TERÇA-FEIRA, 21 DE MAIO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5649
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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Fora Bolsonaro! Eleições gerais, já! Liberdade para Lula! POLÍTICA
A saída não é institucional, é nas ruas! Diante da intensa crise política do governo Bolsonaro, a direita e a burguesia já movimentam suas peças para se anteciparem a uma derrubada do presidente ilegítimo pela força popular.
POLÍTICA
Fora Bolsonaro é a tendência fundamental do movimento real da luta contra o golpe
O presidente ilegítimo Jair Bolsonaro divulgou, na última semana, uma carta em que expõe sua impotência ao longo de seus cinco meses de governo, em que não está conseguindo estabilizar a situação do país para os capitalistas. ESTE DIÁRIO PRECISA DE VOCÊ, AJUDE-NOS! FAÇA UMA ASSINATURA SOLIDÁRIA HOJE MESMO
EDITORIAL
A tarefa da esquerda e do movimento popular é derrubar o governo Bolsonaro Os atos que tomaram o país no último dia 15 foram o resultado do desenvolvimento da campanha política contra o golpe.
“Cadáver eleitoral” de Lula é apenas pretexto para Ciro Gomes justificar sua política de abutre
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O ex-candidato à presidência da república, o abutre Ciro Gomes, do PDT, voltou a atacar o ex-presidente Lula durante uma entrevista a um programa de TV. Ciro afirmou que Lula é um “defunto eleitoral”. Trata-se de mais uma demonstração escancarada do verdadeiro caráter golpista de Ciro Gomes.
Quando o PCO levantou o Fora Bolsonaro depois das eleições, era com base em uma previsão de que o governo iria rapidamente se deteriorar pois foi resultado de uma farsa. Mas como foi comprovado na última quarta-feira, a expressão passou a ser uma palavra de ordem de toda população que enxerga no fim do governo farsante a única forma de acabar com a ofensiva golpista contra os direitos da classe trabalhadora.
POLÍTICA | 3
PRESIDENTE ILEGÍTIMO
Fora Bolsonaro! Eleições gerais, já! Liberdade para Lula! O
presidente ilegítimo Jair Bolsonaro divulgou, na última semana, uma carta em que expõe sua impotência ao longo de seus cinco meses de governo, em que não está conseguindo estabilizar a situação do país para os capitalistas. Com isso, fica claro que o plano dos golpistas de cassar a candidatura do ex-presidente Lula para que Bolsonaro subisse ao poder não tem dado certo: o governo é o mais improvisado das últimas décadas, enfrenta uma série de contradições internas, não conseguiu nenhum êxito econômico para a burguesia e é extremamente impopular. Com menos de um semestre de vida, o governo Bolsonaro já se encontra praticamente liquidado, como ficou claro com as gigantescas mobilizações que ocorreram no dia 15 deste mês. Bolsonaro não foi o único candidato nas eleições de 2018 a pleitear o cargo de funcionário do imperialismo norte-americano. Geraldo Alckmin, João Amôedo, Henrique Meirelles e Ciro Gomes tentaram, de todas as maneiras, conseguir a “bênção” dos banqueiros para vestir a faixa presidencial. No entanto, todos foram ultrapassados pelo fascista Bolsonaro por um único motivo: Bolsonaro é apoiado por uma
base social, pequena, mas ainda sim existente. Esta base é fundamentalmente composta por setores da pequena-burguesia fascista. Contudo, essa base é o que lhe distingue de qualquer outro político burguês tradicional, que não possui sustento algum na população. A mobilização do último dia 15 de maio desmascarou de vez a impopularidade do governo Bolsonaro. Mais de 1 milhão de pessoas saíram às ruas para pedir o fim do governo, demonstrando o ódio e a revolta da população contra o governo fraudulento. Se essa mobilização crescer – e ela tem tudo para crescer -, a base social de Bolsonaro poderá ser considerada irrelevante – afinal, de que adianta ser apoiado por menos de 10% da população se milhões estão nas ruas exigindo a derrubada do governo? Ou seja: se a mobilização contra o governo se tornar mais ampla, a derrubada de Bolsonaro será inevitável. A derrubada do governo Bolsonaro não significa que os ataques aos trabalhadores e à juventude irão cessar. É necessário que a mobilização evolua no sentido de derrotar o golpe que foi dado em 2016 – é preciso colocar o regime político abaixo e expulsar os capitalis-
tas picaretas que tomaram o Estado de assalto. Para que isso aconteça e para evitar qualquer manobra da burguesia – como o estabelecimento do governo Mourão -, a mobilização contra o governo Bolsonaro deve exigir a convocação de eleições gerais imediatas. As últimas eleições foram uma fraude descarada e só serviram para aprofundar o golpe dado contra os trabalhadores. Não basta ocorrer novas eleições,
no entanto. A principal manobra que foi realizada para que Bolsonaro se tornasse presidente consistiu na cassação da candidatura do ex-presidente Lula. Afinal, Lula era a única liderança do movimento operário capaz de vencer as eleições e impor uma derrota aos golpistas. Por isso, ao lado das palavras de ordem de Fora Bolsonaro e de Eleições gerais já, é necessário defender que Lula seja candidato.
