Edição Diário Causa Operária nº5607

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TERÇA-FEIRA, 9 DE ABRIL DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5607

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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Bolsonaro é o presidente mais impopular no início de mandato: o povo quer Fora Bolsonaro! Pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada no último domingo, 07/04, não é nada animadora para o presidente ilegítimo Bolsonaro.

COLUNA

Os militares querem o fim do movimento negro Por Juliano Lopes

O nazismo foi a ditadura dos bilionários europeus, revela estudo

EDITORIAL

Atos de domingo evidenciam tendência à mobilização popular pela liberdade de Lula

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No último domingo (7), atos em todo o Brasil e em diversas cidades estrangeiras protestaram contra a prisão ilegal do ex-presidente Lula. Os atos aconteceram exatamente um ano após a prisão de Lula e reuniram um número significativo de pessoas.

NOTA DO PCO

Bolsonaro e militares ameaçam com golpe militar

Crise da direita golpista: aprovação de Bolsonaro entre agentes do mercado despencou Uma pesquisa da XP Investimentos feita entre os dias 3 e 5 de abril mostra que a aprovação de Bolsonaro entre agentes do sistema financeiro despencou nesses primeiros meses de governo.



OPINIÃO | 3 EDITORIAL

Atos de domingo evidenciam tendência à mobilização popular pela liberdade de Lula N

o último domingo (7), atos em todo o Brasil e em diversas cidades estrangeiras protestaram contra a prisão ilegal do ex-presidente Lula. Os atos aconteceram exatamente um ano após a prisão de Lula e reuniram um número significativo de pessoas. Em Curitiba (PR), onde Lula se encontra encarcerado, milhares de pessoas foram às ruas exigir a liberdade

imediata do maior líder popular do país. Em outras cidades, apesar do pouco empenho das direções dos grandes partidos de esquerda, houve também grandes atos dadas as circunstâncias, como o ato em São Paulo. A adesão dos trabalhadores e da população em geral aos atos mostra uma disposição à mobilização contra o

regime político golpista e pela liberdade de Lula. Afinal, a derrubada do governo Bolsonaro e a liberdade de Lula são duas faces de uma mesma moeda: para derrotar o governo ilegítimo, os trabalhadores precisam da maior liderança que o movimento operário brasileiro já construiu. Por outro lado, para libertar Lula, é preciso colocar todos os seus carrascos contra a parede, isto

é, os capitalistas e os seus fantoches, como Jair Bolsonaro. O momento de crise em que se encontra o governo Bolsonaro não pode ser desperdiçado. É necessário aproveitar a fragilidade do governo para exigir a liberdade imediata de Lula e para pôr abaixo a máfia que controla o regime político. Fora Bolsonaro! Liberdade para Lula!

COLUNA

Os militares querem o fim do movimento negro Por Juliano Lopes

O

s militares, que tomaram de assalto o governo, de 1964 a 1985, perseguiram todos os movimentos sociais, e o movimento negro não ficou de fora dessa perseguição sinistra da Ditadura Militar. De acordo com os documentos do Arquivo Nacional, os militares se infiltraram nas organizações dos negros para poder reprimi-las, além de torturar e liquidar com as suas lideranças. Durante o período, pelo menos 40 militantes do movimento negro foram pegos pela repressão e estão desaparecidos desde então. Os desapareci-

dos da ditadura, todos sabem, foram mortos pelos militares. Segundo os documentos do Arquivo Nacional, a repressão estava preocupada com a influência do movimento negro norte-americano no movimento negro brasileiro, o que poderia gerar uma “desordem social”. A preocupação dos militares chegou a capoeira, escolas de samba, casas de religião de origem africana, bailes, etc. mas também aos movimentos, como foi o caso do Movimento Negro Unificado. Podemos citar, pelo menos, dois líderes negros assassinados pela

ditadura militar. É o caso de Osvaldão (Osvaldo Orlando da Costa) e do próprio Carlos Marighela, perseguidos e executados pela Ditadura Militar. Osvaldão, por exemplo, foi morto com um tiro de carabina, em fevereiro de 1974. Seu corpo foi pendurado em um helicóptero que sobrevoou a região do Araguaia para mostrar para a população que Osvaldão não era imortal, ideia que se desenvolveu na região. Ele teve a cabeça decepada por um sargento do Exército. Esses são os métodos dos militares.

A ação dos militares daquela época são iguais aos dos militares de hoje em dia. A Polícia Militar é uma herança da ditadura militar, e o Exército, como pode ser visto no Rio de Janeiro, está a serviço da repressão do povo, especialmente do povo negro. É preciso lutar contra a intervenção militar no Rio de Janeiro, em uma luta que precisa ter como ponto central a liberdade do ex-presidente Lula e o Fora Bolsonaro, um dos principais instigadores da ação truculenta e letal das forças de repressão do Estado.

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4 | OPINIÃO

A “cegueira” de Isto É, que ataca a esquerda para ocultar seu apoio ao golpe e ao governo Bolsonaro E

m matéria de Capa de sua edição do último fim de semana, a Revista IstoÉ, que fez aberta campanha – como toda a imprensa capitalista – a favor do golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, em 2016, apoiando a ascensão do regime Resultado de imagem para capas Isto É impeachmentgolpista sob a presidência de Michel Temer, buscou emplacar uma candidatura apoiada por setores Resultado de imagem para capas Revista Isto É Bolsonaro Guedesdominantes do grande capital golpista e, não conseguindo se colocou a favor do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro e de seus ministros “liberais”, se dedica a atacar e tentar desmoralizara esquerda, sob o disfarce de criticar o “radicalismo” de setores da direita e da esquerda. A matéria intitulada “A cegueira dos radicais” começa por anunciar que “o Brasil vive a era do radicalismo, no qual – supostamente – “existem dois lados” que “berram”, “só ouvem o que lhes interessa”e que cometem “estelionatos históricos”. O pretexto para o emprego de velhos argumentos da direita contra a esquerda, sob o disfarce de condenar os excessos, já identifica claramente a posição reacionária que a Revista assume na polarização política crescente que toma conta do País, diante da enorme revolta popular contra o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, expresso nas ruas (notadamente desde o carnaval e nos atos convocados – ainda timidamente – pela direita) e até nas pesquisas de opinião contratadas, realizadas e divulgadas por setores do grande capital: “Na última semana, vivenciamos as pontas mais visíveis dessa radicalização…. a ladainha do comemora-não-comemora os 55 anos do golpe de 31 de março de 1964”. O ponto de partida da Revista é o de que comemorar o golpe de Estado que derrubou um governo eleito pela população e saudar o regime político por ele instalado que mergulhou o País em um período de arbítrio e retrocesso político e social, com milhares de pessoas atingidas pela ação repressiva do Estado, mortos, desaparecidos, presos, torturados etc. seria uma questão secundária, contra a qual não deveria haver oposição e protestos. Como outros órgãos da imprensa que nunca protestaram contra esta infâmia, feita subterraneamente em muitos quartéis mesmo depois do fim da ditadura e que só foi proibida em 2011, por decreto da presidenta Dilma Rousseff (presa e torturada pela ditadura e que por este e outros motivos menos nobres teve sua deposição co-patrocinada pelos chefes militares) a Revista apenas protesta contra o excesso de setores do governo que saíram publicamente a propagandear a comemoração e critica uma das alas mais reacionárias do governo, por meio do ministro de Relações Exteriores, o embaixador Ernesto Araújo, que “inventou que o nazismo de Adolf Hitler e o fascismo de Benito Mussolini seriam ideologias de esquerda” e o próprio presidente Jair Bolsonaro “quem ordenou que se celebrasse o aniversário do golpe

