TERÇA-FEIRA, 27 DE AGOSTO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5747
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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EDITORIAL
COLUNA
POLÊMICA
Do verde-amarelismo à entrega da Base de Alcântara
A carta branca da esquerda para Witzel
PSTU: Fora Salles, fora todos… menos Bolsonaro
Começam dia 28 os atos pela liberdade de Lula
N
o dia 28 de agosto inicia-se os atos regionais pela liberdade de Lula. Os atos têm como objetivo mobilizar as pessoas em torno do ato em Curitiba do dia 14 de setembro, onde milhares de pessoas de todo o país se reunirão na frente da superintendência da Polícia Federal, onde Lula está preso há mais de 500 dias.
Leia mais: Participe dos atos regionais pela liberdade de Lula!
Lotar Curitiba no dia 14 de setembro pela liberdade de Lula! Vamos agitar Curitiba de novo, como fizemos no 1º de Maio do ano passado. Tem caravanas de ônibus e outros veículos saindo de todo lado do País para lotar a capital paranaense no dia 14 de setembro, em um ato monstro contra o golpista Bolsonaro e em defesa da liberdade do ex-presidente Lula, que é preso político há mais de 500 dias, por obra de um processo fajuto liderado pelo atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, que ganhou o cargo atual como prêmio por ter fraudado o processo eleitoral e arruinar as empresas brasileiras, como preposto dos interesses norte-americanos em nossa colonização.
Novo fiasco: atos coxinhas fracassam ainda mais Os coxinhatos ocorridos nesse último domingo em favor da Lava-Jato e do ministro Sérgio Moro fracassaram
G-7 discute intervenção imperialista na Amazônia Direto ao ponto: o que o G-7 discute não é ‘salvar’ a Amazônia ou as loucuras do presidente Bolsonaro, as bobagens ditas por seus filhos ou por seus ministros, mas a própria intervenção na região.
Especuladores estão felizes com a entrega da Eletrobras por Bolsonaro
Irmã de sequestrador de ônibus desmascara a propaganda de Witzel Acordo com Intercept: Veja tentou se reciclar para melhor atacar o PT
Flávio Dino não se opôs à entrega de Alcântara ao imperialismo Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou a entrega da base aeroespacial de Alcântara, no Maranhão, para os Estados Unidos. Dentre os partidos que votaram a favor de tamanho crime de lesa-pátria estão o PSB, o PDT e o PCdoB.
Abaixo o imperialismo francês! Independência para a Guiana! A discussão sobre a destruição da Amazônia colocada em questão por países imperialistas devido ao fascista Jair Bolsonaro e sua política criminosa de destruição dos recursos naturais, em particular da Amazônia, em beneficio de grilagem de terras e das mineradoras, colocou uma possibilidade de intervenção no vasto território brasileiro composto pela região amazônica.
2 | OPINIÃO EDITORIAL
COLUNA
Do verde-amarelismo à entrega da Base de Alcântara O
PCdoB, partido que se afirma como comunista em seu nome, está envolvido em uma grande crise. Embora seja um partido de esquerda, que tem em sua base militante um setor que quer lutar contra o golpe de Estado, a política que suas direções têm colocado em marcha é profundamente direitista. Começou com o apoio do partido à eleição de Rodrigo Maia para a presidência da Câmara dos Deputados, em duas oportunidades. O PCdoB apoiou uma das principais lideranças do golpe de Estado e que encabeçou a aprovação dos maiores ataques contra os trabalhadores de todos os tempos, como as “reformas” Trabalhista e da Previdência; nessa última, foi chamado por Bolsonaro de “o general da reforma”. Em seguida, o movimento de trazer para os atos da esquerda as cores da bandeira brasileira, profundamente associadas à direita, que as sequestrou; mas também o apoio à entrega da Base de Alcântara. Quer dizer, em certo sentido a política destas direções é parecida com a de Bolsonaro. Há um fino verniz nacionalista, patriótico, como diz a direita, que encobre ações políticas concretas de submissão ao imperialismo, principalmente norte-americano. Vimos lideranças do PCdoB levando a bandeira do Brasil para os atos da esquerda. Embora saibamos que o verde-amarelo é do povo brasileiro, e não da direita, conforme destacado acima, a direita conseguiu sequestrar para si estas cores, de modo que sempre que se vê alguém com a camisa do Brasil a primeira coisa que vem à cabeça é que esta pessoa é um “coxinha” . Portanto, ainda pior, a presença do “verde-amarelismo” nos atos permite que a direi-
CHARGE
ta infiltre diversos elementos direitistas nas manifestações da esquerda. Já o apoio à entrega da Base de Alcântara é uma coisa vergonhosa. Para que não se acuse esse Diário e o PCO de estar de “marcação” com o PCdoB, segue matéria do sítio O Vermelho, que é um órgão de imprensa do Partido Comunista do Brasil. Neste link podemos ver que em aliança com o PDT e o PSB, dois partidos que denunciamos há muito tempo como sendo de direita, tentando se vender como esquerdistas, o PCdoB apoia a entrega da Base de Alcântara, “com ressalvas”. Isto é muito grave, ainda mais se levarmos em consideração que o governador Flávio Dino também apoiou a entrega da base, de acordo com a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC). Embora alguns defensores de Dino levantem o fato de que a base de Alcântara não está sob o controle do governo do Maranhão, sendo de responsabilidade do governo federal, o fato é que a entrega da base trará consequências duríssimas para o povo maranhense. Além disso, mesmo que não tivesse controle sobre a transação, é uma tremenda capitulação que o “comunista” Dino tenha apoiado a entrega da Base de Alcântara para os norte-americanos. Embora não tivesse poder de veto sobre esta operação criminosa, Dino não precisava ter apoiado a entrega politicamente. Essa política tem provocado muitas tensões no interior do próprio PCdoB. É preciso denunciar a política da ala direita que domina o PCdoB, inclusive, se opondo à posição de setores da base do próprio partido, que não concordam com essa política capituladora e entreguista.
A carta branca da esquerda para Witzel Por Juliano Lopes
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m uma das operações rotineiras da polícia do Rio de Janeiro, um rapaz, de nome Willian Augusto da Silva, foi executado por um atirador de elite das forças de repressão, após a autorização do governador, Wilson Witzel, para proceder com a ação. Nas imagens, um rapaz sai do ônibus, onde teria anunciado um sequestro, joga sua mochila em direção a polícia e, em seguida, cai já morto, após ser alvejado. O rapaz não tinha arma de fogo e, até aquele momento, não fez nenhuma ameaça real a qualquer pessoa que fosse. O caso lembrou o sequestro do ônibus 147, onde Sandro Barbosa do Nascimento, sobrevivente da Chacina da Candelária, teve o mesmo destino. Só que nesta oportunidade, a PM matou a sequestrada, primeiro, e, depois, já no camburão, matou Sandro por asfixia. Que a direita celebre esse tipo de acontecimento, não é de se surpreender. A comemoração esdrúxula de Witzel, que foi de helicóptero ao encontro do cadáver de Willian, não deixa dúvida de que a direita golpista efetivamente vibra a cada negro, pobre e trabalhador executado pela polícia. Mas a esquerda “passar o pano” para isso, aí já é preciso uma dura denúncia. Foi o caso de Marcelo Freixo, o homem das UPPs do Rio de Janeiro, que, ao saber do ocorrido no sequestro do ônibus na Rio-Niterói, disse que a ação da polícia foi “técnica”. “A polícia agiu de acordo com o que prevê a lei e de forma técnica. A legislação auto-
riza esse tipo de ação em situações críticas, em que há risco iminente à integridade de terceiros”, disse o político do PSOL, assinando embaixo as medidas de Witzel. Compare, leitor, a declaração de Freixo com a de Jair Bolsonaro: “Parabéns aos policiais do Rio de Janeiro pela ação bem sucedida que pôs fim ao sequestro do ônibus na ponte Rio-Niterói nesta manhã. Criminoso neutralizado e nenhum refém ferido”. Não precisa ser expert em análise política para ver a completa capitulação da esquerda pequeno burguesa para a direita golpista. Se chegou ao ponto de defender, junto com os assassinos, a morte de mais uma pessoa pela polícia do Rio de Janeiro, que, só este ano, já matou mais de 1000, em ações sempre “técnicas”. É por conta de posições como a de Freixo que a direita avança contra os mais elementares direitos democráticos da população. É por conta dessa associação, da esquerda com a direita, especialmente no tocante a repressão, que os números de mortos pelo Estado só aumentam, não só no Rio, mas no Brasil todo, especialmente depois do golpe de Estado. É preciso denunciar duramente a esquerda 190, essa que adora cadeia e a ação policial. Que sempre está querendo aumentar crimes e penas. Que não liga para as 800 mil almas do sistema carcerário. Essa esquerda precisa ser duramente combatida, tanto quanto a direita golpista.
POLÍTICA | 3
CONTRA O GOLPE
Começam dia 28 os atos pela liberdade de Lula
Centro-Oeste Já no Centro-Oeste serão realizados cinco atos, com o objetivo de reunir mais ou menos 500 pessoas, em Brasília, em um acampamento da Frente Nacional de Libertação (FNL) no DF, na capital do Goiás – Goiânia -, e nas capitais Campo Grande (MS) e Cuiabá (MT). Sul No sul também serão realizados cinco atos para reunir 500 pessoas. Obviamente, será realizado um ato na principal cidade, para onde estarão indo as Caravanas, Curitiba, capital do Paraná. Mas também atos em Londrina (PR), Porto Alegre (RS), Blumenau (SC) e Florianópolis (SC). Sudeste
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o dia 28 de agosto inicia-se os atos regionais pela liberdade de Lula. Os atos têm como objetivo mobilizar as pessoas em torno do ato em Curitiba do dia 14 de setembro, onde milhares de pessoas de todo o país se reunirão na frente da superintendência da Polícia Federal, onde Lula está preso há mais de 500 dias. Leia mais: Participe dos atos regio-
nais pela liberdade de Lula! Veja onde ocorrerão os atos: Nordeste No Nordeste serão realizados atos em nove cidades, com o objetivo de reunir quase mil pessoas nas cidades de Maceió, capital de Alagoas, Porto Seguro e Salvador, na Bahia, Fortaleza e Juazeiro do Norte, no Ceará, na capital maranhense, São Luiz, em
Natal, no Rio Grande do Norte, e em Teresina, no Piauí. Além disso, terá um ato em Recife, na capital de Pernambuco. Norte No Norte, a mobilização será menos intensa mas também importante. Os atos serão realizados nas capitais do Tocantins e do Pará, respectivamente, Palmas e Belém, com objetivo de reunir uma centena de pessoas.
