Edição Diário Causa Operária nº5754

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TERÇA-FEIRA, 3 DE SETEMBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5754

EDITORIAL

COLUNA

Por um Grito dos Excluídos vermelho e contra Bolsonaro

Extrema direita começa sair às ruas, é preciso reagir à altura

Greve e ocupação para derrotar a divisão, o general e a privatização

A lei contra as “fake news” é um jabuti No dia 28/8 uma sessão do Congresso Nacional (deputados e senadores juntos) derrubou os vetos do presidente ilegítimo Bolsonaro à popularmente chamada lei das “fake news”.

Tarso Genro comemora nas redes aliança entre Haddad e Flávio Dino Tarso Genro festeja possibilidade de chapa direitista às eleições de 2022

Só a mobilização combativa da categoria pode barrar as demissões, impor as reivindicações e barrar a privatização

Burguesia discute novamente cassação de Bolsonaro

Crise capitalista: China vai à OMC contra taxas de Trump

Aumentar a mobilização para o dia 14 em Curitiba

A partir do próximo domingo as tarifas implementadas pelo direitista Donald Trump contra a importação de produtos chineses passam a vigorar. A partir do dia 08/09 os produtos chineses sofrerão uma sobretaxação de 15% em seus valores de importação.

G7 nunca ajudou a combater a destruição da Amazônia

Povo sai às ruas contra fechamento do Parlamento na Inglaterra Manter a greve dia 03, unificação tem que ser para lutar e pela base Mesmo com general golpista da ECT anunciando a destruição dos Correios, sindicalistas querem adiar novamente a greve da categoria


2 | OPINIÃO EDITORIAL

Por um Grito dos Excluídos vermelho e contra Bolsonaro Dia 7 de setembro, feriado de independência do Brasil, é ocasião do tradicional protesto do Grito dos Excluídos, que acontece desde 1995 e esse ano ocorrerá pela 25ª vez. Um protesto que sempre serviu de contraponto às comemorações oficiais da independência do país. Esse ano o Grito dos Excluídos será realizado em um momento de polarização intensa no Brasil, marcado por uma forte tendência de mobilização contra o governo golpista do ilegítimo Jair Bolsonaro. Ao mesmo tempo em que a direita golpista utilizará a data para fazer demagogia e apresentar-se como “patriótica”, apesar de seu programa profundamente entreguista e alinhado aos EUA. Portanto, é o momento de aproveitar para fazer mais um grande protesto contra Bolsonaro, continuando os atos de maio, junho e agosto. É pre-

ciso aproveitar a impopularidade do governo, a crise da direita golpista e a tendência à mobilização para fazer um protesto inequivocamente contrário a Bolsonaro. Em todo protesto que se realiza hoje no Brasil surge espontaneamente a palavra de ordem: Fora Bolsonaro! De um lado, a direita continuará com sua demagogia de sempre, apropriando-se das cores dos símbolos nacionais para vender o país. No último final de semana, Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, foi à Casa Branca propor a Donald Trump “trabalhar conjuntamente para desenvolver de forma sustentável a Amazônia”. De outro lado, a esquerda deve fazer um protesto que apresente uma oposição a tudo isso. E deve manifestar essa oposição claramente. Enquanto a direita faz seu “ato cívico” verde e ama-

COLUNA

Extrema direita começa sair às ruas, é preciso reagir à altura Por Juliano Lopes

Um bar de refugiados palestinos, localizado em São Paulo, foi atacado por um grupo de carecas, que estavam vestidos de preto e carregavam, em suas roupas, símbolos alusivos ao estado de São Paulo. É a extrema direita, que age instigada pelos golpistas que tomaram de assalto o Poder Executivo. Desde antes do golpe de Estado, com a deposição de Dilma Rousseff, foram registrados uma série de ataques às organizações da esquerda, como sindicatos, associações, etc., bem como ataques aos militantes da esquerda, como a caravana de Lula, atacada a tiros no sul do Brasil. Esse ataque, ao bar dos palestinos, ocorrido neste dia 1º, mostra mais uma ação da extrema direita, arma essencial dos golpistas em caso de instabilidade do regime, que busca avançar em torno de seus objetivos enquanto a luta contra o golpe esteja relativamente paralisada. Os golpistas oficiais, aqueles que estão no poder, instigam e financiam grupos como este que atacou o bar

dos palestinos. São grupos que começam a se organizar para reprimir os setores mais vulneráveis do regime, como mulheres, negros, pobres, trabalhadores, LGBTs, refugiados e imigrantes. É preciso reagir à altura. A esquerda pequeno burguesa não consegue se livrar do vício institucional, dos meios regimentais de “luta”. Apresentar uma moção de repúdio, pedir ao Ministério Público para que investigue as ações dos direitistas, pedir para a Polícia Militar fazer alguma coisa, ou, como é a febre agora, aguardar as eleições para derrotar os golpistas. Até lá, como é possível ver, a extrema direita terá se reorganizado por completo. É preciso impedir esse avanço com a organização, imediata, da luta contra o golpe de Estado, de grupos de autodefesa contra os ataques da direita. Investir na luta, nas ruas, contra o golpe de Estado, pelo Fora Bolsonaro, presidente golpista e um dos principais instigadores de ações como esta vista no bar dos palestinos, em São Paulo.

relo, a esquerda deve sair às ruas com sua cor tradicional: o vermelho. Recentemente, em suas páginas nas redes sociais, o Psol fez um chamado ao 7 de setembro em suas páginas nas redes sociais usando as seguintes palavras: “Dia 7 de setembro as ruas do Brasil vão ser tomadas em defesa da educação novamente! Pra quem reclamava que não tinha protesto contra o governo de sábado e com verde e amarelo…” Ou seja, o Psol quer se adaptar à pressão da direita e competir eleitoralmente com a direita tentando fazer as mesmas coisas que a direita. O problema dessa política é que ela só serve para confundir a esquerda e para fortalecer a própria direita. Os protestos contra o governo devem ser inequivocamente de esquerda e aparecer claramente como tais, sob risco de sofrerem com manobras da

CHARGE

burguesia como aconteceu em junho de 2013. A cor vermelha dificulta esse tipo de manobra. Além disso, sair com as cores da direita para competir com a direita eleitoralmente só serve para fazer campanha para a própria direita. Entre a direita, que usa verde e amarelo, e uma esquerda que usa verde e amarelo para imitar a direita, a direita fica na vantagem. Essa confusão e a competição com a direita em um terreno que pertence à direita precisam ser evitados. O momento é propício para a mobilização e precisa ser aproveitado. O tradicional Grito dos Excluídos dessa vez tem potencial para ser um gigantesco ato contra o governo Bolsonaro, com uma forte tendência para que se veja de novo, em todo o país, o povo nas ruas exigindo o fim do governo imediatamente.


POLÍTICA | 3

HOJE, NOS CORREIOS

Greve e ocupação para derrotar a divisão, o general e a privatização Hoje, em praticamente todos os Estados do País, estão marcadas assembleias de mais de 30 sindicatos de trabalhadores dos Correios (Sintects), para deliberar sobre a greve geral da categoria, pelas reivindicações para o acordo coletivo 2019-2020 e contra a privatização da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), anunciada pelo governo ilegítimo de Jair Bolsonaro. A cada recuo, um novo ataque do governo A greve estava prevista para o começo do mês de agosto e os sindicalistas recuaram da mobilização, usando como pretexto uma proposta feita pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), prorrogando por mais um mês a vigência do acordo do ano passado, diante da falta de um entendimento entre a direção da ECT – que propunha rebaixar os salários e retirar vários direitos dos trabalhadores. O governo Bolsonaro se aproveitou do recuo e anunciou a decisão de privatizar a ECT junto com outras 15 empresas estatais. O mês passou. Não houve acordo. O TST propôs nova prorrogação do acordo desde que não houvesse greve. Os sindicalistas aceitaram, em nova capitulação. O governo sentiu a fraqueza desses dirigentes e veio nova ofensiva. O general golpista Floriano Peixoto, atual presidente golpista da ECT protocolou documento (30/08), apresentando a recusa do governo golpista de em continuar as negociações do acordo coletivo de trabalho com os representantes dos trabalhadores dos Correios e prorrogar por mais 30 dias o acordo vigente. O general declarou guerra conta os trabalhadores dos correios, Afirmou que o atual acordo precisa ser enxugado ao máximo, visando a privatização. Disse que irá transformar os “carteiros motorizados” em terceirizadas, com a mentira de que o custo desse trabalhador é de R$ 10 mil por mês, enquanto um terceirizado custaria R$ 2.5 mil por mês. O documento também afirma que a direção da ECT tomará medidas de urgência para reduzir ainda mais os gastos com os trabalhadores que, segundo eles, chegam a 62% da receita da empresa. EM outras palavras, anunciaram que vem aí milhares de demissões nos Correios. A revolta na categoria é geral. E não há outra arma dos trabalhadores para barrar as demissões, conquistar a reposição das perdas e outras reivindicações da campanha salarial e, prin-

