Edição do Diário Causa Operária nº5610

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SEXTA-FEIRA, 12 DE ABRIL DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5610

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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O povo quer o Fora Bolsonaro e a liberdade de Lula Mais uma pesquisa de opinião, divulgada nesta semana, confirma, em linhas gerais, a tendência expressa por diversos institutos, o aumento da rejeição da população com o governo Bolsonaro e com a situação no País, provocada pelo regime golpista.

Liberdade para Julian Assange, preso político do governo dos EUA! Nas primeiras horas da manhã de ontem, quinta-feira dia 11, Julian Assange foi preso na Embaixada do Equador, em Londres. As imagens foram capturadas com exclusividade pela emissora de televisão russa, RT.

TODA SEGUNDA ÀS19H00

EDITORIAL

Julian Assange e Lula: dois presos políticos do imperialismo Sob o pretexto de vazamento de informações sobre a vida pessoal do presidente Lenin Moreno, o governo equatoriano entregou na manhã dessa quintafeira, 11 de abril, para a polícia britânica, o ativista político e fundador do WikiLeaks, Julian Assange, exilado na Embaixada equatoriana em Londres, desde 2012.

Tabata Amaral, uma farsa fabricada pelo imperialismo Assim como na indústria, o golpe também tem os seus subprodutos. O desgaste inexorável das peças fundamentais para o funcionamento da fraude que colocou Jair Bolsonaro (PSL) na presidência leva, indubitavelmente, a uma queda no rendimento.

Freixo quer impedir os massacres da polícia combatendo o “ódio” com palavras, não vai funcionar Líder escravocrata do PSL quer a volta do trabalho infantil: derrubar Bolsonaro ou o Brasil volta ao século XIX A defesa da escravidão e do racismo é uma das principais políticas dos golpistas que tomaram de assalto o governo federal.



OPINIÃO | 3 EDITORIAL

Julian Assange e Lula: dois presos políticos do imperialismo S

ob o pretexto de vazamento de informações sobre a vida pessoal do presidente Lenin Moreno, o governo equatoriano entregou na manhã dessa quinta-feira, 11 de abril, para a polícia britânica, o ativista político e fundador do WikiLeaks, Julian Assange, exilado na Embaixada equatoriana em Londres, desde 2012. A atitude criminosa de Lenin Moreno não é uma novidade. Desde março passado o WikiLeaks já havia denunciado as tratativas do presidente golpista equatoriano em entregar Assange em troca do “perdão parcial da dívida do país com os Estados Unidos”, o principal interessado na extradição do ativista acusado de invadir as redes confidenciais do governo norte-americano e publicar informações sobre as atividades militares e “diplomáticas” em todo os continentes. Desde 2010 o WikiLeaks vem desmascarando sistematicamente vários aspectos da política do imperialismo no mundo: como o assassinato de civis no Iraque e no Afeganistão, o apoio a gol-

pes de estado, as tramoias contra empresas de países atrasados. Em apenas uma das ações, divulgou mais de 250 mil telegramas diplomáticos confidenciais norte-americanos, pondo a nu a interferência dos EUA em praticamente todos os países do mundo. Esse é o motivo da prisão de Assange: esmagar todos que representam uma ameaça à dominação do imperialismo. Não é à toa que os governos norte-americano e inglês, passaram por cima da própria ONU – um organismo de controle nas mãos do próprio imperialismo -, que em janeiro de 2016, através do seu Comitê de Direitos Humanos havia condenado a Grã-Bretanha e a Suécia pela prisão ilegal de Assange em 2010, exigindo o cancelamento da sua condenação e a permissão ao direito de ir e vir. Foi justamente o processo farsa montado pelos governos da Inglaterra e Suécia sobre um suposto estupro cometido por Assarge, em 2010, que ensejou o seu pedido de asilo à Embaixada do Equador, então governada pelo

nacionalista Rafael Correa, logo depois da acusação. Assange é um perseguido político do imperialismo. Na cruzada da “democracia” contra ele, até acusações de estupros já foram feitas. Seu caso faz lembrar a de um outro perseguido e preso político da “democracia”, o

e-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula e Assange são perseguidos pelo imperialismo porque são obstáculos à implantação a ferro e fogo da política de aniquilação das nações atrasadas na busca por um folêgo para o capitalismo, nessa etapa de profunda decrepitude desse sistema.

no mundo, como em 2010 quando o portal ganhou fama por divulgar um vídeo de helicópteros Apaches norte-americanos matando 12 civis, inclusive jornalistas da Reuters, em Bagdá. Publicou milhares de documentos do exército dos EUA sobre as mortes indiscriminadas de civis no Afeganistão, e, além dos crimes de guerra, denunciou também as espionagens e boicotes imperialistas para intervir em outros países, incluindo documentos sobre o golpe no Brasil. A perseguição política de Assange é mais uma prova da farsa da democracia que países imperialistas usam para impor sua vontade a países mais atrasados e a quem ousar se opor a sua política de terror. Apesar das acusações na Suécia,

seu destino é uma prisão nos EUA, pois depois de ser arrastado para fora da embaixada, mesmo sendo um cidadão equatoriano, passará pelo típico tratamento que presos políticos sofrem em prisões como Guantánamo, de tortura “para servir de exemplo”. O artigo 79 da constituição do Equador diz expressamente: “Em nenhum caso se concederá extradição de uma equatoriana ou equatoriano. Seu julgamento se sujeitará às leis do Equador.” Os capitalistas não medem esforços e atropelam quaisquer leis ou tratados forem necessários, assim como direitos individuais, para manter em curso suas tramas veladas, que, finalmente, resultam em gigantescos ataques contra a classe operária.

PRESO POLÍTICO DO IMPERIALISMO

Liberdade para Julian Assange!

