Edição Diário Causa Operária nº5736

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SEXTA-FEIRA, 16 DE AGOSTO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5736

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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30ª Conferência Nacional do PCO: Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula! EDITORIAL

O potencial das mobilizações e do Fora Bolsonaro As mobilizações do último dia 13 voltaram a demonstrar a grande tendência à mobilização contra o governo e a direita golpista na atual situação política. Mais uma vez, a palavra de ordem dominante no meio dos manifestantes foi o Fora Bolsonaro.

PSDB em todos os lugares Conforme temos destacado sistematicamente em todos os órgãos de imprensa do nosso Partido, o PSDB é o principal articulador do golpe de Estado.

Nos dias 27 e 28 de setembro o PCO realizará em São Paulo sua 30ª Conferência Nacional. A Conferência reunirá militantes do partido de todo o País para discutir a situação política do país e definir a política diante dos acontecimentos. Será uma ocasião para unificar toda a militância em torno de uma política clara para enfrentar a direita golpista e participar da luta política nacional.

Lei contra o abuso de autoridade é aprovada na Câmara

China reage aos ataques dos EUA Ontem (15), o principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, chegou a baixar da casa dos 100 mil pontos. A queda brusca teve como motivo o anúncio do governo chinês de que vai adotar “as contramedidas necessárias” em relação às tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre 300 bilhões de dólares em produtos chineses.

Argentina: enquanto Macri tenta reverter a derrota, Fernández recua Logo após o resultado eleitoral das primárias argentinas, diante da derrota acachapante para Alberto Fernández, o presidente Maurício Macri anunciou medidas desesperadas e demagógicas como o aumento do salário mínimo e o congelamento dos preços dos combustíveis.

Bolsonaro quer proibir o comunismo O presidente fascista e reacionário Jair Bolsonaro, ainda como parlamentar e depois como candidato presidencial, já deixava claro o seu propósito, quando se colocou, em várias oportunidades, como apologista da ditadura, perseguidor da esquerda e defensor da tortura e dos torturadores. Depois de eleito presidente, no maior e mais escancarado processo de fraude eleitoral verificado até hoje no Brasil

Bolsonaro reafirma seu programa fascista


2 | OPINIÃO EDITORIAL

COLUNA

O potencial das mobilizações e do Fora Bolsonaro

Argentina mostra: a “frente de esquerda” eleitoral é um fracasso Por João Pimenta

A

A

s mobilizações do último dia 13 voltaram a demonstrar a grande tendência à mobilização contra o governo e a direita golpista na atual situação política. Mais uma vez, a palavra de ordem dominante no meio dos manifestantes foi o Fora Bolsonaro. Com um desenvolvimento importante: essa palavra de ordem esteve ainda mais presente do que antes em cartazes e faixas improvisadas por pessoas que sequer estavam participando dos atos com alguma organização política. Tornou-se espontânea e está se generalizando de forma inequívoca. No entanto, ainda falta a adesão de um setor importante a essa palavra de ordem espontaneamente levantada pela população em toda parte, sempre que há alguma aglomeração de grande número de pessoas. Trata-se das lideranças de esquerda à frente de grandes organizações partidárias, sindicais e do movimento popular. Essa hesitação da esquerda, e até mesmo a oposição ativa à palavra de ordem que na prática predomina em todos os protestos, pode custar caro aos trabalhadores. É preciso, portanto, agir no sentido contrário. A campanha pelo Fora Bolsonaro deve ser ampliada e intensificada ao máximo. É uma disputa fun-

damental em relação ao futuro da luta contra o golpe, a direita golpista e o imperialismo. A alternativa à luta pela derrubada de Bolsonaro é uma adaptação ao regime golpista e uma aposta nas eleições de 2022, que tem tudo para ser uma nova fraude, como em 2018, além do fato de que até 2022 Bolsonaro já terá provocado estragos demais ao país e ataques demais aos trabalhadores e a suas organizações. O governo Bolsonaro acaba de dar uma demonstração do perigo das lutas parciais contra suas medidas. Enquanto os trabalhadores procuravam resistir à reforma da Previdência e aos cortes na educação, aprovou a MP 881, acabando com os domingos dos trabalhadores e com o controle das horas de trabalho pelo ponto. Sequer deu tempo de haver uma mobilização contra esse ataque de seu governo. A palavra de ordem geral contra seu governo, por outro lado, serve para se opor a todas as suas medidas, e pode colocar a mobilização na ofensiva contra o governo, tirando os trabalhadores da defensiva. A tendência à mobilização é favorável, assim como a levantar a palavra de Fora Bolsonaro. O momento deve ser aproveitado nesse sentido.

s eleições argentinas mostram que a tática propagandeada amplamente pela esquerda pequeno burguesa mundial da chamada “Frente de Esquerda” é um fracasso. Para os menos iniciados a política de frente de esquerda é uma política onde partidos da esquerda pequeno-burguesa se reúnem para desesperadamente lutar pela eleição de deputados, em contraposição a se unir para uma luta nas ruas. A Argentina é pioneira nesse tipo de política oportunista. O Partido Obreiro (PO) e o Partido de los Trabajadores Socialistas (PTS) se uniram, apesar de profundas divergências programáticas, profundas divergências práticas, para disputar eleições em uma paridade melhor com os partidos burgueses, mesmo não tendo uma frente de luta unificada nas ruas, e um trabalho militante em comum. A FIT – U (Frente de Izquierda Unidad, nome em español da frente PO-PTS e partidos menores) teve quase 700 mil votos, ou 3%, registrando uma diminuição de 0,3% no voto, ou um décimo daquilo que eles tiveram na eleição de 2015. Mas muitos poderiam pensar, olhando o lado estritamente matemático da coisa: não é uma diminuição de um décimo, muito pouco para declarar um fracasso na política de frente de esquerda? Não, pelo menos não com o atual quadro político na argentina. O país passou nos últimos quatro anos uma das piores crises da sua história, desde o golpe branco que foram as eleições de 2015, o presidente golpista Maurício Macri devastou a economia, com um brutal choque neoliberal, a inflação disparou, a

luta social se acirrou, reformas que retiravam direitos, como a previdência, foram aprovadas. As eleições de 2019, são talvez, uma das mais acirradas da história argentina. Alberto Fernandez, o candidato de Cristina Kirchner, teve nas eleições primárias, um processo que na argentina é obrigatório, representando uma espécie de prévia do eleição oficial, quase 50% dos votos, contra 33% de Macri. Os dois candidatos principais, em primeiro turno, representam quase a totalidade do voto, uma polarização extrema. Nesse quadro de crise política e de intenso deslocamento à esquerda, vide o fato de que o presidente de direita nada mais tem do que um terço do voto, é possível ver o tamanho do caminho aberto para uma esquerda autêntica, revolucionária, e com um programa para mobilizar. A FIT – U, que supostamente seria um polo de extrema-esquerda, vê sua participação eleitoral diminuir com a polarização, isso mostra duas coisas: sua posição centrista e confusa, e mostra que os trabalhadores não a vêem como uma frente de luta, mas como mais uma organização eleitoral, e entre uma organização eleitoral pequena, e uma grande, que é a de Cristina Kirchner, preferiram a de Kirchner.


POLÍTICA | 3

"FRENTE AMPLA"

PSDB em todos os lugares C

onforme temos destacado sistematicamente em todos os órgãos de imprensa do nosso Partido, o PSDB é o principal articulador do golpe de Estado. Embora tenhamos visto uma movimentação que vai no sentido de limpar as fichas do PSDB, numa tentativa de montar a malfadada “Frente Ampla”, a verdade é que, além do impeachment de Dilma, a prisão de Lula e todos os ataques que o povo brasileiro tem sofrido por parte do golpe, o PSDB é responsável direto pelo crescimento da extrema-direita e pela eleição fraudulenta de Bolsonaro. Na realidade, o PSDB é a principal base de operações do imperialismo estrangeiro no Brasil. Mas não só isso, ao que parece os tentáculos tucanos alcançam os mais remotos cantos da política nacional. Não apenas no espectro da direita, como denunciamos nesta matéria, nos casos do PDT e do PSL, mas inclusive

na própria esquerda. O PSDB teria um poder divino, a onipresença, que permite que os tucanos estejam em todos os lugares ao mesmo tempo. A imprensa direitista destacou, por meio de matérias nos sítios O Antagonista e na Folha de S. Paulo que o PSDB fez convites formais para trazer dois direitistas ilustres para o ninho tucano: Alexandre Frota, o inacreditável “ator” de filmes adultos do PSL e a deputada direitista Tábata Amaral, apelidada nas redes sociais de “Batata Liberal”, que é vendida como sendo de esquerda mas que votou pela destruição da previdência. Este convite revela que na realidade tanto parte do PDT quanto o PSL são um apêndice do PSDB, um verdadeiro “puxadinho” dos tucanos. Devemos destacar também que os convites foram feitos com o aval de Doria, governador de São Paulo, elemento profun-

damente direitista que tem dado as cartas no PSDB recentemente. Não podemos cair na ilusão de que o PSDB teria algum setor minimamente esquerdista, democrático. Afinal, foram nas manifestações coxinhas, organizadas pelo próprio PSDB, juntamente com a FIESP e outras organizações que a extrema direita, monarquistas,

olavetes, defensores da ditadura militar e outros malucos começaram a se desenvolver. O PSDB tem o dom divino da onipresença e a esquerda deve combater quaisquer vestígios de plumas tucanas que por ventura possam aparecer no interior das organizações da classe operária e do movimento de luta contra o golpe.

