Diário Causa Operária nº5761

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TERÇA-FEIRA, 10 DE SETEMBRO DE 2019 • EDIÇÃO Nº5761

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Inscreva-se para as caravanas do dia 14! Liberdade para Lula! Atenção, todos que querem exigir a imediata libertação de Lula e a anulação de todos processos contra o expresidente. Com a crise do governo fraudulento de Jair Bolsonaro e as novas revelações da Lava Jato, que escancaram que Lula é um preso e perseguido

político, é necessário intensificar a mobilização para libertá-lo. No próximo sábado, dia 14, vamos lotar Curitiba de bandeiras vermelhas e faixas em manifestação pela liberdade do expresidente Lula. Não fique parado e venha também!

EDITORIAL

Lula só será libertado pela mobilização popular As novas conversas divulgadas pelo The Intercept na chamada Vaza Jato revelam novas manobras golpistas contra Lula e que sua liberdade não será pela justiça golpista, mas pelo povo

Bolsonarista quer censurar Empresarização dos clubes: curso sobre música avançam os ataques contra africana na universidade o futebol O obscurantismo reacionário que grassa no País tentou mais uma vez deixar sua marca nefasta. Durante uma aula de Canto na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a professora propôs o estudo das “Toadas de Xangô”, do compositor Guerra Peixe, para sua turma.

Para tomarem conta do futebol, os capitalistas precisam neutralizar as torcidas organizadas

O grito que se ouviu foi “fora Bolsonaro” e “Lula livre” Em um momento de enorme crise do governo do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, quando setores da burguesia debatem sobre sua continuidade ou não e quando o próprio presidente em desespero chamou seus apoiadores a se manifestarem nessa data, inclusive se vestindo de verde-amarelo, as manifestações promovidas pela esquerda tiveram – mais uma vez – o claro conteúdo de atos contra o governo e pelo “fora Bolsonaro“

Depois de cervejada, Witzel é vaiado também na Bienal A impopularidade do governador de extremadireita manifesta-se nas ruas e eventos de que participa, mas a imprensa burguesa faz de conta que o problema é outro, blindando-o.

Diplomatas dos EUA orientam a oposição em Hong Kong Manifestações em Hong Kong são obra do imperialismo para atacar a China


2 | OPINIÃO EDITORIAL

COLUNA

Lula só será libertado pela mobilização popular

Nesta semana, o sítio The Intercept Brasil junto com a Folha de S. Paulo divulgaram novas conversas entre o juiz bolsonarista Sérgio Moro e os procuradores da operação golpista da Lava Jato pouco antes do impeachment de Dilma Rousseff. As conversas divulgadas revelam uma enorme manipulação para evitar que o ex-presidente Lula tomasse posse como ministro da Casa Civil às vésperas da abertura do processo de impeachment e da deposição de Dilma. A nomeação de Lula para ministro da Casa Civil foi uma tentativa do governo de evitar o processo de impeachment. O fato remete a 16 de março de 2016, quando o juiz Sérgio Moro divulgou grampos da polícia federal (PF) em conversar entre Lula e a presidente Dilma tratando sobre sua posse como ministro. O grampo levou o Su-

premo Tribunal Federal (STF) a anular a nomeação de Lula. Os grampos, realizados de maneira ilegal pois não foram autorizados para grampear a presidente Dilma e ocorreu por um período maior que o autorizado pela justiça ao ex-presidente Lula. Sendo vazado para a imprensa golpista rapidamente para manipular a opinião pública. As conversas revelam toda a manipulação e conspiração contra Lula e a presidente Dilma realizada pelo Juiz Moro, procuradores da Lava Jato e Polícia Federal. A divulgação de mais essa bomba contra a operação Lava Jato e o atual ministro Sérgio Moro contra o governo do PT, da prisão de Lula e de colocar Bolsonaro na presidência não está causando “comoção” entre juízes e parlamentares para anular todos os processos contra Lula e anular as eleições fraudadas, e que poderiam levar até o período de impeachment de Dilma. O que ficou evidente após todas essas revelações sobre a farsa contra o ex-presidente Lula é que não vai sair da cadeia pelas vias instituições que sempre deram cobertura para o golpe e sua prisão. Somente os trabalhadores e a população explorada podem libertar Lula e para isso é necessário de uma grande mobilização popular. A liberdade de Lula não depende da justiça e sim do grande apoio dos trabalhadores que estão sofrendo duramente com as consequências do golpe de Estado iniciado em 2016, da prisão de Lula e da fraude nas eleições presidenciais. Por isso o ato nacional pela liberdade de Lula que vai ser realizado dia 14 de setembro em Curitiba é extremamente importante neste momento. Há um grande apelo popular pela libertação de Lula e de grande rejeição a Bolsonaro e poucas iniciativas para mobilizar e organizar a população para tirar Lula da cadeia.

CAUSA OPERÁRIA ILUSTRADA

Racismo não se combate com censura, mas com luta nas ruas Por Juliano Lopes

Um dos problemas enfrentados pelo movimento negro no último período é a sua relação com as instituições do estado burguês. Por exemplo, a lei que combate o racismo existe faz anos, mas o racismo não diminuiu, pelo contrário, só tem aumentado, especialmente depois do golpe de Estado. Recentemente veio a tona a discussão sobre o racismo nas obras de Monteiro Lobato, no que resultou na “edição” (censura) de sua obra, com a retirada de termos apontados como racistas e que, agora, ganham a versão censurada. Como se essa censura fosse resolver o problema do racismo no Brasil. Em primeiro lugar, não pode existir luta democrática que resulte em censura. A luta por direitos das mulheres, dos negros, dos LGBTs e das demais populações oprimidas não pode ter como objetivo a censura, a repressão à manifestação, a criação de crimes de opinião. Essa prática é da direita, dos golpistas, das ditaduras militares. Por outro lado, isso mostra que a esquerda está abandonando seus métodos tradicionais de luta, a imprensa, as manifestações, os atos públicos de rua, enfim, a luta para impor um peso social e político dos setores oprimidos na sociedade através da mobilização. Para a esquerda pequeno-burguesa, agora é a vez do estado, esse mesmo estado controlado pelos gol-

pistas, realizar a luta democrática do povo. É como se gente como Sérgio Moro, Dallagnol e outros golpistas estivessem preocupados com o racismo, com a opressão das mulheres, etc. De maneira alguma. Alterar obras, editar, colocar adendos ou introduções explicativas não passa da mais pura censura. Hoje querem fazer isso com Monteiro Lobato, para dar uma aparência democrática ao regime dos saqueadores do povo, ao regime golpista. Amanhã vão censurar as publicações de esquerda, vão editar o Manifesto Comunista, vão colocar uma nota introdutória nos textos de Marx, de Malcolm X, vão, enfim, decretar que é crime ser de esquerda, ou fazer propaganda revolucionária, pois quem controla os aparelhos de repressão e todo judiciário é a direita e não o povo oprimido. Por mais direitista e racista que seja uma pessoa ou publicação, não se deve, sob hipótese alguma, autorizar a censura dessas obras, não deve existir crime de opinião, pois, o passo seguinte é a censura e a prisão dos militantes e publicações da esquerda. É preciso superar essa perspectiva de luta adaptada ao golpe de Estado, e organizar o povo negro ao redor de suas reivindicações mais sentidas. Colocar o povo trabalhador nas ruas, contra o golpe de Estado, pelo fora Bolsonaro, e pela liberdade de Lula.