INTENSA CRISE
A saída não é institucional, é nas ruas! D
iante da intensa crise política do governo Bolsonaro, a direita e a burguesia já movimentam suas peças para se anteciparem a uma derrubada do presidente ilegítimo pela força popular. O governo foi montado de maneira caótica, improvisada, porque Bolsonaro nunca foi a primeira opção da burguesia e do imperialismo. Isso porque, sendo um político do baixo clero, não teria condições políticas para comandar um governo estável. A crise do regime político como um todo não deixaria. Era previsível que a situação atual seria realidade, antes cedo do que tarde. Mas a burguesia comanda todas as instituições, com um controle absoluto da direita pelo menos desde o golpe de 2016. Essas instituições são formadas por bolsonaristas ou elementos com uma política muito semelhante, de ataque aos direitos da população e entrega da economia ao imperialismo. Portanto, ela tem condições de trocar Bolsonaro por um governo igualmente repressivo e destruidor. Ela domina o jogo institucional. O Congresso pode estar contra Bolsonaro, o Judiciário pode estar contra Bolsonaro, o Exército pode estar contra Bolsonaro. Mas nenhum deles está contra a política geral de Bolsonaro. Todos defendem o desmonte da economia nacional, o máximo possível enquanto isso não atinja seus interesses corporativos, cada um representando
um determinado setor da burguesia. Logo, nenhum deles defende os interesses do povo. Acreditar que um impeachment, por exemplo, por si só resolveria a situação em favor da população, é um equívoco. Obviamente, se existir a possibilidade de derrubar Bolsonaro por um mecanismo institucional como este, o movimento popular deverá colocar a máxima pressão das ruas para que isso leve a uma saída que atenda aos interesses imediatos da população. Mas não se pode esperar uma decisão oficial, das instituições dominadas pelos golpistas, para agir. E, muito menos, deixar em suas mãos a queda de Bolsonaro e a escolha de um novo governo, porque este governo teria as mesmas orientações, com a diferença de que poderá ser mais estável, ou se-
ja, mais rigidamente controlado pela ala mais poderosa da burguesia. As manobras e negociações parlamentares não interessam ao povo. Se a esquerda quer levar adiante uma política que realmente atenda às exigências populares, não adianta querer entrar em negociatas com setores da burguesia contrários a Bolsonaro, porque o interesse desses setores é substituir Bolsonaro por um governo igualmente antipopular. Se quiser estar em sintonia com o povo, a esquerda precisa mobilizar suas bases na direção do enfrentamento concreto a Bolsonaro. Como tudo na história, o que leva à conquista de reivindicações populares é a pressão popular. Se a esquerda conseguir organizar o movimento popular que tem uma ampla tendência para a der-
rubada de Bolsonaro, isso surtirá, no mínimo, um efeito sobre a burguesia, acuada pelas mobilizações de massa, que se verá obrigada a ceder a algumas reivindicações. Por isso, além de ter como palavra de ordem o Fora Bolsonaro, é preciso estabelecer um programa imediato mínimo para o que ocorrer depois. Se Bolsonaro cair, é preciso que haja eleições gerais, porque, como Bolsonaro não é legítimo por ter sido “eleito” em meio a um golpe de Estado, nenhum sucessor seu (o vice-presidente, o presidente do Senado, da Câmara, etc.) será legítimo, pois é parte fundamental desse golpe. Eleições livres para que o povo tenha condições de eleger quem ele quiser. Assim, é essencial que o ex-presidente Lula – preso político há mais de um ano para que não vencesse as eleições de 2018 – seja libertado e possa concorrer, uma vez que é o líder mais popular do País e o povo clama sua liberdade. Tudo isso só poderia ser garantido pela mobilização revolucionária dos trabalhadores e da população explorada. A burguesia não entregaria nada de graça, pelo contrário, se não se sentir ameaçada ela nem mesmo atenderá aos mínimos pedidos do povo. É preciso forçar a burguesia a entregar o anel para não perder os dedos, por isso é vital a constante mobilização popular, nas ruas, como ocorreu no dia 15 de maio. O povo deve permanecer nas ruas, mobilizados pela esquerda e suas organizações de massa, para derrubar Bolsonaro e impor sua política democrática.