– para ele, ‘revolução’ ou ‘contragolpe’”. Para encenar alguma imparcialidade, a Revista cita a celebração de um “pequeno grupo de extrema direita”, como se fosse meramente uma ação isolada de lunáticos, sem mencionar que o mesmo se postou em frente à sede e teve apoio operacional da poderosa FIESP, e teve em sua proteção a PM do governo do Estado de São Paulo, para – com meia dúzia de indivíduos tentar provocar e promover agressões contra mulheres e manifestantes isolados de esquerda que passassem pelo local. Dá publicidade à ação desse grupo ultra minoritário para valorizar sua posição de teria ido “para a Paulista comemorar um dia histórico”, pois, segundo o representante direitista citado, “vivemos mais de trinta anos de doutrinação e escravidão nas mãos da esquerda comunista”. A matéria busca colocar no mesmo nível toda a esquerda, que se opões a comemorar o golpe, destacando o Partido da Causa Operária (PCO) que foi “às ruas contra a celebração do golpe e contra Bolsonaro”, como destaca a Revista ao citar Antonio Carlos Silva, dirigente do PCO. Daí em diante a matéria se dedica a embelezar a ação da direita e apontar sem qualquer fundamento uma igualdade entre a ação dos defensores do golpe de Estado, de ontem e de hoje, com os seus opositores. Usa por exemplo, uma declaração do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, de que “há milícias organizadas nas redes”, que usam robôs e perseguem opiniões e pessoas que pensam de forma diferente”, para apresentar isso como uma prática comum da esquerda e da direita, sem explicitar o que é de conhecimento público: que é a direita que dispõe de recursos – inclusive do exterior – para patrocinar este esquema de divulgação de suas ideias, uma vez que não te apoio real entre ativistas com capacidade e quantidade suficiente para promover uma divulgação de suas ideias reacionárias. O caráter reacionário da Revista fica evidente no ataque amplo, geral, e irrestrito à esquerda em todo o mundo. IstoÉ chama de radicais, entre outros, “os coletes amarelos fustigam semanalmente nas ruas o governo de Emmanuel Macron”, sem sequer considerar que o movimento que levou milhões de pessoas às ruas da França – com amplo apoio da maioria do povo – se levantou contra a política neoliberal do governo de ataques e retrocesso às condições de vida dos franceses. Para eles os “venezuelanos [são] tiranizados por Nicolás Maduro” eleito pelo povo venezuelano e, por certo, democrata seria Juan Guaidó que se auto proclamou presidente, com o “voto” apenas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e apoio de seu capacho tupiniquim, Bolsonaro, e de toda a imprensa capitalista submissa. Em favor de sua política – a mesma de setores que apoiam o golpe e o ataque do regime golpista contra os trabalhadores – a matéria apresenta

frases de políticos velhacos da direita e extrema direita que como Isto É, neste momento, seriam contrários à “radicalização”, uma vez que essa ameaça a estabilidade do governo e do regime político que- de fato – eles apóiam. A revista cita, por exemplo o ex-presidente FHC, que ataca o “presidente da República [que] confunde os autoritarismos: chama nazis de comunistas” bem como “o PT [que] confunde Justiça com arbítrio”. E também a advogada dos tucanos, Janaína Paschoal, no processo do impeachment, eleita deputada no processo mais fraudulenta da recente história do País, obtendo mais de 2 milhões de votos para deputada, com gastos declarados de R$ 40 mil, que assinala que é “hora de virar a página. Deixem 64 em 64! Temos 2019 em diante para cuidar. Bolsonaro também não consegue sair de 64” Em linguagem rebuscada, como quem dá voltas por que não pode apresentar diretamente seu objetivo de criticar a polarização provocada pela mobilização da esquerda, das organizações ligadas aos trabalhadores porque ela enfraquece a direita e seus ataques contra os trabalhadores; a Revista lamenta que que ela não se atenha a um “aprimoramento constante das ideias” como se “fossem conceitos ideológicos no campo filosófico hegeliano”. E parte para uma propaganda direitista contra o que chama de “pregações totalitárias” forçando a barra para comparar o governo de Jair Bolsonaro,a os governos que classifica de “populistas” de Getulio Vargas, João Goulart, Lula e Dilma Rousseff, colocando no mesmo “balaio”, os governos de características limitadamente nacionais, pelas quais se enfrentaram em diferentes momentos e níveis com o imperialismo e foram por ele duramente atacados, com a deposição, prisão e até morte com o presidente que bate continência para a bandeira norte-americana, aponta Trump como o maior líder da humanidade e adota uma uma política de total subserviência, seja nas questões de diplomacia internacional (com ao conceder liberação do visto de entrada de norte-americanos e poucos outros, no Brasil, sem qualquer contrapartida; ataque aos países árabes etc.) seja na entrega de setores chaves da nossa segurança (base de Alcântara) e economia nacional (petróleo, abertura de 100% do capital das companhias áreas para as multinacionais, privatizações etc.) A Revista, que é um dos órgão burguês, parte do monopólio da imprensa imposto ao País, busca deformar a realidade apresentando o problema como se não existisse luta de classes, coisa inventada pelo Lula, “o criador e disseminador do ‘nós contra eles'”, segundo a matéria. Situação que estaria sendo agravada por “Bolsonaro e alguns ministros [que} elevam a deturpação ao estado da arte”, afirmando que “a gestão do capitão reformado, em sua primeira centena de dias que foram tão ruins que parecem mil, promove de dentro do próprio Palácio do Planalto essas distorções”. Toda a matéria está marcada pela tentativa de confundir os tradicionais e

costumeiros métodos da direita, como sendo hábitos comuns à esquerda, em claro favor dos primeiros. IstoÉ afirma, por exemplo, que “os provocadores são infiltrados em manifestações, pacíficas ou não, que envolvam apoiadores da tese adversária”, para “causar”, quando até um estudante com conhecimento da leitura e de um pouco da realidade, dos anos iniciais do ensino médio, sabe que é a direita e, notadamente, seus órgãos de repressão, como se cotidianamente, até mesmo (raramente) na imprensa burguesa que filtra as informações que sejam nocivas aos seus interesses de classe. A mesma direita que torturou, matou e desapareceu com milhares de pessoas que se opunham ao regime militar durante a ditadura e que segue executando, por meio das milícias (com quem tem laços que nada tem a ver com “coincidências”) ou pelas mãos dos órgãos de repressão do Estado milhares de pessoas (como os 5.144 mortos pela PM, apenas em 2018), que fuzila mulheres, índios e sem terras indefesos seria pacífica, pois como afirma o cientista político Eduardo Grin, citado em apoio à tese da Revista, “toda a cultura e a prática do confronto começou em 2013 com Lula. O ex-presidente transformou a coisa numa guerra santa”. O destaque dado ao Partido da Causa Operária (PCO), pela Revista, como suposto “representante”, junto com Lula, da suposta “cegueira” da esquerda, não é causal, como procura fazer IstoÉ, que cita curtíssimas e deturpadas afirmações de um dos seus dirigentes, supostamente, porque ele “esteve na Avenida Paulista no domingo 31”. Como já vem fazendo outros órgãos da imprensa golpista, IstoÉ busca mirar no PCO, diante do notório crescimento da influência politico do partido entre as camadas do ativismo que expressam um compreensão cada vez maior da necessidade de levar adiante um amplo processo de mobilização dos trabalhadores e da juventude e de suas organizações de luta, contra o golpe de Estado, pela liberdade de Lula e de todos os presos políticos e pela fora Bolsonaro e todos os golpistas. Tudo isso para terminar defendendo o parasitismo do grande capital, como é o caso público e notório da própria imprensa capitalista, cada vez mais dependente dos recursos do Estado ou dos outros parasitas que se sustentam dos recursos públicos e investem em publicidade (direta ou indireta) para que estes “órgãos da “imprensa livre” apoiem suas propostas concretas, sob o disfarce da defesa da tese mais que centenária do Barão de Mauá de que o caminho para pacificar o País seria adotar “o melhor programa de governo é não atrapalhar aqueles que produzem, investem, poupam, empregam, trabalham e consomem”. isto quando eles defendem publicamente o golpe de Estado, o governo ilegítimo de Bolsonaro (resultado da fraude eleitoral que afastou Lula, arbitraria e ilegalmente das eleições), e seus ataques contra os trabalhadores, como a reforma da Previdência que quer roubar mais de R$ 1 trilhão de dezenas de milhões de trabalhadores, para distribuir aos banqueiros e outros parasitas que nada produzem, não investem, demitem e não trabalham, e não se opõem à destruição da economia nacional em favor dos tubarões capitalistas internacionais.


