SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5729
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
WWW.PCO.ORG.BR
Dia 13, todos às ruas pelo Fora Bolsonaro e a liberdade de Lula!
D
ia 13, próxima terça-feira, haverá um grande ato nacional contra o governo golpista e ilegítimo de Jair Bolsonaro. Trabalhadores tomarão as ruas do país inteiro para protestar contra os cortes na educação, a reforma da Previdência e, como tem sido em cada grande manifestação pelo país, gritar pelo Fora Bolsonaro! Uma reivindicação pelo fim imediato desse governo que ataca os trabalhadores todos os dias com medidas destrutivas para o país e que terminarão atirando milhões de pessoas à miséria se não houver uma reação que o impeça antes.
EDITORIAL
Tentativa de transferência mostra: Lula é central na situação política Quarta-feira (7) a juíza Carolina Lebbos autorizou a transferência do ex-presidente Lula para São Paulo. Durante a tarde do mesmo dia, o juiz Paulo Eduardo de Almeida Sorci, de São Paulo, decidiu que Lula fosse transferido para o presídio de Tremembé, no interior do estado.
PCdoB disfarça os que sustentam Bolsonaro: “defensores da democracia” Congresso quer lei que grampeie os telefones e computadores do Brasil
Decisão relativa a Lula não é uma mudança de políticia do STF Quarta-feira (7), um setor de extrema-direita dos golpistas tentou transferir Lula para um presídio comum, em Tremembé, no interior de São Paulo. A transferência teve autorização de uma juíza em Curitiba e de um juiz em São Paulo. No final do dia, no entanto, o STF se reuniu para suspender a transferência, em uma sessão que terminou com 10 votos a 1 pela anulação da decisão de transferir Lula.
Debate com Breno Altman: a situação está madura para o Fora Bolsonaro O jornalista Breno Altman, em vídeo na TV 247 intitulado “Altman se diz contra o impeachment de Bolsonaro”, de 30 de julho levanta alguns argumentos contra a palavra de ordem de Fora Bolsonaro!
Elogio a Ustra mostra que Bolsonaro defende uma nova ditadura militar
Ditadura! Moro chama Força Nacional para reprimir o ato do dia 13
Fascismo: Moro usa lei da ditadura para perseguir crítico de Bolsonaro
Por meio de portaria do Ministério da Justiça, publicada nesta última quarta-feira (7), Moro decidiu que irá colocar a Força Nacional na Esplanada dos Ministérios para reprimir as manifestações contra o governo Bolsonaro, no próximo dia 13.
Todo mundo lembra que Bolsonaro incitou seus seguidores a “metralhar a petralhada”, que ele disse que a ditadura militar deveria ter matado 30 mil e que ele dedicou seu voto no impeachment de Dilma Rousseff ao torturador e assassino Brilhante Ustra
2 | OPINIÃO EDITORIAL
COLUNA
Tentativa de transferência mostra: Lula é central na situação política
Q
uarta-feira (7) a juíza Carolina Lebbos autorizou a transferência do ex-presidente Lula para São Paulo. Durante a tarde do mesmo dia, o juiz Paulo Eduardo de Almeida Sorci, de São Paulo, decidiu que Lula fosse transferido para o presídio de Tremembé, no interior do estado. Criou-se a expectativa então de que Lula fosse transferido para um presídio comum, mais uma agressão contra o ex-presidente, preso político há quase 500 dias, condenado sem provas. A defesa de Lula e o PT protestaram por meio de notas. Atos espontâneos chegaram a ser convocados em diversas cidades. O desfecho, no entanto, foi o STF impedindo a transferência, por 10 votos a 1. Aparentemente, a extrema-direita dentro do regime procurou atacar Lula mais uma vez. A direita mais tradicional, no entanto, prevendo que o deslocamento de Lula para São Paulo poderia ser um novo fator de crise ainda maior para o turbulento governo da direita golpista, bloqueou a manobra. Seja qual for o embate que se deu entre as diversas alas da direita dentro do regime, os desdobramentos desse fato demonstraram mais uma vez que Lula continua sendo central na situação política nacional. Isso acontece porque Lula continua sendo o representante de amplos setores dos trabalhadores, reconhecido por esses setores como tal. Nas eleições de 2018, Lula teria grandes chances de vencer, mesmo estando
CHARGE
Liberdade de Lula está na mobilização do povo, não no STF Por Juliano Lopes
N
dentro da cadeia e enfrentando um processo eleitoral que foi fraudulento a favor da direita em muitos sentidos. Fora das eleições, na política em geral, Lula é um elemento de polarização na sociedade e alimenta a crise política do regime que a direita golpista está procurando, sobre novas bases, criar. Por isso as instituições desse regime estão organizadas para manter Lula preso. Caso o ex-presidente fosse solto isso poderia representar um golpe muito duro contra a direita, estimulando mais a mobilização popular em oposição a Bolsonaro e suas medida contra o povo. Exatamente por isso, a reivindicação de liberdade para Lula também deve ser central na luta contra esse governo. Em cada protesto contra o governo, além de Fora Bolsonaro!, é preciso exigir também: Liberdade para Lula!
esta semana, o Poder Judiciário protagonizou mais uma de suas encenações golpistas, típicas de um poder que não presta contas para a população, não é eleito, não é apoiado por ninguém, a não ser pelo imperialismo. Como resultado de um pedido da Polícia Federal, uma decisão, proferida pelo Tribunal Regional Federal 4, determinou a remoção do ex-presidente Lula das carceragens de Curitiba (PR) para São Paulo, o que foi prontamente atendido pelo judiciário do estado comandado pelo PSDB. João Doria, governador de São Paulo, salivando, se adiantou para dizer que Lula seria recebido como um presidiário qualquer. Logo após, foi informado pela imprensa burguesa que, a mando do juízo de São Paulo, Lula ficaria na penitenciária de Tremembé, interior do estado, onde estariam alguns famosos presos. O Partido dos Trabalhadores, corretamente, reagiu, e pediu, junto ao Supremo Tribunal Federal, que a mudança não ocorresse, pois certamente colocaria em risco a saúde física e a moralidade do ex-presidente, que atualmente cumpre pena em cela do “estado maior” em Curitiba (PR), coisa pouco melhor que as demais carceragens brasileiras. A dobradinha golpista entre Curitiba e São Paulo parou no STF, que viu problemas na mudança de Lula,
alegadamente problemas jurídicos, mas, na verdade, políticos, posto que manifestações começaram a ser convocadas no Brasil inteiro pela liberdade de Lula, já que o povo não quer o ex-presidente preso, em lugar algum. STF cedeu, e deixou Lula em Curitiba, dando a ligeira impressão de que é um tribunal democrático, tentando, sempre, esconder que sua participação no golpe de Estado foi, simplesmente, fundamental. A esquerda pequeno-burguesa, engrupida pelo STF, acha que lá está a saída, que nesta corte medieval, não eleita, é que paira a liberdade de Lula. Que, belo dia, por conta de exímia argumentação, os ministros biônicos vão se convencer da inocência do homem. Muito pelo contrário, a luta contra o golpe e pela liberdade de Lula deverá, se levada às últimas consequências, colocar em xeque a própria existência do STF, TRF-4 e toda a parafernália judicial que só serviu para atacar o povo brasileiro, que só serve de despachante dos interesses imperialistas no país. Derrubar Jair Bolsonaro e conseguir a liberdade de Lula será obra do povo nas ruas, da mobilização operária, estudantil, enfim, das vítimas dos golpistas, que, a cada dia, arrancam alguma conquista do trabalhador. É aí que se deve gastar energia, os esforços, na população mobilizada contra a direita golpista.
POLÍTICA | 3
GOVERNO GOLPISTA
Dia 13, todos às ruas pelo Fora Bolsonaro e a liberdade de Lula! D
ia 13, próxima terça-feira, haverá um grande ato nacional contra o governo golpista e ilegítimo de Jair Bolsonaro. Trabalhadores tomarão as ruas do país inteiro para protestar contra os cortes na educação, a reforma da Previdência e, como tem sido em cada grande manifestação pelo país, gritar pelo Fora Bolsonaro! Uma reivindicação pelo fim imediato desse governo que ataca os trabalhadores todos os dias com medidas destrutivas para o país e que terminarão atirando milhões de pessoas à miséria se não houver uma reação que o impeça antes. É importante nesse momento que todos vão às ruas para protestar contra o governo da direita golpista. E que todos levem suas bandeiras e demandas, de modo que as palavras de ordem mais populares possam se expressar com grande volume. O momento é propício para a mobilização contra o governo. É hora de chamar os trabalhadores às ruas, com campanhas nas diversas categorias de trabalhadores e campanhas de rua cha-
mando a protestar. O governo é extremamente impopular e rejeitado. O programa da direita golpista, que passou de Michel Temer para Bolsonaro, e está sendo aplicado com mais intensidade, é um programa de destruição do país. Para a educação, o projeto é destruir o ensino superior público, asfixiando as universidades com cortes de gastos que impossibilitam seu funcionamento básico. Para os futuros aposentados, o projeto e deixá-los à míngua, com aposentadorias e pensões mais baixas, pelas quais se terá que trabalhar mais tempo. Um roubo ao bolso de cada um dos milhões e milhões de trabalhadores que contribuem com a Previdência. Esses são apenas os primeiros ataques de bolsonaro contra a classe trabalhadora. O governo tem apenas sete meses e já provocou um enorme estrago, com uma ampla entrega de patrimônio público, um ataque frontal aos sindicatos com o fim da contribuição sindical e os ataques aos trabalhadores mencionados acima. Caso esse governo continue, muitos
outros ataques virão, piorando de forma muito significativa as condições de vida de amplos setores da população. Outro perigo representado por esse governo e o progressivo fechamento do regime, rumo a uma ditadura cada vez mais repressiva para esmagar os setores organizados dos trabalhadores e impor seu programa à força. O incentivo aos assassinatos no campo, a perseguição aos movimentos sociais
e a permanente campanha contra a esquerda, além do atropelamento dos direitos de perseguidos políticos, começando por Lula, mostram o grande perigo de esse governo prosseguir. Por isso é preciso derrotar a direita golpista antes que a direita golpista destrua o Brasil. É hora de ir às ruas, levantando as duas palavras de ordem que hoje confrontam o regime político como um todo. Liberdade para Lula! Fora Bolsonaro!
