Edição Diário Causa Operária nº5696

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DOMINGO, 7 DE JULHO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5696

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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Hoje, todos às ruas convocar o ato e lutar pela liberdade de Lula Hoje, em todo o Brasil, o Partido da Causa Operária junto aos comitês de luta contra o golpe estarão realizando mutirões de coleta de assinatura pela liberdade de Lula. Uma campanha importantíssima no sentido de mobilizar a luta dos trabalhadores e da população em geral na campanha pela liberdade do preso políticos dos golpistas.

Aumenta a pressão sobre Moro para que saia do ministério

EDITORIAL

O que todos querem ocultar As revelações dos vazamentos que estão sendo publicados pelo site The Intercept são mais um capítulo do escandaloso golpe de Estado pelo qual passa o Brasil.

POLÍTICA

“Desidratação”: golpistas preparam privatização dos Correios

Carneiros na pele de lobos A Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou no último dia 4 de julho o texto do relator Samuel Moreira (PSDBSP) para Proposta de Emenda à Constituição (PEC 006/2019) que desmonta o sistema previdenciário brasileiro

A cada dia que passa o governo Bolsonaro declina em uma profunda crise. Desde o iníciom o governo resultante da fraude eleitoral vinha na contra mão indo de encontro com a grande insatisfação da população e de diversos seguimentos organizados em movimentos de luta.

PF investiga supostos hackers, mas não as mensagens de Moro A quem a Polícia Federal serve? A resposta é clara: ao ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Lava Jato foi vendida para o povo com a ajuda da da esquerda

Jacques Wagner se “arrepende” de ter aprovado a delação premiada O senador Jaques Wagner (PT-BA) lamentou ter votado a favor da lei que instituiu a delação premiada. Disse ele: “hoje, sou obrigado a dizer que me arrependo de ter contribuído, porque nós não fomos, na minha opinião, no detalhe.”

Em artigo de Jessé Souza intitulado “A Lava Jato desqualificou a Justiça”, o sociólogo fez a seguinte pergunta “Como se imbecilizou o povo a esse ponto para levá-lo a pensar que o problema do país é a corrupção política? Como se retira o poder de reflexão do povo inteiro a esse ponto?”. Para qualquer um que acompanha o desenvolvimento do golpe, a pergunta é retórica.


2 | OPINIÃO EDITORIAL

O que todos querem ocultar

A

s revelações dos vazamentos que estão sendo publicados pelo site The Intercept são mais um capítulo do escandaloso golpe de Estado pelo qual passa o Brasil. Mais uma vez, fica claro que o povo brasileiro foi submetido a um esquema que colocou no poder a direita nacional que se depender de sua popularidade nunca mais ganharia uma eleição. E é justamente isso que a direita e a burguesia de conjunto querem esconder. Os jornais golpistas, a redes Globo e as outras redes do monopólio da TV, toda a imprensa capitalista, as instituições comprometidas com o golpe procuram espalhar uma série de jus-

tificativas, explicações, análises para confundir o povo sobre o que realmente está acontecendo. Colocam em marcha um verdadeiro “lero lero”, uma conversa fiada para tentar dizer que o golpe não foi golpe. Todos se esforçam para ocultar o óbvio pululante. O conjunto da burguesia, por mais que a cada dia que passa se torne mais difícil, quer esconder que derrubaram Dilma, prenderam Lula e atacaram todos os direitos do povo brasileiro para entregar o País para o imperialismo. Entregar a riqueza nacional para as mãos dos capitalistas estrangeiros. No caso de Bolsonaro, fica claro que os Estados Unidos é o seu País preferido.

COLUNA

Carneiros na pele de lobos Por Antônio Eduardo Alves Carneiros na pele de lobos: A “luta” da esquerda pequeno burguesa contra a Reforma da previdência. A Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou no último dia 4 de julho o texto do relator Samuel Moreira (PSDB-SP) para Proposta de Emenda à Constituição (PEC 006/2019) que desmonta o sistema previdenciário brasileiro, significando caso aprovada no Congresso Nacional um espetacular roubo dos trabalhadores da história do País. A disposição dos trabalhadores para lutar contra a destruição desse fundamental direito social e contra o governo Bolsonaro no seu conjunto foi demostrada na vitoriosa Greve Geral de 14 de junho. Entretanto, a política levada a frente pelas direções majoritárias do movimento sindical não potencializou a predisposição para luta demostrada nas mobilizações, muito pelo contrário, acabou por representar um importante freio. Uma questão elementar é que não se organizou a continuidade mais que necessária das mobilizações após o dia 14 de junho, e em geral procurou-se disfarçar a paralisia, com muito discurso contra a Reforma da Previdência, apresentada como a “ centralidade”, colocando-se inclusive em oposição a luta pelo Fora Bolsonaro e a luta pela liberdade para Lula. Como não poderia deixar de ser os métodos de ação ou melhor de inação demostraram-se completamente ineficazes como “ encher a caixa postal dos deputados” e vigílias em aeroportos. De todos os partidos e organizações sindicais, os agrupamentos e as lideranças da esquerda pequeno burguesa procuram de maneira ainda mais ruidosa disfarçar a paralisia, na verdade uma profunda capitulação para os golpistas e seus ataques. Des-

sa forma, os parlamentares do PSOL produzem os discursos mais inflamados, mas inócuos. Além disso, a burocracia sindical vinculada a “ central” do PSTU apresentam a fábula que são os mais “ combativos”. Se considerarmos a “ mobilização” realizada pelos sindicalistas da CSP para pressionar os deputados e as propostas de “ lutas” proclamadas pelo ex-candidato à Presidência da República pelo PSOL, Guilherme Boulos podemos afirmar sem medo de errar, que a esquerda pequeno burguesa cria para si própria uma fantasia de “luta” e “ combatividade” para escamotear não somente a sua inoperância mas o caráter conciliador da sua política. Nem mesmo o fracasso da política de pressão sobre os parlamentares na votação do relatório na Comissão Especial da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 006/2019) serviu para alertar Boulos da necessidade de mudar a “ ação”. Assim em um evento realizado em Osasco( SP) com a deputada federal Samia Bomfim ( PSOL-SP) no dia seguinte da votação do parecer, Boulos declarou que agora “ não existe trégua” e que não pode “ haver espaço para pessimismo”, e que os “deputados não vão votar impunimente na Reforma”, pois agora é “ trabalho de base” e no seu clichê tradicional “ vamos colocar os pés no barro” e mobilizar pelo “ Vira voto” ou seja o mais do menos do lobismo de quinta categoria tradicional da esquerda reformista. ( vídeo disponível no perfil de Guilherme Boulos no facebook) Por sua vez, os sindicalistas da CSP Conlutas tiveram o disparate de afirmar que “ lutam” contra a Reforma da Previdência, pois na madrugada do dia da votação do parecer na Comissão Especial “ pressionaram” os deputados para votarem a votar contra.

“Em vários aeroportos do país, na madrugada desta terça-feira (2), deputados que embarcaram rumo a Brasília foram recepcionados por manifestações que cobraram que os congressistas votem contra a Reforma da Previdência. Com faixas e cartazes, os manifestantes alertaram para os graves ataques da reforma e abordavam os parlamentares.” http://cspconlutas.org.br/2019/07/ csp-conlutas-participa-de-mobilizacao-nos-aeroportos-para-pressionar-deputados-a-votar-contra-a-reforma-da-previdencia/ É importante destacar que a esquerda pequeno burguesa “ radical” não representa uma alternativa política real a esquerda reformista, sendo tão somente uma variante da colaboração de classe, apesar da retórica “revolucionária” contra a colaboração de classe. Do ponto de vista dos objetivos políticas, partidos como o PSOL busca seu lugar ao sol ( desculpe o trocadilho) no condomínio institucional do regime burguês. Por isso, a “ luta” proclamada não tem uma efetividade como politica revolucionária, sendo tão somente uma busca desesperada por cargos em aparatos sindicais e mandatos nos parlamentos. Partindo dessas considerações, podemos entender o verdadeiro caráter das propostas de “ Luta” de Boulos e atuação “ radical” nos aeroportos dos sindicalistas da CSP Conlutas. Trata-se de um jogo de cena e não de uma luta real, no fundamental o lobismo de Boulos com a inócua campanha “ Vira voto” e a “ pressão” nos aeroportos pelos sindicalistas representam nem mesmo um lobismo, sendo uma mera encenação de luta e combatividade. No livro A Sagrada Família ou A crítica da Crítica crítica Marx ridiculariza os representantes da chama-

