QUARTA-FEIRA, 14 DE AGOSTO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5734
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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Fotos: atos em todo o País exigem Fora Bolsonaro e liberdade de Lula EDITORIAL
Liberdade de Lula em todo o País: todos a Curitiba dia 14/09 Os atos de ontem, convocados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e diversos partidos de esquerda, como o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido da Causa Operária (PCO), revelaram uma verdadeira tendência de luta generalizada contra o golpe de Estado. Apesar de terem sido convocados atos contra a Reforma da Previdência e em defesa da educação, o que mais se viu foram faixas pelo Fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula.
Em São Paulo, manifestantes em um só No Rio de Janeiro, coro: “Fora Bolsonaro” Mais uma vez a principal avenida do País foi tomada pelo povo em protesto contra o golpe e o governo Bolsonaro. Dezenas de milhares de pessoas se concentraram no MASP para mais uma manifestação, que começou por volta das 16 horas e depois saiu em passeata até a Praça da República tendo terminado por volta das 20 horas.
Em Belo Horizonte, dezenas de milhares vão às ruas por Fora Bolsonaro Em Belo Horizonte, cerca de 30.000 pessoas vieram às ruas na tarde desta terça-feira (13) para protestar contra o governo golpista de Bolsonaro
Hong Kong: mais um golpe imperialista defendido pelo PSTU O que há em comum entre o Egito, a Ucrânia, a Síria, o Brasil, o Equador, a Venezuela, o Irã e agora Hong Kong, entre outros países do mundo, convulsionados por golpes de estado?
todos contra Bolsonaro
Passadas as férias escolares do mês de julho, uma espécie de recesso político para a esquerda, os atos deste dia 13 de agosto foram um passo muito importante no desenvolvimento da luta popular contra o governo Bolsonaro.
21 cidades da Bahia realizam ato contra os ataques de Bolsonaro As manifestações deste dia 13 de agosto contra os ataques a educação e a previdência social realizada pelo governo Bolsonaro mobilizou a população em mais um grande ato.
2 | OPINIÃO EDITORIAL
COLUNA
Liberdade de Lula em todo o País: todos a Curitiba dia 14/09
A perseguição política da direita contra a luta por moradia Por Renato Farac
N
O
s atos de ontem, convocados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e diversos partidos de esquerda, como o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido da Causa Operária (PCO), revelaram uma verdadeira tendência de luta generalizada contra o golpe de Estado. Apesar de terem sido convocados atos contra a Reforma da Previdência e em defesa da educação, o que mais se viu foram faixas pelo Fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula. Em todo o país, os atos foram tomados por estas palavras de ordem. Isso ficou muito claro à partir da cobertura feita pelo DCO no dia de ontem, em que foram divulgados os atos de diversas cidades, inclusive cidades pequenas do interior do Nordeste, com estas palavras de ordem. Por isso, é preciso intensificar a campanha contra o golpe. A tendência está colocada, agora precisa impulsioná-la com atos cada vez mais constantes. Não interessa se maiores ou menores do que os atos convocados massivamente. A realidade é que mo-
CHARGE
bilizações permanentes tem a capacidade de gerar uma crise ainda maior do governo e mantém o povo mobilizado, de tal forma que se fortalece um verdadeiro movimento de massas de cunho revolucionário para libertar Lula e derrubar Bolsonaro. É nesse sentido que os comitês de luta contra o golpe e o Partido da Causa Operária (PCO) estão convocando para o dia 14 de setembro um ato nacional, em Curitiba, onde Lula está preso há mais de um ano, para exigir a libertação do ex-presidente e a anulação de todos os processos, além da suspensão de todos que ainda tramitam – da mesma forma que exige o novo Habeas Corpus da defesa. A luta pela liberdade de Lula é fundamental para derrotar o golpe de Estado, uma vez que ele é o principal preso político dos golpistas e sua prisão é um profundo ataque aos direitos democráticos de toda a população. Assim, inscreva-se nas caravanas no e-mail pco.sorg@gmail.com e lute pela liberdade de Lula no dia 14/09.
