QUINTA-FEIRA, 8 DE AGOSTO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5728
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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Por um grande ato nacional pela liberdade de Lula!
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uarta-feira (7), a juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, autorizou a transferência do ex-presidente Lula para São Paulo. Lula está preso há quase 500 dias na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, condenado sem provas em um processo arbitrário pelo ex-juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça do golpista Jair Bolsonaro. Em São Paulo, o corregedor Paulo Eduardo de Almeida Sorci autorizou a transferência de Lula para o presídio de Tremembé, no interior de São Paulo.
EDITORIAL
Lula sequer deveria estar preso, em qualquer lugar Dezenas de milhões de brasileiros receberam com apreensão, na manhã dessa quarta-feira, a notícia de que a juíza da 12ª vara de Curitiba Carolina Lebbos, autorizou a transferência do ex-presidente Lula para São Paulo.
Para Freixo, “Jana” é gente como a gente O “debate” organizado e transmitido pelo canal do YouTube “Quebrando o Tabu” entre o deputado do Psol, Marcelo Freixo e a deputada do PSL, Janaína Pascoal demonstrou porque o desenvolvimento da luta contra o golpe
Dia 13, um dia de luta pelo Fora Bolsonaro Em todo o país cresce a expectativa e junto com ela também a convocatória e a organização para o grande ato que será realizado nacionalmente no dia 13 de agosto, chamado pelos setores da Educação (CNTE) e também pela maior central sindical do país, a CUT, junto com os sindicatos combativos, o movimento popular e estudantil, entidades representativas dos negros, das mulheres, partidos de esquerda e outros setores ligados à luta social de massas no Brasil.
Em assembleia, PSTU prega “unidade” para não aprovar liberdade de Lula
Perseguição: Bolsonaro manda Petrobras romper contrato com Santa Cruz
“Agora, com esse ‘extrinha’ vai”: bilhões para roubar os aposentados
A Petrobras cancelou o contrato com o escritório de Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ao lhe enviar comunicado na última terça-feira (06).
Mobilizar, nas ruas, contra o roubo da Previdência: Fora Bolsonaro! Já no começo da madrugada dessa quarta (dia 7), a Câmara dos Deputados aprovou em segundo turno, por 370 votos a favor, 124 contra e 1 abstenção, o texto-base da proposta de emenda à Constituição da reforma da Previdência, que estabelece um roubo de mais de R$ 900 bilhões
Lava Jato: uma máfia contra os inimigos políticos
2 | OPINIÃO EDITORIAL
Lula sequer deveria estar preso, em qualquer lugar
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ezenas de milhões de brasileiros receberam com apreensão, na manhã dessa quarta-feira, a notícia de que a juíza da 12ª vara de Curitiba Carolina Lebbos, autorizou a transferência do ex-presidente Lula para São Paulo. Lebbos é juíza responsável pelas decisões sobre a custódia de Lula. É a mesma que já acumula uam série de arbitrariedades contra Lula, como proibições de visitas até mesmo do médico do ex-presidente. O que era apreensão logo se transformou em temor. O juiz corregedor Paulo Eduardo de Almeida Sorci, imediatamente em seguida ao recebimento da solicitação de Lebbos, aceitou a decisão e designou a Penienciária II de Tremembé, localizada no interior do Estado de São Paulo, onde o ex-presidente deve cumprir o restante da pena. Obviamente que já estava tudo arranjado. Sorci também é cupincha de Sérgio Moro. Foi nomeado pelo ministro para um cargo no Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária no início do ano. Estamos diante da continuação da farsa da Lava-Jato, agora com Lula confinado em um presídio comum. A farsa adquire novos contornos e da maior gravidade com relação a própria integridade física do ex-presidente. A defesa de Lula recorreu ao ao ministro Gilmar Mendes do Superior Tribunal Federal (STF) contra a decisão da juíza da 12ª vara de Curitiba. Políticos e partidos do centrão por razão outras que não seria nunca defender os direitos de Lula, pois foram sem exceção, peças na engrenagem do golpe e da perseguição e prisão do ex-presidente, também solicitaram de Toffoli que revisasse a transferência de Lula, mas questão central foi exposta pela presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, que de-
nunciou de público que “A segurança e a vida do presidente Lula estarão em risco sob a polícia de Joāo Doria”. Lula é vítima de um processos dos mais aberrantes já sofrido por um político em toda a história republicana do país. Foi perseguido, caluniado e preso por crimes que nunca existiram. Foi tratado pela justiça e a imprensa golpistas como o “chefe da maior quadrilha que já existiu no país”, mas nunca foi apresentada uma única prova contra ele. Calúnias e mentiras para serem transformadas “em verdades” por uma imprensa absolutamente maquinada com o golpe. A prisão do ex-presidente atendeu a um aspecto central do golpe, que foi a tentativa de toda a engrenagem golpista de consolidar o golpe de 2016 através da farsa eleitoral de 2018. Para isso, Lula tinha de estar fora. Ele era o candidato do povo. A expressão da luta contra o golpe. Passadas as eleições, o ex-presidente continuou sendo um problema. O golpe não estabilizou com a eleição do fascista Bolsonaro. Muito ao contrário. É por isso que tem de continuar preso, ser mais uma vez humilhado, ir para um presídio comum, passando por cima de toda a legislação que garante determinadas prerrogativas para ex-presidentes da República. Já no final das tarde, o Supremo decidiu, por 10 votos a 1, manter Lula em Curitiba. Independentemente da posição do STF, a classe explorada e pobre do País tem que tomar as ruas. Lula sequer deveria estar preso, em qualquer lugar. O PT, a CUT, o MST, as organizações que lutam contra o golpe não têm mais tempo a perder. Já ficou mais do que provado que a depender do Judiciário e de todas as instituições golpistas Lula vai morrer na cadeia!
POLÍTICA | 3
CONTRA A PRISÃO FRAUDULENTA
Por um grande ato nacional pela liberdade de Lula! Q
uarta-feira (7), a juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, autorizou a transferência do ex-presidente Lula para São Paulo. Lula está preso há quase 500 dias na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, condenado sem provas em um processo arbitrário pelo ex-juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça do golpista Jair Bolsonaro. Em São Paulo, o corregedor Paulo Eduardo de Almeida Sorci autorizou a transferência de Lula para o presídio de Tremembé, no interior de São Paulo. O PT e a defesa de Lula divulgaram notas contrárias à transferência. Nas palavras do advogado de Lula, Cristiano Zanin, “Lula é vítima de intenso constrangimento ilegal imposto por parte do Sistema de Justiça”. A defesa denuncia que seus argumentos contra a transferência sequer foram ouvidos. Como durante todo o processo contra Lula, a defesa foi ignorada.
A prisão de Lula é uma peça fundamental do golpe de Estado iniciado com a campanha para derrubar Dilma Rousseff, que acabaria levando à queda do governo petista em 2016. Reconhecido por amplos setores das massas como seu representante político, Lula é um elemento permanente de polarização e crise frente ao governo golpista e sua política neoliberal servil aos EUA. Por isso o regime está organizado para manter Lula preso a qualquer custo, passando por cima de direitos fundamentais e atropelando todos os procedimentos jurídicos normais. Pouco antes de sua prisão, Lula poderia ter obtido um habeas corpus no STF, que foi negado em uma votação dada sob pressão dos militares, que ameaçaram o país inteiro com um golpe por meio de duas mensagens do então comandante das Forças Armadas, Eduardo Villas Bôas. Agora, com a tentativa de transferência para Tremembé, a direita desfere
um novo ataque contra o ex-presidente, em sua interminável perseguição. Para libertar Lula, é necessário que haja um grande movimento democrático exigindo sua libertação, um movimento nas ruas. E isso é uma pauta fundamental no combate ao regime golpista, que a direita tenta consolidar e estabilizar. E uma pauta que confronta o regime golpista e suas instituições, tomadas pela direita para perseguir os partidos de esquerda, os sindicatos e os movimentos populares. O momento é propício para as mobilizações contra a direita golpista que persegue Lula. Há mais de três anos no governo, os golpistas já promoveram uma série de ataques contra os trabalhadores, passando por uma reforma trabalhista e agora pela reforma da Previdência. Há uma enorme disposição a reagir no meio da população, como demonstraram os atos de maio e junho em defesa da educação e contra a reforma da Previdência.
É hora de aproveitar esse momento para continuar e ampliar a campanha pela liberdade de Lula. Dia 13 será realizado um grande ato nacional contra o governo Bolsonaro. É preciso realizar outro grande ato nacional ainda em agosto, em torno de outra reivindicação central para derrotar a direita: a exigência de liberdade para Lula.
