QUARTA-FEIRA, 10 DE JULHO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5699
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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Hoje, todos ao Masp contra o roubo das aposentadorias! A CUT e a Frente Brasil Popular convocaram um ato hoje na Av. Paulista, em São Paulo, contra a chamada “reforma da Previdência”. O ato está marcado para começar às 17h, em frente ao MASP, ponto tradicional de protestos da esquerda. EDITORIAL
Dia 10: por um ato pelo Fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula! Hoje é dia de tomar a Av. Paulista contra o governo ilegítimo e golpista de Jair Bolsonaro. A CUT e a Frente Brasil Popular fizeram um chamado para o ato em frente ao MASP, às 17h.
POLÍTICA
Morre Paulo Henrique Amorim, perseguido pelos bolsonaristas na Record Faleceu na manhã de hoje (10), no Rio de Janeiro, o jornalista Paulo Henrique Amorim, aos 77 anos, vítima de enfarto.O editor do portal Conversa Afiada era um comunicador progressista, que se notabilizou nos últimos anos por denunciar a direita e o imperialismo.
Lava-jatistas, golpistas de esquerda, mordem o próprio rabo (parte 10) Ciro Gomes é conhecido por sua lábia ensaboada. Fala uma coisa ali outra oposta aqui. Esta não é simplesmente uma característica do político burguês que ele é, mas é também a maneira que ele encontrou, sendo um político direitista, de se infiltrar na esquerda para confundir os incautos.
CST-PSOL: “Fora Trump e Maduro”, fica Bolsonaro
Desastre da Reforma da Previdência na Grécia pode ser pior no Brasil
POLÍTICA
Conquista do golpe: 64% das famílias estão endividadas POLÍTICA
Folha e Veja: “amigas” de Moro, segundo a própria mãe
Na edição do dia 9 de julho do jornal golpista O Estado de S. Paulo, o economista Pedro Fernando Nery publicou uma coluna alegando que a reforma da Previdência seria a salvação da aposentadoria.
Mais de R$1 bi em emendas: compra de votos para roubar aposentadorias O Diário Oficial da União publicou 50 páginas de “torneira aberta”: são quase 500 emendas de parlamentares
Nossos colegas do Diário do Centro do Mundo lembram que há dois anos
2 | OPINIÃO EDITORIAL
Dia 10: por um ato pelo Fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula!
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oje é dia de tomar a Av. Paulista contra o governo ilegítimo e golpista de Jair Bolsonaro. A CUT e a Frente Brasil Popular fizeram um chamado para o ato em frente ao MASP, às 17h. A pauta que motivou o chamamento do ato é opor-se à chamada “reforma da Previdência” desse governo golpista da direita, uma “reforma” que consiste em um assalto trilionário contra milhões de trabalhadores, que terão que trabalhar por mais tempo para se aposentar com menos dinheiro no final da vida. Uma piora das condições de vida de quase toda a população em benefício de alguns especuladores capitalistas. O governo liberou mais de R$1 bilhão em emendas parlamentares para conseguir votos por sua “reforma”. Além disso, ninguém sabe que tipo de negociações ocorreu nos bastidores. Para impedir os ataques de governo aos trabalhadores e revertê-los, é preciso impor uma grande derrota ao
governo e à direita golpista. Para isso, os trabalhadores devem recorrer a métodos de luta próprios da classe trabalhadora, que devem ir necessariamente além de uma mera oposição
parlamentar, com protestos de massa e greves. Os atos também não devem se limitar a reivindicações parciais. O governo da direita golpista está preparando
uma sequência interminável de ataques às condições de vida de milhões de pessoas. A reforma da Previdência e os cortes de gastos na educação superior pública são só dois exemplos entre uma infinidade de outros ataques. O movimento de oposição nas ruas ao governo deve se reorganizar em torno de reivindicações mais gerais que reúnam de uma vez a oposição a todas essas medidas e apresenta uma perspectiva de alternativa à direita golpista. Sob pena de ficar desnorteado diante de uma série de derrotas parciais frente aos ataques direitistas. As palavras de ordem que sintetizam a oposição a todas as medidas da direita golpista e coloca uma alternativa para o país são, hoje, o Fora Bolsonaro! e Liberdade para Lula! É preciso levar essa política mais geral para cada ato em torno de reivindicações parciais, como no ato de hoje contra o roubo das aposentadorias na Av. Paulista. Fora Bolsonaro! Liberdade para Lula!
COLUNA
A “ecologia” como método para repressão da luta pela terra Por Renato Farac
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esta semana, o governador playboy do Estado de São Paulo, João Doria, se utilizou da legislação ambiental para justificar a destruição das casas e roças de centenas de pessoas que vivem na comunidade caiçara de Rio Verde-Grajaú, na Estação Ecológica da Juréia, entre os municípios de Peruíbe e Iguape, litoral sul do Estado. Quem olha de maneira superficial vai cair no “conto da carochinha” da direita de que as famílias estão num local de preservação ambiental e devem sair de qualquer maneira. Mas a imprensa burguesa, de maneira intencional, não aborda que essas famílias já viviam ali a centenas de anos e que nunca sequer foram indenizadas pela criação da unidade de conservação. E o mais importante, o que preservou a mata atlântica no local foram as famílias caiçaras que estão vivendo lá e impediram os latifundiários e a especulação imobiliária de destruir a floresta da região. Quem iria imaginar que o governador de São Paulo, João Doria, apelidado de João Escória, por seus atos fascistóides na prefeitura e no governo. Doria mandou retirar cobertores e pertences de moradores de rua, jogar água nesses moradores nas madrugadas congelantes da cidade de São Paulo, mandou demolir casas com pessoas dentro, mandou policiais atacarem os viciados em crack na cracolândia e por aí vai, estaria agora preocupado com a preservação do meio ambiente, das árvores, dos macaquinhos, da borboletinha. Só acredita quem é muito ingênuo ou tem
interesses escusos em colocar aqueles trabalhadores na beira da estrada sem casa e comida. Mas a intenção não é discutir sobre o caso, mas apresentar um método que a direita se utiliza constantemente para atacar os movimentos de luta pela terra. A direita, que se preocupa com a questão ambiental da mesma maneira que se preocupa com os trabalhadores, faz utilização das leias ambientais com muita demagogia e cara-de-pau. Em maio do ano passado, a indígena Guarani Mbya, Teresa Gimenes, foi presa pela a guarda municipal fascista do prefeito golpista tucano Nelson Marchezan Júnior, ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), sob a acusação de crime ambiental, pois estavam com um macaco de estimação. A indígena, que no momento estava com dois filhos pequenos foi abordada e seguiu para a cadeia após denúncia de pessoas que queriam tirar os indígenas que ficam vendendo artesanato nas ruas e praças da cidade. É a limpeza social que a extrema direita fascitóide quer para o “embelezamento” da cidade e pelo meio ambiente. Também houve o caso da prisão de cinco indígenas Avá-Guarani do Tekoha Mokoi Joegua por cortarem três taquara para fazer artesanato de uma das ilhas da Reserva Biológica da Usina Binacional de Itaipu, localizada em Santa Helena, região oeste do Estado do Paraná, mas que são áreas reivindicadas pelos indígenas desde o enchimento da barragem. Os indígenas foram expulsos violentamente de suas terras e muitos levados ao
Paraguai pelas autoridades militares. Concidentemente, entre os presos estavam lideranças importantes da luta dos indígenas pela demarcação de suas terras. No Extremo Sul da Bahia, os indígenas pataxó sofrem com o fascismo ambientalista dos latifundiários, do judiciário e dos órgãos estatais que para evitar a demarcação de suas terras, acusam estes de destruir os últimos remanescentes de Mata Atlântica. Os indígenas apenas utilizam dos recursos naturais para fazer artesanato em suas terras que foram tomadas por latifundiários e unidades de conservação. Em vez de demarcação e sustento de suas famílias, a extrema direita quer que os indígenas passem fome e abandone a luta pela terra nessa região. Esses são alguns casos, mas que existem muito mais que não foram registrados na imprensa ou que não conseguimos ter acesso, onde a extrema direita fascista se utiliza da legislação ambiental para reprimir os movimentos de luta pela terra. Sejam os movimentos indígenas, sem-terra,
quilombolas, caiçaras e muitos outros alvos dos latifundiários, das mineradoras e da especulação imobiliária. Enquanto quem verdadeiramente causa um grande dano ao ambiente e a saúde das pessoas, como as grandes indústrias e o latifúndio continua impune. Como exemplo a mineradora Vale que matou centenas de trabalhadores, cidades e destruiu um dos mais importantes rios brasileiros, o rio Doce, após o rompimento de uma de suas barragens. E anos depois rompeu outra barragem e mais mortes. Em muitos casos, como dos caiçaras em São Paulo, há apenas um interesse em venda das terras desses povos pela especulação imobiliária devido ao seu elevado valor e para privatização de unidades de conservação. É um método cada vez mais utilizado e com justificativa ambiental para impor uma política fascista. A esquerda e os movimentos sociais não devem se apegar nas questões morais e demagógicas da direita para não defender os trabalhadores e a população explorada.
POLÍTICA | 3
CONTRA O ROUBO DA PREVIDÊNCIA
Hoje, todos ao Masp contra o roubo das aposentadorias! A
CUT e a Frente Brasil Popular convocaram um ato hoje na Av. Paulista, em São Paulo, contra a chamada “reforma da Previdência”. O ato está marcado para começar às 17h, em frente ao MASP, ponto tradicional de protestos da esquerda. Neste momento, a proposta de “reforma” tramita rapidamente na Câmara dos Deputados, depois de o governo golpista e ilegítimo de Jair Bolsonaro liberar mais de R$1 bilhão em emendas para os parlamentares votarem a favor da “reforma”. Os trabalhadores, por seu lado, devem se mobilizar contra esse ataque às suas condições de vida, um ataque feito em nome dos interesses dos capitalistas. Enquanto os capitalistas têm recursos para controlar as instituições, seja comprando ou chantageando parlamentares, juízes e chefes do Executivo, seja manipulando eleições ou patrocinando golpes de Estado, os trabalhadores têm a força numérica. É preciso
transformar essa força numérica em um fator político por meio da organização e da mobilização nas ruas, para derrotar a reforma da previdência e o próprio governo ilegítimo da direita golpista. Nesse sentido, é importante continuar indo às ruas para a realização de atos contra o governo, não importa que determinado ato seja grande ou pequeno, mas é preciso manter os trabalhadores protestando contra o governo nas ruas. Para demonstrar a grande oposição popular aos ataques da direita e para aprofundar a mobilização. Por isso é necessário engrossar as fileiras em mais uma demonstração contra Bolsonaro. O ato na Paulista, além disso, não deve se limitar à reforma da Previdência. Deve ser inequivocamente um ato contra o governo em geral. Por isso, é preciso também incentivar a palavra de ordem mais popular neste momento nas ruas, que as direções têm hesitado em levantar: Fora Bolsonaro!
