DOMINGO, 25 DE AGOSTO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5745
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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Assista a última Análise Politica da Semana: Fora Witzel e Amazônia
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Análise Política da Semana é o carro chefe da Causa Operária TV. Além de ser o primeiro programa de toda a grade, segue sendo o de maior audiência. Todos os sábados, a partir das 11:30, o companheiro Rui Costa Pimenta apresenta os principais fatos da política nacional, e até internacional, em uma perspectiva marxista.
EDITORIAL
Derrotar os golpistas, todos a Curitiba pela liberdade de Lula O governo Bolsonaro entra em uma espiral de crise de proporções nunca antes vistas, quando caminhamos para o nono mês de governo.
Em setembro, participe de evento da Causa Operária TV Hoje! Mutirões em todo o País pela liberdade de Lula
Fora Witzel! Leia a nova edição do Jornal Causa Operária Está em circulação mais uma edição do mais tradicional da esquerda do país, a 1071°, para adquirila basta entrar em contato com os militantes do Partido da Causa Operária.
Atos regionais preparam manifestação em Curitiba do dia 14 de setembro Militante sem-terra é assassinada por fascistas em Pernambuco No último dia 19, a militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) Aline da Silva foi assassinada na cidade de Arcoverde, no sertão do estado de Pernambuco.
SP: Plenária Lula Livre reune mais de 60 Comitês e debate mobilização “Ineficiência” é apenas uma mentira para privatizar as estatais As armadilhas por trás das políticas neoliberais estão levando cada dia mais o País à falência, afinal, as jogadas de sucatear serviços e empresas públicas para depois privatizálas prejudica a população em todas as esferas da vida.
2 | OPINIÃO EDITORIAL
Derrotar os golpistas, todos a Curitiba pela liberdade de Lula O
governo Bolsonaro entra em uma espiral de crise de proporções nunca antes vistas, quando caminhamos para o nono mês de governo. O problema da Amazônia, que provocou os apetites insaciáveis dos abutres imperialistas internacionais, colocou Bolsonaro nas cordas, que por sua vez puxou a cartada do patriotismo como forma de se defender. Uma oportunidade como estas deve ser explorada pela esquerda brasileira. Em paralelo a tudo isso, Lula segue preso nas masmorras de Curitiba há mais de 500 dias, condenado em uma farsa colossal que é a operação Lava Jato, que por outro lado tem sido sistematicamente devastada pelas denúncias do sítio The Intercept, do jornalista Gleen Greenwald. O desgaste provocado pela Lava Jato é tão grande que o próprio Bolsonaro tem restringido o poder de Moro no seu governo. A questão da Lava Jato é duplamente oportuna, por que conforme nós do Partido da Causa Operária destacamos incansavelmente, a “eleição” de Bolsonaro foi uma farsa em primeiro lugar, por causa da cassação da candidatura de Lula, preso por Moro na Lava Jato. Beneficiado pela operação, Bolsonaro posteriormente nomeou Moro ao cargo de “super ministro” da justiça, selando assim o pagamento pelos serviços prestados. Há uma parte da esquerda que insiste que a luta pela liberdade de Lula, que é expressa com frequência na palavra de ordem “Lula Livre”, não seria o caminho correto. Alguns afirmam que o Lula Livre não unifica, co-
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mo disse Marcelo Freixo; outros, que não é uma pauta popular, que agrupe as pessoas. A própria Globo provou o contrário, quando convocou Lula para tentar aliviar a tensão sobre o governo Bolsonaro diante da crise do problema da Amazônia. Se um setor da esquerda acredita que o “Lula Livre” não é popular, a rede globo acha que não. Enfim, por conta de toda a crise em que o próprio governo Bolsonaro se meteu, este momento torna-se perfeito para uma reação da esquerda, que coloque abaixo este governo, liberte Lula e enfim imponha uma dura derrota ao golpe de Estado, que desde 2016 tem esfolado todo o povo brasileiro sem trégua. Por conta disso, o Partido da Causa Operária e os Comitês de Luta Contra o Golpe e o Fascismo convocam a todos para o ato nacional do dia 14 de setembro, em Curitiba, pela liberdade de Lula. Acreditamos que não é possível que Lula siga preso, mesmo depois de todas as revelações feitas pelo The Intercept, e que ninguém faça nada. Por isso, chamamos todos os companheiros a se mobilizarem conosco, não só organizando caravanas para Curitiba, como contribuindo com as campanhas financeiras, divulgando nas redes sociais, e se possível, indo junto com a nossa militância. É preciso que o movimento popular consiga impor uma derrota aos golpistas nesta questão central: a libertação do maior líder político do Brasil, preso injustamente, Luiz Inácio Lula da Silva. Por isso, todos a Curitiba neste 14 de setembro!
