QUINTA-FEIRA, 11 DE JULHO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5700
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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As lições da derrota, para a luta contra a reforma e Bolsonaro
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem (dia 10), em primeiro turno, o texto principal da proposta da “reforma” da Previdência que vai roubar, estima roubar – até o momento – R$ 1 trilhão de dezenas de milhões de trabalhadores e acabar – de fato – com o direito à aposentadoria para imensa maioria deles.
PCO: para derrotar a reforma, grande ato em Brasília e Fora Bolsonaro! Publicamos abaixo a Declaração que os militantes do PCO (Partido da Causa Operária) e da Corrente Sindical Nacional Causa Operária estarão distribuindo nos atos desta quarta, dia 10, em São Paulo e demais localidades, e no ato nacional, do dia 12, em Brasília.
EDITORIAL
O fracasso da política de “resistência” A esquerda pequeno-burguesa adora falar em “opor resistência” à política de devastação causada por Bolsonaro e o golpe de Estado. Essa “resistência”, contudo, é utilizada para encobrir uma política covarde e conciliadora, capituladora.
POLÍTICA
Oito deputados do PDT votam a favor do roubo da aposentadoria POLÍTICA
Maia, apoiado por PDT e PCdoB, é organizador do roubo da previdência
Segundo Folha, maioria dos brasileiros quer perder a aposentadoria
O golpista Jair Bolsonaro não foi o responsável pelas negociações para levar adiante o roubo das aposentadorias de milhões de brasileiros, a chamada “reforma da Previdência”.
POLÍTICA
Governador da Bahia negocia aprovação da reforma da Previdência Rui Costa, governador da Bahia pelo PT, participou de articulações para aprovar a reforma da previdência. O pretexto era supostamente bem intencionado, com a ideia de que sairia disso uma reforma atenuada.
Tabata Amaral vota roubo da Previdência “para defender as mulheres”
2 | OPINIÃO EDITORIAL
O fracasso da política de “resistência”
A
esquerda pequeno-burguesa adora falar em “opor resistência” à política de devastação causada por Bolsonaro e o golpe de Estado. Essa “resistência”, contudo, é utilizada para encobrir uma política covarde e conciliadora, capituladora. Para ela, não se trata de enfrentar Bolsonaro, avançar no desenvolvimento de um cenário que a permita ter forças maiores do que a direita, que permita derrubar Bolsonaro e derrotar o golpe. “Resistência” significa, para a esquerda pequeno-burguesa, conter a política fascista por meio das instituições como o Congresso e o Judiciário. Primeiramente, essa contenção consiste em apenas tentar diminuir os prejuízos dos ataques bolsonaristas, não anulá-los. Em segundo lugar, é uma tática completamente ineficiente, uma vez que a maioria do Congresso e o Judiciário são tão direitistas quanto Bolsonaro, e estão todos juntos para destruir os direitos mais básicos da população.
No final das contas, o que está por trás de tal política de “resistência” é o vício eleitoral. A esquerda parlamentar não quer se arriscar a perder cargos ao peitar a direita e a burguesia. É con-
forto demais para ser largado. Prefere “resistir”, supostamente desgastando o governo, mas sem colocá-lo contra a lona e derrubá-lo, até as próximas eleições presidenciais.
Assim, quem sabe, em 2022, um candidato como Fernando Haddad finalmente seja eleito. Eis a tática genial da esquerda. Eleito, derrotando a direita nas urnas, Haddad derrotaria o golpe e traria o socialismo para o Brasil. Ilusão que a esquerda institucional insiste em propagar, mesmo após a derrota que sofreu ano passado. Os trabalhadores não estão interessados nessa “resistência” a Bolsonaro. Não nutrem ilusões na saída institucional que possa os beneficiar. Percebem que a reforma da previdência, por exemplo, o roubo das aposentadorias, é feita através dessas mesmas instituições. E estão demonstrando isso, gritando a cada dia contra Bolsonaro e saindo às ruas nas grandes manifestações que vimos nos últimos dois meses. Esse é o caminho a ser seguido para quem quer realmente enfrentar e derrotar Bolsonaro: as ruas, não as urnas; a mobilização popular, não conchavos institucionais.
COLUNA
Reforma da Previdência: a corrupção de R$ 1 trilhão para os banqueiros Por João Silva
O
governo Bolsonaro alardeou em sua campanha presidencial que tudo seria diferente caso fosse eleito. O governo Bolsonaro era o governo da “nova política” sem indicação política, sem a política dos favores, o chamado “toma lá, da cá”, e principalmente sem corrupção. Neste quesito o governo é campeão de casos de corrupção, mas vou me ater ao maior deles, até o momento, a Reforma da Previdência. A direita acusou o PT de ser o partido mais corrupto do planeta e de ter praticado o maior caso de corrupção da história da humanidade. Um argumento típico da direita, acusa o outro daquilo que pratica. A direita fala “de boca cheia” que o golpe foi dado para derrubar o PT que com a corrupção retirou dinheiro público do povo por meio da Petrobrás e desvio de verbas etc. Mas a política da direita golpista, desde o governo Temer está promovendo uma transferência de dinheiro e patrimônio público da casa do trilhão, muito superior a qualquer acusação de corrupção contra o PT. O caso da Reforma da Previdência é um caso exemplar de corrupção, ou seja, transferência de dinheiro público para os capitalistas. O mentor da destruição da previdência social brasileira, é o Ministro da Economia, Paulo Guedes, agente do imperialismo no governo Bolsonaro que está utilizando o exemplo de capitalização usado em outros países, em especial, no Chile, durante a ditadura do General Pinochet, aliás, seu ídolo. Com esta reforma, serão criados inúmeros obstáculos
para os trabalhadores se aposentarem o que vai promover uma “economia”, segundo governo, mas na verdade um assalto a céu aberto, de nada mais que R$ 1 trilhão de dinheiro dos trabalhadores, que contribuíram anos a fio com a previdência para terem uma renda mínima durante a aposentadoria. Esse R$ 1 trilhão vai direto para os bancos privados que passaram a administrar o dinheiro da previdência. É um caso de corrupção institucional que está sendo feito com o apoio comprado da corja de deputados da direita golpista que se apossou do Congresso Nacional nas últimas eleições. O governo Bolsonaro não passa de uma continuação da política do governo Temer que tentou, a todo custo, aprovar esta reforma que agora está sendo levada a cabo pelo governo ilegítimo de Bolsonaro. A reação contra este ataque do governo Bolsonaro só será possível com mobilizações de rua massivas exigindo o fim deste governo que foi eleito mediante uma conspiração de grandes proporções envolvendo o judiciário, a imprensa golpista e o governo imperialista dos Estados Unidos para colocar Lula na prisão e impedi-lo de concorrer às eleições. A Reforma da Previdência, a venda da Petrobrás, dos Correios e outras estatais, a terceirização, o aumento da repressão, a destruição do ensino público e gratuito e todas as medidas antipovo e contra a soberania brasileira só serão derrotas com o povo na rua exigindo o Fora Bolsonaro, a liberdade de Lula, Eleições Gerais e Lula candidato.
