Edição Diário Causa Operária nº5609

Page 1

QUINTA-FEIRA, 11 DE ABRIL DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5609

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

WWW.PCO.ORG.BR

Inscreva-se já! No final de semana, PCO realizará primeira rodada de cursos contra o fascismo Neste final de semana, o Partido da Causa Operária realizará em algumas capitais brasileiras o curso “Fascismo: O Que é e Como Combatê-lo”. Esse curso será uma versão resumida do curso dado durante o 44° Acampamento de Férias da Aliança da Juventude Revolucionária, realizado em Ibiúna, São Paulo, no início do ano.

Ao lado dos golpistas: excandidata do PSTU quer Lula na cadeia e prisão de mais petistas A ex-candidata do PSTU à presidência da República, a cientista social Vera Lúcia, declarou em entrevista ao jornal Hora News que o PT não deveria defender a liberdade para Lula e ainda mais, que deveriam ser presos outros petistas acusados de corrupção.

ABRIL E MAIO DE 2019

Jacques Wagner quer INSCREVA-SE E PARTICIPE “modernizar” o PT e seguir o exemplo do Podemos Ato em Maceió demonstra: Ministério da educação: saiu Olavo, entrou Carvalho espanhol, um Economista, defensor do ensino pago e inimigo dos professores e da Educação, apenas a mobilização pode partido direitista barrar os ataques dos golpistas Abraham Weintraub foi empossado na última segunda-feira (dia 8) no cargo de ministro da Educação.

No último dia 08/04, o blog Conversa Afiada do jornalista Paulo Henrique Amorim, noticiou declarações do ex-governador da Bahia e senador pelo PT, Jaques Vagner, em defesa da “modernização” do PT. Vagner criticou os “métodos internos” do seu partido para escolha da sua direção e usou como contraposição os ‘métodos modernos’ do Podemos, partido espanhol que se reivindica de esquerda.

1964: a falsificação do filme dos olavetes A propaganda golpista ganha mais uma peça com o suposto filme “1964 – Entre armas e livros”, uma produção, supostamente independente, que trás uma versão completamente distorcida da ditadura militar brasileira.

Derrubada de Dilma, assassinato de Marielle, prisão política de Lula, reformas liberais e a violência estatal: partes do mesmo Golpe A ditadura militar reprimiu todo o povo, não apenas a esquerda

TODA SEGUNDA ÀS19H00

Sempre que algum direitista procura defender o regime militar brasileiro, ouvimos uma série de “argumentos” manjados e preguiçosos. Um dos mais utilizados dentro deste menu é o clássico “a ditadura perseguiu bandidos e comunistas. Se você fosse uma pessoa de bem, podia ficar tranquilo”. Nada poderia ser mais falso.

Conheça os benefícios e torne-se membro



OPINIÃO | 3 COLUNA

1964: a falsificação do filme dos olavetes

Por João Silva

A

propaganda golpista ganha mais uma peça com o suposto filme “1964 – Entre armas e livros”, uma produção, supostamente independente, que trás uma versão completamente distorcida da ditadura militar brasileira. A tal produção independente alugou salas da rede Cinemark para exibir o filme, mas a rede se arrependeu, ou foi uma jogada casada, o resultado é que a produtora do filme, um canal chamado Brasil Paralelo, se aproveitou da situação para se fazer de vítima e iniciar uma campanha de propaganda extremamente agresssiva para divulgar o filme. A propaganda do filme seguiu o exemplo da bem sucedida Betina e comprou espaço ostensivo nos vídeos que aparecem no youtube. O resultado foi mais de 4 milhões de visualizações no youtube o que está sendo usado para dizer que o filme é popular, mas caberia saber se algo parecido aconteceria nas bilheterias do cinema, pouco provável, não é possível colocar robôs em frente ao telão das salas.

Já em relação ao filme pró-golpe, ou o filme do Instituto Millenium ou ainda o filme dos Olavetes a situação é crítica. Do ponto de vista estético, cinematográfico, é um filme extremamente formal e pouco interessante de se assistir, quem tiver estômago, assiste, mas não cria interessante nenhum em uma revisão. Mas o que de fato vale não é a forma, mas o conteúdo. Ele foi apresentado como algo inovador sobre a ditadura brasileira, a verdade que nunca foi dita, nunca foi revelada, sempre escondida, uma nova versão dos fatos etc. Mas não passa de uma colcha de retalhos de tudo que a direita fascista, que defende a ditadura, já disse inúmeras vezes. Em pouco mais de duas horas de filme, aparecem todas as teses já bastante mastigadas da direita golpista: não houve golpe, os militares tomaram o poder respondendo a um movimento cívico, o Brasil sofria uma ameaça comunista, não houve tortura, as mortes não foram tantas quantas as apresentadas, havia uma guerra entre exército e guerrilheiros, o que houve foi uma revolução e por aí vai.