Defesa e PT denunciam armadilha da Lava Jato contra Lula A
quarta-feira foi agitada logo cedo pela decisão da juíza Carolina Lebbos (foto), da 12ª Vara da Justiça Federal do Paraná, a carcereira de Lula, de transferir o ex-presidente da sala onde é mantido há quase 500 dias, na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, para um presídio no Estado de São Paulo. A solicitação dessa transferência repousava sobre a mesa da juíza desde abril, quando se completou um ano da prisão política do maior líder político vivo do País, feita pela PF, sob alegações diversas, entre elas, uma financeira, sobre os custos operacionais, com reforço de procedimentos de vigilância e manutenção das necessidades do refém do golpe, e outra, paroquiana, sobre o incômodo que o acampamento de vigília dos militantes causava ao entorno, um bairro residencial. Hoje, quatro meses depois, Lebbos acordou com vontade de escrever com sua caneta, como que para renovar o brilho dos holofotes que andavam opacos para a Lava Jato em tempos de Vaza Jato. Logo na sequência, poucas horas depois no mesmo dia, o juiz Paulo Eduardo de Almeida Sorci (foto), que havia sido nomeado apenas em fevereiro deste ano pelo atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, também demonstrou que estava afinado com o plano e assinou rapidinho a transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o presídio de Tremembé. A manobra “não se esqueça de mim” da turma afinada com a Lava Jato surgiu em um momento que o procurador Dallagnol, coordenador da operação, está dependurado no cargo por um fio, sendo denunciado por prevaricação, ocultação, omissão, por auferir ganhos pecuniários e por mentir em todo o processo e também que o
então juiz Moro, agora ministro, como prêmio por ter tirado Lula da disputa eleitoral e destruído a economia e a indústria brasileira para favorecer o esbulho dos norte-americanos, tem em curso um pedido de sua suspeição à época e anulação de todo o processo contra Lula, em trâmite no STF. Os advogados de defesa de Lula e a direção do PT reagiram rápido. Gleisi Hoffmann apontou risco à vida do ex-presidente. O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Luiz Inácio Lula da Silva, emitiu uma nota: Em manifestação protocolada em 08/07/2019 nos autos do Incidente de Transferência nº 501651595.2018.4.04.7000, em trâmite perante a 12ª. Vara Federal de Curitiba, pedimos a suspensão da análise do pedido da Superintendência da Polícia Federal até o julgamento final do habeas corpus nº 164.493/PR, em trâmite perante o Supremo Tribunal Federal. Conforme definido no último dia 25/06, a 2ª. Turma do Supremo Tribunal Federal deverá retomar em breve o julgamento do mérito do habeas corpus que apresentamos com o objetivo de reconhecer a suspeição do ex-juiz Sergio Moro e a consequente nulidade de todo o processo e o restabelecimento da liberdade plena de Lula. Em caráter subsidiário, requeremos naquela mesma petição de 08/07/2019 que na hipótese de ser acolhido o pedido formulado pela Superintendência da Policia Federal de Curitiba, fossem requisitadas informações de estabelecimentos compatíveis com Sala de Estado Maior, com a oportunidade de prévia manifestação da Defesa. No entanto, a decisão proferida hoje (07/08) pela 12.a Vara Federal de Curitiba negou os pedidos formulados pela Defesa e, contrariando precedentes já observados em relação a outro ex-presidente da República (TRF2, Agravo In-
terno no Habeas Corpus nº 000124927.2019.04.02.0000) negou ao ex-presidente Lula o direito a Sala de Estado Maior e determinou sua transferência para estabelecimento a ser definido em São Paulo. A Defesa tomará todas as medidas necessárias com o objetivo de restabelecer a liberdade plena do ex-Presidente Lula e se assegurar os direitos que lhe são assegurados pela lei e pela Constituição Federal. A nova tentativa de ganhar as luzes da ribalta durou pouco. Mas foi o suficiente para os bolsomínions babarem alucinados e a escória humana que ocupa o Governo de São Paulo, Doria, proferir novas ofensas a quem mais teme. Disse que Lula, ao ser transferido para o presídio do Tremembé teria “a oportunidade de fazer o que nunca fez na vida: trabalhar”. Até o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, se posicionou com o PT. No final da tarde do mesmo dia, cerca de 70 parlamentares, entre deputados e senadores, de 12 partidos diferentes, não só da esquerda, mas também do chamado centrão, atravessaram às pressas à pé a distância entre o Congresso e o Supremo para uma reunião urgente com o ministro Dias Toffolli, presidente do STF. “Mais uma vez Lula é vítima de Sérgio Moro. Foi a Polícia Federal que pediu a transferência de Lula. A PF é subordinada a Moro e fez isso numa velocidade inacreditável. O Departamento de Execuções Penais de São Paulo (coordenado pelo juiz Paulo Sorci) deferiu o pedido na mesma data em que se determinou a transferência. O juiz que deferiu o pedido foi indicado por Moro. Então não temos dúvida de que se trata mais uma vez da atuação política do atual ministro da Justiça”, detalhou Gleisi em pronunciamento feito antes da reunião com o presiden-
te do STF. Fernando Haddad, que também é advogado de Lula, lembrou dos escândalos de troca de mensagens entre o ex-juiz com procuradores da Lava Jato e que não deixam mais dúvidas sobre o esquema arquitetado para incriminar o ex-presidente e colocar em prática um desastroso projeto de poder. “Agora, às vésperas do julgamento do Supremo que pode acolher o pedido de suspeição de Moro e outros pedidos que podem colocar Lula em liberdade, nós somos surpreendidos com uma decisão que inclusive fere a jurisprudência”, explica, referindo-se ao direito de ex-presidentes de salas de Estado maiores. Em nota, o Partido dos Trabalhadores reiterou o fato de que “Lula não deveria estar preso em lugar nenhum porque é inocente e foi condenado numa farsa judicial. Não deveria sequer ter sido julgado em Curitiba, pois o próprio ex-juiz Sergio Moro admitiu que seu processo não envolvia desvios da Petrobras investigados na Lava Jato”. Antes que o dia acabasse, tudo voltou onde estava e Lula continua onde nunca deveria estar. Por 10 votos a 1, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a transferência do ex-presidente Lula da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba para um presídio de São Paulo. O relator da matéria, ministro Edson Fachin, votou pela suspensão da transferência e foi acompanhado pelos ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Luis Roberto Barroso, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Celso de Mello, Rosa Weber e Dias Toffoli. Só o ministro Marco Aurélio Mello foi do contra, com o argumento de que Lula deveria recorrer primeiro ao TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) antes de ter o caso analisado pelo Supremo.
4 | POLÍTICA
POR TODO O PAÍS
Dia 13, um dia de luta pelo Fora Bolsonaro E
m todo o país cresce a expectativa e junto com ela também a convocatória e a organização para o grande ato que será realizado nacionalmente no dia 13 de agosto, chamado pelos setores da Educação (CNTE) e também pela maior central sindical do país, a CUT, junto com os sindicatos combativos, o movimento popular e estudantil, entidades representativas dos negros, das mulheres, partidos de esquerda e outros setores ligados à luta social de massas no Brasil. O ato nacional irá marcar mais uma etapa no enfrentamento das massas populares contra o ilegítimo e moribundo governo Bolsonaro (PSL), eleito sob a maior e mais escancarada fraude da história do país e que neste momento é amplamente repudiado por setores cada vez maiores da população. Este esgotamento precoce do presidente fake Bolsonaro, que ainda não completou oito meses de mandato é o resultado da maior e mais brutal ofensiva de um governo contra as condições mais elementares de vida da população pobre e explorada do país, marcada por ataques aos direitos sociais das massas, a liquidação da previdência pública, o aumento do número de desempregados no país, a violência policial contra os mais pobres, os ataques à educação, o terror contra os povos indígenas, as exaltações à dita-
dura e a ofensa à memória dos mortos e desaparecidos pelo regime militar, os ataques à soberania nacional com a entrega do patrimônio público (Embraer, Alcântara, Petrobrás), dentre outras atrocidades contra o país e o povo brasileiro. Dois meses após a sua posse, já no início de março, durante o Carnaval, o que se viu nas ruas e praças de quase todo o país foram grandes manifestações de repúdio a Bolsonaro, onde populares e foliões entoaram cânticos pedindo o fim do seu governo fraudulento. De lá para cá o que se viu foi uma forte e crescente tendência de luta dos mais diversos setores populares, uma grande disposição em sair às ruas para enfren-
tar o governo e o conjunto do regime golpista, com grandes mobilizações que marcaram as paralisações e os atos dos dias 15 e 30 de maio e 14 de junho. O problema fundamental, no entanto, está centrado na ausência de uma estratégia clara de continuidade da luta para levar adiante o enfrentamento e a derrota do governo. Para superar esse estado de coisas, a situação de paralisia e a confusão política por parte das direções do movimento, a luta contra o governo deve estar guiada por uma palavra de ordem que reflita o atual estado de ânimo das massas, que não é outro senão o desejo de colocar para fora o governo que vem destruindo o país, matando a população de fome,
atacando os direitos sociais das massas e as liberdades democráticas do conjunto da população. A bandeira que deve ser hasteada neste próximo dia 13 de agosto, portanto, deve expressar essa vontade do conjunto da população sofrida e explorada do país, o grito que está contido na garganta de centenas de milhões de brasileiros, que não é outro senão o “FORA BOLSONARO”. O governo está nas cordas, acuado, mas não cairá se não houver um vigoroso e decidido movimento de luta para impor uma derrota cabal e definitiva às suas iniciativas, aos seus ataques e às suas ofensivas. As massas populares já estão dizendo o que querem, já se mostraram dispostas a enfrentar e derrotar Bolsonaro e os golpistas, resta-lhes uma orientação política correta, uma bússola que as conduza ao caminho da vitória. Dessa forma, não há mais o que esperar, não há mais o que fazer a não ser ganhar as ruas neste próximo dia 13 de agosto para exigir o FORA BOLSONARO; por novas eleições gerais, assegurando o direito à participação no pleito, como candidato, do ex-presidente Lula, que deve ganhar a imediata liberdade; pela anulação de todos os processos contra o ex-presidente, todos fraudulentos e forjados; pelo fim da famigerada Operação Lava Jato, instrumento de perseguição política ao PT, aos seus dirigentes e à esquerda nacional.
PERSEGUIÇÃO
DIREITA CÍNICA
Bolsonaro manda Petrobras romper contrato com Santa Cruz A
Bolsonaro quer transformar Comissão da Verdade em Comissão da Mentira
Petrobras cancelou o contrato com o escritório de Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ao lhe enviar comunicado na última terça-feira (06). Seu escritório atuava em causas trabalhistas e favorecia a empresa contra os interesses dos trabalhadores, mas mesmo assim teve o contrato cancelado uma vez que Santa Cruz se chocou diretamente com o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro na semana passada. Bolsonaro, criticando a OAB – que não é nenhuma organização de vanguarda popular, como a própria atuação do escritório de Santa Cruz comprova – disse que poderia revelar como o pai de Felipe, Fernando Santa Cruz, havia morrido durante a ditadura. Depois, afirmou que ele foi assassinado pela própria organização da qual fazia parte, a Ação Popular. Os documentos da própria Comissão da Verdade, no entanto, comprovam que foram os militares que assassinaram Fernando, desmentindo o presidente fascista. Desde então, Bolsonaro e seus seguidores têm atacado tanto Felipe – que reagiu denunciando as mentiras sobre os crimes da ditadura – como a Comissão da Verdade. Vários mem-
bros da Comissão, por exemplo, estão sendo substituídos por aliados de Bolsonaro, dentro do PSL e das Forças Armadas. O fim do contrato da Petrobras com o escritório de alguém que se transformou em inimigo de Bolsonaro demonstra como ela, atualmente, é controlada por bolsonaristas, que tentam entregá-la totalmente a seus patrões imperialistas dos grandes monopólios petrolíferos. Trata-se, portanto, de um aparelhamento político por parte da extrema-direita, a mesma que sempre acusou – geralmente de maneira absurdamente falsa – a esquerda (PT) de “aparelhar” as instituições do Estado e os órgãos ligados ao governo. É o uso da Petrobras, bem como de diversos outros organismos estatais, para fins políticos fascistas, da mesma forma como Hitler fez na Alemanha, Mussolini na Itália ou Pinochet no Chile. Além de entregar a companhia que se transformou em maior patrimônio do governo brasileiro (embora há tempos ela não fosse realmente estatal), Bolsonaro faz uma limpeza política no interior da empresa justamente para facilitar a sua destruição e venda para os monopólios.