A

pós uma década de perseguição política, ativista foi preso em uma conspiração do imperialismo e seus fantoches O anúncio da prisão de Julian Assange na embaixada equatoriana em Londres, na quinta-feira (11), causou grande repercussão por ser um caso de perseguição escancarada de um jornalista por governos imperialistas e seus fantoches, denunciada por inúmeros ativistas ao redor do mundo. Essa prisão já vinha sendo desenhada como resultado do avanço imperialista na América Latina, e é uma consequência direta do golpe no Equador. Eleito com os votos de Rafael Correa para ser seu sucessor e continuar a política nacionalista de esquerda, Lenín Moreno, ao assumir o cargo, porém, tomou o rumo oposto, afastando-se de Correa, tomando de assalto o partido Alianza País e traindo povo que o elegeu. Aplicando um programa totalmente diferente do qual se propôs a seguir, Moreno mostrou-se um neoliberal, alinhado e subserviente à política dos EUA. Seu governo tem abusado da perseguição política através da justiça, condenando

o ex-vice de Correa, Jorge Glas, por suposto envolvimento em escândalos de corrupção relacionados à empresa Odebrecht, e acusando Rafael Correa de roubos em fundos públicos, obrigando-o a fugir do país para evitar a prisão. Como parte da política entreguista típica dos governos comandados pelos americanos, Lenín Moreno retirou a oferta de asilo diplomático oferecido a Assange desde 2012, bem como sua cidadania equatoriana, para entregá-lo em uma bandeja de prata ao imperialismo. A desculpa propagada pelo governo equatoriano é a de que ele teria violado convenções internacionais e protocolos de convivência para permanência na embaixada. Uma denúncia espúria e genérica para encobrir a verdadeira perseguição a um jornalista que expôs o real funcionamento principalmente dos governos imperialistas. As ofertas de asilo e de cidadania equatorianos, oferecidas em 2012, fizeram-se necessárias após o membro do sítio Wikileaks ser acusado de estupro na Suécia, denúncia arranjada para resultar em uma extradição. Confinado na embaixada equatoriana em Londres por sete anos, sem a possibilidade de sequer sair do prédio, Assange foi mantido nessas condições graças à pressão imperialista para prendê-lo, como forma de retaliação pelos vazamentos de documentos confidenciais de governos e empresas. Fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, juntamente com a equipe do sítio, especializaram-se em divulgar documentos vazados que demonstravam claramente o modus operandi dos governos imperialistas


4 | POLÊMICA

DEPUTADA DO IMPERIALISMO

Tabata Amaral, uma farsa fabricada pelo imperialismo A

ssim como na indústria, o golpe também tem os seus subprodutos. O desgaste inexorável das peças fundamentais para o funcionamento da fraude que colocou Jair Bolsonaro (PSL) na presidência leva, indubitavelmente, a uma queda no rendimento. Para manter-se em funcionamento, a fábrica de calúnias, ingerências, falcatruas e sabotagens precisa, não somente de reparos, mas também de um produto mais bem-acabado, com o verniz cintilante da democracia. O objetivo, portanto, é dar a sustentação necessária para que a acumulação dos patrões não seja abalada. Enaltecida pela imprensa capitalista, a deputada Tabata Amaral vem sendo projetada, usando como pretexto e ponto de partida um discurso parlamentar de contestação contra o ex-ministro da Educação, Vélez Rodrigues. Já consta em seu recente histórico político, entrevista na Globo News e no programa Conversa com Bial, do jornalista Pedro Bial. Recentemente e, não por acaso, a deputada ganhou uma coluna quinzenal na Folha de São Paulo. Tabata Amaral estudou na mesma universidade de Sérgio Moro, em Harvard. Sua ida se deu através de

uma bolsa de estudos da Fundação Lemann, um braço do imperialismo no Brasil. A deputada coleciona fotos com inúmeras figuras da direita e da esquerda brasileira, no entanto, afirma ter sido atacada pela direita e pela esquerda. Tabata diz ser contra rótulos. Em entrevista ao canal de notícias BBC, Tabata, repetiu o já batido discurso da direita de que o conceito de esquerda e direita não explica o mundo de hoje. Além disso, quando perguntada sobre o fim do ensino público superior gratuito, respondeu: pode ser, mais pra frente, quem sabe. Nessa mesma entrevista, Tabata se intitulou “progressista”, de “centro-esquerda”, e afirmou ter feito especialização em ‘government’ (governo), ou seja, declarou que foi treinada na mesma instituição que amestrou Sérgio Moro, o Mussolini de Maringá, e ensinou-o como dar golpes através do judiciário. Ademais, a deputada é a favor da “reforma” da Previdência e já declarou apoio à uma possível invasão militar dos EUA na Venezuela, posições típicas da direita golpista. A deputada faz parte do instituto RENOVABR, uma ONG que faz treinamento de lideranças; exatamente o mesmo slogan encontrado no site

da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). O instituto se orgulha em apresentar seus políticos eleitos que, em sua maior parte, consta de parlamentares do Partido Novo, mas que também tem a presença de políticos do PSL, Rede, PPS. Vale ressaltar que o RENOVABR tem estreita ligação com o Politize! Este que, por sua vez, é diretamente ligado ao Departamento de Estado dos EUA. O verniz democrático refletido por Tabata tem escondido o verdadeiro

conteúdo programático dos golpistas, que, em todo caso, tem por finalidade – a liquidação dos direitos democráticos da classe trabalhadora, sua expropriação para garantir os lucros do grande capital em crise e o aprofundamento da política repressiva contra o povo. É preciso deixar claro que Tabata representa a política imperialista. Trata-se, portanto, de uma farsa fabricada pela máquina de propaganda imperialista, um estratagema político – praticamente made in USA.

MOBILIZAR PELA DISSOLUÇÃO DA PM

Freixo quer impedir os massacres da polícia combatendo o “ódio” com palavras, não vai funcionar E

m postagem nas redes sociais, o deputado federal do PSOL-RJ, Marcelo Freixo, afirmou que o fuzilamento, com oitenta tiros, feito soldados do Exército contra uma família inteira na comunidade de Guadalupe, é consequência do estímulo ao ódio dentro das forças de repressão. Para o deputado, portanto, a luta não tem que ser para pôr abaixo essas verdadeiras máquinas de guerra contra o povo, que são o Exército e a polícia, mas sim acabar com ódio dentro destas instituições. Para Freixo, teríamos que nos esforçar para tornar os verdadeiros pitbulls raivosos, que são os militares e policiais brasileiros, em poodles bonzinhos com o povo trabalhador, a juventude, os negros etc.. Para Freixo, portanto, o massacre no Rio de Janeiro não é expressão do golpe de Estado e do acirramento da luta de classes, ou seja, do crescente fortalecimento dos órgãos de repressão e da violência destes contra o povo, mas uma expressão do ódio, de algo subjetivo, que seria resolvido com o seu oposto, o amor e a paz.