SP: Plenária Lula Livre reune mais de 60 Comitês e debate mobilização
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erca de 150 ativistas de todas as regiões do Estado de São Paulo, reuniram-se nesse sábado (dia 24), no Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo, no bairro da Liberdade, na Capital, para participarem da primeira plenária estadual do Movimento Lula Livre. A organização da Plenária informou que foram cadastrados, até o momento, 122 Comitês em todo Estado, e que até o momento foram coletadas mais de 80 mil assinaturas entre os paulistas, refletindo parcialmente a tendência à organização e ao crescimento da mobilização. O encontro contou com a presença de representantes de Comitês Lula Livre, Comitês de Luta Contra o Golpe, Coletivos, partidos como o PT e o PCO, sindicatos (Químicos, Bancários, Professores e Servidores Municipais) e diversos movimentos sociais (como a CMP, Democracia Corinthiana, Barão de Itararé). Alem de informes do Coletivo Nacional Lula Livre e da própria situação do companheiro Lula, apresentados pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, a reunião ouviu informes jurídicos e da área de comunicação e, logo, em seguida, se dividiu em grupos para discutir pro-
postas de organização e mobilização. Nos grupos, se destacou o debate de propostas como a intensificação dos mutirões de coleta de assinaturas e a necessidade de realizá-los nos locais de trabalho, envolvendo – em primeiro lugar – os sindicatos filiados à CUT (Central Única dos Trabalhadores), que somam mais de 4 mil em todo o País, 333 deles no Estado de São Paulo. Muitos companheiros falaram da importância de organizar mobilizações de rua e atos, apoiando a caravana e Ato Nacional do dia 14 de setembro, em Curitiba, que vem sendo convocado pelos Comitês de Luta Contra o Golpe, pelo PCO e que ganhou a adesão de importantes entidades como a APEOESP, que aprovou em seu Conselho Estadual, participar dessa mobilização. Foram apresentadas também propostas de realização de atos regionais e a participação dos Comitês nas manifestações do “Grito dos Excluídos”, no dia 7 de setembro, no Estado e em todo o País. O encontro discutiu iniciativas como a realização reuniões semanais (on line) e encontros estaduais todos os meses e terminou com um animado samba em defesa da liberdade de Lula.
ATIVIDADES DO PCO | 3
CONTRA O GOLPE
Hoje! Mutirões em todo o País pela liberdade de Lula C
omo já está sendo tradicional, o PCO e os comitês contra o golpe e pela liberdade de Lula em todo o País estão organizando mutirões de mobilização em cerca de 70 cidades este domingo. O objetivo central do mutirão é manter uma mobilização permanente contra os golpistas, pelo fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula. Para isso, foram distribuídos centenas de milhares de adesivos, panfletos, cartazes e jornais. Também estão sendo recolhidas milhares de assinaturas pela liberdade de Lula, anulação de todos os proces-
sos contra o ex-presidente. Nos mutirões também é possível se inscrever para o ato do próximo dia 14 de setembro em Curitiba, pela liberdade de Lula. Os militantes do PCO participam dos mutirões também com sua banca de materiais vendendo bótons, canecas, chaveiros, camisetas e livros. Também nos mutirões você pode adquirir o jornal Causa Operária. Os mutirões acontecem aos domingos e agora às quartas-feiras nas universidades. Portanto não deixe de participar na sua cidade.