POLÍTICA | 3
ATAQUE AOS TRABALHADORES
As lições da derrota, para a luta contra a reforma e Bolsonaro O
plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem (dia 10), em primeiro turno, o texto principal da proposta da “reforma” da Previdência que vai roubar, estima roubar – até o momento – R$ 1 trilhão de dezenas de milhões de trabalhadores e acabar – de fato – com o direito à aposentadoria para imensa maioria deles. Foram 379 votos a favor e 131 contra, superando de longe o mínimo de 308 votos (3/5 dos deputados) necessários para sua aprovação. O texto aprovado foi o substitutivo do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), que agora será submetido ao segundo turno de votação. Antes, porém, serão apresentados e votados 20 destaques que ameaçam promover inúmeras alterações na proposta aprovada, que pode levar à sua desfiguração, o que levou o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), a suspender os trabalhados, de forma repentina, por volta das 21h e anunciar que a votação deve continuar hoje. Segundo Maia, “logo no primeiro destaque eu entendi que os deputados estavam confusos em relação ao mérito do destaque. Isso significa que se concentrou muito no mérito do texto principal da PEC (proposta de emenda à Constituição) e não se organizou os votos com os parlamentares. O formato de o governo não ter uma articulação maior acaba desorganizando as informações”, anunciou o site da Folha de S. Paulo (10/07/19). O texto representa a maior expropriação dos trabalhadores de uma só vez em todos os tempos. Ele aumenta o tempo para se aposentar, limita o benefício à média de todos os salários, aumenta as alíquotas de Resultado de imagem para COMO VOTARAM OS DEPUTADOS PREVIDÊNCIA contribuição para quem ganha acima do teto do INSS e estabelece regras de transição para os atuais assalariados, impondo – por exemplo – uma regra de transição que vai obrigar os trabalhadores a pagarem um “pedágio” pelo qual terão que trabalhar o dobro do tempo atualmente previsto, 100% a mais. Apresentado pelo presidente ilegítimo Jair Bolsonaro como “general da reforma”, Maia – eleito presidente da Câmara com apoio de setores da esquerda (como o PCdoB e parte do PT), comemorou: “eu tô muito feliz, de estar conduzindo essa sessão hoje, principalmente pelo respeito dos deputados da opo-
sição. A boa relação que nós construímos, de respeito entre todos, é que nos permitiu chegar até aqui. Muitas vezes, os nossos líderes são desrespeitados, criticados na imprensa de forma equivocada, mas são esses líderes que estão fazendo as mudanças no Brasil. Junto com os seus deputados. Eu tenho muito orgulho de presidir a Câmara e de ter o respeito de cada um dos deputados“, mostrando o clima – de fato – amistoso em que se processou a aprovação da “reforma” por detrás dos inúteis discursos de setores da oposição que procuravam convencer deputados golpistas a mudarem sua posição. Os direitistas foram “convencidos”, depois de intensa negociação pela distribuição pelo governo Bolsonaro de mais de R$ 2,5 bilhões em emendas de parlamentares – apenas nos cinco primeiro dias de julho – garantindo vantagens para as os setores mais direitistas que apoiaram a fraude que o elegeu, como os militares e policiais. A aprovação da “reforma”, foi uma prova cabal do fracasso da política de colaboração e entendimento com os golpistas que derrubaram a presidenta Dilma, que organizaram e apoiaram a criminosa operação lava jato para condenar e prender Lula e outros adversários do regime , para entregar o País para os abutres imperialistas e impor um regime de escravidão sobre os trabalhadores e a juventude. Evidencia a total inutilidade, também, para a defesa dos interessas dos
trabalhadores, da chamada política de “frente ampla”, apregoada por setores da esquerda pequeno burguesa, que buscam um frente com partidos da esquerda burguesa como o PSB, PDT e até o PSDB, de FHC, Serra, Dória e Cia., um dos principais articuladores do golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma e colocou na cadeia o ex-presidente Lula. Dentre os 29 votos do PSDB, apenas um não foi dado em apoio à reforma. O PSB, que elegeu três governadores com apoio de Lula e do PT, deu 11 dos seus 32 votos para a aprovação do roubo das aposentadorias. Já o PDT, de Ciro Gomes, teve oito dos seus 27 deputados votando com PSL, DEM e demais partidos a favor da “reforma”. Outro importante “aliado” dessa esquerda e da burocracia sindical, o deputado “Paulinho da Força” (da Força Sindical), o Solidariedade (SDS), integrante do “centrão”, garantiu 13 dos seus 14 votos pela degola dos trabalhadores. Diante dessa derrota previsível, reafirma-se a inutilidade da ação parlamentar da esquerda, bem como de todas as ações limitadas às instituições do regime golpista (Congresso, Judiciário etc.), no sentido de barrar a ofensiva que vem dos golpistas. Não faz sentido insistir nessa política que provocando derrotas atrás de derrotas, como propõe setores da esquerda e da burocracia sindical que insistem na “pressão” individual sobre os deputados e os senadores.
A única arma real, capaz de deter não só a reforma da Previdência, mas a ofensiva de conjunto contra o povo brasileiro por parte do regime golpista é a mobilização dos explorados e de suas organizações de luta, nas ruas. Essa mobilização tem que superar a politica de semear ilusões na ação nas saídas parlamentares e institucionais, ainda mais sem sentido em um regime em que essas instituições estão sob o controle total da direita (ainda que haja divisões entre eles). É preciso ter uma política própria, independente da burguesia. Convocar claramente a mobilização em sintonia com o sentimento cada vez maior da população de rejeição ao governo, apontando uma alternativa real: derrubar Bolsonaro para derrotar a reforma da Previdência e todos os ataques dos golpistas contra o povo brasileiro; cancelas todas as “reformas” dos golpistas; libertar Lula e todos os presos políticos, anular os processos criminosos da lava jato; convocar novas eleições gerais, com Lula candidato. Nesse sentido, é preciso reorganizar as forças, tirar as devidas conclusões dessa derrota, convocar plenárias do ativismo da CUT e dos que – de fato – querem luta pela derrota do governo e dos seus ataques e- desde já – anunciar a realização de uma nova jornada nacional de lutas, com luta de verdade, com a ocupação de Brasília com um grande ato nacional em agosto, que sirva também para impulsionar a greve geral pela derrota cabal da “reforma”.
4 | POLÍTICA
PCO
Para derrotar a reforma, grande ato em Brasília e Fora Bolsonaro! Publicamos abaixo a Declaração que os militantes do PCO (Partido da Causa Operária) e da Corrente Sindical Nacional Causa Operária estarão distribuindo nos atos desta quarta, dia 10, em São Paulo e demais localidades, e no ato nacional, do dia 12, em Brasília. Para derrotar a reforma, ato nacional em Brasília e fora Bolsonaro Distribuindo mais de R$ 2,5 bilhão em emendas de parlamentares e garantindo vantagens para as os setores mais direitistas que apoiaram a fraude que o elegeu, como os militares e policiais, o governo ilegítimo de Bolsonaro e a maioria do congresso golpista está encaminhando a aprovação da famigerada reforma da Previdência, com a qual quer roubar mais de R$ 1 trilhão dos trabalhadores para entregar nas mãos dos banqueiros e outros especuladores estrangeiros e internacionais. A “reforma” é o maior roubo dos trabalhadores de todos os tempos. Se aprovada, vai deixar a maioria dos trabalhadores sem aposentadoria, aumentar os descontos para a Previdência e reduzir o benefício pago para os trabalhadores. Todos saem perdendo, os que conseguirem o “milagre’ de se aposentar e os jovens que terão ainda maiores dificuldades para ingressar no mercado de trabalho. A aprovação da “reforma”, é uma prova cabal do fracasso da política de colaboração e entendimento com os golpistas que derrubaram a presidenta Dilma, que organizaram e apoiaram a criminosa operação lava jato para condenar e prender Lula e outros adversários do regime , para entregar o País para os abutres imperialistas e impor um regime de escravidão sobre os trabalhadores e a juventude. Sua votação até agora, teve a liderança decisiva do deputado golpista do DEM, Rodrigo Maia (na foto à direita), presidente da Câmara, cuja eleição foi apoiada por setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa, como o
PCdoB e alas do PT, defensores da política de “frente ampla”, ou seja, de uma aliança com setores da burguesia que organizaram ou apoiaram o golpe de Estado. Mais foi chamado de “general da reforma”, por Bolsonaro, já havia sido um dos principais articuladores da aprovação da famigerada reforma trabalhista, que destruiu a CLT. Está mais do que comprovado que essa política de acordos e entendimentos com os inimigos dos trabalhadores serve apenas aos interesses dos seus próprios defensores e serve para desarmar a necessária reação dos trabalhadores. Outro dado importante da votação é que a proposta também foi apoiada pelo partido presidido pelo deputado “Paulinho da Força” (foto), o Solidariedade (SDS), ou ainda pelo PSC, do deputado pelo Sergipe e presidente do Sindicato dos Motoristas de São Paulo, Valdevan Noventa (PSC-SE), da UGT – que furou 100% a greve geral -, comprovando o enorme valor da “unidade” com setores que além de sabotarem a greve geral, no último dia 14, dão seu voto para destruir a vida de milhões de trabalhadores, como defendem de setores da esquerda (PSTU, PCdoB, PSOL, direita do PT etc.) e até de sindicalistas da CUT. Diante dessa derrota previsível, fica ainda mais clara a inutilidade da ação
