Edição Diário Causa Operária nº5627

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SEGUNDA-FEIRA, 29 DE ABRIL DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5627

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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Um programa para lutar contra o golpe EDITORIAL

MORADIA E TERRA

Neste 1º de Maio defender um programa de luta contra o golpe e pela liberdade de Lula

“Bandidos bons”: Bolsonaro apoia ladrões de madeira ilegal contra agentes do Ibama

Mesmo com o ato unificado com as demais centrais sindicais, é importante colocar um programa político no ato, porque a referida reunião dos sindicatos promove o enfraquecimento político do ato, já que a adesão de centrais sindicais golpistas e patronais desmoraliza a atividade política.

OPINIÃO

A Argentina desce ao abismo e assusta Bolsonaro

O governo Bolsonaro encontra-se em uma profunda crise. Por sua própria natureza, ele é um governo caótico. Ele expressa a própria crise do regime político capitalista, tanto a nível mundial, como a nível nacional. A burguesia e o imperialismo promoveram o golpe de 2016 para tentar resolver (ou ao menos atenuar) a crise econômica, na busca de salvar os lucros dos monopólios capitalistas. O Brasil foi entregue às garras do imperialismo.

Governador da Bahia segue política bolsonarista e anuncia corte de salários de professores em greve

Se o leitor ou a leitora teve a oportunidade de ir à bela Buenos Aires, tempos atrás, e se acostumou ao câmbio de 2,5 pesos por real, vai entender o que digo com ua única informação: o nosso real, mesmo baqueado em dólar, está comprando, neste momento, quase que 12 pesos!

POLÍTICA

Camilo Santana, governador preferido de Bolsonaro O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), foi elogiado pelo fascista Jair Bolsonaro. O elogio foi feito durante uma transmissão ao vivo do presidente ilegítimo e fascista no Facebook e diz respeito a queda do índice de homicídios no Estado.

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Na sexta-feira(26), o governador da Bahia Rui Costa, que apesar de ter sido eleito com um amplo apoio pelos eleitores do PT, está seguindo à risca uma política bolsonarista. Rui Costa decretou o corte do salário dos professores das universidades estaduais baianas em greve. Docentes da UNEB (Universidade do Estado da Bahia), UEFS (Universidade de Feira de Santana), UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) e UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz), diante da ausência de diálogo entre eles e o governo, estão em greve desde o dia 4 de abril.

Em poucos meses do governo fascista de Jair Bolsonaro, foi possível perceber uma série de ataques ao país. Como é sabido, seu governo visa atender exclusivamente aos interesses dos imperialistas, destruindo o Brasil.

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OPINIÃO E POLÊMICA | 3 EDITORIAL

Neste 1º de Maio defender um programa de luta contra o golpe e pela liberdade de Lula M

esmo com o ato unificado com as demais centrais sindicais, é importante colocar um programa político no ato, porque a referida reunião dos sindicatos promove o enfraquecimento político do ato, já que a adesão de centrais sindicais golpistas e patronais desmoraliza a atividade política. A participação das organizações patronais da UGT, da Força Sindical e da CSP-Conlutas e de partidos golpistas, nesse sentido, pode somente levar às ruas a palavra de ordem contra a Reforma da Previdência, sem levar em conta as demais atrocidades que o governo ilegítimo do Bolsonaro está promovendo. É necessários que os trabalhadores, ativistas e toda a população compareça aos atos de 1º de Maio que estão sendo convocados em todo o País, para defender um programa de luta que expresse de fato os anseios dos trabalhadores e da população explorada. É necessário estabelecer um programa próprio que dê o alcance político necessário para demonstrar a insatisfação popular com o governo ilegítimo, chamando os trabalhadores para