EDIÇÕES
PELA LIBERDADE DE LULA
Fora Witzel! Leia a nova edição do Jornal Causa Operária
Atos regionais preparam manifestação em Curitiba do dia 14/09
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stá em circulação mais uma edição do mais tradicional da esquerda do país, a 1071°, para adquiri-la basta entrar em contato com os militantes do Partido da Causa Operária. Com a manchete chamando pelo Fora Witzel, o JCO desta semana explica porque a população carioca deve sair as ruas para derrubar o governador carniceiro do rio de Janeiro, que comemorou como gol em Copa do Mundo o assassinato covarde de um homem doente, desarmado e que havia se rendido. Ademais, continua-se as duas principais campanhas política
para a esquerda: pelo Fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula, convocando a todos para um ato no dia 14 de setembro em Curitiba. Finalmente, também encontram-se na edição 1071, notícias sobre os principais acontecimentos da política nacional e internacional. O jornal existe desde 1979, completou esse ano 40 anos de circulação. Um jornal revolucionário como o JCO é a principal arma de agitação e propagando política da esquerda, e para o partido é o principal organizador. Procure os militantes da sua cidade e adquira-o nos mutirões.
PCO está convocando e fazendo um chamado a todas as organizações populares e de esquerda para um ato em Curitiba pela liberdade de Lula para o próximo dia 14 de setembro. Diante da crise do governo fraudulento de Jair Bolsonaro, das novas revelações da Lava Jato, que escancaram que Lula é um perseguido político, é necessário intensificar a mobilização para libertá-lo, a essa altura, o mais importante preso político do mundo. Para preparar a mobilização para Curitiba, o PCO está propondo a realização de atos regionais em pelo menos 30 cidades do País. Esses atos regionais servem para mobilizar, organizar os militantes e ativistas que irão para Curitiba, mas também para mobilizar os companheiros de diversas cidades e regiões que eventualmente não possam participar das caravanas. Além disso, esses atos serão uma espécie de plenária para deliberar novas iniciativas de luta para a campanha pela liberdade de Lula como também pelo fora Bolsonaro, que se fazem cada vez mais urgente diante da crise do governo golpista. Fique atento para as datas e locais dos atos em sua cidade ou região, que serão marcados em breve e divulgados aqui no Diário Causa Operária.
Confira as cidades onde devem ocorrer os atos: SÃO PAULO: São Paulo, Campinas, Embu das Artes, Araraquara, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Assis, Marília, Bauru; PARANÁ: Curitiba e Londrina; SANTA CATARINA: Florianópolis e Blumenau; RIO GRANDE DO SUL: Porto Alegre; RIO DE JANEIRO: Rio de Janeiro e Volta Redonda; MINAS GERAIS: Belo Horizonte; DISTRITO FEDERAL: Brasília; MATO GROSSO DO SUL: Campo Grande; MATO GROSSO: Cuiabá; BAHIA: Salvador e Porto Seguro; ALAGOAS: Maceió; PERNAMBUCO: Recife; RIO GRANDE DO NORTE: Natal; CEARÁ: Fortaleza e Juazeiro do Norte; PIAUÍ: Teresina; MARANHÃO: São Luís; PARÁ: Belém; TOCANTINS: Palmas.