POLÍTICA | 3

VAMOS PARA CURITIBA

Inscreva-se para as caravanas do dia 14! Liberdade para Lula! As novas revelações da Lava Jato escancaram que Lula é um preso e perseguido político, é preciso mobilizar para libertá-lo. Atenção, todos que querem exigir a imediata libertação de Lula e a anulação de todos processos contra o ex-presidente. Com a crise do governo fraudulento de Jair Bolsonaro e as novas revelações da Lava Jato, que escancaram que Lula é um preso e perseguido político, é necessário intensificar a mobilização para libertá-lo. No próximo sábado, dia 14, vamos lotar Curitiba de bandeiras vermelhas e faixas em manifestação pela liberdade do ex-presidente Lula. Não fique parado e venha também! Entre em contato com os militantes do PCO e se informe no Diário Causa Operária e se inscreva: www.causaoperaria.org.br/14-de-setembro-todos-a-curitiba-pela-liberdade-de-lula/ Você pode também ligar ou enviar Whatsapp e se informar diretamente nos seguintes telefones: (11) 98589-7537 (TIM) (11) 96388-6198 (Vivo) (11) 97077-2322 (Claro) (11) 93143-4534 (Oi)

Vão sair ônibus em caravana para Curitiba de vários lugares do Brasil. Informe-se onde pegar o seu lugar. De São Paulo, devem ir pelo menos 500 pessoas. O PCO terá ônibus saindo do Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP), que fica no bairro da Saúde. Estão confirmados ônibus saindo das principais regiões do interior do estado. Os companheiros do PCO e dos comitês de luta contra o golpe estão organizando caravanas em Campinas, Ribeirão Preto, Vale do Paraíba, Sorocaba, Araraquara, Marília, Jundiaí, Assis. Também sairá ônibus da Baixada Santista. Na região metropolitana, também está confirmado ônibus saindo da cidade de Embu das Artes que é acessível aos bairros de Vargem Grande, Parelheiros e Grajaú. Vai ter ônibus também saindo da sede da APEOESP, na Praça da República e também no centro da cidade, próximo ao Diretório Nacional do PT, na Praça da Sé. Em 14 de Setembro, todos a Curitiba pela Liberdade de Lula!!

NO 7 DE SETEMBRO

O grito que se ouviu foi “fora Bolsonaro” e “Lula livre” Milhares repudiam conciliação com golpistas e se manifestam pela liberdade do ex-presidente e pela derrubada do governo ilegítimo Dezenas de milhares de pessoas participaram das manifestações do “Grito dos Excluídos”, realizadas no último dia 7 de setembro em cerca de 130 cidades de todas as regiões do País. Em um momento de enorme crise do governo do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, quando setores da burguesia debatem sobre sua continuidade ou não e quando o próprio presidente em desespero chamou seus apoiadores a se manifestarem nessa data, inclusive se vestindo de verde-amarelo, as manifestações promovidas pela esquerda tiveram – mais uma vez – o claro conteúdo de atos contra o governo e pelo “fora Bolsonaro“, na maior parte das cidades do País, mesmo com a posição contrária da maioria das direções da esquerda e pequeno burguesa contra esse eixo político. De forma concreta, nas ruas, se manifestando, sem censura política por parte das direções, as amplas camadas de ativistas que foram ruas às ruas rejeitaram a política defendida por amplas camadas da direções que se negam à lutar pela derrubada do governo da direita, serviçal do imperialismo norte-americano e inimigo do povo brasileiro. Como vem acontecendo sempre, nos atos populares, não há espaço para a política de aproximação com setores da direita golpista, como os que participaram do ato do Movimento “Direitos Já!”, integrado por dirigentes do PSDB, DEM, PSD, Solidariedade, Novo, PV , no qual setores da esquerda atuam para limpar a extensa ficha de crimes contra o povo tra-

balhador dessa direita, organizada no “centrão” ou diretamente integrada ao governo Bolsonaro. Nas ruas ecoou forte também os gritos de “Lula livre”, evidenciando a tendência a uma mobilização pela anulação da alava jato e pela imediata liberdade de Lula e demais presos políticos, como no canso do Ato Nacional a ser realizado no próximo sábado, em Curitiba. Contra a orientação dispersiva, em

torno de inúmeras reivindicações setoriais e específicas, os atos adotaram esse dois eixos que se opõem diretamente aos pontos centrais do regime golpista na atual etapa e deixaram claro que há plenas condições para o desenvolvimento de uma luta ampla e massiva, nas ruas, contra o governo golpista e seus ataques contra os direitos democráticos e as condições de vida da imensa maioria do povo.

Para isso é necessário dar sequência à essa mobilização e levar adiante no seu interior cada vez mais a luta para que adote uma politica alternativa às saídas da burguesia diante da crise, por meio da luta pelo fora bolsonaro e todos os golpistas, pela anulação da lava jato, liberdade de Lula e de todos os presos políticos do regime, realização de novas eleições – livres e democráticas – com Lula candidato.


4 | POLÍTICA

EM SÃO PAULO

Depois de cervejada, Witzel é vaiado também na Bienal A impopularidade do governador de extrema-direita manifesta-se nas ruas e eventos de que participa, mas a imprensa burguesa faz de conta que o problema é outro, blindando-o. Wilson Witzel, governador de extrema-direita do Rio de Janeiro, desde o começo do ano, quando foi vaiado e xingado durante ensaio técnico na Sapucaí, continua a colecionar antipatia e rejeição da população. No dia 7 de setembro, foi vaiado e praticamente expulso pelos que foram à Bienal do Livro (RJ), quando ainda ecoava a censura promovida pelo prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella. No mesmo dia, no festival de cerveja, Mondial de la Biere, houve protesto, vaia e xingamento contra o governador. Em julho, em Coimbra, Portugal, o mesmo Witzel foi chamado de fascista e vaiado por estudantes. Seu governo foi denunciado à ONU e OEA pelo aumento de mortes no Rio

de Janeiro. 434 pessoas morreram durante intervenções policiais no primeiro trimestre da gestão Witzel. As vaias e xingamentos mostram muito bem a impopularidade do governador, a visão negativa de sua gestão, claramente violento e anti-pobre. No entanto, não se vê na imprensa burguesa nenhuma menção sobre essa impopularidade. No caso da Presidenta Dilma, todas as manifestações, algumas as mais artificiais possíveis, foram exploradas à exaustão para carimbar a ex-presidenta e seu governo como impopular. Aliás, a direita, com Witzel, Dória, Zema, Ibaines, entre outros, é poupada de forma sistemática, mostrando como a imprensa burguesa atua para blindar aliados e destruir os adversários.

