Edição Diário Causa Operária nº5621

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TERÇA-FEIRA, 23 DE ABRIL DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5621

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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Economia desmorona sob a direita golpista: projeção do PIB cai de novo e vai para 1,71% Segunda-feira (22) foi divulgado o relatório “Focus”, do Banco Central, revisando mais uma vez a projeção de crescimento do PIB para baixo. A expectativa agora é de um crescimento de 1,71% do PIB do Brasil em 2019.

O que Trótski pensava sobre o uso da censura do Estado burguês pela esquerda?

EDITORIAL

O governo Bolsonaro é um governo que se dirige ao esmagamento de todas as lutas populares

Na última quinta-feira, dia 17 de abril, o ex-candidato à presidência da república pelo PDT, Ciro Gomes, foi entrevistado pela agência HuffPost Brasil e se posicionou a respeito da sua relação com a esquerda brasileira e sobre a atual crise política brasileira.

Sobre a liberdade de expressão, esquerda pequeno-burguesa é igual a direita: não se pode falar nada que seja agressivo

Ucrânia: depois do golpe de 2014, país “escolhe” um palhaço em eleições manipuladas

A condenação de Danilo Gentili, um direitista sem graça que se reivindica humorista, por crime de injúria, colocou em polvorosa todo um segmento da pequena burguesia de esquerda, que saiu a comemorar com urras de louvor a atitude do judiciário brasileiro.

A esquerda “democrática” que apoia a censura a Gentili atacou Chávez por diminuir o monopólio de um canal de TV

TODA SEGUNDA ÀS19H

Ciro Gomes mais uma vez ataca o PT: “corrupto igual ao PSDB”

Nas últimas semanas, esteve em alta o debate sobre a censura sofrida pelo humorista de extrema-direita e apresentador do SBT, Danilo Gentili.

Argentina: Maurício Macri prova, mais uma vez, que o neoliberalismo não funciona Assim como no Brasil, a Argentina passou por um processo eleitoral completamente fraudulento, receita do Imperialismo que se encontra numa profunda crise e procura ampliar seu domínio econômico e político do mundo e para isso organiza e financia Golpes de Estado contra os governos de “centro-esquerda” para não dizer socialdemocrata. Os neoliberais, que repetem quase que como um mantra religioso que o Estado não pode intervir na economia, na verdade tem adoração por outro deus: o capital financeiro.



OPINIÃO | 3 EDITORIAL

O governo Bolsonaro é um governo que se dirige ao esmagamento de todas as lutas populares O

acirramento das lutas no interior do Judiciário – confrontando setores do Supremo Tribunal Federal (STF) -, bem como entre as diversas alas do governo improvisado de Bolsonaro e também no Congresso Nacional, onde a oposição e setores do “centrão” entraram em atrito e derrotaram parcialmente o governo em mais de uma oportunidade, obstaculizando o andamento da “reforma” da Previdência; são impulsionadas pelo enorme agravamento da crise econômica e expressam a tendência à polarização política no País. Ao mesmo tempo, cresce enormemente a ação repressiva do Estado e dos setores da direita paraestatal contra os explorados, como se vê na matança nas periferias das grandes cidades, na perseguição e extermínio de sem terras, indígenas etc. Um da-

do expressivo é o aumento de quase 20% dos assassinatos realizados por policiais em 2018, que somaram mais de 6.160, em todo o País. Bolsonaro se mostra, ao mesmo tempo, como um governo muito fraco, mas também muito ameaçador para a população. A estabilização do governo (defendida, até mesmo por setores da esquerda burguesa), representaria um enorme perigo, podendo levar ao agravamento de toda essa onda repressiva e de ataque às condições de vida e trabalho da imensa maioria da população e contra as organizações de luta dos explorados. Suas declarações não deixam dúvida sobre isso. Por exemplo, quando ameaça os sem terra e sua principal organização nacional o MST, sinalizando para um completo esmagamento da luta do campo, que não se

realiza, nesse momento, por falta de condições políticas para tal. Da mesma forma, toma medidas (como o corte de recursos dos sindicatos) e faz ameaças, por contra as organizações sindicais. Diante desse quadro perigoso, a esquerda confere legitimidade ao governo nascido de um processo fraudulento que impediu Lula, ilegalmente, de participar das eleições, nas quais era favorito para vencer. E se recusa a defender o “fora Bolsonaro”, mesmo com a crescente tendência de revolta popular contra o governo. E se divide – sob a pressão de suas alas mais direitistas – diante da tarefa central de realizar uma campanha de massas em favor da liberdade de Lula. É preciso se opor à essa política que facilita a evolução da situação em um sentido abertamente ditatorial, fascis-

ta, dando margem a que o governo se recomponha e avance sobre os explorados e suas organizações e debater um programa claro de organização independente dos trabalhadores em comitês de luta contra o golpe e pela liberdade de Lula, que precisam ser multiplicados e de mobilização sob a base de eixos claros que se oponham ao regime golpista, como a defesa da liberdade de Lula e de todos os presos políticos e a luta por colocar para fora Bolsonaro e todos os golpistas. O movimento de luta dos trabalhadores não pode ser colocado em compasso de espera, ou de modo algum colocar suas expectativas nos acordos no Congresso Nacional ou decisões do judiciário, que comprovaram à exaustão que são túmulos para as reivindicações populares e democráticas.