O Sudeste dividirá com o Nordeste a maior parte das manifestações, totalizando nove atos. Porém, com um maior número de pessoas. A meta é mobilizar mais de mil pessoas no sudeste para a Caravana para o ato em Curitiba no dia 14 de setembro. As cidades serão: Belo Horizonte (MG), Volta Redonda (RJ), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Embú das Artes (SP), Campinas (SP), Assis (SP), Araraquara (SP) e São José do Rio Preto (SP). Não fique de fora! Por isso, não fique de fora. Se sua cidade foi listada ou é próxima de alguma das que foram, participe você também e vá para Curitiba pela liberdade do ex-presidente Lula, preso político dos golpistas.
ENTREGUISMO
Flávio Dino não se opôs à entrega de Alcântara ao imperialismo N
a semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou a entrega da base aeroespacial de Alcântara, no Maranhão, para os Estados Unidos. Dentre os partidos que votaram a favor de tamanho crime de lesa-pátria estão o PSB, o PDT e o PCdoB. A deputada do PCdoB pelo Acre, Perpétua Almeida, votou favoravelmente com ressalvas ao projeto original da direita, acreditando, segundo o Portal Vermelho (21/08/2019), que o acordo não fere a soberania nacional. Para ela, ele não deve jogar por terra os interesses nacionais, o desenvolvimento do País e do Maranhão, nem os direitos da população de Alcântara. Perpétua afirmou que o governador do estado, Flávio Dino (PCdoB), apoia o projeto de entrega da base nesses parâmetros. De fato, alguns meses atrás Dino já havia defendido uma entrega “com contrapartidas” da base para o imperialismo. Em abril, participou de um seminário em São Luís, no qual afirmou que “a exploração comercial (da base) é necessária, é bem-vinda” (RBA, 15/04/19). No mês anterior, em entre-
vista à Fórum, foi além: “a exploração comercial não pode ser monopólio de um país, ou seja, a Base deve estar à disposição de todos os países que queiram usar e tenham condições para a retomada do Programa Espacial Brasileiro.” (Fórum, 17/03/19). Dino é governador do Maranhão, de um partido que se diz comunista. É uma importante figura institucional que, sendo de esquerda, naturalmente deveria denunciar o propósito da entrega de Alcântara aos EUA (e ao imperialismo no geral), colocando-se abertamente contra tal iniciativa. Mesmo que ela ocorresse “com ressalvas”, ainda assim seria um crime contra a soberania nacional, uma vez que forças de um país imperialista operariam uma base estratégica em um local estratégico para a soberania brasileira. Em nenhuma hipótese o imperialismo deixaria de boicotar o desenvolvimento da tecnologia nacional. Nem o norte-americano nem o de outro país que, na proposta que Dino apoiaria, participasse do acordo. A votação favorável à entrega de Alcântara para os Estados Unidos é um
atentado contra a soberania nacional e o desenvolvimento científico e tecnológico independente do Brasil. É mais um crime cometido pelo governo Bolsonaro contra o povo brasileiro, tal como a possibilidade de entrega da Amazônia para o imperialismo. Votar a favor da entrega de Alcântara “com ressalvas” é a mesma coisa que votar a favor da “reforma” da Pre-
vidência “com ressalvas”. Está votando a favor, da mesma forma. É um roubo contra o povo, de qualquer maneira. O movimento popular deve denunciar esse novo episódio de vassalagem do governo ilegítimo, pau-mandado dos imperialistas, e se organizar para derrubar Bolsonaro e reverter esse processo de doação de todos os recursos nacionais ao imperialismo.
4 | POLÊMICA
DEBATE
O que é o imperialismo? E
m texto chamado “Retomando o debate sobre o conceito de imperialismo”, assinado por Bruno Lima Rocha no sítio do GGN, o autor, ao procurar explicar que o imperialismo é uma realidade, ou nas palavras dele, “existe, existe imperialismo e existem potências – no plural sim – imperialistas”, ao invés de resolver, confunde. Seu esforço de esclarecer acaba esbarrando em uma confusão que perde de vista o verdadeiro conteúdo do que é o imperialismo e como consequência qual seria o método de luta para combate-lo. A confusão encontra-se justamente quando o autor define o conceito de imperialismo. Lênin, que no início do século XX escreveu seu livro Imperialismo, fase superior do capitalismo, definiu de maneira definitiva o conceito. Ali, estão explicadas as principais características do imperialismo, como o predomínio do capital financeiro e dos monopólios e a partilha do mundo entre as grandes potências capitalistas. Segundo ele, essa partilha do mundo é definitiva “não no sentido de ser impossível reparti-lo de novo ‘pelo contrário, novas partilhas são possíveis e inevitáveis’, mas no sentido de que a política colonial dos países capitalistas já completou a conquista de todas as terras não ocupadas que havia no nosso planeta.”
Lênin explica que o desenvolvimento do capitalismo chegou ao seu ápice e que a fase imperialista é seu declínio, mais especificamente “agonizante”. Daí concluiu-se duas coisas essenciais: 1) O imperialismo é a fase de transição para um novo sistema econômico, o socialismo; 2) o clube das grandes potências imperialistas está fechado, pela sua própria característica, o sistema capitalista não permite o aparecimento de novas potências, que são aqueles países de capitalismo avançado. Essa segunda conclusão é a que nos interessa no momento. Bruno Lima Rocha em seu artigo não considera esse elemento básico do imperialismo. Para ele, esse clube não só não se fechou, como estaria sempre aberto para novas potências: “a União Soviética foi imperialista no Afeganistão, seguindo a trajetória da disputa imperial anglo-russa nesta mesma região.” E mais à frente continua: “hoje, EUA, China, Rússia e União Europeia (empatadas as últimas duas), Índia, Irã e Turquia em segundo plano, podem exercer pressões em alguma escala, gerando excedentes de poder de modo a violar soberanias e internalizar interesses externos para além de suas fronteiras e áreas de influência direta. Por seu peso relativo, podemos incluir sem dúvida alguma a Israel e Arábia Saudita nesta lista também.”
Segundo o colunista do GGN, vários países teriam ingressado no clube. Até mesmo países de capitalismo notavelmente atrasado estariam entre os “imperialismos”. Essa ideia confunde completamente e impede que situemos a posição que os trabalhadores deveriam tomar na luta de classes mundial. Se a Rússia de hoje – assim como a URSS de ontem – é imperialista, como deveríamos nos colocar diante das agressões norte-americanas. Uma posição de “neutralidade” seria a resposta necessária. O mesmo aconteceria se China, Irã e Turquia entrassem em conflito com os Estados Unidos ou alguma potência europeia. Tal ideia serve apenas para que não nos posicionemos corretamente diante das agressões imperialistas sobre
os países atrasados, ou sendo mais específico, sobre as colônias. Não é porque o imperialismo está nitidamente debilitado, resultado inevitável da crise capitalista, que os conflitos resultante da política defensiva dos países atrasados colocam-nos em pé de igualdade com as potências imperialistas. Por mais agressiva que possa parecer a política da China e da Rússia, por exemplo, na realidade ela não é nada mais do que uma defesa de suas posições de países coloniais e/ou oprimidos. Confundir tal problema essencial é jogar areia nos olhos dos trabalhadores na luta contra as agressões imperialistas no mundo todo. Tal luta é a essência da luta de classes em todos os países e portanto determinante para uma política correta.
PSTU
Fora Salles, fora todos… menos Bolsonaro “Defender a Amazônia contra Bolsonaro”, mas sem derrubá-lo. Eis a política do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado). Quem acompanhou as manobras dos golpistas para derrubar o governo Dilma Roussef (PT), lembra-se que o PSTU naquela altura se juntou à direita na campanha pelo “Fora Dilma”. Em matéria de 1 de julho de 2016, explicamos nesse Diário capitulação do PSTU diante da direita: “Navegando pela internet, algumas pessoas encontraram na página do tradicional grupo fascista de São Paulo, os Carecas do ABC, um cartaz muito familiar. Tratava-se do cartaz do PSTU com a palavra de ordem de ‘Fora Todos!’, com as fotos de Dilma, Lula, Temer, Renan, Cunha e Aécio. O Carecas do ABC apenas tiveram o trabalho de mudar a cor – do vermelho para o azul – e acrescentar um punho com o sigma integralista, símbolo tradicional do fascismo brasileiro”. Também está sendo denunciado na internet um vídeo feito pela golpista Folha de S. Paulo em que um líder do movimento pela intervenção militar elogia a posição do PSTU. A associação do PSTU e da esquerda pequeno-burguesa, que negam a lutar e reconhecer que há uma golpe no País, com a extrema-direita não é novidade. Em várias ocasiões chamamos a aten-
ção para a confluência das palavras de ordem de um e de outro. Durante as manifestações dos coxinhas pelo impeachment, esse mesmo cartaz do PSTU foi flagrado sendo usado no acampamento golpista erguido em frente à FIESP. Outro cartaz da esquerda pequeno-burguesa que foi encontrado ali e que já foi elogiado por movimentos de extrema direita e ultra-liberais, como o MBL, foi o do Movimento Negação da Negação, conhecido como Território Livre, com os dizeres ‘Fora Dilma, Temer é o próximo’.”
Fica Bolsonaro (fora ministros) vs Fora Bolsonaro (fora todos os golpistas) Dada a crise do regime e o repúdio cada vez maior ao governo, vide última manifestação (13/08) ter tido como tema principal a derrubada de Bolsonaro, à revelia das direções – que tentaram fazer a manifestação ser apenas pela Educação. O “fica Bolsonaro” foi a política que a burguesia encontrou para se opor ao “fora Bolsonaro”, por
isso cooptou setores da esquerda que não querem enfrentar os golpistas. Como seria inviável para esses setores de esquerda utilizar explicitamente o “fica Bolsonaro”, sob o risco de uma crise generalizada, que traria muitos atritos com a sua própria base, surgiu a necessidade de camuflar sua política de capitulação e acordo com a burguesia em palavras de ordem que dessem a impressão de que esses setores lutam contra os ataques do governo golpista. Daí vem o Fora Salles, Fora Moro, Fora Guedes, Fora Weintraub, etc. O PSTU, na época que Dilma estava para ser derrubada, adotou o “fora Dilma, fora Temer, fora todos eles”. Na época até Bolsonaro estava incluído. Esse esforço da esquerda pequeno-burguesa para “consertar” o governo Bolsonaro só contribui para salvar o regime golpista. Está provado que tirar ministro não irá parar os ataques do governo. O direitista Ricardo Velez da Educação caiu, entrou o fascista Weintraub cortando 30% das verbas das universidades federais, condenando-as ao fechamento em setembro e mantendo um ataque gigantesco contra os estudantes. Por que com Salles seria diferente? Porque a esquerda conseguiria reciclar o lixo que é o governo? É preciso lutar pelo “Fora Bolsonaro”, derrubar o governo de conjunto e explicar para as pessoas interessadas na luta contra os golpistas que a diferença nas palavras de ordem não é apenas uma diferença de palavras, mas sim de política.