UMA FRAUDE TOTAL

Dallagnol reconhece que processo contra Lula era político Lula não pode ficar mais nem um minuto preso Era tudo mentira. Você certamente se lembra da infame edição do Jornal Nacional que parou o Brasil para assistir o áudio do diálogo gravado entre o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma. Era fruto de um telefonema grampeado ilegalmente entre os dois, a mando do atual Ministro da Justiça, Sérgio Moro, que, na época se fingia de juiz. Até aí já seria demais: em qualquer lugar civilizado do mundo, um juiz de primeira instância que mandasse grampear o telefone do mandatário do seu país, perderia o mandato imediatamente. Se além disso, se enviasse a conversa para ser divulgada em rede nacional de televisão, pegaria cadeia pesada, por atentar contra a pátria. Pois foi em função do clamor entre os coxinhas que tal divulgação gerou, que o ministro do Supremo, Gilmar Mendes, impediu que Lula se tornasse Ministro Chefe da Casa Civil do governo da Dilma, já que o diálogo deu a entender que Dilma só o estava nomeando ao cargo para blindá-lo, para que tivesse foro privilegiado e escapasse da Lava Jato. Em uma parte da conversa, Dilma dizia que estava enviando um mensageiro com um documento, o termo de posse, para Lula usar em caso de necessidade. Isso tudo aconteceu no dia 16 de março de 2016. De lá para cá, muita água passou pelo moinho do golpe de estado. Dilma foi derrubada pela Câmara no mês seguinte, Temer assumiu, o golpe foi confirmado pelo Senado em agosto do mesmo ano, Lula foi preso na masmorra de Curitiba, impedido de concorrer às eleições de 2018, Bolsonaro e a extrema-direita assumiu o poder e segue o baile, destruindo o

Brasil, fatiando e entregando para os gringos. Somente neste último domingo, três anos e meio depois, o jornal Folha de S.Paulo, timidamente, como convém a uma imprensa golpista, revelou que aquele diálogo entre Lula e Dilma foi manipulado pela quadrilha de Curitiba. Na verdade, foram 22 diálogos grampeados entre os dois ex-presidentes e as frases mais convenientes foram juntadas e divulgadas por Moro e sua gangue para darem a entender o que foram entendidas. A realidade é que Lula não estava nem um pouco ansioso em aceitar o pedido de Dilma, sim, pedido, de assumir a Casa Civil para atuar, com sua lábia, traquejo e maior experiência em negociação e costuras políticas e sindicais. Lula estava sendo escalado para juntar os cacos com o PMDB de Temer e de Cunha. Não tinha nada a ver com

fugir do Moro e, sim, tentar reverter o golpe contra Dilma. Já passava da meia-noite daquele dia, quando Lula, depois de muito papo e resistência, topou. Então a Dilma disse que enviaria um mensageiro com o termo de posse, caso fosse necessário, pois Lula estava com dona Marisa doente e talvez, não pudesse comparecer em Brasília naquele momento. As frases desconexas pinçadas e costuradas pela Conspiração golpista Lava Jato, depois ainda do grampo ilegal, foram responsáveis por modificar toda a realidade do País. E agora, quem paga pelo que aconteceu e está acontecendo até hoje? Além disso, a Folha também divulgou diálogos entre o coordenador da Lava Jato, o falso procurador federal Deltan Dallagnol, ainda no cargo, e outros integrantes do esquema conspiratório em que se refere ao ex-pre-

sidente Lula, com desdém, como “9” (por causa do dedo da mão esquerda, que Lula perdeu em um acidente no torno, quando era operário) e, explicitamente, admite que Lula é um preso político, com todas as letras. “Mas a questão jurídica é filigrana dentro do contexto maior que é político”, escreveu Dallagnol em troca de mensagens com o os procuradores Carlos Fernando e Andrey, rebatendo a argumentação de que a escuta telefônica dos ex-presidentes foi ilegal. A transcrição das mensagens entre Dallagnol e os outros, publicada pela Folha em sua edição do domingo, é parte da parceria que se estabeleceu entre o jornal e o sítio da internet Intercept, dirigido pelo jornalista e advogado estadunidense e residente no Rio de Janeiro Glenn Greenwald, que recebeu o material de um denunciante anônimo. O Intercept, primeiro sozinho, depois em parceria com outros órgãos de imprensa, vêm soltando trechos da apelidada Vaza Jato há três meses. Todos os trechos, até agora, não deixam dúvida: foi uma conspiração, com Curitiba, com o TRF4, com o Supremo, com os militares, com a imprensa, com tudo. Um golpe de Estado em andamento. E? Nada. Os processos fraudulentos não foram anulados e as eleições manipuladas também não. Lula continua ilegitimamente preso há um ano e meio e Bolsonaro está aí assombrando o mundo e cumprindo sua agenda com seus senhores. Nada que Greenwald escancara mexe um centímetro da situação. Só o povo na rua pode mudar isso. Por isso, todos a Curitiba dia 14!


POLÍTICA | 5

PARTICIPAÇÃO DO PCO NOS ATOS

PCO berra “Fora Bolsonaro” no “Grito dos Excluídos” Em todos os lugares em que participou dos atos “Grito dos Excluídos”, os militantes do PCO puxaram a palavra de ordem “Fora Bolsonaro”, cada vez mais aceita pelo público. Conforme já havíamos discutido neste Diário, mesmo diante de muitas dificuldades o “Grito dos Excluídos” do último dia 7 de setembro seria um dia importante de mobilizações. Tendo em vista a crise do governo Bolsonaro, que só aumenta, e por outro lado o crescimento da popularidade da palavra de ordem de “Liberdade para Lula”, os militantes do PCO e dos Comitês de luta contra o golpe e o fascismo compareceram aos atos nas principais cidades do país, puxando o “Fora Bolsonaro” e o “liberdade de Lula”. Os militantes se organizaram para realizar um amplo trabalho de agitação e propaganda. Ao total, foram dezenas de faixas “Fora Bolsonaro”, “Liberdade para Lula” e bandeiras do PCO, dezenas de milhares de panfletos e adesivos distribuídos, e a venda de jornais Causa Operária em escala nacional atingiu a marca de muitas centenas de exemplares. Pudemos constatar que havia nos atos um certo setor, que aderiu à política de se vestir de preto, e em menor grau, até de verde-amare-

lo. No entanto, a nossa própria atividade de agitação pôde constatar que a adesão ao “Fora Bolsonaro” e também à “liberdade de Lula” era praticamente uma unanimidade, inclusive nestes setores. Em São Paulo, a gigantesca faixa “Fora Bolsonaro”, de 300 metros quadrados, foi estendida, e para isto contou com o entusiasmo de dezenas de manifestantes. A tradicional banca de materiais do PCO distribuiu uma ampla quantidade de adesivos e panfletos, bem como outros produtos. No Rio de Janeiro, embora o ato tenha ficado muito aquém do público que seria o correspondente à capital fluminense, totalizando se muito cerca de mil pessoas, o público apoiou em peso a política do partido, o que se refletiu na boa venda de jornais e na distribuição de materiais. Embora estejamos vendo um setor direitista da esquerda se sentindo muito à vontade, chegando ao ponto de flertar à luz do dia com FHC, o PSDB e outros elementos direitistas, um fe-

nômeno se desenvolve nos subterrâneos da consciência política nacional. A cada dia que passa é maior o contingente de pessoas que adere ao “Fora Bolsonaro” e à “liberdade de Lula”, uma vez que a polarização política se-

gue aumentando e Bolsonaro só afunda. É preciso levantar incansavelmente o “Fora Bolsonaro” para mobilizar e arrastar o cada vez mais amplo da população brasileira que não aguenta mais este presidente fascista.