cipalmente, barrar a privatização, que não seja um poderosa greve da categoria. A posição truculenta do general golpista Floriano Peixoto, braço direito do fascista Jair Bolsonaro só deixa mais mais evidente de que a posição dos sindicalistas dos Correios, ligado ao Bando dos Quatro (PT, PCdoB, PSTU e direitoria do Sintect-MG – LPS) de ficarem com o “penico” na mão em frente ao TST, para conseguirem uma ajuda dos ministros biônicos do Tribunal, inimigos dos trabalhadores, é uma fantasia de criança. O documento é uma declaração de guerra, o governo fraudulento de Bolsonaro, através desse general golpista está dizendo claramente, não vamos manter mais a empresa ECT, como empresa pública, vamos entregá-la para os parasitas do mercado privado, e para isso, precisamos acabar com os direitos e benefícios conquistado pelos trabalhadores dessa empresa, portanto, não vamos dar nenhum centavo no acordo, e ainda queremos cortar seus benefícios, igualando-os a um trabalhador terceirizado. Luta contra os pelegos ou unidade para recuar? O governo deixou claro que não quer saber de conversa. Que vai prá cima dos trabalhadores dos Correios. Qualquer recuo nessas condições é pura traição aos trabalhadores e representa um apoio – de fato – ao governo golpistas e seus lacaios na direção da ECT. A direção da traidora federação fantasma, a Findect, criada pelo PCdoB-MDB para dividir a categoria – e que

comanda os sindicatos de São Paulo e do Rio de Janeiro -, como sempre fazem, propuseram adiar a greve, para dar mais tempo para o governo organizar seus ataques, para deixar os trabalhadores sem acordo coletivo e sem luta por mais alguns dias. Há anos eles propõem a mesma política. Em vários momentos a categoria passou por cima dessa traição na maioria dos Estados, inclusive, pressionando – junto com as combativas bases de SP e RJ – pela realização da greve nesses sindicatos. Cedendo à pressão dos pelegos da Findect, a direção da Fentect (Federação dos Trabalhadores dos Correios), formada pela Articulação/PT, PSTU/Conlutas e Intersindical) emitiu nota propondo – mais uma vez – um vergonhoso recuo, sendo apoiada – vergonhosamente pela direção do Sintect-MG (maior sindicato da Federação), que publicou nota, assinada por seu presidente, embelezando a proposta traidora da Findect afirmando que sua direção pelega “sinalizou pela realização de greve unificada com a FENTECT” (quando toda categoria sabe que eles estão dando o golpe do adiamento da greve para tentar quebrá-la) e anunciando que “a diretoria do SINTECT-MG proporá à sua assembleia, no dia 03/09, que se mantenha o estado de greve com a realização da mesma a partir das 22 horas do dia 10/09”. Aprovar a greve. Passar por cima da política dos pelegos da Findect O ativismo classista dos correios e sua imensa base combativa precisam se colocar contra essa operação de sa-

botagem da luta contra as demissões e a privatização. Não pode haver a menor dúvida Somente a mobilização combativa, o enfrentamento da categoria com esse governo, a greve com ocupação dos prédios dos Correios pode impedir a privatização da ECT. É preciso uma grande mobilização para as assembléias convocadas para hoje. Nessas assembléias, aprovar a greve já e exigir que os sindicatos que ainda não convocaram que o façam, imediatamente. Se as direções não convocarem as assembléias em sindicatos dominados por pelegos que tradicionalmente traem a luta da categoria e procuram semear a divisão, como as diretorias do Sintects de São Paulo e Rio de Janeiro, a oposição e a direção da Fentect devem convocar a categoria. Não é hora de vacilar. Como a categoria dos correios ja fez inúmeras vezes, é preciso passar por cima da orientação vacilante ou traidora da luta da categoria e parar toda a ECT e ocupar os prédios. E convocar um Encontro Nacional Extraordinário, com delegados de base, eleitos em assembleias e nos locais de trabalho para organizar a luta geral contra as privatizações. É o momento de levantar os trabalhadores dos Correios de todo o País. A mobilização da maioria dos mais de 100 mil ecetistas, em todo o País, é uma arma poderosa para impulsionar a mobilização de outras categorias ameaçadas pelas privatizações, como petroleiros, bancários, eletricitários etc. E o conjunto dos trabalhadores contra o governo ilegítimo de Bolsonaro, que está destruindo o País e massacrando os trabalhadores, através da luta pelo “fora Bolsonaro!”.


4 | POLÍTICA

MAIS REPRESSÃO À VISTA

A lei contra as “fake news” é um jabuti No dia 28/8 uma sessão do Congresso Nacional (deputados e senadores juntos) derrubou os vetos do presidente ilegítimo Bolsonaro à popularmente chamada lei das “fake news”. Bolsonaro havia vetado em junho a parte que prevê penas duras para quem divulga notícias falsas durante as eleições. Em seu veto, Bolsonaro havia argumentado que a nova pena “viola o princípio da proporcionalidade entre o tipo penal descrito e a pena cominada”. O veto de Bolsonaro foi derrubado por 326 deputados e 48 senadores. A sessão bicameral restituiu o parágrafo 3º do artigo 2ª da Lei 13.834/2019, que atualiza o Código Eleitoral. Ficou assim a tipificação penal: “Dar à instauração de investigação policial, de processo judicial, de investigação administrativa, de inquérito civil ou ação de improbidade administrativa, atribuindo a alguém a prática de crime ou ato infracional de que o sabe inocente, com finalidade eleitoral” será punido com prisão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e ainda poderá receber multa. “§ 3º: Incorrerá nas mesmas penas deste artigo quem, comprovadamente ciente da inocência do denunciado e com finalidade eleitoral, divulga ou propala, por qualquer meio ou forma, o ato ou fato que lhe foi falsamente atribuído”. Pelos exposto aprovado pelos brilhantes parlamentares, muitos da chamada esquerda do espectro político, é só esperar para ver os donos da Globo e

do Estadão, por exemplo, na cadeia durante o período das eleições do ano que vem, se publicarem calúnias contra alguém. Da mesma forma, todos os leitores do Globo, do Estadão e da Veja que forem flagrados repassando as mentiras para seus amigos “por qualquer meio ou forma”, ou seja, não se trata apenas de internet ou aplicativos de mensagens por celular, não pode nem rabiscar uma mentirinha atrás da porta do banheiro da faculdade ou espalhar a fofoca na fila do pão. Pode dar cana feia: até oito anos de reclusão, além de multa. Calma. Isso é só em período eleitoral, situação que acontece, por enquanto, de dois em dois anos, entre os meses de julho e novembro. Além disso, veja a ressalva tanto no “caput” da lei quanto em seu parágrafo terceiro, que será candidato a cadeia

quem inventar ou espalhar “fake news” sobre alguém tendo conhecimento da inocência do denunciado. Essa é a válvula de escape. Então, basta o caluniador alegar que acreditava piamente na informação que divulgou que tudo bem, certo? Essa lei, na prática, não vai dar em nada, não tem como ela ser aplicada. Errado. Toda lei existe para prender pobres e militantes da esquerda. Se um portal de notícias alternativo de tendência esquerdista publicar que um candidato da direita roubou a merenda das escolas, por exemplo, e quem roubou a merenda não foi o candidato, mas um laranja seu, pronto. O portal será tirado do ar e todo mundo vai preso. Mas se uma publicação da direita divulgar que um candidato da esquerda

levou propina de uma empreiteira, e o candidato for inocente, basta a publicação de direita afirmar que não tinha conhecimento da inocência dele e está limpo. Menos para o candidato da esquerda e talvez também para o dono da empreiteira, que vão mofar um tempo em alguma masmorra, mesmo ficando explícita a mentira. Todos os veículos de comunicação, a internet, as empresas de celulares e até as portas dos banheiros das faculdades pertencem à burguesia. O espaço que a esquerda tem para expor suas ideias e denunciar a opressão é mínimo. Em São Paulo, nem pintar em muros e faixas é mais permitido. Cada vez que os parlamentares de esquerda têm brilhantes ideias e votam leis que coibam a comunicação, que limitem a disseminação de conteúdo, eles prestam um bom serviço à burguesia. É o espaço da esquerda que fica ainda menor. Vai acontecer a mesma coisa que aconteceu com a Lei da Ficha Limpa, que pegou o Lula e deixou o Bolsonaro correr solto. No jargão do Congresso, um “jabuti” pode ser uma lei, um decreto ou um detalhe “plantado” em um contrato ou licitação que, ao observador desatento passa despercebido ou parece inocente, mas que pode gerar um efeito planejado para favorecer ou desfavorecer alguém. A explicação sobre o termo remonta a uma anedota que diz que um jabuti não sobe em árvore. Se tiver um jabuti em uma árvore, alguém colocou o animal lá com alguma intenção dissimulada.

