Edição Diário Causa Operária nº5721

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QUINTA-FEIRA, 1ºDE AGOSTO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5721

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

É preciso colocar o “fora Bolsonaro” como centro da luta no dia 13

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EDITORIAL

Crescem as condições para uma ampla mobilização pelo Fora Bolsonaro Maio foi marcado por dois grandes dias de protesto contra o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, primeiro no dia 15, depois no dia 30.

Continua o massacre no Pará: desta vez, dentro de caminhão da polícia

Dia 13, os trabalhadores realizarão uma greve nacional contra o governo do golpista Jair Bolsonaro. A convocação da greve foi decidida na 9ª Conferência Nacional da Educação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), realizada no começo de julho. Além da greve contra o governo e o programa destrutivo da direita golpista para a educação, o dia será marcado por protestos no país inteiro, com adesão de outras entidades nacionais, como CUT e UNE.

A Venezuela que a imprensa golpista não mostra (Parte II)

POLÍTICA

Fora Bolsonaro! Ato em Recife vai homenagear Fernando Santa Cruz Nessa semana, o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro veio a público, mais uma vez, defender a tortura e as demais atrocidades da ditadura militar de 1964-1985.

Na noite de terça-feira, 30/07, mais quatro detentos da casa de detenção de Altamira no Pará foram assassinados, elevando para 62 pessoas mortas nessa que já é a segunda maior chacina em presídios brasileiros, ficando atrás apenas dos 111 presos assassinados

Liberdade de Lula foi um dos eixos do Foro de São Paulo

Durante quatro dias participamos das atividades do XXV Foro de São Paulo, em Caracas, encerrado no último dia 29, com um Encontro com o presidente Nicolas Maduro, no Palácio Miraflores, e tivemos a oportunidade também de apreciar um pouco do cotidiano da maior cidade do País e sua capital federal, com seus mais de dois milhões de habitantes, no Distrito Federal e outros mais de 3 milhões na Grande Caracas (o que equivale a quase 20% da população venezuelana).

Cervejaria Petrópolis: Lava Jato quer destruir mais uma empresa A Polícia Federal, em nome da Operação Lava Jato, atacou mais uma empresa brasileira nesta quarta-feira (31).

Presidentes da OAB assinam “Capitão dos porões da ditadura”: Marcelo Santa Cruz contra Bolsonaro pela Comissão da Verdade ao Diário Causa Operária

Liberdade de Lula: mutirões já recolheram mais de 100 mil assinaturas Atos em defesa de Glenn Greenwald pedem “Fora Bolsonaro”


2 | OPINIÃO EDITORIAL

Crescem as condições para uma ampla mobilização pelo Fora Bolsonaro

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aio foi marcado por dois grandes dias de protesto contra o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, primeiro no dia 15, depois no dia 30. A tentativa de resposta do bolsonarismo no dia 26 daquele mês foi pífia. No mês seguinte, no dia 14 de junho, a greve geral voltou a colocar as massas na rua para se oporem ao governo golpista da direita. Essa sequência de acontecimentos impôs a percepção de que o governo é extremamente impopular e de que há uma forte tendência no meio dos trabalhadores à mobilização contra o governo e à luta contra os direitistas. Essa tendência tem sido refreada pelo receio de setores da esquerda em chamar a mobilização em torno do fim do governo Bolsonaro. Apesar de o Fora Bolsonaro ter sido a principal palavra de ordem das massas em todos esses protestos gigantescos contra o governo, lideranças da esquerda continuaram recusando-se a entoá-la em coro com os trabalhadores. Essa semana, porém, a situação começou

a mudar. Depois das declarações absurdas de Bolsonaro sobre Fernando Santa Cruz, vítima da ditadura militar e pai do atual presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, amplos setores come-

COLUNA

Dia 13 é dia de Fora Bolsonaro! Por João Silva

A

CUT juntamente com outros movimentos sociais está convocando o dia uma mobilização para o dia 13 de agosto nacionalmente. A proposta é fazer um dia de mobilização contra a reforma da previdência que já foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados. A destruição promovida pelo governo Bolsonaro vai muito além da reforma da previdência. É um governo de destruição nacional. Está atingindo todas as áreas desde o meio ambiente até a indústria pesada e de alta tecnologia. O governo Bolsonaro é um governo completamente pró-imperialista que está a serviço dos interesses do capitalismo estrangeiro e não tem nenhum interesse em governar para o povo. Pelo contrário, é um governo anti-povo que defende apenas os interesses da burguesia internacional. Diante deste quadro a luta contra a reforma da previdência é apenas uma luta parcial, entre as muitas que existem como a da destruição da

educação pública com a privatização das universidades ou a entrega do Pré-sal e da Petrobrás para os capitalistas estrangeiros. Os ataques também atingem diretamente os milhões de trabalhadores desempregados e os que são obrigados a se sujeitar às piores condições de trabalho. O chamado ao dia 13 tem que ser um chamado ao fim do governo Bolsonaro. Não somente à luta contra a aprovação da reforma da previdência, mas a todas as medidas do governo. Não é possível conviver com um governo eleito por uma fraude eleitoral para aplicar a política de de entrega das riquezas nacionais e de esmagamento da classe operária. O governo Bolsonaro é a continuidade do golpe de estado que derrubou Dilma Rousseff e colocou Lula na cadeia. Somente o povo na rua pode derrubar o governo e derrotar o golpe. Dia 13 tem que se tornar o dia pelo Fora Bolsonaro! Defender a liberdade para Lula! Exigir Eleições gerais e que Lula seja candidato.

çaram a falar abertamente em um impeachment de Bolsonaro. Embora o impeachment seja uma solução institucional e limitada, trata-se de uma evolução em direção ao fim

do governo Bolsonaro, uma derrota do regime golpista. De um lado, já é uma política oposta a esperar o mandato acabar só em 2022. Por outro lado, da parte das massas, o pedido de impeachment em grande medida significa também Fora Bolsonaro. Em relação a isso, o problema consiste agora apenas em esclarecer a limitação de uma saída para a crise por dentro de instituições controladas pela direita golpista. De qualquer modo, a exigência de que a luta seja pelo fim do governo, e não contra medidas parciais, começa a crescer no interior do movimento de esquerda. Esse é um dado fundamental para levar os trabalhadores a conseguirem derrotar o governo e a direita golpista. É o momento de levantar palavra de ordem Fora Bolsonaro! E esse e o momento mais propício para isso, diante da adesão de novos setores e do fato de que a impopularidade do governo está se tornando impossível de esconder a cada dia que passa.

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POLÍTICA | 3

É preciso colocar o “fora Bolsonaro” como centro da luta no dia 13 D

ia 13, os trabalhadores realizarão uma greve nacional contra o governo do golpista Jair Bolsonaro. A convocação da greve foi decidida na 9ª Conferência Nacional da Educação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), realizada no começo de julho. Além da greve contra o governo e o programa destrutivo da direita golpista para a educação, o dia será marcado por protestos no país inteiro, com adesão de outras entidades nacionais, como CUT e UNE. A pauta central dos atos seria, a princípio, a luta contra os cortes na educação. Além disso, outra pauta dos protestos é a rejeição à reforma da Previdência. Reivindicações fundamentais, porém deve-se levantar uma palavra de ordem que unifique as lutas contra o governo ilegítimo imposto pela direita por meio da fraude eleitoral do ano passado. Essa palavra de ordem é clara agora mais do que antes: fora Bolsonaro! Representa a exigência do fim desse governo e serve para guiar o movimento em direção a um objetivo definido. Uma palavra de ordem geral que apresente uma perspectiva à esquerda de saída para a crise política é fundamental nesta etapa da luta contra a direita e os golpistas, para impedir a dispersão dessa luta e a dispersão dos atos contra Bolsonaro. Trata-se de uma reivindicação que unifica e concentra em uma única exigência toda a luta contra o governo. De modo que o movimento possa impor uma derrota

abrangente à direita, capaz de obrigá-la a recuar e de impor uma reversão dos ataques desferidos contra a classe trabalhadora nos últimos anos. Essa palavra de ordem já é popular nas ruas, e agora é reforçada por uma série de elementos da situação política que começam a se acumular. Os sinais de impopularidade do governo já não podem ser ocultados, em todo lugar que se reúna uma multidão, se-

ja em partidas de futebol ou shows de música, gritos contra o governo têm se tornado cada vez mais frequentes. Nas redes sociais, o impeachment de Bolsonaro tornou-se um assunto muito popular. E o mais importante, a tendência à mobilização é muito forte, dando continuidade à luta contra o golpe que vem desde antes de 2016. Essa situação deve, portanto, ser aproveitada. É preciso ir além das pau-

tas parciais e dos protestos a conta gotas. A mobilização deve tornar-se mais frequente, para que possa precipitar a queda de um governo que está balançando. E deve ser organizada em torno de uma palavra de ordem capaz de concentrar em si a oposição a todo os ataques do governo contra o povo. Essa palavra de ordem deve ser a principal palavra de ordem das mobilizações no dia 13: Fora Bolsonaro!