PROJETO DE LEI 7596/2017

Lei contra o abuso de autoridade é aprovada na Câmara N

a noite da última quarta-feira (14), o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, em votação simbólica, o Projeto de Lei 7596/2017, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e relatado pelo ex-senador Roberto Requião (MDB-PR). O PL 7596/2017 já havia sido foi discutido na Câmara, mas como foi modificado pelo Senado, precisou passar novamente por avaliação dos deputados. Agora, o PL 7596 deverá ser sancionado pelo presidente ilegítimo Jair Bolsonaro. O Projeto de Lei define as situações em que será configurado crime de abuso de autoridade. A partir de agora, servidores públicos e membros dos três poderes da República, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas e das Forças Armadas, po-

derão responder penalmente pelo crime de abuso de autoridade e poderão ser condenados de acordo com o estabelecido pelo PL 7596. O projeto aprovado na Câmara é uma tentativa dos setores mais tradicionais da burguesia de limitar a perseguição desenfreada que o imperialismo vem empreendendo. A Operação Lava Jato, por exemplo, levou dezenas de políticos burgueses para a cadeia, em meio à ofensiva do imperialismo para controlar os setores mais rebeldes do bloco golpista. Embora a questão do abuso de autoridade seja direcionada às instituições corrompidas pelo imperialismo, a aprovação da PL 7596 não implica necessariamente em uma vitória do chamado “centrão”, que reúne os partidos mais tradicionais da burguesia.

A aprovação se deu sem grandes conflitos, o que dá a entender que houve um acordo para que o projeto se tornasse lei sem, no entanto, trazer grandes consequências. No passado, a dis-

cussão sobre o abuso de autoridade chegou a causar uma enorme crise no regime político, quando o STF tentou depor o então presidente do Senado, Renan Calheiros.


4 | POLÊMICA

PELA LIBERDADE DE LULA

Lula disse o que disse, não exageremos

O

jornalista Mauro Lopes, editor do sítio Brasil 247, publicou nesse órgão artigo intitulado “Da cadeia, Lula dá o primeiro passo para construir frente antifascista”, buscando apresentar suas conclusões acerca da carta enviada pelo ex-presidente, de sua cela na Polícia Federal, em Curitiba, onde permanece preso ilegalmente, perseguido pelo regime político golpista. Na Carta Lula se dirige, explicitamente, em bem poucas linhas, ao presidente e vice da Câmara dos Deputados, líderes e dirigentes de diversos partidos, que – no último dia 7 – “participaram no Supremo Tribunal Federal do ato contra mais uma arbitrariedade da Vara de Execuções Penais, no processo em que fabricam minha condenação sem provas de qualquer crime” e com a tradicional educação agradece ao que chama de “gesto de solidariedade”. A carta de Lula aos parlamentaresAlém de expressar a já inúmeras vezes manifesta crença do ex-presidente, que pode ser aceita ou não de que vamos “reencontra a Justiça, a prosperidade e a paz”, a Carta – nem de longe – nos permite deduzir, por si só, de como Lula entende que isso seja possível em uma situação cada dia mais dominada pela violação dos direitos democráticos não apenas dele mesmo, como de todo o povo brasileiro e na qual se intensifica – inclusive, com a colaboração de muitos daqueles a quem Lula, educadamente agradece a entrega da economia nacional e a destruição das

condições de vida da maioria do povo brasileiro, bem como um aumento do massacre da população pobre nas periferias da grande cidades, no campo, entre os indígenas etc. Lula tem todo o direito de expressar aquilo que bem entenda. Em diversas oportunidades, tivemos que discordar dele publicamente e até ele se opôs da mesma forma às nossas colocações. Por exemplo, quando criticou (e há relato em livros) que se realizasse uma campanha pública contra sua prisão, o que ele e muitos outros dirigentes da esquerda diziam que não iria acontecer. Trata-se de algo perfeitamente natural na luta política, inclusive, entre setores que são alvos do golpe e buscam – por diferentes formas defender os interesses do povo brasileiro diante do regime golpista. Nesse sentido, nos parece indevido querer atribui à missiva de Lula aquilo que ele não expressa claramente, como ao nosso ver o faz Mauro Lopes, em seu artigo, que além de destacar que “a carta do ex-presidente Lula [se dirige] ao universo político-parlamentar”, procura apresentar – sem nenhuma base material na própria Carta de Lula que a pretensão do ex-presidente seria “iniciar a costura de uma frente antifascista no país”. Em meio a afirmações baseadas no documento assinado por Lula, como a de que “a carta tinha como objetivo explícito o agradecimento de Lula”, o autor da interpretação aponta que “duas expressões que devem ser lidas como as mais importantes do texto são “ga-

TODOS OS DIAS ÀS 3H, NA CAUSA OPERÁRIA TV

rantias individuais” e “Estado Democrático de Direito”, embora o próprio Lula não as tenha destacado no texto. Lopes também conclui, apesar das nomeações explicitas do documento, de que mesma “foi uma carta a praticamente todo o espectro político do país, exceto a extrema-direita”, quando o fato citado pelo presidente explicitamente, contou com a participação de algumas dezenas de parlamentares, não recebendo a adesão – seja por que motivo for – da imensa maioria da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Mesmo assim, ele afirma que “quem ficou de fora? O PSL de Bolsonaro, alguns pequenos partidos satélites, o PTB, o Novo e o PSDB. Lula lançou-os num grande isolamento político”. Ainda segundo o autor, “examinando-se com cuidado os destinatários, é imediata a lembrança da base parlamentar que sustentou os governos de Lula”. Mais uma dose de exagero uma vez que figuram também aí, inúmeros líderes da oposição, aliados dos tucanos e da direita contra Lula, primeiro, e que também votaram, em grande número, pela derrubada golpista da presidenta Dilma (como reconhece o próprio autor em seu artigo), que comandaram a aprovação das reformas contra a imensa maioria da população como a “PEC do fim do mundo” (que congelou os gastos públicos por 20 anos), a reforma trabalhista que acabou com o emprego de milhões de brasileiros e, mais recentemente, a famigerada reforma da Previdência, que rouba mais de R$ 900 bilhões dos tra-

balhadores para satisfazer os interesses dos tubarões do mercado financeiro e outros abutres. Esses e outros posicionamentos reacionários daqueles a que Lula (com sua comum polidez) agradece, nem de longe os coloca ao lado dos que defendem e lutam pelas garantiras individuais e pelo Estado Democrático de Direito. Vale lembrar, para que não se exagere na dose, que os parlamentares do centrão e outros a quem Lula agradece, sequer se manifestaram pela exigência democrática e totalmente necessária de que o STF libertasse imediatamente Lula, diante do mais que comprovado caráter fraudulento dos processo lava jato que – tal como afirma Lula – “fabricam” sua “condenação sem provas de qualquer crime”. Da mesma forma que a maioria golpista da Suprema Corte, se omitiram ou se posicionaram por manter o ex-presidente e maior liderança popular do País preso, justamente porque sabem do perigo que para eles representa liberdade de Lula em um momento de agravamento da crise econômica e política e quando os trabalhadores e suas organizações buscam reagir à política criminosa por eles imposta, não s’no que diz respeito à liberdade de Lula, mas também, em relação aos ataques contra os trabalhadores que Lula, vem condenando seguidamente, como é o caso da “reforma” da Previdência, que segundo o próprio Bolsonaro tem como “general” o deputado Rodrigo Maia (do DEM). Segundo o autor, “Lula sinaliza qual é o espectro político que pretende unir para a saída da atual crise do país e na oposição a Bolsonaro”. Ainda que Lula, possa ter essa ou aquela idéia, reafirmamos, não nos parece legítimo dar a interpretação que melhor se encaixe na opinião de quem a lê. Deixemos que ele fale por si mesmo, como o faz na Carta. E consideremos também que, infelizmente, nem sempre os caminhos da conciliação com a burguesia e até com a direita, defendidos e adotados por Lula e por setores que dele se aproximaram levaram aos melhores resultados diante da necessária e inevitável luta de classes irreconciliável e cada vez mais presente que coloca – muitas vezes independentemente da vontade dos autores – de um lado os defensores dos interesses do grande capital internacional internacional e “nacional” e do outro os que – com mesmo com muitas diferenças – se colocam ao lado da classe trabalhadora e dos seus interesses em cada etapa de sua luta. Lula disse o que disse, não exageremos


