QUARTA-FEIRA, 27 DE MARÇO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5594
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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Temer solto em quatro dias, Lula preso há quase um ano: golpe escancarado A prisão do ex-presidente golpista Michel Temer foi, sem dúvida, um ato arbitrário, que viola a Constituição Federal, uma vez que o mesmo não tem condenação definitiva e não havia motivos reais (como perigo de fuga, comprovado obstáculo ao andamento dos processos em que é réu etc.)
31 de Março: Bolsonaro em guerra contra os direitos democráticos do povo O presidente ilegítimo ordenou que os quartéis comemorem, no próximo domingo, o dia 31 de Março, a data que marca os 55 anos do golpe militar de 1964.
EDITORIAL
Temer solto, Lula preso
A prisão de Temer foi política, uma jogada dos procuradores da Lava Jato, em acordo com o juiz Marcelo Bretas, logo após o STF ensaiar, finalmente, uma reação aos abusos, que vem de longe, dos justiceiros da famigerada operação com quartel general em Curitiba.
Na ONU, Michelle Bachelet faz coro com a extrema-direita e deturpa a realidade da Venezuela O aumento da crise capitalista tem funcionado como uma centrífuga política. O ritmo acelerado dos acontecimentos, tem, de fato, propiciado um giro político e delimitado campos que, sob circunstancias habituais, dificilmente podem ser identificados.
A “Reforma” da Previdência é indefensável: Paulo Guedes foge de audiência na Câmara Na terça-feira (26), o ministro Paulo Guedes não compareceu à reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara que marca a primeira etapa para a aprovação da “reforma” da Previdência.
Neste domingo, no MASP: todos ao ato contra a celebração do golpe militar de 1964! O presidente golpista e ilegítimo, Jair Bolsonaro, determinou na última segundafeira, dia 25, que o Ministério da Defesa deve celebrar o golpe militar de 1964, que no próximo dia 31 de março completa-se 25 anos.
Perseguição política: em dois anos, quase 300 lideranças foram assassinadas na Colômbia Durante uma reunião com representantes dos países membros das Nações Unidas, ocorrida em outubro de 2018, o governo colombiano apresentou um balanço de 261 assassinatos de lideranças políticas.
Onyx sugere a Salles a extinção de órgão do Conselho Nacional do Meio Ambiente
OPINIÃO | 3 EDITORIAL
Temer solto, Lula preso A
prisão de Temer foi política, uma jogada dos procuradores da Lava Jato, em acordo com o juiz Marcelo Bretas, logo após o STF ensaiar, finalmente, uma reação aos abusos, que vem de longe, dos justiceiros da famigerada operação com quartel general em Curitiba. Como os partidos tradicionais e alguns ministros, como Gilmar Mendes, decidiram bater na Lava Jato, principalmente após ser denunciada a tentativa de membros do MPF em Curitiba administrar um fundo bilionário, fruto de um acordo espúrio com os Estados Unidos para saquear a Petrobras, deve-se ler a prisão do ex-presidente golpista Michel Temer como uma espécie de retaliação da Lava Jato, claramente uma extorsão. Não se deve esquecer que os responsáveis pelo golpe de 2016, incluindo Michel Temer, Eduardo Cunha, Moreira Franco, Eliseu Padilha, entre outros, tinham uma espécie de aliança firmada com a Lava Jato, pois o objeti-
vo principal era derrubar a presidenta Dilma Rousseff e desidratar o PT, no limite, até extingui-lo. Nesse sentido, Temer e todos os golpistas estão pagando o preço de um acordo frágil, o que não quer dizer que seja correta a prisão. Não! A prisão foi ilegal e, como em outros casos, a decisão de Marcelo Bretas é tosca, mostrando o descaramento desse grupo da Lava Jato. Não se importam sequer com as aparências. Nesse sentido, temos que denunciar a ação política da Lava Jato, obviamente, que é um instrumento de extorsão política, cujos membros estão cada vez mais sedentos por poder. No entanto, não podemos esquecer que o grupo golpista que derrubou a presidenta Dilma não merece nem respeito nem consideração. Não há, igualmente, motivo para alinhar-se com eles. Está claro que, apesar dessa jogada da Lava Jato, Temer e os demais golpistas foram soltos sem nenhum tipo
COLUNA
de manifestação, nem do MBL, nem de nenhum militar, nem do Dallagnol, para ficarmos com o mais barulhento dos procuradores da Lava Jato, há uma crise mas os golpistas continuam em relativa coesão. O caso do ex-presidente Lula é distinto, pois foi preso após a, acelerada, condenação em segunda instância. No entanto, essa ação contra Temer, o escolhido da hora para a Lava Jato mandar recados, indica que Lula deveria ter sido preso antes, não fosse a mobilização popular. A prisão arbitrária de Lula aconteceria logo no começo do processo, não resta dúvida. Embora a prisão de Lula, como dito, tenha sido efetuada após uma corrida contra o tempo, da qual participaram a Polícia Federal, o MPF, o Juiz Moro e os desembargadores do TRF4, com a devida proteção do STF e das ameaças das Forças Armadas, coordenadas pela imprensa, diferente do caso Temer, não significa que, por isso mesmo, não tenham em comum o fato de serem
CHARGE
31 de Março: Bolsonaro em guerra contra os direitos democráticos do povo Por Rafael Dantas
O
presidente ilegítimo ordenou que os quartéis comemorem, no próximo domingo, o dia 31 de Março, a data que marca os 55 anos do golpe militar de 1964. Nos quartéis, os comandantes lerão uma ordem do dia especial dedicada ao tema. As celebrações ficarão por conta dos comandantes militares, que decidirão como conduzir as homenagens aos golpistas de 1964, segundo informou o porta-voz da presidência, o general Rêgo Barros. Não é saudosismo da ditadura. Bolsonaro vem fazendo propaganda sistemática em favor de um novo golpe militar. Elogiou Pinochet e Stroessner.
Falam pela boca do presidente os comandantes militares, a alta cúpula das forças armadas, que estão deixando claro que um novo golpe é uma opção no repertório dos generais e de um setor da burguesia. Ameaçam toda a população com a ordem dada aos quartéis. É uma declaração de guerra aos direitos democráticos de todos os brasileiros. Deve ser repelida pela ação militante, organizada, das entidades de luta da classe trabalhadora e de todo o povo oprimido. A comemoração do golpe de 64 e da ditadura militar é uma ameaça direta e concreta de uma nova ditadura fascista. É preciso combatê-la sob a palavra-de-ordem de “Fora Bolsonaro” e todos os golpistas.
TODOS OS DIAS NA CAUSA OPERÁRIA TV
fruto de uma ação política do Sistema de Justiça. Temer tem a proteção dos que, nas instituições, o colocaram no poder por meio do Golpe de 2016, mas não tem apoio popular. Lula, por sua vez, tem apoio popular, mas não das instituições. Lula vai continuar preso se não houver mobilização. A Lava Jato não deve ser poupada, ela é instrumento de extorsão política e, mais ainda, um instrumento do imperialismo para promover o caos, facilitando a entrega do país. A mobilização por Lula Livre implica a derrubada do governo Bolsonaro. Implica também, evidentemente, denunciar a Lava Jato e o fim da operação. Os golpistas também querem o fim da Lava Jato, apenas não sabem como conduzir o enterro, por medo de que isso signifique fortalecer Lula e a esquerda. Para nós cabe manter a mobilização e ampliá-la. Fora Bolsonaro, Fora todos os golpistas. Liberdade para Lula.