4 | OPINIÃO EDITORIAL
A tarefa da esquerda e do movimento popular é derrubar o governo Bolsonaro O
s atos que tomaram o país no último dia 15 foram o resultado do desenvolvimento da campanha política contra o golpe. A luta contra o impeachment da Dilma, contra a condenação e prisão de Lula, pela sua participação nas eleições e sua liberdade – em suma, a luta contra o golpe de Estado, chegou ao ponto em que uma grande parcela da população está tomando as ruas para rejeitar suas consequências. O momento é mais que oportuno para os partido de esquerda levantarem a palavra de ordem “Fora Bolsonaro”. O dia 15 de maio não foi uma manifestação contra os cortes na educação, mas uma mobilização generalizada contra
o governo Bolsonaro e os ataques que ele vem desferindo contra a população. A tendência daqui em diante é que as manifestações só aumentem de tamanho. A única palavra de ordem que tem a força de unificar todos os setores é a que converge para o ponto que todos tem em comum, que é pela derrubada o governo que está acabando com a economia, com a educação, com o trabalho, com a cultura e assim por diante: Fora Bolsonaro! Se o governo for derrotado nas ruas, nada sobrará como alternativa para os golpistas. Se Bolsonaro cair pela mobilização popular um governo Mourão seria ainda mais instável e impopular. Além do mais, o momento
se torna propício para chamar novas eleições gerais. Derrotar Bolsonaro, chamar novas eleições e libertar Lula para que possa concorrer. Essas conquistas seriam um enorme retrocesso do ponto de vista do Golpe de Estado e daqueles que o promoveram, pois desfaz passo a passo as suas vitórias. Nenhum tipo de acordo deve ser feito com o atual governo ou qualquer parcela de sua composição (como Mourão ou o centrão), pois seria uma capitulação à fraude eleitoral e às manobras da burguesia golpista. A esquerda parlamentar, cuja vontade de manter seus cargos era maior que de lutar em defesa dos direitos da população denunciando a fraude e
mobilizando pela derrubada do atual governo, deve cessar imediatamente qualquer diálogo com Bolsonaro e seus ministros. Também não se deve pactuar com o centrão. Os velhos partidos nada têm a acrescentar na luta popular; se almejam quaisquer alianças com a esquerda é para recuperar a popularidade perdida durante o processo golpista, e impedir que a esquerda domine totalmente o panorama político brasileiro. Uma frente ampla com esses setores seria uma frente ampla com o inimigo, pois a “vitória” eleitoral de Bolsonaro só foi possível graças as manobras políticas do centrão, que decidiu por apoiá-lo. Sem conciliação e com objetivo de derrotar o governo, a esquerda deve ir às ruas, ocupar as universidades, organizar as greves e com as palavras de ordem “Fora Bolsonaro”, “Liberdade para Lula” e “Eleições Gerais já”.
ABUTRE
“Cadáver eleitoral” de Lula é apenas pretexto para Ciro Gomes justificar sua política de abutre O
ex-candidato à presidência da república, o abutre Ciro Gomes, do PDT, voltou a atacar o ex-presidente Lula durante uma entrevista a um programa de TV. Ciro afirmou que Lula é um “defunto eleitoral”. Trata-se de mais uma demonstração escancarada do verdadeiro caráter golpista de Ciro Gomes. É importante frisar que a mais nova declaração soma-se a outras feitas pelo abutre golpista. Ciro já declarou que Lula não é um preso político, chamou a direção do PT de criminosa, e agora voltou a atacar o ex-presidente. Ao afirmar que Lula é um cadáver eleitoral, Ciro está procurando justificar sua política de abutre. Desde antes das eleições, Ciro Gomes atua junto à direita golpista para enterrar o ex-presidente Lula, com o único intuito de tentar se beneficiar eleitoralmente da perseguição política feita contra o
ex-presidente. Ciro, agora, conta com apoio de setores da esquerda pequeno-burguesa, que estão se esforçando para “virar a página do golpe” e abandonar a luta pela liberdade de Lula, chegando a um acordo com ele, como é o caso de Guilherme Boulos do PSOL, e Fernando Haddad da ala direita do PT. Ao contrário do que disse Ciro Gomes, o apoio ao ex-presidente Lula cresce a cada dia na medida em que aumenta a crise do governo ilegítimo Bolsonaro. O próprio Bolsonaro somente foi eleito por conta da prisão política e da exclusão arbitrária de Lula das eleições. A declaração de Ciro Gomes expressa também a tentativa da direita golpista, apoiada por setores da esquerda golpista, de manter Lula preso, impedindo e abandonando qualquer luta pela sua libertação.
