QUARTA-FEIRA, 3 DE ABRIL DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5601
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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Após sucesso dos atos Fora Bolsonaro, ganhar as ruas pela liberdade de Lula, no domingo Diante do chamado do presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro, para que os chefes militares organizassem comemorações pelos 55 anos do golpe de Estado que impôs ao País mais de duas décadas de ditadura militar, militantes e ativistas da esquerda convocados pelo Partido da Causa Operária, pelos Comitês de Luta contra o Golpe e inúmeras outras organizações de esquerda e de defesa dos direitos democráticos do povo brasileiro foram às ruas, no último domingo (dia 31), para protestar contra tais celebrações e expressar o repúdio crescente e já amplamente majoritário do povo brasileiro ao governo reacionário, resultado da fraude que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem provas, o manteve como preso político de forma ilegal e impediu, em aberta violação à própria Constituição Federal e, arbitrariamente, impediu sua candidatura presidencial.
Vídeo em defesa do golpe militar é mais um crime do governo Bolsonaro contra o povo
EDITORIAL
Golpe de 64: não foi a “ameaça” do comunismo, foi a iniciativa dos militares para entregar o país aos EUA
No dia 31 de março, quando o golpe militar de 1964 completou 55 anos, o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro publicou um vídeo em defesa da sanguinária ditadura militar que aterrorizou a população por mais de 20 anos.
A direita apresenta como um dos pretextos para o golpe de 1964 que os militares estavam tentando combater a ameaça comunista no País e por isso tomaram de assalto o governo.
Lava Jato usa ditadura militar para embelezar o atual regime ditatorial dos golpistas
A ditadura militar acabou com a possibilidade de desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil A ditadura militar que teve início em 1964 no Brasil levou adiante o maior projeto de destruição nacional do qual o Brasil fora vítima até aquele momento. O projeto de entrega do país aos interesses dos imperialistas atingiu todos os setores nacionais. A ciência não foi exceção.
OPINIÃO | 3 EDITORIAL
Golpe de 64: não foi a “ameaça” do comunismo, foi a iniciativa dos militares para entregar o país aos EUA A
direita apresenta como um dos pretextos para o golpe de 1964 que os militares estavam tentando combater a ameaça comunista no País e por isso tomaram de assalto o governo. Mas a realidade é que o golpe de 1964 foi uma iniciativa dos militares para iniciar a entrega do Brasil e seu patrimônio para os Estados Unidos. A “ameaça comunista” foi apenas uma mentira inventada pela direita, um pretexto para dar o golpe. Os militares estavam tramando dar o golpe há muito tempo, tendo, inclusive, tentado dar um golpe em 54 contra
Getúlio Vargas. O Brasil àquela época estava se industrializando e era um alvo muito valioso para o imperialismo. O ano de 1963 é um ano de grandes mobilizações. Em 1963 o país assiste à maior greve operária até então, na qual houve uma unidade da classe operária para a mobilização, através das comissões de base. Os militares alertaram na época que no Brasil estava em marcha a ascensão do comunismo, que o Brasil iria virar uma nova Cuba. Na verdade, os militares, vendo que a burguesia perdia o controle e que a população
estava na rua, decidiram pelo golpe para aplicar a política neoliberal. Golpe preparado por muito tempo por economistas de Chicago. O governo Castelo Branco, por exemplo, foi tipicamente liberal, com ele próprio e integrantes do governo totalmente capachos dos norte-americanos. Por isso mesmo, o governo tentou levar adiante o programa direitista no terreno da economia, mas não conseguiu impor essas reformas contra a população. Ninguém na época da ditadura falaria que a política dos militares era
nacionalista, eles eram aliados dos norte-americanos. Os militares deixaram o país falido até hoje. O desenvolvimento que existiu aí é vindo de antes, por conta das lutas populares, não como resultado de alguma política dos militares. O golpe de 1964, tal como o de 2016, tinha o objetivo de entregar todas as riquezas e patrimônio nacionais para o imperialismo, e, para tanto, buscam estrangular a esquerda, tendo começado com a prisão de Lula, a entrega dos sindicatos para o Ministério da Justiça, dentre outras medidas já tomadas.
COLUNA
Duas alternativas para a crise do governo Bolsonaro Por Rafael Dantas
O
governo está em uma profunda crise que cresce a cada dia. A origem desta crise, ao contrário do que dão a entender a imprensa burguesa e a esquerda pequeno-burguesa, não é a incapacidade pessoal do presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro, embora esta seja evidente e de fato componha o quadro. A crise está fundada na fraude cometida para levá-lo ao poder. Sem Lula na disputa eleitoral, preso sem provas e sem condenação definitiva, o caminho foi aberto para que um elemento cuja base social é extremamente minoritária fosse alçado à presidência, apoiado por toda a burguesia que queria, a todo custo, impedir que o PT voltasse ao governo. Bolsonaro não tem, no entanto, verdadeiro apoio popular. Sua base já reduzida vem evaporando. Seu governo é incoerente, contraditório, apoiado exclusivamente na necessidade que a burguesia tem de aprofundar as medidas impopulares para as quais a porta foi aberta com o golpe de Estado de 2016. Nesse momento, há um esvaziamento do governo Bolsonaro. Suas bases de sustentação estão ruindo. A polarização verificada durante todo o último ano se intensificou. A decisão de comemorar o golpe de 1964 nos quartéis levou sua situação a um ponto crítico. As contradições dentro das instituições do Estado apareceram em alto contraste. O sentimento popular anti-Bolsonaro caminha para uma radicalização. Estamos nos aproximando de um ponto de ruptura. Diante deste quadro, há duas alternativas para a crise do governo. Uma via que se apoia no movimento operário e popular e outra patrocinada pela burguesia que busca reconduzir a situação a um ponto de equilíbrio e salvar o regime. Na medida que a luta contra o governo se intensifica, a palavra de ordem de “fora Bolsonaro” torna-se
