SEXTA-FEIRA, 26 DE ABRIL DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5624
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
WWW.PCO.ORG.BR
1º de Maio, em Curitiba, todos à superintendência da Polícia Federal pela liberdade de Lula! EDITORIAL
O 1º de maio precisa ser um dia de luta pela liberdade de Lula e contra o governo Bolsonaro
O 1º de Maio, Dia Internacional de Luta da Classe Trabalhadora, vai se dar em meio a uma brutal ofensiva do grande capital e seu governo ilegítimo contra os explorados do campo e da cidade.
OPINIÃO
Um 1º de Maio de festa? Sem luta, sem Lula… mas com cantoras de sertanejo bolsonaristas
1º de Maio: veja algumas das melhores fotos O governo Bolsonaro é tucano: PSDB na relatoria do das mobilizações operárias no Brasil Acima, a chegada do Exército na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta roubo da Previdência Redonda, ocupada pelos operários em, 1988, durante greve pela redução da jornada
Polícia impede estudante negra da UFBA de entrar em sua própria universidade
OPINIÃO
Trotski: “A liberdade de imprensa e a classe trabalhadora” PCO
Em Salvador, capital da Bahia, a cidade com a maior população de negros no Brasil, a estudante de Produção Cultural na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Thaís Vieira, 21 anos, usou uma rede social para relatar que foi impedida de entrar no campus da Instituição na última quinta-feira (18).
Os partidos burgueses estão em tamanha consonância que os bolsonaristas vão deixar na mão do PSDB a relatoria da “reforma” da Previdência.
PCO chama a mobilizar por de atos do 1º de Maio de luta em Tudo mais caro com Bolsonaro: inflação em abril foi de 0,76%, o todo o país! pior abril em 4 anos Os militantes do Partido da Causa Operária e dos Comitês de Luta contra o Golpe e o Fascismo
Divulgado nesta semana, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA-15 apontou que haverá uma elevação no índice da Inflação oficial.
OPINIÃO E POLÊMICA | 3 EDITORIAL
O 1º de maio precisa ser um dia de luta pela liberdade de Lula e contra o governo Bolsonaro O
1º de Maio, Dia Internacional de Luta da Classe Trabalhadora, vai se dar em meio a uma brutal ofensiva do grande capital e seu governo ilegítimo contra os explorados do campo e da cidade. A situação se verifica em todo o Mundo, por conta do agravamento da crise histórica do capitalismo e da “saída” do imperialismo que é expropriar os trabalhadores e os países mais pobres para tentar preservar os lucros dos grandes monopólios capitalistas, cada vez mais parasitários do Estado, ou seja, do roubo dos recursos públicos oriundos dos impostos e outras tarifas públicas (cada vez mais pesados) pagos pelos trabalhadores. No Brasil, essa ofensiva se vê profundamente intensificada, desde o golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, dando lugar, primeiro, ao governo golpista de Michel Temer – que aprovou a reforma trabalhista e o congelamento dos gastos públicos por 20 anos, atingindo toda a classe trabalhadora -, e, agora, ao governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, eleito graças à condenação e prisão fraudulenta da maior liderança popular do País, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Intensificando a política do governo anterior, Bolsonaro está levando adiante a política de destruição da economia nacional, atingindo todos os setores, do agronegócio à indústria
petrolífera, da construção civil, à “indústria” de entretenimento, fazendo o País bater recordes de desemprego, sofre uma nova “epidemia” fome e a miséria, além de todo tipo de retrocesso nas condições de vida e trabalho da imensa maioria da população. Nestas condições, mais do que nunca, o 1º de Maio, precisa ser um dia de luta de mobilização de união dos trabalhadores contra os seus carrascos, o regime golpista, Bolsonaro e todos os golpistas. Trata-se de usar a data para impulsionar a necessária mobilização que seja capaz de derrotar os golpistas e sua ofensiva, destacadamente, a greve geral contra os ataques do governo, como o roubo das aposentadorias (disfarçado de “reforma” da Previdência), para libertar Lula e todos os presos políticos e colocar para fora Bolsonaro e todos os golpistas. Para isso é preciso superar a politica de setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa que defendem a politica de colaboração e/ou capitulação diante do regime golpista, defendendo – entre outras coisas – o apoio à “reforma” da Previdência e a “estabilização” do governo Bolsonaro, o abandono (ou sabotagem) de qualquer mobilização pela liberdade de Lula e que o povo brasileiro seja condenado a esperar pelas próximas eleições, sob a ilusão de que aí se poderia derrotar a direita e seus ataques.
