Edição Diário Causa Operária nº5707

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QUINTA-FEIRA, 18 DE JULHO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5707

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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CUT chama dia de luta contra a reforma da previdência: Fora Bolsonaro!

Impeachment de Trump Raquel Dodge, funcionária do Em agosto, por racismo: demagogia do imperialismo e cúmplice da Lava Jato todos à Curitiba imperialismo Na tarde da última terça-feira (16), a procuradora-geral da República, Raquel EDITORIAL

pela liberdade de Lula!

Diante dos atos convocados pela CUT no dia 13 de agosto, o PCO e os comitês de luta contra o golpe adiaram os atos do dia 16 de agosto, em Curitiba, pela liberdade de Lula para o final de agosto.

POLITICA

Dodge, recebeu um grupos de procuradores ligados à Operação Lava Jato, dentre eles Deltan Dallagnol, a fim de expressar seu apoio e o apoio da PGR

Bolsonaro assume o Mercosul para destruir a integração sul-americana Começou ontem (17) a 54ª Cúpula dos Chefes de Estado do Mercado Comum do Sul (Mercosul), em Santa Fé, na Argentina, com a presença dos presidentes Mauricio Macri (Argentina), Tabaré Vázquez (Uruguai), Mario Abdo Benítez (Paraguai) e de Jair Bolsonaro.

ATIVIDADES

Saiba como foi o primeiro dia da 44ª Universidade de Férias do PCO

UJS quer que ato do dia 13 Mourão reafirma entreguismo: “tudo Funcionário de Trump: seja focado na educação, o que puder ser privatizado, será” ATIVIDADES Guaidó vai receber 40 Em entrevista na última terça-feira (16) no programa dividindo a luta Conversa com Bial, da TV Globo, o vice-presidente milhões de dólares dos EUA Universidade O recém eleito presidente fascista Hamilton Mourão reafirmou qual a política do da União Nacional dos governo Bolsonaro contra o povo: a entrega do País aos O jornal norte-americano Los Angeles Times obteve de Férias: Estudantes (UNE), Iago grandes monopólios imperialistas. documento e informações de fontes próprias que primeira aula Montalvão, anunciou que revelam que os EUA objetivam desviar fundos os atos chamados pela destinados a “ajuda humanitária” para Honduras ressalta vida de Bolsonaro tira remédios do povo em entidade para o próximo e Guatemala, na casa dos 41,9 milhões de dólares, dia 13 de agosto Leon Trótski favor dos monopólios farmacêuticos diretamente para os bolsos de Juan Guaidó


2 | EDITORIAL EDITORIAL

Em agosto, todos à Curitiba pela liberdade de Lula!

COLUNA

Operação Lava Jato: Lucro acima de tudo! Corrupção acima de todos! Por João Silva

D

iante dos atos convocados pela CUT no dia 13 de agosto, o PCO e os comitês de luta contra o golpe adiaram os atos do dia 16 de agosto, em Curitiba, pela liberdade de Lula para o final de agosto. A data ainda não foi definida, porém, sabendo mais ou menos em qual momento (fim de agosto) os militantes, aqueles que querem lutar pela liberdade de Lula, já podem ir se organizando e convocando seus contatos para viajar para Curitiba, junto às dezenas de caravana que estão organizadas pelos comitês, lutar pele liberdade de Lula.

CHARGE

O ato será importante no sentido de reorganizar a luta contra o golpe no país, de forma que é fundamental, no atual momento, com a crise dos golpistas, em que a Lava Jato está colocada em uma situação delicada com os vazamentos divulgados pelo The Intercept, mobilizar as amplas massas para derrotar o golpe de uma vez por todas. Por isso, o ato está mantido, apesar do adiamento da data. Será no final de agosto, de forma que terá mais tempo para organizar e mobilizar ainda mais gente para participar deste importante ato.

A

s novas mensagens reveladas pelo The Intercept Brasil, envolvendo os procuradores da Operação, golpista, Lava Jato, apresentaram mais elementos em que a tal “luta contra a corrupção” está bem longe do interesse dos “paladinos” da justiça. O grande protagonista dos novos diálogos divulgados é o procurador, cidadão de bem, Deltan Dallagnol, o promotor que liderou a Operação Lava Jato. Nestes diálogos divulgados o promotor está muito preocupado em lucrar com a repercussão da operação golpista. Ele aparece discutindo com outro promotor a criação de uma empresa para gerenciar palestras em que ele poderia faturar. A empresa usaria as mulheres dos promotores para disfarçar a empreitada. Em um diálogo Dallagnol é questionado sobre excessos de viagens e displicência com a Operação. Em resposta, Deltan reclama que está gastando muito tempo com a operação e perdendo dinheiro com isso e que não é para ninguém se meter na sua vida. As viagens constantes, do diálogo, são as tais palestras que o promotor está fazendo para faturar em cima da “fama” da operação Lava Jato. Um detalhe importante é que Dallagnol é promotor público, ou seja, deveria trabalhar em regime de exclusividade para o setor público e não utilizar o tempo que de-