REPRESSÃO
Ditadura! Moro chama Força Nacional para reprimir o ato do dia 13 P
or meio de portaria do Ministério da Justiça, publicada nesta última quarta-feira (7), Moro decidiu que irá colocar a Força Nacional na Esplanada dos Ministérios para reprimir as manifestações contra o governo Bolsonaro, no próximo dia 13. A intenção é claramente fascista: intimidar o povo para que ninguém saia às ruas. Ainda que existam fortes indícios de que os atos do dia 13 mobilizarão grandes massas pelo Brasil inteiro, não há neste momento nenhum sinal de radicalização violenta do movimento. Ao contrário, seguindo as tendências das grandes manifestações de maio e junho, teremos novamente o povo na rua expondo pacificamente suas reivindicações. Por isso, se o objetivo fosse apenas de “preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”, como está na portaria, é certo que não haveria necessidade nenhuma de mobilização prévia do aparato repressivo da Força Nacional. Mas Moro age como qualquer fascista quando tem poder: recebe qualquer manifestação popular com armas nas mãos. Para Moro, e todos os golpistas no poder, a democracia é um crime a ser combatido. Os fascistas consideram que o povo não deve fazer nada além de trabalhar calado, aceitando toda a miséria e exploração possível, sem nem questionar. A livre expressão da vontade política popular, ainda que da forma moderada como tem ocorrido no Brasil, para o Mussolini de Maringá, já é em
si mesma uma grave quebra da ordem pública. E em tudo isto, as ações da extrema-direita brasileira seguem exatamente a mesma cartilha dos mais duros movimentos fascistas do passado, quando eles estavam sendo implantados. Os métodos da intimidação e da repressão, do uso das armas do Estado contra o povo, e das forças policiais ou militares para a contenção das ações populares que Moro está se utilizando são hábitos tradicionais dos fascistas e Moro não perde nenhuma oportunidade para demonstrar que está totalmente alinhado com todas as principais características de Mussolini, Hitler e Franco. Ocorre que as palavras de ordem pela queda do governo Bolsonaro e todos os golpistas que o acompanham certamente levarão centenas de milhares de pessoas às ruas pelo Brasil inteiro. E em Brasília não será diferente. Mas os golpistas sabem que não há força de repressão do Estado capaz de conter a insatisfação de milhões de brasileiros no momento em que as massas se colocarem decididamente em marcha contra essa ditadura que avança. Ainda mais levando em conta o barril de pólvora que representa a crescente miséria, o desemprego, a falta de perspectiva de se aposentar e, em muitos lugares, até mesmo a fome, que está de volta com toda a força sobre o nosso povo. Por isso, os golpistas tentam desde já calar com violência e repressão até mesmo manifestações pacíficas. E com isto provam que estão dispostos
a tudo para se manterem no poder. Cruzam mais um perigoso marco na implantação de uma ditadura fascista no país. Não admira que este passo esteja sendo levado a efeito por Moro. São fatos que demonstram bem para que serve a Força Nacional: apenas para intimidar, bater e reprimir o nosso povo. A mesma função das assassinas polícias militares estaduais, na verdade. Mas reforçada por um contingente muito melhor equipado. Ou seja, é para isto que servem as armas nas mãos do Estado burguês. Para que exista democracia, para acabar com a repressão, não resta dúvida de que para o povo interessa imediatamente dissolver a Força Nacional e as Polícias Militares. O único cami-
nho para a democracia é desarmar o Estado e armar o povo. E com a repressão estatal em alta, ninguém pode se deixar intimidar! É preciso que todos tenham plena consciência de que a única força capaz de conter a sanha assassina e violenta da burguesia fascista é o povo nas ruas em mobilizações de massas, o que certamente vai acontecer no próximo dia 13. É hora de rua, de mobilização popular lutando com toda a força contra os golpistas que estão hoje no poder. É hora de ocupar Brasília e o país inteiro. É hora de acabar com toda a repressão. É hora de derrubar Bolsonaro e todos os fascistas! #ForaBolsonaro
4 | POLÍTICA
FASCISMO
Moro usa lei da ditadura para perseguir crítico de Bolsonaro T
odo mundo lembra que Bolsonaro incitou seus seguidores a “metralhar a petralhada”, que ele disse que a ditadura militar deveria ter matado 30 mil e que ele dedicou seu voto no impeachment de Dilma Rousseff ao torturador e assassino Brilhante Ustra, do qual ele continua fazendo apologia sempre que abre a boca, além de homenagear outros bandidos, como seus amigos milicianos e os ditadores Pinochet, do Chile, e Stroessner, do Paraguai, diante do constrangimento de seus anfitriões quando em visita àqueles países. Pois agora, só porque um youtuber lhe desejou a morte, entidade que ele parece gostar tanto, o ministro que lhe garantiu a eleição fraudada quando se
passava por juiz, o Sérgio Moro, resolveu puxar do fundo do baú uma Lei de Segurança Nacional, da época da di-
tadura anterior, contra o pobre rapaz que, aparentemente, apresenta como único defeito ser filiado ao PDT. É isso. O Ministro da Justiça, Sergio Moro pediu à Polícia Federal que investigue e enquadre na Lei de Segurança Nacional o youtuber conhecido como Vina Guerrero, que usa a rede para criticar duramente o presidente Jair Bolsonaro. Veja a nota do Ministério da Justiça e Segurança Pública: O Ministério da Justiça e Segurança Pública requisitou à Polícia Federal, em 06/08/2019, a abertura de inquérito policial para a apuração de graves crimes de ameaça, incitação à violência e contra a honra praticados contra o Sr. Presidente da República, Jair Bolsonaro, por pes-
soa identificada como ‘Vina Guerrero’, e que foram efetuados por meio de vídeo divulgado no Youtube. Foi ainda solicitada, em vista da gravidade das ameaças e da incitação à violência, a verificação de eventual enquadramento das condutas na Lei de Segurança Nacional. O Vina Guerrero apagou todo o conteúdo do seu canal no YouTube, tudo, não só o vídeo que ensejou a iniciativa do ministro. Veja: https://www.youtube.com/user/vinaguerrero Alguém tem ainda alguma dúvida que a liberdade de expressão está sob ataque e que Bolsonaro está promovendo um fechamento do regime? Nem corintiano pode xingá-lo no estádio mais.
FASCISMO
Congresso quer lei que grampeie os telefones e computadores do Brasil
D
uas verdades incontestáveis: não há nada que esteja ruim que não pode ser piorado e tudo de ruim que é experimentado nos Estado Unidos, um dia, acaba chegando ao Brasil. Pois uma versão tupiniquim do projeto PRISM está na pauta do Congresso para legitimar a espionagem pelo governo de todos os brasileiros por meio de seus telefones e computadores. Vamos recordar: em 2013, Edward Snowden denunciou que a vida privada dos cidadãos norte-americanos era espionada pela NSA (National Security Agency), onde ele trabalhava a partir de um escritório em Honolulu, no arquipélago do Havaí, desde 2007. As denúncias de Snowden resultaram em uma série de reportagens do jornalista estadunidense Glenn Greenwald para o jornal britânico The Guardian que causaram um alvoroço mundial, pois além dos cidadãos dos EUA, acabou se constatando que a espionagem era contra alvos estratégicos de interesse do imperialismo em todo o mundo, como os emails e celulares da presidente Dilma Rousseff, do nosso Ministério das Minas e Energia, da Petrobras, da presidenta da Argentina, Cristina Kirshner, do presidente da Bolívia, Evo Morales, e até da primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, que depois disso abandonou o uso de smartphones e passou a usar celulares modelos antigos, com teclas, que não pudessem ser hackeados. Em 2013, Glenn Greenwald, já residente no Rio de Janeiro, além de ser articulista para o jornal da Inglaterra, apareceu em diversos programas de domingo da Rede Globo, o Fantástico, para contar que Dilma e a Petrobras eram espionados pelo país de
nascimento dele. Dilma “ficou de mal” do Obama e cancelou uma visita oficial que estava marcada que faria a Washington. Lembra? Hoje a gente sabe o resultado daquilo, certo? Recapitulando: Dilma foi derrubada, tomaram o Pré-Sal, tomaram a Embraer, prenderam o Lula e o impediram de ser presidente novamente e nos impuseram uma nova ditadura, num resumo bem rápido, e o Glenn Greenwald denuncia no Intercept que a Lava Jato foi uma manobra para fraudar a democracia e obter esse resultado. As reportagens do Greenwald para o The Guardian sobre o Snowden – que está asilado em Moscou – lhe renderam um prêmio Pulitzer e um Oscar, pelo roteiro do filme “Snowden”, dirigido pelo cineasta Oliver Stone, que mostra o personagem título tapando
com fita a câmera do seu celular e do seu computador. Pois é essa a situação que se avizinha para todos nós. Está em trâmite no Congresso Nacional o projeto de lei 2418/2019, de autoria do deputado José Medeiros (Podemos-MT), o principal apoiador do nazista Moro na Câmara, que é praticamente a reedição do projeto PRISM da NSA contra os brasileiros. A justificativa é exatamente a mesma: prevenir o terrorismo, sendo que aqui no Brasil, os terroristas trabalham para o atual governo, atiram na população do alto de um helicóptero, invadem aldeias indígenas demarcadas, chacinam pobres e pretos nas periferias, mantém presos políticos em masmorra de Curitiba e vitimam idosos e carentes com a supressão de medicamentos e fechamento de unidades de atendimento de saúde. Do outro lado, restam “hac-
kers” em meio período de Araraquara, que dividem o tempo sendo manicure, motorista e estelionatário, e torcedores de futebol exaltados que mandam frequentemente sua excelência o governador geral da colônia escravizada tomar um caju. Até onde se sabe, o projeto PRISM dos EUA, totalmente ilegal, foi desativado quando a barbaridade veio a público por Snowden e Greenwald. Pelo menos, oficialmente. Aqui no Brasil, de maneira sempre sui generis, os fascistas querem tornar oficial grampear todo o mundo, toda a população. Os deputados que estão discutindo o PL em comissão não têm sequer a decência de ter a vergonha que o governo norte americano fingiu ter quando foi apanhado com as calças arriadas ferrando seus cidadãos e chefes de Estado aliados nos diversos continentes.