4 | OPINIÃO E POLÊMICA
IMPERIALISMO
Na ONU, Michelle Bachelet faz coro com a extrema-direita e deturpa a realidade da Venezuela O
aumento da crise capitalista tem funcionado como uma centrífuga política. O ritmo acelerado dos acontecimentos, tem, de fato, propiciado um giro político e delimitado campos que, sob circunstancias habituais, dificilmente podem ser identificados. Nessas condições, portanto, desvela-se o que antes era pura forma ou expressão aparente e, subitamente, expõe-se seu verdadeiro conteúdo. No curso dos acontecimentos relativos à questão da Venezuela, temos observado um aumento da fileira dos golpistas e lacaios do imperialismo. Todavia, em primeira instância, há de se esperar que toda a movimentação política à direita seja realizada pelos reputados setores da direita golpista, vassala e subserviente. Entretanto, não somente os setores reacionários tem aderido aos interesses do imperialismo, mas, nitidamente, um amplo setor de esquerda tem lhes dado apoio. Fazendo coro com os golpistas, a alta comissionada para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, do Partido Socialista do Chile, denuncia torturas, assassinatos e uma aguda crise social na Venezuela. Bachelet também comenta sobre o colapso dos serviços médicos e educacionais. Segundo Bachelet, as autoridades venezuelanas se recusam a reconhecer as dimensões da “grande crise”, e destaca que as sanções impostas pelos Estados Unidos “podem agravar ainda mais a situação econômica”. Acerca de supostas denúncias contra ações da Força de Ações Especiais da Polícia Nacional (FAES), respaldadas pe-
los “coletivos armados”, Bachelet conclui que os assassinatos seguem um padrão semelhante e ocorrem através de buscas ilegais das casas inspecionadas, onde são relatadas mortes como resultado de um confronto armado, embora testemunhas relatem que as vítimas estavam desarmadas. Paralelamente à conferência de Bachelet, foi reproduzido um vídeo sobre um “suposto” centro de tortura da polícia. Neste vídeo, o tenente de aviação Ronald Dugarte, antigo membro da Direção-Geral de Contra-Inteligência Militar (Dgcim), que hoje encontra-se desaparecido, mostra uma gravação clandestina típica das encenações propagandistas dos EUA. Estranhamente, Dugarte afirma que não tinha acesso aos “centros de tortura”, mas podia ouvir os gritos e lamentos de dor. Ademais, durante o vídeo, Dugarte lê continuamente o que fala em seguida; como se seguisse um roteiro pré-estabelecido. Toda a panaceia foi realizada por Skype e assistida pelo Secretário-Geral da OEA, Luis Almagro, um dos apoiadores do golpe contra a Venezuela. Em contrapartida, podemos afirmar, de forma resoluta, o caráter fascista da direita venezuelana, quando, em 20 de maio de 2017, o jovem negro Orlando Figuera foi pego em uma emboscada no bairro burguês de Altamira, em Caracas, e teve seu corpo incendiado por mercenários da direita que o atacaram acusando-o de ser chavista. O prenúncio revelador do fascismo candente na Venezuela ficou muito claro em 2002, quando foi dado um golpe de Estado com total apoio
dos EUA contra o governo de Hugo Chávez, e que durou 47 devido à intensa mobilização popular favorável à Chávez. Bachelet ainda afirma, “como resultado direto dessa profunda crise de direitos humanos, mais de três milhões de pessoas fugiram da Venezuela em busca de comida, assistência médica, trabalho e proteção”. “O sistema de saúde continua a deteriorar-se, repercutindo consideravelmente na mortalidade materna e infantil e na disseminação de doenças infecciosas, que antes estavam sob controle”, complementa. Aqui, vale a pena frisar o verdadeiro conteúdo da “profunda crise de direitos humanos” declarada pela ex-presidenta do Chile. Trata-se, portanto, das consequências do congelamento de um bilhão de dólares do Estado venezuelano para aplicação na guerra contra a própria Venezuela, financiando todos os ataques contra o governo de Maduro. Em suma, podemos resumir as pretensões dos golpistas da seguinte forma: objetivo central da política imperialista é promover um colapso econômico na Venezuela. Para isso, recorrem à ingerência, sabotagem, violência e ao terrorismo. A Venezuela tem sido atacada tanto pelo imperialismo norte-americano quanto por seus lacaios regionais como a Colômbia, e também internamente, por intermédio de Guaidó. Após intensa campanha em favor dos interesses do imperialismo, Bachelet utiliza o verniz da crítica consentida e afirma que o panorama vigente será pelas sanções impostas pelos
EUA. Todavia, volta a afirmar, erroneamente, que a “crise econômica e social generalizada e devastadora” começou antes das sanções dos EUA. Já criticamos aqui, neste mesmo diário, a falsa afirmação de Bachelet. Acompanhe a notícia: >>> https://www.causaoperaria.org. br/onu-reconhece-que-bloqueio-imperialista-destroi-a-venezuela-mas-apoia-esse-mesmo-bloqueio/#builder_active Tendo em vista as seguidas capitulações e confusões dentro da própria esquerda no tocante à declaração de guerra do imperialismo contra a Venezuela, é preciso denunciar o séquito destes setores diante dos interesses dos golpistas. Nesse sentido, ante a política de rapina do imperialismo e do subsequente acoplamento de diversos setores, inclusive esquerdistas, à subordinação de seus próprios tiranos, é preciso levantar as palavras de ordem: Abaixo a invasão da Venezuela! Fora imperialismo da América Latina!
