Edição Diário Causa Operária nº5651

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QUINTA-FEIRA, 23 DE MAIO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5651

DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003

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Dia 26: esquerda deve realizar um contra-ato no dia da manifestação fascista POLÍTICA

Bahia em pé de guerra contra Rui Costa: o que os militantes do PT devem fazer POLÍTICA

Lula denuncia o golpe imperialista: “o pré-sal está envolvido em tudo o que ocorreu comigo e com Dilma” POLÍTICA

Mais de 40 associações de movimentos sociais e coletivos do Rio de Janeiro realizarão uma grande manifestação no próximo domingo, dia 26, em bairros da zona sul carioca. ESTE DIÁRIO PRECISA DE VOCÊ, AJUDE-NOS! FAÇA UMA ASSINATURA SOLIDÁRIA HOJE MESMO

EDITORIAL

Multiplicar as manifestações! Com pouco mais de cem dias, o governo Bolsonaro já se encontra praticamente liquidado. Desde o carnaval, quando pessoas de todo o país se manifestaram contra o presidente ilegítimo, a base social que sustenta o bolsonarismo não tem saído mais às ruas.

No Festival de Cannes, um “Fora Bolsonaro” silencioso

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Desta vez não teve protesto no tapete vermelho do Festival de Cannes que teve início na terça-feira, dia 14, na França. Novamente, o diretor pernambucano, Kleber Mendonça Filho, agora acompanhado na parceria de direção do longa, por Juliano Dornelles, apresentou mais um filme na principal mostra competitiva, “Bacurau”.

Centrão não é contra Bolsonaro, não defende os direitos democráticos e quer manter o ataque contra o povo


EDITORIAL E POLÍTICA| 2

2 | EDITORIAL EDITORIAL

Multiplicar as manifestações! C

om pouco mais de cem dias, o governo Bolsonaro já se encontra praticamente liquidado. Desde o carnaval, quando pessoas de todo o país se manifestaram contra o presidente ilegítimo, a base social que sustenta o bolsonarismo não tem saído mais às ruas. Por outro lado, a mobilização pela derrubada do governo vem se tornando cada vez mais intensa,

tendo levado mais de um milhão de pessoas às ruas no último dia 15 para protestar contra os ataques da direita. Internamente, o governo também está sendo cada vez mais encurralado. A burocracia das Forças Armadas e os políticos do chamado “centrão” estão procurando se distanciar cada vez mais de Bolsonaro, que, por ser imprevisível, não está conseguindo conten-

tar os setores decisivos no interior da burguesia. O governo Bolsonaro está na corda bamba e é preciso que os trabalhadores, estudantes e setores democráticos aproveitem a oportunidade para iniciar uma ofensiva contra os golpistas que derrubaram a presidenta Dilma Rousseff, prenderam o ex-presidente Lula e entregaram a faixa presidencial a Jair Bolsonaro. É preciso multiplicar as manifestações contra o governo para que este se esgote rapidamente.

Apesar de os atos do dia 15 de maio terem sido muito positivos, não é necessário aguardar as grandes mobilizações nacionais para sair às ruas contra o governo. É preciso que haja manifestações todos os dias, e que essas manifestações aconteçam em todas as cidades do país. É preciso que a revolta contra o governo se generalize e o clima pela derrubada de Bolsonaro se mostre uma unanimidade inquestionável. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!

DIA 26

Esquerda deve realizar um contra-ato no dia da manifestação fascista M

ais de 40 associações de movimentos sociais e coletivos do Rio de Janeiro realizarão uma grande manifestação no próximo domingo, dia 26, em bairros da zona sul carioca. Batizada informalmente com o sugestivo nome “O morro vai descer”, a manifestação marcada com antecedência para protestar contra os assassinatos da população negra, pobre e trabalhadora nas periferias e nos morros tomou nova dimensão como um contra-ato à manifestação chamada pela extrema-direita bolsonarista e coxinha, prevista, também, para esse domingo. Não poderia ser diferente, o massacre cotidiano promovido pelos órgãos de repressão do Estado, como a PM e o Exército teve um aumento exponencial desde o golpe de 2016, com a ocupação do Estado do Rio de Janeiro pelo Exército, e nesse último período com a posse dos governos Bolsonaro e Witzel, eleitos, ambos, pela manipulação e pela fraude. Não há dia no Rio de Janeiro em que a polícia ou o Exército não sejam acusados de assassinar trabalhadores nas periferias e morros da cidade. O próprio governador do Estado partici-

pou pessoalmente de operações em helicóptero da polícia, onde franco-atiradores metralharam comunidades de dentro da aeronave. Portanto, o ato do dia 26 de maio dos movimentos sociais e coletivos do Rio de Janeiro ganham uma expressão muito maior, justamente porque ocorrem em meio a uma virada qualitativa na situação política expressas pelas grandes mobilizações nacionais do dia 15 de maio. As manifestações do dia 15 de maio em peso gritaram “Fora Bolsonaro”, como expressão do aumento da polarização política, como uma expressão da esmagadora maioria dos participantes de que, o que a tarefa do momento é colocar abaixo o regime golpista e não a luta por reivindicações parciais na tentativa reverter os ataques do governo contra o conjunto da população. As reivindicações parciais, necessariamente, fazem parte do todo. E o todo é o golpe e que nesse momento se materializa no governo Bolsonaro. Um outro aspecto central, em grande medida, também decorrente dos atos do dia 15 de maio, é que acentuou-se a fragmentação do governo golpista, inclusive com diversos setores da ex-

trema-direita se recusando a participar dos atos em favor do governo. Setores da imprensa burguesa nacional, porta-vozes do imperialismo e do grande capital, como as Organizações Globo, já relacionam os atos pró-Bolsonaro com os atos chamados pelo então presidente Collor de Mello e que abriram caminho para o fim do seu governo. Uma questão-chave que se coloca

para a esquerda e os partidos que lutam contra o golpe, para os sindicatos, o ativismo classista é a de se somar aos movimentos sociais no ato “o morro vai descer” em um movimento amplo e democrático, empunhando suas bandeiras, faixas, cartazes em uníssono com a palavra de ordem que varre o país de norte a sul e que a expressão maior do sentimento popular: “Fora Bolsonaro”!

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OPINIÃO| 3 COLUNA

Lula, Battisti e Paris-Match Reflexão sobre Lula e a opinião de um jornalista francês Carlos A. Lungarzo 18/05/2019

N

o 28 de abril, li a íntegra da entrevista a Lula que apareceu no El País, mas não senti que eu pudesse fazer um comentário coerente e interessante. O ilustre preso político estava como sempre, lúcido, corajoso, tolerante e sensível aquilo que enraiva ao extremo seus miseráveis e sádicos algozes, que, por falta tanto de inteligência como de caráter, não conseguem quebra-lo. Mas, hoje, lendo um dos assuntos que aparecem anteontem num artigo da famosa Paris Match, decidi resgatar uma pequena parte daquele comentário. Era, talvez, a única pergunta cujo tema conheço bem dentro de tudo o que foi perguntado a Lula, e à qual respondeu com uma notória naturalidade, apesar do forçado do assunto… Um assunto muito manipulado, no qual ele teve uma única, porém decisiva atuação há mais de oito anos. Aliás, um assunto que nada tinha a ver com o que estava em pauta neste momento (os aspectos da política nacional), inversamente ao que aconteceu com outras perguntas da entrevista que foram feitas dignamente. Era daquelas perguntas que se fazem para tentar constranger uma pessoa e desconstruir seu discurso. Isto foi evidente até por alguém tão alheio ao jornalismo como eu. Mas, Lula respondeu com tranquilidade e, mesmo assim, deu a mesma resposta que hoje li em Paris Match: refiro-me, é claro, ao caso Battisti. P. Como o senhor viu a declaração do Battisti depois de extraditado, admitindo ter participado de quatro assassinatos. Se arrependeu de deixar ele viver no Brasil? R. Não me arrependi, porque não sabia [,,,] Aliás eu não conheci o Battisti, porque acho que eu não fazia parte da turma que ele tinha confiança. Vejam que interessante. Em vez de sentir-se desconfortável por Cesare não ter enviado a ele um agradecimento (coisa que eu fiz por ele), Lula tem a modéstia de dizer, com outras palavras, que Battisti não se aproximou dele porque não se achava íntimo. Em realidade, o Lula, grande conhecedor das pessoas, parece ter percebido algo que acontece com muitos perseguidos e exilados, embora ele nunca tenha sido concretamente exilado. Cesare foi um caso raro de alguém que foi perseguido com sanha infinita durante 40 anos, incluso no único país onde havia recebido uma condição definitiva de residente. Tenho a impressão que, em sua resposta, Lula entendeu o que realmente aconteceu com ele: Tendo em conta aquele histórico, Cesare não queria comprar brigas

