QUARTA-FEIRA, 8 DE MAIO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5636
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
Saiba como funciona o criminoso bloqueio dos EUA à Venezuela
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EDITORIAL
PCO reúne direção para organizar 2ª Conferência Nacional de Luta contra o golpe e o fascismo
Nesta quarta, dia 8, em São Paulo, o Partido da Causa Operária (PCO), reúne o seu Comitê Central Nacional para fazer um balanço da evolução da situação política e aprovar deliberações sobre as atividades do Partido diante do agravamento da crise politica e econômica em todo o País.
POLÍTICA
Na última quinta-feira (2), o chanceler venezuelano Jorge Arreaza veio a público denunciar o bloqueio econômico e comercial que o governo norte-americano vem impondo à Venezuela.
Freixo quer Lula preso e união com Tabata Amaral para sustentar governo Bolsonaro
Os assassinatos aumentam a cada dia no campo: os POLÍTICA sem-terra devem criar comitês de autodefesa!
Em todo País! Participe de cursos contra o fascismo do PCO
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O número de assassinatos no campo vem aumentando vertiginosamente. Um regime de terror está sendo implantado contra os movimentos ligados à terra.
O PCO na Europa e a luta contra o golpe No último domingo, 5 de maio, militantes do Partido da Causa Operária que vivem em diversos países da Europa promoveram o curso “Fascismo: o que é e como combatê-lo”, reunindo cerca de 40 companheiros de 10 países e 13 cidades diferentes.
Ministra bolsonarista dos latifundiários anuncia fim da agricultura familiar
POLÍTICA| 3 EDITORIAL
PCO reúne direção para organizar 2ª Conferência Nacional de Luta contra o golpe e o fascismo N
esta quarta, dia 8, em São Paulo, o Partido da Causa Operária (PCO), reúne o seu Comitê Central Nacional para fazer um balanço da evolução da situação política e aprovar deliberações sobre as atividades do Partido diante do agravamento da crise politica e econômica em todo o País. A direção do PCO vai se debruçar sobre uma situação marcada pela intensificação da crise do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, evidenciado no aumento das acirradas disputas internas, no crescimento da rejeição popular de um governo eleito com o apoio da minoria do eleitorado e, apenas por meio da fraude que se constituiu a condenação, sem provas, prisão ilegal e cassação eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bem como na intensificação dos protestos populares contra os seus ataques contra o povo brasileiro. Os dirigentes do PCO, farão um balanço das últimas atividades realizadas não só pelo Partido como pelo conjunto dos setores que se opõem ao golpe de Estado, como a jornada nacional pela liberdade de Lula (7 a 10 de abril) e o 1º de Maio, nos quais se evindenciaram, uma vez mais, a confusão política e a política de capitulação que domina a maioria da esquerda burguesa e pequeno burguesa que se opõe a realizar uma ampla mobilização contra o regime golpista, levantando como eixos
bandeiras de luta politica que unifiquem o movimento de luta dos explorados contra o regime golpista, como é o caso da defesa da liberdade de Lula e a luta pelo fora Bolsonaro. Ao contrário disso, essas direções da esquerda evidenciam suas profundas ilusões democráticas, sua crença nas instituições do carcomido regime democrático brasileiro que, nunca, chegou a ter plena vigência como tal, sendo incapaz de garantir de forma integral o pleno funcionamento das instituições republicanas e os direitos mais elementares da imensa maioria da população, mesmo aqueles que se encontram limitadamente estabelecidos na própria Constituição Federal. Neste momento, essas ilusões levam essa esquerda a buscar pelas mais variadas formas um compromisso com setores golpistas, seja apoiando diretamente a estabilidade do governo Bolsonaro e apoiarem até mesmo a famigerada reforma da Previdência (como fazem os governadores do Nordeste) seja buscando estabelecer uma “frente ampla” com setores golpistas (como defende a direita do PT, o PCdoB, PSOL etc.). Esta política pressiona até mesmo os setores que lutaram contra o golpe e pela liberdade de Lula e que se veem impelidos a buscarem a “unidade” com setores claramente golpistas e sabotadores da luta do movimento operário
como é o caso do deputados Paulino da Força (SDS-SP), que defende a aprovação de uma reforma “mais enxuta”, um roubo da classe trabalhadora de “apenas” R$ 600 bilhões (contra os R$ 800 defendidos por Bolsonaro) e que vê como positiva uma possível substituição do capitão pelo general e vice-presidente da República, Hamilton Mourão, como também de outros setores que defenderam a derrubada de Dilma e apoiaram a prisão de Lula e hoje se recusam a lutar pela sua liberdade e ainda apóiam o imperialismo, defendendo o “fora Maduro”, como é o caso do PSTU/Conlutas.
Em meio à essa situação, a direção do PCO vai discutir a convocação, junto com os Comitês de Luta Contra o Golpe, da 2ª Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe e o Fascismo, diante da importância de unificar e dar uma perspectiva de luta para os setores classistas que se opõem à política de capitulação diante do regime golpista e também não apóiam a “saída” ilusória que setores da esquerda apontam nas eleições fraudulentas do regime golpista como solução. Esse Diário vai acompanhar essa importante reunião e divulgar suas deliberações nas próximas edições.
