A luta contra o golpe nº8

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A LUTA CONTRA O GOLPE Jornal dos comitês de luta contra o golpe • Fundado em 2018 Nº 8 • Jornal quinzenal | 13 de outubro de 2018 • Tiragem: 40.000 exemplares

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2 A LUTA CONTRA O GOLPE

13 DE OUTUBRO DE 2018

MOBILIZAR E ORGANIZAR CONTRA A EXTREMA DIREITA O fascismo é um movimento de ação e somente pode ser refreado por meio da mobilização e da organização popular. Toda luta política é travada na prática, no embate de forças reais, e não no mundo da disputa de opinião. Como sabe, “as ideias da classe dominante em cada época são as ideias dominantes”. A elevação da consciência de classe não pode ser travada portanto senão no envolvimento real da população brasileira na luta contra o golpe e em defesa dos interesses dos oprimidos pelo avanço do imperialismo. A extrema direita, as ações fascistas, nada mais são que um braço armado da direita em geral, do imperialismo, do golpe. A democracia burguesa é apenas uma casca de palavras vazias que reveste um brutal regime ditatorial opressor da classes mais desfavorecidas da população. Os pobres sempre

foram perseguidos, presos, torturados e assassinados pela polícia – seja na luta pela terra no campo, seja nas periferias dos grandes centros urbanos. O fascismo busca intensificar esses ataques, não apenas direcionando os ataques às lideranças dos movimentos populares, mas também ampliando o espectro social das vítimas de violência, levando-os

“Somente a classe trabalhadora, o proletariado, tem a possibilidade de derrotar o fascismo” a setores da pequena-burguesia. Amedrontados, setores da esquerda pequeno-burguesa insistem que “não é possível

mobilizar a população contra o golpe” nem derrotá-los nas ruas.

Porém, a própria experiência da luta contra o golpe mostra o contrário. Tomem-se

TODOS À 2ª CONFERÊNCIA ABERTA CONTRA O GOLPE E CONTRA O FASCISMO

Em 22 e 23 de julho, centenas de lideranças populares reuniram-se em São Paulo na I Conferência Nacional Aberta de Luta contra o Golpe, reunindo comitês de ativistas de todo o Brasil. A luta pela liberdade de Luiz Inácio Lula da Silva e a defesa intransigente de sua candidatura à Presidência da República foi uma das principais resoluções tiradas do encontro, dentro da compreensão de

que sem mobilização popular as instituições golpistas não entregarão sequer uma fração de poder ao povo. Por isso, uma meta concreta dos grupos ali presentes foi a realização de um grande ato em Brasília no dia 15 de agosto, quando do registro da candidatura de Lula junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ato reuniu cerca de 50 mil pessoas, demonstrando a capacidade de pressão daqueles reunidos

na Conferência, bem como a disposição da população por mobilizar-se. Hoje porém diversas organizações populares vêm capitulando para o processo eleitoral conduzido pelos golpistas, deixando de enxergar alternativa que não seja a de uma campanha publicitária oportunista destinada a ser derrotada pela fraude das urnas. É hora de voltar a reunir todos aqueles que querem

lutar contra o golpe, e quem sabem que a verdadeira força política está na organização e mobilização popular na luta por seus direitos, e não em acordos eleitorais, e na troca de cargos e favores. É hora reforçar a constituição de comitês de luta contra o golpe nos locais de trabalho e nas comunidades, levando-os a um novo encontro nacional destinado a derrotar o fascismo e o golpe.