parlamentar da esquerda, bem como de todas as ações limitadas às instituições do regime golpista (Congresso, Judiciário etc.), no sentido de barrar a ofensiva que vem dos golpistas. Infelizmente, não é a primeira derrota. Além do próprio golpe de Estado (via impeachment), perdemos no congelamento dos gastos públicos por 20 anos (ex-PEC 95), na “reforma” trabalhista, na “reforma” do ensino médio, nas ações no judiciário para libertar Lula etc. etc. etc. Não faz sentido “dar murro em ponta de faca”, insistir na política que provocando derrotas atrás de derrotas, como propõe setores da esquerda e da burocracia sindical que insistem na “pressão” individual sobre os deputados. Mandar mensagens, vaiar, escrachar nas redes sociais etc. de forma alguma será capaz de alterar a posição de deputados que estão PRESSIONADOS, de fato, pelos milhões em emendas que estão sendo liberadas pelo governo em seu favor, pela campanha a favor da imprensa golpista e, incentivados, pela trairagem dos que fingem estar do lado dos trabalhadores mas que estão vendidos “até a alma”, desde a sua origem, para os patrões como é o caso de dirigentes da Força Sindical, da UGT e de outros pelegos. Fica evidente que a única arma real, capaz de deter não só a reforma da
Previdência, mas a ofensiva de conjunto contra o povo brasileiro por parte do regime golpista é a mobilização dos explorados e de suas organizações de luta, nas ruas. Essa mobilização tem que superar as ilusões na ação nas saídas parlamentares e institucionais, ainda mais sem sentido em um regime em que essas instituições estão sob o controle total da direita (ainda que haja divisões entre eles). Os trabalhadores precisam intervir não para “pressionar” ou apoiar uma politica de entendimento, de conciliação com os golpistas, porque são eles que vão pagar a conta e não os chefes políticos que apontam esse caminho sem saída. É preciso ter uma política própria, independente da burguesia. Tirar proveito da divisão entre os golpistas, da crise do governo Bolsonaro e apontar claramente que a única saída está na ampliação da mobilização que vem crescendo desde os grandes atos de maio (15 e 30) e da greve geral de 14 de junho (mesmo com a sabotagem dos pelegos). Convocar claramente a mobilização em sintonia com o sentimento cada vez maior da população de rejeição ao governo, apontando uma alternativa real: derrubar Bolsonaro para derrotar a reforma da Previdência e todos os ataques dos golpistas contra o povo brasileiro; cancelas todas as “reformas” dos golpistas; libertar Lula e todos os presos políticos, anular os processos criminosos da lava jato; convocar novas eleições gerais, com Lula candidato. Nesse sentido, é preciso concentrar forças na realização nos atos dos dias 10 e 12 de julho, como estão sendo convocados pela CUT e demais entidades de luta dos explorados e já anunciar a realização de uma nova jornada nacional de lutas, com luta de verdade, com a ocupação de Brasília com um grande ato nacional em agosto, que sirva também para impulsionar a greve geral pela derrota cabal da “reforma”. PCO – Partido da Causa Operária – (11) 96388-6198 (Vivo) Corrente Sindical Nacional Causa Operária – (11) 96388 6198
POLÍTICA | 5
GOLPISTAS
Maia, apoiado por PDT e PCdoB, é organizador do roubo da previdência
O
golpista Jair Bolsonaro não foi o responsável pelas negociações para levar adiante o roubo das aposentadorias de milhões de brasileiros, a chamada “reforma da Previdência”. Também não foi nenhum ministro do governo, embora a aprovação da reforma seja fundamental para que seu governo continue tendo permissão dos donos do regime político para poder continuar. Quem articulou a votação a favor da “reforma” na Câmara dos Deputados foi o presidente da casa, Rodrigo Maia, do DEM. O reconhecimento dessa situação veio do próprio presidente golpista. Na terça-feira (9), para jornalistas, Bolsonaro declarou que: “Rodrigo Maia é o nosso general dentro da Câmara agora para aprovar, com toda certeza, antes do recesso, nos dois turnos, essa nova Previdência”. Sem generais seus dentro da Câmara, Bolsonaro conta com o “general” Rodrigo Maia. Trata-se de um “general” experiente na guerra contra a população e os trabalhadores. Maia já esteve antes na si-
tuação de ser o articulador de um projeto fundamental para o governo na Câmara. Quando o presidente ainda era o golpista anterior, Michel Temer, foi Maia que garantiu a aprovação da reforma trabalhista, que tirou direitos de milhões de trabalhadores e piorou ainda mais as condições de vida de grande parte da população brasileira. A promessa, naquela ocasião, era de que a retirada de direitos trabalhistas geraria mais empregos. Da mesma forma que agora, Maia era presidente da Câmara também naquele momento. Para continuar sendo presidente da casa este ano, Maia teve que ser reeleito. E foi então que ele acabou tendo apoio de setores da esquerda dentro do Parlamento. Tanto o PDT quanto o PCdoB apoiaram Maia à presidência, sob o argumento de que Maia estaria “comprometido” com o equilíbrio entre os Poderes e de que não seria bolsonarista. Esse é um exemplo contundente de onde se pode chegar com políticas “ardilosas” dentro do Parlamen-
to. A ideia era derrotar Bolsonaro e conter o bolsonarismo dentro do Congresso votando em um candidato de direita que não seria bolsonarista. No entanto, com o deslocamento do regime político como um todo provocado pela ascensão do bolsonarismo o próprio Maia revela sua adesão ao
governo de extrema-direita e aparece agora justamente como o principal articulador do roubo das aposentadorias. O homem que seria um obstáculo para o bolsonarismo tornou-se, com ajuda do PCdoB e do PDT, o principal organizador do roubo das aposentadorias.
Segundo Folha, maioria dos brasileiros Governador da Bahia negocia aprovação da reforma da Previdência quer perder a aposentadoria
D
R
ui Costa, governador da Bahia pelo PT, participou de articulações para aprovar a reforma da previdência. O pretexto era supostamente bem intencionado, com a ideia de que sairia disso uma reforma atenuada. No entanto, quando os estados e municípios ficaram de fora da reforma, os governadores do Nordeste, incluindo governadores do PT e Rui Costa, divulgaram uma nota contra os estados ficarem de fora da reforma. Pelos acordos que fez com a direita em torno da questão da reforma da Previdência, o governador Rui Costa chegou até a ser cobrado publicamente pela direita golpista. O presidente do DEM na Bahia, Paulo Azi, deputado federal, afirmou publicamente que Rui Costa estaria sendo, segundo ele, “omisso”, por não enquadrar os deputados do estado e fazê-los votar a favor da reforma. “Nada justifica a omissão do governador, afinal Maia acatou os sete pontos sugeridos pelos governadores do Nordeste”, afirmou Paulo Azi, lembrando uma articulação dos governadores junto ao presidente da Câmara,
Rodrigo Maia, do DEM, o “general” da reforma da Previdência na casa, nas palavras do golpista Jair Bolsonaro. Uma situação que mostra o quanto Rui Costa e outros governadores de esquerda, e do PT, estão envolvidos nas negociações da reforma da Previdência, quando deveriam estar chamando atos contra a reforma e apoiando os trabalhadores em sua luta contra essa reforma. É uma gigantesca sabotagem contra os trabalhadores governadores que eram apresentados como um contraponto democrático ao bolsonarismo estarem envolvidos nesse tipo de política. Depois das eleições, os governadores do Nordeste foram apresentados como uma contraposição democrática ao bolsonarismo favorável aos trabalhadores diante dos ataques da direita golpista. Porém, o desenvolvimento da situação demonstrou que não se pode contar com isso. Para lutar contra a direita golpista e seu governo, os trabalhadores precisam se mobilizar nas ruas, e nada sugere que possam contar com o apoio de governadores como Rui Costa.
e acordo com pesquisa do instituto Datafolha, publicada no jornal que lhe empresta parte do nome, nesta quarta-feira (10), de duas uma: ou o bombardeio da imprensa, desde o golpe contra Dilma, conseguiu fazer a cabeça de muitos brasileiros para que eles achassem bom amputarem suas próprias vidas ou 47% dos brasileiros escolhem sofrer. Tanto faz, no fim dá no mesmo e é impossível de acreditar. É incoerente. Segundo a pesquisa, a rejeição à reforma da Previdência caiu e a aceitação subiu. É muito difícil de entender como as pessoas são levadas a dizer que não querem mais se aposentar. A não ser que não tenham entendido isso. De acordo com estudo realizado nos dias 4 e 5 de julho, o apoio às mudanças nas regras da aposentadoria cresceu de 41% em abril para 47%. Os que são contra a reforma saíram de 51% em abril para 44% neste mês. Aqueles que não sabem passou de 7% para 6% e a quantidades de indiferentes passou de 2% para 3% em julho. A pesquisa ouviu 2.086 pessoas com 16 anos ou mais em 130 municípios e
possui margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos, dentro do nível de confiança de 95%. Segundo o levantamento, publicado pelo jornal Folha de S.Paulo, o resultado representa um empate técnico entre os que apoiam e os que se opõem à reforma previdenciária, uma vez que a pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Então é assim: metade dos brasileiros não está nem aí de não ter mais aposentadoria. Inacreditável. É como se metade dos brasileiros aceitasse tomar veneno ou não entendesse claramente a gravidade da questão. É evidentemente mais uma daquelas pesquisas da burguesia para falsificar a realidade e aprovar a Reforma da Previdência com sendo algo popular. Só pode ser mentira. A maioria do povo é contra inclusive o governo Bolsonaro. Essa é a realidade para quem ouviu as vaias nos recentes jogos da seleção brasileira no Mineirão e no Maracanã. Ou será que a onda de brasileiros que manda Bolsonaro tomar naquele lugar desde o carnaval também quer tomar no mesmo lugar?