POLÍTICA| 5
GOLPE ESCANCARADO
Temer solto em quatro dias, Lula preso há quase um ano A
prisão do ex-presidente golpista Michel Temer foi, sem dúvida, um ato arbitrário, que viola a Constituição Federal, uma vez que o mesmo não tem condenação definitiva e não havia motivos reais (como perigo de fuga, comprovado obstáculo ao andamento dos processos em que é réu etc.). Sua prisão, como assinalamos desde o primeiro momento, reflete a crise entre as diferentes alas da burguesia golpista em uma etapa de aprofundamento dos atritos no interior do regime golpista, diante da revolta popular contra o governo Bolsonaro e do aprofundamento da crise econômica. Temer e seus comparsas – que foram peças-chave no golpe de Estado que derrubou a presidente Dilma Roussef, impôs pesados ataques contra a população explorada, como o congelamento dos gastos públicos e a “reforma” trabalhista – são alvos, agora, de uma perseguição e se tornaram presos políticos, em meio à intensa disputa entre as frações da burguesia, no fogo cruzado entre a ala que mais abertamente pró-imperialista, que inclui a máfia criminosa que comanda a operação lava jato, e a ala com maiores vínculos com setores fundamentais da burguesia “nacional”, que inclui o MDB e setores tradicionais do Supremo Tribunal Federal (agrupados na chamada ala garantista). Essa situação – ao lado de inúmeros outros episódios – evidencia que o profundo alcance do golpe de Estado, que ameaça toda a economia nacional e todo o povo brasileiro, inclusive, os setores que lhe deram sustentação, fazendo a vontade – em determinado momento, do imperialismo e dos ver-
dadeiros “donos do golpe”. Ao mesmo tempo em que Temer e seus aliados, ao menos por hora, foram colocados em liberdade, depois de quatro dias de prisão, temos o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, maior liderança popular do País, condenado sem provas, em um processo fraudulento comandado por essa mesma operação lava jato, preso há
tir uma vitória da direita golpista em eleições fraudulentas – já que Lula era apontado como vencedor das eleições presidenciais, já no primeiro turno. Ela se mantém como uma questão fundamental para tentar conter a mobilização popular que começa a ganhar força contra o regime golpista e seus ataques contra os trabalhadores. Da mesma forma que ocorreu com
quase um ano. O que valeu, inclusive, a “premiação” do juiz que estabeleceu sua condenação, com a nomeação para o cargo de ministro da Justiça do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro. Essa situação expõe ainda com maior clareza a situação excepcional de Lula, sua importância política para o regime golpista. Temer pode ser colocado em liberdade, sem maiores consequências momentâneas para o golpe, sem que isso represente uma derrota profunda, definitiva, de uma alas do golpe. Ja no caso de Lula, a situação é diferente. Sua prisão condenação fraudulenta e sua prisão, foram decisivas não apenas para garan-
Temer, a prisão de Lula não tem bases legais. Muito mais do que no caso de Temer, contra Lula não há qualquer prova real de crime; mas não é disso de que se trata. Temer pode ser colocado em liberdade sem que isso represente uma mudança significativa na situação política; sem que isso reforce amplamente, entre as massas a luta contra Bolsonaro e todos os golpistas. A imprensa golpista, a direita e setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa realizam, até mesmo uma campanha de que sua soltura representa um retrocesso, da mesma forma que procuraram criar a ilusão de sua prisão teria representado uma vitória do
“bem contra o mal”, da justiça contra a corrupção. Já no caso de Lula, sua libertação representa um perigo para o regime golpista pelo papel de liderança que o mesmo têm entre as massas exploradas e suas organizações de luta. Sua presença à frente da mobilização popular que se levanta contra Bolsonaro e seus ataques poderia representar um golpe fatal para o regime golpista, ajudando a colocar abaixo todo o edifício golpista. Por isso, a liberdade de Lula é uma questão decisiva para os trabalhadores, a juventude e suas organizações de luta, para todos os que combatem contra o golpe e seus ataques contra o povo brasileiro. Por isso, também, ela não pode ser conquistada apenas com argumentos argumentos jurídicos, com articulações no interior do Judiciário e outras instituições do regime golpista, as mesmas que ratificaram – até o momento – a derrubada de Dilma, a prisão de Lula etc. Temer teve acesso à lei e suas garantias legais respeitadas. Lula continua aquém da lei, ele não tem direitos e é um prisioneiro político da direita golpista. Para libertar Lula é preciso tomar as ruas. É preciso uma mobilização revolucionária que mobilize milhões contra o golpe de Estado, que dê vazão e forma organizada ao profundo sentimento popular, da maioria do povo brasileiro, contra o governo de Bolsonaro e todos os golpistas, que se expressou com força no carnaval e nos combativos atos realizados no último dia 22, em todo o País. Às ruas, para libertar Lula e para colocar para fora Bolsonaro e todos os golpistas!
A “REFORMA” DA PREVIDÊNCIA É INDEFENSÁVEL
Paulo Guedes foge de audiência na Câmara N
a terça-feira (26), o ministro Paulo Guedes não compareceu à reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara que marca a primeira etapa para a aprovação da “reforma” da Previdência. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, nos bastidores, o PSDB, o PP e o PR, que não fazem parte da base de apoio ao governo, comemoraram a desistência de Guedes em participar da reunião. Estes partidos reclamaram , também, da ausência de diálogo e articulação política entre o Palácio do Planalto e o Congresso. Para Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição na Câmara, o objetivo era ouvir de Guedes os argumentos para a aprovação da “reforma”. Com a
ausência do ministro, a reunião poderá ser adiada para a próxima semana. A assessoria do Ministério da Economia divulgou uma nota em que afirma o interesse da equipe técnica e jurídica da Secretaria Especial da Previdência e Trabalho representar a pasta de Economia na comissão da Câmara. Diante da situação, o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) defendeu aos seus aliados a não-participação do ministro na reunião do CCJ. Irritados com o governo, os líderes de partidos devem realizar um ato público na Câmara para enfatizar a oposição a determinados pontos da “reforma”, entre eles, a aposentadoria rural e o BPC (benefício pago a idosos carentes).
O governo está passando por uma série de crises internas (olavetes x militares; PSL x MBL; Bolsonaro x Maia, etc.). Hoje, Paulo Guedes sequer apareceu para defender a “reforma”. O problema para Bolsonaro é que ele foi colocado lá para aprová-la. Sem ela, a própria burguesia golpista vai querer derrubá-lo. No entanto, mesmo nesse Congresso cheio de direitistas, é difícil aprovar a reforma porque nenhum deputado quer enterrar sua carreira política para sempre aprovando algo que significa o roubo das aposentadorias dos milhões de trabalhadores brasileiros. A direita vai precisar de uma série de instrumentos de cooptação para isso: troca de cargos em estatais, propina,
ameaças e chantagens. A dificuldade da direita deve ser aproveitada pelos trabalhadores para uma mobilização contra o governo. Fora Bolsonaro!
6 | POLÍTICA
NESTE DOMINGO, NO MASP
Todos ao ato contra a celebração do golpe militar de 1964! O
presidente golpista e ilegítimo, Jair Bolsonaro, determinou na última segunda-feira, dia 25, que o Ministério da Defesa deve celebrar o golpe militar de 1964, que no próximo dia 31 de março completa-se 25 anos. A determinação de Bolsonaro é mais uma demonstração do caráter fascista do presidente e de todo o governo golpista. Bolsonaro, que já havia declarado que a ditadura militar “matou pouco”, fez elogios aos ditadores latino-americanos, como o chileno Augusto Pinochte e o paraguaio Alfredo Strossner, agora novamente tece uma “homenagem” aos militares assassinos de 1964. A declaração de Bolsonaro tem de ser vista também como uma ameaça a todo povo brasileiro. Diante do crescente repúdio popular ao seu governo e da crescente crise política, o golpista da extrema-direita vem à público ameaçar a população com um novo golpe militar, uma nova ditadura que irá impor um regime de terror muito
mais violento do que o de 1964. Nesse sentido, a resposta das organizações de esquerda e dos movimentos populares tem de ser imediata. É necessário sair às ruas contra a ameaça de golpe militar de Bolsonaro, levantar também a luta contra o governo golpista e o regime político de conjunto, por meio da palavra de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas! É necessário exigir a liberdade de todos os presos políticos do atual estado de exceção que toma conta do país, em destaque do ex-presidente Lula, principal liderança popular brasileira. No próximo dia 31 de março, o Partido da Causa Operária, juntamente com os Comitês de Luta Contra o Golpe está chamando um ato contra o golpe militar e contra Bolsonaro no MASP em São Paulo, a partir das 14 horas. É necessário que toda a militância, os ativistas e a população em geral participe e ajude a impulsionar o movimento de luta contra Bolsonaro e todos os militares golpistas.