CENSURA

A esquerda “democrática” que apoia a censura a Gentili atacou Chávez por diminuir o monopólio de um canal de TV N

as últimas semanas, esteve em alta o debate sobre a censura sofrida pelo humorista de extrema-direita e apresentador do SBT, Danilo Gentili. O direitista foi condenado a seis meses de prisão depois que o Judiciário entendeu que ele teria “ofendido a honra” da deputada petista Maria do Rosário. Logo depois disso o mesmo Gentili foi condenado a pagar 20 mil reais ao deputado do PSOL, Marcelo Freixo, por ter insinuado que Freixo apoiava os Black Bloc e um bate boca nas redes sociais. Diante dos casos, a esquerda pequeno-burguesa novamente tomou a posição errada. Defendeu a punição a Gentili, se colocando assim ao lado do poder Judiciário fascista que o condenou. Aplaudiu a sentença contra o humorista sem graça do SBT, com os mesmos argumentos do Judiciário fascista. Gentili realmente teria ferido a honra, ou seja, a liberdade de expressão nesse caso deveria ser limitada. Em suma, a posição de grande parte da esquerda pequeno burguesa é a de que a liberdade de expressão só é válida quando se trata de defender os seus aliados. Quando é um inimigo político, está liberado defender a cassação do seu direito de falar. Sem entrar nos detalhes do argumento sobre os fundamentos do direito à liberdade de expressão é preciso dizer duas coisas. A primeira é que só é concebível a existência deste direito na medida em que existem opiniões diferentes na sociedade, caso contrário não precisaríamos dele. Basicamente, a liberdade de expressão é o direito do seu inimigo falar o que quer e do outro igualmente poder responder o que quiser. Em segundo lugar, é preciso dizer

que quem condenou Gentili e quem, em última instância, irá decidir esse limite à liberdade de expressão, ou seja, até que ponto se “ofende a honra” de alguém ou não é o Judiciário, o Poder mais reacionário que há no regime político. Judiciário dos Moro, Bretas, Mendes, Moraes, Fux e tantos outros golpistas e fascistas. Essa mentalidade da esquerda pequeno-burguesa é mais uma adaptação da política da direita. Uma adaptação à política que o imperialismo vem levando no mundo todo. Em nome de uma moralidade, que vem na maioria das vezes travestida da política “identitária” da pseudo defesa do negro, da mulher, do LGBT etc, impõe um verdadeiro regime de censura e perseguição política. Mas não é apenas aí que mora a incoerência da política da esquerda pequeno-burguesa. Aqueles que pedem a cabeça de Gentili com tanto ímpeto não se lembram que o humorista trabalha no SBT, uma da empresas que fazem parte do monopólio da comunicação no Brasil. A família de Sílvio Santos, que junto com outras meia-dúzia de milionários tem o monopólio de um canal de TV não foi atacada pela esquerda pequeno-burguesa. Se Gentili pode fazer suas piadas direitistas para um enorme público é porque ele tem a cobertura desse monopólio. Este sim um atentado ao povo brasileiro e mais ainda, um atentado à liberdade de expressão. Esses monopólios da comunicação como a Rede Globo, o SBT, Record e Bandeirantes são verdadeiramente os piores inimigos dos trabalhadores. Mas incrivelmente a esquerda pequeno-burguesa parece não estar muito disposta a, por exemplo, lutar pelo fim da concessão ditatorial dessas canais.

Pelo contrário, a experiência mostrou que a mesma esquerda pequeno-burguesa que defende calar um indivíduo acha uma “ditadura” quando um governo decide encerrar a concessão de uma TV como a rede Globo. Esse fato aconteceu na Venezuela de Hugo Chavez. O então presidente, que acabara de derrotar uma tentativa de golpe de Estado, decidiu corretamente não renovar a concessão da RCTV, uma espécie de Globo venezuelana que havia sido a propagandista do golpe. O fim da concessão aconteceu em 2007 e na época, seguindo os ataques do imperialismo, boa parte da esquerda brasileira chamou Chavez de ditador. Esse episódio, inclusive, é um marco da campanha imperialista de calúnias contra a Venezuela. A posição da esquerda pequeno-burguesa no caso venezuelano revela não só mais um caso de adaptação ao im-

perialismo, como também explica porque no Brasil essa mesma esquerda não quer lutar pelo fim do monopólio da comunicação. Quem decide a política da esquerda pequeno-burguesa é o imperialismo. Portanto, quando se trata de colocar abaixo uma máquina ditatorial de propaganda criminosa contra os direitos do povo que são esses monopólios, boca de siri. Mas quando se trata de dar mais poder ao Judiciário golpista e fascista e à polícia para calar um único indivíduo, histeria total. Uma política como essa só pode resultar num ataque contra o povo. O monopólio da comunicação continua produzindo mentiras para enganar a população e o Judiciário, cada vez mais poderoso, continua produzindo crimes para colocar as organizações populares e de esquerda na ilegalidade ou até na cadeia, como é o caso de Lula.


4 | OPINIÃO

ABUTRE

Ciro Gomes mais uma vez ataca o PT: “corrupto igual ao PSDB” N

a última quinta-feira, dia 17 de abril, o ex-candidato à presidência da república pelo PDT, Ciro Gomes, foi entrevistado pela agência HuffPost Brasil e se posicionou a respeito da sua relação com a esquerda brasileira e sobre a atual crise política brasileira. Tal como vinha fazendo desde antes das eleições o ano passado, Ciro se esforçou para fazer de sua entrevista um ataque ao Partido dos Trabalhadores (PT) e suas lideranças e mostrou mais uma vez ser um demagogo oportunista. Na sua entrevista Ciro acusa o PT de ser corrupto, tal como a burguesia vem fazendo sistematicamente, e afirmou que ele seria igual ao PSBD. Ciro Gomes, que desde antes das eleições operou como um “cavalo de Tróia” da direita dentro da esquerda, deixa cada vez mais claro que seu compromisso não é com a esquerda, tampouco com os interesses reais do povo brasileiro, mas sim em engrossar a campanha da burguesia contra o PT e as organizações do movimento operário em geral. Após mais de três meses de uma um governo em profunda crise política Ciro Gomes não tem nada a falar a não ser suas tradicionais criticas e ataques ao PT e à esquerda, cumprindo muito bem seu papel de articulista dos interesses da burguesia dentro da esquerda.

