições golpistas. Às ruas! A única forma de superar esse esmagamento dos direitos de Lula, vítima de uma conspiração da direita que jamais teve direito de defesa nem um julgamento justo, é a mobilização popular exigindo sua libertação imediata e a anulação de todos os processos fraudulentos contra ele. É possível fazê-lo pela força das massas organizadas.

E

m entrevista ao programa Faixa Livre da rádio Bandeirantes, o deputado federal do PSOL-RJ, Marcelo Freixo, declarou “Acho que existe um marco que não é mais o da direita e da esquerda, mas temos outro da divisão política que é o marco entre civilização e barbárie”. O psolista disse que o que está acontecendo no Brasil é “assustador”. Mas o que significa isso? Para Marcelo Freixo, o que está acontecendo no País não é uma luta política, uma luta de partidos, de interesses conflitantes irreconciliáveis, mas o produto de alguma moralidade abstrata. Algo como a luta entre o bem e o mal. No final das contas, até mesmo a direita poderia ser encontrada do lado da “civilização”. Para o deputado do PSOL, seria preciso então juntar todos os “democratas”: “é necessário chamar os campos comprometidos com a democracia, mesmo com grandes divergências ideológicas, de projetos de socieda-

de, de concepção de Estado, mas esse marco democrático precisa conversar, pactuar formas de funcionamento da República”. Quem seriam esses “comprometidos com a democracia”. Freixo

IMPRENSA GOLPISTA

A lógica da Globo: Hitler e Lula L

ula foi comparado a Hitler nas páginas do jornal O Globo. Aconteceu em um texto de opinião assinado por José Paulo Cavalcanti Filho, ex-ministro da Justiça durante o governo de José Sarney. Cavalcanti evocou esse paralelo esdrúxulo para “provar” que Lula não pode não ser culpado no caso do triplex, em que o ex-presidente foi condenado pelo ex-juiz Sérgio Moro. Porém, como o próprio Sérgio Moro, que foi o comandante clandestino da Lava Jato no processo contra Lula, Cavalcanti Filho também não apresenta prova nenhuma. Troças Em caixa alta, Cavalcanti Filho introduz um intertítulo chamado “PROVAS”. O leitor vive breves instantes de grande expectativa diante dos argumentos que se desdobram na sua frente. Pensa, “será que é agora que aparecerão as provas contra Lula, jamais vistas?”. Mas é aí que brota das palavras, sem nenhuma preparação ou advertência, a tal comparação. O raciocínio é assim: “Crítica mais usual é não ter havido uma assinatura, na aquisição do tríplex. O argumento faz lembrar David Irving, que sustenta inexistir prova das responsabilidades de Hitler no Holocausto. Por não haver um único papel, assinado por ele, autorizando a matança”. De fato não há nenhum papel assinado por Lula. O apartamento “de Lula” nunca foi legalmente de Lula, e a tarefa da acusação seria justamente provar que tal vínculo existia. E é aí que Cavalcanti Filho imita a própria Lava Jato na acusação contra Lula: o fato de que não existe nenhum documento prova que Lula tentava ocultar seu patrimônio, e prova, portanto, que o apartamento era dele.

Afinal, Hitler também não se comprometeu assinando nenhum papel ordenando o Holocausto. Portanto, sempre que alguém não assina um papel se comprometendo com alguma atividade condenável, é porque esse alguém tem culpa (embora de jeito nenhum no cartório). Não faz o menor sentido, mas corresponde ao raciocínio que condenou Lula à prisão. Mas a analogia não para por aí. Para refutar a “inocência” que Hitler teria por não ter assinado nenhum papel (como se isso fosse necessário no caso de uma política de Estado aplicada em larga escala e que correspondia à política defendida pelos nazistas publicamente), Cavalcanti Filho assinala o “Léo Pinheiro” que entregou Hitler. Trata-se de Adolf Eichmann, que afirma em uma autobiografia ter recebido ordens de Hitler para exterminar os judeus oralmente, por meio de Himmler e Heydrich. É a “delação premiada” que condenaria Hitler (como se precisasse nesse caos). Um problema dessa comparação é que Eichmann não mudou sua versão da história em troca de benefícios, como o delator de Lula fez. Uma confusão Depois de “provar” a culpa de Lula fazendo-a ser implicada pela própria falta de provas, repetindo o mecanismo falacioso da própria Lava Jato, Cavalcanti Filho continua raciocinando. E seu raciocínio produz outras conclusões sobre o processo de Lula. Sob um novo intertítulo, “UMA CONSPIRAÇÃO?”, Cavalcanti Filho demonstra que seria impossível haver uma conspiração contra Lula. Isso porque juízes de instâncias superiores mantiveram a condenação e porque parte desses juízes foram nomeados pelo PT. “Houves-


POLÍTICA | 5

FAMÍLIA BOLSONARO

Assessor de Bolsonaro defende milícias paramilitares do RJ M

arcelo Antonio Siqueira, cargo comissionado, auxiliar parlamentar pleno do gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PSL), em grupo de WhatsApp de assessores do Senado, enalteceu as atividades das milícias do Rio de Janeiro. Após um integrante do grupo questionar os 39 kg de cocaína apreendidos com um militar da comitiva presidencial na Espanha: “E não eram as universidades que estavam cheias de drogas?” Siqueira respondeu: “As universidades em geral estão todas umas drogas…as públicas então…um abraço do PCC, CV, 3º Comando, etc!!!” e tornou a ser questionado: “Tipo milícia do Rio de Janeiro?”. “Vixi! Faltaram as milícias não é?”, escreveu outro integrante do grupo. Como um legítimo assessor bolsonarista, Siqueira concluiu: “As milícias de uma forma em geral enfrentam o tráfico de drogas que o Estado deveria se impor mas que muitas vezes é omisso!!! Miliciano não se mistura com traficantes!!!” A família Bolsonaro não tem mais como esconder suas relações com as milícias paramilitares. É preciso lembrar que os Bolsonaro sempre defenderam as milícias em seus discursos, vide exemplos de Jair em 2003: E em 2008: Já Flávio Bolsonaro, então deputado em 2004, homenageou o major Ro-

nald Paulo Pereira com uma moção de louvor na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Também afirmou em 2007 na Alerj: “A milícia nada mais é do que um conjunto de policiais, militares ou não, regidos por uma certa hierarquia e disciplina, buscando, sem dúvida, expurgar do seio da comunidade o que há de pior: os criminosos… Eu não me importaria em pagar R$ 30,00 ou R$ 40,00 para ter mais segurança, para não ver meus filhos aliciados por traficantes… Façam consultas populares na comunidade do Rio das Pedras, na própria favela do Bata.” O major Ronald Paulo Pereira foi o único ainda não julgado no caso de uma chacina em 2003 onde quatro jovens foram assassinados por policiais, tendo quatro policiais militares já condenados pelo crime. Três meses depois da chacina, Flávio aprovou uma moção de louvor ao major na Assembleia Legislativa do Rio “pelos importantes serviços prestados ao estado do Rio de Janeiro”. Pereira foi preso, apontado como um dos principais integrantes da milícia da Muzema, na Zona Oeste do Rio. Flávio também homenageou o ex-tenente da PM Adriano Magalhães da Nóbrega na Assembleia Legislativa: “por ser um policial que desenvolvia sua função com dedicação e brilhantismo”. A mãe e a mulher do ex-tenente foram funcionárias do gabinete de Flávio. O

tenente segue foragido e caçado, acusado de ser chefe de milícia. Neste caso de Magalhães, Flávio o homenageou mais uma vez. Conseguiu que a Assembleia Legislativa lhe concedesse a Medalha Tiradentes, maior honraria do Estado. Magalhães da Nóbrega foi expulso da PM em 2014. Até o jornalista coxinha do Globo, Ricardo Noblat, denunciou a relação entre família Bolsonaro e milícias: “Raimunda Veras Magalhães, mãe do ex-tenente, está na lista dos funcionários do gabinete de Flávio que fizeram depósitos na conta do ex-assessor Fabrício Queiroz. Flávio disse que ela foi contratada por Queiroz. O ex-assessor confirmou.