É preciso lembrar que Freixo nunca viu nenhum problema nas consequências nefastas para a população do fortalecimento das forças repressivas. Freixo é o deputado defensor das UPPs que, apesar do nome bonito de Unidades de Policia Pacificadora, foram e são responsáveis pelo verdadeiro genocídio do povo negro nas comunidades cariocas, em conluio com o Exército e a policia militar,

haja vista o caso do pedreiro Amarildo, que nunca foi localizado, dentre tantos outros. É preciso esclarecer para Freixo, que dar lições de amor e afeto para verdadeiros fascistas, como são os chefes militares e policiais, e as forças de repressão fortemente armadas e treinadas para uma “guerra” contra seu próprio povo, não é o caminho mais adequado para acabar com os

massacres cotidianos que ocorrem nas periferias. É preciso opor à esse massacre, a mobilização e a organização da população explorada, sob a base de um programa que vise por fim ao atual regime de arbítrio e terror contra a população. É preciso mobilizar pela dissolução da PM e de todo o aparato repressivo desde as guardas municipais, as UPPs, Policias Militares, até o próprio Exército; defendendo sua substituição por policias municipais controladas pela população, com comandos eleitos pela comunidade trabalhadora. É urgente também a organização do povo, nas comunidades, nos bairros e nas periferias em comitês de auto-defesa, para se opor às investidas do estado fascista. Esta luta deve estar vinculada à luta contra o golpe de Estado, contra o regime de terror e massacre, que não pode ser parado com discursos e declaração de amor, mas com a mobilização revolucionária nas ruas, pela liberdade de Lula e de todos os presos políticos e por colocar para fora Bolsonaro e todos os golpistas.


POLÍTICA | 5

DEPUTADA DO IMPERIALISMO

O povo quer o Fora Bolsonaro e a liberdade de Lula M

ais uma pesquisa de opinião, divulgada nesta semana, confirma, em linhas gerais, a tendência expressa por diversos institutos, o aumento da rejeição da população com o governo Bolsonaro e com a situação no País, provocada pelo regime golpista. Desta feita, a pesquisa foi encomenda pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e realizada pelo Instituto Vox Populi. Alem de confirmar a rejeição do governo, também foi apurado um amplo repúdio à “reforma” da Previdência e à venda do pré-sal. Refletindo o clima de radicalização politica que domina o País, também foi apurado que a maioria da população diz que Lula foi preso para não ser candidato; Haddad e Bolsonaro empatariam se eleição fosse hoje. Insatisfação e revolta crescem Segundo a pesquisa, o brasileiro mostra um pessimismo profundo com o Brasil. Segundo pesquisa, 70% dos entrevistados estão insatisfeitos com os rumos do País e 57% dos entrevistados avaliam que o Brasil está no caminho errado. O que foi apontado também em outras pesquisas que assinalaram que cerca de metade da população acham que o desemprego vai aumentar. Mesmo entre os que votaram em Bolsonaro (que representaram apenas 39% dos eleitores nas últimas eleições), 29% acham caminho que o País está tomando está errado. Do total pesquisado, 45% consideram que, até o final do ano, as coisas vão piorar ou ficar igual ao caos atual. Contra as “reformas” e ataques do governo A política econômica do governo é, segundo a pesquisa, o motivo principal da descrença e revolta contra o governo golpista. Exatamente metade dos outrora apoiadores do presidente acreditam que o custo de vida vai piorar. Mais de sete de cada 10 entrevistados ( 72%) disseram ser contra as mudanças nas leis trabalhistas. E um percentual bem próximo disso (68%)

são contrários ao fim dos reajustes do salário mínimo corrigido acima da inflação do ano anterior, assim como acabar com o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Quase dois terços dos entrevistados (62% ) avaliam que terão mis dificuldades para se aposentarem vão piorar por conta do governo Bolsonaro. Mais da metade (51%) também disseram não conseguirão mais ter acesso a saúde pública e atendimento médico de qualidade. Ou seja, a maioria do povo brasileiro, considera que o que está ruim vai ficar ainda pior, se depender do governo ilegítimo de Bolsonaro, Mourão e Cia. Nada de fundamental (para os golpistas) na “reforma” da Previdência tem apoio da população, segundo constatado na pesquisa: 65% disseram ser contra o projeto; 73% contrário ao aumento da idade mínima para que homens e mulheres possam se aposentar; 81% são contra o aumento para 40 anos do tempo de contribuição; 70% ou mais são contra as restrições aos professores, trabalhadores rurais, a redução das pensões para idosos e viúvas e 69% são contra o sistema de capitalização. Com Lula, contra seus carrascos Na medida em que cresce a rejeição ao governo Bolsonaro e a seus ataques contra os explorados, aumenta o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a defesa de sua liberdade. O Vox Populi indicou que Bolsonaro tem avaliação negativa de 30% da população, enquanto apenas 26% considerariam seu governo como “positivo”. Outros 39% teriam avaliado o governo como regular. Por sua vez, 48% consideram que Lula foi o melhor presidente do Brasil em todos os tempos e 65% afirmaram que ele fez mais coisas certas do que erradas. Dentre os entrevistados, 55%, consideram que ex-presidente Lula foi condenado e preso por motivos políticos, estando a favor de sua liberdade. Outro dado importante é que pelo menos 49%, segundo a pesquisa, afir-