com outras pessoas, para não tornar sua posição difícil. O fato de ter recebido apoio incondicional da maioria do PT (o que podemos chamar “a esquerda do PT”) o podia colocar em situação frágil frente à esquerda antipetista. Fez um esforço para ser neutro, mas não tenciono elaborar sobre essa neutralidade. Nem sempre é possível imaginar a angústia que acomete um refugiado quando pessoas que são (real ou supostamente) de sua própria ideologia querem prestigiar-se com sua causa, mesmo colocando-o em risco. Também é grande a angústia quando um exilado (mesmo que não seja tecnicamente refugiado) é questionado por seus amigo por receber favores de quem esses amigos consideram um “traidor” a sua causa (que, muitas vezes, é uma causa apenas virtual). Durante meu voluntariado no ACNUR no final da ditadura brasileira, devi alojar em minha casa de Campinas refugiados argentinos da área sindical, que passavam difíceis momentos de convívio com refugiados que estavam numa moradia alugada pela ONU, onde eram discriminados por outros refugiados oriundos da luta armada que os acusavam de traidores. A situação durou várias semanas até conseguimos embarcar ambos grupos para a Escandinávia, alguns para a Suécia, outros para a Noruega, pois, nem sob a perseguição mais feroz do planeta naquele momento, a solidariedade podia sobrepor-se ao sectarismo. Voltando à entrevista de El País, vários amigos e amigas das velhas lutas contra a ditadura de Figueiredo se sentiram incomodados pela suposição de que Lula não teria dado proteção a Battisti se ele tivesse confessado isso naquela época. Foi um ex-ministro de Lula quem sugeriu isso, e não ele próprio. Aliás, quando Lula disse “não me arrependi porque não sabia” não afirmou que “se tivesse sabido, não teria ajudado Battisti”. Saber que Cesare ia a confessar era condição necessária para se arrepender, mas não suficiente. Meus filhos, que são anteriores à Escola sem Partido, aprenderam isto na terceira série. Quem duvida da diferença pode perguntar a Olavo de Carvalho, que diz ser conhecedor de lógica. Mas, há um ponto ainda mais interessante: mesmo em sua condição de perseguido com inusitada crueldade pela gangue do Lava-Jato, mesmo sido obrigado a sofrer humilhações nos momentos de perdas de seres queridos, mesmo sendo provocado por algum dos entrevistadores (não sei qual, porque li várias vezes a entrevista, mas não assisti o vídeo para não amargurar-me) Lula pensou, como sempre fez, nos outros. Neste caso, em Battisti. Lula arriscou sugerir que Battisti poderia ter sido torturado, uma afirmação corajosa para ser feita para alguém que está nas mãos dos sádicos insanos do alto judiciário e da Lava-Jato. Como todos sabem, quando se fala

em tortura, seja onde for, a polícia, os promotores e os juízes sempre o entendem como uma provocação contra eles. Não é que se ofendam por serem considerados torturadores (em realidade, eles se orgulham), mas não aceitam que o fato se difunda. E Lula está 24 horas por dia sob a vigilância dos juízes de plantão e dos policiais. É aqui onde entra o artigo de Paris Match. www.parismatch.com/People-A-Z/ Cesare-Battisti No número de Match que está no link acima, o célebre jornalista Gilles Martin-Chauffier escreveu um artigo intitulado Pourquoi Cesare Battisti reste mon ami (Por que Cesare Battisti continua sendo meu amigo). Gilles é uma figura de um tipo inexistente no terceiro mundo, mas comum na Europa, na Austrália, e até nos EUA e o Canadá. Ele não gosta da esquerda, mas é um cara de centro-direita honesta e nostálgica, um entorno político que a gente nunca viveu. (Até a época do impeachment, eu acreditava conhecer um e até fiquei amigo dele, Hélio Bicudo, porém, durante o impeachment percebi meu erro.) Esse tipo de direita é a que acredita possível viver ao mesmo tempo numa sociedade capitalista e justa, uma proposta cuja contradição é difícil perceber desde a maravilhosa Paris. Gilles lembra o que todos sabemos. Que mesmo estando Cesare preso na Itália, com o caso dos quatro homicídios sendo investigado, em plena histeria policial para encontrar os culpados, ninguém pensou nele, ninguém suspeitou nele. Só cinco anos depois, quando o judiciário precisava cobrir os verdadeiros autores porque alguns deles eram importantes delatores, “descobriram” que Battisti era o autor de todos os homicídios. Ele também lembra que nenhuma das armas encontradas com Cesare era compatível com nenhum dos projéteis encontrados. O Gilles não é nenhuma criança. Têm 64 anos, e acompanhou todos os passos da investigação francesa. No último parágrafo, Gilles diz: Eu tomo com pinças as frases proferidas numa prisão de alta segurança. As palavras de prisioneiros são sempre palavras obtidas por constrangimento. Fadiga, sinceridade, desencorajamento, remorso, medo, conselho… 40 anos após o fato, muitos fatores podem explicar as afirmações de Cesare. Ele é um amigo e não é quando ele está na borda do abismo que eu vou tirar o braço. [O grifo é meu.] Um centro-direitista muito ético, sem dúvida, nada a ver com os que traíram seus amigos quando a balança política se voltou contra eles, mesmo tendo compartilhado os privilégios de sua relação quando estavam no poder. Isto é equivalente ao dito por Lula, mas aqui, assumido por um jornalista famoso, de centro direita, que vive numa sociedade razoavelmente civilizada, e que, como crítico literário, muitos anos antes havia elogiado A Carga Sentimental, como um livro que condenava de maneira radical o terrorismo.

Brasil e os Outros Refúgios Quero fazer uma observação final. Mesmo tendo sido Battisti um verdadeiro ídolo cultural e social na França, de todos os países pelo que passou, ele só no Brasil teve estabilidade oficial e reconhecimento jurídico como qualquer outro estrangeiro (eu inclusive, que antes não era naturalizado). É verdade que foi alvo de centenas de provocações e tentativas de sequestro, mas nada disso é atribuível ao poder executivo, que o protegeu em todas as situações de perigo. As sabotagens foram feitas por juízes, por um procurador shadow da Lava-Jato, por hooligans ao serviço da direita, pelo nossos jornalismo trash, por militares, e por todos os que comporiam depois os quadros do golpe. A posição de Lula e, depois, da Dilma foram invariáveis. É verdade que Cesare nunca foi incomodado no México nem na Nicarágua, mas sua proteção veio de amigos políticos, mesmo oficialistas, e não dos chefes de Estado. Na França, onde Battisti viveu o máximo de sua glória pessoal, Françoise Mitterand (que era um socialista cristão, e não um marxista) deu ampla acolhida a todos os italianos, mas nenhum deles foi oficialmente registrado frente ao Conselho de Estado. O único empenhado realmente em afastar os refugiados das garras da Itália foi Lionel Jospin, considerado um lúcido intelectual de esquerda, um marxista desde a adolescência e membro da OIC. Mas, em 1995, ele perdeu o segundo turno por 5,4% dos votos, e o presidente eleito foi Chirac. Jospin foi eleito primeiro ministro em 1997, e logo em seguida prometeu toda sua ajuda aos italianos, mas só o presidente Chirac, de direita, poderia assinar um documento oficial válido como política de Estado. Também não o tinha feito Mitterand, considerado de esquerda. Chirac, com tudo, tentou remediar o estrago facilitando a fuga de Cesare para o Brasil. Dos países da esquerda terceiro-mundista, dois tiveram pelo menos a honestidade de dizer que temiam a reação da Itália. No terceiro, Evo Morales montou uma armadilha fatal, todo por alguns fujões de gás que sequer foram comprados por seu “irmão” Bolsonaro, aquele que acha os latinoamericanos uma mulambada. Os únicos que tiveram uma posição tão digna quanto a de Lula, foram José Mujica e sua esposa Lucía. Contudo, o “Pepe” já não era presidente, e Lucía, a vice, não pôde convencer Tabaré Vásquez a dar refúgio a Cesare. Seus esforços foram muito sinceros, e parecia até mais angustiada que nós quando nos informou da negativa de Tabaré. Fazendo breve: tanto na teoria como na prática, ninguém deu a Cesare uma proteção tão completa como Lula fez. E isso foi feito num país muito mais complicado que todos os outros, minado pelas sabotagens e provocações de uma das direitas mais fascistas do Ocidente e, hoje, a mais fascista de todas.