Flávio voltou a repetir que é vítima de uma campanha de difamação por ser filho de quem é. E Queiroz explicou que contratou a mãe e a mulher de Magalhães da Nóbrega só porque ele estava preso. Quis apenas ajudá-lo.” A direita costuma atribuir à esquerda pautas de direita com o intuito de mascarar o programa reacionário que a direita representa. Diz que a esquerda é defensora de bandidos, ou que a esquerda tem bandidos de estimação e ela não. Neste caso, fica claro que é a direita (que está no governo) é quem “defende bandidos” e quem possui “bandidos de estimação”.

TENTATIVA FRACASSADA

Marcha da fraude demonstra encolhimento da direita N

o último domingo (30), tivemos mais uma tentativa fracassada de mostrar que o Golpe tem apoio popular. Em algumas cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, a burguesia somou esforços para lotar locais centrais, mas só conseguiram fazer algo ainda menor do que feito no dia 26 de maio. A situação pós os vazamentos da Lava Jato deixou o governo e a operação arrasados. A desmoralização do processo golpista no Brasil pode deixar tudo a perder para a burguesia. Para analisar a situação é preciso entender que o governo Bolsonaro é um consequência direta da prisão de Lula, que só foi possível através da operação Lava Jato, fortalecida pelo processo de impeachment da Dilma. Essa cadeia de eventos compõe o golpe que o Brasil vem sofrendo, mas não constituem o processo inteiro. O esforço para derrubar Dilma, prender Lula e adestrar Bolsonaro só faz sentido quando sabemos que a objetivo final é a submissão da economia nacional aos banco internacionais e a drenagem das riquezas do Brasil. O Golpe no Brasil faz parte de uma série de golpes orquestrados para sustentar a burguesia imperialista norte americana. Uma operação de tamanha envergadura não se manobra com facilida-

de, e embora os golpistas tenham tido êxito em seus objetivos até o presente momento, nota-se cada vez mais uma reação popular e um enfraquecimento da base de apoio cogitada pelo imperialismo para dar sustento ao Golpe. As manifestações da esquerda têm aumentado cada vez mais desde o impeachment de Dilma. Se na época muitos tinham medo de serem agredidos na rua por portar vermelho, desde a prisão de Lula a situação em geral tem mudado bastante. No final de 2017, Lula agitou o país com sua caravana através o país, isso culminou em milhares de pessoas em Porto Alegre contra a sua condenação pelo TRF-4, e em seguida, numa campanha relâmpago, pessoas do Brasil inteiro se deslocando para o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em São Bernardo para contrariar o mandato de prisão do ex-presidente. Em seguida tivemos a manifestação pelo registro da candidatura de Lula em Brasília, e a mobilização da esquerda só aumentou até que o PT deixou a candidatura do ex-presidente de lado e optou por Haddad, o que, junto à fraude eleitoral promovida pelo STF e pelo TSE, culminou numa derrota acachapante do Partido dos Trabalhadores. Nesse momento até o carnaval desse ano o movimento teve um pequeno refluxo,

porém logo logo voltou a crescer para responder o governo recém eleito e sua política devastadora. Desde então tivemos as manifestações de 15 de maio, o 30 de maio e a paralisação geral de 14 de junho, enormes demonstração de forças contra o atual governo. Do lado da direita, os fracassos são contínuos, e embora ainda estejam no controle da situação política, nota-se uma enorme dificuldade em manter a crise sob controle. A própria burguesia está dividida e a agonia para aprovar a reforma da previdência o quanto antes está piorando ainda mais a situação. Para camuflar a crise, a burguesia promoveu algumas manifestações que apenas comprovaram o esvaziamento de sua política. No carnaval a tentativa de fazer um bloco pró Bolsonaro, em resposta aos gritos populares mandando o Bolsonaro para aquele lugar, fracassou miseravelmente, assim como as manifestações do dia 26 de maio e do último domingo. Mesmo com a soma dos recursos mobilizados pela burguesia, que proveram uma enorme infraestrutura às manifestações, além do esforço de mobilizar ilegalmente os funcionários de empresários para irem nos atos sob ameaça de perderem o emprego,

vimos que cada vez mais as ruas se encontram vazias, a direita se encolhe e se pulveriza diante a crise. Nem a campanha da imprensa é suficiente para mascarar o total fiasco de apresentar um apoio popular. Mesmo com números super inflados e fotos manipuladas, ainda sim os atos de domingo parecem pequenos, e definitivamente menores do que os malogrados atos do dia 26 de maio. O terreno está fértil para a esquerda que ousar derrubar o governo.


6 | ECONOMIA

25 ANOS DO PLANO REAL

A privataria tucana O

maior e mais agressivo programa de “privatizações” (leia-se entrega e liquidação do patrimônio público nacional) do país está completando, neste mês de julho de 2019, vinte e cinco anos desde o início de sua implantação. Sob a égide do governo do sociólogo de “esquerda”, também conhecido por “Príncipe dos Sociólogos”, Fernando Henrique Cardoso, foi levada adiante uma das maiores operações de rapina contra os interesses nacionais, sem precedentes na história do país em todos os tempos. Há registros bem documentados revelando que somente no primeiro dos seus dois mandatos (o segundo alcançado através da compra e do suborno a parlamentares para a aprovação da emenda da reeleição) foram executadas nada menos do que oitenta privatizações, compreendendo o período de 1995-1998. A justificativa dos “social-democratas” emplumados para tal crime de lesa-pátria teria sido, à época, o crescimento descontrolado da dívida pública. Uma fraude completa do ponto de vista dos argumentos, pois a própria realidade se encarregou de desmentir os economistas tucanos, deixando às claras os verdadeiros objetivos da operação desmonte do parque estatal brasileiro; vale dizer, a desnacionalização e a quebra da indústria nacional para atender os interesses da banca financeira internacional. A farsa da necessidade da venda das estatais para que houvesse o ingresso de ativos nos cofres do tesouro, que equilibraria as contas públicas, segundo os estrategistas tucanos, ficou bem estampada nos números, pois ao final do governo FHC, a dívida pública não só não foi estancada como pulou de 78 bilhões de dólares em 1996 para 245 bilhões em 2002, último ano dos seus dois mandatos. À época, na era FHC, as duas grandes “jóias da coroa” do processo de

