QUINTA-FEIRA, 16 DE MAIO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5644
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Mais de um milhão nas ruas contra Bolsonaro O dia 15 de maio vai ficar marcado na história do País como um ato que pode significar o início da derrubada de um governo golpista e fraudulento, que chegou ao poder graças ao golpe de Estado que derrubou Dilma Rousseff e depois a consolidação da fraude que colocou Lula na cadeia para impedir sua eleição. POLÍTICA
Homem de 74 anos é baleado por segurança do Bradesco em São Paulo Na manhã da segundafeira (13), Daniel Pedroso de Moraes, 74 anos, foi baleado por um segurança dentro da agência do Bradesco localizada em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo.
POLÍTICA
Possibilidade de armamento do MST assusta burguesia e latifundiários POLÍTICA
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POLÍTICA
Fora fascista! Militantes expulsam coxinha do MBL infiltrado no ato da Educação em Jundiaí (SP) Na manhã dessa quarta-feira (15), aconteceu em Jundiaí (interior de São Paulo) uma “Manifestação em Prol da Educação”, o ato foi organizado por vários grêmios estudantis do município, no âmbito da greve geral da Educação que ocorreu em todo o País.
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Em São Paulo, trabalhadores e estudantes lotam a Avenida Paulista contra Bolsonaro
POLÍTICA | 3
DIA DE LUTA
Mais de um milhão nas ruas contra Bolsonaro O
dia 15 de maio vai ficar marcado na história do País como um ato que pode significar o início da derrubada de um governo golpista e fraudulento, que chegou ao poder graças ao golpe de Estado que derrubou Dilma Rousseff e depois a consolidação da fraude que colocou Lula na cadeia para impedir sua eleição. Esse foi o maior ato desde que Lula foi preso, o maior ato político sem a presença do ex-presidente. É possível comparar, em tamanho, esses atos com as grandes manifestações de junho de 2013, com uma diferença muito importante: as mobilizações desse dia 15 de maio eram de esquerda, com uma orientação popular, organizado e impulsionado pelas organizações de esquerda e dos trabalhadores de maneira que dificultasse a infiltração da direita como acabou acontecendo em 2013. Naquele ano, embora as manifestações contra o aumento da passagem fossem populares, a direita se infiltrou nas manifestações quando percebeu que perderia o controle delas. Foi possível notar, pelo número de cidades onde ocorreram os atos – foram mais de cem espalhadas por todos os estados do País -, pelo tamanho dos atos em todas essas cidades e pela proporção gigantesca dos atos em São Paulo e no Rio de Janeiro que foram manifestações de massa. Outra característica importante do ato era a diversidade de setores que aderiram à mobilização. Além das várias categorias de professores e funcionários da educação – participaram sindicatos de professores do ensino público, do ensino particular e das universidades – estavam presentes
estudantes das mais diversas universidades e cursos. Quem conhece o funcionamento do movimento estudantil sabe que a adesão massiva dos estudantes de todas as áreas é um termômetro infalível do nível de mobilização e de radicalização. Nas ruas, era perceptível a presença da juventude universitária e secundarista, além dos professores e de muitos trabalhadores que foram para os atos. Essa adesão mostra também que não se tratou meramente de mobilizações pela educação. Os ataques de Bolsonaro contra as universidades e institutos federais com o corte de ver-
bas foram apenas um estopim para uma tendência muito mais profunda de luta política contra o governo golpista. Foi um ato político, contra Bolsonaro e contra o golpe. Os rumores, reforçados inclusive por setores da esquerda pequeno-burguesa, de que haveria hostilidades contra os partidos e as bandeiras dos partidos, não se concretizaram, o que mostra que eram atos da esquerda e atos políticos. Isso também ficou claro na defesa da liberdade de Lula, presente em todos os atos de maneira massiva.
O povo saiu na rua contra o governo golpista. O povo já decidiu que sua palavra de ordem é o “fora Bolsonaro” e ela se tornou um eixo das manifestações. As manifestações escancaram a fraude eleitoral e mais ainda deixam claro mais uma vez que o golpe de Estado é anti-popular. É preciso organizar e aprofundar a mobilização, colocando claramente que é preciso derrubar Bolsonaro e todos os golpista, libertar Lula e estabelecer novas eleições para acabar de uma vez por todas com o golpe que está transformando o Brasil novamente em uma colônia.