ATIVIDADES DO PCO | 5
"SALVAR"
G-7 discute intervenção imperialista na Amazônia D
ireto ao ponto: o que o G-7 discute não é ‘salvar’ a Amazônia ou as loucuras do presidente Bolsonaro, as bobagens ditas por seus filhos ou por seus ministros, mas a própria intervenção na região. Vamos lembrar de alguns dados importantes: [1] A Amazônia, que se divide entre Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela, correspondendo a cerca de 40 % do continente sul-americano e mais de 50% do território brasileiro. A área total de Floresta Amazônica (mais de 6 milhões km²) tem quase o tamanho da Austrália, sendo maior do que a Europa Ocidental e sendo quase tão grande quanto os EUA. A Amazônia brasileira incorpora os estados do Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima, Tocantins, o oeste do Maranhão e o norte do Mato Grosso, com uma população, no entanto, de menos de cerca de 12% do país. A Amazônia possui 1/5 da água doce do planeta, representa 67% das florestas tropicais e 30% das florestas latifoliadas do mundo, tendo uma das maiores diversidades biológicas do planeta, sendo o maior banco genético conhecido. Na região, existem mais de 100 espécies de madeiras nobres, cujo valor, considerando a densidade da floresta e se pudessem ser extraídas, é calculada em mais de um trilhão de dólares. Considerando a quantidade e qualidade de água na região, tendo 25 mil quilômetros de rios navegáveis. Atualmente a produção pesqueira alcança mais de 180 mil toneladas por ano, mas com potencial estimado de até 300 mil toneladas/ano. Também na Amazônia, é de conhecimento geral, encontra-se uma das
maiores reservas mundiais de minerais estratégicos do mundo. Já mapeados ou dados a conhecer, temos enormes reservas de ouro no Pará, no Amazonas, em Roraima e no Amapá; de ferro no Pará (serra dos Carajás), no Amapá, no Amazonas; de sal-gema no Amazonas e no Pará; de manganês no Amapá, no Pará e no Amazonas; de bauxita no Pará, e muito calcário, cassiterita, gipsita, linhita, cobre, estanho, nióbio, tântalo, zircônio, criolita, caulim, diamante, chumbo e níquel. É uma região igualmente rica em gás e petróleo. No lado brasileiro, a exploração de gás e petróleo iniciou após a descoberta, em 1986, em Coari, no Rio Urucu. A qualidade do óleo de Urucu é excepcional, sendo um dos mais leves produzidos no País. A Venezuela explora petróleo na região e, em 2011, a Guiana Francesa fez sua primeira descoberta e em 2015 anunciou a de um dos maiores poços na Amazônia, o que virtualmente transformaria o pequeno país num dos grandes produtores do planeta. Há uma contenda com a Venezuela sobre a região em que o petróleo teria sido descoberto[2].
Hoje, são diversas as petrolíferas presentes na foz do Amazonas: Brasoil Manati, QGEP, Total, Ecopetrol, BHP Billiton, Petrobrás e BP. E na Guiana Francesa, por hora, a Exxon domina a exploração. Portanto, o discurso sobre a Amazônia ser ‘patrimônio da humanidade’, e mesmo a imagem equivocada, de que a região seria “pulmão do mundo[3]”, serve para dar penso a recorrente ameaça de internacionalização. A hipocrisia com que o imperialismo trata questão indígena e ambiental também visa, escondendo o caráter sempre predatório, genocida, de suas empresas coloniais, a sensibilizar a opinião pública para avançar sobre a Amazônia e sobre os recursos que ela contém. O que o G-7 faz nesse momento é aproveitar um desastre, não natural e fruto de uma política predatória do governo de extrema-direita que assaltou o poder no Brasil, para avançar sobre as pretensões, nada despojadas ou humanitárias, de tomar posse dessa área tão estratégica, inclusive militarmente.
NOTAS: [1] Não se pode esquecer que Theodore Roosevelt, entre 1913 e 1914, participou de uma grande expedição ‘cientifica’, junto com Rondon, que terminou na Amazônia. O antigo Rio da Dúvida foi rebatizado como Rio Roosevelt[1] em sua ‘homenagem’, indicando que os norte-americanos tinham informações de primeira mão sobre a região. Henry Ford adquiriu, no estado do Pará, em setembro de 1927, uma área de 14 568 km², no município de Aveiro, às margens do Rio Tapajós – local que foi batizado de Fordlândia para exploração de látex. Embora o projeto tenha sido encerrado em 1945, não significa que a empresa norte americana Ford Industrial do Brasil não tenha mapeado a região e planos para o futuro. Além desses, outro que fez uma grande investida na Amazônia foi Nelson Rockefeller, inclusive financiando missionários protestantes. Esses missionários tratavam de aprender as línguas nativas e traduzir a bíblia, além de mapear tudo que podem. Trata-se colonização cultural casada com ativa avaliação do potencial econômico da região e dos problemas e entraves possíveis para sua exploração. [2] Essas descobertas no Norte da América do Sul mobilizou o governo dos EUA a participar ativamente da elaboração do novo marco regulatório de exploração e produção de petróleo na região da Guiana. [3] É sabido que, se algum lugar do planeta deve ser considerado ‘pulmão’, seriam os mares e oceanos. A Amazônia, segundo alguns estudos, tem um importante papel na refrigeração, por assim dizer, impactando o clima em todo o mundo – e a agricultura portanto.
PARTICIPE DAS CARAVANAS
Lotar Curitiba no dia 14 de setembro pela liberdade de Lula! V
amos agitar Curitiba de novo, como fizemos no 1º de Maio do ano passado. Tem caravanas de ônibus e outros veículos saindo de todo lado do País para lotar a capital paranaense no dia 14 de setembro, em um ato monstro contra o golpista Bolsonaro e em defesa da liberdade do ex-presidente Lula, que é preso político há mais de 500 dias, por obra de um processo fajuto liderado pelo atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, que ganhou o cargo atual como prêmio por ter fraudado o processo eleitoral e arruinar as empresas brasileiras, como preposto dos interesses norte-americanos em nossa colonização. Procure já perto da sua casa, perto da sua cidade, em qualquer estado do Brasil, onde pegar carona com a caravana mais próxima para estar em Curitiba no dia 14 de setembro, um sábado. Vários atos regionais estarão acontecendo até lá, para aglutinar os mili-
tantes com foco no ato maior. O PCO está propondo a realização de atos regionais em pelo menos 30 cidades do País. Diante da crise do governo fraudulento de Jair Bolsonaro, das novas revelações da Lava Jato, que escancaram que Lula é um perseguido político, é necessário intensificar a mobilização para libertá-lo, a essa altura, o mais importante preso político do mundo. Os atos regionais estão agendados para acontecer nos seguintes estados e cidades: SÃO PAULO: São Paulo, Campinas, Embu das Artes, Araraquara, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Assis, Marília, Bauru; PARANÁ: Curitiba e Londrina; SANTA CATARINA: Florianópolis e Blumenau; RIO GRANDE DO SUL: Porto Alegre; RIO DE JANEIRO: Rio de Janeiro e Volta Redonda; MINAS GERAIS: Belo Horizonte; DISTRITO FEDERAL: Brasília; MATO GROSSO DO SUL: Campo Grande; MATO GROSSO: Cuiabá; BAHIA: Salvador e Porto Seguro; ALAGOAS: Maceió; PERNAMBUCO:
Recife; RIO GRANDE DO NORTE: Natal; CEARÁ: Fortaleza e Juazeiro do Norte; PIAUÍ: Teresina; MARANHÃO: São Luís; PARÁ: Belém; TOCANTINS: Palmas. Os atos regionais acontecerão entre 28 de agosto e 8 de setembro. Junte-se à mobilização desses lugares e marque seu lugar no ônibus para Curitiba. Lula foi preso para viabilizar a vitória de Bolsonaro nas eleições de 2018 e os ataques contra as organizações de luta dos trabalhadores. A prisão de Lula, em si, sendo ele a principal liderança da esquerda brasileira, é um profundo ataque contra todo movimento popular, operário e de luta contra a direita. Não fique de fora! O maior sindicato dos professores, por exemplo, a Apeoesp, confirmou presença: aprovou no seu último Conselho de Representantes a participação ativa do sindicato e dos professores no Ato e na Liberdade de Lula. As noventa
e três subsedes organizaram caravanas para Curitiba, com a intenção de pressionar uma mobilização contra todo esse aparato golpista, que é um importante mecanismo da direita. Todos a Curitiba! Liberdade para Lula! Ele só vai sair de lá pela força das ruas, pois as instituições estão em conluio desde 2013.
6 | POLÍTICA
RIO DE JANEIRO
Irmã de sequestrador de ônibus desmascara a propaganda de Witzel N
a última sexta-feira (23),Thayná Silva, irmã de Willian Augusto da Silva, assassinado pela polícia sanguinária comandada pelo governador Wilson Witzel, publicou um texto sobre a vítima. No texto, Thayná relata um pouco sobre sua convivência com o irmão, atestando que ele nunca havia praticado qualquer crime. Logo no início da carta, Thainá declara: Meu irmão? Não era bandido! Não era ladrão! Não era assassino! Não era estuprador! Meu irmão não era nada disso. Sabe quem era meu irmão? Um garoto incrível e inteligente, tinha força de vontade porque nossos pais sempre ensinou isso, ele ria o tempo todo, brincava o tempo todo e estranhávamos quando você se fechava. Ao contrário do que a imprensa burguesa defende, a pessoa que foi assassinada pelo governo Witzel não era um “monstro”, um ser de outro planeta que deveria ser eliminado da sociedade. Willian era uma pessoa, como qualquer outra, submetida às pressões sociais de seu meio. Mais do que isso: era uma vítima do massacre
diário que o capitalismo provoca contra todo o povo pobre e trabalhador. A primeira vez em que Willian teria se envolvido em um crime foi o sequestro do ônibus 2520, na ponte Rio-Niterói. Desesperado e encurralado pela polícia, Willian estava liberando reféns quando recebeu seis tiros de um suposto atirador de elite. Em seu texto, Thayná explica que Willian estava passando por um surto psicótico – surto este provocado pelos ataques da direita contra a população e que não recebeu nenhum cuidado médico por parte do Estado: As pessoas que estão julgando, falando asneiras sem te conhecer são desumanas, e provavelmente devem ser perfeitas porque né… Na verdade não são perfeitas não, são podres por dentro, pessoas com coração ruim e que tem uma vida infeliz. Sei que você deixou a doença te vencer, é triste? Sim muito, sei que os últimos meses você estava sofrendo muito mas nunca deixou de nos amar, cuidar, e fazer a suas piadas! O “bandido” é um mito criado pela direita para justificar qualquer ata-
que contra o povo pobre, negro e trabalhador. Os verdadeiros bandidos são os banqueiros, os latifundiários, os industriais – são aqueles que não trabalham e roubam as riquezas da população. Por isso, a política da esquerda e das organizações populares não po-
de ser o de fortalecer a polícia contra a “criminalidade”. É preciso, na verdade, acabar com todos os órgãos de repressão do Estado e tomar o poder das mãos dos sanguessugas e parasitas da burguesia. Dissolver já a Polícia Militar! Fora Bolsonaro, Witzel e todos os golpistas!