6 | POLÍTICA
"REFORMA"
Oito deputados do PDT votam a favor do roubo da aposentadoria O
texto-base da propalada “reforma” da Previdência foi a votação na tarde/noite da quarta-feira, dia 10 de julho, no plenário da Câmara Federal, onde 379 deputados entregaram seu voto, marcando o maior e mais criminoso ataque ao principal direito social dos trabalhadores existente no país, a previdência pública, conquista histórica da classe trabalhadora brasileira. O projeto recebeu 71 votos a mais do que era necessário para a sua aprovação (308), com 131 deputados se posicionando contrários ao conteúdo do projeto. Indevidamente chamada de “reforma”, o que foi à votação hoje no plenário da Câmara dos Deputados nada mais é do que a destruição pura e simples da previdência pública nacional, um conjunto de direitos e conquistas – ainda que extremamente limitados – que garantia aos trabalhadores brasileiros alguma mínima e elementar segurança (seguridade social), quando da sua aposentadoria, direitos esses duramente atacados com as mudanças propostas nas regras que definirão, de agora em diante, como cada trabalhador irá se aposentar, se é que alcançará esta condição, este direito, pois muitos morrerão antes mesmo do usufruto do descanso remunerado. A esquerda parlamentar, que se limitou a fazer “oposição” nos debates ocorridos nas audiências públicas e nas co-
missões, mais uma vez ocupou a tribuna para exercer livremente o direito de espernear, discursando contra o projeto de “reforma”, pois ação política concreta, decisiva e contundente; em outras palavras, mobilização, atos e protestos para enfrentar a direita golpista dentro e fora do parlamento, em nenhum momento se dispôs a fazer, a não ser os inúteis lobbies junto aos parlamentares, abaixo-assinados, recepção de deputados em aeroportos, envio de e-mails e outras iniciativas inócuas sem qualquer efeito ou resultado. O trabalho de “sensibilização” dos nobres deputados proposto por setores da esquerda parlamentar, no entanto, parece não ter tido efeito nem mesmo entre os chamados partidos e parlamentares do chamado “campo progressista”, pois até mesmo esses se alinharam aos golpistas na infame tarefa de entregar a previdência social pública para os bancos, para os capitalistas exploradores. Na votação, computados os votos de cada bancada partidária e de cada deputado individualmente, apareceram no painel 8 (oito) votos a favor da “reforma” do “progressista” partido do ex-candidato presidencial golpista Ciro Gomes, o maior camaleão da política brasileira. Portanto, o PDT, partido que sabe-se lá porque compõe a ala tida como de “esquerda” na Câmara Federal, contribuiu com oito votos
para destruir e entregar a previdência pública aos bancos, ao sistema financeiro. Entre esses oito votos do PDT está o da deputada pelo Estado de São Paulo, Tábata Amaral, exaltada por setores da esquerda como uma das representantes da nova geração de parlamentares “progressistas” que chegou para trazer “sangue novo”, “renovar” o parlamento. Sem tergiversações e sem meias palavras, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) deve ser chamado pelo que é, pelo que foi e pelo que vem sendo, particularmente desde o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, quando o partido que se reivindica como herdeiro do trabalhismo brasileiro entregou 6 (seis) votos a favor da cassação do governo eleito pelo voto popular. À época, o PDT ostentava na Câmara uma bancada de
12 (doze) deputados, portanto, 50% dos parlamentares pedetistas contribuíram para golpear o voto popular, pois se alinharam aos golpistas da extrema-direita para depor o governo eleito legitimamente em 2014. A postura do PDT aliada à inércia e paralisia da esquerda parlamentar (Psol, PCdoB, Rede, PSB, setores do PT) é a prova viva e cabal da mais completa falência da política de lobby parlamentar, de pressão sobre os deputados, de organizar recepção em aeroportos, de envio de e-mails. Ao substituir a luta de massas, as mobilizações, os protestos e atos em favor de uma política de resultado zero para os trabalhadores, um setor da esquerda nacionbal passa a ser cúmplice de todos os maiores ataques ao povo brasileiro, seus direitos e conquistas.
ROUBO
Tabata Amaral vota roubo da Previdência “para defender as mulheres”
N
esta última terça-feira (9), Tábata Amaral estava exultante em seu Twitter. Comemorava, como um excelente resultado de “sua luta”, que mulheres impossibilitadas de contribuir por mais de 15 anos com a Previdência Social vão passar a receber apenas 60% do benefício que teriam direito atualmente, se o roubo da previdência for definitivamente aprovado. E para não deixar dúvidas sobre a sua alegria golpista descarada o corte de 40% sobre o já miserável benefício da aposentadoria do INSS, foi creditado pela deputada do PDT, como uma “vitória da bancada feminina”. Esta menção à bancada das mulheres não é casual. Tábata Amaral coloca em prática uma estratégia cada vez mais evidente do imperialismo: justificar medidas de endurecimento da opressão que atinjam com força determinados grupos oprimidos, usando para isto pessoas que possuam justamente a imagem destes mesmo grupos. Fernando Holiday, por exemplo, tem sido muito útil para a burguesia ao fazer o papel de negro que defende abertamente a opressão aos negros. Tábata, da mesma forma, usa de sua imagem, como mulher, para defender uma reforma que certamente levará milhões de mulheres a um estado da
mais massacrante miséria e completa degradação social. Em suas bem calculadas mensagens e discursos, Tábata sempre tenta se expressar a partir do ponto de vista das mulheres, como se estivesse ao lado delas e realmente fosse “mais uma” nesta luta. Trata-se de um velho golpe da burguesia: produzir uma verdadeira escória de traidores do povo, comprando a consciência de gente que não tem qualquer escrúpulo em entregar de bandeja, aos exploradores, a cabeça de milhões de pessoas que dizem proteger. Mussolini foi talvez o exemplo maior desses oportunistas comprados pela burguesia. Ainda que tenha sido, em algum momento, um militante do socialismo, após passar pelas “generosas” mãos da burguesia, levou avante o fascismo que destruiu o movimento operário italiano, o mesmo movimento que ele, Mussolini, dizia ser seu grande defensor. Não é por acaso que a assim chamada “bancada feminina”, tão exaltada pela traidora Tábata, é composta por gente como a fascista Joice Hasselmann, além de diversas outras deputadas do PSL, PP, PSDB, PL, que seguem a mesma linha de serviçais dos piores interesses contra o povo. É uma bancada que conta com a coordenação geral da deputada do
DEM de Tocantins, Dorinha Seabra, que carrega na sua história parlamentar o voto pela aprovação da reforma trabalhista. Dorinha, inclusive, mostrou com toda clareza para quem este tipo de traidoras servem, ao votar a favor do impeachment da única mulher Presidenta da República, Dilma Rousseff. Também não é por acaso que, além de Tábata, quem comemorou muito a ajuda da bancada feminina foi justamente o “garoto-propaganda” do roubo da Previdência, Rodrigo Maia. Ele inclusive deixou claro que a ajuda desta bancada foi fundamental para os golpistas conquistarem mais votos para a reforma. Tábata é a face mais visível do golpe que muitos estão tentando aplicar nos brasileiros, criando toda uma discussão de mentira, um verdadeiro teatro, em que a “humanização” da reforma da previdência seria o resultado de uma luta imaginária das mulheres. Não existe nenhuma “humanização” para o assalto, para o roubo, para a patifaria que está sendo feita com o povo brasileiro, tirando milhões dos mais pobres, dos mais velhos, dos doentes, justamente as pessoas mais oprimidas, e, principalmente, das mulheres, que são as que sofrem mais violentamente os efeitos da sociedade
de exploração em que vivemos, para entregar tudo nas mãos poderosas e milionárias de meia-dúzia de bancos e empresas imperialistas. A única opção que possa ter algum caráter humanitário nesta situação é derrubar esta reforma, por completo. Mas a luta dos oprimidos contra os seus opressores sempre se viu diante de traidores como Tábata, Holiday e Mussolini, que muitas vezes na história tentaram convencer o povo que é melhor ter menos direitos, viver na miséria e ser cada vez mais explorado. A burguesia simplesmente não pode dizer a verdade crua e nua porque a exploração brutal é a única maneira que ela possui para se manter como classe social, ainda mais frente a profunda e irreversível decadência do sistema capitalista. Enganar o povo, dando um sabor mais palatável a medidas que apenas trarão ainda mais riqueza aos bolsos de banqueiros e grandes empresários imperialistas, a custa de levar a fome e a miséria a milhões, esta é a “luta” a que Tábata, na verdade, se refere. Não é a luta das mulheres oprimidas. É luta da burguesia, que depende da traição sem vergonha de gente que aceite enganar aos seus iguais. E que pessoas sem caráter, como Tábata Amaral, anseiam por se engajar.
POLÍTICA | 7
SÃO PAULO
Ato contra Bolsonaro e a destruição da aposentadoria N
essa quarta-feira, dia 10, aconteceu o ato contra a reforma da Previdência em São Paulo, na Avenida Paulista. Convocado pela Frente Brasil Popular e pela CUT, a manifestação serviu como preparação para o ato nacional em Brasília neste dia 12, sexta-feira. Cerca de 3 mil pessoas estiveram presentes em frente ao MASP para denunciar o assalto às aposentadorias que estava sendo votado naquele momento na Câmara dos Deputados. O texto central da reforma foi aprovado no final do dia por 379 votos contra 131. O ato começou no MASP e depois saiu em passeata até a frente da FIESP, onde foi encerrado. Além das palavras de ordem contra a reforma da Previdência, o que sew ouvia e se via nos cartazes e faixas dos manifestantes era “fora Bolsonaro” e “liberdade para Lula”. Veja algumas fotos do ato em São Paulo e a intervenção do companheiro Edson Dorta da direção nacional do PCO.