4 | POLÍTICA
MAIS DE R$1 BI EM EMENDAS
Compra de votos para roubar aposentadorias O
Diário Oficial da União publicou 50 páginas de “torneira aberta”: são quase 500 emendas de parlamentares que estão recebendo um “incentivo” para que os deputados amoleçam seus corações em favor do que Bolsonaro prometeu a seus patrocinadores de campanha e agora precisa cumprir: destruir a Previdência social e prejudicar todos os brasileiros que dependem dela para suas aposentadorias. O governo abriu as portas para liberação de verbas aos parlamentares em busca de votos para a aprovação da proposta de reforma da Previdência (PEC 6/2019) que o presidente ilegítimo Bolsonaro depende para se manter no poder. Setores da elite já perceberam, faz tempo, que ele é um paspalhão, mas se ele cumprir o serviço, tudo bem. A compra de votos está funcionando a todo vapor. O dinheiro do povo usado descaradamente para tirar direitos
do povo. Essa é a ‘nova política’ de Jair Bolsonaro. De acordo com a ONG Contas Abertas, só nos primeiros cinco dias de julho, foram empenhados R$ 2,551 bilhões. O valor é maior do que o observado de janeiro a junho deste ano: R$ 1,77 bilhão.
Desastre da Reforma da Previdência na Grécia pode ser pior no Brasil
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a edição do dia 9 de julho do jornal golpista O Estado de S. Paulo, o economista Pedro Fernando Nery publicou uma coluna alegando que a reforma da Previdência seria a salvação da aposentadoria. Isso mesmo: a reforma da Previdência, que é, basicamente, a destruição da aposentadoria, seria, para o colunista, a única forma de garantir a manutenção da aposentadoria. Para tentar justificar o apoio a uma das medidas mais impopulares do regime político golpista, Nery conta em sua coluna o desastre que aconteceu na Grécia. Segundo ele, a população grega teve sua aposentadoria sabotada porque o governo não quis fazer uma reforma da Previdência. Isto é, pelo fato de que as aposentadorias não foram ceifadas no tempo que os “economistas” consideravam correto, os cortes subsequentes foram inevitáveis. Obviamente, dizer que a reforma da Previdência é a salvação da aposen-
tadoria é puro cinismo da imprensa golpista. Afinal, há inúmeros parasitas sugando todas as riquezas da população e que não estão sendo afetados pela reforma da Previdência. Diminuir a aposentadoria dos trabalhadores e aumentar a idade mínima para a obtenção de benefícios enquanto os capitalistas estão saqueando toda a população é inadmissível. A comparação com o caso grego é outro aspecto podre da coluna do golpista. A Grécia é mais rica que o Brasil em termos de PIB per capita. Ou seja, o desastre que será causado com a retirada da aposentadoria será ainda maior no Brasil. Com a reforma da Previdência, as pessoas vão trabalhar mais, aposentar-se mais tarde e com uma aposentadoria menor, sendo que ela já é baixa agora. Essa reforma vai provocar mais miséria no país, que já é cheio de miséria. É um programa para esfolar a população em nome dos lucros de poucos capitalistas especuladores.
Segundo a Folha de S. Paulo, Bolsonaro já liberou aproximadamente R$ 1 bilhão em emendas parlamentares vinculadas à área da saúde. O valor foi distribuído em 34 portarias publicadas em edição extra do Diário Oficial da União.
A liberação dos recursos havia sido prometida pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Ele havia prometido R$ 10 milhões para cada deputado pela aprovação da proposta na Comissão Especial e mais R$ 10 milhões pela aprovação em plenário. Além disso, outros R$ 20 milhões seriam entregues ao final do ano. Além do reforço financeiro, outra medida da “nova política” de Bolsonaro será a liberação de três ministros que deixarão temporariamente seus cargos no Poder Executivo para reassumirem seus mandatos na Câmara e facilitar a aprovação do projeto que dificulta o acesso dos cidadãos ao benefício da aposentadoria. Voltarão ao Legislativo os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), da Agricultura, Tereza Cristina (DEM-RS) e do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG).
POLÍTICA | 5
CONQUISTA DO GOLPE
64% das famílias estão endividadas
S
egundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil atingiu 13,4 milhões de pessoas (12,7%) desempregadas no primeiro trimestre de 2019. Destes, 40% já estão desempregados faz mais de 1 (um) ano. A expectativa para crescimento da economia cai pela 19ª vez, para 0,82%. Segundo o Banco Mundial, em relatório de maio de 2019, o número de pessoas que vivem na pobreza no Brasil subiu 7,3 milhões desde 2014, atingindo 21% da população, ou seja, 43,5 milhões de brasileiros. O gás veicular ficou em média 26% mais caro no começo do ano, e todos os combustíveis subiram desde 2016. O gás de cozinha subiu 4,5% em 2019, mas, de setembro de 2017 para cá, foram 38% de aumento, tornando-se proibitivo para os mais pobres, que teriam que pagar até mais de R$ 100,00 em algumas cidades. A energia elétrica vem sofrendo reajustes e foi anunciado reajuste de cerca de 50% na conta de luz neste mês, sendo que, em muitos estados, o reajuste passará a inflação. O Governo de extrema direita atualmente no poder, dando sequência ao projeto que motivou o Golpe de 2016, em sintonia com o governo golpista de Michel Temer (MDB) e do PSDB, avança na destruição da educação pública,
com cortes imorais e ilegais, mas com, até agora, conivência do Legislativo e do Judiciário, participes do Golpe. Segundo a ONG Contas Abertas, analisando o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), detectou-se o congelamento de quase R$ 1 bilhão de seu orçamento de R$ 4,7 bilhões para 2019 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia que tem como função transferir recursos para a educação básica de Estados e municípios e funciona como uma espécie de agência de fomento do cotidiano escolar, com programas que financiam, em nível municipal, desde livros didáticos até o transporte escolar, além de prover auxílio à formação de professores e incentivo à construção de creches. Do mesmo modo, segue em velocidade acelerada o desmonte do Sistema Único de Saude (SUS), com a eliminação de programas e revisão de políticas públicas que tinham como foco a população de baixa renda. O programa Farmácia Popular, para ficar com um exemplo, deixou de atender 7 milhões de cidadãos em 2 anos. A Previsão orçamentária para 2019 foi a mais baixa desde 2013 e o Programa está sem coordenador há 7 meses, tamanho o descaso do governo.
A Cultura, assim como a Educação, são alvos prioritários de ataques do governo, como o são os indígenas, quilombolas, assentados e sem-terra. Mas talvez o índice mais claro de como o governo fascista de Jair Bolsonaro ainda interessa à direita é a proteção que ela e a imprensa burguesa promovem, minimizando e/ou escondendo a violência, física inclusive, contra os trabalhadores e os mais pobres do País. Apresentam dados positivos que são isolados e distorcidos, escondendo do cidadão a piora das condições de vida que o Golpe de 2016 vem promovendo.
De acordo com pesquisa divulgada no dia 09/07/2019, realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de dívida das famílias brasileiras teria aumentado pela 6ª vez consecutiva, alcançando 64%. Esse é o maior percentual desde julho de 2013. Esse é o retrato mais claro do ataque aos trabalhadores e suas famílias. A extrema-direita está no poder para reprimir quem se levantar contra isso. É preciso agir contra esse governo, agora, já, antes que o regime se feche mais e mais, até se consolidar uma feroz ditadura contra o povo.
REFORMA
PSL, dividido na Reforma da Previdência, “já rachou” O
partido de Jair Bolsonaro, PSL, está rachado em relação à Reforma da Previdência. Por mais que o partido, como um todo, esteja favorável à Reforma, o núcleo de deputados ligados à polícia entrou em conflito com o governo por conta da incorporação de policiais nas alterações do projeto. Na semana passada, grupos de policiais foram ao Congresso e chamaram Bolsonaro de traidor. Os policiais continuam circulando nos corredores da Câmara pressionando os deputados do PSL para votarem contra a medida que inclui os policiais. Além disso, a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), também foi chamada de traidora. A crise é imensa, pois cerca de 22 deputados dos 54 do partido se elegeram com uma base policial e agora estão procurando atender aos interesses da categoria que representam. A crise, porém, não se resume apenas ao Congresso. A base bolsonarista está se esfacelando pouco a pouco; a política de ataques de Bolsonaro o fez perder apoio de um setor da classe média, e agora, dos policiais. Bolsonaro, portanto, necessita de uma manobra, pois a burguesia é contra as regras mais suaves para policiais pois isso significaria diminuir o lucro conquistado pelo roubo da aposentadoria. Cálculos feitos pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que quer aprovar custe o que custar a re-
forma, afirma que no mínimo 15 deputados do PSL podem votar no destaque que altera as regras para policiais. O governo propôs aos policiais federais uma proposta de idade mínima para aposentadoria de 52 anos para as mulheres e 53 anos para os homens. Mas mesmo assim os policiais recusaram, já que querem as regras atreladas às da Forças Armadas, que será analisada na segunda etapa da Câmara, mas que tudo indica que serão retirados da Reforma. Um deputado do PSL, Felício Laterça, do Rio de Janeiro, declarou: “Precisamos entender a diferença de certas categorias. Vou bater nessa tecla até eu morrer”. E afirmou que irá votar como oposição, caso seu partido não apresente alteração para os policiais. Já o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), André Gutierrez, declarou que o partido já está rachado. “O PSL já rachou e só não mostraram isso”, disse o policial. Por isso, é preciso aproveitar a crise do governo, e o racha interno do partido e do próprio governo Bolsonaro, para derrotar de uma vez por todas a Reforma da Previdência. Sair às ruas nos dias 10 e 12 nos atos convocados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). É um momento fundamental para exigir a derrubada do governo fraudulento, e exigir a convocação de novas eleições, com Lula candidato.
6 | POLÍTICA
IMPRENSA GOLPISTA
Folha e Veja: “amigas” de Moro, segundo a própria mãe N
ossos colegas do Diário do Centro do Mundo lembram que há dois anos, em 2017, quando bateram na casa da mãe de Sergio Moro, lá em Maringá, para uma reportagem, para através dela, conseguirem uma entrevista com sua sumidade o filho, aquela senhora os desdenhou, afirmando que “ele tem uns amigos jornalistas na Folha e Veja pra quem dá entrevista quando quer”. Mãe é mãe, né? Ela estava orgulhosa do lugar no pódio da idolatria da direita nacional e mundial em relação a seu filho. Foi uma época em que Moro estalava os dedos e lhe choviam capas de revista e machetes laudatórias. A jornalista Christianne Machiavelli, que foi assessora de imprensa do juiz Sérgio Moro na Operação Lava Jato, de 2014 a agosto de 2018, disse ao Intercept que “a imprensa comprava tudo” e nem se dava ao trabalho de checar os conteúdos divulgados pela equipe da força-tarefa. Cabia a ela fazer a ponte entre o juiz, suas decisões judiciais, e os jornalistas que acompanhavam as investigações. Nesse período, avalia a profissional, grande parte da imprensa cobriu de maneira acrítica a operação toda. “A responsabilidade da imprensa é tão importante quanto a da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça.