A
direita cínica sempre acusa a esquerda de “aparelhar” o Estado, que é a maneira como a burguesia esbraveja quando vê organizações populares conseguindo alguma representação no poder público. Mas é a própria direita que aparelha os órgãos públicos para que estes representem tão somente os interesses do grande capital. Em mais um golpe contra a população, Bolsonaro demite quatro dos sete representantes da Comissão da Verdade. O órgão foi criado no governo Dilma Rousseff para investigar os crimes e violações cometidas por agentes públicos entre 1946 e 1988, incluíndo, portanto, a famigerada ditadura militar (1964-1985). As exonerações vieram logo após a Comissão da Verdade declarar seu repúdio à manifestação de Bolsonaro a respeito do assassinato, pela ditadura, de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da OAB. No lugar dos representantes exonerados, o presidente fascista procura colocar seus aliados da extrema-direita, a exemplo do procurador Ailton Benedito, filiado ao PSL, que sempre se manifestou contrário à comissão. Para Benetido, a comissão foi uma tentativa de esquerdistas tentarem “propagandear sua inocência passada”.
O Ministério Público não aceitou a indicação de Benedito, mas isso não invalida o golpe de esvaziamento e aparelhamento deste órgão que, muito embora não tenha servido para punir os torturadores e mandatários da ditadura militar, trouxe novos fatos e ajudou a manter viva a memória sobre as atrocidades daquela época. Bolsonaro, que não apenas sempre elogiou a ditadura como gostaria que ela tivesse matado mais, quer, agora, abafar a busca da verdade e transformar a entidade numa comissão da mentira!
POLÍTICA | 5
CONTRA OS ATAQUES DA DIREITA
Mobilizar, nas ruas, contra o roubo da Previdência: Fora Bolsonaro! J á no começo da madrugada dessa quarta (dia 7), a Câmara dos Deputados aprovou em segundo turno, por 370 votos a favor, 124 contra e 1 abstenção, o texto-base da proposta de emenda à Constituição da reforma da Previdência, que estabelece um roubo de mais de R$ 900 bilhões de dezenas de milhões de trabalhadores, em 10 anos, a pretexto de cobrir um déficit inexistente da Previdência e permitir que bancos e grandes capitalistas não são continuem sem pagar o que devem ao setor, como também uma nova parcela da renda do trabalhador que será expropriado dos salários (aumento dos descontos), das aposentadorias e pensões (que serão reduzidas) ou pela morte sem se aposentar de milhões de trabalhadores. A sessão que aprovou a “reforma” durou mais de 6 horas e, na tarde e noite dessa quarta (dia 7), deputados ainda apreciavam emendas supressivas apresentadas pela oposição, sem qualquer expectativa de que elas viesses a ser aprovada. A proposta aprovada na Câmara vai agora à tramitação no Senado Federal, onde também terá que ser aprovada em dois turnos de votação. Sob aplausos da maioria direitista, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) – eleito com votos de setores da esquerda como o PCdoB, direita do PT e PDT; e apontado por Bolsonaro como o “general da reforma”- proclamou o resultado da votação principal à 0h38 desta quarta-feira (7), depois Resultado de imagem para votação segundo turno reforma da previdenciade cinco
horas de um falso debate, na realidade, discursos que são incapazes de alterar a posição de parlamentares eleitos – em sua maioria – por poderosas máquinas empresariais e políticas, justamente para aprovar todo tipo de violação e eliminação de direitos dos trabalhadores em favor dos grandes capitalistas. A “encenação” de que haveria um debate teve todo tipo de tentativa manobras e golpe regimentais, mas – obviamente – só vigoraram aqueles que atendiam aos interesses da maioria direitista, comandada pelo “centrão” e por Maia. Como a decisão de que suspender a decisão de que seriam necessárias a realização de cinco sessões entre o primeiro e o segundo turno. A pressa em aprovar, a toque de caixa, a “reforma” – que não tem efeito imediato em uma série de aspectos (e sobre a economia como se procura apresentar na propaganda enganosa de sua defesa), evidencia o receio de que os parlamentares e todo o regime político têm do crescimento da revolta popular contra o governo ilegítimo de Bolsonaro e contra todo o regime golpista, que cresce de forma diretamente proporcional ao aumento da crise e dos ataques do governo contra os explorados. A expectativa da direita é aprovar o roubo da Previdência no Senado, até o próximo mês. Para facilitar ainda mais o voraz apetite dos deputados da direita de cassar direitos dos trabalhadores e favorecer os verdadeiros donos dos seus mandatos, o governo ainda anunciou a liberação de cerca de R$ 3 bilhões de
emendas de parlamentares (parte de um montante que deve se situar em toro de R$ 6 bilhões, uma média de R$ 20 milhões por deputado agraciado). Nas “negociações”também entram milhares de cargos comissionados e outras medidas da “nova” política, que a direita fascista diz defender. Assim os “nobres” deputados da direita ainda são bonificados por fazerem aquilo que mais gostam: atacar os trabalhadores. A situação reafirma o fracasso total da politica de “pressão” sobre os deputados e de aliança com setores da direita e da “esquerda” golpista sob o pretexto de que isso serviria como caminho para defender os interesses dos trabalhadores. Mais uma vez, os pretendidos aliados da “frente ampla” (pretendida pelo PCdoB, setores da direita do PT, PSOL etc.) ajudaram a confirmar a aprovação da “reforma”. PDT e PSB deram parte de seus votos (mais de 25%) para a proposta da direita; o PSDB e o Solidariedade (de Paulinho da Força), votaram em peso na proposta de degola das aposentadorias, dentre outros. Fica confirmado que para derrotar os ataques do governo golpista aos trabalhadores é necessário mais do que uma política de oposição parlamentar e eleitoral. É preciso uma mobilização popular nas ruas. Com mobilizações de massa, como as que precisam ser realizadas no próximo dia 13, e como foram as mobilizações em maio e a greve geral em junho. Outro ponto importante é que as manifestações não se concentrem em
pautas específicas de rejeição às medidas implementadas por Bolsonaro. Por exemplo, protestos que sejam só contra a “reforma” da Previdência, ao mesmo tempo em que são canalizados para servirem de mero instrumento de pressão parlamentar. Assim que os senadores aprovarem de vez a reforma, isso aparecerá para os trabalhadores como uma derrota das ruas. E as pautas dispersas tendem a ser uma coleção dessas derrotas se essa política continuar. É preciso uma reivindicação que ataque o governo como um todo, servindo de oposição a todas as políticas e à sua própria continuidade. Por isso e o momento de levantar o Fora Bolsonaro, para enfrentar o governo e para efetivamente levar o regime a ficar em xeque confrontado pelas grandes mobilizações e pelos trabalhadores organizados.
6 | POLÍTICA
"REFORMA DA PREVIDÊNCIA"
"Agora com esse extrinha vai": deputado admite compra de votos O
ntem (7), nas primeiras horas do dia, foi votado o segundo turno da “reforma” da Previdência. Com 370 votos, nove votos a menos que no primeiro turno, mas bem acima dos 308 necessários, os deputados do Congresso dominado pela direita confirmaram o roubo da aposentadoria de milhões de trabalhadores. Os brasileiros terão que trabalhar mais, para se aposentar mais tarde e receber menos ao se aposentarem, se conseguirem se aposentar com as novas idades mínimas, de 62 anos para mulheres e 65 para homens. Os deputados viraram a noite para concluir rapidamente a votação contra o povo. As manobras da oposição para tentar travar a votação dentro do Parlamento foram tranquilamente atropeladas pela direita, que predomina dentro da Câmara dos Deputados e aprovaram por ampla margem a proposta. No entanto, apesar de a direita dominar o panorama parlamentar, não foi por convicção ideológica que
tantos deputados contribuíram para essa vitória do governo. Em julho, foram liberados R$3,044 bilhões em emendas parlamentares, para que os deputados façam, por exemplo, obras em seus redutos eleitorais. Esta é uma forma de comprar
o voto dos deputados, abertamente. Não há sequer disfarce a respeito dessa manobra. A própria imprensa burguesa explica que isso funciona exatamente assim. O deputado ganha uma determinada quantia para gastar, e em troca garante seu voto.
É assim que termina a “luta contra a corrupção” que a direita levanta demagogicamente contra seus adversários em momentos convenientes. Uma vez que a direita esteja no poder, compram deputados a céu aberto, gastando quantias enormes de dinheiro público para roubar o povo, como no caso dessa “reforma” da Previdência, que é um assalto direto à carteira dos futuros aposentados. A manobra foi tão descarada que, para a imprensa burguesa, um dos deputados, sob condição de manter o anonimato, afirmou que: “agora, com esse ‘extrinha’, vai”. O “extrinha” são os R$3 bilhões, e o “agora vai” era a garantia de que a proposta de reforma do governo seria aprovada. Um escárnio da direita diante do povo. Para derrotar a direita golpista e impor uma reversão desses ataques aos trabalhadores, é necessário tomar as ruas exigindo o fim desse governo.