DIREITA PETISTA

Tarso Genro comemora nas redes aliança entre Haddad e Flávio Dino O ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro da Educação nos governos petistas, Tarso Genro, compareceu às redes sociais no final de semana passado, no dia 31 de agosto, para exaltar e comemorar a publicação de uma internauta que registrou sua satisfação com a possibilidade da formação de uma chapa para concorrer às eleições presidenciais de 2022, composta por Fernando Haddad (PT) e Flávio Dino (PCdoB). O tuíte compartilhado de @thatianap dizia: “Tá gente, foi legal Haddad e Ciro se cumprimentando, mas chapa dos sonhos é essa aqui” (Revista Forum, 31/08), fazendo referência à chapa Haddad/Dino. A publicação da internauta foi saudada por Tarso Genro como “grande chapa”. Neste momento está aberto no Partido dos Trabalhadores o processo de eleições internas e o ex-governador vem manifestando, nas redes sociais e em outros ambientes não só a sua simpatia, como o seu posicionamento aberto em defesa do nome do ex-presidenciável e ex-prefeito Haddad, como potencial candidato do PT para a disputa das eleições de 2022. Tarso Genro, junto com outros dirigentes petistas, como o presidente do PT carioca Washington Quaquá são, neste momento, os maiores entusias-

tas da candidatura de Haddad para encabeçar uma chapa de “esquerda” para o pleito de 2022. Isso decorridos única e tão somente oito meses do governo fraudulento de Jair Bolsonaro, que vem promovendo a maior obra de destruição do país, sem paralelo na história recente do Brasil. Governo este a quem Fernando Haddad desejou “boa sorte”, ou seja, que Bolsonaro tivesse êxito em seu projeto de ataque aos trabalhadores e à população explorada; em sua ofensiva contra os ativos econômicos nacionais e a soberania do país; que ele fosse bem sucedido nas privatizações e na entrega do patrimônio público ao imperialismo e ao grande capital; na perseguição à esquerda, aos sindicatos, aos movimentos sociais, ao povo pobre, aos negros, às mulheres e à população indígena do país. Esta postura do ex-governador Genro é abertamente reacionária, expressando o que há de mais direitista neste momento da conjuntura. Não deve ser esquecido que o governador maranhense Flávio Dino foi eleito em uma aliança com o PSDB, que ocupava a vice-governadoria do Estado. O partido de Flávio Dino, o PCdoB, hipotecou apoio à eleição de Rodrigo Maia para que o deputado direitista do DEM pudesse se eleger presidente da Câmara Federal, um

cargo que confere enormes poderes a quem o detém, controlando a pauta das votações e os projetos que tramitam na Câmara dos Deputados. Recentemente, o PCdoB, através da Deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) votou, na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, a favor de um “acordo” para que a base militar de Alcântara – que fica no Maranhão – passe a ser explorada (leia-se, controlada) pelos Estados Unidos. O governador Flávio Dino foi favorável a este “acordo” de lesa-pátria, que ataca frontalmente a soberania nacional e os interesses estratégicos de desenvolvimento da tecnologia militar e de defesa do país. Os festejos de Tarso Genro à hipótese de uma chapa formada por Haddad/ Dino para concorrer às longínquas e incertas eleições de 2022 é, neste sentido, um ataque à luta e às mobilizações que o próprio PT vem desenvolvendo em defesa da liberdade do ex-presidente Lula, preso há mais de 500 dias nas masmorras da Polícia Federal, em Curitiba. Não se vê, em nenhum ambiente, qualquer manifestação do ex-governador em defesa da liberdade de Lula, assim como não há nenhum envolvimento de Tarso nas campanhas que o PT leva diante para que o ex-presidente seja libertado. Todo o

horizonte e toda a perspectiva política do ex-ministro petista está centrada nas eleições de 2022, que não há qualquer garantia que serão mesmo realizadas. Mesmo que venham a ocorrer, as eleições representam o momento máximo onde a burguesia e o regime político de conjunto têm o controle total do processo, onde a fraude e a manipulação passam a ser a regra, como foi explicitado em 2018, com a fraude escancarada que resultou na eleição de Bolsonaro, abrindo caminho para a extrema direita fascista no país. Neste momento, o repúdio generalizado da população ao natimorto e fraudulento governo de Jair Bolsonaro está indicando claramente que as massas populares e o país não querem a continuidade do governo dos banqueiros, da extrema-direita, dos militares e do imperialismo. O conjunto da população não está disposta a aguardar a chegada das eleições de 2022 para ter as suas reivindicações atendidas e os seus direitos assegurados. Em todas as ocasiões em que há a oportunidade de se manifestar, o grito que se ouve nas ruas é um só: FORA BOLSONARO; por novas eleições gerais, pela liberdade do ex-presidente Lula, assegurados os seus direitos plenos de poder concorrer ao pleito presidencial.


POLÍTICA | 5

CRESCE A INFORMALIDADE

PSDB critica PCO: burguesia brasileira tem mente colonizada “Não. A Amazônia não é patrimônio da humanidade. Amazônia faz parte do território brasileiro. O G7, a ONU não tem que discutir a Amazônia”. “A Amazônia faz parte do território brasileiro. Quem tem que discutir a Amazônia é o próprio povo brasileiro. Ponto final”, assim afirmou Rui Costa Pimenta na última análise política semanal, COTV, 31/08/2019. O presidente francês, Emmanuel Macron, ao final do encontro do G7 havia declarado à imprensa internacional, “é preciso discutir proposta para a Amazônia”. Afinal a Amazônia seria patrimônio da humanidade. A atitude fere a soberania nacional. É preciso não só ser contra a ingerência do imperialismo na Amazônia, mas exigir que imperialismo saia da Amazônia. Metade do território brasileiro A Amazônia representa metade do território brasileiro, com 25 milhões de brasileiros. Imensurável riqueza desse imenso território é cobiçada por todos. O jornal O GLOBO, reportou que empresa francesa Total, uma das maiores petrolíferas do mundo, estava atuando em águas marítimas na foz do rio Amazonas, fronteira do Brasil com a Guiana Francesa. É claro que aí, a petroleiro Total, vislumbra uma enorme jazida de petróleo. Articulista da Folha aventou a possibilidade de vender a Amazônia. Nin-

guém vende metade de seu território nacional, seria a destruição do País. Bolsonaro é ameaça não porque vai botar fogo na Amazônia. Bolsonaro é ameaça porque pode colocar a perder o país todo. o articulista dizia ainda que seria exagero achar que o imperialismo quisesse interferir na Amazônia. Acreditar nisso isso seria “Teoria da Conspiração”. O G7 não é Teoria da Conspiração, o G7 é a própria conspiração. O G7 quando se reúne é para tomar decisões como a de destruir a Líbia, por exemplo. Destruir o Iraque, destruir a Síria, como aconteceu recentemente. A classe dominante brasileira tem uma mentalidade muito colonial, mentalidade de ser colonizada. Ela não sabe qual é a politica que corresponde a um Estado soberano. Mentalidade tão colonial que ela acha normal que sete países do mundo se reúnam e discutam a Amazônia, sem a presença do Brasil. Absurdo. O País inteiro deveria se levantar contra isso aí. Esses setores da burguesia, como o PSDB, são lacaios, servos, empregados treinados do imperialismo para pensar como o mestre. O sítio Catraca Livre, ligado ao PSDB, teve um princípio de êxtase, com a suposta comunhão de posições dentre extremos, “A gente viveu para ver o dia em que bolsonaristas e integrantes do PCO estariam lado a lado”, dizia matéria.

CONGRESSO DA UEE-SP

União Estadual de Estudantes declara: derrotar Bolsonaro nas ruas! Neste fim de semana, 30 de agosto e 1° de setembro, Araraquara sediou o maior e mais importante evento político estudantil do estado de São Paulo, o 41° Congresso da União Estadual de Estudantes (CONUEESP). A mesa principal de debate, do primeiro dia, contou com a participação do Prefeito Edinho (PT), da Deputada Estadual Érica Hilton (PSOL), do Presidente da UNE Iago Montalvão e da Presidente da UEE-SP, Nayara Souza. Participaram também do debate diversas organizações estudantis que denunciaram o golpe, a prisão ilegal de Lula e o governo Bolsonaro. O encontro dos estudantes ficou marcado pela leitura da crescente onda de extrema direita em todo o mundo, da crise econômica e do avanço dos países que integram o imperialismo mundial aos países atrasados como a Venezuela, além do golpe de 2016 que derrubou Dilma, a primeira mulher Presidenta do Brasil e da prisão ilegal pela Lava Jato da maior liderança popular do Brasil, o ex presidente Lula. Os estudantes radicalizaram o discurso, prometeram não dar descanso ao

governo golpista e não arredar os pés das ruas até que Bolsonaro seja derrotado. A medida que a crise aumenta, a juventude se desenvolve e ganha consciência. Depois do vazamento das conversas do ex “juiz” Sérgio Moro com a acusação, Deltan Dallagnol, que escancaram para o mundo a grande farsa da operação Lava Jato, que tornou a maior liderança operária um preso político do regime golpista que vigorá e que faz do processo que elegeu Bolsonaro uma grande fraude, não se pode tolerar por nenhum dia mais esse governo fascista que não foi eleito, assim como não se pode permitir que o companheiro Lula passe um dia mais nas masmorras de Curitiba. É preciso que a juventude se levante em unidade aos demais setores oprimidos e explorados da população, que ocupem as ruas pela democracia numa palavra de ordem que sintetize toda luta: Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula e todos presos políticos! Eleições Gerais com Lula Livre e candidato!

