QUARTA-FEIRA, 30 DE MAIO DE 2019 • EDIÇÃO Nº 5657
DIÁRIO OPERÁRIO E SOCIALISTA DESDE 2003
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Amanhã, todos às ruas. Com os estudantes, pelo “Fora Bolsonaro” e todos os golpistas
Nesta quinta, dia 30, estão convocados em todo o País e até no exterior mais de 150 atos (veja lista no final) que são uma continuação das gigantescas mobilizações realizadas no último dia 15, em mais de 300 cidades, reunindo mais de um milhão de pessoas, que colocaram o governo Bolsonaro “na lona”, ao assumirem claramente como reivindicação central o “fora Bolsonaro”.
EDITORIAL Depois do dia 26, intensificar a luta pelo Fora Bolsonaro
Miguel do Rosário e a confusão sobre o fracasso total dos atos coxinhas
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Em artigo publicado no seu blog pessoal, Miguel do Rosário diz que “é um erro desqualificar as manifestações pró-Bolsonaro”. Ele critica a esquerda que disse que os coxinhatos foram um fracasso.
Caso ainda pairasse alguma dúvida em setores da esquerda pequenoburguesa com relação a um certo “apoio popular” que o fascista Bolsonaro e seu governo ainda teriam, o fracasso das manifestações ocorridas no dia 26 de maio é a comprovação de que não apenas seu governo, mas o golpe de Estado de 2016 estão em colapso absoluto.
POLÍTICA
Mais de 150 atos confirmados para esta quinta-feira: veja onde o ato vai ocorrer em sua cidade POLÍTICA
Jean Wyllys fala daquilo que não sabe: deveria estudar mais o marxismo e criticá-lo menos
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Justiça admite que sítio de Atibaia nunca foi de Lula e expõe a farsa da condenação Fernando Bittar, dono do famoso sítio de Atibaia que era atribuído pela direita golpista ao ex-presidente Lula, foi autorizado pela justiça a vendê-lo.
OPINIÃO| 3 EDITORIAL
Depois do dia 26, intensificar a luta pelo Fora Bolsonaro C
aso ainda pairasse alguma dúvida em setores da esquerda pequeno-burguesa com relação a um certo “apoio popular” que o fascista Bolsonaro e seu governo ainda teriam, o fracasso das manifestações ocorridas no dia 26 de maio é a comprovação de que não apenas seu governo, mas o golpe de Estado de 2016 estão em colapso absoluto. De nada ou quase nada adiantaram as medidas tomadas por grandes capitalistas em “impulsionar os atos” com a injeção maciça de recursos na tentativa de encobrir o fiasco anunciado com antecedência, atraindo um público mesmo que artificialmente. Em São Paulo, a manobra da burguesia golpista chegou a ser grotesca. Distribuíram grandes caminhões de som em diversos quarteirões da avenida Paulista, trouxeram grupos do interior do Estado, contrataram figurantes, coagiram funcionários, tudo para que a Globo e os
grandes meios de comunicação pudessem manipular as informações e passar a imagem de grande manifestação, de apoio popular, como se a manifestação se estendesse por “sete quarteirões” da avenida, quando, na realidade, não passavam de pequenos ajuntamentos em torno dos aparatos montados. Se em São Paulo, o berço do golpe de Estado, foi assim, o que se viu em outras grandes cidades foi arremedo de manifestações, que na prática se resumiam a pequenos setores da classe média, no fundamental, a própria base social do bolsonarismo, só que extremamente encolhida. Diante da evolução da situação política no país, com claras evidências de que se abriu nova etapa política que está marcada pela reação popular não apenas ao governo ilegítimo de Bolsonaro, mas ao próprio golpe de Estado no país, as conclusões sobre o fiasco
dos atos pró-governo devem levar necessariamente a uma política de intensificação da luta pelo Fora Bolsonaro. Não poderia haver momento mais propício. Por um lado, as diferentes alas de extrema-direita que apoiam o governo estão divididas, acentuou-se a crise entre os diferentes setores da burguesia que apoiaram o golpe, o país está à beira do colapso econômico e social. Na outra ponta, as gigantescas manifestações populares ocorridas em 15 de maio promoveram uma fissura, muito provavelmente, irrecuperável na estrutura montada pelo imperialismo e o grande capital nacional para impor o golpe de Estado no país, o que significa uma evolução na polarização política entre a esmagadora maioria dos explorados e o próprio golpe, e que nesse momento evolui no sentido de uma mudança de acúmulo de quantidade para uma mudança
na qualidade dessa polarização. Em outras palavras, abre-se um período de exacerbação da luta de classes e a uma efetiva entrada em cena, de um ponto de vista ofensiva, do conjunto dos explorados contra o regime político inaugurado com o golpe de Estado. Dar uma expressão política de conjunto a esse novo período que se abre na perspectiva da intervenção independente das amplas massas é a tarefa central para todos os setores da esquerda que lutaram e lutam contra o golpe. Nessa nova etapa, a luta para colocar abaixo o golpe, a começar pela derrubada da sua principal expressão, neste momento, o próprio Bolsonaro , aliada à luta pela liberdade de Lula, ao chamado de novas eleições e a garantia da candidatura de Lula, são palavras de ordem que se completam e que expressam os anseios de todos os explorados do país.
Miguel do Rosário e a confusão sobre o fracasso total dos atos coxinhas
E
m artigo publicado no seu blog pessoal, Miguel do Rosário diz que “é um erro desqualificar as manifestações pró-Bolsonaro”. Ele critica a esquerda que disse que os coxinhatos foram um fracasso. Embora não considere que foram atos grandes, o editor de O Cafezinho acredita que são perigosos. Isso porque atrairiam um setor da população mais despolitizado e mesmo da classe trabalhadora. O que não é verdade: o que vimos no último domingo foram pequenos atos claramente compostos pela classe média e promovidos pela burguesia, com poucas probabilidades de atraírem outros setores fora do núcleo duro do bolsonarismo. Segundo o jornalista, os atos podem influenciar eleitores do “centrão”, pois estes estão mais próximos de Bolsonaro do que da esquerda. Mas o “centrão” está esvaziado eleitoralmente, uma parte de seus eleitores já passou para o lado de Bolsonaro, outra parte para o lado da esquerda. E a parte que passou para o lado bolsonarista já está abandonando o barco porque está insatisfeita com o governo. Os atos mostraram que Bolsonaro tem apoio “popular” apenas dos fascistas mais convictos e seu fracasso desanimou a maioria dos que ainda poderiam aderir ao bolsonarismo. Rosário defende também que os atos bolsonaristas serviram para a suposta propaganda da extrema-direita de que há uma polarização ideológica. “Outra vitória de Bolsonaro é impor às ruas a narrativa da polarização ideológica”, escreve. Mas, para ele, a esquerda erra ao falar do fracasso dos atos fascistas, porque “é um discurso que gera mais polarização e mais ódio”. Então, descrever a realidade significa acentuar a polarização política. Seria preciso esconder a realidade e amenizar, conter, acabar com a polarização, de acordo com o pensamento do articulista. Sem polarização política, os trabalhadores voltariam para uma posição de certa inércia e a direita poderia governar com
maior tranquilidade, impondo a mesma política exploradora que está tentando implementar, e que só está encontrando dificuldades devido à polarização, que movimenta os trabalhadores para a luta. Segundo ele, os grandes atos do dia 15 eram focados na educação, por isso atraíram uma “quantidade maior de gente do que a militância ideológica”. Ainda que admita que as exigências pela liberdade de Lula tenham tido peso, Miguel do Rosário tenta jogar para escanteio esse que é um dos eixos fundamentais da luta popular na etapa atual. Assim como uma parcela da esquerda pequeno-burguesa, ele defende que as organizações de esquerda não estejam presentes com suas bandeiras e faixas nos atos de massa. Ou seja, quer despolitizar os atos, mesmo eles sendo essencialmente políticos e contra a direita, atos diretamente contrários ao governo Bolsonaro. Isso, para não perder apoio dos manifestantes, segundo ele. “Neste sentido, é que as legendas poderiam, às vezes, ter o bom senso de substituir bandeiras partidárias divisivas, que não querem dizer muita coisa para quem as vê na televisão ou ao vivo, por outras que ofereçam mensagens objetivas e unificantes, como ‘em prol da educação pública’”, comenta. Isso porque os partidos de esquerda participam das manifestações como as da educação para “tirar-lhes o sentido”. “Os partidos de esquerda e as centrais não defendem a educação pública? Então empunhem, de preferência, bandeiras em prol da educação pública! O resultado objetivo, em termos de conquista da opinião pública, é muito mais eficaz!” Miguel do Rosário, assim, propõe que a esquerda é minoritária e precisa ganhar apoio de outros setores, porque a presença de suas bandeira “divide” o movimento. Obviamente, a esquerda precisa ganhar os trabalhadores e estudantes, mas isso se faz com uma política clara de organização, politização, escla-
