SEXTA-FEIRA, 5 DE ABRIL DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5603
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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Toffoli adia pauta do STF para manter Lula preso: só a mobilização dos trabalhadores pode soltar o ex-presidente Estava previsto para o próximo dia 10 de abril o julgamento de ações sobre prisões após condenação em 2ª instância, que poderia, a depender do resultado e desdobramentos posteriores, colocar o ex-presidente Lula em liberdade, já que em seu caso prevalece o entendimento da possibilidade da prisão já em 2ª instância.
Representante da extremadireita, William Waack critica Bolsonaro e mente sobre a ditadura militar O jornalista golpista e de extrema-direita, Willian Waack, publicou um artigo no jornal O Estado de S. Paulo, no final da última semana, criticando a posição do presidente golpista e ilegítimo, Jair Bolsonaro.
EDITORIAL
É preciso libertar Lula: todos às ruas neste domingo (7)
No próximo domingo (7), atos pela liberdade de Lula serão realizados em todos os estados brasileiros e em dezenas de cidades estrangeiras.
Quem são os ideólogos da extremadireita que participaram do documentário em defesa de 1964 O filme de propaganda fascista “1964, O Brasil entre armas e livros”, que a extrema-direita escolheu para ser seu principal ejetor da politica que querem impor ao País, representa justamente que esse setor tem se organizado de maneira ideológica e política visando efetivar sua política golpista na situação nacional.
Após invasão fracassada, Pesquisa Atlas Político é uma grande fraude: povo imperialismo tenta suborno: “se apoiaria Bolsonaro e o roubo da Previdência Maduro cair, EUA dará dinheiro O jornal imperialista espanhol El País divulgou nessa quinta (4) uma pesquisa de opinião política elaborada pelo site Atlas Político, de seu articulista Andrei Roman. para a população” Assista
Nesta quarta-feira, 03 de Abril, a senda golpista dos Estados Unidos sobre a Venezuela ganhou mais um capítulo. Larry Kudlow, assessor econômico da Casa Branca, afirmou que depositará dólares na conta dos venezuelanos caso Maduro caia.
Depois da expulsão dos cubanos por Bolsonaro: mais de mil brasileiros desistem de trabalhar no Mais Médicos
OPINIÃO | 3 EDITORIAL
É preciso libertar Lula: todos às ruas neste domingo (7) N
o próximo domingo (7), atos pela liberdade de Lula serão realizados em todos os estados brasileiros e em dezenas de cidades estrangeiras. O dia marcará um ano da prisão ilegal do ex-presidente Lula, que se encontra encarcerado em Curitiba a mando do então juiz Sérgio Moro – que é, hoje, ministro de Estado do governo Bolsonaro. Lula é um preso político, uma vítima do golpe de Estado de 2016. O ex-presidente foi impedido de participar das eleições de 2018, foi preso sem ter seu julgamento concluído e foi condenado em duas instâncias sem que fosse apresentada qualquer prova. Além disso, tem sofrido uma perseguição colossal, que chegou a levar sua esposa a óbito. O fato de Lula ser um preso político do golpe de Estado que foi dado a mando dos capitalistas já deveria ser, em si, motivo suficiente para que o movimento operário se solidarizasse com o ex-presidente. No entanto, Lula não é um preso polí-
tico é qualquer: é um elemento fundamental da polarização política. O governo Bolsonaro, que é a continuação do governo golpista de Michel Temer, se encontra em uma crise muito profunda. Diante disso, os trabalhadores, cada vez mais revoltados contra o governo, tendem a se mobilizar cada vez mais em torno da sua principal liderança: Luiz Inácio Lula da Silva. A crise do governo Bolsonaro só poderá ser resolvida pelos trabalhadores por meio da libertação do ex-presidente Lula. Caso contrário, a burguesia irá encontrar algum outro meio para resolver suas contradições internas. Somente Lula tem o apoio necessário para liderar uma ampla mobilização que imponha uma verdadeira derrota aos golpistas que controlam o regime político. Por isso, dia 7 deve ser um dia de mobilização. É necessário que todos saiam às no próximo domingo para exigir a liberdade imediata de Lula.
4 | POLÍTICA
SEM MÉDICOS
Depois da expulsão dos cubanos por Bolsonaro: mais de mil brasileiros desistem de trabalhar no Mais Médicos A
s corporações médicas golpistas passaram anos criticando o programa Mais Médicos, com todo tipo de argumento. O programa, desenvolvido para levar profissionais da saúde às regiões mais pobres do Brasil, expôs uma dura realidade da medicina brasileira. Altamente elitizada, era difícil ao governo manter profissionais atendendo no interior e nas periferias. Muitas vagas não eram preenchidas em primeira chamada por médicos brasileiros, sendo abertas para profissionais de outros países. Foi nesse contexto e através de convênios com o governo cubano, que milhares de médicos de Cuba vieram trabalhar em solo brasileiro. O fato tocou duramente na ferida da medicina brasileira tradicional, que além de elitizada e cara, altamente segmentada em especialidades, é muito dependente de exames laboratoriais e medicamentos. A me-
dicina cubana, por outro lado, forma profissionais generalistas, que acompanham as famílias e comunidades, priorizando um trabalho preventivo. Tão logo foi eleito, Bolsonaro passou a dar declarações hostis à presença dos médicos cubanos no Brasil. Por este motivo, o governo cubano retirou-se do programa Mais Médicos, a partir da divulgação de uma nota oficial. Esta saída resultou no retorno para Cuba de 8.500 médicos que atuavam há vários anos no interior e nas periferias brasileiras. Eles chegavam a representar quase 80% do total de profissionais contratados pelo Mais Médicos. O governo abriu cerca de 7.000 vagas para tentar compensar esta saída, fazendo propaganda de que elas estavam sendo totalmente preenchidas. Mas a realidade foi outra. Após o sorteio das localidades e o início dos
trabalhos, mais de mil médicos desistiram do programa, pois esperavam trabalhar mais próximos dos grandes centros. Este panorama mostra a dura realidade que as populações
mais pobres e afastadas precisarão enfrentar, sob o governo direitista. São os mesmos índios, quilombolas e favelados que a direita fascista sempre detestou.