TODOS OS DIAS, A PARTIR DAS 3H NA CAUSA OPERÁRIA TV

Entre os “ilustres” entrevistados somente figuras da extrema-direita, como Olavo de Carvalho e os “intelectuais” do Instituto Millenium, Luiz Felipe Pondé, William Waack, Flavio Morgenstein entre outros. Muito achismo, muito diz que me diz e muita falsificação da história. Duas que merecem destaque é a afirmação categórica de Olavo de Carvalho de que o golpe de 1964 não teve nenhuma participação da CIA, a agência de golpes dos EUA. O problema do documentário é deixar essa teoria ser apresentada pelo Olavo de Carvalho, credibilidade zero. E pior! A falsificação aqui é gritante já que existem documentos oficiais da própria CIA assumindo a participação no golpe militar de 1964. A outra é apresentar os mortos e torturados pela ditadura como um número superestimado e inventar que os desaparecidos na verdade eram militantes que se auto-exilaram do Brasil ou que delataram companheiros e que mudaram de identidade para se proteger dos “terroristas”. Para livrar o regime militar de um governo de terror contra o povo o fil-

me apresenta a tese de que havia uma igualdade de condições entre militares e grupos armados. Em determinado trecho diz: “…foi nesse ambiente de guerra que psicopatas, torturadores e criminosos de ambos os lados se valiam para praticar suas perversidades em nome de uma causa ou de outra (…) A guerra travada por terroristas expandia justificativas para a repressão por parte do Exército. Do outro lado, permitia que o movimento estudantil usasse os mortos em combate para construir a ideia de que a tortura era uma política de estado, fazendo dessa bandeira seu instrumento político e sua publicidade.”. Ou seja, a tortura e o assassinato em massa eram praticados por todos. O mais cínico é que os produtores, o tal independente, Brasil Paralelo, que já recebeu apoio público de Bolsonaro, e que teve divulgação garantida em órgãos da imprensa golpistas como em programas da Jovem Pan e no programa de Danilo Gentili do SBT, se apresentam como imparciais e apenas interessados em mostrar a verdade, deles. No documentário um dos entrevistados chega a elogiar o ditador Médici como sendo sempre aclamado pelo povo por onde passava. Um detalhe importante é que o filme além justificar a ditadura brasileira, ou como eles apresentam, revolução de 1964, faz parte de um curso que o Brasil Paralelo está oferecendo a incautos. E que os palestrantes deste curso são os mesmos que aparecem no documentário, muito conveniente. O documentário é para consumo interno, é para os coxinhas terem algum argumento, mesmo que sem parâmetro na realidade, para usarem contra o povo, exaltando a ditadura sem dizer que é ditadura, pedindo a volta da tortura, das perseguições políticas, da pilhagem do país, sem dizer que é golpe, que é entrega do patrimônio nacional. É um movimento cívico. Mas a pergunta que não quer calar sobre “1964 – Entre armas e livros”, é qual o sentido deste título? Onde entra os livros no filme? Não vi!


4 | POLÊMICA

"JOGANDO NO TIME DO IMPERIALISMO"

Ex-candidata do PSTU quer Lula na cadeia e prisão de mais petistas A

ex-candidata do PSTU à presidência da República, a cientista social Vera Lúcia, declarou em entrevista ao jornal Hora News que o PT não deveria defender a liberdade para Lula e ainda mais, que deveriam ser presos outros petistas acusados de corrupção. Segundo a ex-candidata: “tanta coisa importante para se fazer nesse país e o PT se lança numa cruzada para soltar Lula, como se ele fosse uma vítima. A questão não é soltar Lula, é prender o resto. Esse bando de corrupto que se vende, ficam milionários enquanto os trabalhadores e os mais pobres padecem. O que falta é prender todos os corruptores que compram políticos e partidos para favorecer seus negócios à custa da exploração e da vida dos trabalhadores”. Tal declaração pode parecer, para algum desavisado, que se trata de alguma “estrela do MBL“ ou de algum empresário magnata fascista. Mas na verdade se trata da ex-candidata do PSTU, uma candidata de um partido que se apresenta como de extrema-esquerda. Para quem acompanha a trajetória desse partido, que rachou após o apoio explícito ao golpe de Estado de 2016, é na verdade a continuidade de um caminho sem volta

para um agrupamento que resolveu “jogar no time do imperialismo“. A afirmação de que Lula deveria estar preso, quando mesmo os juristas moderados ou de direita reconhecem que não há qualquer base para a prisão do ex-presidente, e mais, que não há qualquer elemento que indique um ato ilícito praticado, é absurda para uma pessoa comum, sem maiores informações. Em se tratando de um partido de esquerda, se torna uma declaração bizarra. A ex-candidata ignora completamente o golpe de Estado operado em 2016 pelo imperialismo juntamente com a burguesia brasileira para destruir completamente qualquer resquício de direitos da classe trabalhadora brasileira. O PT é o alvo do golpe e da operação Lava Jato, não porque exista qualquer interesse em combater a corrupção, mas porque o PT é o maior partido da esquerda brasileira e com maior potencial de impor uma resistência a esse plano de terra arrasada para o Brasil. Repetir a campanha caluniosa da direita golpista brasileira é fazer uma frente única com a política para implementar uma ditadura fascista no Brasil que pretende acabar com qualquer direi-

to que os trabalhadores já conquistaram um dia. O PSTU é um partido pequeno-burguês que nunca baseou sua política na luta de classes e na necessidade de organização da classe trabalhadora para tomar o poder. Esse partido é um dos principais defensores da ideologia “democrática” do imperialismo, disseminada em grande escala após o fim da União Soviética. Essa ideologia defende a existência de uma suposta democracia baseada em instituições sólidas e onde todos podem desfrutar os seus direitos. Nesse caso, caberia a um partido como o PSTU, aparecer ao máximo para conseguir eleger uma bancada de

deputados para participarem da “festa da democracia“ brasileira. É justamente essa compreensão equivocada, baseada numa ideologia imperialista que fez o partido mergulhar de cabeça em mais uma campanha golpista para manter o Brasil como uma colônia dos Estados Unidos e da Europa. Na tentativa desesperada de conquistar uma parte do eleitorado do PT, o PSTU mergulhou de cabeça numa das campanhas mais asquerosas da direita brasileira. Tal posicionamento bizarro não é uma novidade para um partido completamente perdido que apoiou o golpe militar no Egito, o golpe fascista na Ucrânia, apóia o golpe na Venezuela etc.

