Edição Diário Causa Operária nº5606

Page 1

SEGUNDA-FEIRA, 8 DE ABRIL DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5606

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

WWW.PCO.ORG.BR

Ato na Paulista evidenciou disposição da militância e vacilação das direções Milhares de pessoas se reuniram, neste domingo na Praça do Ciclista, no final da Avenida Paulista, em ato pela Liberdade de Lula, convocado pelo Comitê Nacional Lula Livre e pela Frente Brasil Popular.

No Lollapalooza ou “Lulapalooza”, “fora Bolsonaro”, “Lula livre” e “foi golpe sim” foram os maiores sucessos “Se unam a mim num grito que vem do cú, vem do cérebro, vem do pentelho: fora Bolsonaro“. ssim a carioca Letrux, toda de vermelho, no palco Adidas do festival Lollapalooza, levantou o público em um dos momentos mais agitados momentos do seu show e de todo o mega evento Lollapalooza, um festival de música alternativa que ocorre anualmente contendo diversos gêneros musicais e reúne milhares de jovens de todo o País, em São Paulo.

Nos EUA, presidente do STF Sob o sol intenso de Copacabana, rende homenagens a seus milhares gritam pela liberdade de Lula militantes do Partido da Causa Operária e dos Comitês de luta contra o golpe e o chefes e diz que “militares Os fascismo do Rio de Janeiro se juntaram às milhares de pessoas que foram ã praia de Copacabana participar do ato deste dia 7 de abril, em que se completou um ano da querem ajudar o País” prisão ilegal do presidente Lula.

No último sábado (6/4), o ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, em debate da Brazil Conference, evento organizado por alunos da universidade de Harvard e do MIT (Massachusetts Institute of Technology), afirmou que “não temos que temer uma solução militar, não haverá isso, os militares não querem, eles querem ajudar o país”.

Grupos de direita se reúnem com “tchutchuca” dos banqueiros para apoiar roubo da Previdência O governo neoliberal e golpista de Jair Bolsonaro (PSL) com seu Ministro da Economia, o Chicago Boy Paulo Guedes, estão convocando seus bandos de mercenários do Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua e Nas Ruas para tentar aprovar a proposta de “Reforma” da Previdência, que é, na verdade, a destruição da Previdência Social no país.



OPINIÃO | 3

PACOTE ANTICRIME DE MORO

Para Freixo, proposta que dá à polícia carta branca para matar é apenas “incompleto” e “inconsequente” O

deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ), indicado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), compõem o grupo de trabalho da Casa Legislativa responsável por analisar o chamado “pacote anticrime”, proposto pelo atual ministro da justiça da camarilha golpista e fascista que usurpou o poder no Brasil. Freixo, que tem sua carreira política atrelada ao debate sobre “segurança pública” – que é outro eufemismo para se referir a política de repressão que a burguesia vai utilizar contra a população a cada momento – como o mesmo reconhece, emitiu uma opinião prévia a respeito do “pacote anticrime” do fascistas Moro: “Tem muitas lacunas, imprecisões e é inconsequente. Precisa de um debate profundo com a sociedade civil, juristas, profissionais de segurança, movimentos sociais. Ninguém foi ouvido”. A reação de Freixo e de setores da esquerda nacional, acaba por servir de apoio à transformação da legislação brasileira, no sentido de constituir um regime ainda mais repressivo, com a eliminação de garantias democráticas fundamentais e o recrudescimento da legislação penal, ou seja, um regime mais abertamente fascista, que ense-

ja o “pacote”, bem como ao conjunto do regime golpista liderado agora pelo fascista Bolsonaro. Sendo a expressão da conduta política classificada pelos marxistas como cretinismo parlamentar. Tem se a impressão que estamos diante um mau projeto apresentado por um ministro qualquer, em pleno funcionamento “normal” das instituições do Estado, tudo dentro da normalidade institucional. Isso quando se trata da proposta de um ministro fascista, que chegou ao governo por ter sido “premiado” por seu papel fundamental na perseguição política que condenou sem provas, prendeu ilegalmente e cassou de forma arbitraria a candidatura presidencial da maior liderança popular do País, suja presença nas eleições impediria a “vitória” de Bolsonaro e a ascensão de Moro. A cumplicidade do parlamentar e outros “indicados” pelo presidente golpista da Câmara com a manutenção da farsa do funcionamento democrático do regime golpista é tamanha que lhe foi dada a missão, juntamente com toda a comissão, como “representantes do povo”, de analisar a proposta, esclarecer os termos, corrigir os excessos, promover o debate etc, etc, para que o Congresso possa aprovar