CRISE LEVA AO SUICÍDIO

Resultado do capitalismo: um suicidío a cada 40 segundos, diz a OMS Capitalismo promove uma das maiores ondas de suicídio de todos os tempos As ações, atitudes, decisões e resoluções impostas pelo imperialismo contra a população na forma mais cruel e obscurantista desencadeia no povo total desespero. Idosos desamparados, jovens sem perspectivas, crianças abandonadas e sem orientação, todos vítimas do regime capitalista. OMS estima que cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio por ano – os números do relatório são referentes a 2016. No Brasil, foram registrados 13.467 casos, a grande maioria – 10.203 – entre homens, segundo a entidade. Suicídios por idade e nível de renda do país por mil habitantes

A crise política, econômica e social que está colocada mundialmente atinge severamente toda a população, de conjunto. O suicídio aparece com evidencia como um dos danos mais contundentes do capitalismo imperialista.

Os números da publicação apontam que a taxa global de suicídio foi de 10,5 por 100 mil habitantes. Há diferenças quando se observa a renda dos países. Nos de média renda, o índice foi de 9 por 100 mil; nos de baixa, de 10,8 por 100 mil; e nos de alta renda, 11,5 por 100 mil – nesses, o número de mortes de homens foi quase três vezes maior que o de mulheres. No período de 2010 a 2016, a região das Américas foi a única a apresentar crescimento da taxa global de suicídios. A alta foi de 6% enquanto a taxa global caiu 9,8%. A região do Pacífico Ocidental e do Sudeste Asiático também registraram queda de 19,6% e 4,2%, respectivamente. Mais da metade dos casos de morte

por suicídio no mundo (52,1%) ocorre entre pessoas com menos de 45 anos. O objetivo do capitalismo é oprimir e subjugar o povo, com uma política de extermínio da população. Sem objetivos, sem perspectivas, sem emprego, sem escola, tratado como serviçal

da máquina capitalista se entrega às drogas, ao álcool, etc. Uma sociedade doente por conta desse capitalismo selvagem imperialista. É preciso se juntar em grupos sociais, partidos ou qualquer grupo para lutar contra a subjugação capitalista.


6 | INTERNACIONAL

CRISE ECONÔMICA

Comércio exterior despenca 5% em relação ao mesmo período de 2018 Capitalismo em crise coloca em pauta a necessidade de derrubar o regime golpista Na esteira da crise econômica nacional e internacional, os indicadores do comércio exterior brasileiro tem revelado o quadro de quase colapso em que se encontra a economia do país. Neste ano, entre janeiro e agosto, o conjunto das exportações e importações do país somou US$ 265,7 bilhões e está quase 5% menor do que o observado no mesmo período de 2018. As exportações brasileiras recuaram 5,9%, como resultado da atual situação econômica global, marcada pelo aumento das contradições e conflitos entre as principais economias do mundo (“guerra comercial” entre EUA e China, crise na Argentina etc.) e pela consequente queda dos preços dos produtos agrícolas e minerais (soja,

cana-de-açúcar, minério de ferro etc.). Por sua vez, as importações caíram 3,4% no mesmo período, em razão do estrangulamento dos setores produtivos locais, que é resultado, em grande medida, da política de terra arrasada promovida de forma mais acabada pela direita golpista a partir de 2016, com a derrubada do governo PT. As economias nacionais são interdependentes da economia mundial e, portanto, a crise econômica internacional alimenta a crise econômica nacional, e esta, por seu turno, alimenta aquela. O capitalismo, em decadência do ponto de vista histórico, encontra-se num beco sem saída, e sua dinâmica segue um curso acentuadamente descendente.

REPRESSÃO POLÍTICA

ABIN confessa que está monitorando movimentos sociais ABIN pretende “monitorar” movimentos sociais Desde do impeachment, que retirou uma presidenta eleita pelo povo, prenderam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sem provas em um processo fraudulento criado por uma operação chamada de “Lava Jato”, onde um juiz ganha um cargo de Ministro em troca de um prisão ilegal, o país está sendo monitorado e destruído todos os dias. Movimentos sociais, quilombolas, partidos e qualquer grupo de esquerda que se movimente contra a política nazista de Jair Bolsonaro estará sujeito a monitoramentos diários. Tudo em nome “do potencial lesivo que esses movimentos possam causar a socieda-

de.” É tudo uma enganação, uma cortina de fumaça, a verdade é que existe a espionagem militar, para que a população não possa se agrupar e ir às ruas derrubar o governo. ABIN (Associação Brasileira de Inteligência) esta monitorando, na Amazônia, movimentos sociais, indígenas e quilombolas. O Ministro e General Augusto Heleno, diz que não está monitorando, que só estaria fazendo acompanhamento por meio de fontes abertas. Em outras, palavras a ABIN está de olho em pessoas, colocando agentes infiltrados para monitorar de forma a intimidar o povo oprimido para que não reaja, não lute.


INTERNACIONAL | 7

“REVOLUÇÃO COLORIDA”

Diplomatas dos EUA orientam a oposição em Hong Kong Manifestações em Hong Kong são obra do imperialismo para atacar a China A foto da secretária política do Consulado dos Estados Unidos em Hong Kong, Julie Eadeh, junto com membros da oposição local, foi distribuída recentemente por manifestantes contrários ao governo central da China, no âmbito dos protestos que já duram alguns meses naquela província chinesa. Segundo a imprensa de Hong Kong, a diplomata já esteve envolvida em “revoluções coloridas” (golpes de Estado) em outras partes do mundo, como costuma ocorrer com altos funcionários norte-americanos ao redor do globo. Esse é apenas mais um dos fortes indícios do papel do imperialismo nos protestos de Hong Kong. Desde o início, o governo de Pequim já vinha denunciando que funcionários de consulados de países imperialistas estavam se reunindo com opositores de Hong Kong para articular as manifestações contra a mudança na lei que permitiria a extradição de prisioneiros da província para a China continental. Mesmo após a revogação da proposta de lei, os protestos continuaram e manifestantes chegaram a invadir e destruir o parlamento de Hong Kong, estendendo a bandeira antiga da província, de quando ainda era colônia britânica – outra clara demonstração do vínculo com o imperialismo. Em meio aos protestos, muitos manifestantes também têm levado

bandeiras dos Estados Unidos. Foi o que aconteceu no último final de semana, quando os participantes também cantaram o hino dos EUA após entregarem petições ao consulado norte-americano. “Cante pela liberdade, fique ao lado de Hong Kong”, gritaram. De acordo com a agência de notícias Reuters, a petição exigia ao governo de Donald Trump que libertasse Hong Kong do domínio chinês. Como a cidade é e sempre foi parte do território da China (com exceção do período em que se submeteu ao colonialismo britânico), na verdade trata-se de um pedido de separação através da interferência imperialista. O diário Global Times – ligado ao Partido Comunista da China – também denunciou o governo norte-americano: “esse consulado geral interfere nos assuntos de Hong Kong – o que é grave violação do direito internacional que rege o papel e a operação de missões diplomáticas.” Fica claro que os protestos em Hong Kong não são manifestações espontâneas – como a imprensa internacional tenta dar a entender. Também não é um movimento autêntico iniciado pelo próprio povo de Hong Kong e que, em algum momento, teria sido cooptado pelo imperialismo. É um processo artificial, criado pelo imperialismo.