da Esquerda Hegeliana, demostrando o caráter inoperante da critica critica, que se apresentava como muito radical e destruidora dos mitos e dos poderes, em especial das concepções religiosas absolutistas, mas no fundo era completamente inofensiva. Do ponto de vista filosófico, mas sobretudo do ponto de vista político, a critica da critica critica visava demostrar a miséria intelectual e pratica de intelectuais que representavam a própria miséria da luta politica na Alemanha na época, ou seja a incapacidade da oposição burguesa e da pequeno burguesia em lutar efetivamente contra a estruturação de dominação vigente. Por isso, para esconder seu caráter inofensivo, os jovens hegelianos apresentavam-se como terríveis, ou seja ao contrario da fábula do “ Lobo em pele de carneiro”, nos temos “ carneiros com pele de lobos”. Essa análise de Marx pode nos ajudar a entender que o “terrível” Boulos e os “ combativos” da CSP/PSTU, como em geral toda a esquerda pequeno burguesa, nada mais são do que uma esquerda domesticada que finge radicalidade, mas não passam de “ carneiros na pele de lobo”.


POLÍTICA | 3

HOJE, TODOS ÀS RUAS CONVOCAR O ATO E LUTAR PELA LIBERDADE DE LULA H

oje, em todo o Brasil, o Partido da Causa Operária junto aos comitês de luta contra o golpe estarão realizando mutirões de coleta de assinatura pela liberdade de Lula. Uma campanha importantíssima no sentido de mobilizar a luta dos trabalhadores e da população em geral na campanha pela liberdade do preso políticos dos golpistas. Trata-se de uma agitação importante no sentido de derrotar a direita golpista. Diante da crise da burguesia e do governo Bolsonaro, com o escândalo da Lava Jato e de Sérgio Moro, esta luta torna-se ainda mais importante. Importante no sentido de que pode colocar o regime golpista em xeque, colocando às claras a farsa da operação Lava Jato e desmontando todos os esquemas ilegais do judiciário.

Além da coleta de assinaturas, os militantes estarão nas ruas convocando o ato no dia 16 agosto, em que milhares de pessoas irão realizar caravanas para Curitiba para lutar pela liberdade de Lula. Isso implica também a luta pela derrubada do atual governo Bolsonaro, que é ilegítimo, eleito por uma fraude que retirou Lula das eleições. Por isso, também será um ato pela realização de novas eleições, democráticas, com Lula candidato. Por isso, junte-se ao PCO e saia às ruas em sua cidade para anular todos os processos contra o ex-presidente. Todos eles ilegais, como revelou a Lava Jato. Entre em contato com pco. sorg@gmail.com e junte-se na luta pela liberdade de Lula!

A FAVOR DA DELAÇÃO PREMIADA

Jacques Wagner se “arrepende” de ter aprovado a delação premiada O senador Jaques Wagner (PT-BA) lamentou ter votado a favor da lei que instituiu a delação premiada. Disse ele: “hoje, sou obrigado a dizer que me arrependo de ter contribuído, porque nós não fomos, na minha opinião, no detalhe.” A frase foi dita dentro de contexto maior, onde o senador precisou se posicionar a respeito da delação de Leo Pinheiro – assunto dos últimos vazamentos do Intercept. As conversas entre Sérgio Moro e os procuradores da Lava-Jato mostraram o que já estava óbvio para quem tem “olhos de ver”: os procuradores e o juiz conversavam sobre manter Leo Pinheiro em prisão preventiva até que ele delatasse algo contra Lula. Quando o ex-diretor da OAS mudou sua versão para incriminar o ex-Presidente, sua pena caiu de dez para 2 anos e 6 meses. A desmoralização desta operação se torna inevitáve dia após dia. Impossibilitados de se esconderem, setores pequeno-burgueses de partidos de

esquerda são forçados a fazer o “mea-culpa”. Jacques Wagner, sabia, na época, que a delação era uma pauta dos setores direitistas, porque de fato é. Seu alinhamento fez parte do jogo típico dos parlamentares, que tentam ficar bem com a “opinião pública” – isto é, a pressão da imprensa por medidas reacionárias que visam aumentar o potencial repressivo do Estado. Na época, diversos dirigentes petistas abandonaram a defesa de seus correligionários acusados pelo “Mensalão”, tentando passar uma mensagem de que estavam dispostos a “cortar da própria carne”. Foi o começo das campanhas que culminaram no golpe de 2016. Nada disso reduziu a “corrupção”. Do contrário, a mesma só se intensificou e anda solta nos poderes constituídos. Wagner não se arrependeu, apenas tenta não perder a base. Mas não podemos manter ilusões quanto a esta e outras lideranças pequeno-burguesas. Seus alinhamentos tradicionais são de conciliação com a burguesia.


4 | POLÍTICA

PROFUNDA CRISE

Aumenta a pressão sobre Moro para que saia do ministério A

cada dia que passa o governo Bolsonaro declina em uma profunda crise. Desde o iníciom o governo resultante da fraude eleitoral vinha na contra mão indo de encontro com a grande insatisfação da população e de diversos seguimentos organizados em movimentos de luta. Nas últimas semanas onde o holofote da política nacional está voltado para Sérgio Moro, desde os vazamentos do site The Intercept que por meio de mensagens e demais informações que comprovou a farsa da Operação Lava Jato desde o seu início, e que a mesma propriamente foi fundamental para a condenação arbitrária do ex-presidente Lula (tudo isso diretamente pelas mãos de Sérgio Moro), tem deixado o bolsonarismo na corda bamba. Fato é, que a base social de Bolso-

naro e consequentemente a de Moro, tentavam desqualificar a veracidade das mensagens reveladas e todas informações que compravam a ação criminosa do ministro fascista, mas isso caiu por terra quando a própria imprensa golpista, também articuladora da fraude passou a denunciar a ação do ministro da justiça de Bolsonaro. A crise instalada é de um aprofundamento gigantesco do governo bolsonarista, o que faz com que cada dia mais a renúncia de Moro dos ministérios seja acatada. Esse é um momento de extrema importância para que os movimentos de luta organizem a mobilização popular e assim a incline a levantar o Fora Bolsonaro e pedir pela liberdade de Lula, e portanto, convocar novas eleições que anulem a fraude eleitoral legitimada no último período.

ASPECTOS CRIMINOSOS

GOVERNO GOLPISTA

PF investiga supostos hackers, mas não as mensagens de Moro A

Bolsonaro extingue rádio pública mais antiga do País O

quem a Polícia Federal serve? A resposta é clara: ao ministro da Justiça, Sérgio Moro. Se não, estaria preocupado em apurar os evidentes aspectos criminosos das mensagens que foram trocadas entre a pessoa que se fazia passar por juiz da chamada Operação Lava Jato e o suposto líder da gangue dos seus procuradores amestrados, que encarceraram ilegalmente o maior líder vivo deste País, em troca de cargos, poder político, muito dinheiro (R$ 2,5 bilhões) e uma fé em uma superioridade ética da América do Norte. Pois a tal suposta Polícia Federal, que é subordinada ao ministro da Justiça e da Segurança Pública e do Coaf, Sergio Moro, corre atrás do vazamento de mensagens de Telegram do ex-juiz e de procuradores da Lava Jato, divulgados pelo Intercept (agora somado com Folha, Veja e Band) mas não investiga o conteúdo criminoso das conversas em si. Nessa ótica, o criminoso é um tal de hacker virtual, não seu chefe, o ministro, claro. A PF no Paraná, que “investiga” o caso do vazamento das mensagens de procuradores como Deltan Dallagnol e da juíza substituta Gabriela Hardt, não solicitou os telefones celulares dos mais de 15 membros do Ministério Público, que anunciaram que apagaram as mensagens, numa solene destruição de provas explícita. A assessoria da corporação em Curitiba justificou que o “conteúdo das mensagens não está sendo apurado; isso não é objeto da investigação”. São profissionais mesmo. Não apurar o conteúdo das conversas e não solicitar os telefones dos procuradores está em desacordo com o Código de Processo Penal. A investigação de “fatos e circunstâncias” seria obrigatória ainda que nenhum crime seja descoberto ao final.

