Edição Diário Causa Operária nº5614

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TERÇA-FEIRA, 16 DE ABRIL DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5614

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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Moro e Moraes fundem pacotes anticrime: mais gente na cadeia e licença para militares matarem O atual ministro da Justiça, golpista, Sérgio Moro, juntamente com o ministro tucano e fascista do STF, Alexandre de Moraes, se articularam para fundir as chamadas propostas anticrime, defendidas por ambos.

Manifestantes em Londres protestam contra a prisão arbitrária de Julian Assange Um grupo de aproximadamente 40 ativistas, na maioria latino americanos de diversos grupos em Londres incluindo militantes do PCO, estiveram hoje no presídio de Belmarsh, onde o fundador do Wikileaks Julian Assange permanece sob custódia desde que foi retirado da embaixada do Equador em Londres

TODA SEGUNDA ÀS19H

EDITORIAL

A liberdade de expressão só pode existir se for irrestrita A condenação do humorista Danilo Gentili a 6 meses e 28 dias de detenção, em regime semiaberto, pelo crime de injúria contra a deputada Maria do Rosário (PT-RS)

El País, uma farsa de jornal direitista quer se passa por esquerdista, no Brasil O jornal El País, incensado por certa esquerda tupiniquim, é um jornal espanhol, endividado naquele pais, completamente comprometido com poder e com altos executivos.

Um quadro que avança no sentido da decomposição do regime político anterior Seis anos atrás, denunciávamos neste Diário que a burguesia estava articulando um golpe de Estado para derrubar o PT. Segundo os gênios da esquerda acadêmica, super bem pensantes éramos malucos, falavam que nossa imprensa era conspiratória e que vivíamos uma “democracia consolidada”, que quanto a isso não havia com que se preocupar.



OPINIÃO | 3 EDITORIAL

A liberdade de expressão só pode existir se for irrestrita A

condenação do humorista Danilo Gentili a 6 meses e 28 dias de detenção, em regime semiaberto, pelo crime de injúria contra a deputada Maria do Rosário (PT-RS), deu lugar a uma intensa agitação que evidenciou um profundo desnorteamento da esquerda burguesa e pequeno burguesa que se colocaram a favor e até comemoraram sua condenação, como já vem se tornou tradicional entre alguns setores, que se opõem à posição tradicional da esquerda revolucionária contrária à criminalização larga escala, por entender que o crime é problema social, produto da divisão da sociedade em classes e que é usado pelo Estado capitalista como instrumento de repressão dos trabalhadores e da esquerda. Estes setores da esquerda, ao contrário da posição tradicional dos revolucionários de “derrubar a Bastilha” e libertar milhares de membros da classe trabalhadora (pois cadeia no Brasil, por exemplo, como diz o ditado popular é “para preto, pobre e puta”), vítimas da opressão capitalista que, muitas das vezes o coloca na marginalidade etc. passaram se comportar como uma esquerda carcereira, que repete a lógica da direita que vê no encarceramento uma solução para os problemas sociais em uma etapa de decomposição capitalista. Como no caso de Gentili, a condenação recaiu sobre um elemento ultra reacionário, parte da escória que apoiou a ascensão ao governo do fascista Bolsonaro, muitos setores se viram ainda mais justificados para firmar essa posição de apoio à condenação aplicada pela ditadura contra o povo, aprofundada desde o golpe, com a decisiva participação do judiciário, já tradicionalmente o mais reacio-

nário dos três poderes da República. Na sentença a juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, ao gravar um vídeo em resposta a uma notificação extrajudicial recebida, o humorista ofendeu a dignidade da deputada, chamando-a de “puta” (ao omitir em uma piada de mal gosto parte da palavra deputada), com o que o humorista “ultrapassou os limites da ética e da liberdade de expressão, cometendo o crime de injúria”, segundo ela. Ela desconsiderou em sua sentença os argumentos da defesa de Gentili de que não houve dolo em ofender a honra ou a dignidade por se tratar de uma peça humorística. Uma coisa é considerar Gentili como uma pessoa desagradável, reacionária, que expressa posições de direita e combatê-lo, pelos meios que forem necessário por isso. Bem diferente, é apoiar a censura e criminalização da opinião política, atribuindo ainda mais poder à justiça reacionária, para que ela possa usá-la, conforme seu entendimento discricionário, contra quem bem entender. Ao assinalar que a Juíza declarou que a liberdade de expressão tem limite, a juíza está claramente defendendo a tese da direita de que não deve haver liberdade de expressão, sendo um absurdo que aposição da esquerda seja defender a restrição da atividade política, artística etc. e o fortalecimento do reacionário poder judiciário. Isso quando é óbvio que não existe qualquer demarcação racional, previamente estabelecida e minimamente clara, do que seria afinal o simples uso do direito vital à livre expressão e o que seria eventualmente um abuso deste direito. Isto não está fixado em Lei, porque seria impossível fazê-lo e

o judiciário pretende atuar, mais uma vez, acima da Lei. Não há parâmetros válidos para qualificar de antemão quais seriam atos de abuso e quais seriam atos de legítima expressão do pensamento, da crítica, do sarcasmo ou mesmo da simples piada, que também faz parte do universo do pensamento humano, e que, por isso mesmo, deveria ter a sua expressão livre aceita por uma sociedade que queira se considerar livre, democrática. Diante da inexistência da linha divisória, em uma sociedade divida em classes, cabe à classe dominante usar do seu poder para impor seus limites, de acordo com seus interesses de ocasião, fazendo uso dos seus poderes repressivos para cercear – de fato – o direito à livre expressão. A juíza se revoltou particularmente com o fato de que o “artista” tenha usado, para se defender da acusação recebida, uma chula manifestação por vídeo, instrumento de expressão do acusado. Segundo Maria Isabel, se não houve intenção de ofender, ele poderia simplesmente ter procurado auxílio jurídico ou discordado da notificação. ‘Ao revés, não contente com a injúria propalada, resolveu gravar um vídeo com conteúdo altamente ofensivo e reprovável, deixando muita clara a sua intenção de ofender’“, afirmou a juíza. Ou seja, Danilo Gentili teria que ser punido por não usar dos advogados e dos tribunais para se manifestar, mas usar da sua “arte”. E a esquerda pequeno-burguesa caiu, mais uma vez, na armadilha reacionária da burguesia, a ponto de apoiar a mais descarada censura, lançando mão do moralismo que lhe é peculiar Chega a insuflar movimentos sociais com todo o tipo de censura,

disfarçada em abstrações como “lugar de fala”, “apropriação cultural” etc, que se disseminaram como uma verdadeira praga em certos setores pequeno-burgueses a ponto de praticamente impor uma verdadeira paralisia ao debate crítico e polêmico que sempre se constituiu como um verdadeiro motor de aprimoramento dos movimentos populares e operários. Mostrando que o problema em si – a ser atacado pelo judiciário – não era, nem é, a posição reacionária do mesmo, ele esta ameaçado de nova condenação, desta vez em processo movido pelo deputado do PSOL, Marcelo Freixo, que o associou aos ativistas do movimento e foi condenado a pagar uma multa de R$ 20 mil e o o promotor Lucílio de Held Júnior, da “República do Paraná”, enviou um ofício a Sérgio Moro comunicando suposto crime de injúria que teria sido cometido pelo também humorista Gregório Duvivier, mas agora contra Jair Bolsonaro e contra Moro. Trata-se claramente de parte da ofensiva reacionária da direita à qual deve ser combatida pelos trabalhadores e suas organizações de luta e pela esquerda politicamente – ou até mesmo pelas vias de fato – uma vez que o fascismo e seus subprodutos como o esgoto cultural representado pelo pensamento de Danilo Gentili e seus semelhantes, não podem ser barrados por decisões de tribunais dominados pela direita. De modo algum, a esquerda deve delegar às forças repressivas da burguesia este poder, porque ele indubitavelmente se voltará contra a esquerda e contra todo o povo oprimido e suas manifestações e lutas contra os ataques da direita.