A esquerda pequeno-burguesa brasileira, principalmente partidos e grupos que se dizem trotskistas, como o PSTU ou a CST, apoiam os protestos imperialistas em Hong Kong com o argumento de que seria o povo e os trabalhadores que estariam organizando e encabeçando o movimento. Trata-se de um equívoco completo, como pode ser visto ao fazer uma simples pesquisa sobre o caráter dos protestos e quem está envolvido neles – e quem os apoia, os governos imperialistas e sua imprensa. Seria correto disputar o movimento de Hong Kong – como qualquer movimento popular – caso ele fosse um movimento real de massas e que, de-

vido à força do imperialismo, estaria sendo cooptado, mas que teria a capacidade de se tornar um movimento independente das massas em uma direção progressista. Mas esse não é o caso: o movimento foi criado e é dirigido pelo imperialismo. Mais uma vez, esses setores da esquerda se postam ao lado do imperialismo contra os governos nacionalistas oprimidos e que se opõem em alguma medida aos interesses capitalistas dominantes. Foi exatamente isso o que ocorreu quando esses grupos apoiaram as “revoluções” na Ucrânia ou na Síria. Um país foi dominado pela extrema-direita, o outro foi devastado pelas bombas imperialistas.

LUTA DO POVO AFEGÃO

Afeganistão resiste a 18 anos de ataque imperialista Os EUA perdem, cada vez mais, seu poder bélico quando mesmo os países atrasados resolvem resistir e lutar contra os ataques do imperialismo. Após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar que suspenderia as negociações com o Afeganistão, em resposta, os talibãs fizeram “ameaças” aos EUA, afirmando que eles iriam “sofrer”, segundo Zabihullah Mujahid, porta-voz de um grupo insurgente do país “a América vai sofrer mais do que ninguém”. Tudo indica que a violência entre os dois países irá aumentar exponencialmente, mas há quem acredite que ainda haverá negociações. Ao que parece, Trump iria se reunir no fim de semana com representantes dos talibãs e o presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, além disso, Zalmay Khalilzad, enviado dos EUA para o Afeganistão, já estava se encontrando com líderes talibãs há cerca de um ano, em Doha (Catar). Mesmo durante essas negociações em Doha, os afegãos não renunciaram à violência, pois sabiam do seu poder de guerra, isso porque eles têm o poder em grande parte do Afeganistão e deixam claro que os custos humanos de uma derrota não compensam. Após de 18 anos de conflito, sendo o mais longo que os EUA já participaram, Trump apresenta ter pressa em sair do Afeganistão.

O imperialismo dos EUA mostra que é incapaz de vencer a resistência do Afeganistão após 18 anos. Os EUA querem negociar sua saída, mas

interromperam as negociações, de forma confusa e cheios de pretextos, não deixaram claro o motivo. É isso o que acontece quando um país atra-

sado resolve resistir e lutar contra o imperialismo e quando há real resistência, o imperialismo acaba perdendo terreno.


8 |internacional

PIÑERA, O FASCISTA ENRUSTIDO

Chile: polícia de Piñera prende 23 em ato contra a ditadura Pinochet Piñera demagogicamente criticou Bolsonaro quando este elogiou Pinochet, porém agora Piñera ataca sua própia população que pede por justiça pelas vítimas da ditadura. Demagogia é um hábito comum de todo político direitista, usam disto para tentar fazer propaganda como supostos democratas, nacionalistas etc. Recentemente, Sebastián Piñera, direitista aliado a Bolsonaro, fez críticas ao fascista brasileiro por homenagear Pinochet no caso envolvendo o pai de Michelle Bachelet, torturado pela ditadura chilena. Em um ato de pura demagogia, Sebastián tentava passar uma imagem desligada as declarações fascistas de Bolsonaro, podendo assim pisar na sua própria população enquanto mantinha a pose de democrata. Porém, não bastou aparecer a primeira chance, o primeiro ato público pedindo justiça pelos mortos da ditadura em seu país, que Sebastián não se conteve e avançou contra a população. Alguns dias antes do aniversário de 46 do golpe de Estado no Chile, uma grande manifestação foi realizada em

Santiago, contando com a presença de milhares de pessoas num ato em memória das vitimas, sob o lema “Por verdade e Justiça”. Este ato é uma consequência clara do massacre que Pinochet fez em seu governo, com a morte e desaparecimento de milhares de chilenos durante o período da ditadura, que nunca foram encontrados. Dessa forma, seguindo totalmente a política que diz combater, o governo liderado por Sebastián Piñera organizou forte repressão ao ato contra Pinochet, jogando gás lacrimogênio, canhões de jato d’água e detendo 23 pessoas, sendo três delas menores de idade. O local do confronto foi simbólico, tendo ocorrido bem na entrada do cemitério onde há um memorial às vítimas, demostrando o caráter fascista do governo chileno, que sob a máscara da democracia, avança contra sua população.

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MOVIMENTO OPERÁRIO | 9

DEMISSÃO NO BANCO BRADESCO

Bradesco demite trabalhador que não atinge meta de vendas Bradesco demite trabalhadores sem justa causa O número de denúncias dos funcionários do Bradesco, que sofrem ameaças por parte das diretorias do banco para que aumentem as metas de vendas de produtos é assustador. Mas, o banco não só vem ameaçando como está demitindo aqueles trabalhadores que não “atingem” as metas. Em Brasília um funcionário da agência de Valparaíso, cidade localizada no entorno da Capital Federal, foi jogado no olho da rua por uma suposta situação de não ter atingido a meta de venda dos produtos bancários. Com a diminuição substancial do quadro de funcionários do banco (recentemente houve um plano de demissão na empresa onde mais de 7 mil trabalhadores foram jogados no olho da rua) a carga de trabalho mais que triplicou, muitas das vezes os bancários são obrigados a fazer mais de 200 ligações para que cumpram metas pré-estabelecidas, além das suas atribuições

de rotina. Essa política de demissões tem levado uma maior exploração para os trabalhadores, principalmente, com a falta de pessoal. Na verdade, o que acontece é que os banqueiros se utilizam de qualquer justificativa para dar continuidade à política de ataques à categoria, e dentre elas as demissões em massa pela qual passa o banco através das tais reestruturações. As demissões de trabalhadores é parte do modus operandi da empresa. Na sua maioria são demissões arbitrárias e sem justa causa. O caso de Valparaíso se soma aos casos que ocorrem todos os dias dentro da empresa nacionalmente. É preciso dar uma resposta imediata contra a política de terra arrasada dos banqueiros contra os bancários. As organizações dos trabalhadores devem organizar a paralisação da agência até que a reintegração do trabalhador demitido seja estabelecida.