Código de Processo Penal, artigo 6º, inciso III: Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: (…) colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias” O artigo 5º do mesmo código informa que uma investigação da PF pode ser iniciada por iniciativa da própria polícia. Neste caso, bastaria um delegado determinar a apuração. Já o artigo 158 do Código de Processo Penal diz que, “quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado”. Isso significa que é impossível ignorar a busca por vestígios nos telefones celulares dos procuradores. O problema da PF é que se eles fizerem o que a lei manda, eles vão comprovar a autenticidade das mensagens, e o teor delas já revelado até agora é gravíssimo e capaz de anular tudo que a cambada da Lava Jato fez, não só contra o Lula. E pode inverter tudo: colocar juízes, procuradores e delegados na cadeia. Ahaa, uhuu! E desembargadores também, e ministros do STF, com o Supremo e com tudo. Ou seja, desmontar o golpe, desvender os poços de petróleo do pré-sal, tomar de volta a Embraer, desfazer tudo. Por isso eles são profissionais. Foram treinados pelo próprio FBI (que, inclusive, equipou o prédio da sede, em Brasília). São golpistas “profissa”. O Moro precisa ser preservado. Ele é a chave do golpe. A burguesia tem que sustentar o Moro. Leva no Ratinho, vai no Faustão, paga mico com o véio da Havan, vai na marcha evangélica, bota a camisa do Flamengo e vai enrolando, para ver se a poeira uma hora abaixa e o povo esquece.

governo golpista de Bolsonaro, conhecido por exterminar tudo que a classe trabalhadora possui, ataca novamente. Dessa vez, o presidente fascista extingue a rádio MEC AM (RJ), do grupo Empresa Brasil de Comunicação (EBC) conhecida por sua programação cultural e que estava no ar desde 1923. Bolsonaro possui uma política de completo extermínio de tudo que o Brasil possui e não foi diferente dessa vez. Inimigo declarado da cultura, ele ataca a população em todas as esferas da vida, restringindo a vida dos brasileiros à exploração e opressão. A primeira rádio do Brasil agora chega ao seu fim. Famosa por difundir a cultura brasileira, a rádio apresentava a música regional, choro e programas ainda voltados ao cinema e literatura. O que está explícito nesse corte de Bolsonaro, é que o presidente fascista só quer os capitalistas nos monopólios das comunicações, deixando apenas as mídias golpistas e que estão ao seu favor, que trabalham dia e noite a tentar convencer a população que medidas como a Reforma da Previdência são necessárias à vida do trabalhador. A campanha que Bolsonaro traz pro Brasil é de completa tentativa de alienar a população, afinal, a arte tem como um de seus objetivos trazer a reflexão de diversos tema da vida social. Mas não é de hoje que o golpista ataca a cultura. Assim que assumiu a presidência, Bolsonaro tratou de transformar o Ministério da Cultura (MinC) numa simples secretária, como se a cultura, a arte em geral, não servisse aos trabalhadores. A principal desculpa fajuta que ele usa é a de que a cultura recebia mais verba do que precisava, sendo que o Ministério da Cultura recebia menos de 1% do orçamento ge-

ral das gestões, mostrando que esse ministério sempre teve pouca importância aos olhos dos golpista. A cada dia o governo baseado em esmagamento da população vai retirando tudo que a população tem para aproveitar, além de destruir todas as empresas brasileiras que ainda restam, numa política de completa subserviência aos monopólios, aos grandes meios de comunicação e ao imperialismo. Parece que a ideia é fazer com que as pessoas consumam cada vez menos o que o Brasil tem a oferecer e passem a consumir cada vez mais o que vem de fora do país. Bolsonaro, mesmo antes de assumir o governo, já atacava a cultura, principalmente a Lei Rouanet, que sempre recebeu, contudo, essa lei é responsável por pelo menos 1 bi de retorno no Brasil. Sendo assim, fica claro que o objetivo de Bolsonaro é acabar com tudo que possa fazer a população se colocar a pensar criticamente, principalmente se for sobre política. Cabe ao povo denunciar esses cortes e exigir, além do Fora Bolsonaro, que a cultura brasileira seja mantida e nunca dar preferência aos grandes monopólios midiáticos que só objetivam fazer com que o povo fique alienado e não perceba as contradições que os cercam.


POLÍTICA | 5

VAZA JATO

Lava Jato foi vendida para o povo com a ajuda da da esquerda E

m artigo de Jessé Souza intitulado “A Lava Jato desqualificou a Justiça”, o sociólogo fez a seguinte pergunta “Como se imbecilizou o povo a esse ponto para levá-lo a pensar que o problema do país é a corrupção política? Como se retira o poder de reflexão do povo inteiro a esse ponto?”. Para qualquer um que acompanha o desenvolvimento do golpe, a pergunta é retórica. A culpa dessa “imbecilização” do povo em relação à Lava Jato e à corrupção é totalmente culpa da esquerda pequeno-burguesa, que apoio o golpe e a Lava Jato, ou que teve posições vacilantes desde o início em relação a isso. Ao invés de sair às ruas, exigir o fim da operação Lava Jato, que já era comprovadamente uma ofensiva antidemocrática contra a esquerda antes dos vazamentos do The Intercept, a esquerda pequeno-burguesa decidiu fazer média com a “opinião pública” inventada pela Globo. Parte da esquerda apoiou abertamente a Lava jato, achando que esta tinha apoio popular, e de forma totalmente oportunistas jogaram os prin-

cípios democráticos no lixo para fazer demagogia. Recentemente, Marcelo Freixo (PSOL) afirmou que o juiz Sérgio Moro teria de renunciar “pelo bem da Lava jato”. Isto é, Moro deveria sair e salvar a Lava Jato.

Mas isso é ainda um posicionamento mais atual. Durante todo o processo a esquerda procurou defender a luta contra a corrupção, denunciando aqui e ali algumas arbitrariedades – isso quando não apoiava abertamente, como Lucia-

CLASSE TRABALHADORA

CUT enfatiza necessidade de mobilização contra reforma da previdência A

CUT fez uma reunião e tirou dela a avaliação de que a greve geral de 14 de junho foi positiva e é contra a reforma da Previdência porque “retira direitos fundamentais da classe trabalhadora”, segundo documento divulgado. No entendimento da central sindical, o relatório da reforma da Previdência, apresentado nesta quinta-feira (4) na Comissão Especial que analisa a PEC 006/2019, será votado em plenário na Câmara dos Deputados até o próximo 18 de julho, um dia antes do início do recesso parlamentar. Por isso, a CUT reforça também que é “o momento de aglutinar forças em torno das ações de massa já programadas para o período”. Além da luta contra a reforma da Previdência ser prioritária, a direção da CUT propõe uma luta mais geral em defesa da democracia e da soberania nacional e a exigência de apuração dos fatos sobre o envolvimento do Sérgio Moro e da Operação Lava Jato na prisão política de Lula. Em resumo, a direção da CUT aprovou as seguintes resoluções: 1 – Intensificar a luta contra a reforma da Previdência neste mês de julho, fortalecendo a coleta de assinaturas para o abaixo-assinado, aumentando a pressão nas bases eleitorais dos parlamentares e intensificando a mobilização sindical e popular, criando condições para nova ofensiva contra a mesma em meados de agosto.