MUTIRÕES
2 meses de atividade pela liberdade de Lula e fora Bolsonaro N
o último domingo (25) os mutirões pela liberdade de Lula completaram 2 meses de realização, consolidando-se nas ruas como a única atividade popular regular contra os golpistas. Os mutirões nacionais são uma iniciativa do Partido da Causa Operária (PCO), juntamente com setores do Partido dos Trabalhadores (PT), com os Comitês de Luta contra o Golpe e Comitês Lula livre e setores independentes de outros partidos e organizações de esquerda. São realizados todos os domingos nas mais variadas capitais e cidades do país e servem para a organização da luta pela liberdade de Lula e contra o governo Bolsonaro, tendo como palavras de ordem principais: Liberdade para Lula! Fora Bolsonaro! Eleições Gerais com Lula candidato! Advindos da necessidade de intensificar a luta contra os golpistas e pela liberdade de Lula (principalmente após as revelações da Vaza Jato), são também uma ferramenta de preparação para o ato nacional pela liberdade de Lula que ocorrerá no próximo dia 14 de setembro em Curitiba, pela anulação de todos os seus processos e da operação golpista Lava Jato, em frente à sede da Polícia Federal. Por isso também, o PCO passou desde o último dia 21 a fazer também mutirões todas as quartas em universidades de todo o País. Por que participar dos mutirões? Os mutirões de coleta de assinatura são uma atividade primordial para
a luta pela liberdade do ex-presidente. Um trabalho de agitação política e conscientização da população, além de dar aos militantes de esquerda a experiência de ouvir as massas e entender qual o seu verdadeiro clamor. Por meio dos mutirões, fica claro para aos militantes, principalmente do PCO, que a população quer a liberdade de Lula e exige a derrubada de Bolsonaro, um presidente absolutamente impopular, cujas medidas são entendidas perfeitamente pelo povo como um ataque a todos os seus direitos. Para participar basta procurar o mutirão mais próximo ou, caso não haja um mutirão na região, entrar em contato e solicitar materiais para poder iniciar o mutirão em sua cidade/região. Os mutirões são neste momento a única campanha de rua contra os golpistas, tendo uma regularidade semanal, com locais e horários que já se tornaram referência para a população. Como participar dos mutirões? Os locais onde ocorrem mutirões e onde estão confirmados para a próxima semana podem ser acessados nas matérias aqui do DCO e nas páginas nacional e regionais do partido e dos comitês nas redes sociais. Neste domingo os mutirões ocorreram, entre outras localidades em : RS - Porto Alegre, Caxias do Sul. SC - Blumenau, Palhoça, Sombrio PR - Curitiba, Londrina, Paranaguá, Paranavaí SP - São Paulo, Embu, Marília, Jundiaí, Campinas, Araraquara, Catanduva
RJ - Rio de Janeiro, Petrópolis MG - Belo Horizonte, Contagem DF - Plano Piloto, Samambaia, Ceilândia e Paranoá BA - Salvador, Feira de Santana, Porto Seguro PE - Recife, Olinda e Moreno PI - Teresina Como organizar um mutirão? Escolher um local público de grande circulação de pessoas, como a Av. Paulista em São Paulo; Montada uma estrutura partidária durante a realização da atividade, com barracas e mesas;
Materiais que não podem faltar: 1. Ficha de inscrição para o ato/caravana de 14/09 em Curitiba; 2. Jornal Causa Operária; 3. Abaixo-assinado pela liberdade de Lula; 4. Talões da campanha financeira nacional de 2019; 5. Cofrinho para recolhimento de contribuições financeiras; 6. Ficha de contatos 7. Banca de materiais da livraria para venda; 8. Faixas e bandeiras; 9. Som;
POLÍTICA | 7
ACORDO COM INTERCEPT
Veja tentou se reciclar para melhor atacar o PT D
epois de uma relativa trégua em que vinha se abstendo de atacar Lula e o Partido dos Trabalhadores, a revista Veja, publicação semanal que há mais de cinquenta anos dá voz à burguesia e à extrema direita nacional novamente está com sua artilharia direcionada contra o PT e seus dirigentes nacionais, em particular a figura do ex-presidente. No último período, há cerca de dois meses, a publicação reacionária e direitista estabeleceu parceria com o sítio The Intercept, que vem divulgando material onde expõe a conduta ilegal e criminosa dos procuradores e juízes da Operação Lava Jato, cujo conteúdo vem deixando claro o conluio existente entre a máfia de Curitiba e a Promotoria, que agiam em conjunto para caluniar, atacar e perseguir o ex-presidente Lula. O objetivo da publicação, no entanto, ao se associar ao The Intercept, nunca foi desnudar, expor e denunciar a Lava jato enquanto uma operação com caráter nitidamente persecutório e que atua à margem da constituição e
do ordenamento jurídico legal vigente no país, mas tão somente se utilizar da credibilidade do The Intercept para “limpar sua barra”, se reciclar, para em seguida voltar ainda mais virulenta na política de ataques e mentiras contra o ex-presidente Lula e os governos petistas. É isto o que vem acontecendo neste momento com a reportagem onde a revista semanal de extrema direita desfila um rosário de ataques às ges-
tões petistas em que o ex-presidente esteve como chefe do Executivo nacional. Para tanto, Veja se apóia não em fatos ou provas – como a própria revista admite – mas em depoimentos do ex-ministro Antonio Palocci, um mentiroso contumaz que fechou acordo de delação premiada com os procuradores e juízes inquisidores da Lava Jato para auferir benefícios em sua condenação, com redução da pena de prisão que vem cumprindo.
Em um trecho da reportagem, a revista deixa claro que “segundo pessoas que tiveram acesso à delação e foram entrevistadas por VEJA, embora careça de provas, o testemunho de Palocci contém as peças que faltavam no quebra-cabeça da pilhagem nas obras internacionais do BNDES, abrindo essa parte da caixa-preta do banco” (Veja, 23/08). Como se vê , nenhuma prova, nada de concreto, mas única e tão somente o testemunho e depoimento de um condenado na Operação Lava Jato, o desclassificado ex-ministro Palocci, pressionado e corrompido pelos Procuradores e juízes para atacar e caluniar Lula. É este o método e a forma que a Lava Jato fez uso, em larga escala, para processar e condenar Lula e outros dirigente do PT. A revista Veja, portanto, continua sendo o que sempre foi, uma tribuna da direita reacionária do país e do imperialismo contra os interesses nacionais; contra o povo brasileiro; defensora das ilegalidades da Lava Jato e de todas as ações dos grupos de extrema direita que buscam atacar a esquerda, os sindicatos, os movimentos de luta no campo e na cidade.
CONTRA O GOLPE
DESTRUIÇÃO DA AMAZÔNIA
Plenárias Lula Livre mostram disposição de mobilização do ativismo
Abaixo o imperialismo francês! Independência para a Guiana!
E
m vários Estados estão se realizando nas últimas semanas, Plenárias dos Comitês Lula Livre, buscando organizar a mobilização nas diversas regiões em torno da luta pela liberdade de Lula. A mais recente delas, ocorreu em São Paulo, no último dia 24, no Sindicato dos Químicos, onde cerca de 150 ativistas de todas as regiões do Estado, realizaram a primeira plenária estadual do Movimento Lula Livre. Além de evidenciar uma crescimento da organização do Movimento, com mais de 120 Comitês cadastrados em todo Estado, e com a maioria deles engajados na coleta de assinaturas do abaixo-assinado pela liberdade de Lula (já tendo sido colhida mais de 80 mil assinaturas entre os paulistas), o encontro evidenciou a tendência à ampliação dessa mobilização, que reebe enorme apoio nas ruas, refletindo o clima de rejeição, cada vez maior, ao governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, e aos seus ataques contra a maioria explorada da população. O encontro contou com a presença de representantes de Comitês Lula Livre, Comitês de Luta Contra o Golpe, Coletivos, partidos como o PT e o PCO, sindicatos (Químicos, Bancários, Professores e Servidores Municipais) e diversos movimentos sociais (como a CMP, Democracia Corinthiana, Barão de Itararé).
O debate realizado em grupos se deu em torno, principalmente, de propostas como a intensificação dos mutirões de coleta de assinaturas e a necessidade de realizá-los nos locais de trabalho, envolvendo sindicatos filiados à CUT (Central Única dos Trabalhadores), que são mais de 330 no Estado de São Paulo. Muitas intervenções debateram também a neccessidade ganhar as ruas e da caravana e Ato Nacional do dia 14 de setembro, em Curitiba, que vem sendo convocado pelos Comitês de Luta Contra o Golpe, pelo PCO e que ganhou a adesão de importantes entidades como a APEOESP, que aprovou em seu Conselho Estadual, participar dessa mobilização. Foram apresentadas também propostas de realização de atos regionais e a participação dos Comitês nas manifestações do “Grito dos Excluídos”, no dia 7 de setembro, no Estado e em todo o País. Várias propostas para intensificar a organização dos Coletivos Lula Livres foram apresentadas, tais como a realização reuniões semanais (on line) e encontros estaduais todos os meses. No próximo fim de semana, os Comitês de Luta Contra o Golpe e os Comitês Lula Livre, estarão de novo nas ruas, colhendo assinaturas, convocando a mobilização em atos regionais e para as caravanas para o Ato de Curitiba. Informe-se e participe, aqui no nosso Diário.