É preciso combater também e ultrapassar a politica de certos setores da burocracia sindical que, em nome da unidade, de todo o sindicalismo (inclusive com setores favoráveis à prisão de Lula, que apoiaram a derrubada de Dilma, a reforma trabalhista etc.) aceitam imposições da direita que visam transformar o 1º de Maio em um dia festivo (quando nada há para comemorar!), fazendo dos atos desse dia um verdadeiros “showmícios”, com artistas mercenários (muitos dos quais apoiaram e apoiam o fascista Bolsonaro), semelhantes aos atos realizados nos anos anteriores pela Força Sindical (organização criada e controlada pelos patrões da FIESP), quando realizavam sorteios fajutos de carros e apartamentos – para atrair público – e recebiam como homenageados Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Eduardo Cunha e outros golpistas. Os sindicalistas da CUT, dos sindicatos e organizações de luta dos trabalhadores da cidade e do campo, o ativismo classista dos partidos de esquerda que lutaram contra o golpe, dos Comitês de Luta Contra o Golpe, Pela Liberdade de Lula e por Lula Livre, precisam se opor à essa política. Rejeitar também o ultraje com os trabalhadores e a luta histórica dos trabalhadores que é a tentativa de setores reacionários da esquerda que querem fazer do 1º de Maio um dia de campa-
nha eleitoral, para os defensores do plano de frente ampla com a burguesia, com os golpistas, com os inimigos dos trabalhadores. Em oposição aos artistas reacionários, bolsonaristas, dar voz no 1º de Maio aos que cantaram e lutaram contra o golpe, junto com os trabalhadores. No lugar de “palanque eleitoral”, fazer do 1º de Maio uma tribuna de luta pelas reivindicações dos trabalhadores, da juventude e de todos os explorados e de suas organizações de luta. Contra a politica de capitulação diante do golpe e apoio às reformas, fazer do 1º de Maio uma grande assembléia geral dos trabalhadores para aprovar a greve geral e os eixos fundamentais que unifiquem a classe trabalhadora contra o regime golpista: Liberdade para Lula e Fora Bolsonaro! No Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores, defender também a unidade internacional da classe operária e de todos os trabalhadores contra o imperialismo, levantando as bandeiras de luta contra o golpe de Estado na Venezuela e Fora o imperialismo da América Latina, entre outras. Com essa politica independente, classista e revolucionária, pintar de vermelho os atos do 1º de Maio, levar para as ruas faixas e bandeiras de luta dos trabalhadores, impedir que a data seja usurpada pelos que não lutam e nunca lutaram com os trabalhadores.
TODOS AO 1º DE MAIO!
Lutar contra o golpe, pela liberdade de Lula e pelo fora Bolsonaro N
a próxima semana, no dia 1º de Maio, se comemora o Dia Internacional de Luta da Classe Trabalhadora. É uma data de luta da classe trabalhadora brasileira e mundial. Data importante conquistada pelos trabalhadores para celebrar as conquistas e lutar por novos direitos. Mas no Brasil do golpe de Estado, diante do governo golpista e do fascista Jair Bolsonaro não há mais conquistas para celebrar e sim luta para evitar que os direitos acabem por completo. Em pouco mais de 100 dias de governo ilegítimo de Bolsonaro, uma continuidade do governo, também ilegítimo de Michel Temer, os trabalhadores tem perdido direitos quase que diariamente. Já houve a reforma, ou melhor dizendo, destruição das leis trabalhistas, a instituição da terceirização, os cortes e congelamento em gastos públicos essenciais como saúde e educação e uma política repressiva crescente para impedir que os trabalhadores, organizados ou não possam se contrapor às medidas. Diante deste quadro tenebroso as centrais sindicais estão organizando atos de 1º de Maio em todo o Brasil. Ao invés de atos descentralizados das
quase 10 centrais sindicais brasileiras, os atos serão organizados em conjunto com a CUT, CGT, Força Sindical, UGT, Conlutas, Intersindical e tantas outras. A reunião de todas as centrais, algumas delas, abertamente golpistas, como a Conlutas e diretamente a Força Sindical está resultando em atos que mais parecem showmícios despolitizados com destaque para as apresentações musicais do que para as reivindicações políticas dos trabalhadores. Em São Paulo, por exemplo, o ato está sendo convocado com ênfase nos artistas que irão se apresentar com uma pequena menção à luta contra a reforma da Previdência e pedindo “salários decentes” (?!!), uma reivindicação vaga, que seria apoiada até mesmo pelos golpistas, em palavras. A luta contra o golpe e, portanto, pela liberdade de Lula sequer é mencionada o que mostra que nesta união das centrais prevaleceu a posição dos golpistas e não a dos trabalhadores. Com tais características, os atos poderiam ficar longe de serem atos de luta contra o governo Bolsonaro e até se oporem a que tenha destaque a luta pela liberdade do ex-presidente Lula. Nem os artistas contratados tem li-
gação com a esquerda, uma maioria de duplas femininas sertanejas, algumas das quais declararam, à época da eleição, apoio a Bolsonaro. Os trabalhadores e ativistas devem participar dos atos que estão sendo convocados para intervir e se manifestar contra a política destruidora do
governo golpista de Bolsonaro com a reforma da previdência, os cortes de gastos, a perseguição política aos sem terra, aos sindicatos e organizações populares. É o momento para agrupar forças e mobilizar nas ruas pedindo o Fora Bolsonaro e a liberdade de Lula.
4 |OPINIÃO E POLÊMICA
SEM LUTA POLÍTICA
Um 1º de Maio de festa? Sem luta, sem Lula… mas com cantoras de sertanejo bolsonaristas
O
1º de maio é um dia histórico na luta dos trabalhadores de todo o mundo. Neste momento crítico em que vivemos no Brasil, onde o ex-presidente Lula segue preso injustamente há mais de um ano nas masmorras de Curitiba e todo o povo brasileiro tem sido esmagado pelo governo ilegítimo de Bolsonaro, seria de se esperar que este primeiro de maio de 2019 fosse um dia de atos gigantescos contra o golpe, certo? Infelizmente, não é isso que tem se desenhado. Reconhecemos desde sempre a importância de festas e atividades sociais, ao contrário da esquerda pequeno-burguesa, que age como se fossem verdadeiros espartanos. Mas tudo tem sua hora e lugar. E a atividade social não deve estar desvinculada da luta política, pelo contrário. Nestas circunstâncias, mesmo com shows e a apresentações culturais, os atos do 1º de maio deveriam ser atos aguerridos, focados na luta contra o governo ilegítimo de Bolsonaro e pela liberdade do presidente Lula. Há uma série de músicos e cantores de esquerda que participaram dos atos contra o golpe, tais como Chico Buarque, Beth Carvalho, Ana Cañas, Leci Brandão, Chico César e até mesmo Gilberto Gil, dentre muitos outros.