POLÊMICA | ECONOMIA | 5

AUMENTO DA CRISE

Bolsas caem e recessão ameaça todos os países O início da semana para o mercado financeiro não poderia ser de pior presságio. Uma conjunção de fatores derrubou as bolsas por todo o mundo, mas já é quase um consenso entre os analistas de mercado que o problema vai muito além de uma simples crise conjuntural, mas na retomada da crise de 2008 – que, de fato, nunca foi superada – em um patamar muito mais explosivo, diante da incapacidade dos bancos centrais da maiores economias do mundo em reproduzir nem mesmo os parâmetros da intervenção feita 10 anos atrás, quem dirá diante de uma crise de muito maior envergadura. A grande crise de 2008 foi, na realidade, uma crise de grandes proporções de superprodução, assim como a crise de 1929. Foi resultado da contradição entre o alto desenvolvimento das forças produtivas e a incapacidade de absorção pela população da riqueza produzida. Com isso, a fim de evitar o aumento da produção, os recursos são aplicados pelos bancos na especulação financeira. Dinheiro se transforma em mais dinheiro sem ter uma contrapartida no crescimento da economia real. Essa foi a bolha especulativa que estourou em 2008 e que não foi superada. Desde pelo menos a última década do século passado, os empréstimos

imobiliários por parte dos bancos dos EUA e do norte da Europa com juros baixos inundaram os mercados do mundo com títulos lastreados nas garantias hipotecárias dos imóveis. A inadimplência dos compradores de imóveis serviu como um simples alfinete que botou abaixo toda a bolha de crescimento especulativo que impulsionava o crescimento artificial da economia global, em particular dos países imperialistas. Estima-se que a injeção dos bancos centrais das economias imperialistas foi da ordem de 15 trilhões de dólares – maior que o PIB da China – para impedir o desmoronamento da economia capitalista no mundo, para compra de títulos de governos e empresas e para o estímulo

monetário, nessa que já é considerada a maior crise desde 1929. O problema é que desde o início do ano, os indicadores econômicos apontam para o recrudescimento da crise tendo como mesmas causas os fatores que fizeram a bolha explodir em 2008, só que agora, em um nível muito mais elevado. A falta de um equilíbrio entre o crescimento real da economia e a especulação se acentuou nos últimos 10 anos. Na realidade, a saída para a crise de 2008 foi a de acentuar a mesma política. Com o dinheiro “barato”, as dívidas somadas de governos, empresas e famílias atingiram globalmente a astronômicas cifra de 250 trilhões de dólares, um valor três vezes superior ao PIB mundial.

Como desdobramento da evolução da crise mundial, a política do salve-se quem puder parece ser a jogada da vez, pelo menos para aqueles que acham que podem. Uma expressão dessa política é a guerra comercial imposta pelos EUA contra a China na tentativa de proteger a economia norte-americana de uma recessão. O alarme mundial que soou entre os analistas econômicos é o de que isso pode acelerar a retomada da crise de 2008, a curto prazo. Soma-se a esse condição de catástrofe iminente a queda do PIB nas principais economias europeias. A economia alemã, por exemplo, recuou no último trimestre em 0,1 % do PIB, o que significa para aquele país a beira da recessão. A recessão mundial terá graves implicações sobre as economias mundiais. Significará uma ociosidade ainda maior das forças produtivas e o aumento do fosso entre o capital especulativo e o capital real, o que poderá levar a uma desagregação das moedas e uma tendência à hiperinflação. Alguns dados divulgados pelo mercado indicam um início de pânico entre os investidores. A fuga da das bolsas de valores para títulos públicos, principalmente do governo norte-americano, a compra de ouro que já acumula alta de 27% em 12 meses e a compra de notas físicas de 100 dólares, inclusive já superando as notas de 1 dólar, apontam para o colapso da economia mundial.

IBGE

3,3 mi não conseguiram emprego desde que a direita deu o golpe D esde o impeachment da presidente eleita democraticamente pelo voto popular, Dilma, o Brasil vem se aprofundando no mais grave caos social e econômico. Uma série de ataques aos direitos da classe trabalhadora, retirada de direitos, retirada de aposentadorias, fechamento de serviços básicos públicos e desemprego têm assolando a vida da população. Se em abril de 2016 o Brasil fechou o primeiro trimestre com cerca de 11,411 milhões de desempregados, agora, em fevereiro desse ano, o número de desempregados subiu para 13,121 milhões. O governo golpista de Bolsonaro insiste em mascarar os dados e dizer que os prognósticos de desemprego têm melhorado, mas não é isso que os números mostram. Coincidentemente, no segundo trimestre de 2019, o número de desempregados há dois anos ou mais alcançou o número de 3,347 milhões de pessoas, segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) e o IGBE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), um dado claramente alarmante. Desde que a direita chegou ao poder, mais de 3 milhões de trabalhadores nunca mais conseguiram emprego, os golpistas vêm afundando a classe trabalhadora na mais profunda miséria. Em comparação ao segundo

trimestre de 2018, o número de desempregados, há mais de dois anos, cresceu em 6,2%, mostrando que as políticas neoliberais da extrema-direita só prejudicam a população. Cerca de 1,807 milhão de trabalhadores buscam emprego há mais de um ano, mas menos que dois, e a situação só vem piorando com as retiradas de direitos trabalhistas. A decadência da burguesia afeta diretamente a população pobre, que é quem sustenta as classes dominantes,

à base de muita exploração e opressão. A desestabilização que o golpe de 2016 causou no Brasil é incontestável, cada vez mais pessoas estão desempregadas, conseguindo, no máximo, subempregos em condições bem precárias, o que dificulta também na hora de se aposentarem, já que por estarem desempregados, não estão contribuindo com o INSS. É urgente intensificar a luta nas ruas pelo Fora Bolsonaro, governo reacionário e fascista que tende a jogar a

população na mais pura miséria para favorecer a burguesia internacional. O imperialismo norte-americano, personificado aqui no Brasil em figuras como Sérgio Moro, tem total responsabilidade por essas políticas de agrilhoar a população aos mecanismos de exploração e miséria, assim, deve-se chamar pelo Fora Bolsonaro, que quer dar tudo o que o Brasil tem para os EUA e chamar pelo fora imperialismo, que só devasta os países por onde passa.


6 | POLÍTICA

FASCISTA

Bolsonaro quer proibir o comunismo O

presidente fascista e reacionário Jair Bolsonaro, ainda como parlamentar e depois como candidato presidencial, já deixava claro o seu propósito, quando se colocou, em várias oportunidades, como apologista da ditadura, perseguidor da esquerda e defensor da tortura e dos torturadores. Depois de eleito presidente, no maior e mais escancarado processo de fraude eleitoral verificado até hoje no Brasil, Bolsonaro intensificou sua retórica agressiva e ainda mais direitista contra a esquerda nacional, passando a atacar de forma virulenta os partidos de esquerda, os movimentos sociais, sindicatos, artistas, intelectuais; enfim, tudo que possa estar minimamente identificado com o socialismo e o pensamento de esquerda. Estimulado pela verborragia de extrema direita do presidente fraudulento e pela intensa campanha da imprensa golpista contra a esquerda, em especial contra o Partido dos Tra-