COLUNA
O PCO na Europa e a luta contra o golpe Por Rafael Dantas
N
o último domingo, 5 de maio, militantes do Partido da Causa Operária que vivem em diversos países da Europa promoveram o curso “Fascismo: o que é e como combatê-lo”, reunindo cerca de 40 companheiros de 10 países e 13 cidades diferentes. Tive o prazer de apresentar o curso para este grupo de companheiros que estão tomando a iniciativa de levar a construção do PCO além das fronteiras do nosso país. Um debate profundo, com ampla participação do público, que foi um marco importante na realização deste ciclo de palestras promovidas como parte do curso de formação marxista do PCO em cerca de 100 cidades em todo o Brasil. Essa não foi a nossa primeira ativi-
dade pública em escala internacional. No ano passado, em maio e junho, o companheiro Rui Costa Pimenta esteve promovendo a palestra-debate “o golpe no Brasil e a prisão de Lula” em
diversos países na Europa. Na ocasião, 15 palestras foram realizadas. Essa importante atividade abriu o caminho para a organização do Partido em solo europeu, tarefa que vimos desenvol-
vendo com afinco no último período. As discussões que vêm sendo promovidas desde então serviram para estreitar laços e fortalecer a militância de companheiros que levantaram a cabeça e se deslocaram para posições revolucionárias no calor da luta contra o golpe de Estado que derrubou Dilma Rousseff, a prisão de Lula e, nesse momento, na luta contra o governo Bolsonaro. Inauguramos também, na última semana, a página dos militantes e comitês do PCO na Europa no Facebook. Clique e inscreva-se para receber notícias. Foram dados apenas os primeiros passos. Novas atividades virão. Aos companheiros do PCO na Europa, que seguem firmes na luta, um grande abraço. Estaremos juntos nas próximas atividades!
4 | POLÊMICA
"PAUTAS IDENTITÁRIAS"
Amor livre não é a libertação da mulher e sim mais uma forma de sua submissão A
s chamadas “pautas identitárias” vem sendo a última moda ideológica da esquerda pequeno-burguesa. Esse Diário já criticou mais de um sem número de vezes, o caráter anti-marxista, contrarrevolucionário e pró-imperialista da política que procura colocar questões relacionadas à mulher, ao negros e ao LGBT como sendo centrais no debate na luta política da esquerda. Na maioria das vezes, para não dizer em praticamente todas as vezes, até mesmo as questões levantadas sobre esses temas são erradas. Existe em um setor importante das feministas burguesas a ideia do “amor livre”. Grosso modo, essa ideologia seria a defesa de que as questões da liberdade sexual passaria pela luta contra a monogamia. O “amor livre”, quase que ao pé da letra, seria a liberdade da mulher – e como consequência lógica também os homens – de manter relações sexuais com quantas pessoas quiser. Essa ideologia tem sido cada vez mais colocada em evidência pelos defensores da política identitária. Os que defendem essa ideologia acreditam que a libertação da mulher tem como problema central a questão sexual. Para que o problema da opressão da mulher seja resolvido se-
ria preciso convencer as mulheres a abandonar a forma monogâmica e se atirarem ao amor livre. Em primeiro lugar, é preciso explicar o óbvio: a libertação da mulher deixa de ser uma questão econômica. A opressão das mulheres não seria um resultado da exploração econômica das mulheres que estão submetidas à escravidão do lar, à dupla jornada de trabalho etc. Em segundo lugar e mais importante. Do ponto de vista sexual, o chamado “amor livre” é uma ideologia reacionária. A ideia de que todos, homens e mulheres, deveriam fazer sexo com todas as pessoas, a hora e quando convier, é uma ideia em última instância que lança o ser humana de volta à idade das cavernas. É a defesa de que os seres humanos deveriam satisfazer seus apetites sexuais da maneira mais animalesca possível. Ao debater o assunto, Lênin compara a ideia do amor livre ao ato de saciar a sede. A necessidade de tomar água vem de instintos animais de sobrevivência. Nem por isso, o ser humano civilizado se joga na sarjeta para tomar água suja. A necessidade de tomar água é regulada por determinadas convenções culturais desenvolvidas
pela humanidade. Tais convenções culturais, de costume e de hábito, não são uma mera censura que se opõem à necessidade de beber água. Pelo contrário, elas também fazem parte da sobrevivência do homem e mais ainda fazem parte da própria essência da humanidade. Sem tais convenções o homem não seria homem, mas outra espécie animal. Lênin continua explicando que a ideia de amor livre é tão errada quanto a ideia de que basta ter sede para se atirar na sarjeta. O sexo é uma necessidade da espécie humana mas, assim como a necessidade de saciar a sede, ela está regulada por determinadas convenções que permitem ao ser humano determinado nível de civilidade. Caso contrário, as mulheres seriam tratadas como objetos à disposição das necessidades do homem, a qualquer momento. Um retorno à barbárie. Tais convenções sociais e culturais são ainda mais importantes no caso do sexo quando o que está em jogo são os interesses de duas pessoas. A ideologia do amor livre esconde, com uma cobertura moderninha, um retrocesso social. É a defesa do retorno de quando as mulheres sofriam
com o máximo de submissão, não tinham o direito sequer a resguardar o próprio corpo. O “amor livre” é o oposto da libertação da mulher e da própria liberdade sexual. Essa liberdade só pode ser conseguida a partir do fim da opressão de classes e da repressão imposta pela sociedade de classes. Diferente do que acreditam as feministas burguesas, a liberdade sexual será conseguida a partir do completo desenvolvimento cultural da sociedade, em que a mulher deixe de ser considerada um ser inferior, que só pode ser atingido pela libertação econômica. A monogamia é a forma mais desenvolvida de relação sexual. Foi uma conquista das mulheres contra as arbitrariedades sexuais dos homens, mas é claro que a monogamia, na sociedade capitalista é usada pela burguesia como uma desculpa para manter a mulher dominada, para transformar a mulher em uma posse do homem. Esse fato confunde muitos elementos da esquerda. Nesse caso trata-se de destruir as relações comerciais capitalistas e lutar pelos direitos da mulher como fez a Revolução Russa ao dar pleno e irrestrito direito ao divórcio para as mulheres.