A
discussão sobre a destruição da Amazônia colocada em questão por países imperialistas devido ao fascista Jair Bolsonaro e sua política criminosa de destruição dos recursos naturais, em particular da Amazônia, em beneficio de grilagem de terras e das mineradoras, colocou uma possibilidade de intervenção no vasto território brasileiro composto pela região amazônica. Um dos maiores entusiastas dessa intervenção é o presidente francês Emmanuel Macron, onde disse “nossa casa está pegando fogo” e “a Amazônia é nosso bem comum”, e no encontro do G7 chegou a dizer que deveria haver mobilização das grandes potencias. Essas afirmações sobre a suposta preocupação com a destruição da Amazônia trazem a tona outras discussões sobre colonialismo. A França possui um enorme território na América do Sul, que é um estado francês, denominado de Guiana Francesa. A Guiana Francesa, é a única unidade política não independente da América do Sul e que até pouco tempo atrás era considerada formalmente uma colônia francesa. No início do século 19, houve um desenvolvimento econômico e uma certa prosperidade devido a exploração agrícola, mineral e do tráfico de escravos africanos, que se estagna com o fim da escravidão e a transformação da colônia da Guiana Francesa em uma colônia penal. Estima-se que de 1852 até 1946 aproximadamente centenas de milhares de pessoas condenadas pelos mais diversos motivos. Desde criminosos comuns até inimigos políticos du-
rante o período da revolução francesa. A brutalidade e as torturas das colônias penais da Guiana Francesa são conhecidas e se tornaram livros, como Pappilon, de Henri Charrière, que conta a história do dia-a-dia da colônia penal da Ilha do Diabo, por onde passaram mais de 80 mil condenados. Somente após a segunda Guerra Mundial, em 1946, a Guiana Francesa teve o status de colônia alterado e foi considerado parte do território francês. Após ser considerado território francês, nos anos de 1960 foi criado o Centro Espacial de Kourou, que abriga o centro de lançamento aeroespacial francês. Apesar de ser um território francês, conta com todos os problemas de países subdesenvolvidos e taxa de desemprego beirando os 20% dos trabalhadores. Funciona como uma base francesa dentro da América Latina para intervenção em países em defesa dos interesses do imperialismo francês. A Guiana Francesa se encontra em uma privilegiada posição próxima à linha do Equador e à foz do rio Amazonas, com presença militar capaz de realização ações em outros países. Esses dados mostram quais são os verdadeiros interesses do imperialismo francês, através de Macron, na Amazônia brasileira. A Guiana Francesa, como único território que não conseguiu se libertar do processo de colonização, mostra o colonialismo francês em pleno vigor atualmente e dentro do nosso continente, É preciso libertar esse território do imperialismo francês e colocar um ponto final do colonialismo.
8 | POLÍTICA
NOVO FIASCO
Atos coxinhas fracassam ainda mais O
s coxinhatos ocorridos nesse último domingo em favor da Lava-Jato e do ministro Sérgio Moro fracassaram rotundamente por todo o País. O público presente foi tão pequeno, que até mesmo os meios de comunicação golpistas, apoiadores das manifestações da extrema-direita não se aventuram em inflar artificialmente os números diante da minúscula participação do público, que podia ser contados nos dedos em vários locais. No principal ato ocorrido, na capital paulista, eram nítidas as divergências entre bolsonaristas. As críticas a Bolsonaro foi a tônica do discurso do empresário Rogério Chequer, organizador do ato e membro do Vem pra Rua: “Existem alguns políticos que a gente torce para que mudem o Brasil que estão caindo nesta roubada. Bolsonaro não pode continuar se aproximando de Alcolumbre (presidente do Senado) e do Toffoli (presidente do Supremo Tribunal Federal)”. Na contra-mão do líder do Vem pra Rua, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), foi alvo de gritos “fora Zambelli” do alto de um carro de som. Ferrenha defensora de Bolsonaro, a deputada foi uma das articuladoras da expulsão do, também,
deputado Alexandre Frota, o ator pornô, agora no PSDB, um outrora bolsonarista que se tornou desafeto do presidente. No Rio de Janeiro, integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) que se aventuraram em comparecer ao ato na orla da capital fluminense foram novamente repudiados pelos bolsonaristas mais exaltados. O humorista Marcelo Madureira, um outro bolsonarista de primeira hora e hoje crítico do presidente, teve seu microfone cortado após declarar em discurso “Não
tenho medo de vaias. Votei no Bolsonaro e vou criticar todas as vezes que for necessário. Como justificar uma aliança do Jair Bolsonaro com o Gilmar”. O resultado é que a polícia teve que escoltar o comediante para evitar que fosse agredido por bolsonaristas enfurecidos. O fiasco dos atos convocados pela extrema-direita e ao mesmo tempo o clima “beligerante” que se manifestou em São Paulo e no Rio de Janeiro, são sintomáticos da crise que atinge a base bolsonarista.
A crise na base bolosnarista expressa o conjunto da crise política que atinge o País. A polarização crescente que necessariamente desloca o conjunto dos explorados à esquerda, produz um fenômeno parecido entre setor absolutamente minoritária que é a extrema-direita. Significa, ainda, que o presidente fascista está perdendo uma parcela da sua própria base de apoio. Essa questão é muito importante do ponto de vista da situação política, porque Bolsonaro foi a saída encontrada pelo regime político golpista diante da decomposição de todos os partidos da direita (Centrão). Também, de um ponto de vista da situação política, esse quadro é absolutamente favorável à esquerda. O problema está em que uma parcela da esquerda transformou-se na correia de transmissão do Centrão, leia-se do regime político golpista – na busca por uma condição de “segurar’ Bolsonaro e apontar as eleições de 2020 e 2022, como a saída para derrotar a extrema-direita. A hora é de acentuar a derrocada da extrema-direita e do golpe de Estado no País. O barco faz água por várias rachaduras. O papel da esquerda não é de ficar tirando a água do barco, mas de justamente levá-lo a pique.
LÍDER INDÍGENA
Cacique Raoni pede o Fora Bolsonaro N
a última sexta-feira (23), o líder indígena Raoni deu uma entrevista à agência de notícias AFP (Agence France Presse) sobre os incêndios que tomaram conta da Floresta Amazônica e geraram intensos protestos contra o governo Bolsonaro. Da Alemanha, o cacique declarou: “devemos fazê-lo sair o mais rápido possível”, pedindo pressão da comunidade internacional e que o povo force o congresso a derrubar Bolsonaro. Embora não sejam declarações extremamente politizadas com uma linha plenamente correta, Raoni está certo em apontar quem é o culpado é qual deve ser a medida tomada para dar um passo adiante na solução dos enormes problemas políticos, sociais e econômicos que afetam o povo brasileiro: Bolsonaro, e a saída é o Fora Bolsonaro. Trata-se, ainda, de um posicionamento público muito relevante, ao vir de uma liderança indígena que expressa a opinião de sua comunidade. O responsável pelas queimadas na Amazônia é o governo ilegítimo de Bolsonaro, capacho de um regime de capitalistas que atende aos interesses das mineradoras, madeireiras e latifundiários, interessados em destruir territórios, expulsando populações que já os habitam – ou não – para explorar e encher os bolsos, atuando de forma totalmente parasitária, sem sequer contribuir minimamente para o desenvolvimento econômico da região.
Desde o início do governo Bolsonaro, semanalmente há denúncias e relatos de atrocidades cometidas por fazendeiros, jagunços, policiais, militares e forças governamentais contra as comunidades indígenas. Não se trata apenas de declarações abertamente preconceituosas e fascistas de Bolsonaro, mas de uma política concreta que expulsa indígenas de suas terras e os coloca em uma situação social de
ainda mais miséria e total falta de proteção do Estado. Pelo contrário, sob Bolsonaro o Estado age para reprimir qualquer tipo de direito que os indígenas possam ter. O mesmo é válido para outros grupos sociais que se encontram na “alça de mira” da direita nas zonas rurais e camponesas, no interior do Brasil, como sem terras e quilombolas. Os latifundiários simplesmente mandam
no campo, utilizando-se da mais completa violência para impor sua lei, que com Bolsonaro tem se tornado lei oficial do Estado: a apropriação das terras, retirando o direito de trabalho e moradia dos sem terra pela força da bala, organizando um verdadeiro banho de sangue cujo principal alvo são os trabalhadores ligados ao MST. No entanto, utilizando a demagogia de proteção do meio ambiente, o imperialismo tenta intervir diretamente na situação para implementar uma conquista colonial da Amazônia. É preciso ficar claro que nenhum governo dos países ricos como Alemanha, França ou Estados Unidos tem interesse em proteger os indígenas, quilombolas ou sem terra das garras de Bolsonaro. Até porque foram eles que colocaram Bolsonaro no poder e é a eles que Bolsonaro obedece (vide a entrega de Alcântara ou mesmo as afirmações a favor da venda da Amazônia aos EUA). Os governos imperialistas estão interessados em explorar a Amazônia para fazer mais do mesmo que Bolsonaro está fazendo: utilizá -la para o enriquecimento dos grandes capitalistas internacionais, não importando a devastação do meio ambiente e a destruição dos direitos das populações que a habitam. Só quem interessa a preservação da Amazônia e o seu uso para o desenvolvimento nacional é o povo brasileiro, e este é o único com o direito de interferir na Amazônia e de derrubar Bolsonaro. A Amazônia é do Brasil! Fora imperialismo! Fora Bolsonaro, pau-mandado dos imperialistas!