TODOS OS DIAS, A PARTIR DAS 3H NA CAUSA OPERÁRIA TV

mam que Sérgio Moro chefiou a condenação de Lula para impedir que ele fosse candidato a presidente. Que rumo tomar? As pesquisas se somam a outra evidência, mais importante e mais clara do posicionamento do povo trabalhador e da juventude diante do governo: as manifestações populares no carnaval, principalmente, e a adesão do ativismo às mobilizações contra os ataques do governo (como no dia 22/3, contra a reforma da Previdência) e pela liberdade de Lula (dia 7/4). Isto apesar da clara sabotagem de setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa, contrário à mobilizar contra o governo e pela liberdade de Lula. A adesão dos trabalhadores e da população em geral aos atos mostra uma disposição à mobilização contra o regime político golpista e pela liberdade de Lula. Afinal, a derrubada do governo Bolsonaro e a liberdade de Lula são duas faces de uma mesma moeda: para derrotar o governo ilegítimo, os trabalhadores precisam da maior liderança que o movimento operário brasileiro já construiu. Por outro lado, para libertar Lula, é preciso colocar todos os seus carrascos contra a parede, isto é, os capitalistas e os seus fantoches, como Jair Bolsonaro. O momento de crise em que se encontra o governo Bolsonaro não pode ser desperdiçado. É necessário aproveitar a fragilidade do governo para

exigir a liberdade imediata de Lula e para pôr abaixo a máfia que controla o regime político, mobilizando pelo “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”. De forma diferente da politica adotada pelos setores conservadores da esquerda que defendem o entendimento com o governo Bolsonaro e/ ou outros setores golpistas (“frente ampla” com golpistas) e que propõem que o povo duramente atacado e cada vez mais revoltado espere pelas eleições de 2020 e 2022, dando tempo para que os golpistas intensifiquem os ataques contra os trabalhadores e suas organizações e possam derrotar a tendência de luta que se desenvolve e precisa ser aproveitada, por meio de uma intensa mobilização, nas ruas, pelos explorados e suas organizações de luta. Esta perspectiva de luta é contrariada na própria divulgação da pesquisa, quando setores do PT responsáveis pela noticia sobre o tema procuram dar ênfase a uma suposta perspectiva eleitoral (já comprovada fracassada) apontando que a pesquisa teria indicado que “se as eleições fossem hoje… haveria um empate técnico, com 39% para Bolsonaro e 37% para Haddad“; sem sequer considerar (mesmo do ponto de vista eleitoral) que o povo está mostrando que quer – ainda mais do que antes – Lula presidente e que isto é uma arma poderosa para quem deseja lutar e derrotar o golpe e libertar Lula e todos os presos políticos, e barrar todos os ataques contra o povo trabalhador.


6 | POLÍTICA

TRABALHO INFANTIL

Líder escravocrata do PSL quer a volta do trabalho infantil: derrubar Bolsonaro ou o Brasil volta ao século XIX A

defesa da escravidão e do racismo é uma das principais políticas dos golpistas que tomaram de assalto o governo federal. Trata-se da representação dos latifundiários, dos poderosos que agora está no Poder Executivo, mas, também, no legislativo. Liderança do PSL na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir, do Goiás, defendeu que adolescentes possam trabalhar a partir dos 12 anos de idade, com o cínico pretexto de reduzir a mortalidade da juventude nessa faixa etária. A declaração foi feita justamente na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara, para mostrar o deboche dessa ala reacionária. Disse ainda que “Temos que mudar o nome do ministério de Direitos Humanos […] não temos que falar em direitos humanos, temos que falar em ministério de direitos de cidadão”.

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Essa política, de trabalho escravo a partir dos 12 anos de idade, é uma política fascista e absolutamente exploradora; trabalho infantil é completamente ilegal há muito tempo, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente, que também deve ser atacado pelos golpistas. Os direitistas, para esfoliar totalmente os trabalhadores, querem a volta do trabalho infantil, isso é uma afronta ao povo. É uma iniciativa para escravizar a juventude brasileira, na cidade e no campo. Os trabalhadores devem, imediatamente, iniciar uma campanha de propaganda denunciando esse fato nos locais de trabalho para demonstrar que esse é o exato pensamento dos golpistas e do governo Bolsonaro, para esfoliar o povo e os filhos e mulheres dos trabalhadores e para entregar toda a riqueza produzida por eles aos seus patrões imperialistas.

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POLÍTICA E INTERNACIONAL| 7

DITADURA DOS BANQUEIROS

Bolsonaro propõe “autonomia” do Banco Central N

essa quinta (11), foi possível perceber mais um ataque do governo golpista de Jair Bolsonaro ao País. Foi enviado um projeto de lei ao Congresso Nacional que prevê a a autonomia formal do Banco Central (BC). A medida, que já era uma proposta de campanha nas eleições de 2018, é uma pauta antiga da direita. O objetivo principal é atender aos interesses dos banqueiros. Sem controle do Estado, o BC passa a ser exclusivamente controlado pelos imperialistas. O projeto apresentado pelo capacho do imperialismo -Jair Bolsonaro- é um aprimoramento de outro semelhante que se encontra, atualmente, em análise na Câmara. Como justificativa, a corja de fascistas argumenta que a medida que está, no momento, em tramitação fere princípios constitucionais e que, nesses novos moldes, não. Na prática a nova proposta só acrescenta

ainda mais tópicos para, definitivamente, atacar a classe trabalhadora. O projeto que, no momento, tramita pelo Legislativo é oriunda do golpista, e atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM). Ele, segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, está de acordo com as alterações propostas pelo fascista Bolsonaro. Dentre os acréscimos efetuados na nova medida, encontra-se o estabelecimento de um mandato de quatro anos para o presidente do Banco Central, podendo ser renovado por mais quatro, sendo a nomeação não coincidente com o pleito que define o novo presidente da República. Esta é mais uma medida de ataque a economia nacional, cujo objetivo é entregar o controle do Banco Central para os grandes capitalistas estrangeiros. Trata-se de mais uma iniciativa de um conjunto de ações entreguistas do presidente que expressam um ataque a população brasileira.

SABOTAGEM ECONÔMICA AUMENTA

Imperialismo quer confiscar as reservas internacionais da Venezuela A

política de intervenção imperialista não conhece limites quando se trata de sabotar a economia venezuelana. Após o bloqueio econômico liderado pelos EUA, o governo da Venezuela busca meios de aliviar a escassez de bens de consumo causada pela impossibilidade de importações. Em mais um ataque à soberania venezuelana, o FMI bloqueou o acesso a quase US$ 400 milhões em direitos especiais de saque (SDR), impedindo que o país tenha acesso a suas próprias reservas internacionais. A justificativa seria o caos gerado com a suposta “crise de liderança”, desde que Juan Guaidó se auto-proclamou presidente e foi reconhecido por países imperialistas e seus aliados. Os diretores do FMI e Banco Mundial estariam de prontidão para aliviar a crise na Venezuela, porém a questão da liderança estaria no caminho, questão essa que os próprios países que controlam esses órgãos criaram ao reconhecer Guaidó como presidente da Venezuela, parte da sabotagem interna para derrubar Maduro.