balhadores e o ex-presidente Lula, a direita fascistóide busca ampliar a investida reacionária contra a ideologia socialista. No Rio Grande do Sul, projeto apresentado pelo deputado estadual Ruy Irigaray, do mesmo partido (PSL) do presidente fascista Bolsonaro, traz em seu bojo o seguinte conteúdo: “Fica vedado qualquer comemoração, homenagem a personalidades ou datas alusivas ao comunismo, e suas atrocidades. Fica vetado o financiamento público dessas comemorações (sítio Rádio Guaíba, 05/08). O deputado é também o autor de vários outros projetos de perfil nitidamente direitista e reacionário, sendo um deles a instituição de ‘segurança armada nas escolas do Estado”. O fato objetivo incontestável e muito preocupante – embora a esquerda nacional pareça não estar querendo enxergar o óbvio – é que cresce em todo o país a ofensiva reacionária da extrema direita contra os direitos sociais e as liberdades democráticas, até mes-

mo contra a elementar liberdade de expressão e reunião, com a invasão, por parte das forças de repressão do Estado (Polícia Militar, Polícia Federal) de plenárias, palestras e outros eventos organizados e com a participação da esquerda. É preciso deixar claro que não há qualquer outra forma de se opor e responder ao crescimento e aos ataques da extrema direita fascista, reacionária e anticomunista em todo o país a não ser através de uma enérgica e implacável luta para derrotar o golpe, a ofensiva da burguesia e do imperialismo. As lamentações da esquerda, as ações e os discursos parlamentares, junto às petições impetradas na justiça, fiadora do golpe, não serão capazes de impor uma derrota e nem mesmo fazer recuar o avanço da direita nacional. A derrota de Bolsonaro, do seu governo reacionário e da burguesia golpista que lhe dá sustentação passa pela superação da confusão e da pa-

ralisia que reina no movimento operário, sindical, estudantil e popular, em primeiro lugar das suas direções, que devem romper com a política de derrotas do “Fica Bolsonaro”, erguendo sem eu lugar a bandeira legitimada pelo grito das ruas, que não é outra senão o “Fora Bolsonaro”; por novas eleições gerais; pela imediata liberdade do ex-presidente Lula, garantindo o seu direito à candidatura.

PRESIDENTE ILEGÍTIMO

BOLSONARO EDITA DECRETO

Bolsonaro reafirma seu programa fascista

Entregar setores estratégicos a seus chefes

O

presidente ilegítimo Jair Bolsonaro voltou a afirmar seu caráter fascista e o que pretende fazer no Brasil. Em discurso na cidade de Parnaíba, no Piauí, onde foi inaugurar uma escola gestionada por militares com o seu nome, ele disse que vai “acabar com o cocô do Brasil”, sendo o “cocô essa raça de corruptos e comunistas”. “Nas próximas eleições, nós vamos varrer essa turma vermelha do Brasil”, continuou. Foi, como pode ser visto por essas palavras, mais um discurso inflamado, típico de líderes fascistas, prometendo acabar com os comunistas. Trata-se de uma reafirmação de qual é o seu programa de governo: estabelecer uma ditadura com fortes características fascistas, para perseguir e exterminar os comunistas, a esquerda e o movimento operário como um todo. Essa não é a primeira vez que Bolsonaro faz esse tipo de discurso. Ainda em meio à campanha eleitoral do ano passado, disse que iria “metralhar a petralhada”. Depois, defendeu a caracterização de movimentos populares como o MST e o MTST como organizações terroristas. Em seu discurso de posse, Bolsonaro falou que iria “libertar o povo do socialismo”. É um recado bem claro para a esquerda, e que vem sendo aplicado nesses primeiros oito meses de governo: “acabar com o comunismo”, “libertar do socialismo” e “metralhar a petralhada” significam organizar uma repressão absolutamente fascista contra o povo, contra os militantes de esquerda, contra os partidos e sindi-

A

catos e todas as organizações ligadas à classe trabalhadora. O aumento do massacre contra os sem terra no campo, as operações policiais e militares nas favelas e bairros pobres, as prisões em massa, a detenção de sem teto e outros ativistas sociais já indicam o estabelecimento de uma ditadura no Brasil do golpe presidido por Bolsonaro. Conforme essas ações não são respondidas à altura pela esquerda, com a organização da insatisfação popular contra o governo, Bolsonaro permanece no poder e radicaliza sua política de extrema-direita, a fim de esmagar o movimento operário. Essa é a missão do fascismo. A esquerda precisa combater de maneira concreta o governo Bolsonaro e derrubá-lo. Para isso, é fundamental que o combate seja feito nas ruas, organizando manifestações frequentes e generalizadas, porque a força do povo nas ruas é a única arma para combater e derrotar o fascismo.

série de liquidações e ataques contra o povo promovida pelo governo Bolsonaro se encaminha para um novo grande ataque à soberania e economia nacional. Dessa vez, a mais nova notícia se refere ao decreto, editado nesta quinta-feira, dia 15, que promove a inclusão de rodovias, portos, aeroportos, ferrovias e hidrovias no chamado “Programa Nacional de Desestatização (PND)”. Com este decreto, setores importantes, como as rodovias de todas as regiões do país, serão dadas de presente aos capitalistas, sendo ainda previsto a inclusão de novos trechos conforme a necessidade econômica. Dessa forma, pontos cruciais da economia brasileira, como no caso dos aeroportos e hidrovias, serão entregues de uma vez só para os interesses do grande capital, abrindo pontos

estratégicos não somente para os capitalistas regionais, mas principalmente para os tubarões imperialistas estrangeiros, que nada mais são do que os maiores interessados na continuidade do governo golpista. Estamos nesse momento presenciando mais um caso, ainda mais profundo, da destruição nacional, pois em conjunto com todos os ataques feitos aos direitos mais básicos da população, o governo fantoche do imperialismo também entrega as estruturas mais fundamentais do país na mão dos capitalistas. Em uma progressão acentuada que apenas poderá ser parada com a derrubada do governo pelo povo, e apenas terá uma real solução quando estes setores forem definitivamente entregues, não nas mãos dos grandes capitalistas, mas sim nas dos trabalhadores.


ATIVIDADES DO PCO | 7

30ª CONFERÊNCIA NACIONAL DO PCO

Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula! N

os dias 27 e 28 de setembro o PCO realizará em São Paulo sua 30ª Conferência Nacional. A Conferência reunirá militantes do partido de todo o País para discutir a situação política do país e definir a política diante dos acontecimentos. Será uma ocasião para unificar toda a militância em torno de uma política clara para enfrentar a direita golpista e participar da luta política nacional. Frente aos desdobramentos do golpe de Estado e à crise do atual governo, que resultou do movimento golpista, o PCO propõe um conjunto de reivindicações para enfrentar a direita e propor uma via de saída para a crise política. A Conferência estabelecerá um curso de ação para levar adiante essas reivindicações. Fora Bolsonaro! A primeira dessas reivindicações é a queda imediata do atual governo golpista, do ilegítimo Jair Bolsonaro, imposto ao país por meio de uma fraude. Bolsonaro acaba de aprovar na Câmara uma Medida Provisória (MP 881) que acaba com a folga obrigatória aos domingos, entre outros ataques aos trabalhadores. O movimento popular sequer conseguiu assimilar esse ata-

passo fundamental do golpe, e sua libertação seria um grande elemento de crise para os golpistas, polarizando a situação política e colocando a direita em grandes dificuldades. Por isso essa é uma reivindicação central na luta contra a direita, contra Bolsonaro e contra o programa neoliberal imposto ao Brasil pelo imperialismo. Eleições gerais

que, enquanto procurava resistir à demolição da Previdência e os cortes na educação. Caso esse governo continue, muitos outros ataques virão, e uma sequência de lutas parciais contra cada um desses ataques tem poucas chances de impor uma derrota mais abrangente contra o governo. É necessário levantar uma reivindicação mais geral que reúna todas essas lutas: Fora Bolsonaro! Essa palavra de ordem já é popular nas ruas, já existe uma imensa disposição à mobilização em torno dessa exi-

gência. É preciso desenvolver o potencial dessa política para intensificar as mobilizações. Liberdade para Lula! Outra palavra de ordem tão importante quanto o Fora Bolsonaro! é a exigência de liberdade imediata para Lula. Além de uma questão de solidariedade com um preso político da direita golpista, essa exigência confronta diretamente o regime golpista e sua instituições corrompidas. A prisão de Lula foi um

Finalmente, uma terceira medida decorre das duas anteriores, como saída para a crise pela esquerda. Uma vez que as massas organizadas consigam se livrar do governo golpista e que Lula esteja solto, devem-se realizar novas eleições para que o povo possa, dessa vez, escolher o candidato que quiser para ser presidente. Seria uma forma de reverter a fraude operada em 2018. Portanto, é preciso organizar uma grande campanha em torno dessas palavras de ordem, para impulsionar uma grande mobilização que tenha como propósito acabar com esse governo golpista e apresentar uma perspectiva de saída para o Brasil pela esquerda. A 30ª Conferência será a ocasião para o partido se preparar para levar essa luta adiante no próximo período.