“privatização” foram a Companhia Vale do Rio Doce e o sistema Telebrás, um complexo gigantesco que operava o sistema de telefonia no país, cobiçado por todos os maiores grupos e corporações privadas das principais praças capitalistas do mundo, durante o período de expansão da telefonia fixa e móvel em todo o planeta. A “venda” da Telebrás ocorreu em julho de 1998, e representou a maior da história brasileira. O processo foi marcado por inúmeras denúncias de fraude e foi chancelada como um jogo de “cartas marcadas”. Em 1999 vieram à tona conversas gravadas em telefones levantando suspeitas de que o próprio FHC havia participado de tratativas para beneficiar um consórcio no leilão da Telebrás. Encarregada da investigação, a Polícia Federal nada fez, alegando que as conversas haviam sido obtidas através de “grampos ilegais”. Em 1997, antes da “privatização” da Telebrás, o entreguista FHC protagonizou a mais ousada das operações de rapina de uma estatal nacional, nunca antes realizada por nenhum outro presidente. Vendeu a maior mineradora do país e uma das maiores do mundo, a Vale do Rio Doce, empresa estratégica para o desenvolvimento e a soberania nacional. Várias ações foram impetradas na justiça questionando a validade da operação, com denúncias de fraudes, processo viciado e outras irregularidades. À época, em 2008, o então senador Pedro Simon (PMDB-RS), definiu com estas palavras o que foi a “venda” da companhia: “A privatização da Vale do Rio Doce foi uma doação da empresa pública a um grupo privado. Fernando Henrique vendeu a Vale por menos do que o governador do Rio Grande do Sul, Antonio Britto, vendeu a Companhia de Energia Elétrica do Estado (CEEE)” (SenadoNotícias, 08/12/2008). Todavia, a denúncia mais contundente da grande roubalheira nacional que significou as “privatizações/doações da

era FHC foi a chegada às prateleiras das livrarias do trabalho de investigação realizado pelo repórter Amaury Ribeiro Junior, que caracteriza as operações privatistas do presidente-sociólogo como “verdadeira pirataria praticada com o dinheiro público em benefício de fortunas privadas, por meio das chamadas ‘offshores’, empresas de fachada do Caribe” (Ribeiro, Amaury – A Privataria Tucana, 2011). Isso, exatamente isso. Uma operação de rapina contra o país, contra a economia nacional e um ataque em regra a todo o povo brasileiro em favor de um punhado de capitalistas que operam transações fraudulentas a partir de praças fictícias onde as operações ilegais são legalizadas. Por sua vez, o jornal “O Globo”, tribuna golpista especializada na fabricação, em escala industrial, de mentiras e falsificações procurou um dos artífices do Real para uma entrevista sobre os 25 anos do “Plano”, o economista Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES. Arida considera o “Real” uma “conquista da sociedade brasileira”. “Hoje virou quase um bem público. O governante que permitir inflação alta será punido nas urnas. Não foi à toa que os 10% de inflação no começo do segundo governo Dilma foram, do ponto de vista de erosão de apoio popular, um dos fatores determinantes” (O Globo, 30/06). Não, senhor Pérsio Arida, “a erosão

TODOS OS DIAS ÀS 3H, NA CAUSA OPERÁRIA TV

de apoio popular” a que o senhor faz alusão foi produto não dos dois dígitos inflacionários, mas da investida reacionária não só da imprensa golpista liderada pelas “Organizações Globo”, mas dos seus chefes amigos tucanos do PSDB, que depois de quatro derrotas consecutivas partiram para o vale tudo contra os governos petistas, onde através da maior campanha de falsificações, mentiras e ataques depuseram de forma arbitrária e inconstitucional o governo eleito em 2014. Portanto, a maior operação de rapina, destruição e entrega do patrimônio nacional nada mais significou do que a continuidade, numa versão mais agressiva e ousada, da mesma política iniciada nos governos igualmente fraudulentos de Fernando Collor e Itamar Franco. Fernando Henrique foi eleito sob a égide do Plano Real, uma manobra do grane capital, da burguesia e do imperialismo para evitar a vitória do candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva, que liderava, poucos meses antes das eleições, todas as pesquisas de opinião, mesmo aquelas realizadas pelos fraudadores institutos a soldo dos grandes grupos econômicos. O Plano Real de FHC empobreceu de forma exponencial e jogou na miséria e no desalento um gigantesco contingente populacional, constatado pelos incontestáveis números que vieram à baila no final dos dois mandatos do sociólogo de “esquerda”.


ECONOMIA | 7

25 ANOS DO PLANO REAL

A destruição da indústria nacional

U

ma série de matérias falaciosas estão saindo na imprensa oficial da burguesia para comemorar os 25 anos do Plano Real. Todas elas procuram apresentar o lançamento da nova moeda como um marco no desenvolvimento do Brasil. Essa é uma falsidade absoluta. O Plano Real produziu consequências nefastas para a economia brasileira, a começar pela destruição da indústria no país. O processo de desindustrialização da economia brasileira tem seu início na primeira tentativa de impor a política neoliberal no país, com a eleição de Fernando Collor de Mello em 1989. Uma das primeiras medidas do seu governo consistiu justamente em diminuir as tarifas de importação de produtos industrializados, o que teve um grande impacto em toda a cadeia automotiva, causando milhares de demissões, principalmente no Estado de São Paulo. Com a queda de Collor, seu vice, Itamar Franco, que assumiu o governo, manteve essa mesma política, apenas em uma intensidade menor diante da crise política e econômica que atingiu o País, em decorrência da absoluta falência dos planos econômicos Collor I e II, com o retorno da hiperinflação em patamares superiores ao dos anos 80. A âncora fundamental do Plano Real foi a indexação da moeda ao dólar. O

efeito imediato dessa ancoragem foi o de favorecer a entrada de produtos industrializados no país, o que provocou a entrada abrupta de produtos comerciais, principalmente chineses, o que ficou conhecido como onda chinesa, produzidos a custo mais baixo do que eram produzidos aqui no Brasil, atingindo diversos ramos da economia nacional, como os setores de material elétrico, equipamentos eletrônicos, calçados, vestuários e têxtil. Além do fechamento de empresas desses ramos, as que conseguiram sobreviver promoveram uma forte reestruturação na sua cadeia produtiva, o que levou ao aumento do desemprego. Segundo dados apresentados em 1997, o resultado foi uma sensível redução no nível de emprego na indústria, uma queda de cerca de 25% do início de 1991 até o penúltimo trimestre de 1996, sendo que, quase 50%, foi após o lançamento do Plano Real. Ainda de acordo com pesquisa do IBGE, divulgada em 2000, o desemprego cresceu 155% entre 1995 e 2000. Depois de eleito para um segundo mandato por por meio de uma gigantesca campanha de manipulação de informações, particularmente de encobrimento da falência do Plano Real, pela grande imprensa burguesa do País, Fernando Henrique promove, logo depois da sua posse, em 1999, a

desvalorização do Real diante do Dólar, ou seja, decreta o fim do principal mecanismo do Plano. A política de juros altos e de favorecimento das importações avolumaram os saldos negativos na balança comercial, cobertos, em grande medida, pela entrada de capital especulativo, que vinha se beneficiar com os altos juros e com as privatizações. A fim de financiar essa política extorsiva, o governo aumentou em seis anos (94-2000) a dívida externa brasileira em mais de 100%, passando de 120 bilhões em 95 para 250 bilhões em 2000. O mesmo fenômeno ocorreu com a dívida pública, que atingiu mais de 70% do PIB, contra 50% no início do Plano Real. A falência do Real trouxe uma nova consequência para a indústria nacional. Nos anos de Real indexado, a indústria foi incentivada a se endivi-

dar em dólares. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, Em 1994, a dívida em dólar correspondia a 69, 941 bilhões e em reais correspondia a 60,498 bilhões (1 real valia 0,865 dólar). Em setembro de 2002, último ano do governo FHC, a dívida das empresas correspondia a 47,922 bilhões de dólares, mas em Real o montante chegava a R$ 180,6 bilhões, o que significou um crescimento da ordem de 200%. Procurar apresentar a farsa do Plano Real como um grande benefício para o País, como a imprensa burguesa procura apresentar, é a tentativa do imperialismo em preparar o terreno para impor um novo assalto ao Brasil, com uma versão requentada do neoliberalismo dos anos 90, agora na sua versão golpista e de extrema-direita representado pelo governo ilegítimo de Bolsonaro.