ALUNOS PROTESTAM EM SANTOS

PRIVATIZAÇÃO

SP: alunos protestam contra escolas de tempo integral

Greve geral, piquetes e ocupação para impedir a privatização da ECT

Duas escolas da baixada santista protestam contra as escolas de tempo integral

Única maneira de impedir a privatização dos Correios é a greve com ocupação dos setores de trabalho

Hoje, dia nove de setembro, os alunos de duas instituições da baixada santista (SP) protestaram contra a ameaça de virarem escolas de tempo integral as “PEIs”. As unidades E.E Neves Prado Monteiro e E.E Fernando de Azedo Júnior são as que estão sendo ameaçadas de mudança. Um grupo de alunos das duas escolas, acompanhados dos pais, foram até a sede da Diretoria de Ensino de Santos para se posicionar contra o programa e reivindicar melhorias das escolas. Os alunos fizeram um abaixo-assinado, pois a escola está repleta de rachaduras nas paredes, buracos no chão, problemas na fiação elétrica, falta de portas nos banheiros, materiais para laboratórios e bibliotecas e ventiladores.

Questionam a precariedade das escolas e em contrapartida a implementação das escolas de tempo integral goela abaixo. O governo golpista cada dia mais está perseguindo os professores para massacrá-los ainda mais com o aumento de trabalho e vigilância, pois as escolas de tempo integral os professores são avaliados e até podem ser desligados do projeto. Somente a mobilização e a denúncia dos professores e alunos contra esses ataques vai barrar todos os retrocessos promovidos pelo governos golpistas do PSDB e também do governo fraudulento de Jair Bolsonaro (PSL). Por uma greve por tempo indeterminado para derrubar os golpistas e salvar o ensino público, tão sucateado pelo governo de São Paulo.

Os trabalhadores dos Correios estão ameaçados, pelo governo golpista e fraudulento de Jair Bolsonaro, de desaparecerem, através do processo de privatização da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). O governo golpista sequer quis negociar a campanha campanha salarial desse ano, e compareceu apenas uma vez na mesa de negociação, simplesmente para apresentar propostas de rebaixamento salarial, como a retirada dos vales alimentação do período de férias ou afastamento. Todas as medidas golpistas de retirada de direitos e benefícios servem justamente para acelerar a privatização, por isso, a campanha salarial dos Correios deste ano tem muito mais o caráter de lutar contra a privatização do que propriamente levantar as reivindicações salariais da categoria. Nesse sentido, está marcada para esta terça-feira (10/09), assembleias de trabalhadores dos Correios em todos os estados do país, com o objeti-

vo de aprovar greve na categoria, por tempo indeterminado, a começar da zero hora do dia 11 de setembro. A greve tem vários significados importantes para o conjunto da classe trabalhadora, em primeiro lugar, será a primeira greve de uma categoria nacional e organizada a enfrentar Jair Bolsonaro. Em segundo lugar, mas aliado ao primeiro, essa greve tem que ser muito forte para justamente arrastar outros categoria que também estão em campanha salarial e ameaçadas de privatização, como é o caso dos trabalhadores de processamento de dados. Terceiro lugar, a greve tem que radicalizar, criando comissões de greve para organizar os piquetes, a fim de não permitir que qualquer trabalhador fure a greve. Também é preciso o engajamento dos trabalhadores na campanha política do Fora Bolsonaro, eleições gerais e liberdade para Lula, a fim de por abaixo o governo que ameaça os ecetistas de morte.


10 | CIDADES

SERVIDORES

Ratinho Júnior quer extinguir direito dos servidores do Paraná Direita quer acabar com benefício dos trabalhadores O governador golpista do Paraná, Ratinho Júnior, quer acabar com o direito à licença-prêmio dos servidores estaduais. A chamada licença-prêmio consiste em um benefício concedido pelo estado aos servidores públicos, após ter cumprido determinado tempo de trabalho. A política de colocar um fim a esse direito é parte do ataque aos direitos da população trabalhadora levado a diante pela política do golpe de Estado.

A direita, tanto a nível federal, quanto a nível estadual procura aproveitar do momento de ofensiva na situação política para acabar com todas as garantias dos trabalhadores. A defesa desses direitos passa, necessariamente, pela mobilização da classe trabalhadora nos estados e em todo o país contra os governos golpistas de plantão. É preciso levantar as palavras de ordem de Fora Ratinho Júnior! Fora Bolsonaro!

DIREITA QUER PRIVATIZAR A ÁGUA

LUTA CONTRA A CENSURA

Censura: em Santa Cruz Cabrália/BA é Bolsonarista quer censurar curso proibido colocar faixas nas ruas sobre música africana na universidade Para não permitir que a população tome conhecimento de seus projetos de privatização, prefeito do município de Cabrália-BA não permite que a população coloque faixas nas ruas.

O prefeito fascista de Cabrália-BA, Agnelo Silva Santos Júnior do PSD, proíbe os moradores da cidade de colocarem faixas nas ruas. A medida, que já é muito burocrática, pois exige um pedido para que a faixa seja colocada, está sendo proibida pelo atual prefeito. Mesmo com todos os trâmites burocráticos prontos, um morador da cidade foi impedido de colocar quatro faixas parabenizando o povo brasileiro pelo 7 de Setembro. Somente estão sendo permitidas faixas de vereadores e do prefeito, ou seja, somente aqueles que já estão no poder podem promover o que pensam por meio de

faixas, e como sabemos, fazem isso somente como promoção pessoal. A cidade está com vários projetos de privatização, como a privatização da água. A medida serve então para que os moradores não tentem demonstrar a insatisfação com as medidas impostas pela direita na cidade, da mesma forma que faz a direita em Porto Seguro, em que a prefeitura e os vereadores fascistas realizaram um pacto com uma empresa de Outdoor para que a empresa não colocasse placas pagas pelos moradores da cidade contra a privatização da água e do esgoto.

Na UFRJ, evangélicos bolsonaristas tentam censurar obras de compositores nacionais da cultura sacra O obscurantismo reacionário que grassa no País tentou mais uma vez deixar sua marca nefasta. Durante uma aula de Canto na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a professora propôs o estudo das “Toadas de Xangô”, do compositor Guerra Peixe, para sua turma. Imediatamente, um aluno evangélico se levantou e disse: “E se eu receber alguma entidade”? (sítio Bem Blogado, 06/09). Ato contínuo, a professora que sugeriu o estudo da peça musical rebateu, com argumentos plausíveis, a indagação/ provocação direitista do aluno evangélico, argumentando “que a universidade não é um espaço de rito, de prática religiosa, e que aquela música entra ali como arte, vista de uma perspectiva laica, de conhecimento”. (idem, 06/09). Outros vultos ligados à musica clássica e sacra, como os compositores Francisco Mignone e Villa-Lobos, duas das maiores expressões da cultura nacional também estão sob o fogo cruzado da malta reacionária e direitista que emergiu no país pós-golpe. “Tivemos polêmica com “Cânticos de Obaluayê”, de Francisco Mignone, “Abalogun”, de Waldemar Henrique, “Xangô”, de Villa- Lobos. E até com músicas que não falam de orixás, mas que têm palavras como “macumba”, como é o caso de “Estrela é lua nova”, de Villa-Lobos, declara a professora Andrea, que coordena o Africanias, grupo de pesquisa de repertório brasileiro, com ênfase nas influências negra e indígena” (idem, 06/09). O golpe de Estado de 2016 fez despertar e avolumar no país todas as mais retrógradas e obscuras tendências de caráter abertamente reacionárias e fascistóides, estando estas direcionadas particularmente contra a cultura, a liberdade de expressão e o conhecimento, torpedeadas pela tentativa de impor a censura e a cassação a obras literárias, peças de teatro, ao cinema e até mesmo a livre manifestação ao canto das torcidas nos estádios onde ocorrem as

