Edição Diário Causa Operária nº5760

Page 1

WWW.CAUSAOPERARIA.ORG.BR

SEGUNDA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5760

Lava Jato confirma: processo contra Lula era político, não jurídico Em matéria publicada na Folha de S. Paulo (08/09/19), revela-se que os procuradores da Lava Jato procuraram vazar áudios de forma ilegal e de forma seletiva para facilitar o golpe contra

Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Lula, preso político desde 2018. Uma manobra que acabou levando Bolsonaro ao poder através de eleições fraudulentas, uma vez que o candidato da população

(Lula) foi impedido de concorrer. Em 16 de março de 2016, Sérgio Moro tornou públicos de forma ilegal áudios vazados entre o expresidente Lula e a então presidente Dilma Rousseff,

tratando sobre a posse do petista para o Ministério da Casa Civil, que foi impedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a direita golpista, Lula teria aceitado o convite de Dilma para transferir

seu julgamento de Curitiba (Lava Jato – Moro) para o Supremo Tribunal Federal. Porém, a reportagem da Folha de S. Paulo teve acesso a anotações de agentes que monitoraram Lula, com resumos de 22

conversas grampeadas após a interrupção da escuta. As conversas foram gravadas pois as operadoras de telefonia demoraram para cumprir ordem de Moro e continuaram captando as ligações do ex-presidente.

Dilma empossa Lula como Ministro Chefe da Casa Civil. Foto: José Cruz / Agência Brasil

Bolsonarista na PGR mostra que é preciso eleições para o Judiciário

EDITORIAL

Resistir ou derrubar Bolsonaro?

Indicado por Bolsonaro ao cargo de procurador geral da república, Augusto Aras, bolsonarista de carteirinha, está apenas esper o aval do senado para assumir o mandato de dois anos.

A saída não é se defender dos ataques de Bolsonaro sem propor uma saída a eles, é lançar mão de uma palavra de ordem que unifique todos os setores: Fora Bolsonaro!

Militantes do Rio realizaram mais um mutirão nesse domingo

Em Minas, Deputado bolsonarista mais cidades Mutirões preparam o ato quer proibir comunismo: organizam mutirões pela do dia 14 em Curitiba Brasil rumo à ditadura Liberdade O deputado bolsonarista Julian Lemos (PSL) anunciou de Lula Esse domingo foi mais um dia de mutirão pela liberdade que está elaborando um projeto de lei que visa proibir o comunismo no Brasil. Segundo ele, o comunismo seria igual ao nazismo e se o nazismo é proibido, o comunismo deveria ser também. Ele afirma que “Um não matou mais do que o outro”.

Cresce o número de cidades mineiras que organizam mutirões pela Liberdade de Lula

de Lula em várias cidades do estado de São Paulo. A uma semana do ato em Curitiba, dia 14, os mutirões estão recolhendo nomes para as caravanas, além da campanha do abaixo-assinado pela anulação de todos os processos contra o ex-presidente Lula, preso político há mais de 500 dias.


2 | OPINIÃO EDITORIAL

COLUNA

Resistir ou derrubar Bolsonaro? Na atual situação política existem duas políticas na esquerda brasileira, a de defender a saída do governo Bolsonaro e a defender a sua domesticação. O setor revolucionário, operário, da esquerda brasileira, o nosso Partido, defende a primeira posição, o setor pequeno-burguês, reformista, defende o segundo. Neste artigo iremos expor alguns dos muitos argumentos da esquerda pequeno-burguesa contra a derrubada do governo Bolsonaro, e contra a luta contra o golpe. A primeira de todas as ideias, que foi apresentada claramente por Breno Altman no debate com o companheiro Rui Costa Pimenta na TV 247, é a de que o movimento operário nacional sofreu uma enorme derrota com o impeachment de Dilma Rousseff e portanto estaria numa situação em que a defensiva política é a única saída. Esta argumentação é falsa em vários sentidos, o primeiro é que o movimento operário brasileiro sofreu uma derrota, no entanto, esta derrota não definiu o quadro político, muito pelo contrário, deixou-o ainda mais indefinido. A crise aberta pelo golpe de Estado não se encerrou com a queda de Dilma, ou ainda com as eleições de 2018, isso até os analistas burgueses reconhecem. A segunda coisa que mostra que esse argumento é errado é o fato de que não foi imposta ao povo uma ditadura aberta, ou um regime de guerra contra a classe trabalhadora. De acordo com os analistas pequeno-burgueses teríamos sido derrotados de forma acachapante sem que o inimigo, a burguesia, tenha imposto um regime adequado a tal vitória. Fica claro, ao ver o governo Bolsonaro, que eles querem impor uma ditadura, mas que enfrentam enormes dificuldades nisso, ou seja, o movimento está apto a enfrentar os ataques. Em suma, sobre este ponto, sofremos revezes, como a queda de Dilma, a prisão de Lula e a eleição de Bolsonaro, mas isso não definiu a luta, ela está sendo definida todos os dias no embate entre as classes. Para comprovar esta tese, é preciso prestar atenção para a polarização. A polarização mostra que o centro político está se dissipando, mais ainda, ela

mostra uma radicalização da massas populares. A polarização é sempre evitada pela burguesia, ela acontece quando setores populares começam a assumir uma postura cada vez mais à esquerda e isso força a direita a se radicalizar também. O que vemos no Brasil de hoje é esse fenômeno. O fato de que a polarização não tenha acabado, mostra que a luta está acirrando e, ainda mais, que a classe trabalhadora caminha para a esquerda. Ao contrário do que pensam os intelectuais pequeno-burgueses, a polarização não é algo ruim, ela é positiva, pois aponta um acirramento da luta e um desenvolvimento da consciência dos trabalhadores, é preciso incentivar esta polarização e aprofundá-la, aprofundar as diferenças entre esquerda e direita, só assim poderá a classe ser mobilizada contra a burguesia para libertar Lula e derrubar Bolsonaro. Outra ideia que deriva da primeira é a ideia de que nós não precisaríamos de uma luta geral que unificasse todos os setores oprimidos contra o governo, mas de uma série de batalhas defensivas. Isso também têm se mostrado errado, principalmente com as recentes derrotas desta tática no caso da reforma da previdência. A verdade é que a medida em que travamos batalhas pontuais nós dividimos a classe trabalhadora, num momento em que não há movimentos locais, apenas movimentos gerais. Enquanto que se lançarmos mão da luta política contra Bolsonaro, pela sua derrubada, uniremos todos os setores que estão sendo atacados em uma só luta, formando um enorme bloco popular contra a burguesia, tornando a nossa posição mais forte. Isso têm sido uma posição instintiva das massas, pois mesmo os protestos convocados sob o pretexto de defender a educação, se tornaram comícios pela saída de Bolsonaro. A saída não é se defender dos ataques de Bolsonaro sem propor uma saída a eles, é lançar mão de uma palavra de ordem que unifique todos os setores, que organize a luta e que dê uma perspectiva de vitória, tão necessária num momento como esse, é preciso lançar mão da palavra de ordem de Fora Bolsonaro, Eleições Gerais e Liberdade para Lula.