esta semana, a justiça paulista ampliou a perseguição contra militantes e lideranças da luta por moradia no Estado. A juíza golpista Érika Soares de Azevedo Mascarenhas da Vara Criminal de São Paulo acatou a denúncia falsa do Ministério Público comandada por procuradores que estão na perseguição de lideranças de movimentos populares. Foram decretadas as prisões de Ananias Pereira dos Santos, Andreya Tamara dos Santos de Oliveira, Hamilton Coelho Rezende, Josiane Cristina Barranco, Carmen da Silva Ferreira, Maria Aparecida Dias, Liliane Ferreira dos Santos, Adriana Aparecida França Ferreira e Manoel Del Rio Blas Filho. Além da continuidade da prisão preventiva de Janice Ferreira Silva, a Preta; Sidney Ferreira Silva; Angelica dos Santos Lima e Ednalva Silva Franco, líderes do Movimento de Luta Social por Moradia, Movimento de Moradia para Todos, Frente de Luta por Moradia, Movimento Moradia Centro e Região e Terra de Nossa Gente. O que evidencia ainda mais a prisão política dessas lideranças é que as investigações realizadas pelo MP e pela polícia não apresentaram nenhuma prova das acusações realizadas. “Apresentam” apenas a informação de 20 integrantes que denunciaram as ações criminosas dos movimentos de luta por moradia. As acusações vão desde ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC), extorsão, poder paralelo e grave ameaça de violência. Uma farsa total e completa da justiça golpista e que está ocorrendo nos mesmos moldes da perseguição contra os ex-presidente Lula, onde as mensagens divulgadas pelo The
Intercept, na chamada Operação Vaza-Jato, revelaram toda a operação montada pelo judiciário golpista para prender Lula, inventar provas e testemunhas. Está sendo exatamente da mesma maneira. Nesse sentido de “encontrar” delatores o Ministério Público, o judiciário golpista e as forças policiais estão mais do que treinados para realizar esse tipo de operação-farsa para perseguir e intimidar integrantes de movimentos sociais. Não dá para esconder minimamente a perseguição política contra esses militantes de movimentos de luta por moradia e que está sendo ampliado para diversos movimentos de luta por direitos, como por exemplo na luta pela terra, onde a polícia federal está indo dentro dos assentamentos e acampamentos para investigar o funcionamento dessas organizações e perseguir ainda mais. Também fica claro que essa situação só é possível com um governo ilegítimo da direita, como o do fascista Jair Bolsonaro, que está criando as condições para o aumento da perseguição e para as arbitrariedades do judiciário. Não há a mínima possibilidade de convivência com o governo de Bolsonaro até 2022 porque os ataques são tão graves que as consequências tendem a ser desastrosas. É preciso exigir a libertação imediata dos companheiros presos pela operação da direita golpista contra os militantes da luta pela terra. Os movimentos de luta por moradia não devem aceitar esses ataques e realizar ainda mais ocupações até que suas lideranças sejam soltas e a única maneira de derrotar essa ofensiva no campo e na cidade é a derrubada de Bolsonaro.
POLÍTICA | 3
MANIFESTAÇÃO
Em São Paulo, manifestantes em um só coro: “Fora Bolsonaro” M
ais uma vez a principal avenida do País foi tomada pelo povo em protesto contra o golpe e o governo Bolsonaro. Dezenas de milhares de pessoas se concentraram no MASP para mais uma manifestação, que começou por volta das 16 horas e depois saiu em passeata até a Praça da República tendo terminado por volta das 20 horas. Embora as grandes organizações populares tenham insistido em convocar o ato apenas como uma manifestação em defesa da educação, a palavra de ordem de Fora Bolsonaro se alastrou ainda mais do que nas manifestações anteriores. Os adesivos distribuídos como sempre saíram como água e por onde se olhava eles estavam no pei-
to das pessoas. Manifestantes independentes também levaram faixas de Fora Bolsonaro, incluindo o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp). Também a palavra de ordem pedindo liberdade para Lula era geral, como vários cartazes, faixas e bandeiras. O PCO levou mais uma vez sua faixa gigante de 50 metros, que tomou uma pista da Paulista. Os manifestantes faziam questão de ajudar a carregar a faixa, que se tornou uma espécie de ponto de encontro da manifestação. Tudo isso embaixo de uma garoa fina típica da capital paulista. No estado de São Paulo, ocorreram manifestações também em Campinas, Sorocaba, Ribeirão Preto, São Carlos, São José do Rio Preto, Araraquara.
4 | POLÊMICA | POLÍTICA
FOTOS
Atos em todo o País exigem Fora Bolsonaro e liberdade de Lula V
árias cidades do Brasil realizaram manifestações nesta terça-feira (13), contra o bloqueio de verbas na educação, convocadas por entidades estudantis, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), com o apoio também de organizações sindicais, como a CUT. Até o meio da tarde, 38 municípios de 17 estados e do Distrito Federal já haviam tido protestos pacíficos. No resto do dia e à noite, as manifestações continuaram em outros lugares. Os manifestantes, além de defenderem pautas relacionadas à educação, portavam faixas e cartazes contra a reforma da previdência, com dizeres “Fora Bolsonaro” e “Lula Livre”, e cantavam músicas de campanhas de Lula e xingavam o tradicional “ei, Bolsonaro VTNC”. É a terceira mobilização nacional com a motivação da Educação no governo ilegítimo de Jair Bolsonaro. A primeira foi em 15 de maio e ocorreu em cerca de 222 cidades de todos os estados e do DF. A segunda aconteceu em 30 de maio, em 136 cidades de 25 estados e do DF. O estado de São Paulo registrou atos em Piracicaba, no interior, em São Carlos , onde houve protestos na Universidade de São Paulo (USP) e da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Também ocorrem protestos em Campinas, em Sorocaba, em Salto, em Marília, em Assis. No Ceará, manifestantes se concen-
traram desde as 8h em frente à Praça da Gentilândia, no Bairro Benfica, em Fortaleza, com faixas e carro de som com palavras de ordem contra o governo Bolsonaro e contra a reforma da
Previdência. Também houve protestos nas cidades de Cascavel, em Sobral, Jaguaribara, Itapipoca e Iguatu. Na Paraíba, várias categorias se reuniram em Campina Grande.