mais e mais popular, juntamente com a reivindicação de liberdade para Lula. A derrubada do governo “por baixo”, isto é, por uma mobilização popular radical, poderia impor pela força das ruas a realização de novas eleições nas quais Lula, uma vez saído da prisão, seria facilmente eleito. No outro extremo do espectro político, a burguesia atua para salvar o golpe de Estado. Conseguiriam fazê-lo neutralizando Bolsonaro e mantendo-o no governo e subordinando-o completamente às necessidades dos patrões brasileiros e dos patrões dos patrões, os grandes bancos, empresas e governos imperialistas. Não poderiam descartar a possibilidade de substituir Bolsonaro por alguém do agrado das forças reacionárias tradicionais da política brasileira, o vice, general Hamilton Mourão ou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). Uma outra solução é possível, porém custosa: um golpe militar, que não está de modo algum descartado face o agravamento da crise política. Estas alternativas visam impedir que Lula retorne ao leme do Estado. Para consegui-lo, no entanto, precisam de ajuda dos setores conservadores, reacionários, presentes na esquerda pequeno-burguesa que tenta controlar o movimento popular. Esse é o sentido da política apresentada pelo PCdoB e pela ala direita do PT (seus governadores e parlamentares de todos os níveis, mais comprometidos com a estabilidade do regime político burguês – e sua própria sobrevivência na vida pública – do que com as necessidades do povo trabalhador). Por meio da chamada “frente ampla”, atrelariam à burguesia os elementos de esquerda que travam, não sem enormes dificuldades políticas, uma luta tortuosa contra o golpe de Estado. A reboque de suas direções, militantes e ativistas da luta contra o golpe seriam paralisados. A oposição destas
direções a chamar as massas às ruas para libertar Lula, opor-se ao golpe de 1964 e levantar o “fora Bolsonaro” é evidente. Essa esquerda está lançada em uma política de negociação com os militares na tentativa de oferecer uma saída institucional a Bolsonaro, a submissão ou sua substituição “por cima”. Daí que a luta contra o golpe seja colocada de lado, trocada por uma luta sem sentido por “soberania popular”, um “programa para o Brasil” e outras expressões vazias de sentido. Nas palavras de um destacado dirigente do PCdoB, Walter Sorrentino, na 3ª Conferência Nacional da Frente Brasil Popular, “não devemos radicalizar”. Se o grande problema da burguesia é o que fazer para dar equilíbrio ao regime, o sucesso da “frente ampla” e de uma negociação entre a esquerda e os militares seria a salvação do bolsonarismo sem Bolsonaro. Mourão ou Maia teriam que ter um amplo apoio. Não basta já terem conquistado o PCdoB. Precisam do Psol, de Ciro Gomes, de Marina Silva, da ala direita do PT. Isso explica a reunião entre Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (Psol), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) e o ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB). Disseram que o próximo passo era ampliar essa unidade, ou seja, procurar a adesão de Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede). É o primeiro passo para atrair o PSDB e outros partidos fundamentais do golpe de Estado descontentes com Bolsonaro, mas necessitados da manutenção do regime golpista que só a manutenção de Lula e a contenção das lutas populares podem garantir. Diante desse quadro, nosso Partido e as forças militantes da esquerda, do movimento operário, popular e estudantil de um modo geral, devem intensificar a campanha contra o governo golpista, pela liberdade de Lula, pela
derrota completa do golpe de Estado. Somente a palavra de ordem de “fora Bolsonaro” e todos os golpistas aponta nesse sentido. É preciso ampliar seu alcance ao máximo, discutir e esclarecer que o objetivo deste trabalho de agitação política é derrubar o governo pela força da mobilização operária popular de massas, tirar Lula da cadeia e impedir que os golpistas voltem a governar. A esquerda classista, comprometida com as reivindicações populares e os interesses da classe trabalhadora, deve recusar o papel que os parlamentares, governadores e seus capachos e aproveitadores no movimento sindical e popular reservaram para o movimento de massas que é tirar as castanhas do fogo para a burguesia, seja apoiando ativamente uma alternativa burguesa para o fiasco do governo Bolsonaro ou permitindo, pela passividade e a paralisia do movimento, que a crise do regime seja fechada pelo alto, sob o controle dos donos do golpe de Estado.
4 | POLÍTICA
FORA BOLSONARO E TODOS OS GOLPISTAS
Após sucesso dos atos Fora Bolsonaro, ganhar as ruas pela liberdade de Lula, no domingo D
iante do chamado do presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro, para que os chefes militares organizassem comemorações pelos 55 anos do golpe de Estado que impôs ao País mais de duas décadas de ditadura militar, militantes e ativistas da esquerda convocados pelo Partido da Causa Operária, pelos Comitês de Luta contra o Golpe e inúmeras outras organizações de esquerda e de defesa dos direitos democráticos do povo brasileiro foram às ruas, no último domingo (dia 31), para protestar contra tais celebrações e expressar o repúdio crescente e já amplamente majoritário do povo brasileiro ao governo reacionário, resultado da fraude que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem provas, o manteve como preso político de forma ilegal e impediu, em aberta violação à própria Constituição Federal e, arbitrariamente, impediu sua candidatura presidencial. Os atos realizados em dezenas de capitais e grandes cidades foram uma importante iniciativa de repúdio à ditadura de ontem e de hoje, uma vez que o chamado de Bolsonaro foi uma aberta declaração de guerra contra os direitos democráticos da maioria da população e um brado a favor do aprofundamento da ditadura que já vigora no País, desde o golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, em 2016, e que há quase 100 dias levou ao comando do Executivo um governo, abertamente comandado pelos militares golpistas que detém, alem da presidência e vice-presidência da Re-
CHARGE
pública, mais de um terço dos ministérios e vários outros postos-chave do governo atual. A perda total de apoio do governo improvisado de Bolsonaro, mergulhado em profunda crise, ante sua impotência em debelar a crise econômica e garantir a aprovação da “reforma” da Previdência em favor dos banqueiros, foi notória no domingo: enquanto milhares de pessoas protestavam, nas ruas e nas redes sociais contra a ditadura, a direita não conseguiu realizar uma única manifestação com alguma importância em apoio ao golpe. Além disso, em todas as manifestações, os protestos contra a ditadura foram acompanhadas pelos protestos contra o governo, principalmente, no amplo apoio à palavra-de-ordem “fora Bolsonaro” e à reivindicação de Liberdade para Lula. As manifestações só não foram gigantescas, capazes de promover um abalo ainda maior no governo já cambaleante, por conta da covardia politica das direções das grandes organizações da esquerda e da luta dos explorados que não convocaram e nem se somaram aos protestos, por estarem pressionados pela direita e pela esquerda burguesa e pequeno burguesa que – desde os primeiros dias do atual governo – busca uma aproximação maior com os golpistas, desejando-lhe “sucesso”e apoiando várias de suas iniciativas contra os trabalhadores, como é o caso dos governadores da “esquerda” que apoiam a roubo da Previdência.