CAUSA OPERÁRIA ILUSTRADA

Censura ou Liberdade? Polêmica com a Revista Forum e William de Lucca Por João Pimenta

Na última quarta-feira, 4, o Diário Causa Operária (DCO) publicou um artigo criticando a decisão da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), controlada por elementos bolsonaristas, de parar jogos e punir clubes que tiverem gritos homofóbicos entoados no estádio. A posição gerou uma intensa polêmica na esquerda brasileira, levando a Revista Forum, blog esquerdista, a nomear a posição do DCO como homofóbica, outra posição, que concordava com a Forum, foi a posição do jornalista e editor do Brasil 247, William de Lucca, que acusou o partido de se enfileirar com os fascistas ao defender que não se censurasse as torcidas. Esse é um debate antigo na esquerda, não é a primeira vez que nos deparamos com posições de teor reacionário por parte da esquerda no que diz respeito a aceitar o direito de fala das pessoas. Exporemos aqui nesta coluna alguns dos argumentos mais comuns dessa esquerda, para travar um amigável debate com a Revista Forum e com o editor do Brasil 247. É preciso ressaltar que os companheiros citados acima defendem, à primeira vista, que o Estado penalize em primeiro lugar com penas no marco desportivo, mas também defendem a lei que criminaliza a homofobia, ou seja, falar coisas “homofóbicas” deve ser condenado no direito penal, com toda a violência estatal que isso acarreta. A primeira pergunta que temos que nos perguntar é: devemos usar a força do Estado burguês para calar aqueles que dizem coisas ruins? Dizemos isso, em primeiro lugar, pois há consenso neste debate de que não é positivo que se ofenda a população LGBT, mas generalizemos a questão. Ao nos fazermos esta pergunta, primeiro devemos nos perguntar sobre quem decidirá se é homofobia ou não, se é ofensivo ou não o comentário. A resposta para isso é clara: o Estado. Ao defender que o Estado cale as torcidas, estamos fortalecendo o poder deste mesmo Estado. Quem controla o Estado? A população pobre, LGBT, negra? Certamente que não, a burguesia controla o Estado, os fascistas controlam o Estado, controlam o Congresso, a presidência da República e o Judiciário, e esta burguesia, fascista, é o maior inimigo de qualquer oprimido, incluindo os LGBTs. O que de Lucca e a Revista Forum estão pedindo, conscientemente ou inconscientemente, é que nosso piores inimigos tenham o poder de decidir o que podemos ou não falar. Eles escolhem o que é homofobia e não nós, eles escolhem o que é ofensivo e não nós. Ao defender a censura de opiniões homofóbicas, estão defendendo a censura de qualquer opinião divergente da do Estado. Um caso claro é o do finado jornalista Paulo Henrique Amorim, que acusou um jornalista da Globo de ser um “negro de alma branca”, ou seja, um

negro que serve ao opressor branco, um traidor da causa negra, e foi espantosamente condenado por racismo. Ele falou o que pensava, e o Estado o puniu por isso. A lei do racismo aqui serviu para atacar a causa negra, em defesa de um serviçal dos brancos. Hoje, no Brasil da criminalização do discurso homofóbico, humoristas e políticos pagam multas milionárias por falar o que pensam, pois ofenderam algum poderoso com um time de advogados, podendo até ser presos por isso. O Estado é burguês, ele serve à burguesia, sua função é esmagar o oprimido. O pobre LGBT dificilmente vencerá, num tribunal, um milionário que ofendê-lo, já o milionário calará o pobre usando a justiça sempre que quiser. Citemos aqui duas autoridades, uma democrática e outra socialista que apresentaram bem o que queremos explicar. É atribuída a Voltaire a seguinte frase: “não concordo com uma palavra do que dizes, mas lutarei até a morte pelo direito de dizeres”, o iluminista sabia bem que ao defender o direito de seus inimigos falarem, estava defendendo seu próprio direito de falar. Rosa Luxemburgo, renomada militante comunista, disse em 1918: “a liberdade é sempre a liberdade daquele que discorda de você”(Freheit ist immer die Freiheit der Andersdenkenden). Rosa entendia bem que liberdade significa a liberdade do pensamento que não é majoritário, que não domina a cena, mesmo que ele esteja errado, pois ao defender esse pensamento, ela defendia também o direito do pobre e do oprimido pensar. Ao defendermos que as torcidas falem o pensem, estamos defendendo a liberdade de pensamento, que é algo inalienável. Apenas em distopias vemos uma situação onde não se pode pensar de uma determinada maneira, seria uma ditadura brutal se isso ocorresse, neste sentido defendemos que todos tenham direito de pensar da forma que quiserem e de externar, através da fala e da escrita, seu pensamento. Seríamos uma sociedade de lunáticos se dissemos “você pode pensar de uma determinada maneira, mas não pode expressar esse pensamento”. É preciso dizer que historicamente essa não é uma posição esquerdista, a da defesa da censura do pensamento. A esquerda sempre defendeu o direito de pensar e falar, e ainda mais, defendeu que se a população tem uma opinião errada sobre algum setor, algum preconceito, que isso fosse resolvido através do debate, da propaganda e da educação, e nunca, nunca, através da coerção, da violência estatal, da prisão. A esquerda sempre acreditou que forçar as pessoas a pensar de uma determinada forma sempre teve o efeito oposto, e que o correto é o convencimento. A posição de forçar um determinado modo de pensar, sempre foi uma posição dos poderosos, da direita.


POLÍTICA | 3

ANULAR TODOS OS PROCESSOS!

Lava Jato confirma: processo contra Lula era político, não jurídico Dallagnol foi adiante e revelou que o objetivo dos vazamentos era político Em matéria publicada na Folha de S. Paulo (08/09/19), revela-se que os procuradores da Lava Jato procuraram vazar áudios de forma ilegal e de forma seletiva para facilitar o golpe contra Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Lula, preso político desde 2018. Uma manobra que acabou levando Bolsonaro ao poder através de eleições fraudulentas, uma vez que o candidato da população (Lula) foi impedido de concorrer. Em 16 de março de 2016, Sérgio Moro tornou públicos de forma ilegal áudios vazados entre o ex-presidente Lula e a então presidente Dilma Rousseff, tratando sobre a posse do petista para o Ministério da Casa Civil, que foi impedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a direita golpista, Lula teria aceitado o convite de Dilma para transferir seu julgamento de Curitiba (Lava Jato – Moro) para o Supremo Tribunal Federal. Porém, a reportagem da Folha de S. Paulo teve acesso a anotações de agentes que monitoraram Lula, com resumos de 22 conversas grampeadas após a interrupção da escuta. As conversas foram gravadas pois as operadoras de telefonia demoraram para cumprir ordem de Moro e

continuaram captando as ligações do ex-presidente. Os diálogos gravados e não divulgados dão conta de conversas de Lula com sindicalistas, com o então vice-presidente golpista, Michel Temer e outros políticos, e revelam que Lula relutou em aceitar o pedido de Dilma Rousseff para se tornar ministro, e que só aceitou após muita pressão dos aliados. Segundo o jornal golpista de São Paulo: "Embora os registros mostrem que os policiais prestaram atenção a todas as conversas do ex-presidente, o telefonema de Dilma foi o único que a PF anexou aos autos da investigação sobre Lula nesse dia antes que Moro determinasse o levantamento do sigilo do processo. Mensagens que integrantes da Lava Jato trocaram no aplicativo Telegram, obtidas pelo Intercept e analisadas em conjunto com a Folha, mostram que um dos policiais na escuta alertou os investigadores para o telefonema de Dilma assim que ouviu a ligação e foi instruído a produzir um relatório. Não foi o que ocorreu com as outras conversas. O mesmo agente usou o Telegram para avisar que Lula também falara com Temer e fez um resumo do