4 | OPINIÃO E POLÊMICA

ESQUERDA PEQUENO BURGUESA

Mais uma vez, PSOL participa de ato popular somente para fazer discurso eleitoral N

os atos do último dia 7, ocorridos em dezenas de cidades do país foi mais uma constatação de que a posição do Partido Socialismo com liberdade (PSOL) em apoiar a campanha pela liberdade de Lula ou pelo Lula Livre como batizou o PT, não passa de um discurso de tipo eleitoral. O discurso eleitoral não é simplesmente aquele que os candidatos da burguesia e da pequena burguesia fazem a torto e a direito, durante os períodos eleitorais, prometendo mundos e fundos para a população com o claro propósito de tentar enganá-la, criar ilusão, enfim, prometer um mundo melhor, mais cor de rosa, quanto eles têm consciência que o que falam não passa de demagogia. Existe também o discurso eleitoral fora das eleições. É aquele que os futuros candidatos e seus partidos fazem apenas por conveniência, para dizer que estão fazendo o que na prática não estão fazendo e com isso buscar angariar “dividendos” futuros. Esse é o discurso do PSOL. Sua direção nacional aprovou a participação dos seus militantes nos atos do dia 7,

mas o que se viu, na prática, foi a presença de “personalidades” do partido para fazer discurso, com a presença zero ou quase zero de seus militantes. Essa não é uma política nova do PSOL, alias, diante do golpe, foi a prática constante. Serve para enganar os incautos com a aparência de que fez alguma coisa, sem nunca tem feito nada. Foi assim com relação ao impeachment de Dilma Roussef, foi assim diante da prisão de Lula e agora diante da campanha pela sua liberdade. A política de se vangloriar em estar “lutando” já seria ruim se fosse apenas um engodo, mas ela tem um elemento de muito maior envergadura, que é justamente de estar fazendo o oposto do que diz que está fazendo. Existe uma verdadeira frente única do partido com o setor da direita do PT, com o PCdoB e com os partidos golpistas (PSB, PDT) e que chega a Rede de Marina Silva e até o PSTU. Essa política consiste fundamentalmente em “virar a página” do golpe. Se adaptar ao novo regime político do fascista presidente Bolsonaro na vã ilusão de novas “conquistas” eleitorais nas eleições de 2020 e 2022.

Além de inviável, essa política ainda é extremamente sórdida. Ela traz no seu conteúdo a palavra de ordem de um pequeno segmento de militantes presentes no ato do dia 7, em Curitiba: “Lula presente, Haddad presidente” – felizmente profundamente repudiada no ato, que nada mais significa em transformar Lula, ainda muito vivo, em transformar a maior expressão da luta contra o golpe de Estado no Brasil e, portanto, na expressão maior da luta de classes, em

um ícone a ser cultuado, sem vida, sem luta, sem nada. O caminho seguido por essa esquerda é um beco sem saída para a classe trabalhadora e todos os explorados e vai de encontro aos erros colossais cometidos pela esquerda em momentos cruciais da história que reside justamente na capitulação vergonhosa diante da direita, justamente quando se apresenta uma perspectiva enorme de resistência e luta popular contra a direita e o fascismo.

CONDENAÇÃO DE DANILO GENTILI

Um atentado à liberdade de expressão N

a última sexta-feira (12) veio a conhecimento público que Danilo Gentili também terá que indenizar o deputado federal Marcelo Freixo, do PSOL, em R$20 mil, por mensagens de twitter. Nesta semana, o fascista já havia sido condenado a pena de seis meses de prisão – regime semiaberto – por ter ofendido a deputada Maria do Rosário, do PT. Como a condenação recaiu sobre um bolsonarista da pior espécie, um belo exemplo da escória que apoia o fascista Bolsonaro, muita gente comemorou o ato de repressão do Estado burguês, como se fosse uma verdadeira vitória da esquerda. Ledo engano. Comemorar qualquer ato repressivo, mesmo contra o mais abjeto bolsonarista, como no caso de Danilo Gentili – que inclusive é “eleito” como boi de piranha da burguesia exatamente porque é totalmente descartável, não representa nada para eles – significa apenas dar ainda mais munição para que nossos inimigos nos ataquem logo na sequência. É óbvio que não existe qualquer linha demarcatória racional, minimamente clara, do que seria afinal o simples uso do direito vital à livre expressão e o que seria eventualmente um abuso deste direito. Simplesmente não há parâmetros válidos para qualificar de antemão quais seriam atos de abuso e quais seriam atos de legítima expressão do

pensamento, da crítica, do sarcasmo ou mesmo da simples piada, que também faz parte do universo do pensamento humano, e que, por isso mesmo, deveria ter a sua expressão livre aceita por uma sociedade que queira se considerar livre. Como a linha divisória não existe, é óbvio que os poderes repressivos irão se utilizar desta situação para simplesmente cercear todo e qualquer direito à livre expressão. E a esquerda cai nessa armadilha reacionária da burguesia a ponto de apoiar a mais descarada censura. A burguesia sabe bem do moralismo que impera na esquerda pequeno-burguesa e tira grande vantagem disto. Chega a insuflar movimentos sociais com todo o tipo de censura, disfarçada em abstrações como “lugar de fala”, “apropriação cultural” etc, que se disseminaram como uma verdadeira praga em certos setores pequeno-burgueses a ponto de praticamente impor uma verdadeira paralisia ao debate crítico e polêmico que sempre se constituiu como um verdadeiro motor de aprimoramento dos movimentos populares e operários. Cabe à própria esquerda combater politicamente – ou até mesmo pelas vias de fato – esgoto cultural representado pelo pensamento de Danilo Gentili e seus semelhantes, até que eles voltem para o lixo de sua própria irrelevância, de onde nunca deveriam

ter saído. Não ao Estado burguês. Não podemos delegar às forças repressivas da burguesia este poder, porque ele indubitavelmente se voltará contra nós, mas com uma força destrutiva multiplicada pela décima potência, certamente baseada em prisões sumárias, porões de espancamento e tortura, cujo destino muitas vezes será o desaparecimento em cemitérios clandestinos. Já vimos toda esta história, e há muito sangue da repressão burguesa escorrendo pela memória recente de muitos militantes. Não se pode duvidar, nem por um instante, que a censura está voltando e, em “aproximações sucessivas”, primeiro acerta a escória direitista, para ser legitimada pelas suas reais vítimas, os militantes de esquerda. Por exemplo, o promotor Lucílio de Held Júnior, da “República do Paraná”, enviou um ofício a Sérgio Moro comunicando suposto crime de injúria que teria sido cometido pelo também humorista Gregório Duvivier, mas agora contra Jair Bolsonaro e contra Moro. Segundo o promotor, dizer que Moro é um “juizeco”, “um merda”, que “fala fino com a milícia e com os Estados Unidos” e que “não merece nem uma pica no cu, [porque] uma pica no cu pode ser bom”, ou ainda, desejar que Moro “tenha uma velhice longa abraçado ao lado desses bandidos que ele adora, de Bolsonaro e o caralho”, seria uma manifestação “muito incisiva, em