POLÍTICA | 5

PESQUISA

Bolsonaro é o presidente mais impopular no início de mandato: o povo quer Fora Bolsonaro! P esquisa do Instituto Datafolha, divulgada no último domingo, 07/04, não é nada animadora para o presidente ilegítimo Bolsonaro. O levantamento aponta que o capitão presidente é o que tem pior avaliação depois de três meses de governo, se comparado a todos os presidentes eleitos em primeiro mandato a partir de 1989, pela ordem, Collor de Mello, Fernando Henrique, Lula e Dilma. Não há nada de extraordinário do ponto de vista da pesquisa, alias, o resultado está está muito abaixo da realidade do que está acontecendo no país. Bolsonaro foi produto de uma fraude gigantesca imposta pelo regime golpista. O que ocorreu nesses três meses é que uma parcela considerável da população compreendeu que o seu governo e nada mais nada menos do que a continuidade do governo Temer e portanto do golpe. Mesmo tendo sempre presente a enorme manipulação produzida pela meios de comunicação, todos apoiadores do golpe de Estado e, obviamente, dos seus institutos e pesquisa, os números apresentados representam uma verdadeira catástrofe para Bolsonaro e seu governo. Em iguais períodos de mandato, o percentual da população que conside-

rava o governo Collor como ruim ou péssimo era da ordem de 19%, FHC, por sua vez, era reprovado por 16% e Lula e Dilma registravam, percentuais negativos de 10% e 7%, respectivamente, contra os 30% de brasileiros que rejeitam Bolsonaro. Esmiuçando um pouco mais esses números, a rejeição a Bolsonaro é superior em mais de 57% à rejeição ao ex-presidente Collor. Collor, assim como Bolsonaro, foi um candidato improvisado da burguesia, diante do absoluto fracasso do regime da Nova República e aos seus representantes políticos. Uma outra semelhança está no adversário do chamado “caçador de marajás”, que era Lula. Afim de impedir a vitória do candidato do povo, a burguesia operou uma gigantesca campanha de manipulação e fraude, superada apenas pela campanha atual, que levou a prisão de Lula e o impedimento da sua candidatura. O fim do governo Collor, todos sabem. Diante da crescente revolta popular que levaria fatalmente a sua deposição, a mesma burguesia que alçou Collor a presidência, não teve pejo em depô-lo com o seu impeachment. Também é interessante comparar os números com o próprio Lula. A re-

jeição a Bolsonaro é superior em estratosféricos 300%! Essa é a demonstração cabal de como é uma farsa o apoio popular ao político fascista, tanto antes como depois das eleições. Caso Bolsonaro tivesse algum apoio popular, seria impossível um desgaste tão meteórico. O buraco para Bolsonaro é muito mais embaixo. Os institutos de pesquisa da burguesia não podem esconder a sua impopularidade, porque ela é muito maior do que apontam os números. Isso apenas complementa o que

vem sendo visto nas ruas: os atos populares contra a reforma da Previdência, o dia de luta das mulheres, as manifestações contra o golpe de 64, os atos pela liberdade de Lula e o Carnaval, a maior festa popular do Brasil, são provas concretas de que o sentimento popular pelo Fora Bolsonaro é uma realidade no país. Finalmente, não se poderia deixar de fazer menção aos patéticos twitters do presidente sitiado rebatendo o resultado da pesquisa. Derrubar Bolsonaro está na ordem do dia.

CRISE DA DIREITA GOLPISTA

Aprovação de Bolsonaro entre agentes do mercado despencou U

ma pesquisa da XP Investimentos feita entre os dias 3 e 5 de abril mostra que a aprovação de Bolsonaro entre agentes do sistema financeiro despencou nesses primeiros meses de governo. Confirmando tendência de queda das pesquisas anteriores, a aprovação de bolsonaro caiu para apenas para 28% (que consideram o governo “ótimo” ou “bom”) em abril. Foram ouvidos 104 agentes do sistema financeiro, entre eles 24% consideram o governo “ruim” ou “pés-

simo”, enquanto 48% consideram “regular”. A avaliação negativa aparece apesar da expectativa de aprovação da reforma da Previdência, mantida por 80% dos entrevistados. A reforma, que rouba o dinheiro dos trabalhadores, destinado a suas aposentadorias, e o repassa para banqueiros e especuladores, é uma pauta do chamado “mercado” que condiciona o apoio do imperialismo e da burguesia ao governo de Bolsonaro.

A baixa aprovação reflete a crise do governo, assolado por divisões internas e por ter sua legitimidade cada vez mais questionada por todo o país. Esse momento de fragilidade do governo deve ser aproveitado pelos trabalhadores para a mobilização contra o a direita golpista. Caso o governo consiga se estabilizar, a tendência é de um fechamento do regime e do estabelecimento de uma política extremamente repressiva e autoritária, para esmagar a classe trabalhadora e impor uma política neoliberal.

DE SEGUNDA A SEXTA ÀS 10H. POR UMA TV REVOLUCIONÁRIA


6 | POLÍTICA

CONTRA O GOLPE

30 atos pela liberdade de Lula no Brasil e no mundo N

o último final de semana, foram realizados atos nas ruas de dezenas de cidades ao redor do mundo pedindo a liberdade para Lula. No domingo (7) completou-se um ano desde que o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva foi encarcerado ilegalmente a mando do golpista Sérgio Moro. Lula, o primeiro trabalhador a chegar à presidência do Brasil, está confinado numa masmorra em Curitiba, aonde acorreram milhares de manifestantes de todo o país. O Imperialismo vem atacando a classe trabalhadora em todo o mundo, à medida em que a crise do Capital se agrava, e por isso a luta pela liberdade de Lula vem sendo travada não apenas por brasileiros residentes no exterior mas também por organizações nativas de diversos países, como em Joanesburgo, na África do Sul. O Diário Causa Operária Online selecionou fotos dos atos em cidades do mundo, que dão uma amostra da extensão dessa mobilização.