LAVA JATO
Uma máfia contra os inimigos políticos
A
s últimas informações do Intercept Brasil, publicadas pelo El País nesta quarta-feira (7), mostram que Deltan Dallagnol e seus assistentes da Lava Jato levaram avante uma verdadeira operação de espionagem contra Gilmar Mendes assim que se sentiram tolhidos por algumas de suas decisões. O objetivo era claro: derrubar o Ministro e iniciar uma campanha de destruição de sua imagem pública, do mesmo modo como foi feito com todos os demais alvos da operação golpista. A reportagem demonstra, através da troca de mensagens dos procuradores da Lava Jato, que eles buscaram, por meses a fio, achar qualquer coisa que pudesse ser usada contra Gilmar Mendes, ainda que um mero início de prova, para fundamentar um processo de impeachment contra o Ministro do STF. A investigação ilegal contra Gilmar chegou até a Suíça, onde os procura-
dores da Lava Jato acreditavam que havia dinheiro depositado em favor de Mendes por Paulo Petro, operador financeiro do PSDB, e que havia sido preso em 19 de fevereiro de 2019, acusado de diversas atividades ilícitas. “Ia ser top se aparecesse”, diz Athayde, um dos procuradores da Lava Jato, em conversa do Telegram, após Dallagnol dizer que havia um “boato” de que parte do dinheiro operado por Paulo Petro na Suíça, na verdade seria de Gilmar Mendes. Dallagnol acreditava que este dinheiro seria encontrado se o pedido de cooperação com o MP suíço também investigasse cartões de crédito: “Robito, fizemos um pedido de cooperação específico para obter os docs do cartão de crédito? Se não, vale a pena.” O procurador Roberson (o Robito) responde: “Vai que tem um para o Gilmar… hehehe”.
Dallagnol conclui que ainda assim seria o caso de ampliar o pedido de cooperação: “hummm acho que vale falar com suíços sobre estratégia e eventualmente aditar pra pedir esse cartão em específico e outros vinculados à mesma conta”. Athayde ironiza: “ai você estara investigando ministro do supremo, robinho.. não pode rs”. Mas o objetivo era simples e claro: “Sonho que Toffoli e GM acabem fora do STF rsrsrs”. Outra estratégia era relacionar Mendes a Paulo Preto através do tucano Aloysio e mandar isto para a imprensa. Os três haviam trabalhado juntos no governo FHC. Para Dallagnol, já era o suficiente: “Tem q botar no papel. Mostrar suspeição. Pegar quem trabalhava nessa época no mesmo local. Imprensa é o ideal.”
É um vale tudo. Até mesmo listar todas as decisões de Gilmar Mendes para buscar, nas fundamentações, eventuais incongruências do Ministro com a Lava Jato. Em mensagens, o procurador determina aos seus auxiliares: “Fábio, amplia agora a busca para recebimentos de denúncias por favor para vermos qual o padrão… ainda que demore um pouco mais, acho que vale. Depois disso, pede pros estagiários pegarem e gerarem arquivos para todos os casos em que Gilmar Mendes negou liminar ou indeferiu HC para revogar prisões desde 2014. Pede pra fazerem uma tabelona em que mostre um resumo da situação fática e qual o fundamento que usou para indeferir. O propósito é mostrar eventuais incongruências com os casos da Lava Jato. Faz tempo que já devíamos ter feito isso.” Em maio de 2017, Dallagnol se mostra particularmente sensível com uma decisão de Gilmar Mendes. Naturalmente, envolvia alguém que seria crucial nos processos de Lula: Antônio Palocci. “Caros estive pensando e se perdermos o HC do Palocci creio que temos que representar/pedir o impeachment de GM”. Estas novas informações não deixam mais nenhuma dúvida do caráter golpista e mafioso da Lava Jato, que persegue qualquer um que se oponha aos seus objetivos, e se sente totalmente à vontade para passar por cima qualquer lei, garantias constitucionais, foros privilegiados, e até mesmo da autoridade daqueles que deveriam ser superiores aos promotores ligados a esta operação. As operações funcionam da mesma forma que qualquer organização mafiosa do crime organizado, perseguindo inimigos, buscando destruir qualquer um que se oponha aos seus objetivos.
POLÊMICA | 7
"DEBATE"
Para Freixo, “Jana” é gente como a gente O
“debate” organizado e transmitido pelo canal do YouTube “Quebrando o Tabu” entre o deputado do Psol, Marcelo Freixo e a deputada do PSL, Janaína Pascoal demonstrou porque o desenvolvimento da luta contra o golpe e contra os ataques do governo Bolsonaro não deslancha. Para quem é de esquerda e entendeu como foi o processo dos golpistas e o papel da direita, a conversa amigável e de companheiros entre os dois deputados foi ainda mais esclarecedor sobre a situação política atual. O clima “camarada” da conversa é de estranhar, pois a deputada bolsonarista, Janaína Pascoal, foi uma das principais articuladoras do golpe em 2016, inclusive sendo uma das pessoas que protocolaram o pedido de impeachment de Dilma Roussef, ou seja, uma das mentoras do golpe de Estado. Janaína Paschoal realizou enorme campanha pelo golpe e rasteira contra a esquerda e, principalmente contra o Partido dos Trabalhadores (PT), e é uma das principais responsáveis pela situação de ofensiva da direita e pela fraude eleitoral que colocou Bolsona-
ro na presidência e está levando o país para o aumento da pobreza, violência no campo, corte de direitos, reforma da previdência e muitos outros ataques. Além de ser um dos principais elementos do golpe é representante de um partido da extrema-direita que busca a aniquilação das organizações de esquerda e de representação dos trabalhadores. Janaína Paschoal, assim como Bolsonaro, busca implantar uma
ditadura com características fascistas no país realizar uma política de terra arrasada e de entrega de todo o patrimônio nacional para os países imperialistas. É uma representante no imperialismo para destruir a economia nacional. Tratar, como Freixo tratou, a deputada bolsonarista num clima amigável e de debates de ideias é um desserviço na luta contra o golpe e causa muita confusão entre os trabalhadores e a
população explorada, pois não revela claramente quem é Janaína Paschoal e o papel que cumpre no aumento da miséria da população brasileira. A deputada bolsonarista deve ser tratada como uma agente do imperialismo para destruição da economia nacional e uma traidora, e não como uma pessoa que possui idéias diferentes que devem ser debatidas de maneira amigável. O fascismo que está sendo colocado em prática no governo Bolsonaro deve ser colocado às claras para a população e o fascismo não se combate com “debates” ou discussões organizadas pela imprensa. Deve ser denunciado como uma ferramenta para acabar com as organizações dos trabalhadores e partidos de esquerda para que se execute as políticas de destruição dos direitos dos trabalhadores. A posição de Freixo demonstra porque a luta contra o golpe não avança nesses setores da esquerda, pois buscam um acordo com a direita golpista e não os combater. Não acharam que houve golpe em 2016, defendem a Operação Lava Jato, que foi orquestrada nos EUA, e não mobilizam a população e nem a sua base partidária para derrotar os golpistas.
PSTU
Em assembleia, PSTU prega “unidade” para não aprovar liberdade de Lula
N
a última terça-feira (6), houve uma Assembleia na USP para deliberar sobre a participação dos estudantes no ato convocado pela CUT e outras organizações do dia 13 de agosto. Após uma fala do PCO sobre a importância de defender a liberdade de Lula, colocar o Fora Bolsonaro e exigir novas eleições, o PSTU foi à plenária defender uma suposta “unidade” na luta, usada de forma a não colocar em pauta a luta contra o golpe.
Por mais que o argumento estivesse disfarçado, mostrando uma defensiva do PSTU diante de seu apoio ao golpe de Estado, este argumento já havia sido utilizado por eles anteriormente, em outra Assembleia na universidade, para não aprovar a luta pela liberdade de Lula no ato da Greve Geral do dia 14 de junho. O PSTU, portanto, deveria explicar porque a liberdade de Lula não “unifica”. Primeiramente, o PSTU deveria explicar com quem eles querem se
unificar? Pois já ficou muito claro que quem não defende a liberdade de Lula é justamente a direita. O PSTU estaria exigindo uma aliança com o PSDB? Não se sabe, porém o que procuraram contrapor à luta pela liberdade do principal preso político do golpe é luta contra medidas parciais do governo contra a educação e a reforma da previdência. Uma política totalmente errada, pois divide justamente a luta, o que eles se dizem contra. A luta pela liberdade de Lula, entretanto, é uma luta
geral contra todo o golpe de Estado. As lutas gerais contra os golpistas, por sua vez, são muito mais eficientes para mobilizar contra todos os ataques da burguesia. Do que adianta mobilizar um dia contra a Reforma da Previdência, outro dia em defesa da educação, outro dia contra a repressão do povo negro, outro dia sobre outra coisa? Muito mais eficiente é adotar uma palavra de ordem que mobilize a população contra todos estes ataques de uma só vez, como é o caso do Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula. Do contrário, propõe-se apenas uma reformulação do governo Bolsonaro e da política dos golpistas. Seria como se estes fossem bons e estariam pecando apenas em determinados pontos, sendo que na realidade os ataques são contra todos os setores do país: a ciência, a educação, as aposentadorias, os sem-terra etc. Se fosse para realizar um ato contra cada um dos ataques do governo, nunca teria um desenvolvimento geral da luta política contra a burguesia e os capitalistas, que desferem ataques contra tudo o que vêem pela frente. A luta pela liberdade de Lula é central, assim com a luta pela derrubada do governo. São pautas gerais. Mas o PSTU se recusa a adotar as duas palavras de ordem. E assim, ajudam a dividir a luta contra o golpe, da qual eles nunca participaram, e como sempre confundem uma parcela dos trabalhadores e da população que ainda não aderiu à luta contra os golpistas, que é uma luta contra toda a burguesia. Uma luta que busca separar qualquer vínculo político das organizações operárias com setores da burguesia.