O próximo passo fundamental da luta dos trabalhadores e da juventude e suas organizações de luta que se opuseram e se opõem ao golpe e ao governo Bolsonaro é a realização da jornada de luta pela liberdade Lula, entre os dias 7 e 10 de abril, próximos, que terá como atividades centrais a realização de atos nacionais, em São Paulo (na Avenida Paulista) e em Curitiba (junto ao cárcere da Policia Federal) e dezenas de outros atos em todos os Estados, conforme deliberado pela Plenária Nacional Lula Livre e pela Frente Brasil Popular. Os atos vão lembrar a passagem de um ano da prisão ilegal e arbitrária de Lula e expor a consciência crescente entre os explorados da importância da sua liberdade e que ela só poderá ser conquistada por meio da mobilização revolucionária, com o povo nas ruas, uma vez que o judiciário golpista e as
articulações políticas ja se mostraram totalmente impotentes para fazer retroceder a decisão do regime golpista de perseguir Lula e afastá-lo da luta política ao lado do povo brasileiro. É preciso “arregaçar as mangas”, fazer dos atos do domingo, 7 de abril (e demais atividades da jornada) um canal de expressão da revolta popular e uma via de sua evolução. É necessário levar essa mobilização para as fábricas e demais locais de trabalho, cobrar das direções sindicais que disponibilizem ônibus e todos os recursos necessários para organizar caravanas das categorias e dos bairros populares. A juventude deve ser amplamente mobilizada nas escolas e universidades. Todos nas ruas, no dia 7. Por Fora Bolsonaro e todos os golpistas. Pela liberdade de Lula e de todos os presos políticos.
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POLÊMICA | 5
OPRESSÃO
Lava Jato usa ditadura militar para embelezar o atual regime ditatorial dos golpistas N
este último sábado, 31, um artigo publicado pela procuradora da Lava Jato, Jerusa Burmann Viecili, no jornal El País, demonstra bem a demagogia dos setores da direita e da extrema-direita golpista, como é o caso da própria Operação Lava Jato, em relação à ditadura militar. Em seu texto a procuradora argumenta que a ditadura “foi marcada por um longo período de restrição de direitos fundamentais e de repressão violenta e sistemática à dissidência política e aos movimentos sociais.” A procuradora afirma, na sequência, que o período militar deve ser lembrado por conta dessa restrição aos direitos imposta pela ditadura e que logo após teria se estabelecido um período democrático, com a Constituição de 1988, o qual teria sido “gradualmente fortalecido ao longo de mais de 30 anos.” O principal fortalecimento do Estado Democrático de Direito seria expressa, de acordo com a procuradora, no fortalecimento da chamada “luta contra a corrupção” nos últimos anos,ou seja na independência do Ministério Público e do Poder Judiciário, garantida não apenas formalmente, mas em fatos concretos, como a escolha do procurador-geral a partir de lista tríplice elaborada pelo próprio Ministério Público. Primeiramente, é preciso destacar o cinismo da posição da Procuradora
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da Lava-Jato, a qual, critica a ditadura militar pela restrição aos direitos do povo, porém integra uma Operação que coloca em prática a mesma política ditatorial. A Lava-Jato tem por método a supressão de qualquer direito, haja vista as chamadas delações premiadas, verdadeiras torturas políticas, onde as “confissões” da Lava Jato são extraídas tal qual na época da ditadura aberta, por meio da chantagem, das ameaças e coerções. A Lava Jato instituiu a prisão sem provas e sem julgamento. Um prática comum de todas as ditaduras, inclusive das mais sanguinárias ditaduras nazistas. O exemplo do ex-presidente Lula, preso há um ano sem qualquer prova, em segunda instância, após um processo claramente político, é um exemplo deste fato. O fato é que ao contrário dos argumentos da Procuradora, a “luta contra corrupção” não fortaleceu em nada o chamado Estado de Direito, o qual nunca existiu de maneira concreta. A “luta contra a corrupção” pôs abaixo qualquer tipo de estado de direito, qualquer mínima garantia legal perante o poder do judiciário e do estado burguês. A “luta contra a corrupção” abriu caminho para um novo golpe de Estado em 2016, que foi apoiado integralmente pela Lava Jato, seus procuradores e todo o judiciário.
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O aprofundamento da perseguição política no país, encoberta pela “luta contra a corrupção”, fortaleceu os setores de extrema-direita dentro das instituições. A eleição do presidente golpista e ilegítimo, Jair Bolsonaro, é consequência desse processo, do golpe de estado, da perseguição política contra a esquerda, da prisão e exclusão das eleições do principal candidato popular, o ex-presidente Lula. A independência de setores do Judiciário, como o Ministério Público, citadas como grandes conquistas do período democrático pela Procuradora, foi justamente as ferramentas que possibilitaram a imposição de um
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estado ditatorial, por meio do judiciário, encoberto por uma aparência de legalidade. O fato do Judiciário não ter qualquer controle popular é o que permite que esta instituição fique sob controle da direita e do próprio imperialismo. O artigo da Procuradora da Lava Jato é uma tentativa de encobrir a verdadeira ditadura disfarçada que vêm se impondo no país, com a Lava Jato e o golpe de estado, por meio de uma suposta denúncia da ditadura militar. É necessário denunciar essa farsa e demagogia da direita golpista, exigir o fim da Operação Lava Jato e a queda de todo o regime golpista!
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6 | POLÍTICA
PROJETO DE DESTRUIÇÃO
A ditadura militar acabou com a possibilidade de desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil A
ditadura militar que teve início em 1964 no Brasil levou adiante o maior projeto de destruição nacional do qual o Brasil fora vítima até aquele momento. O projeto de entrega do país aos interesses dos imperialistas atingiu todos os setores nacionais. A ciência não foi exceção. A necessidade que o regime autoritário tinha de manter o controle total dos centros de produção intelectual, levou os militares a esterilizar a vida universitária, retirando do convívio acadêmico professores a alunos segundo critérios ideológicos. Anos de perseguição política e intimidação nos campi atrofiaram o potencial de crescimento científico e tecnológico em proporções que só se pode imaginar. A repulsa ao saber é característica indelével de regimes fascistas e o
governo atual vem mostrando, com poucos meses de seu início, que deve retomar o processo de desertificação intelectual do país, com intensidade igual ou maior do que a ditadura de 64. E entrega da Embraer, da base de Alcântara, a destruição dos programas acadêmicos de pesquisa, são evidência de que Bolsonaro abre mão de dar ao país um desenvolvimento próprio em ciência e tecnologia, em benefício dos EUA ou de qualquer outro país imperialista. Para garantir o desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil é importante derrubar esse governo golpista, que trabalha contra o povo e que rouba do País o direito de desenvolver plenamente o intelecto de sua população.