POLÍTICA | 5
FORA BOLSONARO
Elogio a Ustra mostra que Bolsonaro defende uma nova ditadura militar
E
m entrevista a jornalistas no início da manha dessa quinta-feita (8), o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, deu mais uma demonstração de que o que depender dele, o Brasil vai ter sim uma nova ditadura aos moldes da imposta pelo golpe militar de 64. Antes de ir ao encontro com a viúva do coronel Brilhante Ustra, referiu-se ao torturador de presos políticos durante a ditadura militar como um “herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que hoje a esquerda quer”. Se Ustra é herói nacional, seu exemplo deve ser seguido. E se ele torturou para combater o que a esquerda queria naquele momento e ainda quer hoje, portanto deve-se fazer o mesmo hoje contra a esquerda. Não é uma novidade a declaração fascista do capitão do Exército que chegou a presidência da República como resultado da fraude e do golpe de Estado de 2016. No final dos anos 90, afirmou em entrevista que o “erro” da ditadura foi “não ter matado 30 mil”. Na votação do processo de abertura do
impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff em 2016, declarou, ainda, que seu voto a favor era “Pela memória do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff”. Ao longo dos seus 7 meses de governo, Bolsonaro não apenas deu diversas declarações em defesa da tortura e da ditadura militar, como é o principal incentivador da política de extrema-direita de massacre de índios, sem-terra e presidiários, como foi a sua declaração com deboche sobre a chacina de quase 60 presos na Penitenciária de Altamira no Pará. Recententemente, no final de julho, Bolsonaro afirmou ao presidente da Ordem de Advogados Brasileiros (OAB), Felipe Santa Cruz: “Se um dia quiser saber como o pai desapareceu durante a ditadura militar, eu conto”. E declarou que Santa Cruz “não vai querer saber a verdade”. Essa é a prática fascista sem tirar nem por. A característica central do fascismo é ser um movimento que visa aniquilar as organizações de esquerda
(partidos políticos, sindicatos, movimentos populares) com o propósito de reduzir a classe operária e os explorados a uma condição amorfa, sem reação, sujeita a todo tipo de atrocidade e esmagamento para favorecer o grande capital, os exploradores. Em seu discurso de posse afirmou que iria “acabar com o socialismo no Brasil”. Socialismo aqui no Brasil para o fascista Bolsonaro é destruir as conquistas históricas dos trabalhadores da cidade e do campo, como vem implementando cotidianamente desde que tomou posse. É por isso que soa como um verdadeiro atentado contra os explorados, a posição da esquerda de “colocar Bolsonaro na linha”, trabalhar na perspectiva de uma frente ampla com aqueles que foram responsáveis por colocar a extrema-direita à frente do País, os mesmos golpistas que derrubaram Dilma e prenderam Lula, defender 2022 como se fosse a redenção do povo brasileiro. Diante do desenvolvimento da situação política, dos próprios
objetivos de Bolsonaro de aprofundar cada vez mais o estado ditatorial no País, a passividade e a covardia desse esquerda pode abrir um caminho sem volta para o povo brasileiro. A hora de derrotar o fascismo no Brasil é agora e só há um caminho: as ruas! A população já apontou o caminho. Fora Bolsonaro é a palavra-de-ordem que mais ecoa pelo País.
ATAQUE AOS TRABALHADORES
Reforma da Previdência: fracasso retumbante da política de resistência
N
essa semana, a reforma da Previdência foi aprovada em segundo turno na Câmara dos Deputados. A vitória dos golpistas foi ainda maior do que no primeiro turno: nove votos inicialmente contrários à reforma se converteram em favor do roubo da aposentadoria de toda a população. A aprovação em segundo turno da reforma da Previdência é mais uma derrota para a esquerda nacional e para a população de maneira geral. Agora, a votação irá para o Senado, que é dominado pelos setores mais reacionários do dos estados, e, se aprovada, passará a entrar em vigor. Esse ataque aos direitos dos trabalhadores, assim como os demais que vêm acontecendo desde a ofensiva da burguesia após o golpe de 2016, está sendo levado adiante, em grande medida, por causa da política equivocada das direções das principais organizações da esquerda nacional. Ao invés de defenderem uma luta ininterrupta contra o golpe de 2016 – isto é, uma
luta que unifique todos os explorados em torno da expulsão de todos os golpistas incrustados no regime político, tais setores vêm defendendo a política da “resistência”. A “resistência” seria a organização do movimento popular para tentar barrar cada ataque que os governos golpistas desferissem contra a população. Essa política, no entanto, não pode resultar em nada diferente do fracasso. Primeiramente, a resistência, por ter um caráter específico, nunca consegue atrair todos os setores para a luta contra a direita. Por exemplo, se a política levada adiante pelos estudantes for a de “resistir” à tentativa de privatização das universidades, dificilmente o movimento atrairá a categoria dos rodoviários. quem etá comandando os ataques à população é o imperialismo, isto é, os bancos dos países mais poderosos do mundo; portanto, dificilmente um setor específico da população, por maior que seja, conseguirá impedir que a direita tenha êxito.
Em segundo lugar, a “resistência” coloca a luta política em um plano defensivo, e não ofensivo. É necessário mobilizar os trabalhadores para derrubar o regime político e pôr fim de vez aos ataques que estão sendo desferidos. Enquanto o Estado permanecer nas mãos dos mesmos vigaristas, a população não terá um segundo de sossego. Por isso, é preciso, já, orga-
nizar um movimento que tenha como fim a derrubada de todos os golpistas. É preciso aprender, mais uma vez, com a lição dessa votação da reforma da Previdência. Não será possível impedir que a direita avance com discursos no congresso, lobby parlamentar ou atos a conta gotas. Multiplicar, já. as mobilizações contra o governo ilegítimo. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
6 | POLÊMICA
GOLPISTAS
PCdoB disfarça os que sustentam Bolsonaro: “defensores da democracia”
A
o comentar os acontecimentos envolvendo a tentativa arbitrária e ilegal de setores do judiciário golpista, vinculados à criminosa operação lava jato e ao governo ilegítimo de Bolsonaro (PSL) e de João Dória (PSDB-SP), de transferirem Lula para um presídio em Tremembé – colocando em risco sua via – e a decisão do STF de negar, mais uma vez, a devida soltura de Lula, o PCdoB, em seu sitio eletrônico, Vermelho, publicou – no dia de ontem (8/08) – Editorial intitulado “Vitória do Estado de Direito sobre o Estado de exceção”. O Editorial aborda a operação criminosa como se fosse uma atitude pessoal e isolada de uma juíza ao apresentar que foi um ato de “ousadia da juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, …. mandar transferir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para São Paulo”. Segundo o PCdoB, foi a juíza, isoladamente, que “levou a exceção tão ao extremo”. Uma abordagem que trata a atitude a juíza como se fora um ato isolado, desconexo com o regime de arbítrio que se impôs ao País desde o golpe de Estado e do qual a operação lava jato e todo o judiciário é parte fundamental. Para o PCdoB, essa que deve ter sido a enésima ação de arbítrio contra Lula e contra os direitos democráticos do povo brasileiro, em aberta violação à quase esquecida (pelos golpistas) Constituição Federal, teria sido uma “medida [que] despertou pronta resposta de um amplo espectro de forças ideológicas”, diante do que “além de manifestar reprovação ao ato vil, esse leque político diversificado foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) em busca de justiça, do cumprimento aos preceitos elementares da Constituição”. Apesar de se reivindicarem como “comunistas” e, portanto, supostamente adeptos do materialismo histórico, não há parte do editorialistas, nenhum esforço – além das palavras – para de-
monstrar aonde estaria, no mundo real, de que haveria da parte do “amplo espectro de forças ideológicas” (ou seja, da direita golpista, até a esquerda que se reivindica revolucionária) a real reprovação real do ato e “busca de justiça”, da parte de elementos que apoiaram todas as etapas do golpe, desde a derrubada da presidenta Dilma, incluindo a prisão de Lula, até o ato de ontem, totalmente arbitrário e ilegal, do STF, de negar a liberdade de Lula, enquanto ele aguarda um julgamento de uma ação que o próprio STF está procrastinando por conta da crise provocada pelo desmascaramento da criminosa operação lava-jato, que teria que ter como consequência legal, em qualquer regime com algum resquício de “Estado de Direito”, a anulação integral dos processos e da condenação de Lula e de todos os presos políticos vitimados pela operação comandada, no judiciário, por Moro, Dalangnol e o pelo próprio STF. Mesmo com a decisão totalmente arbitrária de manter Lula preso, o PCdoB rende homenagens ao STF que, segundo o Editorial, “respondeu com agilidade, sem procrastinar uma decisão tão importante” e, enaltecendo ainda mais a operação que criminosa a define como “um enérgico pronunciamento da ordem democrática” [grifo nosso]. Com o que o PCdoB diz, sem pudor, que a “ordem democrática” estaria vigente no País mesmo com golpe de Estado, com eleições fraudadas, governo ilegítimo, tutela das Forças Armadas – inclusive sobre o judiciário -, com ameaças de golpe militar a todo o momento; dezenas de prisões políticas; ataques cotidianos aos mais elementares direitos democráticos no campo e na cidade etc. Para não deixar dúvidas de que para o PCdoB, vigora tal ordem democrática, o Editorial afiram que “o acinte contra Lula foi, antes de tudo, um ataque ao Estado Democrático de Direito”
[grifo nosso]. Um tributo ao regime golpista que só os mais cínicos direitistas são capazes de fazer sem opor qualquer limitação conjuntural sequer (“apesar”, “mesmo”, “ainda que” etc.) Tais louvores dos “comunistas” que votaram em Rodrigo Maia (do DEM), o “general da reforma da Previdência” – de acordo com Bolsonaro, para a presidência da Câmara dos Deputados, que defenderam um “plano B” para substituir Lula como candidato presidencial, em 2018 (antes e depois do seu lançamento), que após a derrubada do governo Dilma (que integravam) se lançaram em alianças (já nas eleições de 2016, em pleno golpe) com o PSDB e outros partidos golpistas, visa dar aparência democrática justamente à politica de “frente ampla”, defendida pelo Partido, como nenhum outro setor da esquerda burguesa e pequeno burguesa. A própria nota deixa claro que se trata de exaltar a aliança com os que derrubaram Dilma, rasgaram a Constituição, prenderam e mantém preso Lula, bem como sustentam o governo ilegítimo de Bolsonaro, em nome da “ampliação do campo democrático”, sob o pretexto de que “o Brasil entrou num processo político que ameaça os fundamentos do Estado Democrático de Direito”. O PCdoB, parece estar vendo a realidade em 2013 ou 2014 (quando ele e muito outros pregavam que não havia perigo de golpe ou “ruptura da ordem institucional”), antes do golpe destruir a maior parte dos resquícios do “Estado Democrático de Direito” que nuca vigorou plenamente no País. Buscando “dourar a pílula” o PCdoB não vê a decisão STF, bem como de setores parlamentares da burguesia golpista, como uma manobra diante da tendência a uma reação popular contra a ameaça, inclusive, de morte de Lula, como uma medida protelatória uma vez que o julgamento sobre a