AMSTERDÃ, HOLANDA

BARCELONA,ESPANHA

BELÉM, PARÁ

BERLIM, ALEMANHA

MISÉRIA

Aumento da pobreza no Brasil é resultado do golpe de Estado e pode levar à revolta popular C

onforme dados do Banco Mundial, divulgados na última quinta-feira (04), 2015 encerrou um ciclo longo de queda da pobreza, que foi de 2003, um ano após a posse de Lula, até 2014, fim do primeiro mandato de Dilma. Em apenas dois anos, de 2015 a 2017, quase sete milhões e meio de brasileiros passaram a encarar a realidade de viverem com menos de 5,50 dólares por dia. Hoje passamos de 43 milhões de pessoas nesta situação em nosso país. O IBGE já revelava em final de 2016, que a extrema-pobreza – situação de quem não tem mais de 1,25 dólares por dia para viver – havia voltado aos patamares de 10 anos antes, com um crescimento de mais de 200% na região Centro-Oeste, 140% no Sudeste, e 189% na região Sul. Uma verdadeira explosão da pobreza, evidente em qualquer grande centro do país, tanto pelo volume de pessoas que vemos vivendo nas ruas ou das que hoje tentam a vida no comércio ambulante, fugindo da polícia nos trens, praças, ruas e sinais. Não tem como não ver tudo isto como um resultado óbvio do golpe de Estado, que já estava sendo preparado através da paralisia política e econômica imposta ao país pelo imperialismo, desde o final de 2014, e que simplesmente não permitiu que Dilma governasse no seu segundo mandato. Os golpistas pararam nossa economia por meio do congelamento da Petrobras e da construção civil nacional, imposto pela Lava-Jato; dos impasses

e insegurança generalizada, construída à base de todo tipo de boicote de grandes empresas, do legislativo e do judiciário, de janeiro de 2015 até o , onde não faltaram notícias falsas da imprensa burguesa, abusos de poder do Judiciário e pautas-bomba do Congresso; e depois da queda de Dilma Rousseff, derrubando o projeto eleito pelo povo nas urnas para colocar em seu lugar o projeto ultra-liberal e destruidor do imperialismo, que havia perdido no pleito popular. Passamos a ver então as consequências econômicas e sociais óbvias dos cortes dos programas sociais, devastação dos serviços públicos, privatizações, queda do aumento do salário-mínimo e destruição de direitos trabalhistas. Todas medidas que diminuem o volume de dinheiro circulando na economia interna, derrubando a massa salarial total dos trabalhadores, destruindo o mercado interno, que então entra em recessão. A recessão gera aumento no desemprego, retrai o consumo também dos que estão empregados, agravando a retração geral da economia, causando uma quebradeira geral principalmente entre as pequenas e médias empresas, que são as que mais empregam e as mais dependentes dos salários pagos aos trabalhadores. O resultado, estamos vendo aí, mais e mais pobreza. É um ciclo vicioso criminoso. Mas os golpistas não pensam assim. Para eles, o que importa é manter o tal equilíbrio fiscal. Ou seja, conseguir re-

servar o “dinheirinho” dos bancos. Dar garantias que União, Estados e Municípios poderão continuar a mandar quase metade do que arrecadam direto para os bolsos dos bancos, estas empresas extremamente poderosas sem precisarem produzir absolutamente nada, a não ser fome, miséria e pobreza. Na verdade, a fome e a miséria de toda uma enorme população são vistas como um simples “efeito colateral” dessas políticas impostas ao nosso povo pelo imperialismo, um “mal necessário” e que, afinal, não teria mesmo solução. Mas a realidade é que nosso povo está pagando as contas dos capitalistas decadentes do imperialismo norte-americano correndo atrás da sobrevivência dormindo debaixo de um papelão na rua, ou vendendo balas no trem, sem ter garantida nem a comida do dia, quanto mais poder ter alguma perspectiva de vida no futuro. É óbvio que esta é uma situação totalmente inaceitável. O povo não tem que aguentar isto. E de fato, não vai mesmo suportar por muito tempo mais ficar calado em uma vida de miséria e morte. Não tarda a hora em que a revolta vai explodir, como já se vê acontecer aqui e ali. Não há dúvidas de que o povo está cansado de ser governado por políticos criminosos e golpistas. Mas para que esta revolta tome o rumo da rebelião e da ação concreta, é necessário que as pessoas encontrem um meio de luta, estejam mobilizadas e organizadas em um plano concreto de ação. Para o povo, não é preciso nenhum

estudo do Banco Mundial ou do IBGE para demonstrar a diferença extrema da vida sob um regime golpista daquela que havia no Brasil na época dos governos de esquerda, dos ex-presidentes Lula e Dilma. E também não é necessário nenhum grande estudo político para os trabalhadores, que sabem muito bem que não foi por outro motivo, a não ser dar o golpe no país, que Lula foi preso, que a Lava-Jato destruiu nossa economia e que os golpistas nos tiraram o direito de escolher livremente o nosso presidente. Por isso, na rua todo mundo sabe que hoje precisamos urgentemente tirar o Bolsonaro do poder. E para isso, precisamos também com urgência de que Lula seja posto em liberdade, e imediatamente sejam chamadas novas eleições, para derrotar o golpe com a volta de Lula à Presidência da República. A esquerda em geral, partidos e movimentos populares, devem intensificar a luta para organizar o povo contra Bolsonaro, pela liberdade de Lula e por Lula presidente, porque a assim chamada “Justiça” só funciona quando sente o bafo quente do povo revoltado no cangote. Não tem como resolver o golpe à base de petições. Não vai acontecer. O único caminho para fazer cessar agora o ciclo criminoso de empobrecimento de nossa população, como disse Lula, é povo na rua. E o povo não tem condição nenhuma de esperar mais. Precisamos mostrar para os golpistas que quem manda no Brasil é o povo brasileiro.


POLÍTICA| 7

REGIME NAZISTA

O nazismo foi a ditadura dos bilionários europeus, revela estudo N

esta semana, mais um estudo foi publicado revelando as ligações dos capitalistas alemães com o regime Nazista. De fato, não se trata de nenhuma novidade devido a quantidade de estudos, fotografias e relatos sobre essa íntima relação. Entretanto, é mais uma boa oportunidade de desvelar as condições materiais e os grupos sociais que sustentavam o Nazismo e o Fascismo. Essas novas informações dão conta do envolvimento de mais uma dúzia de empresas, como a Bosch, a L`Oreal e a BMW. Esses e outros capitalistas eram beneficiados com o uso de mão-de-obra escrava, recrutada entre prisioneiros de guerra e civis dos territórios invadidos. Além disso, muitas empresas se beneficiaram com contratos, apropriação de bens roubados e outras coisas. “Essa descoberta não surpreende. Em 1944, um terço de toda a força de trabalho na Alemanha usava trabalho escravo. Isso significa que quase todas

as empresas que produziam na época estavam de alguma forma envolvidas com a economia de guerra”, diz Roman Köster, historiador alemão. Ademais, a família bilionária Reimann, dona de várias empresas como a JAB Holdings e muitas outras com negócios no mundo todo, teve a ligação dos seus donos com o Partido Nazista exposta na imprensa alemã. Sobre os Reimann, o estudo também fala do envolvimento de seus ancestrais com maus-tratos e abusos a esses trabalhadores. Outra empresa envolvida, a Bertelsmann se juntou a mais 6 mil empresas que concordaram em pagar US$ 4,5 bilhões a pessoas que foram vítimas de trabalho escravo. Vale a pena relembrar que o próprio Henry Ford teve negócios com Hitler, como também a família Porsche e um dos maiores industrias alemães da época, Fritz Thyssen. O número de empresas com negócios reconhecidos com os nazistas é tão grande que jamais caberia em um texto.

Porém, em momentos de tentativa dos golpistas e da extrema direita de mentir sobre a história é sempre bom expor essas informações. Isto é, o apoio das empresas e o benefício da mesmas das práticas do Nazismo demonstram que o regime de Hitler era de extrema-direita e com apoio total dos capitalistas. A direita e a imprensa golpista costuma se referir ao Nazismo como se

não fossem conhecidas as forças econômicas e sociais que apoiaram o regime. Alguns, mais malucos e mais mal-intencionados, chegam a afirmar que o Nazismo era de esquerda. Porém, de um ponto de vista material e concreto, o regime tinha todas as características de extrema-direita e também um apoio social condizente com a pequeno-burguesia e a elite capitalista.