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Imperialismo norte-americano continua treinando agentes do judiciário brasileiro A
crise política brasileira é muito profunda. Um dos setores mais atingidos nesta crise é o judiciário. Através de uma campanha gigantesca criada pelo PIG – o Partido da Imprensa Golpista – a direita procurou apresentar os juízes e o Ministério Público como um grupo de paladinos da verdade e do bem, verdadeiros guerreiros na “luta contra a corrupção”. No entanto, a cada dia que passa, o Judiciário, que hoje já constitui praticamente um partido político, se desmoraliza para um setor cada vez mais amplo da população. Essas figuras foram se manchando uma a uma. Lembremos rapidamente de alguns casos de destaque. Tivemos o ‘Japonês da Federal’, que foi preso posteriormente por conta de crimes de aduana, Deltan Dalagnol, famosíssimo por conta dos folclóricos Power Points e muitas outras presepadas, o juiz Marcelo Bretas, que posou em foto segurando um fuzil e é defensor
ferrenho da política do “bandido bom é bandido morto”, e finalmente, o famoso Sérgio “Mussolini de Maringá” Moro, cujo conjunto da obra o coloca como uma das figuras mais desmoralizadas de todas. Um dos aspectos mais repugnantes desse setor do Judiciário, notadamente a turma da Lava Jato, são as suas relações com o imperialismo norte-americano. Uma matéria publicada pelo sítio do Jornal GGN mostra que estas relações promíscuas agora já se consumam despudoradamente, à luz do dia. A matéria revela que a AJUFE, a Associação dos Juízes Federais, firmou um convênio com o Departamento de Justiça dos EUA (abreviado por DoJ, de Departament of Justice) para a realização de um seminário em São Paulo, com o tema “Delitos de Informática e Evidências Eletrônicas”. O governo norte-americano vai pagar todas as despesas, incluindo aí as passagens, transporte
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aéreo e terrestre, hospedagem, café da manhã e almoço! Como se essa noticia já não fosse escandalosa o suficiente, ao final da matéria somos brindados com um vídeo inacreditável. Nele, temos os pronunciamentos de Keneth Blanco, do DoJ e de Trevor Mc Fadden, também do judiciário norte-americano, que mostram em detalhes sórdidos que na realidade a própria operação Lava Jato foi construída sob a orientação do DoJ, e como essa “cooperação” permitiu que a Lava Jato atuasse por fora da lei. Blanco cita ainda, de forma explícita, a condenação do ex presidente Lula como exemplo dessa parceria e de uma metodologia totalmente ilegal! Embora a notícia seja de fato muito escandalosa, para quem acompanha de perto a política nacional não se trata exatamente de uma novidade. Em 2016, o sítio Wikileaks já tinha revelado que os agentes da Lava Jato,
notadamente Sérgio “Batoré” Moro, passaram por um “estágio” no DoJ, no caso de Moro especificamente no ano de 2009. A notícia correu a internet na época, como podemos ver por exemplo aqui e aqui. Mais uma vez pudemos comprovar o caráter imperialista da Lava Jato. Entretanto, uma análise objetiva das ações da operação já nos permitiria chegar a essa conclusão. Toda a operação de enfraquecimento e derrubada do governo Dilma, a perseguição a Lula, os ataques às empresas nacionais de engenharia e outras, incluindo aí a prisão do Almirante Othon, responsável pelo projeto nuclear brasileiro mostram que na verdade a operação Lava Jato é um plano articulado pelo imperialismo norte-americano. As denúncias do Wikileaks nos dão ainda mais evidências deste fato notório. Por conta do seu caráter abertamente golpista e anti nacional, o Partido da Causa Operária defende a completa dissolução da Operação Lava Jato e de todas as suas ramificações, como é o caso do juiz Marcelo Bretas, já citado, e outros. Abaixo a Lava Jato e Fora o imperialismo do Brasil!
POLÍTICA| 7
FASCISTAS
Torturadores, fascistas e ditadores: os 7 heróis de Bolsonaro O
presidente ilegítimo Jair Bolsonaro é uma metralhadora de besteiras ambulante. Em suas falas, em que destila ódio às minorias sociais e à esquerda, profere frases infelizes sobre a ditadura e costuma idolatrar fascistas tanto brasileiros quanto estrangeiros. Contudo, essa apologia aos torturadores, fascistas e ditadores serve para defender um programa de governo para o Brasil atual que repete um governo militar. Abaixo, seguem, os 7 heróis que suscitam a paixão de Bolsonaro: 1.Augusto Pinochet Militar chileno que liderou um golpe militar contra o presidente Salvador Allende, em setembro de 1973. A ditadura de Pinochet durou até 1990. Durante este período, foi instaurada uma das ditaduras mais sangrentas da América Latina que perseguiu milhares de pessoas que fizeram oposição ao seu governo. Muitas destas pessoas foram obrigadas ao exílio ; mais de três mil pessoas foram assassinadas e mais de 40 mil torturadas. Em relação à economia, assim como propõe o governo Bolsonaro, Pinochet , a partir de estudos de economistas chilenos conhecidos como “Chicago Boys”, propôs uma série de reformas neoliberais que promoveram a desigualdade social do Chile e tiveram um impacto , principalmente, nas classes mais baixas. O legado econômico da ditadura é que, mesmo mais de 30 anos após o seu término, a Constituição elaborada pelo governo militar ainda rege o Chile. Atualmente, a população chilena rejeita a educação particular e a previdência privada, tão enaltecidas durante o governo Pinochet. Faleceu em 10 de dezembro de 2006. 2.Emílio Garrastazu Médici Durante a ditadura militar, após o adoecimento do então presidente Costa e Silva e de uma disputa sucessória que durou algum tempo, em outubro de 1969 foi indicado para assumir a presidência pelo Alto Comando das Forças Armadas. A censura aos meios de comunicação, a maior concentração de renda, a explosão da dívida externa e o aumento vertiginoso da repressão política são características do seu governo. Transferiu o cargo de presidente para o general Geisel, em 1974. Faleceu em outubro de 1985. 3.Alfredo Stroessner O ditador paraguaio, que comandou o Paraguai entre 1954 e 1989, foi definido por Bolsonaro como um “homem de visão e estadista, que sabia perfeitamente que seu país, Paraguai, só poderia prosseguir, progredir, se tivesse energia (…) Então aqui, a minha homenagem ao general Alfredo Stroessner”. Filho de um imigrante alemão, Stroessner fez parte ativa de uma