relação a autoridade que é exemplo para todos nós no país”. Como diferenciar a liberdade de expressão de Gentili da de Duvivier, ou mesmo a deste Diário, neste texto? Qual seria a diferença entre a manifestação incisiva da direita e a da esquerda? Não há como saber. Por isso, liberdade de expressão, assim como todas as liberdades chamadas até mesmo pelo Estado burguês de “fundamentais”, ou seja, que dizem respeito diretamente à individualidade de cada cidadão, não podem ser limitadas de qualquer modo. Não podem, tampouco, serem defendidas apenas para um determinado grupo ou apenas quando interessa a determinado grupo ou indivíduo, do contrário, ela deixará de ser um direito mas um privilégio para poucos. A expressão deve ser livre tanto para o mais sábio marxista como para o mais abjeto e decadente ser burguês e seus capachos. Pois, quando deixamos a burguesia tirar um dedo de um direitista, estamos abrindo caminho certo para ela esquartejar centenas de militantes de esquerda. Damos apoio a um verdadeiro programa de censura generalizada de toda a sociedade.


POLÍTICA | 5

MINISTRO GOLPISTA

Moro e Moraes fundem pacotes anticrime: mais gente na cadeia e licença para militares matarem O

atual ministro da Justiça, golpista, Sérgio Moro, juntamente com o ministro tucano e fascista do STF, Alexandre de Moraes, se articularam para fundir as chamadas propostas anticrime, defendidas por ambos. A articulação de Moro e Moraes com o objetivo de aumentar as penas, a violência policial, suprimir garantias legais, como a prisão em segunda instância, por exemplo, permitir que os policiais matem de maneira indiscriminada e saiam totalmente impunes, como prevê a nova legislação defendida por Moro, são demonstração da verdadeira ditadura que se impõe no país. Tanto Moraes quanto Moro são representantes diretos da extrema-direita fascista. Moraes, quando secretário de Justiça do governo tucano de Alckimin em São Paulo, autorizou inúmeras barbaridades da policia con-

tra a população. Permitiu que a policia reprimisse de maneira violenta as manifestações de estudantes e professores, era e é um ferrenho defensor da violência policial instrumento de controle do estado. Moro tem em suas costas a destruição de praticamente todos os direitos e garantias individuais perante o estado. A prisão sem provas de Lula, em segunda instância, com base em delações, que são verdadeiras torturas políticas, são alguns exemplo dos “feitos” do ministro da justiça fascista. O acordo entre Moro, ligado ao governo ilegítimo de Bolsonaro, e Moraes que tem ligação com o PSDB, representa o acordo entre os diferentes setores da direita e da extrema-direita com o único objetivo: reprimir de maneira generalizada a população brasileira. Trata-se de uma ameaça que vêm se concretizando aos poucos, com pri-

sões arbitrárias, chacinas policiais nas periferias, retirada de direitos, etc. A resposta tem que ser imediata e deve ser dada pela mobilização popular. É

preciso lutar pela derrubada de todo o regime golpista. Levantar as palavras de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas!

FARSA

El País, uma farsa de jornal direitista quer se passa por esquerdista, no Brasil O

jornal El País, incensado por certa esquerda tupiniquim, é um jornal espanhol, endividado naquele pais, completamente comprometido com poder e com altos executivos. Promoveram na Espanha demissões em massa, ao mesmo tempo em que seus dirigentes ganham cerca de U$ 1 milhão por mês, fazendo o jogo de grandes grupos empresariais europeus. No Brasil, o jornal faz tipo progressista, pelo menos liberal. Na Espanha, porém apoiou a direita sempre. Lá, no máximo, uma aproximação com a social-democracia espanhola, que é uma vergonha, é o partido que ajuda os EUA a dar o golpe na Venezuela. Basta lembra que o primeiro chefe da social-democracia da Espanha, Adolfo Suárez, foi um agente da CIA. Em artigo do dia 08/04/2018, o articulista do El País, Felipe Betim, mostra bem para onde pende o jornal e sua linha editorial. Com o título “Lula e Marielle, símbolos de duas esquerdas separadas nas ruas”, o artigo tenta carimbar alguns partidos de esquerda, e suas pautas/demandas, como antiquadas, velhas, inadequadas, como seus militantes e apoiadores, enquanto outros partidos, se mostram antenados, descolados, atualizados, com pautas mais condizentes com militantes jovens, com as mulheres, com aqueles que se movem por pautas identitárias. Nessa toada, PSol seria o descolado, a nova esquerda, enquanto setores do PT, o PCO etc. seriam antiquados, a velha esquerda. A conclusão lógica da leitura do artigo é que lutar por Lula

Livre é antiquado, é coisa de velhos e de uma esquerda envelhecida, assim como manter os trabalhadores como objeto central da luta política. Por sua vez, lembrar de Marielle e promover atos para lembrar da vida e luta da vereadora do PSol é algo muito mais atual, atrativo. Dessa forma, as pautas feministas, LGBTQ, ‘da juventude’, seriam as pautas da nova esquerda, com militantes igualmente jovens, festivos, alegres, em contraste aos carrancudos militantes da velha esquerda, que ainda acreditam em luta de classe, na importância dos sindicatos. No fundo, o que o articulista diz é que a luta da classe trabalhadora é inútil, não é ‘pauta’ para a juventude, ou seja, a esquerda teria que deixar de ser esquerda para manter-se ‘atrativa’. Lula é passado a ser esquecido, o futuro da esquerda são as pautas identitárias, e muita festa. O partido de es-

querda do futuro deve ser um partido inócuo. Esse é o El País, que tem a missão de criar partidos como o Podemos, que se alinhou à extrema-direita contra a independência da Catalunha. Ou o Syriza, partido de estimação dos bancos alemães e franceses. Dividir os partidos de esquerda e, no final, na prática, transformá-los em base de apoio a governos de direita. Esse mesmo articulista, no dia seguinte, 08/04/2019, na edição em espanhol do mesmo El País, reforça seu ataque ao Partido dos Trabalhadores, reafirmando que o PT estaria perdido por se prender à campanha por “Lula Livre”. O tom do artigo é o de que o PT está lutando para se reencontrar e que enquanto não aceitar o governo Bolsonaro e voltar a atuar como verdadeira oposição, vai continuar perdido.

Para reforçar essa avaliação, usa o sociólogo Celso de Barros Rocha, que avalia a atuação parlamentar e não vê o PT liderando a oposição, na realidade, para ele “o partido ainda não encontrou um líder no Congresso porque está ligado a essas questões” (referentes à Lula e como defendê-lo e à sua libertação). No final, o que estaria em jogo seria também uma disputa no campo ‘progressista’ pela hegemonia, que, segundo o sociólogo, teria sido ocupada pelo PT nos últimos 30 anos. E essa competição pela hegemonia deve forçar os vários PTs (tese do Barros Rocha) seriam forçados a mudar. Nesse caso, a mudança, segundo deixa claro o articulista do El País, seria transformar-se em um partido de esquerda que esqueça as lutas da esquerda (velha), esqueça o trabalhador, esqueça a luta de classes, esqueça a política.