Caneca de porcelana - 300ml
Entretanto, fomos todos surpreendidos pela notícia de que esses e outros artistas que participaram da luta contra o golpe e pela liberdade de Lula não são são os destaques dos atos de 1º de Maio, como foram substituídos por cantores controlados por uma verdadeira máfia. Estamos falando dos cantores de música sertaneja, controlados pelos próprios latifundiários bolsonaristas. É o caso sintomático da dupla Simone e Simaria (do cartaz acima), uma dupla sertaneja que, seguindo o script da direita, procuram se vender como imparciais, apolíticos, mas que no entanto desejaram sucesso para o governo ilegítimo do fascista Bolsonaro. Enquanto isso, há uma pressão enorme para que não se fale em Lula, por conta do “apoio” da Força Sindical e setores da “esquerda” que não lutaram contra o golpe, apoiaram o governo Itamar e não querem luta pela liberdade de Lula. Toda a militância de esquerda pôde constatar o papel de destaque desempenhado pelo infame Paulinho da Força e a sua central sindical, que na realidade é um instrumento da FIESP e dos grandes capitalistas brasileiros e internacionais. Além disso, é publica e notória a posição do PSTU/Conlutas que de-
Caneca térmica - 420ml
Camisetas personalizadas (silk e tranfer)
fendeu o “Fora Dilma” e é a favor da prisão de Lula. Como se não bastasse, em Curitiba, local onde Lula segue enclausurado injustamente, não há uma grande mobilização sendo convocada em torno da liberdade de Lula. Por conta disto, os militantes do PCO e outros setores estão convocando um ato em frente à Superintendência da Polícia Federal no Primeiro de Maio. A direção da CUT – central sindical verdadeira no Brasil, criada como parte da luta da classe trabalhadora, que congrega milhares de sindicatos e é a única em condições de convocar uma verdadeira greve geral – tem cedido à pressão das
Squeeze - 500ml
Caderninhos
outras “centrais”, de modo que em nome de uma “unidade”, as lutas pela Liberdade de Lula e pelo Fora Bolsonaro sejam deixadas em segundo plano. A CUT deve abandonar esses pesos mortos e enfim alçar vôo em direção à uma gigantesca greve geral, em torno das palavras de ordem que estão na boca do povo,“Liberdade para Lula” e “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”, e que são capazes de unir os explorados e suas organizações de luta de todo o País em uma mobilização que ponha abaixo o regime golpista, derrote a “reforma” da Previdência e todos os ataques dos golpistas contra os trabalhadores.
Botons (redondos e quadrados)
Posters A3
CONHEÇA E DIVULGUE OS PRODUTOS DA LOJA VIRTUAL DO PCO. FAÇA SEUS PEDIDOS ATRAVÉS DO TELEFONE: (11) 9 4999-6537
POLÍTICA | 5
ANÁLISE
Trotski: “A liberdade de imprensa e a classe trabalhadora” O
texto a seguir é o editorial da primeira edição da revista marxista mexicana Clave, publicada em outubro de 1938. O manuscrito original, escrito por Trotsky, foi encontrado por volta de 1977 no Arquivo Trotsky, em Harvard. Traduzido, agora, exclusivamente, para português, para o Diário Causa Operária, do Brasil. Liberdade de imprensa e a classe trabalhadora Leon Trotsky Agosto de 1938 “Uma campanha contra a imprensa reacionária está se desenvolvendo no México. A campanha é dirigida pelos líderes da CTM (Confederação dos Trabalhadores Mexicanos) ou, mais precisamente, pelo Sr. Lombardo Toledano pessoalmente. O objetivo é “reprimir” a imprensa reacionária, submetendo-a à censura ou banindo-a completamente. Os sindicatos entraram no caminho da guerra. Decididamente, os democratas incuráveis, corrompidos por suas experiências com uma Moscou completamente stalinizada, chefiada por “amigos” da GPU, saudaram esta campanha, que só pode ser descrita como suicida. Na verdade, não é difícil ver que, mesmo que essa campanha triunfasse e trouxesse resultados concretos ao gosto de Lombardo Toledano, as conseqüências finais recairiam sobre a classe trabalhadora. A teoria, assim como a experiência histórica, testemunha que qualquer restrição à democracia na sociedade burguesa acaba sendo dirigida contra o proletariado, assim como os impostos acabam caindo sobre os ombros do proletariado. A democracia burguesa é utilizável pelo proletariado apenas na medida em que abre o caminho para o desenvolvimento da luta de classes. Consequentemente, qualquer “líder” operário que arma o Estado burguês com meios especiais para controlar a opinião pública em geral, e a imprensa em particular, é um traidor. Em última análise, a acentuação da luta de classes forçará burgueses de todos os matizes a concluir um pacto: aceitar legislação especial, todo tipo de medidas restritivas e medidas de censura “democrática” contra a classe trabalhadora. Aqueles que ainda não perceberam isso deveriam deixar as fileiras da classe trabalhadora. “Mas às vezes” – objetarão certos “amigos” da União Soviética – “a ditadura do proletariado é obrigada a recorrer a medidas excepcionais, especialmente contra a imprensa reacionária” A isso respondemos: primeiro, essa objeção equivale a um estado operário com um estado burguês. Embora o México seja um país semi-colonial é,
ao mesmo tempo, um estado burguês, definitivamente não um estado operário. Mas mesmo do ponto de vista dos interesses da ditadura do proletariado, a interdição ou censura dos jornais burgueses não é de modo algum uma questão de “programa” ou “princípio”, nem uma situação ideal. Uma vez vitorioso, o proletariado pode se ver forçado, por um período de tempo, a tomar medidas especiais contra a burguesia, se a burguesia adotar uma atitude de revolta aberta contra o Estado operário. Neste caso, as restrições à liberdade de imprensa andam de mãos dadas com todas as outras medidas usadas na preparação para uma guerra civil. Quando formos obrigados a usar a artilharia e a aviação contra o inimigo, obviamente não toleraremos que esse mesmo inimigo mantenha seus próprios centros de informação e propaganda dentro do
operário não consistem em policiar a opinião pública, mas em libertá-la do jugo do capital. Isso só pode ser feito colocando os meios de produção – que incluem a produção de informação – nas mãos da sociedade em sua totalidade. Uma vez que este passo essencial para o socialismo tenha sido dado, todas as correntes de opinião que não tenham pegado em armas contra a ditadura do proletariado devem ser capazes de se expressar livremente. É dever do Estado operário colocar em suas mãos, a todos de acordo com sua importância numérica, os meios técnicos necessários para isso, impressoras, papel, meios de transporte. Uma das principais causas da degeneração da máquina estatal é a monopolização da imprensa pela burocracia stalinista, que corre o risco de transformar todos os ganhos da revolução de outubro em uma pilha de lixo.