ou rechaçar a proposta. Contudo, não se trata disso. É o regime semidemocrático brasileiro sendo substituído por uma ditadura de caráter fascista, enquanto parlamentares procuram manter a aparência de normalidade. O chamado “pacote anticrime”, eufemismo para esconder seu verdadeiro objetivo, é uma subversão da legislação penal para endurecer as penas em geral e dar maior poder ao Estado, controlado pela extrema-direita, para perseguir opositores e utilizar da violência letal contra a população, a proposta inclusive legaliza e impulsiona a pena de morte praticada todos os dias pelas PMs no país, por meio da alteração na lei que trata da legítima defesa, transformando a violência letal da Polícia e do aparato repressivo em geral, em legítima defesa. É o estabelecimento do regime de extrema-direita de fato. Ou seja, o projeto é em si antidemocrático, antirepublicano, fascista, pretende eliminar qualquer resquício de democracia que alguém possa ainda encontrar no atual regime político. É uma contradição que o legislativo discute uma proposta que elimina completamente as garantias democrática, e ainda mais classificando-o apenas como mera “inconsequência”.

É evidente que há uma tendência em setores da esquerda pequeno burguesa e pequeno burguesa, em especial a esquerda parlamentar, de se acomodarem ao novo regime, ou seja, ao bolsonarismo, cumprindo um papel por vezes necessário ao próprio regime, de oposição figurativa, cuja patética atuação serve apenas para o governo defender-se das a acusações de ditadura. A cumplicidade desses setores se evidencia, entre outros, no fatos de que consideram o governo como legítimo, lhe desejam “sucesso”, colaboram com suas iniciativas contra o povo apresentando sugestões de melhoria nos seus ataques, como no caso da “reforma” da Previdência ou do pacote repressivo de Moro e se opõe à política de lutar pelo “fora Bolsonaro”. Para os que lutam pelos direitos democráticos das massas populares é preciso romper qualquer laço com os fascistas que usurparam o poder no País. Para o conjunto dos explorados e oprimidos, de sua organizações e partidos só há uma relação possível com este governo, que é de guerra permanente até sua derrubada, tergiversar sobre esta questão, minimizar a intensidade da luta é servir ao inimigo do País, dos direitos democráticos, do povo.


4 | POLÍTICA

PELA LIBERDADE DE LULA

Ato na Paulista evidenciou disposição da militância e vacilação das direções M

ilhares de pessoas se reuniram, neste domingo na Praça do Ciclista, no final da Avenida Paulista, em ato pela Liberdade de Lula, convocado pelo Comitê Nacional Lula Livre e pela Frente Brasil Popular. No ato politico, falaram dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT), do Partido da Causa Operária, (PCO), do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), do Partido Socialismo e Liberdade (PSol), do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O ato evidenciou por um lado a firme disposição de luta dos participantes de ampliarem a mobilização em defesa da liberdade do ex-presidente preso ilegalmente há um ano, depois de ser condenado sem provas e de ter sua candidatura cassada, por ameaça dos militares sobre o judiciário, com o claro intuito de garantir a fraude nas eleições que garantiram a vitória do candidato minoritário e que, por conta da revolta popular contra os partidos e políticos tradicionais da burguesia acabou por se constituir na única alternativa possível para derrotar a esquerda