Bolsonaro em campanha demagógica incentivou os maníacos que estão queimando a floresta. Deu a eles carta branca para queimar a floresta e transformar tudo em pasto. Essa política transloucada de Bolsonaro incendiou o mundo. Serviu de pretexto para o G7 intervir na Amazônia. Sumindo o chão sob seus pés, Bolsonaro socorreu-se nos Estados Unidos. Chamou Trump. “Trump, vai representar o Brasil no G7”. Isto é, Bolsonaro aceitou a ingerência imperialista, nada reclamou do Brasil sequer ser chamado para discussão sobre a Amazônia que não é do G7, não é do imperialismo, e ainda designou o presidente do maior país imperialista, para falar em nome do Brasil. Submissão total.

Em gesto de desespero bolsonaristas, como a deputada federal Carla Zambeli (PSL), procuraram chamar a atenção para a denúncia do PCO contra a ingerência imperialista na Amazônia. O que levaria os bolsonaristas a aplaudir posicionamento do partido do fora bolsonaro, contra a ingerência imperialista? Puro desespero, um tiro no próprio pé. Já que é no imperialismo que Bolsonaro se sustenta. O patriotismo de Bolsonaro é uma fachada, ele é tão entreguista quanto os tucanos que escrevem para o Catraca Livre. Para salvar não apenas a Amazônia da invasão imperialista, mas salvar o Brasil da destruição bolsonarista, é chegada a hora do Fora Bolsonaro!


6 | POLÍTICA

COM FACA E SPRAY DE PIMENTA

Fascistas atacam bar palestino em São Paulo O bar Al Janiah, localizado no bairro do Bixiga, em São Paulo, foi atacado por um grupo de cinco pessoas na madrugada de domingo (1º), conforme denunciado em nota oficial do estabelecimento, publicada em sua página no Facebook. O grupo usou spray de pimenta e uma faca. O local é conhecido por ser frequentado por um público de esquerda, além de pertencer a palestinos, vítimas de uma política direitista mundial do imperialismo de apoiar a opressão israelense contra o povo palestino. Ou seja, a motivação é obviamente de extrema-direita, e corresponde ao clima fascista alimentado hoje pelo próprio governo golpista. Esse fato reafirma a necessidade da criação de comitês de autodefesa. Conforme a crise da extrema-direita se aprofunda, e fica mais evidente que o governo é extremamente impopular, a tendência é de que o regime se feche cada vez mais, e de que a extrema-direita fique mais violenta. Essa seria a única forma que resta para os

bolsonaristas conseguirem se impor. Desde a eleição de Bolsonaro no ano passado, diversos ataques como esse aconteceram por todo o país, especialmente contra a comunidade LGBT. Por isso, além dos comitês de autodefesa, para preservar as organizações populares e dos trabalhadores

diante da ofensiva da direita é preciso estimular a mobilização contra o governo golpista. A tendência à mobilização é clara, como já demonstraram os atos de maio, junho e agosto contra o governo Bolsonaro, em que a principal palavra de ordem levantada pelos manifestantes foi o Fora Bolsonaro! É

preciso incentivar essa tendência no meio da população para derrotar a direita golpista. O governo Bolsonaro ataca a população todos os dias com medidas como a reforma da Previdência, os cortes na educação, modificações nas leis trabalhistas, privatizações etc. Além do incentivo às queimadas descontroladamente na Amazônia, entre outras políticas catastróficas. Caso chegue ao fim do mandato, Bolsonaro já terá destruído o país, por isso é preciso o fim desse governo imediatamente. Casos como o do ataque ao Al Janiah mostram outro motivo crucial para levantar o fora Bolsonaro! em cada oportunidade. Se a direita golpista tiver tempo para se reorganizar e para organizar uma ofensiva que assegure sua manutenção no poder, apesar de toda a crise e de toda impopularidade de Bolsonaro, isso vai custar muito caro para os trabalhadores. A única política que está restando para Bolsonaro e uma intensa repressão contra o povo.

MANIFESTAÇÕES EM FRANKFURT

PCO participa de ato em Frankfurt contra Bolsonaro Em Frankfurt, Alemanha, no último dia 31 de agosto, houve uma manifestação organizada por um grupo de defesa dos direitos humanos relacionado diretamente à igreja evangélica luterana que reuniu cerca de cem pessoas. Considerando que era sábado foi um grupo reduzido, ainda assim as falas foram abertas e estavam representadas por diversas pessoas de nacionalidades latino-americanas, incluindo brasileiros, bolivianos, peruanos e mexicanos. As palavras de ordem foram distintas, não apresentando muita coesão por se tratarem de diversas pessoas sem organização levadas por uma euforia da esquerda pequeno-burguesa. Ainda assim a palavra de ordem do PCO estava representada na presença de três militantes do partido. Assim as palavras de ordem Fora Bolsonaro e Lula livre ecoaram na boca de algumas pessoas. Uma companheira do PCO fez uma fala no ato, em alemão e

lendo trechos em português. Vale ressaltar que mesmo no contexto onde a esquerda pequeno-burguesa insiste em desorientar com palavras de ordem dispersas da realidade política, o Partido da Causa Operária se apresenta como uma alternativa de projeto político viável e coerente. A Alemanha, apesar de ser um país que faz parte do G7, apresenta indivíduos que compreendem a luta do proletariado internacional. As campanhas do partido tomam cada vez mais força no plano nacional e internacional, ainda que a imprensa golpista insista em confundir a população com pautas pontuais, problemas rasos e políticas de contenção da classe trabalhadora. É preciso levar as palavras de ordem de Fora Bolsonaro e Liberdade Para Lula para todos os lugares para que tomem força cada vez mais e se consolide ainda mais no Brasil através do apoio do povo trabalhador ocupando as ruas.


POLÍTICA | 7

LULA LIVRE E FORA BOLSONARO

Balanço dos mutirões O Partido da Causa Operária (PCO) tem realizado uma atividade para coleta de assinaturas em defesa da liberdade de Lula. Assim, duas vezes por semana, na quarta-feira e no domingo, mutirões ocorrem em diversas cidades do país, em feiras, universidades, praças, em eventos e espaços de concentração pública. Os mutirões já ocorrem faz dois meses sem interrupção, e contam com a participação, além daquela dos militantes do PCO, com a de militantes do Partido dos Trabalhadores (PT), dos comitês de luta contra o golpe e dos comitês Lula Livre. Assim, também no último final de semana, os militantes e simpatizantes saíram às ruas, em dezenas de estados do país, para recolher assinaturas pela liberdade de Lula, com a coleta de centenas de milhares de assinaturas, confirmando a percepção clara que a população tem de que se trata de um preso político. Há cidades em que os mutirões ocorrem em vários lugares simulta-

neamente, contanto sempre com intenso apoio da população, da classe operária e da classe média, reforçando, vamos repetir, que a luta pela liberdade de Lula é fundamental para mobilização contra o Golpe. Mais que isso, a luta pela liberdade do ex-presidente Lula vem colada a uma enorme rejeição da população ao governo Bolsonaro. Os mutirões têm servido para esclarecer parte da população e, ao mesmo tempo, confirmar, nas conversas com os cidadãos, a percepção que têm quanto ao papel de Lula como aquele que efetivamente se contrapõe ao governo de extrema-direita de Bolsonaro. Fica claro, cada vez mais, que a luta pela liberdade de Lula vem junto com o Fora Bolsonaro e, portanto, com a luta pela derrubada do governo golpista e de todos seus apoiadores. A perda de popularidade do governo é cada vez maior, o que vem sendo finalmente explorado pela imprensa burguesa – mesmo que ainda sem

mostrar o tamanho real da rejeição que sofre o governo. O Partido da Causa Operária acredita que esse fato deve ser aproveitado por todos os setores combativos da luta social de massas, pois vê em Lula, nesse momento de polarização, o representante dos trabalhadores e da população pobre – dirigente do Parti-

do dos Trabalhadores, preso de forma ilegal, em oposição a Bolsonaro. É por isso que todos precisam participar desses mutirões, que ocorrem em todas as regiões do país. Procure os comitês de luta contra o golpe e o PCO para participar. Saia às ruas em defesa da liberdade do ex-presidente e pelo Fora Bolsonaro.