4 | POLÍTICA

CERVEJARIA PETRÓPOLIS

Lava Jato quer destruir mais uma empresa A

Polícia Federal, em nome da Operação Lava Jato, atacou mais uma empresa brasileira nesta quarta-feira (31). É a 62ª fase da operação que já quebrou construtoras, paralisou a Eletronuclear (responsável pelo desenvolvimento do programa nuclear brasileiro e nosso primeiro submarino nuclear, que patrulharia o nosso Pré-Sal) e prejudicou a Petrobras para favorecer a entrada de empresas estrangeiras na exploração do nosso petróleo e na distribuição do combustível que passamos a ter de importar dos Estados Unidos. O novo alvo da Lava Jato é um cervejaria, não a Ambev (ou InBev), claro, do João Paulo Lehmann, de nacionalidade suíça, patrono da deputada Tábata Amaral, do PDT(que se fez de esquerda, mas votou a favor do golpe contra a aposentadoria dos brasileiros), que fabrica marcas como Brahma, Antarctica e Skol, e também patrocinou o golpe contra Dilma, financiando aquelas patifarias que fizeram dancinha nas avenidas vestindo camisas da seleção, do tipo “Vem pra Rua” e “revoltados online”, a coreografia do golpe para a recolonização do Brasil. O alvo é justamente o concorrente que incomoda, o dono da Cervejaria Petrópolis, que fabrica e distribui marcas como Petra, Itaipava, Crystal, Cacildis e o energético TNT. O grupo tem sete fábricas em cinco estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco e Mato Grosso.

Segundo a PF, esta nova etapa mira o pagamento de propinas disfarçadas de doações eleitorais e operações de lavagem de dinheiro feitas pelo Grupo Petrópolis. Segundo a investigação, o Grupo Petrópolis teria auxiliado a Odebrecht a pagar propina através da troca de reais no Brasil por dólares em contas no exterior. A PF quer prender o presidente da empresa, Walter Faria, que ainda não havia sido localizado até o momento em que fechávamos esta edição. Foram expedidos um mandado de prisão preventiva, cinco mandados de prisão temporária e 33 mandados de busca e apreensão. Até agora três pessoas foram presas.

As investigações do Grupo Petrópolis pela Lava Jato vêm desde 2016: uma planilha com nomes de políticos e referência à cerveja Itaipava foi achada na casa do executivo da construtora Odebrecht Benedicto Junior. Segundo delação do executivo, a construtora utilizou o Grupo Petrópolis para realizar doações de campanha eleitoral para políticos de outubro de 2008 a junho de 2014. Mas após a quebra do sigilo bancário dos investigados, notou-se que contas ligadas a Faria no exterior continuaram sendo movimentadas em 2018 e 2019. Em setembro de 2017, Walter Faria entregou à Polícia Federal planilhas

com informações sobre repasses da empresa a políticos a pedido da Odebrecht. De acordo com os documentos, 255 doações foram realizadas nas campanhas de 2010 e de 2012, somando mais de R$ 68 milhões Cervejaria brasileira não pode molhar a mão de políticos. Estrangeiros, como a Siemens ou a Alstom, podem, bancos também estão liberados. A Lava Jato sempre pega a indústria nacional. Não pega grupos estrangeiros, não pega o setor financeiro, nem monopólios da comunicação. Especificamente, ataca a indústria nacional, que atinge interesses de grandes monopólios internacionais. A investigação ainda aponta que Faria usou contas na Suíça para intermediar o repasse de mais de 3 milhões de dólares de propina relacionadas aos contratos dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000 e, segundo o MPF, a construtora fazia ampliações em fábricas da cervejaria com obras sub faturadas. Em São Paulo, foram cumpridos mandados em Boituva, Fernandópolis, Itu, Vinhedo, Piracicaba, Jacareí, Porto Feliz, Santa Fé do Sul, Santana do Parnaíba e São Paulo. Também foram cumpridos mandados em Cuiabá (MT), Cassilândia (MS), Belo Horizonte (MG), Petrópolis e Duque de Caxias (RJ). Os mandados foram expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba para serem cumpridos pela PF em 15 cidades diferentes. A nova fase foi batizada de Rock City. É a segunda vez que a Lava Jato adota um nome em inglês para suas operações, nem disfarça mais.

EXPLORAÇÃO

Bolsonaro rumo à legalização do trabalho escravo E

ntre as tantas dezenas de impropérios ditos e defendidos pelo presidente de extrema-direita, Jair Bolsonaro, não pode passar batida sua revolta com a Emenda Constitucional nº 81, de 2014, que prevê, entre outras coisas, a expropriação de propriedades rurais em que se pratique a exploração de trabalho escravo, de que forma que seriam destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular. Seguindo o receituário neoliberal, pressionado pelo agronegócio e por latifundiários viciados na exploração de mão de obra escrava, Bolsonaro esbraveja e garante que vai encaminhar alterações na Constituição ou proposta para regulamentá-la a fim de aliviar a vida dos escravagistas. Ele diz que as normas sobre trabalho escravo precisam ser adaptadas. Adaptadas como? é uma política fascista, em consonância com o desprezo que o neoliberalismo, ou seja, o capitalismo, tem pelo trabalhador, pela vida dos mais pobres. Até pouco tempo, fazia-se piada com a possibilidade de que em breve a Lei Áurea seria revogada pelo governo Bolsonaro, mas parece que não é piada, é projeto de governo.

A grande verdade é que o neoliberalismo está na base da escravidão moderna, sendo sua face mais visível e perversa aquela que promove a guerra, o desemprego e o horror econômico, com a expulsão de milhões de seres humanos de suas terras, de seus países, para serem explorados em outros lugares, não raro nos países que os exploravam antes, como colônias. Mas o tráfico humano para trabalho forçado e não remunerado é uma realidade interna em países como o Brasil. o neoliberalismo apregoa um MERCADO LIVRE, mas o trabalho nunca é livre de fato, a servidão e a escravidão são apenas níveis da retirada da liberdade. Onde é necessário, a lei protege minimamente o trabalhador, mas não elimina o domínio dos capitalistas sobre a vida, sobre o tempo, sobre o destino dos trabalhadores. Não é à-toa que a Medida Provisória 881, que “Institui a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, estabelece garantias de livre mercado, análise de impacto regulatório, e dá outras providências” foi apresentada pelo governo fascista. O menor problema é permitir que se trabalhe nos domingos, eliminando a necessidade de pagamento de hora-extra. Se a Medida Provisória

for aprovada, somando com a perversidade da Reforma Trabalhista aprovada no governo do golpista Michel Temer, veremos a produção do maior massacre aos trabalhadores que o país conheceu nos últimos tempos. Liberdade econômica, conforme a política fascista do governo Bolsonaro, implica inclusive poder explorar mão-de-obra escrava, evidentemente disfarçada com outros nomes ou descaracterizada pela concessão de alguma esmola, como um prato de comida como pagamento. Não duvidemos, vão tentar legalizar

o trabalho escravo, ao mesmo tempo em que vão avançar ainda mais no sucateamento de todo e qualquer trabalho, retirando direitos e possibilitando a super-exploração, igualmente legalizada, via aumento de jornada de trabalho, redução de horário de descanso, redução salarial, aumento de tempo de trabalho para aposentadoria, eliminação de férias remuneradas, extinção de hora-extra, ‘pejotização’ etc. Bolsonaro é um instrumento do neoliberalismo, sua política para o trabalhador é fascista.


POLÍTICA | 5

SOLIDARIEDADE

Presidentes da OAB assinam contra Bolsonaro pela Comissão da Verdade

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x-presidentes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estão assinando interpelação a ser encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) exigindo que o presidente fascista e ilegítimo Jair Bolsonaro esclareça o caso envolvendo a morte de Fernando Santa Cruz (pai do atual presidente da OAB, Felipe Santa Cruz) nas mãos dos agentes da ditadura militar, em 1974. “Há violação e crime de calúnia cometido ao falar as acusações”, declarou o ex-presidente da Ordem, Cezar Britto. A ação, que será protocolada pelo próprio Felipe Santa Cruz, já foi assinada por Britto, Marcus Vinicius Coelho, Ophir Cavalcante, Marcelo Lavenére, Roberto Busato, Reginaldo Oscar de Castro e Roberto Batochio. Eles serão advogados de Santa Cruz na ação. Bolsonaro desferiu um claro deboche contra a memória de Fernando Santa Cruz, então membro da organização de esquerda Ação Popular. Na segunda-feira (29), o político golpista, provocando o presidente da OAB, disse: “Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele

desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele.” E acrescentou: “Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar nas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco e veio desaparecer no Rio de Janeiro.” Depois, também em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro afirmou que Santa Cruz foi morto pela própria Ação Popular, uma clara mentira, uma vez que os próprios documentos oficiais comprovam que ele foi assassinado pelo Estado brasileiro. No mesmo dia, a OAB divulgou uma nota de repúdio destacando que Bolsonaro atentou contra a memória dos mortos pelo regime militar, particularmente a de Fernando Santa Cruz, atingido por “manifestações excessivas e de frivolidade extrema” do presidente ilegítimo. “A diretoria, o Conselho Pleno do Conselho Federal da OAB e o Colégio de Presidentes das 27 Seccionais da OAB repudiam as declarações do Se-

MARCELO SANTA CRUZ AO DCO

nhor Presidente da República e permanecerão se posicionando contra qualquer tipo de retrocesso, na luta pela construção de uma sociedade livre, justa e solidária, e contra a violação das prerrogativas profissionais”, conclui a nota da OAB. O movimento feito da OAB, embora não surta resultado prático relevante, demonstra a indignação da maior parte da sociedade, da classe trabalhadora e de setores cada vez mais amplos da classe média, contra Bolsonaro.