(sem Lula) em eleições fraudulentas. Ficou claro que a mobilização na maior cidade do País e com amplo poder de mobilização, onde estão concentrados os maiores sindicatos e organizações de luta dos trabalhadores, bem como as maiores bancadas parlamentares da esquerda, eleitas como “representantes” de Lula, foi contida no seu potencial diante da falta de uma mobilização mais ampla dos setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa que estão contrá-

rios a realizar uma ampla mobilização contra o golpe e a favor da liberdade de Lula e, por isso, não comparecem ao ato ou mandam apenas seus “representantes” para fazer discurso ou, mesmo sendo a favor da mobilização, se sentem intimidados e pressionados por essa esquerda capituladora e não realizam uma ampla mobilização nos locais de trabalho, moradia e estudo, não colocam à disposição dessa necessária mobilização os poderosos aparatos sindicais e políticos conquis-

tados com o apoio de Lula e dos trabalhadores que precisam lutar pela sua liberdade, como forma de defesa de suas reivindicações contra o regime golpista. Para impulsionar a perspectiva expressa na mobilização e impulsionar uma ampla luta pela liberdade de Lula, que só pode ser conquistada por meio de uma mobilização revolucionária, nas ruas, é preciso superar essa defensiva política, multiplicar as atividades, os comitês de base de luta contra o golpe e pela liberdade de Lula, assim como a agitação e propaganda entre os trabalhadores para impulsionar esta perspectiva que se opõe à todo tipo de ilusão em um acordo com a direita “governista” ou com os setores da oposição golpista, que apoiaram o golpe de Estado que derrubou Dilma, que não se colocam contra a prisão de Lula, que apoiam a reforma da Previdência, ou seja, que defendem os aspectos centrais da politica do regime golpista contra Lula, contra a esquerda e contra todo o povo brasileiro. Acesse o link abaixo e veja a intervenção do companheiro Antônio Carlos Silva, da direção nacional do PCO, no ato da Paulista.

STF

Nos EUA, presidente do STF rende homenagens a seus chefes e diz que “militares querem ajudar o País” N

o último sábado (6/4), o ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, em debate da Brazil Conference, evento organizado por alunos da universidade de Harvard e do MIT (Massachusetts Institute of Technology), afirmou que “não temos que temer uma solução militar, não haverá isso, os militares não querem, eles querem ajudar o país”. Como convidado do painel Justiça: O Papel do Supremo Tribunal Federal, ao lado da senadora Kátia Abreu (PDT-TO), moderado por Oscar Vilhena, diretor da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, o ministro destacou que os “militares vêm desempenhando um papel de excelência, muito significativo” no governo de Jair Bolsonaro. A afirmação de Toffoli, que já chamou o golpe militar de 1964 de “movimento”, desconsiderando o processo histórico que instalou 21 anos de ditadura militar no país, com cassação de direitos políticos, torturas e execuções, com a aniquilação de qualquer oposição ao regime; mais uma vez procura “dourar a pílula” e oferecer apoio aos militares golpistas, no mesmo evento em que também participou o general e vice-presidente da República, Hamilton Mourão.

Na última semana, com as prerrogativas arbitrárias de presidente do STF, o ministro determinou o adiamento da votação sobre a constitucionalidade da prisão em segunda instância, o que poderia levar à libertação do ex-presidente Lula. As declarações de Toffoli, aliadas às suas ações como ministro do supremo, demonstram que ele não passa de um artífice do golpe, sob o comando dos militares, que – desde a sua posse – mantém um general como

“assessor especial” da presidência do STF. Os serviços prestado aos golpistas, que deram sustentação ao governo Temer e são parte do governo Bolsonaro, se somam à blindagem pela imprensa golpista que repercute e tenta tornar verossímel declarações que insistem em dizer que não houve golpe no Brasil. O golpe se aprofundou com a prisão de Lula, impedindo-o de participar do processo eleitoral, violando a Consti-

tuição federal. O País está dominado por uma ditadura que controla o Executivo, o Legislativo e o Judiciário contra os direitos democráticos de Lula e de todo o povo brasileiro, em favor do grande capital. Essa ofensiva não pode ser derrotada por meio de ações em um judiciário sob o controle dos militares golpistas. É preciso sair as ruas em uma mobilização revolucionária que liberte Lula e ponha abaixo o regime golpista.