DIREITA
Representante da extrema-direita, William Waack critica Bolsonaro e mente sobre a ditadura militar O
jornalista golpista e de extrema-direita, William Waack, publicou um artigo no jornal O Estado de S. Paulo, no final da última semana, criticando a posição do presidente golpista e ilegítimo, Jair Bolsonaro. Bolsonaro determinou que as Forças Armadas comemorassem o aniversário de 55 anos do golpe militar, no que foi seguido pelas declarações de seus ministro, como o ministro golpista Ernesto Araújo, que afirmou que não hou golpe militar e sim um movimento do Exército contra uma “ameaça comunista”. Waack afirma em seu texto que o que houve foi de fato um golpe militar. Para jornalista, no entanto, a tortura, a censura e a perseguição política foram consequência da resistência armada imposta pelos grupos de esquerda, denominados por ele como sendo “terroristas”. O jornalista golpista afirma que a ditadura foi derrubada pelos setores “conservadores e liberais da
sociedade”, os quais teriam tirado o país do regime exceção. Para além da demagogia do autor do texto, é preciso relembrar que Wiliam Waack defende as mesmas posições de Bolsonaro. Que o jornalista foi e é um ferrenho apoiador do golpe de estado contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, a prisão do ex-presidente Lula. Quando era ancora na Rede Globo, Waack não perdia a oportunidade
TODOS OS DIAS, A PARTIR DAS 3H NA CAUSA OPERÁRIA TV
de destilar seu cinismo e seus ataques pérfidos à esquerda, algumas vezes escapando até mesmo de seu controle, quando fez um comentário racista durante uma transmissão ao vivo. O ataque de William Waack a Bolsonaro e sua trupe é mais uma demonstração de descontentamento, entre setores da própria burguesia, com ações políticas e econômicas do governo; longe de ser expressão de uma
real divergência ideológica. A crítica de Waack a Bolsonaro mostra a crise que há dentro da própria base de determinados setores do bolsonarismo que estão descontentes e impacientes com as dificuldades do governo golpista de impor a política de terra arrasada contra o povo. Sobre a ditadura, é preciso desmentir mais um cinismo do jornalista golpista, que taxou os grupos armados de esquerda de “terroristas”, quando os verdadeiros terroristas estavam no poder, impondo o terror, a tortura, a perseguição e a morte contra todo o povo brasileiro, buscando ocultar que a luta armada foi parte da luta legítima contra o verdadeiro estado fascista que se impôs no País. Ao taxar os grupos de esquerda de “terroristas”, Willian Waack busca inverter a história e a realidade e esconder a verdadeira atrocidade que cometida pelos militares contra a juventude, a classe trabalhadora e todo o povo brasileiro.
POLÍTICA | 5
STF
Toffoli adia pauta do STF para manter Lula preso: só a mobilização dos trabalhadores pode soltar o ex-presidente E stava previsto para o próximo dia 10 de abril o julgamento de ações sobre prisões após condenação em 2ª instância, que poderia, a depender do resultado e desdobramentos posteriores, colocar o ex-presidente Lula em liberdade, já que em seu caso prevalece o entendimento da possibilidade da prisão já em 2ª instância. A Ordem dos Advogados do Brasil solicitou o adiamento do julgamento e Toffoli, marionete dos militares dentro do Supremo Tribunal Federal, acatou a decisão para adiar o julgamento das ações que debatem a prisão após condenação de 2ª instância. A OAB era contra a prisão em caso de condenação em 2ª instância, mas o novo conselho da Ordem alegou que precisa se inteirar do processo para poder atuar. É possível que revisem seu próprio entendimento sobre a questão. De 2016 até então, o plenário do Supremo já decidiu em três ocasiões
diferentes, para manter os interesses da operação golpista Lava Jato, que é possível a prisão após a condenação em segunda instância. O pedido da OAB serviu como pretexto para Toffoli adiar o julgamento das ações que interferem diretamente no caso Lula. Toffoli é refém das Forças Armadas, que desde sua posse, “indicou” generais para “assessorar” o presidente do STF (atualmente, o general Ajax). Os militares enquadraram o presidente do Supremo. O STF funciona sob tutela dos militares. Uma possível decisão favorável no dia 10 poderia servir para soltar Lula. E solto, Lula tende a impulsionar a crescente polarização social no Brasil, já que ele é a principal liderança do pólo oposto ao governo da direita, que é extremamente impopular. Do ponto de vista da direita golpista e do imperialismo, ele tem que ser mantido preso, por isso essa guerra
no STF, que pretende deixar na prisão o ex-presidente. E são esses setores que controlam as instituições do Estado e dominam o Judiciário. Diante disso, só uma mobilização popular pode obrigar o regime golpista a soltar Lula, preso político que completará um ano sequestrado pelo
golpe no dia 7 de abril. Neste domingo, é preciso comparecer e engrossar os atos que acontecerão em todo o país pela liberdade de Lula. Fora Bolsonaro e todos os golpistas. Liberdade para Lula e todos os presos políticos.