Outras investidas desse tipo já vinham sendo usadas contra o governo de Nicolás Maduro, quando, por exemplo, o Banco da Inglaterra se recusou a devolver barras de ouro, mantidas lá, que pertencem ao Banco Central da Venezuela, no valor de US$ 550 milhões, além de o país ter esti-

TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, 14H00

mado em 15 bilhões de dólares ativos congelados pelos Estados Unidos da Citgo, filial norte-americana da PDVSA, petroleira estatal venezuelana. O sufocamento da economia é o principal ataque contra o população da Venezuela, e tem por finalidade levar o povo à miséria, tornando im-

possível que Maduro se mantenha no governo. É uma afronta direta aos trabalhadores, deixando claro que o povo não tem o direito de escolher seus próprios representantes na democracia capitalista, e que se o fizerem e tentarem resistir, sofrerão consequências nefastas.

TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30


8 | INTERNACIONAL

PRESO POLÍTICO

Liberdade para Julian Assange, preso político do governo dos EUA! N

as primeiras horas da manhã de ontem, quinta-feira dia 11, Julian Assange foi preso na Embaixada do Equador, em Londres. As imagens foram capturadas com exclusividade pela emissora de televisão russa, RT. Assange é perseguido por vazar documentos secretos e revelar a espionagem do Estados Unidos no site Wikileaks. A operação foi coordenada entre o governo imperialista dos EUA, da Inglaterra, da Suécia, e do capacho que ocupa a presidência do Equador, Lenín Moreno. O governo do Equador permitiu que o imperialismo entrasse na Embaixada, ou seja, em território do Equador, e o prendesse injustamente. Julian Assange estava na Embaixada desde 2012, onde se refugiou de uma acusação de estupro feita a ele na Suécia, parte da perseguição montada contra o jornalista. Na ocasião, o presidente equatoriano Rafael Correa concedeu cidadania equatoriana ao jornalista. Existe também um pedido de extradição do jornalista para os EUA sob a acusação de conspirar contra o país. O Departamento de Justiça norte-americano alega que ele conspirou com a então analista de inteligência dos EUA Chelsea Manning para baixar quatro bancos de dados confidenciais do Exército americano. Vale lembrar que dentre as muitas informações reveladas por ele houve a espionagem dos EUA de vários chefes de Estado, como Dilma Rousseff e Angela Merkel. Wikileaks revelou diversos episódios recentes que ganharam cobertura de toda imprensa mundial, em

2010. Um dos exemplos é o caso dos “Panama papers”, que expôs diversas fortunas escondidas no paraíso fiscal e artificial criado pelos EUA. A atuação dos EUA no Iraque e Afeganistão também foram alvo das denúncias, com imagens de assassinatos, maus-tratos e humilhações de civis e prisioneiros. Assange desmascarou como funcionam a CIA e o Departamento de Inteligência dos EUA, as torturas em Guantánamo e muitas outras coisas. Na prática, Julian Assange é um dos maiores jornalistas de sua época e esse foi seu maior “crime”. Em junho de 2012, Assange se refugiou na Embaixada do Equador. Poucos meses depois a Suprema Corte do Reino Unido decidiu por sua extradição para a Suécia. As autoridades suecas alegavam a necessidade de investigar e responder as acusações contra ele no país. Cinco anos depois a justiça da Suécia desistiu do processo. Mas, a Polícia Metropolitana de Londres disse que ele seria preso do mesmo jeito se saísse da Embaixada. Mesmo sendo australiano, Assange corre o risco de ser condenado a morte se for julgado por traição nos EUA. Curiosamente, o processo por estupro na Suécia já foi arquivado, mais um indício de farsa. Porém, as autoridades britânicas alegam que ele está sendo preso por desrespeitar a ordem de prisão anterior. Algum juiz Moro da Inglaterra inventou que ele precisa ser preso por ter fugido de um pedido de extradição para a Suécia em um processo que já foi arquivado. É uma invenção das autoridades inglesas, um

verdadeiro crime contra a democracia e a liberdade de imprensa e expressão. Mais uma vez, o imperialismo usa a justiça como arma contra seus inimigos. Sajid Javid que é secretário de Estado para Assuntos Internos do Reino Unido, se manifestou sobre a prisão no Twitter: “Posso confirmar que Julian Assange está agora sob custódia da polícia e vai responder à Justiça no Reino Unido. Gostaria de agradecer ao Equador por sua cooperação e à polícia por seu profissionalismo. Ninguém está acima da lei.” Ou seja, Inglaterra e Equador agem como súditos dos EUA. Assim, fica bastante difícil de não perceber que se trata de uma prisão política e irregular. O presidente atual Lenin Moreno retirou sua cidadania e autorizou a entrega de Assange ao imperialismo. A revogação do asilo é um ato político de Moreno para demonstrar toda sua subserviência.

Lenin Moreno foi eleito graças a Rafael Correa como um candidato de esquerda. Entretanto, depois traiu o povo e se aliou ao imperialismo, impondo uma política neoliberal e repressiva, prendendo o ex-vice-presidente Jorge Glass, e obrigando Correa a se exilar na Belgica. Correa classificou a entrega de Assange como “traição” e uma “vergonha” que foi praticada como “vingança”. Assange é um preso politico do imperialismo. Os governos dos EUA, Inglaterra, Suécia etc. que se dizem democráticos e atacam outros países como Russia, Venezuela e Cuba acusando-os de perseguir a oposição, são justamente os que realizam perseguição política contra todos que procuram desvelar o jogo sujo dos países imperialistas. Assange é caçado no mundo todo por ousar a desnudar os absurdos do imperialismo norte-americano. O australiano foi preso dizendo que “o Reino Unido precisa resistir”.