30ª CONFERÊNCIA NACIONAL DO PCO

PCO realizará mutirões pela liberdade de Lula nas universidades O

s militantes do Partido da Causa Operária (PCO) irão realizar, a partir das próximas semanas, mutirões semanais para colherem assinaturas pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há 496 dias nas masmorras de Curitiba pelos golpistas, em universidades de todo o País. As atividades ocorrerão em universidades públicas e privadas. Além disso, haverá um dia especial por semana em que os militantes do PCO estarão, simultaneamente, nas instituições de ensino superior de todo o Brasil, realizando sua intervenção política para os estudantes. O trabalho de agitação política nas universidades é fundamental em qualquer ocasião, mas no momento em que um governo ilegítimo e de extrema-direita coloca os estudantes universitários como um de seus alvos principais, é preciso organizar politicamente o movimento estudantil no sentido de lutar pelas reivindicações concretas que deem um caminho para a vitória contra a direita. Essas reivindicações são exatamente o Fora Bolsonaro, a Liberdade para Lula e a

realização de Eleições Gerais Já, a fim de derrotar o golpe e impor uma política democrática dos amplos setores da população. Os mutirões de coleta de assinatura são uma atividade primordial para a luta pela liberdade do ex-presidente. Porque são um trabalho de agitação política e conscientização da população, além de dar aos militantes de esquerda a experiência de ouvir as massas e entender qual o seu verdadeiro clamor. Por meio dos mutirões, fica claro para os militantes de esquerda, principalmente do Partido da Causa Operária, que a população quer a liberdade de Lula e exige a derrubada de Bolsonaro, um presidente absolutamente impopular cujas medidas são entendidas perfeitamente pelo povo como um ataque aos direitos democráticos da população. Todos os domingos, por exemplo, os militantes do PCO realizam mutirões em cidades do Brasil inteiro para colher assinaturas. Em São Paulo a atividade ocorre na parte da tarde na Avenida Paulista. Participe dos mutirões do PCO, assine e ajude a colher novas assinaturas!!


8 | ATIVIDADES DO PCO

TODOS À CURITIBA

PCO convoca atos estaduais para fortalecer caravanas para o dia 14/09

A

direção nacional do PCO aprovou como data para um grande ato em Curitiba pela Liberdade de Lula o dia 14 de setembro e convida todas as organizações populares e de esquerda a se somarem a este ato. Pouco menos de um mês separa os ativistas do dia do ato. Estão sendo preparadas caravanas em todas as partes do País, por meio dos mutirões pela Liberdade de Lula, que acontecem todos os domingos em dezenas de cidades. Para preparar essa importante mobilização, o PCO e os comitês de luta contra o golpe também estão convocando para as semanas que antecedem a caravana para Curitiba atos políticos preparatórios. O objetivo desses aos é reunir companheiros em no mínimo 30 cidades do País para forta-

lecer a mobilização em cada região do País. A partir da semana que vem serão divulgadas as primeiras datas e locais desses atos preparatórios das caravanas. Os atos devem ocorrer em Porto Alegre-RS, Florianópolis-SC, Blumenau-SC, Curitiba-PR, Londrina-PR, São Paulo-SP, Embu das Artes-SP, região de Campinas-SP, região de Ribeirão Preto e Araraquara-SP, Região de Bauru, Marília e Assis-SP, Belo Horizonte-MG, Rio de Janeiro-RJ, Volta Redonda-RJ, Salvador-BA, Porto Seguro-BA, Maceió-AL, Recife-PE, Natal-RN, Fortaleza-CE, Juazeiro do Norte-CE, São Luís-MA, Teresina-PI, Belém-PA, Palmas-TO, Brasília-DF, Campo Grande-MS e Cuiabá-MT. Se informe sobre os atos em sua cidade e prepara a caravana para o ato pela liberdade de Lula no dia 14 de setembro.

www.youtube.com/causaoperariatv

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INTERNACIONAL | 9

TENSÃO

China reage aos ataques dos EUA O

ntem (15), o principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, chegou a baixar da casa dos 100 mil pontos. A queda brusca teve como motivo o anúncio do governo chinês de que vai adotar “as contramedidas necessárias” em relação às tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre 300 bilhões de dólares em produtos chineses. As tensões entre China e Estados Unidos já vêm se explicitando há bastante tempo. O imperialismo, empurrado pela profunda crise do capitalismo, tem procurado atacar a China para tentar salvar os capitalistas norte-americanos. A China, em resposta aos ataques do imperialismo, tem procurado se defender da maneira que lhe é possível. No dia 1º de agosto, o presidente norte-americano Donald Trump anunciou que iria impor uma tarifa de 10% sobre U$ 300 bilhões de produtos importados da China a partir de 1º de

setembro. Com isso, os produtos chineses ficarão mais caros – o que representa um maior custo para a economia chinesa. Trump espera, com isso, que haja mais condições para que a economia interna norte-americana se desenvolva. A reação do governo chinês à tarifa absurda do governo norte-americano foi a de permitir, no dia 5 de agosto, que sua moeda caísse. abaixo da barreira dos sete yuan por dólar. A mudança do câmbio faria com que os preço dos produtos chineses importados pelos EUA caísse, causando uma certa compensação da tarifa imposta por Trump. Trata-se, portanto, de uma profunda guerra econômica entre dois dos países mais importantes do mundo. A ofensiva dos EUA contra a China nada tem a ver com a “personalidade” de Donald Trump, conforme alguns setores da imprensa burguesa alegam. Trump é apoiado por um amplo setor da burguesia norte-americana,

que entende que é necessário que boa parte dos produtos absorvidos pelo mercado norte-americano sejam produzidos pela mão-de-obra existente no próprio país, de modo a controlar uma explosão social causada pelo desemprego. A China, por sua vez, que depende drasticamente da exportação de seus produtos, não tem outra opção a não ser tentar se impor diante da sabotagem norte-americana. A tentativa de os Estados Unidos bloquearem parte das importações de produtos chineses, no entanto, não é uma solução definitiva para o capitalismo. Afinal, se a indústria norte-americana absorver largas parcelas de trabalhadores para suprir a ausência dos produtos chineses, isso implicará inevitavelmente em um fortalecimento da classe operária norte-americana, o que representa um enorme perigo para o imperialismo e para o capitalismo de maneira geral.

A guerra econômica entre China e EUA mostra um impasse gigantesco do capitalismo. A burguesia tem, em alguma medida, consciência de que a crise se aprofunda e de que não há solução para esta. Por isso, a tendência é que a direita procure esfolar ainda mais os países atrasados, como o Brasil e a Argentina, de modo a descontar nas costas de seu povo o ônus da crise em desenvolvimento.

ARGENTINA

Enquanto Macri tenta reverter a derrota, Fernández recua L

ogo após o resultado eleitoral das primárias argentinas, diante da derrota acachapante para Alberto Fernández, o presidente Maurício Macri anunciou medidas desesperadas e demagógicas como o aumento do salário mínimo e o congelamento dos preços dos combustíveis. Com 32% dos votos contra 47% do candidato kirchnerista, Macri tenta ganhar alguma popularidade para ser reeleito em outubro, e assim esses anúncios serviriam como justificativa para o eventual aumento do percentual de votação do presidente – obviamente, com uma grande manobra da burguesia para emplacar um segundo mandato do político neoliberal, que desde 2016 está entregando a economia argentina para os grandes monopólios imperialistas, sendo um fantoche do capital financeiro internacional. Por sua vez, a burguesia imperialista sinalizou que não quer uma vitória peronista nas eleições ao despencar o valor do peso em comparação com o dólar em 30%. Além disso, o Banco Central elevou os juros em 74% e a bolsa de valores chegou a cair 30%. Um recado muito claro aos argentinos: se o kirchnerismo voltar ao governo, não haverá mais investimentos no país e a população vai sofrer ainda mais com as mazelas econômicas. Jorge Piedrahita, presidente de uma consultora financeira de Wall Street, declarou ao jornal golpista Clarín: “o peronismo deveria imediatamente dar sinais de moderação e pró-mercado para acalmar os ânimos [dos especuladores].” E Fernández entendeu o recado. No dia seguinte, demonstrou um nítido recuo na política de campanha peronista, cuja propaganda vem enfatizando o caos que tem sido o governo