Belo Horizonte, MG
Marília, SP
São Paulo, SP
Salvador, BA
POLÍTICA | 5
CONTRA O GOVERNO GOLPISTA
Em Belo Horizonte, dezenas de milhares vão às ruas por Fora Bolsonaro
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m Belo Horizonte, cerca de 30.000 pessoas vieram às ruas na tarde desta terça-feira (13) para protestar contra o governo golpista de Bolsonaro. Companheiros do movimento estudantil, operário, de professores, de Sem-Terra e de Moradia, de comitês e coletivos de luta, além dos companheiros do Partido da Causa Operária, cruzaram a capital mineira levando para toda a população, da Assembleia Legislativa até a Praça da Estação, as palavras de ordem que não só eram pelo fim dos cortes nos orçamentos universitários ou acabar com a reforma da previdência, mas principalmente exigiam a liberdade do ex-presidente Lula e “Fora Bolsonaro”. Na verdade, quanto mais agressiva e menos educada a palavra de ordem contra Bolsonaro, maior era a sua popularidade. Ficou claro que, em Minas, o fascista não tem como aparecer na rua sem temer pela própria vida: é simplesmente odiado pelo povo mineiro. Mas o povo não ficou só no “Fora Bolsonaro”.
Zema também foi alvo constante de palavras de ordem para acabar o mais rápido possível com o seu governo, visto pelo povo como sendo tão golpista e fascista quanto o do Bolsonaro. O governador do Partido Novo está chegando rápido a se mostrar tão ou mais odiado pelo povo mineiro quanto o fascista que tomou o Palácio do Planalto. Nos discursos, foram lembrados os resultados negativos da economia, o
No Rio de Janeiro, todos contra Bolsonaro P assadas as férias escolares do mês de julho, uma espécie de recesso político para a esquerda, os atos deste dia 13 de agosto foram um passo muito importante no desenvolvimento da luta popular contra o governo Bolsonaro. No Rio, a concentração do ato aconteceu na Cinelândia, a partir das 15 horas da tarde, e de lá partiu, por volta das 19 horas para o prédio da Petrobrás. Embora tenha sido convocado como sendo um ato em defesa da Educação, o problema da privatização da Petrobrás também foi um tema central da mobilização. Este é um fato importante e que aponta na unificação de diferentes setores contra Bolsonaro. As falas do ato apresentaram uma novidade. Desta vez, não foi apenas o PCO quem levantou a palavra de ordem de “Fora Bolsonaro”. Algumas outras organizações defenderam esta palavra de ordem, inclusive no carro de som. Trata-se de mais um reflexo da pressão que as lideranças de esquerda estão sentindo de suas próprias bases e da população em geral, que cada vez mais se agarram ao “Fora Bolsonaro”. Embora não tenha sido um ato tão grande como os de junho e julho passados, levando-se em consideração a precária divulgação e convocação, na realidade podemos afirmar que foi um ato grande. Pelas estimativas feitas pela militância do nosso Partido, cerca de 7 mil pessoas se concentraram na atividade. Além disso, devemos levar em consideração a qualidade do ato. Além de
estudantes e professores pudemos ver também muitos trabalhadores de outras categorias. E mais, trata-se de um setor que persiste nas ruas, mesmo após as sucessivas derrotas da esquerda, como no caso da recente destruição das aposentadorias. Foi possível constatar a receptividade quase que absoluta da política do PCO. Vendemos mais de uma centena de jornais e milhares de adesivos “Fora Bolsonaro” e “Liberdade para Lula” foram distribuídos, além de centenas de panfletos e outros materiais. A esquerda deve aproveitar a retomada das mobilizações e romper com a política de atos a conta gotas, um a cada mês, que são uma política de pressão sobre os parlamentares que já se demonstrou completamente falida repetidas vezes. Além disso, devemos ouvir a voz do povo e lutar frontalmente contra o governo, exigindo o “Fora Bolsonaro” e eleições gerais, com o Lula candidato.