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POLÍTICA | 5
GOLPISTA
Fora Bolsonaro é a tendência fundamental do movimento real da luta contra o golpe Q
uando o PCO levantou o Fora Bolsonaro depois das eleições, era com base em uma previsão de que o governo iria rapidamente se deteriorar pois foi resultado de uma farsa. Mas como foi comprovado na última quarta-feira, a expressão passou a ser uma palavra de ordem de toda população que enxerga no fim do governo farsante a única forma de acabar com a ofensiva golpista contra os direitos da classe trabalhadora. As manifestações acertaram em cheio o governo golpista, que já estava muito debilitado devido às contradições internas e falta de apoio na população. Agora, a tarefa que está colocada para a esquerda e para os setores oposicionistas é a derrubada do governo Bolsonaro nas ruas, através de um movimento popular. O governo de Bolsonaro não é somente uma farsa resultante da manipulação das eleições por parte da burguesia, principalmente com a prisão de Lula, mas é também um governo de destruição nacional e uma ameaça
a todos os direitos de organização e liberdade de expressão do povo brasileiro, portanto não pode haver qualquer tipo de conciliação ou acordo, ele deve ser derrubado. Mas mesmo diante de toda a mobilização dos trabalhadores, setores da esquerda ainda evitam discutir abertamente a derrubada dos golpistas, usando desculpas como a de que se cair Bolsonaro entrará Mourão. Trata-se de um argumento fajuto, pois se o povo atingir com êxito a derrubada de Bolsonaro, o que realmente entrará no lugar será uma gigantesca instabilidade com a qual a burguesia terá que lidar. Portanto, com a palavra de ordem de Fora Bolsonaro, deve ser levantada juntamente a palavra de ordem por Eleições Gerais, nada de Mourão, como articulam setores da esquerda pequeno-burguesa. O resultado das eleições está sendo questionado nas ruas com uma enorme parcela da população, justamente pela grande mentira que foi, e devem ser chamadas novas
eleições gerais, inclusive para o parlamento tomado de golpistas. Uma vez que forem chamadas as eleições, é necessário que concorra como candidato, aquele que foi impedido de concorrer nas de 2018, Lula. Sendo assim deve ser levantada a terceira palavra de ordem, que também já ganhou as rua, a de Liberdade para Lula.
De acordo com a situação política, é um programa democrático que dá conta do problema atual, acaba de vez com a farsa golpistas das últimas eleições e deixa o povo realmente escolher o seus representantes. É preciso levar essas reivindicações para as ruas e agrupar todos os setores descontentes da população pelo fim do governo e por novas eleições com Lula candidato.
grande expressão no dia 15, estão sendo duramente reprimidos e tem a necessidade de se mobilizar, como o MST, os operários e todo o resto dos trabalhadores. Com a política levada a frente pelo governo, todos os setores foram afetados por algum tipo de medida tomada pela extrema-direita, sendo assim necessário unificar as lutas de toda a
esquerda sob uma palavra de ordem central para que seja uma verdadeiro movimento de massas, mais forte e mais capaz de atingir um resultado. O que unifica todos esses setores é que estão sendo duramente atacados pelo governo Bolsonaro, portanto a palavra de ordem central, que foi ouvida nos quatro cantos do país, deve ser a de Fora Bolsonaro.
MOBILIZAÇÃO
É necessário um plano de lutas para colocar abaixo o governo Bolsonaro O
que ficou claro nas manifestações da quarta-feira, dia 15, é que a tendência de mobilização por parte da população assemelha-se à barris de pólvora. Basta que alguém, no caso as direções da esquerda, acenda uma faísca para que comece uma grande explosão. Não dá mais para negar a vontade do povo de sair às ruas e protestar contra os ataques do governo golpista depois da grande adesão popular em mais de 200 cidades no país. Os eventos do 1 de maio foram um fracasso devido às táticas confusas adotadas pelas direções das centrais sindicais. Transformaram um ato político contra a reforma da previdência em um “showmício”, contratando diversos artistas, até mesmo bolsonaristas, para atrair a população para o evento, como se o povo não tivesse
motivos para sair de casa e protestar. Os atos do dia 15 revelaram o absurdo desta política. Diante de um grande ataque à educação, as entidades estudantis e de professores foram obrigadas a convocar as manifestações, e o ataque foi a gota d’água que fez transbordar a insatisfação popular contra o governo. O povo já estava com grande disposição de enfrentar Bolsonaro, como ficou claro durante o carnaval, mas os atos estavam sendo represados pelas direções. As manifestações de mais de 1 milhão de pessoas em todo o país foram somente o início de um movimento, que deve ter um plano de continuidade para transformar-se em uma grande luta que derrube de vez o governo Bolsonaro. É necessário também um plano de unificação de todos os setores descontentes, aglomerando os que apesar de não apresentarem
TVMULHERES TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 19H00
6 | POLÍTICA
SEQUESTRO DAS MANIFESTAÇÕES
Luta da educação ou luta contra Bolsonaro? E