8 | POLÍTICA
INTERESSES PRIVADOS
Mais um motivo para o Fora Bolsonaro: acordo de Itaipu O
presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, quase sofreu um impeachment por causa de um acordo desfavorável com o Brasil relativo à represa de Itaipu. Na semana passada, partidos ameaçavam levar o pedido adiante, quando o golpista Jair Bolsonaro, colocado pela fraude de 2018 na presidência do Brasil, anulou o acordo para tentar atenuar a situação de seu aliado político. Essa semana, no entanto, o acordo voltou a assombrar o governo paraguaio. Mensagens divulgadas na imprensa de lá mostram que o advogado José Rodríguez, que dizia falar em nome do vice-presidente, tentou intermediar com o presidente da Administración Nacional de Electricidad (Ande) uma reunião com representantes de uma empresa brasileira, a Leros. A empresa brasileira era representada pelo empresário Alexandre Luiz Giordano, suplente do Major Olímpio no Senado. Rodríguez afirma nas mensagens que Giordano estaria agindo em nome da
“família presidencial do país vizinho”. Ou seja, o acordo fechado pelo governo brasileiro com o governo paraguaio estaria relacionado a interesses privados ligados à família de Bolsonaro. Nesse caso, não haverá forma de controlar o que a imprensa publica ou não sobre o caso no Paraguai, onde o caso está sendo acompanhado de perto e onde o presidente e contestado por setores da própria burguesia. De modo que mais dados comprometedores para Bolsonaro, o PSL e o governo podem vir a surgir como desdobramento desse escândalo de corrupção. Esse caso poderia servir até mesmo para justificar um impeachment. Até agora, parece ser o acontecimento mais grave que poderia justificar essa saída institucional. Em qualquer caso, os trabalhadores não devem esperar por saídas institucionais para a crise. Todo motivo para que o governo termine imediatamente deve ser canalizado para a mobilização popular nas ruas, com a exigência de que o governo saia: fora Bolsonaro!
Acordo de Itaipu não beneficiaria o Brasil, apenas Bolsonaro U
m acordo entre os presidentes Abdo Benitez, do Paraguai, e Jair Bolsonaro, do Brasil, foi assinado em 24 de maio, mas seus detalhes foram mantidos em segredo. Esse acordo visava a estabelecer novos parâmetros para a partilha de eletricidade excedente gerada pela hidrelétrica binacional de Itaipu (a segunda maior do planeta). Mesmo depois da assinatura do acordo, a Administración Nacional de Electricidad (Ande), estatal elétrica paraguaia, não cedeu, por discordar do acordo, o que gerou insatisfação por parte do governo brasileiro. Por isso, em junho, o então embaixador paraguaio em Brasília, Hugo Saguier, foi convocado ao Palácio do Planalto e recebido uma manifestação oficial do governo brasileiro pelo não cumprimento do acordo de maio pela Ande. A verdade é que esse acordo foi firmado pela ‘via diplomática’ exatamente porque os técnicos da ANDE rechaçaram vários pontos do acordo, entre os quais dois bastantes polêmicos: • A obrigação de o Paraguai comprar mais energia – mesmo que não a utilizasse, o que faria o país a perder cerca de 200 milhões de dólares ao ano entre 2019 e 2022; • A retirada do ‘item 6’ (do acordo em vigor), que estabelecia critérios para a venda do excedente de energia a empresas brasileiras interessadas. Por causa desses itens, entre outros, o presidente da ANDE, Pedro Ferreira, segundo a imprensa, após a pressão do governo Bolsonaro, pediu demissão declarando que tais pontos consistiam em “traição à pátria” e “extorsão financeira”. O que ficou escondido, junto com os termos do acordo, foi o lobby da empresa brasileira Léros, ligada ao PSL, partido do presidente Bolsonaro, junto ao vice-presidente do Paraguai.
Joselo Rodríguez, assessor jurídico da Vice-Presidência, falando em nome do vice-presidente da República, Hugo Velázquez, fez pressão sobre Pedro Ferreira, da Ande, em favor da Léros, denunciada no país como ligada a Bolsonaro. Ferreira relatou a imprensa paraguaia que teria sido o próprio vice-presidente Velázquez quem o apresentou ao advogado Joselo ‘como seu representante e homem de sua confiança’. Ainda segundo Pedro Ferreira, o vice-presidente teria dito que Joselo seria seu representante “em todas as conversações relativas à venda de energia à empresa brasileira (Grupo Léros)’”. Por sua vez, o representante da empresa Léros, junto aos diretores da estatal de energia do Paraguai, era o suplente de senador Alexandre Giordano, do PSL, partido de Bolsonaro, que, segundo mensagens recuperadas e publicadas na imprensa local, dizia falar em nome do presidente brasileiro. Alexandre Giordano é suplente do senador Major Olímpio (PSL/SP). Com a revelação de diversos diálogos, tudo aponta para o fato de que o presidente paraguaio conhecia, com antecedência, os termos do acordo e que estaria ciente de que ele impactaria o custo da energia no Paraguai, em prejuízo dos cidadãos paraguaios,
além disso teria orientado que o acordo fosse mantido em sigilo. Abdo Benitez teria, após pressão de Jair Bolsonaro, escrito ao presidente da Ande: “Eu quero uma solução para isso”, dizendo que a situação era lamentável. Por causa dessas mensagens, esclarecendo a má fé dos mandatários, atuando contra os interesses do próprio país, com a iminência da apresentação de pedido de impeachment, o governo anulou a ata diplomática na tentativa de impedir o processo. Do lado brasileiro, o mistério das negociações ainda segue. Um empresário de São Paulo, mas com endereço na capital do Paraguai, de nome Nicolas Martin Kac Pinto, teria encaminhado a Alexandre Giordano correspondência com uma cópia do protocolo firmado entre o Brasil e o Paraguai para análise do ‘representante da Léros’. No meio da confusão, caiu o chanceler, Luis Castiglioni. Por sua vez, a Procuradoria do Paraguai iniciou investigações sobre o caso, montando uma equipe para ouvir os envolvidos e examinar as provas. O Senado também teria se movimentado e indicou os integrantes de uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o ‘escândalo. No Brasil, a imprensa burguesa se faz de cega. Não se vê quase nenhum
esforço para desvendar os caminhos que seguiu a empresa Léros e o suplente de senador, Alexandre Giordano, do PSL, até chegarem no momento da assinatura do ‘novo’ acordo da Itaipu. Pouparam igualmente o senador Major Olímpio e o presidente Bolsonaro, mas não resta dúvidas de que o acordo não trazia vantagens ao Brasil, mas ao próprio Bolsonaro e ao PSL, talvez de olho nas próximas eleições. Alexandre Frota, também do PSL, publicou em seu twitter, alfinetando o seu agora desafeto Major Olímpio: “Major seu sócio declarou na (Revista) Piauí que não conhece Eduardo? Mas o Partido está em uma sala do Giordano em Santana esqueceu?” No Paraguai, está claro para a população que o ocorrido foi traição ao país e um ataque ao cidadão paraguaio. Que mandatário aceitaria um acordo prejudicial ao seu pais e a seu povo se não fosse por dinheiro? Se não fosse pensando em ganho privado e/ou aumento de seu capital político? Do lado do Brasil, se é verdade que já haveria uma revisão do acordo em 2023, qual o real interesse em acelerar sua mudança agora? como uma empresa ligada ao PSL entrou na jogada? Por que o presidente da república teria pessoalmente tratado de um acordo desse tipo, sabidamente problemático? Por que mantiveram tudo em sigilo? Não resta dúvida de que não se trata de patriotismo ou de abnegação, mas de estratégia para enriquecimento pessoal e/ou garantir financiamento para as próximas eleições. Pelo visto, o acordo não beneficiaria nem o Paraguai, nem o Brasil, mas apenas e principalmente Jair Bolsonaro e seu correlato paraguaio.
INTERNACIONAL | 9
IMPERIALISMO
VENEZUELA
Mobilizar já contra a agressão dos Povo venezuelano marcha em EUA à Venezuela! Caracas contra o bloqueio dos EUA O A
presidente norte-americano, Donald Trump, decretou o congelamento de todos os ativos do Estado venezuelano nos Estados Unidos e o fim de todas as transações comerciais entre os dois países, o que intensifica de maneira exponencial o bloqueio econômico imposto pela potência imperialista ao país sul-americano. Essa é a ação mais pesada que o governo dos EUA adota contra a Venezuela no âmbito econômico, após anos de sabotagens e sanções. Tal medida não era adotada contra um país do chamado “Ocidente” desde a década de 1980. O conselheiro de Segurança Nacional do governo norte-americano, John Bolton – um “falcão” de extrema-direita a serviço dos grandes monopólios internacionais -, disse que os EUA estão dispostos a adotar sanções contra as empresas de outros países que façam negócios com o Estado venezuelano e voltou a ameaçar uma intensificação das ações imperialistas contra a Venezuela. Esse cerco ao país caribenho governado por Nicolás Maduro é quase tão feroz quanto o bloqueio econômico imposto em 1961 contra Cuba. É uma política genocida, que impede esses dois países de comprarem normalmente produtos básicos para seus povos, como comida e remédios, além de todos os tipos de instrumentos e estruturas para o funcionamento econômico desses países. É um isolamento brutal que, literalmente, pode matar seus povos de fome. Segundo um relatório divulgado há poucos meses por um centro de estudos norte-americano,
tendendo à convocação do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), milhares de trabalhadores, estudantes, mulheres e militantes encheram as ruas de Caracas nessa quarta-feira (07), desde a manhã, partindo do Parque Carabobo (no oeste da capital) até o Panteão Nacional, no centro.
O ato foi em repúdio às agressões dos Estados Unidos, que se intensificaram de uma maneira exponencial com o decreto de Donald Trump para congelar todos os ativos da Venezuela nos EUA e colocar um fim a todas as transações comerciais entre os dois países.
cerca de 40 mil venezuelanos morreram devido ao bloqueio dos Estados Unidos. No recente 25º encontro do Foro de São Paulo, o Partido da Causa Operária (PCO), que participou como convidado, propôs uma grande mobilização continental da esquerda contra os bloqueios a Cuba e à Venezuela, tendo a aderência dos demais partidos e organizações presentes e inserindo-se na declaração final do Foro. Para que isso ocorra, são precisas medidas práticas de mobilização nas ruas. Por isso, é urgente que ocorram manifestações populares para acabar com o bloqueio imperialista, no Brasil e nos outros países, e em solidariedade aos povos irmãos de Cuba e da Venezuela. A esquerda precisa realizar atos de rua contra o bloqueio criminoso do imperialismo. Fora imperialismo da América Latina! Abaixo à agressão dos EUA contra a Venezuela!
TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, 14H NA CAUSA OPERÁRIA TV
10 | INTERNACIONAL
POLÍTICA DE TERRA ARRASADA
Próximo das eleições, argentinos protestam contra Macri A
política de terra arrasada promovida pelo imperialismo na América Latina tem produzido um enorme caos social. Dias antes das eleições primárias na Argentina, uma onda massiva de protestos tem ganhado as ruas – contra o governo do lacaio Mauricio Macri. Perante a entrega da economia do país ao Fundo Monetário Internacional (FMI), manifestantes deixam claro o completo rechaço quanto aos cortes sociais impostos pelo mandatário do executivo e serviçal do imperialismo. A situação do país está cada vez mais grave. Cerca de 14 milhões de pessoas já se encontram em situação de pobreza. Seguindo a cartilha do FMI, os cortes sociais tem afetado em cheio a população, principalmente os menores de 14 anos. Além disso, o achatamento dos salários tem empurrado boa parte da classe operá-
ria argentina para a miséria, em que muitas pessoas, mesmo empregadas, não conseguem superar a linha da pobreza. Segundo dados do Ministério da Produção e Trabalho, nos primeiros 5 meses do ano se perderam 94.300 postos formais. O povo tem deixado claro o completo descontentamento quanto à submissão de Macri ao imperialismo e todas as medidas autoritárias contra a classe trabalhadora. Os protestos se seguirão até a data das eleições primárias que ocorrerão no dia 11 de agosto. Ante todo o golpe desenvolvido contra o povo argentino, “Não ao FMI!” tem se revelado como uma das palavras de ordem mais observadas em todos os protestos. Assim como Macri, todos os golpistas serviçais dos grandes capitalistas internacionais devem ser derrubados pela mobilização popular.
FRANÇA
Não é ditadura? França proíbe homenagem a jovem morto pela polícia
N
a França, país de economia avançada, a prefeitura de Loire-Atlantique, determinou a proibição da ocupação da maior parte do centro da cidade, onde Steve Maia Caniço, de 24 anos, desapareceu no dia 21 de junho, quando caiu no rio Loire durante uma operação policial. O corpo de Steve só fora localizado no dia 29 de julho, um mês depois. Assim que veio a tona a descoberta do corpo do manifestante, uma série de manifestações começaram a eclodir na cidade, tirando o sono da burguesia e do aparelho executivo da cidade, que teme a pressão das massas. De acordo com a prefeitura, existe um “risco importante de que atos violentos ocorram no centro da cidade”. Todavia, permite-se que a “marcha branca” (tipo de manifestação póstuma na França), pode ocorrer nos pontos mais afastados. Os manifestantes, entretanto, não pretendem atender aos ditames do prefeito, que apelou aos “coletes amarelos” e black blocs. A situação tem percorrido todo o país, gerando forte comoção. Em Bor-
deaux, 250 pessoas se reuniram em silêncio na terça-feira (30) para homenagear Steve Maia Caniço. Já em Besançon, cerca de cinquenta habitantes se postaram diante da delegacia de polícia para pedir “justiça para Steve”. Nesta quarta-feira (31), em Toulouse, Centenas de pessoas denunciaram a ação repressiva do Estado e disseram: “A polícia assassina” ou “Demissão de [Christophe] Castaner”, ministro do Interior. Steve participava de uma festa de música quando o evento foi sufocado pelo aparato repressivo do Estado. Segundo testemunhas, as pessoas foram reprimidas com bombas de gás lacrimogêneo e disparos de bala de borracha, quando, então, no curso dos acontecimentos 14 pessoas caíram na água, sendo Steve um dos acossados. Casos como este demonstram a total falta de democracia do capitalismo, mesmo em países super desenvolvidos. Quando se fala em sociedade dividida em classes, não se trata de democracia, mas da ditadura da classe dominante sob a população explorada, seja onde for!
INTERNACIONAL | 11
8 DE AGOSTO DE 1974
Presidente Nixon é forçado a renunciar H
á 45 anos, num discurso em cadeia nacional de rádio e televisão, o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon – do Partido Republicano –, renunciava a seu cargo. Ficara comprovado seu envolvimento num escândalo de espionagem de seus adversários políticos do Partido Democrata durante a campanha eleitoral, no célebre caso Watergate. Como se sabe, vige nos Estados Unidos um falso pluripartidarismo, resultante num bipartidarismo real, artificialmente polarizado entre Partido Democrata – de viés liberal – e Partido Republicano – de viés conservador. São apenas duas faces da mesma moeda: a de um regime ditatorial em que o presidente da república é escolhido por eleição indireta, e onde mesmo partidos de base verdadeiramente popula outrora combativos como o Socialist Workers Party (SWP) [Partido Socialista dos Trabalhadores] encontram-se duramente sufocados. Aos olhos da imprensa capitalista – e de boa parte da população –, a democracia norte-americana se reduz à escolha entre direita e extrema-direita. No campo das ideias um cenário político próximo ao do Brasil imperial, quando vigia o escravagismo. As convenções desses partidos são tão próximas de movimentos populares reais quanto um Ki-Suco de uma laranja. Nixon, um dos grandes crápulas conservadores dos Estados Unidos no pós-guerra, era presidente desde 1968. Exercia o comando das forças imperialistas no mundo, e diretamente responsável pelo aumento do extermínio da população do Vietnam em guerra, por golpes militares na América Latina, pelo aumento da repressão na ditadura brasileira, pela ascensão de outros canalhas da mesma cepa que promoveriam guerras, fome e matanças em todo o mundo até os dias de hoje, como Donald Rumsfeld, Dick Cheney. Milagrosamente, Nixon seria reeleito em 1972, vencendo o pleito em 49 dos 50 estados norte-americanos.
Watergate é o nome de um conjunto de edifícios comerciais às margens do rio Potomac em Washington, D.C., capital dos Estados Unidos. Em suas salas estava sediado o Comitê Nacional Democrático – o órgão dirigente do Partido Democrata. Cinco agentes do Partido Republicano foram presos em 17 de junho de 1972 em plena ação de espionagem no local durante a campanha eleitoral presidencial de 1972, fotografando documentos e plantando escutas. O caso veio à tona estampado na primeira página do jornal Washington Post, e seria coberto pelos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein no que se celebrizaria como um dos grandes casos de jornalismo investigativo dos Estados Unidos. A reportagem aos poucos identificou vínculos entre os espiões e a Casa Branca, o que não apenas explicaria
em parte a acachapante “vitória” eleitoral e Nixon como também colocaria o próprio presidente na posição de co-responsável pela ação criminosa. Finalmente, descobriu-se em julho de 1973 que Nixon teria um sistema de gravação em seu escritório. O acesso às fitas pelos investigadores comprovaria ou afastaria seu envolvimento no caso. Nixon recusou-se a entregar o material, e após um ano de batalhas políticas e judiciais, em 24 de julho de 1974, a Suprema Corte americana determinou o acesso às fitas. À medida em que o material era liberado e analisado, o Partido Democrata entrava com pedidos de impeachment por abuso de poder e obstrução da justiça contra o presidente. Em 5 de agosto, seria divulgada a fita chamada de “cano fumegante”, comprovando as tentativas
de encobrir e abafar o caso após sua divulgação na imprensa. Era o fim do mandato do republicano. Para evitar o impeachment certo, Richard Nixon renunciaria ao vivo pela televisão três dias depois, entregando seu cargo ao vice-presidente Gerald Ford – que o anistiaria. Note-se que mesmo num regime farsesco como o da suposta democracia norte-americana, a hipocrisia das convenções sociais derrubou um presidente da República. No Brasil de hoje, comandado por um grupo de fascistas empoleirados nos palácios de Brasília a serviço dos norte-americanos, já se ultrapassaram todos os patamares de normalidade: sequer se finge mais a honestidade, a imparcialidade ou o interesse público. Quando surgiu recentemente um caso de jornalismo investigativo análogo, pela pena de Glenn Greenwald, nas páginas do site The Intercept, Sérgio Moro ordenou diretamente sua investigação pela Polícia Federal. Moro, o Mussolini de Maringá, era o principal alvo das denúncias, que comprovam sua parcialidade e dos procuradores do Ministério Público na Operação Lava-Jato, resultando na prisão de Lula com finalidade abertamente política, cuja paga foi escancarada quando o juiz assumiu a cadeira de ministro do Presidente que ajudara a eleger. O escândalo ficou conhecido com Vaza-Jato. Nenhum pedido de desculpas à população, nenhuma renúncia, nenhuma demissão. No Brasil do escândalo da Vaza-Jato, não há o que se esperar das disputas intestinas de instituições comprometidas com o golpismo de raiz imperialista, como o Poder Judiciário, comandado por generais, o Congresso Nacional, em que a suposta esquerda validou o roubo da previdência, e menos ainda do Poder Executivo, tomado por bate-paus obscurantistas a serviço do Capital externo e empenhados em destruir nosso Estado. Nenhum “escândalo” mudará o curso dos acontecimentos se não for acompanhado de uma ampla mobilização popular pela derrubada de Bolsonaro, pela liberdade de Lula e por eleições gerais.