guerra civil, em 1947, conhecida como Revolução do Pynandi (pés descalços em guarani) que massacrou a classe trabalhadora paraguaia. Também foi cúmplice de refugiados nazistas. Ascendeu ao poder por meio de um golpe de Estado, em 1954, pelo partido Colorado. Durante o seu governo, marcado por ser a favor dos EUA e anticomunista, iniciou uma época de dura repressão contra opositores e de controle aos partidos políticos que não estavam de acordo com o seu governo, além de suprimir as garantias previstas na Constituição. De acordo com os dados do relatório da Comissão da Verdade e Justiça paraguaia de 2008, 3.470 pessoas foram exiladas e 18.772 torturadas durante o governo de Stroessner. Somam-se a estes dados as informações da Coordenadoria de Direitos Humanos do Paraguai (Codehupy) que registra 459 pessoas desaparecidas, 236 adolescentes e crianças presas, sendo que 17 nasceram na prisão. Estima-se que mais de 150 mil pessoas foram presas por razões políticas e que entre 3 e 4 mil pessoas foram sequestradas, torturadas e assassinadas por perseguição política. Com a descoberta dos Arquivos do Terror, em 1992, vieram à tona vários memorandos internos e documentos em que fica comprovada a colaboração de Stroessner com as ditaduras da América Latina, inclusive, ele participou da Operação Condor que consistia de um acordo militar que foi articulado pelos Estados Unidos que objetivava perseguir os opositores às ditaduras. O Brasil, o Equador, o Chile, o Uruguai e a Bolívia levaram adiante este acordo. Uma das heranças políticas deixadas por Stroessner diz respeito a fazer do Paraguai um dos países, assim como o Brasil, com a mais alta desigualdade no que se refere à distribuição de terras. Faleceu em 2006, exilado no Brasil. 4.Benjamin Netanyahu
O primeiro-ministro israelense tem em comum com Jair Bolsonaro ser de extrema direita e fazer apologia ao autoritarismo. Ocupando o cargo há 13 anos e tentando se reeleger em abril, seu governo está sob acusações de corrupção desde o ano passado. Ainda existem muitos pontos sobre as investigações criminais sobre acusações de propina e fraude que precisam ser esclarecidos. Em fevereiro, o Ministro da Justiça de Israel anunciou que Netanyahu será denunciado por três casos de corrupção diferentes. Esta decisão passou a ser de conhecimento público semanas antes das eleições nacionais e ameaça a vitória do então chefe de governo. As denúncias contra Netanyahu são pelos crimes de quebra de confiança, recebimento de propinas e fraude. Estas acusações, resultados de mais de dois anos de investigação, só serão apresentadas formalmente depois que for realizada uma audiência com o primeiro-ministro em que ele poderá questionar as provas e se defender. A duração do processo pode ser de até um ano. É a primeira vez que um primeiro-ministro em exercício israelense é notificado por tais acusações. Pelos crimes de quebra de confiança e fraude, a previsão de pena é , no máximo, três anos. No caso do crime de propina, ele pode ser condenado em até 10 anos. Netanyahu alega ser inocente e diz ser vítima de uma “ caça às bruxas” promovida pela polícia, pela imprensa e pela esquerda. 5.Donald Trump A admiração de Bolsonaro por Trump é nítida. Na última visita que fez aos Estados Unidos isso ficou ainda mais evidente. Capacho dos Estados Unidos, Bolsonaro é um lambe-botas de Trump. As semelhanças entre eles começaram durante a campanha eleitoral. O método da campanha, com a utilização massiva das redes sociais e robôs, é uma marca em comum. Outra marca é a desconstrução do discurso do adversário, por meio de fake news como a absurda mamadeira de piroca
e kit gay, além do discurso virulento contra todas as pautas referentes aos direitos humanos, principalmente, as que dizem respeito às minorias políticas e sociais. 6.Petro Oleksiyovych Poroshenko Presidente da Ucrânia desde 2014, o empresário bilionário Poroshenko assinou, no final do ano passado, uma Lei Marcial que submete todas as leis ao controle dos militares golpistas ucranianos. 7.Carlos Alberto Brilhante Ustra O nome do torturador Ustra voltou a ficar em evidência depois que o então deputado federal Jair Bolsonaro, durante o processo de impeachment da presidenta Dilma Roussef, em 2016, leu num pequeno pedaço de papel o nome do torturador ,fazendo uma homenagem à sua memória e chamando de “o pavor de Dilma Rousseff”, que foi presa e tortura por Ustra durante o período da ditadura militar. Responsável por comandar as torturas no (DOI-Codi), em São Paulo, não poupava nem as crianças. Um dos casos mais conhecidos é o da família Teles. Amelinha Teles foi presa no dia 28 de dezembro de 1972 juntamente com o seu marido César Augusto Teles. Militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), foi presa pela Operação Bandeirante (Oban) e submetida a sessões de tortura realizadas por Ustra, considerado um herói por Bolsonaro. Ela teve os filhos Edson e Janaína, então com 4 e 5 anos de idade sequestrados e levados à Oban para que vissem o pai e a mãe machucados e os fizessem delatar. De acordo com a Comissão da Verdade, neste período, foram mais de 434 desaparecimentos e mortes no País. Assim como este caso, existem vários relatos que evidenciam a crueldade e o sadismo de Ustra. Morreu, em 2018, sem ter sido punido por seus crimes.
8 | POLÍTICA E INTERNACIONAL
VÍDEO
Vídeo em defesa do golpe militar é mais um crime do governo Bolsonaro contra o povo N
o dia 31 de março, quando o golpe militar de 1964 completou 55 anos, o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro publicou um vídeo em defesa da sanguinária ditadura militar que aterrorizou a população por mais de 20 anos. O vídeo foi transmitido na íntegra pela emissora SBT, que abriga jornalistas da extrema-direita nacional como Rachel Sheherazade e é presidida pelo fascistóide Sílvio Santos. O vídeo de Bolsonaro e a transmissão do SBT são um verdadeiro crime contra a população. Trata-se da defesa do assassinato e da tortura dos pais, irmãos, primos e até filhos dos trabalhadores brasileiros, que vem sendo cada vez mais explorados depois do golpe de 2016. E, na medida em que Bolsonaro é presidente do Brasil e o SBT, um dos maiores órgãos de imprensa do país, trata-se também de uma ameaça do estabelecimento de uma nova ditadura.