realmente oporem-se contra às medidas direitistas do governo. Todos aos atos de 1º de Maio para exigir o “Fora Bolsonaro!” e pela “Liberdade de Lula!”, a luta contra a continuidade do Golpe do Estado e contra a fraude eleitoral que colocou um governo servil aos capitalistas e inimigo dos trabalhadores. Para o 1º de maio, portanto, é necessário, entre outras pautas: 1. Opor-se aos assassinatos realizados pelo exército e pela polícia militar contra a população, pelo fim da PM; 2. Colocar a questão da liberdade do lula, que foi preso sem provas para que fosse fraudado o processo eleitoral; 3. Opor-se à repressão da extrema-direita e da pm contra os professores e alunos, chamar pelo abaixo o escola com fascismo; 4. A defesa dos movimentos que lutam pela terra e estão sendo assassinados com o aval do governo do Bolsonaro; 5. A importância da auto-defesa das organizações de trabalhadores da cidade e do campo que estão sendo

atacadas pela extrema-direita; 6. Lutar pelo fora Bolsonaro, governo ilegítimo que quer entregar a aposentadoria dos trabalhadores aos bancos, que vendeu boa parte das riquezas nacionais aos capitalistas e que impulsiona os ataques contra os

trabalhadores e a esquerda; 7. Pelo afastamento do golpe militar e das aproximações sucessivas dos militares no poder; 8. E, nesse contexto de ataques aos trabalhadores pelo governo ilegítimo, opor-se à reforma da previdência.

COLAPSO

A Argentina desce ao abismo e assusta Bolsonaro S

e o leitor ou a leitora teve a oportunidade de ir à bela Buenos Aires, tempos atrás, e se acostumou ao câmbio de 2,5 pesos por real, vai entender o que digo com uma única informação: o nosso real, mesmo baqueado em dólar, está comprando, neste momento, quase que 12 pesos! O país está entrando em colapso: em um ano, o risco país mais que dobrou – de 400 para mais de 900 pontos – e já ninguém acredita que, mesmo com o semicongelamento de preços, a inflação do ano fique abaixo de 50%. Isto por enquanto. As agências que fazem seguro de risco já consideram que o país terá de decretar moratória – chamada no mercado de default – quando estiver para vencer o crédito de emergência obtido junto ao FMI.

Para uma geração que se acostumou em ver nos argentinos o famoso Efeito Orloff – “Eu sou você, amanhã” – é algo apavorante. As pesquisas mostram que Maurício Macri segue descendo ladeira abaixo. Até dezembro de 2017, quando fez a reforma da Previdência, o atual presidente andava pelos 65 de aprovação, três vezes mais do que tem hoje. Cristina Kirchner, perseguida pelo Ministério Público e pelo Judiciário, só não foi presa porque seu mandato de senadora obriga, para isso, que o Senado o autorize por dois terços dos votos, blindagem com que, lamentavelmente, Lula não contou aqui. Apesar disso, já há algum tempo figura, com vantagem crescente, como a favorita nas PASO, as eleições primárias dos argentinos, na votaçao presi-

dencial e, nos últimos dias, também no segundo turno – a balotage – que, entre eles ocorre quando o vencedor não tem 45% dos votos ou mais de 40% e uma diferença de 10% para o segundo colocado. O vizinho de cima dos portenhos, portanto, parece que colocou as barbas de molho. Jair Bolsonaro, do nada, declarou que está preocupado com uma eventual eleição da ex-presidente, que – diz ele – traria uma “nova Venezuela” ao continente. Dia 30, à tarde, para marcar o 1° de maio, estão previstas enormes manifestações contra a política econômica de Macri. Veremos se o Efeito Orloff ainda funciona dentro de de alguns meses. Fernando Brito Artigo do blog Tijolaço


4 |POLÍTICA

FORA BOLSONARO! LIBERDADE PARA LULA!