crescente desemprego, o corte de direitos, e que todos estes ataques constantes contra o povo não tinham outro objetivo a não ser mandar ainda mais dinheiro para bancos e empresas monopolistas do imperialismo, ou seja, para a burguesia, que tenta resolver a crise profunda em que se meteu, esfolando o povo brasileiro e outros pelo mundo afora. Não foi esquecido o grave problema enfrentado pela Venezuela, alvo de um
dos maiores crimes do imperialismo norte-americano, através do embargo econômico que visa matar o povo de fome para tentar um golpe contra o governo popular venezuelano, que até hoje resistiu bravamente a todas essas investidas verdadeiramente genocidas. Todos que estavam nas ruas de Belo Horizonte puderam ver que a mobilização popular pelo fim dos governos golpistas mantém a mesma força demonstrada nos atos anteriores, e tem tudo para crescer rapidamente, não restando duvidas quanto a intensa instabilidade política enfrentada pela burguesia para tentar manter esse governo de extrema-direita no poder. O povo está disposto a lutar. Por todos os cantos era claro o que todos querem: atos cada vez maiores e mais frequentes, até a queda de todo esse governo golpista, inclusive no âmbito estadual, com novas eleições já e Lula livre e candidato. Os golpistas não conseguem equilibrar o golpe de jeito nenhum e cada dia fica mais evidente que são as ruas que determinarão os rumos imediatos do país.
PR: Ato da greve nacional da Educação em Curitiba foi contra Bolsonaro N esta terça (13), Curitiba viu mais um ato contra o governo Bolso-
naro. Iniciado por volta das 18h na praça Santos Andrade, em frente ao prédio histórico da UFPR (Universidade Federal do Paraná), o ato seguiu em caminhada até a Boca Maldita, onde se dispersou. Mesmo com uma convocação muito fraca e a não adesão da maior entidade da Educação no estado – a APP (Sindicato dos trabalhadores em Educação Pública do Paraná) que não aderiu à paralisação, decidindo por realizar atividades dentro das escolas – o ato movimentou algumas milhares de pessoas numa noite fria em Curitiba.
Mesmo com essa vacilação de parte significativa das direções da esquerda, o ato foi contra o governo Bolsonaro e teve as tradicionais palavras de ordem de Fora Bolsonaro (e ei Bolsonaro vai tomar no …) e da liberdade de Lula (Lula Livre, Olê! Olê olê olê! Lula! Livre!), sinalizando a tendência à mobilização que existe na bases dos movimentos. As direções do ato reagiram a essas palavras de ordem com “Bolsonaro! Seu fascistinha! Os estudantes vão botar você na linha!” E “Bolsonaro …, os estudantes não tem medo de você!” O que mostra a tendência de radicalização que existe na base do movimento estudantil, sindical e popular.
6 | POLÍTICA
13 DE AGOSTO
21 cidades da Bahia realizam ato contra os ataques de Bolsonaro A
s manifestações deste dia 13 de agosto contra os ataques a educação e a previdência social realizada pelo governo Bolsonaro mobilizou a população em mais um grande ato. No Estado da Bahia foram registrados 21 atos, um número maior de cidades que as manifestações anteriores. A capital registrou o maior ato, mas também em Lauro de Freitas, Camaçari, Feira de Santana, Alagoinhas, Santo Antônio de Jesus, Serrinha, Santa Inês, Campo Formoso, Juazeiro, Irecê, Seabra, Senhor do Bonfim, Correntina, Guanambi, Brumado, Vitória da Conquista, Itabuna, Eunápolis, Porto Seguro e Teixeira de Freitas. Na grande maioria das cidades ocorreram atos relativamente grandes, apesar da pouca convocação, e que contou com a participação de estudantes, professores, mas também outras
categorias e a população em geral. Na maioria deles a palavra de ordem de fora Bolsonaro foi colocada pelos oradores e, mais ainda, pelos participantes dos atos. Os comitês de luta contra o golpe, comitês Lula Livre e o Partido da Causa Operária aproveitaram os atos para fazer campanha pela liberdade de Lula e coletaram assinaturas pela anulação dos processos contra o ex-presidente. Também foram distribuídos milhares de panfletos, cartazes e adesivos pedindo a liberdade de Lula e Fora Bolsonaro. É preciso ampliar os números de cidades que realizam atos e atos mais constantes para mobilizar ainda mais a população e os trabalhadores, organizando o movimento contra Bolsonaro e todos os seus ataques de conjunto.