Macri (com uma inflação beirando os 50% e milhões de argentinos jogados na pobreza) e a necessidade de combater as medidas neoliberais. Perante as pressões, ele afirmou que o povo apoiou as propostas da Frente de Todos, que não contemplam “nem a inadimplência nem o risco de não pagar dívidas”. Ou seja, Fernández fez uma declaração dirigida diretamente à burguesia especuladora: vai continuar honrando os compromissos assumidos por Macri, de pagar as dívidas contraídas devido às imposições do FMI para a “reestruturação econômica” da Argentina sob as bases da privatização de empresas estatais e desmonte da máquina pública para

que os grandes capitalistas tomem conta da economia do país. Outra declaração para provar que é um esquerdista extremamente moderado e que não vai mexer com os interesses do imperialismo foi sobre a Venezuela. “É preciso recompor a institucionalidade na Venezuela e Maduro não a garante”, disse. Ele também afirmou que o governo venezuelano “é um regime autoritário, o que torna muito difícil a sua defesa”. Assim, Fernández distancia-se ainda mais da política levada a cabo pelos governos peronistas de Néstor e Cristina Kirchner, que ficaram marcados por um relativo enfrentamento ao capital imperialista ao se

aliarem ao chavismo e estatizarem alguns setores antes privatizados pelos sucessivos governos neoliberais que os antecederam. Sempre é preciso lembrar que Alberto Fernández sempre esteve à direita dos Kirchner. Por isso mesmo foi colocado na chapa de Cristina nessas eleições, por uma imposição da burguesia. Pressionando ainda mais, a burguesia argentina conseguiu levar Kirchner à capitulação quando ela abandonou a cabeça da chapa para dar lugar a Fernández. Assim, a burguesia visa garantir que, mesmo que saia vencedor, o peronismo não implemente uma política de confronto, e sim de total conciliação com os interesses imperialistas.


10 | INTERNACIONAL

HONDURAS

Estudantes protestam contra ditadura de Hernández D

esde o golpe contra Manuel Zelaya, em 2009, e a ascensão da direita, apoiada por Trump, no governo de Honduras, a situação do país se agrava, chegando a uma verdadeira crise humanitária onde dezenas de milhares de refugiados caminharam por todo o México para atravessar a fronteira com os EUA. Em 2016, uma eleição fraudulenta elegeu Manuel Hernández, da extrema-direita, que tem liderado um governo extremamente repressivo e entreguista. Cansada desta situação, a população hondurenha tem se manifestado cada vez mais radicalmente contra o regime. Na última semana, mais uma onda de protestos tem tomado conta do país, pedindo a renúncia do presidente Hernández. Os atos têm sido convocados pela Universidad Nacional Autónoma de Honduras (UNAH), estudantes secundaristas e movimentos sindicais, e chegaram à sede do governo presidencial, onde foram recebidos com repressão policial.

ATAQUES

ATAQUES

Trabalhadores da saúde estão há “Refugiados” são treinados em base quase um mês em greve no Peru britânica para derrubar Maduro N

A

pós o descaso por parte das autoridades governamentais, trabalhadores do setor da saúde definiram que a greve, que já leva quase um mês, deve continuar por tempo indeterminado. Segundo informações da Federação Nacional Unificada de Trabalhadores do Setor da Saúde (FENUTSSA), no Peru, a greve, que já dura 29 dias, continuará por tempo indeterminado. Hernando Cevallos, congressista da Frente Ampla, respaldou a luta dos trabalhadores e criticou a atitude do governo peruano, chamando-o de “arrogante”, visto que já havia um acordo firmado pelo Mistério da Saúde. Os trabalhadores da saúde exigem um aumento do orçamento para o setor, bem como o pagamento de boni-

ficações e outras demandas. “Não há como melhorar a saúde em um país sem que as reclamações dos recursos humanos dos trabalhadores, que estão reivindicando condições de trabalho mais justas, não sejam atendidas”, completou o congressista. Diante dos ataques do governo neoliberal peruano, que há muito tempo vem destruindo o país em benefício dos interesses da burguesia golpista e que, hoje franqueado por Martín Vizcarra (Peruanos Pela Mudança), dá seguimento à política direitista e submissa aos interesses dos capitalistas, é de se presumir que, em primeira ordem, todos os ataques contra a classe trabalhadora continuarão enquanto a direita peruana se mantiver no poder para atender aos interesses do grande capital.

o início deste ano, a Inglaterra passou a demonstrar interesse em construir uma base militar na região do Caribe e aumentar seu poder geopolítico sobre a região. O lugar mais provável seria a Guiana, uma ex-colônia inglesa que ainda mantém fortes laços com a matriz. Nesta semana, o governo russo denunciou que a base já está sendo construída em uma das ilhas do delta do Rio Essequibo e deve servir de polo para operações de treinamento de milícias, sob a velha desculpa de “combate às drogas”. Mas o que se passa de fato é que venezuelanos estão sendo recrutados e deslocados para a região – sob o pretexto de serem refugiados da “crise humanitária” – e lá serão treinados para que retornem à Venezuela e desestabilizem o regime de Maduro. Não apenas os EUA mas todo o grande capital tem interesse na Venezuela. Tendo a Guiana como uma das

principais aliadas no continente americano, a Inglaterra não ficaria de fora deste cerco imperialista contra o país bolivariano. Além de fazer fronteira com a Venezuela, a Guiana mantém com ela disputas territoriais que muito interessam aos imperialistas. Historicamente, mais da metade do território guianês pertenceu à Venezuela na época da independência, mas os ingleses e holandeses não queriam perder seus pontos de controle na região. Atualmente, a área é de grande interesse pelas jazidas de petróleo e outras riquezas minerais. Mas para isso, o imperialismo se esforça para derrubar um país autônomo e transformá-lo num capacho. Quanto mais a Venezuela avançar na revolução, mais ela impulsiona os países vizinhos a fazerem o mesmo. Todo apoio a Maduro e à revolução bolivariana. Imperialistas fora da Venezuela e da América Latina!


MOVIMENTO OPERÁRIO | 11

CAIXA ECONÔMICA

Trabalhadores realizam atos em defesa do plano de saúde da Caixa N

esta quarta-feira (14), foram realizados atos nacionais dos trabalhadores da Caixa Econômica Federal em defesa do plano de saúde da categoria. As mobilizações foram uma das deliberações do 35º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa, realizado no começo do mês de agosto, como parte da luta em defesa da saúde dos funcionários e da Caixa como banco 100% público. Há, por parte do governo golpista Bolsonaro, um ataque sistemático aos bancos públicos na tentativa de privatiza-los. Como parte desses ataques, uma das medidas é a liquidação dos planos de saúde das empresas estatais, que, além de beneficiar os banqueiros privados, donos dos planos de saúde, com a migração dos associados, visa diminuir custos das empresas, já que, no caso da Caixa o atual formato de custeio do plano, divide as despesas assistenciais na proporção de 70% para a Caixa e 30% para os trabalhadores.

As resoluções da CGPAR (Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União) 22 e 23, editadas pelo governo em janeiro de 2018, vieram no sentido de aprofundar a liquidação dos planos de saúde das empresas estatais, pois limitam a participação do ban-

co a 50% do custo total de assistência à saúde, a proibição de adesão de novos contratados, restrição do acesso a aposentados, cobrança por faixa etária, carências e franquias, fim do controle por parte dos associados etc., ou seja, um ataque sem precedentes aos trabalhadores e à instituição pública, Caixa Eco-

nômica Federal, um patrimônio do povo brasileiro. Os golpistas querem transforma o plano de saúde dos funcionários, que atende mais de 300 mil usuários, em um plano privado como parte da política de desmonte da empresa que visa à sua privatização. Os planos de saúde das estatais são patrimônios construídos pelos trabalhadores e é a eles que cabe o seu gerenciamento e controle. Os atos realizados nesse dia 14, em defesa da saúde dos funcionários da Caixa, devem ser a ponta de lança de uma gigantesca mobilização, juntamente com os trabalhadores dos demais bancos públicos e empresas estatais (que passam pelo mesmo ataque), que vise derrotar o golpe através de uma campanha nacional pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, Liberdade para Lula, novas eleições gerais, Lula candidato, como única forma de se opor à ofensiva reacionária da direita golpista contra o patrimônio do povo brasileiro, à classe trabalhadora e às riquezas do país.