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8 | ECONOMIA
APOIADOR DO GOLPE
O Cafezinho e seus malabarismos para defender a adaptação ao golpe
J
á ficaram batidos demais os argumentos de Miguel do Rosário para tentar justificar a política de adaptação ao golpe e a Bolsonaro, representando a postura da “Frente Ampla” encabeçada por PDT, PCdoB, PSB e a ala direita do PT. No entanto, a cada dia ele inova na forma. Desta vez, em matéria do último dia 8, O Cafezinho apresenta dados da última pesquisa Datafolha sobre a prisão de Lula que comprovariam a impopularidade do ex-presidente e, assim ajudariam “a entender a eleição de Bolsonaro”. No artigo, Rosário compara os dados da pesquisa realizada logo após a prisão ilegal de Lula, em abril de 2018, com os da última pesquisa, divulgada nesse final de semana. De acordo com as cifras mais recentes, na maioria das classes sociais a maior parte dos consultados acha justa a prisão do líder petista. É uma pesquisa abertamente fraudulenta, para tentar apresentar o clamor popular cada vez maior pela liberdade de Lula como algo que não existe. Na verdade, as ruas desmascaram completamente essa pesquisa. Em todos os atos populares as palavras “Lula Livre” ou “Liberdade para Lula” são das mais gritadas, os adesi-
vos com esses dizeres são distribuídos como água e no País inteiro e mesmo fora existe uma ampla campanha para libertar Lula. Mas Miguel do Rosário apresenta a pesquisa justamente para tentar convencer a esquerda de que o povo não estaria nessa onda. “Esses números confirmam o erro da candidatura Lula em 2008. Um cidadão condenado e preso, com 54% da população apoiando sua prisão, não é, obviamente, um bom candidato à presidência da república”, escreve. Ou seja, continua em sua defesa de que o PT deveria ter apoiado Ciro Gomes nas eleições, ou ao menos, desde o início, apostado na candidatura da ala direita. “Foi, portanto, uma decisão irresponsável. Se o PT não admitia entregar a cabeça de chapa para outro partido, então que escolhesse, desde o início, um candidato da própria legenda, e fizesse um trabalho inteligente para reduzir a rejeição.” Mas o serviço de porta-voz de Ciro Gomes e da ala direita da esquerda não se resume às eleições de 2018. É a política desse setor impedir a luta nas ruas para soltar o ex-presidente, assim como para derrubar Bolsonaro. Porque isso polariza a situação política.
“Os números do Datafolha mostram ainda”, continua o artigo, “que não é inteligente, à esquerda e à oposição, centralizar sua narrativa na campanha pela liberdade de Lula”. O Cafezinho faz, assim, uma contracampanha, pela manutenção de Lula na prisão. Para tentar disfarçar minimamente sua postura, Rosário diz que é a favor da liberdade de Lula. Mas que essa reivindicação deveria ser feita através do “desenvolvimento de livros, revistas, e ensaios jurídicos sólidos”. Esse é o mesmo articulista que disse, recentemente, que a esquerda deveria substituir os atos de massa por “workshops profissionalizantes, cadastros para participação em ações políticas obje-
tivas [quais?] e, sobretudo, debates abertos (…) sobre a questão do comércio ambulante, do uso do lixo, nutrição, economia doméstica, segurança pública e, sobretudo, emprego”. É muito pedantismo por parte de Miguel do Rosário, batendo sempre na mesma tecla da suposta impopularidade das principais palavras de ordem levantadas pelos trabalhadores e a esquerda que luta contra o golpe. Para isso, sempre se utilizando de pesquisas fraudulentas dos golpistas. O Cafezinho não quer luta, quer adaptação ao golpe, e isso é demonstrado em seus artigos e entrevistas, servindo de porta-voz aos defensores da conciliação com a direita.
REFORMA DA PREVIDÊNCIA
CONGRESSO DA UNE
PSOL apresenta destaque para “dourar a pílula” F
MRT, contra o imperialismo, com uma tese do imperialismo O
oi votada no Congresso Nacional a reforma da Previdência, ou como é realmente, a destruição da Previdência. A direita está conseguindo colocar em marcha a destruição da Previdência social, uma das maiores conquistas dos trabalhadores, praticamente sem nenhuma resistência em Brasília. Apesar do ataque a esquerda parlamentar, principalmente do PSol, não atua no que realmente vai fazer a diferença diante da fraude das eleições, que é mobilizar os trabalhadores e insiste no parlamento. O Psol está atuando que já existe uma derrota e tenta apresentar uma reforma da previdência menos agressiva. Nem tinham iniciado a votação e o Psol já apresentava destaques para que a reforma da previdência seja mais palatável pelos trabalhadores. O PSol pretende assegurar o abono salarial para trabalhadores que recebam até dois salários mínimos e está apresentando como uma conquista a redução da idade e tempo de contribuição das mulheres. Apesar dessas supostas “conquistas” o fundamental da reforma da previdência social continua o mesmo e as consequências não mudam para os trabalhadores. Em vez de denunciar a reforma, de que é um roubo contra os trabalhado-
res e rejeitá-la de todas as formas, o Partido Socialismo e Liberdade, faz o jogo da direita e transforma a destruição da previdência em um mal menor, onde só há mudanças secundárias e que não impedem a reforma. Não tentam minimamente mobilizar os trabalhadores e a população, mas fizeram cartazes e tiraram fotos com expressão triste que apenas servem para fazer propaganda eleitoral no próximo período. Estão fazendo o jogo da direita e apresentando uma política de rapina e extremamente destrutiva como algo em reforma suave e de pouco impacto para os trabalhadores. Apenas atuam em medidas institucionais, dominadas pelos bolsonaristas, para derrotar a reforma da previdência, representando uma ala esquerda dos que querem roubar a aposentadoria da população.
Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT) apresentou uma tese para o 57° congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) na qual expõe suas posições sobre a luta da juventude. Logo, já fica evidente a confusão política apresentada em todo o documento, que fica explícita quando falam da Venezuela. “Lutamos contra a ofensiva imperialista na Venezuela, sem apoiar o autoritarismo de Maduro“. Como seria possível lutar contra a ofensiva imperialista na Venezuela caindo na própria propaganda imperialista? Mais uma vez, é velha demagogia da esquerda pequeno-burguesa, aqui não se faz de fato uma defesa de Maduro contra a dominação das grandes potências capitalistas, mas sim uma apresentação de uma posição confusa. Não querem defender o presidente da Venezuela que está sendo covardemente atacado e caluniado, mas também não querem ter sua imagem vinculada à uma investida imperialista contra um país sul americano. Esse “tese” do “autoritarismo de Maduro”, porém, não é nova. Ela vem do próprio imperialismo, repetida sistematicamente pela imprensa golpista no Brasil. A Folha de São Paulo, um dos membros da tríade golpista, junto com O Globo e o Estadão, repete fe-
rozmente que “Maduro é um ditador” e coisas do tipo. Portanto, o MRT procura apresentar uma tese, segundo a própria organização, “anti-imperialista” com uma tese do imperialismo. Repetir que Maduro é ditador, ou que Lula seja corrupto, ou o PT indefensável, não pode vir acompanhado de uma “defesa”. É uma posição confusa que não atinge o real propósito de defender essas vítimas do imperialismo, só servem para limpar a barra perante os elementos mais confusos que entendem que há uma campanha contra Maduro e o PT, mas no final de contas estão de fato é corroborando com esta tese do imperialismo. Os Estados Unidos atacam a Venezuela sob o pretexto de que Maduro é um ditador, derrubou o PT alegando que o partido era corrupto (ou era igual aos demais partidos da burguesia). Se quisermos de fato defendê-los, precisamos fazê-lo de fato, sem acompanhamento de poréns que reverberam com a campanha golpista.
JUVENTUDE E PCO | 9
44ª UNIVERSIDADE DE FÉRIAS
Mudança das datas da Universidade de Férias A
44ª Universidade de Férias do Partido da Causa Operária (PCO) e da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), que iria ser iniciada no dia 15 de julho, teve sua data alterada. Agora, o tradicional curso de formação marxista irá começar no dia 17 de julho. O último dia do curso será o mesmo que fora divulgado antes: 22 de julho. A Universidade de Férias vem sendo realizada ininterruptamente há mais de vinte anos. Consolidada como uma atividade fundamental para a formação política da esquerda nacional, a Universidade de Férias já discutiu vários temas relevantes para a luta política dos trabalhadores. A 44ª edição da Universidade de Férias irá discutir o Programa de Transição da IV Internacional, elaborado pe-
lo revolucionário Leon Trótski. O curso será dado por membros da Direção Nacional do PCO: Antonio Carlos Silva, Rafael Dantas, Henrique Áreas, João
Silva, Larissa Machado, Renato Farac e outros. Além de ser um curso de formação marxista, que se propõe a orientar, de
maneira científica, o movimento operário internacional, a Universidade de Férias é uma oportunidade para que os trabalhadores participem de uma série de outras atividades. Palestras, debates, sessões de cinema e passeios farão parte da programação da Universidade de Férias. Durante o curso, os militantes poderão também desfrutar diversos pratos que integram um cardápio de gastronomia internacional, que serão preparados pelos próprios participantes do curso, de maneira coletiva. O curso é aberto a todos os companheiros interessados em lutar contra a direita golpista e se aprofundar na teoria marxista. Acompanhe neste Diário as informações sobre o curso, entre em contato conosco e não fique de fora dessa experiência imperdível!