POLÍTICA | 5

PREVIDÊNCIA

Grupos de direita se reúnem com “tchutchuca” dos banqueiros para apoiar roubo da Previdência O governo neoliberal e golpista de Jair Bolsonaro (PSL) com seu Ministro da Economia, o Chicago Boy Paulo Guedes, estão convocando seus bandos de mercenários do Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua e Nas Ruas para tentar aprovar a proposta de “Reforma” da Previdência, que é, na verdade, a destruição da Previdência Social no país. Estes movimentos de extrema-direita se formaram no contexto do golpe de Estado contra o governo da ex-presidenta eleita Dilma Rousseff (PT), ocorrido por meio de um impeachment ilegal e fraudulento em 2016. Na época, foram amplamente financiados pelo grande capital nacional, como a FIESP, e, sobretudo, pelo capital estrangeiro, interessados em colocar um governo que correspondesse aos seus interesses de classe, isto é, retirasse direitos sociais conquistados pela classe trabalhadora e entregasse

o patrimônio e as riquezas nacionais. O discurso de “combate a corrupção” e o apoio unânime à Lava-Jato e Sérgio Moro eram as marcas desses movimentos, que agiam no contexto de uma campanha da grande imprensa, liderada pela TV Globo e os jornais Estadão e Folha de S. Paulo, extremamente agressiva contra os governos do PT e a esquerda. Todos se colocavam como “apartidários” e contra “os políticos em geral”, mas na verdade estavam estreitamente ligados aos partidos da burguesia, como PSDB e DEM e apoiam o governo mais corrupto e inimigo do povo dos últimos tempos. Diversas lideranças desses grupos elegeram-se parlamentares, caso do vereador Fernando Hollyday (DEM) e do deputado federal Kim Kataguiri (DEM), apoiados nos esquemas milionários e processos fraudulentos comandados pelos partidos tradicionais e corruptos que eles juravam combater.

ENTREVISTA

Presidente da CUT fala da greve geral contra reforma da Previdência e da necessidade de sair às ruas para libertar Lula

E

m entrevista à Causa Operária TV, o companheiro Vagner Freitas, presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), destacou a importância da luta em defesa da liberdade de Lula e destacou a importância da greve geral para derrotar a “reforma” da Previdência, afirmando que ela vai acontecer. Vagner deixou claro que a soltura de Lula só vai acontecer por meio da mobilização popular, nas ruas. Acesse o link abaixo e veja a entrevista, concedida ao companheiro João Jorge da Costa Pimenta e veja muitos outros vídeos dos atos de domingo,

pela liberdade de Lula, no canal Causa Operária TV, no Youtube.

Na qualidade de bandos de mercenários do imperialismo, estes grupos fazem qualquer tipo de campanha que ordene seus financiadores. Agora estão dispostos a fazer uma campanha a favor da destruição dos direitos sociais e previdenciários e acreditam que

a população aceitará de bom grado o roubo de sua previdência. Contra essa corja reacionária, é preciso sair às ruas, que é do povo, daqueles que lutam para garantir os interesses dos trabalhadores e de todo o povo brasileiro, e colocar para correr a direita fascista.


6 | CIDADES

CONTRA O GOLPE

Sob o sol intenso de Copacabana, milhares gritam pela liberdade de Lula O s militantes do Partido da Causa Operária e dos Comitês de luta contra o golpe e o fascismo do Rio de Janeiro se juntaram às milhares de pessoas que foram ã praia de Copacabana participar do ato deste dia 7 de abril, em que se completou um ano da prisão ilegal do presidente Lula. Quem conhece o Rio de Janeiro sabe que a praia de Copacabana foi tradicionalmente o espaço ocupado pelos coxinhas da cidade em suas manifestações. Entretanto, não foi o que se viu neste domingo. Na praia, vimos uma aglomeração de alguns milhares de pessoas, que mostraram a atual tendência de mobilização contra o governo ilegítimo de Bolsonaro e pela liberdade de Lula. O ato começou às 15 horas, sob um sol escaldante. Os militantes do PCO compareceram ao ato logo no começo montando banquinha, e onde foram vendidas centenas de edições do