FRAUDE
Só faltou dizer que apoio a Bolsonaro cresceu: pesquisa fraudulenta diz que maioria quer Lula preso e que Moro é o político mais popular do País
U
m instituto claramente vinculado a grupos empresariais, defensores do golpe de Estado, da criminosa operação Lava Jato e de toda a campanha direitista de “combate à corrupção, o Atlas Político, que se apresenta como um “projeto” que “busca acelerar o processo de renovação e responsabilização da política brasileira”- divulgou nesta semana, uma suposta pesquisa que mereceria destaque em um programa do tipo inusitado, ao estilo “acredite se quiser”. Claramente identificados com a frente que apoiou a eleição fraudulenta de Jair Bolsonaro – ainda que a contragosto, por não terem conseguido emplacar uma outra alternativa golpista – o Atlas, só não chega ao extremo de dizer que o seu governo desfruta de uma ampla popularidade. Mas chega bem perto disso. O “querido” Bolsonaro Três meses depois da posse do governo que – de acordo com os dados oficiais e altamente duvidosos do TSE – obteve o apoio forçado de apenas 39% do eleitorado, ou seja, que não contou com o voto de 61% dos eleitores e quando é visível “a olho nú” a profunda crise e perda de apoio minoritário e eleitoral que “conquistou” graças ao afastamento ilegal do candidato que a imensa maioria do povo queria votar, o ex-presidente Luiz Iná-
cio Lula da Silva, a “pesquisa” do Atlas aponta um reduzido recuo do apoio do presidente, tentando fazer crer que haveria uma situação de empate entre os que avaliam o governo Bolsonaro como “ótimo ou bom” – 30,5% – e os que consideram o governo “ruim ou péssimo” – 31,2%. O governo amplamente repudiado, que vem sofrendo divisão e crise internas, ainda seria avaliado como regular por 32,4 dos entrevistados. Fraude total: Moro seria o político mais popular do País Em se dando crédito aos dados divulgados pelo Atlas, claramente favoráveis ao governo que perde a cada dia parcelas expressivas do apoio minoritário que detinha, sendo considerado pela própria imprensa burguesa e pelos institutos burgueses de pesquisa como o “mais impopular dos presidentes em primeiro mandato”, desde o final da ditadura militar, não só Bolsonaro não estaria tão mal avaliado assim como também o governo seria integrado por outras figuras populares, tais como Moro é mais popular que Bolsonaro em Governo que segue perdendo aprovaçãoos ministros da Justiça, Sérgio Moro, e o da Economia, Paulo Guedes que teriam uma “imagem positiva” para 61,5% e 39,1% dos entrevistados, respectivamente; tendo entre eles – na liderança da popularidade, o próprio presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, que teria uma “imagem positiva”para 49,5% dos “ouvidos” pelo Atlas. Isso quando esses senhores já não tem um apoio expressivo e declarado, nem mesmo entre setores reacionários que apoiaram a ascensão do novo go-
verno, como próprio congresso nacional Só os partidos de direita teriam crescido no apoio popular Mesmo em meio a toda a crise e divisão interna no governo e no crescente clima de revolta contra os ataques o governo e seus ataques (como a “reforma” da Previdência), aumento do desemprego etc., expresso – entre outros – nas manifestações populares no carnaval , a mirabolante pesquisa do Atlas Político, indica que a esquerda e seus partidos teriam perdido apoio e, em contrapartida, quem teria crescido na preferência popular seriam os partidos de direita, indicando – supostamente – que o povo teria gostado de ver o presidente e os políticos do PSL denunciados por ligação com o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, no uso de candidatos laranjas, no apoio ao golpe militar, an defesa da reforma que ninguém quer etc. Assim o PT de Lula que teve sempre (comprovado nas eleições, mesmo sem Lula) de cerca de um terço do eleitorado, mesmo diante da crise do governo, teria perdido cerca de 50% do seu apoio e seria o partido preferido de apenas total de 15,8% dos que supostamente participaram da pesquisa. Por sua vez, o recém criado Partido Social Liberal (PSL), da família Bolsonaro teria passado à segunda posição, com 5,5% da preferência. O partido criado pelos banqueiros, que governa com ampla reprovação em Minas Gerais – o Partido NOVO, estaria em terceiro lugar, com 2,1% da preferência. E a maioria quer Lula A “pesquisa” faz jus à data em que foi supostamente realizada (1º de abril,
“dia da mentira”), e talvez não se destine mesmo a ser digna de qualquer crédito. Ela aponta também, que 57,9% dos “entrevistados” seriam a favor da prisão de ex-presidente Lula, que completa um ano no próximo dia 7 de abril e que é, reconhecido por todos (mesmo pela maioria dos seus adversários) como a maior liderança popular do País. Outra explicação para os “resultados” de tal pesquisa, como ocorre com a quase totalidade dos “estudos” e “análises” realizadas pela imprensa capitalista golpista é que longe de se constituírem em “termômetros” que indicam – com mais ou menos distorções da realidade – a opinião de uma certa “população” por meio de amostragem, é que ela tenha sido feita entre pessoas da burguesia e setores da direita pequeno burguesia que diante do desmoronamento visível do governo Bolsonaro mantêm sua posição contra a esquerda, seus líderes e partidos que expressam (ainda que de formas variadas) a ampla insatisfação da esmagadora maioria da população contra o governo e o regime golpista. Longe de ser uma “medida”, tais pesquisas não são mais do que parte de uma campanha publicitária, a favor das posições que os “donos da pesquisa” e do golpe gostariam de ver como sendo a opinião da maioria do povo.
6 | POLÍTICA
FILME FASCISTA
Quem são os ideólogos da extrema-direita que participaram do documentário em defesa de 1964 O filme de propaganda fascista “1964, O Brasil entre armas e livros”, que a extrema-direita escolheu para ser seu principal ejetor da politica que querem impor ao País, representa justamente que esse setor tem se organizado de maneira ideológica e política visando efetivar sua política golpista na situação nacional. A produção é totalmente cercada por figuras influentes da direita, além de aparentar uma grande produção, ou seja, obteve grande financiamento, o que demonstra que é de interesse da burguesia. Nesse sentido, é importante destacar quem são os ideólogos da direita fascista que fizeram parte do documentário da extrema-direita e que por conseguinte com isso somente visam a colocar como próximo passo na situação nacional, novamente o militarismo no poder. 1. Olavo de Carvalho, é um dos que tece comentários durante o documen-
tário golpista. O mesmo é conhecido como guru da extrema-direita, ou seja, é um das principais fontes de delírios dos cachorros loucos da direita fascista. Um pseudo filósofo, e que hoje também representa o bolsonarismo, sabendo que a corja que o acompanha, em suma faz parte da base bolsonarista. Não é atoa que o mesmo fora convidado para legitimar uma farsa, que é a de apagar o que foi o regime de 1964. 2. Luiz Felipe Pondé, colunista da Folha de S. Paulo, também um declarado direitista, mas aqui em específico é preciso destacar sua ligação com o documentário e o local que ocupa. Claramente Pondé é um lacaio da imprensa burguesa, e certamente é uma peça chave para os responsáveis pela super produção fascista no sentido de difundir essa política de ataque ao povo, e em suma também demonstra mais uma vez o que vem
a ser apresentado pela imprensa burguesa, se não é os seus próprios interesses. 3. William Waack, o ex jornalista da Rede Globo, também é um dos que está presente no filme defendendo a ditadura militar, contra uma “militância terrorista” . Vale relembrar o histórico de Waack, sempre foi um típico modelo de jornalista para a direita coxinha, aquele que seguia muito bem o programa dos golpistas e repassava a propaganda imperialista de massacre ao povo. Sem contar, a causa que lhe fez ser retirado da golpista Rede Globo: atacou a população negra e demonstrou qual a verdadeira face da direita. Finalmente, é isso que esse setor representa, a demissão do jornalista não declara que a emissora é contra a opressão do negro ou qualquer coisa do tipo, mas que em última instância essa é a imagem que deve ser passada.