suspeição de Moro sequer tem data marcada para acontecer, como mais uma inciativa visando justamente dar uma aparência democrática ao regime de exceção em vigor, mas tira daí o “ensinamento” de que houve uma movimentação de setores que “estão imbuídos da tarefa de restabelecer o pleno exercício do Estado Democrático de Direito”. De tal forma, endossa e sustenta as manobras e a política reacionária e golpista dos setores que atuam contra os trabalhadores (acabaram de aprovar o roubo das aposentadoria) e a economia nacional e que, para tanto, sustentam um regime de exceção de Bolsonaro, dos militares, do judiciário golpista etc. que servem aos interesses do grande capital imperialista contra o povo brasileiro. Como assinala o Editorial, “essa premissa leva à conclusão de que a principal questão posta como desafio para o campo democrático e patriótico é o avanço da extrema direita. Contê-la é a grande tarefa que se impõe. E isso só é possível com a tática da sagacidade política, do exercício da tolerância e da lógica da amplitude”. Em outras de palavras,, nada de mobilização, nada de impulsionar a luta de classes, não é preciso ganhar as ruas com milhões organizados e mobilizados pela esquerda e pelas organizações de luta dos trabalhadores do campo e da cidade, da juventude, dos explorados, para derrubar Bolsonaro, libertar Lula, por fim ao regime de arbítrio, derrotar o golpe de Estado. Subsiste, segundo o PCdoB, o “Estado de Direito” e a tarefa é ter “tolerância”, “amplitude” (“frente ampla” coma burguesia golpista com a direita) para, supostamente, deter o “avanço da extrema direita”; o que poderia ser feito (e segundo o PCdoB ocorreu nesta semana) até com a direita do STF e do Congresso Nacional.
POLÊMICA | 7
EXTREMA-DIREITA
Decisão relativa a Lula não é uma mudança de políticia do STF Q
uarta-feira (7), um setor de extrema-direita dos golpistas tentou transferir Lula para um presídio comum, em Tremembé, no interior de São Paulo. A transferência teve autorização de uma juíza em Curitiba e de um juiz em São Paulo. No final do dia, no entanto, o STF se reuniu para suspender a transferência, em uma sessão que terminou com 10 votos a 1 pela anulação da decisão de transferir Lula. Essa foi a única vez que um pedido importante da defesa de Lula foi aceito até agora. Efetivamente, a defesa conseguiu impedir no STF que Lula fosse transferido. Disso, no entanto, começou a circular uma conclusão apressada sobre o episódio, que volta a alimentar as ilusões nas instituições. Segundo um argumento que começou a circular depois dessa decisão do STF, o tribunal teria passado a observar os direitos de Lula no caso, indicando que haveria uma mudança de política do tribunal em relação a Lula.
Na verdade, é preciso deixar muito claro, a política do STF continua sendo manter Lula. Lembrando, inclusive, que o STF está sob a tutela de um general de forma, o “assessor” de Dias Toffoli, presidente da corte, general Ajax Porto Pinheiro. De modo se deve acreditar que os militares, que tutelam o STF na prática, teriam mudado de política em relação a Lula. O ex-presidente, preso político há quase 500 dias, continua sendo um elemento central na situação política do país. Do ponto de vista da direita golpista, ele deve continuar preso para não inflamar mais a mobilização contra o governo Bolsonaro. De modo que o movimento contra o golpe e a direita não deve nutrir nenhuma ilusão nesse sentido. Não se pode esperar que Lula seja solto pelo fato de não haver provas contra e de seu “juiz”, Sérgio Moro, ter sido parcial no processo. Por mais que isso fique a cada dia mais evidente, o motivo da prisão de Lula, um preso
político, é um motivo político. Para que a direita possa consolidar o regime novo que está tentando criar sobre novas bases, o ex-presidente
deve continuar preso, para estimular a revolta contra os ataques às condições de vida do povo que Bolsonaro está levando adiante.
DEBATE COM BRENO ALTMAN
A situação está madura para o Fora Bolsonaro O
jornalista Breno Altman, em vídeo na TV 247 intitulado “Altman se diz contra o impeachment de Bolsonaro”, de 30 de julho levanta alguns argumentos contra a palavra de ordem de Fora Bolsonaro! Vejamos alguns de seus argumentos: A primeira e principal alegação de Altman é a de que não existe correlação de forças para derrubar o governo, que o movimento está numa defensiva. Segundo ele, prova disso é que não se conseguiu um movimento que fosse capaz de barrar nem a reforma da Previdência, quanto menos derrubar o governo, portanto, “não é viável a bandeira da derrubada de Bolsonaro”. Em primeiro lugar, sobre a correlação de forças é preciso dizer que a tarefa das lideranças da esquerda é levar ao povo a solução política para determinados problemas. É preciso ter um trabalho para que a população venha a aderir à política que está sendo proposta. Ou seja, mesmo diante de um situação que não seja totalmente favorável é preciso lançar uma campanha que funcione como uma espécie de pesquisa de opinião que vá mobilizando, agrupando forças e servindo como um termômetro para a situação e a ação política. Nenhuma campanha começa com o apoio total da população, mas a campanha contra o Bolsonaro já tem o apoio amplo da população. O movimento pelo Fora Bolsonaro é muito volumoso. Esse movimento, na realidade vem desde o final das eleições fraudadas de 2018. Ainda durante a eleição, a campanha contra Bolsonaro era enorme. Ele só ganhou a eleição através de um esforço grande de unificação da burguesia para retirar Lula, que efetivamente é o político popular
e quem ganharia a eleição. Só por esse fato já seria possível e necessário colocar em marcha uma campanha política pela derrubada do governo. Mas a impopularidade de Bolsonaro não para por ai. O apoio minoritário na eleição fraudada piorou a partir da posse do governo. Esse pequeno apoio vem se deteriorando, as próprias pesquisas da burguesia não conseguem esconder essa impopularidade. Mas até aí alguém poderia dizer que tal perda de apoio não se traduziu em uma política ativa do povo, mas isto está muito longe de ser verdade. As manifestações explícitas contra o governo tomam corpo desde o início do ano e vêm se intensificando. São manifestações espontâneas nos mais diversos locais: shows, festivais, jogos de futebol etc. Mas também nos atos massivos organizados desde maio, a palavra de ordem de Fora Bolsonaro se alastra como rastilho de pólvora entre os manifestantes. Nesse sentido, a correlação de forças, se não está completamente favorável, pende, nesse momento, para os movimentos de luta. Breno Altman argumenta ainda que não existe mobilização e que portanto “estamos numa situação de resistência”. “As batalhas que hoje permitem algum grau de mobilização são defensivas”, continua ele. Ou seja, esse não seria o momento de lutar contra o governo, mas por reivindicações parciais, defensivas. Essa ideia, que tem sido manifestada por vários setores da esquerda pequeno-burguesa, é um entrave para o desenvolvimento de um movimento de luta, pois acaba sendo na realidade uma coleção de derrotas, pois descentraliza a luta em reivindi-
cações parciais, até que o movimento caia definitivamente num refluxo político. É preciso, em contraposição a isso, ter uma política que guie o povo para uma determinada política que está relacionada à questão da luta pelo poder. E assim, Breno Altman expressa mais uma ideia que consideramos equivocada: a de que seria preciso acumular forças de reivindicação parcial em reivindicação parcial até que se chega à reivindicação política. Esse raciocínio desconsidera que a população é consciente da importância do poder político. Os principais movimentos na história só foram efetivos quando levaram adiante determinadas reivindicações que diziam respeito à luta política. Um determinado problema econômico pode servir como um estopim, mas não será ele capaz de elevar a mobilização das massas até uma vitória política. Na época do for Collor, por exemplo, apenas para pegar um fato mais próximo de nós, as mobilizações contra o governo não foram precedidas por grandes manifestações de caráter parcial, o que colocou o povo na rua de maneira unificada foi a palavra de ordem de fora Collor. É preciso levar em conta outro aspecto contraditório importante da atual situação política no Brasil. Diferente do que se pode imaginar, a defensiva política do movimento de massas se encontra nesse momento justamente nas questões econômicas e parciais. A crise econômica, o desemprego, demissões, baixos salários, a destruição das leis trabalhistas etc tornam a situação não propícia para a luta parcial. Nesse ponto, de fato, a população, os trabalhadores se encontram na defensiva, que pode, logica-
mente, ser quebrada através de uma mobilização. Essa situação torna muito mais propícia uma luta política, em torno de uma reivindicação geral, que coloque como central a derrubada do governo. Dito de outra forma, a mobilização através de uma palavra de ordem política será capaz de colocar em movimento os setores que ainda não saíram na rua de maneira organizada: as categorias operárias. As grandes manifestações de massas que aconteceram nos últimos meses contaram com a presença de importantes parcelas de trabalhadores, mas não como setores organizados, mas esse é um meio para a mobilização. Por fim, Altman defende que o impeachment de Bolsonaro poderia ser favorável para a burguesia, que ganharia estabilidade no governo ao se ver livre do capitão indesejável, embora ele, corretamente, não considere que haja no momento uma política da direita para derruba-lo. Mas esse argumento não é fato: primeiro que justamente por estar unificada em torno de Bolsonaro a direita não quer sua derrubada pois sabe que isso geraria uma instabilidade; segundo que a queda do presidente, causada pela ação das massas, necessariamente resultaria numa desestabilização do regime. É preciso primeiro derrubar o governo mas é preciso também colocar para o movimento que se criou a perspectiva imediata da necessidade de lutar pela liberdade de Lula e por novas eleições. A posição dos setores contrários ao fora Bolsonaro acaba os colocando numa política de fica Bolsonaro. É preciso questionar qual seria o interesse dessa política para os trabalhadores e as massas que a cada dia estão mais próximas de se ver diante de um governo cada vez mais ditatorial e cada vez mais anti-popular em suas medidas.