campo do proletariado armado. No entanto, mesmo neste caso, se medidas excepcionais são prolongadas por tempo suficiente para criar uma situação permanente, então elas correm o risco de sair do controle e, dando um monopólio político à burocracia dos trabalhadores, tornando-se uma fonte de sua degeneração. Temos diante de nós um exemplo vivo de tal dinâmica, com a odiada supressão da liberdade de expressão e de imprensa na União Soviética. E isso nada tem a ver com os interesses da ditadura do proletariado. Pelo contrário, ajuda a proteger os interesses da nova casta no poder contra os ataques da oposição operária e camponesa. Esta burocracia altamente bonapartista de Moscou é atualmente imitada pelos Srs. Lombardo Toledano e companhia, que confundem suas carreiras pessoais com os interesses do socialismo. As verdadeiras tarefas do Estado
Se tivéssemos que procurar exemplos da influência nefasta da Comintern* (*A Terceira Internacional (19191943), uma organização fundada por Vladimir Lenin e pelo PCUS – bolchevique) nos movimentos de trabalhadores de vários países, a campanha real liderada por Lombardo Toledano forneceria um dos piores. Essencialmente, Toledano e seus companheiros doutrinários tentam introduzir em um sistema democrático burguês métodos e meios que, sob certas circunstâncias, podem ser inevitáveis sob a ditadura do proletariado. Além disso, eles não tomam emprestado esses métodos da ditadura do proletariado, mas de seus usurpadores bonapartistas. Em outras palavras, eles infectam uma democracia burguesa já doente com o vírus da burocracia decadente. A democracia anêmica do México enfrenta um perigo constante, mortal e cotidiano de duas direções: a primei-
ra do imperialismo estrangeiro e, segundo, dos agentes de reação no interior do país, que controlam as publicações de grande volume. Mas somente aqueles cegos ou simplórios poderiam pensar que os trabalhadores e camponeses poderiam ser libertados de idéias reacionárias pela proibição da imprensa reacionária. De fato, somente a maior liberdade de expressão pode criar condições favoráveis para o avanço do movimento revolucionário na classe trabalhadora. É essencial travar uma batalha implacável contra a imprensa reacionária. Mas os trabalhadores não podem deixar uma tarefa que precisam realizar por meio de suas próprias organizações e de sua própria imprensa, para o punho repressivo do Estado burguês. Hoje, o governo pode parecer bem disposto em relação às organizações de trabalhadores. Amanhã pode cair e, inevitavelmente, cairá nas mãos dos elementos mais reacionários da burguesia. Neste caso, as leis repressivas existentes serão usadas contra os trabalhadores. Somente os aventureiros que não pensam em nada além das necessidades do momento podem falhar em se proteger contra tal perigo. A maneira mais eficiente de combater a imprensa burguesa é desenvolver a imprensa operária. É claro que os jornais sensacionalistas, como El Popular, são incapazes de realizar tal tarefa. Tais jornais não têm lugar entre a imprensa operária, a imprensa revolucionária ou mesmo a imprensa burguesa de boa reputação. El Popular serve às ambições pessoais do Sr. Toledano, que ele próprio está de fato a serviço da burocracia stalinista. Seus métodos: mentiras, calúnias, caça às bruxas, são métodos à la Toledano. Seu jornal não tem nem programa nem idéias. É evidente que tal publicação nunca pode produzir um eco ressonante na classe trabalhadora, nem conquistá-la da imprensa burguesa. Chegamos, então, à inevitável conclusão de que a luta entre a imprensa burguesa começa com o despejo dos líderes degenerados das organizações operárias e, em particular, da libertação da imprensa operária da tutela de Toledano e dos carreiristas burgueses. O proletariado mexicano precisa de uma imprensa honesta para expressar suas necessidades, defender seus interesses, ampliar seu horizonte e preparar o caminho para a revolução socialista no México. É isso que a Clave pretende fazer. Então, começamos declarando uma guerra implacável contra as pretensões bonapartistas de Toledano. Neste esforço, esperamos o apoio de todos os trabalhadores avançados, bem como de marxistas e democratas autênticos.”