4. Hélio Beltrão, fundador e então presidente do Instituto Mises Brasil, o instituto dos ditos liberais. Este também é mais um representante da direita golpista. Sua participação no documentário é a típica de um liberal, onde precisou-se preencher a cota de uma política que desse respaldo as ações dos militares com relação ao desenvolvimento nacional e na contrapartida atacar Jango com a desculpa de que o mesmo era o grande problema para economia nacional, a exemplo quando se cita a inflação alta. 5. Alexandre Borges, é o presidente do Instituto Liberal, além de ser colunista no portal direitista “Gazeta do Povo”. Borges também faz parte da corja daqueles que são subservientes a imprensa burguesa e profissionais em destilar uma política totalmente contrária aos direitos da população. Instituições como a que representa e a anteriormente citada, através de Hélio Beltrão, não passam de órgãos que dão respaldo para os regimes golpistas em prol de uma campanha contra o comunismo e abertamente fascista.
PESQUISA ATLAS POLÍTICO É UMA GRANDE FRAUDE
Povo apoiaria Bolsonaro e o roubo da Previdência O jornal imperialista espanhol El País divulgou nessa quinta (4) uma pesquisa de opinião política elaborada pelo site Atlas Político, de seu articulista Andrei Roman. Segundo a enquete, Sérgio Moro – o Mussolini de Maringá – teria boa aprovação popular (61,5%), assim como a reforma da previdência (44%). Já o fascista Jair Bolsonaro, teria uma imagem positiva para quase metade da população. Para coroar o viés direitista dessa peça de propaganda travestida de ciência, a matéria apresenta um dado sem qualquer conexão com os demais: metade da população seria contra a ampliação do porte de armas. Trata-se, evidentemente, de uma manipulação grosseira a serviço do golpe. A mentira é filha bastarda da imaginação. Numa análise, quanto maior a desconexão do objeto e mais foco nos métodos e instrumentos de representação, maior a tendência ao engano. O cientista político romeno Andrei Roman – como Moro ou Dallagnol – é cria de Harvard, entusiasta dos atos direitistas de 2013, considera a Venezuela uma ditadura e vive de papaguear em suas colunas a linha política do Partido Democrata norte-americano como se fosse sinal de progressismo. O próprio Atlas Político tem a feição daqueles que procuram se apresentar como representantes da
“nova forma de fazer política” – uma proposta que vai de Sâmia Bonfim (Psol-SP) a Jair Bolsonaro, passando por Macron e pelo Podemos – tanto o original espanhol quanto o antigo PTN brasileiro: abundantes gráficos, textos curtos e grandes, cores fortes. A mentira central contrabandeada nessa verdadeira farofa estatística seria a ampla aprovação do governo fascista de Jair Bolsonaro. Mesmo nas eleições fraudulentas de outubro, os golpistas não se atreveram a conceder ao militar mais de um terço dos votos. É sabido que seu governo é desastroso, anti-povo, incapaz de prestar contas mesmo sobre suas pautas conservadoras. Após a apresentação de uma
TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 19H00
versão ainda mais brutal de reforma da previdência – adotando o modelo privatista chileno – a popularidade de Bolsonaro foi ao fundo do poço. Isso pode ser visto nas redes sociais, na imprensa, nas ruas. No carnaval, não houve quem levantasse a voz para defender o governo golpista, enquanto em todos os blocos de rua estava sempre presente o coro de Fora Bolsonaro – e outras versões mais agressivas dessa palavra de ordem. Se restava qualquer credibilidade política a Sérgio Moro – o Mazzaropi da Odebrecht –, ela há muito caiu por terra quando o juiz que foi o principal artífice da perseguição, criminalização, encarceramento e impedimento políti-
co de Lula, assumiu um Ministério em paga pelos bons serviços prestados à direita golpista, principalmente, a condenação, sem crime e sem provas e a prisão ilegal do ex-presidente Lula. Desnecessário pontuar que a “reforma” da Previdência só é popular entre banqueiros, empresários e entidades patronais. Creditar qualquer tipo de aprovação dos trabalhadores a esse ataque frontal é tratar a população brasileira por imbecil e suicida. E é justamente essa a segunda grande mentira contrabandeada nessa peça de propaganda: a de que o povo é inepto, incapaz de votar, incapaz de saber o que é melhor para si, incapaz de se armar para se defender do Estado a serviço da burguesia. A conclusão dessa campanha de enganação, quer venha ela de fontes abertamente conservadoras, quer venha de pretensos progressistas, é de que só podemos ser governados pela a classe dominante, supostamente culta e bem preparada, preferentemente formada em Chicago ou em Harvard, como Paulo Tchutchuca Guedes. A inépcia de Guedes, Ricardo Vélez, Ernesto Araújo et caterva demonstra o contrário. Na verdade, o povo sempre soube muito bem escolher seus desígnios. Prova disso é a ampla e crescente adesão às palavras de ordem Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula – o presidente que a população queria eleger e não pôde, graças a lumiares como Sérgio Moro ou Jair Bolsonaro.