ACORDO DO MERCOSUL COM UE

Abre as portas para a dominação estrangeira O

acordo Mercosul-União Europeia, assinado pelo presidente neoliberal Jair Bolsonaro (PSL) nesta última sexta-feira, 28 de Junho, abriu as portas para a livre penetração imperialista no país e a destruição da indústria nacional. O acordo de livre-comércio entre os blocos prevê zerar as alíquotas para importação de bens de capital, informática e telecomunicações. A exposição da indústria nacional à concorrência da poderosa indústria dos países imperialistas, em especial da França e Alemanha, que são fortemente apoiadas pelos Estados, levará amplos setores da indústria nacional à bancarrota. Atualmente, as importações de bens de capital (máquinas, equipamentos, insumos) são taxadas em 14% e as de

bens de telecomunicações e informática em 16%. O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), contratado pelo governo Bolsonaro, forneceu estudos que manipulam dados para mostrar as “vantagens” da abertura comercial radical defendida pelo Ministro da Economia, o Chicago Boy Paulo Guedes. Contudo, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), preocupada com a devastação econômica, apresentou estudos contrários. O governo Jair Bolsonaro, capacho do imperialismo em geral e dos EUA em particular, procede à destruição da economia nacional em prol dos interesses do imperialismo mundial. O que fica claro é que o

objetivo fundamental do Golpe de Estado de 2016, executado por meio de um impeachment fraudulento no Congresso contra o governo Dilma

Rousseff (PT), era submeter o país ao controle do imperialismo e realinhar a política exterior aos interesses dos EUA.

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8 | POLÍTICA

GOVERNO GOLPISTA

Militar membro da equipe de Bolsonaro, é preso por tráfico de armas N

o início de junho, dois militares do Comando Militar do Leste, o sargento Flavio da Silva Serpa e Antônio Bernardo de Oliveira Nunes foram detidos por desviar munição das Forças Armadas para traficantes do Complexo da Penha. Os militares receberiam dez mil reais cada um pelo desvio de 1,3 mil balas de fuzis divididos em duas parcelas. O desvio das munições, complementa o Cocaleiro de Sevilha, militar da aeronáutica preso com 39 quilos de cocaína em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) na comitiva do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro. Em dezembro de 2018, o sargento Marcelo Rodrigues Gonçalves, que estava cedido ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), dando expediente na Presidência da República, foi preso por liderar um esquema de venda de munições de uso restrito a morros ca-

riocas, especialmente para o Comando Vermelho. Os três casos revelam que as forças militares e os bolsonaristas fazem parte de um grande esquema de acordo com traficantes e milicianos para fornecimento de armas e drogas. As informações mostram que o governo, apesar da campanha de moralização da política, combate as drogas e a corrupção, não passam de fachada e desviar a atenção para uma política de ataques a população e a entrega do patrimônio nacional para o imperialismo. Fazem parte de uma profunda crise e desmoralização do governo Bolsonaro que se agravou após a divulgação das mensagens do ministro da justiça, Sérgio Moro, que fraudaram as eleições presidências e, ainda mais, após o tráfico internacional de drogas na FAB e venda de armas para as milícias dos morros cariocas.

MILICIANO SOLTO

Miliciano amigo do vizinho de Bolsonaro dá desculpa e sai da cadeia

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lexandre Motta de Souza, o homem que guardava 117 fuzis em sua casa para o amigo miliciano, Ronnie Lessa (vizinho do Jair Bolsonaro, no condomínio da Barra da Tijuca), acusado de ter executado a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, saiu da cadeia no início de junho quando a juíza Alessandra Bilac, da 40ª Vara Criminal do Rio, boazinha que só vendo, revogou a prisão preventiva dele por acreditar em sua inocência, reforçada pelo opinião dos policiais bonzinhos que o haviam prendido. Segundo os policiais, que testemunharam a favor do preso, Souza “demonstrou surpresa e desespero com o que havia dentro” das caixas e disse não saber se ali havia peças de fuzis. “Ele é amigo do Lessa há anos e apenas lhe fez o favor de armazenar a encomenda em seu apartamento. Ele não sabia do que se tratava. E foi uma surpresa para ele ver o que se encontrava dentro das caixas”, afirmou seu advogado, Leonardo da Luz. Souza disse que os 117 fuzis desmontados (alguns com inscrição USMC, ou seja, exclusivos dos United States Marine Corps, os fuzileiros navais dos Estados Unidos) pertenciam ao seu amigo Lessa, suspeito de ter sido o executor de

Marielle, mas que o amigo havia lhe dito que as caixas continham equipamento de “air soft” (jogo em que os participantes utilizam arma de pressão). A juíza “acreditou” e liberou o rapaz. Mas, além dos 117 fuzis desmontados, o apartamento de Souza no bairro do Méier, Zona Norte do Rio, tinha também 500 munições, três silenciadores e R$ 112 mil em dinheiro, tudo muito “soft” também. Todo o arsenal foi descoberto no mesmo dia em que Ronnie Lessa foi preso em sua casa no mesmo condomínio da Barra da Tijuca onde Jair Bolsonaro é vizinho. Um filho de Bolsonaro, inclusive, namorou uma filha de Lessa. O sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa, réu pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes e seu parceiro, o ex-policial militar Élcio Queiroz, acusado de ter sido o motorista durante a emboscada ao carro da vereadora, estão atualmente detidos no Presidio Federal de Mossoró (RN). Souza e o amigo Lessa respondem à Justiça por comércio ilegal de armas. E segue a moralidade alardeada pelos coxinhas e bolsominions.


INTERNACIONAL | 9

COXINHATO NO MÉXICO

Nem Obrador se salva dos ataques da direita N

o último domingo (30), ocorreu, na cidade do México, uma manifestação contra o atual presidente, Andrés Manuel López Obrador. Segundo a imprensa burguesa, os manifestantes estavam supostamente protestando contra a “corrupção” e a “violência”. Em meio a uma série de golpes de Estado acontecendo em todo o mundo, López Obrador venceu as eleições para presidente da República no México em 2018. Admirado por setores da esquerda nacional, Obrador passou a ser considerado por muitos setores como uma grande liderança mundial na luta contra a direita. Se a burguesia permitiu que Obrador fosse eleito, mesmo sem haver nenhuma grande mobilização no México contra a direita, é porque a vitória de Obrador não significou, de fato, uma vitória dos trabalhadores. Vencer uma eleição não é exatamente uma vitória: as eleições são controladas pela burguesa, que não que considerou que Obrador seria um obstáculo para a farra dos banqueiros. Para agradar a burguesia, Obrador, ainda na época em que era apenas

um candidato, prometeu enfrentar a corrupção, atendendo uma pauta tradicionalmente levada pela direita internacional quando pretende derrubar algum governo. Passado um ano de sua eleição, Obrador, mesmo propondo um governo muito moderado

HONG KONG

do ponto de vista dos anseios da população mexicana, se depara com um protesto contra seu governo – o que será, de fato, que isso significa? Ao que tudo indica, os protestos contra Obrador são mais um exemplo de “coxinhato” – isto é, um ato

organizado pelo imperialismo para criar um clima positivo para os seus interesses. No Brasil, tais atos, articulados pela Rede Globo e pela FIESP, levaram ao golpe de Estado de 2016 e a prisão do ex-presidente Lula. Em todos os casos, a “Luta contra a corrupção” sempre serviu para que a direita tivesse uma justificativa para sair às ruas. Durante o protesto do último dia 30, uma manifestante chegou a dizer: “não queremos um comunismo aqui no México”. Não por coincidência, a extrema-direita brasileira acusa todos os seus adversários de serem “comunistas”. Outros cartazes, por outro lado, diziam “Fora AMLO”, fazendo referência à sigla formada pelas iniciais do presdente mexicano. Embora ainda não estejam muito claros os motivos que levaram a burguesia mexicana a impulsionar o protesto contra Obrador, é necessário denunciar toda e qualquer ofensiva golpista. Seja para derrubar Obrador, seja para pressioná-lo a adotar uma política de total submissão aos interesses do imperialismo, os atos do último dia 30 devem ser combatidos pela esquerda e pelos setores democráticos mexicanos.