2 – Dar continuidade à luta pela libertação do ex-presidente Lula, envolvendo nossas bases nas atividades promovidas pelo Comitê Nacional Lula Livre e ampliando as ações no plano internacional, através dos Comitês criados em diversos países. Como desdobramento dessa ação, exigir a demissão do Ministro Sergio Moro. 3 – Dar continuidade à luta em defesa das empresas públicas e estatais e da soberania nacional, fortalecendo e unificando as ações promovidas pelos setores sindicais diretamente atingidos pelas privatizações. 4- Agilizar o processo de atualização do projeto político-organizativo da CUT a ser debatido no 13º Concut. Porém, apesar de tudo, a CUT mostra uma posição vacilante diante da

luta contra os golpistas. Por mais que tenham aprovado a luta pela liberdade de Lula, a central não chama uma mobilização popular para derrubar o governo de Bolsonaro. Quer dizer, criticam Moro e a Lava Jato e querem a liberdade de Lula, mas para eles uma coisa não está conexa com a outra. Se Lula foi alvo de um processo ilegal e por isso foi tirado das eleições, isso torna também o processo eleitoral,ilegal. Portanto, Bolsonaro no governo é consequência de um processo ilegal. A exigência da “demissão de Moro” é uma capitulação para não exigir a derrubada de Bolsonaro e todos os golpistas. Portanto, dia 12, todos às ruas pela liberdade de Lula, sim, mas também pelo Fora Bolsonaro para pressionar as lideranças a adotarem esta política.

na Genro (PSOL) que afirmou em suas redes sociais “Viva a Lava Jato”, quando o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha foi preso por motivos políticos. Da mesma forma, os petistas que foram os principais prejudicados pela luta contra a corrupção, também defendiam estas medidas reacionárias. O PT aprovou a Lei da Ficha Limpa, que atenta contra o direito democrático de escolha de seu representante. Coisa que atingiu o próprio ex-presidente Lula, que se encontra há mais de um ano preso de forma ilegal. Além disso, a esquerda toda se uniu em defesa dos projetos “anti-corrupção” da burguesia, caindo na campanha cínica da imprensa capitalista de que a corrupção é o pior mal do Brasil. Sem denunciar o aumento da repressão e as vigarices políticas da direita, sem chamar o povo a ir às ruas contra o golpe e a Lava jato, a esquerda foi jogando água no moinho. Portanto, se Jessé de Souza quer uma resposta à sua pergunta, é fácil explicar. O povo acreditou na baboseira de luta contra a corrupção porque a esquerda não denunciou, pelo contrário ajudou.


6 | MOVIMENTO OPERÁRIO

“DESIDRATAÇÃO”

Golpistas preparam privatização dos Correios A

velha técnica neoliberal está em marcha, a mesma usada para sucatear as escolas públicas para facilitar a entrada de empresas privadas na educação, muitas vezes gringas, que distribuem presentes, espelhinhos e molham as mãos dos caciques locais, e também a mesma usada para nocautear e depois fatiar a Petrobras para entregá-la em retalhos aos financiadores do golpe de estado. A bola da vez são os Correios. Já que a almejada privatização emperrou, uma ala do governo defende a “desidratação” de empresas públicas como forma de reduzir custos e vencer resistências, para cumprira promessa de campanha do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro. Afinal, ele tem que pagar a fatura. Todo o conluio montado para colocá-lo no Planalto teve um alto custo e anda cobrando resultado do serviço contratado. O plano é o seguinte: a estatal começará a prestar alguns serviços por meio de parcerias e “joint ventures” com a iniciativa privada. Além disso, haverá redução de pessoal promovida por aposentadorias e programas de demissão voluntária, para a empresa ficar mais leve, saudável financeiramente e mais fácil de ser vendida. Em outras palavras: a empresa, que é do povo brasileiro, está sendo sabotada por dentro. É como se fosse

atacada por cupins. Um crime de lesa pátria está em plena execução. Em muitos países, daria pena de morte e execução sumária aos envolvidos. O, aparentemente, chefe dessa quadrilha, o governador-geral da colônia, Jair Bolsonaro, defendeu no Twitter a privatização dos Correios. No dia 7 de junho, ele disse que a proposta de venda da estatal “ganha força” em seu governo como forma de proporcionar “serviços melhores e mais baratos”. Mentira. A verdade é “ganha força para pagar de volta os patrocinadores de sua eleição fraudulenta”. Nada do que foi privatizado até agora ficou melhor e mais barato para os usuários.

Golpistas da ECT apresentam retiradas de R$ 2500 dos trabalhadores

Alguém aí tem contas de telefones mais baratas ou tarifas mais baratas e serviços melhores depois que o Banespa foi vendido, por exemplo? Fica “melhor” para uma meia-dúzia de barões que sempre lucram, passam a botar no bolso o que antes era patrimônio coletivo do povo brasileiro. Bolsonaro é servil a esses chupa-cabras, que sugam o que podem do verdadeiro Brasil e enganam o povo, que vive sendo desidratado por essa política entreguista criminosa. É a mesma cantilena da tal “reforma da previdência”, cuja tradução é entregar aos bancos a vida de todos os brasileiros, como uma venda de fazenda

Quase 20% da população desempregada em Taubaté O

N

a quinta-feira, a direção golpista dos Correios, seguindo a orientação do governo golpista de Bolsonaro, que foi eleito de forma fraudulenta, reuniu-se com os representantes dos trabalhadores da empresa para anunciar a retirada de direitos que levaram a perda das condições salariais e de vida da categoria ecetista. Seguindo a lógica privatizante, os golpistas dos Correios querem cortar mais benefícios e direitos dos trabalhadores da empresa para agradar os capitalistas que vierem comprar a ECT. Depois do ataque ao plano de Saúde, agora os golpistas querem mexer no vale alimentação/refeição, horas extras e adicional noturno. A proposta dos golpistas é, de imediato, suprimir cerca de R$ 2.500,00 dos ganhos dos trabalhadores, só com as mudanças que pretende fazer na cláusula do vale, pois querem dei-

xar de pagar esse benefício, nas férias, e o vale extra, no fim do ano, conhecido por vale peru, além de aumentar o valor de compartilhamento que o trabalhador terá que pagar para receber esse benefício. Outra proposta, que os golpistas apresentaram contra os direitos dos trabalhadores, foi a diminuição dos valores pagos aos trabalhadores que fazem hora extra e adicional noturno nos Correios, deixando de pagar 60% por hora trabalhada a noite, para pagar somente 20%, a fim de economizar dinheiro às custas da saúde dos trabalhadores. Nesse sentido, é preciso colocar toda a categoria contra o governo fraudulento de Jair Bolsonaro, pois a vitória da campanha salarial nos Correios depende da luta pela derrubada de Bolsonaro, através do Fora Bolsonaro! exigindo novas eleições e pela liberdade de Lula.

com a porteira fechada, com o gado dentro. Nomeado para a presidência dos Correios, o general Floriano Peixoto disse que a venda da estatal ainda está em estudo. O Ministério da Economia também desconversa, diz que as discussões sobre o futuro da empresa ainda são “preliminares”. Para privatizar a empresa como um todo, seria preciso aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), com apoio de três quintos dos parlamentares na Câmara e Senado, em dois turnos. De acordo com a maltratada Constituição, a União detém o monopólio dos serviços postais e do correio aéreo nacional (serviço postal militar). Todos os outros serviços podem ser feitos por empresas privadas – para isso, é preciso um decreto que inclua as atividades no Programa Nacional de Desestatização (PND). Em caso de parcerias, basta a aprovação do conselho de administração da companhia. Esse é o truque. O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios, José Rivaldo Silva, disse que os empregados não descartam entrar em greve para impedir a privatização. Segundo ele, a empresa não depende de recursos do Tesouro Nacional para bancar suas despesas. “Os Correios hoje têm papel de integração nacional. Nenhuma outra empresa ou órgão do governo tem a capilaridade dos Correios”, disse.

golpe de estado de 2016 vem destruindo diversos setores da economia nacional e, consequentemente, milhões de postos de trabalho em todo o Brasil. O número de desempregados no país é superior a 13 milhões, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que retira da conta aproximadamente 5 milhões de desempregados aos quais denominou-se desalentados. O Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais (Nupes) divulgou, para o mês de abril de 2019, taxa de desemprego para cidade de Taubaté de 18,18% que é bastante superior a taxa nacional de 12,3%. Os impactos da crise política e econômica, provocada pelo atual regime golpista, sobre a taxa de desemprego de Taubaté são decorrentes da destruição de atividades do setor industrial, principalmente do automobilísti-

co e do metalúrgico. É importante ressaltar ainda que o desemprego atinge sobretudo as mulheres, para as quais foi registrado taxa superior a 20% enquanto para os homens de aproximadamente 14%. O desemprego não será combatido dentro dos marcos do regime golpista, para superar a crise que destrói amplos setores produtivos do país é preciso derrubar o governo Bolsonaro nas ruas. Somente poderosas mobilizações dos amplos setores da população atacados pela política golpista podem pôr fim a mais essa destruição. A retomada dos empregos só será possível através de um governo eleito pelo povo. É preciso que os trabalhadores junto aos sindicatos, organizações e movimentos populares peçam: Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Eleições gerais com Lula Livre e candidato!