recimento de posições políticas, o que se realiza, principalmente, pela presença de bandeiras nos atos. Senão, a esquerda abriria espaço para a direita tomar de assalto esses atos, como fez em 2013, justamente com a pressão para abaixar as bandeiras – o que levou a maior parte dos grupos esquerdistas a capitularem a essa política reacionária. Ao contrário de desenvolver a consciência política dos manifestantes e do povo, ele propõe mesmo rebaixar essa consciência, despolitizando o movimento. Essa posição confusa e direitista de Rosário é expressa no seguinte parágrafo: "Quanto às manifestações do próximo dia 30, precisamos tomar cuidado para não cair nas armadilhas e provocações do governo. As pautas devem continuar focadas na educação e na oposição a uma reforma da previdência que prejudique a população mais pobre. A presença de lideranças partidárias e políticas deveria ser cuidadosa, porque o objetivo não é agradar a militância dos partidos, mas atrair a grande massa desorganizada, inclusive (eu diria até: principalmente) uma parte daqueles que votaram em Bolsonaro, e que formam a maioria esmagadora da população brasileira." Ou seja, ele quer manifestações desorganizadas, sem a esquerda para organizá-las. E as pautas devem ser extremamente reduzidas, pontuais. Dessa forma, existe grande possibilidade de, na realidade, diminuir e simplesmente acabar com a mobilização. O povo já demonstrou que está completamente insatisfeito e indignado com Bolsonaro. Nos atos do dia 15 a presença do lema Fora Bolsonaro foi muito forte. Portanto, a tendência do movimento popular é lutar pela derrubada de Bolsonaro, e resumir as pautas apenas à educação ou à previdência seria esvaziar todo esse movimento, favorecendo o governo e a direita de conjunto. "Bolsonaro hoje é presidente da república, eleito com 57 milhões de votos. E a economia vai mal, muito mal. O caminho
mais inteligente para pressionar o governo, e mantê-lo suficientemente acuado, para que não consiga levar adiante suas pautas mais agressivamente antipopulares, é pôr em evidência as questões econômicas e sociais, e cobrar soluções e projetos." Com essa frase, o blogueiro demonstra por que não quer atos minimamente radicais contra Bolsonaro e por que quer o fim da polarização. Com a desculpa absolutamente enganosa de que o presidente fascista é popular, ele tenta justificar que o melhor caminho é uma “oposição propositiva” ao governo de extrema-direita, ou seja, na prática uma sustentação para manter o governo golpista de pé. As críticas de Rosário são, nominalmente, ao PT e à CUT, as duas principais organizações da esquerda brasileira. Mas o que está por trás dessa tentativa de argumentar pelo afastamento desses agrupamentos das manifestações? Ora, esse posicionamento de manter o governo de pé com uma oposição moderada, auxiliar, já indica a resposta: a defesa da mesma política que Ciro Gomes, que quer justamente substituir o PT na oposição e facilitar a manutenção do regime golpista. Ele expressa nitidamente a política do abutre do PDT, de sustentar o governo Bolsonaro, e de agir pela via institucional para que a esquerda golpista chegue eventualmente ao poder como sucessora de Bolsonaro, para evitar o crescimento do movimento popular. Conclui: "Com alguma inteligência, além de muita estratégia, autocrítica e prudência, conseguiremos galvanizar uma massa crítica crescente, o que poderá resultar em vitórias políticas e eleitorais em 2020 e 2022 para o campo progressista, enterrando de vez esse capítulo negro da nossa história, que é o governo de Jair Bolsonaro." Em resumo, mais uma vez O Cafezinho comprova que não passa de um folhetim de Ciro Gomes, propagando sua política para manter Bolsonaro no poder, desarticular o movimento popular e conquistar espaço na “oposição”.
4 | OPINIÃO E POLÊMICA
JEAN WYLLYS FALA DAQUILO QUE NÃO SABE
Deveria estudar mais o marxismo e criticá-lo menos
a candidatura de Aécio Neves, do PSDB). Boulos era, então, colunista da Folha de S.Paulo (jornal golpista), e defendia que o pior naquele momento eram as reformas dos governos petistas. Para isso, Boulos criou sua própria frente única, a frente da esquerda coxinha: Frente Povo Sem Medo – em oposição à Frente Brasil Popular, criada para enfrentar o golpe de estado. E assim poderíamos seguir e escrever um livro completo sobre todos os erros políticos do PSOL – incluindo também seus momentos de puro oportunismo político. Porém, o que é importante, para o debate, é esclarecer que, se o PSOL fosse um partido marxista, ou pelo menos os intelectuais e professores universitários do partido pelo menos estudassem o marxismo, muitos destes erros não seriam cometidos. Portanto, Jean Wyllys, ao invés de afirmar que devemos criticar o marxismo, deveria primeiro estudá-lo e criticar seu próprio partido.
capitalismo e, portanto, a decadência da democracia burguesa. A ideia de Jean Wyllys parte de dois conceitos errados. De que o socialismo foi ultrapassado, derrotado com a queda da União Soviética, e também de que o capitalismo não está em sua fase histórica de decomposição. Apenas desta forma seria possível defender a democracia. A primeira é produto de uma total falsificação histórica por meio do imperialismo. A Revolução Russa foi o marco da época revolucionária e crise generalizada das classes dominantes capitalistas. Todo o século XX revelou um poder que a classe operária nunca havia conseguido antes. O número incalculável de revoluções (socialistas ou não) e revoltas contra a ordem vigente, mas também a expansão dos Estados Operários para mais ou menos um terço do globo terrestre, demonstraram um gigantesco desenvolvimento político da classe operária mundial. Não é porque uma onda contra-revolucionária tomou conta do mundo, no final do século, que foi uma derrota definitiva da classe operária. Muito pelo contrário, a luta se dá em etapas. No Século XIX, o máximo que os operários conseguiram foi tomar conta da cidade de Paris. Já em 1917, tomaram conta do maior país do planeta, marcando um novo período histórico na humanidade: o de decadência do capitalismo e o da revolução proletária. Mas Jean Wyllys está em um período bem anterior a esse. Um período onde o jovem capitalismo ainda não está controlado por monopólios e a livre concorrência permite um desenvolvimento econômico dos países, que assim estabelecem um regime democrático e parlamentarista. Percebe-se então quem é o verdadeiro “anacrônico”!
Os “anacrônicos” de 1917 e os “novos” democratas
Jean Wyllys não tem moral para ensinar
Porém, a declaração de Jean Wyllys é também absurda no sentido de que usa um velho argumento da direita para desmerecer o marxismo. Quando afirma que a esquerda que supostamente vive em 1917 (ano da Revolução Russa, primeira revolução proletária no mundo) é “anacrônica”, o que está querendo afirmar é que o marxismo seria uma teoria velha e ultrapassada, assim como o comunismo. Isso faria algum sentido se ele mesmo, Jean Wyllys, não fosse defensor de um regime que, para não dizer simplesmente que é decadente e ultrapassado, já nem existe mais: a democracia burguesa. Com sua apologia à democracia (que muitas vezes serviu para defender o imperialismo, como no caso da Venezuela), Jean Wyllys já não está nem 1917, mas em pleno século XVIII, em plena revolução francesa – quando a democracia era algo novo e progressista. Porém, Jean Wyllys deveria voltar um pouquinho menos no tempo. Parar por volta de 1917, quando a primeira revolução proletária na história do mundo demonstrou claramente o período de decomposição histórica do
Outro questionamento que deveríamos colocar, ao ler esse tipo de declaração do ex-deputado é: que tipo de moral tem uma pessoa que fugiu do Brasil, com medo, e foi se esconder, para ficar dando opinião sobre como devem atuar os militantes que continuaram no país e estão enfrentando Bolsonaro? Jean Wyllys nem pensou duas vezes. Com a vitória fraudulenta de Bolsonaro, ao invés de ficar, enfrentar a extrema-direita, organizar com seus recursos de parlamentar a luta dos trabalhadores contra os fascistas, decidiu fugir do país e se esconder, traindo a confiança de milhares de brasileiros que o viram como uma liderança política. O pior de tudo foi que Jean Wyllys foi embora justamente em um momento de onda de violência bolsonarista contra os LGBTs, que Jean Wyllys diz tanto defender. O marxismo, que Wyllys critica, ensina que não pode haver contradição entre a ideia e a prática. Jean Wyllys não tem nada a ensinar para aqueles que se mantiveram no Brasil e estão lutando contra Bolsonaro, até porque trata-se de uma luta para reverter as mancadas que ele e o partido dele realizaram.