POLÍTICA OPORTUNISTA
Freixo quer Lula preso e união com Tabata Amaral para sustentar governo Bolsonaro N
o último período aprofundou-se a política de setores da esquerda pequeno-burguesa de tentar estabelecer um acordo com determinadas alas da direita golpista. Isto ficou abertamente escancarado no 1º de maio, por exemplo, na política de “unidade” com as centrais sindicais e os políticos golpistas, como a Força Sindical e o próprio Paulinho da Força. Nesta semana, mais uma declaração deixou às claras essa política. Trata-se da entrevista do deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), ao jornal El País. Freixo revelou-se, durante a entrevista, um dos principais porta-vozes da política de acordo com a direita golpista. Por traz deste acordo, como não poderia deixar de ser, estão os interesses eleitoreiros destes setores da esquerda pequeno-burguesa, em um momento em que o País caminha para um regime de terror aberto contra a população, com o massacre do povo pobre nas periferias e o fim de todos os direitos. A política oportunista e eleitoreira de Freixo já havia sido anunciada no início do ano, quando o deputado do PSOL chegou a declarar que a palavra de ordem “lula Livre” não servia para unificar a esquerda. O que ele queria dizer na verdade é que a luta pela liberdade de Lula era e é um obstáculo
para unificar estes setores de esquerda, os quais querem abandonar completamente a luta contra o regime golpista em nome de uma política de conciliação com uma ala direitista no seu interior, como o PDT e o próprio PSDB. Na entrevista de Freixo isto ficou comprovado. O deputado logo no início de sua entrevista faz propaganda eleitoral de seu nome para as eleições municipais do próximo ano. Enaltece a sua suposta popularidade pessoal, e de que estaria articulando um amplo campo “progressista” para dar apoio a sua candidatura. O que logo de cara é uma comprovação de que o interesse destes setores de esquerda é pura e simplesmente eleitoral, não há qualquer interesse em fazer um luta contra o avanço da extrema-direita e do próprio golpe de estado, a esquerda pequeno-burguesa já está fazendo os cálculos ilusórios para eleições fraudulentas do próximo ano. Em nome das eleições, vale-tudo, inclusive se aliar com golpistas, apoiadores da “reforma” da Previdência, da prisão de Lula e do golpe na Venezuela. Entre os apoiadores de Freixo está, por exemplo, o PDT do ex-presidenciável Ciro Gomes e da deputada Tabata Amaral (SP). Freixo diz que está se esforçando muito para conquistar o apoio do PDT para sua candidatura,
tece uma série de elogios à pupila do golpista Ciro Gomes, apontada como possível candidato do seu partido, em São Paulo. Freixo afirma que ela é uma excelente deputada, que busca o diálogo, que é “muito preparada e tecnicamente diferente” Nas últimas semanas, a imprensa golpista tem dado destaque para Tabata Amaral – “treinada” e patrocinada por grupos imperialistas de direita – como sendo uma possível “nova liderança” dos setores ditos de esquerda contra o governo Bolsonaro. Trata-se da velha estratégia da burguesia e da imprensa golpista de dar cartaz para determinados políticos, que na realidade não passam de verdadeiros golpistas, mas que conseguem se fantasiar de esquerdistas por um período para enganar os incautos. Foi assim com o próprio Ciro Gomes. Durante um longo período, dotado de um discurso puramente demagógico contra a direita, Ciro Gomes posou para as fotos como alguém que representaria determinados setores de esquerda e progressistas. Fato é que a fantasia não perdurou por muito tempo e Ciro, na medida que se aproximavam as eleições de 2018, escancarou o que ele realmente é: um golpista, um abutre, um direitista como qualquer outro que teve como função confundir a esquerda.
Assim como seu mentor, Tabata já revelou seu jogo e sua verdadeira face. Declarou que apoia a “reforma” da Previdência, assim como a prisão de Lula e o golpe contra a Venezuela, posou para foto ao lado de Dória, com que se reuniu para debater propostas, deixando escancarado a quais interesses ela serve. Para esquerda-pequeno burguesa, no entanto, como é o caso de Marcelo Freixo, em primeiro lugar está a conquista de um cargo público, ou seja, em primeiro lugar está o seu próprio interesse pessoal, a luta das massas contra a direita, tendo como base um programa e um princípio político, está em último lugar. A busca por um acordo com os golpistas em nome das eleições do próximo ano já havia sido anunciado por outro elemento deste setor da esquerda, Guilherme Boulos. No ato de 1º de Maio, em São Paulo, Boulos lamentou a ausência de Ciro Gomes na manifestação e defendeu a construção de uma “frente ampla”, com ele e outros setores golpistas. A declaração de Boulos deixou transparecer a unidade que está se formando entre a esquerda pequeno–burguesa e a direita golpista. Esta política de acordo deve ser denunciada como uma política que terá como resultado desarmara a reação dos explorados e suas organizações contra o regime golpista e seus ataques, em troca dos interesses eleitoreiros da esquerda-pequeno burguesa. Contribuindo para que a extrema-direita e todos os golpistas aprofundem seus ataques contra o povo pobre e todos os seus direitos.
POLÍTICA| 5
FASCISMO: O QUE É E COMO COMBATÊ-LO
Em todo País! Participe de cursos contra o fascismo do PCO E
m mais um final de semana de cursos com o tema “Fascismo: o que é e como combatê-lo”, o Partido da Causa Operária chega até mais cidades para alcançar os interessados em conhecer e debater sobre a origem do fascismo e a história da classe operária frente a esse movimento. Além da apresentação sobre o problema histórico do fascismo, também passa pela discussão da situação política atual, da crise mundial em que se encontra o capitalismo, o desmoronamento dos mecanismos que mantiveram sob controle a conciliação de classes na democracia burguesa, e que estão impulsionando mais uma vez a ascensão da extrema-direita. Desde abril, dias 13 e 14, quando começaram as rodadas dos cursos, dezenas de pessoas participaram das discussões promovidas pelo PCO em diversas cidades. O curso aconteceu em várias cidades brasileiras e tam-
bém em cidades europeias, locais onde o partido tem militantes e simpatizantes organizados, comitês de luta contra o golpe e de autodefesa. Os cursos tem sido muito bem sucedidos, mostrando a disposição do povo em sair da defensiva e se armar
na luta contra a direita. Dentre os participantes dos cursos estavam presentes pessoas de diversos segmentos da classe trabalhadora como da construção civil, metalúrgicos, professores, estudantes, ativistas dos movimentos sociais e militantes de outros partidos.