4 | POLÍTICA

MOBILIZAÇÕES

Nem Bolsonaro, nem Mourão, nem “Centrão”: novas eleições! A

s mobilizações do último dia 15 de maio, as quais reuniram milhares de pessoas, trabalhadores, jovens, estudantes de todo o país deixaram claro o repúdio popular ao golpista Bolsonaro. As manifestações foram uma decorrência do processo de luta desenvolvida no período anterior, desde o golpe contra Dilma Rousseff, a prisão política do ex-presidente Lula e sua exclusão arbitrárias das últimas eleições. As mobilizações aprofundaram ainda mais a crise política do governo fraudulento de Jair Bolsonaro. Isto pode ser verificado na crise interna entre os diferentes setores golpistas, no crescente isolamento do governo Bolsonaro perante não só a população, mas entre os próprios aliados. Diante da crise, o imperialismo já procura dar uma saída por cima. Vale destacar que Bolsonaro não era o

candidato favorito dos bancos internacionais e dos monopólios. Bolsonaro foi o escolhido devido a liquidação da direita tradicional – PSDB, DEM, MDB – após o golpe de estado. Nesse sentido, o imperialismo já prepara a substituição de Bolsonaro por outro golpista igual, ou pior a ele, como Mourão e o próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia do DEM-RJ. O imperialismo conta com o apoio dos setores direitistas no interior da esquerda, como Fernando Haddad, do PT, Orlando Silva do PCdoB, Guilherme Boulos e Marcelo Freixo do PSOL, os quais vem se esforçando para virar a página do golpe, chegando a um acordo com setores da direita tradicional. É necessário que as organizações da classe trabalhadora e os movimentos populares intervenham na crise política e levantem a palavra de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas!

Contra a manobra da direita tradicional, apoiada pela esquerda coxinha, é preciso dizer bem claramente: nem Bolsonaro, nem Mourão, nem “Centrão”: eleições gerais. É necessário exi-

gir a participação do candidato que foi arbitrariamente excluído do processo eleitoral de 2018, Luíz Inácio Lula da Silva. Liberdade para Lula, Lula candidato!

GOVERNO GOLPISTA

Centrão não é contra Bolsonaro, não defende os direitos democráticos e quer manter o ataque contra o povo A

crise política do governo golpista e fraudulento de Bolsonaro se acentuou ainda mais na última semana, após as gigantescas mobilizações que tomaram as ruas de todo o país no dia 15 de maio, contra o governo golpista de extrema-direita. Bolsonaro vem perdendo apoio a cada dia que passa, e os próprios aliados do governo começam a abandonar o barco, como Janaína Paschoal, MBL, entre outros. A crise do governo de extrema-direita é decorrência direta da crise política aberta em 2016, após o golpe de estado contra a presidente Dilma Rousseff. Diante da falência do atual governo golpista, setores direitistas no interior da esquerda, como Fernando Haddad do PT, Orlando Silva do PCdoB, Guilherme Boulos e Marcelo freixo do PSOL, buscam “construir” um acordo com os setores tidos por essa esquerda como “democráticos” no interior da direita, o chamado “Centrão”, PSDB, MDB, DEM, PDT, etc. A política de “virar a página do golpe”. Muito longe de serem “democráticos”, tais setores sempre foram abertamente golpistas. Vale lembrar que quem organizou o golpe de estado contra o governo petista em 2016, de maneira mais direta, não foi a extrema-direita bolsonarista, mas o próprio Centrão, a direita tradicional. O pedido de impeachment foi levado adiante por Eduardo Cunha do PMDB, apoiado por todo o PSDB de Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso, o DEM de Rodrigo Maia, Ronaldo Caiado, etc.

Nesse sentido, a política do chamado Centrão em nada difere, em seu conteúdo, da política bolsonarista, da extrema-direita. Trata-se da mesma política neoliberal de ataque a todos os direitos da população, de extermínio da povo pobre e negro nas periferias, de impor uma situação de terra arrasada em todo o país. É preciso destacar também que esta tentativa de acordo entre o Centrão e os setores direitistas da esquerda visa evitar a desestabilização do regime político burgues cada vez mais falido, de por fim a cada vez mais crescente polarização política, em síntese é uma política de sustentação do próprio governo Bolsonaro. É preciso opor a esta política de capitulação e de acordo, uma política de enfrentamento das massas contra o golpe de estado. É necessário impulsionar a palavra de ordem que está na boca de todo o povo: Fora Bolsonaro e todos os golpistas. Exigir novas eleições, com a participação do ex-presidente Lula. Liberdade para Lula, Lula Candidato!

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POLÍTICA | 5

FORA BOLSONARO

11 motivos para defender o Fora Bolsonaro A

palavra de ordem do momento, presente em todas as manifestações populares, incluindo aí o carnaval e os últimos atos políticos, é o “Fora Bolsonaro”. Estamos vivendo um momento muito curioso no país. O povo grita “Fora Bolsonaro” em todos os lugares, mas o único Partido que defende e mobiliza por essa palavra de ordem é o PCO. Nesta matéria vamos listar onze argumentos, onde vamos discutir o problema do golpe e muito mais. 1 – Bolsonaro é fascista O primeiro motivo de todos. Como indivíduo, mas também como representante do movimento bolsonarista, Bolsonaro e sua base social são claramente fascistas. Juntando isso ao fato de que o regime golpista que governa o país desde 2016 também é profundamente direitista e temos o caldo perfeito para o desenvolvimento de um governo abertamente fascista. Entretanto, por sorte dos trabalhadores brasileiros, a verdade é que, como o próprio Bolsonaro confessou, as contradições do regime político brasileiro impediram que ele conseguisse fazer qualquer coisa. 2 – O povo quer o Fora Bolsonaro Primeiro foram as manifestações no carnaval, que aconteceram em todo o Brasil. O carnaval é famoso por ser uma data festiva, onde as pessoas vão para se divertir. No entanto, mesmo não sendo organizados por partidos políticos centenas de blocos de carnaval de todo o país tiveram como hino o grito “Ei Bolsonaro, vai tomar naquele lugar”. Não se viu nenhum apoio. Depois, nos atos gigantescos do último dia 15 o mesmo fenômeno se repetiu. O povo não quer o Bolsonaro e concorda com queda do seu governo. 3 – Bolsonaro foi eleito em uma fraude Além de tudo, nunca é demais relembrar que, por mais que a burguesia e os partidos da esquerda pequeno-burguesa procurem propagandear,

Bolsonaro nunca teve toda essa popularidade. Ele foi eleito por uma série de manobras, que começaram com a retirada da candidatura de Lula das eleições do ano passado. Além disso, foram mais de 3 milhões de títulos de eleitores cassados em todo o país, uma eleição em grande medida tutelada pelos militares, uma campanha de todo o PIG – Partido da Imprensa Golpista – a favor de Bolsonaro e contra o PT além da questão do Whats App. Embora Bolsonaro de fato tenha alguma base social, ao contrário do restante de toda a direita brasileira, essa base nunca foi tão grande e está em queda livre. 4 – A queda de Bolsonaro é uma vitória contra o golpe Em meio à crise que se seguiu ao golpe de 2016, que levou ao desastroso governo de Temer, um eterno anão em termos de popularidade, a direita buscava limpar as suas fichas emplacando um presidente eleito, que tivesse algum verniz popular e que enfim teria alguma legitimidade para encaminhar as reformas neoliberais. O PSDB afundou de vez junto com Temer e a direita foi obrigada a improvisar Bolsonaro como seu candidato aos 45 do segundo tempo. Em meio ao grande golpe que foi a retirada de Lula, o governo Bolsonaro seria assim a salvação da lavoura da direita golpista. A queda de Bolsonaro por meio da pressão das mobilizações populares nas ruas colocaria abaixo todos os planos golpistas, deixando muito claro que o povo brasileiro não quer a política econômica do golpe. 5 – A queda de Bolsonaro fortalece Lula Como destacado anteriormente, Bolsonaro só conseguiu se tornar presidente com a proibição da candidatura de Lula. Sendo assim, os dois atualmente representam dois pólos opostos, tal como se fossem os pesos em uma balança de libras. Quanto mais um sobe mais o outro afunda. Além de colocar o golpe de Estado de 2016 em xeque, a queda de Bolsonaro eviden-