Além disso Ciro também acusa a Vox Populi, instituto de pesquisas de ser “um instituto fraudulento manipulado pelo PT”. Mais uma vez Ciro mostra que está disposto a atacar todas as instituições ligadas ao movimento operário para satisfazer os interesses dos capitalistas, inclusive desmoralizando e acusando essas organizações de corrupção. Em determinado ponto da entrevista, quando perguntado a respeito da relação da esquerda com as declarações da deputada Tábata Amaral (PDT-SP) Ciro declarou “essa cúpula do PT apodreceu. É impressionante. Você vê que as pessoas não têm memória, não querem ter, mas o PT faz igualzinho o PSDB mais corrupto. Igual.”. Ao igualar o PT e o PSDB, Ciro, que é intimamente ligado aos coronéis que exploram a miséria do povo no nordeste do país, faz demagogia com a “campanha contra a corrupção” que é amplamente utilizada pela direita para perseguir politicamente esquerda e as lideranças do movimento popular. Além de ser um total farsante, o ex-presidenciável do PDT também ajuda a impulsionar o discurso da extrema-direita, o que é inaceitável. Ciro gomes vem sistematicamente atuando como um elemento de confusão política dentro da esquerda e

busca agrupar todo um setor esquerdista contra o PT. Ao invés de atacar o governo Bolsonaro e confrontar os ataques que este governo prepara, Ciro se concentra em atacar o PT e inclusive elogia o governo do fascista do PSL no combate ao crime organizado e facções criminosas. Por detrás da fachada de esquerdista o que vemos é um elemento intimamente comprometido com o programa neoliberal, que inclusive apoia a reforma da Previdência, e que representa os interesses da burguesia dentro da esquerda.

É preciso deixar claro: Ciro Gomes não é de esquerda! Assim sendo, a política levada adiante por Ciro, assim como pela maior parte do PDT de conjunto, vem sendo a de não se confrontar com a extrema-direita e de fazer política voltada ara o ataque aberto às instituições e organizações de esquerda. Poderíamos até mesmo dizer que Ciro faz política muito mais para o MBL do que para a classe trabalhadora e que procura muito mais agradar aos seus patrões da FIESP do que lutar pelos direitos dos trabalhadores.


POLÍTICA | 5

CENSURA

Sobre a liberdade de expressão, esquerda pequeno-burguesa é igual a direita: não se pode falar nada que seja agressivo A

condenação de Danilo Gentili, um direitista sem graça que se reivindica humorista, por crime de injúria, colocou em polvorosa todo um segmento da pequena burguesia de esquerda, que saiu a comemorar com urras de louvor a atitude do judiciário brasileiro. Em seguida a sua condenação, o órgão supremo do judiciário, o STF, censurou também o site direitista O Antagonista por uma suposta “ofensa a honra”, uma noção aristocrática, pré-capitalista. Quer dizer, tanto a direita como a esquerda pequeno-burguesa não se pode falar nada que possa ser “agressivo” ou “ofensivo” contra uma pessoa. Isso quando, desde que o mundo é mundo, qualquer piada, qualquer sátira é sempre uma ofensa contra alguém. Nesse mundo das trevas, até Bolsonaro, aquele mesmo que defende a tortura, que defende que o erro da ditadura foi o de não ter matado 30 mil pessoas, apareceu para fazer demagogia contra a censura. Do ponto vista direita, a defesa da censura é o seu “modus operandi”. Se nesse momento não utilizam abertamente a perseguição e a censura é porque estão em vantagem. Principalmente a partir do golpe de 2016, os meios de divulgação e propaganda de calúnias e mentiras de toda ordem contra a esquerda é muito superior aos da esquerda. Portanto, cabe aqui algumas considerações sobre os profundos erros políticos que acarretam para a esquerda ter uma posição política de censura tal qual a direita. Em primeiro lugar, qual a vitória política alcançada pela esquerda com a

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condenação do direitista Danilo Gentili? Quantos dos desclassificados direitistas que o segue foram convencidos de que de fato foi ofensivo com a deputada Maria do Rosário? E quanto à “vitória” no processo movido pela mesma deputada do PT contra o então deputado Bolsonaro, que afirmou que ela não merecia ser “estuprada” por ser muito “feia”? Qual o resultado? Diminuiu o número de seus apoiadores? Impediu a sua eleição para presidente? Diminuiu seu ímpeto fascista? Nada, mil vezes nada! Ou melhor, só capitulação da esquerda diante da direita. Se a esquerda tivesse se preocupado em montar órgãos de propaganda política ao invés de entrar com processos, o resultado seria muito diferente. Se a esquerda tivesse se preocupado em responder a altura as agressões da direita, também o resultado seria muito diferente. Caso algum deputado do PT (homem) tivesse esmurrado Bolosonaro ou até mesmo dado um simples empurrão, com certeza surtiria muito mais efeito.

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Mais a política da censura, do politicamente correto, guarda ainda um elemento muito mais grave. Os processos que visam calar a direita são uma política suicida. É um verdadeiro bumerangue que a esquerda usa contra si mesma. A democracia burguesa só é útil para a classe trabalhadora na medida que é um caminho para o seu desenvolvimento como classe. Portanto, qualquer restrição à democracia se volta contra a luta dos próprios trabalhadores pela sua organização. Não podemos por um só momento esquecer a cruzada moral que foi a “luta” contra a corrupção. Em nome da “moralidade”, da punição exemplar do corrupto, direita e esquerda se juntaram para aprovar a “Lei da Ficha Limpa”. Qual o resultado prático? Acabou a corrupção? Puniu os corruptos políticos burgueses? No máximo um ou outro político secundário tá aí pegando um pouco de cadeira, mas as engrenagens da corrupção do sistema continuam funcionando a todo vapor.

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Mas se não teve resultado para a burguesia, teve muito para a esquerda. A cruzada moral serviu para dar o golpe, derrubar a presidenta Dilma, perseguir, encarcerar e impedir Lula de ser candidato e, finalmente, fraudar as eleições, colocando à frente do país um elemento fascista. A esquerda trata a democracia como um regime que supostamente favoreceria a todos, pois serviria para regular as relações. Se fosse apenas ilusão, já seria muito negativo, mas é o próprio suicídio. De mais a mais, tem ainda alguns setores dentro dessa esquerda pequeno-burguesa, que são verdadeiros campeões da calúnia e da difamação. Diante da crítica veemente do PCO a impor qualquer limite à liberdade de expressão, alguns “notáveis moralistas” se apressaram em difamar o partido com a acusação de que gostamos do Danilo Gentili, outros ainda, de que defendemos a extrema direita. Precisaria ver onde estavam os “bravos lutadores da moralidade”, quando o PCO foi ao consulado da Venezuela para enfrentar os fascistas que queriam fazer um ato contra aquele país, ou ainda a defesa que fizemos da UNE também contra os fascistas que queriam atacar a sede da UNE, que fazia um ato em defesa de Cuba. Para o PCO não tem problema. Nós temos os nossos métodos de luta contra a direita e contra a esquerda-pequeno burguesa. Aos caluniadores o pelourinho do escárnio público e não os métodos da censura da própria direita, que agora são copiados pela esquerda.