TVMULHERES
CIDADES| 7
POLUIÇÃO
Paulistas estão respirando veneno, mas medidores escondem situação
U
m matéria publicada esta semana no portal online The Intercept, demonstra com a população paulistana e do Estado de São Paulo como um todo, respira uma enorme quantidade de veneno oriundo da poluição, durante sua vida cotidiana. O texto aponta que os medidores dos índices de poluição no ar em São Paulo são mais “flexíveis” do que os parâmetros estabelecidos pela OMC – Organização Mundial da Saúde -. Desse modo, o número de partículas danosas a saúde presentes no ar de São Paulo é muito maior do que em outras cidades industrias do mundo. Um exemplo é que o limite de ozônio aceitável pela OMC na atmosfera é de 100 microgramas, já em São Paulo o limite está em 140 microgramas. Pesquisadores estimam que 17 mil pessoas morrem por ano em consequência de doenças decorrentes
da poluição do ar. Estima-se que até 2030, 250 mil pessoas irão morrer em decorrência da poluição. Um número gigantesco e completamente absurdo tendo em vista as tecnologias que já existem no mundo hoje que podem controlar o nível da poluição no ar, as quais vão desde a utilização dos próprios recursos naturais até aparelhos e equipamentos que possibilitam fazer uma filtragem do ar. A existência dessa poluição excessiva e de milhares de mortes em decorrência deste fato é algo que poderia ser facilmente evitado com a utilização dos recursos científicos adequados. Isto não é feito pois não há o interesse dos setores dominantes da sociedade, da classe burguesa, os capitalistas, em investir em recursos que irão melhorar a qualidade de vida das pessoas de um modo geral. Como verdadeira classe parasitária e reacionária, a bur-
DE SEGUNDA A SEXTA, 11H
POR UMA TV REVOLUCIONÁRIA
guesia visa somente os seus próprios interesses, ou seja, o acumulo de capital por meio da especulação. Nesse sentido, a única forma de resolver de maneira definitiva este problema é colocando abaixo todo o regi-
me golpista dominado pela burguesia e estabelecendo um governo dos trabalhadores, no qual os recursos científicos estarão a disposição da melhoria da saúde e da qualidade de vida de todo o povo.
8 | INTERNACIONAL
VENEZUELA
Após invasão fracassada, imperialismo tenta suborno: “se Maduro cair, EUA dará dinheiro para a população” N
esta quarta-feira, 03 de Abril, a senda golpista dos Estados Unidos sobre a Venezuela ganhou mais um capítulo. Larry Kudlow, assessor econômico da Casa Branca, afirmou que depositará dólares na conta dos venezuelanos caso Maduro caia. Vale a pena lembrar que a compra de remédios e outros itens essenciais, como alimentos, de fornecedores norte-americanos está bloqueada desde 2016. Mesmo antes dessa data o imperialismo vem tentando a todo custo impor uma série de sanções, bloqueios e sabotagens que pretendem prejudicar a vida de todo povo venezuelano. No segundo semestre de 2017, se intensificaram os ataques às atividades da estatal de petróleo venezuelana, PDVSA. Em agosto daquele ano, os dividendos da empresa foram proibidos de serem depositados na Venezuela, além muitas outras sanções comerciais.
Finalmente , em 2018, todas as contas da empresa nos EUA foram bloqueadas. Além disso, os EUA lideraram uma busca por recursos venezuelanos na Europa e amaçaram todas as instituições financeiras que negociarem com o regime de Maduro. Depois de toda patomima com o autodeclarado presidente interino Joan Guiadó, o imperialismo decide agora oferecer um suborno para incentivar a queda de Maduro. “É uma mensagem para a população da Venezuela, certamente, assim eles podem esperar por um futuro melhor, com esperança de que seja breve. Mas também é um reconhecimento de que a Venezuela está em um estado de colapso que vai necessitar não só boa vontade mas também recursos significativos da comunidade internacional para reconquistar sua base política e econômica”, afirmou Eric Farnsworth, vice-presidente do Council of Americas
e ex-assessor da Casa Branca e do Departamento de Estado. Porém, parece óbvio que nenhum venezuelano ousaria acreditar na promessa Yankee. Na verdade, a sequên-
cia de ações e voluntarismos revela o desespero do imperialismo em promover um novo golpe de Estado na América Latina. Quem acredita em Kudlow?
5 DE ABRIL DE 1992
Presidente Alberto Fujimori dissolve o parlamento peruano dando um golpe a partir do governo E leito em 1990, Alberto Fujimori instaurou um governo ditatorial, que dissolveu o parlamento para não haver nenhum tipo de oposição institucional a seu mandato. Em 5 de abril de 1992, uma espécie de autogolpe foi dado, garantindo ainda mais poderes à ditadura Fujimorista. A saída do presidente Alan Garcia, e da Ação Popular Revolucionária das Américas, (APRA) que teve o governo atacado pelo imperialismo através de sabotagens para obter os minérios (o Peru é um dos países latino americanos com mais minérios), embargos e campanhas na imprensa, gerou as condições para um governo de extrema-direita assumir. O Escritor Mario Varga Llosa, um direitista reconhecido por sua obra e popularidade com a esquerda, centro e
direita, foi colocado como o candidato conservador. Fujimori era considerado o “azarão”, mas isso era propaganda. O imperialismo norte-americano não confiava em um possível governo do escritor, mesmo sendo abertamente neoliberal. Depositou forças em Fujimori, que obteve popularidade atacando o governo decadente anterior e se colocando como nacionalista. Obviamente, era apenas um fantoche do imperialismo. Fujimori logo mostrou a que veio e colocou o ex-militar Vladimiro Montesinos (considerado o verdadeiro governante durante o regime), que havia sido expulso do exército peruano pois era agente da CIA. O governo foi composto com um agente direto da CIA no governo. A repressão já extremamente forte que o governo Fujimori havia instau-
TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, 14H00
rado após sua eleição, usou do poder das forças armadas para implantar um regime de choque. Colocou os apoiadores do regime no Poder Judiciário, tomou diversos meios de comunicação como rádios, TVs e jornais periódicos. Fujimori apareceu na televisão anunciando a dissolução do Congresso da República, ordenando que o Exército peruano levasse tanques ao congresso para fechá-lo. Foi feito com repressão aos parlamentares que tentaram se manter no prédio. Uma espécie de autogolpe peruano, que gerou o “Governo de Emergência e Reconstrução Nacional” que continuou o ataque suspendendo a constituição de 1979 e colocando no congresso seus apoiadores para, em 1993, elaborar uma nova constituição entreguista.