DATAFOLHA

Segundo pesquisa fraudulenta, brasileiros querem entregar Amazônia A Folha de S. Paulo está em campanha para que o Brasil entregue a Amazônia para os estrangeiros. Em 20 de agosto, como quem não quer nada, Hélio Schwartsman, colunista do jornal, publicava um texto sob o título: “Vamos vender a Amazônia?”, em que dizia que tal entrega seria “benéfica para todos”. Outros textos vêm sendo publicados na Folha de S. Paulo com o mesmo teor. Agora, o jornal paulistano inventou, em reportagem publicada no domingo (1º), que 75% dos brasileiros considerariam legítimo o interesse de estrangeiros na Amazônia. “Dado” que teria sido “descoberto” pelo DataFolha, e foi alardeado com essas palavras na manchete referente ao assunto: “Para 75%, é legítimo interesse de estrangeiros na Amazônia”. Obviamente, só é possível apresentar um número como esse mediante algum tipo de fraude. Seja no modo como foram feitas as perguntas, seja por meio da simples fraude dos dados. Seja como for, a própria pesquisa se contradiz quando a pergunta é sobre quem deveria gerir a região. Enquanto 40% acham que a Amazônia é responsabilidade do Brasil, segundo o Datafolha, outros 35% acham a mesma coisa mas que outras nações deveriam ser ouvidas. Só 22% concordariam com uma gestão internacional (outro número alto a que a pesquisa chegou, coincidentemente alinhada à linha editorial da Folha). Outro dado incoerente da pesquisa é que 61% concordaram que o chamado “agronegócio” precisaria de mais espaço para se desenvolver, contra 35% que pensam o contrário. De qualquer modo, seria quase impossível aferir de fato a opinião de mi-

lhões de pessoas em um determinado momento. A variação dessas opiniões é muito dinâmica, e poderia mudar diante de diversos estímulos. O que a Folha procura medir é o sucesso de sua campanha pela entrega da Amazônia. E mesmo assim, não apresenta um resultado crível, mas coloca na boca dos brasileiros em geral a opinião de seus próprios editores, que por alguma razão têm interesse na entrega

da Amazônia para estrangeiros, o que corresponde a interesses de capitalistas que controlam o jornal. A Amazônia é do Brasil A esquerda e a população organizada deve rejeitar essa campanha de setores da burguesia e do imperialismo como um todo pela entrega da Amazônia. A floresta amazônica abrange

nove estados da Federação e corresponde a 59% do território nacional. Entregar a Amazônia representaria o fim do país e uma derrota histórica para o povo brasileiro. Deve-se rejeitar, denunciar e resistir a qualquer pretensão do imperialismo de roubar metade do território nacional ou de impedir o desenvolvimento soberano no país dentro dessa vasta porção de seu próprio território.


8 | MOVIMENTO OPERÁRIO

G7 MAPEOU A AMAZÔNIA

G7 nunca ajudou a combater a destruição da Amazônia O G7, grupo dos 7 países imperialistas mais ricos, nunca ajudou ou teve a intenção de desenvolver a Amazônia. No ano de 1992, durante o governo neoliberal de Fernando Collor, o G7 injetou cerca de 463 milhões de dólares para que a Amazônia se tornasse intacta. O programa foi um sucesso na visão dos imperialistas, o que resultou em um programa mais ampliado para outros países explorados com florestas. Ao contrário do que possa parecer, o G7 nunca teve a intenção de manter florestas intactas, mas sim, tem a intenção de que as áreas que eles não podem explorar, não sejam exploradas por outros países, no caso, o Brasil. Além de injetarem dinheiro para a manutenção da floresta, o G7 mapeou o território brasileiro na Amazônia por meio do programa

SLAPR, em que por meio de satélites, mapeava a vegetação nativa em propriedades rurais no país, em um claro movimento para conhecer os recursos naturais da região em vista de uma futura intervenção, ao mesmo tempo que faziam as propriedades terem uma porcentagem de área nativa à força. O imperialismo Francês, assim como todos os outros países imperialistas, não se importa com a preservação do meio ambiente. O que eles desejam é que o meio ambiente seja explorado por eles e não pelos países pobres. Se se importasse com a Amazônia, Macron começaria preservando a parte pertencente à Guiana Francesa, que sofre com uma gigantesca exploração de empresas francesas em sua região amazônica, sendo até hoje colônia francesa.

É necessário que a esquerda tome partido contra o imperialismo e suas intervenções em território brasileiro. A Amazônia é do povo brasileiro e assim deve permanecer. Ao mesmo tempo, é necessário que a esquerda peça cada

vez mais o “Fora Bolsonaro” como meio de proteger a floresta e o território brasileiro. Bolsonaro se finge de nacionalista, enquanto entrega de bandeja todos os recursos naturais e industriais brasileiros para o imperialismo norte-americano.

A HORA DO FORA BOLSONARO

REUNIÃO DO CCN DO PCO

Burguesia discute novamente cassação de Bolsonaro

Aumentar a mobilização para o dia 14 em Curitiba

Voltou a ser discutida internamente no governo a possibilidade de impeachment de Bolsonaro. De acordo com relatos ligados ao golpista, o próprio já entende que as chances de não terminar o mandato são grandes, e é orientado por seus filhos a tomar uma postura mais ofensiva contra a imprensa, como forma de apelar para sua base de sustentação. Mourão, com o desenvolvimento da situação, volta a ser atacado pela família Bolsonaro, por ser a figura que iminentemente assumiria o cargo com o eventual impeachment. Além disso, o general que sempre foi um mecanismo de controle da burguesia sobre Bolsonaro, também corre riscos de cair. Como se percebe com as mais recentes informações, a burguesia já estuda derrubar o governo Bolsonaro devido às últimas grandes crises que atingiram o governo, principalmente no caso da Amazônia, que tomou proporções internacionais. Com isso, prepara-se já ações contra o fascista, como forma de tentar estabilizar o regime e voltar, com menos crise, os ataques contra a população. Corroborando com isto, alguns advogados de partidos direitistas já indicam que Bolsonaro poderia ser derrubado por uma série de infrações, e que isso depende do aprofundamento das contradições entre o ex-capitão e o conjunto da burguesia. Porém, mesmo com toda a crise no regime, e evidências claras que até mesmo a direita estuda derrubar o governo, a esquerda ainda resiste em chamar pela sua derrubada, pelo fora Bolsonaro, a palavra de ordem mais popular que existe atualmente. Sendo assim, a esquerda pequeno-burguesa abre espaço para a burgue-

Nos dias 1º e 2 de setembro deste ano, os dirigentes do Comitê Central do Partido da Causa Operária se reuniram para discutir a atual conjuntura política. O objetivo da reunião foi organizar o ato do dia 14 de setembro em Curitiba, em frente à Polícia Federal, pela liberdade de Lula. Por um lado, as denúncias do Intercept têm contribuído para o impulsionamento da luta pelo “Lula Livre”, como sintetizado na palavra de ordem do PT. Mas não só isso, estas denúncias se somam à gigantesca crise do governo Bolsonaro, que tem tropeçado em suas próprias pernas, como pudemos ver no recente caso da Amazônia. O problema da liberdade de Lula é o reverso da moeda do “Fora Bolsonaro”. Enquanto o governo cai, a popularidade de Lula só aumenta. Vimos recentemente na pesquisa do DataFolha que, caso as eleições fossem hoje, Haddad derrotaria Bolsonaro. Curiosamente, não foi apresentada nenhu-

sia tentar estabilizar o regime, não sabendo utilizar da crise gigantesca em que o governo se encontra, e indo na contra mão dos interesses da população. Ao percebermos isto, vem a dúvida sobre o que falta para esses setores pedirem a derrubada do governo, e se, apenas quando a direita tomar a frente e agir, é que a esquerda ficará a seu reboque, não tomando uma política consistente contra o regime golpista, e dando mais uma chance para burguesia estabiliza-lo. Finalmente, vemos que não há mais como permitir a continuidade do governo Bolsonaro, e que não podemos dar a chance para a direita tentar contornar a crise sem a intervenção popular. Por isso, o momento exige, mais do que nunca, a derrubada dos golpistas pela população, tendo como base as palavras de ordem Fora Bolsonaro e Eleições Gerais!

ma pesquisa que colocasse Lula na disputa, o que mostra que o objetivo da direita golpista é excluir Lula da luta política. Afinal, se até Haddad seria capaz de vencer Bolsonaro, podemos imaginar que a vitória de Lula seria esmagadora. Os mutirões organizados pelo Partido e pelos Comitês de Luta contra o golpe, e os “faixaços” feitos pelos companheiros do PT têm demonstrado a imensa popularidade desta luta, que só perde em popularidade para o Fora Bolsonaro, mas vemos que ambas são praticamente uma unanimidade. Depois de toda a discussão, o Comitê Central do Partido reforçou nesta reunião este ato, no dia 14 de setembro, que foi decidido por unanimidade. Por tudo isso, convidamos todos os companheiros interessados a se juntarem a esta mobilização. É preciso romper a inércia da esquerda e organizar a luta em torno das palavras de ordem centrais dos dias de hoje no Brasil: a liberdade de Lula e o “Fora Bolsonaro”.