Saiba como foi o dia 13 no Distrito Federal O dia em Brasilia começou com o fechamento de rodovia e militantes protestando contra cortes no orçamento da Educação Mesmo com as ameaças do Ministro da Educação, Abraham Weintraub, e do Ministro da Justiça, Sérgio Moro – que acionou a Força Nacional para intimidar os manifestantes do ato realizado nesse dia 13 de agosto, convocado inicialmente pela União Nacional dos Estudantes e assumida por Centrais Sindicais, Confederações, Sindicatos, movimentos sociais e partidos políticos, o ato foi realizado como demonstração de força contra o governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro. Embora tenha prevalecido nos chamados da manifestação, palavras de ordem contra os ataques do MEC à Educação Pública, em particular às universidades e Institutos Federais, estiveram igualmente e fortemente presentes aquelas contra a reforma da Previdência, por Lula Livre e pelo Fora Bolsonaro, inclusive com a presença da militância do Partido da Causa Operária sustentando uma gigantesca faixa, distribuindo adesivos e panfletos. O ato ganhou reforço da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, que se junta à já tradicional Marcha das Margaridas, com um contingente enorme de indígenas de diversas etnias e locais do país, exigindo mais demarcação de terras indígenas, respeito aos direitos indígenas, entre os quais uma política de saúde diferenciada, dignidade para os povos indígenas. Os partidos políticos estavam presentes, com suas bandeiras erguidas, suas faixas e palavras de ordem, prevalecendo o FORA BOLSONARO. O Sindicato dos Servidores Públicos Federais no DF (Sindisep), o Sindicato dos Professores do DF (SINPRO-DF)– aderindo à Greve Nacional da Educação, a Central Única dos Trabalhadores
(CUT), entre outras entidades sindicais, fizeram-se presentes e garantiram apoio ao ato. Uma das estimativas indica a presença de mais de 10 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios no dia 13 de agosto, dia em que deputados apreciam a Medida Provisória 881, chamada de Medida Provisória da Liberdade Econômica, que nada mais é que um aprofundamento da Reforma Trabalhista, e visa desregulamentar ainda mais o trabalho, com mais ameaças a direitos garantidos na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), por exemplo possibilita o trabalho aos domingos, flexibiliza controle de ponto, ameaça jornadas de trabalho especiais (como a dos bancários), torna facultativa a criação de CIPAs nas empresas, o fim do e-social (ou seja, um retrocesso para o trabalhador doméstico), entre outras barbaridades. Enquanto certos setores da esquerda relutam, e até boicotam, a chamada para retirar Bolsonaro, rejeitando a palavra de ordem FORA BOLSONARO inclusive, o que os manifestantes e o povo em geral têm claro é que não vão ser esmagados por Bolsonaro e a extrema-direita por quatros anos sem reação. O ato do dia 13 de agosto foi grande e vigoroso, mas poderia ser ainda maior se os sindicatos assumissem a tarefa de derrotar este governo e não fazer resistência a políticas parciais, uma vez que Bolsonaro não vai parar seus ataques aos direitos que ainda restam para os trabalhadores. Do mesmo modo, a presença dos partidos foi relativamente tímida, inclusive se comparada com a do ato anterior, no dia 12 de julho. Apesar disso, o ato deixou claro que o governo não fala sozinho e que o povo tem clareza de que é preciso acabar com o governo Bolsonaro o mais rápido possível.
Pernambuco: milhares saem novamente às ruas contra o governo Bolsonaro
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a tarde de ontem (13), milhares de pessoas se concentraram na rua da Aurora, no centro do Recife, para protestar contra os ataques do governo Bolsonaro. O ato fez parte de mais um dia nacional de manifestações convocado pelas principais organizações do movimento operário e da juventude contra o governo Bolsonaro. Durante o ato, foi comprovado que a palavra de ordem de “fora Bolsonaro” está se tornando cada vez mais popular. Gritada inúmeras vezes durante a manifestação, a reivindicação aparecia também em diversos cartazes, bandeiras, faixas e adesivos.
TODOS OS DIAS ÀS 3H, NA CAUSA OPERÁRIA TV
O ato teve início por volta das 14h, quando começaram a chegar os primeiros grupos de manifestantes. Às 15h, começaram as primeiras falas contra o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro. Após as 16h, todos saíram em marcha em direção à Praça do Diário, passando antes pelo Parque Treze de Maio e por um trecho da Avenida Conde da Boa Vista. A luta contra o governo Bolsonaro precisa ser levada adiante. É necessário multiplicar as manifestações contra a direita golpista, sempre levantando a palavra de ordem de fora Bolsonaro e de liberdade para Lula.
POLÍTICA E POLÊMICA | 7
PGR
Dodge segurou processos contra Bolsonaro R
aquel Dodge, procuradora-geral da República, segurou investigações sobre Jair Bolsonaro por mais de 120 dias, enviando-os de volta para a primeira instância apenas no último dia 6. Um dos casos referentes aos processos é a respeito da funcionária fantasma do então deputado federal. Conhecida como Wal do Açaí, a moradora de Angra dos Reis constava na folha de pagamento de Bolsonaro mas no horário de seu expediente vendia açaí. Ou seja, não era funcionária do gabinete na prática e a verba de seu salário seria desviada para outras atividades. O outro é o caso da filha de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, a personal treiner Nathalia Queiroz, que também recebia dinheiro da verba de gabinete de Jair Bolsonaro (ou que, na verdade, era atribuído a ela) enquanto exercia outra atividade.