POLÍTICA | 9
PRIVATIZAÇÃO
Especuladores estão felizes com a entrega da Eletrobras por Bolsonaro
O
mercado fica assanhado com a possibilidade de privatização da Eletrobrás, é o que informa reportagem da IstoéDinheiro, de Cláudio Gradilone e Lucas Bombana. Em um único dia, quarta, 21 de agosto, os papéis dispararam em 10,9%. Além disso, o encontro de Rodrigo Maia e Paulo Guedes para tratar do assunto, contribuiu para também alavancar o Ibovesp em 2%¨. Maia declarou que a privatização da Eletrobrás aumentará os recursos para investimentos no Brasil. Por esse motivo promete empenhar-se para que a Câmara autorize o governo para a privatização acontecer. “Se o setor privado está disposto a colocar dinheiro no setor elétrico, por que a gente vai criar obstáculos?”, questionou Maia. Paulo Guedes por sua vez afirmou que a Eletrobrás não seria capaz de manter os investimentos necessários. No dizer de Guedes, a Eletrobrás seria “uma história de incapacidade
financeira”, o que não é verdade, Eletrobrás é história de sucesso na viabilização financeira para viabilizar as hidrelétricas, linhas de transmissões, etc. Guedes ameaça ainda que o Brasil “correria o risco de ficar no escuro”. A euforia do mercado é pelo fato de que abocanhará holding constituída de dezenas de hidrelétricas em pleno funcionamento, um mercado certo, lucrativo, monopolista. E melhor, será dono dessa lucrativa holding sem sequer gastar dinheiro. Como se sabe, como tem acontecido com todas as privatizações, desde a “privataria” tucana da era FHC, dinheiro em condições imensamente favoráveis sairá dos cofres públicos do BNDES. Contrariamente ao o que diz Paulo Guedes, apagão o Brasil já teve, e foi quando a iniciativa privada monopolizava geração e distribuição de energia elétrica. E foi por isso que Getulio Vargas, propôs a criação da Eletrobrás. Até então, Brasil no apagão vivia, e o setor privado era o responsável por
REDUÇÃO
isso. Geração e transmissão de energia era monopolizada pela Light canadense e a americana Amforp. Em 1951 Vargas denunciava que o déficit de energia elétrica era obstáculo à industrialização do Brasil. Responsabilizava a iniciativa privada estrangeira e empresas privadas de menor porte nacional por isso. Justificava assim a iniciativa de propor a criação da Eletrobrás. A criação da Eletrobrás enfrentou
ampla campanha contra das concessionárias estrangeiras, e também do empresariado privado nacional. São esses mesmos privatistas que vibram eufóricos com a possibilidade real de não mais inviabilizar a Eletrobrás, mas de tomar conta Eletrobrás, pela iminente doação prometida por Bolsonaro. Fora vendilhões das riquezas nacionais. Não ao entreguismo de nossas estatais.
NÃO DÁ MAIS PRA ESCONDER
Capitalistas diminuem novamente Desaprovação de Bolsonaro projeção do crescimento do PIB chega a 53% P
F
oi divulgado nessa segunda-feira (26), um relatório “Focus”, do Banco Central, que reduz mais uma vez a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com o relatório, de 0,83%, a expectativa agora é de 0,80% em 2019. O relatório Focus, é emitido todas as segundas pelo Banco Central, baseado em pesquisas durante a semana precedente entre os principais agentes financeiros do país. Conforme noticiado nesse diário toda semana, desde fevereiro que a expectativa do mercado para o PIB só cai. Em fevereiro era estimado um crescimento de 2,5% para o ano e desde então, semana após semana, não para de cair.
Para 2020, o mercado financeiro alterou a previsão de alta do PIB de 2,20% para 2,10%. No relatório desta segunda, a projeção para a alta da produção industrial de 2019 passou de 0,15% para 0,08%. Embora as instituições financeiras não admitam, tudo indica um crescimento de 0% ou mesmo abaixo desse patamar, o que configuraria um quadro de depressão econômica. A situação é muito grave. É a economia de uma país que já foi considerado a 6º maior economia do mundo, indo para o buraco e a consequência disso é um país com quase 15 milhões de desempregados, cada vez mais pessoas em situação de miséria, sem saúde e sem educação.
esquisa encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) à MDA identificou que a popularidade de Bolsonaro despencou ao longo de seu primeiro semestre de governo. Em relação à primeira pesquisa, realizada em fevereiro, o percentual de pessoas que desaprovam o “desempenho pessoal” do presidente subiu, de 28% para quase 54%. Os que reprovaram o “governo” também aumentaram, de 19% para quase 40%. Tendência semelhante já havia sido apontada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em pesquisa encomendada para o Ibope. Bolsonaro havia subido de 27% para 32% na classificação “ruim ou péssimo”. Para quem acredita que os números não dizem nada, o importante é observar que ambas pesquisas mostram que o apoio social a Bolsonaro está
despencando, e tudo isso aconteceu apenas nos primeiros meses do mandato. Se por um lado, as pesquisas foram encomendadas por entidades patronais, em boa parte apoiadoras do Governo, por outro, elas também têm interesse em medir o termômetro da situação. É possível que os números sejam ainda piores, a depender da metodologia adotada, já que por padrão, as instituições burguesas evitam apresentar dados alarmantes demais sobre seus governos. De qualquer maneira, o momento é propício e urgente para exigirmos a saída de Bolsonaro e todos os golpistas, antes que um arranjo institucional se configure “por dentro da ordem”, organizado pela direita, seja através de um fechamento do regime, seja numa substituição pró-forma por um vice igualmente entreguista e autoritário.
10 | INTERNACIONAL
EUA
Trump propõe jogar bomba atômica em furacão N
ão bastasse os discursos políticos extravagantes, a prepotência e o topete ridículo, Trump revela porque é tão admirado pelo capitão boçal (Bolsonaro) e tira da cartola uma ideia magnífica: por que não jogamos uma bomba no olho do furacão? De acordo com o sitio de notícias Axios, quando perguntado sobre a ameaça de furacões, o presidente teria dito: “Eu entendi. Deixa comigo. Por que não os matamos?” A situação ocorreu em meio a uma reunião com autoridades de segurança nacional acerca da ameaça de furacões.
“Eles começam a se formar ao largo da costa da África, enquanto eles estão se movendo através do Atlântico, deixamos cair uma bomba dentro do olho do furacão e isso a perturba. Por que não podemos fazer isso?” indagou o presidente. O discurso de Trump revela uma profusa estupidez. É fato, no entanto, que na cadeira presidencial dos EUA tenha passado inúmeros sujeitos da mesma estirpe, mas Trump tem disputado o primeiro lugar desde que abriu a boca pela primeira vez após suas eleições.
Mais do que uma característica pessoal, a estupideza de Trump revela o caráter improvisado de seu governo, uma vez que ele (da mesma como se deu como Bolsonaro, anos depois) não era o candidato preferencial dos setores mais poderosos do imperialismo norte-americano (como os bancos, a indústria bélica e do petróleo) que apoiavam a candidata do Partido Democrata, Hilary Clinton, derrotada pela imensa rejeição popular de sua politica de massacre contra os povos oprimidos, dentro e fora dos EUA.
COMISSÃO EUROPEIA
Reino Unido terá de pagar dívida bilionária para sair da UE D e acordo com a Comissão Europeia, o Reino Unido deverá pagar 43 bilhões de euros relativos aos seus compromissos com a União Europeia (UE). Ademais, todo esse montante deve ser pago independentemente se houver ausência de acordo (“no deal”) durante o Brexit. “Todos os compromissos dos 28 Estados membros devem ser cumpridos. Isto é válido inclusive em um cenário sem acordo, no qual o Reino Unido deveria saldar as dívidas contraídas durante sua adesão à UE”, afirmou Mina Andreeva, porta-voz da Comissão Europeia, em entrevista coletiva diária
do Executivo comunitário. “Pagar suas contas é essencial para começar uma nova relação com o pé direito, com base na confiança mútua”, complementou a porta-voz. Já o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, declarou diversas vezes que não deveria pagar os 43 bilhões de euros de dívida. Diante da situação, fica evidente a pressão e chantagem por parte dos grandes banqueiros e especuladores europeus para que a Inglaterra não abandone a UE, visto sua importância fundamental para a estabilidade política da região.
TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, 14H NA CAUSA OPERÁRIA TV
TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 19H NA CAUSA OPERÁRIA TV
MOVIMENTO OPERÁRIO | 11
MINAS GERAIS
Professores paralisam suas atividades O
ntem, dia 26 de agosto, os professores mineiros, do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG), tiveram as aulas suspensas, por causa de um ato convocado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-Ute). O ato foi convocado, pois a secretaria de educação quer fechar milhares de salas, chamam de “união de sala”, mas os profissionais sabem que é a superlotação das salas de aula. Com o fechamento de salas, é reduzido o número de aulas, com isso, o número de professores. O desemprego já chegou na casa dos milhões. O
governo que promover mais desemprego na categoria. Em todo país, os professores sofrem com salas superlotadas e ainda com a adição de crianças com as mais diversas necessidades de atendimento, individualizado e especializado, sem contar a falta de investimentos em materiais, equipamentos, tecnologia e formação pedagógica específica dos profissionais, somados aos baixos salários, que levam os docentes a trabalhar em várias redes e com cargas horárias que de longe ultrapassam o mínimo estabelecido na Constituição Federal, que é de 44 horas semanais.
BANCÁRIOS
Governo golpista dá mais um passo na tentativa de privatizar o BB
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o último dia 21 de agosto a direção do Banco do Brasil divulgou Fato Relevante através de nota à imprensa no sítio do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República, a intenção de alienar a sua participação que excede o controle acionário do banco. Tal medida do governo golpista, Bolsonaro, é mais um passo para consolidar a entrega do Banco do Brasil para os banqueiros privados nacionais e internacionais. Há uma política deliberada da direita golpista em entregar todo o patrimônio do povo brasileiro a preço de banana para os abutres capitalistas nacionais e internacionais, que querem, de todas as formas, abocanhar toda a riqueza nacional. A venda das ações do banco vai no sentido de preparar a privatização. Com a nova oferta de ações o governo, que detém, hoje, 50,7% das ações cairá ainda mais podendo chegar no limite para o controle da empresa que é de 50% mais um da sua participação acionária. Recentemente a direção do BB realizou uma “nova” reestruturação com o fechamento de centenas de dependências e agências em todo o país o que ocasionou milhares de demissões e descomissionamentos na empresa, além de desfazer de ativos e etc. como forma de enxugamento do quadro
funcional e de dependências na perspectiva de pavimentar esse caminho da privatização. Não é por um acaso que na semana passada o Ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou a privatização de 17 estatais, dentre elas a gigante Empresa de Correio e Telégrafos, e também as declarações do presidente do BB, Rubem Novaes, que o “o BB privatizado seria mais eficiente”, como prova do que está por vir para os trabalhadores do BB Esse é um dos fundamentos do golpe de estado dado no país, orquestrado pelos Países imperialistas juntamente com a burguesia nacional: aprofundar a política de ataques aos trabalhadores e de toda a população em geral. É a mesma política de FHC e de Temer, de privatizar as empresas públicas a preço de banana em favor dos grandes capitalistas. Os golpistas brasileiros são verdadeiros servos das máfias econômicas e políticas internacionais, as quais têm como objetivo destruir todos os direitos de todos os trabalhadores e roubar a riqueza e o patrimônio público nacionais para garantir seus lucros. Contra essa política de rapinagem e de terra arrasada é necessário intensificar a mobilização contra o golpe de estado, organizando comitês de luta nos locais de trabalho, nos bancos, nas fábricas, bairros e escolas.