primeiro diálogo entre eles, com duas horas de atraso. Nenhum dos investigadores que participava do grupo reagiu à informação no Telegram." Desta forma, a Polícia Federal atuou em conjunto com a Lava Jato para conspirar contra o ex-presidente, o que não é novidade para ninguém. Dallagnol foi adiante e revelou que o objetivo dos vazamentos era político. Veja partes da reportagem da Folha destacadas: "Para Andrey Borges de Mendonça, seria difícil defender a divulgação da conversa de Dilma por causa do horário em que ocorrera, mas a maioria discordou. “O moro recebeu relatório complementar e o incorporou”, disse Carlos Fernando. “Nesta altura, filigranas não vão convencer ninguém.” Deltan entrou tarde na discussão e se alinhou com Carlos Fernando. “Andrey No mundo jurídico concordo com Vc, é relevante”, disse. “Mas a questão jurídica é filigrana dentro do contexto maior que é político” Mendonça disse concordar com o chefe da força-tarefa, mas insistiu. “Isso tera q ser enfrentado muito em breve no mundo juridico”, escreveu. “O estrago porem esta feito. E mto bem feito”. Era tarde, e os outros integrantes do grupo

não se manifestaram mais sobre o assunto. Desta forma, Dallagnol afirmou que o contexto da divulgação do áudio não tinha nada de jurídico, uma vez que foi totalmente ilegal; o objetivo (“o contexto maior”) foi político. Isto é, uma campanha política contra o PT, contra Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. Os áudios divulgados pelo The Intercept revelam a ilegalidade da forma que atuou a operação Lava Jato contra Lula e os membros do PT. Por isso, a operação precisa ser totalmente cancelada e todos os processos decorrentes dela. Anular todos os processos contra Lula e exigir sua liberdade! Todos à Curitiba no dia 14 de setembro.

CENSURA CONTRA A ESQUERDA

ELEIÇÕES PARA JUÍZES!

Deputado bolsonarista quer proibir comunismo: Brasil rumo à ditadura

Bolsonarista na PGR mostra que é preciso eleições para o Judiciário

Parlamentar fascista procura aprofundar a ditadura fascista por meio da censura

Indicado por Bolsonaro ao cargo de procurador geral da república, Augusto Aras, bolsonarista de carteirinha, está apenas esper o aval do senado para assumir o mandato de dois anos.

O deputado bolsonarista Julian Lemos (PSL) anunciou que está elaborando um projeto de lei que visa proibir o comunismo no Brasil. Segundo ele, o comunismo seria igual ao nazismo e se o nazismo é proibido, o comunismo deveria ser também. Ele afirma que “Um não matou mais do que o outro”. Para além da falsificação histórica e da total ignorância política do deputado direitista, é importante denunciar claramente que tal projeto de lei configura o avanço de uma ditadura fascista no País. Não é direito do Estado impor à sua população qual ideologia pode ou não ser defendida por ela. Além disso, a proibição do comunismo significa, na verdade, uma proibição de tudo o que estiver relacionado à esquerda, desde seus partidos até outras organizações de luta dos trabalhadores, como sindicatos, movimentos sociais etc. O projeto é semelhante a um do deputado Carlos Bolsonaro, que procura alterar a Lei Antirracismo para incluir também o crime de “fomento ao embate entre as classes sociais”, com pena prevista de reclusão de um a três anos e multa.

Mais uma situação em que uma lei repressiva celebrada pela esquerda pode ser usada contra ela. Ambos os casos trazem à tona a importância da questão da liberdade de expressão. A esquerda apoiou a censura, ao criar ou respaldar leis que visavam punir o discurso nazista ou racista da direita. Agora, se utilizando do mesmo expediente e das mesmas intenções de silenciar o contraditório, a direita procura proibir o comunismo e a apologia a ele, criando uma justificativa legal para impedir a esquerda de se manifestar. Porém, a direita possui o apoio da burguesia e, principalmente com o aprofundamento do golpe de Estado, maior força e controle do aparato estatal para impor a sua política, portanto quem sairá perdendo com essa apologia à censura será a esquerda. Por conta disso, a política correta a ser defendida é a da liberdade de expressão total e irrestrita: a direita está livre para falar o que quiser, por mais atrasadas e selvagens que sejam as suas posições; e a esquerda também está livre para se expressar, defender a sua política e sua luta em seus discursos.

Indicado por Bolsonaro ao cargo de Procurador Geral da república, Augusto Aras, está apenas esperando o aval do senado para assumir o mandato de dois anos. O cargo da PGR sempre contou uma enorme demagogia por parte da burguesia, que com a lista tríplice, tentava manter um aspecto de “democracia” e “independência” no processo de escolha. No entanto, este cargo sempre esteve atrelado aos interesses daqueles que possuem de fato o poder político no país, servindo como braço da burguesia brasileira para controlar o governo ou o salvar de crises. Dessa forma, o governo Bolsonaro ao indicar diretamente um procurador que tem grande afinidade ao seu programa de destruição nacional, revela o caráter arbitrário que sempre existiu na escolha desses cargos. Aras já vem se preparando para assumir faz meses, quando ainda no início deste ano passou a dar declarações favoráveis aos ataques de Bolsonaro à população, mostrando ser um verdadeiro bolsonarista.

Com isso, fica claro que nunca poderemos ver com legitimidade tais juízes até chegar o dia em que os mesmos tenham seus mandatos escolhidos pelo povo, por meio de eleições diretas. Os cargos no Judiciário devem estar subordinados à decisão da própria população que precisa ter o direito de escolher os representantes de acordo com seus interesses.


4 | ATIVIDADES DO PCO

EM SÃO PAULO

Mutirões preparam o ato do dia 14 em Curitiba Em várias cidades do estado, militantes saíram às ruas pela liberdade de Lula Esse domingo foi mais um dia de mutirão pela liberdade de Lula em várias cidades do estado de São Paulo. A uma semana do ato em Curitiba, dia 14, os mutirões estão recolhendo nomes para as caravanas, além da campanha do abaixo-assinado pela anulação de todos os processos contra o ex-presidente Lula, preso político há mais de 500 dias. Na avenida Paulista, na capital do estado, os militantes do PCO armaram sua tradicional banca para venda de materiais distribuição de adesivos, cartazes e panfletos. Também foram vendidos mais de uma centena de jornais Causa Operária, que esta semana trata sobre o ato do dia 14 em Curitiba. Mais uma vez a população que passeava pela Paulista que fica fechada para os carros aos domingos recepcionou muito bem os mutirões e as palavras de ordem que estão cada vez mais na boca do povo são o “fora Bolsonaro” e a “liberdade para Lula”. Participe dos mutirões em todo o País, todos os domingos nas ruas e quartas-feiras nas universidades e participe da caravana para Curitiba no próximo sábado, dia 14.