A justificativa da Procuradoria-Geral da República (PGR) é que Dodge simplesmente respeitou a fila dos processos. No entanto, fica claro o padrão de dois pesos e duas medidas por parte de todos os órgãos ligados de alguma maneira ao Judiciário – como a PGR – e as instituições burguesas como um todo. Quando se trata de processos contra a esquerda, particularmente contra o PT, a rapidez é impressionante e mesmo fora do comum. Basta lembrar os processos fraudulentos contra o ex-presidente Lula. O desembargador Leandro Paulsen, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), pulou 257 processos que estavam aguardando julgamento na frente do de Lula, relacionado ao sítio de Atibaia (que nunca foi dele), para conseguir condená-lo em janeiro do ano passado. Foi um tempo recorde do tribunal, durante apenas 196 dias.
O motivo alegado por setores da imprensa burguesa seria a crença de Dodge na possibilidade de ser reconduzida à chefia do Ministério Público Federal (MPF), negando o acesso aos inquéritos para “fazer uma média” com o governo, uma vez que vai deixar o cargo de procuradora em setembro. Entretanto, o motivo principal é a proteção dada pelas instituições golpistas a Bolsonaro, uma vez que a burguesia de conjunto pretende manter o presidente ilegítimo no cargo, tentando estabilizar a crise política, para melhor saquear o País e destruir todos os direitos dos trabalhadores. Esse é mais um dos inúmeros casos que comprovam a completa parcialidade das instituições do Estado, unidas pelo golpe, e as quais não merecem a menor credibilidade por parte da esquerda. Para derrotar Bolsonaro, Raquel Dodge – funcionária do impe-
rialismo – não é e nunca foi aliada. Nem ela nem qualquer outro burocrata poderoso. Somente o povo, e ele deve ser organizado nas ruas pela esquerda e pelo movimento de massas, para derrubar Bolsonaro pelo poder do povo.
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8 | INTERNACIONAL
REPRESSÃO
Pró-imperialista, Bachelet acusa China por violência em Hong Kong N
esta terça (13), a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, a chilena Michelle Bachelet, pediu uma “investigação imparcial” sobre uma suposta repressão às manifestações pró-imperialistas em Hong Kong. Segundo a agência de notícias britânica Reuters, a polícia usou spray de pimenta contra manifestantes que ocupam o aeroporto da cidade há cinco dias. De acordo com Bachelet, deve-se investigar o uso de gás lacrimogêneos como “maneiras proibidas” pela lei in-
ternacional. A posição de Bachelet condiz com as investidas do imperialismo contra a China, pintando o País como brutal e “ditatorial”. Membro da esquerda nacionalista chilena, a Comissária da ONU também apoia o golpe na Venezuela, tal como sua Organização. Por fazer parte da esquerda chilena, Michele Bachelet empresta um “ar democrático” a todas estas investidas contra os países que não alinham-se com o imperialismo.
VENEZUELA
Constituintes podem adiantar eleições legislativas na Venezuela
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oi noticiado nesta terça (13) que a Assembleia Nacional Constituinte (ANC) venezuelana está estudando o adiantamento de eleições legislativas. A notícia foi publicada na manhã, pela estatal venezuelana Telesur. A Assembleia criou uma comissão que avaliará, de acordo com a situação do País, quando seria o melhor momento para fazer eleições para renovar os deputados, que encerram os mandatos em 2020. O presidente da ANC, o chavista Diosdado Cabello, foi o encarregado de anunciar ao público esta notícia: “vou propor uma comissão onde estarão Francisco Ameliach, María Alejandra Díaz e eu para avaliar, de acordo com a lei, a Constituição, a situação
política do País e com consultas com o povo, quando é o melhor momento para fazer essas eleições”, conta. Há um tempo, a Venezuela e o governo de Maduro sofrem uma forte agressão vinda do imperialismo e seus lacaios, que tentam, a todo o custo, derrubar o governo chavista. No entanto, esta notícia prova mais uma vez o caráter do golpe imperialista e como o chavismo não tem medo das eleições: enquanto Maduro ganhava as eleições com um resultado esmagador, o imperialismo tentou colocar no governo um presidente sem votos. Estas eleições, diante do assédio norte-americano, servirão ao chavismo para enfrentar as ameaças com mais forças.