4 | COTV
RUI COSTA PIMENTA
Assista a última Análise Politica da Semana: Fora Witzel e Amazônia A Análise Política da Semana é o carro chefe da Causa Operária TV. Além de ser o primeiro programa de toda a grade, segue sendo o de maior audiência. Todos os sábados, a partir das 11:30, o companheiro Rui Costa Pimenta apresenta os principais fatos da política nacional, e até internacional, em uma perspectiva marxista. Como não poderia deixar de ser, o programa deste último sábado discutiu o problema da Amazônia, a grande crise produzida pelo governo Bolsonaro que pode levar à uma intervenção imperialista neste gigantesco patrimônio nacional. Além desta questão, que joga a crise do governo direitista em proporções ainda maiores, Rui também atacou o problema do governador fascista do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Com relação ao problema da Amazônia, a análise deixa clara a responsabilidade do próprio Bolsonaro, afinal, toda esta crise começou por causa da política direitista para a Amazônia, que prevê o massacre dos povos indígenas e a o consumo desenfreado destes abundantes recursos naturais. Diante
do desenvolvimento desastroso, onde se destacou a intervenção do direitista Macron, ele mesmo interessado em surfar na “onda verde” como forma de se livrar de sua própria crise, Bolsonaro lançou a cartada do patriotismo, como forma de se fortalecer. Além de ser uma farsa completa, afinal Bolsonaro ficou famoso por bater continência para a bandeira norte-americana e por entregar a base de Alcântara para os EUA, é também um blefe. Conforme o imperialismo avance sobre a Amazônia, a política de Bolsonaro inevitavelmente será uma capitulação. Até porquê, como destacou Rui, Bolsonaro já capitulou, ao pedir que Trump represente o Brasil em reunião do G7, que discutirá a “preservação” da Amazônia. Obviamente que toda essa preocupação ambiental é uma farsa do imperialismo, mas é importante destacar que quem gerou toda essa balbúrdia foi o próprio Bolsonaro. Já com relação ao governador Witzel, que se tornou famoso não pela sua eleição, mas por subir em um helicóptero e pessoalmente atirar
contra a população desarmada, Rui foi direto ao ponto: a esquerda deve exigir o “Fora Witzel”, da mesma forma que o “Fora Bolsonaro”. Após Witzel protagonizar outra cena deprimente, quando comemorou o assassinato do “perigoso” sequestrador do ônibus na ponte Rio-Niterói, chega-se num ponto onde não se pode mais contornar. A única saída democrática é a saída de Witzel. Há setores da esquerda que dizem que o povo deve arcar com o resultado eleitoral, independente de quem tenha ganhado as eleições. Outros, mais ousadamente direitistas, acham que a lei existe para ser cumprida. No caso do Rio, vimos Marcelo Freixo, famoso por se projetar como militante dos direitos humanos, afirmar que a polícia agiu corretamente na execução do “bandido”, que estava desarmado e fora do ônibus, na hora do assassinato. Ou ainda, Jandira Feghali, que chegou a pedir que Witzel fosse trabalhar. Não. O homem, que como soubemos depois, tinha problemas mentais, estava desarmado e não oferecia ne-
nhum perigo para ninguém quando foi brutalmente assassinado por atiradores de elite. Um governador que apoia e comemora este tipo de ação criminosa, vinda do próprio estado, não deveria jamais continuar no poder, por mais que tivesse sido eleito. No caso de Witzel, é ainda mais ridículo, afinal todos sabemos o quanto as eleições do ano passado foram fraudadas, e a eleição do desconhecido e impopular Witzel no Rio é inclusive mais uma das demonstrações disso. Além destes dois temas principais, a análise discutiu também outras questões, e como de costume, respondeu à perguntas, tanto de internautas, que fazem perguntas ao vivo, quanto presencialmente, no Centro Cultural Benjamin Perét, que fica na rua Serranos, 90, no bairro Saúde, em São Paulo. Como sempre, a Análise Política da Semana é um programa imperdível, e esta última inclusive já atinge mais de 8 mil visualizações, só no nosso canal do Youtube. Não fique de fora, assista a Análise Política agora! Aproveite e divulgue nas redes sociais e com seus amigos e conhecidos.