MODERNIZAÇÃO

Jacques Wagner quer “modernizar” o PT e seguir o exemplo do Podemos espanhol, um partido direitista N

o último dia 08/04, o blog Conversa Afiada do jornalista Paulo Henrique Amorim, noticiou declarações do ex-governador da Bahia e senador pelo PT, Jaques Vagner, em defesa da “modernização” do PT. Vagner criticou os “métodos internos” do seu partido para escolha da sua direção e usou como contraposição os ‘métodos modernos’ do Podemos, partido espanhol que se reivindica de esquerda. “Eu acho um absurdo um diretório nacional, uma executiva com 22, 23 membros. Não é uma executiva. É quase uma assembleia. Nós temos que modernizar o partido. (Tem) a experiência do Podemos da Espanha, que abre o partido via web para consultar pessoas. Não dá para ficar trancado em uma sala. O mundo mudou. O partido precisa se modernizar”, declarou. Quer dizer, o que Vagner chama de “modernização”, nada mais é do que extinguir qualquer tipo de participação direta da militância nos rumos do partido, por menor que possa ser essa participação, por “métodos” burgueses de privilegiar os indivíduos isoladamente. O que vale não é a ação coletiva, mas os indivíduos por traz de uma tela de computador, sujeito a toda pressão da “opinião pública”, ou seja, da burguesia. A política dos ‘métodos modernos’ tem, na verdade, um outro nome: virar a

página do golpe. Não se opor ao regime golpista, deixar Bolosonaro governar, transformar o ex-presidente Lula em uma figura a ser cultuada, um verdadeiro ícone, sem nenhuma serventia para o que realmente é o Lula, a expressão maior contra o golpe de Estado, portanto da luta de classes no Brasil. Sabedor da imensa resistência à sua política abertamente pró-burguesa e mesmo da impossibilidade de sair vencedor nessa ‘peleja’ – inclusive, porque poderia levar o partido a rachar -, Vagner diz que não disputará a presidência do PT com a justificativa de que “Um, porque vou apostar na renovação. Dois, porque quero me dedicar mais à interação com a sociedade diretamente do que ao orgânico do partido”. Para quem defende o “moderno”, nada mais antigo do que a velha política burguesa de minar o

partido por fora. Mas não se trata simplesmente de fazer campanha por fora com os seus aliados golpistas preferenciais, como o PSB e o PDT. Vagner advoga uma cunha para o PT. Haddad, com seus 47 milhões de voto deveria, para ele, ter “lugar de fala dentro do partido”. Não como presidente, mas como uma ‘estrela’ que paira acima do próprio partido. Nada melhor do que um pós eleições para se esquecer o que era apregoado durante as próprias eleições: “Haddad é Lula!”. Não, Haddad não é Lula, é um político com 47 milhões de voto. Um ‘novo líder popular’. Tem ainda um outro aspecto nessa “sumidade” em que se transformou Haddad. E se fosse Ciro Gomes? O senador baiano foi um dos mais fervorosos defensores da candidatura do po-

lítico direitista do PDT. E se os 47 milhões fossem votos ciristas e não haddadistas? Vagner iria defender a fusão do PT com o PDT e o “lugar de fala” de Ciro Gomes? O mesmo que chamou Gleisi de “chefe da quadrilha de Lula” ? E os dois milhões de petistas, quais papéis cumpririam nessa quadrilha? “Ali Babá” que o diga”, poderia muito bem completar o candidato a coronel nordestino cria da ditadura militar. As declarações de Jaques Vagner expressam as posições de uma das principais alas direitas do PT. Como não poderia ser diferente, são as posições da própria burguesia golpista que quer enquadrar o partido no novo regime político que os golpistas procuram estabilizar. Para a burguesia a ala lulista do PT deve a todo custo ser derrotada. Para isso nada melhor do que os ‘amigos da onça’. Finalmente, um breve comentário sobre o Podemos, que poderia ser, muito bem, o Syriza da Grécia. Não passam de partidos pequeno-burgueses “esquerdistas” e por isso, impulsionados pelo próprio imperialismo e daí o encantamento que causa no meio da “opinião pública de tipo esquerdista”. O Syriza está no governo grego em aliança com a direita e é patrocinador da política de rapina da Comunidade Européia contra a Grécia e o Podemos é contra a separação da Catalunha da Espanha. Precisa de mais?


POLÍTICA | 5

INSCREVA-SE JÁ!