JUVENTUDE
AJR
Começa o 57º Congresso da UNE
Junte-se à AJR no Congresso da UNE
O
ntem, dia 10, se iniciou o 57° Congresso da Une, que vai até domingo, quando será escolhida a nova direção da entidade. Os militantes da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) estão presentes e chamam a todos os estudantes presentes no CONUNE a visitarem a banquinha de produtos do PCO, a participar das atividades da AJR, carregar bandeiras, distribuir materiais, panfletar, etc. Esse ano os militantes da AJR levam o Fora Bolsonaro para o CONUNE, a fim de chamar a atenção dos estudantes para o gravíssimo problema que o
C
omeçou ontem (10), a 57ª edição do Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune). O evento, que deve reunir milhares de estudantes ao longo da semana em Brasília (DF), terá duração até o domingo seguinte (14). Segundo a organização do Conune, mais de 90% das universidades brasileiras estarão representadas por meio de seus delegados. Dentro da programação do Conune, estão incluídos debates, grupos de trabalho, atos políticos e atividades culturais. Além disso, será eleita a nova diretoria da UNE, cujo mandato tem duração de dois anos. No primeiro dia de Conune, houve apenas a realização do credenciamento e da abertura oficial do evento. Com início às 19h, a abertura contou com a
exibição do filme Praia do Flamengo, 132 e com uma discussão com Carina Vitral (ex-presidenta da UNE), Moara Correa Saboia (Vice-Presidenta da UNE), Jessy Dayane Silva Santos (Secretária Geral da UNE), Vandré Fernandes (Diretor do filme), Aldo Arantes (Advogado e Ex-Presidente da UNE), Macaé Maria Evaristo dos Santos (Secretária de Educação de Minas Gerais) e Paulo Lamac (Vice-Prefeito de Belo Horizonte). Os militantes da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) participarão do evento até o último dia. Diante da crise do regime político, os militantes da AJR estão defendendo uma proposta de luta real, que organize os estudantes na luta contra o governo Bolsonaro e leve adiante a luta pela liberdade de Lula.
Brasil está enfrentando com o governo Bolsonaro e todos os outros golpistas, que possuem um caráter completamente contra a educação. A ideia é construir uma luta contra o governo golpista e pela liberdade de Lula, que sempre foi o verdadeiro vencedor das eleições. A esquerda pequeno-burguesa tem medo de levantar o Fora Bolsonaro, mas os estudantes não devem se deixar levar por essa política sem sentido. Junte-se à AJR no Congresso na UNE, por uma política combativa e revolucionária, pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas.
10 | INTERNACIONAL
IMPERIALISMO
Inglaterra e França enviarão tropas à Síria, violando sua soberania D e acordo com a revista imperialista Foreign Policy, citando fontes próximas ao governo dos EUA, este país imperialista fez um acordo com outros dois países imperialistas – França e Inglaterra – para enviarem tropas à Síria. As forças francesas e britânicas substituiriam parte das tropas norte-americanas em território ocupado pelo imperialismo na Síria. Segundo a fonte, o aumento da presença de tropas desses países imperialistas no país árabe seria entre 10% e 15%, em um prazo de tempo inestimado. França e Inglaterra são os únicos países imperialistas que apoiam militarmente os EUA na Síria, de maneira direta. Foram elas que, em abril do ano passado, ajudaram no ataque aérea norte-americano contra Damasco, consistindo na maior prova da
agressão imperialista contra a nação governada por Bashar al-Assad, após acusarem, sem provas, seu governo de ter utilizado armas químicas contra civis – curiosamente, o ataque ocorreu um dia antes da visita de especialistas para averiguarem se havia realmente ocorrido tal ataque. Também, nos últimos anos têm sido reveladas diversas provas da atuação desses países na intervenção e desestabilização do regime sírio, como armas e mísseis. No final de 2018, Donald Trump anunciou a retirada de 2 mil tropas dos EUA da Síria. No entanto, isso ainda não foi efetivado, devido às pressões imperialistas para manter a agressão ao país. Os EUA invadiram e ocupam até hoje a região de Afrin, próxima à fronteira com a Turquia. Lá, mantêm bases mi-
CINISMO
litares ilegais e dão treinamento para grupos armados opositores a Assad, de maneira a violar completamente a soberania do território sírio. Damasco denuncia sistematicamente na ONU essa violação, sem nenhum resultado.
É preciso denunciar a presença ilegal do imperialismo na Síria e em todo o Oriente Médio, sob o propósito de roubar as riquezas dessa região. Fora o imperialismo do Oriente Médio!
TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, 14H00
Trump ampliará ataque econômico ao Irã
TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30
A
s tensões entre os Estados Unidos e o Irã estão aumentando exponencialmente. Nesta quarta-feira (10), o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou em sua conta oficial no Twitter que brevemente as sanções contra o país persa serão elevadas “substancialmente”. A justificativa de Trump é cínica. O presidente dos EUA afirma que o “Irã tem enriquecido [urânio] secretamente durante muito tempo”. E ainda aproveitou para atacar o ex-presidente Barack Obama pelo acordo nuclear que, segundo ele, teria custado R$ 150 bilhões. O cinismo de Trump é explícito, uma vez que os EUA têm produtos nucleares em maior quantidade que qualquer outro país. O país é único a ter usado bombas atômicas contra população humana, durante a Segunda Guerra mundial, nas cidades japonesas, Hiroshima e Nagazaki. O Irã saiu do acordo após o presidente norte-americano ter afirmado no final do ano passado que não iria mais participar, em uma clara ameaça aos iranianos. O país do Oriente Médio, então, decidiu nos meados de junho deste ano que não iriam mais respeitar o acordo, já que nem os EUA se comprometiam com ele.
O acordo em si já era ruim para o país árabe, de forma que a independência do país de produzir a quantidade de urânio enriquecido que quisessem estava submetida à política da conciliação do governo com o imperialismo internacional Porém, sendo um país soberano, o Irã tem o direito de enriquecer urânio para usinas nucleares e, inclusive, para armas nucleares, de acordo com sua própria vontade, sem ter de sofrer provocações do imperialismo constantemente. Inclusive, diante da ameaça constante que os iranianos têm sofrido das principais potências do mundo, deveriam produzir suas armas nucleares para se defender. Agora, Trump afirma que irá aumentar as sanções econômicas contra o país, de forma a isolá-lo e enfraquecer sua economia. Trata-se da continuação de uma política de agressões do imperialismo contra os árabes. O presidente norte-americano chegou perto de bombardear o Irã no final do mês passado. As ameaças continuam. Por isso, é preciso exigir a saída do imperialismo do Irã e de todo o Oriente Médio. Defender a soberania dos povos árabes contra as invasões e agressões das grandes potências internacionais.
MOVIMENTO OPERÁRIO E CIDADES| 11
BB
Sem sistema de segurança agência do Banco do Brasil fecha as portas A
direção golpista do Banco do Brasil, que já fechou centenas de agências no Brasil inteiro, trata os trabalhadores e seus clientes apenas como uma peça no seu tabuleiro para aumentar os seus fabulosos lucros e satisfazer o apetite de meia dúzia de parasitas capitalistas. Há, por parte do governo ilegítimo de Bolsonaro a intensão clara em privatizar todas as empresas estatais, e entregar, a preço de banana, o patrimônio do povo brasileiro para os capitalistas e banqueiros nacionais e internacionais, principalmente para o capital norte-americano, conforme já ficou, mais que evidente, o capachismo de Bolsonaro e sua trupe, lambe botas de Donald Trump. No Banco do Brasil tal política é mais do que clara: o seu presidente, Rubem Novaes, já declarou diversas vezes que o “BB privatizado seria mais eficiente”, e, para isso, é necessário sucatear a
empresa, fechar agências e departamentos, diminuir o quadro de funcionários, eliminar o passivo trabalhista, ou seja, deixar a empresa enxutinha e entregar de mão beijada para os banqueiros privados. Um dos métodos utilizados, siste-
maticamente, pela direção do banco para diminuir o número de agências, tem sido as justificativas de assaltos com explosões, incêndios, enchentes, etc. A mais recente justificativa acontece na agência em Santo André (SP), na rua Carijós, em que o banco deixou de
contratar o serviço de segurança, obrigando dessa forma a agência fechar as suas portas (conforme Lei federal: sem a presença de vigilantes, os bancos ficam impedidos de funcionar). A direção do Sindicato dos Bancários da região já, por diversas vezes, cobrou providência para que o problema seja resolvido imediatamente, já que o fechamento da agência vem prejudicando clientes e bancários, e a direção do banco não esboça nenhum tipo de iniciativa para resolver o problema. A instituição Banco do Brasil e seus funcionários vêm sofrendo ataques sistemáticos por parte do governo golpista visando abrir caminho para a privatização da empresa. É necessário organizar imediatamente uma forte mobilização dos bancários dos bancos públicos, com os demais bancários, com vistas de barrar a ofensiva reacionária dos banqueiros de ataques aos trabalhadores, ofensiva essa, fruto de um golpe de Estado que tem como fundamento aumentar a exploração da classe trabalhadora para satisfazer o apetite de meia dúzia de capitalistas e banqueiros parasitas da sociedade.