E
m sua conta no Twitter, o ex-deputado federal do PSOL e professor universitário Jean Wyllys deu recentemente uma declaração infeliz sobre o marxismo. Demonstrando seu centrismo absoluto, Wyllys disse: “A esquerda anacrônica (que pensa estar em 1917) ainda não entendeu que, no século XXI, podemos e devemos lutar com Marx, sem Marx e às vezes contra Marx.” Uma declaração típica de um oportunista sem coerência política, que usa o marxismo quando lhe é conveniente. O que Jean Wyllys está querendo dizer com essa declaração é que o marxismo não é uma ciência, uma compreensão política da realidade com base na análise de leis da sociedade humana. O marxismo, nesse sentido, para ele, deve ser usado, criticado ou rejeitado, dependendo da conveniência política de determinada pessoa; Ou seja, de uma ciência humana, o “marxismo”, para Jean Wyllys e a maioria dos políticos e intelectuais pequeno burgueses, tornou-se apenas mais uma doutrina que pode ser usada como recurso para justificar o malabarismo político de quem lhe faz uso. Em sua declaração, entretanto, Wyllys não revela especificamente quando a esquerda deveria ser “contra Marx”. Mas analisando os posicionamentos políticos do ex-deputado federal, chega-se rápido a um conclusão: basicamente, o tempo todo. Os intelectuais do PSOL, em vez de buscar criticar ou “modernizar” o marxismo o tempo todo, deveriam buscar estudá-lo e compreendê-lo de fato para parar de cometer tantos erros políticos; pois além de servir para o oportunismo, essa “crítica” ao marxismo geralmente é carregada de uma profunda incompreensão da ciência, o que os leva a ter posicionamentos absurdos. No caso de Jean Wyllys, por exemplo, fica muito claro que o estudo do marxismo lhe cairia bem. Quando no Brasil, o ex-deputado sempre procurava se declarar nas redes sociais contra a “ditadura de Nicolás Maduro”, realizando uma frente única com o imperialismo norte-americano, em defesa de uma suposta “democracia” (que hoje revela-se ser o golpe da extrema-direita, com Trump e Guaidó). O marxismo, desta forma, explicaria de forma contundente, com dados e tudo mais, a existência de monopólios imperialistas que querem dominar os países atrasados, a falência da “democracia” e várias outras coisas que lhe ajudaria a ser menos um instrumento do imperialismo contra os trabalhadores. Mas nós sabemos o que Jean Wyllys acha dos trabalhadores. Por volta de 2016 ou 2017, Wyllys participou de uma palestra onde revelou seu total repúdio à classe trabalhadora. Declarou que os principais agentes políticos, para a esquerda, hoje, não deveriam ser mais os operários e trabalhadores, que segundo ele são “machistas e homofóbicos”, mas as mulheres, os
negros, os homossexuais e assim por diante. Isto é, ele propôs uma suposta “modernização” da esquerda – uma esquerda sem trabalhadores. Nesse sentido, o marxismo também lhe seria benéfico para aprender que a classe fundamental da sociedade capitalista, aquela que apresenta características revolucionárias e consegue reunir atrás de seu programa o conjunto de oprimidos e explorados, é a classe operária. Talvez, assim, Wyllys desse mais importância aos trabalhadores. Mas não se resume a isso, vale lembrar também que Jean Wyllys apoia o Estado fascista de Israel, que tem como único propósito estabelecer uma ferrenha ditadura do imperialismo contra o povo árabe no Oriente Médio; que o deputado propôs, para enfrentar a extrema-direita no país, fugir do país e se esconder na Europa (quem conseguir, claro, o resto: salve-se quem puder!). E o PSOL, em conjunto, é o partido das bolas foras. Na época do impeachment e de surgimento da Lava Jato, seu núcleo de principais representantes apoiaram o processo golpista. Luciana Genro (candidata à presidência), por exemplo, vibrou com a operação golpista da extrema-direita bolsonarista (“Viva a Lava-Jato!”) e disse que toda a esquerda deveria apoiá-la. Da mesma forma, em relação às manifestações contra o governo Dilma, que tinha a participação dos grupos mais retrógradas da extrema-direita, Genro afirmou que havia setores progressistas que lutavam por mudanças. Houve também quem defendesse uma posição mais escondida de apoio ao golpe. O ex-deputado federal, Chico Alencar, amado pela Globo, publicou artigos chamando os trabalhadores e não participar nem do dia 13, nem do dia 15 – isto é, nem dos atos contra o governo (golpe) e nem dos atos em defesa do governo (contra o golpe). A posição da maioria dos grupos do PSOL, naquele momento, era de que a esquerda deveria realizar uma luta contra a “reformas” do governo Dilma, ignorando o processo golpista, ou até participando dele, com a defesa de novas eleições. Isso era defendido por Guilherme Boulos, por exemplo, que já havia liderado manifestações da direita contra o governo do PT, em 2014, na época da Copa do Mundo (campanha que serviu apenas para fortalecer
POLÍTICA | 5
DIA 30
Amanhã, todos às ruas. Com os estudantes, pelo “Fora Bolsonaro” e todos os golpistas Bento Gonçalves (RS) IFRS 15h (https://www.facebook.com/ events/461725837931894/?ti=icl) Lageado (RS) Em frente a Caixa Econômica Federal 10h (https://www.facebook.com/ events/2061377833987695/?ti=as) Torres (RS) Praça XV de Novembro 15h (https://www.facebook.com/ events/319583988712132/) Rio Grande (RS) Largo Dr Pio 17h30 Joinville (SC) Praça da Bandeira 15h Chapecó (SC) Praça Coronel Bertaso 18h (https://www.facebook.com/ events/461725837931894/?ti=icl)
N
esta quinta, dia 30, estão convocados em todo o País e até no exterior mais de 150 atos (veja lista no final) que são uma continuação das gigantescas mobilizações realizadas no último dia 15, em mais de 300 cidades, reunindo mais de um milhão de pessoas, que colocaram o governo Bolsonaro “na lona”, ao assumirem claramente como reivindicação central o “fora Bolsonaro”. Tendo como estopim os ataques do governo contra a Educação e os educadores, seja por meio do corte de verbas, seja por meio das propostas de aumento do tempo para aposentadoria dos professores, que constam da famigerada reforma da Previdência, um gigantesco roubo de dezenas de milhões de trabalhadores, as manifestações se transformaram – sem qualquer sombra de dúvida – em manifestações pela derrubada do governo, levando – inclusive – a que este convocasse atos em seu apoio, no último dia 26, que foram um retumbante fracasso de público e de amplitude, não reunindo nem 10% do público que foi às ruas no dia 15 e evidenciando a perda de apoio de Bolsonaro, mesmo entre as diversas frações da direita que se dividiram em relação aos atos, com diversos setores golpistas se recusando a participar dos mesmos (FIESP, MBL, PSDB, DEM, Alas do PSL etc. etc.). No dia 15, os principais convocadores dos atos, foram as entidades do professores, em primeiro lugar, do ensino básico (CNTE, sindicatos), e depois, do ensino superior, com apoio das organizações estudantis e de outras organizações dos trabalhadores (CUT, FUP etc.) e dos partidos da esquerda.Desta feita, coube às entidades estudantis (UNE, UBES etc.), tomar a iniciativa da convocação das manifestações, as quais foram apoiadas pelas mesmas entidades que participaram dos primeiros atos.
Os atos da direita mostraram a fraqueza do governo Bolsonaro. Não há dúvidas que o “fica Bolsonaro” ficou em minoria, mas os golpistas ainda não foram totalmente derrotados e seguem impondo sua política contra a juventude, os trabalhadores e todo o povo. Mantém os cortes e os ataques contra a Educação, a tramitação da “reforma”da Previdência, para roubar bilhões das aposentadorias de toda a classe trabalhadora, o aumento do desemprego, a destruição da Saúde Pública, o roubo do petróleo, a entrega da economia nacional (privatizações) etc. etc. A imprensa golpista e todas as instituições do regime golpistas procurou ocultar o fracasso dos atos pró-Bolsonaro, montando uma verdadeira operação de salvação provisório do governo, por conta da falta de uma alternativa (por hora) para enfrentar o amplo movimento contra o governo que está apenas começando. Os interesses da maioria do povo só pode ser conquistado com a derrubada de Bolsonaro e de todos os golpistas e a conquista das reivindicações populares. Os atos do dia 30 são parte da mobilização geral dos explorados contra o governo ilegítimo de Bolsonaro e de todo o regime político, do qual faz parte também a convocação da “greve geral” (paralisação nacional) do dia 14 de junho, e deve reforçar a coesão desse movimento, que está apenas começando, e apontar no sentido da superação da sequência de derrotas do último período – desde o golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff. Para o que é preciso superar a política de lutas parciais (testada e reprovada nos últimos anos) e fazer avançar a mobilização em torno de uma perspetiva de conjunto, uma alternativa própria dos trabalhadores e da juventude diante da crise atual tendo como rei-