A política econômica brutal e a repressão chegaram a levar à aplicação de “punições drásticas” para “terroristas”, que levaram ao fuzilou dezenas de milhares de opositores do regime. O sistema repressivo criou grupos paramilitares para assassinar os membros da organização Sendero Luminoso e grande parte dos camponeses do país. O governo Fujimori assassinou cerca de 60 mil pessoas em 10 anos de governo. Fujimori deu um golpe já no poder, um autogolpe. Avançou com os militares quando foi necessário um governo mais ditatorial, um governo de choque para destruir a oposição, os direitos dos trabalhadores, e assassinar e torturar militantes de esquerda, estudantes e trabalhadores do campo e da cidade.
TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30
INTERNACIONAL | 9
ARGÉLIA
A renúncia de Bouteflika se deu por meio de um golpe do imperialismo
N
o último dia 2, renunciou o presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika. O octogenário governava o país há 20 anos, seu quarto mandato terminava dia 28 de Abril, e já havia desistido da ideia de ir para o quinto mandato. As manifestações argelinas estava pressionando o governo, e acabaram resultando na sua renuncia. Para entendermos o que está acontecendo na Argélia precisamos olhar minimamente para o seu passado. Sua independência data de 1962, quando após uma guerra longa e sangrenta contra os francesa, a FLN (Frente de Libertação Nacional Argelina), através de um plebiscito decretou a independência do país. A frente representava os setores populares anti-imperialistas na época, e acabou ligando-se à União Soviética. Sua política nacionalista porém nunca chegou aos fins principais; nunca expropriou a burguesia e desfez a importante reforma agrária que ela mesma havia realizado pouco tempo depois da independência do país.
A crise econômica da década de 80 e 90 assolou fortemente a Argélia, A burguesia local viu como solução uma abertura maior ao regime capitalista. A medida teve uma forte repercussão na população. Em aproximadamente uma década a pobreza absoluta e o desemprego praticamente dobraram de tamanho. Bouteflika foi o primeiro governante civil desde a independência argelina, assumiu em 1999 em meio a uma guerra civil. A guerra era oriunda da crise econômica, setores radicais islamistas estavam em conflito contra o governo, só foi resolvida em 2005, quando Abdelaziz adotou um posição apaziguadora. Até agora, o governo argelino tinha um posicionamento favorável à burguesia nacional. O país possui importante reservas de petróleo e gás xisto. Essas reservas abastecem boa parte da Europa e sobretudo a França. Dois importantes parceiros econômicos da Argélia são a Rússia
e a China, fator conflitante com os interesses do imperialismo europeu e, principalmente, americano. Seria de interesse dos EUA tomar o mercado de abastecimento europeu com gás natural líquido, mercado em que o argelinos estão muito presentes, e também diminuir os acordos econômicos do bloco Rússia e China na África e no mundo árabe – lembrando que a Argélia mantinha posições pró-Síria, país importante para a dominação norte-americana no oriente médio. A atual crise político-econômica que assola o mundo capitalista, baixou consideravelmente a qualidade de vida da pequeno-burguesia e os rendimentos de um setor da burguesia argelina. Esses setores saíram as ruas fomentados por um jornal argelino, El Watan – publicado em francês, língua da elite argelina. A população mais humilde fala árabe -. Essa pressão sobre o governo botou a ala nacionalista na defensiva em proveito dos setores li-
gados ao imperialismo, levando à renuncia de Boutaflika. Com a saída do presidente uma comissão provisória, ligada aos militares, vai governar o país indeterminadamente. O presidente impopular da França, eleito através da fraude eleitoral, Emmanuel Macron se posicionou favorável às manifestações, manifestando a satisfação do imperialismo francês com a crise política argelina. As empresas petrolíferas americanas, Shell, Exxon Mobil etc. estão na espera que a nova comissão facilite suas atividades de exploração na região.
FILIPINAS
Monitoramento da população e esquadrão da morte. Saiba quem é Rodrigo Duterte, o presidente das Filipinas
E
xistem alguns métodos tipicamente utilizados por governos de direita e extrema-direita. A vigilância intermitente, a repressão violenta, os esquadrões fascistas, são meios para garantir um fim. O objetivo, seguramente, é atacar os trabalhadores e suas organizações, buscando obter um controle sistemático, integral do regime político, para intensificar a exploração da classe operária e de todo o povo. Em primeira ordem, a questão dada é, em que sentido se orientam as ações, ou seja, qual o objetivo final. Uma das figuras mais exaltadas do cenário político asiático é, certamente, Rodrigo Duterte. Os discursos hiperbólicos, a rispidez e a narrativa áspera são traços característicos do presidente das Filipinas. A guerra às drogas é o trunfo mais reconhecido de sua oratória. É inevitável, portanto, que se apure com clareza, todas as manifestações contra Duterte. Ademais, não faltam denúncias que o ligam à esquadrões da morte, tentativas de controle sistemático da população, repressões recorrentes. É sabido que, a implementação de sistemas de vigilância com reconhecimento facial e o uso de esquadrões da morte estão entre as principais denúncias contra o presidente. De acordo com alguns grupos de direitos humanos e jornais locais, quando ainda era prefeito de Davao, Duterte anunciara publicamente o nome e os locais onde se encontravam “criminosos” e, passado um tempo, esses eram encontrados mortos. Embora seja reconhecido por ter um apetite sanguinário, a reconhecida empresa de informática estadunidense, IBM, não