No final de semana, PCO realizará primeira rodada de cursos contra o fascismo N

este final de semana, o Partido da Causa Operária realizará em algumas capitais brasileiras o curso “Fascismo: O Que é e Como Combatê-lo”. Esse curso será uma versão resumida do curso dado durante o 44° Acampamento de Férias da Aliança da Juventude Revolucionária, realizado em Ibiúna, São Paulo, no início do ano. O intuito é de fazer em 100 cidades pa-

ra que aqueles que não puderam comparecer no início do ano tenham acesso a esse curso de formação marxista. Sábado (13) e Domingo (14), farão parte do primeiro ciclo de palestras, onde os palestrantes escolhidos pela direção partidária irão para algumas capitais. A extrema-direita está em uma ofensiva pois elegeu seu candidato, portanto é preciso entender o fenômeno

político por trás do cenário brasileiro, desde a sua origem e seu desenvolvimento em diversos países, até sua queda no século passado. O fascismo deixou suas marcas nos regimes burgueses para sempre. É um fenômeno decorrente da decadência do regime burguês, uma ocorrência da fase derradeira do capitalismo, o imperialismo.

Não só o Brasil, mas também a política mundial está em uma enorme crise política. Entender um dos principais atuantes dessa crise é de fundamental importância para a luta política, para que o proletariado e aqueles que ingressam em suas fileiras possam sair da defensiva e oferecer a única saída para essa crise. O PCO então lança essa iniciativa de apresentar o curso para ajudar na preparação dessa luta. Os cursos serão gratuitos, basta se inscrever e pedir informações sobre a realização do curso na sua cidade.

GOLPE

Derrubada de Dilma, assassinato de Marielle, prisão política de Lula, reformas liberais e a violência estatal: partes do mesmo Golpe E m 2016, o País foi lançado em uma aventura golpista por força do capital estrangeiro e apoiado pela burguesia nacional. O golpe contra a classe trabalhadora brasileira levou ao poder um projeto neoliberal rejeitado enfaticamente pela população por quatro eleições seguidas. Contra a vontade da imensa maioria da população, vimos um congresso venal, corrupto e subserviente aos interesses dos banqueiros e especuladores aprovar a reforma trabalhista. Diziam que, se a classe trabalhadora perdesse seus direitos, os empresários teriam maior disposição em gerar empregos. Deixam claro que a burguesia nativa nos vê como escravos. Acontece que a reforma gerou o exato efeito oposto, como o movimento operário sempre denunciou. Perdemos nossos direitos e o desemprego só fez aumentar. O mesmo congresso canalha aprovou mudanças absurdas na lei das terceirizações, colocando os trabalhadores em situação ainda mais precária nessa modalidade de serviço e transferindo cada vez mais a riqueza produzida pelo seu trabalho aos grandes empresários. Durante esse turbilhão de ataques à população, no Rio de Janeiro, a vereadora Marielle Franco (PSOL), que lutava contra as milícias e a intervenção militar no estado foi assassinada com 4 tiros num atentado que matou também seu motorista, Anderson Gomes. Para atender aos interesses da burguesia, os parlamentares vendidos aprovaram uma emenda constitucional que simplesmente congela por 20 anos os investimentos em saúde e educação no país. Percebendo que a população não aceitaria ser escravizada e que nas eleições manifestariam sua vontade

de colocar Lula na presidência, dando a vitória ao PT pela quinta vez consecutiva, a burguesia nativa associada ao imperialismo exigiu uma solução rápida para o impasse. Implementaram uma ditadura judicial ainda mais intensa do que a que vivemos há décadas. Por meio de juízes comprados e treinados no exterior, numa enorme farsa processual, condenaram à prisão e impediram Lula de vencer as eleições. Esse golpe levou ao cargo máximo do executivo o capitão fascista Jair Bolsonaro, que teve sua candidatura impulsionada pela burguesia, que, sem opção viável à direita, se viu obrigada a apoiar sua candidatura. A Vale, empresa de mineração, continua a matar populações inteiras e sem ser punida. As vítimas do rompimento da barragem de Mariana, que perderam bens e familiares, ainda não foram indenizadas e ao que tudo indica, não serão, ou, se forem, essa indenização irá demorar tanto que, quando a justiça decidir supostamente cumprir seu papel, as vítimas já não conseguirão ter a oportunidade mínima de reorganizar suas vidas. As vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, ao que tudo indica, caminham pela mesma trilha. O completo favorecimento da burguesia em detrimento dos interesses dos trabalhadores é patente em todos os setores do poder público Institucional do país.

Lideranças populares e de movimentos sociais são diariamente assassinadas e presas. O MST coleciona mortes e prisões causadas pelos interesses dos latifundiários e oligarcas do campo. A população negra e pobre de todas as cidades do País enfrenta uma insuportável situação de medo. É perseguida, insultada, presa, morta, asfixiada por seguranças e morta a tiros pelas forças de repressão do Estado. A reforma da previdência e a transferência de nossas riquezas e territórios para os EUA e outros países imperialistas que visam à apropriação das riquezas produzidas pela classe trabalhadora para os especuladores e banqueiros fazem parte do golpe em andamento. Os ataques diários ao sistema de educação pública feitos pelo agora ex-ministro olavete Vélez Rodriguez e seus assessores também são parte desse mesmo golpe. A nomeação do novo ministro fascista, Abraham Weintraub, para a pasta, adepto do neoliberalismo e das doutrinas de Olavo de Carvalho, defensor do projeto Escola Sem Partido, que visa impor uma ditadura a todo ambiente escolar do País, é parte fundamental desse golpe. Os 80 tiros de fuzil disparados por soldados do exército brasileiro contra uma família negra no Rio de Janeiro, que mataram o trabalhador Evaldo Rosa na frente de seu filho, fazem parte, mais uma vez, do golpe de estado em andamento. A “resistência” parlamentar não é uma opção, não tem força para barrar os planos golpistas da burguesia, como tem demonstrado após inúmeras derrotas, cumprindo na verdade um papel desmobilizador e desmoralizante para o conjunto dos trabalhadores e dos setores que se colocam em luta contra esse golpe.