veria se dedicar ao serviço público para faturar um por fora. Ou detalhe é que o salário de Dallagnol é superior a R$ 33 mil, uma fábula diante das dezenas de milhões de assalariados do País. Entre os diálogos há um entre o juiz Sérgio Moro e Deltan Dallagnol em que este pede para que seja liberado uma verba de R$ 38 mil para que seja feito um vídeo promocional da Operação Lava Jato e Sérgio Moro libera. Neste caso fica escandaloso como Moro e Dallagnol atuavam juntos para promover a operação e utilizando de métodos completamente ilegais. Os R$ 38 mil liberados por Moro não pertencem a ele, é dinheiro público, e não pode ser usado para promover operação de investigação. Moro é juiz do caso e não pode ajudar a promotoria de acusação. Já era evidente e agora é comprovado que a Operação Lava Jato não passa de uma conspiração para facilitar o golpe de estado no Brasil. É uma armação montada não para lutar contra a corrupção, mas pelo contrário para organizar um grande esquema de corrupção envolvendo todos os promotores. As denúncias não terão efeito sobre as instituições do judiciário que também estão envolvidas no golpe. Somente a mobilização popular pode exigir o fim da Operação Lava Jato e anulação de todos os processos contra Lula.


POLÍTICA | 3

FORA BOLSONARO

CUT chama dia de luta contra a reforma da previdência A

Central Única dos Trabalhadores decidiu convocar no dia 13 de agosto um dia nacional de luta contra a reforma da previdência. A Reforma é um dos principais ataques dos golpistas contra os trabalhadores, mas não o único. Toda a população está ameaçada pela política golpista de Bolsonaro e seu ministério fascista, repleto de militares e fascistas maníacos. Por isso, o dia nacional de luta chamado pela CUT deve ser um dia de atos pelo Fora Bolsonaro. A derrubada do regime golpista é fundamental na atual etapa do golpe de Estado. Bolsonaro é um inimigo dos trabalhadores e de toda a população. Nas manifestações do mês de Maio e no ato da Greve Geral, a principal reivindicação do povo foi a derrubada do governo, e assim dever ser nos atos do dia 13 de agosto. O repúdio contra o governo fascista está expresso em todas as manifestações populares pelo país. No carnaval, nos estádios de futebol, nos bai-

les funks do Rio de Janeiro, na parada LGBT, nos eventos de música e assim por diante, a palavra de ordem Fora Bolsonaro – e sua variações – é majoritária, apoiada pelos mais amplos setores da sociedade. É com esse espírito que todos devem se somar aos atos do dia 13 de agosto. Com a intenção de derrubar o governo, que é ilegítimo, produto de uma das maiores fraudes eleitorais da história do país, onde o principal candidato, Lula, não pode participar e o responsável por isso (Moro) tornou-se ministro de seu principal concorrente. Além disso, devem ser chamadas novas eleições com a retirada do governo golpista. Eleições democráticas, onde Lula possa ser candidato. E por isso também, nos atos, deve-se exigir a liberdade de Lula, a anulação de todos os processos da Lava Jato contra o ex-presidente e todos que foram afetados pelos crimes desta operação. Por isso, todos às ruas dia 13 de agosto!

MOURÃO REAFIRMA ENTREGUISMO

“Tudo o que puder ser privatizado, será” E

m entrevista na última terça-feira (16) no programa Conversa com Bial, da TV Globo, o vice-presidente fascista Hamilton Mourão reafirmou qual a política do governo Bolsonaro contra o povo: a entrega do País aos grandes monopólios imperialistas. “Tudo aquilo que puder ser privatizado, será”, declarou, ao responder pergunta do jornalista Pedro Bial sobre as privatizações que o governo Bolsonaro vem realizando e pretende realizar. Ele, novamente, reconheceu que o plano dos fantoches do imperialismo é, inclusive, conceder o maior patrimônio do povo brasileiro, a Petrobras, aos grandes capitalistas estrangeiros. “A Petrobras vai perder os anéis e ficar com os dedos”, disse, citando a pretensão de continuar com a venda de refinarias e “quebrar o monopólio do gás”.

Isso significa que a empresa – que vem sendo sucessivamente atacada pela direita capacho do imperialismo há décadas – será totalmente controlada pelos capitalistas, e os “dedos” que sobrarão para o Estado estarão podres, serão apenas o ônus e as dívidas para pagar aos mesmos monopólios. O governo Bolsonaro já demonstrou inúmeras vezes que os militares que formam sua cúpula de nacionalistas não têm absolutamente nada: não passam de serviçais do imperialismo, que atuam contra o Brasil e o povo brasileiro, para entregar todas as riquezas naturais e a economia nacional para as aves de rapina que são os grandes monopólios petroleiros, bancários e de tecnologia. Por isso mesmo é que, na mesma entrevista, Mourão disse que a Reforma

da Previdência – que retira qualquer direito à aposentadoria para milhões de brasileiros – é “uma boa reforma”, e acrescentou: uma nova reforma, ainda mais devastadora, será “discutida” nos próximos anos, justamente porque o imperialismo quer simplesmente secar o Brasil de seus recursos e roubar toda a riqueza produzida pelo povo, que deveria ficar com o povo. O governo Bolsonaro é o governo do imperialismo, da privatização de tudo, da entrega do patrimônio do povo para uma pequena porção de capitalistas. Por isso eles o colocaram artificialmente no poder, porque Bolsonaro e Mourão não passam de funcionários das potências estrangeiras contra o povo brasileiro. É preciso derrubar o governo golpista, essa é a única forma de impedir as privatizações e a entrega do País.