8 | INTERNACIONAL
VENEZUELA
Não é Maduro que causa fome na Venezuela, são as sanções de Trump
O
imperialismo norte-americano acaba de impor à Venezuela mais um conjunto de sanções econômicas e embargos, ampliando a política criminosa de asfixia e ataques à economia do país sul-americano, que se traduz, na prática, como uma verdadeira declaração de guerra ao povo venezuelano. O presidente fascista norte-americano, Donald Trump fez o anúncio das medidas no início desta semana. O significado desta medida é que todos os ativos da Venezuela estão congelados nos Estados Unidos e não podem ser “transferidos, pagos, exportados, retirados ou manejados” (Sítio UOL, 06/08). Tratam-se das mais draconianas medidas em mais de trinta anos contra um país do continente americano, semelhante as que neste momento são impostas também aos que hoje são declarados países “inimigos dos EUA”, Síria, Irã e Coréia do Norte. O objetivo, obviamente, é asfixiar a economia do país para aumentar a pressão sobre o governo eleito do presidente Nicolás Maduro, abrindo caminho para a derrubado do regime constitucional do país e a subida ao poder do golpista e fantoche imperialismo, Juan Guaidó, apoiado pelos Estados unidos e seus serviçais satélites no continente e ao redor do mundo.
A intensa e hedionda campanha do imperialismo mundial disseminador de mentiras e falsificações contra o governo Maduro vem sendo alimentada pelas denúncias caluniosas de que o país bolivariano e seu povo estão passando fome e que a ação “humanitária” dos Estados Unidos é para livrar a “Venezuela do caos”. Nada mais falso e escandaloso, pois se há fome no país, assim como todas as demais dificuldades que o povo venezuelano vem enfrentando, essas são provocadas pela política criminosa do imperialismo ianque, que age para sabotar a economia venezuelana e roubar a riqueza maior do país, as imensas jazidas de petróleo, que são a principal fonte de divisas da Venezuela. As ameaças do imperialismo ao país bolivariano foram reiteradas pelo direitista John Bolton, assessor de segurança de Trump. Bolton declarou que “o governo dos Estados Unidos tem a intenção de que a transferência (de poder na Venezuela) seja pacífica, mas deixou claro que todas as opções estão sobre a mesa” (idem, 06/08). Esta é a política do imperialismo para os países não só do continente, mas para todos os povos que ao redor do mundo não se curvam e não se ajoelham diante dos Estados Unidos e sua política criminosa, de opressão e explora-
ção, de fome e miséria contra a humanidade. Os governos golpistas e pró-imperialistas do continente estão cumprindo neste momento o papel vergonhoso de funcionar como correia de transmissão dos interesses ianques na América Latina, apoiando a ação criminosa do imperialismo contra os povos das Américas. A única forma de dizer um NÃO à presença e a interferência do imperialismo na região é a luta pela derrubada dos regimes direitistas que se instalaram em países
como o Brasil, Argentina, Paraguai, Chile, Peru, Equador, Colômbia, Honduras e outros. O movimento popular de massas e a esquerda do continente, de todos os países, tem o dever político e moral de repudiar as sanções econômicas do imperialismo contra a Venezuela, organizando atos, protestos manifestações de apoio ao povo bolivariano e contra a campanha criminosa de calúnias do imperialismo para sabotar a economia e derrubar o governo constitucional do presidente Nicolás Maduro.
Para dar golpe na Venezuela, EUA estebelecem embargo total ao país
O
governo dos EUA estabeleceu esta semana um embargo total contra a Venezuela. Como já denunciado neste Diário Causa Operária, o presidente fascista Donald Trump decretou um bloqueio de todos os ativos do Estado venezuelano em território norte-americano, bem como o fim de todas as transações comerciais entre os dois países. Essa é a pior medida econômica contra um país do Hemisfério Ocidental desde a década de 1980, colocando a Venezuela, assim, como um dos países mais asfixiados economicamente pelo imperialismo em todo o mundo, ao lado de Cuba, Coreia do Norte, Irã e Síria. Donald Trump tem intensificado as declarações e ataques retóricos contra o governo de Nicolás Maduro e contra a soberania da Venezuela. Seu conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, disse que os Estados Unidos estão prontos para impor sanções a qualquer empresa transnacional que fizer comércio com a Venezuela. Tratam-se de ações econômicas que literalmente levam a fome ao povo venezuelano, uma vez que impedem o governo Maduro de realizar transações por meio de bancos internacionais, comprando alimentos ou remédios, por exemplo, o que sempre foi importado, em sua maior parte, pelos venezuelanos. Um relatório recente de um centro de estudos internacionais comandado por acadêmicos dos próprios Estados Unidos mostrou que 40
mil venezuelanos morreram de fome nos últimos anos devido ao bloqueio. Essas ações são parte da tentativa geral de implementar um golpe de Estado na Venezuela, para derrubar Maduro e o nacionalismo burguês radicalizado pela mobilização popular que governa o país caribenho há 20 anos. Outros acontecimentos recentes revelam ainda mais a ingerência ilegal e criminosa do imperialismo norte-americano na Venezuela. No mês passado, aeronaves dos Estados Unidos violaram o espaço aéreo venezuelano, conforme denunciado pela Força Armada Nacional Bolivariana (FANB). Desde o início do ano têm aumentado as agressões do imperialismo, especialmente norte-americano, contra a Venezuela. Já no final do ano passado, os EUA se recusaram a fazer qualquer tipo de conciliação com o governo Maduro e nomearam Juan Guaidó, seu fantoche, como novo presidente da Venezuela, mesmo que este não tenha concorrido às eleições. No dia 23 de fevereiro, houve a tentativa de invasão sob a justificativa de “ajuda humanitária”, com uma grande tensão motivada pelas agressões e ameaças dos EUA. Desde o governo Chávez os EUA tentam acabar com o governo venezuelano, principalmente devido aos interesses petrolíferos dos grandes monopólios internacionais pela maior reserva de petróleo do planeta que é justamente a da Venezuela. Além dos recursos naturais, o país tem uma clas-
se trabalhadora organizada e graças a isso o governo nacionalista realizou reformas sociais, as quais entram em confronto direto com os interesses da burguesia e do imperialismo, que têm seus lucros prejudicados. É preciso que seja realizada uma campanha internacional contra o bloqueio à Venezuela e todas as ameaças
imperialistas que esse país sofre, pela expulsão da presença imperialista na América Latina, que submete os nossos povos à mais brutal exploração. Um ataque à Venezuela é um ataque a todos os países da região e a todos os povos da região, por isso os povos precisam se unir para apoiar a Venezuela contra o imperialismo.
INTERNACIONAL | 9
IMPERIALISTA
Imigração dos EUA prende 680 operários estrangeiros no mesmo dia N
a última quarta-feira (8), 680 imigrantes foram presos por funcionários da imigração do governo norte-americano no estado do Mississípi. As prisões foram todas feitas em fábricas de alimentos, sendo a maioria dos imigrantes latinos. Segunda noticiado pela imprensa burguesa, essa teria sido a maior operação em locais de trabalho na última década. A repressão aos imigrantes é uma das principais pautas da extrema-direita norte-americana – tendo sido, inclusive, um dos aspectos mais presentes na campanha do atual presidente, Donald Trump, durante as eleições. Trump chegou até mesmo a prometer a construção de um muro para impedir que mexicanos emigrem para os Estados Unidos. A política de repressão aos imigrantes é, conforme ficou explicitado na operação dessa quarta, uma política de repressão aos trabalhadores dos Estados Unidos. Oriundos de países devastados pela política de rapina do imperialismo norte-americano, tais
imigrantes são superexplorados ao chegarem em território norte-americano, vendendo sua mão-de-obra a um preço baixíssimo. Por meio do discurso da repressão à imigração “ilegal” – isto é, a imigração daqueles que o governo norte-americano prefere forçar a uma situação de ilegalidade para ter sua mão-de-obra desvalorizada -, Trump também cria condições para atacar os próprios trabalhadores norte-americanos e a população pobre em geral. No caso das fábricas de alimentos, todos os funcionários legalizados também foram tratados brutalmente pela polícia norte-americana, que tem um longo histórico de racismo e truculência. A política de repressão aos imigrantes é uma política criminosa da burguesia e da extrema-direita norte-americana contra seu próprio povo e contra os povos dos países atrasados. É preciso, portanto, denunciar e combater todo tipo de repressão advinda do Estado capitalista.