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temente favorece politicamente quem personifica em grande medida a luta contra o golpe nos dias de hoje: Lula. 6 – Bolsonaro quer destruir a aposentadoria Uma das condições impostas à Bolsonaro pela burguesia, para permitir que ele chegasse à presidência, era de que seu governo conseguiria aprovar a reforma da previdência dos sonhos dos golpistas: a completa destruição da aposentadoria no Brasil, roubando diretamente o dinheiro da contribuição de décadas dos trabalhadores e dando de graça para os especuladores internacionais. Sendo o ser canino que é, Bolsonaro vai defender a “reforma” da previdência até o fim, isto é, vai literalmente cair atirando, como se diz na expressão. 7 – Bolsonaro quer destruir a Educação Primeiramente, Bolsonaro tinha um ministro da Educação que nem brasileiro era, mas que se achava no direito de achincalhar todo o povo brasileiro de conjunto. Em meio a tantas crise, Bolsonaro trocou este ministro por outro, que alcançou a incrível façanha de ser tão ruim quanto. Abraham Weintraub representa perfeitamente o plano do golpe para a educação brasileira: a destruição completa da rede de ensino pública e a entrega da rede para as grandes empresas, principalmente internacionais. 8 – Bolsonaro quer destruir a Saúde Assim como planeja fazer com a Educação, Bolsonaro pretende destruir toda a rede de saúde pública no país, como o SUS por exemplo. Logo de saída o seu governo provocou a saída em massa de todos os médicos cubanos do programa Mais Médicos, que constituíam imensa maioria no programa. Isso provocou a interrupção de tratamento médico básico para dezenas de milhões de brasileiros que eram atendidos pelo Mais Médicos, que nunca foi assumida pelos médicos brasileiros, como dizia a demagogia direitista na época.

9 – Bolsonaro é o presidente mais capacho dos EUA da história do país Embora o Brasil tenha tido em sua história diversos presidentes que eram serviçais dos norte-americanos, como por exemplo Fernando Henrique Cardoso, Bolsonaro consegue ser ainda mais canino diante dos EUA. Além de defender a entrega de todo o patrimônio nacional de mãos beijadas para os Estados Unidos, Bolsonaro deu repetidas demonstrações de completa subserviência para o imperialismo norte-americano, como na inacreditável reunião com Trump, dentre muitas outras presepadas. Eleito com a frase de efeito de “Brasil acima de tudo”, Bolsonaro conseguiu a incrível façanha de se tornar o presidente mais capacho dos Estados Unidos em toda a história do Brasil. 10 – Bolsonaro quer esmagar todos os setores oprimidos Sendo um verdadeiro fascista, Bolsonaro quer perseguir toda a população brasileira, em especial os setores oprimidos de nossa sociedade. Como todos temos visto, os assassinatos no campo e nas favelas e periferias urbanas tem atingido escalas astronômicas e a violência contra as mulheres e os LGBT escalou. A ideologia e a prática de Bolsonaro não deixam esconder: ele pretende esmagar todas as minorias no país. 11 – Bolsonaro tem relações com as milícias Finalmente, como se já não bastasse a extensa lista, finalizamos com mais esta, que na realidade já é um segredo de polichinelo: Bolsonaro tem relações carnais com as milícias do Rio de Janeiro, uma verdadeira máfia composta basicamente por policiais e profissionais da segurança privada. Os desdobramentos do caso Marielle trouxeram à tona essas relações para todo o Brasil, mas os moradores do Rio de Janeiro há muito já sabem disso. Convidamos o leitor a postar outros motivos nos comentários.


6 | POLÍTICA

DIA 26

Golpe de Estado ou desespero?

O

que se viu no último dia 15, é que a fraude eleitoral que levou Bolsonaro ao governo não tem, de fato, o poder mágico de transformar um proto-fascista medíocre em uma verdadeira liderança nacional, um membro do baixo clero parlamentar, um verdadeiro bobo-da-corte da burguesia, em alguém com a mínima legitimidade necessária para conduzir o Estado brasileiro. o foram necessários nem cinco meses completos para que a completa artificialidade do governo Bolsonaro se traduzisse em ondas de protesto avassaladoras, que ultrapassaram facilmente os estreitos limites de uma simples greve da educação com reivindicações pontuais, para se tornarem uma clara expressão do que está explodindo na garganta do povo brasileiro: a ordem de imediato Fora Bolsonaro! Ainda que possa remanescer alguma base social de apoio ao fascista,

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poucas vezes se viu na história brasileira um presidente tão visceralmente odiado pelo nosso povo, e em tão pouco tempo, como Bolsonaro. Enquanto o sofrimento do povo cresce exponencialmente dia após dia, em um país em recessão, com desemprego e inflação crescentes, ameaçado de perder ainda mais direitos fundamentais do que os já perdidos, mas que há menos de cinco anos desfrutava taxas próximas ao pleno emprego, onde inflação baixa aliada a um crescimento econômico capaz de trazer poder de consumo – ainda que moderado – para as mãos de milhões de brasileiros eram uma realidade concreta, as bizarrices do governo Bolsonaro se mostram, aos olhos da imensa maioria da nossa população, de fato, como um bando de malucos comandando o país, e isto justamente no momento em que atravessamos certamente uma de nossas maiores crises.

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A total falta de rumo, as contínuas hesitações, a completa ausência do mais simples bom-senso e da mais básica compostura para o exercício do cargo de Presidente da República, já estão claros aos olhos de milhões de brasileiros como as marcas fundamentais de Bolsonaro e vários de seus ministros, até mesmo dentre aqueles que, por um motivo ou por outro, votaram no direitista. E se há meses tudo indicava que a pouca base social do seu governo estava rapidamente evaporando, o último dia 15 deixou a impressão clara de que Bolsonaro é mesmo um governo balançando no ar, sem qualquer solidez que lhe dê um mínimo de sustentação política. E neste contexto, de forma bastante semelhante a Fernando Collor frente ao impeachment, Bolsonaro tenta uma operação verdadeiramente desesperada para arregimentar os fiapos de apoio que ainda lhe restam, tentando tornar o próximo dia 26, artificialmente, em uma verdadeira “Marcha sobre Roma”, insinuando que tentaria um auto-golpe, onde fecharia o Congresso, e até mesmo o Supremo Tribunal Federal. Mas o nosso “Mussolini” brasileiro, farsesco com é, sabe que, diferente da Itália dos anos 1920, não tem nem a base de apoio da classe média conservadora e miliciana, nem é a opção de poder da burguesia. Quanto à burguesia, classe que dirigiu diretamente a tomada de poder do fascismo italiano, no Brasil de hoje é a própria imprensa capitalista que não deixa dúvidas de que vê no Bolsonaro mais um empecilho para seus projetos golpistas do que um salvador de seus

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privilégios de classe, como era visto o Mussolini original, italiano. Com estas ilusões golpistas, o fraco e derrotado Bolsonaro tenta apenas arregimentar o que lhe resta de apoio social, que, se existir de fato, certamente se resume àquela turma que pedia um golpe militar nas manifestações direitistas da época do impeachment fraudulento de Dilma Rousseff, mas que, até mesmo entre os coxinhas de então não era, nem de perto, a maioria. Esta turma mais maluca ainda do que Bolsonaro, pelo visto, é tudo o que resta a este desesperado bobo-da-corte que um dia foi artificialmente alçado à Presidência da República por uma burguesia totalmente sem opção e que, frente à crescente demanda popular por Lula na presidência, teve de valer-se do que dispunha na hora para não perder de vez todo o seu esforço golpista, vendo o ex-presidente chegar perto demais de reconquistar o mandato presidencial. Sem apoio da burguesia nem da classe média conservadora, o nosso proto-Mussolini brasileiro não verá em sua “Marcha sobre Roma” nenhuma oportunidade de qualquer auto-golpe. Ao contrário, verá no máximo o golpe de misericórdia em seu melancólico governo, a ser sacramentado ou no próximo dia 30 de maio ou no 14 de junho, ou ainda, em outro evento próximo, mas pelas mãos do povo, as únicas que democraticamente têm todo o direito de empurrar este governo para longe da realidade brasileira, ao mesmo tempo em que chamam, desde já, as mais que necessárias eleições gerais, com Lula como seu candidato natural à Presidência da República.