6 | POLÍTICA

CASO DANILO GENTILI

É preciso defender a liberdade de expressão e lutar contra as leis repressivas P

elo que estamos vendo no Brasil, quem fala alguma coisa, faz isto por sua própria conta e risco. Depois fica à mercê da Justiça. A condenação do Gentili pela pretensa ofensa à Maria do Rosário demonstra isso. O PT acredita que para se defender, o correto é ir à Justiça. Mas o problema é que a Justiça não é uma figura ideal, abstrata e isenta de influências sociais, à parte da luta de classes. Como vimos recentemente, Justiça é o Sérgio Moro, Dallagnol, Bretas, Toffoli, a juíza que plagiou a sentença do Sérgio Moro e por aí vai. E o pior é que a Justiça real de fato se alimenta dessa pretensão democrática da esquerda, e usa isto para levar avante uma política direitista. Ou seja, toma conta da luta equivocada da esquerda para se tornar uma serva da burguesia cada dia mais eficiente. No caso do Gentili, por exemplo, uma coisa é ele ser alguém direitista, outra coisa é colocar ele na cadeia por falar. Quem está sendo condenado até agora tem uma aparência de vilão e maluco. Mas dar uma pena de prisão para eles pelo simples fato de falar é o estabelecimento de uma ditadura. A juíza que deu a sentença disse que liberdade de expressão tem limite. Ora, se você só pode falar o que o outro permite, então não há liberdade de expressão. Liberdade de expressão é o que ocorre quando você fala o que pensa. E esta repressão vem numa crescente debaixo dos olhos (cegos) da esquerda. Muita gente na esquerda chega até mesmo a acreditar que é a juíza do caso do Gentili que está correta. Deveríamos mesmo estabelecer limites à liberdade de expressão. Acreditam que isso seria até mesmo algo bom. Não é verdade. Trata-se simplesmente de restrição da liberdade política. O correto não é apelar para um judiciário burguês e cada vez mais repressivo. O correto é você falar o que quiser e depois, quem quiser que rebata o que foi dito. Gentili, inclusive, foi condenado por injúria, por xingar. Se o simples fato de xingar alguém já poder trazer toda a repressão do Estado burguês para cima da pessoa, qual será a liberdade de expressão que irá restar? Como boa parte da esquerda não considera a luta de classes, acabam

não entendendo que a Justiça não é neutra. E isto mesmo agora que a história atual nos está dando uma verdadeira aula para que todos vejam claramente o real processo da justiça brasileira. Ou seja, que eles prendem e condenam quem eles querem e pronto. Além disto, a esquerda de modo geral sofre do problema de não ter um programa democrático. Criticam o PCO por ter ficado contra a prisão de Temer. Não entendem que apoiar uma prisão ilegal é dar apoio político para toda e qualquer prisão ilegal. Sem um programa, a esquerda brasileira guia-se apenas por um tipo de julgamento moral: o mal tem que ser punido, custe o que custar. Mas isto não é política. No máximo é um arremedo de religião, e bastante fuleiro. Em política, se defende um conjunto de princípios que sejam fundamentais para a defesa dos interesses da população dentro da sociedade. A prisão do Temer, por exemplo, não faz avançar em nada a luta pelos interesses da população. Mas a sua prisão arbitrária gera um claro avanço na derrubada de todos os direitos da população. O PCO alerta sobre isso há bastante tempo. Hoje chegamos ao ponto de que os direitos que ninguém imaginaria que poderiam ser tripudiados são tripudiados todos os dias. Veja-se o caso dos soldados do Exército que deram 80 tiros em um carro sem que houvesse nenhum tipo de provocação. Por mera suspeita. Isso vem do fato de que os juízes, promotores, procuradores estão na

prática abolindo todo o tipo de lei que protege os direitos da população. Eles, na maioria, consideram mesmo todos os pobres como bandidos até que se prove o contrário. Por vezes, até mesmo provando-se o contrário. Se isto sempre foi a realidade das grandes massas proletárias, agora trata-se de uma realidade que está se alastrando para todas as camadas sociais. Cada vez mais estamos vivendo no reino da arbitrariedade. Nesta situação, obviamente não é a melhor política defender crimes de tipo ideológico, medidas arbitrárias, que se passe por cima da lei. A questão é que não há reação contra tudo isto. E boa parte da causa desta apatia geral, é que a esquerda tem uma dificuldade muito grande de compreender que ela também faz parte da onda repressiva no Brasil de encarceramento por motivos fúteis. No fim, o que acontece na prática é que a lei é aplicada com muito mais arbitrariedade e força quanto mais “para baixo” estiver o cidadão na estrutura da sociedade. Dessa repressão, só escapam alguns cidadãos “de bens”. Até quem comete um crime grave, se tiver bons advogados, que cuidem adequadamente do processo, com boas relações dentro da burguesia, não será condenado. Já os mais pobres, sem estas condições, são condenado mesmo que sejam inocentes. A esquerda brasileira deve se lembrar de algo que sempre foi uma noção clara para a esquerda mundial: você deve ser o mais humano e o mais liberal possível no que diz respeito ao crime, pois o crime é um problema social,

um problema da sociedade e de sua estrutura geradora da divisão em classes. Quem trata esta divisão da sociedade em classes com violência e arbitrariedade apenas se coloca como um carrasco da população pobre e mais nada. Acaba se colocando em uma posição de esmagamento da população pobre em favor da população rica, ainda que não seja rico. Cada vez mais se ouve – até mesmo dentro da esquerda – a conhecida expressão direitista: “não vou passar a mão na cabeça de bandido”. Se esta expressão indica que se deve tratar o criminoso como ser humano, então, nós vamos sim “passar a mão na cabeça de bandido”. Devemos, sim, tratar todos os seres humanos como seres humanos. O criminoso não é de uma espécie diferente, é uma pessoa como qualquer outra. Tem que ser tratado como ser humano e ter todos os seus direitos garantidos, não importa o crime que ele cometeu. É também preciso diminuir o encarceramento. E é urgente diminuir o número de crimes. Temos que nos opor a esta tendência de se criminalizar tudo, que parece ser um verdadeiro “passatempo” dos órgãos legislativos. No Brasil, até por atropelar uma pessoa pode-se ser acusado de assassinato, ainda que tenha sido um simples acidente comum. Um justiceiro acha isto correto. Mas se for o filho do Eiki Batista que atropelar alguém, aí é óbvio que este entendimento não vai ser aplicado. Ou seja, o problema democrático, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, hoje está totalmente em primeiro plano. No Brasil, esta situação de crescente repressão não é algo acidental. É uma política definida para sufocar a população. Basta lembrar que temos em nosso país um milhão de pessoas presas. Ou seja, vivemos praticamente em um Estado carcerário. Isto sem falar que a repressão é levada adiante por uma propaganda sistemática que explora o medo de uma parte da população da violência etc, apesar de que a violência estatal é muito maior do que a produzida pelos cidadãos. É a era Bolsonaro, onde tudo isto vai se acentuar de uma forma terrível. Fato que esquerda não quer ver. Parece que o que querem é fazer leis repressivas para “libertar” o povo. O que é um óbvio contrassenso. Só vai haver alguma libertação, quando estas leis repressivas forem abolidas, jogadas da lata do lixo. Enquanto houver repressão estatal não vai haver liberdade nenhuma.