Essa indignação, se reunida apenas no terreno institucional, não surtirá grandes efeitos, uma vez que as instituições golpistas estão, de modo geral, alinhadas com a política de Bolsonaro. É preciso que ela seja organizada no terreno concreto que é o social, as ruas, pelas entidades de vanguarda da classe trabalhadora e dos oprimidos, levantando a palavra de ordem Foro Bolsonaro para uma grande mobilização que coloque abaixo o governo golpista.

PRESIDENTE ILEGÍTIMO

“Capitão dos porões da ditadura” Fora Bolsonaro! Ato em Recife vai

homenagear Fernando Santa Cruz

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arcelo Santa Cruz, militante dos Direitos Humanos e irmão de Fernando Santa Cruz, morto pela ditadura militar e recentemente atacado pelo presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, deu uma declaração exclusiva ao Diário Causa Operária e à Causa Operária TV, na tarde dessa terça-feira (30). Leia abaixo a declaração de Santa Cruz: “É evidente que as declarações de Jair Bolsonaro causaram uma profunda indignação não só à família de Fernando Santa Cruz, mas também a todos os familiares dos mortos e desaparecidos e as entidades de direitos humanos. Inclusive, a repercussão dessa agressão que ele fez à memória de Fernando teve uma repercussão internacional. A nível nacional, a própria procuradoria da República, bem como o movimento nacional dos direitos humanos, o governo do Estado de Pernambuco, o prefeito do Recife, deputados e até mesmo pessoas ligadas ao capitão Bolsonaro, como o governador de São Paulo, João Doria, se posicionaram. Alguns, com oportunismo, outros por convicção de que Bolsonaro teria ultrapassado todos os limites éticos que possa se impor ao presidente da República. Você levantar questões que ocorreram a 45 anos atrás, inclusive tentando atingir o presidente da Ordem Nacional, Felipe Santa Cruz, que, à época da prisão secreta de seu pai, tinha apenas um ano e oito meses, é cruel e desumano. Eu costumo dizer que Bolsonaro se comportou muito mais como capitão, que teria participado dos porões da ditadura, do que como chefe de Estado da Nação brasileira.

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“Essa questão não é uma questão familiar, pessoal. As entidades de direitos humanos estão respondendo à altura a essa questão. Agora, enquanto familiares, vamos representá-los junto ao Supremo Tribunal Federal e à Corte Interamericana de Direitos Humanos, que teve esse caso de Fernando aberto em 1974 e tem as informações que foram prestadas pelo governo brasileiro, inclusive em função do relatório da Comissão da Verdade, que havia dado o caso como encerrado. Mas, agora, surgiu um fato novo, que é a declaração do presidente da República, dizendo que sabe como ocorreu a prisão, o sequestro e o desaparecimento de Fernando. Então, ele tem, por obrigação ética, moral e jurídica de fazer essas declarações de que ele tem conhecimento tanto à Justiça brasileira como às cortes internacionais. “Na próxima sexta-feira, às 15h, a Associação de Juristas pela Democracia, fará um ato no Monumento Tortura Nunca Mais, na rua da Aurora. O ato é promovida pela Associação de Juristas pela Democracia, mas terá a participação de outras entidades de direitos humanos e de pessoas que se sentiram agredidas pelas declarações de Jair Bolsonaro.”

essa semana, o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro veio a público, mais uma vez, defender a tortura e as demais atrocidades da ditadura militar de 1964-1985. Dessa vez, Bolsonaro declarou que sabia como o militante pernambucano Fernando Santa Cruz, pai do atual presidente da OAB (Ordem de Advogados do Brasil), teria morrido. O caso repercutiu em todo o mundo, uma vez que a morte de Santa Cruz jamais havia sido esclarecida – Bolsonaro confessou, portanto, ter informações exclusivas de um regime que torturou e matou milhares de brasileiros. Diante dos ataques de Bolsonaro a Fernando Santa Cruz e as ameaças a toda a população, a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) decidiu convocar, para amanhã, um ato em homenagem ao militante assassinado pela ditadura militar. A manifestação acontecerá em frente ao Monumento Tortura Nunca Mais, a partir das 15h, no centro da cidade do Recife, e contará com a presença de militantes dos movimentos sociais e do Partido da Causa Operária (PCO) Em declaração exclusiva ao Diário Causa Operária e à Causa Operária TV, Marcelo Santa Cruz, irmão de Fernando Santa Cruz, afirmou que Bolsonaro, ao declarar que sabia como o pai do presidente da OAB teria morrido, se comportou mais como um “capitão, que teria participado dos porões da ditadura militar, do que como um chefe de Estado”.

A imensa revolta gerada após as declarações de Bolsonaro mostrou que o governo não é mais tolerado pela população em geral. Cada vez mais, setores da esquerda nacional e da população em geral estão se deslocando para uma política de enfrentamento à direita, exigindo a derrubada imediata do governo Bolsonaro. É necessário, portanto, aproveitar a crise em que se encontra o regime político para colocar os golpistas contra a parede. Todos às ruas amanhã, em memória de Fernando Santa Cruz, em defesa dos direitos democráticos, pelo Fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula! Para mais informações, entre em contato pelo telefone (81) 99691-8858.


6 | POLÍTICA

VENEZUELA

A Venezuela que a imprensa golpista não mostra (Parte II) Antônio Carlos Silva, da direção nacional do PCO, representante do Partido no Foro de São Paulo, realizado em Caracas, apresenta relatos de sua viagem à Venezuela

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urante quatro dias participamos das atividades do XXV Foro de São Paulo, em Caracas, encerrado no último dia 29, com um Encontro com o presidente Nicolas Maduro, no Palácio Miraflores, e tivemos a oportunidade também de apreciar um pouco do cotidiano da maior cidade do País e sua capital federal, com seus mais de dois milhões de habitantes, no Distrito Federal e outros mais de 3 milhões na Grande Caracas (o que equivale a quase 20% da população venezuelana). Cortada pelo Rio Guaíra e a cera de 15km do Mar do Caribe, a cidade de temperaturas elevadas, com em toda a região, tem uma brisa constante que torna seu clima quente mas muito agradável, na maior parte do tempo. Fundada há mais de 450 anos, Caracas foi praticamente destruída por um terremoto, em 1812, em plena luta pela independência contra os espanhóis, o que fez com que os invasores procurassem apresentar o ocorrido como um castigo divino, diante do que Simón Bolívar, teria dito: “se a natureza se opõe (à independência), lutaremos contra ela e faremos que nos obedeça”. Na cidade, prédios históricos e com mais de 200 anos, a Casa Natal de Simón Bolívar e o Palácio de Miraflores (sede do Resultado de imagem para palácio de mirafloresgoverno federal, foto) se misturam com construções modernas da recente etapa de relativa prosperidade, das últimas duas décadas, impulsionadas pelos altos preços do petróleo no mercado internacional e pelos governos de Hugo Chavez. A maioria da população, habita as favelas, dominadas por construções de alvenaria e que nos aos anteriores à crise recente passavam Resultado de imagem para favelas caracaspor crescente processo de urbanização, um dos motivos do imenso apoio popular do governo nesses redutos da classe operária. Mas vamos aos dias atuais e à realidade que se opõe à propaganda men-

tirosa da venal imprensa capitalista de que estaríamos no “fim do mundo”. “Desasbatescimento“ Embora haja falta de alguns produtos importados ou que dependem de insumos vindos de fora por conta do atraso histórico do País e do duro bloqueio econômico imposto a País pelo imperialismo norte-americano e seus súditos, foi perceptível que Resultado de imagem para abastecimiento en Caracasnem de longe as prateleiras dos supermercados e inúmeros mercados estavam vazias como se mostra pela TV brasileira. Os problemas de abastecimento atingem mais duramente cidades do interior do País, quanto mais distante da Capital nos encontramos, mas também nessas localidades por onde passamos, foi possível ver um comercio ativo e com a falta de certas mercadorias. Pequenas filas puderam ser vistas nos açougues e nos bancos, antes da sua abertura, como as que vemos no Brasil. Transporte Com a gasolina e outros derivados do petróleo sendo distribuídos praticamente de graça pela empresa estatal (PDVSA), é possível abastecer o tanque de um carro e ainda dar uma pequena Resultado de imagem para ônibus em Caracasgorjeta com uma nota de 100 bolívares (equivalentes a R$ 0,05, isto mesmo, cinco centavos). Nestas condições o transporte por meio de taxis e lotações privadas prosperam, a preços relativamente baixos em relação aos preços internacionais. Da mesma forma, que os ônibus, depois de longa sabotagem das empresas de transportes, circulam, com precariedade e ônibus geralmente mais velhos, como se vê em muitas cidades latino americanas, como Buenos Aires, afetadas pela crise capitalista e pela política dos governos neoliberais. Alimentação Há uma grande diversidade de bares e restaurantes por toda a cidade, funcionando com preços equivalentes aos do Brasil. É claro que com a alta