3 | POLÍTICA

ATAQUE AO POVO

Bolsonaro tira remédios do povo em favor dos monopólios farmacêuticos N

a terça-feira (16), foi revelado que o Ministério da Saúde suspendeu 19 contratos para a fabricação de remédios para quem sofre de câncer e diabete e transplantados. Esses contratos eram feitos com laboratórios públicos e seu cancelamento pode atingir mais de 30 milhões de pessoas que necessitam de tais medicamentos, distribuídos de maneira gratuita. No mesmo dia, surgiu uma nova notícia, que na verdade não é mais do que a publicação dos motivos pelos quais aqueles contratos foram suspensos. O mesmo Ministério divulgou a informação de que os remédios continuarão sendo fornecidos através do Sistema Público de Saúde (SUS), só que serão adquiridos pelo Estado não mais por meio de parceria com os laboratórios públicos, mas sim com privados. Eis, então, o motivo do cancelamento dos contratos com laboratórios de renome, tais como o Instituto Butantan ou a Fiocruz: para favorecer os laboratórios privados, fazendo negócios com estes, ou seja, comprando destes, dando lucros para eles ao invés de aju-

dar o financiamento dos laboratórios públicos, desenvolvendo minimamente a pesquisa e a saúde pública. Agora, o governo entreguista de Bolsonaro dará de mão beijada enormes quantias do orçamento do Ministério da Saúde para os grandes monopólios da indústria farmacêutica. Isso ocorre, obviamente, a mando dos poderosos capitalistas internacionais que controlam essa indústria criminosa, que impede um verdadeiro desenvolvimento da ciência e da saúde que atende às necessidades da população somente para lucrar com as doenças, ao invés de erradicá-las – uma vez que, sem doença, não mais seriam necessários diversos remédios e tratamentos caros, o que, portanto, diminuiria os lucros desses capitalistas. Além disso, o governo de extrema-direita, como ocorre com todo o governo neoliberal, diz pregar o “enxugamento dos gastos públicos”. No entanto, segundo a Associação de Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil (Alfob), nos últimos oito anos as Parcerias para o Desenvolvimento

Produtivo (PDPs) – âmbito no qual estão inseridos os laboratórios públicos e seu convênio com o Estado – levaram a uma economia de mais de R$ 20 bilhões para o Tesouro. Logo, se não houvesse essa parceria, o Estado teria perdido mais de R$ 20 bilhões. E é o que vai ocorrer agora: bilhões de reais que pertencem ao povo brasileiro serão entregues de bandeja para os tubarões da indústria

farmacêutica. Afinal, Bolsonaro não serve ao povo, mas sim aos grandes capitalistas que sugam as riquezas e a própria vida do povo, para salvarem e aumentarem seus lucros. Trata-se de mais um dos inúmeros atentados do governo Bolsonaro ao povo, por isso é preciso colocar abaixo esse governo. Caso contrário, literalmente, ele vai matar milhões de brasileiros.

PGR

Raquel Dodge, funcionária do imperialismo e cúmplice da Lava Jato N

a tarde da última terça-feira (16), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, recebeu um grupos de procuradores ligados à Operação Lava Jato, dentre eles Deltan Dallagnol, a fim de expressar seu apoio e o apoio da PGR aos escândalos criminosos promovidos por esses agentes, revelados recentemente pelo sítio The Intercept. De noite, a PGR publicou uma nota sobre o encontro, em que informou a posição de Dodge a respeito dos crimes da Lava Jato. “O apoio institucional, financeiro e de pessoal ao combate à corrupção e ao crime organizado feito pela Força-Tarefa Lava Jato continuará, para que o patrimônio público seja preservado e a honestidade dos administradores prevaleça, pois o contraditório e a ampla defesa têm sido usados nas ações judiciais para assegurar que o trabalho feito com qualidade e eficiência, e que passou pelo crivo de várias instâncias judiciais e do Ministério Público, esteja apto a produzir efeitos legais válidos”, disse Dodge, segundo o documento. Isso significa que a PGR continuará financiando os crimes da Lava Jato, evidenciando mais uma vez que é cúmplice da maior arbitrariedade dos últimos tempos no Brasil: o golpe de Estado e, especificamente, a prisão ilegal de Lula, montada por Sérgio Moro (juiz) em conluio com os procuradores