Talvez tenha faltado crítica da imprensa. Era tudo divulgado do jeito como era citado pelos órgãos da operação. A imprensa comprava tudo”, disse Christianne à repórter do Intercept. Passados 17 meses da visita do DCM à mãezinha orgulhosa em Maringá, o Intercept firmou parceria com os antigos parceiros do Moro, conforme revelados por sua própria mãe, e parece que tudo mudou. Será? A revista Veja agora é queimada publicamente por coxinhas que fazem uma campanha aloprada por cancelamento de assinaturas da publicação. A Folha agora dá em primeira página denúncias de que Moro foi parcial e comandou a acusação o tempo todo. Grande novidade. E daí? Tanto Veja quanto Folha, conforme a própria ex-assessora de imprensa da Lava Jato disse, são coniventes com tudo que Moro fez. Por acaso a Veja ou a Folha estão defendendo que tudo seja desfeito? Estão publicando que tudo seja anulado e que o Lula não passe nem mais um segundo preso ilegalmente? Ou só resolveram “queimar o cartucho Moro” para manter os interesses dos golpistas em plena execução, esfolando a classe trabalhadora, ata-
cando indígenas, sem-terra, sem-teto, os direitos das mulheres, destruindo a educação e a saúde públicas, sucateando o país para entregar tudo na bacia das almas a grupos capitalistas estrangeiros e banqueiros. Fuzilam Moro, descolando-o de Bolsonaro. A imprensa golpista deve ser denunciada e combatida rigorosamente. São cínicos e farsantes. Denunciaram Moro após ver a crise que havia estourado em cima do ex-juiz. De quebra, lucram com a venda de exemplares de seus impressos, mesmo que para serem queimados pelos coxinhas irritados.
Tanto a Veja quanto a Folha “celebraram o trabalho do ex-juiz na luta contra a corrupção”, como a própria Veja afirmou em editorial recentemente. Agora, querem “passar um pano” e parecerem imparciais, sem “compromissos com pessoas ou partidos”. Isso vende. Trouxas compram a ideia. Dá lucro. E controla a denúncias do Intercept, em vez de se opor a ele. Pois o compromisso da VEJA e da Folha é com o partido da Lava Jato e todos os outros golpistas. No mínimo, ambas as publicações varrem o lixo jornalístico e se reciclam para tentarem manter a relevância.
DITADURA
Perseguição dos golpistas a Greenwald deve ser duramente combatida
O
sítio O Antagonista, porta-voz não oficial dos bandoleiros da Lava Jato, uma operação criminosa teleguiada pelo imperialismo para raptar o Brasil, publicou duas notas ameaçadoras que marcam o perigo de a extrema-direita impor uma ditadura contra o país abertamente. Primeiro, no dia 2 revelaram que a Polícia Federal pediu ao Coaf para fornecer informações sobre as movimentações financeiras de Glenn Greenwald. Uma clara indicação de que Sérgio Moro, o ministro da Justiça do golpista Jair Bolsonaro, pretende usar o aparato estatal para tentar
TODOS OS DIAS ÀS 3H, NA CAUSA OPERÁRIA TV
montar um caso contra o jornalista fundador do Intercept, uma perseguição por Greenwald publicar informações que o desagradaram. Depois, o mesmo Antagonista publicou uma matéria nazista dizendo que a PF estaria “trabalhando silenciosamente” para prender supostos “criminosos” que teriam invadido celulares de procuradores da Lava Jato, o que levaria ao desmantelamento do, nas palavras do Antagonista, “golpe da ORCRIM”, procurando dar a entender que revelar a atuação secreta da Lava Jato seria um “golpe” em algum sentido. Um
claro apoio à tentativa de censurar o Intercept e tornar o jornalismo crime sob a ditadura de Bolsonaro, uma ditadura que a direita golpista está procurando estabilizar, consolidar e aprofundar. Esse caso expõe o perigo que os trabalhadores e a população brasileira em geral correm sob o governo golpista colocado no poder pelo imperialismo. O governo já é extremamente impopular e pretende implantar políticas que inevitavelmente provocarão revolta por todo o país. Diante disso, a resposta que a extrema-direita está preparando é uma ditadura genera-
lizada, com perseguição a todos que se oponham. Até mesmo a um jornalista que não fez nada além de revelar o que a Lava Jato fazia enquanto ninguém estava vendo. Diante desse perigo, a perseguição a Greenwald deve ser amplamente denunciada e é preciso opor-se a essa perseguição. Essa ameaça aos direitos do jornalista do Intercept revela uma ameaça aos direitos de toda a população, política que vem asfixiando o país progressivamente desde o golpe de 2016. É preciso se mobilizar para reagir às arbitrariedades da direita.
POLÊMICA | 7
CST-PSOL
“Fora Trump e Maduro”, fica Bolsonaro E
m sua tese para o Congresso da UNE, a Corrente Socialista dos Trabalhadores, agrupamento político que faz parte do Psol, liderada pelo vereador do Rio de Janeiro Babá, desfiou um rosário de acusações contra o presidente ilegítimo do Brasil, Jair Bolsonaro. Na sua proposta de programa para o movimento estudantil a CST defende, entre outros pontos, “Unidade de ação nas ruas para Derrotar Bolsonaro”, “Em defesa da democracia universitária! Não ao autoritarismo de Bolsonaro e Weintraub”, “Mulheres Contra Bolsonaro”, “LGBT+ contra Bolsonaro” e “Negritude e povos indígenas contra Bolsonaro”. Como é possível notar pelo conteúdo das palavras de ordem, Bolsonaro é um inimigo do povo brasileiro. Diante dessa caracterização pareceria até natural que a CST fizesse um chamado ao conjunto do Congresso para por para fora esse capacho serviçal do imperialismo, que chegou ao governo através da fraude e da manipulação das eleições passadas, um golpe dentro do golpe, a começar pela exclusão do principal candidato da esquerda das eleições e a expressão maior, do ponto de vista dos anseios populares, na luta contra o golpe de Estado no país, o ex-presidente Lula. Não é isso que ocorre, muito ao contrário. O que está nas entrelinhas da tese é o respeito constitucional ao processo eleitoral brasileiro. É uma oposição ao governo Bolsonaro sem ir às
últimas consequências, ou seja, lutar pela sua derrubada, como fica claro no trecho a seguir ao se referir às mobilizações ocorridas em maio passado: “Foi neste período que a popularidade de Bolsonaro caiu com força e a sua rejeição passou a ser maior que os índices de aprovação, demonstrando que até mesmo a parcela da população que votou em sua candidatura na última eleição prefere ter seus direitos e de seus filhos e filhas garantidos do que defender um governo inimigo”. O problema reside justamente aí, não teve golpe nem na deposição da presidenta Dilma e nem nas eleições, Bolsonaro é legítimo. Em toda a tese, não existe uma única menção à palavra “golpe” e isso ocorre por um motivo muito simples, assim como seus irmãos siameses do PSTU, para a CST não teve golpe de Estado no pais. “Dilma foi derrubada porque teria perdido o apoio dos trabalhadores”. Não foi
uma ação da direita, do imperialismo, que levou ao seu impeachment. Aliás, foi por muito pouco, se é que isso não tenha ocorrido, que a CST não participou das manifestações coxinhas, da extrema-direita, contra o governo do PT. Para a CST, “Moro atuou de forma imoral abusando de seu poder para alterar o processo eleitoral, por isso exigimos seu imediato afastamento do ministério da justiça, um novo julgamento ao ex-presidente Lula e investigação de todas as denúncias de corrupção envolvendo a família Bolsonaro, bem como dos “70% dos delatados” que Moro preferiu “deixar quieto””. Quer dizer, Moro não cometeu um crime, mas apenas uma “imoralidade”. Para os morenistas da CST, não é que as denúncias do blog The Intercept comprovam que a Lava-Jato foi o principal instrumento do imperialismo para levar à frente o golpe de Estado
no Brasil. Muito ao contrário, tratou-se meramente de um desvio de conduta do atual ministro Moro, que por isso deve ser punido com o seu “afastamento”, mas o propósito maior da Lava-Jato, o combate a “corrupção”, deve ser resgatado conforme defende o texto. É muita confusão para um agrupamento que se diz defensor do socialismo. A CST, inclusive, tem uma verdadeira predileção em fazer frente única com o “imperialismo ianque”, como gosta de se referir aos EUA, pela derrubada de governos de esquerda, como foi o caso do “Fora Dilma” no Brasil e já há vários anos o “fora Chaves”e agora “Fora Maduro” na Venezuela. Talvez por isso é que se sinta tão pouco à vontade em defender o “Fora Bolsonaro” no Brasil. Como que para dar uma no cravo outra na ferradura, a tese da CST faz um chamado pelo “Fora Trump”. Ocorre que essa palavra de ordem expressa, também, o interesse do principal setor do imperialismo norte-americano. Aliás, façamos justiça, embora seja um elemento de extrema-direita, que também é aliado dos golpistas no Brasil, o golpe de Estado no Brasil e em vários países da América Latina são obras não de Trump, mas justamente da ala majoritária, “democrática”, do imperialismo norte-americano. Ao fim e ao cabo, o “Fica Bolsonaro”, o “Fora Maduro”, assim como há pouco o “Fora Dilma”, e o “Fora Trump” não expressam outra coisa se não os interesses do imperialismo norte-americano como política para os EUA e para toda a América Latina.
ABUTRE
Lava-jatistas, golpistas de esquerda, mordem o próprio rabo (parte 10) C
iro Gomes é conhecido por sua lábia ensaboada. Fala uma coisa ali outra oposta aqui. Esta não é simplesmente uma característica do político burguês que ele é, mas é também a maneira que ele encontrou, sendo um político direitista, de se infiltrar na esquerda para confundir os incautos. Tem sido assim durante todo o processo do golpe de Estado. Diz que foi contra o impeachment, mas ataca os governos do PT, diz que defende Lula, mas volta e meia afirma que Lula tem alguma culpa no cartório. Ciro já declarou também que a Lava Jato deveria ter mais celeridade quando Palocci foi preso e submetido à delação premiada. Em 2017 afirmou “que a celeridade do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) é positiva”, (oglobo.globo.com, 13/12/17). Agora, a cada revelação dos vazamentos da Lava Jato, Ciro Gomes aproveita a situação para atacar Moro. Em entrevista ao Portal Zero Hora diz que
“Sergio Moro é um canalha” e “um politiqueiro de quinta categoria”. Mas mesmo assim, Ciro faz questão de atacar o PT e Lula. Segundo ele “Lula não é inocente” e o maior problema das revelações trazidas pelos vazamentos da Lava Jato não é a necessida-
de de anular os processos contra Lula e liberta-lo. Para Ciro Gomes o problema é justamente o oposto, o processo volta à estaca zero, “o processo do triplex, juridicamente, é fraco. Com esse conjunto de suspeição, o processo é nulo. Não é que Lula fique absolvido.
Volta à estaca zero. A denúncia é fraca e a sentença é pior”, diz ele. A Lava Jato não seria uma operação política para perseguir Lula. O problema é que deveria ter feito o trabalho mais bem feito, assim Lula teria ainda menos chances de sair da prisão.