ATIVIDADES DO PCO | 7

UNIVERSIDADE DE FÉRIAS

“A melhor experiência da minha vida”: Acampamento da AJR R

eproduzimos aqui um depoimento depoimento do militante do PCO, Augusto Rolim Saraiva, sobre a sua experiência em diferentes edições do Acampamento de férias da AJR e as Universidades de férias do PCO. Como conheceu a AJR e o PCO? O primeiro contato que eu tive com o partido foi em uma manifestação em Brasília em 2001. Eu comprei o Jornal Causa Operária e deixei o meu contato com um militante. Eles me chamaram para algumas atividades e me falaram do Acampamento de Férias da AJR. Na época, eu tinha 16 anos e era um estudante secundarista. Era um admirador do Che Guevara, costumava a ir em protestos em Brasília organizados pelo PT e pela CUT. Fiquei curioso com a Universidade de Férias, que naquela edição, no começo de 2002, teve como tema o estudo da obra “O Capital”, de Karl Marx. Como foi a primeira experiência no Acampamento da AJR? Foi a melhor experiência da minha vida. O local dessa edição foi numa pousada em Peruíbe, litoral de São Paulo. Eu conheci jovens e militantes experientes de todo o Brasil. As atividades ocorreram num clima de companheirismo e entusiasmo. As pessoas foram divididas em equipes que se revezavam ao longo dos dias para preparar as refeições e manter o local limpo. Ocorriam atividades ao longo do dia, como jogos, debates, leitura coletiva de livros teóricos e de poesia etc. A piscina era uma ótima forma de relaxar. Ocorreram torneios de futebol, xadrez etc. As refeições, mesmo preparadas pelas equipes em grande quantidade, sempre foram deliciosas, com pratos de todo o mundo. Os filmes apresentados também me marcaram. Eles são uma oportunidade incrível para conhecer o cinema mundial e obras que também nos marcam de alguma forma. Os passeios na praia ou na trilha da Serra da Juréia foram inesquecíveis. Havia um clima presente em toda ati-

vidade diferente de tudo que já havia participado. Você realmente não queria que aquela experiência terminasse. O que achou do curso? As aulas foram realmente impactantes. Não tinha uma aula que terminava sem você ficar maravilhado pensando em como aquele conhecimento fazia sentido para entender a sociedade. As aulas do Rui são uma experiência ímpar. Diferente de qualquer aula em escola, ou faculdade, há um tipo aprendizado de tipo diferente. Você não aprende algo simplesmente por que é um tema intelectual distante que te interessa ou porque terá que fazer uma prova para passar de ano, é um conhecimento de outro tipo. Tudo que é discutido e aprendido ali tem uma fundamental importância para a

vida das pessoas e para a prática militante. Ou seja, é um conhecimento teórico e prático. Além disso, as aulas têm uma grande profundidade e ao mesmo tempo, são explicadas de uma maneira simples. Como isso mudou a sua vida? A experiência mudou a minha vida porque encontrei não só a possibilidade de conhecer o marxismo e toda uma série de teóricos que me influenciaram de maneira decisiva na compreensão do mundo, como também comecei a militar na AJR (Aliança da Juventude Revolucionária), a juventude do PCO, o que me proporcionou atuar ao lado de pessoas que estão construindo um movimento revolucionário. Era aquilo que realmente estava buscando. Na militância você conhece

pessoas de todo o Brasil e do mundo. Conhece os lugares mais diferentes em todo o Brasil, na América Latina, na periferia de São Paulo, nas fábricas, universidades etc. Você passa a viver de forma que todo aquele conhecimento acumulado, que você apreende nas aulas, faz ainda mais sentido. Como foi a experiência em outras edições do acampamento? Ao longo dos anos participei de diversas edições do Acampamento de férias da AJR e da Universidade de Férias do PCO. Participei de cursos como: “A história da revolução russa de 1917”, “O que fazer? do Lenin”, “Trotsky, vida e obra” entre outros. Em cada curso aprendi uma quantidade de conhecimento que nunca teria em cursos universitários. As experiências foram as melhores possíveis e como a atividade ocorre sempre duas vezes por ano, elas são sempre momentos aguardados por todos aqueles que já participaram. E os lugares escolhidos sempre são demais, com piscina, campo de futebol, área para passear, fazer rapel, cachoeiras, praias etc. Você recomenda a participação na 43ª edição da Universidade de Férias do PCO? Com certeza. Será mais um curso inesquecível! Com um tema de fundamental importância para o momento no Brasil e no mundo, que é o fascismo. Além disso, a atividade deve ser a maior já realizada, uma vez que a AJR e o PCO vem crescendo e aproximando simpatizantes e apoiadores em todo Brasil.

PCO faz campanha financeira para organizar a luta contra Bolsonaro

P

CO iniciou campanha financeira nacional: contribua você tam-

bém! O Partido da Causa Operária (PCO) deu início à campanha financeira nacional, cujo objetivo é levar adiante as campanhas políticas do partido encabeçadas pelo Fora Bolsonaro, Liberdade para Lula, eleições gerais com Lula candidato. Uma campanha deste porte é necessária diante da luta que está colocada pela frente, de caráter nacional, ampla, contra o golpe de Estado e os golpistas.

Além disso, é preciso uma completa independência financeira diante da burguesia. Essa independência é o que garante uma luta consequente contra os golpistas, pelos meios próprios, através de uma organização independente (imprensa, atos públicos, eventos sociais, cursos, etc). É preciso o envolvimento nesta campanha de todas as pessoas que estão ligadas à luta contra o golpe de Estado. Contribua com o partido operário revolucionário, faça parte da luta contra o golpe de Estado.


8 | ATIVIDADES DO PCO

Arraiá pela liberdade de Lula em São Paulo N

esse sábado, dia 6, o PCO organizou o Arraiá pela liberdade de Lula em São Paulo, no Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP). Essa atividade está sendo realizada em várias cidades do País. Músicas e comidas típicas, jogos, quentão, vinho quente. Veja algumas imagens de como foi a atividade.


POLÊMICA | 9

PSTU

Lobby não é luta N

a última semana, o PSTU, seguindo o exemplo de outros setores da esquerda nacional, publicou uma matéria convocando a população a “pressionar” os parlamentares para que não votem na reforma da Previdência. A matéria, intitulada “Lista atualizada dos deputados que querem acabar com nossa aposentadoria”, afirma: É preciso intensificar a pressão contra esses parlamentares que usufruem de regalias e privilégios, e querem destruir os poucos direitos que os trabalhadores ainda possuem. O placar ainda está disputado, mas vários parlamentares já disseram ser total ou parcialmente a favor da reforma da Previdência que atacará profundamente as aposentadorias e direitos previdenciários. É importante sabermos quem são esses políticos e cobrá-los. Mostrar os que são eleitos e no Congresso Nacional votam contra o povo. A posição que o PSTU defende, portanto, é bem distante daquela esperada de um partido revolucionário, o qual o PSTU diz ser. É, também, uma política que já entrou em completa

falência, que já foi testada e demonstrada como ineficiente em meio a toda aluta contra o golpe que vem sendo travada nos últimos anos. O Congresso brasileiro é formado, fundamentalmente, pelos mais desqualificados picaretas da política nacional. A eleição que lhes deu seus respectivos cargos foi uma fraude – portanto, todos estão intimamente vinculados a burguesia. Não faria sentido algum a burguesia realizar toda uma operação golpista nas eleições para que os deputados se comportassem de maneira democrática. Além das eleições de 2018 terem sido escancaradamente fraudulentas – exemplos disso são a cassação da candidatura do ex-presidente Lula e a derrota eleitoral de Eduardo Suplicy -, a burguesia sempre criou condições para que apenas os seus representantes fossem eleitos. Por meio de financiamentos milionários de campanha, os deputados e senadores já são corrompidos antes mesmo de chegar aos seus gabinetes. A pressão sobre os deputados também é um erro porque o regime político sempre irá encontrar uma forma de ter os seus interesses atendidos.