Jornal Causa Operária e distribuídas milhares de jornais dos comitês, adesivos, cartazes e outros materiais. O companheiro Vitor Lara, a direção do Partido, fez uso da palavra e destacou a ilegitimidade do governo Bol-

DE SEGUNDA A SEXTA, 11H

TVMULHERES TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 19H00

POR UMA TV REVOLUCIONÁRIA

sonaro, o caráter imperialista do golpe que derrubou Dilma e prendeu Lula, a impopularidade de Bolsonaro, que se refletiu claramente no carnaval deste ano e também a política do PCO para o presente momento: Fora Bolsonaro

e todos os golpistas, Liberdade para Lula e novas eleições, desta vez com o Lula como candidato. A política do Partido foi muito bem recebida pelo público, o que se pôde comprovar pela ampla aceitação na venda de jornais e outros materiais. Embora o ato tenha enfrentado dificuldades organizativas e políticas, como por exemplo a tendência à pulverização das atividades regionais por orientação da Frente Brasil Popular, a militância enfim organizou um ato central em Copacabana. Essas dificuldades acabaram fazendo com que o ato tenha ficado aquém da tendência atual de mobilizações. No entanto devemos destacar que foi um ato bastante combativo. Tanto é que os fascistas do MBL que tentaram se infiltrar no ato foram devidamente expulsos pela militância, tendo que se esconder atrás da PM. A esquerda deve aproveitar essa tendência à mobilização, por um lado, e por outro, a debilidade da direita e do governo Bolsonaro para impulsionar uma greve geral em torno das palavras de ordem “Fora Bolsonaro” e novas eleições com Lula candidato.


INTERNACIONAL E CULTURA| 7

ISRAEL

Ditadura disfarçada de democracia vai a eleições fraudulentas N

a próxima segunda-feira (09), ocorrerão em Israel as eleições parlamentares. Das 120 cadeiras em disputa, o Likud, partido da extrema-direita israelense e liderado pelo atual primeiro-ministro Benjamin Netanyahu é o favorito do imperialismo, porque a política adotada pelo governo comporta-se de modo coeso com os interesses do grande capital, haja vista a política de extermínio de grupos palestinos nacionalistas, de cidadãos palestinos, de ataque à população síria e continuidade da aliança militar e econômica com outra nação capacho dos norte-americanos: a Arábia Saudita. Para contar com o apoio dos setores capitalistas de extrema-direita ligados ao imperialismo e sinalizar a continuidade de sua política criminosa de guerra contra os palestinos, Netanyahu, na última semana, fez da visita do ilegítimo presidente brasileiro Jair Bolsonaro uma de suas plataformas políticas. Bolsonaro foi então utilizado para reforçar a política contrária aos palestinos do atual governo, ao levar, por exemplo, o presidente brasileiro ao Muro das

Lamentações, local usurpado dos palestinos desde 1967. Apesar do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro anunciar a instalação apenas do escritório comercial para Jerusalém e não a transferência da Embaixada, esse episódio provocou os ânimos da Autoridade Palestina e do Hamas, que controla a Faixa de Gaza. Assim, a recepção do capacho do imperialismo Jair Bolsonaro pelo Primeiro-Ministro Netanyahu serviu para sinalizar que os interesses do imperialismo continuariam a ser defendidos com a extrema-direita de Netanyahu. Tanto no Brasil, quanto em Israel, foi estabelecida uma fraude eleitoral sob controle do imperialismo para que se perpetue o governo dos representantes dos países imperialistas. Apesar de reputarem Israel como democrática, as eleições de terça-feira são produto da ação ditatorial de Netanyahu. No ano passado, foi denunciado por corrupção, favorecendo uma empresa aérea de comunicação em troca de favores políticos. Sucedeu uma crise política entre a classe dominante que apoia-