GOVERNO ILEGÍTIMO
CHARGE
Onyx sugere a Salles a extinção de órgão do Conselho Nacional do Meio Ambiente
N
este mês, ambientalistas, movimentos sociais, cientistas e organizações de trabalhadores denunciaram o ministro fascista do meio ambiente, Ricardo Salles, estava querendo acabar com o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) ou expulsar essas entidades representantes da sociedade civil do conselho. Nessa semana, a preocupação dessas entidades se revelou verdadeira e é ainda pior. Pior no sentido que a ordem veio diretamente do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni e para extinguir o Conama e outros conselhos do Ministério do Meio Ambiente. A jornalista Ana Carolina Amaral eu seu blog Ambiência, no site do jornal golpista Folha de S.Paulo, noticiou que a ordem para o fascista Ricardo Salles. A jornalista teve acesso ao ofício assinado por Onyx Lorenzoni e encaminhado diretamente ao Ministério do Meio Ambiente. A decisão é ainda pior, pois a lista de extinção dos conselhos é enorme e atinge todas as áreas ambientais. A lista é de 23 órgãos ambientais ameaçados de extinção inclui o Conama, PPCDAm e PPCerrado (planejamento para prevenção e controle do desmatamento na Amazônia e no Cerrado), a Conaveg (comitê de recuperação de floresta nativa) o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Fórum Brasileiro de Mudança do Clima. A decisão veio do braço direito do fascista Bolsonaro, Onix Lorenzoni.
Lorenzoni, recentemente deu como exemplo positivo a ditadura sanguinária de Pinochet no Chile para realizar as “reformas” contra a população. Declaração que revela o tipo de “diálogo” que vai se colocado em prática pelo governo ilegítimo de Bolsonaro e o fascista Ricardo Salles. A decisão vem diretamente de Bolsonaro e não é uma mera decisão de Ricardo Salles, apesar do fascista apoia-la incondicionalmente. É o que vimos durante as manifestações contra a privatização do Parque Nacional do Pau-Brasil em Porto Seguro/ BA e na última reunião do Conama, onde houve violência e intimidação por parte dos seguranças, impedir a participação de conselheiros, cadeiras marcadas para evitar a discussão entre conselheiros e muito autoritarismo. O governo Ilegítimo de Bolsonaro e de seu ministro fascista Ricardo Salles, vieram para destruir o Ministério do Meio Ambiente e de toda a sua política ambiental, destruir o Ibama e o ICMBio, desmontar a legislação ambiental e entrega das unidades de conservação para a iniciativa privada. Não há conversa ou negociação com os bolsonaristas e a única maneira de reverter essa situação e impedir que sua política seja colocada em prática é a derrubada do governo Bolsonaro e de todos os golpistas, através de manifestações das comunidades, greves e ocupação das unidades de conservação privatizadas e dos órgãos públicos ambientais.
TODOS OS DIAS, A PARTIR DAS 3H NA CAUSA OPERÁRIA TV
INTERNACIONAL | 7
PERSEGUIÇÃO POLÍTICA
Em dois anos, quase 300 lideranças foram assassinadas na Colômbia
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urante uma reunião com representantes dos países membros das Nações Unidas, ocorrida em outubro de 2018, o governo colombiano apresentou um balanço de 261 assassinatos de lideranças políticas. A situação se tornou tão alarmante que representantes de 95 países solicitaram que fosse discutida a situação dos Direitos Humanos na Colômbia. Apesar da situação crítica, o governo colombiano afirmou que o balanço é positivo. Para o governo, as lideranças que foram mortas estão ligadas a “organizações criminosas” que estão tentando tomar conta de territórios. Atualmente, 4.000 líderes colombianos recebem alguma medida de proteção, sendo que 60% desses se encontram no campo. Os assassinatos de lideranças na Colômbia são uma verdadeira barbarida-
de contra o povo colombiano e nada têm a ver com o crime organizado. O presidente da Colômbia, Ivan Duque, é de extrema-direita e um capacho do imperialismo norte-americano. O regime político colombiano se tornou o principal aliado do imperialismo na América do Sul – na verdade, o principal títere. A Colômbia sempre teve governos de direita, fortemente repressores e intimamente ligado aos interesses dos Estados Unidos. Apesar de a situação na Colômbia ser extremamente grave do ponto de vista humanitário, a imprensa burguesa internacional não tem dado qualquer repercussão aos massacres. Isso, por sua vez, só comprova o cinismo e a canalhice da imprensa burguesa: enquanto inventam mentiras contra o governo venezuelano, omitem os podres do governo colombiano.
CRISE NA UE
Partido de Orban é atacado na coligação da direita e fascistas ameaçam ganhar parlamento europeu
U
m dos índices da crise geral do imperialismo é a política europeia. Fidesz, o partido do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, sofreu sanções de sua coligação no parlamento europeu, o Partido do Povo Europeu (PPE), liderado pela União Democrata-Cristã, da chanceler da Alemanha, Angela Merkel. Por quase unanimidade, a coligação que junta os partidos tradicionais da direita europeia, como os Republicanos franceses e o Partido Popular da Espanha, suspendeu os direitos do Fidesz dentro do PPE. O partido de Orban perdeu o direito de votar nas resoluções do partido europeu, mesmo após ter ameaçado sair da coligação. Isso ocorreu para punir as políticas contra a União Europeia de Viktor Orban, que nesse sentido é um membro diferenciado da coligação, formada pelos principais partidos que sustentam a UE. Em grande parte, a aliança com Orban se deu por conta da importância política que tem o Fidesz para a política europeia – tendo uma ampla maioria política em seu país, o parti-
do tem uma importância fundamental para as eleições europeias. Viktor Orban retaliou dizendo que “nós não podemos ser excluídos”. E o Fidesz não participará da reunião do PPE que ocorrerá com os chanceleres da Alemanha e da Áustria, Angela Merkel e Sebastian Kurz, pois o partido de Orban não só será impedido de apresentar candidatos para cargos do
TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30
partido e de votar nas resoluções do partido, como não poderá participar das reuniões do partido. Desta forma, teve todos seus direitos suprimidos. Porém, a crise pode ser prejudicial para o bloco de direita. O Fidesz, como foi dito, tem uma força dominante fundamental na política europeia por conta da maioria de que tem em seu país. Ou seja, uma luta
política com o partido de Orban será prejudicial para a política do bloco de direita, e ainda pode aproximar os húngaros ainda mais dos partidos de extrema-direita da Europa, que têm uma política parecida com a dele. Orban, na realidade, já tem uma política semelhante à dos fascistas de outros países; uma intensa campanha contra a UE, uma campanha ferrenha contra os imigrantes e contra as políticas da principal ala do imperialismo europeu. E justamente por conta da campanha contra o presidente da comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o bilionário George Soros, o partido sofreu as retaliações de seu bloco político. A extrema-direita está crescendo na Europa, e pode ganhar as próximas eleições europeias. Portanto, a crise dentro do bloco majoritário do parlamento europeu pode facilitar a ascensão de grupos como a Frente Nacional, de Marine Le Pen, e da Alternativa para a Alemanha, descendentes do nazismo. Até porque, a política do Fidesz já está alinhada com a destes partidos.