Se,, por determinadas contradições, o Congresso não levar adiante a política esperada, o regime político se dispõe de um Judiciário ainda mais corrupto e de Forças Armadas ainda mais subservientes para controlar a situação. O lobby parlamentar – isto é, a pressão sobre os parlamentares – em nada resolve o problema do golpe e do

avanço da extrema-direita. A luta que a esquerda e os setores democráticos devem travar não é para vencer uma votação no Congresso, mas sim para derrotar o regime político de conjunto. E para isso, só há um caminho: mobilizar os trabalhadores e a população em geral contra a direita. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! eleições gerais já!

determinados aspectos relacionados ao número de acidentes e homicídios, de modo que as seguradoras – que são controladas pelos bancos – não tenham prejuízo. Toda a discussão sobre o problema das multas se resume ao ganho de

dinheiro por parte da burguesia. Por isso, é inadmissível que a esquerda endosse essa discussão. Afinal, não é papel da esquerda defender a punição na sociedade capitalista – não resolve nenhum problema e só fortalece a burguesia.

MULTAS

Não são vidas, é o dinheiro N

ão é novidade o fato de a burguesia conseguir arrastar, constantemente, setores centristas da esquerda nacional para a sua política de assalto às riquezas da população. Ciente de seus interesses, a direita, especialista em demagogia, sempre tem uma boa justificativa para seus ataques aos trabalhadores. Um dos momentos em que se pôde ver recentemente a colaboração da esquerda com a burguesia foi na discussão sobre o problema das multas. A defesa da criação de multas para “corrigir” a sociedade nunca foi uma ideia progressista. Dizer que multas são “vidas”, isto é, que multas salvam vidas, conforme defendem vários setores da esquerda nacional, é um absurdo.

Quem estabelece as multas vigentes no Brasil são as instituições responsáveis pela criação de leis – isto é, as instituições burguesas. Portanto, quem cria, implementa e fiscaliza as multas não são a população, mas sim a burguesia. A classe que foi capaz de destruir um país com uma bomba atômica, que criou campos de concentração, que mata índios, sem-terra e negros como se fossem baratas é a classe responsável pelas multas. O que está por trás das multas é o interesse da burguesia em assaltar a população, como sempre. Por um lado, o dinheiro das multas vão para o Estado e alimentam sanguessugas que se incrustam na burocracia estatal para desviar o dinheiro público para seus cofres. Por outro, as multas controlam


10 | ESPORTES

ESPORTES

Brasil campeão da Copa América! P

ara todos que criticaram a seleção brasileira, fazendo coro com a imprensa capitalista, o time deu mais uma lição moral: “falador passa mal”. Diante da campanha, a seleção tem adquirido força para se contrapor à política de agressão que está sendo feita contra ela. Os jogadores conseguiram superar o VAR, os juizes e a imprensa, apesar da falta de seu principal jogador, Neymar, o melhor do mundo. Então é isso, com 3 gols do Brasil e 1 do Peru, a canarinha se torna campeã da Copa América mais uma vez.

Imprensa golpista usa ex jogadores para atacar seleção

O

ataque a Seleção Brasileira de Futebol pelo Imperialismo é tão intenso que mesmo ganhando seus jogos, a imprensa golpista do Brasil, porta-voz dos interesses do capital estrangeiro, é o principal inimigo de nossa seleção. Em vários programas esportivos da imprensa golpista brasileira, após a vitória sensacional de nossa seleção sobre a Argentina, os comentaristas de futebol, incluindo ex-jogadores da seleção, transformaram-se em advogados da choradeira do péssimo time argentino. Para jogar água fria no entusiasmo dos torcedores brasileiros, levantaram a ridícula tese de que o Brasil só teria vencido os “hermanos” por que “o juiz do jogo robou” para o Brasil. O ex-jogador Neto, que vive falando que deve favores aos golpistas Datena e a família Saiad, donos da Rede Bandeirantes, chegou ao ridículo de fazer um programa depois do jogo para mostrar diversas vezes um suposto pênalti a favor dos argentinos que o VAR (árbitro de vídeo) não marcou. Tirando o fato de que o tal pênalti é super polêmico, pois os argentinos começaram a cair dentro área, num cai-cai típico de time argentino, o ex-jogador comentarista esqueceu de todo o resto do jogo, inclusive o fato de que graças ao juiz, os caneleiros argentinos que ba-

teram até na sombra dos brasileiros não tiveram nenhum jogador expulso. Esse comportamento anti-seleção da imprensa brasileira já é tradicional no país, que até já foi relatada nos anos 70 pelo cronista Nelson Rodrigues, que antes da Copa do México de 1970, disse que a melhor coisa pra seleção era viajar logo do Brasil para fugir dos ataques de sua imprensa. O que é novo na imprensa é usar antigos jogadores de futebol da seleção, que inclusive foram alvos dessa mesma imprensa golpista, para atacar a seleção e seus jogadores. E já está ficando notório na imprensa esportiva do Brasil que se ex-jogadores quiserem virar comentaristas de futebol e durar nesse ofício é preciso atacar os atuais jogadores da seleção, principalmente o melhor, Neymar. Basta ver que aqueles como Juninho Pernambucano, que saiu na defesa dos jogadores contra as mentiras da imprensa foi obrigado a se demitir da Globo, já os ex-jogadores Neto, Casa Grande e Edmundo, que eram “bad boys” do futebol brasileiros mantém seus empregos por serem os maiores críticos do comportamento extravagante do ídolo atual da seleção. Viraram uns hipócritas, traíras do futebol brasileiro, a soldo do horrível futebol europeu.

Copa América cria proibições ditatoriais nos estádios

A

CONMEBOL, confederação responsável pela realização da Copa América no Brasil preparou um código de conduta ditatorial para aqueles que pretendem ir ao estádio do Maracanã assistir a grande final que será realizada amanhã, dia 7 de julho. Com o objetivo de não repetir os acontecimentos em outros campeonatos continentais realizados nos últimos anos, principalmente das finais da Sul-Americana de 2018 e Libertadores de 2019 a instituição resolve promover um controle extremamente rígido sobre pessoas e objetos que adentrarão o palco da grande final do torneio. A proibição de armas, facas, rojões, e sinalizadores já não é novidade no meio do futebol, desde que um torcedor boliviano foi morto por um sinalizador em 2013 houve o banimento imediato à qualquer objeto que possa gerar fogo e fumaça de qualquer forma dentro dos estádios. A diferença agora é que as restrições são relativas inclusive a guarda-chuvas grandes e bastões de selfies, algo totalmente absurdo. Mais do que isso, as mudanças feitas pelos organizadores agora proíbem que espectadores fiquem de pé em diversos espaços do estádio ou

que levem instrumentos musicais de qualquer espécie. Até as famosas vuvuzelas da Copa do Mundo de 2010, as clássicas charangas sempre se fizeram presentes nos estádios e são responsáveis por ditar a animação dos torcedores, sejam em campeonatos de clubes ou seleções. Além disso, o maior ataque à democracia nos estádios feito pela entidade na competição fica a cargo da proibição de bandeiras e cartazes com dimensões maiores que dois metros por um e meio, sendo que estas não podem conter qualquer tipo de mensagem de cunho político, o que serve como forma de blindar qualquer crítica que possa surgir ao governo ilegítimo de Bolsonaro que deve possivelmente estará presente no evento deste domingo. A ditadura já está chegando dentro dos estádios de futebol, lugares antes reservados ao povo. Vale lembrar aqui o craque Sócrates, que mesmo sendo um dos mais talentosos jogadores de sua época, foi ativo politicamente dentro e fora das quatro linhas na oposição ao regime ditatorial dos militares durante a década de oitenta. O povo deve ocupar seu espaço nas ruas e nos estádios para que os ataques das instituições autoritárias não continuem.