8 | ECONOMIA
PREVIDÊNCIA
Segundo Datafolha, brasileiros querem ser roubados O
Instituto Datafolha, conhecido por suas pesquisas de confiabilidade duvidosa e patrocinadas pela burguesia golpista, lançou uma pesquisa em que afirma que o apoio à Reforma da Previdência cresceu e ultrapassou a parcela dos contrários. Em outras palavras, a questionável pesquisa afirma que os brasileiros querem ser roubados. É inquestionável o fato de que essa pesquisa é uma fraude. A imprensa golpista tenta de todo modo fazer com que essa reforma, que objetiva roubar o bolso dos trabalhadores, desça goela abaixo da população. A mídia burguesa não mede esforços em seus malabarismos para mostrar a Reforma da Previdência como algo que vai beneficiar a população, quando, na verdade, vai roubar os trabalhadores, fazendo com que a população trabalhe até morrer, sem direito à aposentadoria e aos benefícios conquistados com muita luta. Contudo, essa mesma pesquisa mostra algo interessante sobre os apoiadores da Reforma. A campanha teve um custo de 37 milhões de reais, aparentemente tem dinheiro sobrando aí. Além disso, o perfil dos apoia-
dores e não apoiadores é bem expressivo. De um lado, 56% dos mais ricos e escolarizados apoiam as mudanças que a reforma traz, do outro, 54% dos “mal informados”, ou seja, com baixa escolaridade e renda de até dois salários mínimos, são contra a reforma. Esse contraste de classes sociais mostra que os mais ricos, os empresários principalmente, creem que o brasileiro se aposenta muito precocemente. Isso significa que, para eles, o trabalho deve ser praticamente intermitente, que o trabalhador vai conseguir, sim, conciliar uma vida saudável, com cultura, lazer e descanso, trabalhando até morrer. É fácil ser a favor de uma reforma quando se é rico, afinal, aposentadoria não seria tão imprescindível. Os golpistas e a extrema-direita que tomaram de assalto o país, querem que a população aguente essas ofensivas neoliberais de boca fechada, mas o povo não é bobo. A pesquisa mostra também que as mulheres são, em sua maioria, contra essa reforma. Elas serão as mais afetadas, as trabalhadoras urbanas, por exemplo, terão de trabalhar dois anos a mais para se aposentarem, já as trabalhadoras rurais,
POLÍTICA DE PREÇOS
Gasolina subiu quase 30% com política de Bolsonaro/Temer A
partir de terça-feira-feira(9), os preços da gasolina e do diesel serão reduzidos. O anúncio foi realizado pela Petrobras na segunda-feira(8). De acordo com a empresa, o preço médio da gasolina cairá 4,4% e o do diesel 3,8%. Dessa maneira, nas refinarias, o valor médio do litro da gasolina passará para R$ 1,6817 e do diesel para R$2,0649. No entanto, este reajuste nas refinarias será repassado para os consumidores acrescentando os tributos, as margens de distribuição e revenda e a mistura obrigatória de biodiesel tanto na gasolina quanto no diesel. Como é possível notar, a alta no preço dos combustíveis está diretamente relacionada à política de preços que foi instituída pela nova gestão da Petrobras após o golpe de 2016. Dessa forma, a Petrobras não controla mais diretamente o preço, como era feito nos governos Lula e Dilma, o que evitava as variações da inflação e tornava possível determinar o preço de acordo com o mercado internacional. De acordo com Cloviomar Caranine, analista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e assessor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), a política de preços da Petrobras realizada atualmente tem como objetivo o desmonte da empresa, pois, ao tornar viável alinhar os reajustes de preços dos combustíveis com o mercado in-
ternacional de petróleo, o atual governo quer que as petrolíferas estrangeiras adquiram as refinarias no Brasil, que só operariam no Brasil mediante uma garantia de preços mais altos. Em um ano e meio, a Petrobras pretende vender 8 refinarias. Desde 2017, durante o governo do golpista Temer, a gasolina acumula, nas refinarias, alta de 28,54% e o diesel 52,20%. Estes fatos evidenciam que, embora, esta semana, a imprensa venda a falsa ideia da queda no preço dos combustíveis, já são quase 30% de aumento sob a nova política de preços adotada por Temer em 2017 e mantida por Bolsonaro. Uma política neoliberal que penaliza a população em nome do lucro de poucos capitalistas.
trabalharão cinco anos a mais para conseguir a aposentadoria. Ninguém ficaria a favor de uma medida sabendo que o prejudicaria. Nenhum trabalhador ficaria a favor de uma reforma que diz que ele vai ganhar menos, trabalhar mais e se aposentar mais tarde. O que Bolsonaro e todos os golpistas do Congresso propõem é um roubo colossal no bolso da população brasileira, deixando claro que o objetivo é dizimar todos os direitos e levar a exploração de classe a níveis estratosféricos. Não podemos deixar que a mídia golpista ludibrie os trabalhadores, a
população mais simples, que muitas vezes nem tem conhecimento da existência dessa reforma. As empresas de comunicação golpistas Globo e o SBT não poupam esforços pra defender essa reforma, o que não é surpresa, vindo de duas empresas que apoiaram golpes e ditaduras. A Reforma da Previdência é uma das maiores tentativas de levar os trabalhadores à pobreza, a fim de sustentar uma burguesia sanguessuga e subserviente do imperialismo estadunidense. É urgente o grito de Fora Bolsonaro e todos os golpistas, antes que eles terminem por escravizar a população.
INTERNACIONAL | 9
IMPERIALISMO
Trump rompe com May e embaixador britânico O
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rompeu com o embaixador da Inglaterra em Washington, Kim Darroch, nesta segunda (08). Além disso, fez uma série de críticas, via Twitter, à política da Primeira Ministra Theresa May, do Partido Conservador, na condução da saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit). O rompimento político está relacionado ao vazamento, pelo jornal The Mail, de cartas em que o diplomata faz críticas ao clima na Casa Branca e ao governo Trump, o qual afirma ser desastrado, inepto e disfuncional. Trump não é o representante direto do setor tradicional, mais poderoso e dominante da burguesia norte americana, tendo sua base social em camadas secundárias da burguesia e da clas-
se média. Em uma série de questões, Trump não segue a cartilha defendida pelos EUA nos últimos 30 anos, como no caso da escalada do protecionismo, da guerra comercial com a China e da política em relação à Coreia do Norte. A política externa do governo Trump e seu discurso de extrema-direita acaba por desmontar o discurso da globalização, do livre mercado, do multilateralismo difundido pelos EUA, que, na verdade, nunca passou de fachada. O imperialismo “democrático” dos Estados Unidos, que faz demagogia com a questão das mulheres, dos negros e do LGBT, que se expressa politicamente no Partido Democrata, é o setor dominante da burguesia norte americana e está em confronto aberto com Trump desde a derrota de Hillary
Clinton na última eleição presidencial. O Partido Conservador, tradicional representante da burguesia imperialista britânica, também está em confronto com Trump pelos mesmos interesses. O rompimento entre Trump e o diplomata e as críticas a May evidenciam um conflito entre dois representantes políticos da burguesia imperialista mundial. As eleições dos EUA se aproximam e já há uma campanha contra Trump por parte do setor dominante da burguesia mundial, que se expressa politicamente no Partido Conservador na Inglaterra e no Partido Democrata e da ala tradicional do Partido Republicano nos EUA. Contudo, o pano de fundo dos acontecimentos é a crise geral do sistema imperialista mundial.
CRISE
COMO ACABAM NEOLIBERAIS
Banco imperialista alemão demitirá 18 mil funcionários A
De la Rúa fugiu de helicóptero da Casa Rosada O
crise capitalista iniciada em 2008 supera uma década e parece ser interminável, o maior banco alemão sediado em Frankfurt, Deutsche Bank, anunciou que vai cortar um quinto de sua força de trabalho humano. São 18 mil pessoas que perderão seus empregos nos próximos meses em todos os lugares do mundo onde o banco possui atividades: Alemanha, Nova Iorque, Londres entre outros. O Deutsche Bank chegou a concorrer com os gigantescos bancos norte-americanos como Goldman Sachs e JP Morgan Chase, seu declínio está marcado por diversas denúncias e operações contra lavagem de dinheiro entre outras práticas consideradas ilícitas, que implicaram em prejuízos bilionários, através multas aplicadas por autoridades regulatórias dos Estados Unidos e da Europa.
É preciso destacar que a luta moral contra corrupção também tirou do topo da disputa do mercado mundial as empresas brasileiras como Odebrecht, JBS e Petrobras para beneficiar suas concorrentes mais poderosas e mais corruptas. A burguesia imperialista, em momento de crise, destrói os setores produtivos de países atrasados para se manter hegemônica. Como sempre são os trabalhadores que pagam a conta da crise com o corte de seus empregos, foi assim com outro banco em 2013, o JP Morgam Chase, quando anunciou corte de 19 mil funcionários, será assim com Deutshe bank e está sendo assim com diversas empresas no Brasil, destaque para as automobilísticas que estão fechando suas fábricas. No capitalismo os trabalhadores e suas famílias são sempre sacrificados em prol dos lucros da burguesia.
ex-presidente da Argentina, Fernando de La Rúa, faleceu aos 81 anos de idade nesta terça-feira (09). Desde segunda-feira, de La Rua se encontrava internado em estado grave com problema cardíaco e renal em um hospital na cidade de Escobar, província de Buenos Aires. De La Rúa governou a Argentina entre 1999 e 2001, pelo partido União Cívica Radical (UCR). Seu período de governo foi de intensa crise política, uma vez que este era expressão da política neoliberal, que levava as massas a uma situação de profunda miséria. A população argentina revoltada insurgiu-se nas ruas contra a política neoliberal de De La Rúa, no episódio conhecido por Argentinaço, ocorrido em 2001. Assim, o presidente teve que fugir do país de helicóptero, tal era o nível de mobi-
lização e pressão das massas. Sua fuga é um dos símbolos do fracasso completo da política neoliberal, que foi repudiada em todo o continente pelas massas mobilizadas. A revolta generalizada contra a política neoliberal abriu caminho para a ascensão dos governos nacionalistas em toda a América do Sul. Tal foi o caso dos Kirchner na Argentina. Com a crise capitalista mundial de 2008, o imperialismo decide-se por articular uma onda de golpes de Estado em toda a região, para com isso impor o retorno da política neoliberal e colocar os custos da crise sobre as costas dos países atrasados. O modo como terminou o governo De La Rúa, fugindo do país sob pressão das massas, é uma tendência de como o neoliberalismo é amplamente repudiado pela população.