inflação que assola o País, por conta da sabotagem econômica da direita burguesa e do embargo imposto pelo imperialismo norte-americano, comer fora de cada não é a opção para a maioria da população trabalhadora. O tempero Resultado de imagem para compras en Caracasrealçado e diferenciado, em relação à comida brasileira, é um elemento atração para os estrangeiros. Legumes e verduras abundam nas mercearias, assim como frutas tropicais, destacando-se variados tipos de banana. Cordialidade Um povo com o bom humor carioca, ou a simpatia dos baianos, muito cordial ao dar informações e que gosta muito de conversar, mostrando grande simpatia pelos brasileiros. E não apenas da parte dos ativistas e militares que participava do Foro. Ao jantarmos em um restaurante típico e modesto, um pouco distante do hotel em que fomos hospedados pela organização e de termos todo tipo de atenção dos funcionários e donos do restaurante, um dos proprietários se ofereceu para nos levar de volta ao hotel em seu carro, com alguma preocupação de que circulássemos a pé já bem tarde da noite, sem nada nos cobrar. Educação Há cerca de duas dezenas de universidades em Caracas, a mais antiga

delas, a Universidade Central da Venezuela (UCV), Resultado de imagem para Universidade Central da Venezuela em Caracascriada em 1721, uma das mais antigas do continente, é uma universidade pública, nacional e autônoma, considerada uma das maiores referências em ensino superior da América Latina, com mais de 80 mil alunos em todo o País, a maior parte deles no campus da Capital. Além dela ha quase duas dezenas de outras instituições. Dentre elas, destaca-se a Universidade Bolivariana da Venezuela, fundada em 2003 por decreto do então presidente Hugo Chávez, como parte da “missão Sucre”, criada com o objetivo de conceder oportunidade de educação Resultado de imagem para universidade Bolivariana en Caracaspública à população pobre. segundo dados divulgados pelo governo, a UBV teria mais de 1 milhão de estudantes espalhados em 190 pontos de todo o País, sendo a universidade com maior número de matrículas na Venezuela e ja teria graduado cerca de 300 mil, desde a sua criação. A Venezuela teria alcançado a marca de mais 2,5 milhões de matrículas no ensino superior, antes da onda golpista dos últimos anos. Concluímos em uma próxima edição desse Diário, com relatos finais de Caracas e da viagem de volta ao Brasil, em mais de um dia de viagem por estradas venezuelanas.


POLÍTICA| 7

25ª EDICÃO DO FORO DE SÃO PAULO

Liberdade de Lula foi um dos eixos do Foro de São Paulo E

ncerrou-se no último domingo (28) a 25ª edição do Foro de São Paulo, em Caracas, capital da Venezuela. Nela, estiveram presentes centenas de partidos e organizações de esquerda da América Latina, além de mais de 700 convidados militantes de organizações internacionais de fora da região. Os principais assuntos abordados durante os quatro dias do encontro, que começou no dia 25, foram a defesa da soberania da Venezuela diante dos ataques do imperialismo (em geral, especificamente o norte-americano), a defesa de Cuba contra o endurecimento do bloqueio econômico a partir da aplicação da íntegra da Lei Helms-Burton, a necessidade da união dos povos e da esquerda anti-imperialista da região para reagir ao avanço do golpismo imperialista e a luta pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Manifesto de Caracas, aprovado pelas organizações membro do Foro, assinala a defesa da “liberdade de todos os presos políticos” pela direita na América Latina, com menção especial à “defesa da liberdade imediata de Lula e Jorge Glas” – este último, ex-vice-presidente do Equador.

Durante o evento, diversos representantes da esquerda latino-americana demonstraram solidariedade com o ex-presidente brasileiro e a luta por sua libertação, denunciando o caráter abertamente político e persecutório de sua prisão pelos golpistas e enfatizando a farsa que foi sua condenação. O Partido da Causa Operária (PCO), que não é integrante do Foro, participou como convidado do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), presidido por Nicolás Maduro. Representado por Antônio Carlos Silva, da Direção Nacional do PCO, o Partido distribuiu uma declaração oficial aos presentes nos encontros e na manifestação que ocorreu no domingo nas ruas de Caracas. Na declaração, o Partido pede uma campanha internacional contra as agressões imperialistas à Venezuela e Cuba, contra a presença imperialista no continente e também pela liberdade de Lula. “Campanha internacional, com dia internacional de luta e outros eventos em toda a América Latina, Caribe etc. pela anulação dos processos fraudulentos contra Lula e todos os presos políticos do regime golpista no Brasil. Pela imediata liberdade de Lula, abaixo a ditadura no Brasil, anulação

das eleições fraudulentas (sem Lula) e convocação de eleições democráticas, com Lula candidato. Que o povo decida!”, diz o documento do PCO. O Partido distribuiu também cartazes e adesivos, além de exemplares do jornal Causa Operária, a vários militantes e dirigentes presentes no encontro. Além disso, Antônio Carlos Silva denunciou a prisão de Lula e pediu mobilizações pela sua liberdade em entrevistas à imprensa venezuelana e internacional que cobriu o Foro de São

Paulo, sendo um importante meio de divulgação da campanha pela liberdade de Lula. É preciso dar um caráter concreto às decisões que servem para impulsionar uma mobilização, de maneira concreta, com mobilizações de rua, agitações e muita propaganda em toda a América Latina e o Caribe, para unir os trabalhadores latino-americanos nesses eixos centrais e levantar a esquerda brasileira em uma luta real pela liberdade de Lula.

LIBERDADE DE LULA

Mutirões já recolheram mais de 100 mil assinaturas H

á pouco mais de um mês de campanha nas ruas, os mutirões pela Liberdade de Lula alcançaram mais de 100 mil assinaturas recolhidas entre a população de todo o País, deixando claro que a esmagadora maioria do povo tem consciência de toda a conspiração criminosa feita por Moro e Dallagnol na Lava Jato para prender o ex-presidente e impedir o seu retorno à atividade política. Realizado pelo PCO, pelos Comitês de Luta Contra o Golpe, pelos Comitês Lula Livre, impulsionados pelo PT, o movimento de coletas de assinaturas entre a população pela Liberdade de Lula rapidamente espalhou-se pelo Brasil inteiro, tanto nas capitais como em diversas cidades do interior. Nos mutirões, há desde bancas bem organizadas, com faixas, cartazes, adesivos, produtos para venda, além de caixas de som ou megafones chamando as pessoas ao movimento, como também há companheiros que levam a luta adiante apenas munidos de pranchetas, e ainda assim obtém centenas de assinaturas. As pessoas sabem que se o Poder Judiciário simplesmente cumprisse a lei e a Constituição, Lula nem teria sido processo, quanto mais julgado e preso. Toda a armação para tirar Lula das eleições já era evidente para grande parte do povo, principalmente os trabalhadores que, na maioria, já sofreram na própria pele os desmandos do Judiciário brasileiro, ainda mais

quando seria o caso de aplicar a lei em favor dos mais pobres. As revelações do Intercept, entretanto, tornaram ainda mais claro o que já sabia, e não deixaram mais dúvida nenhuma sobre as maracutaias que Moro e seus comparsas fizeram para abrir caminho para Bolsonaro chegar ao poder. Com toda essa gravíssima conspiração comprovada, se não estivéssemos na vigência de uma ditadura golpista, é óbvio que Lula já estaria há muito tempo em liberdade e seus processos já teriam sido, todos eles, anulados. Mas com o golpe do Estado, o Judiciário, como as demais instituições do regime pisoteiam a Lei. É evidente que só vai se cumprir o que está na lei em favor do maior líder popular do Brasil se houver uma pressão popular de tal intensidade que não dê outra saída aos golpistas a não ser colocar Lula em liberdade. Por isso os mutirões não param: são realizados todas as semanas! E assim deverão continuar até que esta luta cresça até tomar as proporções de uma campanha de massas, que é o que realmente exprime todo o seu potencial. Nas ruas, conversando com as pessoas, o movimento se espalha e mobiliza um número crescente de companheiros e assim vão sendo organizadas as outras etapas desta campanha, através da formação de novos comitês e coletivos de luta, a organização de

caravanas e realização de atos cada vez maiores. A liberdade de Lula representará certamente uma dura derrota de todos os golpistas. Não é sem motivo que Bolsonaro já afirmou que fará de tudo para manter Lula preso. Ele, e toda a burguesia, sabem do poder mobilizador de Lula, e o que eles mais têm medo é do povo organizado e mobilizado em torno de um objetivo. Com a nulidade dos processos de Lula, é óbvio que a eleição de 2018 também não poderá ser considerada válida: terá que ser anulada imediatamente. Libertar Lula significa também que Bolsonaro foi eleito pela fraude, deixando como único caminho, a retirada imediata do fascista do poder e o chamamento de novas eleições, com Lula candidato. Por tudo isto, os mutirões são um meio eficaz de luta. É uma resposta a

todo aquele que quer lutar mas ainda não encontrou uma maneira organizada de fazer a sua parte para derrotar o golpe. E quem já participou dos mutirões pôde ver que o povo sabe bem de tudo isto. Fica claro o potencial de enorme de mais e mais pessoas aderirem a estas atividades semanais. Por tudo isso, e muito mais, é preciso reforçar essa iniciativa, todas as semanas e usá-la como instrumento para preparar um grande mobilização, em Curitiba, pela anulação dos processos da criminosa operação lava jato e pela imediata libertação de Lula e de todos os presos políticos. Se você ainda não está participando, procure os companheiros do Comitê de sua cidade. Se ainda não existe, ajude a criar um, entre em contato conosco. Liberdade Para Lula – Fora Bolsonaro – Eleições Gerais Já !