e promotores (acusação), contra o ex-presidente (réu) na mais escancarada operação de perseguição política pelo menos desde o final da ditadura. Além disso, a PGR enfatizou seu posicionamento contrário à anulação do julgamento contra Lula, pedido feito pela defesa do petista, que foi ilegal justamente pela conspiração orquestrada entre juiz e acusação. No último dia 21, Dodge enviou ao STF parecer contrário à anulação e a 2ª turma do Supremo o acatou, mantendo Lula preso ilegalmente. A procuradora-geral recebeu os agradecimentos de Dallagnol, afinal ambos estão juntos nessa operação golpista e ambos são serviçais do imperialismo contra o Brasil. É importante lembrar que, em dezembro do ano passado, a líder da PGR já havia recorrido à decisão do ministro do STF, Marco Aurélio Mello, para derrubar a liminar que permitia a libertação imediata de Lula, em meio a uma intensa crise que quase fez explodir o Judiciário. Antes disso, em agosto, Dodge já havia contestado no TSE a validade do registro da candidatura de Lula nas eleições presidenciais, logo após, em um grande ato em Brasília, ele ter se registrado. Raquel Dodge, vale recordar, é casada com Bradley Dodge desde 1992. Trata-se de um ex-professor norte-americano da Escola das Nações, ór-

gão privado de ensino para filhos de diplomatas estrangeiros em Brasília, criado ainda na época da ditadura no prédio do Instituto Britânico Independente (IBI). Há quem diga que Bradley fosse muito próximo da Embaixada dos EUA, devido ao seu trabalho. Anos depois, Dodge obteve seu mestrado na Universidade de Harvard, a mesma onde “estudou” Sérgio Moro, um local

de formação dos agentes do imperialismo norte-americano. Especulações à parte, o desempenho de Dodge contra Lula e a favor da Lava Jato, mesmo quando essa operação já está absolutamente desnudada, mostra que ela é, de fato, uma funcionária do imperialismo Brasil. Da mesma forma que são todos os agentes da Lava Jato, encabeçados por Dallagnol e Moro.


POLÍTICA E CIDADES| 5

STF

Caso Queiroz-Bolsonaro: STF quer conter a crise do governo O

presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, responsável pelo plantão no recesso do judiciário, assinou na segunda-feira (16) uma decisão acolhendo o pedido da defesa do Senador Flávio Bolsonaro para suspender temporariamente todas as investigações em curso que tenham como base dados compartilhados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e pela Receita Federal. Segundo O Globo, “todos os processos que discutem provas obtidas pelo Fisco e pelo Coaf sem autorização judicial devem esperar decisão definitiva da Corte”, que deverá julgar o compartilhamento de dados por órgãos de controle e fiscalização apenas em novembro. Vale lembrar que no final de 2018, o Coaf divulgou relatório em que operações suspeitas de deputados da Alerj, onde apareceu a movimentação do “assessor” da Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, que depositou dinheiro na conta de Michelle Bolsonaro, mulher do presidente ilegítimo, em uma

clara ação de lavagem de dinheiro. Desta forma, a decisão de Toffoli vem claramente para defender Flávio Bolsonaro de uma possível investigação por parte de um setor da burguesia. Os golpistas estão em crise, brigando entre eles, e diante da fragilidade do governo Bolsonaro, setores bolsonaristas estão começando rodar, como o ex-ministro de Bolsonaro Gustavo Bebianno eo ministro do turismo Marcelo Álvaro Antonio. Com medo de que a crise chegue até família Bolsonaro, como ocorreu em diversos momentos – caso aerococa, assassinato de Marielle, etc. -, Toffoli decidiu defender a família. Ele que é uma marionete dos militares, que fazem parte do governo e querem salvá-lo da intensa crise. A decisão de Toffoli, entretanto, desagradou determinado setor dos golpistas, como Rachel Dodge (PGR), que afirmou temer uma manobra para impedir investigações. Declarando também que tentará reverter a decisão do ministro, explicitando a crise do judiciário golpista.

TRF

Judiciário golpista inicia manobra para impedir Edinho em Araraquara

O

juiz Pablo Zuniga Dourado, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, sediado em Brasília, iniciou uma manobra política levada a cabo por meio de denúncias de “lavagem de dinheiro” e “corrupção” enviados à Justiça Eleitoral com o objetivo de impedir o atual prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), de concorrer à reeleição em 2020. Edinho é um político de esquerda, ex-ministro de Dilma Rousseff e um quadro histórico do PT, tendo sido eleito em 2016 e feito um governo democrático e participativo, lhe conferindo popularidade no munícipio e região. O objetivo do juiz Zuniga é apresentar denúncias contra Edinho para impedir que este concorra à reeleição, inviabilizando sua candidatura, abrindo caminho para que um candidato da extrema-direita ganhe as eleições e assuma o controle do poder público municipal. Há aind uma coalizão de partidos da direita golpista (PSD, MDB, PRB, PSL, PSDB) articulada na cidade que tem por único objetivo derrotar Edinho e o PT. O método de apresentação de denúncias forjadas e os objetivos golpis-

tas de Zuniga chamam atenção pela similaridade dos métodos e manobras levados a cabo por Sérgio Moro contra o ex-presidente Lula. Moro conspirou para prender Lula e impedi-lo de participar das eleições de 2018. Por meio de uma condenação ilegal e fraudulenta, com provas forjadas por meio de delações fabricadas sob coação ou quando não compradas, articulada com a rede Globo, setores golpistas do Judiciário, o Ministério Público Federal, o Tribunal Superior Eleitoral, o STF, o Alto-Comando das Forças Armadas e a Procuradoria Geral da República, Moro abriu caminho para que a extrema-direita se apoderasse, por meio da fraude e da perseguição, do aparelho de Estado. A direita fascista, organizada dentro do poder Judiciário e articulada em torno do Partido da Lava-Jato, tem plena consciência que não tem condições de disputar uma eleição contra Edinho Silva em Araraquara, devido à sua popularidade e seu estilo democrático de governar. Por isso, já iniciou as manobras políticas para retirá-lo do processo eleitoral.