CORREIOS

TUDO EM CASA

Golpistas vão usar roubo do Postalis para atacar ECT O

Processo de JBS x Tereza Cristina pago por latifundiário

governo golpista de Jair Bolsonaro quer a todo custo privatizar os Correios, ou seja, entregar um patrimônio do povo brasileiro para os capitalistas internacionais. Para isso, os golpistas precisam convencer a população brasileira de que a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), a maior empresa de Correios da América Latina, é uma empresa deficitária e está mergulhada na corrupção. A primeira mentira os golpistas já vêm contando desde 2015, quando começou o golpe, com a história absurda de que os Correios não dá lucro. A segunda, que diz respeito à mentirosa campanha de “luta” contra a corrupção dentro dos Correios, está sendo realizada pela direita, através da intervenção golpista no Postalis (Fundo de Pensão Complementar

dos trabalhadores dos Correios). Os golpistas estão se utilizando do próprio roubo, praticado contra o dinheiro dos trabalhadores, para justificar a demissão da categoria, através da privatização da ECT. A campanha de roubo do Postalis está sendo feita pela imprensa golpista e agora fomentada pela golpista PGR (Procuradoria Geral da República), dirigida pela golpista Raquel Dodge, o mesmo método usado pelos golpistas na derrubada de Dilma Rousseff. Fingem que estão preocupados com a corrupção, para roubar ainda mais o patrimônio do povo. Somente derrubando os golpistas é possível impedir a privatização dos Correios. É preciso organizar e mobilizar os trabalhadores em uma campanha nacional pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, eleições gerais e liberdade para Lula.

A

ministra da agricultura do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, Tereza Cristina, golpista, latifundiária, além de pagar o financiamento do golpe de estado no país aos frigoríficos e latifundiários, incluindo a própria, extinguindo a fiscalização, por parte de fiscais públicos da União, recebeu um presentinho de mais de seis milhões de um “admirador”. O Rubens Valente, um latifundiário de Mato Grosso do Sul, quitou uma dívida de R$ 6,18 milhões que vinha sendo cobrada havia cinco anos da ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM-MS) e de seus irmãos pela J&F Investimentos, holding da empresa de carnes JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. (Folha de São Paulo – 15-08-2019) O presentinho dado em troca de algumas terras e com desconto do grupo JBS, afinal de contas um desconto de 27% de uma dívida de oito milhões e quinhentos mil, também bom negócio, pode se dizer um negócio da China que, beneficia a ela e sua família (idem) Tereza Cristina é velha parceira dos donos da JBS/Friboi e uma das maiores latifundiárias do estado de Mato Grosso do Sul, fazem negociatas não é de hoje. Tereza Cristina, líder da bancada ruralista no Congresso Nacional, manteve negócios particulares com o grupo JBS/Friboi e comandava a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agrário da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo, a Seprotur, no período de 2007 a 2014. Os donos do grupo JBS/Friboi, que recebe o título de “campeão de aciden-

tes do trabalho”, bem como a ministra golpista e latifundiária e que resolveu, logo no início do ano fazer o que há muito tempo vinha tentando, liberar o setor agropecuário, bem como frigoríficos, abatedouros e todos os latifundiários de toda e qualquer fiscalização dos fiscais do governo. O pagamento do governo pelo financiamento do golpe de estado que tirou a Dilma Rousseff da Presidência da República, em agosto de 2016, prendeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (LULA) e não o deixou concorrer às eleições de 2018, aos empresários, tais como os frigoríficos e todo conjunto dos latifundiários, está retornando em dividendos até para a golpista, latifundiária e ruralista Tereza Cristina. Está parecendo, inclusive, que ela faz parte da sociedade, tanto da JBS/Friboi quanto do latifundiário que pagou o processo. Será que é?


12 | MOVIMENTO OPERÁRIO | CIDADES

SÃO PAULO

Por uma assembleia dos professores N

o primeiro semestre, os professores da rede estadual de São Paulo foram os protagonistas das manifestações contra a “reforma” da previdência e o desmonte da educação. A educação é o”bode expiatório” dos golpistas desde o golpe de 2016 e os professores estão sem reajuste há quase cinco anos. A pressão das mobilizações de rua aprofundou a crise do bloco golpista e do governo Bolsonaro, de forma a exibir suas fissuras e contradições. Nesse sentido, as mobilizações podem ser consideradas vitoriosas. Contudo, para

avançar na luta, é preciso que as organizações sindicais e os partidos de esquerda agitem uma greve geral com tempo indeterminado, pois mobilizações pontuais não serão capazes de derrotar a extrema-direita fascista e seu governo. A situação nas universidades se repete em toda a rede estadual de ensino (bem como nos municípios) com os governos inimigos da Educação seguindo a política de Bolsonaro de destruição do ensino público. É preciso unificar a luta de todos os educadores e organizar uma greve estadual, por tempo indeterminado da Educação.

ZONA NORTE DE SP

É necessário superar as vacilações e paralisia, nos principais sindicatos, como a APEOESP, SINPEEM, para que convoquem assembleias para deflagrar a mobilização, criando condições para a vitória dos trabalhadores da Educação. A Corrente Educadores em Luta-PCO reivindica: Reajuste salarial já. Nenhum corte nas verbas para a Educação, que os capitalistas paguem pela crise. Mais verbas para a Educação. Verbas públicas somente para o ensino público.

Derrotar integralmente a “reforma” da Previdência. Aposentadoria para as professoras aos 25 anos de trabalho e para os professores aos 30 anos. Fim do roubo dos salários: reposição integral das perdas salariais; Piso Salarial Nacional de R$ 6 mil para todos os professores (Meta 17 do PNE). Abaixo a Escola com Fascismo e a Militarização das Escolas. Ensino Público, Laico e de qualidade para todos, em todos os níveis. Liberdade para Lula e todos os presos políticos. Anulação dos processos da criminosa operação lava jato. Fora Bolsonaro e todos os golpistas. Eleições Gerais, com Lula candidato.

GOVERNO GOLPISTA DE SP

Limite de velocidade em avenida Prefeitura vai multar quem tem cai para 40 km/h degraus, e não rampa, em ladeira A O

indústria da multa vem aumentando cada vez mais, diversos motoristas já relataram que foram multados em locais onde a velocidade mudou de um dia para o outro e sem nenhum tipo de aviso ou placa. Isso também acontece com locais que motoristas estacionavam e que agora são proibidos. Na última sexta-feira (9), a estrada/ avenida de Santa Inês, que liga a região do Mandaqui com Mairiporã, teve sua velocidade alterada de 60km/h para 40km/h, mas constantemente não há avisos sobre essas mudanças e os radares escondidos estão sempre lá para registrar motoristas que não percebem essas mudanças mínimas de velocidade. Um desses motoristas vítimas da indústria da multa deu seu relato

afirmando que “Eu já fui multado de madrugada na zona norte em uma rua que, de 50km em todo lado, virou 40km de repente e eu não percebi. E o carro foi fotografado por uma radar arapuca escondido em algum lugar. É uma arapuca para faturar multas, nada mais”. O Estado Burguês mais uma vez se utiliza das leis para reprimir o povo, através da indústria da multa. O Estado punitivista segue tentando reprimir a população, a fim de tirar lucro em cima de qualquer coisa, inclusive multas sem sentido. Outros motoristas já relataram que levaram multas por estacionarem em um locais que não havia placas avisando que agora era proibido estacionar. É preciso dar um basta nessa política de exploração da população, um verdadeiro assalto ao bolso do povo.