Apenas a força da população mobilizada nas ruas e com as palavras de ordem de “Fora Bolsonaro”, “Fora Todos os Golpistas” e “Liberdade Para Lula” poderá derrotar esse golpe e nos libertar da violência desse regime com características fascistas que avança sobre a classe trabalhadora.


6 | POLÍTICA

ATO EM MACEIÓ DEMONSTRA

Apenas a mobilização pode barrar os ataques dos golpistas N

essa semana, os servidores públicos da cidade de Maceió, em Alagoas, ocuparam a Assembleia Legislativa em protesto contra o rebaixamento criminoso de seus salários. Os servidores entraram no prédio sob gritos de “se votar, vai apanhar” e foram atacados pela Polícia. A mobilização dos servidores de Maceió mostra o caminho que deve ser seguido na luta contra o governo Bolsonaro e pela liberdade de Lula. Afinal, a burguesia está disposta a fazer tudo o que estiver a seu alcance para manter seu controle sob o regime político. A luta contra o golpe de Estado deve passar necessariamente por uma mobilização revolucionária. Para que a burguesia recue em seus ataques, é necessário fazê-la se sentir ameaçada. Não bastam discursos vazios uma frente parlamentar demagógica ou apelos a organismo internacionais: é necessário que os trabalhadores enfrentem a direita e consigam, na marra, derrotar o regime político.

MACEIÓ

Trabalhadores conseguem adiar votação de vereadores que diminuiria 20% do salário dos servidores N

a última terça, 9, os servidores municipais de Maceió fizeram greve e reuniram-se em frente à Câmara dos Vereadores, onde estava sendo votada a aprovação de dois Projetos de Lei, um que trata do plano de cargos, carreiras e salários e outro referente ao pagamento de insalubridade ou periculosidade, as férias, a hora extraordinária e o auxílio funeral, propostos pelo prefeito golpista Rui Palmeira (PSDB). A idéia realizar um corte generalizado de mais de R$ 12 milhões afetando milhares de trabalhadores do município. Diversos representantes sindicais alegaram haver um acordo entre eles e os vereadores em que seriam todos convidados a participar da votação, mas não foi cumprido. Devido a isso, os manifestantes começaram a se ra-

dicalizar e começaram a ter falas mais agressivas contra o prefeito tucano e os vereadores e exigiram a abertura das portas para todos. Ao serem completamente ignorados, começaram a tentar abrir as portas da câmara dos vereadores com os cabos das bandeiras e empurrões, gritando palavras de ordem reivindicando seus direitos e passaram a ser fortemente reprimidos pela polícia com bombas de efeito moral, tiros de bala de borracha e confronto físico. Vários trabalhadores que estavam presentes ficaram feridos. Os servidores, ao obter sucesso na derrubada das portas, seguiram até o local em que a votação estava ocorrendo com gritos de “o povo unido jamais será vencido”, “fora rui” e pedindo pa-

ra arquivarem o PL. Entraram dentro do plenário de votação, pressionando os vereadores, mesmo com repressão da polícia dentro da sala e diversas ameaças de que o prédio cairia ou que o BOPE tiraria todos de lá a força, até que aceitaram fazer uma reunião com os representantes todas as categorias naquele momento. Os manifestantes retiraram-se da sala mas continuaram em vigília na parte de fora da câmara até o fim da reunião. Foram chamados reforços da polícia, incluindo helicópteros e dezenas de carros do BOPE com vários policiais altamente equipados e armados, prontos para reprimir o povo. Depois de algumas horas, representantes saíram e anunciaram o cancelamento das atividades na câmara por

uma semana e o adiamento da votação sobre a PL sem data prevista. Após os acontecimentos, ainda houve uma marcha até o prédio da Prefeitura de Maceió, onde seguiram a gritar “Fora Rui” e exigir que o Projeto de Lei seja arquivado. A tendência à mobilização popular contra os atuais representantes do governo e os ataques dos golpistas se mostra cada vez mais clara. Essa política de ataques é produto do golpe de estado. Por isso, é preciso continuar mobilizando toda a classe trabalhadora em torno da luta contra o golpe (que segue com a política de ataques à população), pela liberdade do ex-presidente Lula e pela derrubada do presidente fascista e eleito pela fraude, Jair Bolsonaro.