12 | MOVIMENTO OPERÁRIO
BANCÁRIOS
Trabalhadores do Banco do Brasil realizarão atos contra a privatização
O
s trabalhadores do Banco do Brasil reunidos no seu 30º Congresso Nacional, realizado nos dias 1 e 2 de agosto em São Paulo, deliberaram para o próximo dia 9, sexta-feira, o dia nacional de luta contra a política de reestruturação do governo golpistas/ilegítimo, Bolsonaro, e seus prepostos à frente do banco. Desde o início do golpe a direita reacionária vem realizando uma política de verdadeiros ataques com a reestruturação que está em andamento na empresa. Com a sua implantação já foram colocados no olho da rua mais de 10 mil funcionários, através dos famigerados PDV’s (Plano de Demissão
“Voluntário”), fechamento de centenas de agências e postos de serviços o que ocasionou descomissionamentos em massa de trabalhadores e transferências compulsórias de funcionários para outras localidades. As novas medidas do processo de reestruturação, anunciadas no começo do mês de agosto, visa fechar mais 333 agências bancárias, que serão transformadas em postos de serviços, ou seja, o atendimento será feito apenas por caixas eletrônicos. Já está havendo redimensionamento na estrutura organizacional do banco com ajustes nas dotações na sede, nas unidades táticas, nas áreas de apoio e na rede o que leva-
Professores vão trabalhar setes sábados no segundo semestre E m diversas cidades do Estado de São Paulo, os professores terão que trabalhar diversos sábados, pois as aulas serão suspensas durante duas semanas no mês de novembro, pois algumas escolas serão utilizadas para os jogos abertos do interior. Mesmo as escolas que não sediarão os jogos, terão suas aulas suspensas à revelia dos conselhos de escola e à revelia dos professores e comunidade escolar. Esse é um ensaio para a política nefasta do Doria, que vai fracionar as férias a partir do ano de 2020. A partir deste ano, as férias serão divididas em quatro partes. Já é um teste para ver se os professores aceitam sem questionar. Quando os professores são contratados pela Secretaria da Educação, as aulas são de segunda à sexta-feira, aos sábados, o professor deveria ganhar 50% a mais. Nem o Conselho de Escola foi consultado. Essa semana fracionada é um prejuízo para toda a comuni-
dade escolar, pois os alunos tem cursos aos sábados, os professores também. Não se pode aceitar os desmandos e arbitrariedades do golpista João Doria e seus “capitães do Mato”, que não debatem o problema e desmobilizam os professores dizendo que “é assim mesmo”. Devemos fazer uma ampla campanha contra o trabalho aos sábados, pois representa um perda de direito pelos trabalhadores da rede pública estadual. Já que a escola será fechada durante duas semanas, que isso sirva de prêmio para que professores e alunos descansem e não um castigo para ambos. Os docentes, alunos e pais de alunos já tem seu sábado reservado para outros afazeres. Fazemos um chamado a todos os elementos da comunidade escolar para se opor veementemente contra essa e outras “loucuras” impostas pelo governador golpista de São Paulo.
rá o corte de 2.300 vagas, entre escriturários, caixas e funções comissionadas. Com a reclassificação, para baixo, das agências mais de 600 gerentes terão os seus salários rebaixados, alguns casos terão em até 50% de perdas. O governo golpista/ilegítimo, Bolsonaro, vem procurando estruturar uma ofensiva em torno de sua política que visa beneficiar os interesses dos grandes capitalistas e banqueiros nacionais e internacionais. Para isso uma das suas medidas é a entrega do patrimônio do povo brasileiro nas mãos desses parasitas que vivem às custas da exploração dos trabalhadores e de toda a população em geral. O que vem
acontecendo no Banco do Brasil é a mesma política em relação aos bancos públicos, a Petrobras, Eletrobrás, a entrega das riquezas minerais da Amazônia, pré-sal, etc. O dia nacional contra a reestruturação e a privatização do banco, aprovado, tanto no Congresso dos trabalhadores do Banco do Brasil como na 21ª Conferência dos Trabalhadores do Ramo Financeiro deve ser uma arma dos bancários do BB através de uma gigantesca mobilização em nível nacional para barrar a ofensiva da direita golpista contra a classe trabalhadora e de ataques ao patrimônio do povo brasileiro.
Cassio Conserino aprofunda a perseguição aos sem teto do centro
E
m denúncias infundadas, quatro lideranças estão presas e mais 15 foram indiciadas pelo Ministério Público de São Paulo. Sidney Ferreira, Jacine Ferreira da Silva (Preta Ferreira), Edinalva Silva Ferreira e Angélica dos Santos Lima, presos, outras 15 lideranças indiciadas, já foram processadas. Agora, o conjunto das lideranças de todas as ocupações correm risco de serem indiciadas a qualquer momento, pois o Ministério Público de São Paulo quer transformar os movimentos de luta por moradia, ou seja, o direito de ter um teto, um ato criminoso. Esta denúncia foi assinada pelo promotor Cassio Conserino e coloca as lideranças do movimento como criminosos e com ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), baseadas em depoimentos sem fundamento e só utilizaram o prédio que desabou no Largo do Paissandu no centro de São Paulo, para ter alguma justificativa e indiciar as lideranças, deixando bem claro que é uma perseguição política ao Partido dos trabalhadores, num primeiro momento, mas contra todas as organizações so-
ciais e movimentos da esquerda do país. Conforme consultório Jurídico (Conjur) – 07/08/19 – “chama atenção a tentativa de estampar que os movimentos agem com motivação partidária. Conserino afirma que algumas das lideranças são filiadas ao Partido dos Trabalhadores, que obrigavam os moradores da ocupação a votar na legenda ou seriam expulsos”. Qualquer atuação do judiciário de São Paulo, extensão do PSDB, do governador golpista João Doria e do também golpista prefeito Bruno Covas, que querem despejar todo o conjunto de ocupantes dos prédios abandonados no centro de São Paulo, é para por mais de seis mil moradores debaixo das pontes, dos viadutos, ou seja, colocar todo mundo na rua, com a alegação de que os colocarão em abrigos que já não comportam os moradores de rua, que vem morrendo como moscas na capital de São Paulo é de liberar todos esses prédios para os empresários da construção civil, ou seja, para especulação imobiliária. O inquérito está na 6ª Vara Criminal da Barra Funda e tramita em sigilo, por determinação da juíza Erika Soares de Azevedo Mascarenhas.
Todos às ruas dia 13 para botar abaixo o governo Bolsonaro O
governo golpista de Jair Bolsonaro, eleito por uma fraude eleitoral, já que os golpistas precisaram prender o candidato que o povo queria votar que era Lula, apontou seus “canhões” contra os trabalhadores dos correios dizendo que a privatização da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) é uma questão de honra, uma promessa de campanha aos capitalistas. Bolsonaro quer entregar de bandeja para o capital estrangeiro um patrimônio do povo brasileiro, que são os Correios, maior empresa de correios da América Latina, e a segunda maior do mundo, e junto com ela mais de 100 mil trabalhadores ecetistas. Nesse sentido, os trabalhadores
dos Correios que estão em meio a sua campanha salarial, cujo desenvolvimento tende levar a categoria a uma greve já que Bolsonaro quer destruir direitos da categoria e achatar ainda mais os salários dos ecetistas, para facilitar a privatização, tem todos os motivos para engajar-se nas manifes-
tações que ocorreram no dia 13 de agosto pelo país a fora contra esse governo. No dia 13 de agosto haverá paralisações, passeatas e atos nas principais cidades e capitais do país, aonde será levado para a rua a indignação dos trabalhadores com os diversos
ataques desse governo golpista, como por exemplo: o ataques a aposentadoria dos trabalhadores brasileiro através da famigerada reforma da previdência, as privatizações, ataque a educação, saúde etc. É preciso criar um único movimento de todos os trabalhadores brasileiros contra o governo Bolsonaro e seus ataques a nossa classe, que deve ser expresso pela palavra de ordem de Fora Bolsonaro, Eleições gerais já, Liberdade para Lula. Um único movimento, agrupando todos os trabalhadores, pois somente a força da classe trabalhadora nas ruas é possível barrar esses golpistas, e no caso dos Correios impedir a privatização da ECT.
CIDADES E ECONOOMIA | 13
NINGUÉM PRESO
Munição para canhão encontrada na Baixada Fluminense
N
esta quarta (7), foram apreendidos uma munição de canhão EC-90mm, duas espingardas, oito trabucos de fabricação artesanal, dois fardamentos militares, além de outras munições. O estranho é que os PM’s do Comando de Polícia Ambiental (CPAm) e do Grupamento Marítimo e Fluvial (UPAm), que realizaram a operação, não apuraram nomes dos envolvidos, como também ninguém foi preso.
Segundo a Polícia Militar, o material foi achado dentro de um bananal às margens da Estrada Carretão. Os agentes foram até a região de mata para verificar uma denuncia anônima de caça ilegal de animais silvestres. O material apreendido foi encaminhado para a 48ª DP, em Seropédica. A notícia chama a atenção pela falta de sentido. Seriam policiais os caçadores ilegais?
INDÚSTRIA
Produção industrial da Alemanha cai 1,8% no segundo trimestre A
produção industrial da Alemanha caiu 1,8% no segundo trimestre de 2019, algo que, de acordo com Ministério da Economia, ocorreu devido a fortes perdas na produção de metais, maquinário e automóveis do país. Outro dado diz que a produção industrial caiu 1,5% de junho para julho, sendo que, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pela
Agência de Estatísticas, o previsto era apenas de 0,4%. Diferente do que a imprensa burguesa propaga sobre uma suposta “recuperação” do sistema, a situação continua e vai continuar se deteriorando. Essa é mais uma prova de que o capitalismo está sim em crise, a qual entrou em uma nova etapa a partir de 2008 e continua crescendo e impactando o mundo inteiro.
14 | MULHERES, JUVENTUDE E MORADIA E TERRA
MULHERES
Assassinatos de mulheres crescem 44% em São Paulo N
esta quarta-feira (7), a Lei Maria da Penha completou 13 anos e as estatísticas apenas mostram uma realidade que a mulher trabalhadora conhece muito bem, que é a da violência. Somente no primeiro semestre de 2019, a violência contra a mulher cresceu 44% em São Paulo e nesses primeiros 6 meses de governo Bolsonaro, marcado por falas e medidas violentas contra a classe trabalhadora, cerca de 82 mulheres já foram assassinadas, em 2018, esse número ficou em 57 mulheres mortas vítimas de violência. Cerca de 73% desses casos ocorreram nas dependências de suas casas e muitos desses homens, coincidentemente, tinham perfil bolsonarista. Toda essa violência recrudescida pela extrema-direita em seus discursos contra mulheres, negros, LGBTs, etc., reflete em como os homens tratam as
mulheres, afinal, um sistema econômico como o capitalismo, diariamente impulsiona homens a serem agressivos justamente por passarem por diversos tipos de opressão, exploração e alienação, incutindo em suas cabeças que a mulher é realmente inferior, como os conservadores reacionários afirmam. O aumento de violência em geral já vem acontecendo e como, as mulheres são as que mais sofrem com isso, principalmente as mulheres pobres e negras, que estão nas bases de trabalho mais mal remunerados e com condições precárias, junto com uma perda exponencial de direitos com a Reforma Trabalhista e Reforma da Previdência. É perceptível que a criação de mais leis e aumento do Estado repressor não tem resolvido a questão da violência contra a mulher, muito pelo contrário, é raro ver a justiça ao lado dos mais
oprimidos. Todo esse conjunto de fatores somado a um governo violento com a população só piora a situação das mulheres, que nunca terão sua emancipação efetivada no sistema ca-
pitalista, que sobrevive dessas opressões. É preciso buscar mecanismos radicais, que resolvam essas questões urgentes na raiz do problema, que é o Estado burguês.