vindicações centrais o Fora Bolsonaro e todos os golpistas, a liberdade para Lula e a defesa de Eleições Gerais, com Lula candidato. Por isso, é importante reforçar a mobilização, nos locais de estudo, trabalho e moradia, subordinando as lutas específicas pela derrota do roubo da Previdência e para barrar a destruição do Ensino Público aos eixos políticos centrais nesse momento, capazes de unificar todas as organizações de luta dos explorados e abrir caminho para uma vitória contra o regime golpista. Por isso, neste dia 30, todos nas ruas, com os estudantes: Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Liberdade para Lula e todos os presos políticos. Eleições Gerais, com Lula candidato. Vejam os locais onde há atos confirmado. Lista divulgada pela UNE. Região Sul Caxias do Sul (RS) Praça Dante Alighieri 17h30 (https://www.facebook.com/ events/2298214550429517/) Porto Alegre (RS) Esquina Democrática 18h (https://www.facebook.com/ events/392259398038989/) Santa Maria (RS) Praça Saldanha Marinho 17h Viamão (RS) CalçadãoTapir Rocha 13h (https://www.facebook.com/ events/2286377418310709) Bento Gonçalves (RS) IFRS – Campus Farroupilha 13h30 (https://www.facebook.com/ events/341960863384954/?active_ tab=about)
Florianópolis (SC) Praça XV de Novembro 15h Camboriú (SC) IFC 12h (https://www.facebook.com/ events/284824935606884/?ti=cl) Rio do Sul (SC) IFC 19h Curitiba (PR) Praça Santos Antrade 18h (https://www.facebook.com/ events/611119619389683/) Maringá (PR) UEM 17h Londrina (PR) Calçadão do centro 16h Foz do Iguaçu (PR) TTU – Terminal de Transporte Urbano de Foz do Iguaçu 15h (https://m.facebook.com/ events/572583919897194/?ti=wa) Região Sudeste São Paulo (SP) Largo da Batata 17h (https:// www.facebook.com/ events/2425750947706729/) Piracicaba (SP) Praça José Bonifácio 17h (https://www.facebook.com/ events/437480163720226/) Avaré (SP) Largo São João 18h Santo André (SP) E.E Americano Brasiliense 12h Sorocaba (SP) Praça Cel Fernando Prestes 13h (https://www.facebook.com/ events/321635161828501/)
6 | POLÍTICA Região Centro Oeste
Praça do centenário 15h UFMA
Goiânia (GO) Praça Universitária 15h
Timon (MA) Praça São José 7h
Céres (GO) Parque Curumin 8h
Teresina (PI) Praça da liberdade 8h
São José do Rio Preto (SP) Frente a câmara municipal 18h30
Brasília (DF) Museu Nacional 10h (https:// www.facebook.com/ events/283860272496429/)
Picos (PI) Praça Felix Pacheco 7h
Ubatuba (SP) Calçadão centro da cidade 17h
Cuiabá (MT) Praça Alencastro 14h
Fortaleza (CE) Praça da Gentilândia 14h (https://www.facebook.com/ events/613004579207564/)
Botucatu (SP) Praça da catedral metropolina 17h (https://www.facebook.com/ events/284824935606884/)
Tangará da Serra (MT) Em frente a UNEMAT 8h
Barbalha (CE) Parque da Barbalha 8h
Caruaru (PE) Grande hotel 8h (https:// web.facebook.com/ events/899001680445302/)
Campo Grande (MS) Praça Ary Coelho 15h
Sobral (CE) IFCE – Campus Sobral 18h30
Vitoria de Santo Antão (PE) Próximo ao CAV 13h
Região Norte
Limoeiro do Norte (CE) IFCE- Campus Limoeiro do Norte 7h30
Araripina (PE) Praça da Igreja Matriz 8h
Aracape (CE) Praça Matriz 14h DCE Unilab
Guaranhuns (PE) Praça Colunata 10h
Tabuleiro do Norte (CE) Praça da Matriz 7h30
Petrolina (PE) Praça do Bambuzinho 15h
Natal (RN) Praça Cívica 15h (https:// www.facebook.com/ events/335740263810833/)
Surubim (PE) Pátio da Usina 8h
São Miguel (RN) Rua Dr José Torquarto (em frente ao BB) 17h (https://www.facebook.com/ events/2170064783042533/)
Estados Unidos – Massachusetts Boston – Harvard 19h (https://www.facebook.com/ events/432405474184503/)
Currais Novos (RN) Praça Tetê Salustiano 16h
Estados Unidos – Nova York NY – Washington Square Park 15h (https://www.facebook.com/ events/294435714835331/?notif_ t=plan_user_invited&notif_ id=1558828939619320)
Caçapava (SP) Praça da bandeira 9h Santos (SP) Estação Cidadania- Ana Costa – 340 18h Taubaté (SP) Praça Sta Teresinha 17h
Ribeirão Preto (SP) Em frente ao Teatro D. Pedro 15h (htt0,0ps://m.facebook.com/ events/327733881252538/?ti=wa) Jundiaí (SP) Praça Matriz 10h (https:// www.facebook.com/ events/2278331898950949/?ti=cl) São Carlos (SP) Praça Coronel Salles 9h Campinas (SP) Largo do Rosário 17h (https://www.facebook.com/ events/696976510759870/?ti=cl) São José dos Campos (SP) Praça Afonso Pena 16h Belo Horizonte (MG) Praça Afonso Arinos 17h (https://www.facebook.com/ events/678014102637522) Montes Claros (MG) Praça Dr. Carlos 15h Sete Lagoas (MG) Av. Antônio Olinto 16h30 Uberlândia (MG) Praça do J – UFU 15h (https:// www.facebook.com/ events/2259407720992829/) Itabirito (MG) Praça 1º de Maio 9h Ouro Preto (MG) Concentração na portaria da UFOP 14h Mariana (MG) Concentração terminal turistico 15h Vitória (ES) Teatro da UFES 16h30 Candelária (RJ) 15h (https://www.facebook.com/ events/2034838143487414/) Petrópolis (RJ) Praça Dom Pedro 17h Volta Redonda (RJ) Praça Juarez Antunes 17h Nova Friburgo (RJ) Praça Demerval Barbosa 17h
Palmas (TO) UFT 18h Belém (PA) Praça da República 16h (https://www.facebook.com/ events/294062414878238/) Bragança (PA) Praça das Bandeiras 16h Altamira (PA) UFPA – Campus 1 16h30 Santarém (PA) Praça da Matriz 17h Marabá (PA) Em frente à UNIFESSPA Campus I 7h30 Tucurí (PA) Praça do Rotery 8h Castanhal (PA) Praça Matriz 16h (https://m.facebook.com/ events/607954049695381/?ti=wa) Macapá (AP) Praça da Bandeira 15h Laranjal do Jari (AP) Praça Central 17h Boa Vista (RR) Centro Cívico 16h Manaus (AM) Praça da Saudade 15h (https://www.facebook.com/ events/2239254829661109/) Porto Velho (RO) Unir centro 16h Rio Branco (AC) Praça da Revolução 11h Região Nordeste São Luis (MA) Praça Deodoro 15h (https:// www.facebook.com/ events/360650647767439/) Bacabal (MA) Praça Silva Neta 16h30 Pinheiro (MA)
Campina Grande (PB) Praça da bandeira 13h (https://m.facebook.com/ events/453737722027676/?ti=wa) João Pessoa (PB) CCHLA / UFPB 15h (https://m.facebook.com/ events/453737722027676/?ti=wa) Guarabira (PB) Praça Lima e Moura 15h Aracaju (SE) Praça General Valadão 15h Claudiney Maceió (AL) Praça do centenário 13h Pedro Arapiraca (AL) Bosque das Arapiracas 9h Salvador (BA) Praça do Campo Grande 10h (https://www.facebook.com/ events/2298692520346814/) Paulo Afonso (BA) Praça da Tribuna 17h30 Irecê (BA) Em frente ao banco do Brasil (centro) 8h Jequié (BA) Em frente a câmara dos vereadores 15h Serrinha (BA) Praça Luis Nogueira 7h30
Feira de Santana (BA) Praça Tiradentes 08h30 Valente (BA) Praça do Forrodrómo 8h30 Juazeiro (BA) Em frente ao INSS 15h Recife (PE) Rua Aurora 15h (https:// www.facebook.com/ events/851047115272181/)
Internacionais
Estados Unidos – Califórnia Los Angeles – 800 N Alameda St, 13h (https://www.facebook.com/ events/876487739367337/) Irlanda – Dublin – Spire of Dublin 18h (https://m.facebook.com/ events/449858885774114) Suíça – Genebra – Rue De Lausanne, 1202 16h (https://www.facebook.com/ events/685514118586423/) Holanda – Amsterdam – Dam 1 17h (https://www.facebook.com/ events/2431750803503893/?ti=icl) Portugal – Lisboa – Praça Luis Camões 18h (https://www.facebook.com/ events/312365419702612/) Portugal – Coimbra – Praça da República 17h (https://www.facebook.com/ events/419427981942258/) Estados Unidos – Flórida 12h (https://www.facebook.com/ events/187287855512631/) Luxemburgo – Luxemburgo – Place d’Armes 14h30 (https://m.facebook.com/ events/1647997805344246? ref=bookmarks&_rdr)
POLÍTICA| 7
FARSA
Justiça admite que sítio de Atibaia nunca foi de Lula e expõe a farsa da condenação F
ernando Bittar, dono do famoso sítio de Atibaia que era atribuído pela direita golpista ao ex-presidente Lula, foi autorizado pela justiça a vendê-lo. A autorização saiu do Ministério Público Federal (MPF). É o mesmo MPF que acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser “dono” do sítio para condená-lo por suposto recebimento de vantagens por meio de reformas feitas no sítio de Fernando Bittar. A direita golpista utilizou o Judiciário para realizar uma perseguição política contra o ex-presidente. Por isso seus processos estão cheios de anomalias jurídicas. E por isso suas condenações não são apoiadas por provas. Lula foi condenado por Sérgio Moro no caso do triplex por “ato indeterminado”, exclusivamente com base na delação de outro réu no processo, que mudou seu depoimento no meio do processo, obtendo vantagem por isso, por orientação de seu advogado. Agora, no caso do sítio de Atibaia, foi condenado por Gabriela Hardt, substituta de Moro, com uma sentença copiada do processo anterior, conforme ficou demonstrado por perícia apresentada pela defesa. Hardt inclusive esqueceu de tirar o triplex de sua sentença copiada. Na última página do processo, o sítio vira triplex.