10 | INTERNACIONAL
10 DE JULHO DE 2001
Ditador argentino condenado pela Operação Condor H
á 18 anos, o general Jorge Rafael Videla Redondo, golpista e ex-ditador da Argentina (1976-1981), era condenado à prisão perpétua pela Justiça argentina por associação ilícita com agravante por haver participado junto a seus pares Augusto Pinochet (Chile) e Alfredo Stroessner (Paraguai) da Operação Condor, destinada a perseguir, prender, torturar e assassinar as organizações de esquerda em seus países. Videla esteve à frente do último golpe militar perpetrado pelo Imperialismo contra o povo argentino em 24 de março de 1976, iniciando uma brutal ditadura de sete anos sob a qual nada menos que 30 mil pessoas desapareceram. Assim como as demais ditaduras organizadas pelo governo norte-americano desde a década de 1950 em todo o mundo e especialmente na América do Sul, tratava-se de um regime de características fascistas, implementado com a finalidade de exterminar as organizações populares e suas lideranças, e assim ter campo livre para arrasar o país. Videla e outros 150 militares e policiais haviam sido sucessivamente condenados e libertados desde a redemocratização. Em 1985, foi condenado à prisão perpétua “como responsável máximo pela guerra suja contra a subversão”. Em 1990, o então presidente Carlos Menem (abominável mistura platina de Julio Iglesias com Fernando Collor), concedeu indulto presidencial ao genocida, que permaneceria livre até 1998, quando passaria 38 dias atrás das grades da prisão de Caseros por terrorismo de Estado e crimes de lesa-humanidade – ambos imprescritíveis. A tradicional pressão da direita dentro do Poder Judiciário lhe favoreceria com prisão domiciliar devido a sua idade – na verdade, apenas 73 anos. Somente em 31 de agosto de 2010, a
Corte Suprema de Justicia declarou inconstitucional o indulto que recebera, e o general foi preso primeiro numa base militar e depois na penitenciária comum de Marcos Paz, onde permaneceria até 17 de maio de 2013, quando morreria aos 87 anos sentado num vaso sanitário – talvez num momento de nostalgia de seus tempos no poder. Dentre as muitas barbaridades de Videla et caterva, o ex-mandatário foi julgado culpado de sequestro e subtração de identidade de menores de idade (roubo de crianças), apologia ao crime, administração fraudulenta, prisão ilegal de dois empresários, fuzilamento de presos, sequestro e assassinato do estudante Cecílio Kamenetzky, crime de lesa-humanidade, além de ter extradição reclamada por tribunais na Espanha, na Alemanha, na Itália, na Suíça e na França pelo assassinato de centenas cidadãos daqueles países residentes na Argentina. A condenação pela participação na Operação Condor, porém, é o que o conecta e a seu regime de modo mais
inquestionável com o Imperialismo. A operação Condor era um plano de cooperação entre ditaduras sul-americanas coordenado pela Agência Central de Inteligência (CIA) norte-americana. Também conhecida como Operação Carcará entre nós, envolveu os governos da Argentina (Videla), Bolívia (Hugo Banzer), Brasil (Costa e Silva, Médici, Geisel, Figueiredo), Chile (Augusto Pinochet), Paraguai (Alfredo Stressner), Uruguai (Aparicio Méndez) e, evidentemente, dos Estados Unidos (Henry Kissinger). Seu objetivo era eliminar qualquer grupo de oposição aos regimes vigentes nesses países, armados ou não, unificando suas forças de repressão. Aos acusados, eram negados todos os direitos humanos e políticos, podendo ser extraditados, presos, torturados e mortos sem direito a defesa. Melhor sorte que Videla e seus comparsas tiveram os fascistas da ditadura militar brasileira – a mais longeva –, que logrou indulto a seus agentes por meio da Lei de Anistia Política, de
1979. Livres, mantiveram-se ativos nos bastidores, até voltarem à tona de modo escancarado contra a ascensão do Partido dos Trabalhadores ao governo em 2003. Desde então, impunes, tornaram a agir à luz do dia, grunhindo e apregoando seus velhos bordões criminosos. Em 2013, o Imperialismo voltaria a fazer uso dos préstimos de tais elementos e de seus discípulos. Montou-se uma nova articulação chamada de Plano Atlanta que passaria a perpetrar golpes de Estado em toda a América Latina novamente usando os mesmos métodos: campanha massiva da imprensa, uma falsa cruzada contra a corrupção, um Judiciário parcial e envolvido diretamente com os norte-americanos. No Brasil, é evidente a associação de Sérgio Moro e dos envolvidos na chamada Operação Lava-Jato na empreitada. Os procuradores e Moro chegaram mesmo a propor abertamente um chamado pacote anti-corrupção que nada mais são que a supressão total dos direitos políticos de todas as lideranças populares. Convém lembrar: não foi ao acaso a menção do então parlamentar Jair Bolsonaro ao mais cruel verdugo da ditadura, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, na fala do deputado, “o terror de Dilma Rousseff” – uma vez que a presidente fora presa e torturada na juventude. Mas o curso das forças que movem a história é implacável. A burguesia é forte, mas é minoritária. A classe trabalhadora já se vê oprimida diretamente pelas figuras grotescas que hoje se empoleiram na Esplanada dos Ministérios e em breve se moverá. E não se cometerá por uma segunda vez o erro da anistia. Os fascistas de hoje pagarão por seus crimes de lesa-pátria e lesa-humanidade no mínimo assim como Videla, talvez assim como Mussolini.
ATIVIDADES DO PCO | 11
44ª UNIVERSIDADE DE FÉRIAS
Venha estudar o trotskismo na Universidade de Férias do PCO O
Partido da Causa Operária e a Aliança da Juventude Revolucionária (juventude do PCO) estarão realizando, no período de 15 a 22 de julho, a mais tradicional, importante e também única atividade de formação política revolucionária no país, a Universidade de Férias do PCO. Em mais de 20 anos de atividade combinando estudo teórico-político, lazer, entretenimento e convivência socialista, a Universidade de Férias é um feito inédito em toda a esquerda nacional na luta pela formação teórica da juventude e dos trabalhadores brasileiros. Esta é a 44ª edição do evento, que foi realizada pela primeira vez em 1997, tornando-se, de lá para cá, uma referência nacional no estudo do marxismo; na compreensão da história do movimento operário; na assimilação da teoria revolucionária do proletariado; enfim, na luta por colocar de pé em nosso país um verdadeiro partido operário revolucionário, ferramenta fundamental e insubstituível para levar adiante a luta pelo fim do capitalismo, da sociedade de classes, da exploração e pela vitória da revolução
socialista no Brasil, no continente latino-americano e no mundo. Uma enorme variedade de temas atinentes à história e à luta da classe operária mundial, ao marxismo e à cultura de uma forma geral já foram abordados nas mais de quatro dezenas de edições já realizadas pelo PCO e pela AJR em todas as universidades de férias, contribuindo de forma decisiva para a elevação da consciência e da formação teórico-política de todos que participaram, em alguma oportunidade, do evento realizado duas vezes ao ano pelo Partido da Causa Operária. Nesta edição, o tema a ser explorado e ministrado nas aulas será o estudo do Trotskismo, do Programa de Transição, vale dizer, do marxismo da época atual, do nosso tempo. Ao lado de Vladimir Lênin, Leon Trotski foi o grande arquiteto, teórico de extraordinária clareza e dirigente da revolução russa, a primeira revolução socialista vitoriosa dirigida por um partido genuinamente operário e revolucionário, orientado pelos ensinamentos revolucionários do marxismo, que levou, pela primeira vez ao poder, a classe ope-
Começa hoje o 57º Congresso da UNE, em Brasília
rária, marcando a ascensão do proletariado internacional na luta contra o capitalismo e a sociedade de classes. Estarão sendo abordados nesta 44ª edição conceitos estratégicos fundamentais para a compreensão da etapa atual da luta da classe operária contra a burguesia mundial e o imperialismo; a teoria da revolução permanente, indispensável para a compreensão da luta de classes nos países atrasados e semi-coloniais; as classes fundamentais da sociedade moderna (burguesia, pequena-burguesia e proletariado); a necessidade da construção do partido político da classe operária; as alianças estratégicas dos trabalhadores e do conjunto dos explorados contra a burguesia e suas variáveis; a luta contra os partidos da esquerda pequeno-burguesa, centrista e reformista, dentre outros temas pertinentes à luta da classe operária mundial em direção à revolução socialista, à ditadura do proletariado e ao socialismo. Portanto, não perca a oportunidade de aprender, discutir e polemizar com o PCO e sua militância em mais esta edição da Universidade de Férias. Mais uma vez estamos colocando a disposi-
Caravana da AJR sai hoje rumo ao CONUNE M
ilitantes da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) de São Paulo e Rio de Janeiro irão se reunir no CCBP de São Paulo, para partir hoje (10) na Caravana rumo a Brasília, onde acontecerá o CONUNE. O Congresso da UNE tem estimativa de receber, pelo menos, 10 mil estudantes de todos os estados até domingo e irá contar com várias atividades, como atos políticos, debates, grupos de discussão etc. É de total importância as intervenções que os militantes da AJR farão
N
essa quarta-feira, dia 10, tem início o 57º Congresso Nacional da UNE (CONUNE) em meio a uma das maiores crises políticas que o Brasil já atravessou. O Congresso tem início com uma mesa de abertura no primeiro dia e vai até domingo, dia 14, quando sará eleita a nova diretoria da entidade. À parte toda a estrutura burocrática montada para garantir que a UJS e as oposições de fachada se mantenham na diretoria da UNE, o congresso precisa tomar uma posição clara em relação à luta contra o governo Bolsonaro e à luta pela liberdade de Lula. Os estudantes se colocaram em vários momentos à frente da luta contra o golpe, é preciso que o congresso dê vazão a essa mobilização.
A intensa polarização política no País deveria ser o tema central do congresso, mas se depender da burocracia há décadas estabelecida na UNE, tudo deve se manter como se nada estivesse acontecendo no País. Tanto a UJS (juventude do PCdoB que comanda a UNE) como as oposições consentidas do PT, PSOL e outras correntes se jogam na disputa por cargos na entidade e fundamentalmente esquecem da luta política central que deveria orientar os estudantes em nível nacional: a derrota do golpe de Estado. Por isso, os militantes da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) levarão para o CONUNE uma proposta de luta real, que organize os estudantes na luta contra o governo e pela liberdade de Lula.
ção da juventude, dos trabalhadores, das mulheres, dos negros e de todos aqueles que desejam compreender em sua inteireza os fenômenos sociais, políticos, culturais e econômicos do mundo atual, sob a luz do marxismo da nossa época – o trotskismo – a rica experiência do acúmulo teórico e da luta do Partido da Causa Operária na batalha para construir em nosso país uma verdadeira ferramenta de luta da classe operária.
pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, inimigos declarados da classe trabalhadora. Mais do que nunca, é necessário que os estudantes de todo o Brasil se unam ao resto da população contra esses golpistas, que estão destruindo a educação do país. O movimento estudantil já tem um histórico de lutas contra a ditadura e governos autoritários e repressivos. Está na hora de resgatar esse caráter combativo e ir às ruas pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas.
12 | MOVIMENTO OPERÁRIO
CONTRA O REGIME GOLPISTA
Paralisar todas as escolas do Brasil no dia 13 de agosto A
s enormes manifestações que aconteceram em todo o Brasil no primeiro semestre de 2019, juntando mais de um milhão de pessoas, não podem ser reduzidas apenas a protestos contra os cortes da educação. A agressão generalizada contra a educação, realizada ao longo de vários governos, foi o estopim para as manifestações que só puderam ser tão impactantes devido a organização prévia de um dos setores mais bem estruturados dos trabalhadores brasileiros: os professores da educação básica e seus sindicatos. Como essa categoria já esta sob ataque há algum tempo, com o sucateamento da educação pública e o projeto fascista do “escola sem partido”,
ela esta mais organizada. Já convocaram uma nova paralisação no dia 13 de agosto, a pauta é pela educação e contra a famigerada “reforma” da Previdência. No segundo semestre deve-se intensificar a luta contra o desmonte da educação em todos os níveis. A CNTE, mais uma vez, sinaliza com uma paralisação da educação, porém devem-se somar os diversos seguimentos dos explorados, pois a reforma da previdência está a um passo da aprovação. A população e todo o movimento sindical e operário devem cerrar suas fileiras contra o governo golpista de Bolsonaro. É o momento de partir para ofensiva e adotar a postura de derrubada de todo regime golpista.