8 | INTERNACIONAL
27 DE MARÇO DE 1981
Solidariedade organiza maior greve da história da Polônia, 14 milhões de trabalhadores paralisam suas atividades
U
m grande exemplo da capacidade mobilizadora dos trabalhadores foi dada no dia 27 de março de 1981. Em um caso que rememora o estúpido morticínio de Saco e Vanzetti, a revolta causada nos trabalhadores poloneses pelo espancamento infligido a vários membros do Solidariedade (sindicato polonês) durante os eventos de Bydgoszcz (sessão do Conselho Nacional da Voivodship em 19 de março de 1981, para discutir a greve em execução em Bydgoszcz). Aumentou a reação dos operários à violência estatal, o posicionamento dado pela República Popular da Polônia que cinicamente alegou que um dos ativistas espancados havia sofrido “um acidente de trânsito”. Criando uma revolta ampla em toda população polaca e levando ao agendamento de uma greve geral para o dia 30. Diante da iminente mobilização, o vice-primeiro-ministro Mieczysław Rakowski, do Partido dos Trabalhadores Unidos da Polônia, chamou Lech Wałęsa, líder do Solidariedade para negociações, que se mostraram infrutíferas. Dois dias depois ocorreu a greve de advertência com duração de 4 horas, entre as 8 e as 12 horas, no dia 27, considerada a maior greve do bloco soviético, também a maior greve já registrada na Polônia, levando na manhã daquela sexta-feira algo entre 12 e 14 milhões de poloneses a ocuparem as fábricas e ruas do país. As demandas dos grevistas eram: 1-A imediata punição ou suspensão de agentes considerados responsáveis pelo incidente de Bydgoszcz; 2-Permissão para os camponeses formarem seu próprio sindicato: Solidariedade Rural; 3-Segurança para os sindicalistas e ativistas em suas atividades e o direito dos sindicatos de responder a qualquer crítica ao seu trabalho (este
direito deveria ser exercido através da mídia); 4-Anulação de uma diretriz do governo dando apenas metade do pagamento aos grevistas; 5-O fechamento de todos os processos pendentes contra pessoas presas por oposição política ao governo entre 1976 e 1980, “mesmo se, à luz das leis existentes, suas atividades constituíssem ofensas”. Logo vieram três instruções do Solidariedade aos trabalhadores: 1-No caso de uma greve geral. Especificou-se uma greve de ocupação em todo o país, onde as guardas de trabalhadores estariam em vigília por 24 horas, proibindo a posse ou o consumo de qualquer bebida alcoólica; 2-Em caso de estado de emergência. Especificou-se as medidas a serem tomadas em caso de militarização de fábricas, exortando a formação de comitês de greve velados; 3-No caso de uma intervenção estrangeira. Sugeriram possíveis meios de resistência passiva (nada curioso dada a origem do Solidariedade) às tropas estrangeiras em caso de invasão. Além do Comitê Nacional de Greve, vários Comitês de Fundações Interfábricas (MKZ) foram criados nas principais cidades. Por questões de segurança, esses comitês foram transferidos para grandes fábricas ocupadas, até o momento da greve. Uma mobilização impressionante não só pelos seus números mas pela capacidade de organização do Solidariedade que naquele momento possuía 9 milhões de membros e conseguiu mobilizar mais 3 – 5 milhões de pessoas. Deixando claro que os preparativos da greve refletiram um nível de planejamento sem precedentes, de forma que, as fábricas se tornaram fortalezas operárias, patrulhadas por
guardas escalados para a autodefesa da greve 24 horas por dia. Diante de tal demonstração de força o governo polonês simplesmente empacou. O rescaldo de tal demonstração de força se deu posteriormente, onde os dirigentes pelegos do Solidariedade, abriram mão da greve do dia 30, pois essas elevariam o risco de uma mobilização desse nível se transformar em uma guerra civil, assim como, as implicações geopolíticas destas que possibilitariam uma intervenção estrangeira. Por fim, no dia 30 de março de 1981, o governo polonês entrou em acordo com o Solidariedade, que capitulou vergonhosamente em troca de um pedido de desculpas pelo incidente de Bydgoszcz, o estado permaneceu firme, negando-se a regularizar o Solidariedade Rural, assim como a garantir anistia aos prisioneiros políticos. Em 13 de dezembro de 1981 as autoridade polacas impuseram a lei marcial, reprimiram o Solidariedade que foi levado a clandestinidade, prenderam componentes e Lech Wałęsa permaneceu preso por 11 meses. Posteriormente veio a receber o Prêmio Nobel da Paz em 1983. A ilegalidade dos sindicatos foi mantida até 1988 e revertida por meio de greves. Atualmente pode se verificar os laços de dirigentes do sindicato com a
Igreja Católica e mesmo com a CIA, o que explicaria uma capitulação tão vergonhosa após porem o estado em xeque pela mobilização revolucionária do operariado polonês. Por fim, o dirigente sindical Lech Wałęsa veio a se tornar presidente da Polônia em 1989 sob o slogan “não quero concorrer, mas sou obrigado”, guiando a Polônia através de um processo agressivo de privatização e desregulamentação neoliberal. Cabe aqui lembrar, que a constituição dos comitês operários nas fábricas não servem somente contra a reação da burguesia, mas também como forma de se precaver contra elementos vacilantes e infiltrados. Constituem corpo permanente para que o militante e o dirigente operário implementem o democratismo socialista, impedindo que a pressão da escravidão capitalista sobre um sindicato de um país atrasado, somadas à esperteza conciliatória dos elementos oportunistas no topo das organizações populares, ardil de quem afirma a toda ocasião que simplesmente não podem escapar, à necessidade de fazer concessões contra um perigo maior, sempre levando à espoliação, à mentira, venham a culminar na exclusão dos trabalhadores da administração superior de seus próprios organismos.