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Comitês lançam nova edição do jornal A Luta Contra o Golpe M

ais uma edição do Jornal dos Comitês de Luta Contra o Golpe acaba de sair e será distribuído em todo o país. Com a disposição de luta que o povo brasileiro mostrou nas ruas durante os atos pela educação, a necessidade agora é de mobilização para dar continuidade ao movimento contra o governo Bolsonaro. O Jornal A Luta Contra o Golpe traz em seu conteúdo matérias com as palavras de ordem para a nova etapa política brasileira. A primeira foi ouvida nos quatro cantos do país, onde a população pediu o fim do governo

golpista em alto e bom som, gritando “Fora Bolsonaro!”. É necessário que o movimento ganhe força e agrupe cada vez mais setores, por isso as reivindicações não podem ser parciais, todos os setores que estão sendo atacados pelo governo devem unir-se para sua derrubada imediata. O resultado das eleições do golpe provaram-se mais uma vez fraudulentas, portanto é necessário chamar novas eleições gerais para que a classe trabalhadora escolha seus representantes. As novas eleições só não serão fraudes se o candidato que foi preso, para concluir o golpe, dessa vez puder

concorrer. A luta pela liberdade de Lula é imprescindível para que o ex-presidente possa então ser candidato, e sua conquista virá através da mobilização popular. Diante desse cenário, a função dos Comitês é impulsionar e mobilizar as massas nas suas regiões de atuação, pois o trabalho de agitação e propaganda é importantíssimo para que o plano de continuidade da luta contra o golpe obtenha êxito. Assim como formar grupos de autodefesa para assegurar que os fascistas não terão espaço para reprimir o povo que luta por seus direitos.

Para saber qual comitê está organizado em sua cidade ou mais pŕoximo de você, acesse o site dos Comitês de Luta Contra o Golpe. Caso não encontre, no site também estão as orientações para formar um comitê em sua região. Entre em contato com o PCO ou com os Comitês para ter acesso aos materiais das campanhas e ao Jornal A Luta Contra o Golpe. Junte-se aos Comitês em mais essa etapa pelo Fora Bolsonaro e pela Liberdade de Lula! Acesse o site dos Comitês: https://alutacontraogolpe.com

UNIVERSIDADE DE FÉRIAS

PCO vai realizar a 44ª Universidade de Férias A

Universidade de Férias do PCO e Acampamento da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) é o curso mais tradicional de formação marxista do Brasil. A 44ª Universidade de Férias será realizada em um momento decisivo da luta contra a ofensiva do imperialismo em todo o continente americano, representada no Brasil pela luta contra o governo de características fascistas de Bolsonaro, emparedado pelas manifestações do último dia 15. Diferentemente de muitos cursos de formação política ofertados nas academias e ambientes de predomínio da esquerda pequeno-burguesa, a Universidade de Férias é um curso que apresenta seus temas de um ponto de vista científico e, portanto, militante. Na Universidade de Férias, História, Economia, Política e todos os demais conhecimentos produzidos pela humanidade se fundem com o objetivo de promover uma ação revolucionária concreta. Neste sentido, as edições deste ano (43ª, em janeiro e a 44ª, em julho) possuem uma importância fundamental, dado serem sobre o fascismo. Desde a ofensiva do imperialismo após a crise de 2008, a extrema-direita vem sendo impulsionada em todo o mundo, sendo um elemento indispensável para a derrubada de governos populares ou antagônicos aos interesses da burguesia mundial. No Brasil, o golpe contra Dilma Rousseff utilizou diversas manifestações artificiais para demonstrar um suposto “apoio popular” ao golpismo – em todas elas, a extrema-direita era a espinha dorsal. A prisão do ex-presidente Lula e a eleição fraudulenta de Jair Bolsonaro foram vitórias significativas dos inimigos do movimento operário. Consequentemente, o governo ilegítimo de Bolsonaro, que foi precedido por dois anos de um governo tutelado pelos militares, pode evoluir rapidamente

em direção a uma ditadura fascista, caso não encontre uma resistência efetiva das massas. O fascismo já foi derrotado em todo o mundo – e não foi graças à articulação de parlamentares ou a uma retomada de consciência dos cães raivosos da burguesia. O fascismo foi derrotado por um amplo movimento dos setores explorados da sociedade capitalista, e é essa experiência que será discutida na 44ª Universidade de Férias. Explicar o fascismo no passado e no presente. Além do conteúdo, que já torna a Universidade de Férias um evento de relevância ímpar no calendário de lutas da esquerda brasileira, os presentes no curso terão a oportunidade de participar de uma série de atividades: exibição de filmes, debates, degustação de culinária internacional, passeios, prática de esportes, entre outras atividades de lazer que encerram um verdadeiro programa de férias para a classe operária. Veja os temas de todas as universidades anteriores 1ª Universidade de Férias | 1998 – Revolução Russa, Revolução Cubana e Revolução Socialista no Brasil 2ª Universidade de Férias | 1998 – Introdução ao estudo de O Capital de K. Marx 3ª Universidade de Férias | 1999 – História das Internacionais operárias 4ª Universidade de Férias | 1999 – Teoria e história da Revolução Permanente 5ª Universidade de Férias | 2000 – Chaves para a história do Brasil, uma interpretação marxista 6ª Universidade de Férias | 2000 – Chaves para a história do movimento operário brasileiro 7ª Universidade de Férias | 2001 – Do Manifesto Comunista à IV Interna-

cional, momentos decisivos da história do movimento operário 8ª Universidade de Férias | 2001 – Ética, marxismo e política revolucionária 9ª Universidade de Férias | 2002 – Introdução a O Capital de K. Marx 10ª Universidade de Férias | 2002 – Che Guevara e a Revolução Cubana 11ª Universidade de Férias | 2003 – História revolucionária da Rússia, do populismo ao fim da URSS 12ª Universidade de Férias | 2003 – Teoria e prática das frentes populares 13ª Universidade de Férias | 2004 – Introdução a O Capital de K. Marx 14ª Universidade de Férias | 2004 – Concepção marxista do partido político 15ª Universidade de Férias | 2005 – Materialismo histórico, a concepção marxista da história e da sociedade 16ª Universidade de Férias | 2005 – Marxismo e anarquismo 17ª Universidade de Férias | 2006 – A concepção científica da sociedade – O marxismo e seus inimigos ideológicos (o chamado marxismo ocidental), parte 1 18ª Universidade de Férias | 2006 – O marxismo e seus inimigos ideológicos (o chamado marxismo ocidental), parte 2 19ª Universidade de Férias | 2007 – León Trotsky: vida, obra e atualidade do marxismo 20ª Universidade de Férias | 2007 – 90 anos da Revolução Russa de 1917 21ª Universidade de Férias | 2008 – O Capital, das origens à crise atual 22ª Universidade de Férias | 2008 – Marx, vida e obra, parte 1 23ª Universidade de Férias | 2009 – Marx, vida e obra, parte 2 – Do Manifesto à Revolução de 1848 24ª Universidade de Férias | 2009 – Marx, vida e obra, parte 3 – Do manifesto à Revolução de 1848

25ª Universidade de Férias | 2010 – Marx, vida e obra, parte 4 – Materialismo, dialética, materialismo histórico e a Comuna de Paris 26ª Universidade de Férias | 2010 – Marx, vida e obra, parte 5 – Materialismo, dialética, materialismo histórico e a Comuna de Paris 27ª Universidade de Férias | 2011 – Marx, vida e obra, parte 6 – Materialismo, dialética, materialismo histórico e a Comuna de Paris 28ª Universidade de Férias | 2011 – Rosa Luxemburgo, vida e obra 29ª Universidade de Férias | 2012 – A crise capitalista 30ª Universidade de Férias | 2012 – O ano revolucionário de 1922 no Brasil 31ª Universidade de Férias | 2013 – A questão do partido operário 32ª Universidade de Férias | 2013 – Revolução e Contrarevolução 33ª Universidade de Férias | 2014 – O Capital e a inevitabilidade do socialismo 34ª Universidade de Férias | 2014 – Lênin – a vida, a doutrina, a obra 35ª Universidade de Férias | 2015 – Trotski, vida e obra | parte 1 36ª Universidade de Férias | 2015 – Trotski, vida e obra | parte 2 | A revolução Russa 37ª Universidade de Férias | 2016 – O que foi o stalinismo 38ª Universidade de Férias | 2016 – Trotski, vida e obra | Fascismo e frente popular 39ª Universidade de Férias | 2017 – Trotski, vida e obra | O programa de transição 40ª Universidade de Férias | 2017 – 100 anos da Revolução Russa 41ª Universidade de Férias | 2018 – A crise histórica do capitalismo do surgimento do imperialismo ao neoliberalismo 42ª Universidade de Férias | 2018 – Brasil: Da crise da ditadura militar ao golpe de 2016 43ª Universidade de Férias | 2018 – Fascismo: O que é, e como combatê-lo


8 | CULTURA

CANNES

No Festival de Cannes, um “Fora Bolsonaro” silencioso D

esta vez não teve protesto no tapete vermelho do Festival de Cannes que teve início na terça-feira, dia 14, na França. Novamente, o diretor pernambucano, Kleber Mendonça Filho, agora acompanhado na parceria de direção do longa, por Juliano Dornelles, apresentou mais um filme na principal mostra competitiva, “Bacurau”. Kleber Mendonça volta à principal competição de cinema do mundo com mais um filme polêmico. Em 2016, a polêmica em torno de “Aquarius” ficou por conta do protesto que ele, atores e parte da equipe fez na premier do filme no tapete vermelho. Protesto para milhares de jornalistas e centenas de órgãos de imprensa, denunciando o golpe de estado que estava em marcha com o impeachment da ex-presidenta Dilma Roussef. Em um momento em que boa parte da esquerda brasileira estava dividida e não enxergava o golpe, ou não queria enxergar.. Este ano, com o anúncio de mais um filme de Kleber Mendonça na competição e com o golpe já muito avançado, a expectativa era grande para que um novo protesto acontecesse no tapete vermelho, mas nada aconteceu. Era também de se esperar já que após o protesto anterior a pressão sobre o diretor e o próprio filme “Aquarius” foi imensa da direita golpista. O filme foi boicotado de diversas formas e o diretor perseguido e atacado por suposto desvio de verba e acúmulo de funções em órgãos públicos.