Todos os domingos às 20h30 na Causa Operária TV www.youtube.com/CausaOperariaTV


INTERNACIONAL | 11

ESPORTES

Golpistas colocam câmeras de reconhecimento facial para Copa América F

inal da Copa América no estádio Maracanã, no Rio de Janeiro, o que era pra ser um cenário de festa para os brasileiros infelizmente será marcado por muita repressão. Durante a semana foi noticiado em vários canais de imprensa uma lista do que é proibido levar na final da Copa América, o que já é um grande absurdo. Não bastasse isso, vimos agora que os torcedores também estarão sendo “espionados” pela PM do Rio de Janeiro. O governador fascista Wilson Witzel (PSC) -um cidadão conhecido por atirar na população de um helicópteroanunciou que a PM irá utilizar câmeras de reconhecimento facial. A nova tecnologia foi testada no carnaval, aprovada pelos fascistas e será implantada nos arredores do Maracanã e do Aeroporto Santos Dumont. Segundo a PM, a nova tecnologia irá identificar os foragidos da justiça e até

torcedores proibidos de frequentarem o estádio. O programa funciona integrado ao Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) da PM que ficará numa sala de monitoramento instalada no interior do estádio recebendo todas as imagens em tempo real. O grande absurdo é o funcionamento desse software. “Ele mede a distância entre os olhos, o tamanho do nariz, da boca e do queixo, além de identificar a linha da mândibula”. Ou seja ele detecta o povo preto e pobre para serem mandados para a cadeia, assim como vimos acontecer no carnaval em Salvador, com Marcus Vinicius, detectado por uma câmera ao entrar num dos blocos carnavalescos da cidade. Medidas como essa não são tomadas para dar segurança ao povo, e sim para aumentar ainda mais a repressão contra o povo preto e pobre. Os golpistas não pensam em combater a violência com mais saúde, edu-

cação e emprego para o povo, pois a política deles é pisar cada vez mais na população, deixando o povo cada vez mais pobre e colocar cada vez mais gente atrás das grades.

Domingo no Maracanã o povo deve se mobilizar contra todo o aparato de repressão do estado capitalista e levantar as palavras de ordem Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula.


12 | CIDADES E MORADIA E TERRA

SÃO PAULO

Em SP, Doria colocará PMs nas escolas dos pobres A

ssim como no Distrito Federal, onde um grupo de escolas sofreu com o projeto de militarização por parte da Policia Militar, no Estado de São Paulo a situação se aprofunda ainda mais no governo de João Dória. O então governador pretende no próximo semestre resignar mais de 600 policias para escolas onde as mesmas são majoritariamente compostas pela população pobre logicamente. A ideia é que se comece em agosto e que cerca de 200 escolas sejam atingidas pela media nefasta. Com o já batido discurso do combate a violência, é notória que a política de Dória sempre fora policialesca, o povo paulistano sabe muito bem disso. Agora não seria diferente, o mesmo quer fazer uso do aparato repressor para controlar os estudantes e amordaçar os professores dentro das instituições de ensino. Isso representa um claro avanço

do Escola com Fascismo, que evolui sempre que a extrema-direita decide avançar no âmbito da educação. O que Dória quer implementar é uma clara declaração de massacre aos estudantes pobres e professores já esmagados pelo governo tucano. Os policias terão plena autonomia de intervir nas atividades escolares, bem como repreenderem os estudantes quando tiverem vontade, isso demonstra que é preciso barrar imediatamente essa ação da extrema-direita representada pela figura de Dória. A cada dia a política antipopular de João Dória fica escancarada, e demonstra um verdadeiro escárnio contra a população que sofre nas mãos do PSDB há muito tempo. Nesse momento é preciso organizar os estudantes e docentes contra a medida fascista de Dória e impedir que a escola se torne reduto da polícia assassina.

OPERAÇÃO CANAÃ

Primeiro os sem-terras, depois o PT

B

atizada de “Operação Canaã”, mais uma investida fascista contra os sem-terra, visando desarticular também o Partido dos Trabalhadores. A operação foi deflagrada este mês sob o pretexto de “desarticular um grupo criminoso que vendia lotes e casas destinados a programas sociais,” e conseguiu alguns mandados de prisão. A demagogia em cima do fato é imensa; a notícia é veiculada por páginas fascistas como O Antagonista, que como todos sabem, é um histórico “defensor” dos programas sociais. É a manobra típica dos direitistas, desarticular os movimentos sociais, sempre sob o pretexto de que o estão fazendo para o melhor interesse da população. Como é próprio dos fascistas, sua investida começa contra os setores mais dispersos, por exemplo, os trabalhadores do campo. Conforme avançam, passam para as organizações urbanas.

No caso desta operação, já se busca o elo entre as lideranças camponesas e do Partido dos Trabalhadores, para criminalizar o maior partido de massas brasileiro. O alvo primeiro é o Deputado João Daniel (PT-SE), que já foi líder do MST local. O deputado respondeu em nota que não tem relação com as pessoas presas. Por isso fica claro. Primeiro vão para cima do MST depois chegam no PT. Os fascistas começam pelo campo por conta da característica dispersa desta região. Assim fizeram na Itália que levou Mussolini, o primeiro fascista, ao poder. Mas logo já se vê que os golpistas estão chegando no PT. É preciso denunciar o movimento criminoso que envolve Justiça, Polícia e demais aparatos repressivos do Estado, sob um governo fascistoide cujo mote principal é acabar com a esquerda.

TODOS OS DIAS ÀS 3H, NA CAUSA OPERÁRIA TV


INTERNACIONAL | 13

VENEZUELA

É preciso prender Guaidó, não dialogar com ele H

oje, dia 7 de julho, na Venezuela se comemora a independência política do país em relação ao que foi o império espanhol. Em relação às comemorações, grupos opositores realizaram comemorações concomitantes em locais diferentes da capital Caracas. De um lado, Nicolás Maduro, representante do povo venezuelano e sucessor político de Hugo Chaves. Do outro, Juan Guaidó, que desde janeiro se autoproclamou presidente do país sem que para isso tenha sido eleito. Parte de Maduro houve declarações que falam sobre haver espaço para ambos dentro da Venezuela. Com uma política conciliadora em que pede a intervenção de um país teoricamente neutro para media o conflito: a Noruega. O presidente ainda defendeu a necessidade de exercícios militares no

dia 24 de julho para a defesa de “mares, rios e fronteiras”, dessa forma reafirma a necessidade de se defender da maior ameaça imperialista, os Estados Unidos. No entanto, fica claro no discurso conciliador de Maduro a aparente ilusão com relação à oposição institucional apresentada pelo congresso venezuelano personificada na figura de Guaidó. O que o governante não percebe é que ao buscar se defender exclusivamente dos ataques militares que podem partir dos EUA, esquece das armas que a instituições norte-americanas detém no sentido de desestabilizar regimes democráticos dentro do próprio país através de capachos do imperialismo, como é o caso de Guaidó. Ainda mais do que isso, Maduro parece não enxergar o processo de

derrubada de governos de esquerda por todo continente latino-americano através de golpes de estado – institucionais ou militares – que se iniciaram em 2008 em Honduras e se espalharam rapidamente. Não se trata de um ato de má fé ao buscar uma tentativa de conciliação. No entanto, ao adentrar no jogo político da extrema-direita – que domina as grandes potências capitalistas atualmente – Maduro estará buscando a paz com o Diabo. E quando abaixar a guarda, este atacará novamente. Por isso é necessário que, para a verdadeira independência da Venezuela, Guaidó seja preso pelo crime de traição a pátria, uma vez que este se vendeu como escravo do capitalismo norte-americano que só enxerga um grande poço de petróleo em “seu quin-

tal”. Mais do que isto, a prisão do golpista será pelo menos neste momento o fim da crise política venezuelana que não irá ceder enquanto a ameaça imperialista que este representa pairar sobre a cabeça do povo.