Eleição sem Lula ainda é fraude! Todos à II Conferência Nacional Aberta de Luta contra o Golpe e contra o fascismo

OS ATAQUES VIOLENTOS SÃO PARTE DA CAMPANHA ELEITORAL DO BOLSONARO O crescimento eleitoral de Bolsonaro foi produzido artificialmente pela burguesia golpista como parte de sua estratégia fascista. Seu tosco discurso e o primarismo de suas ideias destinam-se a naturalizar as ações violentas de perseguição, ataque e extermínio de lideranças e organizações populares. Entretanto, o bolsonarismo não funciona como movimento articulado ainda. Nesse sentido, o grupo fascista *Movimento Brasil Livre* (MBL) foi mais longe, organizando violentas milícias que já invadiram escolas e atacaram sobretudo movimentos estudantis. No campo prático, a violência bolsonarista iniciou sua ação prática nos ataques à caravana de Lula no Sul, e vêm ganhando disseminação e destaque na imprensa golpista

durante o processo eleitoral – sobretudo após a definição do segundo turno. O propósito de tal violência, portanto, não é outro senão eleitoral. Por um lado, funcionam como embrião de uma organização realmente fascista, capaz de continuamente eliminar os adversários: uma espécie de garantia à burguesia que os fomenta e àqueles que os apoiam em geral. Por outro lado, funcionam para paralisar a esquerda por meio do terror, desestimulando as campanhas de mobilização ao instilar o medo e promover o pânico. Não se pode, por isso ceder a essa campanha. Os ataques bolsonaristas devem ser repelidos à força, por meio dos comitês de autodefesa. Nenhum passo atrás!

DIREITO AO ABORTO JÁ!

O movimento de mulheres e a esquerda em conjunto deve reforçar a política pela legalização do aborto, qualquer posição contrária a essa é um duro ataque contra o direitos das mulheres e a mais ampla compactuação com o assassinato de centenas de mulheres em clínica de aborto clandestinas. É uma posição da direita, e a esquerda não deve permitir essa posição reacionária dentro de seus partidos e organizações. Essa proibição trata-se de mais uma opressão da sociedade capitalista sobre as mulheres, que

não dispõem sequer do direito ao próprio corpo. A legalização do aborto se mostra uma pauta urgente para interromper a verdadeira epidemia de mortes de mulheres em clínicas clandestinas. Somente o movimento de mulheres por elas mesmas, será capaz de conquistar direitos arrancados pela direita golpista que hoje levanta a cabeça, é preciso mobilizar diante de uma política verdadeiramente revolucionária que de fato irá emancipar as mulheres. Abaixo o golpe! Fora todos os golpistas! Direito ao aborto já!

alguns exemplos: 100 mil pessoas reuniram-se em Brasília em maio de 2017, num movimento que barrou a reforma da previdência. Contra a prisão de Lula, 25 mil pessoas estiveram presentes em janeiro nas ruas de Porto Alegre, e 10 mil pessoas estiveram diante do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em São Bernardo do Campo, formando um cordão humano de proteção ao ex-presidente – isso para não mencionar os três grandes atos nacionais em Curitiba com o mesmo propósito. O exemplo mais contundente de disposição dos trabalhadores para mobilizar-se foi o ato nacional de registro da candidatura de Lula, realizado em 15 de agosto em Brasília, que apesar da franca capitulação de algumas lideranças reuniu 50 mil pessoas. Entretanto, setores da burguesia e da burocracia pres-

sionam os movimentos de esquerda pela capitulação representada pela submissão dos movimentos populares às eleições. Transformam a luta política numa luta eleitoral, destinada ao fracasso. Difundem o medo de modo a pressionar a esquerda pela criação de uma “frente popular democrática contra o fascismo” em conjunto com a própria direita golpista. Somente a classe trabalhadora, o proletariado, tem a possibilidade de derrotar o fascismo e o avanço da direita no Brasil, por meio de seus instrumentos tradicionais de luta: a organização, concretizada nos movimentos amplos e nos comitês de luta contra o golpe, e a mobilização, concretizada em atos, paralisações, greves. Contra a força bruta dos grupos fascistas, a criação de comitês de autodefesa. Nenhuma unidade com a direita!

