SÁBADO, 18 DE MAIO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5646
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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Dia 23, tomar as ruas de novo pelo “fora Bolsonaro!” MOVIMENTO
É assim que se faz! Tribo indígena organiza autodefesa contra jagunços fascistas POLÍTICA
Modelo de privatização, “Toma que o filho é teu” de Ricardo Salles é a destruição das unidades de conservação POLÍTICA
Governo da direita golpista fracassa em todos os sentidos: PIB No próximo dia 23 ocorrerá mais um ato contra os ataques do governo Bolsonaro à tem retração de 0,68% Educação. Com início marcado para 17h, o ato se concentrará na frente do Museu nio primeiro de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). trimestre ESTE DIÁRIO PRECISA DE VOCÊ, AJUDE-NOS! FAÇA UMA ASSINATURA SOLIDÁRIA HOJE MESMO
EDITORIAL
Fora Bolsonaro! Por eleições gerais com Lula candidato POLÍTICA
Tchutchuca dos banqueiros, Guedes ameaça parar o pagamento do Bolsa Família em setembro
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O ministro da Economia do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, tentou chantagear o Congresso Nacional nesta quarta-feira (14). Na audiência da Comissão Mista de Orçamento (CMO), a “tchutchuca” dos banqueiros pediu aos deputados que aprovassem um crédito suplementar de R$248 bilhões ou os pagamentos do governo serão travados porque o Executivo não teria mais recursos para repassar.
É assim que se faz! Tribo indígena organiza autodefesa contra jagunços fascistas
OPINIÃO | 3 EDITORIAL
Fora Bolsonaro! Por eleições gerais com Lula candidato O
gigantesco repúdio a Bolsonaro e ao golpe de Estado ficou mais uma vez demonstrado nas manifestações da educação realizadas na última semana. Os atos reuniram milhares de pessoas em todo o Brasil e, apesar da política capituladora da esquerda pequeno-burguesa, as mobilizações tinham um conteúdo político claro, ou seja, contra o governo ilegítimo de Bolsonaro e todos os golpistas. A palavra de ordem “Fora Bolsonaro” foi gritada por milhares de pessoas em todos os cantos do país. O repúdio a Bolsonaro e ao golpe não é algo novo. No carnaval, por exemplo, o povo saiu às ruas e mandou o presidente ilegítimo para aquele lugar, ao mesmo tempo o apoio ao ex-presidente Lula, preso político dos golpistas, foi massivo. Vale lembrar que como esse jornal já havia denunciado, Bolsonaro nunca
teve apoio popular, seu governo é fruto da fraude eleitoral. Bolsonaro só foi eleito por conta da prisão política do ex-presidente Lula e de sua exclusão arbitrária das eleições. O governo golpista encontra-se agora em um crise total. A direita golpista, todavia, procura manipular o descontentamento popular a Bolsonaro a favor de seus interesses, busca dar uma saída por cima, substituindo Bolsonaro por outro golpistas. Nesse sentido, é preciso que a classe trabalhadora, as organizações e movimentos populares intervenham na crise política do golpe e aponte uma perspectiva à esquerda. É preciso vincular a luta pela queda de Bolsonaro à luta pela liberdade de Lula e à exigência de novas eleições gerais, com a participação do ex-presidente. Fora Bolsonaro! Eleições Gerais! Liberdade para Lula! Lula candidato!
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4 | POLÍTICA
PELO FORA BOLSONARO
Dia 23, tomar as ruas de novo pelo “fora Bolsonaro!” N
o próximo dia 23 ocorrerá mais um ato contra os ataques do governo Bolsonaro à Educação. Com início marcado para 17h, o ato se concentrará na frente do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). O ato do dia 23, assim como qualquer outro ato que vier daqui para frente, deve exigir a liberdade do ex-presidente Lula e a derrubada imediata do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro. A única oposição possível aos cortes e demais ataques contra os interesses dos trabalhadores e da juventude é aquela que se propõe a levar adiante uma luta política contra a direita. Os cortes na Educação não são o único ataque de Bolsonaro à população. A reforma da Previdência, as inú-
meras privatizações, a tipificação dos movimentos sociais como terroristas – tudo isso faz parte dos planos do imperialismo para saquear o patrimônio nacional e impor um clima de terror. Por isso, não há outra opção: é preciso organizar um movimento que ponha o regime político abaixo. Apesar de alguns setores da esquerda nacional defenderem que o governo Bolsonaro dure até o fim de seu mandato previsto, isto é, que todos os explorados tenham de aguentar quatro anos de um governo inimigo do povo, é necessário travar uma luta que interrompa o governo ilegítimo da família Bolsonaro, dos latifundiários, dos militares e dos capitalistas. Por isso, neste dia 23, todos devem sair às ruas pelo “Fora Bolsonaro” e pela “Liberdade de Lula”.