CRISE
ITÁLIA
China reage às tarifas de Trump e Liga pede novas eleições em pode precipitar crise mundial meio à sabotagem da burguesia N A
os últimos dias a China implementou a desvalorização de sua moeda, o yuan. Isso gerou um impacto tremendo em diversos setores da economia mundial, com quedas nas bolsas de valores do mundo todo, incluindo Wall Street, que teve seu pior dia do ano na última segunda-feira (05). O dólar, com essa desvalorização gigantesca do yuan, vale agora sete yuanes. Essa desvalorização e seu impacto nas principais bolsas prejudicou extraordinariamente a fortuna dos 500 capitalistas mais ricos do mundo, que tiveram perdas na última segunda-feira de 110 bilhões de dólares – o equivalente a 2,1% de seu patrimônio. O principal afetado foi o homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, da Amazon, que perdeu 3,4 bilhões de dólares. Isso já indica no que a China está se envolvendo – não porque quer, mas por obrigações que a fazem tentar se defender dos ataques imperialistas. A desvalorização do yuan levou perdas aos grandes capitalistas, o principal deles um norte-americano dono de uma das principais companhias dos Estados Unidos e concorrente de empresas chinesas. As tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump – como aquela para produtos chineses no valor de 300 bilhões de dólares na quinta-feira passada – são ataques às empresas chinesas para que não tenham a menor possibilidade de concorrer com as norte-americanas. Porque, como já visto nos últimos cem anos, não existe livre-concorrência no capitalismo imperialista, apenas o domínio
dos monopólios sobre os estados e a economia mundial, para que somente um punhado pequeno de capitalistas acumule riquezas, impedindo qualquer desenvolvimento dos países de capitalismo atrasado. Todos os analistas do chamado mercado financeiro – o capital monopolista dos grandes bancos – dizem que, com a continuidade da guerra comercial desencadeada pelos Estados Unidos contra a China – que tenta se defender -, a tendência é que voltem a cair as bolsas de valores, aumentando ainda mais a instabilidade do sistema financeiro internacional (coração do capitalismo monopolista). O capitalismo não se recuperou de sua última crise, em 2008, e todos os indícios dão conta de que ela vai gerar uma nova crise ainda maior, socavando ainda mais todas as bases do sistema imperialista em completa putrefação. Por isso os monopólios investem em uma política cada vez mais brutal contra os trabalhadores. Nos países imperialistas, onde a classe operária conquistou muitos direitos nas últimas décadas graças à sua organização, esses direitos estão sendo retirados na velocidade da luz. Já nos países atrasados, onde nunca houve direitos devido ao saque por parte dos países capitalistas centrais, o que há agora é a completa espoliação de seus recursos econômicos e naturais por meio de guerras e golpes de Estado nos quais o imperialismo busca controlar a totalidade da economia e da política desses países, esmagando a classe operária para que não haja resistência a essa espoliação.
Liga, partido de extrema-direita que está no governo da Itália, emitiu comunicado pedindo novas eleições nessa quinta-feira (08). “A Itália precisa de certezas e de escolhas corajosas e compartilhas. É inútil seguir adiante com ‘nãos’, adiamentos, bloqueios e brigas cotidianas. Cada dia que passa é um dia perdido. Para nós, a única alternativa a este governo é dar a palavra aos italianos com novas eleições”, diz a carta. O documento foi divulgado como uma resposta aos atritos com o Movimento 5 Estrelas (M5S, na sigla em italiano). Na última quarta-feira, houve uma sessão no Senado sobre o projeto de trem de alta velocidade (TAV), que ligaria Turim – norte da Itália – a Lyon, na França. Trata-se de um projeto totalmente apoiado pela Liga, do vice-primeiro-ministro e ministro do Interior Matteo Salvini, verdadeiro líder fascista e homem forte do governo italiano. Por sua vez, o M5S tenta boicotar esse projeto, mesmo estando no governo, representado principalmente por Luigi Di Maio, também vice-primeiro-ministro. O primeiro-ministro, Giuseppe Conte, bem como o presidente, Sergio Matarella, não são filiados a nenhum partido político. “Há o conhecimento de que, depois de tantas coisas boas feitas, fundamentais para o país, como grandes obras de infraestrutura, desenvolvimento econômico, aplicação de autonomias, energia, reforma da justiça e relação com a Europa, entre a Liga e o M5S existem visões diferentes”, apontou a mesma nota da Liga.
Salvini é o “cabeça” dos ataques da Liga contra o M5S, denunciando as atividades sabotadoras de ministros desse partido contra as ações do governo. O M5S tem se aliado, extra-oficialmente, com a oposição da direita “democrática” para tentar derrubar a Liga. O principal partido dessa oposição é o Partido Democrático, de Matteo Renzi, da chamada ala esquerda da burguesia, mas que está atendendo aos interesses do principal setor do imperialismo contra a ala mais fraca que é a extrema-direita da Liga. Entretanto, o pedido de novas eleições é um recurso da Liga para permanecer no governo e mesmo governar sem coligações. Isso porque pesquisas recentes indicam que, em caso de novas eleições, esse partido venceria com uma margem bem folgada que lhe permitiria governar sem apoio de outras agremiações. Por esse motivo a direita tradicional tenta derrubar a Liga de diversas formas, como a denúncia de financiamento por parte da Rússia. Salvini é aliado de Putin e Moscou sabe que apoiar a Itália – cuja extrema-direita é anti-União Europeia – é um passo para a desestabilização da UE, que ataca de todas as formas a soberania russa, e essa é uma medida defensiva de Putin.
10 | MOVIMENTO OPERÁRIO
BANCÁRIOS
Itaú demite funcionária após passar por procedimento abortivo Q
uando falamos que banqueiro não é gente, e sim uma máquina de moer pessoas, não se trata de uma mera brincadeira. Todos os dias há relatos dos trabalhadores bancários que denunciam as atrocidades cometidas por essa corja de carniceiros que vivem às custas de massacrar o trabalhador e a população em geral, para que, com isso, aumentem a cada dia os seus fabulosos lucros. Sistematicamente este Diário vem denunciando tais atrocidades dos banqueiros: demissão de trabalhadores que se encontram em licença saúde, de trabalhadoras que retornam de licença maternidade, por ter uma ação contra o banco pelo pagamento de horas trabalhadas e não pagas etc., além, é claro, do tratamento dispensado aos bancários que sofrem todos os dias assédio moral para que aumentem a venda de produtos bancários, ou mesmo quando colocam os trabalhadores
para trabalhar em locais totalmente insalubres, tal como aconteceu no Banco Santander, em um município do Rio de Janeiro, em que o banco colocou os bancários para trabalharem em um contêiner. Isso mesmo, aquela caixa de aço utilizada para transportar mercadorias. A última agora (isso ajuda a explicar por que os banqueiros financiaram o golpe de estado e a campanha do fascista, Bolsonaro) foi a demissão, por parte do Banco Itaú/Unibanco, de uma funcionária que se encontrava em fase de recuperação pela perda do seu bebê ainda durante a sua gestação. A sua demissão somente não se efetivou porque ao se submeter ao exame demissional, o resultado deu inapto para a dispensa e o sindicato dos Bancários da região de Macaé e Região interveio barrando mais esse absurdo. Banqueiro privado é a pior espécie de parasita que existe na sociedade,
vivem às custas da miséria e da exploração dos trabalhadores e de toda a população. Os trabalhadores não devem aceitar as arbitrariedades feitas pelos banqueiros. É preciso organizar, imediata-
mente, através de suas organizações, uma reação para barrar os ataques dos banqueiros e seus governos que tentam a todo o custo liquidar com os direitos e conquistas da classe trabalhadora.
ECT
EDUCAÇÃO
General golpista da ECT quer vender patrimônio dos Correios N
MEC corta verba do livro didático
o dia 8 de agosto desse ano, o general Floriano Peixoto, atual presidente golpista da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) anunciou, no boletim interno “Primeira hora”, que quer reduzir em 20% o patrimônio da ECT através da contenção de despesas. O general quer vender os prédios dos Correios, desfazer aluguéis onde a empresa funciona, não pagar horas extras etc, uma política para destruir os Correios. Com o argumento de que é preciso sanear uma empresa deficitária, os golpistas vão derretendo a maior em-
presa de Correios da América Latina e a segunda maior empresa do mundo. É preciso barrar esses golpistas, antes que eles destruam o País. É preciso organizar os trabalhadores em torno da palavra de ordem de Fora Bolsonaro e todos golpistas e ainda pela liberdade de Lula, com nova eleições.
O
Ministério da Educação cortou quase 350 milhões da verba que era destinada para a compra de livros e materiais didáticos. Essa medida, eles dizem que é o primeiro “contigenciamento”, porém o montante será de 1,44 bilhão ao todo. Além disso, a qualidade dos livros irá diminuir absurdamente, uma vez que não irão conter as referências bibliográficas do conteúdo do livro e não precisarão ser revisados para corrigir erros de português. A destruição da educação é a prioridade dos golpistas. Querem destruir e aniquilar os professores e estudantes, com o fim do ensino público e acabar com o livro e os materiais didáticos.
Os professores e estudantes devem, de maneira imediata, reagir a esse brutal ataque do governo golpista e ilegítimo à educação. Esse é o maior dos ataques, uma vez que leva em si o programa fascista do chamado “Escola Sem Partido”, que busca censurar e reprimir estudantes e professores nas escolas, dentro de um quadro geral de controle do povo em nível estatal. É preciso ocupar as escolas, organizar comitês de professores contra essa tentativa de esmagar o ensino público, levar os estudantes a se juntarem em um só coro contra essa política do golpe de estado e pela derrubada do fascista Jair Bolsonaro e todo o seu governo de extrema-direita.