Um programa para lutar contra o golpe O

governo Bolsonaro encontra-se em uma profunda crise. Por sua própria natureza, ele é um governo caótico. Ele expressa a própria crise do regime político capitalista, tanto a nível mundial, como a nível nacional. A burguesia e o imperialismo promoveram o golpe de 2016 para tentar resolver (ou ao menos atenuar) a crise econômica, na busca de salvar os lucros dos monopólios capitalistas. O Brasil foi entregue às garras do imperialismo. Mas, apesar de estar saqueando a economia nacional, a burguesia imperialista não consegue implementar integralmente o seu programa para o Brasil, devido à gigantesca crise política que se abriu com o golpe. Na ausência de um candidato tradicional, diretamente ligado aos seus interesses, a burguesia se viu obrigada a optar por um fascista cercado de elementos incompetentes por sempre terem pertencido ao baixo clero da política nacional. Ou era Bolsonaro, ou era o PT, partido do qual ela tanto se esforçou para expulsar do governo. Desde a eleição, especialmente desde o início de seu mandato, o governo Bolsonaro só viu a crise aumentar, vertiginosamente. Os casos mais recentes, de embate entre o “núcleo duro” do governo, ligado diretamente a Bolsonaro, representado por seu filho Carlos, e os fascistas mais profissionais, representados pelo vice-presidente Mourão, expressam claramente essa crise. O governo está em uma guerra civil interna. Mas essa guerra civil também é contra a população. Os ataques aos direitos mais elementares, como, por exemplo, a carta branca que os policiais e militares já receberam – na prática – do ministro fascista da Justiça, Sergio Moro, para matar os pobres, é o grande exemplo da repressão desenfreada do governo de extrema-direita. A tentativa de incriminar os movimentos de esquerda, como o MST no campo, são amostras evidentes da tendên-

cia fascista do regime. As privatizações das principais empresas do País, como os Correios e a Petrobras, por exemplo (companhias que já estão no caminho da entrega total para os capitalistas), a destruição da CLT com a reforma trabalhista e o roubo da aposentadoria com a reforma da previdência em andamento, são outros exemplos claros de que, mesmo em uma enorme crise, o governo Bolsonaro se esforça para vender o País e as riquezas produzidas pelos trabalhadores a seus patrões imperialistas. A população já percebeu que Bolsonaro e os golpistas são seus inimigos e por isso vem se levantando contra eles. São notórias e cada vez mais frequentes e radicalizadas as manifestações contra Bolsonaro, vistas por todo o País no Carnaval, nos protestos contra a reforma da previdência, nos atos marcando um ano da prisão política do ex-presidente Lula, em universidades e em mobilizações espontâneas. Está na boca do povo a palavra de ordem “Fora Bolsonaro”. Também está

na boca do povo, com igual entusiasmo, a palavra de ordem “Liberdade para Lula”, da mesma forma entoada nas ruas de todo o País. No entanto, a esquerda ainda insiste em conciliar com o governo Bolsonaro ou, no mínimo, com setores igualmente golpistas que se apresentam como possível oposição, mas que na verdade apoiam o governo do golpe. Essa esquerda acredita que o jogo institucional poderá frear o impulso entreguista e repressivo do governo Bolsonaro e mesmo ajudar Lula a sair da cadeia. Uma grande ilusão! Todas as instituições estão nas mãos da direita golpista, inclusive da extrema-direita. Portanto, não há chances de derrubar Bolsonaro, derrotar o golpe e libertar Lula por essa via. A única possibilidade é a mobilização das massas nas ruas, uma mobilização radical e revolucionária dos trabalhadores e demais classes populares. A esquerda deve organizar esse movimento que se apresenta com força no seio da classe trabalhadora.

É preciso derrotar a reforma da previdência e o roubo da aposentadoria pelos banqueiros. Em seu lugar, os trabalhadores devem ter o direito de se aposentar aos 55 anos de idade; os homens ao chegarem a 30 anos de serviço e as mulheres a 25! É preciso reverter todas as reformas neoliberais impostas pelo golpe contra os trabalhadores. A reestatização das empresas privatizadas e o fim do teto dos gastos, por educação e saúde gratuitas e públicas, com qualidade para toda a população! Contra o congelamento, na prática, do salário mínimo, realizado por Bolsonaro, os trabalhadores devem exigir um salário vital de R$ 4 mil. Contra as demissões dos patrões, a escala móvel de horas de trabalho, para que todos tenham emprego e cada um trabalhe menos! Diante da entrega dos recursos nacionais que deveriam ser investidos no bem estar da população, mas que são dados de mão beijada aos grandes bancos internacionais, pelo cancelamento do pagamento da dívida pública bilionária, que aumenta a cada ano! Para acabar com o “Escola Com Fascismo”, projeto da direita para implantar uma ditadura nas escolas e universidades, estudantes e professores devem expulsar a extrema-direita das instituições de ensino e se juntar ao movimento geral de luta contra o golpe! Não às prisões políticas do regime golpista! Liberdade para Lula e todos os presos políticos! Lula é a pessoa mais popular do País e o povo exige sua libertação imediata, porque está preso para que os golpistas dominem. Para que essas reivindicações sejam possíveis, no entanto, só derrotando o golpe e derrubando o governo Bolsonaro, na marra, nas ruas. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Por um 1º de Maio de luta dos trabalhadores, sem conciliação com a direita representada pelos pelegos e suas organizações sindicais fictícias, que tentam de todos os modos boicotar a mobilização popular!