PRIMEIRO ENCONTRO DE MEMBROS
Em setembro, participe de evento da Causa Operária TV A Causa Operária TV está organizando o primeiro encontro de membros do canal no próximo mês. O objetivo é juntar num evento social os apresentadores da TV revolucionária e os apoiadores. A função de membro permite que o telespectador pague R$7,99 todo mês e ajude o Partido da Causa Operária a manter sua TV funcionando, podendo inclusive expandir sua grade de programas e aumentar a qualidade dos já existentes. A Causa Operária TV tornou-se o maior canal partidário do Brasil, e encontra-se entre os maiores canais de esquerda, isso só é possível graças as contribuições dos simpatizantes. Sem
nenhum financiamento da burguesia, como dispõe todos os meios de comunicação burgueses, a COTV sobrevive com o esforço dos militantes do PCO e com o apoio dos simpatizantes da causa. O principal objetivo do canal é fazer o contraponto da imprensa burguesa, sendo um meio dos trabalhadores de empreitarem o combate ideológico meio a população. Para saudar a iniciativa do PCO e festejar o crescimento do canal, assim como sua enorme relevância para a política nacional, convidamos a todos a se tornarem membros e participarem conosco do primeiro dentre muitos eventos da COTV.
MORADIA E TERRA E DIA DE HOJE NA HISTÓRIA | 5
ARCOVERDE
Militante sem-terra é assassinada por fascistas em Pernambuco N
o último dia 19, a militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) Aline da Silva foi assassinada na cidade de Arcoverde, no sertão do estado de Pernambuco. Aline da Silva era uma das coordenadoras do setor de juventude do MST. Aline Silva é mais uma dentre as centenas de sem-terra que foram assassinados depois do golpe de Estado de 2016. Na medida em que a direita avança, o regime político vai se fechando para uma ditadura explícita dos capitalistas contra a população. Os jagunços, braços armados dos fazendeiros, vêm matando impunemente os trabalhadores do campo, de modo a impedir que o abuso dos latifundiários seja contestado de qualquer maneira. É necessário, no entanto, dar um basta nesses ataques contra a população, tanto no campo, quanto na
cidade. Diante do avanço da extrema-direita, a política para a esquerda não pode ser a de ficar de braços cruzados aguardando as próximas eleições. É preciso reagir imediatamente e frear os golpistas enquanto as condições para a luta política se mostram bastante favoráveis. É preciso organizar um amplo movimento que ponha o governo Bolsonaro abaixo e que pressione o regime político a convocar novas eleições. É preciso, ao lado da luta pela derrubada do governo, lutar por direitos democráticos fundamentais, como o do armamento da população, para que os sem-terra e os indígenas não tenham de morrer sem serem capazes de reagir. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Eleições gerais já! Pelo direito ao armamento dos trabalhadores do campo! Pela organização da autodefesa no campo!
25/08/1961
Presidente Jânio Quadros renuncia
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este dia 25/08, fazem 58 anos da renuncia do ex-presidente Jânio Quadros. Jânio foi a primeira pessoa a ser eleita no pós-Estado Novo que não fosse parte da coligação PSD-PTB, sendo um tipico candidato direitista de sua época ligado ao PTN. Famoso por sua política da “vassoura” que iria varrer a corrupção do país, Jânio Quadros iniciou seu mandato em meio a uma campanha de muita demagogia e moralismo, tendo em seu governo um grande foco de crise do que seria o já em marcha golpe militar de 64. Alegando que “forças terríveis” se levantaram contra ele, o até então presidente renunciou ao posto que ocupou por menos de um ano, aprofundando assim a crise no governo, já que o vice, que assumiria seu posto dado ao direito constitucional, era uma figura da esquerda nacionalista, João Goulart.
Devido a sua queda, a ala mais conservadora do governo e as forças armadas que o muito pressionava, resolveram dar um golpe, se aproveitando da não presença de Jango no território brasileiro. Dessa forma, assumiu o presidente da câmara dos deputados, Ranieri Mazzilli (PSD). Com o desenvolvimento da situação e a volta de Jango ao país, a crise atingiu um novo patamar, tendo figuras como Leonel Brizola saindo em defesa de João Goulart, formando assim uma frente anti-golpista. A crise veio atingir tamanha proporção que se tornou inevitável que Jango assumisse o cargo de presidência da república, como era de seu direito. No entanto, a volta de uma figura nacionalista ao poder era algo intolerável pela direita golpista, que após Goulart assumir o poder, fez enorme pressão em seu governo, tendo como fim o golpe de 64, onde Jango exilou-se no Uruguai, iniciando-se assim a ditadura militar.