Apesar da confusão da maior parte da esquerda, que tenta a todo o custo uma conciliação com o governo golpista de Bolsonaro, o PCO leva o curso à população e as palavras de ordem de “Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula”, mostrando que não pode haver diálogo algum com com o presidente fascistóide colocado no posto pela burguesia para acabar com os direitos dos trabalhadores. Se a classe operária não agir agora, os ataques tendem a endurecer e a violência contra o povo a aumentar. Informe-se e participe da próxima rodada, nos dias 11 e 12 de maio, do curso de formação ministrado por militantes do PCO para preparar-se para a luta política. Diante do avanço dos ataques da burguesia contra os trabalhadores e da deterioração do capitalismo, faz-se necessário que o proletariado saiba, mais do que nunca, o que está enfrentando e como enfrentá-lo.
CORTE DE INVESTIMENTOS
Ministra bolsonarista dos latifundiários anuncia fim da agricultura familiar
A
ministra bolsonarista da Agricultura, Tereza Cistina do DEM-MS, declarou em uma reunião esta semana que o governo golpista de Bolsonaro irá acabar com a Agricultura Familiar. Tereza Cristina, disse que o termo “agricultura familiar” não deve ser mais utilizado, tem que ser substituído por pequenos produtores, trata-se de um declaração demagógica, que carrega na sua essência a política golpista de extinguir os investimentos para a Agricultura Familiar. Esse ataque é mais uma demonstração do cárater antipopular, golpista e de destruição ampla e generalizada de todos os direitos do povo do atual governo golpista de Bolsonaro. O ataque a Agricultura Familiar é um ataque ao
setor produtivo que de fato abastece a alimentação de milhares de famílias brasileiras. O Agronegócio, por outro lado, é um setor parasitário do campo, voltado completamente para a especulação, sob o controle do próprio imperialismo. O corte de investimentos na agricultura familiar visa beneficiar ainda mais o agronegócio, fortalecendo o poder deste setor sobre a população mais pobre do campo. Com isso, o governo golpista de Bolsonaro demonstra mais uma vez o seu alinhamento direto ao imperialismo, aos bancos e aos monopólios estrangeiros. É preciso impulsionar a mobilização pela derrubada de Bolsonaro e de todos os golpistas.
6 | POLÍTICA
OS ASSASSINATOS AUMENTAM A CADA DIA NO CAMPO
Os sem-terra devem criar comitês de autodefesa! O
número de assassinatos no campo vem aumentando vertiginosamente. Um regime de terror está sendo implantado contra os movimentos ligados à terra. O governo golpista de Jair Bolsonaro (PSL) chegou a declarar que está articulando um projeto de lei que tipifica a ocupação de terras como ato terrorista, dando carta branca para que os latifundiários exterminem os trabalhadores do campo sem que se preocupem com quaisquer punições; pois, a partir deste projeto, esses crimes serão vistos como excludente de licitude. São inúmeros casos de ataque a acampamentos e assentamentos liga-
dos ao movimento dos sem-terra. No último domingo (5), a vítima foi Cidney Coelho de Alvarenga o “Canastrinha do Assentamento”. O sem-terra foi assassinado com dois tiros no peito, na linha P-34, km 06, na zona rural de Alegre dos Parecis – RO. Situações como esta se desenvolvem todos os dias no país, uma vez que essa política genocida encontrou campo fértil para semeio a partir do golpe de 2016, que derrubou a presidenta Dilma Roussef e colocou o golpista Michel Temer (MDB). Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), entre os anos de 2017 e 2018 o número de famílias
expulsas pelos latifundiários chegou a 2.305, o que representa um acrescimento de 59%, sendo a maior parte na região Norte (36,3% do total), seguida pelo Sudeste (35,6%). Já o número de conflitos chegou a 1.489, revelando um aumento de 4%. Em adição, houve um aumento de 6,5% da área em disputa, totalizando (39.425 milhões de hectares). Vale destacar que no período de um só ano, cerca de 40 milhões de hectares, ou seja, 4,6% da área territorial do país, estava sendo objeto de disputa; o que revela o aumento da tensão no campo. Através das corriqueiras notícias
de assassinatos contra lideranças no campo, podemos ter uma ideia clara de como Bolsonaro pretende tratar a questão dos movimentos sociais ligados à terra. A discussão do problema da autodefesa torna-se cada vez mais fundamental entre os sem-terra. A situação está extremamente grave. A política dos fascistas que integram o governo é de total aniquilação dos movimentos sociais, dos sindicatos e dos partidos de esquerda. É preciso constituir comitês de autodefesa e fazer uma forte denuncia nas cidades para levantar a opinião dos trabalhadores de todo o País contra a violência dos latifundiários dirigida contra os trabalhadores sem-terra.