CRISE

Coxinhatos são estratégia imperialista Irã reage às sanções criminosas de para atacar a China Trump e aumenta estoque de urânio

N

O

que ocorre em Hong Kong é uma “Revolução Colorida”, do mesmo tipo das que o imperialismo promoveu em outros países como Ucrânia, Egito, Nicarágua para derrubar governos nacionalistas e instalar no poder seus fantoches. Nas últimas semanas, milhares de pessoas têm saído às ruas da península contra um projeto de lei que favorece a extradição de presos para serem julgados em outras localidades, dentre elas a China continental. Os manifestantes denunciam que isso é uma ingerência de Pequim nos assuntos da província autônoma, mas está claro que isso é um artifício criado pelo imperialismo. Os protestos são incentivados pelos grandes empresários e líderes da oposição se reuniram com diplomatas de países imperialistas, como os EUA. E esses governos apoiam os protestos. Mesmo com o anúncio de suspen-

são da medida, continuam os protestos, mais radicalizados. Ontem (01), manifestantes invadiram o Parlamento de Hong Kong de forma violenta, na data do 22º aniversário da volta da região para o controle chinês, após mais de um século de ocupação britânica. Os manifestantes também têm como pauta a renúncia da chefe do Executivo, Carrie Lam, a qual consideram uma agente de Pequim. O imperialismo, principalmente o norte-americano, está em uma campanha feroz contra a China. Donald Trump implementou uma guerra comercial contra o país asiático e tem fechado o cerco contra a empresa Huawei para proteger os monopólios norte-americanos de uma mínima concorrência. Além disso, são frequentes as ameaças militares da marinha dos EUA no Mar do Sul da China, provocando o país mais populoso do mundo.

a última segunda-feira (1º) o governo do Irã anunciou que ultrapassou o limite de estoque de urânio enriquecido estabelecido pelo acordo antinuclear de 2015. O anúncio foi feito pelo chanceler Maomé Javad Zarif, que afirmou que não se trata de uma violação do acordo, mas de uma aplicação do parágrafo 36 do acordo, que permite que o Irã desucmpra parte de suas obrigações caso outros países também o façam. O governo do Irã anunciou que, com a saída dos EUA do acordo, e a falta de esforço da Europa para mantê-lo, o país tem o direito de enriquecer mais urânio. Com a chegada de Donald Trump à presidência dos EUA, os norte-americanos deixaram o acordo e passaram a impor sanções econômicas contra o Irã, que penalizam toda a população do país com as dificuldades criadas para fazer

comércio com outros países. O governo dos EUA vêm tomando uma série de medidas contra o Irã, como provocações militares, um cerco militar e um cerco econômico para asfixiar o país. Trata-se de mais uma ofensiva dos EUA para tentar tomar o controle do Irã, roubar recursos naturais e assumir uma posição estratégica para retomar o controle do Oriente Médio. Desde o desastre da ocupação do Iraque, em que a situação saiu completamente de controle, o controle do imperialismo sobre a região está em crise. Uma conjuntura que expõe uma relativa fraqueza do imperialismo neste momento, ao mesmo tempo em que deve servir de alerta para o perigo de ações extremamente violentas contra os povos dos países atrasados. Uma política desesperada do imperialismo decadente.


10 | PCO E ATIVIDADES

ARRAIÁ

Veja como foi a festa lulina em Recife N

a noite do último sábado (29), militantes do Partido da Causa Operária (PCO), dos comitês de luta contra o golpe e dos comitês pela liberdade de Lula organizaram um arraiá – chamado de festa lulina – na cidade de Recife, capital de Pernambuco. A festa ocorreu na Praça do Derby, onde há um acampamento pela liberdade de Lula, A festa lulina teve início às 18h e foi até as 23h. Passaram pelo palco da festa o trio Os Varzeanos e os cantores Vrindavana Dasa, Lua com Til e Afonjah. Ao todo, mais de cinquenta pessoas estiveram na festa e puderam discutir a campanha pela liberdade de Lula e pela derrubada do governo Bolsonaro, além de comer uma deliciosa canjica, um milho cozido e outras várias comidas típicas. A festa ainda contou com várias brincadeiras, como tomba-lata, corrida de saco e arremesso de argolas. Durante toda a festa, os convidados podiam enviar bilhetes por meio do “correio” da festa lulina.

JCO Nº 1063

Nas ruas o novo Jornal Causa Operária: “governo a caminho de virar pó”

J

á está nas ruas a nova edição do Jornal Causa Operária, de número 1063. Esta edição traz na capa o escândalo da cocaína encontrada no avião da presidência a caminho do encontro do G20 no Japão. Um elemento que chega para aprofundar uma crise profunda do governo golpista da direita. A crise econômica continua e a direita não tem nenhuma solução para os milhões de desempregados que gerou durante a sabotagem econômica para derrubar Dilma Rousseff, com o uso da Lava Jato. Esta edição traz ainda um chamado para o ato do dia 16 de agosto em Curitiba pela liberdade de Lula. Um grande ato contra a pri8são política do ex-presidente, que mesmo preso há mais de um ano continua sendo um fator de polarização política no país e de potencial desestabilização da direita golpista. O jornal denuncia, ainda, os novos ataques da Lava Jato

contra Lula, em uma nova investida da direita. O Jornal da Causa Operária. um semanário prestes a completar 40 anos, é o centro da atividade partidária do PCO. Ele é vendido e escrito pelos militantes, e pode ser encontrado sendo vendido por eles em locais de grande aglomeração, como estações de metrô, terminais de ônibus, cinemas, museus etc., assim como nos atos políticos da esquerda. Ele é vendido pelo preço simbólico de R$2, trazendo uma visão marxista dos principais acontecimentos da política nacional. Ajude na luta e na mobilização contra os golpistas. Você pode encontrar o Jornal Causa Operária em uma das sedes do PCO nos vários estados ou com nossos companheiros em locais de manifestações e aglomerações ou ainda solicitar para nossa lojinha: lojadopco.com (também no Facebook, no Twitter e Whatsapp 11 94999-6537).


MOVIMENTO OPERÁRIO | 11

PATRIMÔNIO DO POVO

Mais um passo na tentativa de privatizar o Banrisul O

neoliberal, Eduardo Leite (PSDB), governador do Estado do Rio Grande do Sul, em mais uma jogada para entregar o patrimônio do povo rio-grandense nas mãos dos banqueiros privados publicou, em meados de mês de junho, fato-relevante com promessa ao mercado de vender as ações ordinárias, com direito a voto. Dessa forma o governo golpista, de Eduardo Leite, abre a possibilidade da venda de cerca de 100 milhões de ações possíveis para ainda manter o controle do banco, 50% mais uma ação. Na verdade, o que está por trás do anuncio do governo da entrega de parte das ações do banco é a política de privatização com o interesse de satisfazer os banqueiros nacionais e internacionais, que divergem em questões pontuais no quesito privatização, mas estão todos de olho para abocanhar o banco.