6 | ATIVIDADES DO PCO

ACAMPAMENTO DE FÉRIAS

Saiba como foi o primeiro dia da 44ª Universidade de Férias do PCO N

essa quarta-feira, dia 18 de julho, começou a 44ª Universidade de Férias do PCO e Acampamento da Aliança da juventude Revolucionária (AJR). A atividade, que já existe há mais de 20 anos, tem como tema “O Programa para a revolução socialista dos dias de hoje, o Programa de Transição da IV Internacional”. Companheiros de vários estados do País chegaram em Ibiúna, no interior de São Paulo, para participar do curso. A primeira aula tratou sobre a vida e a obra de Leon Trótski, e os três primeiros capítulos do Programa de Transição, que tratam respectivamente sobre as “Premissas objetivas da revolução socialista”, o “Proletariado e a sua direção” e o “Programa mínimo e o programa de transição”. Os participantes foram divididos em quatro

grupos que irão realizar os estudos e o revezamento dos trabalhos coletivos da atividades e as aulas foram ministradas pelos companheiros da direção do PCO, Antônio Carlos, Rafael Dantas e Henrique Áreas. Além deles, os companheiros Renan Arruda, Renato Farac e João Silva também irão apresentar aulas durante a universidade. A Universidade de Férias vai até o próximo domingo, dia 21. Ainda dá tempo de participar, acompanhar as aulas e participar de todas as atividades sociais e de lazer deste acampamento de inverno. Hoje as aulas continuam e atividades culturais estão previstas para a noite. A Universidade de Férias é o mais tradicional curso de formação teórica marxista da esquerda brasileira.

UNIVERSIDADE DE FÉRIAS

Primeira aula ressalta vida de Leon Trótski A

44ª Universidade de Férias do Partido da Causa Operária (PCO) e da Aliança da Juventude revolucionária (AJR), que começou ontem (17), já iniciou as atividades do dia com um intenso curso sobre o Programa de Transição do revolucionário russo Leon Trotski. O curso iniciou com uma breve explicação da vida Leon Trótski e seus posicionamentos políticos durante sue período em vida, o surgimento do “trotskismo” e a criação da IVª Internacional. Entre outros assuntos, foi explicado os conflitos do revolucionário com a

burocracia stalinista que se criou após a morte do dirigente Vladimir Lênin, e a necessidade dos revolucionários de rachar com a IIIª Internacional, controlada por Stálin, que levou à classe operária a derrotas históricas na década de 1920 e 1930. Diante disso, foi explicada a necessidade da criação de uma IVª internacional para atuar independentemente da burocracia e das direções pequeno-burguesas do movimento operário, ressaltando a necessidade de um partido revolucionário para liderar as massas diante da crise do capitalismo mundial.


INTERNACIONAL | 7

GOLPISTA

Bolsonaro assume o Mercosul para destruir a integração sul-americana C

omeçou ontem (17) a 54ª Cúpula dos Chefes de Estado do Mercado Comum do Sul (Mercosul), em Santa Fé, na Argentina, com a presença dos presidentes Mauricio Macri (Argentina), Tabaré Vázquez (Uruguai), Mario Abdo Benítez (Paraguai) e de Jair Bolsonaro. O golpista brasileiro assumiu a presidência temporária, pelos próximos seis meses, substituindo seu par argentino. A agenda de Bolsonaro, com a programação dos temas a serem abordados e avançados na política do bloco, conta com uma pauta abertamente entreguista e destrutiva. Em seu discurso nessa quarta-feira, ele reafirmou a intenção de boicotar qualquer tipo de mínima integração entre os países da América do Sul. Declarou que o bloco deve focar nas negociações externas e na reforma institucional interna, enxugando sua estrutura e eliminando seu “viés ideológico”. Essas negociações externas significam a entrega em bloco dos recursos nacionais dos países da região para o imperialismo. Uma primeira e grande

amostra disso foi o recém-assinado acordo com a União Europeia, no qual a soberania dos países do Mercosul é absolutamente comprometida, concedendo inúmeros privilégios aos capitalistas europeus em detrimento da indústria sul-americana, aumentando vertiginosamente a dependência econômica de nossos países para o imperialismo europeu. Como se não bastasse utilizar o Mercosul para dar de bandeja as riquezas dos países do bloco para o imperialismo, a missão de Bolsonaro é acabar com o Mercosul. Por isso ele falou em reforma institucional, enxugar a estrutura e, como sempre, com a desculpa de o bloco ser dominado por uma posição ideológica de esquerda. Para os serviçais do imperialismo como Bolsonaro e Macri, nem mesmo um bloco comercial de tendência neoliberal – como foi formado o Mercosul, ainda nos anos 1990 sob o total domínio de governos neoliberais – pode existir. Isso porque o imperialismo precisa dominar a região diretamente. O Mercosul, apesar de seu caráter ultramoderado e capitalista, é um ins-