Nem é e nem não é, muito pelo contrário, ou não Com o reconhecimento da justiça de que o sítio não é de Lula, mas de Fernando Bittar, o Judiciário está afirmando que o sítio de Atibaia é de Lula mas não é de Lula. O sítio é de Lula, mas o dono é Fernando Bittar. O sítio é de Fernando Bittar, portanto ele pode vendê-lo, mas o sítio é de Lula, portanto ele pode ser condenado. O sítio é de Fernando Bittar mas é de Lula, é de Lula mas é de Fernando Bittar. O sítio é de Lula, mas não é de Lula, por isso outra pessoa vai vender o “sítio do Lula”, que não é de Lula. Seria divertido se não tivesse consequências. É com base nesse tipo de raciocínio que os golpistas estão mantendo Lula preso. Nem se dão ao trabalho de apresentar uma história crível para encobrir o arbítrio e a perseguição. Libertar Lula com o povo na rua Já ficou mais do que comprovado que Lula não tem direitos. Sua defesa é massacrada nos tribunais por fora da lei, e seus advogados foram inclusive espionados, o que por si só já seria absurdo suficiente. Os processos contra Lula são políticos e não podem
ser vencidos apenas por vias judiciais. Para que Lula seja solto, é preciso que haja mobilização popular. As instituições golpistas estão organizadas para mantê-lo preso, porque Lula desestabilizaria o regime político ainda mais, colocando o programa da direita golpista em risco e polarizando a situação ainda mais. Do ponto de vista dos trabalhadores, isso é justamente o que precisa acontecer, para derrotar a direita gol-
pista e impedir os ataques aos trabalhadores. Por isso também, além de ser uma questão de autodefesa das organizações operárias, a defesa da liberdade de Lula tornou-se uma reivindicação central na atual crise nacional. É preciso ir às ruas exigir tanto a queda do governo quanto a liberdade de Lula, para que ele possa participar de novas eleições gerais, que seriam uma reversão da fraude do ano passado e uma saída para a crise política.
ABUTRE GOLPISTA
Ciro Gomes não visitaria Lula na cadeia Q
uem acompanha este Diário e a imprensa do Partido da Causa Operária já sabe há muito tempo quem é Ciro Gomes. Um elemento da direita, que começou sua carreira no PDS, na época o partido da ditadura militar, e que desde então oscilou por diversos partidos, tal como um andarilho partidário, alguém que não tem nenhum compromisso ideológico a não ser com a burguesia e os seus próprios interesses. No período do golpe de 2016 Ciro resolveu pôr em marcha uma política ousada. Dando um verdadeiro cavalo de pau, ele vestiu uma fantasia esquerdista. Dizia que era contra o impeachment de Dilma e contra a prisão de Lula, em muitas declarações enérgicas, bem de acordo com o seu temperamento, que inclusive lhe rendeu a alcunha de “Coronel”. No entanto, para os que acompanham a conjuntura política mais atentamente, ficou patente que se tratava de pura demagogia. A campanha eleitoral deixou tornou cristalino o fato de que Ciro é um abutre, cuja principal função era enfraquecer eleitoralmente o PT e assim colaborar com a política golpista. O fato de Ciro ter sido um homem de confiança de Steinbruch, dirigente da FIESP e por ter como padrinho político Tasso Jereissati,
elemento do PSDB e gerente da Coca Cola no Brasil seriam o suficiente para descobrir o fino véu que cobre este lobo em pele de cordeiro. O mesmo Ciro declarou que seria oposição ao PT, isso num quadro onde quem está no governo é o fascista Bolsonaro.
Antes da prisão de Lula, Ciro lançou muitas bravatas, chegando a dizer que sequestraria Lula e o levaria para uma embaixada, ou mesmo antes, quando afirmou que pediria o impeachment de Temer no dia seguinte em que ele assumisse a presidência.
No entanto, em ambos os casos, tanto no impeachment quanto na prisão de Lula, Ciro mudou de posição da noite para o dia, revelando assim que tudo não passava de uma manobra. A pequena base cirete, que se concentra nos subterrâneos da internet também revela o direitismo de Ciro, pelo seu comportamento de tipo bolsonarista. Agora, depois de tantas evidências do seu perfil reacionário, Ciro nos brinda com mais um ataque contra Lula e o PT. Em matéria da Folha de S. Paulo tomamos conhecimento de que ele teria dito que não visitaria Lula na prisão mesmo que ele pedisse. Esta última declaração é só mais uma entre inúmeras outras, algumas das mais escandalosas já citadas nesta matéria Finalmente, o PDT de Ciro tem hoje como principal representante feminista a inacreditável Tábata Amaral, conhecida por defender a destruição da previdência e é um dos partidos que pretendem compor uma nova frente popular, incluindo aí na aliança o próprio PSDB! O PDT sob a liderança de Ciro Gomes é um partido direitista, que apoiou a intervenção militar no Rio de Janeiro e a prisão de Lula. É chato ter que repetir esta verdade inconveniente para as ciretes tantas vezes, mas desmascarar os oportunistas é função de um Partido revolucionário: Ciro Gomes e o PDT são de direita.
8 | POLÍTICA
COXINHATO
A farsa dos atos em defesa de Bolsonaro
D
entre a esquerda, ainda há muita confusão acerca dos atos coxinhas do domingo (26). Muitos se deixaram impressionar pela campa-
nha da imprensa que aponta as mobilizações como numerosas. Fato é que apenas ocorreram em algumas capitais e só conseguiram aglutinar apro-
ximadamente 1% do que foi o dia 15 de maio. Uma parcela dessa esquerda entende que os número não chegam nem perto do que a burguesia apresenta, mas mesmo assim está na defensiva, dizendo que não importam os números, pois ficou impressionada com a infraestrutura e estava cotando com o fato de que os atos seriam ainda mais esvaziados do que foram. Nesse diário, chegamos a denunciar: não podemos subestimar a extrema-direita, Bolsonaro ainda é presidente e detém o aparto do Estado, e a burguesia está disposta a fazer qualquer coisa para aprovar a reforma da previdência. Domingo teve um apoio de um grupo de empresários chamado Instituto Brasil 200, que reúne nomes como Flávio Rocha (Riachuelo),Luciano Hang (Havan) e João Appolinário (Polishop). O apoio dos capitalistas se deu pelo feto de que se os atos fossem totalmente vazios ficaria claro o averso da
população em relação às medidas da burguesia. Nesse sentido, não se deve ficar impressionado, pois apesar de ter uma injeção enorme de dinheiro, ainda assim expressou-se nas ruas a impopularidade do governo. Os próprios ratos do governo não aderiram à manifestação. Bolsonaro voltou atrás e não compareceu no domingo; Janaína Paschoal, Damares, Danilo Gentili, MBL, Olavo de Carvalho etc., todos pularam foram do barco e não querem seus nomes associados com o governo que está para desabar a qualquer golpe decisivo da esquerda. A ausência de mobilização em algumas capitais e o fato de outras terem juntado dezenas de pessoas mostram que longe dos grandes centros do Sudeste, onde o grande capital está de fato organizado, a extrema-direita não conseguiu mobilizar para os atos. É a prova concreta da farsa do dia 26. A esquerda não pode cair em histórias do Bicho Papão, a bola está na área do adversário, basta saber se os centroavantes saberão fazer o gol.
IMPOPULAR
Mesmo com os robôs, Bolsonaro perde apoio no Twitter A
s eleições de 2018 foram uma fraude e está cada dia mais difícil de esconder isso. O governo Bolsonaro já se mostrou um inimigo feroz de toda a população, o juiz que condenou o maior líder popular do país à prisão criou as condições para que este tivesse sua candidatura cassada se tornou ministro de Estado e a base social que apoia o bolsonarismo é muito menor do que a que era apresentada pela imprensa burguesa. Desmascarado, impopular, anti-povo, desastrado e incompetente, Bolsonaro assiste a seu governo naufragar rapidamente. Seus apoiadores tem tentado ressuscitar o governo do “mito”; no entanto, nada parece ser capaz de impedir que Bolsonaro se inviabilize em pouco tempo. Os atos do dia 26 foram mais ima demonstração da falência do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro. Em todos os estados, a adesão foi baixíssima: mesmo contratando figurantes e car-
TODOS OS DIAS ÀS 10H, NA CAUSA OPERÁRIA TV
ros de som de grande porte, mesmo com empresários coagindo seus funcionários, as manifestações bolsonaristas foram um estrondoso fiasco. A crise do governo também se manifesta nas redes sociais, que são exaustivamente exploradas pelos bolsonaristas e pela direita em geral. Há anos, Bolsonaro e seus apoiadores investem milhões e milhões para a contratação de robôs que façam campanha pelo “mito” no Twitter e no Facebook. No entanto, dessa vez, nem os robôs deram algum resultado. As manifestações do dia 15 inundaram o Twitter de publicações contra o governo Bolsonaro. No último dia 26, as publicações do “mito”, impulsionadas pelos seus robôs, tiveram uma baixíssima interação. O governo Bolsonaro se encontra em crise e é preciso aproveitar o momento para derrubá-lo. Por isso, todos às ruas neste dia 30 pelo “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”!