MODELO DE PREVIDÊNCIA DE GUEDES

80% dos aposentados ganham menos de um salário mínimo no Chile

U

m governo que precisou prender seu principal adversário a cassar sua candidatura, prender militantes e invadir sedes partidárias e proibir judicialmente todo tipo de peça publicitária que não seguisse as exigências da direita golpista para ser eleito não pode ser considerado um governo popular. É, na verdade, um governo anti-popular, anti-povo, um governo que foi posto para travar uma guerra contra toda a população. O governo Bolsonaro, no entanto, não será o primeiro com esse caráter. No Chile, a ditadura sanguinária de Augusto Pinochet – que, inclusive, foi elogiada por Bolsonaro – destruiu o país rapidamente. Pinochet foi, além de chefe de um regime truculento e repressivo, um dos mais importantes experimentos da Escola de Chicago, isto é, um dos principais experimentos da ofensiva desesperada dos capitalistas para descontar a crise histórica do capitalismo nas costas dos trabalhadores. O povo chileno hoje sofre com uma situação deplorável de sua Previdência. Segundo Andras Uthoff, consultor

do Instituto Igualdad e professor da Universidade do Chile, 80% das aposentadorias pagas no Chile estão abaixo do salário mínimo e 44% estão abaixo da linha da pobreza. Ou seja, na prática, o direito à aposentadoria foi destruído no Chile . Se a apo-

sentadoria não é capaz de fornecer as condições mínimas de vida digna aos chilenos, é uma aposentadoria virtual. A liquidação da Previdência chilena é o modelo da “reforma” da Previdência do governo Bolsonaro. Por isso, é preciso que os trabalhadoras a derru-

bem na marra, para o que é preciso organizar uma greve geral de verdade. É preciso mobilizar toda a população para derrubar o governo ilegítimo de Bolsonaro, dos militares e de todos os golpistas e impedir os ataques dos capitalistas à população.


CIDADES | 9

EPIDEMIA DE DENGUE

MG tem 128 cidades em estado de emergência; SP tem 443% de aumento

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á passa dos 100 mil os casos de dengue no estado de Minas Gerais. Feito um apanhado, foram identificadas 128 cidades com altos índices de epidemia de dengue no último período, o número assusta uma vez que tem um taxa muito alta em apenas 4 meses do ano. Isso coloca MG em estado de alerta. Em março já haviam sido registrados quase 70% de casos até então, revelando uma taxa de crescimento 80,1%, sendo umas das maiores em relação aos dois últimos anos. Uma das justificativa apresentadas pelo governo sobre a epidemia, em um primeiro momento, foi o aumento das chuvas. Em segundo lugar se destacam uma suposta falta de cuidados da população com recipientes com água parada e, por último, os chamados moradores flutuantes que saem para na trabalhar na capital e deixam suas casas sem cuidados. A realidade, no entanto, é que a responsabilidade pela situação é dos go-

vernos de direita que promoveram um verdadeiro sucateamento dos serviços públicos desses Estados, particularmente cortando verbas do saneamento básico e dos cuidados com a Saúde da população, o que foi crucial que a situação chegasse a esse ponto. A situação se repete em São Paulo, onde a população está sob a política antipopular de João Doria e Bruno Covas (ambos do PSDB), que segue a lógica da direita, de privatizar tudo, reduzir as gastos sociais e rebaixas as condições de vida da população, para manter os lucros dos grandes capitalistas. Segundo dados do Ministério da Saúde., durante todo o ano de 2018, foram notificadas 23 mortes por dengue em todo o País,. No estado de São Paulo, foram quase 40 mil casos do início deste ano até o final de março e foram confirmadas 15 mortes decorrente da doença, e ainda se apura se outras 30mortes, que possivelmente também fizeram parte da epidemia.

PARALISAÇÃO

Funcionários do SAMU protestam contra fechamento de 31 bases por Bruno Covas

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pós 48 horas de paralisação, os funcionários do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), em São Paulo, retomaram as atividades, às 7h desta quinta-feira (11). A decisão saiu em assembleia, na noite de quarta-feira (10), mas uma nova greve, agora de 72 horas, deve começar no próximo dia 16, caso não ocorra negociações com a prefeitura, informou o sindicato da categoria. A redução das atividades, que funcionaram apenas com 50% do quadro de funcionários, para atender casos graves, ocorreu pela discordância dos trabalhadores quanto ao Plano de Descentralização do Serviço, anunciado pela Secretaria Municipal de Saúde, que fechou 31 bases do Samu, no início do mês de abril. O vice-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindisep), João Ga-

briel Buonavita, denuncia o plano de desmonte do Samu, que prejudicará a população. Segundo ele, as bases no-

vas sem espaço para higienização das ambulâncias e funcionários, justificando que “os profissionais não podem

jogar sangue no pátio das UBSs (Unidades Básicas de Saúde). As mudanças feitas pelo governo tucano atinge a maior parte da população, sem acesso aos planos de saúde privados, com a precarização dos serviços e do atendimento. A prefeitura transferiu os profissionais e veículos para espaços disponíveis em hospitais e em postos de saúde, com uma estrutura mínima para fazer a limpeza e desinfecção das ambulâncias, dos equipamentos e dos funcionários envolvidos nos serviços de resgate. Os veículos não podem ser lavados no local, para conter gastos com água, tendo que ser higienizados em outro local. Esta mudança, somado à demora para a entrada e saída dos veículos, que manobram em áreas de circulação insuficientes, dificulta a circulação e a agilidade operacional do sistema essencial para a população. A categoria quer participar da reestruturação, que deve ser feita em conjunto com os servidores para não comprometer o atendimento.