ATAQUES
Fábrica norte-americana coloca trabalhadores em desespero no Brasil
F
oi anunciado, no início deste mês, o fechamento da planta da empresa norte-americana Latapack-Ball, em Simões Filho (BA) e a notícia, como não poderia deixar de ser, foi um golpe para os trabalhadores. Eles continuam sem informações sobre os prazos e os termos das demissões e o Sindicato dos Metalúrgicos de Simões Filho, controlados pela pelega, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), tenta dialogar com a empresa, que se nega ao dialogo. A empresa disse apenas que a decisão foi tomada “em virtude de reorganização operacional necessária na região“, e que, segundo a empresa, ao todo, “25% dos colaboradores da planta receberam proposta de transferência para trabalhar em outra localidade da empresa no Brasil”. “De acordo com as primeiras informações obtidas, a Latapack-Ball pretende manter o emprego somente dos cipeiros e daqueles que estão prestes a se aposentar. A empresa manteria esses profissionais até outubro, com o propósito de desmontar o maquinário, que será enviado a outro país”, informou a Fitmetal (Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil), em nota assinada pela diretoria executiva. Vale ressaltar que, já no dia 10 de outubro de 2018, a decisão inicial resultou na demissão de 47 funcionários e o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade buscou dialogar com a direção da multinacional para tentar minimizar os impactos da medida. Vemos agora de que adianta o dialogo dos trabalhadores, sem força de uma central sindical verdadeira, como é a CUT, para com os patrões. Não vale de nada! Na realidade, essa manobra de transferência da empresa, não coloca nos seus cálculos as vidas dos operários, pois, para os capitalistas o que interessa é o lucro. A política golpista imposta ao Brasil após 2016, vem retirando capitais do país, em uma grande
campanha de atacar o PT – assim, os trabalhadores de conjunto -, e, como parte importante dessa, atacam o nordete e o nordeste. Nas regiões onde há a maior miséria do país, onde o PT buscou investir para mudar a realidade do povo, agora, é onde os capitalistas voltam a fazer o que fizeram anteriormente nos governos abertamente neoliberais. A política correta seria tomar a fábrica, ocupar e colocar a produção nas mãos dos operários, das famílias que agora serão jogadas nas ruas. Leia a Nota Oficial completa da Fitmetal: “Nota de Solidariedade aos trabalhadores da Latapack-Ball, na Bahia A Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (FITMETAL) vem a público para manifestar sua
solidariedade aos trabalhadores/as da empresa Latapack-Ball, localizada na cidade de Simões Filho, na Bahia, que anunciou nesta segunda-feira (1º) o fim de suas atividades. Ao mesmo tempo em que se solidariza à categoria, a FITMETAL também denuncia a postura da empresa, que se nega a dialogar com o Sindicato dos Metalúrgicos de Simões Filho para tratar da rescisão que será paga a seus funcionários/ as, bem como até quando as instalações seguirão funcionando. De acordo com as primeiras informações obtidas, a Latapack-Ball pretende manter o emprego somente dos cipeiros e daqueles que estão prestes a se aposentar. A empresa manteria esses profissionais até outubro, com o propósito de desmontar o maquinário, que será enviado a outro país. A Latapack-Ball é uma Joint Venture entre o Grupo PIN (Latapack S/A) e
a norte-americana Ball Corporation, tradicional fabricante de embalagens desde 1880 e líder do mercado norte-americano em latas de alumínio para bebidas. A empresa nasceu com a fábrica de latas de Jacareí (SP), inaugurada em fevereiro de 1997, num terreno de 135 mil m², sendo mais de 40 mil m² de área construída. Atualmente essa planta produz latas 350ml, 473ml e 500ml. A planta de tampas entrou em produção meses depois, em agosto de 1997, em Simões Filho (BA). A FITMETAL se coloca à disposição da categoria e do Sindicato dos Metalúrgicos de Simões Filho para tentar minimizar os efeitos das demissões, assim como para acompanhar todo o processo de pagamento de rescisões dos funcionários da empresa. Direção Executiva da Fitmetal São Paulo, 2 de julho de 2019″
MOVIMENTO OPERÁRIO | 13
CATEGORIA ECETISTAS
Lotar as assembleias contra os golpistas e privatistas dos Correios N
a próxima quinta-feira (11 de julho) serão realizadas assembleias da categoria ecetista em todos os sindicatos dos trabalhadores dos Correios, filiados à Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios). Nessas assembleias, os trabalhadores dos Correios debaterão os ataques que a direção golpista da ECT (Empresa Brasileira dos Correios) apresentaram na mesa de negociação salarial desse ano, mostrando que estão à serviço do governo fraudado de Bolsonaro, desmantelando a empresa, para entregá-la através da privatização. Propuseram roubar mais de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) de ganhos anuais que os trabalhadores dos Correios têm em seus vales alimentação/refeição, usando a mentira de que a ECT está passando por dificuldades financeira.
Nesse sentido, os trabalhadores dos Correios devem declarar guerra à direção golpista da ECT em primeiro lugar, e em segundo lugar, ao governo golpista e fraudulento de Jair Bolsonaro, que demitiu o atual presidente da empresa, general Juarez Cunha, para colocar em seu lugar outro general que, segundo Bolsonaro, vai ajudá-lo, sem questionamentos, a cumprir suas promessas de campanha aos grandes capitalistas, como a de extinguir os Correios do mapa brasileiro. É preciso mobilizar toda a categoria para organizar uma greve de 100% nos Correios, realizando ocupações nos prédios da empresa para impedir a sua destruição pelo governo Bolsonaro, colocando também na rua e dentro dos Correios a campanha pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, eleições gerais e Liberdade para Lula, com Lula candidato.
Banco Itaú demite trabalhador que não cumpre metas de vendas
O
s bancos privados são campeões quando o quesito é a demissão. Todos os anos, milhares de trabalhadores bancários vão para o olho da rua para satisfazer o apetite desses, que são os maiores parasitas da economia nacional, que não produzem nada, e vivem às custas da exploração dos bancários e de toda a população. Um desses campeões, não poderia deixar de ser, é o maior banco privado do país, Itaú/Unibanco, que utiliza de vários métodos para demitir, para tirar vantagem em cima da desgraça dos trabalhadores. Um dos métodos denunciado por este Diário, recentemente, diz respeito aos “erros” operacionais de funcionários para justificar demissões por justa causa, em que o trabalhador é jogado no olho da rua sem direito de receber verbas rescisórias, tais como FGTS e multa de 40% sobre o fundo. Chovem denúncias, todos os dias, de trabalhadores que estão sendo submetidos a pressão, diga-se assédio moral, para que se aumentem as metas de vendas de produtos bancários com ameaças de demissões. Mas não são apenas ameaças. O banco está demitindo, literalmente, aqueles funcionários que apresentarem “mau”
desempenho nas vendas. Até o último dia 3 de julho já são sete o número de trabalhadores que perderam o seu emprego, em apenas um estado da federação, onde o banco utiliza um critério de análise subjetiva de distribuição de notas de avaliação que determina a “performance” do funcionário. Os banqueiros golpistas, com o golpe de estado, partiram, com muito mais violência, contra os direitos e conquistas dos trabalhadores, e os métodos utilizados por eles para aumentar a superexploração dos trabalhadores através das demissões não deixa dúvida em relação a isso. A cada dia fica mais claro para a classe trabalhadora que somente a mobilização poderá barrar a ofensiva dos banqueiros golpistas contra a categoria. Os banqueiros, financiadores do golpe de estado, estão na ponta de lança da ofensiva da direita golpista contra os trabalhadores. É urgente barra a política desses ataques à classe trabalhadora através dos métodos tradicionais de luta. Uma greve geral de toda a categoria, que tenha como um dos pontos principais barrar a política de demissão em massa dos trabalhadores bancários. Fora Bolsonaro e todos os golpistas, Liberdade para Lula.
14 | CIDADES
RJ
Agente penitenciário atira contra carro com família e fere um N
a atual conjuntura que vive o Brasil, com um governo ilegitimo golpista que incentiva a violência, que endossa a cultura do ódio, que legitima ação militar contra a população, só faz com que homens disfarçados de protetores e seguranças da sociedade utilizem suas armas de forma aleatória contra o povo. Em Realengo, cidade do Rio de Janeiro, no domingo, 8/07, pela manhã, um individuo cujo o nome não foi revelado, agente penitenciário, abriu fogo
contra uma família que se encontrava dentro de automóvel. Foram 8 tiros, atingindo de raspão o motorista. Alegou que disparou por “achar” que seria o carro pertencente a ele, pois havia sido roubado. Nesse sentido percebe-se o total descaso pela vida do outro, posto que ele atirou por mera desconfiança e atirou em local público. O argumento do agente só confirma a politica policialesca que se quer implantar na mente do cidadão brasileiro.
Vale relembrar a situação ocorrida meses atrás, quando militares atiraram contra uma família em Guadalupe, matando um senhor de 51 anos, Evaldo dos Santos Rosa, e o catador Luciano Macedo, que tentou socorrer a família. Foram 257 tiros de fuzil, matando o músico com 62 tiros. O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, cantada por poetas, vive uma época de massacre e violência contra a população. O Rio vive uma politica de extermínio, tipica das ditaduras. Mata-
-se com legitimação do estado. Agentes penitenciários, seguranças de espaços particulares, guardas municipais, guardas do metrô ou qualquer agente de segurança estão agindo de forma policial, com argumento de servirem à ordem pública, uma verdadeira politica fascista diante do desmantelamento do estado. O povo precisa mobilizar-se e avançar no sentido de ir as ruas contra as ações insanas dessa politica de conjunto do governo Bolsonarista.
RIO DAS OSTRAS
RIO DAS OSTRAS
Secretário de segurança, do PV, preso por assassinato N
Covas desemprega cobradores de ônibus de toda São Paulo A
a manhã desta terça-feira, 9, o Secretário de Segurança de Rio das Ostras, cidade do Rio de janeiro, foi preso após uma operação deflagrada pelo Ministério Publico do estado. O Policial Militar Paulo Fernando Carvalho Gomes, o “Carvalhão, juntamente com Rodrigo Gil, são acusados de assassinar três pessoas em uma emboscada em 2010, na cidade de Macaé. Com o Secretário de Segurança foram encontradas várias armas e munições. Paulo fernando Carvalho já havia se candidatado como vereador para a cidade de Rio das Ostras em 2016 pelo Partido Verde. Ano passado ele tentou um cargo na Assembleia Legislativa do Estado, porém não conseguiu se eleger. O fato demonstra o controle da milicia sobre o aparelho de estado no Rio de Janeiro. Com o aprofundamento
do golpe de estado, e após as eleições fraudadas do último ano, as quais levaram vários militares à administração pública, este predomínio dos elementos milicianos, ligados a grupos de extermínio só aumentou. Trata-se do avanço do estado ditatorial e assassino contra todo o povo brasileiro.
PR
Servidores ocupam ALEP contra Ratinho e seus deputados
N
esta terça (9), após o 2º ato estadual do funcionalismo em greve, os servidores acompanhavam a sessão da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) quando o deputado Missionário Ricardo Arruda (PSL) provocou os servidores ao defender a proposta miserável feita pelo governo Ratinho xingando os servidores.