O diretor desta vez foi mais contido e chegou a declarar que o protesto seria o próprio filme. E de fato parece que o filme vai dar o recado, o que eu chamo de um “Fora Bolsonaro”, mais discreto, silencioso. Óbvio que ainda não vi o filme, não posso falar com total propriedade, mas pelo que li e pelo ótimo teaser que já está disponível na internet é possível prever que este é um filme que critica de maneira alegórica, o golpe e o atual governo. Em 2019, tapete vermelho sem protesto, por enquanto Alguns elementos apresentados sobre a história do filme mostram que ele tem muito a ver com o momento atual do Brasil. Em uma cidade fictícia do sertão pernambucano, chamada Bacurau, a população se vê abandonada pelo estado e precisa reagir, ou re-

sistir, contra um bando de forasteiros armados, estrangeiros, mais especificamente norte-americanos, que querem tomar a cidade de assalto. Um detalhe é que a cidade sumiu do mapa, literalmente, não aparecem registros de Bacurau. Só esta premissa já seria suficiente para entender o recado. Junta-se a isso um prefeito corrupto que não oferece nenhuma assistência à população, uma gama de personagens interessantes e uma mistura de gêneros cinematográficos que vai do terror, ao filme de faroreste e à ficção científica, ou seja, cinema com crítica política e ainda deleite para os cinéfilos e amantes do cinema apreciarem as referências cinematográficas. Neste quesito são muitos os filmes “citados” em Bacurau, “Mad Max” (1979), “Warriors – Os Selvagens da Noite” (1979), “Por um Punhado de Dólares” (1964),

“Os Sete Samurais” (1954), “O Albergue” (2006), “Contatos Imediatos de 3º Grau (1978), “Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), “O Gangaceiro” (1953) são algumas das muitas referências. Não é possível afirmar muita coisa, mas cito aqui um trecho de uma crítica que li do crítico Luiz Carlos Merten que viu o filme. O trecho pode corroborar a minha expectativa: “[No filme] Há um político autoritário que quer dobrar a resistência de Bacurau. Surgem, e não por acaso, esses mercenários estrangeiros – que só se comunicam em inglês – e instauram a matança. O grupo de assassinos inclui, entre os representantes, um integrante do Poder Judiciário, ou que pelo menos porta uma carteira que o identifica como tal. Para fazer frente à política mancomunada com interesses externos, a população, que não é nada subserviente, pega em armas.” Com essa descrição, o filme parece muito promissor. Posso estar equivocado, espero que não, a polêmica com este novo filme de Kleber Mendonça talvez demore um pouco para ser instaurada, no caso de “Aquarius” ela iniciou no tapete vermelho, no caso de “Bacurau”, será necessário ver o filme. O protesto não foi direto, pena, apesar que ainda tem a premiação que será no sábado, dia 25, vai que o Kleber e Juliano tenham que subir ao palco para receber algum prêmio, vai que. É esperar. Mas me parece que ao chegar aos cinemas, o filme vai gerar protestos, e estes não serão silenciosos.

PRÊMIO CAMÕES

Chico Buarque desmoraliza coxinhas a nível internacional O

cantor, compositor e também escritor Chico Buarque de Holanda foi escolhido para receber o prêmio Camões de 2019. O prêmio é um dos mais importantes da literatura de língua portuguesa e a sua entrega é feita pelos governos de Portugal e do Brasil. A notícia foi dada nesta terça-feira (21) na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Chico também já recebeu os prêmios Jabuti pelos livro “Leite Derramado” e

“Budapeste” e melhor romance pelo livro “Budapeste”. Segundo o júri, Chico se destaca pela sua universalidade. O prêmio Camões já está em sua 31ª edição e o seu objetivo é premiar autores de língua portuguesa. Vários autores brasileiros já receberam este prêmio como Jorge Amado, Rubem Fonseca, Lygia Fagundes Telles, Dalton Trevisan e Raduan Nassar de quem Chico se sente muito feliz e honrado por estar seguindo seus passos.

Na ocasião em que Raduan recebeu o prêmio, o escritor foi combativo e fez seu manifesto contra o governo Michel Temer (iniciado em agosto de 2016), denunciando como repressor, contra o trabalhador, o aposentado e as universidades e de ser vinculado ao neoliberalismo. E agora, novamente, mais um brasileiro irá receber o prêmio Camões das mãos dos governos de Portugal e do Brasil. Esse prêmio tem um significado

muito importante tanto artisticamente por Chico ser um excepcional cantor, compositor e escritor, como politicamente, pois ele é de esquerda e os bolsonaristas sempre tentam difamá-lo. Chegaram até a divulgar uma lista negra com 700 nomes de inimigos, em que Chico está presente. Como eles são inimigos da inteligência e da cultura nacional – e agora tomaram na cara – terão que engolir a entrega do prêmio.


MOVIMENTO OPERÁRIO| 9

ECT

Golpistas da Operação Lava Jato querem usar Postalis para incriminar ainda mais os inimigos políticos do golpe O

Postalis – Fundo de Pensão dos trabalhadores dos Correios, que possui um rombo de mais de 8 bilhões de reais, que tem como grande responsável por esse desfalque o Banco Americano BNY Mellon, está sendo utilizado pelos golpistas da Operação fraudulenta da “Lava Jato” para internsificar a perseguição política a políticos do PT e MDB do Rio de Janeiro. Nesta semana, dia 21 de maio, a Justiça do Rio de Janeiro, aonde se encontro o juiz Bretas, da turma de golpistas ligado a Sérgio Moro, ratificou as denuncias feitas pela Polícia federal contra políticos ligados ao PT e MDB referente a desvio de verbas do Postalis, através da operação nomeada de Rizoma. Entre os perseguidos estão o político do MDB, Milton Lyra e o bancário João Vacari Neto do PT, acusados pe-

los fraudadores da Operação Lava jato de serem criminosos por terem desviados verbas desse fundo de pensão, tudo, como é praxe da Operação lava Jato, com denunciasi sem provas ou qualquer cabimento legal. Essa denuncia também tem como objetivo tirar o foco do Banco BNY Mellon que foi contratado pelo Postalis para avaliar e avalizar todas as operações financeiras que o Fundo viesse a investir, diminuindo qualquer margem de risco. No entanto, todos os investimentos que o Postalis realizou jos últimos anos, sob a análise do BNY Mellon, levou o Postalis investir em moedas podres e negócios falidos, ocasionando o rombo atual. É preciso que os trabalhadores tome pra si o controle do Fundo de Pensão, expulsando o interventor do governo

golpista que está controlando o Postalis há mais de dois anos. Também é preciso lutar contra o golpe e os golpistas, através da palavra de ordem de Fora Bolsonaro e

todos os golpistas, Liberdade de Lula, eleições gerais, com Lula presidente. Que o Banco imperialista BNY Mellon que pague pelo rombo que causou aos trabalhadores.