POLÍTICA | DIA DE HOJE NA HISTÓRIA| 9

CHINA VAI À OMC

Crise capitalista: China vai à OMC contra taxas de Trump A partir do próximo domingo as tarifas implementadas pelo direitista Donald Trump contra a importação de produtos chineses passam a vigorar. A partir do dia 08/09 os produtos chineses sofrerão uma sobretaxação de 15% em seus valores de importação. A política segundo Trump é para reverter o déficit na balança comercial que os EUA enfrentam em relação à China e foram anunciadas ainda em 2018. A novidade agora se trata da decisão do Ministério chinês do Comércio que decidiu entrar com um processo na Organização Mundial do Comércio (OMC) tendo em vista que a decisão do governo americano desrespeita o consenso alcançado pelos líderes dos dois países em reunião realizada em Osaka, Japão. Nesse caso, é importante questionar que o sistema capitalista quando não alcança os objetivos de favorecer os países do eixo central apela para medidas de desrespeitam o livre comércio, tão adorado pelos burgueses. A China ainda acusa os Estados Unidos de forçarem a desvalorização de sua moeda, o Iuan, através de uma guerra econômica que vem se arrastando desde que o país asiático começou a dar mostras de que estaria pronta para desbancar o líder do bloco imperialista em termos econômicos. É uma demonstração clara de que a burguesia internacional não medirá esforços para continuar privilegiando aqueles que que já estão se apropriando das riquezas de todos os países que oprimem. Ainda assim, cabe a reflexão de este tipo de política desesperada apresenta um claro esgotamento da economia americana, não restando outra opção que não sejam medidas protecionistas que impeçam a entrada dos produtos

chineses extremamente competitivos com qualquer outro país do mundo. Além destas políticas, cabe ressaltar que existem indícios claros de que os EUA estejam influenciando protestos em Hong Kong contra o governo chinês. Outro ponto em disputa é o controle do mar do sul da China em que o governo americano está posicionando sistematicamente porta-aviões.

As peças no tabuleiro estão se posicionando e basta que alguém dê o primeiro golpe para que um conflito se inicie, visto que quando os EUA entram em conflito carregam consigo outros países como a Inglaterra e França, símbolos do imperialismo principalmente no século XIX. É preciso que a classe operária tome uma posição clara contra as

opressões dos burgueses internacionais e defenda os trabalhadores de todo mundo que serão as únicas vítimas. É preciso defender abertamente que vidas de trabalhadores sejam poupadas em conflitos de interesses econômicos em que os únicos que ganham são produtores da indústria da guerra e os seus financiadores banqueiros.

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

3/9/1939: Fraça e Reino Unido declaram guerra à Alemanha No dia 03/09/1939, há exatos 80 anos, a França, Reino Unido e suas colônias declararam guerra à Alemanha Nazista, sendo seguidos posteriormente por todos os países independentes da comunidade britânica. No dia 01/09/1939, a Alemanha, que já vinha expandindo seu território desrespeitando o Tratado de Versalhes, em conjunto com o estado fantoche da Eslováquia invadem a Polônia, ato que pode ser considerado como a gota d’água para que o Reino Unido e a França entrassem no conflito que já vinha se desenhando com as constantes expansões territoriais por parte da Alemanha e da Itália. Junto com a declaração de guerra, Inglaterra e França iniciam também um bloqueio naval contra a Alemanha, com o intuito de sufocar a economia do país e seus esforços de guerra. Há que se dizer que, na época, as grandes potências imperialistas já esperavam o conflito e faziam vista gros-

sa para os acontecimentos recentes. O intuito era justamente que a guerra acontecesse, pois com a profunda crise capitalista em que se encontrava o mundo, somente uma guerra poderia rearranjar o capital. Os países imperialistas não só forçaram o conflito, como muitos deles saíram extremamente fortalecidos da guerra, como é o caso dos EUA, que acabou se tornando o principal país imperialista, impulsionado pela reconstrução da Europa. A Segunda Guerra gerou mais de 60 milhões de mortes, entre civis e militares. O país com maior número de mortes foi a União Soviética, que perdeu cerca de 27 milhões de pessoas. Foi durante o conflito que se realizou o holocausto por parte da Alemanha Nazista em sua perseguição aos judeus. Foi também o único conflito em que foram utilizadas armas nucleares, por parte do imperialismo Norte-Americano contra civis Japoneses.


10 | INTERNACIONAL

CRISE NA INGLATERRA

Povo sai às ruas contra fechamento do Parlamento na Inglaterra Nesse sábado, 31 de agosto, milhares de britânicos saíram às ruas para protestar contra a decisão do Primeiro Ministro Boris Johnson de fechar o parlamento britânico por 5 semanas, faltando 2 meses para o Brexit. Aqueles que defendem a permanência do país na União Europeia consideram a ação do primeiro ministro um golpe e um ato antidemocrático. Os atos aconteceram em Edimburgo, Glasgow, Manchester, Cardiff e dezenas de outras cidades do país e demonstram a revolta da população com a intenção de Johnson de realizar o Brexit à força. Os opositores gritavam “Johnson mentiroso, que vergonha!” e em faixas e cartazes lia-se “vamos defender a nossa democracia”, “#parem o golpe”, “outra Europa é possível”, entre outras. Muitas placas criticavam a relação entre Johnson e o presidente estadunidense Donald Trump e o fato da rainha Eli-

zabeth II ser envolvida na questão do fechamento do parlamento. A suspensão determinada pelo Primeiro Ministro vai de 10 de setembro a 14 de outubro, o que deixa poucos dias para deputados votarem leis para atenuar os efeitos do Brexit, ou adiar o Brexit. Muitos consideram o ato de Johnson um ataque à democracia e abuso do poder. Nessa terça-feira, dia 3, os parlamentares da oposição tentarão impedir essa imposição de Johnson, através de um instrumento legislativo visando evitar a saída do país da União Europeia sem acordo. Trata-se de mais uma tentativa da extrema-direita impor as suas vontades sobre a população, se utilizando de mecanismos que passam por cima até mesmo do pouco verniz democrático que existe. O ato de envolver a rainha Elizabeth II na política mostra o quanto a extrema-direita está dispos-

ta a atropelar a democracia. A reação de grande parte da população contra o Brexit e a denúncia da aproximação entre Johnson e Trump, demonstra a crise do imperialismo. O parlamento inglês já havia rejeitado diversas vezes, anteriormente, a

proposta de saída da União Europeia de Theresa May, o que a colocou em situação complicada. Com a possibilidade de Jeremy Corbyn assumir como Primeiro Ministro, à época, a direita precisou se radicalizar para defender o Brexit.

CRISE NO REINO UNIDO

CRISE DO REGIME CAPITALISTA

Boris Johnson cogita chamar novas eleições gerais

Extrema-direita cresce exponencialmente em eleições estaduais alemãs

Com a crise no regime britânico se aprofundando a cada dia, a pauta de se chamar novas eleições volta aparecer como solução no meio da falta de popularidade do governo. Boris Johnson é o segundo primeiro-ministro que subiu ao cargo sem ser votado, mostrando a disparidade de intenções que existe entre a população e a burguesia, que ao todo custo tenta se manter no controle do governo. No entanto, na atual situação em que o regime se encontra, com rachas entre os principais partidos sobre a questão do Brexit, o atual primeiro-ministro se vê em um beco sem saída, ou consegue aprovar a saída da União Europeia ou não terá mais forças para manter o governo. Por causa disso, Johnson, de acordo com a BBC, já iniciou conversas internas, ameaçando de chamar eleições gerias, algo que depende do apoio de dois terços dos deputados.

Com a eventual chamada de novas eleições, é exposta a crise em que o governo se encontra, na qual precisa antecipar as eleições para tentar criar alguma estabilidade no regime, algo que já não existe há algum tempo. Contudo, essa se ação se mostra ainda mais desesperada quando se percebe que o favorito a ganhar as eleições são nada mais que a ala mais à esquerda do partido trabalhista, encabeçado por Jeremy Corbyn. Jeremy, por sinal, já se declarou favorável a organização de novas eleições, que serão as primeiras desde 2017, quando Theresa May não conseguiu maioria no parlamento, sendo forçada a se unir com a extrema direita. Hoje, a situação está em um momento muito mais evoluído da crise, onde o Johnson suspendeu o parlamento por cinco semanas, atrasando as votações, e o líder trabalhista é visto como nome favorito da população para ocupar o cargo.