8 | POLÍTICA E ECONOMIA

THE INTERCEPT

Atos em defesa de Glenn Greenwald pedem “Fora Bolsonaro” N

o Rio de Janeiro e em São Paulo, no dia 30 de julho, foram realizados atos em defesa de Glenn Greenwald, fundador do jornal The Intercept. O ato do Rio de Janeiro foi convocado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), ao que se somaram os comitês contra o golpe e Lula Livre de São Paulo. A importância do ato se deu diante da ofensiva do governo bolsonarista, que procurou recentemente apontar uma série de medidas no sentido de reprimir o The Intercept buscando censurar a divulgação dos vazamentos da Lava Jato, que revelam uma atuação criminosa da Sérgio Moro com os procuradores da Lava Jato. Procurando atacar a liberdade de imprensa, Sérgio Moro e Bolsonaro declararam que Glenn Greenwald cometeu crimes ao divulgar informações da Lava Jato, montaram um esquema de perseguição por meio do pretexto de supostos “hackers” que teriam roubado as conversas sigilosas, e além disso, para ameaçar Greenwald, que é norte-americano, Sérgio Moro assinou uma portaria (666) para deportar ele-

mentos “perigosos” dentro do Brasil. Isso, entre outras coisas. Os atos, por isso, foram importantes no sentido de defender a liberdade de imprensa. Porém, não foi apenas isso que marcou as manifestações. Diante da intensa crise do governo, que recentemente defendeu a tortura e a ditadu-

ra militar, os atos foram marcados pelas palavras de ordem Fora Bolsonaro e Lula Livre, revelando o aprofundamento da crise do regime golpista. Em São Paulo, principalmente, os atos foram convocados de forma espontânea, que marcou seu caráter reduzido, com a presença de alguns

setores do PT, PCO, PSOL e independentes. Porém, o repúdio a Bolsonaro e exigência de que ele saísse do governo foi generalizado. Palavras de ordem pedindo a “anulação da eleição” e novas eleições foram marcantes na manifestação. No Rio de Janeiro, em que o ato foi maior, também foi defendido a palavra de ordem Fora Bolsonaro, que se tornou mais popular que todas as outras. Setores do MBL, fascista, tentaram provocar os manifestantes, mas foram escorraçados por militantes do PCO e de outros setores da esquerda que se encontravam no local. Com isso, revela-se uma grande desmoralização do golpe e uma radicalização de todo um movimento que já levanta a palavra de ordem Fora Bolsonaro, de forma espontânea. Além disso, todo um setor dos militantes da luta contra o golpe que se recusam até então de colocar a palavra de ordem, agora, estão apoiando a política, o que revela uma tendência de que toda a população participe da luta pela derrubada do governo ilegítimo.

IBGE

MAIS ATAQUES A POPULAÇÃO

Subocupação bate recorde, desemprego cai quase nada

Bolsonaro bloqueia quase R$ 1 bi de recursos para a população Q

A

taxa de desemprego vem oscilando em torno de 12,7% de desempregados e 11,6%. No período de março a maio de 2018 o desemprego estava em 12,7% e caiu até atingir 11,6% no período de setembro a dezembro de 2018. À partir desse período voltou a subir, atingindo 12,7% (novamente) no período de janeiro a março de 2019. Desde então, a taxa voltou a cair lentamente, chegando a 12%, que é o último dado publicado. Fica claro que existe uma oscilação e que nada está realmente mudando. A imprensa capitalista vem tentado enganar o povo de forma cínica, com um malabarismo argumentativo em relação à taxa de desemprego. Transformam uma oscilação da taxa (que já aconteceu antes) em indícios de que a “economia ja mostra sinais de melhora”. Esse mantra vem sendo repetido incansavelmente pela Globo, por exemplo, junto com a promessa de que a reforma da Previdência vai fazer bombar a economia e diminuir o desemprego. Obviamente, trata-se de uma grande enganação. As declarações de Cimar Azeredo, gerente da pesquisa do IBGE, devem causar, no mínimo, desconfiança da parte de quem vê a sua análise dos dados. No desespero de pintar a estratégia econômica da direita como algo bom, ele afirma que “parte expressiva da carteira de trabalho assinada está na indústria, que é um dos setores mais organizados e com maior nível de formalização”, sendo que a política da direita vai justamente no sentido

contrário, de desindustrialização do país, de entrega de recursos naturais à preço de banana. O interesse da direita neoliberal não é investir na infraestrutura do país (o que geraria muitos empregos), mas sim dar lucro aos grandes capitalistas, que querem sugar matéria prima do Brasil para fabricar e vender produtos com maior valor agregado, muitas vezes vendendo de volta ao Brasil um produto feita com matéria prima brasileira. Em troca, o grande capital financia os partidos políticos que visam implementar esse plano econômico. Era para o Brasil estar se beneficiando da venda de produtos com maior valor agregado e do crescimento do número de empregos junto com o crescimento das suas indústrias, mas não é isso que está acontecendo. O plano da direita para a classe trabalhadora é acabar com as leis trabalhistas e os salários, tornando tudo mais fácil aos empregadores que, “coitados”, sofrem muito no Brasil.

uase um bilhão e meio de reais destinados a serviços fundamentais para a população serão bloqueados por decreto emitido esta semana pelo presidente golpista Jair Bolsonaro. Este bloqueio se soma aos quase 30 bilhões cortados no início do ano. Os ministérios mais afetados foram, não por acaso, da Cidadania e da Educação, que juntas amargam praticamente dois terços do corte. Entretanto, praticamente todos os ministérios sofreram cortes, exceto – e não por acaso – os relativos ao poder

repressivo do Estado e à manutenção do governo: Casa Civil, Justiça, Defesa, Segurança Institucional. O colapso da economia brasileira é de pura responsabilidade dos golpistas. Os cortes deste ano fazem com que as despesas de investimentos do Estado brasileiro sejam as menores desde 2008, e praticamente a metade do que eram em 2014. Tudo para atender a metas de “superavit primário”, que são estabelecidas por banqueiros e burocratas que não passam fome e têm como prioridade o recebimento de juros da dívida pública.


INTERNACIONAL | 9

IMPERIALISMO

EUA venderá US$8 bi em armas para a Arábia Saudita T

rump aumenta o cerco no Oriente Médio com a venda de U$ 8,1 bi em armas para a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. A proposta que tinha sido barrada no congresso prosseguiu até o senado após o veto de Trump à decisão dos deputados, e acaba de ser aprovada. Aviões de última geração, munições teleguiadas de precisão, assim com a manutenção desses equipamentos, serão enviados para o mais forte aliado norte americano no Oriente Médio. O intuito é de aumentar o cerco contra o Irã através da guerra da Arábia Saudita no Iêmen contra os exércitos rebeldes apoiados pelo Irã. O congresso norte-americano havia barrado a proposta para contrariar Trump e a Arábia Saudita, que ano passado executou o jornalista Khamal Khashoggi na embaixada saudita da Turquia. A guerra no Iêmen envolve os rebeldes huthies, apoiados pelo Irã, e o

atual governo do presidente Ali Abdullah Saleh, um fantoche apoiado pela Arábia Saudita e pelos EUA. Os norte-americanos estão cada vez mais fracos no Oriente Médio, sofrendo derrotas acachapantes como a da Síria, e não conseguindo mais manter as tropas no territórios dominados, como no Afeganistão, por isso estão recorrendo a velhos métodos, incentivando guerras contra seus inimigos políticos. A resistência iraniana contra o imperialismo norte-americano, junto ao apoio da Rússia e da China, está cada vez mais enfraquecendo-os. Por isso os Estados Unidos está ampliando o cerco contra o Irã. Junto à esse armamento pesado de seu principal aliado, estão embargando cada vez mais a economia iraniana. O país tem pelo menos dois navios presos a mando dos americanos, um petroleiro no Estreito de Gibraltar, e um navio cargueiro preso no porto de Paranaguá, no Paraná.

CUBA

Mesmo sob bloqueio, Cuba amplia acesso à internet

A

propaganda imperialista critica Cuba, com frequência, pela dificuldade e alto custo de acesso à internet naquele país. Cinicamente, atribuem o motivo a uma postura ditatorial do governo cubano. O que ela não informa, entretanto, é que este problema se deve justamente ao bloqueio econômico imposto pelos EUA a Cuba, que impede que empresas ao longo do mundo liguem conexões até a ilha cubana, seja por fibra ótica ou via satélite. O governo cubano tem tentado melhorar a situação a partir de parcerias com países que não se curvam aos embargos, como a Venezuela – que ligou um cabo de fibra ótica na ilha – a Rússia – que conecta os sinais de 3G por seus satélites, e a China. Recentemente, também o Google tem tentado contornar o embargo, assinando acordos com Cuba para instalar servidores na ilha.

Entretanto, devido à conectividade reduzida, o governo dá prioridade de acesso à internet a serviços estratégicos, educação, jornalistas e outras necessidades. Até recentemente, a população conseguia acessar a internet por meio de hotspots públicos oferecidos pelo Estado, com sinal lento e instável, ou assinaturas telefônicas 3G caras. A partir desta semana, a estatal cubana de comunicações ETECSA passou a permitir, também, que empresas privadas e indivíduos se conectem à sua infraestrutura, ou seja, instalem provedores e redes privadas de comunicação. Este é mais um passo de Cuba na tentativa de contornar o embargo norte-americano, que impede um fluxo mais rápido de dados entre a ilha e a rede mundial de computadores. Mesmo assim, devido ao bloqueio imperialista, ainda é comum que muitas páginas internacionais não possam ser acessadas a partir de um IP cubano.