va o primeiro-ministro, o qual para evitar maiores desgastes, dissolveu o parlamento e determinou novas eleições parlamentares. Ainda, para demonstrar que não há oposição política real aos partidários do imperialismo, o Comitê Eleitoral cassou a candidatura do líder Ofer Kassif do partido de esquerda e que tem apoio dos árabes, Assembléia Nacional Democrática (Balad), na semana passada, sob alegação de que seria proibido a participação de

um partido que não reconhece o caráter do Estado de Israel como Estado judeu. Nesse cenário político, onde a extrema-direita e a direita tem o controle, a oposição, sempre que possível, é retirada à força pelo regime “democrático”. Em todos os lugares onde o imperialismo tem seu domínio, não há o que se falar em democracia, uma vez que a escolha popular fica restrita aos candidatos políticos do imperialismo.

CULTURA

No Lollapalooza ou “Lulapalooza”, “fora Bolsonaro”, “Lula livre” e “foi golpe sim” foram os maiores sucessos “Se unam a mim num grito que vem do cú, vem do cérebro, vem do pentelho: fora Bolsonaro“.

A

ssim a carioca Letrux, toda de vermelho, no palco Adidas do festival Lollapalooza, levantou o público em um dos momentos mais agitados momentos do seu show e de todo o mega evento Lollapalooza, um festival de música alternativa que ocorre anualmente contendo diversos gêneros musicais e reúne milhares de jovens de todo o País, em São Paulo. Ela também lembrou que a data de ontem marcava um ano da prisão do ex-presidente Lula. O evento foi aberto no sábado (06)

com os telões do evento deixando claro que em “1964 foi golpe sim” agitando a multidão de jovens seguidas das palavras de ordem “Liberdade para Renan da Penha” que está perseguido pelo judiciário golpista, seguidas pelo “Fora Bolsonaro”. Ficou evidente, também no evento, que há uma tendência geral à mobilização contra o governo ilegítimo de Bolsonaro que vem crescendo desde o carnaval e demonstra que a juventude e os trabalhadores querem sair à luta contra o governo e o golpe de estado

TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, 14H00

de 2016 e pela liberdade de Lula. Mas, por que esse movimento não tem ganhado à força necessária? A resposta é clara nos atos e eventos chamados pela esquerda. Setores das direções dos partidos da esquerda burguesa e pequeno burguesa e das direções das organizações de massa estão querendo muito mais a colaboração com o governo ilegítimo do que combatê-lo. A capitulação dessa esquerda diante do Bolsonaro e de todo o regime golpista fica evidente na sua opção em privilegiar uma pseudo luta parlamen-

tar, defender os ministros do regime golpista com as pautas identitárias, jogando fumaça nos olhos da classe trabalhadores e dando sobrevida à esse regime que está prestes a desabar. Contra essa politica capituladora e de colaboração de classes que essa esquerda conservadora, é fundamental fazer como a juventude no evento Lollapalooza e denunciar o golpe de 1964 e conclamar a palavra de ordem que a classe trabalhadora e a juventude estão apoiando em todo o País: Fora Bolsonaro!

TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30


8 | NEGROS

RIO DE JANEIRO

Soldados do Exército disparam 80 tiros contra carro com família e assassinam músico negro E valdo dos Santos Rosa, de 51 anos, morreu neste domingo (dia 7), depois que o carro em que se encontrava foi atingido por Evaldo era músico e segurança. Ele estava no carro com sua mulher, seu filho de 7 anos, seu sogro e uma mulher e morreu na hora — Foto: Reprodução/Facebookmais de 80 disparos, segundo perícia da Policia, feitos por soldados do Exército que, segundo o delegado responsável pelo caso – Leonardo Salgado, da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, – “tudo indica” teriam atirado por confundirem carro com o de assaltantes que teria passado pelo local minutos antes. O assassinato ocorreu em Guadalupe, Zona Oeste do Rio e cinco pessoas estavam no veículo e iam para um chá de bebê: pai, mãe, uma criança de 7 anos, o sogro e uma mulher. Além de Evaldo, que morreu na hora, o sogro dele, Sérgio, foi baleado nos glúteos e foi internado. Um morador que passava pelo local também ficou ferido ao tentar ajudar. “A Polícia Civil realizou a perícia no local porque os militares tiveram dificuldade em realizá-la, segundo o delegado, devido à revolta dos moradores que testemunharam o crime. Mas os envolvidos foram ouvidos em uma de-