FORA BOLSONARO
Sete motivos para derrubar o atual governo A questão mais fundamental da luta popular e democrática no Brasil hoje é a questão do poder político, o instrumento fundamental utilizado pela burguesia golpista para a implementação da política neoliberal extremamente destrutiva, contra o povo brasileiro e a soberania nacional, desde o golpe de Estado de 2016. O governo Bolsonaro é a continuação necessária desta política diante do agravamento da crise econômica, social e política. A questão se coloca da seguinte maneira, de um lado estão as massas populares; o povo brasileiro e a defesa dos direitos sociais, democráticos e trabalhistas, a defesa da soberania e da economia nacionais, de outro encontra-se a burguesia imperialista e nacional por detrás do governo Bolsonaro, que leva adiante uma política radical contra a soberania nacional, em favor do capital internacional, da destruição do mercado interno, do investimento público, em fim do desmonte do Estado para atender os bancos; em contrapartida o mesmo governo realiza uma investida contra os direitos democráticos, sociais e sindicais dos trabalhadores nacionais para atender as exigências do capital nacional. Uma política de terra arrasada que aprofunda sobremaneira a crise econômica nacional e que se continuada levará o país a uma verdadeira catástrofe. Fica evidente, portanto, que para o movimento operário, camponês, estudantil, popular, enfim, democrático, anti-golpista e anti-imperialista é imperativo a luta pela derrubada do governo Bolsonaro, sem o qual o desfazimento desta política torna-se inviável, bem como é inviável, porque suicida, esperar esperançosamente por um futuro relativamente distante e completamente improvável, para não dizer impossível, das futuras eleições presidenciais como resolução do problema. É preciso agir agora, pois amanhã poderá ser tarde demais. Neste sentido é preciso unificar as massas populares e todo o campo anti-golpista por detrás de reivindicação de Fora Bolsonaro. É preciso derrubar o governo Bolsonaro que significará no
mínimo um enorme enfraquecimento o golpe, os golpistas e de sua política. Nesse sentido destacamos sinteticamente 7 motivos para exigir a derrubada do atual governo. Um governo ilegítimo O governo Bolsonaro é um governo ilegítimo, fruto de uma fraude eleitoral escandalosa, cujo elemento central fora a exclusão de pleito do principal candidato da esquerda e líder em todas as pesquisas de intenção de votos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O golpe organizou uma eleição para perpetuar-se no poder e dar um ar de legalidade e normalidade ao regime semi-ditatorial existente. Retirou ilegalmente o candidato mais popular da eleição, mantendo-o como presos político, fraudou os resultados, que pode ser comprovado pela eleições esdrúxula governadores, senadores e deputados, e levou ao poder, por uma pequena margem, o único candidato do bloco golpista que possuía uma pequena base social. A manobra fraudulenta da burguesia não foi totalmente bem sucedida, não debelou a crise política, que se aprofunda, decorrente da ilegitimidade e do obscurantismo patente do governo. Uma eleição farsesca, cujo, carrasco de Lula foi premiado descaradamente com o cargo de ministro, que deve ser anulada totalmente. Bolsonaro é um Temer piorado Bolsonaro foi levado ao poder pela burguesia contra o povo brasileiro para continuar e aprofundar a política reacionária do golpista Michel Temer, completamente rechaçada pela maioria do povo brasileiro. Bolsonaro tem por objetivo realizar as “reformas” que não fora possível ao golpista Temer. Nesse sentido a política de Bolsonaro tende, o que vem sendo confirmado nos cinco meses de governo, a ser muito mais violenta contra a população, em especial a população pobre e negra, do que fora a daquele e para isso Bolsonaro trata de organizar uma aparato repressivo para impor pela violência essa política.
O povo quer fora Bolsonaro A manobra da burguesia viu se frustrada na primeira grande manifestação popular no país, o carnaval. Em uma festa extremamente politizada, de norte a sul do país o que se ouviu foi o repúdio a este governo manifestado por milhões de pessoas e apoiado ainda por muitos outros milhões. Não somente ficou evidente que o governo e seu líder é odiado pela população brasileira, como confirmou a farsa do resultado eleitoral, ficou claro que Bolsonaro possui um apoio ínfimo e que diminui a cada dia. Após o carnaval muitas foram as manifestações de repúdio ao governo, sobretudo em grandes eventos. A conclusão lógica e a única que pode ser retirada desta manifestação do povo é: o povo quer fora Bolsonaro Bolsonaro é subserviente aos Estados Unidos Um dos aspectos mais característicos do governo Bolsonaro é o caráter colonial do mesmo. O governo serve aos interesses de potências estrangeiras contra os interesses nacionais, fazendo na prática o país retornar a uma condição de colônia, cuja a administração (governo) existe em função dos interesses da metrópole (EUA, no caso). A política econômica do governo, portanto, favorece o capital estrangeiro em detrimento dos interesses nacionais. Destrói o mercado interno e as condições de vida da população para garantir o lucro dos bancos e das multinacionais. No campo das relações internacionais, alinham-se como verdadeiros serviçais a política de rápida dos EUA, o que constitui um vexame para o povo brasileiro. É um governo de traidores da Pátria, e apenas por esse motivo já deveria ser derrubado. Mas não só traem os interesse nacionais, abertamente como menosprezam o povo brasileiro e enaltecem os norte Americanos. Um fascista no governo Diante da polarização social que o golpe gerou a burguesia para resguardar seus interesses não se constrangeu em levar ao governo federal um fascista contumaz como Jair Bolsonaro, uma verdadeira escória humana. Admirador de ditadores, torturadores, assassinos, estupradores das ditadu-
ras militares na América Latina, Bolsonaro é um elemento da extrema direita que não pode ser subestimado, seu potencial de repressão contra a classe trabalhadora é gigantesco. Se não estabeleceu uma ditadura fascista de caráter extremamente violento e terrorista contra a classe operária, a esquerda e o povo é porque ainda não reuniu as condições necessárias para tanto, o que ele evidentemente está procurando fazer. Apresenta a ditadura fascista, esse é o sentido dos elogios a ditadores como Pinochet feitos por Bolsonaro e seu governo, como uma alternativa viável a burguesia que ainda está dividida. Caso unifique a burguesia por detrás desta política a ditadura fascista deixaria de ser um discurso e será, se não houver reação, uma realidade terrível contra todos nós. É preciso derrubar o governo para impedir esta via Bolsonaro quer roubar sua aposentadoria Uma das tarefas centrais do governo Bolsonaro é a aprovação da reforma da Previdência. Pretende com o roubo de milhões de pessoas, jogadas muitas vezes na miséria, para atender a exigência dos bancos internacionais e das instituições financeiras internacionais. É uma política criminosa, que impacta na vida de milhões de trabalhadores que terão seu direito a aposentadoria suprimido e sua contribuição roubada e desviada para os bancos, logicamente. Um governo que propõe isso contra o próprio povo deve ser imediatamente derrubado. Bolsonaro cortou 30% das verbas para educação O governo Bolsonaro seguindo a cartilha neoliberal cortou 30% do orçamento das Universidades e Institutos Federais, colocando a educação federal em iminente colapso. Também o governo cortou repasse para a educação básica. É uma política de desmonte, criminosa e seus resultados, negativos, incalculáveis. Os ministros da Educação do governo Bolsonaro são conhecidos obscurantistas, cuja, função no governo é destruir o aparato educacional e educação brasileira. Qualquer um que defenda a educação pública brasileira tem por dever de gritar a plenos pulmões, e organizar-se nesse objetivo: fora Bolsonaro.