10 | MOVIMENTO OPERÁRIO

MOVIMENTO ESTUDANTIL

Todo apoio à greve dos docentes das universidades estaduais baianas

O

s professores das universidades estaduais baianas estão em greve contra a política de arrocho salarial e falta de investimento na educação do governo Rui Costa. A suspensão das atividades acadêmicas começou no último dia 9. A mobilização conjunta organizada pelo Forúm das Ads (que reune seções sindicais do Andes na Uneb, Uefs, Uesb e Uesc ). A deflagração da greve nas universidades baianas ocorreu pela recursa do governo baiano em estabelecer propostas efetivas para atender a pauta dos docentes. A greve foi o recurso estabelecido pelo movimento, após quatro anos de recursa do governo petista em estabelecer negociações com os docentes. Pauta dos docentes das universidades baianas: 1) Direitos trabalhistas – Nas quatro universidades estaduais, direitos trabalhistas garantidos por lei aos docentes são desrespeitados, a exemplo das promoções, progressões e alterações de regime de trabalho; 2) Recomposição da inflação – O último reajuste das perdas inflacionárias do ano anterior ocorreu em 2015. Há quatro anos sem a recomposição, os salários já sofreram perdas que superam 25%; 3) Arrocho salarial – Há seis anos os docentes não possuem aumento real em seus salários, ou seja, um acréscimo acima da inflação. O último, em 2013, foi de 7% no salário base, conseguido somente após um forte processo de mobilização da categoria, que quase resultou numa greve; 4) Alíquota previdenciária – Deputados da bancada do governo votaram a favor, no dia 12 de dezembro de 2018, e o governador aprovou a lei (lei nº

14.031/2018) que aumenta a alíquota previdenciária estadual paga pelo servidor de 12% para 14%; 5) Alteração do Estatuto do Magistério Superior – No dia 20 de dezembro do ano passado, o governo alterou o Estatuto do Magistério Superior e retirou dos docentes com Dedicação Exclusiva a possibilidade de utilizarem mais tempo à pesquisa e extensão; 6) Planserv – Em dezembro do ano passado, por meio da aprovação da

Estado tem como função aumentar o poder de controle do governo sobre o pagamento dos servidores. Além de ferir a autonomia das universidades, o programa apresenta vários problemas, que vão desde dificuldade de acessar a página, ao não pagamento de benefícios e, até mesmo, ao não pagamento dos salários; 9) Falta de autonomia – Problemas como os contingenciamentos e o RH Bahia causam indignação à categoria.

Lei nº 14.032/18, os repasses orçamentários do governo para o Planserv foram reduzidos em 50%, passando de 4% para 2%; 7) Contingenciamento orçamentário – há alguns anos existe contingenciamento orçamentário nas rubricas de manutenção e investimento das universidades. Desde 2012, o movimento docente reivindica o aumento do repasse do Estado para 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI). Atualmente o valor é 4,9% da RLI; 8) RH Bahia – O novo sistema criado pelo governo em janeiro deste ano para gerenciar a gestão de pessoas no

Demonstram a alta interferência dos órgãos gestores do Estado e o ataque à autonomia universitária. Foram protocolados em diversas oportunidades a pauta da categoria e não houve nenhuma resposta “Somente entre 2017 e 2018, a pauta de reivindicações foi protocolada cinco vezes, com a solicitação da abertura das negociações. E, desde 2015, a pauta do movimento docente permanece a mesma, alterada apenas para incluir os sucessivos anos sem reposição das perdas inflacionárias. ( fonte: Fórum das ADs) Diante da greve, o governador Rui Costa procurou atacar a greve, distor-

cendo os dados e anunciando que o Estado tem um gasto muito alto com o pessoal, como qualquer outro governante colocou-se contrário ao direito dos trabalhadores em fazer greve por suas reivindicações. “Qualquer greve neste momento só faz agravar, piorar a situação, e nós não encontraremos soluções com manifestações grevistas”, afirmou. As principais reivindicações do movimento docente são: a defesa da carreira( existe uma serie de obstáculos a progressão), contra a política salarial de Rui Costa de nem mesmo garantir a reposição da inflação oficial, contra o aumento da contribuição para Planserv. Além dessas, um ponto fundamental do movimento grevista é a defesa da universidade pública, lutando contra o “contingenciamento da verba destinada para investimento e manutenção das universidades estaduais. No ano passado, apenas 4,45% da Receita Líquida de Impostos (RLI) chegaram às Universidades Estaduais da Bahia (UEBA), o menor percentual desde 2015.” http://www.forumdasadsba. org/pagina/noticias_interno/199). No último dia 9, o governador baiano anunciou a “ liberação” do recurso já previsto de R$36 milhões para as universidades baianas, como se fosse um atendimento da reivindicação dos docentes, mas é um mero disfarce , não houve acréscimo de valores. Educadores em Luta apoia o movimento paredista dos docentes baianos, e salientamos que a política do governador Rui Costa precisa ser combatida, por não representar os interesses populares. A greve docente é um importante aspecto da luta em defesa da universidade pública e das reivindicações dos trabalhadores.

BANCÁRIOS

Más condições de trabalho e assédio moral são regra nas agências do Bradesco A

agência do Bradesco localizada em Brasília – não vamos divulgar qual agência, para preservar os trabalhadores, já que os golpistas do Bradesco possuem um sistema de inteligência para perseguir os funcionários, caso haja denúncias contra o banco – é um verdadeiro terror para os seus funcionários. O espaço físico da agência é muito pequeno, e os clientes são obrigados a formarem filas fora da dependência, sendo a única agência num raio de quilômetros de distância de uma outra do banco. Ficam horas na fila à espera de atendimento. O quadro de funcionários é ultra-reduzido, que não dá conta da demanda de clientes que é muito grande, o que gera a sobrecarga de trabalho para o bancário, efeito da política dos banqueiros de redução drástica da quantidade de trabalhadores no quadro da

empresa para aumentar a sua exploração, em benefícios desses banqueiros parasitas. Além da sobrecarga de trabalho e da superexploração, os trabalhadores são vítimas dos capatazes dos banqueiros, que são escolhidos a dedo para exercerem o papel de carrasco para com os demais funcionários.

O descaso do gerente com os trabalhadores é total chegando ao absurdo de obrigar os funcionários a fazer as suas refeições (lanches e almoço) num verdadeiro cubículo, para piorar coloca um quadro de aviso, que é quase o tamanho do espaço, onde afixa demonstrativos de metas de venda de produtos bancários de cada funcioná-

rio, o que configura assédio moral coletivo no local de trabalho. Imagina uma pessoa no refeitório, lanchando ou fazendo a sua refeição, e na sua cara um quadro gigantesco assediando dizendo que ela não atingiu a meta, etc. e tal e que aquela pessoa pode ser demitida caso não bata a meta estabelecida. Não é por acaso que a categoria bancária está nos primeiros lugares no ranking de doenças mentais, tais como depressão, síndrome do pânico, alcoolismo, etc. Os trabalhadores do Bradesco não devem aceitar mais esse ataque, às condições de vida e de trabalho, pelos banqueiros, que só tem um objetivo: aumentar os seus lucros às custas da exploração dos trabalhadores e de toda a população. Organizar imediatamente uma verdadeira mobilização contra o aprofundamento da política que retira direito e conquistas dos trabalhadores, fruto do golpe de estado que teve como um dos grandes financiadores os banqueiros nacionais e internacionais.