A situação atual dos professores a nível nacional é de calamidade pública, baixíssimos salários, pressão de chefias por metas impossíveis de buscar frente a total falta de investimento público na qualidade do ensino, levando ao adoecimento constante do professorado, que não aguenta física e psicologicamente todo esse caos no qual são jogados. É necessária a mobilização das comunidades escolares contra mais este crime que atinge em cheio os setores mais necessitados da população. Para fortalecer essa proposta, a Corrente Educadores em Luta\PCO convi-
da a todos os educadores a participarem da reunião do Coletivo Sindical, todos os sábados às 16hs via Zoom ou presencial na Rua Serranos,90 Vila Bosque, perto do Metro Saúde, em São Paulo.
Fentect convoca greve nos Correios para dia três de setembro
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o dia 23 de agosto se reuniu em Brasília (DF) os representantes dos sindicatos filiados à Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios). A reunião foi convocada para orientar os sindicatos filiados à Fentect diante do fato de que os sindicalistas dos Correios aceitaram recuar diante do TST (Tribunal Superior do Trabalho) de realizar a greve no final de julho, com a promessa de que o Ministro golpista, amigo dos patrões, do tribunal iria ajudar os trabalhadores negociar com os patrões. Passados quase 30 dias do acordo de trégua com o TST, e nenhum acordo foi estabelecido com a ECT, os sindicalistas da Fentect aprovaram uma
nova data para deflagração da greve. Os sindicalistas da Fentect aprovaram orientar os sindicatos realizar assembleias no dia 29 de agosto e aprovar greve para o dia 03 de setembro. Como de costume os sindicalistas pelegos da Federação “Fantasma” (Findect) estão contra a proposta de greve nos sindicatos que controlam, a exemplo de São Paulo e Rio de Janeiro, e vão tentar levar até o fim os trabalhadores para o matadouro do TST. É preciso denunciar os que querem levar os trabalhadores para a ilusão do TST e mobilizar os trabalhadores para a greve do dia 03, levantando inclusive a campanha contra a privatização dos Correios que só pode se dar pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas já.
Quem é o culpado na morte de trabalhador em galpão em Iporã (PR)?
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a última sexta-feira (23), o Ministério Público do Paraná (MP-PR), o Ministério Público do trabalho (MPT) entre outros órgãos realizaram uma fiscalização em obra realizada pela prefeitura na cidade de Iporã, município do Paraná. A investigação foi solicitada através da Promotoria de Justiça do município e pela Procuradoria do trabalho de Umuarama. No dia 20 de agosto ocorreu uma tragédia em um galpão em construção, obra que será utilizada como frigorífico, um abatedouro de aves, no local houve um acidente que deixou uma vítima fatal, o funcionário Adalto Alves Cardoso, 68 anos, e deixou o trabalhador Michael de Lima gravemente ferido. Na fiscalização foram constatadas inúmeras irregulares na obra, como a presença de trabalhadores sem os equipamentos de proteção individual (EPI) e a contratação de empresas sem observância das normas trabalhistas, sanitárias e sem licitação. O desrespeito à legislação trabalhista tanto pelos patrões, e com destaque os patrões de frigoríficos é o modus operandi no Brasil, não é à toa que este setor é de longe o que se registra o maior número de acidentes e
doenças. No inicio do ano de 2019 o próprio Ministério Público do Trabalho (MPT) declarou que o ramo frigorífico está em primeiro lugar em acidentes e doenças do trabalho. Não obstante esta revelação, essa situação desastrosa poderá aumentar e muito, à medida em que o governo ilegítimo do fascista Jair Bolsonaro está retirando todas as normas de proteção, segurança e saúde do conjunto da classe operária e, com a também retirada, pela ministra da agricultura Tereza Cristina, latifundiária, golpista, das fiscalizações neste setor, bem como outros órgãos fiscalizadores do governo, deixando por conta e risco dos próprios patrões que, mesmo com a fiscalização atual procuram esconder por debaixo do tapete as inúmeras irregularidades existentes em suas fábricas, fazendo com que os números verdadeiros da imensa tragédia do setor seja escondida. Uma política de terra arrasada para os trabalhadores, como pode-se ver, até na prefeitura da cidadezinha do Paraná, o município de Iporã herdou os métodos de escravidão dos operários e as consequências se refletem na morte de mais este operário, ou seja, mais um dos inúmeros casos pelo Brasil afora.
12 | CIDADES
BAHIA
Soldado do Exército e comparsa assaltam pedestres D
ois soldados do Exército foram presos em Salvador, Bahia, após realizarem assaltos contra pedestres no bairro Vila Laura. Os soldados utilizaram uma pistola falsa para abordar os pedestres. Após a prisão de ambos, foram apreendidos com eles cinco celulares, um tablet, cartões, documentos de identificação, bolsas e outros itens. O caso serve para desmascarar a farsa de que instituições como a polícia, ou próprio Exército, existem para garantir de fato a segurança da população. No caso da política trata-se de um aparelho organizado para massa-
crar abertamente o povo pobre, como vem acontecendo no Rio de Janeiro, onde cada dia que passa um jovem é morto pelas mãos da PM. Já o Exército é uma instituição que está sob o controle dos donos do golpe de Estado, ou seja, do imperialismo, como pudemos verificar nos últimos acontecimentos, o próprio golpe de estado, a privatização do patrimônio nacional, os quais contaram com o apoio da alta cúpula dos militares. É preciso dissolver estas organizações tais como elas estão constituídas e colocá-las sob o controle de todo a população, da classe trabalhadora brasileira.
GOVERNO GOLPISTA
Prefeitura de SP gastou R$ 3,4 mi em UPA prevista para 2018 A
s políticas neoliberais do governo dos golpistas segue prejudicando a população em todos os âmbitos possíveis. A saúde é uma delas, onde os serviços de UPAS, postos de saúde etc. tem sido cada vez mais sucateados ou sofrido com obras incompletas. Esse é o caso da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Tito Lopes, em São Miguel Paulista. Essa UPA é administrada pela Casa de Saúde Santa Marcelina, que recebeu cerca de 3,4 milhões da Secretaria Municipal de Saúde pra gerir a UPA Tito Lopes, contudo, essa UPA ainda não está aberta ao público, mesmo com sua obra já estando pronta. Essa UPA pronta, porém fechada ao público, fica ao lado do Hospital Municipal Tide Setúbal, que possui um pronto-socorro sempre lotado, mostrando a necessidade urgente da UPA começar a funcionar logo. A estimativa para a entrega dessa UPA para o público era para 2018. Esse é o descaso com o qual o Estado trata sua população pobre. A obra, que está pronta
há 4 meses já tem até mato crescendo no loca. É inconcebível que o Estado já tenha repassado um valor tão alto para a Casa de Saúde Santa Marcelina e ela não tenha dado início aos atendimentos da UPA. Assim, fica subentendido que todo esse dinheiro repassado foi para os bolsos dos grandes empresários por trás dessas obras. A unidade, mesmo sem estar funcionando, nem tendo trabalhadores ainda, continua recebendo os repasses de dinheiro do governo. Fermina Silva Lopes, conselheira de saúde do Hospital Tide Setúbal, afirma que “estamos esperando por essa UPA há muito tempo. O pronto-socorro vive cheio. Faz quase seis meses que todo dia eu vejo todo dia essa UPA pronta sem ninguém sendo atendido. A última promessa de abertura que ouvi era para agosto. Acho que é a gosto de Deus”. Assim segue a política de desprezo do governo do estado e da prefeitura com a classe trabalhadora.
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NEGROS | CULTURA | JUVENTUDE | 13
RACISMO EM NÚMEROS
Negros são apenas 1% de cargos de chefia N
a sociedade capitalista, o lugar dos negros é bem limitado. Para a burguesia, negros servem apenas em duas ocasiões: como mão-de-obra barata e como enfeite de propagandas de empresas que surfam nas causas “identitárias” para lucrar em cima de uma luta secular por emancipação, fazendo com que a luta contra o racismo tenha um caráter totalmente pequeno burguês. Quando se fala em mercado de trabalho, os negros ocupam as posições mais baixas. Mesmo negros sendo a maioria da população, 54%, ocupam apenas 5% dos cargos de chefias nas grandes empresas. Quando se fala em mulheres negras em cargos de chefia, o número
chega até, no máximo, 1%. Inclusive, mulheres negras tem 50% mais chances de ficarem desempregadas em comparação com qualquer outro setor da sociedade. A burguesia tentar incutir as ideias de senso comum de que a meritocracia é o caminho que negros devem seguir para alcançar o fim do racismo, que racismo é vitimismo, mas a opressão e exploração que negros sofrem são inerentes ao capitalismo, ou seja, esse modelo econômico exploratório se alimenta, se mantém vivo, perpetuando o racismo. Até 2006, anúncios de vagas de emprego poderiam utilizar o termo “boa aparência” e, para 76% da população, boa aparência sig-
nifica ter pele clara e cabelo liso. Tudo isso é fruto de um racismo, institucionalizado em todas as instâncias do Estado burguês, que marginaliza negros desde a escravidão. A questão da igualdade racial nunca terá avanço numa sociedade que vem avançando para uma ditadura fascista, como é o caso do Brasil e o governo dos golpistas bolsonaristas, abertamente racistas. A população trabalhadora precisa lutar no sentindo de derrubar os golpistas e os dar espaço a essa população tão marginalizada e constantemente reprimida pelo principal aparato de repressão do Estado, a polícia, que considera criminoso todo negro e pobre.
CCBB
POLÍTICA PRIVATISTA
Exposição em São Paulo mostra quase 250 obras de Man Ray
Governo quer privatizar mais de mil creches: fora Bolsonaro!