CHARGE

legacia militar”. Ninguém foi preso e os soldados foram ouvidos, de acordo com a Polícia, pelo próprio Exército. Segundo o delegado, em entrevista à TV Globo, “foram diversos, diversos disparos de arma de fogo efetuados e tudo indica que os militares realmente confundiram o veículo com um veículo de bandidos. Mas neste veículo estava uma família. Não foi encontrada nenhuma arma (no carro). Tudo que foi apurado era que realmente era uma

família normal, de bem, que acabou sendo vítima dos militares”. Com cinismo e sem nenhum consideração pelos atingidos e mesmo com inúmeras testemunhas, o Comando Militar do Leste (CML), logo após o fuzilamento, divulgou nota em que negou que tenha atirado contra uma família e disse que respondeu a uma “injusta agressão” de “assaltantes” e, depois, informou que o caso supostamente estaria sendo investigado pela Polícia

Judiciária Militar com a supervisão do Ministério Público Militar. O ocorrido evidencia o clima de guerra contra a população do Rio de Janeiro, por parte das FFAA e órgãos de repressão que não cessou após o fim da intervenção militar e ocorre na semana em que setores reacionárias, liderados pelo presidente ilegítimo Jair Bolsonaro, chamaram a comemorar o golpe militar de 64 e para fazer campanha a favor da ditadura dos militares assassinos.


COTV E RCO | 9

ANÁLISE

Rui Costa Pimenta: “o Brasil caminha para uma situação explosiva” O

Brasil caminha para uma situação explosiva! Essa foi a afirmação de Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, no programa: Análise Política da Semana, que vai ao ar todos os sábados, às 11h30 da manhã, no canal da COTV – Causa Operária TV, no Youtube. Nele, Rui faz uma análise de conjuntura da política, levando em conta os principais acontecimentos ocorridos na semana que passou. Além disso, depois de sua preleção, Rui abre para as perguntas dos ouvintes, es-

tejam eles presentes ou através dos chats de comunicação do canal. Abaixo é transcrito um pequeno trecho do programa que foi ao ar no dia 23/03/2019, quando Rui analisou a gravidade da crise porque passa o Brasil, e a emergência de uma situação explosiva sinalizada pelos acontecimentos. Depois da transcrição, segue o link para que você possa conferir o vídeo com a fala do próprio Rui. Passemos a ela: “… Embora não pareça e não seja

visível, não é? Na situação política, o que está acontecendo é que o Brasil caminha, não é, a não ser que as coordenadas fundamentais sejam modificadas, para uma situação verdadeiramente explosiva. Não é e nem pode ser novidade para ninguém, porque nós estamos vendo, que com a crise, os golpes e tudo, as situações explosivas se produzem em vários lugares do mundo: veja essa situação da França, veja a situação do Haiti. Não há porque estranhar, não é, que a situação

brasileira caminhe para isso porque o Brasil é um país que está numa crise política de vários anos já, não é?! E, conhecendo a maneira como o país funciona, como os processos políticos se desenvolvem, essas crises dificilmente são superadas por manobras experientes de momento, não é?! Elas vão se aprofundando, se aprofundando, até que chega uma hora que a situação é absolutamente insustentável, como aconteceu na época da ditadura militar.”