tardou em oferecer um kit completo de monitoramento da população. Em junho de 2012, a filha de Rodrigo Duterte, então prefeita de Davao à época, Sara Duterte anunciou um contrato com a IBM no valor de 128 milhões de pesos, o que na altura, era equivalente a pouco mais de três milhões de dólares. O objetivo, segundo Sara, era aprimorar seus recursos de monitoramento em tempo real. Já em dezembro, foi noticiado por um jornal local, que as Filipinas teriam obtido um financiamento de 20 bilhões de pesos para a instalação de milhares de câmeras de segurança na cidade de Davao e na região metropolitana de Manila. Além disso, haveria colaboração com uma empresa chinesa para a construção de um centro de comando nacional, com tecnologia de ponta. O sistema seria capaz de fazer reconhecimento facial e veicular. Em janeiro deste ano, Epimaco Densing III, subsecretário do Departamento de Interior e Governo Local, comunicou em televisão filipina, que um dos objetivos do projeto seria: detectar rostos de suspeitos de terrorismo e evitar crimes antes que aconteçam. Entretanto, de acordo com depoimentos dados aos canais de notícia Intercept e Type Investigations, agentes de segurança locais, familiarizados com o programa da IBM, afirmam que a tecnologia os havia auxiliado a colocar em prática a controversa pauta anticrime de Duterte. As suspeitas ainda foram reforçadas por Antonio Boquiren, agente de treinamento e pesquisa do centro de comando de Davao, que falou que os recursos de vídeo ajudaram a polícia a
endurecer a repressão contra as violações de pequeno porte relativas à qualidade de vida. Em todo caso, o programa da IBM permitiu não somente o monitoramento das atividades criminosas, mas também a coleta de informações de inteligência sobre as atividades da oposição política em Davao, afirmou um ex-consultor de segurança do Exército das Filipinas, intimamente ligado à inteligência do país. Segundo o agente (anônimo por questões de segurança) não se pode excluir a possibilidade de que os dados tenham relação com as execuções extrajudiciais. Recentemente, Emmanuel Jaldon, comandante do centro de emergência 911 da cidade de Davao, alegou que a tecnologia de reconhecimento facial nunca fora oficialmente implementada. Segundo Shinde, ex-líder de vendas na IBM, um dos responsáveis pelo contrato do centro de comando, sua equipe estava interessada na parceria com o governo de Duterte e defendeu o negócio feito pela IBM, afirmando que as atividades eram destinadas de forma legítima com o propósito de garantir a segurança pública, tais como a resposta a incêndios. “Aquela implementação em particular não tinha o objetivo de rastrear pessoas”, comenta. Em contraposição, chefe da área de tecnologia e direitos humanos da Anistia Internacional, Joshua Franco, ressaltou que o histórico de Rodrigo Duterte como prefeito estava tão bem documentado e que qualquer empresa que se envolvesse com a polícia de Davao naquela época teria a
obrigação de investigar e evitar uma potencial cumplicidade com violações de direitos humanos antes de assinar quaisquer contratos. Diante da situação temerária, ativistas filipinos preocupam-se com o fato de que tais recursos possam encorajar as violações de direitos humanos; ainda mais que, ao longo dos últimos três anos, o país sofreu com declarações temporárias de lei marcial. Inclui-se nesse ínterim que a “guerra às drogas” de Duterte deixou pelo menos 5 mil mortos, o que segundo as estimativas da polícia e de grupos de direitos humanos, chegue talvez a até 27 mil. Dentre os mortos estavam ativistas contrários a Duterte, políticos e até padres católicos. É possível, sem qualquer vacilação, afirmar que Duterte tem dado mostras de caráter fascista como é o caso da política de “guerra às drogas”. Outro fator denunciado de forma recorrente é a dificuldade imposta às coberturas jornalísticas críticas à sua atuação, como a do sitio de notícias Rappler, em janeiro. Os fatos, quando analisados e confirmados, não permitem mentiras. Todavia, as contradições entre a política de Duterte e a do imperialismo são visíveis. Afinal, Duterte se impõe contra os interesses do imperialismo ao defender uma política de cunho nacionalista – mesmo esta sendo de viés ultradireitista.
10| MOVIMENTO OPERÁRIO
REGIME DE ESCRAVIDÃO
Professores de Marília trabalham em feriado N
o dia 4 de abril é comemorado o aniversário de Marília, cidade do interior de São Paulo, e foi o dia escolhido pela maioria das escolas para completar os duzentos dias letivos. Os professores tem vivido um regime de escravidão, pois feriados já são pagos naturalmente, então quando os professores trabalham esses dias estão, na verdade, trabalhando de graça. Se faltam, no entanto, é descontado o dia, uma aberração que deve ser denunciada pelos professores e combatida energicamente. Cada dia mais o governo golpista do PSDB e seus lacaios tem imposto um regime de escravidão para os profes-
sores e funcionários da educação. Somente com uma mobilização popular que promova uma rebelião das massas pode derrotar o golpe e todas as suas medidas retrógradas. O objetivo dos golpistas é entregar para empresários parasitas a educação e tudo que for possível para que lucrem e os que não servirem para esse propósito serão sucateados até o ponto de se tornar insustentável para a população e para os servidores. A intenção da direita golpista é acabar com tudo o que é público e beneficiar meia dúzia de capitalistas em crise às custas dos trabalhadores e da população em geral.
BRASÍLIA
Eleição para o Sindicato dos Bancários DF: Fora Bolsonaro e todos os golpistas, em defesa dos bancários e dos trabalhadores
E
stá marcada para os dias 15,16 e 17 de maio próximo a eleição para a nova diretoria, triênio 2019/2022, do Sindicato dos Bancários de Brasília, que se realizará em meio a uma enorme crise política e econômica de um governo eleito através da maior fraude eleitoral de todos os tempos, fruto
de um golpe de estado que derrubou um governo eleito democraticamente em um processo farsa no reacionário Congresso Nacional através do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Em consequência disso, os banqueiros golpistas (foram um dos grandes financiadores do golpe) e seus gover-
nos têm aumentado sistematicamente a ofensiva, a níveis nunca vistos antes, contra a categoria bancária através do arrocho salarial, superexploração, demissões em massa, descomissionamentos, assédio moral, privatizações, fim dos direitos trabalhistas, “reforma” previdenciária, etc. Os bancários são uma categoria fundamental em um regime dominado pelos tubarões do sistema financeiro e precisam ter um papel de destaque na luta contra a política reacionária da direita pró-imperialista, que derrubou um governo para casar os direitos democráticos da maioria da população, impor um regime de repressão contra os trabalhadores e suas organizações, avançando nas privatizações, destruição dos bancos públicos e demais estatais que restaram da “privataria” na era reacionária de Collor de Melo a FHC (PSDB) e aprofundando os ataques contra os trabalhadores com as suas políticas de arrocho salarial, terceirizações e demissões.