stá em curso uma nova tentativa de sequestrar as manifestações contra o governo e a direita golpista, como aconteceu em 2013. Dessa vez, a operação parece mais complicada, mas a imprensa burguesa já está em campanha, com a colaboração de setores confusos da esquerda, e por isso essa tentativa precisa ser combatida energicamente. Neste momento, o golpe consiste em tentar apresentar os protestos como se fossem simples e vagamente “pela educação”. É uma reciclagem das manifestações contra a Copa, quando se pedia “educação padrão FIFA”, palavra de ordem que na verdade significava “fora Dilma!”, mas dito assim abertamente espantaria muitos manifestantes que foram manipulados na época. Agora o sentido é o contrário, a palavra de ordem que está nas ruas é o “Fora Bolsonaro!”, mas a burguesia se esforça para escondê-la atrás de exigências vagas ou muito restritas e pontuais. Querem esvaziar politicamente os protestos para usá-los a favor de seus próprios objetivos. Por que setores de esquerda se alinham à Rede Globo? Essa campanha despolitizante é feita sutilmente por meio da política editorial da Rede Globo (e seus jornais impressos, rádios, sites etc.), como por toda a imprensa burguesa e gol-
é seu ambiente. O problema não é ser impopular de verdade, mas ser impopular no meio da pequeno-burguesia mais ou menos esquerdista. Por disso, essa esquerda coxinha está em retrocesso, pois não coloca em questão as reais necessidades da população. A luta que voltou às ruas no dia 15 é uma continuidade das lutas anteriores contra o golpe. A luta é para derrubar Bolsonaro e derrotar a direita golpista
pista. É uma campanha dos grandes capitalistas, que decidiram substituir Bolsonaro mas não podem deixar que as manifestações apareçam inequivocamente como de esquerda e que possam se desenvolver nesse sentido, agrupando amplos setores da população em torno das palavras de ordem da esquerda. No entanto, setores da própria esquerda se alinham à família Marinho e aos outros capitalistas da comunicação para tentar apresentar os pro-
testos como simples encontros “pela educação”. Por que isso acontece? O que significa? Há o falso pretexto de que determinadas pautas “afastariam” as pessoas, como diria Marcelo Freixo, “Lula Livre não unifica”. Mas o fato de não quererem levantar a palavra de ordem que é de muita longe a mais popular do país, o “Fora Bolsonaro!”, revela que esse argumento é falso. Na verdade, esses setores da esquerda pequeno-burguesa são pressionados pela burguesia, porque esse
Ao contrário do que dizem a Globo e a esquerda pequeno-burguesa, a tendência dos atos é extremamente favorável para as palavras de ordem políticas da esquerda (relativas ao poder). Nesse sentido, deve-se levantar a palavra de ordem “Fora Bolsonaro!”, junto com as massas, nas manifestações. Essa palavra já ecoa em cada esquina, em cada grande reunião de pessoas pelo país, seja um evento cultural ou político. A novidade é que tenha sido levantada em grandes atos políticos dessa vez. E isso coloca a necessidade de apresentar uma política positiva, uma proposta de saída para a crise nacional pela perspectiva da esquerda e favorável aos trabalhadores. Por isso, além de pedir a saída de Bolsonaro, para derrotar a direita golpista é preciso apontar os próximos passos. É preciso exigir novas eleições. E com liberdade para Lula, para que ele possa participar das eleições. Fora Bolsonaro! Eleições Gerais! Liberdade para Lula! Lula candidato!
PALAVRA DE ORDEM
Fora Weintraub ou Fora Bolsonaro e todos eles? É
preciso dar continuidade às grandes mobilizações políticas contra o governo Bolsonaro. As lideranças de esquerda não procuram dar um direcionamento para a crise política. Ora, há ameaças de todos os tipos e dirigidas a todos os setores: contra os sem-terra, contra quilombolas, contra os indígenas, contra a juventude, contra os trabalhadores das fábricas, do comércio, das escolhas, servidores públicos, mulheres, contra as estatais, contra a Petrobrás, contra o país como um todo, então porque não há investimento na mobilização? Vejam que rapidamente, após ameaças e ataques do governo contra as universidades e contra a escolha pública, tivemos manifestações enormes contra o governo Bolsonaro. Nesse sentido, deve ficar claro que não há mais justificativa para não investir na mobilização, as pessoas estão dispostas e querem o fim do governo Bolsonaro. Se as lideranças não assumirem a dianteira, as mobilizações vão ocorrer, muito embora possam perder o foco se não forem devidamente orientadas. Então, a próxima manifestação convocada pela UNE, no dia 30 deste mês, não deve focar na questão dos cortes da Educação, pois isso não é nem su-
ficiente nem unificador. O Governo como um todo é um perigo, é uma ameaça para o país. Mesmo que houvesse recuo temporário em uma área (e não haverá), isso ao invés de enfraquecer o governo de extrema-direita, pode dar-lhe algum fôlego. Faz sentido pedir a cabeça do Ministro da Educação (como fazem determinados grupos de esquerda)? Ou irmos para as ruas pedir que o governo Bolsonaro seja racional, mude sua concepção política e volte atrás sobre os cortes para as universidades e políticas para a área da educação, inclusive básica? Não. Qual seria o próximo ministro? Alguém parecido ou até mesmo pior que Velez e Weintraub. Não há pretensão desse governo em investir em Educação pública, as universidades são inimigas do governo.O próximo ministro com certeza seria ainda pior que os outros dois juntos. De que adiantou a saída de Velez Rodríguez para a entrada de Weintraub? Nada. Por isso mesmo, a palavra de ordem Fora Weintraub é conservadora e nenhum pouco prática. Na verdade, trata-se de uma capitulação da esquerda pequeno-burguesa ao governo fraudulento de Jair Bolsonaro. Em oposição a esta idéia, devemos dar um ritmo cada vez maior e cons-