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POLÍTICA | 7

ESQUERDA ACADÊMICA

Um quadro que avança no sentido da decomposição do regime político anterior S eis anos atrás, denunciávamos neste Diário que a burguesia estava articulando um golpe de Estado para derrubar o PT. Segundo os gênios da esquerda acadêmica, super bem pensantes éramos malucos, falavam que nossa imprensa era conspiratória e que vivíamos uma “democracia consolidada”, que quanto a isso não havia com que se preocupar. Quatro anos atrás depois do golpe de Estado armado pela contra Dilma à serviço dos EUA, explicamos que precisa-se centralizar a esquerda na luta contra o Golpe. Que lutar paralelamente contra uma PEC, uma emenda ou um direito específico não ia nem fazer cócegas no regime golpista, muito menos derrotá-lo. Três anos atrás fazíamos campanha pela anulação do impeachment e denunciávamos o golpe militar em curso e as acusações de imprensa conspiratória da tão arrogante esquerda voltaram a tomar corpo. Dois anos atrás denunciávamos que iriam prender o Lula, que precisávamos centralizar a luta na derrubada do regime golpistas que só buscava eleições fraudadas sem Lula para conseguir “encrustar “ o novo governo golpista com uma falsa legitimidade. Novamente fomos acusados de extremistas, exagerados e afins. No ano passado, atrás denunciávamos que era suicídio político a esquerda permitir que Lula fosse preso. Nos pediram para “relaxar”, pois em 10

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dias conseguiriam um habeas corpus para libertar Lula. Aproximadamente 7 meses atrás explicávamos (novamente) que nunca na história do mundo um governo que ascendeu fruto de um golpe de Estado foi vencido institucionalmente, e que votar no Haddad não era solução para derrubar o Golpe, que abandonar Lula pela candidatura do Haddad era suicídio político, uma vez que o golpe procurava conquistar uma aparência de legitimidade para o Golpe dado Hoje com um ano completo da prisão política de Lula a esquerda traz uma nova versão da política de “virar a Página do Golpe”: votar no Haddad em 2022. É o que fica implícito no novo grito de ordem de setores da esquerda pequeno burguesa: #LulaPresente #HaddadPresidente

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Ou seja, a esquerda burguesa e pequeno burguesa, outrora defensora do “plano B” e hoje a favor da “frente ampla” com setores da direita golpista, trata Lula como morto uma vez que substitui #LiberdadeParaLula por #LulaPresente. É esse o grande plano de decomposição para o Partido do Trabalhadores. Transformar Lula em mártir e usar sua figura como apetrecho para “tunar” a candidatura do tucano-petista Fernando Haddad ou de outro elemento da “frente ampla”uma vez que, depois de abandonar Lula, não será difícil deixar de lado a candidatura, sem grande prestígio popular, do seu “substituto”. Já foi comprovado que a única forma de colocar o regime golpista de conjunto em xeque é a liberdade de Lula, que está intimamente ligada a

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derrubada de Bolsonaro e de todos os golpistas. A esquerda pequeno burguesa e pequeno burguesa pretende se contentar com as “chupetas” que o golpe quer lhe entregar, como é o caso da criminalização de palavras machistas, homofóbicas e racistas. Ingenuamente a esquerda quer aceitar esse falso prêmio de consolação uma vez que não entende a luta de classes e dessa forma quer resolver todos os problemas do capitalismo com lutas das chamadas “pautas identitárias”, que sugere como solução novas leis repressivas e um Estado cada vez mais policialesco. O Estado está a cada dia que passa mais aparelhado e sob controle dos generais, que estão a postos para assumir o poder total caso o governo Bolsonaro não consiga superar a grande crise que vem sofrendo desde o seu primeiro dia de mandato. Superar essa crise significa levar milhares de brasileiros ao suicídio por exemplo com a aprovação da Reforma da Previdência. O momento de se mobilizar e derrubar o regime golpista é esse, antes que a perseguição contra a esquerda se generalize dentro de um cenário de golpe Militar que ja está nos sendo empurrado pouco a pouco desde as denúncias do mensalão. Se a esquerda não superar seus delírios eleitorais e ilusões democráticas e enfrentar o Golpe a ditadura de 1964 vai parecer desenho animado perto do que a Ditadura que está por vir promete. #ForaBolsonaroETodosOsGolpistas #LiberdadeParaLula #EleicoesGeraisComLula

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8 | POLÍTICA E PCO

ASSASSINATO

Os 80 tiros da ação fascista do Exército são a expressão do governo Bolsonaro

A

notícia do assassinato com mais de 80 tiros do músico e pai de família Evaldo do Santos Rosa, de 52 anos, por militares do Exército em Guadalupe, zona norte da cidade do Rio de Janeiro foi tomada pelo ilegítimo Presidente Jair Bolsonaro como um evento natural, típico da conduta dos militares. O ilegítimo Presidente Bolsonaro no domingo (7), na sua primeira declaração sobre o ocorrido, disse que “O Exército não matou ninguém, não”. Dias depois, no programa do Pedro Bial (Rede Globo), o Ministro da Justiça e Segurança, o golpista Sérgio Moro declarou que “os fatos vão ser esclarecidos, se houve ali um incidente injustificável de qualquer espécie, o que aparentemente foi o caso, as pessoas têm que ser punidas, lamentavelmente, esses fatos podem acontecer.” O que o governo Bolsonaro e seus acessórios golpistas querem dizer ao realizar tais declarações de normalidade com a excepcional brutalidade que os militares abordaram o carro da família do músico Evaldo dos Santos? Trata-se de uma propaganda institucional, do governo para preparar o ambiente político, a opinião pública, ao regime de maior repressão, ou seja, as declarações dos ministros da educação, Ricardo Veléz e agora o Arthur Weintraiub, sobre a necessidade de combater o comunismo; as falas pretensamente ignorantes do Ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo de que o nazismo é de esquerda; a determinação de Bolsonaro para comemorar o Golpe de 64 em 31 de março deste ano, além de defender abertamente a ditadura de 1964, o torturador mili-

tar Brilhante Ustra e considerar que o Golpe de 1964 foi uma vitória dos militares contra o comunismo são expressões de que a repressão militar aumentará, pois o governo não está demonstrando recuo algum nessa política de defender militares assassinos e de combater a esquerda. Para se ter uma noção das arbitrariedades que o governo Bolsonaro defende, só nas últimas semanas ocorrerão várias agressões de militares e de grupos de extrema-direita contra a população, vejamos:

COTV

MÊS QUE VEM!