Um dos fatores que demonstram a crise do regime capitalista no atual contexto, é o crescimento da extrema-direita nos principais países da Europa. As eleições estaduais que ocorreram na Alemanha no último domingo, 1, demonstram claramente este fator político. Enquanto que os partidos do centro político alemão, como a União Democrata-Cristã, da atual chanceler Angela Merkel, e o Partido Social-Democrata (SPD), mesmo conquistando a maioria dos votos, nas suas respectivas regiões, Saxônia e Brandeburgo, a votação de ambos foi menor do que nas eleições de 2014. A UDC obteve 33,1% dos votos, seis pontos percentuais a menos do que 2014, e o SPD conseguiu 26,8%, cinco pontos a menos em comparação com a última eleição. Por outro lado, mesmo não obtendo a maioria, o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) conseguiu triplicar os votos na Saxônia, alcançando 28%, e dobrar em Brandeburgo, atingindo 24,5%, em comparação com as eleições de 2014.

Os índices de votação na Saxônia e em Brandeburgo foram os seguintes: CDU teve 32,8% dos votos, tendo perdido 6,6%, enquanto a AfD conseguiu 27,8%. Com menor número de votos ficou o partido A Esquerda com 10,2%, 8,7% a menos do que nas últimas eleições. O partido Verde obteve 8,2% e o SPD 6,6%. Em Brandemburgo, o SPD ganhou com 26%, número próximo dos 23,5% da AfD, que cresceu 11,3%. A CDU conseguiu 15,7% (-7,3%), A Esquerda obteve 10,8%, uma queda de 7,8% e o Partido Verde 10,7%, o dobro de 2014, que foi de 2,4%. Os números mostram a falência do regime político tradicional, os principais partidos que historicamente se mantiveram à frente do poder, perderam parte da sua votação. Ao mesmo tempo a extrema-direita avança, o que não é um fenômeno exclusivo da Alemanha, mas ocorre em todos os países do mundo, como na Itália, na Espanha, na França, entre outros. O que, mais uma vez, é uma clara demonstração da profundidade da crise do regime capitalista.


MOVIMENTO OPERÁRIO | CIDADES | 11

CAMPANHA SALARIAL DOS CORREIOS

Manter a greve dia 03, unificação tem que ser para lutar e pela base Na sexta-feira (30-08), o general golpista Floriano Peixoto, presidente da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), do governo fraudulento de Jair Bolsonaro, declarou que não vai acertar a reedição do atual acordo coletivo de trabalho na empresa, que a proposta da ECT é de cortar gastos e benefícios dos trabalhadores para colocar os Correios em uma situação favorável para privatização. Diante da declaração de guerra do general golpista, e do fim da vigência do acordo coletivo da categoria no dia 01 de setembro, os sindicatos filiados à Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) haviam decidido em um Consin (Conselho de Representantes) que chamariam greve para o dia 03 de setembro. No entanto, os sindicatos de São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Maranhão e Bauru, que são controlados por sindicalistas do PCdoB e PMDB, que dividem a categoria através de uma federação fantasma (Findect), foram pressionados por suas bases a se manifestarem sobre a ausência de convocação de assembleia nas suas bases, e se não iriam chamar os trabalhadores a unificar-se na greve nacional. Sob pressão, o sindicalista Elias Diviza, presidente do Sintect-SP, escreveu para os sindicalistas dos sindicatos ligados à Fentect para que suspendessem a greve marcada para o dia 03 e convocassem greve somente para o dia 10 de setembro. Imediatamente, a burocracia sindical dos Correios ligada ao Bando dos Quatro (PT, PCdoB, PSTU e diretoria do Sintect-MG, LPS), através de consultas por WhatsApp decidiram abandonar, pela terceira vez nessa campanha salarial, a data da greve do dia 03 de setembro, a fim de adaptar-se a política de contenção dos trabalhadores, promovida pela federação fantasma (Findect) e dos divisionistas que controlam o sindicato de São Paulo e Rio de Janeiro, que haviam convocado assembleias somente para o dia 10 de setembro. Querem colocar o “leme” da greve nas mãos dos traidores da categoria

Os sindicalistas da federação fantasma, principalmente o presidente do Sintect-SP, Elias Diviza, ressuscitaram a federação fantasma, criada pela direção da ECT, para dividir a categoria no inicio dos anos 90, para impedir a unidade da categoria em torno da Fentect, federação criada pelos trabalhadores. Somente a luta contra os traidores da federação fantasma é possível unificar a categoria contra os ataques da direção da ECT e do governo direitista e privatista de Jair Bolsonaro, o cancelamento da greve do dia 03 de setembro, para validar a convocação do dia 10 de setembro pelos dirigentes sindicais da Findect é colocar os trabalhadores dos Correios e a greve nacional nas mãos do setor que mais representa os interesses da direção dos Correios. Nunca é demais lembrar que na greve de 43 dias contra a criação da Postal Saúde, para extinguir os Correios Saúde, foi sabotada pela federação fantasma, como também esses sindicalistas sabotaram a greve da campanha salarial de 2017, quando os trabalhadores lutaram contra a aprovação de mensalidades no plano de saúde.

Os sindicalistas de São Paulo entraram depois de 8 dias de greve e no meio da greve, orientou os trabalhadores para aprovarem o acordo, sem incluir a questão da saúde, que ficou nas mãos dos juízes do TST. Passar por cima da orientação de adiar mais uma vez a greve dos Correios A proposta de adiar a greve por mais 8 dias, só serve para a direção da ECT se movimentar e desmobilizar a categoria, já que os trabalhadores foram mobilizados para a greve pela própria declaração do general golpista, Floriano Peixoto, que disse que sua política é trocar os trabalhadores concursados por trabalhadores terceirizados. Além do mais, a categoria já não tem mais contrato de trabalho, os trabalhadores da ECT estão sendo regidos na melhor das hipóteses pela leis trabalhistas, adequadas a famigerada reforma trabalhista que os golpistas validaram no golpista governo de Michel Temer. É hora de mobilizar todos os trabalhadores para greve, sair em greve dia

04 de setembro, e com a deflagração das greves nos sindicatos da Fentect, ajudar os trabalhadores da base de São Paulo e Rio de Janeiro aprovar greve imediatamente após as assembleias grevistas. O Sintect-MG que é o maior sindicato dos trabalhadores dos Correios da base da Fentect, deveria ser uma alavanca na luta das bases sindicais de São Paulo e Rio de Janeiro contra a camisa de força estabelecida pelas direções desses sindicatos, no entanto, o grupo “LPS” que controla esse sindicato, entrou também na política de legitimar o controle dos pelegos nessas bases, orientando que suas bases sindicais fiquem a reboque de traidores e divisionistas das categoria. Os trabalhadores dos correios de Minas Gerais precisam se opor a orientação de conciliação com os pelegos apresentada pela diretoria sindical do Sintect-MG. É preciso uma greve que ultrapasse o controle dos sindicalistas do Bando dos Quatro (PT, PCdoB, PSTU e diretoria do Sintect-MG-LPS) sobre os trabalhadores, já que a greve precisa ser forte, combativa e com ocupação dos prédios da ECT.

POLÍTICA “DIFERENTE”

Resultado da “gestão” Doria: empresa privada abandonou ciclofaixas Em São Paulo, a montagem das ciclofaixas, que acontece todo domingo há dez anos, não ocorreu porque a empresa responsável pelo serviço abandonou o patrocínio da prefeitura de São Paulo em agosto. O tucano Bruno Covas afirmou que, no caso de nenhuma empresa se interessar pelo projeto, a Prefeitura terá de assumir o controle das ciclofaixas: “Vai depender de aparecer ou não interessados em relação a isso, porque se não aparecer interessados, a gente tem que licitar a contratação de alguém, que vai ser contratado pela

Prefeitura para poder fazer isso. E aí prazo não tem controle, pode parar no Tribunal de Contas, na Justiça, estamos correndo para poder não prejudicar mais a população”. Eis aí o resultado da tal “gestão” baseada nas práticas do mundo da iniciativa privada, que seria diferente e melhor do que a política estatal de administração. Essa “gestão” é uma administração péssima, o que é feito de propósito, com o objetivo de dar dinheiro para empresários parasitas que, no final, não entregam o serviço. Isso é a “gestão” a qual o “gestor” Doria falava.