A greve completa 2 dias deixando claro a tendência à mobilização dos servidores e à ampliação da greve. É preciso agora politizar a greve pelo Fora Ratinho, para que o movimento se choque contra o governo de conjunto e não apenas procure demitir um secretário (Renato Feder) mantendo o governo bolsonarista de Ratinho.
política de desmantelamento do estado social vem sendo colocado na prática pelos governos de direita. A ascensão da politica de direita deixa o país em total miséria, o trabalhador, o operário, estrangulado, massacrado, ameaçado com o desemprego. Bruno Cova(PSDB), prefeito de São Paulo, com sua politica de retrocesso, ataca mais uma vez a mobilidade urbana. Em nota circular a STPtransporte divulgou que, a partir de setembro , os transportes públicos não mais terão acento dos cobradores e as caixas de cobranças, entendendo, desta forma, que estes profissionais não mais terão utilidade. A política do PSDB de destruição da classe operário, transformando-a em indivíduos escravizados, retornando a tempos remotos, se coloca em prática com esse alinhamento com os patrões, deixando dessa forma milhares de desempregados. Uma politica de extermínio de uma classe trabalhadora, os cobradores, que tem família, que precisa comer, dormir, que precisa ter renda pra
poder se manter. Esse mínimo, que já é pouco, querem tirar. Um cobrador de ônibus recebe em torno de R$ 1.200,00, necessário para um básico, e ainda querem retirar esse direito, de estar empregado. As alegações são as mais deprimentes possíveis: não se usará mais dinheiro em espécie, que as pessoas usarão cartões, que os custos trabalhistas são desnecessários, facilitando para os empresários. A medida preocupa vários setores da sociedade, sindicatos, movimentos sociais, usuários, pois os cobradores não são só recebedores e passadores de dinheiro, mas eles também são agentes sociais. Não é de total surpresa, posto que o PSDB sempre agiu contra o povo brasileiro, com sua politica de extermínio do povo pobre e contra o trabalhador, sempre se colocando em favor dos capitalistas, dos patrões. É preciso aumentar as mobilizações e avançar com a politica de impulsionar o povo nas ruas contra todo o governo opressor.
NEGROS E MULHERES | 15
NEGROS
Contra a polícia assassina, negros precisam organizar auto-defesa N
a terça-feira passada (3), a Uneafro-Brasil (União de Núcleos de Educação Popular para Negras e Negros) protocolou um documento pedindo a investigação dos crimes do deputado estadual Sargento Neri (Avante). Segundo o deputado, “é uma vergonha nós perdermos três policiais, um garoto alvejado na cabeça, e não fazermos uma operação para matar dez. A resposta por um policial morto são dez ladrões mortos. É o mínimo. Da Polícia Militar que eu venho, nós não entregávamos uma viatura para a outra equipe enquanto não se pegasse o ladrão. Nós não faríamos o velório do policial enquanto não estivesse no necrotério o corpo do ladrão. Isso é fato, isso é guerra.” O fato ocorrera no último dia 25, em plena reunião da
Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários da Alesp. De acordo com Douglas Belchior, membro fundador da Uneafro, este tipo de afirmação é inadmissível. O movimento, segundo ele, sentiu-se na obrigação de reagir independentemente das possíveis consequências da denúncia. “Ele afirma espontaneamente que matavam, não por legítima defesa, mas por vingança, como se execuções sumárias extrajudiciais fossem a norma”, complementa Douglas. Embora a ação chame a atenção quanto aos arbítrios e a declaração abertamente fascista do deputado, é preciso esclarecer que não adianta protocolar ações no MPF, que como vimos, cansa de defende essa escória. Os negros precisam organizar a autodefesa contra os policiais assassinos!
MULHERES
Demagogia e repressão não resolvem a violência contra a mulher D
esde o início do ano, a Câmara dos Deputados têm recebido diversos projetos que visam o fim da violência contra a mulher. Até o início de julho, pelo menos 145 iniciativas foram protocoladas na casa. De repente, parece que todas as bancadas, incluindo os golpistas e a extrema-direita estão convergindo com a esquerda sobre essa temática. Direita e esquerda unidas contra a violência que atinge as mulheres, mas será que a direita está tão preocupada assim com a mulheres? Tanto a Lei Maria da Penha, vigente há mais de 12 anos, quanto a Lei do Feminicídio não impediram que o número de violência contra a mulher negra e indígena, por exemplo, dobrasse em relação à mulher branca. No período de 2006 a 2016, a taxa de homicídios contra mulheres brancas caiu em 8%, enquanto a taxa de homicídios contra mulheres negras cresceu em 15%. Ou seja, nenhum desses dispositivos policialescos e punitivistas foram suficientes para proteger as mulheres, principalmente as pobres e negras. Não devemos cair na conversa da direita de que estão ao lado das mulheres trabalhadoras. Somente em 2018, pelo menos 482 mulheres no campo foram vítimas de violência, o principal
motivo são conflitos agrários, registrando assim um aumento de 377% comparado a 2017. Será que a bancada ruralista, assassina, golpista e de direita está mesmo preocupada com a vida das mulheres ou só quer surfar na onda das discussões identitárias a fim de ganhar eleitores? Ingênua é a esquerda pequeno-burguesa que cai nesse papo. Diversos partidos que se dizem a favor dos projetos que criminalizam
a violência contra a mulher, como o DEM, votaram a favor da Reforma da Previdência, como se essa reforma não fosse uma completa violência na vida das mulheres trabalhadoras, que serão as mais atingidas em relação a tempo de contribuição, por exemplo. Para se aposentarem, trabalhadoras urbanas terão de trabalhar dois anos a mais, enquanto as do campo, cinco anos a mais.
O discurso demagógico da esquerda pequena-burguesa em coro com a direita não vai resolver o problema da mulher, afinal, todas essas violências que as mulheres sofrem são respaldadas pelo capitalismo, que se sustenta à base do recrudescimento da exploração e opressão de gênero. Se o aumento de leis e repressão resolvessem de fato o problema da mulher, não teríamos números tão alarmantes. O que a direita quer é criar dispositivos que se virem contra a população mais pobre e negra, que não possui infraestrutura, nem educação de qualidade, nada do que o Estado deveria garantir. Homens ricos nunca serão pegos nessas leis, pois não foram feitas para eles e mesmo as mulheres ricas possuem menos chances de sofrerem violência, já que a questão financeira também pesa muito. A discussão tem que ir à raiz do problema, ou seja, pelo fim da exploração capitalista. Pelo fim desse modelo econômico que aprisiona as mulheres em jornadas duplas, em trabalhos mal remunerados e que ao longo dos anos foi aperfeiçoando os dispositivos de repressão, colocando a população, e principalmente as mulheres trabalhadoras, em posição de completa vulnerabilidade.
16 | CULTURA E ESPORTES
CULTURA
Chico, Caetano e Arnaldo Antunes pedem liberdade para sem teto presa D
esde o dia 24 de junho a cantora, atriz e liderança do MSTC ( Movimento Sem Teto do Centro) Preta Ferreira está encarcerada no Deic. É preciso destacar que essa prisão foi de caráter extremamente arbitrária. A polícia está usando como pretexto a acusação de “extorsão” sobre moradores das ocupações para prender de maneira arbitraria. Inclusive uma das ocupações investigada é o prédio que desabou no Largo do Paissandu.
Outras lideranças como Sidney (seu irmão), Ednalva e Angélica também foram presas e os advogados não encontram nenhum motivo. Em nota, a Central de Movimentos Populares (CMP) diz que, além da prisão temporária, foram também determinadas 17 buscas e apreensões de lideranças das ocupações. Os advogados disseram que não foi encontrada prova nenhuma, “tendo em vista que se fundamenta em declarações frágeis para as refe-
ESPORTES
ridas prisões e conduções coercitivas.” Chico, Caetano e Arnaldo Antunes pedem a liberdade para a cantora e apresentadora do Programa Lula Livre. O manisfesto foi assinado por mais de 500 artistas e produtores culturais. Esta campanha de solidadriedade está tomando proporções gigantescas, com adesão de artistas famosos em um movimento democrático contra a ditadura que a extrema-direita está erguendo.
Todos os domingos às 20h30 na Causa Operária TV
Imprensa faz campanha para que seleção não convoque mais Neymar A
imprensa brasileira intensifica campanha contra a volta de Neymar, que é o melhor jogador do mundo, à seleção brasileira, atendendo aos interesses do imperialismo de tirar o nosso futebol, que é favorito, da disputa da Copa das Confederações e do maior evento do planeta, a Copa do Mundo de 2022, que será realizada no Catar. Neymar está sendo vítima de ampla perseguição de todos os lados, todo tempo surge um fato novo. Agora os pseudo entendedores de futebol, que apresentam os programas de futebol, gente que sequer sabe o que é chutar uma bola, estão dizendo que
a seleção brasileira não precisa mais de Neymar. Os craques da nossa seleção, na história recente do futebol, sempre estiveram na mira de escândalos. Como negar a importância do polêmico baixinho, como era conhecido Romário, para conquista da Copa de 1994, nos Estados Unidos, ou de Ronaldo fenômeno para a conquista da Copa de 2002, sediada na Coréia e no Japão? Esses comentaristas parecem ter pouca memória, se esquecem que Neymar foi o principal jogador na conquista do primeiro e único título de futebol nas Olimpíadas, conquistado dentro de casa em 2016. Neymar tam-
bém foi considerado melhor jogador na conquista da Copa das Confederações de 2013, realizada também no Brasil. Os animadores de TV, que só servem pra fazer propaganda de sapatos entre outros produtos, querem fazer crer que, pela conquista da Copa América deste ano de 2019, a seleção não precisa do melhor jogador brasileiro e do mundo para conquistar as próximas competições. Apesar da seleção brasileira ter conquistado mais esse título para o qual é sempre favorita, Neymar é fundamental para dar mais qualidade técnica ao nosso futebol, com dribles e jogadas
de improvisos, gols de falta, passes, arrancadas. A seleção só ganhou a Copa América sem Neymar porque o Brasil é uma fábricas de bons jogadores de invejar todo planeta. Não à toa, temos o futebol arte. As últimas quatro copas foram conquistadas por seleções de países imperialistas em que predominou a força e polêmicas envolvendo arbitragem. Na última Copa do Mundo, várias seleções foram literalmente operadas pelas decisões do VAR para favorecer a França que saiu campeã. Agora querem tirar Neymar do caminho para tornar a seleção brasileira mais fraca e evitar a conquista do Hexa.