1) Preso torturado na delegacia de Piripiri-PI Depois de ser detido ilegalmente por furto, Edcarlos Alves da Silva foi covardemente torturado por dois policiais militares na Delegacia da Polícia Civil de Piripiri-PI. 2) Ataque dos fascistas à uma mulher e a sua detenção pela PM No ato do dia 7 de abril dos coxinhas na Av. Paulista em São Paulo, um bando de fascistas agridem uma mulher e a Polícia Militar detém-na ao invés de conter os manifestantes agressores. 3) Invasão à escola e detenção de professora acusada de “doutrinação” em Águas Lindas-GO Na manhã desta segunda-feira (15), agentes da 1ª Delegacia da Polícia Civil de Águas Lindas (GO) invadiram o Instituto Federal Brasília e detiveram a professora Camila Marques, porque esta se opôs à invasão da polícia. De

acordo com a Intersindical e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE), a professora já estava sendo perseguida por outros professores bolsonaristas e os sindicatos consideraram o ato como “ação autoritária”, típica dos tempos da ditadura. 4) PM agride e arrasta pelo pé o professor que tentou defender dois jovens dos policiais Na sexta-feira (29), a PM invadiu a Escola Estadual Lourdes de Carvalho em Uberlândia-MG atrás de jovens com “atividades suspeitas” que entraram na escola. Com a abordagem de dois jovens pela PM dentro da escola, o professor se colocou contra a ação, pedindo esclarecimentos. Depois disso a Polícia Militar jogou o professor no chão e arrastou-o pelos pés. 5) Polícia Militar empurra jovem com fuzil no protesto em escola Na quinta-feira(4), estudantes protestavam contra decisão da diretora

da escola estadual Professor Frederico Brotero, em Guarulhos, que proibiu a entrada de alunos depois das 19h. Grande parte dos estudantes trabalha e vai à escola logo depois do expediente, podendo perder o horário. A Polícia Militar foi acionada e para conter a manifestação dos alunos, foram detidos dois jovens de 16 anos e uma menina foi empurrada à força com um fuzil. Esses são exemplos dessas últimas semanas e a tendência é cada vez mais aumentar a repressão. O objetivo da propaganda a favor da violência militar e fascista contra o povo é acabar com a organização estudantil, os movimentos populares de luta pela terra, pela moradia, os sindicatos e partidos políticos de esquerda. Esse ataque à população tem que ser respondido à altura, portanto, o governo do presidente ilegítimo do Jair Bolsonaro e de seus golpistas deve cair. Por isso torna-se urgente organizar-se nos movimentos de luta pelo “Fora Bolsonaro!” e nos Comitês de Luta Contra o Golpe para mobilizar a população nas ruas contra esse governo ditatorial.

Veja a programação Participe da II Conferência Nacional Contra o Golpe e o Fascismo desta terça-feira, o dias 25 e 26 de Maio, em São parlamentar ao governo. Não é capaz N Paulo, vai acontecer a II Confe- de compreender o caráter fascista do dia 16 de abril, na rência Nacional Contra o Golpe e o governo Jair Bolsonaro e o grave perigo que representa, uma vez que está Causa Operária TV Fascismo. O governo militar fascista de Jair Bol- no controle do aparelho repressivo

9h30 – Reunião de Pauta 11 horas – Panorama Brasil 12 horas – Colunistas ao vivo: Rafael Dantas 15 horas – Jornal das 3 16 horas – Análise Política com Rui Costa Pimenta na TV 247, com transmissão simultânea na COTV 17 horas – Universidade Marxista 20h30 – Resumo do Dia

sonaro (PSL), fruto do golpe de Estado contra ex-presidenta Dilma Rousseff, por meio do impeachment em 2016, e da fraude eleitoral que que se expressou na prisão política do ex-presidente Lula pelo juiz agente da CIA, Sérgio Moro, nesses três meses de governo tem deixado claro quais são seus propósitos políticos: impor uma ditadura policial-militar sobre o conjunto da população; impedir a resistência organizada e destruir as organizações da classe trabalhadora e da juventude; banir os movimentos populares e partidos de esquerda do cenário político; suprimir todos os direitos democráticos da população; entregar todas as riquezas e o patrimônio nacional brasileiro ao imperialismo norte-americano. A esquerda pequeno-burguesa continua fazendo uma oposição do tipo

de Estado. Contudo, devido às suas contradições internas e do fato de ser fruto de uma fraude eleitoral, o governo se encontra em uma profunda crise e é amplamente repudiado pela população, o que ficou claro nas manifestações de Carnaval, nos atos contra a comemoração do golpe de 1964, na Jornada Mundial Lula Livre e na crescente polarização política e nos enfrentamentos de rua da esquerda contra os grupos fascistas como MBL, Vem Pra Rua e Direita-São Paulo. A II Conferência Nacional contra o Golpe e o Fascismo é um espaço para reunir todos os ativistas que entendem que a luta contra o governo Bolsonaro só pode ser vitoriosa pela mobilização popular nas ruas. A fragilidade do governo deve ser aproveitada. Em lugar nenhum o fascismo foi derrotado por meio da luta parlamentar. O ex-presi-

dente Lula não será liberto por alguma manobra jurídica do STF, pois este é controlado pelos militares das Forças Armadas. Venha para II Conferência Nacional de Luta contra o Golpe e o Fascismo! Venha organizar a mobilização por Fora Bolsonaro e Liberdade Para Lula!


INTERNACIONAL | 9

LIBERDADE PARA ASSANGE

Manifestantes em Londres protestam contra a prisão arbitrária de Julian Assange U

m grupo de aproximadamente 40 ativistas, na maioria latino americanos de diversos grupos em Londres incluindo militantes do PCO, estiveram hoje no presídio de Belmarsh, onde o fundador do Wikileaks Julian Assange permanece sob custódia desde que foi retirado da embaixada do Equador em Londres e preso pela polícia metropolitana após ter seu direito de exílio retirado de forma covarde pelo presidente ilegítimo do Equador Lenin Moreno. O grupo protestou em frente ao presídio, também conhecido como “Guantánamo inglês” por manter presos políticos de forma ilegal, sem acusações ou julgamento, e exigiu das autoridades locais uma garantia de que todos os direitos de Assange sejam cumpridos. Aos gritos de “Liberdade para Assange”, “Fora imperialistas” “Moreno traidor” e “Não à extradição” entre ou-

tros, o grupo se aproximou da entrada principal do presídio desrespeitando as instruções dos oficiais presentes até que uma pessoa se identificando

como o diretor do complexo saiu e garantiu ao grupo que Assange estava bem e gozava de todos os direitos previstos em lei.

O grupo também expressou solidariedade ao preso político Lula, Cesari Baptisti e a todos os presos políticos. Após a manifestação os manifestantes concordaram que as próximas ações deveriam ser focadas em pressionar os parlamentares britânicos para que estes não aprovem a extradição de Julian Assange, pois trata-se de uma ação ilegal e que tem como único objetivo perseguir politicamente um jornalista que apenas fez seu trabalho de informar ao mundo as atrocidades e crimes cometidos pelo império norte-americano. Uma carta intitulada “Liberdade para Julian Assange” também foi preparada e será enviada a todos os parlamentares britânicos para que se oponham a esta terrível arbitrariedade que apenas revela que uma ditadura global está sendo preparada com o objetivo de calar e intimidar qualquer pessoa que se atreva a desafiar o império norte-americano.