Para o analista-chefe da Geral Asset, Carlos Müller, “pelo valor patrimonial, as ações preferencias do banco valem cerca de R$ 18,00, então, uma venda no atual patamar de preços não é um problema. E também não creio que essa venda poderia desvalorizar o valor do banco em eventual privatização futura” (Jorna do Comércio 13/06/2019). Já a, internacional, “Zenith Asset Management, que tem ações do Banrisul, é crítica desse tipo de controle, pelo lado do investidor e do Estado. Sócia-proprietária da Zenith, Débora Morsch avalia que a venda, caso ocorra, implicará perdas e prejuízos ao Estado. Débora avalia que, ao vender as cerca de 100 milhões de ações possíveis para ainda manter o controle, o governo obterá, no máximo, R$ 18,00, o mínimo ao equivalente patrimonial. E ainda considerando que o governo acabará tendo de privatizar o banco, caso queira aderir ao plano federal de

POR MELHORES CONDIÇÕES

recuperação fiscal, as futuras ações têm potencial para saltar aos R$ 50,00, no mínimo”. (idem) Vale ressaltar que o banco, no ano de 2018, registrou um lucro líquido de R$ 1,09 bilhão, aumento de 20,3%; no ano de 2017, o banco havia lucrado R$ 1,05 bilhão; somente nos três primei-

ros meses de 2019 a instituição obteve um lucro de R$ 320 bilhões, contra R$ 244 bilhões no mesmo período do ano passado, e esses números, logicamente, abre ainda mais o apetite dos parasitas capitalistas doidos em abocanhar, a preços módicos, esse fabuloso patrimônio do povo rio-grandense.

ECT

Professores são os profissionais com O povo brasileiro não quer a ensino superior que ganham menos privatização dos correios

O

s professores são os piores remunerados com ensino superior como aponta diversos trabalhos e as inúmeras greves da categoria. De acordo com o Movimento Todos pela Educação mostra que um professor do ensino básico formado em nível superior ganha, em média, 30% menos que outro profissional com a mesma escolaridade. Para mudar essa realidade e equiparar as condições de remuneração, seria necessário, segundo a mesma organização, um investimento de pelo menos 43% nessa etapa escolar, que vai do ensino infantil ao médio. Enquanto a média salarial de quem ensina foi de R$ 3.823 no ano passado, a do conjunto dos trabalhadores brasileiros graduados ficou em R$ 5.477, segundo o Anuário Brasileiro da Educação 2019. Ao se comparar o salário médio dos profissionais de áreas de exatas ou saúde, a defasagem é de 50%. O ensino público, das redes municipais, estaduais e federal, é um dos principais alvos dos diversos ataques, por concentrar pesados recursos (resultado de conquistas anteriores) e por ser alvo da política da direita que busca transformar a Educação em uma máquina de propaganda reacionária, impondo a censura nas Escolas e Universidades e reprimindo professores e estudantes por meio do “escola com fascismo” (disfarçado de escola sem partido). Educadores em Luta-PCO propõem: *Piso Salarial de Seis Mil Reais. * Nenhum corte nas verbas para a Educação, que os capitalistas paguem pela crise

C

* Mais verbas para a Educação. Verbas públicas somente para o ensino público * Nacionalizar o petróleo. Cancelar as privatizações e reestatizar a Petrobras (100% estatal) para garantir os recursos necessários à Educação, Saúde etc. * Derrotar a “reforma” da Previdência. Aposentadoria para as professoras aos 25 anos de trabalho e para os professores aos 30 anos * Abaixo a Escola com Fascismo e a Militarização das Escolas. Abaixo a ditadura nas Escolas: eleição direta de todos os cargos de gestão e controle das Escolas e Universidades pela comunidade escolar * Ensino Público, Laico e de qualidade para todos, em todos os níveis * Liberdade para Lula e todos os presos políticos * Fora Bolsonaro e todos os golpistas

om a intensificação dos ataques dos golpistas, o Instituto Paraná de Pesquisa, saiu às ruas para perguntar ao povo qual sua opinião sobre a privatização dos Correios nacional, maior da América Latina. E o que não é novidade, 55,1% dos entrevistados afirmaram ser contrários a venda, ou melhor dizendo, à “entrega” do patrimônio nacional. Os Correios no Brasil sempre foi considerado uma das Instituições mais confiáveis do país, os golpistas para conseguirem o apoio popular a fim de privatizar, vem tentando desacreditar a ECT, sucateando a empresa, demitindo funcionários, fechando agências e anunciando um falso prejuízo que é impossível a empresa ter, diante do volume de objetos que entrega por dia (23 milhões). No entanto, mesmo com todos esses ataques os trabalhadores dos Cor-

reios, que hoje chega a 105 mil funcionários, não deixam a “peteca cair” e mantém o serviço postal do Brasil, como sendo um dos melhores do Mundo. Daí que vem a opinião do povo de ir contra a tentativa de destruição desse patrimônio nacional. Mais do que nunca é preciso fazer com que o povo se junte aos trabalhadores da ECT para impedir a destruição dos Correios no Brasil, é preciso organizar manifestações pelo Fora Bolsonaro, pela liberdade de Lula, por novas eleições, como forma de lutar contra a privatização dos Correios, uma vez que o governo fraudulento de Jair Bolsonaro não se importa com pesquisa de opinião pública. Os golpistas só irão recuar da venda dos Correios caso haja no Brasil um grande movimento de massas nas ruas, onde o povo mostre de forma agressiva a sua real posição.


12 | NEGROS, CULTURA E MULHERES

“LUGAR DE BRANCO”

Dos 2 mil mais ricos do mundo, apenas 13 são negros

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m dado divulgado pela revista Forbes este ano, serve para demonstrar o verdadeiro abismo racial que há no mundo hoje. Das 2 mil pessoas mais ricas do mundo, bilionárias, apenas 13 são negros. Ao contrário do que propagandeia a direita e a extrema-direita, o racismo existe de fato, e este dado é mais uma demonstração disto. Aos negros é reservado os piores empregos e sa-

lários, isso sem falar na violência cotidiana por parte das instituições de repressão do estado. A luta contra o racismo deve levantar as revindicações democráticas do povo negro, como a igualdade salarial, a defesa da escola pública e gratuita, o fim do vestibular nas universidades públicas, o fim da polícia militar e do massacre contra os negros nas periferias.

CULTURA

Milton Nascimento mantém show em Israel e ignora apelo de Roger Waters

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a última sexta, 28/6, circulou na internet uma carta que Roger Watters escreveu a Milton Nascimento, pedindo para que ele não se apresentasse em Israel, da mesma forma como fizeram outros artistas. Waters conta que enviou a carta ao brasileiro, mas não obteve resposta. Então, o vocalista do Pink Floyd também mandou uma carta para o BDS(Boicote, Desinvestimento e Sanções), movimento responsável por boicotar shows em Israel para anular essa apresentação do dia 30. Nesta semana, um grupo fez um protesto em frente a casa de shows em Portugal, onde Milton tocou, pedindo que ele cancelasse a apresentação de Tel-Aviv.

Milton Nascimento respondeu afirmando não haver motivo para deixar de fazer show em Israel.Afirma ele: “este show não tem qualquer incentivo do governo de Israel, muito menos do Exército israelense. São meus fãs israelenses que me trouxeram até aqui, sendo que, grande parte destes fãs são brasileiros que vivem em Israel.“ O que Milton Nascimento ignora é que o estado de Israel não é simplesmente um problema de quem está governando. É um problema porque ele nem deveria existir, portanto, acaba sendo uma legitimação de Israel. É como tocar para os brancos na África do Sul na época do apartheid, legitimando o genocídio dos negros.