CEARÁ

Camilo Santana, governador preferido de Bolsonaro O

governador do Ceará, Camilo Santana (PT), foi elogiado pelo fascista Jair Bolsonaro. O elogio foi feito durante uma transmissão ao vivo do presidente ilegítimo e fascista no Facebook e diz respeito a queda do índice de homicídios no Estado. Destaca-se, outrossim, na imprensa capitalista que Santana é um dos poucos governadores de “esquerda” com bom relacionamento com governo federal, o que se efetiva no elogio de Bolsonaro. Camilo Santana pertence a ala direita do PT, e é apadrinhado do golpista Ciro Gomes, essa ala direita caracteriza-se pelo abandono completo da luta contra o golpe e pela liberdade do ex-presidente, agarram-se desesperada-

mente nos cargos e no regime político parlamentar apodrecido, servindo, do ponto de vista objetivo e no afã de adaptar-se às novas condições, de base social para o governo Bolsonaro e para o fascismo. O elogio de Bolsonaro não é fortuito, trata-se do estabelecimento de uma aliança com estes governadores de “esquerda”, que traem abertamente os trabalhadores, corrompendo-os com a simples aceitação ao regime e da continuidade de suas carreiras políticas e em troca torná-los sustentáculos do governo federal. É preciso depurar a esquerda destes elementos e de sua influência que traem o povo em proveito dos ricos e poderosos.


POLÍTICA | 5

BAHIA

Governador da Bahia segue política bolsonarista e anuncia corte de salários de professores em greve N

a sexta-feira(26), o governador da Bahia Rui Costa, que apesar de ter sido eleito com um amplo apoio pelos eleitores do PT, está seguindo à risca uma política bolsonarista. Rui Costa decretou o corte do salário dos professores das universidades estaduais baianas em greve. Docentes da UNEB (Universidade do Estado da Bahia), UEFS (Universidade de Feira de Santana), UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) e UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz), diante da ausência de diálogo entre eles e o governo, estão em greve desde o dia 4 de abril. De acordo com a ADUNEB (Seção Sindical dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia), foram cumpridos com rigor todos os quesitos de legalidade com o intuito de assegurar o exercício do direito de greve. Dessa maneira, as atividades essenciais das Universidades foram mantidas. O boletim informa, também, que a assessoria jurídica da ADUNEB, na sexta-feira, impetrou um mandado coletivo de segurança “com pleito de medida liminar contra a lesão aos professores da UNEB, emanada pelo Governo do Estado da Bahia”.

De acordo com o boletim do Sindicato Nacional das Instituições do Ensino Superior, os 10 principais motivos que justificam a greve são: 1) desrespeito aos direitos trabalhistas; 2) ausência de reajuste salarial de acordo com as perdas inflacionárias; 3) arrocho salarial; 4) Alteração na alíquota previdenciária aumentando a contribuição de 12% para 14%; 5) Alteração do Estatuto do Magistério Superior que altera a jornada docente com Dedicação Exclusiva; 6) Redução em 50% dos repasses do governos para o Planserv (sistema subsidiado pelo Estado de assistência à saúde); 7) Diminuição dos investimentos e custeio nas Universidades Estaduais; 8) Aumento do controle sobre o pagamento dos servidores o que fere a autonomia universitária; 9) Violentos ataques à autonomia universitária; 10) Orçamento incompatível com o papel social das Universidades Diante da postura do governo, a coordenação da ADUNEB informou