ATIVIDADE ECONÔMICA

Sob ataques do imperialismo, fatia da indústria brasileira no PIB caiu para apenas 11,3% N

otícias dão conta que o a indústria brasileira tem sua pior performance desde 1947, atingindo em 2018 a menor fatia do PIB da história do país. Com isso, temos o pior resultado do setor nos últimos 70 anos, com 11,3% da atividade econômica em 2018. Obviamente, como sempre faz a imprensa e o mercado, tenta-se deslocar a avaliação das causas para uma ‘crise’ genérica ou aproveita-se a notícia ruim como suporte, como justificativa para as reformas pretendidas pelo governo fascista. A verdade, porém, é que essa retração no setor industrial se soma a outros índices ruins, como a projeção em baixa do crescimento econômico, aumento dos combustíveis (ou seja, da inflação), aumento do desemprego, que já bate a casa dos 13 milhões, tudo isso é resultado da falta de projetos e da total entrega do país. O país caminha para o abismo como fruto de um ataque sistemático, planejado, calculado, contra o governo do Partido dos Trabalhadores, com seu ponto alto com a Ação Penal 470, intitulada de “Mensalão”, quando objetivava-se atacar o PT e desmoralizar e desmobilizar a esquerda. Prenderam lideranças importantes, sem provas, com o Supremo Tribunal Federal e o Ministério Público tendo atuado em conjunto para inviabilizar a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Não deu certo, mas o processo de desgaste e os ataques sistemáticos pela imprensa e a indisposição do mercado permaneceram até o ponto de se tentar expulsar a

presidenta Dilma Rousseff por meio das eleições de 2014. Não deu certo de novo, mas os ‘movimentos’ financiados por empresários nacionais e pelo capital internacional, que fizeram seu debut em 2013, que atacaram a realização da Copa do Mundo (e depois das Olimpíadas), que transformaram Eduardo Cunha em herói, foram fortalecidos, com ampla cobertura da imprensa até para eventos minúsculos que os grupos de direita, como o MBL promoviam. Somado a isso, com a mão dos norte-americanos conduzindo todo o pro-

cesso, está a Lava Jato, operação que visou, desde o começo, impedir o crescimento da Petrobras, a exploração do Pré-Sal, e, em seguida, destruir toda a indústria nacional que nasceu ou se fortaleceu a partir da decisão de sua exploração. Em seguida, o sucateamento da própria Petrobras, que já tinha sido espionada e teve informações sensíveis e sigilosas roubadas, quando uma empresa norte-americana (Halliburton Company) era responsável por equipamento da estatal brasileira, e a criminalização em massa das grandes

empreiteiras brasileiras que sofreram enormes prejuízos, inclusive com contratos fora do país. Milhões de desempregados, fim da indústria naval. Na sequência, vemos a mão grande do império atacar o projeto brasileiro na área de energia nuclear, com impacto em projetos de segurança, como a do submarino nuclear brasileiro. Não deve ser acaso também que uma grande empresa da área de alimentos, a JBL, entrou na mira do Ministério Público. O Golpe de 2016 abriu as portas para a desestabilização geral do país, com uma política de choque neoliberal que tem como consequência, em todos os países pobres ou em desenvolvimento em que foi aplicada, a retirada de direitos, a destruição da indústria local, a transferência de riquezas para os países mais ricos, a venda de empresas, o desemprego. Não há novidade, portanto, quanto ao resultado. Os dados traduzem aquilo que temos visto desde que a Lava Jato chantageou as grandes empreiteiras e que, com o golpe de 2016, acelerou-se: há uma crescente desindustrialização do Brasil. A única coisa que não caiu foi a gula dos bancos. O governo Bolsonaro é, por sua vez, acima de tudo, um governo dos grandes bancos, do imperialismo, bem representado por Paulo Guedes, que já sinalizou inúmeras vezes sua preferência pelos bancos (seus patrões), em detrimento da indústria. É preciso se organizar e lutar contra os golpistas e seus ataques, pelo Fora Bolsonaro e em defesa da liberdade do ex-presidente Lula.


8 | POLÍTICA

POLÍTICA DE PRIVATIZAÇÕES

Para favorecer empresas do petróleo, presidente do Ibama ignora laudo técnico para privatização do Pré-Sal O presidente do IBAMA, Eduardo Fortunato Bim, indicado pelo golpista Bolsonaro para o cargo, decidiu ignorar as recomendações técnicas feitas pelo próprios órgãos de pesquisa da entidade, as quais apontam os elevados riscos para a biodiversidade que pode representar a entrega de sete blocos de petróleo localizados no em torno do arquipélago de Abrolhos, localizado no sul do estado da Bahia. Os blocos serão vendidos para a iniciativa privada em outubro, quando será feita a 16ª Rodada de Licitações do Pré-Sal. A região compreende uma área de 32 mil quilômetros quadrados de água rasa, com recifes e manguezais, entre a Bahia e o Espírito Santo. Um vazamento de óleo na região afetaria, de acordo com o relatório, toda a biodiversidade do arquipélago de Abrolhos, se estendendo para o litoral do Espírito Santo. Além da fauna e da flora, a região possui uma atividade pesqueira, a pesca artesanal é uma importante fonte econômica na região. Vale ressaltar que a área é considerada uma das regiões de maior biodiversidade do Oceano Atlântico. Mesmo com as recomendações sobre os ricos da entrega para a iniciativa privada da exploração do petróleo na área, o presidente do IBAMA autorizou

a venda atendendo aos interesses dos grandes monopólios. A política de privatizações e de entrega total para o controle dos grandes capitalistas da exploração das áreas naturais são as principais responsáveis pelos chamados “desastres” ambientais ocorridos no mundo. Um exemplo deste fato foi o que aconteceu no Brasil, em Brumadinho, Minas Gerais. A política de privatização da mineradora Vale no final dos anos de 1990, levou a deterioração da empresa, o que resultou em verdadeiros massacres como o de Mariana em 2015 e o de Brumadinho neste ano, juntos levaram a morte de mais de 300 pessoas. No mundo, estes “desastres” se repetem. Outros exemplos foram os aviões da Boeing que caíram no último ano e neste ano. Mesmo com os relatórios de segurança apontando falhas nos modelos produzidos pela empresa, a Boeing decidiu mantê-los em funcionamento, o que levou também a morte de mais de 300 pessoas. No ramo do petróleo, um vazamento de proporções gigantescas destruiu toda a biodiversidade do Golfo do México em 2010. A explosão da plataforma Deepwater Horizon, controlada pelo monopólio britânico British Petroleum, levou a morte de 11 trabalha-

PREMIAÇÃO

Ricardo Salles “pune” mineradora Vale após catástrofe com a doação de sete parques nacionais

O

ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (Partido Novo), do governo ilegítimo de Messias Bolsonaro (PSL), está negociando uma rigorosa “punição” contra a Vale. Salles, propôs uma “saída ecológica” para a catástrofe provocada pela Vale em Brumadinho: a absolvição de R$250 milhões da multa aplicada pelo Ibama em ações ambientais da mineradora. Se trata da “adoção” (premiação) pela Vale de sete parques nacionais localizados em Minas Gerais e administrados pelo ICMBio: Caparaó, Serra do Gandarela, Caverna do Peruaçu, Grande Sertão Veredas, Sempre-Vivas, Serra da Canastra e Serra do Cipó. Legalmente, pessoas jurídicas beneficiárias de concessões de parques nacionais só podem ser escolhidas por meio de licitação, para que não haja favorecimento de interessados. Os vencedores dessa licitação devem arcar com as despesas de manutenção das unidades concedidas. Além de generosamente dispensar a Vale de sete licitações para concessões de belíssimos e frondosos parques nacionais, a nobre proposta do pródigo ministro (fascista) prevê

também dar “de mão beijada” para a mineradora o dinheiro que ela, como concessionária, deveria investir nas unidades de conservação. Ou seja, os R$250 milhões que deixariam de ser pagos na forma de multa para custear ações de recuperação ambiental podem por puro milagre se transformar em investimento da empresa. O Partido Novo foi usado pelos políticos tradicionais pra enganar o povo com o discurso da “nova forma de política”, praticada por gestores não políticos, com idéias “novas” e projetos “novos” para atuar com austeridade, cortar gastos com os serviços públicos e “acabar” com a corrupção. Os tucanos tingidos de laranja trouxeram a mesma política falida dos tucanos tradicionais após eleger parasitas como Romeu Zema em Minas Gerais, com a mesma estratégia do tucano de bico mole, João Doria (PSDB). “A punição tem sido exemplar”, diz o golpista Ricardo Salles, sobre providência contra o maior desastre ambiental da história do Brasil, causado pela Vale, que por sua vez aceitou a “penalidade” (prêmio) prontamente.

dores e à destruição da vida e da fauna marinha na região. O controle privado das empresas, nas mãos dos capitalistas, está voltado única e exclusivamente para o aumento dos lucros e da especulação. A política de manutenção das empresas, do cuidado com o meio ambiente e com as condições de trabalho dos trabalhadores ficam em último plano, isso para não falar que não fazem parte de qualquer preocupação por parte dos capitalistas.