MOVIMENTO OPERÁRIO | 9
DENÚNCIA
Trabalhador morre em frigorífico do grupo JBS/Friboi, de Sta Catarina
O
s frigoríficos são campeões de acidentes e doenças do trabalho e, a JBS/Friboi é a campeã entre os frigoríficos sobre as mesmas questões. No último dia 11 de agosto, houve mais uma confirmação dessas afirmações, mais uma morte por acidente ocorre na fábrica do grupo JBS/Friboi. Desta vez foi Aparecido Raimundo da Silva, de 45 anos, natural de Altamira do Paraná no estado do Paraná. Segundo informações do portal Veneza, em 12 de agosto, o funcionário teria recebido um choque elétrico enquanto trabalhava no forro do frigorífico da JBS em Nova Veneza, em Santa Catarina, por volta de 17h30. O operário, logo após o acidente, teria sofrido parada cardíaca. Ele era funcionário de uma empresa terceirizada (Refrinox). Como sempre ocorre na maioria dos frigoríficos, quanto às condições de segurança e proteção são praticamente inexistentes, como disse o diretor do
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Criciúma e região (Sintiacr), Célio Elias, “Infelizmente acabamos de perder mais um amigo trabalhador vítima de acidente de trabalho”. (…) como sempre nessa unidade não tem ninguém da área do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMET) acompanhando o trabalho… Apesar da total irresponsabilidade dos donos do grupo JBS/Brasil Foods, para os quais a preocupação com as condições de vida de seus funcionários e/ou de terceiros em suas fábricas é zero, há sempre uma frase viciada, que não conforta ninguém, e nem traz de volta aqueles que se vão constantemente para debaixo da terra e mesmo os que se tornam inválidos pelo restante de suas vidas, qual seja: “A Companhia lamenta profundamente o ocorrido e está solidária aos familiares e colegas da vítima”.
SÃO PAULO
EFEITO LAVA JATO
Professores são avaliados por coordenadores pedagógicos
Mais um estaleiro fechado, agora em Pernambuco O
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o final de julho foi realizado em todas as escolas da rede estadual de ensino de São Paulo, o replanejamento. Uma das pautas foi a avaliação que será feita pelos os coordenadores pedagógicos. Foi agendada em diversas escolas, nas duas primeiras semanas de aula, a visita dos coordenadores as aulas dos docentes. A medida está no bojo da “escola com fascismo”, visa vigiar o trabalho dos professores que já são tão massacrados e perseguidos pela política “fascista”da Secretaria de Educação. A SEE alega que é uma simples observação, mas o professorado sabe que isso representa uma perseguição ao trabalho docente, que é culpabilizado pelas mazelas da educação. O atual governo somente falou em cortes da educação, a diminuição de verbas é algum alarmante e aumento nem aumento salarial foi cogitado. A educação vai melhorar quando os profissionais envolvidos forem melhor remunerados e tiver mais tempo para o estudo e aprofundamento das suas práticas pedagógicas.
A Apeoesp promoveu nesse último sábado, dia 10 de agosto, um encontro de coordenadores para discutir o problema com a categoria. O assédio aos coordenadores é grande, pois essa função é um indicação dos gestores nas escolas, isso coloca o profissional na defensiva. O coordenadores, diretores e vices deveriam ser eleitos pelos pelos professores da própria escola, e deveria ser docentes da própria escola, alguém que já conhece á comunidade escolar. Por um salário de 6 mil reais por quarenta horas semanais, que garanta o sustento digno de sua família, com 20 aulas com alunos e 20 para o estudo do profissional em educação. Cobrar sem dar uma contrapartida para os profissionais da educação é pura perseguição é demagogia dos golpistas. Por um calendário de mobilização nesse segundo bimestre que aponte uma retomada das lutas pelas garantias e ampliação de direitos. Pela liberdade de Cátedra, pela liberdade de expressão e pela estabilidade do emprego, contra a famigerada “reforma” da previdência.
Estaleiro Atlântico Sul é um estaleiro brasileiro localizado no município de Ipojuca, no estado de Pernambuco. O dique seco é a principal estrutura do estaleiro com 400 metros de extensão, 73 metros de boca e 12 metros de profundidade, o que possibilita a produção de embarcações com até 500 mil toneladas. A Empresa, que chegou a empregar mais de 6 mil funcionários hoje consta com menos de 200 funcionários. Na terça-feira (13/8), anunciou o encerramento das atividades em Pernambuco, sem garantias para o futuro. Sem o apoio do governo federal, que mantém uma postura de aniquilamento do setor naval, o estaleiro,
para continuar operando, necessita de encomendas e sem o diálogo com o governo federal, com o ministro da infraestrutura, Tarcísio Freitas, ano que vem não existirá nenhum estaleiro aberto. A operação Lava Jato, uma operação criminosa, que operou e opera para desmontar a soberania nacional brasileira, continua atuando para total destruição da economia, atingindo setores nacionais inteiros como construção civil, estaleiros. A Lava jato foi uma operação golpista conduzida pelo imperialismo para tomar o controle do país e de sua economia, entregando tudo para as multinacionais em um cenário de devastação e miséria.