que recebeu com surpresa a decisão e que recorrerá à Justiça com o objetivo de reverter o corte salarial. De acordo com o boletim: “O possível corte da verba de caráter alimentar dos docentes representa um duro golpe no direito de livre associação sindical e no direito de greve dos servidores públicos civis, um ataque frontal às disposições constitucionais garantidoras desses direitos, uma vez que acaba por sufocar tanto o movimento sindical livre e

organizado, como o efetivo exercício do direito de greve dos servidores públicos civis”. Em meio à política do governo Bolsonaro de corte de verbas e ataque à educação pública, movimentos de luta como a greve dos professores das Universidades estaduais da Bahia mostram a importância e a necessidade da mobilização dos trabalhadores para conter medidas arbitrárias e autoritárias.

FARSA

Bolsonarista infiltrada como aluna intimida professora com apoio do presidente ilegítimo O

presidente ilegítimo Bolsonaro postou em sua conta do Twitter um vídeo de uma suposta aluna de um cursinho. Trata-se de uma armação, uma vez que a suposta aluna trata-se de Tamires de Paula que se autodenomina em sua conta no facebook como: Ativista politicamente incorreta, Cofundadora da Direita Itapeva e Secretaria geral do PSL Itapeva. Claramente movida a soldo, a integrante da juventude bolsonarista, se utilizou do celular para produzir um vídeo repleto de ameaças contra uma professora que falou mal do astrólogo, Olavo de Carvalho. O vídeo de menos de dois minutos, retrata apenas as ameaças dela contra a professora. O vídeo foi rapidamente postado na conta do twitter de Bolsonaro. A “pobre adolescente” que se revoltou contra a doutrinação, logo se demonstrou exultante pela automática repostagem por parte do presidente e vem se fazer de vítima, aproveitando da promoção automática provocada pela atenção dada ao vídeo pelo presidente ilegítimo.

Está escancarada a atuação direta do presidente para perseguir os professores ilegalmente por meio de alunos contratados e que são promovidos dentro do partido a cada denúncia, a cada professor demitido, assediando e constrangendo com base em projetos de leis de outras criaturas que se promoveram com o mesmo repertório, onde constam Bia Kicis e Campagnollo. Enquanto a imprensa da esquerda pequeno burguesa fica preocupada em demonstrar sua indignação, sem ir além das informações ambíguas apresentadas pela imprensa golpista, se torna uma tarefa impossível para uma professora de cursinho, que depois da reforma trabalhista assume características de autônoma, conseguir se defender de ameaças e constrangimentos ilegais por parte do presidente da república. Quando um agente contratado do fascismo tentar humilhar um professor em pleno ofício, esse deve ser impedido diretamente pelo professor, assim como pelos alunos, pelo corpo docente e pela direção. É inaceitável ver um

presidente ilegítimo se utilizar de agente infiltrado para produzir vídeos armados para se autopromover e ajudar a demissão de uma trabalhadora. A defesa da liberdade de cátedra é tarefa de todo o proletariado, a afirmação fascista da defesa da “escola sem partido” significa claramente “escola

com um partido” e “escola com fascismo”. A cada atuação histérica por parte de infiltrados a reação deve ser à altura, ao tentar se promover prejudicando o professor e mesmo levando à sua demissão, tais agentes da reação devem ser imediatamente expulsas da sala de aula.


6 | POLÍTICA E MORADIA E TERRA

MINAS GERAIS

PF realiza busca e invade gráfica e sede de partido de Bolsonaro (PSL) em MG E

m plena “guerra civil” entre os setores da burguesia golpista, a Polícia Federal realizou nesta segunda-feira (29) uma busca na sede do PSL, partido de Bolsonaro, em Minas Gerais. Também, gráficas do partido foram alvo dos mandados. Trata-se de um suposto processo por “busca de candidaturas laranjas” durante as eleições de 2018. Foram cumpridos sete mandados, em Belo Horizonte e em quatro outras cidades. Segundo a PF, candidatas do próprio PSL dizem ter sido usadas em um esquema, montado pelo atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que presidia na época o diretório do partido em Minas Gerais,