CIDADES | 11
RJ
Três presos são torturados a cada dia, 80% pela PM
A
Polícia Militar é responsável pela esmagadora maioria dos casos de tortura e agressão a pessoas presas. São 82% ou quatro em cada cinco casos de violência, e estas acontecem no ritmo de três por dia só no Estado do Rio de Janeiro. Quase todos são homens (97%), pretos ou pardos (82%), com baixa escolaridade (76%) e com idade até 29 anos (66%). Os dados não são de alguma “ONG esquerdista” – como gostam de relinchar os fascistas de plantão – mas da própria Defensoria Pública. Trata-se de um programa que faz o levantamento da existência de maus tratos contra pessoas presas nas primeiras 24 horas do flagrante. E os dados mostra o óbvio, que infelizmente a
BH
Bebê de um ano pega sarampo mesmo vacinado contra a doença U ma criança de apenas um ano de idade foi diagnosticada com sarampo em Belo Horizonte. O detalhe é que a criança já havia sido vacinada contra a doença no final do ano passado. Ao todo, um número alarmante de 190 casos de suspeita de sarampo atinge 73 cidades de Minas Gerais. Tal fato é uma expressão da politica da direita golpista, que vêm impondo a destruição das condições de vida do povo. Em Minas Gerais, essa direita é representada pelo governador Zema, do Partido Novo. Ferrenho defensor da política de privatizações dos serviços públicos, de perseguição à popu-
lação pobre e suas organizações, ou seja, da política golpista de um modo geral. O governador direitista vêm levando o estado a uma situação de caos cada vez maior. Nem mesmo a vacina contra o sarampo, o que deveria servir para prevenir a doença, é eficaz. O que mostra o nível de sucateamento dos serviços públicos no estado em menos de um ano de governo da direita golpista. A reversão dessa situação só é possível por meio da mobilização do povo contra todos os seus carrascos golpistas. É preciso botar para correr a direita golpista do poder. Fora Zema! Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
MG
Secretaria da Educação terá patrocínio do Unibanco N
esta quarta-feira (7), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), juntamente com a secretária de Estado da Educação Julia Sant’Anna, anunciaram uma parceria da Educação do estado com o Unibanco, em outras palavras, uma privatização do ensino. Zema afirma que quer subir o nível de qualidade da educação de Minas Gerais, contudo, ao aceitar o patrocínio de um banco na área da educação, ele deixa a cargo dos capitalistas e banqueiros os mandos e desmandos na educação, afinal, na lógica do sistema capitalista, quem dá o dinheiro, pode mandar e desmandar. O patrocínio do Unibanco entrará no Programa Gestão pela Aprendizagem que, segundo o governador de um dos partidos mais direitistas e neoliberais do País, é a junção de
ações para melhorar a gestão nas escolas públicas. A ideia de privatizar a educação no Brasil de uma vez por todas vem mascarada de diversas formas, a fim de fazer com que a população não perceba que, no fundo, são os capitalistas que mandam em absolutamente tudo. Aceitar um banco dando dinheiro para a educação deveria ser inaceitável, afinal, banqueiros possuem interesses escusos e totalmente financeiros, se pensassem realmente na educação, não seriam banqueiros. A educação no Brasil não deve ser gerida por sistemas financeiros que possuem interesses de privatizações, que visam um ensino de qualidade somente para a burguesia e para os filhos da classe trabalhadora, um ensino que aliena e oprime.
imprensa burguesa se recusa a reconhecer: são os próprios policiais, e não outros presos, que representam a verdadeira ameaça à população marginalizada. Sim, as cadeias e presídios estão cheias de criminosos, mas estes criminosos não estão atrás das grades, e sim fardados, treinados para torturar a população pobre, que comete pequenos furtos e delitos numa tentativa de matar a fome. Engana-se a procuradoria ao acreditar que programas de “educação” irão melhorar a situação. A força policial é um órgão de repressão da burguesia e não tem serventia a ela se não for exatamente assim. É por isso que as polícias precisam ser extintas e o controle da segurança pública deve ficar nas mãos da classe trabalhadora, comitês de autodefesa, conselhos populares entre outros.
12 | CULTURA | JUVENTUDE
CONTROLE IDEOLÓGICO
Governo quer que Ancine produza filmes religiosos
O
porta-voz do governo Bolsonaro, Rêgo Barros, declarou que “é muito importante que o produto da Ancine esteja alinhado com o sentimento da maioria da sociedade. Um sentimento de dever, de cultura adequada, um sentimento cristão”. Dificilmente a declaração poderia ser mais autoritária e demagógica. Como se um general do governo Bolsonaro tivesse qualquer “sentimento cristão”. Sem oposição à altura, o regime ditatorial avança. Os elementos fascistas do governo se sentem à vontade para fazer o que bem entendem. A declaração foi feita ao responder a Wilson Witzel sobre manter a agência de fomento ao cinema no estado do RJ. Segundo Barros, ainda cogita-se mudar a sede da agência para Brasília.
Em Julho, Bolsonaro afirmou: “A cultura vem para Brasília e vai ter um filtro, sim, já que é um órgão federal. Se não puder ter filtro, nós extinguiremos a Ancine. Privatizaremos ou extinguiremos. Não pode dinheiro público ser utilizado para fins pornográficos”. Na sexta, 2 de Agosto, o presidente afirmou ser possível que ele reveja a extinção da Ancine. Ele ainda afirma que há produções audiovisuais que fazem “ativismo” com dinheiro público e critica o filme “Bruna Surfistinha” por ter recebido financiamento. Não é possível permitir esse tipo de declaração estúpida sem uma resposta da esquerda. Vamos barrar o avanço do fascismo, pois ainda é tempo. Fora Bolsonaro e todos os golpistas !
UFSC
Estudantes denunciam o Future-se
O
programa do Ministério da Educação denominado “Future-se” foi lançado para, supostamente, aumentar a autonomia financeira de universidades federais. O secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Lima, afirma que o programa desburocratiza as universidades e que “os estudantes poderão ser protagonistas do seu próprio destino”. Esse discurso de “desburocratizar”, “flexibilizar” e “dar mais liberdade” ao estudante ou trabalhador, já deve ser bem familiar aos leitores. Trata-se do discurso do neoliberalismo, que não visa beneficiar em nada os alunos, professores e funcionários ou o funcionamento das universidades. O que essa política visa é dar lucro a grandes empresas. Trata-se da já batida ladainha de que a interferência do Estado em políticas públicas é nociva, ou não funciona bem devido à “burocracia” e, portanto, seria necessário transferir os serviços que deveriam ser prestados pelo Estado, à iniciativa privada. Que conveniente para as empresas que irão prestar esses serviços. É apenas isso que está por trás da doutrinação em torno da ideia de Estado mínimo. A intenção do projeto é reduzir o investimento público na educação. O Future-se tem como eixo a reestruturação do sistema financeiro das universidades federais, através da captação própria de recursos aliada a modelos de negócios privados. A captação de recursos do mercado financeiro é uma aposta e não está claro os interesses do setor privado em investir nas universidades. Esse modelo de investimento não é vantajoso, pois o mercado se interessa em investir onde terá lucro, o que já é uma possibilidade no momento, mas a pesquisa que não tem aplicação imediata e é fundamental para o futuro tecnológico do país e a pesquisa não voltada para o mercado, seriam penalizadas. Isso significa que áreas não orientadas
aos negócios seriam preteridas, como as ciências humanas e a filosofia, por exemplo. As áreas socialmente importantes têm pouco apelo ao mercado. O governo defende um investimento menor do que o apresentado pela Câmara e pelo Senado, defende o repasse de 15% ao fundo e os outros defendem um investimento de 30% a 40%. A adesão ao programa é voluntária, mas o que aconteceria se se abrisse mão da adesão a esse modelo? Os não aderentes contariam apenas com os recursos públicos limitados. O governo afirmou que o Future-se foi montado com base nos modelos de universidades como MIT, Stanford e Harvard, dizendo ser essa a melhor maneira de lançar o Brasil aos melhores rankings internacionais, mas a afirmação é falsa. As universidades citadas receberam enormes doações iniciais do governo e depois foram amparadas por políticas de financiamento público. Na verdade, esse projeto é uma preparação para a privatização das universidades. Além disso, as universidade teriam uma dupla gestão, a da própria universidade e a das organizações sociais. O projeto é omisso sobre como isso funcionaria, realmente, e não esclarece se haveria contratação para atividades fins (docência e pesquisa) pelas organizações sociais, talvez em regimes contratuais com menos direitos e segurança. Os estudantes da UFSC, após reunião realizada em 22 de julho de 2019, redigiram o seguinte Manifesto: “Os sucessivos cortes de orçamento nas universidades públicas do Brasil nos últimos anos, justificados a partir da Emenda Constitucional 95 (EC 95) aprovada em 2016 e que limita os investimentos públicos em diversas áreas, vem afetando o ensino, pesquisa e extensão produzidos nas universidades de todo Brasil. Os principais sujeitos afetados são os estudantes de
baixa renda, mulheres, negros, indígenas e imigrantes, pois tal corte retira orçamento das principais políticas de assistência estudantil, como as bolsas permanência, moradia estudantil, restaurante universitário. Além da assistência estudantil, diversos projetos de pesquisa, extensão e programas de intercâmbio vêm sendo continuamente encerrados e cortados por falta de verbas. O momento é grave, e não vamos gastar o verbo com mais uma análise de conjuntura. Na mesma justificativa da falta de verbas, o que se desenha com o “Future-se” é o maior ataque privatista à universidade pública nos últimos 30 anos (pós-constituinte), uma destruição completa do sistema de ensino superior. Para além de cobrar mensalidades dos estudantes, destrói os direitos garantidos para os trabalhadores, inclui no projeto uma “conduta” estipulada pelo governo a ser seguida pelos professores, aprofundando projetos como “Escola sem Partido”, enfim, transforma-se o caráter público da universidade para dar lugar à lógica das grandes empresas, perdendo a autonomia universitária. Sabemos que quem paga a banda, escolhe a música. Não podemos ficar à mercê do marasmo das principais organizações institucionalizadas do movimento estudantil e centrais sindicais, é preciso pressionar as reitorias a dar respostas sobre esse projeto, o “Future-se” não é solução. Já tivemos experiências em todo o Brasil da privatização de parte da universidade, a exemplo da EBSERH, que não melhorou em nada o atendimento e em muitos estados mantém os HU’s de portas fechadas. Esse chamado surge espontaneamente de dezenas de estudantes da UFSC – organizados, autônomos e autogestionários – dispostos a se levantar em defesa das universidades públicas. Isso não é um ataque às organizações políticas mais burocratizadas. É um manifesto em defesa do esponta-
neísmo, da auto- organização, da ação direta, da luta e da solidariedade entre os estudantes Brasil afora. Tempos difíceis exigem atitudes decisivas. É preciso um levante das universidades, a unidade de todos os setores em defesa daquilo que é nosso direito. Fazemos um chamado a todos os estudantes e categorias, é hora de sair da estagnação, as coisas não estão normais, nossas salas de aula estão caindo aos pedaços, não temos matérias didáticos, cada vez maiores os cortes de bolsas, cada vez mais estudantes abandonam a universidade. Bolsonaro já afirmou que a universidade é para a elite. Não vamos pagar por essa conta. Não vamos aceitar esse projeto elitista para a universidade publica. Esse governo terá que aguentar nossa “balburdia”. O trator está passando em um ritmo avassalador e todas as conquistas sociais das últimas décadas estão em xeque. Se a unidade entre as diferentes categorias não tem se materializado em ações contundentes, precisamos defender o que nos cabe e está ao nosso alcance imediato. Estudantes, Centros Acadêmicos e demais entidades representativas precisam levar esse debate para seus cursos e começar a construir pontes que nos permitam fazer um enfrentamento expressivo! Nossas ferramentas de luta se pautam na união e na mobilização através de greves, atos, paralisações de atividades, piquetes nas universidades, panfletagens, e assembleias! Enfrente! Quem não reage rasteja.” Fora Bolsonaro ! Abaixo o desmonte da educação ! Todos às ruas dia 13 de Agosto.