10 |ATIVIDADES DO PCO

ANÁLISE

Venha assistir a Análise Política no telão, no CCBP do Rio de Janeiro! O

s camaradas do Partido da Causa Operária do Rio de Janeiro convidam toda a companheirada para assistir a Análise Política da Semana projetada no telão, no Centro Cultural Benjamin Perét do Rio, que fica na rua Taylor 47. A análise do companheiro Rui é a melhor análise política do Brasil e é assistida por dezenas de milhares de pessoas todas as semanas. Que tal vir assistir com os camaradas do PCO do Rio e vir almoçar, beber um bom vinho e conversar com a gente? Segue o link do evento da exibição da Análise no CCBP do Rio no Facebook. Evento da exibição da Análise Política no Telão, no CCBP do Rio de Janeiro. Pedimos ajuda na divulgação do evento. Venha e traga os seus contatos! O almoço custa apenas R$ 20,00 e as bebidas são vendidas a preços acessíveis.

COLETIVO

RIO DE JANEIRO

Participe do mutirão no Rio de Participe das reuniões do Coletivo de Negros João Cândido Janeiro, neste domingo D

iante dos ataques do governo do Bolsonaro contra a população brasileira, torna-se ainda mais urgente que os negros, os mais atingidos pela política neoliberal, se organizem coletivamente para atacar a extrema-direita no nosso País. Além do desemprego, das péssimas condições de vida e trabalho, a população negra tem sido atacada constantemente e cada vez mais violentamente pela repressão do governo golpista. Prisões sem julgamento de líderes dos movimentos populares, mortes em presídios superlotados e em péssimas condições, chacinas nas periferias são apenas alguns dos gravíssimos ata-

S

eguindo a orientação política do Partido da Causa Operária, os militantes do Partido da Causa Operária do Rio de Janeiro realizarão neste domingo mais um mutirão de coletas de assinaturas pela liberdade de Lula. A atividade ocorrerá na Feira da Glória, ao lado de um samba de raiz, e será das 13 às 17 horas. Além da música de qualidade, a tradicional feira da Glória e os transeuntes colaboram enormemente para a qualidade do mutirão. Serão monta-

das banquinhas, com venda de produtos do PCO, distribuição de materiais e claro, a coleta de assinaturas pela anulação dos processos fraudulentos contra o ex-presidente Lula. Junte-se a nós nesta atividade e traga também seus contatos e companheiros! Colocamos aqui também o link do evento deste mutirão no Facebook. Para maiores dúvidas e esclarecimentos, favor procurar a página do Facebook do Partido da Causa Operária do Rio de Janeiro.

ques que o povo negro vem sofrendo. Por isso, para organizar uma luta combativa, participe das reuniões do Coletivo João Cândido do PCO para debater por exemplo autodefesa, fim dos presídios, dissolução da PM entre outros temas que são importantíssimos para a luta dos negros. As reuniões acontecem no CCBP de São Paulo (Rua Serranos, 90, próximo ao metrô Saúde) todos os sábados às 16 horas. E quem não é de São Paulo pode participar por vídeo-chamada entrando em contato com os coordenadores Juliano Lopes (11) 95456-9764 e Izadora Dias (11) 95208-8335.


MOVIMENTO OPERÁRIO | 11

A INTENÇÃO É PRIVATIZAR

Nova reestruturação no Banco do Brasil N o último dia 29 de julho a direção golpista do Banco do Brasil anunciou uma nova reestruturação na empresa, que visa a redução de quadros e agências que acarretará no corte de 2.300 de vagas entre agências e setores administrativos. A medida resultará no fechamento de 333 agências, que passarão a ser, apenas, postos de atendimentos. Está previsto o redimensionamento em setores administrativo do banco nas unidades táticas, nas áreas de apoio e na rede o que afetará diretamente os funcionários escriturários, caixas e comissionados. Na prática os trabalhadores afetados que não conseguirem vagas em outras dependências perderão os seus cargos e consequentemente terão os seus salários rebaixados através do corte de gratificações ou comissões. Além disso o banco reclassificou, para baixo, os níveis de 634 agências e consequentemente o rebaixamento salarial dos funcionários comissionados das mesmas. O fechamento das 333 agências, que serão transformadas em postos de atendimento, irá transformar a vida

do trabalhador num verdadeiro caos, já que o mesmo terá que procurar uma nova dependência que tenha vaga, se ele não for bem-sucedido em uma outra agência na sua própria cidade terá que procurar outra localidade, sabe-se lá onde. E mais: a estratégia dos golpistas é colocar, através de um Progra-

GOLPISTA

ma de Adequação de Quadros (PAQ), para fora da empresa, milhares de trabalhadores através dos famigerados planos de demissões “voluntárias” para escriturários ou caixas excedentes e dos funcionários em excesso no cargo. Essas novas medidas do BB são parte da política do governo neoliberal

do golpista/ilegítimo, Bolsonaro, em transformar um banco público, que tem uma função social, que atende comunidades até nos rincões mais afastados do país, com agências e postos de serviços em mais de 5 mil municípios brasileiro, onde oferece crédito mais baratos para a agricultura familiar e a agricultura em geral, de financiamento à infraestrutura, etc., em um banco privado, que tem como política fundamental apenas a obtenção de lucro às custas da exploração dos trabalhadores e de toda a população. É necessário organizar imediatamente uma reação à política de terra arrasada dos golpista para com as empresas públicas. Da mesma forma que estão articulando em relação à Petrobras, Caixa Econômica Federal, Eletrobras e tantas outras empresas públicas, os trabalhadores do Banco do Brasil e suas organizações devem organizar uma gigantesca mobilização, juntamente com os demais bancários e trabalhadores, a luta pelo fim do regime golpista e retirar o País do caos que está mergulhado, através da greve geral de toda a categoria contra os ataques dos banqueiros e seus governos que tenha, também, como palavra de ordem fundamenta o Fora Bolsonaro, Eleições Gerais, Liberdade para Lula.

EDUCAÇÃO

TST entra em negociação dos Jair Bolsonaro ataca mais uma vez o MEC Correios para desmobilizar categoria

O

N

esta tarde de quarta-feira (31), o ministro golpista Renato de Lacerda, vice presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho) presidiu audiência de conciliação entre os representantes dos trabalhadores dos Correios e a direção golpista ECT. A audiência foi marcada para brecar as assembleias dos trabalhadores dos Correios, marcada para a noite do dia 31, quando a categoria pretendia entrar em greve contra os ataques anunciados pela direção golpista da ECT na campanha salarial. Para desarmar os trabalhadores, o ministro do TST entrou na reunião tentando desarmar a categoria, apresentando como saída a negociação no tribunal, que só retirou direitos da categoria nos últimos anos.

Apresentou que os trabalhadores precisam impedir a greve na próxima assembleia e dar mais 30 dias para o TST, amigo dos patrões e inimigo dos trabalhadores, mediar as cláusulas econômicas e o plano de saúde até 30 de agosto de 2019. O TST golpista veio novamente para a mesa de negociação dos Correios para enrolar os trabalhadores e ajudar os patrões a retirar direitos da categoria ajudando a privatização da ECT. Somente com a mobilização e greve de 100% da categoria é possível enfrentar os ataques dos golpistas. É preciso lutar contra os golpistas, lutar para derrubar o governo golpista que quer acabar com os trabalhadores, levantando a palavra de ordem Fora Bolsonaro, eleições gerais e liberdade de Lula.

MEC (Ministério da Educação) teve novo roubo anunciado pelo governo golpista, de R$ 1,443 bilhão. Toda semana Jair Bolsonaro corta verbas da educação. Outra área que sofreu com cortes foi os Ministérios da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (-R$ 59,8 milhões); da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (-R$ 54,7 milhões). Em contrapartida os Ministérios de cunho demagógico, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos ganhou R$ 5 milhões. A educação está sendo massacrada e roubada cada dia pelo governo capacho imperialista que deseja jogar a população pobre, cada vez mais entregue à ignorância. Temos vários exemplos de liquidação do ensino público promovidos pelos lacaios do imperialismo, o congelamento de verbas em 20 anos, o “Future-se”, a “escola com fascismo”, etc. A derrubada do presidente ilegítimo é urgente, pois sua manutenção vai

aniquilar todas as pequenas conquistas que o povo trabalhador conseguiu nos últimos 100 anos, como a CLT, o ensino público nas três esferas, até a abolição está ameaçada. E não tem saída mágica (ou parlamentar) para impedir que esses ataques se perpetuem. O desenvolvimento da situação está aí, para a direita, diminuir drasticamente investimentos (PEC 55) e atacar de forma direta o orçamento das instituições (contingenciamento/cortes), para que elas recorram à iniciativa privada. É preciso que as direções de partidos, líderes e movimentos sociais superem sua própria paralisia e chamem suas bases às ruas de forma contínua, que é a partir de onde podemos impor a vontade do povo e combater essas medidas neoliberais. É preciso que, mais do que nunca, se denuncie o desenvolvimento da situação, evidenciando seu aprofundamento. Somente as ruas vão barrar todas essas privatizações.