6 | ECONOMIA E CIDADES
ARMADILHAS
“Ineficiência” é apenas uma mentira para privatizar as estatais A
s armadilhas por trás das políticas neoliberais estão levando cada dia mais o País à falência, afinal, as jogadas de sucatear serviços e empresas públicas para depois privatizá-las prejudica a população em todas as esferas da vida. A direita golpista e entreguista tenta, a todo custo, apontar que o Estado não tem condições de gerir empresas, que nenhum serviço estatal funciona e que a privatização é o único caminho possível diante dessa realidade, contudo, essa é uma premissa completamente falsa, pois o Brasil possui um longo histórico positivo com suas estatais. A Eletrobras é um bom exemplo disso, a estatal brasileira construiu o maior parque gerador do mundo, com 164 usinas trabalhando, tendo o maior conjunto de geração e transmissão numa mesma companhia, o que é um grande feito. Isso tudo estatal, sem ajudas privatistas por trás, nem monopólio. Qualquer empresa privada poderia fazer algo grande e avançado assim se quisessem, mas nunca fizeram nada. Outra grande estatal brasileira
que está vendo seu legado sendo destruído pelos golpistas é a Petrobras. A companhia, que já chegou a ser a 7º companhia de petróleo do mundo, agora, está sendo sucateada e vendida aos poucos pelos entreguistas. Antes mesmo de descobrir o Pré-Sal, a Petrobras já era grande o suficiente para ser a maior companhia petroquímica da América Latina e a 3º maior rede de distribuição do mundo. O mito da ineficiência das estatais deve ser derrubado para que a soberania nacional possa ser uma realidade. Estatais como o Banco do Brasil, que já chegou a ser um dos 20 maiores bancos do mundo, mas que agora está cada vez mais decadente depois de uma série de ataques desde o governo de FHC, não podem morrer para favorecer os interesses dos grandes empresários e do imperialismo, que sempre tem uma mão por trás dessas táticas. O Brasil precisa lutar para manter vivas suas estatais, pois, sem elas, a situação do Brasil em todas as esferas sociais estaria dizimada, tanto na economia quanto na saúde e educação.
CAMPO DE EXTERMÍNIO
Polícia mata mais três no RJ A
política de extermínio de pobres feita pelo governo do Rio de Janeiro, encabeçada pelo governador fascista Wilson Witzel continua a todo vapor nas favelas do RJ, onde o principal aparato de repressão do Estado, a polícia, entra nas comunidades e tira a vida de dezenas de pessoas pobres que, segundo a farsa da justiça burguesa, são criminosos. Não foi diferente o que aconteceu na última sexta-feira (23), quando policiais militares entraram nas comunidades de Santa Luzia, Flexal e Morro dos Macacos e, em cada uma delas, executou uma pessoa. No Flexal, segundo os policiais, algo sempre duvidoso vindo deles, houve um confronto com um traficante, que acabou “caindo” de uma pedreira, não resistiu aos ferimentos e morreu. Em Santa Luzia, a história foi a mesma, confronto com traficante e troca de tiros segundo a polícia, onde o homem em questão foi atingido e também não resistiu aos ferimentos. No Morro dos Macacos, a mesma coisa, “confronto” e morte.