GOVERNO IMPOPULAR
Modelo de privatização, “Toma que o filho é teu” de Ricardo Salles é a destruição das unidades de conservação C
omo parte do governo golpista de Jair Bolsonaro, a política colocada pelo ministro fascista do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é a de uma verdadeira entrega e destruição dos Parques Nacionais que existem no país, em consonância com a declaração do presidente ilegítimo, onde afirma que esse locais são estratégicos e é preciso investir no sentido turístico, ou seja, entregar nas mãos de grandes empresas rentistas. A lógica que se segue é de que os parques se tornariam verdadeiros redutos de exploração mineral por parte das empreiteiras, e acabaria com toda a preservação que é feitas através das mais de 300 unidades criadas pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio). Dentre um dos parques nacionais que fazem parte da proposta de privatização, está a Chapada dos Vea-
deiros (GO). Em declaração, Ricardo Salles apontou que na concessão feita no ano anterior, não foi algo benéfico, uma vez que haviam muitas restrições, quer dizer, não foi possível que a empresa fizesse nada, que em suma representaria uma devastação completa dessa reserva. Com isso, o ministro lançou uma proposta, que evidentemente vem para favorecer os empresários, onde diz que a entrega é total, sem restrições, como ele mesmo afirma “toma que o filho é teu”, a empresa pode fazer o que bem entender, sem restrições. Esse ataque aos Parques Nacionais configura uma nefasta política contra as reservas e a possibilidade de visitação, sabendo que a partir disso será comum a mineração a exploração de madeira etc. Uma verdadeira devastação do que se é preservado nesses locais.
POLÍTICA | 5
PIB
Governo da direita golpista fracassa em todos os sentidos: PIB tem retração de 0,68% nio primeiro trimestre U
ma prévia do Produto Interno Bruto, o PIB, da economia brasileira deste ano indica uma retração de 0,68%. O índice corresponde ao primeiro trimestre deste ano, no período correspondente de janeiro a março. O índice é ainda pior do que o número apresentado no final do ano passado, na época o PIB nacional apresentava um “aumento” de 0,1% O próprio ministro golpista da economia, Paulo Guedes, reconheceu que a economia nacional está “no fundo do poço”, ele reavaliou para baixo a expectativa do PIB brasileiro deste ano, de 2,2% para 1,5%. Os dados são mais uma evidência da falência completa da política golpista e do próprio governo ilegítimo de Bolsonaro. A única saída para a classe trabalhadora, os movimentos
populares e as organizações de luta é a mobilização pela queda de Bolsonaro e todos os os golpistas. É preciso impulsionar o gigantesco repúdio popular a Bolsonaro e ao próprio golpe de Estado, e colocar um fim definitivo ao regime golpista. As enormes manifestações da educação demonstraram este fato. A direita golpista e a imprensa burguesa já perceberam, no entanto, o fracasso de Bolsonaro e atuam para manobrar o descontentamento popular de acordo com seus interesses. Nesse sentido, é necessário vincular a derrubada do governo Bolsonaro com a luta pela liberdade de Lula. É preciso exigir novas eleições gerais, uma vez que as últimas foram fraudadas. Exigir também a presença do ex-presidente Lula no pleito.
FALÊNCIA GOLPISTA
Dólar dispara e chega a R$ 4,10
TORNE-SE MEMBRO DA CAUSA OPERÁRIA TV! A
crise do governo Bolsonaro pode estar se aproximando da sua fase terminal: o valor do dólar disparou, chegando ao valor de pico de R$ 4,10 no dia de hoje. Tendo em vista que os grandes capitalistas permitiram que Bolsonaro chegasse ao poder com a condição de encaminhasse alguma estabilidade econômica, é possível afirmar que a situação de seu governo fraudulento entra em uma etapa crítica. A campanha da direita coxinha contra a presidenta Dilma, derrubada pelo golpe de 2016, era de que o PT estava destruindo a economia. Vimos cartazes de “manifestantes” nos atos coxinhas que se queixavam do valor
do Real frente ao Dólar, na época com a cotação na casa de R$ 2,80. A tendência é que as reservas cambiais sejam gastas rapidamente como forma de se estancar a alta do dólar, o que poderia levar rapidamente o país para uma situação similar à da Argentina de Macri. Quanto mais a economia afunda, mais os grandes capitalistas retiram o seu apoio à Bolsonaro, deixando-o literalmente pendurado na brocha. Temos que tirar o chapéu para os direitistas que contribuíram como base de apoio para o golpe dado em Dilma. Será que conseguirão ir novamente para a Disney com o dólar nas alturas?