INTERNACIONAL| 7
ELEIÇÕES
Extrema-direita lidera pesquisa em eleições europeias e explicita crise do imperialismo europeu A
s próximas eleições europeias ocorrerão entre os dias 23 e 26 de maio de 2019, visando escolher representantes para o Parlamento Europeu. O Parlamento Europeu (Eurocâmara ou Europarlamento), compõe, com a Comissão Europeia e o Conselho Europeu (ou Conselho da União Europeia), as três principais instituições da União Europeia. Enquanto o Conselho representa os Estados, o Parlamento Europeu representa os povos da Europa. A Comissão Europeia, por sua vez, materializa e defende o interesse geral da Comunidade Europeia.O Parlamento Europeu é a única instituição diretamente eleita pelos cidadãos europeus, cujas eleições acontecem de cinco em cinco anos. A Comissão Europeia, politicamente independente, representaria e defenderia os interesses da União Europeia (UE) na sua globalidade. Cabe-lhe propor, além da legislação, política e programas de ação, a aplicação de decisões do Parlamento Europeu e do Conselho da União Europeia. O presidente da Comissão é eleito pelo Parlamento Europeu, por proposta do Conselho Europeu. Os demais membros são escolhidos com base num sistema de rotação estabelecido por unanimidade pelo Conselho Europeu. O Conselho Europeu tem caráter eminentemente político e é composto pelos Chefes de Estado ou de Governo dos países membros da União Europeia, pelo Presidente da Comissão Europeia e pelo Presidente do Conselho Europeu, que preside às reuniões. A últimas eleições, ocorridas em 2014, foram as maiores eleições transnacionais de que se tem notícia, mas as eleições deste ano (2019) são aquelas que definirão, mais do que nunca,
o papel da extrema-direita e, assim, o futuro da própria União Europeia. As pesquisas demonstram que há possibilidade da extrema-direita ganhar as eleições em alguns países, explicitando a enorme crise pela qual atravessa o regime político do imperialismo, que a União Europeia representa. Embora seja cedo para prever a composição do futuro Parlamento Europeu, o que tem impacto direto nas demais instituições da União Europeia, é claro que são importantes tanto o enfraquecimento do atual duopólio entre cristãos e socialdemocratas e o crescimento da influência da extrema-direita. É quase certo que o Partido Popular Europeu (o maior partido Europeu) terá menos deputados e, embora possa continuar a ser o maior grupo de partido único, haverá uma baixa considerável de membros. Ainda, se a tendência revelada nas eleições nacionais mais recentes continuar, a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (Progressive Alliance of Socialists and Democrats, S&D) também perderá muitos lugares, de forma que, pela primeira vez, esses dois grupos podem não conseguir estabelecer a maioria. O aumento da influência de outros grupos partidários, em particular os verdes e os liberais, pode trazer mudanças consideráveis. No entanto, o partido de Emmanuel Macron, presidente da França, o La République En Marche (REM), que poderia ser um novo e influente ator, corre risco de ser ultrapassado pelo Rassemblement National (RN), da líder de extrema-direita Marine Le Pen, conturbando o jogo e inviabilizando, ou dificultando, uma nova aliança ou o relacionamento com os liberais, por exemplo.
A coalizão até agora funcional, na qual a aliança entre poucos partidos mostrou-se suficiente para formar uma maioria coesa, dará lugar à necessidade de maior negociação entre um número cada vez maior de partidos, talvez com a formação de maiorias mais flexíveis, ou coalizões “mutantes”. A questão mais importante, porém, é se a extrema-direita vai se tornar relevante dentro do Parlamento Europeu e qual papel passaria a desempenhar, o que nos faz questionar igualmente sobre qual impacto isso representará nas eleições nacionais. No entanto, mesmo que continuem a ser minoria, seu crescimento revela um aprofundamento na crise do regime político europeu, ou seja, do regime político imperialista. A pauta anti-União-Europeia, por isso mesmo, pode ganhar fôlego e a extrema-direita pode catalisar a pauta junto a outros partidos, movimentando o parlamento para questões de seu interesse. É fato que os eurodeputados afina-
dos com ou de extrema-direita têm usado seus assentos em grande parte para financiar atividades políticas domésticas, ou para dar vazão à plataforma anti-União-Europeia. No entanto, se passarem a usar seus cargos para bloquear a legislação e medidas consideradas importantes, isso pode levar a que os governos membros sejam obrigado a contornar o parlamento fazendo acordos entre si, ou seja, colocarão o próprio Parlamento Europeu em xeque. A própria eleição do próximo presidente da Comissão Europeia, e a decisão sobre o orçamento da União Europeia, pode ser afetada com uma aliança entre a extrema-direita forte com eurodeputados anti-União-Europeia, inclusive os de esquerda. O caso francês é particularmente importante porque mostrará se a extrema-direita soube aproveitar a crise interna para firmar sua posição no continente. De toda sorte, o imperialismo parece ter entrado numa fase crítica da crise pela qual atravessa nas ultimas décadas.