COMITÊS DE AUTODEFESA O fascismo, como braço ar- infiltrados nas organizações mado da burguesia que é, ope- populares, bem como de agentes ra à base da intimidação e da provocadores em atos. Auxiliam violência física. Seus objetivos ainda na programação de ativisão vencer pela eliminação dos dades de agitação e propaganda, oponentes e do medo causado ao de modo a garantir a segurança restante da população. Por isso, de colagens de cartazes, panfleo fascismo não tagens e pequepode ser comnos atos frente à “todas as batido por meio poliorganizações repressão de uma guerra de cial, escolhendo opiniões, camhorários e locais populares panhas publiciestratégicos. tárias ou por elei- devem constituir As ações práções. Qualquer ticas de proteção comitês de que seja o resulcontam com a autodefesa tado do processo presença de midestinados a litantes de coneleitoral, o fascismo continuará a especialgarantir o seu fiança espalhar-se pelo mente treinados Brasil, fomenta- funcionamento e equipados para do pela burgue- na luta contra o o confronto físia, de modo a ser sico, controlangolpe.” acionado contra do a entrada as organizações de pessoas em e lideranças populares sempre reuniões de movimentos poque necessário. pulares e formando um cordão Por isso, todas as organiza- de proteção das colunas desses ções populares devem constituir movimentos em atos. Instruem comitês de autodefesa destina- e coordenam as atividades de dos a garantir o seu funciona- agrupamento e dispersão dos mento na luta contra o golpe. Os militantes, sempre em grupos, comitês atuam basicamente em e em horários e locais pré-deações de inteligência e em ações terminados. de proteção. Tradicionalmente, os fascisAs ações de inteligência são tas atacam e se infiltram prefedestinadas a monitorar as or- rentemente em grupos que não ganizações fascistas atuantes dispõem de grupos de proteção, na mesma região, identificando por isso não há tempo a perder. com antecedência suas ações e Cada comitê de luta contra o informando-as à organização golpe deve dispor de um comitê do movimento. Investigam de autodefesa bem organizado e ainda a presença de elementos bem equipado para seguir ativo.

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LIBERDADE PARA LULA

Desde 4 março de 2016, com a condução coercitiva ilegal de Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou-se que sua prisão era um elemento central do golpe. Não por sua opinião pessoal, mas por sua trajetória no papel de liderança da classe trabalhadora, hoje Lula tem poder real de mobilização capaz de levantar a população contra o avanço da direita. Sabendo disso, os golpistas trataram de persegui-lo e de encarcerá-lo. Na via inversa, não é ao acaso que os comitês de luta

contra o golpe surgidos naquele ano tinham e têm como palavra de ordem central Não à prisão de Lula. Não é por acaso que muitos dos grandes atos contra o golpe foram

“Lula segue preso, e sem uma mobilização popular resoluta não sairá da prisão com vida.”

aqueles realizados em torno à figura do ex-presidente. Lula foi encarcerado por Sérgio Moro em março numa masmorra em Curitiba. Isolado, impedido de fazer campanha, teria sua candidatura finalmente impugnada pelo Judiciário golpista. Os verdadeiros comitês de luta contra o golpe, aqueles que lutavam pela anulação do impeachment de Dilma Rousseff, aqueles que lutaram pela liberdade do ex-presidente, aqueles que gritaram e gritam que Eleição sem Lula é fraude,

estes nunca transformaram suas organizações em comitês eleitorais. Nunca subordinaram às instituições sua luta política, pois sabem que somente com o povo mobilizado as instituições golpistas serão pressionadas a ceder. Lula segue preso, e sem uma mobilização popular resoluta não sairá da prisão com vida. Independentemente da questão eleitoral, a bandeira da liberdade de Lula com vistas à mobilização popular segue sendo central na luta contra o golpe.

A LUTA CONTRA O GOLPE • 13 de outubro de 2018 • Tiragem: 40 mil exemplares • Site: www.lutecontraogolpe.com.br

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