MUTIRÕES DO RIO SÃO SUCESSO

FORA BOLSONARO

Militantes do Rio realizaram mais um PCO lidera manifestação do Grito mutirão nesse domingo dos Excluídos no Piauí No estado do Rio foram realizados mutirões na capital, Volta Redonda, Petrópolis, Nova Friburgo e Rio das Ostras. A atividade tende a se espalhar por todo o estado.

A companheira professora Lourdes Melo, que comandava o ato, pedia a renúncia do presidente golpista Bolsonaro e também a liberdade de Lula.

Neste domingo, os companheiros do PCO e dos Comitês de Luta contra o Golpe e o Fascismo do Rio de Janeiro mais uma vez foram às ruas. Na capital, o mutirão de coleta de assinaturas pela liberdade de Lula aconteceu mais uma vez na feira da Glória, de 12 às 15. Também foram realizados mutirões em Petrópolis, Volta Redonda, Nova Friburgo e Rio das Ostras. Mais uma vez, a política do Partido foi muito bem aceita pelos transeuntes. O samba animou a nossa atividade de venda de jornais, distribuição de adesivos e coleta de assinaturas. Os adesivos “Fora Bolsonaro” não são amplamente aceitos, mas “requisitados” com muita intensidade pelo público.

O tradicional movimento “Grito dos Excluídos” em Teresina, Piauí, aconteceu na Avenida Marechal Castelo Branco e teve forte presença do PCO. O mote desse ano foi “soberania do país”. No ato, viu-se faixas vermelhas pedindo “Lula Livre” e também os agora famosos cartazes produzidos pelo PCO, pedindo “Fora Bolsonaro” e “Liberdade para Lula”. Participaram professores, movimentos de luta por moradia, entidades estudantis e partidos de esquerda. A companheira professora Lourdes Melo, que comandava o ato, pedia a renúncia do presidente golpista Bolsonaro e também a liberdade de Lula. Duas palavras de ordem que estão cada vez mais presentes na boca do povo. A professora Albetiza Moreira, também do PCO, afirmou claramente que somos contra esse governo entreguista e inimigo da população, que está destruindo o país, a vida dos trabalhadores e que quer matar a população. A palavra de ordem “Fora Bolsonaro”, que o PCO vem apoiando desde antes da eleição, mostra-se naturalmente presente e a urgência pela libertação do ex-presidente Lula nunca

Ao final da atividade coletamos dezenas de assinaturas pela liberdade de Lula, vendemos dezenas de jornais e distribuímos milhares de adesivos, fazendo da feira e do samba um local de descontração e discussão política. Em Petrópolis, em Volta Redonda, Nova Friburgo e Rio das Ostras, os companheiros também realizaram atividades de coleta de assinaturas. Envolvendo cada vez mais pessoas nas atividades, os companheiros tem coletado todas as semanas centenas de assinaturas pela liberdade de Lula, e realizando um movimento que só tende a crescer por todo o Rio de Janeiro e em todo o país.

foi tão óbvia, ainda mais agora com os vazamentos do Intercept e o fracasso da política de Bolsonaro. As lideranças dos partidos pequeno-burguesas tentam esfriar a mobilização, mas a população mostra a disposição para lutar e sabe o sentido correto da luta política.


ATIVIDADES DO PCO | 5

MINAS NA LUTA LULA LIVRE

Em Minas, mais cidades organizam mutirões pela Liberdade de Lula Cresce o número de cidades mineiras que organizam mutirões pela Liberdade de Lula Em Minas Gerais, Uberlândia e Conselheiro Lafaiete agora também têm mutirão todos os domingos pela Liberdade de Lula, juntando-se a Juiz de Fora, Ouro Preto, Contagem e Belo Horizonte. Cada companheiro que vai às ruas coletando assinaturas pela anulação dos processos fraudulentos movidos pela operação golpista Lava Jato contra o ex-presidente Lula, amplia a agitação popular em torno da luta contra o golpe, que hoje passa necessariamente pela anulação das eleições fraudadas de 2018. O povo sabe bem que Lula só foi preso para não ser candidato, única forma da extrema-direita tomar o poder, ou seja, dando mais um golpe no povo brasileiro. Os processos contra Lula são todos fruto de uma armação, onde Moro era um juiz comprado pela burguesia apenas para condenar o ex-presidente, através de uma verdadeira encenação processual, uma Ação Penal de mentira, desde a acusação até a sentença. Como não havia crime nem prova contra Lula, e diante do imenso interesse que tem a burguesia em não permitir que o povo escolhesse livremente o seu presidente, também foram aliciados nesta operação os desembargadores do TRF4, que cor-

reram para confirmar a sentença nula de Moro. Boa parte do STF também está nas mãos da burguesia golpista, inclusive através da coerção direta do alto escalão das Forças Armadas, setor que é um dos grandes responsáveis pelo desastre que está se abatendo sobre o Brasil e o nosso povo. Mas o golpe não consegue se firmar exatamente porque o povo está lutando, e lutando cada vez com mais consciência de tudo o que está em jogo, e que só poderemos contar com as forças populares para vencer esta guerra contra a burguesia. Por este motivo, nesta última semana antes do grande Ato Nacional pela Liberdade de Lula, em Curitiba, cresce o número de cidades mineiras que aderiram à campanha pela anulação dos processos do ex-presidente, cada dia mais popular entre o povo de Minas Gerais. Em Uberlândia, o companheiro Felipe se prontificou a ir para as ruas, ainda que fosse sozinho, coletar assinaturas. Em Juiz de Fora, foi o nosso companheiro Uendi, que já está na campanha há algumas semanas, e chega ao povo na feira-livre da cidade. Em Ouro Preto é o Luiz e sua esposa quem percorre a Praça Tiradentes, centro histórico da Inconfidência Mineira,

DIA 14 TODOS A CURITIBA

levando a campanha para turistas e moradores do local. Em Conselheiro Lafaiete, está o nosso companheiro petista Marcelo que coletou assinaturas no diretório do PT, onde ocorriam as eleições internas do partido. Em Contagem e em Belo Horizonte, estão os companheiros mais experientes do PCO em Minas Gerais, que, juntamente com militantes do PT e de coletivos de luta, como o Alvorada, estão na campanha desde o início, e constatam que cada vez mais pessoas se mostram dispostas a participar desta luta.