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6 | ATIVIDADES DO PCO E CIDADES
CURSO
PCO já realizou mais de 30 cursos sobre fascismo e como combatê-lo, com a presença de mais de 600 pessoas C
om os esforços bem sucedidos do Partido da Causa Operária, mais de 600 pessoas puderam participar do curso de formação com o tema do “Fascismo: o que é e como combatê-lo” em diversas cidades pelo Brasil. Além da 43ª Universidade de Férias de mesmo tema, outros 30 cursos foram realizados aos finais de semana em uma versão resumida para abarcar o maior número de interessados possível. O curso que expõe as experiências históricas da classe operária frente ao fenômenos do fascismo, não é apenas para o conhecimento teórico, mas também uma oportunidade de aprender a intervir na situação política caracterizada pelo crescimento da extrema-direita no mundo. Ao compreender o fascismo, pelo viés marxista, como um movimento impulsionado pela burguesia para
conter a classe operária e atacar suas organizações, assim como compreender que sua força vem do imobilismo das direções da esquerda, os mitos caem por terra e os trabalhadores podem ajudar na construção de comitês de autodefesa, assim como no fortalecimento de um partido revolucionário, como o PCO. Em um momento como esse de grande crise capitalista é preciso que a esquerda esteja organizada e seja capaz de identificar as ações fascistas e saiba como combatê-las, direcionar a classe operária contra a ofensiva da extrema-direita Acompanhe o Diário Causa Operária para saber em quais locais ocorrerão os próximos cursos ministrados pelos militantes do PCO, que estão ocorrendo desde Abril, ou entre em contato para ajudar a organizar um curso em sua cidade.
SUCATEAMENTO DA SAÚDE
São Paulo registra primeiro caso autóctone de sarampo N
os últimos dias, a Secretaria Municipal de Saúde do Estado de São Paulo confirmou o primeiro caso autóctone (quando a pessoa é contaminada na cidade em que vive) de sarampo na capital. A vítima era um morador da Vila Mariana, professor de 32 anos. O homem ficou internado no hospital Oswaldo Cruz, mas já teve alta. Outros sete casos foram confirmados na capital e 92 casos estão sob investigação. Sarampo faz parte de um grupo de doenças mais comum em países pobres. As campanhas de vacinação contra o sarampo no Brasil já ultrapassam 25 anos. A vacina é eficaz e barata. Vale lembrar que em 2016, o continente americano recebeu o certificado da Organização Pan-Americana de Saúde de que estava livre do sarampo. Acontece que depois do golpe, mas especificamente com a aprovação da
PEC 55 (congelamento dos gastos com serviços públicos) a saúde foi muito prejudicada. Essas doenças que não apareciam há anos estão voltando junto com o empobrecimento da população, ou seja, um descaso total com os mais pobres, já que seja qual for a necessidade da população, não receberão mais recursos por parte do governo federal. Tudo isso é resultado da política do time golpista (Temer, Alckmin, Doria, Covas, Bolsonaro e tantos outros). Desde abril de 2018 a OMS (Organização Mundial de Saúde) vem alertando para o aumento de casos de sarampo no país, principalmente na região Norte. Mesmo assim o Estado nada fez, ao contrário, cada vez retira mais dinheiro da saúde e investe cada vez menos nas campanhas de vacinação. O objetivo dessa política dos golpistas é deixar a população cada vez
mais pobre e doente. Ao invés de investir em saúde, enchem o bolso dos banqueiros de dinheiro. É preciso entender que a direita não está nem um
pouco preocupada com a saúde da população. É preciso ir às ruas reivindicar seus direitos, pressionar e derrotar a direita!