É preciso mobilizar a população e os trabalhadores contra a entrega do patrimônio nacional para os grandes empresários e banqueiros internacionais, como vem fazendo o governo golpista de Bolsonaro. É necessário colocar em marcha a luta pela derrubada de todo o regime golpista. Levantar as palavras de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas, colocar as empresas sob o controle dos próprios trabalhadores e de toda a população.


PCO | 9

NOTA OFICIAL DO PCO

Bolsonaro e militares ameaçam com golpe militar D

ias antes do 31 de março, data que marca oficialmente o golpe militar criminoso de 1964, Jair Bolsonaro propôs às Forças Armadas que houvesse a comemoração da data nos quartéis. Mas logo Bolsonaro foi obrigado a recuar, devido à grande oposição de diversos setores da população, e de uma pressão exercida inclusive por alguns setores da burguesia, como o Ministério Público, que se preocupam com a repercussão desse tipo de ação. O recuo consistiu em uma pequena comemoração antecipada, a qual ele inclusive chamou de “rememoração”. A comemoração foi bastante fraca e tímida. E mesmo os apoiadores de Bolsonaro que saíram às ruas com a intenção de atender ao chamado de Bolsonaro, não conseguiram reunir mais que meia dúzia de pessoas em algumas capitais. Esse fato confirmou que a base sobre a qual o governo se apóia está ficando reduzida a uma quantidade cada vez menor de pessoas. A extrema direita procura ocultar o verdadeiro caráter da ditadura militar que durou de 1964 a 1985. Dizem que o golpe militar não foi de fato um golpe, o que é absurdo, uma vez que derrubaram à força um governo que havia sido eleito, para substituir por um que não havia sido. Isso depois de várias tentativas por parte dos partidos mais conservadores de operar esse golpe por meios que tinham certa aparência de legalidade. A extrema-direita procura ainda dizer que o golpe foi quase benigno, que não haveria matado muitas pessoas, e que só torturou o necessário, em razão de uma suposta

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guerra que haveria no país. Tudo uma grande falsificação. A ditadura matou milhares de pessoas, fato que foi ocultado, mas que cada dia vem mais à tona. Torturou jovens, mulheres e inclusive crianças e esmagou o movimento operário e os diversos movimentos populares. Por duas décadas procuraram fazer do Brasil um verdadeiro cemitério, no qual ninguém podia contestar o regime e nem sequer pensar livremente. No qual a população via seus direitos serem arrancados sem poder fazer nada, sob o risco de ser torturada e assassinada nos porões da ditadura. No entanto, consideramos que não é função da esquerda impedir os militares e a extrema-direita de comemorar esse ato criminoso. Eles podem comemorar o que quiserem, inclusive para mostrar à população o que eles de fato defendem. Até porque a verdade é que a maioria dos militares e inclusive da própria burguesia são a favor do golpe e da ditadura em sua integridade.

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O Partido da Causa Operária acha sim que a esquerda e todos os setores democráticos e progressistas têm o dever de denunciar e de protestar contra tal comemoração. Denunciamos também que a atitude de Bolsonaro hoje é resultado da tão elogiada “transição pacífica” da ditadura para a novo regime. E, nesse caso, pacífico significa que todos os criminosos saíram impunes e a população foi impedida de reagir como gostaria. O resultado da “paz” é que querem repetir o feito. Ao incentivar as comemorações, estão dizendo que o que foi feito estava correto e que pode e deve ser repetido. Justamente porque ninguém foi punido é que hoje temos um Bolsonaro defendendo a ditadura e querendo trazê-la de volta. Por isso, reafirmamos o que já dizíamos na época: um dos objetivos da luta popular contra a ditadura teria sido desmantelar esse aparato criminoso que é a burocracia das forças armadas brasileiras, essa verdadeira máquina de guerra contra o povo brasileiro. En-

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quanto ela não for desmantelada, ninguém estará em paz. Achamos importante destacar que o que está em jogo com a declaração do Bolsonaro não é o passado, mas o presente. Quando um presidente da República, por mais ilegítimo que seja, manda as forças armadas, particularmente, comemorarem o golpe, está ameaçando todo o País. Pois se isso é algo que pode ser comemorado institucionalmente, significa que essas instituições estão tornando absolutamente legítimo aquilo que foi feito. Trata-se de um aviso para a população: tomem cuidado, fiquem mansos ou colocamos os tanques nas ruas, reabrimos os porões, trazemos novos torturadores, matamos, mandamos para o exílio etc. É uma ameaça direta aos trabalhadores, aos movimentos democráticos e a toda a população. Também enfatizamos que a derrubada de Dilma Rousseff em 2016 é parte de um processo que levou ao governo Bolsonaro, que levou à comemoração do golpe de 1964 e que caminha, se a população permitir, para o estabelecimento de um novo regime fascista no Brasil. Por isso tudo é preciso reagir e os atos realizados por todo o País no dia 31 de março, contra a celebração do golpe de 1964, foram um importante passo nesse sentido. O PCO chama a todos os setores a se engajarem na luta pelo “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”, que é a maneira de derrotar o golpe e impedir o avanço da extrema-direita defensora da ditadura militar.

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10 | INTERNACIONAL

ELEIÇÕES

Israelenses vão às urnas hoje, tema da paz com os palestinos desapareceu das campanhas eleitorais E

m decorrência das crises do regime israelita, novas eleições parlamentares foram convocadas. O atual primeiro ministro, Benjamin Netanyahu, esteve envolvido em um escândalo de corrupção no ano passado, no qual teria trocado favores políticos com uma empresa aérea de comunicações, a crise levou a dissolução do parlamento e a convocação de novas eleições parlamentares. Israel é dirigida por um regime parlamentar, isso significa que a população elege os membros do parlamento, que por sua vez escolhem o primeiro ministro. A disputa está acirrada entre Netanyahu, que se vencer irá para o seu quinto mandato consecutivo e se tornará a pessoa que permaneceu mais tempo no cargo, ultrapassando um dos fundadores de Israel, David Ben-Gurion, e Benny Gantz, um chefe das forças armadas israelitas. O objetivo dos dois é fechar a maior aliança dentro do parlamento, é muito difícil que seus respectivos partidos adquiram maioria nos assentos. Israel é vendida como uma grande democracia pela imprensa imperialista, mas não se trate de mais uma nação apodrecida por um regime político decadente. A direita escatológica que governa o país, encabeçada por