IMPERIALISMO

Trump e May se telefonam para armar contra o Irã A

pós a interceptação de petroleiro iraniano, o presidente dos EUA, Donald Trump, e Theresa May, primeira-ministra do Reino Unido, conversaram por telefone para discutir a “cooperação entre Estados Unidos e Reino Unido para promover seus interesses comuns em termos de segurança nacional, incluindo os esforços para fazer as sanções contra a Síria serem cumpridas, para garantir que o Irã não obtenha arma nuclear e para conseguir a desnuclearização final e totalmente verificada da Coreia do Norte”. Desta forma, as duas potência imperialistas discutiram o aumento das

provocações contra os países oprimidos orientais, com o objetivo principalmente de atingir o Irã, cuja a relação com os EUA tem entrado em uma intensa crise. É preciso ser totalmente contra as política de agressão e dominação do imperialismo. A “segurança nacional” discutida pelas potências anglófonas é na verdade o interesse dos grandes monopólios capitalistas de manterem sua dominação em cima dos países oprimidos. O verdadeiros causadores da insegurança internacional é o próprio imperialismo, que financia golpes, fascistas e guerras no mundo todo.

TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, 14H00

TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30


14 | MULHERES, NEGROS E CULTURA

ABORTO

Mesmo em casos previstos pela lei, mulheres não conseguem abortar

A

ONG britânica Artigo 19 divulgou um relatório intitulado “Acesso à informação e aborto legal” que mostra o descaso dos hospitais com as mulheres que procuram o aborto em casos previstos por lei (gravidez decorrente de estupro e risco à vida da mãe, e o caso de anencefalia do feto). Apesar do procedimento, nesses casos, ser autorizado pelo Código Penal, as mulheres brasileiras ainda enfrentam muitos desafios para o cumprimento dessa legislação. De acordo com as informações obtidas pela ONG, os desafios são vários: – Conseguir informações sobre o serviço de aborto legal, as exigências de documentos não previstos na legislação, os julgamentos morais por parte dos funcionários dos hospitais, enfim um descaso total com a saúde da mulher. Além do aborto não ser legalizado no Brasil, podemos ver que nem essas pequenas exceções previstas no Código Penal são respeitadas, sendo assim

muitas mulheres acabam levando a gravidez adiante, já que para fazer valer a lei precisaria entrar com ação judicial, o que pode levar tempo e a cada semana fica mais difícil para a mulher realizar o aborto, pois há um limite de idade gestacional para o procedimento ser realizado. Vale lembrar que esses casos estão previstos em lei desde a década de 40, estamos em 2019, em pleno Golpe de estado, e além de nada ter avançado em relação aos direitos das mulheres, temos um governo de extrema-direita que só aumenta a opressão da mulher (maiores afetadas pelo golpe). Os direitos das mulheres sobre o próprio corpo não podem ficar sob o controle do Estado, e essa política reacionária só pode ser combatida por meio da mobilização das próprias mulheres junto com toda a classe trabalhadora. Segue abaixo trecho do documento do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo (posição das mulheres do PCO sobre o aborto) –aprovado na I Confe-

Mobilizar os negros contra Bolsonaro e todos os golpistas U

ma das maiores e principais vítimas do golpe de estado de 2016 são os negros, as conquistas sociais que lhes permitiram alguma dignidade estão sendo totalmente destruídas pelos golpistas. Os negros sempre foram os mais explorados e massacrados desde a escravidão na era colonial, são os negros, agora na crise capitalista, os que mais estão sofrendo com os ataques contra população do governo do golpista, racista e fascista Jair Bolsonaro. A população negra é quem mais necessita e que estão sentindo os cortes de gastos com serviços públicos de saúde e educação da PEC 95, bem como, de programas de assistência social. Os negros são os mais vulneráveis na questão do trabalho, são os trabalhadores rurais, terceirados, informais e domésticos. Segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os negros recebem em média 1200 reais a menos que os brancos. São os negros ainda a maiores vítimas do trabalho escravos, aproximadamente 90% dos mais de 53 mil trabalhadores resgatados desde 1995, sendo mais de 41 mil resgatados entre 2003 e 2013 (governos do PT). Bolsonaro prometeu fazer aquilo que Michel Temer não conseguiu acabar com a PEC do Trabalho Escravo. Os jovens negros são as maiores vítimas do aumento de 25% da população carcerária desde o golpe, o número de vítimas de encarceramento massivo no Brasil superou o número de 730 mil presos. Os jovens negros são a maior parte dos 40% que não ti-

veram direito de ampla defesa e que sequer foram julgados. São a maior parte dos jovens recebem tratamento desumano nas prisões superlotadas em 176% de sua capacidade. Os negros são as maiores vítimas letais da polícia militar, sendo mais três vezes maior que os brancos. O que aconteceu com o músico morto com 80 tiros de fuzil pelo exército no Rio de Janeiro é rotina com a polícia militar em todos país, quem não se lembra do caso de Amarildo? Os negros também são a maioria dos presos em flagrante delito, duas vezes e meia mais que os brancos e muitas vezes sem crime algum, quem não se lembra de Rafael Braga preso por ter uma garrafa de “Pinho sol” na mochila? A superexploração, a opressão política, o confinamento nas periferias e favelas, a ocupação dos postos de trabalho de menor remuneração, os massacres e a repressão estatal, o sacrifício dos direitos, o abandono ao desemprego e a miséria levam os jovens negros ao suicídio, que é 45% maior que os jovens brancos. O povo negro por meio de suas organizações e movimentos deve se levantar contra a política anti-povo que promove na prática seu extermínio. É urgente que povo negro integre as suas forças aos comitês de luta contra o golpe e autodefesa em unidade às demais organizações e movimentos populares que lutam contra o golpe para derrotar o governo de Bolsonaro e colocar um governo eleito pelo povo no lutar. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Eleições gerais com Lula Livre e candidato!

rência Nacional de Mulheres do PCO, em 2000. É necessário que as organizações representativas das lutas das mulheres, bem como o conjunto do movimento operário e popular, encampem a batalha pela regulamentação do chamado “aborto legal” e, também, por sua completa legalização.

Atendimento dos casos de “aborto legal” pela rede pública de saúde; Legalização do aborto no país; Pelo direito de opção da mulher sobre a conveniência ou não da gestação; Assistência econômica e social do Estado para as mulheres obrigadas a dar continuidade à gestação indesejada;

A juventude é fundamental na luta contra Bolsonaro

A

juventude é um dos setores mais afetados pelos ataques do governo Bolsonaro. O exemplo mais notável desses ataques foi o anúncio do corte de 30% da verba estatal para as instituições de ensino superior público, o que gerou uma grande mobilização popular encabeçada pelos estudantes, levando aos grandes atos dos dias 15 e 30 de maio diretamente contra Bolsonaro. Esses atos, ao contrário do que apregoa a imprensa burguesa e a esquerda pequeno-burguesa, não foram por pautas isoladas como o corte, mas, nitidamente, contra o governo em seu conjunto. Foram visíveis os cartazes pelo Fora Bolsonaro e ouviu-se por todo o País o mesmo grito, às vezes com variações. Devido a sua defesa do ensino público, o movimento estudantil histórica e internacionalmente é um movimento contra o Estado. Portanto, seus protestos e greves são essencialmente políticos. Isso foi visto durante a ditadura militar brasileira e também durante a grande onda que sacudiu o mundo em 1968, como o Maio francês. Os estudantes estiveram sempre na vanguarda da luta contra a direita e pelos direitos democráticos da popu-

lação. Quando a situação é revolucionária e em meio a uma intensa crise da burguesia, a aliança da juventude com a classe operária se torna um elemento que pode colocar abaixo as estruturas de dominação do Estado burguês. Se isso é possível, é ainda mais possível uma derrubada de um governo totalmente impopular pela aliança da juventude com os trabalhadores. Esse é o caso de Bolsonaro. Existem, atualmente, as condições para o desenvolvimento dessa aliança na luta pelo Fora Bolsonaro. As entidades estudantis, principalmente a UNE, devem organizar a juventude para colocar como palavra de ordem e a sua efetivação o Fora Bolsonaro, a derrota do regime golpista e eleições gerais já, com a liberdade de Lula, mostrando assim a força dos estudantes e colocando na ordem do dia as suas exigências, como educação universal, pública e gratuita em todos os níveis, a total autonomia universitária com um governo tripartite e as condições para o pleno desenvolvimento humano dos jovens. Para isso, é preciso a união com os trabalhadores e demais setores oprimidos a fim de derrotar a direita.


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