Essa é a política dos golpistas, para eles, qualquer preto e pobre numa favela é traficante, bandido, criminoso e merece ser assassinado sem nenhum tipo de hesitação por parte da polícia. As favelas brasileiras, principalmente no Rio de Janeiro, estão virando completos campos de extermínio e, como sempre, a população pobre e trabalhadora sofre as consequências de um Estado burguês. A polícia costuma usar a desculpa de entrar nas favelas atrás de traficantes, mas completamente ineficaz essa guerra às drogas que o Estado impõe sobre a população, pois os principais detentores de poder nesse negócio, que é lucrativo para a burguesia e uma armadilha para os pobres, são homens ricos, grandes empresários, políticos da direita, etc. Enquanto a política nesse sentido não for outra, o genocídio de pretos e pobres continuará acontecendo, sendo assim, é urgente tirar esses fascistas assassinos do poder, pois, só assim, a população pobre poderá viver sem medo de morrer todos os dias.
A ideia de que tudo que é privatizado funciona melhor deve ser rompida, já que esse é o plano da burguesia brasileira, sucatear os serviços públicos até estes terem que apelas para a priva-
tização para sobreviverem. É um verdadeiro ataque a autonomia do País e esses ataques devem ser derrubados junto dos golpistas que tomaram de assalto o País.
POLÊMICA | 7
GOVERNO GOLPISTA
Impeachment de Salles ou Fora Bolsonaro? N
a última quinta-feira (22), dois senadores do partido Rede Sustentabilidade entraram com um pedido de impeachment do ministro golpista do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Fabiano Contarato (Rede-ES) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmam que Ricardo Salles cometeu “crime de responsabilidade” e que, portanto, deveria ter seu cargo de ministro suspenso. A Rede não foi o único partido a tentar responsabilizar Salles pelas queimadas recentes na região amazônica. No mesmo dia em que os senadores solicitaram o impeachment do ministro golpista, os deputados federais do PSOL apresentaram um requerimento para que Ricardo Salles prestasse esclarecimentos sobre o grande incêndio que se alastra na maior floresta tropical do mundo. O incêndio na Amazônia tornou a crise do governo Bolsonaro ainda mais
dramática. Além de aumentar a revolta da população contra a direita, as queimadas fizeram com que Bolsonaro se desmoralizasse ainda mais diante da burguesia mundial, que pretende utilizar o acontecimento para ingerir sobre o território brasileiro. O papel de
qualquer organização democrática deveria ser o de exigir o fim do governo Bolsonaro, e não a substituição de seu ministro. Bolsonaro é responsável direto pela destruição da região amazônica. A política de permissão total às quei-
madas é um claro aceno à base de extrema-direita que sustenta o governo: grileiros, fazendeiros e latifundiários. Salles, enquanto ministro, apenas garantiu que as promessas de Bolsonaro à sua base fossem cumpridas. Derrubar o ministro do Meio Ambiente seria o mesmo que dizer que esperar que o governo Bolsonaro mudasse sua política, escolhendo um ministro que tenha uma política contrária a seus próprios interesses. Trata-se, obviamente, de um absurdo. O caminho para derrotar a política que está destruindo a Amazônia é a política de enfrentamento a Ricardo Salles, a Bolsonaro, aos latifundiários, aos grileiros e a toda a burguesia imunda que está disposta a dizimar os trabalhadores da cidade e do campo para sustentar os bancos. Esse enfrentamento, por sua vez, deve ter como orientação a luta pela derrubada imediata do governo Bolsonaro e a convocação de eleições gerais já com Lula candidato – isto é, com a maior liderança popular da luta contra o golpe.