6 | POLÍTICA
CONTRA O GOLPE E PELA LIBERDADE DE LULA
1º de Maio, em Curitiba, todos à superintendência da Polícia Federal pela liberdade de Lula! O
1º de maio desse ano tem todos os ingredientes políticos para permitir a realização de grandes atos populares de norte a sul do país. Bolsonaro, nos seus quatro meses de governo, já é o presidente mais odiado na história recente do país, mas, muito provavelmente, de todo o período republicano brasileiro. A maior festa popular do Brasil, o carnaval, já havia deixado escancarada o profundo repúdio popular ao presidente eleito pela fraude e pelo golpe. Em seguida, diversas outras manifestações reafirmaram o sentimento popular e escancararam a profunda relação entre o repúdio ao governo Bolsonaro e o apoio à liberdade de Lula. Essa percepção aponta a compreensão por parte de um expressiva parte da população o significado do golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma e que se aprofundou com a campanha de calúnias, perseguição política, prisão e o impedimento de que Lula participasse das eleições, justamente por ser o ex-presidente a expressão popular de repúdio ao golpe. Um outro aspecto fundamental da situação política diz respeito a crise interna do governo do fascista Bolsonaro. Em que pese a ofensiva reacio-
nária em diversas frentes, como nas privatizações, no corte de direitos e verbas sociais, na escalada repressiva, entre outros pontos, no geral, as diversas alas da direita e da extrema-direita que compõem o governo não conseguem chegar a um acordo com relação ao controle do Estado, a profunda crise que se abate sobre a economia nacional e internacional e a falta de perspectiva com relação a uma saída minimamente viável que dê conta da crescente onda de desemprego e estagnação que assolam o País. É justamente esse impasse que está colocando por água abaixo, pelo menos de um ponto de vista da sua profundidade, a reforma da Previdência. A crise do governo aliada a crise econômica e ao crescente descontentamento popular aumentam profundamente a polarização política, o que abre uma perspectiva enorme de uma intervenção independente dos trabalhadores da cidade e do campo na situação política. O impasse para uma evolução positiva do ponto de vista dos interesses dos trabalhadores reside justamente na política das direções do movimento e o que ocorre, até o momento, com
O GOVERNO BOLSONARO É TUCANO
PSDB na relatoria do roubo da Previdência
O
s partidos burgueses estão em tamanha consonância que os bolsonaristas vão deixar na mão do PSDB a relatoria da “reforma” da Previdência. Os tucanos foram escolhidos em uma reunião com os líderes do governo, de vários partidos da base, para ficarem responsáveis pelos trabalhos no congresso. Encarregado de dialogar com os parlamentares que votarão a proposta, o deputado e relator Samuel Moreira (PSDB-SP), quer aprovar a reforma na Câmara ainda no primeiro semestre. Dentre os pontos de discussão está o sistema de capitalização, com mudanças na aposentadoria rural e Benefício de Prestação Continuada (BPC). Emissário da “nova política”, Bolsonaro vendeu-se na eleição como a renovação, como o fim da era “toma lá, dá cá” de loteamento de votos e cargos no congresso. A propaganda eleitoral, no entanto, não sobreviveu à primeira grande votação do governo, sendo necessário usar de todos os métodos da burocracia burguesa no desespero de passar a reforma. Quase não se consegue diferenciar as medidas, por exemplo, do governo de São Paulo, comandado por João Doria, das do governo federal com Bolsonaro, não à toa na campanha do PSDB ao governo estadual ressoou o “BolsoDoria”, já que as agendas eram prati-
camente as mesmas. Além dos cortes de verbas e da privatização descontrolada, Doria também tem um grande apreço pela repressão violenta da população pelas forças policiais. Assim como Temer, Bolsonaro representa a continuação do golpe que levou ao impeachment de DIlma. A derrubada do PT foi uma manobra para abrir caminho à aplicação das políticas do imperialismo, que não poderiam ser implantadas com um partido da esquerda, mesmo que moderado, comandando o país. Ambos partidos da burguesia tem como função garantir o lucro dos capitalistas e reprimir a população a fim de que aceite a destruição dos direitos duramente conquistados. Os bolsodorias são inimigos do povo e devem ser amplamente combatidos, é necessário ir às ruas e levantar as palavras de ordem de Fora Bolsonaro! e Fora Dória!
relação aos atos do 1º de maio, expressão bem isso. Por conta da aliança com as “centrais sindicais”, entre elas a Foça Sindical e a Conlutas, a CUT e o PT sequer definiram até o momento a realização de um ato operário e popular em Curitiba, onde está encarcerado há mais de u ano, o principal líder popular do país. Lula não é mais um elemento na luta contra Bolsonaro, Lula é o líder popular que tem a capacidade de unificar amplos setores dos explorados e de suas organizações em torno da luta para colocar abaixo o regime golpista e seus ataques contra os trabalhadores. Portanto, na capital paranaense deve ser realizado um
dos atos mais importantes do País. A luta contra Bolsonaro, contra a reforma da Previdência, contra a destruição do Brasil está umbilicalmente ligada a luta pela liberdade de Lula. Nesse sentido, é preciso que todas as organizações de luta dos trabalhadores se somem em torno da realização de um grande ato de 1º de Maio em Curitiba, em frente à sede da PF, pela liberdade de Lula e por Fora Bolsonaro, convocando companheiros de todo o Estado e de outras regiões a se somarem a essa empreitada. Por um 1º de maio com Lula! Todos à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba pela liberdade de Lula!