trumento que pode ser utilizado pelas burguesias nacionais desses países, como realmente foi utilizado durante os governos de esquerda derrubados pelos golpes recentes. O Mercosul, com todos os seus inúmeros defeitos, é um organismo de integração – primeiramente econômica, mas depois, expandido, política e social – sul-americana. O imperialismo sabe, como sempre soube, que a

melhor política é a de dividir para governar. É imprescindível destruir qualquer tipo de integração sul-americana, para facilitar o controle dos monopólios imperialistas. Por isso, instalou em diversos governos da região – como o do Brasil – fantoches cuja missão é acabar com qualquer integração e substituí-la por uma “entregação” das economias regionais para os grandes bancos internacionais.

FUNCIONÁRIO DE TRUMP

Guaidó vai receber 40 milhões de dólares dos EUA O

jornal norte-americano Los Angeles Times obteve documento e informações de fontes próprias que revelam que os EUA objetivam desviar fundos destinados a “ajuda humanitária” para Honduras e Guatemala, na casa dos 41,9 milhões de dólares, diretamente para os bolsos de Juan Guaidó e seus partidários da direita venezuelana, ajudando assim a promover um golpe de Estado que derrube Nicolás Maduro. De acordo com o diário, o montante será direcionado para o pagamento de salários, passagens de avião, treinamento para a “boa governança”, propaganda, assistência técnica para promover eleições e outros projetos para a “consolidação da democracia” na Venezuela, que seria utilizado pelos golpistas. Esse dinheiro, em um primeiro momento, era dirigido a programas dos Estados Unidos em Honduras e na Guatemala, dois países completamente dominados pelo imperialismo norte-americano. O primeiro, sofreu

um golpe de Estado patrocinado por Washington em 2009 e até hoje vive sob uma ditadura militar. O segundo é governado por um fantoche neoliberal chamado Jimmy Morales, mordomo da Casa Branca. Nesses dois países, como em vários da América Latina, os EUA implementam programas “humanitários” para seus próprios fins, que servem para encobrir atividades da CIA e de outras agências para melhor controlarem os recursos naturais e econômicos dessas nações. Honduras e Guatemala são tão pobres que milhões de seus cidadãos simplesmente fugiram para tentar sobreviver em outros países, como os próprios EUA. Entretanto, na propaganda imperialista, esses recursos investidos pelos EUA seriam para a ajuda aos pobres desses países. Mesmo se fôssemos acreditar nessa mentira, entenderíamos que os EUA estão tirando desses países e dando para Juan Guaidó destruir a Venezuela com um golpe de Estado.

Trata-se de um financiamento, além disso, ilegal, porque é uma intromissão estrangeira nos assuntos de outro país sem a permissão do governo local, no caso, o de Nicolás Maduro. Os EUA estão financiando ilegalmente a oposição venezuelana, o que demonstra que Juan Guaidó e a direita golpista não passam de verdadeiros funcionários de Donald Trump – irão receber até salário! O governo venezuelano, assim, já

tem mais uma evidência, mais uma prova, de que Juan Guaidó é um agente estrangeiro e atua contra a soberania do povo da Venezuela. Isso é crime em qualquer país do mundo, ainda mais quando se é pago para sabotar e atentar contra o governo. Esse é mais um dos motivos pelos quais as autoridades venezuelanas precisam prender Guaidó e todos os golpistas e derrotar de vez o golpe imperialista.


8 | INTERNACIONAL

PROPAGANDA IMPERIALISTA

EUA tornaram Ilhas Marshall dez vezes mais radioativas que Chernobyl A

propaganda imperialista procura capitalizar as tragédias dos seus oponentes e vassalos. Por isso retratam o desastre radioativo de 1986, em Chernobyl, como uma amostra dos “horrores” produzidos pela União Soviética e pelo comunismo. Pura demagogia! É o governo americano que ostenta no currículo o maior crime de guerra da história da humanidade: o lançamento de duas bombas atômicas contra o povo japonês, depois de declarado o fim da guerra, aniquilando centenas de milhares de pessoas em questão de segundos, e condenando os sobreviventes e herdeiros daquela região à contaminação nuclear. Como se não bastasse essa loucura, desde então, as Forças Armadas dos EUA já detonaram, oficialmente, 1054 bombas atômicas em diversas partes do mundo, a título de teste. Trata-se de um verdadeiro desastre ecológico e humano.

Sessenta e sete dessas bombas atômicas foram detonadas nas Ilhas Marshall, um arquipélago no meio do Oceano Pacífico, no período entre 1946 e 1958. Isso significa uma explosão atômica a cada 2 ou 3 meses, ao longo de mais de uma década. O local foi ocupado pelo exército americano logo após a II Guerra Mundial e hoje é uma espécie de protetorado norte-americano, apesar de ser formalmente um país soberano. Mais de seis décadas se passaram dos teste nucleares e as ilhas apresentam níveis radioativos altíssimos, superiores aos de Chernobyl ou Fukushima (que são muito mais recentes). Devido à quantidade de ilhas vulcânicas, atóis e corais, trata-se de um santuário de vida marinha inestimável, e ambiente de vida dos polinésios há milhares de anos. Além de expulsar os nativos na época dos testes, o imperialismo condenou milhares de pessoas que residem

ou visitam estes locais turísticos aos riscos de contaminação nuclear. Por exemplo, a alimentação pescada nas proximidades do atol de Bikini, um dos mais famosos do Pacífico, é reconheci-

damente contaminada. É uma parte do planeta destruída e que permanecerá contaminada durante séculos, para atender os caprichos genocidas de um país imperialista.