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6 | POLÍTICA

ANÁLISE

O que Trótski pensava sobre o uso da censura do Estado burguês pela esquerda? N

a última Análise Política da Semana (21), programa semanal onde o companheiro Rui Costa Pimenta, Presidente Nacional do PCO, realiza uma análise materialista dialética da situação política no país, destacou-se o problema da liberdade de expressão, da censura como política pseudo-democrática e a política revolucionária diante da tentativa de calar a voz dos reacionários e como consequência dos trabalhadores sob argumentos morais. Transcrevemos aqui este trecho de suma importância para a compreensão do importante tema, onde o companheiro Rui o analisa a luz da contribuição do revolucionário, dirigente e teórico marxista russo Leon Trotsky. Leia: … Aqui nós temos de repetir, uma coisa que a gente já falou várias vezes, que é uma doutrina nossa e que eu acho que é uma questão fundamental, que é o seguinte: os processos que visam a calar a direita, veja bem que eu não estou falando da liberdade de expressão em geral, que visam a calar a direita, eles são uma política suicida. Se vocês me permitirem, eu vou ler um trecho do nosso grande Leon Trotsky, que sabia das coisas, exatamente sobre este problema, para mostrar que não é uma opinião aleatória, arbitrária nós temos, mas que a gente segue uma determinada doutrina e mais, que a gente procura aprender da experiência histórica. Eu peço a compreensão de vocês, que é um trecho um pouquinho longo. Ele fala o seguinte, o texto se chama : Liberdade de imprensa e a Classe operária, foi escrito em 1937/1938, se alguém quiser procurar esta nesse site muito bom chamado marxists.org ou se alguém tiver os livros está nos escritos de Leon Trotsky nesta data. Ele diz o seguinte: “uma campanha contra a imprensa reacionária está se desenvolvendo no México”, ele estava no México na época onde ele vai ser assassinado, “a campanha é dirigida pela CTM Confederação dos trabalhadores mexicanos, pelos líderes da CTM ou

mais precisamente pelo senhor Lombardo Toledano pessoalmente”. Lombardo Toledano secretário geral da CTM do Partido Comunista estalinista. Continua: “O objetivo da campanha e conter a imprensa reacionária seja por submetê-la a censura ou bani-la totalmente. Os sindicatos entraram no caminho da guerra, democratas decididamente incuráveis, corrompidos pelas suas experiências com uma moscou completamente estabilizada, encabeçada por amigos da GPU saudaram essa campanha que só pode ser descrita como uma campanha suicida. Na realidade não é difícil de ver mesmo se essa campanha triunfasse e trouxesse resultados concretos ao gosto de Lombardo Toledano as consequências em última instâncias cairiam sobre as costas da classe trabalhadora”, veja que Trotsky explica o seguinte, não é que a campanha não vai dar certo, mesmo se campanha dar certo e até principalmente se a campanha der certo e eles conseguiram censurar a imprensa reacionária isso vai se voltar contra a classe trabalhadora. Aí ele diz o seguinte: “A teoria bem como a experiência histórica atestam que qualquer restrição a democracia na sociedade burguesa é em algum momento inevitavelmente dirigida contra o proletariado, da mesma maneira que impostos finalmente caíram sobre os ombros do proletariado”. Isso é até uma outra ilusão da política democrática, liberal, conservadora da pequena burguesia, você aumenta os impostos na ideia de que os patrões vão pagar pelos impostos e os trabalhadores acabam pagando mais impostos porque logicamente a burguesia que controla rida a maquinaria estatal., todo o sistema e funcionamento do regime. “A democracia burguesa e útil para o proletariado apenas na medida em que abre caminho para o desenvolvimento da luta de classes”. Quer dizer a democracia burguesa não é uma ferramenta que em geral a classe operária possa usar contra seus inimigos, principalmente ela não pode ser usada nesse sentido negativo da censura.

Ela é útil para classe operária, para os oprimidos, para os pobres na medida em que ela permite que os pobres se organizem e lutem pelos seus interesses. “Consequentemente, qualquer líder dos trabalhadores que arme o estado burguês com meios especiais para controlar a opinião pública em geral e a imprensa em geral e um traidor”. Em análise o agravamento da luta de classes forçará a burguesia de todas as cores a concluir um pacto, aceitas a legislação especial e todo tipo de medidas restritivas e medidas de censura democrática” contra a classe operária. Aqueles que não conseguiram entender isso deveriam deixar as fileiras da classe trabalhadora”. “… As verdadeiras tarefas do Estado operário”, veja que ele não esta falando do Estado capitalista, “não consiste em policiar a opinião pública, mas em libertá-la dos grilhões do capital, isso só pode ser feito colocando os meios de produção que incluem os meios de produção da informação nas mãos da sociedade como um todo, somente esse passo essencial em direção ao socialismo tendo sido tomado todas as correntes de opinião que não tomaram armas contra a ditadura do proletariado seriam capazes de expressar a si mesma”, aí ele diz o seguinte; “… a maneira mais eficiente de lutar contra a imprensa burguesa é desenvolver a imprensa operária”.