“NOTRE-DAME NÃO VAI CAIR”

Vandalismo neoliberal de Macron cortou verba para reforma da catedral em 2017

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ontinua a saga da destruição neoliberal perpetrada pelo imperialismo mundial contra o desenvolvimento da sociedade. A nova fase de demolição dos patrimônios históricos da humanidade, após os golpistas brasileiros queimarem o Museu Nacional, na França o serviçal dos banqueiros, Emmanuel Macron, é responsável pelo incêndio da famosa Catedral de Notre-Dame. Conhecida mundialmente, para além de sua beleza, também pelo famoso livro O Corcunda de Notre-Dame, de Victor Hugo, publicado em 1831, ela vem se deteriorando. Em 2017, quando o governo foi alertado sobre a queda de pedaços da catedral na cabeça dos visitantes, o então “resposável” pelo Ministério da Cultura, grande gênio da arquitetura, afirmou: “a França tem milhares de monumentos e Notre-Dame não vai cair”. E agora? A Catedral de Notre-Dame (“Catedral de Nossa Senhora de Paris”), ou no que

os capitalistas a transformaram nesta segunda-feira (15), é uma das catedrais góticas mais antigas e famosas da França. Teve iniciada sua construção no ano de 1163, na pequena ilha Île de la Cité em Paris, onde é rodeada pelas águas do Rio Sena, levando até a capital francesa no seu período de verão em torno de cinquenta mil visitantes de todo o mundo. Agora, teve a beleza das altas torres e dos belíssimos vitrais coloridos, que representam toda a beleza da arquitetura medieval e materializam parte da história francesa, destruída pelos banqueiros e especuladores. Sobre as denúncias, os governos neoliberais vêm negando verbas para a manutenção dessa magnífica obra de arte ao longo de décadas, e pior, de acordo com a reportagem publicada pela revista Time em 2017, o monumento de mais de 60 metros de altura estaria desmoronando, estaria soltando pedaços de calcário dos mais variados tamanhos, que estariam caindo dos mais altos capitéis e ameaçando a

TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, 14H00

vida das pessoas. Foi denunciado à época que duas seções de paredes estariam faltando, as quais os padres tentaram remendar com madeira, e, mais incrível, as faces das gárgulas – encontradas também nas famosas imagens da animação da Disney – derretem como a manteiga francesa, Presidént, no calor da frigideira. Remendo nas paredes da Catedral de Notre-Dame Em 2017, as autoridades estipularam um montante de 6 milhões para restaurações, mas o próprio Ministro da Cultura disse que Notre-Dame não deveria esperar nenhuma ajuda desse tipo. A Igreja, vendo que o governo capitalista realmente não iria estabelecer nenhuma parceria, fundou a Friends of Notre Dame, “Amigos de Notre-Dame”, que pretendia levantar 100 milhões de euros nos próximos dez anos, o que agora se transformou em mais uma grande tragédia por conta dos tubarões capitalistas inimigos da cultura.

É preciso que fique claro: a política neoliberal visa privatizar para aumentar lucros e destruir serviços diversos que incluem a cultura, pois não prezam esses valores, ao contrário do que dizem. O que interesse mesmo para os capitalistas é o lucro. No Brasil, Bolsonaro está fazendo exatamente a mesma coisa. No Rio de Janeiro, o Museu Nacional sofreu dessa política, e em São Paulo, João Doria pretende acabar com o máximo de patrimônios que puder, entregando estádios de futebol, parques públicos e muito mais. O povo francês deve reagir energicamente contra mais essa destruição, pois ela na verdade é de conjunto, de todo o país. Mais uma vez neste sábado o governo Macron pode ser colocado em cheque, e, mesmo que a laicidade exista no país de onde vieram as luzes do saber sobre as trevas da medievalidade, os trabalhadores não aparentam aceitar a volta do obscurantismo e da destruição de tudo que a sociedade construiu.

TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30


10 | INTERNACIONAL

INGLATERRA

30 anos do massacre perpetrado por Margareth Thatcher contra os torcedores, o futebol inglês e mundial H

á exatos 30 anos, no dia 15 de abril de 1989, o mundo presenciou um dos episódios mais marcantes e trágicos envolvendo o esporte mais popular do mundo. Neste dia, estava marcado para acontecer um confronto válido pelas semifinais da Taça da Inglaterra, reunindo duas das mais tradicionais camisas da terra dos inventores do futebol. Liverpool x Notthingham Forest se confrontariam no estádio de Hillsborough, considerado à época, o mais seguro do país, atendendo a todas as normas de segurança exigidas. Os acontecimentos trágicos daquele dia – soube-se 23 anos depois – não foram motivados por nenhuma ação dos torcedores do Liverpool (acusados de serem os responsáveis por atos de vandalismo que desencadearam a tragédia), mas por atitudes de clara negligência da polícia; pela omissão de socorro às vítimas, onde apenas 14 dos 96 mortos foram atendidos em hospitais. Somente 1 (uma) das 44 ambulâncias próximas ao estádio foi autorizada a entrar para prestar socorro às vítimas. Em pronunciamento no dia 12 de setembro de 2012, (portanto, somente 23 anos depois do ocorrido) o primeiro-ministro inglês, David Cameron, foi obrigado a se dirigir às famílias das 96 pessoas massacradas, reconhecendo que os mortos haviam sido vítimas de uma “dupla injustiça”. “Além de perderem a vida, foram acusados, por 23 anos, de pertencerem ao grupo de torcedores do Liverpool que causou a tragédia. Foi uma manipulação grosseira que durou mais de duas décadas, admitiu Cameron, em discurso ao Parlamento e apoiado no relatório final de um painel independente” (Na Bancada, 15/04). Para executar a fraude e a manipula-

ção, o governo inglês, chefiado à época pela serviçal capacho dos bancos e das corporações financeiras, a primeira-ministra Margareth Thatcher, constituiu uma comissão para investigar as causas da tragédia. O governo da senhora Thatcher ficou marcado pela feroz ofensiva desencadeada contra o movimento operário inglês e a luta dos trabalhadores em seu conjunto, onde a primeira-ministra atacou a legislação trabalhista, entrando em luta também contra os sindicatos ingleses. O que se sabe agora é que o trabalho de investigação dos acontecimentos foi escancaradamente manipulado. “Dos 164 relatórios produzidos por policiais presentes ao estádio, 116 foram alterados, para remover “comentários desfavoráveis” à atuação das forças “da ordem”. A omissão das informações foi proposital, segundo admitiu Cameron ao Parlamento. A falsificação teve objetivos claros: responsabilizar pela tragédia a torcida do Liverpool; demonizá-la; abrir caminho para um conjunto radical de transformações que já haviam sido planejadas, mas não eram até então viáveis. Elas incidiram nos estádios, na forma de financiamento dos clubes e na relação entre o jogo e o mundo do marketing. Iniciadas na Inglaterra, repercutiram rapidamente em todo o mundo” (Na Bancada, 15/04). Que os acontecimentos no estádio de Hillsborough não se trataram de fatos isolados, desconexos em relação às estratégias de conjunto do grande capital e das corporações para colocarem as garras no futebol mundial, fica demonstrado pelos desdobramentos posteriores que ocorreram em paralelo às “providências adotadas pelas autoridades inglesas” para higienizar o futebol no país onde ocorreu a tragédia.