MULHERES

Golpistas cancelam construção de 1492 creches em todo País

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iante do cenário de crise política e econômica que o Brasil vem sofrendo, a classe trabalhadora é sempre a mais atingida e, em especial, as mulheres, que diariamente sofrem as duplas jornadas de trabalho. Recentemente, foram canceladas 1492 construções de creches públicas em todo o país, o que dificulta exponencialmente a vida da mulher no mercado de trabalho. Não somente, o repasse de verbas do governo federal para o programa Proinfancia atingiu o seu menor valor, desde 2009. Quantas mulheres já não passaram o constrangimento de serem questionadas em entrevistas de emprego sobre seus filhos e sobre onde iriam deixá-los enquanto estivessem trabalhando? Infelizmente, essa é uma realidade que só vem piorando. A discussão sobre creches ultrapassa as fronteiras do tema educação, pois para além da falta de vagas e do direito

da criança, há um enorme ataque aos direitos das mulheres. A discussão sobre creches públicas está diretamente relacionada com a situação da mulher trabalhadora, que não tendo onde deixar seus filhos, acaba ficando fora do mercado de trabalho, dificultando assim seu crescimento profissional e intelectual. A extrema direita entende que a luta das mulheres numa visão classista pode muito bem prejudicar o sistema de exploração, sendo assim, procuram de todas as formas excluir as mulheres da vida profissional, a fim de deixá-las em casa com o único propósito de manutenção e reprodução de mão de obra, como se fosse dever das mulheres os encargos do lar. Num país onde o direito ao aborto é negado, é totalmente compreensível que a extrema direita negue direitos básicos às mulheres, como no caso das creches públicas, pois claramente

um dos pilares de sustentação do capitalismo é a exploração e escravização da mulher operária. Cabe à população não deixar de pressionar o governo e nem de denunciar esses ataques, dei-

xando claro que é dever do Estado a manutenção e condições para que a população não seja privada de nenhuma esfera da sociedade e objetivando sempre o fim da exploração de classe.


MORADIA E TERRA | 13

MEIO AMBIENTE

Com aval de ministro, desmatamento cresce 34% em áreas de conservação O

Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), organizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), detectou 797 km² de desmatamento na Amazônia Legal somente no mês de maio deste ano, um aumento de 26% em comparação a maio de 2018 quando foi registrado 634 km². O que chamou a atenção, além do aumento do desmatamento, foi que aproximadamente 1/3 do desmatamento ocorreu em áreas de unidades de conservação (34%), ou seja, que não poderiam ser desmatadas de maneira alguma. As informações do Imazon apresentam que A Área de Proteção

Ambiental Triunfo do Xingu, no Pará, foi a UC mais desmatada, com 132 km². Ainda no mesmo estado, a Floresta Nacional do Jamanxim e a Estação Ecológica Terra do Meio também obtiveram números críticos: 23 km² e 12 km² de desmatamento, respectivamente. Essas informações são importantíssimas porque o desmatamento está sendo impulsionado pelo Ministro da destruição ambiental, o fascista Ricardo Salles, que já divulgou a intenção de rever a criação de unidades de conservação, tamanho e classificação. Esse resultado também é fruto dos cortes no orçamento dos órgãos ambientais e também na perseguição aos

POVOS INDÍGENAS Militar bolsonarista é indicado coordenador Distrito de Saúde Yanomami

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Associação dos Povos Yanomami de Roraima não quer o militar bolsonarista, major do exército, do Rio de Janeiro, Francisco Dias Nascimento Filho, para o cargo de Coordenador Distrital de Saúde. Em nota de protesto, os indígenas lembram que o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, declarou no programa “Fantástico”, da Rede Globo, no domingo, 16/6, durante reportagem sobre saúde indígena, que “não temos intenção nenhuma de fazer mudanças sem a participação de nenhum deles”. Ou o ministro mentiu ou não manda nada. Os Yanomami dizem que não foram consultados e que a coordenadora do SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena), a indígena bolsonalista Silvia Waiãpi é a responsável pela tramóia. Os indígenas batem o pé: não aceitam o militar e declaram que vão manter o atual coordenador do DSEI Yanomami, Rousicler de Jesus Oliveira. É mais um descalabro deste governo ilegítimo que promove a militarização das entidades ligadas aos indígenas e barra a participação ativa e controle dos indígenas sobre a SESAI e a Funai. Leia abaixo a íntegra da nota. Nós Yanomami fomos surpreendido pela indicação da Secretária Especial

de Saúde Indígena – SESAI, Silvia Waiãpi que indicou o Major do exército do Rio de janeiro, Francisco Dias Nascimento Filho, para o cargo de Coordenador Distrital de Saúde – DSEI YANOMAMI, que já tramita pelo sistema SEI. Sabemos que se de tratar de um cargo de livre nomeação e exoneração atribuída ao chefe do poder executivo. O povo Yanomami não foi consultado sobre a sua possível indicação e não houve nenhum respeito pela parte dela e do governo com a população Yanomami, apesar dela ser indígena. Domingo retrasado 16/06/2019 no fantástico passou a reportagem que relatava sobre saúde indígena, o Ministro de Saúde, Luíz Henrique Mandetta, deu uma entrevista falando “Não temos intenção nenhuma de fazer mudanças sem a participação de nenhum deles”, mas na pratica não houve o diálogo com a população Yanomami. Lembrando que, no mês de maio, todas as associações, em conjunto, fizemos uma carta convidando a Sra Silvia para dialogar sobre a Saúde Yanomami, mas não tivemos nenhuma resposta. Por isso não aceitamos a indicação dela. Portanto, o povo Yanomami decidiu continuar com o atual Coordenador do DSEI YANOMAMI (Rousicler de Jesus Oliveira).

servidores que não estão alinhados com os bolsonaristas e sua política de destruição ambiental. Caso que ocorreu nesta semana, onde associações de servidores do Ibama de seis estados e o Distrito Federal denunciaram o assédio moral coletivo do fascista Ricardo Salles. Ou seja, os latifundiários e madeireiros sabem que não vão ser incomodados e sofrer nenhuma punição pelo desmatamento de áreas públicas e unidades de conservação. O efeito do governo Bolsonaro na área ambiental é o maior desmatamento da história num curto espaço de tempo, principalmente dentro da região Amazônica.

A retirada do ministro da destruição ambiental Ricardo Salles não e suficiente. É preciso derrotar Bolsonaro e sua política de destruição ambiental, entrega da Amazônia para os Estados Unidos e a privatização das unidades de conservação para latifundiários e mineradoras.


14 | JUVENTUDE

CONGRESSO

AJR discute 57º Congresso da UNE

E

m seu último programa na Causa Operária TV (Juventude Revolucionária), a AJR, juventude do PCO, discutiu questões referentes ao 57º Congresso da UNE. Além disso, outros temas foram abordados. Sobre a vigilância nas Universidades, por parte dos fascistas, e a intervenção bolsonarista nas faculdades. Assista: https://youtu.be/OxMKAqLaV2s

ACAMPAMENTO

Como é a Universidade de Férias do PCO? Como é a Universidade de Férias do PCO e da AJR (Juventude do PCO) Atividade que promove formação política, o lazer e a confraternização Promovida pelo PCO e por sua juventude, é um curso de férias, que fornece em pouco tempo um conhecimento abrangente de teoria marxista e história do movimento operário. Na universidade de férias você aprenderá em semanas o que não aprenderia em quatro anos de faculdade. E tudo em uma linguagem simples, direta, acessível a todos; do operário ao professor universitário. Ao mesmo tempo, a atividade é realizada em um local afastado da cidade, geralmente um hotel fazenda. O objetivo é alternar a formação política com boa dose de lazer, descontração, trabalho coletivo, atividades esportivas e para promover a integração dos participantes. Lá você terá uma experiência de convivência socialista; as atividades são feitas todas coletivamente, montagem da estrutura, refeições, grupos de estudo, atividades de lazer etc. Todos se integram na organização da atividade e têm uma função produtiva. Além disso, encontrará pessoas de vários locais do país, trocando experiências, podendo discutir política e assuntos diversificados. Pessoas que normalmente não se encontra nos ambientes conservadores normais (família, escola, trabalho) e que estão reunidos ali no propósito de lutar por uma nova sociedade. É uma atividade sem par em toda a esquerda nacional, tanto no que diz respeito à sua organização, como, em especial, por seu conteúdo. Tradição O PCO e AJR (juventude do PCO) já realizam a universidade de férias desde 1998, duas vezes por ano. Já foram realizadas 43 atividades, por onde já passaram mais de três mil pessoas. Nesses 21 anos, promovemos cursos de introdução ao Capital, de Karl Marx; história do Brasil, de um ponto de vista marxista, diferente de tudo que aprendemos na escola e nos li-