Vocês vejam, por exemplo, as conclusões que Trotsky tira, que a tentativa de controlar a opinião política dos outros, da direita, da burguesia, não só que não vai resultar em nada positivo, como é uma coisa completamente negativa. A conclusão essencial dele é a seguinte, nós não temos uma ideia fantasiosa da democracia, de que a democracia em si como regime geral vai favorecer a rodos então você, isso que a esquerda-pequeno burguesa conservadora, a democracia serve para regular as relações, então proíbe esse, proíbe aquele, diminui o radicalismo desse, daquele, faz isso, faz aquilo e fica todo mundo controlado. Aí ele disse o seguinte, que é o óbvio, para os trabalhadores, os oprimidos é ampliar ao máximo as possibilidades para lutar pelos seus interesses, porque os seus interesse estão garantidos a partir da sua própria organização e luta. Eles não vão ser garantidos pelo Estado capitalista. Não adianta você chegar lá e falar, vamos aprovar uma lei de censura em defesa deste, daquele e daquele outro, que isso daí vai tornar a sociedade mais agradável de viver e mais democrática , não é verdade. Durante um período o Estado capitalista pode aceitar certas demandas de reprimir cerro tipo de manifestação reacionária, mas no final das contas isso daí vai terminar com uma censura brutal sobre todos os oprimidos.


JUVENTUDE E COTV | 7

GOLPISTAS

Economia desmorona sob a direita golpista: projeção do PIB cai de novo e vai para 1,71% S

egunda-feira (22) foi divulgado o relatório “Focus”, do Banco Central, revisando mais uma vez a projeção de crescimento do PIB para baixo. A expectativa agora é de um crescimento de 1,71% do PIB do Brasil em 2019. Antes a expectativa era de um crescimento de 1,95%, essa foi a oitava revisão seguida dessa expectativa para baixo. O relatório é resultado de uma consulta a mais de 100 instituições financeiras, e expressa uma expectativa do mercado financeiro em relação ao PIB. Para um país atrasado esse crescimento já seria muito baixo qualquer que fosse a conjuntura. O resultado é ainda mais desastroso diante dos recentes anos de baixo crescimento ou de recessão, como foram os anos marcados pela campanha golpista da direita e, posteriormente, pelo governo da direita golpista usurpadora do poder. Durante a campanha golpista para derrubar Dilma Rousseff, a imprensa burguesa falava sobre uma suposta “década perdida”. Eis que agora a própria direita golpista aparece como realizadora de uma década perdida do ponto de vista do patamar do PIB nacional.

deu contra os trabalhadores, até agora Bolsonaro não conseguiu oferecer nada de concreto para os capitalistas que o apoiam. Esse é mais um fator de crise política para um governo que já se encontra dilacerado por suas próprias contradições internas. Qual será o desfecho da crise?

Governo em xeque O governo de extrema-direita encabeçado por Jair Bolsonaro está no poder graças ao apoio dos capitalistas que deram o golpe. Para manter esse apoio, um pilar fundamental de sustentação do governo, o governo Bolsonaro teria que oferecer resultados positivos na economia para os capitalistas e especuladores do mercado financeiro.

Isso seria oferecido às custas dos milhões de trabalhadores brasileiros, que perderam seus direitos trabalhistas, que enfrentam a deterioração do poder de compra de seus salários e que podem ser obrigados a se aposentar mais tarde, com aposentadorias menores, caso o governo consiga aprovar a reforma da Previdência (que é uma demolição da Previdência). No entanto, apesar dos inúmeros ataques que o governo já empreen-

A crise política do governo e seu fracasso econômico levam inevitavelmente para alguma saída para a crise. Essa saída pode ser à direita ou à esquerda. Se for pela direita, significará uma intensa repressão contra a classe trabalhadora e ataques ainda mais duros às condições de vida de toda a população. Isso a esquerda deve mobilizar os trabalhadores para intervir na situação política, apresentando uma perspectiva política para o país de saída para a crise. Por isso é fundamental agora levantar a palavra de ordem “fora Bolsonaro!”, junto com a exigência de liberdade para o ex-presidente Lula. Palavras de ordem que sintetizam neste momento uma oposição à política e ao regime da direita golpista de conjunto.

REBATER A DIREITA

A esquerda tem que investir em sua própria imprensa para rebater a direita, e não na censura do Estado A

condenação do comediante fascistoide Danilo Gentili por injúria levou a esquerda pequeno-burguesa a formular todo tipo de teoria mirabolante para justificar a extinção de um direito democrático fundamental, que é o da liberdade de expressão. Vários setores da esquerda nacional, que deveriam estar engajados na luta contra o governo Bolsonaro e pela dissolução do regime político ditatorial que mantém o ex-presidente Lula encarcerado, aplaudiram a decisão arbitrária do Judiciário de punir Danilo Gentili com seis meses de detenção.

Que os programas humorísticos de Danilo Gentili são parte de uma propaganda da extrema-direita brasileira, não há dúvida. Assim como o Jornal Nacional e todos os programas da Rede Globo de Televisão são propaganda do regime político golpista estabelecido desde a derrubada de Dilma Rousseff em 2016. No entanto, o caminho para calar Gentili e todo o esgoto cultural produzido pela burguesia não pode ser a censura promovida pelo Estado burguês. Embora tenha sido a primeira vez que um elemento da direita tenha sido condenado à prisão por “injúria”

contra uma figura pública da esquerda, o caminho jurídico já foi trilhado diversas vezes para tentar contra-atacar as investidas reacionárias. Esse caminho, no entanto, sempre se mostrou inócuo: os processos nunca impediram que os direitistas continuassem falando todo tipo de aberração. A substituição de uma ação efetiva contra a extrema-direita por processos jurídicos somente contribuiu para o avanço dos setores reacionários. Em vez de utilizar o Estado burguês, que é uma máquina organizada para triturar a esquerda e os trabalhadores, os se-

tores democráticos deveriam se preocupar em construir uma imprensa independente, que possa combater todas as mentiras veiculadas a imprensa golpista. Uma imprensa operária forte, ancorada nos trabalhadores, é a única ferramenta capaz de desmascarar a extrema-direita e fazê-la recuar de seus ataques. O Partido da Causa Operária tem procurado responder aos ataques da direita dessa maneira. É por isso que estamos em campanha pela construção de uma TV independente com programação 24 horas por dia e com apoiadores fixos.