PAU NO COCO
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MOVIMENTO OPERÁRIO|9
O GOLPE TROUXE A DESINDUSTRIALIZAÇÃO
Motor do Brasil, região operária do ABC paulista está sendo sucateada
H
istoricamente a região do ABC paulista, por fazer a ponte entre a cidade de São Paulo e a baía de Santos, tornou-se um dos maiores polos industriais do Brasil, disputando somente com a própria região metropolitana de São Paulo. Hoje, o símbolo da industrialização brasileira, pode tornar-se o seu exato oposto: o símbolo da Desindustrialização brasileira. Os índices das setes cidades (Santo André , São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) que compõe a região são preocupantes. O PIB da região retrocedeu 16% em 3 anos (2013-2016), passando de R$ 28,9 bilhões para R$ 24,3 bilhões. Esse número se levarmos em conta a taxa inflacionária, beira ao 40%, sendo quase quatro vezes maior dos índices do Brasil (11,5%), e 3 vezes maior dos de São Paulo (14,73%). A região mais industrializada está liderando a o processo de desindustrialização no Brasil. No quesito desemprego, a região também está em destaque, enquanto os índices brasileiros e paulistas estão
rodando em torno de 6%, o ABC tem uma queda assustadora de 12,5% nos empregos formais, entre 2012 e 2017. Os números são provenientes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O caso mais emblemático para ilustrar o caso é o da Ford em São Bernardo do Campo, a empresa anunciou sua saída em novembro, quando acaba o período de estabilidade garantidos aos empregados, deixando cerca de quatro mil brasileiras desempregados de uma só vez. A saída da Ford representa uma perca milionária nos cofres tributários da cidade que deixaria de arrecadar 18,5 milhões. A General Motors também ameaçou fazer o mesmo em São Caetano. Ha-Joon Chang, acadêmico especialista em desenvolvimento, vem alertando que o Brasil está enfrentando um dos maiores processos de desindustrialização jamais vistos na história. O país, que na década de 80 e 90 tinha 35% da produção nacional representada pela industria, atualmente tem somente 12%.
As mazelas do recente golpe de Estado estão transformando o Brasil em um verdadeira colônia. Exportaremos somente commodities sem desenvolver a ciência, a tecnologia e a economia nacional – lembrando que o sucateamento também é na educação e na pesquisa. Além de tudo, essa exportação será feita por empresas estrangeira, seremos uma verdadeira colônia. A classe trabalhadora brasileira enfrentará um forte desemprego e um
sucateamento de sua democracia – sindicatos, organizações de bairros, movimentos sociais e partidos. Essa última parte é o papel que vem desempenhando a extrema-direita brasileira. Esse é o plano que tem o imperialismo para os brasileiros. A resposta deve ser a greve e a luta política. A construção de uma greve geral e de organizações para lutar contra o golpe deve estar na agenda de todo trabalhador, somente assim será possível reverter essa situação.
GOLPISTAS
Trabalho escravo em abatedouros em 71 cidades da Paraíba N
a última segunda-feira (25), o Ministério Público do trabalho realizou, em João Pessoa, uma audiência pública sobre as condições dos abatedouros na Paraíba. Na audiência, foram levantadas questões referentes às inúmeras irregularidades dos abatedouros nestes municípios, que vão de uma questão elementar de que, um abatedouro não pode sequer existir sem haver câmaras frias, equipamentos de proteção e segurança e muito mais, como o trabalho escravo e a utilização do trabalho infantil. Um levantamento feito pelo Núcleo de Justiça Animal da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) encontrou irregularidades em 71 abatedouros da Paraíba. Esse levantamento foi coordenado pelo professor Francisco Garcia que protocolou a denúncia no Ministério Público do Trabalho. Conforme Francisco, “foi detectado
o trabalho infantil, o trabalho análogo a labor escravo, a periclitância da saúde humana dos trabalhadores e da população destinatária das carnes e maus tratos aos animais. Os animais, em quase 100% dos casos, são mortos a pauladas” A falta de equipamentos é praticamente total, e cerca de 40% da mão de obra nesses “frigoríficos” (como pode um frigorifico abatedouro não ter câmaras frias) abatedouros são de crianças. Para fundamentar sua denúncia, o professor se utilizou de informações de duas dissertações de mestrado, um artigo científico e seis relatórios do Conselho Regional de Medicina Veterinária, realizados no período de 2014 a 2018. Os frigoríficos e abatedouros do País, já com a fiscalização dos órgãos do governo fazem o que bem entendem, agora com a liberação dos frigoríficos, através da golpista, do agronegócio, ministra da agricultura Tereza
Cristina, (e do também governo golpista, do Jair Bolsonaro, empossado através de uma eleição fraudulenta), para que tais atrocidades não venham a público. Para Tereza Cristina, essas questões não podem vir a público, por isso quer que os próprios donos dos frigoríficos e abatedouros sejam fiscalizados por eles mesmos.
Caso não haja uma mobilização através de comitês de luta contra o golpe, em todos os lugares, bairros, fábricas, municípios, estados, os patrões que financiaram toda essa camarilha de golpistas, vão levar toda a classe trabalhadora e a população explorada lá para o período colonial, como os patrões estão fazendo nas cidades da Paraíba, todos escravos novamente, e em pleno século XXI.
10 | MOVIMENTO OPERÁRIO
PORTO ALEGRE
Professores gaúchos estão sendo perseguidos Smed A
Secretaria Municipal da Educação (Smed) instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) entre alguns professores do colégio Escola Municipal de Ensino Fundamental Grande Oriente, no bairro Rubem Berta, em Porto Alegre por conta da reposição da greve da categoria. A Smed alegou que o corpo docente não estava cumprindo o cronograma de reposição das aulas que estava ocorrendo após a greve dos servidores. A prefeitura vai citar os professores em Diário Oficial do Município nos próximos dias. Uma clara perseguição aos professores que participaram da greve. Na primeira etapa do processo, vão priorizar a delação de testemunhas e os depoimentos dos indiciados e de testemunhas. Com o golpe os trabalhadores perderam o direito de fazer greve, como podemos perceber com o indiciamento desses professores.
A perseguição política aos professores tem se intensificado após a vitória eleitoral do fascista Jair Bolsonaro, e cabe ao movimento político de conjunto combater a “caça às bruxas” que vem se instaurando nas escolas brasileiras. É preciso denunciar todas as tentativas de censura nas escolas e, mais do que isso, temos que reagir à qualquer perseguição política que a direita tente impor aos professores e alunos. O que deve ficar claro é que os apoiadores de Bolsonaro, seguindo a política golpista que quer o fim das organizações de esquerda, estão atacando os sindicatos, atacando os professores e as escolas, agredindo mulheres nas ruas, matando companheiros dos movimentos sociais, os jovens negros da periferia e os LGBTS devem ser energicamente combatido. Nos locais públicos onde eles atacam os trabalhadores devem ser
construídos Comitês de Luta Contra o Golpe, para a autodefesa dos trabalhadores, estudantes, pois, finalmente, esses grupos querem destruí-los, acabar com o setor público,
escravizando a classe trabalhadora com o fim do Ministério do Trabalho, da CLT e a privatização de nossas empresas. Fora Bolsonaro e Todos os Golpistas!!!