DE SEGUNDA A SEXTA ÀS 10H. POR UMA TV REVOLUCIONÁRIA


POLÍTICA| 7

GOLPE MILITAR

A ditadura militar reprimiu todo o povo, não apenas a esquerda

S

empre que algum direitista procura defender o regime militar brasileiro, ouvimos uma série de “argumentos” manjados e preguiçosos. Um dos mais utilizados dentro deste menu é o clássico “a ditadura perseguiu ban-

didos e comunistas. Se você fosse uma pessoa de bem, podia ficar tranquilo”. Nada poderia ser mais falso. Ao contrário do que diz essa ladainha, a ditadura reprimiu toda a população brasileira, e não apenas

a esquerda. A censura e a repressão atingiam, embora em proporções distintas, elementos de todas as classes sociais. Costuma-se apresentar os cantores e compositores que faziam críticas ao regime, como Chico Buarque por exemplo, mas na realidade a maioria dos artistas sofreram censura por conta de obras que sequer eram políticas, ou mesmo minimamente politizadas. Na verdade, a ditadura militar impôs um amplo sistema de controle ideológico em toda a sociedade brasileira, através das escolas e universidades, da proibição dos sindicatos e das greves, da censura imposta na imprensa de uma maneira geral e de uma polícia de perseguição política, enfim, um regime de características fascistas. A pressão provocada pela ditadura era tanta que as pessoas tinham medo até de pensar. Um depoimento muito interessante que mostra um pouco do regime de terror que era a ditadura militar brasileira

é o de Carlos Alberto Nóbrega, famoso humorista que apresenta o programa “A Praça é Nossa”, do SBT. Em um desabafo emocionado, Carlos conta um pouco como funcionava a censura, que na prática era feita por um bando de gorilas de baixíssimas capacidades cognitivas. Carlos destacou também que até pessoas como o humorista Jô Soares, que nunca foi nenhum revolucionário, eram perseguidos pelo regime. Em uma abordagem policial, ter alguns livros era tão perigoso que poderia fazer você ir parar na cadeia. Não podemos nos deixar enganar pela propaganda da extrema direita. A ditadura militar foi um regime de puro terror, que reprimiu duramente todo o povo brasileiro e que mergulhou o país em 20 anos de pesadelo. A esquerda e os sindicatos devem se mobilizar desde já contra a ameaça da ditadura militar que paira mais uma vez sobre o país e denunciar duramente este regime monstruoso.

anos) e igualar – para mais – o tempo mínimo necessário para as professoras e professores se aposentarem (40 anos!). Fácil para quem tem vida mansa de burocrata universitário e de assessoria a políticos mafiosos a serviço do grande capital e não trabalha de fato. Weintraub estava na Casa Civil, junto com Onyx Lorenzoni, do DEM (o partido herdeiro da Arena, da ditadura militar), e foi “promovido” para defender

o ensino privado e a continuidade dos ataques ao ensino público e a perseguição a professores e estudantes, como é o caso da militarização das escolas e o projeto “Escola com fascismo” (disfarçado de “escola sem partido”). Ele e todo o governo Bolsonaro precisam ser derrotados por meio da mobilização nas escolas e universidades, e do conjunto dos explorados e de suas organizações de luta.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Saiu Olavo, entrou Carvalho E

conomista, defensor do ensino pago e inimigo dos professores e da Educação, Abraham Weintraub foi empossado na última segunda-feira (dia 8) no cargo de ministro da Educação. O presidente ilegítimo Jair Bolsonaro (eleito em uma fraude em que o candidato que a maioria do povo queria votar foi condenado sem provas e cassado ilegalmente) exonerou Vélez Rodríguez do Ministério da Educação, que chamou os brasileiros de “canibais” e “ladrões”, defendeu a universidade apenas para a “elite”, tentou impor que as escolas tirassem foto com alunos repetindo o lema reacionário da campanha eleitoral da campanha de Bolsonaro e que os livros didáticos sejam alterados para exaltar o golpe militar e a ditadura que torturou, assassinou e desapareceu com milhares de brasileiros. O escolhido para substituí-lo não deixa dúvidas do caráter fascista e obscurantista do governo. Abraham Weintraub, como seu antecessor e o

próprio presidente, é “discípulo” de Olavo de Carvalho, para quem a terra é plana. A mudança improvisada, como quase todo o governo Bolsonaro, denota a crise do governo e sua divisão interna, no momento em que tem a pior avaliação de todos os governos em começo de mandato das últimas décadas. A troca busca colocar “panos quentes”, diante do repúdio geral (e principalmente entre os educadores) da política reacionária do governo para a Educação, onde não houve uma só medida positiva e que teve corte de verbas de mais R$ 5 bilhões, nesse começo de governo, e criar condições para tentar dar continuidade à política de ataque à Educação, de um modo menos polêmico e mais eficaz, para a direita. Abraham Weintraub foi assessor econômico de Bolsonaro e ajudou a elaborar a proposta de “reforma” da Previdência, para – entre outros – ampliar a idade mínima de serviço para aposentadorias dos professores (6