8 | INTERNACIONAL

ARGENTINA

Maurício Macri prova, mais uma vez, que o neoliberalismo não funciona

A

ssim como no Brasil, a Argentina passou por um processo eleitoral completamente fraudulento, receita do Imperialismo que se encontra numa profunda crise e procura ampliar seu domínio econômico e político do mundo e para isso organiza e financia Golpes de Estado contra os governos de “centro-esquerda” para não dizer social-democrata. Os neoliberais, que repetem quase que como um mantra religioso que o Estado não pode intervir na economia, na verdade tem adoração por outro deus: o capital financeiro. A devoção neoliberal ao capital financeiro (ou aos bancos, para os fiéis mais íntimos) é tanta, que o governo capacho de Mauricio Macri precisa de operações desesperadas, como o congelamento de preços para conter o agravamento da crise. Não é de se impressionar que o discurso fervoroso e eloquente dos liberais ao pregar pela “não intervenção estatal na economia” não passe de mais uma demagogia, uma vez que todas suas orações em torno do endurecimento das forças repressivas pelo combate à violência, homofobia, violência, drogas, etc não passam de mais

uma das arapucas dos tinhosos neoliberais, que usam suas pregações para iludir o povo a apoiar políticas contra si próprios. A economia argentina é parecida com a brasileira porém mais fraca. Nos sistemas econômicos americanos temos tido a experiência de que os acontecimentos nos países vizinhos do Brasil se transformam em acontecimentos no próprio Brasil, que sem os ataques dos tubarões imperialistas que vem sofrendo, seria uma potência mundial. Essa espécie de laboratório que os parasitas norte-americanos fazem para com nossos vizinhos americanos se repete aqui uma vez que a esquerda parlamentar carreirista não se opõe energeticamente ao Golpe de Estado, permitindo que a população americana sofra com ditadura, reforma da previdência, congelamento de preços e salários, privatizações, fome… Nossos irmãos argentinos estão vivendo uma situação total de pobreza, voltando a viver uma situação parecida com o antes do Argentinaço (movimento de massas que provou que, com luta nas ruas, as massas podem mudar o curso da história).

O maior exportador do Brasil é a Argentina. A medida que o país despenca a economia brasileira é duramente afetada. Essa é a receita totalmente destrutiva do neoliberalismo, que discursa fervorosamente que se você deixar o mercado funcionar sem interferência do Estado, o deus (mercado) vai funcionar por um fenômeno milagroso. Na hora H não tem liberalismo. Na

hora H tem submissão total aos bancos e ao capital financeiro que querem tornar o mundo seu vassalo. As dentadas do esqualo norte-americano só irão cessar com uma politica de enfrentamento direto da esquerda contra o Imperialismo e sua políticas opressivas de conjunto. #ForaMacri! #ForaBolsonaroETodosOsGolpistas

UCRÂNIA

PERU

Depois do golpe de 2014, país “escolhe” um palhaço em eleições manipuladas

O suicídio de Alan García evidenciou o golpe imperialista em escala continental

A

s consequências da intervenção imperialista na Ucrânia assemelham-se muito às que também vem ocorrendo no Brasil pós-golpe, e a situação lá pode apresentar pistas dos futuros desdobramentos nacionais com o avanço fascista, como o uso de grupos armados para reprimir a população nas ruas. Assim como aqui, a crise que tomou conta da Ucrânia com a derrubada do então presidente, Viktor Yanukovytch, ainda não dá sinais de supressão. Depois de fazer uso das manifestações de descontentamento popular para dar posse a um governo simpático aos EUA, encabeçado pelo empresário Petro Poroschenko, o imperialismo continua a precisar do uso de eleições fraudadas para tentar manter o controle do país. Como resultado das eleições farsescas de sábado (21), o candidato eleito foi Volodymyr Zelenskiy, apresentador de um programa de comédia na televisão ucraniana, um ator mais direitista ainda que Poroschenko, derrotado na eleição. Com propostas vagas com temas já conhecidos como combate à corrupção, Zelenskiy se apresentava como renovação na política, oriundo de um partido recentemente criado, cujo nome é herdado de seu programa humorístico, Servo do Povo. A eleição, como esperado, foi marcada pela arbitrariedade, proibindo a participação do candidato do Partido Comunista ucraniano (KPU), Petro Symonenko,

O

em uma eleição com mais de 37 candidatos à presidência. Submersa em uma profunda crise econômica, a Ucrânia está entre os países mais pobres da Europa, forçando milhares de cidadãos a deixarem o país em busca de melhores condições de vida. Somada a crise já instaurada, o novo presidente também vai herdar o conflito com a Rússia, uma vez que apoiado pelo imperialismo, terá de manter o enfrentamento com Putin e combater os separatistas. A recente eleição ucraniana derruba por terra a tese da esquerda pequeno-burguesa de que bastaria ganhar uma eleição para reverter todos as horrendas consequências do golpe de estado, quando os exemplo internacionais mostram que o imperialismo não permite vitória alguma da esquerda. Mesmo depois das crises resultantes das imposturas de candidatos que não tem verdadeira base popular, a reversão da situação por dentro das instituições burguesas se mostra impossível, cabendo somente à mobilização do povo.

suicídio do ex-presidente Alan García no Peru mostra que o país latino-americano sofre com o mesmo processo golpista, organizado pelo imperialismo, que afeta o Brasil. Alan García se matou por conta de um processo jurídico, idêntico a Lava jato brasileira, o qual incriminou o ex-presidente, levando-o ao suicídio. Alan García deixou uma carta dizendo que não iria se submeter a essa arbitrariedade. Após a eleição de um presidente de esquerda em 2011, Olantta Humala do Partido Nacionalista, e de uma intensa sabotagem a sua campanha, conseguiu cumprir seu mandado e posteriormente foi obrigado a renunciar. Humala foi preso em 2017 por conta de denúncias de corrupção. Após a queda de Humala, chegou ao poder Kuczynscki, do partido de centro-direita PPK. Kuczyncki renunciou em 2018 por conta também de denúncias de corrupção. Após a renúncia de Kuczynscki, sobe ao perder Matin Vizcarra, do

mesmo partido do presidente anterior. O atual governo peruano leva adiante a mesma política de perseguição política adota no Brasil por meio do judiciário. O suicídio de Alana García é consequência da Lava Jato peruana, organizada pelo próprio imperialismo. Assim como ocorre no Brasil, não havia provas contra García, o qual inclusive tinha apresentado provas contra sua condenação. Este caso revela que a perseguição política por meio do judiciário constitui um processo mais amplo, que atinge vários países da América Latina a serviço do imperialismo. O caráter amplo da perseguição fica claro também quando se analisa o fato de que García não era uma liderança popular como o ex-presidente Lula. Mesmo assim, acabou sendo alvo desse verdadeiro processo de intimidação e dominação política imposto pelos norte-americanos.