GOVERNO WITZEL

Um massacre do povo pobre e negro

O

governador do Rio de Janeiro, que contratou snipers para “atirar na cabecinha” (como ele próprio declarou) do povo negro e pobre, a cada dia que passa impõe mais a sua política fascista. Num dos estados mais violentos do país, onde a polícia já matava mais pessoas que em países inteiros, os assassinatos só aumentaram desde o início do mandato de Witzel, chegando ao número absurdo de 7 mortos por dia, equivalendo a um terço de todos os assassinatos do estado. Na última semana, quando a polícia assassinou 6 jovens em menos de 5 dias, estando uma com uma criança em seu colo, a crise social foi tamanha que provocou o posicionamento da OAB em uma pequena nota com críticas à política de segurança pública. Acreditar que essa nota terá algum impacto sobre o massacre nas periferias é, no mínimo, ingenuo para não dizer

cínico. Esses assassinatos fazem parte da política de repressão ao povo, para que este aceite calado a miséria, a fome, o desemprego e todos os outros males que só aumentam desde o golpe de 2016. Enquanto a esquerda pequeno burguesa defende o desarmamento do povo em discussões com fascistas, os fascistas, fardados e armados até os dentes invadem as comunidades com o objetivo claro de matar pessoas em qualquer dia. Como falar em manter o desarmamento quando milhares de fuzis estão em mãos de membros da extrema direita anti povo? Quem fala em desarmamento atualmente apenas defende que os fascistas (policiais ou civis) sejam os únicos que possuam armas. O povo tem o direito de se defender de quaisquer helicópteros que estejam atirando em suas casas, principalmente quando estão com governadores a bordo.

prefeito golpista de São Paulo, PSDB, especialista, como é o seu partido, em dar golpes na população, agora prepara mais um ataque contra o bolso da população paulistana. Covas quer impor uma multa de R$ 4 mil para os moradores da cidade, onde as calçadas tenham sido construídas em forma de degraus e não de rampas. Acontece que as calçadas dos bairros já são assim há mais de 50 anos, ou seja, é parte da arquitetura tradicional da região. Covas, no entanto, quer culpar os moradores e obrigá-los a realizarem reformas, sob a ameaça de multa para aqueles que não regularizarem as modificações. Os moradores reclamam ainda que já realizaram outras obras no interior

das residências, como muretas, o que tornaria as reformas ainda mais custosas. O prazo imposto pela prefeitura é outro golpe: 60 dias. Trata-se de uma medida arbitrária imposta pela prefeitura tucana contra os paulistanos. É preciso denunciar e mobilizar o povo contra o prefeito golpista. Fora Covas!


MULHERES | JUVENTUDE E MORADIA E TERRA | 13

IBGE

Desemprego entre mulheres chega a 14,1% O

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou, nessa quinta-feira (15), uma pesquisa que mostra o número de mulheres desempregadas no país. Segundo dados divulgados, a taxa de desemprego no 2º trimestre foi de 10,3% entre os homens e 14,1 % entre as mulheres. As mulheres também se mantiveram como a maior parte da população fora da força de trabalho no país (64,6%). É importante observarmos a tendência crescente desses números

desde o início do governo ilegítimo de Temer e se agrava nesses meses do governo Bolsonaro, que já deixou bem claro quais são seus planos: tirar as mulheres do mercado de trabalho, para se tornarem donas de casa e assim aumentar a opressão. Por esse e por tantos outros ataques que vem sofrendo, é fundamental que as mulheres se unam contra essa política golpista, contra esse retrocesso gigantesco na luta das mulheres. Somente a mobilização das trabalhadoras, maiores prejudicadas pelo golpe, irá derrotar esse governo de fascistas.

BARBÁRIE

MARANHÃO

Um a cada quatro jovens está desempregado A

Camponeses são atacados pela PM em reintegração de posse N

barbárie prenunciada pelo governo golpista de Jair Bolsonaro (PSL) se concretiza a passos largos dia após dia. De acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira (15) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a fatura do golpe, iniciado em 2016 com a derrubada da presidenta Dilma, tem um saldo de 12,766 milhões de desempregados no país, sendo os jovens 4,038 milhões deste montante. Os dados revelam que, somente entre a população de 18 a 24 anos, a média geral superou o dobro no 2º trimestre deste ano. Enquanto a desocupação entre os jovens ficou em 25,8%, o percentual em cima da totalidade dos desempregados foi de 12%. A situação da população mais jovem é ainda mais escatológica: a taxa de desocupação entre jovens de 14 a 17 anos chega a 42,2% (1,064 milhão de pessoas). Já entre os que se situam na faixa etária de 25 a 39 anos, o percentual é de 11,1% (4,367 milhões de trabalhadores). Já no 2º trimestre deste ano, 34,1% da população desempregada tinha de 25 a 39 anos. Em

seguida, configura-se a 2ª faixa mais representativa: a de jovens desalentados de 18 a 24 anos, correspondendo a 31,6% do total. Dentre os estados com maior taxa de desempregados, a Bahia (17,3%) se situa como o mais atingido, seguido pelo Amapá (16,9%) e Pernambuco (16%). Está mais do que claro que a politica dos golpistas se consolida a cada dia através da superexploração da força de trabalho da população e do aumento da miséria e do desemprego. Enquanto Bolsonaro e todos os golpistas estiverem se deleitando do poder do Estado, não haverá a mínima condição de reverter este quadro. Bolsonaro é nada mais do que um fascista a mando dos grandes capitalistas que estão numa enorme crise econômica. Seu governo é a representação das classes dominantes e da destruição das liberdades democráticas do povo. A tendência, portanto, é que o quadro se agrave na medida em que os golpistas avançam através da benevolência de diversos setores da esquerda capituladora.

a última segunda-feira, 12 de agosto, a comunidade de Cajueiro, zona rural de São Luiz do Maranhão, foi alvo de uma violenta ação de reintegração de posse levada a cabo pela Polícia Militar do Estado, tendo sida ordenada pelo governador do Estado, Flávio Dino, do PCdoB. Por trás da ação estão os interesses de uma mineradora, a WPR São Luís Gestão de Portos e Terminais. A empresa pretende construir na área um porto privado para escoar o minério de ferro extraído da Vale. Na comunidade, vivem cerca de 80 famílias, as quais já possuem o título de pescadores tradicionais há mais de 21 anos. A pressão contra a comunidade já dura mais de 5 anos. Os moradores denunciam as ações arbitrárias promovidas pelos empresários, como a utilização de jagunços, demolição de casas, aterramento de mangue, dentre outros. Os moradores da comunidade estão acampados em frente à sede do governo estadual, desde o dia 11, denunciando as ações de violência por parte da polícia.

Diante do avanço do golpe de estado no país, os governos da esquerda pequeno-burguesa, como é o caso de Flávio Dino, do PCdoB, cedem cada vez mais à política bolsonarista de repressão e violência ao povo pobre, imposta pela extrema-direita golpista. Isso demonstra que não se pode ter qualquer ilusão em uma saída pela via institucional para a crise que toma conta do país. É preciso organizar os comitês de auto-defesa no interior das comunidades rurais, como o caso de Cajueiro, lutar pela defesa do direito legítimo de moradia e mobilizar o povo para derrotar a política da extrema-direita golpista imposta no país.

TERRAS INDÍGENAS

Indígenas divulgam vídeo denunciando desocupação truculenta da PM-MS

O

velho e decadente Estado burguês segue praticando suas violências diárias contra a população indígena, que há décadas enfrenta lutas contra os grandes latifundiários e fazendeiros, que querem tomar conta das terras indígenas e já protagonizaram diversos genocídios contra esse povo, que é o verdadeiro dono dessas terras. Dessa vez, a violência brutal aconteceu no Mato Grosso do Sul, em 1º de agosto, quando a polícia militar atacou de maneira covarde o povo Kinikinau, após estes ocuparem a Fazenda Água Branca, em Aquidauana.

Segundo os indígenas, essa fazenda pertence à Fundação Bradesco e a desocupação ocorreu de forma violentíssima, sem ordem judicial, com repressão e bombas de gás que atingiram os indígenas, deixando um deles ferido na cabeça. Há anos o povo Kinikinau reivindica essas terras, sendo protocolada e reconhecida também por estudos antropológicos na Funai (Fundação Nacional do Índio). Com respaldo aberto do prefeito de Aquidauana, Odilon Ribeiro (PSDB), cerca de 100 policiais militares atacaram de maneira truculenta os Kinikinau, utilizando até um helicóptero para atacar os indígenas, incluindo

mulheres, crianças e idosos. Odilon Ribeiro chegou a gravar um vídeo em que parabeniza a ação policial e diz que há a necessidade de “dar ordem e paz para o país”. É inadmissível que uma ação dessa seja patrocinada por um prefeito, quando o mesmo deveria dar segurança para sua população, mas Odilon faz jus ao seu partido, PSDB, conhecido por seu caráter violento personificado no principal aparato repressor do Estado, a PM. Luiz Eloy Terena, Advogado indígena da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), afirma que o “Mato Grosso do Sul tem um histórico de

comunidades atacadas por pistoleiros, mas você ter uma ação policial a luz do dia de forma clara e sob o comando de um prefeito é muito grave. Pra se ter noção, os policiais estavam em um ônibus escolar”. Mas mesmo com esse ataque genuinamente covarde por parte da PM, o povo kinikinau não abaixou a cabeça e nem se rendeu, ficando para lutar por seu território. Em vídeo, a liderança indígena Manoel Kinikinau, que foi atingido na cabeça por uma bomba de gás lançada pela PM, afirma que “Eu sou indígena … a gente não vai parar por isso, a gente vai dar continuidade na luta!”.


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