8 | POLÍTICA

GOVERNO ILEGÍTIMO

Exoneração de Mário Vilalva mostra que o governo Bolsonaro é mesmo um “jardim de infância”, cheio de crianças fascistas A

s únicas coisas em que o governo Bolsonaro parece ter altos níveis de sucesso é na (re)produção da violência e de escárnio. Para além das idiotices performadas por seus ministros, pelas manifestações toscas no Tweeter, quando se trata de política externa, no entanto, o governo de extrema-direita do capitão Bolsonaro mostra-se um desastre completo, seja nas manifestações fora de lugar do presidente ou de seu chanceler, seja efetivamente no que tais manifestações implicam se executadas. O chanceler terraplanista, Ernesto Henrique Fraga Araújo, é a melhor representação do significado desastre. Não à-toa, Rubens Ricupero, em entrevista recente, fala em Política Externa da Destruição, afirmando que Bolsonaro, bem representado pelo chanceler, “(…) não tem ideias, não tem projetos. E ele vê o papel dele mais como um papel de destruir o que outros,

na opinião dele, erroneamente fizeram. Então você vê, isso se aplica a tudo e em particularmente na política externa.” Podemos dizer que isso se estende aos filhos fascistas do presidente. São incapazes, ignorantes, mas nem por isso menos perniciosos e perigosos. Um dos casos mais absurdos da semana foi a demissão do embaixador Mário Vilalva da presidência da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex), por causa de suas críticas aos indicados de Eduardo Bolsonaro que, segundo ele, transformaram a agência em um “jardim de infância”. Os indicados são Márcio Coimbra, diretor de Gestão Corporativa, e a empresária Leticia Catelani, diretora de Negócios, pessoa “infantil e despreparada para o cargo”, segunda avaliação de Vilalva. Ambos têm travado e inviabilizando inúmeros projetos e ações, prejudicando a participação do país

em eventos internacionais e até negócios. A srª Catel é “protegida” do chanceler Ernesto Araújo que, atropeladamente, mudou o regimento da agência, sem consulta ao presidente da Agência, para tornar independentes as duas diretorias em que figuram os indicados de Eduardo Bolsonaro. Mas não foi só isso, o embaixador, menos de um mês depois, foi demitido, por telefone. Tudo leva a crer que, como tem ficado claro em outros casos, as ações de boicote têm objetivo de beneficiar amigos e punir adversários. É assim que funciona esse governo, ele todo um verdadeiro “jardim de infância”, com crianças mal criadas, mimadas, agressivas, dispostas a colocar fogo na escola, para alcançar seus objetivos. Agem como crianças e adolescentes, exatamente como faz o presidente e seus filhos, usando as redes sociais para disseminar intrigas, fofo-

cas, mentiras ou, simplesmente, emitir opiniões nada elogiosas sobre terceiros, mesmo que pertencentes à base aliada do governo. Um caso relatado pelo ex-presidente da Abex foi o da visita de uma delegação de deputados do PSL à China. Como o astrólogo Olavo de Carvalho acusou os parlamentares de serem comunistas, por causa da visita, por terem aceitado o convite do governo chinês para conhecer as novidades tecnológicas chinesas. Carvalho não apenas os acusou de comunistas infiltrados no PSL, como praticamente iniciou uma espécie de cruzada contra a delegação. Letícia Catel fez coro com Carvalho e dedicou-se a postar, no Twitter, textos e imagens ridicularizando os parlamentares. Uma diretora de Negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento. É vergonhoso, mas o governo todo é uma vergonha e motivo de vergonha.

GOVERNO ILEGÍTIMO

Até os golpistam acabam admitindo: Lula é inocente U

m dos elementos que compõem a intrincada situação política atual, que mais assombra o governo da camarilha fascista e golpista que usurpou o país e o conjunto da burguesia, é sem dúvida o fator Lula e sua autoridade política diante da população, que, mesmo vítima da perseguição política e da campanha cerrada da imprensa golpista, está só faz crescer na mesma medida em que afunda o governo e a economia nacional. Setores da própria burguesia golpista, fascista, que participaram do golpe de Estado, que promoveram e promovem a perseguição ao ex-presidente e que o colocaram e os mantém como preso político procura evitar o choque direto com a imagem e a opinião pública extremamente positiva das massas a respeito do ex-presidente Lula e que a própria burguesia não conseguiu modificar, mesmo condenando-o, ilegalmente evidentemente. Uma expressão disso foi a afirmação um tanto surpreendente do ministro da economia da camarilha golpista e fascista que está no poder hoje, Paulo Guedes.

Guedes, que um elemento da extrema-direita e um aloprado, afirmou em uma reunião com seis presidentes de Tribunais de Contas Estaduais em 12 de Março, más notícias o apenas recentemente, que Lula é inocente. Além de fazer a defesa da reforma da previdência e outros ataques, Guedes disse: “Estamos convencidos de que Lula não roubou um tostão. E seu patrimônio prova isso. Ele não teve quem o avisasse do que acontecia em torno de seu governo. Acabou vítima do jeito de fazer política no Brasil. Serve de exemplo”. Apesar do cinismo do “thuthuca” dos banqueiros, já que é membro do governo quem dá também sustentação perseguição política atroz e a prisão ilegal, criminosa e desumana do ex-presidente Lula e que representa todo um setor da burguesia que mantém o ex-presidente presos ilegalmente, Guedes reconhece, 1) que o ex-presidente Lula é inocente nas acusações, é portanto um presos ilegal, 2) que Lula é vítima de clara perseguição política, ao afirmar que Lula e vítima da forma de fazer política no Brasil, ou se-

ja da forma antidemocrática, antirepublicana e golpista da política burguesa. Este fato um tanto inusitado vindo da extrema-direita revela, contudo, que o governo sente a pressão social pela libertação do ex-presidente e que essa pressão é ao mesmo tempo rechaço ao seu governo. Mostra também a atual debilidade do governo que não consegue levar adiante plenamente sua política

e nem mesmo, como é de praxe na extrema-direita, culpabilizar os líderes (no caso o líder) da oposição e também setores sociais por todos os males do país. É preciso aproveitar a desarticulação da burguesia para impor uma grande derrota a burguesia e a extrema-direita exigindo a queda do governo e a imediata libertação do preso político e líder popular Luiz Inácio Lula da Silva.