CAIXA

Direção golpista da Caixa Econômica Federal anuncia mais um plano de demissão para os seus funcionários O

s prepostos do governo ilegítimo, Bolsonaro, à frente da direção da Caixa, anunciaram no último dia 17 de maio mais um Plano de Demissão “Voluntária” com o objetivo de colocar no olho da rua 3,5 mil pais de famílias. A intenção do banco é atingir, principalmente, os trabalhadores da matriz e dos escritórios regionais. Os golpistas estão a todo o vapor para entregar o patrimônio do povo brasileiro nas mãos dos banqueiros e capitalistas nacionais e internacionais. Da mesma forma que estão fazendo com a Petrobras (o governo ilegítimo anunciou no último dia 16 a privatização da metade das refinarias da Petrobras em junho próximo na tentativa de privatização da empresa) a Caixa está na mira dos golpistas com vistas para a sua privatização. Com o golpe a direita partiu para a ofensiva contra os trabalhadores e

da população em geral com a política entreguista, até recentemente a Caixa contava com mais de 100 mil trabalhadores e com a política de sucateamento da empresa, hoje conta com 84 mil funcionários, com o plano de demis-

sões passará a contar com apenas 80 mil. A reestruturação feita pelos vampiros que se instalaram na direção da empresa já fechou centenas de agências em todo o país e passou a contratar trabalhadores temporários depois

de editar um normativo para tal em meados do ano de 2017. O governo golpista/ilegítimo, Bolsonaro, vem aprofundando os ataques aos trabalhadores e ao patrimônio do povo brasileiro. A CEF é uma empresa 100% nacional, e a política da direita golpista é de entregar esse patrimônio nacional para os parasitas capitalistas nacionais e internacionais. É necessário barrar esta ofensiva, e a única forma para isso é levantar uma ampla mobilização que unifique os bancários e todos trabalhadores contra o golpe e o imperialismo. Sem barrar o golpe todos dos direitos conquistados pelos trabalhadores estão em risco. Por isso é preciso organizar a mobilização de toda a categoria bancária, junto com todos os trabalhadores e suas organizações, colocando nas ruas uma intensa mobilização pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, Liberdade para Lula, eleições gerais.


10 | INTERNACIONAL

QUEM NÃO TEM “LAVA JATO” CAÇA COM SANÇÕES ECONÔMICAS

Trump penaliza Huawei para manter controle do mercado A

política de guerra econômica com a China está mostrando como o império americano está enfraquecido. Semana passada os Estados Unidos botaram a Huawei, a gigante chinesa de telecomunicações, na lista de boicote comercial. Essa manobra impossibilita a chinesa de comercializar com seus parceiros americanos como Google, Intel e Qualcomm. A intel e a Qaulcomm forneciam semicondutores para a fabricação dos aparelhos da Huawei, já a Google, não poderá mais disponibilizar seu sistema operacional, Android para os aparelhos da empresa chinesa. A intenção é de prejudicar o desenvolvimento da tecnologia 5g, cujos rumores apontam que Huawei estaria bem perto de desenvolver. A gigante de Shenzhen (cidade onde Huawei é sediada), já estava se preparando para o boicote e andou dialogando com suas parceiras norte-americanas para burlar a sanção. A dificuldade é tamanha para o governo americano que tiveram que suspender parcialmente o boicote por 90 dias, como anunciado na segunda-feira (20). Essa escaramuça é uma dentre várias outras na guerra comercial entre

Estados Unidos e China, porém certamente umas das mais significativas. Se os ianques não conseguem medir forças com uma multinacional chinesa, quem dirá com o país inteiro. No final do ano passado, a diretora e filha de Ren Zhengfei, fundador da empresa, Meng Wanzhou, foi presa no Canadá a mando de Trump, sob acusações de espionagem. Wanzhou pagou uma fiança de US$ 7,5 milhões e foi solta em fevereiro a contragosto dos americanos. Zhengfei recentemente declarou que “haverá conflito”. Outras empresas chinesas também foram colocadas na lista de boicote comercial. As principais alegações de Trump são sobre o fato acusam a China de espionar o governo norte-americano através dessas empresas, um enorme cinismo vindo dos maiores infratores internacionais de privacidade e soberania de outros países. Essa guerra comercial pode-se transformar em um guerra aberta. Como os americanos não conseguem cooptar o Estado chinês com tanta facilidade como fizeram no Brasil e demais países latino-americanos, através de propa-

ganda e perseguição judicial aos políticos e às empresas brasileiras, usam sanções econômicas e tentam abarcar outros países nessa conflito. A lava-jato no Brasil arrasou com o setor petrolífero e de construção civil a mando dos EUA. Enquanto a mídia empenhou uma campanha caluniosa e jogou os holofotes para os escândalos das principais empresas do ramo (Petrobras, OEA, Odebretch etc.), chegando inclusive a forjar certos escândalos, o judiciário perseguiu-as ma-

nipulando e inventando provas para acabar com os setores brasileiros que disputavam o mercado com seus semelhantes norte-americanos. Com a China o jogo não está sendo tão fácil, e embora haja uma tentativa judicial que auxilie na briga comercial, as manobras não são nem de perto tão eficazes como foram no Brasil. Além do mais, o risco dos chineses intensificarem a agressividade nas respostas pode culminar o todo em uma guerra aberta.

23 DE MAIO DE 1945

Covarde nazista, Himmler se mata depois de ser capturado N

o dia 23 de maio de 1945, o nazista Heinrich Himmler decidiu morder uma cápsula de cianeto, cometendo, então, suicídio. Himmler havia sido capturado havia dois dias, e estava passando por alguns interrogatórios antes de ser julgado pelos crimes que cometeu contra toda a população alemã. Himmler era um dos principais líderes do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) e era um dos homens de confiança de Adolf Hitler. Segundo fontes da época, Himmler teria sido o idealizador dos campos de concentração alemães, que ficaram conhecidos por eliminar e torturar milhões de inimigos do regime nazista. Em 1929, antes da ascensão do nazismo, Himmler se tornou dirigente

da organização paramilitar SS, tendo aprovação do próprio Adolf Hitler. Sob a direção de Himmler, a SS se expandiu rapidamente, tornando-se uma organização com mais de 50 mil pessoas em 1933. Em 1943, como ministro do interior da Alemanha Nazista, Himmler coordenou a chamada “solução final da questão judaica”, que foi um plano que previa o aprisionamento em campos de concentração e eliminação em massa, com uso de câmaras de gás, de judeus e outros grupos considerados inferiores e inimigos pelos nazistas. Em 1944, Himmler mandou prender 5 mil pessoas sob a acusação de tentativa de assassinato de Hitler, sendo que 4.900 delas foram fuziladas. Em 1945, no entanto, ao ver que a derrota do nazismo seria inevitá-

TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, 14H00

vel, Himmler tentou negociar o fim da Segunda Guerra Mundial com os Aliados, isto é, o bloco formado pelos Estados Unidos, Inglaterra, França e União Soviética. No entanto, Hitler descobriu suas tentativas de

negociação e o expulsou do Partido Nazista por traição. Um pouco mais de um mês depois, Himmler foi encurralado pelos britânicos, no episódio que culminou no suicídio covarde do nazista.

TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, 12H30


MORADIA E TERRA E MULHERES | 11

INVASÃO

Indígenas denunciam invasão de garimpeiros em Terra Indígena Yanomami J

á são cerca de 20 mil garimpeiros que invadiram a terra indígena Yanomami no estado de Roraima, segundo declarações do líder indígena Davi Kopenawa. O garimpo nessa região está cada dia avançando e se estabelecendo com a construção de vilas, pistas de pouso e o uso intenso de balsas de madeiras. Em decorrência do avanço da ocupação para o garimpo, os rios estão sendo poluídos, a doença da malária está se disseminando devido ao crescimento populacional vertiginoso do local, dado preocupante, uma vez que já morreram 4 crianças no estado do Amazonas na região do Marari. Por conta da poluição dos rios, do barulho intenso das balsas e da utilização do ‘tatu’ (máquina de escavação), a configuração ambiental está sendo severamente alterada, prejudicando a subsistência das comunidades indígenas nesses locais, visto que os peixes estão começando a morrer, a água está se tornando imprópria para o uso e o ruído dos maquinários estão espantando os animais, dificultando a caça. Fora isso, as comunidades indígenas onde há invasão de garimpeiros é constantemente ameaçada. Como os garimpeiros andam armados, não há

qualquer possibilidade de diálogo. A comunidade indígena já tentou pedir para que eles se retirassem de suas, porém, foram ameaçados, alegando que os indígenas sofreriam represálias. Esse cenário tende a piorar com o governo do presidente ilegítimo Bolsonaro. Ele já declarou que não haverá mais demarcações de terras indígenas, podendo haver, somente, revisão nas demarcações, o que levaria às comunidades indígenas a perderem suas terras. Apesar da Funai não ser fechada pelo governo bolsonarista, sua atividade comporta somente 10% do orçamento previsto para este ano, pois foram contingenciados 90% pelo Decreto 9.711/2019. Sem recursos, torna-se impossível a operação dos postos de fiscalização da Funai. Isso deixa claro o sentido da política bolsonarista: agradar aos latifundiários e destruir as comunidades indígenas. Em depoimento, o líder Kopenawa traduz a sua insatisfação com o governo Bolsonaro: Eu tô achando que o governo Bolsonaro é muito difícil, (ele tem) pensamento diferente. Pensamento para ele (é que