Netanyahu, é a sucursal americana no oriente médio, e promove uma campanha de genocídio com o povo palestino. As forças armadas israelitas são uma das mais bem armadas no mundo, apesar do tamanho microscópio do país. Essa suposta democracia parlamentarista dispõe somente 120 assentos para a população “escolher” através do voto quem sentará em cada um, um número ridículo de representantes para uma nação inteira. Se olharmos para Cuba, uma pequena ilha no Caribe cujo regime é constantemente taxado de ditatorial pela imprensa internacional, o número de representantes do qual dispõe o povo Cubano é 6 vezes maior, o povo Cubano tem 600 assentos no parlamento. Essa disparidade é uma evidência de que o regime de Israel é controlado por uma pequena elite ligada aos interesses imperialistas. A eleições ocorrerão hoje, em plena terça-feira (9), durante o expediente normal, dificultando para aqueles que trabalham, mais um traço das farsa que estão chamando de eleição, e não resume apenas a isto: os habitantes de áreas ocupadas, não tem direito ao voto já que não são considerados cidadãos israelenses. O candidato da esquerda e que

IMPERIALISMO

tem apoio dos árabes, Ofer Kassif, da Assembléia Nacional Democrática (Balad), teve sua candidatura cassada e não participará das eleições pois não reconhece o Estado de Israel como Estado judeu. As principais políticas que Netanyahu e Gantz estão levantando são as da segurança e a anticorrupção, políticas tradicionais com a qual a direita faz demagogia, e embora muito se falasse sobre uma possível paz com os palesti-

nos no início do processo eleitoral, hoje não se ouve mais falar no assunto, pelo contrário, os dois candidatos são representantes da burguesia israelita e internacional que almejam aniquilar de vez a população palestina. Conforme a eleição foi avançando os líderes assumiram suas verdadeira posições direitistas para poder convencer os membros do parlamento de que levarão às últimas consequências a política imperialista.

VENEZUELA

Irã rebate EUA e os denunciam Milhares de venezuelanos por “patrocinar o terrorismo” demonstram novamente apoio a Maduro e repúdio à direita golpista e ao imperialismo O

A

pós o governo Trump classificar a Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC) como grupo terrorista, nesta segunda-feira (8), o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã declarou que os EUA são “um país que patrocina o terrorismo”. A ação de incluir o corpo militar de elite do Irã na lista de organizações terroristas estrangeiras faz parte do longo histórico de pressão do imperialismo norte-americano contra o país, quase um ano após o anúncio da saída dos EUA do acordo nuclear firmado durante o governo de Barack Obama. Após impor sanções para prejudicar a economia iraniana, o governo americano agora tenta impedir que empresas e bancos realizem transações financeiras relevantes com a IRGC.

Washington acusa as empresas que fazem acordos com Irã de financiarem o terrorismo, quando os próprios são os maiores financiadores de grupos que eles mesmos consideram como “terroristas” no Oriente Médio. Treinaram e forneceram armas a grupos como Al-Qaeda e Estado Islâmico quando era de interesse desestabilizar governos na região, como o governo sírio de Bashar al-Assad. É a primeira vez que os norte-americanos consideram militares de uma nação estrangeira formalmente como grupo terrorista, o que demonstra a escalada das ações imperialistas contra os países com governos nacionalistas que se opõem ao imperialismo, ações que não diminuíram após o fracasso imperialista na Síria.

povo venezuelano se mobilizou na “Marcha em Defesa da Paz”, neste último sábado (06), nas ruas da capital Caracas, em apoio ao presidente Nicolás Maduro. Massivas passeatas anti-imperialistas ocorreram, convocadas pelo Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV). No decorrer da marcha, o presidente Nicolás Maduro ressaltou que as agressões do imperialismo americano, que se materializam nas medidas de bloqueio econômico e comercial e no isolamento diplomático impostos ao país, nos ataques cibernéticos contra a infraestrutura elétrica do país, no bloqueio dos ativos da empresa petroleira estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) pelos bancos estrangeiros e nas ameaças de invasão militar, afetam a qualidade de vida do povo venezuelano e ferem o direito ao desenvolvimento econômico soberano do país. Maduro também afirmou que a Venezuela vai permanecer de pé e desenvolver sua economia, com ou

sem sanções comerciais. A imprensa golpista internacional e suas sucursais no Brasil, caso dos jornais Folha de São Paulo, Estadão, O Globo e a tradicionalmente golpista TV Globo, afirmam que o governo Maduro se apoia exclusivamente nas Forças Armadas e impõe uma ditadura sobre o povo. Nada mais falso. A base social do governo é justamente as massas mobilizadas contra o imperialismo americano e sua legitimidade política foi conquistada em virtude da defesa intransigente da independência nacional do país frente às agressões externas. O governo sustenta-se no apoio popular e na mobilização das massas, que igualmente querem um país verdadeiramente soberano e independente. Todas as convocações do governo bolivariano e do PSUV lotam as ruas. Isto é a prova incontestável do apoio popular das conquistas da Revolução Bolivariana e do governo Maduro. Abaixo a intervenção imperialista na Venezuela!


JUVENTUDE| 3

NOVO MINISTRO

Quem é Abraham Weintraub? Novo ministro da educação de Bolsonaro

N

esta segunda-feira (8), o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro exonerou o colombiano Vélez Rodríguez do Ministério da Educação. Em seu lugar, foi colocado para assumir a pasta da educação Abraham Weintraub, outro olavista. A expulsão de Vélez Rodríguez denota a crise política ao qual o governo de Jair Bolsonaro está enfrentando. Com a forte indisposição popular nas ruas contra o governo de Jair Bolsonaro, manifestado nos atos ocorridos na maioria das capitais contra a ditadura de 1964 no último domingo de março (31), a sinalização de Vélez Rodríguez em entrevista ao Valor Econômico de modificar os livros didáticos de história no sentido de negar o golpe militar de 1964 levou as forças militares apoiadoras do Bolsonaro a criticarem o ex-ministro. Essas forças militares, que são golpistas e são favoráveis à ditadura militar, vendo a disposição popular nas ruas contra o golpe de 1964, pressionou o Presidente para retirar Vélez, já que ainda não seria o momento mais adequado de tratar esse tema na educação. Nesse sentido, a troca no Ministério serviu para colocar panos quentes na situação e dar continuidade com a política fascista de ataque à educação, porém de um modo menos polêmico e mais eficaz. O nome Abraham Wein-

traub já é bem conhecido pelos estudantes da UNIFESP (Osasco). No final de 2017, os irmãos Abraham Weintraub e Arthur Weintraub, professores da instituição, já faziam parte do time de economistas neoliberais de Bolsonaro e auxiliaram-no na publicação de uma nota econômica. Essa nota foi rechaçada pelo diretórios estudantis da Economia e Relações Internacionais da Unifesp, que condenaram o apoio ao pré-candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro. Em resposta, os irmãos de extrema-direita zombaram os estudantes, dizendo

que eles “abaixam a média” da universidade e disseram em tom jocoso que estavam “ansiosos pela ditadura do proletariado”. Logo em seguida, os estudantes de esquerda e os ligados aos diretórios acadêmicos começaram a ser ameaçados e perseguidos por outros de extrema-direita. Esse nome surgiu por conta do Ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que, em 2017 enquanto Deputado Federal, conheceu-o por ocasião de um seminário sobre previdência social ocorrido no Congresso Nacional e, depois, apresentou-o a Jair Bolso-

naro. Desde então, Abraham Weintraub pertenceu à equipe econômica de Bolsonaro e auxiliou-o no final do ano passado no projeto da Reforma da Previdência, que irá assaltar os trabalhadores em favor dos bancos. Como foi dito, o novo Ministro da Educação adota as premissas fascistas de Olavo de Carvalho. Em um evento da direita e da extrema-direita, a Cúpula Conservadora, que ocorreu no fim do ano passado em Foz de Iguaçu, Abraham Weintraub declarou que “um pouco da contribuição que podemos dar é como vencer marxismo cultural nas universidades” e que “quando ele (a esquerda) chegar pra você com papo de ‘nhoin nhoin nhoin’, xinga. Faz como o Olavo diz pra fazer. E quando você for dialogar, não pode ter premissas racionais”. São declarações de alguém que quer levar adiante a política de guerra institucional contra a oposição e de incentivo aos grupos histéricos da extrema-direita nas escolas e universidades. Resolvida toda a polêmica com os militares com a exoneração de Vélez Rodríguez, seu sucessor, Abraham Weintraub está cotado como aquele que poderá levar adiante as ações fascistas de guerra aos opositores no campo educacional sem que se indisponha com a ala golpista militar que apoia o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro.