Na capital mineira, por exemplo, basta colocar a faixa pela Liberdade de Lula que logo aparecem diversas pessoas querendo tirar fotos, sempre identificando-se com o tradicional L de Lula com as mãos, símbolo que já se tornou a marca registrada da luta por Lula Livre. São ações deste tipo que demonstram que o povo brasileiro está sempre pronto para lutar, bastando que suas lideranças, partidos políticos, movimento populares e sindicais, coletivos de luta contra o golpe, mostrem os caminhos e a direção da mobilização popular. #LulaLivre #ForaBolsonaro

BAHIA

PR: Reta final para o ato de 14/09, Mutirões pela Liberdade de Lula mutirões pela liberdade para Lula por diversas cidades da Bahia Na reta final para o ato do próximo sábado (14), os mutirões vêm ganhando força na campanha pela liberdade de Lula Aconteceu, neste domingo, no Paraná, mais uma rodada de mutirões pela Liberdade de Lula. Na reta final para o ato do próximo sábado (14), os mutirões vêm ganhando força na campanha pela liberdade do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Prova disso foi a recepção positiva à campanha no ato do Grito dos Excluídos, neste sábado (7), onde mesmo com toda a paralisia e esforços da esquerda pequeno-burguesa – que orientou a base a vestir o verde e amarelo dos coxinhas e depois o preto – na campanha do fica Bolsonaro, por todos os cantos se encontrava a palavra de ordem de “Liberdade para Lula” e de “Fora Bolsonaro”. Em Curitiba (PR), o mutirão ocorreu das 10h às 13h nas Ruínas do Largo da Ordem. A atividade vem se consolidando todos os domingos e atraindo cada vez mais trabalhadores à luta e para o ato pela Liberdade de Lula que acontecerá dia 14 de setembro. São centenas de assinaturas coletadas contra a prisão fraudulenta de Lula. Em Pitanga, foi realizado no Largo dos Pioneiros das 9h às 10h30. Da ca-

pital ao interior, os mutirões contam com o apoio unânime às palavras de ordem Liberdade para Lula e Fora Bolsonaro, com participação ativa dos assinantes. Os mutirões ocorrem em várias cidades do Paraná como Irati, Londrina, Paranavaí e Pitanga. Encontre o mutirão mais próximo ou entre em contato para organizar um mutirão na sua cidade e contribua com esta campanha nacional. Liberdade para Lula, Fora Bolsonaro e Eleições Gerais Já!

Neste domingo, pelo menos oito municípios baianos realizaram mutirões de coleta de assinaturas e de agitação pela liberdade de Lula Neste domingo ocorreram novamente os mutirões de coleta de assinaturas pela anulação dos processos fraudulentos contra o ex-presidente Lula. Em pelo menos oito municípios baianos foram organizados mutirões pelos militantes do PCO, PT, comitês de luta contra o golpe e comitês Lula livre. Foram eles, Teixeira de Freitas, Itamaraju, Eunápolis, Porto Seguro, Itabuna, Feira de Santana, Coração de Maria e na capital Salvador. Os mutirões serviram para uma grande agitação e denuncia contra a direita e a perseguição contra Lula e para convocar para o Ato Nacional pela liberdade de Lula que irá ocorrer em Curitiba/PR, no próximo dia 14 de setembro. O PCO vem contribuindo com a enorme campanha no Brasil inteiro. Todos os domingos, militantes e simpatizantes do partido realizam mutirões em dezenas de cidades espalhadas pelo território nacional e fora do país. A questão da liberdade do Lula é fundamental na luta contra a direita

golpista e contra o golpe. É fundamental ampliar essa campanha ainda mais, para criar as condições de derrotar a direita e o governo. Os mutirões serviram para divulgar, pegar nomes de interessados e campanha financeira para o mutirão da Bahia para o Ato. Participe dos mutirões em sua cidade ou ajude a organizar nos locais que não estão sendo realizados. Entre em contato pela redes sociais ou pelos contatos (73)9.9171-9075 ou (11) 9.6388-6198.


6 | INTERNACIONAL

IMPERIALISMO INTERVÉM NA CHINA

Jornal chinês denuncia ação imperialista em protestos de Hong Kong Imprensa chinesa denuncia reunião de diplomata americana com membros da oposição em Hong Kong O jornal chinês Global Times denunciou na sua edição de segunda-feira, 2 de setembro, que cidadãos de Hong Kong espalharam pela internet uma foto da diplomata norte-americana Julie Eadeh em reunião com diversas lideranças da oposição. Entre essas pessoas, estava o líder estudantil Joshua Wong, famoso por organizar protestos contra o governo chinês. Além disso, um artigo publicado pela imprensa de Hong Kong menciona que a diplomata já esteve envolvida em golpes e intervenções imperialistas em outros países, principalmente no Oriente Médio e que seu marido também é da diplomacia norte-americana. Ele também denuncia a interferência de Eadeh nos assuntos internos de Hong Kong através do consulado geral norte-americano na ilha. Por conta da matéria, o Departamento de Justiça dos EUA agora acusa a imprensa de Hong Kong de “vazar

informações privadas de um diplomata dos EUA”. A acusação é absurda, já que a população de um país tem o direito de ser noticiada sobre a presença de agentes estrangeiros em seu terri-

tório. A reunião da agente do governo norte-americano com esses líderes da oposição tem caráter especialmente suspeito se considerarmos que Hong

Kong está em um período de manifestações com caráter pró-imperialista. Elas foram desencadeadas pela aprovação do governo chinês de um projeto de lei de extradição de cidadãos de Hong Kong para a China continental. Os atos vêm acontecendo desde julho desse ano e contam com a presença de bandeiras dos Estados Unidos e do Império Britânico e palavras de ordem pedindo pela intervenção imperialista na situação política chinesa. Washington apoia abertamente os manifestantes e incentiva os atos. Por trás da demagogia feita com a questão da democracia, é importante ressaltar que o imperialismo incentiva essa desestabilização em território chinês a fim de defender seus próprios interesses econômicos e políticos. Toda intervenção imperialista tem como finalidade aumentar a opressão do país no qual ele vem intervir e deve ser rechaçada pelos trabalhadores.

DITADURA

Estado de sítio é decretado pelo Congresso na Guatemala O golpe abriu caminho para chegada ao poder do comediante Jimmy Morales. O parlamento da Guatemala aprovou estado de sítio neste sábado (7). Os direitos constitucionais de liberdade de circulação, reunião e manifestação estão suspensos em 22 municípios do país. A medida decretada pelo presidente Alejandro Giammattei na última quarta feira (4), foi aprovada no Congresso após a execução de três militares por supostos traficantes no povoado de El Nestor, nordeste da capital. Centenas de pessoas protestaram do lado de fora do Congresso contra a medida por entender que a mesma implicará numa ditadura e, portanto, na supressão de direitos humanos básicos da população. Segundo porta-voz do exército, Óscar Pérez, o grupo de militares foi vítima de uma emboscada e investigava supostos pousos de aeronaves numa suposta pista clandestina. O ataque resultou na morte de três militares, outros três sofreram ferimentos, um único militar conseguiu escapar e ou-

tros dois estão desaparecidos. Uma crise política se iniciou no país com golpe dado no presidente de esquerda, Álvaro Colom Caballero, o mesmo foi vítima da campanha fraudulenta do combate contra corrupção, como aconteceu com PT no Brasil e

diversos governos nacionalistas da América Latina, seus ministros foram acusados de levar 35 milhões de dólares em desvios. O sucessor de Caballero, Otto Perez Molina, também acabou renunciando a seu mandato devido a pressão imposta pelos opositores da

direita e a grande imprensa burguesa. O golpe abriu caminho para chegada ao poder do comediante Jimmy Morales, uma espécie de Luciano Hulk, que com a promessa de nova política, aplicou uma política neoliberal que aumentou ainda mais crise. As eleições deste ano, que tinha como favorita a candidata da esquerda, Sandra Torres, derrotada pelo candidato da direita, Alejandro Giammattei, foi um processo marcado pelo controle do aparato golpista policial e militar. É preciso ter em conta que a Guatemala é a principal economia da América Central e tem os Estados Unidos como principal importador de suas commodities. A experiência dos golpe de Estado nos países latino-americanos termina com o fechamento do regime político, a supressão de todas os direitos democráticos da população e a imposição de ditaduras militares a serviço dos interesses do imperialismo.