o garimpo) é bom. Mas, para nós, não é bom. O governo não vai apoiar a retirada dos garimpeiros. Eu acredito que não vai apoiar. Porque ele está querendo que os garimpeiros continuem. Até estragar nossos rios. Mas eu, Davi Kopenawa, tenho 38 anos lutando contra o garimpo. Eu não quero que o governo deixa continuar. Queria que o governo tomasse as providências para retirada dos invasores do garimpo da terra demarcada e homologada. Diante desses ataques às comunidades indígenas, não há possibili-

dades de diálogo com esse governo. Desde o seu início, anunciou que beneficiaria os empreendimentos ligados à exploração da floresta e dos minérios. Essa política da direita golpista em se aliar aos capitalistas já é bem conhecida. Nesse ritmo, os ataques às comunidades indígenas pelos garimpeiros e jagunços continuarão. Então, a reversão desse quadro político depende da derrubada do governo do Jair Bolsonaro e de toda a direita golpista.

PROTESTOS

Mulheres dos EUA realizam protestos em mais de 400 cidades contra a proibição do aborto N

a última terça-feira, 21 de maio, mulheres norte-americanas realizaram protestos em 8 estados e em mais de 400 cidades contra a proibição do aborto em diversos estados. Essas leis visam fazer a Suprema Corte norte americana rever uma decisão de 1973 chamada “Roe v. Wade”, que legalizou o aborto no país inteiro desde que esse seja feito antes da 28° semana de gestação. Os diversos protestos que ocorreram pelo país inteiro são contra a extrema-direita norte americana. O atual presidente dos EUA, Donald Trump, teve como uma das bandeiras de campanha o discurso do “pró-vida”, prometendo colocar juízes anti-aborto na Suprema Corte, e assim o fez, facilitan-

do inclusive a proibição do aborto em todos os casos. No Brasil, o presidente fascista Jair Bolsonaro tem um discurso muito

parecido: se diz pró-vida porém promove todo o tipo de ataques contra a população. A ministra do Ministério da Mulher, Família e Direito Humanos,

Damares Alves, se posiciona abertamente contra o aborto em todos os casos, inclusive declarando recentemente que “Estado é laico, mas eu não”. É pura demagogia a extrema-direita se dizer pró-vida, a política reacionária de ser contra o aborto em todos os casos ignora completamente o fato de que milhares de mulheres morrem todos os anos em clínicas de aborto clandestinas por não terem um lugar seguro e acessível para realizar o procedimento. O PCO defende a legalização do aborto, sendo esse feito em condições dignas – não em verdadeiros açougues, as ditas clínicas clandestinas – e pela rede de saúde pública para que a mulher tenha autonomia e controle sobre o próprio corpo.

TVMULHERES TODOS OS DOMINGOS, 19H


12 | CIDADES E ESPORTES

FORA BOLSONARO

UFTM apresenta orçamento 2019 e confirma que em setembro universidade não conseguirá fechar a conta N

a última terça-feira (21), foi apresentado o orçamento de 2019 da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), esse processo vem sendo feito desde 2015 na universidade. Evidentemente que os fatos políticos que vem acontecendo decorrente dos ataques do governo Bolsonaro, conduziram toda a cerimônia diante do orçamento universitário para este ano. A apresentação dos dados foi conduzida pela pró-reitora de Administração Heloísa Helena Oliveira, e por Ana Lúcia de Assis, colocado pelo MEC como reitora pro tempore de maneira fraudulenta no último semestre. Para este dia necessariamente não havia um caráter aberto a comunidade acadêmica como um todo, uma vez que no ofício feito, é frisado apenas a participação de gestores da instituição, centros acadêmicos e entidades representativas. Retomando o que foi dito acima, a reitoria vigente não é legítima, houve um processo eleitoral na UFTM cuja qual não fora respeitado, e esta crise está instala-

da desde o semestre anterior na universidade, quando o MEC se alinhou a reitoria golpista e garantiu sua permanência. Seguindo essa linha, quando se falava do orçamento da UFTM, Ana Lúcia se limitava a dizer que o que está acontecendo é apenas um bloqueio e não um corte, como a mesma afirmou “a reitoria quer acreditar que não vai haver um corte”. Em umas das planilhas apresentadas foi confirmado que a universidade sofreu corte de 37,4% de seu orçamento, comprovando que em setembro a mesma não terá condições plenas de funcionamento, mas que segundo a reitoria, continuaria funcionando normalmente cumprindo a função de ensino, o qual é o seu dever. O estreitamento da reitoria golpista com o bolsonarismo fica latente quando a professora Ana Lúcia afirma que houveram cortes no passado e que não houve mobilização dos estudantes, e que finalmente nessas circunstâncias a universidade conseguiu “se

virar” em todas as situações, bastando apenas se adaptar e ensinando a comunidade acadêmica a ter mais consciência. Ao ser perguntada acerca das mobilizações que aconteceram no país no último dia 15, a reitora afirmou que os estudantes e todos aqueles que defendem a universidade não podem contar a presença da mesma em nenhuma manifestação. Em suma, na

terça ficou muito claro qual deve ser o posicionamento dos estudantes da UFTM no momento seguinte, que é o de levar adiante a mobilização que ao fim e ao cabo se dão contra o governo Bolsonaro, mas é preciso mobilizar os estudantes contra a reitoria golpista que é totalmente subserviente ao bolsonarismo e levar adiante a luta que será decisiva no aprofundamento da crise do governo golpista.

ESPORTES

Imprensa esportiva francesa “escala seleção” do PSG sem o brasileiro Neymar A

campanha da imprensa esportiva internacional contra o melhor futebol do mundo – o futebol brasileiro – que vem se materializando, nos últimos anos, no ataque e na perseguição ao nosso melhor jogador, o atacante Neymar, do PSG, da França, assumiu neste momento contornos de uma verdadeira piada, de uma hilariante comédia. Todo e qualquer fato ou acontecimento envolvendo Neymar, seja dentro ou fora das quatro linhas, por mais comezinho e desprezível que seja, é ampliado dezenas de vezes pelos órgãos da imprensa esportiva europeia, em particular os jornais espanhóis e franceses, que têm o intuito claro e indisfarçável de tentar desmoralizar e desacreditar o nosso futebol, a nossa seleção e, em última instância, o próprio povo brasileiro, sua cultura, seus hábitos e costumes.

A provocação e a tentativa de chacota contra o futebol brasileiro teve como protagonista, mais uma vez, a publicação francesa do L’Équipe, o principal jornal esportivo da França. O diário parisiense, em sua edição de segunda-feira, dia 21 de maio, publicou em suas páginas 11 jogadores que comporiam o que de melhor o time onde joga o craque brasileiro Neymar, o Paris Saint Germain, reuniu em sua história mais recente. Supostamente, a escolha teria ocorrido através da manifestação de torcedores e internautas. Para não deixar qualquer dúvida sobre o caráter provocativo da campanha contra o futebol brasileiro, a lista apresentada pelos “especialistas” do L’Équipe deixa de fora da “seleção” do PSG o atacante Neymar, principal e melhor jogador do time recentemente

campeão da França. Embora figurem na lista quatro nomes de jogadores e ex-jogadores brasileiros que fazem ou fizeram parte do elenco do time em algum outro momento, a exclusão do nome de Neymar entre os 11 melhores é não só uma grotesca provocação, como uma clara tentativa de desmoralizar e desacreditar o futebol do grande craque Neymar, buscando com isso, obviamente, atingir o futebol brasileiro em seu conjunto. A vil campanha dos “especialistas” contra o melhor futebol do mundo nem se deu ao trabalho de ser discreta ou um pouco menos abjeta. No lugar de Neymar, o jornal esportivo francês “escalou” o argelino Mustapha Dahleb que, muito respeitosamente da nossa parte, trata-se de um nome completamente desconhecido do grande público. O periódico tenta ainda insinuar

que o futebol de Neymar estaria sendo questionado não só pelos torcedores do PSG, como pelos próprios torcedores brasileiros, que supostamente não o aprovariam na seleção brasileira, que será convocada em breve para a disputa da Copa América, marcada para os gramados do Brasil nos meses de junho e julho. Abaixo os ataques ao atacante Neymar! Abaixo os ataques ao futebol brasileiro!


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