TODOS OS DIAS, A PARTIR DAS 3H NA CAUSA OPERÁRIA TV

No mesmo momento, a FIFA, ainda sob o comando do cartola brasileiro João Havelange, iniciara um conjunto de iniciativas para “reformar” o futebol mundial. Entenda-se por “reforma”, obviamente, colocar o esporte mais popular do planeta inteiramente a serviço e sob o controle dos grandes grupos econômicos e das grandes corporações capitalistas ao redor do planeta. É isso o que se vê hoje no mundo do futebol. Uma competição esportiva de grandes marcas, de grandes corporações, de grandes empresas, grandes conglomerados internacionais, totalmente descaracterizado em relação às suas raízes, origens, tradição e principalmente à sua fisionomia de cultura popular de massas. Os estádios que recebiam grandes públicos, grandes torcidas, grandes espetáculos, foram transformados em “Arenas Multiuso”, com a drástica redução da capacidade de público, o que implicou, consequentemente, no alijamento imediato de um imenso contingente de torcedores pobres, sem condições de custear uma ida aos “estádios”, que de templos do futebol se transformaram em templos do con-

sumo, do marketing e da propaganda esportiva. O fato é que o futebol-empreendimento, o futebol-negócio é hoje uma realidade nos quatro cantos do planeta, liderado pelos grandes clubes da Europa, expandindo-se também para a Ásia e Oriente Médio, onde japoneses, árabes e chineses investem somas astronômicas para montarem não times de futebol, mas empresas futebolísticas para atuarem no mercado mundial, cada vez mais controlado pelos tubarões capitalistas. No Brasil, muitos estádios que foram erguidos para o grande espetáculo do futebol, também estão se tornando espaços cada vez mais reduzidos para o público torcedor. As chamadas “Arenas” já desfiguraram o futebol enquanto esporte das grandes massas populares. Um conjunto de medidas restritivas, arbitrárias e repressivas, tanto no que diz respeito ao acesso quanto às manifestações das torcidas, foram impostas ao torcedor pelos inimigos do futebol, pelos inimigos da nossa cultura, deixando o nosso principal esporte ainda mais pobre, esvaziado e cada dia menos atraente.


MOVIMENTO OPERÁRIO | 11

BANCÁRIOS

Reestruturação dos banqueiros golpistas, do Banco Itaú, fecham mais quatro agências em Porto Alegre O Banco Itaú, um dos maiores beneficiados com o golpe que derrubou, num processo farsa do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, no reacionário Congresso Nacional, que culminou na fraudulenta eleição do fascista, Jair Bolsonaro, está promovendo um dos maiores ataques aos seus funcionários através do processo de fechamento de agências, e, consequentemente a demissão de milhares de trabalhadores e prejudicando, também, a população em geral. O caso mais recente foi o fechamento de quatro agências, localizadas na cidade de Porto Alegre (RS), que terão “dezenas de funcionários atingidos e mais de mil clientes prejudicados com esta medida”, declara o dirigente sindical Eduardo Munhoz (SindBancários 12/4/2019). À primeira vista parece estranho um banco está fechando as portas de vá-

rias agências no país inteiro, diminuindo o seu quadro de funcionários, mas é claro o que está por de trás dessa política dos banqueiros. Para essa camarilha (os banqueiros privados) de parasitas, a única coisa que os interessa é o lucro, a conta deles só vai nesse sentido. Não interessa se a população será prejudicada se os trabalhadores, pais de famílias, serão jogados no olho da rua, etc. e tal. O que conta é engordar, cada vez mais, os bolsos dessa meia dúzia de pilantras. A justificativa esfarrapada dos banqueiros para atacar os bancários e a população, com o fechamento de agências, retirando as comissões de centenas de gerentes, demissões, etc., para a criação dos escritórios digitais é apenas uma cobertura para os ataques dos banqueiros. O que pretendem é manter abarrotados os cofres às custas da maior

exploração dos bancários e da população. Os bancos devem ser um instrumento público para atender as necessidades de toda a população, ao contrário disso vemos os bancos registrarem recordes de lucros às custas do trabalho

da esmagadora maioria da população. Nesse sentido é preciso levantar a palavra de ordem de estatização total dos sistema financeiro e controle dos bancos pelos trabalhadores, como medida efetiva contra a política do capital especulativa privado.

ATAQUE

DF

Professores são penalizados com a reposição de paralisações

Primeira-dama de Ibaneis faz demagogia com as mulheres para encobrir os ataques do governo

A

N

os últimos anos as reposições das paralisações nas escolas estaduais tem sido uma punição para os professores que fazem protesto contra os abusos da secretaria de ensino do Estado de São Paulo. O Estado de São Paulo está há mais de vinte nas “garras” da direita golpista do Partido Social-Democrata Brasileiro PSDB, no momento o governador é o golpista João Doria que tem atacado os docentes de forma paulatina. Nos últimos anos os professores tem feito diversas paralisações, pois as condições de trabalho pioraram e o reajuste não vem, porém são punidos nas reposições, pois precisam fazer projetos para repor 6 aulinhas. A reposição representa uma punição, pois os professores tem que fazer trabalho extra. Depois do golpe de 2016, a escola pública tem sido o principal alvo dos golpistas, pois a escola é um grande aparato ideológico que os golpistas querem controlar, pois é fundamen-

tal para a manutenção do status quo do grupo que governa. Doria é o braço direito do Doria no Estado de São Paulo, onde esse ano cortou diversas verbas e ainda não pagou o bônus e nem concedeu os 10,15 % devido aos professores. Contra essa política de rapinagem e de terra arrasada é necessário intensificar a mobilização contra o golpe de Estado e lutar contra a privatização das escolas. Os trabalhadores de todo o país devem se levantar contra todas essas arbitrariedades promovidas pelos governos de direita que entraram com as eleições fraudulentas de Jair Bolsonaro e João Doria em São Paulo e pedir o Fora Bolsonaro e Doria, novas eleições com Lula candidato. Somente a mobilização dos trabalhadores da educação e da comunidade escolar e pedir o Fora Bolsonaro!!! para barrar todos os retrocessos promovidos por eles.

exemplo do governo federal, com sua primeira-dama que faz uso de um discurso em libras, supostamente inclusivo, para encobrir a exclusão social e o descaso aos quais os mais desassistidos são condenados com as políticas levadas a cabo por Bolsonaro, o governo da capital Federal não fica atrás no show de demagogia. Como a grande maioria das primeira-damas, a mulher do governador do Distrito Federal, Mayara Noronha, tem sua posição garantida como disseminadora de uma política fajuta que beira à caridade, travestida de uma suposta atenção a setores frágeis da população: mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência. O foco das políticas para mulheres exemplifica o caráter farsesco da iniciativa, que tem bases muitos similares ao feminismo burguês, onde a preocupação é com um suposto “empoderamento” da mulher que a salvaria do ciclo de violência em que está inserida e a levaria à autonomia financeira, apenas por se dar conta de sua própria situação de submissão.

Enquanto o governo de seu marido atropela e destrói as casas das famílias pobres das ocupações no DF, núcleos muitas vezes chefiados por mulheres, a primeira-dama estuda projetos de capacitação profissional para inserção das mulheres no mercado de trabalho através de parcerias público-privadas com empresários, esses que pressionaram pela aprovação da reforma trabalhista e agora pela da previdência, que afetam principalmente as mulheres, por sua situação de pior remuneração e maior dependência de assistência governamental. Um governo que ministra duros ataques contra a população precisa de muita propaganda para tentar se passar por aceitável, para fingir que trabalha pelo povo e que tem preocupação com as necessidades dos cidadãos, enquanto põe em prática os planos de sucateamento e privatização, além dos gigantescos cortes de recursos. Mayara é mais um exemplo que demonstra o lugar que a direita tem reservado para as mulheres, afastando-as dos postos de poder e as usando como fachada para suas falcatruas.



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