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ntre os dias 21 de agosto e 28 de outubro, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em São Paulo, apresenta a exposição “Man Ray em Paris”. Com 250 obras de um dos principais expoentes do movimento Dada e posteriormente do surrealismo, a exposição traz fotos, objetos, retratos, projetos de moda e filmes do artista. A exposição acontece pela primeira vez no Brasil. As obras expostas correspondem aos períodos em que o artista, nascido nos Estados Unidos, viveu na França, o que corresponde aos momentos mais criativos do artista. Man Ray (1890-1976), nascido Emanuel Radnitzky, é um dos principais nomes do movimento, tendo convi-
vido com Marcel Duchamp e depois com os surrealistas franceses como André Breton. Para quem sempre teve curiosidade de saber de quem era e qual o significado do ferro de passar com pregos que está no logotipo dos Centros Culturais Benjamin Péret, esta é a mais famosa obra de Man Ray. A exposição deve ir para outras capitais. Vale a penas conferir a obra desse que é um dos mais significativos artistas das vanguardas do século XX. A exposição abre das 9 às 21 horas e é gratuita. O endereço do CCBB em São Paulo é rua Álvares Penteado, 112 – Centro – São Paulo-SP. Próximo à estação São Bento do metrô.
política privatista do governo golpista de Bolsonaro segue a todo vapor, principalmente diante de tantas manobras para provocar uma crise na gestão pública, como o sucateamento, para forçar a influência na iniciativa privada nessas áreas públicas. Assim, o governo dos golpistas irá consentir à iniciativa privada cerca de mil creches cujas obras não foram concluídas. Segundo os golpistas, a “falta de recursos” para finalizar essas obras mostra a necessidade da interferência da iniciativa privada nesses empreendimentos. O plano inclui que o governo pode comprar parte dessas vagas para ofertar pela sociedade, mas sabe-se que, uma vez que a iniciativa privada toma conta, são os grandes empresários que irão ditar as regras. Segundo a secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos, Martha Seillier, as empresas privadas que vão gerir as obras poderiam vender 100% ou não das vagas para o governo, mostrando o quanto a educação tem sido cooptada cada vez mais pelo mercado financeiro e virado um produto rentável. Para Seillier, o governo deveria comprar parte dessas vagas para compensar o investimento feito pelas empresas privadas, o que é um absurdo, pois o Estado tem total condição de dar continuidade a essas horas, mas
como todos os serviços para a classe trabalhadora são tratados como lixo, não há esse interesse por parte dos direitistas. A falta de creche já é um problema muito grande no Brasil, mulheres trabalhadoras não conseguem avançar no mercado de trabalho justamente por não terem creches para deixar os filhos e agora o Estado, além de não conseguir prover o básico, ainda vai privatizar os serviços já existentes, nesse caso, as creches, criando ainda mais obstáculos para a classe trabalhadora. É urgente continuar a chamar o Fora Bolsonaro, antes que todos os serviços públicos sejam tirados da classe trabalhadora e a privatização tome conta do País.
14 | MULHRES
13 ANOS DE MARIA DA PENHA
O que a lei mudou para as mulheres? C
riada em 2006, no governo Lula, a Lei Maria da Penha surgiu numa tentativa de acabar com a violência contra a mulher, sobretudo a doméstica. A lei completa 13 anos em 2019 e seu nome foi dedicado ao caso de Maria da Penha, que durante anos foi vítima de agressão do marido, incluindo duas tentativas de assassinato que a deixaram paraplégica. Mas o que a lei mudou para as mulheres? Ela é realmente eficiente? Segundo o relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de 2015, o número de homicídios de mulheres caiu em cerca de 10%, e as principais evoluções da lei foram a ampliação e as medidas protetivas de urgências em favor da mulher e contra o agressor. Porém, a mesma pesquisa constata que as taxas de morte estavam em cerca de 5,28 a cada 100 mil mulheres antes da lei (entre 2001 e 2006) e, para depois da lei (2006-2011), diminuiram pra 5,22. Um número quase que insignificante. Dados do Atlas da Violência, que analisou o período entre 2007 e 2017, constatam que, nessa faixa de tempo, o número de homicídios contra mulheres aumentou em 30,7%. Ainda na pesquisa do Ipea, foi constatado que só em 10% dos municípios brasileiros existe algum tipo de organismo em defesa das mulheres, sendo a maioria em capitais e concentrados nas regiões sul e sudeste. São aproximadamente 77
casas e abrigos distribuídos em 70 municípios. Em São Paulo existem cerca de 30 casas de atendimento às mulheres para os 645 municípios paulistas, isso sem contar os que o atual governados do estado, João Doria, decidiu fechar. Os estados de Rondônia e Acre não contam com nenhum abrigo preparado para ajudar as mulheres vítimas de agressão. Precisamos ressaltar que esses dados são apenas os denunciados, os que foram computados. A estimativa é que eles sejam apenas 10% dos casos de violência que acontecem. Para os casos de estupro, o número é ainda menor: é estimado que os dados que existem englobam apenas 7,5% do número real. A falta de dados sobre a violência contra a mulher piora desde o Temer, a exemplo da extinção da secretaria
de políticas públicas para as mulheres. Os temas referentes as mulheres estão atualmente no ministério da justiça, com Moro. Para melhorar, a demagogia da direita sobre a questão da mulher só aumenta: recentemente, a deputada e líder da bancada do PSL na Câmara, Joice Hasselman, sugeriu que fosse feito um “endurecimento” na lei Maria da Penha, dando liberdade ao policial de invadir a casa da vítima e prender o suspeito logo de cara. O governo Bolsonaro agora propõe algo “novo”: pagar policiais militares e policiais da força nacional de segurança para irem em lugares com altos índices de violência contra a mulher nos finais de semana, afim de combatê-la. Como sempre, a política da direita é encarcerar a população e, para isso, usa tais leis e ainda ganha apoio da esquerda pequeno-burguesa.
São inúmeros ataques as mulheres desde o começo do mandato de Bolsonaro: proibição dos anticoncepcionais, criminalização do aborto, direito do estuprador ver o filho, reforma da previdência, reforma CLT, entre tantos outros. Vale salientar também que no primeiro semestre de 2019 os casos de violência contra a mulher chegaram a 74.361, contando com pelo menos 67 mortes. Não podemos nos iludir com a demagogia da direita, assim como também não podemos nos iludir com a política da esquerda pequeno-burguesa que, por sua vez, é influenciada pela imprensa burguesa. A violência contra a mulher é resultado da sua condição material na sociedade. Ela não existe como algo sobrenatural que surgiu do nada, não é um problema de cultura e nem de educação. Vivemos numa sociedade dividida em classes, onde a mulher é rebaixada a uma condição subumana, a qual é inferior a do operário e, portanto, é vista como uma propriedade do homem, estando submetida a ser tratada como um ser humano de segunda categoria, sem direitos e sujeita a sofrer violência. A total emancipação das mulheres só virá através de uma revolução proletária, tais leis são repressivas e só incentivam o aumento do encarceramento da população, não sendo realmente efetivas. Enquanto isso, precisamos intensificar a luta contra a extrema-direita, mais especificamente, pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas. Assista ao último programa Mulheres, que debateu o tema, na COTV: https://www.youtube.com/watch?v=Jb1OAncvV6Q
MORADIA E TERRA | DIA DE HOJE NA HISTÓRIA | 15
EXTREMO SUL DA BAHIA
Latifundiários fecham acesso para isolar comunidades em Prado (BA)
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cidade de Prado, no Extremo Sul da Bahia, está sendo palco de mais um conflito entre latifundiários grileiros de terra e as comunidades indígenas e a população da cidade. Os latifundiários proprietários da Fazenda Paraíso fecharam o acesso desde o dia 17 de julho, isolando indígenas, comunidade tradicional de pescadores e turistas que visitam a região. Para fechar a estrada e o acesso as praias foram instaladas uma cancela com cadeado e destruíram uma passagem para pessoas a pé e pistoleiros armados fazem a ronda do local intimidando as pessoas. Também destruíram uma casa onde pescadores da RESEX – Reserva Extrativista Marinha do Corumbau, guardavam seus utensílios de pesca. O fechamento da estrada impede o acesso de turistas e comunitários praias de Cumuruxatiba e a costa da Foz do Rio Cahy, em especial a praia do Marimbú. Essas praias são de grande beleza e de visitação, onde os lati-
fundiários querem uma praia privada sem acesso da população local. A região possui diversos conflitos fundiários, onde indígenas, sem-terra e comunidades de pescadores lutam
por suas terras há muito tempo contra esses latifundiários e grileiros de terra. Isto porque as terras dessa região possuem um alto valor para a especulação imobiliária devido as praias pa-
radisíacas. É preciso impedir o fechamento dessas estradas e o acesso dos turistas e a população às praias que não são particulares.
LEVANTAMENTO
1/3 dos incêndios ocorre em terras indígenas e unidades de conservação
U
m levantamento do Instituto Sociambiental (ISA) demonstrou que os incêndios na Amazônia atingem um terço das terras indígenas e as Unidades de Conservação. Entre 20 de julho e 20 de agosto, foram 33.060 focos de calor na Amazônia Legal no Brasil Deste total foram 3.553 focos de calor em 148 Terras Indígenas da Amazônia brasileira. Nas chamadas Unidades de Conservação, os incêndios atingiram a casa de 7.368 focos. Somados os números das Terras Indígenas e das Unidades de Conservação, eles correspondem à 33% total.
Não é por acaso número elevado de focos de incêndios nestas áreas, trata–se da utilização das queimadas por parte dos latifundiários e fazendeiros como forma de abrir caminho para exploração destas terras até então preservadas. Ou seja, uma política de tomada das terras dos povos indígenas para as mãos da classe ruralista. A única forma de derrotar esta ofensiva é por meio da mobilização do povo contra o governo golpista de Jair Bolsonaro. Fora Bolsonaro e todos os golpistas.
27/08/1975
Governador do Timor abandona Dili; rebeldes tomam capital N
ão é novidade para ninguém que o imperialismo português invadiu dezenas de países pelo mundo, em busca de dominação de territórios e de governos, Portugal assassinou milhares de pessoas pobres para concretizar sua soberania. Esse foi o caso do Timor Leste, país dominado pelos portugueses durante 500 anos e mais 24 anos de dominação pela Indonésia. Nesse meio tempo, surge a Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente, movimento de resistência que lutou pela independência do Timor Leste, primeiramente de Portugal e depois da Indonésia, entre 1974 e 1998. Em 1975, o governador direitista português abandona Dili, capital de Timor Leste, quando estava explodindo uma guerra civil com os rebeldes in-
vadindo o local. Um dos estopins para essa luta pela independência do Timor Leste foi a Revolução dos Cravos, em Portugal, que derrubou a ditadura em 1974, juntamente com a luta pela independência de outras colônias portuguesas, como Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau, Cabo Verde e Príncipe. A Indonésia também teve papel decisivo nessa luta, já que também queria anexar o Timor Leste como parte do território indonésio. Em 1998, após a queda do ditador da Indonésia, Suharto, é anunciado que o Timor teria que decidir seu futuro como país independente via referendo. Em 4 de setembro a ONU anuncia que, após 78,5% dos votos votarem pela independência, Timor Leste oficialmente deixa de ser uma colônia.