IMPRENSA DE ESQUERDA | 9
GOLPISTA
A imprensa de esquerda viu os atos pró-Bolsonaro da mesma forma que a Globo A
s fotos e vídeos do dia 26 demonstram de forma inequívoca: os coxinhatos de Bolsonaro foram um fracasso. No entanto, como nos coxinhatos do período de campanha golpista contra o PT, a imprensa burguesa logo tratou de procurar falsificar a realidade. Devido ao volume de informação produzido pelos grandes monopólios capitalistas das comunicações, por mais flagrante que seja essa falsificação dos fatos muita gente ficou confusa diante das mentiras da imprensa golpista. Um problema é que não foram apenas cidadãos comuns, pegos desprevenidos pela avalanche de mentiras dos jornalões, que caíram em mais essa manipulação. Novamente setores de esquerda estão seguindo a imprensa golpista, como fizeram durante várias etapas do golpe. Diversos sites de esquerda divulgaram balanços dos atos que relativizaram o fracasso dos atos bolsonaristas. É uma adaptação diante da pressão da imprensa capitalista. Globo falsifica… Para dar um exemplo de como a imprensa burguesa está contando o que aconteceu no dia 26, vejamos, por exemplo, o editorial de O Globo do dia 28. Trata-se de um exemplo especialmente ilustrativo do cinismo dessa imprensa. O jornal afirma que o “Governo não pode achar que as ruas decidirão reformas”. São pelo menos duas distorções: primeiro, o título já dá a ideia de que
os atos teriam sido grandes e teriam, por isso, servido para pressionar alguém; segundo, o jornal oculta que as reformas são seu próprio programa, dando a entender que seria o programa “das ruas” e do “governo”, como se a reforma da previdência fosse um clamor popular, e não o programa de uma pequena minoria coxinha, que inclui a famiglia Marinho. Essa operação apareceu nos editoriais de todos os jornais da burguesia, e também em seus canais de rádio e TV. …e parte da esquerda segue De maneira alguma a imprensa está “enganada” sobre os atos. Os jornais capitalistas distorcem os fatos para enganar os outros. Um dos que foram enganados pela imprensa burguesa foi o ex-dirigente do PSTU Valérico Arcary, atualmente no Psol. Se em 2013 Arcary não conseguia ver o que ele chamava de “onda conservadora”, agora, diante do fracasso da extrema-direita no dia 26, ele teme uma inexistente “multidão zangada” que teria “acumulado forças”. Segundo Valério Arcary, teria havido uma “mudança de qualidade” nas manifestações do dia 26 porque os fascistas teriam saída “de forma isolada”. Essa avaliação ignora um movimento muito claro nos dias que antecederam aos atos da extrema-direita: de última hora, a imprensa e grandes capitalistas passaram a apoiar os atos, procurando apresentá-los com outra pauta, para evitar uma derrota total do governo, pois essa seria a derrota do
programa que toda a direita tem em comum. PSTU O PSTU de hoje, ou seja, os que continuam no PSTU até hoje, já sem Valério Arcary e outros dirigentes que estavam por lá antes de os morenistas prognosticarem que não haveria golpe contra o PT, também realizou um balanço do ato. O título do balanço indica que “Atos pró-Bolsonaro não representam a maioria”. Quem diria? Essa esquerda considera necessário dizer que aqueles pequenos atos não representavam a maioria do país. O PSTU descreve o fracasso de Bolsonaro nesses termos: “Apesar de que o governo não sai mais forte, as manifestações mostram que eles não estão parados.” Ou seja, o PSTU ficou impressionado com a propaganda da imprensa golpista, e não conseguiu ver o que de fato aconteceu. Balanço do G1 Outro fenômeno presente na imprensa de esquerda por ocasião dos atos do dia 26 foi a reprodução acrítica do balanço numérico do G1 sobre as manifestações. Tanto a Rede Brasil Atual quanto a Esquerda Marxista reproduziram a contagem do site do Grupo Globo (os números divergem porque as matérias são de horários diferentes). A ideia, nos dois casos, é comparar com os atos de esquerda do dia 15 de maio, para mostrar pelo contraste como os atos de Bolsonaro foram pequenos.
No entanto, isso fica muito longe de descrever o que de fato aconteceu. Bolsonaro não conseguiu mobilizar nada nem remotamente próximo do dia 15. Os atos foram um fracasso completo. Só em São Paulo e no Rio de Janeiro é possível dizer que houve realmente um ato, e mesmo assim, foram atos muito pequenos. Para contar todas essas cidades, a imprensa burguesa teve que contar até atos com menos de 100 pessoas. A comparação, nesses termos, com o dia 15 é uma fraude em si. Ajuda a imprensa golpista a encobrir o fracasso do dia 26 e a encobrir a fraude que foi essa mobilização. Uma esquerda que não faz frente ao bolsonarismo Esses casos mostram que esses setores de esquerda não estão em condições de enfrentar o bolsonarismo. Diante dos atos coxinhas, acabaram se intimidando e imitando a Rede Globo, e a imprensa golpista em geral, em seus balanços do que aconteceu. Não é possível enfrentar Bolsonaro dessa forma. É preciso denunciar, em primeiro lugar, que os atos foram um completo fiasco. Em, segundo lugar, que a imprensa montou uma farsa para tentar disfarçar esse fato. Bolsonaro não tem apoio nenhum, é extremamente fraco nesse momento e as massas podem derrubá-lo, se a oportunidade não passar. Por isso é preciso fazer o balanço correto, e exigir a queda imediata desse governo, assim como a realização de eleições gerais com Lula solto e candidato.
IMPRENSA REVOLUCIONÁRIA
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or apenas 2 reais você leva todo o conteúdo da Causa Operária impresso em papel para mostrar lá em casa, para o seu parente, vizinho, no seu trabalho, para o seu colega. O Jornal Causa Operária segue firme e forte desde 1979 como único portador das ideias da esquerda marxista em publicação ininterrupta. Toda semana sai uma edição. Na edição mais recente, o jornal defende que Bolsonaro seja colocado para fora e novas eleições gerais sejam convocadas, com Lula livre para concorrer. Para isso, a publicação convoca para uma manifestação gigantesca no próximo dia 30, que faça tudo tremer, e também defende que as universidades sejam ocupadas imediatamente. O jornal transmite os pontos centrais da política do Partido da Causa Operária, que insiste em rejeitar a formação de qualquer frente com partidos e instituições que tenham apoiado o golpe ou se abstiveram, mantendo o foco na saída pelas manifestações nas ruas, em vez de acreditar acenos ins-
titucionais inúteis, como vem sendo provado. A edição desta semana do JCO trata ainda a eleição no Sindicato dos Bancários de Brasília, que resultou em uma vitória expressiva da CUT contra os coxinhas, critica o governador da Bahia, Rui Costa, por ser aliado do “centrão” dentro do PT, espinafra Trump por ameaçar uma guerra contra o Irã pelo Twitter e lamenta que Cristina Kirshner tenha decidido não ir para cima da direita na Argentina como candidata favorita. Você não encontra tal conjunto de assuntos sob esse ponto de vista em nenhuma outra publicação brasileira. Compre logo vários exemplares e distribua por aí. Ajude na luta, na mobilização contra os golpista. Você pode encontrar o Jornal Causa Operária em uma das sedes do PCO nos vários estados ou com nossos companheiros em locais de manifestações e aglomerações ou ainda solicitar para nossa lojinha: lojadopco. com (também no facebook, no Twitter e Whatsapp 11 94999-6537).
10 | COTV E INTERNACIONAL
ANÁLISE
Liberdade para Lula e Lula candidato T
ranscrevemos abaixo um trecho da Análise Política da Semana, do dia 18 de maio, no qual o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, esclarece a política a ser levada a diante pela esquerda com a crise do governo Bolsonaro e do golpe de estado. A Análise Política da Semana ocorre todos os sábados às 11 e 30 da manhã. Você pode acompanhar pela Causa Operária TV, no Youtube. “Bom, aí se coloca um outro problema que está na situação, eleições gerais, mas quem vai concorrer. Tem que concorrer a pessoa que não concorreu na eleição passada, Luiz Inácio Lula da Silva. Então a terceira palavra de ordem é: Liberdade para Lula. E, logicamente, a quarta palavra de ordem, que vai ganhar mais impeto no desenvolvimento da mobilização é: Lula candidato. É um programa claro, perfeitamente razoável para resolver a atual situação
política. Nós não estamos que as pessoas saiam na rua todas armadas, arranquem Bolsonaro do poder a tiros e estabeleçam a República Soviética do Brasil. Se chegar a situação que é necessário ir lá e tirar a pessoa de dentro do governo, nós vamos discutir a partir desse ponto de vista. A luta contra o Bolsonaro tem que ser acompanhada da luta contra as medidas que ele tomou, que não são só dele, são de todos. A burguesia, nós, inclusive, discutimos muito isso na época, quando ela deu o golpe de estado, ela entrou em um terreno perigoso. Na época, inclusive, nós falamos o seguinte: a pior coisa que pode acontecer a um golpe de estado é ele fracassar e ser derrotado pela mobilização popular. Haja vista o exemplo da Venezuela. No Brasil que é um país complexo, mais do que o normal, um país muito grande onde as coisas se desenvolvem com uma certa lentidão. Deram o golpe, colocaram o Temer, devido a oposição popular ao golpe, devido as contradições inter-
nas da burguesia, devido ao descontrole na economia, o governo Temer afundou. Chamaram eleições, uma coisa que era muito previsível, nós do PCO previmos isso daí. O governo teria que fazer uma maracutaia para que se fechasse o golpe. Devido as circunstância que eles tiveram que manobrar, escolheram um governo muito improvisado, que é o Bolsonaro, e o governo fracassou. Quer dizer, estamos diante de um golpe fracassado. Isso obriga toda a esquerda nacional a impulsionar uma mobilização para enterrar o golpe, qualquer outra política diante dessa situação, é uma política não apenas sem sentido, sem desenvolvimento, como é uma política suicida. Porque se nós não partirmos para cima do governo para encerrar a fatura, vai haver uma recomposição. Essa recomposição pode ser como um bumerangue, tudo aquilo que você fez contra volta contra você. O descontrole da economia é muito grande, o povo está na rua, eles podem, pela falta de
ação da esquerda, dos movimentos populares, estabelecer um regime de força que procure liquidar a situação por meio da violência, que é o perfil do governo Bolsonaro.”