O vice-presidente do Brasil, o igualmente ilegítimo Hamilton Mourão, criticou o vídeo de Bolsonaro. No entanto, isso não reflete nenhum suposto traço “democrático” de Mourão ou das Forças Armadas. Mourão, assim como a maioria dos oficiais das Forças Armadas brasileiras, quer que o regime político seja controlado pelos militares. A crítica ao vídeo é, portanto, pura demagogia. O governo Bolsonaro está em uma profunda crise. Após três meses de mandato, Bolsonaro não conseguiu aprovar a reforma da Previdência, tampouco conseguiu dar qualquer garantia de que conseguiria estabilizar a Economia do país. A revolta da população com o governo é cada vez maior e a forte tendência à mobilização em torno do ex-presidente Lula mostra que o governo não tem uma base social ampla.
Por causa dessa crise, Mourão e outros elementos do regime político não querem se comprometer com o governo Bolsonaro. Mourão tenta se apresentar como uma alternativa “democrática” ao bolsonarismo, mas
não passa de um capacho do imperialismo. Por isso, é preciso mobilizar os trabalhadores pela derrubada imediata do regime político. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula!
GOVERNO ILEGÍTIMO
Capacho do imperialismo, Bolsonaro foi fazer campanha para a extrema-direita em Israel A
o que parece, a crise que se apresenta no sistema capitalista é maior do que a imprensa golpista mostra. Um fator recente dessa crise pode ser vista em Israel, onde, as vésperas de eleições, o primeiro ministro Binyamin Netanyahu parece desesperado para conseguir mostrar legitimidade frente ao apoio do imperialismo norte americano. O premier israelense vem, desde o começo do ano, tentando capturar a atenção da burguesia, e nesse jogo vale tudo. Vale até mesmo receber um dos líderes de governo mais criticados do mundo, o presidente brasileiro Jair
Bolsonaro. Além de reforçar o caráter de extrema direita do governo israelense, a visita é um reforço significativo de propaganda para o atual governo. Netanyahu, recentemente, envolvido em toda sorte de denuncias de corrupção, pretende solidificar a imagem de que ele é o preposto do imperialismo na região, promovendo as recentes visitas de Trump, e seus empregados, como Mike Pompeo e Bolsonaro. Quanto ao presidente brasileiro, o vexame de sempre. Sem poder político de fato, e incapaz de efetivar a mudança da representação diplomática
TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, 14H00 ASSISTA E COMPARTILHE
brasileira para Jerusalém, Bolsonaro muda apenas o escritório de negócios para a cidade, o que tem reflexo direto nos negócios brasileiros na região. Como Israel e os demais países árabes não têm necessariamente boas relações, esse movimento representa mais uma pedra no sapato dos golpistas burgueses, que a cada dia veem sua participação na economia do Oriente Médio diminuir, podendo chegar a números tão baixos quanto o QI do atual ocupante do Palácio do Planalto. E não parou por ai. Bolsonaro ainda causou mais dois “incidentes” diplomáticos sérios. Se negando a interagir
com a representação palestina, e evitando, até mesmo visitar a região, o presidente trapalhão acirra ainda mais a tensão entre palestinos e judeus, chegando ainda ao extremo das provocações, ao visitar de maneira inédita o “Muro das Lamentações”, considerado lugar sagrado para o judaísmo, que é território palestino ocupado por Israel ilegalmente desde 1967. De fato, o imperialismo está em decadência. Com representantes do naipe de Bolsonaro ganhando protagonismo, servindo de muleta diplomática para outros chefes de estado conquistarem o prestigio de Washington, seremos obrigados no futuro a importar ao menos uma coisa da famigerada “terra-santa”: um muro das lamentações. E golpistas, é melhor já ir reservando lugar, por que vai lotar…
TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30 ASSISTA E COMPARTILHE
CIDADES E ESPORTES| 9
"CORTE DE GASTOS"
Bruno Covas quer fechar 31 bases do SAMU em São Paulo
O
prefeito do PSDB da cidade de São Paulo, Bruno Covas, anunciou o fechamento de 31 bases do SAMU em São Paulo, que funcionavam como base para aguardo de atendimentos. O prefeito alega que a mu-
dança é necessária para cortar gastos, e que após a mudança mais bases serão feitas. Os trabalhadores da SAMU (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) da cidade de São Paulo anunciaram que irão fazer uma paralisação parcial na segunda- feira, em protesto às mudanças do serviço. Ou seja, essa é a política do PSDB, uma política de sucateamento dos serviços públicos utilizados pela classe trabalhadora, é a política neoliberal do PSDB, que deve ser combatida pela classe trabalhadora e por movimentos operários, já que isso é uma afronta aos mais necessitados. Sem greves ou paralisações, nada disso irá mudar, só com movimentos de trabalhadores nas ruas que o golpe e os ataques dos golpistas poderão ser barrados.