da Argélia; O Silêncio do Mar, baseado em um livro sobre o período de ocupação nazista na França; o documentário A revolução não foi televisionada, sobre o golpe derrotado na Venezuela contra Hugo Chávez, mas também comédias mais desconhecidas e outros filmes mais descontraídos. Palestras culturais: em alguns dias promovemos palestras sobre temas diversos, como literatura, artes plásticas, música, cinema. Já fizemos, por exemplo, palestras sobre literatura irlandesa, música russa, Shakespeare e outros

vros de história; analisamos a Revolução russa, a Revolução cubana e diversas outras, que são sistematicamente ocultadas pelos meios oficiais de ensino e pela imprensa capitalista; já analisamos o fenômeno do fascismo e do nazismo, revelando sua verdadeira essência, além da vida e obra de diversas figuras importantes do marxismo, tratando dos mais diversos temas políticos e históricos da maior importância para os socialistas e ativistas do movimento operário. Como funciona A Universidade de Férias será realizada em um hotel reservado exclusivamente para os participantes. Há uma ampla área verde com lago e toda infra-estrutura necessária para a atividade: quartos, espaço para camping, cozinha, refeitório, auditório, salas de reunião, campo de futebol, quadra de esportes, piscinas adulto e infantil. Rotina: De manhã é realizado o curso. A tarde é reservada para esportes, brincadeiras, oficinas e tempo livre De noite reunimos os grupos de estudo, que ajudam a reforçar o conteúdo do curso, há exibição de filme, brincadeiras, palestras culturais etc. Acomodações: os jovens montam um acampamento com barracas, enquanto os demais costumam ficar em quartos.

Refeições: são servidas três refeições ao dia. Café da manhã farto, almoço e jantar. A refeição é também uma das atrações da Universidade. Preparamos pratos típicos, internacionais, e comidas leves como panqueca, pastel ou fondue no inverno. Os participantes ajudam a preparar as refeições e aprendem as receitas. Uma verdadeira aula de culinária e trabalho em equipe. É montado também um bar no local que oferece outras opções de lanches, bebidas e doces para os participantes. Atividades de lazer: Além de estudar e aprender, a universidade promove muitas atividades de lazer para os participantes. Esportes e jogos: promovemos campeonatos de futebol, vôlei, handebol; já fizemos torneio de tiro (com espingarda de chumbinhos), campeonatos de xadrez, de pôquer, jogos aquáticos etc. Brincadeiras: mímica de filmes, rouba-bandeira… Filmes: De noite exibimos filmes diversos; políticos, documentários, biografias, diferente do que se passa por aí normalmente. Já passamos filmes como Missing, sobre a ditadura chilena; Estado de Sítio, sobre o sequestro de um agente da CIA por um grupo guerrilheiro uruguaio; A Batalha de Argel, sobre a luta pela independência

Passeios: já visitamos vinícolas, cachoeiras, sítios históricos, tudo dependendo das atrações que ofereça o local. Festas: aos finais de semana realizamos festas, com música ao vivo, comes e bebes. Oficinas: já realizamos oficinas de fotografia, de batuque, artesanato, confecção de faixas, entre outros. Valores Cobramos um valor apenas para custear a atividade (local, alimentação etc). O que está incluído: acomodação, três refeições diárias. O curso em si não é cobrado. Valor integral: Barraca: R$600,00 Quarto: R$800,00 Valor diárias: Barraca: R$95,00 Quarto: R$120,00 Não tem como organizar férias mais baratas que essa. E não há férias com essa qualidade de aprendizagem, política, cultural, de experiência socialista, de convivência. Qualquer albergue com todas essas comodidades seria mais caro. E não oferece almoço e jantar e muito menos curso. Dividimos o pagamento em até três vezes. Só é difícil dividir mais, porque temos que efetivamente pagar os custos todos.


ESPORTES E DIA DE HOJE NA HISTÓRIA | 15 ESPORTES

Semifinal da Copa América: Brasil terá de enfrentar o VAR? N

esta terça-feira, dia 2, acontece a primeira partida da semifinal da Copa América entre Brasil e Argentina. O jogo começa a partir das 21h30, no estádio do Mineirão em Belo Horizonte-MG. Essa Copa América tem sido marcada pelo uso do VAR na maioria das partidos e a Seleção Brasileira, conforme este jornal vem analisando, vem sendo a principal prejudicada pelo uso desse mecanismo que foi implantado no futebol para que os dirigentes, dominados pelos grandes capitalistas,

possam controlar o resultado dos jogos. Contra a Argentina, o Brasil poderá sofrer com a arbitragem e com o VAR. Tudo indica que os ataques contra o futebol brasileiro continuarão. Resta saber se o melhor futebol do mundo conseguirá superar a Argentina no maior clássico de futebol do mundo. O PCO vai promover atividades sociais em todas as suas sedes transmitindo o jogo. Saiba onde participar da atividade pelo telefone (11) 963886198.

TODOS OS DOMINGOS ÀS 20H30, NA CAUSA OPERÁRIA TV

2 DE JULHO DE 1925

Nasce o líder revolucionário Patrice Lumumba O Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), organizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), detectou 797 km² de desmatamento na Amazônia Legal somente no mês de maio deste ano, um aumento de 26% em comparação a maio de 2018 quando foi registrado 634 km². O que chamou a atenção, além do aumento do desmatamento, foi que aproximadamente 1/3 do desmatamento ocorreu em áreas de unidades de conservação (34%), ou seja, que não poderiam ser desmatadas de maneira alguma. As informações do Imazon apresentam que A Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu, no Pará, foi a UC mais desmatada, com 132 km². Ainda no mesmo estado, a Floresta Nacional do Jamanxim e a Estação Ecológica Terra do Meio também obtiveram números críticos: 23 km² e 12 km² de desmatamento, respectivamente. Essas informações são importantíssimas porque o desmatamento está

sendo impulsionado pelo Ministro da destruição ambiental, o fascista Ricardo Salles, que já divulgou a intenção

de rever a criação de unidades de conservação, tamanho e classificação. Esse resultado também é fruto dos

cortes no orçamento dos órgãos ambientais e também na perseguição aos servidores que não estão alinhados com os bolsonaristas e sua política de destruição ambiental. Caso que ocorreu nesta semana, onde associações de servidores do Ibama de seis estados e o Distrito Federal denunciaram o assédio moral coletivo do fascista Ricardo Salles. Ou seja, os latifundiários e madeireiros sabem que não vão ser incomodados e sofrer nenhuma punição pelo desmatamento de áreas públicas e unidades de conservação. O efeito do governo Bolsonaro na área ambiental é o maior desmatamento da história num curto espaço de tempo, principalmente dentro da região Amazônica. A retirada do ministro da destruição ambiental Ricardo Salles não e suficiente. É preciso derrotar Bolsonaro e sua política de destruição ambiental, entrega da Amazônia para os Estados Unidos e a privatização das unidades de conservação para latifundiários e mineradoras.


CURSO DE FORMAÇÃO TEÓRICA MARXISTA

O PROGRAMA PARA A REVOLUÇÃO SOCIALISTA DOS DIAS DE HOJE O programa de transição da IV internacional

15 A 22 JULHO 44ª UNIVERSIDADE DE FÉRIAS DO PCO INSCRIÇÕES ABERTAS, PARTICIPE: • Celular: (11) 96388-6198 (vivo) | (11) 9300-94572 (tim) • Whatsapp: (11) 96388-6198 • pelo email: pco.sorg@gmail.com • Diretamente no sítio da Universidade e Acampamento: https://pco.org.br/universidade/


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