tante, até a derrubada do governo de conjunto. As manifestações devem ter como ponto central o Fora Bolsonaro. Ele tem que ser levado à lona. Ele deve ser derrotado nas ruas e, com ele o golpe. Não se trata sequer de apoiar impeachment, que é uma armadilha da direita, para manter tudo como está. Exigir o Fora Bolsonaro pode e deve se desembocar em novas eleições. Essa é a hora de unificar todos os setores contra Bolsonaro e seu governo. As centrais sindicais devem agir, já. Deve ficar claro que têm um plano de mobilização, o que ajuda a unificar, sem pautas parciais, por mais importantes que possam ser para setores específicos. A mobilização deve se dar com o que é comum: o governo Bolsonaro é o inimigo comum, ele ataca todos e tudo. O Fora Bolsonaro deve ser a palavra de ordem. Ela já é a palavra de ordem, não se pode mais ignorá-la. A tarefa da esquerda e de todo o campo que se coloca na oposição é derrubar o governo. Esse governo é uma ameaça às organizações de luta dos trabalhadores e aos direitos democráticos, uma ameaça real à vida dos que se colocam contra o governo fascista. Esse governo já disse que veio
para destruir e já atua para destruir todas as políticas sociais, o que sobrou de direitos trabalhistas, o que sobrou de estatais, o que sobrou da Petrobrás, o que sobrou do País. Então não faz sentido ficar acuado. Esse governo é fruto de uma fraude, decorrente, por sua vez, do Golpe de 2016. Então, não se entende não investir contra a ameaça real que significa a continuidade do governo. E não se trata de abrir caminho para o General Mourão. Temos que deixar claro que se trata de derrotar o governo como um todo. Exigir novas eleições é decorrência clara. E se não garantirmos mobilização permanente e consistente, abrimos margem para que o governo cambaleante possa se recompor, com violência. Nada mais justo que, derrotada a fraude, temos que exigir que se garanta a Lula o direito de concorrer. Fora Bolsonaro e a liberdade de Lula são dois lados da mesma moeda. Essas são as palavras de ordem que unificam.
POLÍTICA| 7
AS MANIFESTAÇÕES EXPRESSARAM
Por que derrubar Bolsonaro? A
s gigantescas manifestações do último dia 15 de maio, que levaram mais de 1 milhão de pessoas às ruas de todo o país, colocaram abaixo todas as avaliações pessimistas sobre a capacidade do povo brasileiro em responder aos ataques do governo Bolsonaro e dos golpistas. As justificativas que são colocadas variam desde a suposta falta de interesse do povo, até o argumento mais absurdo, de que a maior parte da população apoia o governo Bolsonaro. Fato é que as mobilizações, seguindo a tendência vista no carnaval, demonstraram o total e completo repúdio popular ao governo golpista e ilegítimo de Bolsonaro. O problema dos cortes na educação foram apenas um pretexto para que milhões de pessoas fossem às ruas pedir a queda do governo. Vale destacar que as mobilizações do dia 15 expressaram toda uma tendência de luta que vinha se intensificando com a crise do período anterior. O governo Bolsonaro é consequência direta do golpe de 2016 e da fraude eleitoral. Apesar da direita golpista e
de setores de esquerda se esforçarem por apresentar Bolsonaro como legítimo e tendo apoio popular, as mobilizações demonstraram na prática que o governo de extrema-direita não tem apoio algum. As manifestações expressaram nas ruas o descontentamento com o governo não apenas da juventude e dos trabalhadores da educação, mas de toda a população em geral, da classe trabalhadora, seus movimentos e organizações de luta. Milhões de pessoas saíram às ruas para protestar porque a viram a oportunidade de se manifestar contra o governo, que se encontra em uma profunda crise política. As mobilizações tendem a aprofundar ainda mais a crise política dentro do governo golpista, ou seja, a luta interna entre os diferentes setores que compõem o governo. O próprio golpista Bolsonaro escreveu uma carta onde manifesta a total e completa liquidação do governo na prática, que não está conseguindo governar e entrar em acordo com os diversos setores da burguesia. Diante deste cenário, é necessário que a classe trabalhadora e suas orga-
nizações de luta intervenham na crise e coloquem na pauta a derrubada do governo Bolsonaro. Apesar da recusa de boa parte da esquerda nacional de adotar a palavra de ordem de Fora Bolsonaro, esta é a palavra de ordem que está nas ruas, na boca da população. É preciso impulsionar o repúdio popular ao governo, demonstrado nas ruas, exigir a queda de Bolsonaro e de todos os golpistas. Como uma saída democrática para a crise, é preciso le-
vantar uma segunda palavra de ordem que é a de eleições gerais. As eleições de 2018 foram uma fraude, Bolsonaro somente foi eleito por conta da não participação, de forma arbitrária, do ex-presidente Lula, que era o candidato da maioria da população. É preciso exigir, portanto, a liberdade do ex-presidente e a sua participação nas eleições. Ou seja, a reversão completa do processo golpista inciado com a derrubada pela direita de Dilma Rousseff.