18 DE JULHO DE 1936

Golpe militar inicia a Guerra Civil Espanhola H

á 83 anos, a extrema direita espanhola, o dito Movimiento Nacional, iniciaria um golpe militar contra o governo de Frente Popular que vencera as eleições de 16 de fevereiro de 1936. Manuel Azaña subia ao poder naquele que seria o último ciclo da Segunda República Espanhola. O general Francisco Franco, no comando das Ilhas Canárias, rumaria para Marrocos para encabeçar o Exército Espanhol na África, que avançaria sobre a Península Ibérica. O levante se multiplicaria em vários quartéis do país, ensejando uma imediata insurreição popular contra o golpe, derrotando-o na Catalunha, em Madri, nas Astúrias e em vários outras regiões. Iniciava-se a Guerra Civil que se estenderia até 1939, com mais de um milhão de mortos e a ascensão de Franco ao poder numa ditadura fascista que duraria até 1975 – na Europa, uma longevidade equiparável apenas ao regime de Salazar em Portugal. Com a crise do Capitalismo, caíra a ditadura de Primo de Rivera e em seguida a monarquia espanhola com a proclamação da República em abril de 1931. O governo provisório e o Primeiro Biênio (1931-1933) – presidido por Manuel Azaña – ainda que de conciliação de classes, tivera uma natureza predominantemente progressista. Estabeleceu a separação entre igreja e Estado, admitindo a liberdade de culto; reconheceu a autonomia da Catalunha e avançou no mesmo sentido em relação ao País Basco e à Galícia; impôs uma reforma militar expurgando os elementos mais direitistas das posi-

ções de comando; iniciou um programa de reforma agrária; garantiu o direito ao casamento civil e ao divórcio; regulamentou as negociações coletivas nas relações trabalhistas; tornou o ensino laico e iniciou um programa de alfabetização ampla da população. Tais avanços se produziam não apenas em função de uma necessária dinamização da economia como também devido ao alto nível de organização dos trabalhadores espanhóis, em torno a centrais sindicais e partidos políticos. Desnecessário dizer que, em meio à ascensão do fascismo no restante da Europa, estes progressos seriam duramente combatidos. Já em agosto de 1932, a direita avançou com uma tentativa de golpe militar. A igreja católica organizaria a Confederación Española de Derechas Autónomas (CEDA), que se tornaria uma das principais forças reacionárias naquele momento. Em 1933, as contradições internas da política de conciliação de classes da esquerda enfraqueceriam consideravelmente o governo de Azaña, que perderia as eleições para a direita já reorganizada em torno a Alejandro Lerroux, do Partido Republicano Radical, iniciando o chamado Segundo Biênio (1934-1936), radical-cedista, ou conservador, que se dedicou sobretudo a reverter as conquistas do período anterior da República. A esquerda voltou a organizar uma Frente Popular ainda mais ampla, em torno à Izquierda Republicana – do próprio Azaña – e à Unión Republicana, mais à direita (egresso do partido de Lerroux), além do Partido Nacional Republicano de natureza centrista. Pela

esquerda, a frente ganhou a adesão do Partido Comunista de España (PCE), que seguia a política stalinista de Frentes Populares, além do Partido Socialista Obrero Español (PSOE) – com a Unión General de Trabajadores (UGT). Vencido o pleito presidencial pela Frente Popular, a polarização era tal que a direita tentou impedir a posse de Azaña, que acabaria passando o governo a seu correligionário Santiago Casares Quiroga. Por um lado, José Antonio Primo de Rivera – filho do antigo ditador – organizaria a Falange Española: uma milícia fascista cada vez mais ativa. Por outro lado, a classe trabalhadora entraria num estado crescente de sublevação contra a política centrista da Frente Popular, com greves generalizadas coordenadas pela UGT e pela Confederación Nacional del Trabajo da Federación Anarquista Ibérica (CNT/FAI). Nesse contexto, formara-se ainda o Partido Obrero de Unificación Marxista (POUM), comandado por Andrés Nin e Juan Maurín – inicialmente trotskista mas depois oscilante em relação à política de Moscou. Com o golpe militar fascista, Quiroga renunciaria, e Azaña indicaria para a presidência a Diego Martínez Barrio, líder da Unión Republicana, que buscava uma saída institucional de acordo com os golpistas. Diante da traição, Azaña passaria o poder a seu correligionário José Giral, que consentiria em armar os trabalhadores contra o levante da direita. Rapidamente formaram-se milícias armadas de trabalhadores que derrubaram os golpistas em cerca de meta-