IMPERIALISMO
Saiba como funciona o criminoso bloqueio dos EUA à Venezuela N
a última quinta-feira (2), o chanceler venezuelano Jorge Arreaza veio a público denunciar o bloqueio econômico e comercial que o governo norte-americano vem impondo à Venezuela. De acordo com o próprio chanceler, os bloqueios incidem diretamente sobre a qualidade de vida do povo venezuelano. Em 2017, os Estados Unidos vêm orquestrando um cerco internacional à economia venezuelana. Inicialmente, foram aplicadas sanções contra a indústria petrolífera por meio da Lei 13.808, que bloqueou a emissão de novos títulos de dívida da estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), atacando os interesses do povo venezuelano. Posteriormente, a Lei 13.827 do Estado norte-americano proibiu seus cidadãos de realizarem qualquer transação por meio de alguma moeda
venezuelana digital, atacando, assim, a criptomoeda Petro e corroendo uma das bases da Economia da Venezuela. Recentemente, o imperialismo norte-americano tem procurado atacar a Compañía General de Minería Venezolana (Minerven) e o Banco Central de Venezuela (BCV). Com as sanções, o patrimônio venezuelano comoum todo tem sido afetado. Essa situação tem obrigado o governo venezuelano a utilizar outras moedas de mercados de países secundários na Economia mundial, levando a maiores custos transnacionais e perdas que acarretam em gastos para o governo da Venezuela. Os processos de importação também foram afetados pela sabotagem norte-americana, visto que o bloqueio financeiro tem levado a dificuldades para a chegada de navios com alimen-
tos e matéria-prima para a produção venezuelana. Isso tem levado a um aumento de custos de mais de 300 milhões de dólares para a aquisição de alimentos. Somados, as perdas e os bloqueios de fundos na Venezuela superam os
10 bilhões de dólares. Trata-se uma operação verdadeiramente criminosa por parte do imperialismo norte-americano. Por isso, é preciso denunciar a ofensiva do imperialismo sobre toda a América Latina e lutar pela soberania do povo venezuelano.
8 | MOVIMENTO OPERÁRIO
FRIGORÍFICOS
O lucro dos patrões dos frigoríficos e a destruição dos trabalhadores C
onforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018, os quase um milhão de trabalhadores dos frigoríficos no Brasil abateram 31,90 milhões de bovinos, 44,20 milhões de suínos e 5,7 bilhões de aves. Os patrões das maiores grupos industriais do ramo frigorífico, como JBS/Friboi, Marfrig, BRF-Brasil Foods, Minerva, entre outros são responsáveis pela maior parte dessa produção e também uma destruição em massa de trabalhadores. Dá-se conta de que mais de 80% dos trabalhadores dos frigoríficos, principalmente no setor de abate, também nos outros setores sofrem com alguma enfermidade oriunda dos maus tratos de seus superiores, sendo os gerentes, encarregados ou mesmo o setor administrativo, como os diretores e o departamento de recursos humanos. Todas essas empresas, a partir de 2001 até os dias de hoje, tiveram um aumento elevadíssimo de crescimento à custa da destruição física e psicológica dos trabalhadores.
A JBS/Friboi teve um crescimento de 40 vezes de 2007 até agora, a Minerva, segundo informações dos patrões do próprio frigorífico vêm crescendo, em média 39% ao ano, o grupo BRF – Brasil Foods não é diferente. Os frigoríficos, em seu conjunto são responsáveis pelo aumento, a cada ano de acidentes e doenças na indústria, ocupando há vários anos o primeiro lugar, conforme o próprio Ministério Público do Trabalho (MPT). Os dados, conforme os próprios órgãos de que realizam as pesquisas dão conta de que, os números registrados diferem em até mais de cinco vezes o que apresenta a realidade, mesmo nessas circunstâncias, o setor de alimentação tendo o frigorifico como o principal corresponde a 20% do setor industrial que representa a metade dos dados oficiais de acidentes e doenças do trabalho. Um exemplo do tamanho da destruição dos trabalhadores foi o abatedouro na cidade de Capinzal, no estado de Santa Catarina, onde, em um ano, havia mais doenças e afastamentos no abatedouro de frango que os funcio-
nários existentes, ou seja, mais de 10 mil trabalhadores tiveram algum problema, tanto de acidente como doenças ocupacionais. Para completar, neste ano, com a posse do Jair Bolsonaro, eleito por um processo fraudulento, oriundo de um golpe, desde o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, da prisão de Luiz Inácio Lula da Silva e proibição da sua participação no processo eleitoral, a ministra da agricultura Tereza Cristina,
também golpista e latifundiária, resolveu que os frigoríficos, eles mesmos devem se fiscalizar, ou seja, mais lucro e quem sabe, um pouco mais de dinheiro para financiar a continuidade do golpe no país. Para derrotar tamanha tragédia contra o conjunto da população e dos trabalhadores é necessária a organização de comitês de luta contra o golpe em todo o País, nos estados, municípios, bairros e todas as fábricas.
SÃO PAULO
Doria quer aumentar número de aulas, com menos recursos e mais ataques a professores e estudantes C
om o golpe de 2016, e a eleição fraudulenta de 2018 de Jair Bolsonaro, Doria e Cia. a Educação tem sido o alvo de todos os ataques. Primeiro foi o congelamento da Educação em 20 anos, o fracionamento das férias do professores paulistas, o aumento da previdência dos servidores municipais de São Paulo, fim do ensino de sociologia e filosofia, entre outras barbaridades. A educação é um dos maiores orçamentos da União, será roubada para satisfazer os banqueiros de plantão. O governador golpista João Doria (PSDB) anunciou mais uma mudança, para 2020. Os estudantes passariam a ter sete aulas de 45 minutos. Atualmente, a jornada é de seis aulas de 50 minutos cada. Que já é uma carga bastante extensa. O governo golpista vai reduziu o tempo das disciplinas tradicionais, como sociologia e filosofia. A aula a mais seria dedicada a componentes extracurriculares. Serão cinco aulas a mais
na semana, uma dedicada à tecnologia, duas eletivas e duas chamadas “projetos de vida”. Estão previstos temas como empreendedorismo, educação financeira e comunicação não-violenta, que de-
vem ser desenvolvidos pelos próprios professores das turmas. Fica evidente a proposta de substituir conteúdos e disciplinas atuais, já estudados de forma parcial, por conta das condições precárias das escolas,
por disciplinas que vise um direcionamento político no sentido da política liberal do governo direitista. A situação atual dos professores a nível nacional e em especial na rede estadual de ensino de São Paulo é de calamidade pública, com salas superlotadas, baixíssimos salários, pressão de chefias por metas impossíveis de buscar frente a total falta de investimento público na qualidade do ensino, levando ao adoecimento constante do professorado, que não aguenta física e psicologicamente todo esse caos no qual são jogados. Frente a este brutal ataque às condições de vida e trabalho dos professores é vital a mais ampla mobilização de todos os professores para o próximo dia 15 de maio, quando está marcada a greve nacional da educação, aprovada na última assembleia da APEOESP, realizada no último dia 26 de abril e convocada nacionalmente pela CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação e outras entidades nacionais dos educadores e dos estudantes.