PCO | 9

“FASCISMO: O QUE É, E COMO COMBATÊ-LO”

PCO ministra cursos em todo o Brasil neste final de semana O

PCO dá continuidade à rodada de cursos complementares à sua tradicional Universidade de Férias, que ocorrerá em quase 100 cidades. Com o tema O Fascismo: o que é e como combatê-lo, baseado nos textos de Leon Trótski, ocorreu a primeira rodada de cursos no último final de semana, dias 13 e 14 de abril, nas capitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Alagoas. A segunda rodada ocorrerá nos dias 27 e 28 de abril, sendo o curso gratuito e aberto a qualquer pessoa. Os cursos serão compostos de duas aulas, com duração de três horas cada

uma, nas quais se discutirão os conceitos fundamentais para compreensão do fenômeno do fascismo: imperialismo, ditadura e ditadura fascista, burguesia, pequena-burguesia e suas relações e etapas de seu desenvolvimento, lumpem proletariado dentre outros. Além da resposta da esquerda ao desafio do fascismo na época do fascismo clássico, à política do stalinismo, o curso trata da reação espontânea das massas e da política marxista de combate ao fascismo proposta pelo revolucionário Russo Leon Trótski e defendida pelo PCO.

A capacitação teórica da militância é fundamental para nortear a ação política. O papel fundamental de um partido revolucionário, que se queira capaz de guiar as massas no caminho da vitória contra o fascismo, passa por compreender adequadamente o que combate. Nesse sentido, não é demais lembrar que a análise de Trótski constitui ainda hoje o que de melhor e mais profundo se escreveu sobre o fascismo da perspectiva da compreensão teórica, permanecendo ainda insuperável. Os textos que balizam o curso podem ser encontrados na coletâneas

de textos do nosso autor, Revolução e contrarrevolução na Alemanha, e também coletânea Fascismo: o que é e como combatê-lo, que em breve serão lançados pelas Edições Causa Operária. Não deixe de participar, é fundamental compreender o fascismo, não nos deixemos enganar. O que vivemos hoje no Brasil e em várias partes do mundo pode ser melhor compreendido sob a luz desse fenômeno. Acesse o formulário AQUI. Verifique onde ocorrerá um curso mais perto de sua cidade e ajude também a divulgar.

1º DE MAIO

Comitês de Luta Contra o Golpe devem levar a palavra de ordem Liberdade para Lula nos atos

A

Central Única dos Trabalhadores e outras organizações sindicais, como a Força Sindical, CTB, UGT, Intersindical (Classe Trabalhadora), Intersindical (Instrumento de Luta e Organização), CSB, CGTB, Nova Central e CSP-Conlutas, juntamente com a Frente Brasil Popular e o Povo Sem Medo estão chamando um ato unificado para o dia do trabalhador no primeiro de maio que está chegando. Esse dire-

cionamento de forças tem um aspecto positivo porque choca-se contra os ataques que o governo do Presidente ilegítimo Jair Bolsonaro está realizando contra os trabalhadores. Mesmo com o ato unificado com as demais centrais sindicais, é importante colocar um programa político no ato, porque a referida reunião dos sindicatos promove o enfraquecimento político do ato, já que a adesão de

TODOS OS DIAS, A PARTIR DAS 3H NA CAUSA OPERÁRIA TV

centrais sindicais golpistas e patronais desmoraliza a atividade política. A participação das organizações patronais da UGT, da Força Sindical e da CSP-Conlutas e de partidos golpistas, nesse sentido, pode somente levar às ruas a palavra de ordem contra a Reforma da Previdência, sem levar em conta as demais atrocidades que o governo ilegítimo do Bolsonaro está promovendo. Assim, é necessário estabelecer um programa próprio que dê o alcance político necessário para dar amplitude ao ato do primeiro de maio e demonstrar a insatisfação popular com o governo ilegítimo, chamando os trabalhadores para realmente oporem-se contra às medidas direitistas do governo. Para o 1º de maio, portanto, é necessário, entre outras pautas: 1. Opor-se aos assassinatos realizados pelo exército e pela polícia militar contra a população, pelo fim da pm; 2. Colocar a questão da liberdade do lula, que foi preso sem provas para que fosse fraudado o processo eleitoral; 3.Opor-se à repressão da extrema-direita e da pm contra os professores e alunos, chamar pelo abaixo o escola com fascismo;

4. A defesa dos movimentos que lutam pela terra e estão sendo assassinados com o aval do governo do bolsonaro; 5.A importância da auto-defesa das organizações de trabalhadores da cidade e do campo que estão sendo atacadas pela extrema-direita; 6. Lutar pelo fora bolsonaro, governo ilegítimo que quer entregar a aposentadoria dos trabalhadores aos bancos, que vendeu boa parte das riquezas nacionais aos capitalistas e que impulsiona os ataques contra os trabalhadores e a esquerda; 7. Pelo afastamento do golpe militar e das aproximações sucessivas dos militares no poder; 8. E, nesse contexto de ataques aos trabalhadores pelo governo ilegítimo, opor-se à reforma da previdência. Para tanto, torna-se uma tarefa fundamental dos Comitês de Luta Contra o Golpe e dos demais movimentos de luta levar o “Fora Bolsonaro!” e pela “Liberdade de Lula!” no 1º de maio, uma vez que esse direcionamento político representa, no conjunto do processo político, a luta contra a continuidade do Golpe do Estado e contra a fraude eleitoral que colocou um governo servil aos capitalistas e inimigo dos trabalhadores.