de do país, sobretudo na Catalunha, mas estendendo-se a Castilha León e Madri, além de um foco de resistência em Astúrias. Os militares ocuparam sobretudo Andalucía, Extremadura, Castilha La Mancha e Galícia. As forças populares mantiveram a República. Elas eram formadas por operários armados que ocuparam as ruas com o que tinham às mãos, realizando barricadas em Barcelona, montando barreiras de fogo em Málaga, organizando uma marcha de cinco mil pessoas de Astúrias a Madri para defender a capital. Sua combatividade, sua capacidade de organização, vinha de pelo menos sete anos de mobilização contínua no país desde a proclamação da República, além do acúmulo organizativo da UGT ou da CNT/FAI. São um exemplo até hoje vivo da capacidade de reação da classe trabalhadora às investidas armadas fascistas. Algo a ser evocado num momento em que a possibilidade de golpe militar está explicitamente colocada pelos golpistas no Brasil desde setembro de 2017. Infelizmente, as contradições da própria Frente Popular – inclusive a perseguição e expurgo do POUM e da CNT/FAI pelos stalinistas em plena guerra civil – acabariam levando à derrota do movimento revolucionário espanhol e, em sua esteira, à derrota dos próprios republicanos três anos depois. Também algo a ser evocado num momento em que, a pretexto de “combater a barbárie”, a esquerda institucional brasileira clama por um acordo com os ditos “campos democráticos” da direita.


MORADIA E TERRA E ESPORTES | 9

QUEDA DO PIB CHINÊS

PM ataca famílias de camponeses pobres no interior de MG N

os dias 9 e 10 deste mês, a Polícia Militar de Januária, município mineiro, realizou um ataque à famílias de camponeses pobres na Comunidade Barra do Mirador, em Miravânia, microrregião de Januária. O acontecido foi denunciado pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP). Em nota, a LCP denuncia que a “operação de guerra” foi feita à mando do latifundiário Walter Santana Arantes, dono do supermercado BH e preso pela Lava Jato. Durante a operação reuniu mais de 15 viaturas da PM, viaturas do corpo de bombeiros, veículos do latifundiário, trator etc., reunindo cerca de 120 homens fortemente armados

para, segundo a Liga, “criar o terror contra os camponeses que resistiam há 6 meses à grilagem de suas terras, onde vivem e produzem há 19 anos”. Neste episódio, casas foram destruídas e os camponeses ameaçados de prisão. O avanço do fascismo ameaça seriamente a sobrevivência dos camponeses e demais setores pobres da sociedade. É preciso agir contra esses ataques fascistas; para tanto, é preciso formar comitês de autodefesa do campesinato apoiados pelo movimento geral dos trabalhadores. A única alternativa do oprimido é a organização contra o repressor e seu aparato.

ESPORTES

É tetra! 25 anos da histórica conquista do mundial E

m 17 de julho de 1994 a Seleção Brasileira de Futebol conquistava seu quarto campeonato em uma Copa do Mundo. Brasil e Itália se enfrentaram na Final. Os dois países ostentavam três títulos mundiais. Após um sofrido empate sem gols no tempo corrido, a partida foi para os pênaltis, consagrando a vitória brasileira por 3 a 2. A copa consagrou o Brasil novamente na dianteira do futebol mundial. A Itália só alcançaria o tetracampeonato em 2006 (quando o Brasil já era pentacampeão). Na Seleção de 94 estavam nomes como Taffarel, Dunga, Bebeto e Romário. O título também foi marcante para o técnico Zagallo, um dos pouquíssimos a ganhar o copas mundiais como jogador (1958 e 1962) e técnico (1970). Poucos anos depois, ao vencer a Copa América, Zagallo daria uma bronca em rede nacional, dedicando a vitória “àqueles que amam o Brasil, não aos que repudiam.” Com sua experiência, já tinha enfrentado todo tipo de sabotagem, desde a perseguição dos militares a jogadores “de esquerda”, até as alfinetadas da imprensa, que procura desmoralizar o futebol nacional, atendendo ao interesse de patrocinadores que lucram mais com o futebol europeu. O povo brasileiro merece o respeito por esse importante patrimônio popu-

lar e cultural, que é o futebol nacional, o futebol arte. Nossos jogadores são admirados e respeitados pelos torcedores mundo afora. Nomes como Pelé, Romario, Ronaldo, Neymar são conhecidos por qualquer fã do esporte, seja no Japão ou no interior da África. A propaganda da mídia nacional, a mesma que escancarou golpes recentes a favor do imperialismo, a mesma

que procurou vincular a camisa da seleção e a bandeira nacional aos elementos mais direitistas e reacionários do povo, visa enfraquecer o nosso futebol para abrir espaço às seleções europeias e baratear o passe dos nossos jogadores no mercado mundial. Cabe à classe trabalhadora se apropriar do que é seu, e não largar este e outros importantes patrimônios nas

mãos da burguesia. O futebol brasileiro é um bem cultural, um fator de coesão social, respeitado mundialmente, e deve ser tratado como qual. Um campo de luta democrática que reflete as próprias lutas de classe, e evidencia como a garra de gente pobre, descalça, consegue superar adversários ricos e bem alimentados. Viva o futebol brasileiro!

Todos os domingos às 20h30 na Causa Operária TV


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