29 DE MAIO DE 1990
Burocrata traidor Boris Yeltsin é eleito presidente pelo parlamento russo para acabar com a URSS H
á exatos vinte e nove anos, neste mesmo dia 29 de maio, em 1990, o mundo testemunhou mais uma etapa, mais um capítulo na longa trajetória iniciada ainda na década de vinte do século anterior, quando o primeiro estado operário do mundo, resultado da primeira revolução socialista vitoriosa no planeta, sofreu seus primeiros golpes em direção à burocratização e posterior degeneração, fenômeno político e social impulsionado pelos representantes da ala antibolchevique do recém nascido Partido Comunista da União Soviética, liderada por Josef Stalin. O medíocre Stalin, depois de “derrotar” a ala bolchevique do partido organizada na oposição de esquerda, liderada por Leon Trotski, passo a passo liquidou e sufocou a democracia interna, instalando uma ditadura unipessoal, lastreada na corrupção, no terror, nas perseguições, nos processos fraudulentos contra seus opositores e nos assassinatos. O Stalinismo foi o responsável pela mais completa deturpação e desfiguração do marxismo- leninismo, “criando” teorias totalmente alheias à política revolucionária desenvolvida por Marx, Engels, Lenin e Trotski, como a teoria do “socialismo num só país” uma invenção extraída sabe-se lá de onde que propunha o abandono da luta do proletariado internacional em direção à vitória da revolução socialista mundial, em prol do “pragmatismo socialista” (leia-se oportunismo contra-revolucionário). No plano da luta internacional contra o imperialismo, ao invés do enfrentamento, a convivência pacífica com es-
te, o que conduziu o operariado mundial a um sem número de derrotas em vários países onde houve o enfrentamento da classe operária com a burguesia. Esse breve histórico nos conecta com os acontecimentos do dia 29 de maio de 1990, no vazio deixado pela política de destruição do estado operário e da economia estatal, levada adiante pelo timoneiro das “reformas” (glasnot e perestroika) Mikhail Gorbatchov, que acabou por precipitar o fim da URSS. Sucedendo Gorbatchov, já no ambiente de caos econômico e social de desintegração da URSS, assumiu um burocrata de segunda linha do já há muito degenerado PCUS. Bóris Iéltsin foi o “escolhido” para dar sequência e tentar concluir a obra iniciada pelos burocratas anteriores; obra de destruição e liquidação completa da outrora portentosa grande nação so-
cialista, o primeiro estado operário do mundo. Iéltsin foi responsável pela maior devastação promovida contra a economia estatal do país, conduzindo esta em direção a uma “economia de mercado”. O senil burocrata introduziu programas de privatizações e outras medidas de “liberalização da economia”, o que fez com que uma enorme parte da riqueza nacional acabasse ficando sob o controle de um núcleo reduzido de milionários, que se tornaram magnatas da noite para o dia, sem que fosse necessário qualquer mínimo esforço para alcançar este status, a não ser o simples fato de se apropriarem de importantes ativos da economia nacional. Depois da desintegração da União Soviética e de ter assumido o controle da Federação Russa, Iéltsin colocou em marcha um programa duríssimo
de austeridade fiscal e cortes em um sem número de benefícios sociais que eram assegurados aos cidadãos soviéticos, atacando as aposentadorias e outros programas de seguridade social, em particular as garantias sociais aos idosos. A política econômica de Boris Iéltsin favoreceu abertamente os especuladores e instituições estrangeiras, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, com enorme repercussão na qualidade de vida dos russos, que experienciaram um período de grande pauperização, miséria e pobreza. Seguindo o tradicional receituário do FMI e Banco Mundial, de ataque às economias nacionais, o excêntrico Iéltsin aumentou os impostos violentamente, cancelou importantes subsídios do governo à atividade industrial e da construção, além de profundos cortes nos programas sociais, em particular na previdência, conforme já foi assinalado. O curto período do “reinado” de Boris Iéltsin (29/05/90 a 10/07/91) foi e ficará marcado como um dos momentos mais traumáticos da história e da política contra-revolucionária que atentou contra o primeiro estado operário do mundo, implantado como resultado da vitória do proletariado russo contra a burguesia e o imperialismo mundial. A luta pela reconquista da república dos sovietes, pelo genuíno estado operário controlado pelo poder popular sob o controle dos trabalhadores se coloca como uma das tarefas mais imediatas e importantes na luta que o proletariado internacional trava contra o capital, a burguesia mundial e o imperialismo
MOVIMENTO OPERÁRIO |11
CAIXA
Trabalhadores da Caixa Econômica Federal do país inteiro se mobilizam contra a privatização O
s bancários da Caixa Econômica no país inteiro realizaram atos nessa terça-feira (28) contra a tentativa do governo ilegítimo/golpista, Bolsonaro, de fatiar o banco através do leilão, que iria acontecer nesta mesma data, da Lotex (Loteria Instantânea) como forma de pavimentar o caminho da privatização da Caixa. As manifestações, que estão sendo organizadas pelos sindicatos e pela Contraf/Cut (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), é parte das mobilizações que já vinham acontecendo logo após o golpe de estado, quando aumentaram a tentativa de privatização da Caixa Econômica – política essa continuada pelo governo Bolsonaro. O resultado dessa mobilização não poderia ser de outra forma, mais uma vez o leilão da Lotex foi adiado pela sétima vez, agora sem data definida para a sua realização. Segundo a imprensa
golpista, nenhuma empresa fez oferta para adquirir a Loteria Instantânea até segunda-feira (27), prazo dado pelo governo para receber propostas. Não tenhamos dúvidas de que as manifestações que estão ocorrendo no país inteiro pelo Fora Bolsonaro, como o realizado no último dia 15 de maio que reuniu mais de um milhão de pessoas nas ruas, é o fator fundamental para barrar a ofensiva dos banqueiros e capitalistas e seus governos contra os trabalhadores e a entrega do patrimônio do povo brasileiro para o capital privado. É necessário ter bem claro que a tentativa de entrega da Lotex visa claramente preparar a entrega desse grande patrimônio do povo brasileiro, Caixa Econômica Federal, nas mãos dos capitalistas que só tem um objetivo: a obtenção de lucro às custas da exploração dos trabalhadores e de toda a população em geral.
MAFRIG
ECT
Em apenas duas horas de diferença, os Contra a privatização dos Correios, bombeiros são acionados duas vezes greve geral pelo Fora Bolsonaro! por vazamento de amônia em frigorífico s trabalhadores dos Correios Somente a luta contra o golpe de esO estão na mira do governo frau- tado no Brasil que se deu pelo impeachdo grupo Marfrig dulento de Jair Bolsonaro, que amea-
N
o dia 29 de abril de 2019, ocorreu um vazamento de amônia no frigorifico Marfrig de Bataguassu, município do estado de Mato Grosso do Sul. Os bombeiros foram acionados em duas oportunidades, às 21 horas e às 23 horas. Apesar de ser algo muito difícil de ocorrer, de não haver danos aos trabalhadores, o frigorífico informou ter controlado o vazamento e não ter havido vítimas. Os frigoríficos, a exemplo do Marfrig, JBS/Friboi, BRF – Brasil Foods, Minerva, entre outros, procuram de todas as formas esconderem as sujeiras por debaixo do tapete. O grupo BRF, por exemplo, recentemente quis ocultar até que não tivesse ocorrido vazamento, e em duas localidades diferentes, em Rio Verde/ GO e Uberlândia/MG, nos dois frigoríficos tiveram vítimas, no entanto, em Uberlândia, os moradores dos bairros vizinhos foram os que acionaram os bombeiros. Uma quantidade pequena no ar, já pode causar danos irreparáveis aos trabalhadores e, a exemplo da situação da BRF Brasil Foods, até os vizinhos, onde duas pessoas tiveram que serem socorridas em hospitais das imediações. No Marfrig, após um incidente ocorrido há alguns anos atrás, em um Curtume, onde quatro trabalhadores vieram a falecer, há uma ocultação constante de fatos relacionados aos
çou de morte toda a categoria ecetistas ao dar carta branca para o ministro golpista, Paulo Guedes, privatizar a empresa. A privatização, que já está se dando na empresa com o sucateamento dos Correios, fechamento de 161 agências, demissões de milhares de trabalhadores através dos famigerados PDV (Pedido de Demissão Vonluntária), vem preocupando a categoria que está sem orientação política para agir contra esses ataques.
acidentes que vem acontecendo em seus vários frigoríficos instalados no país. A situação dos frigoríficos, no que se refere a acidentes e doenças ocupacionais, apresenta uma realidade de verdadeira calamidade pública, sendo o setor industrial com maior incidência, ocupando o primeiro lugar, reconhecido até pelo Ministério Público do Trabalho. O que os donos dos frigoríficos fazem para manter seus colossais lucros, no caso dos acidentes é criminoso, são capazes de fazer com que os seus funcionários trabalhem em verdadeiras sucatas, sem segurança nenhuma e falta de manutenção, ocasionando verdadeiras tragédias.
ment da presidenta Dilma Rousseff, e se aprofunda com o governo de Jair Bolsonaro é possível de colocar um freio nas ações dos golpistas contra os Correios. Os trabalhadores dos Correios precisam se engajar na luta contra o golpe e pelo Fora Bolsonaro. É necessário que a categoria dos Correios esteja na linha de frente da greve geral chamada para o dia 14 de junho, convocando todo os trabalhadores ecetistas paralizarem suas atividades, pelo Fora Bolsonaro! Liberdade para Lula! Eleições gerais com Lula candidato!