MORADIA E TERRA| 7
ORGANIZAR O MOVIMENTO
É assim que se faz! Tribo indígena organiza autodefesa contra jagunços fascistas C
om a presidência do país nas mãos de Bolsonaro, inimigo declarado dos povos indígenas, os latifundiários invasores de reservas, grileiros e responsáveis pelo desmatamento, sentem-se confortáveis para aumentar os ataques no campo. A fiscalização é falha propositalmente por meio do sucateamento dos órgãos responsáveis, tanto pelo falta de recursos como pelo pequeno efetivo de profissionais para atuar nas apreensões. Os madeireiros também agem subornando fiscais e os próprios indígenas para ter acesso à terra demarcada. A devastação da área ameaça a própria existência dos moradores que dependem dos recursos naturais da área para sua sobrevivência. Diante desse cenário, os indígenas Guajajara do Maranhão estão organizando a própria
defesa de sua reserva, terra indígena Araribóia, através de grupos de patrulhamento. Os Guardiões da floresta, como são chamados, fazem rondas nas terras a procura de acampamentos e oficinas ilegais de extração de madeira, e vão armados para garantir a segurança de seus integrantes contra os jagunços dos capitalistas. Para agradar a base que ajudou na farsa da eleição presidencial, Bolsonaro soltou recentemente mais um decreto flexibilizando o porte de arma para detentores de propriedades rurais, porém dessa vez o texto veio com uma brecha que pode beneficiar os movimentos de luta pela terra. Assustada, a burguesia tratou logo de, por meio de sua imprensa, fazer uma campanha para alertar a extrema-direita de que o decreto beneficiaria o MST. Os latifundiários tem carta branca
PELO DIREITO A AUTODEFESA
PM expulsa famílias sem-terra na Bahia sem autorização da justiça
N
a última segunda-feira (13/5), cerca de 120 famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) haviam reocupado a fazenda Santa Maria, na zona rural de Itaberaba (BA). A fazenda era improdutiva e vinha sendo alvo de desmatamento e caça ilegal. O próprio MST já havia prestado queixa ao Ibama, que nada fez. Entretanto, poucas horas depois da ocupação, a Polícia Militar já estava no local, junto com o arrendatário Rogério São Mateus Valverde, sem mandato, e iniciaram o ataque violento. Três camponeses foram presos. Os sem-terra já haviam sido expulsos há um mês daquela fazenda, dirigindo-se para outra área, na qual também foram atacados violentamente. Esta é a vergonhosa realidade da região e do Brasil inteiro, onde camponeses não encontram área para plantar, enquanto capitalistas mantém áreas improdutivas, que seriam mais do que suficientes para realizar a reforma agrária nacional. O poder público, além de negligen-
te, tem servido cada vez mais como um órgão repressor, colocando o interesse privado de poucos capitalistas acima das necessidades da grande população. No caso em questão, embora o governador baiano Rui Costa seja filiado ao Partido dos Trabalhadores, tem-se mais uma demonstração de que o mesmo, age como um elemento a serviço da burguesia, que não tem reais compromissos com os trabalhadores. A grande propriedade só poderia existir quando tiver uso social. Mas o Estado burguês funciona no sentido oposto a isso, operando para expropriar o trabalhador de qualquer meio de vida, obrigando-o a se subordinar aos capitalistas. Por isso, cabe aos trabalhadores se organizarem, pois é a única maneira de fazerem valer seu direito. É preciso construir comitês de autodefesa imediatamente, para impedir as atrocidades da PM e das milícias de fazendeiros e para lutar pela reforma agrária com expropriação do latifúndio.
para perseguir e assassinar os integrantes de movimentos sem terra, assim como indígenas, que se colocam como obstáculos para suas atividades ilegais. Qualquer mínima possibilidade de retaliação por parte desses setores oprimidos causa verdadeira preocupação nos ruralistas. O exemplo dos indígenas Guajajara deve ser seguido por toda a população ameaçada pelos fascistas, o
governo golpista é responsável pelo aumento da violência no campo desde o começo da gestão e única alternativa dos setores ameaçados é organizar a autodefesa. Os comitês de autodefesa impulsionados pelo PCO devem se multiplicar pelo país para barrar a ofensiva da extrema-direita à medida que a repressão por parte do governo aumenta devido a crise consequente do golpe.