ILEGÍTIMO
FORA BOLSONARO
Unificar a luta em torno do Fora Bolsonaro e da liberdade de Lula O
O PCdoB votou para entregar a base de Alcântara para os EUA N
objetivo desta matéria é polemizar, não com um indivíduo em específico, mas com uma ideia, que volta e meia aparece dentro do movimento popular no Brasil. Tanto no caso das denúncias da Lava Jato, quanto no caso da Educação, ou mais recentemente no caso da Amazônia, vimos setores pedindo “Fora Moro”, “Fora Weintraubb” (embora essa seja particularmente difícil de se pronunciar em gritos de guerra) e “Fora Salles”. Afinal, estariam essas palavras de ordem corretas? A resposta é não. Primeiramente por que se trata de uma tentativa de gerir o próprio governo Bolsonaro, que pela sua própria natureza é um governo profundamente direitista. Não cabe à esquerda e ao movimento popular dar “pitacos” em um governo de direita, e sim mobilizar e efetivamente lutar contra ele. Mas também por que, embora no caso dos militantes possa ser uma vontade genuína de lutar contra o governo, na prática este movimento é capitalizado pela ala direita da esquerda, que procura evitar a todo custo a palavra de ordem de “Fora Bolsonaro”. E mais, no caso da Educação, convém lembrar que Weintraubb na realidade já é o segundo ministro no cargo. O primeiro era outro, também profundamente direitista, mas mais desajeitado, acabou caindo rapidamente. No que resultou a entrada de Weintraubb? No massacre às universidades e outras instituições do ensino público federal. Na realidade, ao contrário do que insiste um setor da esquerda, a luta contra o governo Bolsonaro e o golpe de Estado não será vitoriosa para o
movimento popular caso ela seja uma luta parcial. Todas as experiências políticas do último período comprovam esta realidade. Tivemos a oportunidade de testar essa política no caso da reforma trabalhista, aprovada por Michel Temer, e mais recentemente, na questão da reforma da previdência. Em ambos os casos, a mobilização parcial, específica para cada uma das reformas, não foi o suficiente para impedir a direita que as aprovasse. A luta contra cada um dos ataques desferidos pela direita, além de inviável, afinal são dezenas de ataques todos os dias, é completamente ineficaz. Por causa de tudo isto, é fundamental centralizar todas as pautas parciais, que são muitas, em reivindicações centrais. Neste momento, é preciso que a esquerda, a classe operária e os movimentos populares se unifiquem pela derrubada deste governo fraudulento e direitista, antes que todo o país pegue fogo, e pela liberdade do maior líder político do Brasil, que segue preso injustamente. Devemos unificar todas as lutas em torno dos eixos centrais de “Fora Bolsonaro”, “Liberdade para Lula” e “Novas Eleições”.
o dia 22 de agosto, o portal Vermelho, vinculado ao PCdoB, publicou uma matéria sobre as opiniões do engenheiro Carlos Gurgel sobre a entrega do Centro Espacial Alcântara, no Maranhão, ao imperialismo norte-americano. A matéria, intitulada “Cientista elogia voto da oposição sobre acordo da Base de Alcântara” e assinada por Iram Alfaia, é uma defesa explícita da recente votação do PCdoB na Câmara dos Deputados, quando o partido decidiu se aliar ao PSL e a toda a burguesia para aprovar a entrega da base maranhense. De acordo com Gurgel, o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) para uso do Centro de Lançamentos de Alcântara apenas “abriria brechas” para algumas “interpretações” que podem “dificultar o desenvolvimento” do programa espacial brasileiro. No entanto, o acordo seria “vantajoso” para o Brasil, uma vez que 80% da tecnologia espacial teria algum componente de fabricação dos EUA. O AST não apresenta avanço algum para o país – pelo contrário, é o avanço da direita imperialista em direção
ao roubo de todo o patrimônio nacional. Há mais de 20 anos que a burguesia tenta impor o AST ao Brasil. As duas primeiras tentativas ocorreram no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, mas foram barrados pelo Congresso e por um plebiscito nacional. Agora, a extrema-direita, com a chancela de partidos como PSB, PCdoB e PDT, conseguiram, enfim, aprovar o acordo. Na prática, a base de Alcântara deixou de pertencer ao Brasil – os americanos agora poderão monitorar, inspecionar, acessar, acompanhar e controlar as operações que acontecem em território brasileiro. Trata-se não só de uma atrocidade para a economia brasileira, mas também uma operação de auto-sabotagem do governo brasileiro em relação à sua soberania. A política de negociar com o governo Bolsonaro, que é a política da “frente ampla”, está se mostrando um fracasso. É preciso sair às ruas de maneira decidida a derrubar o governo. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!