MULHERES | ESPORTES | 13
MULHERES
Leis repressivas não barraram a violência contra as mulheres A
s expectativas de que a Lei Maria da Penha poderia diminuir ou mesmo erradicar a violência contra as mulheres, nesses 13 anos da existência dessa lei, são diariamente frustradas. Em Minas Gerais, por exemplo, desde que a Lei Maria da Penha enquadra como crime a violação de medidas protetivas, os números de violência contra a mulher só têm aumentado. Segundo os dados do Diagnóstico de Violência Doméstica e Familiar contra Mulher, no primeiro semestre de 2017, os números de agressão estavam em 72.835 e chegaram a 74.361 entre janeiro e junho de 2017, quando a lei regulamentou que homens agressores poderiam ser presos entre 3 meses a 2 anos por violar, por exemplo, a distância mínima da mulher vítima de violência, a medida protetiva. Esses números mostram que mesmo com medidas protetivas, as mulheres continuam sendo alvo de violência, afinal, a justiça burguesa não tem
como protegê-las de modo efetivo, principalmente as mulheres da classe trabalhadora, que são o alvo principal da violência recrudescida por um Estado que, ao mesmo tempo que prega a defesa da mulher de modo burguês e superficial, reprime e explora a classe trabalhadora em geral, incluindo as mulheres. No governo Bolsonaro, conhecido pelo incentivo à violência contra mulheres, negros, LGBTs, indígenas etc., os casos de violência contra a mulher chegaram a 74.361 e pelo menos 67 mortes no primeiro semestre. Toda essa política punitivista não vai fazer com que a emancipação da mulher seja uma realidade, muito pelo contrário, tende a aumentar os casos de violência e morte, de opressão e exploração, afinal, no sistema capitalista, que se sustenta dessas violências, as mulheres nunca tiveram e nunca terão uma posição de independência. A falácia de que a questão da luta da mulher foi superada é exposta por esses dados alarmantes.
ESPORTES
Fica claro que a mulher, enquanto houver uma sociedade de classes, não estará livre desse conjunto de práticas que aviltam principalmente as mulheres trabalhadoras. Colocar essa problemática como uma questão individual de cada homem é isentar o Estado e o capitalismo da responsabilidade que têm por manter as
mulheres nos grilhões dos diferentes níveis de exploração, por colocá-las como objeto e mercadoria. É preciso lutar pela independência econômica das mulheres trabalhadoras e pelo fim do sistema econômico capitalista, principal obstáculo não só da luta das mulheres, mas da classe trabalhadora em geral.
Todos os domingos às 20h30 na Causa Operária TV
Pan: Brasil segue com excelente colocação no quadro de medalhas O Brasil segue muito bem nos Jogos Pan-Americanos e, nos últimos dias, deu um grande passo para se consolidar na segunda colocação no quadro geral de medalhas. Na quarta-feira, dia 7, os brasileiros terminaram o dia com 4 medalhas de ouro a mais na classificação geral. A primeira foi conquistada pela equipe de saltos do hipismo, composta por Rodrigo Lambre, Eduardo Menezes, Marlon Zanotelli e Pedro Veniss. Mais tarde, Darlan Romani não só venceu a prova do arremesso de peso, como estabeleceu novo recorde pan-americano, com 22,07 metros. No tênis de mesa individual, Hugo Calderano, de 23 anos, derrotou o
chinês naturalizado dominicano Jiaji Wu e tornou-se bicampeão pan-americano. Por fim, Fernando Scheffer alcançou o lugar mais alto do pódio nos 200m livre da natação. Com os resultados, o Brasil abriu boa vantagem para o terceiro colocado, o México. Os brasileiros somam agora 31 medalhas de ouro, 26 de prata e 47 de bronze, com um total de 104 medalhas. Já os mexicanos conquistaram até agora 27 medalhas de ouro, 23 de prata e 43 de bronze, somando 93 medalhas no total. Os EUA lideram o Pan, com 75 medalhas de ouro, 61 de prata e 53 de bronze.
14 | MORADIA E TERRA
INPE
Desmatamento cresce em julho e corresponde a 30% dos últimos 12 meses O s últimos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre o desmatamento na Amazônia, continuam a evidenciar os resultados catastróficos da política predatória do governo fascista de Jair Bolsonaro. Através do Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real (Deter), o Inpe registrou um aumento acentuado dos números relativos ao desmatamento em julho: a área desmatada alcançou a marca de 2.254 km², o que corresponde mais de 30% de todo o volume desmatado nos últimos 12 meses, de agosto de 2018 a julho de 2019, período em que o volume total do desmatamento chegou a 6.833 km². Comparando-se com os dados do mês de julho de 2018, quando foram registrados 596,6 km² de desmatamento, verifica-se que a devastação em julho de 2019 atingiu uma área 278% maior.
A política bolsonarista para a Amazônia é a de incentivo total ao desmatamento (legal e ilegal). Os dados alarmantes publicados nos últimos meses
têm incomodado bastante o governo, que questiona sistematicamente a veracidade das informações e, inclusive, já demitiu o então chefe do Inpe, Ricar-
do Galvão, e substituiu-o interinamente pelo coronel da reserva da Aeronáutica, Darcton Policarpo Damião, o que deixa claro a pretensão de ocultar a sua política e estabelecer uma verdadeira censura oficial no órgão fiscalizador. A política de desmatamento voraz e desenfreado, além de favorecer a grilagem de terras públicas na região e ameaçar as unidades de conservação e as terras indígenas, busca também satisfazer o enorme apetite de determinados setores capitalistas, nacionais e, sobretudo, internacionais, como o agronegócio, a indústria madeireira, o ramo da mineração, entre outros. No final das contas, trata-se de uma política de rapina e pilhagem das riquezas nacionais, que beneficia um punhado de capitalistas, esmaga os povos indígenas oprimidos e deixa uma rastro de devastação pelo caminho. Só uma ampla e permanente mobilização popular pode barrar a ofensiva geral bolsonarista. Para tanto, é preciso derrubar todo o regime político golpista — diretriz política que se expressa na palavra de ordem “Fora Bolsonaro e todos os golpistas!”.
RN
Famílias do MST são despejadas pela PM sem nenhum aviso M
ais uma ação truculenta da política militar contra os integrantes do Movimento Sem-Terra. O caso desta vez ocorreu no Rio Grande do Norte, no município de São Gonçalo do Amarante. Cerca de 330 pessoas que moravam no Acampamento Marisa Letícia forma surpreendidas na manhã desta última quarta-feira com a chegada da PM e com a ordem de despejo de todos os moradores. A ação expedida pelo juiz da 1ª Vara da Comarca de São Gonçalo do Amarante, Odinei Wilson Draeger, a pedido do Ministério Público Estadual, foi mais grave ainda, pois passou por cima de um acordo firmado entre o governo estadual e o MST em 2013. No acordo, a área é concedida para os sem-terras.
No documento, o juiz intitula o terreno como “Parque Natural Municipal das Nascentes do Rio Golandim”, todavia não há parque algum na área. A ação se insere nas inúmeras arbitrariedades e ações violentas que vêm sendo impostas aos sem-terras desde o início do processo golpista. A eleição fraudulenta de Bolsonaro apenas reforçou esse cenário. No caso em questão vemos também a atuação do judiciário golpista contra os movimentos sociais. É preciso que o Movimento Sem-Terra reaja a essa perseguição. É preciso organizar os comitês de auto-defesa nos acampamentos e unificar a luta do campo com a dos demais setores oprimidos. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!