TVMULHERES TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 19H00


CIDADES | 9

EDUCAÇÃO

Escola sem partido é a escola com facismo N

essa segunda-feira (08) na Comissão Permanente de Constituição, Legislação e Redação na Câmara Municipal de Itajubá, Sul de Minas, foi debatido o Projeto de Lei nº 4364/2019 que pretende implantar a “Escola Com Fascismo” na rede municipal de ensino. Nunca é demais lembrar que o Escola Sem Partido é a opção da doutrinação ideológica da direita, pois acusam a esquerda de querer a doutrinação por lutar contra a falácia desse projeto fascista. Os direitistas utilizam desse lema para propagar de maneira mais profunda nas escolas sua posição ideológica. É a escola com fascismo que querem implementar nas escolas do todo país,

pois acabará com toda a liberdade do professor em debater todo e qualquer tipo de tema nas escolas. O que querem, é que nossos alunos e filhos cantem o hino nacional relacionando-o a um governo de extrema-direita e sigam como pequenos capachos os direitistas conservadores. É de suma importância combater o Escola Sem Partido, ou seja, a escola com fascismo. Mas como? Com a força da classe trabalhadora em mobilização nas ruas. Assim, a esquerda precisa acordar de seu sono profundo e entrar nesse enfrentamento mobilizando, cada vez mais, a juventude e a classe trabalhadora. Portanto, se faz necessário expandir as palavras de ordem FORA BOLSONARO e LIBERDADE PARA LULA.

SAÚDE

Contra sucateamento, trabalhadores do Samu param por 24 horas D esde às 7h da manhã de terça-feira (9), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) está parcialmente paralisado na cidade de São Paulo. A paralisação dos trabalhadores terá duração de 48h e tem por objetivo fazer oposição ao desmonte da saúde, em específico, ao sucateamento do SAMU que, pelo Plano de descentralização dos serviços do SAMU (portaria 190), decretada pelo Prefeito de São Paulo, o tucano Bruno Covas, fechou, na segunda-feira da semana passada (1), 31 bases de serviço do SAMU. O referido Plano amplia de 58 para 75 pontos de atendimento, realocando o pessoal e a estrutura do SAMU para esses locais. Os servidores do SAMU denunciam o sucateamento no sentido em que os pontos de atendimento (postos de saúde, unidades de assistência ambulatorial e psicossocial e hospitais) não são locais adequados para a manutenção e higienização adequada das ambulâncias. Estão ausentes também os locais para o descanso e higienização pessoal dos servidores. A política adotada, então, pelo Prefeito tucano negligencia totalmente as condições de trabalho do serviço essencial de prestação de socorro e de transporte

de doentes e acidentados, provocando um estado insustentável de insalubridade, causando riscos de doenças aos servidores. A paralisação foi deflagrada porque no dia 8, segunda-feira, a Prefeitura considerou as reivindicações dos representantes de classe do SAMU como apenas exigências “pontuais” e “individuais”, não atendendo as demandas básicas dos socorristas. A política adotada pela direita golpista sempre foi a de atender aos patrões e negar direitos ao povo. Portanto, o

que está ocorrendo no Município de São Paulo guarda essa mesma orientação política: a de negar condições básicas de trabalho relativas à higiene e descanso dos motoristas e enfermeiros e de outros profissionais ligados ao socorro da população. A versão do Prefeito Bruno Covas é a conhecida de todos, de que precisam cortar gastos. Ocorre que a necessidade de corte de gastos advém diretamente da já aprovada PEC de corte de gastos, um dos frutos envenenados do golpe de Estado de 2016, que impôs um teto para

os gastos da União na Saúde e Educação, sendo que 50% dos recursos do SAMU advém do governo federal. O que a direita golpista quer, então, é sucatear os hospitais públicos e o SAMU, negando o direito à saúde da população e permitindo a privatização da saúde pública. Para se ter uma ideia, com a limitação de gastos da Emenda Constitucional 95 (referente à PEC de corte de gastos), só em 2019 o SUS perdeu 9,5 bilhões de financiamento federal. É preciso lembrar que por conta disso, pela falta de vacinação e fechamento de postos de saúde, o Brasil voltou a ter surtos de sarampo e poliomielite, doenças consideradas erradicadas no Brasil. Os trabalhadores do SAMU estão mostrando na prática com a paralisação o caminho para reivindicar direitos, pressionar e derrotar a direita golpista que não está preocupada com a saúde da população. Através da organização dos trabalhadores e por meio de greves, paralisações e mobilização popular nas ruas que se torna possível derrotar as políticas da direita golpista e conquistar os direitos dos trabalhadores e de outros direitos fundamentais ao povo, como a saúde e a educação pública de qualidade.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.