8 | MOVIMENTO OPERÁRIO
CORTES
Cortes “ferem de morte” as universidades A
o decretar o corte de 30% das verbas das universidades e institutos federais, o governo golpista intensificou sua política de destruição do ensino público. Medida que é acompanhada pelos governos estaduais que estão apoiando a “reforma”, mantendo salários dos educadores congelados, cortando verbas das Escolas e Universidades públicas. O corte de verbas vai afetar a Educação em conjunto, mais a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes) já disponibilizou um painel com dados do corte de verbas nas universidades federais. De acordo com o levantamento, o corte varia de 15,82% com a infraestrutura como ocorreu na Universidade Federal de Juiz de Fora, a 53,96%, como na Universidade Federal do Sul da Bahia. Segundo a Andifes, 398 mil vagas e 5.118 cursos estão ameaçados em razão da retenção das verbas. Até agora o governo liberou, apenas 40% do
orçamento das instituições federais de ensino. Com o corte de 30% desse, teremos 3,6 meses sem trabalhar. Esse é apenas um exemplo do que vai acontecer nas diversas universidade, muitas terão que fechar as portas ou reduzir o ano letivo para um se-
mestre, afetando em cheio o ensino público universitário. É preciso realizar assembleias por categorias, nas universidades, Escolas e nos bairros para aprovar a greve geral contra o regime golpista, começando pela paralisação do dia 14 de junho.
Nas universidades e instituições federais atingidas pelos cortes, aprovar a greve geral por tempo indeterminado e a ocupaÇão das universidades, exigindo o seu cancelamento bem como as reivindicações do movimento. Transformar o dia 14 de junho (paralisação nacional) e um dia de assembleias operárias e populares unificadas em todo o País, onde sejam aprovadas a continuidade da mobilização pela derrota total da reforma da Previdência e demais reivindicações, com a realização de uma greve geral por tempo indeterminado. Essas mobilizações precisam ter um claro eixo politico e se dirigirem contra o regime golpista, cuja derrota é condição sine qua non para barrar a ofensiva contra a Educação e todos os serviços públicos, a economia nacional e as condições de vida e trabalho da imensa maioria da população. Por isso, é preciso levantar como eixos a luta pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas; eleições gerais com Lula candidato, com a liberdade de Lula e todos os presos políticos.
BANCÁRIOS
“Nova” votação do estatuto da Cassi é mais uma tentativa de liquidar com o plano de saúde dos trabalhadores E
stá marcada entre os dias 17 e 27 de maio próximo uma nova consulta de alteração no estatuto da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), depois de ter sido rejeitada na primeira consulta por 80% da categoria. Não foi por acaso que a grande maioria dos trabalhadores do Banco do Brasil rejeitaram a proposta da direção golpista do banco, pois sabem muito bem que a mudança é um ataque sem precedentes, que visa liquidar com a Cassi, a maior operadora de autogestão em saúde do Brasil, e abre caminho para transformar em um plano de saúde de mercado. É tudo que os banqueiros privados, nacionais e internacionais querem. A tentativa de mudança do estatuto acontece em meio aos ataques do governo golpista, através de seus prepostos nos bancos estatais, aos planos de saúde das empresas. A Resolução CGPAR (Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União) nº 23 é um instrumento dos golpistas que visa liquidar com os planos de saúde das empresas estatais, dentre eles a Cassi. O que verdadeiramente está por trás dessa resolução é satisfazer os interesses dos banqueiros nacionais e internacionais, os
grandes financiadores do golpe de Estado no país. Depois da primeira derrota na tentativa de aprovação de mudança do estatuto (a nova proposta não muda em praticamente nada da consulta anterior) a direção do banco, contando com a colaboração de entidades dos trabalhadores (Anabb, Contec, AAFBB,
FAABB e Contraf), vem intensificando a propaganda terrorista a favor do “sim” através de centenas de milhares de panfletos, da Cassi e das entidades dos trabalhadores, distribuídos nos locais de trabalho e nas residências, além da profusão de comunicados internos diários emitidos pela empresa, pressão de gerentes e administrado-
res, etc. – pois sabem muito bem que os trabalhadores olham com enorme desconfiança a consulta o que coloca em risco a sua aprovação. A fórmula de “salvação” da Cassi alardeada pela direção do banco é um conto-da-carochinha, que nem criança cai nessa conversa. Mentem para os trabalhadores ao afirmar que não haverá a quebra de solidariedade no plano, quando passa a cobrar percentuais de dependentes e tratamento diferenciados para futuros aposentados. O atual modelo no princípio de solidariedade é a cláusula que une trabalhadores da ativa e o que protege os aposentados, com ampla cobertura e com custeio baseado no sistema mutualista, pelo qual o conjunto dos participantes contribui com regras iguais e o fundo gerado custeia as despesas assistenciais de cada participante e seus dependentes e cuida de todo grupo de acordo com as suas necessidades em saúde. Cabe aos trabalhadores do Banco do Brasil e suas organizações barrar mais esse ataque do governo golpista e organizar uma mobilização pelo controle do plano unicamente pelos trabalhadores, e dizer um sonoro não a mais essa manobra golpista de mudança no estatuto na entidade dos trabalhadores.