DIREITA GOLPISTA
Consequência da política privatista da direita golpista: teto de uma dependência do Banco de Brasília desaba E
ste Diário vem noticiando, há um bom tempo, a política da direita golpista, que tomou conta do governo da Capital Federal, de ataques aos trabalhadores e da população em geral e a entrega do patrimônio do povo de Distrito Federal nas mãos daqueles que financiaram a campanha do governador/fascista, Ibaneis: os capitalistas e banqueiros nacionais e internacionais. 0Os ataques estão sendo desferidos, principalmente, contra as empresas estatais e os serviços públicos, tais como a Central Elétrica de Brasília (Ceb), Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), Hospitais e Escolas Públicas, Banco do Estado etc. Um dos métodos tradicionais utilizados por essa camarilha, que tomou conta do governo do DF, é a política de sucateamento, artifício utilizado pela burguesia para privatizar as empresas estatais, e entregar, a preço de bana-
na, aos capitalistas parasitas o patrimônio do povo. 0O Banco Regional de Brasília (BRB) é uma das vítimas dessa política de sucateamento com vista a sua privatização. 0Na última sexta-feira (22) o teto do antigo setor de tecnologia e que hoje abriga um posto de serviços do banco e a central de processamento de documentos, localizado no Setor de Indústria e Abastecimento, veio abaixo. A dependência, que abriga uma centena de trabalhadores, entre efetivos e terceirizados, ficou completamente destruída e por pouco não houve uma tragédia; por muita sorte não havia nenhum funcionário na sala na hora desabamento. 0Já muitos anos atrás o prédio havia sido condenado pela Defesa Civil, os sucessivos governos da direita golpista na Capital Federal fecham os olhos, com a intenção clara de aprofundar o
sucateamento do banco com intuito de criar um clima para a sua privatização. 0É necessário organizar, imediatamente, uma gigantesca mobilização, que reúna os trabalhadores das empresas estatais e serviços públicos do GDF, contra a ofensiva da direita rea-
cionária e golpista que pretende entregar, a preço de banana, o patrimônio do povo de Brasília nas mãos dos banqueiros e capitalistas nacionais e internacionais. Somente uma grande mobilização poderá barrar essa ofensiva.
CIDADES, CULTURA E MULHERES | 11
SÃO PAULO
Em Ribeirão Preto, 59% das escolas estão sem bibliotecas; o PSDB não quer que o povo leia D
e acordo com a lei n° 12.244 de maio de 2010, até 2020 todas as unidades de ensino brasileiras precisam ter uma biblioteca com o acervo de, no mínimo, um título por aluno matriculado. Em Ribeirão Preto (SP) essa meta está longe de ser cumprida: segundo o Censo Escolar de 2017, 59% das escolas da cidade ainda não contam com o espaço. Dos 107 colégios municipais, apenas 53% tem uma biblioteca; das 184 instituições privadas, 49% integram o espaço; já nas 79 unidades rede estadual, apenas 8% têm uma bi-
blioteca. São Paulo sofre a décadas a tortura de ser governado pelo PSDB, o descaso dos tucanos é extremamente visível em suas políticas de sucateamento do estado. O plano agora é atacar cada vez mais a educação no estado de São Paulo para que se possa privatizá-la, o secretário da fazenda do golpista João Doria (PSDB) já afirmou recentemente numa entrevista que vai privatizar “tudo o que for possível”. A política neoliberal dos golpistas dá dinheiro aos banqueiros enquanto ataca a população, destruindo as
MULHERES
mínimas condições que lhe foram dadas para sobreviver no ambiente hostil que é o estado de São Paulo. Falta de merenda, materiais escolares, uniformes, papel higiênico, livros, mesas e cadeiras são recorrentes no ensino público, que está cada vez mais abandonado pelos tucanos. O prefeito de Ribeirão Preto, Antônio Duarte Nogueira, não por acaso é do PSDB. Na última reunião da FNP (Frente Nacional de Prefeitos) estava presente o ministro da economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, que recebeu um pedido dos prefeitos,
com apoio de Nogueira, para que a reforma da previdência seja aplicada nos municípios. Outro fato que demonstra o entreguismo de Nogueira é o seu empenho em discutir os acordos para a privatização do Aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, que faz parte do “pacote de desestatizações” de Doria. É preciso mobilizar contra o governo fascista nas ruas; mais privatizações significam a completa destruição do estado de São Paulo e da população. Fora Doria! Fora Bolsonaro! Liberdade Para Lula!
CULTURA
Campanha da imprensa golpista Neste sábado (30/03), assista contra o “feminicídio” é campanha a ao show da banda Revolução favor da repressão Permanente do PCO, no CCBP-SP
A
imprensa golpista está em uma campanha contra o chamado “feminícidio”, ou seja, o assassinato de mulheres praticado por homens, em geral seus próprios parceiros ou ex-parceiros. Os jornais burgueses noticiam o aumento dos casos. Um exemplo disso é uma reportagem do jornal Correio Brasiliense, demonstrando que entre 2015 e março deste ano, 68 mulheres foram mortas devido ao feminicídio no Distrito Federal. Em todos os jornais os casos são noticiados de maneira quase diária. Em primeiro lugar, é preciso destacar que o aumento da violência contra a mulher é consequência direta do avanço do golpe de Estado no país, desde 2016. Após a derrubada da primeira mulher eleita presidenta do País, a direita e a extrema-direita vem ganhando terreno político, o que influencia diretamente o comportamento daqueles setores mais atrasados da população. Vale lembrar que o próprio presidente ilegítimo e golpista, Bolsonaro, já fez várias declarações contra as mulheres, a mais absurda foi feita contra a parlamentar petista, Maria do Rosário, Bolsonaro chegou a dizer que “ele só não a estuprava porque ela não mereceria”. Desse modo, a ideologia reacionária, fascista e anti-popular da extrema-direita ganha força e adesão entre as camadas mais atrasadas, o que explica o aumento da violência contra as mulheres, os negros e os homossexuais. Longe de combater de fato o “feminicídio”, a imprensa golpista utiliza este fato para fazer propaganda da necessidade de se aumentar a repressão. A direita faz demagogia com esse problema que afeta um setor muito grande e oprimido da sociedade, como é o caso das mulheres, para defender o aumento das penas, das punições, da violência estatal contra a população pobre.
A direita é acompanhada por setores da esquerda pequeno-burguesa, os quais fazem a mesma campanha. Para essa esquerda a violência contra as mulheres, contra os negros e os homossexuais seria diminuída se o Estado, que já é profundamente repressor, fosse ainda mais violento contra o povo, impondo penas mais duras e uma repressão ainda maior. É preciso destacar ainda que, no atual momento, quem está à frente do Estado brasileiro é a extrema-direita fascista. Nesse sentido, pedir penas mais rígidas é um prato cheio para que estes setores imponham de fato uma política de perseguição e repressão em larga escala contra todo o povo, o que eles sempre defenderam. A luta contra o chamado “feminícidio” não pode ser amparada no Estado fascista, todas as instituições estatais são controladas pela direita e pela extrema-direita, que são inimigas históricas das mulheres, dos trabalhadores e das classes mais pobres. A luta contra a violência contra a mulher deve se dar mediante a organização das próprias mulheres em defesa de seus interesses. No caso do aumento da violência, é preciso que as mulheres organizem os comitês de auto-defesa para reagir a qualquer tipo de provocação ou violência. De um modo geral, a luta contra a violência e a opressão contra a mulher passa necessariamente pela derrota da direita e da extrema-direita golpista. A derrota destes setores é um passo fundamental para uma verdadeira emancipação das mulheres. É preciso, portanto, que as organizações operárias, os movimentos de luta das mulheres tomem à frente na luta contra o governo Bolsonaro e todo o regime golpista. A derrota de Bolsonaro, a extrema-direita e o golpe abrirá caminho para que as mulheres conquistem as suas reivindicações históricas.