12 | NEGROS E MORADIA E TERRA
NEGROS
Mais um massacre nos presídios: 40 mortos em Manaus A
Secretária de Segurança Pública (Saep) informou que 40 presos foram assassinados por asfixia, e encontrados neste dia 27, em presídios de Manaus no Amazonas. Um dia antes (26), outros 15 presos haviam sido assassinados em suposto confronto entre os presos na Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), também em Manaus. O Compaj já havia sido anteriormente palco do maior massacre ocorrido no Estado, no início de 2017, quando 55 pessoas foram brutalmente assassinadas num dos episódios mais horripilantes do sistema penitenciário brasileiro. A matança se deu em quatro presídios, que são: Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat) – 25 mortos; Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) – 6 mortos; Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM 1) – 5 mortos; Compaj – 4 mortos, além dos 15 no dia anterior Segundo o governador do Amazonas, Wilson Lima o Ministério da Justiça, o fascista Sérgio Moro, enviara a integrantes da Força Tarefa de Intervenção Penitenciária para reprimir ainda mais os presídios. A política de
massacre, de tortura, de violência do Estado burguês contra a população pobre, negra e trabalhadora deste país encontra na extrema-direita; no bolsonarismo sua vanguarda. Esta política tende a se consolidar e se aprofundar caso a extrema-direita e os golpistas em geral mantenham-se no poder. Ao todo foram 55 mortes em apenas dois dias, o que faz destes presídios verdadeiros, e não retoricamente, campos de extermínio em massa. Essa conclusão não diz respeito apenas ao Estado do Amazonas, mas pode ser estendida ao Sistema Penitenciário nacional. De acordo com um levantamento feito pelo jornal golpista O Globo entre 2014 e 2017 pelo menos 6.380 detentos morreram sob a custódia do Estado. Assassinados, por maus tratos, má alimentação, por doença motivadas por ambiente insalubre, como sarna dentre outras, por falta de atendimento médico, depressão, suicídio… O sistema penitenciário nacional, que é uma extensão do próprio sistema judiciário, é a negação absoluta da prática cidadania e de direito. É uma mácula no Estado nacional que o corrói e impede o seu desenvolvimento
sadio, do ponto de vista da assunção dos direitos democráticos pelo povo. Diferentemente do que se poderia sustentar, o sistema judiciário e o sistema prisional não existem para garantir direitos e aplicar a lei republicana, mas ao contrário para anular os direitos e a cidadania de uma gigantesca parcela da população. Assim se mantém a opressão sobre essa maioria com a aparência de regime democrático. Todavia, o sistema prisional vai além.
É um verdadeiro cancro nacional, que denuncia o caráter genocida e selvagem da burguesia brasileira. Constituiu-se no país um gigantesco sistema sádico de eliminação da população pobre e negra, para quem sistema fora constituído, envolto em fino véu de legalidade. O sistema penitenciário brasileiros fere mortalmente todos os direitos humanos e como tal deve ser extinto e seus promotores responsabilizados por este crime social.
PARÁ
Após dois anos do Massacre de Pau d’Arco nenhum mandante foi identificado e policiais estão soltos N
a última sexta-feira (24), completaram exatos dois anos da chacina que ficou conhecida como o Massacre de Pau D’arco, nome da cidade paraense onde um grupo de policiais assassinou dez trabalhadores rurais integrantes de um grupo ocupante da Fazenda Santa Lúcia. O caso ganhou notoriedade por ser a segunda maior chacina no campo, ficando atrás somente do caso de Eldorado dos Carajás, também da mesma região. O massacre é um caso em aberto, até hoje não solucionado pelas autoridades que nunca identificaram os mandantes. E mesmo sabendo que foi um crime premeditado, nenhum dos policiais envolvidos nos assassinatos sofreu qualquer punição pelos homicídios, por destruirem provas ou prestarem falsos depoimentos, aterrorizando as famílias enquanto soltos. Outra prova da complicidade do estado nos assassinatos é o tratamento dado às cerca de 15 pessoas que
sobreviveram ao massacre, que não receberam o devido apoio estatal depois de serem torturados por policiais. Além de terem recebido os corpos dos familiares em estado de decomposição, pois não passaram por tratamento adequado à espera da perícia, não
receberam qualquer auxílio financeiro, assistencial ou psicológico para poderem superar o acontecido. Não bastando o massacre no ano de 2017, as 200 famílias que moram na fazenda ainda podem passar por um processo de despejo, que pode ge-
rar novas vítimas da violência policial. Há um processo tramitando no Incra para compra da área e destinação à reforma agrária, porém falta o pagamento do órgão que alega não ter verba. Os fazendeiros então exigiram do juiz que a reintegração de posse que foi paralisada devido à negociação seja cumprida, o que pode acontecer no começo de junho. Os cortes de verba gerando sucateamentos dos órgão públicos, aliado a completa paralisação do processo de reforma agrária, cortesias do governo Bolsonaro, fortalecem a ação de latifundiários para reprimir movimentos sociais do campo, através de jagunços ou, abertamente, da própria polícia. Os assassinatos de lideranças sem-terra vem crescendo exponencialmente após o golpe, e fica claro o lado que a justiça toma ao preservar os culpados e deixar impunes as chacinas, apenas para proteger as propriedades latifundiárias.
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MULHERES E JUVENTUDE|13
MULHERES
No mundo todo, a extrema-direita avança contra o direito ao aborto N
o começo deste mês de maio, o senado do estado do Alabama aprovou uma lei que proíbe o aborto em todos os casos, inclusive nos casos de estupro. A aprovação da lei é uma consequência do avanço da extrema-direita nos EUA, após a eleição de Donald Trump, assim como vêm acontecendo no mundo todo. Além do Alabama, quatro estados dos EUA já aprovaram legislações extremamente restritivas para o aborto. Outros sete estados estão debatendo a mesma política. A aprovação da lei gerou protestos em várias cidades dos EUA. De acordo com a lei, a mulher poderá ser condenada de 10 a 99 anos de prisão pela prática do aborto. A legislação proibitiva foi sancionada por
uma mulher, a governadora Key Ivey do Partido Republicano. O caso é semelhante ao que acontece no Brasil, onde a ministra bolsonarista, Damares Alves, é uma das maiores defensoras da proibição completa do aborto no país. Damares, inclusive, tratou de apoiar a aprovação da lei norte-americana. Este fato é uma demonstração de que a chamada política de “sororidade” defendida pelo feminismo pequeno-burguês é completamente reacionária. Tanto a governadora do Alabama, quanto Damares são inimigas das mulheres e de toda a classe trabalhadora, ambas estão a serviço das classes dominantes e do próprio imperialismo. O avanço da extrema-direita e de
toda a política reacionária contra as mulheres só pode ser combatido por meio da mobilização das próprias mulheres e de todos os trabalhadores. É preciso ter um programa político de-
mocrático definido, que defenda a legalização do aborto, a ampliação das creches públicas, assim como a defesa de todos os direitos das mulheres, como licença maternidade, etc.
NÃO À MILITARIZAÇÃO DAS ESCOLAS
Alunos são punidos pelo corte de cabelo
O
s inúmeros problemas enfrentados pelas unidades de ensino públicas, resultados da política neoliberal de sucateamento, são usadas como motivos para recorrer às as intervenções militares nos estabelecimentos, como última alternativa frente à suposta crescente onda de violência e indisciplina dentre os alunos. Sem garantia alguma de resultado, as escolas são entregues a forças au-
toritárias que reprimem os estudantes e interferem em seu aprendizado e no ambiente que frequentam, como o episódio do Colégio Militar Dom Pedro II no Distrito Federal, onde alunos sofrem punição por simples aparência. O acontecimento foi relatado durante uma reunião de pais e alunos, onde a mãe da aluna abordada explicou que a filha foi aconselhada por um monitor a cortar ou alisar o cabelo, com
tranças afro, para que não sofresse alguma sanção. O constrangimento da aluna foi relatado por sua mãe, que considerou a atitude racista por querer obrigar a aluna a se enquadrar em um padrão que não comporta seu tipo de cabelo afro. Mais relatos de abordagens autoritárias e preconceituosas foram ouvidas de outros pais de alunos, assim como assédio moral vindo da direção da instituição, que constrangeu alunos em público ao anunciar para 3 mil presentes uma punição para o grupo que havia feito uma apresentação de dança ao som de funk. Em colégio conhecido por ter um rígido regulamento sobre as vestimentas e condutas dos alunos, devido às cobranças similares a um verdadeiro regime militar, a direção poderia punir um aluno pelo simples uso de um penteado considerado inadequado. Fascistas são contrários ao conhecimento, além de rechaçam manifestações expontâneas e culturais do povo.
A militarização nas escolas no DF é justificada pelos governos como uma maneira de estabelecer a disciplina nos colégios e garantir mais segurança aos estudantes e funcionários. Porém, como em qualquer outra localidade, as forças de repressão do estado, sejam elas da polícia ou forças armadas, não servem para diminuir ações violentas, pelo contrário, são as próprias que as praticam. Os secundaristas são um setor com facilidade de se mobilizar em defesa de seus direitos, portanto precisam estar sob os olhos vigilantes das forças militares. Principalmente depois das grandes manifestações encabeçadas pelos setores da educação, ficou evidente que os cortes no orçamento não serão tão facilmente aceitos pela população que repudia os bolsonaristas. Para fazer retroceder a militarização é necessário que os estudantes estejam em peso nos atos que estão por vir, pois somente aliados aos mais diversos setores da classe trabalhadora a interrupção da política de intervenções se torna possível, colocando abaixo o governo golpista.