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4 | POLÍTICA
CONTRA OS CORTES DA EDUCAÇÃO
Em São Paulo, trabalhadores e estudantes lotam a Avenida Paulista contra Bolsonaro O
ntem (15), mais de um milhão de pessoas saíram às ruas no Brasil contra os cortes da educação impostos pelo governo ilegítimo de Bolsonaro. O maior ato foi na cidade de São Paulo, onde milhares marcharam da Avenida Paulista até a sede da ALESP no bairro do Paraíso. O ato foi gigantesco e houve uma significativa presença das bandeiras vermelhas representando os movimentos populares e os partidos de esquerda. Esse fato mostra que a tentativa direitista e reacionária de parcela da esquerda pequeno-burguesa de transformá-lo em um ato “sem partido” foi mal sucedida. Além do comparecimento massivo de professores e estudantes de escolas e universidades de todo o estado, também havia a presença de trabalhadores de outras categorias. Além deles, movimentos populares como o MST e o MTST
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também engrossaram a multidão que estava nas ruas de São Paulo contra o governo golpista. Era possível escutar palavras de ordem contra os ataques à educação e contra o roubo da previdência, mas também havia muitos gritando contra o governo golpista de conjunto. As palavras de ordem como “Fora Bolsonaro” e “Liberdade para Lula” ou “Lula Livre” foram gritadas pela maior parte dos presentes. Portanto, foi um importante passo na luta contra o golpe. É preciso continuar com a mobilização e chamar mais atos, manifestações e greves até que o governo Bolsonaro seja derrubado, o golpe seja definitivamente derrotado e possamos pedir a liberdade para Lula e eleições gerais com a sua participação. Confira abaixo as fotos da manifestação em São Paulo:
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SÃO PAULO
Fora fascista! Militantes expulsam coxinha do MBL infiltrado no ato da Educação em Jundiaí (SP) N
a manhã dessa quarta-feira (15), aconteceu em Jundiaí (interior de São Paulo) uma “Manifestação em Prol da Educação”, o ato foi organizado por vários grêmios estudantis do município, no âmbito da greve geral da Educação que ocorreu em todo o País. Estiveram presentes no ato, professores, alunos, sindicatos, militantes do PT e do PCO, o objetivo do ato era protestar contra o corte de verbas e o sucateamento da educação e pelo Fora Bolsonaro. Os militantes do Partido da Causa Operária participaram do ato com bandeiras, venda de jornais e distribuindo materiais da campanha “Fora Bolsonaro” e da campanha “Liberdade para Lula”. Os manifestantes levaram vários materiais e demonstraram apoio à luta contra o golpe. Os estudantes portavam cartazes com frases mostrando a insatisfação com o governo golpista de Bolsonaro. Frases como: “O governo quer derrubar a educação, pois a educação derruba o governo”, “Na educação tu não
põe a mão, taokay?”, “Um governo que não investe na educação, condena toda a nação”, “Mariele Presente”, “Conhecimento destrói mitos”. Durante a fala de alguns estudantes, os militantes do PCO perceberam a presença de um infiltrado no ato. Tratava-se do coordenador do MBL de Jundiaí, Caio Augusto, um coxinha já muito conhecido por se infiltrar no meio da esquerda em Jundiaí e filmar as ações, sempre ridicularizando os manifestantes. Depois ele faz edições no estilo da imprensa golpista e coloca em seu canal do Youtube. O que ele não sabia é que encontraria com militantes do Partido da Causa Operária lá, e assim sendo ele foi expulso imediatamente do local. O PCO e outros companheiros mostraram como devemos reagir a esse tipo de provocação da extrema-direita. Muitos estudantes reagiram gritando: “Fora MBL”, “Fora fascista”. A surpresa foi a esquerda pequeno-burguesa protegendo o fascista, diziam que “violência gera violência”, pediam passividade, e ainda queriam
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que ele fosse participar de um “debate” para “defender o indefensável”. A esquerda pequeno-burguesa dizia aos estudantes que o bolsonarista não falaria porque fugiu, a verdade é que ele foi expulso pelo PCO e outros militantes da esquerda. Atitudes passivas como essa que setores da esquerda pequeno-burguesa defendem só servem para fortificar a
extrema-direita e sendo assim, mais ataques às organizações de esquerda, de estudantes, de trabalhadores e organizações populares em geral. Os estudantes e militantes decididos mostraram como agir diante das provocações dos fascistas, já que de forma alguma eles estarão nas ruas lutando pelos direitos do povo e sim para provocar e atacar!
6 | MOVIMENTO OPERÁRIO
GOLPISTAS
General presidente golpista da ECT declara que privatizará os Correios através de Sociedade Anônima O
general Juarez Aparecido de Paula Cunha, golpista que se transformou em presidente dos Correios anunciou no dia 06 de maio deste ano em seu twitter que está negociando a transformação dos Correios como empresa pública para empresa de sociedade anônima. O general golpista se reuniu com o executivo Eduardo Alcalay, do Bank of America Merril Lynch iniciar o processo de privatização dos Correios através da venda de ações da empresa. A empresa golpista vem publicando que o golpista Bolsonaro quer vender os Correios e que o presidente da ECT, o general Juarez é contra essa medida, fazendo a propaganda mentirosa de que Juarez seria contra a privatização da empresa. Pura distração, já que as ações do general são todas no sentido de entregar a ECT (Empresa Brasileira de Correios de Telégrafos) para os tubarões capitalistas do mercado postal.