para desviar dinheiro do fundo eleitoral. Foi com base nesse mesmo esquema que o então secretário-geral do governo, Gustavo Bebianno, foi derrubado pela burguesia. Arrumaram uma candidata pernambucana para denunciar os esquemas do partido, que diga-se de passagem é comum e até natural na política burguesa, e é realizado por todos os outros partidos da burguesia. Não se sabe ainda o objetivo da busca, mas é possível que a burguesia esteja partindo para cima de mais um setor do bolsonarismo para tomar conta do Ministério do Turismo, ou então liquidar a força do PSL no Estado de Minas Gerais.

“BANDIDOS BONS”

ENTREVISTAS

Bolsonaro apoia ladrões de madeira ilegal contra agentes do Ibama

Lula poderá ser entrevistado por TVT e Intercept

O

Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do Ministro Ricardo Lewandowski, em despacho, aceitou recurso do ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão para que seja concedido o direito da TVT e a Rádio Brasil Atual, de entrevistar o ex-presidente Lula. A ação se contrapõe ao da juíza federal da 12ª Vara Federal de Curitiba, Carolina Lebbos, que havia impedido Lula de conceder qualquer entrevista, desde o ano passado. Segundo Lewandowski, “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória” (art. 5°, LVII, da CF/1988). “Tal quer dizer que mesmo o preso provisório, ainda que se encontre em

E

m poucos meses do governo fascista de Jair Bolsonaro, foi possível perceber uma série de ataques ao país. Como é sabido, seu governo visa atender exclusivamente aos interesses dos imperialistas, destruindo o Brasil. Um caso que expressa bem essa situação é a desautorização, dada pelo presidente, de uma operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), contra o roubo de madeira na Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia. No último sábado (13) tornou-se pública uma gravação, realizada pelo senador golpista Marcos Rogério (DEM-RO), juntamente a Bolsonaro, em que o mesmo afirma que os trabalhadores do Ibama estão queimando caminhões e tratores utilizados pelos latifundiários que estão roubando madeira da Floresta Nacional do Jamari. O presidente fascista afirma que essas ações devem ser interrompidas. O ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, abriu um processo administrativo, a fim de apurar o responsável pela ação, penalizando-o.

É importante ressaltar que, diferentemente as colocações feitas pelo senador e pelo presidente, a destruição dos equipamentos é uma ação prevista na legislação, segundo o artigo 111 do decreto 6.514, de 2008, na qual consta que “Os (…) instrumentos utilizados na prática da infração poderão ser destruídos ou inutilizados, (…) quando expõe o meio ambiente a riscos significativos ou comprometem a segurança da população e dos agentes públicos envolvidos na fiscalização”. Vale ressaltar que, segundo dados oriundos das operações do Ibama, apenas 2% dos materiais apreendidos são queimados/descartados. É de amplo conhecimento os ataques realizados por Bolsonaro aos órgãos de proteção ao meio ambiente. Crescem, assim, exponencialmente, as impugnações a agentes do Ibama, em especial na Amazônia. O único objetivo do fascista é atender aos interesses dos grandes latifundiários, que roubam os recursos naturais do Brasil, culminando em um entrave no desenvolvimento do país.

execução antecipada da pena, não pode ter seus direitos fundamentais restringidos pelo Estado, dentre eles a liberdade de expressão, notadamente porque o art. 15, III, da Carta da República, preconiza que os direitos políticos somente serão suspensos após o trânsito em julgado da condenação criminal.” Além da TVT o jornalista Glenn Greenwald, do portal The Intercept Brasil e a jornalista, Eleonora de Lucena, do portal, Tutameia, também obtiveram o mesmo direito de entrevistar Lula. Estes pedidos vem depois que Lula concedeu uma entrevista, de cerca de 2 horas, para a Folha de S. Paulo e para o El País.


INTERNACIONAL | 7

“HEIL HITLER!”