Direita cínica fala que Brasil foi campeão porque Neymar não jogou A
pós a seleção brasileira ganhar a Copa América, sem a presença de Neymar, os monopólios de comunicação da direita golpista agora lançam as seguintes questões: a seleção brasileira jogou melhor ou não sem Neymar? Neymar merece ou não uma nova chance na seleção? Apesar de absurdas e ridículas, essas perguntas dão continuidade aos ataques sistemáticos a que o melhor jogador do Brasil e do mundo vem sendo submetido há alguns anos pelo conjunto da mídia burguesa nacional e internacional. De forma evidente, elas levantam a bola para questionar a importância e o papel de protagonista que o jogador desempenha na seleção. Nos vários programas esportivos do país, na televisão, no rádio ou na internet, tornou-se comum ouvir a opinião de que a ausência de Neymar fortaleceu o “coletivo”, o “conjunto” da seleção, de que sem Neymar o time “funcionou melhor”. É a opinião, por exemplo, do principal comentarista esportivo da golpista Rede Globo, o ex-jogador Casagrande, que no programa Encontro com Fátima Bernardes, desta segunda-feira (08/07), observou:
“É inegável: o Neymar é o melhor jogador do Brasil, sem dúvida alguma, mas ele não é [sic] o melhor comportamento do Brasil. Já faz algum tempo. Depois da Copa do Mundo, foi uma queda livre constante, desde a chacota de ficar caindo, rolando, que virou o mundo todo, depois agrediu um torcedor, depois xingou o árbitro e já está suspenso três jogos da Champions League do ano que vem, depois teve esse problema com a garota, processo com acusação de estupro e de crime virtual, se contundiu… Esses jogadores precisavam ganhar com eles, porque a presença do Neymar, do jeito que o Neymar era – espero que era – centralizador, os outros jogadores praticamente não existiam, porque o Brasil ganhava de 5 a 0, com 3 gols de um jogador e um gol do Neymar, e só se falava do Neymar, e a reportagem era do Neymar, e a entrevista era do Neymar, quem era convidado para o programa era o Neymar… Agora, tem um time. Agora, por exemplo, lá no canto dele tem o Everton, que é representante do torcedor brasileiro, foi o artilheiro da Copa América, foi o melhor jogador do jogo de ontem, [que joga] na mesma posição do Neymar… Então o Neymar
tem que vir para a seleção, não é mais a seleção brasileira que tem que ir ao encontro do Neymar”. É possível notar nesse tipo de análise, de um lado, um moralismo hipócrita e cínico, na medida em que se refere ao “comportamento” do jogador. Neymar seria uma espécie de ser “imoral”, um “mau exemplo”, um “monstro”. De outro lado, ressalta-se a pobreza e a arbitrariedade dos argumentos que buscam demonstrar a melhora da seleção sem Neymar. O Brasil – afirmam as gralhas da imprensa golpista – sem Neymar, jogou como time, coletivamente. Mas e o desempenho da seleção brasileira, com Neymar em campo, durante as eliminatórias da última Copa do Mundo, quando o Brasil terminou na primeira colocação, 10 pontos à frente do segundo colocado, classificando-se de forma tranquila para a competição principal? Por acaso o Brasil não jogou como time, coletivamente? Trata-se de um argumento falacioso, que seleciona arbitrariamente alguns jogos, com ou sem a presença de Neymar, e deixa de lado outros tantos, para demonstrar uma tese pré-estabelecida. O fato é que, por conta do enraiza-
mento do futebol no seio do povo brasileiro, da massificação desse esporte, sobretudo entre a classe operária e as camadas populares da sociedade, a seleção brasileira conta com um número inigualável de jogadores de altíssimo nível, o que faz com que a equipe, mesmo sem seu principal jogador, possa vencer qualquer competição. Mas não se conclui daí que, sem seu principal jogador, o time jogou melhor. Sem Neymar, a seleção jogou em um excelente nível, mas com Neymar, a seleção poderia ter alcançado um nível muito superior. Não há na atualidade um jogador com tamanha habilidade e técnica, com tamanha capacidade para desequilibrar e decidir jogos. A ausência de Neymar, ao contrário do que dizem os comentaristas da imprensa pró-imperialista, só interessa aos adversários da seleção e do futebol brasileiros. A desmoralização, as calúnias e a perseguição ao principal jogador da principal nação do futebol no mundo não passam de uma manifestação particular do ataque contra um dos principais pilares da cultura nacional, o futebol, ataque esse que se faz necessário para manter e aprofundar a dominação imperialista no país.
MORADIA E TERRA | 17
MEIO AMBIENTE
Ricardo Salles ataca Reserva Chico Mendes, símbolo da luta pela terra O
Ministro do Meio Ambiente, o golpista Ricardo Salles (Partido Novo), foi ao vivo e em cores, atacar a Reserva Chico Mendes em Xapuri (Acre). Contendo 900 mil hectares, a reserva é simbolo da luta pela terra e dos direitos dos trabalhadores, fruto da luta de Chico Mendes. O ataque vindo do Instagram de Salles, afirma: “Resumo da visita à Xapuri e à Reserva Chico Mendes no Acre, com 900 mil hectares. Milhares de pessoas quase na miséria. A farsa da tese da “florestania”. Moradores não conseguem e nem querem mais tentar sobreviver do extrativismo da seringueira, do açaí e da castanha do pará. Eles poder usar uma parte da sua área para criar gado, plantar café e produzir peixe em tanques. Querem ter direito a uma vida digna e não mais viver de acordo com o discurso demagógico de quem os manipulou no passado. Obviamente que os melância e tartaruga não querem deixar.” Essa afirmação, assim como tudo que esse verdadeiro fascista declara
pelo Brasil à fora, é uma farsa! A campanha do serviçal dos latifundiários e da “Bancada Ruralista”, é feita para justificar o fim da reserva extrativista e dos assentamentos rurais. A reserva extrativista foi criada pelas próprias famílias, e, é evidente, que são elas que colocam as regras – incluindo sua criação de gado em áreas abertas. Lembrando rapidamente que a tal “bancada fazendeira”, é comandada por ninguém menos que Ronaldo Caiado (DEM), responsável pelas morte de Chico Mendes, quando estava no comando da União Democrática Ruralista (UDR). Chico, que da nome ao assentamento, foi um importante ativista político contra o latifúndio na região Amazônica, em 1988 e seu assassinato foi orquestrado por Darly Alves, representante no Acre da UDR, e executado por Darcy, filho do fazendeiro, junto a um pistoleiro. O líder seringueiro foi alvejado com um tiro de escopeta quando saía para tomar banho externo, sendo que dentro da casa havia 2 policiais militares,
responsáveis pela sua segurança. A luta fatal se deu por conta da desapropriação de uma terra para o extrativismo de seringueiros, terras essas conquistadas na Ditadura Militar, quando esses fazendeiros, oligarcas assassinos, dividiram o país segundo seus interesses. Ronaldo Caiado, presidente nacional da UDR, apenas entre 1985 e 1989 – período pós ditadura e de maior atividade da entidade genocida -, deve ser responsabilizado por mais de 640 mortes, incentivadas abertamente com a criação de milícias contra camponeses e sem-terra. A verdade é que, como em outras oportunidades, Salles ficou apenas 25 minutos na reserva, tirou algumas fotos para propaganda e foi embora correndo. Se não havia descontentamento das famílias, por que ficou tão pouco? E como ouviu as reclamações? Fica evidente a farsa do ministro fujão e a tentativa de justificar sua política de destruição das unidades de conservação e da entrega do pa-
trimônio ambiental para as grandes capitalistas. A política neoliberal do Novo é inimiga dos camponeses, seringueiros, extrativistas, pois esses lutaram, outrora, com suas vidas para conquistar sua terra. Salles está devastando a Amazônia, sendo denunciado diariamente neste jornal e agora, como é expulso por onde passa, é obrigado a fazer uma campanha de “marketing de maratona”: chega ao local escoltado, tira fotos, ameaças os assentados, sai correndo e posta no Insta.
MAIS CRISE
Ministra da agricultura pede demissão de Ricardo Salles O governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, resultado da fraude eleitoral de 2018, completou há pouco os primeiros seis meses de seu mandato e é possível concluir, com considerável segurança, a título de um balanço inicial, que a principal marca da atual gestão foram as crises. O governo de extrema-direita do ex-capitão é um governo atravessado por múltiplos conflitos, contradições e disputas internas, traços típicos de um arranjo político improvisado, feito de última hora, que não é senão um produto da dissolução acelerada do regime político burguês erguido na sequência da ditadura militar de 1964-1985. Já presenciamos (e continuamos a presenciar) as lutas e contradições entre a chamada “ala ideológica” (família Bolsonaro, Olavo de Carvalho et caterva) e a ala militar do governo; entre o Poder Executivo, liderado por Bolsonaro, e o Poder Legislativo, comandado pelo “centrão”; no interior da equipe e dos organismo econômicos, cuja manifestação mais evidente foi o demissão do banqueiro Joaquim Levy; no último mês, tivemos os vazamentos da da operação imperialista Lava Jato, revelando as inúmeras maquinações, e arbitrariedades de Moro, Dallagnol e seus comparsas. Tudo isso se desenrolando no interior do quadro mais amplo da crise econômica geral do capitalismo mundial e da tendência ascendente de mobilização popular no país, como ficou expresso nas manifestações de 15/05 e de 30/05 e da “greve geral” de 14/06.
Agora, veio à tona mais uma crise no governo Bolsonaro. Segundo informações da coluna Radar, da golpista Veja, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, “disse recentemente a deputados da Comissão de Meio Ambiente que tem um nome melhor para o lugar de Ricardo Salles, se Bolsonaro precisar”. Em outras palavras, a ministra da Agricultura pede nos bastidores a demissão e a substituição do atual ministro do Meio Ambiente. A ministra teria indicado como substituto, ainda segundo a revista, um técnico ligado ao denominado “agronegócio verde”, que “produz sem desrespeitar as regras de preservação [ambiental]”. Novamente, o que temos aqui é a expressão de mais uma contradição entre duas frações da burguesia. Os ministros da Agricultura e do Meio Ambiente representam setores diferentes da burguesia brasileira, setores cujos interesses, em determinadas questões, são contraditórios. À frente do ministério do Meio Ambiente, Ricardo Salles tem posto em prática uma política de ataque feroz contra a legislação ambiental, contra as regras de licenciamento e fiscalização ambiental, contras as agências e órgãos fiscalizadores. Exemplos dessa política são o desmonte do Ibama, responsável pela fiscalização de crimes ambientais, e do ICMBio, autarquia que cuida das unidades de conservação federais, bem como a defesa de uma Lei Geral do Licenciamento Ambiental, destinada a “flexibilizar”, “agilizar” a emissão de licenças ambientais.
Trata-se de um programa que conta com o apoio de setores da burguesia ligados à mineração, à construção civil, à indústria ferroviária e ao mercado imobiliário. Por outro lado, Tereza Cristina é uma representante típica dos interesses do chamado “agronegócio”, ou seja, do latifúndio agroexportador brasileiro. Como se sabe, esse setor econômico é essencialmente dependente do mercado internacional, e a legislação ambiental cumpre uma função fundamental no acesso do agronegócio brasileiro ao mercado externo, já que os países importadores dos produtos agrícolas nacionais, sobretudo os países europeus imperialistas e os EUA, costumam utilizar as normas ambientais e sanitárias como medidas protecionistas, isto é,
como medidas que protegem os seus produtores locais e dificultam o acesso dos produtos vindos do exterior (no caso, do Brasil). Nesse sentido, o agronegócio necessita de uma fachada “verde”, “sustentável”, necessita de um selo de bom cumpridor das leis ambientais, para garantir a entrada de seus produtos no mercado mundial. O governo fascista de Jair Bolsonaro é uma gambiarra política na qual contradições dessa natureza campeiam aos montes. A classe operária e as massas populares brasileiras, por meio de suas organizações de luta, devem aproveitar as crises permanentes do governo para iniciar uma ofensiva, com o fim de derrubá-lo, defender a liberdade de Lula e exigir novas eleições gerais, com Lula candidato.