partidas de futebol. Trata-se, inequivocamente, de uma ofensiva de setores ligados à extrema direita nacional, que não só apoiou e financiou o golpe contra o governo petista eleito em 2014, como hipotecou, decisivamente, o apoio à eleição fraudulenta de Jair Bolsonaro, em 2018, contribuindo para a instalação de um governo que ostenta características abertamente fascistas, inimigo da cultura e do conhecimento. Muito tem contribuído para esta ofensiva da direita nacional – e isto não pode deixar de ser dito – a postura que vem sendo adotada por setores da esquerda pequeno burguesa, parlamentar, institucional, que não só vem apoiando leis repressivas e de caráter cerceadoras, como ela mesma (a esquerda) vem propondo a instituição de leis que avançam sobre o direito à liberdade de expressão (criminalização da homofobia, censura ao canto das torcidas nos estádios), se colocando como força auxiliar dos obscurantistas reacionários que conduzem a cruzada moral no país contra o progresso científico, o conhecimento e a cultura. A luta contra a extrema direita nacional exige, por parte não só da esquerda, como de todos os setores democráticos e progressistas que se colocam no campo de luta contra o bolsonarismo, uma delimitação clara em relação a todas as variantes do pensamento retrógrado, obscurantista e reacionário, apoiadores do regime golpista e da fraude eleitoral que elegeu um ocupante clandestino para a cadeira presidencial. Não pode haver luta consequente contra o governo direitista e reacionário de Jair Bolsonaro sem que haja também uma luta intransigente e sem tréguas contra a censura, contra o cerceamento à liberdade de expressão; em defesa da garantia dos direitos democráticos da população; em defesa da livre manifestação do pensamento, da cultura e do conhecimento.


ECONOMIA | NEGROS | CULTURA| 11

CRISE ECONÔMICA

Comércio exterior despenca 5% em relação ao mesmo período de 2018 Capitalismo em crise coloca em pauta a necessidade de derrubar o regime golpista Na esteira da crise econômica nacional e internacional, os indicadores do comércio exterior brasileiro tem revelado o quadro de quase colapso em que se encontra a economia do país. Neste ano, entre janeiro e agosto, o conjunto das exportações e importações do país somou US$ 265,7 bilhões e está quase 5% menor do que o observado no mesmo período de 2018. As exportações brasileiras recuaram 5,9%, como resultado da atual situação econômica global, marcada pelo aumento das contradições e conflitos entre as principais economias do mundo (“guerra comercial” entre EUA e China, crise na Argentina etc.) e pela consequente queda dos preços dos produtos agrícolas e minerais (soja,

cana-de-açúcar, minério de ferro etc.). Por sua vez, as importações caíram 3,4% no mesmo período, em razão do estrangulamento dos setores produtivos locais, que é resultado, em grande medida, da política de terra arrasada promovida de forma mais acabada pela direita golpista a partir de 2016, com a derrubada do governo PT. As economias nacionais são interdependentes da economia mundial e, portanto, a crise econômica internacional alimenta a crise econômica nacional, e esta, por seu turno, alimenta aquela. O capitalismo, em decadência do ponto de vista histórico, encontra-se num beco sem saída, e sua dinâmica segue um curso acentuadamente descendente.

HOLOCAUSTO

Museu do Holocausto em Curitiba mostra perseguição nazista aos negros Os negros também foram perseguidos duramente pelo regime nazista. O Museu do Holocausto de Curitiba promove exposição sobre o tema. Ao contrário do que nos mostram os filmes norte-americanos, os negros também foram perseguidos pelos nazistas durante o período da Segunda Guerra Mundial Imperialista. Assim como outras etnias, homossexuais e pessoas com ideologias que divergiam da da extrema direita nazista (como comunistas e anarquistas), os negros foram perseguidos, esterilizados e mortos durante a dominação nazista. Com o objetivo de demonstrar essa perseguição, o Museu do Holocausto de

Curitiba irá apresentar uma exposição com fotos, pinturas, esculturas e mais sobre o tema. O tema quase nem aparece quando se fala do período, fazendo com que pouca gente saiba da perseguição, muito por conta do cinema norte-americano, já que os EUA também segregam muito a população negra. As visitas ao Museu do Holocausto em Curitiba acontecem somente mediante agendamento. É possível agendar uma visita através de seu site: www.museudoholocausto.org.br.

CENSURA

Weintraub quer censurar verbete sobre ele na Wikipédia Golpistas querem censurar toda a internet O ministro fascista Weintraub lançou-se numa tentativa de censura ao site Wikipedia. Em junho ele usou de forma criminosa a assessoria do MEC para buscar barrar o site, no que se refere a sua biografia no site. Alguns pontos específicos incomodaram o ministro bolsonarista, os dados objetivos da sua vida pessoal (nascimento, profissão, etc.) e o relato da sua política de terra arrasada para educação, conhecido como os cortes. Numa clara ameaça ao site ele usou o aparato do Estado que ele tem em mãos para intimidar o site, principalmente os editores que trabalham de forma voluntaria para manter a plataforma.

O que parece incomodar o ministro é um relato informativo da sua política de verdadeira destruição da educação pública brasileira, esmagando financeiramente as universidades e escolas para visar sua privatização completa. É a política fascista para a educação. E a retaliação fascista para o problema da crítica para sua política econômica e social são suas tradicionais ameaças e a censura. O ministro ao tentar sufocar a educação pública, não quer que ninguém diga isso, seja de forma moderada ou numa denuncia mais afirmativa. É necessário adotar uma política de completo enfrentamento com o governo fraudulento e golpista, que

coloque todos os golpistas em xeque e faça o fascismo retroagir inevitavelmente, ir às ruas com a palavra de ordem que unifica os setores que estão

sendo duramente atacados por esse governo de tendências fortemente ditatoriais: Fora Bolsonaro! Fora todos os golpistas!


12 | MORADIA E TERRA | ESPORTES

CORTES DO GOVERNO

Com cortes do governo, indígenas combatem fogo com latas d’água Golpistas pretendem aumentar os incêndios nas florestas brasileiras O governo golpista de Jair Bolsonaro, do PSL, leva adiante a sua política de guerra e destruição contra todos os setores da população. No caso dos povos indígenas, o governo golpista cortou cerca de 38% das verbas destinadas ao Programa de Prevenção de Incêndios, o PrevFogo, o equivale a R$ 17,5 milhões. Com o corte no investimento, houve uma

redução no número de brigadas de combate ao fogo. A situação acaba chegando a níveis extremos, como o que aconteceu com o povo Myky, pertencentes à aldeia Japuíra, na terra indígena Menku, em Brasnorte, no Mato Grosso, na última sexta-feira, 30. Um incêndio na aldeia quase destruiu todas as casas. Na aldeia moram

ESPORTES

cerca de 126 pessoas. Os indígenas foram obrigados a improvisar para conter o fogo que se alastrou pelas casas. O incêndio teve que ser controlado por por meio da utilização de latas com água, devido a falta de equipamentos adequados. O caso demonstra que o ataque aos povos indígenas é amplo e atinge várias frentes. Além do aumento

Todos os domingos às 20h30 na Causa Operária TV

DataFolha faz pesquisa para tentar justificar o VAR Em crise, imprensa burguesa quer salvar o VAR