Extrema-direita italiana não comemora fim da ocupação nazista na Itália A

crise global do capitalismo tem levado a ascensão do fascismo em diversos locais no mundo. Sentindo-se a vontade, os epígonos de Mussolini tem dado mostras de complacência ante o regime de terror do nazismo. Desta vez, Matteo Salvini (Lega Nord), líder da extrema-direita italiana, decidiu não comemorar o Dia da Libertação da Itália da ocupação nazista. Num total cinismo, o Vice Primeiro-Ministro da Itália, Salvini, alega que se trata de uma festa marcada pela velha disputa entre comunistas e fascistas. Salvini contraria, entretanto, o presidente da república, Sergio Mattarella, que fez sua oferenda no Altar da Pátria da praça Veneza, qualificando o dia como “o segundo Ressurgimento”. A comemoração que já havia sido criticada por Silvio Berlusconi, encontrou total apoio no partido de Salvini. O posi-

cionamento fascista de Salvini veio 24 horas após um setor direitista do Lazio estender um cartaz em que se pedia honrar a memória de Benito Mussolini na praça Loreto de Milão, local onde o

ditador foi pendurado de ponta-cabeça com sua amante, Clara Petacci. Salvini, todavia, não abriu a boca, como habitualmente faz quando há polêmicas envolvendo o Duce, cujas frases

copiosamente cita. Após o incidente, o presidente da República o advertiu que “não se pode reescrever a história” e, até mesmo, o primeiro-ministro Giuseppe Conte, líder do Executivo do qual a Liga faz parte, reagiu à declaração de Salvini, demonstrando um desalinhamento entre os setores que compõem o partido de Salvini e, disse: “Equivoca-se quem não comemora em 25 de abril os valores de quem morreu pela liberdade”. Vale ressaltar que a Lega Nord (Liga Norte), partido regionalista do Norte da Itália, se desenvolve, desde o início, seguindo a velha retórica direitista que colocou Mussolini no poder. Trata-se da velha retórica populista contra a corrupção, o que, em todo caso, é a verdadeira chave para se identificar a extrema-direita. O partido de Salvini encontrou, desde a década de 1990, a sustentação necessária no partido de Silvio Berlusconi, a Força Itália. Agora, portanto, tem se colocado em proeminência em detrimento do aprofundamento da crise em que os países europeus se encontram.

MULHERES NO PARLAMENTO

Cuba e Bolívia estão entre os três únicos países com boa representatividade U

ma das propagandas preferidas do Imperialismo é a do “identitarismo”, que procura pregar que seria possível a luta de setores oprimidos como as mulheres, LGBT e negros fora da luta mais fundamental de todas, que é a luta de classes. Nos últimos anos, essa ideologia tem sido difundida largamente em todos os grandes meios de propaganda financiados pelos capitalistas e causa grande encantamento em setores da esquerda pequeno-burguesa mundo afora. Porém, uma pesquisa recente feita pela União Interparlamentar e analisada pelo Instituto Pew Research, mostra que tudo isso não passa de demagogia. Os dados divulgados dão conta de que, apesar de ter havido um crescimento de 33% no número geral de mulheres parlamentares pelo mundo, dentro do parlamento da quase totalidade dos Estados nacionais, elas ainda não têm uma representação que reflita a sua presença proporcional na popu-

lação de seus países, tendo números muito inferiores aos dos homens nas casas legislativas, demonstrando que o capitalismo que diz estar libertando as mulheres, na verdade, continua firmemente praticando a sua opressão sistemática. Há apenas três países em que a paridade entre homens e mulheres se

TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, 14H00

apresenta minimamente: Cuba, Bolívia e Ruanda. No caso do país africano, isso se dá devido a uma lei que determina que as mulheres devem ocupar pelo menos 30% dos cargos com poder de decisão no país, uma medida implementada após o genocídio incitado pelo imperialismo no país e que matou 800 mil pessoas. Já em

Cuba, o que possibilitou essa conquista democrática foi a própria revolução socialista, que expropriou a burguesia do país e o transformou em um Estado operário, libertando as mulheres da opressão capitalista que as aflige no resto do mundo. O governo nacionalista burguês de esquerda da Bolívia conseguiu, através de algumas reformas, libertar parcialmente as mulheres de sua nação, que ainda são muito oprimidas (até porque são muito pobres), mas já gozam de direitos políticos mais relevantes do que na maior parte dos países capitalistas. O que essa situação demonstra é que dentro do sistema em que vivemos, a mulher sempre estará relegada à função de escrava do lar e sempre sujeita à opressão. Apenas a luta revolucionária e a efetiva derrubada do capitalismo poderá fazer com que as mulheres conquistem seus direitos políticos e sua libertação de forma concreta em todas as nações do mundo.

TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30


8 | COTV E RÁDIO CAUSA OPERÁRIA

ANÁLISE

Rui Costa Pimenta: “Ou se realiza uma grande mobilização pela Liberdade de Lula ou ele nunca será libertado” A

Análise Política da Semana que ocorreu neste sábado, dia 27 de abril, teve como temas, “Crise política, 1º de Maio e a condenação de Lula”. O companheiro Rui Costa Pimenta falou da crise política do governo Bolsonaro, por meio da aprovação da Reforma da Previdência e da luta interna do governo entre a ala Bolsonarista e a alas dos militares representada pelo general Hamilton Mourão, vice presidente. Os atos de 1º de maio convocado pelas centrais sindicais também foram analisadas pelo companheiro.

Em especial atenção ao julgamento de Lula que ocorreu na última semana, com a condenação em 3ª instância pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) do caso do Triplex do Guarujá, a situação de Lula está ainda mais complicada. O companheiro Rui Costa Pimenta destacou que não será pelas vias legais, institucionais, mas pela luta, mobilização, com o povo nas ruas, que Lula poderá ser libertado. Segundo Rui Costa Pimenta, “Ou se realiza uma grande mobilização pela Liberdade de Lula ou ele nunca será libertado”.

RUI COSTA PIMENTA

“O capitalismo está levando o mundo para a barbárie” E m um dos momentos da “Análise Política da Semana” do dia 20 de abril de 2019, Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, analisa de que maneira o capitalismo está levando o mundo para a barbárie. Para tal, utiliza como exemplo o caso do incêndio na catedral de Notre-Dame. Segue o trecho transcrito: “Por que nós falamos em política neoliberal? Porque o objetivo desta política é transferir uma soma de recursos cada vez maior para os bancos. O dinheiro que faltou para dar a manutenção lá na catedral de Notre Dame está na mão dos banqueiros franceses, alemães e tudo mais. O país tem que parar, tem que começar a desabar para que os banqueiros continuem acumulando uma quantidade enorme de recursos e consigam controlar a situação do capitalismo mundial, consigam manter a sua dominação sobre outros países e tudo mais. Segundo, nós vemos aí com esses acontecimentos que, de forma nenhuma são acontecimentos

isolados, que o capitalismo está levando o mundo todo para uma situação de barbárie. Então, a não ser que nós consideremos isso daí como um acontecimento isolado, todos esses aconte-

TODOS OS DIAS, A PARTIR DAS 3H NA CAUSA OPERÁRIA TV

cimentos, que são muitos, nós temos que considerar que o capitalismo, já nessa altura dos acontecimentos, já se revela como uma ameaça imediata a toda população mundial. Nós não

temos acesso a tudo o que acontece, mas os desastres que acontecem no mundo são extraordinariamente grande e nós estamos vendo isso daí num caso que é muito marcante que é o caso da Notre-Dame”. Para ouvir o áudio deste trecho, basta acessar: https:// soundcloud.com/radiocausaoperaria/ neoliberalismo-3-o-capitalismo Este e outros momentos da “Análise Política da Semana” podem ser acessados pelo canal da Causa Operária TV e Rádio da Causa Operária no YouTube, pela página do PCO – Partido da Causa Operária, no Facebook e no Twitter, pela página do Diário da Causa Operária causaoperaria.org.br e pela rede social russa VK. A “Análise Política da Semana”, realizada pelo presidente do PCO Rui Costa Pimenta, é transmitida todos os sábados às 11h30. Quem estiver em São Paulo, pode assistir presencialmente no Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP), localizado na rua Serranos nº 90, próximo ao metrô Saúde.


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