POLÍTICA | 7
TUDO MAIS CARO COM BOLSONARO
Inflação em abril foi de 0,76%, o pior abril em 4 anos D
ivulgado nesta semana, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA-15 apontou que haverá uma elevação no índice da Inflação oficial. O IPCA-15, que é uma prévia do índice oficial, sinalizou um aumento de 0,76% na inflação. Maior elevação dos últimos 4 anos. Dentre os itens que tiveram maior aumento nos preços no último período, estão a gasolina, com aumento de 3,22%, e no ramo da alimentação. o tomate, com aumento de 27% em abril. Os dados indicam o fracasso da política do governo golpista de Bolsonaro.
A proposta de impor ao País uma política recessiva, de caráter neoliberal, está levando às condições de vida da população a níveis cada vez mais caóticos. O aumento da inflação, somado ao aumento do desemprego, irá aprofundar os níveis de miséria de todo o povo brasileiro. É preciso impor uma derrota a essa política. É preciso aproveitar a crise interna do governo para levar adiante uma luta decidida contra todos os golpistas. É necessário impulsionar a mobilização popular e levantar a palavra de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
BOLSONARO DESTRÓI EMPREGOS
Em março, Brasil perdeu 43 mil vagas
A
economia brasileira sob a direção dos golpistas; da extrema-direita, caminha rapidamente, no sentido contrário, da estagnação à recessão. A profunda crise da economia brasileira, com forte tendência a retração da atividade econômica nacional, não é resultado das intempéries do mercado, mas da política neoliberal que vem sendo implementada no Brasil desde o golpe de 2016. Uma das manifestações mais dramáticas desta política é o desemprego que assola o País e que já atinge mais de 13 milhões de pessoas, fora os desalentados e subempregados. A extrema-direita que usurpou o poder com o golpe de Estado, não apenas não tem política para conter a crise econômica e o desemprego, como vem aprofundando-os. Segundo dados da Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) pelo Ministério da Economia do governo ilegítimo do fascista Bolsonaro, a economia brasileira fechos, mês de março, 43.196 postos de trabalho.
O número resulta da diferença entre contratações (1.216.177) e demissões (1.304.373). O governo ilegítimo do fascista Bolsonaro apresenta como estratégias para retomada do crescimento econômico a paralisação quase que oral do investimento público e a famigerada reforma da previdência , duas medidas criminosas que penalizam o povo. Segundo eles, com a destruição dos serviços públicos e do direito a aposentadoria o mercado sentia-se feliz e voltaria a investir, seria o preço para a retomada de crescimento e do emprego, a verdade porém é outra, essa medidas não só não reabilitam o crescimento econômico e o emprego como vão levar a economia a bancarrota total. O governo golpista de Michel Temer, com o mesmo receituário econômico, aprovou a reforma trabalhista e cortou drasticamente o investimento público, justificando com a mesma ladainha: é uma exigência do mercado, que trará investimento. Este nunca chegou e nem poderia, a burguesia
TODOS OS DIAS, A PARTIR DAS 3H NA CAUSA OPERÁRIA TV
imperialista só tem interesse em lucrar com a especulação e o assalto ao patrimônio público. O resultado da aventura do golpista Temer foi o aumento do desemprego,
que saltou de 8,5% em 2015, ano que começa mais ostensivamente a campanha golpista, para 11,5% em 2016, ano do golpe, e para 12,7% em 2017 e cerca de 13% em 2018.
8 | CIDADES
ARARAQUARA
Mais de 60 pessoas já se inscreveram para o curso do PCO contra o Fascismo neste final de semana N
o próximo final de semana, dias 27 e 28/04, Araraquara, no interior paulista, receberá o curso: Fascismo o que é e como combatê-lo. O curso traz um tema crucial da história do movimento operário e se encaixa precisamente no momento atual do Brasil e do mundo, de ascensão de partidos e governos de extrema direita. Não por acaso, o número de interessados em uma cidade do interior de SP mostra o quão o povo está interessado em saber como combater o fascismo. Araraquara tem sido palco do ataque sistemático contra o prefeito Edinho Silva (PT), com grupos de extrema-direita fazendo campanha dentro
e fora da Câmara Municipal contra o governo e contra a esquerda que luta contra o golpe. O grande interesse pelo curso, bem como pelas muitas atividades do Comitê de Luta Contra o Golpe, evidenciam a evolução da situação à esquerda na região, assim como em todo o País, o que está incomodando a direita. O evento já contava, ontem, nas redes sociais com mais de 180 interessados e 51 confirmados. Parte destes integram os mais de 60 que já se inscreveram para participar do curso no próximo fim de semana, aguardado com grande expectativa por militantes e simpatizantes do PCO, do PT e de outros movimentos da esquerda.