MORADIA E TERRA E ESPORTES| 11

MST

Integrantes do MST marcham para Salvador pela Liberdade de Lula N

esta quarta (10), integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), iniciaram uma marcha de 48 km, partindo de Camaçari com destino a Salvador (BA), em protesto contra a prisão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que completou um ano no último dia 7 de abril. Ontem, dia 11, centenas de participantes do movimento saíram de Cascalheiras, em Camaçari, e seguem em direção à Linha Verde, rumo à Capital. Há colunas do Movimento, partindo de outras regiões do Estado. A manifestação, que pretende reunir 3 mil participantes de 10 regiões baianas, faz parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, que as entidades que compõe a Via Campesina organizam no mês de abril em homenagem às vítimas do Estado no que ficou conhecido como o Massacre do Eldorado dos Carajás. A chacina cometida por policiais militares aconteceu no dia 17 de abril de 1996, quando 19 trabalhadores rurais foram covardemente executados sem

chance de reagir, em uma explícita demonstração do estado de exceção que desde àquela época vem acometendo os trabalhadores do campo. Diante da necessidade de se travar a luta política contra o governo Bolsonaro e todos os golpistas, os trabalhadores do MST, apoiados por organizações populares, sindicatos dos trabalhadores do campo, pelo PCO (Partido da Causa Operária) e pelo PT (Partido dos Trabalhadores), intensificam em suas pautas de reivindicações além da reforma agrária, a Liberdade para Lula. Evanildo Costa, coordenador do MST na Bahia, deixa isso claro em sua fala, quando salienta que “desde o governo Temer a reforma agrária está totalmente paralisada, sem desapropriação, sem crédito, sem habitação, sem assistência técnica. O INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) totalmente sucateado”, e relaciona o governo ilegítimo de Bolsonaro como a continuidade do governo golpista de Temer. Chama a atenção para a necessidade “de denunciar este governo (Bolsonaro) que ganhou fraudando e que

agora vem tirando todos os direitos da classe trabalhadora”. A Liberdade para Lula, está claramente colocada pelos setores mais combativos e de luta da esquerda como uma necessidade sine qua non,

uma vez que Lula possui a capacidade de mobilizar a classe trabalhadora do campo e da cidade e que o governo Bolsonaro apenas se concretizou devido à farsa judicial que prendeu Lula injustamente.

ESPORTES

Diretorias de São Paulo e Corinthians golpeiam o torcedor com o valor dos ingressos para a final O s torcedores paulistas do Corinthians e do São Paulo estão muito, mas muito furiosos e indignados. Os dois times irão fazer a grande final do “Paulistão” 2019, em duas partidas, com o primeiro confronto marcado para acontecer neste próximo domingo, dia 14. O confronto inicial será no estádio do Morumbi, casa do tricolor paulista. A partida de volta está agendada para a Arena do “Timão”, no outro domingo, dia 21, ambos iniciando às 16h. O espetáculo de duas das maiores e mais importantes camisas do futebol nacional, no entanto, está ameaçado de não ter o brilho esperado, ofuscado pela ausência de um participante muito especial, que garante a emoção, a alegria e a grandeza do esporte das grandes massas. Estamos falando, obviamente, do torcedor, esse grande apaixonado por um dos aspectos mais importantes e representativos da identidade cultural do país, o futebol. Sem nenhum controle e regulação por parte da entidade que controla o futebol no Estado – a Federação Paulista de Futebol – as duas diretorias dos clubes que irão fazer a final parecem ter enlouquecido, pois estão majorando os ingressos para as partidas em até 300%. Com esta elevação – um verdadeiro golpe contra o público torcedor – muitos, centenas, milhares deixarão de ir ao estádio para assistir às duas partidas finais que decidirão o campeão da atual temporada. Com esta política abusiva e de ataque contra um dos protagonistas do

TODOS OS DOMINGOS 20H30

espetáculo – o torcedor – certamente haverá um esvaziamento do público nas duas partidas. É quase impossível para um trabalhador de baixa renda desembolsar o valor de um ingresso – mesmo o mais barato – que será cobrado na final. Para a primeira partida, que será realizada no Morumbi, casa

do São Paulo, a diretoria do tricolor “sapecou a pele” do torcedor. Considerando o valor do ingresso mais barato (R$ 100,00), mais despesas de transporte, alimentação (bebida e comida) e um acompanhante; filho, esposa, ou os dois, o custo para assistir à partida final chega facilmente, por baixo,

próximo aos R$ 500,00. Um completo desatino, um total absurdo! Mesmo para o torcedor tricolor de renda média-alta os valores são completamente abusivos, pois se este quiser ter um conforto a mais, ocupando os melhores lugares, terá que desembolsar, no mínimo, R$ 230,00 pelo ingresso. Um disparate, um despropósito total. Do lado alvinegro, a diretoria também não foi nada sensata com a torcida. Os dirigentes do “Timão” – o time com a segunda maior torcida do país e a maior do estado de São Paulo – embora tenham elevado em apenas R$ 10,00 o ingresso mais popular, passando de R$ 50,00 para 60,00, esfolaram a pele do torcedor nos ingressos mais caros. Se desejar ocupar os lugares de maior conforte e visibilidade, o corintiano de renda mais alta terá que deixar na bilheteria algo em torno de R$ 400,00 a 450,00. Fica também totalmente inviável o torcedor de baixa renda, um trabalhador, ir ao estádio com sua família torcer pelo seu time, pois somados todos os custos, os gastos se elevam a valores próximos aos R$ 250,00. Contra todo esse estado de coisas; contra todos esses abusos e ataques contra os direitos democráticos dos torcedores/trabalhadores, as torcidas organizadas devem protestar ativa e energicamente, exigindo das diretorias dos dois clubes o barateamento dos ingressos, possibilitando assim o acesso da maioria dos torcedores, que nesse momento se vêem impedidas de comparecer aos estádios para torcer por seus clubes.



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