12 | CIDADES

CONTINUA O MASSACRE NO PARÁ

Desta vez, dentro de caminhão da polícia N

a noite de terça-feira, 30/07, mais quatro detentos da casa de detenção de Altamira no Pará foram assassinados, elevando para 62 pessoas mortas nessa que já é a segunda maior chacina em presídios brasileiros, ficando atrás apenas dos 111 presos assassinados pela polícia militar no Presídio de Carandiru, na capital paulista, em 1992. Após o motim na casa de detenção em Altamira que teria sido originado por disputas entre facções Comando Classe A (CCA) e Comando Vermelho (CV) – segundo versão da Polícia -, o governo do Pará decidiu transferir 30 presidiários para outros presídios e casas de detenção do Estado. De acordo com nota oficial do governo, os presidiários estavam sendo transportados em caminhão-cela da polícia militar e em determinado momento, no trajeto entre as cidades de Nova Repartimento e Marabá, teria ocorrido uma briga generalizada que

teria resultado na morte por enforcamento de quatro presos. Os corpos dos detentos só foram localizados no destino. O que primeiro chama a atenção é que foi dentro de um caminhão da polícia, portanto com escolta policial e que que uma briga envolvendo 30 pessoas tenha passado absolutamente desapercebida pela segurança da operação, que não tenha produzido nenhum tipo de barulho ou gritos dos envolvidos.. Mais. O governo garante que os presos “eram da mesma facção e viviam juntos nas mesmas celas. Foram comparsas no confronto entre facções”. A nota acrescenta, ainda, que “durante o transporte, estavam algemados, divididos em quatro celas. A capacidade das celas era para até 40 presos, e 30 eram transportados. O Estado não possui caminhão com celas individuais”. No mínimo estamos diante de uma história mirabolantemente fan-

tasiosa. Quem assassinou presos algemados, todos da mesma facção, que entram em briga entre si e a segurança responsável pelo transporte simplesmente não percebe que estaria ocorrendo alguma coisa de anormal? No caso do Pará, é do conhecimento público que depois do Rio de Janeiro, é o Estado onde mais mais cresceram as milícias de extrema-direita compostas por policiais e ex-policias e que já dominam boa parte do tráfico de drogas e de armas e de cobrança de “alugueis”nas das favelas e periferias das cidades. Uma outra circunstância ainda aponta para uma questão muito particular. As milícias estão em guerra justamente com a Facção Comando Vermelho, justamente o grupo que foi chacinado no presidio de Altamira. Pelos relatos divulgados na imprensa, integrantes do Comando Classe A aproveitaram o momento em que as celas foram aber-

tas para o café da manhã para promover o massacre. Será tudo coincidência? Diante de um quadro como esse não é difícil vincular a briga entre facções aos interesses das próprias milícias, ou seja, a setores da Polícia. O “ajuste de contas” entre facções rivais tem como grande beneficiário o crime organizado paraestatal.

SÃO PAULO

RIO DE JANEIRO

Doria quer a remoção de Vargem Grande na zona sul de São Paulo L

Milícia matou 23 na Baixada Fluminense: vereador do Avante é o líder

ocalizado no extremo sul da cidade de São Paulo, o bairro de Vargem Grande se formou na década de 1980 e foi construído pela organização e mobilização dos trabalhadores que lutavam pelo direito à moradia. Depois de enfrentar diversas ameaças de despejos, multas e todo tipo de intimidação por parte do governo do estado, da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, pela polícia, os moradores conseguiram manter a sua moradia. Isso só foi possível devido à mobilização dos moradores o que levou o governo a recuar dos planos de desocupação. Entretanto, neste momento há uma ofensiva por parte do governo do Estado para remover a maior parte dos

moradores do bairro. Sob diversos tipos de justificativas absurdas, embasadas em falsos argumentos ecológicos, o que se procura é jogar dezenas de milhares de trabalhadores nas ruas para atender aos interesses dos especuladores imobiliários que tem um grande interesse na região. É sabido que a região é rica em recursos hídricos, além de ser atrativa pela área verde existente. É preciso mobilizar todo o bairro através de reuniões e manifestações para denunciar a política de ataques ao direito mais elementar dos trabalhadores, que é o direito à moradia, por parte do governo Dória, do prefeito tucano Covas e do Ministério Público.

WILSON WITZEL

Governador nazista do RJ quer prender quem usar maconha na praia

O

governador fascista do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, o mesmo que, pessoalmente, subiu em um helicóptero da polícia carioca para atirar contra a população pobre nas comunidades, o mesmo que vem comandando o maior banho de sangue nas periferias do Rio de Janeiro, com a morte de centenas de pessoas, negros e pobres, nas favelas, agora quer prender quem estiver fumando maconha nas praias do Rio de Janeiro. Trata-se de mais uma ferramenta de perseguição ditatorial contra a população, uma vez que a lei não prevê

prisão para quem estiver fazendo uso de drogas. Witzel atua como governador, juiz, legislador e assassino de povo nas horas vagas: um verdadeiro exemplar de fascista. É preciso mobilizar a população do Rio de Janeiro contra o governador fascista. Assim como é necessário mobilizar todo o povo brasileiro contra os golpistas que tomaram de assalto o poder no país. No caso das drogas, é preciso levantar a reivindicação democrática de liberação de todas as drogas. Fora Witzel! Fora Bolsonaro e todos os golpistas!

S

eguindo a política de violência contra o povo propagada pelo presidente golpista e amigo de milicianos, Jair Bolsonaro, grupos de Paramilitares têm espalhado o terror na Baixa Fluminense, no Rio de Janeiro. O grupo de paramilitares, conhecidos como “Caçadores de Gansos”, é acusado de executar pelo menos 23 pessoas somente em Queimados e pelo menos 100 vítimas por toda a Baixada. A policia civil procura por cemitérios clandestinos, onde o grupo pode ter jogado os corpos das vítimas. Promovendo execuções à base de muita crueldade, o grupo costumava postar fotos de suas vítimas, já mortas, no Facebook. Durante uma ação da polícia, 21 suspeitos de integrar o grupo de milicianos foram presos, incluindo o vereador de Queimados, Davi Brasil Caetano, do Avante, ex-PTdoB, partido direitista que apenas mudou de novo para poder concorrer às eleições.

A política de Bolsonaro, que vai de encontro a existência de milicianos, a fim de controlar as favelas e extorquir a população pobre que mora ali, é uma das principais culpadas por esses assassinatos. Já ficou comprovado que a família de Bolsonaro tem envolvimento com milícias e agora, com o vereador do Avante aparentemente ser o líder do grupo, é dada carta branca para que esses grupos hajam conforme a política de extermínio recrudescida pelos partidos golpistas que os apoiam e até lideram. Esses grupos chegam a filmar o assassinato de suas vítimas, mostrando que não têm qualquer pudor ou medo de serem descobertos. Além dessas mortes cruéis, o grupo ainda extorquia mototaxistas e controlava a venda de gás e de cestas básicas. São grupos ligados a direita, controlados pelos golpistas. O golpe de Estado incentiva e instiga todas essas organizações que atacam o povo.


CIDADES E CULTURA | 13

AUSCHWITZEL

Governador quer internação forçada de moradores de rua D

ando sequência à ofensiva da extrema-direita no Brasil, o governador fascista do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, mais conhecido pelas cenas de sadismo explícito em que aparece a bordo de um helicóptero da polícia, de onde são disparadas rajadas de tiros de fuzil a esmo contra a população de uma comunidade do Rio de Janeiro, defendeu na tarde de ontem (30) que moradores de rua com problemas psiquiátricos ou dependência química sejam internados à força. A medida utiliza como pretexto o caso do morador de rua que, num momento de surto, matou duas pessoas, na zona sul da capital fluminense, no último domingo (28). “Não temos que ficar perguntando se querem ou não [ser internados]. As pessoas que estão na rua e não tem sua capacidade de autodeterminação, elas não podem decidir se vão ficar ou não na rua, elas vão ser recolhidas”, disse Witzel. A proposta do governador carioca, como não poderia deixar de ser, encontra perfeita simbiose com a linha seguida pelo seu congênere do governo federal, Jair Bolsonaro. A internação forçada de moradores de rua se apoia na lei sancionada recentemente por Bolsonaro — Lei 13.840/2019 — que autoriza que dependentes químicos sejam internados compulsoria-

mente, bastando o aval do médico e a requisição por servidores dos órgãos integrantes do Sisnad (Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas) ou pela família ou responsável legal. Trata-se de mais uma medida arbitrária que aprofunda os ataques contra os direitos democráticos do povo. Ao invés de oferecer ao indivíduo o tratamento necessário para que, de forma livre, se recupere e se livre das drogas, o Estado opressor, uma vez implantada a proposta, adquire mais uma licença para invadir a esfera de autodeterminação do indivíduo, para interferir na vida pessoal do indivíduo, para controlar e condicionar sua vida. Mais do que isso, a internação forçada se volta contra um dos setores mais esmagados e oprimidos da população, os moradores de rua, e apresenta características claramente higienistas, de limpeza social. Com ela, busca-se mascarar, maquiar ou embelezar uma das mazelas mais evidentes da sociedade capitalista em decadência: o completo esmagamento de determinadas camadas da população, que são transformadas pela opressão burguesa em verdadeiros “farrapos humanos” e são submetidas a condições de vida mais rebaixadas que a de certos animais. Não menos importante é a tendência de a internação forçada ser utilizada para fins abertamente políticos.