RUI COSTA PIMENTA

“A máquina de guerra contra o povo tem que ser desmantelada” A

s análises políticas de Rui Costa Pimenta acontecem todo sábado às 11:30 da manhã, compilando os principais acontecimentos da semana e comentando os acontecimentos no ponto de vista marxista. Em uma das análises recentes, Rui falou sobre as comemorações dos fascistas a respeito do aniversário do golpe militar de 1964. “Bom, o grande fundamento desses argumentos em favor do golpe militar, isso é preciso que seja dito, é o fato de que os militares depois de terem cometido crimes contra a população brasileira durante 21 anos, saíram totalmente limpinhos da situação sem nenhuma punição, eu acho que esse é um dos dados mais importantes do golpe de 64. No Brasil se fez um acordo entre os elementos da oposição, na época principalmente o MDB, mas também uma boa parte da esquerda estava com isso daí, se aprovou o que foi chamado de “Anistia ampla, geral e irrestrita”, outro dia eu estava lendo sobre a situação política num determinado país, e alguém falou assim “houve uma transição pacífica, sem derramamento de sangue etc” vamos estabelecer uma lei

geral, se houve transição pacífica, os criminosos saíram todos impunes, já que na realidade o povo estava lá para derrubar os criminosos e apareceu um pessoal pra tirar essa gente da linha de fogo. Em 1976 o povo brasileiro queria beber o sangue dos militares, pelas mais diferentes razões mas principalmente por causa da repressão, e aí apareceram os políticos conciliadores para chegar num resultado maravilhoso, todo mundo se abraça, torturadores e torturados, assassinos e mortos no cemitério, todo mundo em uma grande harmonia e paz, uma coisa linda, obviamente nunca concordei com isso e achava uma coisa grotesca, e agora a gente vê o resultado dessa paz, eles estão todos aí pra repetir o feito e tão falando abertamente na nossa cara que aquilo foi bem feito, e que podem fazer novamente. Quer dizer, um dos objetivos da luta popular contra a ditadura seria desmantelar esse aparato sinistro, criminoso, anti-povo que é a burocracia das forças armadas brasileiras, a verdade verdadeira é que em toda América Latina algumas pessoas que tem o mal hábito de elogiar outros países

em detrimento do Brasil, não vamos falar que nos outros países foi diferente, na Argentina prenderam os comandantes militares das 3 juntas militares, mas também o exército argentino só faltou bombardear o próprio país, eles sumiram com trinta mil pessoas, eles precisavam dar alguma satisfação. Finalmente nós temos que entender o seguinte, que quando a ditadura atua contra os movimentos democráticos, o que eles fazem é matar a fina flor da intelectualidade do país, isso daí do ponto de vista humano e econômico é um prejuízo extraordinário, mas só foram punidas nove pessoas, inventaram uma bestialidade chamada lei da obediência devida, que significava que se um comandante da junta militar mandasse, o cidadão tinha que torturar outro brutalmente em um porão ele não teria nenhuma responsabilidade sobre isso, isso é um escândalo total e completo. No Brasil nem os comandantes foram punidos, saiu todo mundo livre, leve, solto e fresco, por isso que nós temos Bolsonaro aí a mil por hora defendendo a ditadura militar. Eu acho que nós temos que colocar como programa que essa máquina de guerra contra o

povo brasileiro tem que ser desmantelada, enquanto não for desmantelada ninguém vai ter paz, nós estamos vendo o que tá acontecendo, acima de tudo nós temos que ver que o que está em jogo com a declaração do Bolsonaro não é o passado, é o presente. Quando um presidente da república por mais idiota e ilegítimo que seja, manda as forças armadas comemorar o golpe criminoso de 64, ele ta ameaçando todo país, pois se isso é uma coisa que pode ser comemorada institucionalmente significa que essas instituições estão tornando absolutamente legítimo aquilo que está sendo feito, é um aviso pra população “vocês tomem cuidado que a gente põe os tanques na rua novamente, a gente reabre os porões dos organismos de segurança, não vamos trazer os velhos torturadores pois a maioria já morreu sem pagar pelos crimes que eles cometeram, mas vamos trazer novos torturadores já que psicopatas desse gênero não faltam no mundo, vamos torturar todo mundo e matar todo mundo, mandar todo mundo pro exílio etc e tal” Quer dizer, é uma ameaça direta à população, aos movimentos democráticos, a classe trabalhadora e etc”

IMAGEM DO DIA: “LIBERDADE PARA LULA”, ATO EM CURITIBA MARCA UM ANO DA PRISÃO POLÍTICA DO EX-PRESIDENTE



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.