SÃO PAULO
Exército impede acesso de 960 famílias ao Minha Casa Minha Vida em Osasco
D
esde o início do governo fascista de Jair Bolsonaro, uma série de ataques a classe trabalhadora foram sentidos, com intensidade cada vez maior, em especial aos programas sociais que beneficiam boa parte da população. Um bom exemplo a ser analisado é o “Minha Casa, Minha Vida”, lançado em 2009, pelo Governo Federal, presidido por Luiz Inácio Lula da Silva. Esse possui, nesse ano, o menor repasse de verbas desde a sua criação, contando com orçamento anual de apenas R$ 4,4 bilhões, afetando famílias que possuíam subsídio total (100%) ou parcial (porcentagem variada de acordo com a renda). Vale lembrar que esses cortes não afetam apenas na possibilidade de oferta de moradia a pessoas pobres, mas também o número de empregos a população no ramo da construção civil. Os problemas dos trabalhadores, porém, são ainda maiores, como foi possível perceber no conjunto habitacional Miguel Costa, criado na cidade de Osasco (Grande São Paulo), devido a um impasse entre a Prefeitura e o Exército. Os 960 apartamentos deveriam ter sido entregues as famílias integrantes do “Programa Minha Casa Minha Vida” em dezembro do ano passado, mas, até agora, o espaço está totalmente desocupado. Devido ao desacordo, essas pessoas estão recebendo uma bolsa de R$300,00 de auxílio-aluguel. É importante frisar que esse valor está muito abaixo do necessário para que se alugue uma casa de moradia provisória, deixando, assim, evidente um duplo ataque a classe trabalhadora. O problema central estaria na localização do conjunto habitacional. O mesmo encontra-se em um terreno da prefeitura, localizado entre o Rodoanel Mário Covas, a marginal Tietê, uma linha de trem da CTPM e uma base do Exército. Para que os moradores
cheguem à suas casas de carro, é preciso cruzar a linha férrea pela Avenida dos Autonomistas. Nesse espaço há, todavia, uma cancela, restringindo o acesso, sendo autorizada a passagem apenas de militares da base. Desse modo, torna-se impossível acessar o condomínio. Devido ao impasse, o prefeito Rogério Lins, do Podemos, procurou o Ministério Público Federal, a fim de encontrar uma conciliação com o Exército, mas ambos não chegaram em um acordo e agora o problema será tratado pela Justiça Federal. O que fica evidente nesta situação é que tanto o governo direitista, quanto o exército, que nada mais é do que um órgão totalmente reacionário controlado a mão de ferro pela burguesia e cheio de comandantes fascistas, não se importam minimamente com a população. É importante ressaltar que esses ataques são frutos do golpe, que massacra a classe trabalhadora. Nesse sentido é fundamental que todos se organizem em Comitês de Luta Contra o Golpe. Apenas a mobilização popular irá derrotar os golpistas, integrantes do governo fascista de Jair Bolsonaro.
COTV E JUVENTUDE| 10
BAHIA
COTV
Hoje, na COTV, tem Análise Internacional, com Rui Costa Pimenta, e muito mais!
Polícia impede estudante negra da UFBA de entrar em sua própria universidade
Notícias, cinema e análise internacional. Veja nossa programação desta sexta-feira, dia 26 de abril 10 horas – Reunião de Pauta 11 horas – Panorama Brasil 12 horas – Colunistas ao Vivo, com Natália Pimenta 14 horas – Análise Internacional 15 horas – Jornal das 3
17 horas – Universidade Marxista 19 horas – CineClube Luís Buñel, “Documentos revelados contra o imperialismo” 20h30 – Resumo do Dia www.youtube.com/causaoperariatv
E
m Salvador, capital da Bahia, a cidade com a maior população de negros no Brasil, a estudante de Produção Cultural na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Thaís Vieira, 21 anos, usou uma rede social para relatar que foi impedida de entrar no campus da Instituição na última quinta-feira (18). Por ser véspera de feriado, os policiais baianos disseram que não teria aula e assim o seu acesso foi negado. A jovem ainda afirma que teve sua mochila revistada, foi ameaçada de ser levada à Delegacia em uma viatura policial e os agentes usaram o cano de uma arma para tocar na sua guia de Omolu, que Thais usa no pescoço. Para a estudante, ser impedida de entrar na Instituição que estuda só foi aconteceu por ser uma mulher preta e candomblecista. “Minha denúncia é de racismo, machismo e intolerância religiosa. Somos alvos da polícia, inde-
pendentemente de sermos universitários”, completou a estudante. A jovem deu queixa na 7ª delegacia de Polícia, na Corregedoria da Polícia Militar em Salvador e manifestou interesse em acionar o Ministério Público da Bahia (MP-BA) nos próximos dias. Diante da comoção popular a UFBA emitiu uma moção de repúdio afirmando que “a Congregação e o Departamento de Comunicação da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia reafirma seu repúdio ao evidente abuso de autoridade policial, por entender que a estudante foi – sem motivo cabível – constrangida, ameaçada e impedida de entrar na Instituição, da qual é aluna regularmente matriculada.” Assim funciona o sistema capitalista. Os negros são tão oprimidos pela sociedade de classe que a polícia, inimiga do povo, impede uma aluna de entrar na própria universidade em que estuda.
TODAS ÀS QUINTAS-FEIRAS, 14H00
10 | INTERNACIONAL
INGLATERRA
Mais de mil manifestantes são presos na… Venezuela? Nicarágua? Rússia? Não, na Inglaterra! N
a última segunda-feira (22), data em que é celebrado o “dia da Terra”, mais de mil manifestantes foram presos pela Polícia inglesa. Os manifestantes, que se encontravam, em sua maioria, em Londres, estavam protestando contra a política da União Europeia em relação ao Meio Ambiente. A manifestação dos ingleses era pacífica, de modo que os próprios manifestantes nomearam o evento como uma grande demonstração de “desobediência civil não-violenta”. As ações durante o protesto consistiam em fazer coisas como sentar no meio da pista para bloquear o trânsito. Contrastando com o caráter não violento do movimento, o Estado inglês agiu com a mais brutal repressão: mais de mil pessoas foram presas pelo simples fato de estarem exercendo um direito democrático, que é o da liberdade de expressão. Qualquer país que trate seu povo dessa maneira não
pode querer ter para si o título de democrata. A repressão da Polícia inglesa aos manifestantes se torna ainda mais absurda quando observada a repercussão que a imprensa burguesa deu ao caso. Os grandes veículos de imprensa, que se dizem porta-vozes da democracia, não denunciaram, em nenhum momento, que as prisões não são aceitáveis em um país democrático. A mesma imprensa que se cala em relação à Inglaterra, por outro lado, vem fazendo uma suja campanha contra os governos nacionalistas da América Latina e da Rússia. Se um único elemento de extrema-direita é preso porque está conspirando contra o governo venezuelano, logo o cinismo da imprensa capitalista acusa o governo de ditador. Já a Inglaterra, que prendeu mil pessoas, não só é considerada pela imprensa como um país democrático, como também se arroga no direito de determinar quem são e quem
não são os países democráticos, quem respeita e quem não respeita os direitos humanos. A maior e mais cruel ditadura que há é a dos capitalistas dos países imperialistas sobre a população de todo o
mundo. Por isso, é necessário denunciar a servidão absoluta da imprensa burguesa aos interesses do imperialismo e lutar para que os povos explorados decidam os rumos do próprio país.