INTERNACIONAL | 7

REBELIÃO DOS EXPLORADOS

09/09/1971: começa rebelião em presídio de Attica nos EUA Há 48 anos atrás, ocorria nos Estados Unidos uma das mais famosas rebeliões de prisioneiros da história do país e do mundo, em uma luta contra o esmagamento da população pobre Há 48 anos atrás, ocorria nos Estados Unidos uma das mais famosas rebeliões de prisioneiros da história do país e do mundo. Devido a grande repressão policial, falta de condições básicas e direitos, o presídio de Attica se encontrava em estado de calamidade, e os presos, amontoados por toda a área, se encontravam com grande insatisfação. A gota d’água veio quando, após um pequeno protesto por parte dos prisioneiros, o comando da prisão decidiu por punir todos os presidiários, impedindo que após o café da manhã eles pudessem ir ao pátio, como sempre faziam. Com esta punição sem aviso prévio, todos se depararam com as portas fechadas e a partir disso começaram o protesto, sofrendo a repressão policial, o que levou ao inicio do motim. O motim tomou proporções gigantescas, tendo os presos tomado vários fundamentais setores de funcionamento do presídio e gerando um enfrentamento que durou cerca de quatro dias. Durante este período os presos trouxeram um programa de revindicações por melhores condições de vida, assistência médica, fim das torturas e da repressão policial em geral. Manifesto esse que se tornou um exemplar da luta contra a opressão que existe dentro dos presídios e foi o documento chave da rebelião. Todavia, as demandas não foram do interesse do governo, sendo que o governador Rockefeller decidiu por ignorar os presos, aprofundando dessa forma o motim, que passaria a se radicalizar cada vez mais. Com esta radicalização, o governo resolveu enganar os presidiários, prometendo a continuidade das negociações quando

na verdade se preparava para tomar pela força o local. Quando chegou-se ao quarto dia de motim, o governo invadiu brutalmente o presídio, levando ao assassinato de dezenas de pessoas. Após isto, os prisioneiros se renderam e um dos principais líderes do movimento foi perseguido e assassinado, porém, graças a todo este embate, muitos direitos foram dados aos prisioneiros norte-americanos, em uma tentativa desesperada do governo em acalmar

a situação nos presídios e evitar novas rebeliões. Por fim, não podemos deixar de ligar este caso a o que acontece em nosso próprio país, onde rebeliões fazem parte da rotina tanto quanto os massacres, o encarceramento em massa e a repressão policial. Já que o capitalismo está muito longe de garantir qualquer direito democrático a população, ainda mais em países atrasados, a situação nos presídios está abaixo do que poderia ser considerado desumano.

Todas às sextas, 14h na Causa Operária TV

Tendo celas super lotadas, esmagando seres humanos em locais no qual nenhuma vida poderia existir. Os presos brasileiros, assim como os norte-americanos, lutam diariamente contra esta situação, que não pode ser solucionada sob o sistema capitalista. Por isso, é necessário exigir a libertação imediata de todos aqueles que vivem nessas condições desumanas e que sejam garantidos os direitos democráticos de todas essas pessoas, vitimas do esmagamento do pobre na sociedade.


8 | POLÊMICA

SOCIEDADE TUTELADA

Racista? Censurar Monteiro Lobato é vandalismo contra nossa cultura O ataque contra a obra do escritor visa abrir brecha para a censura generalizada Está em voga nesse momento um debate sobre a obra de um dos maiores escritores brasileiros, Monteiro Lobato (1882-1948), que tem suas obras em domínio público, 70 anos após sua morte. O debate diz respeito ao conteúdo, principalmente referente ‘as obras infantis do Sítio do Pica Pau Amarelo, que supostamente, segundo alguns, seria racista. Este Diário publicou um primeiro debate sobre isso na matéria Ataque ao patrimônio cultural: “corrigir” textos de Monteiro Lobato . No presente artigo, vamos explorar o problema do que significa de “corrigir” obras sob qualquer pretexto moral que seja. O professor de história da arte da Unicamp, Jorge Coli, publicou artigo na Folha de S. Paulo mostrando que a ideia de que Monteiro Lobato seria racista só pode vir de quem não conhece sua obra ou não compreendeu, “só quem não leu ou não compreendeu os livros infantis de Lobato pode julgá-los racistas”. Nós acrescentamos ainda que entre os que acusam Lobato também estão os mal intencionados. E essa má intenção é é encoberta pela boa intenção. Quer dizer, censuram a obra do autor usando como pretexto a proteção das crianças do suposto ra-

cismo contido no livro. Normalmente é assim que começa a censura, sempre com um motivo puro, moralmente justificável, pelo menos para os incautos e confusos. Mas o objetivo de tal medida é abrir a brecha para censurar tudo. Se o suposto racismo de Lobato é passível de censura, procuremos outros motivos para censurar outros autores. Jorge Coli mostrou que não procede a acusação contra Lobato e ainda mos-

trou que as obras do grande escritor geram uma visão crítica nas crianças. Ou seja, não só Lobato não é racista como suas obras pela grandiosidade do escritor, são revolucionárias, pelo menos no sentido de uma literatura revolucionária. Mas isso não basta como argumento. Interpretar se uma obra é ou não racista, ou se tal trecho que querem “corrigir” é ou não racista acaba estando sujeito à opinião de um e de outro.

E por isso também a censura e a “correção” das obras estão sujeitas à arbitrariedade e portanto sujeitas àqueles que detêm o maior poder para impor seu ponto de vista. Mas consideremos hipoteticamente que a obra de Lobato realmente é racista. Mesmo isso, seria motivo para modificá-la? Claro que não. A humanidade se desenvolveu de maneira contraditória, com coisas boas e ruins, e faz parte do conhecimento e da evolução cultural da humunidade o acesso a tudo o que se produziu. Do contrário estaremos sujeitos a um obscurantismo sem tamanho. Por exemplo, a obra de Adolf Hitler, Minha Luta, foi retirada de circulação no Brasil durante um período. Essa restrição vigora em outros países. A intenção de esconder o livre de Hitler pode ser boa, mas o que significa realmente? Significa que a humanidade está sendo privada de conhecer o que aconteceu na Alemanha, o que é o nazismo etc. Como se a sociedade devesse ser tutelada naquilo que deve ou não ler. Se priva assim a humanidade do livre conhecimento. Tudo isso é na realidade um vandalismo contra a cultura da humanidade e no caso de Monteiro Lobato um vandalismo contra a cultura nacional.