Os sindicatos são uma arma fundamental dos trabalhadores contra o aumento da exploração capitalistas, neste momento mais ainda, precisam atuar com uma frente de luta e unidade dos explorados contra a ofensiva da direita e na defesa dos interesses dos trabalhadores. Duas chapas estarão concorrendo ao próximo pleito e é de fundamental importância defender uma chapa de unidade da esquerda, principalmente no campo da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e das organizações de luta dos explorados que vem travando uma gigantesca batalha contra os avanços da ofensiva direitista contra a classe trabalhadora e a população em geral, que nessa eleição está expressa na Chapa 1 “Unidade e Resistência”. Os bancários estão em um momento decisivo é de fundamental importância a unidade e lutar para derrotar os planos da direita golpista e dos banqueiros.
MULHERES E ESPORTES|11
MULHERES
E as super-heroínas empoderadas? Disney é processada por discriminação salarial entre homens e mulheres N
a última terça-feira (dia 2), foi preenchido na Corte Superior de Los Angeles, processo contra a Walt Disney Studios. O mesmo consiste na alegação de que a empresa legitima uma descriminação salarial entre homens e mulheres que integram os cargos com funções similares dentro da empresa. O escritório que protocolou o processo, já processou anteriormente com relação ao mesmo problema outras empresas, contra a disparidade salarial no ambiente de trabalho. O processo desmascara a situação real na Disney, hoje também dona da Marvel, que tem promovido uma série de filmes que colocam as mulheres como protagonistas, o então “empoderamento feminino” e defesa das mulheres . LaRonda Rasmussen e Karen Moore são duas funcionárias de longa data da Disney, e que no presente momento se colocaram a questionar o posicionamento demagógico da empresa, que faz toda uma campanha – pre-
tensamente – em prol das mulheres, mas que em suma, paga as mulheres trabalhadoras da empresa de maneira desigual com relação aos homens. As funcionárias por meio da denúncia pedem ressarcimento de benefícios perdidos e demais gratificações que não receberam.
A Disney não se posicionou sobre o processo, o que demonstra a verdadeira face da política de “empoderamento”, defendida pela esquerda pequeno-burguesa, que não representa a emancipação real das mulheres de sua opressão, não passando de mais um ponto das pautas identitárias que
apenas servem para confundir e individualizar uma luta que deve ser coletiva. O estúdio já havia sido acusado anteriormente de desigualdade salarial, mas também negou. Em um dos momentos em que a empresa se presta a fazer alguma justificativa, se baseia na ideia de meritocracia, onde aponta que as diferenças não são por parte de gênero, mas por funções diferentes e ou qualificação. O fato desmascara a ideia de que alguma empresa imperialista iria de algum modo defender a emancipação de uma parcela que representa quase que mais da metade do contingente populacional mundial. Verdadeiramente, a participação dessas empresas em campanhas como as pautas identitárias, não passam de pura demagogia com a luta das mulheres, a atitude da empresa com relação a suas funcionárias deixa isso muito claro: as tratam como escravas.
ESPORTES
VAR – Rede Globo oculta imagens para facilitar a manipulação de lances polêmicos no futebol
C
onfirmando o ponto de vista apresentado por este DCO, quando a FIFA apresentou o VAR como a grande “novidade” da Copa do Mundo de 2018, o árbitro de vídeo, como já publicávamos em nossa imprensa (digital e escrita), nada mais era do que uma nova ferramenta e um novo mecanismo para controlar e manipular, de forma ainda mais aguda, o esporte mais popular do mundo, o futebol. Desde a Copa do Mundo, o VAR vem ganhando espaço cada vez maior nos
gramados em todo o mundo, supostamente como auxiliar do árbitro de campo para dirimir lances polêmicos que, em tese, não poderiam ser captados pelo olho humano. A realidade, no entanto, vem demonstrando que esse objetivo não só não vem sendo atingido, como o VAR está se tornando um elemento ainda maior de polêmica, dúvida e confusão ali onde supostamente estaria para corrigir erros cometidos pela arbitragem convencional.
No futebol brasileiro, o recurso eletrônico vem ganhando cada vez mais espaço nas competições oficiais do calendário futebolístico nacional, com federações de vários estados adotando o VAR como instrumento “auxiliar” do árbitro de campo. Neste momento, em que os campeonatos estaduais entram em suas etapas finais, o VAR vem roubando a cena em jogos decisivos importantes. Na semifinal do campeonato carioca, o VAR “entrou em campo” para
confundir ainda mais a arbitragem na partida entre Flamengo x Fluminense, não dirimindo nada e criando uma polêmica ainda maior. Nas semifinais do “Paulistão” – o maior e mais importante campeonato estadual do país – novamente o famigerado árbitro de vídeo “roubou” a cena na partida entre Palmeiras e Novorizontino. Também no que diz respeito às imagens fornecidas pelas emissoras – ou mais precisamente pela única emissora (Rede Globo) que detém os direitos para a transmissão dos jogos – o que se sabe agora é que a golpista televisão da família Marinho manipula escancaradamente as imagens. A emissora mãe do golpe de 2016 não disponibiliza todas as imagens para o público. De acordo com uma publicação no site “UOL de Primeira”, “isso acontece porque há dois ‘feeds’ de imagem diferentes nas partidas: um gera imagens para a transmissão televisiva e para o VAR, enquanto o outro gera apenas para o árbitro de vídeo. Por isso, ainda que a Globo seja a geradora de todas as imagens usadas na cabine pelos árbitros, há algumas que são exclusivas do VAR – impedindo a veiculação para o público geral” (UOL, 02/04). Ora, como assim! Por que há imagens que são “exclusivas do VAR”? Por que essas imagens são desconhecidas do público em geral? Qual o interesse em ocultá-las? Com a palavra, os maiores agentes manipuladores da opinião pública nacional.