TVMULHERES TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 19H00
MOVIMENTO OPERÁRIO | CIDADES | 9
ECT
Golpistas dos Correios processam diretor sindical por falar a verdade N
o dia 10 de agosto de 2017, ocorreu uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Campinas para debater com a comunidade de Campinas a privatização dos Correios, mostrando o malefício que a destruição dessa empresa vai trazer ao país. O sindicato dos trabalhadores dos Correios de Campinas e região foi convocado e lá esteve para expor sua posição sobre a questão da privatização, junto com representantes da Federação Nacional dos Trabalhadores (Fentect). Quando a audiência já estava acontecendo, apareceu de surpresa o presidente golpista dos Correios, Guilherme Campos do PSD, que só foi alçado ao cargo devido ao golpe de Estado no Brasil, que derrubou de forma ilegal e golpista o governo do PT. O golpista Guilherme Campos, correspondendo a seu papel de golpista, foi lá para mentir, para propagandear que os Correios está falindo e que era preciso entregar a empresa e os direitos dos trabalhadores, principalmente o seu plano de saúde. O plenário que estava tomado pelos trabalhadores dos Correios ficou
indignado, e muito dos trabalhadores que estavam ali pediram para também falar, e a fala mais eloquente, que desmoralizou os argumentos do golpista Guilherme Campos foi a do diretor sindical Fábio Rogerio Xavier. O carteiro Fábio Rogério usou o direito de fala para denunciar que tudo o que o presidente golpista falou era uma mentira, e que a cobrança de mensalidades no plano de saúde da categoria seria um ataque sem precedentes aos trabalhadores dos Correios que possui salários de no máximo 2.000 mil reais. Passados dois anos, o companheiro Fábio Rogério recebeu em sua unidade um processo administrativo que visa demiti-lo, pelo fato de ter dito a verdade para a população brasileira. Os golpistas alegam que Fábio teria dito informações sigilosas da ECT e que caberia retaliação por parte da direção golpista da ECT. Também condenam o fato de Fábio ter ido na Câmera de Vereadores de Campinas sem antes tirar o uniforme da ECT, o que pode incorrer na sua de-
missão segundo o arbitrário “código de conduta” da ECT, que é estabelecido pelo Manpes – Manual pessoal da ECTuma verdadeira ditadura na empresa. O processo pede a demissão do companheiro Fábio Rogério Xavier, uma verdadeira “caça às bruxas” designada a esse sindicalista, que, se passar, abrirá precedente para punir qualquer um, uma vez que a acusação contra ele é justamente para impedir que os trabalhadores dos Correios
possam denunciar a situação dos trabalhadores diante do golpe. É preciso denunciar o que está acontecendo com o golpe na ECT e formar comitês de luta contra o golpe, e pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, não esquecendo que o golpe só se aprofunda diante da prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Por isso é necessário levantar junto a campanha contra a privatização dos Correios a defesa da liberdade de Lula.
PSDB TRABALHANDO
Hospital da Zona Norte de São Paulo dispensa pacientes por falta de médicos O
Conjunto Hospitalar do Mandaqui, na Zona Norte de São Paulo (SP), fechou provisoriamente o setor de triagem na última segunda-feira (dia 06). Estavam sendo atendidos somente quem chegava na emergência através do resgate do Corpo de Bombeiros e pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Esse hospital pertence à rede estadual, que se encontra sob a gestão de João Doria (PSDB), e atende casos de alta complexidade. Três funcionárias da recepção do pronto-socorro informavam a quem chegava no local de que não seriam atendidos. A porta da sala de classificação de risco esteve fechada pela manhã e parte da tarde. Algo que também chamava a aten-
ção de quem chegava no pronto-socorro é o fato de as cadeiras na recepção estarem vazias: o que é incomum nas segundas-feiras. Contudo, mesmo sendo dispensados, ainda se podiam ver pacientes deitados
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em macas espalhadas pelos corredores: homens, mulheres e idosos dividiam o mesmo espaço com funcionários de saúde e com o pessoal da limpeza, que cruzavam os corredores com sacos de lixo na mão, bem próximos aos pacientes.
Essa é a política da direita: a mesma que deu o golpe de Estado e que está retirando conquistas dos trabalhadores e atacando os direitos democráticos da população. O resultado não poderia ser diferente: precarização do sistema de ensino; hospitais que, por falta de médicos, não realizam atendimento e que sofrem com falta de remédios; aumento brutal do índice de desemprego e da miséria; problemas de infraestrutura em prédios, viadutos e avenidas que terminam por atingir a população, ocasionando acidentes, tragédias e mortes; etc. É necessário reagir contra esse verdadeiro massacre da população. Não com uma política conciliadora com os golpistas, mas com a mobilização popular, levando o povo às ruas, para, assim, derrotar a direita, cuja relação para com o povo só consiste em demagogia e promessas vazias, e cujo único plano é fazer a população pagar pela crise dos grandes capitalistas.