TORNE-SE MEMBRO DA CAUSA OPERÁRIA TV! Por apenas R$ 7,99 por mês, você estará ajudando na construção de uma TV revolucionária 24h por dia. Além disso, você terá diversos benefícios, como a transmissão de programas exclusivos e a possibilidade de participação nos programas do canal. www.youtube.com/causaoperariatv


MOVIMENTO OPERÁRIO | 9

PLANO DE PRIVATIZAÇÃO

Imprensa golpista aumenta campanha pela privatização dos Correios De acordo com a imprensa golpista, Correios “é ruim porque é público” A dita “Operação Postal Off” da Polícia Federal foi criada no dia 6 de setembro (sexta-feira) para investigar uma suposta organização criminosa dentro da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) que teria trazido cerca de R$ 13 milhões em prejuízo dentro do órgão Usando isso como pretexto, a imprensa golpista joga toda a responsabilidade do ocorrido em cima do fato da empresa ser pública, o que levaria prejuízo tanto para o órgão quanto para a população. Entretanto, sabemos que isso faz parte do plano de privatização dos Correios, uma vez que a EBCT está na lista de desestatização, a qual está sendo encarregada ao Ministério da

Economia para dar início às privatizações. Além do sucateamento completo da empresa e o impacto disso em seus funcionários (e da conjuntura política em geral, marcada pela perda de direitos), não é a primeira vez que a imprensa desfere ataques contra os Correios, tentando passar uma imagem ruim desse para incentivar a privatização, como se tudo que ela estivesse passando fosse pelo simples fato dela ser pública, e não por conta da conjuntura política. A imprensa golpista faz demagogia para dizer que está preocupada com a população, seu único e verdadeiro objetivo é impulsionar as privatizações, não só dos Correios, mas do maior número de empresas públicas possíveis.

GOLPISTAS QUEREM DESTRUIR

Ex-candidatos do PCO denunciam ataques aos Correios na TV 247 Os companheiros apontam a importância da mobilização nas ruas para a construção da greve geral contra a privatização dos Correios e de todas as empresas estatais. Neste domingo, os companheiros Edson Dorta e Henrique Áreas, militantes do Partido da Causa Operária, estiveram na TV 247 a fim de discutir os ataques do governo ilegítimo de Bolsonaro à ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos).Dorta é ex-secretário nacional da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) e Henrique também foi secretário da Fentect, mas se tornou demitido políti-

co após as mobilizações de 2015. O governo Bolsonaro e seu ministro da Economia Paulo Guedes anunciaram que os Correios está na lista de empresas estatais que serão vendidas para o capital financeiro internacional. Terceirizações e demissões já fazem parte dos Correios e o golpistas pretendem liquidar a empresa, uma das maiores e principais do país, que emprega por volta de cem mil trabalhadores.

Os companheiros apontam a importância da mobilização nas ruas para a construção da greve geral contra a privatização dos Correios e de todas as empresas estatais. É preciso derrotar o Golpe de Estado e todos os ataques aos direitos democráticos e a venda do patrimônio nacional ao imperialismo. Assista o programa exibido pela TV 247 acessando o QR Code ao lado:

TRABALHO PRECÁRIO E PERIGOSO

Trabalhadores de Gurupi denunciam condições precárias de trabalho Trabalhadores da prefeitura de Gurupi denunciam péssimas condições de trabalho e descumprimento dos direitos trabalhistas.

Trabalhadores a serviço da prefeitura de Gurupi (TO) denunciam que estão sendo forçados a trabalhar em condições precárias de trabalho. Os trabalhadores fizeram a denúncia a uma emissora de TV local, na qual mostram que estão sendo transportados dentro de um caminhão-baú, sem assentos, com a porta aberta e sem nenhum item de segurança. Um dos trabalhadores diz: "Nós estamos pegan-

do na BR-153, dentro do baú, todo mundo sem assento, sentado no chão. Risco de um acidente. De acontecer algum tipo de acidente aqui ou algum buraco nós tem risco de sair por essa porta”. No local de trabalho eles mostram que estão carregando e quebrando pedras “no braço” sem qualquer equipamento de proteção e ferramentas que permitam executar o serviço. No local existe uma escavadeira, mas não

está sendo utilizada para levantar as pedras ou auxiliar o serviço. Denunciam ainda, não estarem recebendo o adicional de insalubridade, plenamente devido, haja vista as condições que trabalham. “Que essas denúncias possam ser fazer efeito para que possa vir melhoria pra gente. Pagar a nossa insalubridade, pagar o que nós temos direito. Nós não queremos aquilo que não é nosso [sic]”. A prefeitura de Gurupi, que é comandada por Laurez Moreira do PSB, respondeu às denúncias dizendo que a prefeitura possui 02 ônibus para transporte de funcionários, mas que naquele dia estaria em manutenção. Quanto à falta de equipamentos só respondeu que um martelete ainda não tinha chegado ao local aonde os trabalhadores executavam o serviço e que o adicional de insalubridade estava sendo avaliado por uma equipe da prefeitura. As condições de trabalho no país nunca foram boas e tem piorado com

o avanço da política da extrema direita que ataca o trabalhador e os seus direitos. Os descumprimentos da legislação trabalhista e normas de segurança é algo cotidiano, principalmente em setores como o da construção civil. Porém, quando essas ilegalidades são cometidas pelo Estado, fica evidente que não há qualquer garantia ao trabalhador em ter sua dignidade respeitada, seja tendo condições dignas para exercer seu trabalho ou receber seus vencimentos conforme previsto. Os trabalhadores não podem aceitar essa política de destruição das condições de trabalho. É preciso fortalecer os sindicatos, vencer a burocracia sindical e os parasitas que se apossam de muitos sindicatos pelo país e avançar na unidade dos trabalhadores na luta contra a opressão do Estado e da burguesia, pois estes têm o objetivo de retornar às condições de trabalho e direitos, à época da escravidão no país.


10 | NEGROS, JUVENTUDE E ESPORTES

MASSACRE DO CARANDIRU

Bolsonaro quer perdoar assassinos do massacre do Carandiru Presidente golpista quer perdoar todos os agentes do Estado envolvidos em execuções e massacres No último dia 31/08, o presidente golpista Jair Bolsonaro prometeu que concederia o indulto a todos os policiais que participaram do massacre do Carandiru. Bolsonaro disse, ainda, que também iria conceder o perdão oficial aos envolvidos no massacre do Eldorado dos Carajás e no caso do sequestro do ônibus 147, no Rio de Janeiro. Além desses casos, Bolsonaro deve conceder o perdão para outras centenas de policiais envolvidos em chacinas, assassinatos, execuções, enfim, perdoar os crimes macabros de todos os agentes da repressão do Estado. No caso do massacre do Carandiru, ocorrido em São Paulo em outubro de 1992, até hoje não se sabe quantas pessoas foram sumariamente executadas pelas polícias envolvidas na ação, mas certamente foram centenas. Foi uma ação deliberada pelo governo do estado de São Paulo para promover um dos maiores banhos de sangue já vistos em uma casa de detenção.

Essa ação foi criticada pelos mais variados órgãos, tanto nacionais quanto internacionais. Até hoje é um marco de como a polícia funciona no Brasil, executando pobres, negros e trabalhadores. Bolsonaro busca, com esse perdão, ampliar sua popularidade nos meios militares, entre policiais e integrantes das Forças Armadas Brasileiras. Por outro lado, aumenta sua rejeição entre as camadas populares brasileiras, as vítimas da ação repressiva do Estado. Esse perdão deve ser traduzido também como carta branca para os policiais que estão em ação neste momento. É uma promessa de que, caso eles cometam algum massacre, alguma execução sumária, serão absolvidos, serão perdoados pelo Estado. A medida de Bolsonaro é mais uma declaração de guerra contra o povo, especialmente contra o povo pobre e negro, que precisa se mobilizar para, em

DESTRUIÇÃO DO MOVIMENTO

Carteirinha digital de Bolsonaro é tentativa de destruir a UNE MP retira a principal fonte de renda da entidade estudantil.