10 | MOVIMENTO OPERÁRIO

FRIGORÍFICOS

JBS/Friboi de Barra do Garças é condenada a pagar indenização milionária

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frigorifico do grupo JBS/Friboi, localizado no município de Barra do Garças, cidade do Mato Grosso, por desrespeitar as normas de segurança de trabalho e proteção aos seus funcionários terá que pagar um indenização milionária. Na sentença, proferida pelo juiz Adriano da Silva em ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) foi determinada, na ação, a imediata adequação da unidade em relação aos cuidados com a saúde de seus empregados, sendo fixada a penalidade de R$ 500 mil para cada um dos itens, em caso de descumprimento da ordem judicial. Determinou-se, ainda, a inclusão, no Relatório Anual do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), dos dados da evolução clínica e epidemiológica dos trabalhadores, contemplando as medidas a serem adotadas na comprovação do nexo causal entre as alterações detectadas nos exames e a atividade exercida. Além disso, a empresa terá que utilizar, no PCMSO, instrumental clínico epidemiológico que oriente as medidas a serem implementadas no Programa de Prevenção de Riscos Am-

bientais (PPRA) e em outros voltados a melhorias ergonômicas e de condições gerais de trabalho, utilizando-se de informações coletivas e individuais. Dentre elas, devem estar incluídas, no mínimo, o estudo causal em trabalhadores que procurem o serviço médico, a utilização de questionários, análise de séries históricas dos exames médicos e avaliações clínicas. O relatório anual deve também discriminar o número e duração de afastamentos do trabalho, estatísticas de queixas dos trabalhadores, de alterações encontradas em avaliações clínicas e exames, com a indicação dos setores e postos de trabalho respectivos. Na sentença, ficou determinado ao frigorífico a obrigatoriedade da emissão do Comunicado de Acidentes do Trabalho (CAT). Foi estabelecido multa diária de R$ 50.000,00 por descumprimento de cada obrigação até o limite de R$ 5.000.000,00. Apesar dos frigoríficos estarem primeiro lugar, quando se trata das piores condições de trabalho e acidentes, tendo as empresas do grupo JBS/Friboi como um dos principais criminosos, com o comportamento idêntico ao dos senhores de engenho do período colonial,

ao tratar seus funcionários como escravos, visando tão somente o aumento de dinheiro em suas contas bancárias, se defenderam com a justificativa falaciosa de “não haver comprovação de qualquer ato ilícito que ensejasse dano a ser reparado ou que qualquer prova dos lucros supostamente obtidos com a sua conduta, conforme afirmara o MPT ao propor a ação”. Disse ainda, não ter ocorrido qualquer prejuízo à coletividade e que as supostas irregularidades documentais

eram incapazes de proporcionar aumento de receita e, tampouco, interferiam na saúde de seus empregados, já que todas as medidas adequadas sempre tinham sido aplicadas. Apesar do valor da condenação do Frigorífico de Barra do Garças, do grupo JBS/Friboi, ser para esses gananciosos patrões uma ninharia, diante de quase de seus lucros, a ação cabe recursos podendo, inclusive haver redução considerável da indenização, bem como a reversão da condenação.

ECT

NEGROS

General golpista dos Correios quer que trabalhadores acredite que ele é contra a privatização

Com golpe, diferença salarial entre brancos e negros disparou

C

om a entrevista do golpista Paulo Guedes, ministro de Bolsonaro, para a Globo news, no dia 17, onde ele afirma que várias empresas estatais serão privatizadas, incluindo aí os Correios, os trabalhadores da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) entraram em estado de alerta. Até porque, para os trabalhadores, privatização significa perdas de direitos trabalhistas e demissão, experiência do governo neoliberal de FHC (Fernando Henrique Cardoso) nos anos 90. Para confundir e desarmar os trabalhadores dos Correios, que ficaram em pavorosa com as declarações do ministro golpista de Bolsonaro, o general golpista que preside os Correios, Juarez Aparecido de Paula Cunha, escreveu em seu twitter que a declaração de Paulo Guedes ainda não é oficial, que faz parte apenas de uma campanha da imprensa em favor da privatização dos Correios. O general Juarez Cunha quer desarmar os trabalhadores, que se preparam para lutar contra o governo privatista de Jair Bolsonaro, com a conversa fiada de que a privatização dos Correios não está certa. O que o general Juarez não explica em sua rede social é a seguinte contradição: se ele não apoia a privatização dos Correios, porque então ele anun-

ciou que tem como proposta demitir 20 mil trabalhadores dos Correios, no momento em que a empresa precisa contratar mais 100 mil trabalhadores para dar conta da demanda de serviço que só cresce no serviço postal brasileiro? A declaração do general de ser contra a privatização não combina com sua política de atacar os trabalhadores e seus direitos. Para não ser pegos de “calça curta” os trabalhadores dos Correios precisam se organizar imediatamente contra a privatização da empresa, a começar pela formação de comitês de luta contra o golpe, pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas e pela liberdade de Lula.

U

ma pesquisa divulgada esta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, o IPEA, demonstrou que nos últimos cinco anos aumentou a desigualdade social entre negros e brancos no Brasil. Em 2012, os brancos possuíam uma renda por seu trabalho R$726,93 maior do que a população negra. Já em 2017, esse valor passou a ser R$767,84 maior. Os dados apontam também uma queda da renda geral por trabalho de toda a população brasileira entre 2016 e 2017. Segundo os dados, a diminuição foi de 0,9% O estudo mostrou também um aumento de 0,5 percentuais no número de pessoas em condições de extrema pobreza no Brasil, atingindo 25% de toda a população brasileira. O aumento da desigualdade social entre negros e brancos não é algo

casual, mas é consequência direta do golpe de estado. Após derrubada de Dilma Rousseff pela direita, os governos Temer e Bolsonaro, governos golpistas, aplicaram e aplicam uma política de ataque duríssimo às condições de vida da população negra no Brasil. Os ataques econômicos, como a reforma trabalhista, o congelamento dos investimentos públicos, a terceirização, entre outros, afetam de maneira muito mais agressiva a população negra. Isso sem falar no aumento da violência policial em todas as comunidades pobres do país. Nesse sentido é necessário que a população negra se organize para enfrentar a ofensiva da direita. É preciso organizar os comitês de autodefesa, assim como impulsionar a luta contra todo o regime golpista.



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