Esforçando-se para justificar aquilo que vem sendo um verdadeiro desastre, o instituto de pesquisa DataFolha, pertencente ao golpista Grupo Folha, tratou de realizar uma enquete com a finalidade declarada de captar a opinião da população sobre o uso do árbitro assistente de vídeo — VAR, na sigla em inglês — no futebol. Os resultados do levantamento, diante do que a nova tecnologia produziu até agora, são, no mínimo, “surpreendentes”. Segundo a pesquisa, 58% dos entrevistados entendem que o VAR mais ajuda do que atrapalha, contra 29% que acham que a tecnologia mais atrapalha do que ajuda (2% afirmaram que nem ajuda nem atrapalha, e outros 11% não souberam responder). Considerando apenas o universo dos que torcem para algum time de futebol, a aprovação ao VAR seria ainda maior. Para 63% dos torcedores, o VAR seria mais benéfico do que prejudicial,

enquanto que, para 31%, traria mais desvantagens do que vantagens (2% defenderam a neutralidade do VAR, e 5% não souberam responder). Falamos que os resultados da pesquisa são “surpreendentes” porque, desde que foi implantado no futebol brasileiro (e também no exterior), o VAR tem sido protagonista não só de fatos polêmicos e discutíveis, mas também de fatos absolutamente suspeitos e escabrosos. São interrupções exageradamente demoradas, que “esfriam” o jogo, intervenções constantes e excessivas, muitas vezes sem nenhum propósito, arbitrariedades várias na sua utilização e até problemas técnicos de funcionamento. O árbitro de vídeo foi implantado com a promessa de acabar com as polêmicas geradas por lances duvidosos nos jogos de futebol. Para os seus defensores, o VAR acabaria com as injustiças provocadas por erros da

da violência contra os índios nas aldeias, o governo golpista ainda reduz o dinheiro destinado às comunidades, o que leva a situações como estas. A única forma de colocar um fim a esta ofensiva é por meio da mobilização popular contra o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro. É preciso levantar a palavra de ordem de Fora Bolsonaro!

arbitragem e traria mais transparência e honestidade ao jogo. A realidade, no entanto, insiste em contrariar as promessas do VAR. A cada rodada do Campeonato Brasileiro, o que temos é uma enxurrada de interferências polêmicas e de decisões manifestamente equivocadas. Só para ficarmos com a última rodada do Brasilerão, a 18ª do campeonato: como explicar o pênalti marcado para o Santos, que tirou a vitória do Athlético-PR, após o VAR ser consultado no final do jogo, num lance que não só aconteceu fora da área como nem falta foi? Vai ficando cada vez mais claro que o VAR não é mais que um instrumento de manipulação de resultados, de controle externo, de corrupção dentro do esporte, portanto, e que o discurso da “ética”, da “justiça” e do “jogo limpo” não passa de cinismo e demagogia e tem a missão de encobrir ou ocultar o propósito real do árbitro de vídeo.

Mas, enquanto o VAR perde progressivamente a sua aura santa e benevolente, o DataFolha e a imprensa burguesa em geral se veem diante da necessidade de preservar esse poderoso instrumento tecnológico de manipulação. A direita golpista, recorrendo a seus órgãos de falseamento da realidade, aposta agora em oferecer um cenário ilusório e totalmente enganoso de apoio ou aprovação popular ao VAR, o que é evidentemente ridículo em face das crescentes manifestações de repúdio e desaprovação ao árbitro de vídeo por parte dos torcedores. Não há que se dar nenhum crédito ou depositar qualquer confiança nos institutos de pesquisa da burguesia. Ao contrário de refletir os anseios do povo, o que tais órgãos refletem são os anseios dos grandes capitalistas e seus funcionários (cartolas, dirigentes etc.). É preciso ter claro que os jogadores são contra o VAR, os técnicos são contra o VAR e os torcedores são ainda mais contra o VAR. É preciso uma grande campanha para combater essa medida que tem como intenção acabar com o futebol: fora VAR!

Empresarização dos clubes: avançam os ataques contra o futebol Para tomarem conta do futebol, os capitalistas precisam neutralizar as torcidas organizadas O imperialismo é o domínio das grandes companhias monopolistas sobre toda a economia capitalista mundial. O futebol, como esporte mais popular do mundo, praticado e consumido por bilhões de pessoas, obviamente não poderia escapar das garras da grande burguesia internacional. Principalmente a partir do final da década de 1980, com a consolidação do neoliberalismo como política dominante dos capitalistas ao redor do mundo, o futebol tem sido cada vez mais atacado pelos mesmos sanguessugas que oprimem o proletariado, sendo ele o esporte por excelência da classe operária. Os clubes de futebol, surgidos da ou transformados pela organização independente dos trabalhadores, sempre foram associações sem fins lucrativos e com uma estrutura com alguma democracia interna, na qual os associa-

dos podiam participar, de alguma forma – mesmo que restrita -, da tomada de decisões. Com a crescente predominância dos interesses capitalistas interferindo diretamente nos clubes, essa característica popular tem sido reduzida ou mesmo totalmente suprimida. Em alguns campeonatos, como o inglês ou o italiano, a maioria – senão a totalidade – dos clubes é controlada por acionistas bilionários, transformando-os em propriedade privada e não mais coletiva. No Brasil, o imperialismo tenta impor a mesma política para o futebol. Há alguns anos já existem os chamados “clubes-empresa”. Inicialmente, os grandes capitalistas tomaram conta de clubes menores. Ou clubes maiores têm sido controlados de forma indireta, através de “parcerias” nas quais os empresários influenciam as tomadas de decisões políticas dos dirigentes,

mas cada vez mais avançam para uma tentativa de verdadeira compra dos clubes, a fim de que sigam o caminho das equipes europeias. Para conseguirem dominar totalmente os clubes, os capitalistas sabem que é preciso acabar com qualquer vestígio de democracia, de participação popular. E essa participação, no futebol, se expressa na organização das torcidas dos clubes. É preciso neutralizar as torcidas organizadas, por isso toda a campanha que a imprensa burguesa e a direita vêm fazendo contra os torcedores, pela censura e repressão sob a desculpa, por exemplo, de “combater a homofobia” nos estádios. Isso serve apenas para colocar o torcedor (trabalhador, pobre, oprimido) na cadeia, incriminar e desarticular as torcidas organizadas, porque elas são a expressão da democracia operária no futebol, particularmente nos clubes profissionais.

As torcidas organizadas, por representarem os interesses da ampla parcela dos torcedores dos clubes, têm totais condições – se seguirem uma política correta de enfrentamento com os inimigos do futebol – de impedir o controle dos capitalistas sobre as equipes. Já foram registrados casos de torcidas que, indignadas com o destino arruinado de seus clubes, destruíram sedes e prédios onde trabalhavam seus dirigentes-acionistas. Ou seja, as torcidas organizadas têm condições de enfrentar as empresas para impedir a rapinagem sobre seus clubes. E mais: dependendo de seu nível de organização, têm condições de tomar os clubes para si, das mãos dos capitalistas e dos dirigentes burocratas a seu serviço, e transformá-los em verdadeiras entidades geridas pelos próprios torcedores. É por isso que são tão brutalmente atacadas.


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