N
o próximo sábado (30) se realiza o sábado musical do CCPB (Centro Cultural Benjamin Péret) com a apresentação ao vivo da banda Revolução Permanente, formada por militantes do Partido da Causa Operária. Os integrantes da Banda Revolução Permanente são Carlos Henrique, o Cacá (Contrabaixo), Juca Simonard (violão), Henrique Áreas (vocais), Juliano Lopes (percussão), Pedro Pereira (bateria), Maya Bastos (percussão) e Vivian Guilhem (percussão). O evento, que tem início às 19h, conta com um repertório de músicas com temas políticos, de autoria própria da banda e outros artistas que também
abordam de maneira crítica fatos políticos no Brasil. O CCBP fica na Rua Serranos, 90, próximo à estação de metrô Saúde e conta com ambiente agradável além de variedade de petiscos e drinks. Na hora do almoço, a partir das 14 horas, quem abre o sábado musical é o projeto Samba de Canto a Canto, composto por membros da tradicional escola de samba paulista, o Vai-Vai. Segue o link do evento: https://www.facebook.com/ events/325762571622770/?notif_t=plan_user_invited&notif_ id=1553383385724425 Compareça e tenha curta um sábado diferente com os companheiros do PCO.
DE SEGUNDA A SEXTA, 11H
TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 19H00
TVMULHERES
12 | JUVENTUDE E ESPORTES ESPORTES
Futebol venezuelano rechaça tentativa de ataques de repórter golpista brasileiro
E
mbora não tenha no futebol o esporte mais popular do país – o beisebol, o basquete e o Boxe têm mais apelo popular entre os venezuelanos – o futebol do país vizinho vem ganhando destaque no cenário latino-americano, onde recentemente a seleção principal do país chavista derrotou a Argentina pelo placar de 3 x 1. Lembrando que depois do Brasil, os portenhos são a segunda força dentro das quatro linhas no continente latino. Ainda recentemente a seleção do país bolivariano sagrou-se vice-campeã mundial Sub-20, além de ter derrotado o Brasil no Sul-Americano. Não é pouco para um país cuja seleção sempre foi “saco de pancada” nas competições sul-americanas. Na Taça Libertadores, o futebol do país vem sendo representado por equipes que, no cômputo geral, têm realizado boas campanhas. Nesta edição de 2019, quatro times disputam a fase de grupos da competição (Zamora, Caracas, Deportivo Lara e Deportivo La Guaira). O destaque do país fica por conta do Deportivo Lara, da cidade de Barquisimeto, que está no Grupo B, juntamente com o Cruzeiro, do Brasil; o Emelec, do Equador; e os argentinos do Huracán. Em sua partida de estreia, o Lara empatou com o Emelec, sem abertura do placar. A imprensa golpista brasileira – reacionária e direitista até a medula – nun-
ca perde a oportunidade para atacar e golpear o regime político bolivariano da Venezuela, e em particular a figura do presidente constitucional do país, Nicolás Maduro. Em partida que será válida pela segunda rodada do Grupo, o Deportivo Lara enfrentará o time brasileiro do Cruzeiro, da cidade de Belo Horizonte, em compromisso marcado para o dia 27, quarta-feira. Para chegar até a capital mineira, no entanto, os jogadores do Deportivo Lara enfrentaram uma verdadeira saga, uma quase aventura, muito em função do criminoso boicote que o país vem sofrendo por parte do imperialismo e dos governos direitistas dos países vizinhos do continente (Brasil, Colômbia, Peru, Chile, Argentina, Paraguai, Equador). O time teve que entrar em quatro voos até chegar ao destino final (Belo Horizonte) para enfrentar o adversário, pois não há voo direto de Caracas para Belo Horizonte. Em um desses quatro trajetos (Lima/São Paulo), a delegação encontrou no voo o repórter Thiago Madureira, do site Superesportes, que acabou “puxando” assunto com alguns membros da equipe venezuelana. Evidentemente que a temática política entrou na pauta, em razão da crise vivenciada pelo país, motivada pela pressão e as ameaças do imperialismo contra a soberania e a autodeterminação do país.
Em um dado momento, o repórter se dirigiu ao zagueiro Marcos Miers, que é paraguaio e aceitou convite para jogar no país defendendo o time do Lara. Sobre o momento vivenciado pelo país, Marcos disse não ver tanta gravidade. “Eu sei que você é da imprensa, mas tenho que falar: às vezes vocês superdimensionam tudo. As coisas são assim (sinal de pequeno com a mão) e vocês deixam assim (sinal de grande). Estou com a minha família lá, não vejo tanta anormalidade como dizem. Estamos bem. Recebemos em dia” (site Superesportes, 25/03). Outros jogadores que mantiveram conversa com o repórter também relativizaram a dimensão da crise venezuelana, afirmando que a maioria dos times do
país apoiam o regime chavista liderado por Maduro. O imperialismo e seus lacaios no continente buscam a todo custo desmoralizar, encurralar e deslegitimar o governo constitucional venezuelano, legitimado nas urnas pela esmagadora maioria da população. As massas populares de todo o continente devem manifestar o seu mais veemente repúdio às ameaças de intervenção político-militar do imperialismo e dos regimes subservientes ao “Tio Sam”, organizando protestos em todas as principais cidades dos países, rechaçando a tentativa de recolonização da América e em defesa da soberania e da autodeterminação das nações e dos povos latino-americanos.
REPRESSÃO
“Atentado” contra escolas torna-se pretexto para aumento da repressão generalizada contra os jovens
ASSISTA NA CAUSA OPERÁRIA TV
A
pós o atentado ocorrido na escola Raul Brasil, em Suzano-SP, onde morreram 10 pessoas e 11 ficaram feridas, a policia começou a reforçar a ronda nos arredores das escolas dos municípios Catarinense. Já está sendo investigado pela polícia de Santa Catarina dois supostos casos onde dois jovens planejavam um ato como o de Suzano. O prefeito de Ilhota (SC) e o sargento da PM estiverem na escola do município para conversar com alunos e funcionários. O prefeito já mobilizou a força de segurança com o argumento de que é para evitar casos de violência como a da escola de Suzano. O que a imprensa golpista não fala é que na escola Raul Brasil antes do ocorrido o governo tinha cortado vários funcionários que ocupavam o cargo de vigia,
com o argumento de irregularidade na contratação. O que começa a acontecer é um clima geral de repressão nas escolas. Em São Paulo, diversas escolas estão tendo policiais dentro da escola e aumentou a ronda escolar da PM. A campanha na imprensa é grande. É preciso denunciar que o aumento da presença de policiais nas escolas assim como a militarização delas não irá diminuir a violência. Isso não passa de um pretexto para reprimir a juventude nas escolas como foi reprimido o movimento de jovens que ocuparam as escolas em 2015 contra a reorganização, imposta pelo governo de Geraldo Alckmin. O próximo passo será a repressão dos movimentos estudantis nas universidades públicas.
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