RUI COSTA PIMENTA
A reivindicação deve ir além do “Não ao corte de verbas para a educação”
O
presidente nacional do Partido da Causa Operária, Rui Costa Pimenta, apresenta o programa Análise Política da Semana, que vai ao ar todos os sábados às 11:30 e é transmitido pela Causa Operária TV no Youtube e pela Rádio Causa Operária. No programa, Rui apresenta uma análise marxista dos principais acontecimentos políticos da semana. Na Análise Política apresentada no dia 18 de Maio, Rui discutiu as grandes mobilizações ocorridas no dia 15/05 e a necessidade de ampliar as reivindicações para além de uma luta setorial contra os cortes do governo Jair Bolsonaro (PSL) na área da educação. Em suas palavras:
“Uma terceira questão fundamental é que apresentaram um programa positivo para a educação. Uma coisa que a mobilização atual oculta, é que a educação brasileira está em frangalhos, não é que ela está em frangalhos agora com o governo Bolsonaro. Bolsonaro quer limpar o terreno e acabar com tudo. Mas ela está em frangalhos há muito tempo. Todo mundo conhece a situação da educação estadual, é uma ruína. Em São Paulo, que é o principal Estado da federação, nós temos diversos índices para mostrar que praticamente você já não tem mais educação pública, é uma coisa totalmente sucateada, destruída.
As universidades são a mesma coisa. Nas universidades também…nas escolas secundárias, nós temos o problema democrático. As universidades, tudo o que se conseguiu fazer no período da democratização, no melhor dos casos e é uma minoria de casos, foi que a comunidade universitária conseguisse eleger o reitor de algumas universidades federais, e na maioria dos casos nem isso. Há uma consulta à universidade e a partir dessa consulta são os governos estaduais ou o governo federal quem escolhe o reitor. Então é um problema chave na luta contra a destruição da universidade levantar a bandeira de que a própria comunidade universitária controle a universidade,
quer dizer, a bandeira do governo tripartite, proporcional entre professores, alunos e funcionários, que é um governo democrático que não está subordinado ao Estado capitalista (diretamente), mas está subordinado à comunidade universitária que o elegeu e, que, portanto, pode administrar a universidade no sentido dos interesses da própria população. Quer dizer, as medidas cosméticas, como por exemplo, a consulta da comunidade, que nem é uma consulta democrática porque em geral é paritária e tudo mais, isso tudo fracassou. Para defender a universidade, agora, são necessárias medidas muito mais profundas e radicais e é a mesma coisa com a educação secundária. Precisaria se quebrar o poder de toda a burocracia estatal sobre as escolas e, logicamente, seria necessário conquistar as verbas necessárias para manter o ensino secundário. Quer dizer, não adianta simplesmente sair à luta e falar “não ao corte de verbas para a educação”, porque isso é uma proposta, no final das contas, superficial. É uma proposta que mobiliza o pessoal? É uma proposta que mobiliza. Mas, nós temos que entender que ela mobiliza porque é a gota d’água. Não é que a universidade é uma maravilha e o pessoal está se mobilizando contra esse ataque simplesmente. Ela é a gota d’água, é o transbordamento de uma situação extremamente crítica que vem de muitos anos. Então, você não pode, se você quer que a mobilização se aprofunde, se amplie, se desenvolva, ficar numa reivindicação tão limitada como simplesmente que não seja feito o corte de verbas do Bolsonaro, até porque os ataques à universidade vão continuar. Há outros ataques além do corte de verbas, há toda uma tendência ao estrangulamento político da universidade e tudo mais.