10 | CULTURA E MORADIA E TERRA
VALE DO JAVARI
Base da Funai é atacada a tiros no Amazonas U
ma base da Fundação Nacional do Índio, a FUNAI, foi atacada a tiros na madrugada do último dia 19 de julho por caçadores no Vale do Javari, um território indígena e um santuário ecológico localizado na Amazônia. Desde o ano passado, já é o quarto ataque à sede da FUNAI na região. A base fica localizada nas proximidades do rio Ituí. Ela é ocupada por funcionários da entidade, além de indígenas de diversas comunidades da região. A região do Vale do Javari, com seus 8,5 milhões de hectares de terras, é a maior região do planeta com grupos de índios isolados. Em junho, uma aldeia de índios Kanamaris também foi alvo de provocação por parte de garimpeiros da região. É preciso analisar esses ataques com parte da política imposta pela direita golpista no país. A violência contra os povos indígenas é estimulada pela direita e pela extrema-direita golpista,
pelo governo fascista de Jair Bolsonaro, que age abertamente na defesa do assassinato dos índios, no extermínio de todos os povos. Tanto os garimpeiros, quanto os caçadores, são bucha de canhão a serviço dos interesses de setores muito mais poderosos, como os latifundiários e os monopólios empresarias interessados na dominação dos recursos naturais do país. É urgente a organização dos comitês de autodefesa em todas as comunidades indígenas do território brasileiro. Isto se faz necessário para que seja dada uma resposta à altura de qualquer tentativa de intimidação, provocação ou violência por parte da direita. Do ponto de vista da política mais geral, é necessário mobilizar os povos indígenas em conjunto com os demais setores oprimidos e explorados da sociedade, os trabalhadores da cidade e do campo, pela derrota do governo golpista. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
14/08/1956
Morre Bertolt Brecht
H
á 63 anos, o mundo perdia um dos maiores poetas e dramaturgos já existentes: Bertolt Brecht. Nascido na Alemanha, Brecht começou a escrever na juventude, quando já redigia ensaios críticos sobre problemas sociais, e teve seu primeiro texto publicado em um jornal em 1914, mostrando que desde cedo já tinha um talento nato para a arte. O poeta chegou a cursar medicina em Munique, mas acabou interrompendo os estudos
para servir em um hospital durando a Primeira Guerra Mundial. Quando voltou para Munique, Brecht ingressou de vez no teatro e na literatura. Bertolt Brecht, contemporâneo à ascensão de Hitler e da Alemanha nazista, juntou-se, nos anos 20, ao cabaret político de Karl Valentin, um comediante. Sua primeira peça foi “Baal”, em 1918, que foi um marco da recriação e da reescrita, e a peça “Tambores da Noite”.
Tanto seu circulo social tomado por socialistas, quanto a Revolução Russa, foram responsáveis por fazer de Brecht um grande marxista, e isso fica explícito em suas obras, que possuem uma grande carga de críticas ao sistema capitalista. Quando Hitler é nomeado chanceler, em 1933, o poeta alemão se exila na Dinamarca, junto de sua família, a fim de fugir das crueldades do regime nazistas. Bertolt Brecht ficou exilado por 15 anos, passando inclusive pelos países nórdicos. Nesse período, escreveu “Mãe coragem e seus filhos”, “Galileu” etc., obras em que o autor tece uma crítica às autoridades religiosas, conflitos bélicos e outras temáticas ligadas à opressão e exploração. Apesar de seguir a linha política do KPD (Partido Comunista Alemão), Brecht nunca foi filiado a nenhum partido, mas sempre manteve sua ideologia comunista. Nos últimos anos de vida, Brecht mantinha um teatro com sua esposa em Berlim Oriental. Suas posições políticas e inovações no teatro e dramaturgia são fontes de debate e de inspiração até hoje. Perguntas de um Operário que Lê Quem construiu Tebas, a das sete portas? Nos livros vem o nome dos reis, Mas foram os reis que transportaram as pedras? Babilônia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas Da Lima Dourada moravam seus obreiros? No dia em que ficou pronta a Muralha da China, para onde foram os seus pedreiros? A grande Roma Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio Só tinha palácios Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida, Na noite em que o mar a engoliu Viu afogados gritar por seus escravos. O jovem Alexandre conquistou as Índias Sozinho? César venceu os gauleses. Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço? Quando a sua Invencível Armada se afundou Filipe de Espanha Chorou. E ninguém mais? Frederico II ganhou a guerra dos sete anos. Quem mais a ganhou? Em cada página uma vitória Quem cozinhava nos festins? Em cada década um grande homem Quem pagava as despesas? Tantas histórias, Quantas perguntas Bertolt Brecht.