12 | ECONOMIA | JUVENTUDE

CRISE NA ARGENTINA

Argentinos fazem fila nos bancos após limitação de compra de dólares Trata-se de uma completa crise da economia após o governo Macri. Mesmo o governo restringindo a compra de dólares por empresas e pessoas físicas, o Peso continua perdendo valor em relação ao Dólar. Nesta segunda-feira, dia 2, a Argentina amanheceu com enormes filas em frente aos bancos, após os novos controles de câmbio impostos pelo governo entrarem em vigor. O decreto realizado no domingo determina que: as empresas precisarão de autorização do Banco Central para comprar dólares, a transferência de dólares de empresas argentinas para o exterior terá quer ser autorizada pelo Banco Central, pessoas físicas terão limite mensal de 10 mil para compras em dólares americanos e o saque de dólares por

correntistas continua sem limites. No início das operações dessa segunda, o dólar estava sendo vendido por 63 pesos, 2 pesos acima da cotação da última sexta-feira. Os títulos da Argentina em euros e dólares também atingiram os menores valores já registrados. Agências de risco também rebaixaram a nota do país. A imprensa capitalista tenta negar que esse é o resultado de uma política econômica neoliberal e o FMI já solicitou de Alberto Fernández que ele se alinhe à política neoliberal, o que ele prontamente atendeu, inclusive criticando Nicolás Maduro. Mesmo assim a direita ainda se utilizará de muitos artifícios para eleger Macri, novamente; e se não conseguir, irá manter Fernández “na linha”.

DIREITA NAS UNIVERSIDADES

Governo impõe reitor bolsonarista à UFFS Nessa sexta-feira (30) foi publicado no Diário Oficial da União, o nome do novo reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), mais uma indicação do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro. Pelas normas vigentes, a universidade apresenta ao governo uma lista com os três candidatos mais bem colocados nas eleições, e então cabe ao governo decidir quem ocupará o cargo. A prática adotada desde o Governo Lula, é conduzir ao cargo de reitor, o candidato mais votado, ou seja, o primeiro na lista, o que obviamente, atende a uma lógica mais democrática. Acontece que para Bolsonaro e seus seguidores, a escolha não deve ser da universidade, e que a universidade não é “de quem estuda nela”. Ou seja, a reitoria deve ficar sob o controle dos golpistas, como é o caso da UFFS e de outras universidades, como estamos vendo desde o início do governo. Marcelo Recktenvald, escolhido por Bolsonaro, ficou em terceiro lugar na consulta eleitoral à comunidade acadêmica e não se capacitou para o segundo turno. Derrotado, ele ainda se inscreveu na disputa no colégio eleitoral – que é a que decide a lista tríplice a ser enviada

ao Ministério da Educação – e ficou novamente em terceiro lugar, com apenas quatro votos. No entanto, Marcelo foi o escolhido por Bolsonaro. Professor, pastor, apoiador do presidente fascista, Marcelo se descreve nas suas redes sociais como: “cristão conservador, defensor da família, pastor batista e professor da UFFS”. O futuro reitor já confirmou seu apoio ao programa “Futura-se”, e faz

forte defesa da criminosa operação Lava Jato. Segundo ele, sua trajetória de vida, seu currículo e perfil conservador tenham sido decisivos para a escolha do presidente. Apesar dessa “quebra de padrão” não ser ilegal, fica claro o ataque a autonomia universitária, estão colocando golpistas para controlarem a comunidade acadêmica e assim destruir totalmente as universidades públicas.

Nesse sentido, é preciso defender a mais completa autonomia universitária diante do Estado burguês. A Universidade é local de organização dos estudantes, de democracia estudantil. Esse controle dos golpistas sobre a Universidade é uma ditadura contra o movimento estudantil e popular. Contra essa série de ataques que as universidades vem sofrendo, é preciso convocar uma ampla mobilização do corpo estudantil pelo Fora Bolsonaro.


MORADIA E TERRA | 13

AMAZÔNIA EM CHAMAS

Em agosto, triplica os focos de incêndio na Amazônia De acordo com dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o mês de agosto terminou com 30.901 focos de queimadas registrados na Amazônia, o que mostra que o número de incêndios triplicou em relação a agosto de 2018 – quando foram registrados 10.421 focos, um aumento de 196%. No ano, a Amazônia já contabiliza 46.825 focos de queimadas, o que representa 51% do total de todos os focos registrados no país em 2019. O Pará foi o estado com mais queimadas registradas, com 10.185 focos. A cidade paraense de Altamira liderou o ranking dos municípios, com 2.932 casos no ano.

Os números deixam claro o aprofundamento da política criminosa do fascista Jair Bolsonaro, verdadeiro responsável pela destruição da Amazônia. Desde o início do seu governo, Bolsonaro vem incentivando o desmatamento ilegal, perseguindo os servidores, e cortando recursos, para assim beneficiar latifundiários que lucram com esse desmatamento da nossa floresta e abrir portas para uma intervenção imperialista. Diante essa situação, o governo teria que prestar contas de suas ações à população , mas como sabemos que num governo de extrema-direita isso é impossível, é fundamental lutar pelo “Fora Bolsonaro”.

AGRONEGÓCIO

Agronegócio é o setor com maior taxa de suicídios entre trabalhadores O Brasil vive uma conjuntura política bastante grave. A crise economica, política e social se aprofunda. O Brasil sofre os danos da crise capitalista do imperialismo, que para sobreviver subjuga países atrasados. Com o golpe, que retirou uma presidente eleita, prenderam o ex-presidente e futuro candidato presidencial sem prova, eis que surge, um capacho do império americano, Jair Bolsonaro, presidente golpista ilegítimo, que faz o papel de total entrega das riquezas brasileira com sua política de terra arrasada e extermínio da população pobre e negra. Um dos setores atingidos por essa política obscurantista é o agronegócio, onde trabalhadores estão ficando sem seus empregos, retiradas dos seus direitos trabalhistas, trabalhadores antigos, com idade acima dos 50 anos estão com suas vidas completamente desintegradas, cheios de dívidas, filhos passando dificuldades, ou seja,

sem perspectivas. Essa realidade é refletida no aumento do índice de suicídios entre os trabalhadores do setor de agronegócio. Esse setor escraviza os trabalhado-

res com a perda do emprego e o desemprego prolongado, leva ao desalento, à depressão e outros transtornos, que por sua vez levam a pessoa a tirar a própria vida. Além disso, condi-

ções de trabalho e emprego específicas, que levam ao estresse psicológico no trabalho, como violência e assédio, ou mesmo o contato com substâncias químicas que produzem alterações endócrinas no funcionamento neuroquímico, podem também desencadear transtornos mentais ou neurológicos que evoluem para o suicídio. Resultados de diversos estudos sugerem que a exposição a substâncias químicas, presentes nos agrotóxicos, pode ser uma causa importante. Muitas delas, por sua ação no sistema nervoso central ou desreguladora do sistema endocrinológico, estão associadas ao aparecimento da depressão, ansiedade e doenças neurodegenerativas, entre outros transtornos mentais causadores do suicídio. É preciso nos levantarmos com nossas bandeiras, faixas, cartazes e irmos para as ruas lutarmos por fora Bolsonaro, e eleições gerais com Lula candidato.


2 | EDITORIAL

ESPORTES

Todos os domingos às 20h30 na Causa Operária TV

Crise do VAR se aprofunda e FIFA estabelece novas normas de uso Com o pretexto de melhorar o desemprenho dos muito criticados árbitros de futebol, foi introduzido as partidas o tão polêmico VAR. A tecnologia supostamente viria para evitar erros, contudo, como já denunciado nesse jornal, o único intuito dela é aumentar o controle externo sobre as partidas, influenciando de forma mais direta os resultados conforme os interesses de organizações e capitalistas. Porém, o seu pouco tempo de uso já foi suficiente para abrir uma crise no futebol. Desde erros absurdos, mudanças de resultados, atrasos no andamento do jogo, e uma interferência evidente em favor da seleção francesa na última copa do mundo, são motivos claros que fizeram a tecnologia dividir opiniões. Graças a esses acontecimentos, vemos cada vez mais amantes do futebol, e até mesmo alguns comentaristas que se vem obrigados pela situação, a criticar seu uso, alguns chegam a dizer “Ou o futebol acaba com o VAR ou o VAR acaba com o futebol”. Recentemente, a polêmica voltou a tona com a ação do VAR na libertado-

res e campeonato brasileiro. Em diversos jogos, como o último Internacional e Flamengo, tiveram intervenções que ultrapassaram cinco minutos de paralisação, tudo isso apenas por lances interpretativos, e as vezes até triviais. Os ainda defensores dessa intervenção na partidas dizem que a tecnologia

não da certo por culpa dos brasileiros, assim esquecendo as demais intervenções na copa do mundo. Agora, a discussão se da no âmbito de como aplicar a tecnologia, já que seu uso foi tão ao extremo que causou uma crise no futebol, e a FIFA está se vendo obrigada a recuar dado ao de-

sastre causada. Nesse momento cabe aos clubes e aos torcedores denunciarem essa intervenção, pois nada mais é que uma forma mais direta de influenciar resultados e prejudicar o próprio futebol com tantas paralisações e decisões tomadas em salas secretas.

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