Na sexta-feira, 06 de setembro, Bolsonaro lançou uma Medida Provisória que criou uma carteira estudantil gratuita e digital: "Nós vamos poupar trabalho de uma minoria que representa os estudantes, não vão ter que trabalhar mais! (risadas)" Bolsonaro também afirmou que a medida vai impedir que “algumas pessoas promovam nas universidades o socialismo”. A medida é claramente uma maneira de desarticular o movimento estudantil e destruir a União Nacional dos Estudantes (UNE), que detém um monopólio de fabricação de carteirinhas estudantis, uma de suas principais fontes de renda.

Bolsonaro já disse mais de uma vez que quer “acabar com a esquerda”, e é exatamente isso que ele está fazendo: destruindo suas organizações e desarticulando seus movimentos, assim como fez com os sindicatos quando acabou com o imposto sindical. Enquanto as organizações de trabalhadores e estudantis não se juntarem e convocarem manifestações pelo fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula, os ataques continuarão e a direita começará a ocupar o espaços dessas organizações, abrindo o caminho para a ascensão do fascismo e prejudicando imensamente a organização política do povo.

primeiro lugar, derrubar Bolsonaro, nas ruas. Derrubar o mandante das operações e lutar pela liberdade de Lula. Passo fundamental dessa ação é participar da manifestação em Curi-

tiba, no próximo dia 14 de setembro, em mais uma atividade que marca a retomada da luta contra o golpe de Estado, contra a direita golpista, contra os assassinos do povo.


INTERNACIONAL | 11

ESPORTES

La Liga: imperialismo espanhol busca aumentar influência no Brasil Imperialismo europeu avança sobre futebol brasileiro Nos últimos anos, países europeus como Espanha e Itália, potências imperialistas do esporte tem avançado sobre o futebol brasileiro, seu mercado, seu pé de obra e sua cultura em busca de lucros. Antecedendo a Copa América de futebol na qual o Brasil se sagrou campeão, a Espanha deu mostras de que vai tentar invadir as terras tupiniquins e avançar sobre o futebol arte brasileiro. No mês de junho passado, entre 18 a 24 daquele mês , a LaLiga (Liga de futebol profissional espanhol) montou pela primeira vez na América do Sul e no Brasil, o “Space LaLiga”, uma grande área em um espaço de 250 metros quadrados, um grande investimento no Rio de Janeiro com visitas gratuitas à exposições, jogos e atrações interativas ligadas ao mundo do futebol. Todo este investimento veio para procurar desenvolver a influência espanhola no mercado brasileiro com venda de produtos, audiência das TVs espanholas e ampliação da falsa ideia do poderio espanhol na prática do jogo, dono de apenas um título mundial de futebol. O poderio espanhol não está na habilidade da prática do jogo, está no dinheiro, principalmente de Real Madrid e Barcelona, seguidos muito de longe por Atlético de Madrid. O representante da Laliga, Daniel Alonso, destacou na ocasião alguns dos interesses: “ A aceitação do torcedor brasileiro tem a ver com a proximidade cultural e do tipo de futebol que é jogado na Espanha. Lá é mais técnico, futebol bonito, estilo brasileiro. Os brasileiros se adaptam bem, por conta desse jogo de toque, mais artístico. O fã também gosta mais do futebol

jogado na Espanha por isso. Temos tradição com grandes jogadores brasileiros, como Ronaldo, Romário, Ronaldinho Gaúcho. Isso também gera essa paixão, essa proximidade com os times espanhóis.” Finalizou ressaltando a importância destes eventos integrar os brasileiros ao futebol espanhol. Segundo ele, o Brasil é um país importante para o crescimento da competição(LaLiga) pelo mundo. Outro objetivo de LaLiga e de seus poderosos clubes é obter influências junto à CBF, às federações e aos próprios clubes de futebol brasileiros, para que desde cedo eles já tenham facilidade na descoberta e no contato com os talentosos jovens jogadores espalhados pela base(clubes e campeonatos onde jovens de 11 a 19 anos buscam seu espaço). Os astutos dirigentes espanhóis sabem que o Brasil foi o país que mais produziu os melhores jogadores do mundo jogando em seus clubes. E será melhor pegá-los no berço do que dispender enormes fortunas para aquisição dos craques brasileiros. Veja a relação a seguir:

Romário (1994 pelo Barcelona), Ronaldo (1996 por Barcelona da Espanha / 1997 por Inter de Milão da Itália/2002 pelo Real Madrid), Rivaldo(1999), Kaká(Milan em 2007, vencendo a Messi e Cristiano Ronaldo naquela ocasião), Ronaldinho Gaúcho(2004 e 2005 pelo Barcelona), Roberto Carlos (2° melhor do mundo em 1997, pelo Real Madrid da Espanha), Neymar não engrossou ainda essa lista, em razão da própria perseguição imperialista das potências do mercado europeu, ao grande craque brasileiro do momento; além destes uma enormidade de outros grandes jogadores brasileiros vestiram as camisas dos gigantes espanhóis e fizeram história, entre eles Didi, Robinho, Luis Pereira(Que virou ídolo do Atlético de Madrid), Denilson. Nos últimos 24 anos, nada menos que 8 títulos de melhores jogadores do mundo foram para brasileiros, ou seja, um terço de todas as conquistas mundiais, são de grandes jogadores do país do futebol arte. Isso porque na época de Pelé, Ademir da Guia, Rivelino, Zico entre outros, este troféu não existia e, diga-se de pas-

sagem, só chegam a este título os jogadores que jogam na Europa. Vários grandes clubes europeus já mantém grandes “escolinhas de futebol” em solo brasileiro, um destes exemplos são Barcelona, com unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro e Internazionale de Milão, com unidades em Recife-PE e em Cotia-SP. Exemplo interessante é a escolinha do Barcelona em São Paulo, a “Barça Academy” que tem como objetivo a implementação da metodologia usada em La Masia, o centro de treinamento das categorias de base do clube na Espanha, mostrando claramente a tentativa de impor o estilo de jogo espanhol baseado no controle de jogo através de passes (como ficou conhecido na Espanha e no mundo, o Tiki Taka), em contraposição ao estilo brasileiro de futebol arte, onde se mescla, o drible, a ginga, os passes, os malabarismos numa só sinfonia. Segundo informações, as escolinhas do Barcelona atendem “preferencialmente” a classe média, pois para lá jogar,o garoto e sua família precisam dispender de no mínimo 500 reais mensais. No Brasil também se faz necessário, a luta pela manutenção e ampliação dos campos de futebol de várzea, cada vez mais, extintos pelos interesses imobiliários e mercantis, assim como a construção de parques, quadras e outros espaços onde a juventude brasileira possa ter acesso ao lazer e a prática de jogos e esportes, em especial o futebol, paixão do povo. Assim como políticas públicas que incentivem a prática do esporte. No entanto, essa luta também passa pela luta contra o golpe e a derrubada de Jair Bolsonaro e todos os golpistas.

Todos os domingos às 20h30 na Causa Operária TV


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.