A transformação da ECT em Sociedade Anônima é uma forma de privatização mais tranquila para os capitalistas, já que controlaram a empresa através do Conselho administrativo, aonde mandaram nos rumos da empresa aqueles capitalistas que tiverem mais ações da empresa. Os capitalistas só se preocupam com seus lucros, e para que as ações que eles investirem nos Correios valorizem é necessário que os gastos que a empresa tem com os trabalhadores diminuam ao máximo, ou seja, vão demitir, cortar direitos e benefícios e no final das contas terceirizar a produção. É necessário denunciar a farsa de que o atual presidente golpista dos Correios defende a ECT como empresa pública, é necessário se mobilizar contra os golpistas, lutar contra o governo golpista de Bolsonaro, através da palavra de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas, e pela liberdade de Lula.
CIDADES| 7
REPRESSÃO
Homem de 74 anos é baleado por segurança do Bradesco em São Paulo N
a manhã da segunda-feira (13), Daniel Pedroso de Moraes, 74 anos, foi baleado por um segurança dentro da agência do Bradesco localizada em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo. O segurança que realizou o disparo foi preso em flagrante por tentativa de homicídio. Em estado muito grave, o idoso foi socorrido , levado ao Hospital das Clínicas e teve que realizar uma cirurgia de emergência. De acordo com informações cedidas pela polícia, Daniel estava em recuperação de uma operação de próstata que havia feito há 20 dias. O momento em que Daniel foi baleado foi registrado pelas imagens das câmeras de segurança do banco. Nelas, é possível ver o idoso avançar contra o vigia depois de passar pela porta giratória e agredir o funcionário com empurrões e tapas. Em seguida,
é atingido por um tiro na barriga e cai no chão. Durante o depoimento, o segurança disse que Daniel não seguiu as orientações de segurança e quis entrar no banco sem mostrar o conteúdo da mochila que carregava. Por isso, uma discussão começou e o aposentado, irritado, colocou a mochila no porta-volumes da porta , entrou na agência e tentou agredir o segurança. Diante da situação, o vigia disparou duas vezes a arma com o intuito de acertar o idoso. De acordo com Moisés Leite Tavares, delegado do 22º Distrito Policial de São Miguel Paulista, “o fato de ter atirado para tentar conter o homem é uma clara demonstração de despreparo. O projétil podia ter ricocheteado e atingido outras pessoas”. Na verdade, obviamente não é “despreparo”. Assim como os PMs não são despreparados, os seguranças privados também não o são. São trei-
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nados e pagos para reprimir o povo, como ocorreu em relação a um segurança do supermercado Extra no início deste ano no Rio de Janeiro, que simplesmente assassinou um jovem negro que estava no estabelecimento.
Tratam-se de ações fascistas. É bom lembrar que a base fascista é recrutada especialmente dentro das corporações de repressão do Estado, mas também em empresas de segurança privada, por exemplo.
8 | MORADIA E TERRA
MST
Possibilidade de armamento do MST assusta burguesia e latifundiários A
demagogia de Bolsonaro sobre a liberação do uso de armas já começa a deixar a burguesia em estado de alerta. Isso porque o decreto 9.785, que facilita porte de armas de fogo, abre brecha legal para armar integrantes de um dos maiores adversários do governo, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Como sabemos, os membros do MST são tocaiados e assassinados há décadas na zona rural brasileira e com a menção no decreto de que “moradores de zonas rurais” terão direito a portar armas, haveria a possibilidade de que esse setor altamente vulnerável da sociedade começasse a se armar para autodefesa. Hoje, cerca de 400 mil famílias ligadas ao MST vivem em assentamentos da reforma agrária. O número total de sem-terras no Brasil ultrapassa 2 milhões de trabalhadores, uma massa armada dessa magnitude superaria
em várias vezes o número do contingente do exército nacional e mais ainda das polícias locais. Contudo, o bolsonarismo, obviamente, criou entraves para que isso não ocorresse, uma vez que o interesse da burguesia nunca será armar a massa de trabalhadores, do campo ou da cidade. A Casa Civil publicou o seguinte comunicado: “Não exclui as demais obrigações, como comprovar residência fixa e lugar seguro para armazenamento das armas, comprovar ocupação lícita e demonstrar inexistência de inquérito policial ou processo criminal”. A burguesia tenta todas as manobras para impedir que os sem terra tenham acesso a esse direito democrático, que é o armamento. O MST e a população em geral deve ter o direito de se armar para resistir à opressão do estado burguês e dos esquadrões da morte que a direita financia nas cidades e no campo.