DE SEGUNDA A SEXTA, 11H NA CAUSA OPERÁRIA TV
ESPORTES
Flamengo desaponta torcedores e não se posiciona sobre exatleta assassinado pela ditadura militar “(…) por ser uma verdadeira Nação, formada por mais de 42 milhões de torcedores das mais diversas crenças e opiniões, não se posiciona sobre assuntos políticos. A homenagem citada na nota foi realizada diretamente por um grupo de sócios e torcedores do Clube, sem nenhuma participação da instituição – algo que, inclusive, é estatutariamente vedado” (DCM, 01/04). Com esta nota, o Clube de Regatas Flamengo, o time de maior torcida do país, se posicionou sobre uma homenagem prestada ao atleta bicampeão do clube, Stuart Angel Jones, por ocasião da passagem dos cinquenta e cinco anos do golpe militar de 1964, que instalou no país um longo período de terror, perseguições, exílios, torturas, assassinatos, cassações e censura. Stuart Angel foi atleta do Flamengo na década de sessenta, onde sagrou-se bicampeão na modalidade de Remo, nos anos de 64/65, quando ainda era adolescente. Stuart era filho da famosa estilista Zuzu Angel, que levou adiante uma intensa campanha pela localização do corpo de Stuart, torturado e assassinado nas dependências do Centro de Informações da Aeronáutica (CISA), na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro. Durante anos, a figurinista Zuzu lutou para esclarecer o caso, mas morreu sem saber o paradeiro do filho. O atleta bicampeão do Flamengo e ativista político do grupo armado MR8 era estudante de Economia quando entrou para a clandestinidade para lutar contra a ditadura militar. Ele foi preso e assassinado em 14 de junho de 1971, depois de ser barbaramente torturado e espancado durante inter-
DOMINGO, 20H30 rogatório pelos agentes torturadores do CISA. Na versão oficial da ditadura, Stuart foi dado como “desaparecido político”, assim como centenas de ou-
tros ativistas de esquerda assassinados pelo regime militar nos terríveis anos de chumbo. A recusa do Flamengo em não as-
sumir, enquanto instituição, a justa homenagem prestada a um dos seus ex-atletas, merece o repúdio não só dos torcedores, mas de todos os que lutam para que nunca mais no país recrudesça os atos de barbárie, carnificina, assassinatos, torturas e perseguições, semelhantes aos que foram perpetrados pelos militares golpistas assassinos. “Por ser uma verdadeira nação”, como diz a nota da diretoria rubro negra, o Flamengo – um time com grande torcida justamente entre as massas populares do país – deveria assumir claramente uma postura em defesa dos direitos democráticos da imensa maioria da população, neste momento duramente atacadas exatamente pelos defensores atuais (Bolsonaro e os militares) da ditadura e do golpe militar de 64. A posição da diretoria do Clube causou indignação nas redes sociais, onde vários torcedores se mostraram indignados com a postura do Flamengo. Muitos deles destacaram que o “Rubro-Negro não fez manifestações no dia 31 de março. Clubes como Bahia, Corinthians e Vasco fizeram posts no domingo – data que marcou o aniversário de 55 anos da queda do governo João Goulart – em favor da democracia” (G1-Esportes, 01/04). Em uma outra manifestação, um torcedor rubro-negro publicou: “Uma postura LAMENTÁVEL do clube mais popular do país, mas que se acovarda em momentos importantes. Não se trata de defender essa ou aquela ideologia, mas de lembrar de um atleta dos seus quadros que foi torturado e assassinado num capítulo obscuro da história. Melhore. (Idem, 01/04).
10 | ATIVIDADES COMITÊS E COTV
CONTRA O GOLPE
II Conferência Nacional aberta contra o golpe: o momento de organizar a luta para barrar os fascistas Q uer lutar contra o golpe de Estado em curso no Brasil e em toda a América Latina? Quer que Bolsonaro seja deposto junto de Mourão e todos os golpistas? Quer a liberdade para Lula? Sabe que não é possível depositar mais esperanças nas instituições para derrotar os golpistas, pois todas estão a serviço do imperialismo? Quer combater os fascistas? Então invista num comitê de luta contra o golpe e participe da II Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe e o Fascismo, que será realizada em 25 e 26 de maio de 2019 em São Paulo! O Imperialismo vem promovendo golpes de Estado para expropriar as riquezas de nosso território e para fazer classe trabalhadora pagar pela crise global do sistema capitalista. O objetivo é explorar nosso patrimônio natural a custos irrisórios, destruir a indústria nacional, acabar com a capacidade de investimento do Estado desmontando-o, extinguir todos os direitos da população. O objetivo é transformar o Brasil num país de miseráveis, fornecedor de matéria prima e mão-de-obra e consumidor de produtos industrializados. Para conter a revolta popular, querem intensificar a brutal repressão não apenas contra as
lideranças e organizações populares, mas contra as camadas sociais mais vulneráveis em seu conjunto. Nenhum acordo de bastidores entre lideranças é capaz de conter esse avanço do golpe. A única força política real da classe trabalhadora está em sua capacidade de organização e mobilização, de modo a fazer frente ao monopólio repressivo do Estado colocado a serviço dos golpistas. Trabalhar com a criação de Comitês de Luta contra o Golpe é justamente isso: organizar os trabalhadores de sua categoria, de seu local de trabalho, de sua comunidade para lutar por seus direitos. A Conferência Aberta de Luta contra o Golpe é a oportunidade de estabelecer um plano real de lutas capaz de barrar as ações dos golpistas, de coordenar nacionalmente as atividades, de aperfeiçoar os mecanismos de financiamento, as atividades de agitação e propaganda, de conhecer as experiências de outros coletivos que já vêm lutando contra o golpe há anos. Desde os antigos comitês Volta Dilma, passando pelos grupos setoriais de servidores de órgãos públicos e empresas específicos, até os recentes comitês Lula Livre: são todos bem vindos nessa Conferência, cuja primeira
edição ocorreu em julho de 2017, com centenas de militantes de dezenas de comitês de todo o Brasil. Dentre as ações concretas então tiradas, estava por exemplo a organização do ato de registro da candidatura de Lula à Presidência em 15 de agosto, que contou com mais de 40 mil pessoas nas ruas de Brasilia. Foi a Conferência que sedimentou ainda a palavra de ordem Eleição sem Lula é fraude – posicionamento acertado que nos permite hoje exigir Fora Bolsonaro em alto e bom som.
O que está esperando? Entre em contato com a organização da conferência em www.alutacontraogolpe.com e cadastre-se! Ative o seu comitê, tire panfletos, cartazes, crie sua página na internet, organize ações de rua: lute contra o golpe. Assim como em outros momentos-chave da história, como no final da ditadura militar brasileira, a derrota da direita depende de ações reais! Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Eleições gerais já! Liberdade para Lula! Lula presidente!
ANÁLISE
Rui Costa Pimenta: “a crise econômica mundial não será superada” A
os sábados a partir das 11h30, o canal Causa Operária TV no YouTube, exibe a Análise Política da Semana apresentada por Rui Costa Pimenta, ao vivo. Os acontecimentos que impactam a sociedade e a política no Brasil e no mundo são esclarecidos para uma melhor compreensão da esquerda e da classe trabalhadora na luta contra o sistema capitalista. Segue transcrição de um pequeno trecho da atividade. “Temos que lembrar que um outro fator complexo para o bolsonarismo
é que a crise brasileira se coloca num quadro maior de crise capitalista mundial. Finalmente depois de muita conversa fiada, muitas tentativas, especulações e etc, quase todos os analistas capitalista chegaram a conclusão de que a crise de 2008 nunca foi superada e dificilmente será. Houve essa semana uma declaração bastante sintomática de uma pessoa do governo Macron. Falou que o capitalismo está em uma situação sem saída. Que precisaria reformular completamente todas as ideias sobre
o capitalismo. Temos que lembrar que Macron é o homem que representa os banqueiros europeus, um dos setores mais poderosos da economia mundial. Eu tendo a dar credito quando essas declarações vêm de banqueiros. Significa que a situação está feia. Se um membro do PCO fala que o capitalismo está em um beco sem saída, vão dizer que é de interesse dele , pois ele é socialista. Mas se um banqueiro fala, carrega mais autoridade. É uma fato e esse fato se demonstra num completo colapso
dos regimes políticos da Europa. Um assunto que provavelmente vamos discutir muito no próximo período são as eleições parlamentares europeias, que estão sinalizando para uma derrota muito traumática dos partidos tradicionais europeus. Tanto da social democracia como dos partidos conservadores em todos os países. A começar pela própria França onde até agora o governo não conseguiu controlar a profunda insatisfação social que se manifestou na mobilização dos coletes amarelos.”