BRASIL DO GOLPE
COPACABANA
Operário morre em obras do aeroporto de Fortaleza
Reconhecimento facial falha e mulher é detida por engano
U
m operário morreu na noite desta terça-feira (09) enquanto trabalhava nas obras do aeroporto de Fortaleza (CE). A empresa que administra o aeroporto, a Fraport Brasil, que é uma subsidiária da Fraport AG Frank-
furt Airport Services Worldwid, uma das maiores empresas do mercado de aeroportos, não quis informar quais foram os motivos da morte do operário. No Brasil do golpe, isso tende a ser mais constante.
N
a última terça-feira, 9, uma mulher foi detida por engano por conta de um reconhecimento facial feito por uma das câmeras de segurança localizada na praia de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro. A mulher chegou a ser levada para o 12° DP, mas foi liberada logo em seguida, quando o engano foi constatado. Ela foi confundida pelo sistema com uma outra mulher, foragida pela justiça, acusada de assassinato. Segundo a delegada Valéria Aragão, do mesmo 12° Distrito Policial, não foi a primeira vez que uma pessoa chegou a ser detida por engano, por uma “falha” nos sistema de câmeras localizado em vários pontos do Rio de Janeiro. No carnaval deste ano, outras pessoas chegaram a serem presas pela polícia por conta de avaliações erradas feitas pelo sistema.
Estes casos servem para demonstrar o verdadeiro caráter destes supostos sistemas de segurança. Servem apenas para aumentar a vigilância estatal contra a população, passando por cima de qualquer liberdade individual. No final das contas a população mais pobre acaba se tornando alvo do estado, da polícia. É preciso exigir o fim de todo o aparato repressivo contra o povo. O que só pode ser feito por meio da mobilização popular contra o regime golpista e ditatorial de conjunto.
12 | ECONOMIA E MORADIA E TERRA
CONTRA O REGIME GOLPISTA
Delegado da Polícia Federal é indicado para presidir a Funai O
governo golpista de Jair Bolsonaro irá nomear um delegado da Polícia Federal para o cargo de presidente da Fundação Nacional do Índio, a FUNAI. Marcelo Augusto Xavier é o nome mais cotado para substituir o general Franklin Ribeiro de Freitas, exonerado após sofrer pressão da bancada ruralista. Marcelo Augusto Xavier é um nome que agrada os ruralistas, em especial o fazendeiro, assassino de sem-terras e atual secretário de assuntos fundiários do Ministério da Agricultura, Luiz Antônio Nabhan Garcia. Augusto Xavier chegou a chefiar uma operação da Polícia Federal contra indígenas e lideranças da luta pela terra em 2017, tendo como base a investigação de su-
postas irregularidades envolvendo a demarcação de terras. No relatório produzido pelo delegado não constava nenhum nome de fazendeiro ou jagunço responsável pelas mortes de indígenas nas comunidades. Ou seja, o próximo presidente da FUNAI é um aliado dos grandes fazendeiros e ruralistas e atuará para impor, ainda mais, uma verdadeira ditadura contra os índios, quilombolas e demais setores do campo. O avanço do golpe de Estado visa impor uma ditadura aberta contra todo o povo brasileiro. É preciso que as organizações de esquerda mobilizem o povo pela derrubada do regime golpista de conjunto.
PA
PESQUISA
Latifundiário bolsonarista anti-indígena é preso com 583kg de cocaína
Bolsonaro corta questões do IBGE pra ocultar resultado de sua política
O
N
este domingo (07), o prefeito da cidade de Itaituba (PA), Valmir Clímaco de Aguiar (MDB), foi preso, em sua fazenda, com 583 kg de cocaína, 200 gramas de skank, dois fuzis AR 15 calibre 556, uma pistola calibre 9 mm, carregadores e munições, mira holográfica e luneta de precisão para uso em fuzil, rádios de comunicação e um telefone. Valmir é um latifundiário bolsonarista que disse, há alguns meses, que “se os funcionários da FUNAI chegassem à sua fazenda para cadastramento e notificação dos moradores da área, seriam recebidos ‘à bala'”. Vale ressaltar que as terras do prefeito foram recentemente reivindicadas pelos indígenas da etnia munducuru. Os latifundiários bolsonaristas estão ligados a todos os tipos de crimes, inclusive o tráfico de drogas. Eles lu-
tam de maneira encarniçada contra a demarcação das terras indígenas e quilombolas em todo o país, com especial atuação no Mato Grosso do Sul, Estado onde há maior número de povos indígenas. Em sua maioria, as terras dos latifundiários são produtos da grilagem, procedimento de fraude documental que serve para comprovar a posse da terra. A prisão de Valmir Clímaco é um ponto fora da curva. De forma geral, os latifundiários têm estreitas ligações com o Poder Judiciário, a Polícia Federal e com o Departamento de Operações de Fronteira (DOF), que protegem seus interesses e reprimem os povos indígenas. É bastante comum o suborno de juízes, políticos, policiais federais e outras autoridades para defender os interesses dos latifundiários.
corte de 25% que o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro impôs ao orçamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) resultará em economia de perguntas no Censo de 2020: o instituto reduziu o número total de questões de 112 para 76. O Censo 2020 deve custar em torno de R$ 2,3 bilhões. O valor previsto inicialmente era de R$ 3,1 bilhões. O levantamento é feito a cada dez anos e tem abrangência nacional. Os pesquisadores do IBGE visitam os domicílios pelo país para obter dados sobre as características dos moradores, nível de estudo, trabalho, entre outras informações. Entre as principais mudanças apresentadas para o Censo 2020 está a alteração no quesito ‘trabalho e rendimento’. Segundo o IBGE, os brasileiros terão que responder qual é a renda total do responsável pelo domicílio, tal como no censo 2000. No último censo, em 2010, os pesquisadores perguntavam sobre a renda de todos os moradores de cada residência. A alteração no questionário vai esconder os impactos das políticas neoliberais implantadas no país com o golpe, como a reforma trabalhista, que foi aprovada com o apoio do então deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), responsável por redução de empregos no Brasil. Reduzir drasticamente o número de perguntas pode não apenas não trazer a economia de dinheiro desejada, como também ge-
rar apagões de dados demográficos importantes em algumas partes do país – justamente as mais vulneráveis e pobres. Embora outras pesquisas do próprio IBGE consigam obter dados confiáveis a partir de universos menores (as chamadas amostras de população), atualmente é só o Censo que consegue informações minuciosas de todos os municípios brasileiros. O Censo é a única pesquisa a visitar as casas de todos os brasileiros – são mais de 60 milhões de residências, espalhadas por 5.570 municípios e 8,5 milhões de quilômetros quadrados. Houve 11 Censos no Brasil desde 1872, e o mais recente foi em 2010, o que significa que alguns dados brasileiros estão desatualizados. O Censo traz não apenas o tamanho da população brasileira, mas informações sobre frequência à escola e à universidade (e quais disciplinas estão sendo cursadas), saneamento, sustento da família, raça, mortalidade, tipo de moradia, coleta de lixo e fornecimento de energia elétrica, entre outros dados. Bolsonaro ataca os órgãos e instituições que afetam seus interesses particulares. O chefe do Executivo tem como meta esconder o fracasso do seu governo, sobretudo, na geração de empregos e melhoria da vida dos brasileiros. O governo da direita golpista será um desastre. O grande plano de Bolsonaro é esconder as consequências disso.
CULTURA E ESPORTES | 13
CENSURA
Festival contra Bolsonaro é censurado e ameaçado em Belém N
o sábado (6), o festival de rock paraense Facada Fest foi censurado. A Polícia Militar impediu a realização do evento seguindo ordens do deputado federal bolsonarista delegado Éder Mauro (PSD/PA). Organizado por integrantes de várias bandas de Belém, no Pará, o Facada Fest foi criado com o intuito de reunir bandas antifascistas de rock autoral do Pará. De acordo com os organizadores, o objetivo é “alavancar a cena da cidade convocando bandas antifascistas a misturar o rock às suas raízes de criticidade política e social, contra as ideias conservadoras, de exclusão e alienação criadas pela esfera elitista do país. Sobretudo agora, nós enquanto parte da população lançamos nossa voz de resistência e anarquia contra o governo de um acéfalo sem capacidade cognitiva que dirige o país”, enfatizam. A censura ao evento gerou um protesto organizado pelos participantes do festival e por estudantes. Reunidos em torno do Palácio Antonio Lemos e indignados com a censura imposta ao evento sem nenhuma justificativa, as pessoas fecharam as ruas, acenderam fogueiras e barricadas e gritaram “Bolsonaro cheira pó!”, “Censura não nos cala” e “Abaixo a ditadura!”.