UFPE E UFRJ
UFPE E UFRJ
A devastação das universidades pelos golpistas D
Líder indígena de ocupação é assassinado em Manaus (AM) N
uas das mais importantes universidades do país estão a um passo de fechar as portas. A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) informaram neste início de semestre as condições precárias de funcionamento de seus campus. Segundo notas lançadas pelas assessorias de comunicação das universidades, estão previstos para os meses de agosto e setembro a paralisação de atividades como água, limpeza, energia, segurança, serviços gerais e até a realização de cirurgias pelo Hospital Universitário da UFRJ. Desde o golpe de Estado em 2016, o governo golpista de Michel Temer começara a destruir o país aplicando duríssimos cortes a diversos setores essenciais do serviço público, sendo a área da educação uma das mais afetadas. Com o objetivo de sucatear o serviço público e entregar o país na mão do capital privado e estrangeiro, além da aprovação da “PEC da Morte”, aplicaram-se cortes aos orçamentos já vigentes comprometendo de vez o funcionamento das universidades e escolas públicas. Isso deixou muito claro os objetivos do governo golpista de destruir a população trabalhadora. O governo fraudulento e autoritário de Jair Bolsonaro está longe de trazer uma nova política para o país e, como já denunciamos, faz uma política de aprofundamento do golpe. Sendo assim, a paralisação das universidades faz parte de um ataque violento do governo golpista à educação. Desde que assumiu em 2018, os ataques à educação pública se intensificaram através de retaliações da autonomia das universidades e principalmente dos cortes orçamentários ao longo do
ano. Os mais pesados ocorreram em maio, com o anúncio do bloqueio de 30% das verbas orçamentárias para todas as universidades, e o do mês de julho, cortando quase 1,5 bilhões de reais em investimento público. É preciso entender que o anúncio de paralisação de atividades da UFPE e da UFRJ representam exemplos do que já está acontecendo no país inteiro. O encerramento de atividades acadêmicas, bolsas para pesquisa, auxílio permanência, alimentação, cargos e etc. já é realidade cotidiano na maioria das universidades do país. O próprio governo golpista assume a responsabilidade pela destruição desses espaços quando não deixa alternativas ao ensino público. É preciso que as demais categorias da comunidade acadêmica e dos setores da educação reajam com grandes mobilizações que denunciem o projeto de destruição da educação e das universidades públicas do Brasil. É preciso denunciar o governo golpista e agir para sua derrubada, pois sabemos que não é possível que se barrem os cortes sem derrubar o governo autoritário de Jair Bolsonaro. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
esta terça (6), o tuxaua da etnia Apurinã, Carlos Alberto Oliveira de Souza, de 44 anos, foi assassinado com mais de 10 tiros, no conjunto Cidadão 12, bairro Nova Cidade, zona norte de Manaus (AM). O indígena saiu de casa para comprar pão e caminhava na rua quando foi surpreendido por quatro homens a pé e encapuzados. Carlos Alberto ainda tentou fugiu, mas foi alcançado e atingido pelos criminosos com vários tiros na cabeça, pescoço, costas e braços, morreu no local. Na fuga, os criminosos se dividiram. Dois entraram em um carro, de características não identificadas. Outros dois abordaram um sargento da Polícia Militar e roubaram sua moto. De acordo com o tenente Ricardo Lima, da 26ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), a moto foi recuperada depois de ser abandonada nas proximidades. A perícia criminal do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC)
confirmou que a vítima foi atingida com mais de dez tiros, sendo a maioria na cabeça. Algumas cápsulas de munições e projéteis, além de um molho de chaves e camisas dos criminosos foram recolhidas no local. “O meu marido sempre falava que estava recebendo ameaças de morte, mas nunca contava do que se tratava. A última ameaça aconteceu no sábado passado. Ele saiu de casa para comprar pães como fazia todo os dias. Minutos depois, vieram me falar que ele estava morto”, declarou Jussilene Ferreira da Costa, de 29 anos. Já é a terceira vítima indígena da disputa pela terra só neste ano em Manaus. As autoridades do Estado burguês, como a polícia, não irão prover a segurança da população que luta por seus direitos, sobretudo no campo. É preciso defender a autodefesa imediata diante da direita fascista.
CULTURA E ESPORTES | 15
DIREITA ODEIA A CULTURA
Caso João Gilberto revela que empresários são inimigos dos artistas A
direita odeia a cultura, pois reflete a relação dos capitalistas com a arte. Eles não podem se relacionar com nada, a não ser como forma de arrancar mais valor. Um caso atual são as ações que correm na justiça entre o falecido compositor brasileiro João Gilberto e a gravadora Universal. A partir de 1964, o compositor e a EMI – extinta, que foi incorporada pela Universal – não renovou o contrato de parceria, mas a gravadora continuou a vender e lançar edições dos álbuns do compositor. Estas edições incluíam remasterizações e remixagens sem autorização do artista. João entrou na justiça para cobrar os royalties das vendas da EMI desde 1964. O Banco Opportunity também participou da ação, assinando um contrato de risco no valor de R$10 milhões, em troca de tudo o que Gilberto ganhasse destes royalties. A causa foi
ganha em 2015, mas a briga continua, em torno do valor a ser pago. Em cifras atualizadas, estaria em R$219 milhões, mas a Universal pleiteia apenas R$13,5 milhões. Entretanto, a gravadora ignora as vendas do autor durante 1964 e 1974, época em que o compositor estava no auge da carreira e já havia ganhado um Grammy. Além do mais, a Universal inclui no seu relatório apenas as vendas dos próprios discos, omitindo os ganhos com faixas vendidas para outras gravadoras. Detalhes técnicos à parte, é importante ter consciência de que, para o capitalista, o artista, assim como qualquer outro trabalhador, é apenas um meio para a realização do lucro. Por isso que, quando não são mais necessários, até mesmo profissionais excepcionais que recebiam cifras altas são passados para trás. Se pudesse, o capitalista nada pagaria.
COTV
Equipe da peça recifense “Retratos de Chumbo” estará hoje no Uzwela
A
edição de hoje do programa Uzwela – conversa sobre cultura irá entrevistar a equipe da peça de teatro “Retratos de Chumbo – as rosas que enfrentaram os canhões”. Dirigida por Oséas Borba Neto, a peça está sendo produzida pelo Grupo de Teatro João Teimoso. “Retratos de Chumbo” tem como objetivo denunciar as atrocidades da Ditadura Militar, sob a ótica de mulheres que foram perseguidas, torturadas e mortas pelo regime. O texto é baseado em pesquisas, entrevistas e depoimentos de pessoas que viveram nessa
época. Ao todo, três atrizes em cena se revezam em relatos de situações passadas, sentimentos das personagens e algumas cenas de torturas. Além do diretor Oséas Borba Neto, participarão do programa de hoje Chell Moriim (atriz e assistente de direção), Ysa Muniz (atriz) e Karine Lima (iluminadora). O programa vai discutir a peça “Retratos de Chumbo”, os 40 anos de carreira Oséas Borba Neto e a atuação do Grupo de Teatro João Teimoso. Não perca, hoje, às 19h, na COTV!
ESPORTES
Todos os domingos às 20h30 na Causa Operária TV
Torcedor preso e agredido pela PM por motivos políticos, veja vídeo A
Polícia Militar do estado de São Paulo, comandada pelo fascista João Doria, já não esconde sua função no regime golpista que caminha para uma ditadura aberta. Um torcedor do Corinthians foi preso na Arena de sua equipe por protestar contra o presidente golpista e fascista Jair Bolsonaro. A Polícia Militar paulista já demonstrou diversas vezes que serve ao fascismo e buscar reprimir atividades políticas dos setores populares da esquerda. Já foi denunciado aqui a invasão da PM a sindicatos, a reunião de organização de atos pela liberdade Lula, a reunião de mulheres do PSOL, também a repressão sofrida por militantes da esquerda em atividades políticas como aconteceu com PCO em Araraquara, ainda a prisão de militantes do MTST, entre outros muito casos que demonstram que a
liberdade de expressão política está proibida. A prisão deste torcedor do Corinthians, que exercia seu direito de livre protesto contra um governo anti-povo e serviçal do imperialismo, acontece
justamente no momento em que a torcida do Corinthians, sempre combativa, organiza vigília para que a camisa do jogador de basquete do clube, Gustavinho, utilizada na comemoração do título da Liga de Ouro de 2018, com os
dizeres “Quem matou Marielle?”, volte para o memorial de onde não deveria ter saído jamais. É importante relembrar que as manifestações artificiais, financiadas pela burguesia golpista, promoveram os maiores ataques e desrespeitos a primeira mulher que chegou a presidência do país, a presidenta legítima Dilma Rouseff. Nestes atos, os manifestantes tiravam fotos abraçados aos policiais e recebiam todo apoio da PM. Fica claro o posicionamento político desta corporação fascista que o estado se utiliza para reprimir a população. O Partido da Causa Operária luta pela dissolução de todas as polícias do país, em especial do estado de São Paulo que é a mais sanguinária e fascista, também pelo Fora Bolsonaro, pelo Fora Doria, Fora Witzel, por Fora todos os fascistas e golpistas.