MEC

Weintraub é um Vélez piorado, é preciso combater a ofensiva olavete na educação

O

governo do fascista Jair Bolsonaro atravessa uma gigantesca crise, isso pela sua incapacidade, até o presente momento, de conciliar os interesses dos diversos setores da burguesia nacional e internacional no país, bem como pela falta absoluta de autoridade política diante da população. Disso já resultou a queda de dois ministros de Estado em cerca de três meses de governo. O mais recente ministro deposto, de uma das mais importantes pastas do governo, o Ministério da Educação, agudiza a crise do governo, que

se expressa no embate entre a ala bolsonarista propriamente dita (ideológica) e os militares que compõem o governo. O colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, um desclassificado que ofendeu todo o povo brasileiro, foi colocado como Ministro da Educação por indicação do mentor “intelectual” e ideólogo do bolsonarismo, Olavo de Carvalho. Contudo a importância da pasta, criou uma disputa, que neste caso ficou muito nítida, entre os militares e o bolsonarismo ideológico, se assim podemos chamar.

A disputa entre as duas alas do governo levou Rodrigues a realizar uma depuração dos elementos olavista do MEC em favor dos militares, teve de conter loucuras que pretendia fazer na pasta em favor das loucuras que os militares pretendem, ou seja um recuo da ala olavista em relação ao militares. A substituição do ministro, anunciada pelo fascista Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (08), é uma resposta da ala bolsonarista/olavista aos militares que estão controlando em grande medida a pasta.

O novo ministro anunciado é Abraham Weintraub, um economista e professor universitário da extrema-direita fascista, ferrenho olavista e anticomunista, homem de confiança de Bolsonaro. Um lunático tanto quanto ou ainda mais do que o Vélez Rodríguez. Segundo a imprensa capitalista, o novo ministro prepara uma reorganização do ministério, um espirro dos militares da pasta, já que ocupam cargos importantes, é recontratar os “olavetes” que haviam saído no Ministério. O golpe como um todo, tanto militares quanto bolsonarista, realiza uma gigantesca investida contra a Educação pública, a subido do novo ministro é um esforço do governo neste sentido, de superar as contradições na pasta e passar a um ataque profundo contra o povo. É preciso reagir, mas não é trata, evidentemente, de escolher que melhor coveiro da Educação, se militares ou bolsonaristas/o lavistas, trata-se de valer-se da confusão e da divisão nas fileiras inimigas para impor uma derrota em defesa da Educação pública. Só a mobilização dos estudantes e das massas populares podem barrar a ofensiva da extrema-direita. É preciso organizar e exigir o derrubada deste governo. Fora Bolsonaro!


12 | MOVIMENTOS

"FRENTE DE TRABALHO"

Justiça golpista manda parar programa que atendia 684 desempregados em Santos N

esta semana, a justiça paulista deliberou o fim de um programa social de combate a miséria em Santos (SP). O “Frente de Trabalho”, é suspenso por ordem do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) a partir de ação feita pelo Ministério Publico Estadual (MPE). O corte atingirá cerca de 684 trabalhadores que buscam emprego. O Judiciário segue a política Bolsonarista de atacar os mais vulneráveis, o programa “Frente de Trabalho” colocado em vigor com a Lei Municipal 1.792, de 1999, atua como política de reinserção no mercado de trabalho priorizando jovens de 16 a 18 anos e adultos a partir dos 40, oferecendo uma bolsa mensal no valor do salário mínimo e um vale refeição de R$ 33,00 durante 12 meses (com a possibilidade de renovação pelo mesmo período). Para o Ministério Público a ausência de concursos justificaria o fim do programa. O mesmo órgão tradicio-

nalmente administrado por castas familiares que se perpetuam em altos cargos da burocracia, não considera as barreiras econômicas que estão colocadas na procura do emprego. Importante ressaltar que as principais parcelas afetadas pelo fim do programa também são as mais fragilizadas. Tanto os jovens que não possuem a experiência que o mercado de trabalho exige, e os adultos acima dos 40 anos que não possuem o vigor de outrora são as principais vitimas do desemprego. Com a reforma trabalhista de Temer e a ameaça da reforma da previdência de Bolsonaro está claro que a política dos governos golpistas é atacar os trabalhadores, e não vai abdicar de ofensivas covardes a setores em situações de vulnerabilidade. Para barrar o avanço da direita os trabalhadores devem se organizar como classe para defender seus direitos.

BANCÁRIOS

MULHERES

Bradesco, depois de um ano, reabre precariamente atendimento em Tapiraí (SP)

Como a direita fascista ataca as mulheres com apoio da PM nos atos

D

epois de sofrer uma explosão nos seus caixas eletrônicos no mês de março de 2018, por motivo de assalto, os banqueiros do Banco Bradesco, depois de um ano, voltaram a funcionar a agência na pequena cidade, de apenas 8 mil habitantes, Tapiraí, no interior do Estado de São Paulo. A cidade, que contava com apenas um banco, teve o seu atendimento bancário interrompido por conta do assalto, e, devido a política dos banqueiros, de aumentar os seus lucros a qualquer preço, deixaram os habitantes de Tapiraí sem atendimento por tanto tempo. Além disso, mesmo depois de tanto tempo nem todos os serviços estão funcionando plenamente

e somente agora os caixas eletrônicos foram repostos. Por todo esse tempo a população da cidade foi obrigada, para ter o atendimento bancário, a se deslocar para uma cidade vizinha, Piedade, a 35km de distância criando uma grande revolta dos clientes que eram obrigados a despender de recursos e tempo para poder fazer qualquer tipo de transação bancária. O caso de Tapiraí, que é mais um dentre tantos outros, revela a política dos banqueiros golpistas de total descaso com a população em geral que tem o objetivo de aumentar os seus lucros nem que para isso tenha que sacrificar toda a população de uma cidade.

N

este último dia domingo (7), um bando de covardes bolsonaristas agrediram uma mulher em plena Avenida Paulista. Fato que chamou atenção foi a passividade das policiais femininas que estavam presentes no mesmo local e momento das agressões. Ao final, a vítima ainda foi conduzida com as mãos algemadas. Uma mulher resolveu demonstrar sua indignação ao ato fascista prol lava jato, que acontecia simultaneamente à manifestação pela liberdade de Lula na Avenida Paulista, os fascistas ali presentes começaram a xingá-la, um dos covardes puxou a mesma pelas roupas e a atirou no meio de seu bando, na sequência um outro aplicou um mata leão nela e um terceiro pressionou a ponta de um cassetete retrátil contra seu abdômen.

Vários outros fascistas chegaram para agredi-la, mas as policiais femininas que viam tudo sem fazer absolutamente nada e pressionadas pela quantidade de fotógrafos presentes resolveram evitar o pior. No entanto, as policiais levaram a vítima algemada. Um homem ainda desferiu uma cusparada contra a mulher quando a mesma era conduzida pelas policiais para fora da aglomeração. Esse é o clima que se instaura nas ruas de todo o país. É preciso que a esquerda organize comitês de autodefesa e que responda os ataques fascistas a mesma altura. A esquerda não pode se esconder como fez em 2013. É preciso enfrentar os fascistas e colocá-los pra correr na porrada quando necessário. FORA BOLSONARO E TODOS FASCISTAS!



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