Meses antes da realização do festival, os organizadores receberam várias ameaças. No dia 17 de junho, por exemplo, o deputado federal delegado Éder Mauro(PSD/PA) publicou em suas redes sociais: “A turma da lacrosfera teen rock in roll, resolveu fazer um evento em Belém chamado Facada Fest, em ‘homenagem’ ao atentado sofrido pelo presidente Bolsonaro. O evento já está marcado no calendário da polícia. Será imperdível” #ForçaeHonra”. Dito e feito. Também nas redes sociais, o vereador e filho de Jair, Carlos Bolsonaro (PSC/RJ) publicou uma foto do cartaz do evento com a frase: “Tá valendo tudo nesse país da putaria da esquerda. Está na hora de agir antes que seja tarde, porque eles já mostraram ao que vieram e não têm mais vergonha alguma de esconder isso!”. Os organizadores do evento informaram em suas redes sociais que na quarta-feira (10), Uálame Machado, secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Pará, recebeu uma comitiva formada pelos organizadores do festival. De acordo com a nota, na reunião foram discutidas a realização dos próximos eventos do Fórum do Rock Paranaense e a proibição do
III Facada Fest. Os organizadores afirmam que, de acordo com Machado, “não haverá nenhum tipo de censura ou proibição em relação ao evento, que, assim como outros eventos do Fórum, irá ocorrer normalmente no Mercado de São Brás”. Perseguido por motivos políticos, o Facada Fest foi censurado no último sábado (6). Porém, em breve, os organizadores divulgarão um novo local e data para a realização do evento.
Uma das marcas do Brasil do golpe, representado pelo governo de Jair Bolsonaro, é cercear a liberdade de expressão, censurar e ameaçar as pessoas que não compactuam com as suas ideias. É necessário combater estas atitudes fascistas. De acordo com Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, “a esquerda não pode recuar dos espaços públicos, é necessário a unidade para enfrentar o fascismo”.
EXPOSIÇÃO
Último mês para ver Tarsila do Amaral em São Paulo A
exposição da obra de Tarsila do Amaral, no MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), chega ao seu último mês, com data de término prevista para o dia 28. Tarsila possui um vasto acervo de obras importantíssimas da pintura nacional, sendo um dos maiores patrimônios culturais do Brasil. Conhecida por uma de suas mais famosas obras, Abaporu, Tarsila foi uma das expoentes na introdução do Movimento Antropofágico no modernismo brasileiro.
Esse Movimento visava enxugar as influências das artes europeias nas artes produzidas aqui, acabar um pouco com o excesso de cultura europeia na cultura nacional. A ideia era dar um maior valor para a cultura brasileira, para a vida cotidiana, social e política daqui para produzir arte. Tarsila viajou por diversos países e aqui no Brasil se envolveu com o Partido Comunista, o que a levou à prisão por um mês. Essa realidade cruenta que a política apresentou à Tarsila e essa proximidade com a classe trabalhadora fez com
ESPORTES
que ela produzisse obras inspiradas na vida dos trabalhadores, uma das mais famosas é a obra “Operários”. Na atual fase que o Brasil vivencia, de golpe e entreguismo, é de grande importância valorizar a cultura brasileira, patrimônio do povo. A exposição no MASP também conta com obras da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, responsável pelo segundo projeto do Teatro Oficina Uzyna Uzona, que dura até hoje, com muita luta da classe artística. A exposição no MASP fica até o dia 28 desse mês, não percam!
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Neymar é pego cometendo o crime de jogar futvôlei D e saída do Paris Saint-Germain, o craque brasileiro Neymar, está agora nas páginas dos jornais burgueses por estar jogando futvôlei ao invés de se apresentar ao clube francês. O PSG afirmou que irá tomar as medidas legais contra o jogador, que deveria ter se apresentado no último dia 8. Até aí, pareceria um dos muitos casos de jogadores na história do futebol que acabam agindo de maneira propositalmente indisciplinada, mas a imprensa golpista aproveitou para
aumentar a carga contra o jogador brasileiro. Um site de fofoca, TV Foco deu a notícia com a seguinte malícia: “Neymar, acusado de estupro, surge debochando de time e pode sofrer nova ação judicial”. Ou seja, segundo o site, Neymar seria estuprador, indisciplinado e debochado. É a própria encarnação do mal. A notícia é sem importância para os interesses do futebol brasileiro. Afinal, para os brasileiros, se Neymar decidisse continuar jogando futvôlei e aceitasse voltar a jogar no Brasil
seria uma conquista para o futebol nacional. Mas não se trata de nada disso. Nem mesmo de um caso de indisciplina. O jogador está “cavando” seu retorno ao Barcelona, já está público que nem o PSG quer Neymar nem Neymar quer o PSG. Tudo isso graças à campanha intensa promovida pela imprensa imperialista contra o futebol brasileiro, tendo como alvo o craque da Seleção. E aí, mais uma vez, a imprensa aproveita a brecha para apontar mais um terrível crime de Neymar: jogar futvôlei.
14 | NEGROS E MULHERES
MG
Apresentador de afiliada do SBT faz piada racista em MG O
apresentador Stanley Gusman, do programa de sensacionalismo policial “Alterosa Alerta”, da TV Alterosa, emissora afiliada ao SBT em Minas Gerais, fez uma piada racista ao vivo nesta terça-feira (09). No programa, Stanley criticou o presidente do IBOPE, e disse que se ele fosse “do bem” se chamaria “Montebranco” ao invés de “Montenegro”. As palavras do apresentador expressam a posição da direita, que é racista. O próprio canal de televisão SBT é apoiador do governo do fascista Jair Bolsonaro (PSL), conhecido por declarações públicas que comparam
negros e indígenas com animais e de total desrespeito às mulheres. Bolsonaro é um apoiador da Polícia Militar, responsável por massacres cotidianos e todos os tipos de arbitrariedades contra os negros no país. O movimento negro não pode acreditar que o racismo será combatido por meio de processos no judiciário, dominado pela extrema-direita. Somente a organização política e a mobilização nas ruas do povo negro, em parceria com todos os setores explorados e oprimidos pelo capitalismo, pode pôr um fim a todo tipo de racismo.
CULPA DA DIREITA
97% das mulheres já sofreram assédio em ônibus O
assédio no transporte público nunca foi novidade, diariamente as mulheres sofrem com a falta de infraestrutura e investimento por parte dos governos burgueses nos transportes públicos e que as obrigam a andarem espremidas no trajeto de ida e volta do trabalho. O Instituto Locomotiva, juntamente com o Instituto Patrícia Galvão, disponibilizaram uma pesquisa que mostra que 97% das mulheres já sofreram algum tipo de assédio no transporte público. Esse dado é alarmante, tendo em vista que é quase a totalidade de mulheres que participaram da pesquisa, que foi feita em todas as regiões do Brasil. O brasileiro gasta em média três horas por dia em transporte público, isso porque, na maioria das vezes, a população precisa se deslocar de suas cidades-dormitório para os grandes centros urbanos, onde há maior chance de conseguir emprego. Todo esse tempo em transporte público aumenta as chances de uma mulher sofrer assédio. O Estado, dirigido por um go-
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verno de direita, além de não garantir emprego em todas as regiões, centrais ou não e não garantir a segurança das mulheres, também não presta a mínima assistência ao transporte público. No começo do ano, a prefeitura direitista do golpista e higienista Bruno Covas surgiu com uma proposta que corta pelo menos 211 linhas de
ônibus, ou seja, menos transporte e mais tempo de deslocamento que as mulheres terão de enfrentar no trajeto casa-trabalho. A direita presente nos governos não deixam de dar aval, de diversas formas, à violência que as mulheres sofrem cotidianamente. O transporte público passou a ser um pesadelo
para a mulher trabalhadora, não só pelas horas e mais horas em que ela tem que ficar em pé e completamente espremida, mas principalmente porque ela tem que ficar atenta ao assédio. É uma violência propagada por muitos homens, mas que tem sua origem e incentivo no governo da direita, que só quer tirar dinheiro, qualidade de vida e segurança da população, para sustentar a burguesia e um modelo econômico que avilta as mulheres todos os dias, de diversas formas. O transporte público é um direito que a população possui. O atual governo golpista, fascista e assassino não poupa palavras e esforços para colocar as mulheres em situações de vulnerabilidade e fragilidade, incentivando a violência sofrida por elas. Enquanto não houver a derrubada dos governos da direita golpista, as mulheres trabalhadoras vão continuar sendo violentadas pelo Estado, seja na exploração de classe ou no assédio sofrido nos transportes.