ESPANHA
Resultado das eleições não irá diminuir a crise política no País A
s eleições desse final de semana para o parlamento da Espanha evidenciam o aprofundamento da crise política no país. Apenas oito meses depois de chegar ao governo, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, do PSOE, foi obrigado a chamar novas eleições. Um dos motivos principais desse fato é a rejeição dos independentistas catalães à política do atual governo em relação aos Orçamentos Gerais, ou seja, à tentativa do atual governo de tentar aprovar novas metas para o orçamento público espanhol. É preciso lembrar que a crise com a Catalunha foi o que levou também Sanchez ao governo em 2018, após o ex-primeiro Mariano Rajoy do Partido Popular ser derrubado por supostas denuncias de corrupção. O pedido de impeachment foi encaminhado na época pelo próprio PSOE de Sanchez, o que levou-o ao governo.
Sem conseguir estabilizar a crise política que há anos afeta a Espanha, Sanchez chamou novas eleições no início de 2019. As pesquisas indicam a vitória de Sanchez, todavia, este terá que fazer um acordo com os na-
TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30
cionalistas, ou seja, o próprio Partido Popular se quiser obter a maioria no parlamento. Outro fator que indica a instabilidade do regime político espanhol é o crescimento da extrema-direita. O
partido Vox, de características abertamente fascistas, vem ganhando espaço dentro das instituições parlamentares espanholas e poderá chegar a obter 32 cadeiras após as eleições de domingo. O crescimento da extrema-direita pressiona para que os partidos da direita tradicional espanhola, como o PP, adotem cada vez mais uma política mais à direita, abertamente fascista. A deterioração do regime político espanhol é mais um importante exemplo da deterioração dos regimes ditos “democráticos”, estabelecidos pelo imperialismo em todo mundo. Diante do aprofundamento da crise econômica desde 2008, o imperialismo passou a impulsionar a extrema-direita em todo mundo como uma forma de conter a rebelião generalizada contra o desmoronamento do sistema capitalista mundial.
MOVIMENTO OPERÁRIO| 11
1º DE MAIO
Veja algumas das melhores fotos das mobilizações operárias no Brasil
A
baixo, a chegada do Exército na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, ocupada pelos operários em, 1988, durante greve pela redução da jornadaos rumos do próprio país.
1917: Greve geral em São Paulo
1968: Metalúrgicos do São Paulo e Minas Gerais desafiam a ditadura militar
1979: Metalúrgicos do ABC Paulista e Lula novamente enfrentam o regime militar
1986: Greve geral contra o governo de José Sarney
12 |MOVIMENTO OPERÁRIO
ECT
Bolsonaro e Guedes confirmaram a privatização dos Correios. É hora dos ecetistas gritarem fora Bolsonaro! D
esde do dia 17 de abril deste ano, se tornou oficial a notícia de que o governo fraudulento e golpista de Jair Bolsonaro vai privatizar os Correios. Em entrevista a Globo News, o ministro golpista Paulo Guedes afirma que Jair Bolsonaro autorizou a privatização da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), maior empresa de Correios da América Latina. E na manhã da quinta-feira (25/4), o fascista Jair Bolsonaro, em café da manhã com jornalistas da imprensa golpista, afirmou: “dei sinal verde para estudar a privatização dos Correios. Tem que rememorar para o povo o fundo de pensão, que a empresas foi o foco de corrupção com o mensalão”, mostrando que o seu governo golpista está mesmo para dilapidar o patrimônio do povo brasileiro, em favor dos grandes capitalistas do mercado postal.
Diante dessa ameaça real a vida dos trabalhadores dos Correios e até a existência de suas organizações, os sindicatos dos Correios e seus representantes nada tem a dizer, a não ser, correr atrás de deputados de esquerda no desmoralizado Congresso Nacional, para que seja feito discursos contra a privatização. Uma ação estéril, já que esses deputados só apanharam da direita nestes últimos três de golpe. É preciso mobilizar os trabalhadores em ações concretas contra a privatização e a política dos golpistas, a começar pela inclusão dos trabalhadores da ECT na campanha contra o golpe de Estado, pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas e pela Liberdade de Lula. A permanência de Jair Bolsonaro e demais golpistas no poder colocar em risco a existência da categoria ecetista,
é preciso reagir a altura, seguir os gritos do povo, durante o carnaval desse ano, pelo Fora Bolsonaro, e pelos Cor-
reios público, estatal e de qualidade, controlado pelos próprios trabalhadores.
DE SEGUNDA A SEXTA ÀS 10H. POR UMA TV REVOLUCIONÁRIA