MOVIMENTOS| 11
DANO MORAL
Veracel Celulose condenada a pagar indenização milionária por dano moral coletivo aos trabalhadores A
multinacional da Celulose e Papel Veracel, localizada no município de Eunápolis, Extremo Sul da Bahia, foi condenada pela 6ª Vara do Trabalho de Salvador, ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA), a pagar uma indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 2 milhões pela prática de terceirização ilícita, precarização das relações de trabalho e descaso com o meio ambiente. “A intermediação de mão de obra, no presente caso, teve o nítido intento de transferir, de maneira fraudulenta e ilegal, atividade de seu próprio fim, quando realiza desdobramento dos serviços do processo produtivo da madeira”, disse a juíza do Trabalho Marília Sacramento. A condenação foi feita por causa da precarização aguda das condições de trabalho dos seus funcionários através da terceirização e com isso a quebra do princípio de equivalência entre os empregados terceirizados e da pró-
pria empresa. A condenação resultou na proibição da terceirização em todas as atividades de plantios e manutenção de áreas de eucalipto, em terras próprias ou de fomento. Além de ter que colocar em prática medidas de segurança e medicina do trabalho. A Veracel Celulose, propriedade da transnacional sueco-finlandesa Stora Enso (50%) e da Fibria (50%) e possui aproximadamente 200 mil hectares de terras na região da Costa do Descobrimento na Bahia e uma das maiores fábricas de celulose do país. Há dezenas de denuncias de práticas contra os trabalhadores, perseguição a representantes sindicais, ataques contra indígenas e trabalhadores sem-terra, além de nesse último período, de se negar a repassar o imposto sindical para o sindicato dos trabalhadores. Não é por acaso que o governo ilegítimo de Bolsonaro, latifundiários e empresas do agronegócio estão atacando os sindicatos e o Ministério do Trabalho.
NEGROS
Fazem isso para explorar cada vez mais os trabalhadores e o meio ambiente em troca de lucros cada vez maiores. A recente condenação é resultado da precarização das relações trabalhistas e de um avanço para a destruição dos recursos ambientais. Fato que está diretamente envolvido com o
governo ilegítimo de Bolsonaro e seus ataques aos trabalhadores e ao meio ambiente. Esse é o modelo que as grandes empresas do agronegócio e o governo Bolsonaro querem implantar para os trabalhadores e a população que vive na região.
MULHERES
Direita quer suspensão da licença Os negros devem se unir ao maternidade caso o bebê fique internado movimento popular para derrotar os golpista aprovou na Câ- a mãe deverá voltar ao trabalho, pois fascistas defensores do golpe de 1964 Adireita mara dos Deputados um proje- o seu salário maternidade também se-
C
omo é de praxe nos regimes de tipo fascista, a perseguição e o esmagamento das organizações populares prosseguiu a todo vapor durante a ditadura no Brasil. Os direitistas direcionam sua investidas principalmente para os setores mais fragilizados da população, impedindo que se desenvolva uma luta pelos direitos democráticos. Assim o movimento negro foi um dos que mais sofreram com o golpe de 64, tendo durante os anos, oficialmente, 41 líderes negros mortos ou desaparecidos, de acordo com dados da Comissão da Verdade. Infiltraram pessoas dentro das organizações como Movimento Negro Unificado, e há relatos de centenas de prisões e torturas de militantes da luta contra o racismo no país. Como o regime não podia suportar uma mínima oposição, até as associações culturais de propagação da cultura negra foram
vigiadas como possíveis focos de desenvolvimento de uma resistência. Os militares espalhavam uma propaganda de um país sem racismo, enquanto reprimiam até quem usasse um corte black power, tamanho era o temor da influência dos movimentos negros armados dos EUA. Toda a repressão absurda que a classe média sofria, a periferia sofria em maior quantidade, pois apenas por ser negro o indivíduo já era perseguido pelo “crime de vadiagem”. Nessa situação, os setores mais oprimidos da sociedade devem se unir para combater os fascistas que hoje defendem a ditadura e o governo Bolsonaro. As organizações do movimento negro devem criar, junto com o movimento de mulheres, LGBTs, indígenas, etc, grupos de auto-defesa para enfrentar os ataques da extrema-direita e derrotar o golpe.
to de Lei, o PL 8702/17, de autoria da deputada Renata Abreu, do Podemos de São Paulo, o qual possibilita a suspensão da licença maternidade das mulheres, caso a criança recém-nascida permaneça internada no hospital. A proposta teve um substitutivo aprovado, que suspende até mesmo o pagamento do salário-maternidade. De acordo com a lei atual, a mulher somente pode pedir a licença maternidade 28 dias antes do parto, ou no dia do parto. A partir de então, ela tem o direito à licença remunerada durante 120 dias, 4 meses. Com a nova proposta, que será encaminhada ao Senado Federal, a mulher poderá ter sua licença suspensa, caso a criança permaneça no hospital após o parto por conta de algum problema. Neste caso,
rá suspenso. A mulher apenas poderia exigir uma nova licença depois que a criança saísse do hospital. Trata-se de mais um duro ataque da direita e da extrema-direita golpista contra as mulheres. No mês passado, um projeto de lei sobre a criminalização do aborto em todos os casos também entrou em discussão no Congresso. A suspensão da licença maternidade é um retrocesso sem igual a uma importante conquista histórica da luta das mulheres. É preciso que as organizações de esquerda, os movimentos de mulheres se mobilizem contra este e os demais ataques aos seus direitos, bem como contra o regime golpista de conjunto, o qual quer tornar as mulheres verdadeiras escravas do lar.