Uma das características mais marcantes — uma necessidade, na verdade — dos regimes fascistas é o aniquilamento de seus opositores políticos. Como é bastante evidente, a autorização quase sem restrições e condicionantes da internação forçada acrescenta mais um artifício repressivo e arbitrário ao rico, e cada vez maior, arsenal persecutório do regime político golpista. Não é preciso ter muita criatividade para, no futuro próximo, imaginar militantes da esquerda sendo internados à força, sob a justificativa da existência de problemas mentais, por exemplo. A política adotada por Witzel, em

consonância com a de Bolsonaro, vai no sentido da constituição de um regime político com características claramente fascistas. As direções políticas e sindicais do movimento operário e popular devem sair do estado de paralisia e timidez em que se encontram, fazendo um esforço mais decidido para colocar em marcha as amplas massas do povo que estão sob sua direção. É preciso aproveitar as inúmeras crises e contradições do governo fascista e lançar as únicas palavras de ordem que têm condições de mobilizar o povo: “Fora Bolsonaro!”, “Fora Witzel!”, “Fora todos os golpistas!”.

CULTURA

Cantor BNegão é censurado e público é reprimido pela PM O

ataque aconteceu nesse final de semana, na cidade de Bonito (MS) em um festival dedicado ao Jazz e ao Blues. Na madrugada de sábado (27) para domingo, a cantora Gal Costa já havia estimulado a plateia a entrar no coro de “ei, Bolsonaro, vai tomar no c*”. Seguindo esse acontecimento, a banda “BNegão & Seletores de Frequência” teve o show interrompido pela PM, que ordenou que o som fosse cortado, após a banda criticar duramente o presidente. BNegão havia criticado Bolsonaro, falando contra a violência policial e condenando os ataques às aldeias Wajapi, no Amapá. Pessoas da plateia afirmaram que a polícia chegou de forma truculenta, expulsando as pessoas. Como se isso não fosse suficiente, a prefeitura de Bonito soltou nota de repúdio às criticas feitas pelos músicos. O prefeito Odilson Arruda Soares (PSDB) publicou a nota de repudio nas redes sociais e no site da prefeitura, dizendo que as críticas feitas pelos artistas foram “desrespeitosas”. Ele justifica que o evento é promovido pelo estado do Mato Grosso do Sul e não teria viés político. A prefeitura de Bonito, enviou um comunicado pelo site Campo Grande News: “A Prefeitura de Bonito entende que todos tem direito a expressão, mas

não concorda com manifestações explícitas de lados políticos, ou mesmo desrespeito aos atuais governantes durante o evento, seja por artistas contratados e pagos com recursos públicos federais, estaduais e municipais, ou por parte do público presente”. Está bem claro que a situação política se agrava e a ditadura de Bolsonaro se consolida a cada dia que passa e é preciso reagir à altura dos aconte-

cimentos. Essa ação da polícia é típica de um governo ditatorial e vemos que a direita dita “moderada” (PSDB) prefere se aliar à extrema direita e ao fascismo, ao se aliar a partidos de esquerda. Se as lideranças de esquerda não mobilizarem a população de forma ativa, esses ataques da PM se tornarão cada vez mais frequentes e em breve teremos a policia batendo na porta de nossas casas, questionan-

do porque participamos de dado ato contra o presidente. Faz pouco tempo, três policiais armados com fuzis invadiram uma reunião do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), enquanto planejavam um ato contra Bolsonaro. O único caminho é mobilizar pelo Fora Bolsonaro e por Eleições Gerais com Lula candidato.


14 | JUVENTUDE E MORADIA E TERRA

JUVENTUDE

Bolsonaro bloqueia R$ 350 milhões do MEC, em novo ataque à educação N

a terça-feira, 30, o fascista Bolsonaro, em um novo ataque contra a educação, cortou cerca de R$ 350 milhões do MEC (Ministério da Educação), totalizando R$ 6,2 bilhões bloqueados do ministério desde o início do governo Bolsonaro, cerca de 25% do total de seu orçamento anual. O acontecimento também torna o MEC o ministério mais atingido pelo governo Bolsonaro. Além do corte no MEC houve também cortes no Ministério da Cidadania que totalizaram cerca de R$ 619 milhões. Ainda existem cortes para serem feitos, como nos ministérios do Meio Ambiente (R$ 10 milhões), Ciência, Tec-

nologia, Inovações e Comunicações (R$ 59 milhões), Economia (R$ 282 milhões), Saúde (R$ 6 milhões), Turismo (R$ 100 milhões) e Relações Exteriores (R$ 32 milhões). Os cortes no orçamento da educação ocasionaram nas manifestações dos dias 15 e 30 de maio, porém, é necessário que voltemos a nos mobilizar para realmente conseguirmos algum resultado efetivo na luta contra o governo Bolsonaro, já que os ataques só tendem a aumentar. Para derrubarmos o governo fascista, é necessário que os estudantes e os trabalhadores voltem às ruas e se mobilizem constantemente, até o governo cair.

GOLPISTAS

AMAPÁ

Se embaixador nos EUA, Eduardo Bolsonaro vai dar a Amazônia para Trump

General bolsonarista nega que houve conflitos em Terra Indígena O

O

presidente golpista e reacionário, Jair Bolsonaro, avança na ideia alucinada de indicar seu filho, o igualmente golpista e deputado federal, Eduardo Bolsonaro, para a Embaixada dos EUA. Embutida nessa manobra golpista, o presidente capacho dos EUA visa facilitar a exploração da Amazônia pelo imperialismo, via mineração principalmente em terras indígenas, a fim de entregar todas as riquezas que o Brasil possui. Utilizando-se de termos como “exploração sustentável”, que tenta camuflar a realidade por trás, no caso a exploração por mineradoras estrangeiras, extermínio dos índios e extinção das riquezas da Amazônia, Bolsonaro defende a indicação de seu filho à Embaixada justamente para agilizar esse processo de venda de tudo que o Brasil possui para os EUA, além de ter interesses pessoais em beneficiar seu filho, como ele mesmo tem afirmado. Seguindo a política entreguista e

assassina de Bolsonaro, o senador Márcio Bittar (MDB-AC), afirma que a intocabilidade nas terras indígenas só trouxe pobreza para a região, mas a verdade é totalmente oposta. Desde que Bolsonaro deu apoio total a mineração nessas terras, quem mais tem sofrido são os índios, que sofrem o peso da ganância da burguesia há décadas e que constantemente são atacados por capangas dos latifundiários ou por mineradores, como foi o caso do ataque aos Waiãpi, no Amapá, que causou a morte do cacique da aldeia. Esses acordos com mineradoras estrangeiras só irão beneficiar o bolso da burguesia e do imperialismo norte-americano, que já tem o histórico de roubar riquezas de todos os países em que toca. A indicação de Eduardo Bolsonaro para a Embaixada dos EUA a fim de estreitar laços com Trump, é parte do plano de continuidade do golpe e deve ser derrubado, assim como o sub-reptício Jair Bolsonaro.

Exército brasileiro declarou na manhã desta última segunda-feira que “não houve indícios de invasão de garimpeiros” nas terras indígenas do povo Waiãpi, localizadas no estado do Amapá. O general responsável pelas investigações, Luiz Gonzaga Vianna Filho, chegou a declarar que as denúncias de invasão de garimpeiros armados na área são “descabidas”. Assim como o Exército, a Polícia Federal e a própria Fundação Nacional do Índio, a FUNAI, também afirmaram que não houve qualquer indício de invasão das terras indígenas. No último dia 24 de julho, a liderança indígena Emyra Waiãpi, foi morta à facadas dentro da comunidade, os índios denunciam que um grupo de garimpeiros armados invadiram as terras e assassinaram uma de suas As afirmações do general do exército, Vianna Filho, da FUNAI, hoje controlada pelos golpistas e da Polícia Federal, revelam a nova ditadura que se instalou no país, onde os crimes praticados, ou impulsionados pelo governo ditatorial são ocultados de todas as formas pelas instituições do governo. O mesmo modus operandi ocorria durante o ditadura militar de 1964, a qual também praticou um verdadeiro

genocídio contra os povos indígenas, crimes ocultados na época, revelados posteriormente. As afirmações do Exército, da Polícia Federal e da FUNAI estão de acordo com as declarações do presidente golpista, Jair Bolsonaro, o qual declarou não ter havido indício de ter ocorrido um assassinato na comunidade. A tentativa do regime golpista de acobertar os fatos está em consonância também com a política do governo de abrir as terras indígenas para exploração de empresas mineradoras internacionais. As terras onde está localizada a comunidade Waiãpi são ricas em minérios, inclusive ouro. Os garimpeiros, na realidade, são bucha de canhão, abrindo caminho para os grandes vampiros e parasitas internacionais do ramo de minérios adentrarem essas comunidades. No caso dos indígenas é urgente a organização dos comitês de autodefesa para reagir à altura a qualquer investida seja da direita golpista, seja de seus agentes. Em relação à política geral, é necessário impulsionar a mobilização popular pela derrota de Bolsonaro e todos os golpistas, única saída possível para barrar esses ataques. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!


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