8 | MOVIMENTOS
GOVERNO GOLPISTA
Patrões dos frigoríficos têm o lucro astronômico às custas dos trabalhadores que nem sequer têm reajuste salarial O
trabalhador vem amargando há dois anos com o não fechamento do acordo coletivo de trabalho. Os patrões dos trabalhadores nas indústrias de carne, derivados e do frio no estado de São Paulo, pelo segundo ano seguido resolveram que não iam negociar o reajuste dos trabalhadores, diziam eles, nas negociações, não podemos oferecer mais do que a inflação, no período de 2018/2019, tendo a data base em novembro, houve duas reuniões e, foram oferecidos aos trabalhadores um percentual ínfimo de quatro por cento, uma mixaria baseada em uma inflação totalmente manipulada pelo governo golpista, principalmente, em se tratando do setor de alimentos que reajustou os seus produtos em mais de 14%. Neste ano, somente no primeiro trimestre, o grupo JBS/Friboi obteve, às custas dos seus trabalhadores, um lucro líquido de 1.092 bilhões, 115,7%
maior do que o mesmo período do ano de 2018. Os operários são obrigados a produzir para os parasitas dos patrões por um salário irrisório, chegando à semiescravidão, nas piores condições possíveis e imagináveis enquanto as contas bancárias desses sanguessugas vêm se avolumando cada vez mais. Os trabalhadores dos frios e da carne estão, há seis meses sem reajuste, desde quando os patrões decidiram encerrar negociações. É necessário uma campanha salarial de emergência com as seguintes reivindicações: – Salário mínimo de R$ 4.000,00, um salário que contemple as necessidades dos trabalhadores e de suas famílias; – 39,50% de reposição de todas as perdas salariais, desde o governo Fernando Henrique Cardoso; – 35 horas semanais sem redução
nos salários; – Cesta básica de 45 kg para todos os trabalhadores e – Convênio médico gratuito para o trabalhador e toda sua família O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carne, Derivados e do
Frio no Estado de São Paulo está organizando, nas portas de fábricas de todas as regiões onde é representante, reuniões e debatendo sobre o assunto e, na sexta-feira (31/05) realizará assembleia com todos os operários dos frios.
NEGROS
O movimento negro também deve ir às ruas no dia 30 pedir o Fora Bolsonaro
A
mobilização de 15 de maio, que levou mais de um milhão de pessoas às ruas, transformou-se, superando o limitado escopo reivindicativo por revogação de medidas do governo, em uma gigantesca manifestação democrática que expressou o desejo das amplas massas populares em derrubar o governo do fascista Jair Bolsonaro. O fora Bolsonaro, mais do que qualquer outra palavra de ordem, posto compreende todas as outras, foi o que unificou a classe trabalhadora e suas organizações, os movimentos sociais da cidade e do campo, os estudantes e professores dentre diversos setores oprimidos. Essa manifestação deu o pontapé inicial para a constituição daquilo que pode vir a ser um dos maiores movimentos democráticos da história do país, um movimento que unifique nas
ruas os setores oprimidos, explorados, a esquerda os setores progressistas e democráticos contra o governo ilegítimo e criminoso do fascista Jair Bolsonaro, o que significa dizer, contra o golpe de Estado e seu desfecho. Neste movimento democrático amplo, a participação da população negra; do movimento negro adquire um papel fundamental. A luta democrática e histórica do povo negro pela integração social total e em pé de igualdade na sociedade, pelo fim da opressão racial e de seus reflexos como o racismo, sofreu com o golpe e principalmente com a subida extrema-direita ao poder, uma grande debacle. O governo de Jair Bolsonaro, levado ao poder pela burguesia golpista por meio de uma fraude eleitoral, é um governo abertamente racista. A maior parte do ônus de sua política neoco-
lonial, que privilegia os interesses do imperialismo contra os interesses nacionais, recai violentamente sobre da população negra, como requer o plano dos golpistas. A política neoliberal desta camarilha que usurpou o poder trouxe novamente a miséria, a fome, um índice elevadíssimos de desemprego, está levando o país a recessão, estamos próximos de uma situação desesperadora. Todos esses resultados somados ao aumento exponencial da violência do Estado contra essa população, querendo inclusive legalizar para ampliar o genocídio contra o povo negro via projeto “anti-crime”, aprofundam sobremaneira a opressão racial – destrói o pequeno avanço social e econômico do povo negro conquistado recentemente, bem como pretendem lançar, em um futuro muito breve, as
massas negras, maioria da população brasileira, em um situação desoladora, impondo a estes todo o peso da crise econômica e do saque ao país promovido pelos donos do governo, os EUA. Todas as aspirações democráticas da população negra encontram-se totalmente bloqueadas pela extrema-direita no poder. O fim da opressão racial nesse momento passa necessariamente pela derrubada do governo do racista e fascista Jair Bolsonaro. Não há espaço também para tipo de com o Bolsonarismo ou com o Congresso golpista, pois nesse ponto ambos comungam da mesma orientação: aumentar a opressão racial. O movimento negro deve abandonar as ilusões, os que ainda as tem, neste regime político dominado pelo golpistas. É hora de se unificar nas ruas com as reivindicações democráticas específicas do povo negro com as demais reivindicações dos trabalhadores, estudantes e demais setores oprimidos. Nesse momento é o fora Bolsonaro, acrescido se uma solução positiva, a saber: eleições gerais com Lula candidato, que deve ser o centro do movimento. O segundo ato já foi marcado pela União Nacional dos Estudantes e diversas entidades estudantis. Assim como foi primeiro, este ato deve ultrapassar a reivindicação parcial e tornar-se um novo ato de um amplo movimento democrático contra o governo reacionário. O movimento negro tem um papel fundamental neste ato, comparecendo com suas bandeiras e reivindicações numa grande demonstração de força da unificação popular para derrubar governo. O ato será no dia 30 de maio, em São Paulo ocorrerá no Largo da Batata a partir das 16 horas.